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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO À DISTÂNCIA
Edital nº 003/2022

RODRIGO WERISSON VAZ DE BRITO DE J.

MEMORIAL DESCRITIVO

Memorial circunstanciado apresentado como


requisito à Seleção do Curso de
Aperfeiçoamento à Distância Métodos
Consensuais de Gestão de Conflitos e a
Concretização dos Direitos Socioambientais
promovido pelo Instituto de Ciências Jurídicas
da UFPA, em parceria com o Ministério
Público do Estado do Pará e Ministério Público
Federal, coordenado pela banca examinadora
composta pelos professores: Prof.ª Dr.ª Valena
Jacob Chaves Mesquita – Presidente, Prof.ª Dr.ª
Luly Fischer e Prof. Dr. José Heder Benatti.

Goianésia do Pará, Pará


2022
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO À DISTÂNCIA
Edital nº 003/2022

1 – IDENTIFICAÇÃO
Meu nome é Rodrigo Werisson Vaz de Brito de Jesus, filho de Andreza Rejane Vaz
de Brito e Flávio da Silva de Jesus, nascido em 23/06/1992, na cidade de Belém/PA, sou
brasileiro, sou servidor no Ministério Público do Estado do Pará, onde exerço o Cargo em
Provimento de Comissão de Assessor Jurídico na Promotoria de Justiça de Goianésia do Pará,
resido na Rua Beija Flor, 1, bairro Floresta, Goianésia do Pará/PA, CEP 68639-000, meu
contato telefônico/Whatsapp é (91)98125-2823, e meu endereço eletrônico é
rodrigowvb@mppa.mp.br.

2 – DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES ACADÊMICAS E


PROFISSIONAIS
Conclui o Bacharelado em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em
2018. Estou em fase de conclusão de especialização em Direito Público, já tendo concluído o
todos os componentes curriculares e apresentado o Trabalho de Conclusão de Curso, cuja
aprovação se deu de maneira satisfatória. Além disso, estou cursando graduação em Teologia,
à título de satisfação pessoal.
No âmbito acadêmico, participei do Projeto de Extensão do Centro Universitário
do Pará (CESUPA), denominado “Barcarena Viva”, por meio do qual prestamos auxílio
jurídico às populações afetadas pelos desastres ambientais ocorridos no Município de
Barcarena. Nesta empreitada, destaca-se a participação do projeto na Audiência Pública
realizada pelo MPE e MPF, em 22/03/2018, para discutir as ações emergenciais adotadas em
relação as denuncias de efluentes da planta industrial da empresa Hydro Alunorte.
Ainda como acadêmico, fui nomeado membro colaborador da Comissão Estadual
de Meio Ambiente da OAB/PA, onde pude atuar durante todo o 2º semestre do ano de 2018.
Posteriormente, concluída a graduação e já no exercício da advocacia, fui nomeado
membro da Comissão Estadual de Direito Urbanístico e Planejamento Urbano da OAB/PA
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(CDUPU), atuando no período compreendido entre abril/2019 a outubro/2020. Neste período,


tive a oportunidade de atuar como mediador na Roda de Conversa “Cidade Sob a Perspectiva
de Raça, Gênero e Diversidade Sexual”, organizada pela CDUPU em 22/08/2019, no contexto
da Semana da Advocacia.
Desde novembro de 2019 exerço o cargo em provimento de comissão de Assessor
de Promotoria de Justiça, tendo exercido minhas atividades nas Promotorias de Medicilândia e
Goianésia do Pará, está última, onde estou lotado até o tempo presente.

3 – EXPOSIÇÃO E EXPLICAÇÃO DA PERTINÊNCIA DAS ATIVIDADES


ACADÊMICAS E/OU PROFISSIONAIS
Desde o início da graduação em direito, crente dos grandes prejuízos advindos às
relações humanas em decorrência dos litígios, demonstrei grande interesse por formas
consensuais e preventivas ao litígio, em contraposição ao movimento iniciado com a
promulgação da Constituição Federal de 1988, que, ao garantir o acesso à Justiça como direito
fundamental no seu artigo 5º, XXXV, abriu o caminho para uma excessiva litigiosidade dos
conflitos.
Nesta perspectiva, optei por cursar a disciplina de Mecanismos Alternativos de
Acesso à Justiça, ofertada ao curso de graduação em direito da UFPA, na modalidade optativa,
visto que, é de relevância notória a via alternativa inaugurada pelos métodos de
autocomposição, dentro do sistema de justiça que está cada vez mais abarrocado, sobretudo em
questões familiares e que envolvessem direitos patrimoniais disponíveis (MARINONI;
MITIDIERO, 2016).
No âmbito da atuação Ministerial, em minha assessoria, procuro sempre avaliar a
melhor resposta de justiça que podemos oferecer na defesa dos interesses públicos e sociais,
dos incapazes e nos litígios coletivos pela posse da terra (CPC, art. 178), o que nem sempre
perpassa pelo litígio.
Justamente neste campo, serão proveitosos os frutos da aplicação de métodos
consensuais na atuação ministerial, sobretudo porque, nas Promotorias de Justiça de atribuições
gerais, deparo-me cotidianamente com uma multiplicidade de conflitos de natureza familiar,
patrimoniais ou não, e pela posse da terra, muitas vezes originados pela simples ausência de
mediação sensata entre os envolvidos.
À título de exemplo, na Promotoria de Justiça de Medicilândia, reduziu-se
drasticamente a proposição de novas ações de alimentos, guarda e regulamentação de visitas,
optando por convocar as partes para reuniões na Promotoria, ocasião em que, após conversa e
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escuta, promovia-se o acordo entre as partes, o qual era oportunamente tão somente levado à
juízo para homologação.
Também nas questões agrárias, que são um nicho de atuação no Ministério Público,
a aplicação de métodos consensuais de gestão de conflitos se revela de grande importância. Não
são poucas as notícias e relatos de conflitos envolvendo a posse da terra que desencadeiam
grande violência, e por vezes derramamento de sangue, entre grupos que pleiteiam de maneira
legítima o seu direito constitucional ao acesso à terra, possibilidade de trabalho, alimento, meio
ambiente saudável e vida digna, e os grandes proprietários que detém o monopólio da terra, o
que reforça a necessidade de atuação para se estabelecer o diálogo, em vistas da promoção da
cultura da paz e o acesso aos direitos (SARLET, 2006).
Não à toa, a reforma processual civil de 2015, de maneira acertada, incluiu no rito
das ações de reintegração de posse, antes da concessão de pleito liminar, a obrigatoriedade de
designação de audiência de mediação, nas hipóteses em que a propriedade a ser reintegrada
esteja ocupada há mais de 01 ano e 01 dia (MARINONI; ARENHART; MITIDIERO, 2018).
No âmbito da Promotoria de Justiça de Goianésia, atuei como secretário no
Procedimento Preparatório nº 000336-055/2021, instaurado com base Ofício Circular nº
020/2021-CDHDCALEPA, oriundo da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do
Consumidor da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, e do Ofício nº. 223/2021-P, oriundo
da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, noticiando a
desocupação irregular de terras de conflitos agrários por integrantes da Polícia Civil do Estado
do Pará no Município de Goianésia do Pará, e graves violações aos direitos humanos.
Igualmente na esfera dos Direitos Coletivos, dentro os quais, destaco a proteção ao
meio ambiente, a possibilidade de celebração de Termo de Ajustamento de Conduta – TAC,
que nada mais é do que um acordo celebrado entre o Ministério Público e o violador de
determinado direito coletivo, e cujas finalidades são: impedir a continuidade da situação de
ilegalidade, reparação do dano ao direito coletivo e prevenção à judicialização, demonstra a
importância de se buscar meios consensuais de solução dos conflitos.
Como se percebe, a atuação no Ministério Público visa não só o fiel cumprimento
da lei, mas também, a garantia dos direitos humanos, de tal sorte que o curso me fornecerá
ferramentas para aplicar os conhecimentos adquiridos, qualificando minhas ações de assessoria
no parquet, que é chamado a atuar, ora extrajudicialmente, ora como custus legis, ora, como
parte, sempre buscando a solução pacífica dos conflitos e a garantia de proteção aos direitos
humanos, combatendo as injustiças socioambientais no contexto amazônico, inclusive,
contribuindo para a realização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ONU).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988.

BRASIL. Código de Processo Civil, 18 de março de 2015.

MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel.


Código de processo civil comentado. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2018.

MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Comentários ao código de


processo civil – artigos 1º ao 69. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.

SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e direitos


fundamentais na Constituição Federal de 1988. 4ª edição. Porto Alegre: Livraria do
advogado, 2006.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ.


https://www2.mppa.mp.br/tacs.htm. Acessado em 27/04/2022.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO.


https://www.mpma.mp.br/arquivos/CAOPDH/caop_dh/Breves_Consideracoes_sobre_Interve
ncao_do_Ministerio_Publico_nos_Conflitos_Agrarios.pdf. Acessado em 27/04/2022.

NAÇÕES UNIDAS BRASIL-ONU. https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acessado em


27/04/2022.

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