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Centro Universitário SENAC

Santo Amaro

Giovanna Lopes Portillo (ID - 1142549220)


Lucas Kfouri Sakaguti (ID - 1140057811)
Renata Michelle Herdeiro (ID – 1144273852)

PROJETO INTEGRADOR 2

São Paulo
2022
Capítulo 1 – Direito Internacional do Comércio

Contratos de Compra e Venda Internacional

A parte referente à disciplina de Direito Internacional do Comércio tratará dos


contratos de compra e venda internacionais. A venda de produtos, tanto para distribuidores
quanto consumidores finais, necessita de um documento que assegure os termos acordados
entre as partes. Por isso é imprescindível a elaboração de um contrato internacional, pois nele
estarão registradas as obrigações de cada um e as implicações que estas terão no caso de
descumprimento.

Baptista (2010, apud CAPUCIO, 2019) denomina contrato internacional no âmbito


econômico quando há um fluxo de bens para além das fronteiras de um país. Em uma
perspectiva jurídica, o mesmo autor define como contrato internacional quando algum de seus
elementos possui ligação com mais de um sistema jurídico. Quando encontramos elementos
de estraneidade, ou seja, pertencentes a localidades distintas, denotamos que se trata de um
caso plurilocalizado. Esses dados podem ser referentes às pessoas (local de nascimento/óbito),
bens ou fatos jurídicos (CAPUCIO, 2019).

Independente da relação mediada pelo contrato internacional, algumas questões


preliminares devem ser levadas em consideração. Capucio (2019) destaca o idioma a qual o
documento será redigido, podendo este ser bilingue ou escrito em inglês. No caso da primeira
alternativa, deve-se atentar às eventuais diferenças nas terminologias jurídicas empregadas, a
fim de evitar ambiguidades.

Dada a complexidade na relação que envolve mais de um ordenamento jurídico, foi


feita uma padronização nos contratos de compra e venda internacional. A Convenção das
Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda de Mercadorias (Cisg, na sigla em inglês)
prevê algumas cláusulas padrões no contrato, como mostra BAPTISTA (2011 apud
CAPUCIO, 2019):

● Cláusula de eleição de foro;


● Cláusula arbitral;
● Cláusula de eleição da lei aplicável;
● Cláusulas de indexação;
● Cláusula de força maior;
● Cláusula de hardship;
STRENGER (1992, apud CAPUCIO, 2019) ainda acrescenta mais três cláusulas:
cláusulas de garantia (asseguram o cumprimento da obrigação pactuada), cláusula penal
(sanções aplicadas no caso de descumprimento), cláusula de seguros. Vale destacar também o
uso de Incoterms, termos padronizados que delimitam as obrigações do vendedor e comprador
em um contrato de compra e venda internacional.

Capítulo 2 – Acordos Internacionais e Facilitadores do Comércio


Internacional

MERCOSUL

O tema escolhido é o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e suas implicações no


comércio internacional de uma empresa brasileira. Em um contexto de relações para além das
fronteiras, é primordial ter uma visão macro de onde a empresa está situada, tanto por uma
questão estratégica quanto legal.

Inicialmente, é imprescindível definir a razão das integrações regionais e definir o


modelo a qual o Mercosul se constitui. De acordo com Melo (2004, apud CAPUCIO, 2019,
p.35), as organizações internacionais “são associações de Estados, voluntárias, estabelecidas
por tratados, possuindo ordenamento jurídico interno próprio”. Essas associações visam,
prioritariamente, estimular o comércio entre Estados através da eliminação de barreiras
tarifárias. O Mercosul constitui em uma união aduaneira, onde os bens e serviços produzidos
por países membros circulam livremente entre as nações. Além disso, existe uma Tarifa
Externa Comum (TEC) aos itens importados de fora para dentro do bloco.

Formado em 1991 com a assinatura do Tratado de Assunção (Paraguai), o Mercosul é


constituído por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela (suspensa desde 2016) e a
Bolívia, que está em processo de adesão. Conforme destacado por Bez e Rodrigues (2022), o
grupo constitui em uma união aduaneira imperfeita. Isso se deve a uma Lista de Exceções à
Tarifa Externa Comum (LETEC), onde cada país pode, unilateralmente, alterar até 100 itens
da TEC.

Para o Brasil, o Mercosul contribuiu para fomentar as exportações, sobretudo de bens


industrializados (BEZ e RODRIGUES, 2022). No entanto a participação no bloco econômico
também implica em certas adversidades. Podemos citar as negociações com a União
Europeia, iniciadas a mais de uma década, travadas por “falta de consenso entre os países do
bloco” (NOVO, 2018). Além disso, as regras do bloco não permitem que seus membros
negociem individualmente com outros países.

Capítulo 3 - Ética, Cidadania e Sustentabilidade

Sustentabilidade Social

Nas últimas décadas muito tem se falado sobre sustentabilidade como forma de
proteção ambiental, e como os países devem se reorganizar, encontrando novas fontes de
energia e como poluir menos o meio ambiente. Evitando desastres naturais, extinção de
animais e a escassez de alimentos, retirando da natureza somente o necessário.

A cultura do consumismo na nossa sociedade, onde nem sempre consumimos


somente, e tão somente, o necessário. Somos influenciados a desejar e adquirir produtos
meramente descartáveis e supérfluos. Mas, consumir todos esses produtos não significa
felicidade. Porque o significado de felicidade não é igual em todas as culturas. O que é
felicidade para o povo brasileiro não é o mesmo para o povo francês por exemplo. Assim
como não é igual entre as diferentes classes sociais e suas necessidades.

É necessário pensarmos, como sociedade, nas grandes desigualdades geradas por essa
cultura consumista e acúmulo de riquezas. Devemos pensar na realidade de diversas pessoas
que não têm acesso aos recursos e serviços disponíveis. Sociedades de países ricos onde a
qualidade de vida é melhor, são lugares onde a distribuição de renda é mais “justa” do que
países subdesenvolvidos ou pobres a disparidade é imensa. Até mesmo dentro do nosso país
temos essa diferença entre regiões como Nordeste e Sudeste, e dentro de estados como capital
e interior, ocorre essa diferença. A desigualdade social é um dos entraves para uma sociedade
mais sustentável.

Se fizermos uma busca ao passado do Brasil, que é bem recente, podemos entender
que a desigualdade social no país ocorre desde a sua colonização. Com a utilização de mão-
de-obra escrava no plantio de cana-de-açúcar e café. Onde as terras se concentravam nas mãos
de latifundiários, que ainda existem em algumas regiões. Mesmo após a Abolição da
Escravatura não houve qualquer sistema para amparar essas pessoas que foram libertadas, elas
simplesmente foram empurradas para as periferias pois, com trabalhos onde os salários eram
muito baixos, elas não tinham condições de moradia, alimentação ou acesso à educação.
Quando uma minoria tem acesso aos recursos naturais, geralmente quem tem mais
condições financeiras, acaba garantindo acesso ao uso desses recursos em detrimento
daqueles grupos mais suscetíveis. Acesso à educação, saúde, saneamento de qualidade não é
igual para todos os grupos sociais. Para isso é só observar onde se encontram as melhores
escolas, melhores hospitais, parques, segurança entre outros serviços. Infelizmente isso ainda
é parte da nossa realidade, onde muitos lugares possuem um acesso restrito ou desigual. Com
baixa escolaridade, muitos trabalhadores acabam aceitando empregos em condições muito
ruins e com salários bem abaixo da média. A forma como a riqueza é distribuída dentro país
influencia a construção da nossa sociedade.

A discussão sobre sustentabilidade social passa por outras situações além da


financeira, como a desigualdade de gênero. Mulheres ainda ganham menos que os homens
apesar de desempenhar as mesmas funções. Apesar do avanço no combate ao preconceito e a
misoginia, como a Lei Maria da Penha, as mulheres ainda são consideradas inferiores aos
homens e os números de feminicídio só aumentaram durante a pandemia. E isso só aumenta
quando falamos de mulheres pretas. Além da desigualdade de gênero, crianças, idosos,
moradores de rua, índios, homossexuais também sofrem constantemente ataques de violência
de pessoas covardes nas ruas ou dentro de suas residências.

Ao que vemos nosso país, apesar de já ter conseguido muitos avanços no combate a
desigualdade social e seguindo para uma construção mais sustentável, ainda temos muito o
que melhorar e evoluir como nação.

Capítulo 4 – Câmbio e finanças internacionais

Câmbio

Nas últimas décadas o campo das finanças internacionais vem evoluindo


consideravelmente em função, essencialmente, das fortes oscilações nas taxas de câmbio, que
afetam tanto os países quanto a competitividade das empresas. Os meios que envolvem a
gestão e as taxas de câmbio ainda estão em processo de ajuste, visando torná-las menos
inconstantes mais previsíveis e mais seguras.

A taxa de câmbio do país tem como base diversos fatores e muitos deles associados às
relações comerciais entre os países, que utilizam de moeda estrangeira para efetuar suas
transações. Fatores como política cambial, dívida pública, inflação, taxas de juros, reservas
cambiais são determinantes para o comportamento das exportações.

No comércio internacional a taxa de câmbio é relativa aos produtos exportados e


importados, impactando na balança comercial. Assim, quanto há uma desvalorização da
moeda local, exemplo o real, e a valorização do dólar, é mais lucrativo que o produto seja
exportado para que haja lucros maiores com a venda.

Com essa diferença cambial, o poder de compra entre os países é bem desigual. Para
que exista uma paridade no poder de compra é necessário que haja uma taxa de câmbio
equilibrada onde o preço dos produtos e serviços, tenham o mesmo valor dentro de ambos os
países. O que em muitos casos acarretaria o aumento da desigualdade social. De acordo com o
Banco Mundial, o Brasil é 8ª economia mundial em paridade do poder de compra, ficando à
frente de países como França, Reino Unido, Canadá, Espanha.

Por isso é de extrema importância ter bem definida uma política cambial, essa variável
pode definir o nível de produção das empresas quando é necessário a importação de matéria
prima para produzir seus produtos, ou até mesmo exportar. Isso influencia diretamente no
custo da produção do produto e consequentemente a diminuição do preço final para o
consumidor.

Os empresários precisam escolher muito bem em quais países eles pretendem instalar
ou iniciar comércio. Isso afeta principalmente a empregabilidade e o custo de mão de obra,
sem contar com países que utilizam mão de obra escrava para a produção infringindo leis e
acordos humanitários.

Capítulo 5 – Sistema Brasileiro de Comércio Exterior

Acordos Comerciais de que o Brasil faz parte

Tendo em vista a ampliação dos sistemas de comunicações e a facilidade em que as


tecnologias trouxeram referente aos sistemas logísticos, a globalização trouxe diversos
benefícios ao comércio. Devido a aproximação das nações com o intuito de estreitar relações
e consolidar seus negócios, percebeu-se a necessidade de criar medidas para nortear as
relações comerciais entre países diferentes entre si.
Criar relações e mantê-las é importante para o desenvolvimento econômico de um
país. Essas relações podem ser chamadas de acordos comerciais. De acordo com Gato (2019)
esses acordos podem ser bilaterais, envolvendo duas nações, ou multilaterais, que envolvem
vários países, podendo ou não serem países vizinhos. Esses acordos buscam redução ou
isenção de impostos e tarifas alfandegárias.

Assim como o Brasil, os outros países também tentam defender as suas economias
com políticas protecionistas. Uma das formas de se protegerem da entrada de produtos
estrangeiros é feita pela aplicação de barreiras alfandegárias na aplicação de impostos que
incidem sobre a importação (GATO, 2019).

Em 1947 foi estabelecido o Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT – em


inglês, General Agreement on Tariffs and Trade), que tinha como por objetivo promover o
comércio internacional combatendo medidas protecionistas. Tendo em vista de que não foi
possível prosseguir com o plano, devido a outros interesses dos países participantes, foi
sucedido pela OMC, cuja função seria organizar o comércio mundial, supervisionando os
acordos comerciais (GATO, 2019). Portanto, ao decidir entrar no mercado internacional, o
exportador brasileiro deverá saber e identificar os princípios definidos pela OMC para poder
prosseguir com o desenvolvimento de suas negociações.

No Brasil existe um órgão responsável pelas negociações comerciais no qual o Brasil


faz parte, que são gerenciados pelo Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores – MRE).
Entre os acordos, destacam-se dois: Aladi e Mercosul.

Por meio do desenvolvimento de uma área de preferências econômicas, a Aladi


objetiva a criação de um mercado comum latino-americano, mediante a aplicação de:
preferência tarifária regional empregada a produtos originários dos países-membros no
momento de sua chegada; criação de acordos de alcance regional, que são comuns a todos os
países-membros; estabelecimento de acordos de alcance parcial, com a participação de dois
ou mais países (BRASIL, 2011).

ALADI é o maior grupo latino-americano de integração. É formado por treze países-


membros: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá,
Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. De acordo organização, “a Aladi foi criada com o
objetivo de dar preferências econômicas na região, objetivando um mercado comum latino-
americano, através de três mecanismos (ALADI, 2022):
 uma preferência tarifária regional, aplicada a produtos originários dos países-membros
frente às tarifas em vigor para terceiros países;
 acordos de alcance regional (comuns a todos os países-membros); e
 acordos de alcance parcial, com a participação de dois ou mais países da área.”

No site oficial do governo brasileiro podemos encontrar mais informações sobre esse
acordo, nele diz que os países são classificados em três categorias, de acordo com suas
características econômico-estruturais (SISCOMEX, Governo Federal, 2022):

 Países de Menor Desenvolvimento Econômico Relativo (PMDER) – Bolívia, Equador


e Paraguai;
 Países de Desenvolvimento Intermediário (PDI) – Chile, Colômbia, Peru, Uruguai,
Venezuela, Cuba e Panamá.
 Demais países – Argentina, Brasil e México

O outro acordo é o MERCOSUL. Os membros fundadores do Mercosul – ou seja, os


quatro membros originais do Tratado de Assunção de 1991 – são Argentina, Brasil, Paraguai
e Uruguai. O Mercosul não se restringe a negociações apenas regionais, mas também com
países extrazonas, por meio do estabelecimento de acordos igualmente específico. (GATO,
2019) De acordo com sua página oficial, O Mercosul é o processo de integração econômica
mais profundo da América Latina. A despeito de suas previsões iniciais, o bloco pode ser
caracterizado, atualmente, como uma união aduaneira imperfeita. O Mercosul tem natureza
intergovernamental, o que significa que suas deliberações são adotadas em conjunto pelos
Estados Partes e que suas normas necessitam ser internalizadas nos ordenamentos jurídicos
nacionais para produzirem efeitos (MERCOSUL, 2022).
Referências bibliográficas
BITTAR, Alexandre de Vicente. Redes logísticas e logística internacional. São Paulo:
Editora Senac São Paulo, 2019. (Série Universitária)

CAPUCIO, Camilla. Direito Internacional do Comércio. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2019. (Série Universitária)

MORAES JUNIOR, Devani. Comércio Internacional: blocos econômicos. Curitiba: Ibpex,


2006.

NOVO, Benigno Nuñez. A Importância do Mercosul para o Brasil. Novas Edições


Acadêmicas, 2018.

RODRIGUES, Antonio F. O.; BEZ, Raquel. Acordos Internacionais e Facilitadores do


Comércio Internacional. São Paulo: Editora Senac São Paulo.

SERRÃO, Mônica; ALMEIDA, Aline; CARESTIATO, Andréa. Sustentabilidade: uma


questão de todos nós. Rio de Janeiro: Senac, 2012.

The World Bank. https://bit.ly/3gWSyqW . Acessado em 29 nov. 2022

VERRENGIA, José Ricardo. Análise de Ambiente e Conjuntura. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 2020. (Série Universitária)

GATO, Milton. Sistema brasileiro de comércio exterior. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2019. (Série Universitária)

ALADI, O que é ALADI. SISCOMEX, Governo Federal, 2022. Disponível em:


https://bit.ly/3h3Fpwn. Acesso em 01 dez. 2022

MERCOSUL, O que é MERCOSUL. SISCOMEX, Governo Federal, 2022. Disponível em:


https://bit.ly/3VvH9xf . Acesso em 01 dez. 2022

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