Você está na página 1de 10

Revisão de Direito Ambiental (matérias pontuadas para prova)

Blocos de Estudo
Princípios: Prevenção e Precaução, Poluidor pagador e Usuário pagador, não
retrocesso ambiental, In dúbio pró réu (hermenêutico) prevalece a norma e
interpretação ambiental.

Competência: Todas as questões da Tabela

Responsabilidade civil: Implicação, reparação e restauração.

Inicio da Matéria.
Direito Ambiental é o ramo da ciência jurídica que disciplina as atividades humanas
efetiva o potencialmente causadoras de impacto sobre o meio ambiente com o
intuito de defendê-lo, melhorá-lo e de preservá-lo, dentro dos padrões de qualidade
ambiental estabelecidas, para as gerações presentes e futuras. Isso implica dizer
que os impactos ambientais que não forem causados nem puderem ser
influenciados pelo ser humano não farão parte do objeto desta disciplina.
O direito ambiental, e suas questões exigem uma abordagem Interdisciplinar em
seu conteúdo, ou seja, considera-se uma abordagem metodológica, que consiste na
integração em várias áreas ou disciplinas de conhecimento.
Interdisciplinar: Muitas áreas de conhecimento interagindo entre si
Multidisciplinar: Também várias áreas de conhecimento, mas cada uma estuda o
direito ambiental dentro de sua própria metodologia.
O a questão ambiental gera politicas publicas que nada mais é do que o estado em
ação.
E o que vem a gerar as politicas publicas são as Agendas que são os temas que os
governos vêm a priorizar. São materializadas por intermédio de normas jurídicas.
Existem também essas Agendas internacionais, que são geridas pela ONU.

Amplitude trazida pelo Direito Ambiental:


Meio Ambiente cultural: Patrimônio cultural, artístico, arqueológico, Histórico e
turístico.
Meio ambiente Genético: Ligado a Transgênicos.
Meio ambiente do Trabalho: Segurança, salubridade do ambiente de trabalho.

O Direito Ambiental é um direito fundamental de TERCEIRA GERAÇÃO.


Artigo 225, CF – Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida.

O poder público é responsável pela regulação desse uso.

Existe uma natureza Difusa entre o direito fundamental e a um meio ambiente.


O artigo 81 CDC em seus incisos I e II nos traz uma breve percepção do que são os
direitos Difusos
I - Interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código,
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - Interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;

Principio do Usuário Pagador e Poluidor Pagador – Art 4º da lei federal 638/81


Politica nacional do meio ambiente Visará:
VII – À imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação e recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de
recursos ambientais com fins econômicos.
Exemplo:
Poluidor pagador – dano ambiental, recupera e/ou indeniza (prevenção ou
reparação) logística reversa (política nacional de resíduos sólidos).
Usuário pagador – cobrança pelo uso da água, não tem dano (politica nacional de
recursos hídricos).
Este princípio assegura que deve o poluidor responder pelos custos sociais da
degradação causada por sua atividade impactante (as chamadas externalidades
negativas). Assim este princípio obriga o poluidor a arcar com as despesas de
prevenção e com a reparação do meio ambiente.

Principio da Precaução e da Prevenção – São dois Princípios que agem em prol


de evitar o dano, são sucintos cada um tem seu significado.

Precaução: “Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência


de certeza cientifica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de
medidas economicamente Viáveis para prevenir a degradação ambiental.
CF 88 art 225 Paragrafo 1º: Para assegurar a efetividade desse direito incumbe
ao poder público:
IV – Exigir para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, escudo prévio de impacto
ambiental.
“Princípio que pressupõe a inversão do ônus probatório, competindo a quem
supostamente promoveu o dano ambiental comprovar que não causou ou que a
substancia lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva.”
O art. 225, inciso IV, da Constituição Federal exige, na forma da lei, estudo prévio
de impacto ambiental, para instalação de qualquer obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, incluindo-se nesse rol a
liberação de organismo geneticamente modificado (...) Não se pode esquecer que o
Estudo de Impacto Ambiental é de suma importância para a execução do princípio
da precaução, de modo a tornar possível no mundo real a previsão de possíveis
danos ambientais ocasionados pelo descarte de OGM no meio ambiente com todos
os riscos já ditos aqui.
Prevenção: É dever jurídico evitar a consumação de danos (conhecidos ou
esperados) ao meio ambiente. Prevenir significa agir antecipadamente.
Princípio da Tríplice Responsabilização: A tríplice responsabilidade ambiental é o
nome dado ao conhecido sistema jurídico de proteção ambiental no Brasil.
Responsabilidade, do latim reponsus, significa responder, afiançar, pagar. Logo, a
tríplice responsabilidade ambiental está relacionada às formas pelas quais as
atividades lesivas ao meio ambiente podem ser apuradas, e quais os meios
utilizados pelo poder público para sua repressão ou reparação.
Tríplice responsabilização é a denominação doutrinária para os três tipos de
responsabilidade em matéria ambiental: responsabilidade civil, responsabilidade
administrativa e responsabilidade penal, as quais poderão incidir sobre um mesmo
ato atentatório ao meio ambiente, cumulativamente – isto é, ao mesmo tempo.
Responsabilidade Civil: O Direito Ambiental aborda duas funções da
responsabilidade civil ambiental: a função preventiva (procurando, por meios
eficazes, evitar o dano), e a função reparadora (tentando reconstituir e/ou indenizar
os prejuízos ocorridos). A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente inseriu dois
comportamentos a serem procurados: preservação e restauração.
Deste modo entende-se que a configuração da mesma traz a responsabilidade
objetiva, independente de culpa. Uma vez que ela integra a Teoria do RISCO
integral.
Responsabilidade Administrativa: Esta forma de responsabilidade é amplamente
conhecida por produtores rurais, já que é expressa na lavratura de Auto de Infração
originado de atividade fiscalizadora ambiental, dando início a processo
administrativo. A definição de infração administrativa pode ser encontrada no artigo
2º do Decreto nº 6.514/2008: Art. 2o Considera-se infração administrativa ambiental,
toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
proteção e recuperação do meio ambiente, conforme o disposto na Seção III deste
Capítulo.
Conduta + Ilicitude. No caso torna-se subjetiva. Depende de atos.
Responsabilidade Penal: Encontra-se elencada principalmente na lei de crimes
ambientais, mas também na Politica Nacional de meio ambiente.
Exige comprovação de Dolo ou Culpa por força da teoria da culpabilidade, deverá
ser comprovado o elemento subjetivo do transgressor, além da demonstração do
nexo causal entre a conduta e o dano.
Princípio do “in dubio pro natura”: Em caso de duvida ou outra anomalia técnica,
a norma ambiental deve ser interpretada ou integrada de acordo com o princípio
hermenêutico in dubio pro natura. Princípio inspirador da interpretação.

Oriundo da CF/1988 e dos demais princípios de proteção ambiental; impõe à


Administração Pública a proibição de retrocesso nas conquistas jurídico-ambientais.
Segundo Nogueira (2013), o princípio do não retrocesso ambiental é princípio
geral de direito ambiental (implícito na CF/1988), equivalente ao do não retrocesso
social.

Competências TABELA COMPLETA.

ABAIXO

Competências -Privativa* - Concorrente c/ a U (art. -Suplementar U e


24,CF)
(art 22.cf) E (art 30,II, CF)
Legislativas - E/DF suplementa a norma
-Concorrente Com
(leis e atos geral U.
E e DF (art 24 - E/DF plena se diferente Interesse Local
normativos)
U com primazia das normas gerais; a (art 30, I, CF)
superveniência de normal
para normas gerais.
geral da U suspende a
eficácia da norma E no que
for contrário.

Competências -Comum (art 23 Cf) - Comum (art 23, CF) - Comum (art 23,
Administrativas ou Em pé de igualdade CF)

Materiais (executar Exclusiva (art 21, LC 140 2011


CF) LC 140 2011
tarefas)
Com exclusão dos
demais não admite
ser delegada

U E/DF M

• Competências Administrativas: execução de tarefas, isto é, conferem ao Poder


Público o desempenho de atividades concretas. Exemplo: o poder de polícia
(fiscalização), o licenciamento ambiental.
• Competências Legislativas: tratam do poder outorgado a cada ente federado
para a elaboração das leis e atos normativos. É a “atribuição constitucional conferida
a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, para que editem leis sobre
determinadas matérias” (GRANZIERA,2014, p. 91)
Artigos sobre competência:
(citados apenas incisos que constituem matéria ambiental)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
IV - águas, energia (....);
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIV - populações indígenas;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
Artigo 22 sobre competência legislativa.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios:
VI - Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - Promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
Artigo 23 sobre competência Administrativa

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar


concorrentemente sobre:
VI - Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e
dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e
direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
Artigo 24 sobre competência legislativa

Em matéria ambiental – compete privativamente a União


legislar sobre (art. 22, CF):
I – direito agrário;
IV - águas, energia;
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIV - populações indígenas;
XVI – sistema nacional de empregos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões


especificas das matérias relacionadas neste artigo (art. 22, parágrafo único,
CF)
SEGUIR A TABELA.

Detalhes da competência concorrente


1) A competência da UNIÃO: limita-se a estabelecer normas gerais: § 1o – No
âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais.
2) Os ESTADOS e DF: suplementar a norma federal: § 2o - A competência da União
para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
3) Os ESTADOS E DF: competência plena quando não houver lei
federal: § 3o - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

***SUPERVENIÊNCIA DE LEI FEDERAL: suspende a eficácia da lei estadual, no


que lhe for contrário. § 4o - A superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Regra para normas gerais:


- São aquelas cuja matéria convém ao interesse público que sejam tratadas de
forma igual em todas as unidades da Federação.

Institutos:
IBAMA
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), órgão federal criado pela Lei nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 é uma
autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Seus objetivos são a
preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, além de assegurar
o desenvolvimento econômico, com o uso sustentável dos recursos naturais.
O Ibama coloca-se hoje como uma instituição de excelência para o cumprimento de
seus objetivos institucionais relativos ao licenciamento ambiental, ao controle da
qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à fiscalização,
monitoramento e controle ambiental.

CONAMA
Órgão criado em 1982 pela Lei n º 6.938/81 – que estabelece a Política Nacional
do Meio Ambiente -, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão
consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Em
outras palavras, o CONAMA existe para assessorar, estudar e propor ao Governo,
as linhas de direção que devem tomar as políticas governamentais para a
exploração e preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Além disso,
também cabe ao órgão, dentro de sua competência, criar normas e determinar
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
sadia qualidade de vida.

Responsabilidade Civil:

Haveria enorme dificuldade em se provar a culpa do causador do dano ambiental se


fosse utilizada a teoria subjetiva. Seria necessário provar a culpa do agente e se
este agiu com dolo ou culpa, sendo que, para que surja o dever de indenizar, é
necessária a sua prova (da culpa).
Porém, muitas vezes não é possível a avaliação dos danos com precisão.
Eventualmente o dano ambiental poderia se manifestar com o decorrer do tempo o
que tornaria, pela responsabilidade subjetiva, a tarefa de indenizar pelo dano
ocorrido uma tarefa muito mais difícil.
Tendo-se em vista a importância do bem tutelado no Direito Ambiental, e a
dificuldade – às vezes impossibilidade – de se reparar o dano causado, a doutrina e
posteriormente a legislação passou a adotar a teoria objetiva. Aqui não se analisa a
vontade do agente (prescinde da culpa), mas sim o dano e o nexo causal. Esta é a
teoria da responsabilidade objetiva.
Adota-se, então, a teoria do risco. Ou seja, para a comprovação do dano, basta a
prova do dano e da relação de causalidade entre este dano e a conduta do réu.
 Teoria do risco integral
 Todo risco da atividade é internalizado pelo agente
 Para essa teoria, basta que haja os pressupostos do dano e do nexo causal,
dispensando-se os demais elementos, como a culpa exclusiva da vítima, fato de
terceiro, caso fortuito ou força maior.
 A atividade geradora do dano é lícita, mas causou danos a outrem. Dessa forma,
aquele que exerce tal atividade tem o dever de ressarcir o dano, bastando, como já
foi dito, a prova do nexo causal e do dano.
 É a modalidade mais extremada do risco, e por isso como afirma Caio Mario é
uma teoria sujeita a críticas, justamente por ser tão extremada e porque “trata-se de
uma tese puramente negativista. Não cogita de indagar como ou porque ocorreu o
dano. É suficiente apurar se houve o dano, vinculado a um fato qualquer, para
assegurar à vítima uma indenização”.

Além disso, a responsabilidade civil pelos danos ambientais é solidária, conforme


aplicação subsidiária do artigo 942, segunda parte, do Código Civil. Isso quer dizer
que “num distrito industrial onde seja impossível individualizar-se o responsável pelo
dano ambiental, todos serão solidariamente responsáveis”
Não há dúvidas de que as pessoas jurídicas também podem ser responsabilizadas
pelos danos ambientais, uma vez que o legislador pátrio, na Lei nº. 6.938/81, no
inciso IV do seu artigo 3º, ampliou o conceito de poluidor a essas pessoas [7]. 
Lembramos que a nossa Carta Magna também inclui as pessoas jurídicas no rol dos
sujeitos à responsabilidade civil, assim como pode ser observado pela leitura
combinada do artigo 3º com o artigo 21, ambos da Lei nº. 9.605 de 1998.
Destacamos também que de acordo com o disposto no artigo 4º dessa mesma lei
(Lei de nº. 9.605/98), pode haver a desconsideração da personalidade jurídica,
sempre que houver dificuldade do ressarcimento dos prejuízos ambientais, em se
tratando de pessoa jurídica poluidora.

 Atuação do direito ambiental:


 Preventiva = evitar o dano, o dano ainda não existe. Princ.. da prevenção e
precaução. Fiscalização e licenças ambientais.
 Reparatória = responsabilidade civil. Dano já existe. Princ. do poluidor pagador.
Restaurar o meio ambiente ao estado anterior e se não for possível – indenização.
 Repressiva = responsabilidade penal e administrativa. Dano já existe. Princ.. da
tríplice responsabilização.
O dano causado por uma ação ou omissão está tipificado no caso penal como crime
(objetivo: punir) e no caso administrativo como infração administrativa (objetivo:
corrigir)

Você também pode gostar