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DIREITO AMBIENTAL

Professor Luís Antônio

1. Introdução

- Até 1980 não se tinha um sistema de proteção ambiental; a proteção era feita de maneira individualizada;

- Em 1981, veio a Lei nº 6.938/81 vem a Lei da Política Nacional do meio ambiente, que cria o chamado SISNAMA
(Sistema Nacional de Meio Ambiente), o qual está previsto no artigo 6º.

- O SISNAMA é formado por todos os órgãos e entidades federais, estaduais, municipais e do DF.

- LEITURA OBRIGATÓRIA: ARTIGO 3º, 4º, 6º, 9º 10 E 14 DA LEI 6.938/81

Incisos do artigo 3º:

I – Conceito de meio ambiente

II - Degradação

III – Poluição

IV – Poluidor

V – Recursos ambientais

- Em que pese a legislação de 81 ter vindo para regular o tema, faltava o aporte na CF/88. A Constituição trouxe a
proteção do meio ambiente no artigo 225, caput. A CF/88 considera o meio ambiente um direito fundamental da
pessoa humana.

- A partir de 88, tem-se uma proteção sistêmica e direta (do texto constitucional brasileiro). O direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado passa a ser um direito fundamental da pessoa humana (Princípio da proibição
ou vedação ao retrocesso);

- Cabe ao Poder Público e a coletividade o dever de preservar e proteger o meio ambiente (Princípio da Participação,
do Compartilhamento) para as presentes e futuras gerações (direito de natureza intergeracional – entre gerações).

- Omissão Estatal: o Poder Público responderá de maneira objetiva e solidária pela omissão Estatal.

2. Princípios de preservação e proteção ao meio ambiente

- Preservar e proteger o meio ambiente: CF é preventiva, querendo evitar danos (e não que o dano seja reparado).
Dois princípios constitucionais importantes: PRINCÍPIO DE PREVENÇÃO e PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO.

PRINCÍPIO DE PREVENÇÃO PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO


Dano certo para o futuro; Dano incerto e possível;
Dano apontado em estudo, fiscalização, relatório; Não há certeza científica sobre o dano.
Adoção de medidas para preservar e proteger o meio
ambiente;
PRINCÍPIO DO POLUIDOR PAGADOR E REPARAÇÃO INTEGRAL
Danos certos do presente e do passado que já aconteceram;
Aquilo que não for possível reparar, seja necessária compensação (reparar o dano em outra área no lugar daquela
que não é mais possível reparar) ou indenização integral (reparação dos danos ambientais, morais à coletividade e
individuais).

- Lei 12.305/10, artigo 401: Lei fala de resíduos sólidos e resíduos perigosos.

3. Competência no campo ambiental– CF/88

- Competência legislativa: lei em sentido amplo

CF, artigo 242: Competência concorrente (cabe à União, ao Estado e ao DF) legislar sobre o meio ambiente. Cabe à
União editar normas de caráter geral sobre o meio ambiente (a União faz a lei que é o piso protetivo mínimo,
cabendo aos Estados legislar suplementarmente, obedecendo a Lei Federal). Na ausência de Lei Federal, o Estado
poderá legislar para suprir a falta, mas sendo editada Lei Federal, prevalecerá a Lei Federal em detrimento da
Estadual.

CF, artigo 30: O município também pode legislar de forma concorrente, quando houver interesse local, quando
couber (o município pode fazer uma lei específica, mais protetiva, sendo obrigado a respeitar a Lei Federal e
Estadual, quando houver).

- Competência administrativa, executiva ou material: é o exercício do poder de polícia (poder fiscalizador).


Competência comum.

CF, artigo 23: compete à União, Estados, DF e municípios de forma COMUM, fiscalizar e autuar as obrigações
ambientais.

LC 140/2011:

Art. 17 da LC 140/2011: cabe ao órgão que deu a licença ou a autorização para aquele empreendimento, exercer a
fiscalização. Apenas um órgão dá a licença ou autorização ambiental para uma empresa funcionar (art. 13, caput). O
órgão que licencia é apenas um só, então os outros entes federativos podem participar do mesmo licenciamento,
mas não podem abrir novo licenciamento. Desta forma: no Brasil, apenas um órgão LICENCIA, enquanto TODOS os
órgãos PODEM FISCALIZAR. Porém, a OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR, cabe ao órgão que LICENCIOU.

Quem dá a licença e autorização, ter o DEVER de fiscalizar.

Os demais órgãos, PODEM fiscalizar.

Das fiscalizações, se houver 3 autuações, prevalecerá aquela emitida pelo órgão que deu a licença e autorização.

- Quando não tem licença ou autorização, a ordem a ser seguida será: primeiro o município, depois o Estado e depois
a União.

1Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades que operem com resíduos perigosos, o órgão licenciador do Sisnama
PODE exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras
sobre cobertura e os limites máximos de contratação fixados em regulamento.

A legislação deveria trazer a palavra “DEVE”, mas por pressão das mineradoras no Congresso, o texto de lei foi alterado para “PODE”. Portanto,
a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública NÃO É OBRIGATÓRIA no
licenciamento ambiental.

2 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
4. Licenciamento

- Serve para prevenir possíveis danos que poderão ser causados ao meio ambiente.

- Previsão no inciso IV da Lei 6.938/81;

- É o principal instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente.

- Princípios que orientam o Licenciamento Ambiental: Prevenção, Desenvolvimento Sustentável e Exercício da


Função Socioeconômico Ambiental da Propriedade (ambos previstos no artigo 170 da CF/88.3)

- Quando é obrigatório o Licenciamento? Artigo 10 da Lei 6.938/814: todo empreendimento ou atividade que
utilizam recursos ambientais, quando forem efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes de qualquer forma de
causar degradação ambiental, tem de passar por prévio licenciamento ambiental.

- Resolução CONAMA 237/97: Inseriu um ANEXO I na Lei 6.938/81. A Resolução tem 27 artigos. Ao final do artigo
21º, há um ANEXO I para realizar um Licenciamento. TODOS as atividades compreendidas no ANEXO I, tem de
obrigatoriamente realizar o licenciamento. Atenção: a legislação Estadual e Municipal podem ampliar o ANEXO I,
inserindo mais atividades em que o licenciamento seja obrigatório.

- Qual é o órgão ambiental que detém competência para fazer o Licenciamento? Onde o Licenciamento é feito? Até
a edição da LC 140/2011, quem definia a competência era a Resolução CONAMA 237/09, a partir daí, os
licenciamentos novos seguem a LC 140/2011.

- A LC 140/2011 trouxe a uniformização das competências relativas, ou seja, competências para licenciar. Assim
dispõe o inciso IV do artigo 3º desta Lei.

- Licenciamento Federal

Licenciamentos antigos: Resolução CONAMA 237/97

Licenciamentos novos: LC 140/2011 (Lei Federal, Artigo 7º, XIV, alíneas a, b, c, d, e, f, g, h.)

Cuidado: Decreto recente (nº 4.737/2015) trouxe um monte de empreendimentos para a União Licenciar.

3 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus
processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no
País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos
públicos, salvo nos casos previstos em lei.

4Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento
ambiental. (Redação dada pela Lei Complementar nº 140, de 2011)
§ 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional
ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.
Portanto, se a prova da OAB perguntar, quais são os licenciamentos de competência da União? São todos os que
estão no Art. 7º, XIV + os que estão no Decreto 4.737/2015)

O órgão responsável pelo licenciamento federal é o IBAMA.

- Licenciamento Municipal

Os municípios só fazem o licenciamento quando o impacto for local. Quem estabelece as situações de impacto local
são os Estados, pelo seu CONSEMA (Conselho Estadual Ambiental). Os municípios seguirão as normas do Estado,
fazendo os licenciamentos apenas se o impacto for local. Como temos 27 Estados e são os Estados que definem o
que é impacto local, teremos 27 normas diferentes para Licenciamento.

O município tem de ter um órgão ambiental capacitado para licenciar, tem de ter uma norma Estadual definindo o
que é impacto local e tem de ter o Conselho Municipal.

Se o licenciamento for municipal, mas o município não tiver Conselho Municipal e a União também não puder
licenciar, o Estado supletivamente fará o licenciamento.

- Licenciamento Estadual

Competência residual e supletiva para licenciar. Se não for de competência Federal, será municipal (sendo que o
Estado que estabelece as situações de impacto local), se não for municipal, será de competência Estadual. Se a União
e nem o município puderem licenciar, o Estado terá competência supletiva. Portanto, temos:

1º: Competência Federal

2º Competência Municipal (quem define as situações de impacto local é a lei Estadual);

3º Competência Estadual (residual)

5. Licenças Ambientais

- Artigo 8º a 18 da Resolução CONAMA 237/97

LP – Licença Prévia – até 5 anos

LI – Licença de Instalação – até 6 anos

LO – Licença de Operação – de 4 a 10 anos

- Ler a LC 140/2011, artigo 14, § 4º (a renovação da licença tem de ser requerida com pelo menos 120 dias de
antecedência do vencimento, pois assim se garantirá a prorrogação automática do prazo da licença até que o órgão
ambiental se manifeste a respeito do licenciamento).

- Ler o artigo 14, § 3º da LC 140/2011: decorreu o prazo que o órgão ambiental tinha para se manifestar sobre a
concessão negativa da licença, não há licença concedida tacitamente. Então não se pode praticar nenhum ato que
dependa da licença, tendo que pleitear a outro órgão ambiental (estadual por exemplo) a competência supletiva
para emitir o licenciamento.

- Resolução CONAMA 237/97, artigo 19


- Poder Público, por decisão motivada, tem o dever de MOTIVAR, SUSPENDER, CANCELAR o licenciamento.

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