Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UFCD 9831
Campanha Publicitária
Formador
Vítor Ferreira
vitor.ferreira@olhares.org
UFCD 9831 Campanha Publicitária
1
Sumário
Sumário........................................................................................................................................2
Objetivos..................................................................................................................................3
Conteúdos................................................................................................................................3
1.- Campanha publicitária............................................................................................................4
1.1.- Tipos e objetivos..............................................................................................................4
1.2.- Alvos.................................................................................................................................5
1.3.- Valores e princípios..........................................................................................................7
1.4.- Intervenientes..................................................................................................................8
1.5.- Mensagens e suportes.....................................................................................................9
1.6.- Meios de comunicação...................................................................................................13
1.6.1.- Televisão.................................................................................................................13
1.6.2.- Imprensa.................................................................................................................14
1.6.3.- Rádio.......................................................................................................................15
1.6.4.- Outdoor (publicidade exterior)...............................................................................15
1.6.5.- Internet...................................................................................................................16
1.6.6.- Cinema....................................................................................................................16
2 1.6.7.- Terminais Multibanco..............................................................................................17
1.6.8.- Publicidade Móvel...................................................................................................17
1.7.- Planeamento e orçamento de campanhas publicitárias................................................17
1.7.1.- O Briefing................................................................................................................18
1.7.2.- A conceção da campanha........................................................................................18
1.8.- Avaliação dos resultados................................................................................................22
1.9.- Gestão do orçamento.....................................................................................................26
2.- Bibliografia............................................................................................................................27
UFCD 9831 Campanha Publicitária
Objetivos
Conteúdos
Campanha Publicitária
Tipos e objetivos
Alvos
Valores e princípios
Intervenientes
Mensagens e suportes
Meios de comunicação
Planeamento e orçamento de campanhas publicitárias
Avaliação dos resultados
Gestão do orçamento
3
1.- Campanha publicitária
Mais tarde ou mais cedo, qualquer marca ou produto presente no mercado necessita de
publicidade, para aumentar a procura e evitar perca de mercado ou para se manter viva e
saudável junto do consumidor. As técnicas de comunicação constituem uma poderosa
ferramenta e podem influenciar a atitude dos consumidores face ao produto/marca. As
campanhas de publicidade servem, sobretudo, para conquistar ou manter a posição de liderança,
assim como para diferenciar e aumentar o nível de notoriedade de produtos ou serviços num
mercado cada vez mais competitivo. A publicidade constitui, assim, um instrumento para ajudar
as empresas a vender ao mesmo tempo que permite aos consumidores aumentarem o
conhecimento sobre os produtos e saberem distingui-los.
A palavra "publicidade" deriva da palavra latina "publicus" que significa público. Por definição, a
Publicidade é o ato ou o efeito de dar a conhecer um produto ou um conjunto de produtos,
incitando ao seu consumo. Pode ser entendida como a arte de convencer, persuadir e seduzir. É
um processo comunicativo que difunde informação através de diferentes meios, tais como a
televisão, a rádio, a internet, e a imprensa escrita (jornais e revistas).
Qualquer anúncio publicitário tem como objetivo exercer uma influência sobre as
pessoas a quem são dirigidas e sobre os seus comportamentos efetivos. Procura então,
chamar a atenção, despertar o interesse, provocar o desejo, levar à memorização e
desencadear a ação.
Informar
o Dar a conhecer um novo produto no mercado;
o Sugerir novas utilizações para o produto;
o Informar o mercado sobre a alteração de preço;
o Explicar como funciona o produto;
o Descrever serviços disponíveis;
o Corrigir falsas impressões;
o Informar onde o produto pode ser adquirido e onde a assistência técnica pode ser
prestada;
o Construir uma imagem da empresa;
o Criar notoriedade, tornar a marca ou produto familiar;
o Diminuir o esforço de compra;
o Diferenciar o produto. 5
Persuadir
o Levar à preferência;
o Alterar a perceção dos compradores relativamente às características do produto;
o Persuadir os compradores a adquirir o produto em detrimento de outros;
o Levar à compra;
o Provocar simpatia;
o Associar aos produtos emoção, desejo e sonho.
Relembrar
o Relembrar aos compradores que o produto pode voltar a ser necessário;
o Relembrar o local de venda do produto;
o Manter o top-of-mind.
1.2.- Alvos
De nada serve ter bons produtos e construir boas campanhas publicitárias, se o público-alvo não
for bem definido e não tiver qualquer interesse nas soluções apresentadas. Como tal, o público-
alvo representa os potenciais clientes, ou seja, são os consumidores que pelas suas
características podem ter maior interesse nas soluções que a empresa apresenta no mercado.
Portanto, é muito importante definir, entender e conhecer os públicos para poder responder às
suas necessidades. Para definir o público-alvo é necessário passar por algumas etapas, entre as
quais:
Muitos são os pontos que devem ser abordados, são realizados estudos para aprofundar o
conhecimento da própria empresa, dos concorrentes, dos produtos, do público-alvo e muitos
outros, de acordo com a necessidade de cada organização e o setor em que atua.
Para que a seleção seja adequada, muito mais agora com a globalização mais evidente, deve-se
saber os objetivos, missão, visão e valores da empresa, para então traçar uma rota segura e
coerente para manter-se no mercado.
Pela sua natureza muitas vezes provocatória e inovadora, pela sua atitude assertiva, persuasiva, e
pela sua presença constante nas esferas pública e privada, a publicidade despoleta questões
éticas, deontológicas e de regulação.
Os consumidores querem saber o que consomem, e por que consomem. Sendo assim, os valores
de uma empresa/produto devem ser comunicados frequentemente e com clareza. Isso se dá
através de ações publicitárias.
O Marketing 3.0, anunciado por Philip Kotler como o marketing do nosso tempo, concebe o
consumidor como um ser pleno, capaz de reconhecer os comportamentos de uma marca e de se
preparar constantemente para o que ela lhe oferece. Basicamente, se antigamente as marcas
usavam comunicação unilateral para falar com os consumidores, agora os consumidores
conversam com as marcas. Isso exige que elas sejam cada vez mais transparentes e coerentes
com seus valores e princípios.
Aqui estão listados alguns valores mais recorrentes para designar o comportamento de uma
empresa/produto. Estes valores, ao serem comunicados, devem trazer consigo o estilo
independente da empresa/produto que os adotou. Isto é, devem estar conectados à missão e à
visão da empresa:
Comprometimento – entregar um produto ou serviço ótimos, e tomar iniciativas que
impactam vidas dentro e fora da organização.
Comunidade – contribuir para a sociedade e demonstrar responsabilidade social.
Diversidade – respeitar a diversidade e estabelecer um programa de igualdade.
Inovação – perseguir novas ideias criativas que têm o potencial de transformar o mundo
num lugar melhor.
Integridade – agir com honestidade e honra, sem comprometer a verdade.
Concluímos que as campanhas publicitárias devem estar conectadas com a sociedade. Mas
como fazer isso? A partir de princípios que serão transmitidos, inclusive, na cultura
organizacional: uma empresa coerente com sua visão e seus valores, consegue transmitir esses
conceitos desde a comunicação externa (publicidade, imprensa e redes sociais) à comunicação
interna.
Nos últimos anos, e desde que a Dove lançou a sua campanha “Por uma beleza real”, o cenário
publicitário tem vindo a registar algumas provas em que a publicidade aparece como
protagonista da mensagem publicitária de valores e princípios, de imagem e de posicionamento.
Especificamente dirigida às mulheres, a campanha “Por uma beleza real” não deixou de ter
impacto nos homens, ou pelo menos na forma como assumem o seu olhar sobre as mulheres.
Atualmente, a Dove é uma campanha de referência com constantes novas versões do conceito
inicial de “Por uma beleza real”, provocando reações na sociedade.1
A boa publicidade é a que toca o inconsciente, que marca, que inova, com responsabilidade e
saber, com trabalho. É a que inspira para o quotidiano de cada um de nós.
1.4.- Intervenientes
1
Veja-se o vídeo “Dove evolution” - http://www.youtube.com/watch?v=iYhCn0jf46U
UFCD 9831 Campanha Publicitária
Outros parceiros:
Centrais de compras
Otimização das condições de negociação e aquisição de espaço nos suportes, em função
da concentração do volume de compras;
Desenvolvimento, ao longo do exercício e em concertação com os suportes, de avaliações
de desempenho e renegociações por objetivos;
Contratualidade rigorosa, com base nas negociações.
Agências de meios
Media research;
Estratégia e planeamento de meios;
Negociação e compra de espaço;
Monitorização das audiências;
Controlo e avaliação das campanhas;
Renegociação com suportes (i.e.: TV; em função de alterações ocorridas nas audiências).
1. A publicidade é no sentido mais lato, a publicidade nos media, isto é, aquela que utiliza
os principais mass media: imprensa, televisão, publicidade exterior, rádio e cinema.
2. A publicidade direta: é uma técnica de marketing direto.
3. A PLV ou publicidade no local de venda que faz parte de um conjunto mais vasto que
agrupa todos os meios de comunicação que vão desde as técnicas de merchandising, à
animação e a todas as outras formas de comunicação nos locais de venda.
o Fonte - Tem a ver com a proveniência da mensagem: pode ser uma personagem
irreal, alguém desconhecido ou uma pessoa relacionada com aquela atividade ou
simplesmente um líder de opinião.
Elementos da mensagem:
o Elementos Verbais
Palavra (Ex. Títulos/Slogans)
Cor - é um elemento de comunicação muito forte pelo profundo impacto que tem
sobre a mente humana, através da criação de um conjunto de associações que
podem ser positivas ou negativas.
O Título
direto - quando transmite de forma rápida informação sobre o produto ou faz algum
apelo ao consumidor (ex. "Nas lojas X você encontra tudo para o seu lar");
indireto - quando é destinado a fazer o consumidor pensar, despertar-lhe curiosidade
pela leitura do texto, ou interessando-o por algum benefício do produto.
e deverá ter duas qualidades fundamentais:
ser conciso - ser expresso na forma de enunciado sintético, breve para que possa até
dispensar a leitura integral do texto;
positivo - abordar aspetos eufóricos e resultados agradáveis, demonstrando querer
ajudar o consumidor sem negatividade.
As funções do título:
Características do título:
Estar destacado do resto do texto, pelo tamanho, tipo e forma das letras;
Conter palavras e expressões-chave altamente informativas;
Mostrar algum benefício do produto ou serviço;
Apresentar a marca ou identificação da empresa;
Conduzir a alguma decisão por meio de argumentação lógica.
Classificação do título:
12
Afirmativo - quando enuncia e explica qualquer coisa de interesse do consumidor;
Exclamativo - quando provoca admiração ou algum sentimento;
Interrogativo - quando pergunta ou questiona;
Imperativo - quando impõe alguma ideia ou dá uma ordem.
A chamada é a introdução, onde se apresenta o tema. O interesse por estas ideias vai
depender muito do título, por isso, esta parte é constituída por frases curtas e objetivas
para facilitar a rápida leitura e apreensão dos conceitos expostos.
A venda, onde se apresenta as características e/ou vantagens do produto ou serviço e
outros dados que servirão de argumentos e apelos para convencer o consumidor a atuar.
O retorno ao início, constitui o fecho ou conclusão do corpo do texto. É aqui que se
exorta o consumidor à ação ou a tomar uma decisão na procura do produto ou serviço.
UFCD 9831 Campanha Publicitária
O Slogan
Hoje em dia, a seleção dos suportes encontra-se bastante facilitada. Na realidade, pode ser
resolvida com o recurso a dados estatísticos, modelos matemáticos e tratamentos informáticos.
Mas a tarefa verdadeiramente complicada, é a escolha dos media, visto que funciona de maneiras
13
muito diferentes uns dos outros e não se sabe antecipadamente como funcionam.
1.6.1.- Televisão
É o meio mais abrangente. É vista em ambiente familiar, pelo que pode levar a uma discussão e
troca de ideias sobre os produtos.
De todos os medias tradicionais, a televisão é aquele em que se têm vindo a realizar grandes
avanços tecnológicos: difusão por satélite ou por cabo; TNT; ecrã plasma; home cinema; etc.
spot publicitário - representam cerca de 95% das receitas publicitárias, sendo o formato
de 10 segundos o que tem mais audiência, seguindo-se dos formatos 15 e 45 segundos.
DRTV (Direct Response Television) - são anúncios de resposta imediata que implicam a
participação do consumidor, por exemplo: “ligue já”, “envie um SMS para este número”,
etc.
Vantagens
Meio audiovisual de grande impacto;
Possibilita os mais elevados níveis de qualidade;
Possibilita os mais elevados níveis de penetração em todos os segmentos da
população;
Possibilita uma cobertura nacional;
É muito flexível;
14 Tem a capacidade de obter resultados rápidos em termos de cobertura e impacto;
Tem um custo por contacto muito baixo devido à sua eficácia;
É um excelente veículo para a demonstração do produto.
Desvantagens
Dificuldade em alcançar um Target muito específico;
Necessidade de orçamentos elevados para alcançar saturação publicitária do meio e
as características técnicas obrigam a um planeamento a longo prazo;
Elevados custos de produção;
O tempo de vida de um spot televisivo é normalmente curto;
Impossibilidade de regionalização.
1.6.2.- Imprensa
Vantagens
Atitude concentrada do recetor proporciona a possibilidade de o utilizar como
veículo essencialmente informativo;
Maior tempo de exposição da comunicação com alvo;
Possibilidade de um contacto direto com o público de forma dinâmica;
Grande flexibilidade (regionalização, possibilidade de segmentação, variedade de
formatos e localizações);
Possibilidade de uma boa reprodução a cores;
Não exige elevados orçamentos para um mínimo impacto.
UFCD 9831 Campanha Publicitária
Desvantagens
Baixos índices de cobertura, sobretudo em alguns segmentos da população;
Elevada repetição implica custos elevados;
Fidelidade da audiência de cada suporte deste meio obriga a uma maior
diversificação de meios para garantir um mínimo de cobertura;
Saturação publicitária nos principais suportes e condicionamentos de ordem
técnica obrigam a um planeamento a longo prazo.
1.6.3.- Rádio
É o meio que exige menos concentração, acompanhando-nos na maioria das nossas tarefas
diárias. O custo médio por spot publicitário apresenta valores muito diversos, de acordo com o
canal.
Vantagens
Possibilita a obtenção de elevados índices de repetição;
Flexível;
Possibilidade de concentração publicitária forte;
Custo por contacto baixo;
Não saturação publicitária da maior parte dos suportes e características técnicas
que permitem uma rápida concretização do planeamento;
Excelente meio no que diz respeito ao diálogo direto como o público;
Elevada capacidade de exploração musical, tornando-o um instrumento
fundamental na veiculação de um jingle;
Custo de produção muito baixos;
Timings de produção muito curtos.
15
Desvantagens
Níveis de cobertura muito baixos;
Fraca identificação/demonstração do produto;
Rápido esgotamento da comunicação utilizada devido aos elevados níveis de
repetição.
Constitui o suporte privilegiado da criação. Assume diversas formas: mupis, cartazes, écrans de
rua, mobiliário urbano.
Desvantagens
Níveis de cobertura muitos baixos;
Fraca identificação/demonstração do produto;
Rápido esgotamento da comunicação utilizada, devido aos elevados níveis de
repetição;
Meio bastante fraco para a veiculação de mensagens publicitárias sofisticadas;
Condicionamentos técnicos de produção exigem um planeamento a longo prazo;
Custos de produção elevadíssimos.
1.6.5.- Internet
Vantagens
Grande impacto;
Proximidade da possibilidade do consumo;
Predisposição favorável do alvo;
Possibilidade de presença não tradicional (corredores de acesso, átrios de
entrada, etc.)
Desvantagens
Fraco nível de penetração;
Níveis de repetição muito baixos.
1.6.6.- Cinema
Tem vindo gradualmente a perder importância, mas pode prestar valiosos serviços como meio
complementar.
Vantagens
Possibilidade de segmentação ao nível comportamental;
Possibilidade de comunicação interativa, permitindo satisfazer todas as necessidades
de informação.
Desvantagens
Fraco nível de penetração, mas em crescente evolução;
Ausência de dados rigorosos de audiência.
UFCD 9831 Campanha Publicitária
Os terminais de multibanco são um excelente suporte publicitário, que tem registado forte
crescimento e que apresenta algumas vantagens importantes enquanto veículo publicitário:
Atendendo aos custos de inserção de publicidade nas redes do multibanco uma ida ao multibanco
corresponde a um custo por contacto efetivo reduzido, quando comparado com outros media.
Este tipo de publicidade permite incidir sobre diversos públicos em diversas situações.
CONCEPÇÃO DA CAMPANHA
EXECUÇÃO DA CAMPANHA
AVALIAÇÃO DA CAMPANHA
1.7.1.- O Briefing
1. Contexto do produto/mercado
4) Publicidade Residual
A abordagem residual, que é talvez a pior de todas, é basear o orçamento de publicidade, no que
a empresa pode pagar – depois de ter considerado todas as outras despesas. Não há nenhuma
tentativa de associar os objetivos de marketing com a publicidade. Num ano bom, valores
avultados de dinheiro podem ser desperdiçados, num ano mau, o orçamento de publicidade baixo
poderá garantir mais um ano de vendas baixas.
19
Para que a agência possa desempenhar a sua função de planeamento e criatividade, ela concentra
na sua estrutura a recolha de informação útil ao desenvolvimento da estratégia publicitária. Parte
desta informação é fornecida pelo próprio cliente, outra é recolhida junto de estudos já
realizados, outra ainda é encomendada especialmente para uma determinada campanha
publicitária, se tal for considerado necessário (Quadro 1):
interação com os outros, conceitos sociais, etc.) comportamento face ao produto (quantidades
consumidas num período de tempo definido, fins e situações de utilização do produto) e papel do
indivíduo no processo de consumo (prescritores, influenciadores, decisores, compradores e
utilizadores).
Quadro 5 – Consumidor
Critérios de segmentação - demográficos, socioeconómicos,
ciclo de vida do consumidor, estilos de vida, comportamento
face ao produto, relação com a marca, papel do indivíduo no
processo de consumo.
O processo estratégico que temos vindo a analisar deve ser resumido num documento a fornecer
à equipa criativa (Quadro 7). Os nomes dados a esse documento e os seus formatos variam
segundo os autores e as agências. No entanto, assemelham-se muito na sua estrutura central.
Seja qual for o nome utilizado (copy platform, copy strategy, strategie de création, strategy
document, creative brief), os dados mais importantes recolhidos na fase de pesquisa e análise e as
principais decisões estratégicas deverão ser comunicadas por escrito, ou simplesmente
transmitidas numa reunião entre o(s) account(s) e os criativos.
A avaliação de campanhas tem como função identificar a memória, os pontos fortes e os pontos
de melhoria tanto no pré quanto no pós-lançamento de campanhas de comunicação, de forma a
recomendar os ajustes necessários para melhorar a assertividade dos investimentos e resultados
de publicidade. Pode-se fazer primeiramente uma fase qualitativa para entender profundamente
o que a campanha transmite e saber quais as mensagens que ela passa. E num segundo
momento, uma fase quantitativa, em que é avaliada a performance da campanha.
O planeamento é fundamental para entender exatamente o que se quer avaliar e saber o que
quer que comprovem os resultados da pesquisa. Para isso é preciso definir objetivos:
Por isso, para criar uma relação sólida e duradoura com o seu público é essencial que a
comunicação provoque reações emotivas nos consumidores. Mas, quais os sentimentos que a sua
marca deseja estimular? Será que a campanha criada está a cumprir essa missão? Quando fizer
um estudo de mercado, explore as questões ligadas a aspetos sentimentais e emocionais.
Uma parte muito importante da avaliação de campanhas é estimular a memória que as pessoas
têm da marca. Isso não significa que é necessário repetir o nome incansavelmente ou mostrar o
seu logótipo durante toda a campanha. Mas é essencial que o consumidor consiga relacionar o
que foi divulgado com a marca que está por detrás do produto ou serviço. É por isso importante
testar a campanha antes de lançar para ter a certeza que a exposição da marca está a ser
realizada na medida ideal.
Na maioria dos casos, o objetivo principal de uma campanha publicitária é vender ou aumentar as
vendas de determinado produto ou serviço. Mas saber como está efetivamente a contribuir para
isso, é um grande desafio. Será que as propriedades do produto estão a ser exploradas de forma
clara? Como está a ser percebida a campanha? Será que a abordagem é suficientemente
convincente para estimular a compra?
UFCD 9831 Campanha Publicitária
Para realizar uma avaliação de campanha eficaz é importante ter uma base comparativa. De
certeza, que até chegar à ideia da sua campanha, outras tiveram de ser descartadas
anteriormente. Que tal apontar possíveis mudanças de forma a analisar o caminho mais eficaz?
1. Definir clara e precisamente o que necessitamos de medir. Para isso é necessário definir o
campo de avaliação: pode ser a campanha completa ou apenas um dos seus elementos.
A campanha
o Controlar o efeito de uma campanha: é o balanço da campanha.
o Controlar uma série de campanhas: deverão ter-se em conta os efeitos
cumulativos da publicidade no tempo.
Um elemento da campanha
o Avaliar a mensagem, ou mesmo uma parte da mensagem
o Avaliar a seleção dos media e o plano de inserções nos suportes.
o Avaliar a eficácia do nível do orçamento.
2. Definir os critérios de avaliação. Por vezes, a eficácia da publicidade pode ser controlada
pelos seus resultados objetivos. Mas nem sempre é possível. Utilizam-se também os critérios
de comunicação.
4. Definir quem vai avaliar a publicidade. Pode ser o anunciante ou a sua agência, um serviço
interno ou uma empresa de estudos especializada.
A medida do impacto da campanha publicitária deve ser feita segundo os objetivos pré-definido.
Os métodos variam em função daquilo que se pretende medir:
A publicidade contribui sempre para tais objetivos. Procura sempre modificar comportamentos,
direta ou indiretamente, a curto ou longo prazo. Dever-se-ia, pois, medir a sua eficácia apenas
sobre as mudanças observadas nos comportamentos dos alvos. É infelizmente muito difícil, até
impossível, porque não se pode isolar o efeito da variável publicidade no conjunto dos fatores que
agem sobre o comportamento dos indivíduos; e porque o efeito da publicidade é por vezes tão
diluído no tempo que não sabemos atribuir a cada esforço publicitário a repercussão
correspondente e distinguir entre o seu efeito próprio e o efeito acumulado das ações
precedentes.
Perante tais dificuldades, somos muitas vezes tentados a renunciar à medição da eficácia da
publicidade e a não a controlar senão através de critérios de comunicação: terá a publicidade
aumentado a notoriedade de uma marca, terá melhorado a sua imagem?
Esta abordagem pode funcionar como um subterfúgio para escapar à dificuldade da medição ou
para fugir a resultados que se preveem pouco favoráveis. Sempre que se pode avaliar o
rendimento da publicidade, deve-se fazê-lo, uma vez que, em termos de comunicação, as
medidas são complementos sempre muito úteis.
24 A medição da eficácia da publicidade não pode, pois, fazer-se senão quando se consegue isolar
o seu efeito. Seguem-se os três principais casos em que tal é possível:
Critérios de reconhecimento
o Medida de número de atributos à marca
o Medida de número de confusão
Critérios de comportamento
o Medida do incentivo à compra
o Medida da compra
Assim, os resultados de uma campanha publicitária podem ser avaliados pelo impacto e pela
eficácia.
Para avaliar a eficácia de uma campanha, por sua vez, utilizam-se, sobretudo, dois métodos:
Para ajudar na gestão de um orçamento para elaboração de uma campanha publicitária seguem-
se algumas dicas preciosas:
1. Estabeleça objetivos
O primeiro passo é saber quais os objetivos da área de marketing, de acordo com a estratégia
26 global da empresa ou produto. Entre esses objetivos, podem estar: dar a conhecer um produto
novo ou até mesmo fazer crescer o número de vendas de determinado produto/serviço.
Depois de definir os objetivos, deverá escolher quais os canais e ações a utilizar para a
concretização de cada um deles. Por exemplo, suponha que tem como objetivo aumentar o
reconhecimento da marca. Para tal, poderá fazer um refresh da imagem da empresa ou do
produto e desenvolver uma campanha de branding no Facebook com publicações patrocinadas.
Todas as ações deverão ser quantificadas com recurso a métricas que comprovem a sua eficácia
ao longo do tempo. Uma das mais conhecidas e utilizadas é o ROI (Retorno sobre o Investimento),
que permite auferir, de forma célere e eficiente, o retorno dessas mesmas ações.
O cálculo é feito da seguinte forma: subtrai-se o ganho obtido a partir do investimento pelo
investimento inicial e, em seguida, divide-se esse resultado pelo investimento inicial. A fórmula
fica da seguinte maneira:
Toda e qualquer ação tem de ser quantificada. Ou seja, é necessário decidir quanto se quer
investir e, para isso, existem vários indicadores que o podem ajudar, nomeadamente:
Verba Disponível – para apurar qual a verba disponível para alocar à campanha, há que
saber a margem que cada venda proporciona. Assim, devem calcular-se todos os custos
inerentes à mesma, com exceção do Marketing. A verba a atribuir ao Marketing varia de
acordo com diversos fatores, nomeadamente, as prioridades empresariais: se tem a
perspetiva de crescer, então, terá de investir mais nesta área para ter os resultados
esperados. Também aqui, é importante basear-se em dados históricos;
Retorno esperado (quantitativo e qualitativo) – com base no histórico de vendas é
possível traçar uma expectativa de retorno esperado para o próximo ano e o que é
aceitável em termos de crescimento. Com isso, é mais fácil realizar uma previsão realista
com base no cenário da empresa e, também, no contexto económico em que ela está
inserida.
Combinando estes e outros indicadores, torna-se mais fácil fazer uma gestão adequada do
orçamento. Em todos os casos, é importante que as propostas sejam analisadas em conjunto com
a área financeira, de modo a garantir a viabilidade da mesma, de acordo com as restantes metas
da empresa.
Depois de se avaliar a viabilidade do orçamento, e deste ser aprovado, deve ser criado um
cronograma de investimento e retorno. Este documento irá dar-lhe uma visão global e integrada
de:
A gestão e monitorização do orçamento é tão ou mais importante do que a sua definição. É com
o tempo que se vai ajustando a expectativa à realidade, fazendo as mudanças necessárias ao
planeamento inicial, de forma a otimizar o desempenho das ações da campanha.
É aconselhável que reserve sempre uma verba do seu orçamento para ações não planeadas
inicialmente, mas que podem vir a revelar-se críticas para o negócio.
Definir o orçamento de forma estratégica é essencial para criar uma campanha publicitária que
gere resultados.
2.- Bibliografia
Aaker, D. A. (1996). Building Strong Brands. New York, The Free Press.
Aaker, D. A.; (1998); Marcas: brand equity gerenciando o valor da marca; São Paulo: Negócio
Adler, Lee; (1963); Sales Promotion Effectiveness Can Be Measured. Journal of Marketing;
American Marketing Association; vol. 27; pp. 15-19.
Baumeister, R. F.; (2002); Yielding to temptation: self-control failures, impulsive purchasing, and
consumer behavior; Journal of Consumer Research; v. 28, p. 670-6
Blattberg R. C and Scott A. Neslin (1990), Sales promotion: Concepts, methods, Journal of
Marketing, Vol 45, pp 16-29.
Bovée, C.L. (1997) Contemporary Advertising. 5th Boston, The Irwin Book
Costa, Antonio R; Crescitelli, Edson; (2003); Marketing promocional para mercados competitivos:
planejamento, implementação e controle. São Paulo: Atlas.
Davis, Scott; Inman, J. Jeffrey; Mcalister Leigh; (February 1992); Promotion has a negative effect
on brand evaluations - or does it? Additional disconfirming evidence. Journal of Marketing
Research. vol. 29, pp 143 – 148.
Diamond, William D; Campbell, Leiand.; (1989); The framing of sales promotions: effects on
reference price change; Advances in Consumer Research, pp 241-247.
Friedmann, L.; (1991); What Management Needs to Know About Sales Promotion; George Low,
28 Conference Summary: Conference on Sales Promotions from the Consumer, Manufacturer and
Retailer Perspectives; Cambridge, MA: Marketing Science Institute.
Gonçalves, H. & Pires, H. (2003). “A publicidade e o serviço público de televisão (o caso RTP).
Contributos para uma reflexão. In Pinto, Manuel (Coord.). Televisão e cidadania - Contributos para
o debate sobre o serviço público. Braga: NECS-ICS.
Hill, M. & Hill, A. (2002). Investigação por Questionários. Lisboa, Sílabo Gestão.
Lendrevie, Jacques, Lindon, Denis, Dionísio, Pedro e Rodrigues, Vicente; (1990); Mercator XXI, D
Quixote
Malhotra, N. (2001); Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada, 3ª edição, Porto Alegre,
Bookman
Moriarty, S. E. (1991). Creative Advertising, Theory and Practice. Englewood Cliffs, New Jersey,
Prentice Hall.
Shrimp, Terence A.; (2002); Advertising Promotion and Other Aspects of Integrated Marketing
Communications, Prentice Hall
Taylor, James; (Abril 1965); Two requirements for measuring the effectiveness of promotion;
Journal of Marketing, Vol 25, pp. 342–355
29