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DA JUSTIÇA GRATUITA:
Inicialmente requer seja deferida a gratuidade de justiça, de acordo
com Lei 1.060/50, com alterações introduzidas pela Lei nº 7.510/86,
uma vez que sua situação financeira não permite arcar com os ônus
processuais, sem prejuízo de seu sustento e de seus familiares. Nos
termos do art. 5º, LXXIV, da CF e do art. 4º da Lei 1.060/50 art. 98
da Lei 13.105/15 (Estabelece normas para a concessão de assistência
judiciária aos necessitados).
DOS FATOS:
DO DIREITO:
DO DANO MORAL
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso X, preceitua
que:
“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação”.
O dano moral na moderna doutrina é toda agressão injusta àqueles
bens imateriais insusceptível de quantificação pecuniária, porém
indenizável com tríplice finalidade: satisfativo para a vítima,
dissuasório para o ofensor e de exemplaridade para a sociedade.
Em outras palavras, a nossa Constituição assegurou a
obrigatoriedade do ressarcimento em caso de dano material e moral a
alguém, sendo o dano moral representado pelo sentimento de dor,
injúria moral, vergonha e humilhação causada injustamente.
Foi o que ocorreu no presente caso, pois o Autor, ao tentar adquirir
um produto, fazendo o pagamento a vista deste, além de não receber
o produto comprado, vem há meses sendo submetido a um enorme
stress mental, pois não consegue ter o valor pago restituído.
Destarte, restou caracterizada a conduta abominável do
representante legal da empresa em dispor dados falsos ao autor tais
como o código de rastreio e um comprovante de transferência
bancário que nunca foi feito.
Sobre o assunto, ainda em nossa Carta Magna, no seu artigo 5º,
inciso X, encontramos que:
“X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação".
Ora, Excelência quando o autor não tem realizado a compra de um
produto comprado por fruto do suor do seu trabalho, bem como o
tratamento irresponsável do representante legal da empresa que vem
se esquivando de suas obrigações gerando um transtorno que dura
meses fica caracterizada a dor moral passível de uma indenização.
O dever de indenizar e claramente estabelecido nos artigos. 927
(arts. 186 e 187), Código Civil.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito
que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem.
A jurisprudência tem defendido a indenização por danos morais em
casos como o sofrido pelo autor:
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E DANOS MORAIS.
PRODUTO COMPRADO VIA INTERNET. AUSÊNCIA DE ENTREGA.
FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESTITUIÇÃO DO VALOR
DA COMPRA. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO. INDENIZAÇÃO
DEVIDA. QUANTUM INDENIZATÓRIO. CRITÉRIOS
OBEDECIDOS. REDUÇÃO. NÃO CABIMENTO. - Nos termos do
caput, do art. 14, do CDC, o fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos relativos à
prestação dos serviços. - A teor do disposto no §3º do referido
dispositivo legal, o fornecedor de serviços só não será
responsabilizado quando provar que, tendo prestado o
serviço, o defeito inexiste ou que houve culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiros. - Constatada a não entrega de
produto adquirido via internet, afigura-se cabida a
condenação do fornecedor imediato à restituição, de forma
simples, do importe total da compra. - A ausência de entrega
de produto comprado regularmente via internet e a dificuldade
em resolver o problema são infortúnios que, em conjunto,
ultrapassam a fronteira do mero aborrecimento, razão pela
qual faz jus o consumidor ao recebimento de indenização a
título de danos morais. - A indenização por danos morais deve
ser fixada de acordo com os critérios de razoabilidade e
proporcionalidade, para que a medida não represente
enriquecimento ilícito, bem como para que seja capaz de
coibir a prática reiterada da conduta lesiva por seu causador. -
In casu, o quantum indenizatório fixado na r. sentença
encontra-se aquém dos valores arbitrados por esta Câmara
Cível, em situações análogas, pelo que qual não é cabível a
minoração. (TJMG - Apelação Cível 1.0000.23.185813-
5/001, Relator(a): Des.(a) Luiz Artur Hilário , 9ª CÂMARA
CÍVEL, julgamento em 07/11/2023, publicação da súmula em
08/11/2023).
DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer a VOSSA EXCELÊNCIA:
a) a citação da ré, a ser efetivada na pessoa do seu representante
legal para que, querendo, responda aos termos da presente, sob
pena de revelia e confissão ficta;
b) seja determinada a inversão do ônus da prova sendo nos termos
do art. 6º, VIII, do CDC, pela vulnerabilidade técnica do requerente.
c) a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, por ser o
requerente, pessoa pobre na acepção jurídica do termo, nos termos
da Lei nº 1.060/50.
d) a condenação da requerida na restituição dos valores pagos pelo
autor no ato da compra do produto sendo estes valores atualmente
de R$ 1.952,18 (mil novecentos e cinquenta e dois reais e dezoito
centavos) já devidamente corrigido e atualizado.
Seja a presente ação julgada totalmente PROCEDENTE, condenando
a ré a indenizar os Danos Morais causados ao Autor no valor de
R$10.000,00 (dez mil reais).
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidas, em especial pelo depoimento pessoal do representante
legal da requerida, oitiva de testemunhas, prova documental e outras
cabíveis a espécie.
dar-se o à causa o valor de R$ 11.952,18 (onze mil novecentos e
cinquenta e dois reais e dezoito centavos).
Nestes termos
Requer deferimento