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Av. T-1, 2098, Qd. 89, Lt. 08, St. Bueno, CEP 74.215-022 - Goiânia-GO.

Reg. OAB nº. 839. Fone: (62) 3251-0188.


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EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO 8º JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA - GO.

Processo: 5481069.89.2018.8.09.0051
Requerente: KEILA RODRIGUES DOS SANTOS
Requerida: SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO
URBANO DE PASSAGEIROS DE GOIÂNIA – SET.

SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO


URBANO DE PASSAGEIROS DE GOIÂNIA – GO - SET, entidade sindical da
categoria econômica de 1º grau, registrado no Cartório 2º Tabelionato de Títulos e
Documentos de Goiânia, inscrito no CNPJ nº 33.638.032/0001-76, com sede na
Avenida Dr. Irani Alves Ferreira, nº 298, Setor Aeroporto, Goiânia-GO, CEP 74550-
035, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio do seus
advogados que esta subscrevem, apresentar

CONTESTAÇÃO

a Ação Indenização por Danos Morais, ajuizada por KEILA RODRIGUES DOS
SANTOS, consoante os fatos e fundamentos de direito a seguir aduzidos:

I - SÍNTESE DA INICIAL.

A Autora alega, na exordial, que possui um Cartão SitPass,


denominado Cartão Fácil, e que em 13/09/2018 fez uma recarga no valor de R$8,00
(oito reais) e que logo após ao utilizar o cartão para embarcar em um ônibus do
transporte público, foi debitado o mesmo valor de R$8.,00 (oito reais) do seu cartão,
quando o correto seria debitar R$4,00.

Menciona que procurou o posto de atendimento do Requerido, para


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reclamar do ocorrido e que lhe foi pedido um prazo de 05 (cinco) dias úteis para
análise técnica da solicitação e, se fosse o caso, ressarcimento do valor.

Afirma, sem qualquer prova nesse sentido, que o problema ocorre de


maneira frequente sem sequer indicar a data dos fatos e que sempre é obrigada a
dirigir-se ao ponto de atendimento do Requerido para apresentar sua reclamação.

Por entender que esses simples fatos lhe provocaram grave prejuízo,
decidiu ajuizar a presente ação de indenização por danos morais, pugnando pela
condenação do Requerido ao pagamento do valor de R$ 4.770,00 (quatro mil
setecentos e setenta reais).

Citado, o Requerido, por não concordar com a pretensão absurda


apresentada pela Autora,
vem tempestivamente apresentar a competente contestação onde
requer desde já o julgamento de improcedência do pedido apresentado.

II – DO DIREITO.

2.1 - DA INEXISTÊNCIA DE ATO ILÍCITO INDENIZÁVEL.

Conforme acima narrado, a Autora ajuizou a presente ação alegando


que ao utilizar seu Cartão Fácil, estaria ocorrendo o desconto de valor errado de seu
cartão; todavia, requer indenização por danos morais, no vultoso valor de R$ 4.770,00
(quatro mil setecentos e setenta reais).

Contudo, a Autora não apresentou o nexo de causalidade entre


qualquer conduta supostamente omissiva ou comissiva do Requerido, dentre outras
obrigações das quais não se desincumbiu para que pudesse ter direito ao recebimento
de qualquer reparação moral.

Assim, desde já nos cumpre destacar que o sistema processual


brasileiro, seguindo a processualística italiana, adotou, no Código de Processo Civil, a
seguinte distribuição do ônus da prova:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
(grifo nosso)

Todo o direito sustenta-se em fatos, ou seja, aquele que alega possuir


um direito deve, antes de mais nada, demonstrar a existência dos fatos em que tal
direito se alicerça. Portanto, a regra geral do sistema probatório brasileiro é de que
cabe à parte que alegar a existência de algum fato ensejador de um direito o ônus de
demonstrar sua existência.

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O Código de Processo Civil, ao imputar ao autor o ônus de provar os
fatos constitutivos de seu direito, está possibilitando que este estruture os fatos nos
moldes da essência que visa demonstrar, fazendo, assim, que a própria ligação direito-
fato se constitua, nasça para o mundo jurídico.

Segundo Carnelutti (CARNELUTTI, Francesco. Sistemas de direito


processual civil. p. 133. Ed. 2015) “O ônus de provar recai sobre quem tem o interesse
em afirmar”.

Resulta claro, por conseguinte, que não importa a posição que o


indivíduo ocupe na relação processual (autor, réu, etc.), pois, quando fizer uma
afirmação da qual decorra seu próprio direito alegado(em razão do fato ocorrido),
terá de provar sua veracidade.

Relevante assinalar que TODAS AS ALEGAÇÕES lançadas a esmo


nos autos encontram-se desacompanhadas das indispensáveis comprovações, o que
implica dizer que as pretensões da Autora não merecem prosperar, impondo-se a
improcedência total do pedido.

Todavia, em extrema boa-fé processual, o Requerido reconhece que


os fatos narrados pela Autora ocorreram e que a mesma procurou a sede do
Requerido nos dias 15/02/2017, 09/06/2017, 14/12/2017, 05/01/2018 e 13/09/2018 e
solicitou análise sobre divergências de saldos do seu Cartão Fácil, conforme consta nos
registros a seguir apresentados:

INTERNO DTATENDIMENTO NRATENDIMENTO OBSERVACAO DT ANALISE Valor


5774528 13/09/2018 10:03 4401762 CLIENTE 14/09/2018 4,00
INFORMA QUE 16:58
ESTA
DESCONTANDO
VALOR DA
PASSAGEM

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INDEVIDAMENT
E

Atento a solicitação apresentada pela Autora, o Requerido realizou a


análise administrativa e concluiu que no dia 15/02/2017 e dia no 05/01/2018, não
ocorreram erros e não havia nada a ser reembolsado para a cliente.

Nos dias 09/06/2017, 24/07/2017, 14/12/2017 e 13/09/2018 foiram


apurados descontos indevidos do seu Cartão Fácil e foram foi reembolsados os valores
de R$7,40; R$3,70; R$3,70 e R$4,00, conforme extrato abaixo.

Diante dos fatos narrados acima e dos documentos anexados a esta


contestação, verificamos que o Requerido, logo que recebeu a reclamação da Autora,
analisou administrativamente a mesma e em um curto prazo realizou o estorno dos
valores descontados indevidamente do cartão da autora.

Vale notar que em momento algum a Requerida criou algum


obstáculo, ou agiu de forma lenta e desidiosa para solucionar o problema da Autora.

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Importante mencionar que a Autora alega ter ido todas às vezes à
sede do SET para fazer as reclamações, o que não foi correto, pois a mesma fez uso do
Call Center para fazer reclamação, não necessitando assim deslocar-se até o SET para
ter seu pedido analisado.

Cabe ainda informar que o problema havido com a Requerente ocorreu


por uma falha na comunicação entre o cartão fácil da mesma (tipo Mifare) e o equipamento
validador no momento do débito da passagem, sendo descontada duas viagens da cliente.
Este problema pode ter ocorrido pela retirada do cartão antes do término da validação, ou a
utilização do cartão dentro de bolsas ou carteiras, ou ainda quando o cartão é danificado
pelo cliente. No entanto, como dito acima, após a formalização da reclamação a equipe
técnica do Requerido fez, rapidamente, a análise da mesma e procedeu ao reembolso do
valor indevidamente debitado da Requerente.

Pelo demonstrado, não há que se falar em existência de ato ilícito que


justifique o pleito da Autora, que ajuizou este feito com o nítido objetivo de abarrotar
este Poder Judiciário com mais um processo, onde o único objetivo é o ganho indevido
de lucro.

O que se verifica nos autos é mais uma situação em que o cidadão se


coloca na posição de intolerância e não admite qualquer dissabor ou contrariedade
aos seus desejos.

Desta forma procura-se impor e auferir vantagens sobre algo que


julga “ferir sua moral”.

Não há que se falar em danos morais causados por qualquer ação do


Requerido, vez que este se colocou à disposição da Autora para solucionar o pequeno
dissabor. E assim o fez!

Não se pode perder de vista algumas situações, relevantes neste caso:

 O Requerido não se negou a verificar e resolver de forma ágil,


a reclamação da usuária;

 Problemas técnicos podem existir e fazem parte da vida


cotidiana e, tendo em vista que o SET não se furtou ao seu dever
de verificação e solução do problema, não há qualquer
existência de fato indenizável.

Pela fundamentação jurídica em que se baseia a presente lide, a


Autora deveria ter provado o dano moral que tanto alega ter sofrido.

Isso porque o artigo 186 do Código Civil impõe que o dano esteja
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configurado, para que o dever de indenizar exista.

Primeiramente, data máxima vênia, para a procedência do pedido de


reparação moral, não basta que a Requerente demonstre o fato de que se queixa, deve
ter tal fato natureza prejudicial. É preciso que prove o dano concreto, assim entendida
a realidade do dano que experimentou.

A Requerente não demonstrou a ocorrência da efetivação de


prejuízo, não trazendo aos autos nenhum elemento de prova a demonstrar a
ocorrência do dano visado, e a justificar os reclamados danos morais.

O ônus de provar o dano moral e sua extensão, indubitavelmente,


cabe a Autora porque o direito depende diretamente da tempestiva produção de
provas e não há ainda nenhuma comprovação dos danos supostamente
experimentados pela mesma.

O insigne professor GONÇALVES1 ensina que para se obter a


reparação do dano, a vítima tem de provar dolo ou culpa stricto sensu do agente,
segundo a teoria subjetiva adotada em nosso diploma civil. É admissível, APENAS,
que se reconheça responsabilidade sem prova de culpa, quando da responsabilidade
objetiva, com base especialmente na teoria do risco, abrangendo também casos de
culpa presumida, o que não é o episódio presente.

Não pode haver responsabilidade sem culpa e não pode haver


responsabilidade sem dano! Indenização sem dano importaria em, como bem assevera
CAVALIERI FILHO2, enriquecimento sem causa para quem a recebesse e pena para
quem a pagasse. O objetivo da indenização é reparar o prejuízo sofrido pela vítima,
reintegrá-la ao estado em que se encontrava antes da prática do ato. Se a vítima não
sofreu nenhum prejuízo ou não o delimitou a extensão do dano, a toda evidência, NÃO
HAVERÁ O QUE RESSARCIR!

Em relação ao suposto prejuízo moral, deve-se considerar que a


situação sub judice, reside na esfera do mero dissabor. Tais aborrecimentos não são
tidos como causa de indenização econômica. Se assim fosse, inviabilizar-se-ia a
convivência social, considerada a natureza do ser humano. O bom senso e a
razoabilidade impõem que assim se proceda.

Este é o entendimento de Sérgio Cavalieri Filho:

“O que configura e o que não configura dano moral? (...)


ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral
e da sua inacumulabilidade com o dano material,
corremos, agora, o risco de ingressar na fase da sua
industrialização, onde o aborrecimento banal ou mera
1
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 4: responsabilidade civil. 5 ed. São
Paulo: Saraiva, 2010, p. 53.
2
CAVALIERI FILHO, Sergio. Programa de responsabilidade civil. 9 ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 73.
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sensibilidade são apresentados como dano moral, em
busca de indenizações milionárias. Este é um dos domínios
onde mais necessários se tornam as regras da boa
prudência, do bom senso prático, da justa medida das
coisas, da criteriosa ponderação das realidades da vida.
Tenho entendido que, na solução dessa questão, cumpre
ao juiz seguir a trilha da lógica do razoável, em busca da
concepção ético-jurídica dominante da sociedade. Deve
tomar por paradigma o cidadão que se coloca a igual
distância do homem frio, insensível, e o homem de
extremada sensibilidade. (4ª ed., RJ, Malheiros, 2003, p.
98)”.

A responsabilidade civil é a consequência da imputação civil do dano


à pessoa que lhe deu causa, nos termos do supracitado artigo 186 da Legislação
Substantiva Civil. São elementos objetivos do ato ilícito absoluto a) a existência de ato
ou omissão, antijurídico; b) a ocorrência de um dano material ou moral; c) nexo de
causalidade entre o ato ou a omissão e o dano. 3

Isso porque o princípio da razoabilidade, estampado no artigo 402,


do Código Civil, impõe que os pleitos sejam adequados, necessários e proporcionais.
Ou seja, preza-se pelo bom senso do que a suposta vítima do fato danoso teria
perdido, apurado segundo o juízo de probabilidade, de acordo com a verdade dos
fatos. Não podemos tratar de algo imaginário, hipotético, porque há de se ter por base
uma situação concreta.

É necessário que haja certeza, embora não a absoluta, mas


definitivamente descartada a mera possibilidade. Há que se averiguar e ponderar se
verdadeiramente houve prejuízo moral a parte.

Sustenta o C. Superior Tribunal de Justiça, de modo iterativo, que “o


mero dissabor não pode ser alçado ao patamar de dano moral, mas somente aquela
agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas aflições
ou angústias no espírito de quem ela se dirige” (REsp. 747.396/DF, Rel. Min.
Fernando Gonçalves, Quarta Turma, DJe 22/03/2010).

Como se pode verificar, não há nos autos elementos capazes de


concluir ser a Autora merecedora do recebimento de indenização moral sem que isso
caracterize enriquecimento sem causa de sua parte.

Frise-se que não é fácil, pois, distinguir o que é “vingança da honra” e


o que é “ambitio pecuniae” do lesado moralmente - dificuldade de quantificação de um
bem imaterial (personalidade) em face de um bem material (dinheiro).

Nem todo mal estar configura dano moral.


3
NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código civil comentado. 1 ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2009, p. 183.
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Nesse sentido é o que diz a atual e sólida jurisprudência do Tribunal


de Justiça do Estado de Goiás:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. COBRANÇA
DE SEGURO PRESTAMISTA EM CONTRATO
BANCÁRIO. DEVOLUÇÃO DO VALOR PAGO.
FORMA SIMPLES. DANO MORAL. NÃO
CONFIGURADO. HONORÁRIOS RECURSAIS. (...) II -
Não há falar em reparação por dano moral quando os
fatos narrados estão no contexto de meros dissabores, sem
abalo à honra da pessoa; III - Não é aplicável o disposto
no artigo 85, §11 do CPC, uma vez que os honorários
advocatícios foram fixados no percentual máximo.
RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJGO, Apelação (CPC) 0052655-
08.2016.8.09.0051, Rel. GERSON SANTANA CINTRA, 3ª
Câmara Cível, julgado em 18/04/2018, DJe de 18/04/2018)

**

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS C/C INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. AUSÊNCIA DE
CONFIGURAÇÃO DOS REQUISITOS DOS DANOS
MORAIS. MERO DISSABOR VIVENCIADO.
HONORÁRIOS RECURSAIS. 1. Dano moral não
configurado. A negativa de realizar matrícula em
instituição de ensino superior foi devidamente sanada.
Sem comprovação do dano moral sofrido, com fulcro no
art. 373, I do CPC. Para configurar a indenização por
danos morais devem ocorrer a comprovação de requisitos
essenciais, quais sejam (i) prática de ato ilícito; (ii) nexo
causal entre o suposto dano sofrido e a conduta adotada e
(iii) comprovação de ocorrência de abalo
extrapatrimonial. 2. Os dissabores que não fogem da
normalidade, sem maiores consequências, não ofendem o
patrimônio ideal do indivíduo e não chegam a configurar o
dano moral. 3. Condenado em Honorários recursais,
sendo, contudo, sua exigibilidade suspensa pelo prazo e
condições previstas no art. 98, § 3º, do CPC. 4.
APELAÇÃO CONHECIDA E DESPROVIDA. (TJGO,
Apelação (CPC) 5172414-75.2016.8.09.0051, Rel.
ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE, 5ª Câmara Cível,
julgado em 17/04/2018, DJe de 17/04/2018)

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APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA C/C


INDENIZAÇÃO. AGRAVO RETIDO. NÃO
CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE REITERAÇÃO
NAS CONTRARRAZÕES. PAGAMENTO DA
INDENIZAÇÃO SECURITÁRIA. ÔNUS DA PROVA
NÃO DESINCUMBIDO PELO AUTOR. INDENIZAÇÃO
INDEVIDA. DANO MORAL NÃO DEMONSTRADO.
(...) 3. Meros dissabores e aborrecimentos a que todos
estão sujeitos no decorrer do dia a dia, sem maiores
implicações para a sua esfera subjetiva, são incapazes de
gerar qualquer fundamento para uma reparação moral.
Na hipótese, as circunstâncias fáticas demonstram que o
Apelante/Autor experimentou no episódio apenas
contrariedades e irritações a que todos estão sujeitos no
decorrer do quotidiano, sem maiores implicações para a
sua esfera subjetiva, que são incapazes de gerar qualquer
fundamento para uma reparação moral. AGRAVO
RETIDO NÃO CONHECIDO. APELO CONHECIDO E
DESPROVIDO. (TJGO, Apelação (CPC) 0219213-
10.2012.8.09.0083, Rel. OLAVO JUNQUEIRA DE
ANDRADE, 5ª Câmara Cível, julgado em 17/04/2018, DJe
de 17/04/2018)

Por todo o até aqui exposto, impõe-se a total improcedência do


pedido de indenização por danos morais.

2.2 - DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA DE VULTOSO VALOR .

Apesar de inexistir qualquer ato ilícito passível de indenização, por


amor ao debate o Requerido passa a contestar o vultoso valor pleiteado a título de
danos morais.

A condenação reparatória de moral, como sugere a própria


denominação, não se presta a elevar o padrão econômico da vítima. Sua finalidade é a
restituição do equilíbrio material/emocional, em se considerando o estado de vida que
desfrutava a vítima, antes do prejuízo experimentado.

A Autora, entretanto, com o intuito de aumentar seus rendimentos,


requer uma indenização por danos morais no valor de R$ 4.770,00 (quatro mil
setecentos e setenta reais). Trata-se de valor requerido sem prova de justo motivo,
pois, não resta configurado dano causado pelo Requerido.

Todavia, para o arbitramento do dano moral o juiz deve agir “com


razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e
às peculiaridades de cada caso” (RSTJ 97/281).

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Em outras palavras, vale dizer: o valor da indenização deverá ser


fixado segundo critérios de MODERAÇÃO E RAZOABILIDADE, de forma a
impedir exageros, como o que se concretizará nesta demanda na remota hipótese do
valor pleiteado pela Autora ser deferido.

É evidente, portanto, que a reparação do dano moral não deve


converter o sofrimento em método de captação de lucro, como pretende a Autora.

A atividade judicante vem ao contrário, com a costumeira


razoabilidade, determinando que haja justa correlação entre o valor da condenação e
a perda efetivamente sofrida.

Neste sentido temos a lição do mestre Rui Stoco, in Responsabilidade


Civil, 4º edição, Editora RT, pág. 675, sobre o mesmo tema, leciona:

“Mostrou Walter Moraes que “o dano moral não se avalia


mediante cálculo matemático-econômico das repercussões
patrimoniais negativas da violação – como se tem feito às
vezes – porque tal cálculo já seria a busca exatamente do
minus ou do detrimento patrimonial, ainda que por
aproximativa estimação. E tudo isso já está previsto na
esfera obrigacional da indenização por dano propriamente
dito (CC. Art. 1.553 [1916]). ...
Nesse sentido que Brebbia assinala alguns elementos que
se devem levar em conta na fixação do reparo: a
gravidade objetiva do dano, a personalidade da vítima
(situação familiar e social, reputação), a gravidade da falta
(conquanto não se trate de pena, a gravidade e mesmo a
culpa da ação implica a gravidade da lesão), a
personalidade (as condições) do autor do ilícito (El Daño
Moral, p. 19). ...
Nem tão grande que se converta em fonte de
enriquecimento, nem tão pequena que se torne
inexpressiva. ...
Por fim, cabe esclarecer que a indenização – seja para
reparar o dano patrimonial, seja para compensar o dano
moral – deve ser fixada com equilíbrio e parcimônia,
segundo o prudente arbítrio do Juiz. ....”

Continua o nobre processualista à página 816 do mesmo compêndio:

“Mas algumas regras podem ser, a priori, estabelecidas:


a) o Magistrado nunca deverá arbitra a indenização
tomando como base apenas as possibilidades do devedor;
b) também não deverá o julgador fixar a indenização com
base somente nas necessidades da vítima;

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c) não deve impor uma indenização que ultrapasse a
capacidade econômica do agente, levando-o à insolvência;
d) a indenização não pode ser causa de ruína para quem
paga, nem fonte de enriquecimento para quem recebe;
e) deverá o julgador fixá-la buscando o equilíbrio, através
de critério equitativo e de prudência, segundo as posses do
autor do dano e as necessidades da vítima e de acordo com
a situação socioeconômica de ambos;
f)...
g) na indenização por dano moral a quantia a ser fixada
não pode ser absolutamente insignificante, mas servir
para distrair e aplacar a dor do ofendido e dissuadir o
autor da ofensa da prática de outros atentados, tendo em
vista o seu caráter preventivo e repressivo;
h) na fixação do valor do dano moral o julgador deverá ter
em conta, ainda e notadamente, a intensidade do
sofrimento do ofendido, a gravidade, a natureza e
repercussão da ofensa e a sua posição social e política.
Deverá, também, considerar a intensidade do dolo e o
grau da culpa do agente.”

O Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal, no julgamento da


Apelação Cível nº 2000.01.5.003539–6, sendo Relatora a Desembargadora ADELITH
DE CARVALHO LOPES, entendeu que:

“... a reparabilidade dos danos ocasionados aos interesses


morais vem oferecendo inúmeras dificuldades diante da
incerteza deste dano e da própria existência de um direito
violado, eis que esgotando-se na esfera subjetiva, a sua
avaliação resulta unicamente do caráter sancionatório
admitido pela doutrina e jurisprudência do direito
moderno, entendimento judicial que passou a mensurar a
dor, o sofrimento, ao pagamento dos valores pecuniários,
na maioria das vezes arbitrados em verdadeiras fortunas.
Dessa forma, levando em consideração que não há critério
científico para se medir quantitativamente a intensidade do
dano moral, cumpre ao julgador sopesar tanto o caráter de
indenização à vítima quanto o de sanção ao causador do
dano, para que o quantum indenizatório seja efetivamente
adequado e proporcional ao dano efetivamente
experimentado. Como bem asseverou o mestre Bittar, “o
contato com a realidade processual e a realidade fática
permite-lhe aferir o valor adequado à situação concreta”.
A moderação a que me refiro, entretanto, não quer dizer que
o valor seja tão baixo, a ponto de deixar na boca da apelante
o gosto amargo da injustiça, mas nem por isso enseje o
locupletamento.

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VEJAMOS A EMENTA:

“Ação Indenizatória. Dano Moral. Fixação em Valor


Exorbitante. Inadmissibilidade. Redução para Montante
Razoável. Em ação ordinária de indenização por danos
morais é inadmissível que o valor da causa seja fixado
exageradamente, pois tratando-se de montante que não é
definitivo, ou seja, é simples estimativa apresentada pelo
autor, visto caber ao juiz, se acolher a pretensão, fixar o
"quantum", efetivamente devido. (...)” (TJPA, AI nº 46852,
Rel. Desa. Osmarina Onadir Sampaio Nery, DJ dia
04/11/2002)

“Reparação de Dano Moral - Estipulação do Quantum na


Proporção da lesão sofrida - Critérios – Arbítrio. (...).
Deve existir equilíbrio entre o dano e reparação, porém
como não há critérios objetivos para o cálculo a indenização
é arbitrável. Recurso provido em parte.” (TJPA, AC nº
33899, Rel. Desa. Climeniè Bernadette de Araújo Pontes,
DJ 15/05/1998)

No mesmíssimo sentido, sem discrepar sequer um milímetro do


entendimento supra indicado, tem-se a consolidada jurisprudência do c. SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA:

“CIVIL. DANO MORAL. QUANTIFICAÇÃO. "O valor da


indenização por dano moral não pode escapar ao controle
do Superior Tribunal de Justiça" (REsp n. 53.321/RJ, Min.
Nilson Naves).Para se estipular o valor do dano moral
devem ser consideradas as condições pessoais dos
envolvidos, evitando-se que sejam desbordados os limites
dos bons princípios e da igualdade que regem as relações de
direito, para que não importe em um prêmio indevido ao
ofendido, indo muito além da recompensa ao desconforto,
ao desagrado, aos efeitos do gravame suportado. Recurso
parcialmente conhecido e nessa parte provido.” (STJ,
REsp 214053/SP (1999/0041661-9); DJ 19/03/2001; Rel.
Min. Cesar Asfor Rocha; J. 05/12/2000; 4ª T)

“Responsabilidade civil. Danos moral e material.


Cumulabilidade. Possibilidade. Súmula/STJ, enunciado
37. Dano moral acolhido. Fixação nesta instancia.
Balizamento. Recurso provido. I-... II-... III- Na fixação da
indenização por danos morais, recomendável que o
arbitramento seja feito com moderação, proporcionalmente
ao grau de culpa, ao nível socioeconômico dos autores, e,

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ainda, ao porte da empresa recorrida, orientando-se o juiz
pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência,
com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom
senso, atento a realidade da vida e as peculiaridades de cada
caso.” (STJ, REsp 135202/SP (1997/0039429-8); DJ
03/08/1998; Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira; J.
19/05/1998; 4ª T)

Em face do acima exposto e explicitado, na eventualidade de


condenação desta natureza, o seu valor deverá ser apurado levando em consideração a
proporcionalidade do suposto dano experimentado pela Autora e não como postulado,
sob pena de propiciar o enriquecimento ilícito da mesma.

2.3 – DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - DA


INAPLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – CDC EM
RELAÇÃO AO SET.

Relação de consumo é a relação existente entre o consumidor e o


fornecedor na compra e venda de um produto ou na prestação de um serviço.

O Código de Defesa do Consumidor tutela as relações de consumo e


sua abrangência está adstrita às relações negociais, das quais participam,
necessariamente, o consumidor e o fornecedor, transacionando produtos e serviços,
excluindo destes últimos os gratuitos e os trabalhistas.

Disto conclui-se que, para que seja amparada pelo Código de Defesa
do Consumidor, a relação tem que possuir todos estes aspectos, isto é, uma relação de
negócios que visa à transação de produtos e/ou serviços, feita entre um fornecedor e
um consumidor.

Assim, não basta a existência de um consumidor numa determinada


transação para que ela seja caracterizada como relação de consumo. É preciso,
também, a existência de um fornecedor que exerça as atividades descritas no artigo 3º
do Código de Defesa do Consumidor.

“Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,


pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os
entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização
de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.

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No presente caso cumpre esclarecer que o serviço de transporte


coletivo de passageiros é prestado pelas empresas de transporte coletivo urbano e não
pelo gestor da bilhetagem eletrônica (SET).

O SET é Gestor do Sitpass e não é concessionário de serviços de


transporte coletivo, não possuindo ônibus e nem ingerência sobre os motoristas dos
transportes coletivos, não havendo relação de consumo entre o Sindicato e a
Requerente.

Desta forma não há que se falar em aplicação do Código de Defesa do


Consumidor ao caso in concreto, como pretende a Autora.

Ademais, convém salientar à exaustão que a Autora, por qualquer


ângulo que se examine a questão, não se desincumbiu do ônus probatório quanto ao
fictício dissabor que alega ter experimentado, deixando de obedecer aos expressos
termos do artigo 373, I do CPC.

III – DOS PRECEDENTES JUDICIAIS.

Os Juizados Especiais do Estado de Goiás vêm, sistematicamente,


julgando improcedentes os pedidos de danos morais inapropriados, similares ao caso
da Requerente. Confira-se:

“Processo: 5166565.25.2016.8.09.0051 JANAINA DOS


SANTOS OLIVEIRA x SET – 21.03.17
Compulsando os autos, verifico que inexistem os requisitos
da responsabilidade civil, uma vez que o que restou
caracterizado configura apenas mero aborrecimento, não
ensejando indenização por danos morais. A parte
reclamante não fez prova dos supostos transtornos
extraordinários, que suplantem àqueles incômodos
próprios deste tipo de evento.
Insta ressaltar que o evento ocorrido não pode ser
considerado como episódio determinante de desequilíbrio
no bem-estar da parte promovente, pois não é fato que
escapa à normalidade dos contratempos do cotidiano.
Como a própria relata na exordial, o único imbróglio
causado com o bloqueio temporário de seu passe
estudantil foi à necessidade de descer do ônibus uma vez e
sacar o valor necessário para pagamento da passagem.
Cumpre salientar que não pode ser qualquer desconforto
passível de gerar abalo moral. É preciso que a ofensa
tenha alguma grandeza e esteja revestida de certa
relevância e gravidade, de modo que, para configurar dita
agressão, não basta qualquer contrariedade. Deste modo,
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ante a não comprovação dos fatos articulados na inicial,
não se desincumbindo a parte autora do ônus previsto no
artigo 355, inciso I do Código de Processo Civil, os pedidos
iniciais devem ser julgados improcedentes. Na confluência
destas considerações, JULGO IMPROCEDENTE o pleito
autoral, assim o fazendo com arrimo no disposto no inciso
I, do artigo 487, do Código de Processo Civil. Abstenho de
condenar ao pagamento das custas e honorários de
advogado ante o descrito no artigo 55 da Lei nº9.099/95.
Transitada esta em julgado e nada sendo requerido,
arquivem-se os autos com a baixa devida na distribuição.
Intimem-se. Luciana Nascimento Silva Juíza de Direito em
auxilio”.

**
*
“Processo nº: 5265072.55.2015.8.09.0051
Autora: DIEGO SILVA DE SÁ
Réu: SIND. EMPRESAS TRANSP. COLETIVOS URB
PASSAGEIROS GOIÂNIA (SETRANSP) – 03.05.2017
Trata-se de ação de indenização por danos morais
proposta por DIEGO SILVA DE SÁ em face de SIND.
EMPRESAS TRANSP. COLETIVOS URB
PASSAGEIROS GOIÂNIA (SETRANSP), partes
qualificadas nos autos. De um lado, aduz o autor que, em
16/10/2015, dirigiu-se ao estabelecimento do requerido,
onde aguardou das 09h11min às 10h16min para ser
atendido. Narra, então, que a demora no atendimento,
além de contrariar lei municipal, causou-lhe profundo
dissabor e perda de tempo. Deste modo, pleiteia a
indenização pelos danos morais experimentados. De outro
lado, sustenta o requerido (i) que inexiste comprovação do
dano moral sofrido; (ii) a inexistência dos pressupostos à
reparação civil; (iii) que o quantum indenizatório deve ser
fixado em atenção aos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade. Presentes os pressupostos processuais de
constituição e desenvolvimento válido e regular do
processo, bem como as condições que dão suporte ao
exercício do direito de ação, e não havendo provas a serem
produzidas, passo ao julgamento do feito, nos termos do
art. 355, I, do Código de Processo Civil. POSTO ISTO e
por tudo mais que dos autos consta, JULGO
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IMPROCEDENTES os pedidos de indenização pelos
danos morais, com fulcro na fundamentação acima
expendida e nos termos do art. 487, I do Código de
Processo Civil. Abstenho de condenar em custas e
honorários, nos termos do artigo da 55 Lei n.º
9.099/95.Publicada e registrada eletronicamente. Intimem-
se. PATRÍCIA MACHADO CARRIJO Juíza de Direito
em Auxílio”.

**
*
“Processo nº: 5233738.32.2017.8.09.0051
Reclamante(s): CIRLEIDE DUARTE DO NASCIMENTO
DA SILVA
Reclamado(s): SETRANSP - SINDICATO DAS
EMPRESAS DE TRANSPORTE COLETIVO URBANO
DE PASSAGEIROS.
Trata-se a presente sobre AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS, partes qualificadas.
Não havendo mais provas a serem produzidas, passo ao
julgamento antecipado da lide, conforme autoriza o artigo
355, inciso I do Código de Processo Civil.
... Ademais, dispensou a produção de prova em audiência.
Deste modo, ante a não comprovação dos fatos articulados
na inicial, não se desincumbindo a autora do ônus previsto
no artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, os
pedidos iniciais devem ser julgados improcedentes.
Na confluência destas considerações e, atento ao todo
constante do caderno processual, JULGO
IMPROCEDENTE o pleito autoral, assim o fazendo com
arrimo no quanto disposto no inciso I, do artigo 487, do
Código de Processo Civil. Mônica Cezar Moreno
Senhorelo - Juíza de Direito do 1º JECível”.

Considerando o posicionamento consolidado do E. Tribunal de


Justiça do Estado de Goiás, parece-nos evidente a improcedência do pleito em tela.

IV - DOS PEDIDOS

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Por tudo aqui exposto, o Requerido requer que V. Excelência
JULGUE TOTALMENTE IMPROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO DE
REPARAÇÃO DE DANOS, nos seguintes termos:

1. Que o pedido de reparação por dano moral seja julgado


improcedente, pois a Requerente não comprovou
qualquer dano ou abalo psíquico apto a justificar essa
condenação;

2. Requer provar o alegado por todos os meios de prova em


direito admitidos.

3. Por fim, requer que todas as citações, intimações e


notificações, sejam encaminhadas exclusivamente no
nome do Dr. Ary Barbosa Garcia Junior, OAB/GO nº
9.891.

Termos em que, espera deferimento.

Goiânia – GO, 22 27 de novembro de 2018.

_______________________________
Ary Barbosa Garcia Júnior
OAB/GO 9.891

_________________________
Hellyakim C. A. Venancio
OAB/GO 38.437

_________________
Hugo Rocha Sena
OAB/GO 24.339

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