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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO _____ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE NITERÓI-


RJ.

GABRIEL DUARTE RODRIGUES, brasileiro, solteiro, estudante, portador


do RG sob o nº 2031989138, expedida pelo SSP/BA, CPF sob o nº 156.057.507-71,
residente e domiciliado na Passo da Pátrio, nº 52, Casa 01, Gragoatá, Niterói-RJ, CEP.:
24.210-240, vem respeitosamente a Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA DE DANO MORAL COM


TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

em face de TIM CELULAR S.A, pessoa jurídica de direito privado, situada Rua Quinze
de Novembro, 8 - Centro, Niterói - RJ, 24020-125, inscrita no CNPJ sob o n°
04.206.050/0001-80, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, para que a empresa ré abstenha-se de efetuar


qualquer cobrança de juros e acréscimos legais relativos a fatura cobrada indevidamente com
vencimento no dia 10 de outubro, de valor de R$ 60,29 (sessenta reais e vinte e nove
centavos) visto que o autor não tem condições de pagar a fatura atual, bem como as
vincendas, bem como abstenha-se de inserir o nome do Autor nos cadastros restritivos de
crédito até o final da demanda.

I- DOS FATOS:

No dia 18 de julho, o Autor sofreu um assalto, de acordo com Boletim de


Ocorrência de número 078-03734/2018, conforma cópia anexa, onde teve seu celular
roubado. No mesmo dia, entrou em contato com a empresa Ré, através do telefone,
solicitando o bloqueio do seu número, visto que não poderia usá-lo temporariamente.
(Conforme protocolo 2018757567625)
O autor se encaminhou à loja, no dia 13 de agosto, a fim de realizar o resgate do
uso de seu número (21) 96503-7440, por meio de um novo chip, o qual já utilizava há
anos com plano pré-pago, e foi surpreendido com a informação que o mesmo não poderia
ser resgatado, visto que havia sido cancelado.

Diante dessa informação, o Autor se dirigiu à loja da Tim, localizada do Plaza


Shopping de Niterói, no dia 13 de agosto de 2018, ocasião em que foi oferecido pelo
atendente um plano pós-pago no valor de R$ 16,00 (dezesseis reais), tendo sido
informado na ocasião que o Autor deveria efetuar a mudança de plano novamente antes
do dia 10 do mês subsequente, ou seja, antes de 10 de setembro, a fim de que não fosse
feita uma cobrança indevida do valor aproximado de R$ 100,00 (cem reais). A orientação
foi aceita verbalmente pelo Autor, uma vez que o mesmo não assinou nenhum contrato ou
documento relacionado ao plano. Em seguida o autor buscou uma consulta no aplicativo
de celular da Ré, para obter mais detalhes sobre o plano, sendo surpreendido ao verificar
que o plano oferecido pelo atendente era de um valor superior a possibilidade econômica
do Autor. Por isso, no dia 06 de setembro, como orientado pelo atendente, o autor entrou
em contato com o SAC por telefone, solicitando a alteração do plano para o pacote “Tim
Controle B Plus”, mensal de R$ 44,99 (quarenta e quatro reais e noventa e nove
centavos), gerando o protocolo número 2018983875681.

No mês de Setembro, o autor recebeu sua fatura com valor de R$ 19,00 (dezenove
reais), tomando ciência da ativação indevida do plano “Oferta TIM Pós A Plus”, e a não
alteração solicitada.

Porém, para sua surpresa, no mês de outubro o valor cobrado foi de R$ 105,28
(cento e cinco reais e vinte e oito centavos). Onde constava novamente a cobrança do
plano “Oferta TIM Pós A Plus” no valor de R$ 60,29 (sessenta reais e vinte e nove
centavos) e do atual plano utilizado “Tim Controle B Plus” cobrando R$ 44,99 (quarenta e
quatro reais e noventa e nove centavos).

Além da cobrança com valor excessivo ao que de fato foi adquirido, que era de R$
16,00, a Ré cobrou um plano que nunca foi aceito pelo Autor.

II- DO DIREITO
Analisando-se o caso em concreto constata-se a ocorrência de uma relação de
consumo estabelecida entre as partes nos moldes dos artigos 2º, 3º e 6º da Lei 8078/90
(CDC), cabendo portanto uma justa reparação pelos danos causados o Autor.

Verifica-se no caso em tela que apesar de tentar solucionar a situação de forma


amigável não foi possível obter a solução, o que demonstra a má-fé da empresa Ré e o
prejuízo material causado ao Autor.

Resta demonstrado a fragilidade do consumidor ante ao mercado de consumo, nos


termos do artigo 14, I da Lei 8078/90.

No caso em pauta também é indiscutível o cabimento de dano moral, que, ainda


que seja pelo máximo permitido na Lei 9.099/95, jamais reparará o sofrimento e a tortura
psicológica causada pelo descaso, desrespeito e abuso da empresa Ré em não
solucionar o problema de forma pacífica.

Assim, a indenização que ora se pleiteia tem cunho não meramente


compensatório, mas também e principalmente pedagógico, nos exatos termos do que
vem sendo adotado por nossos Colendos Tribunais de todo o país, como forma de coibir
tamanho desrespeito ao consumidor, parte fraco da relação e que, por isso mesmo
merece tratamento protecionista. E já dizia o ilustre Rua Barbosa “tratar igualmente os
iguais e desigualmente os desiguais na proporção em que se desigualam”.

Destarte, por arrebatadores que são os atendimentos no sentido de acolher a


reparação, por via de indenização, do dano moral, nada mais resta o Autor que acreditar
na procedência do pedido.

III- DOS PEDIDOS:

1. A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, para que a empresa ré abstenha-se de efetuar


qualquer cobrança de juros e acréscimos legais relativos a fatura cobrada indevidamente com
vencimento no dia 10 de outubro, de valor de R$ 60,29 (sessenta reais e vinte e nove
centavos) bem como as vincendas, bem como abstenha-se de inserir o nome do Autor
nos cadastros restritivos de crédito até o final da demanda.

2. A citação da empresa Ré, para responder a presente ação, e sua intimação para
comparecer à audiência de conciliação, que poderá ser imediatamente convolada em AIJ,
caso não cheguem às partes a um acordo, sob pena de revelia;

3. A inversão do ônus da prova, com fulcro no art.6º, inciso VIII, da Lei n.º 8.078/90;

4. Seja julgado procedente o pedido reconhecendo a nulidade da contratação do plano


“Oferta TIM Pós A Plus”, determinando-se por conseguinte que a empresa ré abstenha-se
de fazer qualquer cobrança relativa a ele, mantendo-se tão somente a contratação relativa
ao plano Tim Controle B Plus.

5. Seja julgado procedente o pedido de condenar a empresa Ré ao pagamento a título


de danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais);

IV- DAS PROVAS:

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova


documental, testemunhal e depoimento pessoal das partes, na amplitude do artigo 32 da
Lei 9099/95.

V- DO VALOR DA CAUSA:

Dá-se à causa o valor de R$ 5.060,29 (cinco mil e sessenta reais e vinte e


nove centavos).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Niterói, 05 de outubro de 2018

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