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DIREITO CIVIL II- 2023-2 MANHÃ E NOITE

Coordenação: Prof. Me. Edson Oliveira Profa. Ma. Robéria Silva

UNIDADES II

2.1- Transmissão das Obrigações

a) Cessão de crédito. b) Assunção da dívida. c) Cessão de posição contratual.


2.2- Do Adimplemento e Extinção das Obrigações:

Modalidades do Pagamento

2.2.1.Pagamento - generalidades: quem deve pagar; a quem se deve pagar; objeto do


pagamento e sua prova; Lugar e tempo do pagamento.
2.2.2. Pagamento por consignação.
2.2.3. Pagamento com sub-rogação.

__________________________________________________________________________

Transmissão das Obrigações

CESSÃO DE CRÉDITO art 286 a 298 CC

1-Noções gerais: alteração na composição de seus elementos, especificadamente


sujeito ativo e passivo, quanto ao objeto será estudado depois.( direito moderno
diferente do direito romano)

O direito admite a livre trasnferência(tradição) das obrigações, tanto no lado ativo


quanto do lado passivo, por sucessão hereditária, ou a título particular, por atos
inter-vivos.

2-Espécies:

- cessão de crédito
- cessão de débito

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- cessão de contrato( ao mesmo tempo devedor e credor)

3-Conceito de cessão de crédito: é o negócio jurídico bilateral, pelo qual o


credor(pessoa física ou jurídica) transfere a outrem(pessoa física ou jurídica) seus
direitos na relação obrigacional.

Ex: Desconto bancário, pelo qual o comerciante transfere seus créditos a


uma instituição finaceira.
Transfere o banco o crédito para agência de cobrança
Credor é chamado de cedente, o terceiro a quem o credor transfere é
cessionário. O devedor o cediod não participa da relação já que pode ser
realizda sem anuência.

Cessão pode ser total e pode ser parcial

4-Cessão de crédito e institutos afins:

A cessão de crédito pode ser a título gratuito ou oneroso( assemelha-se a um


venda de bem incorpóreo-crédito), sendo mais comum a última, quando ocrre, por
exemplo, dação em pagamento (datio in solution).

CC art 287
CC art 347 I
CC art 348

5-Requisitos da cessão de crédito: objeto, capacidade e legitimação

CC art 286, 287

Não pode ser cedido pela sua natureza juríidca, personalíssimo e as de direito de
família( direito a nome, alimentos, um determinado músico tocar em uma festa)

CC art 520 não pode

Benefício da justiça gratuita art. 10 da lei 1.060/50, direito a herença de


pessoa viva art 426 CC, créditos já penhorados art 298 CC

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Pode cessao do direito do autor de obras intelectuais lei 9610/98 artigo
49, usuufruto art 1393 CC

Art 421 CC e parágrafo único


Por mandato tem que ter poderes especiais CC art 661 § 1º

Não pode tutor e curador, testamenteiros e administradores...Pai administrando bens


do filho, só com autorização do juiz CC art.1691, o falido e o inventariante.

Obs: art. 294 CC

6-Espécies de Cessão de Crédito

Quanto a origem :

- Convencional: livre vontade


- Legal: art 287 CC(multa)
- Judicial: Decisão judicial ( inventário)

LEITURA OBRIGATÓRIO DOS ARTIGOS, QUANTO A NOTIFICAÇÃO


ART 290CC, QUANTO A FORMA ART 288 CC

ENUNCIADO 618 DA VIII DA JORNADA DE DIREITO CIVIL:


Art. 288: O devedor não é terceiro para fins de aplicação do art. 288
do Código Civil, bastando a notificação prevista no art. 290 para que
a cessão de crédito seja eficaz perante ele.
Justificativa: Ainda há enorme controvérsia na doutrina acerca da
necessidade, ou não, de que a cessão de crédito, para que haja eficácia
em face do cedido, tenha que ser registrada na forma no artigo 288. Caio
Mário da Silva Pereira, por exemplo, entre outros, defende a
necessidade do registro, o que se consubstanciaria em uma
formalidade excessiva para total eficácia da cessão perante o cedido.
Tendo em vista que o artigo 290 trata, especificamente, da hipótese
envolvendo o devedor, trata‐se de norma específica, que afasta a
aplicabilidade do artigo 288 para o caso.

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ASSUNÇÃO DA DÍVIDA (cessão de débito) -
artigos 299 a 303.

1- Noções Gerais: introduzido pelo Código Civil de 2002, não


quer dizer que não existia, tendo em vista a autonomia da
vontade e a liberdade contratual.

2- Conceito: negócio jurídico pelo qual o devedor transfere a outrem


sua posição na relação jurídica. Bilateral porque tem que ter a
anuência expressa do credor para que o terceiro assuma os
encargos obrigacionais, de modo que assuma a posição na relação
obrigacional, responsabilizando pela dívida, que subsiste com os
seus acessórios.

“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento


expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da
assunção, era insolvente e o credor o ignorava.

Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.”

Assim como as outras obrigações comuns neste ramo do direito civil, como
por exemplo a sub-rogação, cessão de créditos, etc., a assunção de divida
atinge diretamente a relação creditória, ou seja, a relação envolvendo o
credito, dinheiro.

OBS: Consoante Silvio Rodrigues:

A assunção de dívida é de pouca relevância, tanto no campo doutrinário como no campo


legislativo, “no campo doutrinário porque, está envolvendo a transmissão de um valor
negativo, e não são poucos os estudioso que negam, não apenas a utilidade do instituto,
como até a possibilidade teórica de sua existência”. Já no “campo legislativo porque apenas
algumas legislações sistematizaram a matéria da assunção de dívida, pois a maioria dos
códigos continua a ignorar-lhe a existência”.

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3- São requisitos do instituto jurídico da assunção da dívida:

3.1 Consentimento expresso do credor na assunção da dívida por terceiro;

O devedor, em outras palavras, apresenta qualidades como


a exação (pontualidade/prazo para cumprir deveres) e a idoneidade
patrimonial (o credor sabe que o devedor possui patrimônio suficiente para
satisfazer a dívida) que fazem com que aquele que está no polo ativo
tenha segurança jurídica (certeza de que a dívida será paga).
Assim, quando há a alteração subjetiva (troca de pessoa) do polo passivo,
necessita obrigatoriamente o consentimento expresso do credor já que
ele desconhece os atributos no novo devedor.

OBS: Na concordância do credor, há prazo para o consentimento, é o que diz Maria Helena
Diniz:

“Pode-se estipular, judicialmente ou extra judicialmente, prazo ao credor para que anua na
cessão do débito, interpretando seu silêncio, durante tal lapso temporal (na praxe – 15 a 30
dias), como recusa na substituição do antigo devedor pelo terceiro.”

O credor, em caso de não pronunciamento diante da assunção de dívida, é


interpretado como recusa/oposição em face da transferência de débito
(parágrafo único do artigo 299 do código civil).

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OBS: Entretanto existe uma exceção quando o negócio jurídico se orbita em bem
(imóvel) hipotecado onde o terceiro (assuntor) pode assumir a dívida do devedor sem
consentimento expresso do credor (art. 303 cc). Dessa forma, fala-se em consentimento
tácito.
Em continuidade, caso o credor, notificado tanto pelo devedor originário como pelo
assuntor (parágrafo único do artigo 299 do código civil), não se manifestar no prazo de
30 dias, esse silêncio será sinônimo de anuência tácita.
Falo mais, consuma-se anuência tácita do credor quando o bem (imóvel) estiver
gravado com hipoteca.

Vamos exemplificar: João é credor de 100 mil reais de Teresa (devedora). Esta deu
como garantia para pagar o débito (dívida) seu imóvel de mesmo valor
supramencionado.
Assim, se Teresa não pagar, João (credor) poderá usar o imóvel, transformando-o em
dinheiro para receber o que é devido, isto é, seu crédito. Por conseguinte, pode-se falar
que joão está garantido pela hipoteca.
Na hipótese do exemplo acima, se ocorrer assunção de dívida entre Teresa (devedora) e
um terceiro (assuntor) chamado Leopoldo.
Teresa sai da posição de devedora para cedê-la à Leopoldo. Este pode assumir a dívida
sem concordância expressa de João (anuência tácita - art. 303 do código civil) uma vez
que o credor está garantido pela hipoteca feita por Teresa.
Nesse exemplo, vale dizer que Teresa se retira da obrigação (art. 299 cc), no entanto, a
identidade desse negócio jurídico perdura, ficando vinculados nessa relação a prestação
devida, atributos, garantias, acessórios e, neste caso, o imóvel hipotecado. Este é a
garantia que protege o João (credor) da possibilidade de inadimplemento.

Assim, resumindo o artigo 299 e 303 do código civil, admite-se proferir:

O silêncio do credor notificado da assunção de dívida


deve ser interpretado como recusa, mas, na hipótese de
assunção de débito garantido por hipoteca, o silêncio,
decorrido o prazo de trinta dias, deve ser interpretado como
anuência (banca: CESPE/CEBRASPE, prova: CESPE - 2015 -
TJ-DFT - Juiz de Direito Substituto).

3.2 Validade do negócio jurídico;

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Lógica é a regra de que para qualquer negócio jurídico tenha efeito é
necessários três requisitos: a) agente capaz, acima de 18 anos, ou
emancipado; b) objeto lícito, possível, determinado ou determinável; c)
forma prescrita ou não defesa em lei.

Esses requisitos da validade do negócio jurídico estão elencados no


artigo 104 do código civil.

3.3 Solvência do novo devedor:

Se o novo devedor for insolvente, ou seja, incapaz de quitar a dívida,


na transmissão da obrigação, sem o conhecimento do credor, a obrigação
retornará ao devedor primitivo, regra esta prevista no caput do artigo 299:

“Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com


o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor
o ignorava.” (grifo nosso).

4- Efeitos da assunção de dívida.

Em suma, pode-se dizer que a transferência de débito possui 4 efeitos:

4.1 Substituição do devedor originário na relação obrigacional;

4.2 Liberação (exoneração), em regra, do devedor originário (assunção


liberatória). Todavia, pode ocorrer do devedor continuar vinculado à
obrigação ao lado do terceiro (co-devedores), constituindo uma
solidariedade entre eles (assunção cumulativa);

4.3 O novo devedor (terceiro) assume os encargos obrigacionais e a


posição do devedor primitivo. Entre outras coisas, o assuntor não pode
opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor
originário (art. 302 cc);

4.4 Extinção das garantias especiais (art. 300 do CC) que foram dadas do
devedor primitivo ao credor, com exceção do assentimento/consentimento
daquele (devedor originário) em permanecê-las na obrigação.

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5- Tipos de Assunção

5.1 Assunção de dívida liberatória


Não assume o devedor a dívida com o terceiro

5.2 Assunção de dívida cumulativa- Enunciado 16 da I jornada de


Direito Civil
O art. 299 do Código Civil não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da
dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com a
concordância do credor.

CESSÃO DE POSIÇÃO CONTRATUAL

A cessão de posição contratual ou cessão de contrato, segundo Emilio


Betti, em sua obra Teoria Geral das Obrigações, significa a forma mais
completa de substituição da relação obrigacional.

Na cessão de contrato, o cedente transfere a sua própria posição


contratual a um terceiro, de maneira ampla, desde que haja consentimento
da outra parte. Exemplificando, A deve para B e B para C. Na cessão de
contrato, B pede autorização para C tomar a posição dele na relação com
A.

De acordo com o professor Luis Borrelli, a cessão de contrato imprópria é a


cessão de posição contratual imposta por lei, a exemplo do artigo 8º da Lei
nº. 8.245 /91 (Lei do Inquilinato), litteris :

Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o


adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de
noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for
por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de
vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à
matrícula do imóvel.
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o
promissário cessionário, em caráter irrevogável, com
imissão na posse do imóvel e título registrado junto à
matrícula do mesmo.
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de

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noventa dias contados do registro da venda ou do
compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a
concordância na manutenção da locação.

OBS: A cessão da posição contratual reclama a existência de dois


contratos: o contrato-base e o contrato-instrumento da cessão. Este é
o que é utilizado para que se opere a transmissão de uma das posições
derivadas do contrato-base, envolvendo três sujeitos: o contratante que
transmite a sua posição (cedente), o terceiro que adquire a posição
transmitida (cessionário) e a contraparte do cedente no contrato originário,
que passa a ser a contraparte do cessionário (contraente cedido, ou,
simplesmente, cedido). “A relação contratual que tinha como um dos
titulares o cedente é a mesma de que passa a ser sujeito, após o novo
negócio, o cessionário”. (Pires de Lima e Antunes Varela, Código Civil cit.,
pág. 400)

OBS: A cessão do contrato deve ser reduzida a instrumento público ou particular. A


operação envolve contrato bilateral, porque ele comporta obrigações recíprocas e é
necessário que as prestações dos contratantes não tenham sido satisfeitas no todo.
(Orlando Gomes, Contratos cit., pág. 144, nº 110)

Na cessão do contrato comparecem o cedente, o cessionário e o cedido. O


consentimento deste é indispensável seja ela prévia ou simultânea ou posterior. Nada
impede que, ao celebrar o contrato de construção ou de incorporação imobiliária, venha
ajuste no sentido de o construtor ou o incorporador possa ceder a sua posição contratual.
Nessa hipótese é indispensável a notificação do outro contratante dando-lhe ciência. O
consentimento do cedido pode ocorrer simultaneamente, no mesmo instrumento, ou vir
posteriormente, após assinatura do contrato pelo cedente e o cessionário. Para que o
contrato seja aperfeiçoado indispensável a adesão do outro contratante. (Orlando Gomes,

Os efeitos da cessão são os seguintes:

1- o cessionário assume o complexo de direitos e obrigações do cedente, e


pagará a este a contraprestação que tenham ajustado, como preço da
cessão.
2- Se a cessão for gratuita, nada será devido como contrapartida de
cessão.
3- O cedente obriga-se a garantir ao cessionário a existência, a validade e a
legitimidade para dispor da relação contratual. Se não houver cláusula
especial no sentido de garantia da solvabilidade do cedido, o cedente
nada garante quanto a essa solvabilidade, nem em relação ao
cumprimento da avença.

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4- Na relação entre cedente e cedido, ocorre a transmissão da relação
contratual do cedente e do cessionário, extinguindo-se subjetivamente
os direitos e obrigações contratuais entre eles. Mas é possível que se
processe a cessão do contrato sem liberação do cedente, existindo
cláusula a respeito.
5- O cedente continua vinculado ao cedido se o cessionário não cumprir o
que foi ajustado. Entre cedido e cessionário eles ficam vinculados à
relação contratual cedida, no estádio de evolução em que se encontrava
no momento da cessão, na esfera jurídica do cedente.

O regime aplicável à cessão da posição contratual, no que se refere à


transmissão, capacidade de dispor e receber, falta e vícios da vontade, é o do
contrato em que a cessão se integra (cfr. art.º 425.º do Código Civil).

DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

1- INTRODUÇÃO

O principal efeito das obrigações é gerar para o credor o direito de exigir do devedor o
cumprimento da prestação.

Liberação pelo adimplemento (cumprimento ou pagamento)

Pagamento voluntário, desde que haja o cumprimento os requisitos.

“ Quem paga mal, paga duas vezes”

Obrigação cumprida, extingue-se. Todavia há casos que há falta de cumprimento. Assim o


devedor se libera pelo cumprimento da obrigação quando efetua a prestação tal como
devida, ou seja, no tempo e no lugar convencionado, de modo completo e pela forma
adequada.

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EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO se traduzem em adimplemento, cumprimento e pagamento, ou
seja, satisfação qualificada da prestação devida pelo devedor.

Ex: Obrigação de dar: Venda do imóvel, vendedora entrega o imóvel e o devedor paga o que
ficou ajustado.
Pode ser uma obrigação de dar, de fazer ou não fazer.

2. PRINCÍPIOS

2.1 Princípio da boa-fé: honestidade, retidão, lealdade, integridade... as partes devem se


comportar de forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação
e o cumprimento do contrato.
“ Ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza”
A boa-fé presume-se, devendo a má-fé ser provada.

Estado liberal: privilegiava autonomia da vontade e obrigatoriedade dos


contratos
Estado social: privilegia a boa-fé objetiva, função social do contrato e
ordem pública.

Diferença da subjetiva da objetiva.


Vide art. 432 do CC
Vide art. 422 do CC
Vide art.113 do CC
Vide art. 187 do CC
O que se espera de um homem médio.

2.2 Princípio da pontualidade


O pagamento tem que ser no tempo certo, lugar certo e para pessoa
certa e no objeto correto.
Se ele não é pontual sofrerá todas as consequências do inadimplemento.

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3- DO PAGAMENTO
3.1Espécies de pagamento

As obrigações nascem de lei, contrato, declaração unilateral e os atos ilícitos, vivem e se


desenvolvem-se por meios das suas modalidades( dar, fazer e não fazer) e, finalmente,
extingue-se.
DIRETO: diretamente ao credor
INDIRETO: pagamento em consignação, dação em pagamento( era moto
e entreguei um carro e o credor aceitou)

3.2- Modos de extinção de pagamento


Normais : pagamentos diretos e indiretos
Anormais: prescrição

4 Natureza jurídica- ato jurídico em sentido amplo, porém a divergência na doutrina, que
considera fato jurídico e negócio jurídico.

Assim o pagamento natureza jurídica de um ato em sentido amplo, da categoria dos atos
lícitos, podendo ser ato jurídico em sentido stricto sensu ou negócio jurídico, bilateral ou
unilateral, conforme a natureza da prestação.

5 Requisitos de validade do pagamento

5.1 Deve existir uma relação obrigacional


5.2 A intenção de solver o débito
4.3 Satisfação exata da prestação
5.4 Presença da pessoa que paga( pode não ser o devedor)
5.5 Presença da pessoa que recebe ( pode não ser o credor, pode estar
representado)

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6 Condições subjetivas do pagamento

6.1De quem deve pagar (quem deve efetuar o pagamento)


O devedor (principal interessado), o terceiro interessado e o terceiro não
interessado.SOLVENS
Vide: Art. 304 a 307 CC

Necessariamente, o devedor, visto que ele é o principal interessado.


No entanto, pessoas com algum tipo de interesse jurídico – como avalistas e fiadores –
também podem liquidar uma dívida (inclusive de maneira consignada). Art 346 III CC
subroga-se(toma o lugar do credor)

Terceiros não interessados também podem consignar o pagamento desde que o façam em
nome e por conta do devedor, agindo, assim, como seu representante ou gestor de
negócios. ( amizade, parentesco) Pode ou não ter o direito ou não de receber, mas não
subroga-se.

OBS: Recibo em nome do devedor, extinta a obrigação, e não pode receber de volta.
Recibo em seu próprio nome (terceiro não interessado), extinta obrigação, passando a ter o
direito de receber de volta, reembolso.
Recusa pelo credor Art. 304 CC- recusa ilegítima
OBS: Somente é legítima se o devedor se opor ao pagamento a ser
realizado por terceiro
Vide art 306 CC

A dívida pode estar prescrita, incapacidade decadência, ou o outro deve a ele.


Vide art.307 CC

Mediante transmissão de propriedade, deve ser feita mediante quem tem legitimidade para
entregar.

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E se for fungível? Por exemplo sacos de café. Como resolve? Se o credor
recebeu de boa-fé, a obrigação estará extinta.

6.2 A quem deve pagar ACCIPIENS


Diretamente ao credor, a quem de direito o represente ou ao seus sucessores. Existem três
tipos de representantes do credor: legal, judicial e convencional.
Contudo, a extinção das obrigações será válida, também, mediante pagamento feito de boa-
fé ao credor putativo, ou seja, para a pessoa que se apresenta aos olhos de todos como o
verdadeiro credor (art.309)
Vide: Art.308 a 312 CC
“Paguei mal e posso ser obrigado a pagar novamente.”
Pagamento ao credor incapaz art. 310 CC

Depende. Se o represente validar, ou logo ficar maior e validar.


Crédito penhorado art. 312 CC

7-Condições objetivas do pagamento

7.1 Objeto do pagamento

O que deve ser pago? Aquilo que ficou convencionado. O objeto não pode ser mudado. Só
com concordância do credor.

Vide art. 313 CC contrato de honorários


Vide art. 314 CC prestação divisível

Obrigação de entregar o dinheiro, contrato de mútuo, devolver o dinheiro. Pagamento em


moeda oficial do nosso país.
Vide Art. 315 CC
Vide Art.318 CC
Vide Art. 316 CC- índices

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Teoria da Imprevisão Vide art. 317 CC EX: Pandemia.

7.2 Prova do pagamento

Vide art. 319 CC


Quitação, nada mais é que a declaração do pagamento.
Vide art. 320 CC e parágrafo único
Vide art. 324 CC título de crédito- EX: Nota Promissória
Vide art. 321 CC- O credor perdeu meu cheque, como provo que paguei?
O credor manifestará em documento que dar quitação àquele título.
Quotas Sucessivas art.322 CC e 323 CC

7.3 Lugar do pagamento

O lugar para adimplemento das obrigações pode ser escolhido livremente pelas partes.
Caso eles não escolherem, o pagamento deverá ser realizado no domicílio do devedor.
Vide art 327CC
Vale ressaltar que, quando se estipula, como local do cumprimento da obrigação, o domicílio
do credor, diz-se que a dívida é portável, pois o devedor deve levar e oferecer o pagamento
nesse local.
Vide art. 328CC – Domicílio do Imóvel
Vide art. 329 CC - Motivo Grave
Vide art. 330 CC- Presunção de Renúncia
Mais de um lugar, quem escolhe é o credor, que avisa ao devedor.
EX: ????

7.4 Tempo do pagamento

Vencimento no dia 10, tem todo dia para fazer o pagamento, ou seja, não pode se cobrar no
dia 10, somente pode ser cobrado a partir do dia 11.

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Em casos que será observado o horário comercial. E horário de recebimento pelo banco em
caso de pagamento eletrônico.
EX: UNIT filha.
Obrigações condicionais art. 332 CC
Exceções art. 333 CC: falência do devedor , bens penhorados, pagamento
antecipado

PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO

O pagamento em consignação é o pagamento mediante depósito judicial ou em


instituição bancária da coisa devida, de acordo com prescrição legal, nos casos em que o
credor se recusa a receber o pagamento ou o devedor tiver fundada dúvida a respeito do
destinatário do pagamento.

Orlando Gomes ensina que:

O pagamento em consignação tem força de cumprimento, se concordarem, em


relação às pessoas, ao objeto, ao modo e tempo todos os requisitos de validade. Cabe
ao juiz verificá-los. É evidente que, se o devedor consigna coisa diversa, ou não efetua o
pagamento total, não estará cumprindo exatamente a obrigação; por conseguinte, o credor
não pode ser compelido a receber.

O pagamento em consignação deve ser efetuado no local do pagamento,


especialmente no caso de depósito judicial, pois determina a competência do juiz para
julgar a ação de consignação.

PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

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O pagamento com sub-rogação, previsto nos artigos 346 a 351 do Código Civil,
traduz o cumprimento da obrigação por terceiro, com a consequente substituição de
credores. Ou seja, uma dívida é paga por um terceiro que adquire o crédito e satisfaz o
credor. Há uma substituição de pessoas, porém, não há extinção da dívida e nem liberação
do devedor, que passa a dever a esse terceiro. O pagamento com sub-rogação nunca será
gratuito, sempre haverá um pagamento antes da substituição.

São espécies de pagamento com sub-rogação:

a) Pagamento com sub-rogação legal : quem determina a substituição é a lei,


independente da vontade das partes.

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a
dívida do devedor comum; II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor
hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito
sobre imóvel; III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser
obrigado, no todo ou em parte.

b) Pagamento com sub-rogação convencional : quem determina a substituição é o


contrato.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere
todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a
dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor
satisfeito.

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