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DA CESSÃO DE CRÉDITO
O Direito Romano não admitia a cessão de crédito e, por isso, era efetuada
através de meios indiretos, como a novação ou pela constituição de um
procurador.
O assunto é tratado a partir do art. 286 CC, que permite a cessão se não a
impedir a natureza da obrigação (alimentos, p.ex. - art. 1707), a lei (crédito
penhorado, p.ex. – art.298) ou a convenção com o devedor (as partes podem
estabelecer que o crédito não será cedido).
Há créditos, porém, que são transmitidos por simples endosso, como no caso
das cambiais, regidas por lei própria.
O art. 290 exige a notificação da cessão ao devedor, que pode ser feita por
qualquer forma, bastando que se possa provar que o mesmo dela teve ciência.
A ausência de notificação libera o devedor que pagar ao credor primitivo
(art, 292, primeira parte). Por outro lado, mesmo antes da notificação pode o
cessionário exercer atos conservatórios de seu direito (art. 293).
No caso de várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar
com o título do crédito cedido (art. 291), e se o devedor for notificado de
mais de uma cessão, deve pagar ao cessionário que se apresentar, juntamente
com o instrumento da cessão, também com o da obrigação cedida, salvo se
o crédito foi constituído por instrumento público, caso em que deve pagar
àquele de quem por primeiro recebeu a notificação (art. 292, segunda parte).
Por fim, nos termos do art. 298, o crédito, depois de penhorado, não pode
mais ser cedido pelo credor que tiver conhecimento da penhora, pois o
devedor deverá depositar o valor à disposição do juízo em que foi feita a
penhora. Mas se o devedor não tinha conhecimento da penhora e pagar ao
credor, ficará exonerado, e os direitos do terceiro que penhorou o crédito
deverão ser exercidos contra o credor que o recebeu.
DA ASSUNÇAO DA DÍVIDA
CONCEITO: Também chamada de cessão de débito, consiste na substituição
do devedor na mesma relação obrigacional.
Como dispõe o art. 302, o assuntor só pode opor ao credor as defesas pessoais
dele e, por óbvio, as comuns a ele e ao devedor primitivo, como prescrição,
p.ex., mas não pode opor defesas pessoais do devedor primitivo, como, p.ex.,
compensação de crédito que este tinha com o credor.