Você está na página 1de 3

Cessão de créditos – 577

Pressupostos:

1. Negocio juridico a estabelecer a trnamissa da totalidade ou de parte do credito


Os requisitos e efeitos da cessão entre as partes definem-se em função do tipo de negocio
que lhe serve de base – 578/1
Compra e venda – sujeito ao regime da consensualidade – 219 e 875 a contrarrio

Admissível créditos futuros – desde que seja preenchido o requisito da determinabilidade –


280/1 é possível a cessão onerosa de créditos futuros, desde que os mesmos não sejam
gratuitos
Quando é que o credito futuro surge na esfera do cessionário?
Antunes Varela diz que haverá de distinguir entre os créditos futuros resultantes de
realçaões já cosntituidas e os que resultam de relações a constituir. No primeiro caso, o
cedente transmititria não apenas o credito futuro, mas também uma expetativa da sua
aquisição que já possuiria, pelo que o crédito acabaria por se constituir na esfera do
cessionário. No segundo caso, uma vez que não há qualquer negocio celebrado de onde o
crédito possa resultar, não poderia ocorrer qualquer transmissão de expetativas, pelo que o
credito adviria ao cessionário por via da titularidade do cedente, e apenas no momento em
que se constituira. Assim, se neste ultimo caso o cedente já tivesse perdio a possibilidade de
disposição do credito (ex: situação de insolvência) a sotuação do cessioanrio não seria
tutelada, sendo-o sempre na outra situação
Carlos Mota Pinto critica a teoria da imediação apresentada por Antunes Varela já que
esta implicaria que os requisitos de aquisição do credito se deveriam antes verificar na
pessoa do cessionário, enquanto destas norma resulta claramente que, pelo contrario, o
cessinario só virá a adquirir o direito, se o ceente, sem a cessão, o tivesse igualmente
adquirido, ficando assim o crédito sujeito ao mesmo regime que aquele que teria na esfera
do cedente. Tal corresponde manifestmanete à doutrina da transmissão, que é assim a
solução consagrada relativamente à transmissão de créditos futuros

2. Inexistência de impedimentos legais ou contratuais a essa transmissão

Proibição por impedimento legal:


Nos direitos de preferência – 420
No direito a alimentos – 2008
Cessão de direitos litigiosos – 579 – se apesar da proibição vier a ser realizada a
cessão esta é considerada nula – 580/1
Exceção – 581
proibição por conveçao das partes – pactum non cedendo
Pode ser estipulado tacitamente ou expressamente
No entanto, a nossa Lei restingue bastantea eficácia pratica desse pacto, uma vez
que faz depender a sua oponobilidade ao cessionário do seu conhecimento no
momento da sua cessão – 577/2 – ou seja, eu e o diogo celebramos um contrato em
que estipulados que não poderia existir uma cessão de créditos e eu feita cona
estabelecida uma cessão de créditos com o chico, não o poderia fazer mas fiz e com
isso, protegendo o chico, o diogo não se pode opor
A razão para esta restrição reside na má-fé do devedor que, sabendo que ocorreu a cssão,
decide pagar ao cedente ou celebrar com ele qualquer negocio relativo ao crédito. A
alegação desse conhecimento por parte do cessionário equivale assim a uma exceptio doli. É,
por isso, necessário que tenha ocorrido um conhecimento efetivo, não
bastando o desconhecimento por negligencia
Quando o vicio que atinge o negocio de cessão contrariando esta convenção?
Na doutrina alemã tem prevalecido a posição de que esta convenção coloca o credito fora
do comercio jurídico, o que implica a nulidade do negocio celebrado, que pode ser invocado
por qualquer pessoa – art.286º - inclusivamente pelos credores do cedente – art.605º,
parecendo essa posição ser igualmente defendida entre nós por Antunes Varela.
Parece, porém, que entre nós o pactum de non cedendo não coloca o credito fora do
comercio jurídico, mas apneas gera uma obrigação para o credor de não o transmitir a
outrem, cuja oponibilidade ao adquirente depende do facro de este conhecer essa
convenção no momento da cessão. Assim, só o devedor poderá reair contra o
incumprimento dessa convenção, podendo inclusivamente optar por não o fazer,
reconhecendo a transmissão. Não se trata de um caso de nulidade da cessão, pelo que não
podem outros pretender a sua anulação com esse fundamento.

3. O credito não esteja, em virtude da própria natureza da prestação, ligado à pessoado credr
Estao – direito a alimentos – 2003, ou o apanágio do cônjuge sobrevivo – 2018
Se ela for realizada – nula – 294

há tramissao do credito do cedente para o cessionário - 583


ou seja, há eficácia da cessão de créditos em relação as partes, no momento de celebração
do contrato
e há eficácia da cessão de créditos em relçao ao devedor quando é notificado, aceite ou
dele tem conhecimento – 583/1/2
transmissão das garantias e acessórios do credito - 582
há transmissao para o cessionário das garantias e outros acessórios do direito transmitido,
que não sejam inseparáveis da pessoa do cedente
as garantias do credito como a fianca (627o e ss.), a consignacao de rendimentos (656o e ss.), o
penhor (666o e ss.) a hipoteca (686o e ss.) se transmitem para o cessionario, a menos que o cedente
as reserve ao consentir a cessao.
Direito de retenção – a questão apresenta-se controvertida, defendendo a maioria da doutrina que se
trata de uma garantia ligada intimamente à pessoa do cedente
Reserva de propriedade – 409 – o seu exercício seria necessária a resolçao do contrato por falta de
pagamento do preço, não podendo ser transmitido
Se o crédito vence juros, parece claro que o crédito a juros vincendos se transmite para o cessionário.
Já relativamente aos juros vencidos, o artigo 561º determina a sua autonomia em relação ao crédito
principal, a menos que tal seja expressamente estipulado.
Cláusulas penais estipuladas para a hipótese do incumprimento são transmitidas para o cessionário.
Tramissao das exceções – 585
Assim, se o devedor pode opor ao cedente exceções que impedissem o nascimento do
crédito (invalidade do negócio constitutivo), produzissem a sua extinção (resolução do
contrato, cumprimento, prescrição compensação, etc…), ou paralisassem o seu exercício
(prazo da prestação, exceção de não cumprimento, direito de retenção) continua
naturalmente a pode invocá-las perante o cessionário. Excetuam-se, porém, as que resultem
de facto posterior à cessão ou, no caso de cumprimento e outros negócios relativos ao
crédito, do seu conhecimento pelo devedor (583º/2)
Garantias prestadas pelo cedente – 587
Assim, no caso de se estar perante uma venda, o cedente terá que restituir ao cessionário o
preço do crédito (894º) e responde objetivamente pelos danos emergentes (899º), podendo
ainda constituir-se em responsabilidade pelo incumprimento da obrigação de convalidação
(900º/1). Havendo, porém, dolo da sua parte, o cedente responderá por lucros cessantes,
que podem ter por base o interesse contratual negativo (898º) ou o incumprimento da
obrigação de convalidação, no caso de cessionário pretender optar por essa solução (900º/2)
Obrigação de entrega de documentos e outros elementos probatórios do credito – 586
Efeitos em relação ao devedor
Quando lhe seja notificada, ou aceite. Não estao sujeitas a forma especal – 219, podendo ser
tacitamente – 217, devedor combinar com o cessionário qualquer alteração na obrigação
Efeitos em relação a terceiros
Em relação a terceiros, a cessão produz efeitos independentemente de qualquer
notificação, pelo que, a partir da sua verificação, os credores do cessionário podem executar
o crédito ou exercer a acção sub-rogatória
exceção: se o credito foi cedido a mais do que uma pessoa, sendo que prevalece
aquela que foi primeito notificada ou aceite pelo devedor – 584
O que sucede se o devedor conhecer a prioridade da primeira cessão e decidir aceitar
a segunda? para o Prof. ML no caso de dupla alienação do mesmo crédito, a prioridade é
atribuída com base na notificação que primeiro vier a ser efetuada ao devedor, salvo se ele
antes, desconhecendo a dupla alienação, tiver aceite alguma das cessões. Tendo, porém, o
devedor conhecimento positivo de quem é o verdadeiro titular do crédito, este pode
considerar inoponível qualquer pagamento ou negócio jurídico a este respeitante, celebrado
pelo devedor com qualquer falso titular, aqui se incluindo naturalmente a própria aceitação
desse falto titular como cessionário.

Você também pode gostar