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04.

Qualificação dos títulos e outros documentos de dívida

123. Fale sobre o protesto de duplicata de serviços.

124. Em qual livro é feito?


No livro de protesto, que é único para todas as espécies de protesto.

126. É necessário apresentar os comprovantes da prestação dos serviços ou existe


outra possibilidade?
Sim, é possível apresentar declaração do portador do título e apresentante, sob as penas
da lei, que os documentos comprobatórios da efetiva prestação de serviço estão em seu
poder, comprometendo-se a apresentar se exigido.

127. Registro de títulos e documentos. Profissional liberal, como – por exemplo –


um advogado ou um contabilista. Uma pessoa física, pode emitir duplicata?
Sim, conforme artigo 22 da Lei de Duplicata.

128. A declaração substitutiva da duplicata pode ser feita por meio eletrônico?
Sim, conforme item 42, Cap. XV, das Normas de Serviço.
129. A lei de duplicata prevê algum procedimento para o protesto de duplicatas
emitidas por profissional liberal?
Para levar a protesto a duplicata emitida por profissional liberal é necessário que antes o
credor encaminhe a fatura ao devedor, especificando o valor dos serviços prestados,
data e local de pagamento e o vínculo contratual que deu origem aos serviços
executados.
Essa fatura será registrada no Cartório de Registro de Títulos e Documentos,
remetendo-se ao devedor.
O procedimento está previsto no artigo 22 da Lei n. 5.474.
130. Artigo 22, da Lei de duplicatas. A conta de serviço de profissional liberal é
passível de emissão de duplicata?
Artigo 22, da Lei nº 5.474/68: “Equiparam-se às entidades constantes do art. 20, para os
efeitos da presente Lei, ressalvado o disposto no Capítulo VI, os profissionais liberais e
os que prestam serviço de natureza eventual desde que o valor do serviço ultrapasse a
NCr$100,00 (cem cruzeiros novos). § 1º Nos casos deste artigo, o credor enviará ao
devedor fatura ou conta que mencione a natureza e valor dos serviços prestados, data e
local do pagamento e o vínculo contratual que deu origem aos serviços executados. § 2º
Registrada a fatura ou conta no Cartório de Títulos e Documentos, será ela remetida ao
devedor, com as cautelas constantes do artigo 6º. § 3º O não pagamento da fatura ou
conta no prazo nela fixado autorizará o credor a levá-la a protesto, valendo, na ausência
do original, certidão do cartório competente. § 4º - O instrumento do protesto, elaborado
com as cautelas do art. 14, discriminando a fatura ou conta original ou a certidão do
Cartório de Títulos e Documentos, autorizará o ajuizamento do competente processo de
execução na forma prescrita nesta Lei”).

131. Que atos seriam praticados pelo Registrador na serventia, em relação a essa
conta de serviços?
No Registro de Títulos e Documentos será lavrado registro no Livro B de registro
integral.

132. Qual a providência em relação ao devedor?


Será notificado, conforme disposição do parágrafo 2º do artigo 22.
133. Esse registro é feito em que livro?
Registro integral – Livro B de Títulos e Documentos.
134. Livro de protocolo e livro de registros. Faz em algum outro livro?
Indicador pessoal (Livro D)

47. Qual a diferença entre uma nota promissória e uma letra de câmbio?
Resposta: Enquanto a letra de câmbio é uma ordem de pagamento, porque através dela
o signatário (sacador) do título requisita a uma pessoa (sacado) o pagamento de uma
soma, a nota promissória é uma promessa de pagamento feita pelo próprio devedor, que
se obriga, dentro de certo prazo, ao pagamento de uma soma pré-fixada.

48. Em relação à data e local de emissão, qual seria o local de emissão? Há


diferença?
Resposta: O local da emissão é onde a nota promissória é assinada pelo emissor.
Para que não perca sua força executiva, a legislação específica a que se sujeita (Decreto
nº 57.663/1966), exige o preenchimento de alguns requisitos: 1. A denominação “Nota
Promissória” expressa no título; 2. A promessa pura e simples de pagar uma quantia
determinada; 3. O nome do beneficiário; 4. A data e o local de emissão do título; 5. A
assinatura do emitente (subscritor).
O artigo 76 da referida Lei dispõe que permanece tendo o efeito de nota promissória a
cártula em que não se indique a época e o lugar de pagamento. A nota que não indique a
época do pagamento será pagável à vista. Aquela em que falte a indicação do lugar onde
foi passada, será pagável no lugar da emissão, que, no caso, presume-se ser o lugar do
domicílio do subscritor do título.
Segundo o STJ (REsp 596077/MG), a falta de indicação expressa do local de
pagamento, será o mesmo do local de emissão ou do domicílio do emitente. Portanto, é
um requisito incidental da cambial.

49. É possível pluralidade de praças para pagamento?


Resposta: Não localizei a possibilidade de pluralidade de praças para pagamento.

50. Fale sobre nota promissória.


Resposta: A nota promissória é um título pelo qual alguém se compromete a pagar a
outrem, determinada quantia em dinheiro, num certo prazo. Como é emitida pelo
próprio devedor, ela passa a
ser um título de crédito desde a sua emissão, e o seu possuidor ou portador poderá, logo
após o vencimento, não sendo paga, propor ação executiva para recebê-la.
Trata-se de um título autônomo que independe da indagação da causa que motivou a
obrigação. “Nota promissória regularmente emitida e avalizada, mesmo originária de
um contrato particular, – decidiu o Tribunal – pode circular. Uma vez endossada,
representa dívida autônoma, com causa legítima” (in RT 659/150).
Em conclusão: nota promissória é uma promessa direta que o devedor faz ao credor,
pois ela é emitida pelo devedor. Já a letra de câmbio é emitida por uma pessoa que dá
uma ordem ao seu devedor (sacado) para pagar certa quantia a um terceiro.
Quando a nota promissória é emitida, intervêm, necessariamente, duas pessoas: o
emitente que é o devedor, e o beneficiário, que é o credor.
Além das duas personagens principais, sem as quais não haveria nota promissória,
podem aparecer outras pessoas, como o “avalista”, que se obriga com o emitente,
solidariamente, ao pagamento do título e o “endossatário”, ou terceiro, em cujas mãos
passa o título quando o credor o aliena.
Os requisitos essenciais da nota promissória são quase equivalentes aos da letra de
câmbio, com a diferença fundamental de que esta é assinada pelo sacador, que não é o
devedor, enquanto naquela (NP) aparece a assinatura do devedor, que é também o
emitente do título. Em tudo o mais, a nota Promissória obedece à disciplina jurídica da
letra de câmbio. A seguir são apresentados os seus requisitos essenciais: 1. a
denominação nota promissória; 2. a importância por extenso a ser paga; 3. o nome da
pessoa a quem deve ser paga; 4. a assinatura de próprio punho do emitente (devedor) ou
do mandatário especial. “Se a cambial foi emitida por procuração, observados os
poderes outorgados, é considerada válida (Súmula 6 deste Tribunal)” (in RT 652/151).
Em seguida apresentamos o modelo de uma nota promissória:
Esses requisitos devem ser lançados por extenso no seu contexto, como acontece com a
letra de câmbio; a assinatura do devedor deve ficar do lado direito e no final; o nome do
credor deve aparecer logo após a expressão “nota promissória” situada no centro do
título.
Cabe lembrar que, na falta de um dos requisitos supra, o título deixa de ser nota
promissória, isto é, deixa de ser um título de crédito.
A nota promissória não pode ser emitida ao portador. Um de seus requisitos essenciais é
que ela contenha o nome do credor. “A nota promissória ao portador não constitui, per
se, título de dívida líquida e certa – decidiu certa vez o Tribunal – podendo, quando
muito, auxiliar a prova da obrigação assumida pelo signatário para com o autor,
cobrável pela via ordinária, e não pela executiva” (in RT 598/213). Atualmente, a ação
própria para a cobrança via ordinária é a “ação monitória”, vista no capítulo anterior.
Por outro lado, nada impede que se emita a nota e seja a mesma entregue ao credor sem
indicação do seu nome. Trata-se de emissão em branco que poderá circular livremente.
Somente no momento de ser apresentada em juízo, ou no Cartório de Protesto deve ser
colocado o nome do credor. O Tribunal já decidiu que não enseja execução o título
incompleto, “por lhe faltar um requisito de forma” (in RT 591/220). “Se o credor não
exercitar os poderes que
lhe são conferidos no mandato tácito contido na emissão da nota promissória em branco,
deixando de complementá-la até o momento de sua cobrança, não se reconhece ao título
a natureza cambial, tornando nula a execução nele embasada” (in RT 588/210).
Portanto, os requisitos devem estar totalmente cumpridos antes da cobrança judicial ou
do protesto do título, devido ao princípio de que o portador de boa-fé é procurador
bastante do emitente para
completar a nota promissória emitida com omissões.
O pagamento da promissória será feito no tempo indicado no próprio título. Se não se
determina o prazo para pagamento, entende-se que se trata de promissória à vista.
A nota promissória pode ser passada:
1. à vista;
2. em dia certo;
3. a tempo certo da data da emissão; neste caso, a data da emissão tem relevância.

51. No que consiste a cartularidade?


É um rpincípio dos títulos de crédito que representa a materialização ou incorporação
de um direito no título. É a materialização do direito em um documento.
52. A nota promissória pode ser registrada em alguma serventia?
Sim, no cartório de títulos e documentos.
53. Por que uma pessoa faria o registro de uma nota promissória no Cartório de
Registro de Títulos e Documentos?
Para garantir a conservação deste documento, pois o registro em RTD garante a
recuperação do documento na sua integralidade.
54. Qual o local para se fazer o protesto de uma nota promissória?
No local do pagamento.
55. Há uma regra supletiva?
Sim. Quando não houver indicação na nota promissória do local do pagamento será
considerado o local onde foi emitida, ou seja o local do domicílio do subscritor.
56. Uma nota promissória pode ser emitida eletronicamente?
Sim, o artigo 889, parágrafo 3° do Código Civil permite a emissão de títulos de crédito
eletronicamente. “§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados
em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do
emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”
57. Assinada eletronicamente, a nota promissória pode ser registrada?
Sim, é válido se assinado dentro dos padrões da ICP Brasil
58. É passível de protesto a nota promissória eletrônica?
Sim, as NSCGJ/SP (itens 20.1 e 20.2, Cap XV) permitem que os títulos que preencham
os requisitos do 889 par. 3° do CC sejam protestados.
59. No compromisso de compra e venda, geralmente, são emitidas notas
promissórias das parcelas. Devem ser mencionadas na escritura?
Sim, inclusive se serão “pro solvendo” ou “pro soluto”. A forma de pagamento deve
ser descrita de forma detalhada na escritura. Item 44, ‘m’ do cap XIV das Normas: “m)
a declaração, se o caso, da forma do pagamento, se em dinheiro ou em cheque, com
identificação deste pelo seu número e pelo banco sacado, ou mediante outra forma
estipulada pelas partes;”

60. Que elementos deve conter a nota promissória?


Segundo o artigo 75 da Lei Uniforme de Genebra (decreto 57663/66) a nota
promissória deve conter os seguintes elementos:
Art. 75. A nota promissória contém:
1. denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na
língua empregada para a redação desse título;
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;

3. a época do pagamento;
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).

74. Ocorrendo a mora dessa obrigação pactuada, a nota promissória


emitida para cada parcela deve ser protestada? Qual seria o
procedimento?
Resposta. Sim, uma das hipóteses elencadas pelo Código Civil, para constituir
o devedor em mora, na compra com reserva de domínio, é o protesto do título,
nos termos do que dispõe o artigo 525 do Código Civil: (525. O vendedor
somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o
comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.).
Nesse caso, a nota promissória deve conter referência a respeito do contrato
principal, a fim de se evitar o duplo protesto da mesma obrigação, consoante já
decidiu a Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo em algumas
oportunidades.

75. E se não houve a emissão de nota promissória? É possível o protesto


do contrato?
Resposta. Sim, é possível o protesto do contrato, tendo como principal
finalidade constituir o comprador devedor em mora. É necessário que o
Tabelião de Protestos verifique os atributos exigidos pelas Normas de Serviço
da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, no item 22, do capítulo XV:
22. Além dos considerados títulos executivos, também são
protestáveis
outros documentos de dívida dotados de certeza, liquidez e exigibilidade,
atributos a serem valorados pelo Tabelião, com particular atenção, no
momento da qualificação notarial.

76. Em que praça este contrato deve ser apresentado para protesto?
Resposta. Deverá ser protestado na praça de pagamento, havendo
necessidade de se observar se é uma obrigação quesível ou portável, na
definição do Tabelião competente ao protesto. Não havendo indicação do local
do pagamento, o protesto será lavrado no domicílio do devedor ou no domicílio
do credor. Nesse sentido, os itens 27 e 27.1, do capítulo XV, das Normas de
Serviço da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo:
27. Somente podem ser protestados os títulos, as letras e os documentos
pagáveis ou indicados para aceite nas praças localizadas no território da
comarca.
27.1. Quando não for requisito do título e não havendo indicação da praça de
pagamento ou aceite, será considerada a praça do sacado ou devedor ou, se
não constar essa indicação, a praça do credor ou sacador
77. Como faz a intimação do devedor, no caso de o título ser apresentado
em outra praça do local do domicílio do devedor, no caso de pluralidade
de praças?
Resposta. O Tabelião, nesse caso, expedirá a intimação para o endereço do
devedor constante do contrato. Poderá se valer de telegrama, expedido pelos
Correios, ou por meio de Carta Registrada com Aviso de Recepção. Além
disso, poderá se valer de portador do próprio Tabelião, que deverá se dirigir à
Comarca de domicílio do devedor, situação indicada para municípios limítrofes
ou para comarcas agrupadas em região metropolitana.

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