Você está na página 1de 8

1.

Intimação em Alienação Fiduciária de Imóveis e a


Averbação de Consolidação da Propriedade
A notificação de alienação fiduciária previsto no artigo 26 da Lei nº 9.514/97 tem
por finalidade intimar o devedor para pagar sua dívida ou, se persistir em mora,
possibilitar ao credor que consolide a propriedade do bem imóvel em seu nome.Após
a consolidação do bem imóvel em seu nome, para satisfazer o seu crédito, o credor
deverá alienar o bem em público leilão, seguindo o procedimento previsto no artigo 27
da Lei 9.514/97.

I- DOCUMENTOS PARA DAR ENTRADA NA


NOTIFICAÇÃO:

1) REQUERIMENTO
2) REPRESENTAÇÃO DO CREDOR
Ex: procuração e substabelecimentos, contrato ou estatuto social, ata de eleição da diretoria, etc.
2.1) O documento que confere poder ao subscritor do requerimento em nome do credor deve ser
apresentado no original, certidão ou cópia autenticada, deve outorgar poderes compatíveis com o
ato de cobrança de dívida, deve estar com prazo de validade e data de expedição compatíveis com a
data do requerimento.
3) PLANILHA COM A PROJEÇÃO MÍNIMA DE 30 DIAS DA DÍVIDA A SER COBRADA DO
DEVEDOR PELO CARTÓRIO (RUBRICADA OU ASSINADA PELO REPRESENTANTE DO
CREDOR). (MODELO ABAIXO)
OBS: Além do devedor fiduciante devem ser intimados os demais coobrigados: emitente
(ex.CCB), avalista (ex. CCB), terceiro garantidor proprietário.
A falta de intimação de todos os coobrigados pela dívida impede a emissão da “certidão de
não purgação da mora” e por conseguinte, prejudica o pleito da consolidação da propriedade
em nome do credor fiduciário.

II- PROCEDIMENTOS
Tratando-se de imóvel ainda matriculado no Serviço de Registro de Imóveis de Matinhos,
deverá ser requerida a abertura de matrícula nesta Serventia Registral, préviamente ou
concomitantemente com a tramitação deste procedimento, com todos os requisitos registrais,
além da apresentação da certidão da matrícula atualizada, visando a oportuna averbação da
consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário.

4) PRAZO DE CARÊNCIA
Verificar se o prazo de carência para expedição da intimação prevista no contrato está sendo
observada, eis que o credor somente pode iniciar o procedimento de constituição em mora se já
transcorreu tal prazo de carência (artigo 26, § 2º da Lei 9.514/97).
5) A NOTIFICAÇÃO É SEMPRE PESSOAL
5.1)Verificar se o(s) devedor(es) é (são) titular(es) de direito real do imóvel;
5.2) Cuidando-se de vários devedores e/ou coobrigados[*] (avalistas), ou cessionários, inclusive
cônjuges, necessária a promoção da intimação individual e pessoal de todos eles, contudo, em
havendo cláusula contratual pela qual os cônjuges, fiduciantes, devedores solidários, constituem-se
procuradores recíprocos, inclusive para receber intimações e notificações, a intimação pode ser feita
ao seu procurador ex vi do art. 26, § 3º, da Lei nº 9.514/97, que reza que a intimação, para
constituição em mora, será feita pessoalmente ao fiduciante, ou ao seu representante legal ou ao
procurador regularmente constituído.
5.3) Quando os devedores/coobrigados forem marido e mulher, pai ou mãe e filho, etc, deverão
ser protocoladas quantas notificações forem os devedores, endereçadas para cada um deles;
5.4) Na hipótese de falecimento do devedor, a intimação será feita:
a) ao inventariante (caso tenha havido abertura de inventário), devendo ser apresentadas a
certidão de óbito e o termo de compromisso de inventariante;
b) a todos os herdeiros e legatários do devedor (se não houver abertura de inventário), os quais
serão indicados pelo credor fiduciário. Neste caso, serão apresentadas a certidão de óbito e o
testamento, quando houver, ou declaração de inexistência de testamento.
5.5) Se houver emissão de CCI:
a) CARTULAR: a intimação deve ser promovida pelo possuidor da CCI (o emitente da CCI pode
declarar que ela não circulou);
b) ESCRITURAL: a intimação deve ser promovida pelo credor indicado pela instituição
custodiante mencionada na CCI.
5.6) As intimações de pessoas jurídicas serão feitas aos seus representantes legais, indicados pelo
credor fiduciário;

6) DÍVIDA (artigo 26, §1º da Lei 9.514/97)


Considera-se dívida as prestações vencidas e as que se vencerem até a data do pagamento, os
juros convencionais, as penalidades e os demais encargos contratuais, os encargos legais, inclusive
tributos, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de
intimação, sendo que:
a) Para a consecução dos fins da Lei 9.514/97 não é admitido o vencimento antecipado de toda
dívida.
b) A cobrança de qualquer penalidade deve estar prevista no contrato e deve ser declarada e
computada no valor total da dívida a ser cobrada. A serventia não pode fazer o calculo pelo credor.
c) A cobrança do valor do registro, do ITBI, Laudêmio ou outras taxas, feitos pelos credor para
possibilitar o procedimento deve estar previsto no contrato e deve ser comprovado
documentalmente para ser considerado dívida.
7) PRAZO PARA PAGAMENTO
A partir de sua intimação, o devedor tem o prazo de 15 dias (§1º, art. 26) para pagar a dívida.

8) FORMA DE PAGAMENTO DA DÍVIDA PELO DEVEDOR


O devedor deverá pagar a dívida diretamente na agência bancária da instituição financeira da
credora fiduciária ou no cartório (demais credores não integrantes do SFI).
8.1) Quando for o caso de pagamento em cartório, só será aceito em dinheiro ou cheque
administrativo, no exato valor do montante da dívida na data do pagamento, cujo recibo será
entregue ao fiduciante, com a quitação da dívida informada na planilha.
8.1.1) DA ENTREGA DO VALOR AO CREDOR
Se a dívida for paga, nos três dias subsequentes o oficial cientificará o credor para vir retirar os
valores na serventia. Para retirar o valor o representante do credor deverá estar munido do protocolo
da notificação original ou do oficio do cartório que cientificou-o do pagamento, de procuração do
credor e documento de identificação pessoal com foto.
9) DO NÃO PAGAMENTO DA DÍVIDA
Passado o prazo de 15 dias e não paga a dívida, será o credor cientificado pelo cartório sobre a
possibilidade de vir consolidar a propriedade em seu nome, mediante a emissão da “certidão de não
purgação da mora”.
Excepcionalmente, a critério do credor, este, por sua vez, concederá possibilidades de acordo em
sua sede, devendo requerer o cancelamento do procedimento de cobrança (notificação), se for o
caso de celebração de acordo.
10) DOS CASOS EM QUE HÁ NECESSIDADE DE PUBLICAR EDITAIS
Quando o fiduciante, ou seu cessionário, ou seu representante legal ou procurador encontrar-
se em local ignorado, incerto ou inacessível, o fato será certificado pelo serventuário encarregado
da diligência e informado ao oficial de Registro de Imóveis, que, à vista da certidão, promoverá a
intimação por edital publicado durante 3 (três) dias, pelo menos, em um dos jornais de maior
circulação local ou noutro de comarca de fácil acesso, se no local não houver imprensa diária,
contado o prazo para purgação da mora da data da última publicação do edital.
Não se considera em local ignorado, incerto ou inacessível o devedor que se furta em
receber a notificação, estando em local certo e conhecido.
Quando, por duas vezes, o oficial de registro de imóveis ou de registro de títulos e
documentos ou o serventuário por eles credenciado houver procurado o intimando em seu
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita motivada de ocultação,
intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil
imediato, retornará ao imóvel, a fim de efetuar a intimação, na hora que designar, aplicando-se
subsidiariamente o disposto nos arts. 252, 253 e 254 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil).

Após a publicação dos editais (comprovada pelo credor trazendo as vias do jornal ao cartório) o
procedimento corre o rito de uma notificação normal, aguardando-se o prazo de 15 dias para
pagamento ou não da dívida.
11) INTIMAÇÃO POR VIA JUDICIAL:
11.1) Na hipótese de o devedor, seu representante legal, ou procurador se ocultar de forma a não
permitir a intimação, essa circunstância será certificada a fim de que o credor fiduciário promova a
intimação pela via judicial. O procedimento extrajudicial será mantido vigente pelo prazo de 30
dias contados da data da ciência do credor fiduciário desta circunstância, findo o qual, e não
havendo manifestação do credor, será cancelado o protocolo.
11.2) A intimação judicial deverá conter os mesmos requisitos da intimação extrajudicial;
Os autos devem ser entregues à parte na forma do art. 872 do CPC “Feita a intimação, ordenará
o juiz que, pagas as custas, e decorridos 48 (quarenta e oito) horas, sejam os autos entregues à
parte independentemente de traslado”, para juntada no procedimento em curso no RI,
especialmente para fins de controle de purgação da mora;
No caso de não localização ou de ocultação do devedor, a publicação de editais e controle da
purgação da mora, dependerá de haver constado na certidão do Oficial de Justiça, na notificação
judicial, que o intimado foi procurado nos endereços fornecidos pelo credor fiduciário e no do
próprio objeto da alienação fiduciária, Se não constar tal informação, o Oficial de Registro deverá
elaborar nota de exigência, a fim de que o credor fiduciário promova nova notificação judicial.

III- DA CONSOLIDAÇÃO
12)- Assim sendo, nos termos do art. 26, §7º e art. 26-A, §1º, da Lei nº
9.514/97, a consolidação da propriedade em nome do credor fiduciário deverá
ser averbada dentro do prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, à vista da
prova pelo credor fiduciário, do pagamento do imposto de transmissão "inter
vivos" (ITBI) e, se for o caso, do laudêmio e a apresentação da Certidão de
Autorização de Transferência (CAT-SPU), além do Funrejus, e findo o qual,
havendo omissão destas providências, proceder-se-á ao arquivamento deste
procedimento e o cancelamento da prenotação, exigindo-se um novo
procedimento para a consolidação da propriedade fiduciária (IN nº 23, de
09/11/2018, CJ).

12.1) Insta observar que para os casos de financiamento habitacional, inclusive operações
do Minha Casa Minha Vida, instituído pela Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009, com
recursos advindos da integralização de cotas no Fundo de Arrendamento Residencial
(FAR), a consolidação da propriedade deverá ser averbada “trinta dias após a expiração do
prazo para purgação da mora”, nos termos da legislação de regência (IN nº 23, de
09/11/2018, CJ).

12.2) Uma vez consolidada a propriedade em nome do fiduciário, o mesmo, no prazo de


30 dias contados da referida averbação, deverá promover dois públicos leilões para a
alienação do imóvel;
12.3) Caso não ocorra a venda em leilão, hipóteses estas previstas nos parágrafos 1° e 5°
do artigo 27 da Lei 9.514/97, deverá o credor apresentar os autos de leilões negativos
expedidos pelo leiloeiro oficial, assim como prova de quitação fornecida ao devedor
fiduciante, requerendo a averbação da extinção da dívida.

Obs: O fiduciário não poderá dispor do bem antes de requerer a averbação da extinção da dívida.

EMOLUMENTOS E FUNREJUS

PROCEDIMENTO AVERBAÇÃO DA
(INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº CONSOLIDAÇÃO
17/2017)REVOGADO PELA IN 23/2018

Emolumentos: Tabela do Cível (base valor da Emolumentos: 50% item XIII-b, Tab XIII,
dívida vencida até R$ 121.787,56) e acima de R$ valor do imóvel ou avaliação do ITBI, o
121.787,56, 1% sobre o valor da dívida vencida, maior
limitado a R$ 1.826,81 (2018)

Não incide Funrejus (0,2% nem 25%) no procedimento, conforme entendimento Funrejus: 0,2% valor do imóvel
a partir de 17/04/18 - SEI 0017587-32.2018.8.16.6000

Não incide Funrejus na intimação feita diretamente pelo RI (desde 17/04/2018)

A PARTIR DE 12/11/2018, pela IN 23/2018 só


incide emolumentos em relação a INTIMAÇÃO
conforme III, Tab XIV (RTD), caso opte em utilizar
o RTD, nada mais incidindo, nem mesmo a
prenotação. Revogada pela IN 3/2019

A partir de 20/05/2019, pela IN 3/2019 incide


emolumentos pelo procedimento conforme item I,
1ª faixa, da Tabela IX.
IV- ANEXOS:

REQUERIMENTO (Notificação)

Intimação para: ___________________________________________ (nome do devedor)

Sra. Oficial,
Nos termos do §1° do Art. 26 da Lei 9514/97, em face da NÃO PURGAÇÃO de mora do devedor
fiduciante abaixo identificado, solicitamos que seja consolidada a propriedade do imóvel em nome
do(a) credor(a) __________________________________, solicitamos que seja providenciada a
intimação do devedor como segue:

FIDUCIANTE:
– Mutuário:
– CPF: RG:
– Estado Civil (se casado constar regime de bens e nome do cônjuge):
*ENDEREÇOS AUTORIZADOS PARA NOTIFICAÇÃO (em ordem de preferência):
– Residencial:
– Imóvel:
– Outros:
* favor constar todos os endereços conhecidos do devedor, a fim de obtermos sucesso na
intimação.

MATRÍCULA DO IMÓVEL OBJETO DA ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA:_______________


DADOS DO CONTRATO: n°___________________, formalizado em ___/___/_____

TOTAL DA DÍVIDA POSIÇÃO EM: ___/___/_____ – R$


NÚMERO DE PRESTAÇÕES EM ATRASO, VALORES E RESPECTIVOS
VENCIMENTOS:
Data vencimento N° Prestação Encargo Valor Total

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

xx/xx/xxxx R$ R$

TOTAL R$
Segue anexa planilha demonstrativa de evolução da dívida para a efetiva cobrança.
Atenciosamente,
____________________________________________
GERENTE:
CPF:
ATENÇÃO:1)- Se SFH = dispensado reconhecimento de firma. Outros financiamentos = reconhecer firma.2)-
Apresentar forma de representação. Consulte o cartório para verificar se quem assina pelo credor já tem
procuração arquivada na serventia.

*PLANILHA – deve conter a projeção do débito de, no mínimo, um mês.


PROJEÇÃO DE DÉBITO PARA FINS DA PURGA NO REGISTRO DE IMÓVEIS
DEVEDOR:____________________________________________________________
Data para o Recebimento Valor para Purga do Débito Data para o Recebimento Valor para Purga do Débito

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$
xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

xx/xx/xxxx R$ xx/xx/xxxx R$

Assinautura:__________________

REQUERIMENTO (Consolidação da Propriedade)

DEVEDOR FIDUCIANTE:
– Mutuário:
– CPF: RG:
– Estado Civil (se casado constar regime de bens e nome do cônjuge):

DADOS DO CONTRATO: n°___________________, formalizado em ___/___/_____


REGISTRO DO CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA sob R-** DA MATRÍCULA
nº **** do Registro de Imóveis de _________________.

Sra. Oficial,
Considerando que decorreu o prazo de que trata o §1° do Art. 26 da Lei nº
9.514/97, sem a purgação da mora e com base no §7º do Art. 26 da Lei nº 9.514/97,
solicitamos que seja promovida a consolidação da propriedade do imóvel em nome
do(a) credor(a) __________________________________, instruída com os seguintes
documentos:
 Guia do ITBI quitada e se for o caso, do laudêmio e a Certidão de Autorização
de Transferência (CAT-SPU);
 Funrejus (0,2%) quitada;

Atenciosamente,
____________________________________________
GERENTE:
CPF:
ATENÇÃO:1)- reconhecer firma.2)- Apresentar forma de representação. Consulte o cartório para verificar se quem
assina pelo credor já tem procuração arquivada na serventia.

Observação:
[*] Embora a Lei mencione apenas o fiduciante no artigo 26, há jurisprudência do STJ
que faz menção à necessidade de notificar tanto o devedor quanto o fiduciante,
entendendo o Colendo Sodalício que o termo deve ser interpretado de modo
abrangente - abarcando, portanto, tanto o mutuário quanto o garantidor.
“ALIENAÇÃO FIDUCIARIA EM GARANTIA. BUSCA E APREENSÃO. COMPROVAÇÃO DA
MORA. ALIENANTE E MUTUARIO. EXEGESE DOS ARTS. 2., PARAGRAFO 2., E 3. DO DL N.
911/69.
I - NO MUTUO GARANTIDO POR ALIENAÇÃO FIDUCIARIA, O MUTUARIO NEM SEMPRE E O
ALIENANTE DEPOSITARIO. EM CASOS TAIS, IMPÕE-SE AO CREDOR, QUE DESEJA
AJUIZAR AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO, A COMPROVAÇÃO DA MORA TAMBEM EM
RELAÇÃO AO GARANTE.
II - O VOCABULO "DEVEDOR" EMPREGADO NO DL 911/69 DEVE SER INTERPRETADO
EXTENSIVAMENTE NO SENTIDO DE ABRANGER O TERCEIRO QUE SE DISPONHA,
ALIENANDO FIDUCIARIAMENTE COISA PROPRIA, A GARANTIR DEBITO DE OUTREM.
III - O ESCOPO DA LEI, AO EXIGIR A COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL DA MORA PARA O
AFORAMENTO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO, E ESSENCIALMENTE PREVENIR QUE
O ALIENANTE VENHA A SER SURPREENDIDO COM A SUBTRAÇÃO REPENTINA DOS BENS
DADOS EM GARANTIA SEM, ANTES, INEQUIVOCAMENTE CIENTIFICADO, TER
OPORTUNIDADE DE, DESEJANDO, SALDAR A DIVIDA GARANTIDA E, ASSIM, RETOMAR-
LHES A PROPRIEDADE PLENA.”
(REsp 16.242/SP, Rel. MIN. SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em
31/08/1992, DJ 21/09/1992, p. 15695)

Ademais, sendo o avalista coobrigado solidário pela dívida, a falta de


sua intimação pode ensejar na arguição de nulidade da consolidação da propriedade,
já que não foi oportunizado o direito a que alude o art. 31, da Lei nº 9.514/97:
“Art. 31. O fiador ou terceiro interessado que pagar a dívida ficará sub-rogado, de
pleno direito, no crédito e na propriedade fiduciária. (incluído pela Lei nº 12.810, de
2013)
Parágrafo único. ...”

Ressalta-se que a falta de intimação de todos os coobrigados pela


dívida impede a emissão da “certidão de não purgação da mora” e
por conseguinte, prejudica o pleito da consolidação da propriedade
em nome do credor fiduciário.

Caso Vossa Senhoria não concorde com a intimação do avalista, podemos dar andamento ao
processo de intimação desde que nos apresente requerimento expresso, nos seguintes
termos:

“Solicito que seja dispensada a intimação do(s) coobrigado(s)


avalista(s) que figura(m) no presente contrato de alienação fiduciária
de imóvel de matrícula nº xxxx e declaro que assumo inteira
responsabilidade em caso de ser arguida a nulidade da consolidação
realizada sem essa intimação.”

IMPORTANTE
A presente listagem não é definitiva, servindo apenas como referência, pois dependendo da análise da
documentação e a situação jurídica dos registros, poderá ser necessária complementação,
esclarecimentos ou prévio registro de outro tipo de ato.

Você também pode gostar