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(ASPECTOS PROCESSUAIS)
3. Purgação da Mora
5. Dação em pagamento
Art. 26, § 8o O fiduciante pode, com a anuência do fiduciário, dar
seu direito eventual ao imóvel em pagamento da dívida,
dispensados os procedimentos previstos no art. 27. (Incluído pela
Lei nº 10.931, de 2004)
6. Leilão
Art. 27. Uma vez consolidada a propriedade em seu nome, o
fiduciário, no prazo de trinta dias, contados da data do registro de
que trata o § 7º do artigo anterior, promoverá público leilão para a
alienação do imóvel.
- Recurso a ser julgado pelo STF alega que a permissão para que o credor execute o patrimônio
sem a participação do Judiciário viola os princípios do devido processo legal, da
inafastabilidade da jurisdição, da ampla defesa e do contraditório.
- Caso: Disputa entre devedor de São Paulo e a Caixa Econômica Federal. O TRF-3
entendeu que a execução extrajudicial de título com cláusula de alienação fiduciária com
garantia não viola as normas constitucionais, devendo ser apreciado pelo Judiciário
apenas se o devedor considerar necessário. Segundo o acórdão, o regime de satisfação da
obrigação previsto na Lei 9.514/1997 é diferente dos contratos firmados com garantia
hipotecária, pois estabelece que, em caso de descumprimento contratual e decorrido o
prazo para quitar a dívida, a propriedade do imóvel é consolidada em nome da credora
fiduciária.
- No recurso ao STF, o recorrente (devedor) alega que a permissão para que o credor
execute o patrimônio sem a participação do Judiciário viola os princípios do devido
processo legal, da inafastabilidade da jurisdição, da ampla defesa e do contraditório,
representando uma forma de autotutela “repudiada pelo Estado Democrático de Direito”.
Sustenta a inconstitucionalidade da execução extrajudicial.
9. Reintegração de Posse
OBS2:
OBS3: Reintegração como meio do credor fiduciário retomar o bem antes do leilão.
Requisito: consolidação da propriedade
- O CDC ao mesmo tempo pode ser lei especial, quando tutela o consumidor, ou lei geral,
quando, por exemplo, prevê que os princípios da boa-fé e do equilíbrio sempre regerão
toda e qualquer relação jurídica, sem discriminar espécies de contrato.
- Com relação a Lei 4591/64 o CDC é Lei Geral. Com isso, nos aspectos específicos do
contrato de alienação fiduciária de imóveis, prevalece a Lei 4591/64. No que tange a
aplicação dos princípios gerais do contrato, o CDC deve ser aplicado, regulando a boa-
fé, função social e o equilíbrio nessas relações.
- Luis Roldão de Freitas: "A despeito do imóvel ser caracterizado como produto no art.
3º, p. 1º do CDC, sua incorporação e construção envolvem outros setores da economia,
convindo remanesçam disciplinados os respectivos contratos pela Lei 4591/64, ainda que
com a acolhida de preceitos do CDC".
13.3. Art. 53 do CDC X Art. 27, p. 4º da Lei 9514/97: Prevalência do art. 27, p. 4º, L.
9514/97 na disciplina da resolução da alienação fiduciária
Art. 27, § 4º, L. 9514/97 - Nos cinco dias que se seguirem à venda
do imóvel no leilão, o credor entregará ao devedor a
importância que sobejar, considerando-se nela compreendido o
valor da indenização de benfeitorias, depois de deduzidos os
valores da dívida e das despesas e encargos de que tratam os §§ 2º
e 3º, fato esse que importará em recíproca quitação, não se
aplicando o disposto na parte final do art. 516 do Código Civil.
- Como se trata de contrato de mútuo, após o leilão, o credor só poderá reter a importância
correspondente ao seu crédito mais as despesas, sendo vedado se apropriar da quantia que
exceder esse valor.
- O art. 27, L. 9514/97 está de acordo com a estrutura e função do contrato de mútuo,
por isso, não é abusivo exigir que o consumidor devolva o que pegou emprestado do
credor.
13.4. STJ: A corte afirma que não há violação do art. 53 do CDC, por parte do art.
27 da Lei 9514/97. Aplicação do artigo 27 da Lei 9514/97.
OBS1: Existem decisões nos tribunais estaduais que adotam o sistema de resolução
contratual do CC/02 (art. 475) e do CDC às alienações fiduciárias (contrariando
posicionamento já pacificado no STJ), aplicando, inclusive, a Súmula 543 do STJ. Essa
súmula deve ser aplicada apenas na resolução das promessas de compra e venda, e não à
alienação fiduciária, uma vez que, como já exposto e definido pelo STJ, segue a legislação
especial. Lembrar que a alienação fiduciária aplicada à atividade de incorporação
imobiliária, só é admitida após a extinção da promessa de compra e venda, que ocorre no
momento de entrega das chaves.
- Essa compra e venda de coisa futura contempla não apenas os elementos tradicionais da
compra e venda, mas também a própria entrega da coisa. Nesse caso, pode ocorrer
inadimplemento do incorporador, quando no prazo convencionado para execução e
entrega da obra, descumprir tal obrigação.
- Art. 17, L 9514/97: Atribui à Garantia Fiduciária, natureza de direito real, incluindo essa
garantia no rol das demais garantias reais imobiliárias: (i) hipoteca; (ii) caução de direitos
aquisitivos sobre imóveis; e (iii) anticrese.
- Código de Processo Civil: No que tange a cobrança de qualquer crédito, com ou sem
garantia, prevê que se o produto da venda, não for suficiente para quitar a dívida, a
execução deve prosseguir até que alcance a satisfação do crédito.
- De forma contrária ao CPC, a Lei 9514/97 instituiu regra especial, impedindo a excussão
de outros bens do devedor, caso na excussão do bem dado em garantia, não se alcance o
valor da dívida.
- Reforçando esse entendimento o Art. 24, VI da Lei 9514/97 permite que as partes
convencionem o valor de venda para o 1º leilão.
- Após a venda o credor deve entregar ao devedor o que exceder ao valor da dívida (Art.
27, p. 4º). Se o imóvel não for vendido no 1º leilão, o 2º leilão será realizado pelo valor
da dívida, encargos e despesas (Art. 27, p. 5º):
. Permite a quitação. Desta forma, a execução não continua com relação aos
demais bens do devedor (diferente da alienação fiduciária de bens móveis,
hipoteca, etc).
- A excussão do bem pode ser feita de forma extrajudicial nos termos da Lei 9514/97,
como exposto anteriormente e já definido pelo STJ.
15. Adimplemento Substancial e Alienação Fiduciária de bens imóveis