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Feita a distribuição, sabendo-se a secção e o juiz da causa, a petição inicial é remetida à secção
em que o processo vai correr.
2. R: Uma questão jurídica relevante é a forma da citação de Carlos Calado pelo tribunal.
Segundo o artigo 227 do Código de Processo Civil, a citação é o acto pelo qual se dá
conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele uma acção e se chama ao processo para se
defender. A citação deve ser feita pessoalmente ao réu ou ao seu representante legal, mediante
entrega de uma cópia da petição inicial e do despacho que a admitiu, conforme o artigo 228 do
mesmo código. No caso, não se sabe se Carlos Calado recebeu pessoalmente a cópia da petição
inicial e do despacho, ou se apenas foi informado verbalmente pelo oficial de justiça. Se não
houve a entrega dos documentos referidos, a citação pode ser considerada nula, conforme o
artigo 195 do Código de Processo Civil.
Outra questão jurídica relevante é o prazo da contestação apresentada pelo advogado de Carlos
Calado. Segundo o artigo 484 do Código de Processo Civil, nas acções sob a forma sumária, o
réu deve apresentar a contestação no prazo de 10 dias após a citação. No caso, Carlos Calado foi
citado no dia 15 de Outubro e apresentou a contestação no dia 20 do mesmo mês, logo respeitou
o prazo legal. Porém, se na contestação ele tiver invocado alguma excepção dilatória (como
incompetência do tribunal, ilegitimidade das partes, litispendência, etc.), o prazo para contestar
seria de 20 dias, conforme o artigo 485 do mesmo código. Nesse caso, a contestação seria
extemporânea e o réu seria considerado revel, conforme o artigo 486 do Código de Processo
Civil.
Outra questão jurídica relevante é a forma da citação de Belmiro Simango pelo tribunal.
Segundo o artigo 227 do Código de Processo Civil, a citação é o acto pelo qual se dá
conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele uma acção e se chama ao processo para se
defender. A citação deve ser feita pessoalmente ao réu ou ao seu representante legal, mediante
entrega de uma cópia da petição inicial e do despacho que a admitiu, conforme o artigo 228 do
mesmo código. No caso, Belmiro Simango recebeu apenas uma nota que o informava da
existência da acção, sem a entrega dos documentos referidos. Isso pode configurar uma nulidade
da citação, conforme o artigo 195 do Código de Processo Civil, que pode ser arguida pelo réu até
à contestação ou até ao trânsito em julgado da sentença, conforme o artigo 196 do mesmo
código.
Uma terceira questão jurídica relevante é a reconvenção apresentada por Belmiro Simango na
sua contestação. Segundo o artigo 266 do Código de Processo Civil, a reconvenção é o pedido
formulado pelo réu contra o autor no mesmo processo em que este demanda. A reconvenção
deve ser apresentada na contestação e deve ter conexão com a causa de pedir ou com o pedido
formulado pelo autor, conforme os artigos 267 e 268 do mesmo código. No caso, Belmiro
Simango pede na sua contestação que Manuel Abelardo seja condenado a pagar-lhe uma quantia
superior à que lhe é exigida. Isso pode configurar uma reconvenção, desde que haja conexão
entre os pedidos das partes e que sejam observados os requisitos legais para a sua
admissibilidade.
4. R: EXMO. SENHOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE
MAPUTO
Contra
No dia 1 de Março de 2021, o Autor e o Réu celebraram um contrato de mútuo, pelo qual o
Autor emprestou ao Réu a quantia de 190.000,00 Mts (cento e noventa mil meticais), ficando
este obrigado a restituir o mesmo montante ao Autor no prazo de seis meses, com juros à taxa
legal.
Para garantir o cumprimento da sua obrigação, o Réu assinou uma declaração de confissão de
dívida, na qual reconheceu expressamente o valor emprestado pelo Autor e a data do vencimento
do prazo para o pagamento.
A referida declaração foi reconhecida pelo notário do Cartório Notarial da Cidade de Maputo e
encontra-se junta aos autos como documento nº 1.
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O prazo para o pagamento da dívida venceu no dia 1 de Setembro de 2021, sem que o Réu
tivesse cumprido a sua obrigação.
O Autor interpelou o Réu por carta registada com aviso de recepção, datada de 10 de Setembro
de 2021 e recebida pelo Réu no dia 15 do mesmo mês, exigindo-lhe o pagamento imediato da
dívida acrescida dos juros vencidos e vincendos até à data do efectivo pagamento.
O Réu não atendeu à interpelação do Autor e manteve-se em mora até à presente data.
Em face do exposto, o Autor tem direito a exigir do Réu o pagamento da quantia emprestada,
acrescida dos juros legais desde a data do vencimento até à data do efectivo pagamento, bem
como das despesas judiciais e extrajudiciais que teve que suportar para obter o seu crédito.
Nestes termos,
a) Deve o Réu ser condenado a pagar ao Autor a quantia de 190.000,00 Mts (cento e noventa mil
meticais), acrescida dos juros legais desde o dia 1 de Setembro de 2021 até à data do efectivo
pagamento;
b) Deve o Réu ser condenado a pagar ao Autor as despesas judiciais e extrajudiciais que este teve
que suportar para obter o seu crédito;
Protesta provar os factos alegados por todos os meios legais admitidos em direito,
designadamente por documentos, testemunhas e perícia.
Dá-se à causa o valor de 190.000,00 Mts (cento e noventa mil meticais).
Pede deferimento.
O Advogado,
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