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TESTE DE AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL

CIVIL II- UNIDADE-IV

Nome do aluno: Mogente Inácio Tomocene Nº 18-265 Contacto:

Província de Nampula Curso de Direito

Semestre: I Ano: V Data: 01 de Julho de 2023

Classificação________________ ( ) valores

Assinatura do prof.__________________

ESPAÇO RESERVADO AO COMENTÁRIO DO DOCENTE


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1. R: Depois de feita a distribuição, sabendo-se a secção e o juiz da causa, a petição inicial é
remetida à secção em que o processo vai correr para que seja autuada com os documentos que a
acompanham. Autuada a petição inicial e depois de pago o preparo inicial, o processo é concluso
ao juiz, para proferir o despacho que, consoante as circunstâncias, pode tomar as atitudes
seguintes: indeferir liminarmente a petição; convidar o autor a completar ou corrigir a petição
inicial; mandar arquivar o processo ou, ordenar a citação do réu.

Feita a distribuição, sabendo-se a secção e o juiz da causa, a petição inicial é remetida à secção
em que o processo vai correr.

2. R: Uma questão jurídica relevante é a forma da citação de Carlos Calado pelo tribunal.
Segundo o artigo 227 do Código de Processo Civil, a citação é o acto pelo qual se dá
conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele uma acção e se chama ao processo para se
defender. A citação deve ser feita pessoalmente ao réu ou ao seu representante legal, mediante
entrega de uma cópia da petição inicial e do despacho que a admitiu, conforme o artigo 228 do
mesmo código. No caso, não se sabe se Carlos Calado recebeu pessoalmente a cópia da petição
inicial e do despacho, ou se apenas foi informado verbalmente pelo oficial de justiça. Se não
houve a entrega dos documentos referidos, a citação pode ser considerada nula, conforme o
artigo 195 do Código de Processo Civil.

Outra questão jurídica relevante é o prazo da contestação apresentada pelo advogado de Carlos
Calado. Segundo o artigo 484 do Código de Processo Civil, nas acções sob a forma sumária, o
réu deve apresentar a contestação no prazo de 10 dias após a citação. No caso, Carlos Calado foi
citado no dia 15 de Outubro e apresentou a contestação no dia 20 do mesmo mês, logo respeitou
o prazo legal. Porém, se na contestação ele tiver invocado alguma excepção dilatória (como
incompetência do tribunal, ilegitimidade das partes, litispendência, etc.), o prazo para contestar
seria de 20 dias, conforme o artigo 485 do mesmo código. Nesse caso, a contestação seria
extemporânea e o réu seria considerado revel, conforme o artigo 486 do Código de Processo
Civil.

3. R: Uma questão jurídica relevante é a natureza e os efeitos da declaração de confissão de


dívida apresentada por Manuel Abelardo como fundamento da sua acção. Segundo o artigo 458
do Código Civil de Moçambique, a confissão é o reconhecimento que uma pessoa faz da
existência de um facto que lhe é desfavorável e favorável à outra parte. A confissão pode ser
judicial ou extrajudicial, conforme seja feita em juízo ou fora dele. No caso, a declaração de
Belmiro Simango é uma confissão extrajudicial, que pode ser feita por escrito ou oralmente,
conforme o artigo 459 do mesmo código. A confissão extrajudicial escrita tem o valor de
documento particular e pode servir como título executivo, desde que esteja reconhecida pelo
notário ou pelo tribunal, conforme o artigo 46 do Código de Processo Civil. No caso, a
declaração de Belmiro Simango não foi reconhecida, logo não tem valor de título executivo e
não pode servir como fundamento para uma acção executiva. Porém, ela pode servir como meio
de prova para uma acção declarativa, desde que seja confirmada pelo próprio confitente ou por
outros meios de prova, conforme o artigo 462 do Código Civil.

Outra questão jurídica relevante é a forma da citação de Belmiro Simango pelo tribunal.
Segundo o artigo 227 do Código de Processo Civil, a citação é o acto pelo qual se dá
conhecimento ao réu de que foi proposta contra ele uma acção e se chama ao processo para se
defender. A citação deve ser feita pessoalmente ao réu ou ao seu representante legal, mediante
entrega de uma cópia da petição inicial e do despacho que a admitiu, conforme o artigo 228 do
mesmo código. No caso, Belmiro Simango recebeu apenas uma nota que o informava da
existência da acção, sem a entrega dos documentos referidos. Isso pode configurar uma nulidade
da citação, conforme o artigo 195 do Código de Processo Civil, que pode ser arguida pelo réu até
à contestação ou até ao trânsito em julgado da sentença, conforme o artigo 196 do mesmo
código.

Uma terceira questão jurídica relevante é a reconvenção apresentada por Belmiro Simango na
sua contestação. Segundo o artigo 266 do Código de Processo Civil, a reconvenção é o pedido
formulado pelo réu contra o autor no mesmo processo em que este demanda. A reconvenção
deve ser apresentada na contestação e deve ter conexão com a causa de pedir ou com o pedido
formulado pelo autor, conforme os artigos 267 e 268 do mesmo código. No caso, Belmiro
Simango pede na sua contestação que Manuel Abelardo seja condenado a pagar-lhe uma quantia
superior à que lhe é exigida. Isso pode configurar uma reconvenção, desde que haja conexão
entre os pedidos das partes e que sejam observados os requisitos legais para a sua
admissibilidade.
4. R: EXMO. SENHOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE
MAPUTO

António, moçambicano, maior de 30 anos de idade, solteiro, comerciante, residente na Avenida


25 de Setembro, nº 123, na Cidade de Maputo, portador do BI nº 123456789M, emitido em 10 de
Janeiro de 2020 pelo Arquivo de Identificação da Cidade de Maputo, vem propor,

ACÇÃO DECLARATIVA DE CONDENAÇÃO

Contra

Belmiro, moçambicano, maior de 35 anos de idade, casado, funcionário público, residente na


Rua da Paz, nº 456, na Cidade de Maputo, portador do BI nº 987654321M, emitido em 20 de
Fevereiro de 2019 pelo Arquivo de Identificação da Cidade de Maputo,

Pelos factos e fundamentos que a seguir expõe:

No dia 1 de Março de 2021, o Autor e o Réu celebraram um contrato de mútuo, pelo qual o
Autor emprestou ao Réu a quantia de 190.000,00 Mts (cento e noventa mil meticais), ficando
este obrigado a restituir o mesmo montante ao Autor no prazo de seis meses, com juros à taxa
legal.

Para garantir o cumprimento da sua obrigação, o Réu assinou uma declaração de confissão de
dívida, na qual reconheceu expressamente o valor emprestado pelo Autor e a data do vencimento
do prazo para o pagamento.

A referida declaração foi reconhecida pelo notário do Cartório Notarial da Cidade de Maputo e
encontra-se junta aos autos como documento nº 1.

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O prazo para o pagamento da dívida venceu no dia 1 de Setembro de 2021, sem que o Réu
tivesse cumprido a sua obrigação.

O Autor interpelou o Réu por carta registada com aviso de recepção, datada de 10 de Setembro
de 2021 e recebida pelo Réu no dia 15 do mesmo mês, exigindo-lhe o pagamento imediato da
dívida acrescida dos juros vencidos e vincendos até à data do efectivo pagamento.

A referida carta encontra-se junta aos autos como documento nº 2.

O Réu não atendeu à interpelação do Autor e manteve-se em mora até à presente data.

Em face do exposto, o Autor tem direito a exigir do Réu o pagamento da quantia emprestada,
acrescida dos juros legais desde a data do vencimento até à data do efectivo pagamento, bem
como das despesas judiciais e extrajudiciais que teve que suportar para obter o seu crédito.

Nestes termos,

Deve a presente acção ser julgada procedente por provada e, em consequência,

a) Deve o Réu ser condenado a pagar ao Autor a quantia de 190.000,00 Mts (cento e noventa mil
meticais), acrescida dos juros legais desde o dia 1 de Setembro de 2021 até à data do efectivo
pagamento;

b) Deve o Réu ser condenado a pagar ao Autor as despesas judiciais e extrajudiciais que este teve
que suportar para obter o seu crédito;

c) Deve o Réu ser condenado nas custas judiciais.

Protesta provar os factos alegados por todos os meios legais admitidos em direito,
designadamente por documentos, testemunhas e perícia.
Dá-se à causa o valor de 190.000,00 Mts (cento e noventa mil meticais).

Pede deferimento.

Maputo, 1 de Outubro de 2021

O Advogado,

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