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DOS RECURSOS
APONTAMENTOS
DOS RECURSOS
Em Geral
1. Noções Gerais
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Guia..., cit. pág. 104
3
Quanto à questão da conformidade dos condicionalismos à recorribilidade das decisões com a
Constituição, vide CARDONA FERREIRA, que sublinha não estarmos perante uma questão fechada mesmo
em termos de jure constituto. Guia..., cit. págs 121 e segs
4
Por todos, vide Acórdão nº 328/2012, de 27 de Julho, 2012, DR, 2º série de 16 de novembro de 2012.
5
Idem
6
Como sublinham GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, na sua Constituição Anotada, 4ª Edição, Vol I,
Coimbra Editora, pág. 418, “Não existe, porém, um preceito constitucional a consagrar a “ dupla
instância” ou o duplo grau de jurisdição em termos gerais...Todavia, o recurso das decisões judiciáis que
afectem direitos fundamentais, designadamente direitos, liberdades e garantias, mesmo fora do âmbito
penal, pode apresentar-se como garantia imprescindível desses direitos. Em todo caso, embora o
legislador disponha de liberdade de conformação quanto à regulação dos requisitos e graus de recurso, ele
não pode regulá-lo de forma discriminatória, nem limitá-lo de forma excessiva.”. Em sentido semelhante,
JORGE MIRANDA e RUI MEDEIROS, escrevem, em anotação ao art.º 20.º da CRP o seguinte: As limitações
ou restrições ao direito de recurso, estão, por isso, sujeitas aos limites constitucionais gerais e, de modo
especial, aos princípios da igualdade e da proporcionalidade, pelo que as diferenciações legais não podem
ser arbitrárias e as medidas restritivas do direito de recorrer não devem ser excessivas.”. Constituição
Portuguesa Anotada, Tomo I, Coimbra Editora, 2005, pág. 202.
7
MIGUEL TEIXEIRA DE SOUSA, Estudos Sobre o Novo Provesso Civil, 2º Edição, Lex, Lisboa, 1997,
pág.372
8
Idem págs 372-373
9
Como sublinha CARDONA FERREIRA, o recurso extraordinário de revisão é, “ genericamente, um “misto”
de recurso e de acção, o que se reflecte, nas fases rescindente e rescisória.” Guia…, cit. pág. 343.
10
As reclamações têm em comum com os recursos extraordinários a circunstância de serem meios de
impugnação de decisões judiciais dirigidas ao tribunal que as proferiu. Distingue-os o facto de os recursos
extraordinários terem como condição o trânsito em julgado da decisão.
Exemplo: “A” propõe uma acção contra “B” pedindo que este seja
condenado a entregar-lhe o automóvel x. “B” sem qualquer reserva
entrega, após a sentença, o automóvel a A – não pode deixar de se
entender que renunciou ao recurso.
Os recursos mistos são aqueles em que tal como ocorre acontece nas
reclamações, o juiz pode alterar a decisão recorrida.
natureza dos recursos. A apelação cabia, por regra, das decisões que
conheciam do mérito da causa ao passo que o agravo se apresentava como
o recurso adequado às demais decisões, designadamente de decisões sobre
pressupostos processuais. A diferença dos efeitos dos dois tipos de
decisões, explicava, e a nosso ver justificava, a desigualdade dos regimes.
(i) Art.º 662.º, n.º 2, al. c). A Relação pode anular, mesmo
oficiosamente, a decisão proferida em 1ª instância, quando,
não constando do processo todos os elementos que permitam a
11
Sobre esta classificação, vide com muito interesse o texto do Desembargador António Abrantes
Geraldes, “ Cassação ou Substituição? Livre Escolha ou Determinismo Legislativo” in As recentes
Reformas na Acção Executiva …, ob. cit. págs. 163 e segs
10
(ii) Art.º 662.º, n.º 2, al. d) . O tribunal de recurso (ad quem) pode
mandar baixar os autos, para que o tribunal de 1ª instância
fundamente a decisão proferida sobre algum facto essencial
para o julgamento da causa.
11
2.1 Generalidades
2.2. O Tribunal
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Assim, entre outros, FERNANDO AMÂNCIO FERREIRA, Manual dos Recursos em Processo Civil, 8ª Edição,
Almedina, pág. 85.
13
Idem págs 85-86.
14
Ibidem
12
- Tribunais da Relação
13
- Tribunais de 1ª instância
14
Quid iuris se, por exemplo, for interposto um recurso de uma decisão
de um tribunal da comarca de Lisboa, dirigindo-se o mesmo para o
Supremo Tribunal de Justiça, ou para a Relação de Coimbra.
2.3 As Partes
Por parte vencida deve entender-se a parte que podia obter uma
decisão mais favorável face às pretensões formuladas. Não basta atentar
na sucumbência (diferença entre a pretensão formulada pelo próprio e a
decisão), importa considerar ambas pretensões.
O réu ainda que julgado à revelia (i.e sem deduzir qualquer pretensão
de absolvição) pode recorrer se a decisão proferida lhe podia ser mais
favorável face à pretensão formulada (pelo autor).
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2.4.1 Admissibilidade
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Valor da acção
Exemplo:
“ A intenta contra “B” acção declarativa pedindo a condenação do
réu no pagamento de € 10.000,00. “ B” é condenado a pagar € 8.000,00.
18
16
Assim, entre outros, Abrantes Geraldes, Recursos No Novo Código de Processo Civil, Almedina, 2013,
pág. 40.
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Natureza da decisão
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Delimitação objectiva
A regra geral está prevista no art. 635.º, n.º 2, onde se estatui que se a
parte dispositiva, contiver decisões distintas é lícito restringir o recurso a
qualquer delas desde que o recorrente assim o especifique no requerimento
de interposição.
Na falta de especificação, o recurso abrange tudo o que na parte
dispositiva for desfavorável ao recorrente, a menos que o contrário resulte
das conclusões apresentadas pelo recorrente no fim das suas alegações
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Delimitação subjectiva
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3. Interposição do recurso
E,
conter, obrigatoriamente, a alegação do recorrente, em cujas
conclusões deve ser indicado, o fundamento específico de
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639.º). Note-se que em caso de falta de conclusões não pode haver lugar à
prolação de despacho convite, mas sim ao indeferimento do requerimento
de interposição de recurso ( art.º 641.º, nº 2 al. b).
18
Vide a propósito o Acórdão do STJ de 18-06-2013, processo nº 483/08.0TBLNH.L1.S1 (GARCIA
CALEJO), assim sumariado: “ I - O recorrente deve terminar as suas alegações de recurso com conclusões
sintéticas (onde indicará os fundamentos por que pede a alteração ou anulação da decisão recorrida).II -
Essas conclusões devem ser idóneas para delimitar de forma clara, inteligível e concludente o objecto do
recurso, permitindo apreender as questões de facto ou de direito que o recorrente pretende suscitar na
impugnação que deduz e que o tribunal superior cumpre solucionar. III - Não devem valer como
conclusões arrazoadas longas e confusas em que se não discriminam com facilidade as questões
invocadas. IV - No caso, o recorrente não reduziu a complexidade nem a inteligibilidade das alegações.
Além disso, em grande parte das chamadas conclusões, introduz matéria não referenciada no corpo das
alegações, o que significa que essas apeladas conclusões extravasam a matéria do alegado. V - Porque o
recorrente não cumpriu o ónus que lhe é imposto pelo dito art. 685.º-A, n.º 1, do CPC (apresentar
conclusões sintéticas), o douto acórdão recorrido merece confirmação.”
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De rejeição
De admissão
Convite ao aperfeiçoamento
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Para além do efeito devolutivo o recurso pode ter (ou não) efeito
suspensivo, pode suspender quer a marcha do processo, quer a eficácia da
decisão recorrida.
Se ao efeito devolutivo não acrescer o suspensivo – diz-se que o
recurso tem efeito meramente devolutivo.
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II
Dos recursos em especial
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Exemplos:
Exemplos
Exemplo:
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recurso interposto da decisão final ou em recurso único, interposto depois do trânsito daquela decisão
final. 2. Casos há, porém, em que se continua a admitir o recurso autónomo dessas decisões, como
acontece com o recurso das decisões cuja impugnação com o recurso da decisão final seria absolutamente
inútil (art. 691.º nº 2, alínea m), CPC). 3. Perante o disposto na alínea f) do n.º 2, do artigo 691.º, CPC,
passa a ser residual a possibilidade de haver absoluta inutilidade com a impugnação apenas no recurso da
decisão final. 4. O requisito da absoluta inutilidade deve continuar a significar que a falta de autonomia
do recurso interlocutório deverá traduzir-se num resultado irreversível quanto a esse recurso, não
bastando uma mera inutilização de actos processuais, ainda que contrária ao princípio da economia
processual. (Sumário do Relator)”. Pretende evitar-se que a impugnação para momento posterior tenha
como consequência que a procedência do recurso já não acarrete qualquer vantagem. Assim poderá
suceder, por exemplo, quanto à decisão que indefira um pedido de suspensão da instância.
23
No sentido de que se trata duma solução desastrada resultante do sistema monista (eliminação do
agravo) vide FERNANDO AMÂNCIO FERREIRA in Manual…, cit. pág. 186
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Desembargador Sousa Lameira). A partir destes princípios passaremos a analisar a situação concreta.
De acordo com a fundamentação da decisão, o tribunal formou a sua convicção para responder
aos artigos em causa e objecto da presente impugnação nos depoimentos das testemunhas e no
depoimento do réu.
Depois de analisados todos os depoimentos prestados em audiência de discussão e julgamento e
que se encontram gravados em suporte digital, consideramos não existirem razões para alterar a decisão
sobre a matéria de facto. O depoimento da testemunha “E”, casada com o autor, com um interesse, ainda
que não do ponto de vista processual, semelhante ao dos réus, não pode ser valorado de forma isolada,
pelo que o mesmo perante os demais depoimentos e perante os documentos (cheques a que se referem os
autor) não justifica a alteração da decisão de facto. Com efeito, os depoimentos juntamente com os
cheques juntos aos autos valorados no seu conjunto revelam que a decisão quanto às respostas dadas aos
artigos e questionadas nos autos foi a adequada. O depoimento do réu, ainda que não contendo matéria
confessória, revela-se em consonância com o depoimento produzido pela testemunha “F” e com os
documentos dos autos. No que respeita ao relatório pericial o mesmo não justifica qualquer alteração à
decisão sobre a matéria de facto, porquanto se trata de um relatório inconclusivo, na medida em que as
conclusões de “pode não ter sido”, “pode ter sido” e “provável”, não permitem extrair com segurança se
as assinaturas em causa foram ou não escrita pela pessoa a quem são imputadas. Tal significa que o
relatório isoladamente não permite concluir por uma ou outra versão dos factos, sem recurso aos demais
meios de prova produzidos nos autos. Consideramos, assim, que a decisão da matéria de facto valorizou
devidamente os depoimentos prestados em audiência de julgamento, juntamente com os documentos em
que fundamentou tal decisão. Por tal razão, a decisão sobre a matéria de facto não merece censura. Cabe
referir, por último, que os depoimentos não têm que ser produzidos de forma mecânica e automática e não
têm que descrever o conteúdo exacto dos factos alegados, apenas têm que permitir dos mesmos extrair a
factualidade dada como provada, ainda que se utilizando expressões diversas. Importa recordar que a
gravação sonora não permite captar todos os elementos que influenciaram a decisão do julgador.
Na verdade, as testemunhas por vezes têm reacções e comportamentos que apenas podem ser
percepcionados e valorados por quem os presencia, não sendo possível ao Tribunal da Relação através da
gravação (ou transcrição) reapreciar o processo como o julgador formulou a sua convicção.
“Há, na verdade, uma profunda diferença entre a posição do Juiz que, dirigindo a audiência,
assiste à prestação dos depoimentos, ouvindo o que as testemunhas dizem e vendo como se comportam
enquanto ouvem as perguntas que lhes são feitas e a elas respondem, e a outra, bem diversa, daquele que
apenas tem perante si a transcrição, nas alegações, do teor dos depoimentos e a possibilidade de ouvir as
respectivas gravações sonoras” (cfr. Miguel Teixeira de Sousa, “Estudos dobre o Novo Código de
Processo Civil”, LEX, 1997, págs. 399-400; António Abrantes Geraldes, “Temas da Reforma do Processo
Civil”, vol. II, 2ª ed., págs. 270-271; Acórdão do STJ de 19-04-2001, procº. n.º 435/01; e Acórdão do STJ
de 12-03-2002, procº. n.º 697/01). O Juiz da 1ª instância é quem se encontra na melhor situação para
avaliar e decidir quanto ao valor a atribuir a determinado depoimento. Essencial é o modo e a forma como
os factos provados ou não provados se encontram fundamentados. Os depoimentos das testemunhas
foram acompanhados de elementos visuais que a gravação não consegue transmitir.”
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7. Recurso de Revista
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Para além das situações previstas no art.º 671.º, a Revista pode ter
por objecto acórdãos interlocutórios da Relação, ou seja acórdãos
proferidos na pendência do recurso de apelação, mas quanto a estes importa
distinguir, os acórdãos que por regra, só podem ser impugnados
conjuntamente com a revista das decisões finais ( da apelação), nos termos
daquela disposição, das situações previstas nas duas alíneas do art.º 673.º,
ou seja:
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Atenta esta regra, sem prejuízo dos casos em que o recurso é sempre
admissível, não é admitida revista do acórdão da Relação que confirme,
sem voto de vencido e sem fundamentação essencialmente diferente,28 a
decisão proferida na 1ª instância.
28
No regime estabelecido no anterior art.º 721.º n.º 3 ( redação dada pelo DL 303/2007), o recurso não
seria admitido ainda que a Relação confirmasse a decisão da 1º instância por “diferente fundamento”,
hoje se o fundamento fôr “ substancialmente diferente” não opera a regra da dupla conforme.
29
Sobre estas dificuldades vide com muito interesse TEIXEIRA DE SOUSA, “ Dupla conformidade”: critério
e ambito da conformidade” , in Cadernos de Direito Privado, nº 21 janeiro/março, 2008, págs 21 e segs.
30
Idem pág. 24
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Ibidem pág. 26
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Cfr nesse sentido o Ac. STJ, de 09.04.2013, processo nº 433682/09.2YIPRT.L1.S1 ( SEBASTIÃO
PÓVOAS) assim sumariado a) A revista excepcional não é um recurso extraordinário mas apenas, e tão-
somente, uma revista ordinária que só difere da revista - regra por esta ser desde logo admissível uma vez
que o Acórdão recorrido julgou nos precisos termos em que o fez a 1.ª Instância. b) Perfila-se, então, uma
situação de dupla conformidade caracterizada pela coincidência do segmento decisório perante o mesmo
pedido e causa de pedir, sobreposição alcançada por unanimidade embora sem que se exija concordância
quanto à fundamentação. c) Se a Relação não confirmou, tal qual, o julgado pela 1.ª Instância, antes o
alterando/revogando, inexiste a dupla conformidade. d) Esta é o pressuposto atributivo da competência
do Colectivo a que se refere o n.º 3 do artigo 721-A do Código de Processo Civil, já que sem dupla
conformidade não há que buscar qualquer dos requisitos do n.º 1 do mesmo preceito pois que o recurso, a
ser admitido não o será como revista excepcional mas sim como revista regra. e) E a verificação dessa
admissibilidade compete ao Conselheiro Relator a quem o recurso venha a ser distribuído.
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O mesmo se estatui no art.º 26º da LOFTJ, em vigor, ou seja da Lei 3/99, de 13 de janeiro
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Cfr. A titulo de exemplo, o recente Ac STJ de 24.03.2013, processo nº 362333/10. 7YIPRT.L1.S1 (
MARIA DOS PRAZERES BELEZA), em cujo sumário se pode ler “4. A apreciação de depoimentos de
testemunhas, sujeitos à regra da livre apreciação da prova (artigo 396º do Código Civil), está fora do
âmbito possível do recurso de revista”
35
Ac. STJ-4ªde 4.12.1997 in S.ASTJ, 15º, 16º pág. 250
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Estudos Sobre o Novo Processo Civil, Lex, Lisboa, 1997, pág. 422
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Requisitos:
a) Necessidade ou conveniência de assegurar a uniformidade da
jurisprudência.
b) Determinação do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
nesse sentido.
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O acórdão pode:
Requisitos:
- Valor da causa superior à alçada da Relação;
- Valor da sucumbência superior a metade da alçada da Relação
- O objecto do recurso diga apenas respeito a questões de direito.
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10 Recursos extraordinários
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Requisitos de admissibilidade:
a) Trânsito em julgado da decisão recorrida.
b) Trânsito em julgado do acórdão fundamento. Este trânsito
presume-se, podendo o recorrido ilidir a presunção ( 350-2 do
Código Civil)
c)
d) Oposição ou contradição entre os julgados.
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“g) O litígio assente sobre acto simulado das partes e o tribunal não
tenha feito uso do poder que lhe confere o artigo 612.º, por não
se ter apercebido da fraude.”
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Estando em causa um revisão interposta com base nas alíneas a), c),
e), f) e g) do art.º 696.º, o Tribunal após a resposta do recorrido ou ao
termo do prazo para o efeito, deverá conhecer do fundamento da
revisão.
No caso de o fundamento ser o constante nas demais alíneas, seguir-
se-ão os termos do processo sumário.
45
Admitindo esta alternativa, mas relativamente aos terceiros titulares de direitos afectados na sua
consistência jurídica, JOSÉ JOÃO BAPTISTA, Dos Recursos, Lisboa, 1997, pág. 145-146.
46
Bem andou, pois, o legislador quando no artigo 778.º, agora revogado, se referia à sentença e não ao
caso julgado prejudicial .
47
Vide o nosso, Limites subjectivos …,
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Nos casos previstos nas alíneas a), c) e f), do art.º 696.º, a fase
rescisória traduzir-se-á na prolação de uma nova decisão, aproveitando-se
sempre a parte do processo que o fundamento do juízo rescindente não
tenha prejudicado.48
48
Assim FERNANDO AMÂNCIO FERREIRA, sublinhando que a “ latitude do que terá de ser efectuado varia de
caso para caso, consoante as circunstâncias” . Manual…, cit. pág. 339
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TEXTOS DE APOIO
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Hipóteses de trabalho
I
António intentou, em 2008, contra Bento e Carlos, uma acção declarativa,
pedindo a condenação de ambos réus na obrigação solidária de € 40.000,00.
Bento contestou por impugnação e excepção (invocando a caducidade do direito
invocado) e concluiu o seu articulado requerendo a sua absolvição do pedido. Carlos
contestou invocando a sua ilegitimidade.
No despacho saneador, o juiz julgou (i) procedente a excepção de ilegitimidade
absolvendo Carlos da instância e (ii) improcedente a excepção de caducidade, invocada
por Bento.
Perguntas:
1.Bento podia recorrer das decisões proferidas? Admitindo que sim qual o
recurso adequado. Justifique.
2.Após ter conhecimento da sentença final, Carlos pretende interpor
recurso. Pode fazê-lo? Justifique.
3.Admitindo que na sequencia do recurso interposto por Carlos, a Relação
confirmava a decisão sobre a sua ilegitimidade, poderia ser interposto
recurso para o Supremo Tribunal de Justiça? Justifique.
4.Caso fosse aplicável o antigo regime recursório, as resposta dadas à
questões anteriores seria diferente? Em que medida?
II
António intentou contra Bento uma acção declarativa pedindo:
Questões:
1. Bento pretende impugnar a decisão proferida. Elabore o requerimento
de interposição de recurso.
2. Admita que Bento era absolvido da instância na sentença final?
Poderia, ainda assim, interpor recurso
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III
Daniel intentou, em 2009, contra Ernesto e Fernando uma acção declarativa,
pedindo a condenação de ambos réus na obrigação solidária de € 15.000,00
Ernesto contestou sustentando a sua absolvição do pedido. Fernando contestou
invocando a sua ilegitimidade.
Na sentença, proferida em 2010, o réu Ernesto foi condenado a pagar ao Autor €
14.000,00. Fernando foi absolvido da instância.
Questões
Admita que na sequência dos recursos interpostos por Ernesto e Fernando, o Tribunal
da relação mantinha as decisões proferidas.
IV
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V
António, casado, intentou contra Bernardo e Carla acção declarativa pedindo:
(i) a anulação do contrato de compra e venda outorgado com Bernardo, com
fundamento em dolo de terceiro (Carla) (ii) a condenação de Carla em indemnização no
valor € 5.500,00, pelos prejuízos causados pelo dolo. Na petição inicial António
invocava que só adquiriu o bem em causa pelo preço de €50.000,00, por ter sido
enganada por Carla.
Em despacho saneador o juiz julgou improcedente toda a defesa por excepção do réu
Bernardo.
Na sentença final foi julgado procedente o pedido de anulação e Carla foi condenada
no pagamento ao Autor no montante de €4.000.00.
VI
Questões:
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em que é Requerente
.......................... LDA;
1. O ADVOGADO
77
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5. Além disso, a Recorrente impugnou os art.º 3º a 5º, 8º a 16º, 18º, 20º a 22º,
24º, 28º a 32º e 35º a 38º, todos do Requerimento Inicial, que o Tribunal a
quo deu como provados.
7. Por outro lado, o Tribunal considerou provado (em sede de oposição), entre
outros factos, os seguintes:
…………….
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10.Esta convicção foi determinante para que o Tribunal a quo não tivesse
considerado como provado que:
11.No entanto, a Requerida não entende nem aceita como o Tribunal a quo
pode ter formado tal convicção, porquanto a mesma não podi ter resultado
da prova produzida em juízo. Senão vejamos.
12.A decisão da Meritíssima Juiz a quo foi tomada, essencialmente, com base
em depoimentos prestados pelas testemunhas arroladas e, relativamente a
estes factos, no depoimento da testemunha ……….
De 7:58 e 8:51
Testemunha: Já.
Testemunha: As pessoas, …
Testemunha: Não…”
……
80
16.Podia e devia ter considerado provado que após o termo das obras a
Requerida passou a ter uma chave.
17.….
A Recorrente não vislumbra como pôde o Tribunal a quo dar por “não
provada” a entrega do imóvel pela Recorrida e, como tal, a inexistência da
posse ou detenção à data do pretenso esbulho.
Ou seja:
Importa questionar:
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23.O facto de terem mediado oito (!!!) meses entre a data em que se
concluíram as obras e a data da apresentação do requerimento que originou
o decretamento da providência indicia claramente a perda da “posse” do
imóvel por parte da Recorrida.
24.Não obstante, a Recorrida pretendeu fazer o tribunal crer, até agora com
êxito, que manteve a posse do imóvel durante 8 meses (??).
26.A verdade é que a Recorrida entregou o imóvel logo após a conclusão das
obras, pelo que o direito de retenção caso existisse, ter-se-ia extinto, atento
o disposto nos termos do art.º 761º do Código Civil.
27.…….
28.Atento o disposto no art.º 342º do Código Civil àquele que invoca um direito
a prova dos factos constitutivos desse mesmo direito. Assim, incumbia à
Requerente a prova dos factos constitutivos do direito à restituição provisória
da posse. Ou seja, a existência de posse, o esbulho e a violência do esbulho.
29.A Requerente não logrou fazer prova, ainda que sumária, daqueles factos,
pelo que não podia ter sido decretada a presente providência.
30.Mas ainda que assim não se entendesse, o que não se concebe nem
concede, sempre importaria ter em conta a lição do Prof. Antunes Varela (in,
Código Civil Anotado, Vol II, 3ª edição revista e actualizada, Coimbra, pág.
799), segundo a qual o empreiteiro não tem direito de retenção e por
isso não tinha o direito a recorrer à providência em causa.
CONCLUSÕES
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H. Entre ……
M. …….
84
2. O ADVOGADO
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