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Direito Processo Penal

Teoria e Questões comentadas


Professores Enilson Rocha e Rafael Bizarria
co

Aula - Disposições preliminares do código de processo penal

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Matéria: Direito Processual Penal
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Professores: Enilson Rocha e Rafael Bizarria
Direito Processo Penal
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Olá amigo!

Edital publicado, é hora de acelerar os estudos. Cada momento a partir


da agora é de suma importância na sua preparação e é com o foco de auxiliá-lo
nesta fase que antecede sua aprovação que apresentamos a você o curso
“Direito Processual Penal”, voltado para o concurso para Analista
Judiciário Área Judiciária (AJAJ) e Oficial de Justiça Avaliador Federal
(OJAF) do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4).
Sabemos o quão difícil é a busca por um cargo público em nosso país,
tendo em vista o nível de exigência teórica cada vez mais elevado das bancas e
a concorrência crescente entre os candidatos ao almejado cargo.
Por conta disso, entendo que o estudo individual, baseado somente em
leis secas e doutrinas, reclama tempo exacerbado e confere aprofundamento
muitas vezes desnecessário para o alcance do conteúdo demandado pelos
editais, notadamente em carreiras jurídicas e policiais.
O melhor caminho para um estudo eficiente é o direcionamento para
temas que possuem maior relevância no mundo dos concursos, bem como o
estudo baseado em provas anteriores aplicadas por aquela banca.
Impende destacar que NUNCA se deve desprestigiar o estudo por lei seca.
O que se deve, de outra banda, é complementar o estudo direcionado com a
implementação de leitura de lei seca, sempre se utilizando, como guia, do
estudo passado pelo Exponencial Concursos.
É nisso que ajudaremos você, caro amigo concurseiro, a obter sua
aprovação neste tão almejado cargo público: buscamos levar conteúdo teórico
eficiente e relevante, complementando-o com questões atualizadas e
comentadas da banca. Por fim, consoante supramencionado, deverá haver a
complementação com a leitura da lei seca à medida que avançamos o conteúdo.
Para que tudo isso seja possível, os professores Enilson Rocha e Rafael
Bizarria prepararam este curso, que será uma ferramenta de grande
importância na sua aprovação.
Vamos à apresentação dos professores!
Enilson Rocha
Sou servidor público federal há mais de 23 anos. Iniciei minha trajetória, em
1995, ao prestar o concurso para Soldado Especializado da Aeronáutica (S1),
instituição na qual ingressei em março de 1996.
Em 1998, cursei a Escola de Especialistas de Aeronáutica, na primeira turma
do EAGS. Promovido à Terceiro-Sargento, servi por oito anos em São José dos
Campos (IPV/ICEA), período em cursei a faculdade de Direito.

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No ano de 2004, enquanto cursava o último ano da faculdade, fui aprovado
no concurso para o cargo de Escrivão de Polícia Federal, tendo sido convocado
para a Academia Nacional de Polícia em 2006.
No ano de 2005, enquanto aguardava a convocação para da Polícia Federal,
fui aprovado no Concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal
Regional Eleitoral de Minas Gerais.
No dia 17 de julho 2006, ao pesquisar no Diário Oficial da União, tive a
satisfação de ver minha nomeação para o cargo de Escrivão de Polícia
Federal Publicada na página 32 da Seção 3. Foi um momento inesquecível. Ao
dar mais um “enter”, o cursor parou na página 64, onde estava minha nomeação
para o cargo de Analista Judiciário do TRE/MG.
Por alguns dias, tive a difícil e prazerosa tarefa de escolher entre um dos
dois cargos. Optei por ser Policial Federal, e, apesar de saber da grandeza que
representava o outro cargo, sei que fiz a escolha certa, pois ser um policial é
mais que uma profissão, é um misto de vocação e amor por aquilo que faz.

Rafael Bizarria
Sou advogado e pós-graduando em Direito Penal Econômico pela
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG).
Durante meu período de graduação tive a oportunidade de atuar junto ao
Ministério Público do Estado de São Paulo e junto ao Ministério Público Federal,
podendo conhecer a rotina destas instituições e aprendendo a atuação prática
do Parquet no processo penal pátrio, notadamente com a função de Estado-
acusador.
Na advocacia, atuo em áreas correlatas a crimes empresariais e
econômicos, sobretudo naqueles crimes expostos em legislações extravagantes,
tais como os crimes tributários.
Além disso, divido meu tempo atuando juntamente à Ordem dos
Advogados do Brasil na Seccional do Estado de São Paulo por meio de suas
comissões, notadamente na Comissão do Jovem Advogado da 85ª Subseção,
sempre buscando atualização profissional e dignificação da classe.
No campo acadêmico, sou autor de artigos jurídicos e palestrante,
especificamente nas áreas de penal, processo penal e direitos fundamentais.
Já estando devidamente apresentado a você, vamos ao curso. Espero que
tenha um bom aproveitamento com o material disponibilizado, e lembre-se: em
caso de dúvida, entre em contato comigo no fórum de dúvidas ou pelas minhas
redes sociais.

Instagram: @adv.rafaelbizarria Facebook: @adv.rafaelbizarria


Twitter: @RafaelBizarria

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Agora que já nos conhecemos, vamos conhecer um pouco sobre o curso!

AULA CONTEÚDO
00 Inquérito Policial: natureza, início e dinâmica

01 Da competência: territorial, absoluta e relativa. Competência por prerrogativa


de função

02 Exceções. Restituição das coisas apreendidas. Medidas assecuratórias.


Da prova. Da busca e apreensão

03 Da prisão, das medidas cautelares e da liberdade provisória


04 Das citações e intimações

05 Da sentença. Da instrução criminal.


06 Dos recursos em geral
07 Das nulidades
08 Do habeas corpus.

09 Da execução

10 Juizados Especiais Federais Criminais.

O presente curso foi elaborado com base no edital nº 1, de 27 de maio de


2019, que tem o seguinte conteúdo programático:
DIREITO PROCESSUAL PENAL: Inquérito Policial: Natureza, Início e
Dinâmica. Da competência: territorial, absoluta e relativa. Competência por
prerrogativa de função. Exceções. Restituição das Coisas Apreendidas. Medidas
Assecuratórias. Da prova. Da busca e apreensão. Da prisão, das medidas
cautelares e da liberdade provisória. Das citações e intimações. Da sentença.
Da instrução criminal. Das nulidades. Dos recursos em geral. Habeas Corpus.
Da execução penal. Juizados Especiais Federais Criminais.
Além das nossas aulas, você pode complementar seus estudos em nosso
Sistema de Questões Online. O Exponencial Concursos tem quase 7.000
questões só da nossa matéria, o que lhe fornece uma excelente ferramenta de
auxílio aos seus estudos.

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Para acessar o sistema de questões online, acesse o link:
https://www.exponecialconcursos.com.br/sistema-de-questoes/. Você pode
resolver até 100 por dia sem qualquer custo.
Feitas estas considerações iniciais, não há tempo a perder, pois cada
minuto é importante na sua preparação.
Nossa primeira aula é sobre o inquérito policial. Analisaremos o conceito
e a natureza jurídica desse instrumento de investigação criminal. Veremos ainda
como se dá o início do inquérito, o que inclui as formas e condições de
instauração.
Abordaremos também a dinâmica do inquérito, o que passa,
necessariamente, pelas diligências que podem ser realizadas, o encerramento
das investigações, eventual arquivamento e desarquivamento.
Esperamos que esta aula seja o primeiro passo rumo à sua aprovação.

Para ser grande, sê inteiro: nada


Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
(Ricardo Reis)

Bons estudos!

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Aula – Investigação Criminal. Inquérito Policial

Sumário

1 Inquérito policial ............................................................................ 8

2 Natureza ........................................................................................ 9

3 Finalidade .................................................................................... 10

4 Características ............................................................................. 11

5 Fundamento ................................................................................. 17

6 Titularidade .................................................................................. 18

7 Grau de cognição.......................................................................... 19

8 Valor Probatório ........................................................................... 20

9 Vícios e irregularidades ................................................................ 21

10 Formas de Instauração .............................................................. 21

10.1 Crimes de ação penal pública incondicionada ..................................................................... 21

10.2 Crimes de ação penal pública condicionada ........................................................................ 25

10.3 Crimes de ação penal privada .............................................................................................. 27

11 Notitia Criminis e Delatio Criminis ............................................. 28

11.1 - Delatio Criminis (delação) .................................................................................................. 29

11.2 - Denúncia anônima ............................................................................................................. 29

12 Procedimentos investigativos .................................................... 29

13 Indiciamento ............................................................................. 37

14 Garantias do indiciado ............................................................... 38

15 Avocação e redistribuição do inquérito policial.......................... 42

16 Conclusão e prazos .................................................................... 43

16.1 Relatório ............................................................................................................................... 43

16.2 Encaminhamento do IPL ...................................................................................................... 44

16.3 Prazos ................................................................................................................................... 45

17 Arquivamento do inquérito policial ............................................ 50

18 Desarquivamento do inquérito policial ...................................... 54

19 Trancamento do inquérito policial ............................................. 58

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20 Súmulas dos Tribunais Superiores ............................................. 60

21 Informativos dos Tribunais Superiores ...................................... 60

22 Questões comentadas ............................................................... 63

23 Questões de aula (sem comentários) ...................................... 101

24 Gabarito .................................................................................. 122

25 Referencial bibliográfico .......................................................... 123

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1 Inquérito policial
Vários são os instrumentos utilizados para a realização da investigação
criminal (Representação Fiscal para Fins Penais, Peça de Investigação Criminal,
Inquérito Civil, Notícia de Fato etc). No entanto, o procedimento mais utilizado
para a investigação criminal é o inquérito policial, o qual mereceu disciplina
própria no Código de Processo Penal.
O inquérito policial é um procedimento administrativo, de atribuição
exclusiva das Polícias Judiciárias (Polícia Federal ou Polícias Civis),
consistente no conjunto de diligências conduzidas pela autoridade policial
visando a obtenção de elementos que apontem a autoria e comprovem a
materialidade das infrações penais de médio e maior potencial ofensivo
investigadas para que o titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido)
possa ingressar em juízo.
O inquérito policial se presta somente à investigação de delitos de médio
e maior potencial ofensivo pelo fato de que a Lei n.º 9.099/1995 trouxe uma
outra espécie de investigação penal voltada às infrações penais de menor
potencial ofensivo, qual seja, o termo circunstanciado.
Dispõe o art. 69, da Lei n.º 9.099/1995:
Art. 69.

A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo


circunstanciado e o encaminhará diretamente ao Juizado, com o autor do
fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.

a) Não haverá lavratura de termo circunstanciado nas


infrações de menor potencial ofensivo submetidas ao rigor
da Lei n.º 11.340/06 (Lei Maria da Penha) por expressa
previsão do art. 41, desta Lei, que afastou a aplicação da Lei n.º
9.099/1995 para os casos envolvendo violência doméstica e
familiar contra a mulher. Mesmo eventual contravenção penal
reclamará a instauração de inquérito policial, uma vez
submetida às regras da Lei n.º 11.340/06.
b) Crimes de trânsito que ocasionem lesão corporal
culposa devem ser investigados por inquérito policial nos casos
do art. 291, § 1º, do CTB, por mandamento expresso do art. 291, § 2º,
CTB.

Superada as exceções envolvendo termo circunstanciado e as hipóteses


em que não há possibilidade de lavratura desta investigação criminal, chegou o
momento de esquematizar o conceito de inquérito policial para uma visualização
mais eficiente e rápida, notadamente nas revisões em reta final para concursos.

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exclusivo das Polícias Judiciárias (PF ou PC)

conduzidas pela
conjunto de
autoridade
diligências
policial
Inquérito
Policial
obtenção de
elementos -
AUTORIA
Procedimento visando
Administrativo comprovanção
materialide das
INFRAÇÕES
penais

titular da ação
para ingressar
penal (MP ou
em juízo
ofendido)

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das
infrações penais e da sua autoria

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

No dia a dia, o inquérito é designado pela sigla IP, no âmbito das Polícias
Civis, e IPL, quando se refere ao procedimento de atribuição da Polícia Federal.

2 Natureza
A natureza do IP/IPL é de procedimento administrativo, composto
por uma sequência de atos, que se iniciam com sua instauração e vão até sua
conclusão, formalizada em um relatório da autoridade policial.
A natureza de procedimento foi reafirmada pela Lei n.º 12.830/2013,
consoante se observa de seu art. 1º, § 4º.
O inquérito policial tem caráter preliminar, preparatório da ação penal.
Trata-se de peça informativa, pré-processual, destinada a subsidiar o
oferecimento da denúncia pelo Ministério Público – nos crimes sujeitos a ação
penal pública - ou ao exercício do direito de queixa pelo ofendido - nos crimes
de ação penal privada.
Observe que não se trata de um processo administrativo, mas, sim,
de procedimento inquisitorial, razão pela qual não se aplica a ele plenamente
o princípio do contraditório e da ampla defesa.

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O caráter inquisitorial do IP/IPL subsiste mesmo após a alteração do
Estatuto da OAB (Lei 8.906/1994) proveniente da Lei 13.245/2016, que incluiu
o inciso XXI no art. 7º.
Lei 8.906/94
Art. 7º
(...)
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);
O referido dispositivo não tornou obrigatória a assistência de advogado
em todos atos do inquérito policial, mas tão somente garantiu o direito do
profissional assistir os clientes investigados, caso estes requeiram sua
presença, para a realização do interrogatório ou depoimento. Da mesma
forma, o caráter inquisitivo permanece, apesar da possibilidade de o advogado
apresentar razões e quesitos no curso da investigação.

Natureza de procedimento administrativo

Preliminar (peça informativa,


Caráter
pré-processual)

IP ou IPL
é processo administrativo

tem pleno contraditório e ampla


não defesa

é obrigatória assistência de
advogado

3 Finalidade
Como já dito anteriormente, o inquérito policial destina-se à obtenção de
elementos que apontem a autoria e comprovem a materialidade das infrações

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penais. A obtenção de tais elementos visa subsidiar o oferecimento da denúncia
pelo Ministério Público – nos crimes sujeitos a ação penal pública - ou ao
exercício do direito de queixa pelo ofendido - nos crimes de ação penal privada.
Em resumo, a finalidade do IP/IPL é apurar a infração penal e sua
autoria, visando subsidiar a propositura da ação penal. Neste aspecto, o
inquérito policial é classificado como unidirecional.

apurar a INFRAÇÃO penal e sua


AUTORIA

IP / IPL Finalidade visando subsidiar a propositura da


ação penal

classificado como unidirecional

4 Características

 Administrativo: O inquérito policial, por ser instaurado e conduzido por


uma autoridade policial, possui nítido caráter administrativo.

 Inquisitivo (inquisitoriedade): A inquisitoridade do inquérito decorre


de sua natureza pré-processual. No processo temos autor (MP ou vítima),
acusado e Juiz. No inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem
acusado. No inquérito policial, por ser inquisitivo, não há direito ao
contraditório pleno nem à ampla defesa.

A respeito da não aplicação plena do contraditório existe pacificação nos


tribunais superiores, notadamente no Supremo Tribunal Federal. A Suprema
Corte mitiga a aplicação do contraditório e ampla defesa em fase de inquérito
policial pelo fato de que os elementos colhidos nesta fase não podem justificar,
por si só, o pleito condenatório, necessitando de produção de provas em âmbito
judicial sob a estrita observância do contraditório e ampla defesa.

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Jurisprudência de 12 de março de 2019 do Supremo Tribunal


Federal firmou entendimento de que não há necessidade de
intimação da defesa técnica do investigado para tomada
de depoimentos orais – as chamadas “oitivas” - na fase
de inquérito policial, tendo em vista que o contraditório é
mitigado nesta fase e a presença de defesa técnica é
facultativa, e não obrigatória (Pet. 7612/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento
em 12/03/2019 – Informativo 933, Segunda Turma).
Por ser inquisitorial o inquérito policial concentra-se nas mãos da
autoridade policial, não havendo a bilateralidade como ocorre na ação penal.

 Oficial (oficialidade): os órgãos encarregados da condução do IP/IPL


são órgãos estatais (Polícia Federal e Polícias Civis), com atribuição fixada pela
Constituição Federal em seu art. 144, §§ 1º e 4º.
A oficialidade se mantém mesmo nas ações penais privadas, isto é, não
há possibilidade de condução do inquérito policial por particulares, dada sua
característica de condução estatal. O ofendido, nas ações penais privadas, se
encarrega apenas de realizar o requerimento de interesse no processamento
criminal.
Constituição Federal
Art. 144
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
(...)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

 Oficioso (oficiosidade): Possibilidade (poder-dever) de instauração


de ofício quando se tratar de crime de ação penal pública incondicionada,
consoante dispõe o art. 5º, I, do CPP.
Art. 5o. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

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I - de ofício;
O mesmo se aplica nos casos em que há representação da vítima ou
requisição do Ministro da Justiça (ações penais públicas condicionadas) ou
requerimento por parte do ofendido (ações penais privadas).

 Escrito (formal) - Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser


escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais, conforme dispõe o art.
9º do CPP.
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

 Indisponível (indisponibilidade): A autoridade policial não pode


dispor do inquérito policial, ou seja, não pode arquivá-lo, por expressa
vedação contida no art. 17 do CPP.
Somente a autoridade judiciária pode determinar o arquivamento dos
autos do inquérito policial, conforme dispõe o art. 18 do CPP.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.

 Dispensável (dispensabilidade): O inquérito policial é um instrumento


de grande importância na apuração da infração penal e de sua autoria, contudo
não é indispensável. Se já houver elementos suficientes para o oferecimento
da denúncia ou da queixa, o titular da ação penal pode propô-la sem a
necessidade de prévia instauração de IP/IPL, razão pela qual é classificado como
dispensável. Reforçando, o inquérito é dispensável SE o titular da ação
penal já dispuser de todos os elementos necessários (comprovação da
materialidade e indícios mínimos de autoria) para iniciar a ação penal.
Quando a apuração da prática delitiva for realizada em sede policial, por
meio da instauração de inquérito, eventual denúncia ou queixa nele embasada
deverá ser instruída com os autos do IP/IPL.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa,
sempre que servir de base a uma ou outra.

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Ou seja, o inquérito não é obrigatório para o início da ação penal, mas,
se ele for instaurado, deverá acompanhar a peça inicial.

se titular tiver todos


IP / IPL Dispensável elementos pra iniciar
ação penal

Se deverá acompanhar a
IP / IPL instaurado peça inicial

 Discricionário (discricionariedade na condução): A autoridade


policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera
para a elucidação da infração penal, sem necessidade de seguir um padrão pré-
estabelecido. Atente-se para o fato de que a discricionariedade se refere à
condução das investigações e não à instauração do inquérito policial,
porquanto, neste aspecto, como vimos temos a oficiosidade (obrigatoriedade).
A discricionariedade da autoridade policial na condução das investigações
fica evidente na redação do art. 14 do CPP, porquanto, a diligência requerida
pelo ofendido, seu representante legal ou o indiciado, poderá ser realizada, ou
não, a juízo da autoridade policial, a qual analisará a necessidade de tais
diligências para a elucidação do fato.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.

Neste ponto, insta consignar que a discricionariedade da autoridade


policial encontra obstáculo no que se refere ao exame de corpo de delito, pois
o art. 158, do Código de Processo Penal, obriga a realização de tal prova quando
possível fazê-lo, não podendo haver negativa da autoridade policial.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado.

 Sigiloso (sigilosidade): A apuração dos fatos requer que sejam


adotadas certas cautelas na condução do inquérito policial, entre elas que não
sejam revelados detalhes das investigações que possam comprometer a
elucidação do caso. Assim sendo, o IP/IPL reveste-se de sigilosidade, conforme
determina o art. 20 do Código de Processo Penal.

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Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Outro argumento favorável à aplicação do sigilo em fase inquisitorial é a


preservação dos direitos fundamentais dos investigados com a vedação da
publicidade das investigações. O sigilo resguarda os direitos fundamentais do
investigado e impede a violação da honra e imagem das pessoas, nos exatos
termos do art. 5º, X, da Carta Magna.
Outrossim, a vedação à publicidade abusiva é um dos reflexos do princípio
da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88), que consiste em regra de
tratamento e confere ao investigado, em momento preliminar ao futuro e incerto
processamento criminal, resguardo a direitos supramencionados –
inviolabilidade de honra e imagem – e evitando a aquisição de status
incriminatório perante a sociedade sem nem ter havido processamento criminal
e tampouco sentença penal condenatória transitada em julgado.
Art. 5º, CF/88 (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;
(...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;

Apesar disso, o sigilo do inquérito policial não impede que o advogado


tenha acesso aos autos do procedimento investigatório, tomando ciência das
diligências já realizadas e documentadas no procedimento. As diligências
ainda não realizadas ou em andamento, ainda não documentadas, permanecem
protegidas pelo sigilo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal,
expresso na Súmula Vinculante nº 24.
Súmula Vinculante 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
O sigilo também não pode ser oposto ao membro do Ministério Público
e ao juiz.

 Temporário (temporariedade): a lei prevê sua duração. Pode o prazo


do inquérito policial ser prorrogado pelo juiz, ficando, contudo, a duração da
investigação limitada ao prazo prescricional. Da mesma forma, não pode o

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inquérito ter duração excessiva, havendo na jurisprudência do STJ trancamento
de IP/IPL pela demora demasiada em sua conclusão, sob o argumento de que
a existência de investigação formal em andamento gera encargo relevante ao
investigado, que não poderá, por inexistência de punições perpétuas em nosso
Estado Democrático de Direito, suportar tal “ônus” por período indeterminado.

 Unidirecional: segundo a doutrina clássica, o objeto do inquérito é servir


de instrumento para subsidiar a atuação do titular da ação penal. Esta posição
é questionada por parte da doutrina, principalmente, por aqueles que
defendem a função preservadora do IP, o qual funcionaria como um filtro
processual, impedindo que acusações infundadas desemboquem em um
processo.
Obs.: dificilmente, em um concurso para a área de polícia judiciária (PC
ou PF) esta característica vai ser cobrada como sendo correta, mas é importante
conhecer a divergência.

 Sistemático (sistematicidade): Todas as providências adotadas na


condução das investigações devem ser documentadas nos autos do inquérito
pela autoridade policial, sendo estas devidamente organizadas de acordo com
uma sequência lógica, buscando a reprodução dos fatos ocorridos, sempre
observando a ordem cronológica dos acontecimentos.

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ADMINISTRATIVO

INQUISITIVO
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO

OFICIAL

OFICIOSO

ESCRITO
POLICIAL

INDISPONÍVEL

DISPENSÁVEL

SIGILOSO

DISCRICIONÁRIO

TEMPORÁRIO

Adotado pela doutrina SISTEMÁTICO


clássica, mas
questionado por
aqueles mais voltados UNIDIRECIONAL
para a atividade policial

5 Fundamento
No Código de Processo Penal, o inquérito policial está disciplinado no
Título II, o qual abrange do art. 4º ao art. 23.
Contudo, em um Estado Constitucional Democrático de Direito, todas as
normas que compõem o ordenamento jurídico buscam sua fonte de
validade na Constituição Federal, a Lei Maior. É, portanto, em torno da
Constituição Federal que gira todo o ordenamento jurídico, ocupando essa a
posição central e fundamentadora do todo.

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DIREITO
CIVIL

DIREITO DIREITO
PRC. CIVIL ELEITORAL

DIREITO
DIREITO CONSTITUIÇÃO
PROC.
AMBIENTAL FEDERAL
PENAL

DIREITO DIREITO
TRIBUTÁRIO PENAL
OUTROS
RAMOS DO
DIREITO

Como podemos ver no esquema acima, há interconexão entre todos os


ramos do Direito, sendo que todos buscam seu fundamento de validade na
Constituição Federal, formando um ordenamento jurídico harmônico e
coerente.
Assim também ocorre com o Direito Processual Penal e cada um de seus
institutos, entre eles o inquérito policial.
O art. 129, inc. VIII, da CF, ao dispor acerca das funções do Ministério
Público, estabelece:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...) VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração
de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
manifestações processuais. (grifei)
Podemos então constatar que o inquérito policial tem previsão
constitucional, sendo seu primeiro fundamento de validade.

6 Titularidade
Segundo Mirabete: “Polícia, instrumento da Administração, é uma
instituição de direito público, destinada a manter e a cobrar, junto à sociedade
e na medida dos recursos dos quais dispõem, a paz pública ou a segurança

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individual”. À Polícia incumbem-se, principalmente, as funções administrativa e
judiciária.
A Polícia Administrativa tem caráter preventivo e está relacionada à
segurança, visando impedir a prática de atos lesivos à sociedade;
A Polícia Judiciária consiste na função de caráter repressivo, visando
auxiliar a Justiça. Sua atuação é posterior à prática da infração penal, e busca
colher elementos que elucidem a prática do fato delituoso de forma a possibilitar
a instauração de ação penal contra os respectivos autores.
Os órgãos de segurança pública estão catalogados no art. 144 da
Constituição Federal, entre os quais se encontra a Polícia Federal (art. 144,
§1º), que, entre outras, exerce, com exclusividade, as funções de polícia
judiciária da União (inciso IV), bem como as Polícias Civis (art. 144, § 4º), as
quais incumbem as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto os militares.
Nesta classificação, o inquérito policial está inserido entre as funções de
polícia judiciária, cuja titularidade é exclusiva do Delegado de Polícia e do
Delegado de Polícia Federal, conforme se depreende da análise conjunta do
art. 4º do Código de Processo Penal (chamados de autoridades policiais) e do
art. 2º da Lei 12.830/2013
Código de Processo Penal
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração
das infrações penais e da sua autoria.

Lei 12.830/2013
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica,
essenciais e exclusivas de Estado.

7 Grau de cognição
O grau de cognição do inquérito policial é sumário, ou seja, não visa
estabelecer certeza quanto à autoria da prática delitiva, pois essa só pode ser
alcançada ao final do processo judicial. O inquérito objetiva atingir um certo
grau de probabilidade da autoria delitiva, a fim de subsidiar a propositura da
ação penal.
Por conta da sumariedade do grau de cognição do inquérito policial, não
há um aprofundamento da análise da matéria fático-jurídica, sob o crivo da
ampla defesa e do contraditório, contentando-se, ao final das investigações,
apenas com a probabilidade da prática da infração penal.

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8 Valor Probatório
Em razão da não obrigatoriedade da observância dos princípios do
contraditório e da ampla defesa, o inquérito policial não tem valor probatório
amplo, capaz de fundamentar uma sentença condenatória.
A finalidade do inquérito policial é reunir elementos para subsidiar a
formação da opinião do titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido),
não podendo, portanto, ingressar no processo judicial como prova capaz de
embasar a condenação, razão pela qual, os elementos informativos,
colhidos durante a fase investigativa, deverão ser reexaminados na fase
judicial.
Neste sentido dispõe o artigo 155, do Código de Processo Penal:
Art. 155.
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos durante
a investigação, ressalvada as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
A regra trazida pelo Codex processual é a de que as provas produzidas
em fase de inquérito policial devem ser repetidas durante o processo judicial,
sob pena de serem desconsideradas pelo juiz na formação da sua convicção.
Contudo, existem determinadas provas que não podem ser repetidas em
fase processual por sua natureza e/ou por questões temporais: são as chamadas
provas não repetíveis.
As provas não repetíveis são aquelas que não podem ser realizadas
posteriormente ao momento de seu aparecimento, sob pena de prejuízo quanto
à verdade real dela extraída. O exemplo clássico se dá nos casos de exames
periciais no local do crime. Outra situação hipotética de prova não repetível é
aquela em que um depoimento colhido em fase policial não pode ser repetido
em fase judicial pelo falecimento do depoente.
Por óbvio, a não possibilidade de utilização da supracitada prova
configuraria flagrante teratologia no âmbito do processo penal, lesando o
princípio da verdade real em matéria processual penal, uma vez que a
impossibilidade de repetição da prova não se deu por vontade dos envolvidos e
tampouco por morosidade do Poder Judiciário.
Havendo justa comprovação da impossibilidade de repetição da prova
colhida durante fase inquisitorial, entende-se que não há vedação quanto à sua
utilização para formação do pleito condenatório, pois que o supramencionado
dispositivo já prevê tal exceção. Não há o que se falar, portanto, de lesão ao
contraditório nesta situação.

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9 Vícios e irregularidades
Os vícios do inquérito policial não constituem nulidades, mas meras
irregularidades, não acarretando, portanto, nulidades processuais. Assim
sendo, caso ocorra uma irregularidade durante o inquérito policial, esta não
afetará a posterior ação penal.
Esse é o entendimento que tem prevalecido no Superior Tribunal de
Justiça.
[...] 2. No que se refere aos alegados vícios no inquérito policial, a
jurisprudência desta Superior Corte de Justiça já se firmou no sentido
de que eventuais irregularidades ocorridas na fase inquisitorial não
possuem o condão de macular todo o processo criminal. 3. Ademais,
as mencionadas nulidades ocorridas no inquérito não passam de
meras imperfeições, sequer comprovadas nos autos e, portanto,
inaptas para anular as provas colhidas na fase inquisitorial,
especialmente quando não demonstrada a ocorrência de qualquer
prejuízo. [...] 5. Ordem parcialmente conhecida e, nesta extensão,
denegada.
(STJ - HC: 216201 PR 2011/0195868-3, Relator: Ministra ALDERITA
RAMOS DE OLIVEIRA - DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE,
Data de Julgamento: 02/08/2012, T6 - SEXTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 13/08/2012).

10 Formas de Instauração
As formas de instauração do inquérito policial variam conforme a
modalidade de ação penal às quais as infrações penais, em tese praticadas, se
sujeitam. Havendo formas diferentes para instauração do IP/IPL para apurar
crimes de ação penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada e
ação penal privada.

10.1 Crimes de ação penal pública incondicionada


Conforme dispõe o art. 5º do Código de Processo Penal, nos crimes de
ação penal pública, o inquérito será iniciado das seguintes formas:
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo.

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a) De ofício;
b) Por requisição da autoridade judiciária;
c) Por requisição do Ministério Público;
d) Por requerimento da vítima ou de seu representante legal;

Segundo a doutrina, o rol apresentado pelo art. 5º não é taxativo,


porquanto o IP/IPL também pode ser inaugurado por:
e) Auto de prisão em flagrante;
f) Noticia oferecida por qualquer do povo.

De ofício
Em observância ao princípio da obrigatoriedade, que incide também na
fase investigatória, a autoridade policial, durante suas atividades rotineiras, ao
tomar conhecimento da prática de uma infração penal (por qualquer meio
idôneo: reportagem jornalística, registro de ocorrência, etc.), deverá instaurar
o inquérito policial de ofício, sem a necessidade de provocação, nos termos
do art. 5º, inc. I, do CPP.
Nessa hipótese, a autoridade policial dará início ao inquérito por meio de
portaria, onde constará a síntese do fato e as diligências a serem empreendidas.

Por requisição da autoridade judiciária


Tal possibilidade está expressamente prevista no art. 5º, inciso II, do
Código de Processo Penal.
Contudo, vale ressaltar que parte da doutrina entende que, neste ponto,
o Código de Processo Penal está superado, não tendo sido recepcionado pela
Constituição Federal, porquanto a requisição oriunda da autoridade judiciária
não estaria em conformidade com o sistema acusatório, o qual seria um
princípio constitucional implícito.
No sistema acusatório, como é o nosso, as funções de acusar, defender
e julgar são exercidas por entes diferentes. Assim, se mantida a possibilidade
de o magistrado requisitar a instauração do inquérito policial, sua imparcialidade
estaria comprometida.
Fique ligado: se cair uma questão na sua prova objetiva afirmando que
a autoridade judiciária pode requisitar a instauração de inquérito policial,
responda “CERTO”, pois é o que dispõe o art. 5º, inc. II, do CPP. A observação
que colocamos acima serve para você conhecer a posição da doutrina, pois essa

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também pode ser cobrada, mas sempre de maneira expressa. Do contrário,
fique com a literalidade da lei.

Por requisição do Ministério Público


Inicialmente, faz-se necessário esclarecer que não existe hierarquia
entre o Ministério Público e a Polícia Judiciária. Ambas as instituições têm
fundamental importância na promoção da justiça, cumprindo cada qual seu
papel constitucionalmente estabelecido.
No que tange ao inquérito policial, por ser ele um instrumento voltado a
formar a opinião do titular da ação penal (opinio delicti), sua instauração
decorrente de requisição do Ministério Público, nas ações penais públicas, se dá
em razão de uma subordinação funcional, e não hierárquica.
A autoridade policial não pode deixar de atender à requisição do
Ministério Público para instauração do IP/IPL. Contudo, a doutrina aponta
duas possibilidades para o não atendimento: a falta de informações mínimas
que possibilitem o início das investigações e a ilegalidade da requisição.
Falta de informações mínimas: se a requisição for genérica, sem
dados que possibilitem a abertura do inquérito, pode a autoridade policial
recusar-se a instaurar o inquérito, oficiando, contudo, ao Ministério Público,
informando a impossibilidade de instauração face à ausência de dados mínimos,
e solicitando maiores informações que possibilitem dar início ao apuratório. O
que não pode ocorrer é o simples arquivamento da requisição pelo
Delegado de Polícia.
Ilegalidade da requisição: caso a autoridade policial constate que a
requisição é ilegal (por exemplo, que o fato não constitui infração penal ou que
o crime praticado está prescrito), deverá oficiar ao Ministério Público, expondo,
de maneira fundamentada, a razão do não atendimento da requisição. É
importante que o Delegado de Polícia dê ciência, também, à Corregedoria de
Polícia, visando se precaver de eventual responsabilidade administrativa.
Da mesma forma o Ministério Público pode requisitar à autoridade policial
a realização de diligências e folha de antecedentes do investigado, contudo não
pode determinar o indiciamento, assunto que abordaremos oportunamente.

Por requerimento da vítima ou de seu representante


legal
A vítima ou seu representante legal poderão requerer a instauração do
inquérito policial, devendo apresentar, sempre que possível, as informações das
quais dispõe e que sejam importantes para a elucidação do fato, conforme
expresso no art. 5, § 1º, do CPP.

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Art. 5º,
(...) § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que
possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as
razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração,
ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência.

Nessa hipótese, se a autoridade policial entender pela não instauração do


inquérito policial, indeferindo o requerimento, o requerente poderá recorrer
ao chefe de polícia, nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP. O Chefe de Polícia
pode ser o Delegado-Geral da Polícia ou o Secretário de Segurança Pública,
conforme a estrutura da segurança pública em cada Estado-membro. No âmbito
da Polícia Federal, o Chefe de Polícia seria o Superintendente Regional, posto
haver uma Superintendência Regional da PF em cada unidade da Federação.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

Auto de prisão em flagrante


Na hipótese de prisão em flagrante, a autoridade policial determina a
lavratura do respectivo auto de prisão em flagrante, o qual servirá como peça
inaugural do inquérito policial, ou seja, não haverá portaria de instauração.
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, a autoridade policial
expede um despacho, determinando a realização das diligências eventualmente
necessárias para a conclusão do inquérito, tais como encaminhamento de
objetos apreendidos para serem submetidos a exame pericial, requisição de
informações a órgãos públicos, requisição da folha de antecedentes criminais do
indiciado, entre outras.

Notícia oferecida por qualquer do povo


Dispõe o art. 5º, § 3º, do CPP:
Art. 5º
(...) § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,

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verificada a procedência das informações, mandará instaurar
inquérito.

É facultado ao cidadão comunicar à autoridade policial a


ocorrência de uma infração penal, sendo que esta, após verificar a
procedência das informações, se concluir que são idôneas, deverá instaurar o
inquérito policial. Nessa hipótese, temos uma faculdade do cidadão e uma
obrigatoriedade da autoridade policial.

10.2 Crimes de ação penal pública condicionada


Nos crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito policial
somente poderá ser iniciado após:
a) Representação do ofendido ou de seu representante legal;
b) Requisição do Ministro da Justiça.

Representação do ofendido ou de seu representante


legal
Dispõe o art. 5º, § 4º, do CPP:
Art. 5º (...) § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

A representação (também denominada delatio criminis postulatória) é


condição indispensável para instauração do inquérito policial, nos crimes cuja
ação penal esteja condicionada a ela. Consiste na manifestação da vítima ou de
seu representante legal no sentido de que possuem interesse na realização de
investigação policial e apuração judicial da prática do delito.
Não há qualquer formalidade a ser observada no oferecimento da
representação, podendo esta ser apresentada por escrito ou oralmente,
diretamente à autoridade policial (ex: boletim de ocorrência), ao Ministério
Público e ao magistrado que, nestes casos, requisitarão a abertura do inquérito
policial.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério
Público, ou à autoridade policial.
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu
representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o

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juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público,
quando a este houver sido dirigida.
§ 2o A representação conterá todas as informações que possam
servir à apuração do fato e da autoria.
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente,
remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta
proceda a inquérito.
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se
com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
de quinze dias.

Nos crimes de ação penal pública condicionada, o direito de representação


está sujeito ao prazo decadencial de seis meses, contado a partir do dia em
que a vítima ou seu representante legal tomar conhecimento de quem é o autor
do crime, conforme dispõe o art. 38 do Código de Processo Penal e o art. 103
do Código Penal.

Requisição do Ministro da Justiça


Em determinadas hipóteses, a ação penal só pode ser iniciada se houver
requisição do Ministro da Justiça. Trata-se de condição objetiva de
procedibilidade, sem a qual não poderá ser oferecida a denúncia.
Em tais situações, a abertura do inquérito policial também estará
condicionada à representação do Ministro da Justiça, sendo que sua
inobservância acarretará ilegalidade do procedimento investigatório.
A requisição do Ministro da Justiça é indispensável nas seguintes situções:
a) Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
nos termos do art. 7º, § 3º, b, do Código Penal;
b) Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República
ou Chefe de Governo estrangeiro, conforme art. 141, I, c/c o art. 145,
parágrafo único, ambos do Código Penal;
c) Crimes tipificados na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).

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10.3 Crimes de ação penal privada
Tratando-se de crime sujeito à ação penal privada, cuja legitimação para
a instauração pertence ao particular, o inquérito policial somente poderá
ser instaurado a partir do requerimento do interessado, conforme dispõe
o art. 5º, § 5º, do Código de Processo Penal.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade
para intentá-la.

Nessa hipótese, se a autoridade policial entender pela não instauração do


inquérito policial, indeferindo o requerimento, o requerente poderá recorrer ao
chefe de polícia, nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP
A instauração do inquérito policial não suspende ou interrompe o
prazo decadencial para oferecimento da queixa. Nos termos do art. 38 do
CPP, o ofendido tem o prazo fatal de 6 meses para dar início à ação penal, a
partir do momento em que tomou ciência de quem era o autor do delito. Assim
sendo, mesmo que o inquérito ainda não tenha sido concluído, o interessado
não pode deixar transcorrer o prazo sem oferecer a queixa-crime.

Saiba diferenciar o modo pelo qual é dada a procedibilidade


para a investigação:
Em casos de ação penal privada, o ofendido faz um requerimento;
Em casos de ação penal publica condicionada à representação, a
vítima ou seu representante legal precisa realizar a representação;
Por fim, sendo caso de ação penal pública condicionada à requisição
do Ministro da Justiça, por óbvio, há a necessidade de uma
requisição.

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Ação penal
REPRESENTAÇÃO
pública
do ofendido ou
condicionada à
representante legal
representação

Ação penal pública


condicionada à REQUISIÇÃO do
requisição do Ministro da Justiça
Ministro da Justiça

REQUERIMENTO
Ação penal privada
do ofendido

11 Notitia Criminis e Delatio Criminis


Notitia criminis consiste no conhecimento, espontâneo ou provocado, por
parte da autoridade policial, acerca do fato delituoso, podendo ser classificada
como:
a) Notitia criminis de cognição imediata (espontânea ou direta): a
autoridade policial toma conhecimento da ocorrência da infração penal de forma
direta, por meio de suas atividades rotineiras, dando início, de ofício, às
investigações (ex: notícia veiculada na imprensa).
Somente pode dar ensejo ao início do inquérito policial se o crime, em tese,
praticado for de ação penal pública incondicionada.

b) Notitia criminis de cognição mediata (provocada ou indireta): o


conhecimento da ocorrência do delito é levado ao conhecimento da autoridade
por meio de uma comunicação formal, tal como requisição do Ministério Público,
requerimento do ofendido, requisição do Ministro da Justiça.
Pode dar ensejo à instauração do inquérito policial tanto nos crimes de ação
penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada ou ação penal
privada.

c) Notitia criminis de cognição coercitiva: ocorre quando a autoridade


policial toma conhecimento do fato pela apresentação do acusado, preso em
flagrante delito (art. 302 do CPP).

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11.1 - Delatio Criminis (delação)
A delatio criminis, espécie de notitia criminis, é a comunicação de uma
infração penal à autoridade policial feita por terceiro, por exemplo, por qualquer
do povo, e não pela vítima ou seu representante legal.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar
inquérito.

11.2 - Denúncia anônima


Entre as espécies de notitia criminis, encontra-se a denúncia anônima
(notícia anônima), também denominada notitia criminis inqualificada.
Apesar de admitida em nosso ordenamento jurídico, tratando-se denúncia
anônima, a autoridade policial deverá agir com cautela, não instaurando o IP de
imediato, mas determinando a realização de investigação preliminar, a fim de
verificar a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do crime,
só então instaurar o IP.
Assim sendo, a notícia anônima, por si só, não serve para
fundamentar a instauração de inquérito policial, mas, a partir dela,
podem ser realizadas diligências visando apurar a plausibilidade das
informações e, caso confirmadas, instaurar o inquérito policial. Esse tem sido
o entendimento do STF e do STJ.
(...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede
a deflagração da persecução penal pela chamada
“denúncia anônima”, desde que esta seja seguida de diligências
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados
(86.082, rel. Minª. Ellen Gracie, DJe de 22/08/2008; 90.178, rel. Min.
Cezar Peluso, DJe de 26/03/2010; e HC 95.244, rel. Min. Dias Toffoli,
DJe de 30/04/2010).

12 Procedimentos investigativos
Os artigos 6º e 7º do Código de Processo Penal trazem um rol
exemplificativo de diligências a serem adotadas pela autoridade policial.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:

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I – se possível e conveniente, dirigir-se ao local, providenciando para
que se não alterem o estado e conservação das coisas, enquanto
necessário
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II – apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem
relação com o fato;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do
fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de
delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa.

I – Dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado


e conservação das coisas, enquanto necessário: o objetivo desta
providência é a preservação dos vestígios deixados pelo crime (corpo de delito),
a fim de não prejudicar o trabalho dos peritos criminais.
Nos termos do art. 169, do CPP, para o efeito de exame do local onde
houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente
para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que

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poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
elucidativos.
O deslocamento da autoridade policial até o local dos fatos não é
obrigatório, devendo ocorrer quando for possível e conveniente, ou seja,
quando indispensável para as investigações.
Tratando-se de acidente de trânsito, deverá o policial que primeiro tomar
conhecimento da ocorrência, observar o disposto no art. 1º da Lei 5.970/83,
removendo as pessoas feridas e os veículos envolvidos que estiverem no leito
da via pública e prejudicarem o tráfego.
Lei 5.907/73
Art 1º Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial
que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar,
independentemente de exame do local, a imediata remoção das
pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos veículos nele
envolvidos, se estiverem no leito da via pública e prejudicarem o
tráfego.
Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade ou agente
policial lavrará boletim da ocorrência, nele consignado o fato, as
testemunhas que o presenciaram e todas as demais circunstâncias
necessárias ao esclarecimento da verdade.

II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após


liberados pelos peritos criminais: este inciso refere-se àqueles objetos que,
de algum modo, possam auxiliar no êxito das investigações, mesmo que não se
trate de coisa ilícita.

III - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato


e suas circunstâncias: este inciso tem caráter amplo, podendo abranger
qualquer elemento que possa ser útil na elucidação da infração penal, o que faz
dele um instrumento importante à disposição da autoridade policial na condução
das investigações.

IV - Ouvir o ofendido: a oitiva da vítima, quando possível, pode trazer


informações importantes para a condução das investigações. Em virtude da
relevância do depoimento da vítima, seu não comparecimento, se injustificado,
pode dar ensejo à sua condução coercitiva, nos termos do art. 201, § 1º, do
CPP.

V - Ouvir o indiciado (interrogatório em sede policial): o interrogatório em


sede policial deve ser realizado, observando-se, no que couber, as formalidades

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referentes ao interrogatório em sede judicial. Vale ressaltar que tal
determinação não retira o caráter inquisitivo do inquérito policial.
Em decorrência do princípio nemo tenetur se detegere (direito de não
produzir prova contra si mesmo), o interrogado não está obrigado a responder
às perguntas que lhe forem feitas, tendo direito de permanecer calado, por
tratar-se de direito fundamental, nos termos do art. 5º, XLIII, da Constituição
Federal.
Apesar da alteração legislativa trazida pela Lei 13.245/16, que incluiu
o inciso XXI no art. 7º, da Lei 8.906/94, não é obrigatória a assistência de
advogado em todos atos do inquérito policial, mas, tão somente, garantido o
direito do profissional assistir os clientes investigados, caso estes requeiram sua
presença, para a realização do interrogatório ou depoimento.
Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB)
Art. 7º(...)
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);

VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações: O


reconhecimento de pessoas é realizado na forma prevista no art. 226 do CPP,
sendo que tanto a vítima, quanto as testemunhas e o acusado podem ser
intimados a procederem ao reconhecimento.
O reconhecimento de coisas está ligado à identificação dos instrumentos
empregados na prática delituosa (faca, revólver, barra de ferro, taco de basebol
etc), dos bens utilizados para auxiliar no cometimento da infração (a moto
utilizada em um roubo), bem como o produto do crime (celular subtraído,
relógio, etc).
Quanto à acareação, este é o procedimento no qual são colocados frente
a frente pessoas que já prestaram depoimento em momento anterior. Sua
finalidade é esclarecer contradições entre os depoimentos prestados. A
acareação pode ser realizada entre investigados, entre investigado e
testemunha, entre testemunhas, entre o investigado ou testemunha e a pessoa
ofendida, entre as pessoas ofendidas.
Em decorrência do direito de não produzir prova contra si, o investigado
não é obrigado a participar da acareação.

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VII - Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias: O exame de corpo de delito é obrigatório
nos crimes que deixam vestígios, não podendo ser suprido pela confissão do
investigado, aplicando-se, portanto, a regra do art. 158 do CPP.
O exame de corpo de delito e outras perícias devem ser realizados por peritos
oficiais, ou seja, integrantes dos quadros do Estado. São os Peritos Criminais
dos institutos de criminalística de cada unidade da Federação ou os Peritos
Criminais Federais, pertencentes aos quadros da Polícia Federal.
Não havendo peritos oficiais, o exame pode ser realizado por peritos
leigos, nos termos do art. 159, §§ 1º e 2º, do CPP.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas)
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo.

VIII - Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico,


se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes: Nos
termos do art. 5º, LVIII, da Constituição Federal, o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. A
lei 12.037/2009, regulamentando o referido dispositivo constitucional,
estabeleceu as hipóteses de identificação civil.
Lei 12.037/2009
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá
ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar
cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com
informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais,
segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá
de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;

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VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade
da expedição do documento apresentado impossibilite a completa
identificação dos caracteres essenciais.

A partir da inovação legislativa trazida pela Lei 12.654/2012, a autoridade


policial, a fim de instruir inquérito policial, poderá requerer ao juiz competente
o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético (DNA) dos
condenados por crimes praticados com violência grave contra pessoa ou por
crimes hediondos, conforme dispõe o art. 9º-A, § 2º, da Lei 7.210/84.
Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal)
Art. 9º-A Os condenados por crime praticado, dolosamente, com
violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos
crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990,
serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil
genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por
técnica adequada e indolor.
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder
Executivo.
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao
juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco
de dados de identificação de perfil genético.

A folha de antecedentes criminais é a ficha que contém a vida


pregressa criminal do investigado, contendo a relação de inquéritos policiais
em que este foi indiciado

IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista


individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades


e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa: a Lei
13.257/2006, inseriu o inciso X no art. 6º do CPP, aplicando-se a qualquer tipo
de prisão (flagrante, preventiva ou temporária), porquanto não há limitação
expressa no texto legal. O objetivo é levar ao conhecimento das demais
autoridade (magistrado e Ministério Público), bem como à defesa, a existência
de filhos menores ou portadores de deficiência, para que possam ser adotadas

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as medidas necessárias para a assistência deles, enquanto o pai ou a mãe
estiverem presos.

Poder de requisição da autoridade policial


Instrumento importante da investigação criminal é o poder de
requisição (ou poder requisitório) da autoridade policial, por meio do qual a
autoridade pode, sem necessidade de autorização judicial, requisitar
informações que serão utilizadas para instruir os autos do inquérito policial.
Entre as medidas que se inserem no poder geral de requisição da
autoridade policial podemos destaca-se o art. 17-B da Lei 9603/98 (Lei de
Lavagem de Dinheiro), incluído pela Lei 12.683/2012, o qual estabelece que “A
autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos
dados cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e
endereço, independentemente de autorização judicial, mantidos pela
Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos
provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (negritei).
Além desse dispositivo, podemos citar o art. 2º, § 2º, da Lei
12.830/2013; art. 15 da Lei 12.850/2013.
A Lei 13.344/2016, acrescentou os artigos 13-A e 13-B ao Código de
Processo Penal, versando sobre a requisição de dados na investigação dos
crimes de sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP), redução à condição
análoga à de escravo (art. 149 do CP), tráfico de pessoas (art. 149-A do CP),
extorsão mediante a restrição da liberdade da vítima (art. 158, § 3º, do CP),
extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP) e envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
lucro (art. 239 do Estatuto da Criança e do Adolescente)
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148,149 e 149-A, no §
3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei 8.069,
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas
da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima
ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, conterá;
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável
pela investigação.

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Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes
relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou
dos suspeitos do delito em curso.
(...)
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze)
horas, a autoridade competente requisitará às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados –
como sinais, informações e outros – que permitam a localização
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata
comunicação ao juiz.
Vale lembrar que o poder de requisição da autoridade policial não se
aplica nas hipóteses acobertadas pela reserva de jurisdição, previstas na
Constituição Federal: art. 5º, X e XII (quebra dos sigilos bancários e fiscais),
art. 5º, XI (busca e apreensão domiciliar) e art. 5º, XII (interceptação
telefônica).

Reprodução simulada dos fatos


O artigo 7º do CPP, prevê outra diligência que pode ser adotada pela
autoridade policial, qual seja, a reprodução simulada dos fatos (popularmente
chamada de reconstituição – não use esta expressão).
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.

A reprodução simulada dos fatos só é admitida quando não contrariar


a moralidade ou a ordem pública.

Diligências em outra circunscrição


Circunscrição é a área territorial abrangida pela unidade policial
(delegacia, distrito, superintendência, etc.) na qual a autoridade policial exerce
suas atividades. Em regra, as autoridades policiais não podem realizar
diligências em outra circunscrição, devendo, quando necessário, expedir
carta precatória.

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Tal regra é excepcionada, nos termos do art. 22 do CPP, no Distrito
Federal e nas localidades em que houver mais de uma circunscrição policial.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de
uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas
poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências
em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou
requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua
presença, noutra circunscrição.

Requerimento de diligências pelo ofendido e pelo


indiciado
Tanto o ofendido quanto o indiciado podem requerer à autoridade policial
a realização de diligências, contudo esta não estará obrigada a atender,
porquanto age com discricionariedade na condução das investigações. Cabe ao
Delegado de Polícia avaliar a necessidade e adequação da realização da
diligência requerida, podendo, caso considere-a impertinente, indeferi-la.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.

13 Indiciamento
O indiciamento é o ato privativo da autoridade policial (Delegado
de Polícia), por meio do qual atribui a alguém a condição de possível autor
ou partícipe de uma infração penal

Ato privativo da autoridade policial


INDICIAMENTO

Atribui a Condição de De infração


alguém possível autor penal
ou partícipe

. O indiciamento deve ser realizado de maneira fundamentada, a


partir da análise técnico-jurídica do fato, conforme dispõe o art. 2º, § 6º, da
Lei 12.830/2013.

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Lei 12.830/2013
Art. 2º. (...) § 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do
fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.

Por tratar-se de ato privativo da autoridade policial, o juiz ou o


Ministério Público não podem requisitar o indiciamento de determinado
investigado.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. CRIMES CONTRA ORDEM
TRIBUTÁRIA. INDICIAMENTO PELO MAGISTRADO APÓS
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
"1. Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade
policial. não existe fundamento jurídico que autorize o magistrado,
após receber a denúncia, requisitar ao Delegado de Polícia o
indiciamento de determinada pessoa. A rigor, a requisição dessa
natureza é incompatível com o sistema acusatório, que impõe a
separação orgânica das funções concernentes à persecução penal, de
modo a impedir que o juiz adote qualquer postura inerente à função
investigatória. Doutrina. Lei 12.830/2013. 2. Ordem concedida".
(STF - 2ª T. - HC 115.015 - rel. Teori Zavascki - j. 27.08.13 - public.
12.09.2013)

14 Garantias do indiciado
Há diversos princípios constitucionais que têm aplicação direta no Direito
Processual Penal, os quais serão trabalhados ao longo do curso. Vimos que
durante a fase pré-processual, em razão do caráter inquisitivo do inquérito
policial, não há aplicação dos princípios do contraditório e da ampla
defesa. Contudo, há princípios e garantias que incidem diretamente na fase de
investigação.

Presunção de inocência
Nos termos do art. 5º, LVII, da Constituição Federal, ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Trata-se do princípio da presunção de inocência (ou presunção de não-
culpa, como preferem alguns). Tal princípio deve ser observado também na fase
de investigação criminal.
Este princípio confere verdadeira regra de tratamento ao investigado,
conforme explica Aury Lopes Junior. Esta regra de tratamento possui três

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principais prismas: a vedação à publicidade abusiva do investigado
(preservando sua honra objetiva), a desnecessidade de comprovação, pelo
investigado, de sua inocência, cabendo ao Estado comprovar a materialidade
delitiva e indícios mínimos de autoria e a vedação à utilização ilimitada e
exagerada das prisões cautelares.
Cumpre ressaltar que a presunção de inocência deve ser observada até
mesmo para realização de indiciamento do investigado pela autoridade
policial, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal:
Inquérito policial. Diligências probatórias. Avaliação, pelo ministério
público, da necessidade e utilidade de tais medidas de caráter
instrutório. Controle jurisdicional da licitude de tais diligências. A
questão do indiciamento. Necessidade de que existam, para a
efetivação desse ato de polícia judiciária, indícios mínimos de
autoria e de materialidade do fato delituoso. Inocorrência, no
caso, segundo o próprio Ministério Público, de tais elementos
indiciários. Pedido de indiciamento indeferido. Considerações de
ordem doutrinária
(SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Inquérito n.º 2041/MG. Rel. Min.
Celso de Mello, 2003).

Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à


autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, conforme preceitua
art. 20, parágrafo único, do CPP.
Art. 20. (...) Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe
forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar
quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os
requerentes.

As prisões provisórias, aquelas que ocorrem antes do trânsito em


julgado, quando determinadas de maneira excepcional e indispensável ao fim a
que se propõem, não ofendem o princípio da presunção de inocência,
porquanto são medidas excepcionais, aplicáveis apenas quando presentes os
requisitos legais, devendo ser adequadamente motivadas.

Direito ao silêncio (nemo tenetur se detegere)


Entre as providências que podem ser adotadas pela a autoridade policial
para a apuração da infração penal, encontra-se o interrogatório policial do
investigado. Contudo, tal ato está limitado por garantias legais e constitucionais,
entre as quais encontra-se o direito ao silêncio, que decorre do privilégio nemo

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tenetur se detegere (princípio de que ninguém pode ser obrigado a se
autoincriminar).
Em decorrência deste princípio, o investigado não é obrigado a
responder as perguntas que lhe forem feitas acerca dos fatos. Da mesma
forma, o indiciado não pode ser obrigado a participar da reprodução simulada
dos fatos.

Direito de não comparecimento a interrogatório policial


Em entendimento firmado no ano de 2018, o Supremo Tribunal
Federal declarou a não recepção da expressão “para o interrogatório”
exposta no art. 260, do Código de Processo Penal, declarando que não há
possibilidade de condução coercitiva para fins de interrogatório pela análise do
dispositivo à luz da Constituição Federal de 1988.
Diz o art. 260, do CPP, in verbis:
Art. 260.
Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser
realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
Este dispositivo trata da chamada “condução coercitiva”, que ocorre nos
casos em que o investigado ou réu não comparece para determinado ato
procedimental e é conduzido coercitivamente, sob escolta policial, pela
autoridade competente para a realização de determinado ato.
Em que pese o dispositivo seja aplicado também na fase processual, tem-
se que era utilizado majoritariamente na fase inquisitorial, sob ordem da
autoridade policial que presidia determinado inquérito policial.
O Supremo Tribunal Federal vedou a aplicação da condução coercitiva
para interrogatórios policiais e judiciais sob o argumento de ofensa a direitos
fundamentais, notadamente lesão frontal à presunção de inocência (art. 5º,
LVII, da CF/88), e pelo fato de que a Constituição Federal de 1988 consagrou o
direito ao silêncio, tornando a condução desnecessária e contraproducente.
Deste modo, eventual não comparecimento a interrogatório configura-se
exercício dos direitos de defesa e ao silêncio, devendo haver a continuidade da
investigação policial ou marcha processual, respeitando-se, deste modo, os
direitos e garantias fundamentais expostos em nossa Carta Magna (ADPF
395/DF e ADPF 444/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13 e 14 de
junho de 2018 – Informativo 906, Plenário do Supremo Tribunal Federal).

Assistência da família e advogado

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A Constituição Federal, em seu art. 5º, inc. LXIII, garante ao preso o
direito à assistência da família e de advogado. Neste sentido, a pessoa presa
em flagrante, por exemplo, tem direito que sua família seja informada de
sua prisão (art. 5º, incl LXII), para que lhe preste a assistência necessária
(providencie o pagamento da fiança, nas hipóteses legais; leve para o indiciado
itens de higiene pessoal e outras necessidades básicas, o visite nos dias
previstos etc).

CF
Art. 5º (...) LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado;

Quando o preso manifestar vontade nesse sentido, é direito seu ser


assistido por um advogado durante seu interrogatório e nos demais
atos em que sua presença for necessária na fase policial, cujo não atendimento
resulta em nulidade do ato praticado, ressalvada a desnecessidade de intimação
da defesa técnica para acompanhamento de depoimentos orais (observar tópico
5, p. 8).
Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB)
Art. 7º
(...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);

Se o preso não informar o nome de seu advogado, a Defensoria Pública


deverá será comunicada da prisão (artigos 289-A, § 4º e 306 do CPP).

Comunicação à autoridade judiciária


Nos termos do art. 5º, inc. LVII, a prisão de qualquer pessoa e o local
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente. Tal
providência é necessária para que seja apreciada a legalidade do ato e,
caso constatada a ilegalidade, a prisão deverá ser relaxada, nos termos do art.
5º, inc. LXV, da CF.

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Constituição Federal de 1988.
Art. 5º (...) LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;

Incomunicabilidade do preso.
Segundo o art. 21 do CPP, a incomunicabilidade do indiciado dependerá
sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Este artigo não foi
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, não havendo,
portanto, possibilidade de incomunicabilidade do preso no atual
ordenamento jurídico brasileiro. Assim sendo, é uma garantia do indiciado
que ele não será mantido incomunicável.
A incomunicabilidade do preso não é admitida nem mesmo durante o estado
de defesa, conforme expressa o art. 136, § 3º, inc. IV, da Constituição Federal.

Identificação dos responsáveis pela prisão e pelo


interrogatório
O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial, conforme preceitua o art. 5º, inc. XLIV, da CF,
o que inclui os policiais ou qualquer outra pessoa que tenha efetuado a prisão,
a autoridade policial que conduziu o interrogatório, o escrivão que participou do
ato etc.

15 Avocação e redistribuição do inquérito policial


Avocação consiste no ato da autoridade administrativa que atrai para si
a competência para cumprir determinado ato de atribuição de um funcionário
ou órgão hierarquicamente inferior.
Redistribuição é o ato administrativo pelo qual a competência para a
prática do ato é transferida para uma autoridade com mesmo grau hierárquico
daquela originalmente competente.
Tratando-se de inquérito policial ou outro procedimento investigativo, a
avocação ou redistribuição somente será admitida, mediante despacho
fundamentado da autoridade superior, desde que embasado no
interesse público ou nas hipóteses previstas em regulamento da
instituição policial, nos termos do art. 2º, § 4º, da Lei 12.830/2013.
Lei 12.830/2013
Art. 2º (...) § 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por

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superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo
de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que
prejudique a eficácia da investigação.

Interesse público
Avocação ou
redistribuição de Despacho fundamentado
inquérito
Procedimento previsto
em Regulamento

16 Conclusão e prazos

16.1 Relatório
Concluídas as investigações, a autoridade policial deve fazer um
minucioso relatório acerca do que foi apurado no inquérito policial, enviando-o,
em seguida ao juiz competente, conforme estabelece o art. 10, § 1º, do CPP.
Art. 10
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado
e enviará autos ao juiz competente.
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não
tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser
encontradas.

O relatório é uma peça elaborada pela autoridade policial, de


conteúdo eminentemente descritivo, razão pela qual deverá limitar-se a
declinar as providências realizadas, resumir os depoimentos prestados e as
versões da vítima e do investigado, mencionando o resultado das diligências
realizadas, bem como, nos termos do § 2º do art. 10 do CPP, indicar eventuais
testemunhas que não tenham sido ouvidas, indicando o lugar onde possam ser
encontradas.

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R Peça
E
L
A
Elaborada pela autoridade
T
policial
Ó
R
I
Conteúdo descritivo
O

Não pode o Delegado de Polícia fazer qualquer juízo de valor, uma


vez que a opinio delicti deve ser formada pelo titular da ação penal (Ministério
Público, ofendido ou seu representante legal, conforme a modalidade de ação
penal).

16.2 Encaminhamento do IPL


Encerradas as investigações e elaborado o relatório pela autoridade
policial, os autos do inquérito deverão ser encaminhados ao juízo competente,
nos termos do art. 10, § 1º, do CPP.
Art. 10. (...) § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver
sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

Nos crimes de ação penal pública, deverá o juiz determinar vista ao


Ministério Público (titular da ação penal), o qual poderá oferecer a denúncia
(Art. 24 e seguintes do CPP), requerer o arquivamento dos autos (Art. 28 do
CPP) ou requerer a devolução dos autos para realização de diligências
que julgar imprescindíveis ao oferecimento da denúncia (art. 16 do CPP).

Oferecer a denúncia

Providências do
Requerer o arquivamento
Minisério Público

Requisitar novas diligências

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Nos crimes de ação penal privada, os autos do inquérito serão
encaminhados ao juiz competente, onde permanecerão aguardando a
iniciativa do titular da ação penal, nos termos do art. 19 do CPP.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a
iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão
entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

16.3 Prazos
Contagem dos prazos
Tem-se entendido que a contagem do prazo para conclusão do inquérito
policial seguirá regras diferentes, caso se trate de indiciado preso ou solto.
Quando o indiciado estiver solto, o prazo é processual, seguindo a
regra do artigo 798, § 1º, do CPP, em que não se computa o dia do começo,
incluindo-se o do vencimento.
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e
peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia
feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se,
porém, o do vencimento.

A contagem do prazo processual tem como marco inicial a portaria de


instauração do inquérito.
Tratando-se de indiciado preso, o prazo é material, aplicando-se o
disposto no art. 10 do Código Penal, em que o dia do começo é incluído no
cômputo.
Código Penal
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se
os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

A contagem do prazo penal tem como marco inicial a prisão do


indiciado.

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Prazo processual • Não se computa o dia de começo


Art. 798, § 1º, do CPP • Inclui-se o dia do vencimento

Prazo penal • Computa-se o dia de começo


Art. 10 do CP

Prazos para conclusão do IP/IPL


Há vários prazos para conclusão do inquérito policial, dependendo,
em cada caso, da natureza do crime, de encontrar-se o indiciado preso ou em
liberdade ou da justiça competente para julgamento.

Código de Processo Penal


O primeiro grupo de prazos a serem observados na tramitação do
inquérito oficial está previsto no art. 10, caput, do CPP.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Estando o indiciado preso, o prazo para conclusão do IP/IPL é de dez


dias. Esta prisão pode ser decorrente de ter o investigado sido surpreendido
em flagrante delito ou haver sido decretada sua prisão preventiva, por ordem
judicial.
Se o indiciado estiver solto, o prazo para encerramento do inquérito
policial será de 30 dias. Nesta hipótese, havendo necessidade de serem
realizadas outras diligências imprescindíveis à solução do caso, pode a
autoridade policial, solicitar ao juiz o retorno dos autos para
continuidade das investigações.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver
solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos,
para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz.

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No dia a dia policial é comum a reiteração da concessão de prazo para
continuidade das investigações, tratando-se de indiciado solto, chegando a
investigação, em alguns casos, a durar anos.

Lei 5.010/66
A Lei 5.010/66 organiza a Justiça Federal em primeira instância. Em seu
art. 66 a referida lei dispõe acerca do prazo de tramitação do inquérito policial.
Lei 5.010/66
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze
dias, quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por
mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da
autoridade policial e deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento
do processo.
Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo para conclusão
do inquérito, a autoridade policial deverá apresentar o preso ao Juiz.

Assim, segundo o referido dispositivo, o prazo para conclusão dos


inquéritos que apurem crimes de competência da Justiça Federal em
primeira instância será de 15 (quinze) dias, quando o indiciado estiver
preso.
Segundo o referido arquivo, tal prazo poderá ser prorrogado por mais
15 dias, o que não ocorre em relação aos inquéritos referentes a crimes que
tramitam na Justiça Estadual, por não haver previsão de prorrogação de prazo
de IP/IPL no CPP, quando tratar-se de indiciado preso.
Quando o investigado estiver solto, o prazo do inquérito segue a regra
geral do CPP, ou seja, 30 (trinta) dias.

Indiciado preso
10 dias improrrogáveis
Just. Estadual

Indiciado preso
15 dias + 15 dias
Just. Federal

Indiciado solto
30 dias prorrogáveis
JF/JE

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Observação: estes prazos não se aplicam quando a lei prever prazo


específico para apuração de determinadas infrações penais, conforme veremos
a seguir.

Lei 11.343/06
Os crimes previstos na Lei de Drogas (Lei 11.343/06) tem tratamento
diferenciado no que se refere ao prazo para conclusão dos inquéritos policiais,
conforme expressamente declarado no art. 51.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta)
dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando
solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária.

Estando o indiciado preso, o prazo para conclusão do inquérito será de


30 (trinta) dias, prorrogável por mais 30 (trinta). Se o investigado estiver solto,
o prazo será de 90 (noventa) dias, prorrogável por mais 90 (noventa).

Investigado + 30 dias
preso 30 dias

Investigado solto 90 dias + 90 dias

Quando se refere a indiciado solto, a jurisprudência e a doutrina


têm admitido prorrogações sucessivas do prazo do inquérito, não se
limitando a 90 + 90. Contudo, para sua prova, guarde a regra geral do art.
51 da Lei 11.343/2006, salvo se a questão abordar justamente o entendimento
que acabamos de mencionar.

Lei 1521/51
Dispõe a Lei 1.521/51 (Lei de Crimes Contra a Economia Popular), em
seu art. 10, § 1º:

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Lei 1.521/51
Art. 10 (...) § 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por
portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias.

Diferente dos outros dispositivos já estudados, a referida lei não faz


distinção de prazo para indiciado preso ou solto, sendo em ambas hipóteses
prazo único de 10 (dez) dias.

indiciado 10 indiciado
preso dias solto

Crimes Militares
O inquérito policial militar tem prazo específico para ser concluído, de
acordo com o Código de Processo Penal Militar, sendo de 20 dias, caso preso
o investigado, e 40 dias, prorrogáveis por mais 20, se solto (art. 20 do
Decreto-lei 1.002/1969).

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DROGAS
Indic. preso: 30d + 30d
Indic. solto: 90d + 90d

Crimes Federais
Indic. preso: 15d
Indiciado solto: 30d

Legislação Especial
Crimes contra econ.
popular
Indic. preso: 10d
conclusão do
Prazos de

Indic. solto: 10d


IP/IPL

Crimes Militares
Indic. preso: 20d
Indic. solto: 40d

REGRA GERAL Indiciado preso: 10 dias


Art. 10 do CPP Indiciado solto: 30 dias

17 Arquivamento do inquérito policial


Em decorrência do princípio da indisponibilidade (obrigatoriedade ou
legalidade), a autoridade policial não pode determinar o arquivamento
do inquérito policial, conforme expressa o art. 17 do CPP.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.

Somente após requerimento do Ministério Público, o juiz pode


determinar o arquivamento do inquérito policial.
A lei não determina os casos em que o Ministério Público poderá
pedir o arquivamento do IP/IPL, ficando a cargo do membro do Parquet a
análise, em cada caso concreto, da presença de indícios mínimos para o
oferecimento da denúncia ou arquivamento dos autos.
Contudo, a decisão do membro do Ministério Público pelo pedido
de arquivamento dos autos do inquérito policial não obriga o juiz a
atender, podendo o magistrado, caso discorde da promoção de arquivamento,
encaminhar os autos para a instância superior do Ministério Público

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(Procurador-Geral de Justiça, tratando-se do MP estadual, ou a Câmara de
Coordenação e Revisão, no âmbito do Ministério Público Federal), nos termos
do art. 28, do CPP.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-
la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.

Recebidos os autos do inquérito encaminhado pelo juiz, nos termos do


art. 28 do CPP, o procurador-geral de justiça poderá tomar as seguintes
providências:
a) Oferecer a denúncia;
b) Designar outro membro do Ministério Público para oferecer a
denúncia;
c) Insistir no pedido de arquivamento.

Caso o Procurador-Geral de Justiça insista na promoção de


arquivamento, o juiz deverá acolhê-la.
O juiz somente determinará o arquivamento do IP/IPL se houver
manifestação do Ministério Público neste sentido, não havendo
possibilidade de o magistrado arquivar de ofício os autos.

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Pedido de arquivamento do
IP/IPL

Juiz discorda: Juiz concorda: os


Remete ao autos são
Procur.-Geral arquivados

PG designa outro
PG oferece órgão do MP para PG insiste na
denúncia oferecer a promoção de
denúncia arquivamento

Juiz é obrigado a
arquivar o
inquérito

Arquivamento Implícito
O arquivamento implícito ocorre quando o Ministério Público não
inclui na denúncia um indiciado, ou tratando-se de mais de um crime,
não inclui todos eles. A exemplo de praticado por três indivíduos, sendo a
denúncia oferecida apenas em face de dois deles; ou na hipótese da denúncia
oferecida em face de três indivíduos, que, em concurso de agentes, teriam
praticado, em tese, dois crimes distintos, mas o Ministério Público, na
denúncia, imputa-lhes a prática de somente um crime.
Assim, o arquivamento implícito classifica-se em: objetivo (quando
a omissão se dá com relação às infrações praticadas) ou subjetivo (quando a
omissão se dá com relação aos acusados).
A doutrina e jurisprudência não têm admitido o arquivamento
implícito, uma vez que a denúncia pode ser aditada, em observância ao
princípio da indisponibilidade, após tomadas as providências do art. 28 do CPP.
Mesmo que não haja o aditamento da denúncia, não há impedimento para que
o indiciado seja denunciado posteriormente, dando início a um novo processo.

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Decore o conceito de arquivamento implícito, pois as bancas
adoram cobrá-lo em prova. O último parágrafo, no qual tratamos
sobre a doutrina e a jurisprudência não admitir tal modalidade de
arquivamento, geralmente não é cobrado, mas, se for, a questão
virá de forma explícita.
Assim, se vier apenas uma apresentação de caso concreto,
perguntando se é arquivamento implícito ou não, responda com
base no conceito que apresentamos nos dois primeiros
parágrafos.

O arquivamento indireto
Segundo doutrina, arquivamento indireto é na verdade uma forma de o
membro do Ministério Público suscitar a incompetência do juízo. Ocorre
quando o Ministério Público deixa de oferecer a denúncia por entender que o
juízo é incompetente. Nesta hipótese, não pode o magistrado, se entender ser
competente, obrigar o MP a oferecer a denúncia, em razão da independência
funcional do membro do Ministério Público, devendo, portanto, aplicar, por
analogia, o Art. 28 do CPP.

Não confunda arquivamento implícito com arquivamento


indireto. É comum os candidatos confundirem os conceitos na
hora da prova. NÃO DEIXE ISTO ACONTECER CONTIGO. Para
facilitar, lembre-se: o arquivamento indireto é aquele em que
o MP entende que o juiz é incompetente.

Recurso em caso de arquivamento


Em regra, não cabe recurso em caso de arquivamento dos autos
do inquérito policial, mas há duas situações, especificamente, previstas em
lei em que há recurso no caso de arquivamento do inquérito policial.
Caberá recurso do arquivamento dos autos do IP/IPL nos crimes contra a
economia popular, conforme art. 7º da Lei 1.521/51, e nos casos das
contravenções penais previstas nos art. 58 e 60 do Decreto-Lei nº 3.688/41
(jogo do bicho e corrida de cavalo).
Resumindo, em regra o arquivamento do IP/IPL é irrecorrível, mas
comporta exceções, não sendo, portanto, a irrecorribilidade absoluta.

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REGRA IRRECORRÍVEL

Arquivamento
do IP/IPL Crimes contra a economia
popular

EXCEÇÕES
Contravenções penais (jogo
do bicho e corrida de
cavalo)

18 Desarquivamento do inquérito policial


Dispõe o art. 18 do Código Penal que:
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.

Assim, após arquivado o inquérito, se a autoridade policial tiver notícia


de possíveis provas até então não conhecidas, poderá dar continuidade às
investigações.
Podemos dividir as razões para arquivamento da seguinte forma:

a) Ausência de justa causa


Nessa hipótese, então, é possível o desarquivamento do inquérito policial,
caso o arquivamento tenha sido motivado pela insuficiência de base
para a denúncia (ausência de indícios de autoria e de prova da materialidade),
ou seja, o despacho de arquivamento, em regra, não gera coisa julgada
material, mas apenas coisa julgada formal, contudo a reabertura da
investigação requer o surgimento de novas provas.
Súmula 524 do STF
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento
do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas
provas.

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Caso surjam novas provas, somente o inquérito arquivado com base na
inexistência de provas de autoria ou participação ou pela ausência de
provas da existência do fato poderá ser desarquivado.
Se o arquivamento for decorrente da existência de provas de que o
investigado não foi autor ou partícipe do delito, bem como se tiver
amparado na existência de provas de que o fato não ocorreu, não haverá
possibilidade de desarquivamento dos autos.
Ou seja, se o Ministério Público tiver pedido o arquivamento dos autos do
IP/IPL por haver sido demonstrado que o investigado não foi o autor ou
partícipe do delito ou que o fato não ocorreu, o despacho de arquivamento
fará coisa julgada material, não sendo possível o desarquivamento.

Inexistência de prova
da materialidade
Possibilidade
coisa julgada formal
Inexistência de
indícios da
Arquivamento de autoria/participação
inquérito policial por
ausência de justa
causa Prova da não
existência do fato
Impossibilidade
coisa julgada
material
Prova da não
autoria/participação

b) Falta de condição de procedibilidade da ação penal


Como vimos anteriormente, nos crimes de ação penal pública condicionada, a
instauração do inquérito policial só pode ocorrer após o oferecimento da
representação pela vítima ou seu representante legal.
Caso, após a instauração do IP/IPL a vítima se retrate da
representação, ou seja, peça o encerramento das investigações pois não
deseja mais a persecução penal em relação ao fato, os autos deverão ser
arquivados por falta de condições de procedibilidade da ação penal. Nessa
hipótese, o inquérito não poderá ser desarquivado.
Contudo, é possível que a vítima ou seu representante legal (que
anteriormente se retratou – retirou a representação), após o arquivamento
dos autos, apresente nova representação (antes de operar-se a
decadência, ou seja, antes dos 06 (seis) meses contados a partir do

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conhecimento da autoria), nesta hipótese poderá ser desarquivado o
IP/IPL.
Simplificando: se, após o arquivamento dos autos, a vítima ou seu
representante oferecer nova representação, antes de configurar a decadência
de seu direito, o inquérito pode ser desarquivado, se a causa do
arquivamento tiver sido a ausência de condição de procedibilidade.

c) Atipicidade da conduta
Se o inquérito for arquivado por entender o Ministério Público que a
conduta é atípica, não poderá ser desarquivado, mesmo que surjam novas
provas, fazendo a decisão de arquivamento coisa julgada material.
"Não se revela cabível a reabertura das investigações penais, quando
o arquivamento do respectivo inquérito policial tenha sido
determinado por magistrado competente, a pedido do Ministério
Público, em virtude da atipicidade penal do fato sob apuração,
hipótese em que a decisão judicial - porque definitiva - revestir-se-á
de eficácia preclusiva e obstativa de ulterior instauração da
'persecutio criminis', mesmo que a peça acusatória busque apoiar-se
em novos elementos probatórios. Inaplicabilidade, em tal situação,
do art. 18 do CPP e da Súmula 524/STF. Doutrina. Precedentes."
(SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, HC 84156, Relator Ministro Celso de
Mello, Segunda Turma, julgamento em 26.10.2004, DJ de 11.2.2005)

A decisão de arquivamento do inquérito policial, fundada na atipicidade


da conduta, faz coisa julgada material, mesmo que seja emanada de
autoridade judiciária incompetente.

I - Habeas corpus: cabimento. É da jurisprudência do Tribunal que


não impedem a impetração de habeas corpus a admissibilidade de
recurso ordinário ou extraordinário da decisão impugnada, nem a
efetiva interposição deles. II - Inquérito policial: arquivamento com
base na atipicidade do fato: eficácia de coisa julgada material. A
decisão que determina o arquivamento do inquérito policial, quando
fundado o pedido do Ministério Público em que o fato nele apurado
não constitui crime, mais que preclusão, produz coisa julgada
material, que - ainda quando emanada a decisão de juiz
absolutamente incompetente -, impede a instauração de processo
que tenha por objeto o mesmo episódio. Precedentes: HC 80.560, 1ª
T., 20.02.01, Pertence, RTJ 179/755; Inq 1538, Pl., 08.08.01,
Pertence, RTJ 178/1090; Inq-QO 2044, Pl., 29.09.04, Pertence, DJ

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28.10.04; HC 75.907, 1ª T., 11.11.97, Pertence, DJ 9.4.99; HC
80.263, Pl., 20.2.03, Galvão, RTJ 186/1040. (grifei)
(STF, HC nº 83.343/SP, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, 1ª
Turma, unânime, DJ de 19.08.2005).

d) Excludente de ilicitude
Se o arquivamento do inquérito for baseado na presença de causa
excludente da ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício
regular de direito, estrito cumprimento do dever legal), há divergência entre
o STF e o STJ acerca da possibilidade de desarquivamento dos autos, caso
surjam novas provas.

STF
Entende que se o inquérito for arquivado com fundamento em uma
excludente de ilicitude, se surgirem provas no sentido de que a excludente não
existiu, é possível o desarquivamento dos autos, não fazendo, portanto, do
despacho de arquivamento coisa julgada material.
(...) 1. A decisão que determina o arquivamento de inquérito policial,
a pedido do Ministério Público e determinada por juiz competente,
que reconhece que o fato apurado está coberto por excludente de
ilicitude, não afasta a ocorrência de crime quando surgirem novas
provas, suficientes para justificar o desarquivamento do inquérito,
como autoriza a Súmula 524 deste Supremo Tribunal Federal. 2.
Habeas corpus conhecido e denegado.
(HC 95211, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma,
julgado em 10/03/2009, DJe-160 DIVULG 19-08-2011 PUBLIC 22-08-
2011 EMENT VOL-02570-01 PP-00169)

STJ
Entende que se o inquérito foi arquivado com base na presença de uma
excludente de ilicitude, mesmo que surjam novas provas, não poderá ser
desarquivado.
(...) 1. A permissão legal contida no art. 18 do CPP, e pertinente
Súmula 524/STF, de desarquivamento do inquérito pelo surgimento
de provas novas, somente tem incidência quando o fundamento
daquele arquivamento foi a insuficiência probatória – indícios de
autoria e prova do crime. 2. A decisão que faz juízo de mérito do
caso penal, reconhecendo atipia, extinção da punibilidade (por
morte do agente, prescrição…), ou excludentes da ilicitude,

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exige certeza jurídica – sem esta, a prova de crime com autor
indicado geraria a continuidade da persecução criminal – que,
por tal, possui efeitos de coisa julgada material, ainda que
contida em acolhimento a pleito ministerial de arquivamento
das peças investigatórias.3. Promovido o arquivamento do
inquérito policial pelo reconhecimento de legítima defesa, a coisa
julgada material impede rediscussão do caso penal em qualquer novo
feito criminal, descabendo perquirir a existência de novas provas.
Precedentes. 4. Recurso especial improvido.
(REsp 791.471/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA,
julgado em 25/11/2014, DJe 16/12/2014)

e) Excludente de culpabilidade
Entende a doutrina que o arquivamento do inquérito policial
fundamentado em causa manifesta de excludente da culpabilidade (ex:
coação moral irresistível ou obediência a ordem superior não manifestamente
ilegal, nos termos do art. 22 do CP) impede o desarquivamento dos autos,
mesmo diante de novas provas. Esta é uma posição doutrinária, não havendo
na jurisprudência enfrentamento a esse tema.

f) Extinção da punibilidade
Extinta a punibilidade do agente, nos termos do art. 107 do Código
Penal ou por qualquer outra causa, não será admitido o desarquivamento
do inquérito policial.
Exceção: somente em caso de declaração de extinção de punibilidade em
decorrência da morte do agente (art. 107, I, do CP), embasada em certidão
de óbito falsa, é possível o desarquivamento do inquérito policial.

19 Trancamento do inquérito policial


Vimos acerca do arquivamento do inquérito policial, que consiste em uma
decisão judicial, requerida pelo Ministério Público, pondo fim às investigações,
em virtude da ausência de elementos para a propositura da ação penal.
Contudo, há situações em que a paralização do andamento do
inquérito policial não se dá em razão do pedido formulado pelo Ministério
Público, mas sim em virtude da existência de mácula que afeta tão
gravemente o inquérito, ao ponto de resultar em seu trancamento.
Trancamento é, portanto, uma forma anômala de encerramento
do inquérito policial, em virtude da instauração e condução da investigação
constituir um constrangimento ilegal.

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O principal instrumento utilizado para o trancamento do inquérito
policial é o remédio constitucional do Habeas Corpus, sendo, portanto,
medida excepcional.

As principais razões para trancamento do inquérito policial são:


a) Atipicidade da conduta
Se o fato claramente não constitui crime, mas apenas infração
administrativa, não há justa causa para instauração do inquérito policial. Da
mesma forma, se a lesão ao bem jurídico é insignificante, não há tipicidade
material, motivo pelo qual não deve ser promovida a persecução penal.
Se, apesar da manifesta atipicidade do fato, for instaurado o inquérito
policial, o investigado pode impetrar Habeas Corpus visando o trancamento
do IP.

b) Causa extintiva da punibilidade


Se caracterizada a ocorrência de alguma causa extintiva da
punibilidade (por exemplo, a decadência do direito de queixa – art. 107, IV,
c/c art. 103, ambos do CP), não haverá justa causa para instauração do
inquérito policial.

c) Falta de pressuposto para sua instauração


Como vimos anteriormente, nos crimes de ação penal pública
condicionada o inquérito policial não pode ser iniciado sem a representação
do ofendido ou de seu representante legal.
Da mesma forma, nos crimes de ação penal privada, o início do
inquérito policial depende de prévio requerimento do titular da ação
penal.
Em ambas as hipóteses, a instauração do IP/IPL, mesmo ausente
representação ou do requerimento, caracterizará constrangimento
ilegal, dando ensejo ao trancamento do inquérito policial.

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TRANCAMENTO DO IP/IPL

Causa extintiva Falta de


Atipicidade
da pressuposto
da conduta
punibilidade para
instauração

20 Súmulas dos Tribunais Superiores


Súmulas do Supremo Tribunal Federal
Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Súmula 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas.

Súmulas do Superior Tribunal de Justiça


Súmula 234 – A participação de membro do Ministério Público na fase
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia.

21 Informativos dos Tribunais Superiores


Informativos do Supremo Tribunal Federal

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Informativo 933 – Não há necessidade de intimação da defesa técnica
do investigado, em fase de inquérito policial, para acompanhamento de
depoimentos orais, tendo em vista a mitigação do contraditório e ampla defesa
em fase inquisitorial (Pet 7612/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em
12.03.2019).
Informativo 907 – Delegado de polícia pode formalizar acordos de
colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas as prerrogativas
do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante,
previamente à decisão judicial (ADI 5508/DF, rel. Min. Marco Aurélio,
julgamento em 20.6.2018).
Informativo 906 – A condução coercitiva do investigado para
interrogatório policial ou acusado para interrogatório judicial não foi
recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Deste modo, declarou-se a não
recepção da expressão “para o interrogatório” do art. 260, do CPP (ADPF
395/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13 e 14.6.2018 e ADPF
444/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13 e 14.6.2018).

Informativos do Superior Tribunal de Justiça


Informativo 631 - Compete à Justiça Federal a condução do inquérito
que investiga o cometimento do delito previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código
Penal, na hipótese de venda de mercadoria estrangeira, permitida pela ANVISA,
desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento de imposto
de importação (CC 159.680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por
unanimidade, julgado em 08/08/2018, DJe 20/08/2018).
Informativo 638 - Não se admite a pronúncia de acusado fundada
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial (AgRg
no REsp 1.740.921-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade, julgado em
06/11/2018, DJe 19/11/2018).
Informativo 612 - Ocorrendo a descoberta fortuita de indícios do
envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro, os autos devem ser
encaminhados imediatamente ao foro prevalente, definido segundo o art. 78,
III, do CPP, o qual é o único competente para resolver sobre a existência de
conexão ou continência e acerca da conveniência do desmembramento do
processo (Rcl 31.629-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado
em 20/09/2017, DJe 28/09/2017).
Informativo 603 - Compete à Justiça Federal a condução do inquérito
que investiga o cometimento do delito previsto no art. 241-A do ECA nas
hipóteses em que há a constatação da internacionalidade da conduta e à Justiça
Estadual nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações
privadas, como nas conversas via whatsapp ou por meio de chat na rede social

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facebook (CC 150.564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por
unanimidade, julgado em 26/4/2017, DJe 2/5/2017).
Informativo 596 - É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou
ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a
atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no artigo 33,
§ 4º, da Lei n. 11.343/2006 (EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, por
maioria, julgado em 14/12/2016, DJe 1/2/2017).

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22 Questões comentadas
1. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2018)
Roberto foi preso em flagrante pela suposta participação no delito de furto de
uma bicicleta. Na lavratura do respectivo auto foram ouvidos os policiais
responsáveis pela prisão e o indiciado. A prisão em flagrante foi convertida em
prisão preventiva em sede de audiência de custódia. Concluídas as investigações
e relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao Ministério
Público. Ao analisar o caso, no entanto, o Promotor de Justiça entendeu haver
diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia, consistente na oitiva
da vítima proprietária da bicicleta, eis que Roberto disse ter com ela negociado
a compra do referido objeto. Nesse caso, deverá o Promotor de Justiça
a) determinar o arquivamento do inquérito policial.
b) denunciar Roberto e solicitar o prazo de 30 dias para eventual aditamento da
denúncia.
c) intimar a vítima para que compareça ao Ministério Público no prazo de 60
dias, sob pena de crime de desobediência, requerendo a manutenção da
custódia cautelar de Roberto.
d) oferecer transação penal, nos termos do art. 89 da Lei n° 9.099/95.
e) requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que seja realizada
a oitiva da vítima e a imediata soltura do indiciado.
Resolução
a) Errado: o enunciado deixa claro que o promotor entendeu serem
imprescindíveis a realização de novas diligências. Assim sendo, os autos
deverão retornar à polícia para continuidade das investigações, nos termos do
art. 16 do CPP.
b) Errado: se há necessidade de diligências imprescindíveis, não há justa causa
para oferecimento da ação penal, devendo, portanto, ser adotado o
procedimento previsto no art. 16 do CPP.
c) Errado: a oitiva da vítima deve ser feita em sede policial, porquanto cabe ao
delegado de polícia a presidência do inquérito, razão pela qual os autos devem
retornar àquela instituição.
d) Errado: o crime de furto, tipificado no art. 155 do CPP, tem pena privativa
de liberdade prevista 1 a 5 anos, não sendo, portanto, possível a transação
penal, porquanto esta só se aplica aos crimes de menor potencial ofensivo, os
quais tem pena privativa de liberdade não superior a dois anos, nos termos do
art. 61 da Lei n° 9.099/95.
e) Certo: o inquérito deve retornar à Delegacia de origem, nos termos do art.
16 do CPP, para que seja realizada a oitiva da vítima. A imediata soltura do

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indiciado se faz necessária, posto haver dúvida acerca da existência do crime,
não havendo razão, portanto, para manutenção de sua prisão provisória.
Gabarito 1: E

2. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Agente de Polícia Legislativa/2018)


O inquérito policial
a) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia
quanto pelo membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha
sido este o órgão responsável pela investigação.
b) acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.
c) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta
com base nos elementos por ele colhidos.
d) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de
ação penal, ainda que tenha por fundamento a existência de novas provas.
e) é um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal,
imprescindível para embasar o oferecimento da denúncia.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial é um procedimento presidido exclusivamente por
delegado de polícia, nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei 12.830/2013.
b) Certo: a alternativa traz a redação do art. 12 do CPP.
c) Errado: eventuais vícios do inquérito policial não contaminarão a ação penal,
conforme entendimento dos tribunais superiores.
d) Errado: o surgimento de novas provas pode dar ensejo ao desarquivamento
do inquérito policial, conforme dispõe o art. 18 do CPP.
e) Errado: o inquérito policial não é obrigatório, mas sim dispensável, podendo
a ação penal ser oferecida sem que tenha havido a instauração de inquérito
policial.
Gabarito 2: B

3. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Procurador Legislativo/2018)


Sobre o inquérito policial, está de acordo com a legislação processual penal
vigente e a jurisprudência dos Tribunais Superiores o que se afirma em:
a) É peça indispensável para que o Ministério Público ofereça denúncia em
crimes praticados por particular contra a administração pública.

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b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados nos autos, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Será concluído, em caso de investigação acerca de tráfico de drogas, no prazo
de 45 (quarenta e cinco) dias, se o indiciado estiver preso, e de noventa dias,
quando solto.
d) A autoridade policial, convencida da ausência de indícios suficientes de
autoria, poderá mandar arquivar os autos de inquérito policial.
e) Em razão do princípio da divisibilidade da ação penal pública incondicionada,
admite-se o arquivamento implícito de inquérito policial.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial não é obrigatório, mas sim dispensável, podendo
a ação penal ser oferecida sem que tenha havido a instauração de inquérito
policial, mesmo quando se tratar de crimes praticados por particular contra a
administração pública.
b) Certo: a alternativa está em conformidade com a Súmula Vinculante 14.
c) Errado: tratando-se de investigação acerca de tráfico de drogas, o inquérito
será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
noventa dias, quando solto, nos termos do art. 51 da Lei 11.343/2006.
d) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial mandará arquivar os
autos do inquérito, nos termos do art. 17 do CPP, em razão da indisponibilidade
que caracteriza o inquérito. Convencida da ausência de indícios suficientes de
autoria, a autoridade relatará o inquérito e o encaminhará ao juízo competente.
e) Errado: o arquivamento implícito ocorre quando o Ministério Público não inclui
na denúncia um indiciado, ou tratando-se de mais de um crime, não inclui todos
eles. A doutrina e jurisprudência não admitem o arquivamento implícito, uma
vez que a denúncia pode ser aditada, em observância ao princípio da
indisponibilidade, após tomadas as providências do art. 28 do CPP.
Gabarito 3: B

4. (FCC/MPE-PB/Promotor de Justiça Substituto/2018)


Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública, concluído o
inquérito policial, o delegado deverá
a) remeter os autos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
b) remeter os autos ao Ministério Público, pois é o titular constitucional da ação
penal.

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c) arquivar os autos na repartição policial, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
d) intimar o ofendido do prazo decadencial para a propositura de ação penal.
e) entregar os autos ao ofendido ou seu representante legal, comunicando o
juízo competente.
Resolução
Nessa hipótese, por se tratar de crime sujeito à ação penal privada, o delegado
deve adotar o procedimento previsto no art. 19 do CPP, segundo o qual os autos
do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa
do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Gabarito 4: A

5. (FCC/ALESE/Analista Legislativo – Apoio Jurídico/2018)


O Código de Processo Penal, bem como o entendimento sumulado do Supremo
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, acerca do Inquérito Policial,
dispõe:
a) Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do
promotor de justiça, é possível a ação penal ser reiniciada, ainda que sem novas
provas, desde que não prescrito o crime.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Para verificar a possibilidade de a infração ter sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos,
ainda que esta contrarie a moralidade ou a ordem pública, tendo em vista o
princípio da obrigatoriedade.
d) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não possuem
legitimidade para requerer diligências para a autoridade policial, tendo em vista
o princípio da oficialidade.
e) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito,
ainda que não haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la, uma
vez que tal exigência somente é necessária para a proposição da ação penal.
Resolução
a) Errado: somente quando houver notícias de novas provas, poderá o inquérito
ser desarquivado e a ação penal iniciada, conforme inteligência do art. 12 do
CPP. A alternativa também está errada por afirmar que a ação penal poderá

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ser reiniciada, mas se houve o arquivamento do inquérito a ação penal sequer
teve início.
b) Certo: conforme expressa a Súmula Vinculante nº 14.
c) Errado: a reprodução simulada dos fatos só pode ser realizada se não
contrariar a moralidade ou a ordem pública, conforme dispõe o art. 7º do CPP.
d) Errado: segundo o art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal, e
o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade..
e) Errado: segundo o art. 5º, § 5º, do CPP, nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la.
Gabarito 5: B

6. (FCC/DPE-AM/Analista Jurídico de Defensoria – Ciências


Jurídicas/2018)
Considere as seguintes assertivas a respeito do inquérito policial:
I. É incompatível com a Constituição Federal o dispositivo do Código de Processo
Penal segundo o qual A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário
à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
II. A autoridade policial poderá negar ao advogado do indiciado o acesso à todos
os elementos de prova já documentados no inquérito policial, ainda que digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
III. A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso
às transcrições de interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo
indiciado, já documentadas nos autos do inquérito policial, caso digam respeito
ao exercício do direito de defesa.

À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,


está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
Resolução
I. Errado: o sigilo do inquérito não contraria a Constituição Federal, porquanto
este se faz necessário para a condução das investigações, bem como resguarda

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os direitos fundamentais do investigado e impede a violação da honra e imagem
das pessoas, nos exatos termos do art. 5º, X, da Carta Magna.
II. Errado: por contrariar o entendimento expresso na Súmula Vinculante 14.
III. Certo: em observância ao disposto na Súmula Vinculante 14, a qual dispõe
que “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”.
Gabarito 6: C

7. (FCC/DPE-RS/Analista Processual/2017)
No tocante ao inquérito policial relativo à apuração de crime a que se procede
mediante ação penal pública incondicionada, é correto afirmar:
a) É vedada a instauração de inquérito policial de ofício.
b) O ofendido não pode requerer diligência no curso de inquérito policial.
c) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de
comunicação de fato feita por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa
do ofendido ou seu representante legal para que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Resolução
a) Errado: quando se tratar de crime a que se procede mediante ação penal
pública incondicionada, o inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pelo
delegado de polícia, nos termos do art. 5º, I, do CPP.
b) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal,
e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não,
a juízo da autoridade.
c) Errado: em razão do caráter indisponível do inquérito, a autoridade policial
não poderá mandar arquivar autos, nos termos do art. 17 do CPP.
d) Errado: a autoridade policial poderá instaurar o inquérito a partir de
comunicação de fato feita por qualquer pessoa, nos termos do art. 5º, § 3º, do
CPP, contudo não se faz necessário aguardar a iniciativa do ofendido ou seu
representante legal, porquanto se trata de crime sujeito a ação penal pública
incondicionada, devendo atuar de ofício, com base no inc. I do art. 5º.
e) Certo: conforme disposição expressa no art. 18 do CPP.
Gabarito 7: E

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8. (FCC/PC-AP/Oficial de Polícia Civil/2017)


No âmbito do inquérito policial, incumbe à autoridade policial
a) arquivar o inquérito policial.
b) assegurar o sigilo necessário à elucidação do fato.
c) decretar a prisão preventiva.
d) presidir a audiência de custódia.
e) oferecer a denúncia.
Resolução
a) Errado: por expressa vedação do art. 17 do CPP.
b) Certo: uma das características do inquérito policial é a sigilosidade, que deve
ser assegurada pela autoridade policial visando a elucidação do fato, nos termos
do art. 20 do CPP.
c) Errado: somente o juiz pode determinar a prisão preventiva, nos termos do
art. 5º, LXI, da Constituição Federal, c/c art. 283 do CPP.
d) Errado: a audiência de custódia é presidida pelo juiz competente, conforme
estabelece o art. 1º da Resolução 213 do CNJ.
e) Errado: o oferecimento da denúncia é ato privativo do Ministério Público, por
ser o titular da ação penal pública, nos termos do art. 129, I, da Constituição
Federal.
Gabarito 8: B

9. (FCC/PC-AP/Agente de Polícia/2017)
Incumbe à autoridade policial:
a) presidir a instrução processual penal.
b) realizar as diligências requisitadas pelo Ministério Público.
c) citar e intimar o réu e as testemunhas.
d) promover a ação penal pública.
e) decretar a prisão preventiva.
Resolução
a) Errado: a presidência da instrução processual penal é competência do juiz
competente, não do delegado de polícia.
b) Certo: a alternativa espelha o contido no art. 13, II, do CPP

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c) Errado: a atribuição de citar e intimar o réu e as testemunhas cabe ao oficial
de justiça, a partir da determinação do juiz competente.
d) Errado: promover a ação penal pública é atribuição privativa do Ministério
Público, nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal.
e) Errado: somente o juiz pode determinar a prisão preventiva, nos termos do
art. 5º, LXI, da Constituição Federal, c/c art. 283 do CPP.
Gabarito 9: B

10. (FCC/POLITEC-AP/Perito Médico Legista/2017)


Praticado o crime na via pública, o delegado de polícia deverá, dentre outras
providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da
liberação pelos peritos criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias, desde que haja expresso consentimento da vítima ou
quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública e haja peritos oficiais para a realização do laudo
pericial.
Resolução
a) Certo: nos termos do art. 6º, I, do CPP, Logo que tiver conhecimento da
prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local,
providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até
a chegada dos peritos criminais.
b) Errado: somente após a liberação pelos peritos criminais, poderá a autoridade
policial apreender os objetos que tiverem relação com o fato, conforme art. 6º,
II, do CPP.
c) Errado: a colheita de provas a que se refere o inc. III do art. 6º do CPP, não
está condicionada à realização da perícia do local, porquanto tal dispositivo tem
caráter amplo, podendo abranger qualquer elemento que possa ser útil na
elucidação da infração penal.
d) Errado: a realização do exame de corpo de delito e de outras perícias não
está condicionada ao consentimento da vítima ou de quem a represente,
consoante inteligência do inc. VII do art. 6º do CPP.

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e) Errado: a presença de peritos não é imprescindível para a realização da
reprodução simulada dos fatos, prevista no art. 7º do CPP.
Gabarito 10: A

11. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário/2017)


Acerca do inquérito policial, é correto afirmar:
a) Nos crimes de ação penal pública, sempre será necessária a autorização da
vítima para a abertura de inquérito.
b) Tendo em vista a preservação da incolumidade pública, a instauração de
inquérito policial para a apuração de crime de alçada privada poderá ser
requisitado pela autoridade judiciária.
c) A instauração de inquérito policial interrompe o prazo da prescrição.
d) Mesmo depois de ordenado o arquivamento do inquérito pelo juiz, em razão
de falta de elementos para a denúncia, a autoridade policial poderá reativar as
investigações se tiver conhecimento de novas provas.
e) A autoridade policial garantirá, durante o inquérito, o sigilo necessário ao
esclarecimento dos fatos investigados, observando, porém, em todas as suas
manifestações, o princípio do contraditório.
Resolução
a) Errado: a autorização da vítima para a abertura de inquérito só é necessária
na ação penal pública condicionada, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
b) Errado: a instauração de inquérito policial para a apuração de crime de
alçada privada dependerá sempre de requerimento de quem tenha legitimidade
para intentá-la, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
c) Errado: as causas interruptivas da prescrição estão previstas no art. 117 do
Código Penal, entre as quais não se insere a instauração de inquérito policial.
d) Certo: a alternativa espelha o contido no art. 18 do CPP.
e) Errado: o inquérito policial é procedimento inquisitorial, razão pela qual não
se aplica a ele plenamente o princípio do contraditório.
Gabarito 11: D

12. (FCC/TJ-SC/Juiz Substituto/2017)


Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciária, o órgão do Ministério Público
requer o arquivamento do processado. O Juiz, por entender que o Ministério
Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou a manifestação de
arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá
a) encaminhar o Inquérito Policial à Corregedoria-Geral do Ministério Público.

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b) indeferir o arquivamento do Inquérito Policial.
c) remeter o Inquérito Policial ao Procurador-Geral de Justiça.
d) indeferir o pedido de arquivamento e remeter cópias ao Procurador-Geral de
Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público.
e) remeter o Inquérito Policial à polícia judiciária para prosseguir na
investigação.
Resolução
A decisão do membro do Ministério Público pelo pedido de arquivamento dos
autos do inquérito policial não obriga o juiz a atender, podendo o magistrado,
caso discorde da promoção de arquivamento, encaminhar os autos para a
instância superior do Ministério Público (Procurador-Geral de Justiça, tratando-
se do MP estadual, ou a Câmara de Coordenação e Revisão, no âmbito do
Ministério Público Federal), nos termos do art. 28, do CPP.
Gabarito 12: C

13. (FCC/AL-MS/Agente de Polícia Legislativo/2016)


A autoridade policial de uma determinada cidade do Estado de Mato Grosso do
Sul instaura inquérito policial para apurar um crime de aborto cometido pelo
médico X. No curso das investigações, a prisão preventiva do médico é
decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Neste caso, segundo
estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá ser concluído,
a partir da data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) trinta dias.
d) quinze dias.
e) sessenta dias.
Resolução
Nos termos do art. 10, caput, do CPP, o inquérito deverá terminar no prazo de
10 dias, se o indiciado tiver preso preventivamente, contado o prazo a partir do
dia em que se executar a ordem de prisão.
Gabarito 13: B

14. (FCC/AL-MS;Agente de Polícia Legislativo/2016)


À luz do Código de Processo Penal, no que se refere ao Inquérito Policial, é
correto afirmar:

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a) O ofendido, ou seu representante legal, não poderão requerer diligência à
autoridade policial, cabendo ao Ministério Público esta tarefa.
b) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito policial.
c) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) A autoridade policial logo após tomar conhecimento da prática de um crime
deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
e) a autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício, ainda que
se trate de crime de ação penal privada.
Resolução
a) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal,
poderão requerer diligência à autoridade policial, que poderá ser realizada ou
não à critério desta.
b) Errado: por expressa vedação do art. 17 do CPP.
c) Errado: estabelece o art. 18 do CPP a possibilidade de, após arquivado o
inquérito, a autoridade policial proceder a novas pesquisas, se de outras provas
tiver notícia.
d) Certo: essa providência encontra-se prevista no art. 304, § 4º, do CPP, que
foi incluído pela Lei 13.257/2016.
e) Errado: quando se tratar de crime de ação penal privada, o inquérito só pode
ser instaurado a partir de requerimento da pessoa que tiver legitimidade para
intentar a ação, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
Gabarito 14: D

15. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2015)


O inquérito policial
a) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado a qualquer momento para
possibilitar novas investigações, desde que haja concordância do Ministério
Público.
b) em curso poderá ser avocado por superior por motivo de interesse público.
c) poderá ser instaurado por requisição judicial, a depender da análise de
conveniência e oportunidade do delegado de polícia.
d) nos casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada poderá
ser instaurado mesmo sem a representação da vítima ou seu representante
legal, desde que se trate de crime hediondo.

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e) independentemente do crime investigado deverá ser impreterivelmente
concluído no prazo de 30 dias se o investigado estiver solto.
Resolução
a) Errado: Nos termos do art. 18 do CPP, “depois de ordenado o arquivamento
do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia. Nessa hipótese a autoridade policial, se tiver notícias de novas provas,
pode retomar as investigações, não necessitando do aval do Ministério Público.
b) Certo: em conformidade com o disposto no art. 2º, § 4º, da Lei
12.830/2013.
c) Errado: tratando-se de requisição judicial, não há espaço para que a
autoridade policial exerça juízo de conveniência e oportunidade, devendo,
portanto, atender à requisição.
d) Errado: o fato de se tratar de crime hediondo não dispensa a necessidade
de representação da vítima ou de seu representante legal, em razão do contido
no art. 5º, §§ 4º e 5º, do CPP.
e) Errado: se o investigado estiver solto, o prazo para conclusão do inquérito
será de trinta dias, nos termos do art. 10 do CPP, bem como do art. 66 da Lei
5010/66 (crimes federais). No entanto há outros prazos previstos em leis
específicas: o prazo é de 40 dias nos crimes militare (art. 20 do CPPM), de 90
dias nos crimes previstos na Lei de Drogas (art. 51 da Lei 11.343/06), de 10
dias nos crimes contra a economia popular (Lei 1.521/51)
Gabarito 15: B

16. (FCC/MPE-PB/Técnico Ministerial – Sem Especialidade/2015)


O Delegado de Polícia de um determinado Distrito da cidade de Campina
Grande, após receber a notícia de um crime de roubo cometido na cidade, no
qual a vítima Silvio teve o carro subtraído por um meliante no centro da cidade
no dia 1o de maio de 2015, determina a instauração de Inquérito Policial. No
curso das investigações, especificamente no dia 4 de maio de 2015, o veículo
roubado é recuperado em poder de Manoel, o qual é conduzido ao Distrito
Policial. A vítima é chamada e reconhece Manoel como sendo o autor do crime
de roubo. A autoridade policial representa, então, ao juiz competente o qual,
após manifestação do Ministério Público, decreta a prisão preventiva de Manoel,
que é efetivada no mesmo dia 4 de maio. Neste caso, o Inquérito Policial deveria
estar Encerrado e relatado pelo Delegado de Polícia no prazo de
a) 15 dias após iniciado o Inquérito Policial.
b) 10 dias após iniciado o Inquérito Policial.
c) 5 dias após iniciado o Inquérito Policial.
d) 15 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.

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e) 10 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.
Resolução
Nesta hipótese, aplica-se o disposto no art. 10 do Código de Processo Penal, o
qual dispõe que “o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Gabarito 16: E

17. (FCC/MPE-PB/Técnico Ministerial – Sem Especialidade/2015)


Considere as seguintes situações hipotéticas:
I. A Promotora de Justiça de uma comarca do Estado da Paraíba requereu à
autoridade policial a instauração de Inquérito Policial para apuração de crime de
injúria, de ação penal privada, figurando como vítima Luis e como autor do
crime Edson. A autoridade policial atende ao pedido veiculado e instaura o
Inquérito Policial.
II. Durante o trâmite de um Inquérito Policial instaurado para apuração de crime
de homicídio tentado a vítima apresenta requerimento ao Delegado de Polícia
para realização de uma diligência que entende ser útil para apuração da verdade
real. O Delegado de Polícia, entendendo ser impertinente o requerimento e a
diligência solicitada, deixa de realizar a diligência.
III. O Delegado de Polícia de uma determinada cidade no Estado da Paraíba,
após instaurar um Inquérito Policial para apuração de crime de furto que teria
sido cometido por Theo, não conseguindo apurar provas da autoria delitiva
determina o imediato arquivamento dos autos.
IV. Encerrado Inquérito Policial para apuração de crime de ação penal privada a
autoridade policial, após pedido do requerente, entrega os autos de inquérito
ao requerente, mediante traslado.
O Delegado de Polícia agiu dentro da legalidade APENAS nas situações indicadas
em
a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.
Resolução

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I – Errado: nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP, “nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la”
II – Certo: em conformidade com o art. 14 do CPP, porquanto a realização da
diligência fica sujeita à análise da autoridade policial.
III – Errado: a autoridade policial não pode arquivar autos de inquérito policial,
conforme expressa o art. 17 do CPP.
IV – Certo: nessa hipótese, o delegado agiu em conformidade com o art. 19 do
Código de Processo Penal.
Gabarito 17: B

18. (FCC/MPE-PB/Técnico Ministerial – Sem Especialidade/2015)


O Delegado de Polícia de um determinado Distrito Policial da cidade de João
Pessoa instaura um Inquérito Policial para apuração de crime de estelionato
ocorrido no final do ano de 2014. Encerrado as investigações Rodolfo é indiciado
pelo referido crime. O inquérito é relatado e remetido ao Fórum local. O
representante do Ministério Público, após receber os autos, requereu o
arquivamento do Inquérito Policial entendendo que não haveria provas para
instauração de ação penal contra Rodolfo. O Magistrado competente, ao receber
os autos, discordando do parecer do Ministério Público, determina a remessa
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça do Estado da Paraíba, requerendo a
designação de outro Promotor para oferecimento da denúncia. O Procurador-
Geral de Justiça, após analisar o caso, insiste no pedido de arquivamento e
determina a devolução dos autos ao juízo de origem. Neste caso, o Magistrado
a) discordando da decisão do Procurador-Geral de Justiça determinará a
instauração da ação penal com base no Relatório da Autoridade Policial.
b) encaminhará os autos ao Conselho Nacional do Ministério Público, em
Brasília, para que um Promotor de Justiça seja designado para atuar no feito e
oferecer denúncia.
c) será obrigado a atender o pedido de arquivamento veiculado pelo Ministério
Público.
d) encaminhará os autos ao Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba para
que este determine a instauração da ação penal, intimando-se o Procurador-
Geral de Justiça para oferecimento imediato da denúncia.
e) determinará a intimação da vítima para, querendo, oferecer ação penal
subsidiária da pública.
Resolução
Na hipótese narrada na questão, tendo havido a manifestação do Procurador-
Geral de Justiça no sentido de que os autos sejam arquivados, o magistrado

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será obrigado a atender ao pedido de arquivamento, nos termos do art. 28 do
Código de Processo Penal.
Gabarito 18: C

19. (FCC/TJ-PE/Juiz Substituto/2015)


Ana, estudante de 20 anos, relatou à assistência social da universidade pública
onde estuda que foi vítima de estupro no campus, não sofrendo lesões. É
Correto afirmar que:
a) pode ocorrer, no caso, perempção e decadência.
b) Ana precisa oferecer representação, para que seja instaurado inquérito
policial.
c) existe legitimidade concorrente de Ana e do Ministério Público, mediante
representação, para propositura de ação penal.
d) isso é suficiente para que o agressor seja também investigado
criminalmente, independentemente de lesão sofrida, porque a assistente social
é funcionária pública e, sob pena de prevaricação, deve comunicar o fato à
autoridade competente.
e) Ana precisa oferecer queixa-crime para apuração dos fatos também em
âmbito penal.
Resolução
a) Errado: trata-se de crime de ação penal pública condicionada, razão pela
qual o direito de representação está sujeito à decadência, nos termos do art. 38
do CPP, mas não à perempção, pois este é um instituto exclusivo das ações
penais privadas, conforme art. 60 do CPP.
b) Certo: Ana precisa oferecer representação, para que seja instaurado
inquérito policial, conforme dispõe o art. 5º, § 4º, do CPP.
c) Errado: por tratar-se de crime de ação penal pública condicionada, a
legitimidade para exercício da ação penal é exclusiva do Ministério Público.
d) Errado: é indispensável que Ana ofereça representação, nos termos do art.
5º, § 4º, do CPP. O relato feito à assistente social não caracteriza representação.
e) Errado: a queixa-crime é oferecida apenas nos casos sujeitos à ação penal
privada.
Gabarito 19: B

20. (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2014)


Jeremias foi preso em flagrante delito pelo cometimento do fato previsto no art.
157, § 2º , I e II, do Código Penal, e no mesmo dia decretada a prisão preventiva
com a legítima finalidade de garantir a ordem pública. Com base nestes dados,

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sob pena de caracterizado o constrangimento ilegal (CPP, art. 648, II), impõe-
se que o inquérito policial esteja concluído no prazo máximo de
a) 60 dias.
b) 10 dias.
c) 05 dias.
d) 15 dias.
e) 30 dias.
Resolução
Nesta hipótese, aplica-se o disposto no art. 10 do Código de Processo Penal, o
qual dispõe que “o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Gabarito 20: B

21. (FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014)


Em relação ao inquérito policial e à ação penal, é Correto afirmar:
a) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras tiver notícia.
b) Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, a ação penal
somente pode ser intentada mediante representação do ofendido, mas a
autoridade policial pode instaurar inquérito policial de ofício.
c) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa, salvo quando decretado o sigilo do inquérito
policial.
d) O perdão concedido por um dos querelantes se estenderá aos demais.
e) Não se admite renúncia tácita na ação penal de iniciativa privada.
Resolução
a) Certo: a alternativa está em conformidade com o disposto no art. 18 do CPP,
“depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia”.

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b) Errado: Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o
inquérito só pode ser iniciado após a representação da vítima ou de seu
representante legal, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
c) Errado: a decretação do sigilo dos autos não obsta o acesso do defensor do
investigado aos autos, nos termos da Súmula Vinculante nº 14.
d) Errado: O perdão concedido por um dos ofendidos não obsta o direito dos
demais, nos termos do art. 106, II, do Código Penal.
e) Errado: conforme Art. 57 do CPP “A renúncia tácita e o perdão tácito
admitirão todos os meios de prova”, sendo portanto admitida nas ações penais
de iniciativa privada.
Gabarito 21: A

22. (FCC/TRF - 4ª REGIÃO/Téc. Judiciário - Área Admin./2014)


José foi indiciado em inquérito policial que apura a prática do delito de
estelionato contra seu ex-empregador. Diante disso,
a) ante a constatação de que se trata, em verdade, de ilícito civil, a autoridade
policial poderá mandar arquivar os autos de inquérito.
b) sem inquérito policial, não poderá, posteriormente, haver propositura de
ação penal.
c) a vítima poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.
d) este inquérito somente pode ser instaurado porque houve representação da
vítima.
e) José não poderá requerer diligência à autoridade policial.
Resolução
a) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos de inquérito, conforme art. 17 do CPP.
b) Errado: o inquérito policial é dispensável, se o titular da ação penal dispuser
dos elementos necessários para seu exercício.
c) Certo: conforme expressa o art. 14 do Código de Processo Penal.
d) Errado: o crime de estelionato (art. 171 do Código Penal) é de ação penal
pública incondicionada, não necessitando de representação da vítima.
e) Errado: José poderá requerer diligências, nos termos do art. 14 do CPP, as
quais serão realizadas ou não a juízo da autoridade policial.
Gabarito 22: C

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23. (FCC/TJ-CE/Juiz/2014)
O inquérito policial
a) é imprescindível para a propositura da ação penal, mas não pode subsidiar
com exclusividade a prolação de sentença condenatória.
b) não pode ser retomado, se anteriormente arquivado por decisão judicial que
reconheceu a atipicidade do fato, a requerimento do Promotor de Justiça, ainda
que obtidas provas novas.
c) deve terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, prazo
que, se excedido, levará a constrangimento ilegal sanável pela via do habeas
corpus, com prejuízo de prosseguimento do procedimento.
d) pode ser instaurado de ofício para apuração de crime de ação penal pública
condicionada.
e) não pode ser objeto de trancamento pela autoridade judiciária.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial é dispensável, se o titular da ação penal dispuser
dos elementos necessários para seu exercício.
b) Certo: Se o inquérito for arquivado por entender o Ministério Público que a
conduta é atípica, não poderá ser desarquivado, mesmo que surjam novas
provas, fazendo a decisão de arquivamento coisa julgada material. (HC 84156,
Relator Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, julgamento em 26.10.2004,
DJ de 11.2.2005)
c) Errado: o excesso de prazo na condução do inquérito resultará da concessão
da liberdade ao investigado, não impedindo o prosseguimento das
investigações.
d) Errado: Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o
inquérito só pode ser iniciado após a representação da vítima ou de seu
representante legal, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
e) Errado: Trancamento é, portanto, uma forma anômala de encerramento do
inquérito policial, em virtude da instauração e condução da investigação
constituir um constrangimento ilegal, tais como atipicidade da conduta, extinção
da punibilidade e falta de pressuposto para instauração.

Gabarito 23: B

24. (FCC/TJ-AP/Juiz/2014)
Em relação ao exercício do direito de defesa no inquérito policial, a autoridade
policial poderá negar ao defensor, no interesse do representado, ter acesso aos
a) elementos de prova cobertos pelo sigilo.

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b) termos de depoimentos prestados pela vítimas, se entender pertinente.
c) elementos de prova que entender impertinentes.
d) elementos de prova, caso o investigado já tenha sido formalmente indiciado.
e) elementos de provas ainda não documentados em procedimento
investigatório.
Resolução
Nos termos da Súmula Vinculante nº 14, "é direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa".
Assim sendo, o segredo de justiça não pode ser oposto ao defensor do indiciado,
podendo este ter acesso a todos os elementos de prova já documentados.
Quanto às provas ainda não documentadas, a estas o defensor não pode ter
acesso.
Gabarito 24: E

25. (FCC/METRÔ-SP/Advogado Júnior/2014)


A respeito do inquérito policial, considere:

I. O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo


só será apto para a instauração de inquérito policial se dele constar a
individualização do autor da infração.
II. A requisição do Ministério Público torna obrigatória a instauração do inquérito
pela autoridade policial.
III. Se o Delegado de Polícia verificar, no curso das investigações, que o
indiciado é inocente, deverá determinar o arquivamento do inquérito.

Está Correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) III.
Resolução
I. Errado: O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo deve constar a individualização do autor da infração, sempre que

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possível, nos termos do art. 5º, § 1º, b, do CPP. Sua ausência não obsta a
instauração do inquérito policial.
II. Certo: apesar de não haver subordinação hierárquica entre o Ministério
Público e a autoridade policial, há subordinação funcional, razão pela qual a
requisição do Ministério Público torna obrigatória a instauração do inquérito pela
autoridade policial.
III. Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos de inquérito, conforme art. 17 do CPP.
Gabarito 25: D

26. (FCC/TRF - 3ª REGIÃO/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador/2014)
Considere persecução penal baseada na prisão em flagrante dos acusados em
situação de participação em narcotraficância transnacional, obstada pela Polícia
Federal, que os encontrou tendo em depósito 46.700 gramas de cocaína graças
à informação oriunda de notícia anônima. Neste caso, segundo entendimento
jurisprudencial consolidado,
a) é nulo o processo ab initio, ante a vedação constitucional do anonimato.
b) a notícia anônima sobre eventual prática criminosa é, por si, idônea para
instauração de inquérito policial.
c) a notícia anônima sobre eventual prática criminosa presta-se a embasar
procedimentos investigatórios preliminares que corroborem as informações da
fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal.
d) a autoridade policial não pode tomar qualquer providência investigatória a
partir da notícia anônima.
e) a persecução criminal só poderia ser iniciada se a denúncia anônima
estivesse corroborada por interceptação telefônica autorizada judicialmente.
Resolução
A notícia anônima, por si só, não serve para fundamentar a instauração de
inquérito policial, mas, a partir dela, podem ser realizadas diligências
(procedimentos investigatórios preliminares), visando apurar a plausibilidade
das informações e, caso confirmadas, instaurar o inquérito policial. Esse tem
sido o entendimento do STF e do STJ.
Gabarito 26: C

27. (FCC/TRT - 15ª Região/Técnico Judiciário - Segurança/2013)


O agente policial que comparecer em primeiro lugar ao local em que ocorreu
crime de homicídio doloso deve

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a) reunir todos os objetos e instrumentos existentes no local em recipiente
adequado, utilizando luvas para não afetar as eventuais impressões digitais e
levá-los ao Instituto Médico Legal juntamente com o cadáver.
b) remover o cadáver para o Instituto Médico Legal e delimitar a área com
faixas de sinalização para impedir o acesso de terceiros.
c) remover o cadáver para um hospital e apreender todos os objetos e
instrumentos utilizados para a prática do crime, levando-os ao Instituto Médico
Legal para exame.
d) providenciar para que não se altere o estado e conservação das coisas, até
a chegada dos peritos criminais.
e) fotografar o cadáver e as imediações do local em que foi encontrado e, em
seguida, transportá-lo ao Instituto Médico Legal, cercando a área com faixas de
sinalização para impedir o acesso de terceiros.
Resolução
Nos termos do art. 169, do CPP, para o efeito de exame do local onde houver
sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que
não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Esse
dispositivo é conjugado com o art. 6º, Inc. I, do CPP.
Gabarito 27: D

28. (FCC/TRE-RO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2013)


A função institucional de exercer o controle externo da atividade policial que lhe
é atribuída pela Constituição Federal NÃO permite que o representante do
Ministério Público, no inquérito policial,
a) requisite diligências.
b) assuma a presidência do inquérito no lugar da autoridade policial.
c) acompanhe pessoalmente as provas colhidas pela autoridade policial.
d) ingresse em delegacias de cadeias a qualquer momento.
e) investigue desvios de função cometidos por policiais ao longo das
investigações.
Resolução
Alternativas “a”, “c”, “d” e “e” estão em conformidade com o que dispõe os
artigos 7º e 9º da Lei Complementar 75/1993, contudo, mesmo essa lei
não sendo objeto do nosso estudo, podemos resolver a questão com
base no art. 4º do Código de Processo Penal e art. 2º da Lei

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12.830/2013, posto a titularidade da condução de inquérito policial ser
exclusiva da autoridade policial.
Gabarito 28: B

29. (FCC/MPE-SE/Analista - Direito/2013)


Em relação ao inquérito policial,
a) o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
b) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, somente pode ser iniciado de
ofício.
c) a autoridade policial poderá mandar arquivar os autos de inquérito policial
em caso de evidente atipicidade da conduta investigada.
d) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inquérito policial deverá terminar
no prazo máximo de cinco dias, salvo disposição em contrário.
e) é indispensável à propositura da ação penal de iniciativa pública.
Resolução
a) Certo: nos termos do art. 14 do Código de Processo Penal.
b) Errado: nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser
iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo, nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.
c) Errado: conforme vedação expressa no art. 17 do CPP.
d) Errado: nessa hipótese, o prazo para conclusão do inquérito é de 10 dias,
nos termos do art. 10 do CPP.
e) Errado: uma das características do inquérito é sua dispensabilidade,
podendo a ação penal ser iniciada sem ele, caso o titular disponha de elementos
suficientes para seu exercício.
Gabarito 29: A

30. (FCC/MPE-SE/Técnico Administrativo/2013)


Nos termos do Código de Processo Penal, nos crimes de ação penal de iniciativa
pública, o inquérito policial será iniciado somente
a) de ofício.
b) por requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-
lo.

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c) mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
d) por requisição do Ministério Público.
e) de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
Resolução
Nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser iniciado de
ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo,
nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.
Gabarito 30: E

31. (FCC/DPE-RS/Analista - Processual/2013)


Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
b) o requerimento do ofendido para início do inquérito policial sempre deverá
conter a narração do fato, com todas as circunstâncias.
c) qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-lo à
autoridade policial.
d) logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial poderá apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais.
e) o ofendido, mas não o indiciado, poderá requerer qualquer diligência, que
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Resolução
a) Certo: conforme expressa o art. 5º, § 4º, do CPP.
b) Errado: O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para
representá-lo deve constar a individualização do autor da infração, sempre que
possível, nos termos do art. 5º, § 1º, b, do CPP. Sua ausência não obsta a
instauração do inquérito policial
c) Errado: trata-se de uma faculdade e não uma obrigação, nos termos do art.
5º, § 3º, do CPP. O erro da alternativa está no emprego da palavra “deverá”.
d) Errado: nessa hipótese, a autoridade DEVERÁ apreender os objetos,
conforme art. 6º, II, do CPP.

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e) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.
Gabarito 31: A

32. (FCC/TJ-PE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013)


Com relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) poderá ser iniciado de ofício, por ordem da autoridade policial, ou mediante
requisição da autoridade judiciária ou de membro do Ministério Público, ou,
ainda, a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-
lo.
b) qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação de iniciativa pública deverá, verbalmente ou por
escrito, comunicá-la à autoridade policial e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.
c) deverá, em regra, terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver
preso, ou no prazo de 30 (trinta) dias, se estiver solto, sendo admissível a
prorrogação desses prazos, em ambos os casos, quando o fato for de difícil
elucidação e houver autorização judicial.
d) o ofendido e o indiciado não podem requerer diligências à autoridade policial.
e) a autoridade policial poderá mandar arquivar os autos do inquérito policial,
se não forem encontrados indícios de crime e de sua autoria.
Resolução
a) Certo: Nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser
iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo, nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.
b) . Errado: trata-se de uma faculdade e não uma obrigação, nos termos do
art. 5º, § 3º, do CPP. O erro da alternativa está no emprego da palavra “deverá”.
c) Errado: a prorrogação do prazo do inquérito só é possível quando tratar-se
de indiciado solto, nos termos do art. 10, § 3º, do CPP.
d) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.
e) Errado: a autoridade policial NÃO poderá mandar arquivar os autos do
inquérito policial, conforme art. 17 do CPP.
Gabarito 32: A

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33. (FCC/TJ-PE/Juiz/2013)
Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) uma vez relatado o inquérito policial, não poderá ser devolvido à autoridade
policial, a requerimento do Ministério Público.
b) o sigilo total do inquérito policial pode ser oposto ao indiciado, de acordo
com entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal.
c) depois de ordenado seu arquivamento pela autoridade judiciária, por falta
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial pode iniciar o
inquérito policial mediante notícia de crime formulada por qualquer do povo.
e) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito, quando se
convencer acerca da atipicidade da conduta investigada.
Resolução
a) Errado: nos termos do art. 16 do CPP, “o Ministério Público não poderá
requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas
diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia”. Assim sendo, o
inquérito pode ser devolvido para realização de novas diligências.
b) Errado: o sigilo do inquérito policial não pode ser oposto ao indiciado,
conforme expressa a Súmula Vinculante nº 14.
c) Certo: a alternativa está em conformidade com o art. 18 do Código de
Processo Penal.
d) Errado: nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial só pode
iniciar o inquérito policial mediante requerimento daquele que tiver legitimidade
para intentar a ação penal, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
e) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos do inquérito, conforme art. 17 do CPP.
Gabarito 33: C

34. (FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012)


Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
b) a autoridade policial poderá requerer a devolução dos autos do juiz para a
realização de ulteriores diligências quando o indiciado estiver preso em flagrante
e a diligência for célere

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c) poderá ser instaurado de ofício nos crimes de ação penal pública
incondicionada, mas apenas mediante requisição do Ministério Público ou do
juiz.
d) poderá ser arquivado pelo Delegado Geral de Polícia quando reconhecida,
pela autoridade policial, a ocorrência de legítima defesa.
e) se o investigado já foi identificado civilmente não deverá ser indiciado.
Resolução
a) Certo: a alternativa espelha o disposto na Súmula Vinculante 14.
b) Errado: a devolução dos autos para realização de novas diligências só pode
ocorrer quando o indiciado estiver solto, nos termos do art. 10, § 3º, do CPP.
c) Errado: nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser
iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo, nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.
d) Errado: em nenhuma hipótese é permitido o arquivamento de inquérito em
sede policial, conforme se expressa o art. 17 do CPP.
e) Errado: a identificação do investigado e o indiciamento são institutos
distintos, sendo o indiciamento a conclusão a conclusão da autoridade policial
de que o investigado é o autor do fato.
Gabarito 34: A

35. (FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012)


Quanto ao inquérito policial, é INCORRETO afirmar:
a) Nos crimes processados mediante ação penal de iniciativa pública
condicionada à representação, é necessária a formulação desta para que o
inquérito seja instaurado.
b) O indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer
diligência.
c) O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, prescindíveis ao oferecimento
da denúncia.
d) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito policial,
mesmo se verificada a atipicidade do fato investigado.
e) O inquérito policial é dispensável para a propositura da ação penal.
Resolução

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a) Correto: Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o
inquérito só pode ser iniciado após a representação da vítima ou de seu
representante legal, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
b) Correto: a alternativa está em conformidade com o art. 14 do CPP, contudo
a realização ou não dá diligência fica a critério da autoridade.
c) Incorreto: o Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito
à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia”. Assim sendo, o inquérito pode ser devolvido para
realização de novas diligências, desde que estas sejam imprescindíveis
(indispensáveis).
d) Correto: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos do inquérito, conforme art. 17 do CPP.
e) Correto: uma das características do inquérito policial é sua dispensabilidade.
Gabarito 35: C

36. (FCC/MPE-PE/Analista Ministerial - Área Jurídica/2012)


Instaurado o inquérito policial por crime de ação penal pública, a autoridade
policial formulou pedido de prazo para a sua conclusão. O juiz, no entanto,
entendendo que não há prova suficiente da autoria, a requerimento do indiciado,
determinou o arquivamento dos autos. Nesse caso, o juiz
a) só poderia ordenar o arquivamento se houvesse requerimento do Ministério
Público nesse sentido.
b) só poderia ordenar o arquivamento antes do encerramento do inquérito se
houvesse representação da autoridade policial nesse sentido.
c) poderia mandar arquivar o inquérito independentemente do assentimento
do Ministério Público e da autoridade policial.
d) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal privada.
e) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido.
Resolução
O arquivamento dos autos do inquérito policial só pode ocorrer por decisão
judicial. No entanto, o magistrado só pode determinar o arquivamento dos autos
do IP se houver manifestação do Ministério Público nesse sentido, conforme
inteligência do art. 18 c/c art. 28 do Código de Processo Penal.
O arquivamento dos autos do inquérito policial independe do tipo de ação penal,
que pode tanto ser pública quanto privada, posto ser esse dispensável para a
propositura da ação.
Gabarito 36: A

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37. (FCC/TRF - 2ª REGIÃO/Técnico Judiciário - Área


Administrativa/2012)
O inquérito policial
a) será presidido pelo escrivão, sob a orientação do Delegado de Polícia.
b) só poderá ser iniciado através de requisição do Ministério Público ou do juiz.
c) será acompanhado, quando concluído e remetido ao fórum, dos instrumentos
do crime, bem como dos objetos que interessarem à prova.
d) poderá ser arquivado pela autoridade policial ou pelo Ministério Público
quando o fato não constituir crime.
e) é indispensável para o oferecimento da denúncia, não podendo o Ministério
Público dispensá-lo.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial é presidido por Delegado de Polícia, nos termos
do art. 4º do CPP, c/c art. 2º, § 1º, da Lei 12.830/2013.
b) Errado: o inquérito policial pode ser instaurado de ofício, por requisição do
MP, por requisição do Poder Judiciário, a requerimento da vítima, conforme art.
5º, I e II, do CPP, além do auto de prisão em flagrante e por comunicação
realizada por qualquer do povo, nos termos do art. 5º, § 3º, do CPP.
c) Certo: conforme expresso no art. 11 do Código de Processo Penal.
d) Errado: somente por decisão judicial pode ser arquivado o inquérito policial,
não havendo possibilidade de arquivamento em sede policial, conforme art. 17
e 18 do CPP.
e) Errado: uma das características do inquérito policial é sua dispensabilidade,
podendo a ação penal ser intentada mesmo sem que tenha sido instaurado
inquérito.
Gabarito 37: C

38. (FCC/TRF - 2ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2012)


Na dinâmica do inquérito policial NÃO se inclui
a) o reconhecimento de pessoas e coisas.
b) as acareações.
c) o pedido de prisão temporária.
d) a apreensão dos objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais.

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e) a apresentação, através de advogado, de defesa preliminar por parte do
indiciado.
Resolução
a) Inclui: conforme art. 6º, inc. VI, do CPP.
b) Inclui: conforme art. 6º, inc. VI, do CPP.
c) Inclui: conforme art. 2º, caput, da Lei 7960/1989.
d) Inclui: conforme art. 6º, inc. II, do CPP.
e) Não inclui: por ser um procedimento em que não há observância do
contraditório e da ampla defesa, não há previsão de oferecimento de defesa
preliminar em sede de inquérito policial.
Gabarito 38: E

39. (FCC/TJ-RJ/Comissário da Infância e da Juventude/2012)


Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
b) o ofendido poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não,
a juízo da autoridade.
c) poderá ser iniciado, por requerimento do Ministério Público, nos crimes de
ação penal privada.
d) deverá ser Encerrado em cinco dias, estando o indiciado preso.
e) não pode ser iniciado de ofício, mesmo nos crimes de ação penal pública
incondicionada.
Resolução
a) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos do inquérito, conforme art. 17 do CPP.
b) Certo: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal,
e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não,
a juízo da autoridade.
c) Errado: nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP, “nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la”.
d) deverá ser Encerrado em cinco dias, estando o indiciado preso.
e) Errado: nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser
iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo, nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.

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Gabarito 39: B

40. (FCC/TJ-RJ/Tecnico de Atividade Judiciária/2012)


Estando o indiciado preso, o prazo para encerramento do inquérito policial é de
a) quinze dias.
b) trinta dias.
c) vinte dias.
d) cinco dias.
e) dez dias.
Resolução
Nos termos do art. 10 do CPP “inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias,
se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente,
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem
ela”.
Gabarito 40: E

41. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Administrativa/2012)


O inquérito policial, em regra, deverá terminar no prazo
a) estabelecido pela autoridade policial, tendo em vista a complexidade das
investigações.
b) de 10 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.
c) de 20 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
d) de 30 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.
e) de 60 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
Resolução
Nos termos do art. 10 do CPP “inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias,
se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente,
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem
ela”.
Gabarito 41: B

42. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Judiciária/2012)


O inquérito policial

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a) poderá ser instaurado mesmo se não houver nenhuma suspeita quanto à
autoria do delito.
b) não poderá ser instaurado por requisição do Ministério Público.
c) só poderá ser instaurado para apurar crimes de ação pública.
d) pode ser arquivado pelo Delegado Geral de Polícia.
e) poderá ser iniciado nos crimes de ação penal pública condicionada sem a
representação do ofendido.
Resolução
a) Certo: o objetivo do inquérito é apurar a materialidade e autoria da infração
penal, mesmo que não haja nenhuma informação inicial sobre esta.
b) Errado: uma das formas de instauração do inquérito é por requisição do
Ministério Público, nos termos do art. 5º, inc. II, do CPP.
c) Errado: o inquérito também pode ser instaurado para apurar crimes sujeitos
à ação penal privada, desde que observado o art. 5º, § 5º, do CPP.
d) Errado: em nenhuma hipótese o Delegado de Polícia pode arquivar os autos
do inquérito policial, conforme art. 17 do CPP.
e) Errado: nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o
inquérito só pode ser iniciado após a representação da vítima ou de seu
representante legal, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
Gabarito 42: A

43. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/Técnico Judiciário - Segurança/2011)


A respeito do inquérito policial, considere:

I. Não é processo, mas procedimento informativo destinado a reunir os


elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e da
respectiva autoria.

II. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a


execução de cada ato de prévia autorização do Poder Judiciário.

III. Em decorrência do princípio da transparência dos atos administrativos, a


autoridade policial não poderá determinar que tramite em sigilo, ainda que
necessário à elucidação do fato.

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IV. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a
execução de cada ato de prévia autorização do Ministério Público.

Está Correto o que se afirma APENAS em


a) I.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) I e II.
e) IV.
Resolução
I. Certo: a natureza jurídica do inquérito policial é de procedimento
administrativo, pré-processual.

II. Errado: a autoridade policial conduzirá as investigações conforme entender


mais adequado para elucidação do fato, podendo adotar as medidas que julgar
necessárias e úteis, não necessitando de prévia autorização judicial.

III. Errado: o inquérito policial tem caráter sigiloso, conforme dispõe o art. 20
do CPP: “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação
do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”.

IV. Errado: a autoridade policial conduzirá as investigações conforme entender


mais adequado para elucidação do fato, podendo adotar as medidas que julgar
necessárias e úteis, não necessitando de prévia autorização ministerial.
Gabarito 43: A

44. (FCC/TJ-AP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2011)


Nos crimes de ação exclusivamente privada, o inquérito policial deverá ser
instaurado
a) a requerimento escrito de qualquer pessoa que tiver conhecimento do fato.
b) pela autoridade policial, de ofício.
c) a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
d) através de requisição do Ministro da Justiça.
e) a requerimento verbal de qualquer pessoa que tiver conhecimento do fato.
Resolução

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Nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial só pode iniciar o
inquérito policial mediante requerimento daquele que tiver legitimidade para
intentar a ação penal, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
Gabarito 44: C

45. (FCC/TRF - 1ª REGIÃO/Analista Judiciário - Execução de


Mandados/2011)
O inquérito policial
a) poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial, desde que
através de despacho fundamentado.
b) pode ser presidido pelo escrivão de polícia, desde que as diligências
realizadas sejam acompanhadas pelo Ministério Público.
c) não exige forma especial, é inquisitivo e pode não ser escrito, em decorrência
do princípio da oralidade.
d) será remetido a juízo sem os instrumentos do crime, os quais serão
devolvidos ao indiciado.
e) não é obrigatório para instruir a ação penal pública que poderá ser
instaurada com base em peças de informação.
Resolução
a) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá arquivar os autos
do inquérito policial, conforme art. 17 do CPP.
b) Errado: o inquérito policial é presidido por Delegado de Polícia, conforme art.
4º do CPP c/c art. 2º, § 1º, da Lei 12.830/2018.
c) Errado: o inquérito policial é um procedimento formal, devendo, portanto,
todos os atos serem formalizados por escrito.
d) Errado: conforme art. 11 do CPP, os instrumentos do crime, bem como os
objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
e) Certo: o inquérito policial é dispensável, podendo a ação penal ser proposta
com base em outros procedimentos, tais como peças de informação, inquérito
civil, notícia de fato etc.
Gabarito 45: E

46. (FCC/TRE-RN/Analista Judiciário - Área Judiciária/2011)


O inquérito policial
a) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à publicidade que rege o
processo penal.

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b) não pode ser instaurado por requisição do Ministério Público.
c) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se forem
insuficientes as provas da autoria do delito.
d) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao indiciado
requerer qualquer diligência.
e) será encaminhado ao juízo competente desacompanhado dos instrumentos
do crime, que serão destruídos na delegacia de origem.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial é um procedimento sigiloso, conforme dispõe o
art. 20 do CPP.
b) Errado: a requisição do Ministério Público é uma das formas de instauração
do inquérito policial, nos termos do art. 5º, inc. II, do CPP.
c) Certo: conforme expresso no art. 17 do CPP, em nenhuma hipótese a
autoridade policial pode mandar arquivar os autos do inquérito policial.
d) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade.
e) Errado: por expressa determinação do art. 11 do CPP, os instrumentos do
crime devem acompanhar os autos do inquérito.
Gabarito 46: C

47. (FCC/MPE-RN/Agente Administrativo/2010)


O inquérito policial
a) deverá ser concluído no prazo de sessenta dias, se o indiciado estiver solto.
b) somente poderá ser instaurado por requerimento do ofendido ou por
requisição da Autoridade Judicial ou do Ministério Público.
c) acompanhará a denúncia ou a queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.
d) poderá ser arquivado por determinação da Autoridade Policial.
e) deverá ser concluído no prazo de quinze dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante.
Resolução
a) Errado: se o indiciado estiver solto, o inquérito policial deverá ser concluído
em 30 dias, conforme art. 10, caput, do CPP.

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b) Errado: nos termos do art. 5º, inc. I, do CPP, o inquérito policial, quando o
crime for de ação penal pública incondicionada, também poderá ser instaurado
de ofício.
c) Certo: a alternativa espelha o disposto no art. 12 do Código de Processo
Penal.
d) Errado: por expressa determinação do art. 11 do CPP, os instrumentos do
crime devem acompanhar os autos do inquérito.
e) Errado: se o indiciado tiver sido preso em flagrante, o inquérito deverá ser
concluído em 10 dias, nos termos do art. 10, caput, do CPP.
Gabarito 47: C

48. (FCC/BAHIAGÁS/Analista de Proc. Organizac. - Direito/2010)


A respeito do inquérito policial, considere:
I. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

II. A autoridade policial poderá mandar arquivar o inquérito policial se, pelos
elementos de prova colhidos, ficar evidenciada a inocorrência de qualquer
delito.

III. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial poderá ser iniciado de ofício.

Está Correto o que se afirma APENAS em


a) I.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
Resolução
I – Errado: o item contraria o disposto no art. 18 do CPP, “depois de ordenado
o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
provas tiver notícia”.
II – Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos do inquérito, conforme art. 17 do CPP.
III – Certo: nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser
iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do

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Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo, nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.
Gabarito 48: B

49. (FCC/TRF - 4ª REGIÃO/Técnico Judiciário - Área


Administrativa/2010)
Se o acusado estiver preso preventivamente o inquérito policial deverá terminar
dentro do prazo de
a) 30 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito pela
Autoridade Policial.
b) 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.
c) 10 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito policial
pela Autoridade Policial.
d) 30 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.
e) 15 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.
Resolução
Conforme determina o art. 10, caput, do Código de Processo Penal, se o
indiciado estiver preso preventivamente, o inquérito policial deverá ser
concluído em 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a
ordem de prisão.
Gabarito 49: B

50. (FCC/METRÔ-SP/Advogado/2010)
O inquérito policial:
a) nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá ser
sem ela ser instaurado, pois o ofendido poderá oferecê-la em juízo.
b) poderá ser arquivado pela autoridade policial, quando, no curso das
investigações, ficar demonstrada a inexistência de crime.
c) somente poderá ser instaurado, nos crimes de ação penal privada, a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
d) poderá ser instaurado, nos crimes de ação pública, somente mediante
requerimento escrito do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-
lo.

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e) é indispensável para a instauração da ação penal pública pelo Ministério
Público.
Resolução
a) Errado: nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o
inquérito só pode ser iniciado após a representação da vítima ou de seu
representante legal, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
b) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial poderá mandar arquivar
os autos do inquérito, conforme art. 17 do CPP.
c) Certo: nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP, “nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la”
d) Errado: nos crimes de ação penal de iniciativa pública, o inquérito pode ser
iniciado de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do
Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo, nos termos do art. 5º, I e II, do CPP.
e) Errado: o inquérito policial é dispensável, podendo a ação penal ser proposta
com base em outros elementos de informação, tais como notícia de fato,
investigação preliminar, inquérito civil etc.
Gabarito 50: C

51. (FCC/TRE-AL/Analista Judiciário - Área Administrativa/2010)


No que diz respeito ao inquérito policial é INCORRETO afirmar:
a) É sempre essencial ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
b) Deve terminar no prazo de 30 dias, quando o indiciado estiver solto.
c) Não poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial.
d) Nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
e) Se o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para diligências.
Resolução
a) Incorreto: uma das características do inquérito é sua dispensabilidade, ou
seja, a denúncia ou queixa podem ser propostas sem que tenha sido instaurado
inquérito policial.
b) Correto: nos termos do art. 10, caput, do Código de Processo Penal.
c) Correto: conforme expresso no art. 17 do CPP.

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d) Correto: nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, o
inquérito só pode ser iniciado após a representação da vítima ou de seu
representante legal, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
e) Correto: em conformidade com o art. 10, § 3º, do CPP.
Gabarito 51: A

52. (FCC/TRE-AM/Analista Judiciário - Área Administrativa/2010)


Sobre o inquérito policial, é INCORRETO afirmar que
a) a pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial.
b) após concluído e remetido ao Juízo Criminal, os instrumentos do crime
permanecerão sob a custódia da Polícia Civil, ficando à disposição do Juiz
durante o período em que tramitar a ação penal.
c) nos crimes de ação privada, somente poderá ser instaurado após
requerimento formulado por quem tenha qualidade para intentá-la.
d) a vítima e o indiciado poderão requerer diligências, que a autoridade policial
não estará obrigada a realizar.
e) poderá ser devolvido pelo Ministério Público à autoridade policial se houver
a necessidade de novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia.
Resolução
a) Correto: a alternativa corresponde ao que dispõe o art. 5º, § 3º, do Código
de Processo Penal.
b) Incorreto: nos termos do Art. 11 do CPP, os instrumentos do crime, bem
como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do
inquérito.
c) Correto: nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial só pode
iniciar o inquérito policial mediante requerimento daquele que tiver legitimidade
para intentar a ação penal, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
d) Correto: a realização da diligência fica sujeita ao juízo de conveniência e
oportunidade da autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP.
e) Correto: conforme expresso no art. 18 do CPP.
Gabarito 52: B

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23 Questões de aula (sem comentários)
1. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2018)
Roberto foi preso em flagrante pela suposta participação no delito de furto de
uma bicicleta. Na lavratura do respectivo auto foram ouvidos os policiais
responsáveis pela prisão e o indiciado. A prisão em flagrante foi convertida em
prisão preventiva em sede de audiência de custódia. Concluídas as investigações
e relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao Ministério
Público. Ao analisar o caso, no entanto, o Promotor de Justiça entendeu haver
diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia, consistente na oitiva
da vítima proprietária da bicicleta, eis que Roberto disse ter com ela negociado
a compra do referido objeto. Nesse caso, deverá o Promotor de Justiça
a) determinar o arquivamento do inquérito policial.
b) denunciar Roberto e solicitar o prazo de 30 dias para eventual aditamento da
denúncia.
c) intimar a vítima para que compareça ao Ministério Público no prazo de 60
dias, sob pena de crime de desobediência, requerendo a manutenção da
custódia cautelar de Roberto.
d) oferecer transação penal, nos termos do art. 89 da Lei n° 9.099/95.
e) requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que seja realizada
a oitiva da vítima e a imediata soltura do indiciado.

2. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Agente de Polícia Legislativa/2018)


O inquérito policial
a) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia
quanto pelo membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha
sido este o órgão responsável pela investigação.
b) acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.
c) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta
com base nos elementos por ele colhidos.
d) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de
ação penal, ainda que tenha por fundamento a existência de novas provas.
e) é um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal,
imprescindível para embasar o oferecimento da denúncia.

3. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Procurador Legislativo/2018)


Sobre o inquérito policial, está de acordo com a legislação processual penal
vigente e a jurisprudência dos Tribunais Superiores o que se afirma em:

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a) É peça indispensável para que o Ministério Público ofereça denúncia em
crimes praticados por particular contra a administração pública.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados nos autos, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Será concluído, em caso de investigação acerca de tráfico de drogas, no prazo
de 45 (quarenta e cinco) dias, se o indiciado estiver preso, e de noventa dias,
quando solto.
d) A autoridade policial, convencida da ausência de indícios suficientes de
autoria, poderá mandar arquivar os autos de inquérito policial.
e) Em razão do princípio da divisibilidade da ação penal pública incondicionada,
admite-se o arquivamento implícito de inquérito policial.

4. (FCC/MPE-PB/Promotor de Justiça Substituto/2018)


Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública, concluído o
inquérito policial, o delegado deverá
a) remeter os autos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
b) remeter os autos ao Ministério Público, pois é o titular constitucional da ação
penal.
c) arquivar os autos na repartição policial, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
d) intimar o ofendido do prazo decadencial para a propositura de ação penal.
e) entregar os autos ao ofendido ou seu representante legal, comunicando o
juízo competente.

5. (FCC/ALESE/Analista Legislativo – Apoio Jurídico/2018)


O Código de Processo Penal, bem como o entendimento sumulado do Supremo
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, acerca do Inquérito Policial,
dispõe:
a) Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do
promotor de justiça, é possível a ação penal ser reiniciada, ainda que sem novas
provas, desde que não prescrito o crime.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.

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c) Para verificar a possibilidade de a infração ter sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos,
ainda que esta contrarie a moralidade ou a ordem pública, tendo em vista o
princípio da obrigatoriedade.
d) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não possuem
legitimidade para requerer diligências para a autoridade policial, tendo em vista
o princípio da oficialidade.
e) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito,
ainda que não haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la, uma
vez que tal exigência somente é necessária para a proposição da ação penal.

6. (FCC/DPE-AM/Analista Jurídico de Defensoria – Ciências


Jurídicas/2018)
Considere as seguintes assertivas a respeito do inquérito policial:
I. É incompatível com a Constituição Federal o dispositivo do Código de Processo
Penal segundo o qual A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário
à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
II. A autoridade policial poderá negar ao advogado do indiciado o acesso à todos
os elementos de prova já documentados no inquérito policial, ainda que digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
III. A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso
às transcrições de interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo
indiciado, já documentadas nos autos do inquérito policial, caso digam respeito
ao exercício do direito de defesa.

À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,


está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

7. (FCC/DPE-RS/Analista Processual/2017)
No tocante ao inquérito policial relativo à apuração de crime a que se procede
mediante ação penal pública incondicionada, é correto afirmar:
a) É vedada a instauração de inquérito policial de ofício.

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b) O ofendido não pode requerer diligência no curso de inquérito policial.
c) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de
comunicação de fato feita por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa
do ofendido ou seu representante legal para que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

8. (FCC/PC-AP/Oficial de Polícia Civil/2017)


No âmbito do inquérito policial, incumbe à autoridade policial
a) arquivar o inquérito policial.
b) assegurar o sigilo necessário à elucidação do fato.
c) decretar a prisão preventiva.
d) presidir a audiência de custódia.
e) oferecer a denúncia.

9. (FCC/PC-AP/Agente de Polícia/2017)
Incumbe à autoridade policial:
a) presidir a instrução processual penal.
b) realizar as diligências requisitadas pelo Ministério Público.
c) citar e intimar o réu e as testemunhas.
d) promover a ação penal pública.
e) decretar a prisão preventiva.

10. (FCC/POLITEC-AP/Perito Médico Legista/2017)


Praticado o crime na via pública, o delegado de polícia deverá, dentre outras
providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da
liberação pelos peritos criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.

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d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias, desde que haja expresso consentimento da vítima ou
quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública e haja peritos oficiais para a realização do laudo
pericial.

11. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário/2017)


Acerca do inquérito policial, é correto afirmar:
a) Nos crimes de ação penal pública, sempre será necessária a autorização da
vítima para a abertura de inquérito.
b) Tendo em vista a preservação da incolumidade pública, a instauração de
inquérito policial para a apuração de crime de alçada privada poderá ser
requisitado pela autoridade judiciária.
c) A instauração de inquérito policial interrompe o prazo da prescrição.
d) Mesmo depois de ordenado o arquivamento do inquérito pelo juiz, em razão
de falta de elementos para a denúncia, a autoridade policial poderá reativar as
investigações se tiver conhecimento de novas provas.
e) A autoridade policial garantirá, durante o inquérito, o sigilo necessário ao
esclarecimento dos fatos investigados, observando, porém, em todas as suas
manifestações, o princípio do contraditório.

12. (FCC/TJ-SC/Juiz Substituto/2017)


Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciária, o órgão do Ministério Público
requer o arquivamento do processado. O Juiz, por entender que o Ministério
Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou a manifestação de
arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá
a) encaminhar o Inquérito Policial à Corregedoria-Geral do Ministério Público.
b) indeferir o arquivamento do Inquérito Policial.
c) remeter o Inquérito Policial ao Procurador-Geral de Justiça.
d) indeferir o pedido de arquivamento e remeter cópias ao Procurador-Geral de
Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público.
e) remeter o Inquérito Policial à polícia judiciária para prosseguir na
investigação.

13. (FCC/AL-MS/Agente de Polícia Legislativo/2016)

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A autoridade policial de uma determinada cidade do Estado de Mato Grosso do
Sul instaura inquérito policial para apurar um crime de aborto cometido pelo
médico X. No curso das investigações, a prisão preventiva do médico é
decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Neste caso, segundo
estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá ser concluído,
a partir da data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) trinta dias.
d) quinze dias.
e) sessenta dias.

14. (FCC/AL-MS;Agente de Polícia Legislativo/2016)


À luz do Código de Processo Penal, no que se refere ao Inquérito Policial, é
correto afirmar:
a) O ofendido, ou seu representante legal, não poderão requerer diligência à
autoridade policial, cabendo ao Ministério Público esta tarefa.
b) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito policial.
c) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) A autoridade policial logo após tomar conhecimento da prática de um crime
deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
e) a autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício, ainda que
se trate de crime de ação penal privada.

15. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2015)


O inquérito policial
a) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado a qualquer momento para
possibilitar novas investigações, desde que haja concordância do Ministério
Público.
b) em curso poderá ser avocado por superior por motivo de interesse público.
c) poderá ser instaurado por requisição judicial, a depender da análise de
conveniência e oportunidade do delegado de polícia.

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d) nos casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada poderá
ser instaurado mesmo sem a representação da vítima ou seu representante
legal, desde que se trate de crime hediondo.
e) independentemente do crime investigado deverá ser impreterivelmente
concluído no prazo de 30 dias se o investigado estiver solto.

16. (FCC/MPE-PB/Técnico Ministerial – Sem Especialidade/2015)


O Delegado de Polícia de um determinado Distrito da cidade de Campina
Grande, após receber a notícia de um crime de roubo cometido na cidade, no
qual a vítima Silvio teve o carro subtraído por um meliante no centro da cidade
no dia 1o de maio de 2015, determina a instauração de Inquérito Policial. No
curso das investigações, especificamente no dia 4 de maio de 2015, o veículo
roubado é recuperado em poder de Manoel, o qual é conduzido ao Distrito
Policial. A vítima é chamada e reconhece Manoel como sendo o autor do crime
de roubo. A autoridade policial representa, então, ao juiz competente o qual,
após manifestação do Ministério Público, decreta a prisão preventiva de Manoel,
que é efetivada no mesmo dia 4 de maio. Neste caso, o Inquérito Policial deveria
estar Encerrado e relatado pelo Delegado de Polícia no prazo de
a) 15 dias após iniciado o Inquérito Policial.
b) 10 dias após iniciado o Inquérito Policial.
c) 5 dias após iniciado o Inquérito Policial.
d) 15 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.
e) 10 dias, contado o prazo a partir da efetivação da prisão de Manoel.

17. (FCC/MPE-PB/Técnico Ministerial – Sem Especialidade/2015)


Considere as seguintes situações hipotéticas:
I. A Promotora de Justiça de uma comarca do Estado da Paraíba requereu à
autoridade policial a instauração de Inquérito Policial para apuração de crime de
injúria, de ação penal privada, figurando como vítima Luis e como autor do
crime Edson. A autoridade policial atende ao pedido veiculado e instaura o
Inquérito Policial.
II. Durante o trâmite de um Inquérito Policial instaurado para apuração de crime
de homicídio tentado a vítima apresenta requerimento ao Delegado de Polícia
para realização de uma diligência que entende ser útil para apuração da verdade
real. O Delegado de Polícia, entendendo ser impertinente o requerimento e a
diligência solicitada, deixa de realizar a diligência.
III. O Delegado de Polícia de uma determinada cidade no Estado da Paraíba,
após instaurar um Inquérito Policial para apuração de crime de furto que teria

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sido cometido por Theo, não conseguindo apurar provas da autoria delitiva
determina o imediato arquivamento dos autos.
IV. Encerrado Inquérito Policial para apuração de crime de ação penal privada a
autoridade policial, após pedido do requerente, entrega os autos de inquérito
ao requerente, mediante traslado.
O Delegado de Polícia agiu dentro da legalidade APENAS nas situações indicadas
em
a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II, III e IV.
d) III e IV.
e) I e III.

18. (FCC/MPE-PB/Técnico Ministerial – Sem Especialidade/2015)


O Delegado de Polícia de um determinado Distrito Policial da cidade de João
Pessoa instaura um Inquérito Policial para apuração de crime de estelionato
ocorrido no final do ano de 2014. Encerrado as investigações Rodolfo é indiciado
pelo referido crime. O inquérito é relatado e remetido ao Fórum local. O
representante do Ministério Público, após receber os autos, requereu o
arquivamento do Inquérito Policial entendendo que não haveria provas para
instauração de ação penal contra Rodolfo. O Magistrado competente, ao receber
os autos, discordando do parecer do Ministério Público, determina a remessa
dos autos ao Procurador-Geral de Justiça do Estado da Paraíba, requerendo a
designação de outro Promotor para oferecimento da denúncia. O Procurador-
Geral de Justiça, após analisar o caso, insiste no pedido de arquivamento e
determina a devolução dos autos ao juízo de origem. Neste caso, o Magistrado
a) discordando da decisão do Procurador-Geral de Justiça determinará a
instauração da ação penal com base no Relatório da Autoridade Policial.
b) encaminhará os autos ao Conselho Nacional do Ministério Público, em
Brasília, para que um Promotor de Justiça seja designado para atuar no feito e
oferecer denúncia.
c) será obrigado a atender o pedido de arquivamento veiculado pelo Ministério
Público.
d) encaminhará os autos ao Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba para
que este determine a instauração da ação penal, intimando-se o Procurador-
Geral de Justiça para oferecimento imediato da denúncia.
e) determinará a intimação da vítima para, querendo, oferecer ação penal
subsidiária da pública.

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19. (FCC/TJ-PE/Juiz Substituto/2015)


Ana, estudante de 20 anos, relatou à assistência social da universidade pública
onde estuda que foi vítima de estupro no campus, não sofrendo lesões. É
Correto afirmar que:
a) pode ocorrer, no caso, perempção e decadência.
b) Ana precisa oferecer representação, para que seja instaurado inquérito
policial.
c) existe legitimidade concorrente de Ana e do Ministério Público, mediante
representação, para propositura de ação penal.
d) isso é suficiente para que o agressor seja também investigado
criminalmente, independentemente de lesão sofrida, porque a assistente social
é funcionária pública e, sob pena de prevaricação, deve comunicar o fato à
autoridade competente.
e) Ana precisa oferecer queixa-crime para apuração dos fatos também em
âmbito penal.

20. (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2014)


Jeremias foi preso em flagrante delito pelo cometimento do fato previsto no art.
157, § 2º , I e II, do Código Penal, e no mesmo dia decretada a prisão preventiva
com a legítima finalidade de garantir a ordem pública. Com base nestes dados,
sob pena de caracterizado o constrangimento ilegal (CPP, art. 648, II), impõe-
se que o inquérito policial esteja concluído no prazo máximo de
a) 60 dias.
b) 10 dias.
c) 05 dias.
d) 15 dias.
e) 30 dias.

21. (FCC/DPE-PB/Defensor Público/2014)


Em relação ao inquérito policial e à ação penal, é Correto afirmar:
a) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras tiver notícia.
b) Nos crimes de ação penal de iniciativa pública condicionada, a ação penal
somente pode ser intentada mediante representação do ofendido, mas a
autoridade policial pode instaurar inquérito policial de ofício.

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c) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa, salvo quando decretado o sigilo do inquérito
policial.
d) O perdão concedido por um dos querelantes se estenderá aos demais.
e) Não se admite renúncia tácita na ação penal de iniciativa privada.

22. (FCC/TRF - 4ª REGIÃO/Téc. Judiciário - Área Admin./2014)


José foi indiciado em inquérito policial que apura a prática do delito de
estelionato contra seu ex-empregador. Diante disso,
a) ante a constatação de que se trata, em verdade, de ilícito civil, a autoridade
policial poderá mandar arquivar os autos de inquérito.
b) sem inquérito policial, não poderá, posteriormente, haver propositura de
ação penal.
c) a vítima poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.
d) este inquérito somente pode ser instaurado porque houve representação da
vítima.
e) José não poderá requerer diligência à autoridade policial.

23. (FCC/TJ-CE/Juiz/2014)
O inquérito policial
a) é imprescindível para a propositura da ação penal, mas não pode subsidiar
com exclusividade a prolação de sentença condenatória.
b) não pode ser retomado, se anteriormente arquivado por decisão judicial que
reconheceu a atipicidade do fato, a requerimento do Promotor de Justiça, ainda
que obtidas provas novas.
c) deve terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver preso, prazo
que, se excedido, levará a constrangimento ilegal sanável pela via do habeas
corpus, com prejuízo de prosseguimento do procedimento.
d) pode ser instaurado de ofício para apuração de crime de ação penal pública
condicionada.
e) não pode ser objeto de trancamento pela autoridade judiciária.

24. (FCC/TJ-AP/Juiz/2014)

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Em relação ao exercício do direito de defesa no inquérito policial, a autoridade
policial poderá negar ao defensor, no interesse do representado, ter acesso aos
a) elementos de prova cobertos pelo sigilo.
b) termos de depoimentos prestados pela vítimas, se entender pertinente.
c) elementos de prova que entender impertinentes.
d) elementos de prova, caso o investigado já tenha sido formalmente indiciado.
e) elementos de provas ainda não documentados em procedimento
investigatório.

25. (FCC/METRÔ-SP/Advogado Júnior/2014)


A respeito do inquérito policial, considere:

I. O requerimento do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo


só será apto para a instauração de inquérito policial se dele constar a
individualização do autor da infração.
II. A requisição do Ministério Público torna obrigatória a instauração do inquérito
pela autoridade policial.
III. Se o Delegado de Polícia verificar, no curso das investigações, que o
indiciado é inocente, deverá determinar o arquivamento do inquérito.

Está Correto o que se afirma APENAS em


a) II e III.
b) I e II.
c) I e III.
d) II.
e) III.

26. (FCC/TRF - 3ª REGIÃO/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador/2014)
Considere persecução penal baseada na prisão em flagrante dos acusados em
situação de participação em narcotraficância transnacional, obstada pela Polícia
Federal, que os encontrou tendo em depósito 46.700 gramas de cocaína graças
à informação oriunda de notícia anônima. Neste caso, segundo entendimento
jurisprudencial consolidado,
a) é nulo o processo ab initio, ante a vedação constitucional do anonimato.

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b) a notícia anônima sobre eventual prática criminosa é, por si, idônea para
instauração de inquérito policial.
c) a notícia anônima sobre eventual prática criminosa presta-se a embasar
procedimentos investigatórios preliminares que corroborem as informações da
fonte anônima, os quais tornam legítima a persecução criminal.
d) a autoridade policial não pode tomar qualquer providência investigatória a
partir da notícia anônima.
e) a persecução criminal só poderia ser iniciada se a denúncia anônima
estivesse corroborada por interceptação telefônica autorizada judicialmente.

27. (FCC/TRT - 15ª Região/Técnico Judiciário - Segurança/2013)


O agente policial que comparecer em primeiro lugar ao local em que ocorreu
crime de homicídio doloso deve
a) reunir todos os objetos e instrumentos existentes no local em recipiente
adequado, utilizando luvas para não afetar as eventuais impressões digitais e
levá-los ao Instituto Médico Legal juntamente com o cadáver.
b) remover o cadáver para o Instituto Médico Legal e delimitar a área com
faixas de sinalização para impedir o acesso de terceiros.
c) remover o cadáver para um hospital e apreender todos os objetos e
instrumentos utilizados para a prática do crime, levando-os ao Instituto Médico
Legal para exame.
d) providenciar para que não se altere o estado e conservação das coisas, até
a chegada dos peritos criminais.
e) fotografar o cadáver e as imediações do local em que foi encontrado e, em
seguida, transportá-lo ao Instituto Médico Legal, cercando a área com faixas de
sinalização para impedir o acesso de terceiros.

28. (FCC/TRE-RO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2013)


A função institucional de exercer o controle externo da atividade policial que lhe
é atribuída pela Constituição Federal NÃO permite que o representante do
Ministério Público, no inquérito policial,
a) requisite diligências.
b) assuma a presidência do inquérito no lugar da autoridade policial.
c) acompanhe pessoalmente as provas colhidas pela autoridade policial.
d) ingresse em delegacias de cadeias a qualquer momento.
e) investigue desvios de função cometidos por policiais ao longo das
investigações.

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29. (FCC/MPE-SE/Analista - Direito/2013)


Em relação ao inquérito policial,
a) o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
b) nos crimes de ação penal de iniciativa pública, somente pode ser iniciado de
ofício.
c) a autoridade policial poderá mandar arquivar os autos de inquérito policial
em caso de evidente atipicidade da conduta investigada.
d) se o indiciado estiver preso em flagrante, o inquérito policial deverá terminar
no prazo máximo de cinco dias, salvo disposição em contrário.
e) é indispensável à propositura da ação penal de iniciativa pública.

30. (FCC/MPE-SE/Técnico Administrativo/2013)


Nos termos do Código de Processo Penal, nos crimes de ação penal de iniciativa
pública, o inquérito policial será iniciado somente
a) de ofício.
b) por requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-
lo.
c) mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
d) por requisição do Ministério Público.
e) de ofício ou mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.

31. (FCC/DPE-RS/Analista - Processual/2013)


Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
b) o requerimento do ofendido para início do inquérito policial sempre deverá
conter a narração do fato, com todas as circunstâncias.
c) qualquer pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública deverá, verbalmente ou por escrito, comunicá-lo à
autoridade policial.

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d) logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade
policial poderá apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais.
e) o ofendido, mas não o indiciado, poderá requerer qualquer diligência, que
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

32. (FCC/TJ-PE/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2013)


Com relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) poderá ser iniciado de ofício, por ordem da autoridade policial, ou mediante
requisição da autoridade judiciária ou de membro do Ministério Público, ou,
ainda, a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-
lo.
b) qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação de iniciativa pública deverá, verbalmente ou por
escrito, comunicá-la à autoridade policial e esta, verificada a procedência das
informações, mandará instaurar inquérito.
c) deverá, em regra, terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado estiver
preso, ou no prazo de 30 (trinta) dias, se estiver solto, sendo admissível a
prorrogação desses prazos, em ambos os casos, quando o fato for de difícil
elucidação e houver autorização judicial.
d) o ofendido e o indiciado não podem requerer diligências à autoridade policial.
e) a autoridade policial poderá mandar arquivar os autos do inquérito policial,
se não forem encontrados indícios de crime e de sua autoria.

33. (FCC/TJ-PE/Juiz/2013)
Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) uma vez relatado o inquérito policial, não poderá ser devolvido à autoridade
policial, a requerimento do Ministério Público.
b) o sigilo total do inquérito policial pode ser oposto ao indiciado, de acordo
com entendimento sumulado do Supremo Tribunal Federal.
c) depois de ordenado seu arquivamento pela autoridade judiciária, por falta
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) nos crimes de ação penal privada, a autoridade policial pode iniciar o
inquérito policial mediante notícia de crime formulada por qualquer do povo.
e) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito, quando se
convencer acerca da atipicidade da conduta investigada.

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34. (FCC/MPE-AL/Promotor de Justiça/2012)
Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
b) a autoridade policial poderá requerer a devolução dos autos do juiz para a
realização de ulteriores diligências quando o indiciado estiver preso em flagrante
e a diligência for célere
c) poderá ser instaurado de ofício nos crimes de ação penal pública
incondicionada, mas apenas mediante requisição do Ministério Público ou do
juiz.
d) poderá ser arquivado pelo Delegado Geral de Polícia quando reconhecida,
pela autoridade policial, a ocorrência de legítima defesa.
e) se o investigado já foi identificado civilmente não deverá ser indiciado.

35. (FCC/MPE-AP/Promotor de Justiça/2012)


Quanto ao inquérito policial, é INCORRETO afirmar:
a) Nos crimes processados mediante ação penal de iniciativa pública
condicionada à representação, é necessária a formulação desta para que o
inquérito seja instaurado.
b) O indiciado poderá requerer à autoridade policial a realização de qualquer
diligência.
c) O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, prescindíveis ao oferecimento
da denúncia.
d) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito policial,
mesmo se verificada a atipicidade do fato investigado.
e) O inquérito policial é dispensável para a propositura da ação penal.

36. (FCC/MPE-PE/Analista Ministerial - Área Jurídica/2012)


Instaurado o inquérito policial por crime de ação penal pública, a autoridade
policial formulou pedido de prazo para a sua conclusão. O juiz, no entanto,
entendendo que não há prova suficiente da autoria, a requerimento do indiciado,
determinou o arquivamento dos autos. Nesse caso, o juiz
a) só poderia ordenar o arquivamento se houvesse requerimento do Ministério
Público nesse sentido.

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b) só poderia ordenar o arquivamento antes do encerramento do inquérito se
houvesse representação da autoridade policial nesse sentido.
c) poderia mandar arquivar o inquérito independentemente do assentimento
do Ministério Público e da autoridade policial.
d) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal privada.
e) só poderia ordenar o arquivamento se o crime fosse de ação penal pública
condicionada à representação do ofendido.

37. (FCC/TRF - 2ª REGIÃO/Técnico Judiciário - Área


Administrativa/2012)
O inquérito policial
a) será presidido pelo escrivão, sob a orientação do Delegado de Polícia.
b) só poderá ser iniciado através de requisição do Ministério Público ou do juiz.
c) será acompanhado, quando concluído e remetido ao fórum, dos instrumentos
do crime, bem como dos objetos que interessarem à prova.
d) poderá ser arquivado pela autoridade policial ou pelo Ministério Público
quando o fato não constituir crime.
e) é indispensável para o oferecimento da denúncia, não podendo o Ministério
Público dispensá-lo.

38. (FCC/TRF - 2ª REGIÃO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2012)


Na dinâmica do inquérito policial NÃO se inclui
a) o reconhecimento de pessoas e coisas.
b) as acareações.
c) o pedido de prisão temporária.
d) a apreensão dos objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais.
e) a apresentação, através de advogado, de defesa preliminar por parte do
indiciado.

39. (FCC/TJ-RJ/Comissário da Infância e da Juventude/2012)


Em relação ao inquérito policial, é Correto afirmar que
a) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
b) o ofendido poderá requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não,
a juízo da autoridade.

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c) poderá ser iniciado, por requerimento do Ministério Público, nos crimes de
ação penal privada.
d) deverá ser Encerrado em cinco dias, estando o indiciado preso.
e) não pode ser iniciado de ofício, mesmo nos crimes de ação penal pública
incondicionada.

40. (FCC/TJ-RJ/Tecnico de Atividade Judiciária/2012)


Estando o indiciado preso, o prazo para encerramento do inquérito policial é de
a) quinze dias.
b) trinta dias.
c) vinte dias.
d) cinco dias.
e) dez dias.

41. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Administrativa/2012)


O inquérito policial, em regra, deverá terminar no prazo
a) estabelecido pela autoridade policial, tendo em vista a complexidade das
investigações.
b) de 10 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.
c) de 20 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
d) de 30 dias, se o indiciado estiver preso preventivamente ou em flagrante.
e) de 60 dias, se o indiciado estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

42. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Judiciária/2012)


O inquérito policial
a) poderá ser instaurado mesmo se não houver nenhuma suspeita quanto à
autoria do delito.
b) não poderá ser instaurado por requisição do Ministério Público.
c) só poderá ser instaurado para apurar crimes de ação pública.
d) pode ser arquivado pelo Delegado Geral de Polícia.
e) poderá ser iniciado nos crimes de ação penal pública condicionada sem a
representação do ofendido.

43. (FCC/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/Técnico Judiciário - Segurança/2011)

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A respeito do inquérito policial, considere:

I. Não é processo, mas procedimento informativo destinado a reunir os


elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e da
respectiva autoria.

II. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a


execução de cada ato de prévia autorização do Poder Judiciário.

III. Em decorrência do princípio da transparência dos atos administrativos, a


autoridade policial não poderá determinar que tramite em sigilo, ainda que
necessário à elucidação do fato.

IV. A autoridade policial não tem atribuições discricionárias, dependendo a


execução de cada ato de prévia autorização do Ministério Público.

Está Correto o que se afirma APENAS em


a) I.
b) I, II e III.
c) III e IV.
d) I e II.
e) IV.

44. (FCC/TJ-AP/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2011)


Nos crimes de ação exclusivamente privada, o inquérito policial deverá ser
instaurado
a) a requerimento escrito de qualquer pessoa que tiver conhecimento do fato.
b) pela autoridade policial, de ofício.
c) a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
d) através de requisição do Ministro da Justiça.
e) a requerimento verbal de qualquer pessoa que tiver conhecimento do fato.

45. (FCC/TRF - 1ª REGIÃO/Analista Judiciário - Execução de


Mandados/2011)

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O inquérito policial
a) poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial, desde que
através de despacho fundamentado.
b) pode ser presidido pelo escrivão de polícia, desde que as diligências
realizadas sejam acompanhadas pelo Ministério Público.
c) não exige forma especial, é inquisitivo e pode não ser escrito, em decorrência
do princípio da oralidade.
d) será remetido a juízo sem os instrumentos do crime, os quais serão
devolvidos ao indiciado.
e) não é obrigatório para instruir a ação penal pública que poderá ser
instaurada com base em peças de informação.

46. (FCC/TRE-RN/Analista Judiciário - Área Judiciária/2011)


O inquérito policial
a) não pode correr em sigilo, devendo ser submetido à publicidade que rege o
processo penal.
b) não pode ser instaurado por requisição do Ministério Público.
c) não pode ser arquivado pela autoridade policial, mesmo se forem
insuficientes as provas da autoria do delito.
d) é um procedimento que, pela sua natureza, não permite ao indiciado
requerer qualquer diligência.
e) será encaminhado ao juízo competente desacompanhado dos instrumentos
do crime, que serão destruídos na delegacia de origem.

47. (FCC/MPE-RN/Agente Administrativo/2010)


O inquérito policial
a) deverá ser concluído no prazo de sessenta dias, se o indiciado estiver solto.
b) somente poderá ser instaurado por requerimento do ofendido ou por
requisição da Autoridade Judicial ou do Ministério Público.
c) acompanhará a denúncia ou a queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.
d) poderá ser arquivado por determinação da Autoridade Policial.
e) deverá ser concluído no prazo de quinze dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante.

48. (FCC/BAHIAGÁS/Analista de Proc. Organizac. - Direito/2010)

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A respeito do inquérito policial, considere:
I. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

II. A autoridade policial poderá mandar arquivar o inquérito policial se, pelos
elementos de prova colhidos, ficar evidenciada a inocorrência de qualquer
delito.

III. Nos crimes de ação pública, o inquérito policial poderá ser iniciado de ofício.

Está Correto o que se afirma APENAS em


a) I.
b) III.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.

49. (FCC/TRF - 4ª REGIÃO/Técnico Judiciário - Área


Administrativa/2010)
Se o acusado estiver preso preventivamente o inquérito policial deverá terminar
dentro do prazo de
a) 30 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito pela
Autoridade Policial.
b) 10 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.
c) 10 dias, contado o prazo a partir da data da instauração do inquérito policial
pela Autoridade Policial.
d) 30 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.
e) 15 dias, contado o prazo a partir do dia em que se executar a ordem de
prisão.

50. (FCC/METRÔ-SP/Advogado/2010)
O inquérito policial:
a) nos crimes em que a ação pública depender de representação, poderá ser
sem ela ser instaurado, pois o ofendido poderá oferecê-la em juízo.

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b) poderá ser arquivado pela autoridade policial, quando, no curso das
investigações, ficar demonstrada a inexistência de crime.
c) somente poderá ser instaurado, nos crimes de ação penal privada, a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
d) poderá ser instaurado, nos crimes de ação pública, somente mediante
requerimento escrito do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-
lo.
e) é indispensável para a instauração da ação penal pública pelo Ministério
Público.

51. (FCC/TRE-AL/Analista Judiciário - Área Administrativa/2010)


No que diz respeito ao inquérito policial é INCORRETO afirmar:
a) É sempre essencial ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
b) Deve terminar no prazo de 30 dias, quando o indiciado estiver solto.
c) Não poderá ser arquivado por determinação da autoridade policial.
d) Nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá
sem ela ser iniciado.
e) Se o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade
poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para diligências.

52. (FCC/TRE-AM/Analista Judiciário - Área Administrativa/2010)


Sobre o inquérito policial, é INCORRETO afirmar que
a) a pessoa que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à
autoridade policial.
b) após concluído e remetido ao Juízo Criminal, os instrumentos do crime
permanecerão sob a custódia da Polícia Civil, ficando à disposição do Juiz
durante o período em que tramitar a ação penal.
c) nos crimes de ação privada, somente poderá ser instaurado após
requerimento formulado por quem tenha qualidade para intentá-la.
d) a vítima e o indiciado poderão requerer diligências, que a autoridade policial
não estará obrigada a realizar.
e) poderá ser devolvido pelo Ministério Público à autoridade policial se houver
a necessidade de novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia.

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24 Gabarito

Gabarito 1: E Gabarito 19: B Gabarito 37: C

Gabarito 2: B Gabarito 20: B Gabarito 38: E

Gabarito 3: B Gabarito 21: A Gabarito 39: B

Gabarito 4: A Gabarito 22: C Gabarito 40: E

Gabarito 5: B Gabarito 23: B Gabarito 41: B

Gabarito 6: C Gabarito 24: E Gabarito 42: A

Gabarito 7: E Gabarito 25: D Gabarito 43: A

Gabarito 8: B Gabarito 26: C Gabarito 44: C

Gabarito 9: B Gabarito 27: D Gabarito 45: E

Gabarito 10: A Gabarito 28: B Gabarito 46: C

Gabarito 11: D Gabarito 29: A Gabarito 47: C

Gabarito 12: C Gabarito 30: E Gabarito 48: B

Gabarito 13: B Gabarito 31: A Gabarito 49: B

Gabarito 14: D Gabarito 32: A Gabarito 50: C

Gabarito 15: B Gabarito 33: C Gabarito 51: A

Gabarito 16: E Gabarito 34: A Gabarito 52: B

Gabarito 17: B Gabarito 35: C

Gabarito 18: C Gabarito 36: A

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25 Referencial bibliográfico
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de Processo Penal interpretado. 11. ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
PACHECO, Denilson Feitoza. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis –
5ª Ed., ver. e atual. com Emenda Constitucional da “Reforma do Judiciário”.
Niterói, RJ: Impetus, 2008.
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. – 21. Ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Atlas, 2017.
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. – 9. ed. rev. eatual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único -5. ed. rev.
ampl. e atual.-Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 10ª edição. Ed. Saraiva, 2013.

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