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Direito Processo Penal

Teoria e Questões comentadas


Professores Enilson Rocha e Rafael Bizarria
co

Aula - Disposições preliminares do código de processo penal

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Matéria: Direito Processual Penal
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Professores: Enilson Rocha, Rafa Lucini e Rafael
Bizarria
Direito Processo Penal
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Prof. Enilson Rocha
Olá amigo!

O Edital tão esperado foi publicado!


É com muita satisfação que apresentamos a você o curso “Direito
Processual Penal”, voltado para o concurso para o Concurso Público para
provimento de vagas no cargo de Escrivão de Polícia da Carreira de Polícia
Civil do Distrito Federal.
Sabemos o quão difícil é a busca por um cargo público em nosso país,
tendo em vista o nível de exigência teórica cada vez mais elevado das bancas e
a concorrência crescente entre os candidatos ao almejado cargo.
Por conta disso, entendemos que o estudo individual, baseado somente
em leis secas e doutrinas, reclama tempo exacerbado e confere aprofundamento
muitas vezes desnecessário para o alcance do conteúdo demandado pelos
editais, notadamente em carreiras jurídicas e policiais.
O melhor caminho para um estudo eficiente é o direcionamento para
temas que possuem maior relevância no mundo dos concursos, bem como o
estudo baseado em provas anteriores aplicadas por aquela banca.
Impende destacar que NUNCA se deve desprestigiar o estudo por lei seca.
O que se deve, de outra banda, é complementar o estudo direcionado com a
implementação de leitura de lei seca, sempre se utilizando, como guia, do
estudo passado pelo Exponencial Concursos.
É nisso que ajudaremos você, caro amigo concurseiro, a obter sua
aprovação neste tão almejado cargo público: buscamos levar conteúdo teórico
eficiente e relevante, complementando-o com questões atualizadas e
comentadas da banca. Por fim, consoante supramencionado, deverá haver a
complementação com a leitura da lei seca à medida que avançamos o conteúdo.
Para que tudo isso seja possível, os professores Enilson Rocha, Rafael
Bizarria e Rafa Lucini prepararam este curso, que será uma ferramenta de
grande importância na sua aprovação.
Vamos à apresentação dos professores!
Enilson Rocha
Sou servidor público federal há mais de 23 anos. Iniciei minha trajetória, em
1995, ao prestar o concurso para Soldado Especializado da Aeronáutica (S1),
instituição na qual ingressei em março de 1996.
Em 1998, cursei a Escola de Especialistas de Aeronáutica, na primeira turma
do EAGS. Promovido à Terceiro-Sargento, servi por oito anos em São José dos
Campos (IPV/ICEA), período em cursei a faculdade de Direito.

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No ano de 2004, enquanto cursava o último ano da faculdade, fui aprovado
no concurso para o cargo de Escrivão de Polícia Federal, tendo sido convocado
para a Academia Nacional de Polícia em 2006.
No ano de 2005, enquanto aguardava a convocação para da Polícia Federal,
fui aprovado no Concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal
Regional Eleitoral de Minas Gerais.
No dia 17 de julho 2006, ao pesquisar no Diário Oficial da União, tive a
satisfação de ver minha nomeação para o cargo de Escrivão de Polícia
Federal Publicada na página 32 da Seção 3. Foi um momento inesquecível. Ao
dar mais um “enter”, o cursor parou na página 64, onde estava minha nomeação
para o cargo de Analista Judiciário do TRE/MG.
Por alguns dias, tive a difícil e prazerosa tarefa de escolher entre um dos
dois cargos. Optei por ser Policial Federal, e, apesar de saber da grandeza que
representava o outro cargo, sei que fiz a escolha certa, pois ser um policial é
mais que uma profissão, é um misto de vocação e amor por aquilo que faz.

Rafael Bizarria
Sou advogado e pós-graduando em Direito Penal Econômico pela
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG).
Durante meu período de graduação tive a oportunidade de atuar junto ao
Ministério Público do Estado de São Paulo e junto ao Ministério Público Federal,
podendo conhecer a rotina destas instituições e aprendendo a atuação prática
do Parquet no processo penal pátrio, notadamente com a função de Estado-
acusador.
Na advocacia, atuo em áreas correlatas a crimes empresariais e
econômicos, sobretudo naqueles crimes expostos em legislações extravagantes,
tais como os crimes tributários.
Além disso, divido meu tempo atuando juntamente à Ordem dos
Advogados do Brasil na Seccional do Estado de São Paulo por meio de suas
comissões, notadamente na Comissão do Jovem Advogado da 85ª Subseção,
sempre buscando atualização profissional e dignificação da classe.
No campo acadêmico, sou autor de artigos jurídicos e palestrante,
especificamente nas áreas de penal, processo penal e direitos fundamentais.
Já estando devidamente apresentado a você, vamos ao curso. Espero que
tenha um bom aproveitamento com o material disponibilizado, e lembre-se: em
caso de dúvida, entre em contato comigo no fórum de dúvidas ou pelas minhas
redes sociais.

Instagram: @adv.rafaelbizarria Facebook: @adv.rafaelbizarria


Twitter: @RafaelBizarria

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Rafa Lucini
Sou servidora pública federal, pós-graduada em Direito Civil e Processual
Civil pela Universidade Católica Dom Bosco.
Iniciei minha carreira em concursos públicos durante a graduação na
Prefeitura Municipal de Araraquara.
Logo após a graduação fui aprovada em 2º Lugar para o cargo de
Advogada da Fundação Casa. No mesmo ano obtive aprovação em 2º Lugar
para o cargo Analista de Contratos da FURP e também para o cargo de Analista
Administrativo na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Em 2014 fui aprovada no concurso de Agente Administrativo do Ministério
do Trabalho.
Atualmente exerço o cargo de Agente Administrativo na Polícia Federal.
Durante minha jornada de estudos, sempre tive que conciliá-la com o
trabalho, sei o quão valioso é o tempo do concurseiro e ter um material de
qualidade sempre foi minha busca, por isso quero compartilhar com você um
material de qualidade e principalmente que o direcione para a aprovação.
Estou à disposição para trocarmos informações e ajudá-los na busca da
tão sonhada aprovação.

Instagram: @rafaluccini

Agora que já nos conhecemos, vamos conhecer um pouco sobre o curso!

AULA CONTEÚDO
00 Inquérito Policial
01 Disposições preliminares do Código de Processo Penal
02 Prisão e liberdade provisória
03 Lei nº 9.099/1995
04 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal

O presente curso foi elaborado com base no edital nº 1, publicado no dia


em 03 de dezembro de 2019, que tem o seguinte conteúdo programático:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL: 1 Disposições preliminares do Código de
Processo Penal. 2 Inquérito policial. 2.1 Histórico, natureza, conceito, finalidade,
características, fundamento, titularidade, grau de cognição, valor probatório,
formas de instauração, notitia criminis, delatio criminis, procedimentos
investigativos, indiciamento, garantias do investigado; conclusão. 3 Prisão e
liberdade provisória. 4 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito
processual penal. 5 Lei nº 9.099/1995.
Além das nossas aulas, você pode complementar seus estudos em nosso
Sistema de Questões Online. O Exponencial Concursos tem quase 7.000
questões só da nossa matéria, o que lhe fornece uma excelente ferramenta de
auxílio aos seus estudos.
Para acessar o sistema de questões online, acesse o link:
https://www.exponecialconcursos.com.br/sistema-de-questoes/. Você pode resolver até
100 por dia sem qualquer custo.
Feitas estas considerações iniciais, não há tempo a perder, pois cada
minuto é importante na sua preparação.
Nossa primeira aula é sobre o inquérito policial. Analisaremos o conceito
e a natureza jurídica desse instrumento de investigação criminal. Veremos ainda
como se dá o início do inquérito, o que inclui as formas e condições de
instauração.
Abordaremos também a dinâmica do inquérito, o que passa,
necessariamente, pelas diligências que podem ser realizadas, o encerramento
das investigações, eventual arquivamento e desarquivamento.
Esperamos que esta aula seja o primeiro passo rumo à sua aprovação.

Se te mostrares fraco no dia da angústia, tua


força será pequena.
Provérbios 24.10

Bons estudos!

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Aula – Investigação Criminal. Inquérito Policial

Sumário
1 Histórico ........................................................................ 8

2 Conceito ........................................................................ 9

3 Natureza ...................................................................... 11

4 Finalidade .................................................................... 12

5 Características ............................................................. 12

6 Fundamento ................................................................ 18

7 Titularidade ................................................................. 19

8 Grau de cognição ......................................................... 20

9 Valor Probatório .......................................................... 20

10 Vícios e irregularidades ............................................... 21

11 Formas de Instauração ................................................ 22

11.1 Crimes de ação penal pública incondicionada ..................... 22

11.2 Crimes de ação penal pública condicionada ........................ 25

11.3 Crimes de ação penal privada .......................................... 27

12 Notitia Criminis e Delatio Criminis ............................... 28

12.1 - Delatio Criminis (delação) ............................................. 29

12.2 - Denúncia anônima ........................................................ 29

13 Procedimentos investigativos ...................................... 30

14 Indiciamento ............................................................... 38

15 Garantias do indiciado ................................................. 39

16 Avocação e redistribuição do inquérito policial ............ 43

17 Conclusão e prazos ...................................................... 43

17.1 Relatório ....................................................................... 43

17.2 Encaminhamento do IPL .................................................. 44

17.3 Prazos ........................................................................... 45

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18 Arquivamento do inquérito policial .............................. 50

19 Desarquivamento do inquérito policial ........................ 54

20 Trancamento do inquérito policial ............................... 58

21 Súmulas dos Tribunais Superiores ............................... 60

22 Informativos dos Tribunais Superiores ........................ 60

23 Questões comentadas ................................................. 62

24 Questões de aula (sem comentários) ........................ 114

25 Gabarito .................................................................... 143

26 Referencial bibliográfico ............................................ 144

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1 Histórico
Vários são os instrumentos utilizados para a realização da investigação
criminal (Representação Fiscal para Fins Penais, Peça de Investigação Criminal,
Inquérito Civil, Notícia de Fato etc). No entanto, o procedimento mais utilizado
para a investigação criminal é o inquérito policial, o qual mereceu disciplina
própria no Código de Processo Penal.
O inquérito policial, de forma embrionária, teve sua origem em Roma.
Os agentes públicos encarregados de apurar os crimes não encontravam
quaisquer obstáculos, sendo que, a partir da notitia criminis, o próprio julgador
determinava as diligências para o esclarecimento dos fatos. A fase inicial
denominada “inquisitio”, não tinha qualquer garantia ao investigado, passando
em seguida ao cognitio, sem que houvesse uma acusação formal. Por fim,
apenava-se o acusado.
No período colonial, Portugal aplicava em suas colônias a investigação
criminal Filipina (Ordenações Filipinas), a qual se baseava na devassa, de tom
inquisitorial, o que propiciava uma série de abusos cometidos pelas forças
estatais.
Após a proclamação da independência do Brasil, houve a necessidade
de criar regras próprias em substituição às Ordenações Filipinas. Pela
Constituição de 1824, instituiu-se os juizados de paz, conferindo-lhes
atribuições policiais, preventivas e repressivas, os quais também foram
mantidos pelo Código de Processo Criminal de 1832.
O inquérito foi introduzido ao Brasil pela Lei n. 261, de 3 de dezembro
de 1841, passando a investigação criminal a ser conduzida pela autoridade
policial, que era o Chefe de Polícia, o qual era auxiliado por delegados e
subdelegados. Ao chefe de polícia e aos delegados cabiam atribuições próprias
de Juiz (expedir mandados de busca, conceder fianças, julgar crimes comuns)
Somente em 1871, por meio do Decreto n. 4.824/1871, que
regulamentou a Lei n. 2.033/1871, houve a primeira referência, de forma
expressa, a inquérito policial e a separação entre as atividades policiais e
judiciais.
O inquérito policial atualmente está disciplinado no Título II (do art. 4º
ao art. 23) do Código de Processo Penal, editado pelo Decreto-Lei nº 3.689, de
03 de outubro de 1941.

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Constituição de
Período Colonia,
1824 - Juizados
Portugal usava
Origem = Roma de paz (policia,
investigação
preventiva,
cirminal Filipina
repressivas, etc)

Decreto
4.824/1871:
Atualmente: CPP, Lei 261/1841:
regulamentou
art 4º ao 23º, introdução do
inquérito policial
Decreto-Lei inquérito:
e separação
3689/1941 autoriade policial
atividades policias
e judiciais

2 Conceito
O inquérito policial é um procedimento administrativo, de atribuição
exclusiva das Polícias Judiciárias (Polícia Federal ou Polícias Civis),
consistente no conjunto de diligências conduzidas pela autoridade policial
visando a obtenção de elementos que apontem a autoria e comprovem a
materialidade das infrações penais de médio e maior potencial ofensivo
investigadas para que o titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido)
possa ingressar em juízo.
O inquérito policial se presta somente à investigação de delitos de médio
e maior potencial ofensivo pelo fato de que a Lei n.º 9.099/1995 trouxe uma
outra espécie de investigação penal voltada às infrações penais de menor
potencial ofensivo, qual seja, o termo circunstanciado.
Dispõe o art. 69, da Lei n.º 9.099/1995:
Art. 69.

A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo


circunstanciado e o encaminhará diretamente ao Juizado, com o autor do
fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.

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a) Não haverá lavratura de termo circunstanciado nas
infrações de menor potencial ofensivo submetidas ao rigor
da Lei n.º 11.340/06 (Lei Maria da Penha) por expressa
previsão do art. 41, desta Lei, que afastou a aplicação da Lei n.º
9.099/1995 para os casos envolvendo violência doméstica e
familiar contra a mulher. Mesmo eventual contravenção penal
reclamará a instauração de inquérito policial, uma vez
submetida às regras da Lei n.º 11.340/06.

b) Crimes de trânsito que ocasionem lesão corporal


culposa devem ser investigados por inquérito policial nos casos
do art. 291, § 1º, do CTB, por mandamento expresso do art. 291, § 2º,
CTB.

Superada as exceções envolvendo termo circunstanciado e as hipóteses


em que não há possibilidade de lavratura desta investigação criminal, chegou o
momento de esquematizar o conceito de inquérito policial para uma visualização
mais eficiente e rápida, notadamente nas revisões em reta final para concursos.

exclusivo das Polícias Judiciárias (PF ou PC)

conduzidas pela
conjunto de
autoridade
diligências
policial
Inquérito
Policial
obtenção de
elementos -
AUTORIA
Procedimento visando
Administrativo comprovanção
materialide das
INFRAÇÕES
penais

titular da ação
para ingressar
penal (MP ou
em juízo
ofendido)

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das
infrações penais e da sua autoria

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de


autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

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No dia a dia, o inquérito é designado pela sigla IP, no âmbito das Polícias
Civis, e IPL, quando se refere ao procedimento de atribuição da Polícia Federal.

3 Natureza
A natureza do IP/IPL é de procedimento administrativo, composto
por uma sequência de atos, que se iniciam com sua instauração e vão até sua
conclusão, formalizada em um relatório da autoridade policial.
A natureza de procedimento foi reafirmada pela Lei n.º 12.830/2013,
consoante se observa de seu art. 1º, § 4º.
O inquérito policial tem caráter preliminar, preparatório da ação penal.
Trata-se de peça informativa, pré-processual, destinada a subsidiar o
oferecimento da denúncia pelo Ministério Público – nos crimes sujeitos a ação
penal pública - ou ao exercício do direito de queixa pelo ofendido - nos crimes
de ação penal privada.
Observe que não se trata de um processo administrativo, mas, sim,
de procedimento inquisitorial, razão pela qual não se aplica a ele plenamente
o princípio do contraditório e da ampla defesa.
O caráter inquisitorial do IP/IPL subsiste mesmo após a alteração do
Estatuto da OAB (Lei 8.906/1994) proveniente da Lei 13.245/2016, que incluiu
o inciso XXI no art. 7º.
Lei 8.906/94
Art. 7º
(...)
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);
O referido dispositivo não tornou obrigatória a assistência de advogado
em todos atos do inquérito policial, mas tão somente garantiu o direito do
profissional assistir os clientes investigados, caso estes requeiram sua
presença, para a realização do interrogatório ou depoimento. Da mesma
forma, o caráter inquisitivo permanece, apesar da possibilidade de o advogado
apresentar razões e quesitos no curso da investigação.

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Natureza de procedimento administrativo

Preliminar (peça informativa,


Caráter
pré-processual)

IP ou IPL
é processo administrativo

tem pleno contraditório e ampla


não defesa

é obrigatória assistência de
advogado

4 Finalidade
Como já dito anteriormente, o inquérito policial destina-se à obtenção de
elementos que apontem a autoria e comprovem a materialidade das infrações
penais. A obtenção de tais elementos visa subsidiar o oferecimento da denúncia
pelo Ministério Público – nos crimes sujeitos a ação penal pública - ou ao
exercício do direito de queixa pelo ofendido - nos crimes de ação penal privada.
Em resumo, a finalidade do IP/IPL é apurar a infração penal e sua
autoria, visando subsidiar a propositura da ação penal. Neste aspecto, o
inquérito policial é classificado como unidirecional.

apurar a INFRAÇÃO penal e sua


AUTORIA

IP / IPL Finalidade visando subsidiar a propositura da


ação penal

classificado como unidirecional

5 Características

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 Administrativo: O inquérito policial, por ser instaurado e conduzido por
uma autoridade policial, possui nítido caráter administrativo.

 Inquisitivo (inquisitoriedade): A inquisitoridade do inquérito decorre


de sua natureza pré-processual. No processo temos autor (MP ou vítima),
acusado e Juiz. No inquérito não há acusação, logo, não há nem autor, nem
acusado. No inquérito policial, por ser inquisitivo, não há direito ao
contraditório pleno nem à ampla defesa.

A respeito da não aplicação plena do contraditório existe pacificação nos


tribunais superiores, notadamente no Supremo Tribunal Federal. A Suprema
Corte mitiga a aplicação do contraditório e ampla defesa em fase de inquérito
policial pelo fato de que os elementos colhidos nesta fase não podem justificar,
por si só, o pleito condenatório, necessitando de produção de provas em âmbito
judicial sob a estrita observância do contraditório e ampla defesa.

Jurisprudência de 12 de março de 2019 do Supremo Tribunal


Federal firmou entendimento de que não há necessidade de
intimação da defesa técnica do investigado para tomada
de depoimentos orais – as chamadas “oitivas” - na fase
de inquérito policial, tendo em vista que o contraditório é
mitigado nesta fase e a presença de defesa técnica é
facultativa, e não obrigatória (Pet. 7612/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento
em 12/03/2019 – Informativo 933, Segunda Turma).
Por ser inquisitorial o inquérito policial concentra-se nas mãos da
autoridade policial, não havendo a bilateralidade como ocorre na ação penal.

 Oficial (oficialidade): os órgãos encarregados da condução do IP/IPL


são órgãos estatais (Polícia Federal e Polícias Civis), com atribuição fixada pela
Constituição Federal em seu art. 144, §§ 1º e 4º.
A oficialidade se mantém mesmo nas ações penais privadas, isto é, não
há possibilidade de condução do inquérito policial por particulares, dada sua
característica de condução estatal. O ofendido, nas ações penais privadas, se
encarrega apenas de realizar o requerimento de interesse no processamento
criminal.
Constituição Federal
Art. 144
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
se a:

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I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
(...)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

 Oficioso (oficiosidade): Possibilidade (poder-dever) de instauração


de ofício quando se tratar de crime de ação penal pública incondicionada,
consoante dispõe o art. 5º, I, do CPP.
Art. 5o. Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
O mesmo se aplica nos casos em que há representação da vítima ou
requisição do Ministro da Justiça (ações penais públicas condicionadas) ou
requerimento por parte do ofendido (ações penais privadas).

 Escrito (formal) - Todos os atos produzidos no bojo do IP deverão ser


escritos, e reduzidos a termo aqueles que forem orais, conforme dispõe o art.
9º do CPP.
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso,
rubricadas pela autoridade.

 Indisponível (indisponibilidade): A autoridade policial não pode


dispor do inquérito policial, ou seja, não pode arquivá-lo, por expressa
vedação contida no art. 17 do CPP.
Somente a autoridade judiciária pode determinar o arquivamento dos
autos do inquérito policial, conforme dispõe o art. 18 do CPP.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.

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 Dispensável (dispensabilidade): O inquérito policial é um instrumento
de grande importância na apuração da infração penal e de sua autoria, contudo
não é indispensável. Se já houver elementos suficientes para o oferecimento
da denúncia ou da queixa, o titular da ação penal pode propô-la sem a
necessidade de prévia instauração de IP/IPL, razão pela qual é classificado como
dispensável. Reforçando, o inquérito é dispensável SE o titular da ação
penal já dispuser de todos os elementos necessários (comprovação da
materialidade e indícios mínimos de autoria) para iniciar a ação penal.
Quando a apuração da prática delitiva for realizada em sede policial, por
meio da instauração de inquérito, eventual denúncia ou queixa nele embasada
deverá ser instruída com os autos do IP/IPL.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa,
sempre que servir de base a uma ou outra.

Ou seja, o inquérito não é obrigatório para o início da ação penal, mas,


se ele for instaurado, deverá acompanhar a peça inicial.

se titular tiver todos


IP / IPL Dispensável elementos pra iniciar
ação penal

Se deverá acompanhar a
IP / IPL instaurado peça inicial

 Discricionário (discricionariedade na condução): A autoridade


policial pode conduzir a investigação da maneira que entender mais frutífera
para a elucidação da infração penal, sem necessidade de seguir um padrão pré-
estabelecido. Atente-se para o fato de que a discricionariedade se refere à
condução das investigações e não à instauração do inquérito policial,
porquanto, neste aspecto, como vimos temos a oficiosidade (obrigatoriedade).
A discricionariedade da autoridade policial na condução das investigações
fica evidente na redação do art. 14 do CPP, porquanto, a diligência requerida
pelo ofendido, seu representante legal ou o indiciado, poderá ser realizada, ou
não, a juízo da autoridade policial, a qual analisará a necessidade de tais
diligências para a elucidação do fato.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.

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Neste ponto, insta consignar que a discricionariedade da autoridade
policial encontra obstáculo no que se refere ao exame de corpo de delito, pois
o art. 158, do Código de Processo Penal, obriga a realização de tal prova quando
possível fazê-lo, não podendo haver negativa da autoridade policial.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável
o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-
lo a confissão do acusado.

 Sigiloso (sigilosidade): A apuração dos fatos requer que sejam


adotadas certas cautelas na condução do inquérito policial, entre elas que não
sejam revelados detalhes das investigações que possam comprometer a
elucidação do caso. Assim sendo, o IP/IPL reveste-se de sigilosidade, conforme
determina o art. 20 do Código de Processo Penal.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Outro argumento favorável à aplicação do sigilo em fase inquisitorial é a


preservação dos direitos fundamentais dos investigados com a vedação da
publicidade das investigações. O sigilo resguarda os direitos fundamentais do
investigado e impede a violação da honra e imagem das pessoas, nos exatos
termos do art. 5º, X, da Carta Magna.
Outrossim, a vedação à publicidade abusiva é um dos reflexos do princípio
da presunção de inocência (art. 5º, LVII, da CF/88), que consiste em regra de
tratamento e confere ao investigado, em momento preliminar ao futuro e incerto
processamento criminal, resguardo a direitos supramencionados –
inviolabilidade de honra e imagem – e evitando a aquisição de status
incriminatório perante a sociedade sem nem ter havido processamento criminal
e tampouco sentença penal condenatória transitada em julgado.
Art. 5º, CF/88 (...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;
(...)
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;

Apesar disso, o sigilo do inquérito policial não impede que o advogado


tenha acesso aos autos do procedimento investigatório, tomando ciência das
diligências já realizadas e documentadas no procedimento. As diligências
ainda não realizadas ou em andamento, ainda não documentadas, permanecem

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protegidas pelo sigilo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal,
expresso na Súmula Vinculante nº 24.
Súmula Vinculante 14
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo
aos elementos de prova que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
O sigilo também não pode ser oposto ao membro do Ministério Público
e ao juiz.

 Temporário (temporariedade): a lei prevê sua duração. Pode o prazo


do inquérito policial ser prorrogado pelo juiz, ficando, contudo, a duração da
investigação limitada ao prazo prescricional. Da mesma forma, não pode o
inquérito ter duração excessiva, havendo na jurisprudência do STJ trancamento
de IP/IPL pela demora demasiada em sua conclusão, sob o argumento de que
a existência de investigação formal em andamento gera encargo relevante ao
investigado, que não poderá, por inexistência de punições perpétuas em nosso
Estado Democrático de Direito, suportar tal “ônus” por período indeterminado.

 Unidirecional: segundo a doutrina clássica, o objeto do inquérito é servir


de instrumento para subsidiar a atuação do titular da ação penal. Esta posição
é questionada por parte da doutrina, principalmente, por aqueles que
defendem a função preservadora do IP, o qual funcionaria como um filtro
processual, impedindo que acusações infundadas desemboquem em um
processo.
Obs.: dificilmente, em um concurso para a área de polícia judiciária (PC
ou PF) esta característica vai ser cobrada como sendo correta, mas é importante
conhecer a divergência.

 Sistemático (sistematicidade): Todas as providências adotadas na


condução das investigações devem ser documentadas nos autos do inquérito
pela autoridade policial, sendo estas devidamente organizadas de acordo com
uma sequência lógica, buscando a reprodução dos fatos ocorridos, sempre
observando a ordem cronológica dos acontecimentos.

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ADMINISTRATIVO

INQUISITIVO
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO

OFICIAL

OFICIOSO

ESCRITO
POLICIAL

INDISPONÍVEL

DISPENSÁVEL

SIGILOSO

DISCRICIONÁRIO

TEMPORÁRIO

Adotado pela doutrina SISTEMÁTICO


clássica, mas
questionado por
aqueles mais voltados UNIDIRECIONAL
para a atividade policial

6 Fundamento
No Código de Processo Penal, o inquérito policial está disciplinado no
Título II, o qual abrange do art. 4º ao art. 23.
Contudo, em um Estado Constitucional Democrático de Direito, todas as
normas que compõem o ordenamento jurídico buscam sua fonte de
validade na Constituição Federal, a Lei Maior. É, portanto, em torno da
Constituição Federal que gira todo o ordenamento jurídico, ocupando essa a
posição central e fundamentadora do todo.

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DIREITO
CIVIL

DIREITO DIREITO
PRC. CIVIL ELEITORAL

DIREITO
DIREITO CONSTITUIÇÃO
PROC.
AMBIENTAL FEDERAL
PENAL

DIREITO DIREITO
TRIBUTÁRIO PENAL
OUTROS
RAMOS DO
DIREITO

Como podemos ver no esquema acima, há interconexão entre todos os


ramos do Direito, sendo que todos buscam seu fundamento de validade na
Constituição Federal, formando um ordenamento jurídico harmônico e
coerente.
Assim também ocorre com o Direito Processual Penal e cada um de seus
institutos, entre eles o inquérito policial.
O art. 129, inc. VIII, da CF, ao dispor acerca das funções do Ministério
Público, estabelece:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
(...) VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração
de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
manifestações processuais. (grifei)
Podemos então constatar que o inquérito policial tem previsão
constitucional, sendo seu primeiro fundamento de validade.

7 Titularidade
O inquérito policial está inserido entre as funções de polícia judiciária,
cuja titularidade é exclusiva do Delegado de Polícia e do Delegado de
Polícia Federal, conforme se depreende da análise conjunta do art. 4º do

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Código de Processo Penal (chamados de autoridades policiais) e do art. 2º da
Lei 12.830/2013
Código de Processo Penal
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no
território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração
das infrações penais e da sua autoria.

Lei 12.830/2013
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica,
essenciais e exclusivas de Estado.

8 Grau de cognição
O grau de cognição do inquérito policial é sumário, ou seja, não visa
estabelecer certeza quanto à autoria da prática delitiva, pois essa só pode ser
alcançada ao final do processo judicial. O inquérito objetiva atingir um certo
grau de probabilidade da autoria delitiva, a fim de subsidiar a propositura da
ação penal.
Por conta da sumariedade do grau de cognição do inquérito policial, não
há um aprofundamento da análise da matéria fático-jurídica, sob o crivo da
ampla defesa e do contraditório, contentando-se, ao final das investigações,
apenas com a probabilidade da prática da infração penal.

9 Valor Probatório
Em razão da não obrigatoriedade da observância dos princípios do
contraditório e da ampla defesa, o inquérito policial não tem valor probatório
amplo, capaz de fundamentar uma sentença condenatória.
A finalidade do inquérito policial é reunir elementos para subsidiar a
formação da opinião do titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido),
não podendo, portanto, ingressar no processo judicial como prova capaz de
embasar a condenação, razão pela qual, os elementos informativos,
colhidos durante a fase investigativa, deverão ser reexaminados na fase
judicial.
Neste sentido dispõe o artigo 155, do Código de Processo Penal:
Art. 155.
O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos durante

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a investigação, ressalvada as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
A regra trazida pelo Codex processual é a de que as provas produzidas
em fase de inquérito policial devem ser repetidas durante o processo judicial,
sob pena de serem desconsideradas pelo juiz na formação da sua convicção.
Contudo, existem determinadas provas que não podem ser repetidas em
fase processual por sua natureza e/ou por questões temporais: são as chamadas
provas não repetíveis.
As provas não repetíveis são aquelas que não podem ser realizadas
posteriormente ao momento de seu aparecimento, sob pena de prejuízo quanto
à verdade real dela extraída. O exemplo clássico se dá nos casos de exames
periciais no local do crime. Outra situação hipotética de prova não repetível é
aquela em que um depoimento colhido em fase policial não pode ser repetido
em fase judicial pelo falecimento do depoente.
Por óbvio, a não possibilidade de utilização da supracitada prova
configuraria flagrante teratologia no âmbito do processo penal, lesando o
princípio da verdade real em matéria processual penal, uma vez que a
impossibilidade de repetição da prova não se deu por vontade dos envolvidos e
tampouco por morosidade do Poder Judiciário.
Havendo justa comprovação da impossibilidade de repetição da prova
colhida durante fase inquisitorial, entende-se que não há vedação quanto à sua
utilização para formação do pleito condenatório, pois que o supramencionado
dispositivo já prevê tal exceção. Não há o que se falar, portanto, de lesão ao
contraditório nesta situação.

10 Vícios e irregularidades
Os vícios do inquérito policial não constituem nulidades, mas meras
irregularidades, não acarretando, portanto, nulidades processuais. Assim
sendo, caso ocorra uma irregularidade durante o inquérito policial, esta não
afetará a posterior ação penal.
Esse é o entendimento que tem prevalecido no Superior Tribunal de
Justiça.
[...] 2. No que se refere aos alegados vícios no inquérito policial, a
jurisprudência desta Superior Corte de Justiça já se firmou no sentido
de que eventuais irregularidades ocorridas na fase inquisitorial não
possuem o condão de macular todo o processo criminal. 3. Ademais,
as mencionadas nulidades ocorridas no inquérito não passam de
meras imperfeições, sequer comprovadas nos autos e, portanto,
inaptas para anular as provas colhidas na fase inquisitorial,
especialmente quando não demonstrada a ocorrência de qualquer

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prejuízo. [...] 5. Ordem parcialmente conhecida e, nesta extensão,
denegada.
(STJ - HC: 216201 PR 2011/0195868-3, Relator: Ministra ALDERITA
RAMOS DE OLIVEIRA - DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE,
Data de Julgamento: 02/08/2012, T6 - SEXTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 13/08/2012).

11 Formas de Instauração
As formas de instauração do inquérito policial variam conforme a
modalidade de ação penal às quais as infrações penais, em tese praticadas, se
sujeitam. Havendo formas diferentes para instauração do IP/IPL para apurar
crimes de ação penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada e
ação penal privada.

11.1 Crimes de ação penal pública incondicionada


Conforme dispõe o art. 5º do Código de Processo Penal, nos crimes de
ação penal pública, o inquérito será iniciado das seguintes formas:
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério
Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade
para representá-lo.

a) De ofício;
b) Por requisição da autoridade judiciária;
c) Por requisição do Ministério Público;
d) Por requerimento da vítima ou de seu representante legal;

Segundo a doutrina, o rol apresentado pelo art. 5º não é taxativo,


porquanto o IP/IPL também pode ser inaugurado por:
e) Auto de prisão em flagrante;
f) Noticia oferecida por qualquer do povo.

De ofício
Em observância ao princípio da obrigatoriedade, que incide também na
fase investigatória, a autoridade policial, durante suas atividades rotineiras, ao

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tomar conhecimento da prática de uma infração penal (por qualquer meio
idôneo: reportagem jornalística, registro de ocorrência, etc.), deverá instaurar
o inquérito policial de ofício, sem a necessidade de provocação, nos termos
do art. 5º, inc. I, do CPP.
Nessa hipótese, a autoridade policial dará início ao inquérito por meio de
portaria, onde constará a síntese do fato e as diligências a serem empreendidas.

Por requisição da autoridade judiciária


Tal possibilidade está expressamente prevista no art. 5º, inciso II, do
Código de Processo Penal.
Contudo, vale ressaltar que parte da doutrina entende que, neste ponto,
o Código de Processo Penal está superado, não tendo sido recepcionado pela
Constituição Federal, porquanto a requisição oriunda da autoridade judiciária
não estaria em conformidade com o sistema acusatório, o qual seria um
princípio constitucional implícito.
No sistema acusatório, como é o nosso, as funções de acusar, defender
e julgar são exercidas por entes diferentes. Assim, se mantida a possibilidade
de o magistrado requisitar a instauração do inquérito policial, sua imparcialidade
estaria comprometida.
Fique ligado: se cair uma questão na sua prova objetiva afirmando que
a autoridade judiciária pode requisitar a instauração de inquérito policial,
responda “CERTO”, pois é o que dispõe o art. 5º, inc. II, do CPP. A observação
que colocamos acima serve para você conhecer a posição da doutrina, pois essa
também pode ser cobrada, mas sempre de maneira expressa. Do contrário,
fique com a literalidade da lei.

Por requisição do Ministério Público


Inicialmente, faz-se necessário esclarecer que não existe hierarquia
entre o Ministério Público e a Polícia Judiciária. Ambas as instituições têm
fundamental importância na promoção da justiça, cumprindo cada qual seu
papel constitucionalmente estabelecido.
No que tange ao inquérito policial, por ser ele um instrumento voltado a
formar a opinião do titular da ação penal (opinio delicti), sua instauração
decorrente de requisição do Ministério Público, nas ações penais públicas, se dá
em razão de uma subordinação funcional, e não hierárquica.
A autoridade policial não pode deixar de atender à requisição do
Ministério Público para instauração do IP/IPL. Contudo, a doutrina aponta
duas possibilidades para o não atendimento: a falta de informações mínimas
que possibilitem o início das investigações e a ilegalidade da requisição.

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Falta de informações mínimas: se a requisição for genérica, sem
dados que possibilitem a abertura do inquérito, pode a autoridade policial
recusar-se a instaurar o inquérito, oficiando, contudo, ao Ministério Público,
informando a impossibilidade de instauração face à ausência de dados mínimos,
e solicitando maiores informações que possibilitem dar início ao apuratório. O
que não pode ocorrer é o simples arquivamento da requisição pelo
Delegado de Polícia.
Ilegalidade da requisição: caso a autoridade policial constate que a
requisição é ilegal (por exemplo, que o fato não constitui infração penal ou que
o crime praticado está prescrito), deverá oficiar ao Ministério Público, expondo,
de maneira fundamentada, a razão do não atendimento da requisição. É
importante que o Delegado de Polícia dê ciência, também, à Corregedoria de
Polícia, visando se precaver de eventual responsabilidade administrativa.
Da mesma forma o Ministério Público pode requisitar à autoridade policial
a realização de diligências e folha de antecedentes do investigado, contudo não
pode determinar o indiciamento, assunto que abordaremos oportunamente.

Por requerimento da vítima ou de seu representante


legal
A vítima ou seu representante legal poderão requerer a instauração do
inquérito policial, devendo apresentar, sempre que possível, as informações das
quais dispõe e que sejam importantes para a elucidação do fato, conforme
expresso no art. 5, § 1º, do CPP.
Art. 5º,
(...) § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que
possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as
razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração,
ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e
residência.

Nessa hipótese, se a autoridade policial entender pela não instauração do


inquérito policial, indeferindo o requerimento, o requerente poderá recorrer
ao chefe de polícia, nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP. O Chefe de Polícia
pode ser o Delegado-Geral da Polícia ou o Secretário de Segurança Pública,
conforme a estrutura da segurança pública em cada Estado-membro. No âmbito
da Polícia Federal, o Chefe de Polícia seria o Superintendente Regional, posto
haver uma Superintendência Regional da PF em cada unidade da Federação.

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§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

Auto de prisão em flagrante


Na hipótese de prisão em flagrante, a autoridade policial determina a
lavratura do respectivo auto de prisão em flagrante, o qual servirá como peça
inaugural do inquérito policial, ou seja, não haverá portaria de instauração.
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, a autoridade policial
expede um despacho, determinando a realização das diligências eventualmente
necessárias para a conclusão do inquérito, tais como encaminhamento de
objetos apreendidos para serem submetidos a exame pericial, requisição de
informações a órgãos públicos, requisição da folha de antecedentes criminais do
indiciado, entre outras.

Notícia oferecida por qualquer do povo


Dispõe o art. 5º, § 3º, do CPP:
Art. 5º
(...) § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar
inquérito.

É facultado ao cidadão comunicar à autoridade policial a


ocorrência de uma infração penal, sendo que esta, após verificar a
procedência das informações, se concluir que são idôneas, deverá instaurar o
inquérito policial. Nessa hipótese, temos uma faculdade do cidadão e uma
obrigatoriedade da autoridade policial.

11.2 Crimes de ação penal pública condicionada


Nos crimes de ação penal pública condicionada, o inquérito policial
somente poderá ser iniciado após:
a) Representação do ofendido ou de seu representante legal;
b) Requisição do Ministro da Justiça.

Representação do ofendido ou de seu representante


legal

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Dispõe o art. 5º, § 4º, do CPP:
Art. 5º (...) § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

A representação (também denominada delatio criminis postulatória) é


condição indispensável para instauração do inquérito policial, nos crimes cuja
ação penal esteja condicionada a ela. Consiste na manifestação da vítima ou de
seu representante legal no sentido de que possuem interesse na realização de
investigação policial e apuração judicial da prática do delito.
Não há qualquer formalidade a ser observada no oferecimento da
representação, podendo esta ser apresentada por escrito ou oralmente,
diretamente à autoridade policial (ex: boletim de ocorrência), ao Ministério
Público e ao magistrado que, nestes casos, requisitarão a abertura do inquérito
policial.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido,
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante
declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério
Público, ou à autoridade policial.
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu
representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o
juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público,
quando a este houver sido dirigida.
§ 2o A representação conterá todas as informações que possam
servir à apuração do fato e da autoria.
§ 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a
autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente,
remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este
reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta
proceda a inquérito.
§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se
com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a
promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
de quinze dias.

Nos crimes de ação penal pública condicionada, o direito de representação


está sujeito ao prazo decadencial de seis meses, contado a partir do dia em
que a vítima ou seu representante legal tomar conhecimento de quem é o autor

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do crime, conforme dispõe o art. 38 do Código de Processo Penal e o art. 103
do Código Penal.

Requisição do Ministro da Justiça


Em determinadas hipóteses, a ação penal só pode ser iniciada se houver
requisição do Ministro da Justiça. Trata-se de condição objetiva de
procedibilidade, sem a qual não poderá ser oferecida a denúncia.
Em tais situações, a abertura do inquérito policial também estará
condicionada à representação do Ministro da Justiça, sendo que sua
inobservância acarretará ilegalidade do procedimento investigatório.
A requisição do Ministro da Justiça é indispensável nas seguintes situções:
a) Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil,
nos termos do art. 7º, § 3º, b, do Código Penal;
b) Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República
ou Chefe de Governo estrangeiro, conforme art. 141, I, c/c o art. 145,
parágrafo único, ambos do Código Penal;
c) Crimes tipificados na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83).

11.3 Crimes de ação penal privada


Tratando-se de crime sujeito à ação penal privada, cuja legitimação para
a instauração pertence ao particular, o inquérito policial somente poderá
ser instaurado a partir do requerimento do interessado, conforme dispõe
o art. 5º, § 5º, do Código de Processo Penal.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade
para intentá-la.

Nessa hipótese, se a autoridade policial entender pela não instauração do


inquérito policial, indeferindo o requerimento, o requerente poderá recorrer ao
chefe de polícia, nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP
A instauração do inquérito policial não suspende ou interrompe o
prazo decadencial para oferecimento da queixa. Nos termos do art. 38 do
CPP, o ofendido tem o prazo fatal de 6 meses para dar início à ação penal, a
partir do momento em que tomou ciência de quem era o autor do delito. Assim
sendo, mesmo que o inquérito ainda não tenha sido concluído, o interessado
não pode deixar transcorrer o prazo sem oferecer a queixa-crime.

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Saiba diferenciar o modo pelo qual é dada a procedibilidade
para a investigação:
Em casos de ação penal privada, o ofendido faz um requerimento;
Em casos de ação penal publica condicionada à representação, a
vítima ou seu representante legal precisa realizar a representação;
Por fim, sendo caso de ação penal pública condicionada à requisição
do Ministro da Justiça, por óbvio, há a necessidade de uma
requisição.

Ação penal
REPRESENTAÇÃO
pública
do ofendido ou
condicionada à
representante legal
representação

Ação penal pública


condicionada à REQUISIÇÃO do
requisição do Ministro da Justiça
Ministro da Justiça

REQUERIMENTO
Ação penal privada
do ofendido

12 Notitia Criminis e Delatio Criminis


Notitia criminis consiste no conhecimento, espontâneo ou provocado, por
parte da autoridade policial, acerca do fato delituoso, podendo ser classificada
como:
a) Notitia criminis de cognição imediata (espontânea ou direta): a
autoridade policial toma conhecimento da ocorrência da infração penal de forma
direta, por meio de suas atividades rotineiras, dando início, de ofício, às
investigações (ex: notícia veiculada na imprensa).
Somente pode dar ensejo ao início do inquérito policial se o crime, em tese,
praticado for de ação penal pública incondicionada.

b) Notitia criminis de cognição mediata (provocada ou indireta): o


conhecimento da ocorrência do delito é levado ao conhecimento da autoridade

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por meio de uma comunicação formal, tal como requisição do Ministério Público,
requerimento do ofendido, requisição do Ministro da Justiça.
Pode dar ensejo à instauração do inquérito policial tanto nos crimes de ação
penal pública incondicionada, ação penal pública condicionada ou ação penal
privada.

c) Notitia criminis de cognição coercitiva: ocorre quando a autoridade


policial toma conhecimento do fato pela apresentação do acusado, preso em
flagrante delito (art. 302 do CPP).

12.1 - Delatio Criminis (delação)


A delatio criminis, espécie de notitia criminis, é a comunicação de uma
infração penal à autoridade policial feita por terceiro, por exemplo, por qualquer
do povo, e não pela vítima ou seu representante legal.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta,
verificada a procedência das informações, mandará instaurar
inquérito.

12.2 - Denúncia anônima


Entre as espécies de notitia criminis, encontra-se a denúncia anônima
(notícia anônima), também denominada notitia criminis inqualificada.
Apesar de admitida em nosso ordenamento jurídico, tratando-se denúncia
anônima, a autoridade policial deverá agir com cautela, não instaurando o IP de
imediato, mas determinando a realização de investigação preliminar, a fim de
verificar a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do crime,
só então instaurar o IP.
Assim sendo, a notícia anônima, por si só, não serve para
fundamentar a instauração de inquérito policial, mas, a partir dela,
podem ser realizadas diligências visando apurar a plausibilidade das
informações e, caso confirmadas, instaurar o inquérito policial. Esse tem sido
o entendimento do STF e do STJ.
(...) Segundo precedentes do Supremo Tribunal Federal, nada impede
a deflagração da persecução penal pela chamada
“denúncia anônima”, desde que esta seja seguida de diligências
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados

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(86.082, rel. Minª. Ellen Gracie, DJe de 22/08/2008; 90.178, rel. Min.
Cezar Peluso, DJe de 26/03/2010; e HC 95.244, rel. Min. Dias Toffoli,
DJe de 30/04/2010).

13 Procedimentos investigativos
Os artigos 6º e 7º do Código de Processo Penal trazem um rol
exemplificativo de diligências a serem adotadas pela autoridade policial.
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:
I – se possível e conveniente, dirigir-se ao local, providenciando para
que se não alterem o estado e conservação das coisas, enquanto
necessário
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II – apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem
relação com o fato;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
liberados pelos peritos criminais
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do
fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do
disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de
delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo
datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de
antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista
individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e
estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.

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X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas
idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa.

I – Dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado


e conservação das coisas, enquanto necessário: o objetivo desta
providência é a preservação dos vestígios deixados pelo crime (corpo de delito),
a fim de não prejudicar o trabalho dos peritos criminais.
Nos termos do art. 169, do CPP, para o efeito de exame do local onde
houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente
para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que
poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
elucidativos.
O deslocamento da autoridade policial até o local dos fatos não é
obrigatório, devendo ocorrer quando for possível e conveniente, ou seja,
quando indispensável para as investigações.
Tratando-se de acidente de trânsito, deverá o policial que primeiro tomar
conhecimento da ocorrência, observar o disposto no art. 1º da Lei 5.970/83,
removendo as pessoas feridas e os veículos envolvidos que estiverem no leito
da via pública e prejudicarem o tráfego.
Lei 5.907/73
Art 1º Em caso de acidente de trânsito, a autoridade ou agente policial
que primeiro tomar conhecimento do fato poderá autorizar,
independentemente de exame do local, a imediata remoção das
pessoas que tenham sofrido lesão, bem como dos veículos nele
envolvidos, se estiverem no leito da via pública e prejudicarem o
tráfego.
Parágrafo único. Para autorizar a remoção, a autoridade ou agente
policial lavrará boletim da ocorrência, nele consignado o fato, as
testemunhas que o presenciaram e todas as demais circunstâncias
necessárias ao esclarecimento da verdade.

II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após


liberados pelos peritos criminais: este inciso refere-se àqueles objetos que,
de algum modo, possam auxiliar no êxito das investigações, mesmo que não se
trate de coisa ilícita.

III - Colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato


e suas circunstâncias: este inciso tem caráter amplo, podendo abranger

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qualquer elemento que possa ser útil na elucidação da infração penal, o que faz
dele um instrumento importante à disposição da autoridade policial na condução
das investigações.

IV - Ouvir o ofendido: a oitiva da vítima, quando possível, pode trazer


informações importantes para a condução das investigações. Em virtude da
relevância do depoimento da vítima, seu não comparecimento, se injustificado,
pode dar ensejo à sua condução coercitiva, nos termos do art. 201, § 1º, do
CPP.

V - Ouvir o indiciado (interrogatório em sede policial): o interrogatório em


sede policial deve ser realizado, observando-se, no que couber, as formalidades
referentes ao interrogatório em sede judicial. Vale ressaltar que tal
determinação não retira o caráter inquisitivo do inquérito policial.
Em decorrência do princípio nemo tenetur se detegere (direito de não
produzir prova contra si mesmo), o interrogado não está obrigado a responder
às perguntas que lhe forem feitas, tendo direito de permanecer calado, por
tratar-se de direito fundamental, nos termos do art. 5º, XLIII, da Constituição
Federal.
Apesar da alteração legislativa trazida pela Lei 13.245/16, que incluiu
o inciso XXI no art. 7º, da Lei 8.906/94, não é obrigatória a assistência de
advogado em todos atos do inquérito policial, mas, tão somente, garantido o
direito do profissional assistir os clientes investigados, caso estes requeiram sua
presença, para a realização do interrogatório ou depoimento.
Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB)
Art. 7º(...)
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);

VI - Proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações: O


reconhecimento de pessoas é realizado na forma prevista no art. 226 do CPP,
sendo que tanto a vítima, quanto as testemunhas e o acusado podem ser
intimados a procederem ao reconhecimento.

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O reconhecimento de coisas está ligado à identificação dos instrumentos
empregados na prática delituosa (faca, revólver, barra de ferro, taco de basebol
etc), dos bens utilizados para auxiliar no cometimento da infração (a moto
utilizada em um roubo), bem como o produto do crime (celular subtraído,
relógio, etc).
Quanto à acareação, este é o procedimento no qual são colocados frente
a frente pessoas que já prestaram depoimento em momento anterior. Sua
finalidade é esclarecer contradições entre os depoimentos prestados. A
acareação pode ser realizada entre investigados, entre investigado e
testemunha, entre testemunhas, entre o investigado ou testemunha e a pessoa
ofendida, entre as pessoas ofendidas.
Em decorrência do direito de não produzir prova contra si, o investigado
não é obrigado a participar da acareação.

VII - Determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito


e a quaisquer outras perícias: O exame de corpo de delito é obrigatório
nos crimes que deixam vestígios, não podendo ser suprido pela confissão do
investigado, aplicando-se, portanto, a regra do art. 158 do CPP.
O exame de corpo de delito e outras perícias devem ser realizados por peritos
oficiais, ou seja, integrantes dos quadros do Estado. São os Peritos Criminais
dos institutos de criminalística de cada unidade da Federação ou os Peritos
Criminais Federais, pertencentes aos quadros da Polícia Federal.
Não havendo peritos oficiais, o exame pode ser realizado por peritos
leigos, nos termos do art. 159, §§ 1º e 2º, do CPP.
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas)
pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
habilitação técnica relacionada com a natureza do exame
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo.

VIII - Ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico,


se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes: Nos
termos do art. 5º, LVIII, da Constituição Federal, o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. A
lei 12.037/2009, regulamentando o referido dispositivo constitucional,
estabeleceu as hipóteses de identificação civil.
Lei 12.037/2009

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Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá
ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar
cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com
informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais,
segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá
de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes
qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade
da expedição do documento apresentado impossibilite a completa
identificação dos caracteres essenciais.

A partir da inovação legislativa trazida pela Lei 12.654/2012, a autoridade


policial, a fim de instruir inquérito policial, poderá requerer ao juiz competente
o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético (DNA) dos
condenados por crimes praticados com violência grave contra pessoa ou por
crimes hediondos, conforme dispõe o art. 9º-A, § 2º, da Lei 7.210/84.
Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal)
Art. 9º-A Os condenados por crime praticado, dolosamente, com
violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos
crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990,
serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil
genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por
técnica adequada e indolor.
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de
dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder
Executivo.
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao
juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco
de dados de identificação de perfil genético.

A folha de antecedentes criminais é a ficha que contém a vida


pregressa criminal do investigado, contendo a relação de inquéritos policiais
em que este foi indiciado

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IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista


individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de
ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - Colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades


e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa: a Lei
13.257/2006, inseriu o inciso X no art. 6º do CPP, aplicando-se a qualquer tipo
de prisão (flagrante, preventiva ou temporária), porquanto não há limitação
expressa no texto legal. O objetivo é levar ao conhecimento das demais
autoridade (magistrado e Ministério Público), bem como à defesa, a existência
de filhos menores ou portadores de deficiência, para que possam ser adotadas
as medidas necessárias para a assistência deles, enquanto o pai ou a mãe
estiverem presos.

Poder de requisição da autoridade policial


Instrumento importante da investigação criminal é o poder de
requisição (ou poder requisitório) da autoridade policial, por meio do qual a
autoridade pode, sem necessidade de autorização judicial, requisitar
informações que serão utilizadas para instruir os autos do inquérito policial.
Entre as medidas que se inserem no poder geral de requisição da
autoridade policial podemos destaca-se o art. 17-B da Lei 9603/98 (Lei de
Lavagem de Dinheiro), incluído pela Lei 12.683/2012, o qual estabelece que “A
autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos
dados cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e
endereço, independentemente de autorização judicial, mantidos pela
Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos
provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. (negritei).
Além desse dispositivo, podemos citar o art. 2º, § 2º, da Lei
12.830/2013; art. 15 da Lei 12.850/2013.
A Lei 13.344/2016, acrescentou os artigos 13-A e 13-B ao Código de
Processo Penal, versando sobre a requisição de dados na investigação dos
crimes de sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP), redução à condição
análoga à de escravo (art. 149 do CP), tráfico de pessoas (art. 149-A do CP),
extorsão mediante a restrição da liberdade da vítima (art. 158, § 3º, do CP),
extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP) e envio de criança ou adolescente
para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
lucro (art. 239 do Estatuto da Criança e do Adolescente)

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Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148,149 e 149-A, no §
3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei 8.069,
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas
da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima
ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24
(vinte e quatro) horas, conterá;
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável
pela investigação.
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes
relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
informações e outros – que permitam a localização da vítima ou
dos suspeitos do delito em curso.
(...)
§ 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze)
horas, a autoridade competente requisitará às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que
disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados –
como sinais, informações e outros – que permitam a localização
da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata
comunicação ao juiz.
Vale lembrar que o poder de requisição da autoridade policial não se
aplica nas hipóteses acobertadas pela reserva de jurisdição, previstas na
Constituição Federal: art. 5º, X e XII (quebra dos sigilos bancários e fiscais),
art. 5º, XI (busca e apreensão domiciliar) e art. 5º, XII (interceptação
telefônica).

Reprodução simulada dos fatos


O artigo 7º do CPP, prevê outra diligência que pode ser adotada pela
autoridade policial, qual seja, a reprodução simulada dos fatos (popularmente
chamada de reconstituição – não use esta expressão).

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Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá
proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não
contrarie a moralidade ou a ordem pública.

A reprodução simulada dos fatos só é admitida quando não contrariar


a moralidade ou a ordem pública.

Diligências em outra circunscrição


Circunscrição é a área territorial abrangida pela unidade policial
(delegacia, distrito, superintendência, etc.) na qual a autoridade policial exerce
suas atividades. Em regra, as autoridades policiais não podem realizar
diligências em outra circunscrição, devendo, quando necessário, expedir
carta precatória.
Tal regra é excepcionada, nos termos do art. 22 do CPP, no Distrito
Federal e nas localidades em que houver mais de uma circunscrição policial.
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de
uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas
poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências
em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou
requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a
autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua
presença, noutra circunscrição.

Requerimento de diligências pelo ofendido e pelo


indiciado
Tanto o ofendido quanto o indiciado podem requerer à autoridade policial
a realização de diligências, contudo esta não estará obrigada a atender,
porquanto age com discricionariedade na condução das investigações. Cabe ao
Delegado de Polícia avaliar a necessidade e adequação da realização da
diligência requerida, podendo, caso considere-a impertinente, indeferi-la.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade.

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14 Indiciamento
O indiciamento é o ato privativo da autoridade policial (Delegado
de Polícia), por meio do qual atribui a alguém a condição de possível autor
ou partícipe de uma infração penal

Ato privativo da autoridade policial


INDICIAMENTO

Atribui a Condição de De infração


alguém possível autor penal
ou partícipe

. O indiciamento deve ser realizado de maneira fundamentada, a


partir da análise técnico-jurídica do fato, conforme dispõe o art. 2º, § 6º, da
Lei 12.830/2013.

Lei 12.830/2013
Art. 2º. (...) § 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do
fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas
circunstâncias.

Por tratar-se de ato privativo da autoridade policial, o juiz ou o


Ministério Público não podem requisitar o indiciamento de determinado
investigado.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. CRIMES CONTRA ORDEM
TRIBUTÁRIA. INDICIAMENTO PELO MAGISTRADO APÓS
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
"1. Sendo o ato de indiciamento de atribuição exclusiva da autoridade
policial. não existe fundamento jurídico que autorize o magistrado,
após receber a denúncia, requisitar ao Delegado de Polícia o
indiciamento de determinada pessoa. A rigor, a requisição dessa
natureza é incompatível com o sistema acusatório, que impõe a
separação orgânica das funções concernentes à persecução penal, de
modo a impedir que o juiz adote qualquer postura inerente à função
investigatória. Doutrina. Lei 12.830/2013. 2. Ordem concedida".
(STF - 2ª T. - HC 115.015 - rel. Teori Zavascki - j. 27.08.13 - public.
12.09.2013)

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15 Garantias do indiciado
Há diversos princípios constitucionais que têm aplicação direta no Direito
Processual Penal, os quais serão trabalhados ao longo do curso. Vimos que
durante a fase pré-processual, em razão do caráter inquisitivo do inquérito
policial, não há aplicação dos princípios do contraditório e da ampla
defesa. Contudo, há princípios e garantias que incidem diretamente na fase de
investigação.

Presunção de inocência
Nos termos do art. 5º, LVII, da Constituição Federal, ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Trata-se do princípio da presunção de inocência (ou presunção de não-
culpa, como preferem alguns). Tal princípio deve ser observado também na fase
de investigação criminal.
Este princípio confere verdadeira regra de tratamento ao investigado,
conforme explica Aury Lopes Junior. Esta regra de tratamento possui três
principais prismas: a vedação à publicidade abusiva do investigado
(preservando sua honra objetiva), a desnecessidade de comprovação, pelo
investigado, de sua inocência, cabendo ao Estado comprovar a materialidade
delitiva e indícios mínimos de autoria e a vedação à utilização ilimitada e
exagerada das prisões cautelares.
Cumpre ressaltar que a presunção de inocência deve ser observada até
mesmo para realização de indiciamento do investigado pela autoridade
policial, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal:
Inquérito policial. Diligências probatórias. Avaliação, pelo ministério
público, da necessidade e utilidade de tais medidas de caráter
instrutório. Controle jurisdicional da licitude de tais diligências. A
questão do indiciamento. Necessidade de que existam, para a
efetivação desse ato de polícia judiciária, indícios mínimos de
autoria e de materialidade do fato delituoso. Inocorrência, no
caso, segundo o próprio Ministério Público, de tais elementos
indiciários. Pedido de indiciamento indeferido. Considerações de
ordem doutrinária
(SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Inquérito n.º 2041/MG. Rel. Min.
Celso de Mello, 2003).

Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à


autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, conforme preceitua
art. 20, parágrafo único, do CPP.

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Art. 20. (...) Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe
forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar
quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os
requerentes.

As prisões provisórias, aquelas que ocorrem antes do trânsito em


julgado, quando determinadas de maneira excepcional e indispensável ao fim a
que se propõem, não ofendem o princípio da presunção de inocência,
porquanto são medidas excepcionais, aplicáveis apenas quando presentes os
requisitos legais, devendo ser adequadamente motivadas.

Direito ao silêncio (nemo tenetur se detegere)


Entre as providências que podem ser adotadas pela a autoridade policial
para a apuração da infração penal, encontra-se o interrogatório policial do
investigado. Contudo, tal ato está limitado por garantias legais e constitucionais,
entre as quais encontra-se o direito ao silêncio, que decorre do privilégio nemo
tenetur se detegere (princípio de que ninguém pode ser obrigado a se
autoincriminar).
Em decorrência deste princípio, o investigado não é obrigado a
responder as perguntas que lhe forem feitas acerca dos fatos. Da mesma
forma, o indiciado não pode ser obrigado a participar da reprodução simulada
dos fatos.

Direito de não comparecimento a interrogatório policial


Em entendimento firmado no ano de 2018, o Supremo Tribunal
Federal declarou a não recepção da expressão “para o interrogatório”
exposta no art. 260, do Código de Processo Penal, declarando que não há
possibilidade de condução coercitiva para fins de interrogatório pela análise do
dispositivo à luz da Constituição Federal de 1988.
Diz o art. 260, do CPP, in verbis:
Art. 260.
Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser
realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
Este dispositivo trata da chamada “condução coercitiva”, que ocorre nos
casos em que o investigado ou réu não comparece para determinado ato
procedimental e é conduzido coercitivamente, sob escolta policial, pela
autoridade competente para a realização de determinado ato.

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Em que pese o dispositivo seja aplicado também na fase processual, tem-
se que era utilizado majoritariamente na fase inquisitorial, sob ordem da
autoridade policial que presidia determinado inquérito policial.
O Supremo Tribunal Federal vedou a aplicação da condução coercitiva
para interrogatórios policiais e judiciais sob o argumento de ofensa a direitos
fundamentais, notadamente lesão frontal à presunção de inocência (art. 5º,
LVII, da CF/88), e pelo fato de que a Constituição Federal de 1988 consagrou o
direito ao silêncio, tornando a condução desnecessária e contraproducente.
Deste modo, eventual não comparecimento a interrogatório configura-se
exercício dos direitos de defesa e ao silêncio, devendo haver a continuidade da
investigação policial ou marcha processual, respeitando-se, deste modo, os
direitos e garantias fundamentais expostos em nossa Carta Magna (ADPF
395/DF e ADPF 444/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13 e 14 de
junho de 2018 – Informativo 906, Plenário do Supremo Tribunal Federal).

Assistência da família e advogado


A Constituição Federal, em seu art. 5º, inc. LXIII, garante ao preso o
direito à assistência da família e de advogado. Neste sentido, a pessoa presa
em flagrante, por exemplo, tem direito que sua família seja informada de
sua prisão (art. 5º, incl LXII), para que lhe preste a assistência necessária
(providencie o pagamento da fiança, nas hipóteses legais; leve para o indiciado
itens de higiene pessoal e outras necessidades básicas, o visite nos dias
previstos etc).

CF
Art. 5º (...) LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado;

Quando o preso manifestar vontade nesse sentido, é direito seu ser


assistido por um advogado durante seu interrogatório e nos demais
atos em que sua presença for necessária na fase policial, cujo não atendimento
resulta em nulidade do ato praticado, ressalvada a desnecessidade de intimação
da defesa técnica para acompanhamento de depoimentos orais (observar tópico
5, p. 8).
Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB)
Art. 7º
(...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório

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ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);

Se o preso não informar o nome de seu advogado, a Defensoria Pública


deverá será comunicada da prisão (artigos 289-A, § 4º e 306 do CPP).

Comunicação à autoridade judiciária


Nos termos do art. 5º, inc. LVII, a prisão de qualquer pessoa e o local
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente. Tal
providência é necessária para que seja apreciada a legalidade do ato e,
caso constatada a ilegalidade, a prisão deverá ser relaxada, nos termos do art.
5º, inc. LXV, da CF.
Constituição Federal de 1988.
Art. 5º (...) LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;

Incomunicabilidade do preso.
Segundo o art. 21 do CPP, a incomunicabilidade do indiciado dependerá
sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Este artigo não foi
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, não havendo,
portanto, possibilidade de incomunicabilidade do preso no atual
ordenamento jurídico brasileiro. Assim sendo, é uma garantia do indiciado
que ele não será mantido incomunicável.
A incomunicabilidade do preso não é admitida nem mesmo durante o estado
de defesa, conforme expressa o art. 136, § 3º, inc. IV, da Constituição Federal.

Identificação dos responsáveis pela prisão e pelo


interrogatório
O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão
ou por seu interrogatório policial, conforme preceitua o art. 5º, inc. XLIV, da CF,
o que inclui os policiais ou qualquer outra pessoa que tenha efetuado a prisão,
a autoridade policial que conduziu o interrogatório, o escrivão que participou do
ato etc.

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16 Avocação e redistribuição do inquérito policial


Avocação consiste no ato da autoridade administrativa que atrai para si
a competência para cumprir determinado ato de atribuição de um funcionário
ou órgão hierarquicamente inferior.
Redistribuição é o ato administrativo pelo qual a competência para a
prática do ato é transferida para uma autoridade com mesmo grau hierárquico
daquela originalmente competente.
Tratando-se de inquérito policial ou outro procedimento investigativo, a
avocação ou redistribuição somente será admitida, mediante despacho
fundamentado da autoridade superior, desde que embasado no
interesse público ou nas hipóteses previstas em regulamento da
instituição policial, nos termos do art. 2º, § 4º, da Lei 12.830/2013.
Lei 12.830/2013
Art. 2º (...) § 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por
superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo
de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que
prejudique a eficácia da investigação.

Interesse público
Avocação ou
redistribuição de Despacho fundamentado
inquérito
Procedimento previsto
em Regulamento

17 Conclusão e prazos

17.1 Relatório
Concluídas as investigações, a autoridade policial deve fazer um
minucioso relatório acerca do que foi apurado no inquérito policial, enviando-o,
em seguida ao juiz competente, conforme estabelece o art. 10, § 1º, do CPP.
Art. 10
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado
e enviará autos ao juiz competente.

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§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não
tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser
encontradas.

O relatório é uma peça elaborada pela autoridade policial, de


conteúdo eminentemente descritivo, razão pela qual deverá limitar-se a
declinar as providências realizadas, resumir os depoimentos prestados e as
versões da vítima e do investigado, mencionando o resultado das diligências
realizadas, bem como, nos termos do § 2º do art. 10 do CPP, indicar eventuais
testemunhas que não tenham sido ouvidas, indicando o lugar onde possam ser
encontradas.

R Peça
E
L
A
Elaborada pela autoridade
T
policial
Ó
R
I
Conteúdo descritivo
O

Não pode o Delegado de Polícia fazer qualquer juízo de valor, uma


vez que a opinio delicti deve ser formada pelo titular da ação penal (Ministério
Público, ofendido ou seu representante legal, conforme a modalidade de ação
penal).

17.2 Encaminhamento do IPL


Encerradas as investigações e elaborado o relatório pela autoridade
policial, os autos do inquérito deverão ser encaminhados ao juízo competente,
nos termos do art. 10, § 1º, do CPP.
Art. 10. (...) § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver
sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

Nos crimes de ação penal pública, deverá o juiz determinar vista ao


Ministério Público (titular da ação penal), o qual poderá oferecer a denúncia
(Art. 24 e seguintes do CPP), requerer o arquivamento dos autos (Art. 28 do

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CPP) ou requerer a devolução dos autos para realização de diligências
que julgar imprescindíveis ao oferecimento da denúncia (art. 16 do CPP).

Oferecer a denúncia

Providências do
Requerer o arquivamento
Minisério Público

Requisitar novas diligências

Nos crimes de ação penal privada, os autos do inquérito serão


encaminhados ao juiz competente, onde permanecerão aguardando a
iniciativa do titular da ação penal, nos termos do art. 19 do CPP.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do
inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a
iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão
entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

17.3 Prazos
Contagem dos prazos
Tem-se entendido que a contagem do prazo para conclusão do inquérito
policial seguirá regras diferentes, caso se trate de indiciado preso ou solto.
Quando o indiciado estiver solto, o prazo é processual, seguindo a
regra do artigo 798, § 1º, do CPP, em que não se computa o dia do começo,
incluindo-se o do vencimento.
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e
peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia
feriado.
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se,
porém, o do vencimento.

A contagem do prazo processual tem como marco inicial a portaria de


instauração do inquérito.
Tratando-se de indiciado preso, o prazo é material, aplicando-se o
disposto no art. 10 do Código Penal, em que o dia do começo é incluído no
cômputo.
Código Penal

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Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se
os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

A contagem do prazo penal tem como marco inicial a prisão do


indiciado.

Prazo processual • Não se computa o dia de começo


Art. 798, § 1º, do CPP • Inclui-se o dia do vencimento

Prazo penal • Computa-se o dia de começo


Art. 10 do CP

Prazos para conclusão do IP/IPL


Há vários prazos para conclusão do inquérito policial, dependendo,
em cada caso, da natureza do crime, de encontrar-se o indiciado preso ou em
liberdade ou da justiça competente para julgamento.

Código de Processo Penal


O primeiro grupo de prazos a serem observados na tramitação do
inquérito oficial está previsto no art. 10, caput, do CPP.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso
preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando
estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Estando o indiciado preso, o prazo para conclusão do IP/IPL é de dez


dias. Esta prisão pode ser decorrente de ter o investigado sido surpreendido
em flagrante delito ou haver sido decretada sua prisão preventiva, por ordem
judicial.
Se o indiciado estiver solto, o prazo para encerramento do inquérito
policial será de 30 dias. Nesta hipótese, havendo necessidade de serem
realizadas outras diligências imprescindíveis à solução do caso, pode a
autoridade policial, solicitar ao juiz o retorno dos autos para
continuidade das investigações.

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§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver
solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos,
para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado
pelo juiz.

No dia a dia policial é comum a reiteração da concessão de prazo para


continuidade das investigações, tratando-se de indiciado solto, chegando a
investigação, em alguns casos, a durar anos.

Lei 5.010/66
A Lei 5.010/66 organiza a Justiça Federal em primeira instância. Em seu
art. 66 a referida lei dispõe acerca do prazo de tramitação do inquérito policial.
Lei 5.010/66
Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial será de quinze
dias, quando o indiciado estiver preso, podendo ser prorrogado por
mais quinze dias, a pedido, devidamente fundamentado, da
autoridade policial e deferido pelo Juiz a que competir o conhecimento
do processo.
Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo para conclusão
do inquérito, a autoridade policial deverá apresentar o preso ao Juiz.

Assim, segundo o referido dispositivo, o prazo para conclusão dos


inquéritos que apurem crimes de competência da Justiça Federal em
primeira instância será de 15 (quinze) dias, quando o indiciado estiver
preso.
Segundo o referido arquivo, tal prazo poderá ser prorrogado por mais
15 dias, o que não ocorre em relação aos inquéritos referentes a crimes que
tramitam na Justiça Estadual, por não haver previsão de prorrogação de prazo
de IP/IPL no CPP, quando tratar-se de indiciado preso.
Quando o investigado estiver solto, o prazo do inquérito segue a regra
geral do CPP, ou seja, 30 (trinta) dias.

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Indiciado preso
10 dias improrrogáveis
Just. Estadual

Indiciado preso
15 dias + 15 dias
Just. Federal

Indiciado solto
30 dias prorrogáveis
JF/JE

Observação: estes prazos não se aplicam quando a lei prever prazo


específico para apuração de determinadas infrações penais, conforme veremos
a seguir.

Lei 11.343/06
Os crimes previstos na Lei de Drogas (Lei 11.343/06) tem tratamento
diferenciado no que se refere ao prazo para conclusão dos inquéritos policiais,
conforme expressamente declarado no art. 51.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta)
dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando
solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser
duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária.

Estando o indiciado preso, o prazo para conclusão do inquérito será de


30 (trinta) dias, prorrogável por mais 30 (trinta). Se o investigado estiver solto,
o prazo será de 90 (noventa) dias, prorrogável por mais 90 (noventa).

Investigado + 30 dias
preso 30 dias

Investigado
90 dias + 90 dias
solto

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Quando se refere a indiciado solto, a jurisprudência e a doutrina


têm admitido prorrogações sucessivas do prazo do inquérito, não se
limitando a 90 + 90. Contudo, para sua prova, guarde a regra geral do art.
51 da Lei 11.343/2006, salvo se a questão abordar justamente o entendimento
que acabamos de mencionar.

Lei 1521/51
Dispõe a Lei 1.521/51 (Lei de Crimes Contra a Economia Popular), em
seu art. 10, § 1º:
Lei 1.521/51
Art. 10 (...) § 1º. Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado por
portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez) dias.

Diferente dos outros dispositivos já estudados, a referida lei não faz


distinção de prazo para indiciado preso ou solto, sendo em ambas hipóteses
prazo único de 10 (dez) dias.

indiciado 10 indiciado
preso dias solto

Crimes Militares
O inquérito policial militar tem prazo específico para ser concluído, de
acordo com o Código de Processo Penal Militar, sendo de 20 dias, caso preso
o investigado, e 40 dias, prorrogáveis por mais 20, se solto (art. 20 do
Decreto-lei 1.002/1969).

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DROGAS
Indic. preso: 30d + 30d
Indic. solto: 90d + 90d

Crimes Federais
Indic. preso: 15d
Indiciado solto: 30d

Legislação Especial
Crimes contra econ.
popular
Indic. preso: 10d
conclusão do
Prazos de

Indic. solto: 10d


IP/IPL

Crimes Militares
Indic. preso: 20d
Indic. solto: 40d

REGRA GERAL Indiciado preso: 10 dias


Art. 10 do CPP Indiciado solto: 30 dias

18 Arquivamento do inquérito policial


Em decorrência do princípio da indisponibilidade (obrigatoriedade ou
legalidade), a autoridade policial não pode determinar o arquivamento
do inquérito policial, conforme expressa o art. 17 do CPP.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de
inquérito.

Somente após requerimento do Ministério Público, o juiz pode


determinar o arquivamento do inquérito policial.
A lei não determina os casos em que o Ministério Público poderá
pedir o arquivamento do IP/IPL, ficando a cargo do membro do Parquet a
análise, em cada caso concreto, da presença de indícios mínimos para o
oferecimento da denúncia ou arquivamento dos autos.
Contudo, a decisão do membro do Ministério Público pelo pedido
de arquivamento dos autos do inquérito policial não obriga o juiz a
atender, podendo o magistrado, caso discorde da promoção de arquivamento,
encaminhar os autos para a instância superior do Ministério Público

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(Procurador-Geral de Justiça, tratando-se do MP estadual, ou a Câmara de
Coordenação e Revisão, no âmbito do Ministério Público Federal), nos termos
do art. 28, do CPP.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a
denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a
denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-
la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o
juiz obrigado a atender.

Recebidos os autos do inquérito encaminhado pelo juiz, nos termos do


art. 28 do CPP, o procurador-geral de justiça poderá tomar as seguintes
providências:
a) Oferecer a denúncia;
b) Designar outro membro do Ministério Público para oferecer a
denúncia;
c) Insistir no pedido de arquivamento.

Caso o Procurador-Geral de Justiça insista na promoção de


arquivamento, o juiz deverá acolhê-la.
O juiz somente determinará o arquivamento do IP/IPL se houver
manifestação do Ministério Público neste sentido, não havendo
possibilidade de o magistrado arquivar de ofício os autos.

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Pedido de arquivamento do
IP/IPL

Juiz discorda: Juiz concorda: os


Remete ao autos são
Procur.-Geral arquivados

PG designa outro
PG oferece órgão do MP para PG insiste na
denúncia oferecer a promoção de
denúncia arquivamento

Juiz é obrigado a
arquivar o
inquérito

Arquivamento Implícito
O arquivamento implícito ocorre quando o Ministério Público não
inclui na denúncia um indiciado, ou tratando-se de mais de um crime,
não inclui todos eles. A exemplo de praticado por três indivíduos, sendo a
denúncia oferecida apenas em face de dois deles; ou na hipótese da denúncia
oferecida em face de três indivíduos, que, em concurso de agentes, teriam
praticado, em tese, dois crimes distintos, mas o Ministério Público, na
denúncia, imputa-lhes a prática de somente um crime.
Assim, o arquivamento implícito classifica-se em: objetivo (quando
a omissão se dá com relação às infrações praticadas) ou subjetivo (quando a
omissão se dá com relação aos acusados).
A doutrina e jurisprudência não têm admitido o arquivamento
implícito, uma vez que a denúncia pode ser aditada, em observância ao
princípio da indisponibilidade, após tomadas as providências do art. 28 do CPP.
Mesmo que não haja o aditamento da denúncia, não há impedimento para que
o indiciado seja denunciado posteriormente, dando início a um novo processo.

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Decore o conceito de arquivamento implícito, pois as bancas
adoram cobrá-lo em prova. O último parágrafo, no qual tratamos
sobre a doutrina e a jurisprudência não admitir tal modalidade de
arquivamento, geralmente não é cobrado, mas, se for, a questão
virá de forma explícita.
Assim, se vier apenas uma apresentação de caso concreto,
perguntando se é arquivamento implícito ou não, responda com
base no conceito que apresentamos nos dois primeiros
parágrafos.

O arquivamento indireto
Segundo doutrina, arquivamento indireto é na verdade uma forma de o
membro do Ministério Público suscitar a incompetência do juízo. Ocorre
quando o Ministério Público deixa de oferecer a denúncia por entender que o
juízo é incompetente. Nesta hipótese, não pode o magistrado, se entender ser
competente, obrigar o MP a oferecer a denúncia, em razão da independência
funcional do membro do Ministério Público, devendo, portanto, aplicar, por
analogia, o Art. 28 do CPP.

Não confunda arquivamento implícito com arquivamento


indireto. É comum os candidatos confundirem os conceitos na
hora da prova. NÃO DEIXE ISTO ACONTECER CONTIGO. Para
facilitar, lembre-se: o arquivamento indireto é aquele em que
o MP entende que o juiz é incompetente.

Recurso em caso de arquivamento


Em regra, não cabe recurso em caso de arquivamento dos autos
do inquérito policial, mas há duas situações, especificamente, previstas em
lei em que há recurso no caso de arquivamento do inquérito policial.
Caberá recurso do arquivamento dos autos do IP/IPL nos crimes contra a
economia popular, conforme art. 7º da Lei 1.521/51, e nos casos das
contravenções penais previstas nos art. 58 e 60 do Decreto-Lei nº 3.688/41
(jogo do bicho e corrida de cavalo).
Resumindo, em regra o arquivamento do IP/IPL é irrecorrível, mas
comporta exceções, não sendo, portanto, a irrecorribilidade absoluta.

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REGRA IRRECORRÍVEL

Arquivamento
do IP/IPL Crimes contra a economia
popular

EXCEÇÕES
Contravenções penais (jogo
do bicho e corrida de
cavalo)

19 Desarquivamento do inquérito policial


Dispõe o art. 18 do Código Penal que:
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade
policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.

Assim, após arquivado o inquérito, se a autoridade policial tiver notícia


de possíveis provas até então não conhecidas, poderá dar continuidade às
investigações.
Podemos dividir as razões para arquivamento da seguinte forma:

a) Ausência de justa causa


Nessa hipótese, então, é possível o desarquivamento do inquérito policial,
caso o arquivamento tenha sido motivado pela insuficiência de base
para a denúncia (ausência de indícios de autoria e de prova da materialidade),
ou seja, o despacho de arquivamento, em regra, não gera coisa julgada
material, mas apenas coisa julgada formal, contudo a reabertura da
investigação requer o surgimento de novas provas.
Súmula 524 do STF
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento
do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas
provas.

Caso surjam novas provas, somente o inquérito arquivado com base na


inexistência de provas de autoria ou participação ou pela ausência de
provas da existência do fato poderá ser desarquivado.

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Se o arquivamento for decorrente da existência de provas de que o
investigado não foi autor ou partícipe do delito, bem como se tiver
amparado na existência de provas de que o fato não ocorreu, não haverá
possibilidade de desarquivamento dos autos.
Ou seja, se o Ministério Público tiver pedido o arquivamento dos autos do
IP/IPL por haver sido demonstrado que o investigado não foi o autor ou
partícipe do delito ou que o fato não ocorreu, o despacho de arquivamento
fará coisa julgada material, não sendo possível o desarquivamento.

Inexistência de prova
da materialidade
Possibilidade
coisa julgada formal
Inexistência de
indícios da
Arquivamento de autoria/participação
inquérito policial por
ausência de justa
causa Prova da não
existência do fato
Impossibilidade
coisa julgada
material
Prova da não
autoria/participação

b) Falta de condição de procedibilidade da ação penal


Como vimos anteriormente, nos crimes de ação penal pública condicionada, a
instauração do inquérito policial só pode ocorrer após o oferecimento da
representação pela vítima ou seu representante legal.
Caso, após a instauração do IP/IPL a vítima se retrate da
representação, ou seja, peça o encerramento das investigações pois não
deseja mais a persecução penal em relação ao fato, os autos deverão ser
arquivados por falta de condições de procedibilidade da ação penal. Nessa
hipótese, o inquérito não poderá ser desarquivado.
Contudo, é possível que a vítima ou seu representante legal (que
anteriormente se retratou – retirou a representação), após o arquivamento
dos autos, apresente nova representação (antes de operar-se a
decadência, ou seja, antes dos 06 (seis) meses contados a partir do
conhecimento da autoria), nesta hipótese poderá ser desarquivado o
IP/IPL.
Simplificando: se, após o arquivamento dos autos, a vítima ou seu
representante oferecer nova representação, antes de configurar a decadência

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de seu direito, o inquérito pode ser desarquivado, se a causa do
arquivamento tiver sido a ausência de condição de procedibilidade.

c) Atipicidade da conduta
Se o inquérito for arquivado por entender o Ministério Público que a
conduta é atípica, não poderá ser desarquivado, mesmo que surjam novas
provas, fazendo a decisão de arquivamento coisa julgada material.
"Não se revela cabível a reabertura das investigações penais, quando
o arquivamento do respectivo inquérito policial tenha sido
determinado por magistrado competente, a pedido do Ministério
Público, em virtude da atipicidade penal do fato sob apuração,
hipótese em que a decisão judicial - porque definitiva - revestir-se-á
de eficácia preclusiva e obstativa de ulterior instauração da
'persecutio criminis', mesmo que a peça acusatória busque apoiar-se
em novos elementos probatórios. Inaplicabilidade, em tal situação,
do art. 18 do CPP e da Súmula 524/STF. Doutrina. Precedentes."
(SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, HC 84156, Relator Ministro Celso de
Mello, Segunda Turma, julgamento em 26.10.2004, DJ de 11.2.2005)

A decisão de arquivamento do inquérito policial, fundada na atipicidade


da conduta, faz coisa julgada material, mesmo que seja emanada de
autoridade judiciária incompetente.

I - Habeas corpus: cabimento. É da jurisprudência do Tribunal que


não impedem a impetração de habeas corpus a admissibilidade de
recurso ordinário ou extraordinário da decisão impugnada, nem a
efetiva interposição deles. II - Inquérito policial: arquivamento com
base na atipicidade do fato: eficácia de coisa julgada material. A
decisão que determina o arquivamento do inquérito policial, quando
fundado o pedido do Ministério Público em que o fato nele apurado
não constitui crime, mais que preclusão, produz coisa julgada
material, que - ainda quando emanada a decisão de juiz
absolutamente incompetente -, impede a instauração de processo
que tenha por objeto o mesmo episódio. Precedentes: HC 80.560, 1ª
T., 20.02.01, Pertence, RTJ 179/755; Inq 1538, Pl., 08.08.01,
Pertence, RTJ 178/1090; Inq-QO 2044, Pl., 29.09.04, Pertence, DJ
28.10.04; HC 75.907, 1ª T., 11.11.97, Pertence, DJ 9.4.99; HC
80.263, Pl., 20.2.03, Galvão, RTJ 186/1040. (grifei)
(STF, HC nº 83.343/SP, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, 1ª
Turma, unânime, DJ de 19.08.2005).

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d) Excludente de ilicitude
Se o arquivamento do inquérito for baseado na presença de causa
excludente da ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, exercício
regular de direito, estrito cumprimento do dever legal), há divergência entre
o STF e o STJ acerca da possibilidade de desarquivamento dos autos, caso
surjam novas provas.

STF
Entende que se o inquérito for arquivado com fundamento em uma
excludente de ilicitude, se surgirem provas no sentido de que a excludente não
existiu, é possível o desarquivamento dos autos, não fazendo, portanto, do
despacho de arquivamento coisa julgada material.
(...) 1. A decisão que determina o arquivamento de inquérito policial,
a pedido do Ministério Público e determinada por juiz competente,
que reconhece que o fato apurado está coberto por excludente de
ilicitude, não afasta a ocorrência de crime quando surgirem novas
provas, suficientes para justificar o desarquivamento do inquérito,
como autoriza a Súmula 524 deste Supremo Tribunal Federal. 2.
Habeas corpus conhecido e denegado.
(HC 95211, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma,
julgado em 10/03/2009, DJe-160 DIVULG 19-08-2011 PUBLIC 22-08-
2011 EMENT VOL-02570-01 PP-00169)

STJ
Entende que se o inquérito foi arquivado com base na presença de uma
excludente de ilicitude, mesmo que surjam novas provas, não poderá ser
desarquivado.
(...) 1. A permissão legal contida no art. 18 do CPP, e pertinente
Súmula 524/STF, de desarquivamento do inquérito pelo surgimento
de provas novas, somente tem incidência quando o fundamento
daquele arquivamento foi a insuficiência probatória – indícios de
autoria e prova do crime. 2. A decisão que faz juízo de mérito do
caso penal, reconhecendo atipia, extinção da punibilidade (por
morte do agente, prescrição…), ou excludentes da ilicitude,
exige certeza jurídica – sem esta, a prova de crime com autor
indicado geraria a continuidade da persecução criminal – que,
por tal, possui efeitos de coisa julgada material, ainda que
contida em acolhimento a pleito ministerial de arquivamento
das peças investigatórias.3. Promovido o arquivamento do

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inquérito policial pelo reconhecimento de legítima defesa, a coisa
julgada material impede rediscussão do caso penal em qualquer novo
feito criminal, descabendo perquirir a existência de novas provas.
Precedentes. 4. Recurso especial improvido.
(REsp 791.471/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA,
julgado em 25/11/2014, DJe 16/12/2014)

e) Excludente de culpabilidade
Entende a doutrina que o arquivamento do inquérito policial
fundamentado em causa manifesta de excludente da culpabilidade (ex:
coação moral irresistível ou obediência a ordem superior não manifestamente
ilegal, nos termos do art. 22 do CP) impede o desarquivamento dos autos,
mesmo diante de novas provas. Esta é uma posição doutrinária, não havendo
na jurisprudência enfrentamento a esse tema.

f) Extinção da punibilidade
Extinta a punibilidade do agente, nos termos do art. 107 do Código
Penal ou por qualquer outra causa, não será admitido o desarquivamento
do inquérito policial.
Exceção: somente em caso de declaração de extinção de punibilidade em
decorrência da morte do agente (art. 107, I, do CP), embasada em certidão
de óbito falsa, é possível o desarquivamento do inquérito policial.

20 Trancamento do inquérito policial


Vimos acerca do arquivamento do inquérito policial, que consiste em uma
decisão judicial, requerida pelo Ministério Público, pondo fim às investigações,
em virtude da ausência de elementos para a propositura da ação penal.
Contudo, há situações em que a paralização do andamento do
inquérito policial não se dá em razão do pedido formulado pelo Ministério
Público, mas sim em virtude da existência de mácula que afeta tão
gravemente o inquérito, ao ponto de resultar em seu trancamento.
Trancamento é, portanto, uma forma anômala de encerramento
do inquérito policial, em virtude da instauração e condução da investigação
constituir um constrangimento ilegal.
O principal instrumento utilizado para o trancamento do inquérito
policial é o remédio constitucional do Habeas Corpus, sendo, portanto,
medida excepcional.

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As principais razões para trancamento do inquérito policial são:


a) Atipicidade da conduta
Se o fato claramente não constitui crime, mas apenas infração
administrativa, não há justa causa para instauração do inquérito policial. Da
mesma forma, se a lesão ao bem jurídico é insignificante, não há tipicidade
material, motivo pelo qual não deve ser promovida a persecução penal.
Se, apesar da manifesta atipicidade do fato, for instaurado o inquérito
policial, o investigado pode impetrar Habeas Corpus visando o trancamento
do IP.

b) Causa extintiva da punibilidade


Se caracterizada a ocorrência de alguma causa extintiva da
punibilidade (por exemplo, a decadência do direito de queixa – art. 107, IV,
c/c art. 103, ambos do CP), não haverá justa causa para instauração do
inquérito policial.

c) Falta de pressuposto para sua instauração


Como vimos anteriormente, nos crimes de ação penal pública
condicionada o inquérito policial não pode ser iniciado sem a representação
do ofendido ou de seu representante legal.
Da mesma forma, nos crimes de ação penal privada, o início do
inquérito policial depende de prévio requerimento do titular da ação
penal.
Em ambas as hipóteses, a instauração do IP/IPL, mesmo ausente
representação ou do requerimento, caracterizará constrangimento
ilegal, dando ensejo ao trancamento do inquérito policial.

TRANCAMENTO DO IP/IPL

Causa extintiva Falta de


Atipicidade
da pressuposto
da conduta
punibilidade para
instauração

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21 Súmulas dos Tribunais Superiores


Súmulas do Supremo Tribunal Federal
Súmula Vinculante 11: Só é lícito o uso de algemas em casos de
resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por
escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da
autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Súmula 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem
novas provas.

Súmulas do Superior Tribunal de Justiça


Súmula 234 – A participação de membro do Ministério Público na fase
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o
oferecimento da denúncia.

22 Informativos dos Tribunais Superiores


Informativos do Supremo Tribunal Federal
Informativo 933 – Não há necessidade de intimação da defesa técnica
do investigado, em fase de inquérito policial, para acompanhamento de
depoimentos orais, tendo em vista a mitigação do contraditório e ampla defesa
em fase inquisitorial (Pet 7612/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em
12.03.2019).
Informativo 907 – Delegado de polícia pode formalizar acordos de
colaboração premiada, na fase de inquérito policial, respeitadas as prerrogativas
do Ministério Público, o qual deverá se manifestar, sem caráter vinculante,
previamente à decisão judicial (ADI 5508/DF, rel. Min. Marco Aurélio,
julgamento em 20.6.2018).
Informativo 906 – A condução coercitiva do investigado para
interrogatório policial ou acusado para interrogatório judicial não foi
recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Deste modo, declarou-se a não
recepção da expressão “para o interrogatório” do art. 260, do CPP (ADPF

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395/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13 e 14.6.2018 e ADPF
444/DF, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 13 e 14.6.2018).

Informativos do Superior Tribunal de Justiça


Informativo 631 - Compete à Justiça Federal a condução do inquérito
que investiga o cometimento do delito previsto no art. 334, § 1º, IV, do Código
Penal, na hipótese de venda de mercadoria estrangeira, permitida pela ANVISA,
desacompanhada de nota fiscal e sem comprovação de pagamento de imposto
de importação (CC 159.680-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por
unanimidade, julgado em 08/08/2018, DJe 20/08/2018).
Informativo 638 - Não se admite a pronúncia de acusado fundada
exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial (AgRg
no REsp 1.740.921-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, por unanimidade, julgado em
06/11/2018, DJe 19/11/2018).
Informativo 612 - Ocorrendo a descoberta fortuita de indícios do
envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro, os autos devem ser
encaminhados imediatamente ao foro prevalente, definido segundo o art. 78,
III, do CPP, o qual é o único competente para resolver sobre a existência de
conexão ou continência e acerca da conveniência do desmembramento do
processo (Rcl 31.629-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado
em 20/09/2017, DJe 28/09/2017).
Informativo 603 - Compete à Justiça Federal a condução do inquérito
que investiga o cometimento do delito previsto no art. 241-A do ECA nas
hipóteses em que há a constatação da internacionalidade da conduta e à Justiça
Estadual nos casos em que o crime é praticado por meio de troca de informações
privadas, como nas conversas via whatsapp ou por meio de chat na rede social
facebook (CC 150.564-MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, por
unanimidade, julgado em 26/4/2017, DJe 2/5/2017).
Informativo 596 - É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou
ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a
atividades criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no artigo 33,
§ 4º, da Lei n. 11.343/2006 (EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, por
maioria, julgado em 14/12/2016, DJe 1/2/2017).

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23 Questões comentadas
1. (Instituto AOCP/PC-ES/Perito Oficial Criminal – Área 8/2019)
Sobre os prazos e demais disposições comuns sobre o inquérito policial
brasileiro, é correto afirmar que
a) o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
b) os prazos de término do inquérito policial são disciplinados unicamente pelo
Código de Processo Penal.
c) os prazos comuns do inquérito policial devem findar rigorosamente em 15
dias úteis.
d) o inquérito deverá terminar no prazo de 90 dias, quando o indiciado estiver
solto, mediante fiança ou sem ela.
e) os prazos do inquérito policial contar-se-ão em dias úteis, contado o prazo
do dia inicial e descontado o prazo do dia derradeiro.
Resolução
a) Certo: conforme expressa o art. 10, caput, do Código de Processo Penal.
b) Errado: além dos prazos previstos no CPP, há na legislação extravagante a
previsão de prazos para conclusão de inquérito policial, a exemplo do art. 51 da
Lei 11.343/06, art. 66 da Lei 5.010/66 e art. 10, § 1º, da Lei 1.051/51.
c) Errado: tratando-se de indiciado solto, o prazo para conclusão do inquérito
policial é de 30 dias, nos termos do art. 10, caput, do CPP.
d) Errado: somente quando se tratar de crime previsto na Lei de Drogas (Lei
11.343/06) o prazo para conclusão do inquérito será de 90 dias, quando o
indiciado estiver solto. Tratando-se de crime sujeito ao prazo previsto no CPP,
a conclusão do inquérito deve ocorrer em 30 dias, se o indiciado estiver solto.
e) Errado: Nos termos do art. 798 do CPP, todos os prazos serão contínuos,
não se computando o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
Gabarito 1: A

2. (Instituto AOCP/PC-ES/Perito Oficial Criminal – Área 8/2019)


Acerca do inquérito policial brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) A presidência da investigação de natureza criminal é privativa da polícia
judiciária.
b) É permitido ao Ministério Público conduzir o inquérito policial como autoridade
máxima.

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c) A autoridade policial pode contrariar a moralidade ou a ordem pública na
reprodução simulada de fatos concernentes a crimes contra a dignidade sexual.
d) A competência de apuração das infrações penais e da sua autoria não excluirá
a de outras autoridades administrativas que não a polícia judiciária, a quem,
por lei, seja cometida a mesma função.
e) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito, caberá
recurso para o Tribunal Regional Federal.
Resolução
a) Errado: não só a polícia judiciária pode conduzir investigação criminal. Ao
tratar das atribuições da Polícia Federal, o art. 144, § 1º, da Constituição
Federal, na parte final do inciso II, estabeleceu que a atribuição daquele órgão,
não exclui a ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência, o que nos mostra que outros órgãos (não-policiais) também
podem realizar investigação criminal, dentro de sua área de competência.
b) Errado: O inquérito policial está inserido entre as funções de polícia judiciária,
cuja titularidade é exclusiva do Delegado de Polícia e do Delegado de Polícia
Federal (art. 4º do CPP e art. 2º da Lei 12.830/2013).
d) Certo: conforme dispõe o art. 144, § 1º, da Constituição Federal.
e) Errado: nessa hipótese, cabe recurso ao chefe de polícia, nos termos do
art.5º, § 2º, do CPP.
Gabarito 2: D

3. (Instituto AOCP/PC-ES/Assistente Social/2019)


Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial será iniciado
a) de ofício pela autoridade policial.
b) a requerimento do ofendido ou, se ausente, ao cônjuge, ascendente,
descendente ou seu irmão.
c) por requisição do Poder Judiciário.
d) com a lavratura de boletim de ocorrência de terceiro interessado ao fato e
alheio ao ofendido.
e) por requisição do Ministério Público ou a requerimento do ofendido.
Resolução
Consoante dispõe o art. 5º, § 5º, do CPP, nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la. A titularidade para intentar a ação penal
é do ofendido ou, se ausente, ao cônjuge, ascendente, descendente ou seu
irmão, nos termos do art. 31 do CPP.

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Gabarito 3: B

4. (Instituto AOCP/PC-ES/Assistente Social/2019)


Qual é o caráter do inquérito policial no direito brasileiro?
a) Negocial jurídico de direito público.
b) Meio processual constitucional de impugnação de delito.
c) Procedimento de cunho militar quando iniciado por lavratura de boletim de
ocorrência pela Polícia Militar.
d) Parametrização de direito privado até o recebimento da denúncia ou queixa.
e) Procedimento administrativo preparatório.
Resolução
A natureza do inquérito é de procedimento administrativo de preliminar,
preparatório da ação penal. Trata-se de peça informativa, pré-processual,
destinada a subsidiar a propositura da ação penal.
Gabarito 4: E

5. (Instituto AOCP/PC-ES/Escrivão de Polícia/2019)


De acordo com o Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta em
relação ao inquérito policial.
a) O inquérito policial não poderá ser iniciado de ofício.
b) A incomunicabilidade do indiciado é vedada.
c) As diligências requeridas pelo ofendido, seu representante legal e o indiciado
serão realizadas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.
d) Nos crimes em que a ação penal pública depender de representação, sem ela
não poderá o inquérito ser iniciado
e) Após a apuração dos fatos, a autoridade policial fará minucioso relatório da
apuração e o enviará ao Ministério Público, para que este ofereça ou não a
denúncia.
Resolução
a) Errado: quando se tratar de crime sujeito à ação penal pública
incondicionada, o inquérito policial pode ser iniciado de ofício, conforme art. 5º,
I, do CPP.
b) Anulável: segundo o art. 21 do CPP há possibilidade de decretar-se a
incomunicabilidade do indiciado, contudo, este artigo não foi recepcionado pela
Constituição Federal de 1988, não havendo, portanto, possibilidade de
incomunicabilidade do preso no atual ordenamento jurídico brasileiro. A

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incomunicabilidade do preso não é admitida nem mesmo durante o estado de
defesa, conforme expressa o art. 136, § 3º, inc. IV, da Constituição Federal.
É lamentável que a banca não tenha anulado essa questão.
c) Errado: no âmbito do inquérito policial não há observância obrigatório do
contraditório e da ampla defesa. As diligências requeridas pelo ofendido, seu
representante legal e o indiciado poderão ser realizadas ou não a juízo da
autoridade policial, nos termos do art. 14 do CPP.
d) Certo: essa alternativa está em conformidade com o art. 5º, § 4º, do CPP.
e) Errado: concluídas as investigações, os autos serão enviados ao juiz
competente, nos termos do art. 10, § 1º, do CPP.
Gabarito 5: D

6. (Instituto AOCP/PC-ES/Escrivão de Polícia/2019)


Uma vez a autoridade judicial determinando o arquivamento do inquérito policial
por não haver base para a denúncia, é possível que a autoridade policial proceda
a novas pesquisas com relação aos mesmos fatos?
a) Sim, a qualquer momento desde que fundamente a decisão.
b) Não, pois, com o arquivamento do inquérito policial, o Estado tacitamente
renuncia ao ius puniendi.
c) Sim, caso tenha notícia de outras provas.
d) Não, uma vez que a decisão de arquivamento do inquérito policial faz coisa
julgada material.
e) Sim, desde que haja autorização judicial fundamentada.
Resolução
A solução da questão requer o conhecimento acerca da redação do art. 18 do
CPP, segundo o qual “depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia”.
Gabarito 6: C

7. (Instituto AOCP/PC-ES/Escrivão de Polícia/2019)


A respeito do prazo para o término do inquérito policial, assinale a alternativa
correta.
a) 10 dias em caso de indiciado preso em flagrante; 30 dias em caso de indiciado
solto ou preso preventivamente.
b) 30 dias em caso de indiciado preso em flagrante ou preventivamente; 10 dias
em caso de indiciado solto, com ou sem fiança.

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c) 5 dias em caso de indiciado preso em flagrante ou preventivamente; 60 dias
em caso de indiciado solto, com ou sem fiança.
d) 10 dias em caso de indiciado preso em flagrante ou preventivamente; 30 dias
em caso de indiciado solto, com ou sem fiança.
e) 15 dias em caso de indiciado preso em flagrante; 60 dias em caso de indiciado
solto ou preso preventivamente.
Resolução
A resposta é dada pela literalidade do artigo 10, caput, do CPP, segundo o qual
“o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela”.
Gabarito 7: D

8. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2018)
Roberto foi preso em flagrante pela suposta participação no delito de furto de
uma bicicleta. Na lavratura do respectivo auto foram ouvidos os policiais
responsáveis pela prisão e o indiciado. A prisão em flagrante foi convertida em
prisão preventiva em sede de audiência de custódia. Concluídas as investigações
e relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao Ministério
Público. Ao analisar o caso, no entanto, o Promotor de Justiça entendeu haver
diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia, consistente na oitiva
da vítima proprietária da bicicleta, eis que Roberto disse ter com ela negociado
a compra do referido objeto. Nesse caso, deverá o Promotor de Justiça
a) determinar o arquivamento do inquérito policial.
b) denunciar Roberto e solicitar o prazo de 30 dias para eventual aditamento da
denúncia.
c) intimar a vítima para que compareça ao Ministério Público no prazo de 60
dias, sob pena de crime de desobediência, requerendo a manutenção da
custódia cautelar de Roberto.
d) oferecer transação penal, nos termos do art. 89 da Lei n° 9.099/95.
e) requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que seja realizada
a oitiva da vítima e a imediata soltura do indiciado.
Resolução
a) Errado: o enunciado deixa claro que o promotor entendeu serem
imprescindíveis a realização de novas diligências. Assim sendo, os autos
deverão retornar à polícia para continuidade das investigações, nos termos do
art. 16 do CPP.

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b) Errado: se há necessidade de diligências imprescindíveis, não há justa causa
para oferecimento da ação penal, devendo, portanto, ser adotado o
procedimento previsto no art. 16 do CPP.
c) Errado: a oitiva da vítima deve ser feita em sede policial, porquanto cabe ao
delegado de polícia a presidência do inquérito, razão pela qual os autos devem
retornar àquela instituição.
d) Errado: o crime de furto, tipificado no art. 155 do CPP, tem pena privativa
de liberdade prevista 1 a 5 anos, não sendo, portanto, possível a transação
penal, porquanto esta só se aplica aos crimes de menor potencial ofensivo, os
quais tem pena privativa de liberdade não superior a dois anos, nos termos do
art. 61 da Lei n° 9.099/95.
e) Certo: o inquérito deve retornar à Delegacia de origem, nos termos do art.
16 do CPP, para que seja realizada a oitiva da vítima. A imediata soltura do
indiciado se faz necessária, posto haver dúvida acerca da existência do crime,
não havendo razão, portanto, para manutenção de sua prisão provisória.
Gabarito 8: E

9. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Agente de Polícia Legislativa/2018)


O inquérito policial
a) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia
quanto pelo membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha
sido este o órgão responsável pela investigação.
b) acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.
c) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta
com base nos elementos por ele colhidos.
d) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de
ação penal, ainda que tenha por fundamento a existência de novas provas.
e) é um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal,
imprescindível para embasar o oferecimento da denúncia.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial é um procedimento presidido exclusivamente por
delegado de polícia, nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei 12.830/2013.
b) Certo: a alternativa traz a redação do art. 12 do CPP.
c) Errado: eventuais vícios do inquérito policial não contaminarão a ação penal,
conforme entendimento dos tribunais superiores.
d) Errado: o surgimento de novas provas pode dar ensejo ao desarquivamento
do inquérito policial, conforme dispõe o art. 18 do CPP.

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e) Errado: o inquérito policial não é obrigatório, mas sim dispensável, podendo
a ação penal ser oferecida sem que tenha havido a instauração de inquérito
policial.
Gabarito 9: B

10. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Procurador Legislativo/2018)


Sobre o inquérito policial, está de acordo com a legislação processual penal
vigente e a jurisprudência dos Tribunais Superiores o que se afirma em:
a) É peça indispensável para que o Ministério Público ofereça denúncia em
crimes praticados por particular contra a administração pública.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados nos autos, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Será concluído, em caso de investigação acerca de tráfico de drogas, no prazo
de 45 (quarenta e cinco) dias, se o indiciado estiver preso, e de noventa dias,
quando solto.
d) A autoridade policial, convencida da ausência de indícios suficientes de
autoria, poderá mandar arquivar os autos de inquérito policial.
e) Em razão do princípio da divisibilidade da ação penal pública incondicionada,
admite-se o arquivamento implícito de inquérito policial.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial não é obrigatório, mas sim dispensável, podendo
a ação penal ser oferecida sem que tenha havido a instauração de inquérito
policial, mesmo quando se tratar de crimes praticados por particular contra a
administração pública.
b) Certo: a alternativa está em conformidade com a Súmula Vinculante 14.
c) Errado: tratando-se de investigação acerca de tráfico de drogas, o inquérito
será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
noventa dias, quando solto, nos termos do art. 51 da Lei 11.343/2006.
d) Errado: em nenhuma hipótese a autoridade policial mandará arquivar os
autos do inquérito, nos termos do art. 17 do CPP, em razão da indisponibilidade
que caracteriza o inquérito. Convencida da ausência de indícios suficientes de
autoria, a autoridade relatará o inquérito e o encaminhará ao juízo competente.
e) Errado: o arquivamento implícito ocorre quando o Ministério Público não inclui
na denúncia um indiciado, ou tratando-se de mais de um crime, não inclui todos
eles. A doutrina e jurisprudência não admitem o arquivamento implícito, uma
vez que a denúncia pode ser aditada, em observância ao princípio da
indisponibilidade, após tomadas as providências do art. 28 do CPP.

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Gabarito 10: B

11. (FCC/MPE-PB/Promotor de Justiça Substituto/2018)


Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública, concluído o
inquérito policial, o delegado deverá
a) remeter os autos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
b) remeter os autos ao Ministério Público, pois é o titular constitucional da ação
penal.
c) arquivar os autos na repartição policial, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
d) intimar o ofendido do prazo decadencial para a propositura de ação penal.
e) entregar os autos ao ofendido ou seu representante legal, comunicando o
juízo competente.
Resolução
Nessa hipótese, por se tratar de crime sujeito à ação penal privada, o delegado
deve adotar o procedimento previsto no art. 19 do CPP, segundo o qual os autos
do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa
do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Gabarito 11: A

12. (FCC/ALESE/Analista Legislativo – Apoio Jurídico/2018)


O Código de Processo Penal, bem como o entendimento sumulado do Supremo
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, acerca do Inquérito Policial,
dispõe:
a) Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do
promotor de justiça, é possível a ação penal ser reiniciada, ainda que sem novas
provas, desde que não prescrito o crime.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Para verificar a possibilidade de a infração ter sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos,
ainda que esta contrarie a moralidade ou a ordem pública, tendo em vista o
princípio da obrigatoriedade.

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d) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não possuem
legitimidade para requerer diligências para a autoridade policial, tendo em vista
o princípio da oficialidade.
e) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito,
ainda que não haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la, uma
vez que tal exigência somente é necessária para a proposição da ação penal.
Resolução
a) Errado: somente quando houver notícias de novas provas, poderá o inquérito
ser desarquivado e a ação penal iniciada, conforme inteligência do art. 12 do
CPP. A alternativa também está errada por afirmar que a ação penal poderá
ser reiniciada, mas se houve o arquivamento do inquérito a ação penal sequer
teve início.
b) Certo: conforme expressa a Súmula Vinculante nº 14.
c) Errado: a reprodução simulada dos fatos só pode ser realizada se não
contrariar a moralidade ou a ordem pública, conforme dispõe o art. 7º do CPP.
d) Errado: segundo o art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal, e
o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
juízo da autoridade..
e) Errado: segundo o art. 5º, § 5º, do CPP, nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de
quem tenha qualidade para intentá-la.
Gabarito 12: B

13. (FCC/DPE-AM/Analista Jurídico de Defensoria – Ciências


Jurídicas/2018)
Considere as seguintes assertivas a respeito do inquérito policial:
I. É incompatível com a Constituição Federal o dispositivo do Código de Processo
Penal segundo o qual A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário
à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
II. A autoridade policial poderá negar ao advogado do indiciado o acesso à todos
os elementos de prova já documentados no inquérito policial, ainda que digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
III. A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso
às transcrições de interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo
indiciado, já documentadas nos autos do inquérito policial, caso digam respeito
ao exercício do direito de defesa.

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À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
Resolução
I. Errado: o sigilo do inquérito não contraria a Constituição Federal, porquanto
este se faz necessário para a condução das investigações, bem como resguarda
os direitos fundamentais do investigado e impede a violação da honra e imagem
das pessoas, nos exatos termos do art. 5º, X, da Carta Magna.
II. Errado: por contrariar o entendimento expresso na Súmula Vinculante 14.
III. Certo: em observância ao disposto na Súmula Vinculante 14, a qual dispõe
que “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa”.
Gabarito 13: C

14. (FCC/DPE-RS/Analista Processual/2017)


No tocante ao inquérito policial relativo à apuração de crime a que se procede
mediante ação penal pública incondicionada, é correto afirmar:
a) É vedada a instauração de inquérito policial de ofício.
b) O ofendido não pode requerer diligência no curso de inquérito policial.
c) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de
comunicação de fato feita por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa
do ofendido ou seu representante legal para que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Resolução
a) Errado: quando se tratar de crime a que se procede mediante ação penal
pública incondicionada, o inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pelo
delegado de polícia, nos termos do art. 5º, I, do CPP.

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b) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal,
e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não,
a juízo da autoridade.
c) Errado: em razão do caráter indisponível do inquérito, a autoridade policial
não poderá mandar arquivar autos, nos termos do art. 17 do CPP.
d) Errado: a autoridade policial poderá instaurar o inquérito a partir de
comunicação de fato feita por qualquer pessoa, nos termos do art. 5º, § 3º, do
CPP, contudo não se faz necessário aguardar a iniciativa do ofendido ou seu
representante legal, porquanto se trata de crime sujeito a ação penal pública
incondicionada, devendo atuar de ofício, com base no inc. I do art. 5º.
e) Certo: conforme disposição expressa no art. 18 do CPP.
Gabarito 14: E

15. (FCC/PC-AP/Oficial de Polícia Civil/2017)


No âmbito do inquérito policial, incumbe à autoridade policial
a) arquivar o inquérito policial.
b) assegurar o sigilo necessário à elucidação do fato.
c) decretar a prisão preventiva.
d) presidir a audiência de custódia.
e) oferecer a denúncia.
Resolução
a) Errado: por expressa vedação do art. 17 do CPP.
b) Certo: uma das características do inquérito policial é a sigilosidade, que deve
ser assegurada pela autoridade policial visando a elucidação do fato, nos termos
do art. 20 do CPP.
c) Errado: somente o juiz pode determinar a prisão preventiva, nos termos do
art. 5º, LXI, da Constituição Federal, c/c art. 283 do CPP.
d) Errado: a audiência de custódia é presidida pelo juiz competente, conforme
estabelece o art. 1º da Resolução 213 do CNJ.
e) Errado: o oferecimento da denúncia é ato privativo do Ministério Público, por
ser o titular da ação penal pública, nos termos do art. 129, I, da Constituição
Federal.
Gabarito 15: B

16. (FCC/PC-AP/Agente de Polícia/2017)


Incumbe à autoridade policial:

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a) presidir a instrução processual penal.
b) realizar as diligências requisitadas pelo Ministério Público.
c) citar e intimar o réu e as testemunhas.
d) promover a ação penal pública.
e) decretar a prisão preventiva.
Resolução
a) Errado: a presidência da instrução processual penal é competência do juiz
competente, não do delegado de polícia.
b) Certo: a alternativa espelha o contido no art. 13, II, do CPP
c) Errado: a atribuição de citar e intimar o réu e as testemunhas cabe ao oficial
de justiça, a partir da determinação do juiz competente.
d) Errado: promover a ação penal pública é atribuição privativa do Ministério
Público, nos termos do art. 129, I, da Constituição Federal.
e) Errado: somente o juiz pode determinar a prisão preventiva, nos termos do
art. 5º, LXI, da Constituição Federal, c/c art. 283 do CPP.
Gabarito 16: B

17. (FCC/POLITEC-AP/Perito Médico Legista/2017)


Praticado o crime na via pública, o delegado de polícia deverá, dentre outras
providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da
liberação pelos peritos criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias, desde que haja expresso consentimento da vítima ou
quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública e haja peritos oficiais para a realização do laudo
pericial.
Resolução
a) Certo: nos termos do art. 6º, I, do CPP, Logo que tiver conhecimento da
prática da infração penal, a autoridade policial deverá dirigir-se ao local,

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providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até
a chegada dos peritos criminais.
b) Errado: somente após a liberação pelos peritos criminais, poderá a autoridade
policial apreender os objetos que tiverem relação com o fato, conforme art. 6º,
II, do CPP.
c) Errado: a colheita de provas a que se refere o inc. III do art. 6º do CPP, não
está condicionada à realização da perícia do local, porquanto tal dispositivo tem
caráter amplo, podendo abranger qualquer elemento que possa ser útil na
elucidação da infração penal.
d) Errado: a realização do exame de corpo de delito e de outras perícias não
está condicionada ao consentimento da vítima ou de quem a represente,
consoante inteligência do inc. VII do art. 6º do CPP.
e) Errado: a presença de peritos não é imprescindível para a realização da
reprodução simulada dos fatos, prevista no art. 7º do CPP.
Gabarito 17: A

18. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário/2017)


Acerca do inquérito policial, é correto afirmar:
a) Nos crimes de ação penal pública, sempre será necessária a autorização da
vítima para a abertura de inquérito.
b) Tendo em vista a preservação da incolumidade pública, a instauração de
inquérito policial para a apuração de crime de alçada privada poderá ser
requisitado pela autoridade judiciária.
c) A instauração de inquérito policial interrompe o prazo da prescrição.
d) Mesmo depois de ordenado o arquivamento do inquérito pelo juiz, em razão
de falta de elementos para a denúncia, a autoridade policial poderá reativar as
investigações se tiver conhecimento de novas provas.
e) A autoridade policial garantirá, durante o inquérito, o sigilo necessário ao
esclarecimento dos fatos investigados, observando, porém, em todas as suas
manifestações, o princípio do contraditório.
Resolução
a) Errado: a autorização da vítima para a abertura de inquérito só é necessária
na ação penal pública condicionada, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.
b) Errado: a instauração de inquérito policial para a apuração de crime de
alçada privada dependerá sempre de requerimento de quem tenha legitimidade
para intentá-la, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
c) Errado: as causas interruptivas da prescrição estão previstas no art. 117 do
Código Penal, entre as quais não se insere a instauração de inquérito policial.

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d) Certo: a alternativa espelha o contido no art. 18 do CPP.
e) Errado: o inquérito policial é procedimento inquisitorial, razão pela qual não
se aplica a ele plenamente o princípio do contraditório.
Gabarito 18: D

19. (FCC/TJ-SC/Juiz Substituto/2017)


Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciária, o órgão do Ministério Público
requer o arquivamento do processado. O Juiz, por entender que o Ministério
Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou a manifestação de
arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá
a) encaminhar o Inquérito Policial à Corregedoria-Geral do Ministério Público.
b) indeferir o arquivamento do Inquérito Policial.
c) remeter o Inquérito Policial ao Procurador-Geral de Justiça.
d) indeferir o pedido de arquivamento e remeter cópias ao Procurador-Geral de
Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público.
e) remeter o Inquérito Policial à polícia judiciária para prosseguir na
investigação.
Resolução
A decisão do membro do Ministério Público pelo pedido de arquivamento dos
autos do inquérito policial não obriga o juiz a atender, podendo o magistrado,
caso discorde da promoção de arquivamento, encaminhar os autos para a
instância superior do Ministério Público (Procurador-Geral de Justiça, tratando-
se do MP estadual, ou a Câmara de Coordenação e Revisão, no âmbito do
Ministério Público Federal), nos termos do art. 28, do CPP.
Gabarito 19: C

20. (FCC/AL-MS/Agente de Polícia Legislativo/2016)


A autoridade policial de uma determinada cidade do Estado de Mato Grosso do
Sul instaura inquérito policial para apurar um crime de aborto cometido pelo
médico X. No curso das investigações, a prisão preventiva do médico é
decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Neste caso, segundo
estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá ser concluído,
a partir da data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) trinta dias.
d) quinze dias.

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e) sessenta dias.
Resolução
Nos termos do art. 10, caput, do CPP, o inquérito deverá terminar no prazo de
10 dias, se o indiciado tiver preso preventivamente, contado o prazoa partir do
dia em que se executar a ordem de prisão.
Gabarito 20: B

21. (FCC/AL-MS;Agente de Polícia Legislativo/2016)


À luz do Código de Processo Penal, no que se refere ao Inquérito Policial, é
correto afirmar:
a) O ofendido, ou seu representante legal, não poderão requerer diligência à
autoridade policial, cabendo ao Ministério Público esta tarefa.
b) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito policial.
c) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) A autoridade policial logo após tomar conhecimento da prática de um crime
deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
e) a autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício, ainda que
se trate de crime de ação penal privada.
Resolução
a) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, o ofendido, ou seu representante legal,
poderão requerer diligência à autoridade policial, que poderá ser realizada ou
não à critério desta.
b) Errado: por expressa vedação do art. 17 do CPP.
c) Errado: estabelece o art. 18 do CPP a possibilidade de, após arquivado o
inquérito, a autoridade policial proceder a novas pesquisas, se de outras provas
tiver notícia.
d) Certo: essa providência encontra-se prevista no art. 304, § 4º, do CPP, que
foi incluído pela Lei 13.257/2016.
e) Errado: quando se tratar de crime de ação penal privada, o inquérito só pode
ser instaurado a partir de requerimento da pessoa que tiver legitimidade para
intentar a ação, nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP.
Gabarito 21: D

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22. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2015)
O inquérito policial
a) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado a qualquer momento para
possibilitar novas investigações, desde que haja concordância do Ministério
Público.
b) em curso poderá ser avocado por superior por motivo de interesse público.
c) poderá ser instaurado por requisição judicial, a depender da análise de
conveniência e oportunidade do delegado de polícia.
d) nos casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada poderá
ser instaurado mesmo sem a representação da vítima ou seu representante
legal, desde que se trate de crime hediondo.
e) independentemente do crime investigado deverá ser impreterivelmente
concluído no prazo de 30 dias se o investigado estiver solto.

Resolução

a) Errado: Nos termos do art. 18 do CPP, “depois de ordenado o arquivamento


do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a
autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia. Nessa hipótese a autoridade policial, se tiver notícias de novas provas,
pode retomar as investigações, não necessitando do aval do Ministério Público.
b) Certo: em conformidade com o disposto no art. 2º, § 4º, da Lei
12.830/2013.
c) Errado: tratando-se de requisição judicial, não há espaço para que a
autoridade policial exerça juízo de conveniência e oportunidade, devendo,
portanto, atender à requisição.
d) Errado: o fato de se tratar de crime hediondo não dispensa a necessidade
de representação da vítima ou de seu representante legal, em razão do contido
no art. 5º, §§ 4º e 5º, do CPP.
e) Errado: se o investigado estiver solto, o prazo para conclusão do inquérito
será de trinta dias, nos termos do art. 10 do CPP, bem como do art. 66 da Lei
5010/66 (crimes federais). No entanto há outros prazos previstos em leis
específicas: o prazo é de 40 dias nos crimes militare (art. 20 do CPPM), de 90
dias nos crimes previstos na Lei de Drogas (art. 51 da Lei 11.343/06), de 10
dias nos crimes contra a economia popular (Lei 1.521/51)

Gabarito 22: B

23. (FUNCAB/PC-ES/Médico Legista/2013)


Assinale a alternativa correta a respeito do inquérito policial.
a) O inquérito policial será instaurado de ofício, salvo nas ações penais
privadas, dependentes de queixa-crime.
b) A instauração do inquérito policial dar-se-á por decreto da autoridade
policial, dependendo, porém, de representação a esta dirigida pelo órgão do
Ministério Público.

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c) O inquérito policial é considerado a fase inicial do processo penal, aplicando-
se-lhe todos os princípios atinentes a este, sobretudo o do contraditório.
d) O inquérito policial não poderá ser instaurado de ofício, sob pena de
suspeição da autoridade policial.
e) No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade policial.

Resolução

a) Errado: além das ações penais privadas, o inquérito policial também não pode
ser instaurado de ofício nas ações penais públicas sujeitas à representação.

b) Errado: nos crimes sujeitos à ação penal pública incondicionada, o inquérito


policial pode ser instaurado de ofício, não necessitando de requisição (art. 5º,
I, do CPP).

c) Errado: o inquérito policial não é fase do processo, motivo pelo qual não se
aplica os princípios do contraditório e da ampla defesa.

d) Errado: por contrariar o art. 5º, I, do CPP.

e) Certo: a alternativa espelha o disposto no art. 14 do CPP.

Gabarito 23: E

24. (FUNCAB/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2016)


Sabendo que o inquérito policial é um procedimento administrativo para
angariar provas sobre a materialidade e a autoria de uma infração penal, e que
quando concluído será encaminhado para os seus destinatários imediato e
mediato, é correto afirmar que:
a) o Ministério Púbico não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
b) nos crimes de ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante
legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
c) depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
competente, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito policial.
e) o ofendido, ou seu representante legal e o indiciado não poderão requerer
qualquer diligência durante a fase de inquérito policial.

Resolução

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a) Certo: somente quando imprescindível para o oferecimento da ação penal,
poderá o Ministério Público requerer o retorno dos autos à esfera policial, nos
termos do art. 16 do CPP.
b) Errado: tal procedimento só se aplica nas hipóteses em que NÃO couber ação
penal pública, ou seja, apenas nas ações penais privadas, conforme art. 19 do
CPP.
c) Errado: o artigo 18 do CPP, possibilita a realização de novas diligências, se
de novas provas a autoridade policial tiver notícia.
d) Errado: o arquivamento de inquérito policial pelo Delegado de Polícia é
vedado pelo art. 17 do CPP.
e) Errado: o art. 14 do CPP estabelece que “o ofendido, ou seu representante
legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade”.
Gabarito 24: A

25. (FUNCAB/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2016)


Quanto à investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, nos termos
da Lei n° 12.830 de 2013, é correto afirmar que:
a) o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
b) o inquérito policial em curso poderá ser avocado ou redistribuído por superior
hierárquico, sem a necessidade de motivação.
c) o cargo de delegado de polícia privativa de bacharel, devendo-lhe ser
dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os membros do
magistério superior, os oficiais superiores das forças armadas e oficiais das
polícias militares.
d) as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas
pelo delegado de polícia são de natureza política, essenciais e exclusivas de
Estado.
e) ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução
da investigação criminal através apenas do inquérito policial, que tem como
objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das
infrações penais, não se admitindo outro procedimento previsto em lei como
meio.

Resolução
a) Certo: a alternativa está em conformidade com o que dispõe o art. 2º, inc.
6º, da Lei 12.830/2013.
b) Errado: a avocação ou redistribuição do inquérito policial só pode ocorrer
mediante despacho fundamentado do superior hierárquico, por motivo de
interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos
previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da
investigação, conforme art. 2º, § 4º, da Lei 12.830/2013.

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c) Errado: o Delegado de Polícia deve receber o mesmo tratamento protocolar
que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério
Público e os advogados (art. 3º da Lei 12.830/2013).
d) Errado: as funções do delegado de polícia têm natureza jurídica, conforme
art. 2º, caput, da Lei 12.830/2013).
e) Errado: além do inquérito policial, o delegado de polícia poderá se valer de
qualquer outro procedimento previsto em lei com o objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais, nos termos
do art. 2º, § 1º, da Lei 12.830/2013.
Gabarito 25: A

26. (FUNCAB/PC-PA/Investigador de Polícia Civil/2016)


O inquérito policial consiste no conjunto de diligências efetuadas pela polícia
judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de
procedimento investigatório de caráter administrativo instaurado pela
autoridade policial. De acordo com o Código de Processo Penal brasileiro:
a) do despacho que indeferir o requerimento do ofendido para a instauração do
inquérito policial, não cabe recurso.
b) nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial poderá ser iniciado por
requerimento da Autoridade Judiciária ou do Ministério Público.
c) inquérito deverá terminar no prazo de 5 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
15 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
d) nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser iniciado de
ofício pela Autoridade Policial.
e) o inquérito policial, nos crimes em que ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.
Resolução
a) Errado: nos termos do art. 5º, § 2º, do CPP, “do despacho que indeferir o
requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia”.
b) Errado: conforme art. 5º, I e II, do CPP, nos crimes de ação penal pública, o
inquérito policial será iniciado: de ofício; e mediante requisição da autoridade
judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem
tiver qualidade para representá-lo.
c) Errado: nos termos do art. 10 do Código de Processo Penal, “o inquérito
deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese,
a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias,
quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela”.
d) Errado: nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la,
conforme dispõe o art. 5º, § 5º, do CPP.
e) Certo: conforme estabelece o art. 5º, § 4º, do CPP.

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Gabarito 26: E

27. (VUNESP/PC-SP/Delegado de Polícia/2018)


A respeito do inquérito policial, assinale a alternativa correta.

a) Para saber qual é a autoridade policial competente para um certo inquérito


policial, utiliza-se o critério ratione loci ou ratione materiae.

b) A autoridade policial poderá arquivar autos de inquérito policial se convencida


da inexistência da materialidade delitiva.

c) Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, autoridade policial


poderá apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais.

d) Como peça obrigatória para o oferecimento da denúncia, os autos de


inquérito policial acompanharão a denúncia ou queixa.

e) O inquérito policial é um procedimento administrativo, de natureza


acusatória, escrito e sigiloso.

Resolução

a) Certo: a doutrina aponta três critérios para verificar se determinada


autoridade policial tem atribuição para presidir o inquérito policial, são elas:
critério territorial (lugar), que se refere à circunscrição policial; critério material
(ratione materiae), que leva em conta a natureza da infração, a exemplo do
tráfico internacional de drogas, cuja atribuição para apuração é da Polícia
Federal; e o critério em razão da pessoa (ratione personae), que se refere às
características da vítima e/ou autor, exemplo delegacia da mulher, delegacia da
infância e da juventude.

b) Errado: nos termos do art. 17 do CPP, a autoridade policial não poderá


arquivar os autos do inquérito.

c) Errado: o erro da alternativa está no emprego da palavra “poderá”, quando


o correto é “deverá”.

d) Errado: o inquérito policial não constitui peça obrigatória para o oferecimento


da denúncia, sendo, portanto, dispensável.

e) Errado: o inquérito policial não tem natureza acusatória, não há acusado.

Gabarito 27: A

28. (VUNESP/PC-SP/Papiloscopista Policial/2018)

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A respeito do inquérito policial, procedimento disciplinado pelo Código de
Processo Penal, é correto afirmar que

a) os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,


acompanharão os autos do inquérito.

b) ao término do inquérito, a autoridade policial fará minucioso relatório do que


tiver sido apurado e enviará os autos ao membro do ministério público, não
podendo o juiz competente tomar conhecimento dos fatos apurados antes, sob
pena de nulidade.

c) nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá determinar a


instauração de inquérito, ainda que não haja requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la.

d) o inquérito, nos crimes em que a ação pública é condicionada, poderá ser


iniciado sem representação, desde que mediante despacho fundamentado da
autoridade policial competente.

e) o inquérito não acompanhará a denúncia ou queixa, ainda que sirva de base


a uma ou outra.

Resolução

a) Certo: a alternativa traz a redação do art. 11 do CPP.

b) Errado: a ciência do magistrado acerca da investigação, antes do


oferecimento da denúncia, não acarreta nulidade.

c) Errado: a alternativa contraria o disposto no art. 5º, § 56º, do CPP, o qual


dispõe que “nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la”.

d) Errado: segundo o art. 5º, § 4º, do CPP, “o inquérito, nos crimes em que a
ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado”.

e) Errado: por contrariar o art. 12 do CPP.

Gabarito 28: A

29. (VUNESP/PC-SP/Escrivão de Polícia/2018)


A respeito do Inquérito Policial, tendo em conta o Código de Processo Penal, é
correto afirmar:

a) o arquivamento do inquérito policial somente se dará por decisão da


autoridade judiciária.

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b) por se tratar de peça meramente informativa, inexistindo contraditório, o
investigado e o ofendido não poderão solicitar a realização de diligências.

c) o inquérito policial poderá ser iniciado, de ofício, pela autoridade policial, nos
crimes de ação penal pública incondicionada e condicionada à representação. Já
nos crimes de ação penal privada, só se instaurará inquérito policial se houver
requerimento.

d) o prazo para a autoridade policial finalizar o inquérito é de 10 (dez) dias, se


o investigado estiver preso, e de 30 (trinta) dias, se estiver solto, não sendo
possível a concessão de mais tempo, para a realização de diligências ulteriores.

e) o inquérito policial é imprescindível à propositura da ação penal, exceto nos


crimes de ação penal privada, em que a queixa-crime poderá ser apresentada
diretamente à autoridade judiciária.

Resolução

a) Certo: somente por decisão judicial, após manifestação do Ministério Público


nesse sentido, poderá o inquérito policial ser arquivado, conforme art. 28 do
CPP.

b) Errado: nos termos do art. 14 do CPP, “o ofendido, ou seu representante


legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou
não, a juízo da autoridade”.

c) Errado: nos casos de ação penal pública condicionada, preceitua o art. 5º, §
4º, do CPP, que o inquérito não poderá ser iniciado sem representação.

d) Errado: em caso de indiciado solto, o art. 10, § 3º, do CPP, autoriza a


prorrogação do prazo de conclusão.

e) Errado: o inquérito policial é dispensável, ou seja, a ação penal não está


condicionada à instauração prévia do inquérito.

Gabarito 29: A

30. (VUNESP/Câmara de Cotia/Procurador Legislativo/2017)


A respeito do Inquérito Policial, assinale a alternativa correta.

a) Nas ações penais públicas, condicionadas à representação, os inquéritos


policiais podem ser iniciados por provocação das vítimas ou, de ofício, pela
Autoridade Policial.

b) O Delegado, encerrada as investigações, convencido da inexistência de crime,


poderá determinar o arquivamento do inquérito policial.

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c) Nos inquéritos policiais que apuram crime de tráfico de pessoas, a Autoridade
Policial poderá requisitar diretamente às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações, informações sobre posicionamento de estações de cobertura,
a fim de permitir a localização da vítima ou do suspeito do delito em curso.

d) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, diligências


em circunscrição diversa da que tramita o inquérito policial dependerá de
expedição de carta precatória.

e) As diligências requeridas pelo ofendido, no curso do inquérito policial, serão


ou não realizadas a juízo da Autoridade Policial.

Resolução

a) Errado: em tais ações penais, o inquérito policial não poderá ser iniciado sem
a representação da vítima, nos termos do art. 5º, § 4º, do CPP.

b) Errado: o art. 17 do CPP veda expressamente o arquivamento do inquérito


policial pela autoridade policial.

c) Errado: nessa hipótese, é imprescindível a autorização judicial, conforme


dispõe o art. 13-A do CPP.

d) Errado: segundo o art. 22 do CPP, “No Distrito Federal e nas comarcas em


que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em
uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências
em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e
bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre
qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição”.

e) Certo: a alternativa está em conformidade com o art. 14 do CPP.

Gabarito 30: E

31. (VUNESP/TJ-SP/Juiz Substituto/2017)


Durante o inquérito, o advogado

a) pode assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações,


sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, mas não pode apresentar
razões e quesitos.

b) não precisa apresentar procuração para examinar autos sujeitos a sigilo,


desde que ainda não conclusos à autoridade.

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c) pode ter delimitado, pela autoridade competente, o acesso aos elementos de
prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentadas nos
autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou
da finalidade das diligências.

d) pode examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir a


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
mas não pode copiar peças e tomar apontamentos por meio digital.

Resolução

a) Errado: nos termos do art. 7º, XXI, da Lei 8.906/94, também se inclui entre
os direitos do advogado, durante a apuração de infrações, a apresentação de
razões e quesitos.

b) Errado: havendo sido decretado o sigilo, deve o advogado apresentar


procuração, nos termos do art. 7º, § 10, da Lei 8.906/94.

c) Certo: nos termos do art. 7º, § 11, da Lei 8.906/94.

d) Errado: conforme art. 7º, XIII, da Lei 8.906/94, copiar peças e tomar
apontamentos por meio digital também se insere entre os direitos do advogado
no curso das investigações.

Gabarito 31: C

32. ( VUNESP/MPE-SP/Analista de Promotoria/2015)


O arquivamento de Inquérito Policial ocorre
a) por ordem do chefe de Polícia, dado o seu caráter administrativo.
b) por ordem da autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia.
c) mediante requisição do Ministério Público, à autoridade policial, por falta de
justa causa para a ação penal.
d) pela autoridade policial, a pedido do curador especial nomeado para o
indiciado, noticiada a sua inimputabilidade penal.
e) por ordem da autoridade policial, constatada a ausência de indícios de
autoria delitiva.

Resolução

a) Errado: nos termos do art. 28 do CPP, somente por decisão judicial, após
pedido do Ministério Público poderá haver arquivamento do inquérito policial.
b) Certo: nos termos do art. 28 do CPP.
c) Errado: a autoridade policial não pode arquivar os autos do inquérito, nos
termos do art. 17 do CPP.
d) Errado: conforme art. 17 c/c art. 28, ambos do CPP.

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e) Errado: conforme já justificado.

Gabarito 32: B

33. ( VUNESP/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


O inquérito policial, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, __________ ; nos crimes de ação privada, a autoridade policial
somente poderá proceder a inquérito___________.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.


a) depende de queixa crime para sua instauração … após colher o
consentimento da vítima ou de terceiro patrimonialmente interessado na
investigação do fato
b) pode ser instaurado independentemente dela, mas só pode embasar ação
penal após manifestação positiva da vítima … após oferecimento de queixa crime
c) só pode ser iniciado se não houver transcorrido o prazo decadencial de seis
meses … quando acompanharem a representação do ofendido o nome e
qualificação de ao menos três testemunhas
d) não poderá sem ela ser iniciado … a requerimento de quem tenha qualidade
para intentá-la
e) depende de queixa crime para sua instauração … após oferecimento de
queixa crime

Resolução

A resposta da questão é dada com base no art. 5º, §§ 4º e 5º, do Código de


Processo Penal, segundo os quais: “§ 4º - O inquérito, nos crimes em que a
ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. § 5º
- Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la”.

Gabarito 33: D

34. ( VUNESP/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


Prescreve o art. 6o , VIII do CPP: logo que tiver conhecimento da prática da
infração penal, a autoridade policial deverá ordenar a identificação do indiciado
pelo processo datiloscópico, se possível.

Acerca do tema, a Constituição da República de 1988


a) recepcionou integralmente o CPP
b) ampliou as hipóteses de identificação criminal, admitindo-a também para
testemunhas e declarantes.

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c) ampliou os métodos de identificação criminal, admitindo expressamente
outros que decorram do progresso científico, tais como os exames de DNA.
d) revogou totalmente o dispositivo do CPP, não admitindo mais a identificação
criminal.
e) determina, com exceções previstas em lei, que o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal.

Resolução

a) Errado: a Constituição Federal recepcionou o CPP, contudo não de forma


integral, porquanto alguns dispositivos do Código não se adequavam ao novo
texto constitucional.
b) Errado: a Constituição Federal restringiu as hipóteses de identificação
criminal quanto ao civilmente identificados, salvo exceções legais, o que não se
estende às testemunhas e declarantes.
c) Errado: não há previsão expressa no texto constitucional a esse respeito.
d) Errado: o Código de Processo Penal foi parcialmente recepcionado pela Carta
Magna.
e) Certo: conforme expressa o art. 5º, LVIII, da CF.

Gabarito 34: E

35. (VUNESP/PC-CE/Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


Com relação às previsões relativas ao Inquérito Policial no Código de Processo
Penal, é correto afirmar que
a) o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
poderá, sem ela, ser iniciado, mas seu encerramento dependerá da juntada
desta.
b) durante a instrução do Inquérito Policial, são vedados os requerimentos de
diligências pelo ofendido, ou seu representante legal; e pelo indiciado, em
virtude da sua natureza inquisitorial.
c) nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito
permanecerão em poder da autoridade policial até a formalização da iniciativa
do ofendido ou de seu representante legal, condição esta obrigatória para a
remessa dos autos ao juízo competente.
d) todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, nesse caso, rubricadas pela autoridade.
e) qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, sendo vedada a comunicação verbal.

Resolução

a) Errado: por expressa vedação do art. 5º, § 4º, do CPP, na ação penal pública
condicionada, o inquérito não pode ser iniciado sem a representação.

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b) Errado: o art. 14 do CPP autoriza a tais pessoas formulares requerimentos
de diligências.
c) Errado: nos termos do art. 19 do CPP, os autos serão enviados ao juízo,
onde permanecerão aguardando a iniciativa do interessado.
d) Certo: conforme redação do art. 9º do CPP.
e) Errado: nos termos do art. 5º, § 3º, a comunicação do crime pode ser
realizada por escrito ou verbalmente.

Gabarito 35: D

36. (VUNESP/PC-CE/Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


Segundo o disposto no Código de Processo Penal, consideram-se indícios:
a) a circunstância conhecida mas ainda não provada que, tendo relação com o
fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
b) o conjunto dos meios de prova de autoria e materialidade que autorize o
oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público
c) a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize
o indiciamento do investigado.
d) a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize,
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
e) o conjunto dos elementos de prova de autoria e materialidade que autorize
o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público.

Resolução

Conforme dispõe o art. 239 do Código de Processo Penal, “considera-se indício


a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o fato, autorize,
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias”.

Gabarito 36: D

37. (FGV/TJ-AL/Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2018)


Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial que preside duas
investigações autônomas em que se apura a suposta prática de crimes de
homicídio contra Joana e Maria. Após realizar diversas diligências, não
verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora relatórios finais
conclusivos e o Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo
homologação judicial. Depois do arquivamento, chega a Gustavo a informação
de que foi localizado um gravador no local onde ocorreu a morte de Maria, que
não havia sido apreendido, em que encontrava-se registrada a voz do autor do
delito. A autoridade policial, ademais, recebe a informação de que a família de
Joana obteve um novo documento que indicava as chamadas telefônicas

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recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que constam 25 ligações do ex-
namorado de Joana em menos de uma hora.

Considerando as novas informações recebidas pela autoridade policial, é correto


afirmar que:
a) não poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de
Joana, mas poderá ser desarquivado o que investigava a morte de Maria, tendo
em vista que o documento obtido pela família de Joana não existia quando do
arquivamento;
b) poderá haver desarquivamento dos inquéritos diretamente pela autoridade
policial, mas não poderá o Ministério Público oferecer imediatamente denúncia,
ainda que haja justa causa, diante dos arquivamentos anteriores;
c) poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes
de Joana e Maria, pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o
gravador já existisse antes do arquivamento;
d) poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de
Joana, mas não do de Maria, tendo em vista que apenas no primeiro caso houve
prova nova;
e) não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que
houve decisão de arquivamento que fez coisa julgada.
Resolução
a) Errado: ambos os inquéritos foram arquivados por falta de justa causa, ou
seja, pela ausência de indícios suficientes de autoria. Assim sendo, ambos
poderão ser desarquivados, posto terem surgido novas provas. A prova nova
não é aquela que teve origem após o arquivamento, mas sim aquela que foi
descoberta após o arquivamento, mesmo que já existisse anteriormente.
b) Errado: juntadas as novas provas, o Ministério Público pode oferecer a
denúncia.
c) Certo: conforme tratado na alternativa a.
d) Errado: conforme justificado na alternativa a.
e) Errado: o arquivamento do inquérito por falta de justa causa, fundamentado
na falta de indícios suficientes de autoria, não faz coisa julgada material,
podendo, portanto, ser desarquivado.
Gabarito 37: C

38. (FGV/TJ-AL/Técnico Judiciário-Área Judiciária/2018)


Enquanto organizava procedimentos que se encontravam no cartório de
determinada Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, o servidor

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identifica que há um inquérito em que foram realizadas diversas diligências para
apurar crime de ação penal pública, mas não foi obtida justa causa para o
oferecimento de denúncia, razão pela qual o Delegado de Polícia elaborou
relatório final opinando pelo arquivamento. Verificada tal situação e com base
nas previsões do Código de Processo Penal, caberá ao:
a) juiz realizar diretamente o arquivamento, tendo em vista que já houve
representação nesse sentido por parte da autoridade policial, cabendo contra a
decisão recurso em sentido estrito;
b) Ministério Público realizar diretamente o arquivamento, caso concorde com a
conclusão do relatório da autoridade policial, independentemente de controle
judicial;
c) delegado de polícia, em caso de concordância do juiz, realizar diretamente o
arquivamento após retorno do inquérito policial para delegacia;
d) Ministério Público promover pelo arquivamento, cabendo ao juiz analisar a
homologação em respeito ao princípio da obrigatoriedade;
E) juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor de justiça requerer o
encaminhamento dos autos ao Procurador-Geral de Justiça em caso de
discordância, em controle ao princípio da obrigatoriedade.
Resolução
a) Errado: o juiz somente poderá realizar o arquivamento do inquérito policial
se houver manifestação do Ministério Público nesse sentido, nos termos do art.
28 do CPP.
b) Errado: o arquivamento do inquérito policial é feito por despacho judicial, não
podendo o Ministério Público arquivá-lo diretamente.
c) Errado: nos termos do art. 17 do CPP, em nenhuma hipótese o delegado
poderá determinar o arquivamento do inquérito.
d) Certo: a promoção de arquivamento é apresentada pelo Ministério Público,
contudo cabe ao juiz homologar o pedido. Caso descorde da manifestação do
Ministério Público, o juiz deve encaminhar o inquérito ao Procurador-Geral, nos
termos do art. 28 do CPP.
E) Errado: a alternativa inverte os papéis do juiz e do Ministério Público.
Gabarito 38: D

39. (FGV/MPE-RJ/Técnico do Ministério Público-Notificações e Atos


Intimatórios/2016)
Maria, 30 anos, foi vítima da prática de um crime de estupro, crime este de ação
penal pública condicionada à representação. Apesar de não querer falar sobre
os fatos ou contribuir para eventuais investigações, a mãe de Maria comparece

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à Delegacia e narra os fatos. Diante da situação apresentada e sobre o tema
inquérito policial, é correto afirmar que:
a) apesar de o oferecimento de denúncia depender de representação, a
instauração do inquérito policial independe da mesma;
b) ainda que conclua pela atipicidade dos fatos, uma vez instaurado
formalmente o inquérito policial, não poderá a autoridade policial mandar
arquivar os autos;
c) o inquérito policial tem como uma de suas características a
indispensabilidade;
d) o Código de Processo Penal proíbe a reprodução simulada dos fatos antes do
oferecimento da denúncia, ainda que com a concordância do indiciado;
e) o inquérito policial tem como características a oralidade, a informalidade e o
sigilo.
Resolução
A partir da entrada em vigor da A Lei nº 13.718/2018, publicada em
25/09/2018, todos os crimes contra a dignidade sexual passaram a ser crimes
de ação pública incondicionada (art. 225 do CP).
a) Errado: com as alterações trazidas pela Lei 13.718/2018, não há necessidade
atualmente de representação para oferecimento da denúncia ou instauração do
inquérito policial. Vale ressaltar que isso só se aplica aos crimes praticados após
a entrada em vigor da referida lei.
b) Certo: nos termos do art. 17 do CPP, em nenhuma hipótese o delegado
poderá determinar o arquivamento do inquérito.
c) Errado: o inquérito policial é dispensável, não havendo obrigatoriedade de
sua instauração para que a ação penal possa ser proposta.
d) Errado: a reprodução simulada na fase policial está expressamente prevista
no art. 7º do CPP.
e) Errado: o inquérito é sigiloso, escrito e formal.
Gabarito 39: B

40. (FGV/MPE-RJ/Analista do Ministério Público-Processual/2016)


Foi instaurado inquérito policial, no Rio de Janeiro, para apurar as condições da
morte de Maria, que foi encontrada já falecida em seu apartamento, onde residia
sozinha, vítima de morte violenta. As investigações se estenderam por cerca de
três anos, sem que fosse identificada a autoria delitiva, apesar de ouvidos os
familiares, o namorado e os vizinhos da vítima. Em razão disso, o inquérito
policial foi arquivado, nos termos da lei, por ausência de justa causa. Seis meses
após o arquivamento, superando a dor da perda da filha, a mãe de Maria resolve

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comparecer ao seu apartamento para pegar as roupas da vítima para doação.
Encontra, então, escondida no armário uma câmera de filmagem e verifica que
havia sido gravada uma briga entre a filha e um amigo do seu namorado dois
dias antes do crime, ocasião em que este afirmou que sempre a amou e que se
Maria não terminasse o namoro “sofreria as consequências”. Considerando a
situação narrada, é correto afirmar que a filmagem:
a) é considerada prova nova ou notícia de prova nova, mas não poderá haver
desarquivamento, já que a decisão de arquivamento fez coisa julgada;
b) não é considerada prova nova ou notícia de prova nova, tendo em vista que
já existia antes do arquivamento, de modo que não cabe desarquivamento com
esse fundamento;
c) é considerada prova nova ou notícia de prova nova, podendo haver
desarquivamento do inquérito pela autoridade competente;
d) considerada ou não prova nova ou notícia de prova nova, poderá gerar o
desarquivamento direto pela autoridade policial para prosseguimento das
investigações;
e) não é considerada prova nova, logo impede o desarquivamento, mas não é
óbice ao oferecimento direto de denúncia.
Resolução
Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por
falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia, nos termos do art. 18 do CPP. Prova
nova é aquela descoberta depois do arquivamento, mesmo que já existisse
anteriormente a esse ato, tal como ocorre no caso narrado na questão.
Assim, o inquérito pode ser desarquivado, porquanto o arquivamento por fata
de justa causa, baseado na ausência de provas, não gera coisa julgada formal.
Gabarito 40: C

41. (FGV/PGE-RO/Técnico da Procuradoria/2015)


Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta de Ronaldo, indiciado
como autor do crime de homicídio praticado em face de Jorge. Ao longo das
investigações, a autoridade policial ouviu diversas testemunhas, juntando os
termos de oitiva nos autos do procedimento. Concluídas as investigações, os
autos foram encaminhados para a autoridade policial. Sobre o inquérito policial,
é correto afirmar que:
a) não é permitido à autoridade policial, em regra, solicitar a realização de
perícias e exame de corpo de delito, dependendo para tanto de autorização da
autoridade judicial;

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b) como instrumento de obtenção de justa causa, é absolutamente
indispensável à propositura da ação penal;
c) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento investigatório, digam respeito
ao exercício do direito de defesa;
d) constatado, após a instauração do inquérito e conclusão das investigações,
que a conduta do indiciado foi amparada pela legítima defesa, poderá a
autoridade policial determinar diretamente o arquivamento do procedimento;
e) uma vez determinado seu arquivamento pela autoridade competente,
independente do fundamento, não poderá ser desarquivado, ainda que surjam
novas provas.
Resolução
a) Errado: entra as providências que podem ser tomadas pela autoridade policial
no transcorrer das investigações está a determinação da realização do exame
de corpo de delito e outras perícias, nos termos do art. 6º, VII, do CPP.
b) Errado: o inquérito policial tem como característica a dispensabilidade, não
sendo, portanto, obrigatória sua instauração para propositura da ação penal.
c) Certo: conforme dispõe a Súmula Vinculante 14.
d) nos termos do art. 17 do CPP, em nenhuma hipótese o delegado poderá
determinar o arquivamento do inquérito.
e) Errado: se o arquivamento do inquérito estiver fundamentado na falta de
provas, este poderá ser desarquivado, se surgirem novas provas, nos termos
do art. 18 do CPP.
Gabarito 41: C

42. (FGV/TJ-RO/Oficial de Justiça/2015)


No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de homicídio, razão
pela qual foi instaurado inquérito policial para identificação do autor do delito.
Após diversas diligências, não foi possível identificar a autoria, razão pela qual
foi realizado o arquivamento do procedimento, pela falta de justa causa, de
acordo com as exigências legais. Ocorre que, em abril de 2015, a filha de Marta
localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia
enviado uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de março de 2014,
afirmando para a vítima “se você não me emprestar dinheiro novamente, arcará
com as consequências”. Diante disso, a filha de Marta apresentou o celular de
sua mãe para a autoridade policial.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que o arquivamento do
inquérito policial:

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a) fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu
desarquivamento;
b) não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a
mensagem de texto não pode ser considerada prova nova, já que existia antes
mesmo da instauração do inquérito policial;
c) foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa
julgada material;
d) não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo
em vista que a mensagem de texto pode ser considerada prova nova;
e) não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois
passados mais de 06 meses desde a decisão.
Resolução
a) Errado: o despacho de arquivamento de inquérito fundamentado na falta de
indícios de autoria não coisa julgada material.
b) Errado: prova nova é aquela descoberta depois do arquivamento, mesmo
que já existisse anteriormente a esse ato, tal como ocorre no caso narrado na
questão.
c) Errado: nos termos do art. 17 do CPP, em nenhuma hipótese o delegado
poderá determinar o arquivamento do inquérito.
d) Certo: trata-se de prova nova, posto só ter sido descoberta após o
arquivamento do inquérito, o que possibilita seu desarquivamento nos termos
do art. 18 do CPP.
e) Errado: o inquérito pode ser desarquivado enquanto não prescrever o crime.
Gabarito 42: D

43. (FGV/DPE-RO/Técnico da Defensoria Pública – Técnico


Administrativo/2015)
O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento
administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria,
a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas
principais características, é correto afirmar que:
a) a prova da materialidade e indícios de autoria são necessários para
propositura de ação penal, logo uma das características do inquérito é sua
indispensabilidade;
b) o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não poderá ser acessado em
momento algum pelo advogado do indiciado;
c) o contraditório pleno e a ampla defesa são indispensáveis no inquérito
policial;

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d) o inquérito policial é um procedimento significativamente marcado pela
oralidade;
e) o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já
que, uma vez instaurado, não poderá ser por ela diretamente arquivado.
Resolução
a) Errado: o inquérito policial não é indispensável para a propositura da ação
penal, podendo essa ser iniciada com outros elementos probatórios.
b) Errado: o acesso aos documentos já encartados aos autos é direito do
defensor, nos termos da Súmula Vinculante 14.
c) Errado: em razão de seu caráter inquisitivo, não se exige ampla defesa e
contraditório pleno no inquérito policial.
d) Errado: o inquérito policial é escrito.
e) Certo: conforme dispõe o art. 17 do CPP.
Gabarito 43: E

44. (FGV/DPE-RO/Técnico da Defensoria Pública – Oficial de


Diligência/2015)
Jorge praticou crime de estupro em face de Júlia, jovem de 24 anos e herdeira
do proprietário de um grande estabelecimento comercial localizado em São
Paulo. O crime, de acordo com o Código Penal e com as suas circunstâncias, é
de ação penal pública condicionada à representação. Não houve prisão em
flagrante, sendo os fatos descobertos por outras pessoas diferentes da vítima
apenas uma semana após a ocorrência. Até o momento, não foi decretada a
prisão preventiva de Jorge. Diante dessa situação, sobre o inquérito policial, é
correto afirmar que:
a) a representação é indispensável para a propositura da ação penal
condicionada, mas a instauração do inquérito policial dela independe;
b) a ausência de contraditório no inquérito impede que o advogado do agente
tenha acesso a qualquer elemento informativo produzido, ainda que já
documentado;
c) caso seja instaurado inquérito, concluindo pela ausência de justa causa,
poderá a autoridade policial determinar o arquivamento do procedimento
diretamente;
d) estando o indiciado solto, o inquérito policial deverá ser concluído
impreterivelmente no prazo de 15 dias, prorrogáveis apenas uma vez por igual
período;

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e) o arquivamento do inquérito por ausência de justa causa permite um
posterior desarquivamento pela autoridade competente, caso surjam novas
provas.
Resolução
A partir da entrada em vigor da A Lei nº 13.718/2018, publicada em
25/09/2018, todos os crimes contra a dignidade sexual passaram a ser crimes
de ação pública incondicionada (art. 225 do CP).
a) Errado: com as alterações trazidas pela Lei 13.718/2018, não há necessidade
atualmente de representação para oferecimento da denúncia ou instauração do
inquérito policial. Vale ressaltar que isso só se aplica aos crimes praticados após
a entrada em vigor da referida lei.
b) o acesso aos documentos já encartados aos autos é direito do defensor, nos
termos da Súmula Vinculante 14.
c) Errado: nos termos do art. 17 do CPP, em nenhuma hipótese o delegado
poderá determinar o arquivamento do inquérito.
d) Errado: tratando-se de indiciado solto, o prazo para conclusão do inquérito é
de 30 dias, prorrogáveis, nos termos do art. 10, caput e § 3º, do CPP.
e) Certo: conforme dispõe o art. 18 do CPP.
Gabarito 44: E

45. (FGV/TJ-BA/Técnico Judiciário-Escrevente/2015)


As formas de instauração do inquérito policial variam de acordo com a natureza
do delito. Nos casos de ação penal pública incondicionada, a instauração do
inquérito policial pode se dar:
a) de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público;
mediante requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
b) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial;
mediante requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
c) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério
Público; mediante requisição do ofendido; e por auto de resistência;
d) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial;
mediante requerimento do ofendido; e por auto de resistência;
e) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da
Justiça; mediante requisição do ofendido; e por auto de resistência.
Resolução
Segundo o art. 5o do CPP, nos crimes de ação pública o inquérito policial será
iniciado:

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I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

Além das hipóteses previstas no art. 5º, o inquérito pode ser instaurado por
auto de prisão em flagrante ou por notícia oferecida por qualquer do povo.
Lembrando que somente autoridade policial instaura inquérito policial, posto ser
o único legitimado. O Ministério Público pode conduzir investigação criminal,
utilizando outros procedimentos, mas não inquérito policial.
Gabarito 45: A

46. (CESPE/ Polícia Federal/ Agente de Polícia Federal/2018)


Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José
passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com
determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo,
José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa,
cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria e da materialidade do
delito.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O inquérito tem natureza de procedimento administrativo, pré-processual, cujo
objetivo é coletar dados que esclareçam a materialidade e indícios da autoria, a
fim de subsidiar a propositura da ação penal.
Gabarito 46: Certo

47. (CESPE/ PC-SE/ Delegado de Polícia/2018)


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e
às garantias constitucionais.
No âmbito do inquérito policial, cuja natureza é inquisitiva, não se faz necessária
a aplicação plena do princípio do contraditório, conforme a jurisprudência
dominante.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução

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Por seu caráter inquisitorial não há obrigatoriedade da aplicação do princípio do
contraditório e da ampla defesa, porquanto não se trata de processo, não
havendo, portanto, partes, bem como não há acusação formal.
Gabarito 47: Certo

48. (CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014)


No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato
criminoso não ocorreu.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Conforme o disposto no art. 17 do Código de Processo Penal, a autoridade
policial não pode arquivar o inquérito policial, porquanto este se caracteriza pela
indisponibilidade.
Somente após a promoção de arquivamento, ofertada pelo Ministério Público,
poderá o inquérito ser arquivado, por decisão judicial, nos termos do art. 18 c/c
art. 28, ambos do Código Penal.
Gabarito 48: Errado

49. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


A respeito dos procedimentos de investigação, julgue o item que se segue.
O inquérito policial tem caráter inquisitório, dispensando a ampla defesa e o
contraditório, motivo pelo qual os elementos de informação nele documentados
não são disponibilizados ao defensor do investigado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Apesar de não haver a observância do plena do contraditório e da ampla defesa
em sede de inquérito policial, o advogado do investigado tem direito a ter acesso
aos elementos probatórios já encartados aos autos, conforme reza a Súmula
Vinculante 14.
Gabarito 49: Errado

50. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue os itens a seguir.

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De acordo com o CPP, qualquer pessoa do povo, ao tomar conhecimento da
prática de atos delituosos, deverá comunicá-los à autoridade policial, seja
verbalmente, seja por via formal.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A questão aplicada na prova para Procurador do Distrito Federal empregou o
termo “deverá”, o que resulta em obrigação do cidadão comunicar à autoridade
policial a prática de atos delituosos. Como vimos, trata-se de uma faculdade, e
não um dever.
Gabarito 50: Errado

51. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


Acerca do inquérito policial, do acusado e seu defensor e da ação penal, julgue
o item que se segue.
Em se tratando de crimes que se processam mediante ação penal pública
incondicionada, o inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela
autoridade policial.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nessa hipótese, o inquérito pode ser iniciado de ofício, nos termos do art. 5º, I,
do CPP.
Gabarito 51: Certo

52. (CESPE /MPU - Analista do MPU - Direito/2018)


Em relação a inquérito policial, ação penal e competência, julgue o próximo
item, de acordo com o entendimento da doutrina majoritária e dos tribunais
superiores.
É de seis meses o prazo para que o ministro da Justiça requeira a instauração
de inquérito policial em crime de ação penal pública condicionada. Findo esse
prazo, opera-se a decadência do direito de ação.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O prazo de 6 meses previsto no art. 103 do Código Penal aplica-se
exclusivamente à representação do ofendido ou de seu representante legal,
motivo pelo qual a doutrina majoritária e a jurisprudência entendem que tal
prazo não se aplica à representação ministerial, por ausência de previsão legal.
Gabarito 52: Errado

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53. (CESPE/EBSERH/Advogado/2018)
Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência
e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o
item a seguir.
A denúncia anônima de fatos graves, por si só, impõe a imediata instauração de
inquérito policial, no âmbito do qual a autoridade policial deverá verificar se a
notícia é materialmente verdadeira.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A denúncia anônima, por si só, não justifica a instauração do inquérito policial,
devendo a autoridade policial agir com cautela, determinando a realização de
investigação preliminar, a fim de apurar a veracidade da notitia criminis
apócrifa.
Gabarito 53: Errado

54. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina/2014)


Analise os enunciados das questões abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Ao dispor sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, a
Lei n. 12.830/2013 determinou que o inquérito policial ou outro procedimento
previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por
superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de
interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos
previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da
investigação.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Conforme o disposto no art. 2º, § 4º, da Lei 12.830/2013, inquérito policial ou
outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou
redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por
motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos
procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a
eficácia da investigação.
Gabarito 54: Certo

55. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário – Área


Administrativa/2017)

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Acerca do inquérito policial, julgue o próximo item.
Apenas no caso em que o investigado estiver preso preventivamente, o inquérito
policial deverá se encerrar em até dez dias, contados a partir do dia subsequente
à execução da ordem de prisão.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Também no caso de prisão em flagrante o inquérito deverá ser concluído no
prazo de dez dias, sendo que em ambos os casos, o prazo é contado da data
em que se efetivou a prisão e não do dia subsequente.
Gabarito 55: Errado

56. (Exponencial Concursos/Questão Inédita/Prof. Enilson


Rocha/2018)

Em relação ao inquérito policial e às garantias do indiciado, julgue o item


subsequente.
Se o indiciado não comparecer para ser interrogado, poderá ser determinada
sua condução coercitiva.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Conforme decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal (13/06/2018), o art.
260 do Código de Processo Penal não foi recepcionado pela Constituição Federal,
razão pela qual não poderá ser determinada a condução coercitiva do
investigado/acusado para ser interrogado.
Entendeu o STF que o referido dispositivo violava o direito fundamental do
cidadão de não produzir prova contra si (direito à não autoincriminação).
Gabarito 56: Errado

57. (CESPE/ Polícia Federal/Papiloscopista Policial Federal/2018)


Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um
veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava
em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes
prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local
e levaram o colega ferido ao hospital da região.
Nessa situação hipotética,
Ao tomar conhecimento do homicídio, cuja ação penal é pública incondicionada,
a autoridade policial terá de instaurar o inquérito de ofício, o qual terá como
peça inaugural uma portaria que conterá o objeto de investigação, as

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circunstâncias conhecidas e as diligências iniciais que serão cumpridas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, a instauração do
inquérito pode ser realizada de ofício pela autoridade policial. A peça inaugural
do inquérito policial é a portaria, onde o delegado identifica o fato a ser apurado,
bem como determina as diligências a serem realizadas com o fito de apurar a
materialidade e a autoria.
Gabarito 57: Certo

58. ( CESPE/ EBSERH/EBSERH-Advogado/2018)


Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência
e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o
item a seguir.
No caso de crime de ação penal privada, a instauração de inquérito policial por
força de requerimento formulado pelo ofendido no prazo legal não interromperá
o prazo decadencial para o oferecimento da queixa-crime.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A instauração do inquérito policial não interrompe ou suspende o prazo
decadência de 6 meses para que o ofendido ou seu representante legal ofertem
a queixa, nos crimes de ação penal privada, conforme prazo fixado no art. 103,
caput, do CP e art. 38, caput, do CPP.
Gabarito 58: Certo

59. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


A respeito dos procedimentos de investigação, julgue o item que se segue.
Notitia criminis é o meio pelo qual a vítima de delito ou o seu representante
legal manifesta sua vontade a respeito da instauração do inquérito policial e do
posterior oferecimento de denúncia, nas hipóteses de ação penal pública
condicionada.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A manifestação de vontade da vítima ou de seu representante legal a respeito
da instauração do inquérito policial e do oferecimento da denúncia é
denominada representação.
A notitia criminis consiste em levar ao conhecimento da autoridade policial a
ocorrência da infração penal.
Gabarito 59: Errado

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60. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)
No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a
liberdade, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: Pedro teve a prisão temporária decretada no curso de
uma investigação criminal. Ao final de cinco dias, o Ministério Público requereu
a conversão de sua segregação em prisão preventiva. Assertiva: Nessa
situação, o prazo para o término do inquérito policial será contado da data em
que a prisão temporária tiver sido convertida em prisão preventiva.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Estado o indiciado preso, o inquérito policial deve ser concluído em 10 dias, nos
termos do art. 10, caput, do CPP, sendo que, quando se trata de prisão
preventiva, o computo do prazo se inicia com o cumprimento do mandado
judicial. No caso apresentado na questão, o computo terá início com conversão
da prisão temporária em preventiva.
Gabarito 60: Certo

61. (CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência – Área 2/2018)


A respeito do inquérito policial, julgue o item seguinte.
A autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício nos crimes cuja
ação penal seja de iniciativa privada.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, § 5º, do CPP, nos crimes de ação penal privada, o
inquérito policial não pode ser iniciado sem o requerimento daquele que tiver
legitimidade para intentar a ação penal.
Gabarito 61: Errado

62. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador Federal/2017)
A respeito de inquérito policial, julgue o item subsequente.
Apesar de se tratar de procedimento inquisitorial no qual não se possa exigir a
plena observância do contraditório e da ampla defesa, a assistência por
advogado no curso do inquérito policial é direito do investigado, inclusive com
amplo acesso aos elementos de prova já documentados que digam respeito ao
direito de defesa.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A assistência de advogado é direito do investigado, expressamente previsto no
art. 5º, LXIII, da Constituição Federal.

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Gabarito 62: Certo

63. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça/2013)


O prazo para conclusão do inquérito policial será de 10 (dez) dias quando o
indiciado estiver preso preventivamente, contados a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão; enquanto o inquérito policial militar deverá
terminar dentro em 20 (vinte) dias, se o indiciado estiver preso, contados esse
prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Em ambas as hipóteses, trata-se de prazo penal, cuja contagem se dá a
partir da prisão. Nos crimes de competência da Justiça Estadual, o prazo para
conclusão do inquérito policial é de dez dias, quando o indiciado estiver preso,
conforme art. 10 do CPP. Nos crimes militares, se o indiciado estiver preso, o
prazo de duração das investigações será de vinte dias, conforme art. 20 do
Decreto-lei 1.002/1969 (CPPM).
Gabarito 63: Certo

64. (FUNIVERSA/SEAP-DF/Agente de Ativ. Penitenciárias/2015)


No que se refere ao direito processual penal, julgue o item, segundo o
entendimento dos tribunais superiores e da doutrina dominante.
No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição
policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que
esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, desde que
mediante precatórias ou requisições.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Em regra, as autoridades policiais não podem realizar diligências em outra
circunscrição, devendo, quando necessário, expedir carta precatória.
Tal regra é excepcionada, nos termos do art. 22 do CPP, no Distrito Federal e
nas localidades em que houver mais de uma circunscrição policial.
Gabarito 64: Errado

65. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2015)

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Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo
Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de
inquérito policial: o Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do
inquérito à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência
imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo
pericial do local arrombado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Nos termos do art. 16 do CPP, O Ministério Público pode requerer a devolução
dos autos para realização de diligências que julgar imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Na hipótese da questão, o laudo referente ao exame de local pode ser
imprescindível para demonstrar a materialidade da infração penal ou a presença
de alguma circunstância qualificadora ou causa de aumento, o que justifica o
retorno dos autos à esfera policial.
Gabarito 65: Certo

66. (CESPE/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)


Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial
deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que se mostrarem
necessárias e proceder a acareações.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O enunciado está em conformidade com o disposto no art. 6º, incisos VI e VII,
do Código de Processo Penal.
Gabarito 66: Certo

67. (CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014)


No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato
criminoso não ocorreu.

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( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
A autoridade policial não pode dispor do inquérito policial, ou seja, não pode
arquivá-lo, por expressa vedação contida no art. 17 do CPP.
Somente a autoridade judiciária pode determinar o arquivamento dos autos do
inquérito policial, conforme dispõe o art. 18 do CPP.
Na hipótese da questão, a autoridade policial, em seu relatório, exporá suas
conclusões acerca da inexistência do fato e remeterá ao juiz competente.
Gabarito 67: Errado

68. (CESPE/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014)


A respeito da investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, julgue o
item abaixo.
Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar conhecimento de um
ilícito penal federal, instaure inquérito policial para a apuração do fato e da
autoria do ilícito e que, no curso do procedimento, o seu superior hierárquico,
alegando motivo de interesse público, redistribua o inquérito a outro delegado.
Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em desacordo com a
legislação, que veda expressamente a redistribuição de inquéritos policiais em
curso.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Conforme o disposto no art. 2º, § 4º, da Lei 12.830/2013, inquérito policial
poderá ser redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho
fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de
inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que
prejudique a eficácia da investigação.
Gabarito 68: Errado

69. (CESPE/PGE-BA/Procurador do Estado/2014)


Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à
autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados.
( ) Certo
( ) Errado

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Resolução:
O enunciado espelha o disposto no art. 20, parágrafo único, do Código de
Processo Penal
Gabarito 69: Certo

70. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue os itens
a seguir.
Segundo as normas processuais penais vigentes, a autoridade policial não pode
determinar o arquivamento do inquérito, salvo se o MP, previamente
consultado, concordar com tal determinação.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Em nenhuma hipótese a autoridade poderá arquivar os autos do inquérito
policial, por expressa vedação contida no art. 17 do CPP.
Gabarito 70: Errado

71. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue os itens a seguir.
De acordo com o CPP, qualquer pessoa do povo, ao tomar conhecimento da
prática de atos delituosos, deverá comunicá-los à autoridade policial, seja
verbalmente, seja por via formal.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O enunciado emprega indevidamente o termo “deverá”, quando, nos termos do
art. 5º, § 3º, do CPP, qualquer pessoa do posso que tiver conhecimento da
existência de infração penal em que caiba ação pública poderá comunica-la à
autoridade policial. Trata-se, portanto, de uma faculdade e não um dever.
Gabarito 71: Errado

72. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Julgue os itens subsequentes, a respeito da participação do MP no curso
das investigações criminais, na instrução processual e na fase recursal.

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Nos termos da legislação processual vigente, o MP não está limitado à prévia
instauração de inquéritos policiais para promover ações penais públicas, ainda
que a apuração dos crimes seja complexa.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Uma das características do inquérito policial é sua dispensabilidade. Assim
sendo, se o Ministério Público já dispõe de elementos suficientes para promover
a ação penal, poderá oferecer a denúncia. A complexidade da apuração do crime
não obsta a atuação do MP.
Gabarito 72: Certo

73. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Julgue os itens subsequentes, a respeito da participação do MP no curso
das investigações criminais, na instrução processual e na fase recursal.
Conforme jurisprudência pacificada no STJ, a participação de membro do MP na
fase investigatória criminal acarreta, por esse fato, a sua suspeição para o
oferecimento da respectiva denúncia.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
A participação de membro do MP na fase de investigações não resulta em sua
suspeição para propositura da ação penal, conforme entendimento do STJ,
expresso na Súmula 234.
Gabarito 73: Errado

74. (CESPE/SEGESP-AL/Papiloscopista/2013)
Mário foi surpreendido no momento em que praticava crime de ação penal
pública condicionada à representação. A partir dessa situação hipotética, julgue
os itens a seguir.
Mário será identificado criminalmente pelo processo datiloscópico, procedimento
obrigatório e indispensável em caso de indiciamento.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
A identificação datiloscópica está inserida no procedimento de identificação
criminal. Em regra, o civilmente identificado não será identificado

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criminalmente, conforme preceitua o art. 5º, LVIII, da Constituição Federal.
Contudo, o referido dispositivo constitucional, em sua parte final, excepciona a
regra, remetendo à legislação ordinária a fixação das hipóteses em que se fará
a identificação criminal. A lei 12.037/2009 regulamentou o art. 5º, LVIII, da CF.
Assim sendo, as hipóteses de realização da identificação criminal estão previstas
na Lei 12.037/2009, não sendo portanto tal procedimento decorrência
obrigatória do indiciamento, porquanto são institutos independentes. Se
civilmente identificado, Mario não será submetido à identificação criminal.
Gabarito 74: Errado

75. (CESPE/SEGESP-AL/Papiloscopista/2013)
Acerca de diligências e outras providências em caso de investigação criminal,
julgue os itens subsequentes.
A busca domiciliar deve ser feita durante o dia, sem necessidade de mandado
judicial quando realizada pela própria autoridade policial pessoalmente.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Nos termos do art. 5º, inc. XI, da Constituição Federal, a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial. Exceto nas hipóteses de flagrante
delito ou desastre, a entrada forçada em na casa, sem consentimento do
morador, está condicionada à autorização prévia da autoridade judicial,
tratando-se, portanto, de reserva de jurisdição.
Assim sendo, a busca domiciliar não pode ser realizada sem a autorização
judicial (salvo nas hipóteses expressas na CF), motivo pelo qual o enunciado
está Errado.
Gabarito 75: Errado

76. (CESPE/SEGESP-AL/Todos os Cargos/2013)


Uma mulher foi vítima de crime de ação penal pública condicionada à
representação, contudo, somente seis meses após a ocorrência do crime,
conseguiu identificar o autor do fato, ao vê-lo andando na rua, ocasião em que
se dirigiu imediatamente à delegacia para comunicar o fato e solicitar à
autoridade policial a tomada de providências.
Com base na situação hipotética acima, julgue o item a seguir.
O delegado poderá instaurar o inquérito policial somente caso a vítima se

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manifeste nesse sentido, dada a representação ser uma condição de
procedibilidade para o exercício da ação penal.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Conforme dispõe o art. 5º, § 4o, do Código de Processo Penal, o inquérito, nos
crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela
ser iniciado.
A representação é, portanto, condição de procedibilidade para a ação penal.
Consequentemente, a instauração do inquérito policial exige iniciativa da vítima.
Gabarito 76: Certo

77. (CESPE/DEPEN/Agente Penitenciário/2013)


O delegado de polícia, mediante despacho nos autos do inquérito policial, poderá
determinar a incomunicabilidade do indiciado sempre que o interesse da
sociedade ou a conveniência da investigação o permitir.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Segundo o art. 21 do CPP, a incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre
de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da
sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. Este artigo não foi
recepcionado pela Constituição Federal de 1988, não havendo, portanto,
possibilidade de incomunicabilidade do preso no atual ordenamento jurídico
brasileiro
Gabarito 77: Errado

78. (CESPE/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013)


No que concerne às disposições preliminares do Código de Processo Penal (CPP),
ao inquérito policial e à ação penal, julgue os próximos itens.
O Ministério Público pode oferecer a denúncia ainda que não disponha do
inquérito relatado pela autoridade policial.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:

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O inquérito policial é caracterizado por sua dispensabilidade, assim, o Ministério
Público pode oferecer a denúncia sempre que dispuser de informações
suficientes para instruir a peça acusatória, não necessitando de instauração
prévia ou de conclusão de inquérito policial. Assim sendo, o enunciado está
Certo.
Entretanto, é importante consignar que, se a denúncia for embasada em
inquérito policial, este deverá acompanha-la, nos termos do art. 12 do CPP.
Gabarito 78: Certo

79. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2015)


Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo
Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de
inquérito policial, o prazo legal para que o delegado de polícia termine o
inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se
preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da
data da portaria de instauração.
Resolução
Quando o réu estiver preso o prazo para conclusão do inquérito policial será de
10 (dez) dias, contudo o termo inicial do prazo é a data da prisão. A portaria de
instauração parâmetro para a contagem do prazo processual, aplicável quando
o investigado estiver solto.
Gabarito 79: Errado

80. (CESPE/PC-DF/Agente de Polícia/2013)


Considerando, por hipótese, que, devido ao fato de estar sendo investigado pela
prática de latrocínio, José tenha contratado um advogado para acompanhar as
investigações, julgue o item a seguir.
Embora o inquérito policial seja um procedimento sigiloso, será assegurado ao
advogado de José o acesso aos autos.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O caráter sigiloso do IP/IPL não obsta o acesso do advogado aos autos, no
interesse do investigado, podendo ter acesso a todos os elementos de colhidos
e documentados, conforme expresso na Súmula Vinculante nº 14.

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Somente as diligências ainda não realizadas ou ainda em curso, não serão
acessíveis ao defensor do investigado.
Gabarito 80: Certo

81. (CESPE/PC-BA/Delegado de Polícia/2013)


Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria
abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher
provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a
interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias,
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação.
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação,
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as
ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência.
Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu
expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das
gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP
contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item seguinte, a respeito
das interceptações telefônicas.
O delegado de polícia não poderia ter determinado a instauração de inquérito
policial exclusivamente com base na denúncia anônima recebida.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nas hipóteses em que a autoridade policial toma ciência da infração penal por
meio de denúncia anônima (notitia criminis inqualificada), deve agir com cautela
e realizar investigações preliminares, a fim de constatar a credibilidade dos fatos
narrados e, somente após a constatação de indícios de veracidade, instaurar o
inquérito policial.
Gabarito 81: Certo

82. ( CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo2014)


Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados
quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio
de João, que é servidor da Casa.

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Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita
pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o
oferecimento da denúncia.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Se as informações colhidas pela polícia legislativa forem suficientes e adequadas
para o oferecimento da denúncia, não há necessidade de instauração do
inquérito policial, em razão da sua dispensabilidade.
O inquérito policial visa apurar a materialidade e os indícios de autoria da prática
delitiva, contudo, se os levantamentos preliminares já forem suficientes para
reunir tais elementos, o titular da ação penal já terá condições de ofertar a
denúncia (no presente caso trata-se de ação penal pública incondicionada), não
havendo, portanto, razão para instauração do inquérito.
Gabarito 82: Certo

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24 Questões de aula (sem comentários)
1. (Instituto AOCP/PC-ES/Perito Oficial Criminal – Área 8/2019)
Sobre os prazos e demais disposições comuns sobre o inquérito policial
brasileiro, é correto afirmar que
a) o inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
b) os prazos de término do inquérito policial são disciplinados unicamente pelo
Código de Processo Penal.
c) os prazos comuns do inquérito policial devem findar rigorosamente em 15
dias úteis.
d) o inquérito deverá terminar no prazo de 90 dias, quando o indiciado estiver
solto, mediante fiança ou sem ela.
e) os prazos do inquérito policial contar-se-ão em dias úteis, contado o prazo
do dia inicial e descontado o prazo do dia derradeiro.

2. (Instituto AOCP/PC-ES/Perito Oficial Criminal – Área 8/2019)


Acerca do inquérito policial brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) A presidência da investigação de natureza criminal é privativa da polícia
judiciária.
b) É permitido ao Ministério Público conduzir o inquérito policial como autoridade
máxima.
c) A autoridade policial pode contrariar a moralidade ou a ordem pública na
reprodução simulada de fatos concernentes a crimes contra a dignidade sexual.
d) A competência de apuração das infrações penais e da sua autoria não excluirá
a de outras autoridades administrativas que não a polícia judiciária, a quem,
por lei, seja cometida a mesma função.
e) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito, caberá
recurso para o Tribunal Regional Federal.

3. (Instituto AOCP/PC-ES/Assistente Social/2019)


Nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial será iniciado
a) de ofício pela autoridade policial.
b) a requerimento do ofendido ou, se ausente, ao cônjuge, ascendente,
descendente ou seu irmão.
c) por requisição do Poder Judiciário.

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d) com a lavratura de boletim de ocorrência de terceiro interessado ao fato e
alheio ao ofendido.
e) por requisição do Ministério Público ou a requerimento do ofendido.

4. (Instituto AOCP/PC-ES/Assistente Social/2019)


Qual é o caráter do inquérito policial no direito brasileiro?
a) Negocial jurídico de direito público.
b) Meio processual constitucional de impugnação de delito.
c) Procedimento de cunho militar quando iniciado por lavratura de boletim de
ocorrência pela Polícia Militar.
d) Parametrização de direito privado até o recebimento da denúncia ou queixa.
e) Procedimento administrativo preparatório.

5. (Instituto AOCP/PC-ES/Escrivão de Polícia/2019)


De acordo com o Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta em
relação ao inquérito policial.
a) O inquérito policial não poderá ser iniciado de ofício.
b) A incomunicabilidade do indiciado é vedada.
c) As diligências requeridas pelo ofendido, seu representante legal e o indiciado
serão realizadas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.
d) Nos crimes em que a ação penal pública depender de representação, sem ela
não poderá o inquérito ser iniciado
e) Após a apuração dos fatos, a autoridade policial fará minucioso relatório da
apuração e o enviará ao Ministério Público, para que este ofereça ou não a
denúncia.

6. (Instituto AOCP/PC-ES/Escrivão de Polícia/2019)


Uma vez a autoridade judicial determinando o arquivamento do inquérito policial
por não haver base para a denúncia, é possível que a autoridade policial proceda
a novas pesquisas com relação aos mesmos fatos?
a) Sim, a qualquer momento desde que fundamente a decisão.
b) Não, pois, com o arquivamento do inquérito policial, o Estado tacitamente
renuncia ao ius puniendi.
c) Sim, caso tenha notícia de outras provas.
d) Não, uma vez que a decisão de arquivamento do inquérito policial faz coisa
julgada material.

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e) Sim, desde que haja autorização judicial fundamentada.

7. (Instituto AOCP/PC-ES/Escrivão de Polícia/2019)


A respeito do prazo para o término do inquérito policial, assinale a alternativa
correta.
a) 10 dias em caso de indiciado preso em flagrante; 30 dias em caso de indiciado
solto ou preso preventivamente.
b) 30 dias em caso de indiciado preso em flagrante ou preventivamente; 10 dias
em caso de indiciado solto, com ou sem fiança.
c) 5 dias em caso de indiciado preso em flagrante ou preventivamente; 60 dias
em caso de indiciado solto, com ou sem fiança.
d) 10 dias em caso de indiciado preso em flagrante ou preventivamente; 30 dias
em caso de indiciado solto, com ou sem fiança.
e) 15 dias em caso de indiciado preso em flagrante; 60 dias em caso de indiciado
solto ou preso preventivamente.

8. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2018)
Roberto foi preso em flagrante pela suposta participação no delito de furto de
uma bicicleta. Na lavratura do respectivo auto foram ouvidos os policiais
responsáveis pela prisão e o indiciado. A prisão em flagrante foi convertida em
prisão preventiva em sede de audiência de custódia. Concluídas as investigações
e relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao Ministério
Público. Ao analisar o caso, no entanto, o Promotor de Justiça entendeu haver
diligência imprescindível para o oferecimento da denúncia, consistente na oitiva
da vítima proprietária da bicicleta, eis que Roberto disse ter com ela negociado
a compra do referido objeto. Nesse caso, deverá o Promotor de Justiça
a) determinar o arquivamento do inquérito policial.
b) denunciar Roberto e solicitar o prazo de 30 dias para eventual aditamento da
denúncia.
c) intimar a vítima para que compareça ao Ministério Público no prazo de 60
dias, sob pena de crime de desobediência, requerendo a manutenção da
custódia cautelar de Roberto.
d) oferecer transação penal, nos termos do art. 89 da Lei n° 9.099/95.
e) requerer o retorno dos autos à Delegacia de origem para que seja realizada
a oitiva da vítima e a imediata soltura do indiciado.

9. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Agente de Polícia Legislativa/2018)


O inquérito policial

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a) é um procedimento que pode ser presidido tanto pelo delegado de polícia
quanto pelo membro do Ministério Público, desde que, neste último caso, tenha
sido este o órgão responsável pela investigação.
b) acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou
outra.
c) que apresentar vício contaminará eventual ação penal subsequente proposta
com base nos elementos por ele colhidos.
d) gera, quando arquivado, preclusão absoluta, não sendo possível o início de
ação penal, ainda que tenha por fundamento a existência de novas provas.
e) é um procedimento escrito, obrigatório e preparatório da ação penal,
imprescindível para embasar o oferecimento da denúncia.

10. (FCC/Câmara Legislativa do DF/Procurador Legislativo/2018)


Sobre o inquérito policial, está de acordo com a legislação processual penal
vigente e a jurisprudência dos Tribunais Superiores o que se afirma em:
a) É peça indispensável para que o Ministério Público ofereça denúncia em
crimes praticados por particular contra a administração pública.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados nos autos, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Será concluído, em caso de investigação acerca de tráfico de drogas, no prazo
de 45 (quarenta e cinco) dias, se o indiciado estiver preso, e de noventa dias,
quando solto.
d) A autoridade policial, convencida da ausência de indícios suficientes de
autoria, poderá mandar arquivar os autos de inquérito policial.
e) Em razão do princípio da divisibilidade da ação penal pública incondicionada,
admite-se o arquivamento implícito de inquérito policial.

11. (FCC/MPE-PB/Promotor de Justiça Substituto/2018)


Nos crimes em que não couber ação penal de iniciativa pública, concluído o
inquérito policial, o delegado deverá
a) remeter os autos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
b) remeter os autos ao Ministério Público, pois é o titular constitucional da ação
penal.
c) arquivar os autos na repartição policial, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido.
d) intimar o ofendido do prazo decadencial para a propositura de ação penal.

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e) entregar os autos ao ofendido ou seu representante legal, comunicando o
juízo competente.

12. (FCC/ALESE/Analista Legislativo – Apoio Jurídico/2018)


O Código de Processo Penal, bem como o entendimento sumulado do Supremo
Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, acerca do Inquérito Policial,
dispõe:
a) Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do
promotor de justiça, é possível a ação penal ser reiniciada, ainda que sem novas
provas, desde que não prescrito o crime.
b) É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório
realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao
exercício do direito de defesa.
c) Para verificar a possibilidade de a infração ter sido praticada de determinado
modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos,
ainda que esta contrarie a moralidade ou a ordem pública, tendo em vista o
princípio da obrigatoriedade.
d) O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado não possuem
legitimidade para requerer diligências para a autoridade policial, tendo em vista
o princípio da oficialidade.
e) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito,
ainda que não haja requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la, uma
vez que tal exigência somente é necessária para a proposição da ação penal.

13. (FCC/DPE-AM/Analista Jurídico de Defensoria – Ciências


Jurídicas/2018)
Considere as seguintes assertivas a respeito do inquérito policial:
I. É incompatível com a Constituição Federal o dispositivo do Código de Processo
Penal segundo o qual A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário
à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
II. A autoridade policial poderá negar ao advogado do indiciado o acesso à todos
os elementos de prova já documentados no inquérito policial, ainda que digam
respeito ao exercício do direito de defesa.
III. A autoridade policial não poderá negar ao advogado do indiciado o acesso
às transcrições de interceptações telefônicas de conversas mantidas pelo
indiciado, já documentadas nos autos do inquérito policial, caso digam respeito
ao exercício do direito de defesa.

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À luz da Constituição Federal e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal,
está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

14. (FCC/DPE-RS/Analista Processual/2017)


No tocante ao inquérito policial relativo à apuração de crime a que se procede
mediante ação penal pública incondicionada, é correto afirmar:
a) É vedada a instauração de inquérito policial de ofício.
b) O ofendido não pode requerer diligência no curso de inquérito policial.
c) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.
d) A autoridade policial poderá mandar instaurar inquérito a partir de
comunicação de fato feita por qualquer pessoa, mas deve aguardar a iniciativa
do ofendido ou seu representante legal para que seja instaurado.
e) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas
pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

15. (FCC/PC-AP/Oficial de Polícia Civil/2017)


No âmbito do inquérito policial, incumbe à autoridade policial
a) arquivar o inquérito policial.
b) assegurar o sigilo necessário à elucidação do fato.
c) decretar a prisão preventiva.
d) presidir a audiência de custódia.
e) oferecer a denúncia.

16. (FCC/PC-AP/Agente de Polícia/2017)


Incumbe à autoridade policial:
a) presidir a instrução processual penal.
b) realizar as diligências requisitadas pelo Ministério Público.
c) citar e intimar o réu e as testemunhas.
d) promover a ação penal pública.

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e) decretar a prisão preventiva.

17. (FCC/POLITEC-AP/Perito Médico Legista/2017)


Praticado o crime na via pública, o delegado de polícia deverá, dentre outras
providências,
a) dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
b) apreender os objetos que tiverem relação com o fato, independentemente da
liberação pelos peritos criminais.
c) colher, após a realização da perícia do local, todas as provas que servirem
para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.
d) determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras perícias, desde que haja expresso consentimento da vítima ou
quem a represente.
e) proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública e haja peritos oficiais para a realização do laudo
pericial.

18. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário/2017)


Acerca do inquérito policial, é correto afirmar:
a) Nos crimes de ação penal pública, sempre será necessária a autorização da
vítima para a abertura de inquérito.
b) Tendo em vista a preservação da incolumidade pública, a instauração de
inquérito policial para a apuração de crime de alçada privada poderá ser
requisitado pela autoridade judiciária.
c) A instauração de inquérito policial interrompe o prazo da prescrição.
d) Mesmo depois de ordenado o arquivamento do inquérito pelo juiz, em razão
de falta de elementos para a denúncia, a autoridade policial poderá reativar as
investigações se tiver conhecimento de novas provas.
e) A autoridade policial garantirá, durante o inquérito, o sigilo necessário ao
esclarecimento dos fatos investigados, observando, porém, em todas as suas
manifestações, o princípio do contraditório.

19. (FCC/TJ-SC/Juiz Substituto/2017)


Concluído o Inquérito Policial pela polícia judiciária, o órgão do Ministério Público
requer o arquivamento do processado. O Juiz, por entender que o Ministério
Público do Estado de Santa Catarina não fundamentou a manifestação de
arquivamento, com base no Código de Processo Penal, deverá

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a) encaminhar o Inquérito Policial à Corregedoria-Geral do Ministério Público.
b) indeferir o arquivamento do Inquérito Policial.
c) remeter o Inquérito Policial ao Procurador-Geral de Justiça.
d) indeferir o pedido de arquivamento e remeter cópias ao Procurador-Geral de
Justiça e ao Corregedor-Geral do Ministério Público.
e) remeter o Inquérito Policial à polícia judiciária para prosseguir na
investigação.

20. (FCC/AL-MS/Agente de Polícia Legislativo/2016)


A autoridade policial de uma determinada cidade do Estado de Mato Grosso do
Sul instaura inquérito policial para apurar um crime de aborto cometido pelo
médico X. No curso das investigações, a prisão preventiva do médico é
decretada pela Justiça e o mandado de prisão é cumprido. Neste caso, segundo
estabelece o Código de Processo Penal, o inquérito policial deverá ser concluído,
a partir da data em que foi executada a prisão cautelar, no prazo de
a) cinco dias.
b) dez dias.
c) trinta dias.
d) quinze dias.
e) sessenta dias.

21. (FCC/AL-MS;Agente de Polícia Legislativo/2016)


À luz do Código de Processo Penal, no que se refere ao Inquérito Policial, é
correto afirmar:
a) O ofendido, ou seu representante legal, não poderão requerer diligência à
autoridade policial, cabendo ao Ministério Público esta tarefa.
b) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito policial.
c) Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária,
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá proceder a
novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) A autoridade policial logo após tomar conhecimento da prática de um crime
deverá colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se
possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
e) a autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício, ainda que
se trate de crime de ação penal privada.

22. (FCC/DPE-MA/Defensor Público/2015)

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O inquérito policial
a) após seu arquivamento, poderá ser desarquivado a qualquer momento para
possibilitar novas investigações, desde que haja concordância do Ministério
Público.
b) em curso poderá ser avocado por superior por motivo de interesse público.
c) poderá ser instaurado por requisição judicial, a depender da análise de
conveniência e oportunidade do delegado de polícia.
d) nos casos de ação penal privada e ação penal pública condicionada poderá
ser instaurado mesmo sem a representação da vítima ou seu representante
legal, desde que se trate de crime hediondo.
e) independentemente do crime investigado deverá ser impreterivelmente
concluído no prazo de 30 dias se o investigado estiver solto.

23. (FUNCAB/PC-ES/Médico Legista/2013)


Assinale a alternativa correta a respeito do inquérito policial.
a) O inquérito policial será instaurado de ofício, salvo nas ações penais
privadas, dependentes de queixa-crime.
b) A instauração do inquérito policial dar-se-á por decreto da autoridade
policial, dependendo, porém, de representação a esta dirigida pelo órgão do
Ministério Público.
c) O inquérito policial é considerado a fase inicial do processo penal, aplicando-
se-lhe todos os princípios atinentes a este, sobretudo o do contraditório.
d) O inquérito policial não poderá ser instaurado de ofício, sob pena de
suspeição da autoridade policial.
e) No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da
autoridade policial.

24. (FUNCAB/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2016)


Sabendo que o inquérito policial é um procedimento administrativo para
angariar provas sobre a materialidade e a autoria de uma infração penal, e que
quando concluído será encaminhado para os seus destinatários imediato e
mediato, é correto afirmar que:
a) o Ministério Púbico não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
b) nos crimes de ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante
legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
c) depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade
competente, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial não poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
d) a autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito policial.

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e) o ofendido, ou seu representante legal e o indiciado não poderão requerer
qualquer diligência durante a fase de inquérito policial.

25. (FUNCAB/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil/2016)


Quanto à investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, nos termos
da Lei n° 12.830 de 2013, é correto afirmar que:
a) o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato
fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
b) o inquérito policial em curso poderá ser avocado ou redistribuído por superior
hierárquico, sem a necessidade de motivação.
c) o cargo de delegado de polícia privativa de bacharel, devendo-lhe ser
dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os membros do
magistério superior, os oficiais superiores das forças armadas e oficiais das
polícias militares.
d) as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas
pelo delegado de polícia são de natureza política, essenciais e exclusivas de
Estado.
e) ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução
da investigação criminal através apenas do inquérito policial, que tem como
objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das
infrações penais, não se admitindo outro procedimento previsto em lei como
meio.

26. (FUNCAB/PC-PA/Investigador de Polícia Civil/2016)


O inquérito policial consiste no conjunto de diligências efetuadas pela polícia
judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de
procedimento investigatório de caráter administrativo instaurado pela
autoridade policial. De acordo com o Código de Processo Penal brasileiro:
a) do despacho que indeferir o requerimento do ofendido para a instauração do
inquérito policial, não cabe recurso.
b) nos crimes de ação penal pública, o inquérito policial poderá ser iniciado por
requerimento da Autoridade Judiciária ou do Ministério Público.
c) inquérito deverá terminar no prazo de 5 dias, se o indiciado tiver sido preso
em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
15 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
d) nos crimes de ação penal privada, o inquérito policial poderá ser iniciado de
ofício pela Autoridade Policial.
e) o inquérito policial, nos crimes em que ação pública depender de
representação, não poderá sem ela ser iniciado.

27. (VUNESP/PC-SP/Delegado de Polícia/2018)


A respeito do inquérito policial, assinale a alternativa correta.

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a) Para saber qual é a autoridade policial competente para um certo inquérito
policial, utiliza-se o critério ratione loci ou ratione materiae.

b) A autoridade policial poderá arquivar autos de inquérito policial se convencida


da inexistência da materialidade delitiva.

c) Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, autoridade policial


poderá apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais.

d) Como peça obrigatória para o oferecimento da denúncia, os autos de


inquérito policial acompanharão a denúncia ou queixa.

e) O inquérito policial é um procedimento administrativo, de natureza


acusatória, escrito e sigiloso.

28. (VUNESP/PC-SP/Papiloscopista Policial/2018)


A respeito do inquérito policial, procedimento disciplinado pelo Código de
Processo Penal, é correto afirmar que

a) os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,


acompanharão os autos do inquérito.

b) ao término do inquérito, a autoridade policial fará minucioso relatório do que


tiver sido apurado e enviará os autos ao membro do ministério público, não
podendo o juiz competente tomar conhecimento dos fatos apurados antes, sob
pena de nulidade.

c) nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá determinar a


instauração de inquérito, ainda que não haja requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la.

d) o inquérito, nos crimes em que a ação pública é condicionada, poderá ser


iniciado sem representação, desde que mediante despacho fundamentado da
autoridade policial competente.

e) o inquérito não acompanhará a denúncia ou queixa, ainda que sirva de base


a uma ou outra.

29. (VUNESP/PC-SP/Escrivão de Polícia/2018)


A respeito do Inquérito Policial, tendo em conta o Código de Processo Penal, é
correto afirmar:

a) o arquivamento do inquérito policial somente se dará por decisão da


autoridade judiciária.

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b) por se tratar de peça meramente informativa, inexistindo contraditório, o
investigado e o ofendido não poderão solicitar a realização de diligências.

c) o inquérito policial poderá ser iniciado, de ofício, pela autoridade policial, nos
crimes de ação penal pública incondicionada e condicionada à representação. Já
nos crimes de ação penal privada, só se instaurará inquérito policial se houver
requerimento.

d) o prazo para a autoridade policial finalizar o inquérito é de 10 (dez) dias, se


o investigado estiver preso, e de 30 (trinta) dias, se estiver solto, não sendo
possível a concessão de mais tempo, para a realização de diligências ulteriores.

e) o inquérito policial é imprescindível à propositura da ação penal, exceto nos


crimes de ação penal privada, em que a queixa-crime poderá ser apresentada
diretamente à autoridade judiciária.

30. (VUNESP/Câmara de Cotia/Procurador Legislativo/2017)


A respeito do Inquérito Policial, assinale a alternativa correta.

a) Nas ações penais públicas, condicionadas à representação, os inquéritos


policiais podem ser iniciados por provocação das vítimas ou, de ofício, pela
Autoridade Policial.

b) O Delegado, encerrada as investigações, convencido da inexistência de crime,


poderá determinar o arquivamento do inquérito policial.

c) Nos inquéritos policiais que apuram crime de tráfico de pessoas, a Autoridade


Policial poderá requisitar diretamente às empresas prestadoras de serviço de
telecomunicações, informações sobre posicionamento de estações de cobertura,
a fim de permitir a localização da vítima ou do suspeito do delito em curso.

d) Nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, diligências


em circunscrição diversa da que tramita o inquérito policial dependerá de
expedição de carta precatória.

e) As diligências requeridas pelo ofendido, no curso do inquérito policial, serão


ou não realizadas a juízo da Autoridade Policial.

31. (VUNESP/TJ-SP/Juiz Substituto/2017)


Durante o inquérito, o advogado

a) pode assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações,


sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele

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decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, mas não pode apresentar
razões e quesitos.

b) não precisa apresentar procuração para examinar autos sujeitos a sigilo,


desde que ainda não conclusos à autoridade.

c) pode ter delimitado, pela autoridade competente, o acesso aos elementos de


prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentadas nos
autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou
da finalidade das diligências.

d) pode examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir a


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
mas não pode copiar peças e tomar apontamentos por meio digital.

32. ( VUNESP/MPE-SP/Analista de Promotoria/2015)


O arquivamento de Inquérito Policial ocorre
a) por ordem do chefe de Polícia, dado o seu caráter administrativo.
b) por ordem da autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia.
c) mediante requisição do Ministério Público, à autoridade policial, por falta de
justa causa para a ação penal.
d) pela autoridade policial, a pedido do curador especial nomeado para o
indiciado, noticiada a sua inimputabilidade penal.
e) por ordem da autoridade policial, constatada a ausência de indícios de
autoria delitiva.

33. ( VUNESP/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


O inquérito policial, nos crimes em que a ação pública depender de
representação, __________ ; nos crimes de ação privada, a autoridade policial
somente poderá proceder a inquérito___________.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.


a) depende de queixa crime para sua instauração … após colher o
consentimento da vítima ou de terceiro patrimonialmente interessado na
investigação do fato
b) pode ser instaurado independentemente dela, mas só pode embasar ação
penal após manifestação positiva da vítima … após oferecimento de queixa crime
c) só pode ser iniciado se não houver transcorrido o prazo decadencial de seis
meses … quando acompanharem a representação do ofendido o nome e
qualificação de ao menos três testemunhas
d) não poderá sem ela ser iniciado … a requerimento de quem tenha qualidade
para intentá-la

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e) depende de queixa crime para sua instauração … após oferecimento de
queixa crime

34. ( VUNESP/PC-CE/Delegado de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


Prescreve o art. 6o , VIII do CPP: logo que tiver conhecimento da prática da
infração penal, a autoridade policial deverá ordenar a identificação do indiciado
pelo processo datiloscópico, se possível.

Acerca do tema, a Constituição da República de 1988


a) recepcionou integralmente o CPP
b) ampliou as hipóteses de identificação criminal, admitindo-a também para
testemunhas e declarantes.
c) ampliou os métodos de identificação criminal, admitindo expressamente
outros que decorram do progresso científico, tais como os exames de DNA.
d) revogou totalmente o dispositivo do CPP, não admitindo mais a identificação
criminal.
e) determina, com exceções previstas em lei, que o civilmente identificado não
será submetido à identificação criminal.

35. (VUNESP/PC-CE/Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


Com relação às previsões relativas ao Inquérito Policial no Código de Processo
Penal, é correto afirmar que
a) o inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
poderá, sem ela, ser iniciado, mas seu encerramento dependerá da juntada
desta.
b) durante a instrução do Inquérito Policial, são vedados os requerimentos de
diligências pelo ofendido, ou seu representante legal; e pelo indiciado, em
virtude da sua natureza inquisitorial.
c) nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito
permanecerão em poder da autoridade policial até a formalização da iniciativa
do ofendido ou de seu representante legal, condição esta obrigatória para a
remessa dos autos ao juízo competente.
d) todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a
escrito ou datilografadas e, nesse caso, rubricadas pela autoridade.
e) qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração
penal em que caiba ação pública poderá, por escrito, comunicá-la à autoridade
policial, sendo vedada a comunicação verbal.

36. (VUNESP/PC-CE/Escrivão de Polícia Civil de 1a Classe/2015)


Segundo o disposto no Código de Processo Penal, consideram-se indícios:

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a) a circunstância conhecida mas ainda não provada que, tendo relação com o
fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
b) o conjunto dos meios de prova de autoria e materialidade que autorize o
oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público
c) a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize
o indiciamento do investigado.
d) a circunstância conhecida e provada que, tendo relação com o fato, autorize,
por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.
e) o conjunto dos elementos de prova de autoria e materialidade que autorize
o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público.

37. (FGV/TJ-AL/Analista Judiciário – Oficial de Justiça


Avaliador/2018)
Gustavo, Delegado de Polícia, é a autoridade policial que preside duas
investigações autônomas em que se apura a suposta prática de crimes de
homicídio contra Joana e Maria. Após realizar diversas diligências, não
verificando a existência de justa causa nos dois casos, elabora relatórios finais
conclusivos e o Ministério Público promove pelos arquivamentos, havendo
homologação judicial. Depois do arquivamento, chega a Gustavo a informação
de que foi localizado um gravador no local onde ocorreu a morte de Maria, que
não havia sido apreendido, em que encontrava-se registrada a voz do autor do
delito. A autoridade policial, ademais, recebe a informação de que a família de
Joana obteve um novo documento que indicava as chamadas telefônicas
recebidas pela vítima no dia dos fatos, em que constam 25 ligações do ex-
namorado de Joana em menos de uma hora.

Considerando as novas informações recebidas pela autoridade policial, é correto


afirmar que:
a) não poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de
Joana, mas poderá ser desarquivado o que investigava a morte de Maria, tendo
em vista que o documento obtido pela família de Joana não existia quando do
arquivamento;
b) poderá haver desarquivamento dos inquéritos diretamente pela autoridade
policial, mas não poderá o Ministério Público oferecer imediatamente denúncia,
ainda que haja justa causa, diante dos arquivamentos anteriores;
c) poderá haver desarquivamento dos inquéritos que investigavam as mortes
de Joana e Maria, pois em ambos os casos houve prova nova, ainda que o
gravador já existisse antes do arquivamento;

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d) poderá haver desarquivamento do inquérito que investigava a morte de
Joana, mas não do de Maria, tendo em vista que apenas no primeiro caso houve
prova nova;
e) não poderá haver prosseguimento das investigações, tendo em vista que
houve decisão de arquivamento que fez coisa julgada.

38. (FGV/TJ-AL/Técnico Judiciário-Área Judiciária/2018)


Enquanto organizava procedimentos que se encontravam no cartório de
determinada Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, o servidor
identifica que há um inquérito em que foram realizadas diversas diligências para
apurar crime de ação penal pública, mas não foi obtida justa causa para o
oferecimento de denúncia, razão pela qual o Delegado de Polícia elaborou
relatório final opinando pelo arquivamento. Verificada tal situação e com base
nas previsões do Código de Processo Penal, caberá ao:
a) juiz realizar diretamente o arquivamento, tendo em vista que já houve
representação nesse sentido por parte da autoridade policial, cabendo contra a
decisão recurso em sentido estrito;
b) Ministério Público realizar diretamente o arquivamento, caso concorde com a
conclusão do relatório da autoridade policial, independentemente de controle
judicial;
c) delegado de polícia, em caso de concordância do juiz, realizar diretamente o
arquivamento após retorno do inquérito policial para delegacia;
d) Ministério Público promover pelo arquivamento, cabendo ao juiz analisar a
homologação em respeito ao princípio da obrigatoriedade;
E) juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor de justiça requerer o
encaminhamento dos autos ao Procurador-Geral de Justiça em caso de
discordância, em controle ao princípio da obrigatoriedade.

39. (FGV/MPE-RJ/Técnico do Ministério Público-Notificações e Atos


Intimatórios/2016)
Maria, 30 anos, foi vítima da prática de um crime de estupro, crime este de ação
penal pública condicionada à representação. Apesar de não querer falar sobre
os fatos ou contribuir para eventuais investigações, a mãe de Maria comparece
à Delegacia e narra os fatos. Diante da situação apresentada e sobre o tema
inquérito policial, é correto afirmar que:
a) apesar de o oferecimento de denúncia depender de representação, a
instauração do inquérito policial independe da mesma;
b) ainda que conclua pela atipicidade dos fatos, uma vez instaurado
formalmente o inquérito policial, não poderá a autoridade policial mandar
arquivar os autos;

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c) o inquérito policial tem como uma de suas características a
indispensabilidade;
d) o Código de Processo Penal proíbe a reprodução simulada dos fatos antes do
oferecimento da denúncia, ainda que com a concordância do indiciado;
e) o inquérito policial tem como características a oralidade, a informalidade e o
sigilo.

40. (FGV/MPE-RJ/Analista do Ministério Público-Processual/2016)


Foi instaurado inquérito policial, no Rio de Janeiro, para apurar as condições da
morte de Maria, que foi encontrada já falecida em seu apartamento, onde residia
sozinha, vítima de morte violenta. As investigações se estenderam por cerca de
três anos, sem que fosse identificada a autoria delitiva, apesar de ouvidos os
familiares, o namorado e os vizinhos da vítima. Em razão disso, o inquérito
policial foi arquivado, nos termos da lei, por ausência de justa causa. Seis meses
após o arquivamento, superando a dor da perda da filha, a mãe de Maria resolve
comparecer ao seu apartamento para pegar as roupas da vítima para doação.
Encontra, então, escondida no armário uma câmera de filmagem e verifica que
havia sido gravada uma briga entre a filha e um amigo do seu namorado dois
dias antes do crime, ocasião em que este afirmou que sempre a amou e que se
Maria não terminasse o namoro “sofreria as consequências”. Considerando a
situação narrada, é correto afirmar que a filmagem:
a) é considerada prova nova ou notícia de prova nova, mas não poderá haver
desarquivamento, já que a decisão de arquivamento fez coisa julgada;
b) não é considerada prova nova ou notícia de prova nova, tendo em vista que
já existia antes do arquivamento, de modo que não cabe desarquivamento com
esse fundamento;
c) é considerada prova nova ou notícia de prova nova, podendo haver
desarquivamento do inquérito pela autoridade competente;
d) considerada ou não prova nova ou notícia de prova nova, poderá gerar o
desarquivamento direto pela autoridade policial para prosseguimento das
investigações;
e) não é considerada prova nova, logo impede o desarquivamento, mas não é
óbice ao oferecimento direto de denúncia.

41. (FGV/PGE-RO/Técnico da Procuradoria/2015)


Foi instaurado inquérito policial para apurar a conduta de Ronaldo, indiciado
como autor do crime de homicídio praticado em face de Jorge. Ao longo das
investigações, a autoridade policial ouviu diversas testemunhas, juntando os
termos de oitiva nos autos do procedimento. Concluídas as investigações, os

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autos foram encaminhados para a autoridade policial. Sobre o inquérito policial,
é correto afirmar que:
a) não é permitido à autoridade policial, em regra, solicitar a realização de
perícias e exame de corpo de delito, dependendo para tanto de autorização da
autoridade judicial;
b) como instrumento de obtenção de justa causa, é absolutamente
indispensável à propositura da ação penal;
c) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso aos elementos
de prova que, já documentados em procedimento investigatório, digam respeito
ao exercício do direito de defesa;
d) constatado, após a instauração do inquérito e conclusão das investigações,
que a conduta do indiciado foi amparada pela legítima defesa, poderá a
autoridade policial determinar diretamente o arquivamento do procedimento;
e) uma vez determinado seu arquivamento pela autoridade competente,
independente do fundamento, não poderá ser desarquivado, ainda que surjam
novas provas.

42. (FGV/TJ-RO/Oficial de Justiça/2015)


No dia 30 de março de 2014, Marta foi vítima de um crime de homicídio, razão
pela qual foi instaurado inquérito policial para identificação do autor do delito.
Após diversas diligências, não foi possível identificar a autoria, razão pela qual
foi realizado o arquivamento do procedimento, pela falta de justa causa, de
acordo com as exigências legais. Ocorre que, em abril de 2015, a filha de Marta
localizou o aparelho celular de Marta e descobriu que seu irmão, Lúcio, havia
enviado uma mensagem de texto para sua mãe, no dia 29 de março de 2014,
afirmando para a vítima “se você não me emprestar dinheiro novamente, arcará
com as consequências”. Diante disso, a filha de Marta apresentou o celular de
sua mãe para a autoridade policial.
Considerando a situação narrada, é correto afirmar que o arquivamento do
inquérito policial:
a) fez coisa julgada material, de modo que não mais é possível seu
desarquivamento;
b) não fez coisa julgada, mas não é possível o desarquivamento porque a
mensagem de texto não pode ser considerada prova nova, já que existia antes
mesmo da instauração do inquérito policial;
c) foi realizado diretamente pela autoridade policial, de modo que não faz coisa
julgada material;
d) não fez coisa julgada material, podendo o inquérito ser desarquivado, tendo
em vista que a mensagem de texto pode ser considerada prova nova;

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e) não fez coisa julgada material, mas não mais caberá desarquivamento, pois
passados mais de 06 meses desde a decisão.

43. (FGV/DPE-RO/Técnico da Defensoria Pública – Técnico


Administrativo/2015)
O inquérito policial é tradicionalmente conceituado como procedimento
administrativo prévio que visa à apuração de uma infração penal e sua autoria,
a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. Sobre suas
principais características, é correto afirmar que:
a) a prova da materialidade e indícios de autoria são necessários para
propositura de ação penal, logo uma das características do inquérito é sua
indispensabilidade;
b) o inquérito policial é instrumento sigiloso, logo não poderá ser acessado em
momento algum pelo advogado do indiciado;
c) o contraditório pleno e a ampla defesa são indispensáveis no inquérito
policial;
d) o inquérito policial é um procedimento significativamente marcado pela
oralidade;
e) o inquérito pode ser considerado indisponível para a autoridade policial, já
que, uma vez instaurado, não poderá ser por ela diretamente arquivado.

44. (FGV/DPE-RO/Técnico da Defensoria Pública – Oficial de


Diligência/2015)
Jorge praticou crime de estupro em face de Júlia, jovem de 24 anos e herdeira
do proprietário de um grande estabelecimento comercial localizado em São
Paulo. O crime, de acordo com o Código Penal e com as suas circunstâncias, é
de ação penal pública condicionada à representação. Não houve prisão em
flagrante, sendo os fatos descobertos por outras pessoas diferentes da vítima
apenas uma semana após a ocorrência. Até o momento, não foi decretada a
prisão preventiva de Jorge. Diante dessa situação, sobre o inquérito policial, é
correto afirmar que:
a) a representação é indispensável para a propositura da ação penal
condicionada, mas a instauração do inquérito policial dela independe;
b) a ausência de contraditório no inquérito impede que o advogado do agente
tenha acesso a qualquer elemento informativo produzido, ainda que já
documentado;
c) caso seja instaurado inquérito, concluindo pela ausência de justa causa,
poderá a autoridade policial determinar o arquivamento do procedimento
diretamente;

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d) estando o indiciado solto, o inquérito policial deverá ser concluído
impreterivelmente no prazo de 15 dias, prorrogáveis apenas uma vez por igual
período;
e) o arquivamento do inquérito por ausência de justa causa permite um
posterior desarquivamento pela autoridade competente, caso surjam novas
provas.

45. (FGV/TJ-BA/Técnico Judiciário-Escrevente/2015)


As formas de instauração do inquérito policial variam de acordo com a natureza
do delito. Nos casos de ação penal pública incondicionada, a instauração do
inquérito policial pode se dar:
a) de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público;
mediante requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
b) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial;
mediante requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
c) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério
Público; mediante requisição do ofendido; e por auto de resistência;
d) de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial;
mediante requerimento do ofendido; e por auto de resistência;
e) de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da
Justiça; mediante requisição do ofendido; e por auto de resistência.

46. (CESPE/ Polícia Federal/ Agente de Polícia Federal/2018)


Depois de adquirir um revólver calibre 38, que sabia ser produto de crime, José
passou a portá-lo municiado, sem autorização e em desacordo com
determinação legal. O comportamento suspeito de José levou-o a ser abordado
em operação policial de rotina. Sem a autorização de porte de arma de fogo,
José foi conduzido à delegacia, onde foi instaurado inquérito policial.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item seguinte.
O inquérito instaurado contra José é procedimento de natureza administrativa,
cuja finalidade é obter informações a respeito da autoria e da materialidade do
delito.
( ) Certo
( ) Errado

47. (CESPE/ PC-SE/ Delegado de Polícia/2018)


Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e
às garantias constitucionais.

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No âmbito do inquérito policial, cuja natureza é inquisitiva, não se faz necessária
a aplicação plena do princípio do contraditório, conforme a jurisprudência
dominante.
( ) Certo
( ) Errado

48. (CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014)


No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato
criminoso não ocorreu.
( ) Certo
( ) Errado

49. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


A respeito dos procedimentos de investigação, julgue o item que se segue.
O inquérito policial tem caráter inquisitório, dispensando a ampla defesa e o
contraditório, motivo pelo qual os elementos de informação nele documentados
não são disponibilizados ao defensor do investigado.
( ) Certo
( ) Errado

50. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue os itens a seguir.
De acordo com o CPP, qualquer pessoa do povo, ao tomar conhecimento da
prática de atos delituosos, deverá comunicá-los à autoridade policial, seja
verbalmente, seja por via formal.
( ) Certo
( ) Errado

51. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


Acerca do inquérito policial, do acusado e seu defensor e da ação penal, julgue
o item que se segue.
Em se tratando de crimes que se processam mediante ação penal pública
incondicionada, o inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela
autoridade policial.
( ) Certo
( ) Errado

52. (CESPE /MPU - Analista do MPU - Direito/2018)

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Em relação a inquérito policial, ação penal e competência, julgue o próximo
item, de acordo com o entendimento da doutrina majoritária e dos tribunais
superiores.
É de seis meses o prazo para que o ministro da Justiça requeira a instauração
de inquérito policial em crime de ação penal pública condicionada. Findo esse
prazo, opera-se a decadência do direito de ação.
( ) Certo
( ) Errado

53. (CESPE/EBSERH/Advogado/2018)
Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência
e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o
item a seguir.
A denúncia anônima de fatos graves, por si só, impõe a imediata instauração de
inquérito policial, no âmbito do qual a autoridade policial deverá verificar se a
notícia é materialmente verdadeira.
( ) Certo
( ) Errado

54. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça – Matutina/2014)


Analise os enunciados das questões abaixo e assinale se ele é Certo ou Errado.
Ao dispor sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, a
Lei n. 12.830/2013 determinou que o inquérito policial ou outro procedimento
previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por
superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de
interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos
previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da
investigação.
( ) Certo
( ) Errado

55. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário – Área


Administrativa/2017)
Acerca do inquérito policial, julgue o próximo item.
Apenas no caso em que o investigado estiver preso preventivamente, o inquérito
policial deverá se encerrar em até dez dias, contados a partir do dia subsequente
à execução da ordem de prisão.
( ) Certo
( ) Errado

56. (Exponencial Concursos/Questão Inédita/Prof. Enilson


Rocha/2018)

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Em relação ao inquérito policial e às garantias do indiciado, julgue o item
subsequente.
Se o indiciado não comparecer para ser interrogado, poderá ser determinada
sua condução coercitiva.
( ) Certo
( ) Errado

57. (CESPE/ Polícia Federal/Papiloscopista Policial Federal/2018)


Na tentativa de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um
veículo, um traficante disparou um tiro contra agente policial federal que estava
em missão em unidade fronteiriça. Após troca de tiros, outros agentes
prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local
e levaram o colega ferido ao hospital da região.
Nessa situação hipotética,
Ao tomar conhecimento do homicídio, cuja ação penal é pública incondicionada,
a autoridade policial terá de instaurar o inquérito de ofício, o qual terá como
peça inaugural uma portaria que conterá o objeto de investigação, as
circunstâncias conhecidas e as diligências iniciais que serão cumpridas.
( ) Certo
( ) Errado

58. ( CESPE/ EBSERH/EBSERH-Advogado/2018)


Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência
e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o
item a seguir.
No caso de crime de ação penal privada, a instauração de inquérito policial por
força de requerimento formulado pelo ofendido no prazo legal não interromperá
o prazo decadencial para o oferecimento da queixa-crime.
( ) Certo
( ) Errado

59. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


A respeito dos procedimentos de investigação, julgue o item que se segue.
Notitia criminis é o meio pelo qual a vítima de delito ou o seu representante
legal manifesta sua vontade a respeito da instauração do inquérito policial e do
posterior oferecimento de denúncia, nas hipóteses de ação penal pública
condicionada.
( ) Certo
( ) Errado

60. (CESPE/ STJ /Técnico Judiciário - Administrativa/2018)


No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a
liberdade, julgue o seguinte item.

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Situação hipotética: Pedro teve a prisão temporária decretada no curso de
uma investigação criminal. Ao final de cinco dias, o Ministério Público requereu
a conversão de sua segregação em prisão preventiva. Assertiva: Nessa
situação, o prazo para o término do inquérito policial será contado da data em
que a prisão temporária tiver sido convertida em prisão preventiva.
( ) Certo
( ) Errado

61. (CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência – Área 2/2018)


A respeito do inquérito policial, julgue o item seguinte.
A autoridade policial poderá instaurar inquérito policial de ofício nos crimes cuja
ação penal seja de iniciativa privada.
( ) Certo
( ) Errado

62. (CESPE/TRF 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador Federal/2017)
A respeito de inquérito policial, julgue o item subsequente.
Apesar de se tratar de procedimento inquisitorial no qual não se possa exigir a
plena observância do contraditório e da ampla defesa, a assistência por
advogado no curso do inquérito policial é direito do investigado, inclusive com
amplo acesso aos elementos de prova já documentados que digam respeito ao
direito de defesa.
( ) Certo
( ) Errado

63. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça/2013)


O prazo para conclusão do inquérito policial será de 10 (dez) dias quando o
indiciado estiver preso preventivamente, contados a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão; enquanto o inquérito policial militar deverá
terminar dentro em 20 (vinte) dias, se o indiciado estiver preso, contados esse
prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão.
( ) Certo
( ) Errado

64. (FUNIVERSA/SEAP-DF/Agente de Ativ. Penitenciárias/2015)


No que se refere ao direito processual penal, julgue o item, segundo o
entendimento dos tribunais superiores e da doutrina dominante.
No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição
policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que
esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, desde que
mediante precatórias ou requisições.

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( ) Certo
( ) Errado

65. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2015)


Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo
Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de
inquérito policial: o Ministério Público pode requerer ao juiz a devolução do
inquérito à autoridade policial, se necessária a realização de nova diligência
imprescindível ao oferecimento da denúncia, como, por exemplo, de laudo
pericial do local arrombado.
( ) Certo
( ) Errado

66. (CESPE/Polícia Federal/Agente de Polícia Federal/2014)


Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a autoridade policial
deverá determinar, se for caso, a realização das perícias que se mostrarem
necessárias e proceder a acareações.
( ) Certo
( ) Errado

67. (CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014)


No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
A autoridade policial poderá arquivar o inquérito policial se verificar que o fato
criminoso não ocorreu.
( ) Certo
( ) Errado

68. (CESPE/Polícia Federal/Agente Administrativo/2014)


A respeito da investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia, julgue o
item abaixo.
Suponha que um delegado da Polícia Federal, ao tomar conhecimento de um
ilícito penal federal, instaure inquérito policial para a apuração do fato e da
autoria do ilícito e que, no curso do procedimento, o seu superior hierárquico,
alegando motivo de interesse público, redistribua o inquérito a outro delegado.

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Nessa situação, o ato do superior hierárquico está em desacordo com a
legislação, que veda expressamente a redistribuição de inquéritos policiais em
curso.
( ) Certo
( ) Errado

69. (CESPE/PGE-BA/Procurador do Estado/2014)


Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à
autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados.
( ) Certo
( ) Errado

70. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue os itens
a seguir.
Segundo as normas processuais penais vigentes, a autoridade policial não pode
determinar o arquivamento do inquérito, salvo se o MP, previamente
consultado, concordar com tal determinação.
( ) Certo
( ) Errado

71. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Considerando as normas referentes ao inquérito policial, julgue os itens a seguir.
De acordo com o CPP, qualquer pessoa do povo, ao tomar conhecimento da
prática de atos delituosos, deverá comunicá-los à autoridade policial, seja
verbalmente, seja por via formal.
( ) Certo
( ) Errado

72. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Julgue os itens subsequentes, a respeito da participação do MP no curso
das investigações criminais, na instrução processual e na fase recursal.
Nos termos da legislação processual vigente, o MP não está limitado à prévia
instauração de inquéritos policiais para promover ações penais públicas, ainda
que a apuração dos crimes seja complexa.
( ) Certo

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( ) Errado

73. (CESPE/PG-DF/Procurador/2013)
Julgue os itens subsequentes, a respeito da participação do MP no curso
das investigações criminais, na instrução processual e na fase recursal.
Conforme jurisprudência pacificada no STJ, a participação de membro do MP na
fase investigatória criminal acarreta, por esse fato, a sua suspeição para o
oferecimento da respectiva denúncia.
( ) Certo
( ) Errado

74. (CESPE/SEGESP-AL/Papiloscopista/2013)
Mário foi surpreendido no momento em que praticava crime de ação penal
pública condicionada à representação. A partir dessa situação hipotética, julgue
os itens a seguir.
Mário será identificado criminalmente pelo processo datiloscópico, procedimento
obrigatório e indispensável em caso de indiciamento.
( ) Certo
( ) Errado

75. (CESPE/SEGESP-AL/Papiloscopista/2013)
Acerca de diligências e outras providências em caso de investigação criminal,
julgue os itens subsequentes.
A busca domiciliar deve ser feita durante o dia, sem necessidade de mandado
judicial quando realizada pela própria autoridade policial pessoalmente.
( ) Certo
( ) Errado

76. (CESPE/SEGESP-AL/Todos os Cargos/2013)


Uma mulher foi vítima de crime de ação penal pública condicionada à
representação, contudo, somente seis meses após a ocorrência do crime,
conseguiu identificar o autor do fato, ao vê-lo andando na rua, ocasião em que
se dirigiu imediatamente à delegacia para comunicar o fato e solicitar à
autoridade policial a tomada de providências.
Com base na situação hipotética acima, julgue o item a seguir.
O delegado poderá instaurar o inquérito policial somente caso a vítima se
manifeste nesse sentido, dada a representação ser uma condição de
procedibilidade para o exercício da ação penal.

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( ) Certo
( ) Errado

77. (CESPE/DEPEN/Agente Penitenciário/2013)


O delegado de polícia, mediante despacho nos autos do inquérito policial, poderá
determinar a incomunicabilidade do indiciado sempre que o interesse da
sociedade ou a conveniência da investigação o permitir.
( ) Certo
( ) Errado

78. (CESPE/PRF/Policial Rodoviário Federal/2013)


No que concerne às disposições preliminares do Código de Processo Penal (CPP),
ao inquérito policial e à ação penal, julgue os próximos itens.
O Ministério Público pode oferecer a denúncia ainda que não disponha do
inquérito relatado pela autoridade policial.
( ) Certo
( ) Errado

79. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário - Área Judiciária/2015)


Após a realização de inquérito policial iniciado mediante requerimento da vítima,
Marcos foi indiciado pela autoridade policial pela prática do crime de furto
qualificado por arrombamento.
Nessa situação hipotética, de acordo com o disposto no Código de Processo
Penal e na atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça acerca de
inquérito policial, o prazo legal para que o delegado de polícia termine o
inquérito policial é de trinta dias, se Marcos estiver solto, ou de dez dias, se
preso preventivamente pelo juiz, contado esse prazo, em ambos os casos, da
data da portaria de instauração.

80. (CESPE/PC-DF/Agente de Polícia/2013)


Considerando, por hipótese, que, devido ao fato de estar sendo investigado pela
prática de latrocínio, José tenha contratado um advogado para acompanhar as
investigações, julgue o item a seguir.
Embora o inquérito policial seja um procedimento sigiloso, será assegurado ao
advogado de José o acesso aos autos.
( ) Certo
( ) Errado

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81. (CESPE/PC-BA/Delegado de Polícia/2013)


Um delegado de polícia, tendo recebido denúncia anônima de que Mílton estaria
abusando sexualmente de sua própria filha, requereu, antes mesmo de colher
provas acerca da informação recebida, a juiz da vara criminal competente a
interceptação das comunicações telefônicas de Mílton pelo prazo de quinze dias,
sucessivamente prorrogado durante os quarenta e cinco dias de investigação.
Kátia, ex-mulher de Mílton, contratou o advogado Caio para acompanhar o
inquérito policial instaurado. Mílton, então, ainda no curso da investigação,
resolveu interceptar, diretamente e sem o conhecimento de Caio e Kátia, as
ligações telefônicas entre eles, tendo tomado conhecimento, devido às
interceptações, de que o advogado cometera o crime de tráfico de influência.
Em razão disso, Mílton procurou Kátia e solicitou que ela concordasse com a
divulgação do conteúdo das gravações telefônicas, ao que Kátia anuiu
expressamente. Mílton, então, apresentou ao delegado o conteúdo das
gravações, que foram utilizadas para subsidiar ação penal iniciada pelo MP
contra Caio, pela prática do crime de tráfico de influência.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item seguinte, a respeito
das interceptações telefônicas.
O delegado de polícia não poderia ter determinado a instauração de inquérito
policial exclusivamente com base na denúncia anônima recebida.
( ) Certo
( ) Errado

82. ( CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo2014)


Paulo e João foram surpreendidos nas dependências da Câmara dos Deputados
quando subtraíam carteiras e celulares dos casacos e bolsas de pessoas que ali
transitavam. Paulo tem dezessete anos e teve acesso ao local por intermédio
de João, que é servidor da Casa.
Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Poderá ser dispensado o inquérito policial referente ao caso se a apuração feita
pela polícia legislativa reunir informações suficientes e idôneas para o
oferecimento da denúncia.
( ) Certo
( ) Errado

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25 Gabarito

Gabarito 1: A Gabarito 29: A Gabarito 57: Certo

Gabarito 2: D Gabarito 30: E Gabarito 58: Certo

Gabarito 3: B Gabarito 31: C Gabarito 59: Errado

Gabarito 4: E Gabarito 32: B Gabarito 60: Certo

Gabarito 5: D Gabarito 33: D Gabarito 61: Errado

Gabarito 6: C Gabarito 34: E Gabarito 62: Certo

Gabarito 7: D Gabarito 35: D Gabarito 63: Certo

Gabarito 8: E Gabarito 36: D Gabarito 64: Errado

Gabarito 9: B Gabarito 37: C Gabarito 65: Certo

Gabarito 10: B Gabarito 38: D Gabarito 66: Certo

Gabarito 11: A Gabarito 39: B Gabarito 67: Errado

Gabarito 12: B Gabarito 40: C Gabarito 68: Errado

Gabarito 13: C Gabarito 41: C Gabarito 69: Certo

Gabarito 14: E Gabarito 42: D Gabarito 70: Errado

Gabarito 15: B Gabarito 43: E Gabarito 71: Errado

Gabarito 16: B Gabarito 44: E Gabarito 72: Certo

Gabarito 17: A Gabarito 45: A Gabarito 73: Errado

Gabarito 18: D Gabarito 46: Certo Gabarito 74: Errado

Gabarito 19: C Gabarito 47: Certo Gabarito 75: Errado

Gabarito 20: B Gabarito 48: Errado Gabarito 76: Certo

Gabarito 21: D Gabarito 49: Errado Gabarito 77: Errado

Gabarito 22: B Gabarito 50: Errado Gabarito 78: Certo

Gabarito 23: E Gabarito 51: Certo Gabarito 79: Errado

Gabarito 24: A Gabarito 52: Errado Gabarito 80: Certo

Gabarito 25: A Gabarito 53: Errado Gabarito 81: Certo

Gabarito 26: E Gabarito 54: Certo Gabarito 82: Certo

Gabarito 27: A Gabarito 55: Errado

Gabarito 28: A Gabarito 56: Errado

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26 Referencial bibliográfico
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Código de Processo Penal interpretado. 11. ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
PACHECO, Denilson Feitoza. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis –
5ª Ed., ver. e atual. com Emenda Constitucional da “Reforma do Judiciário”.
Niterói, RJ: Impetus, 2008.
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. – 21. Ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Atlas, 2017.
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. – 9. ed. rev. eatual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único -5. ed. rev.
ampl. e atual.-Salvador: Ed. JusPodivm, 2017.
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal. 10ª edição. Ed. Saraiva, 2013.

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