Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 04
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Agentes públicos.............................................................................................................................................................. 3
Normas constitucionais sobre agentes públicos ........................................................................................ 11
Cargo, emprego e função......................................................................................................................................... 11
Acesso a cargos, empregos e funções públicas .............................................................................................. 16
Concurso público........................................................................................................................................................ 19
Cargos em comissão e funções de confiança .................................................................................................. 36
Contratação temporária .......................................................................................................................................... 39
Regime jurídico ........................................................................................................................................................... 43
Estabilidade .................................................................................................................................................................. 46
Provimento ...................................................................................................................................................................... 51
Provimento originário ............................................................................................................................................. 52
Provimento derivado................................................................................................................................................ 53
Remoção e redistribuição ....................................................................................................................................... 62
Substituição ..................................................................................................................................................................... 66
Regime disciplinar....................................................................................................................................................... 67
Deveres........................................................................................................................................................................... 67
Responsabilidades ..................................................................................................................................................... 68
Penalidades .................................................................................................................................................................. 74
Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar .................................................................................. 84
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 96
Jurisprudência da aula .............................................................................................................................................. 99
Questões comentadas na aula .............................................................................................................................127
Gabarito ...........................................................................................................................................................................132
AGENTES PÚBLICOS
Agentes delegados
Agentes credenciados
Agentes políticos
São os ocupantes dos primeiros escalões do Poder Público, aos
quais incumbe a elaboração de normas legais e de diretrizes de atuação
governamental, assim como as funções de direção, orientação e
supervisão geral da Administração Pública.
São agentes políticos:
Chefes do Executivo (Presidente da República, governadores e
prefeitos).
Auxiliares imediatos dos chefes do Executivo (ministros,
secretários estaduais e municipais).
Membros do Poder Legislativo (senadores, deputados e
vereadores).
Quanto aos Conselheiros dos Tribunais de Contas, vale saber que o STF, pelo menos
uma vez, se manifestou classificando-os como agentes administrativos, haja vista
que exercem a função de auxiliar do Legislativo no controle da Administração
Pública2. Por conta desse entendimento, o Supremo considerou que a nomeação dos
Conselheiros dos Tribunais de Contas deve se submeter aos preceitos da
Súmula Vinculante nº 13, que veda a prática de nepotismo, mas não alcança a
nomeação de agentes políticos.
Agentes administrativos
São todos aqueles que se vinculam aos órgãos e entidades da
Administração Pública por relações profissionais e remuneradas,
sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico determinado pela
entidade estatal a que servem. Essa terminologia também se deve ao fato
de desempenharem atividades administrativas.
Podem ser assim classificados:
2 Rcl 6.702/PR
Agentes honoríficos
São cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar,
transitoriamente, determinados serviços relevantes ao Estado, em
razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória
capacidade profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou
estatutário e, normalmente, sem remuneração.
Exemplos de agentes honoríficos são os jurados, os mesários
eleitorais, os membros dos Conselhos Tutelares dentre outros.
Agentes delegados
São particulares que recebem a incumbência da execução de
determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome
próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob
sua permanente fiscalização. A remuneração que recebem não é paga
pelos cofres públicos, e sim pelos usuários do serviço.
Nessa categoria encontram-se os funcionários das concessionárias e
permissionárias de obras e serviços públicos, os leiloeiros, os que exercem
serviços notariais e de registro, os tradutores e intérpretes públicos e
demais pessoas que colaboram com o Poder Público (descentralização por
colaboração).
Esses agentes, sempre que lesarem interesses alheios no exercício da
atividade delegada, sujeitam-se à responsabilidade civil objetiva (CF,
art. 37, §6º) e ao mandado de segurança (CF, art. 5º, LXIX). Ademais,
também se enquadram como “funcionários públicos” para fins penais.
Agentes credenciados
São os que recebem a incumbência da Administração para
representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica,
mediante remuneração do Poder Público credenciante. Como exemplo,
pode-se citar determinada pessoa de renome que tenha sido designada
para representar o Brasil em um evento internacional (ex: Pelé e Ronaldo
na organização da Copa do Mundo).
Agentes de fato
Afora as categorias anteriormente apresentadas, a doutrina costuma
dar destaque aos agentes de fato, isto é, aqueles que se investem da
função pública de forma emergencial ou irregular. A nomenclatura
“agentes de fato” é empregada justamente para distingui-los dos “agentes
de direito”4.
3 A expressão funcionários públicos é usada no Código de Processo Penal com o mesmo sentido de
agentes públicos
4 Carvalho Filho (2014, p. 597).
7. (Cespe – TRE/MS 2013) É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma
investidura normal e regular, execute uma função pública em nome do Estado.
Comentário: Em homenagem ao princípio da proteção à confiança, é
possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura normal e regular,
execute uma função pública em nome do Estado. A doutrina classifica essas
pessoas como agentes de fato, pois praticam atos administrativos sem serem
agentes de direito. Como exemplo, pode-se citar o agente investido de forma
irregular que recebe tributos pagos por contribuintes. Ora, os contribuintes
são terceiros de boa-fé e fizeram os pagamentos a alguém que tinha
efetivamente a aparência de servidor legitimamente investido. Sendo assim, as
quitações são consideradas válidas, devendo a Administração convalidar os
atos praticados pelo agente de fato.
Gabarito: Certo
Leitura obrigatória:
CF, art. 37 a 41
6Ressalte-se, porém, que os empregados públicos não possuem estabilidade, direito reservado aos
servidores estatutários. Eles podem, inclusive, ser demitidos sem justa causa, desde que haja a devida
motivação e lhes seja garantido o contraditório e a ampla defesa.
10. (Cespe – MIN 2013) Nas empresas públicas e sociedades de economia mista,
não existem cargos públicos, mas somente empregos públicos.
Comentários: O quesito está correto. Os cargos públicos, de provimento
efetivo ou em comissão, ocupados por servidores públicos estatutários, estão
presentes nos órgãos e entidades de direito público (administração direta,
autarquias e fundações públicas). Já os empregos públicos, ocupados por
empregados públicos celetistas, estão presentes nas entidades
administrativas de direito privado (empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações públicas de direito privado).
Por oportuno, saliente-se que os dirigentes das empresas estatais
(diretores e membros do conselho de administração) não são empregados
públicos celetistas. Eles constituem uma categoria à parte, regidos por leis
específicas, como o Código Civil e a Lei 6.404/1976 (Lei das S/A).
Gabarito: Certo
7 RE 544.655/MG
8 AI 590.663/RR
9 RE 528.684/MS
10 AgRg no RMS 41.515/BA e RMS 44.127/AC
CONCURSO PÚBLICO
13 ARE 685.870-AgR
Nos termos do art. 37, inciso II, o concurso público deve ser sempre
de “provas” ou de “provas e títulos”. Portanto, não se admite concurso
público em que não se realize provas, vale dizer, que sejam baseados
apenas na análise de títulos ou currículos. Ou o concurso é só de provas
ou é de provas e títulos.
Para ser considerado de “provas e títulos”, os títulos devem servir
como critério de classificação, e não apenas como requisito de
habilitação. Por exemplo, é de “provas e títulos” um concurso que
apresente fase específica de atribuição de pontos a cada título de
mestrado, doutorado ou de proficiência em língua estrangeira apresentado
14 Os conselhos de fiscalização profissional, posto que autarquias criadas por lei e ostentando
personalidade jurídica de direito público, exercendo atividade tipicamente pública, qual seja, a fiscalização
do exercício profissional, submetem-se às regras encartadas no art. 37, II, da CB/1988, quando da
contratação de servidores (RE 539.224, julgamento em 22-5-2012) No mesmo sentido: MS 26.424,
julgamento em 19-2-2013. Ou seja, os conselhos profissionais devem realizar concurso público.
15 ADI 3.522/RS
16Lei 8.112/1990, art. 11: O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em
duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas .
19 Sumula 15 do STF: Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito à
todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação
obtida.
23 RE 440.988/DF
24 Art. 42. A publicação do resultado final do concurso será feita em duas listas, contendo, a primeira, a
Ademais, a cota para negros somente será aplicada nos concursos com 3 ou mais
vagas. O arredondamento na hipótese de quantitativo fracionado poderá ser para
mais ou para menos, a depender se a fração for maior ou menor que 0,5,
respectivamente. Diferentemente, no caso dos portadores de deficiência, o
arredondamento é sempre para mais.
Por fim, a Constituição Federal (art. 37, §2º) estabelece que a não
observância da exigência de concurso público ou do seu prazo de validade
“implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos
termos da lei”. Sendo assim, os atos administrativos de nomeação ou
contratação para cargos ou empregos efetivos que não tenham sido
precedidos de concurso público, ou que tenham ocorrido após o transcurso
do prazo de validade do certame, são eivados de ilegalidade e, assim,
poderão ser anulados pela própria Administração ou pelo Poder
Judiciário, implicando o desligamento das pessoas ilegalmente
admitidas. Saliente-se, contudo, que a remuneração recebida por essas
pessoas em razão do serviço efetivamente prestado não precisará ser
devolvida, sob pena de enriquecimento sem causa do Estado25.
25 Da mesma forma, o empregado público admitido ilegalmente sem concurso, desde que tenha recebido
salário, tem direito ao depósito do FGTS mesmo quando reconhecida a nulidade da contratação
(RE 596.478/RR).
26 RE 598.099/MS
27 ARE 675.202/PB.
28 RMS 32.105/DF
29 RMS 33.426/RS (Informativo 481 do STJ)
30 RE 837.311
31 AI 820.065/GO
32 RMS 24.551/DF
33 MS 27.160/DF
34 RE 352.258/BA
35 RE 486.184/SP
36 RMS 23.432/DF
37 AI 735.389/DF
38 RMS 39.580/PE
39 RE 630.733
40 RE 606.728/DF
41 RMS 32.732/DF
42 MS 30.859/DF
43 RE 434.708/RS
14. (Cespe – PC/BA 2013) Para que ocorra provimento de vagas em qualquer
cargo público, é necessária a prévia aprovação em concurso público.
Comentário: Os cargos públicos podem ser de provimento efetivo ou em
comissão. Exige-se aprovação prévia em concurso público apenas para
acesso aos cargos públicos de provimento efetivo. Já os cargos de
provimento em comissão são de livre nomeação e exoneração. A expressão
“qualquer cargo”, portanto, macula o quesito.
Gabarito: Errado
15. (Cespe – PRF 2013) A nomeação para cargo de provimento efetivo será
realizada mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e
títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade
competente.
Comentário: O quesito está errado. A nomeação para cargo de
provimento efetivo sempre requer a aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos. O provimento efetuado por livre escolha da
autoridade competente refere-se aos cargos em comissão.
Gabarito: Errado
44 MS 30.860/DF
Gabarito: Certo
17. (Cespe – Suframa 2014) É possível que edital de concurso público preveja a
participação de concorrentes de determinado sexo em detrimento do outro.
Comentário: O item está correto. A discriminação de gênero em concurso
público deve ser vista como exceção, mas é possível, desde que exista
justificativa razoável e previsão em lei. É o caso, por exemplo, dos concursos
públicos para agentes penitenciários em presídios femininos, em que se
mostra razoável restringir o acesso a pessoas do sexo feminino.
Gabarito: Certo
19. (Cespe – TRT5 2013) A administração pública tem ampla liberdade para
escolher o limite de idade para a inscrição em concurso público.
Comentário: O item está errado. Eventual restrição de idade para acesso
ao serviço público deve estar prevista em lei, ou seja, não é o tipo de decisão
sujeita à ampla discricionariedade da Administração. Dessa forma, o edital de
um concurso público não pode impor tal restrição sem que tenha amparo em
alguma lei. Ademais, vale relembrar ainda a Súmula 683 do STF, pela qual “o
limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido”.
Gabarito: Errado
46Na esfera federal, ainda não existe uma lei geral aplicável a todas as carreiras. Existe apenas a Lei
11.415/2006, aplicável ao Ministério Público da União, a qual prescreve que no mínimo 50% dos cargos
em comissão devem ser destinados aos servidores das carreiras do MPU. No âmbito do Executivo Federal,
há o Decreto 5.497/2005, que estabelece percentuais para provimento dos cargos comissionados DAS 1 a
DAS 6.
47 RE 365.368/SC (Informativo STF 468)
48ADI 2.997/RJ
49O Decreto 7.203/2010 regulamenta a proibição ao nepotismo no âmbito da Administração Pública
Federal. Vale a pena dar uma olhada nele!
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
Por este último item, o STF veda que a Administração, por má gestão
e falhas de planejamento, se utilize da contratação temporária de pessoal
para o exercício de atividades permanentes, normais, usuais, regulares do
órgão ou entidade contratante (ex: contratar médicos para hospital e
professores para escolas). Veja, porém, que não há uma vedação
absoluta. O que a jurisprudência do Supremo diz é que, para ser
legítima, a necessidade de contratação temporária para o exercício de
atividades ordinárias e permanentes do órgão ou entidade deve decorrer
de situações fáticas, previamente descritas na lei, realmente
52 ADI 3.430/ES
53 Informativo STF 740
REGIME JURÍDICO
56 ADI 2135/DF
ESTABILIDADE
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
finalidade.
Efeitos da estabilidade
A estabilidade no cargo é uma garantia constitucional que protege o
servidor de ser livremente exonerado ou demitido do cargo.
Como visto, o servidor estável só poderá perder o cargo nas
hipóteses expressamente previstas na Constituição que, basicamente, se
referem à condenação, após o devido processo legal, pela prática de
crimes, atos de improbidade ou infrações funcionais graves ou, ainda,
como última solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da
LRF.
Todavia, isso não significa que o servidor investido em cargo efetivo
que ainda não tenha alcançado a estabilidade possa ser livremente
afastado, como se fosse um cargo em comissão. Não é isso. Mesmo que
se trate de servidor não estável, o ato de demissão ou exoneração do
servidor deve ser necessariamente motivado, além de efetivado
57Súmula 21 do STF funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem
inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade
58 Lucas Furtado (2014, p. 776).
59 Súmula 22 do STF: o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo
PROVIMENTO
Originário Derivado
Nomeação Promoção
Readaptação
Reversão
Aproveitamento
Reintegração
Recondução
PROVIMENTO ORIGINÁRIO
Caráter efetivo
Provimento originário Nomeação
Em comissão
62 www.dizerodireito.com.br
PROVIMENTO DERIVADO
Vertical Promoção
Provimento
Horizontal Readaptação
derivado
Reversão
Reintegração
Reingresso
Recondução
Aproveitamento
Promoção
Promoção é o provimento do sujeito em um cargo de hierarquia
superior na carreira. Diz-se, então, que a promoção é modalidade de
provimento derivado própria dos cargos organizados em carreira.
Caracterizam-se as carreiras pela existência de um cargo inicial,
provido por meio de nomeação, e de cargos mais elevados, preenchidos
por meio de promoção, com adição de vencimentos e de
responsabilidades.
Por exemplo: a lei prevê que a carreira de Auditor Federal de
Controle Externo do TCU (AUFC) é dividida em 3 classes; a pessoa, após
ser aprovada em concurso público, é nomeada para o cargo inicial da
carreira, isto é, AUFC classe A; após determinado tempo e cumpridos
certos requisitos, poderá ser promovida a AUFC classe B e depois a AUFC
classe especial.
A promoção, ao contrário da ascensão funcional para cargo de
carreira distinta, é constitucional, pois representa apenas o
desenvolvimento do servidor na carreira do cargo para o qual ele prestou
concurso.
Readaptação
Readaptação é a investidura do servidor em cargo diverso do que
ocupava, em virtude de limitação que tenha sofrido em sua capacidade
física ou mental, verificada em inspeção médica (art. 24).
A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins,
respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de
vencimentos. Logicamente, as atribuições do novo cargo devem ser
compatíveis com as limitações sofridas pelo servidor, que o incapacitaram
de continuar exercendo o cargo anterior.
Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas
atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
A readaptação constitui uma alternativa à aposentadoria por
invalidez. Contudo, se o indivíduo for julgado incapaz de exercer qualquer
atividade administrativa, deverá ser aposentado.
Segundo a jurisprudência do STJ63, a readaptação é instituto que se
destina apenas aos servidores efetivos, não se estendendo aos
Reversão
Reversão é forma de provimento derivado que consiste no retorno à
atividade de servidor aposentado (art. 25).
A doutrina ensina que há duas modalidades de reversão:
Reversão de ofício (compulsória): quando junta médica oficial
declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria por invalidez
(art. 25, I).
Reversão a pedido (voluntária): aplicável ao servidor estável que
obteve aposentadoria voluntária e tenha solicitado a reversão (art. 25,
II).
Caso o cargo esteja provido, o servidor A reversão só ocorre se houver cargo vago
exercerá suas atribuições como excedente, (não há a figura do excedente).
até a ocorrência de vaga.
Pode ocorrer a qualquer tempo. Só pode ocorrer caso não tenha transcorrido
mais de 5 anos desde a aposentadoria.
Reintegração
Reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, em
virtude de invalidação do ato de sua demissão, por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens
a que teria direito o servidor a partir da data de afastamento do cargo,
inclusive as promoções (art. 28).
Se o cargo de origem não mais existir, o servidor será colocado em
disponibilidade. Se o cargo estiver ocupado, seu ocupante, se estável,
será reconduzido ao cargo de origem (sem direito à indenização), ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço; se não estável, o
ocupante será exonerado.
Recondução
Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
ocupado e decorrerá de (art. 29):
Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.
Reintegração do anterior ocupante.
Em qualquer caso, a recondução se aplica exclusivamente ao
servidor estável.
A primeira hipótese se refere ao servidor já estável que é aprovado
em concurso público para outro cargo, no qual necessariamente será
submetido a estágio probatório para avaliar sua aptidão para o exercício
das atribuições do novo cargo. Caso seja reprovado no estágio, o servidor
será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. A reprovação indica
simplesmente que ele não é capaz de exercer as atribuições específicas
daquele novo cargo; quanto ao seu cargo original, a reprovação não causa
implicação alguma.
O instituto da recondução existe porque o servidor não é estável em
um determinado cargo, mas sim no serviço público. Por isso é que o
servidor estável reprovado em estágio probatório tem direito a retornar ao
seu cargo original, para o qual se mostrou apto.
A jurisprudência tem admitido que o servidor estável em estágio
probatório tem direito de pedir a sua recondução ao cargo que
anteriormente ocupava. Ou seja, ainda que não seja reprovado, o servidor
pode desistir do estágio probatório e retornar ao antigo cargo por
iniciativa própria. É a chamada recondução a pedido. Ressalte-se que
esse direito somente é reconhecido enquanto o servidor estiver em
estágio probatório no novo cargo. Após esse período, a recondução não
poderá ser requerida66.
A segunda hipótese de recondução refere-se à reintegração do
servidor que antes ocupava o cargo ora preenchido por um novo servidor.
Nessa situação, como vimos, esse novo servidor, se estável, será
reconduzido ao seu cargo anterior, sem direito a qualquer indenização,
ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponibilidade, com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
66 MS 24.543/DF
Aproveitamento
Aproveitamento é o retorno do servidor que havia sido posto em
disponibilidade (art. 30 a 32).
Lembre-se de que somente o servidor estável é colocado em
disponibilidade (com remuneração proporcional ao tempo de serviço), nas
hipóteses de extinção do cargo que ocupava ou de declaração da sua
desnecessidade (CF, art. 41, §3º).
O aproveitamento ocorrerá obrigatoriamente em cargo de
atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Nos termos do art. 32 da Lei 8.112/1990 “será tornado sem efeito
o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não
entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
médica oficial”. Vale saber que a cassação de disponibilidade constitui
uma penalidade disciplinar, de caráter punitivo, cuja aplicação deverá
ser precedida do devido processo administrativo em que seja assegurado
amplo direito de defesa ao servidor. Ressalte-se, porém, que a lei não
estabelece qual seria o “prazo legal” para entrada em exercício no caso de
aproveitamento.
26. (Cespe – CADE 2014) Considere que determinado servidor estável demitido,
após regular processo administrativo disciplinar, por desvio de verbas públicas,
comprove sua inocência por meio de ação judicial. Nesse caso, tendo sido a pena
de demissão anulada no âmbito judicial, o servidor deverá ser reintegrado ao cargo
por ele anteriormente ocupado.
Comentário: O quesito está correto. Reintegração é a volta do servidor
estável ao cargo anteriormente ocupado, em decorrência da anulação, por
decisão administrativa ou judicial, do ato que tenha levado à sua demissão.
Gabarito: Certo
27. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que Pedro, técnico judiciário de um tribunal
de justiça, tenha tomado posse no cargo de analista do ICMBio em 2011 e se
aposentado voluntariamente, aos sessenta anos de idade, em 2012. Nessa situação
hipotética, se Pedro requerer sua reversão ao instituto em 2014, ainda que haja
REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
Remoção
A remoção é o deslocamento do servidor para outra unidade, no
âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede (art. 36). Com a
remoção, a lotação do servidor é transferida para outra unidade do
mesmo órgão ou entidade, na qual ele passará a exercer suas atribuições,
sem que isso determine qualquer alteração em seu cargo.
O servidor pode ser removido de uma unidade para outra, dentro da
mesma cidade, ou ser removido para unidade situada em localidade
distinta.
A remoção poderá ocorrer de ofício ou a pedido, da seguinte forma:
Redistribuição
A redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento
efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para
outro órgão ou entidade do mesmo Poder (art. 37).
Como se vê, a redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou
vago, e não do servidor, como ocorre na remoção. Logicamente, se
houver redistribuição de cargo ocupado, ocorrerá também a
movimentação do servidor que o ocupa.
A redistribuição é uma forma que a Administração possui para
adequar sua força de trabalho às necessidades dos serviços e às
mudanças ocorridas em sua estrutura, especialmente nos casos de
reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.
Equivalência de vencimentos;
Manutenção da essência das atribuições do cargo;
Deslocamento do servidor.
Pode ser:
Remoção - De ofício
- A pedido
Deslocamento do cargo.
Redistribuição Sempre de ofício
29. (Cespe – Suframa 2014) Ao servidor removido deverá ser concedido o prazo
de, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para entrar em exercício na outra
localidade para onde foi removido.
Comentário: O quesito está correto, nos termos do art. 18 da
Lei 8.112/1990:
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório
terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do
ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse
prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o
prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
Gabarito: Certo
SUBSTITUIÇÃO
67 Cargos de natureza especial são cargos em comissão mais altos cujos ocupantes assessoram
diretamente os dirigentes superiores do Poder Executivo, de que seriam exemplos os Ministros de Estado,
o Chefe de Gabinete do Presidente da República e os Secretários Especiais (Secretário Especial dos
Direitos Humanos, Secretário Especial de Políticas para as Mulheres etc.).
68 Diniz (2009, p. 229)
titular, por exemplo, viajar a serviço, pois, ainda que fora da sede, ele
estaria no pleno exercício do cargo.
Ressalte-se que não há substituição no caso de impedimentos de
ocupante de cargo de provimento efetivo, mas apenas para cargo em
comissão, função de confiança e cargo de Natureza Especial, com
atribuições de direção, chefia ou assessoramento.
REGIME DISCIPLINAR
DEVERES
RESPONSABILIDADES
Responsabilidade civil
A responsabilidade civil é de ordem patrimonial e decorre de ato
omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo
ao erário ou a terceiros (art. 122).
A responsabilidade civil do servidor será sempre subjetiva, vale
dizer, o agente só responde se ficar comprovado que houve dolo
(intenção) ou culpa (imperícia, imprudência ou negligência) em sua
atuação.
A lei prevê duas hipóteses básicas em que o servidor poderá ser
chamado a ressarcir prejuízos: (i) danos causados diretamente à
Administração Pública, isto é, ao erário; ou (ii) danos causados a terceiros
no exercício da função pública.
Responsabilidade penal
A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade (art. 123).
Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, o conceito de servidor público
para fins criminais é amplo, mais se aproximando do conceito de
agente público. Com efeito, o Código Penal (art. 327) considera
69 MS 24.182/DF
70 Lucas Furtado (2014, p. 800).
Responsabilidade administrativa
A responsabilidade administrativa do servidor está relacionada à
violação de norma de Direito Administrativo. Ademais, pressupõe que
sua apuração seja realizada em processo administrativo e que a sanção
seja aplicada por autoridade administrativa. As condutas apuradas em
processo judicial se situam nas esferas penal e civil, mas não na
administrativa.
Assim, por exemplo, as violações dos deveres funcionais ou o
cometimento das infrações previstas na Lei 8.112/1990 acarretam a
responsabilidade administrativa do servidor. Com efeito, a apuração
dessas infrações será feita pela própria Administração Pública, por meio
de processo disciplinar do qual poderá resultar a aplicação das sanções
também previstas na lei (advertência, suspensão, demissão etc.).
Detalhe importante é que a prática de ato de improbidade
administrativa, apesar do nome, insere-se no âmbito da responsabilidade
civil do servidor, e não da responsabilidade administrativa. É que os atos
de improbidade, conforme previsto na Lei 8.429/1992, são apurados por
meio de processo civil, e a aplicação das sanções decorrentes será
aplicada por autoridade judicial.
servidor não mais poderá ser responsabilizado, pelo mesmo fato, nas
esferas civil e administrativa.
Tal vinculação ocorre porque o poder de investigação na esfera penal
é muito mais amplo que nas demais esferas; assim, se fica comprovado
no processo judicial que o fato não ocorreu ou que o agente não foi o
autor, torna-se impraticável sustentar o contrário nas outras instâncias.
Em relação à absolvição penal, há que se ressaltar o que prescreve a
Súmula 18 do STF:
33. (Cespe – MDIC 2014) Se determinado servidor público for preso em operação
deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso
seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo administrativo
disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o trânsito em
julgado da sentença criminal.
Comentário: O quesito está errado. Nos termos do art. 125 da
Lei 8.112/1990, “as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-
se, sendo independentes entre si”, significando que, em regra, tais sanções
poderão ser aplicadas cumulativamente e sua apuração ocorrerá de forma
independente entre as instâncias. Portanto, o mero ajuizamento de ação penal
não é motivo para impedir a abertura ou o prosseguimento de processo
administrativo disciplinar para apurar o mesmo fato, daí o erro. Tal
entendimento, aliás, é reconhecido na jurisprudência do STJ, conforme o
seguinte excerto do MS 18.090/DF, de 21/5/2013:
3. É pacífico na doutrina e na jurisprudência que as esferas administrativa e penal são
independentes, sendo descabida a suspensão do processo administrativo durante o
prazo de trâmite do processo penal.
Entretanto, o trânsito em julgado da sentença criminal poderá interferir
nas conclusões do processo administrativo nas seguintes situações: (i) caso
haja condenação penal, hipótese em que o servidor também deverá ser
condenado na instância administrativa; ou (ii) caso haja absolvição penal sob
PENALIDADES
Advertência
Suspensão
Demissão
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade
Abandono de cargo;
Inassiduidade habitual;
Improbidade administrativa;
Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
Insubordinação grave em serviço;
Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem;
Aplicação irregular de dinheiros públicos;
Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
Corrupção.
74 MS 17.456/DF
75 RMS 19.887/SP
34. (Cespe – Suframa 2014) Com base nas disposições da Lei n.° 8.112/1990,
julgue o item a seguir. Considere a seguinte situação hipotética.
Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores
investimentos em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse viagem
sua ao exterior, a fim de que, durante o passeio, ele expusesse para os diretores na
sede da referida sociedade empresária os diferenciais competitivos e os benefícios
de se investir na região amazônica.
Nessa situação hipotética, apesar de bem intencionada, a atitude do servidor
configurou falta funcional, uma vez que é vedado o recebimento de vantagem em
virtude das atribuições funcionais, incluído o pagamento de viagens.
Comentário: O quesito está correto, eis que, nos termos do art. 117, XII da
Lei 8.122/1990, é proibido ao servidor “receber propina, comissão, presente ou
vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições”. Ora, o servidor
“bem intencionado”, ao aceitar que a empresa patrocinasse sua viagem, valeu-
se das atribuições do cargo para obter uma vantagem pessoal. O mesmo
objetivo supostamente pretendido pelo servidor ao aceitar a viagem, qual seja,
divulgar os benefícios de se investir na região amazônica, poderia ser
alcançado de outras formas, lícitas, por exemplo, mediante designação oficial
do órgão em que trabalha. Portanto, a boa intenção não é justificativa que
socorre o servidor. A falta funcional cometida, de tão grave, é punível com
demissão (Lei 8.112/1990, art. 132, XIII).
Gabarito: Certo
35. (Cespe – Suframa 2014) Com relação às disposições da Lei n.° 8.112/1990,
julgue o item que se segue.
Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções do seu cargo, um
servidor público tenha emprestado dinheiro a juros muito superiores aos praticados
pelas instituições financeiras. Nesse caso, o servidor praticou a usura, conduta
proibida na Lei n.° 8.112/1990.
Comentário: O item está correto. Nos termos do art. 177, XIV, da
Lei 8.112/1990, ao servidor público é proibido “praticar usura sob qualquer de
suas formas”. Usura é a cobrança de juros excessivamente altos em
empréstimos pecuniários, utilizando taxa muito além da taxa usual ou legal,
exatamente como fez o servidor do enunciado. Aquele que pratica usura é
popularmente conhecido como agiota. No Brasil, a usura é crime. Repare que a
Lei 8.112/1990 proíbe a usura sob qualquer de suas formas, não condicionando
a proibição ao exercício do cargo, eis que se trata de uma prática repudiada
36. (Cespe – Suframa 2014) Com base nos dispositivos da Lei n.º 8.112/1990,
julgue o item que se segue.
Considere que determinado servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de
sociedade empresária cujo objeto social seja o comércio de bens e que desempenhe
atividades administrativas nessa empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta
funcional ao referido servidor, porque a vedação legal refere-se ao desempenho da
gerência ou administração de sociedade privada.
Comentário: O item está correto. Nos termos do art. 117, X da
Lei 8.112/1990, é proibido ao servidor “participar de gerência ou administração
de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio,
exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário”.
Perceba que lei veda a ocupação de cargos executivos em empresas
privadas, ou seja, cargos de gerência, direção e comando, como presidente e
diretor; a expressão “gerência ou administração” da lei possui esse sentido. O
servidor do enunciado, ao contrário, desempenhava “atividades
administrativas” na empresa, dando a entender que seriam atividades
subalternas, de mera execução, o que não se enquadra na proibição da lei.
Além disso, o servidor era sócio quotista da empresa, situação que a lei
expressamente não proíbe.
Por oportuno, no que tange ao exercício de funções em entidades
comerciais, vale lembrar que a Lei 8.112/1990 também não veda:
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades
em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em
sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros;
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91
desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses.
Em razão dessa última hipótese, o servidor poderia, por exemplo, tirar
licença para o trato de interesses particulares e, nesse período, exercer função
de direção em empresa privada, desde que essa atividade não implique
conflito de interesses com as atribuições do seu cargo público.
Gabarito: Certo
cargo em comissão.
Comentário: O item está correto. Nos termos do art. 135 da Lei 8.112/1990,
“a destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo
efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de
suspensão e de demissão”.
Gabarito: Certo
39. (Cespe – ICMBio 2014) Age em consonância com a Lei n.º 8.112/1990
servidor público brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida pelos Estados
Unidos da América.
Comentário: O quesito está correto. Nos termos do art. 117, XIII da Lei
8.112/1990, é proibido ao servidor público “aceitar comissão, emprego ou
pensão de estado estrangeiro”. Essa infração, aliás, é punível com demissão.
Gabarito: Certo
Sindicância
A sindicância é um procedimento mais célere de apuração de
irregularidades. O prazo previsto para sua conclusão não poderá exceder
30 dias, prorrogável uma vez por igual período, a critério da
autoridade superior (art. 145).
Como resultado, a sindicância poderá levar a uma das seguintes
hipóteses (art. 145):
Arquivamento do processo;
76 MS 12.935/DF
77 MS 14.827/DF
78 MS 23.299/SP
81A nulidade total invalidará todos os atos do processo. Já a nulidade parcial atingirá o ato viciado e todos
os atos processuais posteriores que dele tenham decorrido ou a ele estejam logicamente relacionados.
82 MS 13.523/DF
Procedimento sumário
Para algumas infrações sujeitas à penalidade de demissão, a lei
prevê o desenvolvimento de um rito sumário de apuração e julgamento.
São elas:
Acumulação ilícita de cargos públicos
Abandono de cargo
Inassiduidade habitual
40. (Cespe – AFT 2013) Com referência ao processo administrativo e à Lei n.o
8.112/1990, no próximo item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva que deve ser julgada à luz do entendimento do STJ.
Determinado servidor público federal, que responde a processo administrativo
disciplinar, requereu sua aposentadoria voluntária, e a administração pública
indeferiu-lhe o pedido. Nessa situação, o indeferimento do pleito está de acordo com
a legislação de regência, pois o servidor que responde a processo disciplinar
somente poderá ser aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o
cumprimento da penalidade eventualmente aplicada.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 172 da Lei 8.112/1990:
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o
cumprimento da penalidade, acaso aplicada.
Gabarito: Certo
43. (Cespe – MPU 2013) Considere que determinado técnico do MPU tenha
cometido infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela tomado
conhecimento no dia seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o chefe do
servidor promover a apuração imediata da irregularidade, mediante sindicância ou
processo administrativo disciplinar.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 143 da Lei 8.112/1990:
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada
a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
Gabarito: Certo
*****
Por hoje é só pessoal! Mas ainda tem o resumo e a jurisprudência,
beleza?
Bons estudos!
Erick Alves
RESUMÃO DA AULA
AGENTES PÚBLICOS:
Agentes políticos: elaboram políticas públicas e dirigem a Adm; atuam com liberdade funcional (ex: chefes
do Executivo, ministros e secretários, membros do Legislativo, juízes, membros do MP e do TCU).
Agentes administrativos: exercem atividades administrativas (ex: servidores públicos, empregados
públicos e agentes temporários).
Agentes honoríficos: prestam serviços relevantes ao Estado; em regra, não recebem remuneração
(ex: mesários e júri).
Agentes delegados: particulares que atuam em colaboração com o Poder Público; podem ser pessoas
jurídicas (ex: concessionárias de serviços públicos, tabeliães, leiloeiros).
Agentes credenciados: representam a Administração em atividade específica (ex: pessoas de renome).
Agentes de fato: pessoas investidas na função pública de forma emergencial (necessários) ou irregular
(putativos). Seus atos devem ser convalidados (teoria da aparência).
NORMAS CONSTITUCIONAIS:
CARGOS PÚBLICOS EMPREGOS PÚBLICOS
Provimento efetivo (concurso público) ou em Provimento mediante concurso público.
comissão (livre nomeação e exoneração). Ocupados por empregados públicos.
Ocupados por servidores públicos. Regime jurídico celetista.
Regime jurídico estatuário. Órgãos e entidades de direito privado (EP, SEM e
Órgãos e entidades de direito público (adm. fundações de direito privado).
direta, autarquias e fundações públicas) -> RJU
Os casos excepcionais devem estar previstos em lei; o prazo de contratação deve ser
predeterminado; a necessidade deve ser temporária; e o interesse público deve ser
Contratações excepcional.
temporárias Pode ser feita sem concurso público, mediante processo seletivo simplificado.
Os agentes temporários exercem função pública, mas não ocupam cargo, nem emprego
público -> firmam contrato de direito público com a Administração.
Requisitos para estabilidade (servidores estatutários efetivos; não se aplica aos empregados públicos):
Investidura em cargo efetivo, mediante prévia aprovação em concurso público;
Três anos de efetivo exercício no cargo;
Aprovação em avaliação especial de desempenho.
O servidor estável só perderá o cargo se for condenado em processo judicial ou administrativo ou, ainda,
como última solução para adequar os gastos de pessoal aos limites da LRF.
PROVIMENTO: ato administrativo pelo qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu titular.
Provimento originário: ocupação inicial do cargo, não decorrente de vínculo anterior com a Administração.
Deslocamento do cargo.
Redistribuição
Sempre de ofício.
Penalidades:
Advertência --> prescreve em 180 dias
Suspensão por até 90 dias --> prescreve em 2 anos
Demissão
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade prescrevem em 5 anos
Destituição de cargo em comissão ou função comissionada
JURISPRUDÊNCIA DA AULA
2. O art. 5º, II, da Lei estadual 7.990/2001 (Estatuto dos Policiais Militares do
Estado da Bahia) aponta a idade como um dos critérios a serem observados no
ingresso na Polícia Militar baiana.
EMENTA Concurso público. Criação, por lei federal, de novos cargos durante
o prazo de validade do certame. Posterior regulamentação editada pelo
Tribunal Superior Eleitoral a determinar o aproveitamento, para o preenchimento
daqueles cargos, de aprovados em concurso que estivesse em vigor à data da
publicação da Lei. 1. A Administração, é certo, não está obrigada a
prorrogar o prazo de validade dos concursos públicos; porém, se novos
cargos vêm a ser criados, durante tal prazo de validade, mostra-se de
todo recomendável que se proceda a essa prorrogação. 2. Na hipótese de
haver novas vagas, prestes a serem preenchidas, e razoável número de
aprovados em concurso ainda em vigor quando da edição da Lei que
criou essas novas vagas, não são justificativas bastantes para o
indeferimento da prorrogação da validade de certame público razões de
política administrativa interna do Tribunal Regional Eleitoral que
realizou o concurso. 3. Recurso extraordinário provido.
STF – RE 837.311 (9/12/2015)
Informativo 811 - Concurso público: direito subjetivo à nomeação e
surgimento de vagas - 4
2. Agravo improvido.
STJ - AgRg no REsp 1153346/RS (9/6/2011)
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.
REINTEGRAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. EFEITOS FINANCEIROS.
RESTABELECIMENTO DO STATUS QUO ANTE. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO (...)
2. O STJ, em tema idêntico, decidiu que faz jus o servidor às férias nos
períodos correspondentes ao afastamento para participação em
programa de pós-graduação stricto sensu no país ou de licença para
capacitação, até porque tais períodos são considerados como de efetivo
exercício, nos termos do art. 102, IV e VIII, e, da Lei n. 8.112/90.
3. Não cabe ao regulamento, ou a qualquer norma infralegal, criar restrições ao
gozo dos direitos sociais, mediante interpretação que afronte a razoabilidade e
resulte na redução da intelecção conferida ao termo "efetivo exercício". (REsp
1370581/AL, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
11/4/2013, DJe 9/5/2013)
2. Hipótese em que não houve apuração na esfera criminal dos fatos imputados
ao recorrente, de modo que deve ser aplicado o prazo prescricional de cinco
anos, conforme previsto no art. 261, II, da Lei Estadual 10.261/68.
3. In casu, quando publicado o ato de demissão do recorrente, em 14/6/2003, o
prazo prescricional da pretensão punitiva do Estado já havia transcorrido, tendo
em vista que a última interrupção do prazo deu-se em 10/2/98, com a
instauração do processo disciplinar.
4. Recurso ordinário provido.
(...)
2. No sistema de apuração de infrações disciplinares atribuídas a servidores
públicos regidos pela Lei n. 8.112/90, a Comissão Processante não
concentra as funções de acusar e julgar, merecendo destaque o fato de
que a autoridade julgadora não está adstrita às conclusões da comissão,
consoante o parágrafo único do art. 168 da Lei n. 8.112/90,
*****
5. (Cespe – CNJ 2013) Considere que determinado cidadão tenha sido convocado como
mesário em um pleito eleitoral. Nessa situação hipotética, no exercício de suas atribuições,
ele deve ser considerado agente político e, para fins penais, funcionário público.
6. (Cespe – TRE/MS 2013) Considera-se agente público aquele que exerce, mesmo que
transitoriamente, cargo, emprego ou função pública, sempre mediante remuneração pelo
serviço prestado.
7. (Cespe – TRE/MS 2013) É possível que um indivíduo, mesmo sem ter uma investidura
normal e regular, execute uma função pública em nome do Estado.
10. (Cespe – MIN 2013) Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, não
existem cargos públicos, mas somente empregos públicos.
12. (Cespe – TRE/MS 2013) Os litígios que envolvam os servidores públicos estatutários
e celetistas devem ser dirimidos na Justiça do Trabalho, especializada em dirimir conflitos
entre trabalhadores e empregadores.
14. (Cespe – PC/BA 2013) Para que ocorra provimento de vagas em qualquer cargo
público, é necessária a prévia aprovação em concurso público.
15. (Cespe – PRF 2013) A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada
mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em
algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente.
17. (Cespe – Suframa 2014) É possível que edital de concurso público preveja a
participação de concorrentes de determinado sexo em detrimento do outro.
18. (Cespe – TRT5 2013) É prescindível a previsão legal do exame psicotécnico para fins
de habilitação de candidato em concurso público.
19. (Cespe – TRT5 2013) A administração pública tem ampla liberdade para escolher o
limite de idade para a inscrição em concurso público.
20. (Cespe – PC/BA 2013) É vedado à candidata gestante inscrita em concurso público o
requerimento de nova data para a realização de teste de aptidão física, pois, conforme o
princípio da igualdade e da isonomia, não se pode dispensar tratamento diferenciado a
candidato em razão de alterações fisiológicas temporárias.
21. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Segundo entendimento firmado pelo STJ, o
candidato aprovado fora das vagas previstas originariamente no edital, mas classificado até
o limite das vagas surgidas durante o prazo de validade do concurso, possui direito líquido e
certo à nomeação se o edital dispuser que serão providas, além das vagas oferecidas, as
outras que vierem a existir durante a validade do certame.
22. (Cespe – MPU 2013) Admite-se a realização, pela administração pública, de processo
seletivo simplificado para contratar profissionais por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.
23. (Cespe – PC/BA 2013) A contratação temporária de servidores sem concurso público
bem como a prorrogação desse ato amparadas em legislação local são consideradas atos
de improbidade administrativa.
24. (Cespe – MIN 2013) Consoante decisão do Supremo Tribunal Federal, os servidores
da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas devem sujeitar-se
a regime jurídico único.
26. (Cespe – CADE 2014) Considere que determinado servidor estável demitido, após
regular processo administrativo disciplinar, por desvio de verbas públicas, comprove sua
inocência por meio de ação judicial. Nesse caso, tendo sido a pena de demissão anulada no
âmbito judicial, o servidor deverá ser reintegrado ao cargo por ele anteriormente ocupado.
27. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que Pedro, técnico judiciário de um tribunal de
justiça, tenha tomado posse no cargo de analista do ICMBio em 2011 e se aposentado
voluntariamente, aos sessenta anos de idade, em 2012. Nessa situação hipotética, se Pedro
requerer sua reversão ao instituto em 2014, ainda que haja cargo vago e interesse da
administração, sua solicitação deverá ser indeferida.
28. (Cespe – Suframa 2014) Considere a seguinte situação hipotética. Em razão de uma
reforma administrativa realizada pelo governo, determinados servidores estáveis tiveram
seus cargos extintos por lei e foram colocados em disponibilidade. Após intensa negociação,
meses depois, eles reingressaram no serviço público em cargos de atribuições e
vencimentos compatíveis. Nessa situação hipotética, o reingresso desses servidores se deu
por recondução.
29. (Cespe – Suframa 2014) Ao servidor removido deverá ser concedido o prazo de, no
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para entrar em exercício na outra localidade para
onde foi removido.
32. (Cespe – MPU 2013) A redistribuição, de ofício, de servidor público promovida como
punição por algum ato por ele praticado caracteriza vício quanto ao motivo, um dos
requisitos do ato administrativo.
33. (Cespe – MDIC 2014) Se determinado servidor público for preso em operação
deflagrada pela Polícia Federal, devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja
ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento do processo administrativo disciplinar,
34. (Cespe – Suframa 2014) Com base nas disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o
item a seguir. Considere a seguinte situação hipotética.
Um servidor da SUFRAMA, visando contribuir para a realização de maiores investimentos
em Manaus, aceitou que empresa estrangeira patrocinasse viagem sua ao exterior, a fim de
que, durante o passeio, ele expusesse para os diretores na sede da referida sociedade
empresária os diferenciais competitivos e os benefícios de se investir na região amazônica.
Nessa situação hipotética, apesar de bem intencionada, a atitude do servidor configurou
falta funcional, uma vez que é vedado o recebimento de vantagem em virtude das
atribuições funcionais, incluído o pagamento de viagens.
35. (Cespe – Suframa 2014) Com relação às disposições da Lei n.° 8.112/1990, julgue o
item que se segue.
Considere que, a pessoa sem qualquer relação com as funções do seu cargo, um servidor
público tenha emprestado dinheiro a juros muito superiores aos praticados pelas instituições
financeiras. Nesse caso, o servidor praticou a usura, conduta proibida na Lei n.° 8.112/1990.
36. (Cespe – Suframa 2014) Com base nos dispositivos da Lei n.º 8.112/1990, julgue o
item que se segue.
Considere que determinado servidor participe, na qualidade de sócio cotista, de sociedade
empresária cujo objeto social seja o comércio de bens e que desempenhe atividades
administrativas nessa empresa. Nessa situação, não se pode atribuir falta funcional ao
referido servidor, porque a vedação legal refere-se ao desempenho da gerência ou
administração de sociedade privada.
39. (Cespe – ICMBio 2014) Age em consonância com a Lei n.º 8.112/1990 servidor
público brasileiro, em exercício, que recusa pensão oferecida pelos Estados Unidos da
América.
40. (Cespe – AFT 2013) Com referência ao processo administrativo e à Lei n.o
8.112/1990, no próximo item apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva
que deve ser julgada à luz do entendimento do STJ.
Determinado servidor público federal, que responde a processo administrativo disciplinar,
requereu sua aposentadoria voluntária, e a administração pública indeferiu-lhe o pedido.
43. (Cespe – MPU 2013) Considere que determinado técnico do MPU tenha cometido
infração disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela tomado conhecimento no dia
seguinte ao da prática do ato. Nesse caso, deve o chefe do servidor promover a apuração
imediata da irregularidade, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.
*****
GABARITO
2) E 3) E 4) C 5) E
1) C
7) C 8) C 9) E 10) C
6) E
12) E 13) E 14) E 15) E
11) E
17) C 18) E 19) E 20) E
16) C
22) C 23) E 24) C 25) b
21) C
27) C 28) E 29) C 30) E
26) C
32) E 33) E 34) C 35) C
31) E
37) C 38) E 39) C 40) C
36) C
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Marrara, Thiago. As fontes do direito administrativo e o princípio da legalidade. Revista
Digital de Direito Administrativo. Ribeirão Preto. V. 1, n. 1, p. 23-51, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.