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FACULDADE ARAGUAIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO, AUDITORIA


E CONTROLADORIA.

PEDRO VICENTE MARTINS SILVA

AUDITORIA INTERNA EM MICROEMPRESAS

Goiânia - 2018
PEDRO VICENTE MARTINS SILVA

AUDITORIA INTERNA EM MICROEMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à banca examinadora do curso
de Pós-graduação em Planejamento
Tributário, Auditoria e Controladoria da
Faculdade Araguaia, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista em
Planejamento Tributário, Auditoria e
Controladoria.

Orientador (a):
Prof. Me. André Carvalho Lindemam

Goiânia - 2018
PEDRO VICENTE MARTINS SILVA

AUDITORIA INTERNA EM MICROEMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso DEFENDIDO e APROVADO em 07 de Abril de


2018 pela Banca Examinadora do Curso de pós-graduação em planejamento
tributário auditoria e controladoria, constituída pelos membros:

______________________________
Prof. Me. André Carvalho Lindemam
- Orientador -

______________________________
Prof. Esp. Luciana de Assis Vidal Borba
AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por me dar sabedoria e


maturidade pra seguir em frente nesses anos de busca ao conhecimento. Gostaria
de agradecer ao meu orientador Prof. Me. André Carvalho Lindemam que me
encaminhou para que este trabalho pudesse ser concluído e aos demais professores
e amigos que colaboraram direta ou indiretamente para minha formação humana e
profissional.
SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................... 6
ABSTRACT ........................................................................................................................... 6
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 7
Auditoria interna ................................................................................................................. 9

Microempresa .................................................................................................................. 14

Auditoria interna na microempresa ................................................................................... 16

2 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................. 21
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 22
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 24
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 25
6

AUDITORIA INTERNA EM MICROEMPRESAS

Pedro Vicente Martins Silva 1


André Carvalho Lindemam2

RESUMO

O presente artigo teve como objetivo mostrar a importância da auditoria interna nas
microempresas. A realização do estudo se deu através de revisão bibliográfica,
aplicando a metodologia de pesquisa descritiva e exploratória, consultando e
pesquisando em livros de autores conceituados como Antonio Lopes de Sá, Silvio
Aparecido Crepaldi e Marcelo Cavalcanti Almeida entre outros, revistas
especializadas, artigos científicos e materiais on-line. O objetivo principal desse
estudo foi analisar a importância da auditoria interna para as microempresas. O
artigo explanou que em muitas organizações, sãos exigidos por lei possuírem
auditoria e terem seus relatórios financeiros publicados, isso traz credibilidade à
empresa que se torna bem vista no mercado tornando essa obrigatoriedade um
diferencial na competitividade alem de ser uma maneira de gerenciar suas
atividades e organizar seus departamentos. Com os resultados desta pesquisa foi
possível trazer os conceitos de auditoria e auditoria interna para empresas cuja
legislação não obriga a publicação de seus relatórios: as microempresas. Concluiu-
se com este artigo que a auditoria interna pode ser aplicada em microempresas e
trazer praticamente os mesmo benefícios de gestão na administração e ser um
diferencial na competitividade de outras empresas que não fazem uso da auditoria
interna.

Palavras-chave: Auditoria Interna; Gestão; Microempresas.

INTERNAL AUDIT IN MICROENTERPRISE

ABSTRACT

This article aimed to show the importance of internal auditing in microenterprises.


The study was carried out through a bibliographical review, applying the descriptive
and exploratory research methodology, consulting and researching in books by
renowned authors such as Antonio Lopes de Sá, Silvio Aparecido Crepaldi and
Marcelo Cavalcanti Almeida among others, specialized journals, scientific articles
and materials online. The main objective of this study was to analyze the importance
of internal auditing for microenterprises. The article explained that in many
1
Acadêmico do curso de Planejamento Tributário, Auditoria e Controladoria – Faculdade Araguaia. E-mail:
pedrosilva_1906@hotmail.com
2
Docente na Faculdade Araguaia. Mestrado em Administração pelo PPGA/UNISINOS; Especialização em
Gestão Pública pela FDDJ/SP; Especialização em Docência Universitária pela PUC/GO. Graduado em
Administração pela UNIVERSO/GO e Graduando em Psicologia pela PUC/GO. Orientador do curso de
Planejamento Tributário, Auditoria e Controladoria – Faculdade Araguaia. E-mail: psi.andre@hotmail.com.
6

organizations, which are required by law to have an audit and have their financial
reports published, this brings credibility to the company that becomes well-known in
the market, making this mandatory a differential in competitiveness as well as being
a way to manage its activities and organize their departments. With the results of this
research it was possible to bring the concepts of internal auditing and auditing to
companies whose legislation does not require the publication of their reports:
microenterprises. It was concluded with this article that internal audit can be applied
in microenterprises and bring about the same benefits of management in the
administration and be a differential in the competitiveness of other companies that do
not make use of the internal audit.

Keywords: Internal; Management; Microcompany.


7

1 INTRODUÇÃO

Auditoria consiste em revisar e analisar métodos de controles, procedimentos


e atividades de uma empresa buscando evitar situações onde se configurem
fraudes, omissões e outros eventos que estejam em desacordo com a legislação e a
conduta da empresa. A Auditoria é formada por procedimentos quem visam à
emissão de um parecer sobre a adequação destes mesmos procedimentos
(CREPALDI, 2010). O mesmo autor defende que a auditoria serve como uma
proteção ao patrimônio uma vez que o auditor faz uso de provas que atestem a
veracidade do que estão nas demonstrações.

A proteção que a auditoria oferece à riqueza patrimonial, dando maior


segurança e garantia aos administradores, proprietários, fisco e
financiadores do patrimônio, apresenta os seguintes aspectos:
• Sob o aspecto administrativo: contribui para redução de ineficiência,
negligência incapacidade e improbidade de empregados e
administradores;
• Sob o aspecto patrimonial: possibilita melhor controles dos bens,
direitos e obrigações que constituem o patrimônio;
• Sob o aspecto fiscal: é fator de mais rigoroso cumprimento das
obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas, o
proprietário contra penalidades decorrentes da lei de sonegação
fiscal e o fisco contra sonegação de impostos;
• Sob o aspecto técnico: contribui para mais adequada utilização das
contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das
informações e a garantia de que a escrituração e as demonstrações
contábeis foram elaboradas de acordo com os princípios de
Contabilidade;
• Sob o aspecto financeiro: resguarda créditos de terceiros –
fornecedores e financiadores – contra possíveis fraudes e
dilapidações do patrimônio, permitindo maior controle dos recursos
para fazer em face de esses compromissos;
• Sob aspecto econômico: assegura maior exatidão dos custos e
veracidade dos resultados, na defesa do interesse dos investidores
e titulares do patrimônio (CREPALDI, 2010, p. 05).

Portanto, auditoria não serve apenas para descobrir fraudes, seu objetivo vai
além disso, ela vem mostrar a posição patrimonial e financeira de uma empresa,
trazendo vários benefícios aos seus interessados.
Dentro do conceito de auditoria temos ainda em sua classificação a auditoria
interna, que vem tratar de examinar os controles internos da empresa, sua
adequação e melhorias (CREPALDI, 2010). A auditoria interna é uma forma
independente de avaliar as operações da entidade, porém o profissional que realiza
esta auditoria é subordinado à direção da empresa. Esse departamento ou
8

profissional analisa a eficácia e eficiência dos controles internos e leva a


administração ou diretoria sugestões de melhorias. Essa análise pode ser feita em
qualquer processo produtivo ou qualquer fase da atividade do negócio.
Um dos principais objetivos da auditoria interna é, segundo Crepaldi, (2010,
p.28) “auxiliar todos os membros da administração no desempenho efetivo de suas
funções e responsabilidades, fornecendo-lhes análises, apreciações,
recomendações e comentários pertinentes às atividades examinadas.”.
A legislação traz obrigatoriedade de auditoria das demonstrações contábeis
para empresas de capital aberto e existe um mito que vem sendo quebrado aos
poucos que dizem auditoria só se faz em empresas grandes. Este artigo tem o
objetivo evidenciar que auditoria interna pode ser aplicada em microempresas e
trazer benefícios à mesma. Porém, primeiro, precisa-se entender o que vem a ser
uma microempresa. De acordo com a Lei Complementar número 123, de 14 de
dezembro de 2006, em seu artigo terceiro, microempresa é uma pessoa jurídica cuja
receita auferida em cada ano calendário seja igual ou inferior a R$ 360.000,00
(trezentos e sessenta mil reais).
Diante disso, questiona-se: qual a importância da auditoria interna para as
microempresas?
Consequentemente, o objetivo geral do presente trabalho foi analisar a
importância da auditoria interna para as microempresas.
O objetivo geral direcionou aos seguintes objetivos específicos, que por sua
vez, podem ser assim relacionados: conceituar auditoria, conceituar a auditoria
interna e descrever os seus processos, descrever as características da
microempresa, por fim, analisar a relação entre a auditoria interna e seus benefícios
para a microempresa.
Para investigar o tema proposto, a metodologia utilizada foi à exploratória e
descritiva, quanto ao objeto, é bibliográfica no que tange aos procedimentos usados,
por fim, quanto à abordagem, a qualitativa.
O tema é relevante, pois procura apresentar ao público alvo ou a quem possa
interessar a importância da auditoria interna em microempresas, usando seus
conceitos e aplicabilidades como ferramentas de gestão, procurando contribuir com
o crescimento da empresa, tornando-a competitiva no mercado concorrente e
buscando evitar que falhas e erros aconteçam, uma vez que inúmeras empresas
fecham suas portas devido a controles ineficientes. O tema também vem ilustrar que
9

existe um crescimento nessa área de auditoria interna e relacionar com o fato de


que mais de 90% das empresas do mercado se enquadram no conceito de micros e
pequenas empresas (SEBRAE, 2018) criando assim um amplo mercado de trabalho.

Ante o exposto, espera-se contribuir para o acréscimo de conhecimentos e o


despertar de uma visão critica acerca da importância da auditoria interna para
microempresas.

1.1 Auditoria interna

A auditoria vem evoluindo em seus conceitos e trazendo muitos benefícios a


quem faz uso dela seja por obrigação fiscal, por necessidade organizacional ou
apenas para trazer benefícios ao seu negócio. A auditoria deve fazer parte de uma
empresa, da organização dela, para que todas as outras partes funcionem
corretamente.

Existem registros históricos em que há milênios atrás foram encontrados um


sistema de registros de uma família real da região da Suméria, também existem
relatos de praticas de auditoria nas províncias romanas, na Índia entre outros.
Segundo Sá (2002, p. 21), não é possível definir a origem nem uma época ao certo
de onde surgiu auditoria, porém admiti-se que sua efetiva adoção se deu por volta
do século XIII, na Inglaterra. No Brasil nas últimas décadas foram instaladas
diversas empresas de auditoria, isso se deu ao fato da legislação obrigar que
investimentos no exterior fossem auditados. Foi então que na criação da lei nº
4.728/65 foi mencionado à expressão auditores independente, em seguida o Banco
Central do Brasil – BCB criou uma série de regulamentos, tornando obrigatória
auditoria externa ou independente em varias entidades integrantes do Sistema
Financeiro Nacional - SFN e companhias abertas (Almeida, 2010, p. 05).

Auditoria é um exame cauteloso e sistemático das atividades desenvolvidas


em determinada empresa ou departamento, cujo objetivo é averiguar se
elas estão de acordo com as disposições planejadas e/ou procedimentos,
operações e rotinas previamente estabelecidas, se foram implementadas
com eficácia e se estão adequadas (em conformidade) com os
demonstrativos contábeis da entidade. (MELO & SANTOS, 2012, pag. 04).
10

Portanto, auditoria são métodos usados para atestar que determinada


empresa, ou determinado departamento está executando suas atividades de acordo
com as normas e legislações vigentes, seguindo um padrão adequado e eficiente de
acordo com os objetivos de seus sócios e diretores.

O artigo ainda vai trazer a classificação da auditoria, segundo o serviço


pretendido, em auditoria interna e externa. Para efeito deste trabalho será explanado
com propriedade os conceitos de auditoria interna e como ela pode trazer benefícios
na gestão de uma empresa.

O profissional de auditoria interna, segundo Almeida (2010), é um funcionário


da empresa, porém não é subordinado aos profissionais ao qual serão examinados
os trabalhos nem exercer funções que poderão ser examinadas por ele. Logo, Sá
(2002), vem confirmando essas características do profissional da auditoria interna
onde diz que é necessário que exista autonomia na execução da tarefa, interferindo
em todos os setores.

Conforme definido por Sá (2002, p.21):

O termo auditor, no latim, como substantivo, tinha o sentido apenas de


significar “aquele que ouve”, ou “ouvinte”, nada podendo configurar com o
que viria a ser adotado para representar aquele que daria opinião sobre
algo que comprovou ser verdade ou não.

Uma simples palavra que inicialmente teria seu significado restrito apenas
para indicar uma pessoa que ouve atualmente seu significado é abrangente,
principalmente no mundo dos negócios. A auditoria inicialmente restringiu-se apenas
na verificação dos registros contábeis, procurando observar se os mesmos estavam
corretos. Sá (2002, p.21) define: “a auditoria contábil é uma tecnologia que se utiliza
da revisão, da pesquisa, para fins de opinião e orientação sobre situações
patrimoniais de empresas e instituições”.
O mesmo autor traz um conceito mais elaborado:

Auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos


registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de
consideração contábil, visando apresentar opiniões, conclusões, críticas e
orientações sobre situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal,
pública ou privada, quer ocorridos, que por ocorrer ou prospectados e
diagnosticados. (SÁ, 2002, p.25).
11

Auditoria, portanto é o ato de revisar processos e lançamentos para que ao


final o profissional que fez a auditoria emita uma opinião sobre o que analisou. Não
necessariamente a auditoria existe para encontrar erros nas empresas, tão menos
descobrir fraudes, são consequências do trabalho, que ao final tem como objetivo
adequar os processos e lançamentos conforme exige legislação ou ao que melhor
aperfeiçoa os rendimentos da empresa ou departamento.
Após uma breve passagem por sua historia, origem e explanação de alguns
conceitos já se consegue ter uma idéia do que se trata auditoria, neste sentido, para
aprofundar um pouco mais no assunto. Segundo Resolução CFC nº 820/97 que
aprova a NBC T 11 – Normas de Auditoria Independente das Demonstrações
Contábeis:
A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a
sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de Contabilidade e
as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a
legislação específica.

O conceito de auditoria externa ou independente não se distancia dos


conceitos já apresentados, o que se difere é sua aplicação e quem executa. Na
auditoria externa, o profissional que executa os trabalhos não é funcionário da
empresa, são profissionais liberais ou uma associação de profissionais liberais.
A lei 6.404 de 1976 em seu art. 177 §3º traz a obrigatoriedade de sociedades
anônimas a terem suas demonstrações financeiras auditadas por auditoria
independente e em sua alteração a lei 11.638 de 2007 traz obrigatoriedade também
para empresas de grande porte que classifica essas empresas como empresas que
possua, no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00
(duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$
300.000.000,00 (trezentos milhões de reais).
A obrigatoriedade legal é um dos principais motivos para contratar um auditor
externo, além disso Almeida (2010, p.13) lista outros motivos:
• Como medida de controle interno tomada pelos acionistas, proprietários ou
administradores da empresa;
• Imposição de um banco para ceder empréstimo;
• Imposição de um fornecedor para financiar a compra de matéria prima;
• Atender as exigências do próprio estatuto ou contrato social da companhia
ou empresa;
• Para efeito de compra da empresa (o futuro comprador necessita de uma
auditoria a fim de determinar o valor contábil correto do patrimônio liquido
da empresa a ser comprada;
12

• Para efeito de incorporação da empresa (é a operação pela qual a


empresa é absorvida por outra que lhe sucede em todos os direitos e
obrigações);
• Para efeito de fusão de empresas (é a operação pela qual se unem duas
ou mais empresas para formar uma nova sociedade, que lhes sucede em
todos os direitos e obrigações);
• Para fins de cisão da empresa (é a operação pela qual a empresa
transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades,
constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a empresa
cindida, se houver versão de todo seu patrimônio, ou dividindo-se seu
capital, se parcial a distribuição);
• Para fins de consolidação das demonstrações contábeis (a consolidação é
obrigatória para a companhia aberta que tiver investimentos em
sociedades controladas)

O objetivo da auditoria externa é examinar as demonstrações contábeis e


financeiras para ao final emitir sua opinião em forma de parecer, para conseguir
esse objetivo é necessário planejamento de trabalho, avaliação de sistemas internos
relacionados e revisá-los, coletar evidências que comprovem o que foi lançado nos
relatórios e avaliá-las (ALMEIDA, 2010, p.24).·.
Auditoria interna diferente da externa é feita por um profissional da própria
empresa, subordinado a alta cúpula e nunca aqueles ao quais os trabalhos serão
examinados, não se deve também exercer atividades que um dia poderão ser
examinadas também.

Segundo as Normas brasileiras de contabilidade: auditoria interna: NBC TI


01 e NBC PI 01 (2012) Auditoria Interna compreende os exames, análises,
avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente
estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência
e economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de
controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos,
com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seus
objetivos. (pag. 05)

A seguir as principais diferenças entre auditor interno e auditor externo,


segundo Almeida (2010, p.06).

Tabela 1: Diferenças entre o Auditor interno e Auditor externo. Almeida, 2010.


Auditor Interno Auditor Externo
- não tem vinculo empregatício com a
- É empregado da empresa auditada
empresa auditada;
- Menor grau de independência - Maior grau de independência;
- Executa auditoria contábil e
- Executa apenas auditoria contábil;
operacional
- Os principais objetivos são: - O principal objetivo é emitir um parecer
13

• Verificar se as normas internasou opinião sobre as demonstrações


estão sendo seguidas; contábeis, no sentido de verificar se estas
• Verificar a necessidade de refletem adequadamente a posição
aprimorar as normas internas patrimonial e financeira, o resultado das
vigentes; operações, a mutação do patrimônio
liquida e os fluxos de caixa da empresa
• Verificar a necessidade de novas
normas internas; examinada. Também, se essas
• Efetuar auditoria das diversas demonstrações foram elaboradas de
áreas das acordo com os princípios contábeis e se
demonstrações
contábeis e em esses princípios foram aplicados com
áreas
operacionais; uniformidade em relação ao exercício
anterior;
- Menor volume de testes, já que está
- Maior volume de testes (tem maior interessado em erros que individualmente
tempo na empresa para executar os ou cumulativamente possam alterar de
serviços de auditoria). maneira substancial as informações das
demonstrações contábeis.

Auditoria Interna vai analisar e adequar os sistemas e controles internos da


organização levando as melhorias e os resultados à administração. De acordo com
as Normas brasileiras de contabilidade: auditoria interna: NBC TI 01 e NBC PI 01
(2012):

A atividade da Auditoria Interna está estruturada em procedimentos, com


enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem por finalidade
agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para o
aperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por
meio da recomendação de soluções para as não conformidades apontadas
nos relatórios. (pag. 05).

Portanto, a auditoria interna vem fazer seu papel em microempresas e


empresas de pequeno porte que é agregar valor aos processos, conferi-los e
adequá-los trazendo soluções significativas e mostrando ao diretor e dono da
empresa esses resultados. Outra contribuição que a auditoria interna vem trazer
segundo as Normas brasileiras de contabilidade: auditoria interna: NBC TI 01 e NBC
PI 01 (2012):

A Auditoria Interna deve assessorar a administração da entidade no


trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se a informá-la,
sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou
confirmações de irregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.
(pag. 06).

As empresas podem até implantar um sistema de controle interno excelente,


porem é necessário que alguém examine se esse sistema funciona corretamente, se
14

os funcionários executam o que o sistema determina ou até se o controle interno não


precisa de adequações.

De acordo com Paula (1999) citada por Lorenzoni e Vieira (2013, pag. 125):

A Auditoria Interna é importante para a entidade por que:

• É parte fundamental do sistema do controle interno;


• Leva a informação à administração, a representação do desempenho
da empresa, seus problemas, pontos críticos e necessidades de
providências, sugerindo soluções;
• Mostra as irregularidades existentes no método decisório e no
planejamento;
• Abrange todas as áreas da empresa;
• É avaliada pelos objetivos alcançados, quanto ao cumprimento das
políticas traçadas;
• Apresenta pareceres para o progresso dos controles;
• Sugere redução de custos, eliminação de desperdícios, melhoria da
qualidade e aumento da produtividade;
• Certifica que os controles e as rotinas estejam sendo corretamente
realizados, que os dados contábeis são confiantes e refletem a
realidade da empresa;
• Instiga o funcionamento adequado do sistema de custos, controle
interno e o cumprimento da legislação;
• Coordena o relacionamento com os órgãos de controle
governamental;
• Auxilia a administração na procura de eficiência e da melhor
execução, nos desempenhos operacionais e na gestão dos
interesses da organização.

Portanto, é notória a importância da auditoria interna, principalmente para


avaliação de eventos futuros e correção de eventos passados, trazendo harmonia
entre os departamentos e facilidade na execução dos trabalhos, uma vez que as
falhas serão verificadas e medidas corretivas no processo de atividade serão
sugeridas.

1.2 Microempresa

Segundo Serviço Brasileiro de Apoio as Micros e Pequenas Empresas


(SEBRAE, 2018), existem cerca de nove milhões de micros e pequenas empresas
no Brasil que representam 27% do PIB, elas representam 99% dos negócios no
país. Ainda segundo o SEBRAE cerca de 60% das empresas fecham as portas até o
segundo ano de sua existência devido à falta de conhecimento administrativo. Vários
órgãos classificam o porte de uma empresa de maneiras diferentes. Alguns pelo
número de empregados, outros pelo seu faturamento. O porte de uma empresa
15

serve para medir o tamanho dela, aos olhos de fornecedores, bancos, clientes entre
outros. Esse tipo de classificação também serve para separarem as empresas por
grupos e assim classificá-las como já foi dito, pelo seu faturamento e também pelo
número de colaboradores.

Segundo o Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE, 2018), o porte


de uma empresa é classificado da seguinte maneira: na indústria, as microempresas
são as que possuem até 19 empregados; Pequenas empresas são as que possuem
entre 20 e 99 empregados; médias empresas são as que possuem entre 100 a 499
empregados e as grandes empresas são as que possuem mais de 500 empregados.
No comércio e serviços, as microempresas são as que possuem ate nove
empregados; Pequenas empresas as que possuem entre 10 a 49 empregados;
Medias empresas as que possuem entre 50 a 99 empregados e Grandes empresas
as que possuem mais de 100 empregados.

Porém essa classificação não possui fundamento legal, para efeitos legais
deve-se orientar pelo que diz a Lei Complementar 123 de 15 de dezembro de 2006.
Esta lei foi criada especificamente para tratar sobre microempresas e empresas de
pequeno porte e nela microempresas são definidas como empresas cuja receita
bruta, em cada ano calendário seja igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e
sessenta mil reais).

Para efeito de tributação, essa classificação faz parte de cálculos de


planejamento tributário, onde ser enquadrado como Microempresa (ME) é critério
para adesão ao regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições
devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porte também conhecido
como Simples nacional, regime tributário o qual costuma ser mais vantajoso devido
às alíquotas serem reduzidas em comparação com outros tipos de tributação,
dependendo de outros fatores também.

O objetivo principal da criação da lei complementar 123 de 15 de dezembro


de 2006 foi de facilitar os processos de abertura, funcionamento e fechamento de
empresas e aliviar um pouco a carga tributaria criando uma porção de oportunidades
para que as microempresas e empresas de pequeno porte se organizem melhor,
estimulando as vendas, com isso elevando seus lucros, conseqüentemente gerando
16

mais empregos girando a economia e também unificar os impostos em uma guia


única tornando menos burocrático a apuração dos impostos. (SEBRAE, 2008)

Lembrando que Microempresa é o porte da empresa e não o regime de


tributação ao qual ela esta sendo tributada. Uma microempresa pode ser tributada
pelo regime especial unificado simples nacional, porém se um estudo tributário
mostrar que a forma de tributação no lucro presumido for mais interessante, essa
microempresa pode fazer essa opção.

Para fazer a opção a esse regime tributário à empresa precisa estar


enquadrado como microempresa na junta comercial do seu estado, esse processo
de enquadramento pode ocorrer em dois momentos, o primeiro é na constituição da
empresa onde se estima uma previsão de faturamento, que não pode ser superior a
R$ 360.000,00 no ano calendário e junto com processo de abertura faz-se um
processo de enquadramento de microempresa, outro momento é onde a qualquer
instante, pensando talvez em um planejamento tributário, o empresário faz uma
alteração contratual pedindo o enquadramento como microempresa via processo na
junta comercial de sua cidade, atentando-se sempre ao fato do faturamento no ano
calendário ser inferior a R$ 360.000,00.

1.3 Auditoria interna na microempresa

Neste artigo será discutida a auditoria interna em microempresas, onde a


legislação não traz obrigatoriedade de auditoria, mas é uma ferramenta importante
na gestão e administração destas empresas tornando-as interessantes no ponto de
vista do mercado financeiro.

Ser sócio de uma microempresa é a porta de entrada para expansão do seu


negócio, porém para isso é preciso tomar alguns cuidados para que sua empresa
não faça parte das estatísticas de empresas que fecham as portas no seu primeiro
ano de atividade. Investimento em treinamento de pessoal é algo necessário,
controles internos eficientes também é um método de obter êxito no próprio negocio,
porém a auditoria interna pode ser a garantia de que sua microempresa venha a
obter resultados cada vez melhores e que ela seja vista pelo mercado com um
diferencial das outras.
17

Alem de todas as dificuldades de se dar continuidade em uma microempresa


existe ainda algumas limitações para se implantar auditoria interna nela. No Brasil,
cerca de 52% das microempresas são consideradas empresas familiares, ou seja,
possuem sócios ou empregados que tem um grau de parentesco, existe uma cultura
muito forte de empresas formadas por parentes, quanto maior o porte maior a
participação familiar (SEBRAE, 2018). A concorrência cada dia mais acirrada, faz
com que empresas familiares busquem inovações para se manterem concorrentes
no mercado de trabalho, o que vem a ser um desafio devido a cultura já criada
dentro da empresa.
Microempresas formadas por pessoas da mesma família tendem a ter
problemas principalmente relacionados com gestão interna, conflitos de interesses
entre familiares e falta de planejamento sucessório, nesse sentido a auditoria interna
tem sido de grande importância para mudar a forma de atuar, uma vez que a
justificativa para não implantar auditoria interna nessas empresas é por estarem
todos em família. Entretanto, atualmente a preocupação dessas empresas é prever
o fato antes que aconteça e a auditoria interna em microempresas familiares vem
contribuindo e agregando valor ao negocio e as empresas que investem nesse
ramo, mesmo não havendo obrigatoriedade, se mostram preocupadas com a
profissionalização e com a visão de mudança na gestão do negócio, ajudando a
quebrar essa cultura que vem passando de geração em geração, onde as vezes um
processo, mesmo sendo feito de maneira errônea, perpetua por anos.

De acordo com Crepaldi (2010, p. 30):

A atividade empresarial vem sendo pressionada pelos vários segmentos da


sociedade, desde o próprio cliente – que exige maior qualidade e menores
preços – até os ambientalistas – que exigem maiores investimentos no
combate a poluição.
Para atender a essas exigências e continuarem competitivas, as empresas
tem que se modernizarem, não apenas em instalações, mas no processo de
gestão. Para tanto, tem que investir em seu recurso humano e com ele
contar para imprimir maior produtividade e flexibilidade necessária para sua
manutenção no mercado de competição cada vez mais acirrada.

Além de competitividade no mercado, a microempresa que tem auditoria


interna conta com a possibilidade de redução de eventuais custos e redução no
número de erros tomando menos tempo com correções e otimizando o tempo dos
colaboradores. Devido à constante revisão dos fatos econômicos, contábeis e
18

administrativos, a auditoria interna trabalha nas microempresas de forma para


manter sempre informados seus sócios para que tenham a real situação econômica
da empresa e que tomem decisões baseados na segurança das informações,
tornando a empresa sólida do ponto de vista de investidores e aumentando a
margem de segurança em decisões que levem ao crescimento da organização.
É importante ressaltar que controles internos eficientes trazem uma
segurança a mais nas tomadas de decisões, porém é necessário alguém que os
entendam e que sempre estejam sugerindo adaptações para seus usuários, portanto
a realização de uma boa auditoria aumenta o percentual de acertos em um processo
decisório e auxilia na gesta da empresa e seu desenvolvimento prolongando sua
continuidade.

Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle interno


sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários esta
cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema não deveria
ser adaptado às novas circunstancia. Os objetivos da auditoria interna são
exatamente esses, ou seja:
- verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
- avaliar a necessidade de novas normas internas ou de modificação das já
existentes. (ALMEIDA, 2010, p. 49)

Para a implantação de uma auditoria interna em microempresas é necessário


que o auditor faça um levantamento de como a empresa é gerida, quais são seus
objetivos e missões para que assim ele possa fazer um planejamento de quais áreas
serão revisadas e diante de alguma irregularidade sugerir mudanças, sempre
baseado em informações legais, para que a tomada de decisão venha ser eficaz. O
auditor interno deve agir sempre com ética e moralidade, pois esta trabalhando com
documentos confidenciais e sempre com contato direto com seus superiores,
facilitando assim o fluxo de informações.
O planejamento de uma auditoria interna é o processo inicial dos trabalhos, é
a parte preliminar de toda auditoria onde são examinados os papéis de trabalho, ou
seja, documentos físicos e digitais, provas e evidências que serão analisadas para
determinar a amplitude da auditoria e o que ela pretende atingir.
De acordo com as Normas Brasileira de Contabilidade – NBC TI
01(Resolução CFC – Nº 986/03, p.06), para fazer esse planejamento é necessário
levar em consideração alguns pontos relevantes na execução dos trabalhos que
são:
19

a) o conhecimento detalhado da política e dos instrumentos de gestão de


riscos da entidade;
b) o conhecimento detalhado das atividades operacionais e dos sistemas
contábil e de controles internos e seu grau de confiabilidade da entidade;
c) a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria
interna a serem aplicados, alinhados com a política de gestão de riscos da
entidade;
d) a existência de entidades associadas, filiais e partes relacionadas
que estejam no âmbito dos trabalhos da Auditoria Interna;
e) o uso do trabalho de especialistas;
f) os riscos de auditoria, quer pelo volume ou pela complexidade das
transações e operações;
g) o conhecimento do resultado e das providências tomadas em relação a
trabalhos anteriores, semelhantes ou relacionados;
h) as orientações e as expectativas externadas pela administração aos
auditores internos; e
i) o conhecimento da missão e objetivos estratégicos da entidade.

É nessa fase que é feito a análise dos riscos da auditoria onde se percebe a
possibilidade da auditoria não atingir de forma satisfatória o que lhe foi pedido, ou
seja, não atingir os objetivos propostos.
Feito isso são iniciados os procedimentos da auditoria, que abrangem
exames, testes de observância e testes substantivos que permite o auditor interno
ter base suficiente para suas conclusões e recomendações para a administração da
microempresa. Os testes de observância examinam a segurança dos controles
internos e se eles estão em pleno funcionamento, observando inclusive se os
funcionários e a administração o estão cumprindo. A Resolução CFC - Nº 986/03
(p.07) diz sobre os testes substantivos; “visam à obtenção de evidencia quanto a
suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informação
da entidade”. Todos esses procedimentos serão feitos em cima de um grau de
amostragem determinado no planejamento da auditoria.
Por fim, todas as informações coletadas farão que seja gerado um relatório
onde serão apresentados os resultados para que a auditoria interna auxilie a
administração da empresa e é importante que toda empresa se atentem ao que o
auditor interno tem a orientar e sugerir, nesse sentido é necessário que as
informações compartilhadas sejam expostas de maneira clara para se adequarem a
mudanças e alcançarem o objetivo da empresa.
Importante ressaltar que no relatório apresentado a administração é
necessária que conste alguns itens mínimos que a Resolução CFC – Nº 986/03
(p.09) traz:
20

a) o objetivo e a extensão dos trabalhos;


b) a metodologia adotada;
c) os principais procedimentos de auditoria aplicados e sua extensão;
d) eventuais limitações ao alcance dos procedimentos de auditoria;
e) a descrição dos fatos constatados e as evidências encontradas;
f) os riscos associados aos fatos constatados; e
g) as conclusões e as recomendações resultantes dos fatos constatados.

Alem do relatório o auditor tem que exercer um procedimento de


acompanhamento da adoção das ações corretivas constatadas em seu trabalho,
revisar o que foi pedido e verificar a aplicação das correções. Com o auxilio de
sistemas internos, desenvolvidos pela própria auditoria interna ou adquiridos no
mercado, todas as ações corretivas são armazenados para o controle de sua
implantação.
Não se trata de um novo trabalho, mas sim da constatação de que todos as
ações corretivas acordadas foram implantadas pela área. Nesta constatação, o
auditor testara a implantação da ação corretiva, ou seja executara os procedimentos
necessários para constatação de sua total adoção pela área. Esse processo serve
como um termômetro sobre a importância e valor dados pela área auditada aos
resultados apontados pelo trabalho de auditoria.(DIAS, 2011)
Dias (2011) ainda relata que as ações corretivas sejam de maior importância
sobre os processos da empresa e que sua adoção representem ganhos através de:
• Aumento de receita;
• Extinção de perdas financeiras; e
• Melhorias no Processo
Em um mundo globalizado as mudanças e adaptações aos processos visando
a adequação do negocio exercido pela empresa, se tornam cada dia mais
eminentes, obrigando o auditor interno a entender a tempestividade necessária para
a implantação das ações corretivas.
Caso a verificação da adoção destas ações demore a ocorrer, é possível que
no momento desta, as ações já estejam até obsoletas, considerando possíveis
mudanças ou inovações necessárias ao processo.
É muito importante que os responsáveis pelas decisões estratégicas da
empresa, saibam que ações visando a melhoria dos processos, maior rentabilidade
e qualidade a operação, foram devidamente adotadas pela área auditada. Este
21

relatório também é a forma da auditoria interna documentar o resultado de seu


trabalho.
Tem-se, portanto como resultado de pesquisa que a auditoria interna pode ser
aplicada em todos os tipos de empresas, inclusive as microempresas e que estas
alem de terem um bom controle interno deverão dispor de um profissional que revise
e avalie a eficácia e adequação desses controles, tornando ate mesmo essas
empresas mais atraentes aos olhos de investidores e usuários que se interessarem
e quem sem esta auditoria interna terão maiores riscos de prejuízos futuros e até
mesmo a continuidade da empresa.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que de acordo com Gil (2002, p.133) é
uma “pesquisa menos formal porém depende de vários fatores, tais como a natureza
dos dados coletados, tamanho da amostra, instrumentos de pesquisas e os
referenciais teóricos que nortearam a investigação”, ou seja, a presente pesquisa
não buscou obter um número aproximado nem exato de microempresas que usam
auditoria interna, mas sim procurou trazer conceitos de renomados autores, discuti-
los e identificar os pontos que mais se sobressaem de acordo com o tema proposto.
Para investigar o tema proposto, a metodologia utilizada foi a exploratória e
descritiva. Segundo Gil (2002, p.41) a pesquisa exploratória “tem como objetivo
tornar o problema mais familiar para o pesquisador visando o aprimoramento de
idéias” e na maioria das vezes, inclusive neste artigo, tomou forma de uma pesquisa
bibliográfica, pois foram utilizados varias fontes que deram base para ao assunto
abordado. E pesquisa descritiva, o mesmo autor escreve, que tem como objetivo
levantar opiniões e associar a relação entre as variáveis, muito se assemelha da
exploratória, porém neste trabalho, não se pretende formar uma nova visão do que
já se existe.
Quanto ao objeto, utilizou-se a pesquisa bibliográfica no que tange aos
procedimentos. Para Severino, a revisão bibliográfica é realizada em:

[...] registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em


documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizam-se
dados de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores
e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a
serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir de contribuições
22

dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos


(SEVERINO, 2007, p. 122).

A elaboração da presente pesquisa teve como base material já publicado


sobre o tema, como livros, artigos científicos e publicações periódicas. Os estudos
foram selecionados por meio dos títulos e da leitura dos resumos.

Realizou-se a seleção dos títulos de acordo com atemática pretendida,


nesse caso, auditoria interna. Os autores foram selecionados de acordo com a sua
representatividade na área. Realizou-se a leitura, na integra, dos materiais, no
período de dezembro de 2017 a março de 2018. No período de leitura, selecionou-
se os temas de comparou-se as definições de acordo com o autor.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente artigo trouxe vários conceitos de vários autores sobre auditoria e


auditoria interna com o objetivo de aplicá-los em um tipo especifica de empresa que
são as microempresas. Os resultados obtidos nos possibilitam desenvolver
propostas para a aplicação destes conceitos como um processo de melhoria para as
empresas que já adotam essa metodologia e para novos processos em novas
empresas. A partir deste estudo foi possível criar uma relação próxima do que antes
parecia ser bem distante. Foi explanado que é possível em um ambiente de
microempresas seja implantada a auditoria interna, isso é uma realidade que já
ocorre em várias microempresas além de ser um campo de trabalho bem vasto uma
vez que esse porte de empresa é maioria dentre as outras.
Para chegar nesses resultados foi necessário primeiro conceituar auditoria,
que vem a ser a revisão de processos, para ao final emitir um parecer trazendo
credibilidade para os usuários dessas informações. Auditoria é composta de vários
processos que visam também proteger o patrimônio dando segurança à informação
e evitando risco de fraudes. Esse conceito é definido pela maioria dos autores
pesquisados que concordam entre si.
Dentro do conceito de auditoria temos a classificação da mesma em auditoria
interna e externa, esta ultima vem a ser obrigatória para empresas de grande porte
de acordo com a legislação e é exercida por profissionais que não tem vinculo com a
23

empresa auditada e busca apenas emitir o parecer ao final do processo constatando


se houve irregularidades ou fraudes e se os procedimentos contábeis estão de
acordo com as normas e legislação.
Já auditoria interna tem o objetivo de revisar os controles internos instalados
pelas empresas verificando suas funcionalidades e possíveis erros para que ao final
sejam sugeridas melhorias e adequações, o profissional da auditoria interna trabalha
dentro da empresa que vai auditar junto com a administração, pode auditar todos os
departamentos e por isso tem um volume maior de testes para aplicar. A auditoria
interna assim como a externa transmite para empresa maior credibilidade aos
clientes, fornecedor e usuários dessas informações, hoje esse tipo de iniciativa é um
diferencial para o mercado concorrente.
Diante disso, para aplicar esses conceitos ao modelo de microempresas,
primeiro tratamos de classificá-la e chegamos à seguinte definição: microempresa
segundo a legislação vigente sua classificação é definida de acordo com o seu
faturamento, empresas com faturamento em seu ano calendário igual ou inferior a
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais), existem outras classificações de
acordo com outros critérios, como por exemplo, o numero de funcionários, porem
não são amparadas pela legislação, são padrões definidos por órgãos específicos.
Passando por todos esses conceitos, o presente artigo trouxe a proposta de
aplicar os conceitos, principalmente de auditoria interna, em empresas com o porte
de microempresas. Com esse estudo foi possível detectar a importância da auditoria
interna nas microempresas, trata-se de revisar os procedimentos e controles
internos para auxiliar a administração das microempresas, trazendo credibilidade as
informações declaradas e ajudando assim essas microempresas que começaram
com intuito de crescimento, a efetivamente lucrar com esse modelo de gestão, alem
de prever e evitar possíveis fraudes e erros, economizando com multas e
conseguindo manter a continuidade da empresa.
A auditoria interna vem para acrescentar e aprimorar os controles internos,
não basta ter apenas o sistema de gestão sem alguém para fazer a leitura dos
dados. Todos os procedimentos da auditoria interna são para garantir a segurança
das informações e assim auxiliar os sócios, administradores ou gestores na tomada
de decisão, prevendo alguns erros futuros, evitando fraudes e levando a empresa ao
nível de competitividade de outras grandes empresas e por esse motivo obtendo um
diferencial perante concorrentes.
24

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Contudo, conclui-se que a auditoria interna é importante dentro de uma


microempresa, pois a mesma realizará a leitura dos controles internos e traduzirá os
números e ações exercidas, também, atestar se elas efetivamente estão
funcionando de acordo com os objetivos da empresa e transformar essas ações e
números em tomadas de decisões mais ágeis e precisas dentro da organização.
Conforme os autores pesquisados, a auditoria interna tem como objetivo
fazer um relatório com as informações coletadas e ao final trazer sugestões a
administração ou aos sócios da empresa de melhorias na estrutura da empresa,
podendo evitar futuros erros e fraudes, pois serão aplicadas aos controles internos
informações que estão de acordo com a legislação e a publicação dessas
informações trarão aos usuários maior segurança para investimentos e na aquisição
de recursos com bancos, na oportunidade de conquistar um cliente, a auditoria
interna em todas essas situações se torna um diferencial.
O artigo trouxe ao tema mais informações sobre o assunto e tratou de forma
satisfatória o que foi proposto, porem é um tema difícil de abordar pela pouca
referencia bibliográfica especifica sobre o assunto, sempre é bom surgir e discutir
novos pontos de vistas, portanto fica a proposta que através deste trabalho possa vir
surgir mais discussões sobre o tema para que haja mais pesquisas de campo sobre
o assunto, agregando mais valor a importância da auditoria interna em
microempresas, uma vez que maioria das empresas são microempresas e que esse
venha a ser um amplo mercado de trabalho.
A titulo de sugestão de tema para outro artigo e discussão mais aprofundada
do assunto, pode-se abordar como microempresas podem usar os conceitos de
auditoria interna sem a presença do profissional de auditoria, sendo aplicado pelos
próprios administradores e sócios da empresa. Também, pesquisas aplicadas para
identificar a relação proposta.
Espera-se que esta pesquisa de cunho bibliográfico traga contribuições para
o leitor que se interesse pelo assunto e que venha acrescentar conhecimento
incentivando também a elaboração de mais pesquisas na área. Também, sugere-se
no futuro pesquisas aplicadas para ampliar o conhecimento sobre esse tema.
25

5 REFERÊNCIAS

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de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras.. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm> Acesso em:
10 de jan. de 2018.

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consolidada pelo CGSN). Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas
de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de
2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs
9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponível em:
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