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Disciplina: Auditoria Emresarial

Docente: Mayara Bezerra Barbosa


Discentes: Clenilson Bezerra da Silva; Jhainny de Souza;
Natanael Pereira Ricardo

PLANEJAMENTO DE AUDITORIA

CAICÓ
2019
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ÍNDICE

1. Planos de Auditoria.............................................................................08
2. Planejamento do Trabalho..................................................................11
3. Riscos de Auditoria.............................................................................18
4. Testes de Auditoria.............................................................................19
5. Conclusão...........................................................................................26
6. Referências Bibliográficas..................................................................27
PLANOS DE AUDITORIA

Segundo Crepaldi (2004) o plano de auditoria consiste numa série de notas que
abrangem o objetivo geral e a maneira de conduzir os trabalhos do auditor.
Tais planos são elaborados com a finalidade de formalizar o planejamento
(servindo de elemento comprobatório dos métodos de planejamento) e também para
coordenar os procedimentos da auditoria, evitando que elementos relevantes sejam
ignorados e que trabalhos feitos em épocas anteriores e que porem não tem mais
funcionalidade sejam utilizados no exercício auditado.
Os planos devem ser preparados especificamente para cada auditoria de forma a
atender as necessidades do cliente no período em questão. De qualquer forma devem
abranger comumente os seguintes pontos:

 Objetivos: O menos que se pode esperar de quem planeja uma auditoria


é a definição clara do alcance do trabalho.
 Problemas especiais: Devem ser escritos com detalhes todos os
problemas especiais que poderão ser encontrados na entidade auditada.
 Previsões de horas e esquema de trabalho: A previsão de horas
constitui parte essencial do plano de auditoria, pois além de servir como
controle na condução dos trabalhos, evita atrasos na finalização dos
serviços prestados.
 Documentação e informações complementares: O plano deve
conter também uma lista de todas as instruções especiais emitidas pelo
cliente.

A ocasião mais simples para se preparar um plano de auditoria é no término dos


trabalhos, pois os fatos e números são definitivos e não haverá dúvidas sobre os detalhes
do plano seguido, mas esse procedimento acaba por anular a finalidade de preparar um
plano, pois esses logicamente devem ser preparados antes das atividades do auditor. O
momento mais conveniente para se começar a preparar um plano de auditoria então, se
dá na conferência preliminar com o cliente, quando são discutidos os prazos de
encerramento das contas, os problemas especiais e outros fatos que são a base para a
formação do plano. Em seguida deve-se fazer um plano preliminar que deve cobrir ao
menos o trabalho na área do controle interno sendo que esse será revisado após a
contemplação das falhas e pontos fortes do controle interno. Com a preparação de
programas mais detalhados o plano de auditoria começa a tomar forma e à medida que
progride o trabalho deverão ser revisados segundo as necessidades.
A redação do plano pode ser feita por qualquer pessoa, porém a responsabilidade
básica por sua preparação cabe ao gerente encarregado ou ao sócio, se não houver
gerente designado. Em beneficio da eficiência e do treinamento dos auditores, o sênior
deve ser estimulado a dar toda a sua contribuição para a preparação do plano e, salvo em
casos excepcionais, o gerente nunca deve preparar o plano sozinho.

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Modelo de Plano de auditoria:

Fonte: Crepaldi, 2004.

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Modelo de orçamento por horas:

Fonte: Crepaldi, 2004.

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Modelo de orçamento em moeda:

Fonte: Crepaldi, 2004.

PLANEJAMENTO DO TRABALHO

As normas de auditoria geralmente aceitas exigem que o trabalho de auditoria


seja adequadamente planejado. Planejar significa estabelecer metas para que o serviço
de auditoria seja de excelente qualidade e a um menor custo possível. Segundo
Crepaldi (2004), são etapas do planejamento:

 adquirir conhecimento sobre a natureza das operações, dos negócios e forma de


organização da empresa;
 planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares;
 obter maior cooperação do pessoal da empresa;
 determinar a natureza, amplitude e datas dos testes de auditoria;
 identificar previamente problemas relacionados com contabilidade, auditoria
e impostos.

Identificação da entedade auditada

O auditor externo deve adquirir ou restabelecer conhecimentos sobre a


empresa para que possa planejar e efetuar seu exame de acordo com as

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normas de auditoria geralmente aceitas. Para obter esse conhecimento, deve
estudar, principalmente, as seguintes áreas da empresa:

Financeira
 comportamento do fluxo de caixa;
 se as operações da empresa estão gerando recursos suficientes para
sustentá-la financeiramente;
 principais credores bancários, encargos financeiros e formas de
pagamento;
 possíveis problemas de liquidez;
 se os fornecedores estão sendo pagos em dia;
 principais fornecedores e suas condições financeiras;
 se existem contas de clientes em atraso;
 principais clientes e suas condições financeiras;
 principais investimentos feitos ao longo do ano e a situação econômico-
financeira das empresas investidas.

Contábil
 princípios contábeis adotados na elaboração das demonstrações
contábeis;
 uniformidade de um exercício social para outro, na aplicação desses
princípios;
 quando as demonstrações contábeis estarão prontas;
 se as análises das contas estão sendo preparadas regularmente ao
longo do ano;
 se foram ou estão sendo tomadas providências para corrigir as
irregularidades ou erros identificados nas análises das contas.

Orçamentária
 situação atual do orçado em comparação com o incorrido;
 explicações para as variações significativas entre o orçado e o real;
 projeções até o fim do exercício social;
 pessoal;

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 políticas de admissões;
 políticas de treinamento;
 políticas de avaliação;
 políticas de aumentos salariais;
 estrutura organizacional da empresa;
 saída de funcionários importantes.

Fiscal e legal
 situação atual de processos envolvendo o nome da empresa;
 livros fiscais e legais e sua escrituração;
 resultado das investigações realizadas pelas auditorias fiscais;
 mudanças no contrato social ou estatuto.

Operações
 principais aquisições de bens do ativo imobilizado;
 principais baixas de bens ativo imobilizado;
 máquinas paradas, obsoletas, etc.;
 estoques obsoletos ou de lento movimento;
 novos produtos
 planejamento do inventário físico anual.

Vendas
 situação da empresa no mercado em comparação com os
concorrentes;
 políticas de propaganda;
 causas das devoluções de vendas;
 política de garantia dos produtos.

Suprimentos
 limites de aprovação de compras;
 sistemas de compras (informação da necessidade de compra, pesquisa
de possíveis fornecedores, seleção da melhor proposta e a compra);

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 problemas potenciais de compra (único fornecedor, dificuldade de
importação, crescimento muito elevado dos preços das matérias-rimas etc.).

Como planejar maior volume de horas nas auditorias preliminares

No Brasil, e em vários países, as empresa encerram seu exercício social em


dezembro de cada ano. Esse fato ocasiona acúmulo de serviços nas firmas de auditoria
externa nos três meses seguintes a dezembro, enquanto nos outros meses do ano (abril a
dezembro) essas firmas têm certa ociosidade. Para contornar esse problema os auditores
externos executam, sempre que possível, maior volume de serviços de auditoria nas
visitas preliminares.
Cabe destacar que existem outros motivos para maior concentração de serviços
nas visitas preliminares, conforme exemplificação abaixo:

 detectar problemas de imediato;


 evitar esforço físico e mental muito grande dos auditores nos meses de
janeiro e março.
 evitar horas extras nos meses de janeiro a março;
 dar mais atenção à empresa auditada;
 emitir o parecer dentro de um prazo razoável de tempo, após a
empresa ter levantado as demonstrações financeiras.

A seguir, serão expostos exemplos de algumas áreas para as quais o auditor


externo poderia efetuar serviços de auditoria na visita preliminar:

 levantamento e avaliação do sistema de controle interno;


 revisão analítica das demonstrações contábeis intermediárias;
 teste das receitas acumuladas até a data da visita preliminar;
 teste das compras (matérias-primas, bens do imobilizado, etc.) efetuadas
até a data da visita preliminar;
 teste das depreciações, amortizações e exaustões registradas no período;

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 teste da correção monetária sobre o ativo permanente e patrimônio
líquido, contabilizado no período;
 resumo das atas;
 atualização da pasta permanente

Cumpre ressaltar que, por ocasião da visita preliminar, o auditor externo pode
executar também auditoria sobre o saldo das contas do balanço patrimonial. Entretanto,
esse fato dependerá do grau de confiança que ele possa depositar no sistema de controle
interno da empresa.

Como obter uma maior cooperação do pessoal da empresa

A firma de auditoria tem um custo elevado com seus funcionários, por serem
eles de formação superior, e, também, a necessidade de um alto investimento em
treinamento, em virtude do fato desse tipo de serviço exigir um grau de conhecimento
técnico muito grande.
Como conseqüência, o preço de um serviço de auditoria para uma empresa não é
barato. Portanto o auditor externo deve, sempre que possível, utilizar o pessoal da
empresa para que seu serviço saia por um valor razoável.
Exemplificando, o auditor externo poderia utilizar o pessoal da empresa nos
seguintes serviços:
 apanhar documentos nos arquivos da empresa;
 preencher os papéis de trabalho de movimentação de contas de
investimentos, ativo imobilizado, ativo diferido e patrimônio líquido;
 preparar análise compondo os saldos das contas do balanço patrimonial;
 reconciliar as cartas de confirmações de saldos de clientes e fornecedores
com os registros da empresa;
 preparar os mapas de revisão analítica.

Apesar de várias atividades estarem elencadas, na prática a única tarefa realizada


pelo pessoal da empresa é o apanhamento e entrega de documentos

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ao auditor. O auditor externo deve fazer alguns testes para certificar-se de que esses
serviços, feitos pelo pessoal da empresa, estão adequados.

Como determinar os testes detalhados de auditoria

O auditor externo deve planejar seu trabalho de modo que as áreas de controle
interno e revisão analítica sejam executadas em primeiro lugar, para que ele possa
determinar a natureza, extensão e datas dos testes detalhados ou procedimentos de
auditoria para as diversas contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração do
Resultado do Exercício.
O grau de segurança de que as possíveis irregularidades ou erros serão
detectados pela própria empresa é evidenciado pelo levantamento e avaliação do sistema
de controle interno.
A revisão analítica constitui uma análise gerencial das contas do Ativo e do
Passivo e de Receitas e Despesas. O objetivo dessa análise é determinar o
relacionamento entre as diversas contas (como, por exemplo, estoques e custos das
vendas; contas a receber e vendas etc.) e averiguar as causas das flutuações anormais,
tendências etc.
Por conseguinte, a revisão analítica indica ao auditor externo as áreas com
possíveis problemas e aquelas onde podem ser reduzidos os testes detalhados.
Logo, naquelas áreas onde o controle interno é fraco e existem flutuações
anormais ou tendências incomuns, o auditor externo executa maior volume de teste, já
que existe maior risco de que um erro ou irregularidade tenha ocorrido sem que a
empresa o tenha detectado.
O auditor externo, por meio do sistema de controle interno e da revisão analítica,
obtém conhecimento de como os dados contábeis são compilados até serem
levantadas as demonstrações contábeis e também da natureza dos valores registrados
nas diversas contas. Informações essas que o ajudam na determinação dos
procedimentos de auditoria e das datas mais adequadas para executá-los.

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Identificação prévia de problemas

A auditoria deve ser planejada de modo que os problemas sejam evidenciados


com antecedência, para que a administração da empresa tenha tempo de solucioná-los
sem que haja atraso na divulgação das demonstrações financeiras anuais.
Esse fato exige que o auditor execute os testes de auditoria primeiramente nas
contas com possíveis problemas, contas essas que são evidenciadas pela avaliação do
sistema de controle interno e da revisão analítica.
A seguir tem-se um exemplo dos problemas relacionados com contabilidade,
auditoria e impostos, que poderiam ser identificados a priori pelo auditor externo:

 falta de atendimento de novas normas contábeis emitidas pela Comissão


de Valores Mobiliários (CVM) ou pelo Instituto Brasileiro de Contadores (IBRACON);
 quebra da uniformidade na aplicação de princípios contábeis, tornando
necessária a divulgação em nota explicativa e ressalva no parecer do auditor externo;
 novas transações registradas em desacordo com os princípios
fundamentais de contabilidade;
 erros nos procedimentos ou cálculos das depreciações, amortizações,
exaustões, correção monetária etc.;
 impostos calculados erroneamente ou não recolhidos dentro do prazo
estabelecido;
 provisões aparentemente baixas ou altas;
 ativos registrados como despesas e despesas registradas como
ativo;
 transações que estão sendo registradas com regime de caixa;
 falta de atendimento de recentes legislações fiscais.

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RISCOS DE AUDITORIA

A NBC TA 315 dispõe sobre a identificação e a avaliação dos riscos de


distorção relevante por meio do entendimento da entidade e do seu ambiente e
também descreve o conceito de riscos de auditoria e classifica-o quanto a
análise da relevância.
A identificação e a avaliação dos riscos e dos controles existentes é essencial
para assegurar que a auditoria agregue valor por meio de uma abordagem relevante e em
harmonia com as expectativas e as prioridades da gestão. Para tanto, existem,
basicamente, duas abordagens que podem ser utilizadas pela equipe de auditoria, de
forma independente ou combinadas entre si:
a) a unidade auditada possui processo de gerenciamento de riscos em nível de
maturidade considerado adequado pela equipe de auditoria – a equipe deverá considerar
os riscos relacionados ao objeto de auditoria identificados pela unidade e, se pertinentes,
realizar a avaliação preliminar dos controles existentes e, então, utilizar esse material
para definir os riscos e os controles que serão avaliados; e
b) a unidade não possui processo de gerenciamento de riscos, o nível de
maturidade foi considerado insuficiente ou o cadastro de riscos não foi considerado
adequado – a própria equipe de auditoria deverá realizar a identificação e a avaliação
dos principais riscos e dos respectivos controles.
O auditor deve realizar procedimentos de avaliação de riscos para obter
entendimento:
(a) dos seguintes aspectos da entidade e do seu ambiente: (i) a estrutura
organizacional, de propriedade e de governança da entidade e do seu modelo
de negócio, incluindo a extensão na qual o modelo de negócio integra a
utilização de TI; (ii) setor de atividade, regulamentares e outros fatores
externos; e (iii) as medidas utilizadas, internamente e externamente, para
avaliar o desempenho financeiro da entidade;
(b) a estrutura de relatório financeiro aplicável, e as políticas contábeis
da entidade e as razões para qualquer mudança nessas políticas; e (c) como
os fatores de risco inerentes afetam a suscetibilidade das afirmações à
distorção, e o grau em que isso acontece, na elaboração das demonstrações
contábeis de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável, com base
no entendimento obtido nas alíneas (a) e (b)
A análise dos riscos de auditoria deve ser feita na fase de planejamento
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dos trabalhos, considerando a relevância em dois níveis:
a) em nível geral, considerando as demonstrações
contábeis tomadas no seu conjunto, bem como os negócios,
qualidade da administração, avaliação do sistema contábil e
de controles internos e situações econômicas e financeira da
entidade; e
b) em níveis específicos, relativos ao saldo das contas
ou natureza e volume das transações.”
Durante o procedimento de auditoria existe um grau de risco que os
trabalhos estejam contaminados por erros e irregularidades. E de acordo com a
relevância destes, isso pode prejudicar seriamente a carreira de um auditor.
Para que se diminuam os riscos é necessário que o planejamento de auditoria,
leve sempre em consideração que eles existam, procedimentos específicos para localizá-
los devem ser incluídos no planejamento. Os tipos de riscos são:

1. Risco inerente ou implícito: quando o erro ou irregularidade ocorre nos


registros ou nas demonstrações contábeis.

2. Risco de controle: quando o erro ou irregularidade não foi detectado pelo


sistema de controle interno da entidade auditada.

3. Risco de detecção: ao aplicar os procedimentos de auditoria, o auditor também


não detecta os erros.

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TESTES DE AUDITORIA

Os testes de auditoria, também denominados testes de procedimentos ou ainda


testes de observância, têm como objetivo verificar se os procedimentos contábeis e de
controle interno estão em pleno funcionamento e também se estão adequados para
avaliar a efetividade do sistema contábil e possibilitar a apuração e registro corretos
(ATTIE, 1992, p. 139).
Algumas vezes ocorre que em algumas empresas existe um sistema de controle
interno avançado descrito em seus manuais de procedimentos, mas o que se presencia
na realidade é um sistema em uso diferente daquele contido nos manuais (ALMEIDA,
1996, p. 60).
Quando há divergência entre o que está estabelecido formalmente e o que se
verifica na prática, o auditor necessita realizar testes para levantar a efetividade dos
procedimentos e do controle interno, bem como avaliar este último, para que se possa
ter direcionamento e base para realizar o trabalho de auditoria na organização.
Segundo Attie (1992, p.139):
“Após a consecução da documentação e avaliação do controle
interno, o auditor tem condições de elaborar o programa de trabalho
visando cobrir os pontos-chaves de controle e dirigir seus testes em função
destes.”
Assim, a realização de testes permite ao auditor avaliar e mensurar as atividades
que deverão ser realizadas, e por isso consiste numa etapa importante para o
planejamento e execução de sua auditoria.

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É importante lembrar que, para levantar e avaliar o controle interno de uma
empresa, o auditor necessita realizar três atividades básicas: ler os manuais de
procedimentos; conversar com os funcionários e observá-los; e fazer uma inspeção
física desde o início da operação até o registro no razão geral.
No quadro que se segue fica mais claro e simples compreender as etapas que
precedem à execução do trabalho de auditoria.
Passos de auditoria

Fonte: Almeida, 1996.


A realização dos testes de auditoria se dá basicamente na avaliação do controle
interno e na revisão analítica. Na revisão analítica, o auditor testa os saldos das contas
do balanço patrimonial e os valores acumulados das contas de receitas e despesas, visto
que o saldo destas pode estar errado para mais (superavaliado) ou para menos
(subavaliado). Como as transações contábeis são registradas pelo método das partidas
dobradas, quando se testam as contas devedoras para superavaliação, também estão
sendo testadas indiretamente as contas credoras nessa mesma direção (ALMEIDA,
1996, p. 36).

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Teste para superavaliação

No teste para superavaliação, verifica-se se existe alguma conta em que seus


valores foram registrados para mais. Nesse teste o auditor parte do valor que está
registrado no razão geral para o documento que dá suporte à transação (nota fiscal,
duplicata, etc.). O quadro a seguir apresenta os passos da auditoria na consecução do
teste de superavaliação.

Fonte: Almeida, 1996.

De acordo com Almeida (1996, p. 42), os procedimentos básicos de


auditoria do teste para superavaliação são:
 Conferir a soma da conta do razão geral;
 Selecionar débito e conferir seu valor com o valor total do registro final;
 Conferir a soma do registro final;
 Selecionar parcela no registro final e conferir seu valor com o valor total do
registro intermediário;
 Conferir a soma do registro intermediário;
 Selecionar parcela do registro intermediário e conferir seu valor com o valor
total do registro inicial;
 Conferir a soma do registro inicial;
 Selecionar parcela no registro inicial e conferir o seu valor com a
documentação comprobatória.

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Os procedimentos supracitados têm por objetivo detectar os valores levados a
débito que foram registrados com valor superior. Essa superavaliação, com base em
Almeida (1996, p. 42), poderia ser feita verificando-se o seguinte:
 Falta de documento ou documento inválido;
 Soma a maior dos registros ou razão geral;
 Transferência a maior do valor do documento para o registro inicial e do valor
de um registro para outro ou para o razão geral.

Como forma de ilustrar o teste para superavaliação, segue a seguir um exemplo


simples e que é auto-explicativo, bastando para a compreensão do mesmo o
acompanhamento dos procedimentos básicos citados anteriormente.

Fonte: Almeida, 1996.


Nesse exemplo, a Filial A prepara o resumo das compras do dia (registro inicial)
baseado nas notas fiscais de compra dos fornecedores. Em seguida, a

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Filial A elabora um resumo mensal de compras (registro intermediário), que
expressa a soma dos resumos diários de compra. O resumo mensal de compras de cada
filial é enviado para a matriz da empresa, onde é preparado um resumo de compras do
mês de todas as filiais (registro final). Este último resumo é que serve de base para
contabilização no razão geral (ALMEIDA, 1996, p. 42).

Teste para subavaliação

No teste para subavaliação, é analisado se existe algum registro de valor a


menos nos saldos das contas da empresa. Nesse exame o auditor parte do documento
para o razão geral, conforme apresenta-se no quadro a seguir.

Fonte: Almeida, 1996.

Almeida (1996, p. 43) cita os procedimentos básicos de auditoria do teste


para subavaliação:

 Selecionar e inspecionar o documento-suporte;


 Verificar a inclusão do valor do documento no registro inicial;
 Conferir a soma do registro inicial;
 Verificar a inclusão do valor total do registro inicial no registro
intermediário;
 Conferir a soma do registro intermediário;

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 Verificar a inclusão do valor total do registro intermediário no registro final;
 Conferir a soma do registro final;
 Verificar a inclusão do valor total do registro final no razão geral;
 Conferir a soma do razão geral.

Esses procedimentos têm por objetivo identificar os valores lançados a crédito


com valor inferior ao real. Esses créditos lançados poderiam ser subavaliados por meio
das seguintes maneiras (ALMEIDA, 1996, p. 44):
 Não-inclusão do documento no registro inicial;
 Soma a menor dos registros ou do razão geral;
 Transporte a menor do valor do documento para o registro inicial e do valor de
um registro para outro ou para o razão geral.

A seguir é apresentado um exemplo de teste para subavaliação.

Fonte: Almeida, 1996.

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Nesse exemplo, a Filial A prepara o resumo das vendas do dia (registro inicial)
com base nas notas fiscais de venda. Em seguida, a mesma filial prepara um resumo
mensal de vendas (registro intermediário), que expressa a soma dos resumos diários de
vendas. O resumo mensal de vendas de cada filial é encaminhado para a matriz da
empresa, onde é preparado o resumo de vendas do mês de todas as filiais. Esse último
registro é que serve de base para contabilização no razão geral (ALMEIDA, 1996,
p.43).
Portanto, nota-se que os procedimentos dos testes apresentados anteriormente
são similares, diferenciado-se basicamente um do outro pela ordem de partida do auditor
em sua consecução, onde o teste de superavaliação é iniciado no valor registrado no
razão geral, e o teste de subavaliação tem partida nos documentos-base das operações.
Almeida (1996, p. 35) destaca:
“A experiência tem demonstrado que é mais prático dirigir os testes
principais de superavaliação para as contas devedoras (normalmente, as
contas do ativo e despesas) e os de subavaliação para as contas credoras.”
Isso se deve principalmente pela tentativa das empresas em recolher menos
tributos, aumentando (superavaliando) as despesas e diminuindo as contas credoras
(especialmente receitas) e também em mascarar a sua verdadeira situação patrimonial,
aumentando o valor de seus ativos, em especial os do Imobilizado.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho pôde permitir a inferência de que o planejamento é uma


etapa indispensável para a auditoria, e que sua correta utilização implicará na
diminuição de erro do auditor na emissão de seu parecer.
O profissional da auditoria, uma vez que siga fielmente as etapas do
planejamento, terá maiores chances de alcançar com sucesso seus objetivos.
Assim, por meio dos conceitos e pontos abordados nesse trabalho, espera-se que
o objetivo do mesmo tenha sido alcançado: demonstrar a relevância do planejamento no
trabalho da auditoria e sua relação com as chances de sucesso na consecução das metas
do auditor.
Por fim, ficou claro que, o auditor, ao fazer uso dos procedimentos
adequados de auditoria, somados à realização de planos e testes de auditoria, é capaz de
identificar os potenciais riscos da empresa auditada, e assim realizar com maior
eficácia o seu serviço e com menor chance de erro em seu parecer.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um moderno Curso e


Completo. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1996.
 ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 2ª ed. São Paulo:
Atlas, 1992.
 BOYNTON, William C. Auditoria (Modern Auditing). Tradução de José
Evaristo dos Santos 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC T 11 - IT 7 -
Planejamento de Auditoria. Disponível em:
http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2005/00103
5. Acesso em: 31 de outubro de 2007.
 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria contábil: teoria e prática. 3. ed.
São Paulo: Altas, 2004.
 FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 2ª ed. São Paulo:
Atlas,1992.
 PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Auditoria de Demonstrações
Contábeis – Normas e Procedimentos. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.

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