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1. Introdução............................................................................................................................1
2. Metodologia.........................................................................................................................2
3. Revisão da literatura............................................................................................................3
4. Conclusões.........................................................................................................................12
5. Referências bibliográficas.................................................................................................13
1. Introdução
Após diversas fraudes envolvendo grandes empresas, em 2002, o Congresso dos Estados
Unidos promulgou a lei Sarbanes-Oxley (SOX), que trouxe punições mais severas em casos
de fraudes e regras mais rígidas de Governança Corporativa. Apesar de não ter sido criado
pela SOX, o comitê de auditoria entrou em evidência a partir desta lei, que obriga a sua
constituição por boa parte das empresas norte-americanas e estrangeiras que possuem
negociações no mercado estadunidense (SANTOS, 2009).
Segundo Bezerra (2017) os bancos são obrigados por força legal a constituir o comité de
auditoria independentemente de terem ações registradas na SEC (Securities and Exchange
Commission), a partir do momento em que atingem certos requisitos, não se tratando apenas
de uma melhor prática de Governança Coorporativa ou atendimento à SOX.
Nesta senda de ideias, o presente trabalho é realizado no âmbito do curso de Gestão Bancária
cujo tema principal é “Comité de auditoria e suas atribuições nos bancos”. Ao fundo, este
trabalho procura trazer uma revisão bibliográfica acerca dos principais conceitos e definições,
categorias ou classes, e situações de atribuição aos bancos ligados ao tópico em causa.
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2. Metodologia
Para a materialização do trabalho seguiu-se com:
A pesquisa bibliográfica (revisão teórica) que consistiu na leitura e crítica de
informação oriunda de livros, artigos, manuais, legislações, manuscritos entre outro
material consagrado na temática em análise. Ao longo do trabalho são discutidos
temáticas sobre comités de auditorias e suas atribuições nos bancos e alguns conceitos
antecedentes ao abordados para melhor o entendimento do trabalho.
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3. Revisão da literatura
Para melhor entendimento do abordado no trabalho torna-se útil primeiro apresentar a
terminologia básica (conceitos básicos) referente aos conceitos financeiros que ajudarão a
esclarecer melhor o conteúdo abordado.
A SOX define comité de auditoria como órgão estabelecido pelo Conselho de Administração
de uma entidade com a finalidade de supervisionar os processos contábeis de emissão de
relatórios financeiros e as auditorias das demonstrações financeiros desta entidade.
Inicialmente, o conceito de comité de auditoria foi criado pela New York Stock Exchange
(NSYE) após a crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão. Em meados de
1940 a SEC já havia recomendado a criação do comitê de auditoria, através do Accounting
Series Release (ARS) nº 19 (CUNHA, TOIGO e PICOLLI, 2016 como citados em Bezerra,
2017). Na mesma linha de pensamento, de acordo com Bezerra (2017), a partir desta
sugestão, seguida por recomendações de outras organizações, o assunto foi aos poucos
ganhando substância, principalmente quanto à independência e formação dos componentes.
Segundo Klein (2002), em 1999 a NYSE e a National Association of Securities Dealers
Automated Quotation(NASDAQ), seguidos pela SEC, modificaram os requisitos para o
comité de auditoria, principalmente no tocante à independência, sugerindo que o comité das
grandes empresas seja composto por ao menos três membros independentes, embora abra
exceção para casos em que tenha vínculo com a entidade, mas que sua presença no comitê
seja considerada de melhor interesse à organização e aos seus acionistas.
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Espera-se que o comitê de auditoria contribua para a qualidade dos relatórios financeiros, para
o desempenho da organização e para a escolha de melhores auditores (TURLEY; ZAMAN,
2004).
Segundo o guia de orientação para melhores práticas de comités de auditoria é desejável que o
comité de auditoria seja composto do número mínimo de três membros, os quais devem “ter
comprovados conhecimentos nas áreas de Contabilidade, Auditoria e Finanças (pelo menos
um dos membros), além de reunir experiência em Gestão de Riscos de Negócios” (IBGC,
2009, p. 19). Essas características tendem a propiciar uma estrutura capaz de suportar a
pressão exercida pela gestão (PUCHETA-MARTÍNEZ; FUENTES, 2007). Torna o comité
mais capaz de identificar inconformidades e de conhecer os riscos de uma auditoria
independente de qualidade inferior.
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3.3. Importância de auditorias nas instituições financeiras
Os serviços desempenhados pela auditoria exercem amplo e relevante papel na economia de
um país e também na administração das companhias. O maior benefício da atividade de
auditoria consiste no suprimento de uma deficiência de mercado, que carecem de informações
dos agentes econômicos (PEREIRA, 2011). Por meio do Tabela 1 abaixo, são expostas as
contribuições que a auditoria proporciona às entidades em diferentes aspectos que compõem a
riqueza patrimonial de uma organização:
Aspectos Contribuições
Interpertando a tabela 1, observa-se que a auditoria, em sentido amplo, pode ser entendida
como um processo de investigação em que são obtidas e analisadas evidências suficientes que
permitam ao auditor pronunciar-se sobre a realidade de diversos setores e comunicar os
resultados aos interessados nas informações.
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Segundo Bezerra (2017), a SOX estabelece que o Comité de Auditoria deve contar com pelo
menos um especialista contábil-financeiro ou divulgar o motivo de sua ausência. E, ainda, que
seus participantes devem ser membros independentes do conselho de administração. Sobre as
actividades do comité de auditoria.
A melhor forma dos investidores obterem informações sobre as empresas é por meio das
demonstrações contábeis e estas precisam apresentar confiabilidade. Com o propósito de
atender a essa finalidade, foi criada a Auditoria Externa, sendo uma ação executada por um
profissional independente da entidade auditada e capacitado tecnicamente, que examina os
relatórios contábeis para assegurar os investidores contra a manipulação de informações, ou
seja, contra práticas que prejudicam a confiabilidade dos relatórios. Entretanto, o auditor
externo passa por um período curto na empresa, onde o foco geralmente são as análises das
demonstrações financeiras (ALMEIDA, 2012).
A Auditoria Interna foi criada para atender às demandas da Administração, ou melhor, aquela
ação mais periódica, mais profunda, que não abrangem apenas a área da contabilidade, mas
também outros setores administrativos da empresa como sistema de controle da empresa,
administração de pessoal entre outros, e é praticada por profissional dependente da
organização (ALMEIDA, 2012). Portanto, diferente do auditor externo que tem a função de
detectar irregularidades na empresa, o auditor interno tem a função de prevenir a empresa
contra tais irregularidades.
A seguir são mostradas as diferenças e o papel entre o profissional auditor interno e externo
na área financeira.
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Executa auditoria contábil e operacional. Executa apenas auditoria contábil.
Principais objectivos são: O principal objectivo é emitir um parecer ou
Verificar se as normas internas estão sendo opinião sobre as demonstrações contábeis, no
seguidas; sentido de verificar se estas refletem
Verificar a necessidade de aprimorar as adequadamente a posição patrimonial e
normas interna vigentes; financeira, o resultado das operações, as
Verificar a necessidade de novas normas mutações do patrimônio líquido e os fluxos
internas; de caixa da empresa examinada. Também, se
Efectuar auditoria das diversas estas demonstrações foram elaboradas de
demonstrações contábeis e em áreas acordo com os princípios contábeis e se estes
operacionais. princípios foram aplicados em uniformidade
em relação ao exercício social anterior
Maior volume de teste (tem maior tempo na Menor volume de teste, já que está
empresa para executar os serviços de interessado em erros que individualmente ou
auditoria). cumulativamente possam alterar de maneira
substancial as informações das
demonstrações contábeis.
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Sem referência Deve possuir Deve adotar Deve possuir
específica regras regimento regras para
para seu próprio interno seu próprio
funcionamento funcionamento
aprovadas aprovadas pelo
pelo Conselho Conselho
de de
Administração Administração
Sobre as atribuições do comité de auditoria, elas podem variar de acordo com o cenário de
cada empresa ou instituição financeira (Peleias et al., 2009) Em geral, e função do comité de
auditoria contratar, compensar e supervisionar a firma de auditoria independente que irá
preparar os relatórios de auditoria e trabalhos relacionados; responde, ainda, pela resolução de
quaisquer conflitos que possam existir sobre relatórios contábeis entre a administração e os
auditores independentes (Furuta, 2010; Santos, 2009).
Contudo, a divulgação voluntaria de actividades do comité de auditoria foi mais comum para
instituições financeiras, grandes empresas, companhias listadas na New York Stock Exchange
(NYSE) e empresas com maior número de membros independentes no comité.
Que os comités com membros com conhecimento em contabilidade e finanças, que actuam na
aprovação de serviços de não auditoria e que adotam procedimentos para receber e tratar
queixas, apresentam auditoria de melhor qualidade e; comités responsáveis pela eficiência e
eficácia dos controles internos tendem a apresentar auditoria de menor qualidade
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5. Referências bibliográficas
Almeida, M. C. (2012). Auditoria: Um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas.
Bezerra, J. A. A. (2017). Análise de aderência dos comités de auditoria dos principais bancos
do Brasil em Jun/2017 às regras do CMN e suas relações com as boas práticas recomendadas
pelo IBGC. Tese (monografia), Universidade de Brasília, Departamento de Ciências
Contábeis e Atuariais.
Carcello, J. V., Hermanson, D. R., & Neal, T.L. (2002). Disclosures in audit committee
charters and reports. Accounting Horizons, 16(4), pp. 291-304.
Furuta, F. (2010). A Relação das Características das Empresas com a Adoção do Comité de
Auditoria x Conselho Fiscal Adaptado. Tese de doutorado, Universidade de Sao Paulo, Sao
Paulo, SP, Brasil. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-
19042010-104120/
Santos, A. G. dos. (2009). Comité de auditoria: uma analise baseada na divulgação das
informações de empresas brasileiras. Dissertação de mestrado, Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Turley, S.; Zaman, M. (2004). The corporate governance effects of audit committees. Journal
of management and Governance, n.8, p.305-22.
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