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ÍNDICE

Introdução..................................................................................................................................2
1. Conceito de auditoria de contas.............................................................................................4
2. Procedimentos de auditoria de contas....................................................................................4
3. A execução de uma auditoria de contas.................................................................................5
4. Implicações negativas............................................................................................................6
5. Observações pós auditoria......................................................................................................7
7. Condições de valorimetria dos inventários............................................................................8
8. Risco da auditoria de contas de classe 3................................................................................9
7. Vantagens da auditoria e contas...........................................................................................10
9. Os seis tipos de opinião no relatório de auditoria................................................................10
Conclusão.................................................................................................................................13
Bibliografia..............................................................................................................................14

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Introdução
A presente pesquisa tem como tema: auditoria de contas classe 3. O mesmo tem
enquadramento quando se coloca a pretensão de reflectir em como se pode fazer uma
auditoria face à diversidade das entidades sob o ponto de vista de investimento bem como
tamanha da empresa. É nesse sentido ainda que a presente pesquisa propõe-se como uma
resposta a necessidade de saber como funciona uma auditoria de contas em empresas de
grande porte e que aspectos principais podem ser tidos em conta sempre que pretende fazer
uma auditoria das mesmas.

A escolha do presente tem ganha relevância quando se percebe que na sociedade actual,
grande parte das empresas são susceptíveis de enfrentas grandes quedas devido a uma
auditoria adequada, por isso, a presente pesquisa serve de subsídio para entender que cada
empresa deve ter uma auditoria de acordo com o nível no qual se encontra, pois, se não se se
fizer uma auditoria de acordo com a classe será difícil chegar a apuramento real da situação
da empresa ou entidade.

A presente pesquisa parte do pressuposto segundo o qual em que medida a auditoria de


contas de classe e pode ser um elemento fundamental no processo de auditoria das empresas
e entidades? A par disso, a pesquisa questiona fundamentalmente que aspectos
procedimentais devem ser tidos em conta sempre que se pretende fazer uma auditoria de
contas de classe 3?

De modo geral, a pesquisa pretende analisar a auditoria de contas de classe 3. De um ponto


de vista específico, a mesma pesquisa procura descrever os procedimentos a serem tidos em
conta no procedimento de uma auditoria de contas de classe 3, bem como descrever as
vantagens e implicações da realização de uma auditoria de contas de classe 3.

De um ponto de vista metodológico, a pesquisa baseou-se no método bibliográfico que esteve


aliado a hermenêutica enquanto técnica de leitura e interpretação de livros, artigos científicos
preponderantes para o tema em causa. Por último, de um ponto de vista estrutural, a pesquisa
procura debater em primeira instância o conceito de auditoria, sempre relacionado a classe 3.
De seguida, a mesma apresenta o desenvolvimento dos procedimentos essenciais no âmbito
da auditoria de contas de classe 3, por fim a pesquisa apresenta uma série de vantagens e
implicações da e na realização de um auditoria de contas de classe 3.

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Lista de siglas

CMVMC – Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas

SNC – Sistema Normalização Contabilística

NIRF - Normas Internacionais de Relato Financeiro

SCE - Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial

ISA – International Standards on Auditing

FIFO - First In First On

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1. Conceito de auditoria de contas
A auditoria de contas de classe 3 é um processo que visa verificar a fidelidade e a adequação
das demonstrações financeiras relacionadas aos inventários e aos ativos de uma empresa ou
entidade. Essas contas são classificadas na classe 3 do Sistema de Normalização
Contabilística, sendo o conjunto de normas contáveis adoptado em Moçambique e em outros
países embora com as suas particularidades. De modo geral, a (CREPALDI, 2007: 89) refere
que auditoria de contas tem como objectivo o exame das demonstrações contábeis para que
desta possa vir a emitir opinião sobre a regularidade das mesmas.

A classe 3 refere-se ao nível de complexidade da auditoria. A auditoria de classe 3 é mais


complexa do que as classes 1 e 2, pois envolve empresas com maior volume de transacções
financeiras e maior risco. Para (SNC, 2009), a auditoria de contas é um processo importante
para garantir a precisão e a confiabilidade das demonstrações financeiras de uma empresa.
Ela ajuda a identificar deficiências e minimizar fraquezas no controle interno de contas, o que
pode levar a redução de custos na empresa. Esta auditoria de contas de classe 3 permite,
segundo (COSTA 2010) ser uma ferramenta que garante transmissão da real situação da
empresa ou entidade e ajuda o gestor a implementar orçamentos estratégicos mais precisos e
realistas, evitar situações de multas ou atrasos no pagamento de impostos, e conhecer sobre
endividamentos ou quaisquer problemas ocultos nas contas.

A auditoria de contas classe 3 pode ser realizada tanto interna quanto externamente. A
auditoria interna é realizada por profissionais da empresa, enquanto a auditoria externa é
realizada por auditores independentes, sem relação com a empresa auditada.

2. Procedimentos de auditoria de contas


De modo geral para o alcance de uma boa auditoria é importante não seguir apenas os
procedimentos como determinar a sua finalidade, pelo que de acordo com a ISA (2006), a
finalidade de uma auditoria deve ser de entre vários aspectos, aumentar o grau de confiança
dos destinatários das demonstrações financeiras. Isto é conseguido pela expressão de uma
opinião do auditor sobre se as demonstrações financeiras estão preparadas, em todos os
aspectos materiais, de acordo com um referencial de relato financeiro aplicável.

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Uma auditoria financeira envolve procedimentos para obter evidências a respeito dos valores
e divulgações nas demonstrações financeiras, independentemente se causadas por fraude ou
erro (TCDF, 2021: 5). Assim a auditoria de contas de classe 3 envolve os seguintes passos:

 Identificar as normas relevantes para a contabilização e a divulgação dos inventários e


dos ativos.
 Reconhecer os critérios de mensuração, reconhecimento e baixa dos inventários e dos
ativos, como o custo histórico, o valor realizável líquido, o justo valor e o valor
depreciado.
 Comparar as práticas contábeis da empresa ou entidade com as normas do SNC e
verificar se há divergências ou inconsistências.
 Detalhar as contas da classe 3, analisando os saldos, as movimentações, as
reclassificações e as regularizações dos inventários e dos ativos.
 Divulgar as informações relevantes sobre os inventários e os ativos nas notas
explicativas das demonstrações financeiras, conforme as exigências do SNC.
 Aplicar os procedimentos de auditoria adequados para obter evidências suficientes e
apropriadas sobre a veracidade e a conformidade das contas da classe 3.
 Avaliar os riscos de distorção relevante nas contas da classe 3, considerando os
factores internos e externos que podem afectar os inventários e os ativos.
 Emitir um relatório de auditoria com a opinião do auditor sobre as contas da classe 3,
indicando se elas estão em conformidade com as normas do SNC e se reflectem
adequadamente a situação patrimonial e financeira da empresa ou entidade.

3. A execução de uma auditoria de contas


A priori segundo segundo Da Silva & Matos (1993) é necessário saber que uma execução
auditorial de contas de classe 3 possui alguns aspectos procedimentais semelhantes quando
comparado as outras classe, contudo, um dos principais aspectos que devem ser destacados
quando se pretende executar uma auditoria desta classe é o facto de esta classe ter um auditor
externo, pelo que pode optar por um auditor interno, vice-versa bem como pode fazer a
auditoria de forma voluntaria. A posteriori há um conjunto de aspectos que precisam ser
sempre que se pretende auditar empresas ou entidades de classe 3 tais como:

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 O total do balanço,
 O volume de negócios líquido,
 Número médio de trabalhadores empregados durante a auditoria:

A auditoria de contas de classe 3 segue os mesmos princípios e normas da auditoria de contas


de classe 1 e 2, mas com um grau de exigência diferente, tendo em conta a dimensão e a
complexidade das entidades auditadas. Alguns dos procedimentos que são realizados na
auditoria de contas de classe 3 são:

 Mapeamento dos processos contábeis e financeiros da entidade


 Verificação da conformidade legal e fiscal das operações
 Análise das demonstrações financeiras e dos principais indicadores
 Avaliação dos sistemas de controlo interno e de gestão de riscos
 Emissão de um relatório de auditoria com a opinião do auditor sobre as contas

4. Implicações negativas
A implicação da não realização de contas classe 3 em Moçambique e para todos os países que
adotpam o Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial (SCE) baseado nas Normas
Internacionais de Relato Financeiro (NIRF) são alarmantes para toda a empresa bem como
para a sociedade de modo geral. Assim, as contas classe 3 são as que registam os inventários
e os ativos de uma entidade. A não realização dessas contas pode ter as seguintes
consequências:

Prejuízo para a gestão e o controlo dos recursos: A entidade pode ter dificuldades para
atender à demanda dos seus clientes, planejar as suas compras e produções, evitar perdas e
desperdícios, calcular o custo das mercadorias vendidas e apurar o seu lucro ou prejuízo.

Infracção às normas contábeis e fiscais: A entidade pode ser punida pelos órgãos
reguladores, como o Ministério das Finanças, a Autoridade Tributária de Moçambique, o
Tribunal Administrativo e outros, por não seguir os critérios de reconhecimento, mensuração,
apresentação e divulgação dos inventários e dos in.

Perda de qualidade e confiabilidade das informações contábeis e fiscais: A entidade pode


comprometer a sua credibilidade perante os seus stakeholders, como os acionistas, os
credores, os fornecedores, os clientes, os funcionários, o governo e a sociedade.

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5. Observações pós auditoria
Após a auditoria de contas de classe 3, o auditor deve estar em condições de estabelecer
alguns aspectos que visam a potencialização dos aspectos positivos bem como dar resposta
aos problemas e desafios que a empresa ou entidade apresentar, isto é, deve estar em
condições de concluir segundo (COSTA, 2010: 345) se:

 As políticas e os procedimentos contabilísticos e as medidas de controlo interno


relacionados com esta área são adequados e se estão, de facto, a ser aplicados;
 Saldo da conta Caixa representa todo o numerário ou todos os meios líquidos de
pagamento equivalentes existentes na empresa, ou em trânsito e que são da sua
propriedade;
 Os saldos das contas de Depósitos à ordem e outros depósitos bancários representam
todos os depósitos bancários representam todos os depósitos existentes ou em trânsito
nas instituições de crédito e que são propriedade da Empresa;
 Os saldos da conta Outros instrumentos financeiros representam todos os que existem
e que são propriedade da empresa;
 Os saldos de todas as contas de Meios financeiros líquidos estão adequadamente
mensurados e apresentados no Balanço de acordo com o normativo contabilístico
aplicável;
 Todas as informações pertinentes relacionadas com esta área estão adequadamente
divulgadas no anexo.

A para de todas as observações, deve ficar claro que as mesmas devem ser feitas tendo em
conta que o objectivo de todo um trabalho de auditoria de classe 3 deve ter em última
instância a capacidade de fornecer uma opinião independente e verdadeira relativamente às
demonstrações financeiras de uma empresa vista em todos os seus aspectos materiais, (DRA,
2010) como procurar também desenvolver uma auditoria não apenas como projecto destinado
á emissão de relatórios sobre actividades passadas, mas também como um processo de apoio
á gestão das organizações sem se esquecer do seu principal objectivo.

A auditoria de contas classe 3 pode compreender inventários detidos para venda no percurso
da actividade empresarial, no processo de produção para essa venda e na forma de materiais

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consumíveis a serem utilizados no processo de produção ou na prestação de serviços entre
outras; agrega também, os ativos tangíveis, isto é, tudo aquilo que pode ser considerado como
activo, quer de produção ou regeneração.

No SNC, a classe 3 está subdividida da seguinte forma:

Mercadorias, respeita aos bens adquiridos pela empresa com destino a venda, desde que não
sejam objecto de trabalho posterior de natureza industrial.

Matérias-primas (MP), subsidiárias e de consumo, inclui os bens que se destinam a ser


incorporados materialmente nos produtos finais, os bens necessários á produção que não se
incorporam materialmente nos produtos finais e os bens envolventes ou recipientes das
mercadorias, ou produtos, indispensáveis ao seu acondicionamento e transacção.

Produtos acabados e intermédios, inclui os principais bens provenientes da actividade


produtiva da empresa, assim como os que, embora normalmente reentrem no fabrico, possam
ser objecto de venda.

Subprodutos — desperdícios, resíduos e refugos, respeitam aos bens de natureza secundária


provenientes da actividade produtiva e obtidos simultaneamente com os principais e os bens
derivados do processo produtivo que não sejam de considerar como subproduto.

Produtos e trabalhos em curso, respeita aos bens que se encontram em fabricação ou


produção, não estando em condições de serem armazenados ou vendidos.

Reclassificação e regularização de inventários e ativos - servem para registar quebras,


sobras, ofertas bem como quaisquer outras variações nas contas de inventários não derivadas
de compras, vendas ou consumos.

7. Condições de valorimetria dos inventários


Podemos resumir da seguinte forma os critérios de valorimetria final dos inventários:

Os inventários são mensurados ao custo de aquisição ou ao custo de produção, (ISA, 2006);


O custo de aquisição de um bem é a soma do respectivo preço de compra mais outros custos
incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição actuais deduzidos dos
descontos comerciais e abatimentos; Pode se dizer que na visão de (MENDES 2001: 65) o
custo de produção/conversão de um bem é a soma dos custos das matérias-primas e outros
materiais directos consumidos, da mão-de-obra directa, dos gastos gerais de produção
variáveis e dos gastos gerais de produção fixos necessariamente suportados para o produzir e

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colocar no estado em que se encontra e no local de armazenagem; Os custos de distribuição,
de administração geral e os financeiros (excepto para alguns inventários, os financeiros) não
são incorporáveis no custo de produção dos inventários; Os gastos industriais fixos poderão
ser imputados ao custo de produção, tendo em conta a capacidade normal dos meios de
produção (ISA, 2010);

Como métodos de custeio das saídas adoptam-se os seguintes:

1. Custo médio ponderado, o custo de cada elemento é determinado a partir de uma média
ponderada do custo dos elementos existentes. Tanto o custo das saídas como o dos
inventários finais são mensurados a custos médios. É um método de aplicação simples e a
utilização dos custos médios permite minimizar os efeitos das variações dos custos de
aquisição ou de produção.

2. FIFO, neste método presume-se que os bens adquiridos ou produzidos em primeiro lugar
são também os primeiros a ser vendidos ou consumidos, o que significa que o CMVMC é
mensurado a custos mais antigos e os inventários finais são mensurados aos custos mais
recentes, ou seja, muito próximos dos de mercado. O método FIFO é desaconselhável em
períodos de inflação acentuada (os créditos são mensurados a preços mais recentes enquanto
os gastos correspondem às aquisições mais antigas).

3. Custo específico/Identificação específica, é conceptualmente o método mais correcto,


porque identifica cada bem vendido e cada bem que consta dos inventários, mas só é
praticável desde que seja possível identificar fisicamente os bens adquiridos em cada compra,
tendo uma aplicação limitada. Este método permite grande correlação entre rendimentos e
gastos relacionados com as vendas, os inventários finais são mensurados ao custo da
aquisição actual e o fluxo contabilístico é igual ao fluxo real e físico.

8. Risco da auditoria de contas de classe 3


Como é susceptível em qualquer outro tipo de auditoria, a auditoria de contas classe 3 pode
ter alguns riscos que podem estar associados as distorções materiais. Os (mesmo) podem ser

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concebido em três dimensões, onde a primeira corresponde ao risco inerente, risco e por fim
o risco de detecção.

No que diz respeito ao risco inerente, corresponde a susceptibilidade do saldo da conta de


uma empresa tal como afirma (COSTA, 2010: 212). Uma das formas de evitar o agravamento
deste risco é necessário que o auditor de contas classe 3 conheça o negócio, os objectivos,
recursos disponíveis, meio envolvente, o ciclo operacional, assim como o seu plano de
financiamento.

7. Vantagens da auditoria e contas


Na visão de (CREPALDI, 2007: 89), a auditoria de contas de classe 3 pode apresentar várias
vantagens casos todos os procedimentos inerentes a ela sejam seguidas, onde algumas dessas
vantagens podem se traduzir nos seguintes termos:

Vantagens para a administração da empresa: fiscaliza a eficiência dos controles internos;


assegura maior correcção dos registos contábeis; opina sobre adequação das demonstrações
contábeis; melhora o controlo de bens patrimoniais; apura omissão de registos de receitas;
contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação económica, financeira
e patrimonial da entidade.

Vantagens para os investidores: contribui para maior exactidão das demonstrações


contábeis; possibilita melhor entendimento sobre a situação económica, financeira e
patrimonial da entidade; assegura maior exactidão dos resultados apurados.

Vantagens para o fisco: permite maior exactidão das demonstrações contábeis; assegura
maior exactidão dos resultados apurados; contribui para maior observância das Leis fiscais.

Na mesma linha das vantagens acrescenta Jund (2006) que existe outra vantagem tais como:

Vantagens para a sociedade: dá credibilidade às demonstrações contábeis das empresas;


assegura a veracidade das informações, das quais dependerá a tranquilidade quanto à
sanidade das empresas e à garantia de empregos; informa, através das demonstrações
contábeis do conjunto das empresas, o grau de evolução e solidez da economia nacional.

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9. Os seis tipos de opinião no relatório de auditoria
1. Opinião sem reservas: Diz-se que a opinião de um auditor é sem ressalvas quando,
perante uma análise do material que constitui objecto de seu trabalho em um empresa ou
entidade constata que todas as contas reflectem de forma satisfatória a real situação da
empresa, isso inclui tanto o âmbito financeiro bem como o patrimonial. O auditor opta por
esta modalidade de opinião quando resulta do seu exame, realizado de acordo com as normas
técnicas aplicáveis, que não existem distorções com materialidade nas demonstrações
financeiras. É a chamada opinião não modificada ou limpa.

2. Opinião com reservas: Este tipo de posicionamento só é tomado quando após uma análise
das contas da empresa ou entidade, o auditor conclui que não pode exprimir um relatório sem
ressalvas pelo facto de que o nível de distorção é relativamente considerável, ou seja, quando
há uma disparidade acentuada entre a realidade da empresa e das contas da mesma.
(COELHO, 2013: 23)Avaliado o motivo da distorção, isto é, a razão da incompatibilidade
acentuada entre as contas da empresa ou entidade e a realidade da empresa é possível que se
emita uma opinião mediana, daí que a opinião será adversa, reconhecendo assim, a existência
de uma situação problemática na empresa, sem contudo deixar de validar os aspectos
positivos sempre que os mesmos existirem.

3. Opinião adversa: diz-se que estamos perante uma opinião adversa após a análise de todas
as contas da empresa ou entidade, concluir-se que as mesmas não reflectem de modo geral a
situação real da empresa. O auditor reuniu provas de que não existem distorções com
materialidade nas demonstrações financeiras; no entanto, se o auditor tiver obtido prova sobre
a existência de uma incerteza material relacionada com a continuidade, o auditor deve
identificá-la. Se a entidade auditada não tiver mencionado alguma incerteza material, haverá
lugar a uma opinião com reservas ou adversa.

4. Negativa de opinião: É certo que o trabalho do auditor depende essencialmente de um


conjunto de dados que a empresa fornece ao mesmo sempre for necessário realizar uma
auditoria. O que ocorre é que sempre que não for possível dispor de todo material necessário
para poder fazer uma auditoria no verdadeiro sentido, o auditor será implicado a fazer uma
negativa de opinião, por considerar que há falta de material de trabalho bastante que o
permita ser suficiente sobre as contas da empresa. (MENDES, 2021). Assim, a limitação ao
âmbito de uma auditoria pode assumir formas extremas que impossibilitem o auditor de

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emitir opinião com a segurança requerida sobre as demonstrações financeiras de uma
empresa.

5. Opinião modificada: Toda a auditoria inclui um objectivo de emitir uma opinião no fim,
mas esta será sempre determinada por uma série de condições, pelo que, sempre que após
uma análise das contas da empresa o auditor emitir uma opinião adversa, com ressalvas ou
negativa de opinião, anexa sempre um parágrafo com o objectivo de dar destaque a uma
situação relevante constatada ao longo da auditoria. Este ponto constitui em si um destaque
que em regra não significa somente uma nota negativa, pelo que é apenas um aspecto que o
auditor considera relevante para a empresa.

6. Opinião não modificada: O tipo de opinião não modificada é aquela em que o auditor
após a análise de todas as contas da empresa emite uma opinião sem ressalvas e mais que
isso, inclui no fim uma nota dando destaque a um aspecto positivo e relevante ou alerta sobre
algum aspecto da empresa. Resulta do facto de o auditor, por motivos que não lhe são
imputáveis, não ter realizado o seu exame com a profundidade e extensão desejáveis, o que o
impossibilitou de obter prova sobre se determinada área das demonstrações financeiras está
isenta de eventuais distorções com materialidade, (COELHO, 2013: 68) O auditor expressa
também uma opinião com reservas por limitação de âmbito quando faltem componentes das
demonstrações financeiras, tais como a demonstração dos fluxos de caixa e/ou a
demonstração das alterações nos capitais próprios, sempre que sejam de elaboração
obrigatória e indispensáveis para a compreensão da situação da empresa auditada.

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Conclusão
Com a materialização desta pesquisa é possível concluir que há uma razão na divisão da
auditoria em classes e que a da classe 3 apresenta-se de forma peculiar o que implica uma
mudança substancial no tratamento da mesma quando se trata de uma auditoria quer seja
interna ou externa. Ainda nesta pesquisa, foi possível perceber que a auditoria de contas de
classe é de suma importância em qualquer empresa desta classe na medida em que se
posiciona como um elemento que além de fornecer uma visão clara da situação da empresa,
possibilita com que se existirem problemas, através desta auditoria se possa chegara uma
solução.

As empresas embora estejam actualmente em um nível avançado de desenvolvimento são


incumbidas a necessidade de promover instrumentos mais melhorados que dêem maior
facilidade ao auditor na recolha de todas as informações pertinentes no processo de auditoria
de tal modo que a observação do auditor esteja em conformidade com todos os aspectos
gerais e particulares de uma empresa.

No processo de auditoria de contas de classe 3, o auditor deve ser imparcial quando a


retractação da real situação da empresa, é certo que o mesmo pode eventualmente expressar
um juízo de valor, mas o que importa em primeira instância é obter dados concretos e a partir
dos mesmos traçar mecanismo de acção concretos com vista a fazer face à situação
constatada, sem contar que um relatório verdadeiro possibilita o alcance de vantagens não
apenas para a empresa bem como para todos os colaboradores da mesma e a sociedade em
geral.

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Bibliografia
COELHO, Dina Adriana Carvalho. Contabilidade e administração.Porto, Coimbra.2013

COSTA, Carlos Baptista. Auditoria Financeira – Teoria & Prática, 9ed, Porto, Editora Rei
dos Livros, 2010, pp345.

CREPALDI, Sílvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. 4ª Ed. São Paulo: Atlas,
2007. 558p.

DA SILVA, H, Viegas; MATOS, M, Adelaide. Contabilidade e Gestão. Texto Editora,


Lisboa. 1993.

DRA 400 - Avaliação do Risco de Revisão/Auditoria, 2010.

ISA 200 – Objetivo e Princípios Gerais que Regem uma Auditoria de Demonstrações
Financeiras, 2006

ISA 400. Objectivo e Princípios Gerais que Regem uma Auditoria de Demonstrações
Financeiras, 2010

JUND, Sérgio. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimentos: teoria e 900


questões. 8ª. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006, 788p.

MENDES, Contabilidade geral e financeira. Plátano, Lisboa, 2001

SISTEMA NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (SNC), Porto Editora 2009

TCDF. Relatório Final de Auditoria Financeira relativa à conta Investimentos e Aplicações


Temporárias a Curto Prazo das Demonstrações Financeiras do GDF - Exercício de 2020.
Brasília, CGSE, 2021.

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