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Curso Técnico de Contabilidade

Manual de
Auditoria

Maio de 2021
Índice

A auditoria....................................................................................................................................1
Auditoria financeira......................................................................................................................2
Auditoria interna..........................................................................................................................3
Tipos de auditoria........................................................................................................................4
Procedimentos de auditoria (ISA 500)..........................................................................................6
Medidas de controlo interno.......................................................................................................9
 Meios financeiros líquidos................................................................................................9
 Compra de bens e serviços.............................................................................................10
 Gastos com o pessoal.....................................................................................................13
Bibliografia.................................................................................................................................15
A auditoria

De acordo com o IFAC (International Federation of Accountants), a


auditoria consiste numa «verificação ou exame feito por um auditor dos
documentos de prestação de contas com o objetivo de o habilitar a expressar
uma opinião sobre os referidos documentos de modo a dar aos mesmos a
maior credibilidade».

Segundo o Glossário da Auditoria do Instituto Português de Apoio ao


Desenvolvimento trata-se de um «processo sistemático que consiste no exame
ou verificação objetiva das atividades e operações de uma organização», cujo
objetivo passa por «analisar a conformidade dessas atividades e operações em
relação a determinadas regras e normas e aos objetivos definidos para essa
organização», devendo «ser realizada por pessoa idónea, tecnicamente
preparada. A sua realização obedece a um conjunto de princípios, métodos e
técnicas geralmente aceites, as quais permitem ao auditor formar uma opinião
fundamentada e emitir um parecer acerca da matéria analisada». Em suma, «a
auditoria permite identificar quaisquer tipos de desvios que possam vir a
requerer uma ação corretiva e as suas conclusões e recomendações devem
ser comunicadas a todos os detentores de interesse».

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Auditoria financeira

A auditoria financeira incide fundamentalmente sobre as demonstrações


financeiras, tendo como objetivo emitir um parecer sobre as mesmas, visando
conferir confiabilidade a estas demonstrações face a terceiros. Efetuadas
obrigatoriamente por ROC's ou sociedades de ROC's - que, tal como indicado,
se tratam de profissionais independentes da unidade económica auditada -
visam a certificação legal das contas de uma entidade. Deste modo, certifica-se
que as mesmas espelham de forma verdadeira e apropriada o valor patrimonial
e os resultados gerados ao longo do exercício económico em causa.

No final do processo de auditoria, é emitido um parecer que, salvo casos


em que tenham sido encontradas inconformidades materialmente relevantes
nas demonstrações financeiras, é feito sem reservas. Caso tais
inconformidades surjam, deve ser emitido um parecer onde são identificadas as
reservas, de modo a apurar-se se existiu fraude ou erro. Na preparação da
auditoria, os auditores devem sempre identificar e avaliar os riscos de
distorções materialmente relevantes nas demonstrações financeiras.

Os destinatários deste tipo de auditoria são fundamentalmente externos,


incluindo acionistas, o governo e o público. A sua frequência é periódica e
anual.

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Auditoria interna

Na definição do Institute of Internal Auditors (IIA), a auditoria interna


consiste na organização de uma abordagem sistemática e disciplinada, na
avaliação da gestão do risco, controlo e procedimentos, com o objetivo de
acrescentar valor e melhorar as operações de determinada organização.

Tem como objetivo assessorar a administração e apoiar a organização,


identificando se os procedimentos definidos na organização para as diferentes
áreas funcionais estão a ser devidamente executados, bem como se a
legislação está a ser cumprida. Na estrutura organizacional da empresa, a
auditoria interna deve constar como órgão de staff de apoio à administração.

Incidindo sobre todas as funções da unidade económica, pode ser


desenvolvida por pessoas habilitadas para o efeito. Estes podem ser
funcionários da entidade, mas também se pode contratar uma entidade para
levar a cabo este trabalho. De qualquer modo, os auditores internos têm o
dever de trabalhar de forma independente para que possam desenvolver
adequadamente as suas funções.

Os destinatários são internos, consistindo na administração e nos


serviços a serem auditados. Cumpre à auditoria interna identificar e sugerir
procedimentos que permitam à empresa ter um melhor sistema de controlo
interno. A sua frequência é periódica, mas geralmente sem tempo determinado.

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Tipos de auditoria

Existem diferentes tipos de auditoria. Quanto à natureza, podem ser


considerados os seguintes tipos:

Natureza Tipo de auditoria


Auditoria das demonstrações financeiras
Auditoria de marketing
Conteúdo e finalidade Auditoria de recursos humanos
Auditoria de conformidade
Auditoria forense
Auditoria operacional
Auditoria informática
Auditoria de gestão
Auditoria estratégica
Amplitude Auditoria geral
Auditoria parcial
Periodicidade Auditoria permanente
Auditoria ocasional
Período temporal a Auditoria de informação histórica
analisar Auditoria da informação previsional ou prospetiva
Obrigatoriedade Auditoria de fonte legal
Auditoria de fonte contratual
Sujeito que a realiza Auditoria externa
Auditoria interna

Quadro 1 – Tipos de auditoria


Fonte: https://www.instituto-camoes.pt/images/transparencia/Manual_Auditoria_Interna.pdf

Quanto ao conteúdo e finalidade, podem ser divididos da seguinte forma:


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Tipo de auditoria Conteúdo e finalidade
Auditoria estratégica Aborda a entidade como um todo, avaliando estratégias de
implementação e controlo; permite uma visão sistemática da
empresa e preocupa-se com o seu futuro.
Auditoria de recursos Avalia a área funcional de RH em todos os aspetos da sua
humanos gestão, nomeadamente definição de funções, de perfil
funcional, processo de recrutamento, seleção, integração e
acolhimento, gestão de contratos, processo de avaliação de
desempenho, política de remunerações e benefícios,
processamento salarial, controlo de assiduidade e
pontualidade, gestão de carreiras, promoções, higiene e
segurança no trabalho, cultura organizacional, clima
organizacional, gestão de conflitos e stress e
enquadramentos legais e fiscais aplicáveis.
Auditoria fiscal Avalia a legalidade das operações ocorridas dentro do
respetivo enquadramento fiscal.
Auditoria forense Deteta possíveis fraudes e verifica se existe gestão danosa;
levada a cabo por peritos em deteção e correção de fraudes.
Auditoria operacional Avalia em continuidade se os recursos estão a ser utilizados
de forma eficiente e eficaz, identificando onde podem ser
feitas melhorias no controlo orçamental.
Auditoria informática Avalia a performance das aplicações informáticas; avalia a
propensão dos sistemas informáticos a erros e fraudes.
Auditoria de gestão Analisa, avalia e revê a performance da entidade em relação
aos pressupostos e regras aceites na mesma; avalia a
gestão de topo.

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Procedimentos de auditoria (ISA 500)

Os procedimentos gerais de Auditoria englobam todo o tipo de


procedimentos que tenham como objetivo a deteção e avaliação, desde a fase
de planificação à de execução da Auditoria. São conjuntos de tarefas
direcionadas para a deteção de situações e sua avaliação da representação
contabilística, conforme seja adequado às especificidades inerentes à entidade.

Deste modo, após conhecidas as situações de incerteza, deve analisar-


se até que ponto a empresa as menciona adequadamente nas duas
demonstrações financeiras, de acordo com os princípios e critérios
contabilísticos previstos legalmente. Assim, os procedimentos de auditoria
consistem nos métodos ou técnicas utilizadas pelos auditores na realização do
seu exame.

A ISA (International Standard on Auditing) 500 é aplicável às auditorias


realizadas a demonstrações financeiras ocorridas a partir de 15 de dezembro
de 2009.

Tem como objetivos primordiais explicar quais os elementos que


constituem provas de auditoria nessas mesmas demonstrações, bem como
ajudar a definir os procedimentos de auditoria por parte do auditor, de modo a
obter as informações suficientes e adequadas de modo a traçar conclusões
sustentadas nas quais a opinião e sugestões do auditor se possam basear.

Prova de auditoria preparada utilizando o trabalho de um perito de


gerência: o auditor deve avaliar a competência, capacidades e objetividade
desse perito, inteirando-se do seu trabalho e avaliando-o enquanto prova de
auditoria, de modo a garantir a relevância e a fiabilidade da informação
utilizada.

Prova de auditoria preparada utilizando a informação produzida


pela entidade: o auditor deve avaliar se a informação é suficientemente fiável
para os fins a que se destina, obtendo, para isso, prova acerca da correção e
plenitude da informação, e avaliando se a mesma é suficientemente precisa e
pormenorizada.

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Em caso de inconsistência na prova de auditoria ou dúvidas sobre
a sua fiabilidade: o auditor deve determinar quais as modificações e
incrementos necessários aos procedimentos de auditoria de modo a resolver a
questão, bem como identificar possíveis efeitos dessas matérias sobre outros
aspetos da auditoria.

Prova de auditoria suficiente e apropriada: principalmente obtida a


partir de procedimentos de auditoria executados no seu decurso, pode incluir
informação obtida de outras fontes, tais como anteriores auditorias.

De acordo com o parágrafo 10 da ISA 500, «a prova de auditoria para


extrair conclusões razoáveis sobre as quais basear a opinião do auditor é
obtida executando:

a) Procedimentos de avaliação do risco;

b) Procedimentos de auditoria, que compreendem:

i. Testes aos controlos


ii. Procedimentos substantivos, incluindo testes de detalhe e
procedimentos analíticos substantivos.»

Os procedimentos de auditoria para obtenção de prova de auditoria


podem incluir:

Inspeção: «Envolve o exame de registo ou documentos quer internos,


quer externos, em papel, formato eletrónico ou outros meios, ou o exame físico
de um bem» (parágrafo 14).

Indagação: Consiste em procurar informação, financeira ou não


financeira, junto de pessoas conhecedoras dentro ou fora da entidade. Pode
ser feito de forma informar, questionando os trabalhadores sobre
procedimentos que adotam informalmente, ou fazendo o processo de
indagação de forma formal através da convocação para reuniões. Caso o
auditor pretenda vir a confrontar as respostas daquele trabalhador, deverá
informá-lo da sua intenção (parágrafo 22).

Observação: Consiste em olhar para um processo ou procedimento que


está a ser executado por outro. Exemplo disto será a observação, por parte do

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auditor, da contagem física de inventários ou das atividades de controlo
(parágrafo 17). A observação permite ao auditor identificar eventuais não
conformidades e aferir o grau de confiabilidade do sistema de controlo interno.

Confirmação externa: Consiste em prova de auditoria obtida pelo


auditor sob a forma de uma resposta direta, fornecida por terceiro (a parte que
confirma), em papel, por meio eletrónico ou outro. Exemplo disto será a
confirmação direta de saldos de terceiros através de circularização (parágrafo
18), enviando o auditor as circulares com as quais pretende confirmar a
informação interna. Neste sentido, é prática enviar circulares a clientes, a
fornecedores e eventuais outros devedores e credores nas quais se solicita
informação sobre valores em dívidas numa determinada data, no âmbito da
confirmação externa a auditoria solicita certidões atualizadas comprovativas,
por exemplo, de registo de propriedades (certidão predial ou outra, certidão
comercial, etc.).

Recálculo: Consiste na verificação do rigor matemático de documentos


ou registos, podendo ser executado manual ou eletronicamente (parágrafo 19).

Reexecução: Envolve a execução independente, por parte do auditor,


de procedimentos ou controlos que foram originalmente executados como parte
do controlo interno da entidade (parágrafo 20).

Procedimentos analíticos: Consistem em avaliações de informação


financeira através da análise dos relacionamentos plausíveis entre dados, tanto
de informação financeira como não financeira (parágrafo 21). Consiste na
análise e comparação de rácios e tendências significativas, incluindo a
investigação das flutuações e relacionamentos que sejam inconsistentes com
outra informação ou que se desviem das quantias que tenham sido previstas.
Estes procedimentos incluem-se nos procedimentos substantivos.

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Medidas de controlo interno

 Meios financeiros líquidos

As empresas devem trabalhar com um fundo fixo de caixa, cuja


determinação do valor disponível deve ter por base o montante que dê
resposta a pequenos pagamentos que não possam ser efetuados por bancos.

A caixa deverá ser alvo do procedimento diário de fecho de caixa, com


identificação dos valores pagos recebidos e respetivo saldo.

Periodicamente, deve ser alvo de conferências surpresa por parte do


diretor financeiro da auditoria ou outra pessoa designada para o efeito, sendo
que esta conferência deverá ser sempre feita pelo responsável pela caixa – o
tesoureiro.

Em caixa deverá estar apenas dinheiro e, sempre que necessário, o


fundo fixo de caixa deverá ser reposto, sendo efetuado o levantamento em
bancos exclusivamente para este efeito.

A empresa deve adotar um procedimento de registo em documento


designado por caixa/bancos, no qual identifica todos os recebimentos ocorridos
diariamente, em dinheiro ou cheque, os quais deverão ser integralmente
depositados em banco, preferencialmente no banco selecionado pela empresa
para depósitos. A vantagem de ter apenas um banco para depósito dos valores
recebidos prende-se com o facto de não se ter de procurar valores em
diferentes bancos.

É uma boa prática a empresa determinar um ou mais bancos dos quais


sejam efetuados pagamentos. O banco através do qual são feitos os
pagamentos nunca deve ser o mesmo no qual são depositados os
recebimentos.

Nunca deverão ser efetuados pagamentos com dinheiros recebidos.

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 Compra de bens e serviços

O departamento de compras tem a seu cargo a gestão de stocks, sendo


que a determinação do nível de stocks para cada referência deve ter em conta
as necessidades do mercado (as perspetivas de venda ou de consumo
interno), bem como a disponibilidade e a capacidade de entrega dos
fornecedores.

A capacidade financeira e a capacidade de armazenagem são também


fatores condicionantes. No processo de compra e após a verificação da real
necessidade dever-se-á efetuar a consulta ao mercado, solicitando no mínimo
3 a 5 pedidos de orçamento, nos quais deverão estar especificadas as
quantidades a adquirir e as caraterísticas do produto ou serviço.

Após a análise dos orçamentos, de acordo com os critérios predefinidos


(preço, capacidade de entrega, fiabilidade do fornecedor, prazo de entrega,
etc.) será selecionada a proposta que melhor responde aos objetivos da
empresa.

Do processo de compra há necessidade de existir segregação de


funções, isto é, a pessoa que faz a identificação dos fornecedores e solicita
orçamentos não deverá ser a mesma que seleciona a proposta.
Eventualmente, poderá não ser a mesma que efetua negociação para melhorar
as condições do fornecimento.

O pedido de compra (documento interno) deverá ser emitido em três


exemplares: original – fica na secção de compras; duplicado – fica na secção
de compras e será depois devolvido ao departamento que solicitou a compra,
com a identificação de a mesma ter sido, ou não, lançada; triplicado –
arquivado na área/departamento que solicitou a compra.

O departamento de compras, na posse do pedido de compra e após a


verificação da real necessidade, dará início à identificação dos fornecedores,
solicitará orçamentos, serão analisadas as propostas, eventualmente será
efetuada negociação e será selecionada a melhor proposta, após a qual será
emitida uma ordem de compra com quatro exemplares, a saber: original –
destina-se ao fornecedor; duplicado – destina-se à contabilidade, para que

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posteriormente possa ser conferido com os restantes documentos originados
pela compra (fatura do fornecedor, guia de remessa, guia de entrada em
armazém; triplicado – enviado para o armazém, para que haja conhecimento
do lançamento da compra; quadruplicado – fica na área das compras.

[Nota: A auditoria orienta, no sentido de que esta cópia não tenha


mencionadas as quantidades, com o objetivo de obrigar a que no processo de
receção de mercadoria seja efetuada uma verificação quantitativa e qualitativa
cuidada do que está a ser rececionado. Contudo, esta orientação dificulta o
planeamento da armazenagem, pelo que muitas empresas não o fazem. Em
sua substituição, definem procedimentos rigorosos no processo de receção.]

Na receção dos bens enviados pelos fornecedores, deverá ser


efetuada uma conferência quantitativa e qualitativa, confrontando a ordem de
compra, a fatura e/ou o guia de remessa com os bens rececionados. Se tudo
estiver em conformidade, dar-se-á entrada da mercadoria no sistema. A
empresa deve ter um processo de emissão de guia de entrada em
armazém/guia de receção, a qual deverá ser emitida em quatro exemplares, a
saber: original – para a contabilidade; duplicado – que fica no armazém;
triplicado – para a secção de compras; quadruplicado (esta via apenas será
emitida se a empresa trabalhar com diferentes armazéns) – será enviada para
o armazém no qual a mercadoria deverá dar entrada.

Se na conferência forem identificadas situações não conformes, as


mesmas deverão ser identificadas para que a área das compras solicite a sua
regularização (por exemplo, produtos errados, quantidades erradas,
mercadorias deterioradas).

CONFERÊNCIA DA FATURA DO FORNECEDOR

Em muitas empresas, em termos de procedimentos, cumpre à área das


compras a conferência da fatura, que inclui dois aspetos distintos: a
confirmação que o que está faturado corresponde ao encomendado e ao que

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foi recebido, e que corresponde às informações acordadas, verificando-se se
os cálculos aritméticos estão corretos.

A fatura deverá ter a indicação de que foi conferida e que poderá ser
efetuado o seu pagamento. Há empresas em que este processo é efetuado
pela contabilidade.

Os documentos de suporte de compra deverão ser adequadamente


arquivados, considerando a fatura, a ordem de compra, a guia de remessa do
fornecedor, a guia de receção/guia de entrada em armazém.

CONTROLO DAS DÍVIDAS A PAGAR AOS FORNECEDORES E


OUTROS CREDORES

A empresa deve manter atualizados os seus registos contabilísticos de


forma a que as contas correntes de fornecedores e outros credores espelhem
adequadamente as dívidas a pagar, assim como as compras e, no caso dos
inventários, se a empresa adotar o sistema de inventário permanente, as fichas
de armazém se encontram devidamente atualizadas.

Mensalmente, deverão ser elaborados balancetes de todas as contas


subsidiárias das contas de fornecedores e outros credores.

[Nota: Os balancetes das contas correntes deverão conter a seguinte


informação: débitos do mês, créditos do mês, débitos acumulados até à data,
créditos acumulados até à data, saldos devedores e saldos credores. Se
possível, os mesmos deverão conter informação sobre as datas de pagamento-
Esta informação permite uma mais fácil e adequada gestão de tesouraria.]

Os balancetes das contas de títulos a pagar (2211) deverão ser


elaborados tendo por base o livro de registo de letras e deverão facultar a
seguinte informação: número do título, data de emissão, data de vencimento e
valor.

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 Gastos com o pessoal

Para cada trabalhador admitido deve ser constituído, na área de


Recursos Humanos, o processo individual e a ficha individual.

No processo individual, deverão ser arquivados todos os documentos


relativos ao trabalhador, nomeadamente a documentação que levou à
demissão do empregado (anúncio, carta do candidato, CV, resultado dos
exames médicos, resultados dos testes de admissão e outros registos do
processo de admissão).

O processo individual deverá estar atualizado e nele deve constar toda a


documentação rececionada ou enviada ao trabalhador, comprovativos do
processo de avaliação de desempenho, cópia da formação académica e das
formações profissionais e outra documentação relevante.

A ficha individual do trabalhador deve estar permanentemente atualizada


e deve ser um resumo do processo individual. No mesmo deverão constar as
seguintes informações:

- Nome;

- Morada;

- Contactos;

- Data de nascimento;

- Fotografia;

- Filiação;

- Composição do agregado familiar;

- Habilitações académicas;

- Qualificações e categoria profissional;

- Data de admissão;

- Condições salariais à data de admissão e sua evolução;

- Períodos de ausência por férias;

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- Períodos de ausência por baixa ou acidentes de trabalho;

- Outras faltas e respetivos motivos, etc.

A empresa deve ter implementado um sistema de controlo de horas


trabalhadas. Em alguns casos poderá ser importante efetuar registos das horas
trabalhadas, nas diversas obras/projetos.

Deverão ser registadas todas as situações que tenham impacto no


processamento de vencimentos, sendo que os mesmos deverão ser validados
pela chefia direta e/ou pelos Recursos Humanos e enviados atempadamente
para que o processamento de vencimentos seja adequado, espelhando as
horas trabalhadas, as remunerações e retribuições a que tem direito pela Lei
Geral do Trabalho, pelo IRCT, por contrato individual de trabalho e/ou pela
política e regulamento da empresa. Deverão ainda respeitar a legislação fiscal
e contributiva.

As folhas de remunerações deverão ser validadas por um responsável


da área de Recursos Humanos e ainda por um responsável da área financeira.
A empresa deverá privilegiar o pagamento ao pessoal por transferência
bancária, sendo que por este meio o colaborador não precisa de assinar, ao
contrário do que acontece com dinheiro ou cheque.

Se tem trabalhadores ao serviço, a empresa está também obrigada à


entrega do Relatório Único.

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Bibliografia

Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (2014). Manual de


Auditoria Interna. Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Endereço:https://www.instituto-camoes.pt/images/transparencia/Manual_Audito
ria_Interna.pdf. Consultado a 12-05-2021.

Norma Internacional de Auditoria 500 – Prova de Auditoria.


Endereço:https://ifrs.ocpcangola.org/ifrs/wp-content/uploads/2017/07/A023-
2012-IAASB-Handbook-ISA-500-PT.pdf. Consultado a 12-05-2021.

Tribunal de Contas (1999). Manual de Auditoria e de Procedimentos – Volume


1. Endereço:
https://www.tcontas.pt/pt-pt/NormasOrientacoes/ManuaisTC/Documents/
Manual_vol1.pdf. Consultado a 17-05-2021.

TEIXEIRA, Maria de Fátima (2006). O Contributo da Auditoria Interna Para uma


Gestão Eficaz. Universidade Aberta. Endereço:
https://repositorioaberto.uab.pt/bitstream/10400.2/581/1/TMCA_Maria
%20deFatimaTeixeira.pdf. Consultado a 17-05-2021.

Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento. Glossário de Auditoria.


Endereço:
https://www.instituto-camoes.pt/images/cooperacao/av_au_docs_basic_au4.pdf
. Consultado a 17-05-2021.

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