Você está na página 1de 26

Auditoria Interna

Palestra I – Evolução Histórica da Auditoria


Objectivos da Aula
 Definir o conceito de auditoria e auditoria interna;

 Conhecer sua Importância;

 Seu desemvolvimento;

 Saber o que é o Instituto de Auditores Internos (IIA) e


suas normas.
1. Evolução histórica

Na antiguidade

Historicamente, a prática da auditoria interna


evoluiu a medida da evolução da actividade
comercial. As primeiras práticas de auditoria
conhecidas datam de 3.500 a.c, na civilização
mesopotâmica em que foram encontradas
pequenas marcas (picadas, vistos) de verificação
ao lado dos números em documentos relativos a
transacções financeiras.
1. Evolução histórica
Na idade média
A idade média foi marcada pela queda do Império
Romano nos anos 300 d.c, e com ela também caíram o
sistema monetário e o controlo financeiro. Neste período
as leis exigiam provas sobre as receitas obtidas;

A crescente actividade comercial da Itália do sec. XIII


requeria métodos cada vez mais sofisticados de registo,
surgindo nesta fase o sistema contabilístico de partidas
dobradas, em que todas as transacções são registadas em
simultâneo a débito e a crédito.
1. Evolução histórica
Revolução industrial

A auditoria nos moldes em que é hoje conhecida,


começou na Inglaterra com a revolução industrial,
resultante do despontar de grandes actividades
industriais e comerciais, envolvendo grandes
investimentos. As empresas contratavam
contabilistas para verificar os registos
contabilísticos.
1. Evolução histórica
Actualidade
A auditoria, juntamente com os investimentos britânicos
cruzou oceanos e chegaram nos Estados Unidos da
América durante o século 19. Ingleses ricos com grandes
investimentos em empresas nos EUA queriam ter uma
verificação independente dos seus investimentos;

Depois da II Guerra Mundial, a economia dos EUA


cresceu de forma galopante e, apesar de não ser
obrigatórios, muitas companhias começaram a publicar
demonstrações financeiras previamente auditadas;
Cont…
Actualmente a auditoria interna se
estabeleceu como uma disciplina distinta
com um foco mais amplo. A auditoria
interna moderna fornece serviços que
incluem exame e avaliação de controlos,
riscos, governação nas entidades públicas
e privadas.
2. Tipificação de Auditoria

2.1. Quanto ao conteúdo ou fins:


 Auditoria das demonstrações financeiras;

 Auditoria de conformidade;

 Auditoria operacional.

2.2. Quanto a amplitude:


 Auditoria geral;

 Auditoria parcial ou temática.

2.3. Quanto a frequência


 Permanente;

 Ocasional
2. Tipificação de Auditoria
2.4. Quanto a posição do sujeito que a efectua
 Auditoria interna;

 Auditoria externa.

2.5. Quanto ao período temporal


 Auditoria de informação histórica;

 Auditoria previsional.

2.6. Quanto a obrigatoriedade


 Auditoria de fonte legal;
 Auditoria contratual.
3. Auditoria – Conceito
A auditoria é um processo sistemático de objectivamente
obter e avaliar prova a cerca da correspondência entre
informações, situações ou procedimentos e critérios pré-
estabelecidos e comunicar as conclusões aos interessados
(Georgina Morais).
Desta definição destacam – se:
 Processo sistemático;
 De forma objectiva;
 Independência;
 Prova.
4. Auditoria Interna – Conceito

A Auditoria Interna é uma actividade independente e


objectiva de garantia e consulta, concebida para agregar
valor e melhorar as operações de uma organização.
 Assiste a organização a cumprir com os seus objectivos
trazendo-lhe uma abordagem sistemática e disciplinada
para avaliar e aumentar a eficácia dos processos de gestão
de risco, controlo e governação.
4.1. Finalidade da auditoria interna
 Obter informações financeiras e operacionais correctas e
fiáveis;
 Identificar e minimizar os riscos da empresa, regulamentos
externos e, politicas e observar procedimentos internos
aceitáveis;
 Cumprimento dos critérios operacionais satisfatórios;
 Recursos são usados eficiente e economicamente, e;
 Os objectivos da organização são alcançados eficazmente –
tudo com o propósito de consultoria à gestão e apoiar os
membros da organização no cumprimento das suas
responsabilidade governativas.
5. Auditoria interna vs externa
CRITÉRIO INTERNA EXTERNA
Objectivo Assessorar a administração e apoiar a
organização
Parecer sobre as demonstrações financeiras

Destinatário Administração e serviços auditados Terceiros: accionistas, bancos, governo, público

Âmbito Incide sobre todas as áreas da


organização
Incide sobre as demonstrações financeiras

Sujeito Actor empregado da entidade auditada ou


independente (outsource ou cosource);
Actor contratado independente

Metodologia Análise de procedimentos, de critérios,


cumprimento de normas, políticas e
Verificação de saldos;
Análise por sondagem aos registos contabilísticos;
eficácia do sistema de controlo interno;
Comparação com padrões standard;
Análise com maior extinção e
profundidade; Análise e apresentação do trabalho por áreas de balanço e
Análise e apresentação do trabalho por demonstração de resultados;
áreas operacionais

Normas de Regras, técnicas e princípios de registo e


controlo das operações e de gestão em
Normas e princípios contabilísticos geralmente aceites
ref. todas áreas, actividades e funções.
5. Auditoria interna vs externa
CRITÉRI INTERNA EXTERNA
O
Frequência Contínua Periódica (anual)
Independên Em relação a actividade e
serviços auditados
Em relação à organização
cia
6. DIFERENÇAS

Auditoria interna Auditoria externa

 O auditor é um empregado da entidade O auditor é um contratado independente;


auditada ou independente (outsource ou Serve a necessidades de terceiros que precisam de
cosource);
informação financeira fiável;
 Serve necessidades da organização, daí que as
funções podem ser geridas pela organização; Tem enfoque na exactidão e compreensibilidade
de eventos históricos reportados nas demonstrações
 Tem enfoque em eventos futuros avaliando os financeiras;
controlos estabelecidos para aferir sobre o
cumprimento das metas e objectivos da Incidentalmente virada à prevenção e detecção de
entidade. fraude em geral, mas directamente interessada
quando as demonstrações financeiras podem ser
 Directamente virada à prevenção de fraude em
materialmente afectadas;
qualquer das suas formas e tamanho e qualquer
área da organização; O auditor é independente da gestão e do corpo
 O auditor é independente da actividade
directivo de facto e atitude mental;
auditada, mas pronto a responder às Verifica registos que suportam as demonstrações
necessidades e desejos de todos os elementos financeiras periodicamente – normalmente por ano.
da gestão;
 Avalia a actividade de forma contínua
7. Semelhanças
 Tarefa de verificar se os controlos contabilísticos são ou não
adequados;

 Avaliação de risco e materialidade;

 Realização de exames de auditoria baseados no exame do


sistema de controlo interno;

 Técnicas usadas na auditoria financeira;

 Independência;
8. Cooperação entre as duas auditorias
8.1. Internos
 Pontos de vista e opiniões profissionais no desenvolvimento
das respectivas funções;
 Partilha de informação Conhecimento a cerca da entidade;
 Participação activa na auditoria as demonstrações financeiras.
8.2. Externos
 Acessoria profissional;
 Actualização de programas e Papeis de Trabalhos que
coordenem e dirigem em coordenação com a auditoria interna;
 Rectificação das conclusões e recomendações formuladas
pelos AI.
9. Instituto de Auditores Internos (IIA)
Órgão que regula a profissionalização do auditor
interno, ditando as normas do trabalho de
auditoria, que os mesmos efectuam. Essas normas
devem ser seguidas com rigidez.
9.1. IIA Natureza do trabalho
 “A actividade de auditoria interna deverá avaliar e contribuir para o
aperfeiçoamento dos processos da gestão do risco, controlo e governação
utilizando uma abordagem sistemática e disciplinada” ;

 O âmbito do trabalho da auditoria interna envolve uma abordagem sistemática e


disciplinada de avaliação e melhoria da adequação e eficácia dos processos de
gestão do risco, controlo e governação, e a qualidade do desempenho, no
cumprimento das responsabilidades atribuídas.

 O objectivo de avaliar a adequação dos processos de gestão do risco, controlo e


governação da organização é o de proporcionar uma garantia razoável de que
tais processos funcionam de acordo com o plano traçado, e que permitirão que
os objectivos e metas da organização sejam alcançados, e efectuar
recomendações para a melhoria das operações da organização, em termos de
eficiência e eficácia de desempenho.
9.1 IIA Natureza do trabalho – continuação

 Os gestores de topo e o Conselho poderão fornecer uma


orientação geral quanto ao âmbito do trabalho e quanto às
actividades a serem auditadas;

 De uma forma geral, a gestão é responsável pela sustentabilidade da


inteira organização e pela responsabilidade das acções empreendidas pela
organização, pela sua conduta e desempenho perante os seus
proprietários, outros credores, legisladores e o público em geral.
Especificamente, os objectivos primários de todo o processo de gestão
são os de obter:
 Uma informação financeira e operacional relevante que seja confiável e credível;
 Uma utilização eficiente dos recursos da organização;
 A salvaguarda dos activos da organização;
 O cumprimento das leis, regulamentos, normas éticas comerciais e contratos;
 A identificação das exposições ao risco e o uso de estratégias eficazes para as controlar;
 A realização dos objectivos e metas estabelecidos para as operações e os programas.
9.1 IIA Natureza do trabalho continuação
A gestão planeia, organiza e dirige um conjunto de acções de forma a fornecer segurança

razoável de que os objectivos e metas estabelecidos sejam alcançados. A gestão analisa

periodicamente os seus objectivos e metas e modifica os seus processos para efectuar

ajustamentos às mudanças verificadas nas condições internas e externas. A gestão

estabelece e mantém igualmente uma cultura na organização, incluindo um clima ético,

que promove o controlo;

O controlo é qualquer acção tomada pela gestão para reforçar a possibilidade de que os

objectivos e metas estabelecidos serão alcançados. Os controlos podem ser preventivos

(para evitar que factos indesejáveis ocorram), detectores (para detectar e corrigir factos

indesejáveis já ocorridos), ou directivos (para favorecer ou encorajar a ocorrência de um

facto desejável). O conceito de um sistema de controlo é um conjunto integrado de

componentes de controlo e actividades utilizadas por uma organização para alcançar os

seus objectivos e metas.


9.1 IIA Natureza do trabalho continuação
 Os auditores internos avaliam o processo de planeamento,
organização e direcção para verificar se existe segurança razoável de
que os objectivos e metas serão alcançados. Estes deverão estar de
alerta para mudanças reais ou potenciais nas condições interna e
externas, que lhes possibilitem fornecer uma garantia de êxito numa
perspectiva de confiança positiva. Em tais casos, deverão os auditores
internos analisar o risco da degradação do desempenho;
 Estas avaliações da auditoria interna proporcionam, no seu conjunto,
informação para avaliar o processo global da gestão. Todos os
sistemas processos, operações, funções e actividades no interior da
organização estão sujeitos às avaliações dos auditores internos. O
âmbito geral de trabalho da auditoria interna deverá proporcionar à
gestão uma garantia razoável de que:
 A gestão de risco é eficaz;
 O sistema de controlo interno é eficaz e eficiente;
 O processo de governação é eficaz no que respeita o valores, fixação
de objectivos, monitorização das actividades e desempenho e
definição dos graus de responsabilidade.
9.1 IIA Natureza do trabalho continuação
 Os auditores internos deverão obter uma evidência adequada sobre os seguintes
5 objectivos dos processos de gestão de risco:

1. Os riscos decorrentes das estratégias operacionais e das actividades são


identificados em função das prioridades;
2. A gestão e o conselho fixaram o nível de riscos aceitáveis para a
organização, incluindo a aceitação dos riscos destinados a alcançar os
planos estratégicos da organização;
3. A actividade de minimização dos riscos é estruturada e implementada de
forma a reduzir, ou de outra forma, gerir os riscos a um nível considerado
aceitável pela gestão e pelo conselho;
4. São implementadas actividades de monitorização de forma a
periodicamente avaliar o risco bem como a eficácia dos controlos para
gerir os riscos;
5. O conselho e a gestão recebem relatórios periódicos dos resultados dos
processos de gestão de risco. Os processos de governação da organização
deverão periodicamente informar os proprietários e credores da
organização quais os riscos, a estratégia de riscos e os controlos inerentes.
9.1 IIA Natureza do trabalho continuação
 A actividade de auditoria interna deverá apoiar a organização no
estabelecimento de controlos efectivos através da avaliação da sua
eficiência e eficácia e proporcionando um aperfeiçoamento contínuo;
 Uma das funções do conselho é a de estabelecer e manter os processos de
governação da organização e obter uma segurança quanto aos processos de
gestão de risco e de controlo. Os gestores de topo têm a responsabilidade
de supervisionar a organização, sua administração, e avaliar o sistema de
gestão de risco e processos de controlo. O objectivo desse multifacetado
sistema de processos de controlo é o de apoiar os elementos da organização
na gestão dos riscos e no alcance dos objectivos estabelecidos e
comunicados pela organização. Mais especificamente, espera-se que tais
processos de controlo asseguram, entre outros coisas, a existência das
seguintes condições:
 A fiabilidade e integridade da informação financeira e operacional;
 A eficiência das operações, de forma a alcançar os objectivos
desejados;
 A salvaguarda dos activos;
 A conformidade dos actos e as decisões da organização com as leis,
regulamentos e contratos.
9.1 IIA Natureza do trabalho continuação
O responsável pela auditoria interna deverá
desenvolver um plano de auditoria para o ano
seguinte, de forma a assegurar a obtenção da
evidência necessária para efeitos da avaliação da
eficácia dos processo de controlo. O plano deverá
apelar para a necessidade de trabalhos de auditoria
ou outros procedimentos, de forma a obter uma
informação adequada sobretudos os sectores
relevantes e funções da organização.
Bibliografia

Costa, C. B. (2000). Auditoria Financeira. Teoria e


prática (8 ed.). Lisboa: Editora Rei dos Livros.

Costa, C. B. (2010). Auditoria Financeira. Teoria e


prática (9 ed.). Lisboa: Editora Rei dos Livros.

Attie W. (2009). Auditoria interna (2 ed.). São Paulo:


Atlas Editora.
 

Você também pode gostar