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Fabiano Caxito
ISBN 978-65-5821-090-0
9 786558 210900
Fabiano Caxito
Empreended rismo
Empreendedorismo
Empreendedorismo
Fabiano Caxito
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A.
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Caxito, Fabiano
Empreendedorismo / Fabiano Caxito. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE,
2021.
142 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-090-0
8 Empreendedorismo
1
Empreendedorismo e inovação
Apesar de ser um termo bastante utilizado, tanto no contexto empre-
sarial quanto na mídia que aborda questões relacionadas à economia,
entre os especialistas, o empreendedorismo é um conceito em contínua
construção, já que as práticas empreendedoras vão além do significado
do termo e abrangem a diversidade, especificidade e pluralidade do
mundo dos negócios. De modo semelhante, o termo inovação é muitas
vezes mal compreendido e utilizado erroneamente no contexto acadêmi-
co, bem como no meio empresarial.
O objetivo deste capítulo é abordar esses conceitos fundamentais,
desde sua origem até as abordagens mais utilizadas atualmente. A pri-
meira parte terá como foco o empreendedorismo e os impactos da ação
empreendedora sobre a sociedade e o indivíduo. Na segunda parte do
capítulo serão descritas, com base em estudos e pesquisas realizadas em
diversos países, as características que fazem parte do perfil do indivíduo
empreendedor, que podem ser desenvolvidas e fortalecidas por meio da
educação empreendedora. Já a terceira parte abordará o empreendedo-
rismo no Brasil, mostrando legislações, ações, programas e indicadores
que elucidam a importância dessa atividade na economia do país.
A intensificação do desenvolvimento tecnológico em diversas áreas
tem causado intensas mudanças na forma como pessoas, empresas, paí-
ses e culturas se relacionam. Assim, a quarta e a quinta partes do capítulo
terão como foco a inovação e seus impactos sobre o empreendedor, as
organizações, a economia e a sociedade. Ao fim do capítulo, espera-se
que o leitor tenha condições de conhecer os conceitos fundamentais de
empreendedorismo e inovação e perceber como esses conceitos interfe-
rem em sua vida cotidiana e profissional.
Empreendedorismo e inovação 9
1.1 Empreendedorismo: conceitos e definições
Vídeo Para melhor compreender o empreendedorismo, é importante re-
fletir sobre o contexto econômico e social que propicia o impulsiona-
mento das práticas empreendedoras. Nesse sentido, o cenário que se
apresenta de maneira mais favorável ao empreendedorismo é aquele
que estimula a existência de empresas que tenham autonomia para
Objetivo de aprendizagem atuar em um mercado de livre competição, ou seja, um ambiente de
Apresentar a evolu- economia liberal, no qual as práticas empreendedoras são fomenta-
ção do conceito de das pelos desafios e pelos riscos da competição, criação e enfrenta-
empreendedorismo.
mento das incertezas impostas aos indivíduos com características
empreendedoras.
10 Empreendedorismo
O autor mais significativo no desenvolvimento dos estudos do
empreendedorismo sob a luz da economia é o austríaco Joseph Alois
Schumpeter (1883-1950), que dedicou grande parte dos seus estudos
ao tema e chegou ao entendimento de que é natural do empreendedor
assumir riscos e inovar com vistas a tirar proveito das oportunidades
ocultas no mercado.
Empreendedorismo e inovação 11
Tendo como prisma o foco na oportunidade de mercado, na que-
bra de paradigmas quanto à oferta de produtos e serviços e na conse-
quente criação de uma nova estrutura organizacional para apoderar-se
dessa ocasião, surgiu o olhar mais abrangente sobre a conceituação
de empreendedorismo defendida por Bygrave e Zacharakis (2008), que
entendem que o empreendedorismo se dá quando há a criação de
uma organização específica para alcançar a oportunidade inicialmente
identificada.
Por outro lado, Caxito (2020a) destaca a possibilidade de o em-
preendedorismo ocorrer dentro de organizações e empresas já estabe-
lecidas. O intraempreendedorismo ocorre quando um profissional com
características inovadoras e empreendedoras desenvolve novas ideias
e projetos e busca colocá-los em prática na empresa em que atua.
O entendimento de que o empreendedorismo consiste em criar
um empreendimento para perseguir uma oportunidade de mercado
é apoiado pelo movimento Global Entrepreneurship Monitor (GEM), cria-
do em 1999 pelas instituições de pesquisa e ensino Babson College e
London Business School. O GEM serve para monitorar e identificar os
motivos que levam o empreendedorismo a ser mais ativo em um país
do que em outro, considerando aqueles que fazem parte desse movi-
Vídeo mento – do qual o Brasil é integrante.
No vídeo João Appolinário O GEM procura medir condições nacionais que julga serem
– Palestra de Empreende- capazes de estimular, favorecer (ou dificultar) o processo em-
dorismo – FIESP, do canal preendedor como: apoio financeiro; políticas e programas
Empreender é inovar!,
Appolinário – presidente,
governamentais; educação e capacitação; pesquisa e desenvol-
proprietário e fundador vimento; infraestrutura comercial e profissional; acesso ao mer-
da Polishop – discute cado; abertura e barreiras para entrada no mercado; acesso à
experiências práticas do
infraestrutura física; normas culturais; proteção aos direitos de
empreendedorismo, mos-
trando que, mais do que propriedade intelectual. (TOMETICH, 2020, p. 12)
desenvolver uma ideia
inovadora, o empreende- Seja sob a luz da economia ou da administração, os conceitos de
dor precisa reunir uma sé-
empreendedorismo estão intimamente relacionados às características
rie de características para
desenvolver, implementar individuais e ações do indivíduo que é responsável pela administração
ações efetivas e lidar com
do negócio. Para Tometich (2020), a relação entre as características do
as diversas situações que
se colocam à sua frente empreendedor e a ação empreendedora pode ser identificada no con-
para desenvolver um ceito de intraempreendedorismo, também chamado de empreendedo-
negócio viável.
rismo corporativo.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=5n_ Para a autora, o empreendedorismo internalizado nas corporações
R2K9h6ws. Acesso em: 12 ago.
pode ser entendido como uma resposta das empresas que, ao identi-
2021.
ficarem características latentes do perfil empreendedor em seus cola-
12 Empreendedorismo
boradores, percebem a possibilidade de explorar esse potencial por
meio de programas motivacionais e do estabelecimento de parâme-
tros determinantes de tempo de dedicação, espaço, investimentos e
níveis de riscos e erros aceitáveis pela empresa. Caxito (2020a) aponta
que mesmo em organizações públicas é possível promover o intraem-
preendedorismo, apesar da ideia de que as características burocráticas
e hierárquicas do setor público prejudiquem a inovação.
O empreendedorismo não se restringe ao ambiente das empresas
privadas. Ações e projetos empreendedores podem ser desenvolvidos
nas mais diversas áreas, sendo exemplos disso o empreendedorismo
cultural, criativo, institucional, social, sustentável e ecológico.
fortalecimento da concorrência
Figura 1
Empreendedorismo na prática
Empreendedorismo e inovação 13
favorecem o surgimento e a ampliação de novas atividades empresa-
riais em um movimento de coexistência interdependente.
14 Empreendedorismo
A personalidade de um indivíduo é um fator de suma impor-
tância que pode explicar até que ponto os comportamentos
empreendedores são derivados de características das personali-
dades, em conjunto com os fatores sociais e ambientais, agentes
responsáveis por incentivar os motivos ocultos e a interpretação
das disposições mentais em padrões de comportamento.
à ambiguidade, proatividade, disposição para assumir riscos, necessi- Disponível em: https://youtu.
be/Hybz7gF709g. Acesso em: 12
dade de realização e lócus de controle são os pontos mais frequente-
ago.2021.
mente encontrados nas pesquisas com empreendedores, entendidos
como determinantes para o sucesso do empreendimento.
Yurrebaso, Cruz e Pato (2018) apontam que somente o traço de per-
sonalidade não basta para afirmar categoricamente que o indivíduo
terá sucesso ao empreender, sendo necessário conciliar o conjunto de
fatores ambientais para resultar no êxito do empreendedorismo, eco-
nomicamente falando. Filion (2019) elencou 24 traços de personalida-
des empreendedoras, apresentados na figura a seguir:
Figura 2
Características mais comuns atribuídas aos empreendedores
Fonte: Adaptado de Filion, 2003 apud Yurrebaso; Cruz; Pato, 2018, p. 81.
Empreendedorismo e inovação 15
Na tentativa de se chegar a uma aproximação mais assertiva acerca
do perfil do empreendedor, surgiram também as pesquisas focadas
no comportamento do indivíduo para somar essa variável aos traços
de personalidade. Constatou-se que há vantagens mais frequentes na
aplicação dessa variável, uma vez que se nota uma relação mais evi-
dente com as diversidades socioculturais.
Figura 3
Conjunto de características empreendedoras
Yummyphotos/kuroksta/Shutterstock
Conjunto de realização Conjunto de Conjunto de poder
planejamento
I. Busca de oportunidades I. Persuasão e rede de
e iniciativa I. Busca de informações contatos
II. Persistência II. Estabelecimento de
II. Independência e
III. Cálculo de riscos metas
autoconfiança
III. Planejamento e
IV. Exigência de qualidade
monitoramento
e eficiência
sistemáticos
V. Comprometimento
(Continua)
16 Empreendedorismo
Estabelecer os objetivos do negócio.
4
Artigo
https://www.redalyc.org/pdf/3312/331232580010.pdf
Empreendedorismo e inovação 17
1.3 Empreendedorismo no Brasil
Vídeo Diversos órgãos públicos e privados desenvolvem estudos e regular-
mente apresentam estatísticas sobre o empreendedorismo no Brasil.
Várias dessas informações serão apresentadas nesta parte do capítulo
e, em alguns casos, os números oferecidos podem divergir. Esse fato
ocorre devido à própria definição de empreendedorismo utilizada em
Objetivo de aprendizagem
cada um dos estudos desenvolvidos por diferentes organizações.
Conhecer o desenvol-
vimento do empreen- Maia et al. (2021) sinalizam que, nas últimas décadas, o mundo as-
dedorismo no Brasil e
sistiu ao fenômeno da globalização, acelerado principalmente pelo
apresentar estatísticas
sobre o empreendedoris- desenvolvimento de tecnologias de comunicação e de informação que
mo no país.
facilitaram as relações entre consumidores e fornecedores.
Figura 4
Comércio que vai além das barreiras geográficas.
ck
sto
r
utte
18 18 Empreendedorismo
Empreendedorismo
Caxito (2020b) aponta que, enquanto a produção industrial vem
perdendo peso na economia brasileira nas últimas décadas, o setor
de serviços cresce de maneira consistente e acelerada, como mostra o
gráfico a seguir:
Gráfico 1
Evolução da composição do Produto Interno Bruto (PIB) por setores, em %
2005 2014
1995 1º Trimestre 1º Trimestre 2019
100%
Pico da Nível de
27,2% indústria pré-recessão 21,5%
29,1% 24,7%
75%
50%
67,2% 65,4% 70,1% 73,5%
25%
Indústria
Serviços
Agropecuária
5,8% 5,5% 5,2% 5%
0
1995 2000 2005 2010 2015 2019
Fonte: Adaptado de Alvarenga, 2019, com base em Ibre/FGV, com base em dados do IBGE.
Empreendedorismo e inovação 19
Saiba mais ou outras atividades de entrega (81,6%). A grande maioria das
O PIB é um indicador empresas prestadoras de serviço que atuam na economia bra-
econômico que mostra a sileira pode ser enquadrada em dois grupos: empresas especia-
soma dos bens e serviços
produzidos durante um
lizadas em serviços prestados principalmente às famílias (ex.:
determinado período – escolas, clubes, cabeleireiros etc.), que totaliza mais de 450 mil
mês ou ano, por exemplo empresas registradas, e as empresas especializadas em serviços
– por um país, estado ou
profissionais, administrativos e complementares (ex.: empresas
cidade. Como é calculado
sobre os preços finais pa- de contabilidade, empresas de locação de equipamentos etc.),
gos pelos consumidores com mais de 400 mil empresas. (CAXITO, 2020b, p. 16)
pelos produtos e serviços,
o PIB também inclui em Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-
seu valor os impostos
pagos pelas indústrias e
tínua (PNAD contínua), que mostram a distribuição das atividades em-
pelo comércio. O PIB não preendedoras por setor, indicam que o setor de serviços registra os
representa a riqueza de
um país, mas sim o fluxo
maiores crescimentos nos últimos anos, saltando de 32,80% em 2015
de produção de novos para 40,31% em 2019, conforme visto na figura a seguir.
bens e serviços em um
determinado período. As- Figura 5
sim, mesmo um país com Brasil: empreendedorismo por empresa e setor econômico (2019)
grandes riquezas pode ter
um PIB baixo em um dado SERVIÇO COMÉRCIO CONSTRUÇÃO AGRONEGÓCIO INDÚSTRIA
período.
20 Empreendedorismo
• MEI (Microempreendedor Individual);
• ME (Microempresa);
• EPP (Empresa de Pequeno Porte);
• EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Social).
Empreendedorismo e inovação 21
cerca de 360 mil empresas foram fechadas. Esse crescimento da quan-
tidade de novas empresas é explicado pelo Sebrae como um reflexo do
desemprego, que leva muitas pessoas a empreender por necessidade.
22 Empreendedorismo
O rápido desenvolvimento de tecnologias relacionadas à informa- Livro
ção e às comunicações, conhecidas como TIC, bem como os impactos
trazidos para o cotidiano das empresas, pessoas, governos e socieda-
de, muitas vezes leva à percepção de que o conceito de inovação tec-
nológica ocorre apenas no desenvolvimento desse tipo de tecnologia.
Empreendedorismo e inovação 23
Glossário tos em maior ou menor grau de know-how. Bueno e Balestrin (2012)
know-how: palavra usada exemplificam esse conceito por meio do modelo de inovação aberta da
no meio empresarial para
se referir aos conheci- empresa Natura, que pode ser visto na figura a seguir.
mentos sobre técnicas,
processos, informações
e procedimentos neces-
sários para atuar em um Figura 6
determinado mercado Inovação aberta
ou realizar uma atividade
Pesquisa Desenvolvimento
profissional.
Novo mercado
Mercado atual
Ideias e projetos
Limites da empresa
24 Empreendedorismo
às decisões estratégicas das empresas que em suas propostas de negó- Vídeo
cio integram as inovações alinhadas ao lançamento de novos produtos, O vídeo Tecnologia e
serviços e o envolvimento em novos mercados. inovação, desenvolvido
pela ONG Contato e a
Rocha, Olave e Ordonez (2020) apresentam diversas formas que Companhia de Desenvol-
vimento Econômico de
as empresas utilizam para colocar em prática sua estratégia de Minas Gerais (CODEMIG),
inovação, como parcerias com outras organizações e com clientes, discute possibilidades
de uso das tecnologias
internacionalização e parcerias com institutos de pesquisa e organi- digitais como uma forma
zações públicas. de gerar inovação e trazer
impactos econômicos e
O que se busca na parceria com outras organizações é o intercâm- sociais.
bio de soluções para resolução de problemas existentes e potenciais; Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=3_
já os clientes são grande fonte de informação de desejos implícitos em
KCMvCIcPw. Acesso em: 12 ago.
suas necessidades; quanto à internacionalização, o que se pretende 2021.
é trazer novas tecnologias para melhorar o processo produtivo para
ganho de escala; e com os stakeholders a ideia é a troca de conheci- Glossário
mentos adicionados ao know-how do parque tecnológico da empresa Stakeholders: indivíduos,
objetivando originar soluções inovadoras. grupos, organizações e
instituições que apresen-
Não é possível afirmar que há uma tipologia de estratégia melhor tam alguma relação e inte-
resse sobre determinada
ou pior, ficando a diferença de performance e consequentes resulta- empresa (empresários,
dos dependentes da eficiência em adotá-las de maneira aderente às investidores, funcionários,
fornecedores, clientes,
estratégias globais da empresa, uma vez que todas são direcionadas governo e a comunidade).
aos processos de inovação e objetivam o crescimento sustentado nos
resultados gerais da empresa.
Empreendedorismo e inovação 25
ambiente no qual a organização está inserida e tem como objetivo res-
ponder às demandas dos clientes e da sociedade. A inovação, segundo
os autores, ocorre dentro de um contexto que envolve a conjuntura
econômica, política, cultural, educacional, e também questões sociais
e ambientais.
Artigo
https://www.researchgate.net/profile/Daniel-Lopes-4/publication/341763408_Enfrentando_a_crise_
da_pandemia_de_COVID-19_A_inovacao_seria_um_caminho_possivel_aos_meios_de_hospedagem/
links/5edbf5a2299bf1c67d4ac424/Enfrentando-a-crise-da-pandemia-de-COVID-19-A-inovacao-seria-um-
caminho-possivel-aos-meios-de-hospedagem.pdf
26 Empreendedorismo
Quadro 1
Doze dimensões do radar de inovação
Dimensão Inovação
Oferta Criar e desenvolver produtos e/ou serviços valorizados pelo cliente.
Explorar o “poder do que é comum”: usar a constituição modular para criar um con-
Plataforma junto diversificado de ofertas, de modo mais rápido e barato do que se fossem itens
independentes.
Explorar a variedade de seleção e a profundidade da integração dos diferentes
Soluções
elementos para criar valor para os clientes.
Descobrir novos segmentos de clientes (não atendidos) e/ou encontrar necessidades
Clientes
não atendidas e/ou desarticuladas dos clientes.
Experiência Redesenhar as interações com os clientes em todos os pontos e momentos de contato,
do cliente de modo a melhorar a experiência antes, durante e após o consumo.
Redefinir a maneira como a empresa é paga, seja por meio da criação de novos fluxos
Captura de valor de receita inexplorados, do desenvolvimento de novos sistemas de preços ou da expan-
são da capacidade de captura de valor das interações com os stakeholders.
Rever os principais processos operacionais de modo a obter maior eficiência, melhor
Processos qualidade ou ciclo mais curto (maior eficácia) e realocar processos ou dissociar interfa-
ces nos seus elementos constituintes.
Repensar o alcance das atividades da empresa, redefinir a função e as responsabilida-
Organização
des da organização e alterar a forma da sua atividade, alinhando recursos operacionais.
Cadeia de Reequacionar o fornecimento e o atendimento de modo a otimizar o fluxo de informa-
abastecimento ções, a estrutura organizacional ou a colaboração entre participantes da cadeia de valor.
Criar pontos de presença ou utilizar os existentes de maneira criativa, garantindo a pre-
Presença
sença nos locais onde o cliente-alvo compra.
Melhorar a rede que cria ofertas inteligentes e integradas, aumentando o valor da oferta
Networking
da empresa.
Marca Alavancar criativamente a marca para novos domínios.
Empreendedorismo e inovação 27
Filme A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE), organismo internacional que reúne cerca de 40 países, publi-
cou, no ano de 1990, o Manual de Oslo com o objetivo de organizar e
padronizar a coleta e o uso de dados sobre inovação. Segundo o ma-
nual, as inovações em produtos ou serviços “incluem melhoramentos
significativos em especificações técnicas, componentes e materiais,
A série documental
Make it work é composta
softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características fun-
por quatro episódios cionais” (OECD, 1997, p. 57).
que mostram como a
inovação pode gerar mu- Já a inovação em processo, segundo Calazans e Silva (2016), diz res-
danças significativas na
peito à instalação de nova prática nas rotinas de produção dos pro-
sociedade e na economia.
Em cada episódio são dutos ou na prestação de serviços. O foco desse tipo de inovação é
apresentadas experiên-
o processo de produção, e não o produto ou serviço em si, que pode
cias inovadoras que
mostram que mesmo as manter suas características, mas ser produzido de outra forma. O
ideias mais simples po-
Manual de Oslo define a inovação em processos como: “a implemen-
dem ser revolucionárias.
tação de um método de produção ou distribuição novos ou significati-
Direção: Kip Konwiser; Kern
Konwiser. Konwiser Brothers; EUA: vamente melhorados. Incluem-se mudanças significativas em técnicas,
Legendary Entertainment, 2017.
equipamentos e/ou softwares” (OECD, 1997, p. 58).
28 Empreendedorismo
um produto; nos métodos de formação de preços; no posicionamento
do produto; e na promoção do produto” (OECD, 2006, p. 110).
Figura 7
Os 4 Ps
MIX DE MARKETING
Trueffelpix/Shutterstock
Produto Preço Lugar Promoção
Figura 8
Tipos de inovação
Incremental Disruptiva
Sustentação Radical
Empreendedorismo e inovação 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Empreendedorismo e inovação são conceitos intimamente ligados
e cada vez mais importantes em um contexto tecnológico e econômico
global no qual novos produtos, serviços e modelos de negócios têm re-
volucionado os processos produtivos, os padrões de consumo e a forma
de organização da sociedade. Conhecer com profundidade os conceitos
relacionados ao empreendedorismo, ao perfil do empreendedor, bem
como os diversos tipos de inovação e processos de desenvolvimento de
inovações, é fundamental para o profissional que busca se destacar no
mercado.
ATIVIDADES
Atividade 1
Explique a diferença entre empreendedorismo, inovação e
capacidade inventiva de um indivíduo.
Atividade 2
Comente a diferença entre empreendedorismo e
intraempreendedorismo.
Atividade 3
Conceitue inovação de produto e inovação de processo.
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Empreendedorismo e inovação 33
2
Novos modelos de negócios
Ao desenvolver uma nova empresa, o empreendedor pode inovar tan-
to nos produtos e serviços que oferecerá ao mercado, diferenciando-os
em relação aos ofertados por empresas concorrentes, quanto no próprio
modelo de negócio por meio do qual a empresa atenderá às demandas
dos clientes.
Para que se possa compreender o desenvolvimento de negócios
inovadores, na primeira parte deste capítulo será apresentado o con-
ceito de modelos de negócio, desde as primeiras abordagens até o
entendimento contemporâneo de como se estruturam os modelos de
negócio em um ambiente econômico, social e tecnológico em constan-
te mutação e evolução.
Na segunda parte, o foco será direcionado para os modelos de negó-
cios inovadores, tendo como base o uso das tecnologias da informação e
da comunicação, as quais facilitam o acesso a informações sobre inova-
ções, mercados, desejos e demandas dos consumidores e possibilitam o
intenso relacionamento com os clientes e os consumidores, o que permi-
te à empresa inovar constantemente.
A economia compartilhada, que tem modificado profundamente o
panorama de áreas importantes da economia, em especial o setor de ser-
viços, será abordada na terceira parte do capítulo, que além de apresen-
tar os conceitos da economia compartilhada, apresentará exemplos de
empresas que utilizam o modelo para realizar seus negócios. O conceito
de economia circular, que se relaciona com a economia compartilhada e
inclui a preocupação com a preservação do meio ambiente no desenvolvi-
mento dos modelos de negócios, será o tema da quarta parte.
Por fim, na última parte do capítulo, será abordado um dos conceitos
mais importantes e atuais relacionados ao empreendedorismo e à ino-
vação: as startups, modelo de negócios em geral fundamentado em uma
tecnologia inovadora, que tem a capacidade de ser rapidamente replicável
e escalável, possibilitando um rápido crescimento com seu lançamento.
Os tipos, as características, as limitações e os diferenciais do modelo de
negócios das startups serão apresentados e discutidos em profundidade.
34 Empreendedorismo
2.1 Conceito de modelo de negócio
Vídeo O rápido desenvolvimento das tecnologias da informação e de co-
municação, na segunda metade do século XX e nas primeiras décadas
do século XXI, possibilitou, de acordo com Comini, Rosolen e Fischer
(2019), uma grande transformação na forma de se realizar as ativida-
des de produção, distribuição e comercialização de produtos e serviços.
Objetivos de aprendizagem Segundo De Sordi (2017), o impacto da inovação tecnológica sobre
Apresentar a evolução os negócios não é uma novidade. O uso de computadores e sistemas
do conceito de modelos
de negócios e discutir os
de informação na gestão dos processos de produção, a partir das dé-
diversos tipos de modelos cadas de 1950 e 1960, trouxe grandes ganhos de produtividade e de-
de negócios.
sempenho nas linhas de produção, o que possibilitou o aumento da
quantidade e da qualidade dos produtos produzidos.
Artigo
https://www.redalyc.org/journal/3312/331267168002/331267168002.pdf
36 Empreendedorismo
Assim, o termo modelo de negócios pode ser entendido como uma
forma de apresentar novas ideias de produtos, serviços e formas de
organização aos interessados, sejam eles investidores, clientes ou o
mercado. Segundo Martins, Mota e Marini (2019, p. 51): “em outras pa-
lavras, criar um modelo de negócio quer dizer identificar os conceitos
e ferramentas necessários para auxiliar os gestores a especificarem a
lógica da organização, a forma como ela funciona e como cria valor a
seus stakeholders”.
kanpisut/Shutterstock
(modelo utilizado por empresas como Natura e Avon), de lojas
franqueadas (como as lojas da empresa O Boticário), de lojas
próprias (como a empresa canadense M.A.C.) ou da distribuição em
varejistas multimarcas (como a marca Maybelline).
O documentário Compe-
do, desenvolvendo ofertas de soluções para os problemas dos clientes
tindo no planeta das star- como forma de se antecipar aos concorrentes e ganhar mercado.
tups bilionárias, publicado
no canal Digital Innovation O modelo de negócio, como afirmam Shafer, Smith e Linder (2005),
One, mostra a história de
tem o papel de representar a coerência estratégica da organização em
diversos empreendedores
brasileiros que criaram sua proposta de valor. Desse modo, o modelo de negócio fica concen-
empresas inovadoras
trado na oferta daquilo que representará valor para seus stakeholders.
baseadas em tecnologias
da informação e da comu- Portanto, a organização irá direcionar esforços para concentrar suas
nicação. Aborda também
ações no posicionamento centrado em proporcionar benefícios por
o papel dos ecossistemas
de inovação, como o Vale meio dos atributos e características dos seus produtos e serviços.
do Silício (nos Estados
Unidos da América), no Os diversos conceitos sobre modelo de negócios são resumidos por
desenvolvimento do
Osterwalder e Pigneur (2011), os quais propõem uma definição que
empreendedorismo e
da inovação. Além disso, abrange diversas linhas de pensamento apresentadas por outros au-
apresenta casos de em-
tores e afirmam que o modelo de negócio é uma ferramenta composta
presas brasileiras, como
iFood, QuintoAndar e de diversos elementos, tais como os recursos de que a empresa dispõe,
MaxMilhas, com entrevis-
as atividades e os processos desenvolvidos, os objetivos que se busca
tas concedidas pelos fun-
dadores e investidores. alcançar e o posicionamento da empresa diante do mercado e da con-
corrência. O modelo de negócios elucida, tanto para o empreendedor
Disponível em: https://
www.youtube.com/ como para todos aqueles que se relacionam com a empresa, como for-
watch?v=6d_3dbYUn3Q. Acesso necedores, funcionários, revendedores, clientes, sociedade e governo,
em: 7 out. 2021.
a forma como a empresa gera valor e ganha dinheiro.
38 Empreendedorismo
2.2 Modelos de negócios inovadores
Vídeo O grande número de possibilidades de segmentação dos clientes,
a variedade de produtos e serviços, os diversos canais de comercia-
lização e entrega, as maneiras de criar os relacionamentos com os
clientes selecionados, as possibilidades de fontes de receitas dire-
tas e indiretas, entre outras características empresariais, fazem com
Objetivos de aprendizagem que haja um número incalculável de possibilidades de organização e
Discutir as características
estruturação dos modelos de negócios inovadores (OSTERWALDER;
dos negócios inovadores PIGNEUR, 2011).
e novos modelos de
negócios. Por isso, conhecer as características pelas quais os modelos de
negócios inovadores podem ser definidos e identificar seus atribu-
tos centrais mais evidentes na diferenciação comparativamente a
outros modelos de negócio é fundamental para que se possa enten-
der e implementar novos modelos de negócio.
Figura 1 Infraestrutura
Cadeia de valor
Atividades de apoio
Desenvolvimento tecnológico
Margens
Aquisição e compras
Atividades primárias
Fonte: Adaptada de Camargo, 2017.
40 Empreendedorismo
Magretta (2012) acrescenta que para uma proposta de valor, sen- Vídeo
do consequentemente um modelo de negócio inovador, proporcionar O vídeo Qual o melhor mo-
delo de negócio para abrir
efetivamente benefícios sustentáveis e duradouros para empresa, é e onde abrir?, do canal
necessária uma combinação de fatores que vão além da originalida- Sebrae Talks, apresenta
um passo a passo para
de, eficiência e eficácia das atividades produtivas e comerciais da em- que o empreendedor
presa; ela precisa fazer com que seus produtos e serviços alcancem possa pensar e planejar
seu negócio com base
certo grau de personalização, de tal sorte que os clientes não encon- em pontos como análise
trem a mesma proposta de valor em produtos e serviços similares do perfil dos clientes,
análise da concorrên-
que já existam ou venham a ser criados por empresas concorrentes. cia, levantamento do
mercado, identificação de
Para Vefago, Francisco e Nakayama (2018), se bem aplicados, os critérios de localização e
modelos de negócios inovadores se destacam em um cenário com- organização da empresa.
O vídeo oferece uma visão
petitivo pela adaptabilidade às exigências mercadológicas, a um tipo objetiva do desenvolvi-
de metodologia mais progressiva, a um mecanismo de comunicação mento de um plano de
negócios.
claro e objetivo quanto a suas intenções e à velocidade e expressivi-
dade dos seus resultados para resultar com mais clareza na proposta Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=k8o-
de valor.
hjm1TWQ. Acesso em: 8 out. 2021.
Ainda segundo esses autores, os modelos de negócios inovadores
ganham corpo com a sua vinculação ao plano de negócio estratégico
da empresa ao orientar o desenvolvimento de novas competências e
incentivar o envolvimento intenso dos principais atores da organização
na construção de valor e ganhos de produtividade e competitividade.
PRODUTO
42 Empreendedorismo
PÚBLICO-ALVO
RECURSOS DEDICADOS
Artigo
http://www.sadsj.org/index.php/revista/article/view/286
44 Empreendedorismo
2.3 Economia compartilhada
Vídeo O conceito da economia compartilhada começou a tomar cor-
po e representatividade no cenário mundial após a crise econômi-
ca de 2008, segundo Lazzari, Petrini e Souza (2021), que definem
a economia compartilhada como o compartilhamento de bens e
serviços por meio da utilização de uma plataforma digital entre
Objetivo de aprendizagem pessoas que não se conhecem. Os participantes que oferecem o
Conhecer os conceitos e
compartilhamento de seus bens e ativos tanto podem fazê-lo com
as características da eco- o objetivo de obter uma remuneração ou lucro quanto podem bus-
nomia compartilhada.
car compensações que não sejam financeiras. Benoit et al. (2017)
corroboram esse entendimento e identificam esse formato como
2
peer-to-peer (P2P) intermediado por uma plataforma digital.
2 Palos-Sanchez e Correia (2018) explicam que os fornecedores e
peer-to-peer: termo do consumidores que compartilham seus negócios por meio do con-
idioma inglês que pode
ser traduzido como ceito de economia compartilhada são denominados de prosumers,
“par a par” ou “ponto a termo criado com as palavras em inglês provider (fornecedor) e
ponto”. O termo surgiu
na área da informática consumer (consumidor). Esse termo se justifica, uma vez que na
para conceituar as redes economia compartilhada o mesmo indivíduo pode ser tanto um
de computadores em
que as máquinas se provedor de produtos ou serviços quanto um consumidor de bens
conectam diretamente ofertados por outros participantes da rede.
entre si, sem precisar de
um servidor central. Além Embora em alguns modelos de economia compartilhada os
disso, passou a ser usado
na área da economia para prosumers nem sempre tenham seus papéis muito bem definidos,
representar as transações há outros em que o papel do fornecedor e do consumidor estão
que ocorrem diretamen-
te entre indivíduos ou bem determinados. Belk (2014) explica que enquanto o fornece-
consumidores. dor compartilha o seu bem e assume os custos da depreciação, em
contrapartida o consumidor realiza alguma forma de pagamento,
que pode ser monetário ou algum tipo de permuta não monetária.
David Bokuchava/Shutterstock
A empresa Couchsurfing (https://
www.couchsurfing.com/)
possibilita que os associados
usem as acomodações
compartilhadas por outros
associados sem a necessidade
de um pagamento monetário. A
contrapartida é a exigência de
que o associado também ofereça
o compartilhamento de suas
próprias acomodações para os
demais associados.
Figura 3
Airbnb
Enrika Samulionyte/Shutterstock
46 Empreendedorismo
Vídeo
A reportagem Tecnologia
estimula economia com-
partilhada entre brasileiros,
publicada pelo canal
Hoje em Dia, aborda a
economia compartilhada
Um exemplo dessa mudança comportamental pode de modo bastante sim-
ser observado em relação ao uso de automóveis, com ples e didático, utilizando
kanpisut/Shutterstock
o surgimento de empresas que oferecem a utilização exemplos e destacando
os benefícios proporcio-
de veículos de modo compartilhado por indivíduos que
nados aos envolvidos
possuem veículos e oferecem o serviço de viagens.
no processo tanto como
fornecedores quanto
como consumidores.
48 Empreendedorismo
e aos interesses sociais. Desse modo, a economia compartilhada vem
preencher lacunas deixadas por empresas, por organizações, pelo Es-
tado e por instituições que não conseguem se adaptar às mudanças
tecnológicas e comportamentais e às demandas sociais.
VikiVector/Shutterstock
Livro
50 Empreendedorismo
Sendo assim, o processo de reutilização de resíduos passa a fazer
parte do design de produção de um bem. Para Tiossi e Simon (2021,
p. 11.914): “as empresas já estão percebendo as oportunidades ofereci-
das pela Economia Circular e com isso começaram a colocar em prática
ações circulares que beneficiem não só os interesses econômicos da
empresa, mas tragam também benefícios ambientais e sociais”.
52 Empreendedorismo
O surgimento das startups, segundo Ries (2012), coincidiu com o
início dos momentos de extrema incerteza no mundo dos negócios,
causados pelas mudanças tecnológicas e econômicas, e baseou-se
na promessa de levar soluções inovadoras aos anseios mercadoló-
gicos por respostas mais imediatas às necessidades da vida prática
da sociedade.
Tipo Características
Têm como base inovações tecnológicas e o acesso a informa-
Startups baseadas em novas tecnologias ções e conhecimentos para desenvolver seu modelo de ne-
gócios.
Surgem com a identificação, pelo empreendedor, de uma de-
Startups baseadas em oportunidade
manda de mercado ainda não atendida.
Não se baseiam em ideias inovadoras ou novas tecnologias e
surgem com a vontade do empreendedor de usar seus conhe-
Startups de imitação
cimentos adquiridos em empresas já estabelecidas para abrir
sua própria empresa.
Surgem das necessidades do empreendedor e são influencia-
Startups impulsionadas pelo desemprego
das pelas condições da economia do país.
54 Empreendedorismo
como questões centrais a geração da entrega de valor agregado ao
consumidor, seja para a concepção do produto ou para os serviços de
modo integrado às soluções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O empreendedor, ao tomar a decisão de desenvolver um novo negócio
e colocar em prática suas ideias, pode adotar diferentes modelos de or-
ganização de seu empreendimento. Se por um lado os modelos tradicio-
nais de negócio representam uma opção que diminui os riscos inerentes
à própria atividade de empreender, por outro os modelos inovadores de
negócio podem oferecer a possibilidade de a empresa se diferenciar em
relação a seus concorrentes. O uso de conceitos relacionados à economia
circular e ao compartilhamento também pode colaborar para que a em-
presa se diferencie em um mercado cada vez mais competitivo e exigente.
ATIVIDADES
Atividade 1
Explique o conceito de modelo de negócios.
Atividade 2
Conceitue economia circular e economia compartilhada e, depois, dife-
rencie os dois conceitos.
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58 Empreendedorismo
3
Planejamento estratégico
e modelagem de negócios
Para alcançar seus objetivos – seja uma empresa já estabelecida ou
uma empresa em formação –, é fundamental que se defina claramente a
estratégia que vai direcionar as ações e as decisões cotidianas dos gesto-
res e colaboradores.
Na primeira parte deste capítulo, será discutido o conceito de estra-
tégia empresarial, desde as origens da palavra até o entendimento
contemporâneo do termo no contexto da gestão de empresas. Na se-
gunda parte, o tema será a análise do ambiente externo à organização,
no qual a empresa se insere e que influencia e até mesmo redireciona as
suas estratégias. Nessa parte, também se abordará o impacto das rápidas
mudanças tecnológicas, comportamentais e culturais, que são observadas
nas primeiras décadas do século XXI, sobre as estratégias empresariais.
A terceira parte do capítulo terá como tema o desenvolvimento de
um plano de negócios, com base na análise do ambiente externo e na
definição dos objetivos traçados pelo empreendedor ou pelos gestores
da empresa. Assim, serão apresentadas as várias etapas e tarefas estraté-
gicas a serem desenvolvidas para que a empresa possa desenvolver um
plano estratégico claro e eficiente.
As diversas ferramentas que ajudam no desenvolvimento dos mode-
los de negócio e no planejamento estratégico serão discutidas na quarta
parte do capítulo, que apresentará tanto ferramentas mais complexas,
utilizadas por grandes organizações, como aquelas mais adequadas para
empresas em formação, com destaque para as ferramentas baseadas em
novos modelos de negócios. Uma das principais ferramentas para o dese-
nho estratégico, o Canvas, será aprofundada na quinta parte do capítulo,
devido à sua importância e adequação ao contexto do empreendedorismo.
60 Empreendedorismo
flexíveis, que possam ser redirecionadas com frequência e rapidez para
acompanhar a volatilidade do mercado.
1ª ATIVIDADE
2ª ATIVIDADE
Figura 1
Matriz SWOT
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
Ambientes internos
S W
Ambientes externos
O T
Oportunidades Ameaças para a
para a empresa empresa
62 Empreendedorismo
Figura 2
Matriz SWOT de uma pequena empresa
Aleksandr Bryliaev/Shutterstock
• Estrutura operacional enxuta temporária
(poucos gastos). de contratação.
• Formação acadêmica e conhecimento • Pouco investimento
Ambientes internos
da equipe. em marketing.
• Diversidade de • Empresa pouco
serviços oferecidos. conhecida
• Personalização no mercado.
S
dos serviços. • Baixa conversão
• Horários e pacotes de
serviços flexíveis. W de clientes.
• Lacunas no
• Atendimento e pós- controle interno.
-vendas diferenciados.
Oportunidades Ameaças
Ambientes externos
• Cenário econômico
• Cenário econômico
(empresas necessitam
O
(empresas com pouca
reavaliar seus negócios).
• Parcerias de negócios.
• Abertura do shopping.
T disponibilidade de capital
para investimentos).
• Concorrência
• Amplitude do mercado
estabelecida.
de atuação.
• Concentração do mercado.
• Expansão do mercado.
3ª ATIVIDADE
4ª ATIVIDADE
5ª ATIVIDADE
64 Empreendedorismo
BABAgraphicstudio/Shutterstock
Estratégia de penetração
Tem como base o foco em seus principais produtos e serviços, com a
1 intenção de maximizar as vendas e aumentar a participação no mercado,
por meio de técnicas de maior divulgação promocionais, agressividade na
prática de preços e intensificação do relacionamento com o cliente nas
vendas e no pós-vendas.
Livro
66 Empreendedorismo
por qualquer um dos seus integrantes, uma vez que as ações de uns
provocam reações em outros e vice-versa.
FORÇAS DEMOGRÁFICAS
FORÇAS ECONÔMICAS
68 Empreendedorismo
se o sucesso em momentos de estabilidade econômica também é asse-
gurado em ambientes instáveis e incertos”.
FORÇAS POLÍTICO-LEGAIS
FORÇAS SOCIOCULTURAIS
FORÇAS TECNOLÓGICAS
Artigo
https://periodicos.uninove.br/riae/article/view/18391
70 Empreendedorismo
O plano de negócios não é apenas uma ferramenta de estudo Objetivo de aprendizagem
k
competitiva da empresa e
rstoc
hutte
como as mudanças de fatores
mz/S
o público-alvo;
as condições comerciais;
SUMÁRIO EXECUTIVO
72 Empreendedorismo
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
PLANO ESTRATÉGICO
PLANO DE MARKETING
74 Empreendedorismo
dida que os negócios tomam corpo e as hipóteses idealizadas no plano Vídeo
de negócios são colocadas à prova em ambiente competitivo. Porém, um O Vídeo Plano de
negócios: 9 ferramentas
plano de negócios inicial, que está muito desalinhado com a prática e a incríveis para turbinar seu
realidade do mercado, pode levar a altos custos para ajustes e, até mesmo, plano, do canal Blog Abri
Minha Empresa, aborda
comprometer a continuidade do negócio. As propostas de modelagem algumas das principais
de negócio, com ferramentas dinâmicas que levem em consideração a ferramentas utilizadas
para estruturar um plano
imprevisibilidade e as incertezas inerentes à ação empreendedora, possi- de negócio, de modo a
bilitam à empresa prever maior quantidade de ambiguidades e ajuda a tornar o empreendimento
mais consistente. O
manter o foco nas demandas e nos desejos dos clientes. vídeo apresenta diversas
ferramentas, como análise
Blank (2007) aponta que os modelos tradicionais de planos de ne- SWOT, forças competitivas
gócio não se mostram tão eficazes para um projeto de empresa em de Porter, cadeia de valor,
metas Smart, ciclo de vida
mercados instáveis quanto são em mercados menos turbulentos. De do produto e ferramentas
modo semelhante, os modelos tradicionais de planos de negócio são financeiras. Cada uma
dessas metodologias
mais adequados a situações em que a empresa está consolidada, mas de estudos e análise do
podem não ser tão apropriados para uma organização em estágio ini- negócio tem um papel
importante na gestão de
cial ou em momento de reestruturação para se adequar ao mercado um negócio.
de alguma forma, bem como para aquela que busca ampliar sua par- Disponível em: https://www.
ticipação no mercado, com abertura de novas filiais, novas linhas de youtube.com/watch?v=a-
9Sx3nVzS4. Acesso em:
produtos ou novos mercados, ou, ainda, que pretende participar de 11 out. 2021.
processos de fusão com outras organizações. Para o autor, nesses ca-
sos, o ideal é que seus administradores se apropriem de uma ferra-
menta de modelagem de negócio antes de partir para a elaboração do
plano de negócios de modo mais estruturado.
Conhecer a ferramenta
deu o nome de Business Model Canvas (OSTERWALDER, 2004). Na visão
Business Model de Machado e Bezerra (2015), o Business Model Canvas, embora não
Canvas na criação de
novos negócios.
seja a única, é a ferramenta de maior prestígio por espelhar complexos
76 Empreendedorismo
fluxos operacionais e gerenciais de modo bastante didático, que propi- Livro
cia simplicidade na compreensão.
Figura 3
Modelo Business Model Canvas
Infraestrutura Oferta Cliente
? e?
mo qu ?
Co Recursos O Canais
uem
principais q
ra
Pa
o?
ant
Qu
Viabilidade financeira
Fonte: Adaptada de Osterwalder; Pigneur, 2011.
Quanto?
Quais são os principais custos relacionados ao modelo Qual preço e meios de pagamentos serão
de negócios proposto? propostos para o negócio?
Custos envolvidos para proposição, implantação e manutenção operacional do Provenientes da venda do produto ou serviços
modelo de negócios. A disposição da relação em ordem decrescente facilitará a principais, adicionais, modulares ou comple-
organização da lista e a análise. mentares. É importante ter em evidência qual
é a percepção de valor para o público-alvo e
quantificá-las em unidades monetárias.
Fonte: Adaptado de Osterwalder; Pigneur, 2011.
78 Empreendedorismo
delos podem ser usados de maneira conjunta com o Business Model
Canvas, como o Project Model Canvas (PMC) e o Life Cycle Canvas (LCC).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Empreender é um grande desafio, pois o empreendedor precisa lidar
com uma grande quantidade de variáveis internas e externas à empresa
que pretende desenvolver, as quais podem impactar o alcance dos objeti-
vos preestabelecidos. Uma forma de entender melhor os desafios, os riscos
e as oportunidades é realizar uma análise estratégica que leve em conta
todas as possíveis interações entre as forças e fraquezas da empresa, com
as oportunidades e ameaças existentes no ambiente externo.
Com base em uma análise bem detalhada, o empreendedor pode de-
senvolver um plano de negócios que considere tanto os riscos quanto as
oportunidades. Dentre os diversos modelos de planos de negócios que
podem ser utilizados, o Business Model Canvas é um dos mais adequados
para uma empresa nascente, pela sua simplicidade e sua capacidade de
representar os mais diversos aspectos do negócio.
ATIVIDADES
Atividade 1
Por que é importante para a empresa ter uma estratégia bem
definida de atuação no mercado?
Atividade 2
Explique a importância do uso de ferramentas de mensuração
para o acompanhamento do cumprimento das metas definidas
no planejamento estratégico.
Atividade 3
O que são oportunidades e ameaças no contexto do plane-
jamento estratégico?
80 Empreendedorismo
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82 Empreendedorismo
4
Gestão financeira para
o empreendedor
Uma parte fundamental do planejamento estratégico é o plano financeiro
do projeto, seja qual for o modelo de negócio utilizado na criação de um pro-
jeto empreendedor ou a proposição de um modelo de negócio inovador a ser
incluído no portfólio de negócios de uma empresa já consolidada.
O conhecimento sobre a gestão financeira da empresa é uma das
competências fundamentais para o empreendedor. Neste capítulo serão
abordados os principais conceitos relacionados à gestão financeira das
empresas nascentes ou baseadas em inovações de modelos de negócios
disruptivos. Na primeira parte do capítulo serão apresentados alguns dos
indicadores mais utilizados na gestão financeira, especialmente aqueles
relacionados à análise de planos de negócios de novas empresas, com
exemplos de como calcular cada indicador.
A segunda parte abordará o gerenciamento dos riscos e incertezas que
envolvem a atividade empreendedora, assim como indicadores de retorno
e custo de capital, temas essenciais para que o empreendedor possa au-
mentar as chances de sucesso de um novo negócio. O tema será aprofun-
dado na terceira parte do capítulo, que apresenta as diversas modalidades
e fontes de financiamento e de atração de capital, fator fundamental para a
instalação e para o crescimento da empresa.
A gestão dos custos da empresa, que é apontada por diversos estudos
como um dos maiores responsáveis pelo insucesso de novas empresas,
será abordada na quarta parte e complementada pela parte final, que
apresenta os principais conceitos e estratégias de precificação, em que
se discute a diferença entre preço e valor, tema essencial para que as
empresas possam capturar todo o seu potencial de ganhos ao realizar
suas atividades e disponibilizar seus produtos e serviços ao mercado
consumidor.
G-Stock Studio/Shutterstock
84 Empreendedorismo
Ainda segundo Ross et al. (2013, p. 2), ao realizar o planejamento fi- Livro
nanceiro do negócio que pretende iniciar, o empreendedor precisa en-
contrar respostas para algumas questões fundamentais a respeito dos
fluxos econômicos e financeiros do empreendimento: “quais investi-
mentos de longo prazo você deve fazer? Onde você conseguirá o inves-
timento de longo prazo para pagar o investimento? Como administrará
suas atividades financeiras diárias, tais como cobrança dos clientes e
pagamento dos fornecedores?”
Para realizar a análise da viabilidade financeira do negócio, existem O uso das demons-
trações financeiras da
diversos indicadores e métricas financeiras que podem ser utilizadas. empresa como fonte
Brigham e Ehrhardt (2016) indicam alguns dos principais indicadores, de informações para o
cálculo de indicadores do
que serão apresentados a seguir. desempenho do negócio
é o foco do livro Análise de
Caso A Caso B
Valor do investimento VP(I) 1.000.000,00 1.000.000,00
Mês 1 125.000,00 75.000,00
Mês 2 125.000,00 75.000,00
Mês 3 125.000,00 75.000,00
Mês 4 125.000,00 75.000,00
Mês 5 125.000,00 75.000,00
Mês 6 125.000,00 75.000,00
Geração de caixa
Mês 7 125.000,00 75.000,00
Mês 8 125.000,00 75.000,00
Mês 9 125.000,00 75.000,00
Mês 10 125.000,00 75.000,00
Mês 11 125.000,00 75.000,00
Mês 12 125.000,00 75.000,00
Valor presente do caixa gerado VP(FC) 1.500.000,00 900.000,00
VPL = VP(FC) – VP(I) 500.000,00 -100.000,00
86 Empreendedorismo
e Cruz (2019), a TIR é calculada igualando-se o VPL de determinado pe- 2
2
ríodo a zero , o que permite encontrar o valor percentual do retorno período zero: quando se
iguala o valor presente
obtido pelo investimento inicial. O cálculo da TIR é feito pela fórmula: líquido a zero, o resultado
obtido pela fórmula repre-
N
Ft
senta o resultado da taxa
VP capital de retorno do investimen-
t 1 (1 i)t
to, ou seja, do resultado
total obtido pela empresa
Em que: por meio do projeto;
retira-se o investimento
VP = Valor presente do fluxo de caixa. inicial e o que resta é o
lucro do projeto.
Capital = valor investido (deve ser considerado como valor negativo).
F = Fluxos de caixa do período.
t = tempo de investimento.
i = período de cada investimento.
N = período final do investimento.
Σ = somatório dos fluxos de caixa de todos os períodos.
Tabela 2
Cálculo da TIR
Caso A Caso B
VP(I) 1.000.000,00 1.000.000,00
VP(FC) 1.500.000,00 900.000,00
VPL = VP(FC) – VP(I) 500.000,00 -100.000,00
88 Empreendedorismo
cálculos dos casos usados como exemplo nos indicadores anterior-
mente discutidos.
4.1.4 Payback
O índice de payback é utilizado para verificar o período entre a data
da efetivação do investimento e a data do retorno do valor investido,
ou seja, o tempo necessário para o investidor obter de volta seu capital
inicial. Segundo Dominguez (2000), o indicador avalia a atratividade de
um investimento, e a avaliação da viabilidade do negócio vai depender
do tempo que o investidor está disposto a esperar para ter seu retorno
do capital, em comparação com outras possibilidades e oportunidades
de investimentos. O cálculo do payback é dado pela fórmula:
Tabela 3
Cálculo do payback
Situação A
Investimento 1.000.000,00
VPL 500.000,00
Payback (VPL/Investimento) 2
90 Empreendedorismo
atingimento dos objetivos do negócio. Porém, embora haja o reconhe-
cimento da relevância da aplicação das práticas de gerenciamento de
risco no meio empresarial, sua efetividade nem sempre atinge os níveis
desejados.
Figura 2
Gerenciamento de riscos
Identificação
MONITORAMENTO
• Riscos inerentes
• Riscos tecnologia Avaliação
OBJETIVOS
• Riscos fraude
• Magnitude
• Riscos complaince
• Probabilidade Resposta
• Impacto
• Aceitar
Contingência
• Compartilhar
• Evitar
• Mitigar (controle interno) • Plano de contingência
Fonte: Adaptada de Pardini, 2018.
92 Empreendedorismo
Natureza do negócio Implicações mercadológicas
Elementos que devem ser levados em consideração, por exemplo: uma Comportamento dos clientes, agressividades
empresa de aviação, pela própria característica do transporte aéreo dos concorrentes, aspectos econômicos
de passageiros, precisa desenvolver processos de gestão de riscos relacionados à volatilidade cambial,
extremamente rigorosos; uma empresa que fabrica e comercializa comprometimentos fiscais, entre outras que
alimentos precisa levar em consideração os riscos à saúde dos particularizam os cenários nos quais o modelo
consumidores em todo o processo de distribuição e armazenamento. de negócio está integrado ou será inserido.
Aumento da concorrência
(Continua)
94 Empreendedorismo
É composto das prestadoras de serviço – com o empreendimento
3o
já alçando novos voos –, como auditorias, assessores jurídicos e
grupo
bancos de investimento.
Desse modo, surgiu uma série de investimentos que são vistos pe-
los empreendedores como fontes de financiamento para realização
dos seus sonhos. As principais fontes de financiamento para os em-
preendimentos que optam pelo crescimento inorgânico são:
4
PARCERIAS ESTRATÉGICAS
cadeia de valor: rede de
organizações, empresas
e instituições que se As parcerias estratégicas são fontes de capital relacionadas à cadeia
relacionam para construir
e entregar valor para os
de valor da qual a empresa faz parte ou pretende participar. Em geral,
clientes, na forma de pro- são oferecidas por grandes empresas que investem no desenvolvimen-
dutos ou serviços. Uma
cadeia de valor envolve
to de fornecedores ou de parceiros que possam desenvolver produtos
fornecedores de maté- e serviços que atendam a necessidades ou resolvam problemas da ca-
rias-primas, indústrias, 4
prestadores de serviços,
deia de valor . Silva et al. (2020, p. 28-29) definem as parcerias estra-
distribuidores e varejistas tégicas como:
de um determinado
mercado. alianças estratégicas ou redes de colaboração, com acordos con-
tratuais que buscam cooperação entre os stakeholders, assim
96 Empreendedorismo
como relações horizontais e verticais a fim de construir uma base
de recursos e o desenvolvimento de novos produtos. A aliança
estratégica é uma forma de gestão que compartilha a capacidade
dos atores para suprir a falta de recursos, sendo possível a con-
tribuição para processos de inovação e geração de novas opor-
tunidades de negócios.
Gráfico 1
IPO realizadas na Bolsa de Valores no Brasil – por ano
30
20
10
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: Adaptado de B3, 2021.
98 Empreendedorismo
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS BANCÁRIOS
Figura 5
Escada do investimento de risco
Aceleradora Equity
crowdfunding
Equity
crowdfunding Fundos de Acima de
R$ 30 milhões
(Financimento investimento
coletivo)
Até R$ 30 milhões
>>
do >
investi
r
Valo
Até R$ 5 milhões
Até R$ 1 milhão
PEER-TO-PEER LENDING
Objetivo de aprendizagem custos é o fator fundamental para a sobrevivência das empresas. Nesse
contexto, a contabilidade de custos é uma ferramenta importante como
Explicar a importância da
gestão de custos corpo- fonte de dados e informações necessárias para tomadas de decisões es-
rativos e as principais for-
tratégicas das empresas, como destaca Martins (2010).
mas de custeio utilizadas
na gestão financeira. É comum os empreendedores centralizarem suas atenções para as
áreas de produção e vendas, uma vez que são as áreas propulsoras
das receitas e, consequentemente, provedoras do sustento e da lucra-
tividade das empresas. Entretanto, não se pode negligenciar os custos
da empresa.
Natee Meepian/Shutterstock
Figura 6
Importância da administração financeira
100 Empreendedorismo
Nesse sentido, os métodos de custeio são utilizados pelas empresas
para identificar os custos dos seus produtos e serviços, de modo que
seja possível recorrer a eles para que auxiliem na estratégia de preci-
ficação da empresa. Há vários modelos de levantamento dos custos
empresariais, conhecidos como métodos de custeio, cada qual com suas
vantagens e desvantagens uns sobre os outros. Portanto, caberá ao
empreendedor escolher aquele que seja mais adequado à sua realida-
de, uma vez que o mesmo produto, por exemplo, pode ter aferições
diferentes se adotados métodos distintos.
CUSTEIO VARIÁVEL
CUSTEIO PADRÃO
Megliorini (2011) aponta que para que o custeio padrão possa refle-
tir as condições de eficiência no período de apuração, é preciso levar
em conta no cálculo as metas desejadas no consumo de materiais e
insumos, no emprego da mão de obra e no uso dos equipamentos,
uma vez que a principal finalidade desse método é determinar um pa-
drão de comportamento para os custos, e para que isso seja possível,
é indispensável a criação de controles que permitam toda a avaliação
do processo produtivo.
CUSTEIO PLENO
102 Empreendedorismo
CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES
dão prioridade a atividades ligadas a vendas e operações. Isso ocorre Disponível em: https://
www.youtube.com/
porque os empreendedores realizam diversas atividades na empresa,
watch?v=xxdINL4m5og. Acesso
uma vez que contam com equipes reduzidas e acabam por direcionar em: 13 out. 2021.
seu foco e tempo para a produção e fabricação de seus serviços e pro-
dutos, deixando as atividades de gestão e administração financeira em
segundo plano. Essa falta de foco, como mostra a pesquisa realizada
pelo Sebrae (2013), é o principal motivo para que muitas pequenas em-
presas não sobrevivam aos anos iniciais após sua fundação.
104 Empreendedorismo
Maxx-Studio/Shutterstock
A formação de preços competitivos é fundamental para o
Figura 7 sucesso da organização, pois permite planejar o futuro e
Formação de preços competitivos diminuir as incertezas ao longo de cada período.
Quadro 1
Estratégia de precificação e contextualização
Alto preço inicial, sendo Alta diferenciação da oferta (produto e/ou serviço), de-
Desnatamento
reduzido de maneira manda de mercado inelástica, alta utilização da capa-
ou skimming
sistemática, gradativa. cidade e desvantagem de custos em função da escala.
Baixa diferenciação da oferta (produto e/ou serviço)
O preço é baixo inicial-
Preço de um Preços de no mercado, vantagem de custo em função da escala,
mente para acelerar a
novo produto penetração baixa utilização da capacidade e demanda de merca-
adoção do produto.
ou serviço do elástica.
Preço baixo para cons-
Baixa diferenciação da oferta (produto e/ou serviço),
Preços da curva truir volume e reduzir
vantagem de custo em função da escala, baixa utiliza-
de experiência custos por meio da
ção da capacidade e demanda de mercado elástica.
experiência acumulada.
Alta participação de mercado, facilidade de detectar
Inicia uma mudança de mudanças de preços no mercado, demanda inelásti-
Líder de
preços e espera que os ca, alta utilização da capacidade e vantagens de custo,
preços
outros a sigam. de escala e de aprendizado em termos de processos e
sobre o mercado de atuação.
Desvantagem de custos, baixa participação de merca-
Preço fixado pelo do, baixa diferenciação da oferta (produto e/ou servi-
Preço Preços de
mercado global ou pelo ço) no mercado, facilidade de detectar mudanças de
competitivo paridade
líder de preços. preços, demanda de preços inelástica, demanda de
marca elástica e alta utilização da capacidade.
Baixa utilização da capacidade produtiva, baixa par-
Tentativa de manter o ticipação de mercado, baixa diferenciação da oferta
Fornecedor de
baixo preço no (produto e/ou serviço), vantagem de custo, de escala e
baixo preço
mercado. de aprendizado, dificuldade de detectar mudanças de
preço e demanda elástica.
Preço baixo para o
Preços de produto ou serviço prin-
produtos com- cipal quando serviços Alto custo de mudança.
plementares complementares pos-
suem um preço maior.
O produto é parte de
Preço de linhas um pacote de outros
Agrupamento
de produtos produtos em que o Vantagem de custos e demanda de mercado elástica.
de preços
ou serviços preço proporciona uma
economia aos clientes.
Preço de uma versão
dos produtos a níveis
Preço do Dificuldade de detectar mudanças de preços e de-
bastante competitivos
cliente/valor manda de mercado elástica.
com menos especifica-
ções.
Fonte: Adaptado de Milan et al., 2016, p. 426-427.
106 Empreendedorismo
Além das estratégias apresentadas por Milan et al. (2016), Documentário
Nascimento, Piccoli e Diehl (2019) compartilham outras três aborda-
gens, frequentemente utilizadas por gestores em suas empresas:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A gestão financeira está presente em todas as etapas do ciclo de vida
de uma empresa. Desde a ideia inicial e a criação do plano de negócios,
o empreendedor precisa definir as fontes de entrada de capital e calcular
os custos fixos e variáveis necessários para desenvolver a atividade de
produção e comercialização dos produtos e serviços a serem oferecidos
pela empresa.
Na fase de implantação do negócio, a busca por capital e fontes de
financiamento, desde o uso de capital próprio até a busca de fontes ex-
ternas de capital para ser investido na estruturação, passando pela ges-
tão financeira que garanta a capacidade de crescimento da empresa, de
acordo com seu planejamento estratégico, exige do empreendedor um
ATIVIDADES
Atividade 1
Conceitue Valor Presente Líquido (VPL) e explique as vantagens e
desvantagens de se usar esse indicador durante a análise de um
plano de negócios.
Atividade 2
Diferencie os conceitos de risco e incerteza e explique a
importância de conhecer os riscos e as incertezas para que o
empreendedor possa desenvolver o plano de negócios de uma
nova empresa.
Atividade 3
Explique os conceitos de capital semente e de IPO (Initial Public
Offering) e explique as situações em que cada uma dessas formas
de captação de investimento é mais adequada para uma startup.
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112 Empreendedorismo
5.1 Gestão da empresa inovadora
Vídeo A inovação faz parte do cenário empresarial há muitas décadas,
como forma de criar diferenciais competitivos para a empresa em re-
lação a seus concorrentes. Porém, como afirmam Sandmeier, Morrison
e Gassmann (2010), a partir das décadas finais do século XX, a inovação
ganhou um papel cada vez mais importante na estratégia empresarial,
Objetivo de aprendizagem
devido ao desenvolvimento da tecnologia da comunicação e da informa-
Apresentar os conceitos
de gestão usados na ges-
ção, com destaque para a rede mundial de computadores e a internet.
tão de novas empresas.
Ao possibilitar que o consumidor tenha acesso a informações e
possa comprar produtos e serviços de empresas sediadas em qual-
quer lugar do mundo, a internet fez com que as empresas buscassem
novas formas de desenvolvimento, produção e comercialização de
seus produtos, o que levou ao surgimento de negócios inovadores
emergidos de garagens, laboratórios e incubadores de negócios que
revolucionaram o mercado.
Figura 1
Cultura organizacional
Radiokafka/Shutterstock
114 Empreendedorismo
Gomes et al. (2017) concordam com esse entendimento e afirmam Livro
que a cultura organizacional é capaz de ditar o ritmo e a forma como as
empresas lidam com modelos inovadores diante dos desafios do mer-
cado, reforçando ou inibindo a capacidade de inovação. A convivência
interna (entre os diversos colaboradores) e a convivência externa (da
empresa com seus clientes, fornecedores, parceiros, sociedade e ou-
tras organizações) formam a base da cultura empresarial, que é social-
mente construída e fixada no inconsciente dos colaboradores.
Quando a cultura inovadora é instalada em uma empresa, direciona A Zappos é uma loja vir-
o comportamento dos indivíduos, da gestão e da própria instituição, tual que vende calçados
no comércio eletrônico,
orientando todas as ações e sinalizando os rumos a serem seguidos ficando famosa pelo alto
em momentos de divergência. A cultura sinaliza quais são os padrões nível de qualidade do
seu serviço de atendi-
de comportamento aceitáveis e inaceitáveis, traduzidos em normas e mento ao cliente. No
regulamentos de conduta que tomam como base os valores éticos e livro Satisfação garantida,
o empreendedor que
morais da organização, sendo o centro do ambiente de convivência fundou a empresa relata
profissional, fundamental para construir e solidificar o sucesso da or- que a sua construção
teve como base uma
ganização. Conforme explicam Gomes et al. (2017, p. 58): cultura organizacional
na qual a satisfação das
a cultura é formada pelas normas centrais que podem caracterizar
necessidades do cliente
uma organização, sendo que normas são expectativas sobre o está no centro de todas
que é apropriado ou inapropriado em relação às atitudes e com- as atividades e processos.
portamentos. Ao proporcionar padrões de comportamentos, as HSIEH, T. 2. ed. Nova Iorque:
normas fornecem ordem e significado às situações ambíguas ou HarperCollins, 2017.
incertas e servem para proteção contra comportamentos opor-
tunistas, bem como são oportunas para incentivar comporta-
mentos “pró-sociais”.
116 Empreendedorismo
nos resultados. Para os autores, a falta de agilidade no processo de ino-
vação aberta, muitas vezes, deve-se ao fato de as organizações parceiras
terem interesses e ritmos diferentes na tomada de decisão.
VikiVector/davooda/Shutterstock
Recursos naturais Recursos financeiros Recursos humanos
Dias e Toni (2018) afirmam que a empresa precisa definir uma estra-
tégia clara que leve em consideração os recursos disponíveis e a melhor
forma de usá-los de modo combinado, para que possa se destacar em
relação aos concorrentes. De modo complementar, Maximiano (2015)
aponta que administrar uma empresa é utilizar os recursos para alcan-
çar os objetivos estratégicos definidos pelos gestores.
118 Empreendedorismo
Figura 3
Tipos de KPI
davooda/Shutterstock
KPI quantitativo KPI quantitativo
Indicadores medidos com base em
Indicadores que podem ser medidos
critérios subjetivos, como satisfação dos
com base em números ou estatísticas.
clientes, motivação da equipe ou clima
Como exemplo, podem ser citados
organizacional.
indicadores de faturamento ou
lucratividade, quantidade de produtos
em estoque ou vendas realizadas.
120 Empreendedorismo
• produto; Livro
• preço;
• praça;
• promoção.
Figura 4
Composto de marketing na cadeia de valor da empresa
Produto
Empresa
Preço
Consumidor
Fornecedores Intermediários
Ponto final
(distribuição)
Concorrentes
Promoção
5.3.1.1 Produto
No contexto da empresa inovadora, conceber um produto ou um ser-
viço significa estabelecer um diferencial significativo em relação aos bens
oferecidos pelas empresas concorrentes e atender às necessidades dos
clientes no que diz respeito à solução dos seus problemas por meio dos
benefícios proporcionados pelos seus atributos e pelas características
tangíveis e intangíveis. Para Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 18):
a globalização cria um campo de jogo nivelado. A competitivida-
Livro de das empresas não será mais determinada por seu tamanho,
seu país de origem ou sua vantagem passada. Empresas me-
nores, mais jovens e localmente estabelecidas terão chance de
competir com empresas maiores, mais antigas e globais. No fim,
não existirá uma empresa que domine totalmente as demais.
122 Empreendedorismo
ção e do contexto do ambiente, como a existência de concorrentes e
a situação econômica, para que o cliente defina a melhor escolha, le-
vando em consideração não apenas o preço nominal, mas o conjunto
de benefícios oferecido, que é determinante no momento da compra.
5.3.1.3 Praça
Já com relação à praça do mix de marketing, que é representa-
da pelos pontos de venda e distribuição dos produtos e serviços, a
empresa inovadora pode buscar se diferenciar com a oferta de ser-
viços diferenciados para atender às necessidades e demandas dos
clientes. Empresas dos mais variados portes têm usado, cada vez
com mais frequência, a estratégia de distribuição conhecida como
multicanais, na qual os produtos e serviços comercializados são dis-
ponibilizados para os clientes por diversos canais de distribuição,
como loja física, lojas virtuais, forças de venda externas, consulto-
res, venda por catálogo e programas de televisão. Segundo Oliveira,
Pigatto e Pigatto (2019, p. 9):
define-se estratégia multicanal de distribuição como o conjun-
to de atividades envolvidas na disponibilização de mercadorias
ou serviços aos consumidores por meio de diversos canais,
passando por etapas como: desenho do projeto, implantação e
avaliação de canais para aumentar o valor do cliente por meio da
aquisição, retenção e desenvolvimento destes.
Indypendenz/Shutterstock
5.3.1.4 Promoção
A promoção, item que mais tem se modificado no mix de marketing,
envolve a publicidade, a propaganda e a comunicação com o cliente,
sendo responsável tanto pela atração dos clientes e apresentação dos
produtos e serviços da empresa quanto pelo estabelecimento de uma
relação de confiança e fidelidade do cliente com a empresa.
Figura 5
Uso das redes sociais
124 Empreendedorismo
Para Lucian e Dornelas (2018), as redes sociais possibilitam a pro- Documentário
5.3.2 8 Ps
Os 4 Ps são elementos centrais do mix de marketing. Alguns autores
trazem contribuições importantes e necessárias a determinados con-
textos mercadológicos e econômicos. O forte impacto das evoluções
causadas pela tecnologia da informação e das comunicações sobre as
funções do marketing aos contextos socioeconômicos e as constantes
evoluções mercadológicas levaram alguns autores a propor a extensão
do mix de marketing, que não substitui os 4 Ps originais, mas os amplia
para que possam ser utilizados no contexto da era digital.
1
Pesquisa
8 2
Precisão Planeja-
mento
8 Ps
7 3
Personali- Produção
zação
6 4
Propaga- Publicação
ção
5
Promoção
126 Empreendedorismo
Vyacheslavikus/AntartStock/Shutterstock
Busca de Aquisição de Armazenamento Gerenciamento Estocagem Entrega dos
fornecedores matérias-primas das linhas de de produtos produtos e
e partes do produção acabados serviços para os
produto a ser clientes e parceiros
confeccionado dos canais de
distribuição
tradicionais e do
comércio eletrônico
O Conselho de Profissionais de Gestão da Cadeia de Suprimentos
(Council of Supply Chain Management Professionals) aponta que ges- Objetivo de aprendizagem
tão logística envolve as atividades de:
Discutir a gestão das
planejar, implementar e controlar eficientemente o custo cor- operações e da logística
de empresas.
reto, o fluxo e armazenagem de matérias-primas, estoques
durante a produção e produtos acabados, e as informações
relativas a essas atividades, desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos
do cliente. (CAXITO, 2019, p. 3)
kanpisut/Shutterstock
exista a quantidade necessária do produto para atender a
determinado pico de demanda, como um fim de semana
prolongado nos meses de verão.
128 Empreendedorismo
Tomando como exemplo uma empresa que comercializa
produtos alimentícios, no modelo tradicional de
distribuição, a estrutura logística precisa entregar caixas
fechadas de produtos para uma dezena ou, no máximo,
uma centena de varejistas em determinada cidade. Essas
kanpisut/Shutterstock
entregas podem ser previamente agendadas, assim, o
gestor de logística pode determinar uma rota de entregas
que otimize os caminhões.
Andrew Angelov/Shutterstock
Figura 6
Entregas e-commerce
130 Empreendedorismo
Lee Charlie/Shutterstock
A atividade de desenvolver pessoas, segundo
Figura 7 Chiavenato (2014), é composta do treinamento e do
Desenvolvimento de pessoas desenvolvimento, fatores fundamentais para que a empresa
esteja preparada para lidar com as constantes evoluções
tecnológicas e as novas realidades do mercado.
132 Empreendedorismo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que possa colocar em prática seus planos de negócio, o empreen-
dedor precisa não apenas de uma ideia de produto, serviço ou modelo de
negócio inovador, mas também da capacidade de transformar seus pla-
nos em um negócio real, de realizar suas atividades de maneira eficiente
e lucrativa, de entregar os resultados econômicos para os investidores
e sócios, de dar o valor desejado pelos clientes com relação às suas de-
mandas, desejos e necessidades e de garantir que suas operações sejam
ambiental e socialmente responsáveis.
As ferramentas de gestão das diversas áreas que compõem a estrutu-
ra de uma empresa são fundamentais para que os planos estratégicos, as
ações táticas e os processos operacionais da empresa sejam realizados
de acordo com o planejado. Assim, conhecer os modelos de gestão tradi-
cionais e entender como as inovações tecnológicas e as mudanças sociais
e comportamentais do mercado impactam a gestão da empresa são com-
petências fundamentais para o empreendedor.
ATIVIDADES
Atividade 1
Explique o conceito de inovação organizacional e sua importância
para as empresas inovadoras.
Atividade 2
Discuta as principais características da inovação aberta.
Atividade 3
Explique o conceito dos 4 Ps do marketing.
REFERÊNCIAS
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134 Empreendedorismo
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136 Empreendedorismo
Resolução das atividades
1 Empreendedorismo e inovação
1. Explique a diferença entre empreendedorismo, inovação e
capacidade inventiva de um indivíduo.
O que difere o empresário empreendedor do inventor é a capacidade
de atribuir valor econômico à invenção. Enquanto a atividade
empreendedora tem como um fator definidor a criação de valor
econômico, as invenções não necessariamente agregam esse aspecto.
138 Empreendedorismo
2. Explique a importância do uso de ferramentas de mensuração
para o acompanhamento do cumprimento das metas definidas no
planejamento estratégico.
As ferramentas para mensuração do cumprimento das metas têm
a função não só de acompanhar os resultados, mas também de
identificar informações e gerar conhecimentos para traçar novas
metas para períodos futuros. Essas ferramentas de mensuração de
resultados estratégicos devem possibilitar a análise comparativa da
empresa com o mercado de atuação. Resultados satisfatórios em
relação aos objetivos traçados podem estar aquém do crescimento
do mercado em que a organização atua. Nesse contexto, mesmo que
o resultado pareça ser positivo, na prática a empresa está em declínio,
uma vez que não aproveita todas as oportunidades do mercado.
140 Empreendedorismo
5 Gestão de negócios inovadores
1. Comente o conceito de inovação organizacional e sua importância
para as empresas inovadoras.
O espírito criativo não pode estar presente apenas nos produtos,
serviços ou modelos de negócio, mas também deve fazer parte dos
processos e das estruturas operacionais de gestão da empresa. A
inovação organizacional tem como objetivo melhorar os processos
da instituição, diminuir os entraves e possibilitar que ela possa
reagir rapidamente às mudanças externas, relacionadas a aspectos
tecnológicos, comportamentais, sociais, econômicos ou político-legais.
Para que a inovação organizacional seja uma realidade em uma
empresa, é de fundamental importância investir no desenvolvimento
dos recursos humanos da organização para que se possa criar
uma cultura inovadora, pois a inovação não pode estar restrita a
algumas áreas ou apenas sob a responsabilidade dos líderes ou de
colaboradores específicos, devendo ser compartilhada como uma
responsabilidade e uma atribuição de todos os funcionários.
142 Empreendedorismo
Código Logístico
I0 0 0 3 7 4
Fabiano Caxito
ISBN 978-65-5821-090-0
9 786558 210900
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