Contabilidade Introdutoria (Con - Osni Hoss

Osni Hoss
Luiz Fernande Casagrande

Delci Grapegia Dal Vesco
Claudio Marcos Metzner
Contabilidade Introdutória

2022
CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA
1 Edição - 2022
Prof. Osni Hoss, PhD. Editor

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É proibida a reprodução
total ou parcial, de qualquer forma ou qualquer meio. A violação dos
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Editoração, capa, finalização eletrônica: Prof. Osni Hoss, Ph.D.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Contabilidade introdutória. Hoss, O. [et al.] Cascavel: Osni Hoss
Editor, 2022.
Outros autores: Luiz Fernande Casagrande, Delci Grapegia Dal
Vesco, Claudio Marcos Metzner

Bibliografia

1 Contabilidade I. Hoss, Osni. II. Casagrande, Luiz Fernande. III.
Dal Vesco, Delci Grapegia. IV Metzner, Claudio.

CDD-657

Índice para Catálogo Sistemático
1. Contabilidade. 657
2. Administração, 658
Lista de Figuras
Figura 1 - Linha do Tempo da Contabilidade
Figura 2 - Fluxo Financeiro
Figura 3 - Usuários da Contabilidade
Figura 4 - Processo Decisório
Figura 5 - Equilíbrio Necessário ao Balanço Patrimonial
Figura 6 - Representação Gráfica Fundamental do Patrimônio
Figura 7 - Escrituração e sua utilização
Figura 8 - Árvore da Estrutura Fundamental da Contabilidade.

Sumário

1 O CONHECIMENTO E A CIÊNCIA CONTÁBIL
1.1 Ciência Contábil

1.2 Atividades de Fixação
1.2.1 Preencha os espaços a seguir, com relação à construção do conhecimento:
1.2.2 Responda V (verdadeiro) F (falso):
1.2.3 Faça uma entrevista com alguém que comprou um carro novo ou usado e monte
um esquema nos moldes do exemplo feito no final deste capítulo. Além disso,
pergunte a ele se ficou mais rico ou mais pobre e se ele sabe quanto.
1.3 A evolução da Contabilidade
1.4 Objetivo e Usuários da Contabilidade
1.5 A visão da Contabilidade no Brasil
1.6 Atividades de fixação
2 RIQUEZA PATRIMONIAL E CONTÁBIL
2.1 Fundamentos de Gestão e Objetivos da Sustentabilidade Financeira

2.2 Iniciando na Ciência da Riqueza Patrimonial e Contábil
2.4 Patrimônio
2.5 Aspectos Contábeis
2.5.1 Aspecto qualitativo
2.5.2 Aspecto quantitativo
2.5.3 Ativo
2.5.4 Ativos tangíveis
2.5.5 Ativos intangíveis
2.5.6 Passivo
2.5.7 Patrimônio líquido
2.5.8 Receitas
2.5.9 Custos e despesas
2.7 Equação Fundamental do Patrimônio
2.9 Atividades de Fixação Complementar
3 PLANO DE CONTAS
3.1 Agrupamentos Essenciais

3.2 Codificação
3.3 Entendendo o Plano de Contas
3.4 Ativo
3.4.1 Ativo circulante
3.4.2 Ativo não circulante
3.5 Passivo
3.6 Patrimônio líquido
4 CONSTRUÇÃO DA INFORMAÇÃO DA RIQUEZA PATRIMONIAL E O PROCESSO DE

ESCRITURAÇÃO
4.1 Livros de escrituração

4.1.1 Livro diário
4.1.2 Livro razão
4.2 Método das Partidas Dobradas
4.3 Lançamentos
4.4 Quadro Auxiliar para a Escrituração
4.6 Atividade de Fixação Complementar
5 REGIME DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA
5.1 Regime de Caixa

5.2 Regime de Competência
5.3 Atividade de Fixação
6 DINÂMICA PATRIMONIAL, RIQUEZA E PATRIMÔNIO

6.2 Atividades de fixação Complementar
7 DINÂMICA PATRIMONIAL - CONSTRUINDO DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS – PASSO

1
7.1 Demonstrativo de Resultado

7.1.1 Balanço patrimonial
7.2 Exemplificação
7.3 Atividade de fixação
7.4 Atividade de fixação Complementar
8 DINÂMICA PATRIMONIAL - CONSTRUINDO DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS – PASSO

2
8.1 Controle periódico de estoque
8.2 Controle permanente do estoque
8.2.1 Primeiro que Entra Primeiro que Sai - PEPS
8.2.2 Último que Entra Primeiro que Sai - UEPS
8.2.3 Média móvel ponderada - MMP
8.3 Contabilização
9 REFERÊNCIAS
10 APÊNDICE A – ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE
10.1 Postulados
10.1.1 Postulado da entidade
10.1.2 Postulado da continuidade
10.2 Características da Informação Contábil
10.3 Primazia da Essência Sobre a Forma
11 APÊNDICE B – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
11.1 Dos Princípios e de sua Observância

11.2 Da conceituação, da Amplitude e da Enumeração
11.3 O Princípio da Entidade
11.4 O Princípio da Continuidade
11.5 O Princípio da Oportunidade
11.6 O Princípio do Registro pelo Valor Original
11.6.1 Custo histórico
11.6.2 Variação do custo histórico
11.7 O Princípio da Competência
11.8 O Princípio da Prudência
12 APÊNDICE C – PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DA DRE E DO BP
13 APÊNDICE D - ENTENDENDO AS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS PARA O PROCESSO

DECISÓRIO - ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
13.1 Fontes de Recursos

14 APÊNDICE E – ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

14.1 Índices de Liquidez
14.2 Índices de Endividamento
14.3 Índices de Rentabilidade
14.4 Parecer
14.5.1 Análise de Liquidez
14.5.2 Análise de Endividamento
14.5.3 Análise de Rentabilidade
14.5.4 Parecer
15 APÊNDICE F – 10 MANDAMENTOS PARA O SUCESSO
16 APÊNDICE G - O PROCESSO DE INOVAÇÃO
17 APÊNCIDE H - FERRAMENTAL PARA O SUCESSO ORGANIZACIONAL
17.1 Estratégia
17.2 O método SWOT
17.3 Matriz BCG: Análise por UEN
17.4 Planejamento
17.5 O Modelo Rojo
18 APÊNCIDE I - INSTRUMENTO DE MEDIR QUALIDADE E GESTÃO DE VALOR

AGREGADO
18.1 Indicadores para o Quadrante Humano

18.2 Indicadores para o Quadrante Processos
18.3 Indicadores para o Quadrante Estrutural
18.4 Indicadores para o Quadrante Relacional
19 APÊNDICE J - GESTÃO DE CUSTOS – ELEMENTOS CHAVE
19.1 Gestão de Custos

19.2 Margem de Contribuição
19.3 Ponto de Equilíbrio
19.4 Estudo de Caso 01
19.6 Precificação
19.7 Caixa
O Conhecimento e a Ciência Contábil
O conhecimento no mundo dos negócios deve ser compreendido

como limitado e aproximado, dependente de um contexto e de um
observador, pois o conhecimento está em constante evolução, incorpora
fatos, verdades ou princípios adquiridos a partir de estudos e da
experimentação no mundo real.
Para uma empresa se desenvolver, se manter viva e atingir suas

metas, precisa estar sensível ao ambiente, ter coesão, identidade, construir
interna e externamente seu sistema de inteligência competitiva, além de ser
capaz de governar seu próprio crescimento e evolução.
A contabilidade é a linguagem universal do mundo dos negócios.
Uma entidade constrói seu sistema de informações baseado na
contabilidade, capta e registra uma série ampla de informações
operacionais e estratégicas para serem utilizadas de acordo com as
necessidades dos gestores (e outros usuários da informação) nos
processos de tomada de decisão.
O processo decisório é suportado por informações estratégicas,

produzidas em um sistema de inteligência competitiva que atenda a
necessidade de cada usuário, construindo assim ativos tangíveis e
intangíveis, aumentando o valor das organizações.
Todas as organizações são compostas por indivíduos, onde ideias

nascem. Os indivíduos constroem as organizações, onde se constrói
informação.
A informação serve como matéria-prima para a economia da

era do conhecimento e sua gestão eficaz pode agregar valor às
organizações.
Para se entender o que é informação, necessário se faz esclarecer

o conceito de dados, que são um conjunto de fatos distintos e
objetivos, relativos a eventos, descritos como registros estruturados de
transações.
Por exemplo, imaginem uma escada de madeira. Os pedaços de
madeira separadamente poderiam ser considerados dados, enquanto que,
ao se juntarem os mesmos em ordem, estruturados, produzem a escada,
tal como a organização de dados transforma-se em informação. Dados por
si só são de pouca relevância nas organizações, mas quando estruturados
podem representar uma informação estratégica na gestão empresarial.
Informação tem por finalidade mudar o modo como o

destinatário observa algo, exercendo algum impacto sobre seu
julgamento e comportamento.
A utilização estratégica da informação é o combustível necessário

para as empresas alavancarem vantagens competitivas e produzirem
conhecimento.
O conhecimento é a mola propulsora do desenvolvimento humano,
inclusive do desenvolvimento patrimonial. Representa aquilo que as
pessoas sabem a respeito de si mesmas e sobre o ambiente que as rodeia.
O processo de criação do conhecimento pode ser

compreendido da seguinte maneira:
a) dados são matéria-prima para a informação;
b) a informação é matéria-prima para o conhecimento;
c) conhecimento bem aplicado é sabedoria.
Recomendo construir conhecimento que contribua para o sucesso

dos empreendimentos, tais como, aspectos técnicos, estratégicos e de
mercado, relacionados com o negócio.
Em minha opinião, o conhecimento é a mola propulsora de sucesso
das pessoas físicas e jurídicas. Para transformar possibilidades em
situações reais de sucesso é necessário ter conhecimento, não
necessariamente acadêmico. O seu valor estratégico é o combustível
necessário para as empresas alavancarem vantagens competitivas.
A capacidade de aplicar a informação em um trabalho ou resultado

específico é tarefa para qual os seres humanos são capazes, por meio de
seu cérebro. E o que diferencia das máquinas é a capacidade de
realizar conexões entre coisas que possam não ter nada a ver uma com
as outras.
O conhecimento humano pode ser dividido em duas classes:

explícito e tácito. Entende-se por conhecimento explícito o conhecimento
que pode ser articulado na linguagem formal, em afirmações gramaticais,
expressões matemáticas, especificações, manuais e assim por diante.
Enquanto que o conhecimento tácito é incorporado à experiência
individual e envolve fatores intangíveis como, crenças, sistemas de valores,
perspectivas e emoções.
Para gerentes de organizações, o conhecimento prático é muito

importante, mas difícil de expressar em palavras. Trata-se de um
conhecimento tácito. Aliás, todo o conhecimento possui uma dimensão
tácita.
Neste ambiente competitivo você deve buscar conhecer os players

envolvidos na sua ideia ou negócio, tais como fornecedores, financiadores,
investidores e entidades regulamentadoras.

1.1 Ciência Contábil
Os primeiros registros contábeis datam de 20.000 anos a.C.,

oriundos da necessidade humana de controlar suas riquezas. Assim como
a Contabilidade, outros tipos de conhecimento humano foram criados e
transferidos de geração em geração.
A informação transferida é reproduzida, testada e transformada de

acordo com as necessidades de cada geração e de cada época. O
aperfeiçoamento contínuo do conhecimento transferido contribui para a
evolução da humanidade.
Palavra-chave para a perpetuidade da humanidade, a evolução se

apresenta como algo altamente dinâmico e em aceleração constante.
Internet, telefonia celular e aparelhos eletrônicos são exemplos de

tecnologias surgidas nesse processo. A evolução está intimamente ligada
ao desenvolvimento do conhecimento científico nas mais diversas áreas do
saber humano.
Essa revolução histórica para a humanidade foi propiciada

principalmente pelo desenvolvimento de métodos e técnicas científicas que
deram suporte à criação de máquinas, processos e produtos.
Por meio da metodologia científica o homem percebeu que um

trabalhador executando apenas uma parte do processo seria muito mais
eficiente e especializado do que executando todas.
Com a separação do trabalho, a criação das linhas de produção e

das máquinas, acelerou-se o processo de geração e acúmulo de riquezas,
acelerando também a demanda por informações sobre o processo
produtivo, bem como a necessidade de controle e avaliação da riqueza
gerada.
A informação passou a ser imprescindível ao processo de

planejamento, controle, direção e organização. Assim sendo, considera-se
a informação como variável crítica no processo de tomada de decisão.
Dessa forma, a Ciência contábil, entendida como a ciência da

riqueza humana, teve um papel importante nesse processo, pois todo o
suporte de informações necessárias à administração e gestão da riqueza
das entidades foi gerado e fornecido graças ao desenvolvimento dessa
ciência, alterando a ótica do que é poder:
Ter era poder,
saber é poder!
Entender como, quando e onde a riqueza é gerada, assim como

poder avaliá-la e controlá-la de forma eficiente e eficaz, é atribuição da
ciência contábil.
Sua importância fundamental está na capacidade de gerar e

fornecer informações de maneira útil e relevante aos seus usuários a
respeito dos patrimônios envolvidos para que possam tomar decisões.
Mas e o que isso tem a ver com minha situação financeira?
Tem tudo a ver. Imagine que você compre uma motocicleta no valor
que à vista custe R$ 8.500,00, mas como você só tem R$ 1.500,00
depositados na poupança, e não tem dívidas, paga a entrada e para o
saldo faz um empréstimo no banco em 48 parcelas de R$ 250,00. Ou seja,
antes de comprar a moto a sua riqueza líquida era de R$ 1.500,00 (o que
você tem, menos o que você deve).
Considerando que o seu salário é R$ 600,00 por mês, a pergunta

que faço é se você fez um bom negócio.
E a resposta é: depende.
Vamos analisar. Você tinha R$ 1.500,00 de capital em dinheiro,

agora possui R$ 8.500,00 na moto.
Note que o montante de sua riqueza cresceu.
Porém, aparece uma coisa nova na sua vida, a dívida, que é de R$

12.000,00 (48 × 250,00).
Assim, se você fizer uma conta simples:
8.500,00 – 12.000,00 = -3.500,00

Ou seja, você possuía uma riqueza líquida de R$ 1.500,00 agora se
você vender a moto por R$ 8.500,00 ficará ainda devendo R$ 3.500,00, que
significa que você ficaria R$ 5.000,00 mais pobre (1.500,00 + 3.500,00).
Como assim?
Ora, além de não ter seus R$ 1.500,00, ainda deve R$ 3.500,00.
Para fixar seu conhecimento, vamos fazer atividades de fixação.

1.2.1 Preencha os espaços a seguir, com relação à construção do

conhecimento:
____________são matéria-prima para a

__________________.
A ______________ é matéria-prima para o

_______________.
_________________bem aplicado é
_______________________.
1.2.2 Responda V (verdadeiro) F (falso):
( ) A Ciência Contábil dá suporte de informações às

organizações.
( ) O controle e o processo decisório de uma empresa

independem da informação gerada.
( ) Um dos principais objetivos da Contabilidade é

gerar informações úteis e relevantes, para a tomada decisões.
( ) Entender como, quando e onde a riqueza é gerada,

é uma das atribuições da Ciência Contábil.
1.2.3 Faça uma entrevista com alguém que comprou um carro novo
ou usado e monte um esquema nos moldes do exemplo feito no
final deste capítulo. Além disso, pergunte a ele se ficou mais
rico ou mais pobre e se ele sabe quanto.

1.3 A evolução da Contabilidade
A humanidade, por instinto de sobrevivência, buscou ao

longo dos milênios cercar-se de bens materiais que julgava ser
necessários para perpetuidade de sua espécie.
Com o passar do tempo, o conhecimento agregado

permitiu que a humanidade evoluísse. Os valores das coisas
sofreram alterações, fazendo com que a necessidade de
informações a respeito da riqueza patrimonial também sofresse
mutações.
Desta forma, a Contabilidade passou de um

conhecimento rudimentar e empírico para uma ciência a qual a
metodologia de escrituração e análise dos valores patrimoniais
fica cada dia mais sofisticada. Observe abaixo na Figura 3,
segundo a ótica dos autores, os marcos da Contabilidade.
Figura 1 - Linha do Tempo da Contabilidade
Crist Renascentism Racionalism Contingencialism
Empirismo o o o o

350a.C. 0 1500 1900 2000
Nascida com a necessidade de controle da riqueza, a

Contabilidade é considerada tão antiga quanto a própria
necessidade humana de possuir bens.
É possível associar que a própria escrita tenha surgido

com a necessidade humana de poder registrar suas riquezas.
Com a expansão marítima dos países europeus e o

surgimento da burguesia na Idade Média, houve um aumento
da necessidade de geração de informações para o controle e
gerenciamento da riqueza patrimonial. Contudo, a
Contabilidade desenvolveu-se de maneira mais expressiva no
século XV, junto com o movimento renascentista e depois com
o início da Revolução Industrial.
A partir do movimento denominado Renascentismo, o

nome mais conhecido foi o do frade Luca Paccioli (1445-1517).
A Contabilidade inicia-se no campo da ciência, estruturando o
método das partidas dobradas.
Contudo, a revolução industrial ocorrida na Europa

potencializou o uso da Contabilidade racional, principalmente
na área de custos industriais e financeiros.
Já no início do século XX, com a Primeira Guerra

Mundial, houve uma transferência de capital e tecnologia para
a América em virtude da guerra.
Nesse contexto, a criação de empresas com vários

sócios e a necessidade de controle do governo americano nas
organizações cada vez maiores impulsionaram o
desenvolvimento de outras áreas da Contabilidade, como a
auditoria externa.
Atualmente, com as novas demandas, ainda mais

complexas, decorrentes da necessidade de informação mais
detalhada e precisa, a Contabilidade necessita incorporar as
três séries temporais: passado, presente e foco voltado
principalmente para o futuro.
Assim sendo, a Contabilidade passa uma demanda

contingencial. O contingencialismo contábil preocupa-se com
questões estratégicas, competitivas e de resultados.
O sistema de informação contábil é altamente

dinâmico, exigindo profissionais analistas e conhecedores das
opções empresariais e competitivas, onde a tecnologia é
incorporada de forma definitiva.
Por que as pessoas devem entender de Contabilidade?
A Contabilidade é utilizada pelas nações, empresas e

pessoas, denominadas entidades. Está efetivamente inserida
em culturas que utilizam dinheiro, fazem operações mercantis
de compra e venda, assumem compromissos, relacionando-se
com atos e fatos econômicos e financeiros.
As pessoas necessitam entender como se comportam

suas riquezas porque o mundo está estruturado em torno do
poder e da riqueza.
As pessoas devem entender de Contabilidade para

atenderem suas necessidades de informações patrimoniais e
subsidiarem as suas decisões. Acreditamos que é altamente
crítico para uma pessoa viver sem dinheiro e sem saber como
“funciona” o raciocínio de mercado.
Se as pessoas, empresas e governos não souberem

quanto dinheiro ganham, não saberão quanto poderão gastar.
Se não souberem como ganham dinheiro, não saberão como
ganhar. Se não souberem onde e por que gastam o dinheiro,
jamais saberão onde foi parar o dinheiro que ganharam.
Sem Contabilidade, é complicado saber se está mais

rico ou mais pobre e muito menos o porquê da situação.
Portanto, é relevante ressaltar a importância da Contabilidade
principalmente no que tange a resolver os problemas de ordem
econômico-financeira das pessoas, empresas e demais
organizações.
A Contabilidade pode e deve ser usada como

ferramenta para resolver questões relativas à criação e gestão
de riquezas.
Observe a história a seguir, cujos personagens foram

inspirados em pessoas do dia a dia que enfrentam desafios
cotidianos.
José é funcionário de uma pequena padaria, cujo dono

é o Manoel. Certo dia, José pediu para o seu patrão um
aumento salarial e justificou dizendo que a produção de pães
havia dobrado, aumentando na mesma proporção o seu
serviço como padeiro.
Disse José ao seu patrão:
- Pois é, patrão, sabe como é, né... Minha mulher

queria que eu trocasse de carro porque o meu vive na
mecânica e gasto um bocado do meu salário todo mês. Como
os negócios vão indo bem, achei que seria a hora de pedir um
aumento pro senhor.
- Mas José, de onde é que você tirou essa ideia de que

a padaria está dando lucro? Estou com a conta do banco
estourada, o gerente não para de me ligar. O moinho quer
receber a farinha que eu comprei fiado e já venceu. O cara da
luz está aí fora querendo cortar... e agora você querendo
aumento?
- Calma, patrão! Não sabia que o senhor estava nessa

situação. É que eu pensei que, como dobrou a venda de pão,
seria uma boa hora de pedir aumento. Mas, se está assim,
tudo bem. Vamos deixar isso pra outra ocasião.
- Desculpe, José, é que eu estou meio estressado...

Não sei como a padaria pode estar tão endividada. Você tem
razão. As vendas estão aumentando, mas cada vez tenho
menos dinheiro pra pagar as contas. Não sei o que está
acontecendo...
- É, patrão, eu sei como é. Eu também não ganho tão

mal aqui, mas o dinheiro não chega até o final do mês. Vivo
pendurado no cartão de crédito e no cheque especial. Não sei
como meu compadre, que também é padeiro consegue trocar
de carro todo ano e ainda emprestar dinheiro para os outros.
Bom, até mais, patrão.
- Até, José. Espero que as coisas melhorem para que

eu possa te ajudar.
Essa conversa parece familiar, não é mesmo? Então,

como a Contabilidade poderia ajudar o José e a padaria do Sr.
Manoel?
O José deveria fazer um acompanhamento das

entradas e saídas de dinheiro. Provavelmente, perceberia por
meio das informações contábeis que as despesas com juros e
mecânica levam grande parte do seu dinheiro mensal.
Para o compadre do José, que não paga despesas

desnecessárias e ainda recebe juros dos empréstimos
concedidos, sobra mais dinheiro.
A seguir, veremos uma demonstração de controle

mensal para as saídas e entradas de uma pessoa física.
Vejamos um exemplo:
Planilha financeira de janeiro de 2022

Entrada de Dinheiro Saída de Dinheiro
Salário 800,00 Aluguel 200,00
Empréstimo 250,00 Energia Elétrica 112,25
Água 18,00
Telefone 56.80
Alimentação 251,50
Oficina Mecânica 77,00
Saúde 55,00
Lazer 35,00
Juros 45,00
Transporte (Veículo) 55,00
Pagamento de 100,00
Empréstimo
Total das Entradas 1.050,00 Total das Saídas 1.005,55
Sobras 44,45
Observe que a planilha de controle financeiro informa

ao José a sua situação financeira no que tange aos ganhos e
gastos mensais. Ela deveria ser feita no início de cada mês,
prevendo como será a situação real no final do mês.
A falta de planejamento e controle da vida financeira

das pessoas, normalmente, leva-as a endividarem-se,
dificultando ainda mais a sua situação, pois incorrem em
pagamento de juros e despesas não previstas.
Observe que o José emprestou em janeiro R$ 250,00

do banco para poder pagar todas as suas contas. No entanto,
no total das contas pagas estava incluída uma parcela de
empréstimos anteriores no valor de R$ 100,00 e ainda R$
45,00 de juros.
Podemos perceber que o José está gastando mais do

que recebe. Para financiar os gastos excessivos, José
empresta dinheiro. Quem empresta cobra juros, que por sua
vez serão cobrados no período seguinte, forçando-o a
emprestar dinheiro novamente. Em resumo, José está refém
de uma ciranda financeira.
Para sair dessa situação, necessita fazer um
planejamento financeiro e reestruturar seus gastos, tal como
vender o veículo e gastar menos com transporte. Com a
economia feita, pagar as contas e parar de pagar juros.
Somente depois disso, comprar um carro melhor, após ter feito
economias necessárias, diminuindo então gastos com
manutenção.

Figura 2 - Fluxo Financeiro
Por outro lado, para o Manoel (proprietário da

padaria) é necessário ter um conhecimento contábil mais
aprofundado. A Contabilidade poderia gerar informações de
quanto foi comprado e vendido durante o mês. Se as compras
e as vendas foram efetuadas à vista (em dinheiro) ou a prazo,
e se terá dinheiro para pagar as suas obrigações.
Poderia identificar o custo do pão, para saber se está

tendo lucro. Além de acompanhar as despesas mensais de
energia elétrica, aluguel e funcionários, informando quantos
pães terá que fabricar e vender durante o mês para poder
obter lucro.
Enfim, a Contabilidade auxilia a resolver os problemas

do José e do Manoel, propiciando melhores condições
competitivas e possível melhoria na qualidade de vida.
As pessoas precisam entender de Contabilidade para

melhor lidarem com o dinheiro. Saber como funcionam os
mecanismos econômicos e financeiros modernos para
tomarem suas decisões.
1.4 Objetivo e Usuários da Contabilidade
Como visto, a Contabilidade acompanha a

humanidade na resolução de seus problemas relacionados
com a riqueza por milhares de anos. Esta ramificação do
conhecimento humano foi se desenvolvendo de acordo com
as necessidades de seus usuários ao longo do tempo. Mas,
afinal, que necessidades são essas? Quem são os usuários
desse tipo de conhecimento?
A necessidade sempre foi a fonte de inspiração da

humanidade. Decorre disso o objetivo fundamental da
Contabilidade.
Gerar e fornecer informações contábeis a respeito dos

patrimônios das entidades de forma útil e relevante para que
seus usuários possam tomar decisões.
Naturalmente, o próprio objetivo da Contabilidade

evidencia que essa forma de conhecimento humano é parte
fundamental da nova era em que nos encontramos: a era do
Conhecimento.
E quem são os usuários da Contabilidade? O José e o

Manoel?
Sim, o José, o Manoel, eu, você, o governo, os

bancos, enfim, todas as entidades que necessitem de
informações contábeis para tomarem decisões. Esses
usuários se dividem basicamente em duas categorias.
Vejamos alguns tipos de usuários da Contabilidade no Quadro
1:

Figura 3 - Usuários da Contabilidade
Usuários internos Usuários externos
Proprietários Bancos
Funcionários Governo
Gerente de Produção Fornecedores
Os usuários são os envolvidos direta ou indiretamente

com as operações mercantis da empresa e que necessitam de
informações contábeis a seu respeito.
Mas por que o governo quer saber da Contabilidade

da empresa do Manoel?
Por meio da Contabilidade, o governo sabe se as

empresas estão obtendo lucro ou prejuízo, qual seu faturamento
(volume de vendas), quantos funcionários elas estão
empregando, enfim, informações necessárias para cobrar os
tributos devidos e verificar o nível de emprego das empresas
para direcionar suas políticas de geração de emprego, por
exemplo.
Por outro lado, o proprietário necessita conhecer qual o

montante de bens e direitos que possui, quais são suas dívidas,
quanto vendeu durante o mês.
O fornecedor necessita saber se a empresa com a qual

está a negociar terá condições de pagar as mercadorias
entregues. Os bancos necessitam saber se a empresa terá
condições de pagar seus empréstimos na data combinada.
1.5 A visão da Contabilidade no Brasil
A Contabilidade cada vez mais vem aumentando a sua

importância no processo de criação e controle das riquezas.
No entanto, ainda há no Brasil pessoas e organizações

que possuem uma visão distorcida do objetivo da
Contabilidade. Isso ocorre principalmente pelo fato de o
governo cobrar impostos, tendo a Contabilidade como elemento
de controle e fiscalização.
A sonegação implica em perda de informações vitais

para a saúde econômica e financeira de seus
empreendimentos, podendo custar muito mais caro do que o
imposto não pago.
É um erro crítico as organizações abrirem mão da

Contabilidade como forma de sonegar impostos. É comum, no
Brasil, a justificativa de empresários de que se pagarem todos
os impostos as empresas quebram.
Empresas podem “quebrar” (falência), muito mais por

falta de informação contábil do que qualquer outro motivo. As
empresas tendem a ter vários problemas de gestão pela falta de
informações contábeis ou pelo uso de informações incorretas.
Com a venda sem nota fiscal, por exemplo, as

empresas ficam desprovidas de recursos jurídicos para
cobrança de dívidas, perdem o controle de suas vendas e
custos, facilitando desvios de dinheiro e mercadorias, além de
incentivar indiretamente a corrupção dentro das entidades, que
representa um alto custo oculto nas empresas.
A carga tributária brasileira é uma das mais altas do

mundo e a justificativa dos governos para esse fato é
justamente que o número de empresas e pessoas que sonegam
no Brasil é muito alto. Hoje, com a necessidade de implantação
e utilização da nota fiscal eletrônica e certificação digital, esse
processo de controle será cada vez mais importante.
Outra vantagem das empresas que pagam

corretamente seus impostos é que podem usar o
conhecimento contábil para fazer um planejamento
tributário.
É preciso destacar que o cenário atual está se

modificando rapidamente com a convergência das normas
brasileiras de Contabilidade com as normas internacionais
com os pronunciamentos emitidos pelo CPC (Comitê de
Pronunciamentos Contábeis) para essa finalidade, juntamente
com a crescente informatização de processos de apuração e
cobrança de impostos pelo governo.
Além disso, a Contabilidade pode gerar uma

infinidade de informações a respeito da riqueza patrimonial
que ajuda aos gestores e acionistas das empresas tomarem
decisões eficientes e eficazes na condução de seus
empreendimentos.
1.6 Atividades de fixação
Qual é a utilidade de se entender de Contabilidade?

Assinale as corretas:
( ) Entender a sua situação patrimonial.
( ) Tomar decisões.
( ) Controlar os gastos.
( ) Fazer planejamento financeiro e tributário.
( ) Sonegar mais impostos do governo.
( ) Evitar a falência da empresa.
Descreva a evolução histórica da contabilidade.
Como resolver problemas financeiros por meio da

Contabilidade?
( ) Fazendo o balanço patrimonial da empresa.

( ) Conhecendo seus ativos e passivos.
( ) Controlando as receitas, despesas e custos.
( ) Entendendo as variações no patrimônio.
Qual é o objetivo fundamental da Contabilidade?
Assinale (I), para usuários internos da Contabilidade e

(E), para usuários externos:
( ) Fornecedor ( ) Bancos ( ) Gerente da

fábrica
( ) Funcionários ( ) Governo ( ) Acionistas
Com a venda sem ______________, por exemplo, as

empresas ficam desprovidas de recursos ________________
para cobrança de dívidas, perdem o _______________ de
suas vendas e custos, facilitando ___________ de dinheiro e
____________, além de incentivar indiretamente a
______________ dentro das entidades, que representam um
______________ oculto nas empresas.

Na conversa apresentada no texto entre o

personagem José e seu patrão, assinale os pontos que
poderiam melhorar para ambos com a Contabilidade:
( ) Melhor controle das entradas e saídas.
( ) Saber em qual item se gasta mais dinheiro.

( ) Conhece a situação antecipadamente.
( ) Evitar despesas com juros.
( ) Aumentar os lucros.

Faça uma planilha eletrônica de seu orçamento
pessoal, nos moldes da planilha financeira apresentada neste
capítulo, porém para um período de 12 meses a contar do
mês atual. Lembre-se de transportar o saldo de cada mês
para o mês seguinte.
Faça uma pesquisa sobre nota fiscal eletrônica e

certificação digital, e apresente com seu grupo para toda a
turma.

Riqueza Patrimonial e Contábil
Ter sustentabilidade financeira consiste em gerenciar
seus recursos e fatores que possam ter impactos na dinâmica
de entrada e saída de dinheiro na organização.
2.1 Fundamentos de Gestão e Objetivos da Sustentabilidade
Financeira
O objetivo da gestão financeira é otimizar

recursos financeiros.
No intuito de otimizar os recursos financeiros, há

necessidade de se observar as séries temporais passado,
presente e futuro. O passado deve servir de meio para
entender como chegamos na situação presente, enquanto
que o presente deve ser bem analisado para compreensão
dos riscos e oportunidades que impactam na entidade e que
podem definir a situação futura.
São fundamentos de gestão, o planejamento, a

execução e o controle.
O planejamento visa aproveitar da melhor maneira

os recursos financeiros em função de metas e objetivos
previamente estabelecidos. Assim, o primeiro passo é saber o
que se quer, pois, os recursos são limitados, por isso é
necessário gastá-lo da melhor forma possível e com o mínimo
de erros.
Essa limitação de recursos implica na necessidade de

conhecer ferramentas para melhor gerenciá-los, tal como o
pensamento crítico que pode ser utilizado no processo de
tomada de decisão.
Assim, recomendamos o pensamento crítico no

processo de tomada de decisão que consiste em elencar as
possibilidades acerca dos recursos financeiros, na sequência
escolher uma alternativa e executá-la, após isso, verificar se o
objetivo foi alcançado, veja figura 4.
Figura 4 - Processo Decisório
Quando se está executando o que foi planejado, deve-se

acompanhar o andamento a fim de verificar se os objetivos e
metas estão sendo alcançados, de forma constante, sendo que a
cada falha verificado é necessário tomar as correções
necessárias. O controle pode e deve ser realizado ao mesmo
tempo em que ocorre a execução.
Embora possa parecer óbvio que deva ser assim, não é o

que normalmente ocorre. É muito comum as decisões serem
tomadas com base emocional e na sequência procura-se uma
explicação racional para a decisão já tomada.
Iniciaremos agora com a fundamentação sobre o

conhecimento sobre a ciência da riqueza patrimonial e contábil.
2.2 Iniciando na Ciência da Riqueza Patrimonial e Contábil
Para que possamos entender melhor como a

Contabilidade informa seus usuários, vamos explicar com mais
clareza os instrumentos de informação utilizados pela
Contabilidade para atingir seus objetivos por meio das
demonstrações contábeis.
Para você entender melhor, imagine uma pessoa que, em

um determinado tempo e espaço nasce, se desenvolve e
finalmente morre. Nascimento, desenvolvimento e morte de uma
pessoa, assim como de uma empresa, podem ser acompanhados,
controlados e analisados.
É o registro jurídico a que determina o seu reconhecimento

das pessoas e empresas pela sociedade e pelo Estado. Uma
empresa que não está registrada na junta comercial ou no cartório
de títulos e documentos não existe legalmente, apesar de existir
de fato. Corre o risco de ser multada pelos órgãos competentes e
ter suas atividades encerradas.
Já uma pessoa quando nasce, se não for registrada em

cartório, não é reconhecida pelo Estado como cidadão, não
podendo nem mesmo escolher seus representantes. Após
nascerem, as empresas e pessoas iniciam um processo de
crescimento. Esse processo pode ser acompanhado e analisado
de várias formas. Quando uma pessoa nasce em um hospital,
prontamente são registrados o seu peso, sua medida, sua cor e
seu sexo.
Assim, também as empresas nascem por meio de um

contrato social, onde constam local em que a empresa vai se
estabelecer, os sócios que vão participar da sociedade, o capital
que cada um vai disponibilizar, o ramo de atividade em que vão
atuar.
Esse registro inicial pode ser considerado o primeiro, tanto
no caso de uma criança quanto no caso de uma empresa, para o
reconhecimento de sua existência, de seu nascimento.
A fotografia da criança recém-nascida demonstra

visualmente o que está registrado em seu prontuário de
nascimento. Essa fotografia é “estática”, ou seja, demonstra o
estado daquela criança em uma determinada data. Quando a
criança cresce e completa dois anos de vida, as fotografias tiradas
naquela data certamente são diferentes daquela do dia do seu
nascimento. Ela estará maior, mais pesada e com a capacidade de
ficar em pé sozinha.
A comparação entre a foto do nascimento e a foto do

segundo aniversário flagra diferenças físicas dessa criança. Essas
diferenças dependem de variáveis como alimentação, exercícios,
higiene pessoal e ambiente em que essa criança nasceu e
cresceu. Com a comparação das fotografias, mesmo que
estáticas, pode-se deduzir o que aconteceu com ela nesse
intervalo de tempo.
Nas empresas não é muito diferente. A fotografia do

nascimento de uma empresa é o seu “balanço patrimonial”,
que demonstra todos os bens, direitos e obrigações da empresa
quando ela foi criada. Cada balanço levantado pode ser
comparado com o anterior e assim verificar as mudanças
ocorridas.
“Balanço”, para a linguagem contábil, é uma palavra

derivada da palavra “balança”, e os dicionários resumem seu
significado como “aparelho com que se determina o peso das
coisas” ou “equilíbrio”.
A palavra “patrimônio” tem como significado “herança

paterna” ou “bens de família”. Na Contabilidade a palavra
“patrimônio” significa todos os bens, direitos e obrigações da
entidade.
A figura 5 representa o equilíbrio que deve existir no
balanço patrimonial.
Figura 5 - Equilíbrio Necessário ao Balanço Patrimonial
O objetivo principal do balanço patrimonial é apresentar de

um lado os bens e direitos (ativos) que a empresa possui à sua
disposição para poder funcionar e, do outro lado, as obrigações
(passivos) que a empresa tem com aqueles que forneceram o
capital para seu funcionamento.
Assim podemos estabelecer uma relação de causa e efeito

entre ativos e passivos, ou seja, todo ativo possui um passivo
correspondente ou uma conta de resultado que ao final do
exercício será incorporada ao patrimônio líquido. Por isso a
derivação da palavra “balança” com o significado de equilíbrio do
que a empresa possui e a quem pertence respectivamente.
Para demonstrar a composição da natureza dos bens,

direitos e obrigações, o balanço patrimonial está estruturado em
contas patrimoniais, em que são registradas as entradas e saídas
de valores patrimoniais.
As contas identificam claramente qual a natureza do

patrimônio que está sendo movimentado. Observe o exemplo
abaixo:
Caixa – são contabilizadas as entradas e saídas de
dinheiro.
Estoque de mercadorias – são contabilizadas as
entradas e saídas de mercadorias.
Fornecedores – são contabilizadas as compras a prazo e
os pagamentos feitos.
Existem ainda contas de resultado, que registram as

receitas, custos e despesas da entidade. As contas serão vistas
com mais detalhes no Capítulo 5 Plano de Contas.
A geração da riqueza patrimonial deve ser visualizada em

forma de fotografia ou filme.

A fotografia mostra a situação financeira das pessoas ou

organizações em determinado momento e serve para evidenciar
como a situação se apresenta. A foto pode e deve ser comparada
com fotos anteriores.
A fotografia é estática, mas no processo de comparação é

possível determinar diferenças, descobrir e analisar os fatos que
determinaram essas diferenças. A fotografia financeira é
representada pelo balanço patrimonial, que é um demonstrativo
financeiro elaborado pela contabilidade.
O objetivo principal do balanço patrimonial é apresentar de

um lado os bens e direitos (ativos) que a empresa possui à sua
disposição para poder funcionar e, do outro lado, as obrigações
(passivos) que a empresa tem com aqueles que forneceram o
capital para seu funcionamento.
Já o filme evidencia a situação financeira em andamento,
abrange todo período em análise, mostrando o resultado sendo
construído, obtenção de receitas e seu esforço para obtê-las em
termos de custos e despesas. Esse processo é conhecido como
dinâmica patrimonial e pode ser compreendido como um filme das
operações ocorridas num determinado espaço de tempo que
transformam a riqueza das empresas. Foto e filme, serão
abordados no primeiro bloco desta obra: construção da informação
financeira.
Para possibilitar o entendimento da construção da

informação financeira é necessário conhecer o conceito de
patrimônio e seus componentes.
Complete:
Assim, também as _____________ nascem por meio de

um ___________________, onde constam local em que a
empresa vai se estabelecer, os __________ que vão participar da
sociedade, o ___________ que cada um vai disponibilizar, o
___________________ em que vão atuar.
De maneira geral, as empresas necessitam comprar e

vender para que possam gerar recursos necessários para sua
manutenção e geração de lucros. Explique essa afirmação.
A fotografia da criança recém-nascida demonstra

visualmente o que está registrado em seu prontuário de
nascimento. Correlacione com a Contabilidade.
Explique o balanço patrimonial.

e) Peça na empresa onde você trabalha, ou para algum

amigo ou conhecido que tenha empresa, uma cópia do contrato
social da empresa, traga para a sala de aula para discutir com sua
equipe. Em seguida, monte um contrato social, constituindo uma
empresa dentro da sua equipe, sendo que todos serão sócios.
2.4 Patrimônio
O patrimônio das entidades pode ser observado em uma

determinada data por meio do balanço patrimonial, tal como uma
“fotografia” dos bens, direitos e obrigações.
A estática é parte da mecânica que trata do equilíbrio dos

corpos, podendo ser entendida na Contabilidade como a descrição
do estado de equilíbrio entre ativos e passivos em um determinado
instante da vida da entidade.
Assim como em uma fotografia de uma pessoa, na qual

podemos observar se ela é alta ou baixa, gorda ou magra, no
balanço patrimonial tem-se quanto dinheiro a empresa possui em
caixa, qual o montante aplicado em veículos ou ainda saber a
empresa deve para os bancos e fornecedores, podendo-se
comparar as principais mudanças ocorridas de um período a outro.
2.5 Aspectos Contábeis
A Contabilidade possui aspectos qualitativos e

quantitativos que identificam a natureza do patrimônio e sua
respectiva quantificação monetária.
Nesse aspecto podemos identificar se as contas são

ativas, passivas ou de resultado, classificando-as segundo sua
natureza existencial, diferenciando umas das outras.
O dinheiro que a empresa possui é representado pela

conta Caixa, ou seja, o balanço patrimonial é separado em contas
distintas que segregam os bens, direitos e obrigações conforme a
sua natureza e qualificação. Daí a expressão “aspectos
qualitativos”. Assim, mostra como está distribuída a riqueza
patrimonial, permitindo conhecer a origem do patrimônio (passivo)
e sua respectiva aplicação (ativo).
As contas nos demonstrativos contábeis necessitam

também das quantidades em termos monetários. Se no item
anterior foi dito que o dinheiro que a empresa possui é
representado pela conta Caixa, precisamos saber também de
“quanto” dinheiro a empresa dispõe.
Da mesma forma, todas as contas patrimoniais são

quantificadas monetariamente para que os usuários possam saber
qual a representatividade de cada conta no contexto patrimonial.
O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações

de uma determinada entidade.
Vejamos agora os componentes do conjunto que formam o

patrimônio.
2.5.3 Ativo
Conjunto de bens e direitos, de propriedade de uma

entidade, com potencial de geração de benefícios presentes e
futuros, avaliados monetariamente, que já são dinheiro ou
transformar-se-ão em dinheiro.
Bens e direitos são recursos que as entidades possuem

ou controlam, necessários às suas atividades e com potencial de
benefícios futuros. São classificados em dois grupos: ativos
tangíveis e ativos intangíveis.
2.5.4 Ativos tangíveis
Tangível quer dizer corpóreo ou palpável, ou seja, bens

tangíveis são todas as propriedades das entidades que possuem
corpo e podem ser tocadas. Como exemplo, podemos citar os
móveis e utensílios.
2.5.5 Ativos intangíveis
Intangível quer dizer abstrato ou incorpóreo. Os bens

intangíveis são propriedades que a empresa possui, mas que não
podem ser tocadas. O software é um exemplo de bem intangível.
2.5.6 Passivo
O passivo são as obrigações das pessoas físicas ou

jurídicas, ou seja, dívidas e financiamentos.
Basicamente, o passivo é originado pela compra de

mercadorias a prazo, empréstimos bancários, impostos e serviços
adquiridos a prazo, que na sua totalidade significam todas as
obrigações da empresa com terceiros.
2.5.7 Patrimônio líquido

O patrimônio líquido é a representação do capital que os
sócios possuem aplicado no negócio.
O capital inicial dos negócios, inicialmente representa o

patrimônio líquido, está representado neste grupo na forma de
capital social. Mostra a parte que pertence aos sócios do negócio.
Todo o patrimônio líquido, seja qual for a fonte, é

pertencente aos sócios da entidade de acordo com a proporção de
ações ou quotas que possuem.
2.5.8 Receitas
Receita é a expressão monetária de produtos ou serviços

transferidos por uma entidade para seus clientes durante um
período de tempo.
Como exemplo de receita temos a prestação de serviços

para clientes pelo qual a organização recebe determinado valor
por isso.
As receitas são aumentos nos benefícios econômicos

durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos,
aumento de ativos, que resultam em aumentos do patrimônio
líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários
da entidade.
Receita é a expressão monetária de produtos ou serviços

transferidos por uma entidade para seus clientes durante um
período de tempo.
2.5.9 Custos e despesas
Despesa é todo sacrifício econômico ou financeiro para

obter receita. Como por exemplo os salários pagos aos executores
dos serviços prestados.
Custos são os sacrifícios econômicos ou financeiros
realizados pela transferência de mercadorias vendidas ou serviços
prestados aos clientes.
Custos e despesas são decréscimos nos benefícios

econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de
recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que
resultam em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam
provenientes de distribuição aos proprietários da entidade (CPC,
2022).
Entendemos que custos e despesas são esforços de

produção ou de venda.
Representam os sacrifícios de recursos com os quais a

entidade se obriga a arcar direta ou indiretamente para a obtenção
das receitas.
Despesa é todo sacrifício econômico ou financeiro para

obter receita. Ex. salários, aluguéis passivos, energia elétrica,
honorários contábeis.
Custos são os sacrifícios econômicos ou financeiros

realizados pela transferência de mercadorias vendidas ou serviços
prestados aos clientes.
Nestes termos, custos e despesas são variações

negativas do patrimônio líquido.
As despesas da atividade continuada, entre outras, podem

ser agrupadas como:
a) despesas com vendas;
b) despesas administrativas;
c) despesas financeiras;
d) despesas com tributos;
e) outras despesas.
Os custos e as despesas representarão:
a) diminuição do ativo, sem alteração dos valores do

passivo, quando pagas à vista;
b) aumento do passivo, quando forem a prazo;
c) diminuição do ativo sem alterações no passivo, quando

forem resultantes de depreciação, exaustão, amortização.
a) Quais são as características dos ativos?
b) O passivo deve ser classificado como circulante

quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
c) O ativo deve ser classificado como circulante quando

satisfizer qualquer dos seguintes critérios:

d) Explique o que é o patrimônio líquido.
e) Explique o que é a receita.
f) Explique o que são os custos e as despesas.

2.7 Equação Fundamental do Patrimônio
O patrimônio, pode ser compreendido como o conjunto de

bens, direitos e obrigações. Na sequência apresentamos
graficamente.
Figura 6 - Representação Gráfica Fundamental do Patrimônio
Passivo
Ativo
Patrimônio
Líquido
Essa representação serve de base para delinearmos a

equação fundamental do patrimônio líquido que é a diferença entre
ativo e passivo:
Patrimônio líquido = ativo – passivo
O patrimônio líquido representa a sua riqueza real. É

onde você identifica se sua organização está ficando mais
rica ou empobrecendo.
Segue exemplo de uma prestação de serviço no valor
de $ 3.000,00, a mão-de-obra do executor do serviço foi de $
1.600,00 e outros custos de $ 300,00.
Intelitech Ltda.
ATIVO 01/02/2022 PASSIVO 01/02/2022
Circulante 30.000,00 Circulante 10.000,00
Caixa 30.000,00 Contas a Pagar 10.000,00
Patrimônio Líquido 20.000,00
Capital Social 20.000,00
Total 30.000,00 Total 30.000,00
Intelitech Ltda.
ATIVO 28/02/2022 PASSIVO 28/02/2022
Patrimônio Líquido 21.100,00
Capital Social 20.000,00
Lucro 1.100,00
Total 31.100,00 Total 31.100,00
Observe na figura, no início havia $ 30.000,00 em
caixa e que após os fatos ocorridos passou para $ 31.100,00.
Em relação aos fatos, geraram um lucro de $ 1.100,00 que foi
o aumento da riqueza criada na empresa. O patrimônio
líquido (PL) também aumentou $ 1.100,00 pelo lucro obtido,
pois a empresa recebeu $ 3.000,00 e gastou $ 1.900,00 o que
gerou um aumento de riqueza de $ 1.100,00, e os totais de
ativos e passivos permanecendo sempre iguais.
Prestação de serviço no valor de $ 5.000,00 realizado

pela empresa. O funcionário que executou o serviço custou $
2.800,00, os custos adicionais para prestação do serviço
foram de $ 500,00. Sabendo que a situação patrimonial inicial
da empresa era: $ 10.000,00 em caixa, contas a pagar no
valor de $ 8.000,00 e a diferença como capital social, calcule
e elabore o esquema da exemplificação anterior e comente o
que ocorreu.
Intelitech Ltda.
ATIVO 01/02/2022 PASSIVO 01/02/2022
Patrimônio Líquido
Capital Social
Total 10.000,00 Total

Intelitech Ltda.
ATIVO 28/02/2022 PASSIVO 28/02/2022
Circulante Circulante
Caixa Contas a Pagar
Capital Social
Lucro
Total Total

2.9 Atividades de Fixação Complementar
Prestação de serviço no valor de $ 2.000,00 realizado

pela empresa DRHS. O funcionário que executou o serviço
custou $ 1.800,00, os custos adicionais para prestação do
serviço foram de $ 300,00. Sabendo que a situação
patrimonial inicial da empresa era: $ 3.000,00 em caixa,
contas a pagar no valor de $ 1.000,00 e a diferença como
capital social, calcule e elabore o esquema da exemplificação
anterior (figura 4) e comente o que ocorreu.
Intelitech Ltda.
ATIVO 01/02/2022 PASSIVO 01/02/2022
Capital Social
Total 3.000,00 Total

Intelitech Ltda.
ATIVO 28/02/2022 PASSIVO 28/02/2022
Capital Social
Lucro
Total Total
Plano de Contas

Plano de contas é o agrupamento ordenado das

contas que são utilizadas pela contabilidade dentro de
determinada empresa.
O plano de contas dispõe do elenco de contas

considerado indispensável para os registros das transações
ocorridas ou que poderão ocorrer na organização.
As contas serão dispostas no balanço patrimonial

segundo sua natureza, ou seja, contas do ativo, contas do
passivo e patrimônio líquido, além das contas de resultado.
No ativo as contas com maior grau de liquidez

aparecem no topo, ou seja, primeiro a conta caixa, seguida de
bancos e assim sucessivamente, conforme o grau de liquidez
decrescente.
No passivo, aparecem por ordem de

exigibilidades. Normalmente, aparece no topo a conta de
duplicatas a pagar ou fornecedores. Vale lembrar que do
mesmo lado do passivo encontra-se o patrimônio líquido, que
representa o montante pertencente aos sócios das
organizações.
3.1 Agrupamentos Essenciais
No ativo as contas terão os agrupamentos mínimos

como sendo:
Circulante
Não circulante
Realizável a longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangíveis
Note que os dois grandes grupos são o ativo

circulante e o ativo não circulante que se subdivide em
realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e
intangíveis. No passivo:
Circulante
Não circulante
Patrimônio líquido
3.2 Codificação
A contabilidade da era do conhecimento, tendo a

informática como elemento imprescindível, ganha em
velocidade e desempenho no tratamento dos dados e
geração de informações por meio do uso de um bom
plano de contas.
A codificação é um procedimento que visa facilitar a

manipulação das contas. Além disso, facilita o correto
ordenamento das mesmas.
Vamos elaborar um exemplo para um plano de contas

resumido, conforme segue:
Contas do ativo iniciam com 1.
Contas do passivo iniciam com 2.
Contas de resultado iniciam com 3.
A codificação segue uma hierarquia por grupos,

subgrupos e contas, conforme segue:
1 ATIVO
1.01 CIRCULANTE
1.01.01 DISPONIBILIDADES
1.01.01.01 Caixa
1.01.01.02 Bancos
1.01.01.03 Outras
1.01.03 CRÉDITOS
1.01.03.01 Adiantamentos a Fornecedores
1.01.03.02 Contas a Receber
1.01.03.03 Outras
1.01.05 ESTOQUES
1.01.05.01 Estoque de Mercadorias
1.01.05.02 Insumos (Materiais Diretos)
1.01.05.03 Outras
1.07 NÃO CIRCULANTE
1.07.00 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
1.07.00.01 Contas a Receber
1.07.00.02 Outras Contas
1.07.01 INVESTIMENTOS
1.07.01.01 Participações em Coligadas ou Controladas
1.07.01.02 Outros Investimentos
1.07.04 IMOBILIZADO
1.07.04.01 Terrenos
1.07.04.02 Edifícios e Construções
1.07.04.03 Máquinas e Equipamentos
1.07.04.04 Veículos
1.07.04.05 Móveis e Utensílios
1.07.04.06 (-) Depreciação Acumulada
1.07.05 INTANGÍVEL
1.07.05.01 Marcas e Patentes
1.07.05.02 Direitos Autorais
1.07.05.03 Software
1.07.05.04 Outras

2 PASSIVO
2.01 CIRCULANTE
2.01.01 OBRIGAÇÕES DE CURTO PRAZO
2.01.01.01 Contas a Pagar
2.01.01.02 Adiantamentos de Clientes
2.01.01.03 Financiamentos
2.03.01 OBRIGAÇÕES A LONGO PRAZO
2.03.01.01 Contas a Pagar Longo Prazo
2.03.01.02 Financiamentos
2.07 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.07.01 CAPITAL SOCIAL
2.07.01.01 Capital Social
2.07.01.02 (-) Capital a Integralizar
2.07.06 PREJUÍZOS ACUMULADOS
2.07.06.01 (-) Prejuízos Acumulados
2.07.07 OUTRAS CONTAS
2.07.07.01 Lucros Acumulados
3 CONTAS DE RESULTADO
3.01 RECEITA BRUTA
3.01.02 Receita da Venda de Mercadorias
3.01.03 Receita da Prestação de Serviços
3.02 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
3.02.01 (-) Devoluções e Descontos
3.04 CUSTO DAS MERCADORIAS E SERVIÇOS VENDIDOS
3.04.01 Custo das Mercadorias Vendidas
3.04.02 Custo dos Serviços Prestados
3.05 DESPESAS
3.05.01 Ordenados, Salários e Gratificações
3.05.03 Água e Esgoto
3.05.04 Energia Elétrica
3.05.05 Comunicações
3.05.06 Aluguéis
3.05.07 Despesas com Veículos
3.05.08 Propaganda, Publicidade
3.05.11 Material de Expediente
3.05.12 Compras de Mercadorias
3.05.13 Fretes
3.05.14 Outras Despesas Operacionais
3.3 Entendendo o Plano de Contas
É possível observar, na composição do balanço

patrimonial, que existem classificações dentro do ativo, do
passivo e do PL (patrimônio líquido).
Um item que se enquadre na definição de ativo ou

passivo deve ser reconhecido nas demonstrações contábeis
se: (a) for provável que algum benefício econômico futuro
referente ao item venha a ser recebido ou entregue pela
entidade; e (b) ele tiver um custo ou valor que possa ser
medido em bases confiáveis, tal como a nota fiscal (CPC,
2022).
Para classificar os ativos em circulantes, deve-se

levar em conta o ciclo operacional das entidades.
O ciclo operacional da entidade é o tempo entre a

aquisição de ativos para processamento e sua realização em
caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacional
normal da entidade não for claramente identificável,
pressupõe-se que sua duração seja de 12 meses.
Os ativos circulantes incluem ativos (tais como

estoque e contas a receber comerciais) que são vendidos,
consumidos ou realizados como parte do ciclo operacional
normal mesmo quando não se espera que sejam realizados
no período de até 12 meses após a data do balanço (CPC,
2022).
3.4 Ativo
Ativo é um recurso adquirido e controlado pela

entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que resultem futuros benefícios econômicos para a
entidade (CPC, 2022).
O ativo compreende as aplicações de recursos

representadas por bens e direitos.
3.4.1 Ativo circulante
Ativo circulante é o grupo no qual estão

representados todos os valores da empresa de alta liquidez,
como, por exemplo, caixa e bancos, além de bens e direitos
de rápida transformação em dinheiro em um prazo de até um
ano (curto prazo), como duplicatas a receber e estoques.
O ativo deve ser classificado como circulante

a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que

seja vendido ou consumido no decurso normal do
ciclo operacional da entidade;
b) está mantido essencialmente com o propósito de ser

negociado;
c) espera-se que seja realizado até doze meses após

a data do balanço; ou
d) é caixa ou equivalente de caixa.
Todos os demais ativos devem ser classificados como

não circulante.
3.4.2 Ativo não circulante
Neste grupo estão o ativo realizável a longo prazo, os

investimentos, o imobilizado e intangíveis, as contas a
receber com prazo posterior ao fim do exercício seguinte.
O Ativo realizável a longo prazo engloba os valores e

direitos a receber pela empresa num período superior a um
ano após a publicação das demonstrações contábeis.
O imobilizado compreende os bens utilizados na

atividade da empresa e registrados nesta conta. São bens
não destinados à venda, como, por exemplo, as máquinas
utilizadas em uma indústria para a transformação da matéria-
prima em produto acabado.
Os investimentos abrangem os valores que a

empresa aplica em outras atividades, que não objeto
principal, com intuito de obter renda, como a compra de parte
da sociedade de outra empresa.
Ativos intangíveis compreendem os ativos não físicos

da empresa, tais como marca e softwares.
3.5 Passivo
Passivo é uma obrigação presente da entidade,

derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera
que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios
econômicos (CPC, 2022).
O passivo compreende as origens de recursos

captados de terceiros e representado pelas obrigações.
Passivo circulante é o grupo que se refere as dívidas

que vencerão num prazo inferior a um ano, tais como
fornecedores, duplicatas a pagar e financiamentos.
O passivo deve ser classificado como circulante

espera-se que seja liquidado durante o ciclo

operacional normal da entidade; está mantido essencialmente
para a finalidade de ser negociado; deve ser liquidado no
período de até 12 meses após a data do balanço.
Todos os outros passivos devem ser classificados

como não circulantes (CPC, 2022).
O passivo não circulante engloba as dívidas da

empresa que vencerão em um prazo superior a um ano, após
o encerramento do balanço ou ciclo operacional, como, por
exemplo, um financiamento de máquina com prazo de
vencimento de 60 meses.
3.6 Patrimônio líquido
Patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da

entidade depois de deduzidos todos os seus passivos (CPC,
2022).
O patrimônio líquido (PL) compreende os recursos

próprios da entidade, e seu valor é a diferença entre o valor
do ativo e o valor do passivo.
Trata das obrigações não exigíveis que a empresa

tem com seus sócios. Apesar de constar logo abaixo das
obrigações exigíveis, os créditos do PL não têm a
característica de exigibilidade e não podem ser cobrados. É a
representação do capital investido pelos sócios na empresa
incluindo as diversas reservas, inclusive de lucros, e prejuízos
acumulados.

1) O que é plano de contas e para que serve?

2) Como estão dispostas as contas no plano de contas?

3) Complete a tabela com as informações faltantes códigos ou contas.

1 ATIVO
1.01 CIRCULANTE
1.01.01 DISPONIBILIDADES
1.01.01.01
1.01.01.02
Outras
CRÉDITOS
1.01.03.02
1.01.03.03
1.01.05 ESTOQUES
1.01.05.01
1.01.05.02
1.01.05.03
1.07.04
Terrenos
1.07.04.02
1.07.04.03
1.07.04.04 Veículos
Móveis e Utensílios
1.07.05 INTANGÍVEL
1.07.05.01
1.07.05.02

3 CONTAS DE RESULTADO
3.01 RECEITA BRUTA
3.01.02
3.01.03
3.02
3.02.01
3.04
4 Construção da Informação da Riqueza Patrimonial
e o PROCESSO DE ESCRITURAÇÃO

O processo da construção da informação da riqueza patrimonial inicia com

a escrituração que é um procedimento que registra nos livros contábeis
da empresa as movimentações econômicas e financeiras ocorridas
em seu patrimônio.
Tem a finalidade de cumprir a legislação e principalmente atender

as necessidades dos usuários da Contabilidade, para controles e tomada
de decisões

A escrituração contábil permite armazenar os dados e

informações para gerar relatórios e possibilitar aos gestores, tomar
decisões fundamentadas e mais assertivas, veja o processo a seguir.
Figura 7 - Escrituração e sua utilização
A escrituração contábil é efetuada em consonância com os
preceitos contábeis, devendo observar métodos ou critérios contábeis
uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime
de competência.
É por meio dos registros dos eventos que ocorrem no dia a dia das
empresas que a Contabilidade inicia seu processo de armazenamento de
dados. A partir desses registros, constroem-se os demonstrativos contábeis
e demais relatórios.
A análise desses relatórios pode informar a situação patrimonial da

empresa e sua respectiva evolução para que o usuário possa tomar
decisões. Os relatórios são construídos a partir dos registros realizados nos
livros diário e razão.
A análise desses relatórios pode informar a situação patrimonial da

empresa e sua respectiva evolução para que o gestor possa tomar
decisões.
4.1 Livros de escrituração
Para controle e geração de informações, utilizam-se como os

principais livros o diário e o razão.
4.1.1 Livro diário
Registra em ordem cronológica os acontecimentos ocorridos na

empresa. Deve contemplar informações básicas como: data; conta
debitada; conta creditada; histórico; e valor.
4.1.2 Livro razão
Sua principal função é o agrupamento dos registros executados no

livro diário, para que se possa fazer um controle individual de cada conta e
apuração do montante do movimento registrado e ainda apurar seus
saldos. No livro razão constam todas as contas do ativo, do passivo, e
as contas de resultado, movimentadas pela empresa, com os respectivos
débitos, créditos e saldos.
Existem algumas informações obrigatórias a constar no livro razão:

identificação da conta; data da operação; coluna para lançamento a débito;
coluna para lançamento a crédito e saldo final da conta.
A diferença entre os valores debitados e creditados em cada conta

é representada pelo saldo da conta. Os saldos das contas do ativo e das
despesas devem estar sempre do lado esquerdo, ou seja, devedor, e o
saldo das contas do passivo e das receitas devem estar sempre do lado
direito, ou seja, credor. Para utilização didática, convencionou-se trabalhar
as contas de razão em forma de razonetes, para simplificar o processo de
ensino.
Por meio do razonete é possível controlar o movimento de todas as

contas utilizadas na escrituração. Veja um exemplo abaixo utilizando-se
somente a conta caixa.
D Caixa C
1.01.01.01
saldo inicial 1.000,00
movimento 10.000,00 3.000,00 movimento

total dos débitos (a) 11.000,00 3.000,00 total dos créditos (b)
saldo final (a-b) 8.000,00
Além dos livros obrigatórios acima citados, temos ainda os

seguintes livros utilizados pela Contabilidade:
a) fiscais: exigidos pelas esferas governamentais, ou seja, livro de

apuração do lucro real; livro de apuração do IPI; livro de registro de entrada
e saída de mercadorias; livro de apuração do ICMS; livro de registro de
empregados;
b) facultativos: livro caixa e livro de controle de duplicatas;
c) sociedades anônimas: livro de registro de ações nominativas;

livro de transferência de ações nominativas; livro de atas das assembleias
gerais; livro de presença dos acionistas.
Cabe salientar que atualmente o processo de escrituração nos

livros contábeis bem como a geração dos relatórios que veremos mais
adiante são efetivados utilizando-se programas específicos de
contabilidade. Esses programas possuem a capacidade de se comunicar
em tempo real com programas fiscais do governo e oferecer informações
detalhadas de acordo com as necessidades de cada usuário.
4.2 Método das Partidas Dobradas
Este método utilizado na escrituração, foi descrito e sistematizado

pelo frade Luca Paccioli, na Itália, no século XV. Consiste no fato de que
para cada operação há um lançamento no livro diário de débito e um
crédito de igual valor.
4.3 Lançamentos
São o meio pelo qual se processa a escrituração no livro diário,

os quais contêm alguns elementos essenciais: local e data da ocorrência do
fato; conta a ser debitada; conta a ser creditada; histórico e valor.
Para que seja possível efetuar um lançamento, é necessário

observar inicialmente o local e a data de ocorrência do fato, qual
documento foi emitido na operação (recibo, nota fiscal), bem como
elementos envolvidos (dinheiro, máquinas), verificar no plano de contas
qual a conta adequada a utilizar e preparar o histórico.
É possível realizar os lançamentos no diário por meio de quatro

diferentes formas, dependendo do tipo de fato contábil ocorrido. Para
facilitar, no nosso primeiro exemplo, o registro mostra apenas uma conta
debitada e uma conta creditada.
Para exemplificar, temos o início de um negócio onde o os sócios

resolvem começar suas atividades com $ 100.000,00 em dinheiro no dia 18
de abril de 2022.
Lançamento Valor
Cascavel, 18 de abril de 2022.
D 1.01.01.01 Caixa 100.000,00
C 2.07.01.01 Capital Social 100.000,00
Integralização de capital social pelos sócios Louise Etienne Hoss e Osni Hoss.
4.4 Quadro Auxiliar para a Escrituração
No quadro é apresentado o esquema das principais regras de

escrituração para as contas patrimoniais e de resultado. Note que o ativo e
as despesas possuem natureza devedora, portanto, quando se debita estas
contas, seu saldo aumenta e vice-versa para o passivo e as receitas.
Grupos Natureza Debitar + Creditar -
Ativo
Débito aumenta diminui
Despesa
Passivo
Crédito diminui aumenta
Receita
Com relação ao lançamento contábil, um pensamento
útil é: “tudo que entra é débito, tudo que sai é crédito”.
Data Histórico Valor
01/05/2022 Abertura da empresa com capital social de 100.000,00
02/05/2022 Compra de móveis e utensílios a vista 6.500,00
03/05/2022 Compra a prazo de mercadorias para revenda 8.400,00
Compra de uma moto para pagamento em 10
04/05/2022 10.500,00
parcelas mensais.
09/05/2022 Pagamento da primeira parcela da moto 1.050,00
14/05/2022 Pagamento da conta de água 112,00
19/05/2022 Pagamento de aluguel 1.200,00
24/05/2022 Pagamento de contas 400,00
29/05/2022 Recebimento de contas 3.000,00
03/06/2022 Depósito no banco do dinheiro em caixa 2.000,00
08/06/2022 Pagamento da conta de internet 140,00
13/06/2022 Obtenção de empréstimo 5.000,00
18/06/2022 Aquisição de computador a vista 1.200,00
23/06/2022 Gastos com marketing a vista 4.500,00
28/06/2022 Aquisição de escrivaninhas a vista 3.200,00
Diante das transações ocorridas, efetuar lançamentos contábeis.

Data Lançamento Valor
01/05/2022 D Caixa 100.000,00
C Capital social 100.000,00

02/05/2022 D Móveis e utensílios 6.500,00
C Caixa 6.500,00

03/05/2022 D
C

04/05/2022 D
C

09/05/2022 D
C

14/05/2022 D
C

19/05/2022 D
C

24/05/2022 D
C

29/05/2022 D
C

03/06/2022 D
C

08/06/2022 D
C

13/06/2022 D
C
18/06/2022 D
C

23/06/2022 D
C

28/06/2022 D
C
O que é e para que serve a escrituração contábil? Dê

um exemplo baseado no quadro auxiliar de escrituração.

4.6 Atividade de Fixação Complementar
01/05/2022 Nova integralização dos sócios em dinheiro 480.000,00
02/05/2022 Compra de sala comercial a prazo 397.500,00
Compra a vista de mercadorias para
03/05/2022 12.600,00
revenda
Compra de um utilitário para entregas a
04/05/2022 15.750,00
vista
09/05/2022 Pagamento da primeira parcela da sala 11.041,67
14/05/2022 Pagamento da conta de energia 168,00
19/05/2022 Pagamento de gastos de instalação 1.800,00
24/05/2022 Pagamento de contas 600,00
29/05/2022 Recebimento de contas 4.500,00
03/06/2022 Depósito no banco do dinheiro em caixa 3.000,00
08/06/2022 Pagamento da conta de internet 210,00
13/06/2022 Obtenção de empréstimo 7.500,00
18/06/2022 Aquisição de maquinários a vista 1.800,00
23/06/2022 Gastos com marketing a vista 6.750,00
28/06/2022 Aquisição de eletrônicos a vista 3.075,00
Diante das transações ocorridas, efetuar lançamentos contábeis.

01/05/2022 D
C

02/05/2022 D
C

03/05/2022 D
C

04/05/2022 D
C

09/05/2022 D
C

14/05/2022 D
C

19/05/2022 D
C

24/05/2022 D
C

29/05/2022 D
C

03/06/2022 D
C

08/06/2022 D
C

13/06/2022 D
C
18/06/2022 D
C

23/06/2022 D
C

28/06/2022 D
C

Regime de Caixa e de Competência
O regime refere-se quando será apurado o resultado
nas organizações, se quando ocorrer o fato ou quando
ocorrer o recebimento ou pagamento.
5.1 Regime de Caixa
Baseia-se em reconhecer as receitas, custos e

despesas no ato do efetivo recebimento ou pagamento. Seu
reflexo se dá diretamente no caixa.
As receitas são contabilizadas no momento do

recebimento
Os custos e as despesas são contabilizados no

momento do pagamento.
5.2 Regime de Competência
O regime de competência reconhece as receitas e

despesas por ocasião do fato gerador. É o regime adotado
pelas empresas com fins lucrativos. As receitas e despesas
são reconhecidas no momento em que foram geradas ou
incorridas, independentemente se foram recebidas ou pagas
no período.
Como exemplificação, temos os salários dos

funcionários do mês de janeiro que normalmente são pagos
em fevereiro. Pelo regime de competência, o salário de
janeiro entra no cálculo do resultado de janeiro independente
de ter sido pago no mês seguinte.
Com relação às vendas a prazo ocorre situação

semelhante, imagine que as vendas de dezembro sejam
realizadas para recebimento em 3 parcelas mensais. Ocorre
que as vendas de dezembro farão parte da apuração do
resultado de dezembro, mesmo que o dinheiro seja recebido
nos meses seguintes (janeiro, fevereiro, março).
Este procedimento é importante para compreender

quando o fato efetivamente ocorreu, servindo de subsídio
para tomar decisões com impactos financeiros. Por exemplo,
caso fosse apurado o resultado pelo recebimento, poderia
parecer (erroneamente) que os meses que geram resultado
seriam janeiro, fevereiro e março, assim o empresário iria se
preparar no ano seguinte para janeiro ao invés de dezembro.
1) O que é regime de caixa? Exemplifique.

2) O que é regime de Competência? Exemplifique.

3) Exemplifique o exposto no texto “Com relação às vendas a prazo
ocorre situação semelhante, imagine que as vendas de dezembro
sejam realizadas para recebimento em 3 parcelas mensais.
Ocorre que as vendas de dezembro farão parte da apuração do
resultado de dezembro, mesmo que o dinheiro seja recebido nos
meses seguintes (janeiro, fevereiro, março)”.

Dinâmica Patrimonial, Riqueza e
Patrimônio
Com o intuito de mostrar os impactos dos fatos
ocorridos na situação econômica e financeira nas empresas
vamos construir um exemplo de abertura de um negócio e
algumas situação reais que ocorrem.
Segue relação dos fatos ocorridos e na sequência a

elaboração dos balanços após cada fato ocorrido.
No início das atividades, capital previsto no contrato
01/02/2022 social, foi integralizado em dinheiro, sendo que 30.000,00
cada sócio participou com 50%.
04/02/2022 10.500,00
parcelas mensais.
Diante das transações ocorridas, efetuar lançamentos, razonetes e balanço
após cada operação.

01/02/2022 D 1.01.01.01 Caixa 30.000,00
C 2.07.01.01 Capital Social 30.000,00

Caixa Capital Social
1.01.01.01 2.07.01.01

30.000,00 30.000,00

30.000,00 - - 30.000,00
30.000,00 30.000,00
Balanço Patrimonial da Intelitech Ltda.

ATIVO 01/02/2022 PASSIVO 01/02/2022
Patrimônio
Circulante 30.000,00 Líquido 30.000,00
Caixa 30.000,00 Capital Social 30.000,00

Total 30.000,00 Total 30.000,00
Os sócios iniciaram a empresa com valor de $

30.000,00 em dinheiro, assim o ativo apresenta esse valor no
caixa e contrapartida está no patrimônio líquido que
representa a parte dos sócios no negócio.
02/02/2022 D 1.07.04.05 Móveis e Utensílios 6.500,00
C 1.01.01.01 Caixa 6.500,00

Caixa Móveis e Utensílios
1.01.01.01 1.07.04.05

30.000,00 6.500,00 6.500,00

30.000,00 6.500,00 6.500,00 -
23.500,00 6.500,00

ATIVO 02/02/2022 PASSIVO 02/02/2022
Circulante 23.500,00
Caixa 23.500,00
Patrimônio
Não circulante 6.500,00 Líquido 30.000,00
Móveis e Utensílios 6.500,00 Capital Social 30.000,00

Total 30.000,00 Total 30.000,00
Após a aquisição de móveis e utensílios, esse fato

aparece no balanço patrimonial da empresa com a devida
redução do valor do caixa. Note que a situação dos sócios
não se altera.
03/02/2022 D 1.01.05.01 Estoque de Mercadorias 8.400,00
C 2.01.01.01 Contas a Pagar 8.400,00

Estoque de Mercadorias Contas a Pagar
1.01.05.01 2.01.01.01

8.400,00 8.400,00

8.400,00 - - 8.400,00
8.400,00 8.400,00

ATIVO 03/02/2022 PASSIVO 03/02/2022
Estoque de
Mercadorias 8.400,00
Patrimônio
Não Circulante 6.500,00 Líquido 30.000,00
Total 38.400,00 Total 38.400,00
Houve a aquisição de mercadorias para revenda que

foram alocadas no estoque da empresa. Note que como foi
adquirido a prazo, apareceu uma dívida no lado do passivo.
Embora tenha havido um acréscimo no total do ativo a

situação líquida dos sócios não se alterou.

04/02/2022 D 1.07.04.04 Veículos 10.500,00
C 2.01.01.01 Contas a Pagar 10.500,00

Veículos Contas a Pagar
1.07.04.04 2.01.01.01
8.400,00
10.500,00 10.500,00

10.500,00 - - 18.900,00
10.500,00 18.900,00

ATIVO 04/02/2022 PASSIVO 04/02/2022
Estoque de
Patrimônio
Não Circulante 17.000,00 Líquido 30.000,00
Veículos 10.500,00
Total 48.900,00 Total 48.900,00
A aquisição da moto novamente provoca um aumento

do ativo total, no entanto houve um aumento no passivo de
igual valor, assim o patrimônio líquido permanece inalterado.

04/03/2022 D 2.01.01.01 Contas a Pagar 1.050,00
C 1.01.01.01 Caixa 1.050,00

1.01.01.01 2.01.01.01
23.500,00 18.900,00
1.050,00 1.050,00

23.500,00 1.050,00 1.050,00 18.900,00
22.450,00 17.850,00

ATIVO 04/03/2022 PASSIVO 04/03/2022
Estoque de
Não Circulante 17.000,00
Patrimônio
Móveis e Utensílios 6.500,00 Líquido 30.000,00
Veículos 10.500,00 Capital Social 30.000,00
Total 47.850,00 Total 47.850,00
Note agora que ao realizar o pagamento da primeira

parcela da moto, ocorreu uma redução do ativo total e
também no mesmo valor do passivo.
No início das atividades, capital previsto no
01/02/2022 contrato social, foi integralizado em dinheiro, 51.000,00
sendo que cada sócio participou com 50%.
04/02/2022 17.850,00
parcelas mensais.

01/02/2022 D 1.01.01.01 Caixa
C 2.07.01.01 Capital Social

1.01.01.01 2.07.01.01

ATIVO 01/02/2022 PASSIVO 01/02/2022
Circulante Patrimônio Líquido

Total Total

02/02/2022 D 1.07.04.05 Móveis e Utensílios
C 1.01.01.01 Caixa

Caixa Móveis e Utensílios
1.01.01.01 1.07.04.05


ATIVO 02/02/2022 PASSIVO 02/02/2022
Circulante
Caixa
Patrimônio
Não circulante Líquido
Móveis e Utensílios Capital Social

Total Total
03/02/2022 D 1.01.05.01 Estoque de Mercadorias
C 2.01.01.01 Contas a Pagar

Estoque de Mercadorias Contas a Pagar
1.01.05.01 2.01.01.01

ATIVO 03/02/2022 PASSIVO 03/02/2022
Estoque de
Mercadorias
Patrimônio
Não Circulante Líquido
Total Total

04/02/2022 D 1.07.04.04 Veículos

Veículos Contas a Pagar
1.07.04.04 2.01.01.01

ATIVO 04/02/2022 PASSIVO 04/02/2022
Estoque de
Mercadorias
Patrimônio
Não Circulante Líquido
Veículos
Total Total

04/03/2022 D 2.01.01.01 Contas a Pagar
C 1.01.01.01 Caixa

1.01.01.01 2.01.01.01

ATIVO 04/03/2022 PASSIVO 04/03/2022
Estoque de
Mercadorias
Não Circulante
Patrimônio
Móveis e Utensílios Líquido
Veículos Capital Social
Total Total

6.2 Atividades de fixação Complementar

No início das atividades, capital previsto no 60.000,00
01/02/2022 contrato social, foi integralizado em dinheiro,
sendo que cada sócio participou com 50%.
Compra de uma moto para pagamento em 10 21.000,00
04/02/2022
parcelas mensais.

01/02/2022 D
C

ATIVO 01/02/2022 PASSIVO 01/02/2022

Total Total
02/02/2022 D
C

ATIVO 02/02/2022 PASSIVO 02/02/2022

Total Total

03/02/2022 D
C

ATIVO 03/02/2022 PASSIVO 03/02/2022

Total Total

04/02/2022 D
C

ATIVO 04/02/2022 PASSIVO 04/02/2022

Total Total

04/03/2022 D
C

ATIVO 04/03/2022 PASSIVO 04/03/2022

Total Total

Dinâmica Patrimonial - Construindo
Demonstrativos Contábeis – Passo 1
Os dois principais demonstrativos financeiros são o
Demonstrativo de Resultados e o Balanço Patrimonial.
7.1 Demonstrativo de Resultado
O resultado representa a diferença entre as receitas,

custos e despesas de uma entidade em determinado período.
Os resultados possíveis são:
Lucro quando as receitas são maiores que os custos

e despesas.
Prejuízo quando as receitas são menores que os

custos e despesas.
Nulo quando as receitas são iguais aos custos e

despesas.
O objetivo principal do demonstrativo de resultado é

apurar o resultado das organizações. É fonte de informação
financeira estratégica, permite às pessoas interessadas nos
negócios, obter informações, analisar, estimar variações,
traçar novos rumos para as organizações.
Para a apuração do resultado é necessário calcular o

custo dos produtos, serviços e mercadorias.
Custo dos produtos vendidos (CPV) - é todo

sacrifício econômico ou financeiro produzido e vendido ao
cliente para realização da receita.
Custo dos serviços prestados (CSP) - é todo

sacrifício econômico ou financeiro prestado ao cliente para
realização da receita.
Custo de mercadorias vendidas (CMV) - é todo

sacrifício econômico ou financeiro entregue ao cliente para
realização da receita.
Observe a seguir um exemplo simplificado da
demonstração de resultado da empresa DRHS Ltda. Foi
prestado um serviço de assistência técnica por $ 1.000,00. O
técnico que executou o serviço recebeu $ 600,00, houve
ainda custo de transporte de $ 50,00.
31 de janeiro de 2022 - DRHS Ltda.
Demonstrativo de resultado
Receita Bruta 1.000,00

(-) Custo do Serviço Prestado - C.S.P. (600,00)

Lucro Operacional Bruto 400,00
(-) Despesas Operacionais
Despesas Administrativas
Despesas de transporte (50,00)

Lucro Líquido 350,00
O valor apurado no demonstrativo de resultado será

transferido para o patrimônio líquido na conta de Lucros
Acumulados.
7.1.1 Balanço patrimonial
O balanço patrimonial é a demonstração contábil

destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa
determinada data, o patrimônio e o patrimônio líquido da
entidade.

Nesse aspecto podemos identificar o que compõe o
patrimônio das organizações, tais como, dinheiro, veículos,
móveis ou outros bens, direitos e obrigações.
As contas nos demonstrativos contábeis necessitam

também das quantidades em termos monetários, ou seja,
quanto de dinheiro, o valor dos veículos, móveis e dos outros
bens, serviços e obrigações. Assim poderíamos observar que
existe $ 10.000,00 em caixa, que os veículos valem $
75.000,00 e assim por diante. Segue exemplo do início do
capítulo, do demonstrativo de resultado, neste momento é
construído o balanço patrimonial, considerando que antes da
prestação de serviço, o capital social da empresa era de $
50.000,00 com dinheiro em caixa.
Balanço Patrimonial da DRHS Ltda. em 31 de janeiro de 2022
ATIVO PASSIVO
Circulante 50.350,00 Patrimônio Líquido 50.350,00
Caixa 50.350,00 Capital Social 50.000,00
Lucros Acumulados 350,00
Total 50.350,00 Total 50.350,00

Iniciaremos esse exemplo com o balanço patrimonial

inicial da Intelitech Ltda. e na sequencias as operações
ocorridas na empresa, simulando uma empresa prestadora de
serviços.
Balanço de Abertura da Intelitech Ltda. em 01 de janeiro de 2022.
ATIVO 01/01/2022 PASSIVO 01/01/2022
Disponível 11.200,00 Contas a Pagar 3.920,00
Caixa 11.200,00 Financiamentos 5.040,00
Estoques 11.760,00 Patrimônio Líquido 14.000,00
Estoque de Mercadorias 11.760,00 Capital Social 14.000,00
Total 22.960,00 Total 22.960,00

Operações ocorridas no período:
Data Histórico Subtotal
03/01/2022 Prestação de serviços a vista 5.600,00
04/01/2022 Pagamento do executor dos serviços prestados 3.360,00
Gastos a vista para execução dos serviços
04/01/2022 168,00
prestados
08/01/2022 Compra de um notebook a prazo 3.080,00
15/01/2022 Prestação de serviços a prazo 2.800,00
16/01/2022 Pagamento do executor dos serviços 1.680,00
16/01/2022 168,00
prestados
31/01/2022 Aluguel de janeiro a ser pago em fevereiro 1.960,00
31/01/2022 Pagamento de financiamentos 3.024,00
Diante das transações ocorridas, efetuar os seguintes procedimentos:
a) escrituração no livro diário e elaboração do livro razão;
b) apuração do demonstrativo de resultado - DR;
c) elaboração do balanço patrimonial após as operações.

03/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa 5.600,00
Receita da Prestação de
C 3.01.03 5.600,00
Serviços

04/01/2022 D 3.04.02 Custo dos Serviços Prestados 3.360,00
C 1.01.01.01 Caixa 3.360,00

04/01/2022 D 3.04.02 Custo dos Serviços Prestados 168,00
C 1.01.01.01 Caixa 168,00

08/01/2022 D 1.07.04.03 Máquinas e Equipamentos 3.080,00
C 2.01.01.01 Contas a Pagar 3.080,00

15/01/2022 D 1.01.03.02 Contas a Receber 2.800,00
C 3.01.03 2.800,00
Serviços

16/01/2022 D 3.04.02 Custo dos Serviços Prestados 1.680,00
C 1.01.01.01 Caixa 1.680,00

16/01/2022 D 3.04.02 Custo dos Serviços Prestados 168,00
C 1.01.01.01 Caixa 168,00

31/01/2022 D 3.05.06 Aluguéis 1.960,00
C 2.01.01.01 Contas a Pagar 1.960,00

31/01/2022 D 2.01.01.03 Financiamentos 3.024,00
C 1.01.01.01 Caixa 3.024,00

Caixa Contas a Receber
1.01.01.01 1.01.03.02
11.200,00
5.600,00 3.360,00 2.800,00
168,00
1.680,00
168,00
3.024,00
16.800,00 8.400,00 2.800,00 -
8.400,00 2.800,00

Estoque de Mercadorias Máquinas e Equipamentos
1.01.05.01 1.07.04.03
11.760,00
3.080,00

11.760,00 - 3.080,00 -
11.760,00 3.080,00

Contas a Pagar Financiamentos
2.01.01.01 2.03.01.02
3.920,00 3.024,00 5.040,00
3.080,00
1.960,00

- 8.960,00 3.024,00 5.040,00
8.960,00 2.016,00

Capital Social
2.07.01.01
14.000,00

- 14.000,00
14.000,00

Custo dos Serviços Prestados Aluguéis
3.04.02 3.05.06
3.360,00 1.960,00
168,00
1.680,00
168,00
5.376,00 - 1.960,00 -
5.376,00 1.960,00

Receita da Prestação de Serviços
3.01.03
5.600,00
2.800,00

- 8.400,00
8.400,00

Demonstrativo de Resultado - Intelitech Ltda. em 31/01/2022.


Custo dos Serviços Prestados (5.376,00)

Lucro Operacional Bruto 3.024,00
DESPESAS
Aluguéis (1.960,00)

Resultado do Período 1.064,00

Balanço Patrimonial - Intelitech Ltda.
ATIVO 01/01/2022 31/01/2022 PASSIVO 01/01/2022 31/01/2022
Circulante 22.960,00 22.960,00 Circulante 8.960,00 10.976,00
Disponível 11.200,00 8.400,00 Contas a Pagar 3.920,00 8.960,00
Caixa 11.200,00 8.400,00 Financiamentos 5.040,00 2.016,00
Créditos 2.800,00
Contas a
Receber 2.800,00
Estoques 11.760,00 11.760,00
Estoque de
Mercadorias 11.760,00 11.760,00
Não Patrimônio
Circulante 3.080,00 Líquido 14.000,00 15.064,00
Imobilizado 3.080,00 Capital Social 14.000,00 14.000,00
Máquinas e Lucros
Equipamentos 3.080,00 Acumulados 1.064,00
TOTAL 22.960,00 26.040,00 TOTAL 22.960,00 26.040,00

Com relação à gestão financeira é importante ressaltar

que o lucro apurado no Demonstrativo de Resultados é realizado
observando o regime de competência, ou seja, engloba as
receitas, custos e despesas ocorridas à vista e a prazo.
Observe que o lucro aumentou o patrimônio líquido, que

por consequência podemos afirmar que a organização ficou
mais rica ou que melhorou sua situação financeira. Note que
parte do lucro já está no caixa e outra parte irá para o caixa. Em
decorrência a organização poderá investir o dinheiro e obter
mais receitas, ou seja, é uma roda virtuosa.
Por outro lado, caso a organização apresentasse

prejuízo, poderia acarretar a necessidade de obter empréstimos
para saldar seus compromissos e por consequência pagar
despesa financeira, piorando sua situação ainda mais.
Vale ainda salientar que a origem dos recursos está no
lado direito do balanço patrimonial, que mostra de onde e como
veio, enquanto que a aplicação destes recursos está do lado
esquerdo do balanço patrimonial.
7.3 Atividade de fixação
Balanço de Abertura da Intelitech Ltda. em 01 de janeiro de 2022
ATIVO 01/01/2022 PASSIVO 01/01/2022
Estoque de
Mercadorias 16.800,00 Capital Social 20.000,00
Total 32.800,00 Total 32.800,00

04/01/2022 240,00
prestados
16/01/2022 240,00
prestados

03/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa
C 3.01.03
Serviços

04/01/2022 D 3.04.02 Custo dos Serviços Prestados
C 1.01.01.01 Caixa

C 1.01.01.01 Caixa

08/01/2022 D 1.07.04.03 Máquinas e Equipamentos

15/01/2022 D 1.01.03.02 Contas a Receber
C 3.01.03
Serviços

C 1.01.01.01 Caixa

C 1.01.01.01 Caixa

31/01/2022 D 3.05.06 Aluguéis

31/01/2022 D 2.01.01.03 Financiamentos
C 1.01.01.01 Caixa

1.01.01.01 1.01.03.02

1.01.05.01 1.07.04.03

2.01.01.01 2.03.01.02

Capital Social
2.07.01.01

3.04.02 3.05.06

3.01.03


Receita Bruta

Custo dos Serviços Prestados

Lucro Operacional Bruto
DESPESAS
Aluguéis

Resultado do Período

ATIVO 01/01/2022 31/01/2022 PASSIVO 01/01/2022 31/01/2022
Disponível Contas a Pagar
Caixa Financiamentos
Créditos
Contas a

Receber
Estoques
Estoque de

Mercadorias
Não Patrimônio

Circulante Líquido
Imobilizado Capital Social
Máquinas e Lucros

Equipamentos Acumulados
TOTAL TOTAL

7.4 Atividade de fixação Complementar
Balanço de Abertura da Intelitech Ltda. em 01 de janeiro de 2022
ATIVO 01/01/2022 PASSIVO 01/01/2022
Estoque de
Mercadorias 21.000,00 Capital Social 25.000,00
Total 41.000,00 Total 41.000,00

04/01/2022 300,00
prestados
16/01/2022 300,00
prestados

03/01/2022 D
C

04/01/2022 D
C

04/01/2022 D
C

08/01/2022 D
C

15/01/2022 D
C

16/01/2022 D
C

16/01/2022 D
C

31/01/2022 D
C

31/01/2022 D
C

1.01.01.01 1.01.03.02

1.01.05.01 1.07.04.03

2.01.01.01 2.03.01.02

Capital Social
2.07.01.01

3.04.02 3.05.06

3.01.03


Receita Bruta

Custo dos Serviços Prestados

DESPESAS
Aluguéis


ATIVO 01/01/2022 31/01/2022 PASSIVO 01/01/2022 31/01/2022

TOTAL TOTAL
Dinâmica Patrimonial - Construindo
Demonstrativos Contábeis – Passo 2
Um negócio só existe em função dos clientes, embora
o cliente normalmente tenha seus próprios interesses que
normalmente são o oposto da empresa, principalmente na
parte financeira. No entanto é em função deles que o negócio
é criado, para o qual a empresa desenvolve produtos, compra
mercadorias ou oferece serviços.
Para tal as empresas utilizam tecnologias, que tem

um papel importante nas organizações pois além dos
aspectos competitivos, tem a questão do custo de produção
que pode ser determinante de sucesso.
Neste capítulo mostraremos como apurar o custo das

mercadorias vendidas aos clientes. É importante ressaltar
que, se o resultado operacional com venda de mercadorias
for ruim, o resultado líquido da empresa também será ruim.
Para apurar o resultado com a venda de mercadorias

é necessário saber qual o controle de estoque (modo de
apurar o estoque e sua movimentação) será utilizado: controle
periódico ou controle permanente.
Vamos apresentar primeiramente o inventário

periódico de maneira resumida, pois acreditamos que no
ambiente competitivo atual não é recomendado. Na
sequência apresentaremos o inventário permanente.
8.1 Controle periódico de estoque
Nesse sistema ocorrem vendas sem o controle do

estoque. Assim, para apurar o custo das mercadorias
vendidas - CMV e o resultado, é necessário fazer a
contagem física do estoque e utilizar a fórmula:
CMV = EI + C – EF
CMV = Custo da Mercadoria Vendida
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final
O estoque inicial se encontra no balanço de abertura

ou do primeiro dia do período, enquanto o estoque final estará
no balanço do final do período. Basicamente o custo de
produtos vendidos somando-se o estoque inicial com todas as
compras do período (tem-se toda a mercadoria disponível
para ser vendida), menos o estoque final, ou seja, de toda
mercadoria disponível para venda, só não foi vendido o
estoque final, portanto todo o restante é custo de mercadoria
vendida.
Não recomendamos esse sistema pois qualquer saída

de estoque que não seja vendas (roubos, desvios, perdas)
serão registrados como custo. Além disso, o gestor terá que
navegar as escuras, sem ter informações sobre quantidades e
valores do estoque entre o balanço inicial e final.
8.2 Controle permanente do estoque
No atual cenário competitivo é imperativo que as

organizações mantenham um controle permanente do
estoque e sua movimentação, propiciando condições de
gestão econômica e financeira do negócio. Os principais
métodos para controle permanente do estoque são:
Primeiro que Entra, Primeiro que sai (PEPS);
Último que Entra, Primeiro que sai (UEPS);
Média Móvel Ponderada (MMP).
Explicaremos os três métodos num caso prático da

empresa Intelitech Ltda., apresentado a seguir. Considerando
que a empresa tem como produto X e que a movimentação foi
o que se apresenta na tabela seguinte.
Data Operação Unidades Unitário Total
02/jan Estoque inicial 30 3,00 90,00
10/jan Compra a prazo 40 9,00 360,00
14/jan Venda à vista 45 12,00 540,00
17/jan Venda 50% à vista e 50% a prazo 22 9,00 198,00
20/jan Compra a prazo 30 12,00 360,00
29/jan Venda à vista 3 18,00 54,00

8.2.1 Primeiro que Entra Primeiro que Sai - PEPS
PEPS ENTRADAS SAIDAS (CMV) SALDOS
DATA Qt. Unitário Total Qt. Unitário Total Qt. Unitário Total
2/1 30 3,00 90,00 30 3,00 90,00
40 9,00 360,00 30 3,00 90,00
10/1
40 9,00 360,00
30 3,00 90,00 - - -
14/1
15 9,00 135,00 25 9,00 225,00
17/1 22 9,00 198,00 3 9,00 27,00
30 12,00 360,00 3 9,00 27,00
20/1
30 12,00 360,00
3 9,00 27,00 - 9,00 -
29/1
30 12,00 360,00
Total 100 810,00 70 450,00 30 360,00
As compras são representadas em linhas separadas,

possibilitado assim baixar sempre as primeiras entradas que
estão na linha superior, pelo seu custo.

8.2.2 Último que Entra Primeiro que Sai - UEPS
Neste método baixa-se primeiramente o produto da

linha inferior, pelo seu custo, pois foi a última a entrar no
estoque.
UEPS ENTRADAS SAIDAS (CMV) SALDOS
2/1 30 3,00 90,00 30 3,00 90,00
40 9,00 360,00 30 3,00 90,00
10/1
40 9,00 360,00
40 9,00 360,00 - - -
14/1
5 3,00 15,00 25 3,00 75,00
17/1 22 3,00 66,00 3 3,00 9,00
30 12,00 360,00 3 3,00 9,00
20/1
30 12,00 360,00
3 3,00 9,00
29/1
3 12,00 36,00 27 12,00 324,00
Total 100 810,00 70 477,00 30 333,00
No dia 14 como houve uma venda de 45 unidades e

temos em estoque mercadorias de R$ 3,00 (30) e R$
9,00(40), temos que baixar primeiro as 40 unidades que
entraram por último e as 5 restantes que entraram primeiro.
8.2.3 Média móvel ponderada - MMP
MEDIA ENTRADAS SAIDAS (CMV) SALDOS
2/1 30 3,00 90,00 30 3,00 90,00
10/1 40 9,00 360,00 70 6,43 450,00
14/1 45 6,43 289,29 25 6,43 160,71
17/1 22 6,43 141,43 3 6,43 19,29
20/1 30 12,00 360,00 33 11,49 379,29
29/1 3 11,49 34,48 30 11,49 344,81
Total 100 810,00 70 465,19 30 11,49 344,81
Neste exemplo aparece somente uma linha com a

soma das quantidades e valores. Na primeira compra foram
somadas as quantidades para formar o saldo: 30 + 40 = 70
Da mesma forma, foram somados os valores do

estoque inicial com a compra do dia 10/1 (90,00 + 360,00 =
450,00).
Em seguida, dividiu-se o valor total pela quantidade

total, 450,00 ÷ 70 = 6,43.
Portanto, após a primeira venda foram baixadas 45

das 70 unidades do estoque ao custo médio de $ 6,43 cada,
perfazendo um total de $ 289,29, que representa o CMV
desta venda.
Vale salientar que em períodos de inflação o uso do

PEPS aumenta o lucro líquido do período. Este fato ocorre
porque se a empresa vender as mercadorias com menor
custo primeiro, o CMV será menor, porque os preços estão
subindo, devido à inflação, enquanto o lucro fica maior.
Vale lembrar que caso a empresa venda todo o
estoque, em todos os métodos o resultado total deve ser o
mesmo. Assim, o lucro maior ou menor será temporário,
enquanto houver estoques. A diferença do lucro maior ou
menor será representada no ativo pelo estoque da empresa.
Portanto:
Quanto maior o lucro, maior o valor do estoque.

Quanto menor o lucro, menor o valor do estoque.
8.3 Contabilização
A contabilização, das operações de mercadorias é

realizada da seguinte forma:
Na compra a prazo
03/02/2022 D 1.01.05.01 Estoque de mercadorias 360,00
C 2.01.01.01 Contas a Pagar 360,00
Na venda à vista

03/02/2022 D 1.01.01.01 Caixa 540,00
Receita de Vendas de
C 3.01.02 540,00
Mercadorias
Custo da venda da mercadoria vendida com baixa do

estoque.
Custo das Mercadorias
03/02/2022 D 3.04.01 289,29
Vendidas
C 1.01.05.01 Estoque de mercadorias 289,29
Balanço de Abertura da Intelitech Ltda.
ATIVO 01/01/2022 PASSIVO 01/01/2022
Circulante 816,00 Circulante 840,00
Disponível 600,00 Contas a Pagar 480,00
Caixa 600,00 Financiamentos 360,00
Estoques 216,00
Estoque de Mercadorias 216,00
Imobilizado 6.000,00 Patrimônio Líquido 5.976,00
Terrenos 6.000,00 Capital Social 5.976,00
Total 6.816,00 Total 6.816,00

Operações no período:
Data Histórico UN. Valor Subtotal
02/01/2022 Estoque inicial 30 7,20 216,00
09/01/2022 Compra a prazo 40 72,00 2.880,00
12/01/2022 Venda à vista 45 96,00 4.320,00
15/01/2022 Venda 50% à vista e 50% a prazo 22 79,20 1.742,40
18/01/2022 Compra a prazo 30 90,00 2.700,00
21/01/2022 Venda à vista 3 144,00 432,00
Pagamento de comissões sobre
23/01/2022 324,72
vendas
26/01/2022 Aumento de capital em dinheiro 1.440,00
27/01/2022 Pagamento de salários 144,00
28/01/2022 Pagamento de fretes sobre vendas 324,72
31/01/2022 Pagamento de duplicatas a pagar 649,44
b) apuração do demonstrativo de resultado, pelo método MMP;

C 2.01.01.01 Contas a Pagar 2.880,00

12/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa 4.320,00
C 3.01.02 Receita da Venda de Mercadorias 4.320,00

15/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa 871,20
D 1.01.03.02 Contas a Receber 871,20
C 3.01.02 Receita da Venda de Mercadorias 1.742,40

C 2.01.01.01 Contas a Pagar 2.700,00

21/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa 432,00
C 3.01.02 Receita da Venda de Mercadorias 432,00

Ordenados, Salários e
23/01/2022 D 3.05.01 324,72
Gratificações
C 1.01.01.01 Caixa 324,72

26/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa 1.440,00
C 2.07.01.01 Capital Social 1.440,00

27/01/2022 D 3.05.01 144,00
Gratificações
C 1.01.01.01 Caixa 144,00

28/01/2022 D 3.05.13 Fretes 324,72
C 1.01.01.01 Caixa 324,72

31/01/2022 D 2.01.01.01 Contas a Pagar 649,44
C 1.01.01.01 Caixa 649,44

Custo da mercadoria vendida pelo custo Médio
31/01/2022 D 3.04.01 Custo das Mercadorias Vendidas 3.220,83
C 1.01.05.01 Estoque de Mercadorias 3.220,83
Data Operação Qt. Unitário Total
09/jan Compra a prazo 40 72,00 2.880,00
12/jan Venda à vista 45 96,00 4.320,00
15/jan Venda 50% à vista e 50% a prazo 22 79,20 1.742,40
21/jan Venda à vista 3 144,00 432,00

MEDIA ENTRADAS SAIDAS (CMV) SALDOS
2/1 30 7,20 216,00 30 7,2000 216,00
9/1 40 72,00 2.880,00 70 44,2286 3.096,00
12/1 45 44,23 1.990,29 25 44,2286 1.105,71
15/1 22 44,23 973,03 3 44,2286 132,69
18/1 30 90,00 2.700,00 33 85,8390 2.832,69
21/1 3 85,84 257,52 30 85,8390 2.575,17
Total 100 5.796,00 70 3.220,83 30 85,8390 2.575,17

1.01.01.01 1.01.03.02
600,00 -
4.320,00 324,72 871,20
871,20 144,00

432,00 324,72
1.440,00 649,44

7.663,20 1.442,88 871,20 -
6.220,32 871,20

Estoque de Mercadorias Terrenos
1.01.05.01 1.07.04.01
216,00 3.220,83 6.000,00
2.880,00

2.700,00

5.796,00 3.220,83 6.000,00 -
2.575,17 (MMP) 6.000,00

2.01.01.01 2.01.01.03
480,00 360,00
649,44 2.880,00
2.700,00
649,44 6.060,00 - 360,00
5.410,56 360,00

Capital Social
2.07.01.01
5.976,00
1.440,00
- 7.416,00
7.416,00

Ordenados, Salários e Gratificações Fretes
3.05.01 3.05.13
324,72 324,72
144,00
468,72 - 324,72 -
468,72 324,72

Custo das Mercadorias Vendidas
3.04.01
3.220,83

3.220,83 -
3.220,83 (MMP)

Receita da Venda de Mercadorias
3.01.02
4.320,00
1.742,40
432,00
- 6.494,40
6.494,40



Custo das Mercadorias Vendidas (3.220,83)

Lucro Operacional Bruto 3.273,57
DESPESAS
Ordenados, Salários e Gratificações (468,72)
Fretes (324,72) (793,44)

Resultado do Período 2.480,13

Balanço Patrimonial de Fechamento - Intelitech Ltda.
ATIVO 31/01/2022 PASSIVO 31/01/2022
Caixa 6.220,32 Financiamentos 360,00
Créditos 871,20 -
Contas a Receber 871,20 -
Estoques 2.575,17 -
Estoque de Mercadorias 2.575,17 -
Não Circulante 6.000,00 Patrimônio Líquido 9.896,13
Imobilizado 6.000,00 Capital Social 7.416,00
Terrenos 6.000,00 Lucros Acumulados 2.480,13
Total 15.666,69 Total 15.666,69

Balanço de Abertura da Intelitech Ltda.
ATIVO 01/01/2022 PASSIVO 01/01/2022
Circulante 952,00 Circulante 980,00
Disponível 700,00 Contas a Pagar 560,00
Caixa 700,00 Financiamentos 420,00
Estoques 252,00
Estoque de Mercadorias 252,00
Imobilizado 7.000,00 Patrimônio Líquido 6.972,00
Terrenos 7.000,00 Capital Social 6.972,00
Total 7.952,00 Total 7.952,00

Operações no período:
Data Histórico Qt. Valor Subtotal
02/01/2022 Estoque inicial 30 8.40 252,00
09/01/2022 Compra a prazo 42 84,00 3.528,00
12/01/2022 Venda à vista 43 112,00 4.816,00
15/01/2022 Venda 50% à vista e 50% a prazo 22 92,40 2.032,80
18/01/2022 Compra a prazo 22 105,00 2.310,00
21/01/2022 Venda à vista 7 168,00 1.176,00
Pagamento de comissões sobre
23/01/2022 401,24
vendas
26/01/2022 Aumento de capital em dinheiro 1.680,00
27/01/2022 Pagamento de salários 168,00
28/01/2022 Pagamento de fretes sobre vendas 401,24
31/01/2022 Pagamento de duplicatas a pagar 802,48
b) apuração do demonstrativo de resultado, pelo método MMP;


12/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa
C 3.01.02 Receita da Venda de Mercadorias

15/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa
D 1.01.03.02 Contas a Receber


21/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa

23/01/2022 D 3.05.01
Gratificações
C 1.01.01.01 Caixa

26/01/2022 D 1.01.01.01 Caixa
C 2.07.01.01 Capital Social

27/01/2022 D 3.05.01
Gratificações
C 1.01.01.01 Caixa

28/01/2022 D 3.05.13 Fretes
C 1.01.01.01 Caixa

31/01/2022 D 2.01.01.01 Contas a Pagar
C 1.01.01.01 Caixa

Custo da mercadoria vendida pelo custo Médio
31/01/2022 D 3.04.01 Custo das Mercadorias Vendidas
C 1.01.05.01 Estoque de Mercadorias

Data Operação Qt. Unitário Total
12/jan Venda à vista 43 112,00 4.816,00
15/jan Venda 50% à vista e 50% a prazo 22 92,40 2.032,80
21/jan Venda à vista 7 168,00 1.176,00

EDIA ENTRADAS SAIDAS (CMV) SALDOS
DATA Qt. Unitário Total Qt. nitário Total Qt. Unitário Total
2/1
9/1
12/1
15/1
18/1
21/1
Total

1.01.01.01 1.01.03.02

Estoque de Mercadorias Terrenos
1.01.05.01 1.07.04.01

2.01.01.01 2.01.01.03

Capital Social
2.07.01.01

Ordenados, Salários e Gratificações Fretes
3.05.01 3.05.13

3.04.01

(MMP)

Receita da Venda de Mercadorias
3.01.02


Receita Bruta


DESPESAS
Ordenados, Salários e Gratificações
Fretes


Balanço Patrimonial de Fechamento - Intelitech Ltda.
ATIVO 31/01/2022 PASSIVO 31/01/2022
Disponível Contas a Pagar
Caixa Financiamentos
Créditos
Contas a Receber
Estoques
Estoque de Mercadorias
Não Circulante Patrimônio Líquido
Imobilizado Capital Social
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Total Total
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0 APÊNDICE A –
ESTRUTURA CONCEITUAL da CONTABILIDADE
A Ciência Contábil pode ser vista como um sistema de informações

aberto, pois recebe dados, processa-os, construindo novas informações e
emitindo relatórios. Assim, sob a ótica dos autores, explica-se a seguir a
estrutura conceitual da Contabilidade.
Tem-se que o objetivo fundamental da Contabilidade é a

geração de informações úteis e relevantes para a tomada de decisão.
Decorre disso a estrutura conceitual que norteia a Ciência Contábil.
A Contabilidade tem ainda como finalidade o planejamento e o

controle. Partindo do registro e acumulação de dados e informações, serve
de base para a construção de orçamentos e cenários, úteis no processo
decisório das entidades. Além disso, é uma ferramenta em nível mundial de
controle do Patrimônio das empresas e pessoas. É a linguagem universal
do mundo dos negócios.
A Contabilidade como sistema de informações é parte integrante de

um sistema maior. Ocorre uma inter-relação entre empresa-ambiente-
Contabilidade, por diversas formas no dia a dia das organizações.
Por exemplo, relaciona-se com clientes ou vendas, interage-se com

o ambiente, uma vez que interfere com a concorrência e na própria
empresa em termos de controle de estoque, contas a receber, entre outros.
A venda interfere em necessidade de reposição ou compra de

mercadorias, ocasionando um relacionamento com fornecedores. Percebe-
se novamente o uso do sistema de informações da empresa em contas a
pagar, fluxo de caixa e todo sistema-empresa.
Assim tem-se que todo o sistema-empresa, quando integrado com

o sistema contábil, torna possível atingir o objetivo da Contabilidade de
fornecer informações úteis no processo decisório. Esta estrutura conceitual
se aplica a todas as entidades que podem ser compreendidas como
organismos que apresentam atividades econômicas e que, por sua vez,
mereçam a apuração em separado dos resultados. Para ilustrar a relação e
o entendimento do corpo teórico da Contabilidade, construiu-se uma árvore
ilustrativa, como pode ser visto na Figura 8.
Figura 8 - Árvore da Estrutura Fundamental da Contabilidade.
Na base da árvore, as raízes representam o objetivo fundamental da

Contabilidade, que é a geração de informações para a tomada de decisão.
10.1 Postulados
Os Postulados (ou princípios fundamentais) contábeis da entidade e

da continuidade, regras gerais, respectivamente, delimitam o ambiente de
desenvolvimento da Contabilidade, representados no tronco da árvore. O
entendimento é que o tronco representa a orientação certa e correta do seu
rumo. É necessário para a sustentação dos demais princípios.
Os postulados são teorias contábeis aceitas universalmente, ou seja,

não precisam ser testados em cada país ou região. São aceitos como verdade
e amplamente utilizados como base teórica (axiomas).
10.1.1 Postulado da entidade
Os seres vivos passam pelo ciclo da vida, ou seja, nascem, crescem e

morrem. Para melhor compreender o postulado da entidade, é importante
diferenciar pessoa física, conceito que compreende as pessoas naturais,
enquanto pessoas jurídicas são as empresas e organizações estruturadas por
pessoas.
O postulado da entidade pode ser visto sob quatro enfoques:
a) jurídico, ou seja, este enfoque esclarece a separação entre

pessoa física e pessoa jurídica - por exemplo, o dinheiro da venda
de um bem vai para o caixa da empresa e nunca para o bolso do
sócio;
b) econômico, neste sentido, a entidade possui um patrimônio em

evolução o qual a Contabilidade acompanha mensurando em
termos de qualidade e quantidade;
c) organizacional, o qual compreende que as pessoas exercem

ações sobre os fatos que ocorrem nas empresas. Compreende a
estrutura organizacional, hierárquica e interferência nos resultados;
d) social, leva em conta o fator de humanização das organizações.

Evidencia os benefícios que a entidade propicia à sociedade.
Intimamente relacionado ao percentual de aplicação do lucro.
Analisando sob enfoque social, pode-se abordar a aplicação do
lucro:
Na construção de um centro de alfabetização de adultos, recebem-se

R$ 15.000,00 em doações das seguintes empresas:
Micropost Ltda
Lucro líquido R$ 100.000,00
Contribuição R$ 5.000,00
Datavia Ltda
Lucro líquido R$ 1.000.000,00
Contribuição R$ 10.000,00
Nesta situação ocorre que, analisando as duas entidades, embora a

segunda empresa tenha contribuído com o dobro da primeira, em termos
de aplicação sobre o lucro de cada uma, a Micropost contribuiu com 5%,
enquanto a Datavia aplicou somente 1% de seu lucro líquido. Nota-se,
portanto, que internamente a segunda entidade contribuiu com um
percentual sobre o lucro menor que o da primeira.
Cabe ressaltar que na análise da entidade que recebeu a
contribuição, a segunda entidade participou com um percentual maior sobre
o montante da obra social. Supondo que o custo total da obra fosse R$
15.000,00, teríamos a Micropost contribuindo com 33,33% e a Datavia com
66,67% do total da obra, conforme observa-se no gráfico a seguir.
Mas, numa visão social, há de ressaltar que cabe uma análise de

cada entidade e a importância de seu esforço em relação ao seu tamanho
para o desenvolvimento da sociedade.
10.1.2 Postulado da continuidade
As organizações são construídas para operarem por um longo

período. Essas instituições aplicam recursos para produzirem riquezas,
buscando agregar valor aos investimentos realizados.
Por isso, tem-se que são organismos vivos os quais se acredita que
irão operar por um longo período de tempo.
As entidades são criadas sob a perspectiva de continuarem em

condições de realizarem seus negócios.

10.2 Características da Informação Contábil
As características qualitativas são os atributos que a tornam útil

para os usuários. As quatro principais características qualitativas podem ser
divididas em dois grupos (CPC, 2022):
relativas ao conteúdo:
a) relevância: as informações para serem úteis, devem ser relevantes

às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As
informações são relevantes quando podem influenciar as decisões
econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de
eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou
corrigindo as suas avaliações anteriores;
b) confiabilidade: para ser útil, a informação deve ser confiável, ou

seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar
adequadamente aquilo que se propõe a representar.
c) relativas à apresentação:
d) comparabilidade: os usuários devem poder comparar as

demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a
fim de identificar tendências na sua posição patrimonial e
financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser
capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes
entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição
patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição
financeira;
e) compreensibilidade: uma qualidade essencial das informações

apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam
prontamente entendidas pelos usuários.
10.3 Primazia da Essência Sobre a Forma
Para que a informação represente adequadamente as transações e

outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas
transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a
sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A
essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o
que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida.
Por exemplo, uma entidade adquire um veículo por meio de

leasing financeiro, com valor residual baixo. Esse ativo será
ativado no imobilizado e os valores das parcelas do leasing
serão contabilizados no passivo.
O proprietário de uma empresa tem o hábito de pagar as despesas

de manutenção do seu veículo com cheque da empresa. Quanto a este
fato, é correto afirmar que o proprietário (assinale a alternativa certa):
( ) está descumprindo o postulado da entidade, sob o enfoque

jurídico, uma vez que ele não distingue o atributo da autonomia do
patrimônio da empresa em relação ao seu próprio;
( ) não está deixando de atender a nenhum princípio, pois, se a

entidade é de sua propriedade, é indiferente se ele está ou não usando
para si os recursos, uma vez que todo capital lhe pertence;
( ) está cumprindo o postulado da entidade, pois, não havendo

outros sócios, não é necessário distinguir o patrimônio pessoal do
empresarial;
( ) está observando o princípio da continuidade, por se tratar

apenas de antecipação de retirada da parte que lhe cabe do lucro da
empresa.
Assinale V (Verdadeiro) e F ( Falso) com relação aos postulados

contábeis:
( ) São verdades amplamente aceitas.
( ) Não precisam ser testados em cada país.
( ) Delimitam o ambiente contábil.
( ) Regras decorrentes da pesquisa.
Faça uma síntese do postulado da entidade.

1 APÊNDICE B – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
Em virtude da necessidade de prover fundamentação apropriada
para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, o
Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Resolução 750/93,
atualizada em 2010 e explicitada a seguir.
11.1 Dos Princípios e de sua Observância
A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no

exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas
Brasileiras de Contabilidade (NBC).
Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações

concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus
aspectos formais.
11.2 Da conceituação, da Amplitude e da Enumeração
Os Princípios de Contabilidade representam a essência das

doutrinas e teorias relativas à ciência da Contabilidade, consoante o
entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso
país. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de
ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.
São Princípios de Contabilidade:
da Entidade;
da Continuidade;
da Oportunidade;
do Registro pelo Valor Original;
da Competência; e
da Prudência.
11.3 O Princípio da Entidade
O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da

Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial. A necessidade da
diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios
existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade,
com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio
não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de
sociedade ou instituição.
11.4 O Princípio da Continuidade
O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuará

em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio levam em conta essa circunstância.
11.5 O Princípio da Oportunidade
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração

e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações
íntegras e tempestivas.
A falta de integridade e tempestividade na produção e na

divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua
relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e
a confiabilidade da informação.
11.6 O Princípio do Registro pelo Valor Original
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os

componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos
valores originais das transações, expressos em moeda nacional.
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus

distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas.
11.6.1 Custo histórico
Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos

em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são
entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são
registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da
obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou
equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo
no curso normal das operações.
11.6.2 Variação do custo histórico
Uma vez integrados ao patrimônio, os componentes patrimoniais,

ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes
fatores:
a) custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em

caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se
esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data
ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são
reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa,
que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no
período das demonstrações contábeis;
b) valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em

caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos
pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos
pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, que se espera
que sejam pagos para liquidar as correspondentes obrigações
no curso normal das operações da entidade;
c) valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente,
descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se
espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da
entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente,
descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se
espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal
das operações da entidade;
d) valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou
um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a
isso, em uma transação sem favorecimentos;
e) atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder

aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos
registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal
dos valores dos componentes patrimoniais.
Contudo, neste livro somente será tratado o custo histórico. Suas

variações serão tratadas com maior profundidade no livro de Contabilidade
Avançada dos mesmos autores.
11.7 O Princípio da Competência
O Princípio da Competência determina que os efeitos das

transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se
referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da

confrontação de receitas e de despesas correlatas.
11.8 O Princípio da Prudência
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para

os componentes do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de

precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em
certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não
sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam
subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração
e apresentação dos componentes patrimoniais.
A inobservância dos Princípios de Contabilidade constitui infração

ao Código de Ética Profissional do Contabilista.
Quais são os Princípios contábeis e para que serve cada um deles?
Explique as variações do custo histórico.
Na aplicação dos Princípios de Contabilidade, há situações

concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus
aspectos formais. Explique e exemplifique:

2 APÊNDICE C – PROCEDIMENTOS PARA
ELABORAÇÃO DA DRE E DO BP
A Contabilidade na era do conhecimento busca participar do

processo decisorial nas organizações, seja no nível estratégico, tático ou
operacional.
Objetiva participar do processo de criação, manutenção e

ampliação da riqueza, apontando as causas das variações, contribuindo
para elaborar políticas organizacionais e verificando o grau de acerto ou
desacerto das decisões.
Para isso, a Contabilidade conta com as demonstrações contábeis,

que poderão ser analisadas com perspectivas passada, presente ou futura.
As demonstrações contábeis são, portanto, o principal meio de estruturação
e disponibilização de informações aos usuários da informação contábil.
As etapas essenciais para a elaboração das demonstrações

contábeis são:
a) levantamento do balancete de verificação - aponta as contas

patrimoniais e de resultado, visa verificar se os débitos e créditos são
iguais. Esta etapa poderia até ser desconsiderada, porém é útil no sentido
de se detectarem possíveis falhas já no início do processo;
b) conciliação e ajuste das contas - consiste em verificar a

integridade dos saldos das contas patrimoniais e de resultados, o que se
pode efetuar pelos seguintes procedimentos:
 confrontar o saldo do estoque com o levantamento in loco,

ou seja, apurar o estoque real na empresa;
 apurar alterações ocasionadas por mudança de critérios

adotados pela Contabilidade, por exemplo, do sistema de operação com
mercadorias de PEPS para média móvel ponderada;
 verificar se os saldos em bancos estão de acordo com os

saldos contabilizados (tal como a conciliação bancária);
 verificar a conversão e atualização cambial das

disponibilidades e contratos ativos e passivos, em moeda estrangeira, na
data de encerramento do período;
 correção monetária e juros, de contratos ativos e passivos,

quando houver;
 determinação do valor provável de realização dos direitos;

atualização dos estoques e direitos pelo critério correto;
 verificar as depreciações, amortizações e exaustões;
 ativação de despesas pagas antecipadamente;
 ajustes do tipo despesas a pagar, apropriação de cota-parte

de despesas ativadas;
c) encerramento das contas de resultado:
 o encerramento das contas consiste na transferência dos

saldos das contas de resultado para a conta apuração do
resultado do exercício (ARE);
 posteriormente para a conta de lucros ou prejuízos

acumulados;
d) elaboração das demonstrações contábeis e notas explicativas:
 demonstração do resultado do exercício;
 balanço patrimonial;
 demonstração das mutações do patrimônio líquido;
 demonstração de fluxo de caixa;
 demonstração do valor adicionado;
 notas explicativas;
 relatório da administração.

Para elaboração da demonstração de resultado do período e do
balanço patrimonial, é necessário realizar os procedimentos de acordo com
o tipo de inventário - periódico ou permanente - para apurar o custo das
mercadorias, produtos ou serviços. A seguir são apresentados os principais
lançamentos para apuração de resultado do exercício (ARE):
PROCECIMENTOS PARA APURAR RESULTADO BRUTO
zerar as receitas
D – 3.01.01.01.01.01.05 Receita da Venda de Mercadorias
C – 6.01.01.002 Apuração do Resultado do Exercício
zerar as deduções de receitas,
D - 6.01.01.002 Apuração do Resultado do Exercício
C – 3.01.01.01.01.03 Deduções da Receita Bruta
zerar CMV
C - 3.01.01.01.05.00.01 Custo das Mercadorias Vendidas
PROCECIDEMTNOS PARA APURAR RESULTADO LÍQUIDO
zerar as despesas
C - 3.01.01.07 Despesas
Neste momento apurar novamente o saldo das contas, por meio de

razonetes. Em seguida, pelo saldo da conta apuração do resultado do
exercício:
Para transferir resultado do exercício para reserva de lucros ou

prejuízos acumulado:
se houver lucros acumulados
C – 2.07.07.01.01 Lucros Acumulados
se houver prejuízo
D – 2.07.06.02.00 Prejuízos Acumulados
C - 6.01.01.002 Apuração do Resultado do Exercício
Para distribuir o resultado de lucros para os sócios
D - 2.07.07.01.01 Lucros Acumulados
C – 1.01.01.01.01 Caixa
Pode-se dizer que o DRE e o balanço patrimonial apresentam

as principais informações patrimoniais das entidades. Lembramos que para
a lei 11.638, o lucro do exercício deve ser todo destinado para reservas e
ou para os sócios. O tópico de reservas será abordado no livro
Contabilidade Ensino e Decisão, nível intermediário.
Além disso, outras informações podem ser conseguidas nas

demais demonstrações contábeis, tal como uma informação financeira que
pode ser melhor visualizada na demonstração do fluxo de caixa.
Dessa forma, a confecção desses demonstrativos não é feita

por meio de lançamentos contábeis, mas, pela extração de informações
contidas no balanço patrimonial e na DRE.
E, para fixar o conteúdo, finalizamos com um exercício que

contempla o assunto abordado.
3 APÊNDICE D - Entendendo as Informações
Financeiras para o Processo Decisório - Análise
dos Demonstrativos Financeiros
13.1 Fontes de Recursos
Temos convicção que qualquer organização com ou sem fins

lucrativos necessita de sustentabilidade financeira para operar, por isso é
necessário determinar as fontes de recursos.
Os recursos podem ser oriundos de funcionamento ou de financiamento.

Os recursos oriundos de funcionamento, tem sua origem no lucro

que é o valor das receitas menos os custos e as despesas.
No entanto há inúmeras maneiras de se conseguir
temporariamente recursos no funcionamento das
organizações, por exemplo, em uma empresa comercial que
já esteja operando, pode-se reduzir o volume de estoque o
que gera um caixa decorrente.
Pode-se também vender algum bem a vista e adquiri-

lo novamente a prazo, ou aumentar o total dos valores a
pagar com fornecedores, tal como, com funcionários no
adiamento de férias por exemplo.
Os recursos oriundos de financiamento são
oriundos de sócios e financiadores.
Os recursos de sócios são valores não exigíveis, ou

seja, não possuem vencimento para devolução e representam
o percentual de participação de cada sócio na sociedade,
normalmente sob a forma de quotas, que representa a menor
parcela em que se divide o capital da sociedade limitada.
A sociedade por quotas com responsabilidade

limitada, refere-se à natureza jurídica da empresa, que por
meio de um contrato social definirá seus atos constitutivos,
forma de atuação, as regras de administração e o capital
social da empresa.
Não é negociável em mercados organizados como no
caso da B3 - BM&F Bovespa. A responsabilidade dos sócios
no investimento é limitada ao montante do capital social
investido.
Os recursos provenientes de financiadores são

decorrentes de empréstimos e financiamentos. Também há
financiadores cíclicos, que financiam as atividades da
empresa por determinado período. Como exemplo temos os
fornecedores que vendem mercadorias a prazo, os
colaboradores da empresa, que trabalham todo o mês e
recebem apenas no mês seguinte e o governo, que possui
direito de receber impostos que são pagos no mês
subsequente (ou mais tarde com programas de
postergamento de pagamento como os REFIS).
Pode-se ainda obter recursos de terceiros por meio de

instrumentos financeiros, tais como no mercado de ações.
O fato é que as empresas necessitam captar recursos

para operacionalizar suas atividades e para isso dispõe de
inúmeros instrumentos patrimoniais e financeiros.
Faça um estudo de caso em instituições financeiras

sobre fontes de financiamentos, seus custos e prazos.

4 APÊNDICE E – ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS
CONTÁBEIS
A análise dos demonstrativos objetiva fornecer informações
financeiras acerca das organizações de valiosa utilidade no processo
decisório. Considerando que a tabela seguinte, represente
proporcionalmente os valores dos grupos apresentados, quais informações
poderiam ser obtidas?
2.01 Passivo Circulante
1.01 Ativo Circulante

2.03 Passivo Não Circulante
2.07 Patrimônio Líquido

1.07 Ativo Não Circulante
Tabela 1 - Análise preliminar do balanço patrimonial
Que a organização apresenta boa situação financeira, pois o ativo

circulante cobre todo passivo circulante e ainda o não circulante, que é
ótimo. Que o ativo não circulante é todo coberto por capital próprio
(patrimônio líquido) e assim por diante.

A análise dos demonstrativos financeiros é composta por um amplo
ferramental, entre eles, o tripé fundamental engloba a utilização de índices
para análise, figura seguinte:

Os índices representam as relações entre contas e grupos de

contas e assim permitem fazer uma leitura da situação econômica e
financeira das organizações.
Importante destacar que os índices obtidos, não devem ser

analisados individualmente, mas sim em conjunto e que é muito útil,
comparar os índices obtidos com outras empresas.
A análise permite entender as finanças das organizações, como por

exemplo, como se dá a gestão financeira, sua política e estratégias
financeiras utilizadas na gestão do negócio.
Com o objetivo de facilitar o entendimento utilizaremos as

estratégias de estudo de caso mesclada com conceitos.
Iniciaremos apresentando os demonstrativos financeiros: balanço
patrimonial e demonstrativo de resultados da empresa modelo DRHS.

BALANÇO PATRIMONIAL DA DRHS LTDA
ATIVO 2019 2020 2021 2022
CIRCULANTE 79.122 83.800 140.600 162.790
Ativo Financeiro 66.000 57.000 110.000 131.000
Disponivel (Financeiro 66.000 57.000 110.000 131.000
Caixas e Equivalentes de
Caixa 66.000 57.000 110.000 131.000
Ativo Operacional 13.122 26.800 30.600 31.790
Créditos 9.822 23.200 26.400 27.460
Contas a Receber 3.222 16.000 18.000 18.800
Estoques 3.300 3.600 4.200 4.330
Estoques 3.300 3.600 4.200 4.330
NÃO CIRCULANTE 53.610 57.888 62.482 74.492
REALIZÁVEL A LONGO
PRAZO 110 88 32 12
Contas a Receber 110 88 32 12
IMOBILIZADO 48.000 52.000 56.000 67.000
Imobilizado 48.000 52.000 56.000 67.000
INTANGÍVEIS 5.500 5.800 6.450 7.480
Intangível 5.500 5.800 6.450 7.480
TOTAL DO ATIVO 132.732 141.688 203.082 237.282

PASSIVO 2019 2020 2021 2022
CIRCULANTE 64.532 74.818 137.602 172.102
Operacional 64.532 74.818 137.602 172.102
Fornecedores 62.834 72.909 135.491 169.837
Obrigações Sociais e
Trabalhistas 550 644 734 770
Obrigações Tributárias 1.060 1.220 1.330 1.430
Outras Obrigações 88 45 47 65
NÃO CIRCULANTE 32.000 29.000 27.000 25.000
Financiamentos 32.000 29.000 27.000 25.000
PATRIMONIO LÍQUIDO 36.200 37.870 38.480 40.180
Capital Social 33.000 33.000 33.000 33.000
Lucros Acumulados 3.200 4.870 5.480 7.180
TOTAL DO PASSIVO 132.732 141.688 203.082 237.282

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
2019 2020 2021 2022
Receita Bruta 35.000 33.000 32.000 34.000
Venda de Mercadorias 35.000 33.000 32.000 34.000
Deduções (2.500) (1.400) (1.600)
Receita Líquida 35.000 30.500 30.600 32.400
Custos (27.000) (25.000) (28.000) (27.000)
Custo de Mercadoria
Vendida (27.000) (25.000) (28.000) (27.000)
Resultado Bruto (EBIT*) 8.000 5.500 2.600 5.400
Despesas (4.000) (3.300) (3.100) (3.400)
Despesas (4.000) (3.300) (3.100) (3.400)
EBITDA** 4.000 2.200 (500) 2.000
Outras Receitas/Despesas 200 (530) 1.110 (300)
Financeiras 3.300 2.770 4.440 3.100
Depreciação/Amortização (3.100) (3.300) (3.330) (3.400)
Resultado do Período 4.200 1.670 610 1.700
*Earnings Before Interest **Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and
Amortization

14.1 Índices de Liquidez
Utilizado para medir a capacidade de pagamento das

organizações.
Análise de Liquidez 2019 2020 2021 2022

Liquidez Imediata

Disponível 66.000,00 57.000,00 110.000,00 131.000,00

Passivo Circulante 64.532,00 74.818,00 137.602,00 172.102,00

Índice 1,023 0,76 0,80 0,76
Mostra, por exemplo, que em 2022, a DRHS possui $

0,76 de disponível para cada $ 1,00 de suas dívidas de curto
prazo.
Tipo do índice: Quanto maior, melhor

Liquidez Corrente 2019 2020 2021 2022

Ativo Circulante 79.122,00 83.800,00 140.600,00 162.790,00


Índice 1,23 1,12 1,02 0,95
Mostra que para cada real de dívida de curto prazo a

DRHS possui $ 0,95 em 2022.
Tipo do índice: Quanto maior, melhor.

Capital Circulante Líquido 2019 2020 2021 2022

Ativo Circulante – Passivo
14.590,00 8.982,00 2.998,00 (9.312,00)
Circulante
Mostra que se a DRHS em 2022, necessita de $

9.312,00 de capital de giro.

Liquidez Seca 2019 2020 2021 2022

Ativo Circulante -
Estoque 75.822,00 80.200,00 136.400,00 158.460,00

Índice 1,17 1,07 0,99 0,92
Mostra que a DRHS possui em 2022 $ 0,92 no seu

ativo circulante, descontado o estoque, para cada $ 1,00 de
obrigações no seu passivo circulante, que revela boa
capacidade de pagamento a curto prazo.
Os índices apresentados revelam uma boa condição

de pagamento para a DRHS ao longo do período analisado.
14.2 Índices de Endividamento
Utilizado para identificar a estrutura das dívidas da

organização, ou seja, como o ativo foi financiado, uma vez
que a origem dos recursos está no passivo e patrimônio
líquido. Sempre é preferível dívidas de longo prazo ao invés
de curto prazo.
Capital de Terceiros sobre
2019 2020 2021 2022
Recursos Totais

Passivo Circulante +
Não Circulante 96.532,00 103.818,00 164.602,00 197.102,00
Passivo Total 132.732,00 141.688,00 203.082,00 237.282,00

Índice 0,73 0,73 0,81 0,83
Mostra que em 2022 que o capital de terceiros

representa 83% dos recursos totais na DRHS.
Tipo do índice: Quanto menor, melhor

Capital de Terceiros sobre
2019 2020 2021 2022
Capital próprio

Passivo
Circulante +
Não Circulante x 100 96.532,00 103.818,00 164.602,00 197.102,00
Patrimônio 36.200,00 37.870,00 38.480,00 40.180,00
Líquido

Índice 2,67 2,74 4,28 4,91
Mostra que o capital de terceiros é 4,91 vezes maior
que o capital próprio na DRHS.

Dívidas de Curto Prazo
sobre o 2019 2020 2021 2022
Endividamento Total

x
Passivo Circulante + 96.532,00 103.818,00 164.602,00 197.102,00
100
Não Circulante

Índice 0,67 0,72 0,84 0,87
Mostra que o montante de dívidas de curto prazo

representa 87% das dívidas totais na DRHS.

Imobilizações do Patrimônio
2019 2020 2021 2022
Líquido

Ativo Não Circulante 53.610,00 57.888,00 62.482,00 74.492,00

Patrimônio Líquido 36.200,00 37.870,00 38.480,00 40.180,00

Índice 1,48 1,53 1,62 1,85
Mostra que as imobilizações são 85% maior que o

patrimônio líquido na DRHS

14.3 Índices de Rentabilidade
Utilizado para analisar o resultado da empresa.

Margem Líquida 2019 2020 2021 2022

Lucro Líquido 4.200,00 1.670,00 610,00 1.700,00
Receita x 100 35.000,00 30.500,00 30.600,00 32.400,00
Líquida

Índice 12,00% 5,48% 1,99% 5,25%
Mostra que o superávit representa 5,25% em 2022 na

DRHS.

Margem EBITDA 2019 2020 2021 2022

EBITDA 4.000,00 2.200,00 (500,00) 2.000,00
x
Receita 35.000,00 30.500,00 30.600,00 32.400,00
100
Líquida

Índice 11,43% 7,21% -1,63% 6,17%
Mostra que a rentabilidade EBITDA é 6,17% na DRHS

em 2022. Quanto maior, melhor
Rentabilidade do Ativo 2019 2020 2021 2022

Lucro Líquido x 4.200,00 1.670,00 610,00 1.700,00

Ativo 100 132.732,00 141.688,00 203.082,00 237.282,00

Índice 3,16% 1,18% 0,30% 0,72%
Mostra que em 2022 a rentabilidade comparada ao
investimento total no negócio foi de 0,72% para a DRHS.
Rentabilidade do Patrimônio
2019 2020 2021 2022
Líquido

Lucro
Líquido 4.200,00 1.670,00 610,00 1.700,00
x 100
Patrimônio 36.200,00 37.870,00 38.480,00 40.180,00
Líquido

Índice 11,60% 4,41% 1,59% 4,23%
Mostra que em 2022 a rentabilidade do patrimônio

líquido é de 4,23% na DRHS. Este
Índice mostra o retorno do ponto de vista dos sócios.

14.4 Parecer
A análise dos demonstrativos financeiros da DRHS,

revelam boas condições financeiras para a continuidade de
suas atividades em termos de liquidez e endividamento. Sua
rentabilidade é compatível com seus objetivos e sua
sustentabilidade financeira. A DRHS apresenta viabilidade,
estabilidade e capacidade de geração e obtenção de recursos
para a plena continuidade de suas atividades.
O diagnóstico sobre a situação financeira, permite

afirmar que o prognóstico sobre o seu desempenho futuro
será positivo tal qual se verificou na análise efetuada. Para
confirmar esta afirmação foram elaboradas as demonstrações
financeiras para os três períodos subsequentes. Os lucros
projetados foram: 2022, 2022, 2019 foram $ 3.797, $ 3.906, $
4.315. Portanto, a DRHS apresenta equilíbrio financeiro e
para o período analisado não apresenta risco de continuidade
e apresenta condições positivas para crescimento.
Para uma análise mais completa é possível comparar

os índices da empresa analisada com a média de mercado ou
comparar com os índices da empresa líder de mercado.
Assim o usuário da informação poderá ter uma noção mais
ampla se determinado índice é normal, se está abaixo ou
acima da média de mercado, por exemplo.
Seguem as demonstrações financeiras para análise.

ATIVO 2019 2020 2021 2022
CIRCULANTE 92.157 104.254 160.745 169.683
Ativo Financeiro 76.000 67.700 118.800 141.000
Disponivel (Financeiro 76.000 67.700 118.800 141.000
Caixas e Equivalentes de
Caixa 76.000 67.700 118.800 141.000
Ativo Operacional 16.157 36.554 41.945 28.683
Créditos a Receber 2.494 18.000 20.200 1.656
Outros Créditos a Receber 1.223 1.999 1.300 1.167
Estoques 12.440 16.555 20.445 25.860
NÃO CIRCULANTE 58.129 68.421 71.516 76.834
REALIZÁVEL A LONGO
PRAZO 129 88 28 14
Contas a Receber 129 88 28 14
IMOBILIZADO 55.000 65.000 67.444 72.093
IMOBILIZADO 55.000 65.000 67.444 72.093
INTANGÍVEIS 3.000 3.333 4.044 4.727
INTANGÍVEL 3.000 3.333 4.044 4.727
TOTAL DO ATIVO 150.286 172.675 232.261 246.517

PASSIVO 2019 2020 2021 2022
CIRCULANTE 70.696 82.945 132.925 140.772
Operacional 70.696 82.945 132.925 140.772
Fornecedores 12.472 20.719 122.084 132.137
Obrigações Sociais e
Trabalhistas 1.465 2.188 3.015 3.698
Financiamentos 56.759 60.038 7.826 4.937
NÃO CIRCULANTE 47.688 53.601 54.802 60.027
Contas a Pagar Longo Prazo 47.358 53.555 54.787 59.627
Financiamentos 330 46 15 400
PATRIMONIO LÍQUIDO 31.902 36.129 44.534 45.718
Capital Social 27.102 31.941 36.128 44.535
Lucros Acumulados 4.800 4.188 8.406 1.183
TOTAL DO PASSIVO 150.286 172.675 232.261 246.517
2019 2020 2021 2022
Receita Bruta 54.000 63.167 79.037 77.074
Receita da Venda de
Mercadorias 54.000 63.167 79.037 77.074
Deduções (2.282) (4.084) (4.821)
Receita Líquida 54.000 60.885 74.953 72.253
Custos (42.487) (44.082) (54.555) (59.088)
Custo das Mercadorias
Vendidas (42.487) (44.082) (54.555) (59.088)
Resultado Bruto (EBIT) 11.513 16.803 20.398 13.165
Despesas (6.542) (14.009) (9.263) (8.664)
Gratificações (4.497) (4.298) (5.917) (6.767)
Outras Despesas
Operacionais (2.045) (9.711) (3.346) (1.897)
EBITDA 4.971 2.794 11.135 4.501
Outras Receitas/Despesas (171) 1.394 (2.729) (3.318)
Receitas Financeiras 4.326 5.636 3.188 3.449
Despesas Financeiras (4.497) (4.242) (5.917) (6.767)
Lucro Líquido 4.800 4.188 8.406 1.183
Faça a análise das demonstrações financeiras com

base no modelo proposto.
14.5.1 Análise de Liquidez
Liquidez Imediata 2019 2020 2021 2022

Disponível

Passivo Circulante

Índice

Liquidez Corrente 2019 2020 2021 2022

Ativo Circulante

Passivo Circulante

Índice

Capital Circulante Líquido 2019 2020 2021 2022
Ativo Circulante –

Passivo Circulante

Liquidez Seca 2019 2020 2021 2022

Ativo Circulante -
Estoque
Passivo Circulante

Índice

14.5.2 Análise de Endividamento
Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais 2019 2020 2021 2022

Não Circulante
Passivo Total

Índice

Capital de Terceiros sobre Capital Próprio 2019 2020 2021 2022

Não Circulante x 100

Índice

Dívidas de Curto Prazo sobre o
2019 2020 2021 2022
Endividamento Total

Passivo Circulante
Passivo Circulante + x 100
Não Circulante

Índice

Imobilizações do Patrimônio Líquido 2019 2020 2021 2022

Ativo Não Circulante


Índice

14.5.3 Análise de Rentabilidade
Margem Líquida 2019 2020 2021 2022

Lucro Líquido
x 100
Receita Líquida

Índice

Rentabilidade do
2019 2020 2021 2022
Ativo

Lucro Líquido
x 100
Ativo

Índice

Rentabilidade do Patrimônio
2019 2020 2021 2022
Líquido

Lucro Líquido
Patrimônio x 100
Líquido

Índice

14.5.4 Parecer

5
APÊNDICE F – 10 MANDAMENTOS PARA O
SUCESSO

Pense estrategicamente as inovações, ou seja, novas ideias,
procure novas tecnologias, pense em novos processos, novas maneiras de
competir. Procure pensar processos de desmassificar produtos e serviços
com escala. Procure integrar sistemas, ter mais informações relevantes e
lembre que na economia do conhecimento, aumentar o número de clientes
pode aumentar os custos, como por exemplo, um software, quando atende
um grupo de clientes é menos complexo e por consequência o custo é
menor;
Na guerra, tal como no mundo empresarial, as maneiras pelas
quais o valor é medido, ficaram para trás das novas realidades.
6 APÊNDICE G - O PROCESSO DE INOVAÇÃO

Inovação significa que algo criado é diferente, tais como novas

ideias e invenções. Inclui atividades que resultam em novos produtos ou
processos.
O processo de inovação, normalmente resulta em melhorias de

processos de produção, financeiros e serviços que propiciam melhores
condições competitivas para a organização.
Vivemos em um mundo em que o conhecimento é a mola

propulsora do processo de inovação, difícil inovar sem conhecer o que já
existe, pois, o nível de conhecimento tecnológico e evolutivo como um todo,
está como nunca visto antes em nossa existência.
A inovação normalmente decorre de tentativas bem sucedidas, ou

repetição de tentativas, ou raramente, por acaso em decorrência de fatos
inesperados.
Acreditamos que o ser o humano se move por medo ou

necessidade, que pode ser motivo para o processo de inovação. O medo
da concorrência por exemplo ou a necessidade dos consumidores.
Mudanças na indústria como um todo ou mudanças no mercado

consumidor, decorrente de novos conhecimentos, também podem ser
fontes de inovação.
A criação e gestão do conhecimento é fonte de inovação. O

conhecimento é criado por uma interação entre o conhecimento explícito
- o conhecimento da mente, que é objetivo, teórico e digital - e o
conhecimento tácito, o conhecimento do corpo, que é subjetivo, prático e
análogo.
A transferência do conhecimento pode se dar de duas maneiras:

pela informação ou tradição. A informação é um tipo de comunicação que
se emprega quando se fala ou se escreve, utilizando a linguagem para
articular alguns conceitos tácitos, na tentativa de transferi-los a outras
pessoas. É ideal para transmitir o conhecimento explícito, sendo rápida,
segura e independente de sua origem. É a que se tem em aulas, palestras,
audiovisuais. Enquanto que a transferência de conhecimento pela tradição
se dá em conversas informais e de forma não estruturada.
O conhecimento estruturado e sistematizado é uma forma de

geração e agregação de valor para as empresas.
Novos conhecimentos propiciam condições de se fazer melhor as

coisas que já se fazia, oportunizando condições melhores para se definir
novos processos de produção, organizacional, administrativos, de
marketing, ou seja, melhorar o modo de fazer as coisas e assim fazer
coisas melhores, inovar.
Há de se salientar que tentar inovar tem custo e que este custo

deve ser bem gerenciado, pois não há garantias que irá ocorrer a inovação
almejada nem tampouco os resultados sejam alcançados.
As organizações devem ser como todo organismo vivo, ou seja,

devem aprender e evoluir, inclusive para manter-se viva e competitiva.
A organização deve procurar desenvolver conhecimento para

inovar, maximizar o negócio, também direcionar os esforços dentro da
empresa para alcançar seus objetivos, gerando maior eficiência e eficácia,
construindo assim sua matriz competitiva, alicerçada na melhor tecnologia,
conhecimento sistematizado e gestão estratégica.
7 APÊNCIDE H - FERRAMENTAL PARA O SUCESSO
ORGANIZACIONAL
Prof. Claudio A. Rojo, PhD.
Prof. Osni Hoss, PhD.

As organizações tais quais os seres humanos, nascem crescem e

morrem, no entanto diferentemente dos seres humanos as organizações
podem se perpetuar.
Mas a realidade é a de que a maioria das empresas no Brasil não

passam do primeiro ano de vida, principalmente devido à falta de
competência de seus administradores e condições competitivas.
O fato é que existem riscos inerentes à cada negócio, sendo

necessário avaliar e gerir tais riscos.
Cada negócio tem sua peculiaridade e o risco inerente. A gestão de

riscos deve ser feita com estratégias adequadas.
17.1 Estratégia
Inicialmente, faz-se necessário entender a evolução da inserção da

estratégia e o surgimento de ferramentas aplicadas aos negócios.
Estratégia vem de estrategos, que é um termo usado pelos gregos

antigos, com o significado de chefe militar. Com o passar do tempo,
ocorreram refinamentos do uso do termo estratégia, onde o foco continuava
a ser militar.
O general prussiano, Carl von Clausewitz, escreveu que as táticas

envolvem o uso de forças armadas na batalha, enquanto que estratégia é o
uso das batalhas para o objetivo da guerra.
Durante a primeira revolução industrial, o pensamento estratégico

não teve muita ênfase, pois o mercado ainda era de transição de
commodities e as empresas tendiam a permanecer pequenas.
Na segunda revolução industrial, ocorreu a emergência da

estratégia como forma de entender e enfrentar as forças do mercado,
acompanhar e afetar o mercado. A necessidade do pensamento
estratégico ficou, então, premente.
Executivos corporativos como Alfred Sloan, o diretor executivo
chefe da General Motors de 1923 a 1946, preocupou-se com estratégia e
criou a análise de forças e fraquezas identificadas na sua maior empresa
concorrente, a Ford Motor Company.
Uma ponte mais direta para o desenvolvimento de conceitos

estratégicos para aplicações em negócios foi propiciada pela concorrência
entre as forças armadas americanas depois da II Guerra Mundial. Naquele
período, os líderes militares começaram a debater quais arranjos melhor
protegeriam uma competição legítima entre as diversas armas mantendo a
necessária integração.
Surgiram muitos estudiosos que geraram conceitos. Esses

conceitos acabaram sendo amplamente adaptados para aplicações
empresariais de análise de concorrência.
As estratégicas devem considerar as diretrizes do negócio tais

como missão, visão e valores aliado à um bem elaborado plano de negócio.
17.2 O método SWOT
No início dos anos 50, dois professores de Política de Negócios de

Harvard, George Albert Smith e C. Roland Christensen formularam uma
metodologia onde os alunos deveriam perguntar se a estratégia adotada
por uma empresa a deixava em situação de conformidade com a
necessidade de sobreviver em um ambiente competitivo.
Ainda na mesma universidade, surgiram nos anos 60 estudos para

criação da discussão em torno de estudos de casos por meio de um
método conhecido como modelo SWOT, que se traduz como as iniciais, em
inglês, de forças, fraquezas (fatores internos), oportunidades e ameaças
(fatores externos).
17.3 Matriz
BCG: Análise por UEN

Em 1963 foi fundado o Boston Consulting Group, mais conhecido

como BCG. Seu fundador, Bruce Henderson, agregou aos serviços de
estratégia, a função de descobrir relacionamentos quantitativos
significativos, entre uma empresa e os mercados por ela escolhidos.
Essa forma de pensamento auxiliou a montagem de regras para se

moldar uma boa estratégia, que passam por análise de dados, que se
somam ao processo natural de formular estratégia de forma intuitiva.
Uma forma sustentadora da decisão estratégica baseada em

cenários consistentes e análise do portfólio de produtos, muito conhecida é
a matriz BCG (Boston Consulting Group).
A matriz BCG, criada por Bruce Henderson, demonstra de forma

visual o enquadramento de unidades estratégicas de negócios (UEN) por
meio de associação dos resultados obtidos com a imagem de cada
quadrante.
Os parâmetros da BCG são a taxa de crescimento do mercado e a
participação relativa de mercado.

O papel de cada negócio é determinado com base nesses dois

parâmetros.
O eixo vertical indica a taxa de crescimento do mercado, que é

medida pela porcentagem de crescimento em determinado período de
tempo, podendo ser utilizado também para a previsão do cenário futuro
desse mercado. Por exemplo, um determinado mercado vem caindo a uma
taxa de 5% ao ano nos últimos 3 anos, se as condições econômicas, o
comportamento do consumidor, e outros fatores que se pode elencar, não
sofrerem alterações, o gestor pode tender ao planejamento prevendo a
continuidade da queda.
Na matriz BCG, o ponto de interrogação representa os negócios

que possuem alta taxa de crescimento, geralmente no estágio introdutório
de um ciclo de vida, porém possuidores de uma participação relativa de
mercado ainda baixa, o que eleva o grau de incerteza.
O ponto de interrogação pode ser chamado também de criança

problema.
Um exemplo de negócio ponto de interrogação de universidades é

o caso da modalidade de cursos sequenciais, voltados para um projeto de
formação específica para colocação de alunos preparados para atuar em
áreas delimitadas para suprir demandas do mercado de trabalho.
A estrela representa os negócios com alta taxa de crescimento e

alta participação de mercado. O que faz com que seja uma promessa de
boas perspectivas de ser um gerador de caixa de vida longa, como é o
caso da entrada de cursos tecnológicos, que têm um papel importante para
suprir demandas para o mercado de trabalho, porém, com possibilidades
de continuidade de estudos para os egressos, inclusive podendo cursar
mestrado e doutorado, algo que os egressos dos sequenciais não estão
habilitados.
A vaca leiteira representa os negócios maduros, consolidados e

geradores de caixa, que já não crescem tanto, mas que possuem alta
participação no mercado, como por exemplo, os cursos de bacharelado em
Administração, Pedagogia e Direito. No caso específico da pós-graduação
lato sensu o curso de MBA de diversas universidades que conseguem,
periodicamente, montar turmas novas.
Por último, o animal de estimação que representa aquele negócio

que já não oferece perspectiva de crescimento e está com a participação
relativa de mercado baixa. É o caso do curso de Ciências Econômicas, que
muitas universidades privadas acabam mantendo por ser um dos primeiros
da sua história, ou por motivo sentimental, ou ainda por motivo estratégico.
Porém, não oferece claras perspectivas futuras de crescimento de
participação de mercado, tendendo, na sua maioria ao fechamento por
inviabilidade financeira.
17.4 Planejamento
O ato de conduzir um planejamento é uma forma de buscar maior

potencial de exploração do lado racional de uma análise situacional.
A otimização dos recursos que compõem uma administração é uma

expectativa dos que estão envolvidos com o seu funcionamento de forma
direta ou indireta. Assim, a implementação de um planejamento pode
propiciar uma orientação racional às ações da organização, de forma a
atingir os objetivos propostos.
A otimização da totalidade dos recursos envolvidos na organização

é um ponto relevante para que o planejamento estratégico obtenha sucesso
de implementação.
Sugere-se que o plano de metas em relação ao portfólio seja o

norteador do planejamento estratégico, podendo fracionar o foco das metas
que compõem os objetivos a serem atingidos, facilitando a interpretação
por parte de todas as pessoas envolvidas no processo, dando clareza aos
propósitos elencados no planejamento estratégico.
Para avaliação e gestão dos riscos da organização apresentamos o

modelo Rojo.
17.5 O
Modelo Rojo

O Modelo Rojo contribui para que os objetivos organizacionais

permaneçam possíveis de serem alcançados, possam ser alterados dentro
das novas perspectivas de cenários apontados. Como por exemplo, em
tendências de alteração da configuração do perfil de clientes do mercado
de ensino superior.
A seguir apresentamos a dinâmica da formação de cenários do

Modelo Rojo que possibilita identificar a dinâmica e a inter-relação dos
fatores formadores de cenários.
A dinâmica da Formação de Cenários Fonte: Rojo (2005, 2006a)
Essa dinâmica da formação de cenários funciona de maneira que

os elementos do conjunto de variáveis sejam sempre acompanhados, para
uma revisão constante nas necessidades de readequações das
ferramentas em relação ao uso proposto: criar as condições para simular os
cenários.
A influência ambiental causa alterações nos cenários, contribuindo para
que a dinâmica da formação em cada nível de aplicação do Modelo
proposto possa ser alterada por questões como mudanças de política
educacional, legislação, contexto econômico, movimentos da concorrência
e quaisquer outros fatores que possam vir a influenciar na formação de
cenários e, consequentemente, na formulação ou aplicação das alternativas
estratégicas para o alcance das metas e objetivos, figura a seguir.

A influência ambiental na simulação de cenários. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

A dinâmica apresentada possibilita o entendimento da formação de

cenários para as organizações inseridas em ambiente competitivo. A seguir
delineamos o Modelo proposto com suas etapas de aplicação e dos níveis
apresentados na sequência, com uma descrição da estrutura básica que
contempla os níveis de aplicação do Modelo.
Como forma de visualização do todo do simulador de cenários, a

representação a seguir apresenta a sua ordem, separado em níveis de
aplicação que compõem a sua estrutura básica, com 2 etapas que
antecedem a simulação e 2 etapas que utilizam os cenários simulados
figura a seguir.
Estrutura do Simulador de Cenários. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

O Modelo inicia o primeiro nível da sua aplicação com a técnica

Delphi, que reunirá os especialistas para gerar informações e compor o
segundo nível, a inteligência competitiva da organização, que alimentará
os dirigentes para o nível 3, a simulação de cenários, que abre
perspectivas de previsões para a formulação de estratégias previstas
para o nível 4, para, então, no quinto nível de aplicação serem executadas
conforme o plano de ação elaborado de acordo com as estratégias.
O Modelo proposto mostra as etapas envolvidas para a simulação de
cenários para organizações, desde a coleta das variáveis críticas segundo
a percepção de seus dirigentes e concorrentes para formar sua visão de
futuro, até a execução das estratégias formuladas e a avaliação de seus
resultados. Para uma visualização segmentada da implementação de cada
uma das etapas do Modelo, encontra-se descrita a seguir nas formas de
nível de aplicação.

Nível 1: A aplicação da Delphi. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

No nível 1 é iniciado o processo para se obter as variáveis que

auxiliam na formação dos cenários da organização. Esse passo é
importante para se direcionar corretamente os trabalhos, pois, fornece os
elementos que concebem as variáveis críticas para o diagnóstico
estratégico obtido no passo seguinte, a inteligência competitiva
conforme.
O nível 2 de aplicação foi denominado de inteligência competitiva

por ser o ponto de escolha das ferramentas de diagnóstico estratégico que
compila as variáveis críticas (nível 1) para que sejam gerados cenários
(nível 3).
Nível 2: Inteligência Competitiva. Fonte: Rojo (2005, 2006a)
Observa-se na figura mostrada, ferramentas utilizadas no nível 2

são definidas pelos dirigentes da organização por considerações de
aplicabilidade, como critérios próprios, confiabilidade, familiaridade com a
ferramenta e outros aspectos que considerem necessários para obter o
melhor diagnóstico possível. Foram destacadas 3 ferramentas amplamente
difundidas no meio empresarial de gestão profissionalizada, porém o
Modelo é aberto quanto a utilizar outras ferramentas.
A ferramenta Fn citada no Modelo demonstra que o número de ferramentas
utilizadas vai depender da avaliação dos dirigentes. A ferramenta Fn tem o
papel de ser como uma abertura para troca ou inserção de outras, pois
alterações não comprometem o Modelo se a escolha for estratégica em
função das variáveis críticas para gerar os cenários no nível 3.

Nível 3: Simulação de Cenários. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

Após aplicar as ferramentas, os dirigentes da organização podem

aplicar sua visão de futuro e simular cenários.
Cada cenário corresponde a uma antecipação de possíveis

alterações contextuais, ou até mesmo movimentos da concorrência.
Considerando como exemplo hipotético, a IES-X, que se encontra

em fase de crescimento, atuando sozinha em uma cidade de 200.000
habitantes e tendo apenas 3 cursos de graduação em funcionamento, ela
possui protocolos junto ao MEC para autorização de mais 8 novos cursos.
A IES-X gerou 3 cenários para os próximos 3 anos, os quais estão
descritos como C1, C2 e C3:
C1 - Por uma portaria ministerial, no ano seguinte ficarão

suspensos os protocolos e paralisados por 3 anos todos os processos em
andamento para autorização de novos cursos.
C2 – Uma IES concorrente de outra região se instalará na cidade

com 5 cursos, dentre os quais os mesmos que a IES-X já possui em
funcionamento, e a IES entrante aplicaria estratégia de penetração de
mercado com preço baixo, para facilitar sua inserção no mercado local,
tudo isso ocorrerá antes da IES-X ter seus projetos de novos cursos
autorizados pelo MEC.
C3 – Os cursos são todos autorizados antes de surgirem projetos

de concorrentes se instalarem.
Cn – Outros cenários poderiam ser simulados pelos dirigentes,

porém, a decisão de quais devem ter maior atenção serão aqueles que os
dirigentes entenderem que possam vir a afetar o desempenho dos
resultados da IES-X.
Nível 4: Formulação das Estratégias. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

Após simular os cenários, a organização passará para o próximo

nível do Modelo, o nível 4, que trata da formulação das estratégias. A
formulação das estratégias em função dos cenários busca reduzir o
elemento risco, quando o cenário for definido pelos acontecimentos.
A formulação das estratégias depende de alguns fatores. Um deles

é em relação aos objetivos, que podem ser divididos em metas, para
facilitar que se chegue a um conjunto de resultados que perfazem esses
objetivos.
Seguindo ainda com o mesmo exemplo, o da IES-X, seus dirigentes

devem formular estratégias para cada cenário simulado.
Em cada cenário são apontados problemas que requerem solução.

As estratégias são a formulação de soluções para os problemas.
Quando chegar o tempo de os cenários simulados serem definidos

como acontecimentos, a opção pela estratégia configura-se como mais
assertiva pela simulação anteriormente efetuada.
A seguir, apresenta-se exemplos hipotéticos das estratégias

traçadas pela IES-X em função dos cenários simulados.
Cenários Simulados Estratégias Formuladas
C1 – Por uma portaria E1 – Estratégia de Redução de custos
ministerial, no ano seguinte Com o cenário apontando para um “congelamento” na
ficarão suspensos os protocolos expansão da IES-X, ela precisa se estruturar para
e paralisados por 3 anos todos melhorar desempenho dos resultados com os cursos em
os processos em andamento funcionamento, por outro lado, despreocupa-se com o
para autorização de seus surgimento de concorrentes que também fica suspenso.
projetos de 8 novos cursos.
C2 – Uma IES concorrente de E2 – Estratégia de Parcerias e convênios
outra região se instalará na Para enfrentar o entrante, os dirigentes optaram por
cidade com 5 cursos, dentre os manter os preços, porém tornando sua história na cidade
quais os mesmos que a IES-X já um ponto forte de apoio ao fechamento de parcerias de
possui em funcionamento, e a extensões para demonstração de responsabilidade social,
IES entrante aplicaria estratégia contribuindo para a elevação do valor da imagem. Porém,
de penetração de mercado com como o preço baixo do entrante, pode ser muito atrativo, a
preço baixo, para facilitar sua IES-X fechou convênios com as principais empresas da
inserção no mercado local, tudo cidade, onde os colaboradores gozam de descontos que
isso ocorrerá antes da IES-X ter fazem com que o preço se equivalha ao da IES entrante,
seus projetos de novos cursos mas sem perder o valor agregado da imagem
autorizados pelo MEC. institucional. Os dirigentes acreditam que a imagem ficará
ainda mais valorizada com essa integração para frente.
C3 – Os 8 cursos serão todos E3 – Estratégia de busca de nichos
autorizados antes de surgirem A estratégia adotada pela IES-X será a da formatação de
projetos de concorrentes se relacionamento de cada curso com o seu público.
instalarem. A IES-X passará a Possibilita trabalhar seus controles de forma a atender
ter um portfólio de 11 cursos. cada nicho, tratando cada curso na forma de uma UEN.
Cada UEN passa a representar um perfil próprio e de mais
facilitada identificação com o nicho de mercado,
perfazendo oportunidades de aplicação de táticas
apropriadas para ações direcionadas para cada público-
alvo.
Formulação de estratégias em função dos cenários
Definidas as estratégias para os cenários simulados, os dirigentes

da organização deverão ajustar a formulação de cada estratégia com a sua
capacidade e forma de execução visando um alinhamento com as metas a
serem alcançadas para aproximá-la de seus objetivos.
A essa formatação da execução denominou-se de plano de ação

figura a seguir.
Nível 5: Plano de Ação. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

No momento em que o cenário se define, a organização não será
tão comumente pega de súbito, tendo que configurar seus movimentos de
forma apressada para se ajustar às mudanças. Significa não esperar as
mudanças para definir o rumo e sim definir possibilidades de rumos para
esperar as mudanças.
Qualquer situação futura dentre as quais os dirigentes imaginaram

que venha a se realizar, será assimilada com mais tranquilidade, pois os
dirigentes já pensaram sobre ela, antes mesmo de acontecer, ou seja,
montaram cenários.
O que significa que a estratégia pensada como a mais apropriada

se encontrava traçada e a organização poderá executá-la conforme o plano
de ação, com os ajustes que se fizerem necessários.
Na medida em que vai sendo executada a estratégia, os dirigentes

deverão acompanhar e avaliar os resultados para, sistematicamente,
realimentar a inteligência competitiva, de acordo com as ferramentas
escolhidas no nível 2, atualizar os cenários no nível 3, readequar as
estratégias no nível 4, para preparar a execução do plano de ação no nível
5.
Avaliação dos Resultados. Fonte: Rojo (2005, 2006a)

Periodicamente, podendo ser anualmente, bimestralmente, ou
quando houver percepção de possíveis alterações do ambiente, sugere-se
que os dirigentes façam uma avaliação global do sistema, retornando ao
início e buscando atualizações que se fizerem necessárias nas variáveis
críticas que moldaram seu sistema de simulação de cenários, aplicando
novamente a Delphi.
1) Explique os aspectos inerentes à influência ambiental nos cenários.
2) Assinale a alternativa correta. A formulação das estratégias em

função dos cenários busca reduzir:
a) o elemento risco, quando o cenário for definido pelos acontecimentos.
b) o elemento incerteza, quando o cenário for definido pelos

acontecimentos.
c) o elemento risco, quando o cenário for definido pelos usuários.
d) o elemento incerteza, quando o cenário for definido pelos usuários.
3) Explique os principais níveis do Modelo Rojo.

4) Qual o papel da ferramenta Fn e o que ela demonstra?

5) Cite uma das vantagens de se utilizar cenários estratégicos.

6) Case a reunião dos 6 assessores do Rei

O Case da reunião dos 6 assessores do Rei pode ser considerada
uma parábola com a realidade das empresas às quais estamos inseridos,
leia atentamente para em seguida proceder a analise e síntese, com base
nas premissas e conceitos desenvolvidos no decorrer desta obra.
Parâmetros da reunião:
Todos terão a palavra;
Não tem horário para acabar;
É no deserto para não ser interrompida;
Só termina quando encontram a solução para levarem ao rei.
Começou a reunião:
Veio uma tempestade de areia;
Os camelos escaparam levando toda a água;
Os assessores andaram por horas até que encontraram um único
coco;
Começaram a discutir como quebrar o coco para desperdiçar o
mínimo possível de água, pois estavam sem camelos e distantes do reino.
Levariam muitas horas até chegarem em casa.
Discutiram...
Cada um dos assessores pediu a palavra para propor um método
para quebrar o coco;
Discutiram...
Enquanto discutiam, apareceu um macaco, que pegou o coco,
bateu-o numa pedra, tomou a água e saiu correndo;
Pararam de discutir, entraram rapidamente em consenso quanto à
solução para o rei e voltaram logo para casa;
Juraram não contar sobre o macaco para ninguém;
Mas, um deles traiu os demais...
Pede-se:
a) Identifique os aspectos inerentes à moral da história.

8 APÊNCIDE I - INSTRUMENTO DE MEDIR QUALIDADE
E GESTÃO DE VALOR AGREGADO
Este instrumento, fundamenta-se na capacidade de identificação e

gestão de indicadores fundamentais e estratégicos para a organização, tão
importantes para a geração de riquezas. Proponho, usando a lógica
cartesiana, dividir o espectro organizacional em quatro partes, quer seja o
humano, os processos, além da estrutura e o relacional, que
denominaremos de quadrantes.
No quadrante humano, se inicia a atividade institucional, como

capacitação, incentivos e gastos com pessoal. É o tipo de conhecimento
sistematizado, habilidades empregadas na criação contínua de valor.
Busca-se identificar a formação e qualificação profissional dos
colaboradores, as condições de trabalho e de capacitação que lhes são
oferecidas, atuação ou desempenho na gestão empresarial.
No quadrante processos enquadram-se os investimentos da

empresa em sistemas, instrumentos e filosofia operacional que agilizam o
fluxo de conhecimento. Também as competências sistematizadas,
organizada e codificada da organização em forma de manuais ou
protocolos, além do sistema de informações interno, do sistema de
apuração de custos, controle e tomada de decisão, identificação de
relatórios e práticas gerenciais existentes.
No quadrante estrutural, consideram-se o espaço físico,

equipamentos e investimentos em serviços de manutenção e melhoria
estrutural da empresa, assim como acesso aos recursos disponíveis que
permitam o inter-relacionamento e desenvolvimento da atividade
organizacional. Propicia a dinâmica de sustentação do negócio, condições
de atendimento à demanda atual e futura. Compreende o aparato que gera
condições de crescimento.
No quadrante relacional tem-se a organização/empresa e seu

contexto social, político, econômico e humano, interferindo e recebendo
interferência de outras organizações. Além desses fatores ambientais
amplos, existem várias forças mais específicas no ambiente externo que
exercem impacto imediato na empresa tais como os acionistas, os bancos,
os sindicatos, os fornecedores, além dos clientes com os quais a empresa
se relaciona, ou seja, todos os players envolvidos no ambiente competitivo.
Inicialmente são apresentados 14 indicadores em cada quadrante,
obtidos a partir de pesquisa bibliográfica e entrevistas junto à empresa. A
partir disso, os participantes escolhem 7 indicadores em cada quadrante
para avaliação na segunda rodada
18.1 Indicadores para o Quadrante Humano
Segue modelo de papel de trabalho com 14 exemplos

de indicadores escolhidos.
Marque com
Indicadores (escolher 7)
“X”
Acessibilidade ao sistema de informação
Administração superior ou governança corporativa
Alinhamento da estratégia empresarial
Aprendizado Sistêmico Organizacional e Individual
Autonomia e flexibilidade dos recursos humanos
Capacitação e investimentos em recursos humanos
Condições de Trabalho
Desempenho Profissional
Direitos de autoria
Inteligência Competitiva, formulação e aplicação de

estratégias
Política de estímulos (ou incentivos) profissionais
Política de redução de desperdício e retrabalho
Produção de conhecimento estruturado: manuais,

processos
Satisfação dos funcionários
Lista de Indicadores para o Quadrante Humano
A seguir é apresentado papel de trabalho para

valoração dos Indicadores escolhidos.
Neste exemplo foram selecionados os 7 Indicadores,

mostrados na tabela a seguir.
Indicadores 0 1 2 3 3,5 4 5 6 7
1. Acessibilidade ao sistema de informação
2. Alinhamento da estratégia empresarial
3. Capacitação e investimentos em recursos

humanos
4. Condições de Trabalho
5. Inteligência Competitiva e estratégias
6. Política de estímulos (ou incentivos)

profissionais
7. Produção de conhecimento estruturado
Totais
Indicadores selecionados para avaliação
Totalizar cada coluna de acordo com o número de

marcações realizadas, por exemplo, duas marcações na
coluna com valor 1, totalizam 2 pontos e assim
sucessivamente.
Realizar a avaliação dos indicadores com o número

de participantes necessários para que a medição possa
refletir o panorama real da organização objeto da avaliação.
Em seguida aferir a média de cada indicador e

posterior aferir a média para o quadrante.
A seguir utilizar o papel de trabalho proposto para

justificar a média para cada direcionador.
Indicadores Justificativa
1. Acessibilidade ao sistema de informação
2. Alinhamento da estratégia empresarial
3. Capacitação e investimentos em recursos
humanos
4. Condições de Trabalho
5. Inteligência Competitiva e estratégias
6. Política de estímulos (ou incentivos)
profissionais
7. Produção de conhecimento estruturado
Justificativa do resultado dos indicadores para o

Quadrante Humano
Justificar a média, ou seja, elaborar um parecer para

este quadrante.

18.2 Indicadores para o Quadrante Processos
Segue modelo de papel de trabalho para definir os

indicadores escolhidos.
Marque com
“X”
1. Estrutura e fluxo do controle
2. Pesquisa e desenvolvimento
3. Processo de comunicação
4. Processo de informatização
5. Processo de inovação de produtos/serviços
6. Processo de qualidade
7. Processo de redução de custos
8. Processo operacional
9. Processos da administração superior
10. Processos de avaliação de desempenho
11. Processos operacionais
12. Processos via internet
13. Serviço pós-venda
14. Sistemas de informação - aquisição de tecnologia
Lista de Indicadores para o Quadrante Processos
Neste exemplo foram selecionados os 7 Indicadores,

mostrados na tabela a seguir.

Indicadores 0 1 2 3 3,5 4 5 6 7
2. Processo de inovação de
produtos/serviços
5. Processos de avaliação de desempenho
Totais
Indicadores selecionados para avaliação

sucessivamente.



2. Processo de inovação de

produtos/serviços
5. Processos de avaliação de

desempenho
Justificativa para resultado dos indicadores para o

Quadrante Processos

este quadrante.

18.3 Indicadores para o Quadrante Estrutural

Marque com
“X”
1. Equipamentos
2. Espaço físico
3. Estrutura produtiva
4. Iluminação, ventilação e limpeza
5. Inovações e pesquisa de estrutura
6. Instalações administrativas
7. Instalações sanitárias - adequação e limpeza
8. Manutenção e conservação das instalações físicas
9. Manutenção e conservação dos equipamentos
10. Postos de trabalho
11. Projetos estruturais
12. Recursos audiovisuais e multimedia
13. Rede de comunicação (internet)
14. Tecnologia de informação aplicada à empresa
Lista de Indicadores para o Quadrante Estrutural


Indicadores 0 1 2 3 3,5 4 5 6 7
1. Equipamentos
2. Espaço físico
5. Instalações sanitárias - adequação e

limpeza
6. Manutenção e conservação das

instalações físicas
Totais

sucessivamente.




1. Equipamentos
2. Espaço físico
5. Instalações sanitárias
6. Manutenção e conservação
Justificativa para resultado dos indicadores para o

Quadrante Estrutural

este quadrante.

18.4 Indicadores para o Quadrante Relacional

Marque com
“X”
1. Aquisição/Manutenção de Clientes
2. Certificação de produtos
3. Desenvolvimento organizacional
4. Direitos
5. Inteligência competitiva
6. Licenças
7. Marcas/Patentes
8. Missão institucional
9. Redes de relacionamento
10. Políticas ambientais e sociais
11. Prêmios de qualidade de produto
12. Ambiente regulatório e restrições legais
13. Visão e objetivos organizacionais
14. Serviços associados a produtos e pós-vendas
Lista de Indicadores para o Quadrante Relacional


Indicadores 0 1 2 3 3,5 4 5 6 7
3. Inteligência competitiva
4. Marcas/Patentes
6. Ambiente regulatório e restrições legais
7. Serviços associados a produtos e pós-

vendas
Totais

sucessivamente.


posterior aferir a média para o quadrante. A seguir utilizar o
papel de trabalho proposto para justificar a média para cada
direcionador.

3. Inteligência competitive
4. Marcas/Patentes
6. Ambiente regulatório
7. Serviços associados a produtos e

pós-vendas
Justificativa para Resultados dos Indicadores para o

Quadrante Relacional

este quadrante.
Elaborar um parecer sobre a empresa.
Na elaboração do parecer, explicar o indicador com

valor mais alto e com o valor mais baixo, explicitando o
porquê de sua medição e como a organização o atingiu, e
também como está sendo gerenciado.
Explicar também os pontos fortes e fracos dos

quadrantes: humano, processos e estrutural, além de
apontar as oportunidades e ameaças para o quadrante
relacional.
Faça um estudo de caso em uma organização com a

ferramenta apresentada neste capítulo.
9 APÊNDICE J - GESTÃO DE CUSTOS –
ELEMENTOS CHAVE

A sustentabilidade financeira é vital para todas as

organizações, com ou sem fins lucrativos, pois sem dinheiro
para custear as operações, não há condições de
continuidade.
Nesta obra abordamos o que consideramos essencial
a todos os empreenderes de sucesso, para gerirem o
empreendimento. Neste capítulo os itens: custo;
precificação; vendas; caixa.
19.1 Gestão de Custos
Os custos são fatores estratégicos e essencial nas

organizações. Recomendamos aplicar no mínimo o conteúdo
exposto no capítulo dez, Gestão de Custos.
O lucro e por consequência a sustentabilidade

financeira, é fator de crucial importância para as empresas,
assim, a utilização dos custos é importante para fins de
tomada de decisão e gestão estratégica empresarial.
Para entender este processo serão apresentados a

margem de contribuição e ponto de equilíbrio.
Para o entendimento e padronização da nomenclatura

utilizada ao longo do trabalho, relacionam-se a seguir, na
ótica de MARTINS (2018, p. 25-26), alguns termos e
conceitos aplicados a custos:
a) gasto é o sacrifício financeiro com que a entidade
arca para a obtenção de um produto ou serviço
qualquer, independente de terem sido utilizados ou

não. Só existe gasto no momento em que os bens ou
serviços passam a ser propriedades da empresa;
b) investimento é o gasto ativado em função de sua vida
útil ou benefícios que serão atribuídos em períodos
futuros;
c) custo é o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado
na produção de outros bens ou serviços, ou seja, o
custo é o gasto reconhecido como tal, no momento em
que os fatores de produção são utilizados no processo

produtivo;
d) despesa é o bem ou serviço consumidos direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas, a comissão
sobre vendas, por exemplo, é um gasto que se torna
uma despesa;
e) desembolso é o pagamento resultante da aquisição
do bem ou serviço, pode ocorrer antes, durante ou

após o gasto;
f) perda é o bem ou serviço consumidos de forma
anormal e involuntária e, em função disso, não deve

ser confundido com despesa (ou com custo). Como
exemplo temos perdas com incêndios, obsoletismo de

estoques, entre outros.
Conforme BORNIA (2010), além das perdas citadas

anteriormente, existe o desperdício que é o esforço
econômico que não agrega valor ao produto e nem serve para
suportar diretamente o trabalho efetivo. O desperdício é muito
mais abrangente que a perda, pois engloba as ineficiências
do processo produtivo.
Classificação pela variabilidade
Os custos se classificam em função da variabilidade,

baseada no montante de produção em custos fixos e custos
variáveis:
a) custos fixos independem do volume de produção,
permanecem constantes dentro de determinada

capacidade de produção instalada;
b) custos variáveis mantêm uma relação direta com o
volume de produção ou serviço, de forma que

crescem à medida que a quantidade de produção ou
atividades aumenta.
Classificação pela facilidade de alocação
Os custos podem ser alocados aos produtos

elaborados pela empresa. Conforme MARTINS (2018):
a) custos diretos são aqueles que podem ser

diretamente apropriados aos produtos, são
facilmente identificados com o objeto de custeio. Não

há necessidade de rateio;
b) custos indiretos não oferecem condições de uma

medida objetiva. Sua alocação tem de ser feita de
maneira estimada e muitas vezes arbitrária.

19.2 Margem de Contribuição
É a diferença entre a receita e os custos variáveis.

Representa a potencialidade de cada produto, mostrando
como este contribui para, primeiramente, amortizar os gastos
fixos, e depois formar o lucro propriamente dito.
MC = Preço – Custos Variáveis
A razão de contribuição é a margem de contribuição

dividido pelas vendas, ou seja, a forma percentual da margem
de contribuição.
Razão de Contribuição = MC ÷ Preço

Produto A Produto B
Preço (p) 10,00 20,00
Custos variáveis (CV) 6,00 10,00
Margem de Contribuição (MC) 4,00 10,00
Razão de Contribuição (RC) 40% 50%
Fonte: (BORNIA, 2010)
Percebe-se que o produto B seria preferível em

função da razão de contribuição.
Faça uma simulação a seguir.

Produto A Produto B
Preço (p) 10,00 20,00
Margem de Contribuição (MC)
Razão de Contribuição (RC)
Margem de contribuição com fator limitante

Tal qual a realidade apresenta, deve-se observar
fatores limitadores na produção, como escassez de tempo, de
matéria-prima, tornando-se relevante na análise, veja o
exemplo a seguir.

Produto A Produto B
Preço (p) 10,00 20,00
Margem de Contribuição (MC) 4,00 10,00
Razão de Contribuição (RC) 40% 50%
Produção/hora 3 un 1 un
MC/h 12,00 10,00
Nesse caso o produto A seria o preferível, uma vez

que sua contribuição por hora é maior.
19.3 Ponto de Equilíbrio
Segundo MARTINS (2018) o ponto de equilíbrio

representa o momento de ruptura onde o lucro é igual a zero,
ou seja, as vendas cobrem os custos e despesas fixas e
variáveis.
Custos Fixos + Despesas
PE= Fixas
MC Unitária
A seguir evidencio graficamente o ponto de equilíbrio.
Na sequência apresentaremos dois estudos de casos

para fixação de conhecimento.
A empresa vende quadros para pintura com preços de

venda e custos de aquisição semelhantes e está tentando
descobrir se vale a pena abrir outra loja, que teria as
seguintes relações de custo e receita: Fonte: (BORNIA, 2010)
a) informações
- preço de venda 5,00
- custo por quadro 4,00
- comissão dos vendedores 0,25
b) custos fixos mensais
- aluguel 5.500,00
- salários 17.600,00
- serviços públicos 2.100,00
- outros custos 4.800,00
Pede-se:
a) Determinar o ponto de equilíbrio mensal em termos

monetários e de unidades físicas.
b) Se forem vendidos 35.000 quadros, qual será o resultado
da loja?
c) Se o gerente da loja receber $ 0,05 por quadro, a título de
comissão, qual será o ponto de equilíbrio em termos
monetários e de unidades físicas?
d) Baseando-se nos dados originais, se o pagamento de

comissões for interrompido em favor de um acordo salarial
no montante de $ 8.000,00, qual será o ponto de equilíbrio
em termos monetários e em unidades?
e) Baseando-se nos dados originais, se o gerente da loja
receber $ 0,10 por de quadro vendido acima do ponto de
equilíbrio, qual será o lucro líquido da loja caso se

vendessem 50.000 quadros.

A empresa, recém-criada possui um processo

patenteado que dará à empresa o monopólio na fabricação de
DRHS+, sabendo-se que no primeiro ano, a capacidade de
produção será de 9.000 unidades e esta é a quantidade que
julgam poder vender. Fonte: (BORNIA, 2010, p. 23)
A estrutura de custos é a seguinte:
- mão-de-obra 1,50 por unidade;
- matéria-prima 0,50 por unidade;
- outros custos variáveis 1,00 por unidade;
- custos fixos mensais 24.000,00.
Pede-se:
a) Qual deve ser o preço de venda do produto, para obter

um lucro líquido de 21.000,00 no primeiro período?

b) No fim do primeiro período, a empresa quer aumentar o
volume. Para aumentar a capacidade para 50.000

unidades, é preciso aumentar os custos fixos mensais em
$ 10.000,00. Pretende-se um lucro de $ 76.000,00 e, para
tanto, serão investidos em publicidades $ 50.000,00.

Quantas unidades, a empresa, terá de vender para
realizar este lucro, se seu preço de venda por unidade for
$ 7,00?

19.6 Precificação
A precificação é elemento estratégico e fundamental

nas organizações, pois sabemos que quanto maior for o preço
menor tende a ser a venda.
O importante não é o preço mais barato e nem

tampouco o mais alto e sim o que rende maior lucro no curto,
médio e longo prazo.
A formação do preço pode ocorrer em função: do

custo; do mercado ou combinação de custo e mercado.
A formação do preço com base no custo

normalmente ocorre com aplicação de certa margem sobre o
custo.
Recomendamos realizar diversas simulações com

margem de contribuição e ponto de equilíbrio, para verificar
qual gera maior lucro.
Segue um estudo de caso sobre formação de preço
de venda, fundamentado em Martins (2018).
O que você escolheria, se eu lhe apresentasse a

possibilidade de vender mil unidades do seu produto ao preço
de R$ 1.000,00 cada. Ou, vender mil e duzentas unidades ao
preço de R$ 900,00 cada?
Qual é a melhor alternativa?
A resposta é depende.
Depende de qual é sua estrutura de custos, veja uma

simulação.
Se o custo variável for R$ 700,00.
Na primeira possibilidade, teríamos:

Preço 1,000.00
Custo Variável = 700.00
Margem 300.00
Quantidade 1,000.00
Lucro Bruto 300,000.00
Na segunda possibilidade, teríamos:

Preço 900.00
Custo Variável = 700.00
Margem 200.00
Quantidade 1,200.00
Note que neste caso a primeira possibilidade gera um

melhor lucro. No entanto, vamos imaginar outra situação.
Se o custo variável for R$ 350,00.
Na primeira possibilidade, teríamos:

Preço 1,000.00
Custo Variável 350.00
Margem 650.00
Quantidade 1,000.00
Na segunda possibilidade, teríamos:

Preço 900.00
Custo Variável 350.00
Margem 550.00
Quantidade 1,200.00
Note que neste cenário a segunda possibilidade é

melhor.
Uma técnica, que mostrarei a seguir, utilizada para

calcular preço de venda é o mark-up que é um fator
multiplicador ou divisor aplicados sobre o custo.

Informações para apurar markup
a) Custo 100,00
b) Margem de lucro pretendida 30% 0,30
c) Impostos e comissões sobre venda 5% 0,05
d1) Fator (1 - c) 0,95

Cálculo do mark-up multiplicador
d2) Representa o inteiro 1,00
e) (item b) 0,30
f) (d2 + e) 1,30
g) fator (item d1) 0,95
h) Mark-up multiplicador = f÷g 1,3684
i) Preço de venda = a×h 136,84

Cálculo do mark-up divisor
l) 1,00
m) Mark-up multiplicador (h) 1,3684
n) Mark-up divisor = l÷m 0,73077
o) Preço de venda = a÷n 136,84
A formação de preço com base no mercado leva em

conta o preço dos concorrentes para definir o preço de venda.
Adotada esta estratégia a empresa deve enquadrar os seus
custos para que as suas vendas resultem em lucro.
A formação de preço com base na combinação de

custo e mercado, pesquisa os preços dos concorrentes,
porém, também considera os seus custos para definir o seu
preço de venda, podendo este ser maior ou menor do que os
concorrentes.
19.7 Caixa
As empresas pedem falência por falta de capacidade de caixa. Isso

significa que sem dinheiro inviabiliza-se a continuidade das operações da
organização.
O planejamento bem sucedido está sempre baseado na

maximização do aproveitamento de oportunidades que o mercado em
movimento oferece.
O ambiente externo somado ao ambiente interno, ao serem

analisados, fornecem um conjunto de informações que permitem uma visão
ampla e para elaboração do fluxo de caixa.
Vale lembrar que o planejamento de caixa deve ancorar-se na

projeção do fluxo de venda e por consequência todos os custos e despesas
necessários para obtenção de tal receita. É de vital importância para as
empresas, mas o que acontece é que na maioria das vezes não ocorre com
eficiência ou nem ocorre. Durante o andamento das operações da
organização e após o planejamento deve ser realizado o controle. Segue
um exemplo de controle para gestão de caixa.
Informações preliminares
a) Móveis e eletrônicos 2.000
b) Capital inicial inicial 92.000
c) Previsão de vendas 900 unidades
d) Preço de venda 110 unidade
e) Custos Variáveis 80 unidade
f) Comissão sobre vendas 5%
g) Impostos s/ vendas 8%
h) Custos Fixos 5.000
i) Despesas Fixas 4.000
j) Forma de pagamento entrada, 30,60

i)= c × d Faturamento 99.000

Fluxo de caixa
Esquema Discriminação janeiro fevereiro março abril maio junho
33.000 33.000 33.000 33.000 33.000 33.000
m)= i ÷ 3 33.000 33.000 33.000 33.000 33.000
33.000 33.000 33.000 33.000
x) Subtotal 33.000 66.000 99.000 99.000 99.000 99.000
Custos
n)= i × e Variáveis 72.000 72.000 72.000 72.000 72.000 72.000
Comissão
o)= i × f sobre vendas 4.950 4.950 4.950 4.950 4.950 4.950
Impostos s/
g)= i × g vendas 7.920 7.920 7.920 7.920 7.920 7.920
h) Custos Fixos 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000
Despesas
i) Fixas 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000
subtotal de
y) saídas 93.870 93.870 93.870 93.870 93.870 93.870
z) x - y saldo (60.870) (27.870) 5.130 5.130 5.130 5.130
Capital inicial
b) inicial 92.000
Móveis e
a) eletrônicos 2.000
saldo
t) acumulado 29.130 1.260 6.390 11.520 16.650 21.780
=z+b-a =z+b-a+t(anterior)

Fluxo de caixa
Esquema Discriminação julho agosto setembro outubro novembro dezembro
33.000 33.000 33.000 33.000 33.000 33.000
m)= l ÷ 3 33.000 33.000 33.000 33.000 33.000 33.000
33.000 33.000 33.000 33.000 33.000 33.000
x) subtotal 99.000 99.000 99.000 99.000 99.000 99.000
Custos
n)= i × e Variáveis 72.000 72.000 72.000 72.000 72.000 72.000
Comissão
o)= i × f sobre vendas 4.950 4.950 4.950 4.950 4.950 4.950
Impostos s/
g)= i × g vendas 7.920 7.920 7.920 7.920 7.920 7.920
h) Custos Fixos 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000
Despesas
i) Fixas 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000 4.000
subtotal de
y) saídas 93.870 93.870 93.870 93.870 93.870 93.870
z) x - y saldo 5.130 5.130 5.130 5.130 5.130 5.130
Capital inicial
b) inicial
Móveis e
a) eletrônicos
saldo
t) acumulado 26.910 32.040 37.170 42.300 47.430 52.560
=z+b-
a = z + b - a + t(anterior)

É preciso acompanhar em tempo real o planejamento do fluxo
de caixa e realizar os ajustes necessários devido às variações em
relação ao planejado versus realizado.

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Luiz Fernande Casagrande

Figura 2 - Fluxo Financeiro

Figura 3 - Usuários da Contabilidade

Figura 4 - Processo Decisório

Figura 5 - Equilíbrio Necessário ao Balanço Patrimonial

Figura 6 - Representação Gráfica Fundamental do Patrimônio

Figura 7 - Escrituração e sua utilização

Figura 8 - Árvore da Estrutura Fundamental da Contabilidade.

1.1 Ciência Contábil

2 RIQUEZA PATRIMONIAL E CONTÁBIL

2.1 Fundamentos de Gestão e Objetivos da Sustentabilidade Financeira

3.1 Agrupamentos Essenciais

4 CONSTRUÇÃO DA INFORMAÇÃO DA RIQUEZA PATRIMONIAL E O PROCESSO DE

4.1 Livros de escrituração

5 REGIME DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA

5.1 Regime de Caixa

6 DINÂMICA PATRIMONIAL, RIQUEZA E PATRIMÔNIO

6.1 Atividades de Fixação

7 DINÂMICA PATRIMONIAL - CONSTRUINDO DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS – PASSO

7.1 Demonstrativo de Resultado

8 DINÂMICA PATRIMONIAL - CONSTRUINDO DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS – PASSO

10 APÊNDICE A – ESTRUTURA CONCEITUAL DA CONTABILIDADE

11 APÊNDICE B – PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

11.1 Dos Princípios e de sua Observância

12 APÊNDICE C – PROCEDIMENTOS PARA ELABORAÇÃO DA DRE E DO BP

13 APÊNDICE D - ENTENDENDO AS INFORMAÇÕES FINANCEIRAS PARA O PROCESSO

13.1 Fontes de Recursos

14 APÊNDICE E – ANÁLISE DE DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

15 APÊNDICE F – 10 MANDAMENTOS PARA O SUCESSO

16 APÊNDICE G - O PROCESSO DE INOVAÇÃO

17 APÊNCIDE H - FERRAMENTAL PARA O SUCESSO ORGANIZACIONAL

18 APÊNCIDE I - INSTRUMENTO DE MEDIR QUALIDADE E GESTÃO DE VALOR

18.1 Indicadores para o Quadrante Humano

19 APÊNDICE J - GESTÃO DE CUSTOS – ELEMENTOS CHAVE

19.1 Gestão de Custos

O conhecimento no mundo dos negócios deve ser compreendido

Para uma empresa se desenvolver, se manter viva e atingir suas

O processo decisório é suportado por informações estratégicas,

Todas as organizações são compostas por indivíduos, onde ideias

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a) dados são matéria-prima para a informação;

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O conhecimento humano pode ser dividido em duas classes:

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Entender como, quando e onde a riqueza é gerada, assim como