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CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
1
CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
MÓDULO I
1 INTRODUÇÃO
2 O QUE É TRANSTORNO DE ANSIEDADE?
3 TIPOS DE FOBIAS ESPECÍFICAS (FOBIAS MAIS COMUNS)
3.1 PERSONALIDADES PREDISPOSTAS À ANSIEDADE
3.2 TIPOS DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE MAIS COMUNS
4 COMO SE DIAGNOSTICA TRANSTORNO DE ANSIEDADE
4.1 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS PARA TRANSTORNO DE ANSIEDADE
4.1.1 Síndrome do pânico
4.1.2 Agorafobia
4.1.3 Transtorno de ansiedade social (fobia social)
4.1.4 Fobia específica (ou fobia simples)
4.1.5 Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
4.1.6 Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
4.1.7 Transtorno do estresse pós-traumático
5 CAUSAS DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE
MÓDULO II
5 SINAIS E SINTOMAS
5.1 SINAIS DE EXAUSTÃO
5.2 EXERCÍCIOS PARA CONTROLAR A ANSIEDADE
5.3 SINTOMAS DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
6 TIPOS DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE
6.1 TRANSTORNO DE PÂNICO
6.2 AGORAFOBIA
6.3 TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL)
6.4 FOBIAS ESPECÍFICAS
6.5 TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG)
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6.6 TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
6.7 TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEP)
6.8 COMORBIDADES QUE PODEM ESTAR ASSOCIADAS
6.9 TRANSTORNO DE ANSIEDADE NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE
6.9.1 Transtorno de separação
6.9.2 Transtorno de ansiedade generalizada
6.9.3 Transtorno de ansiedade social
6.9.4 Fobias específicas
GLOSSÁRIO
MÓDULO III
7 TRANSTORNO DE ANSIEDADE TEM TRATAMENTO?
7.1 TRATAMENTO DE TRANSTORNOS ANSIOSOS
7.1.1 Transtorno de pânico e agorafobia
7.1.2 Fobia específica (fobia simples)
7.1.3 Transtorno de ansiedade social (fobia social)
7.1.4 Transtorno obsessivo-compulsivo
7.1.5 Transtorno do estresse pós-traumático
7.1.6 Transtorno de ansiedade generalizada
7.1.7 Tratamento de transtornos ansiosos na criança e no adolescente
7.2 OS OPOSTOS DISTRAEM
7.3 POR QUE FAZER TERAPIA?
7.4 COMO SE PREVENIR
7.5 COMO VOCÊ PODE AJUDAR NO SEU TRATAMENTO
7.5.1 Marque um encontro (ou reencontro) com você
7.5.2 Aprenda a realmente viver um dia de cada vez
GLOSSÁRIO
MÓDULO IV
8 NEM TUDO É TRANSTORNO DE ANSIEDADE
8.1 SUPERSTIÇÕES SÃO DIFERENTES DE OBSESSÕES
9 TRANSFORMANDO ANSIEDADE EM ANSIEDADE PRODUTIVA
10 CASOS REAIS
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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MÓDULO I
Alta Ansiedade
Se marco uma entrevista às 2
1:15 já fumei 10 cigarros
Se vou gravar uma faixa
A mesa do estúdio está quebrada
Não sei esperar, não sei esperar
E a minha vida é um engarrafamento
Se tenho uma festa às 10
8:30 já estou pronto
Fico balançando os pés
Sentado na beira da cama
O tempo não passa pra mim
Quero mais velocidade
Várias coisas ao mesmo tempo
Não quero esse bonde lento
Cazuza
1 INTRODUÇÃO
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ao medo, evitando cada vez mais senti-lo, limita sua vida e outros medos surgem
também. A coragem é algo que pode ser aprendido, desde que estejamos dispostos
a enfrentar aos poucos o medo (aproximações sucessivas). A ansiedade é o medo
sem fator desencadeante real (perigo próximo). No entanto, ela possui um limite:
quando ele é ultrapassado, a ansiedade manifesta-se afetando o indivíduo como um
todo (reações físicas, comportamentais e psicológicas), deixando a pessoa em
estado de alerta constante.
O que diferencia a ansiedade normal da ansiedade patológica (doença) é a
sua intensidade. A ansiedade patológica deprime o sistema imunológico, ou seja,
deixa o indivíduo predisposto a doenças (câncer, problemas intestinais, problemas
cardíacos, entre outros). A alimentação rica em açúcares e cafeína (chocolate, café,
chá preto e refrigerantes) também auxilia no aumento da ansiedade em indivíduos
predispostos.
Neste curso, buscaremos apresentar para você a origem da ansiedade, como
identificar seu grau de manifestação e causas de sua permanência, bem como lidar
com ela de modo apropriado (medicamentos, psicoterapia, exercícios físicos e
outros) e usar de maneira construtiva sua ansiedade.
Ansiedade é algo bem democrático, pois não há ser humano (rico, pobre,
culto, iletrado ou qualquer outra distinção que se possa fazer) que já não atenha
experimentado de alguma forma. Ela é um estado de alerta que nos movimenta a ir
ao encontro de algo. A ansiedade sob controle impulsiona a vida (estar em alerta
pela chegada de um filho, o resultado de um concurso concorrido ou o início de um
novo trabalho); a essa podemos chamar de ansiedade natural.
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É importante sermos ansiosos com questões que valham a pena, como: o
que posso fazer para deixar o planeta melhor para as próximas gerações, soluções
para o sistema de saúde de nosso país, melhoria do relacionamento com minha
família, amigos e colegas de trabalho. Isso proporciona a melhoria de vida para mim
e para os que estão a minha volta. Lembrando que a ansiedade natural nos adverte
a respeito de problemas reais de nosso cotidiano: ela me lembra de pegar carteira
de motorista (CNH) ou o celular ao sair de casa, por exemplo.
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De modo geral, pode considerar o termo sinônimo de ansiedade. Contudo,
alguns intérpretes da terminologia psicanalítica têm querido encontrar certas
tonalidades na definição do termo originalmente introduzido por Freud
(Angst, que em alemão tanto significa ânsia como angústia), em seus
estudos sobre a neurose. Segundo eles, angústia seria apenas
manifestação superlativa da ansiedade, tal como, no campo da realidade
objetiva, pavor é superlativo de medo (CABRAL E NICK, 2006, p. 25).
a) consumismo: o ter em detrimento de ser, ou seja, valho não pelo que sou,
mas pelo que possuo;
b) materialismo (descrença na possibilidade de haver um Ser superior);
c) gratificação instantânea (relacionamento casual, falta de perspectiva e de
esperança);
d) violência constante (nos lares, nas escolas – bullying, no trânsito,
intolerância racial);
e) instabilidade financeira (planos de saúde que, na busca de lucros
excessivos, cortam benefícios e negam autorizações de exames,
aumentando nossa sensação de insegurança, falta de vínculo e
conectividade entre as pessoas e as instituições).
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A sensação de vazio (incapacidade de realização) torna-se presente e,
assim, as pessoas buscam incessantemente algo para preencher este espaço
(trabalho em excesso, consumismo, fanatismo religioso). No entanto, o que
conseguem é uma sensação passageira de bem-estar. May (1971, p. 32) menciona
que “quando um grupo sofre contínua ansiedade sem tomar medidas eficazes, seus
membros, mais cedo ou mais tarde, voltam-se uns contra os outros”. Portanto, a
sociedade atual vive este caos. As revistas semanais de circulação nacional sempre
têm como capa: corrupção, assassinatos, famosos instantâneos, divulgando uma
realidade cruel de que já estamos anestesiados e não mais nos chocamos, a não
ser quando somos atores principais (vítimas).
Como o indivíduo vive em sociedade, isso se reflete em sua vida cotidiana e
observa-se a prevalência de neuroses, perturbações emocionais e doenças
psicossomáticas que têm como pano de fundo a ansiedade.
“O valor que damos ao infortúnio é tão grande que, se dizemos a alguém
‘Como você é feliz’, em geral somos contestados” (PERCY, 2011, p.11). Isso está
nas conversas informais dos mais variados lugares: fila de supermercado, sala de
espera de consultórios, salões de beleza, sempre há alguém que respira e começa a
reclamar de alguma coisa, aí surgem outros no ambiente que se motivam a dar
continuidade ao tema, muitos contam fatos de sua vida pessoal a estranhos, e tudo
isso acontece porque, sem perceber, temos o hábito de reclamar, e isso gera
angústia e estresse.
A grande questão é como interpretamos a realidade que nos cerca. O desafio
à sociedade e à pessoa é enfrentar as transformações da era atual e futura com
equilíbrio (valores morais, espirituais, aceitação de si e do outro) usando de maneira
construtiva a ansiedade.
Como falamos anteriormente, a ansiedade faz parte da vida. Mas o que
diferencia a ansiedade normal da ansiedade patológica (doença – transtorno de
ansiedade) é sua intensidade e comportamento de esquiva. De um modo geral, a
ansiedade constitui um diferencial de personalidade. Enfim, todos possuem, mas o
grau de manifestação varia de indivíduo para indivíduo. O transtorno de ansiedade,
conforme Silva (2006) acomete indivíduos que têm personalidades já ansiosas.
Portanto, ser ansioso é estar constantemente inquieto, preocupado, acelerado,
tenso, independentemente do meio externo.
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Estar ansioso é ter todas essas manifestações, acrescentadas as sensações
físicas de sudorese, palpitações e náuseas. Quando o ser se une ao estar ansioso,
verifica-se grande desconforto e sofrimento, configurando o transtorno de ansiedade.
Devido à evitação da sensação de ansiedade intensa, surge o comportamento de
esquiva, que leva a pessoa a evitar tudo àquilo que lembre o que ela teme, assim
restringe suas atividades. É um transtorno muito comum na população, porém
poucos são os que procuram tratamento, sendo comum procurar esconder-se das
pessoas com quem convive.
Entretanto, existem sinais sutis de que a vida dessas pessoas está em
desequilíbrio. Vejamos as frases: “‘Estou aprisionado na rotina’; ‘Não tenho vida
própria’; ‘Estou esgotado, simplesmente exausto’; ‘Me sinto só’” (COVEY, 2009).
Essas são vozes de pessoas comuns, trabalhadoras, pais, chefes, que estão lutando
para se adaptar às exigências atuais de que precisamos ser bons em tudo que
fazemos e que o dia continua tendo somente 24horas e que não temos tempo a
perder. Segundo Covey (2009), o ponto central para enfrentarmos com sucesso
esses problemas é o rompimento com as antigas formas de pensar e se permitir
“não ser tão perfeito”, diminuindo as expectativas irrealistas em relação a si próprio e
aos outros, aumentando a satisfação e diminuindo as frustrações.
Nas fobias específicas – medos exagerados – de insetos, gatos, de dirigir,
as pessoas conseguem evitar contato e conseguem adiar um enfrentamento da
situação por algum tempo. A ajuda especializada só é solicitada quando a pessoa
tem prejuízos em várias áreas de sua vida (afetiva, social e profissional).
A notícia boa é que, em 80% dos casos, é possível ter uma melhora
significativa da qualidade de vida por meio do tratamento psicoterapêutico. O
autoconhecimento reduz a ansiedade e também ajuda a assumir maiores riscos (por
meio de técnicas terapêuticas), gerando maior tolerância a sensações de ansiedade.
A pessoa percebe que evoluiu gradualmente, começa a visualizar a possibilidade de
sucesso e toma as rédeas de sua vida.
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3 TIPOS DE FOBIAS ESPECÍFICAS (FOBIAS MAIS COMUNS)
Provavelmente, você já deve ter ouvido alguém dizer que tem medo
exagerado de insetos, mas o nome científico é entomofobia. Abaixo, temos a tabela
das fobias mais comuns e quais são seus focos de medo, bem como é chamado
cada um deles pelos profissionais de saúde mental. Esta tabela está descrita no livro
“Mentes com medo: da compreensão à superação” (SILVA, 2006, p.120).
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Logofobia Palavras
Teofobia Deus
Triscaidecafobia Número 13
Abaixo, você terá a oportunidade de ver o que funciona bem ou mal sobre as
características de personalidade ansiosa, de acordo com Gerzon (1997). Outro fator
a ser destacado é que os tipos de reação à ansiedade também derivam de fatores
genéticos, de gênero (masculino e feminino) e culturais. Normalmente, variamos os
tipos de personalidade ansiosa de acordo com a situação existente, mas tem a que
predomina a maior parte do tempo. E não esqueça: ninguém mantém o equilíbrio
perfeito todo o tempo. O que podemos é reconhecer nossas atitudes ansiosas e nos
tornar mais tolerantes com as atitudes dos outros, pois a ansiedade é sentida e
enfrentada de maneira diferente por cada um de nós.
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por trabalho”, não tira férias nunca, come excessivamente, é fanático por
esportes, religião, compras; alguns têm casos extraconjugais. Desperta nas
pessoas um sentimento de inveja de que ele “sabe viver” sem se preocupar.
O que não é resolvido acaba tomando proporções maiores e tendo
resultados indesejados. As consequências são divórcio, demissão do
emprego e saúde comprometida.
Você se percebe negador?
Utilize sua mente de forma mais positiva e produtiva: pensando de forma
realista e colocando em prática. O negador é otimista e não se deixa abater
pelas dificuldades; isso é algo positivo em sua personalidade.
3. Aflito: “O que vou fazer agora...”. A ansiedade do aflito é algo que se
volta contra ele a ponto de ter sintomas físicos desconfortáveis, como:
taquicardia, falta de ar, tontura. Sofre também com pânico, depressão e
fobia. A dependência de outros ocorre com frequência e possui baixa
autoestima. Não confia em si mesmo, em suas capacidades, evitando
sempre situações que acredita que possam despertar sua ansiedade.
Você se percebe aflito?
Utilize sua mente de forma mais positiva e produtiva, com técnicas de
visualização, auto-hipnose e outras que induzem o corpo ao autoequilíbrio.
Tenha a consciência de que não detém as coisas à sua volta, que o ser
humano tem suas limitações. Precisa elevar o grau de confiança em si
mesmo, tendo papel mais ativo na vida, porque sabe que é responsável por
suas escolhas.
4. Explosivo: “Vou resolver isso neste instante...”. O explosivo tem como
característica básica querer modificar o mundo a sua volta para aliviar sua
ansiedade. Transfere conflitos interiores para os que estão ao seu redor
(filhos, patrões, cônjuges), culpando-os. Tende a analisar a realidade pelo
prisma do 8 ou 80, preto ou branco, ou seja, não vendo que existem outras
possibilidades. Assim, quer impor seu modo de agir e pensar aos outros por
meio do poder econômico (dinheiro), posições de autoridade e até força
física. Tem dificuldade de manter relacionamentos emocionais duradouros
devido à “falta de travas”, perde a paciência com facilidade, esbraveja e
responsabiliza os outros.
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Você se percebe explosivo?
Utilize sua mente de forma mais positiva e produtiva: precisa aprender a
respeitar as opiniões e sentimentos alheios, tomar consciência que nem tudo
depende de sua vontade, analisar a situação como um todo e pensar antes
de agir. Algo bastante positivo nesta personalidade é a capacidade de tomar
decisões e assumir responsabilidades.
5. Controlador: “Podemos resolver isso assim...”. Como o explosivo, o
controlador deseja controlar tudo a sua volta para evitar a ansiedade. Tem
como características a racionalidade, inteligência, autocontrole (mantém
normalmente a calma e não age com impulsividade). Há preocupação com a
sua imagem perante os outros, tem necessidade de aprovação e é
ambicioso, perfeccionista e organizado. É bastante valorizado no trabalho,
pois é responsável e comprometido com tudo que faz. Das personalidades
ansiosas é a mais admirada.
Você se percebe controlador?
Utilize sua mente de forma mais positiva e produtiva, aceitando que há
assuntos que fogem de sua responsabilidade e de seu controle, como o
comportamento dos outros. O autocontrole é importante, mas a repressão
emocional pode ser doentia.
6. Prestativo: “Deixa que eu ajudo você...”. O prestativo está sempre
disposto a atender às necessidades das pessoas, independentemente de
onde estejam. Já as suas necessidades são sempre deixadas de lado e
desenvolve codependência com as pessoas. Decepciona-se se seu apoio ou
sacrifício não é reconhecido. Recebe títulos de mãe exemplar, esposa
maravilhosa, funcionária padrão. Quando, por exemplo, os filhos crescem e
vão embora, a mãe com esse perfil sente-se deprimida e ansiosa (chamada
de síndrome do ninho vazio). Pode sofrer de obesidade, depressões e
alergias.
Você se percebe prestativo?
Utilize sua mente de forma mais positiva e produtiva, deixe de negligenciar
sua vida (necessidades e desejos). Precisa reconhecer que, muitas vezes, o
desejo de ajudar é para negar sua ansiedade. Nos relacionamentos, também
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precisa colocar limites e defender suas opiniões. Tenha objetivos e metas
pessoais.
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7- Transtorno do estresse pós-traumático: caracteriza-se por
ansiedade e outros sintomas que revivem o tormento de forma intensa.
Exemplo: após sequestro relâmpago, relembra o que ocorreu o tempo todo.
Você sabia?
FIGURA 1
FONTE: Stock Photos. Disponível em: <http://www.sxc.hu>. Acesso em: 21 nov. 2011
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4 COMO SE DIAGNOSTICA TRANSTORNO DE ANSIEDADE
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todos dizem algo como ‘Ninguém compreende como me sinto. Tenho tanto medo.
Estou perdendo tanta coisa. Não tenho mais nenhuma autoestima’” (ROSS, 1995,
p.11).
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doença de Parkinson com fobia social;
esclerose múltipla com transtorno obsessivo-compulsivo.
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É frequente que o transtorno de pânico se apresente com agorafobia. Entretanto,
existe transtorno do pânico sem agorafobia, mas a agorafobia sem pânico é rara.
4.1.2 Agorafobia
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outros ou ter de passar por humilhação ou situação vexatória. Para fins de
entendimento, podemos chamar de timidez exacerbada (SILVA, 2006).
Além disso, outras características das fobias devem estar presentes: uma
reação intensa de ansiedade com manifestações autonômicas ao se
defrontar ou permanecer na situação; a tentativa de evitá-la a todo custo; o
reconhecimento de que o medo é irracional e excessivo; e o
comprometimento das atividades sociais e ocupacionais (GENTIL E NETO,
1996. p.113)
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desproporcional, mas não consegue controlar-se. A fobia específica caracteriza-se
por vários tipos:
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Dicas
Livros para aprofundar o conhecimento a respeito do medo de dirigir:
Dirigir sem medo – Cecília Cristina Bellina
Sem medo de dirigir – Regina Pastore
FIGURA 2
FONTE: Stock Photos. Disponível em: <http://www.sxc.hu>. Acesso em: 19 dez. 2011
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É difícil a diferenciação entre ansiedade generalizada, depressão ou
transtorno distímico, porque muitas vezes eles se apresentam juntos. Geralmente, a
pessoa que possui este transtorno já se consultou com diversos especialistas:
clínicos gerais, cardiologistas, gastroenterologistas etc., em busca de resolver os
sintomas físicos: sudorese, taquicardia, tremores e irritabilidade. Isso acontece
quando a pessoa passa a ter problemas em sua vida pessoal e no trabalho. O
estresse ambiental (em casa e/ou no trabalho) pode desencadear o transtorno em
indivíduos predispostos geneticamente. Ou seja, que haja caso de depressão e
ansiedade na família.
As mudanças da vida, como divórcio, nascimento de um filho e demissão,
também são fontes de ansiedade normalmente, mas para o indivíduo que possui
ansiedade crônica é muito mais sofrido e desgastante. No entanto, como na maioria
dos transtornos mentais, a causa não é conhecida nem única, porque pode existir
um conjunto de fatores que influenciam. É importante descartar qualquer
possibilidade de doença física (hipertireoidismo, alergias alimentares, tensão pré-
menstrual) antes do diagnóstico de ansiedade generalizada (KAPLAN, SADOCK E
GREBB, 1997).
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atrasado muito com a checagem. Isso traz grande sofrimento e solidão para o
indivíduo, pois ele tem consciência do caráter irracional das suas ações, mas não
consegue mudar. Envergonha-se de suas atitudes e procura esconder-se das
pessoas.
A nossa mente está constantemente povoada pelos mais diversos
pensamentos bons, ruins, inconsequentes, enfim, de todos os tipos. Muitos estão de
acordo com nossos princípios e refletem como nos comportamos no mundo. Outros
negamos até a nós mesmos. E se estes que negamos não conseguiram “desgrudar”
de nossa mente podem gerar em nós ansiedade e, para evitá-la, podemos utilizar
pequenos gestos que aliviam momentaneamente tal sensação. O diagnóstico
diferencial são transtorno de Tourette (tiques motores e vocais), epilepsia e
complicações pós-encefalíticas.
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É importante ressaltar o quanto é necessário ter compreensão e carinho com
as pessoas que são acometidas por esse transtorno, evitando piadas e que sejam
vítimas de chacotas.
Dica
Filme: “Melhor impossível” (1997).
FIGURA 3
FONTE: Stock Photos. Disponível em: <http://www.sxc.hu>. Acesso em: 19 dez. 2011
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E pode acontecer de estes sintomas aparecerem:
agudo(menos de 3 meses);
crônico (de 3 meses ou mais);
com início tardio (6 meses após o evento traumático ter ocorrido).
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transtorno obsessivo-compulsivo;
esquizofrenia;
transtorno de humor.
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sistema imunológico: responsável por defender nosso organismo de
vírus e bactérias. A ansiedade excessiva o deprime, deixando a pessoa
exposta a doenças;
sistema cardiovascular: responsável pelo coração e todos os vasos
sanguíneos do corpo.
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alimentação rica em cafeína (refrigerante, chocolate, chá preto) e
açúcares (SILVA, 2006).
FIM DO MÓDULO I
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
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CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
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MÓDULO II
Medo
O medo é uma sombra que o temor não esquiva
O medo é uma armadilha que prendeu o amor
O medo é uma alavanca que apagou a vida
O medo é uma fenda que aumentou a dor
5 SINAIS E SINTOMAS
A ansiedade natural (normal) faz parte de todo ser humano. Como já foi dito,
é impossível viver sem uma dose de ansiedade. No entanto, como a enfrentamos é
que é o diferencial entre vida saudável e vida limitada. Segundo Gerzon (1997), as
pessoas utilizam vários mecanismos para evitar entrar em contato com seus
sentimentos e com a ansiedade. Porém, estes arranjam meios de se manifestar
(vícios diversos, consumismo, jogos eatitudes autossabotadoras). As atitudes
autossabotadoras impedem-nos de efetivar a decisão tomada. Por exemplo:
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Esses são exemplos simples do nosso dia a dia em que temos sempre o
mesmo padrão de atitude, pois somos seres repetitivos. Para as coisas que
funcionam bem, é tranquilo agir desta forma, mas para o que nos faz mal, o mesmo
padrão de resposta gera muitos problemas. Geralmente, só percebemos que
tivemos a mesma resposta após o fato ocorrido, gerando um ciclo de
autossabotagem. Vemos isso presente em nossos relacionamentos com nós
mesmos e com os outros. Será que todos os homens solteiros não querem
compromisso? E que todas as mulheres são iguais? Que todo trabalho é chato? Ou
são as nossas respostas que são sempre as mesmas? Ou seja, faço minhas
escolhas baseadas em minhas crenças pessoais e não considero outras
possibilidades.
Naturalmente, se minhas decisões frente a estímulos semelhantes são
iguais, então os resultados serão sempre os mesmos. Portanto, não adianta
transferir para os outros a responsabilidade por todas as consequências, “ele (a)
precisa mudar”. Uma realidade incontestável é que não podemos mudar o outro nem
o mundo, mas podemos mudar nossas atitudes e nosso olhar para este mundo.
Para desenvolver nossa personalidade, precisamos enfrentar a ansiedade que
aquele estímulo gera, seja positiva ou negativa.
Às vezes, as pessoas, para não passar por este processo de crescimento,
permitem-se ser guiadas por líderes não saudáveis, mas que trazem a tranquilidade
e segurança de não pensar por si sós, não ser responsáveis por suas escolhas.
Temos casos na história da humanidade: Hitler, Fidel Castro, Kadafi e outros. São
pessoas corrompidas pelo poder, que trouxeram muita dor às pessoas e também
soluções fatais, mas que fizeram isso com a permissão ou omissão de seus
compatriotas. “As pessoas nos tratam como nós as ensinamos a nos tratar.” Wayne
Dyer.
A mentalidade de vítima, conforme Cooper, Trammel e Lau (1997), faz parte
das histórias que ele ouve.
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Exemplo: mãe superprotetora.
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violência doméstica (desconta na família as frustrações advindas do
trabalho);
violência na escola: brigas (jovens digladiam-se por motivos banais) e
bullying.
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também vicia. O ideal é beber 2 xícaras ou menos de café por dia. Esqueça
de fazer dietas, busque o equilíbrio na alimentação (vegetais, pães integrais
e frutas).
Exercite-se: de forma divertida e não como um grande sacrifício a ser
feito. Senão, não ocorrerão os resultados desejados. A
psiconeuroimunologia explica os efeitos positivos produzidos pelo “poder do
pensamento positivo” (COOPER, TRAMMEL E LAU, 1997). Por isso, é
preciso decidir-se a gostar de fazer exercícios. Também é interessante ir
mudando de modalidade, buscando fazer caminhada, natação, dança e
outros. Isso traz uma sensação de bem-estar e superação; aprender algo
novo na vida e no esporte não é diferente.
Dê um tempo a você – fique sozinho! É saudável ter um tempo para
entrar em contato com seus pensamentos e sentimentos. Quando estamos
ligados no “piloto automático”, não percebemos as modificações do nosso
corpo.
Reserve tempo para seu crescimento intelectual e cultural: leia
temas diversos; isso é um meio de afastá-lo do estresse. Tenha sempre à
mão livro, revista, livro de receitas e outros. Você pode utilizar de modo mais
produtivo (em vez de reclamar e se irritar) o tempo gasto na fila do banco, do
supermercado, do ônibus ou metrô. Pode deixar um livro na cabeceira da
cama, no banheiro e na sala. A leitura de duas páginas, por exemplo, já
ajuda você a se desligar da rotina.
Crescimento espiritual: independentemente de crença e religião, é
revigorante fazer leituras inspiradoras de poemas, da Bíblia, do Alcorão, de
reflexões. Ouvir música relaxante também é válido, enfim, o que significar
para você momento de paz.
Esteja sempre “apaixonado” por você (e pelo outro também): a
paixão traz grande energia, entusiasmo e motivação. Precisamos manter
essa paixão por nós (para estarmos sempre alertas para o que sentimos) e
pelo outro. Quantos casais se separam por causa da agenda. Temos tempo
para tudo que é importante e o relacionamento precisa ser cuidado, cultivado
com carinho. Se você tem um companheiro, parceiro, cônjuge, nunca se
esqueça de mostrar o que é importante para você com pequenos gestos:
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convidar para um almoço em um dia comum, fazer uma massagem,
programar uma viagem e programas que queiram fazer juntos. Verá que o
outro também vai se esforçar para agradar a você, retribuindo seus gestos
de atenção e carinho. Assim, evita-se a chamada DR (discussão da
relação),que, ao invés de diálogo, se torna uma discussão e acusação
mútua. São pequenos gestos que demonstram que nossa vida tem espaço
para o amor e a intimidade.
Não leve a vida tão a sério! Pergunte-se: “há quanto tempo não
brinco?”. Não se culpe se perceber que esta frase já não faz parte de seu
vocabulário hoje. Depois que nos tornamos adultos, nos impomos e também
são impostas a nós tantas regras e deveres que nos esquecemos de brincar,
de ficar alegres, sentindo-nos relaxados e felizes. Planeje seu lazer como
você organizaria seu trabalho. Parece estranho, mas normalmente nos
esquecemos disso, e essa é uma fonte de grande vigor. Brinque com seus
filhos ou sobrinhos, brincadeiras do seu tempo de criança. Você pode achar
que eles não irão gostar, mas terá uma grande surpresa: eles acharão muito
legal. Aprenda também os jogos que interessam a eles e deixe-os lhe
ensinar, isso é muito útil também. Tenha na sua casa jogos que possam ser
jogados em família (Banco Imobiliário, Perfil, Jogo da Vida etc.); isso traz
mais intimidade entre as pessoas. E na correria atual pode ser um momento
para conversar com seus filhos os mais diversos assuntos e saber a opinião
deles sem conflitos. Assistir a filmes também é uma oportunidade.
Tempo com a família e os amigos: às vezes, vivemos em um ritmo
tão frenético que é uma raridade nos reunirmos com a família; isso acontece
normalmente no Natal (como uma obrigação social). E aí, de repente,
acontece a morte de um familiar e a gente fica se lamentando: “eu gostava
tanto desta pessoa”. É compreensível que nos dias de hoje, com a
competição sempre presente, que nosso foco seja o trabalho, mas temos
que ter em mente que, depois que ele não for mais o centro (quando nos
aposentarmos), o que nos restará, se não tivemos tempo de nos vincular às
pessoas? Use o tempo com a família e os amigos para essa troca de afeto e
sinergia. Pense nisso.
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Descubra-se! É incrível como não nos conhecemos. Os hobbies e
interesses renovam as energias e nossa capacidade de ter ideias e
soluções. Pessoas positivas que realizam grandes feitos permitem-se
distrair-se, pois ficamos programados, muitas vezes, a fazer atividades
ligadas ao nosso trabalho. Outro fator é a cobrança interna que
temos.Queremos encarar o hobby como trabalho e a questão é fazer fluir
nossa criatividade. Se não sabe como começar, faça experimentações:
artesanato em madeira, pintura em tela, bordado etc. Não se prenda a
regras: homens podem aprender crochê, bordado e mulher, mecânica,
carpintaria e outros.
Programe suas férias semanais, mensais e anuais. Parece exagero.
Já aconteceu com você ou com alguém que conheça que saiu de férias e
não conseguiu aproveitar e relaxar? Estar de férias é ter pensamentos e
ações diferentes. É permitir desligar-se. Se está de férias e abre o tempo
todo o e-mail, não se desliga do que acontece na empresa etc. É melhor não
sair, pois sairá apenas física e geograficamente. A mente precisa ser
treinada a se desligar do trabalho e dos compromissos algumas horas por
semana, por mês e por ano, aproveitando os momentos de folga para tirar
pequenas férias. O sinal de que você aproveitou suas férias é sentir-se
revigorado no seu retorno.
Objetivo na vida: todos nós temos que ter um objetivo na vida. Reflita:
porque levanto todas as manhãs para trabalhar? Ter um objetivo na vida
move-nos, motiva-nos a continuar a viver, percebendo-nos úteis a nós e ao
mundo. Quando perdemos a capacidade de fazer planos, quando não temos
foco nem propósito, passamos a ter um vazio existencial. Ouvimos falar de
pessoas que superaram grandes perdas e doenças como o câncer devido a
ter um propósito que conduzisse sua existência. Dentre muitas histórias,
existe o caso de um homem, com uma doença em estágio avançado, em
que o médico previu para ele apenas seis meses de vida. Disse-lhe: “faça
tudo o que desejar neste período”. O homem saiu do consultório atordoado,
porém lembrou que tinha um sonho, o qual havia sido colocado de lado
devido a sua agenda de trabalho lotada. Este sonho era conhecer o mundo.
Ele vendeu tudo o que possuía e fez isso. Quando retornou, o médico ficou
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impressionado: era um milagre! Não havia outra explicação: o homem
estava curado!
Diário da ansiedade
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estômago (desconfortos estomacais; alguns desenvolvem até gastrites
nervosas e úlceras);
tórax (batimentos cardíacos acelerados e respiração ofegante) – o
famoso “aperto no peito”;
garganta (sensação de engasgo, de desconforto na garganta);
rugas na testa, independentemente da idade;
braços e pernas tensos.
diarréia;
tonturas;
hiperidrose (suor excessivo);
hiper-reflexia;
hipertensão (pressão alta);
palpitações;
midríase pupilar (pupila dilatada);
inquietação;
síncope (desmaio);
taquicardia;
formigamento nas extremidades;
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tremores;
desconforto abdominal;
frequência, retenção, urgência urinária.
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Ainda bem que, à medida que a pessoa consegue identificar essa voz,
aprende a neutralizá-la. A ansiedade natural é coerente, tem lógica em relação ao
fato.
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vou ter um derrame;
não posso ficar sozinho, pois preciso de alguém para me socorrer;
preciso ser capaz de controlar tudo;
não posso dirigir, pois vou perder o controle do carro e bater;
não posso me emocionar nem chorar, senão perco totalmente o
controle das minhas emoções.
Obs.: O transtorno de pânico pode ser com agorafobia ou sem agorafobia. Nem
todas as pessoas que têm uma crise de pânico desenvolvem o transtorno.
6.2 AGORAFOBIA
É caracterizada pelo medo de estar em algum lugar do qual seja difícil sair ou
ter auxílio, caso necessário. Os acometidos por este transtorno têm necessidade de
estar sempre acompanhados por pessoas que lhes tragam segurança. É comum
estar associado com o transtorno de pânico, mas existem exceções. Os
agorafóbicos evitam estar em determinadas situações e lugares. Vejamos, segundo
o CID-10 (2007) e Silva (1997):
Obs.: Há pessoas que são acometidas pela agorafobia, mas não possuem o
transtorno de pânico associado.
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6.3 TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL (FOBIA SOCIAL)
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Situações comuns em que o medo ocorre: fazer algo que se tem habilidade na
frente dos outros, usar banheiros públicos, sair com alguém do sexo oposto,
escrever perante as pessoas.
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apresentar o trabalho bem, eles desaprovarão (exageros de possibilidade) e, se eu
for desaprovado, será uma tragédia (exagero de severidade). Isso pode possibilitar
um agravamento em seus medos sociais. Evitar situações não ajudam, só pioram o
quadro. O enfrentamento por meio de aproximações sucessivas ainda é a melhor
solução para a superação, sendo necessário buscar ajuda especializada de
psicólogo e psiquiatra.
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[...] o fóbico, diante da situação temida, apresenta sintomas físicos de
extremo desconforto (transpiração excessiva, tremores, falta de ar,
taquicardia, mãos frias e outros). Muitas vezes, só o fato de imaginar a
situação indesejável já é suficiente para desencadear todo o quadro descrito
(SILVA, 2006, p.104).
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associação com situações ou objetos que desencadeiem a ansiedade. Inclusive
desde a infância, alguns já manifestavam grande preocupação quanto ao
desempenho escolar e jogos competitivos. Outros são acometidos entre 20 e 30
anos, em ambos os sexos (masculino e feminino). Porém, quando se analisa a
história de vida dessa pessoa, algumas vezes é difícil delimitar quando realmente
começou, porque já fazia parte de sua personalidade, “desde que me conheço por
gente sou assim preocupado”. A pessoa com TAG sofre sintomas subjetivos e
físicos frequentemente sem motivos justificáveis. Deixa de viver o presente, pois
está sempre preocupada com o que há por vir.
Conforme Silva (2006), os sintomas são: sentimento de apreensão (famoso
aperto no peito), sensação de que algo ruim pode acontecer a qualquer instante,
preocupação incontrolável, enfim, ansiedade crônica. Além de dores musculares,
dificuldade para engolir, cansaço constante, baixa concentração, suor excessivo,
sudorese nas mãos e nos pés, insônia, calafrios, irritação e coração acelerado
(taquicardia).
É importantíssimo realizar o diagnóstico de exclusão devido à semelhança
dos sintomas com outros transtornos ansiosos e doenças físicas, como:
hipertireoidismo, doenças do coração e abuso de substância – álcool e drogas.
Se acontecer alguma dificuldade, não se desligam facilmente da situação,
mesmo depois de solucionada ficam remoendo o que aconteceu por um longo
tempo. Conforme Lark (1996), a pessoa tem diálogos interiores negativos dando
manutenção, desta forma, ao transtorno: “Ah, vou viajar. As estradas estão tão
perigosas...vai que acontece um acidente...o que farei? E se eu morrer?”. As
preocupações giram em torno das atividades do dia a dia, emprego, família,
natureza, problemas financeiros, ou seja, não são diferentes das preocupações das
outras pessoas no geral. O que diferencia é a preocupação constante que os impede
de viver o hoje, pois estão sempre voltados para o futuro. O TAG, com o decorrer do
tempo, leva a depressão e a problemas físicos.
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6.6 TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO (TOC)
De acordo com Silva (2006), o TOC é um transtorno mental que tem como
base as obsessões e as compulsões. Esclarecendo:
Você procura lavar as mãos e tomar banho diversas vezes ao dia por
medo de se contaminar?
Deixa de participar de festas e passeios para manter sua casa
extremamente limpa?
Para se sentir bem, precisa que todos os objetos estejam ordenados
(de preferência por tamanho, cores e tipo)?
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Coleciona o que o povo chama de “quinquilharia”, objetos que não
possuem nenhum valor (jornais velhos, tampas de garrafas pet, vidros de
perfumes vazios)?
Evita sair de casa por medo de que aconteça, de repente, uma
catástrofe?
Verifica inúmeras vezes o gás da cozinha antes de sair de casa, se
fechou bem a porta à noite por causa de ladrões ou se desligou o
computador.
Precisa estar sempre contando algo?
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Dica:
Filme: “O aviador”
Sinopse: O filme retrata a vida de Hugues desde os finais dos anos 20 até os anos
40, uma época em que ele era produtor e realizador em Hollywood, desenhava e
criava aviões. Mas Hughes também tinha as suas próprias incapacidades e fobias, e
as suas crescentes extravagâncias e obsessivo comportamento vão levá-lo ao seu
próprio isolamento. Ele transformou-se numa figura mítica da América dos seus dias,
envolto numa aura de agitação, encanto, sedução e mistério.
FONTE: <http://dc.sapo.pt/aviador/sinopse.html>
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6.8COMORBIDADES QUE PODEM ESTARASSOCIADAS
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psicossomáticas ou psicofisiológicas se amplia (esclerose múltipla, tuberculose e
doenças neurológicas). Esses dados contêm informações importantes, porém surge
uma dúvida: porque há pessoas que viveram situações estressantes (mortes
violentas de pessoas próximas, demissão de emprego de longo tempo, e outros) e
não apresentam transtornos psicossomáticos? Para desenvolver ou manter um
transtorno deste tipo é necessário:
A infância e a adolescência são vistas por muitas pessoas como fases que
trazem grandes saudades, época em que não se têm grandes compromissos e se
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pode aproveitar a vida. Mas, quando paramos para lembrar os medos e as
ansiedades que sentíamos ou que percebemos em nossos filhos hoje, passamos a
reconsiderar essas fases como sendo apenas de alegrias. Em todas as fases de
nossa existência existem conflitos (infância, adolescência, vida adulta e velhice) e
estes são naturais e auxiliam-nos em nosso amadurecimento. Porém, nem todas as
pessoas conseguem ultrapassar e superar estes desafios. Os transtornos de
ansiedade na infância e na adolescência são comuns e geralmente se mantêm até a
vida adulta, caso não sejam tratados, podendo ser fator de risco para o
desenvolvimento de outros transtornos psiquiátricos.
Às vezes, por desconhecimento, preconceito ou falta de orientação, os pais
deixam de lado algum sintoma que a criança apresente, acreditando que, com o
tempo, irá passar. Até para os profissionais é difícil diagnosticar num primeiro
momento, porque alguns comportamentos ansiosos desaparecerem com o tempo e
também por sentirem determinado constrangimento de conversar com os pais.
Ambos precisam estar atentos:
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6.9.1 Transtorno de separação
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competentes (excelentes notas e/ou excelentes atletas), com aparência impecável e
pensamqual será a profissão que vão escolher. O perfeccionismo é algo presente no
comportamento delas. Sentem dores de cabeça, dores musculares, desconfortos
estomacais e intestinais,bem como sintomas de ansiedade, comprometendo, deste
modo, suas atividades. Por exemplo: uma criança estuda excessivamente para tirar
10 e, devido à ansiedade na hora da prova, sente náuseas e dá o famoso “branco”.
Obs.: No início do módulo temos mais detalhes sobre o transtorno de ansiedade
generalizada.
Cada criança tem seu próprio ritmo para interagir no ambiente: umas
chegam e logo se “enturmam” com os colegas; outras, num primeiro instante, ficam
retraídas e soltam-se posteriormente e outras se sentem à vontade somente em
ambientes familiares com pessoas do convívio (são as extremamente tímidas). Elas
sofrem de ansiedade, ficam nervosas e com muito medo, evitando situações que
possam desencadear tais desconfortos.
Para ajudar seu filho a superar a timidez (normal) ou transtorno de
ansiedade social, é necessário aceitar que ele tem um tempo diferente para se
permitir interagir com as outras crianças, ter paciência nos momentos em que ele se
paralisa ou fica agressivo e ajudá-lo a experimentar gradualmente situações novas.
E não ter vergonha de buscar ajuda profissional (psicólogo ou psiquiatra) se
necessário. Você tem todas as condições de fazê-lo viver melhor com seu apoio
incondicional. Portanto, seja o primeiro a enfrentar este desafio!
Para Kaplan, Sadock e Grebb (1997), na adolescência, o transtorno de
ansiedade social pode ser mascarado por uso de álcool e drogas. Para aliviar
sintomas de ansiedade excessiva, ser aceitos no grupo ou esquecer situações que
os incomodam, muitos jovens se refugiam no uso dessas substâncias. O álcool e a
droga lhes dão a sensação de que são invencíveis e a proteção imaginária de que
nada de ruim vai ocorrer, independentemente do que façam: direção perigosa
(rachas), relação sem proteção, pichação de muros etc. Num primeiro momento,
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elas atendem suas angústias, mas com o passar do tempo se veem dependentes
(alcoolistas e drogadictos). Por isso, a importância de se investigar o porquê do uso,
pois podem passar por clínicas de reabilitação e recair ao sair de lá, porque
desconhecem como enfrentar as situações da vida tendo o transtorno de ansiedade
social como fonte primária de tudo isso.
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GLOSSÁRIO
Fobias: (Phobie; Phobia). Medo anormal; ou (a) medo perante objeto ou situação
que geralmente não costumam provocar medo, p.ex., elevadores, animais
domésticos etc., ou (b) medo com intensidade anormal perante objeto ou situação
que normalmente provocam certo grau de medo, p.ex., operações cirúrgicas,
tratamento dentário etc. (ARNOLD, EYSENCK E MEILI, 1994, p.42).
Indivíduo: lit. Aquele que não se pode dividir, sob pena de deixar de ser quem é; o
indivisível (MESQUITA E DUARTE, 1996, p.120).
Personalidade: (lat. Persona – per + sonare, que significa soar, som proveniente de
máscaras usadas pelos atores de teatro para ajudar a projetar a sua voz, uma vez
que estas funcionavam como megafones). Os latinos, à semelhança dos gregos, de
quem herdaram grande parte da sua cultura, usavam estas máscaras. As máscaras
mostravam o papel desempenhado pelos atores ao longo do desenrolar da peça.
Assim, a personalidade é aquilo que se mantém constante na “atuação” que é a
nossa vida (MESQUITA E DUARTE, 1996, p.163).
FIM DO MÓDULO II ED
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Aluno:
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CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
MÓDULO III
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO III
Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez
Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez
Raul Seixas
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só piorar devido às vivências negativas que o indivíduo vai tendo ao longo dos anos
com os sintomas e a incompreensão das pessoas ao redor.
Os transtornos ansiosos são muito comuns e trazem custos diretos (sistema
de saúde) e indiretos (ao indivíduo). Quando se esgotam todos os recursos internos
para enfrentar os transtornos que vão e voltam, ou surge alguma dificuldade
relacionada a perdas, frustrações intensas, queixas físicas frequentes, é que
passamos a acreditar que estamos sofrendo de algo emocional, ou o médico (clínico
geral ou ginecologista) encaminha, ou quando familiares e amigos incentivam a
procurar ajuda especializada (psicólogo ou psiquiatra) por perceber alteração
significativa no modo de ser da pessoa (sofrimento e desadaptação social). Apesar
das grandes dificuldades que apresenta o sistema de saúde do Brasil, por meio do
SUS, existe nos hospitais públicos, postos de saúde e ambulatórios atendimento
psiquiátrico e psicológico.
Há muitos grupos de apoio nas cidades ligados ao sistema público ou a
entidades religiosas. Estes grupos auxiliam o indivíduo que está com o transtorno,
os familiares e amigos quanto ao enfrentamento mais efetivo para a doença. Abaixo,
na parte em que falaremos sobre “Como você pode ajudar no seu tratamento”, há os
endereços de vários sites e seus respectivos grupos. Os tratamentos mais indicados
para os transtornos de ansiedade são o medicamentoso e a psicoterapia de
orientação cognitivo-comportamental (KAPLAN, SADOCK E GREBB, 1997). No
entanto, não é algo fixo.
O indivíduo pode necessitar de outras técnicas por várias questões, como:
não adaptação à terapia cognitivo-comportamental ou, com a evolução do
tratamento, querer ter experiências em outras abordagens (por exemplo: Gestalt-
terapia, psicanálise, psicoterapia breve e outras). A grande preocupação do
terapeuta é o bem-estar do paciente, independentemente de abordagens ou
técnicas. A decisão envolvendo o tipo de terapia a usar está baseada no julgamento
e experiência do clínico e na aceitação das várias modalidades pelo paciente
(KAPLAN, SADOCK E GREBB, 1997, p. 573).
Quando a remoção do quadro clínico (exemplo: problemas no coração) é
resolvida e, mesmo assim, os sintomas de transtorno de ansiedade não
desaparecem, implica que o indivíduo terá que realizar um tratamento voltado para o
transtorno mental específico (exemplo: transtorno de ansiedade generalizada).
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Tratamento medicamentoso: utilização de benzodiazepínicos e fluoxetina.
Fluoxetina é conhecida como sendo um ISRS, ou seja, um inibidor seletivo da
recaptação da serotonina. É usado para o tratamento da depressão, sendo indicado
também para casos de transtorno de ansiedade. Comercialmente é conhecida como:
Prozac, Daforin, Deprax, Eufor, Fluxene, Psiquial, Verotina e outros (KAPLAN,
SADOCK E GREBB, 1997).
Benzodiazepínicos
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técnicas, abordagem terapêutica, número de sessões semanais, finalidade e tempo
de duração. Para este autor, existem inúmeros tipos de psicoterapias, dos quais
destacamos:
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66
• terapia de casais: enfoca os aspectos conflituosos e positivos da
relação a dois. As questões internas de cada um são levadas em conta no
que diz respeito ao que interfere na relação. Técnica: terapeuta e casais
identificam os conflitos existentes na relação, como: dificuldades de
intimidade, de planejamento da vida em comum, mudança de características
de personalidade devido ao amadurecimento etc. Acreditam que assim,
como na terapia de grupo, é mais fácil a resolução dos conflitos juntos do
que se fosse em terapia individual;
• psicodrama: o objetivo é fazer com que o indivíduo busque recursos
internos para que possa viver uma vida melhor. Técnica: diferencia-se das
outras terapias por utilizar-se de ato e jogo de papéis. Ou seja, o indivíduo
“encena” fatos conflituosos, tendo a oportunidade de “rever” o acontecido
com o auxílio do terapeuta;
• psicanálise e psicoterapia de orientação analítica: objetivo é mudar
aspectos da personalidade por meio de insight, ou seja, pela compreensão
“repentina” de um problema. Técnica: o paciente fala livremente sobre seus
pensamentos, sentimentos, fantasias, sonhos, imagens e, de tempos em
tempos, o terapeuta o interrompe, incentivando-o a observar as conexões
com sua vida real (interpretação). Utilizam cerca de 3 a 5 sessões semanais
e o tratamento pode durar muitos anos.
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7.1 TRATAMENTO DE TRANSTORNOS ANSIOSOS
Para Kaplan, Sadock e Grebb (1997), o tratamento mais usual para este tipo
de fobia é terapia de exposição (abordagem em terapia comportamental), que
consiste na exposição cada vez maior do indivíduo ao objeto temido. O terapeuta
ensina a pessoa a lidar com sua ansiedade utilizando relaxamento, controle
respiratório e enfoques cognitivos. Quando este tipo de fobia tem diagnóstico duplo
(comorbidade) com ataques de pânico, a medicação e a psicoterapia dirigida para os
ataques podem ser de grande valia.
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7.1.3 Transtorno de ansiedade social (fobia social)
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7.1.6 Transtorno de ansiedade generalizada
Segundo Brown e Davis (1998), existem vários medos que podem afetar da
infância à adolescência: medo do escuro, de cachorro, de injeção, de perder os pais
e muitos outros. Estes autores desenvolveram a técnica chamada Treino da
Imaginação, que consiste em a criança usar a própria imaginação para aliviar os
medos que sente e aumentando, consequentemente, a confiança em si. A técnica
funciona devido à mudança do foco de atenção do problema para a solução,
treinando a criança a ter controle de sua vida.
O Treino da Imaginação pode ajudar a criança a lidar com os medos reais ou
percebidos, a melhorar a autoconfiança e o desempenho na escola e nos jogos,
aliviar o estresse físico e emocional e a angústia (BROWN E DAVIS, 1998, p. 10).
Ajude sua criança a combinar seus sintomas com uma imagem. Ao imaginar
aquela imagem tornar-se o seu oposto, ela pode fazer o desconforto desaparecer.
Pratique os seguintes contrastes (BROWN E DAVIS, 1998, p. 85):
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70
barulhento para silencioso;
quente para frio (brisa, água);
preto para branco;
ondulado para plano (oceano);
ventoso para calmo;
grande para pequeno;
claro para escuro (círculo brilhante na parede);
estreito para largo (canudo, tubo, túnel);
áspero para macio (tecido ou lixa);
pesado para leve (do chumbo para a pluma);
chuvoso para ensolarado;
molhado para seco.
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do indivíduo. A medicação também pode ser necessária, no entanto deverá ser
investigada a saúde e também a real necessidade da mesma. O terapeuta deverá
conseguir ter com ele uma relação próxima, de confiança. Deve ter a sensibilidade
para interagir com o jovem com abordagem diferenciada.
É comum que o adolescente resista inicialmente ao tratamento por
vergonha dos amigos, desconhecimento ou preconceito em relação aos tratamentos.
É natural que ele tente reproduzir com o terapeuta o tipo de relação que teve com as
pessoas de seu convívio. Ou seja, se veio de um ambiente onde as pessoas eram
permissivas com ele, ele quererá que o terapeuta também o seja. O terapeuta deve
ser neutro para poder perceber se ele estará tentando reproduzir estas atitudes. É
de extrema valia que o terapeuta diferencie reações dramáticas dos adolescentes
caracterizadas como “normais” ao desenvolvimento de respostas próprias de
quadros de doença psiquiátrica.
Segundo Freitas (1985), não há indivíduo na face da terra que não tenha
problemas existenciais que o angustiam, tiram-lhe o sono e fazem-na acreditar que a
felicidade é algo inatingível. Uns mais e outros menos, mas ninguém está isento de
passar por isso. Há inúmeras pessoas que conseguem superar estas fases
chegando ao equilíbrio, tranquilidade e prazer em viver. No entanto, por vários
motivos, outros não conseguem enfrentar sozinhos os embates da vida e precisam
de auxílio por um tempo até se fortalecerem para seguirem sós.
A terapia não garante felicidade a ninguém: o que ela faz é ajudar o
indivíduo a utilizar seus próprios recursos internos para enfrentar as modificações do
processo de viver com equilíbrio. Só de ele ter a coragem de sair da zona de
conforto (que em muitos casos é o sofrimento) e ir a busca de uma ajuda
terapêutica, “de alguma maneira já começou seu processo de readequação à
realidade, seu processo de reaprendizado de vida, seu processo de busca de si
mesmo e de melhoria de suas relações com os outros” (FREITAS, 1985, p. 8).
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A função do terapeuta é, “junto com o paciente, gradualmente auxiliar mais e
mais o paciente na compreensão de si mesmo e na definição de seus próprios
possíveis caminhos” (FREITAS, 1985, p. 19). Portanto, o terapeuta é um instrumento
no auxílio ao paciente, em nenhum momento ele determinará o que o paciente deve
ou não fazer. Mostra ao indivíduo que ele é quem deve ser o responsável por suas
escolhas e ele as aceita. Não é possível fazer milagres. Se o indivíduo não se
percebe insatisfeito com seus comportamentos e ações, não adianta ir para a
terapia, pois só há mudança onde há insatisfação.
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7.5 COMO VOCÊ PODE AJUDAR NO SEU TRATAMENTO
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[...] se temos pensamentos felizes, somos felizes. Se temos pensamentos
de sofrimento, sofremos. Se temos pensamentos de medo, vivemos
amedrontados. Se temos pensamentos doentios, provavelmente
adoecemos. Se temos pensamentos de fracasso, com toda certeza
fracassamos. Se nos espojamos em autocomiseração, todos passarão ao
largo e nos evitarão. [...] Mas estou defendendo – em termos os mais fortes
possíveis – que devemos assumir uma atitude positiva, jamais negativa
(CARNEGIE, 2010, p. 244).
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Algumas orientações para que esta técnica o auxilie eficazmente (BOURNE
E GARANO, 2008):
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2 - Renove as energias de sua mente: a visualização, segundo Cooper,
Trammel e Lau (1997), é o processo de “sonhar acordado”, oportunidade de “ver”
aquilo que deseja. E ela acontece de formas diferentes para cada pessoa: alguns
olham para a janela e veem a paisagem urbana, outros realizam orações e tantas
outras formas. É importante que seja algo significativo para o indivíduo.
Os cientistas estão descobrindo que rezar, meditar ou, simplesmente,
sonhar acordado provoca uma alteração química no corpo. A química do corpo e as
ondas cerebrais mudam à medida que você relaxa, libera a tensão e cria imagens
visuais em sua mente (COOPER, TRAMMEL E LAU, 1997, p. 230)
Lembremos que a preocupação também é uma espécie de visualização, no
entanto ela nos traz sensações desagradáveis por causa da ansiedade gerada.
Tenha paciência consigo se seus pensamentos, quando estiver fazendo a
visualização, o levarem para pensamentos de medo ou culpa. Procure substituí-los
por realizações de sucesso que já obteve ou que deseja obter. Com o tempo,
conseguirá facilmente visualizar o que deseja, renovando sua energia mental.
4 - Enfrente seus monstros: A frase que alguém nos diz “não é um bicho de
sete cabeças”, para alguma coisa que achamos complicada e que depois nos
surpreendemos que era nossa forma de ver que aumentava a proporção,
exemplifica-nos que temos que tentar. À medida que tentamos, as coisas vão se
tornando mais familiares, até ser superadas. Conforme Bourne e Garano (2008), a
terapia de exposição conhecida como dessensibilização in vivo é um processo
gradual de exposição sistemática em relação à fobia. Você enfrenta a situação
fóbica por meio de uma série de atividades, chamada hierarquia, que leva o
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indivíduo a superar o objeto ou situação temida de forma progressiva. Ela envolve
(BOURNE E GARANO, 2008, p. 85):
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não queira o controle de tudo. Assumir riscos gradualmente na busca
da superação dos medos o fortalecerá para a superação total;
lute com a resistência que temos de ir ao encontro do que evitamos;
tenha a consciência de que pode ter um certo desconforto inicial;
permita-se recuar quando necessário, nunca se esqueça de que a
superação vem das pequenas vitórias. Tentar enfrentar de uma só vez, na
realidade, faz-nos regredir e desistir.
Ao dar esse passo agora, estou chegando mais perto de fazer o que
quero;
Há sempre um meio de recuar da situação, se eu precisar;
Eu já lidei com isso antes e posso lidar agora;
É só o meu pensamento que está me fazendo sentir aprisionado;
Eu posso mudar meu pensamento e me sentir livre;
Não é tão ruim como eu imaginava;
Eu consigo lidar com isso.
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melhora os níveis de serotonina no cérebro, influenciando no humor,
diminuindo a ansiedade e, consequentemente, trazendo sensação de bem-
estar;
aumenta a autoestima;
reduz insônia e consumo de substância (álcool e drogas).
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Chá preto em saquinho, cinco minutos 46 mg
de infusão
Chá preto, 1 minuto de infusão 28 mg
Coca-Cola 65 mg
Pepsi-Cola 43 mg
Neosaldina 30 mg
Saridon 50 mg
Cafiaspirina 65 mg
Excedrin 65 mg
Chocolate 25 mg
O açúcar, além de ser o grande vilão das dietas, também contribui para o
aumento da ansiedade. Ele precisa estar em equilíbrio no corpo. Seu excesso no
sangue dá origem à hiperglicemia ou diabetes, e sua escassez, por queda repentina,
ocasiona a hipoglicemia, fazendo com que o indivíduo se sinta ansioso e agitado.
Faça refeições regulares com frutas, legumes e cereais para manter o açúcar em
equilíbrio.
Dica de livro
O livro recém-lançado pela editora Fontanar “Mentes ansiosas - medo e ansiedade
além dos limites” (2011) fala com mais detalhes sobre o importante papel que a
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seleção de alimentos pode desempenhar na intensificação ou na redução de
sintomas de ansiedade, pânico e estresse excessivo.
FONTE: Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em 25 nov. 2011.
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possibilidade de que, às vezes, seja necessário mudar o percurso). Anote o que
deseja e, conforme vai alcançando, vá riscando. Liste também todas as conquistas
de sua vida de forma realista e sem críticas. Verá como você é vitorioso, por mais
simples que seja sua vida. Não se compare. Na comparação, sempre alguém sai em
desvantagem.
Desvie sua atenção das preocupações: tome um banho demorado, como
algo de que goste em um dia qualquer, convide amigos para sua casa, vá até a casa
deles, ouça música, leia livros, assista a TV, veja sites variados na internet. Viu?
Você tem tantas opções, basta permitir-se agir agora. Você pode ter uma vida
melhor. Anime-se, ajude-se! Pois só assim será uma pessoa mais agradável e tudo
fluirá melhor. Pense nisso!
Sabemos que planejar, ter metas é algo importante para o alcance do que se
deseja na vida. Mas quantas vezes exageramos para mais ou para menos as
consequências! Ou deixamos de realizar grandes feitos por querer tudo grandioso,
dentro do que percebemos como certo. Uma casa começa com a colocação do
alicerce, depois tijolo a tijolo até formar-se. Nossas preocupações limitam nosso
potencial algumas vezes. Pessoas que atingiram grandes metas, como Sílvio Santos
(de camelô a dono do SBT), Bill Gates (de jovem inteligente a dono da Microsoft) e
Nelson Mandela (de prisioneiro – por buscar a igualdade entre brancos e negros – a
ex-presidente da África do Sul), tiveram em comum o firme propósito de cada dia
investir suas energias, esforço no que poderiam fazer no presente, contrariando as
possibilidades de insucesso. Se ficassem fixados no passado ou no futuro, não
teriam alcançado metas tão audaciosas.
A questão é começar hoje, valorizando passado e futuro sem nos prender a
eles. Somos muito imediatistas nos dias atuais. Até bem pouco tempo não tínhamos
celular, internet, notebook e, quando estes aparelhos demoram alguns segundos
mais do que o habitual, ficamos logo estressados. Existe uma contradição que ainda
não superamos. Hoje temos máquinas que realizam muitas tarefas em casa e no
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trabalho, mas não conseguiram proporcionar um aumento de tempo; estamos cada
vez mais estressados, sem tempo para nós e para a família. Tomara que chegue o
dia em que possamos superar esta contradição!
O bravo não é quem não sente medo, mas quem vence esse medo (Nelson
Mandela).
FONTE: Disponível em: <http://pensador.uol.com.br>. Acesso em: 21 nov. 2011.
"Na próxima década, posso prever que dobraremos nossa produtividade registrada
nos anos 1990" (Bill Gates).
FONTE: Disponível em <http://pensador.uol.com.br>. Acesso em 21 nov. 2011.
Dicas:
Biblioterapia:
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selecionar todas que marcou “muito estressante”. Elas servirão como uma planilha
pessoal para os estresses que você vai resolver usando as técnicas do “bom
estresse/mau estresse”.
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Sites indicados para ajudar os profissionais, o indivíduo, parentes e amigos a
ampliar seus conhecimentos a respeito dos transtornos ansiosos:
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GLOSSÁRIO
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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
Aluno:
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CURSO DE
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
MÓDULO IV
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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MÓDULO IV
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a ansiedade em nós desde o nascimento: a primeira vez que vamos para a escola, a
adolescência, o primeiro encontro amoroso, o casamento, o amadurecimento e a
possibilidade de finitude (morte). Tudo isso faz parte dos estágios por que passamos
em nossas vidas e nos fortalece cada dia à medida que superamos.
Assim, percebemos que é impossível não sentir certo grau de ansiedade.
Segundo Gerzon (1997, p. 206), “doença, abandono, fracasso e morte - são as
principais ansiedades naturais da vida humana”. Buscamos, deste modo, saúde,
amor, sucesso e imortalidade. Isso é algo universal. O amor, a saúde e o sucesso,
se formos analisar, é o que nos dá sentido e impulsiona a nossa existência.
Para este autor:
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fracasso baseando-nos nas conquistas e perdas das outras pessoas, isso se
torna vazio e sem sentido. Muitas vezes, as pessoas limitam o “sucesso na
vida”, acreditando que terão o sucesso e a felicidade colocando-se
condições: “somente me casando com determinada pessoa serei feliz”; “se
conseguir certo emprego” ou “se ganhar na loteria”.
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Só porque amamos uma pessoa, isso não significa que ela também
nos ama.
Alguns de nossos sonhos mais acalentados podem não se concretizar
nunca, não importa o quanto os tenhamos desejado.
É altamente provável que algumas de nossas necessidades básicas
não tenham sido satisfeitas na infância. Mesmo assim, somos
completamente responsáveis por quem somos hoje.
Às vezes não há uma segunda chance.
Apesar das nossas relações humanas, permanecemos indivíduos
isolados, e nos defrontamos com a vida (e com a morte) sozinhos.
O mal existe.
Já que inevitavelmente somos feridos e ferimos uns aos outros,
precisamos aprender a nos perdoarmos infinitamente.
Nós realmente vamos morrer.
Dica
Filme: “Click”.
Michael Newman (Adam Sandler) é casado e tem um casal de filhos. Ele
trabalha muito para ser reconhecido, mas não consegue. Um dia compra um
“controle universal” e este faz com que ele tenha controle de todos os
acontecimentos. Porém, chega o momento em que o controle não lhe obedece mais.
É só então que ele começa a realmente apreciar e aceitar a própria vida, com tudo o
que ela tem de melhor e de pior.
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8.1 SUPERSTIÇÕES SÃO DIFERENTES DE OBSESSÕES
Existem inúmeras superstições e não há uma pessoa que não tenha certas
“manias esquisitas”:
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Olha, eu fazia minhas maluquices na hora do banho. Fazia gestos de ”isola”,
gestos que eu achava que protegeriam minha família de acontecimentos ruins,
porque eu tinha uns pensamentos de que alguém podia ser atropelado, assaltado,
baleado. Meus gestos “mágicos” iam aumentando cada vez mais — pois os
pensamentos ruins não cediam e eu tinha medo de que eles acontecessem mesmo
—, a ponto de quase se tornarem uma “dança”.
Depois que minha irmã mais velha caiu da bicicleta quando passeava, aí
piorou de vez. Minhas “mágicas” ainda não estavam suficientemente fortes, eu
pensava. Eram vários movimentos e, por fim, meus pais ou irmãs espancavam a
porta do banheiro. A gente só tem um banheiro. Daí, mesmo sabendo que era um
baita micão, eu tentava completar os gestos no quarto de meus pais, para protegê-
los. Minha irmã mais nova uma vez ficou observando, escondida, fazendo força para
não rir: eu girava, me ajoelhava, esticava os braços para cima, esquerda, direita,
para baixo, encostava a testa no chão... Era tanta coisa que nem me lembro direito.
Eu sei que minha irmã saiu correndo, contou pra todo mundo. Minha mãe queria
saber se eu estava usando drogas, se estava fazendo alguma simpatia.
Acho que eu nunca teria confessado se minha irmã não tivesse feito isso, e
fico imaginando agora como a coisa poderia ter piorado. Resolvi contar tudo, porque
não estava aguentando mais, e fui levado a um psicólogo. Eu me sentia o maior
“prego” do mundo, mas o psicólogo me contou que já tinha lidado com vários casos
semelhantes. Fiquei “bolado”: ou eu não era tão doente quanto pensava, ou tinha
muito mais gente “lesada” pelo mundo.
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uma reunião da diretoria, Flávio é chamado na sala do diretor, que comunica sua
dispensa. Ele fica surpreso. Vai num primeiro momento para casa atordoado com a
novidade. Após o banho, ele vai jantar com a família e comunica: “tenho agora a
oportunidade de ter meu próprio negócio”. Todos se alegram (esposa e filhos), pois
gostariam de tê-lo mais presente em casa.
Cena 01: Flávio, homem de mais ou menos 42 anos, que trabalha vestido
socialmente e está em sua sala de frente ao notebook digitando planilhas. Sabe que
está acontecendo uma reunião da diretoria (sala ao lado – mesa grande com seis
homens vestidos de terno e gravata).
Diretor: Boa tarde, Flávio!
Diretor: Pode vir até a minha sala agora?
Flávio: Boa tarde, posso sim (Flávio fecha a tela e vai para a sala do diretor, como
sempre faz).
Cena 02: Flávio vai até a sala do diretor e senta à sua frente.
Diretor: Sente-se, Flávio. Flávio, você me conhece... sou um homem objetivo...
então... você tem noção de alguns ajustes que faremos para a fusão das empresas.
Flávio: Sim.
Diretor: Um dos ajustes é rever os cargos existentes em todos os níveis. Portanto,
você sempre foi um excelente funcionário, mas com a nova estrutura reduziremos os
cargos em mais de 40%.
Cena 03: O diretor procura ser amável, porém firme na sua decisão. Flávio
surpreende-se, ficando vermelho.
Diretor: Obrigado pelo seu trabalho até agora. Boa sorte. Se precisar, eu lhe darei
uma carta de apresentação.
Flávio: Obrigado. Entendo esta nova fase que a empresa terá.
(Flávio vai para casa atordoado, pensando em como comunicar a família.)
Cena 04: Chega e vai para ao banheiro, para um banho demorado. Ressurge em
seus pensamentos o sonho de ter seu próprio negócio. Sente invadindo sua mente
várias ideias. Na mesa de jantar, faz o comunicado.
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Flávio: Olá, meus amores. Tenho uma surpresa... tenho agora a oportunidade de ter
meu próprio negócio.
Filhos: Eba... você poderá agora brincar mais com a gente.
Esposa: Uau, que novidade! Vamos lá...
(A família começa a fazer o planejamento de seu sonho de ter o próprio negócio.)
Cena 02: Raul fica um pouco incomodado com o amigo. Dá um sorriso “amarelo”.
Raul: Você estudou até que série?
Luís: Eu? Hum... até a 6ª série.
Cena 04: Raul faz a prova e vai ver o gabarito na hora do almoço, no cyber, com
Luís.
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É comum que as pessoas fiquem ansiosas em algumas circunstâncias
(conforme já falamos no decorrer dos módulos), mas é possível transformar a
ansiedade em ações produtivas:
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esmurre ou grite em um travesseiro;
procure relaxar o corpo e a mente;
converse com alguém de sua confiança por telefone ou pessoalmente;
se estiver no trabalho, vá até o banheiro, tome água, ou vá até a janela
e olhe o mundo em movimento;
não se esqueça da respiração: você pode inspirar e expirar; esse
movimento já relaxa progressivamente;
concentre-se no presente (procure ver o que está acontecendo em sua
volta, veja uma revista, tome um sorvete; o que não deve é ficar parado,
sujeito ao aumento da ansiedade);
coloque uma música e cante, permita-se relaxar;
diga para si mesmo: “isso vai passar”;
saiba que, inicialmente, não terá resultados imediatos, dê tempo ao
tempo;
leia livros de humor ou assista a filmes de comédia;
diga a si mesmo: “não tenho de fazer isso de forma perfeita. Posso me
permitir ser humano”;
cada pessoa tem seus pontos fortes e pontos a ser melhorados; muitos
não sofrem de transtornos ansiosos, porém sofrem de outros males;
lembre-se de trocar “e se” por “e daí”. Com certeza, você pode superar
o que lhe acontece desde que esteja calmo para pensar nas possibilidades.
10 CASOS REAIS
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Transtorno de pânico: Viviane, 31 anos, comerciária, diante de um terrível
desconforto.
Desde que eu me entendo por gente, sempre fui muito insegura. Lembro-me
bem das sensações desagradáveis na minha infância e adolescência que, na época,
eu definia como “medo”. Enquanto crescia, mais difícil se tornava meu
relacionamento com as pessoas. Na faculdade, tudo ficou mais complicado,
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praticamente insuportável. Via-me só, tendo de lidar com situações de que, na
realidade, até então, passei a vida toda me esquivando. Tinha medo das pessoas
distantes e desconhecidas, nunca soube explicar direito. Enquanto o pessoal da
minha classe formava seus grupinhos, eu me esforçava para não demonstrar o que
me afligia, fugindo de todos. Encontros com o pessoal da turma após as aulas eram
uma verdadeira tortura!
E foi nesse período que comecei a beber. Primeiro foram alguns chopes pra
relaxar, mas depois as portas se abriram para outras drogas também. A maconha
era minha grande aliada, pois conseguia enfrentar tudo e todos sem maiores
problemas e, a qualquer hora do dia, estava “livre para viver”. Contudo, meu
rendimento escolar foi decaindo a olhos vistos e sabia que precisava de apoio.
Felizmente pude contar com o apoio incondicional da minha família que, além de
palavras de incentivo e carinho, procurou um especialista.
Consegui me livrar (só Deus sabe como) das drogas e das bebidas
alcoólicas, porém me encontrar com as pessoas se tornou mais difícil. Como
enfrentá-las, agora, de “cara limpa”? Hoje sei que sofro de fobia social e faço
tratamento apropriado para isso. Muitas situações ainda são muito complicadas para
mim e os sintomas desagradáveis não cessaram totalmente, mas a cada dia me
sinto mais fortalecida. Tenho certeza de que falta pouco para levar uma vida
inteiramente normal (SILVA, 2006, p. 92).
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ficava abrindo e fechando a gaveta muitas vezes, porque, se não fizesse isso, me
vinha à mente minha imagem, com a faca na mão, ferindo meu filho. Era horrível,
horrível!
Hoje em dia ele é adolescente e não para de fazer chacota desde que soube
dessa história. De vez em quando, ele me chama de Mamãe Jason. Mas quer
saber? Agora que já estou livre disso também me junto a ele e dou boas
gargalhadas (SILVA, 2004, p. 9).
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Os autores do ataque olhavam para Felipe com ar de ameaças e
cochichavam entre si. Agora a classe toda já fazia piadinhas. [...] Felipe passou a
matar aula, ir a shoppings, inventar doenças, andar a esmo. Tudo isso como forma
de fuga para não enfrentar o horror que estava vivenciando. Suas notas
despencaram, as faltas eram constantes. [...] Sem suportar mais as pressões
advindas de todos os lados e já sem forças, o menino relatou aos pais suas
experiências dramáticas. Os professores, a diretora da escola e os pais de Felipe
fizeram várias reuniões. [...] os pais acusavam a instituição, e esta jogava toda a
responsabilidade sobre a cabeça do adolescente e seus familiares. [...] trocou o filho
de escola... Hoje ele está em terapia, tentando superar seus traumas, seus medos e
sua dificuldade de se relacionar com qualquer pessoa (SILVA, 2010, p.19-20).
Sou casado, pai de três filhos, e não sei, ao certo, quando essa minha
ansiedade começou. Certamente antes mesmo de me casar. Lembro-me que, ainda
na adolescência, era extremamente ansioso em tudo o que fazia. Muitas
preocupações rondavam meus pensamentos. Será que vou conseguir ter uma
namorada? Será que vou conseguir um bom emprego? Será que estou agradando
em uma roda de amigos. [...] Nunca tive dificuldades de arranjar namoradas, mas,
invariavelmente, ficava muito tenso e nervoso quando saía com uma garota. À
medida que se aproximava a hora do encontro, começava a sentir calafrios e
náuseas. Por diversas vezes, antes de sair de casa, cheguei a vomitar de tanta
ansiedade.
Hoje minha preocupação já é outra. Tenho um bom emprego, mas não
possuo uma renda mensal fixa [...] Algumas vezes, acho que minha preocupação é
exagerada, outras vezes, não. Às vésperas de fechar um bom negócio, minha
ansiedade chega a níveis incontroláveis, mesmo após 17 anos de profissão. [...]
Além da minha família e do meu trabalho, várias coisas também me preocupam: a
política financeira, as contas para pagar, as relações dos Estados Unidos com
outros países, o barulhinho no painel do carro... Tenho uma tensão muscular crônica
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e acordo mais cansado do que quando fui dormir. Já não sinto mais prazer em sair e
estou me distanciando dos poucos amigos que tenho... vivo sempre cansado...
Agorafobia
Para refletir!
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11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
E eu vou!
Esquecer de tudo
As dores do mundo
Não quero saber
Quem fui
Mas sim quem sou.
Jota Quest
FIM DO MÓDULO IV
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOURNE, E. J.; GARANO, L. Acabe com a ansiedade antes que ela acabe com
você: 10 maneiras simples para aliviar ansiedade, o medo e a preocupação.
Tradução de Renata Laureano e Sílvia Peres. São Paulo: Editora Gente, 2008.
CABRAL, A.; NICK, E. Dicionário técnico de psicologia. 14. ed. São Paulo: Cultrix,
2006.
CARNEGIE, D. et al. O líder em você: como fazer amigos, influenciar pessoas e ter
sucesso em um mundo em transformação. Tradução de Ruy Jungmann. 14. ed. Rio
de Janeiro: Best Seller, 2010.
COOPER, M. A.; TRAMMEL, D.; LAU, B. Você não precisa voltar do trabalho
exausto: um programa para dar prazer, energia e equilíbrio à sua vida. Trad. M.
Rodrigues. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
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106
COVEY, S. R. O oitavo hábito: miniedição. Tradução de Claudia Gerpe Duarte. 3.
ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2009.
EISEN, R. A.; ENGLER, B. L. Timidez: como ajudar seu filho a superar problemas
de convívio social. Tradução de Lorency Sacavazzani. São Paulo: Editora Gente,
2008.
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107
MEGIDO,J.L.T. O vôo do cisne: a revolução dos diferentes. 5ª ed.São Paulo:
Gente, 2002.
NETO, B. P. T. Sem medo de ter medo: um guia prático para ajudar pessoas com
pânico, obsessões, compulsões e estresse. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
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FIM DO CURSO
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