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NV-023MR-23-ENEM-2023
Cód.: 908428804831
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

ENEM
Exame Nacional do Ensino Médio

Áreas

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS


Língua Portuguesa – Isabella Ramiro, Jacqueline Lopes e Priscila Martins

Língua Espanhola – Isabella Ramiro, Jacqueline Lopes e Priscila Martins

Educação Física – Paulo César Oliveira

Artes – Jacqueline Lopes e Priscila Martins

Língua Inglesa – Fábio Maida e Rebecca Soares

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

Matemática – Edson Júnior e Kairton Batista (Prof. Kaká)

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS


História – Jean Talvani

Sociologia – Yago Junho

Filosofia – Yago Junho

Geografia – Vitor Silva e Zé Soares

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS


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Física – Christian Borges, Fernando Bertolaccini, Jean Pegoraro e Ygor Lacerda


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Química – Carolina Sobral, Laís Mendes e Monique Gonçalves


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Biologia – Bianca Capizzani, Juliana Azola


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REDAÇÃO
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Redação – Isabella Ramiro, Jacqueline Lopes e Priscila Martins


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ISBN: 978-65-5451-099-8
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Edição: Março/2023

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por
qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito pela
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e www.novaconcursos.com.br/contato
Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
O Enem — Exame Nacional do Ensino Médio — é o primeiro passo
para o início do seu sonho na Educação Superior, ou ainda para a con-
clusão do Ensino Médio, e nós estaremos com você, nesta jornada.

Mediante essa prova, você pode ter a chance de participar de pro-


gramas do governo como SiSU, ProUni ou Fies, permitindo o ingresso
tanto em instituições públicas como privadas. O Enem pode trazer
diversas oportunidades para que você entre no mercado de trabalho,
já conhecendo suas habilidades e onde irá se desenvolver melhor.

Buscando a melhor forma de colaborar com os seus estudos, a


Editora Nova Concursos produziu este material organizado por um
time de professores experientes em conteúdos voltados aos temas
cobrados para o Ensino Médio, de acordo com as quatro áreas esta-
belecidas nas matrizes de referência.

Pensando em auxiliar seu treinamento, você encontrará no mate-


rial questões comentadas de provas anteriores, para que, além de
conhecer a maneira como o exame cobra os assuntos, possa treinar
o passo a passo para a resolução das questões de modo objetivo.

Nosso objetivo é otimizar o seu tempo de estudo, para que a sua


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dedicação possa atingir os melhores resultados, alcançando seu


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objetivo!
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Agora é com você!


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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.

Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


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com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento


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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


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sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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TREINANDO PARA O ENEM

Para que serve o Enem?


O Enem — Exame Nacional do Ensino Médio — é a abertura dos
caminhos para quem deseja cursar o Ensino Superior e também uma
das formas para a conclusão do Ensino Médio.
Realizar a prova te permite muitas oportunidades com relação a
programas como o SiSU — Sistema de Seleção Unificada, destinado à
ocupação das vagas em universidades públicas usando a sua nota
média do Enem, ou ProUni — Programa Universidade Para Todos,
que oferece bolsas de estudo parciais e integrais em universidades
privadas. Há, ainda, o Fies — Financiamento Estudantil, que te
possibilita financiar sua graduação em vários anos para a quitação
após a finalização do curso.

Use o Enem para que você possa conhecer suas habilidades e explorar
seu desenvolvimento pessoal de modo a entrar no mercado de trabalho,
dentro do que melhor possa oferecer!

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Como é a prova?
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As provas do Enem dividem-se em quatro áreas do conhecimento, além da Redação, aplicadas


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em dois dias:
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• 1º dia — duração: 5h30


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REDAÇÃO
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS: Língua Portuguesa, Línguas Estrangeiras


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(Inglês ou Espanhol), Artes e Educação Física.


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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS: História, Geografia, Sociologia e Filosofia.

• 2º dia — duração: 5h

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS: Física, Química e Biologia.

MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS

Ao todo, são 180 questões de múltipla escolha, subdivididas em 45 questões para cada área. Na
Redação, a limitação do texto é de, no mínimo, 7 linhas e, no máximo, 30.

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Como resolver as questões?
O principal item a se aprimorar quando se fala em provas é o
desenvolvimento atento e rápido de questões de modo que você possa ir
para a resolução sem gastar tempo demais.

Lembre-se de que, em cada dia de exame, você terá de resolver 90 questões.


Para resolver todas dentro do tempo de prova, você precisará estar o mais
habituado possível a interpretar textos e enunciados de forma rápida e
atenta para que consiga chegar à alternativa correta em poucas leituras.

Pratique com frequência e crie suas estratégias de interpretação, para que


possa ter mais tempo para analisar as alternativas em vez de se prender ao
enunciado.

Destaques e grifos em palavras-chaves, por exemplo, são técnicas que


podem auxiliar na exclusão das alternativas. O treinamento de questões
diariamente é a melhor forma de encontrar o formato que irá lhe trazer
melhores resultados.

Pratique constantemente, em especial o que tem mais dificuldade!

Você já está se preparando?


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Uma boa preparação começa quando você conhece seus objetivos e o que espera do
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exame. Se você deseja utilizar sua média no Enem para ingressar em uma universidade,
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é importante definir qual área do conhecimento tem mais importância dentro daquilo
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que você pretende cursar e dedicar-se a ela.


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Atenção! Isso não significa que as outras disciplinas terão menos importância, pois um
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bom desempenho em todas áreas é determinante para o resultado final. Além disso, é
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fundamental reconhecer o que você tem mais dificuldade para procurar desenvolver-se
naquilo também. Saber identificar quais são as suas vantagens e desvantagens auxilia a
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direção do seu planejamento de estudos.


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Ahhh! E o mais importante! Escolher um bom material para se apoiar. Quanto a isso, fique
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tranquilo! Planejamos o material que você tem em mãos com muito cuidado para oferecer
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um conteúdo atual e personalizado, com revisões objetivas e tudo que você precisa saber
para alcançar um ótimo resultado na prova.
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Agora é com você!

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DICAS DE ESTUDOS

Estude sempre no mesmo lugar

“Escolha um local de estudos tranquilo e utilize esse mesmo


ambiente todos os dias. Assim, sua mente internalizará que aque-
le espaço possui uma função específica dentro da sua rotina. Isso
é muito importante para a sua concentração.”

Planeje um cronograma e suas metas diárias

“Faça uma programação semanal, planeje e organize seus horá-


rios e suas metas do dia. Separe as matérias, os capítulos e os
conteúdos. Planejar-se é fundamental para não deixar que nada
se acumule.”

Realize pequenas pausas entre as atividades

“Estabeleça horários para beber água, alongar-se, ir ao banheiro e


fazer um lanche. Interaja com as pessoas que moram com você,
movimente-se e, depois, volte para finalizar o planejamento do
dia.”
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Conheça suas limitações


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“É importante que o seu planejamento seja realista e condizente


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com a sua rotina. Nada de metas exaustivas que desconsiderem


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as outras atividades do seu dia, para que você não corra contra o
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tempo e se sobrecarregue de demandas.”


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Avalie o que toma o seu tempo e evite distrações


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“Ao estudar, desligue ou silencie o seu celular. Você pode utilizá-


-lo com o uso consciente, baixando aplicativos adequados, mas
lembre-se de desativar as notificações das redes sociais para não
se distrair. Desative, também, outras mídias que tirem o seu foco.”

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SUMÁRIO

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS............................................29

LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................................31
USO DA LINGUAGEM........................................................................................................................................................................31

NORMA CULTA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA..............................................................................................................................................31

FUNÇÕES DA LINGUAGEM ...........................................................................................................................................................................32

FIGURAS DE LINGUAGEM .............................................................................................................................................................................32

CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO.........................................................................................................................................................................35

MORFOLOGIA .....................................................................................................................................................................................38

ESTRUTURA DAS PALAVRAS.......................................................................................................................................................................38

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.........................................................................................................................................40

PROCESSOS DE DERIVAÇÃO........................................................................................................................................................................40

LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS.................................................................................................................................................................41

ARTIGOS................................................................................................................................................................................................................42
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NUMERAIS...........................................................................................................................................................................................................42
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SUBSTANTIVOS..................................................................................................................................................................................................42
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ADJETIVOS...........................................................................................................................................................................................................44
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ADVÉRBIOS.........................................................................................................................................................................................................46
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PRONOMES..........................................................................................................................................................................................................48
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VERBOS..................................................................................................................................................................................................................51
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PREPOSIÇÕES....................................................................................................................................................................................................56

CONJUNÇÕES.....................................................................................................................................................................................................57

INTERJEIÇÕES...................................................................................................................................................................................................58

SINTAXE................................................................................................................................................................................................59

CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE ..........................................................................................................................................................59

PERÍODO SIMPLES — OS TERMOS DA ORAÇÃO..................................................................................................................................59

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO............................................................................................................................................................59

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO.......................................................................................................................................................62


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TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO..........................................................................................................................................................63

PERÍODO COMPOSTO .....................................................................................................................................................................................65

Período Composto por Coordenação.................................................................................................................................65


Período Composto por Subordinação ..............................................................................................................................66

REGÊNCIA ...........................................................................................................................................................................................................69

CONCORDÂNCIA ................................................................................................................................................................................................71

Concordância Verbal ...............................................................................................................................................................71


Casos Especiais de Concordância Verbal .......................................................................................................................73
Concordância Nominal ..........................................................................................................................................................75

PLURAL DE COMPOSTOS ............................................................................................................................................................................. 76

FUNÇÕES DO SE ..............................................................................................................................................................................................77

FUNÇÕES DO QUE ...........................................................................................................................................................................................77

FUNÇÕES DO “SEM QUE”...............................................................................................................................................................................78

CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO .................................................................................................................... 79

COESÃO ...............................................................................................................................................................................................................79

COERÊNCIA ........................................................................................................................................................................................................79

COMO PRODUZIR UM TEXTO COESO E COM COERÊNCIA TEXTUAL? .........................................................................................80

COESÃO REFERENCIAL ................................................................................................................................................................................80


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COESÃO SEQUENCIAL ...................................................................................................................................................................................82


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COESÃO RECORRENCIAL..............................................................................................................................................................................83
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SEQUÊNCIA DISCURSIVA E GÊNEROS TEXTUAIS ............................................................................................................84


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MODO DE ORGANIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO TEXTUAL .....................................................................................................................84


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ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA E LEITURA DE TEXTOS GERADOS NAS DIFERENTES


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ESFERAS SOCIAIS: PÚBLICAS E PRIVADAS..........................................................................................................................................87


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NOTÍCIA ................................................................................................................................................................................................................88

REPORTAGEM ....................................................................................................................................................................................................89

ARTIGO DE OPINIÃO .......................................................................................................................................................................................90

EDITORIAL ..........................................................................................................................................................................................................90

CRÔNICA ...............................................................................................................................................................................................................91

TEXTO ARGUMENTATIVO, SEUS GÊNEROS E RECURSOS LINGUÍSTICOS ............................................................93

ARTIGO DE OPINIÃO.........................................................................................................................................................................................94

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DISSERTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................94

RESENHA CRÍTICA ..........................................................................................................................................................................................94

ANÚNCIO PUBLICITÁRIO ..............................................................................................................................................................................94

CARTA DE RECLAMAÇÃO OU DE SOLICITAÇÃO ..................................................................................................................................94

ORGANIZAÇÃO E PROGRESSÃO TEXTUAL ............................................................................................................................................94

TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO/ ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS .................................................................................................95

GÊNEROS DIGITAIS .........................................................................................................................................................................98

O QUE SÃO GÊNEROS DIGITAIS? ...............................................................................................................................................................98

CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DIGITAIS .......................................................................................................................................98

COMO OS GÊNEROS DIGITAIS SÃO ABORDADOS NA PROVA DO ENEM? ................................................................................98

PRINCIPAIS GÊNEROS DIGITAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS .......................................................................................................98

A FUNÇÃO SOCIAL DAS NOVAS TECNOLOGIAS ..................................................................................................................................99

LITERATURA ......................................................................................................................................................................................100

PRODUÇÃO LITERÁRIA E PROCESSO SOCIAL .................................................................................................................................... 101

PROCESSOS DE FORMAÇÃO LITERÁRIA E FORMAÇÃO NACIONAL .......................................................................................... 101

PRODUÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS, SUA RECEPÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DO PATRIMÔNIO


LITERÁRIO NACIONAL ..................................................................................................................................................................................102
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PROCEDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO E RECEPÇÃO DE TEXTOS .................................................................................................102


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RELAÇÕES ENTRE A DIALÉTICA COSMOPOLITISMO/LOCALISMO E A PRODUÇÃO


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LITERÁRIA NACIONAL...................................................................................................................................................................................102
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ELEMENTOS DE CONTINUIDADE E RUPTURA ENTRE OS DIVERSOS MOMENTOS DA


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LITERATURA BRASILEIRA .......................................................................................................................................................................... 103


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AS PECULIARIDADES DA REPRESENTAÇÃO LITERÁRIA: NATUREZA, FUNÇÃO, ORGANIZAÇÃO


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E ESTRUTURA DO TEXTO LITERÁRIO ......................................................................................................................................................112


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RELAÇÕES ENTRE LITERATURA, OUTRAS ARTES E OUTROS SABERES.................................................................................112


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LÍNGUA ESPANHOLA.............................................................................................. 117


INTRODUÇÃO À LÍNGUA ESPANHOLA ..................................................................................................................................117

ESTRUTURA DAS QUESTÕES.......................................................................................................................................................................117

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS...............................................................................................................................................117

ASPECTOS GRAMATICAIS............................................................................................................................................................................. 118

VOCABULÁRIO...................................................................................................................................................................................................122

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EDUCAÇÃO FÍSICA..................................................................................................127
COMPREENDER E USAR A LINGUAGEM CORPORAL COMO RELEVANTE PARA A
PRÓPRIA VIDA, INTEGRADORA SOCIAL E FORMADORA DE IDENTIDADE ..........................................................127

RECONHECER AS MANIFESTAÇÕES CORPORAIS DE MOVIMENTO COMO ORIGINÁRIAS DE NECESSIDADES


COTIDIANAS DE UM GRUPO SOCIAL .......................................................................................................................................................127

RECONHECER A LINGUAGEM CORPORAL COMO MEIO DE INTERAÇÃO SOCIAL, CONSIDERANDO


OS LIMITES DE DESEMPENHO E AS ALTERNATIVAS DE ADAPTAÇÃO PARA DIFERENTES
INDIVÍDUOS........................................................................................................................................................................................................129

RECONHECER A NECESSIDADE DE TRANSFORMAÇÃO DE HÁBITOS CORPORAIS EM


FUNÇÃO DAS NECESSIDADES CINESTÉSICAS .................................................................................................................131

ARTES..........................................................................................................................135
COMPREENDER A ARTE COMO SABER CULTURAL E ESTÉTICO GERADOR DE
SIGNIFICAÇÃO E INTEGRADOR DA ORGANIZAÇÃO DO MUNDO E DA PRÓPRIA
IDENTIDADE ......................................................................................................................................................................................135

RECONHECER DIFERENTES FUNÇÕES DA ARTE, DO TRABALHO DA PRODUÇÃO DOS ARTISTAS EM SEUS MEIOS
CULTURAIS ........................................................................................................................................................................................................135

ANALISAR AS DIVERSAS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS COMO MEIO DE EXPLICAR DIFERENTES


CULTURAS, PADRÕES DE BELEZA E PRECONCEITOS ....................................................................................................................139

RECONHECER O VALOR DA DIVERSIDADE ARTÍSTICA E DAS INTER-RELAÇÕES DE ELEMENTOS QUE


SE APRESENTAM NAS MANIFESTAÇÕES DE VÁRIOS GRUPOS SOCIAIS E ÉTNICOS........................................................ 140
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LÍNGUA INGLESA.....................................................................................................145
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INTRODUÇÃO À LÍNGUA INGLESA ........................................................................................................................................145


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ESTRUTURA DAS QUESTÕES ....................................................................................................................................................................145


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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ............................................................................................................................................145


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PRINCIPAIS TÉCNICAS DE LEITURA PARA A LÍNGUA INGLESA................................................................................................ 145


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GÊNEROS TEXTUAIS...................................................................................................................................................................................... 146


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ASPECTOS GRAMATICAIS ...........................................................................................................................................................................147

TEMPOS VERBAIS ..........................................................................................................................................................................................153

VOCABULÁRIO .................................................................................................................................................................................................156

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MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS.............................................................159

MATEMÁTICA........................................................................................................... 161
CONHECIMENTOS NUMÉRICOS.................................................................................................................................................161

OPERAÇÕES EM CONJUNTOS NUMÉRICOS..........................................................................................................................................161

Números Naturais.................................................................................................................................................................. 161


Números Inteiros.................................................................................................................................................................... 161
Números Racionais............................................................................................................................................................... 163
Números Reais....................................................................................................................................................................... 163

DESIGUALDADES............................................................................................................................................................................................ 164

DIVISIBILIDADE................................................................................................................................................................................................ 164

FATORAÇÃO........................................................................................................................................................................................................165

RAZÕES E PROPORÇÕES.............................................................................................................................................................168

PORCENTAGEM.................................................................................................................................................................................................170

JUROS....................................................................................................................................................................................................................171

RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA ENTRE GRANDEZAS........................................................................................................................173

SEQUÊNCIAS E PROGRESSÕES................................................................................................................................................................174
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PRINCÍPIOS DE CONTAGEM.........................................................................................................................................................................175
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BINÔMIO DE NEWTON...................................................................................................................................................................................178
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CONHECIMENTOS GEOMÉTRICOS.......................................................................................................................................... 185


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CARACTERÍSTICAS DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS PLANAS E ESPACIAIS............................................................................. 185


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COMPRIMENTOS, ÁREAS E VOLUMES................................................................................................................................................... 186


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UTILIZAÇÃO DE ESCALAS.............................................................................................................................................................................191
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ÂNGULOS............................................................................................................................................................................................................192

POSIÇÕES DE RETAS......................................................................................................................................................................................193

SIMETRIAS DE FIGURAS PLANAS OU ESPACIAIS..............................................................................................................................194

CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS...........................................................................................................................195

TEOREMA DE TALES.......................................................................................................................................................................................195

RELAÇÕES MÉTRICAS NOS TRIÂNGULOS............................................................................................................................................195

CIRCUNFERÊNCIAS.........................................................................................................................................................................................196

TRIGONOMETRIA DO ÂNGULO AGUDO....................................................................................................................................................196

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CONHECIMENTOS DE ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE..............................................................................................205

REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS............................................................................................................................................205

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL......................................................................................................................................................207

DESVIOS E VARIÂNCIA................................................................................................................................................................................ 208

NOÇÕES DE PROBABILIDADE...................................................................................................................................................................209

CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS..............................................................................................................................................217

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES.........................................................................................................................................................................217

SISTEMA DE EQUAÇÕES.............................................................................................................................................................................. 218

GRÁFICOS E FUNÇÕES..................................................................................................................................................................................219

FUNÇÃO ALGÉBRICA DO 1º GRAU............................................................................................................................................................222

FUNÇÃO ALGÉBRICA DO 2º GRAU...........................................................................................................................................................222

FUNÇÕES POLINOMIAIS..............................................................................................................................................................................224

FUNÇÕES RACIONAIS...................................................................................................................................................................................225

FUNÇÕES EXPONENCIAIS...........................................................................................................................................................................226

FUNÇÕES LOGARÍTMICAS...........................................................................................................................................................................226

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS..................................................................................................................................................................227

RELAÇÕES NO CICLO TRIGONOMÉTRICO.............................................................................................................................................232


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REDUÇÃO...........................................................................................................................................................................................................233
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CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS E GEOMÉTRICOS........................................................................................................237


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PLANO CARTESIANO.....................................................................................................................................................................................237
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RETA.....................................................................................................................................................................................................................238
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CIRCUNFERÊNCIA...........................................................................................................................................................................................241
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MATRIZES...........................................................................................................................................................................................................245
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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS.............................................. 253

HISTÓRIA................................................................................................................... 255
DIVERSIDADE CULTURAL, CONFLITOS E VIDA EM SOCIEDADE .............................................................................255

CULTURA MATERIAL E IMATERIAL ........................................................................................................................................................255

PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL ...................................................................................................................255

A CONQUISTA DA AMÉRICA ......................................................................................................................................................................256


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CONFLITOS ENTRE EUROPEUS E INDÍGENAS NA AMÉRICA COLONIAL ...............................................................................256

A ESCRAVIDÃO E FORMAS DE RESISTÊNCIA INDÍGENA E AFRICANA NA AMÉRICA.......................................................257

HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS AFRICANOS ............................................................................................................................... 258

A LUTA DOS NEGROS NO BRASIL E O NEGRO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA ..................................... 258

HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS E A FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL BRASILEIRA........................................................ 258

FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL, MOVIMENTOS SOCIAIS, PENSAMENTO POLÍTICO


E AÇÃO DO ESTADO ......................................................................................................................................................................260

CIDADANIA E DEMOCRACIA NA ANTIGUIDADE ................................................................................................................................260

ESTADO E DIREITOS DO CIDADÃO A PARTIR DA IDADE MODERNA .........................................................................................261

DEMOCRACIA DIRETA, INDIRETA E REPRESENTATIVA .................................................................................................................263

REVOLUÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS NA EUROPA MODERNA ....................................................................................................263

FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA ...............................................................................................................................................264

AS REGIÕES BRASILEIRAS ........................................................................................................................................................................265

POLÍTICAS DE REORDENAMENTO TERRITORIAL ............................................................................................................................266

AS LUTAS PELA CONQUISTA DA INDEPENDÊNCIA POLÍTICA DAS COLÔNIAS DA AMÉRICA .......................................266

GRUPOS SOCIAIS EM CONFLITO NO BRASIL IMPERIAL E A CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO .................................................266

O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO LIBERAL NA SOCIEDADE CAPITALISTA E SEUS


CRÍTICOS NOS SÉCULOS XIX E XX ..........................................................................................................................................................268
4
-2
13

POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO, MIGRAÇÃO, IMIGRAÇÃO E EMIGRAÇÃO NO BRASIL NOS SÉCULOS


.7

XIX E XX ..............................................................................................................................................................................................................268
28
.8

A ATUAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS E OS GRANDES PROCESSOS REVOLUCIONÁRIOS DO


18

SÉCULO XX........................................................................................................................................................................................................268
-0
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Revolução Bolchevique........................................................................................................................................................268
lm

Revolução Chinesa................................................................................................................................................................269
gi
ar

Revolução Cubana ................................................................................................................................................................269


lm
gi

GEOPOLÍTICA E CONFLITOS ENTRE OS SÉCULOS XIX E XX ........................................................................................................270

OS SISTEMAS TOTALITÁRIOS NA EUROPA DO SÉCULO XX .........................................................................................................272

DITADURAS POLÍTICAS NA AMÉRICA LATINA ...................................................................................................................................271

CONFLITOS POLÍTICO-CULTURAIS PÓS-GUERRA FRIA, REORGANIZAÇÃO POLÍTICA


INTERNACIONAL E OS ORGANISMOS MULTILATERAIS NOS SÉCULOS XX E XXI ..............................................................275

A LUTA PELA CONQUISTA DE DIREITOS PELOS CIDADÃOS: DIREITOS CIVIS, HUMANOS,


POLÍTICOS E SOCIAIS....................................................................................................................................................................................277

DIREITOS SOCIAIS NAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS ...............................................................................................................277

POLÍTICAS AFIRMATIVAS ...........................................................................................................................................................................278


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VIDA URBANA: REDES E HIERARQUIA NAS CIDADES, POBREZA E SEGREGAÇÃO ESPACIAL.....................................279

CARACTERÍSTICAS E TRANSFORMAÇÕES DAS ESTRUTURAS PRODUTIVAS ....................................................281

DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO .......................................................................................................... 281

A ECONOMIA AGROEXPORTADORA BRASILEIRA .............................................................................................................................282

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL......................................................................................................................................................................284

Criação do Sistema de Fábrica na Europa e Transformações no Processo de Produção........................... 284

FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO INDUSTRIAL............................................................................................................................... 285

TRANSFORMAÇÕES NA ESTRUTURA PRODUTIVA NO SÉCULO XX.......................................................................................... 285

As Novas Técnicas de Produção e seus Impactos..................................................................................................... 285


O Fordismo.............................................................................................................................................................................. 285
O Toyotismo............................................................................................................................................................................. 285

A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA, A URBANIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS......286

SOCIOLOGIA...............................................................................................................291
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA .............................................................................................................................................291

CIDADANIA ........................................................................................................................................................................................................291

CULTURA E EDUCAÇÃO................................................................................................................................................................................292
4

POLÍTICA, PODER E ESTADO......................................................................................................................................................................293


-2
13

DEMOCRACIA....................................................................................................................................................................................................293
.7
28

CAPITALISMO...................................................................................................................................................................................................293
.8
18
-0

ECONOMIA E SOCIEDADE ..........................................................................................................................................................................294


ar

INDÚSTRIA CULTURAL..................................................................................................................................................................................294
lm
gi

ÉMILE DURKHEIM...........................................................................................................................................................................................295
ar
lm

KARL MARX.......................................................................................................................................................................................................295
gi

MAX WEBER .....................................................................................................................................................................................................296

O MUNDO GLOBALIZADO.............................................................................................................................................................................297

GÊNERO..............................................................................................................................................................................................................298

INTERSECCIONALIDADE..............................................................................................................................................................................298

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL......................................................................................................................................................299

MOVIMENTOS SOCIAIS.................................................................................................................................................................................299

RACISMO.............................................................................................................................................................................................................299

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FILOSOFIA................................................................................................................. 303
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA ...............................................................................................................................................303

PENSAMENTO FILOSÓFICO........................................................................................................................................................................303

ALGUNS TEMAS DA FILOSOFIA................................................................................................................................................................303

FILOSOFIA ANTIGA........................................................................................................................................................................................304

PRÉ-SOCRÁTICOS.........................................................................................................................................................................................304

ESCOLA SOFÍSTICA....................................................................................................................................................................................... 305

Sócrates e Platão ................................................................................................................................................................. 305

ARISTÓTELES E A ESCOLA HELENÍSTICA ..........................................................................................................................................306

FILOSOFIA MODERNA...................................................................................................................................................................................307

Racionalismo Moderno ...................................................................................................................................................... 307

EMPIRISMO.......................................................................................................................................................................................................308

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA ................................................................................................................................................................ 308

KARL MARX.......................................................................................................................................................................................................309

ESCOLA DE FRANKFURT ............................................................................................................................................................................309

FILOSOFIA MEDIEVAL .................................................................................................................................................................................. 310

IDEALISMO ALEMÃO E IMMANUEL KANT ............................................................................................................................................311


4
-2
13

ILUMINISMO........................................................................................................................................................................................................311
.7
28

FENOMENOLOGIA............................................................................................................................................................................................312
.8
18
-0

GEOGRAFIA................................................................................................................315
ar
lm
gi

A GLOBALIZAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DE TELECOMUNICAÇÃO: SUAS CONSEQUÊNCIAS


ar

ECONÔMICAS, POLÍTICAS E SOCIAIS.....................................................................................................................................315


lm
gi

PRODUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS ESPAÇOS AGRÁRIOS........................................................................................................315

MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E ESTRUTURAS AGRÁRIAS TRADICIONAI....................................................................316

O AGRONEGÓCIO, A AGRICULTURA FAMILIAR, OS ASSALARIADOS DO CAMPO E AS LUTAS


SOCIAIS NO CAMPO........................................................................................................................................................................................316

A RELAÇÃO CAMPO-CIDADE..................................................................................................................................................................... 318

OS DOMÍNIOS NATURAIS E A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM O AMBIENTE............................................... 318

RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA E A APROPRIAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS PELAS


SOCIEDADES AO LONGO DO TEMPO....................................................................................................................................................... 318

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IMPACTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO BRASIL: RECURSOS MINERAIS E ENERGÉTICOS.......319

RECURSOS HÍDRICOS, BACIAS HIDROGRÁFICAS E SEUS APROVEITAMENTOS..................................................................320

AS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS............................................................................................................................323

A NOVA ORDEM AMBIENTAL INTERNACIONAL.................................................................................................................................325

POLÍTICAS TERRITORIAIS AMBIENTAIS................................................................................................................................................326

USO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, CORREDORES


ECOLÓGICOS, ZONEAMENTO ECOLÓGICO E ECONÔMICO.............................................................................................................326

ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE...................................................................................................327

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA............................................................................................................................................................328

ESTRUTURAS DO SOLO E DO RELEVO...................................................................................................................................................329

SITUAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA E CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA..........................................................................................329

GRANDES DOMÍNIOS DA VEGETAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO..............................................................................................330

REPRESENTAÇÃO ESPACIAL...................................................................................................................................................335

PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS .................................................................................................................................................................335

ESCALA CARTOGRÁFICA.............................................................................................................................................................................336

LEITURA DE MAPAS FÍSICOS, POLÍTICOS E TEMÁTICOS.............................................................................................................. 338

TECNOLOGIAS APLICADAS À CARTOGRAFIA......................................................................................................................................339


4
-2
13

CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS.......................................341


.7
28
.8
18

FÍSICA.......................................................................................................................... 343
-0
ar

INTRODUÇÃO À FÍSICA................................................................................................................................................................ 343


lm
gi

CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS............................................................................................................................................ 343


ar
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SISTEMA DE UNIDADES..............................................................................................................................................................................344
gi

GRANDEZAS VETORIAIS E ESCALARES...............................................................................................................................................346

CINEMÁTICA.....................................................................................................................................................................................348

O MOVIMENTO, O EQUILÍBRIO E SUAS LEIS FÍSICAS.....................................................................................................................348

QUEDA LIVRE E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE..................................................................................................................................351

DINÂMICA.......................................................................................................................................................................................... 355

LEIS DE NEWTON.......................................................................................................................................................................................... 355

FORÇAS ESPECIAIS.......................................................................................................................................................................................356

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FORÇA NOS MOVIMENTOS CIRCULARES.............................................................................................................................................360

TEOREMA DO IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO..............................................................................................................361

CONCEITO DE FORÇAS INTERNAS E EXTERNAS..............................................................................................................................363

TRABALHO – ENERGIA– POTÊNCIA – RENDIMENTO....................................................................................................365

TRABALHO.........................................................................................................................................................................................................365

ENERGIA.............................................................................................................................................................................................................365

POTÊNCIA...........................................................................................................................................................................................................366

RENDIMENTO...................................................................................................................................................................................................366

ENERGIA E SUA CLASSIFICAÇÃO............................................................................................................................................................366

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA.............................................................................................................................................367

DISSIPAÇÃO DA ENERGIA...........................................................................................................................................................................367

FORÇAS CONSERVATIVAS E DISSIPATIVAS.........................................................................................................................................367

ESTÁTICA............................................................................................................................................................................................369

TORQUE...............................................................................................................................................................................................................369

CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO DO PONTO MATERIAL E DO CORPO EXTENSO...................................................370

HIDROSTÁTICA..................................................................................................................................................................................371

PRESSÃO.............................................................................................................................................................................................................371
4
-2
13

DENSIDADE........................................................................................................................................................................................................371
.7
28

PRESSÃO ATMOSFÉRICA.............................................................................................................................................................................371
.8
18

PRINCÍPIO DE PASCAL.................................................................................................................................................................................373
-0
ar

PRINCÍPIO DE STEVIN — PRESSÃO HIDROSTÁTICA EM DIFERENTES NÍVEIS DE UM FLUIDO


lm

QUALQUER........................................................................................................................................................................................................373
gi
ar

PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES (EMPUXO)...............................................................................................................................................373


lm
gi

CALOR E FENÔMENOS TÉRMICOS.........................................................................................................................................374

CALOR E TEMPERATURA.............................................................................................................................................................................374

ESCALAS TERMOMÉTRICAS......................................................................................................................................................................375

CONDUÇÃO DO CALOR.................................................................................................................................................................................375

IRRADIAÇÃO TÉRMICA..................................................................................................................................................................................377

DILATAÇÃO TÉRMICA....................................................................................................................................................................379

DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS...........................................................................................................................................................................379

DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS........................................................................................................................................................................ 380


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CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR ESPECÍFICO.......................................................................................................... 381

CAPACIDADE CALORÍFICA.......................................................................................................................................................................... 381

CALOR SENSÍVEL........................................................................................................................................................................................... 381

CALOR LATENTE.............................................................................................................................................................................................382

TROCAS DE CALOR EM UM CALORÍMETRO........................................................................................................................................ 383

MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO............................................................................................................................................................... 383

TERMODINÂMICA...........................................................................................................................................................................384

COMPORTAMENTOS DE GASES IDEAIS (EQUAÇÃO DE CLAPEYRON)..................................................................................... 384

TRANSFORMAÇÃO GERAL DE UM GÁS................................................................................................................................................ 385

LEIS DA TERMODINÂMICA..........................................................................................................................................................................386

Trabalho Realizado em uma Transformação Gasosa................................................................................................ 387


Primeira Lei da Termodinâmica....................................................................................................................................... 387
Segunda Lei da Termodinâmica....................................................................................................................................... 389

CICLO DE CARNOT..........................................................................................................................................................................................390

DEGRADAÇÃO DA ENERGIA.......................................................................................................................................................................390

ONDULATÓRIA.................................................................................................................................................................................392

PERÍODO, FREQUÊNCIA E CICLO.............................................................................................................................................................392


4
-2

MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES......................................................................................................................................................392


13
.7

PULSO E ONDAS..............................................................................................................................................................................................396
28
.8

ONDAS PERIÓDICAS......................................................................................................................................................................................398
18
-0

FENÔMENOS ONDULATÓRIOS..................................................................................................................................................................399
ar
lm

PRINCÍPIO DA ÓTICA GEOMÉTRICA......................................................................................................................................400


gi
ar

REFLEXÃO........................................................................................................................................................................................................400
lm
gi

ESPELHOS.........................................................................................................................................................................................................401

REFRAÇÃO........................................................................................................................................................................................406

ÍNDICE DE REFRAÇÃO................................................................................................................................................................................. 407

LEIS DA REFRAÇÃO...................................................................................................................................................................................... 407

REFLEXÃO TOTAL..........................................................................................................................................................................................408

LENTES.............................................................................................................................................................................................................. 409

INSTRUMENTOS ÓTICOS SIMPLES...........................................................................................................................................................412

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FENÔMENOS ELÉTRICOS........................................................................................................................................................... 415

CARGA ELÉTRICA........................................................................................................................................................................................... 415

CORRENTE ELÉTRICA....................................................................................................................................................................................417

PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO................................................................................................................................................................. 418

CONDUTORES E ISOLANTES......................................................................................................................................................................419

LEI DE COULOMB........................................................................................................................................................................................... 420

CAMPO, TRABALHO E POTENCIAL ELÉTRICO................................................................................................................................... 420

POTENCIAL ELÉTRICO.................................................................................................................................................................................. 421

LINHAS DE CAMPO........................................................................................................................................................................................ 421

SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS............................................................................................................................................................... 421

LEI DE GAUSS...................................................................................................................................................................................................422

PODER DAS PONTAS.................................................................................................................................................................................... 424

BLINDAGEM ELETROSTÁTICA.................................................................................................................................................................. 425

DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO................................................................................................................................................ 425

CORRENTES CONTÍNUA E ALTERNADA.............................................................................................................................................. 425

CIRCUITOS..........................................................................................................................................................................................426

LEI DE OHM.......................................................................................................................................................................................................426
4
-2
13

RESISTÊNCIA ELÉTRICA E RESISTIVIDADE........................................................................................................................................426


.7
28

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES..................................................................................................................................................................426
.8
18

RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS.....................................................................................................................................427


-0
ar

POTÊNCIA ELÉTRICA.....................................................................................................................................................................................427
lm
gi

CAPACIDADE ELÉTRICA...............................................................................................................................................................................427
ar
lm

ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES..............................................................................................................................................................428
gi

GERADORES E RECEPTORES...................................................................................................................................................................428

ASSOCIAÇÃO DE GERADORES.................................................................................................................................................................428

MEDIDORES ELÉTRICOS..............................................................................................................................................................................429

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CIRCUITOS....................................................................................................................................... 430

MAGNETISMO..................................................................................................................................................................................430

ÍMÃS PERMANENTES E TEMPORÁRIOS.............................................................................................................................................. 430

FORÇA MAGNÉTICA....................................................................................................................................................................................... 431

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CAMPO MAGNÉTICO...................................................................................................................................................................................... 431

ELETROÍMA.......................................................................................................................................................................................................434

FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS ELÉTRICAS........................................................................................................................... 435

INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA..................................................................................................................................................................436

LEI DE FARADAY-LENZ................................................................................................................................................................................436

TRANSFORMADORES....................................................................................................................................................................................437

FÍSICA MODERNA...........................................................................................................................................................................439

MODELO ATÔMICO DE BROGLIE E O MODELO QUÂNTICO............................................................................................................439

RADIAÇÕES E MEIOS MATERIAIS.............................................................................................................................................................439

RADIOATIVIDADE E TRANSFORMAÇÕES NUCLEARES.................................................................................................................. 442

QUÍMICA..................................................................................................................... 447
QUÍMICA GERAL ............................................................................................................................................................................447

TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS ............................................................................................................................................................... 447

OS ELEMENTOS QUÍMICOS: NÚMERO ATÔMICO, NÚMERO DE MASSA, ÍONS E A CARACTERIZAÇÃO


DOS ELEMENTOS ISÓTONOS, ISÓTOPOS, ISÓBAROS E ISOELETRÔNICOS .......................................................................... 447

A TABELA PERIÓDICA .................................................................................................................................................................................449


4

REPRESENTAÇÕES DAS TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS ...................................................................................... 455


-2
13

MATERIAIS, SUAS PROPRIEDADES E USOS........................................................................................................................................462


.7
28

QUÍMICA INORGÂNICA ................................................................................................................................................................463


.8
18
-0

CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS.............................................................................................................................................463


ar

FÍSICO QUÍMICA ..............................................................................................................................................................................466


lm
gi

TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA ........................................................................................................................................473


ar
lm

CONCEITUAÇÃO DE ÂNODO, CÁTODO E AS POLARIDADES DOS ELETRODOS.....................................................................466


gi

DINÂMICAS DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS ............................................................................................................................ 468

TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA E EQUILÍBRIO ........................................................................................................................................469

QUÍMICA ORGÂNICA ......................................................................................................................................................................471

COMPOSTO DE CARBONO ...........................................................................................................................................................................471

CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS ...................................................................................................................................473

ESTRUTURA E PROPRIEDADE DOS HIDROCARBONETOS ............................................................................................................474

QUÍMICA AMBIENTAL ..................................................................................................................................................................476


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RELAÇÕES DA QUÍMICA COM AS TECNOLOGIAS, A SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE ...................................................476

ENERGIAS QUÍMICAS NO COTIDIANO .................................................................................................................................................. 478

BIOLOGIA.................................................................................................................... 483
CITOLOGIA ........................................................................................................................................................................................483

A UNIDADE DOS SERES VIVOS ...............................................................................................................................................................483

ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS ..................................................................................................................................................483

DIVERSIDADE E ORGANIZAÇÃO DAS CÉLULAS ...............................................................................................................................483

OS COMPONENTES CITOPLASMÁTICOS .............................................................................................................................................484

MEMBRANA CELULAR ...............................................................................................................................................................................485

NÚCLEO ............................................................................................................................................................................................................485

CITOESQUELETO E MOVIMENTO CELULAR .......................................................................................................................................485

DIVISÃO CELULAR.........................................................................................................................................................................................486

BIOQUÍMICA......................................................................................................................................................................................487

COMPOSIÇÃO QUÍMICA MÉDIA DOS ORGANISMOS VIVOS .......................................................................................................... 487

SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS ................................................................................................................................................................. 487

SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS ......................................................................................................................................................................488


4
-2

PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA NA CÉLULA ................................................................................................................ 489


13
.7

PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS ........................................................................................................................................................... 489


28
.8
18

REGULAÇÃO METABÓLICA ........................................................................................................................................................................ 491


-0

METABOLISMO E REGULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE ENERGIA .................................................................................................... 491


ar
lm

BIOLOGIA MOLECULAR: DNA, RNA E PROTEÍNAS .........................................................................................................491


gi
ar

NUCLEOTÍDEOS, REAPLICAÇÃO, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO ................................................................................................. 491


lm
gi

GENÉTICA ......................................................................................................................................................................................... 495

CONCEITOS IMPORTANTES....................................................................................................................................................................... 495

ÁRVORE GENEALÓGICA / HEREDOGRAMA ........................................................................................................................................496

GREGOR MENDEL ..........................................................................................................................................................................................496

LEIS DE MENDEL ...........................................................................................................................................................................................496

PROBABILIDADE GENÉTICA .....................................................................................................................................................................497

INTERAÇÃO ENTRE GENES ALELOS .....................................................................................................................................................497

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CARIÓTIPO E DETERMINAÇÃO DO SEXO ..............................................................................................................................................499

HERANÇA SEXUAL.........................................................................................................................................................................................499

MUTAÇÕES GENÉTICAS ............................................................................................................................................................................. 500

ACONSELHAMENTO GENÉTICO .............................................................................................................................................................. 500

NEOPLASIAS E A INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS ......................................................................................................... 501

ORIGEM DA VIDA ............................................................................................................................................................................ 501

HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO, DA TERRA E DOS SERES VIVOS................................................................. 501

EVOLUÇÃO.........................................................................................................................................................................................502

CENÁRIO PRÉ EVOLUCIONISTA ...............................................................................................................................................................502

TEORIAS DA EVOLUÇÃO ..............................................................................................................................................................................502

PROVAS DA EVOLUÇÃO............................................................................................................................................................................... 503

ESPECIAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................504

SELEÇÃO ARTIFICIAL E SEU IMPACTO SOBRE AMBIENTES NATURAIS E SOBRE POPULAÇÕES HUMANAS ...... 504

EVOLUÇÃO HUMANA....................................................................................................................................................................................504

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA .............................................................................................................................. 505

O QUE SIGNIFICA ORGANIZAR AS ESTRUTURAS BIOLÓGICAS EM NÍVEIS? ........................................................................ 505

DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS .........................................................................................................................................506


4
-2
13

ALGUNS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................................................................................................506


.7
28

CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS GRANDES GRUPOS ......................................................................................................................506


.8
18

BIOLOGIA DAS PLANTAS ...........................................................................................................................................................................508


-0
ar

TIPOS DE CICLO DE VIDA ...........................................................................................................................................................................508


lm
gi

A BIOLOGIA DOS ANIMAIS .........................................................................................................................................................................509


ar
lm

FUNÇÕES VITAIS DOS SERES VIVOS E SUA RELAÇÃO COM A ADAPTAÇÃO DESSES ORGANISMOS
gi

A DIFERENTES AMBIENTES...................................................................................................................................................................... 510

EMBRIOLOGIA ...................................................................................................................................................................................511

GAMETOGÊNESE.............................................................................................................................................................................................. 511

FECUNDAÇÃO, SEGMENTAÇÃO E GASTRULAÇÃO ............................................................................................................................512

ORGANOGÊNESE ............................................................................................................................................................................................512

ANEXOS EMBRIONÁRIOS ............................................................................................................................................................................513

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO HUMANO...................................................................................................................................513

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DIFERENCIAÇÃO CELULAR........................................................................................................................................................513

HISTOLOGIA ......................................................................................................................................................................................514

ANIMAL ..............................................................................................................................................................................................................514

TECIDO EPITELIAL .........................................................................................................................................................................................514

TECIDO CONJUNTIVO.....................................................................................................................................................................................516

TECIDO MUSCULAR .......................................................................................................................................................................................517

TECIDO NERVOSO ..........................................................................................................................................................................................518

VEGETAL..............................................................................................................................................................................................................519

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ......................................................................................................................................520

SISTEMA CIRCULATÓRIO ............................................................................................................................................................................520

SISTEMA DIGESTÓRIO ..................................................................................................................................................................................521

ÓRGÃOS DIGESTÓRIOS ................................................................................................................................................................................522

SISTEMA URINÁRIO ......................................................................................................................................................................................523

SISTEMA REPRODUTOR ..............................................................................................................................................................................523

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO ...................................................................................................................................................523

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO .......................................................................................................................................................524

SISTEMA ENDÓCRINO .................................................................................................................................................................................524


4
-2
13

SISTEMA NERVOSO ......................................................................................................................................................................................527


.7
28

SISTEMA NERVOSO CENTRAL – SNC .................................................................................................................................................. 528


.8
18

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO – SNP ............................................................................................................................................. 528


-0
ar

ÓRGÃOS DOS SENTIDOS .............................................................................................................................................................................529


lm
gi

IMUNOLOGIA .....................................................................................................................................................................................531
ar
lm

IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA ...................................................................................................................................531


gi

ANTÍGENOS E ANTICORPOS ......................................................................................................................................................................531

VACINA E SORO ...............................................................................................................................................................................................531

TRANSPLANTES.............................................................................................................................................................................................532

DOENÇAS AUTOIMUNES..............................................................................................................................................................................532

BIOTECNOLOGIA..............................................................................................................................................................................532

CÉLULAS TRONCO..........................................................................................................................................................................................533

CLONAGEM........................................................................................................................................................................................................533

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ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGMS)............................................................................................................. 534

TRANSGÊNICOS..............................................................................................................................................................................................534

DNA RECOMBINANTE..................................................................................................................................................................................534

TERAPIA GÊNICA............................................................................................................................................................................................534

APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS AO DNA E ÀS INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS................................ 535

APLICAÇÕES DA BIOTECNOLOGIA NA PRODUÇÃO DE ALIMENTOS, FÁRMACOS E COMPOSTOS BIOLÓGICOS.....536

ASPECTOS ÉTICOS RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO BIOTECNOLÓGICO..............................................................536

BIOTECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE..............................................................................................................................................536

ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS....................................................................................................................................537

FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS............................................................................................................................................................537

HABITAT E NICHO ECOLÓGICO..................................................................................................................................................................537

MANUTENÇÃO DA VIDA, FLUXO DA ENERGIA E DA MATÉRIA.....................................................................................................537

CADEIA ALIMENTAR..................................................................................................................................................................................... 538

TEIA ALIMENTAR............................................................................................................................................................................................539

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: ÁGUA, OXIGÊNIO, CARBONO E NITROGÊNIO............................................................................... 540

BIODIVERSIDADE........................................................................................................................................................................................... 542

SUCESSÃO ECOLÓGICA............................................................................................................................................................................... 542


4
-2

DINÂMICA DE POPULAÇÕES..................................................................................................................................................................... 542


13
.7
28

INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS................................................................................................................................................ 543


.8
18

BIOGEOGRAFIA: ECOSSISTEMAS E BIOMAS BRASILEIROS.........................................................................................................544


-0

CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS E BIOMAS BRASILEIROS.........................................................................................544


ar
lm

CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ECOSSISTEMAS.................................................................................................................544


gi
ar

CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE...................................................................................................................................................545
lm
gi

ASPECTOS BIOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL............................................................................................ 545

USO E EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS..............................................................................................................................545

PROBLEMAS AMBIENTAIS.........................................................................................................................................................................545

CONSEQUÊNCIAS DA EROSÃO................................................................................................................................................................ 546

PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM A POPULAÇÃO BRASILEIRA.......................................................................548

DOENÇAS CRÔNICAS ..................................................................................................................................................................................548

VERMINOSES .................................................................................................................................................................................................. 549

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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.............................................................................................................. 549

TIPOS MAIS RECORRENTES DE IST....................................................................................................................................................... 549

EXERCÍCIOS FÍSICOS E VIDA SAUDÁVEL........................................................................................................................... 550

OBESIDADE....................................................................................................................................................................................................... 551

HIPERTENSÃO ARTERIAL........................................................................................................................................................................... 551

DIABETE MELLITUS....................................................................................................................................................................................... 551

REDAÇÃO................................................................................................................... 553

REDAÇÃO....................................................................................................................555
REDAÇÃO DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA................................................................................................................... 555

ORIENTAÇÕES BÁSICAS............................................................................................................................................................................. 555

ESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE..................................................................556

A LINGUAGEM FORMAL...............................................................................................................................................................................556

DISSERTATIVO-EXPOSITIVO E DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO............................................................................................ 558

A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA.......................................................................................................................559

APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO PARÁGRAFO DISSERTATIVO...............................................................................566


4
-2

CONSTRUINDO AS MÁSCARAS DE REDAÇÃO.....................................................................................................................................569


13
.7

DICAS PARA UMA REDAÇÃO NOTA 1000...............................................................................................................................................570


28
.8

COMPETÊNCIAS EXIGIDAS PELA AVALIAÇÃO....................................................................................................................................572


18
-0

REVISÃO DA ESCRITA...................................................................................................................................................................................572
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jovens chamam de penal o estojo escolar para
guardar canetas e lápis; no Nordeste, é comum
usarem a palavra cheiro para representar um
carinho feito em alguém, o que em outras regiões

LÍNGUA PORTUGUESA
se chamaria de beijinho. Macaxeira, no Norte e no
Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Denominamos
essa variação de variação diatópica lexical, já
que lexical está relacionado a vocabulário;
„ Variação diastrática ou sociocultural: a variação
diastrática, como também ocorre com a diatópica,
USO DA LINGUAGEM
pode ser fonética, lexical e sintática, dependen-
do do que seja modificado na fala do indivíduo:
NORMA CULTA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
falar “adevogado”, “pineu”, “bicicreta”, são exem-
plos de variações diastráticas fonéticas. Usar
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela
“presunto” no lugar de corpo de pessoa assassi-
pode ser considerada um conjunto de dialetos. De for-
nada é variação diastrática lexical. E falar “hou-
ma sintética, podemos dividir o português brasileiro
veram menas percas” no lugar de “houve menos
de duas formas: padrão formal e padrão informal, e
perdas” é variação diastrática sintática;
cada um desses tipos apresenta suas peculiaridades e
„ Variação diafásica ou estilística: a variação
espécies derivadas. Vejamos.
diafásica, como ocorre com a diatópica e com a
diastrática, pode ser também fonética, lexical
Padrão Formal
e sintática, dependendo da liberdade de que o
indivíduo tenha se apossado. Dizer “veio”, com o
z Norma Culta: a norma culta da língua portuguesa e aberto, não porque more em determinado lugar
é estabelecida pelos padrões definidos conforme nem porque todos de sua camada social usem, é
a classe social mais abastada, detentora de poder usar a variação diafásica fonética. Um padre,
político, intelectual e cultural. As pessoas cujo em um momento de descontração, brincando
padrão social lhes permite gozar de privilégios na com alguém, dizer “presunto” para representar
sociedade têm o poder de ditar, inclusive, as regras o “corpo de pessoa assassinada”, usa a variação
da língua, direcionando o que é considerado per- diafásica lexical. E, finalmente, um advogado
mitido e aquilo que não é; dizer “encontrei ele”, também num momento de
z Norma Padrão: a norma padrão diz respeito às descontração, no lugar de “encontrei-o” é usar a
regras organizadas nas gramáticas, estabelecendo variação diafásica sintática;
um conjunto de regras e preceitos que devem ser res-
peitados na utilização da língua. Tal norma apresenta
um caráter mais abstrato, tendo em vista que tam- VARIAÇÃO DIAFÁSICA
bém considera fatores sociais, como a norma culta;
z Língua Formal: a língua formal não está, diretamen- Mudança no som, como veio [pronúncia
te, associada a padrões sociais. Embora saibamos que Diafásica com E aberto] e more [pronúncia com
a influência social exerce grande poder na língua, a Fonética E fechado, assemelhando-se quase a
4

pronúncia de i]
-2

língua formal busca formalizar em regras e padrões


13

as normas de uma língua, a fim de estabelecer um Ocorre em contextos de informalidade,


.7

preceito mais concreto sobre a linguagem. Diafásica


em que há mais liberdade para usar gírias
28

Lexical
e expressões lexicais diferentes
.8

Padrão Informal
18

Diafásica Ocorre com a alteração dos elementos


-0

z Coloquialismo: diz respeito a qualquer traço de Sintática sintáticos, ocasionando erros


ar

linguagem (fonético, lexical, morfológico, sintático


lm

ou semântico) que apresenta formas informais no „ Variação diacrônica: diz respeito à mudança
gi

falar e/ou escrever; de forma e/ou sentido estabelecido em algumas


z Oralidade: a oralidade marca as maneiras informais
ar

palavras ao longo dos anos. Podemos citar alguns


lm

de se comunicar. Tais formas não são reconhecidas exemplos comuns, como as palavras Pharmácia
pela norma formal e, por isso, são chamadas de regis-
gi

— Farmácia; Vossa Mercê — Você. Além dessas,


tros orais ou coloquiais, embora nem sempre sejam a variação diacrônica também marca a presença
realizados apenas pela linguagem oral; de gírias comuns em determinadas épocas, como
z Linguagem coloquial: a linguagem coloquial marca broto, chocante, carango etc.
LÍNGUA PORTUGUESA

formas fora do padrão estabelecido pela gramática.


Como sabemos, existem alguns tipos de variação lin- Diante do que foi mencionado, é preciso estar
guística, dentre eles, os mais comuns em provas são: atento ao preconceito linguístico, expressão acunha-
da pelo linguista Marcos Bagno1:
„ Variação diatópica ou geográfica: a variação dia-
tópica pode ocorrer com sons diferentes. Quando O preconceito linguístico resulta da comparação
isso acontecer, dizemos que ocorreu uma varia- indevida entre o modelo idealizado de língua que se
ção diatópica fonética, já que fonética significa apresenta nas gramáticas normativas e nos dicio-
aquilo que diz respeito aos sons da fala. Temos nários e os modos de falar reais das pessoas que
também, por exemplo, que, em Curitiba-PR, os vivem na sociedade, modos de falar que são muitos
e bem diferentes entre si. [...]

1 Disponível em:https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/verbetes/preconceito-linguistico. Acesso em: 31 jan. 2023. 31


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mas a principal fonte de preconceito linguístico, no FIGURAS DE LINGUAGEM
Brasil, está na comparação que as pessoas da clas-
se média urbana das regiões mais desenvolvidas
fazem entre seu modo de falar e o modo de falar dos Se liga!
indivíduos de outras classes sociais e das outras
regiões. Esse preconceito se vale de dois rótulos: o O Predomínio de uma Função
“errado” e o “feio” que, mesmo sem nenhum funda- Observe que, quando se trata de identificar uma
mento real, já se solidificaram como estereótipos.
determinada função em um texto, dizemos que
ela predomina naquele texto (ou em grande par-
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
te dele). Isso porque dificilmente uma função
Função Emotiva ou Expressiva ocorre isoladamente: o mais comum é que em
um texto se combinem duas ou mais funções de
Tem como objetivo transmitir sentimentos, emo- linguagem.
ções e objetividades do emissor. O uso de verbos na
primeira pessoa do singular evidencia seu mundo
interior. Também é comum o uso de interjeições, reti- Figuras de Sintaxe
cências, ponto de exclamação e interrogação para
reforçar a expressividade do emissor. Essa função é Consiste em uma modificação da estrutura da ora-
comum em poemas, diários, conversas cotidianas e ção (ou parte dela) por meio da omissão, inversão ou
narrativas de teor romântico ou dramático. repetição de termos. Nesse caso, essas alterações ocor-
rem para conferir mais expressividade ao enunciado.
Função Apelativa ou Conativa
z Elipse: utilizada para omitir termos numa oração
Tem como objetivo convencer e influenciar o com- que não foram mencionados anteriormente e que
portamento do receptor da mensagem. Essa função se podem ser facilmente identificados pelo interlocu-
caracteriza pela presença das formas tu, você, vocês
tor. Essa omissão pode ser percebida por indícios
(explícitas ou subtendidas no texto), de vocativos e de
gramaticais ou dentro do próprio contexto.
formas verbais no imperativo que expressam ordem,
sugestão, apelo etc. Essa função é predominante em
textos publicitários, propagandas, horóscopos, manu- Exemplo: “Ana Rita arrumou-se para o trabalho.
ais de advertências, tutoriais etc. Estava atrasada.” — (elipse do sujeito — “ela”);
“Os alunos e as alunas, mãos erguidas contra os
Função Referencial políticos, caminhavam pelas ruas.” — (elipse da pre-
posição — “de mãos erguidas”);
Tem como objetivo informar, referenciar algo. O
foco é o próprio assunto, o que faz dela uma função z Zeugma: considerado um caso particular de elip-
predominante em noticiários, jornais, artigos, revis- se, o zeugma consiste na omissão de palavras
tas, livros instrucionais, contratos etc. A linguagem, expressas anteriormente.
4
-2

nesse caso, transmite uma mensagem direta, objetiva


13

e impessoal, que pode ser entendida pelo leitor em um Exemplo: “Eu sou professora; minha amiga,
.7

sentindo específico. advogada.”;


28

“Desembrulhe essa caixa enquanto eu desembru-


.8

Função Fática
18

lho a outra.”;
-0

Essa função serve para estabelecer ou interromper a


z Pleonasmo: consiste na repetição de termos ou
ar

comunicação com o interlocutor. Pode ser encontrada em


ideias com o objetivo de realçá-las, tornando-as
lm

expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.


mais expressivas.
gi
ar

Função Metalinguística ou Metalinguagem


Exemplo: “É rir meu riso e derramar meu pranto.”
lm

(Vinícius de Moraes);
gi

Ocorre quando a linguagem é usada para expli-


car a própria linguagem. Dessa maneira, o emissor “Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se
explica o código utilizando o próprio código. Na cate- a si mesma.” (Machado de Assis);
goria de textos, merecem destaque as gramáticas e os
dicionários. Dica
Função Poética Existe o pleonasmo literário, que é um recurso
estilístico aceitável e muito explorado na litera-
Preocupa-se com a maneira como a mensagem tura e na música. O problema é quando o pleo-
será transmitida. Essa função, embora seja comum nasmo se torna vicioso, pois expressões como
em poemas, também pode ser encontrada em slogans
“fatos reais”, “subir para cima”, “ganhar de gra-
publicitários, piadas, músicas, conversas cotidianas
etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o rit- ça”, “cego dos olhos” e outros constituem um
mo, a sonoridade, a forma das palavras realça o senti- vício de linguagem. A repetição da ideia torna-se,
do da mensagem que se quer passar ao receptor, que portanto, desnecessária, pois não traz nenhum
32 a interpreta de maneira subjetiva. reforço à ideia apresentada.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Polissíndeto: é uma figura que consiste no uso Exemplo: “Os bons vi sempre passar / no mundo
excessivo e repetitivo de conjunções. graves tormentos” (Luiz Vaz de Camões). Na ordem
direta seria: eu sempre vi passar os bons no mundo
Exemplo: “Suspira, e chora, e geme, e sofre, e de graves tormentos;
sua...” (Olavo Bilac);
“Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira.” (Alberto z Anástrofe: diferentemente do hipérbato, a anástrofe
Oliveira); consiste na inversão mais sutil dos termos da oração,
não prejudicando o entendimento do enunciado.
z Assíndeto: é a figura que consiste na omissão rei-
terada de conjunções. Geralmente, a conjunção Exemplo: “Sabes também quanto é passageira essa
omitida é a coordenativa. Essa estratégia torna a desavença / Não destrates o amor”. (Jacob do Ban-
leitura do texto mais clara e dinâmica. dolim). Utilizando a figura de linguagem teríamos:
“Sabes também quanto essa desavença é passageira.”;
Exemplo: “Pense, fale, compre, beba, leia, vote, não
se esqueça” (Pitty); z Silepse: consiste na concordância com o termo
“Vim, vi, venci” (Júlio César); que está subentendido na oração, e não com o ter-
mo expresso na oração (concordância ideológica).
z Anáfora: consiste na repetição de palavras ou Existem três tipos de silepse:
expressões no início da oração. Esse tipo de recur-
so é muito comum em textos estruturados em ver- „ Silepse de Gênero: há uma discordância entre
sos consecutivos (poemas, músicas, entre outros). os gêneros dos artigos, substantivos, pronomes e
O propósito é valorizar a mensagem por meio da adjetivos. Notamos, na oração, a presença do con-
ênfase ao elemento repetido. traste entre os gêneros masculino e feminino.

Exemplo: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho Exemplo: “Vossa Excelência é falso.” — o pronome de
É um resto de toco, é um pouco sozinho tratamento certamente se refere a alguma autoridade do
É um caco de vidro, é a vida, é o sol sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.);
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom
Jobim); „ Silepse de Número: há uma discordância entre
“Quando não tinha nada eu quis o verbo e o sujeito da oração quando ele expres-
Quando tudo era ausência, esperei sa uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo
Quando tive frio, tremi concorda com a ideia que nele está contida.
Quando tive coragem, liguei.” (Daniela Mercury);
Exemplo: “A turma era barulhenta, falavam alto.”
z Aliteração: é um recurso sonoro que consiste na — falavam concorda com alunos;
repetição de sons consonantais para intensificar a
rima e o ritmo. „ Silepse de Pessoa: há uma discordância entre o
verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujei-
Exemplo: “Chove chuva choverando.” (Oswald de to da oração. Geralmente, o emissor se inclui no
4

Andrade); sujeito expresso em 3ª pessoa do plural, reali-


-2

zando a flexão verbal na primeira pessoa.


13

“Se desmorono ou se edifico,


se permaneço ou me desfaço,
.7

Exemplo: “Dizem que os brasileiros somos aman-


28

— não sei, não sei. Não sei se fico


tes do futebol.” — brasileiros: 3ª p. plural; somos: 1ª
.8

ou passo.” (Cecília Meireles)


18

p. plural.
-0

z Assonância: figura de linguagem que aborda o


uso de som em harmonia. Caracterizada pela repe- z Anacoluto: consiste na quebra ou interrupção da
ar

tição de vogais. estrutura normal. Um dos termos da oração fica


lm

desvinculado do restante da sentença e não esta-


gi

Ex.: “A pálida lágrima de Flávia.” — repetição da belece nenhuma ligação sintática com os demais.
ar

vogal a;
lm

“Amo muito tudo isso.” — repetição do som da Exemplo: “Meu vizinho, ouvi dizer que está muito
gi

vogal u; doente.”.

z Onomatopeia: é um recurso sonoro que procura Figuras de Palavras


representar os sons específicos de objetos, animais
LÍNGUA PORTUGUESA

ou pessoas a partir de uma percepção aproximada As figuras de palavras estão associadas ao significado
da realidade. das palavras. Elas se caracterizam por apresentar uma
substituição ou transposição do sentido real da palavra
Exemplo: “O tic tac do relógio me deixava mais para assumir um sentido figurado construído dentro de
angustiado na prova.”; um contexto. A substituição de uma palavra por outra
“Psiiiiiu! — Falou o professor no momento da pode acontecer por uma relação muito próxima (contigui-
reunião.”; dade) ou por uma comparação/analogia (similaridade).

z Hipérbato ou inversão: caracteriza-se pela inver- z Comparação: analogia explícita entre dois termos. A
são proposital da ordem direta dos termos da ora- principal diferença entre a comparação e a metáfo-
ção. Essa inversão confere maior efeito estilístico ra, que é outro tipo de relação de semelhança, é que
na construção do enunciado. a comparação se estabelece com o uso de conectivos. 33
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Exemplo: “Minha boca é como um túmulo.”; „ A marca pelo produto:
“A menina é como um doce.”;
“Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã Exemplo: “Minha filha pediu uma Melissa de
nublada.”; aniversário.” — Minha filha pediu uma sandália de
aniversário;
z Metáfora: consiste em usar uma palavra ou
expressão em lugar da outra, em razão de algumas „ Singular pelo plural:
semelhanças (analogia) conceituais. É recurso que
está associado ao emprego da palavra fora do seu Exemplo: “O cidadão deve cumprir seus deveres
sentido normal. legais.” — Os cidadãos devem cumprir seus deveres
legais;
Exemplo: “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada
mais.” (Carlos Drummond de Andrade); „ O concreto pelo abstrato:
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fer-
nando Pessoa); Exemplo: “A juventude está cada vez mais ansio-
Observe2: sa.” — Os jovens estão cada vez mais ansiosos;
FOI UM
CANDIDATO „ A causa pelo efeito:
O QUE FOI “FICHA SUJA”
ISSO, HOMEM? QUE ME
ABRAÇOU... Exemplo: “Comprei a casa com o meu suor.” —
Comprei a casa com o meu trabalho;

„ O instrumento pelo agente:

Exemplo: “O carro atropelou o cachorro.” — O


motorista do veículo atropelou o cachorro;
„ Metáfora: relação de semelhança não explícita.
„ A coisa pela sua representação:

A VIDA É COMO O ESPAGUETE Exemplo: “O sonho de muitos candidatos é chegar


ao Palácio do Planalto.” — O sonho de muitos candi-
datos é chegar à Presidência da República;

„ O inventor pelo invento:

Exemplo: “Diego comprou um Picasso no museu.”


— Diego comprou uma obra de Picasso no museu;

„ A matéria pelo objeto:


4
-2
13

Exemplo: “Custou-me apenas algumas pratas


.7

aquela mobília.” — Custou-me apenas algumas moe-


„ Comparação: relação de semelhança estabele-
28

das aquela mobília;


cida por conectivos.
.8
18

„ O proprietário pela propriedade:


-0

z Metonímia: consiste na substituição de um termo


pelo outro, em virtude de uma relação de proximi- Exemplo: “Vou ao médico buscar meus exames.”
ar

dade ou continuidade. Essa relação é qualitativa e


lm

— Vou ao consultório médico buscar meus exames;


pode ser realizada dos seguintes modos:
gi

z Sinédoque: atualmente, as gramáticas não reali-


ar

„ A parte pelo todo: zam a distinção entre metonímia e sinédoque, isso


lm

porque a diferença entre essas figuras é tênue. Na


gi

Exemplo: “O brasileiro trabalha muito para garan- sinédoque, a relação que se estabelece entre os ter-
tir o pão aos filhos.” — O brasileiro trabalha muito mos é quantitativa, ou seja, quando se amplia ou
para garantir alimento aos filhos; se reduz a significação das palavras. Estas relações
entre os termos são basicamente as seguintes: par-
„ O autor pela obra: te pelo todo, singular pelo plural, gênero pela espé-
cie, particular pelo geral (ou vice-versa).
Exemplo: “Os leitores de Machado de Assis são
cultos.” — Os leitores da obra de Machado de Assis Exemplo: “O homem é um ser mortal.” — os
são cultos; homens;
“É preciso pensar na criança.” — nas crianças;
„ O continente pelo conteúdo:
z Antonomásia ou perífrase: a antonomásia é uma
Exemplo: “A menina bebeu a jarra de suco intei- figura que consiste na substituição de um nome
ra.” — A menina bebeu todo o suco da jarra; próprio (de pessoa) por uma expressão que lhe
34 2 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 06 fev. 2023.
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confere alguma característica ou atributo que o z Eufemismo: consiste no emprego de uma palavra
distingue (epíteto). É a substituição de um nome ou expressão que serve para amenizar ou suavi-
por outro, o que pode configurar uma espécie de zar uma informação desagradável ou fatídica. É
apelido para o ser designado. um recurso essencial para validar a polidez nas
relações sociais.
Exemplo: “O poeta dos escravos é autor do céle-
bre poema ‘O navio negreiro’.” — Castro Alves; Exemplo: “Suzanna é uma mulher desprovida de
“Este aeroporto tem o nome do pai da aviação.” — beleza.” — feia;
Santos Dumont; “Aquele pobre homem entregou a alma a Deus.”
Observação: a antonomásia é uma espécie de — morreu;
perífrase. A diferença é que esta designa um ser (coi-
sas, animais ou lugares) por meio de características, z Hipérbole: consiste no uso de expressões inten-
atributos ou um fato que o celebrizou. cionalmente exageradas para dar maior ênfase à
Exemplo: “Fomos ao zoológico ver o rei da selva.” mensagem expressa pelo emissor.
— leão;
“Adoraria conhecer a cidade luz.” — Paris; Exemplo: “Amor da minha vida, daqui até a
“Qualquer dúvida consulte o pai dos burros.” eternidade
— dicionário; Nossos destinos foram traçados na maternidade”
— Cazuza;
“Por você eu dançaria tango no teto,
z Sinestesia: consiste no recurso que engloba um
Eu limparia os trilhos do metrô,
conjunto de percepções e sensações interligadas
Eu iria a pé do Rio a Salvador…” — Frejat;
aos processos sensoriais provenientes de diferen-
tes sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato).
z Litotes: afirmação que é considerada mais bran-
Na sinestesia, a percepção ou sensação de um sen-
da e é dada por meio da negação do contrário. É o
tido é atribuída a outro.
oposto da hipérbole.
Exemplo: “As falas sentidas, que os olhos falavam.”
Exemplo: “Este lugar não é tão ruim.”
— Casimiro de Abreu; “Aquele garoto não é nada bobo.”;
“E o pão preserve aquele branco sabor de alvora-
da.” — Ferreira Gullar.
z Ironia: decorre da expressão de ideias, pensamen-
tos e julgamentos com o sentido contrário do que
Figuras de Pensamento se diz. A ironia tem como objetivo satirizar uma
situação desagradável ou depreciar alguém pelo
Constitui um processo expressivo que enfatiza o seu comportamento.
aspecto semântico da linguagem. As figuras de pensa-
mento introduzem uma ideia diferente daquela que a Exemplo: “Marcela amou-me durante quinze
palavra, em seu sentido real, exprime. meses e onze contos de réis...” — Machado de Assis.
“Parece um anjinho, briga com todos.”;
z Antítese: fundamenta-se no emprego de conceitos
que se opõem e que podem ocorrer de maneira z Gradação: atribui a apresentação de ideias sinô-
4
-2

simultânea numa mesma oração. Na antítese, os nimas (ou não) numa escala progressiva de maior
13

conceitos antônimos não se contradizem e estão ou menor intensidade à expressão. Os termos da


.7

relacionados a referentes distintos. oração são frutos de uma hierarquia e podem ser
28

de ordem crescente ou decrescente.


.8

Exemplo: “Tristeza não tem fim, felicidade sim!” —


18

Vinícius de Moraes; Exemplo: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um
-0

“O mito não é nada que é tudo.” — Fernando bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” —
Pessoa; Machado de Assis;
ar

“Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” — Mon-


lm

z Personificação ou prosopopeia: visa atribuir teiro Lobato;


gi

características, sentimentos e comportamentos


ar

próprios de seres humanos a seres irracionais ou z Apóstrofe: consiste na invocação de alguém ou


lm

inanimados. É uma figura muito usada em textos alguma coisa personificada. Essa figura de lingua-
gi

literários, como fábulas e apólogos. gem realiza-se por meio de um vocativo. A após-
trofe é um recurso estilístico muito utilizado na
Exemplo: “O cravo brigou com a rosa debaixo de linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.
LÍNGUA PORTUGUESA

uma sacada...” — cantiga popular;


“As pedras andam vagarosamente.”;
Exemplo: “Liberdade, Liberdade! É isso que pre-
tendemos nessa luta.”;
z Paradoxo: apoia-se no emprego de conceitos opos-
“Senhor, tende piedade de nós”.
tos e contraditórios na representação de uma ideia.
No paradoxo, embora os termos pareçam ilógicos,
são perfeitamente aceitáveis no campo da litera- CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO
tura, o que confere ao autor uma licença poética.
Esse assunto abrange muitos aspectos que vão
Exemplo: “Se lembra quando a gente chegou um além do sentindo das palavras. Por isso, antes de
dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber vermos esses dois conceitos, veremos o que é sig-
que o pra sempre, sempre acaba” — Cássia Eller; nificado das palavras, para que sua interpretação
“Dor, tu és um prazer!” — Castro Alves; seja completa. 35
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O Significado das Palavras TEXTO II

Quando escolhemos determinadas palavras ou As expressões coloquiais ainda estão impregnadas


expressões dentro de um conjunto de possibilidades de discriminação contra os negros. Basta recordar
de uso, estamos levando em conta o contexto que algumas delas, como passar um “dia negro”, ter um
influencia e permite o estabelecimento de diferentes “lado negro”, ser a “ovelha negra” da família ou praticar
relações de sentido. Essas relações podem ocorrer por “magia negra”.
meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 22 mai. 2018.

O Texto II exemplifica o que se afirma no Texto I, na


Se liga! medida em que defende a ideia de que as escolhas
lexicais são resultantes de um
Léxico: conjunto de todas as palavras e expres-
sões de um idioma; a) expediente próprio do sistema linguístico que nos
Vocabulário: conjunto de palavras e expressões apresenta diferentes possibilidades para traduzir esta-
que cada falante seleciona do léxico para se dos de coisas.
comunicar. b) ato inventivo de nomear novas realidades que surgem
diante de uma comunidade de falantes de uma língua.
c) mecanismo de apropriação de formas linguísticas que
z Denotação: o sentido denotativo da linguagem estão no acervo da formação do idioma nacional.
compreende o significado literal da palavra inde- d) processo de incorporação de preconceitos que são
pendente do seu contexto de uso. Preocupa-se com recorrentes na história de uma sociedade.
o significado mais objetivo e literal, associado ao sig- e) recurso de expressão marcado pela objetividade que
nificado que aparece nos dicionários. A denotação se requer na comunicação diária.
tem como finalidade dar ênfase à informação que
se quer passar para o receptor de forma mais obje- Língua e sociedade estão entrelaçadas e o que se
tiva, imparcial e prática. Por isso, é muito utilizada forma na história de uma sociedade é expresso na e
em textos informativos, como notícias, reportagens, por meio da língua. Os textos ao mencionarem que,
jornais, artigos, manuais didáticos, entre outros. “a língua condensa a experiência de um povo” e “há
expressões coloquiais repletas de discriminação”,
Exemplo: “O fogo se alastrou por todo o prédio.” — defendem a ideia de que a incorporação dos precon-
fogo: chamas; ceitos é recorrente na história de uma sociedade.
“O coração é um músculo que bombeia sangue Resposta: Letra D.
para o corpo.” — coração: parte do corpo;
2. (ENEM — 2022)
z Conotação: o sentido conotativo compreende o sig-
nificado figurado e depende do contexto em que está Papos
inserido. A conotação coloca em evidência os recur-
sos estilísticos dos quais a língua dispõe para expres-
4

— Me disseram ...
-2

sar diferentes sentidos ao texto de maneira subjetiva,


— Disseram-me.
13

afetiva e poética. A conotação tem como finalidade


— Hein?
.7

dar ênfase à expressividade da mensagem, de manei-


— O correto é “disseram-me”. Não “me disseram”.
28

ra que ela possa provocar sentimentos ou diferentes


— Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é “digo-te”?
.8

sensações no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada


— O quê?
18

em poemas, conversas cotidianas, letras de músicas,


— Digo-te que você...
-0

anúncios publicitários e outros.


— O “te” e o “você” não combinam.
ar

— Lhe digo?
lm

Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver”; — Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. [...]
Você mora no meu coração.
gi

— Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me.


ar

Falo como bem entender. Mais uma correção e eu ...


lm

— O quê?
gi

— O mato.
EXERCÍCIOS COMENTADOS — Que mato?
— Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te.
1. (ENEM — 2022) Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no
lugar certo é elitismo!
TEXTO I — Se você prefere falar errado...
— Falo como tudo mundo fala. O importante é me enten-
A língua não é uma nomenclatura, que se apõe a uma derem ou é entenderem-me?
realidade pré-categorizada, ela é que classifica a reali-
dade. No léxico, percebe-se, de maneira mais imedia- VERÍSSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
ta, o fato de que a língua condensa as experiências de Objetiva, 2001 (adaptado)
um dado povo.

FIORIN, J. L. Língua, modernidade e tradição. Diversitas, n. 2, mar.-


set. 2014

36
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Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um 4. (ENEM — 2022)
dos personagens torna-se inadequado em razão do(a)
Assentamento
a) Falta de compreensão causada pelo choque entre
gerações. Zanza daqui
b) Contexto de comunicação em que a conversa se dá. Zanza pra acolá
c) Grau de polidez distinto entre os interlocutores. Fim de feira, periferia afora
d) Diferença de escolaridade entre os falantes. A cidade não mora mais em mim
e) Nível social dos participantes da situação. Francisco, Serafim
Vamos embora
Há uma inadequação da exigência do uso da norma- Ver o capim
-padrão em um contexto que é informal, corriqueiro. Ver o baobá
Resposta: Letra C. Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
3. (ENEM — 2022) Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
As línguas silenciadas do Brasil Quando eu morrer
Cansado de guerra
Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Morro de bem
Pataxó, de 29 anos, precisou estudar os fatores que, por Com a minha terra:
diversas vezes, quase provocaram a extinção da língua Cana, caqui
patxôhã. Mergulhou na história do Brasil e descobriu Inhame, abóbora
fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados Onde só vento se semeava outrora
a abandonar a própria língua para escapar da persegui- Amplidão, nação, sertão sem fim
ção. “Os pataxós se espalharam, principalmente, depois Ó Manuel, Miguilim
do Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gen- Vamos embora
te das nossas terras. Isso constrange o nosso povo até
hoje”, conta Txaywa, estudante da Universidade Federal BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).
de Minas Gerais e professor na aldeia Barra Velha, região
de Porto Seguro (BA). Mais de quatro décadas depois, Nesse texto, predomina a função poética da lingua-
membros da etnia retornaram ao antigo local e iniciaram gem. Entretanto, a função emotiva pode ser identifica-
um movimento de recuperação da língua patxôhã. Os da no verso:
filhos de Sameary Pataxó já são fluentes — e ela, que se
mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta apren- a) “Zanza pra acolá”.
der um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você diz b) “Fim de feira, periferia afora”.
quem você é por meio da sua língua”, afirma a professora c) “A cidade não mora mais em mim”.
de ensino fundamental sobre a importância de restaurar d) “Onde só vento se semeava outrora”.
a língua dos pataxós. O patxôhã está entre as línguas e) “Ó Manuel, Miguilim”
indígenas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas
4

no último censo. A publicação Povos indígenas no Bra- Nessa questão, é preciso recordar que a função
-2

sil 2011/2016, do Instituto Socioambiental, calcula 160. emotiva tem como objetivo transmitir sentimentos,
13

Antes da chegada dos portugueses, elas totalizavam emoções. Sendo assim, é possível observar que no
.7

mais de mil. verso “a cidade não mora mais em mim”, há a mani-


28

festação de um sentimento individual expresso de


.8

Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2019 não pertencimento. Resposta: Letra C.
18

(adaptado).
-0

5. (ENEM — 2020) É possível afirmar que muitas expres-


ar

O movimento de recuperação da língua patxôhã assu- sões idiomáticas transmitidas pela cultura regional
lm

me um caráter identitário peculiar na medida em que possuem autores anônimos, no entanto, algumas delas
gi

surgiram em consequência de contextos históricos


a) denuncia o processo de perseguição histórica sofrida
ar

bem curiosos. “Aquele é um cabra da peste” é um bom


lm

pelos povos indígenas. exemplo dessas construções. Para compreender essa


b conjuga o ato de resistência étnica à preservação da
gi

expressão tão repetida no Nordeste brasileiro, faz-se


memória cultural. necessário voltar o olhar para o século 16. “Cabra” reme-
c) associa a preservação linguística ao campo da pes- te à forma com que os navegadores portugueses cha-
quisa acadêmica. mavam os índios. Já “peste” estaria ligada à questão
LÍNGUA PORTUGUESA

d) estimula o retorno de povos indígenas a suas terras de da superação e resistência, ou mesmo uma associação
origem. com o diabo. Assim, com o passar dos anos, passou-se
e) aumenta o número de línguas indígenas faladas no a utilizar tal expressão para denominar qualquer indi-
Brasil. víduo que se mostre corajoso, ou mesmo insolente, já
que a expressão pode ter caráter positivo ou negativo.
Como comentamos na questão anterior, a língua Aliás, quem já não ficou de “nhe- -nhe-nhém” por aí? O
está entrelaçada às experiências, à história e, con- termo, que normalmente tem significado de conversa
sequentemente, à memória de uma sociedade. Nesse interminável, monótona ou resmungo, tem origem no
sentido, se uma língua resiste, ela preserva memó- tupi-guarani e “nhém” significa “falar”.
ria; em contrapartida, se ela se desfaz, memórias
também são desfeitas. Resposta: Letra B. Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso em: 13
dez. 2017.
37
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A leitura do texto permite ao leitor entrar em contato portuguesa para a formação de novas palavras, como:
com blogueiro (blogger), deletar (delete); já algumas pala-
vras ganham novos morfemas e, consequentemente,
a) registros do inventário do português brasileiro. novas acepções nas redes sociais como biscoiteiro,
b) justificativas da variedade linguística do país. termo usado para se referir a pessoas que buscam
c) influências da fala do nordestino no uso da língua. receber elogios nesse ambiente.
d) explorações do falar de um grupo social específico. As peças do quebra-cabeça que formam as pala-
e) representações da mudança linguística do português. vras da língua portuguesa possuem os seguintes
nomes: radical, desinência, vogal temática, afixos,
Ao longo do texto, o autor destaca algumas expres- consoantes e vogais de ligação.
sões brasileiras como “cabra da peste” e “nhe-nhe-
-nhém”. Por isso, a resposta mais adequada é a que Radical
destaca os registros do inventário do português bra-
sileiro. Resposta: Letra A. O radical, também chamado de semantema, é o
núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual
se anexam os demais morfemas, criando as palavras
derivadas. Devido a essa importante característica, o
radical é também conhecido como morfema lexical,
MORFOLOGIA pois se trata da significação própria dos vocábulos,
designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti-
No dia a dia, usamos unidades comunicativas do propriamente dito.
para estabelecer diálogos e contatos, formando enun- Alguns exemplos de radicais:
ciados. Essas unidades comunicativas chamamos de Pastel — pastelaria — pasteleiro;
palavras. Elas surgem da necessidade de comunica- Pedra — pedreiro — pedregulho;
ção e os processos de formação para sua construção Terra — aterrado — enterrado — terreiro.
são conhecidos da nossa competência linguística, Atenção! Palavras da mesma família etimológica,
pois, como falantes da língua, ainda que não saibamos ou seja, que apresentam o mesmo radical e guardam
o significado de antever, podemos inferir que esse o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas
termo tem relação com o ato de ver antecipadamente, como cognatas.
dado o uso do prefixo antes do verbo “ver”.
Reconhecer os processos que auxiliam na formação Afixos ou Morfemas Derivacionais
de novas palavras é essencial para o estudante da língua.
Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nos- A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha
so cérebro, que identifica os prefixos, sufixos e palavras outras formas e sentidos pelos morfemas derivacio-
novas que podem ser criadas a partir da estrutura da lín- nais, que são chamados assim pois auxiliam no pro-
gua, e, não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendi- cesso de criação de palavras a partir da derivação, ou
dos com o uso inédito de algum termo. seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo vocábulos.
contexto é apropriado para o uso de novas estruturas Vale notar que algumas bancas denominam os afi-
vocabulares, por isso, neste capítulo, estudaremos os
4

xos de infixos.
-2

processos de formação de palavras e as consequências Os afixos são morfemas derivacionais, estruturas


13

dessas novas constituições, focando nesse conteúdo, morfológicas que se anexam ao radical das palavras e
.7

sempre cobrado pelas bancas mais exigentes. auxiliam o processo de formação de novos vocábulos.
28

Os afixos da língua portuguesa são de duas categorias:


.8

ESTRUTURA DAS PALAVRAS


18

z Prefixos: afixos que são anexados na parte ante-


-0

Radical e Morfema Lexical rior do radical. Ex.:


ar
lm

Como já percebemos, as palavras são formadas „ In: infeliz;


gi

por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar „ Anti: antipatia;


ar

novos sentidos em contextos diversos. Os morfemas „ Pós: posterior;


lm

são as menores unidades gramaticais com sentido da „ Bi: bisavô;


gi

língua. Para identificá-los, é preciso notar que uma „ Contra: contradizer.


palavra é formada por pequenas estruturas. Para isso,
podemos imaginar que uma palavra é uma peça de z Sufixos: afixos que são anexados na parte poste-
um quebra-cabeça em que podemos juntar outra peça rior do radical. Ex.:
para formar uma estrutura maior, porém, se você já
montou um quebra-cabeça, deve se lembrar que não „ -mente: Felizmente;
podemos unir as peças arbitrariamente, é preciso bus- „ -dade: Lealdade;
car aquelas que encaixam. „ -eiro: Blogueiro;
Assim, como falantes da língua, reconhecemos „ -ista: Dentista;
essas estruturas morfológicas e os seus sentidos, pois, a „ -gudo: Narigudo.
todo momento, estamos aptos a criar novas palavras a
partir das regras que o sistema linguístico nos oferece. É importante destacar que essa pequena amostra,
O fato é que se tornou comum, sobretudo nas listando alguns sufixos e prefixos da língua portugue-
redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a par- sa, é meramente ilustrativa e se torna útil apenas para
tir de “peças” existentes na língua, algumas misturan- que você tenha consciência do quão rico é o processo
38 do termos de outros idiomas com morfemas da língua de formação de palavras por afixos.
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Além disso, não é interessante decorar esses morfe- z Subtrativos: elimina-se um elemento do morfema
mas derivacionais, mas compreender o valor semân- lexical. Ex.: irmão/irmã; órfão/órfã;
tico que cada um deles estabelece na língua, como os z Nulos: quando a ausência de uma letra indica uma
sufixos -eiro e –ista, que são usados, comumente, para flexão. Ex.: o singular dos substantivos é marcado
criar uma relação com o ambiente profissional de por essa ausência, como em: mesa (0)3 /mesas.
alguma área, como: padeiro, costureiro, blogueiro,
dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Atente-se: os sufixos costumam mudar mais as Se liga!
classes das palavras, já os prefixos modificam o sen- Não confunda:
tido dos vocábulos.
Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);
Para um melhor entendimento sobre a estrutura
Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;
das palavras, veja a seguir uma tabela com alguns
Morfema lexical: radical;
radicais e prefixos de origem latina que compõem as
palavras da Língua Portuguesa: Morfema gramatical: significado interno à estru-
tura gramatical, como artigos, preposições, con-
junções etc.
RADICAL SENTIDO EXEMPLO

Agri Campo Agricultor Vogais Temáticas


Arbori Árvore Arborizar
A vogal temática liga o radical a uma desinência,
Beli Guerra Beligerante que estabelece o modo e o tempo da conjugação ver-
bal; no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao
Cruci Cruz Crucificar radical para a união de outras desinências.

Cultura Cultivar Apicultura Ex.: amar e amor.


Que contém ou
Fero Mamífero Nos verbos, a vogal temática marca, ainda, a con-
produz
jugação verbal, indicando se o verbo pertence à 1º, 2º
Frater Irmão Fraterno ou 3º conjugação:

Fugo Que foge Centrífugo Ex.: Amar — 1º conjugação;


Comer — 2º conjugação;
Herbi Erva Herbicida Partir — 3º conjugação.
Loco Lugar Localizar
É importante não se confundir: a vogal temática
Mater Mãe Materno não existe em palavras que apresentam flexão de
gênero. Logo, as palavras gato/gata, possuem uma
Morti Morte Mortífero desinência e não uma vogal temática.
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: igreja
Pater Pai Paterno (essa palavra existe); “igrejo” (essa palavra não exis-
4

te), então, o -a de igreja é uma vogal temática que irá


-2

Pade Pé Pedestre ligar o vocábulo à desinência, como -inha, -s.


13

Note que as palavras terminadas em vogais tônicas


.7

Puer Criança Pueril


não apresentam vogais temáticas: Ex.: cajá, Pelé, bobó.
28

Quadri Quatro Quadrilátero


.8

Tema
18

Silvi Floresta Silvícola


-0

O tema é a união do radical com a vogal temática.


Taur (i) Touro Taurino
ar

A partir do exposto no tópico sobre vogal temática,


lm

Uxor Esposa Uxoricida esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá
gi

apresentar vogal temática. Dessa forma, as palavras


ar

Vermi Verme Vermífugo que não apresentem vogal temática também não irão
lm

possuir tema.
Voro Que come Carnívoro
gi

Ex.: vendesse — tema: vende; mares — tema: mar.


Desinências ou Morfemas Flexionais
Vogais e Consoantes de Ligação
LÍNGUA PORTUGUESA

Os morfemas flexionais, mais conhecidos como


desinências, são os mais estudados na língua portu-
guesa, pois são eles que organizam as estruturas no As vogais e as consoantes de ligação têm uma fun-
singular e no plural, os verbos em tempos e conjuga- ção eufônica, ou seja, servem para facilitar a pronún-
ções e as relações de gênero em feminino e masculino. cia de palavras. Essa é a principal diferença entre as
Para facilitar a compreensão, podemos dividir os vogais de ligação e as vogais temáticas, estas unem
morfemas flexionais em: desinências, aquelas, facilitam a pronúncia. Veja
alguns exemplos:
z Aditivos: adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: pro-
fessor/professora; livro/livros; z gas - Ô - metro;
z alv - I - negro;

3 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas, sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). 39
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z tecn - O - cracia; Derivação Sufixal
z pe - Z - inho;
z cafe - T- eira; De maneira comparativa, podemos supor que a for-
z pau - L - ada; mação de palavras por derivação sufixal se refere ao
acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
z cha - L - eira;
z inset - I - cida; z Lealdade: sufixo -dade;
z pobre - T- ão; z Francesa: sufixo -esa;
z paris - I - ense; z Belíssimo: sufixo -íssimo;
z gira - S - sol; z Inquietude: sufixo -tude;
z legal - I - dade. z Sofrimento: sufixo -mento;
z Harmonizar: sufixo -izar;
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS z Gentileza: sufixo -eza;
z Lotação: sufixo -ção;
A partir do conhecimento dos morfemas, que auxi- z Assessoria: sufixo -ria.
liam o processo de ampliação das palavras da língua,
Derivação Prefixal e Sufixal
podemos iniciar o estudo sobre os processos de for-
mação de palavras. Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto
Na língua portuguesa, as palavras são criadas a um sufixo quanto um prefixo. Vejamos alguns casos:
partir de dois processos básicos que apresentam clas-
ses específicas. O mapa mental abaixo organiza bem z inquietude (prefiro in- com sufixo -tude);
esse processo: z infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente);
z ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem);
z reconsideração (prefixo -re com sufixo -ção).
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO Derivação Parassintética

Na derivação parassintética, um acréscimo simul-


Prefixal tâneo de afixos, prefixos e sufixos é realizado a uma
Sufixal estrutura primitiva. É importante não confundir, con-
Prefixal e Sufixal Justaposição tudo, com o processo de derivação por sufixação e
Parassintética Aglutinação prefixação. Veja:
Regressiva Retirar os afixos, se a palavra perder o sentido. Ex.:
Impróprias ou conversão emagrecer (sem um dos afixos: emagro- não existe).
Logo, basta fazer o seguinte exercício para estabe-
lecer por qual processo a palavra foi formada: retirar
Como é possível notar, os dois processos de forma- dela o prefixo ou o sufixo. Caso a palavra que restou
ção de palavras são a derivação e a composição. As exista, estaremos diante de um processo por deriva-
palavras formadas por processos derivativos apresen- ção sufixal e prefixal; caso contrário, a palavra terá
tam mais classes a serem estudas. Vamos conhecê-las sido formada por derivação parassintética.
a seguir.
Ex.: entristecer, desalmado, espairecer, desgelar,
entediar etc.
4

PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
-2

Derivação Regressiva
13

As palavras formadas por processos de derivação


.7

são classificadas a partir de seis categorias: Já na derivação regressiva, a nova palavra será
28

formada pela subtração de um elemento da estrutura


.8

z prefixal ou prefixação; primitiva da palavra.


18

z sufixal ou sufixação; Veja alguns exemplos:


-0

z prefixal e sufixal; z almoço (almoçar);


ar

z parassintética ou parassíntese; z ataque (atacar);


lm

z regressiva; z amasso (amassar).


gi

z imprópria ou conversão.
ar
lm

A seguir, veremos a diferença entre cada uma


Se liga!
gi

dessas classes e identificaremos as peculiaridades de


cada uma delas.
A derivação regressiva, geralmente, forma
substantivos abstratos derivados de verbos. É
Derivação Prefixal
possível que alguns autores reconheçam esse
Como o próprio nome indica, as palavras forma- processo como redução.
das por derivação prefixal são formadas pelo acrésci-
mo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Derivação Imprópria
z Pré-vestibular: prefixo pré-;
A derivação imprópria, a partir de seu processo de
z Disposição: prefixo dis-;
formação de palavras, provoca a conversão de uma
z Deslealdade: prefixo des-;
classe gramatical, que pode passar de verbo a subs-
z Super-homem: prefixo super;
tantivo, por exemplo.
z Infeliz: prefixo in-;
A seguir, veremos alguns processos de conversão
z Refazer: prefixo re-.
das palavras por derivação imprópria:
40
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z particípio do verbo → Substantivo: teria passado
— o passado; RADICAIS E PREFIXO LATINOS
z verbos → Substantivos: almoçar — o almoço; Ex- Para fora Exonerar
z substantivos → Adjetivos: o gato — mulher gato;
z substantivos comuns → Substantivos próprios: Fide Fé Fidelidade
leão — Nara Leão;
z substantivos próprios → Comuns: gillete — gile- Mater Mãe Materno
te; Judas — ele é o judas do programa.
Processos de Composição
Vale destacar que alguns sufixos são mais comuns
no processo de formação de determinadas classes gra- As palavras formadas por processos de composi-
maticais, veja: ção podem ser classificadas em duas categorias: justa-
posição e aglutinação.
z Sufixos nominais: originam substantivos e adjeti-
As palavras formadas por qualquer um desses pro-
vos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
cessos estabelecem um sentido novo na língua, uma
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer,
vez que, nesse processo, há a junção de duas palavras
-izar, -ar;
que já existem para a formação de um novo termo,
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.:
com um novo sentido.
-mente.

LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS z Composição por justaposição: nesse processo,


as palavras envolvidas conservam sua autonomia
Apresenta-se, na lista a seguir, alguns radicais e morfológica, permanecendo a tonicidade original
prefixos que podem auxiliar na compreensão do pro- de cada palavra. Ex.: pé de moleque, dia a dia, faz
cesso de formação de palavras. Atenção, essa lista não de conta, navio-escola, malmequer;
deve ser vista como uma “tabuada” a ser decorada, z Composição por aglutinação: na formação de
mas sim como um método para aprender o sentido palavras por aglutinação, há mudanças na toni-
desses radicais e prefixos. Acompanhe: cidade dos termos envolvidos, que passam a ser
subordinados a uma única tonicidade. Ex.: petró-
RADICAIS E PREFIXOS GREGOS leo (petra + óleo), aguardente (água + ardente),
vinagre (vinho + agre) e você (vossa + mercê).
RADICAL/
SENTIDO EXEMPLO
PREFIXO Palavras Compostas e Derivadas
Acrofobia/ Agora que já conhecemos os processos de forma-
Acro Alto
acrobata ção de palavras, precisamos identificar as palavras
Agro Campo Agropecuária que são compostas e as palavras que são derivadas.
Veja, a seguir, uma lista de exemplos de palavras
Algia Dor Nevralgia compostas:
4

Bio Vida Biologia „ amor-perfeito;


-2

„ arco-íris;
13

Biblio Livro Biblioteca „ beija-flor;


.7

„ bem-me-quer;
28

Crono Tempo Cronologia „ cachorro-quente;


.8

„ cavalo-marinho;
18

Caco Mau Cacofonia „ couve-flor;


-0

„ guarda-roupa;
ar

Cali Belo Caligrafia „ guarda-chuva;


lm

„ peixe-espada;
gi

Dromo Local Autódromo „ roda-viva;


ar

„ passatempo;
lm

Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da „ pontapé;


gi

língua portuguesa também se aglutinam a partir de „ vaivém;


radicais e prefixos latinos. „ varapau;
„ segunda-feira;
„ arco-íris;
LÍNGUA PORTUGUESA

RADICAIS E PREFIXO LATINOS „ decreto-lei;


„ ano-luz;
Radical/Prefixo Sentido Exemplo
„ fim de semana;
Arbori Árvore Arborizar „ dia a dia;
„ sala de jantar;
Beli Guerra Belicoso „ cão de guarda;
„ cor de vinho;
Cida Que mata Homicida „ café com leite.
Des- dis Separação Discordar

Equi Igual Equivalente


41
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Palavras derivadas são aquelas formadas a partir z Ordinais: indicam a ordem da sucessão de uma série.
de palavras primitivas, ou seja, a partir de palavras
que detêm a raiz com sentido lexical independente. „ Ex.: foi o segundo colocado do concurso; chegou
São palavras primitivas: porta, livro, pedra etc. em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
A partir das palavras primitivas, o falante pode
anexar afixos (sufixos e prefixos), formando as pala- z Multiplicativos: indicam o aumento proporcional
vras derivadas. São chamadas de derivadas pois são de uma quantidade.
resultado de um dos seis processos derivacionais.
Já as palavras compostas guardam a independên- „ Ex.: ele ganha o triplo no novo emprego;
cia semântica e ortográfica, unindo-se a outras pala-
vras para a formação de um novo sentido. z Fracionários: indicam a diminuição proporcional
Veja, a seguir, uma tabela com as palavras primiti- de uma quantidade.
vas e as derivadas:
„ Ex.: tomou um terço de vinho; o copo estava
meio cheio; ele recebeu metade do pagamento.
PALAVRAS
PALAVRAS DERIVADAS
PRIMITIVAS
Um: Numeral ou Artigo?
Floração, flora, floral, floreado,
Flor floreio, flóreo, florescente, Floriano, A forma um pode assumir, na língua, a função
floricultura, florido, florista, florzinha de artigo indefinido ou de numeral cardinal, sendo
assim, como podemos reconhecer cada função? É pre-
Papelada, papelão, papelaria,
Papel ciso observar o contexto de uso. Veja:
papeleiro, papelinho, papiro

Pedreira, pedreiro, pedregulho, z Durante a votação, houve um deputado que se


Pedra
pedraria, pedrinha, pedrisco posicionou contra o projeto.
z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
Bicicleta Bicicletaria, bicicletário, bicicletista cionou contra o projeto.
Água Aguaceiro, aguado, aguador
Na primeira frase, podemos substituir o termo um
Café Cafeicultor, cafeína, cafezal, cafezinho por uma, realizando as devidas alterações sintáticas,
dessa forma o sentido será mantido pois o que se pre-
Imortal, mortal, morta, mortuário,
Morte tende defender é que a espécie do indivíduo que se
mortífero
posicionou contra o projeto é um deputado e não uma
deputada, por exemplo.
ARTIGOS Já na segunda oração, a alteração do gênero não
implicaria em mudanças no sentido pois o que se
Os artigos devem concordar em gênero e número pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por um
com os substantivos. São, por isso, considerados deter-
deputado, marcando a quantidade.
4

minantes dos substantivos.


-2

Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos


Essa classe está dividida em artigos definidos e
13

atentos à aparição das expressões adverbiais, o que


artigos indefinidos: os primeiros funcionam como
.7

sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.


determinantes objetivos, individualizando a pala-
28

Sobre o numeral milhão/milhares, é importan-


vra, já os segundos funcionam como determinantes
.8

te destacar que sua forma é masculina, logo, a con-


18

imprecisos.
cordância com palavras femininas é inaceitável pela
-0

gramática.
z Artigos definidos: o, os; a, as;
ar

z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.


lm

z Errado: “As milhares de vacinas chegaram hoje.”;


gi

z Correto: “Os milhares de vacinas chegaram hoje.”.


Os artigos podem ser combinados às preposições,
ar

são as chamadas contrações. Algumas contrações


lm

comuns na língua são: em + a = na; a + o = ao; a + a =


Se liga!
gi

à; de + a = da.
Toda palavra determinada por um artigo se torna A forma 14, por extenso, apresenta duas formas
um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc. aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.

NUMERAIS
SUBSTANTIVOS
São as palavras que se relacionam diretamente
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
com o substantivo, inferindo ideia de quantidade ou
característica básica dessa classe é admitir um deter-
posição.
minante, como artigo, pronome etc. Os substantivos
Os numerais podem ser:
flexionam-se em gênero, número e grau.
z Cardinais: indicam quantidade em si. Tipos de Substantivos

„ Ex.: dois potes de sorvete; zero coisas a comprar; Os substantivos admitem nove tipos de classifica-
42 ambos os meninos eram bons em português; ções diferentes. São eles:
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z Simples: formados a partir de um único radical. Outros substantivos, por outro lado, modificam o
Ex.: vento, escola; radical para designar formas diferentes no masculino
z Composto: formados pelo processo de justaposi- e no feminino, estes são chamados de substantivos
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; heteroformes:
z Primitivo: possibilitam a formação de um novo
substantivo. Ex.: pedra, dente; Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.
z Derivado: são formados a partir de substantivos
primitivos. Ex.: pedreiro (pedra), dentista (dente), Gênero e Significação
florista (flor);
É importante salientar que alguns substantivos
z Concreto: designam seres com independência
uniformes podem aparecer com marcação de gênero
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
diferente, ocasionando uma modificação no sentido,
pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
veja, por exemplo:
Deus, fada, carro;
z Abstrato: indica estado, sentimento, ação, quali-
z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
dade. Ex.: coragem, Liberalismo;
z O testemunho: relato de experiência, associado a
z Comum: designam todos os seres de uma espécie.
religiões.
Ex.: homem, cidade;
z Próprio: designam uma determinada espécie, atri- Algumas formas substantivas mantêm o radical e a
buindo-lhe nome. Ex.: Maria, Fortaleza; pequena alteração do gênero interfere no significado:
z Coletivo: usados no singular, designam um con-
junto de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca, z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
manada. z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
É importante destacar que a classificação de um
substantivo depende do contexto em que ele está inse- Além disso, algumas palavras na língua apresen-
rido. Veja: tam dificuldade quanto à identificação do gênero, pois
Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio). são usadas em contextos informais com gêneros dife-
O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/ rentes. É o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a
comum). gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi-
cida; o telefonema; o trema.
Flexão de Gênero
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
Os gêneros do substantivo são masculinos e femi- mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma masculino quanto no feminino: o personagem / a per-
para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- sonagem; o laringe / a laringe; o xerox / a xerox.
formes. Os substantivos uniformes podem ser:
4
-2

Flexão de Número
13

z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma-


.7

nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o Os substantivos flexionados em número, de maneira
28

pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente geral, recebem o acréscimo do morfema -s: casa/casas,
.8

para receber o plural. Contudo, podem apresentar outras


18

/ a cliente; o líder / a líder.


terminações: males, reais, animais, projéteis etc.
-0

z Epicenos: designam animais ou plantas que apre-


sentam distinção entre masculino e feminino, a Geralmente, para obter o plural devemos acres-
ar

centar -es ao singular das formas terminadas em R ou


lm

diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho


Z, como: flor/flores; paz/pazes. Mas atente-se às exce-
gi

ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça


ções, como mal/males.
ar

macho / onça fêmea; gambá macho / gambá


Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL fazem
lm

fêmea; girafa macho / girafa fêmea.


plural trocando o L final por -is. Ex.: coral/corais; papel/
gi

z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e


não são distinguidos por artigo ou adjetivo, o gêne- papéis; anzol/anzóis. Também existem exceções. Ex.: a for-
ma mel apresenta duas formas aceitas: meles e méis.
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
LÍNGUA PORTUGUESA

a criança; o monstro; a testemunha; o indivíduo.


plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
Os substantivos biformes, como o nome indica, Ex.: capelães, capitães, escrivães. Contudo, há subs-
apresentam duas formas para os gêneros masculino tantivos que admitem até três formas de plural, veja:
ou feminino. Ex.: professor/professora.
Destacamos que alguns substantivos apresentam z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
formas diferentes nas terminações para designar for- z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
mas diferentes no masculino e no feminino: z Vilão: vilãos, vilões, vilães.

Ex.: ator/atriz; ateu/ateia; réu/ré. Podemos, ainda, associar às palavras paroxíto-


nas terminadas em -ão, o acréscimo do -s. Ex.: órgão/
órgãos; órfão/órfãos. 43
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Plural dos Substantivos Compostos z Nomenclatura legislativa especificada deve ser
escrita com inicial maiúscula. Ex.: Lei de Diretri-
Os substantivos compostos são aqueles formados zes e Bases da Educação (LDB);
por justaposição; o plural dessas formas obedece às z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
seguintes regras: Vacina; Guerra Fria.

z Variam os dois elementos: Atente-se, pois em palavras com hífen, podemos


Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala/ optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas, portan-
mestres-salas;
to, são aceitas as formas: Vice-Presidente; Vice-pre-
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno/
sidente e vice-presidente; porém é preciso manter
guardas-noturnos;
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira/terças-feiras. compostos por hífen devem ser escritos com as ini-
ciais maiúsculas: Grã-Bretanha, Timor-Leste.
z Varia apenas um elemento:
ADJETIVOS
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.:
canas-de-açúcar; Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
Substantivo + substantivo (com função adjetiva). tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
Ex.: navios-escola. podem indicar:
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.:
abaixo-assinados. z Qualidade: professor chato;
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. z Estado: aluno triste;
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos
Locuções Adjetivas
formados por verbo + advérbio e verbo + substanti-
vo plural, ficam invariáveis.
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor
Ex.: os bota-fora; os saca-rolha. dos adjetivos, indicando as mesmas características
deles.
Variação de Grau Elas são formadas por preposição + substantivo,
referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
A flexão de grau dos substantivos exprime a varia- tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou A seguir, colocamos algumas locuções adjetivas,
uma diminuição. com valores diferentes ao lado da forma adjetiva,
atente-se pois são importantes para seu estudo:
� Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufi-
xos aos substantivos indica um grau aumentativo. z voo de águia / aquilino;
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatalhão, cabeçorra, z poder de aluno / discente;
fogaréu, boqueirão, poetastro; z cor de chumbo / plúmbeo;
4
-2

z Grau diminutivo: quando o acréscimo de sufi- z bodas de cobre / cúprico;


13

xos aos substantivos indica um grau diminutivo. z sangue de baço / esplênico;


Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
.7

z nervo do intestino / celíaco ou entérico;


28

pequenina, papelucho.
z noite de inverno / hibernal ou invernal.
.8
18

É importante destacar que mais do que “decorar”


Se liga!
-0

formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun-


ar

O emprego do grau aumentativo ou diminutivo damental reconhecer as principais características de


lm

dos substantivos pode alterar o sentido das pala- uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
gi

vras, podendo assumir um valor: apresentar valor de posse. Ex.: viu o crime pela aber-
ar

� afetivo: filhinha; tura da porta; a abertura de conta pode ser realiza-


lm

� pejorativo: mulherzinha / porcalhão. da on-line.


gi

Quando a locução adjetiva é composta pela pre-


posição “de”, ela pode ser confundida com a locução
O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importan-
te perceber que a locução adjetiva apresenta valor de
O novo Acordo Ortográfico estabelece novas regras posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para
para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da
da inicial maiúscula. Dessa forma, devemos usar com porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
letra maiúscula as inicias das palavras que designam: zando o substantivo “abertura”.
Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
z Nomes de instituições. Ex.: Embaixada do Brasil; bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
Ministério das Relações Exteriores; Gabinete da ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
Vice-presidência; demonstrando seu caráter adverbial.
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás As locuções adjetivas também desempenham fun-
Cubas. Caso a obra apresente em seu título um ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
nome próprio, este também deverá ser escrito com numerais e orações substantivas. Ex.: amor de mãe,
44 inicial maiúscula; café com açúcar.
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Já as locuções adverbiais desempenham função Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos absoluto analítico);
e orações adjetivas com esses valores. Ex.: morreu de O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
fome; agiu com rapidez. sintético);
O candidato é o mais humilde dos concorren-
Adjetivo de Relação tes? (Superlativo relativo de superioridade);
O candidato é o menos preparado entre os con-
No estudo dos adjetivos, é fundamental estudar correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de inferioridade).
relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
Para identificar um adjetivo de relação, observe as Atenção! Ao compararmos duas qualidades de
seguintes características: um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
(mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- Ex.: A modelo é mais alta que magra.
sentar meios de subjetividade. Ex.: menino bonito Porém, se uma mesma característica se referir
- o adjetivo é subjetivo, pois a beleza do menino a seres diferentes, empregamos a forma sintética
depende dos olhos de quem o descreve; (melhor, pior, menor etc.).
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
relação sempre são posicionados após o substanti-
vo. Ex.: casa paterna; Formação dos Adjetivos
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan-
tivo por derivação prefixal ou sufixal; Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
z Não admitem variação de grau: os graus compa- simples ou compostos.
rativo e superlativo não são admitidos.
z Primitivos: são os adjetivos que não derivam de
Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden- outras palavras e, a partir deles, é possível formar
te americano (não é subjetivo; posicionado após o novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;
substantivo; derivado de substantivo; não existe a z Derivados: são formados a partir dos adjetivos pri-
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- mitivos. Ex.: bondade, lealdade, mulherengo etc;
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; z Simples: os adjetivos simples apresentam um úni-
roteiro carnavalesco. co radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: são formados a partir da união de
dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-bra-
Variação de Grau
sileiro, amarelo-ouro etc.
O adjetivo pode variar em dois graus: compara-
O plural dos adjetivos simples é realizado da mes-
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas
ma forma que o plural dos substantivos.
respectivas categorias.
Plural dos Adjetivos Compostos
z Grau comparativo: exprime a característica de
4
-2

um ser, comparando-o com outro da mesma classe


O plural dos adjetivos compostos segue as seguin-
13

nos seguintes sentidos:


tes regras:
.7
28

„ Igualdade: igual a, como, tanto quanto, tão


z Invariável: adjetivos compostos por azul-mari-
.8

quanto:
18

nho, azul-celeste, azul-ferrete; locuções formadas


-0

de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa,


Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios; cor-de-cáqui; adjetivo + substantivo, como tape-
ar

tes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.;


lm

„ Superioridade: mais do que: z Varia o último elemento: o primeiro elemen-


gi

to é palavra invariável, como em mal-educados,


ar

Ex.: O amor é mais suficiente do que o dinheiro; recém-formados; adjetivo + adjetivo, como em
lm

lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.


gi

„ Inferioridade: menos do que:


Ex.: Homens são menos engajados do que Adjetivos Pátrios
mulheres.
LÍNGUA PORTUGUESA

Os adjetivos pátrios também são conhecidos como


z Grau superlativo: em relação ao grau superlati- gentílicos e designam a naturalidade ou nacionalida-
vo, é importante considerar que o valor semântico de dos seres.
desse grau apresenta variações, podendo indicar: O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de
um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama-
„ Característica de um ser elevada ao último zonense, fluminense, cearense.
grau: superlativo absoluto. Pode ser analítico Outra curiosidade sobre os adjetivos pátrios diz res-
(associado ao advérbio) ou sintético (associa- peito ao adjetivo brasileiro, formado com o sufixo -eiro,
ção de prefixo ou sufixo ao adjetivo); costumeiramente usado para designar profissões.
„ Característica de um ser relacionada com O gentílico que designa nossa nacionalidade teve ori-
outros indivíduos da mesma classe: super- gem com as pessoas que comercializavam o Pau-Brasil,
lativo relativo. Pode ser de superioridade (o esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo
mais) ou de inferioridade (o menos). que passou a indicar os nascidos em nosso país. 45
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ADVÉRBIOS

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos,
os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista cansativa com as funções dos
advérbios, porém, decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na
resolução de questões de vestibulares.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas por um advérbio e, a partir delas,
consiga interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.

Novamente chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, por isso, para identificar com mais proprie-
dade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Quando? Por quê?
As respostas sempre indicarão circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou ora-
ções adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).

Locuções Adverbiais

As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.

Ex.: ameaça de colapso.

Nesse exemplo, o termo destacado é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: colapso foi ameaçado
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
4

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como “Característica da nação”, o termo destacado não
-2

terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
13

Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
.7

passiva em termos com função de posse, que é o caso das locuções adjetivas, tornando tal estrutura agramatical,
28

por isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.


.8
18
-0

Se liga!
ar
lm

Locuções adverbiais apresentam valor passivo.


gi

Locuções adjetivas apresentam valor de posse.


ar
lm

Com essa dica você será capaz de diferenciar as locuções mencionadas anteriormente. Ademais, buscamos
gi

desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso dispensar tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.

Ex.: Como foi a prova?;


Quando será a prova?;
Onde será realizada a prova?;
Por que a prova não foi realizada?

46
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De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome, exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) – Tão bem
GRAU Mal Pior (mais mal*) – Tão mal
COMPARATIVO
Muito Mais – –
Pouco Menos – –

Obs.: as formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem

GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal

Muito Muitíssimo – Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo –
menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele se torna
invariável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural. Caso a
palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
4

Ex.: A cerveja que desce redondo / As cervejas que descem redondo.


-2
13
.7

Nesse caso, trata-se de um advérbio.


28
.8

Palavras Denotativas
18
-0

São termos que apresentam semelhança aos advérbios. Em alguns casos, são até classificados como tal, mas
ar

não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.


lm

Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
gi

isso que as provas cobram.


ar
lm

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja...: sentido de explicação;
gi

z Ou melhor, aliás, ou antes...: sentido de ratificação;


z Somente, só, salvo, exceto...: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive...: sentido de inclusão.
LÍNGUA PORTUGUESA

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

Algumas Observações Interessantes

O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, e, caso venha desloca-
do, em geral, separamos por vírgulas.
Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. 47
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PRONOMES Importante reforçar que não devemos usar prono-
mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
Pronomes são palavras que representam ou acom- bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
dos pronomes é substituir ou determinar uma palavra. caso reto como complemento verbal, desde que ante-
Os pronomes indicam: pessoas, relações de posse, indefi- cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
nição, quantidade, localização no tempo, no espaço e no “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
meio textual, entre tantas outras funções. trei apenas ela na festa.
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel Atenção! Após a preposição “entre”, em estrutu-
importante na análise sintática e também na interpreta- ra de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblí-
ção textual, pois colaboram para a complementação de quos tônicos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
sentido de termos essenciais da oração, além de estrutu-
rar a organização textual, contribuindo para a coesão e Pronomes de Tratamento
também para a coerência de um texto.
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Pronomes Pessoais sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- apresentam algumas peculiaridades importantes:
curso, algumas informações relevantes sobre esses
pronomes são: z Vossa: designa a pessoa a quem se fala, relativo à
2ª pessoa, apesar disso, os verbos relacionados a
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
PRONOMES PRONOMES do singular. Ex.: Vossa excelência deve conhecer a
PESSOAS DO CASO DO CASO Constituição;
RETO OBLÍQUO z Sua: designa a pessoa de quem se fala, relativo à 3ª
1ª pessoa do Me, mim, pessoa. Ex.: Sua excelência, o presidente do Supremo
EU Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
singular comigo

2ª pessoa do Como mencionamos anteriormente, os pronomes


TU Te, ti, contigo
singular de tratamento estabelecem uma hierarquia social na
linguagem, ou seja, a partir das formas usadas pode-
3ª pessoa do Se, si, consigo, mos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder
ELE/ELA
singular o, a, lhe instituídos pelos falantes.
1ª pessoa do Por isso, é eficaz reconhecer que alguns pronomes
NÓS Nos, conosco de tratamento só devem ser utilizados em contex-
plural
tos cujos interlocutores sejam reconhecidos social-
2ª pessoa do mente por suas funções, como juízes, reis, clérigos,
VÓS Vos, convosco
plural entre outras. A seguir, observe a relação de alguns
pronomes de tratamento com as funções sociais que
3ª pessoa do Se, si, consigo,
4

ELES/ELAS designam:
-2

plural os, as, lhes


13

z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquidu-


.7

Os pronomes pessoais do caso reto costumam ques e seus respectivos femininos;


28

substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
.8

Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio- z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo
18

nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi e das Forças Armadas, membros do alto escalão;
-0

com o namorado; Maura saiu comigo. z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus
ar

respectivos femininos;
lm

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto


z Vossa Reverendíssima (V. Maga.): sacerdotes;
direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Infor-
gi

z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos gra-


mei-o sobre todas as questões;
ar

z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
lm

lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre- cerimonioso a comerciantes importantes;
gi

posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele). z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais bispos.
são pronomes substantivos. Além disso, é importante
saber que EU e TU não podem ser regidos por preposição É importante mencionar que os tópicos acima
e que os pronomes ELE(s), ELA(s), NÓS e VÓS podem ser fazem referência a pronomes de tratamento e suas
retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem. respectivas designações sociais, conforme indica o
Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados Manual de Redação oficial da Presidência da Repú-
com força e precedidos de preposição. Costumam ter blica. Portanto, essas designações devem ser seguidas
função de complemento: com atenção, quando o gênero textual abordado for
um gênero oficial.
z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata-
(plural);
mento, é importante destacar que o plural de algumas
z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. /
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s),
VV. MM.; V. A. / VV. AA.
ela(s).
48
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Porém, na maioria das abreviaturas terminadas z Referência ao tempo presente.
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
Ex.: Esta semana começarei a dieta;
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V. Emas.
Neste mês, pagarei a última prestação da casa.
Importante! O tratamento adequado a Juízes de z Referência ao espaço textual.
Direito é Meritíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao
Presidente da República nunca deve ser abreviado. Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping, esta pro-
curava um presente para o marido (o pronome
Pronomes Indefinidos refere-se ao último termo mencionado).

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de Usamos esse, essa, isso para indicar:
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
mento de algo de quem fala.
variar e podem ser invariáveis, veja:
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
z Variáveis: algum, alguma / alguns, algumas;
nenhum, nenhuma / nenhuns, nenhumas; todo, z Distância que se deseja manter.
toda/ todos, todas; outro, outra / outros, outras;
Ex.: Não me fale mais nisso;
muito, muita / muitos, muitas; tanto, tanta / tantos,
A população não confia nesses políticos.
tantas; quanto, quanta / quantos, quantas; pouco,
pouca / poucos, poucas etc.; z Referência ao tempo passado.
z Invariáveis: alguém; ninguém; tudo; outrem;
nada; cada; quem; menos; mais; que. Ex.: Nessa semana, eu estava doente;
Esses dias estive em São Paulo.
As palavras certo e bastante serão pronomes
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer- Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o falado sobre isso;
modelo de carro certo (adjetivo). Sinto uma energia negativa nessa sua expressão.
A palavra bastante é, geralmente, confundida com
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
advérbio ou adjetivo, por isso, fique atento:
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- to de quem fala e de quem ouve.
te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas;
4
-2

z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
13

ao termo “suficiente”. Ex.: A comida e a bebida não


.7

z Referência a um tempo muito remoto, um passado


foram bastantes para a festa;
28

muito distante.
.8

z Bastante (Pronome indefinido), ex.: Bastantes


18

bancos aumentaram os juros. Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
-0

tas abertas;
ar

Pronomes Demonstrativos Bons tempos aqueles!


lm
gi

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e z Referência a um afastamento afetivo.


ar

apontam elementos os quais se referem às pessoas do


lm

Ex.: Não conheço aquela mulher.


discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
gi

eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual. z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro
termo de uma relação expositiva.
z 1ª pessoa: este, estes / esta, estas;
LÍNGUA PORTUGUESA

z 2ª pessoa: esse, esses / essa, essas; Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz, esta prefe-
z 3ª pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas; riu beber chá, aquela, refrigerante.
z Invariáveis: isto, isso, aquilo.

Usamos este, esta, isto para indicar: Se liga!


O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun-
z Referência ao espaço físico, indicando a proximi- ção demonstrativa referencial, veja:
dade de algo ao falante. O candidato fez a prova, porém o mesmo se
esqueceu de preencher o gabarito. (Errado)
Ex.: Esta caneta aqui é minha; O candidato fez a prova, porém se esqueceu de
Entreguei-lhe isto como prova. preencher o gabarito. (Certo) 49
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Pronomes Relativos „ não podemos substituir cujo por outro prono-
me relativo;
Essa é uma das classes de pronomes mais com- „ o pronome relativo cujo pode ser
plexas e que possui função importante na língua, é preposicionado.
cobrada com frequência em concursos como análise
sintática. Dessa forma, é essencial conhecer adequa- Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
damente a função desses elementos a fim de saber
utilizá-los corretamente. „ para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte
Os pronomes relativos se referem a um substantivo pergunta: “de quem/do que?”
ou a um pronome substantivo mencionado anterior-
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio- Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (diretor
do que? Do filme);
nado anteriormente) chamamos de antecedente.
Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (pernas de
Os pronomes relativos podem ser variáveis ou quem? Do rapaz).
invariáveis:
z Pronome relativo “onde”
z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quan-
tos / a qual, as quais, cuja, cujas, quanta, quantas; É possível empregar o pronome relativo onde ape-
z Invariáveis: que, quem, onde, como. nas para indicar locais físicos.

No que se refere ao emprego dos pronomes relati- Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
vos, é interessante ressaltar os seguintes critérios: Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
mindo as formas aonde e donde.
z Pronome relativo “que” Ex.: Irei aonde você for.
O relativo onde pode ser empregado sem antecedente.
O emprego do pronome relativo que pode ser asso- Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
ciado a pessoas, coisas ou objetos.
z Pronome relativo “o qual”
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu;
O pronome relativo o qual e suas variações (os
O cachorro que estava doente morreu;
quais, a qual, as quais) são usados em substituição a
A caneta que emprestei nunca recebi de volta. outros pronomes relativos, sobretudo o “que”, a fim
Em alguns casos, há a omissão do antecedente do de evitar fenômenos linguísticos, como “queísmo”.
relativo que:
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
guém se lembra.
z Pronome relativo “quem”
O pronome o qual pode auxiliar na compreensão
No emprego do relativo quem, seu antecedente textual, desfazendo estruturas ambíguas.
deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Pronomes Interrogativos
4

Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.


-2

O pronome relativo quem pode fazer referência a São utilizados para introduzir uma pergunta ao tex-
13

algo subentendido: to e se apresentam de formas variáveis (Que? Quais?


.7

Ex.: Quem cala consente (aquele que cala). Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
28

Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?


.8

Quantos anos tem seu pai?


18

z Pronome relativo “quanto”


O ponto de exclamação só é usado nas interrogati-
-0

vas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção


Quanto ao emprego do relativo quanto, seu ante- interrogativa, indicada por um verbo como: pergun-
ar

cedente deve ser um pronome indefinido ou demons- tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
lm

trativo, além disso, pode sofrer flexões. Os pronomes interrogativos que e quem são pro-
gi

nomes substantivos.
ar

Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado;


lm

Perdi tudo quanto poupei a vida inteira. Pronomes Possessivos


gi

z Pronome relativo “cujo” Os pronomes possessivos se referem às pessoas do


discurso e indicam posse:
Cujo deve ser empregado para indicar posse e
pode aparecer relacionando dois termos, os quais
Meu, minha, meus,
devem ser um possuidor e uma coisa possuída. 1ª pessoa
minhas
SINGULAR 2ª pessoa
Teu, tua, teus, tuas
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua Portugue- 3ª pessoa
Seu, sua, seus, suas
sa (o relativo cuja está ligando aula (possuidor) a
matéria (coisa possuída). Nosso, nossa, nossos,
1ª pessoa nossas
„ o relativo cujo deve concordar em gênero e PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa, vossos,
número com a coisa possuída; 3ª pessoa vossas
„ jamais devemos inserir um artigo após o pro- Seu, sua, seus, suas
nome cujo: Cujo o, cuja a;
50
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Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, Se liga!
a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo.
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o pro- Casos proibidos:
nome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação do � início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
pronome é com o objeto da posse. Dá-me esse caderno! (correto);
Outras funções dos pronomes possessivos: � após ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou
de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-se de
z delimitam o substantivo a que se referem; nada (correto);
z concordam com o substantivo que vem depois
� depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
deles;
(errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
z não concordam com o referente;
z o pronome possessivo que acompanha o substan-
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal. VERBOS
Colocação Pronominal
Certamente a classe de palavras mais complexa e
Trata-se do estudo da posição dos pronomes na importante dentre as palavras da língua portuguesa
oração. As posições dos pronomes podem ser dividas é o verbo, pois é a partir deles que são estruturados
em próclise, mesóclise e ênclise. as ações e os agentes desses atos. Estude com atenção
pois é uma classe de palavras frequentemente abor-
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Os dada em provas.
casos que atraem o pronome para a próclise são: Os verbos são palavras variáveis que flexionam em
número, pessoa, modo e tempo, além da designação
„ palavras negativas (nunca, jamais, não); da voz, que exprime uma ação, um estado ou um fato.
As flexões verbais são marcadas por desinências que
Ex.: Não me submeto a essas condições. podem ser: número-pessoal, indicando se o verbo está no
singular ou plural, bem como em qual pessoa verbal foi
„ pronomes indefinidos, demonstrativos, flexionado (1ª, 2ª ou 3ª); e modo-temporal, que indica em
relativos; qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.
Apresentaremos estas desinências a seguir, porém,
Ex.: Foi ela que me colocou nesse papel. antes de abordarmos as desinências modo-temporais,
precisamos explicar o que são os modos e os tempos
„ conjunções subordinativas; verbais, acompanhe:
Ex.: Embora se apresente como um rico investi-
Modos
dor, ele nada tem.

„ gerúndio, precedido da preposição em; Indicam a atitude da ação/sujeito frente a uma


relação enunciada pelo verbo. Os modos podem ser
Ex.: Em se tratando de futebol, Maradona foi classificados em:
um ídolo.
z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
„ infinitivo pessoal preposicionado; certeza.
4
-2

Ex.: Na esperança de sermos ouvidos, muito


13

lhe agradecemos. Ex.: Estudei muito para ser aprovado;


.7
28

„ orações interrogativas, exclamativas, opta- z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude


.8

tivas (exprimem desejo). de dúvida, desejo ou possibilidade.


18
-0

Ex.: Como te iludes! Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado;


ar

z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-


lm

bo. A mesóclise será usada quando os pronomes z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
gi

precisarem ficar no meio dos verbos que estejam convite, conselho, súplica ou pedido.
ar

conjugados no futuro, caso não haja nenhum


lm

motivo para uso da próclise. Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.


gi

Ex.: “Dar-te-ei meus beijos agora...” Tempos

� Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Os O tempo verbal designa o recorte temporal em que
LÍNGUA PORTUGUESA

casos que atraem o pronome para a ênclise são: a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos
indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou
„ início de frase ou período;
futuro. Porém, existem ramificações específicas.
Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
z Presente: pode expressar não apenas um fato
„ imperativo afirmativo; atual, como também uma ação habitual. Ex.:
Estudo todos os dias no mesmo horário.
Ex.: Sente-se, por favor.
„ Uma ação passada: ex.: Vargas assume o cargo
„ advérbio virgulado. e instala uma ditadura;
„ Uma ação futura: ex.: Amanhã estudo mais!
Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante. (Equivalente a estudarei). 51
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z Passado z Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indicativo) +
„ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente verbo principal no particípio. Ex.: tinha passado;
no passado. Ex.: Estudei até ser aprovado; z Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do
„ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:
pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou terei saído;
durativa. Ex.: Estudava todos os dias; z Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar:
„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal
outra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já no particípio. Ex.: teria estudado.
transbordara da banheira.
Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos
z Futuro (Subjuntivo)

„ Futuro do presente: indica um fato que deve z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter
ser realizado em um momento vindouro. Ex.: (presente do subjuntivo) + verbo principal particí-
Estudarei bastante ano que vem; pio. Ex.: (que eu) tenha estudado;
„ Futuro do pretérito: expressa um fato pos- z Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
terior em relação a outro fato já passado. Ex.:
verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) tivesse
Estudaria muito, se tivesse me planejado.
estudado;
z Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro sim-
A partir dessas informações, podemos identificar,
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
também, os verbos conjugados nos tempos simples
Ex.: (quando eu) tiver estudado;
e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples
z Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar:
são formados por uma única palavra, ou verbo, con-
ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal
jugado no presente, passado ou futuro; já os tempos no particípio. Ex.: teria estudado.
compostos são formados por dois verbos, um auxiliar
e um principal, nesse caso, o verbo auxiliar é o único Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
a sofrer flexões. Agora, vamos conhecer as desinên-
cias modo-temporais dos tempos simples e compostos, As formas nominais do verbo são as formas infi-
respectivamente: nitivo, particípio e gerúndio, assumidas a depender
do contexto. São chamadas nominais, pois funcionam
Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples como substantivos, adjetivos ou advérbios.

MODO MODO z Gerúndio: é marcado pela terminação -ndo, seu


TEMPO valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode
INDICATIVO SUBJUNTIVO
funcionar como um advérbio ou um adjetivo. Ex.:
-e (1ª Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu;
4

conjugação) z Particípio: é marcado pelas terminações -ado, -ido,


-2

Presente *
-a (2ª e 3ª
13

-do, -to, -go, -so, corresponde nominalmente ao adje-


conjugações) tivo, pode ser flexionado, em alguns casos, em núme-
.7
28

ro e gênero. Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses;


Pretérito -ra (3ª pessoa
.8

* z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação


perfeito do plural)
18

do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig-


-0

-va (1ª nado. Pode ser pessoal ou impessoal:


Pretérito conjugação)
ar

-sse
imperfeito -ia (2ª e 3ª
lm

„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-


conjugações) jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
gi

É usado na formação de orações reduzidas.


ar

Pretérito mais-
-ra *
lm

-que-perfeito
Ex.: Comer eu; Comermos nós; É para aprende-
gi

-rá rem que ele ensina;


Futuro -r
-re
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
Futuro do do verbo, servindo para indicar apenas a con-
-ria *
pretérito
jugação. O infinitivo impessoal forma locuções
verbais ou orações reduzidas.
* Nem todas as formas verbais apresentam desi-
nências modo-temporais. Ex.: estudar - 1ª conjugação; comer - 2ª conjuga-
ção; partir - 3ª conjugação;
Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos
(Indicativo) z Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
bos que funcionam como um verbo. Ex.: ter de +
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar
(presente do indicativo) + verbo principal particí- para pagar as contas; haver de + verbo principal no
52 pio. Ex.: tenho estudado; infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.
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Se liga! PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Não confunda locuções verbais com tempos — INDICATIVO — INDICATIVO
compostos. O particípio formador de tempo
Eu sou Fui
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
homem teria realizado sua missão. Tu és Foste

Ele/Você é Foi
Classificação dos Verbos
Nós somos Fomos
Os verbos são classificados quanto a sua forma Vós sois Fostes
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, Eles/Vocês são Foram
pronominais, reflexivos, impessoais e os auxilia-
res, além das formas nominais. Vamos conhecer as Os verbos ser e ir são irregulares, porém apresen-
particularidades de cada um a seguir: tam uma forma específica de irregularidade, que oca-
siona uma anomalia em sua conjugação, por isso, são
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis classificados como anômalos.
de compreender, pois apresentam regularidade no
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- z Abundantes: são formas verbais abundantes os
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- verbos que apresentam mais de uma forma de
têm o paradigma morfológico com o radical, que particípio aceita pela norma culta gramatical.
permanece inalterado. Ex.: verbo cantar. Geralmente, apresentam uma forma de particípio
regular e outra irregular, falaremos disso poste-
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO riormente quando tratarmos das formas nominais
— INDICATIVO — INDICATIVO do verbo. Veja alguns verbos abundantes:

Eu canto Cantei
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
Tu cantas Cantaste INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Ele/Você canta Cantou Acender Acendido Aceso
Nós cantamos Cantamos Afligir Afligido Aflito
Vós cantais Cantastes Corrigir Corrigido Correto
Eles/Vocês cantam Cantaram Encher Enchido Cheio

Fixar Fixado Fixo


z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
alteração no radical e nas desinências verbais, por
4

z Defectivos: são verbos que não apresentam algu-


-2

isso recebem esse nome, pois sua conjugação ocor-


13

re irregularmente, seguindo um paradigma pró- mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
um defeito na conjugação, por isso o nome. São
.7

prio para cada grupo verbal. Perceba como ocorre


28

uma sutil diferença na conjugação do verbo estar defectivos os verbos colorir, precaver, reaver etc.
.8

que utilizamos como exemplo. Isso é importante


18

para não confundir os verbos irregulares com os Esses verbos não são conjugados na primeira pes-
-0

verbos anômalos. Ex.: verbo estar. soa do singular do presente do indicativo. Bem como:
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
ar

fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-


lm

PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO


rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer etc.
gi

— INDICATIVO — INDICATIVO
Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
ar

Eu estou Estive nos temporais também apresentam essa característi-


lm

ca, como latir, bramir, chover etc.


gi

Tu estás Esteves
z Pronominais: esses verbos apresentam um pro-
Ele/Você está Esteve
nome oblíquo átono integrando sua forma verbal.
LÍNGUA PORTUGUESA

Nós estamos Estivemos É importante lembrar que esses pronomes não


apresentam função sintática. Predominantemen-
Vós estais Estivestes te, os verbos pronominais apresentam transitivi-
Eles/Vocês estão Estiveram dade indireta, ou seja, são VTI (Verbo Transitivo
Indireto). Ex.: sentar-se.
z Anômalos: esses verbos apresentam profundas alte-
rações no radical e nas desinências verbais, conside- PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
radas anomalias morfológicas, por isso recebem essa — INDICATIVO — INDICATIVO
classificação. Um exemplo bem usual de verbos dessa
categoria é o verbo ser. Na língua portuguesa, apenas Eu me sento Sentei-me
dois verbos são classificados dessa forma, os verbos
Tu te sentas Sentaste-te
ser e ir. Veja a conjugação do verbo ser: 53
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São importantes na formação da voz passiva
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO analítica.
— INDICATIVO — INDICATIVO

Ele/Você se senta Sentou-se z Formas Nominais: na língua portuguesa, há três


formas nominais dos verbos:
Nós nos sentamos Sentamo-nos
„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor
Vós vos sentais Sentastes-vos durativo da ação e equivale a um advérbio ou
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando;
Eles/Vocês se sentam Sentaram-se „ Particípio: terminações: -ado, -ido, -do, -to,
-go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser
z Reflexivos: são os verbos que apresentam pro- classificado em particípio regular e irregular,
nome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta- sendo as formas regulares finalizadas em -ado
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses e -ido. A norma culta gramatical recomenda o
verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao uso do particípio regular com os verbos ter e
haver, já com os verbos ser e estar, recomen-
mesmo tempo.
da-se o uso do particípio irregular. Ex.: Os
policiais haviam expulsado os bandidos / Os
Ex.: Ela se veste mal; traficantes foram expulsos pelos policiais;
Nós nos cumprimentamos friamente. „ Infinitivo: marca as conjugações verbais:

z Impessoais: são verbos que designam fenômenos AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR,
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. PasseAR);
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER,
„ o verbo haver com sentido de existir ou marcan- pÔR);
do tempo decorrido também será impessoal. IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (PartIR,
SaIR)
O verbo PÔR corresponde à segunda conjugação,
Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas; pois se origina do verbo poer, o mesmo acontece com
Há dois anos, fui aprovado em concurso público; verbos que deste derivam.

„ os verbos ser e estar também são verbos impes- Vozes Verbais


soais, quando designam fenômeno climático ou
tempo. As vozes verbais definem o papel do sujeito na
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
Ex.: Está muito quente!; verbal ou se ele recebe a ação verbal. As vozes verbais
Era tarde quando chegamos; podem ser:

„ o verbo ser para indicar hora, distância ou data z Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação ver-
bal. Ex.: O policial deteve os bandidos;
concorda com esses elementos;
z Passiva: o sujeito é paciente, sofre a ação verbal.
„ o verbo fazer também poderá ser impessoal, Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial —
4

quando indicar tempo decorrido ou tempo


-2

passiva analítica; Detiveram-se os criminosos —


13

climático; passiva sintética;


.7

z Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo


28

Ex.: Faz anos que estudo para concursos; tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver-
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia;
.8

Aqui faz muito calor.


18

Os verbos impessoais não apresentam sujeito. Sin- z Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mesmo
tempo, porém percebemos que há uma ação com-
-0

taticamente, classificamos como sujeito inexistente.


partilhada entre dois indivíduos. Ex.: Os bandidos
ar

se olharam antes do julgamento.


lm

Se liga!
gi

A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-


ar

O verbo ser será impessoal quando o espaço ções entre sujeito e objeto da voz ativa, abordaremos
lm

sintático ocupado pelo sujeito não estiver preen- melhor desse processo na seção sobre as funções do
“se” em verbos transitivos diretos.
gi

chido: ex.: Já é natal. Segue o mesmo paradigma Só podemos transformar uma frase da voz ativa
do verbo fazer, podendo ser impessoal, o verbo para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
ir: ex.: Vai uns bons anos que não vejo Mariana. transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva
com a presença do objeto direto.
A voz reflexiva, por sua vez, indica uma ação pra-
z Verbos Auxiliares: os verbos auxiliares são ticada e recebida pelo sujeito ao mesmo tempo, essa
empregados nas formas compostas dos verbos e relação pode ser alcançada com apenas um indivíduo
também nas locuções verbais. Os principais verbos que pratica e sofre a ação.
auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Ex.: O menino se agrediu.
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a
concordância verbal, porém o verbo principal deter- Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou
mina a regência estabelecida na oração. mais indivíduos que praticam e sofrem a ação.
Apresentam forte carga semântica que indica modo
e aspecto da oração. Trataremos mais desse assunto no Ex.: Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
54 tópico verbos auxiliares, no final da gramática. cumprimentaram.
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No último caso, a voz reflexiva é também chamada z Partícula de realce: será partícula de realce o se
de recíproca, por isso, fique atento. que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
Atente-se: não confunda os verbos pronominais no sentido e na compreensão global do texto. A
com as vozes verbais. Os verbos pronominais que partícula de realce não exerce função sintática,
indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar- pois é desnecessária.
-se, dignar-se, entre outros, acompanham um pro-
nome que faz parte integrante do seu significado, Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
diferentemente das vozes verbais que acompanham o
pronome se com função sintática própria. z Conjunção: o se será conjunção condicional,
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
Outras Funções do “Se” se exerce função de conjunção integrante, ape-
nas ligando as orações e poderá ser substituída
Como vimos, o se pode funcionar como item essen- pela conjunção caso.
cial na voz passiva, além dessa função, esse elemento
também acumula outras atribuições, veja: Ex.: Se ele estudar, irá ser aprovado.

z Partícula apassivadora: como será abordado Conjugação de Verbos Derivados


posteriormente, a voz passiva sintética é feita
com verbos transitivos diretos (TD) ou transitivos
diretos e indiretos (TDI). Nessa voz, incluímos o se Veja alguns verbos cuja conjugação apresenta
junto ao verbo, por isso o elemento se é designado paradigma derivado, auxiliando a compreensão des-
partícula apassivadora, nesse contexto. sas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) – verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
se (partícula apassivadora). que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
O se exercerá essa função apenas com verbos cuja ção são, predominantemente, regulares.
transitividade seja TD ou TDI; verbos que concor-
dam com o sujeito; com a voz passiva sintética.
Lembramos que na voz passiva nunca haverá objeto PRESENTE — INDICATIVO
direto (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
Eu Crio
z Índice de indeterminação do sujeito: o se funcio- Tu Crias
nará nessa condição quando não for possível identi-
ficar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso, Ele/Você Cria
não podemos confundir essa função do se com a de
apassivador, já que, para ser índice de indetermina- Nós Criamos
ção do sujeito, a oração precisa estar na voz ativa.
Vós Criais
Outra característica importante do se, como índice Eles/Vocês Criam
de indeterminação do sujeito, ocorre em verbos tran-
sitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos de
4

ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar na 3ª Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
-2

pessoa do singular. mente, são irregulares e apresentam alguma modifica-


13

ção no radical ou nas desinências. Assim como o verbo


.7

Ex.: Acredita-se em Deus. passear, são derivados dessa terminação os verbos:


28
.8

z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-


18

xivo, a partícula se indicará reflexão ou recipro- PRESENTE — INDICATIVO


-0

cidade, auxiliando a construção dessas vozes Eu Passeio


ar

verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-


lm

cipais características são: sujeito recebe e pratica Tu Passeias


a ação; funcionará, sintaticamente, como objeto
gi

direto ou indireto; o sujeito da frase poderá estar Ele/Você Passeia


ar

explícito ou implícito.
lm

Nós Passeamos
gi

Ex.: Ele se via no espelho / Deu-se um presente de Vós Passeais


aniversário.
Eles/Vocês Passeiam
LÍNGUA PORTUGUESA

z Parte integrante do verbo: nesses casos, o se será


parte integrante dos verbos pronominais, acompa- Conjugação de Alguns Verbos
nhando-os em todas as suas flexões. Quando o se
exerce essa função, não terá uma função sintática. Vamos, agora, conhecer algumas conjugações de
Além disso, o sujeito da frase poderá estar explíci- verbos irregulares importantes, que são, frequente-
to ou implícito. mente, objetos de questões em provas do Enem.

Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a


filha.

55
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Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo- Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
-se as mesmas desinências desse verbo, as formas: de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto
a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de.
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Adiro
Tu Aderes Se liga!
Ele/Você Adere Algumas locuções prepositivas apresentam
semelhanças morfológicas, mas significados
Nós Aderimos
completamente diferentes, como:
Vós Aderis A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
Eles/Vocês Aderem jamento inicial. / As decisões do público foram
de encontro à proposta do programa.
PRESENTE — INDICATIVO Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-
tas. / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo.5
Eu Ponho
Lembre-se:
Tu Pões � Ao encontro de: indica aproximação; ser
favorável.
Ele/Você Põe � De encontro a: indica oposição.
Nós Pomos � Em vez de: tem como sinônimo “no lugar de”.
� Ao invés: significa “ao contrário de”.
Vós Pondes

Eles/Vocês Põem Combinações e Contrações

São conjugados da mesma forma os verbos: dispor, As preposições podem ser contraídas com outras
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, classes de palavras, veja:
entrepor, supor.
z Preposição + artigo:
PREPOSIÇÕES
„ a + a, as, o, os: à, às, ao, aos;
Palavras invariáveis que ligam orações ou outras „ de + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do,
palavras. As preposições apresentam funções impor- dos, dum, duns, duma, dumas;
tantes tanto no aspecto semântico quanto no aspecto „ por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos;
sintático, pois complementam o sentido de verbos e/ „ em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas,
ou palavras cujo sentido pode ser alterado sem a pre- no, nos, num, nuns, numa, numas.
sença da preposição, modificando a transitividade
verbal e colaborando para o preenchimento de senti- z Preposição + pronome demonstrativo:
4

do de palavras deverbais4.
-2

As preposições essenciais são: a, ante, até, após, „ a + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
13

com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo;
.7

te, por, sem, sob e trás. „ em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
28

Existem, ainda, as preposições acidentais, assim essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas,
.8
18

chamadas, pois pertencem a outras classes grama- aquilo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse,
ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre- nessa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela,
-0

posições. Eis algumas: afora, conforme (quando naqueles, naquelas, naquilo;


ar

equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, „ de + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
lm

exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que e vis- essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas,
gi

to (quando equivaler a “por causa de”). aquilo: deste, desta, destes, destas, disto, desse,
ar

dessa, desses, dessas, disso, daquele, daquela,


lm

Locuções Prepositivas daqueles, daquelas, daquilo.


gi

São grupos de palavras que equivalem a uma z Preposição + advérbio:


preposição.
Ex.: Falei sobre o tema da prova; „ de + aqui, ali, além: daqui, dali, dalém.
Falei acerca do tema da prova.
A locução prepositiva na segunda frase substitui z Preposição + pronome pessoal:
perfeitamente a preposição sobre. As locuções pre-
positivas sempre terminam em uma preposição, e há „ em + ele, ela, eles, elas: nele, nela, neles, nelas;
apenas uma exceção: a locução prepositiva com sen- „ de + ele, ela, eles, elas: dele, dela, deles, delas.
tido concessivo “não obstante”. A seguir, elencamos
alguns exemplos de locuções prepositivas:

4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação. Exem-
plo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que
completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
56 5 Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 19 nov. 2020.
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z Preposição + pronome relativo: Conjunções Coordenativas

„ a + onde: aonde. As conjunções coordenativas são aquelas que


ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
z Preposição + pronome indefinido:
fazem parte de uma outra ou, em alguns casos, essas
„ de + outro, outras: doutro, doutros, doutra, conjunções ligam núcleos de um mesmo termo da ora-
doutras. ção. As conjunções coordenadas podem ser:

Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por z Aditivas: e, nem, bem como, não só, mas também,
Preposições não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.:
Não fiz os exercícios nem revisei. / O gato era o
É importante ressaltar que as preposições podem preferido, não só da filha, senão de toda família.
apresentar valor relacional ou podem atribuir um z Adversativas: mas, porém, contudo, todavia,
valor nocional. As preposições que apresentam um entretanto, não obstante, senão (equivalente a
valor relacional cumprem uma relação sintática mas). Ex.: Não tenho um filho, mas dois. / A culpa
com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são não foi a população, senão dos vereadores (equi-
chamados deverbais, conforme já mencionamos ante- vale a “mas sim”);
riormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer z Alternativas: ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja,
com adjetivos e advérbios, os quais também apresen- ora...ora, já...ja. Ex.: Estude ou vá para a festa. /
tarão função deverbal. Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la;
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida z Explicativas: que, porque, pois, (se vier no início
pela regência do verbo concordar). da oração), porquanto. Ex.: Estude, porque a cane-
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo ta é mais leve que a enxada!;
complemento nominal). z Conclusivas: logo, portanto, então, por isso, assim,
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra-
gida pelo adjetivo). se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo aprovado.
advérbio).
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Importante:
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença. z a conjunção e pode apresentar valor adversativo,
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- mormente quando é antecedido por vírgula. Ex.:
nal é preponderante, apresentam uma modificação Estava querendo dormir, e o barulho não deixava;
no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são z a palavra senão pode funcionar como conjunção
componentes obrigatórios na construção da senten- alternativa. Ex.: Saia agora, senão chamarei os
ça, divergindo das preposições de valor relacional. guardas! (Podemos trocá-la por ou);
As preposições de valor nocional estabelecem uma z “pois” com sentido explicativo inicia uma oração
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto saudades.
etc. Veja algumas: Já “pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
4
-2

entre vírgulas. Ex.: Nessa instabilidade, o dólar


13

voltará, pois, a subir;


VALOR NOCIONAL DAS
.7

SENTIDO z as conjunções e, nem não devem ser empregadas


PREPOSIÇÕES
28

juntas (e nem), tendo em vista que ambas indicam


.8

Posse Carro de Marcelo. a mesma relação aditiva. Assim, o uso concomitan-


18

te acarreta em redundância.
-0

O cachorro está sob a


Lugar
mesa. Conjunções Subordinativas
ar
lm

Votar em branco, chegar


Modo Tal qual as conjunções coordenativas, as subordi-
gi

aos gritos.
nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
ar

sentadas no texto, porém, diferentemente daquelas,


lm

Causa Preso por estupro.


estas ligam ideias apresentadas em orações subordi-
gi

Assunto Falar sobre política. nadas, ou seja, orações que precisam de outra para
terem o sentido apreendido. As conjunções subordi-
Descende de família
Origem nativas podem ser:
simples.
LÍNGUA PORTUGUESA

Olhe para frente! Iremos z Causal: haja vista, que, porque, pois, porquanto,
Destino
a Paris. visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca fez dieta;
CONJUNÇÕES z Consecutiva: que (depois de tal, tanto, tão), de
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:
Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça;
Assim como as preposições, as conjunções tam-
z Comparativa: como, que nem, que (depois de
bém são invariáveis e, da mesma forma auxiliam na mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
organização das orações, ligando termos e, em alguns como um touro;
casos, orações. Por manterem relação direta com a z Conformativa: conforme, como, segundo, de acor-
organização das orações nas sentenças, as conjunções do com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu confor-
podem ser: coordenativas ou subordinativas. me o planejado; 57
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z Concessiva: embora, conquanto, ainda que, mes-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado;
Cuidado! Devagar!
z Condicional: se, caso, desde que, contanto que, Advertência
Calma!
a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse
falar com você, teria respondido sua mensagem; Alívio Arre! Ufa! Ah!
z Proporcional: à proporção que, à medida que, quan-
to mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.: Quan- Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva!
to mais estudo, mais chances tenho de ser aprovado;
z Final: final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
fessora dá exemplos para que você aprenda!;
z Temporal: quando, enquanto, assim que, até que, Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che- Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!
guei à cidade, fui assaltado. Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!

Salve! Viva! Adeus!


Saudação
Se liga! Tchau!
Os valores semânticos das conjunções não se Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
prendem às formas morfológicas desses ele-
mentos. O valor das conjunções é construído É salutar lembrar que o sentido exato de cada
contextualmente, por isso, é fundamental estar interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
atento aos sentidos estabelecidos no texto. Veja texto, por isso, em questões que abordem essa classe
exemplos: de palavras, o candidato deve manter a calma e reler
Se Mariana gosta de você, porque você não a o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se cer-
procura? (se = causal = já que); tificar do sentido expresso no texto.
Por que ficar preso na cidade, quando existe tan- Isso acontece porque qualquer expressão exclamati-
to ar puro no campo? (quando = causal = já que). va que expresse sentimento ou emoção pode funcionar
como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por
exemplo, que são interjeições por excelência, mas, depen-
Conjunções Integrantes dendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
As conjunções integrantes fazem parte das orações papel das locuções interjetivas, que são conjuntos de
subordinadas e, na realidade, elas apenas integram palavras que funcionam como uma interjeição, como:
uma oração principal à outra, subordinada. Existem Meu Deus! Ora bolas! Valha-me Deus!
apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se.

z quando é possível substituir o que pelo pronome


isso, estamos diante de uma conjunção integrante. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. Quero = isso;
4
-2

z sempre haverá conjunção integrante em orações 1. (ENEM — 2020)


13

substantivas e, consequentemente, em períodos


.7

compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. DECRETO N° 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
28

Perguntei = isso;
.8

z nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- Demite o Gerúndio do Distrito Federal e dá outras
18

bo e uma conjunção integrante. Ex.: Sabe-se, que o providências.


-0

Brasil é um país desigual (errado). / Sabe-se que o O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das
ar

Brasil é um país desigual (certo). atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e
lm

XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:


gi

INTERJEIÇÕES Art. 1° Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do


ar

Governo do Distrito Federal.


lm

As interjeições também fazem parte do grupo de Art. 2° Fica proibido, a partir desta data, o uso do
palavras invariáveis, tal como as preposições e as con- gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
gi

junções. Sua função é expressar estado de espírito e Art. 3° Este Decreto entra em vigor na data de sua
emoções, por isso apresenta forte conotação semânti- publicação.
ca. Ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
a uma frase, como o exposto no capítulo sobre frase,
oração e período. Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Ex.: Tchau!
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerún-
As interjeições, como mencionamos, indicam rela- dio, como “desculpa de ineficiência”, indica
ções de sentido diversas, a seguir apresentamos um
quadro com os sentimentos e sensações mais expres- a) conclusão de uma ação.
sos pelo uso de interjeições: b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática.
d) continuidade de um processo.
e) transferência de responsabilidade.
58
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O decreto entende que o gerúndio (forma verbal Frase
terminada em –ndo) expressa ideia de processo, e
não de atividade realizada. Como podemos ver em: Frase é todo enunciado com sentido completo.
escrevendo, saindo, enviando, dentre outros, que Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
remetem a essa ideia de continuidade, e não fina- conjunto de palavras.
lização. As formas nominais dos verbos são: Infini- Ex.: Fogo!
tivo (terminação -ar, -er, -ir), Gerúndio (terminação Silêncio!
-ndo) e particípio (terminação –ado e –ido). Respos- “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
ta: Letra D. Ramos)

Oração
2. (ENEM — 2022) PALAVRA – As gramáticas classificam
as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, Oração é o enunciado que se estrutura em torno de
conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. um verbo (explícito, implícito ou subentendido) ou de
Os poetas classificam as palavras pela alma porque uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode
gostam de brincar com elas, e para brincar com elas apresentá-lo completo ou incompleto.
é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o poluição.
significante e o significado para dizer o que quer, dar “A roda de samba acabou”. (Chico Buarque)
sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem
chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A Período
palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra
faca corta. A palavra carro corre. A palavra “palavra” Período é o enunciado constituído de uma ou mais
diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras orações. Classifica-se em:
têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas em
vários pontos. As palavras dizem o que querem, está z Simples: quando possui apenas uma oração.
dito, e pronto.
Ex.: O sol surgiu radiante.
Ninguém viu o acidente.
FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo:
Salamandra, 2013 (adaptado)
z Composto: quando possui duas ou mais orações.
Esse texto, que simula um verbete para a palavra
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
“palavra’’, constitui-se como um poema porque
(Chico Buarque)
Chegou em casa e tomou banho.
a) tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classifi-
cam as palavras pela alma”. PERÍODO SIMPLES — OS TERMOS DA ORAÇÃO
b) utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As
palavras têm corpo e alma”. Os termos que formam o período simples são dis-
c) valoriza a gramática da língua, como em “substantivo, tribuídos em:
adjetivo, verbo, advérbio, conjunção”.
d) estabelece comparações, como em “As palavras têm z Essenciais: sujeito e predicado;
4
-2

corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”. z Integrantes: complemento verbal, complemento
13

e) apresenta informações pertinentes acerca do conceito nominal e agente da passiva;


.7

de “palavra”, como em “As gramáticas classificam as z Acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial
28

palavras”. e aposto.
.8
18

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO


O texto começa utilizando a classificação grama-
-0

tical para as palavras tal como vimos; porém, em São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
ar

seguida, dá um sentido mais simbólico e poético às da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
lm

palavras, diferente do abordado nas gramáticas, ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
para isso se vale da metáfora de que “as palavras
gi

leiro constituído, basicamente, de arroz e feijão, por


têm corpo e alma”. Resposta: Letra B.
ar

exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos, a


lm

seguir, cada um deles.


gi

Sujeito
SINTAXE É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
LÍNGUA PORTUGUESA

pelo verbo. O sujeito pode ser:


CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE
z o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;
Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre z o elemento que pratica ou recebe a ação expressa
os grandes grupos existentes na língua, como verbos, pelo verbo;
substantivos ou adjetivos. Esses são grupos morfológi- z o termo que pode ser substituído por um pronome
cos. Ao combinar as palavras em frases, nós construí- do caso reto;
mos um painel morfológico. z o termo com o qual o verbo concorda.
As palavras, normalmente, recebem uma dupla
classificação: a morfológica, que está relacionada à Ex.: A população implorou pela compra da vacina
classe gramatical a que pertencem, e a sintática, rela- da covid-19.
cionada à função específica que assumem em deter- No exemplo anterior, a população é:
minada frase. 59
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z o elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
rou pela compra da vacina); Núcleo: aluguel.
z o elemento que pratica a ação de implorar; Sujeito simples: O aluguel da casa.
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo Composto: quando há dois núcleos ou mais.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
z o termo que pode ser substituído por um pronome Núcleos: sons, cores.
do caso reto (Ela implorou pela compra da vacina Sujeito composto: Os sons e as cores
da covid-19). Elíptico, oculto ou desinencial: quando não apa-
rece na oração, mas é possível de ser identificado
z Núcleo do Sujeito devido à flexão do verbo ao qual se refere.
Vi o noticiário hoje de manhã.
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal por-
Sujeito: (eu).
que é a respeito dela que o predicado diz algo. O núcleo
indica a palavra que realmente está exercendo determi-
„ Sujeito indeterminado: quando não é possível
nada função sintática, que atua ou sofre a ação.
identificar o sujeito na oração, mas ainda sim
O núcleo do sujeito apresentará um substantivo, ou
está presente. Encontra-se na 3ª pessoa do plu-
uma palavra com valor de substantivo, ou pronome.
ral ou representado por um índice de indeter-
O sujeito simples contém apenas um núcleo.
minação do sujeito, a partícula “se”.
Ex.: O povo pediu providências ao governador.
Sujeito: O povo.
Pode-se colocar o verbo na 3ª pessoa do plural, não
Núcleo do sujeito: povo.
se referindo a nenhuma palavra determinada no con-
Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
texto, como no exemplo a seguir:
de dois ou mais termos.
Passaram cedo por aqui, hoje (entende-se que
Ex.: As luzes e as cores são bem visíveis.
alguém passou cedo).
Sujeito: As luzes e as cores.
Pode-se também colocar verbos sem complemento
Núcleo do sujeito: luzes/cores.
direto (intransitivos, transitivos diretos ou de ligação)
na 3ª pessoa do singular acompanhados do pronome se,
que atua como índice de indeterminação do sujeito.
Se liga!
Ex.: Não se vê com a neblina (entende-se que nin-
Para determinar o sujeito da oração, coloca-se guém consegue ver nessa condição).
as expressões interrogativas quem? ou o quê?
antes do verbo. „ Sujeito inexistente ou oração sem sujeito:
Ex.: A população pediu uma providência ao quando uma oração ocorre sem o sujeito, de for-
governador. ma que ela tenha sentido completo. Os verbos são
Quem pediu uma providência ao governador? impessoais e, normalmente, representam fenô-
Resposta: a população (sujeito). menos da natureza. Pode ocorrer também o ver-
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o bo fazer ou haver no sentido de existir.
outro.
Geia no Paraná.
4

O que iria de um lado para o outro? Resposta: o


-2

Fazia um mês que tinha sumido.


pêndulo do relógio (sujeito).
13

Basta de confusão.
.7

Há dois anos esse restaurante abriu.


28

z Tipos de Sujeito
.8

z Classificação do Sujeito quanto à Voz


18

Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se


-0

em: „ Voz ativa (sujeito agente)


ar
lm

Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.


Simples
gi

Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer-


ar

DETERMINADO Composto ce a ação na frase.


lm
gi

Elíptico „ Voz Passiva Sintética (Sujeito Paciente)


Com verbos flexionados na 3ª
Ex.: Corta-se cabelo.
pessoa do singular
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do “cabelo” sofre uma ação, diferentemente do exemplo
se (índice de indeterminação do do item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora
sujeito) da oração.
É importante notar que não há preposição entre
Usado para fenômenos da natu- o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo,
INEXISTENTE
reza ou com verbos impessoais “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal.
„ Sujeito determinado: quando se identifica a Precisa-se de cabelo.
pessoa, o lugar ou o objeto na oração. Pode ser Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e
classificado em: não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é indeter-
minado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.
60 Simples: quando há apenas um núcleo.
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„ Voz Passiva Analítica (Sujeito Paciente) Ex.: O garoto está bastante feliz.
Verbo de ligação: está.
Ex.: A minha saia azul está rasgada. Predicativo do sujeito: bastante feliz.
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen- Ex.: Seu batom é muito forte.
ça da partícula -se. Verbo de ligação: é.
Predicativo do sujeito: muito forte.
Predicado
„ Predicado verbal: ocorre quando há dois
É o termo que informa algo sobre o sujeito. Apesar núcleos significativos: um verbo (transitivo ou
de o sujeito e o predicado serem termos essenciais na intransitivo) e um nome (predicativo do sujeito
oração, há casos em que a oração não possui sujeito. ou, em caso transitivo, predicativo do objeto).
Tendo isso em vista, o predicado pode ser: Da natureza desse verbo é que decorrem os
demais termos do predicado.
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
O verbo do predicado pode ser classificado em
Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” transitivo direto, transitivo indireto, verbo transitivo
(José de Alencar) direto e indireto ou verbo intransitivo. Acompanhe:
Predicado: seguem sua marcha. Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que
exige um complemento não preposicionado, o objeto
z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei- direto.
to (oração sem sujeito): Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.”
(Noel Rosa)
Ex.: Chove pouco nesta época do ano. Verbo transitivo direto: fazer.
Predicado: Chove pouco nesta época do ano. Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
Verbo transitivo direto: trouxe.
Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transi-
tivo indireto tem como necessidade o complemento
Se liga! acompanhado de uma preposição para fazer sentido.
Para determinar o predicado, basta separar o Ex.: Nós acreditamos em você.
sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o Verbo transitivo indireto: acreditamos.
Preposição: em.
predicado abrangerá toda a declaração. A pre-
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.
sença do verbo é obrigatória, seja de forma explí- Verbo transitivo indireto: obedeceu.
cita ou implícita: Preposição: a (a + os).
Ex.: “Nossos bosques têm mais vida.” (Gonçal- Ex.: Os professores concordaram com isso.
ves Dias) Verbo transitivo indireto: concordaram.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais Preposição: com.
vida. Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias) verbo de sentido incompleto que exige dois comple-
mentos: objeto direto (sem preposição) e objeto indi-
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores. reto (com preposição).
4
-2

Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe


13

outras.” (Machado de Assis)


z Classificação do Predicado
.7

Verbo transitivo direto e indireto 1: contava.


28

Objeto direto 1: anedotas.


A classificação do predicado depende do significa-
.8

Objeto indireto 1: lhe.


18

do e do tipo de verbo que apresenta. Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia.


Objeto direto 2: outras.
-0

„ Predicado nominal: ocorre quando o núcleo Objeto indireto 2: lhe.


ar

significativo se concentra em um nome (cor- Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de cons-
lm

responde a um predicativo do sujeito). O ver- truir sozinho o predicado, que não precisa de comple-
gi

bo deste tipo de oração é sempre de ligação. O mentos verbais, sem prejudicar o sentido da oração.
Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
ar

predicado nominal tem como núcleo um nome


Verbo intransitivo: adormeciam.
lm

(substantivo, adjetivo ou pronome).


gi

„ Predicado verbo-nominal: ocorre quando há


Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo dois núcleos significativos: um verbo nocional
Mendes) (intransitivo ou transitivo) e um nome (predi-
Predicado: são mais bonitas.
LÍNGUA PORTUGUESA

cativo do sujeito ou, em caso de verbo transiti-


Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo vo, predicativo do objeto).
Bilac)
Predicado: estão cheias de calafrios. Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
Verbo intransitivo: parou.
É importante não confundir: Predicativo do sujeito: atento.
Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, Repare que, no primeiro exemplo, o termo “aten-
mas um estado momentâneo ou permanente que rela- to” está caracterizando o sujeito “O homem” e, por
ciona o sujeito ao restante do predicado, que é o pre- isso, é considerado predicativo do sujeito.
dicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito: função exercida por subs- Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo
tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atribuem Bilac)
uma condição ou qualidade ao sujeito. 61
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Verbo intransitivo: marchou. Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
Predicativo do sujeito: desorientado. “Convidaram quem? Ela”).
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- Receberam quem? Nós).
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
ser objetos diretos. Normalmente aparecem antes do
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha- pronome relativo que.
do de Assis) Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
esse “algo” é o objeto direto).
Verbo transitivo direto: achou.
Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
Objeto direto: o raciocínio.
Predicativo do objeto: exato. feminino definido).
No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um
z Objeto direto preposicionado: mesmo que o ver-
julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”, que é o
bo transitivo direto não exija preposição no seu
objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir
que temos um caso de predicativo do objeto, visto que complemento, algumas palavras requerem o uso
“exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito. da preposição para não perder o sentido de “alvo”
do sujeito. Além disso, há alguns casos obrigatórios
O que é o predicativo do objeto? e outros facultativos.

„ Exemplos com ocorrência obrigatória de


É o termo que confere uma característica, uma
preposição:
qualidade ao termo a que se refere. A formação do
predicativo do objeto dá-se por um adjetivo ou por Não entendo nem a ele nem a ti.
um substantivo. Respeitava-se aos mais antigos.
Ex.: Consideramos o filme proveitoso. Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Predicativo do objeto: proveitoso. Amavam-se um ao outro.
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas. “Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
Predicativo do objeto: vitoriosa. feita.” (Ciro dos Anjos)
Para facilitar a identificação do predicativo do
objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres- „ Exemplos com ocorrência facultativa de
centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí- preposição:
fica é relacionar o predicativo ao nome.
O filme foi proveitoso. Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
Ela era vitoriosa. le templo.
Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre- A escultura atrai a todos os visitantes.
dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de Não admito que coloquem a Sua Excelência num
ligação (foi e era, respectivamente). pedestal.
Ao povo ninguém engana.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des-
4

São vocábulos que se agregam a determinadas sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
-2

estruturas para torná-las completas. De acordo com


13

sente para indicar parte de um todo, quando assim


a gramática de língua portuguesa, esses termos são
.7

for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa


28

divididos em: bebeu uma porção da água, e não ela toda.


.8

Complementos Verbais
18

z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência


-0

dessa função sintática na mesma oração, a fim de


São termos que completam o sentido de verbos
enfatizar um único significado.
ar

transitivos diretos e transitivos indiretos. Os comple-


lm

mentos verbais podem ser: Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
gi

Andrade);
z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
ar

panhado de preposição.
lm

z Objeto direto interno: representado por palavra


gi

que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta


Ex.: Examinei o relógio de pulso.
mesmo significado.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
O técnico convocou somente os do Brasil (os = Ex.: Riu um riso aterrador.
aqueles). Dormiu o sono dos justos.
„ Pronomes e sua relação com o objeto direto: „ Como diferenciar objeto direto de sujeito:
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas Já começaram os jogos da seleção. (sujeito).
variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto).
exercem função de objeto direto, os pronomes oblí- O objeto direto pode ser passado para a voz passi-
quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa va analítica e transforma-se em sujeito.
função sintática. Os jogos da seleção foram ignorados.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
quem? A minha pessoa”). z Objeto indireto: é complemento verbal regido de
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. preposição obrigatória, que se liga diretamente a
62 (= “Nunca tomeis quem? Vós”). verbos transitivos indiretos e diretos. Representa
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o ser beneficiado ou o alvo de uma ação, como nos Adjunto Adnominal
exemplos a seguir:
São termos que acompanham o substantivo, núcleo
Por favor, entregue a carta ao proprietário da de outra função, para qualificar, quantificar, especi-
casa 260. ficar o elemento representado pelo substantivo.
Gosto de ti, meu nobre. As categorias morfológicas que podem funcionar
Não troque o certo pelo duvidoso. como adjunto adnominal são:
Vamos insistir em promover o novo romance de
ficção. z artigos;
z adjetivos;
z numerais;
Se liga! z pronomes;
z locuções adjetivas.
Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais
Pode ser representado pelos seguintes prono- Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
mes oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, ficaram esquecidos no quarto.
lhes. Os pronomes o, a, os, as não exercerão Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus.
essa função. O novo regulamento originou a revolta dos
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor. funcionários.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como
objeto indireto, já que sempre ocorrem com z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto
preposição. adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes
Ex.: Você escreveu esta carta para mim? exercem essa função sintática quando assumem
valor de pronomes possessivos.

z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida Ex.: Puxaram-me o cabelo. (Puxam meu cabelo).
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
uma mensagem. z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
plemento nominal: quando o adjunto adnominal
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda. for representado por uma locução adjetiva, ele
pode ser confundido com complemento nominal.
Complemento Nominal Para diferenciá-los, siga a dica:

O complemento nominal completa o sentido de Será adjunto adnominal:


substantivos, adjetivos e advérbios. É uma função
sintática regida de preposição e com objetivo de com- „ se o substantivo ao qual se liga for concreto.
pletar o sentido de nomes. A presença de um comple-
mento nominal nos contextos de uso é fundamental
Ex.: A casa da idosa desapareceu.
para o esclarecimento do sentido do nome.
4

Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.


-2

Estou longe de casa e tão perto do paraíso. „ se indicar posse ou o agente daquilo que
13

Para melhor identificar um complemento nomi- expressa o substantivo abstrato.


.7

nal, siga a instrução:


28

Nome + preposição + quem ou quê Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada.
.8

Como diferenciar complemento nominal de com-


18

plemento verbal? Será complemento nominal:


-0

Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.


ar

(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se „ se indicar o alvo daquilo que expressa o
lm

diretamente ao verbo “obedecia”). substantivo.


gi

Naquela época, a obediência ao meu coração pre-


valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
ar

Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não


ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
lm

foi respeitada.
gi

Notava-se o amor pelo seu trabalho.


Agente da Passiva
„ se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
LÍNGUA PORTUGUESA

lítica. Sempre é precedido da preposição por e, mais


raramente, da preposição de. Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
ser, estar, viver, andar, ficar. Adjunto Adverbial

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO Termo representado por advérbios, locuções


adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Rela-
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu- ciona-se ao verbo ou a toda oração para indicar varia-
ra básica da oração, são importantes para compreen- das circunstâncias, como:
são do enunciado porque trazem informações novas.
Esses termos são chamados acessórios da oração. z Tempo: Quero que ele venha logo;
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida;
z Modo: O dia começou alegremente; 63
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z Intensidade: Almoçou pouco; Irei a Macau, Cabo Verde, Angola e Timor-Leste,
z Causa: Ela tremia de frio; países africanos onde se fala português;
z Companhia: Venha jantar comigo;
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as z Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
roupas;
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
z Finalidade: Vivia para o trabalho; rumo;
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez;
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel;
z Circunstancial: exprime uma característica
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
circunstancial.
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã;
z Origem: Descendia de nobres.
Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
apropriadas;
Se liga!
z Especificativo: é o aposto que aparece junto a um
Não confunda: para conseguir distinguir adjunto substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
adverbial de adjunto adnominal, basta saber se especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
o termo relacionado ao adjunto é um verbo ou substantivos próprios.
um nome, mesmo que o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui Ex.: O mês de abril.
é um adjunto adnominal). O rio Amazonas.
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um Meu primo José;
adjunto adverbial).
z Aposto da oração: é um comentário sobre o fato
Aposto expresso pela oração, ou uma palavra que condensa.

São estruturas relacionadas a substantivos, prono- Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
mes ou orações. O aposto tem como propósito expli- preocupação.
car, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou O noticiário disse que amanhã fará muito calor —
apontar algo, alguém ou um fato. ideia que não me agrada;
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
bicicleta. z Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Aposto: filha de D. Raimunda
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran- Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
des obras. para as perguntas.
Aposto: Machado de Assis. Sua presença era inesperada, o que causou
surpresa.
4
-2

Classifica-se nas seguintes categorias:


13

Observação: o aposto pode aparecer antes do ter-


.7

z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. mo a que se refere, normalmente antes do sujeito.
28

Separa-se do substantivo a que se refere por uma Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
.8

pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões na marcou uma geração.


18

ou dois-pontos. Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto se


-0

refere a um termo preposicionado, ele pode vir igual-


ar

Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram mente preposicionado.


lm

ontem, acabaram de voltar de férias. Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo
gi

Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de


ele tinha medo.
ar

todos.
O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
lm

z Enumerativo: é usado para desenvolver ideias Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
gi

que foram resumidas ou abreviadas em um termo (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito).


anterior. Mostra os elementos contidos em um só Falou comigo deste modo: calma e maliciosamen-
termo. te. (advérbios, aposto do adjunto adverbial de modo).

Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e z Diferença de aposto especificativo e adjunto
riachos. adnominal: normalmente, é possível retirar a pre-
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, posição que precede o aposto. Caso seja um adjun-
preconceito, antipatia e arrogância; to, se for retirada a preposição, a estrutura fica
prejudicada, conforme os exemplos abaixo:
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
para resumir termos anteriores. É expresso, nor- Ex.: A cidade Fortaleza é quente. (aposto especifi-
malmente, por um pronome indefinido. cativo / Fortaleza é uma cidade).
O clima de Fortaleza é quente. (adjunto adnomi-
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos nal / Fortaleza é um clima?);
64 estavam empolgados com a feira.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o O período composto classifica-se nas seguintes
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo categorias:
adjetivo.

Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. Orações coordenadas


assindéticas
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado — adjetivo).
Homem desesperado, João sempre perde o con- POR Orações coordenadas
trole. (aposto; núcleo: homem — substantivo). COORDENAÇÃO sindéticas:
aditivas, adversativas, alternati-
Vocativo vas, conclusivas, explicativas
O vocativo é um termo que não mantém relação Orações subordinadas
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- substantivas:
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para subjetivas, objetivas diretas,
chamar ou interpelar a pessoa com a qual o enuncia- objetivas indiretas, comple-
dor deseja se comunicar. É um termo independente, tivas nominais, predicativas,
pois não faz parte da estrutura da oração. apositivas
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha
consulta. Orações subordinadas
POR
Ela te diz isso desde ontem, Fábio. adjetivas:
SUBORDINAÇÃO
restritivas, explicativas
z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati-
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum Orações subordinadas
outro termo da oração. adverbiais:
causais, comparativas, con-
Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças. cessivas, condicionais, confor-
Já o aposto relaciona-se sintaticamente com outro mativas, consecutivas, finais,
termo da oração. proporcionais, temporais
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é POR COOR-
Orações formadas por períodos
impecável. DENAÇÃO E
mistos
Sujeito: a cozinha de Lufe. SUBORDINAÇÃO
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao sujeito). ORAÇÕES
De gerúndio e de infinitivo
REDUZIDAS
PERÍODO COMPOSTO
Período Composto por Coordenação
Observe os exemplos a seguir:
Ex.: A apostila de português está completa.
4

Trata-se de orações sintaticamente independentes,


-2

Um verbo: uma oração = período simples. ou seja, não possuem relação sintática com verbos,
13

Ex.: Português e matemática são disciplinas essen- nomes ou pronomes das demais orações no período.
.7

ciais para ser aprovado em concursos.


28

Dois verbos: duas orações = período composto.


.8

Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”


18

O período composto é formado por duas ou mais (Fernando Pessoa)


-0

orações. Em um parágrafo, podem aparecer mistura-


Oração coordenada 1: Deus quer.
ar

dos períodos simples e períodos compostos.


lm

Oração coordenada 2: o homem sonha.


gi

Oração coordenada 3: a obra nasce.


PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO
ar
lm

O povo levantou-se cedo Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala
Era dia de eleição.
gi

para evitar aglomeração. de Damasceno, mas nada ouvi.” (Machado de Assis)

Os que estão em negrito


Oração coordenada assindética: Subi devagarinho.
são os verbos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Oração coordenada assindética: colei o ouvido à


porta da sala de Damasceno.
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi.
Se liga!
Conjunção adversativa: mas nada.
Período simples é aquele formado por uma só
oração. z Orações Coordenadas Sindéticas
Período composto é aquele formado por duas ou
mais orações. As orações coordenadas podem aparecer ligadas
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
sindética. Tendo isso em vista, as coordenadas sindé-
ticas podem ser classificadas em: 65
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„ Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade Não sei se poderei sair hoje à noite;
ou simultaneidade.
„ Orações subordinadas substantivas justapos-
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam- tas: são introduzidas por advérbios ou pro-
bém, mas ainda, bem como, como também, senão nomes interrogativos (onde, como, quando,
também, que (= e). quanto, quem etc.).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
Os convidados não compareceram nem explica-
roubadas.
ram o motivo;
Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
„ Adversativas: exprimem ideia de oposição, con- „ Orações subordinadas substantivas reduzidas:
traste ou ressalva em relação ao fato anterior. não são introduzidas por conectivo, e o verbo
fica no infinitivo.
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia,
contudo, entretanto, no entanto, senão, não obstante, Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;
ao passo que, apesar disso, em todo caso.
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas. „ Orações subordinadas substantivas subjeti-
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a vas: exercem a função de sujeito. O verbo da
morte.” (Laurindo Rabelo); oração principal deve vir na voz ativa, passiva
analítica ou sintética, em 3ª pessoa do singular,
„ Alternativas: exprimem fatos que se alternam sem se referir a nenhum termo na oração.
ou se excluem.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito).
Foi importante que você regressasse. (sujeito ora-
Conjunções constitutivas: ou, ou... ou, ora... ora, cional) (oração subordinada substantiva subjetiva);
que... quer, seja... seja, já... já, talvez... talvez.
Ex.: Ora responde, ora fica calado. „ Orações subordinadas substantivas objetivas
Você quer suco de laranja ou refrigerante? diretas: exercem a função de objeto direto de
um verbo transitivo direto ou transitivo direto
„ Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica e indireto da oração principal.
sobre um raciocínio.
Ex.: Desejo o seu regresso. (objeto direto).
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por Desejo que você regresse. (objeto direto oracio-
conseguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início nal) (oração subordinada substantiva objetiva direta);
de frase).
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima „ Orações subordinadas substantivas completi-
semana. vas nominais: exercem a função de comple-
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo mento nominal de um substantivo, adjetivo ou
Mendes Campos); advérbio da oração principal.
4

Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple-


-2

„ Explicativas: justificam uma opinião ou ordem


13

expressa. Conjunções constitutivas: que, por- mento nominal).


Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
.7

que, porquanto, pois.


28

plemento nominal oracional) (oração subordinada


.8

Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale substantiva completiva nominal);
18

a “pois”).
„ Orações subordinadas substantivas predicati-
-0

Vamos almoçar de novo porque ainda estamos


com fome. vas: funcionam como predicativos do sujeito
ar

da oração principal. Sempre figuram após o


lm

Período Composto por Subordinação verbo de ligação ser.


gi
ar

Formado por orações sintaticamente dependen- Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
lm

tes, considerando a função sintática em relação a um sujeito)


gi

verbo, nome ou pronome de outra oração. As orações Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
subordinadas podem ser: sujeito oracional) (oração subordinada substantiva
predicativa);
z substantivas;
z adjetivas; „ Orações subordinadas substantivas apositi-
z adverbiais. vas: funcionam como aposto. Geralmente vêm
depois de dois-pontos ou entre vírgulas.
z Orações Subordinadas Substantivas
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata.
São classificadas nas seguintes categorias: (aposto).
Só quero uma coisa: que você volte imediatamen-
„ Orações subordinadas substantivas conecti- te. (aposto oracional) (oração subordinada apositiva).
vas: são introduzidas pelas conjunções subor-
dinativas integrantes que e se. z Orações Subordinadas Adjetivas

Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-
66 impostos. minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
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introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a „ Orações subordinadas adverbiais conformati-
qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) vas — são introduzidas por: como, conforme,
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: segundo, consoante.
explicativas e restritivas.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
„ Orações subordinadas adjetivas explicativas:
não limitam o termo antecedente, e sim acres- „ Orações subordinadas adverbiais consecuti-
centam uma explicação sobre o termo antece- vas — são introduzidas por: que (precedido na
dente. São consideradas termo acessório no oração anterior de termos intensivos como tão,
período, podendo ser suprimidas. Sempre apa- tanto, tamanho etc.) de sorte que, de modo que,
recem isoladas por vírgulas. de forma que, sem que.

Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou.
cria trinta gatos; “Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles);
„ Orações subordinadas adjetivas restritivas:
especificam ou limitam a significação do termo „ Orações subordinadas adverbiais finais: indi-
antecedente, acrescentando-lhe um elemento cam um objetivo a ser alcançado. São introdu-
indispensável ao sentido. Não são isoladas por zidas por: para que, a fim de que, porque e que
vírgulas. (= para que).

Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
incurável. tivessem bom estudo;

Como diferenciar as orações subordinadas adje- „ Orações subordinadas adverbiais proporcio-


tivas restritivas das orações subordinadas adjetivas nais — são introduzidas por: à medida que, à
explicativas? proporção que, quanto mais, quanto menos
�Ele visitará o irmão que mora em Recife. (restri- etc.
tiva, pois ele tem mais de um irmão e vai visitar ape-
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mais a
nas o que mora em Recife).
aprecio;
�Ele visitará o irmão, que mora em Recife. (explica-
tiva, pois ele tem apenas um irmão, que mora em Recife).
„ Orações subordinadas adverbiais temporais —
são introduzidas por: quando, enquanto, logo
z Orações Subordinadas Adverbiais
que, depois que, assim que, sempre que, cada
Exprimem uma circunstância relativa a um fato vez que, agora que etc.
expresso em outra oração. Têm função de adjunto
adverbial, são introduzidas por conjunções subor- Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.
dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos
4

seguintes grupos: Para separar as orações de um período composto, é


-2

necessário atentar-se para dois elementos fundamen-


13

„ Orações subordinadas adverbiais causais — tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
.7

são introduzidas por: como, já que, uma vez (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
28

que, porque, visto que etc. esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
.8
18

representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-


Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
-0

ções verbais. Exemplo:


que ficamos sem gasolina;
ar

z [“A recordação de uns simples olhos basta] — 1ª


lm

„ Orações subordinadas adverbiais comparati-


oração;
gi

vas — são introduzidas por: como, assim como,


z [para fixar outros] — 2ª oração;
ar

tal qual, mais etc.


z [que os rodeiam] — 3ª oração;
lm

Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) z [e se deleitem com a imaginação deles”]. (Macha-
gi

que a importada; do de Assis) — 4ª oração.

„ Orações subordinadas adverbiais concessivas: Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao ver-


LÍNGUA PORTUGUESA

indicam certo obstáculo em relação ao fato bo basta, pertencente à 1ª (oração principal). A 3ª e


expresso na outra oração, sem, contudo, impe- a 4ª são orações coordenadas entre si, porém ambas
di-lo. São introduzidas por: embora, ainda que, dependentes do pronome outros, da 2ª oração.
mesmo que, por mais que, se bem que etc.
Orações Reduzidas
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã.

„ Orações subordinadas adverbiais condicio- Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
nais — são introduzidas por: se, caso, desde nominais (gerúndio, particípio e infinitivo).
que, salvo se, contanto que, a menos que etc. Aquelas que são substantivas e adverbiais nun-
ca são iniciadas por conjunções. Aquelas que são
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para adjetivas nunca podem ser iniciadas por pronomes
tal; relativos. 67
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Podem ser reescritas (desenvolvidas) com conecti- z Orações reduzidas de Particípio
vos e podem ser iniciadas por preposição ou locução
prepositiva. Podem ser adjetivas ou adverbiais.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
Oração subordinada adverbial reduzida de particí- „ Adjetiva
pio: não começa com conjunção.
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
(desenvolvida). Nosso planeta, ameaçado constantemente por
Oração subordinada adverbial desenvolvida: nós mesmos, ainda resiste.
começa com conjunção.
„ Adverbial
z Orações Reduzidas de Infinitivo
Ex.: Aceitas as condições, não haveria problemas.
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
(condicional).
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
(causal/temporal).
„ Substantivas
Comprada a casa, a família se mudou logo.
(temporal).
Ex.: É preciso trabalhar muito. (O. S. substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo).
Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
direta reduzida de infinitivo).
Se liga!
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva O particípio concorda em gênero e número com
predicativa reduzida de infinitivo). os termos referentes.
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
completiva nominal reduzida de infinitivo).
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. Períodos Mistos
substantiva apositiva reduzida de infinitivo).
São períodos que apresentam estruturas oracionais
„ Adjetivas de coordenação e subordinação. Assim, às vezes apa-
recem orações coordenadas dentro de um conjunto de
Ex.: João não é homem de meter os pés pelas orações que são subordinadas a uma oração principal.
mãos.
O meu manual para fazer bolos certamente vai
agradar a todos. 1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO 3ª ORAÇÃO

O homem en- que todos


„ Adverbiais e pediu
trou na sala calassem.
Ex.: Apesar de estar machucado, continua jogan- verbo verbo verbo
4
-2

do bola.
13

Sem estudar, não passarão. z 1ª oração: oração coordenada assindética;


.7

Ele passou mal, de tanto comer doces. z 2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em
28

relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração;


.8

z Orações reduzidas de Gerúndio


18

z 3ª oração: oração coordenada substantiva objeti-


-0

va direta em relação à 2ª oração.


Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-
ar

sitivas, adjetivas e adverbiais. Resumindo: trata-se de um período composto por


lm

coordenação e subordinação.
gi

„ Coordenada Aditiva As orações subordinadas são coordenadas entre si,


ar

ligadas ou não por conjunção.


lm

Ex.: Pagou a conta, ficando livre dos juros.


gi

z Orações Subordinadas Substantivas Coordena-


„ Substantiva Apositiva das entre si

Ex.: Não mais se vê amigo ajudando um ao outro. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
(subjetiva). meus pais, nem que culpe meus parentes.
Agora ouvimos artistas cantando no shopping. Oração principal: Espero.
(objetiva direta). Oração coordenada 1: que você não me culpe.
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
„ Adjetiva Oração coordenada 3: nem que culpe meus
parentes.
Ex.: Criança pedindo esmola dói o coração. Importante: o segredo para classificar as orações
é perceber os conectivos (conjunções e pronomes
„ Adverbial relativos).

Ex.: Temendo a reação do pai, não contou a z Orações Subordinadas Adjetivas Coordenadas
68 verdade. entre si
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Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é cautelosa, não faz tudo sozinha.
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva.
Oração subordinada adjetiva 2: mas que é cautelosa.

z Orações Subordinadas Adverbiais Coordenadas entre si

Ex.: Não só quando estou presente, mas também quando não estou, sou discriminado.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou presente.
Oração subordinada adverbial 2: quando não estou.

z Orações Coordenadas ou Subordinadas no mesmo período

Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram seu papel, no entanto a realidade não é assim.
Oração principal: Presume-se.
Oração subordinada subjetiva da principal: as penitenciárias cumpram seu papel.
Oração coordenada sindética adversativa da anterior: no entanto a realidade não é assim.

REGÊNCIA

Regência é a maneira como o nome ou o verbo se relaciona com seus complementos, com ou sem preposi-
ção. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige complemento preposicionado, esse nome é um
termo regente, e seu complemento é um termo regido, pois há uma relação de dependência entre o nome e seu
complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre iniciado por preposição, exceto se o complemento vier em
forma de pronome oblíquo átono, conforme o exemplo a seguir:
Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram leais.
Pronome oblíquo átono: lhe.
Foram leais: complemento de lhe, predicativo do sujeito (desprovido de preposição).

Regência Verbal

Trata-se da relação de dependência entre um verbo e seu complemento. As relações podem ser diretas ou
indiretas, isto é, sem ou com preposição. Há verbos que admitem mais de uma regência sem que o sentido
seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
Verbo transitivo direto: esquecia.
Objeto direto: os favores recebidos.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
Verbo transitivo indireto: se esquecia.
Objeto indireto: dos favores recebidos.
4
-2

No entanto, na língua portuguesa, há verbos que, mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando seu
13

significado. Exemplos:
.7

Neste país aspiramos ar poluído. (aspiramos = sorvemos).


28

Verbo transitivo direto: aspiramos.


.8

Objeto direto: ar poluído.


18
-0

Os funcionários aspiram a um mês de férias. (aspiram = almejam).


ar

Verbo transitivo indireto: aspiram.


lm

Objeto indireto: a um mês de férias.


gi
ar

A seguir, observe uma tabela dos principais verbos que geram dúvidas quanto à regência:
lm
gi

Abraçou a namorada com ternura.


ABRAÇAR Transitivo direto
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço.
A menina agradava o gatinho. (transitivo direto com sentido de
LÍNGUA PORTUGUESA

Transitivo direto; transitivo “acariciar”)


AGRADAR
indireto A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto no sentido de “ser
agradável a”)
Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não personificado)
Transitivo direto; transitivo
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto personificado)
AGRADECER indireto; transitivo direto e
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indireto,
indireto
refere-se a coisas e pessoas)

69
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Seguido de infinitivo intransitivo precedido da preposição a, rege
indiferentemente objeto direto e objeto indireto:
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
Transitivo direto; transitivo Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo indireto)
AJUDAR
indireto Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, rege apenas objeto direto:
Ajudaram o ladrão a fugir.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto direto:
Ajudei-o muito à noite.
A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (transitivo direto com sentido de
Transitivo direto; transitivo “angustiar”)
ANSIAR
indireto Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com sentido de “desejar
muito” — não admite “lhe” como complemento)
Aspiramos o ar puro das montanhas. (transitivo direto com sentido de
Transitivo direto; transitivo “respirar”)
ASPIRAR
indireto Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo indireto no sentido de
“desejar”)
Transitivo direto ou indireto no sentido de “prestar assistência”:
O médico assistia os acidentados.
O médico assistia aos acidentados.
Transitivo direto; transitivo
ASSISTIR Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
indireto
Não assisti ao final da série.
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milhares de pessoas”
Intransitivo; transitivo Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
CASAR indireto; transitivo direto e A jovem não queria casar com ninguém. (transitivo indireto)
indireto O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo direto e indireto)
Chamou o filho para o almoço. (transitivo direto com sentido de
Transitivo direto; transitivo
“convocar”)
CHAMAR seguido de predicativo do
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de predicativo do objeto com
objeto
sentido de “denominar, qualificar”)
Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo indireto com sentido de
Transitivo indireto; “ser difícil”)
CUSTAR transitivo direto e indireto; A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transitivo direto e indireto:
intransitivo sentido de “acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
Esqueci os acontecimentos.
ESQUECER Admite três possibilidades Esqueci-me dos acontecimentos.
Esqueceram-me os acontecimentos.
4
-2

A resolução do exercício implica nova teoria. (transitivo direto com


13

sentido de “acarretar”)
Transitivo direto; transitivo
.7

Mamãe sempre implicou com meus hábitos. (transitivo indireto com


IMPLICAR indireto; transitivo direto e
28

sentido de “mostrar má disposição”)


indireto
.8

Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo direto e indireto com


18

sentido de envolver-se”)
-0

Referente à pessoa: objeto direto; referente à coisa: objeto indireto, com


ar

as preposições de ou sobre
lm

Referente à pessoa: objeto direto:


INFORMAR Transitivo direto e indireto Informaram o réu de sua condenação.
gi

Informaram o réu sobre sua condenação.


ar

Referente à coisa: objeto indireto, com a preposição a


lm

Informaram a condenação ao réu.


gi

Verbo pronominal
INTERESSAR-SE transitivo indireto, com as Ela interessou-se por minha companhia.
preposições em e por
Eles começaram a namorar faz tempo. (intransitivo com sentido de
“cortejar”)
Intransitivo; transitivo
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo indireto com sentido
NAMORAR indireto; transitivo direto e
de “desejar muito”)
indireto
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Garret) (transitivo direto e indireto
com sentido de “encantar-se”)
OBEDECER/ Obedeçam à sinalização de trânsito.
Transitivos indiretos
DESOBEDECER Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
Transitivo direto; transitivo Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
PAGAR indireto; transitivo direto e Você pagou ao dono do armazém? (transitivo indireto)
indireto Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo direto e indireto)
70
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Transitivo direto; transitivo Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
PERDOAR indireto; transitivo direto e A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
indireto Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e indireto)
O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no sentido de “ocorrer”)
SUCEDER Intransitivo; transitivo direto
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido de “vir depois”)

Regência Nominal

Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem complementos preposicionados, exceto quando
vêm em forma de pronome oblíquo átono.

z Advérbios terminados em “mente”: os advérbios derivados de adjetivos seguem a regência dos adjetivos:

„ análoga/analogicamente a;
„ contrária/contrariamente a;
„ compatível/compativelmente com;
„ diferente/diferentemente de;
„ favorável/favoravelmente a;
„ paralela/paralelamente a;
„ próxima/proximamente a/de;
„ relativa/relativamente a.

z Preposições prefixos verbais: alguns nomes regem preposições semelhantes a sua primeira sílaba. Vejamos:

„ dependente, dependência de;


„ inclusão, inserção em;
„ inerente em/a;
„ descrente de/em;
„ desiludido de/com;
„ desesperançado de;
„ desapego de/a;
„ convívio com;
„ convivência com;
„ demissão, demitido de;
„ encerrado em;
„ enfiado em;
„ imersão, imergido, imerso em;
„ instalação, instalado em;
4

„ interessado, interesse em;


-2

„ intercalação, intercalado entre;


13

„ supremacia sobre.
.7
28

CONCORDÂNCIA
.8
18
-0

Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obedecem a
alguns princípios: um deles é a concordância. Observe o exemplo:
ar

A pequena garota andava sozinha pela cidade.


lm
gi

z A: artigo, feminino, singular;


ar

z pequena: adjetivo, feminino, singular;


lm

z garota: substantivo, feminino, singular.


gi

Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o núme-
ro (singular) do substantivo.
LÍNGUA PORTUGUESA

Na língua portuguesa, há dois tipos de concordância: verbal e nominal.

Concordância Verbal

É a adaptação em número — singular ou plural — e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo sujeito.
Observe o trecho a seguir:
De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais insistem
em desmentir que nosso país é cheio de “brasis” — digamos assim —, ganha disparando dos outros, pois houve
influências de todos os povos aqui: europeus, asiáticos e africanos.
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um sujeito simples, “o Brasil”, portanto o verbo corresponden-
te a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
Destrinchando o período, temos que os termos essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas: “o Brasil”
— sujeito — e “ganha” — predicado verbal. 71
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A seguir, veja um caso de uso de verbo bitransitivo: „ Quando o sujeito é formado pelas expressões
mais de um, cerca de, perto de, menos de,
Ex.: Prefiro natação a futebol. coisa de, obra de etc., o verbo concorda com
o numeral.
z Verbo bitransitivo: Prefiro;
z Objeto direto: natação;
z Objeto indireto: a futebol. Ex.: Mais de um aluno compareceu à aula.
Mais de cinco alunos compareceram à aula.
Popularmente, usa-se “do que” no lugar de “a”, o que A expressão mais de um tem particularidades:
tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro natação do se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
que futebol”. Porém, segundo a norma padrão, a forma recíproco se), se houver coletivo especificado ou se a
correta é como consta na primeira frase. expressão vier repetida, o verbo fica no plural.
Ex.: Mais de um irmão se abraçaram.
z Concordância Verbal com o Sujeito Simples Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Mais de um aluno, mais de um professor esta-
De modo geral, o verbo concorda com o núcleo do vam presentes;
sujeito.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
exorbitante. „ Quando o sujeito é formado de um número per-
Contudo, existem diferentes situações: centual ou fracionário, o verbo concorda com o
enumerado ou com o número inteiro, mas pode
„ Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de concordar com o especificador dele. Se o nume-
sentido coletivo, o verbo fica no singular. ral vier precedido de um determinante, o verbo
concordará apenas com o numeral.
Ex.: A multidão gritou entusiasmada;

„ Quando o sujeito é o pronome relativo que, o Ex.: Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe o que
verbo posterior ao pronome relativo concorda é viver bem.
com o antecedente do relativo. Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
viver bem.
Ex.: Quais os limites do Brasil que se situam mais Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
próximos do Meridiano? Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver
„ Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, mal;
o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

Ex.: Fomos nós quem resolveu a questão. „ Os verbos bater, dar e soar concordam com o
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- número de horas ou vezes, exceto se o sujeito
cordar com o pronome reto antecedente. for a palavra relógio.
Ex.: Fomos nós quem resolvemos a questão;
Ex.: Deram duas horas, e ela não chegou. (Duas
„ Quando o sujeito é um pronome interrogati- horas deram...).
4

vo, demonstrativo ou indefinido no plural + de Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu).
-2

nós/de vós, o verbo pode concordar com o pro-


13

Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez


nome no plural ou com nós/vós. badaladas soaram).
.7
28

Soou dez badaladas o relógio da escola. (O relógio


Ex.: Alguns de nós resolviam essa questão./Alguns
.8

da escola soou dez badaladas);


de nós resolvíamos essa questão;
18
-0

„ Quando o sujeito é formado por palavras plura- „ Quando o sujeito está em voz passiva sintética,
ar

lizadas, normalmente topônimos (Amazonas, o verbo concorda com o sujeito paciente.


lm

férias, Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.),


gi

se houver artigo definido antes de uma palavra Ex.: Vendem-se casas de veraneio aqui.
ar

pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não haja Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
lm

esse artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Esta- interessada;


gi

dos Unidos continuam uma potência.


„ Quando o sujeito é um pronome de tratamento,
Estados Unidos continua uma potência. o verbo fica sempre na 3ª pessoa.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
de de Santos fica em São Paulo”);
Ex.: Por que Vossa Majestade está preocupada?
Suas Excelências precisam de algo?
Se liga!
„ Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o exclamativas.
verbo fica no singular ou no plural, conforme o
exemplo a seguir: Ex.: Vivam os campeões!
Os Lusíadas imortalizou/imortalizaram Camões.

72
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z Concordância Verbal com o Sujeito Composto z Concordância Verbal do Ser

„ Núcleos do sujeito constituídos de pessoas gra- „ Concorda com o sujeito.


maticais diferentes:
Ex.: Nós somos unha e carne;
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;

„ Núcleos do sujeito ligados pela preposição com: „ Concorda com o sujeito (pessoa):

Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
garam ontem;
„ Em predicados nominais, quando o sujeito
„ Núcleos do sujeito acompanhados da palavra for representado por um dos pronomes tudo,
cada ou nenhum; nada, isto, isso, aquilo ou por “coisas”, o verbo
ser concordará com o predicativo (preferen-
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
cialmente) ou com o sujeito.
ter o espírito esportivo;

„ Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando Ex.: No início, tudo é/são flores;
no singular:
„ Concorda com o predicativo quando o sujeito
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- for que ou quem:
davam. (preferencialmente no singular);
Ex.: Quem foram os classificados?
„ Gradação entre os núcleos do sujeito:
„ Em indicações de horas, datas, tempo, dis-
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
tância (predicativo), o verbo concorda com o
me acalmar. (preferencialmente no singular);
predicativo:
„ Núcleos do sujeito no infinitivo:
Ex.: São nove horas.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; É frio aqui.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
„ Núcleos do sujeito resumidos por um aposto
resumitivo (nada, tudo, ninguém): „ O verbo fica no singular quando precede ter-
mos como muito, pouco, nada, tudo, bastan-
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
te, mais, menos etc. junto a especificações de
„ Sujeito constituído pelas expressões um e preço, peso, quantidade, distância. E também
outro, nem um nem outro: quando seguido do pronome o:

Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Divertimentos é o que não lhe falta.
4
-2

„ Núcleos do sujeito ligados por nem... nem: Dez reais é nada diante do que foi gasto;
13

Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão


.7

„ Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da


28

meu foco nos estudos;


oração não aparecer entre o verbo ser e o que,
.8

o ser ficará invariável. Se o ser vier separado


18

„ Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras


como, menos, inclusive, exceto ou as expressões do que, o verbo concordará com o termo não
-0

bem como, assim como, tanto quanto: preposicionado entre eles.


ar
lm

Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
gi

final; São eles que sempre chegam cedo.


ar

É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-


lm

„ Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlati- trução adequada).


vas aditivas enfáticas (tanto... quanto / como /
gi

São nessas horas que a gente precisa de ajuda.


assim como; não só... mas também etc.): (construção inadequada).
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua
Casos Especiais de Concordância Verbal
LÍNGUA PORTUGUESA

popularidade em alta;

„ Quando dois ou mais adjuntos modificam um z Concordância do Infinitivo


único núcleo, o verbo fica no singular con-
cordando com o núcleo único. Mas, se houver Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
determinante após a conjunção, o verbo fica no Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
plural, pois o sujeito passa a ser composto: to esclarecido).
Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis implícito “nós”).
aumentou. Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
Ou: (dois pronomes implícitos: eu, nós).
O preço dos alimentos e o dos combustíveis Até me encontrarem, vocês terão de procurar
aumentaram. muito. (preposição no início da oração). 73
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Para nós nos precavermos, precisaremos de luz. z Sujeito posposto distanciado:
(verbos pronominais).
Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi-
indicando tempo). cal brasileira seres estranhos.
Estudo para me considerarem capaz de aprova-
ção. (pretensão de indeterminar o sujeito). z Verbos Impessoais (Haver e Fazer)
Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com- Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte.
posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no Havia problemas no setor.
particípio). Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir
vai ter sujeito “problemas”, e será variável).
Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
z Verbo na Voz Passiva Sintética
ção verbal).
Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta.
sendo sujeito do infinitivo).
z Verbo Concordando com o Antecedente Correto
do Pronome Relativo ao qual se Liga
Se liga!
Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto tinham experiência.
o impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
z Sujeito Coletivo com Especificador Plural

Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
com valor genérico).
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece- z Sujeito Oracional
dido de preposição de ou para).
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
imperativo). singular).

z Concordância do Verbo Parecer z Núcleo do Sujeito no Singular Seguido de Adjun-


to ou Complemento no Plural
Flexiona-se ou não o infinitivo.
Ex.: Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
(o equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta- atrito. (verbo no singular).
vam confiantes”, portanto o infinitivo é flexionado de
acordo com o sujeito, no plural). z Casos Facultativos
4

Eles parecem estudar bastante. (locução verbal,


-2

logo o infinitivo será impessoal). A multidão de pessoas invadiu/invadiram o


13

estádio.
.7
28

z Concordância dos Verbos Impessoais Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
fizeram rir.
.8
18

São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica Fui eu quem faltou/faltei à aula.
Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
-0

sempre na 3ª pessoa do singular.


“Os sertões” marcou/marcaram a literatura
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
ar

brasileira.
lm

Fazia quinze anos que ele havia se formado. Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
gi

ciência. (1,5% corresponde ao singular).


auxiliar fica no singular).
ar

Chegaram/Chegou João e Maria.


Trata-se de problemas psicológicos.
lm

Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram


Geou muitas horas no sul. aqui.
gi

Eu, assim como você, odeio/odiamos a política


z Concordância com Sujeito Oracional brasileira.
O problema do sistema é/são os impostos.
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o ver- Hoje é/são 22 de agosto.
bo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular. Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
a aprovação.
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos.
Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados.
Ficou combinado que sairíamos à tarde.
z Silepse de Número e de Pessoa
Urge que você estude.
Era preciso encontrar a verdade. Conhecida também como “concordância irregular,
ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
z Casos mais Frequentes no Enem
„ Silepse de número: usa-se um termo discordan-
Veja agora uma lista com os casos mais abordados do do número da palavra referente, para concor-
74 no Enem e em vestibulares: dar com o sentido semântico que ela tem.
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Ex.: Flor tem vida muito curta, logo murcham. Como o adjetivo desapareceu com a substituição,
(ideia de pluralidade: todas as flores); então é um adjunto adnominal.

„ Silepse de pessoa: o autor da frase participa „ Com função de predicativo do objeto: reco-
do processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa menda-se concordar com a soma dos substan-
do plural. tivos, embora alguns estudiosos admitam a
concordância com o termo mais próximo.
Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de diver-
sas etnias, somos multiculturais.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
Concordância Nominal
seus subordinados.
Define-se como a adaptação em gênero e número
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como z Algumas Convenções
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
adjetivos, numerais). „ Obrigado/próprio/mesmo:
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
gênero e número com o nome a que se referem, como Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
os exemplos a seguir: A própria enfermeira virá para o debate.
Ex.: Parede alta./Paredes altas. Elas mesmas conversaram conosco.
Muro alto./Muros altos.
„ Só/sós:
z Casos com Adjetivos
Variáveis quando significarem “sozinho” /“
„ Com função de adjunto adnominal: quando o sozinhos”.
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”.
ver após os substantivos, poderá concordar com
as somas desses ou com o elemento mais próximo. Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
apenas queriam ficar sozinhas).
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas./Encon- A locução “a sós” é invariável.
trei colégios e faculdades ótimos. Ex.: Ela gostava de ficar a sós./Eles gostavam de
Atente-se: há casos em que o adjetivo concordará ficar a sós.
apenas com o nome mais próximo, quando a qualida-
de pertencer somente a este. z Quite/anexo/incluso:
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho. Concordam com os elementos a que se referem.
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Ex.: Estamos quites com o banco.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Seguem anexas as certidões negativas.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
Ex.: Existem complicadas regras e conceitos.
4

Quando houver apenas um substantivo qualifica- „ Meio:


-2

do por dois ou mais adjetivos, pode-se:


13

Colocar o substantivo no plural e enumerar o adje- Quando significar “metade”, concordará com o ele-
.7

mento referente.
28

tivo no singular.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
.8

Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, francesa e alemã.


18

Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar Quando significar “um pouco”, será invariável.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
-0

os adjetivos (também no singular), antepor um artigo


a cada um, menos no primeiro deles.
ar

Ex.: Ele estuda a língua inglesa, a francesa e a „ Grama:


lm

alemã.
gi

Quando significar “vegetação”, é feminino.


ar

„ Com função de predicativo do sujeito: com Ex.: “A grama do vizinho sempre é mais verde.”
lm

o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará Quando significar unidade de medida, é masculino.
gi

com a soma dos elementos. Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.

Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados. „ É proibido entrada/É proibida a entrada:


LÍNGUA PORTUGUESA

Com o verbo antes do sujeito, o predicativo do


sujeito acompanhará a concordância do verbo, que, Se o sujeito vier determinado, a concordância do
por sua vez, concordará tanto com a soma dos ele- verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou seja,
mentos quanto com o nome mais próximo. tanto o verbo quanto o predicativo concordarão com
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal./Esta- o determinante.
vam abandonados a casa e o quintal. Ex.: Caminhada é bom para a saúde./Esta cami-
Como saber, então, quando o adjetivo tem valor de nhada está boa.
adjunto adnominal ou predicativo do sujeito? Substi- É proibido entrada de crianças./É proibida a
tua os substantivos por um pronome:
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. entrada de crianças.
(substitui-se por “eles”). Pimenta é bom?/A pimenta é boa?
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
existem complicados”. 75
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„ Menos/pseudo: Adjetivos

São invariáveis. Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-


Ex.: Havia menos violência antigamente. mo elemento concordará com o substantivo referente.
Aquelas garotas são pseudoatletas./Seu argumen- Os demais ficarão na forma masculina singular. Se um
dos elementos for originalmente um substantivo, todo
to é pseudo-objetivo.
o adjetivo composto ficará invariável.
Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
„ Muito/bastante: No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
plural, pois ambos são adjetivos.
Quando modificam o substantivo: concordam com No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece
ele. no singular, por ser substantivo, assim, “verde” tam-
Quando modificam o verbo: invariáveis. bém ficará no singular. Nesse caso, o termo composto
Ex.: Muitos deles vieram./Eles ficaram muito não concorda com o plural do substantivo referente,
irritados. “folhas”.
Bastantes alunos vieram./Os alunos ficaram bas- Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar.
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam-
tante irritados.
bém pode ser um substantivo.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substituí- lógica de “musgo”, do exemplo anterior.
dos por “bem”, ficarão invariáveis.

„ Tal qual: Se liga!


Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual-
Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são
com o substantivo posterior.
sempre invariáveis.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois
os pais. elementos flexionados no plural (peles-vermelhas).
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
quais os pais.
Flexão dos Dois Elementos
„ Silepse (também chamada concordância
figurada): z Nos substantivos compostos formados por pala-
vras variáveis, especialmente substantivos e
adjetivos:
É aquela que concorda não com o termo expresso,
mas com o que está subentendido.
„ segunda-feira — segundas-feiras;
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é „ matéria-prima — matérias-primas;
linda!). „ couve-flor — couves-flores;
4
-2

Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos „ guarda-noturno — guardas-noturnos;


13

com o estabelecimento aberto no final de semana). „ primeira-dama — primeiras-damas.


.7

Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-


28

leiros, estamos esperançosos). z Nos substantivos compostos formados por temas


.8

verbais repetidos:
18
-0

„ Possível:
„ corre-corre — corres-corres;
ar

„ pisca-pisca — piscas-piscas;
Concordará com o artigo, em gênero e número, em
lm

„ pula-pula — pulas-pulas.
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
gi

Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis./


ar

Nestes substantivos também é possível a flexão


lm

Conheci crianças as mais belas possíveis. apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-pis-
gi

cas, pula-pulas.
PLURAL DE COMPOSTOS
Flexão Apenas do Primeiro Elemento
Substantivos
z Nos substantivos compostos formados por subs-
O adjetivo concorda com o substantivo referen- tantivo + substantivo em que o segundo termo
te em gênero e número. Se o termo que funciona limita o sentido do primeiro termo:
como adjetivo for originalmente um substantivo, fica
„ decreto-lei — decretos-lei;
invariável.
„ cidade-satélite — cidades-satélite;
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
„ público-alvo — públicos-alvo;
também é um substantivo; mantém-se no singular). „ elemento-chave — elementos-chave.
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
um substantivo; mantém-se no singular). Nestes substantivos também é possível a flexão
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
76 públicos-alvos, elementos-chaves.
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z Nos substantivos compostos preposicionados: z Pronome reflexivo com a função sintática do obje-
to indireto:
„ cana-de-açúcar — canas-de-açúcar;
„ pôr do sol — pores do sol; Ex.: Ele atribuía-se o direito de julgar.
„ fim de semana — fins de semana;
„ pé de moleque — pés de moleque. z Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
ca do objeto direto:
Flexão Apenas do Segundo Elemento
Ex.: Admiravam-se de longe.
z Nos substantivos compostos formados por tema
verbal ou palavra invariável + substantivo ou z Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
adjetivo: ca do objeto indireto:

„ bate-papo — bate-papos; Ex.: Eles retribuíram-se as respectivas malvadezas.


„ quebra-cabeça — quebra-cabeças;
z Pronome reflexivo com a função de sujeito de um
„ arranha-céu — arranha-céus;
infinitivo:
„ ex-namorado — ex-namorados;
„ vice-presidente — vice-presidentes. Ex.: Ela deixou-se ir.
z Nos substantivos compostos em que há repetição
z Pronome apassivador:
do primeiro elemento:
Ex.: Compram-se jornais.
„ zum-zum — zum-zuns;
„ tico-tico — tico-ticos; z Pronome de realce:
„ lufa-lufa — lufa-lufas;
„ reco-reco — reco-recos. Ex.: O mestre da outra escola sorriu-se da tradução.

z Nos substantivos compostos grafados ligadamen- z Índice de indeterminação do sujeito:


te, sem hífen:
Ex.: Assistiu-se a um belo espetáculo.
„ girassol — girassóis;
„ pontapé — pontapés; z Parte integrante dos verbos essencialmente
„ mandachuva — mandachuvas; pronominais:
„ fidalgo — fidalgos.
Ex.: Queixou-se muito da vida.
z Nos substantivos compostos formados com grão,
grã e bel: z Conjunção subordinativa integrante:

„ grão-duque — grão-duques; Ex.: Ela queria ver se conseguiria.


„ grã-fino — grã-finos;
z Conjunção subordinativa condicional:
4

„ bel-prazer — bel-prazeres.
-2
13

Não Flexão dos Elementos Ex.: Se eles vierem, serão bem-vindos.


.7
28

Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elemen- FUNÇÕES DO QUE


.8

tos formadores, que se mantêm invariáveis. Isso


18

ocorre em frases substantivadas e em substantivos Funções Morfológicas


-0

compostos por um tema verbal e uma palavra inva-


ar

riável ou outro tema verbal oposto: z pronome;


lm

z substantivo;
z preposição;
gi

z o disse me disse — os disse me disse;


z o leva e traz — os leva e traz; z advérbio;
ar

z interjeição;
lm

z o cola-tudo — os cola-tudo.
z conjunção.
gi

FUNÇÕES DO SE
Funções Sintáticas
Acompanhe aqui uma síntese das funções mais
LÍNGUA PORTUGUESA

cobradas desse vocábulo. z Pronome relativo (igual a “o qual”, “a qual”):

Funções Morfológicas Ex.: A curiosidade é um vício que desconhece termos.

z pronome; z Pronome substantivo indefinido (igual a “que coi-


z conjunção. sa”) ligado ao verbo:

Funções Sintáticas Ex.: Elas não sabiam o que fazer.

z Pronome reflexivo com a função sintática de obje- z Pronome adjetivo indefinido (igual a “quanto”,
to direto: “quanta”) ligado ao substantivo:

Ex.: Elas não se encontram na redação. Ex.: Que alegria! 77


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z Pronome interrogativo (ao final de frases é z Conjunção consecutiva:
acentuado):
Ex.: Falou tanto que ficou rouco.
Ex.: Por que não vai conosco?
Não vai conosco por quê? z Conjunção aditiva:

z Substantivo (quando está após artigos, é Ex.: Anda que anda e nada encontra.
acentuado):
z Conjunção explicativa:
Ex.: Havia em seus olhos um quê de curiosidade.
Ex.: Fique quieto, que eu quero dormir.
z Preposição (a depender do contexto, pode ser subs-
tituído por “de”): FUNÇÕES DO “SEM QUE”

Ex.: A gente tem que explicar com franqueza cer- Trata-se de uma locução conjuntiva com valor de
tas coisas. condição, concessão, consequência, negação de conse-
quência, negação de causa e modo. Essa locução pode
z Advérbio de intensidade (igual a “muito”, ligado ao ser substituída para formar orações subordinadas
adjetivo): reduzidas de infinitivo, como os seguintes exemplos:
Ex.: “Empurrava a cadeira sem que a mãe corresse
Ex.: Que bela tarde! atrás.”
Poderia ser reescrita como: “Empurrava a cadeira
z Interjeição (sempre acentuado): sem a mãe correr atrás”. Dessa forma, teríamos uma
oração reduzida de infinitivo.
Ex.: Quê! Você tem coragem? Ex.: “A democracia não será efetiva sem liberda-
de de informação e não será exercida sem que esta
z Partícula expletiva: esteja assegurada a todos os veículos de comunicação
visual.”
Ex.: Que experto que é teu irmão! Poderia ser reescrita como: “A democracia não
será efetiva sem liberdade de informação e não será
z Parte da locução expletiva: exercida sem esta estar assegurada a todos os veí-
culos de comunicação visual”, formando, agora, uma
Ex.: Ele é que sabe das coisas! oração reduzida de infinitivo.

z Conjunção causal (igual a “porque”):

Ex.: Disse que não iria, que não tinha roupas EXERCÍCIO COMENTADO
adequadas.
1. (ENEM — 2022)
4
-2

z Conjunção integrante:
13

Notas
.7

Ex.: Suponhamos que elas viessem.


28

Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos por-


.8

z Conjunção comparativa: tais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que
18

tomou a medida do caixão, caixão, essa, tocheiros,


-0

Ex.: Uma era mais esperta que a outra. convites, convidados que entravam, lentamente, a
passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns tris-
ar

tes, todos sérios e calados, padre e sacristão, rezas,


lm

z Conjunção concessiva (igual a “embora”):


aspersões d’água benta, o fechar do caixão, a prego e
gi

martelo, seis pessoas que o tomam da essa, e o levan-


ar

Ex.: Que não seja rico, sempre me casarei com ele.


tam, e o descem a custo pela escada, não obstante os
lm

gritos, soluços e novas lágrimas da família, e vão até


gi

z Conjunção condicional (igual a “se”):


o coche fúnebre, e o colocam em cima e traspassam
e apertam as correias, o rodar do coche, o rodar dos
Ex.: Que você pague a promissória, hão de entre-
carros, um a um... Isto que parece um simples inventá-
gar a mercadoria.
rio eram notas que eu havia tomado para um capítulo
triste e vulgar que não escrevo.
z Conjunção conformativa (igual a “conforme”):
ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Disponível em: www.
Ex.: Aos que dizem, os exames serão dificílimos. dominiopublico.gov.br. Acesso em: 25 jul. 2022.

z Conjunção temporal: O recurso linguístico que permite a Machado de Assis


considerar um capítulo de Memórias póstumas de
Ex.: Chegados que foram à cabana, reviraram tudo. Brás Cubas como inventário é a:

z Conjunção final: a) enumeração de objetos e fatos.


b) predominância de linguagem objetiva.
78 Ex.: Fiz-lhe sinal que se calasse. c) ocorrência de período longo no trecho.
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d) combinação de verbos no presente e no pretérito. z Conectivos principais: preposições e suas locu-
e) presença de léxico do campo semântico de funerais. ções: em, para, de, por, sem, com...;
z Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para
Um inventário é conhecido por ser o levantamento que, mas...;
de bens de uma pessoa, organização ou determinada z Pronomes relativos, demonstrativos, possessi-
cultura, e como tal são enumerados todos os bens que vos, pessoais: onde, que, cujo, seu, este, esse, ele...
estão em posse da pessoa, organização, cultura em
questão. No texto, a enumeração dos objetos e fatos é o Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver
recurso utilizado para que se possa considerar o capí- muitas mulheres nuas, são imorais. Desde seu iní-
tulo como um inventário. Resposta: Letra A. cio, a televisão foi usada para facilitar o domínio da
sociedade. Como exemplo, podemos citar a chegada
do homem à Lua, onde os EUA conseguiram com sua
propaganda capitalista frente a uma Guerra Fria, a
CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE simpatia de grande parte da população do planeta.
TEXTO COERÊNCIA
COESÃO
Coerência textual conduz uma relação harmônica
estabelecida entre as partes de um texto em um con-
A coesão pode ser considerada a “costura” textual, texto específico. Ela é responsável pela percepção de
a “amarração” na estrutura das frases, dos períodos uma unidade de sentido. Sendo assim, os principais
e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para aspectos envolvidos nessa questão são:
garantir uma boa coesão no seu texto é preciso pres-
tar atenção a alguns mecanismos.
z Coerência semântica: refere-se à relação entre
A seguir, em negrito há mecanismos que podem
significados dos elementos da frase (local) ou entre
ser utilizados a fim de melhorar a coesão do texto:
os elementos do texto como um todo:
z Elementos Anafóricos: esse, essa, isso, aquilo,
Ex.: Paulo e Maria queriam chegar ao centro da
isso, ele...
questão. - Não caberia aqui pensar em centro como
bairro de uma cidade.
São palavras referentes a outras que apareceram É nesse caso que entra o estudo da coesão por meio
no texto, a fim de retomá-las; do vocabulário;
z Elementos Catafóricos: este, esta, isto, tal como, z Coerência sintática: refere-se aos meios sintáticos
a saber... que o autor utiliza para expressar a coerência semân-
tica: “A felicidade, para cuja obtenção não existem
São palavras referentes a outras que irão aparecer técnicas científicas, faz-se de pequenos fragmentos...”
no texto: - Como leitor do texto, você deve entender que o pro-
Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o nome cuja foi empregado para estabelecer relação
4

xampu “Ela”. Use-o e você não vai se arrepender! de posse entre obtenção e felicidade.
-2

O pronome demonstrativo este apresenta um ele-


13

mento do qual ainda não se falou = o xampu; É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
.7
28

emprego dos conectivos;


z Coesão lexical: são palavras ou expressões
.8

equivalentes.
18

z Coerência estilística: refere-se ao estilo do autor,


-0

à linguagem que ele emprega para redigir. O leitor


A repetição de palavras compromete a qualidade atento a isso consegue facilmente entender a estrutu-
ar

do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. ra do texto e relacionar bem as informações textuais.
lm

Assim, faz-se aconselhável a utilização de sinônimos: Além disso, percebendo se a linguagem do texto é
gi

Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase – figurada ou não, seu raciocínio interpretativo deverá
ar

êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha funcionar de uma determinada maneira, como pode-
lm

vida por umas poucas horas dessa alegria. mos ver neste texto de Fernando Pessoa:
gi

Nesse caso, a palavra alegria aparece como sinôni-


mo semântico da palavra amor, representando-a; Já sobre a fronte vã se me acinzenta
O cabelo do jovem que perdi.
z Coesão por elipse ou zeugma (omissão): é a
LÍNGUA PORTUGUESA

Meus olhos brilham menos.


omissão de um termo facilmente identificável. Já não tem jus a beijos minha boca.
Se me ainda amas por amor, não ames:
Podemos ocultar o sujeito da frase e fazer o leitor Traíras-me comigo.
procurar no contexto quem é o agente, fazendo corre-
lações entre as partes: (Ricardo Reis/Fernando Pessoa)
Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não
tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte também
galopava.
A interrogação representa a omissão do sujeito
marechal, que fica subentendido na oração;

79
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COMO PRODUZIR UM TEXTO COESO E COM A seguir, daremos foco aos processos de coesão
COERÊNCIA TEXTUAL? necessários para uma boa compreensão e elaboração
textual. É importante destacar que esses processos
Ao elaborarmos um texto devemos buscar organi- de coesão não podem ser dissociados da construção
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso de sentidos implícita no processo de organização da
e coerente. Porém, como fazer para que essa organi- coerência. No entanto, separamos esses conceitos com
zação mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro fins estritamente didáticos.
é preciso esclarecer os conceitos de coesão e coerência e
por que buscar esse padrão é importante. COESÃO REFERENCIAL
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articuladas A coesão marcada por processos referenciais rela-
e organizadas harmoniosamente de maneira que o texto ciona termos e ideias a partir de mecanismos que
inserem ou retomam uma porção textual. Os proces-
faça sentido como um todo. A ligação, a relação, os nexos
sos marcados pela referenciação caracterizam-se pela
entre essas partes estabelecem o que se chama de coe-
ação de referir, ou seja, são marcados pela constru-
são textual. Os articuladores responsáveis por essa “cos- ção de referentes em um texto, os quais se relacionam
tura” do tecido do texto são conhecidos como recursos com as ideias defendidas no texto. Esse processo é
coesivos, que devem ser articulados de forma a garantir caracterizado por vocábulos gramaticais e pode ser
uma relação lógica entre as ideias, fazendo com que o reconhecido pelo uso de algumas classes de palavras,
texto seja inteligível e faça sentido em um determinado das quais falaremos a seguir.
contexto. A respeito disso, temos a coerência textual, Antes, porém, é preciso reconhecer os processos
que está ligada diretamente à significação do texto e aos referenciais que envolvem o uso de expressões ana-
sentidos que ele produz para o leitor. fóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
“as expressões que retomam referentes já apresentados
no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
COESÃO COERÊNCIA ras”. Vejamos o exemplo a seguir:
Utiliza-se de elementos
Subjacente ao texto,
superficiais, dando-se
enfatiza-se o conteúdo e O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que
ênfase na forma e na
a produção de sentido/ vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira.
articulação
relação lógica Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem
entre as ideias
promissor, mas nunca se interessou realmente em
evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano
Fonte: elaborado pela autora.
chamado Tony Gazzo, com quem manteve uma certa
amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descen-
Podemos usar uma metáfora interessante quando dente de italiano e o ajudou dando US$ 500,00 para o
se trata de compreender os processos de coesão e coe- seu treinamento, na primeira luta que fez com Apollo
rência. Essa metáfora nos leva a comparar um texto Creed.
com um prédio. Tal qual uma boa construção precisa
de um bom alicerce para manter-se em pé, um texto
bem construído depende da organização das nossas Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso em: 30
4

ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. set. 2020. Adaptado.
-2

Isso significa que precisamos utilizar adequadamente


13

os processos coesivos, a fim de defendermos nossas A partir da leitura, podemos perceber que todos os
.7

ideias adequadamente.
28

termos destacados fazem referência a um mesmo refe-


Por isso, neste capítulo, apresentaremos as prin-
.8

cipais formas de marcação de processos que buscam rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza-
18

organizar as ideias em um texto, sobretudo, os pro- do foi o uso de anáforas, que assumem variadas formas
-0

cessos de coesão que, como dissemos, apresentam um gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
apelo mais forte às formas linguísticas que os proces- Já os processos referenciais catafóricos, apontam
ar

sos envolvendo a coerência. para porções textuais que ainda não foram mencionadas
lm

Antes, porém, vamos indicar mais algumas carac- anteriormente no texto, conforme o exemplo a seguir:
gi

terísticas da coerência em um texto e como esse pro- “Os documentos requeridos para os candidatos são
ar

cesso liga-se não apenas às formas gramaticais, mas ao estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”.
lm

forte teor cognitivo. Tendo em vista que a coerência é


gi

construída, tal qual o sentido, coletivamente, não por Uso de Pronomes ou Pronominalização
acaso, o linguista Luis Antonio Marcuschi (2007) afir-
mou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra
Utilizar pronomes para manter a coesão de um
mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) texto é essencial para evitar repetições desnecessá-
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- a classe de pronomes é vasta, enfatizaremos neste
são. A autora afirma que a coerência: estudo os principais pronomes utilizados em recursos
textuais para manter a coesão.
[...] Não está no texto em si; não nos é possível apon- A pronominalização retrata a base de recursos
tá-la, destacá-la ou sublinhá-la. Ela se constrói [...] anafóricos e recupera porções textuais, ou ainda, um
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, nome específico a que o autor faz referência no texto,
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e vejamos dois exemplos:
interacionais e na materialidade linguística, confe-
re sentido ao que lê. (CAVALCANTE, 2013, p. 31)

80
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Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi essa classe possui, auxiliando na ligação de ideias em
quente, com diversas interrupções e acusações pesa- um texto. Dessa forma, as expressões quantitativas
das. […] O primeiro ponto discutido foi a indicação de em algumas circunstâncias retomam dados anterio-
Trump da juíza conservadora Amy Barrett para a Su- res numa relação de coesão.
prema Corte, depois da morte de Ruth Bader Ginsburg. Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
O presidente defendeu que tem esse direito, pois os meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifica As formas destacadas são numerais ordinais que
essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que recuperam informação no texto, evitando a repetição
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA são
o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões Uso de Advérbios
de casos e mais de 200 mil mortos.  O âncora Chris
Wallace perguntou aos dois o que eles fariam até que Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
uma vacina aparecesse. Biden atacou o republicano ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
dizendo que Trump “não tem um plano para essa tra- processo de coesão. As formas adverbias que marcam
gédia”.  Já Trump começou sua resposta atacando a tempo e espaço podem também ser denominadas de
China - “deveriam ter fechado suas fronteiras no co- marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
meço” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
e da própria China e, com pouca modéstia, disse que Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
fez um “excelente trabalho” nesse momento dos EUA. dos a um referente se forem instaurados no discurso,
isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
compreenderá que a marcação temporal se refere
Após a leitura do texto nota-se que a recuperação da ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
informação apresentada é feita a partir de muitos pro- esses elementos são conhecidos como dêiticos.
cessos de coesão, porém, o uso dos pronomes destacados Independentemente de como são chamados, esses
recupera o assunto informado e ajuda o leitor a construir elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
seu posicionamento. Assim, torna-se importante buscar to, auxiliando também a construção da coesão textual.
sempre o elemento a que o pronome faz referência, por
exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no texto Uso de Nominalização
se refere ao termo “democratas”, já o segundo faz refe-
rência aos presidenciáveis que participavam do debate. As expressões que retomam ideias, nomes já
Nesse viés, esses pronomes apontam para uma parcela apresentados no texto mediante outras formas de
objetiva do texto, diferente do pronome “essa” associado expressão, podem ser analisadas como processos
ao substantivo “tragédia”, que recupera uma parcela tex- nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e
tual maior, fazendo referência ao momento de pandemia outras classes nominais.
pelo qual o mundo passa. Essas expressões recuperam informações median-
te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
4

Se liga! Vejamos um exemplo:


-2
13

O uso de pronomes pode ser um aliado na cons-


.7

trução da coesão, porém, seu uso inadequado Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel-
28

pode gerar ambiguidades, ocasionando o efeito chior foi um cantor, compositor, músico, produtor,
.8

artista plástico e professor brasileiro. Um dos mem-


18

oposto e prejudicando a coesão.


bros do chamado Pessoal do Ceará, que inclui Fagner,
-0

Ex.: Encontrei Matheus, Pedro e sua mulher.


Ednardo, Amelinha e outros. Bel foi um dos primeiros
Não é possível saber qual dos homens estava
ar

cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer suces-


lm

acompanhado. so internacional, em meados da década de 1970.


gi

Por fim, destacamos que as classes de palavras rela-


ar

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acesso em: 30 set.


cionadas neste capítulo como processos de coesão não
lm

2020 – Adaptado.
podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-norma-
gi

tiva, amplamente estudada nas gramáticas escolares. O


Todas as marcações em negrito fazem referência ao
interesse de exames como o Enem é avaliar a capacidade
nome inicial Antônio Carlos Belchior, os termos que se
interpretativa e racional dos candidatos, dessa maneira,
referem a esse nome inicial são expressões nominaliza-
LÍNGUA PORTUGUESA

a análise de processos coesivos visa avaliar a capacidade


doras que servem para ligar ideias e construir o texto.
do candidato de reconhecer a que e qual elemento está
construindo as referências textuais.
Uso de Adjetivos
Uso de Numerais
Os adjetivos também são considerados expressões
Conforme mencionamos anteriormente, o uso de nominalizadoras que fazem referência a uma porção
categorias gramaticais concorre para a progressão tex- textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo
tual, e, uma das classes gramaticais que auxilia esse anterior, a oração “Belchior foi um cantor, composi-
processo é o uso de numerais. Não iremos, no entanto, tor, músico, produtor, artista plástico e professor”
estender-nos explicando os tipos e classes de numerais apresenta seis nomes que funcionam como adjetivos de
que devem ser de conhecimento do candidato e podem Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informações
ser encontrados em qualquer gramática escolar. sobre essa personalidade, referida anteriormente. 81
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Atente-se: é necessário recordar que não podemos Conjunções Coordenativas
identificar uma classe de palavras sem avaliar o con-
texto em que ela está inserida. No exemplo menciona- As conjunções coordenativas são aquelas que ligam
do, as palavras cantor, compositor, músico, produtor, orações coordenadas, ou seja, orações de valor semânti-
artista e professor são substantivos que funcionam co independente. Na construção textual, elas são impor-
como adjetivos e colaboram na construção textual. tantes, pois, com seus valores adicionam informações
relevantes ao texto. Veja alguns exemplos de conjunções
Uso de Verbos Vicários coordenativas atuando na coesão textual:

O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e Não apenas conversava com os


significa “fazer as vezes”. Assim, os verbos vicários ADITIVA demais alunos como também
são verbos usados em substituição de outros que já atrapalhava o professor
foram muito utilizados no texto.
Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós Eram ideias interessantes, porém
ADVERSATIVA
esperávamos. ninguém concordou com elas
O verbo “acontecer” foi substituído na segunda Superou o estigma que pregava
oração pelo verbo “foi”. ALTERNATIVAS “ou estuda, ou trabalha” e conse-
guiu ser aprovada
ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES
Ao final, faça os exercícios, pois
Ser - “Ele trabalha, porém não é tanto assim” EXPLICATIVA é uma forma de praticar o que
Fazer - “Poderíamos concordar plenamente, mas não aprendeu
o fizemos”
O candidato não cumpriu sua
Aceitar - “Se ele não acatar a promoção, não aceita
CONCLUSIVA promessa. Ficamos, portanto,
por falta de interesse”
desapontados com ele
Foi - “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”

Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções


Uso de Elipse
precisam manter uma relação contextual, estabeleci-
A elipse é uma forma de omissão de uma informação da pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso,
já mencionada no texto. Geralmente, estudamos a elipse orações como esta: “Não gosto de festas de aniversá-
mais detalhadamente na seção de figuras de linguagem rio, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as
de uma gramática, mas iremos nos deter a outros aspectos ideias ligadas não estabelecem uma relação de adver-
da elipse também nesta seção. Aqui é importante salien- sidade, como demonstra a conjunção “mas”.
tar as propriedades recategorizadoras e referenciais da
elipse, com o propósito de manter a coesão textual. Conjunções Subordinativas
De acordo com Antunes (2005, p.118), a elipse como
recurso coesivo “corresponde à estratégia de se omitir Tal qual as conjunções coordenativas, as subor-
um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias
4

maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos apresentadas num texto. Porém, diferentemente das
-2

anteriormente em outro segmento do texto, mas recu- coordenativas, as subordinativas ligam ideias apre-
13

perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja- sentadas em orações subordinadas, ou seja, orações
.7

mos como ocorre, a partir do segmento a seguir: que precisam de outra para terem o sentido apreendi-
28

do. Observe os exemplos de conjunções subordinati-


.8

vas atuantes na coesão:


18

SEM ELIPSE COM ELIPSE


-0

“O Brasil evoluiu bas- Como não havia estudado o


ar

“O Brasil evoluiu bastan-


tante desde o início
lm

te desde o início do sécu- CAUSAL suficiente, resolvi não fazer essa


do século XXI. O país prova
gi

lo XXI e proporcionou a
proporcionou a inclusão
inclusão social de muitas
ar

social de muitas pes- Falaram tão mal do filme que ele


pessoas, por causa dis- CONSECUTIVA
lm

soas. A nação obteve nem entrou em cartaz


so obteve notoriedade
gi

notoriedade internacional
internacional, porém COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
por causa disso. A pátria,
ainda enfrenta certas
porém, ainda enfrenta Conforme o Ministro da Eco-
adversidades...”
certas adversidades...” CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão
acabar
COESÃO SEQUENCIAL
Ainda que vivamos um período
A coesão sequencial é responsável por organi- CONCESSIVA de poucos concursos, não pode-
zar a progressão temática do texto, isto é, garantir a mos desanimar
manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a
promover a evolução do debate assumido pelo autor. Se estudarmos, conseguiremos
CONDICIONAL
Nesse âmbito, a coesão sequencial pode ser garantida ser aprovados!
em um texto a partir de locuções que marcam tempo, À proporção que aumentava
conjunções, desinências e modos verbais. Neste mate- PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais
rial, iremos nos deter, sobretudo, às conjunções utili- forte o candidato se tornava
82 zadas para garantir a progressão textual.
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Estudava sempre com afinco, a CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
FINAL
fim de ser aprovado
“Agora que sentei na minha cadeira
Quando o edital for publicado, já de madeira, junto à minha mesa de
TEMPORAL
estarei adiantado nos estudos madeira, colocada em cima deste
Marcar a
assoalho de madeira, olho minhas
continuidade
estantes de madeira e procuro um
temática
Se liga! livro feito de polpa de madeira para
escrever um artigo contra o desma-
Não confundir: tamento florestal”. (Millôr Fernandes)
Afim de — relativo à afinidade, semelhança: “Físi-
ca e Química são disciplinas afins”. Uso de Paráfrase
A fim de — relativo a ter finalidade, ter como obje-
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”. A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
do no texto e é usada para voltar a falar sobre algo
Conjunções Integrantes utilizando-se de outras palavras. Conforme Antunes
(2005, p.63), “alguma coisa é dita outra vez, em outro
As conjunções integrantes fazem parte das orações ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
subordinadas, elas apenas integram, ligam uma ora- Vejamos o seguinte exemplo:
ção principal a outra, subordinada. Como podemos
notar, o papel dessas conjunções é essencialmente
coesivo, tendo em vista que elas são “peças” que unem CEARÁ GOLEIA FORTALEZA É GOLEADO
as orações. Existem apenas dois tipos de conjunções FORTALEZA NO PELO CEARÁ NO
CASTELÃO. CASTELÃO.
integrantes: que e se.

As frases anteriores poderiam ser manchetes de


Quando é possível jornais da capital cearense. A forma como o texto se
substituir o que pelo Quero que a prova esteja apresenta indica que a ênfase dada ao nome dos times
pronome isso, estamos fácil. em posições diferentes cumpre um papel importante
diante de uma conjunção Quero = isso na progressão temática do texto.
integrante
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada
Sempre haverá con- pelo uso de expressões textuais bem características,
junção integrante em Perguntei se ele estava como: em outras palavras, em outros termos, isto é, quer
orações substantivas e, em casa. dizer, em resumo, em suma, em síntese etc. Essas expres-
consequentemente, em Perguntei = isso sões indicam que algo foi dito e ressignificado no texto.
períodos compostos
Uso de Paralelismo
4
-2

COESÃO RECORRENCIAL
13

As ideias similares devem fazer a correspondên-


.7

Uso de Repetições cia entre si e, a essa organização de ideias no texto


28

dá-se o nome de paralelismo. Quando as construções


.8

As recorrências de repetições em textos são comu- de frases e orações são semelhantes, ocorre o parale-
18

mente recusadas pelos mestres da língua portugue- lismo sintático. Já, quando há sequência de expres-
-0

sa, em especial, quando o assunto é redação muitos sões simétricas no plano das ideias e coerência entre
ar

professores recomendam em uníssono: evite repetir as informações, ocorre o paralelismo semântico ou


lm

palavras e expressões! paralelismo de sentido.


gi

No entanto, a repetição é um recurso coesivo Algumas estruturas que sempre devem ser usadas
ar

essencial para manter a progressão temática do texto, juntas:


lm

isto é, para que o tema debatido no texto não seja per-


gi

dido, levando o escritor a fugir da temática, erro pior z não só...;


do que o uso de repetições. z mas também;
Embora também não recomendemos as repetições z não apenas...;
z mas ainda;
LÍNGUA PORTUGUESA

exageradas no texto, sabemos valorizar seu uso ade-


quado. A seguir estão alguns usos comuns dessa estra- z não tanto... quanto;
tégia coesiva. z ora... ora;
z seja... seja.

CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES Além disso, faz-se necessário respeitar a estrutu-
ra sintática a qual a frase está inserida. Vejamos um
O candidato foi encontrado com exemplo em que houve quebra de paralelismo:
Marcar
duzentos milhões de reais na mala,
ênfase
duzentos milhões! Ex.: “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
Marcar — Errado
Existem Políticos e políticos. “É necessário que vocês se ajudem e que estudem”
contraste
— Correto 83
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Deve-se manter a organização das orações, não sen- servem as ondas do mar de Copacabana? Me deem
do possível coordenar orações reduzidas com orações chão liso, sem protuberâncias calcárias. Mosaico
desenvolvidas, pois é preciso manter o paralelismo e dei- estúpido. Mania de mosaico. Joga concreto em cima
xá-las ou somente desenvolvidas, ou somente reduzidas. e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta, bueiro-bom-
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é ba. Depois dos setenta, a vida se transforma numa
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no interminável corrida de obstáculos. A queda é a maior
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Como
ameaça para o idoso. “Idoso”, palavra odienta. Pior,
no exemplo que segue.
só “terceira idade”. A queda separa a velhice da seni-
lidade extrema. O tombo destrói a cadeia que liga a
Ex.: “Por um lado, os manifestantes agiram cor-
retamente, por outro podem não ter agido errado” cabeça aos pés. Adeus, corpo. Em casa, vou de cor-
– Incorreto rimão em corrimão, tateio móveis e paredes, e tomo
“Por um lado, os manifestantes agiram correta- banho sentado. Da poltrona para a janela, da janela
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- para a cama, da cama para a poltrona, da poltrona
lação” – Correto para a janela. Olha aí, outra vez, a pedrinha traiçoeira
atrás de me pegar. Um dia eu caio, hoje não.
Ex.: “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua:
uma foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto TORRES, F.. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto O recurso que caracteriza a organização estrutural
desse texto é o(a)

a) justaposição de sequências verbais e nominais.


EXERCÍCIOS COMENTADOS b) mudança de eventos resultante do jogo temporal.
c) uso de adjetivos qualificativos na descrição do cenário.
1. (ENEM — 2020) Eu tenho empresas e sou digno do d) encadeamento semântico pelo uso de substantivos
visto para ir a Nova York. O dinheiro que chove em sinônimos.
Nova York é para pessoas com poder de compra. Pes- e) inter-relação entre orações por elementos linguísticos
soas que tenham um visto do consulado americano. lógicos.
O dinheiro que chove em Nova York também é para
os nova-iorquinos. São milhares de dólares. [...] Estou É importante observar que a progressão do texto, nesse
indo para Nova York, onde está chovendo dinheiro. Sou caso, não se dá por meio de conjunções, mas sim pelas
um grande administrador. Sim, está chovendo dinheiro sequências de verbos e nomes. Resposta: Letra A.
em Nova York. Deu no rádio. Vejo que há pedestres
invadindo a via onde trafega o meu carro vermelho,
importado da Alemanha. Vejo que há carros nacionais
trafegando pela via onde trafega o meu carro verme-
lho, importado da Alemanha. Ao chegar em Nova York,
SEQUÊNCIA DISCURSIVA E GÊNEROS
tomarei providências. TEXTUAIS
4

SANT’ANNA, A. O importado vermelho de Noé. In: MORICONI, I. MODO DE ORGANIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO


-2

(Org.). Os cem melhores contos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. TEXTUAL


13
.7

As repetições e as frases curtas constituem procedi- Narrativo


28

mentos linguísticos importantes para a compreensão


.8

da temática do texto, pois


18

Os textos compostos predominantemente por


sequências narrativas cumprem o objetivo de contar
-0

a) expressam a futilidade do discurso de poder e de dis-


uma história ou narrar um fato. Assim, precisam man-
ar

tinção do narrador.
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
lm

b) disfarçam a falta de densidade das angústias existen-


de algumas estratégias, bem como: a organização dos
ciais narradas.
gi

fatos a partir de marcadores temporais e espaciais; a


c) ironizam a valorização da cultura norte-americana
ar

inclusão de um momento de tensão chamado de clí-


pelos brasileiros.
lm

max; e um desfecho, que poderá ou não apresentar


d) explicitam a ganância financeira do capitalismo
gi

uma moral.
contemporâneo.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narra-
e) criticam os estereótipos sociais das visões de mundo
tivo pode ser caracterizado em sete aspectos, são eles:
elitistas.

Antes de analisar as frases isoladamente, é impor- z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equi-
tante entender o conteúdo da mensagem. Assim, líbrio, o qual demanda uma situação conflituosa;
é possível interpretar que as frases curtas e sem z Complicação: desenvolvimento da tensão apre-
riqueza de detalhes passam a imagem de futilidade sentada inicialmente;
e superficialidade. Resposta: Letra A. z Ações (para o clímax): acontecimentos que
ampliam a tensão;
2. (ENEM — 2022) Morte lenta ao luso infame que inven- z Resolução: momento de solução da tensão;
tou a calçada portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua z Situação final: retorno da situação equilibrada;
corja de tenentes Eusébios. Quadrados de pedregulho z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre
irregular socados à mão. À mão! É claro que ia soltar, a resolução;
ninguém reparou que ia soltar? Branco, preto, branco, z Moral: apresentação de valores morais que a his-
84 preto, as ondas do mar de Copacabana. De que me tória possa ter apresentado.
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Esses sete passos podem ser encontrados na can- Para sua compreensão, também é necessário enten-
ção “Era um garoto que como eu...”, do Engenheiros do der o significado de marcadores temporais e espaciais:
Hawaii. são formas linguísticas marcadas por advérbios, prono-
Vamos ler e identificar essas características, a fim mes, locuções etc., utilizadas para demarcar um espaço
de aprender a identificar outros pontos do tipo textual físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrati-
narrativo. vos, esses elementos são essenciais para marcar o equilí-
brio e a tensão da história, buscando garantir a coesão do
Era um garoto que como texto. Alguns exemplos de marcadores temporais e espa-
eu Amava os Beatles e os ciais podem ser: atualmente, naquele dia, nesse momen-
Rolling Stones to, aqui, ali, então...
Girava o mundo sempre a Um outro indicador do texto narrativo é a presença
cantar do narrador da história. Por isso, é importante apren-
As coisas lindas da América Situação inicial: dermos a identificar os principais tipos de narrador
Não era belo, mas mesmo predomínio de de um texto. O narrador, também conhecido como
assim equilíbrio foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que
Havia mil garotas a fim compõem o texto, podendo ser caracterizado como:
Cantava Help and Ticket to
Ride z Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª
Oh Lady Jane e Yesterday pessoa. O narrador participa dos fatos;
Cantava viva à liberdade z Narrador observador: verbos flexionados em 3ª
pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos con-
Mas uma carta sem esperar
tados, porém não participa das ações;
Da sua guitarra, o separou
Complicação: início da z Narrador onisciente: os fatos podem ser contados
Fora chamado na América
tensão em 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os
Stop! Com Rolling Stones
fatos e não participa das ações, porém o fluxo de
Stop! Com Beatles songs
consciência do narrador pode ser exposto, levando
Mandado foi ao Vietnã o texto para a 1ª pessoa.
Clímax
Lutar com vietcongs
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
Era um garoto que como eu
narrativas, sendo: notícia, diário, conto, fábula, entre
Amava os Beatles e os Rolling
outros. É importante reafirmar que o fato desses gêne-
Stones Resolução
ros serem essencialmente narrativos não significa
Girava o mundo, mas acabou
que não possam apresentar outras sequências em sua
Fazendo a guerra no Vietnã
composição. Assim, para diferenciar os tipos textuais
Cabelos longos não usa mais e proceder na classificação correta, é essencial pres-
Não toca a sua guitarra e sim tar atenção nas marcas que predominam no texto.
Um instrumento que sempre Após demarcarmos as principais características do
dá tipo textual narrativo, vamos conhecer as mais impor-
A mesma nota, tantes da sequência textual classificada como descritiva.
ra-tá-tá-tá Situação final /
4

Não tem amigos, não vê Avaliação Descritivo


-2

garotas
13

Só gente morta caindo ao O tipo textual descritivo é marcado pelas formas


.7

chão nominais que dominam o texto. Em geral, os gêneros


28

Ao seu país não voltará que utilizam esse tipo textual dispõem a sequência
.8

descritiva como suporte para um propósito maior.


18

Pois está morto no Vietnã [...]


São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
-0

No peito, um coração não há te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,


Moral
Mas duas medalhas sim
ar

classificados, lista de compras etc.


lm

Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha


Fonte: google.com/letrasdemusica. Acesso em: 05 set. 2020.
gi

que relata as impressões do navegante a respeito de


ar

alguns aspectos do território que viria a ser chamado


Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo
lm

de Brasil em 1500.
podem ser resumidas em marcas de organização linguísti-
gi

ca caracterizadas por: presença de marcadores tempo- Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
rais e espaciais; verbos predominantemente utilizados quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
no passado; presença de narrador e personagens. que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
LÍNGUA PORTUGUESA

entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que


assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava
Se liga! uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a
nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo
Os gêneros textuais narrativos apresentam outras o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os
tipologias textuais em sua composição, tendo em joelhos com as curvas assim tintas, e também os
vista que nenhum texto é composto exclusiva- colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com
mente por uma sequência textual. Por isso, deve- tanta inocência assim descobertas, que não havia
mos sempre identificar as marcas linguísticas que nisso desvergonha nenhuma.6
são marcantes em um texto, a fim de classificá-lo.

6 DIANA, D.. Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 10 fev. 2023. 85
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note que, apesar da presença pontual da sequên-
cia narrativa há predominância da descrição do cená-
rio e das personagens evidenciada pela presença de
adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida,
descobertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma
espécie de relato descritivo para manter a comunica-
ção entre a Corte Portuguesa e os navegadores. Toda-
via, considerando as emergências comunicativas do
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros
como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
mos ver no cardápio a seguir:

Expositivo

O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a


fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse
tipo textual é muito comum a presença de dados, infor-
mações científicas, citações diretas e indiretas que ser-
vem para embasar o assunto do qual o texto trata. Para
ilustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:

4
-2
13
.7
28
.8
18

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/
noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-
-0

divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml.
ar
lm

Nesse viés, constata-se a presença de muitos adje-


gi

tivos, locuções e substantivos que buscam levar o lei-


tor a imaginar o objeto descrito. O gênero apresenta
ar

a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne


lm

etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de


gi

queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele


está organizado de forma esquematizada em seções
(salgados, lanches, caldos e panquecas) facilitando a Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-
leitura (o pedido, no caso) do cliente. mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua/2016
Observe o esquema a seguir, que trata da organi-
zação do texto descritivo: O infográfico apresentado anteriormente revela
informações pertinentes sobre o panorama mundial da
situação da água no ano de 2016. O gênero foi construído
com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do
tema tratado. Para isso o autor dispõe, além da lingua-
gem clara e objetiva, de recursos visuais.

86
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É importante destacar que os textos expositivos
podem, muitas vezes, ser confundidos com textos argu- Como faço para criar uma conta do Instagram?
mentativos, uma vez que existem textos argumentativos Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
que são classificados como expositivos, pois utilizam
exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação. 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store
Uma diferença importante entre a sequência expo- (iPhone) ou Google Play Store (Android).
sitiva e a argumentativa é que a primeira apresenta 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
uma opinião pessoal, enquanto a segunda não abre
margem para a argumentação, uma vez que o para abri-lo.
fato exposto é apresentado como dado, ou seja, o 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número
conhecimento sobre uma questão não é posto em de telefone (Android) ou Criar nova conta (iPho-
debate. Em outras palavras, na sequência expositiva ne) e insira seu endereço de e-mail ou número de
apresenta-se um conceito e expõem-se as suas carac- telefone (que exigirá um código de confirmação),
terísticas, sem espaço para opiniões. toque em Avançar. Também é possível tocar em
Algumas marcas linguísticas do texto expositivo: Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua
conta do Facebook.
z apresenta informações sobre algo ou alguém, pre- 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
sença de verbos de estado; lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preen-
z presença de adjetivos, locuções e substantivos que cha as informações do perfil e toque em Avançar. Se
organizam a informação; você se cadastrar com o Facebook, será necessário
z desenvolve-se mediante uso de recursos entrar na conta do Facebook, caso tenha saído dela.
enumerativos;
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso em: 07
z presença de figuras de linguagem como Metáfora set. 2020.
e Comparação;
z pode apresentar um pensamento contrativo ao Neste exemplo, podemos destacar a presença de
final do texto. verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,
toque, crie. Além de verbos no infinitivo: instalar,
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- cadastrar, avançar. Outra característica dos textos
tíficos ou em gêneros que desencadeiam algum aspecto injuntivos é a enumeração de passos a serem cum-
de curiosidade nos leitores, como no exemplo a seguir: pridos para a realização correta da tarefa ensinada e,
também, para tornar a leitura mais didática.
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLU-
CIONARAM O MUNDO ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA E LEITURA
DE TEXTOS GERADOS NAS DIFERENTES ESFERAS
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 SOCIAIS: PÚBLICAS E PRIVADAS

Hedy Lamarr - conexão wireless Quando pensamos em uma definição para gêne-
ros textuais, somos levados a inúmeros autores que
4
-2

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecs- buscaram definir e classificar esses elementos. Nesse
13

tasy” (1933), a austríaca naturalizada norte-america- viés, inicialmente é interessante nos lembrarmos dos
.7

na Hedy Lamarr foi a inventora de uma tecnologia gêneros literários que estudamos na escola.
28

que permitia controlar torpedos à distância, durante Podemos nos remeter ao conceito de Tragédia e
.8

a Segunda Guerra Mundial, alterando rapidamente Comédia, referindo-se aos clássicos da literatura grega.
18

os canais de frequência de rádio para que não fossem Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de “Ilíada”
-0

interceptados pelo inimigo. Esse conceito de trans- ou de “A Odisseia”, ambas de Homero? Mas o que esses
ar

missão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvi- textos têm em comum? Inicialmente, você pode ser leva-
lm

mento de tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth.


do a pensar que nada, além do fato de terem sido escritos
gi

Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj. Acesso em: 07 set. 2020. Adaptado. pelo mesmo autor, porém, a estrutura dessas histórias
ar

respeita um padrão textual estabelecido e reconhecido


lm

Instrucional ou Injuntivo na época em que foram escritas.


gi

De maneira análoga, quando pensamos em gêne-


O tipo textual instrucional ou injuntivo é caracteriza- ros textuais, devemos buscar e identificar os elemen-
do, segundo Cavalcante (2013, p. 73), por estabelecer um tos que caracterizam os textos, aparentemente, tão
“propósito autônomo” que busca convencer ou instruir
LÍNGUA PORTUGUESA

diferentes. Logo, da mesma forma que comparamos


o leitor a realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é pre- as estruturas de “Ilíada” e “Odisseia”, é preciso bus-
dominante em gêneros como: bula de remédio, tutoriais car as semelhanças entre uma notícia e um artigo de
na internet, horóscopos e manuais de instrução. opinião, por exemplo. Também, é fundamental iden-
A principal marca linguística dessa tipologia é a tificar as razões que nos levam a classificar cada um
presença de verbos conjugados nos modos imperati- desses gêneros com termos diferentes.
vo e infinitivo. Isso se deve ao fato de essa tipologia
buscar persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações
mencionadas no texto. Se liga!
Para que possamos identificar corretamente essa
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- Esse ponto de interseção é o que podemos esta-
ro textual que apresente esse tipo de texto, como no belecer como os principais aspectos de classifi-
exemplo a seguir: cação de um gênero textual. 87
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Dessa forma, conforme Maingueneau (2018, p.71), Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxiliam os
o ponto de interseção que estabelece qual gênero esta- falantes de uma comunidade a reconhecer o gênero e
mos tratando é indicado por “rotinas de comporta- a escrever esse gênero quando necessário. Isso torna a
mentos estereotipados e anônimos que se estabilizaram característica da prototipicidade tão importante no reco-
pouco a pouco, mas que continuam sujeitos a uma varia- nhecimento e na classificação de um gênero. Ademais, os
ção contínua”. Nesse âmbito, o primeiro elemento que traços estereotipados de um gênero devem ser reconhe-
precisamos identificar para classificar um gênero é cidos por uma comunidade, reafirmando o teor social
o papel social, marcado pelos comportamentos e desses elementos, e estabelecendo a importância de um
pelas “rotinas” humanas típicas de quem vive em indivíduo adquirir o hábito da leitura, pois quanto mais
sociedade e, portanto, precisa se fazer compreen- se lê, a mais gêneros se é exposto.
der tão bem quanto ser compreendido. Portanto, a partir de todas essas informações sobre
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife- os gêneros textuais, podemos afirmar que, de maneira
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os tipos resumida, os gêneros textuais são ações linguísticas
textuais não têm apelo ao ambiente social e são mais situadas socialmente que servem a propósitos especí-
identificáveis por suas marcas linguísticas. O fator ficos e são reconhecidos pelos seus traços em comum.
social dos gêneros textuais também irá direcionar De modo geral, os gêneros textuais possuem as
outros aspectos importantes na classificação desses seguintes características:
elementos, justamente devido à dinâmica social em
que estão inseridos, que os fazem ser passíveis de alte- z ações sociais;
rações em sua estrutura. z ações com configuração prototípica;
Tais alterações podem ocorrer ao longo do tempo, z reconhecidos pelos membros de uma comunidade;
tornando o gênero completamente modificado, como z o propósito de uma ação social;
com as cartas pessoais e os e-mails, por exemplo; ou z divididos em classes.
podem ser alterações pontuais que se prestam a uma
Outra importante característica que devemos
finalidade específica e momentânea, como aconteceu
reforçar é que os gêneros textuais não são quantifi-
com o anúncio apresentado a seguir, da loja O Boticário:
cáveis, pois existem inúmeros. Justamente pelo fato
de os gêneros sofrerem modificações com as relações
sociais, que são instáveis, não há um número exato
de gêneros textuais que possamos estudar, diferente-
mente dos tipos textuais.
Observe o quadro a seguir, que diferencia gêneros
textuais de tipos textuais:

GÊNEROS TEXTUAIS TIPOS TEXTUAIS


Fonte: SCHOLTZ, A. J.. Os contos fantásticos na publicidade de “O
Boticário”. 2012. Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/ Relação com aspectos Associação a aspectos
regionais/sul2012/resumos/R30-1610-1.pdf. Acesso em: 13 fev. sociais linguísticos
2023.
Não podem sofrer altera-
4

O anúncio apresenta uma clara referência ao Podem ser alterados ção, sob pena de serem
-2

reclassificados
13

gênero contos de fada, porém, a estrutura desse gêne-


.7

ro, maioritariamente narrativo, foi modificada para Estabelecem uma função Organizam os gêneros
28

que o propósito do anúncio fosse alcançado, que é social textuais


.8

persuadir o leitor a adquirir os produtos da marca. No


18

caso do gênero anúncio publicitário, usar outros gêne-


Apesar de não existir um número quantificável
-0

ros e modificar sua estrutura básica é uma estratégia


de gêneros textuais, podemos estudar a estrutura dos
estabelecida para que a principal função do anúncio
ar

mais comuns em provas, com o propósito de nos pre-


se cumpra, qual seja: vender um produto.
lm

pararmos melhor e ganharmos tempo na resolução de


A partir desses exemplos, já podemos enumerar
gi

questões que envolvam esse assunto.


mais algumas características comuns a todos os tipos
ar

de gêneros textuais: a presença de aspectos sociais e


lm

o propósito de um gênero, para alguns autores, como NOTÍCIA


gi

Swales (1990), chamado de propósito comunicativo.


Segundo esse autor, os gêneros têm a função de rea- A notícia é um gênero textual de caráter jornalís-
lizar um objetivo ou objetivos, então, ele sustenta a tico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de
posição de que o propósito comunicativo é o critério maneira objetiva e imparcial. Esse gênero pode apre-
de maior importância, pois é o que motiva uma ação e sentar sequências textuais narrativas e descritivas na
está ao poder do autor. sua composição linguística, por isso, é fundamental
Além disso, um gênero textual, para ser identifi- sempre termos em mente as características basilares
cado como tal, é amparado por um protótipo textual, de todos os principais tipos textuais, os quais tratamos
o qual também pode ser reconhecido como estereó- anteriormente.
tipo textual, que resguarda características básicas Como aprendemos no início deste capítulo, os gêne-
do gênero. Por exemplo, ao olharmos para o anúncio ros textuais possuem características que os distinguem
mencionado acima, identificamos traços do gênero dos tipos textuais, dentre elas o fato de ter um apelo a
contos de fada tanto na porção textual do anúncio que questões sociais, ter um propósito comunicativo e apre-
menciona “varinha de condão” quanto pelas imagens sentar uma configuração mais ou menos padrão que
que remetem ao conto da “Cinderela”. varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros.
88
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nesse ângulo, como um gênero textual, o propósito REPORTAGEM
comunicativo da notícia é informar uma comunidade
sobre assuntos de interesse comum. Por isso, a notí- A reportagem é um gênero textual que, diferen-
cia deve ser comunicada com imparcialidade, ou seja, temente da notícia, além de oferecer informações
sem que o meio que a transmite apresente sua opi- acerca de um assunto, também apresenta os pontos
nião sobre os fatos; outra importante característica da de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter
notícia é a sua configuração prototípica, seu padrão argumentativo; essa é a principal diferença entre os
textual reconhecido por leitores de uma comunidade. gêneros notícia e reportagem.
Essa configuração própria da notícia é reconheci- Como vimos anteriormente, a notícia deve ser, ou
da pelos termos: Manchete, Lead e Corpo da Notícia. buscar ser, imparcial, ou seja, não devemos encontrar,
Vejamos, na prática, como reconhecer o esquema pro- nesse gênero, a opinião do meio que a divulga. Por
totípico desse gênero: isso, nesse texto, as sequências textuais mais encon-
tradas são a narrativa e a descritiva, justamente com
a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
Casal suspeito de assaltos é preso após
Contudo, a reportagem apresenta opiniões sobre
colidir carro na contramão enquanto fu- Manchete
um fato, pois essa opinião é o principal “ingrediente”
gia da polícia, em Fortaleza
dos textos desse gênero que são representados, pre-
Foram apreendidos três aparelhos celu- ponderantemente, pela sequência argumentativa.
lares roubados e uma arma de fogo com Lead Nesse sentido, é importante relembrarmos que
seis munições o tipo textual argumentativo é organizado em três
macro partes: tese, desenvolvimento e conclusão. Por
Um casal suspeito de realizar assaltos foi manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em
preso após capotar um carro ao dirigir na temas sociais de ampla repercussão e de interesse do
contramão enquanto fugia da polícia na público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista
que a notícia busca apenas a divulgação da informação.
tarde desde domingo (13), no Bairro Hen-
Diante disso, o suporte de veiculação das repor-
rique Jorge, em Fortaleza. tagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo,
Corpo
Uma das vítimas, que preferiu não se como a televisão, o computador, o tablet e o celular.
da
identificar disse que os assaltantes diri- As reportagens têm um caráter de “matérias espe-
Notícia
giam em alta velocidade pelas ruas após ciais” em jornais de ampla repercussão, mas também
abordar de forma fria os pertences. “A podem ser veiculadas em suportes escritos, como
mulher estava conduzindo o carro e o revistas e jornais, apesar de que, com o avanço do
comparsa dela abordava as pessoas co- uso das redes sociais, estas se tornaram os principais
locando a arma na cabeça”, afirmou meios de divulgação desse gênero.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a repor-
Fonte: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 14 set. 2020. tagem apresenta informações mais detalhadas sobre
um fato e/ou fenômeno de grande relevância social.
Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja que compõem a matéria, a fim de que o leitor cons-
seu propósito de informar é fundamental que o autor trua sua própria opinião sobre o tema.
do texto seja guiado por estas perguntas, a fim de tor- A despeito dessas diferenças na construção dos
nar seu texto imparcial e objetivo:
4

gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guar-


-2

dam semelhanças, como a busca pelas respostas às


13

O quê? perguntas: O Quê? Como? Por Quê? Onde? Quan-


.7

Onde? do? Quem? Essas perguntas norteiam a escrita tanto


28

MANCHETE
da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da
.8

primeira por seu caráter essencialmente informativo.


18

Quando?
-0

NOTÍCIA REPORTAGEM
ar

CORPO DA Como?
lm

NOTÍCIA
Por quê? Apresenta um fato de Questiona fatos e efeitos
gi

forma simples e objetiva de um fato determinado


ar

Seu objetivo é informar Apresenta argumentos


lm

Apuração objetiva dos sobre um mesmo fato


gi

fatos Apuração extensa


Conteúdo de curto prazo Conteúdo sem ordem
É importante ressaltar que, com o advento das
Conteúdo segue o mode- determinada;
redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o
lo da pirâmide invertida Pode apresentar entrevis-
LÍNGUA PORTUGUESA

gênero notícia seja divulgado por meio de platafor-


(conf. acima) tas, dados, imagens etc.
mas diferentes, como as redes sociais. Isso democrati-
za a informação, porém também abre margem para a
Fonte: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 17 set. 2020. Adaptado.
criação de notícias falsas que se baseiam nesse esque-
ma de organização das notícias para buscar alguma
credibilidade do público. Atualmente, pode-se afir- Torna-se importante ressaltar que nenhum gênero
mar que a fonte de publicação é tão importante para é composto apenas por uma única sequência textual
o reconhecimento de uma notícia quanto a estrutura e que, portanto, a reportagem também apresentará
padrão do gênero da qual tratamos acima. caráter informativo, pois esse gênero é essencialmente
O próximo gênero que trataremos é a reportagem, argumentativo, porém pode apresentar outras sequên-
que guarda sutis diferenças em comparação com a cias textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
notícia e é muito abordada em provas e vestibulares.
89
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ARTIGO DE OPINIÃO
ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que
buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação Identificação da questão polêmi-
Introdução
para analisar, avaliar e responder uma questão con- ca alvo de debate no texto
troversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito
do discurso jornalístico, pois é um gênero que circula,
principalmente, em jornais e revistas, impressos ou Tese do autor (posicionamen-
to defendido) - Tese contrária
virtuais. Com o artigo de opinião, temos a discussão
(posicionamentos de terceiros)
de um problema de âmbito social e, por meio dessa dis- Desenvolvimento
– Aceitação ou refutação – Argu-
cussão, podemos defender nossa opinião, como tam-
mentos a favor da tese do autor
bém refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda,
do texto
podemos propor soluções para a questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opi-
nião é a de convencer seu interlocutor, para isso, ele Fechamento do texto e reforço
terá que usar informações, fatos e opiniões para cons- Conclusão
do posicionamento adotado
truir seus argumentos. Bräkling apud Ohuschi e Bar-
bosa aponta:
No processo de escrita de qualquer texto é preci-
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que so estar atento aos elementos de coesão que ligam as
se busca convencer o outro de uma determinada ideias do autor aos seus argumentos, porém, nos tex-
ideia, influenciá-lo, transformar os seus valores por tos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais
meio de um processo de argumentação a favor de atenção a esse processo; por isso, muito cuidado com
uma determinada posição assumida pelo produtor a coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É
A fim de mantermos a linha de pensamento nos
um processo que prevê uma operação constante de
estudos de textos argumentativos, seguimos nossa
sustentação das afirmações realizadas, por meio
da apresentação de dados consistentes que possam
abordagem, apresentando outro gênero muito pre-
convencer o interlocutor. (BRÄKLING; OHUSCHI, sente nas provas de língua portuguesa: o editorial.
2011, p. 305)
EDITORIAL
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero,
o escritor deverá usar de diversos conhecimentos, Até aqui, estudamos dois gêneros com predominân-
como: enciclopédicos, interacionais, textuais e linguís- cia de sequência argumentativa. O terceiro será o edi-
ticos. É por meio da escolha de determinados recursos torial, gênero muito marcante no âmbito jornalístico e
linguísticos que percebemos que nada é por acaso, que expressa a opinião de um veículo de comunicação.
pois, a cada escolha, há uma intenção. Assim, “[...] toda Como já debatemos muito sobre a estrutura dos
atividade de interpretação presente no cotidiano da lin- textos argumentativos de forma geral, daremos aten-
guagem fundamenta-se na suposição de quem fala tem ção, aqui, às principais características do gênero edi-
4

torial e no que ele se diferencia do artigo de opinião,


-2

certas intenções ao comunicar-se” (KOCH, 2011, p. 22).


13

Quando queremos dar uma opinião sobre determi- por exemplo. A seguir, observe algumas característi-
cas do gênero editorial:
.7

nado tema, é necessário que tenhamos conhecimento


28

sobre ele. Por isso, normalmente, os autores de arti-


.8

gos de opinião são especialistas no assunto por eles z expressa opinião de um jornal ou revista a respei-
18

abordado. Ao escolherem um tema, os autores devem to de um tema atual;


-0

considerar as diversas “vozes” já existentes sobre o z o objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os
leitores sobre alguma temática importante;
ar

mesmo assunto e, dependendo da intenção, apoiar ou


lm

negar determinadas vozes. z busca persuadir os leitores, mobilizando-os a favor


de uma causa de interesse coletivo;
gi

É por isso que a linguagem utilizada pelo articulista


de um texto de opinião deve ser simples, direta e con- z sua estrutura também é baseada em: introdução,
ar

desenvolvimento e conclusão.
lm

vincente. Além disso, o autor do texto utiliza a terceira


pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um
gi

artigo de opinião pessoal, ao escolher a terceira pessoa O início de um editorial é bem semelhante ao de
do singular, o articulista consegue dar um tom impes- um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
soal ao seu texto, fazendo com que sua produção tex- ou problema social a ser debatido no texto, poste-
tual não fique centrada em suas próprias opiniões. riormente segue-se a apresentação do ponto de vista
Quanto à composição estrutural do artigo de opi- defendido e conclui-se com a retomada da opinião
nião, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) apresentada inicialmente. A principal diferença entre
propõem a seguinte estruturação: editorial e artigo de opinião é que aquele representa
a opinião de uma corporação, empresa ou instituição.
z identificação do tema, acompanhada de seus ante- De modo geral, as marcas linguísticas de um edi-
cedentes e alcance para situar a questão polêmica; torial são:
z tomada de posição, exposição de argumentos de
modo a justificar a tese; z verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
z reafirmação da posição adotada no início da pro- z uso predominante do modo indicativo nas formas
dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti- verbais;
90 culadas e o texto é concluído. z linguagem clara, objetiva e impessoal.
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Apresentamos, a seguir, um breve esquema para No tocante ao estilo da crônica argumentativa, tra-
facilitar a escrita e compreensão desse gênero: ta-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito vei-
culado em jornais e revistas e, por isso, é um gênero
EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR
que passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
PARÁGRAFOS
Além disso, a crônica argumentativa apresenta um
Apresentação do tema (situando o teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais
leitor) e já com um posicionamento mais atuais; outra característica presente nesse gêne-
Parágrafo 1 ro é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a
definido. Ser didático ao apresentar o
assunto ao leitor metáfora, que auxiliam na presença do tom sarcástico
que a crônica pode ter.
Contextualização do tema, compa- A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O
rando-o com a realidade e trazendo que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em
Parágrafo 2 as causas e indicativos concretos do que podemos identificar as principais características
problema. Mais uma vez, posiciona- desse gênero:
mento sobre o assunto

Análise e as possíveis motivações O que é um livro?


que tornam o tema polêmico (ou jus-
tificativas de especialista da área).
Parágrafo 3
É preciso trazer dados factuais, O que é um livro? A pergunta se impõe neste momen-
exemplos concretos que ilustram a to em que que a isenção de impostos sobre o objeto
argumentação primeiro da cultura e do conhecimento está em risco.
Conclusivo, com o posicionamento Uma contribuição tributária de 12% afastaria ainda
mais a leitura de quem tanto precisa dela.
Parágrafo 4 crítico final, retomando o posiciona-
mento inicial sem se repetir Um livro é:

A seguir, apresentamos nosso último gênero tex- – A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo
tual a ser abordado neste material. Lembramos que para jovens estudantes e disse a eles que o ofício
o universo de gêneros textuais é imenso, por isso, faz- de um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer
-se impossível apresentar uma compilação de estudos a cama das palavras, providenciar sua comida,
com todos os gêneros. Apesar disso, trazemos aqui os vesti-las com harmonia.
principais itens cobrados em avaliações de língua por-
tuguesa. Seguindo esse critério, o próximo gênero a – A nave espacial que nos permite viajar no tem-
ser estudado é a crônica. po para a frente e para trás. Habitar o passado ao
tempo em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro
CRÔNICA ponto de vista, inalcançável quando o passado
aconteceu: o do presente, com todos os conheci-
O gênero crônica é muito conhecido no meio lite- mentos adquiridos e as novas maneiras de viver.
rário brasileiro. Podemos citar ilustres autores que se […].
4
-2

tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer- – Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte
13

nando Veríssimo e Marina Colasanti. Por ser um gêne- que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra
.7

ro curto de cunho social, voltado para temas atuais, é


e música, prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora
28

muito usado em provas para ilustrar questões de inter-


da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação
.8

pretação textual e para contextualizar questões que


do alheio e ponto de encontro com nosso núcleo
18

avaliam a competência gramatical dos candidatos.


mais profundo. Onde muitas portas estão
-0

As crônicas apresentam uma abordagem cotidia-


na sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou disponíveis, para que cada um possa abrir a sua.
ar

argumentativas: –  A selva na qual, entre rugidos e labare-


lm

das, dragões enfrentam centauros. O pântano


onde as hidras agitam suas múltiplas cabeças.
gi

CRÔNICA – Todas as palavras do sagrado, todas elas foram


ar

CRÔNICA NARRATIVA
ARGUMENTATIVA postas nos livros que deram origem às religiões e
lm

neles conservadas.
gi

Defesa de um ponto de
Limitam-se a contar fatos
vista, relacionado ao as- Fonte: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 17 set. 2020. Adaptado.
do cotidiano
sunto em debate
Como se pode notar, a crônica trata de um assunto
LÍNGUA PORTUGUESA

Pode apresentar um tom Uso de argumentos e


humorístico fatos bem atual: o aumento da carga tributária que incide
sobre o preço dos livros. A autora apresenta sua opi-
Foco narrativo em 1ª ou Também pode ser escrita
nião e segue argumentando sobre a importância dos
3ª pessoa em 1ª ou 3ª pessoa
livros na sociedade, com um ponto de vista ladeado
Uso de argumentos de pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
-
modo pessoal e subjetivo Para finalizar nossos estudos sobre gêneros tex-
tuais, é importante deixarmos uma informação rele-
Apesar de as formas de texto verbais serem o for- vante sobre esse assunto. Para muitos autores, os
mato mais comum na construção de uma crônica, gêneros não apenas moldam formas de texto, como
atualmente, é possível encontrar crônicas veiculadas também as formas de dizer marcadas pelo discurso,
em outros formatos, como em vídeo, muito divulgado por isso, em algumas metodologias, os gêneros serão
nas redes sociais. tratados como do discurso. 91
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Se liga! 2. (ENEM — 2022)

Gêneros do discurso marcam o processo de inte- Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em São
ração verbal, como todo discurso materializa-se Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos
por meio de textos, a nomenclatura gêneros tex- quando ganhou uma câmera de vídeo — e uma irmã.
tuais torna-se mais adequada para essa pers- As duas se tornaram suas companheiras de experi-
pectiva de estudos. Podemos distinguir as duas mentações. Adolescente, Elena vivia a criar filminhos
e se empenhava em dirigir a pequena Petra nas cenas
variantes vocabulares de acordo com as deman-
que inventava. Era exigente com a irmã. E acreditava
das sociais e culturais de estudo dos gêneros. no potencial da menina para satisfazer seus arroubos
de diretora precoce. Por cinco anos, integrou algu-
mas das melhores companhias paulistanas de teatro
e participou de preleções para filmes e trabalhos na
EXERCÍCIOS COMENTADOS TV. Nunca foi chamada. No início de 1990, Elena tinha
20 anos quando se mudou para Nova York para cur-
sar artes cênicas e batalhar uma chance no mercado
1. (ENEM — 2020)
americano. Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns
testes de elenco malsucedidos, decepcionada com
Mulher tem coração clinicamente partido após morte de a ausência de reconhecimento e vitimada por uma
cachorro depressão que se agravava com a falta de perspecti-
vas, Elena pôs fim à vida no segundo semestre. Petra
Como explica o The New England Journal of Medicine, tinha 7 anos. Vinte anos depois, é ela, a irmã caçula,
a paciente, chamada Joanie Simpson, tinha sinais de que volta a Nova York para percorrer os últimos pas-
infarto, como dores no peito e pressão alta, e apresen- sos da irmã, vasculhar seus arquivos e transformar
tava problemas nas artérias coronárias. Ao fazerem suas memórias em imagem e poesia.
um ecocardiograma, os médicos encontraram o pro- Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã
blema: cardiomiopatia de Takotsubo, conhecida como que fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade,
síndrome do coração partido. Essa condição médica mas também sobre o encontro, o legado, a memória.
Um filme sobre a Elena de Petra e sobre a Petra de
tipicamente acontece com mulheres em fase pós-
Elena, sobre o que ficou de uma na outra e, essencial-
-menstrual e pode ser precedida por um evento muito
mente, um filme sobre a delicadeza.
estressante ou emotivo. Nesses casos, o coração apre-
senta um movimento discinético transitório da parede VANUCHI, C. Época, 19 out. 2012 (adaptado)
anterior do ventrículo esquerdo, com acentuação da
cinética da base ventricular, de acordo com um arti-
go médico brasileiro que relata um caso semelhante.
Simpson foi encaminhada para casa após dois dias e O texto é exemplar de um gênero discursivo que cum-
passou a tomar medicamentos regulares. Ao Washin- pre a função social de
gton Post, ela contou que estava quase inconsolável
4

após a perda do seu animal de estimação, um cão da a) narrar, por meio de imagem e poesia, cenas da vida
-2

das irmãs Petra e Elena.


13

raça yorkshire terrier. Recuperada após cerca de um


b) descrever, por meio das memórias de Petra, a separa-
.7

ano, ela diz que não abrirá mão de ter um animal de


ção de duas irmãs.
28

estimação porque aprecia a companhia e o amor que


c) sintetizar, por meio das principais cenas do filme, a
.8

os cachorros dão aos humanos. O caso aconteceu em história de Elena.


18

Houston, nos Estados Unidos. d) lançar, por meio da história de vida do autor, um filme
-0

autobiográfico.
ar

Disponível em: https://exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017. e) avaliar, por meio de análise crítica, o filme em
lm

referência.
gi

Pelas características do texto lido, que trata das con-


ar

sequências da perda de um animal de estimação, con- Uma análise crítica permite refletir sobre uma
lm

sidera-se que ele se enquadra no gênero determinada obra, identifica e expõe argumentos.
gi

No texto selecionado, é possível perceber que o


a) conto, pois exibe a história devida de Joanie Simpson. autor avalia e expressa seu posicionamento crítico
b) depoimento, pois expõe o sofrimento da dona do animal. sobre o filme Elena: “É um filme sobre a busca, a
c) reportagem, pois discute cientificamente a cardiomiopatia. perda, a saudade, mas também sobre o encontro, o
d) relato, pois narra um fato estressante vivido pela paciente. legado, a memória”. Resposta: Letra E.
e) notícia, pois divulga fatos sobre a síndrome do coração
3. (ENEM — 2022)
partido.
A conquista da medalha de prata por Rayssa Leal, no
O texto se trata de uma notícia, já que informa o
skate street nos Jogos Olímpicos, é exemplo da repre-
público sobre as consequências dessa perda e detalha
sentatividade feminina no esporte, avalia a âncora do
fatos e informações a respeito da síndrome do cora- jornal da rede de televisão da CNN. A apresentadora,
ção partido. A linguagem utilizada segue a norma que também anda de skate, celebrou a vitória da brasi-
culta da língua: é clara e objetiva quanto a temática, leira, que entrou para a história como a atleta mais nova
não explora figuras de linguagem e não há uma preo- a subir num pódio defendendo o Brasil. “Essa repre-
92 cupação estética com o texto. Resposta: Letra E. sentatividade do esporte nos Jogos faz pensarmos
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que não temos que ficar nos encaixando em nenhum No texto, ao refletir sobre a atividade de cronista, a autora
lugar. Posso gostar de passar notícia e, mesmo assim, questiona características do gênero crônica, como:
gostar de skate, subir montanha, mergulhar, andar de
bike, fazer yoga. Temos que parar de ficar enquadrando a) relação distanciada entre os interlocutores.
as pessoas dentro de regras. A gente vive num padrão b) articulação de vários núcleos narrativos.
c) brevidade no tratamento da temática.
no qual a menina ganha boneca, mas por que também
d) descrição minuciosa dos personagens.
não fazer um esporte de aventura? Por que o homem
e) público leitor exclusivo.
pode se machucar, cair de joelhos, e a menina tem que
estar sempre lindinha dentro de um padrão? Acabamos Quando a autora questiona: “ser mais leve só por-
limitando os talentos das pessoas”, afirmou a jornalista, que o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns
sobre a prática do skate por mulheres. minutos de leitura?”, é possível entender que na crô-
nica a temática não é trabalhada de forma minucio-
Disponível em: www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 sa ou profunda tal como pretende a autora. O gênero
(adaptado). crônico também pode ser caracterizado por ser breve.

O discurso da jornalista traz questionamentos sobre a 5. (ENEM — 2022)


relação da conquista da skatista com a
Vanda vinha do interior de Minas Gerais e de dentro de
a) conciliação do jornalismo com a prática do skate. um livro de Charles Dickens. Sem dinheiro para criá-la,
b) inserção das mulheres na modalidade skate street. sua mãe a dera, com seus sete anos, a uma conhecida.
c) desconstrução da noção do skate como modalidade Ao recebê-la, a mulher perguntou o que a garotinha gosta-
masculina. va de comer. Anotou tudo num papel. Mal a mãe virou as
costas, no entanto, a fulana amassou a lista e, como uma
d) vanguarda de ser a atleta mais jovem a subir no pódio
vilã de folhetim, decretou: “A partir de hoje, você não vai
olímpico.
mais nem sentir o cheiro dessas comidas!”.
e) conquista de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando rece-
beu a carta de uma prima com uma nota de cem cru-
O discurso da jornalista questiona sobre pensamen- zeiros, saiu de casa com a roupa do corpo e fugiu num
tos que são limitantes e com isso busca descontruir ônibus para São Paulo.
a noção do skate como modalidade masculina. Res- Todas as vezes que eu e minha irmã a importunáva-
posta: Letra C. mos com nossas demandas de criança mimada, ela
nos contava histórias da infância de gata-borralhei-
4. (ENEM — 2022) ra, fazia-nos apertar seu nariz quebrado por uma das
filhas da “patroa” com um rolo de amassar pão e nos
Ser cronista expulsava da cozinha: “Sai pra lá, peste, e me deixa
acabar essa janta”.
Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no PRATA, A. Nu de botas. São Paulo: Cia. das Letras, 2013 (adaptado).
4

assunto. Crônica é um relato? É uma conversa? É um


-2

resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes Pela ótica do narrador, a trajetória da empregada de
13

de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só sua casa assume um efeito expressivo decorrente da
.7
28

tinha escrito romances e contos. E também sem per-


a) citação a referências literárias tradicionais.
.8

ceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando


18

pessoal demais, correndo o risco de em breve publicar b) alusão à inocência das crianças da época.
-0

minha vida passada e presente, o que não pretendo. c) estratégia de questionar a bondade humana.
d) descrição detalhada das pessoas do interior.
ar

Outra coisa notei: basta eu saber que estou escreven-


e) representação anedótica de atos de violência.
lm

do para o jornal, isto é, para algo aberto facilmente por


gi

todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por


Uma anedota pode ser caracterizada por um fato
ar

quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o curioso e pouco divulgado. Em seu sentido original,
lm

modo de escrever se transforme. Não é que me desa- o termo grego “anékdota” está atrelado ao que “não
gi

grade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem se publica”. Nesse sentido, no texto em questão, a
mudanças mais profundas e interiores que não vies- trajetória da empregada, personagem da história,
sem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque torna-se expressiva por ser específica, com atos de
LÍNGUA PORTUGUESA

isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só violência que seriam impublicáveis.
porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar
uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros
quero profundamente a comunicação profunda comi-
go e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o TEXTO ARGUMENTATIVO, SEUS
leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a GÊNEROS E RECURSOS LINGUÍSTICOS
verdade: não estou contente.
Já sabemos que existem diversos tipos textuais, e
LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, que cada texto corresponde a um tipo, de acordo com
1999 as suas características e intenções. Neste capítulo,
vamos explorar o tipo argumentativo, que está pre-
sente em inúmeras situações cotidianas. 93
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O objetivo do tipo argumentativo é convencer o Se liga!
interlocutor e, para isso, precisa usar a argumentação,
utilizando-se de diferentes formatos de textos, tanto O gênero “anúncio publicitário” tem presença
orais quanto escritos. recorrente nas avaliações do Enem.
A prova do Enem está centrada na escrita, portan-
to, destacaremos os principais gêneros escritos do tipo
argumentativo e como diferenciá-los. CARTA DE RECLAMAÇÃO OU DE SOLICITAÇÃO
Um dos aspectos mais importantes a se observar para
identificar o gênero textual é a identidade do leitor. Esta- z Público: o leitor e o autor sempre estão especifica-
belecendo a identidade do leitor, é possível escrever um dos no início da carta;
texto argumentativo de modo a “convencê-lo” de fato. z Escrita: há marcas de primeira pessoa e experiên-
Nesse sentido, os gêneros do tipo argumentativo que cias pessoais para explicar a reclamação ou reali-
mais aparecem nas provas do Enem são: artigo de opi- zar a solicitação. Além disso, a linguagem é clara e
nião, dissertação, resenha crítica, anúncio publicitá- objetiva, seguindo a norma culta da língua;
rio,e carta de reclamação ou de solicitação. z Função social: a carta pode ser enviada diretamente
a alguma instituição, entidade ou pessoa responsá-
ARTIGO DE OPINIÃO vel, ou ainda publicada em meios de comunicação. A
função social depende especificamente do conteúdo
z Público: geralmente, tem um público específico. reclamado ou solicitado na carta.
Dependendo do local de publicação do artigo, esse
público pode ser acadêmico ou não; O gênero carta de reclamação e de solicitação
z Escrita: o tom da escrita depende do público para necessariamente deve ter a estrutura de carta, que
o qual o artigo se destina. Um público interessado inclui:
em futebol, por exemplo, recebe uma modalidade
de escrita diferente de um artigo de culinária; z local e data;
z Linguagem: pode admitir uma linguagem mais z destinatário;
coloquial e pessoal; z saudação;
z Função social: está presente em sites acadêmicos, z corpo do texto;
revistas acadêmicas ou revistas em geral. z despedida.
DISSERTAÇÃO
ORGANIZAÇÃO E PROGRESSÃO TEXTUAL
z Público: qualquer pessoa pode ser o leitor, não há
especificamente um perfil de leitor; Progressão textual é o processo de construção do
z Escrita: não há marcas de pessoalidade nesta escrita; texto, que consiste na organização da coesão, coerên-
z Linguagem: a linguagem é objetiva e segue a nor- cia e conexão entre as partes do texto. A progressão
ma culta da língua; textual torna o texto claro e objetivo, facilitando sua
z Função social: geralmente, aparece em situações leitura, pois quando ele está conectado, a mensagem é
acadêmicas. entregue mais facilmente ao leitor.
Para haver progressão, é necessário que cada nova
4
-2

RESENHA CRÍTICA informação acrescentada esteja relacionada com as


13

partes anteriores do texto, tanto em relação ao con-


z Público: geralmente, tem um público específico a
.7

teúdo quanto em relação aos conectores que as ligam.


28

depender do tema tratado; Existem alguns recursos utilizados para promover


.8

z Escrita: a resenha é um resumo de uma obra, ou a progressão textual. A seguir, vamos explorar alguns
18

fragmento dela (filme, série, livro, exposição), que deles.


-0

apresenta a opinião do autor. Por isso, a escrita


apresenta linguagem pessoal, mas sempre alinha-
ar

Conectores
da à expectativa do leitor à temática;
lm

z Linguagem: a escrita segue a norma culta da lín-


gi

Os conectores são palavras ou expressões que têm


gua, com linguagem clara e objetiva;
ar

a função de ligar os períodos e parágrafos do texto,


z Função social: a resenha pode ser acadêmica,
lm

podendo ser conjunções ou advérbios/locuções adver-


publicada em livros e revistas acadêmicas ou
gi

biais e sempre promovem uma relação entre os ter-


publicada em sites, blogs, jornais e revistas de mos conectados. É muito importante saber identificar
grande circulação. a relação que indicam, pois isso pode modificar o sen-
ANÚNCIO PUBLICITÁRIO tido de um texto. A seguir, conheça alguns conectores
e as principais relações que expressam:
z Público: cada anúncio tem seu público específico,
que pode estar em diversos segmentos da sociedade; z Adição: e, também, além disso, mas também;
z Escrita: o anúncio geralmente usa as linguagens ver- z Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no
bal e não verbal para tentar convencer o interlocutor; entanto;
z Linguagem: segue a norma culta da língua, mas z Causa: por isso, portanto, certamente;
pode apresentar marcas de oralidade e lingua- z Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na sociedade
gem coloquial para se aproximar do leitor, a fim de atual, depois, antes disso, em seguida, logo, até que;
persuadi-lo; z Consequência: logo, consequentemente;
z Função social: está presente, tanto na forma oral z Confirmação/Reafirmação: ou seja, nesse senti-
como escrita, em redes de televisão, sites e outros do, nessa perspectiva, em suma, em outras pala-
94 meios digitais, jornais, revistas, dentre outros. vras, dessa forma;
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z Hipótese/Probabilidade: a menos que, mesmo Essas estratégias são:
que, supondo que;
z Semelhança: do mesmo modo, assim como, bem z Argumento de autoridade: citar um trecho de
como; um especialista na temática abordada. A depender
z Finalidade: a fim de, para, para que, com a finali- do tema do texto, esse especialista pode ser um
dade de, com o objetivo de; médico, um professor, um filósofo, um advogado,
z Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, isto é; enfim, uma autoridade a respeito do tema tratado;
z Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente, z Exemplificação: citar um exemplo real auxilia a
com efeito; validar a necessidade daquele argumento dentro
z Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente, do contexto;
possivelmente; z Dados estatísticos: ao lidar com dados, as pessoas
z Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma. se chocam com as informações ou com as quan-
tidades, e isso se torna importante para acreditar
em determinado ponto de vista;
Se liga! z Alusão histórica: consiste em citar um fato his-
tórico já conhecido para legitimar o argumento a
É necessário observar o contexto de uso de cada respeito de um fato atual;
conector, pois vários deles podem mudar de senti- z Oposição: mostrar o outro lado do que se argu-
do de acordo com a situação em que são usados. menta torna inválido um possível questionamento
Na língua portuguesa, o contexto é essencial do leitor, já que a visão oposta já foi refutada den-
para entender uma proposição. tro do próprio texto.

Atenção! O tipo argumentativo está presente em


Pronomes
80% das questões do Enem dos últimos anos. Por isso, é
importante conhecê-lo para, então, interpretá-lo melhor
Os pronomes são utilizados para evitar repeti- e responder adequadamente às questões.
ções desnecessárias, já que, repetir as mesmas pala-
vras, pode causar “cansaço” ao ler o texto. Observe o
seguinte antes e depois e note como o pronome torna
o texto mais leve:
EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Antes: “Pode-se inferir, portanto, que o poeta é
1. (ENEM — 2022)
um mestre da verdade e a memória que o poeta
expressa enquadra-se como um saber. O poeta é
Urgência emocional
um especialista em ter a memória viva e transcre-
vê-la em forma de poema.”
Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e
z Depois: “Pode-se inferir, portanto, que o poeta é
sai em disparada, se não há mais tempo para paradas
um mestre da verdade e a memória que o poeta
estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que
expressa enquadra-se como um saber. Ele é um
os amores sejam igualmente resolvidos num átimo de
especialista em ter a memória viva e transcrevê-la
4

segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não


-2

em forma de poema.”
vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras
13

de convívio: somos namorados, ficantes, casados,


.7

Sinônimos
amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associa-
28

mos diversas palavras ao AMOR: paixão, romance,


.8

São utilizados para evitar a repetição de um deter-


sexo, adrenalina, palpitação. Esquecemos, no entanto,
18

minado termo, assim como os pronomes. O texto que


da palavra que viabiliza esse sentimento: “paciência”.
-0

repete muitas palavras em linhas próximas ou dentro


Amor sem paciência não vinga. Amor não pode ser
do mesmo período tende a ser mais cansativo para o
ar

mastigado e engolido com emergência, com fome


lm

leitor e, por vezes, confuso. Veja um exemplo:


desesperada. É uma refeição que pode durar uma
gi

vida.
z Antes: “Para muitas famílias, o fato de pagar uma esco-
ar

la pressupõe que a escola deve assumir toda a forma-


lm

MEDEIROS, M. Disponível em: http://porumavidasimples.blogspot.


ção da criança, deixando a família isenta de qualquer com.br. Acesso em: 20 ago. 2017 (adaptado).
gi

cobrança e responsabilidade. No entanto, a escola


encontra entraves em determinadas situações.” Nesse texto de opinião, as marcas linguísticas reve-
z Depois: “Para muitas famílias, o fato de pagar lam uma situação distensa e de pouca formalidade, o
LÍNGUA PORTUGUESA

uma escola pressupõe que esta instituição deve que se evidencia pelo(a)
assumir toda a formação da criança, deixando a
família isenta de qualquer cobrança e responsa- a) impessoalização ao longo do texto, como em: “se não
bilidade. No entanto, o sistema escolar encontra há mais tempo”.
entraves em determinadas situações.” b) construção de uma atmosfera de urgência, em pala-
vras como: “pressa”.
TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO/ ESTRATÉGIAS c) repetição de uma determinada estrutura sintática,
ARGUMENTATIVAS como em: “Se tudo é para ontem”.
d) ênfase no emprego da hipérbole, como em: “uma refei-
Para argumentar, o autor se vale de algumas estra- ção que pode durar uma vida”.
tégias, com o intuito de validar seus argumentos e e) emprego de metáforas, como em: “a vida engata uma
pontos de vista para o interlocutor. primeira e sai em disparada”.
95
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao empregar metáforas, como em “a vida engata uma primeira e sai em disparada”, é possível perceber a pouca
formalidade, pois deixa o texto leve e acessível. Letra: E.

2. (ENEM — 2022)

O complexo de falar difícil

O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse
português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara
de sono falando o seguinte: “Por obséquio, Vossa Senhoria teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha
pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições dos códigos Civil e do Consumidor, para que seja
possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00 seja
plenamente legítima e capaz de saciar minha fome matinal?”. O problema é que temos uma cultura de valorizar quem
demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais
inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas
se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom dia! O senhor
poderia me vender cinco reais de pão francês?”. Agora entramos na parte interessante: o que realmente é falar difícil?
Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que
não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo
amarradinho gramaticalmente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É
claro que em alguns momentos não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como
no caso de documentos jurídicos, entre outros.
ARAÚJO, H. Disponível em: www.diariojurista.com. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).

Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor evidencia a impor-
tância de(a)

a) se ter um notável saber jurídico.


b) valorização da inteligência do falante.
c) falar difícil para demonstrar inteligência.
d) coesão e da coerência em documentos jurídicos.
e) adequação da linguagem à situação de comunicação.

O Artigo de Opinião leva em consideração as variantes linguísticas e critica, neste ponto, o uso de uma fala rebus-
cada em um ambiente informal. Resposta: Letra E.

3. (ENEM —2022) TEXTO I


4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm

ADOTE UM
gi

E RUA
ANIMAL D
ar
lm

DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS PARA ADOÇÃO


gi

CARTEIRA DE IDENTIDADE / CPF / COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA


É MUITO AMOR!!

Disponível em: https://amigodobicho.wordpress.com. Acesso em:10 dez. 2017.


TEXTO II

Nas ruas, na cidade e no parque

Ninguém nunca prendeu o Delegado. O vaivém de rua em rua e sua longa vida são relembrados e recontados. Exemplo
de sobrevivência, liderança, inteligência canina, desde pequenininho seu focinho negro e seus olhos delineados dese-
nharam um mapa mental olfativo-visual de Lavras. Corria de quem precisava correr e se aproximava de quem não lhe
faria mal, distinguia este daquele. Assim, tornou-se um cão comunitário. Nunca se soube por que escolheu a rua, talvez
lhe tenham feito mal dentro de quatro paredes. Idoso, teve câncer e desapareceu. O querido foi procurado pela cidade
inteira por duas protetoras, mas nunca encontrado.

96 COSTA, A. R. N. Viver o amor aos cães. Parque Francisco de Assis. Carmo do Cachoeira: Irdin, 2014 (adaptado).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os dois textos abordam a temática de animais de rua, 5. (ENEM — 2022)
porém, em relação ao Texto I, o Texto II

a) problematiza a necessidade de adoção de animais


sem lar.
b) valida a troca afetiva entre os pets adotados e seus
donos.
c) reforça a importância da campanha de adoção de
animais.
d) exalta a natureza amigável de cães e de gatos.
e) promove a campanha de adoção de animais.

O texto II traz à tona a preferência do cão pela rua,


tornando-se um “cão comunitário”, pois, provavel-
mente, ele recebeu maus-tratos no lar que estava. Já
o texto I, reforça a importância de adotar um cão. Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br. Acesso em: 29 out.
Letra: A. 2013 (adaptado)

4. (ENEM — 2022) É ruivo? Tem olhos azuis? É homem Para convencer o público-alvo sobre a necessidade de
ou mulher? Usa chapéu? Quem jogou Cara a Cara na um trânsito mais seguro, essa peça publicitária apela
infância sabe de cor o roteiro de perguntas para adi- para o(a)
vinhar quem é o personagem misterioso do seu opo-
nente. Agora, o jogo está prestes a ganhar uma nova a) sentimento de culpa provocado no condutor causador
versão. A designer polonesa Zuzia Kozerska-Girard de acidentes.
está desenvolvendo uma variação do Guess Who? b) dano psicológico causado nas vítimas da violência nas
(nome do Cara a Cara em inglês), em que as personali- estradas.
dades do tabuleiro são, na verdade, mulheres notáveis c) importância do monitoramento do trânsito pelas autori-
da história e da atualidade, como a artista Frida Kah- dades competentes.
lo, a ativista Malala Yousafzai, a astronauta Valentina d) necessidade de punição a motoristas alcoolizados
Tereshkova e a aviadora Amelia Earhart. O Who’s She? envolvidos em acidentes.
(“Quem é ela?”, em português) traz, no total, 28 mulhe- e) sofrimento decorrente da perda de entes queridos em
res que representam diversas profissões, nacionalida- acidentes automobilísticos.
des e idades. A ideia é que, em vez de perguntar sobre
a aparência das personagens, as questões sejam dire- As linguagens verbais e não verbais se apoiam neste
cionadas aos feitos delas: ganhou algum Nobel, fez texto, de forma que, tanto a mensagem e o destaque
alguma descoberta? Para cada personagem há um para a palavra “arrependimento” quanto a imagem
cartão com fatos divertidos e interessantes sobre sua de alguém tampando o rosto de vergonha e tristeza,
vida. Uma campanha entrou no ar com o objetivo de revelam um sentimento de culpa provocado no con-
4

arrecadar dinheiro para desenvolver o Who’s She?. A dutor causador de acidentes. Letra: A.
-2

meta inicial era reunir 17 mil dólares. Oito dias antes


13

de a campanha acabar, o projeto já angariou quase 6. (ENEM — 2022)


.7

350 mil dólares. A chegada do jogo à casa do com-


28

prador varia de acordo com a quantia doada — quanto


.8
18

mais você doou, mais rápido vai poder jogar.


-0

Disponível em: www.super.abril.com.br. Acesso em: 4 dez. 2018


ar

(adaptado).
lm

Ao divulgar a adaptação do jogo para questões rela-


gi

tivas a ações e habilidades de mulheres notáveis, o


ar

texto busca
lm
gi

a) contribuir para a formação cidadã dos jogadores.


b) refutar modelos estereotipados de beleza e elegância.
c) estimular a competitividade entre potenciais
LÍNGUA PORTUGUESA

compradores.
Disponível em: https://viva-porto.pt. Acesso em: 24 nov. 2021
d) exemplificar estratégias de arrecadação financeira (adaptado)
pela internet.
e) desenvolver conhecimentos lúdicos específicos dos
A articulação entre os elementos verbais e os não ver-
tempos atuais.
bais do texto tem como propósito desencadear a
O jogo “Who’s She?” enriquece o conhecimento
sobre mulheres ativistas, fugindo da questão da a) identificação de distinções entre mulheres e homens.
aparência, e enfocando seus feitos e conquistas. b) revisão de representações estereotipadas de gênero.
Sendo assim, contribui com a formação cidadã dos c) adoção de medidas preventivas de combate ao sexismo.
jogadores. Letra: A. d) ratificação de comportamentos femininos e masculinos.
e) retomada de opiniões a respeito da diversidade dos
papéis sociais. 97
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Ao aparecer o risco de anulação de frases precon- COMO OS GÊNEROS DIGITAIS SÃO ABORDADOS NA
ceituosas e estereotipadas, nota-se a revisão destas PROVA DO ENEM?
representações. O homem pode chorar. A mulher
pode dirigir em longas estradas. Letra: B. A prova do Enem está fortemente pautada na
interpretação textual. Sendo assim, a maior parte das
questões exige a interpretação do candidato frente
aos diferentes gêneros textuais. Todavia, em certas
ocasiões as respostas apontam para as teorias a res-
GÊNEROS DIGITAIS
peito dos gêneros, sendo importante conhecê-los.
O QUE SÃO GÊNEROS DIGITAIS?
PRINCIPAIS GÊNEROS DIGITAIS E SUAS
Os gêneros digitais são formas de construção de CARACTERÍSTICAS
textos que foram criadas especificamente para serem
usadas em meios digitais, sejam eles orais ou escritos. Anúncio Publicitário On-line
Como já abordamos, muitos deles surgiram natural-
mente, de acordo com as demandas das plataformas Aparecem em diversos formatos, em vídeo, foto e tex-
digitais. Existem plataformas cuja apresentação das to ou, ainda, apenas texto verbal, o que é menos recor-
informações ocorre por vídeos, outras somente por rente. Ele tem como finalidade promover um produto,
áudio, outras por fotos com legendas, por isso, cada uma campanha governamental ou um serviço. Para isso,
uma delas configura um gênero. precisa estar alinhado às necessidades/expectativas do
É importante lembrar que, nesse espaço interlocutor, que pode ser seu futuro consumidor.
ganham relevância os textos digitais multimodais,
assim: textos que mesclam imagens, palavras e sons,
linguagem verbal e não verbal. z Temática: pode abordar diferentes temáticas, a
depender do produto ou do serviço apresentado —
desde itens para crianças até serviços de profissio-
CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DIGITAIS
nais autônomos;
z Variedade: um primeiro ponto a ser destacado z Linguagem: no geral, segue a norma culta da lín-
é que, ao contrário do que pensamos, os gêneros gua, mas admite a presença da linguagem colo-
digitais apresentam uma grande variedade de quial e informal, a depender da intencionalidade;
tipos textuais e de características. Não há uma z Canal: pode ser publicado em qualquer esfera
unanimidade de características, nem tampouco digital, sites, blogs, redes sociais, dentre outros;
uma linearidade entre os gêneros digitais; z Função social: a função é a de convencer o leitor/
z Grau de formalidade: podem apresentar diferen- espectador a se tornar um cliente da marca ou partici-
tes graus de formalidade, a depender da platafor- par de um evento, sendo assim, a função deve ir neste
ma e da intenção do texto; sentido, a depender do produto/serviço oferecido.
z Escrita: existem alguns gêneros que exigem o uso
da norma culta da língua, seguindo a variedade Post em Site ou Blog
padrão e uma linguagem mais formal. No entan-
to, há também os gêneros informais, que aceitam
o uso de abreviações, gírias e vocabulário próprio Geralmente é apresentado em formato de texto
4

verbal, mas pode incluir também imagens e gráficos,


-2

para um grupo social;


podendo ou não ter algum vídeo associado ao texto.
13

z Linguagem: a linguagem das mídias digitais geral-


Tem como objetivo passar informações mais comple-
.7

mente é clara e objetiva, pois há um interesse na


tas, por isso, é um texto mais longo e se aprofunda em
28

rapidez das informações e conversas. Além dis-


um determinado tema.
.8

so, os produtores de conteúdo buscam audiência


18

e, para tanto, precisam atrair os interlocutores o


z Temática: os temas podem ser variáveis, a depen-
-0

mais rápido possível, para que eles permaneçam


em suas postagens, sejam elas escritas, visuais ou der da área de atuação do site ou blog;
ar

em formato de vídeo; z Linguagem: a linguagem é adequada ao público


lm

z Forma: a forma é muito variável. Existem gêneros que irá buscar pelo tema em sites e blogs, mas, no
gi

em texto verbal, como a notícia, que já existia antes geral, deve seguir a norma culta e aceitar traços de
ar

das mídias digitais; outros são apenas em formato informalidade como abreviações e gírias;
lm

de áudio, como o podcast; curtos como as legen- z Canal: publicado em sites com temáticas especí-
gi

das das fotos; podem ser também híbridos, utili- ficas como moda, maquiagem, beleza, jogos ele-
zando imagens e textos verbais, como os vídeos ou trônicos, política, ciência, medicina, as temáticas
memes. A forma varia de acordo com a plataforma são quase infinitas. Nesse sentido, qualquer tema
utilizada e a intencionalidade do autor. pode ser tratado em um site ou blog;
z Função social: em uma visão mais ampla, a fun-
ção é informar e transmitir conhecimento. Des-
Se liga! tarte, em uma visão mais centrada, a função irá
depender da temática e do público-alvo.
A partir das características citadas anteriormen-
te, podemos observar que os gêneros digitais Podcast
são diversos e têm uma ampla abrangência, pre-
zando, no geral, a rapidez na transmissão das Consiste em um áudio que pode ser curto ou longo,
informações e variando em outros aspectos. no qual participam uma ou mais pessoas com a inten-
ção de compartilhar informações ou debater um tema.

98
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Temática: existem desde podcasts de humor até z Linguagem: admite o uso de linguagem coloquial,
podcasts de aulas sobre marketing, empreende- com gírias e abreviações, com tom de informalidade.
dorismo, línguas estrangeiras ou psicologia. Qual- No entanto, em algumas situações formais é exigida a
quer tema pode ser tratado em um podcast; formalidade e o uso da norma padrão;
z Linguagem: a linguagem é muito variável, de z Canal: utilizado em plataformas e aplicativos
acordo com a temática e o contexto, mas, no geral, específicos para chat;
usa a norma culta da língua; z Função social: basicamente, a função é de comu-
z Canal: existem plataformas e aplicativos para postar nicação simples, fácil e rápida.
e para ouvir podcast. Sua forma é unicamente por
áudio; É importante lembrar também dos fóruns e listas
z Função social: na maioria das vezes, a função é com- de discussões que estão disponíveis na internet.
partilhar conhecimento a respeito de um tema.

E-mail Se liga!
Possui a mesma estrutura de uma carta, com reme- A função social não pode ser determinada aqui
tente, destinatário, saudação e despedida. Em geral, cos- nem em outro material didático, pois ela depen-
tuma ser mais formal, mas também pode ser informal. de especificamente da análise de cada texto.
Aqui, tratamos de modo geral como você pode
z Temática: geralmente, trata de assuntos profissio- identificar a função social de um texto dos gêne-
nais ou educacionais, estando, ainda, disponível ros digitais, mas é necessário ter muita atenção
para abordagem de qualquer tema; para identificar e interpretar cada texto.
z Linguagem: segue a norma culta da língua, poden-
do ter características da linguagem formal e da
linguagem informal, a depender do tema e do con- A FUNÇÃO SOCIAL DAS NOVAS TECNOLOGIAS
texto de uso;
z Canal: é enviado por plataforma, aplicativo ou site As novas tecnologias deixaram de ser o futuro para
específico; se tornar o presente. A pandemia da covid-19 acelerou
z Função social: o e-mail existe, basicamente, para a esse processo e hoje é possível fazer muitas coisas uti-
comunicação rápida utilizando textos longos e outros lizando tecnologias e meios digitais.
recursos como imagens e documentos anexos. No início, as tecnologias e mídias digitais eram usa-
das apenas para lazer e entretenimento. Atualmente,
Meme todos os canais de notícias sérios e relevantes estão
presentes nas plataformas digitais e, por meio delas
Trata-se de um gênero híbrido (linguagem verbal podemos trabalhar, nos comunicar, pedir entregas de
e não verbal)  e de caráter humorístico, que viraliza supermercado, farmácia, lanches, dentre outros itens.
rapidamente em diferentes formatos (imagem, vídeo Além disso, podemos estudar, assistir a aulas e reu-
ou áudio). É adaptado a depender do contexto. niões ao vivo, participar de encontros distantes geo-
4

graficamente, mas que estão dentro de nossas casas.


-2

z Temática: temáticas relacionadas a atualidades, Para a linguística e para o Enem, é necessário atentar-
13

como política ou situações cotidianas com as quais -se à intencionalidade dos criadores e autores de conteúdo
.7

as pessoas se identificam; nos gêneros digitais, pois nenhum texto é produzido sem
28

z Linguagem: a linguagem é coloquial e informal; uma intencionalidade e sem a análise do interlocutor.


.8

admite o uso de gírias, abreviações e mescla texto


18

e imagem. Além disso, usa figuras de linguagem,


-0

como a hipérbole e a ironia para cumprir sua fun-


EXERCÍCIOS COMENTADOS
ar

ção de ser divertido e engraçado;


lm

z Canal: sendo um gênero híbrido, geralmente uma


gi

imagem com texto verbal é compartilhada em 1. (ENEM — 2020) Quando quis agilizar o processo de
ar

qualquer mídia digital, conversas em chat, redes seleção de novos alunos, a tradicional faculdade bri-
lm

sociais de imagens ou vídeos. Além disso, há sites tânica de medicina St. George usou um software para
gi

específicos para capturar um meme e utilizá-lo em definir quem deveria ser entrevistado. Ao reproduzir a
diferentes contextos;
forma como os funcionários faziam essa escolha, o
z Função social: sua função é entreter os usuários
programa eliminou, de cara, 60 de 2 000 candidatos. Só
com imagens ou vídeos.
LÍNGUA PORTUGUESA

por causa do sexo ou da origem racial, numa dedução


baseada em sobrenome e local de nascimento. Um
Chat
estudo sobre o caso foi publicado em 1988, mas, 25
anos depois, outra pesquisa apontou que esse tipo de
Tem como objetivo promover conversas em grupo ou
discriminação segue firme. O exemplo recente envolve
em duplas, utilizando a textos escritos, áudios, imagens e
o buscador do Google: ao digitar nomes comuns entre
vídeos. Pode ser usado por empresas ou instituições de
negros dos EUA, a chance de os anúncios automáti-
ensino para facilitar o diálogo entre seus colaboradores/
cos oferecerem checagem de antecedentes criminais
alunos ao mesmo tempo. Os dois aplicativos mais utiliza-
pode aumentar 25%. E pode piorar com a pergunta
dos para isso no Brasil são: Whatsapp e Telegram.
“detido?” logo após a palavra procurada.
z Temática: qualquer temática pode ser abordada Disponível em: https://tab.uol.com.br. Acesso em: 11 ago. 2017.
em um chat; (adaptado) 99
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O texto permite o desnudamento da sociedade ao rela-
cionar as tecnologias de informação e comunicação LITERATURA
com o(a)
Sabemos que o Exame Nacional do Ensino Médio
a) agilidade dos softwares. é uma prova completamente contextualizada e inter-
b) passar dos anos. disciplinar, ou seja, exige das pessoas que pretendem
c) linguagem. obter uma vaga na universidade conhecimento em
d) preconceito. diversas áreas do saber. A maioria dos candidatos
e) educação. não sabe por onde começar a estudar literatura para
a prova do Enem, muito menos quais conteúdos o exa-
O texto mostra como os softwares foram utilizados
me aborda em questões relacionadas à disciplina. Por
de uma maneira ruim para reforçar o preconceito
esse motivo, acabam obtendo resultados não tão satis-
racial e de gênero, que já existe há anos no processo
fatórios nessa área.
de seleção de uma faculdade britânica. Isso é consta-
Dessa forma, é necessário que os vestibulandos, a
tado nos trechos: “a tradicional faculdade britânica
princípio, conheçam a estrutura da prova, quais crité-
de medicina St. George usou um software para defi-
rios são avaliados nas questões de literatura, assim como
nir quem deveria ser entrevistado” e “Só por causa
o estilo das questões e os temas literários abordados. As
do sexo ou da origem racial”. Resposta: Letra D.
questões da matéria são encontradas entre as 45 pergun-
tas da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
2. (ENEM — 2022)
Assim, é importante que comecemos pela indaga-
ção: “quais conteúdos são cobrados em literatura no
Enem?” De forma geral, os alunos que querem se dar
bem nas questões de literatura devem prestar atenção
nas seguintes competências e habilidades:

z constituir as relações entre a produção literária e


o processo social;
z compreender a relação entre os processos de for-
mação literária e de formação nacional;
z distinguir as diferentes concepções artísticas em
dois âmbitos: como procedimentos de construção,
bem como procedimentos de recepção de textos
literários de gêneros distintos;
z propor relações entre o polo cosmopolitismo/loca-
lismo e a produção literária nacional;
z reconhecer elementos de continuidade e rup-
tura entre os diversos momentos da literatura
brasileira;
z perceber as associações entre concepções artísti-
4

cas e procedimentos de construção do texto lite-


-2

rário em seus gêneros (épico/narrativo, lírico e


13

dramático) e formas diversas;


.7

z conhecer as peculiaridades da representação lite-


28

rária: natureza, função, organização e estrutura


.8

Disponível em: www.facebook.com/;senadofederal. Acesso em: 9


do texto literário;
18

dez. 2017.
z estabelecer relações entre literatura, outras artes
-0

Considerando-se a função social dos posts, essa ima- e outros saberes.


ar

gem evidencia a apropriação de outro gênero com o


lm

objetivo de Assim como em outros processos seletivos, alguns


gi

conteúdos são mais cobrados que outros. As questões


ar

a) promover o uso adequado de campanhas publicitárias de literatura do Enem seguem a mesma perspectiva.
lm

do governo. É importante que o estudante se atente a temas como


gi

b) divulgar o projeto sobre transparência da administra- linguagem literária e linguagem não literária, gêneros
ção pública. literários — ênfase no gênero poético e nos movimen-
c) responsabilizar o cidadão pelo controle dos gastos tos literários, como o Romantismo e o Modernismo —,
públicos. foco narrativo, tipos de narrador, intertextualidade,
d) delegar a gestão de projetos de lei ao contribuinte. interdiscursividade e paródia, pois são os aspectos
e) assegurar a fiscalização dos gastos públicos. literários mais apresentados. Dessa forma, é necessá-
rio que o candidato siga um cronograma de estudos
O post apropria de outro gênero, o anúncio. Portan- priorizando esse conteúdo.
to, a função é “divulgar o projeto”. Resposta: Letra B Agora que já sabemos os tópicos cobrados na área
de literatura no Enem, seguiremos abordando de forma
mais aprofundada esses aspectos gerais, a fim de que
você, candidato, tenha o melhor aproveitamento possível.

100
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PRODUÇÃO LITERÁRIA E PROCESSO SOCIAL Outra comparação é em relação ao emprego e o
sentido das palavras. Sabe-se que no texto científico
Para começarmos a relacionar a produção literá- emprega-se as palavras no seu sentido dicionariza-
ria e o processo social, é importante que entendamos, do, denotativo, enquanto no texto artístico, busca-se
primeiramente, a diferença existente entre um texto empregar as palavras com mais autonomia, preferin-
literário e um texto não literário. do o seu sentido conotativo, figurado.
O texto não literário tem como principal objeti-
vo informar, esclarecer, explicar, ou seja, possui uma Prosa e Poesia
função utilitária, construído com uma intenção espe-
cífica, com linguagem clara e objetiva. Os textos literários podem ser divididos em prosa
Já o texto literário contém elementos narrativos e poesia. Neste tópico encontraremos a definição de
e artísticos, com a intenção de proporcionar dife- cada uma delas.
rentes emoções ao leitor. É nele que as figuras de Comecemos pela poesia: a poesia é a linguagem
linguagem aparecem. São textos que se destinam ao subjetiva, metafísica, vaga, refletindo o mundo inte-
rior do poeta. Quanto à sua forma, é um texto geral-
entretenimento, à arte e à ficção, possuindo lingua-
mente curto, com orações e períodos curtos, em que
gem subjetiva e conotativa, e presença de metáforas sobressaem a estética, a harmonia e o ritmo. Trata-se
e simbolismos. São exemplos de textos literários: poe- da mais antiga composição do mundo. Antes da exis-
sias, novelas, romances e dramas. tência do papel já existiam textos literários. Com os
Por que a produção literária aparece relacionada livros de argila e o uso de poemas, era possível trans-
aos aspectos sociais? Podemos dizer que a literatu- mitir muitas coisas com pouco material.
ra, assim como a nossa língua, de forma geral, é um A prosa, por sua vez, é a linguagem objetiva,
instrumento de comunicação e de interação social, e usual, veículo natural do pensamento humano. A pro-
exerce o importante papel de transmitir os conheci- sa possui diversas formas, chamadas de subgêneros
mentos e a cultura de uma sociedade. Dessa forma, é literários, como romances, crítica, novela, conto etc.
necessário reconhecer a presença de valores sociais e Vejamos as diferenças entre um texto em forma de
humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio poesia e em forma de prosa:
literário.
z Poema
PROCESSOS DE FORMAÇÃO LITERÁRIA E
„ frases curtas;
FORMAÇÃO NACIONAL
„ destaque para a beleza dos versos;
„ uso de rimas: porta/importa, minha/vizinha;
A literatura está ligada à escrita e sua origem per- „ uso de métrica: contagem de sílabas poéticas;
de-se nos tempos. Não há um único marco histórico do „ escrito em forma de versos.
surgimento da escrita, tendo em vista que os desenhos
das cavernas são considerados escritos antigos. Veja o exemplo a seguir:
A literatura é a arte de compor escritos artísticos,
em prosa ou em verso, de acordo com princípios teó- A Aeronave
ricos e práticos. Sabe-se que a palavra “literatura”
Augusto dos Anjos
vem do latim, litteris, que em tradução corresponde
4

a “letras”, e possivelmente uma tradução do grego é Cindindo a vastidão do Azul profundo,


-2

grammatikee. Sulcando o espaço, devassando a terra,


13

Na Roma Antiga, literatura significava uma ins- A Aeronave que um mistério encerra
.7

trução ou um conjunto de saberes ou habilidades de


28

Vai pelo espaço acompanhando o mundo.


escrever e ler bem. O escrever e o ler bem, por sua vez,
.8

relacionam-se com as artes da gramática, da retórica e


18

E na esteira sem fim da azúlea esfera


da poética. Por extensão, referem-se especificamente
-0

Ei-la embalada n’amplidão dos ares,


à arte ou ao ofício de escrever de forma artística. Fitando o abismo sepulcral dos mares
ar

Nos dias atuais, o termo “literatura” também é uti- Vencendo o azul que ante si s’erguera.
lm

lizado como referência a um corpo ou um conjunto


gi

escolhido de textos como, por exemplo, a literatura Voa, se eleva em busca do Infinito,
ar

inglesa, a literatura médica, a literatura portuguesa, É como um despertar de estranho mito,


lm

literatura japonesa etc. Auroreando a humana consciência.


Mais profícuo do que tentar definir a literatura
gi

é encontrar um caminho para decidir o que torna Cheia da luz do cintilar de um astro,
um texto, em sentido lato, literário. A literatura está, Deixa ver na fulgência do seu rastro
geralmente, associada à ideia de estética, ou melhor, A trajetória augusta da Ciência.
LÍNGUA PORTUGUESA

à ideia de ocorrência de algum procedimento que seja


estético. Segundo Aristóteles, filósofo grego, um texto Fonte: https://www.biblio.com.br/
é literário quando consegue produzir um efeito esté-
tico no leitor e quando provoca catarse no receptor. z Prosa
Uma estratégia para entender o fenômeno literá-
„ frases longas, em um só período;
rio é a oposição. Vamos opor o texto científico ao tex-
„ texto objetivo: transmite uma mensagem;
to artístico, por exemplo: enquanto o texto científico
„ não há métrica, nem, geralmente, preocupação
emprega as palavras sem preocupação com a beleza, o
com rima, nem com ritmo;
texto artístico, ao contrário, terá esse cuidado na esco-
„ texto escrito em forma de parágrafos.
lha das palavras.

101
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Veja o exemplo a seguir: aprendizagem, uma vez que possibilita a compreen-
são do mundo, de novos olhares, e a inclusão do indiví-
OS ÓCULOS duo aos processos sociais dentro de uma comunidade.
Olavo Bilac
Existe uma relação interartística entre as artes e
as obras literárias. Esse estudo comparativo é eficaz
O velho e austero doutor Ximenes, um dos mais quando pensamos no poder das artes, assim como o
sábios professores da Faculdade, tem uma espinhosa da literatura, em envolver e seduzir o leitor, consti-
missão a cumprir junto da pálida e formosa Clarice... tuindo um aspecto crucial para a ligação entre obras
Vai examiná-la: vai dizer qual a razão da sua fraque- literárias e as artes, na perspectiva da intertextuali-
za, qual a origem daquele depauperamento, daquela dade, assim como acontece entre a literatura e outras
triste agonia de flor que murcha e se estiola. construções de significado.
A bela Clarice!... É casada há seis meses com o gor-
As artes também se apresentam na literatura por
do João Paineiras, o conhecido corretor de fundos, —
o João dos óculos —, como o chamam na Praça por meio da concepção dos gêneros literários, que se divi-
causa daqueles grossos e pesados óculos de ouro que dem em três categorias básicas: gêneros épico, lírico
nunca deixam o seu forte nariz de ventas cabeludas. e dramático:
Há seis meses ela mingua, e emagrece, e tem na face a
cor da cera das promessas de igreja — a bela Clarice. z Gênero épico ou narrativo: no gênero narrativo,
E — ó espanto! — quanto mais fraca vai ficando ela, há um narrador, responsável por contar uma his-
mais forte vai ficando ele, o João dos óculos, — um tória, e as personagens, que atuam em um deter-
latagão que vende saúde aos quilos. Assusta-se a famí- minado espaço e tempo.
lia da moça. Ele, com seu imenso sorriso, vai dizendo
que não sabe... que não compreende... porque, enfim,
„ Exemplos: épico, fábula, epopeia, novela, con-
— que diabo! — se a culpa fosse sua, ele também esta-
ria na espinha [...]. to, crônica, ensaio, romance;

Contos para Velhos, de Olavo Bilac. Literatura Brasileira, z Gênero lírico: as obras do gênero lírico expres-
[s.d.]. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/ sam sentimentos e emoções, possuindo a função
documentos/?action=download&id=139308. Acesso em: 14 fev.
poética da linguagem.
2023.

„ Exemplos: elegia, ode, écloga, soneto;


Se liga! z Gênero dramático: as obras do gênero dramático
Embora os nomes sejam parecidos, você deve se são próprias para a representação e concebem a
atentar para o fato de que poema e poesia não são obra literária em verso ou prosa, sendo suscetíveis
a mesma coisa. Poema é um texto literário com- de encenação teatral.
posto de versos, estrofes e, às vezes, rima. Já a
„ Exemplos: auto, comédia, tragédia, tragicomé-
poesia é a própria manifestação artística, baseada
na linguagem subjetiva e estética. Sendo assim, é dia, farsa.
importante recordar que a poesia não se limita à PROCEDIMENTOS DE CONSTRUÇÃO E RECEPÇÃO
4

literatura, ela faz parte das artes plásticas, da músi- DE TEXTOS


-2

ca, entre outras manifestações artísticas.


13

O processo de construção e recepção de textos está


.7
28

intimamente ligado ao ato de saber ler e interpretar


Literatura Brasileira diferentes tipos de textos, ter noções de variação lin-
.8
18

guística, de recursos linguísticos do texto, processos


A literatura brasileira é dividida em escolas literá-
-0

sintáticos, aspectos semânticos e discursivos, recursos


rias e tem papel fundamental na criação da identida- argumentativos, coerência e coesão textuais.
ar

de cultural do país. Foi a partir dos primeiros escritos Dessa forma, é relevante que o candidato consiga
lm

de viajantes e missionários europeus, que documenta- identificar, acima de tudo, os gêneros textuais e as
gi

vam informações sobre a terra recém-colonizada, que suas respectivas funções. Além disso, é importante
ar

a literatura brasileira nasceu. ter em mente que a produção textual é uma prática
lm

Ainda que esses escritos mais antigos não sejam essencial para a formação de leitores e escritores, e
gi

considerados obras literárias, pelo fato de estarem que, através dessa ferramenta, os indivíduos atingem
presos à crônica histórica, são representados como o um nível maior de conhecimento crítico do mundo,
ponto de partida para a formação de nossa identidade
além de tornarem-se leitores intelectualmente autô-
literária e cultural.
nomos e humanizados.
PRODUÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS, SUA RELAÇÕES ENTRE A DIALÉTICA
RECEPÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DO PATRIMÔNIO COSMOPOLITISMO/LOCALISMO E A PRODUÇÃO
LITERÁRIO NACIONAL LITERÁRIA NACIONAL

Concepções Artísticas As “relações entre a dialética cosmopolitismo/loca-


lismo e a produção literária nacional” baseiam-se no
Sabemos que a arte é necessária para a vivência diálogo das produções literárias nacionais — locais/
do ser humano e que, por meio dela, conseguimos brasileiras. Por isso, utilizamos o termo “localismo” e,
expressar sentimentos, criar sonhos e fantasias. Nes- em relação às produções internacionais, são chama-
sa perspectiva, entendemos que a arte deve ser uma das de cosmopolitas, europeias.
102 ferramenta imprescindível no processo de ensino/
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Seguindo essa perspectiva, o candidato na prova z Contexto Histórico
do Enem deve ter conhecimento acerca dos registros
de influências estrangeiras, bem como da particulari- „ a chegada dos portugueses ao Brasil;
dade das características exclusivas das produções lite- „ a chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil.
rárias brasileiras.
z Características
ELEMENTOS DE CONTINUIDADE E RUPTURA
ENTRE OS DIVERSOS MOMENTOS DA LITERATURA „ textos informativos e descritivos;
BRASILEIRA „ utilização de adjetivos;
„ linguagem simples;
Contexto Histórico
„ crônicas de viagens;
O marco inicial da literatura brasileira coincide „ destaque para a conquista material e espiritual.
com o período histórico chamado Renascimento. Em
Portugal, especialmente, esse período coincide com o z Autores e Obras
esplendor das conquistas ultramarinas, das grandes
navegações, da descoberta de novos continentes e da „ Pero Vaz de Caminha (1450–1500): conhecido
fase de colonização de povos. como autor da famosa “Carta de Pero Vaz de
Após o duro golpe da Reforma Protestante de Mar- Caminha” (1500) ao rei D. Manuel I, considera-
tinho Lutero, no fim do século XV, Portugal recupera- da o primeiro documento escrito sobre o Brasil,
va o prestígio com a descoberta, por Vasco da Gama, que relata o descobrimento das terras do país.
de um novo caminho para as Índias. Esse espírito de Essa carta ficou conhecida como o marco ini-
ufania geraria a maior epopeia da língua portuguesa: cial da literatura de informação do Brasil;
“Os Lusíadas” (1572), escrita por Luís Vaz de Camões, „ Padre José de Anchieta (1534–1597): um dos
considerada a mais alta expressão de amor à pátria. primeiros autores da literatura brasileira,
Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras pro- escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e
duções possuíam um caráter mais documental do que “Arte de gramática da língua mais usada na
literário. Desde então, a forma como foi escrita a his- costa do Brasil” (1595). É também conhecido
tória de nosso país tem refletido até hoje nas produ- como o Apóstolo do Brasil — embora seja espa-
ções artísticas e, consequentemente, literárias. nhol — por ter sido um dos responsáveis por
Se observarmos, desde o Período Colonial (do “des- trazer o cristianismo ao país, sendo também
cobrimento” à chegada da Família Real ao Brasil), pas- um dos fundadores da cidade de São Paulo;
sando pelo Período Imperial, além de diversas revoltas „ Padre Manuel de Nóbrega (1517–1570): suas
internas em prol da independência e da Abolição da obras são consideradas documentos históricos
Escravatura, Período Regencial, a Proclamação da Repú- sobre a colônia e a ação jesuítica no Brasil do
blica, em 1889, o Período Republicano, marcado pelos século XVI. Entre elas, podemos destacar “Car-
governos militares, ditaduras e a reconquista da demo- tas do Brasil” (1886) e “Diálogo sobre a conver-
cracia, todos esses acontecimentos permeiam a nossa são do gentio” (1557).
literatura. Barroco
Mais recentemente, diversas transformações de
4

âmbito político e social decorreram das duas Grandes


-2

No período entre 1601 e 1768, enquanto o mundo


Guerras, que refletiram no mundo e, consequentemen-
13

ocidental vivia uma atormentada crise entre homem


te no Brasil, ideológica e politicamente. Políticas mun-
.7

e igreja, percebemos uma intenção na arte de recon-


diais de combate ao comunismo influenciaram líderes e
28

ciliar o homem com a fé, porém de uma forma mais


momentos, a liberdade de expressão foi cerceada e um
.8

subjetiva e conflituosa.
18

período sombrio foi instaurado em nossa história até


Para diversos pesquisadores, o Barroco constitui
1985, quando o direito à democracia foi restabelecido.
-0

não apenas um estilo artístico, mas todo um período


Além disso, também temos a globalização, a inter-
histórico e um movimento sociocultural em que se
ar

net e as mídias sociais, refletindo no pensamento, no


lm

formularam novos modos de entender o mundo, o


sentimento e na expressão artística, como veremos
homem e Deus.
gi

nas escolas literárias.


ar
lm

Quinhentismo
gi

O Quinhentismo corresponde às manifestações


literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI,
momento da chegada dos portugueses no país, da
LÍNGUA PORTUGUESA

exploração e da colonização.
Durante esse período, uma literatura genuinamen-
te brasileira, a qual mostra visão do homem brasilei-
ro, ainda não era possível. O que temos é um ponto de
vista do viajante colonizador acerca do Novo Mundo,
além de uma preocupação em documentar e des-
crever a viagem para o Rei de Portugal, cujas pre-
tensões eram mercantilistas: adquirir novas terras e
riquezas para Portugal.

A Coroação da Virgem, Annibale Carracci7

7 A Coroação da Virgem. The Met, 2023. Disponível em: https://www.metmuseum.org/pt/art/collection/search/435853. Acesso em: 06 fev. 2023. 103
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A arte barroca é, então, caracterizada pelos deta- „ Gregório de Matos (1636–1696): conhecido
lhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É comum como “Boca do Inferno”, foi um advogado e
encontrar o uso de imagens contrastantes como o cre- poeta do Brasil Colônia, sendo considerado um
púsculo (dia/noite) e a aurora (noite/dia), além de tex- dos maiores poetas do Barroco em Portugal e
tos repletos de antíteses e inversões sintáticas. no Brasil. Produziu diversas sátiras desumanas,
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publi- além de poesias religiosas, líricas e satíricas.
cação da obra “Prosopopeia” (1601), de Bento Teixei-
ra, e seu marco final parece ter sido em 1768, com a Arcadismo
publicação de “Obras poéticas”, de Cláudio Manuel da
Costa. No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coin-
Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi, sem cide com a expulsão dos jesuítas do Brasil, a vinda
dúvida, um dos maiores artistas barrocos brasileiros. da corte portuguesa, a descoberta de ouro em Minas
Gerais e a Proclamação da Independência. Artistica-
z Contexto Histórico mente, é um período marcado pela recuperação da
cultura greco-latina e apreciação da natureza e da
„ o Barroco surgiu com as oposições e confli- simplicidade.
tos religiosos. Esse contexto histórico acabou
influenciando na produção artística, gerando o
fenômeno do Barroco. As obras são marcadas
pela angústia e pela oposição entre o mundo
material e o espiritual. Quanto às caracterís-
ticas do estilo, é possível encontrar metáforas,
antíteses e hipérboles;
„ as invasões holandesas no Brasil;
„ os bandeirantes.

z Características na Arte

„ contrastes — luz/sombra, bem/mal, divino/


O Senhor e a Senhora Andrews, Thomas Gainsborough8
humano;
„ riqueza de detalhes, preferência pelas curvas e
contornos e ausência de simetrias; O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publi-
„ temas religiosos; cação de “Obras poéticas”, de Cláudio Manuel da Cos-
„ personagens retratadas com expressões dra- ta, em 1768, e a fundação da “Arcádia Ultramarina”,
máticas, cenas conflituosas; em Vila Rica. Vale lembrar que o nome dessa escola
„ conceptismo (Quevedo) — jogo de ideias, pes- literária provém das Arcádias, ou seja, das sociedades
quisa e essência íntima; literárias da época.
„ frequência das antíteses e paradoxos, fugacida-
de do tempo e incerteza da vida. z Contexto Histórico
4
-2

z Características na Literatura „ a Inconfidência Mineira;


13

„ a Revolução Farroupilha;
„ rebuscamento, virtuosismo, ornamentação
.7

„ a vinda da família real para o Brasil.


28

exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousa-


.8

dia de metáforas e associações; z Características na Arte e na Literatura


18

„ cultismo ou gongorismo — abuso de metáforas,


-0

hipérboles e antíteses. Obsessão pela lingua- „ rompimento com a estética barroca, opondo-se
gem culta, jogo de palavras.
ar

aos exageros e rebuscamentos;


lm

„ influência do movimento iluminista;


z Autores e Obras
gi

„ equilíbrio e busca pela perfeição na tentativa


de resgatar as tradições clássicas, a estética gre-
ar

„ Padre Antônio Vieira (1608–1697): foi um reli-


co-romana e as figuras mitológicas;
lm

gioso, filósofo, escritor e o maior orador sacro


„ preferência por sonetos;
gi

da língua portuguesa. As suas principais obras


são “Sermão da Sexagésima” (1655), que trata „ racionalismo — a razão era constantemente
da arte de pregar, e “Sermão de Santo Antô- valorizada;
nio” (1654), que tem como tema a escravidão „ bucolismo e pastoralismo — retrata uma natu-
indígena; reza tranquila e serena, um refúgio calmo do
„ Bento Teixeira (1561–1600): foi um poeta luso- campo, os costumes rurais, que se contrasta-
-brasileiro cuja principal obra é “Prosopopeia” vam com os centros urbanos monárquicos;
(1601), considerada o marco inicial do Barroco „ idealização da mulher amada, assim como a
na literatura brasileira. Trata-se de um poema valorização da pureza e ingenuidade humana;
escrito à semelhança de “Os Lusíadas”, sobre os „ uso de pseudônimos, geralmente nomes de
feitos dos heróis portugueses em terras brasi- pastores;
leiras e africanas, com o objetivo de louvar o „ uso de expressões em latim como inutilia
donatário da capitania de Pernambuco, Jorge truncat (“tirar o inútil” da poesia, enten-
de Albuquerque Coelho; dendo-se esse inútil como sendo o excesso de
8 MR. and Mrs. Andrews. WikiArt, 2020. Disponível em: https://www.wikiart.org/en/thomas-gainsborough/mr-and-mrs-andrews-1749. Acesso em:
104 06 fev. 2023.
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rebuscamento formal); fugere urbem (“fuga z Contexto Histórico
da urbanidade” e preferência pela vida cam-
pestre); locus amoenus (preceito de que o „ a imprensa no Brasil;
campo, o ambiente bucólico, é o ideal para o „ a crise do Segundo Reinado;
homem); carpe diem (“aproveitar o presen- „ a Abolição da Escravatura.
te” para contemplar a realidade, sem preocu-
par-se com o futuro); e aurea mediocritas (o z Características
“homem mediano” é aquele que alcança a feli-
cidade, não se devendo, assim, procurar rique- „ liberdade de expressão e de criação, retrato e
zas e posses em vida). valorização do “eu”;
„ rebeldia e idealismo, preocupação em retratar o
z Autores e Obras mundo não como ele é, mas como ele poderia ser,
uma vez que a realidade para esses autores era
„ Cláudio Manuel da Costa (1729–1789): poeta, considerada desesperadora, repleta de limitações
advogado e jurista brasileiro, é considerado o ao crescimento pessoal, político e artístico;
precursor do Arcadismo no Brasil e destacou- „ exaltação da pátria, da mulher e do amor;
-se por sua obra literária, mais precisamente a „ indianismo e culto à nossa fauna e flora. Tam-
poesia. O poeta mineiro aborda, em seus tex- bém estão presentes o nacionalismo, o regiona-
tos, elementos locais, descrevendo paisagens, lismo ou o sertanismo;
possuindo temática pastoril e expressando um „ individualismo e sentimentalismo, conside-
forte sentimento nacionalista;
rando que os desejos, paixões e frustrações
„ José de Santa Rita Durão (1722–1784): autor
pessoais são mais importantes do que os acon-
do poema épico “Caramuru” (1781), Freire San-
ta Rita Durão foi poeta e orador, considerado tecimentos externos;
um dos precursores do indianismo no Brasil; „ a natureza como força incontrolável e trans-
„ José Basílio da Gama (1741–1795): poeta cendental, sendo uma personagem que reflete
mineiro e autor do poema épico “O Uraguai” o “eu”, assumindo emoções, como tristeza, e
(1769), um marco da literatura brasileira, o esbanjando exuberância diante da alegria e das
qual aborda as disputas entre os europeus, os conquistas do indivíduo;
jesuítas e os indígenas; „ pessimismo da realidade e escapismo, expressões
„ Tomás Antônio Gonzaga (1744–1810): um dos de angústia, frustração, desespero, tristeza, entre
grandes poetas árcades, tendo como pseudô- outras emoções que acabam caracterizando esse
nimo Dirceu. Sua obra que merece destaque é estado de espírito como o “mal do século”;
“Marília de Dirceu” (1792), carregada de liris- „ temas como morte, suicídio, fuga para a natureza
mo e baseada no seu romance com a brasileira ou a pátria são os escapes possíveis para esse mal.
Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
O Romantismo pode ser divido em três gerações,
Romantismo cada uma com suas especificidades. Veja, a seguir,
algumas características das gerações românticas:
O Romantismo corresponde ao período aproxima-
4

do entre 1774 e 1849 — embora influencie a arte até


-2

z Primeira Geração — Nacionalista: as obras des-


hoje —, na Era das Revoluções, quando diversas trans-
13

se período abordam a natureza, o país e idealizam


formações políticas, sociais e econômicas ocorreram
.7

como se tudo fosse maravilhoso. Em Portugal, os


no Ocidente, como a Revolução Industrial e a Revo-
28

temas mais frequentes eram o nacionalismo, o


lução Francesa.
.8

romance histórico e o medievalismo. No Brasil,


18

Os artistas românticos, movidos por esse ideal de esse apego ao passado era visto no indianismo;
mudanças, começaram a mudar a teoria e a prática de
-0

z Segunda Geração — Ultrarromântica: o “mal do


suas artes. Além do campo artístico, observamos uma século” tem papel de destaque e as obras são carac-
ar

visão transformadora também na filosofia e em toda a terizadas pelo exagero no subjetivismo e emocio-
lm

cultura ocidental, que passou a aceitar a emoção e os sen- nalismo. As menções ao tédio e ao desejo de morte
gi

tidos como uma forma válida de experimentar a vida. são frequentes;


ar

O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e ao z Terceira Geração — Romântica: há a quebra das


lm

subjetivismo, foram marcantes nas obras produzidas regras da literatura. Os poemas começaram a ser
gi

no período. Na Europa, obras com temáticas medievais escritos de maneira diferente e, na prosa, come-
eram bastante comuns, já que esse era o passado histó- çam a aparecer palavras que antes não eram da
rico europeu. literatura, ou seja, palavras mais usadas pelo povo.
Nessa geração, os autores também começaram a
No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835 e
LÍNGUA PORTUGUESA

falar de questões sociais. Foi o primeiro passo para


1880, período da consolidação da Independência. Seu
o Realismo, próximo movimento literário.
marco inicial foi a publicação do livro “Suspiros poéti-
cos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães, em 1836. Autores e Obras
Contudo, o Romantismo brasileiro buscava resgatar
os nossos ancestrais que já viviam aqui: os indígenas. z Primeira Geração
A literatura desse período também retratava as
lutas políticas e sociais existentes em nosso país, „ Poesia: Gonçalves Dias (1823–1864): “Segundos
como o movimento abolicionista. Também não cantos” (1848), “Últimos cantos” (1851), “Os Tim-
podemos nos esquecer que, devido à época, começa- biras” (1857), “Cantos” (1857). Casimiro de Abreu
vam a surgir problemas urbanos relacionados à rela- (1839–1860): “Primaveras, poesias” (1859);
ção delicada entre indústrias e operários, assim como „ Prosa: José de Alencar (1829–1877): “O Guara-
a corrupção e o materialismo. ni” (1857), “Iracema” (1865). 105
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z Segunda Geração „ narrativa lenta, buscavam construir análises —
muitas vezes, inclusive, utilizando métodos cien-
„ Álvares de Azevedo (1831–1852): “Lira dos tíficos — da sociedade contada nas histórias;
vinte anos” (1853), “Noite na taverna” (1855) e „ impessoalidade do narrador, em terceira
“Macário” (1852); pessoa;
„ Fagundes Varela (1841–1875): “Noturnas” „ presença da filosofia positivista de Auguste
(1860), “Cantos e fantasias” (1865) e “Anchieta Comte, de olhar científico para analisar com-
ou o Evangelho nas selvas” (1875); portamentos sociais, do cientificismo, do dar-
„ Casimiro de Abreu (1839–1860): “As primave-
winismo, do empirismo e do determinismo;
ras” (1859), “Saudades” (1856) e “Suspiros” (1856);
„ Junqueira Freire (1832–1855): “Inspirações do „ literatura de combate social, crítica à burgue-
claustro” (1855) e “Contradições poéticas” (1855). sia, ao adultério e ao clero.

z Terceira Geração z Autores e Obras

„ Castro Alves (1847–1871): “Espumas flutuantes” „ Machado de Assis (1839–1908): “Ressurreição”


(1870), “Os escravos” (O navio negreiro) (1883). (1872), “A mão e a luva” (1874), “Helena” (1876),
“Iaiá Garcia” (1878), “Memórias póstumas de
z Modalidades do Romantismo Brás Cubas” (1881), “Quincas Borba” (1886),
“Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó” (1904),
„ Romance de folhetim: Teixeira e Sousa (1812– “Memorial de Aires” (1908);
1861), “O filho do pescador” (1843); „ Raul Pompeia (1863–1895): “O ateneu” (1888).
„ Romance urbano: Joaquim Manuel de Macedo
(1820–1882), “A moreninha” (1844); Naturalismo
„ Romance regionalista: Bernardo Guimarães
(1825–1884), “O ermitão de Muquém” (1869), “A Surgido no século XIX, o Naturalismo é considera-
escrava Isaura” (1875);
do uma ramificação do Realismo, pois ambos traçam
„ Romance indianista e histórico: José de Alen-
car (1829–1877), “O Guarani” (1857). o mesmo objetivo: retratar a realidade como ela é,
porém, usando métodos um pouco distintos.
Realismo Uma das grandes preocupações das obras natura-
listas é a relação entre o homem e as “forças da nature-
O Realismo é um movimento cultural e literário za”, voltando-se às descobertas relacionadas à biologia
que surgiu em oposição ao Romantismo, no século e à sociologia, especialmente considerando comporta-
XIX. Sua temática principal está nos problemas sociais mentos patológicos, os desejos e as taras, com destaque
da época, usando de linguagem clara e objetiva. para as tendências animalescas dos homens.
A Revolução Francesa e a Revolução Industrial Isso ocorre devido ao fato de o Naturalismo ter
trouxeram o crescimento do poder da burguesia na grande influência da Teoria da Evolução, de Charles
sociedade. Portanto, pessoas nas cidades em busca de Darwin, e de outras correntes de pensamento científi-
melhores condições de vida, por meio do trabalho nas co que predominavam na Europa na época.
fábricas e nos comércios, e a vida burguesa passaram O Naturalismo surgiu na França, tendo como prin-
4

a estar mais presentes nas narrativas. cipal representante o escritor francês Émile Zola, que
-2

Em certas obras, percebe-se um forte tom de ironia


13

ficou famoso com a publicação de “Germinal”, em 1881,


e crítica social. Os integrantes desse movimento repu- e marcou o início deste movimento artístico na Europa,
.7

diavam a artificialidade do Arcadismo e do Romantis-


28

sobre as péssimas condições de vida dos trabalhadores


mo, pois sentiam a necessidade de retratar a vida, os
.8

das minas de carvão no interior da França no século XIX.


problemas e os costumes das classes média e baixa,
18

Os escritores naturalistas do Brasil ocuparam-se,


sem haver a necessidade de se inspirar em modelos
-0

principalmente, com os temas mais obscuros da alma


do passado. O movimento manifestou-se também na humana e, por isso, outros fatos importantes da histó-
ar

escultura, na pintura e em alguns aspectos sociais. ria do país acabaram sendo deixados de lado, como a
lm

O marco do Realismo foi a publicação do romance


Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.
gi

“Madame Bovary”, de Gustave Flaubert, em 1857. No


ar

Brasil, foi a publicação do livro “Memórias póstumas z Características


lm

de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis.


gi

„ desdobramento do Realismo;
z Contexto Histórico „ escritores naturalistas retratam pessoas margi-
nalizadas pela sociedade;
„ a Proclamação da República; „ as personagens são comparadas aos animais
„ a Primeira República. (zoomorfismo);
„ análise biológica e patológica das personagens;
z Características „ abordagem de temas polêmicos como miséria,
adultério, crimes e sexualidade desvelada;
„ objetividade como forma de se opor ao exces- „ forte influência darwinista, na qual o homem
so de subjetividade e idealizações existentes no não possui livre arbítrio, sendo guiado pela
Romantismo; hereditariedade e pelo meio social em que vive;
„ correção e clareza de linguagem para manter o „ cientificismo exagerado, apontando para as
ideal de representar a realidade verdadeiramente; relações e fenômenos sociais como se observas-
„ contenção das emoções, focando-se em análises se uma experiência científica;
mais objetivas; „ a realidade é abordada a partir do pensamento
106 „ análise psicológica dos personagens; científico, sob influência do positivismo;
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„ linguagem simples e objetiva; z Características
„ os pintores recriavam paisagens naturais, ou
seja, pintavam aquilo que observavam; „ descrição de impressões e aspectos psicológicos
„ grande desejo de reformar a sociedade nas das personagens com detalhes para constituir
obras. as impressões sensoriais de um incidente ou
cena;
z Autores e Obras „ caráter “hermético”, ou seja, difícil, exigindo
leitores intelectualmente sofisticados;
„ Aluísio de Azevedo (1857–1913): “O mulato”
„ pesquisas sobre óptica e seus efeitos. A pre-
(1881), “Casa de pensão” (1884) e “O cortiço” (1890);
sença dos contrastes e de transparências lumi-
„ Adolfo Caminha (1867–1897): “A normalista”
nosas auxilia no desvanecimento da forma,
(1893) e “Bom crioulo” (1895); percebida agora sem contornos;
„ Raul Pompeia (1863–1895): “O ateneu” (1888). „ união entre o concreto e o abstrato;
Impressionismo „ a percepção do tempo e o fluxo da memória; a
lembrança crítica e a compreensão do sentido
O Impressionismo não chegou a configurar, na lite- da experiência passada; e a “procura do tempo
ratura, uma escola, corrente ou movimento artístico, perdido”;
mas a teorização da atitude artística impressionista „ a fixação do instante, dos momentos cotidianos
deve muito à pintura (Monet, Degas, Cézanne, Pissaro, fugazes, das impressões da realidade em detri-
Sisley, Renoir) e à música (Debussy e Ravel). mento da razão e da emoção.

z Autores e Obras

„ Graça Aranha (1868–1931): “Espírito moder-


no” (1925).
„ Raul Pompeia (1863–1885): “O ateneu” (1888).

Parnasianismo

O Parnasianismo localiza-se entre o final do sécu-


lo XIX e o início do século XX, e foi contemporâneo
do Realismo e do Naturalismo. O nome Parnasianis-
mo remonta à denominação de um monte da Grécia
Antiga (Monte Parnaso), onde, segundo a mitologia, os
poetas se isolavam do mundo para maior integração
com os deuses por meio de sua poesia, considerada
por eles a mais alta expressão artística humana.
O Almoço dos Barqueiros, Pierre-Auguste Renoir9
z Contexto Histórico
4

Aos impressionistas não interessa a fixação “foto-


-2

„ contemporâneo do Realismo/Naturalismo;
13

gráfica” das formas e das imagens. Valorizando a cor


e os efeitos tonais, pretendem reproduzir a “percepção „ estilo especificamente poético, desenvolveu-se
.7

junto com o Realismo/Naturalismo;


28

visual do instante”, as “impressões” provocadas pelo


„ a maior preocupação dos poetas parnasianos é
.8

objeto no sujeito.
com o fazer poético.
18

O romance psicológico de tipo moderno, de estrutu-


-0

ra não linear, em que a história é narrada do ponto de


vista do herói-autor, ou do ponto de vista plurifocal, a
ar

partir da perspectiva de várias personagens, surge no


lm

bojo do Impressionismo, com Henry James (“Os embai-


gi

xadores” — 1903); Joseph Conrad (“Lord Jim” — 1900);


ar

Ítalo Svevo (“A consciência de Zeno” – 1923) e Marcel


lm

Proust (“Em busca do tempo perdido” — 1913–1927).


gi

Tal característica é perfeitamente identificável em


autores como Machado de Assis, Raul Pompeia e Coe-
lho Neto, entre os brasileiros, e Eça de Queirós e Cesário
LÍNGUA PORTUGUESA

Verde, entre os portugueses. As obras buscam grafar a


aparência vivida da realidade humana, com exatidão e
esmero científico, mas voltadas para a pintura refina-
da das impressões subjetivas, dos estados d’alma das
personagens.
O espelho de Vênus, Edward Burne-Jones10

9 O Almoço dos Barqueiros. WikiArt, [s.d.]. Disponível em: https://www.wikiart.org/pt/pierre-auguste-renoir/o-almoco-dos-barqueiros-1881. Aces-


so em: 06 fev. 2023.
10 BURNE-JONES, Edward - The Mirror of Venus. Wikipedia Commons, 2022. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Burne-Jo-
nes,_Edward_-_The_Mirror_of_Venus_-_1875_-_hi_res.jpg. Acesso em: 06 fev. 2023. 107
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Os únicos países em que o Parnasianismo floresceu Se, no Brasil, foi superado pela escola parnasiana,
de forma expressiva foram a França e o Brasil. Na Fran- que dominou a cena artística do período, na Europa
ça, o movimento surgiu em 1866, com a publicação da representou considerável avanço em direção à arte
revista “Le Parnasse Contemporain”, que congregava moderna que dominaria o século XX.
poetas defensores de uma poesia antirromântica, des-
critivista, mimética e formalista. Entre esses poetas, z Contexto Histórico
destacaram-se Théophile Gautier e Leconte de Lisle.
„ fundação da Academia Brasileira de Letras;
No Brasil, o movimento por uma poesia de reação
„ teve origem com a poesia de Baudelaire.
contrária ao Romantismo teve lugar no início da década
de 1880, com a publicação do livro “Fanfarras” (1882),
de Teófilo Dias, obra inaugural da estética no país. Três z Características
grandes autores destacam-se: Olavo Bilac (“o príncipe
dos poetas”), Raimundo Correia e Alberto de Oliveira. „ desmistificação da poesia, preferência pela cor
branca, sensualismo, dor e revolta;
z Características „ formação das bases intelectuais de filósofos
como Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e
Soren Kierkegaard;
„ estilo majoritariamente poético, não produzin-
„ Decadentismo, marcado pela agonia, pela
do grandes manifestações em prosa;
melancolia e pelo pessimismo. Descrença nos
„ a “arte pela arte” como um movimento para
atributos racionais e a saturação das con-
rebater o excesso de sentimentalismo trazido
quistas científicas conduziram à crença em
pelo Romantismo;
uma decadência da civilização;
„ aproximação entre a literatura e as artes
„ a arte da sugestão;
plásticas;
„ sinestesia e musicalidade.
„ apreço pelas métricas, geralmente caracteri-
zadas por versos decassílabos; apresentava
cunho descritivo, temas clássicos, objetividade, z Autores e Obras
impessoalidade e temas universais, como poe- „ Cruz e Souza (1861– 1898) (poeta represen-
sia, vaidade e beleza; tante): “Missal” e “Broquéis” (1893).
„ o racionalismo da poesia como fruto do traba-
lho do poeta — um trabalho árduo, difícil, que Vanguardas Europeias
dependia de fatores como o conhecimento téc-
nico, aplicado com esmero na produção poética; Tendo início nas duas primeiras décadas do sécu-
„ rigidez formal no tocante ao vocabulário (refi- lo XX, as vanguardas europeias foram manifestações
nado e erudito), à sintaxe, à rima e à métrica artístico-literárias surgidas na Europa e provocaram
utilizados pelo poeta. uma ruptura da arte moderna com a tradição cultural
do século anterior.
z Autores e Obras Em relação ao contexto histórico, houve o advento
da tecnologia, as consequências da Revolução Indus-
„ Olavo Bilac (1865–1918): “Via láctea”; trial e da Primeira Guerra Mundial. Da atmosfera
política que resultou desses grandes acontecimentos,
4

„ Raimundo Correia (1859–1911): “Sinfonias”


-2

(1883). surgiu um sentimento nacionalista, um progresso


13

espantoso das grandes potências mundiais e uma dis-


.7

Simbolismo puta pelo poder.


28

Nesse cenário, várias correntes ideológicas foram


.8

Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo.
18

em alguns aspectos, o Simbolismo dividiu com aquele Outros movimentos surgiram com a mesma termina-
-0

estilo o espaço cultural europeu entre o final do século ção “ismo”: os movimentos artísticos, que chamamos
ar

XIX e o início do século XX. de vanguardas.


lm

É importante conhecer alguns dos objetivos das


gi

vanguardas, que são: o questionamento, a quebra dos


ar

padrões, o protesto contra a arte conservadora e a cria-


lm

ção de novos padrões estéticos mais coerentes com a


realidade histórica e social do século que surgia. Estas
gi

manifestações artísticas se destacaram por sua radica-


lidade, que influenciou a arte em todo o mundo.
Os movimentos e as tendências artísticas, tais
como o Expressionismo, o Fauvismo, o Cubismo, o
Futurismo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrea-
lismo, a Op art e a Pop art, expressam a perplexidade
do homem contemporâneo.
Como uma reação ao Impressionismo, o Expressio-
nismo surge. Está no Expressionismo a preocupação
em expressar as emoções humanas, transparecendo
em linhas e cores vibrantes os sentimentos e angús-
A Noite Estrelada, Van Gogh11 tias do homem moderno. No Impressionismo, o enfo-
que resumia-se à busca pela sensação de luz e sombra.

11 NOITE estrelada, a obra prima de Vincent Van Gogh. Arte & Artistas, 2018. Disponível em: https://arteeartistas.com.br/noite-estrelada-a-obra-
108 -prima-de-vincent-van-gogh/. Acesso em: 14 fev. 2023.
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Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que As principais características da Op Art são:
teve basicamente dois princípios: a simplificação das
figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As z explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões
figuras não são representadas tal qual a forma real, de ópticas;
ao passo que as cores são usadas de maneira organi- z defender para arte “menos expressão e mais
zada, como saem do tubo de tinta. O nome deriva de visualização”;
“fauves” (feras, no francês), devido à agressividade no z quando as obras são observadas, dão a impressão
emprego das cores. de movimento, clarões ou vibração, ou, por vezes,
No Cubismo também não há a preocupação em parecem inchar ou deformar-se;
representar realisticamente as formas de um objeto, z oposição de estruturas idênticas que interagem
porém sua intenção era representá-lo de vários ângu-
umas com as outras, produzindo o efeito óptico;
los, em um único plano. O Cubismo, com passar do
z observador participante;
tempo, evoluiu em duas grandes tendências: Cubismo
z busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
Analítico e Cubismo Sintético. O movimento teve o
seu melhor momento entre 1907 e 1914, e mudou para z as cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas
sempre a forma de ver a realidade. ao observador.
O Futurismo, por sua vez, foi um movimento que
se desenvolveu em todas as artes e exerceu influên-
cia sobre vários artistas. O movimento abrange sua
criação em expressar o real, assinalando a velocidade
exposta pelas figuras em movimento no espaço. Poste-
riormente, foram criados outros movimentos de arte
moderna. O movimento futurista repercutiu princi-
palmente na França e na Itália.
Já o movimento Abstracionista surgiu em oposição
à arte figurativa ou objetiva. São formas de arte que
não são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo.
O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte
em todos os seus campos, pois não foi apenas uma
corrente artística, mas um verdadeiro movimento
literário, musical, filosófico e até mesmo político. A
palavra dada em francês significa cavalo de madeira,
mas sua utilização marca o nonsense ou falta de sen- Movement in Squares, Bridget Riley12
tido a linguagem pode ter (como na fala de um bebê).
A princípio, o movimento não envolveu uma estética Já o termo Pop Art (abreviação das palavras em
específica, mas provavelmente as principais expres- inglês Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em
sões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denomi-
ready made. O intuito deste movimento era protestar nar a arte popular que estava sendo criada em publici-
contra os estragos trazidos pela guerra, denunciando, dade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas
de forma irônica, toda aquela loucura que estava acon-
4

ilustradas. Representava os componentes mais ostensi-


-2

tecendo. Como negação total da cultura, o Dadaísmo vos da cultura popular, de poderosa influência na vida
13

defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. cotidiana na segunda metade do século XX.
.7

O Surrealismo, por sua vez, trata-se de um movi- Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao
28

mento artístico e literário surgido em Paris, por volta expressionismo abstrato que dominava a cena esté-
.8

dos anos 20. Esse movimento estava inserido no contex- tica desde o final da Segunda Guerra Mundial. Sua
18

to das vanguardas que viriam a definir o Modernismo iconografia era a da televisão, da fotografia, dos qua-
-0

no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. drinhos, do cinema e da publicidade.


ar

Por fim, temos a Op Art. A expressão Op Art deriva A Pop Art proporcionou a transformação do que
lm

do inglês Optical Art, significando Arte Óptica. A Op era considerado vulgar em refinado, e aproximou a
arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava
gi

Art passou por um desenvolvimento relativamente


lento, apesar de ter ganhado força na metade da déca- de objetos próprios e populares. Tendo como objeti-
ar

da de 1950. Trata-se de um movimento excessivamen- vo a crítica irônica do bombardeamento da sociedade


lm

te cerebral e sistemático, mais próximo das ciências pelos objetos de consumo, operava com signos estéti-
gi

do que das humanidades, e não tem o ímpeto atual cos massificados da publicidade, quadrinhos e ilustra-
e o apelo emocional da Pop Art. Por outro lado, suas ções. Muito do que era considerado brega virou moda.
possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as
Suas principais características são:
LÍNGUA PORTUGUESA

da ciência e as da tecnologia.
Uma característica da Op Art é a representação do z linguagem figurativa e realista, referindo-se aos cos-
movimento através da pintura apenas com a utiliza- tumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo;
ção de elementos gráficos. Outro fator fundamental z temática extraída do ambiente urbano das grandes
para a criação da Op Art foi a evolução da ciência, que cidades, de seus aspectos sociais e culturais — his-
está presente em praticamente todos os trabalhos, tória em quadrinhos, revistas, jornais sensaciona-
baseando-se principalmente nos estudos psicológicos listas, fotografias, anúncios publicitários, cinema,
sobre a vida moderna e nos estudos da física sobre a rádio, televisão, música, espetáculos populares,
óptica. Além disso, está presente, também, a alteração elementos da sociedade de consumo e de conve-
das cidades modernas e o sofrimento do homem com niências (alimentos enlatados, geladeiras, carros,
a alteração constante em seus ritmos de vida. estradas, postos de gasolina etc.);
12 RIBEIRO, T. Op-art. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/artes/a-opart.htm. Acesso em: 06 fev. 2023. 109
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z ausência de planejamento crítico — os temas são e a classe trabalhadora rural, e os marginalizados nos
concebidos como simples motivos que justificam a centros urbanos.
realização da pintura; Tendo isso em vista, eclodiram diversos movimen-
z representação, de caráter inexpressivo, preferen- tos sociais pelo Brasil em virtude da desigualdade
cialmente frontal e repetitiva; social, como a Revolta de Canudos, ocorrida no final
z combinação da pintura com objetos reais integra- do século XIX, no sertão da Bahia, sob liderança de
dos na composição da obra, como flores de plásti-
Antônio Conselheiro. Além desse, surgiram os movi-
co, garrafas etc., como uma nova forma dadaísta
em consonância aos novos tempos; mentos protestantes no meio urbano, como a Revolta
z formas e figuras em escala natural e ampliada; da Chibata, em 1910, — contra o maltrato da Marinha
z preferência por referência ao status social, à fama, à corporação — e as greves de operários. No começo
à violência e aos desastres, à sensualidade e ao do século XX, aparecem os primeiros indícios da crise
erotismo, aos símbolos da tecnologia industrial e à cafeeira com a superprodução de café, a chamada cri-
sociedade de consumo; se da República Café-com-Leite.
z uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, É em meio a esse quadro na sociedade brasileira
produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes, que se inicia uma nova produção literária, chamada
inspiradas na indústria e nos objetos de consumo; de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de
z reprodução de objetos do cotidiano em tamanho Ataíde. Destacam-se, nesse período, as obras “Os ser-
maior, transformando o real em hiper-real. tões” (1902), de Euclides da Cunha, e “Canaã” (1902),
de Graça Aranha.
Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como uma
“escola literária”, pois apresenta características indi-
viduais muito marcantes. No entanto, há caracterís-
ticas comuns às obras desse período: a ruptura com a
linguagem pomposa parnasiana; a exposição da reali-
dade social brasileira; o regionalismo; a marginalida-
de exposta nas personagens e a associação aos fatos
políticos, econômicos e sociais.
Caracteriza-se pelas produções desde o início do
século XX até a Semana de Arte Moderna, em 1922. Foi
um período de intensa movimentação literária, que
marcou a transição entre o Simbolismo e o Moder-
nismo. Apesar disso, para muitos estudiosos, deve ser
considerado uma escola literária, uma vez que apre-
senta inúmeras produções artísticas e literárias dis-
tintas. Em outras palavras, ele reúne um sincretismo
estético, com presença de características neorrealis-
tas, neoparnasianas e neossimbolistas.

z Características
4
-2
13

„ ruptura com o academicismo;


.7

„ ruptura com o passado e a linguagem parnasiana;


28

„ linguagem coloquial, simples;


.8

„ exposição da realidade social brasileira;


18

Coca-Cola, Andy Warhol13 „ regionalismo e nacionalismo;


-0

„ marginalidade das personagens — o sertanejo,


o caipira e o mulato;
ar

Pré-Modernismo
„ usa como temas fatos históricos, políticos, eco-
lm

nômicos e sociais.
gi

É o período de transição entre as tendências do


final do Simbolismo ou Parnasianismo, século XIX, e
ar

z Autores e Obras
lm

o Modernismo. O Pré-Modernismo acontece nos anos


anteriores à Semana da Arte Moderna (1922).
gi

Alguns anos após a Abolição da Escravatura, mui- „ Euclides da Cunha (1866⎯1909): “Os sertões”
tos imigrantes — a maioria italianos — vêm ao Bra- (1902);
sil com o intuito de substituir a mão de obra rural e „ Graça Aranha (1868⎯1931): “Canaã” (1902);
escrava. Enquanto os ex-escravizados são marginali- „ Monteiro Lobato (1882⎯1948): série de livros
zados nos centros urbanos, a urbanização de São Pau- do “Sítio do pica-pau amarelo”.
lo faz surgir uma nova classe social: a operária.
Há algumas mudanças nos estados brasileiros, Modernismo
como a ascensão do café no Sul e Sudeste e o declí-
nio da cana-de-açúcar no Nordeste. Em termos de O Modernismo é o principal movimento literário
regência administrativa, o governo republicano não do século XX. Fortemente influenciado pelos movi-
promovia as esperadas mudanças sociais — a socie- mentos de vanguarda que ocorreram na Europa no
dade encontrava-se dividida entre a elite, detentora início dos anos 1900, esse movimento literário foi
de dinheiro, respeito e poder, das oligarquias rurais revolucionário em diversos níveis.
13 HENRIQUE. 9º Anos A, B e C – Arte – Imagem para uso nas Audio Aulas – Andy Warhol – Coca-cola – Profª Claudia. Prefeitura de Alumínio, 2020. Dispo-
110 nível em: https://aluminio.sp.gov.br/9o-anos-a-b-e-c-arte-imagem-para-uso-nas-audio-aulas-andy-warhol-coca-cola-profa-claudia/. Acesso em: 14 fev. 2023.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No Brasil, o marco inicial do Modernismo foi a „ Graciliano Ramos (1892⎯1953): “Angústia”
Semana de Arte Moderna de 1922, momento marcado (1936), “Vidas secas” (1938), “Memórias do cár-
pela fervura de novas ideias e modelos. cere” (1953) (obra póstuma);
O Modernismo surge em um momento de insatis- „ João Cabral de Melo Neto (1920⎯1999): “Morte
fação política no Brasil, causada também em decor- e vida severina” (1955);
rência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que „ Clarice Lispector (1920⎯1977): “A hora da
trouxe reflexos para a sociedade brasileira. Assim, estrela” (1977), “A paixão segundo G.H.” (1964),
numa tentativa de reestruturar politicamente o país, “Laços de família” (1960) e “Perto do coração
também no campo das artes — estimulada pelas van- selvagem” (1943);
guardas europeias —, encontra-se a motivação para „ Guimarães Rosa (1908⎯1967): “Corpo de baile:
romper com o tradicionalismo. noites do sertão” (1956), “Grande sertão: vere-
das” (1956), “Primeiras estórias” (1962) e “Cam-
z Primeira Fase do Modernismo (1922⎯1930): “fase po geral” (1964).
heroica”. Os artistas buscavam a renovação estéti-
ca, inspirada nas vanguardas europeias (Cubismo, Pós-Modernismo
Futurismo, Surrealismo). Alguns manifestos dessa
Trata-se de um dos conceitos mais discutidos
fase são: “Manifesto da poesia pau-brasil” (1924),
nas questões relativas à arte, à literatura ou à teoria
“Manifesto antropófago” (1928), “Manifesto regio-
social. A noção de pós-modernidade reúne uma série
nalista” (1926) e “Manifesto nhenguaçu verde-
de conceitos e modelos de pensamento em “pós”, den-
-amarelo” (1929);
tre os quais: sociedade pós-industrial, pós-estrutura-
z Segunda Fase do Modernismo (1930⎯1945): “fase
lismo, pós-fordismo, pós-comunismo, pós-marxismo,
de consolidação”. As temáticas nacionalistas e
pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo,
regionalistas, com predomínio da prosa de ficção,
pós-urbano, pós-capitalismo.
caracterizam esse momento de amadurecimento.
A pós-modernidade coloca-se também em relação
Na década de 30, a poesia brasileira consolida-se,
com o feminismo, a ecologia, o ambiente, a religião, a
o que significa o maior êxito para os modernistas;
planificação, o espaço, o marketing, a administração.
z Terceira Fase do Modernismo (1945⎯1980): “pós-
O geógrafo Georges Benko afirma que o “pós” é incon-
-modernista”. Muitos estudiosos afirmam que essa
tornável, o fim do século XX conjuga-se em “pós”.
fase termina em 1960, enquanto outros definem o
Tendo isso em vista, seguem algumas característi-
fim dessa fase nos anos 80. Há ainda os que pon-
cas da pós-modernidade:
deram que a terceira fase modernista prolonga-se
até os dias atuais, não havendo, pois, um consenso. z propensão a se deixar dominar pela imaginação
Nesse momento, tem-se um predomínio e diversi- das mídias eletrônicas;
dade da prosa, com a prosa urbana, a prosa inti- z colonização do seu universo pelos mercados (eco-
mista e a prosa regionalista. Além disso, surge um nômico, político, cultural e social);
grupo de escritores denominado “Geração de 45”, z celebração do consumo como expressão pessoal;
muitas vezes chamados de neoparnasianos, pois z pluralidade cultural;
eles buscavam uma poesia mais equilibrada. z polarização social devido aos distanciamentos
acrescidos pelos rendimentos;
z Características
4

z falências das metanarrativas emancipadoras,


-2

como aquelas propostas pela Revolução Francesa:


13

„ libertação estética; liberdade, igualdade e fraternidade.


.7

„ ruptura com o tradicionalismo;


28

„ experimentações artísticas; A pós-modernidade recobre todos esses fenôme-


.8

„ liberdade formal (versos livres, abandono das nos, de modo que conduz, em um único e mesmo
18

formas fixas, ausência de pontuação); movimento, a uma lógica cultural que valoriza o rela-
-0

„ linguagem com humor; tivismo e a (in)diferença, a um conjunto de processos


ar

„ valorização do cotidiano. intelectuais flutuantes e indeterminados, a uma con-


lm

figuração de traços sociais que significaria a erupção


gi

z Alguns autores e principais obras de um movimento de descontinuidade da condição


ar

moderna: mudanças dos sistemas produtivos e crise


„ Oswald de Andrade (1890⎯1954): “Memórias
lm

do trabalho, eclipse da historicidade, crise do indi-


sentimentais de João Miramar” (1924), “Sera- vidualismo e onipresença da cultura narcisista de
gi

fim Ponte Grande” (1933), “Marco zero I — a massa.


revolução melancólica” (1943), “Marco zero II A pós-modernidade tem predomínio do instantâ-
— chão” (1945); neo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de que
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Mário de Andrade (1893⎯1945): “Amar, verbo o mundo está cada vez menor através do avanço da
intransitivo” (1927) e “Macunaíma” (1928); tecnologia.
„ Manuel Bandeira (1886⎯1968): “Libertina- No campo urbano, a cidade está em pedaços, por-
gem” (1930), “Estrela da manhã” (1936); que nela há caos, (des)ordem, padrões de diferentes
„ Carlos Drummond de Andrade (1902⎯1987): graus de complexidade; o efêmero, o fragmentário, o
“A rosa do povo” (1945); descontínuo e o caótico predominam.
„ Rachel de Queiroz (1902⎯2003): “O quinze” Mudam-se valores: é o novo, o fugidio, o efêmero,
(1930); o fugaz e o individualismo que valem. A aceleração
transforma o consumo numa rapidez nunca viven-
ciada, tudo é descartável (desde copos a maridos ou
esposas).
111
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A publicidade manipula desejos, promove a sedu- AS PECULIARIDADES DA REPRESENTAÇÃO
ção, cria imagens e signos, eventos como espetáculos, LITERÁRIA: NATUREZA, FUNÇÃO, ORGANIZAÇÃO
valorizando o que a mídia dá ao transitório da vida. E ESTRUTURA DO TEXTO LITERÁRIO
As telecomunicações possibilitam imagens vistas em
todas as partes do planeta, facilitando a comercializa- É relevante dizer que a literatura desenvolve em
ção de coisas e gostos. A informatização, o computador, nós a sensibilidade, tornando-nos seres humanos
o caixa 24 horas e a telemática são compulsivamente mais compreensivos, críticos, reflexivos e abertos
disseminados. As lutas mudam: agora não é contra o
para novos olhares e possibilidades diante da nossa
patrão, mas contra a falta dele. Os pobres só dizem
condição humana.
presente nos acontecimentos de massa, lugar de des-
locamento das energias de revolta. A palavra “literatura” remete ao termo “litteratu-
Nesse sentido, o pós-modernismo invade o cotidia- ra”, que deriva do “littera”, e significa saber relativo
no com a tecnologia eletrônica em massa e individual, à arte de escrever. É certo dizer que a literatura é um
na qual a saturação de informações, diversões e servi- termo que engloba vários conceitos. No que se refe-
ços causa um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia re à sua natureza, podemos dizer que ela pode ser
programando cada vez mais o dia a dia dos indivíduos. normativa ou descritiva; e no que se refere à função,
O pós-modernismo também teve uma expressivi- podemos dizer que pode ser estética, lúdica, cognitiva,
dade na economia. Seu papel foi mostrar aos indiví- catártica e pragmática.
duos a capacidade de consumo, a adoção de estilos de Além desses aspectos, é importante destacar as
vida e de filosofias, o consumo personalizado, o uso características gerais dos textos literários:
de bens e serviços e a entrega ao presente e ao prazer.
O ambiente pós-moderno significa simulação. Ele z sentido conotativo;
não nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua z ponto de vista pessoal do autor;
maneira, hiper-realiza o mundo, transformando-o em
z uso de figuras de linguagem;
um espetáculo. Os pós-modernistas querem rir levia-
z ocorrência de simbolismos.
namente de tudo, encaram uma ideia de ausência de
valores, de vazio, do nada, e do sentido para a vida. No
pós-modernismo, o homem vive imerso em um rio de Ainda com relação à função do discurso literário,
testes permanentes, em que a informação e a comuni- pode-se afirmar que ele é marcado pelo recorrente
cação transportam a impulsividade para o consumo. uso das funções da linguagem, criando a possibili-
Simbolicamente, o pós-modernismo nasceu em dade das relações entre o emissor e o receptor, para
1945. Os anos 60 foram a época de grandes mudanças e que se estabeleça interação. Em outras palavras, o ato
descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas de leitura faz com que tenhamos uma nova visão de
e arquitetônicas. Completando o cenário moderno das mundo.
metrópoles industriais, as classes médias consumido- Por fim, ressaltamos que, além de proporcionar
ras de moda e de lazer, surgiram a família nuclear — uma nova visão de mundo ao leitor, o texto literário
composta por pessoas isoladas em apartamentos — e enriquece o nosso vocabulário, melhora as nossas con-
a cultura de massa (revistas, filmes, novelas). cepções, a imaginação e muitos outros aspectos que
Dando vitória à razão técnico-científica, inspirada colaboram para o crescimento pessoal e profissional.
no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar Nada mais é realmente concreto na era atual, tudo
4

seus hábitos religiosos, morais, e foi ditando novos


-2

é fluido na pós-modernidade. Dessa afirmação pode-


valores, mais livres, urbanos, mas sempre atrelados
13

mos retirar o termo proferido pelo polonês Zygmunt


ao progresso social.
.7

Bauman, que tornou popular a expressão “moderni-


28

As multinacionais trouxeram os serviços de tec-


nologia em geral, como informações e comunicações dade líquida”. Tempo e espaço são reduzidos a frag-
.8

mentos; a individualidade predomina sobre o coletivo


18

em tempo real, o que proporciona uma economia pela


informação. Nas chamadas sociedades programadas, e o ser humano é guiado pela ética do prazer imediato
-0

codificar e manipular o conhecimento e a informação como objetivo prioritário, denominado hedonismo.


ar

é vital; a programação da produção do consumo e da A humanidade é induzida a levar sua liberdade


lm

vida social significa projetar o comportamento. ao extremo, colocada diante de uma opção infinita de
gi

O ambiente pós-moderno é povoado pela ciberné- probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre
ar

tica, pela robótica industrial, pela biologia molecular, no circuito perverso do consumismo. Daí a subjetivi-
lm

pela medicina nuclear, pela tecnologia dos alimentos, dade também ser incessantemente fracionada.
gi

pelas terapias psicológicas, pela climatização, pelas


técnicas de embelezamento, pelo trânsito computado- RELAÇÕES ENTRE LITERATURA, OUTRAS ARTES
rizado e pelos eletroeletrônicos. E OUTROS SABERES
Em resumo, o pós-modernismo pode ser caracte-
rizado como as definições de natureza sociocultural
Segundo o site Comunica UFU14 (Universidade
e estética que marcam o capitalismo da era contem-
Federal de Uberlândia), a relação entre literatura,
porânea. Este movimento, que também pode ser cha-
mado de pós-industrial ou financeiro, predomina outras artes e outros saberes sempre esteve presente
mundialmente desde o fim do Modernismo. Ele é no meio social, tendo iniciado seus pensamentos no
caracterizado pela avalanche recente de inovações final dos anos 1940.
tecnológicas, pela subversão dos meios de comunica- Essa relação se deve às mudanças nas práticas cul-
ção e da informática, com a crescente influência do turais, com o advento das novas mídias. Assim, o que
universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista é literatura pode estar tanto em um livro físico, como
que seduz o homem pós-moderno. no celular, na televisão etc.
14 BORGES, D. Como a literatura se relaciona com outras artes? Comunica UFU, 2019. Disponível em: https://comunica.ufu.br/noticia/2019/05/
112 como-literatura-se-relaciona-com-outras-artes. Acesso em: 14 fev. 2023.
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a) consagração da alegria do povo.
EXERCÍCIOS COMENTADOS b) atração e asco perante atitudes libertinas.
c) espanto com a quantidade de foliões nas ruas.
1. (ENEM — 2022) d) intenção de confraternizar com desconhecidos.
e) reconhecimento da festa como manifestação cultural.
Firmo, o vaqueiro
Nesse texto, por meio das palavras usadas, tais
No dia seguinte, à hora em que saía o gado, estava eu como: “depravação”, “deboche”, “ignóbil”, entre
debruçado à varanda quando vi o cafuzo que prepara- outras, ao mesmo tempo da afirmação: “Eu estava
va o animal viajeiro: trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase
— Raimundinho, como vai ele?... mórbida”, se pode desprender que o narrador está
De longe apontou a palhoça. dividido entre sentimentos contraditórios. Sendo
— Sim. assim, sente atração e asco. Resposta: Letra B.
O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido;
depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca 3. (ENEM — 2022)
fazendo estalar a unha nos dentes: “Às quatro horas
da manhã... Atirei um verso e disse, para bulir com 10 de maio
ele: Pega, velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo
velho e doente, não era homem para deixar um verso Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem ama-
no chão... Fui ver, coitado!... estava morto”. E deu de vel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu teria ido
esporas para que eu não lhe visse as lágrimas. na delegacia na primeira intimação. [...] O tenente inte-
ressou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me
NETTO, C. In: MARCHEZAN, L. G. (Org.). O conto regionalista. São que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas
Paulo: Martins Fontes, 2009. tem mais possibilidade de delinquir do que tornar-se util
a patria e ao país. Pensei: se ele sabe disto, porque não
A passagem registra um momento em que a expressi- faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor Janio
vidade lírica é reforçada pela Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Ago-
ra falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso
a) plasticidade da imagem do rebanho reunido. resolver nem as minhas dificuldades. ... O Brasil precisa
b) sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo. ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome
c) situação de pobreza encontrada nos sertões brasileiros. tambem é professora. Quem passa fome aprende a pen-
d) afetividade demonstrada ao noticiar a morte do cantador. sar no próximo, e nas crianças.
e) preocupação do vaqueiro em demonstrar sua virilidade.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo:
Ática, 2014.
É possível perceber, nesta crônica, o regionalismo
presente, e é por meio de metáforas e expressões líri-
A partir da intimação recebida pelo filho de 9 anos, a
cas que se pode notar a afetividade do personagem autora faz uma reflexão em que transparece a
Raimundinho em noticiar a morte do cantador. Res-
posta: Letra D.
4

a) lição de vida comunicada pelo tenente.


-2

b) predisposição materna para se emocionar.


13

2. (ENEM — 2022) c) atividade política marcante da comunidade.


.7

d) resposta irônica ante o discurso da autoridade.


28

O bebê de tarlatana rosa e) necessidade de revelar seus anseios mais íntimos.


.8
18

— [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto No trecho acima, nota-se a forma irônica com que a
-0

da depravação, só, com uma roupa leve por cima da narradora descreve a sua ida à delegacia. Ademais,
ar

pele e todos os maus instintos fustigados. De resto ela se mostra impaciente pela forma como a favela
lm

a cidade inteira estava assim. É o momento em que foi descrita pelo personagem, sendo uma visão pre-
gi

por trás das máscaras as meninas confessam paixões ceituosa por parte dele. Por fim, a narradora revela
ar

aos rapazes, é o instante em que as ligações mais sua percepção sobre os políticos — que eles deve-
lm

secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia, riam passar fome, pois ela ensina o sujeito a pensar
gi

e todos nós a achamos inútil, a honra uma cacetea- no próximo. Resposta: Letra D.
ção, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo
é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; 4. (ENEM — 2022)
nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos
LÍNGUA PORTUGUESA

e o beijo se desata naturalmente. Eu estava trepidan- Esaú e Jacó


te, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbi-
da. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por Bárbara entrou, enquanto o pai pegou da viola e pas-
demais conhecidas, nada do contato familiar, mas o sou ao patamar de pedra, à porta da esquerda. Era
deboche anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, uma criaturinha leve e breve, saia bordada, chinelinha
acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente no pé. Não se lhe podia negar um corpo airoso. Os
sofre do mesmo mal no carnaval. cabelos, apanhados no alto da cabeça por um peda-
ço de fita enxovalhada, faziam-lhe um solidéu natural,
RIO, J. Dentro da noite. São Paulo: Antiqua, 2002 cuja borla era suprida por um raminho de arruda. Já vai
nisto um pouco de sacerdotisa. O mistério estava nos
No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e olhos. Estes eram opacos, não sempre nem tanto que
reações coletivas diante das quais expressa não fossem também lúcidos e agudos, e neste último 113
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estado eram igualmente compridos; tão compridos e 6. (ENEM — 2022) Era o êxodo da seca de 1898. Uma
tão agudos que entravam pela gente abaixo, revolviam ressurreição de cemitérios antigos — esqueletos
o coração e tornavam cá fora, prontos para nova entra- redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das covas
da e outro revolvimento. Não te minto dizendo que as podres. Os fantasmas estropiados como que iam dan-
duas sentiram tal ou qual fascinação. Bárbara interro- çando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrasta-
gou-as; Natividade disse ao que vinha e entregou-lhe do de quem leva as pernas, em vez de ser levado por
os retratos dos filhos e os cabelos cortados, por lhe elas. Andavam devagar, olhando para trás, como quem
haverem dito que bastava. — Basta, confirmou Bárba- quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não
ra. Os meninos são seus filhos? — São. sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espa-
das de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arras-
ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994 tão dos maus fados. Fugiam do sol e o sol guiava-os
nesse forçado nomadismo. Adelgaçados na magreira
No relato da visita de duas mulheres ricas a uma cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E
vidente no Morro do Castelo, a ironia — um dos traços os braços afinados desciam-lhes aos joelhos, de mãos
mais representativos da narrativa machadiana — con- abanando. Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos
siste no — de ascite consecutiva à alimentação tóxica — com
os fardos das barrigas alarmantes. Não tinham sexo,
a) modo de vestir dos moradores do morro carioca. nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retiran-
b) senso prático em relação às oportunidades de renda. tes. Nada mais.
c) mistério que cerca as clientes de práticas de vidência.
ALMEIDA, J. A. A bagaceira. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1978.
d) misto de singeleza e astúcia dos gestos da personagem.
e) interesse do narrador pelas figuras femininas ambíguas.
Os recursos composicionais que inserem a obra no
chamado “Romance de 30” da literatura brasileira
Nesse trecho, há a descrição da vidente Bárbara, a manifestam-se aqui no(a)
forma física, o traje, gestos, enfim, trazendo à tona
o perfil psicológico dela, certa delicadeza, simplici- a) desenho cru da realidade dramática dos retirantes.
dade, esperteza. Resposta: Letra D. b) indefinição dos espaços para efeito de generalização.
c) análise psicológica da reação dos personagens à
5. (ENEM — 2022) A senhora manifestava-se por atos, por seca.
gestos, e sobretudo por um certo silêncio, que amargava, d) engajamento político do narrador ante as
que esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o desigualdades.
marido, não era com ela. [...] As negras receberam ordem e) contemplação lírica da paisagem transformada em
para meter no serviço a gente do tal compadre Silveira: alegoria.
as cunhadas, ao fuso; os cunhados, ao campo, tratar
do gado com os vaqueiros; a mulher e as irmãs, que se É traço do “Romance de 30” apresentar a realidade
ocupassem da ninhada. Margarida não tivera filhos, e crua de determinadas regiões do Brasil. Nas frases:
como os desejasse com a força de suas vontades, trata- “Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhu-
va sempre bem aos pequenitos e às mães que os esta- ma. Eram os retirantes. Nada mais.” tal afirmação é
vam criando. Não era isso uma sentimentalidade cristã, perceptível. Resposta: Letra A.
uma ternura, era o egoísta e cru instinto da maternidade,
4
-2

obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do lote 7. (ENEM — 2022)
13

(referia-se ao Antônio), esse que fosse ajudar ao vaquei-


A escrava
.7

ro das bestas. Ordens dadas, o Quinquim referendava.


28

Cada um moralizava o outro, para moralizar-se. — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sin-
.8

ceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como


18

PAIVA, M. O. Dona Guidinha do Poço. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d


se possa sentir, e expressar sentimentos escravocra-
-0

No trecho do romance naturalista, a forma como o nar- tas, no presente século, no século dezenove! A moral
ar

rador julga comportamentos e emoções das persona- religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem
lm

gens femininas revela influência do pensamento alto esmagando a hidra que envenena a família no
gi

mais sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a


ar

nação inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percor-


a) capitalista, marcado pela distribuição funcional do
lm

rei-os em torno da sociedade, e dizei-me:


trabalho.
gi

— Para que se deu em sacrifício o Homem Deus, que ali


b) liberal, buscando a igualdade entre pessoas escraviza-
exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não é verda-
das e livres.
de que seu sangue era o resgate do homem! É então
c) científico, considerando o ser humano como um fenô-
uma mentira abominável ter esse sangue comprado
meno biológico.
a liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes
d) religioso, fundamentado na fé e na aceitação dos dog-
o abutre que a corrói constantemente!… Não sentis a
mas do cristianismo.
desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?
e) afetivo, manifesto na determinação de acolher familia-
Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela
res e no respeito mútuo.
é, e será sempre um grande mal. Dela a decadência do
É importante destacar que o texto faz parte de um comércio; porque o comércio e a lavoura caminham
romance naturalista, por isso, é possível perceber o de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a
aspecto científico no cuidado das crianças (reação lavoura; porque o seu trabalho é forçado.
com instinto animal): “Não era isso uma sentimen- REIS, M. F. Úrsula e outras obras. Brasília: Câmara dos Deputados,
talidade cristã, uma ternura, era o egoísta e cru ins- 2018.
tinto da maternidade, obrando por mera simpatia
114 carnal.” Resposta: Letra C.
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Inscrito na estética romântica da literatura brasileira,
o conto descortina aspectos da realidade nacional no
século XIX ao

a) revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas


escravizadas.
b) apontar a hipocrisia do discurso conservador na defe-
sa da escravidão.
c) sugerir práticas de violência física e moral em nome
do progresso material.
d) relacionar o declínio da produção agrícola e comercial
a questões raciais.
e) ironizar o comportamento dos proprietários de terra
na exploração do trabalho.

No texto, há frases que demonstram uma postura


abolicionista, uma delas é: “Por qualquer modo que
encaremos a escravidão, ela é, e será sempre um
grande mal.”, apontando, assim, a crítica do discur-
so conservador em defesa da escravidão. Resposta:
Letra B.

ANOTAÇÕES

4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

LÍNGUA PORTUGUESA

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Exemplo:

La primera escuela pública secundaria


argentina con el nombre “Quino”

LÍNGUA ESPANHOLA Con alegría y emoción recibimos la noticia de que


una institución educativa en Río Negro llevará el nom-
bre “Quino”. Se trata de la Escuela Secundaria Nro. 16,
ubicada en la ciudad de General Roca.
INTRODUÇÃO À LÍNGUA ESPANHOLA El nombre fue elegido por todos los miembros de
la comunidad educativa de la escuela, quienes parti-
Ao decidir pela língua espanhola para fazer a pro- ciparon en el proceso en plena pandemia, en octubre
va de língua estrangeira do Enem, você opta por um de 2020. Luego, una resolución del Consejo Provincial
idioma de vocabulário familiar com a língua portu- de Educación de la Provincia de Río Negro estableció
guesa. Esta escolha é vantajosa por associarmos mais formalmente, a principios de marzo de este año, que la
rapidamente palavras e expressões ao nosso próprio escuela lleve, de ahora en más, el nombre “Quino”.
idioma, assim, há mais tempo de focar em estudar os Es la primera escuela secundaria en Argentina que
conceitos gramaticais que caem na prova. tendrá el nombre del humorista gráfico más querido
Observe algumas vantagens em optar por esse por niños y adolescentes, quienes crecieron leyendo a
idioma na prova de língua estrangeira do Enem: Mafalda, su inigualable creación.
Pablo Iglesias Cortina, preceptor de la escuela y
z Proximidade da escrita com a língua portu- quien lideró el proceso de selección del nombre, agregó:
guesa: apesar de existirem gramáticas diferentes, “Quino dijo en una entrevista hace algunos años, cuan-
temos a mesma origem linguística, o que torna a do los libros de Mafalda llegaron a todas las escuelas
leitura mais simples pela proximidade da escrita. del país, que todo lo que hacía lo había aprendido de
Mesmo com os heterossemânticos ou falsos ami- sus maestras. Para nosotros eso fue como reivindicar
gos, que veremos a seguir, é possível entender o lo poderosa que es la educación.”
significado de uma proposição em espanhol sem Disponível em: https://www.quino.com.ar/post/la-primera-escuela-
argentina-con-el-nombre-quino. Acesso em: 19 jan. 2023.
necessariamente dominar a língua;
z Mesma estrutura organizacional: tanto a língua
espanhola quanto a língua portuguesa seguem o Tirinhas/Histórias em Quadrinhos
padrão de estrutura oracional sujeito + verbo + Os personagens mais comuns em tirinhas em espa-
complemento. Isso é muito importante para com- nhol são Mafalda e Gaturro.
preender os enunciados. Exemplo:

ESTRUTURA DAS QUESTÕES ¡CUANDO SE A


GRANDE QUIERO ¿TE LLEVAN PRESA POR
TENER MUCHOS ¡Y YO MUCHA SALIR A LA CALLE SIN
As questões de espanhol são baseadas em textos VESTIDOS! CULTURA?
CULTURA!
4

100% escritos em espanhol. Porém, o enunciado e as


-2

questões estão escritos em português. NO


13

São apenas cinco questões do idioma; como elas


.7

têm pesos distintos, isso pode fazer a diferença na sua


28

nota final. Então, não negligencie essa parte e dê a


.8

devida atenção para essas perguntas!


18

Ao ler a questão, observe todos os aspectos rela-


-0

cionados a ela e ao texto: o título do texto, as imagens/


ar

figuras relacionadas, a fonte do texto, nome do autor


lm

ES MUY TRISTE
e local onde foi publicado originalmente. Isso pode ¡PROBA SALIR TENER QUE PEGARLE
gi

dar um “norte” quanto ao gênero. Se foi em um site de SIN VESTIDO!... A ALGUIEN QUE TIENE
ar

notícias, provavelmente é uma notícia ou reportagem, RAZÓN


lm

por exemplo.
gi

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

A prova de idiomas é baseada na interpretação de


LÍNGUA ESPANHOLA

diferentes tipos textuais: tirinhas, poemas, letras de


música, anúncios publicitários, textos jornalísticos em
prosa etc. E, para realizar uma boa interpretação, é
Disponível em: https://aulallama.business.site/
necessário praticar a leitura. posts/8614362190620451871. Acesso em: 19 jan. 2023.
A seguir, destacaremos alguns desses tipos textu-
ais como exemplo: Anúncios Publicitários

Notícias Os anúncios parecem fáceis por terem menos tex-


tos verbais, no entanto, muitas vezes é necessário ter
As notícias aparecem com temas diversos, desde um conhecimento básico para entender essas poucas
assuntos mais sérios até temas de entretenimento palavras. Sem esse conhecimento, o anúncio não faz
como filmes e séries. sentido para o leitor. 117
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Exemplo: Gerardo se acerca, y comprueba que es él, que
extraño verse a uno mismo, ver detalles que nunca se
había percibido o permitido observar. Bien confuso
intenta descifrar lo que está ocurriendo ya que ahora
sabe que es real.
Lo observa detenidamente hasta que su otro yo
abrió los ojos,- no te asustes le dijo – mientras Gerardo
trataba de mantenerse en pie. Gerardo intentó expul-
sarlo de su cuarto pero su otro yo no le daba importan-
cia, diciéndole, cuando te calmes conversamos, en un
tono normal como quien informa las horas, y prosiguió.
Este acá eres tú también, no te das cuenta imbécil, o
piensas que un ladrón ocuparía tu rostro, tu cuerpo por
acaso…Quieres que te lo explique, te lo puedo explicar
todo si lo deseas.
Gerardo respiró hondo y dejó salir un sí seco y sin
aire. Su otro yo le dijo – siéntate, es fácil de entenderlo,
no me llevará más que un par de minutos explicártelo.
Así Gerardo lo hizo, se sentó, puso las manos sudadas
en las rodillas, tal vez para poder secarlas con más faci-
lidad mientras lo escuchaba.

Disponível em: https://www.idemespanhol.com.br/blog-titulo-03/.


Disponível em: https://www.informabtl.com/las-estrategias-de- Acesso em: 31 mar. 2021.
contenido-de-pepsi-y-coca-cola-en-redes-sociales/. Acesso em: 19
jan. 2023. Você pode encontrar mais exemplos em sites que
têm textos de diferentes gêneros em espanhol, segue
Neste exemplo, o leitor precisa entender que uma lista de alguns deles:
“lunes” é segunda-feira. E o sentido do anúncio é: se
a segunda te ataca e vem forte, Pepsi pode te ajudar e z Sites de notícias: Jornal El País, Folha de São Pau-
contra-atacar, fazendo alusão ao filme “Star Wars: O
lo, UOL internacional ES, El Clarin;
Império Contra-ataca”, por isso o capacete do perso-
z Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/char-
nagem Darth Vader na latinha.
ge: Mafalda Oficial e Quino;
z Site de literatura: Instituto Cervantes Virtual.
Contos/ Fábulas

Os contos e fábulas são textos narrativos mais cur- Além desses sites, você pode procurar conhecer
mais a obra de autores clássicos da língua espanho-
4

tos. Às vezes, há a presença de diálogos e outras não.


-2

Exemplo: la, já que muitas vezes os textos deles estão na prova.


13

Alguns são: Gabriel García Márquez, Julio Cortázar,


.7

Miguel de Cervantes, Jorge Luis Borges. Além desses,


28

Su Otro Yo
busque conhecer também autores como: Gabriela
.8
18

A la misma hora todos los días como un ritual reli- Mistral, Mario Vargas Llosa, Mario Benedetti, Isabel
-0

gioso Gerardo se levantaba a las 07.00h. para ir al traba- Allende, Eduardo Galeano, Horacio Quiroga, Pablo
jo, sin embargo, ese lunes fue el más diferente de todos. Neruda, Carlos Fuentes, Octavio Paz.
ar
lm

Así que se levantó se puso los anteojos y presintió Você também pode buscar por artistas ícones,
algo extraño, sin conseguir identificar lo qué. Por el
gi

entre eles: Violeta Parra, Mercedes Sosa (conhecida


cuerpo le recorría una sensación extraña, mezcla de
ar

como a Voz da América Latina), Victor Jarra, Astor


miedo, ansiedad y curiosidad. Se sentía sin aire buscan-
lm

Piazzola, Carlos Gardel, Silvio Rodríguez, entre outros.


do en si la respuesta que no tenía pregunta. Al mirar
gi

Lembre-se: durante a leitura, não tente compre-


hacia atrás un frio le congeló su pecho y sus ojos. Los ender o significado de cada palavra ou traduzir pala-
cerró y los volvió a abrir bruscamente mientras se veía
vra por palavra, mas se esforce para entender o que
en su cama a si mismo.
o enunciado (frase/oração) pretende dizer, no geral.
Una extraña sensación, poder describir su reacci-
Foque na informação e não nas palavras isoladamen-
ón, verse a si mismo de forma real e incrédula. Su alma
estática le temblaba en ese momento, Gerardo se trans- te. Praticar a leitura e fazer provas anteriores nunca
formó en una figura inmóvil por fuera, hasta que su será demais quando se trata do Enem.
otro yo (llamémosle así) abre los ojos, lo mira como no
sorprendiéndose por lo ocurrido y le dice: ASPECTOS GRAMATICAIS
– Buen día, no tengo ganas de ir a trabajar hoy, me
quedo, mientras Gerardo se entregaba a las baldosas de Nem sempre é possível se tornar fluente em uma lín-
su cuarto por completo. Al recobrar en si, Gerardo pien- gua ou conhecer toda a sua estrutura gramatical em pou-
sa que todo ha sido un sueño, una horrible pesadilla, co tempo. No entanto, há algumas classes gramaticais
pero no, es real. Su otro yo sigue en la cama durmiendo, que requerem mais atenção e que podemos aprender
118 ocupando su lugar. tranquilamente até a data da prova. São elas:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Artigos O pronome “vos” é muito utilizado na Argentina e
no Uruguai e corresponde ao “você” do português. É
Assim como a língua portuguesa, a língua espa- usado no singular para referir a uma pessoa somente.
nhola tem artigos definidos e indefinidos, que acom- Não confunda com “vosotros”. Vosotros é muito
panham os substantivos. utilizado na Espanha é utilizado para fazer referência
a “vocês”, no plural.
z Definidos: são usados quando queremos dar a Não há uma tradução exata no português para o pro-
ideia de definição ou especificidade. nome “usted”. Na maioria das vezes, ele é usado em situ-
ações formais, nas quais não há um grau de intimidade
Os artigos definidos são: el/los (masculino) — la/ entre os falantes. É usado em sinal de respeito. Ele pode
las (feminino) — lo* (neutro). ser traduzido também como “senhor(a)”, muito embora
Importante! O pronome neutro lo não é usado antes existam esses pronomes no espanhol. Exemplo:
de substantivos. Ele é usado antes de adjetivos, advér- ¿Qué desea usted? (O que o senhor(a) deseja?)
bios e particípios. Isso porque faz referência a algo mais
abstrato ou generalizado. Veja nos exemplos a seguir. z Pronombres Complemento
Exemplo: Lo mejor de la vida es ser feliz. (O melhor
da vida é ser feliz.)
Lo más que me gusta es viajar. (O que eu mais gosto ESPANHOL PORTUGUÊS
é viajar.)
El hombre está en casa. (O homem está em casa.) lo o
Los hombres son trabajadores. (Os homens são la a
trabalhadores.)
La mujer es escritora. (A mulher é escritora.) los os
Las mujeres son muy inteligentes. (As mulheres são
muito inteligentes.) las as

le lhe (a ele)
z Indefinidos: usados para expressar generalidade,
passam a ideia de “qualquer um”. le lhe (a ela)
Os artigos indefinidos são: un/ unos (masculino) — les lhes
una/ unas (feminino).
Exemplo: Una mujer me ha llamado. (Uma mulher me Em espanhol, os pronomes complementos são mui-
ligou.) to utilizados. Em contrapartida, os pronomes sujeitos
Unas mujeres paseaban por el malecón. (Umas podem ser omitidos, já que pela conjugação do verbo
mulheres passeavam pelo calçadão.)
é possível identificar de que sujeito se trata.
Un hombre me ha escrito. (Um homem me escreveu.)
Exemplos: Sé todo sobre ti. (Eu sei tudo sobre você.)
Pronomes Pessoais Te compro un móvil de regalo en tu cumpleaños.
(Eu compro um celular de presente para você no seu
Os pronomes pessoais são usados para substituir aniversário.)
4

os substantivos e funcionam como pessoas do discur- Le hablamos muy temprano. (Nós falamos muito
-2

so. Eles podem ser divididos em pronomes sujeitos e


13

cedo para ele.)


pronomes complementos. É importante saber, pois Observe que nos exemplos acima as orações foram
.7
28

nem todos são parecidos com o português, e essa dife- iniciadas com o pronome complemento. Diferente-
.8

rença pode causar dificuldade de compreensão. mente do português, isso é possível no espanhol.
18

z Pronombres Sujeto
-0

Conjunções
ar

ESPANHOL PORTUGUÊS
lm

As conjunções conectam palavras e orações. Algu-


mas são bem parecidas, mas outras têm sentidos
gi

Yo Eu
completamente diferentes do que apresentam em
ar

português.
lm

Tú Tu
As principais conjunções são:
gi

Vos* Você

Você (usado em situações z y (e);


Usted** z o (ou);
formais)
LÍNGUA ESPANHOLA

z además (ademais, além de);


Él Ele z pues (pois);
z pero (porém);
Ella Ela
z aún (ainda);
Nosotros(as) Nós z aunque (ainda que/mesmo que);
z sin embargo (entretanto);
Vosotros(as) Vós (plural) z sino (a não ser);
Ellos Eles z ni (nem);
z pese a que (apesar de que);
Ellas Elas z si (se).
Ustedes Vocês
119
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Advérbios

Os advérbios são palavras invariáveis utilizadas para modificar os sentidos dos verbos, dos adjetivos ou de
outros advérbios. Eles podem indicar afirmação, negação, dúvida, lugar, modo, intensidade, ordem e tempo.
Exemplo: Trabajas mucho. (Você trabalha muito.)
Observe que, na frase acima, o advérbio mucho modifica o verbo trabajar (trabalhar), adicionando a ele um
sentido de intensidade.
A frase de exemplo não só expressa que a pessoa tem trabalho, mas sim que ela tem muito trabalho.

z Classificação dos advérbios:

„ Tempo: hoy (hoje), ayer (ontem), siempre (sempre), nunca (nunca), anoche (ontem à noite), mañana (manhã
ou amanhã), después (depois), antes (antes), tras (depois de);
„ Lugar: lejos (longe), cerca (perto), aqui (aqui), allí/ allá (ali), ahí (aí), detrás (atrás), arriba (acima);
„ Modo: bien (bem), mal (mal), mejor (melhor), peor (pior), así (assim);
„ Afirmação: sí (sim), certamente (certamente), seguramente (seguramente);
„ Negação: no (não), tampoco (também não), jamás (jamais);
„ Dúvida: tal vez (talvez), quizá ou quizás (talvez), probablemente (provavelmente), posiblemente
(possivelmente);
„ Intensidade: mucho, muy (muito), poco (pouco).

Ainda a respeito do assunto “advérbios”, podemos destacar a diferença de muy e mucho, já que, na língua
portuguesa, temos apenas uma palavra (muito) para todas as situações.
Muy é usado diante de adjetivos e advérbios.
Ex.: Esta prueba fue muy fácil. (Esta prova foi muito fácil.)
Mucho é usado antes de substantivos e antes ou depois de verbos e indica quantidade.
Exs.: Ella trabajó mucho. (Ela trabalhou muito.)
He comprado muchos panes. (Comprei muitos pães.)

Se liga!
É importante mencionar que existem algumas exceções. Quando são usados termos como: “más”, “menos”,
“peor”, “mejor”, “antes”, “después”, utiliza-se mucho. Exemplos:
Esta playa es mucho más linda que aquella. (Esta praia é muito mais linda que aquela.)
Esta casa es mucho mejor que la de mis primos. (Esta casa é muito melhor que a dos meus primos.)
Llegamos a la escuela mucho antes de lo acordado. (Chegamos à escola muito antes do combinado.

z Análise do uso de conjunções e advérbios: conjunções e advérbios são essenciais na construção de um texto.
As diferenças que vimos anteriormente podem ser um problema, mas quando temos conhecimento, elas se
4
-2

tornam uma vantagem em relação à compreensão textual.


13
.7

A seguir, veremos um texto utilizado no Enem em 2018, que exemplifica o uso de algumas conjunções e advér-
28

bios na prática:
.8
18

El carpintero
-0
ar

Orlando Goicoechea reconoce las maderas por el olor, de qué árboles vienen, qué edad tienen, y oliéndolas sabe si fue-
lm

ron cortadas a tiempo o a destiempo y les adivina los posibles contratiempos. Al cabo de tantos años de trabajo, Orlando se
gi

ha dado el lujo de comprarse un video, y ve una película tras otra. No sabía que eras loco por cine le dice el vecino. Y Orlan-
ar

do le explica que no, que a él ni le va ni le viene, pero gracias al video puede detener las películas para estudiar los muebles.
lm
gi

Tradução:

O Carpinteiro

Orlando Goicoechea reconhece as madeiras pelo cheiro, de que árvores vem, que idade têm, e cheirando-as
sabe se foram cortadas há muito tempo e adivinha seus possíveis problemas/contratempos. Depois de tantos anos
de trabalho, Orlando se deu ao luxo de comprar um aparelho de vídeo e vê um filme após o outro. Não sabia que
era louco por cinema, lhe disse o vizinho. E Orlando lhe explica que não, que para ele tanto faz, mas que graças
aos vídeos, consegue estudar sobre os móveis.

Algumas expressões chamam-nos atenção nesse trecho. Além das conjunções e dos advérbios, podemos
destacar:

z “se ha dado el lujo”: se deu ao luxo;


z “que a él ni le va ni le viene”: para ele tanto faz;
120 z “al cabo de”: por causa de/depois de.
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Verbos

No geral, a conjugação dos verbos em espanhol tem semelhanças com o português. Contudo, alguns verbos
têm grafia bem diferente. Seguem alguns verbos traduzidos para o espanhol.

PORTUGUÊS ESPAÑOL
Falar Hablar
Escrever Escribir
Dizer Decir
Assinar Firmar
Fazer um acordo Acordar
Datar Fechar
Acordar Despertarse/Levantarse
Tomar café da manhã Desayunar
Jantar Cenar
Ter Tener
Fazer Hacer
Haver Haber
Ler Leer
Conversar Charlar
Ficar Quedarse
Decolar Despegar
Ajudar Ayudar
Trabalhar Trabajar
Por Poner
Descer Bajar
Alugar Alquillar
Chamar / ligar (telefone) Llamar
Tentar Intentar
Conhecer Conocer
4
-2

Vir Venir
13
.7
28

Os verbos são classificados em:


.8
18

z Regulares: mantêm o mesmo radical quando conjugados.


-0

Exemplo: amar. Yo amo, tu amas, él ama, nosotros amamos, vosotros amáis, ellos aman;
ar
lm

z Irregulares: há mudança no radical a depender da conjugação.


gi

Exemplo: hacer (fazer). Yo hago, tú haces, él hace, nosotros hacemos, vosotros hacéis, ellos hacen.
ar

A tabela, a seguir, mostra a diferença entre a conjugação dos dois verbos anteriores, em 3 tempos verbais.
lm
gi

PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE FUTURO
PESSOAS DO DISCURSO SIMPLES
(DO INDICATIVO) (DO INDICATIVO)
(DO INDICATIVO)
LÍNGUA ESPANHOLA

– AMAR HACER AMAR HACER AMAR HACER

Yo amo hago amé hice amaré haré

Tu amas haces amaste hiciste amarás harás

Él/ella/usted ama hace amó hizo amará hará

Nostros amamos hacemos amamos hicimos amaremos haremos

Vosotros amáis hacéis améis hicisteis amaréis haréis

Ellos/ellas/ustedes aman hacen amarón hicieron amarán harán


121
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Na tabela comparativa, é possível observar que Condicional imperfeito: Yo estudiaria mucho. (Eu
enquanto o radical de amar “am” permanece o mes- estudaria muito.)
mo em todos os tempos verbais mencionados, o radi- Pretérito Perfeito composto: Yo he estudiado em
cal de hacer, que originalmente é “hac”, muda para casa. (Eu estudei em casa.)
“hag”, “hic” e “hiz” a depender do tempo verbal. Pretérito mais-que-perfeito composto: Yo había
Os principais verbos irregulares em espanhol são: estudiado. (Eu havia estudado.)
Futuro perfeito composto: Ya habré estudiado.
„ Caber (caber); (Já terei estudado.)
„ Agradecer (agradecer); Condicional composto: Yo habría estudiado. (Eu
„ Caer (cair); haveria estudado.)
„ Decir (dizer);
„ Dormir (dormir); „ Subjuntivo: esse modo expressa ações possí-
„ Salir (sair); veis de desejo, dúvida, suposição, ou seja, ações
„ Conducir (dirigir). não concretas ou não reais.

z Reflexivos: expressam uma ação praticada e Os tempos do modo subjuntivo são:


recebida pelo sujeito. Conjugam-se com os prono- Presente: Que yo estudie. (Que eu estude.)
mes reflexivos me, te, se, nos, os, se. No infinitivo, Pretérito Imperfeito: Yo estudiara. (Eu estudara.)
aparecem sempre acompanhados do pronome se. Pretérito Perfecto Compuesto: Es mejor que yo
haya estudiado. (É melhor que eu tenha estudado.)
Exemplos: despertarse, levantarse. Pretérito Pluscuamperfecto Compuesto: Si yo
hubiera estudiado, sería mejor. (Se eu tivesse estuda-
z Formas nominais: além dessas classificações, há do, seria melhor.)
também as formas nominais dos verbos. Elas são
denominadas assim porque não apresentam fle- „ Imperativo: expressa ordem, desejo, conselho.
xão de número, modo ou pessoa. São elas: Não é conjugado em tempos, mas possui duas
formas: afirmativo e negativo.
„ Infinitivo: expressa o significado do verbo.
Terminado em ar, er e ir. Afirmativo: Estaciona acá. (Estacione aqui.)
Negativo: No estaciones acá. (Não estacione aqui.)
Exemplo: Estudiar  es  muy importante.  (Estudar é
muito importante.); VOCABULÁRIO

„ Gerúndio: é o advérbio verbal e caracteriza-se Para compreender melhor os textos, é necessário


por expressar sempre ação anterior ou simultâ- um conhecimento mínimo a respeito do vocabulário.
nea. Terminado em ndo. Entretanto, destacamos que o espanhol é língua nacio-
nal de mais de 21 países. Além disso, está presente nos
Exemplo: Estaba caminando. (Estava cinco continentes. Sendo assim, é preciso considerar
caminhando.); que é uma língua riquíssima em vocabulário e cultura.
4
-2

A seguir, trataremos de alguns pontos de vocabulário.


13

„ Particípio: junto com o auxiliar haber, forma


.7

os tempos compostos das conjunções. Funcio- Dias da Semana


28

na também como adjetivo quando modifica um


.8

substantivo. Destacamos esse ponto pela diferença que há entre


18

os dias em português e em espanhol.


-0

Exemplo: He comprado una alfombra. (Comprei


ar

um tapete.) PORTUGUÊS ESPANHOL


lm

El café fue hervido. (O café foi fervido.)


gi

Domingo Domingo
ar

z Modos Verbais
Segunda-feira Lunes
lm
gi

A partir dos modos verbais, há a conjugação dos Terça-feira Martes


verbos dentro dos tempos verbais e de acordo com a
desinência de número e pessoa. Confira: Quarta-feira Miércoles

Quinta-feira Jueves
„ Indicativo: expressa ações reais, concretas,
objetivas e efetivas. Sexta-feira Viernes

Exemplo: Trabajo desde casa. (Trabalho em casa) Sábado Sábado


Os tempos do modo indicativo são:
Presente: Yo estudio mucho. (Eu estudo muito.) Cabe destacar que, em espanhol, os dias da sema-
Pretérito imperfeito: Yo estudiaba mucho. (Eu na são masculinos e não são usados com a preposição
estudava muito.) “en”.
Pretérito indefinido: Yo estudié mucho. (Eu estu- Além disso, de “lunes” a “viernes” a grafia é a mesma
dei muito.) tanto para singular e plural, veja nos exemplos a seguir:
Futuro imperfeito: Yo estudiaré mucho. (Eu estu- Exemplos: Todos los lunes estudio español. (Todas
122 darei muito.) as segundas estudo español.)
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Solamente el primero lunes del mes suelo jugar al Não há como destacar todo o vocabulário de dife-
fútbol. (Somente na primeira segunda-feira do mês rentes temáticas como saúde, alimentação, economia,
costumo jogar futebol. política, medicina, dentre outros, por serem muito
El martes suelo cocinar. (Costumo cozinhar na extensos, e quase “impossíveis” de serem memorizados.
terça-feira.) No entanto, quanto mais você buscar leituras em espa-
Já os meses do ano apresentam certas semelhanças nhol de diferentes temas e gêneros textuais, mais vocabu-
com o português. Veja a seguir: enero, febrero, marzo, lário você vai acumular e mais fácil se tornará a prova.
abril, mayo, junio, julio, agosto, septiembre, octubre,
noviembre e diciembre.

Heterossemânticos EXERCÍCIOS COMENTADOS


São palavras que têm escrita semelhante ou igual a 1. (ENEM — 2020)
outras palavras em português, portanto, parecem a tra-
dução dessas palavras, mas na verdade seu significado é La violência como bela arte
diferente. São chamadas também de falsos cognatos ou
falsos amigos. A seguir, algumas dessas palavras: Pues bien, ‘Relatos Salvajes’, de Damián Szifrón, es
sobre todo un brillante esfuerzo por poner rostro, por
PALAVRA SIGNIFICADO REAL fotografiar, a la parte de la violencia que tanto cuesta
ver en el cine. De repente, el director argentino coloca
Acreditar Creditar valor al espectador ante el espectáculo, digamos putrefac-
Berro Agrião to, de una sociedad enferma de su propia indolencia,
anestesiada por su ira, incapaz de entender el origen
Borracha Bêbada de la insatisfacción que la habita. ¿Cómo se quedan?
Chulo Elegante, bonito Sí, estamos delante de la una película vocacionalmen-
te violenta, obligadamente salvaje, pero, y sobre todo,
Conozco Conheço
deslumbrante en su claridad.
Crianza Criação Más allá del esplendor sabio de una producción per-
Desperto Esperto fecta, lo que más duele, lo que más divierte, lo que
más conmueve es la sensación de reconocimiento.
Embarazada Grávida Cada uno delos damnificados, pese a su acento mar-
Fecha Data cadamente argentino, somos nosotros. O, mejor, cada
insulto proferido, y no siempre entendido, es nuestro,
Frente Testa
en algún momento ha salido de nuestra boca. Osaldrá.
Novela Romance/livro La violencia no es sólo eso que tanto desagrada a los
Pelo Cabelo profesionales del buen gusto, a los programadores de
ópera o alos filósofos de la nada; la violencia, lareal-
Polvo Pó mente insoportable, es también una cuestión de acti-
Apellido Sobrenome tud, un simple gesto. Y esa violencia está por todas
4

partes, está dentro. Y Szifrón acierta a retratarla tan


-2

Presunto Suposto fielmente que no queda otra cosa que romper a reír.
13

Propina Gorjeta Aunque sólo sea de simple desesperación. Brillante,


.7

magistral incluso.
28

Concertar Combinar
.8

Rico Encantador MARTÍNEZ, L. Disponível em: www.elmundo.es. Acesso em: 13 abr.


18

2015 (adaptado).
Sino Se não (conjugação)
-0

Pelado Careca Nessa resenha crítica acerca do filme Relatos Salva-


ar

jes, o autor evidencia o


lm

Latir Bater do coração


gi

a) cômico como fuga da sociedade diante de situações


Dirección Endereço
ar

violentas.
lm

Cueca Dança chilena b) estado de apatia da sociedade perante a violência roti-


gi

Largo Comprido neira do mundo atual.


c) empecilho para o espectador vivenciar a violência bru-
Paladar Céu da boca ta na realidade e na ficção.
Taza Xícara d) sotaque reforçado dos personagens a fim de marcar o
LÍNGUA ESPANHOLA

espaço do cinema argentino.


Vaso Copo
e) autorreconhecimento diante dos diversos tipos de
Vacío Vago comportamento humano frente à violência.
Pegar Bater ou Colar
Neste trecho: “Más allá del esplendor sabio de una
Olvido Esquecimento producción perfecta, lo que más duele, lo que más
Móvil Celular divierte, lo que más conmueve es la sensación de
reconocimiento. Cada uno de los damnificados, pese
a su acento marcadamente argentino, somos noso-
tros.” o autor destaca que cada uma das pessoas
danificadas somos “nós”, claramente destacando o
autorreconhecimento. Resposta: Letra E. 123
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2. (ENEM — 2020) Poco después apareció en casa de Eli- No texto, a expressão “un mañana sin sol ” é usada
senda Morales, arrastrando su cansancio y las contra- para concluir uma crítica ao (à)
riedades de un largo día que había dejado su ánimo en
ruinas. A pesar de todo, supo resistirlo, y cuando ella le a) descaso diante da problemática de crianças em situação
ofreció una copa de mistela, abandonó su asiento para de rua.
ir hasta la tienda en busca de algo más estimulante. b) violência característica do cotidiano das grandes
Allí, en el corredor de la casa, en taburetes separados, metrópoles.
recibieron los primeros cálidos soplos de la noche. c) estímulo à mendicância nos centros urbanos.
Con su habitual entereza, Elisenda entró a conectar la d) tendência de informalização do trabalho.
luz de la sala, sofocando parte de su reflejo, mientras e) falta de serviços de saúde adequados.
comentaba que así estarían mejor. Al menos, pensó el
tío Camarillo, no había sacado la lámpara como otras O fragmento em questão faz referência às crianças
veces, ni le había entregado alguno de sus álbumes, y em situação de rua, as quais são “esquecidas” e,
parecía en cambio decidida a mantener en ascuas al portanto, elas mesmas lutam pela sua sobrevivên-
vecindario. Aquélla fue la primera vez que en mucho cia. Em meio a essa luta, vão perdendo a infância.
tiempo dejaron de lado el tema de las rentas, para Sendo assim, o fragmento faz referência ao descaso
entrar con pies de plomo en el espinoso terreno de las frente à essa problemática. Resposta: Letra A.
confidencias.
4. (ENEM — 2022)
SÁNCHEZ, H. El héroe de la família. Bogotá: Tercer Mundo, 1988.
En los suburbios de La Habana, llaman al amigo mi
No texto, no qual é narrada a visita à casa de uma per- tierra o mi sangre. En Caracas, el amigo es mi pana o
sonagem, a expressão “entrar con pies de plomo” é mi llave: pana, por panadería, la fuente del buen pan
utilizada para se referir ao(à) para las hambres del alma; y llave por... — Llave, por
llave — me dice Mario Benedetti. Y me cuenta que
a) determinação para conduzir discussões pessoais. cuando vivía en
b) insensibilidade para lidar com temas do passado. Buenos Aires, en los tiempos del terror, él llevaba cin-
c) discrição para administrar questões financeiras. co llaves ajenas en su llavero: cinco llaves, de cinco
d) disposição para resolver problemas familiares. casas, de cinco amigos: las llaves que lo salvaron.
e) cuidado para tratar de assuntos íntimos
GALEANO, E. El libro de los abrazos. Madri: Siglo Veintiuno, 2015.
A expressão “entrar con pies de plomo” é traduzida
por “entrar com pés de chumbo”. Portanto, o efeito Nesse texto, o autor demonstra como as diferentes
de sentido que provoca é de tomar cuidado ao tratar expressões existentes em espanhol para se referir a
de temas íntimos e pessoais, já que está acompanha- “amigo” variam em função
do da expressão: “en el espinoso terreno de las confi-
dencias.” Resposta: Letra E. a) das peculiaridades dos subúrbios hispano-americanos.
b) da força da conexão espiritual entre os amigos.
3. (ENEM — 2022) c) do papel da amizade em diferentes contextos.
4

d) do hábito de reunir amigos em torno da mesa.


-2

Los niños de nuestro olvido e) dos graus de intimidade entre os amigos.


13
.7

Pelo texto de Galeano, é possível compreender que,


28

Escribo sobre un destino


que apenas puedo tocar no contexto em que “panadería” (padaria) é consi-
.8
18

en tanto un niño se inventa derada um lugar que fornece o alimento que mata
a fome, é usado o termo “pana” para fazer referên-
-0

con pegamento un hogar


Mientras busco las palabras cia a amigo; já em outro contexto, no qual a “llave”
ar

para hacer esta canción é símbolo de salvação, essa palavra é usada para
lm

un niño esquiva las balas referir-se aos amigos. Sendo assim, o papel da ami-
gi

que buscan su corazón zade varia segundo cada contexto e seu respectivo
ar

Acurrucado en mi calle entendimento do papel da amizade, desse modo dá


lm

duerme un niño y la piedad origem a diferentes expressões. Resposta: Letra C.


gi

arma lejos un pesebre


y juega a la navidad 5. (ENEM — 2022)
Arma lejos un pesebre
y juega a la navidad Pequeño hermano
y juega a la navidad
y juega, y juega, y juega... Es, no cabe duda, el instrumento más presente y más
La niñez de nuestro olvido poderoso de todos los que entraron en nuestras vidas.
pide limosna en un bar Ni la televisión ni el ordenador, no hablemos ya del
y lava tu parabrisas obsoleto fax o de las agendas o los libros electrónicos,
por un peso, por un pan ha tenido tal influencia, tal predicamento sobre noso-
Si las flores del futuro tros. El móvil somos nosotros mismos. Todo desacti-
crecen con tanto dolor vado e inerte, inocuo, ya les digo. Y de repente, tras un
seguramente mañana viaje y tres o cuatro imprudentes fotos, salta un aviso
será un mañana sin sol en la pantalla. Con sonido, además, pese a que tengo
también todas las alertas desactivadas. Y mi mons-
124 SOSA, M. In: Corazón libre. Argentina: E.D.G.E., 2004 (fragmento). truo doméstico me dice: tienes un recuerdo nuevo. Lo
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
repetiré: tienes un recuerdo nuevo. ¿Y tú qué sabes?
¿Y a ti, máquina demoníaca, qué te importa? ¿Cómo
te atreves a decirme qué son o no son mis recuerdos?
¿Qué es esta intromisión, este descaro? El pequeño
hermano lo sabe casi todo. Sólo hay una esperan-
za: que la obsolescencia programada mate antes al
pequeño hermano y que nosotros sigamos vivos, con
los recuerdos que nos dé la gana.

FERNÁNDEZ, D. Disponível em: www.lavanguardia.com. Acesso em:


5 dez. 2018 (adaptado).

No texto, o autor faz uma crítica ao (à)

a) conhecimento das pessoas sobre as tecnologias.


b) uso do celular alheio por pessoas desautorizadas.
c) funcionamento de recursos tecnológicos obsoletos.
d) ingerência do celular sobre as escolhas dos usuários.
e) falta de informação sobre a configuração de alertas no
celular.

O texto faz referência ao celular e sua presença cada


vez mais constante na vida das pessoas. Se compa-
rado com outras tecnologias, como a televisão, o
computador, entre outras, o celular é o que mais
tem influência sobre nós, é parte de nós ou nós mes-
mos. Pelas indagações do autor, sobretudo quando
questiona: “¿Qué es esta intromisión, este descaro?”
não nos resta dúvida de que o autor faz referência à
intromissão do celular na vida do usuário e, conse-
quentemente, em suas escolhas. Resposta: Letra D.

ANOTAÇÕES
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LÍNGUA ESPANHOLA

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RECONHECER AS MANIFESTAÇÕES CORPORAIS
DE MOVIMENTO COMO ORIGINÁRIAS DE
NECESSIDADES COTIDIANAS DE UM GRUPO SOCIAL

Nesta seção, que compete à Habilidade 9, trataremos


EDUCAÇÃO FÍSICA de tópicos referentes a práticas culturais tradicionais
que representam um povo e suas necessidades sociais.
É importante que o aluno tenha a consciência de que,
ainda que não sejam abordadas aqui todas as práticas
COMPREENDER E USAR A LINGUAGEM culturais brasileiras ou estrangeiras, o mais importante
é que saibamos identificá-las e analisá-las criticamente.
CORPORAL COMO RELEVANTE PARA A Passada a parte teórica de cada subtítulo, veremos no
PRÓPRIA VIDA, INTEGRADORA SOCIAL final deste material, na prática, como essas temáticas já
E FORMADORA DE IDENTIDADE foram abordadas em outras edições do Enem.

A linguagem corporal, ou seja, a maneira como nos A Representação da Dança na Arte Rupestre e o
comunicamos com o nosso corpo, é algo formador de Break Dance
nossa identidade. Desde os indígenas nativos brasilei-
ros a tribos urbanas contemporâneas, percebe-se que a A street art, ou arte de rua, desenvolveu-se, a
forma de se comunicar, de se vestir e de se comportar priori, nos Estados Unidos. Dentro da linguagem do
reforça as crenças, a cultura e a subjetividade de cada hip-hop, encontra-se o grafite, o rap e o que mais nos
indivíduo. Essas condutas, moldadas de maneira social interessa nesta seção, o break dance.
e cultural, permitem que os outros nos observem, em Quando surgiu na Filadélfia, nos anos 1960, o grafi-
grupos e individualmente, e criem hipóteses e conclu- te, por exemplo, era praticado por jovens de periferia
sões sobre nossas personalidades e visões de mundo. que faziam suas assinaturas nos muros da cidade, dan-
Em muitos casos as condutas esperadas pelos do, posteriormente, lugar a esboços de desenhos, mas
padrões sociais não refletem os desejos dos indivíduos sempre com o intuito de deixar suas “marcas” pessoais
e, inclusive, ditam comportamentos e formas, com o nos espaços públicos. Artistas como Darryl McCray,
intuito de controle dos corpos, principalmente das Taki e Super Kool 223 foram alguns dos pioneiros dessa
mulheres. Esses padrões, em grande parte dissemina- arte de rua nos espaços urbanos estadunidenses.
dos pelas redes sociais nos dias de hoje, refletem sobre Por se tratar de artes feitas em espaços públicos,
a saúde, tanto física quanto mental, e se mostram um a street art como um todo começou a ser associada
problema grave a ser considerado atualmente. ao vandalismo e à criminalidade, algo que influencia
Dessa maneira, compreendemos que se colocar até hoje as opiniões divergentes sobre tais expressões
no mundo e expressar-se corporalmente são práti- artísticas. O fato é que desde as primeiras civilizações
cas conscientes. A partir delas, mostramos ao outro humanas, até mesmo no período chamado Pré-His-
o que desejamos que ele interprete sobre nós. Ainda tória (nomenclatura questionada na contemporanei-
que isso se não dê de maneira consciente, as práticas dade), os indivíduos apropriam-se de “paredes” de
culturais podem ser passadas de geração em geração, cavernas e de outras superfícies para desenvolver
4

criando, assim, uma repetição coletiva de saberes e desenhos que representam o cotidiano e até mesmo
-2

pinturas abstratas.
13

práticas culturais.
Com a globalização, as expressões culturais de Uma das questões instigantes das temáticas presen-
.7

tes nas cavernas é o fato de que esses povos, provavel-


28

diversos lugares do mundo se encontram, seja por


mente, já praticavam danças em situações religiosas, de
.8

meio do esporte, de séries de streaming ou até mes-


rituais etc. Ou seja, antes mesmo da fala, o ser humano
18

mo das redes sociais. Quando falamos desse encontro,


já se comunicava por meio da dança e de outras expres-
-0

estamos referindo-nos também ao multiculturalismo,


fenômeno muito importante na contemporaneidade e sões corporais. O homem primitivo, portanto, já via a
ar

fruto da mescla de diversas culturas dentro de uma necessidade de identificar-se e integrar-se socialmente,
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só. Certamente, compreender como a linguagem cor- ainda que em um contexto muito distinto do atual.
gi

poral funciona em diferentes espaços promove o res-


ar

peito à diversidade e às diferenças.


lm

Neste capítulo, reservado à competência 3 do


gi

Enem, analisaremos todos os pontos discutidos nos


parágrafos acima, além de explorar com mais afin-
co as três habilidades exigidas nessa competência.
Para isso, também faremos análises de questões de
edições anteriores do Enem, a fim de que você possa
EDUCAÇÃO FÍSICA

entender na prática os conhecimentos teóricos aqui


apresentados.
O significado de cultura, identidade e multicultu-
ralismo necessita de atenção, especialmente na con-
temporaneidade. Colocar definições em “caixinhas”
impede análises aprofundadas. Por isso, a título de
informação, faz-se necessário lembrar-se das palavras
de Stuart Hall (2014): “As velhas identidades, que por
Pintura rupestre encontrada em Lérida (Espanha)
tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em 8300 anos a.C. PINTURA rupestre de Lérida, Espanha. Interativando,
declínio. Novas identidades estão surgindo, deixando o [s.d.]. Disponível em: https://www.interativando.ma.gov.br/odas/
indivíduo moderno fragmentado.” pintura-rupestre-de-lerida-espanha. Acesso em: 30 jan. 2023. 127
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Milhares de anos separam a dança da Pré-História triângulo e a flauta, Luiz Gonzaga é o maior represen-
do break dance, mas o fato é que ambos fazem parte tante deste ritmo no Brasil, ficando conhecido como
da mesma linguagem. O break, como uma dança urba- “o Rei do Baião”.
na, faz parte da reafirmação de uma identidade que O baião possui uma forma de dança em pares e
surgiu na periferia e que segue como uma forma de bastante parecida com o forró, acrescentando-se os
resistência e de ocupação dos espaços públicos. passos de rodopio e o balanceio, para citar alguns, já
Ainda que o break possua como característica o que em diferentes regiões do Brasil é possível encon-
improviso de passos, há também passos específicos trar variações dessa dança. Por conseguinte, vale
que, inclusive, diferem-se entre os grupos urbanos ressaltar que as letras de música do baião mostram
desta dança. Além disso, o break dance, inserido na realidades sociais de sua época, como aconteceu com
cultura hip-hop, reforça a identidade e protagonismo o sucesso “Asa Branca” de Luiz Gonzaga.
negro no Brasil, como vemos a seguir: O baião possui tamanha relevância que influen-
ciou artistas de outros segmentos musicais, como Raul
O processo educativo não-formal e informal no Hip Seixas e Chico Buarque, sendo que o último fez, inclu-
Hop gira em torno da criação de novos espaços e sive, uma música cujo título é “Baioque”, ou seja, uma
modos de existir do devir negro na sociedade brasi- mescla do baião e do rock.
leira, auxiliando na construção de uma nova visão De maneira geral, as danças folclóricas resultam
do afro-descendente, como protagonista de ações em uma forma de expressar de um povo que, por meio
propositivas que contribuam para soluções dos pro- delas, reforça suas identidades, expõe suas realidades
blemas de nossa sociedade ou para transformação
e, claro, pratica-as por lazer. Assim, por fazerem parte
da ordem social. (GOMES; PONTAROLO, 2009, p. 4)
da cultura popular, preservar tais danças é fundamen-
tal para que futuras gerações possam conhecê-las.
Danças Folclóricas no Brasil

As danças folclóricas estão presentes em diversos


Se liga!
lugares do mundo e estão fortemente ligadas a costu-
mes, religiões, lendas e histórias desses lugares. O Brasil é muito rico quanto a danças folclóri-
Em primeiro lugar, em um contexto latino-ameri- cas. Por isso, anote algumas delas para que as
cano, podemos citar a cueca, dança típica chilena na conheça como estudo extra: coco, congada, cati-
qual um casal dança simula galanteios e sedução, uti- ra, maracatu, ciranda e frevo.
lizando um lenço sobre a cabeça ou nas costas. Muitos
associam essa dança chilena, inclusive, ao acasala-
mento de um galo e uma galinha. O Funk
Originalmente, a cueca era praticada pela classe
trabalhadora chilena, até que, no regime ditatorial de O funk, na contemporaneidade, é uma das maiores
Pinochet, foi incorporada como símbolo do regime, expressões corporais/de dança entre os jovens brasi-
fato que posteriormente foi reivindicado, a fim de que leiros. O ritmo conta hoje com representantes brasi-
a dança pudesse ter de volta sua origem popular e não leiros que possuem notoriedade internacional, sendo,
mais ser associada aos terríveis anos ditatoriais chile- inclusive, premiados no exterior. Apesar da relevante
nos. A cueca chilena, vale lembrar, é fruto da mescla glamorização do funk nos dias atuais, ainda há forte
4
-2

de muitas culturas, fato que reforça a miscigenação e preconceito com suas músicas, danças e representan-
13

o multiculturalismo latino-americano. tes. Retomemos um pouco da história do funk.


.7

No Brasil, a formação das danças folclóricas não foi A chegada do funk no Brasil aconteceu na década
28

diferente. A mescla de culturas africanas, europeias e indí- de 1970 e, durante muito tempo, ainda reproduzia
.8

genas forma a base da construção folclórica brasileira. letras e batidas muito parecidas com as de seu país de
18

Comecemos com uma das mais conhecidas, a qua- origem, os Estados Unidos. Somente depois de algum
-0

drilha. Presente nas festas juninas em todo o Brasil, a tempo DJs e MCs brasileiros passaram a criar letras e
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quadrilha teve sua origem com a aristocracia france- batidas que depois caracterizaram a batida do funk
lm

sa e chegou ao Brasil por meio do colonialismo. Como brasileiro, criando, assim, sua identidade. DJ Marlbo-
gi

toda mescla cultural, a quadrilha também sofreu ro, um dos maiores representantes do funk no Brasil,
mudanças ao se popularizar entre os brasileiros. As
ar

foi um dos responsáveis, na época, pela popularização


lm

vestimentas passaram a ser típicas dos sertanejos, e consolidação do funk nacional.


podendo variar em cada região; além disso, a maquia-
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Atualmente, o funk possui tamanha relevância


gem também é uma caracterização muito importante. no Brasil que foi utilizado, inclusive, como forma de
Geralmente, nas quadrilhas, há algumas persona- incentivo à vacinação contra a Covid-19. Na campa-
gens principais que no final da dança encenarão um nha, idealizada pelo Instituto Butantan, MC Fiote fez
casamento. Na dança, os noivos comumente são os uma releitura de sua música “Bum Bum Tam Tam”,
primeiros da fila e guiam o restante dos pares. Por ter incentivando a população brasileira a se vacinar.
tido origem francesa, os passos da quadrilha sofreram Quanto ao poder de convencimento que o MC e sua
um “aportuguesamento” e passaram a ter uma grafia música poderiam ter, o funkeiro disse ao Portal G1:
brasileira inspirada nos fonemas da língua francesa.
Outra dança folclórica brasileira que vale a pena Acho que a minha música, o funk, conversa muito
destacar é o baião. Além de ser um ritmo de dança, com a comunidade. Por meio dessa nova versão e
o baião é também um ritmo musical que se desenvol- do clipe a gente vai conseguir passar a mensagem
veu especialmente na região nordeste brasileira. Uti- e eles vão se conscientizar de que a solução para a
lizando-se de instrumentos típicos da região, como o gente é se vacinar.1

1 MC Fioti lança clipe de nova versão de ‘Bum bum tam tam’ em homenagem à vacina CoronaVac. G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-ar-
128 te/musica/noticia/2021/01/23/mc-fioti-lanca-clipe-de-bum-bum-tam-tam-em-homenagem-a-vacina-coronavac.ghtml. Acesso em: 30 jan. 2023.
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A fala do MC reforça como a dança e a expres- Dessa maneira, os encarcerados estabelecem entre
são do funk representam e influenciam a população si noções de respeito e de outros valores importantís-
jovem brasileira e, quiçá, demais faixas etárias. simos para a ressocialização e para a futura volta à
Em se tratando especificamente da dança do funk, vivência na sociedade. Além disso, o esporte pode ser
ela geralmente carrega muita sensualidade, malemo- almejado por eles para um futuro profissional, abran-
lência dos quadris, especialmente entre as mulheres. gendo também questões profissionalizantes referen-
Porém, as coreografias também são muito caracte- tes à sociabilização.
rísticas nas diferentes vertentes do funk. Uma delas,
a “Dança do Passinho”, bastante popular no Rio de A Questão de Gênero e dos Deficientes Físicos nos
Janeiro, tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial da Esportes
cidade, por meio de um projeto de lei aprovado em
2018. Os passinhos do funk diferenciam-se de região A questão de gênero nos esportes, assim como em
para região, sendo o funk carioca o mais reconhecido outras esferas sociais, é complexa e necessita de aten-
em todo o Brasil. ção. Muitos são os debates que permeiam essa temá-
Por trazer em seus temas de músicas e nas danças tica, sendo uma delas a questão salarial. No futebol,
situações de violência, de liberdade sexual, de osten- esporte que recebeu certa glamorização por conta
tação, entre outras, o funk é, muitas vezes, malvisto de altos salários dos jogadores famosos, as mulheres
por algumas camadas sociais brasileiras, ainda que seguem ganhando salários inferiores aos dos homens.
cada vez mais esteja popularizado em diversas fes- Em outros esportes, a sexualização das mulheres
tas e situações, o que traz a contradição quanto a sua tem sido debatida. Os uniformes das atletas tendem a
recusa. sexualizá-las, como acontece no vôlei de praia, espor-
Ademais, a vertente pop do funk levou nomes te no qual o uniforme das mulheres é um biquíni. O
como da cantora Anitta a um patamar internacional questionamento foi levantado durante as Olimpíadas
nunca alcançado por esse ritmo, resultando, inclusi- de Tóquio, 2021, quando a atleta Carol Solberg ques-
ve, em uma mescla intercultural com outros países tionou “Por que jogar de biquíni ainda é obrigatório?”.
latino-americanos e seus ritmos, como o reggaeton. Contudo, não apenas no vôlei de praia as mulhe-
res passam por sexualização com seus uniformes.
RECONHECER A LINGUAGEM CORPORAL COMO Na ginástica é muito comum que as atletas utilizem
MEIO DE INTERAÇÃO SOCIAL, CONSIDERANDO OS maiôs cavados. Mas não foi o que fizeram as compe-
LIMITES DE DESEMPENHO E AS ALTERNATIVAS DE tidoras alemãs nas Olimpíadas de 2020, já que, como
ADAPTAÇÃO PARA DIFERENTES INDIVÍDUOS forma de protesto contra a pornografia, escolheram
fazer suas acrobacias de calça legging.
Nesta última seção, analisaremos as diferentes for- É fato que os questionamentos relacionados ao
mas como o esporte, a dança ou qualquer expressão respeito e à igualdade de gênero têm ganhado força
corporal podem estar inseridos em diferentes contex- nos últimos anos. Por isso, é importante que os estu-
tos sociais. Além disso, para enriquecer este debate, dantes estejam sempre atentos a esse tema de atuali-
trataremos da questão de gênero nos esportes. dades que pode, sem dúvidas, ser abordado no Enem
e em outros vestibulares.
Todavia, em se tratando de minorias e de reivin-
4

Esportes nos Presídios


-2

dicação dos direitos, as PCD (Pessoas Com Deficiên-


13

A ressocialização do indivíduo que se encontra cia) tiveram uma conquista histórica na criação das
.7

em cárcere pode acontecer de diversas formas. A Paraolimpíadas, por exemplo. Criados inicialmente
28

educação e o esporte são exemplos disso. Como já com o intuito de promover uma maior qualidade e
.8

longevidade vital, os Jogos Paraolímpicos são hoje a


18

afirmando anteriormente, a prática de esportes tem


maior expressão de inclusão dos deficientes físicos
-0

o potencial de mudar a vida, a conduta e a vivência


social de quem os pratica. Dessa forma, com os deten- nos esportes. O incentivo aos esportes paraolímpicos
ar

tos não seria diferente. pode nascer nas escolas, promovendo, inclusive, a
lm

Vale ressaltar que a prática esportiva favorece, integração dos portadores de deficiência nas aulas de
gi

educação física.
inclusive, as relações interpessoais dentro dos pre-
ar

Além das modalidades olímpicas, outros esportes


sídios, considerando que o esporte promove, entre
lm

são praticados regionalmente no Brasil e possuem


outras coisas, o respeito à diversidade. A afirma-
gi

suas próprias seleções, como é o caso da seleção de


ção anterior pode ser reforçada com as palavras de
vôlei dos surdos. Há também, enfim, diversas formas
Moraes, Moraes e Ramos (2014):
de inclusão promovidas com o uso da tecnologia, ati-
tudes que, aos poucos, moldam uma sociedade iguali-
Importante destacar, que por serem retirados do
convívio familiar, muitos adotam um regime de vida tária e inclusiva.
EDUCAÇÃO FÍSICA

solitária obrigatória durante muitos anos, ou cons- Segue a indicação de um livro infanto-juvenil que
tituem novos “laços familiares”, estabelecendo ami- trata da vida e obra da jogadora futebolística Marta,
zades, ou simplesmente aderem a um estilo de vida eleita por diversas vezes a melhor do mundo.
individualista, que não condiz com as exigências da Marta: a menina que descobriu o futebol brasileiro
vida em sociedade. Por esse motivo, acredita-se que (2021). Autoras: Daiana Targino e Williana Fernandes.
a oferta de esportes e de atividades físicas coletivas Sinopse: livro infanto-juvenil que conta a traje-
pode ajudar a cultivar o espírito de lealdade, fideli- tória de Marta, nascida em Alagoas, que foi eleita a
dade e solidariedade entre a população de encarce- melhor jogadora de futebol do mundo por várias
rados. (MORAES; MORAES; RAMOS, 2014, p. 7) vezes. A obra é ilustrada por Williana Fernandes, que
também assina a capa, em desenhos coloridos impres-
sos em papel couchê. 129
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O Racismo no Esporte e a Democracia Racial A obra, da década de 1960, pertencente ao movimento
artístico Pop Art, explora a beleza e a sensualidade do
Uma das características mais marcantes dos espor- corpo feminino em uma situação de divertimento. His-
tes, principalmente dos esportes coletivos, como fute- toricamente, a sociedade inventou e continua reinven-
bol e vôlei, é a possibilidade de união entre povos e tando o corpo como objeto de intervenções sociais,
raças, tornando-se um campo fértil para discussões e buscando atender aos valores e costumes de cada
campanhas de conscientização sobre o tema. época.
No entanto, ainda que seja clara a potencialidade
dos esportes no combate ao racismo, hoje em dia ain- Na reprodução desses preceitos, a erotização do cor-
da encontramos, com grande frequência, episódios po feminino tem sido constituída pela:
racistas tanto dentro dos campos e quadras, quanto
no meio da torcida, sendo que esses episódios não se a) realização de exercícios físicos sistemáticos e
limitam ao espaço destinado às torcidas físicas, mas excessivos.
que também transbordam para as ruas e redes sociais. b) utilização de medicamentos e produtos estéticos.
O racismo no meio esportivo acontece há mui- c) educação do gesto, da vontade e do comportamento.
to tempo, e no Brasil a história do esporte marca as d) construção de espaços para vivência de práticas
origens de grandes clubes brasileiros. Muitos desses corporais.
clubes eram formados pela elite social brasileira, e) promoção de novas experiências de movimento huma-
excluindo camadas mais pobres da população. no no lazer.
Essa característica expõe o mito da democracia
racial no esporte, um conceito que nega que exista Como apresentado no texto anterior à questão,
racismo no Brasil. Esse conceito, muito discutido hoje condutas e comportamentos são construídos
em dia e também ao longo dos anos, representado por socialmente de modo a que ditem a forma como os
grandes vozes da defesa dos direitos étnico-raciais, é indivíduos são vistos na sociedade. Ainda que de
um mito que prega a existência da igualdade racial forma machista, ao longo dos anos o corpo femi-
no país. nino tem sido tratado com erotização, ditando for-
Um dos primeiros times brasileiros a se originar mas de comportamento, gestos e vontades como o
das camadas mais populares da sociedade, o Club de padrão. Resposta: Letra C.
Regatas Vasco da Gama, quebra essa hegemonia dos
brancos e ricos no futebol, apresentando um futebol 2. (ENEM — 2021) O solo A morte do cisne, criado em
1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da música
que se opunha em pé de igualdade aos times de elite
do compositor francês Camille Santi-Saens, retrata o
da época, sendo vencedor de campeonatos também
último voo de um cisne antes de morrer. Na versão
disputados por essa elite. Durante os anos o clube
original, uma bailarina com figurino impecavelmente
mostrou-se oposição às práticas racistas, ainda que
branco e na ponta dos pés interpreta toda a agonia
mascaradas, tanto dentro quanto fora dos campos,
da ave se debatendo até desfalecer. Em 2012, John
tornando-se um arauto da luta antirracista no futebol.
Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São
Se quiser saber um pouco mais sobre o mito da
Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um
democracia racial, você pode encontrar muitas infor-
4

novo jeito de dançar a coreografia imortalizada pela


-2

mações importantes no livro “O genocídio do negro


bailarina Anna Pavlova. No lugar de um colã e das
13

brasileiro: processo de um racismo mascarado”, por


sapatilhas, vestiu calça jeans, camiseta e tênis. Em
.7

Abdias do Nascimento.
vez de balé, trouxe o estilo popping da street dance.
28

Sua apresentação inovadora de A morte do cisne, que


.8

foi ao ar no programa Se ela dança, eu danço, virou hit


18

EXERCÍCIOS COMENTADOS no YouTube.


-0
ar

Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. Acesso em: 18 jun.


lm

1. (ENEM — 2021) 2019 (adaptado).


gi
ar

A forma original de John Lennon da Silva reinterpretar


lm

a coreografia de A morte do cisne demonstra que


gi

a) a composição da coreografia foi influenciada pela


escolha do figurino.
b) a criação artística é beneficiada pelo encontro de mode-
los oriundos de diferentes realidades socioculturais.
c) a variação entre os modos de dançar uma mesma
música evidencia a hierarquia que marca manifesta-
ções artísticas.
d) a formação erudita, à qual o dançarino não teve aces-
so, resulta em artistas que só conhecem a estética da
arte popular.
LICHTENSTEIN, R. Garota com bola. Óleo sobre tela, 153 cm x 91,9 e) a interpretação, por homens, de coreografias original-
cm. Museu de Arte Moderna de Nova York, 1961. mente concebidas para mulheres exige uma adapta-
Disponível em: www.moma.org. Acesso em: 4 dez. 2018. ção complexa.

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A produção de John Lennon da Silva, ainda que G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/
baseada em uma obra clássica, une também carac- pop-arte/musica/noticia/2021/01/23/mc-fioti-lan-
terísticas marcantes do street dance. Diferentes rea- ca-clipe-de-bum-bum-tam-tam-em-homenagem-a-
lidades socioculturais beneficiaram a criação única -vacina-coronavac.ghtml. Acesso em: 30 jan. 2023.
de sua obra. Resposta: Letra B. MORAES, A. M.; MORAES, B. M.; RAMOS, V. M. A
prática da atividade física no presídio: o que pen-
3. (ENEM — 2022) A conquista da medalha de prata por sam os apenados? Caderno de Educação Física e
Rayssa Leal, no skate street nos Jogos Olímpicos, é Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 12, n. 1, p.
exemplo da representatividade feminina no esporte, 47-54, jan./jun. 2014. Disponível em: https://e-revis-
avalia a âncora do jornal da rede de televisão da CNN. ta.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/
A apresentadora, que também anda de skate, celebrou view/9794/8797. Acesso em: 30 jan. 2023.
a vitória da brasileira, que entrou para a história como REIS, E. J. B.; SOUZA, A. I. M. Danças folclóricas na
a atleta mais nova a subir num pódio defendendo o Educação Física: resgatando a cultura popular. In.
Brasil. “Essa representatividade do esporte nos Jogos O professor PDE e os desafios da escola pública
faz pensarmos que não temos que ficar nos encaixan- paranaense. Vol. 1. Governo do Estado de Paraná,
do em nenhum lugar. Posso gostar de passar notícia e, 2010. Disponível em:
mesmo assim, gostar de skate, subir montanha, mer- http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/
gulhar, andar de bike, fazer yoga. Temos que parar de cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_
ficar enquadrando as pessoas dentro de regras. A gen- fafipa_edfis_artigo_aparecida_ivonete_merenda_
te vive num padrão no qual a menina ganha boneca, souza.pdf. Acesso em: 30 jan. 2023.
mas por que também não fazer um esporte de aven- VEIGA, M. de F. C. da. O racismo no futebol e a
tura? Por que o homem pode se machucar, cair de joe- omissão das autoridades. Observatório da Discri-
lhos, e a menina tem que estar sempre lindinha dentro minação Racial no Futebol, 2023. Disponível em:
de um padrão? Acabamos limitando os talentos das https://observatorioracialfutebol.com.br/textos/
pessoas”, afirmou a jornalista, sobre a prática do skate visao-juridica/o-racismo-no-futebol-e-a-omissao-
por mulheres. -das-autoridades/. Acesso em: 30 jan. 2023.

Disponível em: www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 31 out. 2021


(adaptado).

RECONHECER A NECESSIDADE DE
O discurso da jornalista traz questionamentos sobre a
relação da conquista da skatista com a TRANSFORMAÇÃO DE HÁBITOS
CORPORAIS EM FUNÇÃO DAS
a) conciliação do jornalismo com a prática do skate. NECESSIDADES CINESTÉSICAS
b) inserção das mulheres na modalidade skate street.
c) desconstrução da noção do skate como modalidade Na contemporaneidade, sabemos que a movimen-
masculina. tação do corpo, aliada a uma alimentação saudável,
d) vanguarda de ser a atleta mais jovem a subir no pódio aumenta a expectativa e a qualidade de vida do indi-
olímpico. víduo. Durante a discussão sobre a Habilidade 10,
4

e) conquista de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio. refletiremos sobre a necessidade de movimentação
-2
13

dos nossos corpos e como questões sociais e econômi-


A jornalista, ao tecer seu comentário durante a cele- cas podem interferir no desenvolvimento dessas prá-
.7

bração da medalha de prata conquistada por Rays-


28

ticas de pessoa para pessoa.


sa Leal, enfatiza a necessidade urgente de superação
.8

Ademais, refletiremos sobre como o sedentarismo


de certos padrões sociais e enfoca, principalmente,
18

tem estado cada vez mais presente na sociedade, ten-


a desconstrução da prática do skate como modali-
-0

do em vista o avanço da tecnologia que, muitas vezes,


dade exclusivamente masculina. Resposta: Letra C. influencia na inércia dos seus usuários, inclusive das
ar

crianças.
lm

REFERÊNCIAS
gi

OS BENEFÍCIOS DO ESPORTE E OS PRIVILÉGIOS


ar

FERREIRA, N. V. C.; FRANCO, N. Evolução da dança DE QUEM O PRATICA


lm

no contexto histórico: aproximações iniciais com


gi

o tema. Repertório, Salvador, n. 26, p. 266-272, A importância da prática de esportes na vida dos
2016.1. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/ indivíduos é clara. Um atleta possui, comprovada-
index.php/revteatro/article/view/17476/11416. mente, maior tendência de respeito às diversidades,
Acesso em: 30 jan. 2023. disciplina, além de benefícios para a sua própria saú-
SANTOS, M. S.; GONÇALVES, V. O. Uso das redes de, o que reflete também no coletivo. Uma sociedade
EDUCAÇÃO FÍSICA

sociais, imagem corporal e influência da mídia em que incentiva o esporte certamente previne doenças e
acadêmicos dos cursos de educação física. Itinera- economiza, a longo prazo, gastos com remédios para
rius Reflectionis. Revista Eletrônica de Gradua- doenças crônicas e leitos de hospitais.
ção e Pós-Graduação em Educação, vol. 16, n. 03, Quando abrangemos o debate da relevância dos
2020. Disponível em: https://revistas.ufg.br/rir/arti- esportes para faixas etárias e recortes sociais específi-
cle/view/58815. Acesso em: 30 jan. 2023. cos, é possível perceber que na vida do jovem periféri-
HALL, S. A identidade cultural na pós-moderni- co, o esporte possui uma questão ainda mais benéfica.
dade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva; Guaciara Ao se dedicar aos esportes, o jovem se afasta do crime,
Lopes Louro. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014. o que mostra que o esporte pode ser considerado tam-
MC Fioti lança clipe de nova versão de ‘Bum bum bém um fator de redução das desigualdades sociais,
tam tam’ em homenagem à vacina CoronaVac. já que minimiza os riscos que uma criança, jovem ou 131
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
adolescente pode ter nas ruas, enquanto não pratica Mas nem tudo pode ser visto com maus olhos.
alguma atividade física, nem artística etc. Segundo os estudos de Silva e Lustosa (2020):
Quéfren Weld Cardozo Nogueira (2011) afirma
que: A inspiração fitness é uma tendência online criada
para motivar os usuários das redes sociais a um
As discussões sobre o papel do esporte em políticas estilo de vida mais saudável, proporcionando exer-
públicas para a juventude invocam uma concepção cício e alimentação. De acordo com estudo utiliza-
de cultura e participação como aspectos indispen- do por Lima (2016), as influenciadoras adeptas do
sáveis para enfrentar o problema da desigualdade
exercício físico são peças importantes no estilo de
social. Nesse sentido, não é mais possível perceber
vida de suas seguidoras, pois suas rotinas servem
o jovem como receptor de políticas públicas, mas
como fonte de motivação, e assim criam um vínculo
como agente capaz de mobilização e intervenção
social. (NOGUEIRA, 2011, p. 113) onde todas acabam se tornando do mesmo grupo
social. (SILVA; LUSTUOSA, 2020, p. 9)
Com as palavras de Nogueira (2011), nota-se que
o jovem, por meio do esporte, tem a possibilidade de Sendo assim, é possível que os influenciadores digi-
se engajar política e socialmente, além de um fator tais impactem de maneira positiva quanto ao incenti-
importante: o esporte estimula o almejo de grandes vo à prática de exercícios físicos, ainda que separar a
objetivos, possibilitando um projeto de futuro e de cultura da magreza ao incentivo dos exercícios deva
vida. Porém, nem sempre os cidadãos brasileiros pos- ser uma responsabilidade do próprio influenciador.
suem acesso e tempo hábil para a prática de esportes, Como resultado da cultura do corpo perfeito e
o que pode comprometer a saúde física e até mesmo da influência dos blogueiros, percebemos também
a saúde mental. no Brasil uma crescente no número de academias e
Foi-se a época na qual o esporte estava relacionado outros estabelecimentos de atividades físicas. Ainda
apenas à ideia do corpo perfeito. Hoje em dia, muitos que muitas vezes o objetivo seja alcançar um corpo
profissionais da saúde mental indicam a seus pacientes
magro dentro de um padrão específico, há benefícios
que pratiquem exercícios físicos, já que a liberação da
no aumento da procura por atividade física.
serotonina, por meio da prática de esportes, combina-
da a terapias medicamentosas, auxilia nos tratamentos
de ansiedade, depressão, entre outras doenças. SEDENTARISMO E SOCIEDADE TECNOLÓGICA
Por fim, a respeito dos debates inclusivos, o esporte
é um grande incentivador da inclusão de pessoas com Com o advento da tecnologia, os indivíduos pas-
deficiência nas práticas esportivas, como podemos saram a ficar cada vez mais sedentários. Isso porque
perceber nas Paraolimpíadas, que crescem a cada edi- os aparelhos eletrônicos incentivam a inércia de seus
ção, recebendo mais participantes e patrocinadores. usuários. Seja por motivos de trabalho ou lazer, os
Caso se interesse e queira se aprofundar no assun- aparelhos eletrônicos, especialmente os smartphones,
to, confira a sinopse do documentário “Paratodos” estão presentes na vida de muitos brasileiros.
(2016): o documentário mostra a trajetória, a vida e O fato é que as consequências de uma vida seden-
os desafios de atletas paraolímpicos, que fazem par- tária para crianças e adolescentes têm sido cada vez
4
-2

te das delegações brasileiras de natação, atletismo, mais comuns, agravando não apenas a saúde, mas a
13

canoagem e futebol, em fase de preparação para os vida social dessas pessoas que, muitas vezes, optam
.7

Jogos Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Dire- por não sair de casa, não interagir com amigos, para
28

ção: Marcelo Mesquita.


ficar jogando ou usando redes sociais.
.8
18

O sedentarismo é um sintoma comum de uma


ESTÉTICA E PADRÃO DE BELEZA NAS REDES
-0

sociedade na qual há soluções práticas para tudo.


SOCIAIS
Comidas prontas a um clique de chegar em casa, fil-
ar

mes em plataformas de streaming que não obrigam


lm

Na era das redes sociais e da grande exaltação do


o público a ir ao cinema, aplicativos de relaciona-
gi

corpo perfeito, é mister que essa discussão faça parte


mentos que permitem conhecer alguém sem precisar
ar

de um tópico específico deste material preparatório. É


lm

preciso separar a necessidade da atividade física dos sair de casa: esses são só alguns exemplos de como as
gi

perigos do incentivo a cirurgias e dietas perigosíssi- vidas foram moldadas para se adequar ao sedentaris-
mas que circulam na internet. mo atrativo e prático. Nadar contra a corrente é uma
Praticar exercícios, como vimos na seção anterior, árdua tarefa.
relaciona-se especialmente com a saúde física e men- Porém, nem todas as opções de jogos eletrôni-
tal, sendo a questão estética uma consequência dessa cos são sedentárias. Nesta seção, vamos mencionar
prática, especialmente porque cada corpo possui um um jogo específico que vem na contramão dos jogos
tipo de metabolismo e reage de diferentes formas a
que promovem a inércia, o Pokémon Go. O jogo, que
estímulos físicos.
ganhou diversos adeptos pelo mundo, de diferentes
Em contrapartida às questões de saúde, muitos
faixas etárias, incentiva caminhadas e a movimenta-
influenciadores digitais (nome atribuído a homens e
mulheres que possuem um número significativo de ção do corpo, trazendo benefícios àqueles que o uti-
seguidores e costumam postar dicas de comporta- lizam. Além das ações contra o sedentarismo, o jogo
mento, alimentação, consumo etc.) incentivam seus incentiva a participação em campanhas de responsa-
seguidores a fazer cirurgias de alto risco, a fim de bilidade social e tem ajudado pacientes diagnostica-
alcançar um padrão estético que, ao fim e ao cabo, é dos com fobia social.
132 inalcançável.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outros jogos possuem a mesma vertente que Poké- 2. (ENEM — 2022) Seis em cada dez pessoas com 15
mon Go, como Just Dance, Zumba Fitness e Beat Saber. anos ou mais não praticam esporte ou atividade física.
Isso mostra que as empresas responsáveis pela pro- São mais de 100 milhões de sedentários. Esses são
gramação desses aplicativos têm se preocupado com dados do estudo Práticas de esporte e atividade física,
a qualidade de vida dos usuários e com a responsabi- da Pnad 2015, realizado pelo IBGE. A falta de tempo e
lidade que os aplicativos carregam. Os benefícios de de interesse são os principais motivos apontados para
aplicativos dessa vertente perpassam desde a preven- o sedentarismo. Paralelamente, 73,3% das pessoas de
ção da obesidade infantil, de doenças crônicas a auxí- 15 anos ou mais afirmaram que o poder público deve-
lio de diminuição dos sintomas de doenças psíquicas. ria investir em esporte ou atividades físicas. Observou-
-se uma relação direta entre escolaridade e renda na
realização de esportes ou atividades físicas. Enquanto
Se liga! 17,3% das pessoas que não tinham instrução reali-
Como indicação para se aprofundar nas temáti- zavam diversas práticas corporais, esse percentual
cas de obesidade infantil, sedentarismo e alimen- chegava a 56,7% das pessoas com superior completo.
tação, sugerimos o filme “Muito além do peso” Entre as pessoas que têm práticas de esporte e ati-
(2012). Confira a sinopse a seguir: o documentá- vidade física regulares, o percentual de praticantes
rio “Muito além do peso” foi lançado em novem- ia de 31,1%, na classe sem rendimento, a 65,2%, na
bro de 2012, em um contexto de amplo debate classe de cinco salários mínimos ou mais. A falta de
sobre a qualidade da alimentação das crianças tempo foi mais declarada pela população adulta, com
e os efeitos da comunicação mercadológica de destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre os
adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi
alimentos dirigida a elas. O filme é fruto de uma
não gostarem ou não quererem. Já o principal motivo
longa trajetória da Maria Farinha e do Instituto
para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões de
Alana na sensibilização e mobilização da socie-
pessoas, foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar
dade sobre os problemas decorrentes do consu-
a qualidade de vida ou o bem-estar. A falta de instala-
mismo na infância. Direção: Estela Renner.
ção esportiva acessível ou nas proximidades foi um
motivo pouco citado, demonstrando que a não prática
estaria menos associada à infraestrutura disponível.

EXERCÍCIOS COMENTADOS Disponível em: www.esporte.gov.br. Acesso em: 9 ago. 2017


(adaptado).

1. (ENEM — 2020) Atualmente os jovens estão imersos


numa sociedade permeada pela tecnologia. Nesse con- Com base na pesquisa e em uma visão ampliada de
texto, os jogos digitais são artefatos muito empregados. saúde, para a prática regular de exercícios ter influên-
Videogames ativos ou exergames foram introduzidos cia significativa na saúde dos brasileiros, é necessário
como forma de permitir que o corpo controlasse tais o desenvolvimento de estratégias que
jogos. Como resultado, passaram a ser vistos como uma
ferramenta auxiliar na adoção de um estilo de vida menos a) promovam a melhoria da aptidão física da população,
4

sedentário, com efeitos positivos sobre a saúde. Tem-se dedicando-se mais tempo aos esportes.
-2

b) combatam o sedentarismo presente em parcela signi-


13

defendido que os exergames podem contribuir para a


prática regular de atividade física moderada, bem como ficativa da população no território nacional.
.7
28

promover a interação entre jogadores, reduzindo o senti- c) facilitem a adoção da prática de exercícios, com ações
.8

mento de isolamento social. Por outro lado, argumenta- relacionadas à educação e à distribuição de renda.
18

-se que os exergames não podem substituir a experiência d) auxiliem na construção de mais instalações esporti-
-0

real das práticas corporais, pois não motivam a longo pra- vas espaços adequados para a prática de atividades
zo a prática permanente de atividades físicas. físicas e esportes.
ar

e) estimulem o incentivo fiscal para a iniciativa privada


lm

FINCO, M. D.; REATEGUI, E. B.; ZARO, M. A. Laboratório de destinar verbas aos programas nacionais de promo-
gi

exergames: um espaço complementar para as aulas de educação


ção da saúde pelo esporte.
ar

física. Movimento, n. 3, 2015 (adaptado).


lm

De acordo com o texto de apoio, há uma relação


gi

Pela sua interatividade, os exergames apresentam-se


como possibilidade para estimular o(a) importante entre a prática de exercícios físicos e
fatores como educação e distribuição de renda. Des-
a) exercitação física, promovendo a saúde. ta forma, torna-se relevante a adoção de estratégias
b) vivência de exercícios físicos sistemáticos. que viabilizem a prática de exercícios físicos pela
EDUCAÇÃO FÍSICA

c) envolvimento com atividades físicas ao longo da vida. população brasileira. Resposta: Letra C.
d) jogo por meio de comandos fornecidos pelo
videogame. REFERÊNCIAS
e) disputa entre jogadores, contribuindo para o
individualismo. NOGUEIRA, Q. W. C. Esporte, desigualdade, juven-
tude e participação. Rev. Bras. Ciênc. Esporte,
Ainda que sejam apontados como um fator para a Florianópolis, v. 33, n. 1, p. 103-117, jan./mar. 2011.
não motivação a longo prazo de exercícios físicos, Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbce/a/cxB-
os exergames promovem a prática de exercícios físi- nGgp53PszmSGfQLsZXfK/?format=pdf&lang=pt.
cos, que auxiliam na promoção de saúde. Resposta: Acesso em: 30 jan. 2023.
Letra A. 133
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ANOTAÇÕES

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28
.8
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Um fato interessante é que a partir da metade do
século XX, Paris, e a França como um todo, deixam de
ser o centro cultural do mundo, passando os Estados
Unidos a ganhar o novo holofote da arte considerada

ARTES
contemporânea.
Existem muitos tipos de arte contemporânea e,
neste material, analisaremos alguns deles. Vejamos:

z Body Art: é o tipo de arte contemporânea que uti-


COMPREENDER A ARTE COMO SABER liza o corpo como suporte artístico. Desse modo,
arte e performance são indissociáveis e o corpo do
CULTURAL E ESTÉTICO GERADOR modelo, ou do próprio artista, serve de material
DE SIGNIFICAÇÃO E INTEGRADOR para a realização do trabalho. Muitas vezes, a Body
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNDO E DA Art pode servir como ato de protesto, como acon-
teceu em passeatas políticas com o movimento dos
PRÓPRIA IDENTIDADE Caras Pintadas contra o presidente Fernando Col-
lor de Melo.
A função da arte na sociedade é discutida há tem-
pos. O fato é que a arte não necessariamente necessita Veja, agora, um exemplo, com a artista cubana Ana
ter um sentido prático, mas sim ser interpretada por Mendieta:
seu conceito, intenção e contexto histórico. Na com-
petência 4 do Enem, espera-se que o estudante saiba
reconhecer e analisar as diferentes formas de arte no
meio social em que estão inseridas e como isso pode
se associar à identidade dos indivíduos.
Portanto, discutiremos a respeito do fazer artístico
em seu meio cultural, analisando a função da arte nes-
se contexto e o objetivo do artista ao fazê-la. No âmbi-
to nacional, discutiremos sobre artistas regionais em
diferentes linguagens artísticas, debatendo, assim, a
questão da identidade brasileira.
Além disso, serão debatidas as questões da beleza
e dos preconceitos que envolvem a arte. Tendo isso
em vista, encontraremos meios de se pensar como a
questão estética varia a depender de sua localidade
geográfica. Por fim, debater arte requer pensar na
diversidade, seja ela étnica, cultural ou de gênero. Imagem de Yagul1
Desse modo, perceberemos como a arte pode contri-
buir para o respeito às diferenças por meio do conhe- z Arte Povera: a Arte Povera, que em italiano quer
cimento das produções culturais de diversos grupos. dizer “Arte Pobre”, carrega esse nome principal-
4
-2

mente por utilizar materiais perecíveis e efême-


13

RECONHECER DIFERENTES FUNÇÕES DA ARTE, ros, ou seja, pobres enquanto qualidade e duração.
.7

DO TRABALHO DA PRODUÇÃO DOS ARTISTAS EM Esse tipo de arte possui características específicas
28

SEUS MEIOS CULTURAIS a depender de cada autor que deseja desenvolvê-


.8

-la, já que ele terá a escolha do material a ser uti-


18

Arte Contemporânea e Suas Funções lizado e a intenção por detrás disso. Por fim, vale
-0

ressaltar o questionamento ao consumismo vigen-


ar

A Arte Contemporânea tem como marcador tempo- te, ideia parecida com a Pop Art.
lm

ral o Pós-Segunda Guerra. A partir desse momento, a arte


gi

produzida passou a ter a necessidade de ser interpreta-


ar

da de uma maneira distinta: a estética da arte não era


lm

o mais importante, mas sim a intenção do artista. Além


gi

disso, os materiais das artes contemporâneas passaram a


ser mais inusitados, experimentando, inclusive, matéria
orgânica. A Arte Contemporânea transparece a neces-
sidade de fazer algo do seu tempo, que seja compatível
com a realidade social, política, estética e histórica do
momento em que é feita.
ARTES

Iglu2

1 MENDIETA, A.. Imagem de Yagul (da série Silueta), fotografia, 1973. Disponível em: https://www.latinxproject.nyu.edu/intervenxions/love-letter-
-to-ana-mendieta. Acesso em: 09 fev. 2023.
2 MERZ, M.. Iglu. Turim, Itália. Disponível em: https://static.todamateria.com.br/upload/54/f9/54f9f0c39c0e1-arte-povera.jpg. Acesso em: 09 fev. 2023. 135
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z Hiper-realismo: o hiper-realismo é um movimento
contemporâneo que pode fazer referência às ima-
gens de alta resolução ou até mesmo a esculturas
em tamanho fora do padrão (gigantescas, na maio-
ria das vezes), que mostram detalhes minuciosos do
corpo humano ou de qualquer outro objeto.

Couple Under an Umbrella3 Plataforma Espiral5

z Arte Cinética: a arte cinética surgiu com o inte- z Street Art: ou Arte de Rua, é uma das linguagens
resse de trazer uma arte em movimento, diferente artísticas do Hip Hop. Chegada dos Estados Unidos,
das artes estáticas que existiam até então (aquelas a cultura do Hip Hop ganhou espaço nas periferias
que ficam paradas em um museu enquanto são do Brasil, onde houve identificação com as mensa-
observadas). Nesse sentido, materiais que auxilia- gens de protesto de reafirmação da cultura negra,
vam na movimentação passaram a ser utilizados, além de ocorrer a concretização de uma Arte de
criando sensações tridimensionais e de ilusão de Rua com identidade brasileira. No Brasil, o Grafite,
que faz parte da Street Art, conta com Os Gêmeos
ótica. Lygia Clark é uma das grandes representan-
e Eduardo Kobra, que ganharam, inclusive, noto-
tes da Arte Cinética no Brasil.
riedade internacional. Além do Grafite, o Lambe-
-Lambe, o Stencil, os poemas urbanos (pichações
escritas que trazem reflexões) e os Sticker Art
fazem parte da paisagem urbana do Brasil, espe-
cialmente das metrópoles.
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0

Objetos Cinéticos4 do escultor grego Panagiotis Vasilakis “Takis”,


ar

em Paris
lm
gi

z Land Art: ou Arte Ambiental, é o nome dado à arte


ar

que se concentra especialmente em lugares aber-


lm

tos e acabam por fazer parte da paisagem, seja ela


gi

rural ou urbana. Assim como a Arte Povera, a Land


Art pode ser efêmera, já que está sujeita, muitas
vezes, a escoriações por questões climáticas ou
violações humanas. No Brasil, o museu Inhotim, Anne Frank6
em Brumadinho, destaca-se por suas obras de arte
contemporâneas e suas Land Arts. Por fim, a Arte z Performance: a Performance e o Happening são
Ambiental faz uma crítica ao consumismo, já que expressões de artes visuais. É importante men-
a natureza passa a ser a arte e o suporte ao mesmo cionar que há diferença entre elas, pois a perfor-
tempo, impedindo sua comercialização. mance não permite participação do público, já o
3 MUECK, R.. Couple Under an Umbrella. Paris, França, 2013. Disponível em: https://thingsworthdescribing.com/2013/05/14/ron-muecks-couple-
under-an-umbrella/. Acesso em: 09 fev. 2023.
4 VASILAKIS, P.. Objetos Cinéticos. Paris, França. Disponível em: http://arteporjovensvisoes.blogspot.com/2015/11/arte-cinetica.html. Acesso
em: 09 fev. 2023.
5 SMITHSON, R.. Plataforma Espiral. Utah, Estados Unidos. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/land-art/. Acesso em: 09 fev. 2023.
136 6 KOBRA, E.. Anne Frank. Amsterdã, Holanda. 2016. Disponível em: https://www.eduardokobra.com/projeto/27/anne-frank. Acesso em: 09 fev. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Happening, sim. A arte de performance pode asso- z Expressionismo: o Expressionismo foi um movi-
ciar diversas linguagens artísticas e não existe sem mento vanguardista do início do século XX, que
alguém para performá-la, ou seja, não é uma arte ocorreu no contexto da Primeira Grande Guerra.
de museu, mas uma arte de ação. Na maioria das Suas ideias, contrárias às do Impressionismo, tra-
vezes, a Performance serve para tirar o público de ziam visões obscuras da psique humana, cores for-
sua zona de conforto, fazendo com que ele reflita tes e movimentos ondulares nas obras de arte. O
sobre situações e questões humanas de maneira objetivo era expressar um sentimento e fazer com
inusitada. Flávio de Carvalho foi um dos precurso- que os espectadores tivessem diversas emoções
res da arte performática no Brasil. Já no exterior, ao observar a obra. A mais representativa tela do
podemos citar a japonesa Yoko Ono e a iugoslava Expressionismo é “O Grito”, de Edvard Munch;
Marina Abramović, considerada a “avó da arte z Fauvismo: o Fauvismo caracterizou-se como um
da performance”. movimento que valorizava, acima de tudo, o uso
das cores de forma expressiva. Além disso, as tin-
turas costumavam não ser misturadas na paleta,
formando, assim, pinturas com cores puras que,
eventualmente, misturavam-se na própria tela.
Outra característica muito relevante do Fauvismo
é a de que a escolha para representar a natureza,
objetos e seres humanos não era compatível com a
realidade, ou seja, as figuras eram representadas
com cores diferentes das que tinham, por exem-
plo, uma árvore de troncos vermelhos e folhas
roxas, seres humanos amarelos etc. O autor mais
relevante deste movimento é Henri Matisse, e sua
obra mais conhecida é “A Dança”. Vale lembrar
The Artist is Present7 que o nome Fauvismo vem de fauves (feras), esco-
lhido para representar os artistas que eram con-
siderados selvagens por experimentarem a arte
Se liga! dessa nova forma, muito distante dos clássicos;
z Cubismo: o Cubismo foi uma vanguarda europeia
Em uma época em que a internet desempenha representada, principalmente, por Pablo Picasso e
um papel fundamental na sociedade, é preciso Georges Braques. A obra inicial do movimento é
considerar que as artes eletrônicas ganham for- Les demoiselles d’Avignon, de Picasso. O artista pos-
ça e espaço. Nesse contexto, emerge a Web Art suía, claramente, referências de esculturas africa-
ou Internet Art, que é caracterizada pela interati- nas para construir suas pinturas cubistas. Além
vidade e pela hibridização entre o real e o virtual. da estética inspirada na arte africana, os cubistas
No Brasil, pode ser citado Gilbertto Padro como também se inspiravam nas formas geométricas e
um dos expoentes da Web Art. tinham como objetivo demonstrar seres e objetos
de maneira abstrata e tridimensional. O cubismo
4

dividiu-se em dois períodos: o Cubismo Analítico


-2

Vanguardas Europeias e o Cubismo Sintético. O primeiro se manifestou


13

pelo uso das cores monocromáticas e pela repre-


.7

Os movimentos de vanguarda europeia surgiram sentação tão desconstruída dos objetos que, para
28

no final do século XIX e início do século XX e tinham decifrá-los, era necessária muita observação, já
.8

como objetivo revolucionar a arte e abandonar o aca- que eram, de certa maneira, “despedaçados” em
18

demicismo, regras clássicas que limitavam o fazer formas geométricas. Já o Cubismo Sintético resga-
-0

artístico. Como o próprio nome sugere, tais vanguar- ta a forma mais perceptível das figuras, ainda que
ar

das surgiram em diversas regiões da Europa, algumas não se tornem exatamente figurativas. Ademais, o
lm

aconteceram concomitantemente, inspirando os artis- uso das cores fortes e a técnica de colagem estão
gi

tas a fazerem inovações na arte. Vale destacar que as presentes neste último período;
vanguardas foram as precursoras das artes modernas.
ar

z Futurismo: o “Manifesto Futurista”, escrito por


lm

Veja, a seguir, uma síntese das principais vanguardas Filippo Marinetti, inaugurou a vanguarda euro-
europeias: peia que valorizava o dinamismo e a movimenta-
gi

ção, seja nas pinturas ou nas esculturas. Como o


z Impressionismo: movimento propulsor das van- próprio nome sugere, o Futurismo se inspirou nas
guardas, o impressionismo tinha como caracterís- tecnologias e questões voltadas ao uso de máqui-
tica a expressão artística da impressão do artista nas e automação, o que o fazia romper com o pas-
sobre a realidade. Assim, contava com a valori- sado, rechaçando, inclusive, instituições como os
zação da luz natural e, consequentemente, com o museus. À parte à questão artística, vale ressaltar
registro das cores conforme a iluminação solar. O a polêmica ideológica envolvendo o Futurismo.
cotidiano era a representação mais comum nessa Por estar envolvido, especialmente, na Itália e por
escola, tendo composições inspiradas na fotogra- haver adeptos dentro do próprio movimento, o
ARTES

fia. As pinturas tinham contornos pouco nítidos, Futurismo foi e é relacionado ao Fascismo, já que
uma vez que a mistura das cores era realizada na esta foi sua base ideológica principal e o próprio
própria tela. Claude Monet foi o grande nome des- idealizador do “Manifesto Futurista” era apoiador
se movimento; de Mussolini e de uma estética que valorizava um
7 ABRAMOVIĆ, M.. The Artist is Present. Nova Iorque, Estados Unidos. 2010. Disponível em: https://razoesparaacreditar.com/wp-content/
uploads/2013/02/574747_547427631945059_517401338_n.jpg. Acesso em: 09 fev. 2023. 137
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
nacionalismo exagerado. Giacomo Balla, Umberto Veja, a seguir, um excerto da crítica do escritor:
Boccioni e Luigi Russolo são os principais repre-
sentantes das artes plásticas futuristas; Há duas espécies de artistas. Uma composta dos
z Surrealismo: assim como o Futurismo, o Surrea- que vêem normalmente as coisas e em consequên-
lismo estreou a partir de um manifesto. Desta vez, cia disso fazem arte pura, […]. A outra espécie é
escrito por André Breton, o documento oficiali- formada pelos que vêem anormalmente a natureza,
zou o que um grupo de artistas objetivava: uma e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a
estética que fugisse das compreensões racionais e sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá
e lá como furúnculos da cultura excessiva.8
que estivesse relacionada aos sonhos. No mesmo
contexto histórico, os estudos freudianos sobre a
Nessa crítica de Lobato, percebe-se como o autor
psicanálise serviram de inspiração teórica para
ainda se via preso às regras artísticas clássicas, con-
os surrealistas, especialmente por meio do livro
siderando as inspirações modernas de Anita como
“A interpretação dos sonhos”. Os artistas Salvador
rebeldia de quem via a natureza de forma distorcida.
Dalí, René Magritte e André Breton são os princi-
O fato é que, quando Monteiro Lobato defende uma
pais representantes do Surrealismo;
arte “pura”, posiciona-se contra a diversidade brasi-
z Dadaísmo: por fim, o Dadaísmo, o movimento
leira e a diversidade artística, contrariando tudo que
artístico de vanguarda que era contra a própria
dialogava com o modernismo que estava prestes a
arte, pregando uma estética que rompesse com
despontar no Brasil.
tudo que havia sido feito antes. Um dos objetivos
Passados alguns anos da polêmica exposição, entre
das obras dadaístas era fazer com o que o espec-
os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, acontece no Bra-
tador questionasse a áurea geralmente acompa-
sil o maior evento artístico de sua história: a Semana
nhada pelos artistas, mostrando-lhes criticamente
de Arte Moderna, ou Semana de 22. Agrupando diver-
que qualquer coisa que os artistas fizessem pode-
sas linguagens artísticas, como pintura, literatura e
ria ser considerada uma arte de boa qualidade.
música, vários artistas se reuniram com o propósito
Piero Manzoni, com a obra “Merda de Artista”,
de fazer no Brasil uma nova arte, inovando nos temas
exemplificou isso de maneira exemplar quando, e na modernidade. Boa parte da população brasilei-
segundo ele, preencheu latas de metal com suas ra ficou espantada com as inovações ali mostradas,
próprias fezes e as levou a uma exposição. Além visto que o Brasil vivia, até então, o Parnasianismo,
de Manzoni, Duchamp também foi um grande movimento academicista que seguia padrões estéticos
idealizador do Dadaísmo, quando criou a estética demasiadamente europeus e regrados.
chamada Ready Made (que significa algo já feito). Contudo, esse choque causado na população era
Com essa ideia, Duchamp passou a utilizar objetos exatamente a intenção dos seus idealizadores para,
industriais já feitos e dar-lhes um conceito de arte, enfim, demonstrar os objetivos desse evento: romper
promovendo uma reflexão sobre o consumismo e com o academicismo, trazer novas experimentações
o fazer artístico, e, ainda, questionando a utilida- na estética e mostrar as raízes do Brasil, como o folclo-
de de um objeto. Na literatura, Tristan Tzara foi o re, a música e o povo brasileiro. Alguns dos principais
maior representante do movimento. eventos ocorridos nessa semana foram:
4

Modernismo Brasileiro, Semana de 22 e Arquitetura z a leitura e discussão do texto “A emoção estética da


-2

Modernista
13

Arte Moderna”, de Graça Aranha;


.7

z a leitura de Menotti del Picchia do conto “Os


As vanguardas europeias, aos poucos, começaram
28

Sapos”, de Manuel Bandeira;


a influenciar movimentos modernistas na América.
.8

z a apresentação do músico Villa Lobos descalço em


18

No Brasil, a ânsia para se fazer uma arte nacional, que um dos pés que, depois, soube-se que era apenas
-0

ressaltasse o que era puramente brasileiro, começou a por um problema de calos.


despontar. Anita Malfatti foi uma das grandes pionei-
ar

ras deste movimento. Malfatti passou uma temporada


lm

Alguns dos principais artistas da Semana de 22 são:


de estudos na Europa e teve contatos pessoais impor- Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Graça Aranha,
gi

tantes, como com Marcel Duchamp. Após absorver e Menotti del Picchia, Villa Lobos, entre outros. Vale
ar

beber da fonte das vanguardas europeias, ela fez no lembrar que, ainda que seja uma artista modernista
lm

Brasil uma exposição que, antes mesmo da Semana de muito prestígio, Tarsila do Amaral não participou
gi

de 22, já trazia prévias do Modernismo brasileiro e de da Semana de Arte Moderna de 1922. Por fim, o even-
como alguns artistas encontrariam resistência para o to proporcionou no Brasil diversos desdobramentos,
seu desenvolvimento. como a origem de novos manifestos, dentre eles o
No ano de 1917, Malfatti organizou uma exposi- Movimento Pau-Brasil e o Movimento Antropofágico.
ção de suas obras que mostravam suas inspirações A arquitetura também ganhou traços modernistas
modernistas europeias. Anita dava ali um grande pas- no Brasil e seu maior representante é Oscar Nieme-
so do que viria a se tornar o Modernismo no Brasil e o yer. O arquiteto foi responsável por diversos projetos
lugar da arte brasileira no mundo. Contudo, apesar da importantes em nosso país, sendo o mais conhecido
relevância desta mostra, uma crítica específica mar- planejador do que viria a ser a nova capital nacional,
cou a história da arte moderna brasileira: a recusa e Brasília. Além disso, a pedido de Juscelino Kubitschek,
a acidez de Monteiro Lobato quanto à exposição da Niemeyer desenvolveu na capital mineira Belo Hori-
pintora. zonte o “Complexo da Pampulha”.

8 LOBATO, M.. A Propósito da Exposição Malfatti. O Estado de São Paulo, São Paulo, 20 de dezembro de 1917. Disponível em: http://www.mac.
138 usp.br/mac/templates/projetos/educativo/paranoia.html. Acesso em: 09 fev. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim, ao redor da lagoa homônima, Niemeyer pro- A Vênus de Willendorf é a mais conhecida repre-
jetou a Igreja de São Francisco e outras construções sentação feminina dos povos primitivos. A estatueta
que demonstram sua característica mais marcante: o retrata uma mulher sem muitos detalhes em sua cabe-
uso de concreto armado para o desenvolvimento das ça e seus membros. Em seu corpo, a maior atenção
curvas, que seriam a marca arquitetônica deste artista. concentra-se nos seios, quadril e barriga, mostrando
que a fertilidade feminina era muito importante na
ANALISAR AS DIVERSAS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS época, especialmente se pensarmos que a gravidez e a
COMO MEIO DE EXPLICAR DIFERENTES CULTURAS, fertilidade ainda eram mistérios em um momento em
PADRÕES DE BELEZA E PRECONCEITOS que a ciência não era desenvolvida.
A Vênus de Milo, por sua vez, representa o período
Padronagem Indígena e Arte Rupestre clássico da arte grega e os padrões de beleza da época:
corpo escultural, semblante harmonioso e pleno. Suas
A arte rupestre foi desenvolvida na Pré-História, vestes sugerem que podem cair a qualquer momen-
nos períodos Paleolítico e Neolítico. A datação das to, não fosse o movimento de seu joelho que segura
gravuras feitas nas cavernas nem sempre é precisa, o tecido.
mas, de qualquer forma, tais gravuras servem como
documento histórico para historiadores e demais
estudiosos que, por meio delas, analisam os hábitos e
condutas de vidas dos nossos antepassados.
As hipóteses que levantam os motivos pelos quais
os hominídeos, há milhares de anos, resolveram pintar
as paredes das cavernas são diversas. Uma delas é a de
que os desenhos eram feitos para preservar a memó-
ria do cotidiano e deixar o registro para a posterida-
de. Quanto aos materiais utilizados, havia pigmentos
naturais e sangue de animais, além do uso dos próprios
dedos para fazer os desenhos. As temáticas das artes
rupestres não eram muito variadas. Na maioria delas,
animais e seres humanos em grupos predominavam.
No Brasil, a arte rupestre desenvolveu-se em uma
expectativa de 3 até 10 mil anos atrás. O Parque Nacio-
nal da Serra da Capivara é o principal sítio arqueológi-
co brasileiro, além de ser considerado um Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO. Niéde Guidon é
uma pesquisadora brasileira que desenvolveu hipóteses
sobre a chegada dos primeiros homens até o continente
americano, além de ser uma grande defensora da pre-
servação do sítio arqueológico da Serra da Capivara.
As pinturas rupestres não foram as únicas formas Vênus de Milo (100 a.C.)
de arte desenvolvidas pelos povos primitivos. A arqui-
4
-2

tetura e, especialmente, a escultura, também tiveram Chegamos ao Renascimento e, com ele, mais um
13

seus lugares. Os objetos de escultura, segundo hipóteses, padrão de beleza. Longos cabelos, pudor ao cobrir as
.7

eram utilizados para rituais religiosos e como amuletos partes íntimas e a alegoria da primavera, tudo isso
28

sagrados. Já a arquitetura, bastante simplificada, tra- representa o ideal feminino renascentista. Ademais,
.8

tava-se de construções megalíticas ou de dólmens, que a fertilidade feminina pode ser analisada pela concha
18

também poderiam ser utilizados para fins religiosos. que carrega a simbologia do feminino. Um fato inte-
-0

ressante é que, atualmente, é muito comum a exis-


ar

Análises das Vênus tência de pastiches e releituras desta obra, trazendo a


lm

diversidade da beleza feminina.


gi

Desde a Pré-História, os indivíduos tendem a repre-


sentar a figura feminina de diferentes formas. O fato é
ar

que as representações sempre mostram uma idealiza-


lm

ção de padrão de beleza à sua época. Nesta seção, fare-


gi

mos uma análise de três Vênus (nome utilizado para a


representação feminina na arte e que faz referência à
deusa romana) e seus contextos históricos.
ARTES

O Nascimento de Vênus (Sandro Botticelli; 1445-1510)

Vênus de Willendorf (28.000 a.C — 25.000 a. C) 139


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RECONHECER O VALOR DA DIVERSIDADE cidades preservam características do período colonial
ARTÍSTICA E DAS INTER-RELAÇÕES DE nas ruas e na arquitetura de seus espaços urbanos.
ELEMENTOS QUE SE APRESENTAM NAS Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi o maior
MANIFESTAÇÕES DE VÁRIOS GRUPOS SOCIAIS E escultor do período barroco. Utilizando-se da pedra-sa-
ÉTNICOS bão como principal matéria-prima, facilmente encontra-
da na região de Ouro Preto, criou diversas esculturas e
Discussão entre o Popular e o Erudito fachadas das principais igrejas barrocas no Brasil, valen-
do-se também da técnica de entalhe em madeira. O artis-
De uma maneira geral, a arte pode ser dividida, em ta carrega o apelido pejorativo de Aleijadinho por uma
cultura popular, erudita e de massa, segundo os estudos doença degenerativa que, ao longo de sua vida, prejudi-
de Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno, ou somente cou-lhe as mãos e os pés, fazendo com que ele não tivesse
Adorno, como é conhecido. Esse teórico alemão do sécu- mais a desenvoltura e habilidade com os membros.
lo XX apresentou reflexões profundas sobre o poder da Assim como no Barroco europeu, a dualidade tam-
cultura e o consumo em massa, cunhando o termo Kultu- bém se fez presente no Brasil. No caso de Aleijadinho,
rindustrie, traduzido ao português como “indústria cultu- pode-se pensar na dualidade razão x religião, a primeira
ral”. Nesta seção, comentaremos um pouco sobre a arte
pelo realismo de suas obras e a segunda pela temática
erudita, a arte popular e a cultura de massa.
religiosa sempre presente em suas obras. Mestre Ataíde
A arte erudita tem como base a arte feita a partir de
foi outro artista de destaque no período barroco nacio-
estudos acadêmicos, ou seja, ela exige um estudo formal
nal, mas na pintura. Como no Brasil o Barroco e o Roco-
sobre determinado assunto. Até mesmo os locais onde
có se fundiram, nas obras de Ataíde pode-se perceber a
este tipo de arte é consumido são específicos, já que para
ter acesso a ela é necessário, na maioria das vezes, um leveza que o autor trouxe do último, deixando de lado o
poder financeiro, limitando, assim, seu acesso. Alguns exagero ornamental do Barroco.
exemplos de arte erudita são orquestras, artes expostas Por fim, é preciso ressaltar que as igrejas barrocas
em museus de arte erudita, como é o caso do Louvre, não se concentraram apenas no estado mineiro. Na Bah-
peças teatrais (exceto as populares), literatura erudita ia, a Igreja e Convento de São Francisco, na capital Salva-
etc. Em suma, a arte erudita exige preparação, estudo e dor, é, hoje, a igreja com maior concentração de ouro de
conhecimento de história da arte. todo o Brasil. De maneira geral, o Nordeste também pos-
Já a arte popular refere-se à produção artística reali- sui um número considerado de igrejas barrocas, ainda
zada por meio de uma sabedoria passada entre gerações. que a maior concentração seja em Minas Gerais.
No Brasil, por exemplo, a arte popular pode ser percebi-
da nas músicas caipiras, nas danças regionalistas e tra- Arte Regionalista e Almeida Júnior
dições religiosas. Diferentemente da arte erudita, a arte
popular não exige estudo prévio e é comumente feita a Partindo do conhecimento adquirido na seção
partir de conhecimentos empíricos. A arte popular exige anterior, veremos alguns tipos de arte popular no Bra-
conhecimento e prática. Um grande exemplo é a Música sil e dois artistas que se dedicaram a elas, ao menos
Popular Brasileira (MPB), que possui qualidade seme- na sua temática. É perceptível que na arte popular a
lhante à arte erudita, com a diferença de ter no povo e questão identitária é um fator importante a ser ana-
nos acontecimentos sociais suas maiores inspirações. lisado. Como a arte popular representa a cultura de
4

Por fim, é preciso compreender a cultura de mas- um povo, é comum que os artistas populares suscitem
-2

sa, a qual abrange uma arte cujo objetivo é, sobretudo,


13

identificações de pessoas que tenham vivências pare-


comercial. Trata-se de uma arte efêmera e geralmen-
.7

cidas, ou seja, histórias de vida que se assemelham à


te padronizada, que chega à maioria da população.
28

arte feita por eles.


O rádio, a televisão, o sertanejo universitário e até
.8

Mestre Vitalino, pernambucano de Caruaru, revo-


18

mesmo figuras pop que ficaram conhecidas no mun- lucionou a arte do barro no Brasil. Vitalino teve con-
do todo podem ser consideradas como arte de mas-
-0

tato com essa matéria-prima por meio de sua mãe,


sa. A produção em massa não ocorre apenas na arte, uma artesã que fazia panelas de barro. Desse modo,
ar

pode-se pensar também nas roupas padronizadas que


lm

o filho passou a infância brincando de modelar com


ditam a moda a cada ano. Vale ressaltar que a análi-
as sobras do barro que a mãe usava, não sabendo que
gi

se dos três tipos de cultura não deve possuir juízo de


se tornaria depois o maior artista de barro do Brasil.
ar

valor, visto que não há uma cultura/arte melhor, nem


Já na vida adulta, Vitalino começa a fazer arte em
lm

pior.
barro para vender nas feiras de Caruaru. A temática
gi

de suas esculturas fazia referência aos animais e aos


Barroco em Minas Gerais
costumes culturais de sua região, além de representar
No Brasil, o Barroco desenvolveu-se no Período Colo- figuras conhecidas do cangaço, como Maria Bonita e
nial, principalmente no estado de Minas Gerais. Neste Lampião, e músicos como o trio nordestino.
momento, a cana-de-açúcar e o ouro eram as principais Além disso, Vitalino passou a retratar outras
fontes econômicas do país, fruto de mão de obra escrava vivências típicas da região, como a migração, assim
dos indígenas e africanos. Por ser colônia de Portugal e como temas triviais e cotidianos, por exemplo, enter-
receber muita influência dos europeus, o Brasil recebe a ros, casamentos, trabalhadores em geral etc. A vida de
estética barroca, a qual se desenvolve especialmente nas Vitalino começou a mudar depois da “Exposição de
igrejas católicas, religião dos colonizadores. Cerâmica Popular Pernambucana”, no Rio de Janeiro.
Devido a sua abundância, o ouro passou a ser maté- O evento fez com que o pernambucano passasse a ser
ria-prima de muitas esculturas barrocas. As cidades de conhecido em todo o território nacional e, posterior-
Ouro Preto, Tiradentes, Congonhas e São João del Rei são mente, no exterior, quando participou da exposição
destaques de locais onde mais se desenvolveram a arqui- “Arte Primitiva e Moderna Brasileiras”, em Neuchâtel,
140 tetura, a escultura e a pintura barroca. Até hoje, essas na Suíça.
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Vitalino imortalizou um jeito de se fazer artesana- autoria, dos direitos autorais, da reprodução e inter-
to e, especialmente, de retratar o Sertão Nordestino venção não autorizadas, entre outras questões”. Já
por meio do barro, que até hoje é o sustento de muitos segundo a professora Yacy-Ara Froner, o uso de fer-
artistas que continuam reproduzindo sua técnica e ramentas tecnológicas não pode ser visto como um
vendendo nas feiras de arte de Caruaru. fim em si mesmo. Isso porque computadores, sam-
plers, programas de imersão, internet e intranet, vídeo,
televisão, rádio, GPD etc. são apenas suportes com os
quais os artistas exercem sua imaginação.

SILVA JR., M. G.. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências, n. 52,
dez.-fev. 2013 (adaptado).

Segundo os autores citados no texto, a expansão de


possibilidades no campo das manifestações artísti-
cas promovida pela internet pode pôr em risco o(a)

a) sucesso dos artistas.


b) valorização dos suportes.
c) proteção da produção estética.
d) modo de distribuição de obras.
Os Retirantes (Mestre Vitalino — arte em cerâmica; 1960) e) compartilhamento das obras artísticas.

Diferentemente de Mestre Vitalino, Almeida Júnior Esta questão é de Interpretação de Texto que traz a
foi um pintor que teve formação erudita nos estudos temática “Web Art”. Os autores do texto avaliam e
das artes. Formado na AIBA (Academia Imperial de questionam a respeito da internet, da autoria e da
Belas Artes), Almeida Júnior, em muitas de suas pintu- reprodução. Pois, não é possível garantir os direitos
ras, experimentou retratar a figura do caipira mineiro autorais da produção estética. Resposta: Letra: C.
e do interior de São Paulo, deixando sua marca na arte
regionalista brasileira. Uma de suas obras mais famo- 2. (ENEM — 2022)
sas é “O caipira picando fumo”; nela o autor retrata de
maneira realista o caipira em um momento cotidia-
no, sem ser caricato nem estereotipado, ressaltando a
TEXTO I
identidade brasileira do Sertão. 4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar

JUDD, D.. Sem título. 1969.


lm

O Caipira Picando Fumo (Almeida Júnior, 1893) Disponível em: https://dasartes.com.br. Acesso em: 16 jun. 2022.
gi

TEXTO II

EXERCÍCIOS COMENTADOS Embora não fosse um grupo ou um movimento


organizado, o Minimalismo foi um dos muitos rótu-
1. (ENEM — 2022) Ciente de que, no campo da criação, los  (incluindo estruturas primárias, objetos unitários,
as inovações tecnológicas abrem amplo leque de arte ABC e Cool Art) aplicados pelos críticos para des-
possibilidades — ao permitir, e mesmo estimular, que crever  estruturas aparentemente simples que alguns
o artista explore a fundo, em seu processo criativo, artistas  estavam criando. Quando a arte minimalista
questões como a aleatoriedade, o acaso, a não linea- começou a  surgir, muitos críticos e um público opi-
ARTES

ridade e a hipermídia —, Leo Cunha comenta que, no nativo julgaram-na  fria, anônima e imperdoável. Os
que tange ao campo da divulgação, as alternativas são materiais industriais  pré-fabricados frequentemente
ainda mais evidentes: “Afinal, é imensa a capacidade usados não pareciam “arte”.
de reprodução, multiplicação e compartilhamento das
obras artísticas/culturais. Ao mesmo tempo, ganham DEMPSEY, A.. Estilos, escolhas e movimentos. São Paulo: Cosac &
dimensão os dilemas envolvidos com a questão da Naify, 2003 (adaptado). 141
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De acordo com os textos I e II, compreende-se que a primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta
obra minimalista é uma montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao
transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista
a) representação da simplicidade pelo artista. realiza uma crítica radical ao sistema da arte.
b) exploração da técnica da escultura cubista.
c) valorização do cotidiano por meio da geometria. Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016
(adaptado).
d) utilização da complexidade dos elementos formais.
e) combinação de formas sintéticas no espaço utilizado.
A instalação In absentia propõe um diálogo com o
ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que
O “Texto 2” já traz o conceito de Minimalismo, que é,
também, uma forma prática e experimental que sur-
a) as formas de criticar obras do passado se repetem.
ge em resposta às limitações notadas no Modernismo.
b) a recorrência de temas marca a arte do final do século
Incialmente, vale destacar que, o aluno pode excluir
XX.
as alterativas “b” e “d”, pois, para ser uma técnica
c) as criações desmistificam os valores estéticos
da escultura era preciso que a arte analisada (Texto
estabelecidos.
1) fosse emblemática, ou seja, criasse uma figura que
d) o distanciamento temporal permite a transformação
pudéssemos identificar – um desenho de algo, por
dos referenciais estéticos.
exemplo. Já a letra “d”, a exclusão se dá devido ao fato
e) o objeto ausente sugere a degradação da forma supe-
de não ser algo “complexo”, ou seja, é algo minima-
rando o modelo artístico.
lista, simples. Neste ponto, podemos voltar a questão
“a”, que embora esteja certa sobre ser a “simplicidade
Primeiramente, vamos lembrar que, Marcel
do artista”, está errado o conceito de “representação”,
Duchamp é um grande nome do Dadaísmo, ou seja,
pois, é uma obra simples, mas não a representação da
um movimento de negação, “antiarte”. Ao analisar
simplicidade. Analisando a alternativa “c”, podemos os dois textos, embora as instalações sejam marca-
entender que também está errada, uma vez que, não das por épocas diferentes, momentos e artistas dis-
há a valorização do cotidiano. Portanto, a correta é a tintos, podemos verificar que há um diálogo entre
combinação de formas sintéticas no espaço utilizado. elas. Este se dá pela ruptura dos valores estéticos
Resposta: Letra E. estabelecidos, uma vez que, o Texto 1 traz justa-
mente esta sensação de “ausência”, tão presente no
3. (ENEM — 2022) Dadaísmo de Duchamp. Resposta: Letra C.

TEXTO I 4. (ENEM — 2022)

TEXTO I
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

EL GRECO, L.. Óleo sobre tela, 1,37cm x 1,72cm. National Gallery of


Art, Washington, Estados Unidos, circa 1610-1614. Disponível em:
https://images.nga.gov. Acesso em: 28 jun. 2019.
SILVEIRA, R.. In: absentia, 1983. Instalação, 17ª Bienal de São
Paulo. Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 TEXTO II
(adaptado).

Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Lao-


TEXTO II
coonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar
os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escon-
O termo ready-made foi criado por Marcel Duchamp dia um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos
(1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele deuses, serpentes marinhas são vistas matando Lao-
inventado, que consiste em um ou mais artigos de coonte e seus dois filhos como forma de punição.
uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados
sem critérios estéticos e expostos como obras de arte KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte. Rio de Janeiro:
142 em espaços especializados (museus e galerias). Seu Sextante, 2011 (adaptado).
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Produzida no início do século XVII, a obra maneirista dis- REFERÊNCIAS
tingue-se pela
BIESDORF, R. K.. WANDSCHEER, M. F. Arte, uma
a) representação da nudez masculina. necessidade humana: função social e educativa.
b) distorção ao representar a figura humana. Itinerarius Reflectionis. Revista Eletrônica do Cur-
c) evocação de um fato da cultura clássica grega. so de Pedagogia do Campus Jataí - UFG. Vol. 2, n.
d) presença do tema da morte como punição da família. 11, 2011.
e) utilização da perspectiva para integrar os diferentes BLAUTH, L.; POSSA, A. C.. Arte, grafite e espaço
planos. urbano. Palíndromo, nº 8/2012 — Programa de
Pós‐Graduação em Artes Visuais — CEART/UDESC.
Primeiramente, o Maneirismo seria uma conexão KNAAK, B.. O popular por mãos eruditas: Refe-
entre a idealização da arte Renascentista e a drama- rências Populares na Arte Brasileira Contemporâ-
tização do Barroco. Neste sentido, destaca-se a distor- nea. Porto Alegre, 1997.
ção ao representar a figura humana, pois, podemos SOUSA, A.. A invenção do barroco brasileiro: a
perceber os contornos deste corpo, a forma a como igreja franciscana de Cairu. João Pessoa: Ed. Uni-
eles estão (um pouco tortos), trazendo um sentimento versitária/UFPB, 2005.
de “agonia” para a obra. Resposta: Letra: B. THEODOR, A.. Indústria Cultural e sociedade.
Tradução: Augustin Wernet e Jorge Mattos Brito de
5. (ENEM — 2022) O Recife fervilhava no começo da Almeida. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
década de 1990, e os artistas trabalhavam para resga-
tar o prestígio da cultura  pernambucana. Era preciso
se inspirar, literalmente, nas  raízes sobre as quais a
cidade se construiu. Foi aí que, em 1992, com a publi- ANOTAÇÕES
cação de um manifesto escrito pelo músico e jornalis-
ta Fred Zero Quatro, da banda Mundo Livre S/A, nasceu
o manguebeat. O nome vem de “mangue”, vegetação
típica da região, e “beat”, para representar as batidas e
as influências musicais que o movimento abraçaria a
partir dali. Era a hora e a vez de os caranguejos – aos
quais os músicos recifenses gostavam de se compa-
rar – mostrarem as caras: o maracatu e suas alfaias
se misturaram com as batidas do hip-hop, as guitarras
do rock, elementos eletrônicos e o sotaque recifense
de Chico Science. A busca pelo novo rendeu uma pers-
pectiva diferente do Brasil ao olhar para o Recife.
A cidade deixou de ser o lugar apenas do frevo e do
carnaval,  transformando-se na ebulição musical que
continua a acontecer mesmo após os 25 anos do lan-
çamento do primeiro disco da Nação Zumbi, Da lama
4

ao caos.
-2
13

FORCIONI, G. et al. O mangue está de volta. Revista Esquinas, n. 87,


.7

set 2019 (adaptado).


28
.8

Chico Science foi fundamental para a renovação


18

da música pernambucana, fato que se deu pela


-0
ar

a) utilização de aparelhos musicais eletrônicos em lugar


lm

dos instrumentos tradicionais.


gi

b) ocupação de espaços da natureza local para a produ-


ção de eventos musicais memoráveis.
ar

c) substituição de antigas práticas musicais, como o fre-


lm

vo, por melodias e harmonias inovadoras.


gi

d) recuperação de composições tradicionais folclóricas e


sua apresentação em grandes festivais.
e) integração de referenciais culturais de diferentes ori-
gens, criando uma nova combinação estética.

Em 2022, o Manguebeat completou 30 anos. Chico


Science é um dos principais nomes deste movimen-
to pernambucano que é caracterizado pela combi-
nação, ou seja, pela mistura de outras referências,
ARTES

como hip-hop, rock, maracatu e elementos eletrôni-


cos. Resposta: Letra E.

143
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ANOTAÇÕES

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13
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Observar todos os elementos que se relacionam
com o próprio texto é primordial: os itens adjacentes,
como o enunciado, imagens/figuras que acompanham
o texto, datas, local, referências bibliográficas, a fonte

LÍNGUA INGLESA
do texto, o nome do autor ou do veículo de comunica-
ção, entre outros aspectos.
Ao analisar atentamente essas informações, duran-
te o processo de captação de dados, pode-se notar
indícios que facilitarão a identificação de seu gênero
textual (artigo, crônica, reportagem etc.), público-al-
INTRODUÇÃO À LÍNGUA INGLESA vo, faixa etária e contexto, elementos centrais quando
estamos tratando de interpretação textual.
Ao decidir pela língua inglesa para fazer a prova
de língua estrangeira do Enem, você opta por um idio- LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
ma com regras gramaticais simples e de compreensão
lógica. Esta escolha é vantajosa para quem já tem uma Quando nos deparamos com um texto na língua
ideia básica da língua, especialmente de vocabulário. inglesa, para que possamos realizar não apenas a lei-
Vale lembrar que o ano de 2023 será o último que ofe- tura, mas uma interpretação significativa e coerente,
recerá a opção de língua espanhola. é necessário identificar elementos chave no decorrer
Caso você ainda não tenha decidido, observe algu- da leitura que, de algum modo, sintetizam as informa-
mas vantagens em optar por esse idioma na prova de ções cruciais para a compreensão do texto.
língua estrangeira do Enem: Estes elementos especiais podem ser encontrados
em aspectos gramaticais do texto, mas podem tam-
z Gramática simplificada: diferentemente da língua bém ser captados por meio do contexto presente na
portuguesa ou espanhola, a língua inglesa possui narrativa textual. Elementos como o tipo de lingua-
menor número de tempos verbais, o que simplifica gem (formal, informal, técnica etc.) e o vocabulário
o uso gramatical da língua por completo e, apesar de presente, além de outros pontos estratégicos, podem
não seguir a estrutura organizacional semelhante ser identificados para a interpretação adequada de
à de nosso idioma nativo (sujeito + verbo + comple- um texto em uma questão.
mento), ela apresenta modificações estruturais míni- A fim de que se possa entender o sentido do texto,
mas na relação entre pronomes e verbos; antes de uma leitura direta, uma técnica simples deve
ser realizada: um escaneamento inicial do texto à pro-
cura de palavras-chave e dados relevantes. O propósi-
Se liga! to pode ser relatar um fato, contar novidades, listar ou
enumerar itens, reportar um crime, expor uma opi-
Tenha em mente que com um conhecimento nião etc., que deverá ser observado no decorrer deste
gramatical bem estruturado, a interpretação escaneamento inicial.
das questões que contemplam textos escritos é Alguns marcadores como nomes, datas, locais,
mais apurada. dados, estatísticas, números em geral e pronomes de
4

tratamento podem servir como indicativos do propó-


-2

sito do texto a partir da percepção do conteúdo pre-


13

z Estruturação linguística lógica: ainda que a língua sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
.7
28

inglesa seja visivelmente diferente do nosso portu-


PRINCIPAIS TÉCNICAS DE LEITURA PARA A
.8

guês, a estrutura desse idioma se dá de forma lógica,


18

há padrões e regras muito bem definidas que auxi- LÍNGUA INGLESA


-0

liam a compreensão do idioma de modo quase que


matemático, e, diferentemente da língua inglesa ou Skimming
ar
lm

espanhola, ele possui mais regras que exceções.


A origem dessa palavra vem de skim, que significa
gi

Agora que você se decidiu, observe atentamente os desnatar. Partindo da ideia de que a nata fica sobre o
ar

tópicos a seguir sobre a língua inglesa, os quais irão auxi- leite, pode-se dizer que esta técnica consiste em “olhar
lm

por cima” do texto. E o que é “olhar por cima do tex-


liar seus estudos para a realização de uma boa prova.
gi

to”? Responde-se com outra pergunta: o que vem em


cima (acima) de um texto? Isso mesmo, o título!
ESTRUTURA DAS QUESTÕES
A técnica de skimming é a que, acima de tudo, tira
a informação já do título do texto e ainda nos reco-
A grande maioria das questões de língua inglesa menda ler o texto de uma forma desapegada, buscan-
na prova do Enem é baseada em trechos de textos de do palavras-chaves, cognatos e expressões conhecidas
LÍNGUA INGLESA

livros, artigos e matérias jornalísticas, quadrinhos, e não exige conhecimento gramatical.


charges, tirinhas, entre outros elementos textuais,
escritos 100% em inglês. Seus enunciados, porém, são Scanning
escritos em português, o que pode auxiliar na com-
preensão do cerne da questão. Nem precisamos buscar um sinônimo ou tradu-
São 5 questões de pesos diferentes referentes à lín- ção para tentar entender esta técnica. Pode ser que
gua estrangeira na prova, sendo possível que sua nota com o avanço da tecnologia o scanner tenha saído de
final sofra alterações de acordo com os seus erros e uso, porém sabemos que muitos aparelhos de exames
acertos. Dessa forma, é imprescindível estar atento à médicos ainda fazem isso para nos dar um resultado
proposta de cada questão. de uma leitura detalhada de nossos corpos, sangue 145
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e afins. Ilustrando bem essa técnica, é só imaginar a Neste texto é possível aplicar a técnica de skimming
luz da máquina de cópias (xerox) passando por toda a e identificar que o assunto abordado é da área da ciên-
folha para ler e produzir a cópia. cia e trata-se da proximidade da cura para a calvície.
A técnica consiste em uma leitura mais aprofun-
dada do texto em busca de informações específicas, Tirinhas/Histórias em Quadrinhos
exigindo assim um conhecimento mais amplo de gra-
mática e vocabulário. Os famosos personagens de tirinhas em inglês,
Assim que esse primeiro passo é dado, uma lei- como Calvin and Hobbes, Archie e Peanuts (Charlie
tura corrente se torna mais fácil e a busca pelo sen- Brown), são conhecidos no mundo todo. As tirinhas
tido completo do texto, mais coerente. O sentido do apresentam uma linguagem leve, engraçada e cômica,
texto diz respeito à ideia ou mensagem que o autor mas podem também expor mazelas sociais/culturais
do texto pretende passar, e só é possível identificar por meio de críticas sutis. Exemplo2:
essa mensagem a partir do conhecimento de palavras,
expressões, contextos, aspectos culturais e sociais, IF
PEOPLE
entre outros elementos que circundam a língua ingle- COULD
sa e conhecimento de mundo, elemento de extrema PUT
RAINBOWS
importância para a realização da prova do Enem. LOOK! I
CAUGHT A
IN ZOOS,
A prova de idiomas baseia-se primordialmente na BUTTERFLY!
THEY’D
DO IT.
interpretação de diferentes gêneros textuais e, para
realizar uma boa interpretação, é necessário praticar
a leitura nesse idioma com certa frequência.
Note, a seguir, alguns exemplos de gêneros textuais
e suas principais características em breves descrições.

GÊNEROS TEXTUAIS Anúncios Publicitários

Notícias Este gênero textual deve ser lido com muita cau-
tela, pois a imagem apresentada “conversa” com a
Reportagens jornalísticas costumam apresentar informação escrita da propaganda: não é apenas uma
temas diversos, entretanto se destacam por apresen- simples leitura, pois necessita que o leitor possua
tarem assuntos relevantes à sociedade de modo geral. repertório e conhecimento geral para realizar a inter-
Exemplo: pretação de uma simples peça publicitária, além do
conhecimento do idioma por si só.
Scientists say cure for baldness could be close Exemplo3:

Help may soon be at hand for those who are losing or


have lost their hair. A team of Japanese scientists has
discovered stem cells that are vital in the hair regene-
ration process. This is promising news for the millions
of people worldwide who suffer from baldness.
4
-2

A cure has eluded scientists for decades, despite exten-


13

sive research and significant investment in research.


.7

The scientists are now embarking on clinical resear-


28

ch and laboratory trials. They hope to adapt the stem


.8

cells to finally create a therapy for hair loss. Baldness


18

predominantly affects men. By the age of 35, around


-0

two-thirds of men will experience some degree of hair


loss. By the age of 50, up to 85 per cent will experience
ar

significantly thinning hair.


lm

The scientists took fur cells from mice and cultu-


gi

red them in the lab. They observed that hair gro-


ar

wth was a cyclical process within the follicle. They


lm

analysed the stem cells and used 220 combinations


gi

of chemicals to make the hair regrow naturally.


Lead scientist Takashi Tsuji said: “Our culture sys-
tem establishes a method for cyclical regeneration
of hair follicles from hair follicle stem cells and
will help make hair follicle regeneration therapy a
reality in the near future.” He added: “Losing hair
is not life-threatening, but it adversely affects the
quality of life.” Sam Baker, a 52-year-old bank wor-
ker, hopes the therapy works. He said: “Having a
full head of hair again will make me look ten years
younger”. 1

1 Disponível em: https://www.japantimes.co.jp/news/2021/02/14/national/hair-loss-researchers/. Acesso em: 01 mar. 2021.


2 LOVELL, R. Teaching Philosophy with Calvin and Hobbes. Philosophy for Children at TUFTS, 2018. Disponível em: https://sites.tufts.edu/phil-
4chil/2018/06/05/teaching-philosophy-with-calvin-and-hobbes/. Acesso em: 26 jan. 2023.
3 VERAS, C. E. LEGO – Missing Piece. Behance, 2018. Disponível em: https://www.behance.net/gallery/73639547/LEGO-Missing-Piece. Acesso
146 em: 26 jan. 2023.
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Contos/Fábulas cada palavra presente no decorrer da leitura. Caso
você não seja proficiente nesse idioma, é inútil con-
Estes textos narrativos, conhecidos em inglês como centrar todos os seus esforços em traduzir letra por
“short stories”, são de tamanho enxuto e contam his- letra o que se lê. De fato, é muito mais produtivo
tórias que, por vezes, possuem diálogos e elementos entender o seu contexto geral, o sentido do enunciado
ligados à cultura de uma sociedade, levando sem- e dados isolados que complementem a compreensão
pre algum tipo de reflexão à mente a partir de sua de um sentido global do texto.
conclusão. Além disso, exercitar a leitura com constância e
Exemplo: exercitar a mente com questões de edições anteriores
da prova do Enem podem ser aliados nos estudos para
The Swan and the Owl esta prova tão importante.

Once upon a time, there lived a Swan near a lake ASPECTOS GRAMATICAIS
in a forest. One night, an Owl saw the Swan gliding
on the lake in the moonlight. He praised the Swan A proficiência em um idioma só pode ser obtida a
and soon, the two became friends. They met near partir do conhecimento teórico e prático de sua estru-
the lake for many days. tura gramatical. Esse processo, no entanto, é extenso e
The Owl soon got bored of the place and told the pode durar anos de estudo.
Swan, “I am going back to my forest. You are wel-
O processo de se estudar para realizar uma prova,
come to visit me whenever you want to.” One day,
por outro lado, requer um estudo prático e rápido dos
the Swan decided to visit the Owl. It was daylight
elementos principais da língua, tais como vocabulário
when the Swan reached the Owl’s home. She could
not find him, as he was hiding in the dark hole of a básico e algumas classes gramaticais e suas estrutu-
tree. The Owl told the Swan, “Please rest till the sun ras. São elas:
sets. I can come out only at night.”
Early next morning, some people were passing by. On Pronomes
hearing them, the Owl hooted. The people thought it
was not a good sign to hear an Owl hoot. So, one of Os pronomes são palavras que podem substituir
them wanted to shoot the Owl. The Owl flew away em orações o nome próprio de um lugar, uma pessoa,
and hid in a hole near the lake. The poor Swan did not um objeto, um animal etc. Quanto aos pronomes na
move. The arrow hit the Swan and she died. língua inglesa, temos algumas classificações específi-
Never leave your friends in difficulty.4 cas para cada grupo. Confira a seguir.

Além dos gêneros mencionados anteriormente, é z Pronomes Pessoais


possível encontrar diversas outras informações on-li-
ne sobre gêneros textuais em inglês para que seu estu- São eles as palavras que indicam pessoas, lugares,
do se aprofunde ainda mais. Confira a seguir uma lista objetos, animais, entre outros. Dentro deste grupo
útil para estudo posterior: existem dois casos:

z Sites de notícias: BBC News, The New York Times, „ subject pronouns, que agem como sujeitos nas
Daily Mail, The Sunday Times;
4

orações, os que realizam a ação;


-2

z Sites de tirinhas/histórias em quadrinhos/char- „ object pronouns, os que são objetos da ação ou


13

ge: Archie Comics, Peanuts, Go Comics; “sofrem” a ação na oração.


.7

z Site de literatura: Literature.org.


28

Observe seu uso e exemplos:


.8

Além desses sites, o estudo da obra de alguns famo-


18

sos escritores da língua inglesa é imprescindível para z Pronomes Retos


-0

aprofundar seus conhecimentos. Autores clássicos da


ar

língua inglesa como: William Shakespeare, Oscar Wil- Exercem a mesma função que conhecemos na lín-
lm

de, Charles Dickens, Jane Austen, entre outros, agre- gua portuguesa, sendo, na maioria das vezes, o sujeito
gi

gam muito ao conhecimento da língua em si, além de da frase.


ar

trazer referências culturais perpetuadas desde a épo-


lm

ca da escrita de suas obras.


I would love to visit your
gi

Letras de Músicas de Compositores e Cantores family.


I Eu
Influentes na Sociedade Eu adoraria visitar tua
família.
Nas edições do Enem, pelo menos uma das cinco
You never call your
questões apresentou um trecho ou a letra completa
LÍNGUA INGLESA

relatives.
de uma música. Como exemplos, temos Bob Marley YOU Você, tu
Você nunca liga para seus
(Enem 2011); Bob Dylan (Enem 2014); Paul McCartney
parentes.
(Enem 2016); John Legend (Enem 2017); Sting (Enem
2019); Madonna (Enem 2019). Buscando conhecer a He should be more careful.
expressividade desses e demais artistas é possível ter HE Ele Ele deve ser mais
uma dimensão da estrutura textual e expressões mais cuidadoso.
comuns deste estilo literário.
Diante de um extenso texto, um dos mais comuns
erros cometidos pelos estudantes é buscar entender
4 THE swan and the owl. Short Stories, 2020. Disponível em: https://shortstoriesshort.com/story/the-swan-and-the-owl/. Acesso em: 26 jan. 2023. 147
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Vejamos o caso dos pronomes possessivos, cuja
She goes scuba-diving função é substituir o nome próprio ao final da oração,
SHE Ela every year. como objeto da oração, sem qualquer flexão de núme-
Ela faz mergulho todo ano. ro ou grau. Confira:
Ele, ela, It’s going to be an amazing
IT (neutro), isso, year. These socks are mine.
esse, essa Vai ser um ano incrível. Meu, minha,
MINE Estas meias são
meus, minhas
We were really tired after minhas.
the game. Teu, tua, seu, Is this book yours?
WE Nós YOURS
Nós estávamos muito can- sua Este livro é seu?
sados depois do jogo.
That enormous mansion
You could come to NY one is his.
day. HIS Dele
YOU Vocês, vós Aquela mansão enorme
Vocês poderiam vir a Nova é dele.
Iorque um dia.
All those white clothes
They decided to stay home are hers.
for Christmas. HERS Dela
THEY Eles, elas Todas aquelas roupas
Eles decidiram ficar em brancas são dela.
casa no Natal.
This rubber bone is its.
Dele, dela
O pronome “it” tem função especial em frases nas ITS Este osso de borracha
(neutro)
quais o pronome é oculto. é dele.
Ex.: It’s easy to understand the case.
Keep your hands off of it,
É fácil compreender o caso.
it’s ours!
OURS Nosso, nossa
Tire suas mãos daí, é
z Object Pronouns — Pronomes Oblíquos nosso!
Exercem a mesma função que conhecemos na lín- Vosso, vossa, Are these records yours?
YOURS
gua portuguesa: sempre recebendo uma ação de um seu, sua Estes discos são seus?
sujeito que não seja ele mesmo (isso é função dos pro-
nomes reflexivos, que serão abordados mais adiante). None of the reports are
theirs.
THEIRS Deles, delas
Nenhum dos relatórios
This car belongs to me. são deles.
ME Me, mim
Este carro pertence a mim.

Lhe, o, a, te, ti, Would she go with you? O uso dos pronomes possessivos na língua inglesa
YOU chega a confundir, pois não há esta forma para a lín-
a você Ela iria com você?
4

gua portuguesa. Porém tal uso é simples de se enten-


-2
13

We should call him der, partindo do fato de que eles são utilizados como
tomorrow. objeto e fazem a função de pronome, que é substituir
.7

HIM Lhe, o, a ele


28

Nós deveríamos o telefo- o substantivo, entretanto nesse caso permite omitir o


.8

nar amanhã. substantivo possuído.


18

Importante: é comum ao falante de língua por-


They decided to invite her.
-0

HER Lhe, a, a ela tuguesa se confundir e utilizar o adjetivo possessivo


Eles decidiram convidá-la. your (seu, sua) para se referir aos sujeitos da primeira
ar

pessoa do singular he, she e it, pois em português é


lm

Lhe, o, a, a He fed it its food.


possível a construção de uma oração como “ela ama
gi

IT ele, a ela Eles o alimentaram com


(neutro) sua comida seus pais”, considerando que “seus” é adjetivo posses-
ar

sivo referente ao sujeito ela. Estaria errada, no entan-


lm

Would they fire us? to, a tradução livre “she loves your parents”, pois o
US Nos
gi

Eles nos demitiriam? pronome possessivo your refere-se ao sujeito you. O


correto, então, seria “she loves her parents”.
Vos, lhes, a I’ll give you a discount.
YOU
vocês Eu lhes darei um desconto. z Pronomes Reflexivos
Please, let them now.
THEM Lhes, os, as Estes pronomes são utilizados para concordar com
Por favor, avise-os.
o sujeito inicial da oração; eles sempre aparecem logo
após o verbo, ou seja, o próprio sujeito é quem age e
z Pronomes Possesivos
recebe a ação. Confira a seguir alguns exemplos.
Os pronomes possessivos, também conhecidos
como pronomes substantivos, expressam pertenci-
mento de algo a alguém. No caso da língua inglesa,
existem dois grupos de possessivos: os possessive
adjectives e os possessive pronouns.
148
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The man whom you called is my husband.
A mim, a mim I check it myself. O homem a quem você ligou é meu marido.
MYSELF
mesmo, -me Eu chequei eu mesmo. I never knew that you sang.
A ti, a você Eu nunca soube que você cantava.
YOUR- Don’t blame yourself.
mesmo, -te,
SELF Não se culpe. É importante ressaltar de forma mais clara o uso
-se
e representação de cada pronome relativo, pois, se
He taught himself how to levar em conta a tradução livre, todos se resumem ao
HIM- A si, a si mes- play the guitar. relativo “que”.
SELF mo, -se Ele ensinou a si mesmo Assim, segue uma visão mais específica (não des-
como tocar o violão. cartando o que já foi citado) para uma melhor com-
preensão dos significados reais destes pronomes:
She promised herself she
HER- A si, a si mes- wouldn’t go.
„ Which: pode ser usado para objetos e pessoas;
SELF ma, -se Ela prometeu a si mes-
„ Whose: pode ser usado para pessoas (indican-
ma que não iria.
do posse, como no exemplo acima) ou para
The machine did it itself. objetos (com seu significado original);
A si, a si mes- „ Who e Whom: uso específico para pessoas;
ITSELF A máquina o fez por si
mo/a, -se „ That: uso idêntico ao da língua portuguesa —
mesma.
“que”; para orações explicativas.
We can start the presen-
tation ourselves. Já os pronomes indefinidos são aqueles que
OUR- A nós, a nós
Nós podemos começar acompanham o substantivo de maneira imprecisa, ou
SELVES mesmos, -nos
a apresentação nós seja, sem de fato identificar quem ou o que é o prono-
mesmos. me através de algumas palavras específicas. Observe
a tabela com alguns exemplos:
You should take care of
A vós, a vo-
YOUR- yourselves.
cês mesmos,
SELVES Vocês devem cuidar de Do you have any advice?
-vos, -se Algum, algu-
si mesmos. ANY Você tem algum
ma, qualquer
conselho?
A si, a eles They can help
THEM- mesmos, a themselves. There should be some
SELVES elas mesmas, Eles mesmos podem se Algum, algu-
information here.
-se servir. SOME ma, alguns,
Deve haver alguma infor-
algumas
mação aqui.
z Pronomes Demonstrativos, Relativos e
Indefinidos z Pronomes Interrogativos

Além desses pronomes, temos dois tipos especiais Os pronomes interrogativos são elementos linguís-
4

de pronomes, os demonstrativos ou relativos e os


-2

ticos usados em perguntas para as quais as respostas


13

indefinidos. são um nome. Observe, a seguir, a tabela:


Os pronomes demonstrativos são usados para
.7
28

indicar algo durante a oração. São eles: this (este, esta,


PRONOME
.8

isto), these (estes, estas), that (aquele, aquela, aquilo) e RESPOSTA


INTERROGA- PERGUNTA
18

those (aqueles, aquelas). Veja alguns exemplos: COM NOME


TIVO
-0

We really need this money!


ar

What city do
Nós realmente precisamos deste dinheiro! What (que, I prefer London.
lm

you prefer?
They should see these flowers. o que, qual, Eu prefiro
gi

Que cidade
Eles deveriam ver estas flores. quais) Londres.
você prefere?
ar

Helen will show us that beautiful painting.


lm

Helen vai nos mostrar aquela linda pintura. Which do you I like both, but
gi

How much for those pants? prefer: Lemon lemons sounds


Quanto custam aquelas calças? or Strawberry good for me.
pie? Eu gosto de
Which (qual)
Os pronomes relativos são usados para indicar Qual você pre- ambas, mas a
relação entre partes da oração. São eles: that (que), fere: torta de de limão parece
LÍNGUA INGLESA

which (o qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de limão ou de uma boa para
quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns morango? mim.
exemplos:
I’ve been
Where have you
This is the bus which takes me home. jogging at the
Where (onde, been?
Este é o ônibus que me leva para a casa. park.
aonde) Onde você
Is this the girl whose house was robbed? Estive correndo
esteve?
Esta é a garota cuja casa foi roubada? no parque.
He is the teacher who got arrested.
Ele é o professor que foi preso.
149
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Os lápis dela estão em sua escrivaninha.
PRONOME Joseph is dancing on the stage.
RESPOSTA
INTERROGA- PERGUNTA Joseph está dançando no palco.
COM NOME
TIVO

Who is that z For: para; durante; por; há. Exemplos:


boy? He is my son.
Who (quem) My wife uses our porch area for painting.
Quem é aquele Ele é meu filho.
garoto? Minha esposa usa nossa área da sacada para
pintar.
When did you I went there last This store is for women only.
go there? week. Esta loja é apenas para mulheres.
When (quando)
Quando você Eu fui lá sema- He has been working in that company for eleven
foi lá? na passada. years.
Ele trabalha naquela empresa há onze anos.
A partir dos exemplos, é possível observar que, no You’ve been in the bathroom for half an hour.
caso dos pronomes interrogativos, a resposta é sem- Você está no banheiro há uma hora.
pre um nome, ainda que de modo oculto ou subenten-
dido. Os pronomes interrogativos jamais referem-se z To: para; a. Exemplos:
às circunstâncias ou razões.
His family is moving to Australia in a month.
Preposições A família dele vai se mudar para a Austrália em
um mês.
Bem como na língua portuguesa, as preposições Grandma is going to the store.
na língua inglesa são elementos linguísticos que agem A vovó está indo à loja.
como conectivos entre frases, de modo a conectá-las We studied together from 2011 to 2016.
de maneira lógica e provida de sentido, com base na Nós estudamos juntos de 2011 a 2016.
relação que se pretende estabelecer entre uma oração We prefer drinking juice to drinking soda.
e outra. Nós preferimos beber suco a beber refrigerante.
Confira abaixo as preposições mais comuns da lín-
gua inglesa: Além dessas preposições, existem diversas outras
que indicam tempo e lugar. Confira a seguir uma lista
z In: dentro de; em; de; no; na. Indica uma ideia de com mais exemplos:
limite territorial ou de espaço. Exemplos:
PREPOSIÇÕES SIGNIFICADO
She was born in July.
Ela nasceu em julho. Before Antes
Oliver lives in Romenia.
After Depois
Oliver mora na Romênia.
Her pencils are in her pencil case. During Durante
4

Os lápis dela estão em seu estojo. Since Desde


-2

Lucas is working in his bedroom.


13

Lucas está trabalhando em seu quarto. Until/’till Até


.7
28

From Desde, da, das


z At: à; às; em; na; no. Indica a ideia de um local
.8

Up to Até agora
18

“geral” e exatidão quando se trata de números e


By Até
-0

horas. Exemplos:
Ago Atrás
ar

Is this meeting at 5 pm?


lm

Esta reunião é às 17h? Past Antes (hora)


gi

They live at 97 Broadway Street, California. Under Debaixo


ar

Eles moram na Rua Broadway, número 97, na


Above Acima
lm

Califórnia.
gi

He works at the National Bank. In front Em frente à


Ele trabalha no Banco Nacional. Across Do outro lado
Will you be waiting for us at the airport?
Você esperará por nós no aeroporto? Below Abaixo
Along Ao longo de
z On: sobre a; em cima de; acima de; em; no; na.
Behind Atrás
Indica tudo que apresenta relação de contato de
superfícies. Exemplos: Beside Ao lado
Between Entre
She was born on July 17th, 1992.
Ela nasceu em 17 de julho de 1992. Among Entre
We have to work on the weekend. By Ao lado de
Nós temos que trabalhar no fim de semana.
Far from Longe de
Ron never goes jogging on Sundays.
Ron nunca faz cooper aos domingos. Near Perto
150 Her pencils are on her desk.
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PREPOSIÇÕES SIGNIFICADO The house is big and
Inside Dentro roomy. Its location is a
Dele, dela plus.
Outside Fora ITS
(neutro) A casa é grande e acon-
Next to Próximo a/ao chegante. Sua localiza-
ção é um extra.
Through Através
Our team has won one
Toward Em direção a more match!
OUR Nosso, nossa
Nosso time ganhou mais
Adjetivos um jogo!

Os adjetivos são palavras que caracterizam os Vosso, vossa, Are these your records?
YOUR
substantivos com o objetivo de expressar o esta- seu, sua Estes discos são seus?
do, a condição, a qualidade ou o defeito deles. Eles The Griffins are painting
podem possuir diferentes usos dependendo do grau, their house this weekend.
conseguindo estabelecer relações comparativas ou THEIR Deles, delas Os Griffins vão pintar a
superlativas. casa deles neste final de
Curiosamente, em inglês não há variação quanto semana.
ao gênero (masculino e feminino) e número (singular
e plural), como ocorre na língua portuguesa. Sendo Conjunções
assim, a grande maioria dos adjetivos são usados para
qualquer substantivo, seja ele no masculino ou no Seja em inglês ou em português, as conjunções
feminino, no singular ou no plural. são responsáveis por conectar a ideia de uma ora-
Além disso, há uma espécie de regra para a ordem ção a outra, estabelecendo relação entre elas, poden-
dos adjetivos quando há mais de um; a mais comum é: do acrescentar informações, contrapor ou explicar
quantidade, valor/opinião, tamanho, temperatura, ideias. Veja a seguir a forma como uma conjunção é
idade, forma, cor, origem e material. capaz de unir ideias de orações separadas.
John was very frustrated. John got fired.
John estava muito frustrado. John foi demitido.
Se liga! John was very frustrated because he got fired.
John estava muito frustrado porque ele foi
Os adjetivos sempre são apresentados antes do
demitido.
substantivo em inglês.
A conjunção because conectou as orações de
maneira natural, organizando as ideias sem que haja
Veja a seguir alguns exemplos: quebra na narrativa da oração.
Those lazy boys don’t help at home. Confira a seguir algumas das conjunções mais usa-
Aqueles meninos preguiçosos não ajudam em casa. das da língua inglesa e exemplos:
Mary and John adopted three black dogs.
z And: e.
4

Mary e John adotaram três cachorros pretos.


-2

Which brownie do you prefer: the small chocolate-


13

-chip ones or the big chocolate ones? Exemplo: She went to the store and bought some
.7

Quais brownies você prefere: os pequenos de pepi- fruits.


28

tas de chocolate ou os grandes de chocolate? Ela foi ao mercado e comprou algumas frutas.
.8
18

z Adjetivos Possessivos z But: mas.


-0
ar

A ideia de adjetivo é a de dar “qualidade”, uma Exemplo: He loved talking but he felt shy.
lm

característica única ao substantivo, e esta é a função Ele amava conversar, mas ele se sentiu tímido.
gi

do adjetivo possessivo; vai sempre acompanhar o


ar

substantivo possuído: z So: então, portanto.


lm
gi

Exemplo: Mark was thirsty, so he stopped to drink


Meu, minha, These are my socks.
MY some water before running.
meus, minhas Estas são minhas meias.
Mark estava com sede, então ele parou para beber
Teu, tua, seu, Is this your book? um pouco de água antes de correr.
YOUR
sua Este é o seu livro?
z Although: embora.
LÍNGUA INGLESA

There you can see his


mansion.
HIS Dele Exemplo: Although she was tired, she went for a
Ali vocês podem ver a
mansão dele. walk.
Embora ela estivesse cansada, ela foi caminhar.
Her closet is full of white
clothes. z Or: ou.
HER Dela
O guarda-roupas dela é
cheio de roupas brancas. Exemplo: Would you rather stay home or go to the
mall?
Você prefere ficar em casa ou ir para o shopping? 151
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z However: porém, entretanto.
Por que ela
Why is she so está tão
Exemplo: They were willing to start, the rain, howe- LATELY
upset lately? chateada
ver, poured outside.
ultimamente?
Eles estavam dispostos a começar, a chuva, porém,
caía lá fora. NOW Let’s go now. Vamos agora.

z Therefore: assim, portanto, por isso.


z Advérbios de modo: expressam o modo ou a
maneira como a ação é realizada.
Exemplo: Our class is over, therefore we can dis-
cuss it on Monday.
Nossa aula acabou, sendo assim podemos discutir Ele me beijou
He kissed me
isso na segunda-feira. SLOWLY vagarosamen-
slowly.
te.
z Because: porque, pois.
Você precisa
You need to lift
CAREFULLY levantá-lo cui-
Exemplo: He didn’t text me because his phone was it carefully.
dadosamente.
broken.
Ele não me mandou mensagem porque seu celular Eles alegre-
estava quebrado. They gladly
mente rece-
GLADLY received our
beram nosso
z If: se. gift.
presente.

Exemplo: I’ll only go if you come with me. He plays Ele toca o
Eu só vou se você for comigo. BEAUTIFULLY the cello violoncelo
beautifully. lindamente.
z Whether: se.
Tentarei
I’ll try to finish
QUICKLY terminar
Exemplo: She can’t decide whether she wants to it quickly.
rapidamente.
travel or buy a new computer.
Ela não consegue decidir se quer viajar ou com-
prar um computador novo. z Advérbios de lugar: expressa o lugar em que a
ação é realizada.
z Since: já que, desde.
Did you see
Exemplo: Since you’re going to the kitchen, could THERE Você os viu lá?
them there?
you fetch me some water?
Já que você está indo à cozinha, você poderia me Nós podemos
We can go
arranjar um pouco de água? ir a qualquer
WHEREVER wherever you
4

lugar que você


-2

want.
quiser.
13

Advérbios
.7

The shoes Os sapatos


28

Advérbios são palavras que mudam o sentido do BEHIND were behind estavam atrás
.8

verbo. De acordo com o sentido que dão à oração, the door. da porta.
18

eles podem ser classificados em advérbios de tem-


-0

po, modo, lugar, afirmação, negação, ordem, dúvida, He can’t be Ele não podia
intensidade, frequência e advérbios interrogativos. FURTHER further from estar mais lon-
ar

Veja alguns dos principais advérbios da língua the truth. ge da verdade.


lm

inglesa e seus exemplos:


gi

There’s an
Há uma ótima
ar

z Advérbios de tempo: expressam o tempo em que excellent pizza


NEAR pizzaria perto
lm

a ação é realizada. place near


daqui.
gi

here.

Estaremos z Advérbios de afirmação: expressam certeza com


We’ll be with
SHORTLY com vocês em relação à ação em questão.
you shortly.
breve.

Put your Coloque seu She surely Ela certa-


IMMEDIATELY coat on casaco ime- SURELY knows how to mente sabe
immediately. diatamente. dance. dançar.
O médico es- They indeed Eles de fato te
The doctor will INDEED
SOON tará aqui em hate you. odeiam.
be here soon.
breve.

152
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John certa- Ele sabia exata-
John certainly He knew exactly
mente não EXACTLY mente o que eu
CERTAINLY didn’t mean no what I wanted.
quis fazer mal queria.
harm.
algum.
Meus pais me
My parents gave
As crianças deram dinheiro
The kids evi- NEARLY me nearly enough
evidentemente quase o suficiente
EVIDENTLY dently love money to travel.
amam seus para eu viajar.
their parents.
pais.
Eu não tenho
QUITE I’m not quite sure.
He obviously Ele obviamen- completa certeza.
OBVIOUSLY
loves you. te te ama.
z Advérbios de frequência: expressam a frequên-
z Advérbios de negação: expressam negação quan- cia em que uma ação é realizada.
to à ação em questão.
Ele raramente
RARELY He rarely calls.
Não, nós não liga.
NO No, we can’t.
podemos.
Mom never says Mamãe nunca diz
He is not the guy Ele não é o cara NEVER how much she o quanto ela se
NOT
for you. para você. cares. importa.

I usually wake up Eu geralmente me


z Advérbios de ordem: expressam a sequência ou USUALLY
at 7. levanto às 7.
a ordem em que as ações na oração são realizadas.
Ian frequente-
Ian often visits his
OFTEN mente visita seus
Você disse grandparents.
FIRST You said it first! avós.
primeiro!
She’s always so Ela é sempre tão
And, secondly, I’m E, em segundo ALWAYS
clever. esperta.
SECONDLY really bad at ma- lugar, eu sou ruim
king friends. em fazer amigos.
z Advérbios interrogativos: mudam de forma
Em terceiro lugar, interrogativa a maneira como a ação é realizada.
Thirdly, they didn’t
eles nem mesmo
THIRDLY even understand
entenderam o que
what I said. When is she
eu disse. WHEN Quando ela vem?
coming?
Por último, eles
Lastly, they played Did you see she Você viu onde ela
LASTLY tocaram minha WHERE
my favorite song. where she went? foi?
4

música favorita.
-2
13

Quanto você
z Advérbios de dúvida: expressam dúvida ou ques- How much do you
.7

HOW alimenta o seu


feed your dog?
28

tionamento quanto à ação. cachorro?


.8
18

Why didn’t they Por que eles não


Maybe she doesn’t Talvez ela não WHY
come? vieram?
-0

MAYBE
like cats. goste de gatos.
ar

TEMPOS VERBAIS
lm

Anna possibly Anna possivel-


POSSIBLY
speaks Chinese. mente fala chinês.
gi

Simple Present
ar

Perhaps I should Talvez eu deva es-


lm

PERHAPS
be studying math. tudar matemática. O presente simples em inglês tem sua conjugação de
gi

verbos dividida entre pronomes. Os pronomes da ter-


Eles provavel-
They probably had ceira pessoa do singular se enquadram em uma catego-
PROBABLY mente beberam
too much to drink. ria e os demais, em outra. Apesar de suas conjugações
demais.
serem simples ao expressar ações no tempo presente, em
alguns casos elas se diferenciam. O padrão de conjuga-
z Advérbios de intensidade: expressam a intensi-
LÍNGUA INGLESA

ção no presente simples estabelece-se retirando o “to” do


dade com a qual a ação é realizada. verbo no infinitivo em todos os casos.
Ex: to eat — comer // I eat bread. (Eu como pão)
Ela concorda vee- Observe que o “to” foi removido para realizar a
She strongly conjugação de acordo com o pronome em questão.
STRONGLY mentemente com
agrees with them. Essa regra se aplica à seguinte lista de pronomes
eles.
(veja como exemplo a conjugação do verbo citado
They barely talked Eles mal falaram anteriormente):
BARELY
to me. comigo.

153
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Simple Past
TO EAT

I (eu) Eat O passado simples é usado para expressar ações


realizadas e finalizadas no tempo passado. Para usá-
You (tu, você) Eat -lo, é obrigatório o uso do verbo auxiliar “did”. Este
tempo verbal é também marcado pelo uso de verbos
He/she/it (ele, ela) Eats
regulares e irregulares.
We (nós) Eat Os verbos regulares no passado possuem uma ter-
minação padrão em “-ed” ou “-ied” (verbos termina-
You (vós, vocês) Eat dos em y precedidos por uma consoante).
Já os demais verbos que não comportam da mesma
They (Eles, elas) Eat maneira quando conjugados no tempo passado, ou
seja, possuem uma escrita diferente da forma original
Observe que, no caso dos pronomes na terceira no verbo no presente, são chamados de irregulares.
pessoa do singular he, she e it, a conjugação ocorrerá Os verbos são modificados para se adequarem
de modo diferenciado. Aos verbos que acompanham ao passado apenas em frases afirmativas. Em frases
esses pronomes, acrescenta-se “-s”, “-es” ou “-ies”. negativas e interrogativas, utilizamos o verbo auxiliar
Verbos terminados em consoantes, de forma geral, did ou did + not (não); já o verbo volta ao seu estado
apresentam terminação padrão “s”, como é o caso do ver- original (infinitivo sem o “to”).
bo to drink (beber), to play (jogar), to speak (falar). Veja: Confira alguns exemplos com verbos regulares na
afirmativa, negativa e interrogativa:
TO DRINK
Eu estudei em
I (eu) drink I studied at a
AFIRMATIVA uma escola
public school!
You (tu, você) drink pública!

He/she/it (ele, ela) drinks I did not study Eu não estudei


NEGATIVA at a public em uma esco-
We (nós) drink school! la pública!
You (vós, vocês) drink Eu estudei em
Did I study at a
INTERROGATIVA uma escola
They (Eles, elas) drinks public school?
pública?

No caso de verbos terminados em x, ch, s, ss e sh, Nós come-


acrescentamos “-es”, como no caso do verbo to finish We started a
çamos um
(terminar). AFIRMATIVA new business
novo curso de
course.
negócios.
TO FINISH Nós não co-
4

We did not
-2

I (eu) finish meçamos um


NEGATIVA start a new bu-
13

novo curso de
siness course.
.7

You (tu, você) finish negócios.


28

He/she/it (ele, ela) finishes Nós come-


.8

Did we start a
18

çamos um
We (nós) finish INTERROGATIVA new business
-0

novo curso de
course?
You (vós, vocês) finish negócios?
ar
lm

They (Eles, elas) finish Já os verbos irregulares do passado não possuem


gi

regras específicas, mas podemos memorizá-los a fim


ar

Em alguns casos, em verbos com terminações em de expandir o vocabulário. Confira a tabela a seguir:
lm

y depois de uma consoante, como em to study (estu-


gi

dar), to fly (voar) e to cry (chorar), substituímos o y


pela terminação -ies. Observe a seguir: VERBO
VERBO NO
IRREGULAR TRADUÇÃO
INFINITIVO
NO PASSADO
TO STUDY
To eat Ate Comer
I (eu) study
To come Came Vir
You (tu, você) study
Partir, sair,
To leave Left
He/she/it (ele, ela) studies deixar
We (nós) study To understand Understood Entender
You (vós, vocês) study To say Said Dizer
They (Eles, elas) study To send Sent Enviar
154
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Matthew will live in Canada in a couple of years.
VERBO Matheus viverá no Canadá daqui alguns anos.
VERBO NO
IRREGULAR TRADUÇÃO
INFINITIVO
NO PASSADO Na negativa, somamos o will + not, o que poderá
ser contraído para won’t.
To write Wrote Escrever

To read Read Ler She won’t accept the judge’s decision. / She will not
accept the judge’s decision.
To run Ran Correr Ela não aceitará a decisão do juiz.

To lend Lent Emprestar E na interrogativa, inverte-se a posição do verbo


modal will e o sujeito em questão na oração; ela tam-
To put Put Colocar, pôr bém pode vir em sua forma negativa (won’t), usada
To drive Drove Dirigir para confirmar ou reafirmar informações através de
uma pergunta. Confira:
To take Took Levar
Will you say yes if he proposes to you?
To keep Kept Manter, guardar Você dirá sim se ele te pedir a mão?
To wake up Woke up Acordar
Won’t you travel to Bulgaria next year?
Pegar, Você não viajará para a Bulgária no próximo ano?
To get Got
conseguir
Present Perfect
To bring Brought Trazer
O present perfect é um tempo verbal da língua ingle-
To buy Bought Comprar sa que não encontra equivalente em português; sendo
assim, é um dos tempos verbais do idioma que mais
To sell Sold Vender demandam atenção. Porém, entender sua estrutura e
propósito facilita a compreensão de quem estuda inglês.
Note que a estruturação das frases no passado sim- Apesar de ser similar ao passado simples quando
ples que apresentam verbos irregulares não muda, traduzido literalmente, o present perfect serve para
porém é importante lembrar que nas formas negativas expressar ações no tempo passado de modo indeter-
e interrogativas, com o emprego dos auxiliares did e minado, ou seja, que não precisam necessariamente
didn’t, o verbo principal retorna para o infinitivo. ter incisão de tempo.
No passado simples, as ações ocorrem e terminam
Simple Future no passado e isso é comumente expresso com alguns
advérbios de tempo e palavras e expressões de tempo
O simple future em inglês é o tempo verbal usado como last week (semana passada), yesterday (ontem), at
para expressar ações futuras. Existem dois tipos de futu- 3 o’clock (às 3 horas), before lunch (antes do almoço), two
ro simples: o futuro que indica planejamento e o futu- months ago (há dois meses), entre outros utilizados.
ro que pode indicar uma promessa, probabilidade, O present perfect, por outro lado, é utilizado quando
4
-2

decisão imediata, ação estimulada. O primeiro é mar- a ação a ser reportada é mais importante do que quando
13

cado pelo verbo to be (ser, estar) + going to; o segundo é ela ocorreu no passado, ou seja, sem indicação temporal
.7

marcado pelo verbo modal de futuro will. e para expressar acontecimentos passados que têm con-
28

Para tratar de situações que acontecerão em breve sequências ou repercussão no tempo presente, incluindo
.8

ou são mais prováveis de acontecer, utilizamos verb uma ação que pode ter acabado de acontecer. Sua estru-
18

to be + going to + o verbo principal + complemento do tura se baseia no verbo auxiliar have ou has seguido de
-0

assunto. Confira a seguir alguns exemplos: um verbo no particípio. Confira:


ar

She is going to spend Christmas with her family.


lm

VERBO
(futuro próximo/certeza). HAVE/HAS COMPLE-
gi

SUJEITO NO PARTI-
Ela vai passar o Natal com a família dela. (AUX.) MENTO
ar

CÍPIO
lm

They aren’t going to believe my story. (grandes I have been to Brazil.


gi

chances/probabilidade).
Eles não vão acreditar na minha história. Tradução: Eu estive no Brasil.

Are you going to accept the job? (certeza/probabilidade). No caso dos sujeitos I, you, we, they, utilizamos o
Você vai aceitar o emprego? verbo auxiliar have e, no caso dos sujeitos he, she, it,
LÍNGUA INGLESA

usamos has, que é sua conjugação base no presente. E


A conjugação das orações com going to no futu- é por esse motivo que este tempo verbal leva o nome
ro simples dá-se de mesmo modo que as orações com de presente perfeito.
verbo to be no presente simples. Observe que o verbo no particípio no exemplo
Em orações cuja intenção é expressar um uma pro- anterior é o verbo irregular to be. Os verbos irregu-
messa, probabilidade, decisão imediata, ação estimu- lares no passado também serão irregulares no parti-
lada, usa-se o will. Sua estrutura é bem simples. cípio. Os verbos regulares mantêm a sua estrutura do
passado simples mesmo quando conjugados no parti-
Observe um exemplo na afirmativa com will + cípio. Veja:
verbo no tempo presente:
155
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos classificar os substantivos em dois gru-
VERBO pos:  proper nouns  (substantivos próprios) e  common
HAVE/HAS COMPLE-
SUJEITO NO PARTI- nouns (substantivos comuns).
(AUX.) MENTO
CÍPIO
Proper Nouns
to the
He has talked
principal. Referem-se ao nome dos seres de modo específi-
co, indicando o nome de pessoas, de locais, dos dias e
Tradução: Ele conversou com o diretor. meses, nomes próprios de instituições, marcas e orga-
nizações, de profissões etc.
O verbo to talk (conversar) é um verbo regular e, Exemplos: London (Londres); architect (arquiteto);
portanto, assume sua forma no particípio de maneira friday (sexta-feira); Pepsi (Pepsi).
idêntica à sua forma no passado simples, talked.
Em frases negativas no present perfect, é o verbo Common Nouns
auxiliar que fica negativo. Soma-se o not ao have ou ao
has, podendo vir contraído como haven’t ou hasn’t. Referem-se ao nome dos seres de mesma categoria
ou família, ou seja, o nome das coisas e dos objetos,
She hasn’t called me to explain it. em geral, podendo ser algo físico, subjetivo, abstrato,
Ela não me ligou para explicar. contável, incontável, composto ou não. Observe os
exemplos em suas diferentes categorias:
They haven’t started the monthly planning.
z Comuns: tree (árvore); leaf (folha); flower (flor);
Eles não começaram o planejamento mensal.
grass (grama); dirt (terra);
z Concretos: chair (cadeira); fantasy (fantasia);
It hasn’t made any sense to me.
armor (armadura); bee (abelha); dream (sonho);
Não fez nenhum sentido para mim.
z Coletivos: kennel (canil); people (pessoas); shoal
(cardume); herd (manada); grove (arvoredo);
Em orações interrogativas, inverte-se a posição z Abstratos: love (amor); hate (ódio); encouragement
do verbo auxiliar e do sujeito. (encorajamento); kindness (bondade); spirit (espírito);
z Contáveis: table (mesa); pencil (lápis); pillow (tra-
Have you considered joining the army? vesseiro); door (porta);
Você considerou ir para o exército? z Incontáveis: bread (pão); water (água); advice
(conselho); information (informação);
Has he lost his mind? z Compostos: scuba diving (mergulho); stepson
Ele perdeu a cabeça/ficou louco? (enteado); newsstand (banca de jornal); train sta-
tion (estação de trem).
Has Jenna commented anything?
Jenna comentou alguma coisa? É impossível listar todo o vocabulário de diferentes
temáticas (tecnologia, saúde, economia, política, medi-
Alguns advérbios de frequência são utilizados jun- cina etc.) em apenas um material para estudos, pois
tamente ao present perfect para indicar ações que já há uma imensa vastidão de palavras na língua inglesa,
4
-2

ocorreram ou não em algum momento na vida, sem assim como em qualquer outro idioma. É uma tarefa
13

a necessidade da incidência de tempo. São eles: ever, desafiadora, porém, quanto mais se aumenta a prática
.7

already, never e yet. Eles são colocados logo após o ver- da leitura em inglês, sobre os mais diversos temas, mais
28

bo auxiliar, salvo pelo yet, que deve estar no fim da fácil se torna adquirir conhecimento e repertório para
.8

oração. Observe alguns exemplos: um bom desempenho na prova do Enem.


18
-0

She has never been to another country.


ar

Ela nunca esteve em outro país.


EXERCÍCIOS COMENTADOS
lm
gi

I have already made many mistakes.


1. (ENEM — 2022) Two hundred years ago, Jane Austen
ar

Eu já cometi muitos erros.


lived in a world where single men boasted vast esta-
lm

tes; single ladies were expected to speak several lan-


gi

Have you ever had alcohol?


Você já ingeriu álcool? guages, sing and play the piano. In both cases, it was,
of course, advantageous if you looked good too. So,
They haven’t decided anything yet. how much has — or hasn’t — changed? Dating apps
Eles não decidiram nada ainda. opaquely outline the demands of today’s relationship
market; users ruminate long and hard over their choice
VOCABULÁRIO of pictures and what they write in their biographies to
hook in potential lovers, and that’s just your own profi-
le. What do you look for in a future partner’s profile —
Os substantivos são responsáveis por nomear os
potential signifiers of a popular personality, a good job,
seres, podendo eles ser objetos, pessoas, lugares, emo-
a nice car? These apps are a poignant reminder of the
ções, fenômenos da natureza, animais etc. Dentre todos
often classist attitudes we still adopt, as well as the
os elementos importantes de serem aprendidos em um
financial and aesthetic expectations we demand from
outro idioma, os substantivos compõem uma classe de
potential partners.
palavras cruciais para a construção de um bom apren-
dizado na língua inglesa, pois é a partir deles que se GALER, S. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 8 dez. 2017
156 constitui um vasto conhecimento de vocabulário. (adaptado).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O texto aborda relações interpessoais com o objetivo de em Miami, o autor ressalta que embora estivesse
morando nos Estados Unidos, ele se sentia em Cuba
a) problematizar o papel de gênero em casamentos no trecho “[...] What’s more, it seemed that practi-
modernos. cally everyone was Cuban: my teachers, my class-
b) apontar a relevância da educação formal na escolha mates, the mechanic, the bus driver. I didn’t grow up
de parceiros. feeling different or treated as a minority. […]”, desta-
c) comparar a expectativa de parceiros amorosos em cando assim que a integração dos refugiados cuba-
épocas distintas. nos nos Estados Unidos foi feita de uma forma tão
d) discutir o uso de aplicativos para proporcionar encon- completa que o autor não sentiu falta do ambiente
tros românticos. que teria chance de habitar somente no país natal
e) valorizar a importância da aparência física na seleção de seus familiares. Resposta: Letra D.
de pretendentes.
3. (ENEM — 2022)
Nestes tipos de questão o objetivo é testar a capa-
cidade que o candidato tem de retirar uma infor-
mação específica de um trecho de texto. Assim é
possível identificar duas funções linguísticas expli-
citamente utilizadas: o simple past e o present per-
fect para colocar uma ideia comparativa.
No início do texto, a expressão “Two hundred years
ago [...]” denota que o assunto a ser abordado se
refere à uma ação passada, indicando o período
ou quando aconteceu (simple past) e após enume-
rar características que eram exigidas pelos homens
da época, a autora utiliza o present perfect para
estruturar a relação da ação citada no decorrer dos
anos até a atualidade com “[...] how much has — or
hasn’t — changed?”. Resposta: Letra C.

2. (ENEM — 2022) As my official bio reads, I was made in


Cuba, assembled in Spain, and imported to the United
States — meaning my mother, seven months pregnant,
and the rest of my family arrived as exiles from Cuba
to Madrid, where I was born. Less than two months
later, we emigrated once more and settled in New York
City, then eventually in Miami, where I was raised and
educated. Although technically we lived in the United
States, the Cuban community was culturally insular in
Miami during the 1970s, bonded together by the trau-
ma of exile. What’s more, it seemed that practically
everyone was Cuban: my teachers, my classmates, the
4
-2

mechanic, the bus driver. I didn’t grow up feeling diffe-


13

rent or treated as a minority. The few kids who got pic-


ked on in my grade school were the ones with freckles
.7
28

and funny last names like Dawson and O’Neil.


.8
18

BLANCO, R. Disponível em: http://edition.cnn.com. Acesso em: 9 dez.


2017 (adaptado).
-0
ar

Ao relatar suas vivências, o autor destaca o(a)


lm
gi

a) qualidade da educação formal em Miami.


ar

b) prestígio da cultura cubana nos Estados Unidos.


lm

c) oportunidade de qualificação profissional em Miami.


gi

d) cenário da integração de cubanos nos Estados Unidos.


e) fortalecimento do elo familiar em comunidades
estadunidenses. GAULD, T. Disponível em: www.tomgauld.com. Acesso em: 25 out.
2021.
Questões que envolvem narrativas sempre buscam
testar a habilidade de retirar informações de um Nessa tirinha, o comportamento da mulher expressa
LÍNGUA INGLESA

texto escrito sem precisar fazer a leitura completa


de tal (scanning). Assim, geralmente essas narra- a) revolta com a falta de sorte.
tivas apresentam tempos passados. Nesse caso o b) gosto pela prática da leitura.
passado simples ressalta o início da história com “I c) receio pelo futuro do casamento.
was made in Cuba, assemble to Spain and impor- d) entusiasmo com os livros de terror.
ted to theUnited States”, e já direciona o leitor para e) rejeição ao novo tipo de residência.
a retirada da informação principal que é: o autor
foi gerado em Cuba, nasceu na Espanha e foi com Tirinhas trazem a oportunidade de interpretação
a família para os Estados Unidos. Após relatar através do texto escrito e das imagens que dão enre-
como era viver na comunidade de exilados cubanos do à história. Nesta questão é possível notar o tom 157
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sombrio do ambiente onde ocorre a situação; um It has some downsides though. It is known to make
castelo no topo de uma colina e a presença de um many people feel insecure or down about themselves
vampiro recém-casado com uma mulher humana. O because the platform showcases the highlights of
diálogo apresenta o vampiro falando das condições everyone’s lives, while rarely showing the negatives.
impostas pelo casamento entre ele a humana, prin- This can make one feel like their life is not going as
cipalmente o fato de nunca mais poder sair do cas- well as others, contributing to the growing rates of
telo no trecho “Now that you are my bride, you will anxiety or depression in many teens today. There is an
never leave this castle”. Isso seria horripilante para underlying desire for acceptance through the number
qualquer ser humano comum, mas a personagem of likes or followers one has.
fica encantada com a biblioteca do castelo e não dá
atenção nenhuma ao que o seu então marido fala. Disponível em: https://cyberbullying.org. Acesso em: 29 out. 2021.
Resposta: Letra B.
O termo “downsides” introduz a ideia de que o Insta-
4. (ENEM — 2022) gram é responsável por

I tend the mobile now a) oferecer recursos de fotografia.


like an injured bird b) divulgar problemas dos usuários.
c) estimular aceitação dos seguidores.
We text, text, text d) provocar ansiedade nos adolescentes.
our significant words. e) aproximar pessoas ao redor do mundo.

I re-read your first, A questão tem como objetivo testar a habilidade de


your second, your third, interpretação através de conhecimento de vocabu-
lário específico, neste caso, um substantivo com-
Look for your small xx, posto, “downside”, tendo assim a junção de “down”
feeling absurd. (baixo) e “side” (lado), remetendo à uma ideia ou
efeito negativo. Tendo isso em mente, ao ler as alter-
The codes we send nativas da questão encontra-se apenas uma que
arrive with a broken chord. apresenta um aspecto negativo. Resposta: Letra D.

I try to picture your hands,


their image is blurred.

Nothing my thumbs press


ANOTAÇÕES
will ever be heard.

DUFFY, C. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 27


out. 2021.

Nesse poema, o eu lírico evidencia um sentimento de


4
-2
13

a) contentamento com a interação virtual.


.7

b) zelo com o envio de mensagens.


28

c) preocupação com a composição de textos.


.8

d) mágoa com o comportamento de alguém.


18

e) insatisfação com uma forma de comunicação.


-0
ar

Um poema um tanto quanto contemporâneo que


lm

apresenta o “internetês” e no qual a autora expressa


gi

a sua insatisfação com a forma que a sociedade se


comunica atualmente, através de textos. Assim ela
ar

se compara a um pássaro ferido “[...] like an injured


lm

bird [...]” pelo fato de estar sempre com o pescoço


gi

curvado para baixo para ler textos em seu smart-


phone. Além disso, todas as estrofes mostram um
negativismo e a sensação de vazio transferida pela
autora em seu vocabulário. Resposta: Letra E.

5. (ENEM — 2022)

A Teen’s View of Social Media

Instagram is made up of all photos and videos. There is


the home page that showcases the posts from people
you follow, an explore tab which offers posts from accou-
nts all over the world, and your own page, with a notifica-
tion tab to show who likes and comments on your posts.
158
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
4
-2
13
.7
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Também é importante lembrar que:

z A soma ou subtração de dois números pares tem


resultado par:

MATEMÁTICA 12 + 8 = 20 | 12 – 8 = 4;

z A soma ou subtração de dois números ímpares tem


resultado par:
CONHECIMENTOS NUMÉRICOS
13 + 7 = 20 | 13 – 7 = 6;
OPERAÇÕES EM CONJUNTOS NUMÉRICOS
z A soma ou subtração de um número par com outro
Números Naturais ímpar tem resultado ímpar:

Os números construídos com os algarismos de 0 a 14 + 5 = 19 | 14 – 5 = 9;


9 são chamados de naturais. O símbolo desse conjun-
to é a letra N, e podemos escrever os seus elementos z A multiplicação de números pares tem resultado par:
entre chaves: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13,
14, 15, 16, 17, …}. 8 · 6 = 48;
Os três pontos, conhecidos como reticências, indi-
cam que este conjunto tem infinitos números naturais. z A multiplicação de números ímpares tem resulta-
O zero não é um número natural propriamente do ímpar:
dito, pois não é um número de “contagem natural”.
Utiliza-se o símbolo N* para designar os números 3 · 7 = 21;
naturais positivos (excluindo o zero). Veja: N* = {1, 2,
3, 4, 5, 6, 7…}. z A multiplicação de um número par por um núme-
ro ímpar tem resultado par:

Se liga! 4 · 5 = 20.
O símbolo do conjunto dos números naturais é
a letra N, e podemos ter ainda o símbolo N*, que Números Inteiros
representa os números naturais positivos, isto é,
Os números inteiros são os números naturais e
excluindo o zero.
seus respectivos opostos (negativos). Veja: Z = {..., –7,
-–6, –5, –4, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}.
Conceitos básicos relacionados aos números naturais: O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa
importante é saber que todos os números naturais
4

z Sucessor: é o próximo número natural. são inteiros, mas nem todos os números inteiros são
-2

naturais. Sendo assim, podemos representar por meio


13

„ Exemplo: o sucessor de 4 é 5, e o sucessor de de diagramas e afirmar que o conjunto de números


.7

naturais está contido no conjunto de números intei-


28

51 é 52. Ou seja, o sucessor do número “n” é o


ros, ou ainda que N é um subconjunto de Z. Observe:
.8

número “n + 1”;
18

Z
-0

z Antecessor: é o número natural anterior.


ar

„ Exemplo: o antecessor de 8 é 7, e o antecessor N


lm

de 77 é 76. Ou seja, o antecessor do número “n”


gi

é o número “n – 1”;
ar
lm

z Números consecutivos: são números em sequência;


gi

„ Exemplo: 5, 6, 7 são números consecutivos, Podemos destacar alguns subconjuntos de núme-


porém 10, 9, 11 não são. Assim, (n – 1, n e n + 1) ros. Veja:
são números consecutivos;
„ Números inteiros não negativos: {4, 5, 6...}.
z Números naturais pares: são aqueles que, ao Veja que são os números naturais;
serem divididos por 2, não deixam resto. Por isso,
MATEMÁTICA

„ Números inteiros não positivos: {… –3, –2, –1,


o zero também é par. Logo, todos os números que 0}. Veja que o zero também faz parte deste con-
terminam em 0, 2, 4, 6 ou 8 são pares; junto, pois ele não é positivo nem negativo;
z Números naturais ímpares: ao serem divididos „ Números inteiros negativos: {… –3, –2, –1}. O
por 2, deixam o resto 1; zero não faz parte;
z Todos os números que terminam em 1, 3, 5, 7 ou „ Números inteiros positivos: {5, 6, 7...}. Nova-
9 são ímpares. mente, o zero não faz parte.

161
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z Operações com Números Inteiros
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
Há quatro operações básicas que podemos efetuar Operações Resultados
com estes números, são elas: adição, subtração, multi-
plicação e divisão. + + +

z Adição – – +

É dada pela soma de dois números. Ou seja, a adi-


+ – –
ção de 20 e 5 é: 20 + 5 = 25. – + –
Veja mais alguns exemplos:
Atenção:
„ Adição de 15 e 3: 15 + 3 = 18;
„ Adição de 55 e 30: 55 + 30 = 85.
„ A multiplicação de números de mesmo sinal tem
resultado positivo: 51 · 2 = 102; (–33) · (–3) = 99;
z Principais Propriedades da Operação de Adição „ A multiplicação de números de sinais diferen-
tes tem resultado negativo: 25 · (–4) = –100;
„ Propriedade comutativa: a ordem dos núme- (–15) · 5 = –75.
ros não altera a soma —> 115 + 35 é igual a 35
+ 115; z Principais Propriedades da Operação de Multiplicação
„ Propriedade associativa: quando é feita a adi-
ção de 3 ou mais números, podemos somar 2
„ Propriedade comutativa: A · B é igual a B · A,
deles primeiramente, e depois somar o outro.
ou seja, a ordem não altera o resultado —> 8 ·
Independentemente da ordem vamos obter o
5 = 5 · 8 = 40;
mesmo resultado —> 2 + 3 + 5 = (2 + 3) + 5 = 2 +
„ Propriedade associativa: (A · B) · C é igual a (C
(3 + 5) = 10;
· B) · A, que é igual a (A · C) · B —> (3 · 4) · 2 = 3 ·
„ Elemento neutro: o zero é o elemento neutro
(4 · 2) = (3 · 2) · 4 = 24;
da adição, pois qualquer número somado a
„ Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento
zero é igual a ele mesmo —> 27 + 0 = 27; 55 +
neutro da multiplicação, pois ao multiplicar 1
0 = 55;
por qualquer número, esse número permane-
„ Propriedade do fechamento: a soma de dois
cerá inalterado —> 15 · 1 = 15;
números inteiros sempre gera outro número
„ Propriedade do fechamento: a multiplicação
inteiro. Exemplo: a soma dos números inteiros
de números inteiros sempre gera um número
8 e 2 gera o número inteiro 10 (8 + 2 = 10).
inteiro —> 9 · 5 = 45;
„ Propriedade distributiva: essa propriedade é
z Subtração exclusiva da multiplicação. Veja como fica: A ·
(B + C) = (A · B) + (A · C), ou seja, 3 · (5+7) = 3 ·
Subtrair dois números é o mesmo que diminuir de (12) = 36.
um deles o valor do outro. Ou seja, subtrair 7 de 20
4
-2

significa retirar 7 de 20, restando 13: 20 – 7 = 13. Usando a propriedade: 3 · (5 + 7) = 3 · 5 + 3 · 7 =


13

Veja mais alguns exemplos: 15 + 21 = 36.


.7
28

„ Subtrair 5 de 16: 16 – 5 = 11; z Divisão


.8

„ 10 subtraído de 30: 30 – 10 = 20.


18

Quando dividimos A por B, queremos repartir a


-0

z Principais Propriedades da Operação de Subtração quantidade A em partes de mesmo valor, sendo um


ar

total de B partes.
lm

„ Elemento neutro: o zero é o elemento neutro Exemplo: temos 50 balas e queremos dividir entre
da subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer
gi

10 pessoas, isto é, queremos dividir 50 em 10 partes de


número, este número permanecerá inalterado
ar

mesmo valor. Ou seja, nesse caso teremos 10 partes de


→ 13 – 0 = 13;
lm

5 unidades, pois se multiplicarmos 10 · 5 = 50. Ou, ain-


„ Propriedade do fechamento: a subtração
gi

da, podemos somar 5 unidades 10 vezes consecutivas,


de dois números inteiros sempre gera outro ou seja, 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 + 5 = 50.
número inteiro → 33 – 10 = 23. Algo que é muito importante, e que você deve lembrar
sempre, são as regras de sinais na divisão de números.
z Multiplicação

A multiplicação funciona como se fosse uma repe- SINAIS NA DIVISÃO


tição de adições. Veja: a multiplicação 20 · 3 é igual à
Operações Resultados
soma do número 20 três vezes (20 + 20 + 20), ou à soma
do número 3 vinte vezes (3 + 3 + 3 + ... + 3).
+ + +
Algo que é muito importante, e que você deve lem-
brar sempre, são as regras de sinais na multiplicação – – +
de números.
+ – –

– + –
162
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Atenção: Representação Fracionária e Decimal

„ A divisão de números de mesmo sinal tem Há 3 tipos de números no conjunto dos números
resultado positivo: 60 ÷ 3 = 20; (–45) ÷ (–15) = 3; racionais:
„ A divisão de números de sinais diferentes tem
resultado negativo: 25 ÷ (–5) = –5; (–120) ÷ 5 = –24. 8 3 7
z Frações: 3 , 5 , 11 etc.;

Esquematizando: z Números decimais com finitas casas: 1,75;


z Dízimas periódicas: 0,33333...
Dividendo
Divisor Operações e Propriedades dos Números Racionais
30 5
As operações de adição e subtração de números
0 6 racionais seguem a mesma lógica das operações com
números inteiros. Veja:
Resto Quociente

Dividendo = Divisor · Quociente + Resto 15,25 + 5,15 = 20,4 15,25


30 = 5 · 6 + 0 +05,15

z Principais Propriedades da Operação de Divisão 20,40

„ Elemento neutro: a unidade (1) é o elemento 57,3 – 0,12 = 57,18 57,30


neutro da divisão, pois, ao dividir qualquer
número por 1, o resultado será o próprio núme- +00,12
ro —> 15 ÷ 1 = 15. 57,18

z Multiplicação de números decimais: aplicamos o


Se liga! mesmo procedimento da multiplicação comum, con-
A divisão não possui propriedade do fechamen- tudo, precisamos ficar atentos à colocação da vírgula.
to, diferenciando-se das demais operações com
números inteiros. A divisão não possui essa pro- 4,6 · 1,70 = 6,9020 ou 6,902
priedade, uma vez que ao dividir números intei-
ros podemos obter resultados fracionários ou 4,06 → 2 casas decimais
decimais: 2 ÷ 10 = 0,2 (não pertence ao conjunto
dos números inteiros). x 1,70 → 2 casas decimais

000
Números Racionais 2842
4
-2

+406
13

São aqueles que podem ser escritos na forma da 6,9020 → 4 casas decimais
.7

divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja,


28

A
escritos na forma (A dividido por B), onde A e B
.8

B z Divisão de números decimais: devemos multipli-


18

são números inteiros. car ambos os números (divisor e dividendo) por


-0

7 –15 uma potência de 10 (10, 100, 1000, 10000 etc.), de


Exemplos: e são racionais. Veja, também, modo a retirar todas as casas decimais presentes.
ar

4 9
Após isso, é só efetuar a operação normalmente.
lm

que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são


divididos pelo número 1.
gi

Atenção: qualquer número natural é também 5,7 ÷ 1,3


ar

inteiro e todo número inteiro é também racional. 5,7 · 100 = 570


lm

O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos 1,3 · 100 = 130


gi

representar por meio de diagramas a relação entre os 570 ÷ 130 = 4,38


conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:
Números Reais
Q
É o conjunto que envolve todos os outros conjuntos,
ou seja, aqui encontramos os números naturais, inteiros
MATEMÁTICA

e racionais, envolvidos de uma única maneira. Dentro


Z dos números reais, podemos envolver todos os outros
números dentro das operações matemáticas, sejam elas
N de adição, subtração, multiplicação ou divisão.
O símbolo desse conjunto é a letra R e podemos
representar por meio de diagramas a relação entre os
conjuntos naturais, inteiros, racionais e reais. Veja:

163
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Propriedade 4 — multiplicar os dois membros de
uma inequação por um número negativo inverte o
Q
sinal da desigualdade:

Z 5x – 8 > 12x + 41
R 5x – 12x > 41 + 8
N –7x > 49 (multiplicando toda a inequação por –1)
7x < –49 (o sinal foi invertido)
–49
x<
7
x < –7

DIVISIBILIDADE
Operações e Propriedades dos Números Reais
Quando temos problemas que envolvem divisão,
As operações adição, subtração, multiplicação e
sabe-se que precisamos de uma maneira mais eficien-
divisão ocorrem com os números reais tal como ocor-
te e simples para poder achar o resultado. Pensando
re com os números racionais.
nisso, temos as regras de divisibilidade, ou seja, ferra-
mentas que nos ajudam nas operações de divisão. Há
DESIGUALDADES
apenas duas opções em relação ao resultado: a respos-
ta é exata ou não. Vejamos as diversas regras.
Todas as vezes que temos uma expressão que não
representa uma igualdade, damos o nome de desi-
Divisibilidade por 2
gualdade. Os símbolos usados são: <, >, ≤ e ≥, que, res-
pectivamente, significam: menor, maior, menor ou
Um número é divisível por 2 quando ele é par, ou
igual, maior ou igual. Veja um exemplo: x > 5.
seja, todos os números em que o último algarismo é 0,
Esse é o resultado de uma inequação, e podemos
2, 4, 6 ou 8 → 256 ÷ 2 = 128.
interpretar que qualquer número maior que 5 pode ser
a resposta correta. Todavia, observe que 5 não é maior
Divisibilidade por 3
que 5. Ou seja, o próprio 5 não satisfaz a inequação.
Agora veja um outro exemplo: x ≤ 7, com x natural.
Um número é divisível por 3 quando a soma dos
Já sabemos que os números naturais são apenas os
seus algarismos é divisível por 3. Exemplo: 1236 é
inteiros não negativos. Sendo assim, as soluções para
divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é 1 + 2
essa inequação também podem ser: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
+ 3 + 6 = 12 (12 é divisível por 3) → 1236 ÷ 3 = 412.
Note que o número 7 entra como uma possível
solução, pois o sinal de desigualdade que estamos
Divisibilidade por 4
usando é o “menor ou igual”.
4
-2

Um número é divisível por 4 quando os dois últi-


Propriedades da Desigualdade
13

mos algarismos também são divisíveis por 4, ou nos


.7

números terminados em 00. Exemplos:


28

z Propriedade 1 — somar um mesmo número aos


.8

dois membros de uma inequação não altera o sen-


z 664 é divisível por 4, pois os dois últimos algaris-
18

tido da desigualdade:
mos são “64”, e 64 é divisível por 4 → 3664 ÷ 4 = 916;
-0

z 1500 é divisível por 4, pois o final é 00 → 1500 ÷ 4 = 375.


10x – 7 < 3x +15
ar
lm

10x – 7 + 4 < 3x +15 + 4 Divisibilidade por 5


gi

10x – 3 < 3x + 19
ar

Todos os números que possuem como último alga-


lm

z Propriedade 2 — subtrair um mesmo número dos rismo os números 0 ou 5 são divisíveis por 5 → 550 ÷ 5
gi

dois membros de uma inequação não altera o sen- = 110; ou 1325 ÷ 5 = 265.
tido da desigualdade:
Divisibilidade por 6
25x < 5x + 20
25x – 5x < 5x + 20 – 5x Todos os números que são divisíveis por 2 e por 3,
20x < 20 simultaneamente, são divisíveis por 6. Exemplo: 366
é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo, então tam-
z Propriedade 3 — multiplicar os dois membros de bém é divisível por 6 → 366 ÷ 6 = 61.
uma inequação por um número positivo não alte-
ra o sentido da desigualdade: Divisibilidade por 7

5x > 35 Devemos duplicar (dobrar) o algarismo das unida-


1 1 des e subtrair o resto do número. Se o resultado dessa
5x · > 35 ·
5 5 operação for divisível por 7, então o número é divisí-
164 x>7 vel por 7. Tomemos como exemplo o número 385:
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z Dobra-se o algarismo das unidades: 5 · 2 = 10;
z Subtrai-se o restante do número: 38 – 10 = 28;
z O resultado é divisível por 7, pois 28 ÷ 7 = 4;
z Desta forma, 385 é divisível por 7:

„ 385 ÷ 7 = 55.

Divisibilidade por 8

Se os três últimos algarismos forem divisíveis por 8, ou for número terminado em 000, então esse número será
divisível por 8 → 2000 ÷ 8 = 250.
Veja mais um exemplo: 1256 é divisível por 8, pois os três últimos algarismos “256” são divisíveis por 8, ou seja,
256 ÷ 8 = 32. Assim, 1256 ÷ 8 = 157.

Divisibilidade por 9

Um número é divisível por 9 quando a soma dos seus algarismos é divisível por 9. Exemplo: 5238 é divisível
por 9?

z Somando-se os algarismos: 5 + 2 + 3 + 8 = 18 (18 é divisível por 9);


z Desta forma, 5238 é divisível por 9:

„ 5238 ÷ 9 = 582.

Divisibilidade por 10

Todos os números terminados em 0 são divisíveis por 10 → 1130 ÷ 10 = 113.

FATORAÇÃO

A fatoração serve para simplificar equações e expressões algébricas. Veja as maneiras que podemos fazer a
fatoração.

Fatoração com Menor Número Primo

O nosso objetivo principal aqui é utilizar os menores números primos, para simplificar até o máximo possível
o número em questão. Veja:
4
-2

180 2
13
.7

90 2
28

45 3
.8
18

15 3
-0

5 5
ar
lm

1
gi
ar
lm

180 ÷ 2 → 90 ÷ 2 → 45 ÷ 3 → 15 ÷ 3 → 5 ÷ 5 → 1
gi

Forma fatorada do número 180 = 2 · 2 · 3 · 3 · 5.

Fatoração por Fator Comum em Evidência

Nosso foco é observar qual o número que se repete nos termos e colocá-lo em evidência. Veja: 7x + 7y.
Podemos notar que o número 7 é comum nos dois termos, portanto, podemos destacá-lo: 7x + 7y = 7 (x + y).
MATEMÁTICA

Agora veja este outro exemplo: 14x + 28y = 7 (2x + 4y).


Colocamos o 7 em evidência porque ele é divisor comum do 14 e 28 ao mesmo tempo.

Fatoração por Agrupamento de Termos Semelhantes

Nosso principal objetivo é juntar os termos comuns em partes da expressão, ou seja, essa fatoração é utilizada
quando um elemento não é comum a todos os termos. Veja: 5x + 10x + 5y + 10y.
Note que o x é comum nos dois primeiros termos e o y nos dois últimos. Podemos destacá-los assim: 5x + 10x
+ 5y + 10y = x (5+10) + y (5+10). 165
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Ainda podemos simplificar mais, pois agora existe outro fator comum que é (5 + 10): x (5+10) + y (5+10) = (5+10)
+ (x + y).
Podemos dizer que: 5x + 10x + 5y + 10y = (5+10) + (x + y).

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) O proprietário de um apartamento decidiu instalar porcelanato no piso da sala. Essa sala tem formato
retangular com 3,2 m de largura e 3,6 m de comprimento. As peças do porcelanato têm formato de um quadrado com
lado medindo 80 cm. Esse porcelanato é vendido em dois tipos de caixas, com os preços indicados a seguir.

� Caixas do tipo A: 4 unidades de piso, R$ 35,00;


� Caixas do tipo B: 3 unidades de piso, R$ 27,00.

Na instalação do porcelanato, as peças podem ser recortadas e devem ser assentadas sem espaçamento entre elas, apro-
veitando-se ao máximo os recortes feitos.

A compra que atende às necessidades do proprietário, proporciona a menor sobra de pisos e resulta no menor preço é

a) 5 caixas do tipo A
b) 1 caixa do tipo A e 4 caixas do tipo B
c) 3 caixas do tipo A e 2 caixas do tipo B
d) 5 caixas do tipo A e 1 caixa do tipo B
e) 6 caixas do tipo B

Área da sala: 3,2 · 3,6 = 11,52 m2


Área do piso: 0,8 · 0,8 = 0,64 m2
Número de pisos: 11,52 ÷ 0,64 = 18 pisos
Analisando cada alternativa, temos:

ALTERNATIVAS PREÇO QUANTIDADE SOBRA

A) 5 · 35 = 170,00 5 · 4 = 20 2

B) 1 · 35 + 4 · 27 = 143,00 1 · 4 + 4 · 3 = 16 –2

C) 3 · 35 + 2 · 27 = 159,00 3 · 4 + 2 · 3 = 18 0
4
-2

D) 5 · 35 + 1 · 27 = 202,00 5 · 4 + 1 · 3 = 23 5
13
.7

E) 6 · 27 = 162,00 6 · 3 = 18 0
28
.8

Resposta: Letra C.
18
-0

2. (ENEM — 2020) Um hotel de 3 andares está sendo construído. Cada andar terá 100 quartos. Os quartos serão numera-
ar

dos de 100 a 399 e cada um terá seu número afixado à porta. Cada número será composto por peças individuais, cada
lm

uma simbolizando um único algarismo.


gi
ar

Qual a quantidade mínima de peças, simbolizando o algarismo 2, necessárias para identificar o número de todos os quartos?
lm
gi

a) 160
b) 157
c) 130
d) 120
e) 60

Calculando a quantidade mínima de peças, temos:


Centenas: 100 peças, pensando do número 200 até 299.
Dezenas: 30 peças, pensando do número 120 até 129 (10 unidades) + 220 até 229 (10 unidades) + 320 até 329 (10 unidades).
Unidades: 30 peças, pensando do número 102 até 192 (10 unidades) + 202 até 292 (10 unidades) + 302 até 392 (10 unidades).
Somando: 100 + 30 + 30 = 160 peças. Resposta: Letra A.

3. (ENEM — 2020) Uma torneira está gotejando água em um balde com capacidade de 18 litros. No instante atual, o balde
se encontra com ocupação de 50% de sua capacidade. A cada segundo caem 5 gotas de água da torneira, e uma gota
é formada, em média, por 5 · 10−2 mL de água.
166
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Quanto tempo, em hora, será necessário para encher pessoas com antígeno A. Assim, podemos calcular
completamente o balde, partindo do instante atual? por meio de 100 – x = 100 – 30 = 70. Resposta: Letra
C.
a) 2 · 101
b) 1 · 101 5. (ENEM — 2020) Antônio, Joaquim e José são sócios de
c) 2 · 10−2 uma empresa cujo capital é dividido, entre os três, em
d) 1 · 10−2 partes proporcionais a: 4, 6 e 6, respectivamente. Com
e) 1 · 10−3 a intenção de igualar a participação dos três sócios no
capital da empresa, Antônio pretende adquirir uma fra-
Capacidade atual do balde: 50% de 18L → 50 ÷ 100 · ção do capital de cada um dos outros dois sócios.
18 = 9L = 9000mL. Total de gotas: 9000 ÷ 5 · 10-2 = 9 ·
103 ÷ 5 · 10-2 = 1,8 · 105 gotas. A fração do capital de cada sócio que Antônio deverá
Calculando o tempo: adquirir é
1s --------- 5 gotas
x ----------- 1,8 · 105 gotas a)
1
5x = 1,8 · 105 2
x = 0,36 · 105 = 36000 s. b)
1
Transformando em horas: 3
1h ------ 3600 s 1
c)
x -------- 36000 s 9
x = 36000 ÷ 3600 2
d)
x = 10 horas. Resposta: Letra B. 3
4
e)
3
4. (ENEM — 2020) Um grupo sanguíneo, ou tipo sanguí-
neo, baseia-se na presença ou ausência de dois antí- Antônio = 4x. Joaquim = 6x. José = 6x.
genos, A e B, na superfície das células vermelhas do Queremos igualar a partição dos sócios e Antônio pre-
sangue. Como dois antígenos estão envolvidos, os cisa receber uma parte de cada um dos outros. Soman-
quatro tipos sanguíneos distintos são: do tudo e dividindo pelos 3 sócios, encontramos: 4x +
� Tipo A: apenas o antígeno A está presente; 6x + 6x = 16x ÷ 3 = 5,33... Note que não conseguimos,
� Tipo B: apenas o antígeno B está presente; então vamos usar os conceitos de proporcionalidade.
� Tipo AB: ambos os antígenos estão presentes; Multiplicando tudo por 3: 12x + 18x + 18x = 48x ÷ 3
� Tipo O: nenhum dos antígenos está presente. = 16 (conseguimos).
Cada sócio terá 16x. Assim, Antônio deve receber
Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 15 abr. 2012 duas partes de cada sócio:
(adaptado). 2x 1
Antônio = = de cada sócio. Resposta: Letra C.
18x 9
Foram coletadas amostras de sangue de 200 pes-
soas e, após análise laboratorial, foi identificado que 6. (ENEM — 2020) Muitos modelos atuais de veículos
em 100 amostras está presente o antígeno A, em 110 possuem computador de bordo. Os computadores
amostras há presença do antígeno B e em 20 amos- informam em uma tela diversas variações de grande-
4
-2

tras nenhum dos antígenos está presente. zas associadas ao desempenho do carro, dentre elas
13

Dessas pessoas que foram submetidas à coleta de sangue, o consumo médio de combustível. Um veículo, de um
.7

o número das que possuem o tipo sanguíneo A é igual a determinado modelo, pode vir munido de um dos dois
28

tipos de computadores de bordo:


.8

a) 30 � Tipo A: informa a quantidade X de litro de combustível


18

b) 60 gasto para percorrer 100 quilômetros;


-0

c) 70 � Tipo B: informa a quantidade de quilômetro que o veí-


d) 90
ar

culo é capaz de percorrer com um litro de combustível.


e) 100
lm

Um veículo utiliza o computador do Tipo A, e ao final


gi

de uma viagem o condutor viu apresentada na tela a


Vamos resolver essa questão por meio de diagrama: informação “X/100”.
ar

Caso o seu veículo utilizasse o computador do Tipo B,


lm

A
o valor informado na tela seria obtido pela operação
gi

100 — x x 100 — x a) X.100


O x
b)
100
20 100
c)
x
AB 1
MATEMÁTICA

d)
x
e) 1.X
Perceba que a soma de 100 – x + x + 110 – x + 20 deve
resultar no total de pessoas, isto é, 200. Dessa forma: Vamos fazer uma relação de A com B.
100 – x + x + 110 – x + 20 = 200 → –x = 200 – 230 → Tipo A: x litros -------- 100 Km
–x = –30 → x = 30. Tipo B: 1 litro -------- y Km
Descobrimos assim a quantidade de pessoas com Resolvendo a regra de três:
antígeno AB. Contudo, o enunciado pede-nos as x litros -------- 100 Km
167
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1 litro -------- y Km diferença 11 – R. Considere o número de uma agência
xy = 100 bancária cujos quatro primeiros dígitos são 0100. Qual
x é o dígito verificador N5 dessa agência bancária?
y= . Resposta: Letra C.
100
a) 0
7. (ENEM — 2022) Foram convidadas 32 equipes para
b) 6
um torneio de futebol, que foram divididas em 8 gru-
c) 7
pos com 4 equipes, sendo que, dentro de um grupo,
cada equipe disputa uma única partida contra cada d) 8
uma das demais equipes de seu grupo. A primeira e a e) 9
segunda colocadas de cada grupo seguem para reali-
zar as 8 partidas da próxima fase do torneio, chama- Considerando-se a forma para encontrarmos o dígito
da oitavas de final. Os vencedores das partidas das verificador, e N1 = 0; N2 = 1; N3 = 0; e N4 = 0, teremos S
oitavas de final seguem para jogar as 4 partidas das = 5 · 0 + 4 · 1 + 3 · 0 + 2 · 0 = 0 + 4 + 0 + 0 = 4. Como N5 =
quartas de final. Os vencedores das quartas de final 11 – R, onde R é o resto da divisão de S por 11, e o resto
disputam as 2 partidas das semifinais, e os vencedo- da divisão de S = 4 por 11 é 4, visto que 4 < 11, teremos
res avançam para a grande final, que define a campeã então, por fim, que N = 11 – 4 = 7. Resposta: Letra C.
do torneio. Pelas regras do torneio, cada equipe deve
ter um período de descanso de, no mínimo, 3 dias 9. (ENEM — 2022) Ao escutar a notícia de que um filme
entre dois jogos por ela disputados, ou seja, se um recém-lançado arrecadou, no primeiro mês de lan-
time disputar uma partida, por exemplo, num domin- çamento, R$ 1,35 bilhão em bilheteria, um estudante
go, só poderá disputar a partida seguinte a partir da escreveu corretamente o número que representa essa
quinta-feira da mesma semana. quantia, com todos os seus algarismos. O número
escrito pelo estudante foi
O número mínimo de dias necessários para a realiza-
ção desse torneio é a) 135.000,00.
b) 1.350.000,00.
a) 22. c) 13.500.000,00.
b) 25. d) 135.000.000,00.
c) 28. e) 1.350.000.000,00.
d) 48.
e) 64. Considerando-se as classes decimais envolvi-
das, ou seja, a das unidades simples, a dos milha-
Para que o torneio seja realizado em um número res, a dos milhões e a dos bilhões, 1,35 bilhões =
mínimo de dias, considerando as regras dadas no 1.350.000.000,00. Resposta: Letra E.
enunciado, a fase de grupos precisa ser realizada
em 3 dias, já que todos os times do grupo jogam
entre si. Sendo assim, considerando J (jogo) e D (des-
canso), a fase de grupos ficaria esquematizada da RAZÕES E PROPORÇÕES
seguinte forma, totalizando 12 dias.
4
-2

JDDDJDDDJDDD A razão entre duas grandezas é igual à divisão


13

entre elas, veja:


.7

Depois disso, as demais fases poderiam ser realiza-


28

das em um dia cada. Desta forma, considerando O 2


.8

(oitavas de final), Q (quartas de final), S (semifinal) 5


18

e F (final), as demais fases ficariam esquematizadas


-0

da seguinte forma, totalizando 13 dias.


Ou podemos representar por 2 : 5 (lê-se “2 está
ar

para 5”).
ODDDQDDDSDDDF
lm

Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:


gi

Logo, somando os dias da fase de grupo com o res-


ar

2 4
tante das fases, temos 12 + 13 = 25. O torneio pode ser =
lm

3 6
realizado com 25 dias, no mínimo. Resposta: Letra B.
gi

8. (ENEM — 2022) Cada número que identifica uma agên- Ou podemos representar por 2 : 3 = 4 : 6 (lê-se “2
cia bancária tem quatro dígitos: N1, N2, N3, N4 mais um está para 3, assim como 4 está para 6”).
dígito verificador N5. Os problemas mais comuns que envolvem razão e
proporção são quando se aplica uma “variável” qual-
quer dentro da proporcionalidade, e se deseja saber o
N1 N2 N3 N4 – N5 valor dela. Veja o exemplo:

Todos esses dígitos são números naturais perten- 2 x


= ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6
centes ao conjunto {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}. Para a 3 6
determinação de N5, primeiramente multiplica-se orde-
nadamente os quatro primeiros dígitos do número da Para resolvermos esse tipo de problema, devemos
agência por 5, 4, 3 e 2, respectivamente, somam-se os usar a propriedade fundamental da razão e propor-
resultados e obtém-se S = 5N1 + 4N2 + 3N3 + 2N4. Pos- ção: “produto dos meios pelos extremos”.
teriormente, encontra-se o resto da divisão de S por Meio: 3 e x.
168 11, denotando por R esse resto. Dessa forma, N5 é a Extremos: 2 e 6.
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Devemos fazer a multiplicação entre eles numa É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
igualdade. Observe: minador ao efetuar essa soma interna, desde que
3·x=2·6 o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
3x = 12 proporção.
x = 12 ÷ 3
x=4 a c a+b c+d
= = =
Lembre-se de que a maioria dos problemas envol- b d a c
vendo esse tema são resolvidos utilizando essa pro-
priedade fundamental. Porém, algumas questões Vejamos um exemplo:
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser
útil conhecer algumas propriedades para facilitar. x 2
=
Vamos a elas. -
14 x 5

Propriedade das Proporções x + 14 - x 2+5


=
x 2
z Somas Externas
14 7
a c a+c =
= = x 2
b d b+d
Vamos entender um pouco melhor resolvendo 7 · x = 2 · 14
uma questão: suponha que uma fábrica vai distribuir
um prêmio de R$ 10.000 para seus dois empregados 14 · 2
x= =4
(Carlos e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de for- 7
ma proporcional ao tempo de serviço deles na fábrica.
Carlos está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Portanto, encontramos que x = 4.
Quanto cada um vai receber? Observação: vale lembrar que essa propriedade
Primeiro, devemos montar a proporção. Seja C a também serve para subtrações internas.
quantia que Carlos vai receber, e D a quantia que Die-
go vai receber, temos: z Soma com Produto por Escalar

C D a c a + 2b c + 2d
= = = =
3 2 b d b d

Utilizando a propriedade das somas externas:


Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
uma empresa vai dividir o prêmio de R$ 13.000 pro-
C D C+D
= porcionalmente ao número de anos trabalhados. São
3 2 = 3+2 dois funcionários que trabalham há 2 anos na empre-
sa, e três funcionários que trabalham há 3 anos.
4

Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B
-2

então podemos substituir na proporção:


13

o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa,


.7

A B
C+D temos: = . Porém, como são 2 funcionários na
28

C D 10.000 2 3
= = = = 2.000
categoria A e 3 funcionários na categoria B, podemos
.8

3 2 3+2 5
18

escrever que a soma total dos prêmios é igual a R$


-0

Atenção: esse valor de 2.000 corresponde ao que 13.000. Ou seja, 2A + 3B = 13.000.


chamamos de “constante de proporcionalidade”. Ele é Agora multiplicando em cima e embaixo de um
ar

que nos mostra o valor real das partes dentro da pro- lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
lm

porção. Veja:
gi

2A 3B
ar

=
C 4 9
lm

= 2.000
3
Aplicando a propriedade das somas externas,
gi

C = 2000 · 3 podemos escrever o seguinte:


C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)
2A 3B
D = = 2A + 3B
= 2.000 4 9
2 4+9
D = 2.000 · 2 Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-
MATEMÁTICA

D = 4.000 (esse é o valor de Diego) porção, temos:

Assim, Carlos vai receber R$ 6.000 e Diego vai rece- 2A


=
3B
=
2A + 3B
=
13.000
= 1.000
ber R$ 4.000. 4 9 4+9 13

z Somas Internas Portanto:

a c a+b 2A
= = = c+d = 1.000
b d b 4 169
d
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2A = 4 · 1.000 1–5–1|5
2A = 4.000 1 – 1 – 1 | 2 · 2 · 3 · 5 = 60
A = 2.000
Fazendo a mesma resolução em B: Assim, dividindo o M.M.C. pelo denominador e
multiplicando o resultado pelo numerador, temos:
3B
= 1.000
9 15x 12x 10x
+ +
3B = 9 · 1.000 60 60 60 = 740.000
3B = 9.000
B = 3.000 37x
= 740.000
60
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
receberão R$ 2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 X = 1.200.000
anos de casa receberão R$ 3.000 de bônus.
O total pago pela empresa será:
Agora basta substituir o valor de X nas razões para
Total = 2 · 2000 + 3 · 3000 = 4000 + 9000 = 13000.
achar cada parte da divisão inversa.
Regra da Sociedade x 1.200.000
= 300.000
4 = 4
z Diretamente Proporcional
x 1.200.000
= 240.000
Consiste em “dividir uma determinada quantia em 5 = 5
partes proporcionais a determinados números’’. Veja- x 1.200.000
mos um exemplo para entendermos melhor: = 200.000
6 = 6
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor As partes divididas inversamente proporcionais
dessas partes corresponde a? aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente, 300.000,
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro- 240.000 e 200.000.
porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor- PORCENTAGEM
cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
razão. Veja: A porcentagem é uma medida de razão com base 100.
X
=
Y
=
Z Ou seja, corresponde a uma fração cujo denominador
4 5 6 = constante de proporcionalidade é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar como
podemos representar um número percentual:
Usando uma das propriedades da proporção,
somas externas, temos: 30
z 30% = (forma de fração);
X+Y+Z 900.000 100
4+5+6 15 = 60.000 z 30% =
30
= 0,3 (forma decimal);
4

100
-2

A menor dessas partes é aquela que é proporcional a 4: 30 3


z 30% = = (forma de fração simplificada).
13

X 100 10
.7

4 = 60.000
28

X = 60.000 · 4 Sendo assim, a razão de 30% pode ser escrita de


.8

X = 240.000 várias maneiras:


18
-0

30 3
z Inversamente Proporcional 30% = = 0,3 =
ar

100 10
lm

Consiste em distribuir uma quantia X a três pes- Também é possível fazer a conversão inversa, isto
gi

soas, de modo que cada uma receba um quinhão é, transformar um número qualquer em porcentual.
ar

inversamente proporcional a três números. Vejamos Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
lm

um exemplo: suponha que queiramos dividir 740 mil 25 · 100 = 2500%


em partes inversamente proporcionais a 4, 5 e 6. 0,35 · 100 = 35%
gi

Vamos chamar de X as quantias que devem ser distri- 0,586 · 100 = 58,6%
buídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, respectiva-
mente. Devemos somar as razões e igualar ao total que Número Relativo
deve ser distribuído para facilitar o nosso cálculo, veja:
A porcentagem traz uma relação entre uma parte
X
+
X
+
X
= 740.000 e um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 cor-
4 5 6 responde ao todo. Já os 10% correspondem à fração do
todo que estamos especificando. Para descobrir a quan-
Agora vamos precisar tirar o M.M.C. (mínimo múl- to isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
mos a fração. 10 · 1000 = 100
10% de 1000 =
100
4–5–6|2
2–5–3|2 Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto 100 é a parte
1–5–3|3 que corresponde a 10% de 1000.
170
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se liga! JUROS

Quando o todo varia, a porcentagem também varia! Juros Simples

Veja um exemplo: A premissa, que é a base da matemática financeira, é


Roberto assistiu a duas aulas de matemática finan- a seguinte: as pessoas e as instituições do mercado prefe-
ceira. Sabendo que o curso que ele comprou possui rem adiantar os seus recebimentos e retardar os seus
um total de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já pagamentos. Do ponto de vista estritamente racional, é
assistidas por Roberto? melhor pagar o mais tarde possível, caso não haja inci-
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual, dência de juros (ou caso esses juros sejam inferiores ao
devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração. que você pode ganhar aplicando o dinheiro).
“Juros” é o termo utilizado para designar o “preço
2 1 do dinheiro no tempo”. Quando você pega certa quan-
8
=
4 tia emprestada no banco, o banco te cobrará uma
remuneração em cima do valor que ele te emprestou,
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja, pelo fato de deixar você ficar na posse desse dinhei-
vamos multiplicar a fração por 100: ro por um certo tempo. Essa remuneração é expressa
pela taxa de juros.
1 · 100 = 25% Nos juros simples a incidência recorre sempre
4 sobre o valor original. Veja um exemplo para melhor
entender: digamos que você emprestou R$ 1000,00
Soma e Subtração de Porcentagem em um regime de juros simples de 5% ao mês para
um amigo, que ficou de quitar o empréstimo após 5
As operações de soma e subtração de porcentagem meses. Então temos o seguinte:
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
que um número excede, reduz, é inferior ou superior
CAPITAL EMPRESTADO
ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial cor- VALOR REAJUSTADO
(1000,00)
responderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli- 1000,00 + (5% de
car pelo valor da grandeza. 1º mês = 1000,00
1000,00) = 1050,00
Exemplo 1: Paulinho comprou um curso de 200
horas-aula. Porém, com a publicação do edital, a esco- 1050,00 + (5% de
2º mês = 1050,00
la precisou aumentar a carga horária em 15%. Qual o 1000,00) = 1100,00
total de horas-aula do curso ao final?
1100,00 + (5% de
Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total 3º mês = 1100,00
1000,00) = 1150,00
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100% + 1150,00 + (5% de
15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o total 4º mês = 1150,00
1000,00) = 1200,00
de horas-aula do curso será: (1 + 0,15) · 200 = 1,15 · 200
4

= 230 horas-aula. 1200,00 + (5% de


5º mês = 1200,00
-2

1000,00) = 1250,00
13
.7

Se liga! Ao final do 5º mês você terá recebido 250,00 reais


28

de juros.
.8

A avaliação do crescimento ou da redução per-


18

centual deve ser feita sempre em relação ao


Fórmulas Utilizadas em Juros Simples
-0

valor inicial da grandeza.


-
Variação percentual = Final Inicial
ar

J=C·i·t
lm

Inicial
M=C+J
gi

M = C · (1 + i · J)
ar

Exemplo 2: Juliano percebeu que ele ainda não


lm

assistiu às 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o Em que J = juros; C = capital; i = taxa em percentual
gi

número de aulas não assistidas para 180. É correto afir- (%); t = tempo; M = montante.
mar que as aulas não assistidas por Juliano cairão 20%?
A variação percentual de uma grandeza corres- Taxas Proporcionais e Equivalentes
ponde ao índice:
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é
Final - Inicial 180 - 200
Variação percentual = = = importante saber a unidade de tempo sobre a qual a
Inicial 200
taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber ape-
MATEMÁTICA

nas que a taxa de juros é de “5%”. É preciso saber se


20
– = – 0,10 essa taxa é mensal, bimestral, anual etc. Dizemos que
200
duas taxas de juros são proporcionais quando guar-
dam a mesma proporção em relação ao prazo. Por
Como o resultado foi negativo, podemos afirmar exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao semes-
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas tre, e, também, é proporcional a 1% ao mês.
ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está Basta efetuar uma regra de três simples. Para
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%. obtermos a taxa de juros bimestral, por exemplo, que
é proporcional à taxa de 12% ao ano: 171
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos fazer a comparação entre juros simples e
12% ao ano ---------------------- 1 ano compostos. Observe a tabela abaixo:
Taxa bimestral ----------------- 2 meses

Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
temporal. Temos:
Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
12% ao ano ---------------------- 12 meses
Taxa bimestral ------------------ 2 meses Juros capitalizados
Juros capitalizados no
periodicamente
final do prazo
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: (“juros sobre juros”)

Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial


12% · 2 = Taxa bimestral · 12
Taxa bimestral = 2% ao bimestre Valores similares para Valores similares para
prazos e taxas curtos prazos e taxas curtos
Atenção: duas taxas de juros são equivalentes
quando são capazes de levar o mesmo capital inicial C Juros Compostos — Cálculo do Prazo
ao montante final M, após o mesmo intervalo de tempo.
Uma outra informação muito importante é que Nas questões em que é preciso calcular o prazo,
o cálculo de taxas equivalentes, quando estamos no você deverá utilizar logaritmos, visto que o tempo “t”
regime de juros simples, pode ser entendido assim:
está no expoente da fórmula de juros compostos. A
1% ao mês equivale a 6% ao semestre ou 12% ao ano, e
propriedade mais importante a ser lembrada é que,
levarão o mesmo capital inicial C ao mesmo montante
M, após o mesmo período de tempo. sendo dois números A e B, então:
No regime de juros simples, taxas de juros propor-
cionais são também taxas de juros equivalentes. log AB = B · log A

Juros Compostos Significa que o logaritmo de A elevado ao expoente


B é igual à multiplicação de B pelo logaritmo de A.
Imagine que você pegou um empréstimo de R$ Uma outra propriedade bastante útil dos logarit-
10.000,00 no banco, cujo pagamento deve ser realiza- mos é a seguinte:
do após 4 meses, com a taxa de juros de 10% ao mês.
Ficou combinado que o cálculo de juros de cada mês
será feito sobre o total da dívida no mês anterior, e log
A
= logA – logB
não somente sobre o valor inicialmente emprestado. B
Neste caso, estamos diante da cobrança de juros com- Isto é, o logaritmo de uma divisão entre A e B é
postos. Podemos montar a seguinte tabela: igual à subtração dos logaritmos de cada número.
4

Também é importante ter em mente que “log A” sig-


-2
13

MÊS DO EMPRÉSTIMO 10.000,00 nifica “logaritmo do número A na base 10”. Observe


.7

um exemplo:
1º mês 11.000,00
28

No regime de juros compostos com capitalização


.8

2º mês 12.100,00 mensal à taxa de juros de 1% ao mês, a quantidade de


18

meses que o capital de R$ 100.000 deverá ficar investi-


-0

3º mês 13.310,00 do para produzir o montante de R$ 120.000 é expressa


ar

4º mês 14.641,00 log2, 1


lm

por log1, 01 .
gi

Ao final de 4 meses você deverá devolver ao ban-


ar

Resolução: temos a taxa j = 1% am, capital C =


co R$ 14.641,00, que é a soma da dívida inicial (R$
lm

10.000,00), com os juros de R$ 4.641,00. 100.000 e montante M = 120.000. Na fórmula de juros


gi

compostos:
Fórmula Utilizada em Juros Compostos M = C · (1+j)t
120000 = 100000 · (1+1%)t
M = C · (1+i)t 12 = 10 · (1,01)t
1,2 = (1,01)t
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:
plo. Veja: log1,2 = log (1,01)t
log1,2 = t · log 1,01
M = 10000 · (1 + 10%)4
t = log1, 01
M = 10000 · (1 + 0,10)4
M = 10000 · (1,10)4 log1, 2
M = 10000 · 1,4641
Sendo assim, a questão está errada.
M = 14.641,00 reais

172
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RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA ENTRE GRANDEZAS Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
Sistema de Unidades de Medidas

Quando estudamos o sistema de medidas, aten- ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
tamo-nos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Porém existem as conversões entre as unidades para Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
uma melhor interpretação e leitura.
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
Medidas de Comprimento

A unidade principal tomada como referência é o Exemplo: converter 5,3 m3 para cm3.
metro (m). Temos seis unidades diferentes que ser- Para sair do metro cúbico e chegar ao centímetro
vem para medir dimensões maiores ou menores. A cúbico, devemos multiplicar por 1000000 (1000 · 1000),
conversão de unidades de comprimento segue potên- pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cias de 10. Veja o esquema: cúbico. Logo: 5,3 m3 = 5,3 · 1000000 = 5300000 cm3.
Veja agora algumas relações importantes:

Km hm dam m dm cm mm
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE

×10 ×10 ×10 ×10 ×10 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
×10
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
Km hm dam m dm cm mm 1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)

:10 :10 1 mililitro (ml) 1 centímetro cúbico (cm3)


:10 :10 :10 :10
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
Exemplo: converter 5,3 metros para centímetros.
Para sair do metro e chegar no centímetro deve- 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
mos multiplicar por 100 (10 · 10), pois “andamos” duas
casas até chegar em centímetro. Logo: 5,3m = 5,3 · 100 Medidas de Tempo
= 530 cm.
Medindo intervalos de tempo, temos como mais
Medidas de Área (Superfície) conhecidos hora, minuto e segundo. Veja como se faz
a relação nessa unidade:
A unidade principal tomada como referência é o
metro quadrado (m²). Temos seis unidades diferentes z Para transformar de uma unidade maior para uma
que servem para medir dimensões maiores ou meno- unidade menor, multiplica-se por 60: 1 hora = 60
4
-2

res. A conversão de unidades de superfície segue minutos. Ou seja, 4 h = 4 · 60 = 240 minutos;


13

potências de 100. Veja o esquema: z Para transformar de uma unidade menor para
.7

uma unidade maior, divide-se por 60: 20 minutos =


28

20 2 1
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2 = = da hora.
.8

(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro 60 6 3


18

quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)


Medidas de Ângulo
-0

×100 ×100 ×100 ×100 ×100


ar

×100
Para medir ângulos, a unidade básica é o grau.
lm

Temos as seguintes relações:


gi

Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2


ar

z 1 grau equivale a 60 minutos (1° = 60’);


lm

:100 :100 z 1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”).


:100 :100 :100 :100
gi

É importante observar que os minutos e os segundos


Exemplo: converter 5,3 m2 para cm2. dos ângulos não são os mesmos do sistema temporal
Para sair do metro quadrado e chegar no centíme- (hora — minuto — segundo). Os nomes são semelhantes,
tro quadrado devemos multiplicar por 10000 (100 · mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
100), pois “andamos” duas casas até chegar em centí-
metro quadrado. Logo: 5,3 m2 = 5,3 · 10000 = 53000 cm2. z 1h 32min 24s é um intervalo de tempo ou um ins-
MATEMÁTICA

tante do dia;
Medidas de Volume (Capacidade) z 1° 32’ 24” é a medida de um ângulo.

A unidade principal tomada como referência é o


metro cúbico (m³). Temos seis unidades diferentes que
servem para medir dimensões maiores ou menores. A
conversão de unidades de superfície segue potências
de 1000. Veja o esquema abaixo:
173
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SEQUÊNCIAS E PROGRESSÕES Observe o exemplo abaixo:

Sequências Numéricas {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}

Envolve um conjunto de dados dispostos de acordo Veja que 1 + 2 = 3, 3 + 2 = 5, 5 + 2 = 7, 7 + 2 = 9, e


com regras implícitas (alguma lógica de formação des- assim sucessivamente. Temos um exemplo nítido de
ses dados). É necessário descobrir qual a “regra” para, uma progressão aritmética (PA) com uma razão 2, ou
assim, encontrar os demais termos da sequência. Veja seja, r = 2 e termo inicial igual a 1. Em questões envol-
o exemplo: 2, 4, 6, 8, ... vendo progressões aritméticas, é importante você
A primeira pergunta que podemos fazer para saber obter o termo geral e a soma dos termos, con-
achar a lei de formação é: os números estão aumen- forme veremos a seguir.
tando ou diminuindo?
Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as Termo Geral da PA
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
Veja o nosso exemplo que foi postado: 2, 4, 6, 8, ... Do Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei-
primeiro termo para o segundo, somamos o número ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer
dois e depois repetimos isso. outro termo. Temos a seguinte fórmula:

2+2 = 4 | 4+2 = 6 | 6+2 = 8 an = a1 + (n – 1)r

A partir disso, o nosso próximo termo será o núme- Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
ro 10, pois 8 + 2 = 10. “n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
Caso os números estejam diminuindo, você pode a posição do termo na PA.
buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divi- Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir
sões entre os termos. o termo de posição 10. Já temos as informações que
Agora observe esta outra sequência: 2, 3, 5, 7, 11, 13, ... teremos: {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
Qual é o seu próximo termo? Muitas pessoas ten-
dem a dizer que o próximo termo é o 15. Mesmo tendo z o termo que buscamos é o da décima posição, isto
percebido que o 9 não está na sequência, a nossa ten- é, a10;
dência é relevar esse problema e marcar o valor 15. z a razão da PA é 2, ou seja, r = 2;
z o termo inicial é 1, ou seja, a1 = 1;
No entanto, o padrão encontrado deve ser capaz de
z n, ou seja, a posição que queremos, é a de número
explicar toda a sequência.
10: n = 10.
Nesse caso, estamos diante dos números primos,
que só podem ser divididos por eles mesmos ou então
Portanto:
pelo número 1. No caso, o próximo seria o 17, e não o
15. A propósito, os próximos números primos são: 17,
19, 23, 29, 31, 37... an = a1 + (n – 1)r
a10 = 1 + (10 – 1)2
a10 = 1 + 2 · 9
Sequências Numéricas Alternadas
a10 = 1 + 18
4
-2

a10 = 19
É bem comum aparecerem questões que envol-
13

vem uma sequência com mais de uma lei de forma-


.7

ção. Podemos ter 2 sequências que se alternam, como Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
28

neste exemplo: 2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ... sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
.8

Se analisarmos minuciosamente, podemos dizer podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
18

que temos uma sequência em que, de um núme- posição 200 é:


-0

ro para outro, devemos somar 2 unidades. Também


ar

podemos notar que temos a sequência em que, de um an = a1 + (n – 1) r


lm

número para o outro, é preciso somar 5 unidades. Elas a200 = 1 + (200 – 1) 2


estão em sequências numéricas alternadas. Veja: a200 = 1 + 2 · 199
gi

a200 = 1 + 198
ar

z 1ª sequência: 2, 4, 6, 8, ... a200 = 199


lm

z 2ª sequência: 5, 10, 15, 20, ...


gi

Soma do Primeiro ao n-ésimo Termo da PA


Progressão Aritmética
A fórmula a seguir permite-nos calcular a soma dos
Uma progressão aritmética é aquela em que os ter- “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
mos crescem sendo adicionados a uma razão constan-
te, normalmente representada pela letra r. n · (a1 + a n)
Atenção! Sn =
2

z Termo inicial: valor do primeiro número que Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
compõe a sequência; lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
z Razão: regra que permite, a partir de um termo, que já foi apresentado: {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}.
obter o seguinte. Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-
te caso, o termo a7, que observando na sequência é o
número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,
temos:
174
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n · (a1 + a n) Usando novamente o nosso exemplo, e fazendo a soma
Sn =
2 dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8, 16, 32...}

2 · ]2 — 1g
7 · (1 + 13)
S7 = 4
2 S4 =
2—1
7 · 14
S7 = 2 · (16 — 1)
2 S4 =
1
98
S7 = = 49 2 · 15
2 S4 =
1
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
S4 = 30
z PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
crescente. Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3; Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
z PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em Geométrica
ordem decrescente. Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = –1;
z PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão Suponha que você corra 1000 metros. Depois, você
iguais. Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. corre 500 metros. Em seguida, 250 metros. Após, 125
metros — sempre metade do que você correu ante-
riormente. Quanto você correrá no total? Observe que
Se liga! o que temos é exatamente uma progressão geométri-
ca infinita. Porém, essa PG é decrescente.
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
segundo termo ou o termo do meio é a média 1, teremos que qn = 0. Entendemos que, quanto maior
aritmética entre o primeiro e terceiro termo. Veja: for o expoente, mais próximo de zero será. Portanto,
]a1 + a3g substituindo, teremos:
PA (a1, a2, a3) → a2 =
2
^2 + 6h S∞ =
a1 · (0 — 1)
PA (2, 4, 6) → 4 = →4=4 q —1
2
a1
S∞ =
q —1
Progressão Geométrica
Atenção: em uma progressão geométrica, o qua-
Observe a sequência abaixo: {2, 4, 8, 16, 32...} drado do termo do meio é igual ao produto dos extre-
Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2. mos. {a1, a2, a3} ? (a2)2 = a1 · a3.
Esse é um exemplo típico de progressão geométrica,
ou simplesmente PG. Em uma PG, cada termo é obtido Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
pegando-se o termo anterior e o multiplicando por um
4

mesmo número, que chamamos de razão da progres- 82 = 4 ∙ 16


-2

são geométrica. Essa razão é simbolizada pela letra q.


13

64 = 64
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
.7

a1 = 1. Da mesma maneira que acontece no caso de PA,


28

PRINCÍPIOS DE CONTAGEM
normalmente precisamos calcular o termo geral e a
.8

soma dos termos.


18

Um método muito utilizado na resolução de pro-


-0

blemas matemáticos e probabilísticos é a teoria de


Termo Geral da PG contagem e análise combinatória. Nela, desenvolvem-
ar

-se técnicas de contagem de agrupamentos formados


lm

A fórmula a seguir permite-nos obter qualquer ter- sob condições preestabelecidas.


gi

mo (an) da progressão geométrica, partindo do primei- À primeira vista pode parecer desnecessário o uso
ar

ro termo (a1) e da razão (q): de técnicas de contagem de números ou elementos,


lm

mas nem sempre a quantidade de elementos encon-


gi

an = a1 · qn-1 trada é pequena, nem trivial de enumerar, então a


No nosso exemplo, o quinto termo a5 (n = 5) pode aplicação de métodos de contagem faz-se necessária.
ser encontrado assim: {2, 4, 8, 16, 32...} Suponha que se queira contar a quantidade de ele-
mentos de um conjunto A, sendo ele um conjunto fini-
a5 = 2 · 25-1 to de números de dois algarismos distintos, formados
a5 = 2 · 24 a partir dos dígitos 1, 2 e 3. Nesse caso, o número de
a5 = 2 · 16 elementos do conjunto A é de fácil enumeração, bas-
MATEMÁTICA

a5 = 32 tando formar todos os elementos e depois fazer a con-


tagem. Logo, A = {12,13,21,23,31,32}, e assim o número
Soma do Primeiro ao n-ésimo Termo da PG de elementos de A é n(A) = 6.
O mesmo não ocorre para o número de elementos
A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n” do conjunto B com a lei de formação, sendo este um
primeiros termos da progressão geométrica: conjunto finito de números de três algarismos distin-
tos, formado pelos dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8, pois
n
a1 · (q — 1) enumerar todos os elementos de B, n(B) = ? agora não
Sn = é trivial B = {123, 124, 125, ..., 876}. 175
q —1
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b1 (a1, b1)
Por ser muito grande esse conjunto, é necessário
b2 (a1, b2)
utilizar uma técnica de contagem, em que veremos a1
que n(B) = 336. (a1, bn)
bn
(a2, b1)
b1
b2 (a2, b2)
Fatorial a2
(a2, bn)
bn
O fatorial é uma operação matemática utilizada
para simplificar a notação de algumas técnicas de
contagem, como permutação, arranjo e combinatória. b1 (am, b1)
Sua definição é bem simples: dado um número inteiro b2 (am, b2)
am
e não negativo, ou seja, n ∈ℕ, define-se o fatorial de
bn
n, com notação de n!: (am, bm)
pares

n! = n ∙ (n – 1) ∙ (n – 2) ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1, para n ≥ 2. (a1, b1), ⋯ ,(a1, bn) → n pares

Sendo que, para n = 0 ou n = 1, temos que os fato- (a2, b1), ⋯ ,(a2, bn) → n pares
riais são, respectivamente, 1! = 1 e 0! = 1.

O cálculo do fatorial de n = 5 é 5! ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120, m linhas ∙

mas quando esse n tende a ser grande o cálculo do
fatorial torna-se mais trabalhoso, como para n = 12:
(am, b1), ⋯ ,(am, bn)
12! = 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 479001600. n pares

Nesses casos podemos simplificar e usar em algu- n+n+⋯+n=m∙n


mas operações essa simplificação para facilitar o cál-
culo. Assim, temos o fatorial para n = 12, 12! = 12 ∙ 11 ∙ Suponha que em três cidades, Brasília, Belo Horizon-
10 ∙ ... 3 ∙ 2 ∙ 1 = 12 ∙ 11!. Generalizando, temos: te e Rio de Janeiro, existem quatro rodovias que ligam
Brasília a Belo Horizonte, e outras cinco rodovias que
ligam Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. Usando o prin-
(n + 1) != (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1) ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = (n + 1) ∙ n!
cípio multiplicativo, podemos saber de quantas formas
diferentes podemos chegar ao Rio de Janeiro, saindo de
(n + 1)! Brasília e passando por Belo Horizonte. Usando a ideia
Nesse sentido, a razão simplificada fica:
(n – 1)! dos conjuntos A e B anteriores, temos o conjunto A ligan-
do Brasília a Belo Horizonte, e o conjunto B ligando Belo
(n + 1)! (n + 1) ∙ n ∙ (n – 1)! Horizonte ao Rio de Janeiro:
= = (n + 1) ∙ n = n² +n
(n – 1)! (n – 1)!
A = {a1, a2, a3, a4} e B = {b1, b2, b3, b4, b5}
4

13!
-2

Com n ∈ ℕ, aplicando essa ideia na razão , (a1, b1), ⋯ ,(a1, b5) → 5 pares
13

temos: 11!
(a2, b1), ⋯ ,(a2, b5) → 5 pares
.7
28

4 linhas
.8



18

13! 13 ∙ 12 ∙ 11! ∙
-0

= = 13 ∙ 12 = 156
11! 11!
ar

(a4, b1), ⋯ ,(a4, b5) → 5 pares


lm

Princípio Multiplicativo e Aditivo da Contagem 5 + 5 + ⋯ + 5 = 4 ∙ 5 = 20


gi
ar

O princípio multiplicativo, também conhecido Assim, são 20 formas diferentes de chegar ao Rio de
lm

como o princípio fundamental da contagem, é Janeiro, saindo de Brasília e passando por Belo Horizonte.
gi

definido em duas situações diferentes. A primeira é Generalizando o princípio multiplicativo para


qualquer quantidade de conjuntos, temos:
quando se deseja fazer a contagem da combinação de
elementos entre dois ou mais conjuntos, ou seja, cru-
zamento de todos com todos. A segunda é quando se A = {a1, a2, ⋯, an1} n(A) = n1
quer contar elementos dessas combinações, mas res-
B = {b1, b2, ⋯, bn1} n(B) = n2
tringindo elementos a serem combinados.
Na primeira situação, podemos, inicialmente, tra- ∙
balhar com dois conjuntos A e B, sendo A = {a1, a2,···, ∙

am} com m elementos e B = {b1,b2,···, bm} com n elemen-
tos. Com isso, podemos formar da combinação de A Z = {z1, z2, ⋯, zn } n(Z) = nr
r
com B uma quantidade m · n (princípio multiplicati-
vo) de pares ordenados (a1,bj) com ai ∈ A e bj ∈ B. Então a quantidade de r-uplas, ou sequência de r
Podemos visualizar melhor descrevendo essa com- elementos, do tipo (ai, bj, ⋯, zp), onde ai ∈ A, bj ∈ B, ..., zp
176 binação em forma de diagrama de árvore: ∈ Z é n1 ∙ n2 ∙ ... ∙ nr (princípio multiplicativo).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Agora, para a segunda situação, podemos inicial- Se A = {a1, a2, ⋯, am}, n(A) = m
mente trabalhar com um conjunto A, A = {a1, a2, ⋯, am}
com m elementos. Com isso, podemos formar da com- com sequências do tipo: (ai,al, ⋯,aj, ⋯,ak)
binação de A com A tais que, ai ∈ A e aj ∈ A, sendo ai ≠ r elementos
aj (i ≠j) a quantidade m ∙ (m – 1) (princípio multiplica-
tivo, com restrição de elementos no par ordenado)
de pares ordenados (ai, aj) com ai ∈ A e aj ∈ A. Podemos
visualizar melhor descrevendo tal combinação em
a quantidade de sequência é: m ∙ (m – 1) ∙ (m – 2) ∙ ... ∙
forma de diagrama de árvore:
[m – (r –1)]
a2 (a1, a2)
a3 (a1, a3) Sendo assim, a quantidade de r-uplas, ou sequên-
a1
(a1, am) cia de r elementos, formados com elementos distintos
am
a1
(a2, a1) dois a dois, é m ∙ (m – 1) ∙ ... ∙ [m – (r – 1)] (princípio
a3 (a2, a3) multiplicativo), em que ai ∈ A ∀i ∈ {1, 2, ⋯, m} e ai ≠ ap
a2
(a2, am) para i ≠ p.
am Até o momento, vimos técnicas de contagem envol-
vendo o princípio multiplicativo. Agora, abordaremos
o princípio aditivo, princípio utilizado para realizar
a1 (am, a1) a união entre conjuntos de resultados possíveis; em
am
a2 (am, a2) cada um deles, a contagem será feita utilizando o prin-
cípio da multiplicação e, por fim, a soma deles dará
am — 1
(am, am — 1) o resultado do número de elementos da união desses
conjuntos de interesse.
(a1, a2), ⋯ ,(a1, am) → m – 1 pares Vejamos o exemplo para compreender melhor o
(a2, a1), ⋯ ,(a2, am) → m – 1 pares princípio aditivo: qual a quantidade de números intei-
ros positivos abaixo de 1000 que podem ser formados
∙ pelos dígitos {1, 2, 3}?
m linhas ∙ Note que não foi informada a quantidade de alga-
∙ rismos que devem ter esses números inteiros, assim
eles podem ser conjuntos de números de 1 algarismo
(am, a1), ⋯ ,(am, am–1) → m – 1 pares ou de 2 algarismos ou, ainda, de 3 algarismos. Não
(m – 1)+(m – 1)+ ⋯ +(m – 1) = m ∙ (m – 1) entram números de 4 algarismos, pois eles devem
estar abaixo de 1000, ou seja, até 999.
Para resolver esse problema, iremos utilizar pri-
meiro o princípio multiplicativo e, logo após, o prin-
Voltando ao exemplo do início da seção, temos o
cípio da adição, em que somaremos os resultados de
conjunto B, com a lei de formação sendo: um conjunto
cada um dos possíveis conjuntos de números em rela-
finito de números de três algarismos distintos formado ção aos seus algarismos. Assim, temos:
4

pelos dígitos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Para numerar todos os


-2

elementos de B, n(B)=?, B={123, 124, 125, ..., 876}, por


13

z Números possíveis com 1 algarismo: 3 {1, 2, 3};


ser um conjunto muito grande, é necessário utilizar
.7

z Números possíveis com 2 algarismos: 3 · 3 = 9 (pelo


uma técnica de contagem. Aqui podemos usar o princí-
28

princípio multiplicativo);
pio da multiplicação, com o caso de restrição, em que,
.8

z Números possíveis com 3 algarismos: 3 · 3 · 3 = 27


18

para serem elementos distintos, o que aparecer no pri- (pelo princípio multiplicativo).
meiro algarismo não pode aparecer no segundo, nem
-0

no terceiro, ou seja, o número 111 não é elemento de B: Pelo princípio aditivo, temos que: 3 + 9 + 27 = 39
ar

números possíveis formados com os dígitos {1, 2, 3}.


lm
gi

A = {a1, a2, a3, a4, a5, a6, a7, a8} = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} →


ARRANJOS, PERMUTAÇÕES E COMBINAÇÕES
ar

B = {123, 124, 125, ⋯, 876}


lm

(a1, a2, a3), ⋯ ,(a1, a7, a8) → 7 ∙ 6 pares (princípio Da definição do princípio fundamental da conta-
gi

multiplicativo) gem (multiplicativo), podemos deduzir algumas fór-


mulas de agrupamentos, simplificando com notação
(a2, a1, a3), ⋯ ,(a2, a7, a8) → 7 ∙ 6 pares
de fatorial e definindo alguns casos particulares.
8 linhas ∙
∙ Arranjo Simples

MATEMÁTICA

Podemos definir arranjo simples como uma sequên-


(a8, a1, a2), ⋯ ,(a8, a7, a6) → 7 ∙ 6pares cia de r elementos distintos pertencentes ao conjunto n,
em que n e r são naturais e r é maior ou igual a 1 e menor
7 ∙ 6 + 7 ∙ 6 + ⋯ + 7 ∙ 6 = 8 ∙ 7 ∙ 6 = 336
ou igual a n. Temos sua fórmula como:
Assim, são 336 números distintos formados por
ARn, r =n · n · ... · n = nr
três algarismos distintos com os dígitos de 1 a 8.
r fatores
Generalizando o princípio multiplicativo, com res-
trição para elementos distintos, para qualquer quan-
tidade de elementos, temos: 177
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Arranjo com Repetição caso, a ordem dos elementos não é importante, então
os conjuntos {a, b} e {b, a} são considerados iguais. De
Como o próprio nome já diz, se a sequência for for- forma geral, temos:
mada por elementos n e houver repetição, ela é deno-
minada arranjo com repetição. Veja a fórmula para
esse tipo de arranjo: n!
Cn, r = ,r≤n;∀n,r ∈ N
r!(n – r)!
ARn,r = nr
O exemplo clássico de combinações são os pro-
Para exemplificar o arranjo com repetição, podemos blemas envolvendo membros de comissões. Suponha
usar o problema de sorteio com urnas, em que o número que uma empresa tenha 15 funcionários no setor
sorteado é reposto na urna e pode ser sorteado novamen- administrativo, e que se queira formar uma comissão
te, ou seja, com reposição (repetição). Seja nesse contexto com 3 desses funcionários. De quantas formas possí-
uma urna com os números 1, 2 e 3, e, em seguida, um veis pode-se formar essa comissão?
número é sorteado, reposto na urna, e o segundo núme- Assim, essas comissões são subconjuntos com os ele-
ro é sorteado. Quantas formas possíveis de sequências de mentos funcionários e a ordem dos elementos dentro
números podem ser observadas? dela não interfere, ou seja, esses subconjuntos de mes-
Usando a definição de arranjo com repetição, temos: mos elementos, mas de ordem distintas, são iguais. Logo,
ARn,r = nr essa contagem pode ser feita a partir da combinação:
AR3,2 = 32 = 9
n! 15! 15!
Logo, temos 9 pares possíveis de números sorteados. Cn, r = à C15,3 = = =
r! (n – r)! 3!(15 – 3)! 3!12!
Permutação
15 ∙ 14 ∙ 13 ∙ 12! 15 ∙ 14 ∙ 13
= = 455
Seja um conjunto de n elementos N = {a1, a2,···, an}, 3!12! 3∙2∙1
chamamos de permutação dos n elementos a todo
arranjo em que r = n, ou seja, permutação dos n ele-
mentos é um arranjo de todos os elementos de N. A Se liga!
permutação é denotada por:
Caso usássemos no exemplo anterior a ideia de
Pn = n! arranjo, teríamos um número bem maior de ele-
mentos, visto que a ordem importa no arranjo.
Assim, a permutação de um conjunto N = {1,2,3} são Sendo assim, o arranjo contaria como diferentes
todos os arranjos constituídos dos 3 elementos, ou seja, aqueles subconjuntos que a combinação define
{123,132,213,231,312,321}. Calculado o número de per- como iguais. Por isso, a escolha correta da téc-
mutações, temos então Pn= n!→P3 = 3! = 3 · 2 · 1 = 6. nica (arranjo ou combinação) para a condição
Em situações que envolvam condições de con- definida é essencial:
tagem, como em anagramas de palavras, em que o An, r =
n!
→ A15,3 =
15!
=
15!
=
4

conjunto N = {a1, a2, ···, an} de n elementos, irão existir (n — r) ! (15 — 3) 12!
-2

alguns elementos iguais, ai = aj com i ≠ j. Neste caso,


13

15 · 14 · 13 ·12!
= 15·14·13 = 2730
utiliza-se a técnica de permutação com elementos
.7

12!
repetidos; de forma geral, temos:
28
.8

BINÔMIO DE NEWTON
18

n1, n2,···,nr
Pn = n!
-0

n1 ! n 2 ! ···n r ! Por definição, binômio é um polinômio com dois


Suponha que se deseja saber quantos anagramas termos, e, tanto na matemática, quanto na física, é
ar

podem ser construídos com a palavra araraquara. necessário fazer a potenciação do denominado binô-
lm

Então, usando a definição de permutação com repetição, mio. O físico Isaac Newton percebeu um padrão de
gi

na palavra temos 10 letras e duas delas com repetição: regularidade no cálculo da potência de binômios,
ar

nomeando tal regularidade como Binômio de Newton.


lm

n = 10 Alguns casos particulares de cálculo de potência


gi

A → n1 = 5 de binômios já são conhecidos. Veja:


R → n2 = 3
z (x + a)0 = 1;
z (x + a)1 = x + a;
n! 10! 10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 ∙ 5!
Pnn1, n2 = à P105,3 = = = z (x + a)2 = x2 + 2xa + a2;
n1!n2! 5!3! 5!3! z (x + a)3 = x3 + 3x2 a + 3xa2 + a3.

10 ∙ 9 ∙ 8 ∙ 7 ∙ 6 Esses casos foram desenvolvidos a partir da ideia


= 5040
3∙2∙1 de distributiva da multiplicação. Tomemos como
exemplo o caso de (x+a)2:
Combinações O binômio (x+a)2 corresponde a (x+a) · (x+a) e, para
resolver tal operação, utilizamos da propriedade dis-
Combinação é o cálculo de quantos subconjuntos tributiva, em que escolhemos um termo da primeira
podem ser formados a partir do conjunto inicial n. O parte da multiplicação e multiplicamos por cada um
que difere a combinação da permutação é que, nesse dos termos da segunda parte da multiplicação. Veja:
178
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(x + a) · (x + a) = x2 + xa

(x + a) · (x + a) = a2 + xa

(x+a) · (x+a) = x² + xa + xa + a² = x² + 2xa + a²

Contudo, perceba que, para todo n inteiro, positivo, quanto maior o n, mais trabalhoso fica:

(x+a)n = (x+a) · (x+a) ·...·(x+a)


n fatores

Dessa maneira, é preciso uma fórmula para facilitar o cálculo:

(x+a)n = b n l xn + b n l xn—1a+ b
n
l xn—2a2 + ··· + b n
l xan—1 + b n l an
0 1 2 n—1 n
Para compreendermos melhor a fórmula, vamos aplicá-la no binômio (x+a)6:

(x+a)6 = b 6 l x6 + b 6 l x5a + b 6 l x4a2 + b 6 l x3a3 + b 6 l x2a4 + b 6 l xa5 + b 6 l a6


0 1 2 3 4 5 6
Para resolver, vamos encontrar os coeficientes, ou seja, as combinações:

bnl= n!
k k! (n — k) !

b6l= 6!
=
720
=1
0 0! (6 — 0) ! 720

b6l= 6!
=
720
=6
1 1! (6 — 1) ! 120

b6l= 6!
=
720
=
720
= 15
2 2! (6 — 2) ! 2·24 48

b6l= 6!
=
720
=
720
= 20
3 3! (6 — 3) ! 6·6 36

b6l=
4

6! 720 720
= = 15
-2

=
4 4! (6 — 4) ! 24·2 48
13

b6l=
.7

6! 720
= =6
28

5 5! (6 — 5) ! 120
.8

b6l=
18

6! 720
= =1
-0

6 6! (6 — 6) ! 720
ar

Substituindo:
lm
gi

(x+a)6 = 1x6 + 6x5a + 15x4a2 + 20x3a3 + 15x2a4 + 6xa5 + 1a6


ar
lm

Perceba que, em todos esses casos, há um termo que não possui o x. No caso do exemplo anterior, esse termo é o
1a6. Esse termo é denominado termo independente.
gi

Termo Geral

O termo geral do binômio de Newton é o que possibilita o cálculo de um dos termos do binômio sem resolver.
Veja a fórmula:
MATEMÁTICA

Tp+1 = b np l xn–pap
Onde p + 1 é o termo que se pretende achar, n é o expoente, x é o primeiro termo e a é o segundo termo.

179
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) Uma pessoa precisa comprar 15 sacos de cimento para uma reforma em sua casa. Faz pesquisa de
preço em cinco depósitos que vendem o cimento de sua preferência e cobram frete para entrega do material, conforme
a distância do depósito à sua casa. As informações sobre preço do cimento, valor do frete e distância do depósito até
a casa dessa pessoa estão apresentadas no quadro.

VALOR DO SACO DE VALOR DO FRETE PARA DISTÂNCIA ENTRE A


DEPÓSITO CIMENTO CADA QUILÔMETRO CASA E O DEPÓSITO

(R$) (R$) (KM)

A 23,00 1,00 10

B 21,50 3,00 12

C 22,00 1,50 14

D 21,00 3,50 18

E 24,00 2,50 2

A pessoa escolherá um desses depósitos para realizar sua compra, considerando os preços do cimento e do frete
oferecidos em cada opção.

Se a pessoa decidir pela opção mais econômica, o depósito escolhido para a realização dessa compra será o

a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Analisando cada depósito, encontramos:
a) 15 · 23 + 1 · 10 = 355,00
b) 15 · 21,5 + 3 · 12 = 358,50
c) 15 · 22 + 1,5 · 14 = 351,00
d) 15 · 21 + 3,5 · 18 = 378,00
e) 15 · 24 + 2,5 · 2 = 365,00
Assim, a opção mais econômica é o depósito C. Resposta: Letra C.
4
-2
13

2. (ENEM — 2020) Um motociclista planeja realizar uma viagem cujo destino fica a 500 km de sua casa. Sua moto con-
.7

some 5 litros de gasolina para cada 100 km rodados, e o tanque da moto tem capacidade para 22 litros. Pelo mapa,
28

observou que no trajeto da viagem o último posto disponível para reabastecimento, chamado Estrela, fica a 80 km do
.8

seu destino. Ele pretende partir com o tanque da moto cheio e planeja fazer somente duas paradas para reabasteci-
18

mento, uma na ida e outra na volta, ambas no posto Estrela. No reabastecimento para a viagem de ida, deve considerar
-0

também combustível suficiente para se deslocar por 200 km no seu destino.


ar

A quantidade mínima de combustível, em litro, que esse motociclista deve reabastecer no posto Estrela na viagem de
lm

ida, que seja suficiente para fazer o segundo reabastecimento, é


gi
ar

a) 13
lm

b) 14
gi

c) 17
d) 18
e) 21

Fazendo os cálculos, temos:


Ida
5L ---- 100 Km
x ---- 420 Km
100x = 5 · 420
x = 21L (sobrou 1L no tanque)
2ª parte (80 posto → destino + 80 volta → posto + 200 critério)
5L ---- 100 Km
x ----- 360 Km
100x = 5 · 360
x = 18L
180 Assim, a quantidade mínima de combustível é de 18 – 1 = 17L. Resposta: Letra C.
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3. (ENEM — 2020) Uma empresa de ônibus utiliza um sistema de vendas de passagens que fornece a imagem de todos
os assentos do ônibus, diferenciando os assentos já vendidos, por uma cor mais escura, dos assentos ainda disponí-
veis. A empresa monitora, permanentemente, o número de assentos já vendidos e compara-o com o número total de
assentos do ônibus para avaliar a necessidade de alocação de veículos extras.

Na imagem tem-se a informação dos assentos já vendidos e dos ainda disponíveis em um determinado instante.

A razão entre o número de assentos já vendidos e o total de assentos desse ônibus, no instante considerado na imagem, é

16
a)
42
16
b)
26
26
c)
42
42
d)
26
42
e)
16
Para resolver essa questão, precisamos contar quantos assentos já foram vendidos para colocar em uma razão
16
de assentos já vendidos / total de assentos desse ônibus = . Resposta: Letra A.
42
4. (ENEM — 2022) Um médico faz o acompanhamento clínico de um grupo de pessoas que realizam atividades físicas
diariamente. Ele observou que a perda média de massa dessas pessoas para cada hora de atividade física era de 1,5
kg. Sabendo que a massa de 1 L de água é de 1 kg, ele recomendou que ingerissem, ao longo das 3 horas seguintes
ao final da atividade, uma quantidade total de água correspondente a 40% a mais do que a massa perdida na atividade
física, para evitar desidratação. Seguindo a recomendação médica, uma dessas pessoas ingeriu, certo dia, um total de
4

1,7 L de água após terminar seus exercícios físicos.


-2
13

Para que a recomendação médica tenha efetivamente sido respeitada, a atividade física dessa pessoa, nesse dia, durou
.7
28
.8

a) 30 minutos ou menos.
18

b) mais de 35 e menos de 45 minutos.


-0

c) mais de 45 e menos de 55 minutos.


d) mais de 60 e menos de 70 minutos.
ar

e) 70 minutos ou mais.
lm
gi

Precisamos rememorar que a perda média de massa das pessoas atendidas por esse médico é de 1,5 kg por hora.
ar

Além disso, é importante atentarmo-nos ao fato de que 1 L de água corresponde a 1 kg, conforme o enunciado.
lm

Sendo assim, precisamos saber quantos litros de água uma pessoa tomará caso faça 1h de atividade física, ou
gi

seja, se essa pessoa perde 1,5 kg/h, e precisa tomar 40% a mais do que a massa perdida na atividade física, basta
encontrarmos 140% de 1,5 kg, ou seja, 140% de 1,5 L. Para isso, basta fazer:
1,4 · 1,5 = 2,1 L/h
Sendo assim, uma pessoa que fez 1h de atividade física deve ingerir 2,1L de água. Logo, se uma pessoa ingeriu 1,7
L após realizar uma atividade física, segundo as informações do enunciado, devemos fazer:
2,1 L ---- 60 min
MATEMÁTICA

1,7 L ---- x min


Com isso, x ~ 48 min. Resposta: Letra C.

5. (ENEM — 2022) Um casal está reformando a cozinha de casa e decidiu comprar um refrigerador novo. Observando a
planta da nova cozinha, desenhada na escala de 1 : 50, notaram que o espaço destinado ao refrigerador tinha 3,8 cm de
altura e 1,6 cm de largura. Eles sabem que os fabricantes de refrigeradores indicam que, para um bom funcionamento
e fácil manejo na limpeza, esses eletrodomésticos devem ser colocados em espaços que permitam uma distância
de, pelo menos, 10 cm de outros móveis ou paredes, tanto na parte superior quanto nas laterais. O casal comprou um
refrigerador que caberia no local a ele destinado na nova cozinha, seguindo as instruções do fabricante. 181
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esse refrigerador tem altura e largura máximas, em Suponha que exista um planeta Z, em algum sistema
metro, respectivamente, iguais a solar, onde um dia corresponda a 73 dias terrestres e
que 2 de seus anos correspondam a 1 ano terrestre.
a) 1,80 e 0,60. Considere que 1 ano terrestre tem 365 de seus dias.
b) 1,80 e 0,70. No planeta Z, seu ano corresponderia a quantos de
c) 1,90 e 0,80. seus dias?
d) 2,00 e 0,90.
e) 2,00 e 1,00. a) 2,5.
b) 10,0.
Vale rememorarmos que uma escala 1 : 50 significa c) 730,0.
que cada 1 cm na planta representa 50 cm na reali- d) 13.322,5.
dade. Sobre o espaço destinado ao refrigerador, pre- e) 53.290,0.
cisamos transformar em valores reais os valores da
altura e largura dados. Sendo assim, Para solucionar essa questão, basta analisarmos
Para a altura: 3,8 · 50 = 190 cm = 1,9 m. as relações dependentes entre as grandezas. Sobre
Para a largura: 1,6 · 50 = 80 cm = 0,8 m. o planeta Z, é importante rememorarmos que 1 de
Sabendo disso, para descobrirmos as medidas máxi- seus dias corresponde a 73 dias terrestres e que 2
mas do refrigerador, precisamos descontar a distân- de seus anos correspondem a 1 ano terrestre. Além
cia de segurança. Logo, sabendo que 10 cm = 0,1 m, disso, 1 ano terrestre corresponde a 365 dias. Sendo
a altura máxima do refrigerador será 1,9 – 0,1 = 1,8 assim, podemos enfatizar que se 2 anos no plane-
m e a largura máxima 0,8 – 0,2 = 0,6 m. Para a lar- ta Z correspondem a 1 ano terrestre, que por sua
gura devemos descontar 0,2 m, pensando em ambos vez corresponde a 365 dias, então 1 ano no planeta
os lados do refrigerador. Resposta: Letra A. 365
Z corresponderá a = = 187,5 dias terrestres.
2
6. (ENEM — 2022) O pacote básico de um jogo para Logo, se 1 dia no planeta Z são 73 dias terrestres,
smartphone, que é vendido a R$50,00, contém 2.000 então 187,5 dias terrestres (1 ano em Z) correspon-
gemas e 100.000 moedas de ouro, que são itens uti- 187, 5
deriam a = 2,5 dias em Z. Resposta: Letra A.
lizáveis nesse jogo. A empresa que comercializa esse 73
jogo decidiu criar um pacote especial que será vendido 8. (ENEM — 2020) Um processo de aeração, que consiste
a R$100,00 e que se diferenciará do pacote básico por na introdução de ar num líquido, acontece do seguinte
apresentar maiores quantidades de gemas e moedas modo: uma bomba B retira o líquido de um tanque T1 e
de ouro. Para estimular as vendas desse novo pacote, o faz passar pelo aerador A1, que aumenta o volume do
a empresa decidiu inserir nele 6.000 gemas a mais, em líquido em 15%, e em seguida pelo aerador A2, ganhan-
relação ao que o cliente teria caso optasse por comprar, do novo aumento de volume de 10%. Ao final, ele fica
com a mesma quantia, dois pacotes básicos. A quanti- armazenado num tanque T2, de acordo com a figura.
dade de moedas de ouro que a empresa deverá inserir
ao pacote especial, para que seja mantida a mesma
proporção existente entre as quantidades de gemas e
de moedas de ouro contidas no pacote básico, é A1 A2
4
-2
13

a) 50.000.
T1
.7

b) 100.000.
28

c) 200.000. T2
.8

d) 300.000. B
18

e) 400.000.
-0
ar

Vale rememorarmos que o pacote básico custa R$ Os tanques T1 e T2 são prismas retos de bases retan-
lm

50,00 e vem com 2.000 gemas e 100.000 moedas de gulares, sendo que a base de T1 tem comprimento c e
gi

ouro. O pacote especial custa R$ 100,00 e vem com largura L, e a base de T2 tem comprimento e largura 2L.
ar

10.000 gemas (sendo a soma de 6.000 com 4.000, Para finalizar o processo de aeração sem derrama-
lm

que é a quantidade de gemas de dois pacotes bási- mento do líquido em T2, o responsável deve saber a
gi

cos) e x moedas de ouro. Para saber a quantidade de relação entre a altura da coluna de líquido que já saiu
moedas de ouro do pacote especial, devemos mon- de T1, denotada por X, e a altura da coluna de líquido
tar a seguinte proporção, solucionando a igualdade. que chegou a T2, denotada por y.
Segue que:
Disponível em: www.dec.ufcg.edu.br. Acesso em: 21 abr. 2015.
2000 100000 2 100000
= + 100.000 → = +
1000 x 10 x A equação que relaciona as medidas das alturas y e x
100.000 → 2x + 200.000 = 1.000.000 é dada por
2x = 800.000
x = 400.000. Resposta: Letra E. a) y = 1,265x
b) y = 1,250x
7. (ENEM — 2022) Definem-se o dia e o ano de um planeta c) y = 1,150x
de um sistema solar como sendo, respectivamente, o d) y = 1,125x
tempo que o planeta leva para dar 1 volta completa em e) y=x
torno de seu próprio eixo de rotação e o tempo para
182 dar 1 volta completa em torno de seu Sol.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Temos que o V1 é dado por: 11. (ENEM — 2022) Um prédio, com 9 andares e 8 apar-
V1 = a · b · c → V1 = cLx tamentos de 2 quartos por andar, está com todos os
V2 = a · b · c → V2 = c ÷ 2 · 2L · y → V2 = cLy seus apartamentos à venda. Os apartamentos são
Analisando o que acontece quando T1 passa pelos identificados por números formados por dois alga-
aeradores, temos: rismos, sendo que a dezena indica o andar onde se
cLx · 115% · 110% = V2 encontra o apartamento, e a unidade, um algarismo de
cLx · 115% · 110% = cLy 1 a 8, que diferencia os apartamentos de um mesmo
y = 1,265x. Resposta: Letra A. andar. Quanto à incidência de sol nos quartos desses
apartamentos, constatam-se as seguintes caracterís-
9. (ENEM — 2022) Em janeiro de 2013, foram declaradas ticas, em função de seus números de identificação:
1.794.272 admissões e 1.765.372 desligamentos no
Brasil, ou seja, foram criadas 28.900 vagas de empre- � naqueles que finalizam em 1 ou 2, ambos os quartos
go, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados recebem sol apenas na parte da manhã;
e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério � naqueles que finalizam em 3, 4, 5 ou 6, apenas um dos
do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o Caged, o
quartos recebe sol na parte da manhã;
número de vagas criadas em janeiro de 2013 sofreu
� naqueles que finalizam em 7 ou 8, ambos os quartos
uma queda de 75%, quando comparado com o mesmo
recebem sol apenas na parte da tarde.
período de 2012.
De acordo com as informações dadas, o número de Uma pessoa pretende comprar 2 desses apartamen-
vagas criadas em janeiro de 2012 foi
tos em um mesmo andar, mas quer que, em ambos,
pelo menos um dos quartos receba sol na parte da
a) 16.514.
manhã. De quantas maneiras diferentes essa pessoa
b) 86.700.
poderá escolher 2 desses apartamentos para compra
c) 115.600.
d) 441.343. nas condições desejadas?
e) 448.568.
6!
a) 9 ·
Devemos rememorar que o número de vagas (6 — 2) !
(28.900) criadas em 2013 foi 75% menor que em 6!
2012, ou seja, as vagas criadas em 2013 represen- b) 9 ·
(6 — 2) ! · 2!
tam 25% (um quarto) das vagas de 2012. Desta
maneira, o número de vagas de 2012 corresponde c) 9 ·
4!
a 4 vezes a quantidade de vagas criadas em 2013, (4 — 2) ! · 2!
isto é, 4 · 28.900 = 115.600 vagas. Resposta: Letra C. 2!
d) 9 ·
(2 — 2) ! · 2!
10. (ENEM — 2022) Em uma loja, o preço promocional de
d - 1n
uma geladeira é de R$1.000,00 para pagamento somen-
^8 - 2h ! · 2!
8!
te em dinheiro. Seu preço normal, fora da promoção, é e) 9 ·
10% maior. Para pagamento feito com o cartão de cré-
4

dito da loja, é dado um desconto de 2% sobre o preço Considerando as variações de 1 a 8 da unidade do


-2

número do apartamento, podemos enfatizar que


13

normal. Uma cliente decidiu comprar essa geladeira,


optando pelo pagamento com o cartão de crédito da não é possível que o número do apartamento ter-
.7
28

loja. Ela calculou que o valor a ser pago seria o preço mine em 7 ou 8, já que nenhum dos quartos recebe
.8

promocional acrescido de 8%. Ao ser informada pela sol pela manhã. Logo, restam 6 possibilidades para
18

loja do valor a pagar, segundo sua opção, percebeu uma os algarismos de 1 a 6. Como essa pessoa preten-
-0

diferença entre seu cálculo e o valor que lhe foi apresen- de comprar dois apartamentos no mesmo andar,
tado. O valor apresentado pela loja, comparado ao valor basta escolhermos 2 dentre as 6 possibilidades.
ar

calculado pela cliente, foi


lm

Essa situação representa uma combinação, já que


se a pessoa escolher no andar x, o apartamento p1
gi

a) R$2,00 menor.
b) R$100,00 menor. e depois o apartamento p2, ou vice-versa, denota a
ar

mesma situação. Logo,


lm

c) R$200,00 menor.
d) R$42,00 maior.
gi

e) R$80,00 maior. 6!
C6,2 =
(6 — 2) ! · 2!
Organizemos as formas de pagamento da geladeira.
(a) No dinheiro: R$ 1.000,00; Além disso, devemos considerar que temos 9 anda-
(b) Fora da promoção: R$ 1.100,00 (10% a mais de res. Portanto, a quantidade máxima de maneiras é
“a”, ou seja, 0,1 · 1.000 = 1.100);
(c) Cartão de crédito da loja: R$ 1.078,00 (2% de 6!
MATEMÁTICA


desconto sobre o preço apresentado em “b”, ou seja, (6 — 2) ! · 2!
0,02 · 1.100 = 1.078).
A cliente calculou 108% do valor apresentado em Resposta: Letra B.
(a), ou seja, 0,08 · 1.000 = 1.080. Logo, levando-se
em consideração que a cliente comprará a geladeira 12. (ENEM — 2022) Um atleta iniciou seu treinamento
pela forma apresentada em (c), o valor apresentado visando as competições de fim de ano. Seu treinamen-
pela loja, comparado ao valor calculado pela clien- to consiste em cinco tipos diferentes de treinos: treino
te, foi R$ 1.078 – R$ 1.080 = – R$ 2,00 a menos. Res- T1, treino T2, treino T3, treino T4 e treino T5.
posta: Letra A. 183
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A sequência dos treinamentos deve seguir esta ordem:

Dia 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º

Treino T1 R R T2 R R T3 R T4 R R T5 R

A letra R significa repouso. Após completar a sequência de treinamentos, o atleta começa novamente a sequência a
partir do treino T1 e segue a ordem descrita. Após 24 semanas completas de treinamento, se dará o início das compe-
tições. A sequência de treinamentos que o atleta realizará na 24ª semana de treinos é

a) T3 R T4 R R T5 R.
b) R T3 R T4 R R T5.
c) R T4 R R T5 R T1.
d) R R T5 R T1 R R.
e) R T5 R T1 R R T2.

Sabendo que 24 semanas equivalem a 168 dias e que cada ciclo de treinos tem 13 dias, assim, 168 ÷ 13 = 12 com
resto 12, dando a entender que o atleta está em seu 13º ciclo. Pode-se inferir que no 13º ciclo, o atleta estará exe-
cutando a ordem de treino abaixo:

Dia 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169

Treino T1 R R T2 R R T3 R T4 R R T5 R

Essa sequência faz sentido já que o ciclo 1 termina em 13 dias. O final do 12º ciclo será em 12 · 13 = 156 dias,
tendo o início do 13º ciclo no 157º dia. O mesmo raciocínio pode ser feito para as semanas de treinos. A primeira
semana de treinos termina em 7 dias. Logo, o final da 23ª semana será em 23 · 7 = 161 dias, tendo o início da 24ª
semana no 162º dia. Logo, a sequência de treinamentos que o atleta realizará na 24ª semana é a destacada na
tabela acima. Resposta: Letra B.

13. (ENEM — 2022) Uma montadora de automóveis divulgou que oferta a seus clientes mais de 1.000 configurações dife-
rentes de carro, variando o modelo, a motorização, os opcionais e a cor do veículo. Atualmente, ela oferece 7 modelos
de carros com 2 tipos de motores: 1.0 e 1.6. Já em relação aos opcionais, existem 3 escolhas possíveis: central multi-
mídia, rodas de liga leve e bancos de couro, podendo o cliente optar por incluir um, dois, três ou nenhum dos opcionais
disponíveis. Para ser fiel à divulgação feita, a quantidade mínima de cores que a montadora deverá disponibilizar a
seus clientes é

a) 8
4

b) 9
-2

c) 11
13

d) 18
.7

e) 24
28
.8
18

Para se comprar um carro nessa montadora, deve-se escolher uma opção entre 7 modelos, 2 motores, 3 opcionais
e x cores. Para os opcionais, pode-se escolher um (C3,1), dois (C3,2), três (C3,3) ou nenhum (C3,0) dos opcionais. Logo,
-0

calculando cada combinação, teremos


ar
lm

3! 3! 3 · 2!
C3,1 = = = =3
gi

(3 — 1) ! · 1! 2! 2!
ar

3! 3! 3 · 2!
lm

C3,2 = = = =3
(3 — 2) ! · 2! 2! 2!
gi

3! 3!
C3,3 = = =1
(3 — 3) ! · 3! 3!
3! 3!
C3,4 = = =1
(3 — 0) ! · 0! 3!
que resultam em 8 possibilidades de se escolher os opcionais. Portanto, usando-se o Princípio da Contagem,
teremos que:
7 · 2 · 8 · x > 1000 → 112x > 1000 → x > 8,9.
Resposta: Letra B.

14. (ENEM — 2022) Uma equipe de marketing digital foi contratada para aumentar as vendas de um produto ofertado em
um site de comércio eletrônico. Para isso, elaborou um anúncio que, quando o cliente clica sobre ele, é direcionado
para a página de vendas do produto. Esse anúncio foi divulgado em duas redes sociais, A e B, e foram obtidos os
seguintes resultados:
184
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� rede social A: o anúncio foi visualizado por 3.000 pes- 36 · 100
soas; 10% delas clicaram sobre o anúncio e foram redi- representa = 240% deles após a segunda
15
recionadas para o site; 3% das que clicaram sobre o divulgação. Esta variação representa 140% de aumen-
anúncio compraram o produto. O investimento feito para to em Q, que é classificado pelo responsável pelo pro-
a publicação do anúncio nessa rede foi de R$ 100,00; duto como “bom”. Resposta: Letra C.
� rede social B: o anúncio foi visualizado por 1.000 pes-
soas; 30% delas clicaram sobre o anúncio e foram redi- 15. (ENEM — 2022) Um borrifador de atuação automáti-
recionadas para o site; 2% das que clicaram sobre o ca libera, a cada acionamento, uma mesma quantida-
anúncio compraram o produto. O investimento feito para de de inseticida. O recipiente desse produto, quando
a publicação do anúncio nessa rede foi de R$ 200,00. cheio, contém 360 mL de inseticida, que duram 60
dias se o borrifador permanecer ligado ininterrupta-
Por experiência, o pessoal da equipe de marketing con- mente e for acionado a cada 48 minutos. A quantidade
sidera que a quantidade de novas pessoas que verão o de inseticida que é liberada a cada acionamento do
anúncio é diretamente proporcional ao investimento rea- borrifador, em mililitro, é
lizado, e que a quantidade de pessoas que comprarão o
produto também se manterá proporcional à quantidade a) 0,125.
de pessoas que clicarão sobre o anúncio. O responsá- b) 0,200.
vel pelo produto decidiu, então, investir mais R$300,00 c) 4,800.
em cada uma das duas redes sociais para a divulgação d) 6,000.
desse anúncio e obteve, de fato, o aumento proporcional e) 12,000.
esperado na quantidade de clientes que compraram esse
produto. Para classificar o aumento obtido na quantida- Para solucionarmos essa questão, basta averiguar-
de (Q) de compradores desse produto, em consequência mos as relações dependentes entre as grandezas. Note
dessa segunda divulgação, em relação aos resultados que 1 dia tem 1.440 minutos, já que cada hora tem
observados na primeira divulgação, o responsável pelo 60 minutos. Sendo assim, 60 dias terão 86.400 minu-
produto adotou o seguinte critério: tos. Além disso, se o borrifador é acionado a cada 48
86.400
minutos, em 60 dias ele será acionado = 1.800
� Q ≤ 60%: não satisfatório; 48
� 60% < Q ≤ 100%: regular; vezes. Logo, se o borrifador tem 360 mL, a cada vez
� 100% < Q ≤ 150%: bom; 360
que é acionado libera = 0,2 mL de inseticida.
� 150% < Q ≤ 190%: muito bom; 1.800
Resposta: Letra B.
� 190% < Q ≤ 200%: excelente.

O aumento na quantidade de compradores, em conse-


quência dessa segunda divulgação, em relação ao que
foi registrado com a primeira divulgação, foi classifica- CONHECIMENTOS GEOMÉTRICOS
do como
CARACTERÍSTICAS DAS FIGURAS GEOMÉTRICAS
a) não satisfatório. PLANAS E ESPACIAIS
4

b) regular.
-2

c) bom. Polígonos
13

d) muito bom.
.7

e) excelente. Polígono é qualquer figura geométrica fechada,


28

formada por uma série de segmentos de reta.


.8

Vamos analisar a quantidade (Q) de compradores Os elementos de qualquer polígono são:


18

em cada divulgação, por rede social.


-0

Na rede social A: na primeira divulgação foram z Lados: são os segmentos de reta que formam o
ar

investidos R$ 100,00, houve 30.000 visualizações, polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui 5
lm

sendo que 300 das pessoas clicaram sobre o anúncio segmentos de reta, isto é, 5 lados);
gi

(0,1 · 30.000 = 300), e 9 dessas pessoas compraram z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
ar

o produto (0,03 · 300 = 9). Na segunda divulgação, tos de reta consecutivos. Estão marcados com
lm

seguindo o mesmo raciocínio, foram investidos R$ letras maiúsculas na figura;


gi

300,00, houve 90.000 visualizações, sendo que 900 z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
das pessoas clicaram sobre o anúncio, e 27 dessas dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
pessoas compraram o produto. lha traçadas no polígono.
Na rede social B: na primeira divulgação foram
investidos R$ 200,00, houve 1.000 visualizações, A
sendo que 300 pessoas clicaram sobre o anúncio
(0,3 · 1.000 = 300), e 6 dessas pessoas compraram
MATEMÁTICA

o produto (0,02 · 300 = 6). Na segunda divulgação,


seguindo o mesmo raciocínio, foram investidos tam- B E
bém R$ 300,00, houve 1.500 visualizações, sendo
que 450 das pessoas clicaram sobre o anúncio, e 9
dessas pessoas comprar o produto.
Logo, Q passou de 9 + 6 = 15 compradores na pri-
meira divulgação, para 27 + 9 = 36 compradores na
C D
segunda divulgação. Considerando que 15 já era 100%
dos compradores depois da primeira divulgação, 36
185
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Para calcular o número de diagonais de um polí- b
gono, vamos precisar levar em consideração os vérti-
ces (lados). Chegamos a seguinte fórmula:

n · (n — 3)
D= h h
2
Em que n é o número de lados do polígono. Veja
que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais, já que:

n · (n — 3) 5 · (5 — 3) 5·2 10 b
D= = = = =5
2 2 2 2
Área do Retângulo

Se liga! Para calcularmos a área, vamos fazer a multipli-


A soma do ângulo interno e do ângulo externo de cação de sua base (b) pela sua altura (h), conforme a
um mesmo vértice é igual a 180º. fórmula:
A soma dos ângulos internos de um polígono de
n lados é: A=b·h

Exemplo: em um retângulo com 10 centímetros de


S = (n – 2) · 180°
lado e 5 centímetros de altura, a área será:
A soma dos ângulos internos de um triângulo (n
A = 10cm · 5cm = 50cm2
= 3) é 180º; e nos quadriláteros (polígonos de 4
lados), essa soma é 360º.
Quando trabalhamos o conceito e cálculo de áreas
das figuras geométricas, usamos a unidade ao quadra-
Os polígonos que possuem todos os lados iguais, do. No exemplo, a medida era em centímetros e foi
e todos os ângulos internos iguais (congruentes) são passada para centímetros quadrados, que neste caso
chamados de polígonos regulares. Conheça algumas é a unidade de área.
nomenclaturas dos principais polígonos regulares e
os seus números de lados: Quadrado

Nada mais é do que um retângulo onde a base e a


Nº DE LADOS NOME altura têm o mesmo comprimento. Sendo assim, todos
os lados do quadrado têm o mesmo comprimento, que
3 Triângulo
chamaremos de L, e todos os ângulos internos são de
4 Quadrilátero 90°. Veja:

5 Pentágono
4

L
-2
13

6 Hexágono
.7

7 Heptágono
28
.8

8 Octógono
18

L L
-0

9 Eneágono
ar

10 Decágono
lm
gi

11 Undecágono
L
ar

12 Dodecágono
lm
gi

20 Icoságono A área também será dada pela multiplicação da


base pela altura (b x h). Como ambas medem L, tere-
mos L · L, ou seja:
COMPRIMENTOS, ÁREAS E VOLUMES
A = L2
Retângulo
Trapézio
Chamamos de retângulo um paralelogramo (polí-
gono que tem 4 lados opostos paralelos) com todos os Temos um polígono com 4 lados, sendo 2 deles
ângulos internos iguais a 90º. O lado “b” horizontal paralelos entre si, e chamados de base maior (B) e
corresponde à base, e o lado vertical “h”, à altura. base menor (b). Temos, também, a sua altura (h), que
é a distância entre a base menor e a base maior. Veja
na figura:

186
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b Triângulo

Trata-se de uma figura geométrica com 3 lados:

B a c

Conhecendo (b), (B) e (h), podemos calcular a área


do trapézio através da fórmula:

^B + bh · h
A=
2
b

Losango Para calcular a área do triângulo, é preciso conhe-


cer a sua altura (h):
É um polígono com 4 lados de mesmo comprimen-
to, sua diferença com o quadrado é que seus ângu-
los internos são diferentes de 90°, sendo dois agudos
(menores que 90°) e dois obtusos (maiores que 90°).
Veja:
a c
L L h

b
L L
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
Para calcular a área de um losango, vamos preci- lo utilizando a seguinte fórmula:
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d), de
acordo com a figura a seguir: b·h
A=
2
L L Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
d
4

z Triângulo isósceles: é o triângulo que tem dois


-2

lados iguais. Consequentemente, os 2 ângulos


13

D
internos da base são iguais;
.7

L L
28

C
.8
18

Desta forma, a área do losango é dada pela fórmula:


-0

D·d
ar

A=
lm

2
gi

Paralelogramo
ar

A a b B
lm

É um quadrilátero (4 lados) com os lados opostos


gi

paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes- z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
mo tamanho. três lados com medidas diferentes, tendo também
os três ângulos internos distintos entre si;
b

h
C a
Y
MATEMÁTICA

θ α
b
B
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
tiplicação da base pela altura: z Triângulo equilátero: é o triângulo que tem todos
os lados iguais. Consequentemente, ele terá todos
A=b·h os ângulos internos iguais.
187
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A O cubo é um caso particular do paralelepípedo
reto-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valo-
res de a = b = c.
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-
L L -retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
Veja:

V=a·b·c
Altura (h)

B C No caso do cubo, o volume fica:


1/ 1/
2 2 V = a · a · a = a3
„ Podemos calcular a altura usando a seguinte
fórmula: Se liga!
a 3 As faces do paralelepípedo são retangulares,
h= enquanto as faces do cubo são todas quadradas.
2
„ Para calcular a área do triângulo equilátero
usando apenas o valor da medida dos lados (a), A área total do cubo é a soma das 6 faces quadra-
usamos a fórmula a seguir: das. Ou seja,

AT = 6a2
a2 3
A=
2 Agora, no paralelepípedo reto-retângulo temos 2
z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°. retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
A total de um paralelepípedo é:

AT = 2ab + 2ac + 2bc

Prismas
a
c Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
não é uma circunferência.
4

B b C O prisma será classificado de acordo com a sua


-2

base. Por exemplo, se a base for um pentágono, o pris-


13

ma será pentagonal.
.7

Para cada lado desse triângulo temos as seguintes


28

nomenclaturas: o ângulo marcado com um ponto é o ângu-


.8

lo reto (90º). Oposto a ele, temos o lado (c) do triângulo, que


18

chamaremos de hipotenusa. Já os lados (a) e (b), que são


-0

adjacentes ao ângulo reto, são chamados de catetos.


O Teorema de Pitágoras nos dá uma relação entre
ar
lm

a hipotenusa e os catetos, dizendo que a soma dos qua-


Prisma Prisma Prisma Prisma
drados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa:
gi

triangular pentagonal hexagonal quadrangular


ar

a2 = b2 + c2.
lm

O volume para qualquer tipo de prisma será sem-


gi

Poliedros pre o produto da área da base pela altura. Veja:

São figuras espaciais formadas por diversas faces, V = Ab · h


cada uma delas sendo um polígono regular. Vamos
conhecer os principais poliedros, destacando alguns A área total de um prisma será a soma da área late-
pontos importantes como área e volume. ral com duas bases.

Paralelepípedo Reto-Retângulo e Cubo AT = Al + 2Ab

Cilindro

c a Vamos estudar o cilindro reto cujas geratrizes são


perpendiculares às bases. Observe a figura:

b
a a
188
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g1 + g2
E= , cilindro reto
2
Al = 2 · π · r · E
base (círculo)
2
cilindro reto r · r · (g1 + g2)
Vtronco = π · r · E
2
Vtronco =
2
Geratriz
Atenção: um corte transversal paralelo à base do cilin-
dro não forma um tronco de cilindro, pois o novo sólido
A distância entre as duas bases é chamada de altu- continua sendo um cilindro com altura ou geratriz menor.
ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro O volume do cilindro oblíquo de raio g/2 e geratriz g, é
da base, o cilindro é chamado de equilátero. dado por:

Figura 52 h
Cilindro equilátero: ℎ = 2r sen (60º) =
g
A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da
3
base do cilindro é igual a . h = g · sen (60º) g ·
Perceba que, se “desenrolarmos” a área lateral e 2
“abrimos” todo o cilindro, temos o seguinte:
bgl
2
3
Vcilindro = Ab · h = π · r2 · h = π · ·g·
2 2
2
g 3 3
Vcilindro = π · ·g· = · g3 · π
4 2 8
H H

R C
R g

A área da superfície lateral do cilindro é igual a 2ℎ. g


60º h
E o volume do cilindro é o produto da área da base
pela altura: V = πr2 · ℎ.
O tronco do cilindro é formado pelo plano que
intersecta o cilindro obliquamente em todas as gera- 60º
g
trizes, ou seja, um corte oblíquo. Desta forma, é for-
2
mado um tronco de cilindro com duas geratrizes,
maior e menor, o eixo e uma elipse na região do corte. Cilindro raio g/2 e geratriz g
4
-2
13

a
Esfera
.7

b
28

Quando estudamos a esfera, precisamos lembrar


.8

que tudo depende e gira em torno do seu raio, ou seja,


18

é o sólido geométrico mais fácil de trabalhar.


-0

g1 g2
E E
ar
lm
gi

r
ar
lm
gi

g 1

O raio (r) é simplesmente a distância do centro da


MATEMÁTICA

r
Secção esfera até qualquer ponto da sua superfície. O volume
Circular da esfera é calculado usando a seguinte fórmula:
Reta
E
g2 4
V= · πr3
3
E a área da superfície pela fórmula:

A = 4 · πr2
Tronco de cilindro reto e oblíquo.
189
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Cone V

Observe a figura:

Altura g
h B

Geratriz

A¹ r B¹ H

Base A¹ r B¹

Vamos extrair algumas informações.

z a base de um cone é um círculo, então a área da base G


é um círculo, então a área da base é πr2;
z quando “abrimos” um cone, temos a figura a seguir: H-h

G R B
A
O

Tronco de cone

A área do tronco do cone é encontrada somando a


área da base maior, área da base menor e a área late-
ral. O volume é feito subtraindo do volume total do
cone, e o volume do cone menor que foi formado, pela
secção transversal. Desta forma, o volume do cone de
R base maior menos o volume do cone de base menor:
4
-2
13

π · (H – h) · [R2 + R · r + r2]
.7

VTronco = Vmaior – Vmenor =


28

z temos também a área lateral, que é dada pela fórmu- 3


.8

la , onde “g” é o comprimento da geratriz do cone.


18

Sendo AB, a área da base maior e Ab a área da base


-0

Para calcularmos o volume, basta sabermos que menor. R o raio da base maior, r o raio da base menor.
E G a geratriz do tronco do cone, temos:
ar

1
equivale a do produto entre a área da base pela
lm

3
altura. Veja: AL = π · (R + r) · G
gi
ar

2 AT = AL + AB + Ab = π · [R · (G + R) + r · (G + r)]
rr h
lm

V=
3
gi

Da semelhança entre o cone original (cone maior)


Atenção: em um cone equilátero a sua geratriz com o cone da secção transversal (cone menor), temos
será igual ao diâmetro, ou seja, 2r. as seguintes relações:
O tronco do cone é um sólido formado pelo cor-
te ou uma secção transversal no plano paralelo à sua
R H
base. Esse conjunto de pontos que fica entre a secção =
transversal e a base do cone é o tronco. r h

ABmaior ALmaior ATmaior R2 H2


= = = =
ABmenor ALmenor ATmenor r2 h2

A∆maior R3 H3
= =
A∆menor r3 h3
190
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Pirâmides UTILIZAÇÃO DE ESCALAS

A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí- A escala é a razão constante entre qualquer gran-
gono regular, no caso de pirâmides regulares. deza química ou física que possamos comparar — isso
quando nos referimos às medidas de áreas. Já quan-
do falamos de um desenho ou mapa, chamamos de
escala cartográfica. É uma relação matemática entre
as dimensões apresentadas no desenho e o objeto real
por ele apresentado. É importante lembrar que as
dimensões devem ser sempre usadas na mesma uni-
dade. Podemos representar da seguinte forma:
Pirâmide Pirâmide Pirâmide
triangular z escala = medida no desenho : medida no objeto
quadrangular pentagonal real;
z escala = medida no desenho / medida no objeto
real.

Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:30,


significa que 1 cm no mapa é equivalente a 30 cm na
área real. Caso seja necessário indicar que cada cen-
tímetro de um mapa representa 1 metro na área real,
utilizamos a escala 1:100, ou ainda 1/100. Repare que
Pirâmide Pirâmide convertemos 1 metro para centímetros (100 centíme-
hexagonal heptagonal tros), pois ambas as medidas precisam estar na mes-
ma unidade.
O segmento de reta que liga o centro da base a um Geralmente as escalas aparecem em figuras ou
ponto médio da aresta da base é denominado “apótema mapas das seguintes maneiras:
da base”. Indicaremos por “m” o apótema da base. E o
segmento que liga o vértice da pirâmide ao ponto médio
de uma aresta da base é denominado “apótema da pirâ-
mide”. Indicaremos por m′ o apótema da pirâmide. Veja:

m1
-2
13
.7
28
.8
18
-0

m
ar
lm

ria

gi

n
cu

z a área lateral da pirâmide é dada por:


se
ar

a
Vi
lm

Aℓ = pm′ Via principal


gi

z a área total da pirâmide é dada por: Escola

AT = Ab + Aℓ ro
via
r
Fe

z o volume da pirâmide é calculado da mesma for-


co
ma que o volume do cone: 1/3 do produto da área Be
MATEMÁTICA

da base pela altura. Veja: Igreja


Hotel
Ab · h
V=
3
0 100 200
Escala 1: 10.000
1 cm na planta corresponde a 10.000 cm
ou 100 m na realidade
191
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Podemos usar estas classificações quanto ao tama- y
nho da representação: π
2 90º
z Escala natural: representada numericamente
como 1:1 ou 1/1. É usada quando o tamanho do
objeto (físico) representado no plano é igual ao
tamanho na realidade;
z Escala reduzida: quando o tamanho real é maior
do que a área representada em escala. Costuma X
180º 0º
ser usada na geografia em mapas de territórios; ou
plantas de habitações;
z Escala ampliada: quando o tamanho gráfico é
Por sua vez, 90° representam metade de meia-volta,
maior do que o real. É usada para mostrar detalhes
isto é, ¼ de volta. Este ângulo é conhecido como ângu-
mínimos de determinada área, principalmente de
lo reto, e tem uma representação bem característica:
espaços com tamanhos pequenos.
B
Atente-se: a escala é inversamente proporcio-
nal, ou seja, quanto maior a escala, menos detalhes
há, pois é menor a área representada no mapa. Em
contrapartida, quanto menor a escala, maior a área
representada no mapa (maiores detalhes).

ÂNGULOS
90 º
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
por duas semirretas. Veja na figura:

O A

Os ângulos podem ser classificados quanto ao


valor do ângulo em relação a 90°:

z Ângulos agudos: são aqueles inferiores à 90°.


Exemplos: 30o, 42o, 63o;
O ponto desenhado acima, no encontro entre as duas z Ângulos obtusos: são os superiores à 90o. Exem-
semirretas, é denominado “vértice do ângulo”. Um ângu- plos: 100o, 125o, 155o;
lo é medido de acordo com a sua abertura, sendo que, z Ângulos Rasos: os ângulos de 0° e 180º.
uma abertura completa mede 360 graus (360º):
4

Observe abaixo o círculo trigonométrico com seus


-2

y respectivos ângulos.
13
.7

π
π
28

= 90°
2 90º 2
π
.8

2π = 120° = 60°
3 3
18

3π = 135° π
= 45°
-0

4 4
5π = 150° π
ar

6 = 30°
6
lm
gi

180º 0º X
ar

o
lm

π 360º
2 π π = 180° 0 = 360°
gi

7π = 210° 11π = 330°


6 6
3 π 270º 5π = 225° 7π = 315°
4 4
2 5π = 300°
4π = 240°
3 3
3π = 270°
Como 360o representam uma volta completa, 180º 2
representam meia-volta.
Outra classificação de ângulos é com relação à
medida:

192
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z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais) Agora, podemos definir as posições relativas entre
quando possuem a mesma medida; duas retas. Sejam duas retas r e s distintas, elas são
z Ângulos complementares: são complementares concorrentes, paralelas ou reversas a depender da
quando a soma entre os ângulos é 90o. Exemplo: relação entre suas posições. Assim, podemos ter o
60° + 30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são comple- seguinte esquema:
mentares um ao outro;
z Ângulos suplementares: são suplementares   rr ees com
srcom ponto
eponto
s com em→comum
em comum
ponto → r→ e srconcorrent
r e s concorrentes
em comum e s concor
quando a soma entre os ângulos é 180o. Exemplo: r e srrcoplanares
ees coplanares  
s coplanares
110° + 70° = 180°. Os ângulos 70° e 110° são suple-   rr eessem
srsem ponto
eponto
s sem em →comum
em comum
ponto r e scomum
em → r→
paralelas e srparalelas
e s paralel
mentares entre si. r e srrreversas
  ees reversas
s reversas
A semirreta que divide um ângulo em duas partes
iguais é denominada Bissetriz. Veja: r e s com ponto comum→r ree s concorrentes
com ponto em comum → r e s conc
 r e s coplanares 
   r e s coplanares
r r
e es s componto
sem ponto s em
→ r eem comum→→r er es paral
comum
paralelas s con
Bissetriz rreresesem ponto comum 
s coplanares
  s reversas rrees não
s sem ponto
coplanares → rem comum → r e s para
e s reversas
r e s reversas
Posições Relativas Entre Dois Planos

Alguns postulados, ou teoremas, relacionados aos


α planos devem ser enunciados:
α
O z Teorema da interseção de planos: se dois planos
distintos têm um ponto em comum, então a inter-
Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos seção desses planos é uma única reta que passa
tirar algumas conclusões interessantes. por aquele ponto;
z Planos secantes: dois planos distintos que se cortam
B
(ou interceptam) são chamados de planos secantes
ou concorrentes, nesse caso a reta que está nos dois
C
A planos ao mesmo tempo é chamada de traço;
z Paralelismo entre planos: dois planos são paralelos
D se, e somente se, eles não têm ponto em comum ou
são coincidentes. Sendo assim, se um plano contém
z os ângulos formados pelo cruzamento das retas duas retas concorrentes, ambas paralelas a um outro
são denominados ângulos opostos pelo vértice, e plano, então esses dois planos são paralelos.
têm o mesmo valor. Ou seja, A = C e B = D;
z os ângulos A e B são suplementares, pois a soma
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângu-
los B e C, C e D, e D e A.
4
-2
13
.7

Se liga!
28
.8

Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida.


18
-0

Uma outra unidade de medida de ângulos é cha-


ar

mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem


lm

a (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim- Posições Relativas Entre Reta e Plano
gi

ples para convertermos qualquer ângulo em radia-


ar

nos. Veja, vamos converter 60o para radianos: Uma reta é paralela a um plano se, e somente se,
lm

eles não têm ponto em comum. Se uma reta não está


gi

180° ------------------- radianos contida num plano e é paralela a uma reta do plano,
60° ---------------------- x radianos então a reta também é paralela ao plano. Ou seja, para
que uma reta não contida num plano seja paralela a
180x = 60
60r r esse plano, ela deve ser paralela a uma reta do plano.
x= = radianos. Temos ainda que uma reta e um plano podem
180 3
apresentar em comum: dois pontos distintos, fazen-
do, assim, com que a reta esteja contida no plano; um
MATEMÁTICA

POSIÇÕES DE RETAS
único ponto, daí a reta e o plano são concorrentes
ou são secantes; nenhum ponto em comum, assim a
Posições Relativas Entre Duas Retas reta e o plano são paralelos.

Para falar de posições relativas entre duas retas,


primeiramente definiremos retas reversas. Assim,
duas retas são chamadas de retas reversas quando
não existe um plano que as contenha.
193
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Reta s
s
a
Segmento de Reta AB
A B t
b
Semirreta AB
a A B u

Feixe de Retas Paralelas


Perpendicularidade Entre Duas Retas, Dois Planos e
Entre Reta e Plano Um conjunto de três ou mais retas paralelas num
plano é chamado feixe de retas paralelas. Temos, ain-
Uma reta e um plano são perpendiculares se, da, uma reta que corta a reta de feixe que é chamada
e somente se, eles têm um único ponto em comum de reta transversal. Veja:
e a reta seja perpendicular a todas as retas do plano
que passam por esse ponto comum. Caso a reta seja s t
concorrente a todas as retas do plano, dizemos que a
reta é oblíqua ao plano. Se uma reta é perpendicular a a
um plano, então ela forma ângulo reto com qualquer
reta do plano. Assim, podemos dizer que, se uma reta b
é perpendicular a duas retas concorrentes do plano,
então ela é perpendicular ao plano.
Duas retas são perpendiculares, quando as retas c
são reversas e formam um ângulo reto, e são chamadas
ainda de retas ortogonais. Um plano α é perpendicu- d
lar a um plano β se α contém uma reta perpendicular
ao plano β. Ou seja, o plano β contém uma reta r que é
perpendicular a uma reta s do plano α.
SIMETRIAS DE FIGURAS PLANAS OU ESPACIAIS

Simetria de Figuras Planas

Quando falamos que duas figuras são simétricas,


podemos afirmar que elas possuem uma relação de cor-
respondência, que pode ser de diversas maneiras. A figu-
ra a seguir é simétrica em relação à reta traçada. Veja:
4

reta e plano perpendiculares


-2
13
.7
28
.8
18
-0

Lado A Lado B
ar

Perceba que os lados A e B são simétricos em rela-


lm

ção à reta. Chamamos essa simetria de axial, ou sime-


retas perpendiculares
gi

tria em relação ao eixo (reta).


ar

Um outro tipo muito comum é a simetria radial ou


lm

central, que é caracterizada por conseguirmos rota-


gi

cionar a figura em torno do seu centro:

planos perpendiculares

C
Razão Entre Segmentos de Reta

Quando dois pontos delimitam um conjunto de


pontos, numa mesma reta, chamamos de segmento de
reta. Podemos representar esses segmentos por duas
letras como, por exemplo, AB. O início do segmento é
194 em A e termina em B. Veja abaixo:
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Se girarmos a figura em 360°/4 = 90°, independente CONGRUÊNCIA E SEMELHANÇA DE TRIÂNGULOS
do sentido, ela volta a se repetir.
Quando falamos em semelhanças de triângulos,
Simetria de Figuras Espaciais precisamos ter em mente que são aqueles triângulos
que possuem os mesmos ângulos internos. Lembran-
Dizemos que duas figuras são simétricas, quando do que podem ser de qualquer tipo: retângulos, equi-
podemos afirmar que elas possuem uma relação de láteros, isósceles ou escalenos. Se temos 2 triângulos
correspondência, que pode ser de diversas maneiras. semelhantes, então podemos afirmar que os seus
Por exemplo, uma esfera é simétrica em relação a um lados são proporcionais. Observe o exemplo abaixo:
ponto, o seu centro. Veja:
B
E
C
a c
d f

C A G D
Podemos afirmar que todos os pontos que estejam b e
a mesma distância do centro terão característica simi-
lares, ou idênticas.
Uma esfera pode ser simétrica, também, com rela- Esses triângulos são semelhantes se os ângulos
ção a um eixo que passe sobre seu diâmetro: internos forem iguais, ou seja:

A = D, B = E e C = F

Se isso acontecer, podemos montar proporções entre


os lados correspondentes dos dois triângulos. Veja:
C
a b c
= =
d 2 f
Podemos também afirmar que o lado “a” do pri-
meiro triângulo pode ser chamado de BC, pois os
A simetria também pode ocorrer entre duas figu-
ângulos B e C estão nas extremidades do lado “a”. Da
ras espaciais. Observe o exemplo:
mesma forma, o lado “d” do segundo triângulo pode
ser chamado de EF. Logo, podemos escrever a propor-
ção da seguinte maneira:
4
-2

BC AC AB
= =
13

EF DF DE
.7
28
.8

Se liga!
18
-0

Congruência de triângulos tem o sentido de


Na situação, dizemos que as duas esferas são simé-
igualdade e/ou equivalência.
ar

tricas à reta ou ao eixo, ou seja, uma é a reflexão da


lm

outra.
gi

Podemos ter, ainda, a simetria em relação a um TEOREMA DE TALES


ar

plano. Veja que o plano a seguir divide o cone ao


lm

meio. O cone é simétrico em relação a esse plano. Sen- Quando temos um feixe de retas paralelas sobre
gi

do assim, as duas partes resultantes dessa divisão são duas transversais quaisquer, determinamos segmen-
iguais. tos proporcionais. Veja a figura abaixo para entender
um pouco mais:
P

s t

A D
MATEMÁTICA

B E
b

C F
c

D G
d

195
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Vamos destacar algumas proporções: O perímetro de uma circunferência, que é a mes-
ma coisa que o comprimento da circunferência, é
z AB ⁄ BC = DE ⁄ E F; dado por:
z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F; C=2·π·r
z DE ⁄ AB = EF ⁄ BC.
Para exemplificar, agora vamos calcular o períme-
RELAÇÕES MÉTRICAS NOS TRIÂNGULOS tro daquela circunferência com 10cm de raio:

Agora vamos falar sobre algumas métricas interes- C = 2 · 3,14 · 10


santes que estão presentes no triângulo retângulo. C = 6,28 · 10 = 62,8cm

A
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
C b
h

n m
B C raio diâmetro
a

Devemos nos atentar em relação a algumas fórmu-


las que são extraídas do triângulo acima, que poderão
nos ajudar na resolução de algumas questões. Essas
fórmulas são chamadas de relações métricas do triân-
gulo retângulo. Veja quais são:
Note que formamos uma região delimitada dentro
z h2 = mn; do círculo. Essa região é chamada de setor circular.
z b2 = ma; Temos ainda um ângulo central desse setor circular
z c2 = na; simbolizado por α. Com base neste ângulo, consegui-
z bc = ah. mos determinar a área do setor circular e o compri-
mento do segmento de círculo compreendido entre os
CIRCUNFERÊNCIAS pontos A e B.
Sabemos que o ângulo central de uma volta com-
pleta no círculo é 360º. Também sabemos a área desta
4

Todos os pontos estão a uma mesma distância em


-2

relação ao centro do círculo ou circunferência. Essa volta completa, que é a própria área do círculo ( r2).
13

distância é chamada de raio, e geralmente é represen- Vejamos como calcular a área do setor circular, em
.7

função do ângulo central α:


28

tada por “r”. Veja na figura abaixo:


.8
18

360° ---------------------------------- π · r2
-0

A α ----------------------------------- Área do setor circular


ar

r
lm

C Logo, a área do setor circular = (α · πr2)/(360°).


gi

Usando a mesma ideia, podemos calcular o com-


ar
lm

primento do segmento circular entre os pontos A e B,


gi

cujo ângulo central é “α”, e que o comprimento da cir-


cunferência inteira é 2r. Confira:
A área de um círculo é dada pela fórmula: A = r2.
Na fórmula, a letra (“pi”) representa um número irra- 360° ---------------------------------- 2πr
cional que é, aproximadamente, igual a 3,14. Vejamos α ----------------------------------- Comprimento do setor
um exemplo para calcular a área de um círculo com circular
10 centímetros de raio:
Logo, o comprimento do setor circular = (α · 2πr)/
A = π · r2 (360°).
A = π · (10)2
A = π · 100 TRIGONOMETRIA DO ÂNGULO AGUDO

Substituindo por 3,14, temos: A trigonometria fala sobre as relações entre os


comprimentos de dois lados de um triângulo retângu-
196 A = 3,14 · 100 = 314cm2 lo. Observe o triângulo retângulo a seguir:
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c
b
C B
A
A

a a b

B c

Temos além do ângulo reto, outros dois ângulos z Lei dos senos:
“a” e “b”. E, além disso, temos os lados A, B e C, em que
sen (A) sen (B) sen (C)
C é a hipotenusa e A e B são os catetos. A partir disso, = =
podemos definir algumas relações importantes: a b c
z Lei dos cossenos:
z Seno de um ângulo: é a razão entre o cateto opos-
to a esse ângulo e a hipotenusa: a2 = b2 + c2 — 2bc cos(A)
ou
Cateto Oposto
Sen(Ângulo) = b = a + c — 2ac cos (B)
2 2 2
Hipotenusa

Olhando para o nosso triângulo, temos que o “seno ou


do ângulo a” é a razão entre A e C, ou seja, sen(a) = A/C. c = a + b — 2ab cos(C)
2 2 2

Da mesma forma, podemos dizer que sen(b) = B/C;


É muito importante, também, conhecer os valores
z Cosseno de um ângulo: é a razão entre o cateto de seno, cosseno e tangente dos principais ângulos
adjacente a este ângulo e a hipotenusa: (ângulos notáveis): 0°, 30°, 45°, 60° e 90°. Para facilitar
vamos esquematizar uma tabela que relaciona todos
Cateto Adjacente os valores. Veja:
Cos(Ângulo) =
Hipotenusa

Note que o cateto B é adjacente ao ângulo a. Logo, ÂNGULO SENO COSSENO TANGENTE
cos(a) = B/C, e cos(b) = A/C, uma vez que o cateto A é 0° 0 1 0
adjacente ao ângulo B;
1 3 3
30°
� Tangente de um ângulo: é a razão entre o cate- 2 2 3
to oposto e o cateto adjacente a um determinado
4
-2

ângulo: 45° 2 2 1
13

2 2
.7

Cateto Oposto Sen (Ângulo) 1


28

Tan(Ângulo) = = 60° 3
Cateto Adjacente Cos (Ângulo) 2 3
.8

2
18

Ora, como A é oposto ao ângulo a e B é adjacente a 90° 1 0 Infinito


-0

este mesmo ângulo, podemos escrever tan(a) = A/B. Já


ar

tan(b) = B/A. Temos, ainda que tan(a) = sen(a)/cos(a) e


lm

tan(b) = sem(b)/cos(b).
Se liga!
gi

Atente-se:
ar

Conhecendo os valores da tabela é possível des-


lm

z Cossecante: inverso do seno, ou seja, cossec(a) = cobrir o seno, cosseno, tangente de qualquer
gi

1/sem(a); outro ângulo. Veja um exemplo:


z Secante: inverso do cosseno, ou seja, sec(a) = 1/ Qual o seno do ângulo 105°?
cos(a); 105° = 90° + 45°
z Cotangente: inverso da tangente, ou seja, cot(a) = sen(105°) = sen(90°+45°) = sen(45°)cos(90°) +
1/tan(a). sen(90°)cos(45°)

2 2
MATEMÁTICA

Temos uma relação fundamental da trigonometria: sen(105°) = ·0+1·


2 2
sen2(a) + cos2(a) = 1 2
sen(105°) =
2
Atenção: a relação fundamental da trigonometria
é válida para qualquer ângulo.
Precisamos conhecer algumas leis que relacionam
os lados e ângulos de um triângulo qualquer. Observe
o triângulo abaixo: 197
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2. (ENEM — 2020) Um clube deseja produzir miniaturas em
EXERCÍCIOS COMENTADOS escala do troféu que ganhou no último campeonato. O
troféu está representado na Figura 1 e é composto por
1. (ENEM — 2020) A fabricação da Bandeira Nacional deve uma base em formato de um paralelepípedo reto-retân-
obedecer ao descrito na Lei n° 5.700, de 1º de setembro gulo de madeira, sobre a qual estão fixadas três hastes
de 1971, que trata dos Símbolos Nacionais. No artigo que verticais que sustentam uma esfera de 30 cm de diâme-
se refere às dimensões da Bandeira, observa-se: tro, que fica centralizada sobre a base de madeira. O tro-
féu tem 100 cm de altura, incluída sua base.
“Para cálculos das dimensões, será tomada por base
a largura, dividindo-a em 14 (quatorze) partes iguais,
sendo que cada uma das partes será considerada uma
medida ou módulo (M). Os demais requisitos dimen-
sionais seguem o critério abaixo:

� Comprimento será de vinte módulos (20 M);


� A distância dos vértices do losango amarelo ao quadro
externo será de um módulo e sete décimos (1,7 M);
� O raio do círculo azul no meio do losango amarelo será 8 cm 10 cm
de três módulos e meio (3,5 M).” 50 cm 50 cm

BRASIL. Lei n. 5.700, de 1º de setembro de 1971.Disponível em:


www.planalto.gov.br. Acesso em: 15 set. 2015. Figura 1 Figura 1

A figura indica as cores da bandeira do Brasil e localiza A miniatura desse troféu deverá ser instalada no interior
o quadro externo a que se refere a Lei n° 5.700. de uma caixa de vidro, em formato de paralelepípedo
reto-retângulo, cujas dimensões internas de sua base
estão indicadas na Figura 2, de modo que a base do tro-
féu seja colada na base da caixa e distante das paredes
Largura do quadro externo

VERDE laterais da caixa de vidro em pelo menos 1 cm. Deve


ainda haver uma distância de exatos 2 cm entre o topo
da esfera e a tampa dessa caixa de vidro. Nessas con-
dições, deseja-se fazer a maior miniatura possível.
AZUL AMARELO
A medida da altura, em centímetro, dessa caixa de
vidro deverá ser igual a

a) 12
b) 14
c) 16
Comprimento do quadro externo
d) 18
4
-2

Um torcedor, preparando-se para a Copa do Mundo e e) 20


13

dispondo de cortes de tecidos verde (180 cm x 150


.7

cm) e amarelo (o quanto baste), deseja confeccionar a Extraindo os dados e plotando na figura:
28

maior Bandeira Nacional possível a partir das medidas


.8

do tecido verde.
18
-0

2 cm
Qual a medida, em centímetro, do lado do menor qua-
?
ar

drado de tecido azul que deverá ser comprado para 1 cm


1 cm
lm

confecção do círculo da bandeira desejada? 1 cm


1 cm
gi

1 cm 1 cm
ar

a) 27
lm

b) 32 8 cm 10 cm
c) 53
gi

50 cm 1 cm 1 cm
d) 63 50 cm
e) 90

Vamos primeiro encontrar o valor de cada Módulo Descontando 1cm de cada ponta da figura 2 do
(M): 180/20 = 9 cm. menor lado (8 cm), temos: Base do troféu: 8 – 2 =
Segundo as definições o raio do círculo azul no meio 6 cm
do losango amarelo será de três módulos e meio (3,5 Relacionando em escala, temos:
M), ou seja, r = 3,5·9 = 31,5 cm. Para saber qual o 50 cm ------- 6 cm
menor quadrado de tecido azul que podemos utili- 100 cm ----- x
zar, vamos multiplicar o raio por 2 para encontrar o 50x = 6·100
diâmetro do círculo: 31,5·2 = 63 cm. Assim, o lado do x = 12 cm
menor quadrado de tecido azul, precisa ter 63 cm. Como a questão diz que a altura precisa estar 2 cm
Resposta: Letra D. entre o topo da esfera e a tampa dessa caixa de vidro,
dispomos: x = 12 + 2 = 14 cm. Resposta: Letra B.

198
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3. (ENEM — 2022) Uma empresa produz e vende um tipo de chocolate, maciço, em formato de cone circular reto com as
medidas do diâmetro da base e da altura iguais a 8 cm e 10 cm, respectivamente, como apresenta a figura.

8 cm

10 cm

Devido a um aumento de preço dos ingredientes utilizados na produção desse chocolate, a empresa decide produzir
esse mesmo tipo de chocolate com um volume 19% menor, no mesmo formato de cone circular reto com altura de 10
cm. Para isso, a empresa produzirá esses novos chocolates com medida do raio da base, em centímetro, igual a

a) 1,52.
b) 3,24.
c) 3,60.
d) 6,48.
e) 7,20.

Considerando h = 10 cm e r = 4 cm, o Vatual = πr2 · h = 16π · 10 = 160π cm2. Por outro lado, ao reduzirmos o volume
do cone em 19%, ele terá apenas 81% do volume atual. Desta maneira, V 81% = 0,81 · 160π = 129,6π cm2. Logo,
129,6π = πr2 · h = πr2 · 10 = 10r2π r2 = 12,96 → r = 3,6 cm. Resposta: Letra C.

4. (ENEM — 2022) O professor de artes orientou seus estudantes a realizarem a seguinte sequência de atividades:

� Dobrar uma folha de papel em formato quadrado duas vezes, em sequência, ao longo das linhas tracejadas, conforme
ilustrado nas figuras 1 e 2, para obter o papel dobrado, conforme Figura 3.

O
4

O
-2
13
.7
28

Figura 1 Figura 2 Figura 3


.8
18

� Em seguida, no papel dobrado da Figura 3, considerar o ponto R, sobre o segmento OM, sendo M o ponto médio do lado
-0

do quadrado original, de modo que , traçar um arco de circunferência de raio medindo com centro no ponto R, obtendo
ar

a Figura 4. Por último, recortar o papel ao longo do arco e circunferência e excluir a parte que contém o setor circular,
lm

obtendo o papel dobrado, conforme Figura 5.


gi
ar
lm
gi

R M
O
MATEMÁTICA

Figura 4 Figura 5

Após desdobrado o papel que restou na Figura 5, a figura plana que os estudantes obterão será

199
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Meridiano 2 N

Meridiano 1

a)

Linha do Equador

S
α

b)
A vista superior da projeção ortogonal sobre o plano α
dessas duas trajetórias é

a)

c)
b)

c)

d)
d)

e)
4
-2
13

e) Se atentarmos ao enunciado, as trajetórias sobre a


.7

superfície do globo terrestre percorrem “parte” dos


28

meridianos e da Linha do Equador, logo as figuras


.8

das alternativas A e D não podem estar corretas. Por


18

outro lado, é válido rememorarmos que uma proje-


-0

ção é uma “sombra” do sólido no plano a que ele está,


ar

Considerando o desenho geométrico construído na nesse caso aqui, sobreposto. Sendo assim, é possível
lm

Figura 4 e o recorte realizado que resultou na Figura ver que as projeções das curvas que passam pelos
gi

5, já conseguimos perceber que, geometricamente, é meridianos serão retas no plano α e as projeções das
ar

impossível que sejam as alternativas A, D e E. Para curvas que passam pela Linha do Equador serão cur-
lm

vas no plano α. Logo, a vista superior da projeção


que a figura plana resultante fosse a circunferência
gi

ortogonal sobre o plano α dessas duas trajetórias,


da alternativa B, o centro e o raio das circunferências
está apresentada na alternativa E. Resposta: Letra E.
deveriam ser os mesmos, já que é possível ver que
conseguimos fazer a mesma construção da Figura 4,
6. (ENEM — 2022) Um casal planeja construir em sua
quatro vezes no interior da Figura 1. Logo, pelo fato
chácara uma piscina com o formato de um paralelepí-
de que teremos quatro circunferências de centros pedo reto retângulo com capacidade para 90.000 L de
diferentes e mesmo raio, a figura plana resultante da água. O casal contratou uma empresa de construções
dobradura é a da alternativa C. Resposta: Letra C. que apresentou cinco projetos com diferentes combi-
nações nas dimensões internas de profundidade, lar-
5. (ENEM — 2022) Na figura estão destacadas duas tra- gura e comprimento. A piscina a ser construída terá
jetórias sobre a superfície do globo terrestre, descritas revestimento interno em suas paredes e fundo com
ao se percorrer parte dos meridianos 1, 2 e da Linha uma mesma cerâmica, e o casal irá escolher o projeto
do Equador, sendo que os meridianos 1 e 2 estão con- que exija a menor área de revestimento. As dimensões
tidos em planos perpendiculares entre si. O plano α é internas de profundidade, largura e comprimento, res-
200 paralelo ao que contém a Linha do Equador. pectivamente, para cada um dos projetos, são:
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� projeto I: 1,8 m, 2,0 m e 25,0 m; 8. (ENEM — 2022) Dentre as diversas planificações possí-
� projeto II: 2,0 m, 5,0 m e 9,0 m; veis para o cubo, uma delas é a que se encontra apre-
� projeto III: 1,0 m, 6,0 m e 15,0 m; sentada na Figura 1.
� projeto IV: 1,5 m, 15,0 m e 4,0 m;
� projeto V: 2,5 m, 3,0 m e 12,0 m.

O projeto que o casal deverá escolher será o

a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

Solução: Considerando profundidade (p), largura (l)


e comprimento (c), vale rememorarmos que a área Figura 1
(A) do paralelepípedo é dada por A = 2 · (pl + pc +
lc). Logo, Em um cubo, foram pintados, em três de suas faces,
Para o projeto I: A = 2 · 98,6 = 197,2 m2 quadrados de cor cinza escura, que ocupam um quar-
Para o projeto II: A = 2 · 73 = 146 m2
to dessas faces, tendo esses três quadrados um vérti-
Para o projeto III: A = 2 · 111 = 222 m2
ce em comum, conforme ilustrado na Figura 2.
Para o projeto IV: A = 2 · 88,5 = 177 m2
Para o projeto V: A = 2 · 73,5 = 147 m2
Logo, o projeto com menor área de revestimento é o
II. Resposta: Letra B.

7. (ENEM — 2022) Peças metálicas de aeronaves aban-


donadas em aeroportos serão recicladas. Uma des-
sas peças é maciça e tem o formato cilíndrico, com
a medida do raio da base igual a 4 cm e a da altura
igual a 50 cm. Ela será derretida, e o volume de metal
resultante será utilizado para a fabricação de esferas
maciças com diâmetro de 1 cm, a serem usadas para Figura 2
confeccionar rolamentos. Para estimar a quantidade
de esferas que poderão ser produzidas a partir de cada A planificação do cubo da Figura 2, conforme o tipo de
uma das peças cilíndricas, admite-se que não ocorre planificação apresentada na Figura 1, é
perda de material durante o processo de derretimento.
4
-2
13

Quantas dessas esferas poderão ser obtidas a partir


de cada peça cilíndrica?
.7

a)
28
.8

a) 800
18

b) 1.200
-0

c) 2.400
ar

d) 4.800
lm

e) 6.400 b)
gi
ar

Para sabermos a quantidade de esferas (q) obtidas


lm

por meio da peça cilíndrica, devemos encontrar os


gi

volumes de ambos os sólidos e verificar a razão


entre eles. Considerando os dados do enunciado,
c)
para o volume do cilindro (vc), temos

vc = π2 · 50 = 800π cm3

Já para o volume da esfera (ve), considerando r = 0,5


MATEMÁTICA

cm, obtemos d)

4 4 125 1
ve = π (0,5)3 = · π= π cm3
3 3 1000 6
vc 800
Logo, q = = = 800 · 6 = 4.800
ve 1 e)
6
Resposta: Letra D. 201
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Notemos as relações feitas entre as figuras abaixo.

4
5 2
1

1 2

3 4

5 6

Ao desplanificar a Figura 1, as faces 1 e 2 mantém-se juntas, assim como as faces 3 e 4, e as faces 5 e 6. A face 6
passará por uma rotação de 90° para cima, por outra rotação de 90° para a esquerda, e por uma outra rotação
de 90° para baixo, fazendo com que o quadrado cinza desta face fique na posição apresentada na alternativa D.
Resposta: Letra D.

9. (ENEM — 2022) Um robô, que tem um ímã em sua base, se desloca sobre a superfície externa de um cubo metálico,
ao longo de segmentos de reta cujas extremidades são pontos médios de arestas e centros de faces. Ele inicia seu
deslocamento no ponto P, centro da face superior do cubo, segue para o centro da próxima face, converte à esquerda
e segue para o centro da face seguinte, converte à direita e continua sua movimentação, sempre alternando entre
conversões à esquerda e à direita quando alcança o centro de uma face. O robô só termina sua movimentação quando
retorna ao ponto P. A figura apresenta os deslocamentos iniciais desse robô.
4
-2

P
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

A projeção ortogonal do trajeto descrito por esse robô sobre o plano da base, após terminada sua movimentação,
visualizada da posição em que se está enxergando esse cubo, é

a)

b)

c)
202
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d)

e)

Note as relações feitas na figura abaixo.

Ao fazer as conversões até o ponto central da face oposta à face que contém P, o robô percorrerá os caminhos 1, 2 e 3
indicados na figura, fazendo as conversões indicadas. Por fim, vale lembrarmos que uma projeção é uma “sombra”
do sólido no plano a que ele está, neste caso o plano da base. Além disso, mensura-se que a projeção ortogonal de
uma reta paralela sobre o plano da base será uma reta, e a projeção ortogonal de uma reta perpendicular sobre o
plano da base será um ponto. Logo, a projeção correta está apresentada na alternativa A. Resposta: Letra A.

10. (ENEM — 2022) Uma empresa de engenharia projetou uma casa com a forma de um retângulo para um de seus clien-
tes. Esse cliente solicitou a inclusão de uma varanda em forma de L. A figura apresenta a planta baixa desenhada pela
empresa, já com a varanda incluída, cujas medidas, indicadas em centímetro, representam os valores das dimensões
da varanda na escala de 1 : 50.

16 cm
4

VARANDA 5 cm
-2
13
.7
28

BANHO BANHO
.8

COZINHA SOCIAL SUÍTE


18

SUÍTE
-0

18,4 cm
ar
lm

SALA
gi
ar

QUARTO QUARTO
lm
gi

4 cm ESCALA 1:50

A medida real da área da varanda, em metro quadrado, é


MATEMÁTICA

a) 33,40.
b) 66,80.
c) 89,24.
d) 133,60.
e) 534,40.

A escala 1:50 significa que cada centímetro na planta corresponde a 50 cm na vida real. Dessa forma, considere-
mos a seguinte divisão da varanda.

203
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800 cm

16 cm

VARANDA 5 cm
X 250 cm

y BANHO BANHO
COZINHA SOCIAL SUÍTE
SUÍTE
670 cm 18,4 cm

SALA

QUARTO QUARTO

4 cm ESCALA 1:50

200 cm

As medidas reais encontram-se na figura anterior, em que 250 = 5 · 50; 800 = 16 · 5; 670 = 18,4 · 50; e 200 = 4 · 50.
Logo, considerando que a AV = AX + AY, teremos:

AX = 250 · 800 = 200.000 cm2 e AY = 200 · 670 = 134.000 cm2

Portanto, AV = 334.000 cm2.

Para finalizar, como 1 m2 = 10.000 cm2, enfatiza-se que AV = 334.000 cm2 = 33,4 m2. Resposta: Letra A.

11. (ENEM — 2022) Uma loja comercializa cinco modelos de caixas-d’água (I, II, III, IV e V), todos em formato de cilindro
reto de base circular. Os modelos II, III, IV e V têm as especificações de suas dimensões dadas em relação às dimen-
sões do modelo I, cuja profundidade é P e área da base é Ab, como segue:
� modelo II: o dobro da profundidade e a metade da área da base do modelo I;
� modelo III: o dobro da profundidade e a metade do raio da base do modelo I;
� modelo IV: a metade da profundidade e o dobro da área da base do modelo I;
� modelo V: a metade da profundidade e o dobro do raio da base do modelo I.
4
-2

Uma pessoa pretende comprar nessa loja o modelo de caixa-d’água que ofereça a maior capacidade volumétrica. O
13

modelo escolhido deve ser o


.7
28

a) I.
.8

b) II.
18

c) III.
-0

d) IV.
ar

e) V.
lm
gi

Considerando-se AbI = πr2, V como sendo a capacidade volumétrica de cada modelo, e as especificações dos mode-
los, teremos:
ar
lm

Para o modelo I: V = πr2 P, com AbI = πr2


gi

1 1 1
Para o modelo II: V= A 2P = πr2 2P = πr2 P, com AbII = A
2 bI 2 2 bI

1 1 1 1 1
Para o modelo III: V = A 2P = πr2 2P = πr2 P, com AbIII = π( r)2 = A
4 bI 4 2 2 4 bI
1 1
Para o modelo IV: V = 2AbI P = 2πr2 P = πr2 P, com AbIV = 2AbI
2 2
1 1
Para o modelo V: V = 4AbI P = 4πr2 P = 2πr2 P, com AbV = π(2r)2 = 4AbI
2 2
Logo, temos que em relação à capacidade volumétrica:

modelo III < modelo I = modelo II = modelo IV < modelo V. Resposta: Letra E.
204
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12. (ENEM — 2022) Uma cozinheira produz docinhos
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (FI)
especiais por encomenda. Usando uma receita-base
de massa, ela prepara uma porção, com a qual produz Masculino 34
50 docinhos maciços de formato esférico, com 2 cm
de diâmetro. Um cliente encomenda 150 desses doci- Feminino 26
nhos, mas pede que cada um tenha formato esférico
com 4 cm de diâmetro. A cozinheira pretende preparar Observe que na coluna da esquerda colocamos as
o número exato de porções da receita-base de massa categorias de valores que a variável pode assumir, ou
necessário para produzir os docinhos dessa encomen- seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
da. Quantas porções da receita-base de massa ela camos o número de Frequências, isto é, o número de
deve preparar para atender esse cliente? observações (ou repetições) relativas a cada um dos
valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
a) 2 60 pessoas, das quais 34 eram do sexo masculino e 26
b) 3 do sexo feminino. Estes são os valores de frequências
c) 6 absolutas. Podemos ainda representar as frequências
d) 12 relativas (percentuais): sabemos que 34 em 60 são
e) 24 56,67%, e 26 em 60 são 43,33%. Portanto, teríamos:

É importante rememorarmos que uma receita-base


produz 50 docinhos esféricos, com diâmetro (d) de FREQUÊNCIAS
VALOR DA VARIÁVEL
2 cm, que equivale a um raio (r) de 1 cm. A cliente RELATIVAS (FRI)
encomendou 150 desses docinhos, mas com d = 4 cm Masculino 56,67%
(ou seja, r = 2 cm). Calculemos então os volumes (V)
para saber a quantidade de porções da receita-base Feminino 43,33%
de massa para 150 docinhos.
Note que a frequência relativa é dada por Fi/n,
4 onde Fi é o número de frequências de determinado
Para uma receita-base: V1 = π cm3, cada docinho,
3 valor da variável, e n é o número total de observações.
4
já que r = 1, logo V50 = 50( π) cm3, para 50 docinhos. Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável
3
pode assumir muitos valores distintos. Vamos repre-
Agora, considerando-se d = 4 cm (r = 2 cm), teremos sentar a variável “altura dos moradores de Campinas”:
4 4 4
que V1 = πr3 = 4 π23 = 8( π) cm3, cada doci-
3 3 3 VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (FI)
4 4
nho, e V150 = 150 · 8 · ( π) = 1.200( π) cm3, para 1,51m 12
3 3
150 docinhos. Logo, para sabermos a quantidade de 1,54m 17
receitas-base, basta calcular a razão entre V150 e V50.
1200 b r l
4 1,57m 4
4

V150 3
-2

Sendo assim, = = 24 receitas-base. 1,60m 2


50 b r l
V50
13

4
3 1,63m 10
.7

Resposta: Letra E.
28

1,67m 5
.8
18

1,75m 13
-0

CONHECIMENTOS DE ESTATÍSTICA E 1,81m 15


ar

PROBABILIDADE
lm

1,89m 2
gi

REPRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS


ar

Quando isso acontece, é importante resumir os


lm

A apresentação de dados estatísticos por meio de dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
gi

tabelas e gráficos faz parte do ramo da estatística des- ra e interpretação. Na ocasião, vamos criar intervalos
critiva, que tem como objetivo descrever um conjunto que chamaremos de “classes”.
de dados, resumindo as suas informações principais.
Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ferra- CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)
mentas muito importantes.
1,50 | - 1,60 33
Tabelas
MATEMÁTICA

1,60 | - 1,70 17
Para descrever um conjunto de dados, um recurso 1,70 | - 1,80 13
muito utilizado são tabelas. A seguinte tabela é refe-
rente à observação da variável “Sexo dos moradores 1,80 | - 1,90 17
de São Paulo”:

205
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O símbolo “|” significa que o valor que se encontra z Gráfico de Setores (ou de Pizza)
ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50 | -
1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a 1,50 são Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-
contadas entre as que fazem parte dessa classe, porém mente a relação com o total de observações. Vamos
as pessoas com exatamente 1,60 não são contabilizadas. supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
Veja abaixo novamente a última tabela, agora alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
com a coluna frequências absolutas acumuladas, à de pizza.
direita:
Média de notas escolares trimestrais
Título do Gráfico
FREQUÊNCIAS
FREQUÊNCIAS ABSOLUTAS 15%
CLASSE 28%
(FI) ACUMULADAS
(FCA) 24%
1,50 | - 1,60 33 33 28%
1,60 | - 1,70 17 50

1,70 | - 1,80 13 63
1 2 3
1,80 | - 1,90 17 80 1º Tri - 8,2 2º Tri - 9,5 3º4 Tri - 7,1 4º Tri - 4,3

A coluna da direita exprime o número de indiví- z Gráfico de Linha


duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
Ou seja, o número acumulado de frequências do valor São mais utilizados nas representações de séries
mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para
daquela classe. Perceba que, para obter o número 50, o outro, se houve um crescimento ou um decréscimo
bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da no número de alunos de entre as séries que estão em
classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes- evidência para estudo dentro da escola. Observe:
soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior Evolução anual no número de alunos do sétimo ao nono anos
da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem
40
altura inferior a 1,80m.
30
Gráficos Estatísticos
20

z Colunas ou Barras Justapostas 10

Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapos- 0


tas para dados agrupados por valor, ou por atributo. 2017 2018 2019 2020
Vamos supor que estamos interessados nas idades de
sétimo ano oitavo ano novo ano
alguns alunos. O gráfico relaciona as idades com as
4
-2

respectivas frequências.
z Histograma
13
.7

Idade X Frequência
Frequência Absoluta Simples

28

É muito utilizado na representação gráfica de


25
dados agrupados em classes (distribuição de fre-
.8

20
18

quências). Imagine que realizamos uma pesquisa


sobre os salários dos funcionários de uma empresa
-0

15
de cosméticos e obtivemos a seguinte distribuição de
ar

10
frequências.
lm

5
gi

0
SALÁRIOS EM MILHA-
ar

20 23 27 30 33 FREQUÊNCIA
RES DE REAIS
lm
gi

Agora suponha, por exemplo, que queremos saber 10 – 15 15


a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida-
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar 15 – 20 17
por usar um gráfico de barras justapostas. Veja: 20 – 25 13
Cidade natal X Frequência 25 - 30 7

Salvador Esses dados podem ser resumidos com um histo-


grama, como mostra o gráfico a seguir.
Florianópolis

Rio de Janeiro

São Paulo

206 0 2 4 6 8 10 12 14
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Salários dos funcionários da empresa de cosméticos x Milhares de reais

20

15

10

0
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25-30)

É importante destacar que a área de cada retângulo é proporcional à frequência.

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL

Médias

z Média Aritmética

A média aritmética é um valor que pode substituir todos os elementos de uma lista, sem alterar a soma dos
elementos da lista. Considere que há uma lista de n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos dessa lista é igual
a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
Para calcular a média aritmética de uma lista de números, basta somar todos os elementos e dividir pela
quantidade de elementos. Ou seja,

x1 + x2 + ··· + xn
X=
n

Veja um exemplo: calcular a média aritmética dos números 5, 10, 15, 20, 50.

5 + 10 + 15 + 20 + 50 100
X= = = 20.
5 5

A média aritmética é igual a 20.

z Média Ponderada

No cálculo da média aritmética ponderada (em que levamos em consideração os pesos de cada parte), deve-
4

mos multiplicar cada parte pelo seu respectivo peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:
-2
13

x1p1 + x2p2 + ··· + xnpn


.7
28

X=
p1 + p2 + ··· + pn
.8
18

Interpretando a fórmula, temos uma lista de números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2, p3, ..., pn),
-0

então a média aritmética ponderada é dada pela fórmula apresentada acima.


ar

Veja um exemplo: um aluno prestou vestibular para engenharia e realizou provas de matemática, física, quí-
lm

mica, história e biologia.


gi

O peso de matemática seja 4, de física seja 4, de química seja 2, de história seja 1 e de biologia seja 1. Suponha
ainda que o estudante obteve as seguintes notas:
ar
lm
gi

MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)

Matemática 9,7 4

Física 8,8 4

Química 7,3 2
MATEMÁTICA

História 6,0 1

Biologia 5,7 1

Vamos calcular a média ponderada das notas desse aluno:

9,7 · 4 + 8,8 · 4 + 7,3 · 2 + 6,0 · 2 + 5,7 · 1 38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 + 5,7 100,3
X= = = = 20,06
4+4+2+1+1 5 5
207
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z Moda Se liga!
� Moda: elemento (s) que mais aparece (m);
A moda é definida como sendo aquele valor, ou
� Mediana: elemento central de um conjunto de
valores, que ocorrem com maior frequência em um
números;
rol. É interessante saber que a moda pode não existir e,
� se a quantidade de elementos for ímpar, então
quando existir, pode não ser única. Veja os exemplos:
a mediana é o termo do centro;
z A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5; � se a quantidade de elementos for par, então a
z B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda; mediana será a média entre os dois elementos
z C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou centrais.
seja, M1 = 3 e M2=7.
DESVIOS E VARIÂNCIA
Vejamos agora um exemplo quando temos os dados
dispostos em uma tabela com frequências, e não agru-
Desvio
pados em classes. Quando isso acontece, a localização
da moda é imediata, bastando verificar na tabela qual
o valor associado à maior frequência. Observe: Vejamos o seguinte conjunto de dados X = {x1, x2,
x3, … xn} e um número real qualquer m. O desvio de
um número qualquer do conjunto X em relação ao
ESTATURA (M) FREQUÊNCIA número m é a diferença entre eles que pode ser repre-
sentada pela fórmula:
1,53 3 di = xi – m
1,64 7
Atenção:
1,71 10
z a soma dos desvios tomados em relação à média
1,77 15 aritmética é sempre nula;
z a soma dos quadrados dos desvios é mínima quan-
1,80 5 do os desvios são calculados em relação à média
1,81 2 aritmética;
z a soma dos módulos (valores absolutos) dos des-
1,89 1 vios é mínima quando os desvios são calculados
em relação à mediana.
Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77. Desvio Absoluto Médio

z Mediana O desvio absoluto médio também pode ser cha-


mado de desvio médio. Para calcularmos usamos a
Uma outra medida que estudamos em estatística seguinte fórmula:
4
-2

é a mediana (ou valor mediano), que é definida como


13

número que se encontra no centro de uma série de / xi — x


DM =
.7

números, estando estes de forma organizada, segundo n


28

um padrão. Ou seja, é o valor situado de tal forma no


Atente-se: o desvio médio é uma medida de dis-
.8

conjunto, que o separa em dois subconjuntos de mes-


18

persão que leva em consideração todos os valores.


mo número de elementos. Veja os exemplos:
Algo importante de se lembrar é que quando os
-0

dados estiverem agrupados, precisamos calcular a


ar

z A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3;
média ponderada dos desvios, em que os pesos são as
lm

z B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os


frequências. Veja como fica a fórmula:
gi

(7 + 8)
dois termos centrais, ou seja, = 7,5.
/ ^ x i — x·fi h
ar

2
lm

Agora observe esse outro exemplo, e perceba que DM =


n
gi

os dados não estão ordenados.


Importante: o cálculo do desvio médio com dados
z C: {2;3;3;7;6;6;8;5;5;5}. agrupados é feito multiplicando cada desvio (em
módulo) pela sua respectiva frequência. Depois soma-
Para acharmos a mediana é necessário ordenar -se os resultados e divide-os por n.
os números primeiro e depois fazer a média entre os
dois termos centrais, pois o número de elementos é Variância
par. Vejamos:
A variância é a média aritmética dos quadrados
� C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre dos desvios. Ou seja, para calcular a variância, deve-
(5 + 5) mos elevar cada um dos desvios ao quadrado, somar
os termos centrais, ou seja, = 10. todos os valores, e dividir por “n”, que é quantidade
2
de elementos. A variância é representada por .

/ ]x i —x g
2

208 v2 =
N
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Desvio Padrão Atenção: espaço amostral é igual a todas as possi-
bilidades possíveis, e o evento é um subconjunto do
O desvio padrão está inteiramente ligado à variân- espaço amostral.
cia, sendo sua raiz quadrada. A sua representação
simbólica é dada por Probabilidade de um Evento Qualquer
Só há dois casos em que a variância e o desvio
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
n (evento)
ambos valem 1. Isso por que 02 = 0 e 12 = 1.
Vale ressaltar que a variância e o desvio padrão só Probabilidade do Evento = n (espaço amostral)
serão iguais a zero se todos os elementos forem iguais.
Se os elementos forem todos iguais, todos os desvios Na fórmula acima, n(evento) é o número de elemen-
serão iguais a zero. Consequentemente, a variância tos do subconjunto Evento, isto é, o número de resulta-
será nula e, também, o desvio padrão. dos favoráveis; e n(espaço amostral) é o número total de
Atenção: quando os dados são todos iguais, não há resultados possíveis no experimento aleatório.
dispersão. Todas as medidas (desvio médio, variância,
desvio padrão etc.) são iguais a zero. Por isso, costumamos dizer também que:

Coeficiente de Variação Probabilidade do Evento =

O coeficiente de variação é a razão entre o desvio números de resultado favoráveis


padrão e a média que pode ser calculado usando a
seguinte fórmula: Cv = σ /?. É muito comum que o coe- número total de resultados
ficiente de variação seja expresso em porcentagem.
Logo, se σ = 1 cm e ? = 10 cm, temos: Agora voltando ao exemplo em que apenas os
números ímpares nos interessam, temos:
1 n(evento) = 3 possibilidades
Cv = = 0,10 = 10%.
10 n(espaço amostral) = 6 possibilidades
Variância Relativa Probabilidade do Evento =
3
=
1
= 0,50 = 50%
6 2
Uma outra medida de dispersão que podemos falar
é a variância relativa. A variância relativa é simples- Se liga!
mente o quadrado do coeficiente de variação. Pode
ser representada por Vr = (Cv)2. � se A é um evento qualquer, então 0 ≤ P(A) ≤ 1;
� se A é um evento qualquer, então 0% ≤ P(A) ≤
Se σ = 1 cm e ? = 10 cm, temos: 100%.

1
Cv = = 0,10 = 10% Eventos Independentes
10
4
-2

1 2 1 Qual seria a probabilidade de, em dois lançamen-


Vr = ( ) = = 0,01 = 1%
13

10 100 tos consecutivos do dado, obtermos um resultado


.7

ímpar em cada um deles? Veja que temos dois expe-


28

NOÇÕES DE PROBABILIDADE
rimentos independentes ocorrendo: o primeiro lança-
.8
18

A teoria da probabilidade é o ramo da matemáti- mento e o segundo lançamento do dado. O resultado


-0

ca que cria modelos, que são utilizados para estudar do primeiro lançamento em nada influencia o resulta-
experimentos aleatórios, ou seja, estimar uma previ- do do segundo.
ar

são do resultado de determinado experimento. Quando temos experimentos independentes, a


lm

probabilidade de ter um resultado favorável em um e


gi

Espaço Amostral e Evento um resultado favorável no outro é feita pela multipli-


ar

cação das probabilidades de cada experimento:


lm

Chamamos de espaço amostral o conjunto de todos


gi

os resultados possíveis do experimento. P (2 lançamentos) = P (lançamento 1) ·


Imagine que você possui um dado e vai lançá-lo uma P (lançamento 2)
vez. Os resultados possíveis são: 1, 2, 3, 4, 5 ou 6. Isso é o
que chamamos de espaço amostral, ou seja, o conjun- Em nosso exemplo, teríamos:
to dos resultados possíveis de um determinado experi-
mento aleatório (não se pode prever o resultado que será P(2 lançamentos) = 0,50 · 0,50 = 0,25 = 25%
MATEMÁTICA

obtido, apenas podemos tentar achar algum padrão).


Agora pense que você só tem interesse nos núme- Assim, a chance de obter dois resultados ímpares,
ros ímpares, isto é, 1, 3 e 5. Esse subconjunto do espa- em dois lançamentos de dado consecutivos, é de 25%.
ço amostral é o que chamamos de Evento — composto Generalizando, podemos dizer que a probabilidade
apenas pelos resultados que são favoráveis. Conhecen- de dois eventos independentes A e B acontecerem é
do esses dois conceitos, podemos chegar até a fórmu- dada pela multiplicação da probabilidade de cada um
la para calcular a probabilidade de um evento de um deles:
determinado experimento aleatório. É o que podemos
chamar de probabilidade de um evento qualquer. P (A e B) = P(A) · P(B) 209
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Sendo mais formal, também é possível escrever Probabilidade da União de Dois Eventos
P(A B)=P(A)P(B), onde simboliza a intersecção entre
os eventos A e B. Dados dois eventos A e B, chamamos de A B quan-
do queremos a probabilidade de ocorrer o evento A
Probabilidade Condicional ou o evento B. Podemos usar a fórmula:

Imagine que vamos lançar um dado e estamos P (A U B) = P (A) + P (B) – P (A ∩ B)


analisando 2 eventos distintos:
A fórmula pode ser traduzida como “a probabili-
z A: sair um resultado ímpar; dade da união de dois eventos é igual a soma das pro-
z B: sair um número inferior a 4. babilidades de ocorrência de cada um dos eventos,
subtraída da probabilidade da ocorrência dos dois
Para o evento A ser atendido, os resultados favo- eventos simultaneamente”.
ráveis são 1, 3 e 5. Para o evento B ser atendido, os Neste caso, quando temos A ∩ B = Ø, ou seja, even-
resultados favoráveis são 1, 2 e 3. Vamos calcular rapi- tos mutuamente exclusivos, tem-se que P (A U B) = P
damente a probabilidade de cada um desses eventos: (A) + P (B).
Imagine que você tem uma urna contendo 20 bolas
3 1 numeradas de 1 a 20. Quando uma bola é retirada ao
P(A) = = = 0,5 = 50% acaso, qual é a probabilidade de o número ser múlti-
6 2
3 1 plo de 3 ou de 5?
P(B) = = = 0,5 = 50% Ora, veja que temos a palavra “ou” na pergunta e
6 2
isso nos remete à ideia de “união” dos eventos. Sen-
E se caso tivéssemos o seguinte questionamento: do assim, podemos extrair os dados para aplicar na
no lançamento de um dado, qual é a probabilidade fórmula:
de obter um resultado ímpar, dado que foi obtido um
resultado inferior a 4? Em outras palavras, essa pergun- z P(A): probabilidade de o número ser múltiplo de 3;
ta é: qual a probabilidade do evento A ocorrer, dado
que o evento B ocorreu? Matematicamente, podemos
„ múltiplos de 3 (3, 6, 9, 12, 15, 18): 6 possibilidades.
escrever P(A/B) — leia “probabilidade de A, dado B”.
Aqui já sabemos de antemão o que ocorreu em B. „ P(A) =
6
Portanto, o resultado do lançamento do dado foi 1, 20
2 ou 3 (três resultados possíveis). Destes resultados, z P(B): probabilidade de o número ser múltiplo de 5;
apenas dois deles (o resultado 1 e 3) atendem o evento
A. Portanto, a probabilidade de A ocorrer, dado que B „ múltiplos de 3 (5, 10, 15, 20): 4 possibilidades.
ocorreu, é simplesmente:
4
„ P(B) =
2 20
P (A\B) = = = 66,6%
3
z P(A ∩ B): probabilidade do número ser múltiplo de
Uma outra forma de calculá-la é através da seguin- 3 e 5;
4
-2

te divisão:
13

„ somente o número 15 é múltiplo de 3 e 5 ao


.7

P ( A + B) mesmo tempo.
28

P (A\B) =
P (B)
.8

1
„ P(A ∩ B) =
18

A fórmula nos diz que a probabilidade de A ocor- 20


-0

rer, dado que B ocorreu, é a divisão entre a proba- Aplicando na fórmula, temos:
bilidade de A e B ocorrerem simultaneamente, e a
ar
lm

probabilidade de B ocorrer. Para que A e B ocorram P (A U B) = P (A) + P (B) – P (A ∩ B)


simultaneamente (resultado ímpar e inferior a 4),
gi

6 4 1 6+4—1 9
temos como possibilidades o resultado igual a 1 e 3. P (A U B) =
ar

+ — = =
Isto é, apenas 2 dos 6 resultados nos atendem. 20 20 20 20 20
lm
gi

Probabilidade da Interseção de Dois Eventos


2 1
Logo, P ( A ∩ B) = = .
6 3 Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral. A
Para que B ocorra (resultado inferior a 4), já vimos probabilidade de A ∩ B é dada por:
que 3 resultados atendem.
P (A ∩ B) = P (B\A) · P (A) = P (B) P (A\B)
3 1
Portanto, P ( A ∩ B) = = .
6 2 Vale lembrar que P (B\A) é a probabilidade de ocor-
rer o evento B sabendo que já ocorreu o evento A (pro-
Usando a fórmula acima, temos: babilidade condicional).
Se a ocorrência do evento A não interferir na pro-
1
P (A + B) babilidade de ocorrer o evento B, ou seja, forem inde-
3 1 2 2
P (A\B) = = = · = = 66,6% pendentes, a fórmula para o cálculo da probabilidade
P (b) 1 3 1 3
da intersecção será dada por:
2
210 P (A ∩ B) = P (A) · P (B)
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Imagine que você vai lançar dois dados sucessi- c)
1
vamente. Qual a probabilidade de sair um número 8
ímpar e o número 5? d)
5
O “e” que aparece na pergunta é que determina a 6
utilização da fórmula da interseção, pois queremos “a 1
e)
probabilidade de sair um número ímpar e o número 4
5”. Perceba que a ocorrência de um dos eventos não Note o subgrupo que temos na tabela relacionando
interfere na ocorrência do outro. Temos, então, dois a 7° posição:
eventos independentes.

z Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}; HELOISA 75 (SÉTIMA POSIÇÃO)


z Evento B: sair o número 5 = {5};
z Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Marisa 75

Pedro 75
Logo:
João 75
3 1
P(A) = =
6 2
1 Temos um total de 4 pessoas no subgrupo de 75
P(B) = anos, então, a probabilidade de João ser o 7° é:
6
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) =
1 1
· =
1 Evento
P=
2 6 12 Total de Eventos
1
P= . Resposta: Letra E.
4
EXERCÍCIOS COMENTADOS 2. (ENEM — 2022) Uma instituição de ensino superior
ofereceu vagas em um processo seletivo de acesso
1. (ENEM — 2020) O Estatuto do Idoso, no Brasil, prevê a seus cursos. Finalizadas as inscrições, foi divulgada
certos direitos às pessoas com idade avançada, con- a relação do número de candidatos por vaga em cada
cedendo a estas, entre outros benefícios, a restituição um dos cursos oferecidos. Esses dados são apresen-
de imposto de renda antes dos demais contribuintes. tados no quadro.
A tabela informa os nomes e as idades de 12 idosos
que aguardam suas restituições de imposto de renda.
Considere que, entre os idosos, a restituição seja con- NÚMERO NÚMERO DE
cedida em ordem decrescente de idade e que, em sub- CURSO DE VAGAS CANDIDATOS
grupos de pessoas com a mesma idade, a ordem seja OFERECIDAS POR VAGA
decidida por sorteio. Administração 30 6
Ciências
40 6
NOME IDADE (EM ANO) Contábeis
4
-2

Engenharia
Orlando 89
13

50 7
Elétrica
.7

Gustavo 86
28

História 30 8
.8

Luana 86 Letras 25 4
18

Pedagogia 25 5
-0

Teresa 85
ar

Márcia 84 Qual foi o número total de candidatos inscritos nesse


lm

processo seletivo?
gi

Roberto 82
a) 200
ar
lm

Heloisa 75 b) 400
c) 1.200
gi

Marisa 75 d) 1.235
e) 7.200
Pedro 75

João 75 Para sabermos a quantidade de candidatos ins-


critos neste processo seletivo, basta somarmos os
Antônio 72 produtos entre os números de vagas oferecidas e
MATEMÁTICA

candidatos por vaga, ficando:


Fernanda 70
Administração: 30 · 6 = 180 candidatos.
Ciências Contábeis: 40 · 6 = 240 candidatos.
Nessas condições, a probabilidade de João ser a séti- Engenharia Elétrica: 50 · 7 = 350 candidatos.
ma pessoa do grupo a receber sua restituição é igual a História: 30 · 8 = 240 candidatos.
Letras: 25 · 4 = 100 candidatos.
1
a) Pedagogia: 25 · 5 = 125 candidatos.
12
Logo, fazendo a soma destes valores, obtemos 1.235
7
b) candidatos. Resposta: Letra D. 211
12
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3. (ENEM — 2022) No período de 2005 a 2013, o valor de venda dos imóveis em uma cidade apresentou alta, o que resultou
no aumento dos aluguéis. Os gráficos apresentam a evolução desses valores, para um mesmo imóvel, no mercado
imobiliário dessa cidade.

3 240

Valor mensal do aluguel (R$)


1 800
1 350
960
630

2005 2007 2009 2011 2013


Ano

540
Valor de mercado do imóvel
(milhar de R$)

450
270
120
90

2005 2007 2009 2011 2013


Ano

A rentabilidade do aluguel de um imóvel é calculada pela razão entre o valor mensal de aluguel e o valor de mercado
desse imóvel. Com base nos dados fornecidos, em que ano a rentabilidade do aluguel foi maior?

a) 2005
b) 2007
c) 2009
d) 2011
e) 2013

Para solucionar essa questão, basta calcularmos a rentabilidade (r) usando a fórmula dada, para cada ano. Logo,
aluguel
4

sendo r = , observando os dados apresentados no gráfico, obtemos:


-2

mercado
13

630
Para o ano de 2005: r = = 0,007.
.7

90.000
28

960
Para o ano de 2007: r = = 0,008.
.8

120.000
18

1.350
Para o ano de 2009: r = = 0,005.
-0

270.000
1.800
ar

Para o ano de 2011: r = = 0,004.


450.000
lm

3.240
gi

Para o ano de 2013: r = = 0,006.


540.000
ar

Logo, temos, em relação a r, que 2011 < 2009 < 2013 < 2005 < 2007. Resposta: Letra B.
lm
gi

4. (ENEM — 2022) Uma pessoa precisa contratar um operário para fazer um serviço em sua casa. Para isso, ela postou um
anúncio em uma rede social. Cinco pessoas responderam informando preços por hora trabalhada, gasto diário com
transporte e tempo necessário para conclusão do serviço, conforme valores apresentados no quadro.

PREÇO DO TRANSPORTE TEMPO ATÉ


OPERÁRIO PREÇO POR HORA REAL
(REAL) CONCLUSÃO (HORA)
I 120 0,00 8

II 180 0,00 6

III 170 20,00 6

IV 110 10,00 8

V 110 0,00 10

212
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Se a pessoa pretende gastar o mínimo possível com Nessas condições, qual o tipo de perfume que deverá
essa contratação, irá contratar o operário ter maior reposição no estoque?

a) I. a) I.
b) II. b) II.
c) III. c) III.
d) IV. d) IV.
e) V. e) V.

Para resolvermos essa questão, basta calcular o Vamos supor que, no total, foram vendidos 100 per-
gasto com cada operário, calculando-se (preço por fumes. Então:
hora · tempo até a conclusão) + preço do transporte. Perfume I) 13% de 100 = 13 · 200 reais = 2600 reais
Vejamos: Perfume II) 10% de 100 = 10 · 170 reais = 1700 reais
Operário I: 120 · 8 = 960 reais Perfume III) 16% de 100 = 16 · 150 reais = 2400 reais
Operário II: 180 · 6 = 1.080 reais Perfume IV) 29% de 100 = 29 · 100 reais = 2900 reais
Operário III: (170 · 6) + 20 = 1.040 reais Perfume V) 32% de 100 = 32 · 80 reais = 2560 reais
Operário IV: (110 · 9) + 10 = 1.000 reais Como o enunciado pede o perfume com maior arre-
Operário V: 110 · 10 = 1.100 reais cadação em real, temos como resposta o perfume IV.
Logo, a pessoa gastará menos com o operário I. Res- Resposta: Letra D.
posta: Letra A.
6. (ENEM — 2022) Em um jogo de bingo, as cartelas con-
5. (ENEM — 2020) O gerente de uma loja de cosméticos têm 16 quadrículas dispostas em linhas e colunas.
colocou à venda cinco diferentes tipos de perfume, Cada quadrícula tem impresso um número, dentre os
tendo em estoque na loja as mesmas quantidades de inteiros de 1 a 50, sem repetição de número. Na pri-
cada um deles. O setor de controle de estoque enca- meira rodada, um número é sorteado, aleatoriamente,
minhou ao gerente registros gráficos descrevendo os dentre os 50 possíveis. Em todas as rodadas, o núme-
preços unitários de cada perfume, em real, e a quanti- ro sorteado é descartado e não participa dos sorteios
dade vendida de cada um deles, em percentual, ocorri- das rodadas seguintes. Caso o jogador tenha em sua
da no mês de novembro. cartela o número sorteado, ele o assinala na cartela.
Ganha o jogador que primeiro conseguir preencher
Preço do perfume por unidade (R$) quatro quadrículas que formam uma linha, uma colu-
na ou uma diagonal, conforme os tipos de situações
200 ilustradas na Figura 1.
170
Preenchimento Preenchimento Preenchimento
150 em linha em coluna em diagonal

100
80
4
-2
13

Figura 1
.7

Perfume I
Perfume II
28

Perfume III
Perfume IV
.8

Perfume V
O jogo inicia e, nas quatro primeiras rodadas, foram
18

Porcentagem da quantidade vendida de cada perfume


sorteados os seguintes números: 03, 27, 07 e 48. Ao
-0

final da quarta rodada, somente Pedro possuía uma


cartela que continha esses quatro números sorteados,
ar

Perfume I
13% sendo que todos os demais jogadores conseguiram
lm

assinalar, no máximo, um desses números em suas


gi

cartelas. Observe na Figura 2 o cartão de Pedro após


ar

Perfume V Perfume II as quatro primeiras rodadas.


lm

32% 10%
gi

03 48 12 27

49 11 22 05
Perfume III
16% 29 50 19 45
MATEMÁTICA

33 23 38 07
Perfume IV
29% Figura 2

Dados a chegada do final de ano e o aumento das A probabilidade de Pedro ganhar o jogo em uma das
vendas, a gerência pretende aumentar a quantidade duas próximas rodadas é
estocada do perfume do tipo que gerou a maior arre-
cadação em espécie, em real, no mês de novembro.
213
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1 1 Caso a suposição feita tenha sido confirmada, a espe-
a) +
rança de vida ao nascer no Brasil no ano de 2014 terá
46 45
1 2 sido, em ano, igual a
b) +
46 46 · 45
c)
1
+
8 a) 74,23.
46 46 · 45 b) 74,51.
d)
1
+
43 c) 75,07.
46 46 · 45 d) 75,23.
e)
1
+
49 e) 78,49.
46 46 · 45
Para que Pedro ganhe o jogo na 5ª rodada (A) ou na 6ª Considerando que a média entre 73,67 e 74,23 é
rodada (B), precisamos calcular P(A∪B)=P(A)+P(B)- 73,95, para sabermos a esperança de vida ao nascer
-P(A∩B). Podemos enfatizar que , pois não existe no Brasil no ano de 2014 (x), conforme o enunciado,
uma forma de Pedro ganhar em ambas as rodadas. 73, 95 + x
basta fazermos 74,24 = → x = 148,46 —
1 2
Calculemos P(A) e P(B). P(A) = , já que Pedro tem 73,95 = 74,51 anos. Resposta: Letra B.
46
1 chance de que seja sorteado o número 12, dentre
os 46 números restantes, para que ele ganhe na 5ª 8. (ENEM — 2022) Nos cinco jogos finais da última tem-
rodada. Para encontrarmos P(B), precisamos pen- porada, com uma média de 18 pontos por jogo, um
sar em duas situações: (i) na probabilidade de ser jogador foi eleito o melhor do campeonato de basque-
sorteado algum número exceto 12 e depois outro te. Na atual temporada, cinco jogadores têm a chance
número dentre os restantes (C); e (ii) na probabili- de igualar ou melhorar essa média. No quadro estão
dade de ser sorteado os números 11, 19, 05 ou 45, e registradas as pontuações desses cinco jogadores
depois um número desses (D). Sendo assim, confor- nos quatro primeiros jogos das finais deste ano.
me descrito, .
JOGADORES JOGO 1 JOGO 2 JOGO 3 JOGO 4
45 1
Para P (C) = · . I 12 25 20 20
46 45
4 1
Para P (D) = · . II 12 12 27 20
46 45
Para P (C∩D) = 0 (pelo mesmo motivo descrito para III 14 14 17 26
P (A∩B) = 0).
IV 15 18 21 21
45 4 49
Logo, P (C) + P (D) = + = .
46 · 45 46 · 45 46 · 45 V 22 15 23 15
1 49
Por último, P (A∪B) = + . Resposta: Letra E.
46 46 · 45
O quinto e último jogo será realizado para decidir a
7. (ENEM — 2022) A esperança de vida ao nascer é o equipe campeã e qual o melhor jogador da tempora-
número médio de anos que um indivíduo tende a viver da. O jogador que precisa fazer a menor quantidade de
a partir de seu nascimento, considerando dados da
4

pontos no quinto jogo, para igualar a média de pontos


-2

população. No Brasil, esse número vem aumentando do melhor jogador da temporada passada, é o
13

consideravelmente, como mostra o gráfico.


.7

a) I.
28

Esperança de vida ao nascer b) II.


.8

75 c) III.
18

d) IV.
-0

e) V.
ar

74,23
lm

74
Para descobrir que jogador precisa fazer a menor
gi

73,95 quantidade de pontos, basta sabermos qual deles


ar

tem o maior número de pontos, somando-se os


73,67
lm

pontos dos quatro jogos. Ao fazer isso, percebemos


gi

73,4 que o jogador I tem 77 pontos, que os jogadores II e


73,09 III tem 71 pontos, e que os jogadores IV e V tem 75
73
pontos. Com isso, já podemos concluir que o joga-
72,78 dor procurado é o I. Entretanto, caso não se sinta
convencido, pode-se usar a média. Sendo s a soma
da pontuação de cada jogador e q quantidade de
72 pontos necessários para igualar a média de pontos
2008 2009 2010 2011 2012 2013 do melhor jogador da temporada passada, calcule
s+q
para cada jogador = 18 → q = 90 — s, e perce-
Pode-se observar que a esperança de vida ao nascer 5
em 2012 foi exatamente a média das registradas nos berás que os valores de q, para cada jogador, segui-
anos de 2011 e 2013. Suponha que esse fato também
rão o esquema JI < JIV = JV < JII = JIII. Resposta: Letra A.
ocorreu com a esperança de vida ao nascer em 2013,
em relação às esperanças de vida de 2012 e de 2014.

214
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9. (ENEM — 2022) Uma das informações que pode auxi- Considerando Time A e Time B, há quatro formas de
liar no dimensionamento do número de pediatras que o Time A, por exemplo, ser campeão: i) com quatro
devem atender em uma Unidade Básica de Saúde jogos; ii) com cinco jogos; iii) com seis jogos; e iv) com
(UBS) é o número que representa a mediana da quan- sete jogos. Para verificar qual a probabilidade em
tidade de crianças por família existente na região sob cada forma, podemos montar anagramas para orga-
sua responsabilidade. O quadro mostra a distribuição nizar as sequências diferentes de vitória para cada
das frequências do número de crianças por família na time, e lembrar que, segundo o enunciado, o time
região de responsabilidade de uma UBS. deve ganhar a primeira partida e ganhar quatro par-
tidas no total para ser campeão. Portanto, vejamos:
NÚMERO DE CRIANÇAS POR i) Com quatro jogos, teríamos A 2 2 2 = 8 sequências
FREQUÊNCIA
FAMÍLIA possíveis.
Para cada espaço, temos duas opções de vitória (A
0 100
ou B). Para que o time A vença com quatro jogos,
1 400 deverá ganhar no segundo, terceiro e quarto jogos,
ou seja, para calcular, podemos fazer a permutação
2 200 de 3 elementos com 3 repetições, sendo então P33 =
3! 1
3 150 = 1. Logo, o time A tem probabilidade de de
3! 8
4 100 ser campeão com quatro jogos.
ii) Com cinco jogos, teríamos A 2 2 2 2 = 16 sequên-
5 50 cias possíveis.
Seguindo o mesmo raciocínio, neste caso, para que
o time A vença com cinco jogos, em um deles, ao
O número que representa a mediana da quantidade de menos, o time B deverá vencer. Devemos atentar-
crianças por família nessa região é -nos ainda ao fato de que o time B não poderá ven-
cer o quinto jogo, pois desta forma o time A já teria
a) 1,0. sido campeão (AAAAB), por ter vencido os quatro
b) 1,5. primeiros jogos. Sendo assim, devemos fazer a per-
c) 1,9. mutação de 3 elementos com 2 repetições, sendo
d) 2,1. 3!
e) 2,5. então P32 = = 3. Logo, o time A tem probabilida-
2!
3
de de de ser campeão com cinco jogos.
Como temos dados tabelados, devemos ter maior 16
cautela. Primeiramente devemos saber que a variá- iii) Com seis jogos, teríamos A 2 2 2 2 2 = 32 sequên-
vel em questão é a quantidade de crianças por cias possíveis.
família. Sendo assim, precisamos saber a quantida- Neste caso, o time A não pode vencer simultanea-
de total de crianças. Para isso, basta somarmos a mente o segundo, terceiro e quarto jogos (AAAABB).
coluna de frequências. Note que temos 1000 dados. Portanto, deverá vencer também o quinto jogo (A _ _
Como 1000 é par, a mediana será a média entre os _ _ A) obrigatoriamente. Sendo assim, devemos fazer
termos centrais, ou seja, o 500° termo e o 501° ter- a permutação de 4 elementos com 2 repetições para
4
-2

mo. Considerando o conjunto do número de crian- 4!


A e 2 repetições para B, sendo então P42,2 = =4
13

ças por família (primeira coluna da tabela), com 2!2!


2!
.7

suas determinadas frequências, ou seja, {0, 0,..., 1, ·3· · 2! = 6. Logo, o time A tem probabilidade de
2
28

1,..., 2, 2,..., 3, 3,..., 4, 4,..., 5, 5,...}, é fácil ver que os 6


de ser campeão com seis jogos.
.8

1+ 2 32
18

termos centrais são 1 e 2. Logo, = 1,5. Res-


2 iv) Com sete jogos, teríamos A 2 2 2 2 2 2 = 64
posta: Letra B.
-0

sequências possíveis.
Neste caso, o time A não pode vencer simultanea-
ar

10. (ENEM — 2022) A World Series é a decisão do cam-


lm

mente o segundo, terceiro e quarto jogos (AAAAB-


peonato norte-americano de beisebol. Os dois times BB). Portanto, deverá vencer o quinto jogo (A _ _ _ _
gi

que chegam a essa fase jogam, entre si, até sete par- _ A) obrigatoriamente. Sendo assim, devemos fazer
ar

tidas. O primeiro desses times que completar quatro a permutação de 5 elementos, com 2 repetições para
lm

vitórias é declarado campeão. Considere que, em 4!


gi

todas as partidas, a probabilidade de qualquer um dos A e 3 repetições para B, sendo então P42,3 = =5·
2!3!
dois times vencer é sempre 1/2. Qual é a probabilida- 3!
de de o time campeão ser aquele que venceu a primei- 4· · 3! = 10. Logo, o time A tem probabilidade de
2
ra partida da World Series? 10
de ser campeão com sete jogos.
64
35 Por fim, para saber a probabilidade de o time cam-
a)
64 peão ser aquele que venceu a primeira partida da
MATEMÁTICA

40
b) World Series, basta somarmos as probabilidades de
64 cada caso, já que não existe probabilidade de ocor-
42
c) rer cada caso de uma única vez (probabilidade da
64
1 3 6 10 42
d)
44 interseção), sendo então + + + = .
8 16 32 64 64
64 Resposta: Letra C.
52
e)
64
215
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11. (ENEM — 2022) O gráfico apresenta os totais de recei- 18 000
tas e despesas de uma empresa, expressos em milhão Adulto
de reais, no decorrer dos meses de um determinado
ano. A empresa obtém lucro quando a diferença entre
receita e despesa é positiva e tem prejuízo quando
8 000
essa diferença é negativa.
7 000
9 Infantil
8
10 20 30
7
Dias
6

5
Ao final do trigésimo dia, quanto faltará no volume de
vendas, em real, para que a meta fixada para o mês
4 seja alcançada?
3
a) 5.000
2 b) 7.000
1 c) 11.000
0
d) 18.000
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio. Jun. JuL. Ago. Set. Out. Nov. Dez. e) 29.000
Receitas Despesas
Para solucionar essa questão, basta analisarmos o
gráfico. Para o setor adulto, vemos que, a cada 10 dias,
Qual é a mediana, em milhão de reais, dos valores dos o volume de vendas cai 3.000 reais. Logo, de 20 para
lucros apurados pela empresa nesse ano? 30 dias a loja venderá 12.000 reais. Em 30 dias, o volu-
me total de vendas será de 18.000 + 15.000 + 12.000 =
a) 1,5 45.000 reais. Para o setor infantil, vemos que, a cada
b) 2,0 10 dias, o volume de vendas cai 1.000 reais. Logo, de
c) 2,9 20 para 30 dias a loja venderá 6.000 reais. Em 30 dias,
d) 3,0 o volume total de vendas será de 8.000 + 7.000 + 6.000
e) 5,5 = 21.000 reais. Por fim, o total final será de 45.000 +
21.000 = 66.000 reais, faltando então 11.000 reais para
Levando-se em consideração que o lucro (L) ocorre a loja alcançar a meta de vendas. Resposta: Letra C.
quando a diferença entre as receitas (R) e as despesas
(D) é maior que zero, L = R – D > 0, podemos notar 13. (ENEM — 2022) Em uma universidade, atuam pro-
que isso ocorreu nos meses de janeiro, março, maio, fessores que estão enquadrados funcionalmente
junho, julho, setembro, novembro e dezembro. O pela sua maior titulação: mestre ou doutor. Nela há,
lucro (em milhões de reais) em cada mês foi: atualmente, 60 mestres e 40 doutores. Os salários
Janeiro: L = 6 – 3 = 3 mensais dos professores mestres e dos doutores são,
4

respectivamente, R$8.000,00 e R$12.000,00. A direto-


-2

Março: L = 3 – 2 = 1
ria da instituição pretende proporcionar um aumento
13

Maio: L = 6 – 1 = 5
salarial diferenciado para o ano seguinte, de tal forma
.7

Junho: L = 5 – 2 = 3
que o salário médio mensal dos professores dessa
28

Julho: L = 6 – 4 = 2
instituição não ultrapasse R$12.240,00. A universida-
.8

Setembro: L = 7 – 3 = 4 de já estabeleceu que o aumento salarial será de 25%


18

Novembro: L = 8 – 7 = 1 para os mestres e precisa ainda definir o percentual


-0

Dezembro: L = 6 – 2 = 4 de reajuste para os doutores. Mantido o número atual


Logo, o conjunto de lucros, em ordem crescente, é
ar

de professores com suas atuais titulações, o aumento


lm

{1,1,2,3,3,4,4,5}. Como esse conjunto tem um núme- salarial, em porcentagem, a ser concedido aos douto-
ro par (8) de elementos, a mediana (m) será a média
gi

res deverá ser de, no máximo


entre os termos centrais, ou seja, 3 e 4. Logo, m = 3+
ar

4
lm

= 3,0. Resposta: Letra D. a) 14,4.


2
b) 20,7.
gi

12. (ENEM — 2022) Uma loja de roupas fixou uma meta de c) 22,0.
vendas de 77.000 reais para um determinado mês de d) 30,0.
30 dias. O gráfico mostra o volume de vendas dessa e) 37,5.
loja, em real, nos dez primeiros dias do mês e entre o
dia dez e o dia vinte desse mês, nos seus dois únicos Podemos calcular, de imediato, o reajuste dos mes-
setores (infantil e adulto). Suponha que a variação no tres: 1,25 · 8.000 = 10.000. Por fim, para descobrir-
volume de vendas, para o período registrado, tenha se mos o reajuste máximo para os doutores, basta
dado de forma linear, como mostrado no gráfico, e que considerarmos a média salarial e resolvermos:
essa tendência se mantenha a mesma para os próxi-
mos dez dias.
(60 · 10.000) + 40 · ( b1 + 100
x

12.000) ≤ 12.240 →

100
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Inequação do Primeiro Grau
600.000 + 40 · (12.000 + 120x)
≤ 12.240 → Nas inequações temos pelo menos um valor desco-
100 nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos:
600.000 480.000 4.800x
+ + ≤ 12.240 →
100 100 100
z > maior que;
6.000 + 4.800 + 48x ≤ 12.240 → z < menor que;
48x ≤ 12.240 → z ≥ maior que ou igual;
x ≤ 30% z ≤ menor que ou igual.
Resposta: Letra D.
Podemos representar das seguintes formas:

ax + b > 0
ax + b < 0
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
Sendo a e b números reais e a ≠ 0.
Uma equação é uma igualdade, na qual uma ou Veja um exemplo: resolva a inequação 5x + 20 < 40.
mais variáveis — geralmente são as letras do nosso
alfabeto —, denominadas de incógnitas, são desco- 5x + 20 < 40
nhecidas. O nosso principal objetivo é encontrar o 5x < 40 – 20
valor dessas incógnitas. Por sua vez, inequações são 5x < 20
desigualdades, nas quais uma ou mais incógnitas são 20
desconhecidas. x<
5
x<4
Equação do Primeiro Grau
Podemos resolver uma inequação de uma outra
A forma geral de uma equação do primeiro grau é: maneira, fazendo um gráfico no plano cartesiano. No
ax + b = 0. gráfico, realizamos o estudo do sinal da inequação,
O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é buscando identificar quais os valores de x transfor-
chamado de termo independente. mam a desigualdade em uma sentença verdadeira.
Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar Siga os passos:
todas as partes que possuem incógnitas de um lado Resolva a inequação 5x + 20 < 40.
da igual e do outro os termos independentes. Veja um
exemplo: z 1º: coloque todos os termos da inequação em um
mesmo lado;
10x = 5x + 20
4

5x + 20 – 40 < 0
-2

Vamos achar o valor de “x”. 5x – 20 < 0


13
.7

10x – 5x = 20
28

z 2º: substitua o sinal da desigualdade pelo da igualdade;


.8
18

Passamos o “5x” para o outro lado da igual com o 5x – 20 = 0


sinal trocado.
-0

z 3º: resolva a equação, ou seja, encontre sua raiz;


ar

5x = 20
lm

20 5x – 20 = 0
x=
gi

5 5x = 20
ar

20
Isolamos o “x” transferindo o seu coeficiente “5”, x=
lm

5
com o sinal trocado, ou seja, como uma divisão.
gi

x=4
x=4
z 4º: faça o estudo do sinal da equação, identificando
os valores de x que representam a solução da inequa-
O valor de x que torna a igualdade correta é cha-
ção. Obs.: o gráfico deste tipo de equação é uma reta.
mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
grau sempre tem apenas uma raiz. Veja que se subs-
MATEMÁTICA

tituirmos o valor encontrado de “x” na equação, ela


ficará igual a zero em ambos os lados. Observe:

x=4 4 + x
10x = 5x + 20
10 · 4 = 5 · 4 + 20
40 = 40 –
40 – 40 = 0
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Identificamos que os valores < 0 (valores negati- x1 = 3 + 1 = 2
vos) são os valores de x < 4. 2
x2 = 3 - 1 = 1
Equação do Segundo Grau 2
Soma e Produto das Raízes
Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de x é igual a 2. Basta saber que, em uma equação ax2 + bx + c = 0,
Sua forma geral é expressa por: temos:

ax2 + bx + c = 0 b
z a soma das raízes é dada por – ;
a
Onde a, b e c são os coeficientes da equação. c
z o produto das raízes é dado por .
a
z a é sempre o coeficiente do termo em x²;
Calcule as raízes da equação: x2 – 3x + 2 = 0.
z b é sempre o coeficiente do termo em x;
z c é sempre o coeficiente ou termo independente. b -3
z Soma: — =— = 3;
a 1
As equações de segundo grau têm duas raízes, isto c 2
é, existem dois valores de x que tornam a igualdade z Produto: = = 2.
a 1
verdadeira.
Quais são os dois números que somados resultam
Cálculo das Raízes da Equação em “3”, e multiplicados em “2”?

Vamos achar as raízes por meio da fórmula de z Soma: 3 = (2 + 1);


Bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e z Produto 2 = (2 · 1).
colocá-los na seguinte expressão:
Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamente
-b ! D igual ao que achamos usando a fórmula de Bhaskara.
2a
SISTEMA DE EQUAÇÕES
Sendo que o discriminante Δ (lê-se delta) corres-
ponde a: Sistemas de Equações de Primeiro Grau (Sistemas
Lineares)
Δ = b2 – 4ac
Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de uma
O discriminante fornece importantes informações incógnita. Imagine que um exercício diga que: x + y = 10.
sobre uma equação do 2º grau: Perceba que há infinitas possibilidades de x e y que
tornam essa igualdade verdadeira: 2 e 8, 5 e 5, 15 e –5, etc.
z Se Δ > 0: a equação possui duas raízes reais e distintas; Por esse motivo, faz-se necessário obter mais uma equa-
4
-2

z Se Δ = 0: a equação possui duas raízes reais e idênticas; ção envolvendo as duas incógnitas para poder chegar
13

z Se Δ < 0: a equação não possui raízes reais. nos seus valores exatos. Veja o exemplo a seguir:
.7
28

Desta maneira, temos que:


*
x + y = 10
.8
18

x = -b ! 2 4x - y = 5
-0

b - 4ac
2a
ar

A principal forma de resolver esse sistema é usan-


lm

Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele do o método da substituição. Este método é muito sim-
gi

que permitirá obtermos dois valores para as raízes, ples e consiste basicamente em duas etapas:
ar

um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor


lm

utilizando o sinal negativo (–). Vamos aplicar em um „ isolar uma das variáveis em uma das equações;
exemplo: calcule as raízes da equação x2 – 3x + 2 = 0.
gi

„ substituir esta variável na outra equação pela


expressão achada no item anterior.
z Primeiro identifica-se os valores de a, b e c: a = 1;
b = –3; c = 2; Vamos aplicar no nosso exemplo:
z Agora, os substituímos na fórmula: Isolando “x” na primeira equação

x = -b !
2
b - 4ac x = 10 – y
2a
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y”
-(-3) ± √(-3)2 - 4 · 1 · 2
x=
2·1 4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)
40 – 4y – y = 5
x= 3! 9-8
2 -5y = 5 – 40
x= 3!1
-5y = -35 (multiplica por -1)
218 2
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5y = 35 Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:
y=7

(
- x - y = - 10
Logo, voltando na primeira equação, acharemos o x - 2y = 4
valor de “x”

x = 10 – y Fazendo a soma:
x = 10 – 7
(
- x - y = - 10
x=3
x - 2y = 4
Assim, x = 3 e y = 7.
-3y = -6
Dica y=
–6
–3
Método da substituição y= 2
1: isolar uma das variáveis em uma das equações;
2: substituir essa variável na outra equação pela Substituindo o valor de “y” na primeira equação
expressão achada no item anterior. achamos o valor de “x”:

Há um outro método para resolver um sistema x + y = 10


de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou
soma) de equações. Veja: x + 2 = 10
x = 10 – 2
„ multiplicar uma das equações por um número
que seja mais conveniente para eliminar uma x=8
variável;
„ somar as duas equações, de forma a ficar ape- Sistemas de Equações do 2º Grau
nas com uma variável.
Vamos usar o mesmo método principal para resol-
Veja o exemplo a seguir: vermos os sistemas de equações do 2° grau que utili-
zamos no sistema de equações do 1° grau, ou seja, o
Método da Substituição. Veja um exemplo:
*
x + y = 10

(
4x - y = 5 x+y=3
2 2
x -y =-3

Nesse exemplo, não vamos precisar fazer uma


multiplicação, pois já temos a condição necessária Isolando x na primeira equação, temos que x =
4
-2

para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos 3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
13

fazer apenas a soma das equações. Veja: temos que:


.7
28

(3 – y)2 – y2 = -3
*
.8

x + y = 10
9 – 6y + y – y2 = -3
18

4x - y = 5
-0

y=2
ar

5x = 15
lm

Logo,
x=3
gi
ar

Substituindo o valor de “x” na primeira equação x=3–y=3–2=1


lm

achamos o valor de “y”:


GRÁFICOS E FUNÇÕES
gi

x + y = 10
Funções
3 + y = 10
y = 10 – 3 Quando temos a relação entre elementos de dois
conjuntos, sendo que cada elemento de um conjunto
y=7 tenha ligação com somente um outro elemento do outro
MATEMÁTICA

conjunto, dizemos que é uma função. Para ficar mais


Veja um outro exemplo que vamos precisar fácil de entender esse conceito, veja o exemplo abaixo:
multiplicar:

*
x + y = 10

x - 2y = 4

219
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
FUNÇÃO NÃO É FUNÇÃO Função Injetora, Sobrejetora e Bijetora

A B C D z Função injetora: se cada elemento do conjunto


imagem estiver ligado a um único elemento do
2 4 1 4
domínio, a função é chamada injetora. Ex.:
4 8 3 6
A B
6 16 5
2 4
8 20
4 8

Note que o conjunto A tem todos os seus elemen- 6 16


tos ligados a apenas um único elemento do conjunto B,
8 20
então dizemos que é uma função. Já o conjunto C, além
de não ter todos os seus elementos sendo ligados a um 24
único elemento de D, ainda tem o “elemento 3” sendo
relacionado a mais de um elemento do conjunto D. Sen-
do assim, não há relação de função nessa situação. O conjunto imagem é I = {4, 8, 16, 20}. Por mais
que o 24 não esteja relacionado a nenhum elemento
Domínio, Contradomínio e Imagem do domínio A, vemos que cada elemento da imagem
está ligado a apenas um elemento do domínio A;
Há alguns pontos que você precisa saber identifi-
car em uma função: z Função sobrejetora: quando todos os elementos
do contradomínio fizerem parte do conjunto ima-
z Domínio da função (D): é o conjunto onde a função é gem, temos uma função sobrejetora. Em outras
definida, ou seja, contém todos os elementos que serão palavras, contradomínio é igual a imagem. Ex.:
ligados a elementos de outros conjuntos. Olhando para
o nosso exemplo — de onde saem as setas, trata-se do A B
conjunto A apenas, pois o conjunto C não é uma função;
2 4
z Contradomínio da função (CD): é o conjunto
onde se encontram todos os elementos que pode- 4 8
rão ser ligados aos elementos do domínio. Neste
caso, trata-se do conjunto B somente, pois como já 6 16
vimos, o conjunto D não é uma função;
8 20
z Imagem da função (I): é formado apenas pelos
valores do contradomínio efetivamente ligados a 10
algum elemento do domínio.
4
-2

Vamos analisar um exemplo para clarear um pou- z Função bijetora: se as duas coisas acima aconte-
13

co mais: cerem ao mesmo tempo, ou seja, a função for inje-


.7

tora e sobrejetora ao mesmo tempo, a função é dita


28

A B bijetora. Ex.:
.8
18

2 4 A B
-0

4 8 2 4
ar
lm

6 16 4 8
gi
ar

8 20 6 16
lm
gi

8 20
Temos o conjunto A como domínio, o conjunto B
como contradomínio, e o conjunto imagem definido
pelo conjunto formado apenas pelos elementos 8 e 16.
Isso ocorre pois os elementos 4 e 20 do conjunto B não Representação de uma Função Lei de Formação
estão ligados a nenhum termo do conjunto A. Logo,
eles fazem parte do contradomínio, porém não fazem Vamos representar a função f: R → R, onde f(x)=
parte do conjunto imagem. 3x. “R” representa o conjunto dos números reais nes-
sa situação. Portanto, a função f(x) tem como domínio
todos os números reais, e os tem como contradomí-
Se liga! nio. Lembre-se de que f(x) é igual a “y”, que é a nossa
Função: relação de cada elemento do domínio com imagem. Para a lei de formação entendemos que “x”
apenas um único elemento do contradomínio. assumirá alguns valores que resultará em valores “y”
da função. Tudo isso é regido da seguinte maneira:

220 f (x) = 3x
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Quando “x” for igual a 1, por exemplo, precisamos Funções Compostas
substituir o valor dele na função. Veja: f(1) = 3 · 1 = 3. Afir-
mamos então que para x = 1 a função tem resultado 3. Trata-se de uma função formada por duas ou mais
funções juntas. Veja um exemplo: sendo f(x) = x + 3
Funções Inversas e g(x)= x + 2, encontre as funções compostas f(g(x)) e
g(f(x)).
Representação da função inversa é f-1(x). Para que uma Usaremos f(g(x)) primeiro. A primeira coisa que
função seja inversa, ela necessariamente precisa ser bijeto- precisamos entender é que no lugar de “x” em f(x)
ra. Vamos obter uma função inversa, da função a seguir: temos a função g(x), então vamos substituir pelo valor
dela.
f (x) = 2x
f (x + 2) = x + 3
A B
Agora vamos substituir “x” por “x + 2”:
2 4
f (x + 2) = x + 2 + 3
4 8 f (g(x)) = x + 5 (aqui está a nossa função composta)
6 12
Agora vamos fazer com g(f(x)):
8 16
g (x + 3) = x + 2
g (x + 3) = x + 3 + 2
Na função inversa, as setas estarão no sentido
contrário, ou seja, elas sairão do contradomínio para g(f(x))= x + 5 (aqui está a nossa função composta).
o domínio. Mas precisamos ter uma relação entre as
funções. Veja que nesse exemplo está fácil notar que o
contradomínio é o dobro do domínio, então a função
inversa será a metade: Se liga!
x
f – 1(x)= � f(g(x)) é conhecida, também, como fog(x)
2
“lê-se fog de x”;
2 4 � g(f(x)) é conhecida, também, como gof(x)
“lê-se gof de x”.
4 8

6 16 Funções Pares e Ímpares


8 20
Funções pares são aquelas em que f(–x) = f(x). Ou
seja, quando “x” assume valores opostos e gera a mes-
Siga os passos abaixo para achar a função inversa ma imagem. Veja:
4

de uma função f(x) qualquer. Sabemos que f(x) = y,


-2

então vamos usar “y” para facilitar o cálculo. Os pas-


13

f(x)= x2 – 4
sos são: f(3)= 32 – 4 = 5
.7
28

f(–3) = (–3)² – 4 = 5
z substituir y por x;
.8
18

z substituir x por y-1; Já as funções ímpares são aquelas para as quais


z isolar o y-1.
-0

f(–x) = –f(x). Ou seja, quando “x” assume valores opos-


tos e gera imagens opostas. Veja:
ar

Agora, vamos aplicar esses passos usando o exem-


lm

plo acima: f(x) = 2x. Veja: f (x) = 2x


gi

f (4) = 2 · 4 = 8
ar

z trocar f(x) por y: f (–4) = 2 · (–4) = –8


lm
gi

y = 2x Desta maneira, –f(4) = f(–4).

z substituir y por x; Gráfico


z substituir x por y-1:
Um gráfico representa uma função se qualquer
x = 2y-1 reta paralela ao eixo y corta (intercepta) o gráfico em
MATEMÁTICA

apenas um ponto. Veja:


� isolar o y-1:

x x
y-1 = ou f-1 (x) =
2 2

221
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y Temos (x,y) = (2,7)
X=ɑ
Colocando os pontos no plano cartesiano, temos:

Y 10
(a, b)
8
E
6
D
0 ɑ x 4
C
2
É um gráfico de função B
y X
X=ɑ -6 -4 -2 0 2 4 6 8
(a, c)
-2

-4

(a, b) -6

Raiz de uma Função Afim

0 ɑ Para tirar a raiz de uma função do 1º grau, basta


x
igualar a zero. Veja:

Não é um gráfico de função f(x) = 2x + 3


2x + 3 = 0
FUNÇÃO ALGÉBRICA DO 1º GRAU 2x = –3
3
x=–
Observe a função do tipo f (x) = ax + b. Chamaremos 2
de função de primeiro grau, na qual a = coeficiente 3
angular e b = coeficiente linear. Esta função também é Isso significa que x = – deixa a função com a
2
chamada de função linear, ou então de função afim. O imagem igual a zero. Veja:
gráfico dessa função é uma reta.
O coeficiente angular dá a inclinação da reta. Se a f _ – 2 i = 2x + 3
3
> 0, a reta será crescente, e se a < 0, a reta será decres-
4

f _– 2 i = 2 _– 2 i + 3
-2

cente. Já o coeficiente linear indica em que ponto a 3 3


13

reta do gráfico cruza o eixo das ordenadas (eixo y, ou


f _– 2 i = – 3 + 3 = 0
.7

eixo f(x)). 3
28

Seja f (x) = –3x + 5, então temos:


.8
18

FUNÇÃO ALGÉBRICA DO 2º GRAU


z uma função de primeiro grau (pois o maior
-0

expoente de x é 1); As funções de segundo grau são representadas


ar

z o coeficiente angular de a = –3 e o coeficiente linear por: f(x)= ax2 + bx + c. Ou seja, são aquelas funções em
lm

de b = 5. que a variável x aparece elevada ao quadrado. Sabe-


gi

mos o que:
ar

Logo, seu gráfico é uma reta decrescente (a < 0), que


lm

cruza o eixo y na posição y = 5 (pois este é o valor de b). z a, b e c são os coeficientes da equação;
gi

Vamos construir um gráfico da função afim f(x)=


2x +3. „ a é sempre o coeficiente do termo em x²;
Atribuindo valores aleatórios para “x”, temos: „ b é sempre o coeficiente do termo em x;
f(x) = 2x + 3 „ c é sempre o coeficiente ou termo independente.
f(–1) = 2(–1) + 3 = 1
As funções de segundo grau têm duas raízes, isto
Temos (x,y) = (–1,1) é, existem dois valores de x que tornam a igualdade
verdadeira.
f(0)= 2 · 0 + 3 = 3
Cálculo das Raízes da Função Quadrática
Temos (x,y) = (0,3)
f(1) = 2 · 1 + 3 = 5 Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
Bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e
Temos (x,y) = (1,5) colocá-los na seguinte expressão:

222 f(2) = 2 · 2 + 3 = 7
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-b ! 2 f(3) = 32 – 3 · 3 + 2 = 2
b - 4ac
x= f(4) = 42 – 3 · 4 + 2 = 6
2a f(5) = 52 – 3 · 5 + 2 = 12

Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele que


permitirá obtermos dois valores para as raízes, um valor 10
utilizando o sinal positivo (+) e outro valor utilizando o 8
sinal negativo (–). Vamos aplicar em um exemplo:
Calcule as raízes da função f(x)= x² – 3x + 2: 6

4
z para isso, primeiro igualamos a zero:
2
x² – 3x + 2 = 0 0
-2 -1 0 1 2 3 4 5
z depois, identificamos os valores de a, b e c.
Importante ressaltar que quando “a < 0” a parábola
a=1 tem concavidade para baixo, ou seja, a função terá um
b = –3 ponto máximo que chamamos de “vértice”. Já quando
c=2 “a > 0” teremos a concavidade para cima e um ponto
mínimo, também chamado de vértice da função.
z então, substituímos na fórmula:

2 ɑ>0
-b ! b - 4ac
x=
2a

–(–3) ± √(-3)2 – 4 · 1 · 2 ɑ<0


x=
2·1
concavidade para cima concavidade para baixo

3! 9-8
x= Resumindo os tipos de gráficos olhando para o
2 valor de “a” e para o discriminante, temos:
3!1
x=
2 a>0eΔ<0 a<0eΔ<0
3+1 X
x1 = =2
2
3-1
x2 = =1
2 X
4
-2

a>0eΔ=0 a<0eΔ=0
13

As raízes da função f(x)= x2 – 3x + 2 são 1 e 2.


X
.7

Na fórmula de Bhaskara, podemos usar um discrimi-


28

nante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a:


.8

X
18

Δ = b2 – 4ac a>0eΔ>0 a<0eΔ>0


-0
ar

Assim, podemos escrever a fórmula de Bhaskara:


lm

X X
gi

x = -b ! D
ar

2a Pontos de Máximo ou Mínimo


lm
gi

O discriminante fornece importantes informações


de uma função do 2º grau: O ponto de máximo ou mínimo da função de
segundo grau é chamado de vértice (xv, yv). Calculare-
z Se Δ > 0: a função possui duas raízes reais e distintas; mos o ponto máximo quando a<0 e assim a concavi-
z Se Δ = 0: a função possui duas raízes reais e idênticas; dade da parábola é virada para baixo. Calcularemos o
z Se Δ < 0: a função não possui raízes reais. ponto mínimo quando a>0 e assim a concavidade da
parábola é virada para cima. Então, para encontrar-
MATEMÁTICA

As funções de segundo grau têm um gráfico na for- mos o ponto máximo ou mínimo, precisamos calcular
ma de parábola. Veja: as coordenadas do vértice da parábola. Para isso, uti-
lizamos as fórmulas:
f(x)= x2 – 3x + 2
b
f(–2) = (–2)2 – 3 (–2) + 2 = 12 xv = –
2a
f(–1) = (–1)2 – 3 (–1) + 2 = 6
D
f(0) = (0)2 – 3(0)+ 2 = 2 yv = –
4a
f(1) = 12 – 3 · 1 + 2 = 0
f(2) = 22 – 3 · 2 + 2 = 0 223
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No gráfico fica: P(x) = –2x² + 5x – 2
Q(x) = –3x³ + 2x – 1
P(x) + Q(x) = (–2x² + 5x – 2) + (–3x³ + 2x – 1)

y „ Primeiro vamos eliminar os parênteses e


depois juntar os termos semelhantes;

P(x) + Q (x) = –2x² + 5x – 2 –3x³+ 2x – 1


P(x) + Q (x) = –2x² + (5x + 2x) – 3x³ + (–2 – 1)

„ Agora vamos operar os termos semelhantes;

P(x) + Q(x) = – 3x³ – 2x² + 7x – 3

„ Vamos colocar em ordem decrescente, segundo


xv
a sua potência:
0 x
yv z Subtração
V
Vamos operar os termos semelhantes e depois colo-
cá-los em ordem decrescente, segundo a sua potência.
Observe:
D
Se a > 0 · yv = – é o valor mínimo da função.
4a P(x) = –3x² + 4x – 1
Q(x) = –7x³ + 4x – 1
P(x) – Q(x)= (–3x2 + 4x – 1) – (–7x3 + 4x – 1)
y
„ Primeiro vamos eliminar os parênteses e
depois juntar os termos semelhantes;
V
P(x) – Q(x) = (–3x² + 4x – 1) – (–7x³ + 4x – 1)
yv
Aqui é preciso fazer o jogo de sinais:

P(x) – Q(x) = –3x² + 4x – 1 + 7x³ – 4x + 1


P(x) – Q(x) = –3x² + (4x – 4x) + 7x³ + (–1 + 1)

„ Agora vamos operar os termos semelhantes;


4
-2

0 xv x P(x) – Q(x) = –3x² + 7x³


13
.7
28

„ Vamos colocar em ordem decrescente, segundo


.8

a sua potência:
18
-0

P(x) – Q(x) = = 7x³ – 3x²


ar

D z Multiplicação
lm

Se a < 0 · yv = – é o valor máximo da função


4a
gi

Para operarmos a multiplicação de polinômios,


ar

FUNÇÕES POLINOMIAIS primeiro vamos fazer a propriedade distributiva e


lm

depois juntar os termos semelhantes, para realizar a


gi

Toda função polinomial é definida por uma expres- soma ou subtração de termos. Veja:
são polinomial do tipo abaixo:
P(x) = x – 2
P (x) = anxn + an–1xn–1 + ··· + a1x + a0 Q(x) = –3x³ + 2x – 1
P(x) · Q(x) = (x – 2) · (–3x³ + 2x – 1)
Onde “n” é um número inteiro positivo ou nulo e
“x” é a variável. „ Vamos fazer a distributiva:

Operações Polinomiais (x – 2) · (–3x³ + 2x – 1)

z Adição Lembre-se de fazer o jogo de sinais:

Vamos operar os termos semelhantes e depois colo- x · (–3x3 ) + x · 2x + x · (–1) + (–2) · (–3x3 ) + (–2) · 2x
cá-los em ordem decrescente, segundo a sua potência. + (–2) · (–1)
224 Observe: –3x4 + 2x2 – x + 6x³ – 4x +2
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„ Agora vamos operar os termos semelhantes; 18 y
16
–3x4 + 2x2 – x + 6x³ – 4x +2
14
–3x4 + 2x2 +(– x – 4x) +2 + 6x³
12
–3x4 + 2x2 – 5x +2 + 6x³
10
„ Vamos colocar em ordem decrescente, segundo 8
a sua potência: 6

P(x) · Q(x) = –3x4 + 6x³ + 2x2 – 5x +2 4


2 x
z Divisão 0
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-2
Na divisão de funções polinomiais, devemos divi-
dir o termo de maior grau até que não tenhamos mais P(x) = x³ + 2x² + 2x + 1 (vejamos o gráfico da função
como fazer a divisão. Observe a resolução abaixo: polinomial de grau 3).

P(x) = x³ – 4x2 + x – 3 y
8
Q(x) = x2 – 2
P(x) ÷ Q(x) = (x³ – 4x2 + x – 3) ÷ ( x2 – 2) 6
4
Vamos colocar na forma de uma divisão padrão: 2 x
0
-3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 -0,5 1 1,5
x3 — 4x2 + x — 3 x2 — 2 Divisor -2
-4
-6
—x3 + 2x x—4
-8
-10
—4x2 + 3x — 3 Quociente
-12
4x2 — 8
FUNÇÕES RACIONAIS

+3x — 11 Uma função é do tipo racional quando temos a fun-


ção expressa por uma razão de polinômios. Sua repre-
Resto sentação é a seguinte:
4
-2
13

Gráfico da Função Polinomial p(x)


f(x) =
.7

q(x)
28

Basta atribuir valores a “x” nas funções P(x) para que


.8

o gráfico seja construído. Quando isso é feito encontra-


18

Onde p(x) e q(x) são polinômios e q (x) é diferente


mos os pares ordenados (x e y), que irão definir os pontos de zero. Exemplo:
-0

do gráfico da função. Veja os exemplos a seguir:


ar
lm

x² + 2
P(x) = x2 + 1 (vejamos o gráfico da função polino- f(x) =
gi

x² — 4
mial de grau 1).
ar
lm

4 y Onde o domínio pertence aos reais, com x diferen-


gi

te de 2 e —2.
3
Para resolver uma função racional, devemos igua-
2 lar o numerador ao denominador e passar tudo para
o mesmo lado de igualdade. Dessa forma, haverá ape-
1 nas um polinômio.
X
0 O gráfico de uma função racional não é contínuo,
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
MATEMÁTICA

podem acontecer algumas interrupções, por conta dos


-1 pontos em que o denominador é igual a zero. Nesse
-2 ponto não existe gráfico. Veja um exemplo:

-3
1
-4 f(x) =
x—1

P(x) = x2 + 2x + 1 (vejamos o gráfico da função poli-


nomial de grau 2). 225
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A função tem como gráfico: FUNÇÕES EXPONENCIAIS

y A função f(x) = 2x é uma função exponencial. Perce-


ba que a variável x encontra-se no expoente. De modo
geral, representamos as funções exponenciais assim
-2 f(x) = ax. O coeficiente “a” precisa ser maior do que
zero, e diferente de 1. A função é crescente se a > 1. Já
se 0 < a < 1, a função é decrescente.
-1 A função exponencial tem domínio no conjunto
dos números reais (R) e contradomínio no conjunto
dos números reais positivos, ou seja, f: R → R+*. Obser-
-2 -2 -2
ve os gráficos das funções f(x) = 2x (crescente) e de g(x)
-1 0 1 2 3 4 5 6 7 x
= 0,5x (decrescente):

-1 f (x) g (x)
1
y=
x–1 9
-2
7

3
Chamamos de assíntota vertical a linha tracejada ver-
tical. Uma função racional tem seu gráfico passando mui- 1
to próximo à assíntota, mas nunca irá encostar (tocar). —5 —3 —1 —1 1 3 5
Agora veja um outro exemplo, em que vamos
observar uma assíntota horizontal. —3

—5
7
y=
x² + 2 FUNÇÕES LOGARÍTMICAS

A função tem como gráfico: Antes de falarmos sobre função logarítmica, é inte-
y
ressante relembrar algumas propriedades importantes.
Na expressão logab = c, chamamos o número “a” de
base do logaritmo. Veja que o resultado do logaritmo
(c) é justamente o expoente, ao qual deve ser elevada
4
a base “a” para atingir o valor b. Assim, as proprieda-
des mais importantes são:
3
7
z logb1 = 0, porque b0 = 1;
4

y=
-2

x² + 2
z logb b = 1, porque b1 = b;
13

2 z logb bk = k, porque bk = bk;


.7

z logbM = M;
28

z loga (b · c) = logab + logac;


.8

1
z loga (b ÷ c) = logab – logac;
18

z logabn = n · logab;
-0

1
z logabn = logab.
ar

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 x m
lm

A função f(x) = log5(x) é um exemplo de função loga-


gi

Assíntota horizontal rítmica. Veja que nela a variável x encontra-se dentro


ar

do operador logaritmo. De maneira geral, podemos


lm

representá-las da seguinte forma f(x) = loga(x). Assim


Se liga!
gi

como nas exponenciais, o coeficiente a precisa ser


O domínio de uma função racional consiste em positivo (a > 0) e diferente de 1.
todos os números reais x tais que Q(x)≠0. O domínio é formado apenas pelos números reais
positivos — pois não há logaritmo de número nega-
Assíntota vertical é a reta vertical tracejada onde
tivo — e o contradomínio é o conjunto dos números
algumas funções racionais tendem a se aproximar
reais. Ou seja, temos uma função do tipo f: R+* → R.
por não estar definida para alguns valores de x.
Se a > 1, a função é crescente. Já se 0 < a < 1, a fun-
Assíntota horizontal é a reta horizontal tracejada ção é decrescente. Como exemplo, veja os gráficos de
em que o gráfico da função racional começa e/ou f(x) = log2x e de g (x) = log0,5x
termina cada vez mais perto dela.

226
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f (x) g (x)
A definição é coerente com aquela apresentada no
triângulo retângulo.

5
N
3
X
1 senx
A
O
–5 –3 –1 –1 1 3 5
–3

–5

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Função Seno P
N
Consideremos, no ciclo trigonométrico de origem
A, um sistema cartesiano ortogonal xOy, conforme A
x
mostra a figura.
M
O

Circunferência de raio r com eixo dos senos, arcos e triângulos


(II) (I) retângulos
C A (Origem)
r
O De fato, se:
x
(III) (IV)
π
0<x<
2
D
Então, P pertence ao primeiro quadrante e, além
Circunferência de raio r em um sistema cartesiano xOy disso, OP = 1 (raio) e MP = ON. Assim sendo, no triân-
gulo OMP retângulo em M, temos:
Os pontos A = (1,0), B = (0,1), C = (–1,0) e D = (0, –1)
dividem o ciclo trigonométrico em quatro quadrantes.
4
-2

Quando dizemos que um arco AP pertence ao cateto oposto MP ON


13

segundo quadrante, por exemplo, queremos dizer sen x = = = ON


.7

que a extremidade P pertence ao segundo quadrante. hipotenusa OP 1


28

O seno de um arco trigonométrico AP, de extremidade


.8

P, é a ordenada do ponto P. Enquanto o ponto P percorre a primeira volta, no


18

sentido anti-horário, o número real varia x de 0º a


-0

Eixos dos senos 360º e o seno de x varia de –1 a 1. Observe as várias


situações possíveis:
ar

P
lm

N x = 0º
gi
ar
lm

O A
gi

O≡N
A≡P
Circunferência de raio r com eixo dos senos sen (AP) = medida do
segmento ON
MATEMÁTICA

A cada número real x corresponde um único ponto


P, extremidade do arco AP de medida x. A cada ponto
P, por sua vez, corresponde uma única ordenada cha-
mada seno de x. A função de R em R que a cada núme-
ro real associa a ordenada do ponto P é, por definição, senx = 0
a função seno. Simbolicamente:

𝑓: R → R
x ↦ sen x tal que f(x) = sen x = ON. 227
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0° < x < 90° x = 180°

P
N

O≡N A
A P
O

0 < sen x < 1 sen x = 0

x = 90° 180° < x < 270°

N=P

O A
A
O

N
P

–1 < sen x < 0


sen x = 1(máximo)
4

x = 270°
-2

90° < x < 180°


13
.7
28

P
.8

N
18
-0
ar

O A
lm
gi

A
ar

O
lm
gi

P≡N
senx = –1(mínimo)

0 < sen x < 1

228
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270° < x < 360°
P

O
M A Eixo dos cossenos

O A

Circunferência de raio r com eixo dos cossenos

cos (AP) = medida do segmento OM


N P
A cada número real x corresponde um único ponto
P, extremidade do arco AP de medida x. A cada ponto
–1 < sen x < 0 P, por sua vez, corresponde uma única abcissa chama-
x = 360° da cosseno de x. A função de R em R que a cada núme-
ro real x associa a abcissa do ponto P é, por definição,
a função cosseno.
𝑓: R → R
Simbolicamente: x ↦ cos x tal que f (x) = cos x =
OM. A definição é coerente com aquela apresentada
no triângulo retângulo.
O≡N A≡P

X
cosx
O
senx = 0 M A

Notando que sen x = sen (x ± 2 π), pois x e x ± 2 π


são as medidas de arcos de mesma extremidade, e de
acordo com as imagens acima, concluímos que o grá-
fico da função f: R→R tal que f (x) = sen x é:
P
y = senx
X
1 O
M A
4

π 3π
-2


2 2
13

-2π -π 0 π π 2π
.7



2
28

2
.8

-1 Circunferência de raio r com eixo dos cossenos, arcos e triângulos


18

retângulos
-0

R
E o conjunto imagem é {y ∈ ≤ y ≤ 1}. Podemos
ar

–1 π
concluir que a função seno é:
lm

De fato, se 0 < x < 2 , então, P pertence ao primeiro


gi

z positiva no primeiro e segundo quadrantes; quadrante e além disso OP = 1 (raio). Assim sendo, no
ar

z negativa no terceiro e quarto quadrantes; triângulo OMP retângulo em M, temos:


lm

z crescente no primeiro e quarto quadrantes;


gi

z decrescente no segundo e terceiro quadrantes;


cateto adjacente OM OM
z ímpar, pois sen (–x) = – sen x; cos x = = = = OM
z periódica de período 2 π. hipotenusa OP 1

Função Cosseno Enquanto o ponto P percorre a primeira volta, no


sentido anti-horário, o número real x varia de 0º a
O cosseno de um arco trigonométrico AP, de extre-
MATEMÁTICA

360º e o cosseno de x varia de –1 a 1. Observe, a seguir,


midade P, é a abscissa do ponto P. as várias situações possíveis:

229
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x = 0º 180° < x < 270°

A≡P
O
M M A
O

cos x = 1 (máximo)
P
0° < x < 90°
–1 < cos x < 0
P
x = 270°
A
O
M

O M A

0 < cos x < 1

x = 90°
P P
cos x = 0

O≡M 270° < x < 360°

cos x = 0 A
M
90° < x < 180° O

P P
4
-2

A
13

O 0 < cos x < 1


.7

M
28

x = 360°
.8
18
-0

–1 < cos x < 0 A≡P


ar

O
lm

M
gi
ar

x = 180°
lm
gi

cos x = 1 (máximo)

A Notando que cos x = cos (x ± 2 π), pois x e x ± 2 π


O são as medidas de arcos de mesma extremidade, e de
M≡P acordo com as imagens acima, concluímos que o grá-
fico da função f: R→R tal que f (x) = cos x é:

y = cosx

cos x = –1 (mínimo) 1
π 3π

-π 2 π 2 x
-2π 3π π 0 2π
– –
2 2
-1

230
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
R
E o conjunto imagem é {y ∈ ≤ y ≤ 1}. Podemos
–1
concluir que a função cosseno é:
T
P
z positiva no primeiro e quarto quadrantes;
z negativa no segundo e terceiro quadrantes;
z crescente no terceiro e quarto quadrantes;
x
z decrescente no primeiro e segundo quadrantes;
z par, pois cos (–x) = cos x; O A
z periódica de período 2 π.

Função Tangente

Consideremos, no ciclo trigonométrico de origem Circunferência de raio r com eixo das tangentes, arcos e triângulos
retângulos.
A, o eixo t perpendicular ao eixo x e de origem A, cha-
mado eixo das tangentes. Seja, ainda, T a intersecção r
De fato, se 0 < x < , então, P pertence ao primei-
da reta O P com o eixo t. A tangente do arco trigono- 2
métrico AP, de extremidade P, é a medida algébrica do ro quadrante. Além disso, AO = 1 (raio). Assim sendo,
segmento AT. Representa-se: no triângulo OAT retângulo em A, temos:

Eixo das tangentes


cateto oposto AT AT
tg x = = = = AT
cateto adjacente OA 1

Enquanto o ponto P percorre a primeira volta,


B T no sentido anti-horário, o número real x varia de 0º
P a 360º e a tangente de x varia de –∞ a ∞. Observe, a
seguir, as várias situações possíveis:

x = 0º

C
O A A P T
O

tg x = 0
D
4
-2

tg (AP) = medida do segmento AT.


13

0° < x < 90°


.7

A cada número real x corresponde um único ponto P


T
28

P, extremidade do arco AP de medida x. A cada ponto


.8

P, por sua vez, corresponde uma única medida algé-


18

brica AT, chamada tangente de x. A função de R em R O A


-0

que a cada número real x associa a medida algébrica


ar

AT é, por definição, a função tangente.


lm

𝑓: D → R r
Simbolicamente: x ↦ tg x , onde D = R – { + kπ,
gi

2
com k ∈ Z} tal que f(x)= tg x= AT. A definição é coerente tg x > 0
ar

com aquela apresentada no triângulo retângulo.


lm
gi

x = 90°
P
T

tgx
x
O A
MATEMÁTICA

O A

∄ tg x

231
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90° < x <180° x = 360°

A O A P T
O

T
tg x < 0 tg x = 0

Notando que tg x = tg (x ± π), pois x e x ± π são medi-


das de arcos de mesma extremidade, e de acordo com as
imagens acima, concluímos que o gráfico da função f: R –
x = 180° r
{ + kπ ,com k ∈ Z} → R tal que f(x) = tg x é como mostra
2
a figura a seguir, e o conjunto imagem é R.

P y = tgx
O A T

π 3π
2 2 x
3π π 0 π 2π
-2π – -π –
2 2
tg x = 0

180° < x <270°


T Função Tangente

Podemos concluir que a função tangente é:

O A z positiva no primeiro e terceiro quadrantes;


z negativa no segundo e quarto quadrantes;
z crescente em todos os quadrantes;
P z ímpar, pois tg (–x) = –tg x;
z periódica de período π.
tg x > 0
RELAÇÕES NO CICLO TRIGONOMÉTRICO
4
-2

Ciclo Trigonométrico
13
.7

x = 270°
28

Chamamos de Ciclo Trigonométrico a uma circun-


ferência de raio unitário na qual fixamos um ponto
.8
18

como origem dos arcos e adotamos o sentido anti-ho-


rário como sendo o positivo.
-0

O A
ar

Arco Trigonométrico
lm
gi

Chamamos de Arco Trigonométrico AP ao con-


ar

P junto dos “infinitos” arcos de origem A e extremida-


lm

∄ tg x de P. Esses arcos são obtidos partindo da origem A e


gi

girando em qualquer sentido (positivo ou negativo)


até a extremidade P, seja na primeira passagem, ou
após várias voltas completas no ciclo trigonométrico.
Analogamente, chamamos de ângulo trigonomé-
270° < x < 360° trico AÔP ao conjunto dos “infinitos” ângulos de lado
inicial OA→ e lado terminal OP→.

P
O A
(II) (I) α
O r A (Origem) A
O
(IV)
P T (III)
tg x < 0

232 Quadrantes e orientação em uma circunferência de raio r


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REDUÇÃO
ARCO SENO COSSENO TANGENTE
Redução ao 1º Quadrante π 180º 0 -1 0

Vamos deduzir fórmulas para calcular funções


trigonométricas de x, com x não pertencente ao 1º 7π
quadrante, relacionando x com algum elemento do 1º (210º) -1 3 3
-
quadrante (por isso o nome redução ao 1º quadrante). 6
2 2 3
A meta é conhecer sen x, cos x e tg x a partir de uma
tabela que dê as funções circulares dos reais entre 0
r
e . 5π
2 (225º) 2 2 1
- -
4 2 2
z Redução do 2º para o 1º quadrante:

sen x = sen (π – x)
cos x = – cos (π – x) 4π
(240º) -
3 -1 3
2 2
z Redução do 3º para o 1º quadrante: 3

sen x = – sen (x – π)
cos x = – cos (x – π) 3π
(270º) -1 0 Não existe
z Redução do 4º para o 1º quadrante: 2

sen x = – sen (2 π – x)
sen x = – sen (2 π – x) 5π
(300º) -
3 1 - 3
2 2
Podemos criar a seguinte tabela: 3

ARCO SENO COSSENO TANGENTE



0 0 1 0 (315º) 2 2 -1
-
4 2 2

π
(30º) 1 3 3
2 2 3 11π
6 (330º) -1 3
-
3
2 2 3
6
π
4
-2

(45º) 2 2 1 2 π (360º) 0 1 0
13

4 2 2
.7
28

Se liga!
.8

π
18

(60º) 3 1 3 Os ângulos de 30°, 45° e 60°, destacados na tabe-


-0

2 2
3 la, são chamados de ângulos notáveis devido a
ar

sua importância para a trigonometria. Eles são os


lm

ângulos mais utilizados em questões, então é viá-


gi

π vel memorizar seus senos, cossenos e tangentes.


(90º) 1 0 Não existe
ar
lm

2
Macete de Memorização dos Ângulos Notáveis
gi

2π Primeiro, monte a tabela para ser preenchida e,


(120º) 3 -1 - 3 preencha com 1, 2, 3 nos senos dos ângulos de 30°, 45°
2 2
3 e 60° respectivamente e com 3, 2 e 1 nos cossenos dos
mesmos ângulos respectivamente. Ficamos com:
MATEMÁTICA

3π ARCO SENO COSSENO TANGENTE


(135º) 2 2 -1
-
2 2 r
4 1 3
6 = (30º)
r
2 2
5π 4 (45º)
(150º) 1
-
3
-
3 r
2 3 1
6 2 3 3 (60º)
233
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Depois, dividimos todos os números por 2 e tiramos as raízes de todos os numeradores. Lembre-se de que √1
é igual a 1. Ficamos com:

ARCO SENO COSSENO TANGENTE


r 1
6 = (30º) 2
3
2
r
4 (45º)
2 2
2 2
r
1
3 (60º) 3
2 2

Para a tangente, é necessário decorar. Então a tabela fica:

ARCO SENO COSSENO TANGENTE


r 1 3 3
6 = (30º) 2 2 2
r 2 2 1
4 (45º) 2 2
r 3 1
3 (60º) 2 2 3

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) A Lei de Zipf, batizada com o nome do linguista americano George Zipf, é uma lei empírica que relaciona
a frequência ( F ) de uma palavra em um dado texto com o seu ranking ( r ) . Ela é dada por

A
F=
rB
O ranking da palavra é a sua posição ao ordenar as palavras por ordem de frequência. Ou seja, r = 1 para a palavra mais
frequente, r = 2 para a segunda palavra mais frequente e assim sucessivamente. A e B são constantes positivas.
4
-2
13

Disponível em: http://klein.sbm.org.br. Acesso em: 12 ago. 2020 (adaptado).


.7
28

Com base nos valores de X = log (r) e Y = log (F), é possível estimar valores para A e B.
.8
18

No caso hipotético em que a lei é verificada exatamente, a relação entre Y e X é


-0
ar

a) Y = log (A) -B X
lm
gi

loglog (A)
b) Y =
ar

x + loglog (B)
lm

loglog (A)
c) –X
gi

B
loglog (A)
d)
BX
loglog (A)
e)
xb

Vamos desdobrar a fórmula dada pelo enunciado:


A
F=
rB
A = F · rB
LogA = LogF · rB
LogA = LogF + Log rB
LogA = LogF + B · Logr
Substituindo os valores:
234
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
LogA = Y + B · X
LogA = Y + BX
Y = LogA – BX. Resposta: Letra A.

2. (ENEM — 2022) Em uma sala de cinema, para garantir que os espectadores vejam toda a imagem projetada na tela, a
disposição das poltronas deve obedecer à norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que
faz as seguintes indicações:

� Distância mínima (Dmín) entre a tela de projeção e o encosto da poltrona da primeira fileira deve ser de, pelo menos, 60%
da largura (L) da tela.
� Distância máxima (Dmáx) entre a tela de projeção e o encosto da poltrona da última fileira deve ser o dobro da largura
(L) da tela, sendo aceitável uma distância de até 2,9 vezes a largura (L) da tela.

Para o espaçamento entre as fileiras de poltronas, é considerada a distância de 1 metro entre os encostos de poltronas
em duas fileiras consecutivas. Uma sala de cinema, cuja largura da tela mede 12 m, está montada em conformidade
com as normas da ABNT e tem suas dimensões especificadas na figura.

Área de instalação
de novas poltronas Fileira

1m
Daceitavel = 2,9L
Fileira

1m
Dmax = 2L

Dmin = 0,6L Fileira


Tela
L

Pretende-se ampliar essa sala, mantendo-se na mesma posição a tela e todas as poltronas já instaladas, ampliando-se
ao máximo a sala para os fundos (área de instalação de novas poltronas), respeitando-se o limite aceitável da norma
da ABNT. A intenção é aumentar, ao máximo, a quantidade de poltronas da sala, instalando-se novas unidades, iguais
às já instaladas. Quantas fileiras de poltronas a sala comportará após essa ampliação?

a) 26
b) 27
c) 28
d) 29
4
-2

e) 35
13
.7

Levando-se em consideração L = 12, devemos calcular inicialmente o valor das distâncias mínima, máxima e
28

aceitável. Note que:


.8

Dmín = 0,6 L = 0,6 · 12 = 7,2 m


18

Dmáx = 2 L = 2 · 12 = 24 m
-0

Daceitável = 2,9 L = 2,9 · 12 = 34,8 m


ar

Feito isso, tomando-se como base o espaçamento de 1 m entre os encostos das poltronas e a distância aceitável de
lm

34,8 m, podemos ver que existirá 1 fileira de poltronas até Dmín, mais 16 fileiras de poltronas até Dmáx, e mais 11 filei-
gi

ras de poltronas até Daceitável. Logo, a sala comportará 28 fileiras de poltronas após sua ampliação. Resposta: Letra C.
ar
lm

3. (ENEM — 2022) Ao analisar os dados de uma epidemia em uma cidade, peritos obtiveram um modelo que avalia a
quantidade de pessoas infectadas a cada mês, ao longo de um ano. O modelo é dado por p(t) = –t2 + 10t + 24, sendo
gi

t um número natural, variando de 1 a 12, que representa os meses do ano, e p(t) a quantidade de pessoas infectadas
no mês t do ano. Para tentar diminuir o número de infectados no próximo ano, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu
intensificar a propaganda oficial sobre os cuidados com a epidemia. Foram apresentadas cinco propostas (I, II, III, IV e
V), com diferentes períodos de intensificação das propagandas:

� I: 1 ≤ t ≤ 2;
MATEMÁTICA

� II: 3 ≤ t ≤ 4;
� III: 5 ≤ t ≤ 6;
� IV: 7 ≤ t ≤ 9;
� V: 10 ≤ t ≤ 12.

A sugestão dos peritos é que seja escolhida a proposta cujo período de intensificação da propaganda englobe o mês
em que, segundo o modelo, há a maior quantidade de infectados. A sugestão foi aceita. A proposta escolhida foi a

a) I. 235
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) II. 1 7
c) III. Considerando a= – ; b= – ; e c = 12, podemos
6 4
d) IV. notar que ∆ = b2 – 4ac, substituindo-se os valores,
e) V. 121
resulta em ∆ = . Por fim, basta encontrarmos o
9
Para sabermos que proposta contém o mês de maior yv (coordenada y do vértice da parábola). Vale lem-
infecção, basta encontrarmos os valores numéricos brarmos que
para cada intervalo. Sendo assim,
Para a proposta I: p(1) = 33 e p(2) = 40; 121

Para a proposta II: p(3) = 45 e p(4) = 48; D 9
yv = – = ~20,17.
4 b– l
Para a proposta III: p(5) = 49 e p(6) = 48; 4a 1
Para a proposta IV: p(7) = 45, p(8) = 40 e p(9) = 33; 6
Para a proposta V: p(10) = 24, p(11) = 13 e p(12) = 0.
Não podemos esquecer que a bola está a 1,5 m de altu-
Logo, o mês de maio (t = 5) foi o mês de maior infec-
ra do piso da quadra, então inferimos que yv ~ 20,17 +
ção, já que p(5) = 49. Este mês está englobado na
1,5 ~ 21,67 m. Portanto, esse valor excede a altura dos
proposta III. Resposta: Letra C.
tetos dos ginásios I, II, III e IV. Resposta: Letra D.
4. (ENEM — 2022) Em jogos de voleibol, um saque é inva-
5. (ENEM — 2022) Uma máquina em operação tem sua
lidado se a bola atingir o teto do ginásio onde ocorre
temperatura T monitorada por meio de um registro
o jogo. Um jogador de uma equipe tem um saque que
gráfico, ao longo do tempo t. Essa máquina possui um
atinge uma grande altura. Seu recorde foi quando a
pistão cuja velocidade V varia com a temperatura T da
batida do saque se iniciou a uma altura de 1,5 m do
máquina, de acordo com a expressão V = T2 – 4. Após
piso da quadra, e a trajetória da bola foi descrita pela
a máquina funcionar durante o intervalo de tempo de
parábola
10 horas, o seu operador analisa o registro gráfico,
2 apresentado na figura, para avaliar a necessidade de
y= –
X

7x
+ 12 eventuais ajustes, sabendo que a máquina apresenta
6 3 falhas de funcionamento quando a velocidade do pis-
em que y representa a altura da bola em relação ao tão se anula.
eixo x (das abscissas) que está localizado a 1,5 m do
T (ºC)
piso da quadra, como representado na figura. Suponha
que em todas as partidas algum saque desse jogador
atinja a mesma altura do seu recorde. 4

2
y
0 t (h)
10
–2
4
-2

Quantas vezes a velocidade do pistão se anulou duran-


13

te as 10 horas de funcionamento?
.7
28

a) 1
.8

b) 2
18

c) 3
-0

1,5 m 1,5 m 1,5 m x d) 4


ar

e) 5
lm
gi

A equipe desse jogador participou de um torneio de Considerando V = T2 – 4, para que V = 0, temos que
ar

voleibol no qual jogou cinco partidas, cada uma delas


lm

em um ginásio diferente. As alturas dos tetos desses T2 – 4 = 0 ⟹ T2 = 4 ⟹ T = ± √4 = ± 2


gi

ginásios, em relação aos pisos das quadras, são:


Logo, analisando o gráfico do enunciado, podemos
� ginásio I: 17 m; perceber que a curva passa cinco vezes por T = –2 e
� ginásio II: 18 m; T = 2. Resposta: Letra E.
� ginásio III: 19 m;
� ginásio IV: 21 m; 6. (ENEM — 2022) Em uma competição de velocidade,
� ginásio V: 40 m. diz-se que há uma ultrapassagem quando um veícu-
lo que está atrás de outro passa à sua frente, com
O saque desse atleta foi invalidado ambos se deslocando no mesmo sentido. Conside-
re uma competição automobilística entre cinco car-
a) apenas no ginásio I. ros em uma pista com 100 m de comprimento, onde
b) apenas nos ginásios I e II. todos largam no mesmo instante e da mesma linha.
c) apenas nos ginásios I, II e III. O gráfico mostra a variação da distância percorrida
d) apenas nos ginásios I, II, III e IV. por cada veículo, em função do tempo, durante toda a
e) em todos os ginásios. competição.
236
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100 em x e y da projeção do ponto aos eixos. Os eixos x e y
ainda dividem o plano cartesiano em quatro regiões,
chamadas quadrantes. Um ponto pertence ao eixo x
quando o y é nulo, e vice-versa. Quando os valores de
x=y ou x=-y, esse ponto pertence à bissetriz dos qua-
drantes, ou seja, os pontos (2,2) e (-2,-2) são bissetrizes
Distância (m)

dos quadrantes ímpares, e os pontos (-2,2) e (2,-2) são


bissetrizes dos quadrantes pares.

P (x,y)
0 y
0 Tempo (s) 15

Qual o número de ultrapassagens, após o início da


competição, efetuadas pelo veículo que chegou em x x
último lugar?

a) 0
b) 1
c) 2
Plano cartesiano (x.y) de origem O e ponto P.
d) 3
e) 4
Distância Entre Dois Pontos
Se analisarmos o plano cartesiano, percebemos que
Dados dois pontos A(x1,y1) e B(x2,y2), calculamos a
o carro que chegou em último lugar é:
distância entre eles da seguinte forma:
100
d = √(x2 – x1)2 + (y2 – y1)2

Sendo os pontos A(3,5) e B(1,-3) no plano cartesia-


no, qual seria a distância entre A e B?
Distância (m)

dAB = √(x2 – x1)2 + (y2 – y1)2 = √(1 – 3)2 + (–3 – 5)2 =

= √(–2)2 + (–8)2 = √4+64 = √68 = 2√17


4
-2

Ponto Médio de um Segmento e Condições de


13

Alinhamento de Três Pontos


.7
28

Dados os pontos A(x1,y1) e B(x2,y2), o ponto médio


.8

0
0 Tempo (s) 15 de AB é dado por:
18
-0

Analisando o gráfico, podemos notar que ele iniciou X1 + X 2 Y1 + Y2


XPM = e YPM = =1
ar

a corrida em 3º lugar e que em nenhum momento 2 2


lm

ultrapassou, somente foi ultrapassado. Desta for-


Assim, o ponto médio do segmento AB, A(3, 5) e
gi

ma, o número de ultrapassagens é zero. Resposta:


B(1, -3), anterior é:
ar

Letra A.
lm

3+1 4 5—3 2
gi

XPM = = = 2 e YPM = =
2 2 2 2
PM = (2,1)
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS E
GEOMÉTRICOS Sejam três pontos A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x3 ,y3), dize-
mos que são colineares quando o determinante deles
PLANO CARTESIANO é nulo:
MATEMÁTICA

O plano cartesiano conduz dois eixos (retas), x e x 2 y1 1


y, perpendiculares em relação ao ponto O, os quais
x2 y2 1 = 0
determinam um plano α. Chamamos esse plano α de
plano cartesiano, sendo o ponto O (0,0) a origem do x2 y3 1
sistema de coordenadas, o eixo x (Ox) chamado de
abscissa e o eixo y (Oy) de ordenada. Para o ponto P Ex.: comprove que os pontos A(1,3), B(2,5) e
pertencente ao plano α, ou seja, pertencente ao plano C(49,100) não são colineares:
cartesiano, suas coordenadas são dadas pelos valores
237
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x 2 y1 1 1 3 1 Na forma reduzida temos:
x2 y2 1 = 0 → 2 5 1 =0
a 6 c –6
x2 y3 1 49 100 1 b≠ 0 → m = – =– = 1;q = – =– = –1
b –6 b –6
y = mx + q → y = x – 1
1 · 5 · 1 + 3 · 1 · 49 + 1 · 2 · 100 — 1 · 5 · 49 — 3 · 2 · 1 — 3
· 1 · 100 =
Temos ainda a equação da reta passando por um
= 5 + 147 + 200 — 245 — 6 — 100 = 352 — 351 = 1 ≠0 ponto P(x0,y0):

RETA (y – y0) = m(x – x0)

Equação Geral e Reduzida Interseção de Retas

Pense em três pontos, A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x,y), coli- Um ponto P(x0,y0), de interseção de duas retas (r e
neares em uma reta (r), onde os pontos A e B são pon- s), deve satisfazer as equações de ambas. Assim, resol-
tos fixos em r, ou seja, conhecidos no plano cartesiano, vendo o sistema de equações (S) das retas encontra-se
e o ponto C, um ponto qualquer que pode percorrer a o ponto comum a elas.
reta r. A equação geral da reta é dada por:

a = y1 — y2, b = x2 — x1 e c = x1y2 — x2y1


ax + by + c = 0

r
S
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0

Y Ex.: sejam duas retas:


B
y2 r : x+2y – 3 = 0 e s: 2x+3y – 5 = 0

C Então o ponto P(x0,y0) de interseção entre elas é:

{
A
y1 r : x+2y – 3=0
S
s : 2x+3y – 5=0

r : x= – 2y+3 [I]
O X1 X2 X
[I]
s : 2x + 3y – 5= 0 → 2( – 2y + 3) + 3y – 5 = 0 → – 4y + 6
Plano cartesiano (x,y) de origem O e reta r. + 3 y – 5 = 0 → -y + 1 = 0 → y = 1 [II]
[II]
x= – 2y + 3y →x = – 2(1) + 3 → x = – 2 + 3 → x = 1
4

A equação geral ainda pode ser reescrita na forma


-2

reduzida:
13

P(x0,y0)=(1,1)
.7

( ) ( )
28

a c Paralelismo e Perpendicularidade
.8

b≠0→y= – x+ –
18

b b Duas retas (r e s), para que sejam paralelas e dis-


-0

tintas elas não devem ter nenhum ponto em comum,


a c
→ y = mx + q; m = – ou seja, a solução do sistema (S) não tem solução. Para
ar

eq=–
b b
lm

isso temos que a relação entre os coeficientes das


equações são:
gi

Ex.: sejam os pontos A(7/2,5/2) e B(-5/2,-7/2), a equa-


ar

{
ção da reta definida por eles é:
lm

r : a1x+b1y+c1 = 0

( )
gi

S
5 7 5 7 s : a2x+b2y+c2 = 0
a = y1 – y2 = – – = + =6
2 2 2 2 a1 b1 c1
r∩s=Ø→ = ≠
a2 b2 c2
5 7
b = x2 – x1 = – – = –6
2 2 Por exemplo, as retas r e s são paralelas:

c = x1y2 – x2y1 =
7
2

( )( )

7
2
– –
5
2

5
2
= S
{ r : x+2y+3=0
s : 3x+6y+1 = 0

49 25 24 a1 b1 c1 1 2 3
=– + =– = –6 = ≠ → = ≠
4 4 4 a2 b2 c2 3 6 1

238 ax + by + c = 0 → 6x – 6x – 6 = 0 ⟺ x – y – 1 = 0
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Se liga! a
r : ax + by + c = 0 → m= –
Para a reta r:x+2y+3=0 podemos encontrar b
a equação das retas paralelas a r, bastando
que os coeficientes a e b das retas paralelas Sendo α o ângulo da reta r com o eixo x, na leitura
a b anti-horária.
sejam proporcionais a 1 e 2, ou seja, = . Se o ângulo é agudo (0º<α<90º), então m é positivo.
1 2 Se é obtuso (90º<α<180º), então m é negativo. Se for
Assim, a reta t:2x+4y+2=0 também é uma reta
nulo, então m também é nulo, e se for reto então não
paralela ar. se define m.
Quando duas retas r e s são concorrentes, pode-
Duas retas r e s são ditas perpendiculares se elas mos determinar o ângulo formado entre elas:
formarem entre si um ângulo reto. Pode-se também

{
determinar essa perpendicularidade relacionando o r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
coeficiente angular das retas. Assim, as equações das
retas são dadas por: s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2

{
m2 – m1
r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1 tgθ =
1 + m1 ∙ m2
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
Ex.: dadas duas retas r e s, o ângulo formado por
Então a relação dos coeficientes angulares das
elas é:

{
equações das retas para que elas sejam perpendicu-
lares é:
a1 3
r : 3x – y + 5 = 0 → m1 = – =– =3
r ⟘ s ⟺m1 ∙ m2 = –1 b1 –1

Se a reta r:y=x+2 é perpendicular à reta s, e saben- a2 2


s : 2x + y + 3 = 0 → m2 = – =– = –2
do que a reta s passa pelo ponto (3,2), qual seria a b2 1
equação da reta s?
m2 – m1 3 – (–2)

{
tgθ = → tgθ = →tgθ=
r : y = x+2 → m1=1 1+m1 ∙ m2 1 + (–2) ∙ 3
5 π
s : y = m2x+q2 = =1⇒θ=
–5 4
E para serem perpendiculares precisamos satisfa-
zer a equação:
Distância Entre Ponto e Reta, e Distância Entre Duas
Retas
4

r ⟘ s ⟺ m1 ∙ m2 = –1 → 1 ∙ m2 = –1 → m2 = –1
-2
13

Sendo uma reta r:ax+by+c=0, e um ponto P(x0,y0), no


Da equação da reta quando se conhece um ponto
.7

plano cartesiano, a distância entre a reta r e o ponto P é:


temos:
28
.8

(y – y0) = m2(x – x0) ax0+by0+c


18

dP,r =
-0

(y – 2) = –1(x – 3) √a2+b2
ar

y – 2= – x+3
lm

Ex.: seja o ponto P(-3,-1), e a reta r:3x-4y+8, a dis-


x+y – 5=0 tância entre o ponto e a reta é:
gi
ar

Quando duas retas são paralelas os coeficientes


lm

ax0+by0+c
angulares das retas são iguais, ou seja, se r e s são dP,r =
gi

paralelas então r // s ⟺ m1 = m2. √a2+b2

Ângulo Entre Duas Retas 3 ∙ (–3) – 4 ∙ (–1)+8 –9+4+8 3 3 3


→ dP,r= = = = =
√(3)2+(– 4)2 √9+16 √25 5 5
Chamamos de coeficiente angular, ou declive de
uma reta r não perpendicular ao eixo das abscissas
Se as retas r e s forem paralelas no plano cartesiano,
MATEMÁTICA

(eixo x), o número real m dado por:


a distância entre as elas será a mesma que a distância da
reta r a um ponto da reta s. Então seja P(x0,y0) pertencen-
m = tgα te à reta s, a distância de P(x0,y0) até r é:

A(x1, y1); B(x2, y2) → m =


y2 – y1
x2 – x1 { r : ax+by+c1 = 0
s : ax+by+c2 = 0
P(x0,y0)∈s
→ ax0+by0= –c2

239
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ax0+by0 – c2 c1 – c2
dr,s= =
√a +b 2 2
√a2+b2

Bissetrizes do Ângulo Entre Duas Retas

Considere as retas r e s no plano cartesiano, tais


que essas retas determinem dois ângulos opostos pelo
vértice, assim, as bissetrizes que dividem esses ângu-
los são dadas por:

{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0

a1x+b1y+c1 a2x+b2y+c2
± =0
√a1 +b12 2
√a22+b22

Ex.: dadas as retas r:3x+3y-1=0, e s:2x-2y+1=0, as


equações das retas bissetrizes t1 e t2 são: Ex.: se o triângulo no plano cartesiano for forma-
do pelos pontos A(a,a+3), B(a-1,a) e C(a+1,a+1), a área
3x+3y –1 2x – 2y+1 3x+3y –1 2x – 2y+1 desse triângulo é:
± =0→ ± =0
√3 +3
2 2
√2 +(–2)
2 2
√18 √8
x1 y1 1 a a+3 1
1 1
3x+3y –1 2x – 2y+1 Aδ = ∙ x2 y2 1 = ∙ a – 1 a 1
→ ± =0 2 2
3√2 2√2 x3 y3 1 a+1 a+1 1

3x+3y –1 2x – 2y+1
– =0→ 1
3√2 2√2 Aδ = ∙ a2+(a+3)(a+1)+(a – 1)(a+1) – a(a+1) – a(a+1)
t1 : 2
(6x+6y – 2) – (6x – 6y+3)
= 0 → 12y – 5 = 0
6√2
– (a – 1)(a+3)
3x+3y – 1 2x – 2y+1
+ =0→
3√2 2√2 1
t2 : Aδ = ∙ a2+a2+a+3a+3+a2+a – a – 1 – a2 – a – a2 – a
(6x+6y – 2) + (6x – 6y+3) 2
4

= 0 → 12x+1 = 0
-2

6√2
13

– a2 – 3a+a+3
.7

Área de um Triângulo e Inequações do Primeiro Grau


28

com Duas Variáveis


.8

1 1 5
18

Aδ = ∙ 3 – 1+3 = ∙5=
2 2 2
-0

Considere um triângulo, cujos vértices são A(x1,y1),


B(x2,y2) e C(x3,y3). Sabendo que a área do triângulo é
ar

base vezes altura divido por 2, então, para nosso triân-


lm

gulo no plano cartesiano, temos: O estudo do sinal de uma função do primeiro grau
gi

é usado para definir a região no gráfico que admite


ar

1 solução para inequações do primeiro grau a duas


lm

Aδ = ∙ BC ∙ AH incógnitas, pois só admite solução gráfica. Logo, a


gi

2 regra para estudo do sinal e definição da região de


solução da inequação é a seguinte, dada a função de
BC = √(x2 – x3)2 + (y2 – y3)2 duas variáveis E(x,y)=ax+by+c:
x1 y1 1
z primeiro definimos os pontos que anulam o tri-
x2 y2 1 nômio E(x,y), ou seja, pontos da equação da reta
x3 y3 1 ax+by+c=0;
AH = dA,BC = z segundo definimos o sinal de E na origem O(0,0),
√(x2 – x3)2+(y2 – y3)2 ou seja, E(0)=a‧0+b‧0+c=c, assim concluímos que o
sinal de E é o mesmo de c;
z terceiro atribuímos a E nos pontos do semiplano
x1 y1 1 opostos ao sinal anterior, ou seja, contrário a c;
1
Aδ = ∙ x y 1 z se a reta contiver a origem O, significa que o c=0,
2 2 2 então os passos 2 e 3 não são válidos. Portanto, o
x3 y3 1 passo 2 deve ser um ponto P qualquer fora da reta,
240 e a assim, atribuir o sinal dos planos.
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{
Ex.: se a inequação x-y+1>0, a solução dela está em
– 2a = – 2 → a = 1;

{
qual plano?

1) E=0 → r: x – y+1=0 → m = –
a
=–
1
=1 – 2b = – 3 → b =
3
;
→C
( )
1,
3
2
b –1 2
2) E(0) = c=1>0 →E>0 em rα

()
2
3 3 3
3) E< 0 em r β (a2+b2 – r2) = – → 12 + – r2 = –
2 2 2
Como coeficiente angular m>0 reta crescente, pas-
sando pelos pontos (0,1) e (-1,0). 9 3 19 √19
1+ – r2 = – → r2 = →r=
4 2 4 2

Posições Relativas Entre Ponto e Circunferência

Considere um ponto P(x0,y0), e uma circunferên-


cia de centro C(a,b) e raio (r), dada pela equação λ:
(x-a)2+(y-b)2=r2. A posição de P depende de três situa-
ções, são elas: ponto P exterior à circunferência, ponto
P na circunferência e ponto P interior à circunferên-
cia. Assim, temos, respectivamente, o seguinte:

{
PC > r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 > 0
PC = r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 = 0
PC < r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 < 0

Ex.: seja a circunferência λ:x2+y2+2x+2y-2=0,


o ponto P(-4,-5) está em qual posição em relação à
circunferência?
Primeiro determinamos o centro e o raio da
circunferência:
CIRCUNFERÊNCIA
x2 + y2 + 2x + 2y – 2 = 0
Equação Geral e Reduzida

Seja uma circunferência (λ) de centro C(a,b), raio


(r) e um ponto P(x,y) pertencente a ela, tem-se a equa- { –2a = 2 → a = –1;
–2b = 2 → b = –1;
→ C (–1, –1)
4
-2

ção reduzida da circunferência dada por:


a2+b2 – r2 = –2 → 1+1 – r2 = –2 → r2 = 4 →r = 2
13
.7

(x – a)2+(y – b)2=r2
Depois substituímos o ponto na equação da circun-
28

ferência e vemos a posição relativa:


.8

Dados três pontos do tipo P(x0,y0) na circunferên-


18

cia, podemos encontrar a equação reduzida resol-


P(–4, –5) → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r² → (–4 – 1) + (–5 – 1)2
-0

vendo o sistema de três equações e três incógnitas, a


partir da substituição dos pontos na equação abaixo: – 22 = 25+36 – 4 = 57>0
ar
lm

(a–x0)2+(b – y0)2=r2 Logo, o ponto é exterior à circunferência, pois a


gi

distância do ponto ao centro é PC>r.


ar

Desenvolvendo essa equação reduzida chegamos à


lm

equação geral da circunferência: Reta e Circunferência, e Duas Circunferências


gi

x2+y2 – 2ax – 2by+(a2+b2 – r2)=0 Agora, considere uma reta r:Ax+By+C=0, uma
circunferência de centro C(a,b) e raio (r) dada pela
Ex.: na equação da circunferência abaixo, encon- equação λ: (x-a)2+(y-b)2=r2. A interseção da reta com
tre o centro e o raio: a circunferência é P(x,y), que pertença ao mesmo tem-
po à reta r e à circunferência. Logo, para achar essa
2x2+2y2 – 4x –6y – 3=0 interseção basta ver as soluções do sistema:
MATEMÁTICA

{
Dividindo por 2, teremos os termos quadrados r : Ax + By + C = 0
iguais à unidade: S
λ : (x – a)2 + (y – b)2 = r2

3 Sendo que a solução desse sistema resulta em uma


X2+y2 – 2x – 3y – =0
2 equação do segundo grau, então para diferentes valo-
res possíveis de Δ determinamos as posições relativas
da reta à circunferência: 241
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z se Δ>0, temos duas raízes reais, ou seja, dois pontos – b – √Δ –104 – 78
de solução, assim a reta é secante à circunferên- y1= = = –7
cia, ou ainda, quando a distância do centro à reta é 2a 2 ∙ 13
menor que o raio; – b + √Δ –104 + 78
z se Δ=0, temos uma única raiz real, ou seja, um úni- y2= = = –1
2a 2 ∙ 13
co ponto, assim a reta é tangente à circunferência,
ou ainda, quando a distância do centro à reta é
Com os valores do eixo y para o ponto P de interse-
igual ao raio;
ção encontramos os respectivos valores para o eixo x:
z se Δ<0, não temos raiz real, ou seja, a solução não tem
ponto comum entre reta e circunferência, assim a
reta é exterior à circunferência, ou ainda, quando a 17 2
distância do centro à reta é maior que ao raio. y1 = –7 → x1 = – – ∙ (–7) = –1
3 3

17 2
y2 = –1 → x2 = – – ∙ (–1) = –5
3 3

Logo, os pontos de interseção da reta secante com


a circunferência são:

P1(–1, –7)
P2(–5, –1)

Da mesma forma podemos encontrar a interseção


entre duas circunferências, bastando encontrar o
ponto P(x,y) que pertença ao mesmo tempo às duas
circunferências, ou seja, a solução do sistema:

S
{ λ1 : (x – a1)2+(y – b1)2 = r12
λ2 : (x – a2)2+(y – b2)2 = r22

Circunferência de centro C raio (r) com exemplos de retas: secante A partir da comparação da distância entre os cen-
(r), tangente (s) e exterior (t). tros das circunferências e a soma dos raios, podemos
ter seis posições relativas entre elas. Então dada a dis-
Ex.: sendo a reta dada por r:3x+2y+17=0 e a circun- tância entre os centros C1 e C2:
ferência λ:x2+y2+6x+8y+12=0, qual a posição relativa
entre elas e suas interseção? d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2
4

{
-2

r : 3x+2y+17 = 0 z Circunferências exteriores: a distância entre os


13

S centros é maior que a soma dos raios, d > r1 + r2;


.7

λ : x +y +6x+8y+12 = 0
2 2
z Circunferências tangentes exteriormente: a distân-
28

cia entre os centros é igual à soma dos raios, d = r1 + r2;


.8

Isolando x na equação da reta e substituindo na

{
z Circunferências tangentes interiores: a distân-
18

equação da circunferência temos:


cia entre os centros é igual ao módulo da diferença
-0

dos raios, d = r1 — r2 ;
ar

17 2 z Circunferências secantes: a distância entre os


lm

r : 3x+2y+17 = 0 → x = – – y(I)
3 3 centros está entre o módulo da diferença dos raios
gi

e a soma dos raios, < d < r1 + r2;

( )
ar

17 2
2
z Circunferências de menor raio e interior a outra:
lm

S λ : x2+y2+6x+8y+12 = 0
(I)
→ – – y +y2+6 a distância entre os centros está entre zero e o módu-
gi

3 3
lo da diferença dos raios, 0 ≤ d < r1 — r2 ;

( –
17
3

2
3 )
y +8y+12=0
z Circunferências concêntricas: a distância entre
os centros é zero, d = 0.

13y2+104y+91=0 → Δ=(104)2 – 4(13)(91)=6084 → Δ>0

Como Δ>0, então temos duas raízes reais, ou seja,


dois pontos de solução, assim a reta é secante à cir-
cunferência. Para determinar os pontos de interseção
basta achar as raízes:

13y2 + 104y + 91 = 0 → Δ = 6084


(a) (b)

242
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Problemas de Tangência

Quando o intuito é encontrar as equações das


retas tangentes à circunferência, usamos a definição
de reta tangente, que diz que existe um único ponto
de interseção entre a reta e a circunferência, e a dis-
tância entre o centro da circunferência a esse ponto
da reta é exatamente o valor do raio. Outro conceito
que irá nos ajudar é o de feixes de retas paralelas, em
que a cada equação de reta dada por Ax+By+C=0, para
(c) (d) que as retas sejam paralelas entre si, os valores de A e
B para todas as retas são iguais ou proporcionais, e o
valor de C irá mudar em cada reta, ou seja, para cada
valor de C nos números reais, temos novas retas que
serão paralelas à reta original.
Assim, conhecendo uma reta paralela às retas tan-
gentes, o centro e o raio da circunferência, podemos
determinar as equações das retas tangentes. Para isso,
igualamos a distância do centro à reta paralela ao
valor do raio e, assim, definimos quais os valores do
coeficiente C para cada uma delas.
(e) (f) Ex.: então, seja uma reta r:5x+2y+7=0 a circunferência
λ:x2+y2+4x-10y+4=0, quais são as equações das retas tan-
Posições relativas entre duas circunferências de centro C1 e C2, (a) gentes (t) à circunferência, e que sejam paralelas à reta r?
exteriores; (b) tangentes exteriores; (c) tangente interiores; Primeiro definimos qual o centro e o raio da
(d) secantes; (e) interior com menor raio e (f) concêntricas. circunferência:

Ex.: dadas duas circunferências, qual a posição λ : x2+y2+4x – 10y+4=0


relativa entre elas?

S
{ λ1 : x + y = 36
2 2
λ
{ –2a = 4 → a = –2
–2b = –10 → b = 5
→ C(–2, 5)

λ2 : x2 + y2 – 6x – 8y+21=0 a2+b2 – r2 =4 → (–2)2+52 – r2 = 4 → r=5

Primeiro definimos o centro e o raio de cada uma Agora igualamos ao raio a distância do centro C à
delas: reta t paralela à reta r dada:

λ1 : x2 + y2 – 36 = 0 ti || s: Ax+By+C=0 → 5x+2y+C=0

{ –2a1 = 0 → a1 = 0; Ax+By+C 5(–2)+2(5)+C


4

λ1 → C1(0, 0) dCt = r → =5→ =5


-2

–2b1 = 0 → b1 = 0; √A +B
2 2
√(5)2+(2)2
13

a12+b12 – r12 = –36 → 0+0 – r12 = –36 → r1 = 6


.7

–10+10+C
28

λ2 : x2 + y2 –6x – 8y + 21 = 0 → =5
.8

√25+4

{
18

–2a2 = –6 → a2 = 3;
-0

λ2 → C2(3, 4) C
–2b2 = –8 → b2 = 4; =5 → |C|=5√29 → C1 = 5√29 e C2 = –5√29
ar

√29
lm

a22+b22 – r22 = 21 → 9+16 – r22 = 21 → r2 = 2


t1 : 5x+2y+5√29 = 0 e t2 : 5x+2y – 5√29 = 0
gi

Agora calculamos a distância entre os centros e


ar

comparamos com a soma ou diferença entre os raios: Nos casos em que não se conhece a reta paralela à
lm

reta tangente, mas se conhece um ponto P(x0,y0), que


gi

d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2 = √(0 – 3)2 + (0 – 4)2 é a interseção entre a reta tangente e a circunferên-
cia de centro C(a,b), podemos achar a equação da reta
= √9+16 = √25 = 5;
tangente seguindo:
r1 + r2 = 6 + 2 =8;
z quando o ponto é interior à circunferência não
|r1 – r2| = |6 – 2| = 4;
existe reta tangente;
MATEMÁTICA

4 < 5 < 8 → |r1 – r2| < d < r1+r2 → secantes. z quando o ponto pertence à circunferência:

Logo, as circunferências são secantes, com dois a – x0


pontos de intersecção. y – y0 = (x – x0)
y0 – b ;

243
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z quando o ponto está externo à circunferência: Logo, a outra reta tangente é a t2: x = –1 ou x+1 = 0.

P
ma – b+(y0 – mx0) 7
t1
= r, y – y0 = mi(x – x0); t2
6
√m + 1
2
5
4
3
Ex.: seja a circunferência λ:x²+y²-4x-5=0, e com
2 c
ponto P(-1,7) de interseção entre reta tangente e a cir- 1
cunferência, a equação da reta tangente é dada por: c
11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Primeiro definimos o centro e o raio da circunfe- -1
-2
rência λ:
-3
-4
λ : x2+y2 – 4x – 5=0 -5
-6

{
-7
–2a = –4 → a = 2;
λ → C(2, 0)
–2b = 0 → b = 0; Circunferência de centro C(2,0) e raio 3, com ponto P(-1,7) exterior a
circunferência com suas retas tangentes t1 e t2.
a2 + b2 – r2 = –5 → (2)2 + 02 – r2 = –5 → r = 3
Equações e Inequações do Segundo Grau com Duas
Variáveis
A distância entre o centro e o ponto é:
Uma inequação envolvendo uma circunferência
dcp= √(a – x0)2+(b – y0)2 = √(2 – (–1))2+(0 – 7)2 admite infinitas soluções, que podem ser represen-
tadas num sistema de eixos coordenados por uma
= √9+49 = √58 região limitada pela circunferência. Alguns exemplos
de regiões soluções:
Se a distância do centro ao ponto é maior que o
raio, temos que o ponto está fora da circunferência. z região que contém os pontos A(x,y) fora da circun-
ferência, incluindo a circunferência: (x — a)2 + (y
— b)2 — r2 ≥ 0 ou excluindo a circunferência (x —
ma – b +(y0 – mx0)
=r a)2 + (y — b)2 — r2 > 0. Na figura a seguir, em (a),
√m2+1 quando for sinal sem igualdade, usar o contorno
da circunferência pontilhada;
z região que contém os pontos A(x,y) dentro da cir-
m ∙ 2 – 0 +(7 – m ∙ (–1)) cunferência, incluindo a circunferência: (x — a)2
=3
√m2+1 + (y — b)2 — r2 ≤ 0, ou excluindo a circunferência
(x — a)2 + (y — b)2 — r2 < 0.
4
-2

3m +7
13

=3
.7

√m2+1
28

20
.8
18

20 A
m=–
-0

21
15
ar
lm

y – y0 = mi (x – x0)
gi

C
10
ar

20
lm

Raio
y–7=– (x – (–1))
gi

21
5

20
y–7=– (x+1)
21 -1 0 5 10 15

t1: 20x+21y – 127 = 0

Assim, além dessa reta tangente podemos cons- (a)


truir o gráfico com a circunferência, os pontos e as
retas tangentes. Esse gráfico seria útil para visualizar-
mos mais facilmente qual seria a segunda reta tan-
gente, visto que da solução de m tivemos apenas um
valor, e devido ao ponto P ser externo, sabemos que
244 existe mais uma reta tangente além da encontrada.
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{
wv
–2a = 0 → a = 0
→ C (0, 0)
–2b = 0 → b = 0
20 a2+b2 – r2 = –4 → 0+0 – r2 = –4 → r = 2

Para a segunda circunferência temos o centro na


15 origem e o raio igual a dois:
A

C (x – a)2 + (y – b)2 – r2 ≤ 0 → (x – 0)2 + (y – 0)2 – 22 ≥ 0 →


10 x2 + y2 – 4 ≥ 0
Raio
3
5 2

1
C
-1 0 5 10 15
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1

(b) -2

Inequações com circunferência de centro C e raio r, com ponto A(x,y), -3


(a) região exterior e (b) região interior, inclusos a circunferência.

Inequações com circunferência de centro C(0,0) e raio 2, com


Ex.: seja o sistema de inequações circulares: solução exterior à circunferência.

S
{ λ1 : x2 + y2 ≤ 25
λ2 : x + y ≥ 4
2 2
Assim, o conjunto solução para que ocorra as duas
inequações, simultaneamente, é o sistema circular
formando uma coroa, como a seguir.
A solução desse sistema pode ser dada via solução
gráfica, como mostrado anteriormente. Assim, para 6
cada uma das inequações temos:
4
λ1 : x2 + y2 ≤ 25

{ –2a = 0 → a = 0
–2b = 0 → b = 0
→ C (0, 0)
2

C
4
-2

a2 + b2 – r2 = –25 → 0+0 – r2 = –25 → r = 5 -6 -4 -2 0 2 4 6


13
.7

-2
Então, para a primeira circunferência temos o cen-
28

tro na origem e o raio igual a cinco:


.8

-4
18

(x – a)2 + (y – b)2 – r2 ≤ 0 → (x – 0)2+(y – 0)2 – 52 ≤ 0 → x2


-0

+ y2 – 25≤0 -6
ar
lm

10
gi

Solução simultânea das inequações com circunferência de


ar

mesmo centro C(0,0) e raio 5 e 2, com solução na coroa entre as


lm

5 circunferências.
gi

MATRIZES
C
Dizemos que uma matriz (A) é um grupo ordenado de
-10 -5 0 5 10 números que se apresentam dispostos em linhas e colu-
nas numa tabela, onde ela pode ser representada por
MATEMÁTICA

-5 JK a11 a12 a13 g a1n NO


KK O
KK a 21 a 22 a 23 a 2n OOO
A= K
-10 KK h h h k h OOO
K O
a m1 a m2 a m3g a mn
L P
Inequações com circunferência de centro C(0,0) e raio 5, com
solução interior à circunferência. A notação dessa matriz é dada por aij, e podemos
dizer que ela é uma matriz m x n, em que m represen-
λ1 : x2+y2 ≥ 4 ta a linha e n a sua coluna, na sua identificação. 245
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As matrizes podem ser representadas com parên- JK a11 a12 a13 g a1n NO JK - a11 - a12 - a13 g - a1n N
O
teses ( ) , colchetes [ ], e barras I I qualquer uma KK O K OO
dessas notações representa apenas matrizes. KK a 21 a 22 a 23 k a 2n OOO KKK - a 21 - a 22 - a 23 k - a 2n O
OO
A= K O = KK
KK h h h h O OO KK h h h h O OO
Existem diferentes tipos de matrizes que vamos K K- - - a m3g - a mn O
La m1 m2 a m3g a mnP L a m1 a m2
a
conhecer agora: P
z Matriz inversa: denomina-se matriz inversa uma
z Matriz quadrada: a matriz quadrada denomina o
matriz B, que é inversa de outra matriz A, quan-
grupo de matrizes cujo número de linhas (m) é igual
do o produto dela pela matriz analisada fornece a
ao número de colunas (n). Nessas matrizes, a diago-
matriz identidade;
nal principal é formada pelos elementos a11, a22, a33 ...,
ann, enquanto a outra diagonal da matriz denomina-
-se secundária, sendo formada por elementos onde B·A=I
i+j=n+1;
z Matriz linha: a matriz linha é denominada quando z Matriz transposta: denomina-se matriz transposta
m = 1. Sempre terá apenas uma linha, podendo ter de A, a nova matriz em que as linhas são as colu-
inúmeras colunas; nas da matriz original, e as colunas da nova matriz
z Matriz coluna: a matriz coluna é denominada são as linhas da antiga, sendo representada por ;
quando n = 1. Sempre terá apenas uma coluna,
podendo ter inúmeras linhas; JK1 2 3N
O JK1 4 7N
O
z Matriz triangular: denominamos matriz triangu-
KK OO KK OO
lar aquelas matrizes cujos elementos acima ou
A= KK4 5 6 O   B =
OO KK2 5 8O
OO
K7 K3
abaixo da diagonal principal são nulos. Como a 8 9 6 9
matriz mostrada a seguir:
L P L P
Podemos dizer que B é transposta de A, pois as
JKa11 a12 a13 N
O linhas de B, são iguais às colunas de A, sendo assim .
KK OO
A= KK0 a 22 a 23 O
OO Igualdade de Matrizes
K0 0 a 33
L P
Considere duas matrizes como essas:
Obs.: Toda matriz triangular é também uma
matriz quadrada, mas nem toda matriz quadrada é JKa11 a12 a13 g a13 NO
triangular. KK O
KKa 21 a12 a 23 g a 23 OOO
A= K
z Matriz diagonal: denomina-se matriz diagonal KKh h h g h OOO
aquela cujo todos elementos acima e abaixo da sua K O
diagonal principal são nulos; La m1 a m2 a m3 g a m3P
JKb11 b12 b13 k b1n NO
JKa11 NO KK O
KKb 21 b12 b 23 k b 2n OOO
4

0 0
KK OO
-2

B= K
KK 0 0O
h OOO
13

A= a 22 KKh h h
K0 OO
.7

0 a11 K O
28

L P Lb m1 b m2 b m3k b mnP
.8

z Matriz identidade: na matriz diagonal, caso esses Podemos dizer que A é igual a B, se e somente se,
18

elementos acima e abaixo da sua diagonal princi- todos os elementos correspondentes são iguais.
-0

pal sejam iguais a 1, ela é conhecida como matriz


ar

identidade. Geralmente é chamada de matriz I; Adição de Matrizes


lm

JK1 0 0 0N
gi

O A soma de duas matrizes quaisquer (A+B), deverá


KK OO
ar

resultar em uma nova matriz C, onde os termos de C


KK0 1 0 0O
lm

I4 = KK0 OO devem ser ;


0O
gi

KK 0 1 OO
< F+< F=< F
01 2 423 43 5
L0 0 0 1
P C=A+B=
4 01 359 7 510
z Matriz nula ou zero: denomina-se matriz nula (ou
matriz zero) a matriz em que todos seus elementos
são iguais a zero; Subtração de Matrizes

JK0 0 0k 0NO A soma de duas matrizes quaisquer (A-B), deverá


KK O resultar em uma nova matriz C, onde os termos de C
KK0 0 0k 0OOO devem ser .
A= KK h h h h OO
KK OO
< F=< F
0 0 0k 0 31 2 21 3 100
L P C=A—B= —
z Matriz oposta: denomina-se matriz oposta de uma 425 31 3 11 2
matriz A, aquela que somada à A fornece como resul-
246 tado uma matriz nula, sendo representada por –A;
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: aa11 D → det A = a11 · a22 — a21 · a12
Multiplicação de um Número Real por Matrizes a12
A=
21 a 22
A multiplicação de um número real qualquer k,
por uma matriz A, resulta em uma nova matriz na z Determinante de ordem 3: o determinante de
qual todos seus termos devem ser multiplicados pela matrizes a partir da ordem 3 é obtido através da
constante. Considere o exemplo abaixo, onde foi esco- Regra de Sarrus.
lhido hipoteticamente o valor k = 2 (somente para esse
caso particular, k pode ser qualquer valor): „ nessa regra, primeiramente escrevemos a
matriz, da qual se deseja obter o determinante,

A== G
2 3 da seguinte forma:
6 4
a11 a12 a13

< F=< F
2.2 2.3 4 6 a 21 a 22 a 23
2. A =
2.6 2.4 12 8 a 31 a 32 a 33

Multiplicação de Matrizes „ então, as duas primeiras colunas da matriz


devem ser escritas do lado direito:
O produto entre duas matrizes A e B somente será
possível se o número de colunas de A for igual ao a11 a12 a13 a11 a12
número de linhas de B, onde os componentes da nova
matriz serão dados pela seguinte regra: a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
a 31 a 32 a 33 a 32 a 32
Am·k · Bn·k = ABm·k = Cm·k
„ o passo seguinte é multiplicar os termos da dia-
A multiplicação de uma matriz 2x2 ocorre de acor- gonal principal e das diagonais superior e infe-
do com o exemplo: rior a ela, somando esses termos (Dp). O mesmo
deve ser feito com a diagonal secundária, e as
diagonais superior e inferior a ela (Ds), para
= 1 3G · < F=
- 1 2 em seguida subtrair os valores obtidos obtendo
B·A= assim o determinante.
4 2 3 4
Det [A] = Dp — Ds
<( F=< F
- 1) · 1 + 3 · 3 (- 1) · 2 + 3 · 4 8 10
4 ·1 + 2 · 3 4·2 + 2·4 10 16
a11 a12 a13 a11 a12
A multiplicação de matriz 3x3 ocorre de acordo a 21 a 22 a 23 a 21 a 22
com exemplo, e assim por diante:
4

a 31 a 32 a 33 a 32 a 32
-2

JKa11 a12 a13 k a1n NO JKb11 b12 b13 k b1n NO


13

— — — + + +
KK O KK O
.7

KKa 21 a12 a 23k a 2n OOO KKb 21 b12 b 23 k b 2n OOO


28

KKh h h j h OO · KKh h h j h OO =
.8

KK OO KK OO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
18

a n1 a n2 a n3k a nm b m1 b m2 b m3k b mn
-0

L P L P
a c11 m = a c11 k
ar

a11 b12 + b 22 + g + a1m b x2 c12 1. (ENEM — 2020) Uma das Sete Maravilhas do Mundo
lm

· · Moderno é o Templo de Kukulkán, localizado na cida-


g g g g g g g g
de de Chichén Itzá, no México. Geometricamente, esse
gi

Determinantes templo pode ser representado por um tronco reto de


ar

pirâmide de base quadrada.


lm

O determinante é um número que está associado a


gi

uma matriz quadrada. O determinante de uma matriz As quantidades de cada tipo de figura plana que for-
A, pode ser chamado de det A, . IAI ordem de um deter- mam esse tronco de pirâmide são
minante é a ordem da matriz a qual ele corresponde.
a) 2 quadrados e 4 retângulos
z Determinantes de ordem 1: o determinante de b) 1 retângulo e 4 triângulos isósceles
uma matriz de ordem um é dado pelo próprio c) 2 quadrados e 4 trapézios isósceles
valor do elemento presente na matriz, isto é, se
MATEMÁTICA

d) 1 quadrado, 3 retângulos e 2 trapézios retângulos


temos uma matriz A com elemento ; e) 2 retângulos, 2 quadrados e 2 trapézios retângulos

det A = a11 Vamos visualizar um tronco reto de pirâmide de


base quadrada para compreender melhor:
z Determinante de ordem 2: o determinante de
matrizes de ordem 2 será dado pela diferença
entre os produtos dos elementos da diagonal prin-
cipal, pelos produtos dos elementos da diagonal
secundária. Como demonstrado: 247
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25 = 9 + x²
x² = 25 – 9
x² = 16
x = 16
x=4
O raio vale exatamente 4 m. Resposta: Letra A.

Assim observando a imagem e contando as figuras, 3. (ENEM — 2020) Pergolado é o nome que se dá a um
chegamos à conclusão de que há 2 quadrados e 4 tipo de cobertura projetada por arquitetos, comumen-
trapézios isósceles. Resposta: Letra C. te em praças e jardins, para criar um ambiente para
pessoas ou plantas, no qual há uma quebra da quan-
2. (ENEM — 2020) No período de fim de ano, o síndico de tidade de luz, dependendo da posição do sol. É feito
um condomínio resolveu colocar, em um poste, uma como um estrado de vigas iguais, postas paralelas e
iluminação natalina em formato de cone, lembrando perfeitamente em fila, como ilustra a figura.
uma árvore de Natal, conforme as figuras 1 e 2.

Poste

h = 3m

Figura 1 Figura 2
30
cm

A árvore deverá ser feita colocando-se mangueiras de


30
iluminação, consideradas segmentos de reta de mes- cm
mo comprimento, a partir de um ponto situado a 3 m
de altura no poste até um ponto de uma circunferência
de fixação, no chão, de tal forma que esta fique dividi-
da em 20 arcos iguais. O poste está fixado no ponto Um arquiteto projeta um pergolado com vãos de 30 cm
de distância entre suas vigas, de modo que, no solstício
C (centro da circunferência) perpendicularmente ao
de verão, a trajetória do sol durante o dia seja realizada
plano do chão.
num plano perpendicular à direção das vigas, e que o sol
Para economizar, ele utilizará mangueiras de ilumina-
da tarde, no momento em que seus raios fizerem 30° com
ção aproveitadas de anos anteriores, que juntas tota- a posição a pino, gere a metade da luz que passa no per-
lizaram pouco mais de 100 m de comprimento, dos golado ao meio-dia.
4

quais ele decide usar exatamente 100 m e deixar o


-2

restante como reserva.


13

Para atender à proposta do projeto elaborado pelo


.7

arquiteto, as vigas do pergolado devem ser construí-


Para que ele atinja seu objetivo, o raio, em metro, da
28

das de maneira que a altura, em centímetro, seja a


circunferência deverá ser de
.8

mais próxima possível de


18

a) 4,00
-0

a) 9
b) 4,87 b) 15
ar

c) 5,00 c) 26
lm

d) 5,83 d) 52
gi

e) 6,26 e) 60
ar
lm

Vamos primeiro encontrar a medida da mangueira: Vamos ilustrar o que a questão pediu:
gi

100 ÷ 20 = 5 m. Sabendo que o poste tem altura h


de 3m, podemos aplicar os valores no teorema de
Pitágoras para encontrar o valor de x.

Poste

5m
h = 3m
3m

X 30º
C
X

a² = b² + c² 15 cm 15 cm
5² = 3² + x²
248
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Logo, para acharmos o valor da altura, basta aplicarmos a tangente de 30°:
tg30° = cateto oposto ÷ cateto adjacente
tg30° = 15 ÷ x
3
= 15 ÷ x
3
45
x= → 15 3 cm ( 3 ≅ 1,7
3
x = 15 · 1,7 → x = 25,5 ≅ 26 cm. Resposta: Letra C.

4. (ENEM — 2020) O fenômeno das manifestações populares de massa traz à discussão como estimar o número de
pessoas presentes nesse tipo de evento. Uma metodologia usada é: no momento do ápice do evento, é feita uma
foto aérea da via pública principal na área ocupada, bem como das vias afluentes que apresentem aglomerações de
pessoas que acessam a via principal. A foto é sobreposta por um mapa virtual das vias, ambos na mesma escala,
fazendo-se um esboço geométrico da situação. Em seguida, subdivide-se o espaço total em trechos, quantificando a
densidade, da seguinte forma:

� 4 pessoas por metro quadrado, se elas estiverem andando em uma mesma direção;
� 5 pessoas por metro quadrado, se elas estiverem se movimentando sem deixar o local;
� 6 pessoas por metro quadrado, se elas estiverem paradas.

É feito, então, o cálculo do total de pessoas, considerando os diversos trechos, e desconta-se daí 1 000 pessoas para
cada carro de som fotografado.

Com essa metodologia, procederam-se aos cálculos para estimar o número de participantes na manifestação cujo
esboço geométrico é dado na figura. Há três trechos na via principal: MN, NO e OP, e um trecho numa via afluente da
principal: QR.

30 m

Legenda:
Q

ou Andando em uma
30 m mesma direção
M N R O P Movimentando
sem deixar o local
30 m via
principal Parado

100 m 300 m 200 m Carro de som

Obs.: a figura não está em escala (considere as medidas dadas).


4
-2

Segundo a metodologia descrita, o número estimado de pessoas presentes a essa manifestação foi igual
13
.7
28

a) 110 000
b) 104 000
.8
18

c) 93 000
d) 92 000
-0

e) 87 000
ar
lm

Vamos calcular o número de pessoas para cada trecho da esquerda para a direita:
gi

� Trecho 1: área = 30 · 100 = 3.000 m2 → pessoas: 3.000 · 4 – 1.000 (carro de som) = 11.000 pessoas;
ar

� Trecho 2: área = 30 · 300 = 9.000 m2 → pessoas: 9.000 · 6 – 2.000 (carro de som) = 52.000 pessoas;
lm

� Trecho 3: área = 30 · 200 = 6.000 m2 → pessoas: 6.000 · 5 – 1.000 (carro de som) = 29.000 pessoas;
gi

� Trecho 4: área = 30 · 100 = 3.000 m2 → pessoas: 3.000 · 4 = 12.000 pessoas;


Logo, o total de pessoas é: 11.000 + 52.000 + 29.000 + 12.000 = 104.000. Resposta: Letra B.

5. (ENEM — 2020) Em um jogo desenvolvido para uso no computador, objetos tridimensionais vão descendo do alto da
tela até alcançarem o plano da base. O usuário pode mover ou girar cada objeto durante sua descida para posicioná-lo
convenientemente no plano horizontal. Um desses objetos é formado pela justaposição de quatro cubos idênticos,
formando assim um sólido rígido, como ilustrado na figura.
MATEMÁTICA

249
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Para facilitar a movimentação do objeto pelo usuário, Veja que, pelas projeções, podemos eliminar as
o programa projeta ortogonalmente esse sólido em alternativas D e C.
três planos quadriculados perpendiculares entre si, Agora vamos olhar as demais:
durante sua descida.

A figura que apresenta uma possível posição desse


sólido, com suas respectivas projeções ortogonais
sobre os três planos citados, durante sua descida é

a)

b) Note que as projeções das alternativas B e D estão


desalinhadas. Logo, ficamos com a alternativa E
como correta. Resposta: Letra E.

6. (ENEM — 2022) A luminosidade L de uma estrela está


relacionada com o raio R e com a temperatura T dessa
estrela segundo a Lei de Stefan-Boltzmann: L = c x R2
x T4, em que c é uma constante igual para todas as
estrelas. Considere duas estrelas E e F, sendo que a
c) estrela E tem metade do raio da estrela F e o dobro da
temperatura de F. Indique por LE e LF suas respectivas
luminosidades.

A relação entre as luminosidades dessas duas estre-


las é dada por

LF
4

a) LE =
-2

2
13

LF
d) b) LE =
.7

4
28

c) LE = LF
.8

d) LE = 4LF
18

e) LE = 8LF
-0

1
ar

Segundo o enunciado, temos que RE = RF e que TE


2
lm

2 4
= 2TF. Considerando também que LE = c · R · T e
gi

E 2
ar

2 4
e) LF = c · R · T , inferimos que
lm

F F
2 4
b 1 R F l 2 · (2TF)4 = c · 1 2
gi

LE = c · R · T =c· R ·
E E 2 4 F
4 2 4
16T =c·4· R · T .
F F F
2 4
LE = 4 · c · R ·T = 4LF → LE = 4LF. Resposta: Letra D.
F F
Vamos ilustrar os planos e direções das projeções:
7. (ENEM — 2022) O governo de um estado pretende
realizar uma obra de infraestrutura para auxiliar na
integração e no processo de escoamento da produção
agrícola de duas cidades. O projeto consiste na inter-
ligação direta das cidades A e B com a Rodovia 003,
pela construção das Rodovias 001 e 002.

250
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As duas rodovias serão construídas em linha reta e d) 15.
deverão se conectar à Rodovia 003 em um mesmo e) 16.
ponto, conforme esboço apresentado na figura, na
qual estão também indicadas as posições das cida- O problema enunciado sugere-nos o seguinte siste-
des A e B, considerando o eixo x posicionado sobre ma de equações, com CM sendo o circuito maior e Cm
a Rodovia 003, e cinco localizações sugeridas para o o circuito menor.
ponto de conexão entre as três rodovias.
3CM+2Cm = 1.800 (I)
y (km) Rodovia 001 2CM + Cm = 1.100 (II)
40 Cidade A
Rodovia 002
30
Multiplicando-se (II) por 2, obtemos:
3CM+2Cm = 1.800 (I)
20 Cidade B 4CM + 2Cm = 2.200 (II)

10 Fazendo-se (I) – (III), obtemos –CM= –400 ⟹ CM =


Rodovia 400. Substituindo CM em (I), obtemos 3(400)+2Cm =
003 I II III V 1.800 — 1.200
1.800 ⟹ Cm = 1.800 – = 300. Logo,
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 x (km) 2
considerando x voltas em CM e y voltas em Cm para o
segundo dia, teremos que 400x + 300y = 5.000. Como
Pretende-se que a distância percorrida entre as duas queremos que o número de voltas seja o maior pos-
cidades, pelas Rodovias 001 e 002, passando pelo sível, vamos tentar o máximo de voltas no circuito
ponto de conexão, seja a menor possível. Dadas as menor e o restante daremos no circuito maior:
exigências do projeto, qual das localizações sugeridas 300 · 14 = 4.200
deve ser a escolhida para o ponto de conexão? 400 · 2 = 800
Obtemos, por fim, x + y = 2 + 14 = 16 voltas. Respos-
a) I ta: Letra E.
b) II
c) III 9. (ENEM — 2022) Uma pessoa precisa se deslocar de
d) IV automóvel do ponto P para o ponto Q, indicados na
e) V figura, na qual as linhas verticais e horizontais simbo-
lizam ruas.
Consideremos os pontos seguintes: A(20,40);
B(50,20); C(20,0); D(40,0); e E(50,0). Se usarmos o
Teorema de Pitágoras nos triângulos retângulos
ACD e BED para descobrirmos os valores dos seg- Q
mentos (hipotenusas) AD e DB, concluiremos que a
localização IV deve ser escolhida para o ponto de
conexão. Podemos calcular a quilometragem deste
caminho e deixar que você verifique a quilometra-
4
-2

gem dos caminhos I, II, III e V.


13

Para o triângulo ACD, considerando a = AD, AC = 40


.7

km, CD = 20 km, inferimos que a2 = 202 + 402 = 2.000


28

⟹ a ~ 44,72 km;
.8

Para o triângulo BED, considerando b = BD, BE = 20


18

km, ED = 10 km, inferimos que b2 = 102 + 202 = 500


-0

⟹ b ~ 22,36 km.
Logo, a distância entre as cidades A e B, passando
ar

pelo ponto de conexão IV, é d(A, B) = a + b ~ 67,08


lm

P
km. Resposta: Letra D.
gi
ar

8. (ENEM — 2022) Um parque tem dois circuitos de tama- Por causa do sentido de tráfego nessas ruas, o cami-
lm

nhos diferentes para corridas. Um corredor treina nho poligonal destacado é a possibilidade mais curta
gi

nesse parque e, no primeiro dia, inicia seu treino per- de efetuar esse deslocamento. Para descrevê-lo, deve-
correndo 3 voltas em torno do circuito maior e 2 voltas -se especificar qual o sentido a ser tomado em cada
em torno do menor, perfazendo um total de 1.800 m. cruzamento de ruas, em relação à direção de deslo-
Em seguida, dando continuidade a seu treino, corre camento do automóvel, que se movimentará conti-
mais 2 voltas em torno do circuito maior e 1 volta em nuamente. Para isso, empregam-se as letras E, F e D
torno do menor, percorrendo mais 1.100 m. No segun- para indicar “vire à esquerda”, “siga em frente” e “vire
do dia, ele pretende percorrer 5.000 m nos circuitos do à direita”, respectivamente. A sequência de letras que
MATEMÁTICA

parque, fazendo um número inteiro de voltas em torno descreve o caminho poligonal destacado é
deles e de modo que o número de voltas seja o maior
possível. A soma do número de voltas em torno dos a) DDEFDDEEFFD.
dois circuitos, no segundo dia, será b) DFEFDDDEFFD.
c) DFEFDDEEFFD.
a) 10. d) EFDFEEDDFFE.
b) 13. e) EFDFEEEDFFE.
c) 14.
251
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Para descrever o caminho poligonal, basta analisar
o sentido a ser tomado a cada cruzamento. Consi-
derando-se E, F e D para indicar “vire à esquerda”,
“siga em frente” e “vire à direita”, respectivamente,
é fácil ver que a sequência de letras que descreve o
caminho poligonal destacado na figura é DFEFD-
DEEFFD. Resposta: Letra C.

REFERÊNCIAS

ASSEMANY, D. Uma Proposta Metodológica para a


Geometria Vetorial no Ensino Médio. Revista Mul-
timédia de Investigação em Educação, v. 3, n. 2,
2017.
ATON, H.; R. C. Álgebra Linear com Aplicações.
Porto Alegre: Editora Bookman, 2012.
BOULOS, P.; CAMARGO, I. Geometria Analítica:
um tratamento vetorial. 3. ed. São Paulo: Makron
Books, 2005.

ANOTAÇÕES

4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

252
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gi
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ar
lm
gi
ar
lm
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O patrimônio, nesse sentido, não se configura ape-
nas como uma “herança” repassada de forma testa-
mental pelos mais velhos aos mais novos, mas, sim,
como uma transmissão cultural viva, na qual elemen-

HISTÓRIA tos materiais ou imateriais dão significado à vida das


pessoas de uma determinada sociedade.
A imagem abaixo revela congadeiros se apresen-
tando na tradicional Congada de São Benedito (Apare-
cida, São Paulo), que compõe o patrimônio imaterial
DIVERSIDADE CULTURAL, CONFLITOS da cultura popular brasileira.
E VIDA EM SOCIEDADE
CULTURA MATERIAL E IMATERIAL

Podemos definir cultura material como toda manifes-


tação humana transformada em elementos palpáveis e
concretos. Sendo assim, o patrimônio cultural material
representa a história de um determinado povo por meio
de suas vestimentas, utensílios, obras de arte, constru-
ções, monumentos, museus, entre outros.
Além disso, a cultura material pode se apresentar
de duas formas: como bem móvel, compondo acer-
vos e coleções transportáveis, ou como bem imóvel,
isto é, na forma de estruturas fixais, tais como sítios
arqueológicos ou centros históricos.
A imagem abaixo apresenta o centro histórico da
cidade Mineira de Ouro Preto, um bem cultural imó- Fonte: Site Info Escola2
vel, visto que não pode ser transportado.
PATRIMÔNIO E DIVERSIDADE CULTURAL NO
BRASIL

Devido a suas dimensões continentais e, princi-


palmente, à história de sua formação, o Brasil é um
país que possui enorme diversidade cultural. De outro
modo, podemos dizer que, em virtude da colonização,
a “cultura brasileira”, para além dos povos originá-
rios, sofreu grande influência dos colonizadores por-
4
-2

tugueses, dos africanos escravizados, dos imigrantes


13

europeus e japoneses, entre outros.


.7

Dito isso, estudaremos, agora, algumas das princi-


28

pais manifestações culturais de cada região do Brasil.


.8
18
-0

Região Nordeste
ar

Dentre as manifestações culturais da região, pode-


lm

mos citar as danças e festas, tais como a festa do “bumba


gi

meu boi”, o maracatu, a dança dos caboclinhos, o carna-


ar

val, a ciranda, o coco, o terno de zabumba, a marujada,


lm

o reisado, o frevo, a cavalhada e capoeira. Além destas,


gi

podemos mencionar, ainda, algumas festas de caráter


eminentemente religioso, tais como a celebração de
Fonte: Site Turismo Ouro Preto, s.d.1 Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim.
Outrossim, a literatura de cordel também configu-
Por outro lado, quando falamos em cultura ima- ra elemento forte da cultura nordestina, assim como
terial, estamos nos referindo às manifestações huma- o artesanato, representado, principalmente, pelos tra-
nas que são representadas em práticas, saberes ou balhos com e de rendas. No que tange à cultura culiná-
HISTÓRIA

crenças, ou seja, naquilo que é abstrato, não palpável. ria, são exemplos de pratos típicos a buchada de bode,
Sendo assim, o patrimônio cultural imaterial é repre- o acarajé, o vatapá, a canjica, a cocada, a tapioca, o pé
sentado pelas danças, músicas, culinária, linguagem, de moleque, entre outros.
rituais, festas, entre outros.

1Centro Histórico de Ouro preto, Turismo.ouropreto, s.d. Disponível em: https://turismo.ouropreto.mg.gov.br/. Acesso em: 16 jan. 2023.
2 FIGUEREDO, K.. Congada. InfoEscola, s.d. Disponível em: https://www.infoescola.com/folclore/congada/. Acesso em: 16 jan. 2023. 255
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Região Norte De forma breve, a conquista da América se deu no
conhecido contexto das Grandes Navegações, empre-
Na região Norte, as duas maiores festas são o Círio endidas, durante o século XV, em razão da necessidade
de Nazaré, que acontece em Belém, Pará, e o Festival comercial/pré-capitalista de portugueses e espanhóis
de Parintins, no estado do Amazonas. procurarem rotas alternativas ao Mar Mediterrâneo.
A influência de traços culturais característicos dos Nesse período, várias expedições cruzaram o Oceano
povos indígenas faz-se muito presente na culinária do Atlântico em busca de metais preciosos, ouro, prata
Norte, marcada pela forte presença de ingredientes e outros produtos que gerariam riquezas e incentiva-
como a mandioca e os peixes. Além destes, podemos riam o comércio.
citar outros alimentos típicos da região. São exemplos: Os chefes dessas expedições (autorizadas pela
coroa) eram, majoritariamente, membros da baixa
z a carne de sol; nobreza ibérica. As tropas, por sua vez, eram compos-
z o tucupi (caldo da mandioca cozida); tas por soldados e camponeses pobres que buscavam
z o tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi); melhores condições de vida ou por exilados.
z o jambu (um tipo de erva); Um número relativamente pequeno de espanhóis, na
z o camarão seco; casa dos milhares, acabou sendo responsável pela explo-
z a pimenta-de-cheiro. ração de milhões de nativos. A explicação para que essa
vitória improvável ocorresse passa, pelo menos, por três
Região Centro-Oeste explicações. A primeira delas é o fato de que os espa-
nhóis se aproveitaram das rivalidades já existentes entre
As manifestações culturais mais conhecidas do Cen- povos nativos, o que permitiu o recrutamento de vários
tro-Oeste são a cavalhada e o fogaréu, em Goiás, e o curu- indígenas pelos exércitos espanhóis. A vitória espanhola
ru, típico do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Na também pode ser explicada pela questão biológica, pois
culinária, se destacam o arroz com pequi, a sopa para- o contato dos nativos com os espanhóis acabou levando
guaia, o arroz carreteiro, a Maria Isabel, a pamonha, ao contágio por doenças para as quais essas populações
o angu, o curau, além dos peixes comuns nos rios da não tinham imunidade. O terceiro fator foi a capacidade
região, como o pintado, o pacu, o dourado, entre outros. de ataque dos espanhóis, já que estes possuíam armas de
fogo, espadas e lanças que potencializaram os ataques.
Região Sul
Os astecas acabaram derrotados em 1521, por Hernan
Cortez, enquanto os incas sucumbiram, em 1532, sob
A região sul, historicamente, devido à imigração,
Fernando Pizarro. Entretanto, é muito importante ter-
sofreu muita influência de alemães e italianos. Dentre
mos em mente que essa luta foi protagonizada por dois
suas manifestações culturais, provavelmente a Festa
lados, e que, de inúmeras formas, os povos originários
da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã) são as mais
apresentaram resistência à dominação europeia.
conhecidas. Além destas, compõem a o patrimônio
cultural imaterial da região o fandango, de influência
CONFLITOS ENTRE EUROPEUS E INDÍGENAS NA
portuguesa, a tirana e o anuo, de origem espanhola,
AMÉRICA COLONIAL
a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada,
o boi de mamão, a dança de fitas e o boi na vara. A
4

Como dito anteriormente, os europeus adotaram


-2

cozinha sulista é famosa pelo churrasco, pelo chimar-


13

rão, pelo barreado (cozido de carne em uma panela de a estratégia de forçar as divergências entre as tribos
.7

barro), pelo vinho, entre outros. indígenas para consolidar o processo de conquista.
28

No entanto, os espanhóis também lançaram mão do


.8

Região Sudeste uso de armas para atacar os nativos. Por seu turno,
18

os portugueses precisaram de alianças estratégicas


-0

Na região Sudeste, historicamente formada pelos com os indígenas para se proteger de outras tribos e,
também, de invasores de outras nações europeias. As
ar

chamados “caipiras”, tal como aponta Darcy Ribeiro


lm

(“O Povo Brasileiro”, 1995), as festas mais conhecidas populações indígenas, por seu turno, aceitavam essas
alianças com o intuito, por exemplo, de se fortalecer e
gi

são a do Divino, dos festejos da Páscoa e dos Santos


de derrotar seus inimigos locais.
ar

Padroeiros, a congada, o carnaval, as festas de peão de


No Brasil, provavelmente, os tupiniquins, grupo per-
lm

boiadeiro e a Folia de Reis.


tencente à nação Tupi, foram os nativos que participaram
gi

Dentre os pratos típicos, os mais conhecidos são o


pão de queijo, o feijão tropeiro, a carne de porco, a mais ativamente dos processos de colonização portu-
feijoada, o bolinho de bacalhau, o virado à paulista, a guesa, uma vez que sofreram processo de aculturação
farofa etc. a partir da catequização jesuítica. Outrossim, é impor-
tante citarmos que, de forma semelhante ao ocorrido na
A CONQUISTA DA AMÉRICA América Espanhola, nos territórios brasileiros, inúmeros
povos originários sofreram com doenças europeias.
Os Europeus, quando chegaram ao continente Nos Estados Unidos da América, por outro lado, em
americano, encontraram civilizações já bem desen- virtude do crescimento das vilas e o desenvolvimen-
volvidas, como os Astecas, no atual México, e os to econômico, as nações indígenas foram cruamente
Incas, na região que, atualmente, recebe o nome de dizimadas e expulsas de suas terras durante o violen-
Peru. Entretanto, a chegada de esquadra de Cristóvão to processo de ocupação territorial. O avanço da colo-
Colombo, em 12 de outubro de 1492, deu origem a um nização rumo ao oeste do território também dizimou
longo e violento processo de conquista e exploração os búfalos. Esses animais eram a principal fonte de
dos territórios americanos. alimentação das populações originárias da região.
256
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A ESCRAVIDÃO E FORMAS DE RESISTÊNCIA A Igreja fazia coro, a exemplo de Padre Antônio
INDÍGENA E AFRICANA NA AMÉRICA Vieira, no seu famoso Sermão XIV do Rosário, ao dis-
curso que compreendia a imposição do trabalho for-
Na Europa, a escravidão era conhecida pelo menos çado aos africanos como uma maneira de civilizá-los
desde a Grécia e Roma antigas. Contudo, a forma assu- e impor-lhes disciplina.
mida na América Portuguesa, sobretudo no empreendi- O trabalho compulsório, por si só, já dava ao coti-
mento açucareiro, trouxe características específicas, pois diano tons de violência. Contudo, a ordem e discipli-
solidificou-se como uma exploração humana de caráter na eram mantidas pela constante ameaça de castigos,
comercial. Em primeiro lugar, desde o início do tráfico comunitários ou não, e pela utilização de múltiplas
atlântico, no século XVI, até seu término, no século XIX, formas de violência e tortura. Isso não significa, con-
a taxa de nascimento entre os cativos foi negativa, em tudo, que os escravizados não criaram formas de
razão, sobretudo, das mortes precoces e da violência do resistência, sejam estas solitárias ou em grupo.
sistema. A escravização atlântica demonstrava novos Além disso, é preciso desvincularmos nossa mente
padrões e nova intensidade: os escravizados eram des- da ideia de que as relações entre senhores e escravos
se davam, todas, igualmente, pois processos históricos
tituídos de suas famílias, sociedades, comunidades, e
apresentam múltiplas variáveis que, infelizmente, são
desenraizados de tudo o que conheciam.
perdidas com o tempo. A título de exemplo, sabe-se,
De outro modo, podemos afirmar que a escravidão
atualmente, que, nos espaços urbano e rural, o tra-
atlântica moderna constituiu a base do sistema eco-
balho exercido pelos escravizados era visivelmente
nômico colonial: era a partir do trabalho escravizado
distinto e que, no primeiro, havia um nível de mobi-
que, primeiro nos engenhos e depois na mineração e
lidade um pouco maior, pois algumas atividades exi-
nas demais atividades econômicas importantes, cons- giam que o escravo se afastasse do senhor.
truía-se a economia da colônia. Além disso, a comer- Ademais, a resistência coletiva dos escravos ori-
cialização dos corpos africanos foi responsável por ginou os chamados quilombos (em Angola, um tipo
articular e gerar uma das principais fonte de lucro das de acampamento militarizado) ou mocambos (que
Metrópoles colonizadoras. significava esconderijo). Na América Portuguesa, os
A escravidão também era uma instituição presente quilombos surgiram como agrupamentos de escravi-
na África, contudo, trazia características muito diver- zados fugidos, que tentavam escapar do violento sis-
sas daquelas apresentadas pela escravidão atlântica. tema. Esses escravizados se mantinham à margem da
Nesse continente, o sistema de escravidão constituía- sociedade, em lugares de acesso difícil, sem, contudo,
-se a partir de relações de pertencimento e parentes- perderem as relações de proximidade com vilarejos e
co: de modo muito genérico, ser escravo significava comunidades das proximidades.
não pertencer, estar à margem, mas, na maioria das Palmares, surgida em 1597, a maior comunidade
populações locais, esta era uma condição que pode- de escravos fugidos que se tem conhecimento na his-
ria mudar, pois um escravizado poderia ser absorvi- tória da América Portuguesa, ficava na Zona da Mata,
do pela sociedade. A escravidão atlântica, colonial, onde, hoje, encontra-se o estado de Alagoas. O ambien-
ao contrário, configurou-se enquanto articulação te favoreceu o abrigo da população do quilombo e as
comercial, imperialista, e fundamentou o domínio e palmeiras possibilitaram-lhes sustento e a capacida-
a exploração europeia. de de confeccionar armadilhas, roupas e cobertas. A
4

Com a indústria do açúcar, o trabalho escravo pas- partir de algum momento, Palmares passou a nome-
-2

ar uma confederação de comunidades com diversos


13

sou a ser essencial, sustentando toda a economia: não


tamanhos, que se vinculavam por acordos. Era tam-
.7

era possível mantê-la tão lucrativa sem o trabalho


bém por acordo que escolhiam seus líderes.
28

compulsório. O tráfico atlântico inaugurou, também,


As comunidades de quilombo contavam com
.8

outro nível de violência nas relações escravistas.


18

Os cativos eram capturados no interior do con- administração pública, leis e forma de governo pró-
pria, disposição militar e concepções religiosas e
-0

tinente africano e levados para a costa; onde eram


embarcados em navios para o “Novo Mundo”, regiões culturais típicas que colaboravam para a coesão do
ar

grupo. Além disso, essas populações influenciavam,


lm

nas quais trabalhariam compulsoriamente. Muitos


protagonizavam e, inclusive, se relacionavam direta-
escravizados morriam na longa viagem pelo atlântico,
gi

mente com os processos coloniais.


fosse pelas condições péssimas de higiene, fosse pela
ar

Obviamente, as autoridades metropolitanas per-


falta de mantimentos ou doenças. Mas, dentro dos
lm

cebiam um grande risco em Palmares, que, além de


porões dos Navios Negreiros, essas pessoas também
gi

manter relações ativas com as vilas locais, poderia


criavam laços com outros cativos, mesmo que muitas
incentivar o imaginário dos escravizados, acenando
vezes fossem trazidos de partes diferentes do conti- para a fuga e resistência. Em 1612, deu-se a primeira
nente, iniciando, ali, a resistência ao regime. ação contra Palmares, e a última, em 1694. Durante
Embora já existissem rotas de comércio de escra- 1644 e 1645, período da ocupação holandesa, Palma-
vizados controladas por muçulmanos na África, os res foi crescendo, aproveitando o contexto social e
portugueses criaram várias feitorias e portos no lito- político tumultuado para se favorecer.
ral do continente para suprir a constante demanda de As autoridades coloniais direcionavam frequente-
mão de obra escravizada no Novo Mundo, dominando mente à confederação missões de reconhecimento e
HISTÓRIA

o comércio atlântico. Para a América Portuguesa, vie- expedições para ataque, além das empreenderem ten-
ram, sobretudo, escravizados da Senegâmbia e costa tativas incessantes de desfazer ligações comerciais dos
ocidental da África. quilombolas com as comunidades próximas. Embora as
Se os jesuítas “tentaram proteger”, em alguma ações das autoridades portuguesas sempre acabassem
medida, as populações indígenas do trabalho forçado, fracassadas, estas puderam, finalmente, ser favorecidas
o que é questionável, o mesmo não aconteceu com os com as divisões internas surgidas dentro de Palmares,
negros escravizados. que ocasionaram sua derrocada. Nesse contexto, em 257
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1678, Ganga Zumba e Zumbi se indispuseram, criando A LUTA DOS NEGROS NO BRASIL E O NEGRO NA
uma fissura em Palmares e dando início a anos violen- FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
tos. Ganga Zumba foi morto por considerar fazer um
acordo com as autoridades coloniais e, por mais quinze Diferentemente dos Estados Unidos, no Brasil, não
anos, Zumbi conseguiu manter a liberdade e autono- houve um sistema legal voltado para a segregação
mia dos quilombolas. Contudo, o estado de sítio feito racial. Por ser um país de origem escravista, o racis-
pelas tropas coloniais, em 1694, ao Cerco Real do Maca- mo persiste como um problema social que persegue
co, levou à derrota da comunidade e ao assassinato de os negros. O movimento negro, como ficou conheci-
Zumbi. Embora tenha tido um final trágico, Palmares da a luta pela igualdade étnica-racial, possui grandes
permaneceu no imaginário da população cativa, repre- nomes que lutaram contra o sistema escravista, como
sentando um ideal de resistência. Zumbi e Dandara dos Palmares e Luís Gama.
Ao longo do século XX, a atuação de diversas per-
HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS AFRICANOS sonalidades foi importante para a tomada de espaço
e conquistas pelo movimento. Nomes, como Abdias
A região mais ao norte da África, conhecida como do Nascimento (político), Iyalorixá (mãe de santo),
saariana, sofreu grande influência de povos fenícios, tur- Laudelina de Campos Melo (empregada doméstica),
cos, árabes, romanos e gregos. Nessa região, consolidou- Milton Santos (geógrafo), Kabengele Munanga (pro-
-se, ao longo do tempo, uma intensa rede comercial, cujo fessor), Djamila Ribeiro (socióloga) e Marielle Franco
epicentro era a cidade histórica de Tombuctu. (brutalmente assassinada) ganharam destaque.
Nessa região, devido aos processos históricos, o Isla- Essas personalidades, bem como outras pessoas
mismo confirmou-se como a principal religião, determi- envolvidas no movimento negro, procuraram eviden-
nando um importante elo cultural entre os povos locais. ciar que o racismo configura uma forma de segregação
A imagem abaixo representa a Cidade de Tombuc- social não oficial cujas consequências são visualiza-
tu, no Mali das, por exemplo, quando grande parte da população
negra permanece sem acesso aos melhores empregos
ou não ocupa os espaços universitários. Neste senti-
do, a atuação de movimentos como, por exemplo, o
Movimento Negro Unificado, é fundamental.
Entre as conquistas legais dos movimentos negros,
podemos citar a Lei nº 12.711, de 2012 e a Lei 12.990,
de 2014, popularmente conhecidas como Leis de
Cotas. A primeira prevê a reserva de 50% das vagas
em cursos de universidades e institutos federais para
estudantes de escola pública e estudantes que se auto-
declarem pretos, pardos ou indígenas. A segunda, por
sua vez, prevê a reserva de 20% das vagas ofertadas
em editais de concursos públicos federais para pretos,
pardos e indígenas.
4
-2

A Lei nº 7.716, de 1989, prevê detenção de um


13

a cinco anos para crime de discriminação racial.


.7

Fonte: Blog Ensinar História, 20143.


Essa Lei veda a recusa ao acesso a estabelecimentos
28

públicos ou privados, o impedimento de acesso aos


.8

A porção continental ao sul do deserto do Saara, sub-


transportes públicos, a recusa à matrícula em institui-
18

saariana, é composta por diversas populações, dentre as


ções de ensino, ofensas, agressões e tratamento desi-
-0

quais podemos citar os Bantos, os Nagôs e os Jejes. A base


gual por motivação racial.
religiosa dessa região era, geralmente, politeísta, e confi-
ar

Vale o destaque, também, para a celebração do Dia da


lm

gurava-se, comumente, pelo culto aos orixás. A rivalida-


Consciência Negra, que ocorre no 20 de novembro, mes-
de entre as etnias dessa região fez com que os europeus
gi

ma data do assassinato de Zumbi dos Palmares, um dia


identificassem uma oportunidade de usar prisioneiros
ar

voltado à memória da luta dos negros no Brasil.


de guerra como escravos na América.
lm

Muitos artefatos são, hoje, reconhecidos como


gi

HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS E A FORMAÇÃO


símbolos da diversidade cultural dos povos daquele
SOCIOCULTURAL BRASILEIRA
continente. Máscaras, trançados de corda, estatuetas,
objetos talhados em madeira, confecção de tecidos são
Os povos indígenas que ocupam o território do Bra-
alguns dos exemplos.
sil, de um modo geral, podem ser classificados em quatro
A metalurgia também é uma técnica dominada,
grupos linguísticos: Tupi, Macro-jê, Aruak e Karib.
na África Ocidental, há muito tempo. Nessa região,
Atenção: apesar do violento extermínio de grupos
podemos destacar a fabricação de armas de caça e
originários do Brasil, muitas populações indígenas ain-
de guerra, além de ferramentas para o trabalho. Na
da permanecem e resistem. O reconhecimento de sua
música, podemos citar instrumentos como o ataba-
existência é passo fundamental para que estes consigam
que, o berimbau, o agogô e o afoxé.
ocupar seus lugares de direito e sobreviver à violência e
aos constantes ataques dos quais são alvo.

3 DOMINGUES, J, E. Reino Islâmico de Mali, na África Ocidental. Ensinar História, 2014. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/reino-de-ma-
258 li/. Acesso em: 16 Jan. 2023.
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O mapa abaixo apresenta a distribuição das popu- são de natureza politeísta, possuindo uma relação
lações originárias brasileiras à época da colonização. muito estreita com os elementos da natureza. O pajé,
líder religioso, é uma figura muito importante na
organização das tribos.
POVOS INDÍGENAS DO BRASIL
NA ÉPOCA DO Múltiplos hábitos dos indígenas influenciaram a
DESCOBRIMENTO nossa cultura atual, tais como o banho diário, a língua
(temos, no português do Brasil, muitas palavras de
origem indígena), as festividades e o folclore.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2022) O povo Kambeba é o povo das águas.
Os mais velhos costumam contar que o povo nasceu
de uma gota-d’água que caiu do céu em uma grande
Tupi-Guarani chuva. Nessa gota estavam duas gotículas: o homem
Jê e a mulher. “Por essa narrativa e cosmologia indíge-
Aruak na de que nós somos o povo das águas é que o rio
karib
nos tem fundamental importância”, diz Márcia Wayna
Pano
Kambeba, mestre em Geografia e escritora. Todos os
dias, ela ia com o pai observar o rio. Ia em silêncio e,
Tukano
antes que tomasse para si a palavra, era interrompida.
Charrua
“Ouça o rio”, o pai dizia. Depois de cerca de duas horas
Outros
grupos a ouvir as águas do Solimões, ela mergulhava. “Confie
no rio e aprenda com ele”. “Fui entender mais tarde,
com meus estudos e vivências, que meu pai estava me
Fonte: Toda Matéria, s.d4
apresentando à sabedoria milenar do rio”.
z Tupi: habitavam o litoral e foram os primeiros a Rios amazônicos influenciam no agro e em reservatórios do
entrar em contato com os portugueses. São exímios Sudeste. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 14 out. 2021.
pescadores e nadadores. Caçavam e coletavam na flo-
resta. Compõem esse grupo as tribos Tamoio, Guara- Pelo descrito no texto, o povo Kambeba tem o rio
ni, Tupinambá, Tupiniquim, Tabajara, entre outras; como um(a)
z Macro-jê: habitavam o interior, principalmente,
o Planalto Central, mas algumas de suas tribos a) Objeto tombado e museográfico.
viviam próximas ao litoral, na Serra do Mar. São b) Herança religiosa e sacralizada.
desse grupo as tribos Timbira, Aimoré, Goitacaz, c) Cenário bucólico e paisagístico.
Carijó, Carajá, Bororó e Botocudo. Viviam da pesca d) Riqueza individual e efêmera.
nas nascentes dos rios, da caça e coleta de frutos e e) Patrimônio cultural e afetivo.
raízes. Esse grupo somente entrou em contato com
4
-2

os brancos no século XVII, no momento em que os O conceito de patrimônio refere-se a algum elemen-
13

colonizadores, interessados em escravos indíge- to cultural material ou imaterial que possui um


.7

nas, passaram a atacá-los; significado vivo para uma determinada formação


28

z Karib: ocupavam a região do baixo Amazonas e social. Sendo assim, essa transmissão de saberes do
.8

parte do Amapá e Roraima, sendo as tribos mais povo Kambeba simboliza um patrimônio cultural
18

conhecidas os Atroari e Uaimiri. Dentre seus rituais, daquele povo, assim como seu teor afetivo pode ser
-0

destacavam-se as práticas de antropofagia. Entraram atestado na relação entre os mais novos e os mais
em contato com os brancos no século XVII, com os
ar

velhos, que compartilham o valor das águas em


lm

aldeamentos religiosos e as fortificações militares; suas vivências. Resposta: Letra E.


z Aruak: localizavam-se na Amazônia e na ilha do
gi

Marajó. Destacaram-se pelos trabalhos em cerâmi- 2. (ENEM — 2022)


ar

ca. Suas principais tribos são: Aruá, Pareci, Cuni-


lm

bó, Guaná e Terena. TEXTO I


gi

A organização básica dessas populações dava-se a Em março de 1889, quando apareceram as primei-
partir de comunidades locais, as chamadas “tribos”, ras romarias atraídas pelos milagres da beata Maria
lideradas por um chefe. As aldeias eram ligadas entre de Araújo, Juazeiro inseriu-se no rol da fundação do
si por parentesco, costumes e tradição. Para prover a espaço religioso. Construía-se mais um centro, como
sua alimentação, os povos indígenas caçam, pescam Aparecida do Norte, Canindé ou Lourdes.
e coletam crustáceos, frutos e raízes. Alguns grupos
cultivam uma agricultura simples, com o plantio de RAMOS, F. R. L. O meio do mundo: território sagrado em Juazeiro do
HISTÓRIA

milho, batata-doce, mandioca, abóbora, pimenta, aba- Padre Cícero. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014.
caxi, amendoim, mamão, caju e maracujá.
O trabalho é dividido entre os homens, que fazem TEXTO II
o arado, lidam com a pesca, a guerra e a caça, e as
mulheres, que lidam com o plantio, com a colheita e Não sabemos ao certo quantas pessoas estavam pre-
com o artesanato. As práticas religiosas dos indígenas sentes na capela no momento em que a hóstia sangrou
4 BEZERRA, J. Índios Brasileiros. Toda Matéria, s.d. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/indios-brasileiros/. Acesso em 16 jan. 2023. 259
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na boca de Maria de Araújo. O Padre Cícero nos con- Ao longo dos séculos que levaram para sua consti-
ta que o fato surpreendeu não só aos presentes, mas tuição, as sociedades ameríndias, como os Astecas,
a própria beata parecia atordoada com o ocorrido. O Maias e Incas, aproveitaram-se de muitos conhe-
fenômeno continuou acontecendo todas as quartas e cimentos herdados de civilizações anteriores, pro-
sextas na Capela de Nossa Senhora das Dores a par- curando desenvolvê-los. Tal processo levou a uma
tir daquele dia. Os paninhos manchados do sangue série de avanços que os europeus não tinham conhe-
que escorria da hóstia e da boca da beata, a princípio, cimento durante o processo de conquista da Améri-
ficaram sob a guarda do Padre Cícero, mas logo foram ca. Vários saberes construídos de forma autônoma
expostos à visitação pública e, além disso, o sangra- pelos ameríndios foram apropriados pelos coloniza-
mento foi proclamado como milagre sem o conheci- dores. Resposta: Letra C.
mento e sem a autorização do bispo diocesano.
4. (ENEM — 2022) Em Vitória (ES), no bairro Goiabeiras,
NOBRE, E. Incêndios da alma. Rio de Janeiro: Multifoco, 2016 encontramos as paneleiras, mulheres que são conhe-
(adaptado). cidas pelos saberes/fazeres das tradicionais panelas
de barro, ícones da culinária capixaba. A tradição pas-
As práticas religiosas mencionadas nos textos estão sada de mãe para filha é de origem indígena e sofreu
associadas, respectivamente, à: influência de outras etnias, como a afro e a luso. Des-
sa mistura, acredita-se que a fabricação das panelas
a) Delimitação de paisagens urbanas e abandono de de barro já tenha 400 anos. A fabricação das panelas
componentes espiritualistas. de barro se dá em várias etapas, desde a obtenção de
b) Demarcação de patrimônios afetivos e apropriação de matéria-prima à confecção das panelas. As matérias-
elementos judaizantes. -primas tradicionalmente utilizadas são provenientes
c) Expansão de fronteiras regionais e subjetivação do do meio natural, como: argila, retirada do barreiro no
cristianismo medieval. Vale do Mulembá; madeira, atualmente proveniente
d) Circunscrição de bens simbólicos e admissão de ceri- das sobras da construção civil; e tinta, extraída da cas-
mônias ecumênicas. ca do manguezal, o popular mangue-vermelho.
e) Criação de lugares místicos e experiências do catoli-
TRISTÃO, M. A educação ambiental e o pós-colonialismo. Revista de
cismo popular. Educação, n. 53, ago. 2014.

Juazeiro do Norte possui relação com espaços como Uma característica de práticas tradicionais como a
Aparecida do Norte e Lourdes justamente por conta exemplificada no texto é a vinculação entre os recur-
desses espaços serem referência para crenças de fenô- sos do mundo natural e a
menos religiosos de cunho católico sem que isso tenha
partido da alta hierarquia da Igreja, mas, sim, da a) Manutenção dos modos de vida.
manifestação de populares dessas regiões e de pere- b) Conservação dos plantios da roça.
grinos tocados por esses acontecimentos místicos. c) Atualização do modelo de gestão.
Resposta: Letra E. d) Participação na sociedade de consumo.
e) Especialização nas etapas de produção.
3. (ENEM — 2022) Quando os espanhóis chegaram à
4
-2

América, estava em seu apogeu o império teocrático A transmissão de saberes entre as mulheres dessa
13

dos Incas, que estendia seu poder sobre o que hoje comunidade se dá justamente pela preservação dos
.7

chamamos Peru, Bolívia e Equador, abarcava parte da modos de vida e, na medida do possível, do espaço
28

Colômbia e do Chile e alcançava até o norte argenti- habitado por essa comunidade. Resposta: Letra A.
.8

no e a selva brasileira; a confederação dos Astecas


18

tinha conquistado um alto nível de eficiência no vale


-0

do México, e no Yucatán, na América Central, a esplên-


FORMAS DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL,
ar

dida civilização dos Maias persistia nos povos herdei-


MOVIMENTOS SOCIAIS, PENSAMENTO
lm

ros, organizados para o trabalho e para a guerra. Os


gi

Maias tinham sido grandes astrônomos, mediram o POLÍTICO E AÇÃO DO ESTADO


ar

tempo e o espaço com assombrosa precisão, e tinham


lm

descoberto o valor do número zero antes de qualquer CIDADANIA E DEMOCRACIA NA ANTIGUIDADE


gi

povo da história. No museu de Lima, podem ser vistos


centenas de crânios que receberam placas de ouro e Para falarmos de cidadania e democracia na Anti-
prata por parte dos cirurgiões Incas. guidade, devemos nos remeter à história de Atenas,
na Grécia, berço desses elementos tão importantes
GALEANO, E.. As veias abertas da América Latina. Porto Alegre: na política dos nossos dias. Fundada pelos jônios no
L&PM, 2012. século X a. C., inicialmente, a região era governada
por uma monarquia restringida por um conselho de
As sociedades mencionadas deixaram como legado aristocratas que, aos poucos, assumiu cada vez mais
uma diversidade de poderes até Atenas tornar-se uma oligarquia (governo
de um grupo de pessoas). Esses cidadãos eram chama-
a) Bens religiosos inspirados na matriz cristã. dos eupátridas e descendiam das antigas famílias
b) Materiais bélicos pilhados em batalhas coloniais. proprietárias de terra. No entanto, com a expansão
c) Heranças culturais constituídas em saberes próprios. comercial e colonial das cidades gregas, aumentou-se,
d) Costumes laborais moldados em estilos estrangeiros. em Atenas, a força dos comerciantes e artesãos, que,
e) Práticas medicinais alicerçadas no conhecimento paulatinamente, passaram a reclamar por maior par-
260 científico. ticipação política. Assim,em decorrência de uma série
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de processos históricos, foi criada a figura do legisla- O espaço público de Atenas era dividido pela Acró-
dor, responsável pelo registro das leis. pole (cidade alta), onde se localizavam os templos
O mais conhecido dos legisladores foi Sólon, que, religiosos, como o Partenon, e pela Ágora (cidade bai-
no início do século IV a. C., foi responsável por uma xa), onde ficavam as assembleias, como Helieia e o
série de mudanças fundamentais, tais como: Bouleuterion.

z fim da escravidão por dívidas; ESTADO E DIREITOS DO CIDADÃO A PARTIR DA


z aumento do número de cidadãos com direitos IDADE MODERNA
políticos;
z criação de um conselho de quatrocentos membros Para a compreensão desse tópico, vamos nos apro-
(Bouleuterion), de uma assembleia popular (Eclé- fundar em dois movimentos de suma importância no
sia) e de um tribunal popular de justiça (Helieia). período: o Iluminismo e Revolução Francesa.

Na economia, durante a legislação de Sólon, houve Iluminismo


incentivo ao artesanato e ao comércio, além da padro-
nização de moeda, pesos e medidas. No entanto, como O Iluminismo, historicamente, classifica-se como
não houve redistribuição de terras, os camponeses um movimento intelectual de bases burguesas que
ficaram insatisfeitos. ocorreu na Europa durante o século XVIII. Segundo
Historicamente, pode-se dizer que essas reformas os intelectuais que formavam a corrente, sua época
parciais levaram ao surgimento da tirania quando precisava ser iluminada pela luz da racionalidade. De
indivíduos com o apoio das classes populares toma- outro modo, seus defensores afirmavam que, a fim de
ram o poder. Dentre estes, o mais conhecido é Pisís- que o mundo fosse mais justo, a natureza e os fenô-
trato, que, por volta de 560 a. C., trouxe algumas menos sociais deviam ser analisados pela razão. À vis-
mudanças, dentre as quais podemos destacar: ta disso, o Iluminismo questionou as bases do Antigo
Regime e condenou o poder despótico dos Reis Abso-
z distribuição de terras; lutistas, repercutindo e influenciando movimentos
z disponibilização de empréstimos aos camponeses; sociais em diversos lugares do mundo.
z fomento à construção de obras públicas;
z incentivo aos artistas e estudiosos.
Se liga!!
Seus sucessores, no entanto, não conseguiram dar
continuidade à tirania (observação: chamamos de As Revoluções de Independência dos Estados
tirania o ato de tomada ilegal do poder). Unidos da América e a Revolução Francesa são
Por volta de 510 a. C., o aristocrata Clístenes, além exemplos de movimentos diretamente influen-
de devolver os poderes ao Bouleuterion e a Helieia, ciados pelo pensamento Iluminista. Os ideais ilu-
criou os demos: instituições que funcionavam como ministas também inspiraram algumas rebeliões
“assembleias populares” e permitiam que os cidadãos no Brasil, como a Conjuração Mineira e a Conju-
atenienses tomassem decisões sobre questões públi- ração Baiana.
cas e votassem sobre o ostracismo, mandando ao exí-
lio, por dez anos, aqueles que viessem a ameaçar a
4
-2

ordem democrática. O iluminismo foi importante, também, por pro-


13

A democracia foi consolidada por Péricles entre mover uma revolução científica. O método científico
.7

461 e 429 a. C, no entanto, só participavam das deci- moderno deveria ser baseado em algumas “leis”. São
28

sões democráticas os homens nascidos em Atenas com estas:


.8

mais de 18 anos. Além disso, os mais pobres tinham


18

menos tempo de participação por conta da dedicação z a ciência exige observação;


-0

ao trabalho, o que fazia com que os mais abastados z questionamento;


ar

tivessem mais espaço de decisão. z construção de hipóteses;


lm

Abaixo, encontra-se uma imagem do Partenon, z experimentação das hipóteses;


templo dedicado à deusa Atenas, construído no século
gi

z análise do resultado dos experimentos;


V a.C., por empreendimento de Péricles. z conclusão, teoria.
ar
lm

Atenção: o método científico elaborado à época


gi

do Iluminismo, ainda hoje, é utilizado nos ambientes


acadêmicos.
Dentre os pioneiros do método científico, podem
ser citados intelectuais como Galileu Galilei, no estu-
do do sistema solar, Francis Bacon, por estabelecer o
empirismo e a importância da experiência, René Des-
cartes, pela abordagem racional dos fenômenos para
estabelecer uma teoria, e Isaac Newton, responsável
HISTÓRIA

por estabelecer, pela primeira vez, um sistema cientí-


fico capaz de explicar o movimento dos corpos físicos.

Fonte: History, 20195.

5 PRUITT, S. How the Ancient Greeks Designed the Parthenon to Impress – And Last. History, 2019. Disponível em: https://www.history.com/news/
parthenon-acropolis-ancient-greece-engineering. Acesso em: 16 Jan. 2023. 261
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A pintura abaixo, “Experimento com um pássa- Lembre-se: o despotismo esclarecido foi uma
ro em uma bomba de ar” (Joseph Wright, 1768), ao forma de governo que buscou conciliar ideias ilumi-
capturar as emoções e as expressões daqueles que nistas e práticas absolutistas. Monarcas como Fre-
observam o cientista, sintetiza, de forma brilhante, o derico II, da Prússia, Catarina, da Rússia, José II, da
espírito da Idade da Razão, o desassossego e as ambi- Áustria, e José I, de Portugal, promoveram o combate
ções do Iluminismo. à corrupção, a melhoria na administração dos tribu-
tos, a abolição da servidão e o incentivo à agricultura,
à indústria e ao comércio.
Abaixo, encontra-se ilustrado Marquês de Pombal,
ministro português responsável por múltiplas refor-
mas no reinado de José Primeiro. Atenção: Pombal é
famoso por ter combinado, em sua gestão, a monar-
quia absolutista e o racionalismo iluminista.

Fonte: História das Artes, 20186.

As críticas dos pensadores iluministas foram


direcionadas, principalmente, contra o absolutismo Fonte: Aventuras na História, 20177.
e contra o poder da Igreja Católica. Vejamos breve-
mente o que defendiam os principais pensadores do Revolução Francesa
movimento:
A Revolução Francesa, dado o tamanho do seu
z Montesquieu: o absolutismo, segundo o autor, era impacto na história da humanidade, é considerada o
um regime violento, corrupto, culpado pela estag- evento histórico que separa a Idade Moderna e a Ida-
nação, temor e pobreza do povo. Para combatê-lo, de Contemporânea. Até o século XVIII, a França vivia
o filósofo propôs uma divisão entre três poderes: sob o reinado absolutista de Luís XVI, que acumulava
legislativo, responsável pela elaboração de leis, os poderes legislativo, executivo e judiciário.
executivo, responsável pela administração das leis A estrutura do governo Absolutista possuía três
e, por fim, o judiciário, responsável por julgar os diferentes estados, que caracterizavam sua popula-
desvios da lei; ção: o Primeiro Estado era representado pelo Alto
Clero, o Segundo Estado era formado pela nobreza e
4

z Voltaire: crítico feroz da Igreja Católica, consi-


-2

derava-a responsável por propagar superstição, dividia-se entre aqueles de funções militares (nobreza
13

fanatismo e a intolerância. Segundo o Iluminista, de espada)e aqueles de funções jurídicas(nobreza de


.7

a razão era a única instituição capaz de combater toga).O Terceiro Estado, por sua vez, compreendia a
28

tais males; burguesia, o Baixo Clero, comerciantes, banqueiros,


.8

z Rousseau: segundo o filósofo, o poder originava- empresários, trabalhadores urbanos e os camponeses.


18

-se no povo e só seria legítimo se fosse exercido sob Curiosidade: por conta de não usarem um calção
-0

seu nome. Para garantir a sua liberdade em socie- característico da nobreza, os membros do Terceiro Esta-
ar

dade, o homem deveria priorizar os interesses do eram conhecidos como sans-cullotes, “sem calças”.
lm

coletivos sobre seus interesses individuais, man- A Corte absolutista francesa, sustentada pelo Estado,
gi

tendo sua liberdade e combatendo a corrupção; possuía um alto custo de vida. No contexto pré-revolucio-
ar

z John Locke: defensor radical da propriedade nário, a França enfrentava uma terrível seca, que afetou a
lm

privada, meio por onde o homem produzia seus produção de alimentos e gerou uma crise no campo. Além
disso, por conta do endividamento e da falta de moderni-
gi

bens e garantia a riqueza da sociedade, defendia


que a população escolhesse seus governantes por zação econômica, o período era de crise financeira,
meio do voto e fiscalizasse-os. Trata-se do chama- No fim da década de 1780, os membros do Tercei-
do livre consentimento político; ro Estado, já sob a influência iluminista, começaram
z Adam Smith: considerado pai da liberdade eco- a exigir maior participação política e uma resposta
nômica, defendia que as pessoas fossem livres efetiva da Coroa e da nobreza para a crise. Com a ten-
para comprar e vender os produtos que dese- são entre os interesses do Terceiro Estado e os do Alto
jassem. Desse modo, o protecionismo feito pela Clero e da Nobreza se acentuando, Luís XVI convocou
Coroa, clássico do Absolutismo, era algo ruim por- a Assembleia dos Estados Gerais em maio de 1789.
que isolava o mercado interno de produtos exter- Entretanto, o fato de os votos do Primeiro e do Segun-
nos. Assim, de acordo com o autor, o Estado não do Estado terem maior peso despertou a indignação
deveria intervir no comércio e na economia. de burgueses e trabalhadores.
6 IMBROISI, M.; MARTINS, S. Experiência com um Pássaro em uma Bomba de Ar, Joseph Wright. História das Artes, 2018. Disponível em: https://www.his-
toriadasartes.com/sala-dos-professores/experiencia-com-um-passaro-em-uma-bomba-de-ar-joseph-wright/. Acesso em: 17 jan. 2023.
7 SEREZA, H, C. MONTELEONE, J. O Marquês de Pombal por Claude Joseph Vernet. Aventuras na História, 2017. Disponível em: https://aventuras-
262 nahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/marques-de-pombal-o-impiedoso.phtml. Acesso em: 17 jan. 2023.
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A burguesia passou a se articular para redigir uma A crise social na França era generalizada e o medo
nova constituição para a França. No mesmo momen- da burguesia de que os jacobinos retornassem ao
to, o levante de populares sacudiu a cidade de Paris. poder fez com que eles se aliassem ao jovem gene-
Em 14 de julho de 1789, o povo tomou a prisão da ral de destaque que retornava do Egito: Napoleão
Bastilha, símbolo do Antigo Regime, pois era onde Bonaparte. O Golpe do 18 Brumário (9 de novembro)
ficavam detidos os presos políticos. Em 4 de agosto, em 1799 instaurou uma ditadura sob sua liderança e
a Assembleia Nacional ditou alguns decretos que cor- pôs fim a Revolução Francesa.
tavam os privilégios da nobreza, como a isenção de
impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis. Tam- DEMOCRACIA DIRETA, INDIRETA E
bém instituiu a Declaração de Direitos do Homem REPRESENTATIVA
e do Cidadão, estabelecendo cidadania, liberdade,
soberania e direito à defesa. Em um regime de democracia direta, modelo que
A gravura abaixo é uma representação do famoso se fez presente na Grécia Antiga, o cidadão tem direito
evento da queda da Bastilha. ao voto e pode expressar sua opinião sem precisar ele-
ger intermediários. Entretanto, sua sustentação acaba
sendo viável apenas entre populações que vivem em
territórios pequenos.
Por isso, os países democráticos adotam a forma
indireta e representativa, ou seja, as decisões políti-
cas não são tomadas diretamente pelos cidadãos, mas
por representantes eleitos, que passam a ser a “voz”
do povo nas instituições, como o parlamento, ao faze-
rem e executarem as leis.
Abaixo, encontra-se uma imagem da Câmara dos
Deputados, espaço no qual ocorrem as reuniões, vota-
ções e deliberações de projetos e leis.

Fonte: Tribuna da Imprensa Livre, 20208.

O período revolucionário de 1791 a 1792 é conhe-


cido como Monarquia Constitucional. Dentre as
medidas promovidas nesse tempo, destaca-se a pro-
mulgação de uma nova constituição, que assegurava a
cidadania para todos, a igualdade dos homens perante
a lei, o voto censitário, confiscava terras da Igreja etc.
Os jacobinos, partidários de mudanças mais
radicais, defendiam uma ampliação da revolução,
aumentando a pressão contra os nobres e o clero para
4
-2

instituir a república. Ameaçado pelos rumos da Revo-


13

lução, Luís XVI articulou com a Prússia uma inter-


.7

venção na França. Após o fracasso, o rei e sua esposa


28

Maria Antonieta tentaram fugir, mas acabaram sendo Fonte: Senado Federal, s.d.9
.8

detidos. Ambos foram mortos na guilhotina em 1793.


18

Esses eventos marcam o início do período da Con- REVOLUÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS NA EUROPA
-0

venção, liderado pelos jacobinos, que se caracterizou MODERNA


pela fase do Terror, quando a guilhotina foi usada de
ar

Dentre as revoluções da Europa Moderna, conhe-


lm

forma mais sistemática. Robespierre, Saint-Just e Dan-


ton eram os líderes mais conhecidos. Nesse período, cidas como Revoluções burguesas, encontram-se as
gi

os franceses também tiveram que resistir contra prus- duas revoluções inglesas do século XVIII, que tiveram
ar

sianos e austríacos, que tentaram deter a revolução como consequência a formação de uma monarquia
lm

com medo de que ela se espalhasse. Nesse momento, constitucional e a imposição de limites ao poder do
gi

nasceu o exército nacional francês, que, ao contrário rei, dividindo atribuições com o parlamento. A pri-
de mercenários e aristocratas, era composto pelo povo meira revolução teve início em 1640. O Parlamento,
que se reconhecia com aquela nacionalidade. majoritariamente puritano (protestante), estava des-
Em 1795, a burguesia conseguiu retomar o poder e contente com a aproximação do rei católico Carlos I
deu início ao período conhecido como Diretório. Uma com o papado e decidiu recusar o recolhimento de
nova constituição foi redigida. O órgão de liderança impostos como forma de protesto. Com isso, teve-se
era formado por cinco membros indicados pelos início uma violenta guerra civil, cujo desfecho foi a
deputados. decapitação do rei, a queda da monarquia e a ins-
HISTÓRIA

tauração de uma república sob a liderança de Oliver


Cromwell em 1649. A essa primeira revolução inglesa,
damos o nome de Revolução Puritana.

8 MAZOLA, D. Queda da Bastilha em 18 de Julho de 1789 (Domínio Público). Tribuna da Imprensa Livre, 2020. Disponível em: https://tribunadaim-
prensalivre.com/data-da-queda-da-bastilha-em-paris/. Acesso em: 17 jan. 2023.
9 BRASIL. SENADO FEDERAL. Câmara dos Deputados. Senado.Leg, s.d. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/responsabilida-
de-social/oel/panorama-nacional/camara-dos-deputados. Acesso em: 17 jan. 2023. 263
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A república durou pouco tempo, após a morte de exploração. A missão de Martim de Sousa era estabe-
Cromwell, houve o retorno à dinastia dos Stuarts, com lecer uma capitania com a fundação da vila de São
a posse do filho do rei decapitado, Carlos II. Quando Vicente. Assim, foi fundada a primeira câmara legis-
de sua morte, em 1685, por não ter deixado herdei- lativa pelos “homens bons” (homens proprietários),
ro, o trono inglês passou para seu irmão Jaime II, que que, apesar de começar o empreendimento açucarei-
trouxe de volta os atritos com o parlamento. Entre ro, não chegou a vingar. Foi a partir dessa experiência
suas medidas, estava o retorno aos poderes absolutos que se adotou o regime das capitanias hereditárias.
do rei e o fortalecimento do catolicismo na Inglaterra, Com as capitanias hereditárias, Portugal repartiu
havendo certos privilégios aos católicos, como isenção suas terras na América, que iam do litoral até o limi-
de impostos e nomeação para altos cargos. O medo da te estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas (divisão
perpetuação de católicos no poder, com o nascimento de territórios entre Espanha e Portugal realizada por
do filho do rei, em 1688, foi o estopim do que conhece- Alexandre VI em 1494). Ao todo, foram divididas 15
mos como Revolução Gloriosa. faixas de terra, distribuídas entre homens da aristo-
Esta revolução ganhou esse nome pois sua saída cracia portuguesa, que passariam esse controle aos
foi feita sem guerra. O Parlamento protestante tramou seus herdeiros. No entanto, os sucessivos ataques
junto à filha do rei, Maria Stuart, e seu marido, Gui- de nativos e o fracasso econômico da maioria delas
lherme de Orange. Com a reunião de tropas para sua (exceto Pernambuco e São Vicente) levaram a Coroa a
deposição, o rei Jaime II se exilou na França, enquanto abandonar gradativamente esse sistema, dando força
sua filha e seu genro assumiam o trono e garantiam o para o modelo de governo-geral.
poder dos protestantes na Inglaterra. A condição fun- A expansão territorial brasileira contou com
damental para a coroação dos novos reis foi a assina- outros dois importantes agentes: os bandeirantes e as
tura da Bill of Rights (Declaração dos Direitos), que invasões estrangeiras.
determinava, dentre outros, uma monarquia consti- Uma questão fundamental na colonização portu-
tucional, baseada em limites postos pelo Parlamento guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos,
à atuação real. pois enquanto estes queriam escravizar as populações
Em questões de aumento de impostos, do confis- nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los
co de propriedade e do direito à liberdade de expres- do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A
são, a Coroa não poderia interferir sem a decisão do concepção de trabalho das sociedades indígenas era
Parlamento. um tanto diferente da concepção europeia, já que não
Essas revoluções são vistas como burguesas, pois havia, nessas sociedades, interesse imediato por exce-
garantiram as demandas da burguesia inglesa, inte- dentes e sua produção se caracterizava por uma con-
ressada em derrubar o absolutismo, visto como um cepção coletiva de fabrico e consumo.
entrave no desenvolvimento das atividades econômi- Muitos indígenas, ao terem contato com os colo-
cas. Além disso, as revoluções burguesas da Inglaterra nizadores, foram se retirando para o interior, procu-
repercutiram no século seguinte, na própria Inglater- rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão
ra, com a Revolução Industrial, e na França, com a se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris-
Revolução Francesa. tã de catequização das populações indígenas. Para
A ilustração abaixo representa a Coroação de Gui- a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos
lherme de Orange e Maria Stuart em 1690: fiéis” que precisavam ser encaminhados.
4
-2
13

Se liga!
.7
28

Muito embora se tenha encorpado o discurso


.8

que diz respeito à substituição do trabalho indí-


18

gena pelo trabalho, também compulsório, dos


-0

africanos, o que de fato se percebe nas pesqui-


ar

sas historiográficas é que uma ação não anulou


lm

a outra, pois ambas as populações foram utiliza-


gi

das como mão de obra forçada.


ar
lm

Fonte: Wikimedia Commons10. Um exemplo notável do processo de escraviza-


gi

ção indígena pode ser apontado pelas atividades dos


FORMAÇÃO TERRITORIAL BRASILEIRA bandeirantes da região de São Paulo. Os bandeiran-
tes adentravam o interior – os sertões – procurando
A primeira fase da chegada portuguesa caracteri- por indígenas e assaltando as missões jesuítas que os
za-se pela instituição das feitorias após a chegada da transportavam, onde eram criadas vilas nas quais tra-
esquadra de Cabral em 22 de abril de 1500. Essas fei- balhavam e eram catequizados. Assim, as duas cate-
torias eram fortificações militares que visavam garan- gorias, colonos e jesuítas, se viam em constante litígio.
tir o domínio sobre uma determinada área e explorar Há que se dizer que a posição de defesa da Igreja,
economicamente o território. em relação aos indígenas, freou, em alguma medida,
Em 1532, a partir da expedição de Martim Afon- as ações bandeirantes, fazendo a atenção voltar-se
so de Sousa, a Coroa Portuguesa passou a adotar para o tráfico atlântico, que causava menos incômo-
medidas mais efetivas para a colonização do territó- do moral que o trabalho compulsório indígena que, é
rio, procurando efetivá-la pelo povoamento além da preciso reiterar, continuou a existir.
10 WIKIPÉDIA. Coroação de Guilherme de Orange e Maria Stuart em 1690. Wikimedia Commons, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/
264 wiki/Maria_II_de_Inglaterra. Acesso em: 17 jan. 2023.
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Invasões Estrangeiras Nassau foi feito governador-geral do Brasil holandês
e transformou substancialmente a área. Nassau res-
Desde o início da chegada dos portugueses à Amé- tabeleceu os engenhos que haviam sido abandona-
rica, a costa da colônia fora alvo de inúmeras invasões dos pelos colonos portugueses, recompôs o tráfico
estrangeiras, de povos franceses, ingleses, holandeses, de escravizados, forneceu crédito e obrigou o plantio
entre outros. Contudo, o inconveniente não vinha para subsistência da capitania. Além disso, Nassau se
apenas dos piratas, pois a França já havia tentado mostrou tolerante na questão religiosa.
quebrar o Tratado de Tordesilhas por duas vezes e os A administração do Brasil holandês por Nassau
holandeses também não ficaram para trás. trouxe bons feitos para a região, como a criação da
A primeira tentativa da França de colonização Cidade Maurícia, melhorando a situação da popula-
da América Portuguesa ocorreu na região que ficou ção da região, que antes se via em péssimas habita-
conhecida como França Antártica, e foi empreendida ções e sem acesso às devidas condições de higiene. Foi
por Nicolas Durand de Villegagnon, que desembar- também sob sua supervisão que se construiu as três
cou no Rio de Janeiro em 1555 e permaneceu lá por primeiras pontes de grande proporção no território
três anos: um período curto, mas que trouxe muitas
colonial. Nassau também foi responsável por criar um
repercussões, no que se refere ao imaginário, em
espaço que recolhia espécies variadas de fauna e flora.
relação aos grupos indígenas. Em 1612, a França rea-
Embora Nassau tenha feito uma administração
lizou a segunda invasão, dessa vez, em São Luís, no
popular na região, acabou retornando à Europa em,
Maranhão. Ali, tentaram instalar a França Equinocial,
1644, por conta das sucessivas pressões dos seus com-
começando por instituir uma feitoria na ilha de São
Luís e se relacionando com as sociedades indígenas patriotas. A partir daí, o chamado Brasil holandês pas-
que habitavam a região. sou a declinar. As “guerras brasílicas”, que visavam
A França Equinocial tinha apoio da Coroa francesa e se à retomada do território pelos portugueses, prologa-
instituiu sob a autoridade de Daniel de la Touche, funda- ram-se até 1654, quando as tropas portuguesas final-
dor do povoado de Saint Louis, e foi apenas o território ini- mente retomaram o espaço invadido.
cial de uma vasta extensão ocupada pelos franceses: desde
AS REGIÕES BRASILEIRAS
o litoral maranhense até o espaço do que, hoje, é o atual
Tocantins. Em 1615, os franceses foram expulsos pelas A divisão oficial do IBGE, adotada pelo governo
tropas lusitanas e o território foi ocupado por colonos por- brasileiro, considera os limites dos estados e as carac-
tugueses que inseriram a cultura de açúcar na região. Em
terísticas naturais dominantes no território. Uma das
1626, os franceses tomaram o território da contemporânea
críticas apontadas a essa divisão é o fato desta apresen-
Guiana Francesa e, apenas aí tiveram êxito.
tar uma limitada capacidade de análise, uma vez que
Se a França falhou na fundação de uma colônia
não há compatibilidade entre os limites políticos e os
duradoura na América Portuguesa, a Holanda teve
limites naturais. Critica-se, também, sua baixa eficácia
mais êxito em sua tentativa. A relação entre Holanda
e Portugal nem sempre foi tranquila. Quando da crise na mediação das ações que visam solucionar as desi-
de sucessão da monarquia portuguesa, que entregava gualdades regionais surgidas no percurso histórico do
o trono português à Coroa espanhola, (ato conhecido Brasil, já que a Região Sudeste continua sendo a que
como União Ibérica), Portugal assumiu, consequente- possui maior desenvolvimento industrial e econômico.
Apesar de não oferecer um panorama mais fiel
4

mente, os inimigos da Coroa Espanhola, e entre eles


-2

estavam os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os da realidade socioeconômica das unidades regionais,
13

domínios coloniais também foram fundidos, ficando essa divisão serve de base para pesquisas e levan-
.7

sob o comando da Casa Real espanhola, na dinastia tamentos de estatísticas, além de ser utilizada pelo
28

que ficou conhecida como “filipina”. governo para a elaboração de políticas públicas e a
.8

Em 1604, os holandeses atacaram Salvador, ima- atuação de determinados órgãos governamentais.


18

ginando que os portugueses não conseguiriam, pelo


-0

Brasil - Divisão regional segundo o IBGE


tamanho da costa, impedir a ação. Essa primeira ten-
ar

tativa falhou. Seria criada, então, a Companhia Holan-


lm

desa das Índias Ocidentais, em 1621, formada por


gi

capital do Estado e investidores privados, cujos objeti-


ar

vos eram a tomada das áreas açucareiras e o controle


lm

do mercado de escravos na África.


gi

Finalmente, em 1624, a capital foi ocupada por um


dia, mas retomada em seguida em ação coordenada
por Matias de Albuquerque (governador português
vigente), evitando, assim, que as fazendas de cana e
os engenhos fossem tomados. Novo ataque aconteceu
em 1627, mas o objetivo parecia ser apenas a pilha-
gem e não a ocupação da área.
Como não conseguiam ocupar a capitania da Capital do país
Região
Bahia, os holandeses se voltaram para Pernambuco,
HISTÓRIA

Norte
que também era um importante centro produtor de Nordeste
Centro-Oeste
açúcar. Organizados, 7280 homens, em 65 embarca- Sudeste
ções, iniciaram o ataque em 1630, e Olinda foi ocu- Sul

pada pelos holandeses. Estes, por sua vez, investiram


na colônia que acabavam de conquistar: Maurício de Fonte: Secretaria da Educação do Paraná, s.d.11

11 SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, PARANÁ. Brasil: divisão regional do IBGE. Dia a Dia educação, s.d. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.
gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=348&evento. Acesso em: 17 jan. 2023. 265
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Assim, a divisão regional atual do Brasil consiste espanhóis nascidos na América que eram desprovi-
em: Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, dos de direitos políticos. Seu enfrentamento se daria
Amapá e Tocantins),Nordeste (Maranhão, Piauí, Cea- sobretudo contra os chapetones, nascidos na Espa-
rá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alago- nha e que ocupavam os principais cargos.
as, Sergipe e Bahia),Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Além do iluminismo entre os intelectuais, a explo-
Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal), Sudeste (Minas ração do trabalho dos indígenas, dos escravos e dos
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul mestiços também motivou algumas rebeliões. Junto
(Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). à situação de miséria vivida por esses grupos, essa
exploração fez com que os movimentos revolucioná-
POLÍTICAS DE REORDENAMENTO TERRITORIAL rios tomassem força. Dentre as revoluções popula-
res da América espanhola, podemos citar a Rebelião
O território da América Portuguesa, historica- Tupac Amaro (1780, Peru) e o Movimento Comunero
mente, sofreu frequentes invasões de corsários de (1781, atual Colômbia).
múltiplas nacionalidades. Esses ataques deixavam O estopim para o movimento mais amplo de eman-
evidentes, à Coroa, a necessidade de controlar, cada cipação das colônias teve início quando Napoleão
vez mais, o território, já que, evidentemente, apenas o Bonaparte invadiu a Espanha e prendeu o rei Fer-
Tratado de Tordesilhas não seria suficiente para frear nando VII. As colônias passaram a agir cada vez mais
as incursões não autorizadas. À vista disso, a solução autonomamente em relação às metrópoles. Por outro
metropolitana foi criar frentes colonizadoras inde- lado, a Inglaterra, em um momento de necessidade
pendentes, as chamadas Capitanias Hereditárias, de ampliar os mercados consumidores, por conta da
que apresentavam pouca comunicação entre si e rela- Revolução Industrial, viu com bons olhos o fim do
cionavam-se diretamente com a Metrópole. monopólio comercial espanhol na América.
Curiosidade: em decorrência da crise econômica Nesse contexto, a mobilização ganhou impulso.
enfrentada pela Coroa Portuguesa, os lotes de terra a A restauração da autoridade colonial espanhola foi
serem explorados foram doados para homens que, a o início para uma série de ações dos criollos. Simon
partir de seus recursos econômicos e humanos, deve- Bolívar e José de San Martin tiveram papel de desta-
riam desenvolver esses espaços. Como os lotes eram que, conseguindo mobilizar lideranças e exércitos
hereditários, as terras receberam o nome de “capita- que tinha como objetivo declarar a independência de
nias hereditárias”. vários países no continente. O projeto pan-americano
O território da “América Portuguesa” foi dividido de integração entre as nações independentes no Con-
em quinze lotes. Destes, quatorze eram capitanias e gresso do Panamá em 1826 não foi adiante, inclusive,
doze eram administrados pelos donatários, homens pela intervenção inglesa, preocupada que isso colo-
que, além de controlarem a produção e as terras, casse em risco seus interesses na região
administravam o trabalho indígena. Como as capita- Os processos de independência acabaram não se
nias não se relacionavam entre si, a fim de diminuir o traduzindo em uma efetiva e radical transformação
distanciamento e a fragmentação da colônia, a Coroa, da sociedade, vide o poder das elites locais, que ins-
no ano de 1572, criou os chamados “Governos-Gerais”: tauraram regimes ditatoriais. Além disso, a dependên-
o Governo do Norte, que tinha como capital a cidade cia econômica em relação às potências capitalistas,
de Salvador e era composto da Capitania da Baía até estabelecida a partir do século XIX, fez com que mui-
a capitania do Maranhão, e o Governo do Sul, sedia- tos dos problemas, como a desigualdade econômica e
a instabilidade social e política, permanecessem.
4

do no Rio de Janeiro e composto pela região de Ilhéus


-2

até o Sul. Entretanto, apesar do empreendimento dos


13

governos-gerais, as regiões, por muito tempo, distan- GRUPOS SOCIAIS EM CONFLITO NO BRASIL
.7

ciavam-se em seus espaços administrativo e político. IMPERIAL E A CONSTRUÇÃO DA NAÇÃO


28

A configuração dos limites territoriais alterou-se


.8

bastante após o Tratado de Tordesilhas de 1494. Duran- Primeiro Reinado


18

te a União Ibérica, quando as possessões de Espanha


-0

e Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis-
ar

território deixou de ser levado a sério. Porém, a ativi- trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina-
lm

dade bandeirante e a atividade pecuária aumentavam do. A Assembleia Constituinte, eleita em 1823, desejava
o espaço ocupado por colonos ligados a Portugal. a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
gi

O Tratado de Utrecht, de 1713, teve como objeti- da Agonia, o imperador cassou os deputados oposi-
ar

vo resolver esses problemas. A partir deste, definiu-se tores, impugnou as proposições constitucionais e, em
lm

que a Colônia de Sacramento, atual Uruguai, era posse 1824, outorgou a Primeira Constituição Brasileira, que
gi

portuguesa. O Tratado de Madri, de 1750, devolveu a estabelecia, entre outras coisas:


Colônia de Sacramento aos espanhóis, enquanto esta-
belecia a região dos Sete Povos das Missões (atual Rio z existência do poder moderador, que poderia sus-
Grande do Sul), do atual Centro-Oeste e boa parte da pender o poder legislativo, executivo e judiciário;
Amazônia como posses portuguesas. Essa decisão seria z poder hereditário;
também confirmada com o Tratado de Santo Ildefon- z voto censitário, calculado pela renda.
so, em 1750, e com o Tratado de Badajós, em 1801.
Em reação ao autoritarismo, eclodiu, em Pernam-
AS LUTAS PELA CONQUISTA DA INDEPENDÊNCIA buco, a Confederação do Equador, que, dentre suas
POLÍTICA DAS COLÔNIAS DA AMÉRICA reivindicações, exigia uma república liberal, a aboli-
ção da escravidão e a ampliação de direitos sociais.
A elite letrada da América Espanhola, influenciada Esse movimento teve como principal líder Frei Cane-
pelos ideais iluministas, passou a questionar não só ca, mas acabou sendo reprimido com sucesso.
as decisões autoritárias da metrópole, mas também o Entre 1825 e 1828, ocorreu a Guerra da Cisplatina
próprio pacto colonial. Esses intelectuais faziam par- entre o Império do Brasil e as Províncias Unidas do
266 te de um grupo conhecido como criollos, filhos de Rio da Prata. Após um desgastante e custoso conflito
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(o Banco do Brasil chegou a falir), a independência do O Segundo Reinado foi marcado, também, por
Uruguai foi reconhecida. A instabilidade política tam- uma fase de desenvolvimento econômico. O sucesso
bém podia ser verificada em episódios como a Noite do ciclo do café (1830-1950) foi possível pelo forta-
das Garrafadas, que demonstravam a grande diver- lecimento da Inglaterra e dos Estados Unidos como
gência entre brasileiros e portugueses. A isso, ainda, mercados consumidores, além de algumas condições
juntava-se a crise econômica e a disputa pela sucessão internas:
do trono em Portugal, que levaram D. Pedro I à abdi-
cação do trono em sete de abril de 1831. z a abertura de caminhos que ligavam o litoral ao
interior, passando pelo Vale do Paraíba;
Período Regencial z a disponibilidade de terras herdadas da política de
vigilância na época do ouro;
Segundo a Constituição de 1824, a abdicação de D. z o sistema de transporte que foi modernizado com
Pedro I levaria ao trono seu filho, D. Pedro II. Entre- a instalação das ferrovias a partir de 1860.
tanto, como se tratava de um menor de idade, o Parla-
mento buscou uma alternativa: a regência. O período
O Império começou a sofrer pressão da legislação
regencial durou de 1831 até 1840 e foi marcado por
internacional inglesa para a proibição do tráfico, o
grandes conflitos regionais. Nessa época, os grupos
que o levou à aprovação de duas medidas: a Lei Eusé-
políticos se dividiam entre:
bio de Queirós, que extinguia o tráfico atlântico de
escravos, e a Lei de Terras, que determinava que a
z Restauradores: defendiam o retorno de D. Pedro I
terra só poderia ser adquirida por meio de compra,
e, posteriormente, a coroação de D. Pedro II;
z Liberais moderados: exigiam poderes monárqui- excluindo futuros escravizados libertos e os imigran-
cos com restrições; tes europeus que começaram a vir.
z Liberais exaltados: favoráveis ao federalismo, Em 1864, iniciou-se a Guerra do Paraguai a partir
com maior autonomia das províncias. da intervenção brasileira sobre os governos do Uru-
guai e da Argentina, desagradando os interesses para-
Durante o período foram criados: o Código de Pro- guaios na Bacia Platina. Em resposta, os paraguaios
cesso Criminal, a Guarda Nacional, o Ato Adicional invadiram o atual Mato Grosso do Sul.
(dando poder às assembleias regionais) e a Lei Feijó A guerra opôs os paraguaios, liderados pelo dita-
(que abolia o tráfico no papel, fazendo, entretanto, dor Solano Lopez, e a Tríplice Aliança, formada
“vista grossa” para que ele ainda existisse na prática). por Brasil, Argentina e Uruguai. No entanto, o Brasil
A instabilidade política acentuou-se com a eclosão acabou indo bem mais além que os outros dois, arras-
de diversos movimentos separatistas nas províncias tando a guerra até o assassinato de Lopez em 1870.
do país. Dentre eles, destacam-se: Mesmo vitorioso, o Brasil passou a enfrentar um pro-
cesso de crise.
z Cabanada (Pernambuco, 1832-34): lutavam pela
restauração da monarquia sob D. Pedro I e pelo Crise e Queda do Império
fim da escravidão;
z Cabanagem (Grão-Pará, 1835-40): lutavam por O conflito levou ao surgimento da Questão Mili-
4
-2

melhores condições de vida para a população da tar, envolvendo os direitos sociais e políticos dos mili-
13

região e vitimou cerca de 30 mil pessoas; tares. Com o surgimento do Partido Republicano em
.7

z Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul, 1873, uma ala mais radical do Partido Liberal passou
28

1835-45): lutavam pela independência do estado e a contestar a centralização monárquica. O movimen-


.8

por melhores condições para os criadores de gado;


18

to abolicionista ganhava cada vez maior repercus-


z Sabinada (Bahia 1837-38): lutavam pela indepen- são em busca da aprovação de leis que dessem fim à
-0

dência da Bahia e pelo fim da escravidão; escravidão.


ar

z Balaiada (Maranhão, 1838-41): lutavam contra a


Ademais, houve uma quebra no elo com os conser-
lm

desigualdade social e contra as injustiças cometi-


vadores quando o Império passou a recusar as inter-
gi

das pelas elites.


venções do Vaticano sobre a Igreja no Brasil, episódio
ar

conhecido como Questão Religiosa.


lm

Na preocupação de garantir a unidade do territó-


O rompimento definitivo viria com o fim da escra-
gi

rio, liberais e conservadores (antigos restauradores)


vidão. A partir da Lei do Ventre Livre, em 1871, e da
fizeram uma manobra constitucional e aclamaram D.
Pedro II por meio do golpe da maioridade (1840). Lei dos Sexagenários, em 1883, a abolição se tornou
inevitável. No entanto, os escravocratas radicalizaram
Segundo Reinado (1840-1889) sua oposição aos abolicionistas a partir de 1885, proi-
bindo seus eventos e organizando ataques.
Com o golpe da maioridade, iniciou-se o período Diante da iminência de uma guerra civil, o Império
conhecido como Segundo Reinado, que se estendeu decidiu mediar o fim da escravidão com a Lei Áurea,
até 1889. Por meio de uma manobra conhecida como em 13 de maio de 1888, perdendo o apoio dos cafei-
HISTÓRIA

“parlamentarismo às avessas”, D. Pedro II exercia cultores do Vale do Paraíba, que ficaram conhecidos
poder sobre a Chefia de Gabinete e sobre o Parlamen- como republicanos de última hora. Por fim, um golpe
to. Embora o legislativo fosse dividido entre Partido militar com o apoio de setores civis foi responsável
Conservador (saquaremas) e Partido Liberal (luzias), pela Proclamação da República, em 1889.
ambos tinham posições semelhantes, como a manu-
tenção da escravidão e a centralização de poder pelo
imperador. 267
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O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO LIBERAL A utilização da mão de obra imigrante europeia foi
NA SOCIEDADE CAPITALISTA E SEUS CRÍTICOS vista positivamente por alguns motivos: dificuldade em
NOS SÉCULOS XIX E XX empregar homens livres brasileiros; contexto de crise
que assolou alguns países europeus durante o século
O liberalismo defende que uma sociedade justa é XIX; inclusão do discurso racista, segundo o qual o Bra-
aquela na qual as pessoas são livres para realizar seus sil deveria se “embranquecer” para se desenvolver.
interesses e objetivos. Ou seja, o pensamento liberal Os primeiros imigrantes europeus de outras regi-
defende que cada pessoa deve ter liberdade de decidir ões além de Portugal foram os suíços, que vieram ao
sua crença, desde religião até posicionamento políti- Brasil a mando de D. João VI. Em 1818, o governo esta-
co. Por isso, é contrário à interferência de autoridades beleceu famílias suíças nas serras do Rio de Janeiro,
religiosas e governamentais no modo de vida dos indi- onde foi fundado o município de Nova Friburgo. À
víduos, tanto no campo ideológico quanto no campo mesma época, a Bahia recebeu um grande fluxo de
material (práticas econômicas e trabalhistas). colonos alemães. No ano de 1824, entretanto, foi a
O pensamento liberal se opunha à concentração de região do Rio Grande do Sul, especialmente São Leo-
poderes nas mãos dos governantes, especialmente dos poldo, que recebeu grande quantidade de imigrantes
reis, assim como o mercantilismo, já que estes dois alemães. Aliás, durante muito tempo, até ser superada
eram vistos como barreiras às liberdades dos indiví- pela Itália (1824 – 1860), a Alemanha foi responsável
duos, tanto econômicas como sociais. O liberalismo pela maior imigração para o Brasil.
tornou-se, assim, um importante instrumento de críti- Atenção: em 1920, com o fim da Primeira Grande
ca às monarquias absolutistas e foi utilizado pela bur- Guerra, mais uma vez, uma grande quantidade de ale-
guesia para lutar por liberdades e maior participação mães imigrou para território brasileiro.
política a partir do século XVIII. A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, aboliu o tráfico
Na transição do feudalismo para o capitalismo, negreiro no Brasil. Isso fez com que os cafeicultores forças-
entre os séculos XVI e XVIII, as terras comunais passa- sem o Império a adotar medidas mais efetivas para atrair
ram pelo processo de cercamento na Inglaterra. Com imigrantes para o trabalho nas lavouras. Essa pressão seria
isso, os trabalhadores perderam acesso à terra e, con- reforçada com a abolição da escravatura em 1888.
sequentemente, aos seus meios de sustento, o que os A partir desse momento histórico, a imigração
levou, por fim, a vender seu tempo em troca de salá- italiana teve o seu auge, entre 1880 e 1930, principal-
rios. Assim, antigos servos e pequenos produtores tor- mente em São Paulo e Minas Gerais e, posteriormente,
naram-se trabalhadores assalariados e aumentaram o nos estados do sul. Os imigrantes italianos fixaram-se
contingente de trabalhadores nas indústrias. no território brasileiro com os mais variados negó-
O século XIX também ficou marcado pelas teorias cios, como ramo cafeeiro, atividades artesanais, poli-
críticas do liberalismo. Ganhou destaque o socialismo cultura, atividade madeireira, produção de borracha,
científico, desenvolvido por Karl Marx e Friederick vinicultura e comércio. No início do século XX, foi a
Engels. Segundo esses intelectuais, o capitalismo é um vez dos japoneses desembarcarem rumo às lavouras
sistema que tende a crises, nas quais os grandes pre- de café em São Paulo e no Paraná, em fuga do empo-
judicados são os trabalhadores, menos privilegiados brecimento que a modernização de seu país causava
na luta de classes contra os proprietários dos meios aos pequenos agricultores.
de produção. Sendo assim, a emancipação do traba-
A ATUAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS E OS GRANDES
4

lhador deve vir por meio de uma revolução a partir


-2

PROCESSOS REVOLUCIONÁRIOS DO SÉCULO XX


da qual a classe operária passará a ter a posse coletiva
13

dos meios de produção. Revolução Bolchevique


.7

Já no final da década de 1970 e início da década de


28

1980, o keynesianismo começou a perder força e a ideia


.8

Os antecedentes da Revolução Russa têm sua bali-


18

de Estado mínimo e baixou participação estatal na eco- za associada à modernização ocorrida na segunda
nomia, retornando ao foi definido como neoliberalis-
-0

metade do século XIX. Em 1861, a servidão foi aboli-


mo. O neoliberalismo, expandido a partir do Reino da, o que possibilitou um espaço para uma dinâmica
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Unido e dos EUA, defende a privatização de empresas, comercial por parte dos camponeses. No fim do século
lm

o corte de gastos públicos e o aumento da taxa de juros XIX, graças ao movimento de industrialização de cida-
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para atrair investimentos estrangeiros. Diferentemen- des como Moscou e São Petersburgo, houve o floresci-
ar

te do liberalismo clássico, tem foco econômico. mento de uma classe operária urbana.
lm

Nos países em desenvolvimento, o neoliberalismo O fracasso da Rússia na guerra contra a emergente


gi

chegou mais tarde, principalmente após o Consenso potência japonesa foi o estopim para que a insatisfa-
de Washington, que reforçou a privatização e a dimi- ção se transformasse em revolta. Em 22 de janeiro de
nuição de gastos públicos. No geral, essa medida trou- 1905, um protesto pacífico, convocado por um padre
xe modernização para a economia local, porém, em que apenas queria entregar uma reivindicação por
consequência, a questão social foi prejudicada com o maior atenção do czar para com o povo, resultou em
aumento do desemprego, o corte de gastos públicos e um massacre, episódio que ficou conhecido como
a diminuição do chamado bem-estar social. Domingo Sangrento. Isso apenas aumentou a revolta e
os populares começaram a se organizar em conselhos,
POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO, MIGRAÇÃO, chamados de sovietes. Além disso, alguns partidos
IMIGRAÇÃO E EMIGRAÇÃO NO BRASIL NOS também surgiram. Vale destacar o Partido Operário
SÉCULOS XIX E XX Social Democrata Russo, dividido entre os mais radi-
cais, chamados bolcheviques, e mais moderados, cha-
Antes mesmo da proibição do tráfico negreiro, os mados mencheviques. Para conter a possível escalada
grandes produtores e proprietários de terra preocu- revolucionária, o czar criou a Duma: parlamento que
param-se em encontrar formas de substituir a mão de deveria promover uma maior abertura política, mas
268 obra de origem africana. que na prática não o fez.
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Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, igno- das terras camponesas, o que causou forte tensão no
rando todas as dificuldades, o Império Russo entrou campo com os grandes e médios proprietários de ter-
na guerra interessado no pan-eslavismo: expandir ra. Outrossim, em 1921, foi redigida a Constituição da
sua influência pelo leste europeu. No entanto, o alto União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, reunindo
nível de deserção dos soldados russos e o alto nível 12 repúblicas e mais de 150 nacionalidades em um
de pobreza da população fizeram eclodir a Revolução vasto território.
de Fevereiro em 1917. Com a renúncia do czar, um Lenin veio a falecer em janeiro de 1924. Com sua
governo provisório foi montado e os sovietes foram morte, houve uma grande disputa pelo poder, que só
restabelecidos. Em muitas fábricas, os conselhos ope- foi resolvida em 1928, quando Josef Stalin assumiu o
rários passaram a comandar a produção. No entanto, cargo de Secretário Geral. O stalinismo foi caracteri-
a Rússia permaneceu na guerra. zado como um regime autoritário que buscou moder-
Em abril de 1917, um dos principais revolucioná- nizar a União Soviética ao mesmo tempo em que
rios russos voltou do exílio. Vladimir Lênin tomou a suprimia liberdades políticas e perseguia adversários.
liderança e passou a organizar os bolcheviques para Stalin permaneceu no poder até sua morte, em 1953.
tomarem o poder, tirar a Rússia da guerra e aprofun-
dar o processo revolucionário, sob o lema pão, paz Revolução Chinesa
e terra. Em 25 de outubro (7 de novembro no nosso
calendário), os bolcheviques chegaram ao poder após Desde o final do século XIX, a China esteve em
derrubarem o governo provisório. mãos de potências imperialistas – Inglaterra, França,
Abaixo, encontra-se uma fotografia de Lênin Alemanha, Estados Unidos e Rússia – , que controla-
discursando ao exército vermelho diante do teatro vam grande parte de seus mercados. O comércio com
bolshói. o Ocidente gerou o declínio da indústria artesanal,
acentuando o desemprego. A República foi instalada
pela Revolução de 1911. Esse fato levou a uma tenta-
tiva de modernizar o país, que mantinha uma perma-
nência secular de suas características.
O Partido Comunista, fundado em 1921, aliou-se aos
nacionalistas (Kuomintang) para lutar contra a domi-
nação imperialista. No entanto, a chegada de Chiang
Kai-Shek ao poder, em 1927, deu origem a uma longa
guerra civil, que se estenderia, com algumas pausas,
até 1949. Em 1934, a Grande Marcha, um dos episódios
mais famosos da história da China, foi importante para
a mobilização dos camponeses na luta pela emancipa-
ção do país em favor dos comunistas. Com a invasão
Fonte: Operamundi, 201712. japonesa, em 1937, e a eclosão definitiva da Segunda
Guerra Mundial, em 1939, a Guerra Civil acabou fican-
O poder dos conselhos operários foi garantido nas do em segundo plano, sendo retomada apenas após a
fábricas, os sovietes passaram a ser administrados de derrota japonesa em 1945. Em 1949, os nacionalistas
4

maneira mais centralizada, as terras da nobreza e da foram expulsos para a ilha de Taiwan.
-2

Igreja Ortodoxa foram divididas entre os camponeses A vitória da Revolução Chinesa seguiu-se da imple-
13

e o estado passou a ser administrado pelos Conselhos mentação de um sistema socialista que procurava
.7

dos Comissários do Povo. Também foi instituído o a modernização da agricultura, a urbanização e a


28

Exército Vermelho sob o comando de Leon Trotsky. industrialização. A propriedade passou a ser contro-
.8

A Rússia foi retirada da guerra ao assinar o Tratado de lada pelo governo. A tentativa de modernização da
18

Brest-Litovski com a Alemanha. mentalidade chinesa veio com a Revolução Cultural


-0

A assinatura do armistício não significou a paz na de 1966, quando as autoridades intelectuais e algu-
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Rússia, pois as forças czaristas receberam apoio de mas autoridades do partido foram perseguidas. Após
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ingleses e franceses para formar o Exército Branco e a morte de Mao Tsé Tung, em 1976, a China passou
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tentar destruir o processo revolucionário. A estraté- por uma transformação que levou a entrada de capi-
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gia do Comunismo de Guerra buscou ajustar o Estado tal estrangeiro no país, fazendo com que seu socialis-
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àquela conjuntura, promovendo a militarização da mo se desenvolvesse com características de mercado.


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economia e direcionando-a para os esforços de guer-


ra. Assim, o Comunismo de Guerra impôs a disciplina Revolução Cubana
militar nas indústrias e passou a confiscar a produção
camponesa. A união entre as forças ucranianas e as Nos anos 1950, Cuba estava sob a ditadura de Ful-
do Exército Vermelho conseguiram derrotar o Exér- gencio Batista, apoiada pelos Estados Unidos. Estudan-
cito Branco. A Guerra Civil Russa durou de 1918 até tes e militantes de partidos de esquerda procuraram
1921, deixando a Rússia destruída. sua derrubada em dois movimentos fracassados, o
Para restaurar a economia, Lenin propôs que os Assalto ao Quartel Moncada e, depois, em 1956, quan-
revolucionários dessem “um passou para trás para do Fidel Castro ganhou destaque. Em 1959, o exército
HISTÓRIA

que tivessem condições de dar dois passos à frente”. rebelde, cujas bandeiras eram o nacionalismo, a críti-
Sendo assim, foi instituída a Nova Política Econômica ca ao domínio estadunidense e a situação de pobreza
(NEP), dando espaço para pequenas e médias empre- enfrentada pelos cubanos, conseguiu sucesso e derru-
sas privadas. Além disso, iniciou-se a coletivização bou o ditador.
12 LOSURDO, D.. Vladimir Ilyych Lenin fala a tropas do Exército Vermelho diante do Teatro Bolshoi, em Moscou, em 1920; embaixo à direita estão
Leon Trotsky e Lev Kamenev. Operamundi, Uol, 2017. Disponível em: https://operamundi.uol.com.br/opiniao/48118/losurdo-revolucao-de-outu-
bro-e-democracia-no-mundo. Acesso em: 18 jan. 2023. 269
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Fidel procurou adotar a reforma agrária, nacio- escondida” vivenciada pela Europa, um jogo de alian-
nalizações, construção de casas populares e maciça ças foi formado: acusada de envolvimento, a Rússia
campanha de alfabetização. A Revolução desagrada- defendeu a Sérvia contra Alemanha, Áustria-Hungria
va os Estados Unidos, que tentaram, de forma fracas- e Itália, ganhando o reforço da Entente, formada com
sada, um golpe sobre o movimento. O rompimento França e Inglaterra. Tinha início a Primeira Guerra
definitivo entre os dois países veio em 1962, quando Mundial.
Fidel declarou o caráter socialista daquele movimen- As causas para a guerra vinham sendo amadure-
to, enquanto os EUA declararam embargo econômico cidas desde o século XIX. A emergência da Alemanha
à ilha. Cuba passou à esfera de influência da União como potência após sua unificação e tomada de terri-
Soviética. Além de Fidel, destacaram-se no movimen- tórios da França levou ao surgimento de um forte sen-
to Raul Castro e Ernesto “Che” Guevara. timento de revanche entre os franceses. Logo que a
Alemanha formou a Tríplice Aliança, a França correu
GEOPOLÍTICA E CONFLITOS ENTRE OS SÉCULOS para formar a Tríplice Entente. A expansão do nacio-
XIX E XX nalismo em meio às divergências étnicas e a expan-
são do neocolonialismo, promovida sobre territórios
na Ásia e na África, conduziram a Europa ao conflito
Imperialismo e a Ocupação da Ásia e da África
em 1914. Vale o destaque para o fato de que a Itália
abandonou a Tríplice Aliança e se juntou à Entente no
O anseio cada vez maior pelo desenvolvimen-
ano seguinte.
to industrial do século XIX fez com que as grandes
A primeira fase da guerra foi conhecida como
potências mundiais empreendessem a colonização/ Guerra de Movimento, quando a Alemanha avançou
exploração de vários territórios na África, na Ásia e sobre territórios franceses e sobre a região dos Balcãs
na Oceania. Além do poder econômico, essas potên- no Leste Europeu. No entanto, o que marcou a guer-
cias possuíam força militar muito expressiva, já que ra foi a segunda fase, chamada de Guerra de Posição
estavam munidas de diversas inovações tecnológicas ou Guerra de Trincheiras, que ocorreu entre 1915 e
no setor bélico. O imperialismo, dessa maneira, domi- início de 1918, apesar de nenhum bloco ter consegui-
nou vários povos e moldou o mundo na passagem do do avançar de maneira considerável. O uso de novas
século XIX para o século XX. armas, produzidas em ritmo industrial, e a presença
A Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, foi de aviões e tanques levaram a uma grande mortali-
convocada pelo chanceler alemão Otto Von Bismark e dade: estima-se que, ao longo de toda a guerra, cerca
contou com a presença de 13 nações europeias, além de 17 milhões de pessoas, tanto soldados como civis,
dos Estados Unidos e do Império Turco-Otomano. O foram mortas.
objetivo da conferência era estabelecer regras e crité- Em 1917, a Tríplice Entente perdeu a Rússia, que
rios para a anexação dos territórios africanos. A posse saiu da guerra após a Revolução Bolchevique de outu-
de um território era reconhecida mediante a fixação bro. No entanto, ganhou apoio militar, além do eco-
de um protetorado ou outra forma de administração nômico, dos Estados Unidos. A guerra chegou ao fim
sobre aquele território. em 1918, com a vitória da Tríplice Entente e derrota
Vale destacar que o processo neocolonial foi carac- da Tríplice Aliança. Em 1919, o Tratado de Versalhes
terizado, também, pela grande violência empregada. penalizou a Alemanha com a perda de território, exér-
Essa se deu em sentido militar, sufocando qualquer cito e obrigatoriedade de pagar uma grande indeni-
4

iniciativa de oposição dos colonizados, assim como zação aos vencedores. O Império Austro-Húngaro foi
-2

em sentido cultural, já que o racismo, a inferiorização dissolvido, assim como o Império Turco-Otomano.
13

dessas populações e o esforço de aniquilar as práticas Além disso, a Liga das Nações foi criada para estrei-
.7

tar a diplomacia entre as nações europeias. Como a


28

culturais nativas foram atos de europeus.


história comprovaria, 20 anos depois, o Tratado de
.8
18

A Primeira Guerra Mundial Versalhes e a Liga das Nações não só fracassaram em


pôr fim às hostilidades como deram força ao revan-
-0

chismo e a continuidade da disputa imperialista.


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A Segunda Guerra Mundial


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A Segunda Guerra Mundial teve, entre suas causas,


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a tensão entre os imperialismos europeus, vitoriosos


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e derrotados, ao fim do primeiro conflito. O acordo de


paz de Versalhes, mais do que estabelecer novas rela-
ções diplomáticas, procurou culpar a Alemanha pelo
conflito. Isso fez com que persistisse um sentimento
de revanchismo entre as nações, em especial, entre
Fonte: O Tempo, 201813. alemães e franceses. Nesse sentido, a Liga das Nações
nasceu quase que fadada ao fracasso em garantir a
Na imagem acima, você pode ver o arquiduque paz. No Oriente, o Japão começou a guerra de colo-
Francisco Ferdinando acompanhado de sua esposa nização da China em 1931. Esse conflito acabou se
Sofia. No dia 28 de junho de 1914, o herdeiro ao tro- somando à Segunda Guerra.
no do Império Austro-Húngaro foi à Sarajevo para Outro importante fator foi o impacto da Revolução
uma solenidade, ocasião em que foi assassinado por Bolchevique de 1917. Com a vitória dos comunistas, o
um grupo de nacionalistas sérvios e bósnios. A partir restante dos países europeus temeu que a revolução
desse momento, também em decorrência da “tensão se espalhasse naquele contexto de crise. Para evitar
13 Cem anos de uma paz passageira. O tempo, 2018. Disponível em: https://www.otempo.com.br/mundo/cem-anos-de-uma-paz-passageira-
270 -1.2066446about:blank. Acesso em: 18 jan. 2023.
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que isso acontecesse, parte da burguesia europeia aderiu a movimentos radicalmente anticomunistas, como foi o
caso da Alemanha e da Itália. Outras nações viam o nazifascismo como um “mal menor” diante da “ameaça comu-
nista”, de modo que foram complacentes com o militarismo e o expansionismo dos países que formaram o Eixo.
A expansão territorial empenhada pela Alemanha fazia parte da formação daquilo que os nazistas chamavam
de “espaço vital”, região que deveria abrigar os arianos. A prosperidade dos alemães seria garantida por meio da
exploração dos povos vistos como “sub-humanos” e “inferiores”, como os eslavos e judeus.
Em 1938, os alemães anexaram a Áustria em um evento conhecido como Anschluss. Depois, os alemães se
voltaram para dominar a Tchecoslováquia, dominando os Sudetos e integrando a minoria alemã ao território do
Reich. Durante a Conferência de Munique, ingleses e franceses cederam às pressões alemãs e permitiram que os
alemães invadissem o território da Tchecoslováquia para evitar que uma guerra fosse iniciada. No entanto, houve
o pensamento de que aquela seria a última ofensiva alemã. Essa estratégia adotada por ingleses e franceses era
conhecida como política de apaziguamento.
Para ganhar tempo, Hitler conseguiu assinar o Pacto de Não Agressão com a União Soviética em agosto de
1939. Em setembro, a Polônia foi invadida. Inglaterra e França cumpriram a promessa de garantir a integridade
da Polônia e declararam guerra à Alemanha. Tinha início a Segunda Guerra Mundial.
A Segunda Guerra Mundial pode ser dividida em três partes:
z 1939 – 1941: avanço do Eixo (Alemanha-Itália-Japão) conquistando novos territórios. A Alemanha conquistou
França, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo, a oeste, e começou sua expansão a leste, que ganhou impulso
com o início da Operação Barbarossa para invadir a União Soviética. O Japão conquistou áreas do sudoeste
asiático e a Itália tomou áreas na África;
z 1942 – 1943: equilíbrio entre as forças aliadas (URSS-Inglaterra-EUA) e as forças do Eixo. Os EUA entraram na
guerra após o ataque japonês a Pearl Harbor. A URSS conseguiu reagir ao avanço alemão em seu território
e passou a equilibrar o conflito, destaque para a Batalha de Moscou e a Batalha de Stalingrado. A Alemanha
toma territórios de antigos aliados seus para formar estados fantoches e garantir sua força;
z 1944 – 1945: avanço e vitória dos aliados. Inglaterra e EUA invadiram a Normandia na França e reconquistam
o país. A URSS lançou a Operação Bagration, expulsou os alemães de seus territórios e partiu rumo a derruba-
da do Reich. Os EUA conseguem avançar sobre os domínios japoneses.

O fim da Segunda Guerra ocorreu, primeiro, na Europa. Mussolini foi morto em 28 de abril de 1945. Dois dias
depois, Hitler se suicidou em seu bunker na Chancelaria do Reich em Berlim, quando os soviéticos já tomavam
a cidade. A rendição alemã ocorreu em 8 de maio. No Oriente, a guerra se arrastou até agosto. Os ataques com
bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki junto à entrada da União Soviética na luta contra o Japão fez com que
se declarasse o fim das hostilidades em 14 de agosto. A rendição oficial foi assinada em 2 de setembro de 1945.
A Segunda Guerra Mundial deixou cerca de 60 milhões de mortos e é considerada o conflito mais letal em
toda história. Os crimes contra a humanidade cometidos pelos nazistas nos campos de concentração foram jul-
gados pelo Tribunal de Nuremberg, em 1946, com alguns condenados à pena de morte, outros, à prisão perpétua
e, alguns, com pena com direito à liberdade depois de cumprida. Em 1948, foi criada a Organização das Nações
Unidas para reformar a diplomacia mundial e manejar a paz mundial.
Guerra Fria
4

Quando os Estados Unidos lançaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, além de terem posto
-2

um fim à Segunda Guerra, mostraram o tamanho de sua força bélica, em especial, à União Soviética, a outra
13

superpotência que emergia dos escombros do conflito. Durante a Conferência de Yalta e a Conferência de Pots-
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dam, em 1945, as duas começaram a desenhar seu campo de força em torno das negociações de paz. Como diria o
28

primeiro-ministro inglês Winston Churchill, formara-se uma “cortina de ferro” sobre a Europa, que dividia o lado
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oriental comunista, do lado ocidental capitalista, o que também ficou claro com a divisão da Alemanha.
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HISTÓRIA

Fonte: Biblioteca Digital, UFRN14.

14 UFRN. Capitalismo e Comunistas na Europa pós Segunda Guerra. Biblioteca Virtual, s.d.. Disponível em: http://bibliotecadigital.sedis.ufrn.br/
interativos/eopolítica/pgs/box-figura13.html. Acesso em: 18 jan. 2023. 271
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Empenhadas em manter as áreas de influência que teve como importante porta-voz um cabo da Pri-
que haviam conquistado e em adquirir outras, as dis- meira Guerra chamado Adolf Hitler.
putas entre as duas superpotências geraram blocos de Em 1923, no auge do colapso econômico alemão,
cooperação econômica: o Conselho de Assistência ele tentou promover, em Munique, uma Marcha
Mútua (COMECOM), fundado pelo governo soviéti- sobre Berlim. Preso e solto quase dois anos depois,
co para ajudar os países de orientação comunista, e tomou a liderança do partido e divulgou suas ideias
o Plano Marshall, liderado pelos Estados Unidos com por meio de sua obra Mein Kampf (Minha Luta), na
o objetivo de reconstruir os países do ocidente euro- qual defendia que o “passado glorioso alemão” foi
peu e o Japão, destruídos pela guerra. Também hou- perdido graças à conspiração judaica e marxista que
ve a fundação de dois blocos de cooperação militar: a dominava a República de Weimar (governo alemão).
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) De eleição em eleição, o Partido Nazista foi ganhando
tinha como objetivo impedir a expansão do comunis- cadeiras, na medida em que sua milícia, as SA, atuava
mo pela Europa, enquanto o Pacto de Varsóvia for- perseguindo opositores políticos.
mou uma aliança militar entre os países alinhados à Com a crise de 1929 e declínio da recuperação
URSS. econômica alemã, o discurso extremista ganhou for-
Em alguns momentos, a Guerra Fria resultou em ça, até que, em janeiro de 1933, Hitler foi nomeado
confrontos em regiões pretendidas pelas duas super- Chanceler. Por meio de sabotagens e perseguições, ele
potências. Destacam-se a Guerra da Coreia, travada acumulou mais poderes, até que, com a morte do pre-
entre 1950 e 1953, quando a Coreia do Norte, comunis- sidente Hindenburg, assumiu o comando absoluto do
ta, tentou, sem sucesso, invadir e unificar a Coreia do país, sendo chamado de führer (líder). Sua ditadura
Sul, capitalista, e a Guerra do Vietnã, travada entre promoveu a perseguição a judeus, ciganos, eslavos,
1964 e 1974, quando os EUA interviram para evitar homossexuais, testemunhas de jeová e comunistas.
que o Vietnã do Sul fosse integrado ao Vietnã do Nor-
te, mas fracassou.
Franquismo
OS SISTEMAS TOTALITÁRIOS NA EUROPA DO
A República Espanhola, instituída na década de
SÉCULO XX
1930, era liderada pela Frente Popular, de tendência
à esquerda no espectro político. O general Francis-
O período entre guerras foi marcado pela ascensão
co Franco, conservador, articulou um golpe, tendo o
dos regimes totalitários. Em geral, eles prometiam um
apoio de nazistas e fascistas, enquanto a Frente Popu-
retorno a um passado idealizado e grandioso de seu
lar teve apoio soviético. A Guerra Civil Espanhola se
povo. Para isso, a sociedade deveria ser militarizada, o
estendeu de 1936 até 1939, com a vitória do exérci-
Estado comandado por um partido único, a sociedade
to franquista. Durante a Segunda Guerra Mundial, a
deveria ser “pura” (por isso, o preconceito e a persegui-
Espanha ficou neutra. Mesmo após a queda de regi-
ção às minorias: judeus, ciganos, homossexuais, negros
mes autoritários com o fim da guerra, Franco perma-
etc.) e não deveria haver pluralidade ideológica. Os sis-
neceu no poder até 1975.
temas totalitários de maior destaque histórico são:
Salazarismo
Fascismo – Itália
4
-2

Salazar foi o Primeiro-Ministro de Portugal e, a


Benito Mussolini era um antigo militante socialista
13

que rompeu com a esquerda quando se opuseram à partir de 1933, implantou uma ditadura marcada
.7

entrada de seu país na guerra. O revanchismo não foi pela perseguição aos opositores e enfraquecimento de
28

um fator aproveitado como em outros países, já que a outros poderes da república. Houve a instituição de
.8

partido único, censura a veículos de imprensa, educa-


18

Itália foi uma das vitoriosas na guerra. Porém, a frus-


tração em não receber compensações territoriais após ção nacionalista nas escolas, enfraquecimento do sin-
-0

a vitória e grave crise econômica enfrentada pelo país dicalismo e uso maciço da propaganda. Assim como
ar

fizeram com que desempregados, estudantes, classe o franquismo, seu regime perdurou após o fim da
lm

média, militares e proprietários de terra aderissem à Segunda Guerra, sendo derrubado apenas em 1974.
gi

ideologia fascista, que prometia o retorno ao suposto


ar

“passado glorioso italiano” a partir da obediência a Mus- Stalinismo


lm

solini, combate aos adeptos da esquerda e controle do


gi

Estado sobre as relações de classe. Esse último ponto fez Josef Stalin assumiu o poder alguns anos após a
com que o fascismo ganhasse a simpatia da burguesia. morte de Lênin, em 1924. Seu poder foi marcado pela
Após a bem sucedida Marcha sobre Roma, em sistemática perseguição a opositores. Muitos desses
1922, o rei Vitor Emanuel III nomeou Mussolini pri- eram mortos, enviados para campos de trabalho à
meiro-ministro. Aos poucos, ele concentrou poderes força e para o exílio. A falsificação histórica foi outra
ditatoriais, aboliu sindicatos e partidos políticos, pôs característica do regime stalinista, pois, ao passo que o
fim ao poder legislativo e submeteu o poder judiciário governo objetivava criar um líder de importante papel
ao seu governo. revolucionário, instituía-se o apagamento de diversas
figuras relevantes do partido e da Revolução de 1917.
Nazismo na Alemanha Stalin teve grande apoio popular graças a moderniza-
ção econômica da União Soviética, melhoria das condi-
Os alemães foram tratados como grandes culpados ções de vida dos trabalhadores e, principalmente, pela
pela guerra, o que levou o país a grandes perdas ter- vitória sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra
ritoriais, militares, além da responsabilização pelos Mundial. O secretário geral do Partido Comunista da
custos das indenizações. Nesse contexto, surgiu o Par- União Soviética veio a falecer em 1953.
272 tido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães,
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DITADURAS POLÍTICAS NA AMÉRICA LATINA

Estado Novo no Brasil

Embora Getúlio Vargas agisse habilidosamente com o intuito de aumentar o próprio poder, não foi somente
sua atuação que gerou o Estado Novo. Pelo menos três elementos convergiam para sua criação: a defesa de um
Estado forte por parte dos cafeicultores, que dependiam dele para manter os preços do café; o apoio dos indus-
triais, que seguiam a mesma linha de defesa dos cafeicultores, já que o crescimento das indústrias dependia da
proteção estatal; as oligarquias e classe média urbana, que se assustavam com a expansão da esquerda e julga-
vam que, para “manter a ordem”, era necessário um governo forte. Além disso, Vargas tinha, também, o apoio
dos militares. Durante o período foram implacáveis o autoritarismo, a censura, a repressão policial e política e a
perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado.
Em termos práticos, o governo do Estado Novo funcionou da seguinte maneira:

z o poder político se concentrou-se todo nas mãos do presidente da república;


z o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as Câmaras Municipais e os partidos políticos foram fechadas;
z o sistema judiciário ficou subordinado ao poder executivo;
z os Estados passaram a ser governados por interventores nomeados por Vargas, os quais, por sua vez, nomea-
vam os prefeitos municipais;
z a Polícia Especial (PE) e as polícias estaduais adquiriram total liberdade de ação, prendendo, torturando e
assassinando qualquer pessoa suspeita de se opor ao governo.

Atenção: a propaganda pela imprensa e pelo rádio foi largamente usada pelo governo por meio do Departa-
mento de Imprensa e Propaganda (DIP). O DIP era incansável tanto na censura quanto na propaganda, voltada
para todos os setores da sociedade, como operários, estudantes, classe média, crianças e militares. Procurava-se,
assim, formar uma “ideologia estadonovista” que fosse aceita pelas diversas camadas sociais, grupos profissionais
e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo das gigantescas manifestações operárias, particularmente no dia
1º de Maio, quando os trabalhadores, além de comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem a
Vargas, apelidado de “o pai dos pobres”.

4
-2
13
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28
.8
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lm
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gi

Fonte: Wikipédia, 201115.


HISTÓRIA

Com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), além de centralizar a reforma
administrativa, o governo tinha poderes para elaborar o orçamento dos órgãos públicos e controlar a sua execu-
ção orçamentária. Com a criação do DASP e do Conselho Nacional de Economia, não só a atuação administrativa

15 Propaganda do Estado Novo (Brasil). Wikipédia, 2011. Disponível em: https://fr.wikipedia.org/wiki/Fichier:Propaganda_do_Estado_Novo_(Bra-


sil).jpg. Acesso em: 18 jan. 2022. 273
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e econômica do governo passou a ser muito mais efe- O antigetulismo tentava criar a contradição entre
tiva, como também se aumentou consideravelmente o um regime ditatorial que lutava por democracia ao
poder do Estado. A cafeicultura foi convenientemente lado dos aliados na Europa. A pressão política acabou
defendida, a exportação agrícola foi diversificada, a por levar o governo a aprovar o Ato Adicional n. 9, que
dívida externa foi congelada, a indústria cresceu rapi- previa realização de eleições e liberdade partidária.
damente, a mineração de ferro e carvão expandiram e Entre abril e julho de 1945, o Partido Comunista Bra-
a legislação trabalhista foi consolidada com a adoção sileiro voltou a funcionar, e foram fundados a União
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). As princi- Democrática Nacional (UDN), o Partido Trabalhista
pais empresas estatais criadas no período foram: Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrático (PSD).
O debate sobre a possibilidade de Vargas concor-
z CSN – Companhia Siderúrgica Nacional (1940); rer às eleições foi bastante tenso. Quando o ditador
z Companhia Vale do Rio Doce (1942); nomeou seu irmão Benjamin Vargas para a chefia da
z CNA – Companhia nacional de Álcalis (1943); Polícia do Distrito Federal, a oposição e o Alto Comando
z FNM – Fábrica Nacional de Motores (1943); do Exército não aceitaram. Todavia, sem maiores resis-
z CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco tências, Getúlio aceitou a deposição em 29 de outubro
(1945). de 1945.
Na ausência de Congresso, José Linhares, presiden-
te do STF, dirigiu o país até a posse do eleito Eurico
No início da Segunda Guerra Mundial, em 1939,
Gaspar Dutra, em 31 de janeiro de 1946. Vargas, mes-
o governo de Vargas ensaiou uma neutralidade para
mo de sua fazenda em São Borja-RS, seguia sendo uma
negociar tanto com os Aliados quanto com o Eixo, conse-
liderança importante. Não à toa, voltaria ao Palácio do
guindo financiamento dos Estados Unidos para a cons-
Catete, por meio do voto, em 1951.
trução da usina siderúrgica de Volta Redonda e trocas
comerciais com a Alemanha. Apesar da neutralidade
Ditaduras na América
de Getúlio, que esperava o desenrolar do conflito para
determinar apoio ao provável vencedor, em seu governo
Nas primeiras décadas do século XIX, grande par-
havia grupos divididos e definidos sobre quem apoiar:
te dos países latino-americanos conseguiu proclamar
Oswaldo Aranha, ministro das Relações Exteriores, era
sua independência política e elaborar constituições
favorável aos Estados Unidos, enquanto os generais Gas- que asseguraram a estabilidade. No entanto, por con-
par Dutra e Góis Monteiro eram favoráveis ao nazismo. ta das disputas políticas entre chefes locais, a estabili-
Abaixo, encontra-se o emblema utilizado pela For- dade estava longe de ser conseguida. Os novos países
ça Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guer- latino-americanos mantiveram o modelo agroexporta-
ra Mundial. dor e continuaram com suas economias dependentes
das nações industrializadas, principalmente Estados
Unidos e Inglaterra, fornecendo matéria-prima e
comprando produtos manufaturados. A concentração
de terra e da renda levou grande parte da população,
principalmente os camponeses, a viver em condições
miseráveis, situação que gerava revoltas.
4
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Durante a Primeira Guerra Mundial, como as


13

nações fornecedoras de produtos industrializados


.7

estavam envolvidas no conflito, alguns países lati-


28

no-americanos desenvolveram suas indústrias. Na


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década de 1950, Brasil, Argentina, Chile e México ace-


18

leraram o processo de urbanização, industrialização,


-0

consolidação de uma burguesia industrial, ampliação


ar

das camadas médias e da classe operária. As bur-


lm

guesias nacionais não tinham condições de realizar


investimentos para desenvolver a indústria de base
gi

e o Estado ocupou esses espaços. O capital estrangei-


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ro, principalmente estadunidense, tornou-se impres-


lm

cindível para alavancar o desenvolvimento. Todavia,


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aumentou a dívida externa, ampliando a dependência


dos países em desenvolvimento.
Fonte: Wikipédia, 2022.16. No período da Guerra Fria, os Estados Unidos inter-
viram de forma direta e indireta na deposição de pre-
Com a entrada dos Estados Unidos na guerra, em sidentes e na instauração de regimes ditatoriais, casos
1941, e o torpedeamento de vários navios mercantes de Argentina, Chile e Brasil. Tudo em nome do receio
brasileiros, o país entra em guerra ao lado dos aliados de que a Revolução Cubana, de 1959, causou nos
em agosto de 1942. A saída de Lourival Fontes, Filin- estadunidenses, preocupados que o ideal comunista
to Müller e Francisco Campos, defensores da aliança ganhasse força pelo continente. Na década de 1980,
com os alemães, marcou a tomada de decisão. Em com as crises do petróleo, os Estados Unidos inviabi-
1944, foram mandados 25.000 soldados da Força Expe- lizaram os empréstimos e aumentaram os juros para
dicionária Brasileira (FEB) para a Itália, marcando a pagamentos, o que levou a uma crise sistemática, tan-
participação do Brasil no conflito. to social quanto política na América Latina.
16 Emblema da Força Expedicionária Brasileira. Wikipédia, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7a_Expedicion%C3%A-
274 1ria_Brasileira#/media/Ficheiro:FOR%C3%87A_EXPEDICION%C3%81RIA_BRASILEIRA_(FEB).png. Acesso em: 18 jan. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Entre os regimes ditatoriais da América Latina, se destacam o regime chileno de Augusto Pinochet, que ocor-
reu entre 1973 e 1990, e o regime argentino, que ocorreu entre 1976 e 1983, responsáveis por um grande número
de mortos e desaparecidos. As ditaduras latino-americanas também atuaram em conjunto para matar potenciais
adversários, como durante a Operação Condor, que contou, inclusive, com o apoio estadunidense. Após o fim
dos regimes ditatoriais, muitos países tiveram movimentos pela memória das vítimas de Estado e pelos direitos
humanos.

CONFLITOS POLÍTICO-CULTURAIS PÓS-GUERRA FRIA, REORGANIZAÇÃO POLÍTICA INTERNACIONAL E OS


ORGANISMOS MULTILATERAIS NOS SÉCULOS XX E XXI

O Petróleo, o Oriente Médio e as Lutas Religiosas

Conhecida como uma das regiões mais conflituosas do mundo, o Oriente Médio é palco de muitas tensões de
ordem econômica, política, religiosa e étnica. Como um ponto inicial, pode-se destacar a riqueza de recursos
minerais da região, em especial, o petróleo.
Na imagem temos as reservas de petróleo distribuídas pelo mundo.

301 bn bbi
267 bn bbi

110 bn bbi

30 bn bbi

Fonte: Wikipédia, 202217.

Além disso, o oriente médio conta com a presença de povos árabes, persas, curdos, judeus, turcos, entre outros,
4

que formam uma grande diversidade de etnias, além da diversidade religiosa (judeus, muçulmanos e cristãos, as
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13

três maiores denominações religiosas do mundo). Muitas vezes, essas diferenças se transformam em atritos muito
sérios e, em alguns casos, acabam convertendo-se em guerras.,
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28

Vejamos alguns desses conflitos:


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18

z Questão Palestina: após a Segunda Guerra Mundial, a ONU decidiu dividir a Palestina como forma de tentar
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resolver os inúmeros problemas da região causados pela presença dos dois povos, árabes e judeus. Assim, em
1947, o território palestino foi dividido, mas os árabes rejeitaram a proposta. Durante a Guerra de Independência
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(1948-1949), a Liga Árabe, composta por sete países (Jordânia, Egito, Síria, Líbano, Iraque, Arábia Saudita e Iêmen),
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não aceitou a partilha da Palestina e invadiu o novo Estado de Israel, mas acabou derrotada. O Estado de Israel
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aumentou o seu território, a Faixa de Gaza foi anexada ao Egito e o território chamado de Cisjordânia passou a ser
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administrado pela Jordânia. Em 1967, as tensões se agravaram e, com o apoio da União Soviética, o Egito, a Síria e
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a Jordânia criaram uma força militar com o intuito de recuperar o território perdido em 1947. No entanto, com o
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apoio dos Estados Unidos, Israel atacou esses três países e ocupou a Península do Sinai (Egito); a Faixa de Gaza e a
Cisjordânia (Palestina); as Colinas de Golã (Síria); e a parte oriental de Jerusalém. Com isso, o território israelense
cresceu consideravelmente. Esse conflito é conhecido como a Guerra dos Seis Dias.

Em 1973, teve início a guerra do YomKippur (Dia do Perdão). Aproveitando o feriado judeu, as tropas egíp-
cias e sírias avançaram sobre a Península do Sinai e as Colinas de Golã, com o objetivo de reconquistar os territó-
rios perdidos na Guerra dos Seis Dias. Uma das consequências dessa guerra foi a crise do petróleo, já que os países
árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), decidiram interromper a produção
HISTÓRIA

e a exportação desse produto para o Ocidente. Em 1979, Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito. Atualmen-
te, a maior parte do território da Cisjordânia é controlada por Israel, assim como as fronteiras da Faixa de Gaza,
apesar de a região ser dominada por palestinos.

17 Reservas de Petróleo no mundo. Wikipédia, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_pa%C3%ADses_por_reservas_de_


petr%C3%B3leo. Acesso em: 18 jan. 2023. 275
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Fonte: Diferença, s.d18

z Irã x Iraque: em 1979, um movimento islâmico radical implementou um sistema teocrata no Irã. Esse movi-
mento, chamado de Revolução Iraniana, causou problemas entre o Irã e o Ocidente. O Iraque, liderado por
Saddam Hussein e apoiado pelos EUA, invadiu uma província iraniana rica em petróleo. No entanto, após oito
anos de conflito, a guerra terminou sem vitoriosos, além dos altos custos humanos e econômicos;
z Guerras do Golfo: entre 1990 e 1991, os Estados Unidos, com o aval da ONU, lutaram contra o Iraque para sua
expulsão do Kuwait. Os bombardeios estadunidenses acabaram sendo decisivos para a retirada iraquiana.
Em 2003, mesmo sob críticas da ONU e de diversos países, o governo Bush ordenou a invasão do Iraque sob
a justificativa de posse de armas de destruição em massa, acusação que nunca foi comprovada. A ocupação
durou até 2011;
z Afeganistão: entre 1979 e 1988, o país foi ocupado pela URSS, apesar da forte resistência imposta pelos guerri-
lheiros afegãos. Em 1996, o Talibã tomou o poder no Afeganistão. Esse movimento islâmico radical implantou
um Estado muçulmano. Segundo o Serviço de Inteligência dos EUA, os atentados terroristas que ocorreram
em 11 de setembro de 2001 teriam sido de autoria do grupo Al-Qaeda, que tinha seu principal centro de trei-
namento no Afeganistão. O que justificou a invasão estadunidense em outubro de 2001. O líder da Al-Qaeda,
Osama Bin Laden, foi morto em 2011. No entanto, as tropas só começaram a deixar o país em 2015.
4
-2

Globalização e as Políticas Neoliberais


13

Globalização é o nome que se dá à integração econômica, comercial, cultural, financeira e social entre países do
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mundo todo. Esse fenômeno possui uma relação direta com o movimento de abertura de mercados para a concorrência
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feita por governos do mundo todo, prevalecendo o que chamamos de neoliberalismo.


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De modo geral, o neoliberalismo pode ser definido como o conjunto de discursos e práticas que determinam
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um novo modo de governo dos homens segundo o princípio universal da concorrência. Além disso, esse sistema
define certa norma de vida dentro de um universo de competição generalizada, moldando o indivíduo, que é
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levado a se entender a se comportar como se fosse uma empresa, moldando-se as relações sociais, que funcionam
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segundo o modelo de mercado.


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As crises do petróleo de 1973 e 1979 foram o ponto crucial de virada para o neoliberalismo. A nova política passou
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a combater duplamente a questão econômica (estagnação e inflação) e a questão social (o poder de pressão dos sindi-
lm

catos). O neoliberalismo passou a ser adotado em diversos países. Dentre os líderes que adotaram práticas neoliberais
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em seus governos encontram-se: Augusto Pinochet, no Chile, Margaret Thatcher, eleita primeira-ministra britânica em
1976 e Ronald Reagan, eleito presidente dos Estados Unidos em 1980. A filosofia neoliberal defende o discurso de que as
sociedades são taxadas com muitos impostos, sofrem com muitas regulamentações e que são submetidas às pressões de
sindicatos, corporações e funcionários públicos.
Esses governos passaram a questionar profundamente a regulação da economia, a propriedade pública das
empresas, o sistema fiscal progressivo, a proteção social e o enquadramento do setor privado por regulamen-
tações estreitas, especialmente em matéria de direito trabalhista e representação dos assalariados. A política
destinada a sustentar o crescimento e realizar o pleno emprego foi o principal alvo desses governos, para os
quais a inflação se tornou o problema prioritário. Na concepção neoliberal, para os mercados funcionarem bem,
é necessário reduzir os impostos, diminuir o gasto público, transferir as empresas públicas para o setor privado,
restringir a proteção social, privilegiar “soluções individuais” diante dos riscos de controlar o crescimento da
massa monetária para reduzir a inflação, além de possuir uma moeda forte e estável e desregulamentar os mer-
cados, principalmente o mercado de trabalho.
18 BEZERRA, J. Guerra entre Israel e Palestina e Ocupação de Territórios. Diferença, s.d. Disponível em: https://www.diferenca.com/israel-e-pales-
276 tina/. Acesso em: 18 Jan. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em novembro de 1989, o chamado Consenso de A Constituição republicana de 1891 definiu as
Washington estabeleceu dez recomendações para bases do novo regime nos termos do presidencialismo,
todos os países que quisessem empréstimos e auxílios. do federalismo e do sistema bicameral. Na questão do
Dentre estas, destacam-se: voto, foram mantidas as reformas restritivas imple-
mentadas no fim do Império, excluindo os analfabe-
z disciplina orçamentária e fiscal (respeito ao equilí- tos. Esse é um aspecto fundamental, pois a maioria
brio orçamentário e diminuição de descontos obri- esmagadora da população era analfabeta e, portanto,
gatórios e taxas de impostos); deveria ficar fora das eleições. A constituição introdu-
z liberalização comercial com supressão das barrei- ziu o registro civil de nascimentos, casamentos e mor-
ras alfandegárias e fixação das taxas de câmbio te, assim como separou o Estado da Igreja.
competitivas; A Constituição seguinte foi promulgada em 1934.
z abertura à movimentação de capitais estrangeiros; Nesse novo texto, o Executivo deveria ser submetido
z privatização da economia; à fiscalização do Legislativo, eliminando a maneira de
z desregulamentação e criação de mercados concor- governar baseada em decretos. Além disso, garantiu-se a
renciais e proteção aos direitos de propriedade, independência do Tribunal de Contas, limitou-se o man-
em particular à propriedade intelectual dos oligo- dato presidencial em quatro anos e impediu a reeleição.
pólios internacionais. A estrutura do Estado pouco se alterou, mas houve
a manutenção da estrutura da terra, a exclusão dos
Essas medidas acabaram enquadrando a política analfabetos do processo eleitoral, e o trabalhador
econômica global ao neoliberalismo. rural não foi incorporado à agenda de proteção social.
Essa Constituição durou apenas três anos, uma
A LUTA PELA CONQUISTA DE DIREITOS PELOS vez que o golpe de 1937 interrompeu completamen-
CIDADÃOS: DIREITOS CIVIS, HUMANOS, POLÍTICOS te qualquer garantia constitucional, embora também
E SOCIAIS possuísse seu próprio texto.
Findada a ditadura de Vargas, a carta de 1946
Os direitos civis remetem à Declaração Universal preservaria as conquistas sociais obtidas no período
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que anterior e realocaria a democracia enquanto aspecto
procurava estabelecer o princípio de igualdade civil. fundamental da vida pública. Seu texto estabelecia
Outro marco fundamental é da Declaração dos Direi- eleições diretas para o executivo e para o legislati-
tos Humanos, de 1948. Referendado pela Organização vo em todos os âmbitos da federação, a liberdade de
das Nações Unidas (ONU), os direitos humanos vieram imprensa e opinião, e incorporava os eleitores alfabe-
no contexto de julgamento dos crimes contra a huma- tizados acima de 18 anos. O texto constitucional tam-
nidade praticados durante a Segunda Guerra Mundial. bém regulou o fortalecimento dos partidos políticos,
No entanto, quando olhamos para o caso dos Estados assim como a independência dos sindicatos.
Unidos, por exemplo, onde as leis de segregação racial Os limites, contudo, ficavam evidentes na restrição
do direito de greve, na não incorporação dos trabalhado-
prosseguiram nos anos posteriores à carta de 1948,
res rurais à legislação social, assim como não regulava a
vemos que a luta pelos direitos civis teve outras mar-
intromissão cada vez mais acentuada dos militares na
cas. Por isso, o nome de Martin Luther King se torna
vida pública. Essa Constituição vigorou por quase vinte
tão emblemático quando falamos em igualdade civil.
4

anos, marcando um período de aumento significativo da


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Direitos sociais são os direitos coletivos que o Estado


participação política, cessada com o golpe civil-militar
13

deve ofertar por meio de políticas públicas, são exem-


de 1964 e formalmente substituída em 1967.
.7

plos: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia,


A Constituição da Ditadura Militar tinha o propó-
28

transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção


sito de institucionalizar o novo regime, e seu texto,
.8

à maternidade e assistência aos desemparados. Direitos


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basicamente, era a reunião dos diversos Atos Ins-


políticos se referem à garantia do exercício da sobera-
titucionais estabelecidos até 1967. De modo geral,
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nia por meio do voto, de eleger e de ser eleito, desde que


concedia amplos poderes às Forças Armadas, como
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cumpra requisitos jurídicos para tal. suspender direitos políticos, cassar mandatos legisla-
lm

tivos, interferir nos estados da federação, determinar


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DIREITOS SOCIAIS NAS CONSTITUIÇÕES eleições indiretas para governadores e prefeitos e ins-
ar

BRASILEIRAS tituir o bipartidarismo.


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Em outubro de 1969, estando o Congresso fechado


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A primeira Constituição brasileira foi a de 1824 desde a implementação do Ato Institucional nº 5 (AI-
e, para os padrões da época, foi considerada bastan- 5), a Junta Militar impôs uma emenda constitucional
te “liberal”. A carta estabelecia que todos os homens reformando o texto de 1967; dentre as alterações, cons-
acima de 25 anos, com renda mínima anual de 100 tavam a implementação da pena de morte, o banimen-
mil-réis, podiam votar, mas esse critério de renda não to, a ampliação do estado de sítio de 60 para 180 dias
era grande barreira, pois a maioria dos trabalhadores ou tempo indeterminado, assim como a determinação
ganhava mais que essa quantia. de novas limitações ao exercício dos direitos políticos,
Analfabetos também possuíam direito a voto, e liberdade de cátedra e expressão artística.
os libertos podiam votar nas eleições primárias. Essa A Constituição de 1988, que é a vigente em nos-
HISTÓRIA

constituição, que foi mantida até o final do Império, sos dias, é conhecida como Constituição Cidadã. O
não mexeu na questão da escravidão nem na estru- texto restabeleceu eleições diretas para presidente e
tura da terra, sendo alguns de seus aspectos alterados demais cargos executivos, reduziu o mandato para
em meados do século XIX. Entretanto, esta carta mag- quatro anos, fortaleceu o Ministério Público, deu
na impôs uma grande centralização dos poderes na direito de voto aos analfabetos, assim como a pesso-
mão do Imperador. as a partir dos 16 anos, diminuiu a jornada de traba-
lho para 44 horas semanais, criou o abono de férias 277
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e o seguro-desemprego, o décimo terceiro salário Não se trata apenas da morte física: a juventude
para aposentados, definiu como crimes inafiançáveis negra sofre uma série de violências e mortes simbó-
o racismo e a tortura, proibiu a censura, garantiu a licas nas perdas de oportunidades que decorrem da
liberdade de expressão e aumentou significativamen- cor de sua pele.
te os mecanismos de participação popular direta. Nesse contexto, surgiu o que se chama de asso-
ciativismo negro, que atua tanto nos espaços políti-
POLÍTICAS AFIRMATIVAS co-sociais quanto nos espaços político institucionais
lutando por direitos da juventude negra, como segu-
Entre 2002 e 2010, mais de 270 mil pessoas negras rança e educação. Esse movimento da juventude
foram assassinadas no Brasil, o que representa mais negra possui, historicamente, dois momentos cha-
de 30 mil mortes por ano. É um tipo tão brutal de vio- ves: o 1° Encontro Nacional de Juventude Negra (1°
lência que ultrapassa o nível de mortalidade da maio- Enjune) e o encontro de formação do Fórum Nacio-
ria dos países do mundo, mesmo aqueles que sofrem nal de Juventude Negra (Fonajune).
conflitos armados declarados. São nesses espaços que são ponderadas medidas
O número de assassinatos de brancos decaiu, que podem auxiliar na contenção do chamado “geno-
enquanto o número de assassinato de pessoas negras cídio da juventude negra”, apontando para ações
aumentou em 5,6%. Essa situação se torna ain- desenvolvidas pelos poderes públicos, mas também
da mais gritante quando se analisa os dados sobre para maior compromisso e engajamento da sociedade
jovens negros: eles morrem 2,5 vezes mais que jovens civil.
brancos. O conceito de genocídio da juventude negra surge
Quando são analisados dados mais recentes, o qua- em um contexto em que se discutia nomeadamente
dro não muda muito; na verdade, ele se torna pior: a criminalização da pobreza como geradora da vio-
segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública lência urbana. Embora a questão de classe seja um
de 2016, entre 2011 e 2015, houve 279.567 mortes, sen- fator importante, é necessário dar visibilidade ao
do que 73% delas foram de jovens negros. É evidente aspecto fundamental que os dados expostos eviden-
que a desigualdade racial e o racismo são peças-cha- ciam: a violência no Brasil é, sobretudo, uma questão
ves para compreender esses números, mas é preciso racial, além disso, a desigualdade procede de questões
ir além das explicações que entendem a situação ape- raciais não revolvidas que remontam à escravização.
nas como decorrente do histórico de uso de trabalho As intervenções do associativismo negro em espa-
escravizado no Brasil: as próprias políticas públicas ços político institucionais impulsionaram a criação do
incorrem na produção social da violência, tornando-a Plano Juventude Viva, uma das únicas iniciativas dos
viável, e um exemplo nítido disso são as mortes em poderes públicos considerada relevante no enfrenta-
decorrência das ações policiais. mento do genocídio da juventude negra por ativistas.
Além dos homicídios da população jovem negra Atenção: lançado pelo Governo Federal, o Plano
pelas forças coercitivas, é também perceptível a pre- Juventude Viva procura reduzir a vulnerabilidade de
dominância da vigilância policial sobre esses indi- jovens negros em situação de violência física e sim-
víduos, o que configura outro tipo de violência. No bólica. A iniciativa contempla 142 municípios com
Brasil, a taxa de mortes dentro da juventude negra é os maiores índices de homicídios de jovens, criando
4
-2

altíssima. Além disso, dentre os encarcerados, encon- oportunidades de inclusão e autonomia desses jovens
13

tra-se uma maioria de jovens negros. Nesse sentido, por meio da oferta de serviços públicos. Seu objetivo
.7

a grande quantidade de prisões provisórias, cerca é, também, aperfeiçoar a atuação do Estado no


28

de 40%, é um indicativo de um policiamento ostensi- enfretamento do racismo institucional e na sensi-


.8
18

vo, baseado na “identificação de suspeitos”, e não na bilização de agentes públicos.


identificação policial. Em relação às intervenções priorizadas pelo asso-
-0

ciativismo, existem denúncias públicas de casos que


ar

Dica se tornaram simbólicos no tratamento desigual da


lm

ação policial, ações que pretendem pôr em evidência


gi

Apenas 12% dos presos brasileiros estão cum- a desigualdade e o racismo; existem, também, ações
ar

prindo penas por terem cometido homicídios. O de valorização da cultura negra, como o rap, que é uti-
lm

centro da política criminal é pautado pela puni- lizado como mecanismo de denúncia da realidade da
gi

ção aos crimes patrimoniais e ligados às dro- população negra do país. Além disso, vítimas de práti-
gas ilícitas, seguindo a doutrina de “guerra às cas consideradas autoritárias e discriminatórias pas-
drogas”. saram a procurar ativistas, organizações da sociedade
civil e instituições participativas a fim de receberem
A punição recai desigualmente sobre negros e amparo no processo de denúncia.
brancos, jovens e não jovens. Isto é: a polícia tem uma Dentre os movimentos associativos, encontra-se as
predisposição em suas abordagens e jovens negros são Mães de Maio, organizado após os conflitos de maio
sempre considerados suspeitos, quando não culpados. de 2006, procurando denunciar centenas de execu-
Ao contrário do que versam algumas explicações, ções de jovens negros atribuídas a policiais militares
argumentando que as reminiscências da escraviza- e milícias. Uma segunda referência é o Movimento
ção estariam em derrocada na contemporaneidade, o Negro Unificado (MNU), que se constituiu em protes-
que se percebe é que as políticas de segurança públi- to contra a morte de Robson Silveira da Luz, tortu-
ca e justiça moderna contribuem para a desigualda- rado nas dependências do 44° Distrito de Guaianazes,
de, colocando a população negra, sobretudo jovem, à em 1978.
278 mercê de mais violência, morte e encarceramento.
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Como, no Brasil, as situações de violência contra a A emblemática fotografia abaixo, de Tuca Vieira
população negra são alarmantes (e tem raízes históri- (2007) retrata o Edifício Penthouse e a comunidade de
cas), esses grupos e movimentos são importantes para Paraisópolis, ambos no bairro Morumbi, em São Pau-
dar visibilidade à causa, oferecendo rostos e nomes lo, uma cidade global.
para o que muitas vezes chega à população apenas
como dados e números.
O racismo institucional está inserido nas orga-
nizações e no funcionamento do sistema judicial e
criminal que, desde a escravidão, coloca a população
negra como aquela que deve ser controlada, geral-
mente, pela violência. Não se trata apenas de negli-
gência: o racismo institucional ampara o genocídio
da juventude negra ou se torna meio direto para
sua elaboração.
Nos últimos anos, o conceito de racismo estrutu-
ral, isto é, a discriminação cultural e socializada con-
tra a população negra, vem se difundindo. Sob sua
égide, podemos dizer que, no caso do Brasil, histori-
camente, as Instituições sociais fomentam e normali-
zam a subjugação da população negra, o que contribui
para com a disparidade no acesso de negros em espa- Fonte: Globo, 202019.
ços de destaque e poder. Por isso, retoma-se a impor-
tância dos movimentos de resistência e das políticas Em grandes metrópoles, regiões metropolitanas
afirmativas. ou, ainda, megalópoles, é comum que ocorram muitos
problemas sociais, como a criminalidade, os conges-
VIDA URBANA: REDES E HIERARQUIA NAS tionamentos de veículos e a economia informal.
CIDADES, POBREZA E SEGREGAÇÃO ESPACIAL São Paulo, o maior dos polos metropolitanos, ocu-
pa a desconfortável primeira posição no ranking das
A Rede urbana é o conjunto da malha urbana de cidades brasileiras com mais favelas – no total, abriga
um país e se constitui pela articulação e pela influên- 2018. O Rio de Janeiro também tem problemas agra-
cia das metrópoles nas cidades médias e pequenas. vantes sob esse aspecto, abrigando a maior favela do
Para definir os centros da rede urbana brasileira, bus- país e uma das maiores do mundo: a Rocinha. A influ-
cam-se informações de subordinação administrativa ência do narcotráfico e do crime organizado são pro-
no setor público federal, no caso da gestão federal, blemas que causam muito impacto.
e de localização das sedes e filiais de empresas para Outro problema típico das grandes metrópoles é
estabelecer a gestão empresarial. a mobilidade urbana. Os grandes congestionamen-
A oferta de equipamentos e serviços também identi- tos nas avenidas desses polos representam uma das
fica que esses centros possuem informações de ligações maiores adversidades, que, atualmente, também atin-
aéreas, deslocamentos para internações hospitalares, gem as cidades de médio porte. Por fim, vale ressal-
áreas de cobertura das emissoras de televisão, oferta
4

tar que inúmeras atividades econômicas envolvem


-2

de ensino superior, diversidade de atividades comer- ações à margem da formalidade, ou seja, trabalhos
13

ciais, oferta de serviços bancários, entre outros. Exis- que não possuem firma registrada, não emitem notas
.7

tem, no Brasil, doze grandes redes de influência: fiscais, não possuem empregados com carteira assina-
28

da e, principalmente, não recolhem impostos para o


.8

z a rede centralizada por São Paulo, que também governo.


18

abrange parte de Minas Gerais, Mato Grosso do


-0

Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre;


EXERCÍCIOS COMENTADOS
ar

z a rede do Rio de Janeiro, que também abrange o


lm

Espírito Santo, o sul da Bahia e na Zona da Mata


gi

mineira; 1. (ENEM — 2022)


ar

z a rede de Brasília influi no oeste da Bahia, em


lm

alguns municípios de Goiás e no noroeste de Minas TEXTO I


Gerais;
gi

z as outras nove redes de influência são centralizadas Manda o Santo Ofício da Inquisição que ninguém, seja
por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Goi- qual for seu estado, idade ou condição, pare com car-
ânia, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. roça, caleça ou montaria nem atrapalhe com mesas
ou cadeiras o centro das ruas, que vão da Inquisição
O termo “metrópole” é empregado, atualmente, a São Domingos, nem atravesse a procissão em ponto
para designar as cidades centrais de áreas urbanas algum da ida ou da volta, amanhã, 19 do corrente, em
que assumem importante papel polarizador (influên- que se celebrará auto de fé. E também que nem nesse
cia econômica, política, cultural etc.) dentro de suas dia nem nos dos açoites ouse alguém atirar nos réus
HISTÓRIA

redes. Assim, as cidades são classificadas segundo maçãs, pedras, laranjas nem outra coisa qualquer.
uma hierarquia a partir de seus graus de influência e
importância, começando por aquelas de importância PALMA, R.. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Edusp; Giordano,
global e indo até às de importância local apenas. 1992 (adaptado).

19 BBC NEWS MUNDO. Quem mora em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, vive em média 10 anos menos do que os moradores
do Morumbi. Globo, 2020. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2020/02/por-que-america-latina-e-regiao-mais-desi-
gual-do-planeta.html. Acesso em: 18 jan. 2023. 279
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TEXTO II 3. (ENEM — 2022) A história do Primeiro de Maio de
1890 — na França e na Europa, o primeiro de todos os
Como acontece em todos os ritos, o sentido do auto Primeiros de Maio — é, sob vários aspectos, exemplar.
da fé é conferido pela sequência dos atos que o com- Resultante de um ato político deliberado, essa mani-
põem. Os lugares, as posturas, os gestos, as palavras festação ilustra o lado voluntário da construção de
são fixados previamente em toda a sua complexidade. uma classe — a classe operária — à qual os socialis-
Por isso, o auto da fé apresenta momentos fortes — tas tentam dar uma unidade política e cultural através
durante a preparação, a encenação, o ato e a recepção daquela pedagogia da festa cujo princípio, eficácia e
— que convém seguir em seus pormenores. limites há muito tempo tinham sido experimentados
pela Revolução Francesa.
BETHENCOURT, F.. História das Inquisições: Portugal, Espanha e
Itália – séculos XV-XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. PERROT, M.. Os excluídos da história: operários, mulheres e
prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

Com base no texto, a fixação dessa data comemorati-


O rito mencionado nos textos demonstra a capacida- va tinha por objetivo
de da Igreja em
a) Valorizar um sentimento burguês.
a) Abrandar cerimônias de punição. b) Afirmar uma identidade coletiva.
b) Favorecer anseios de violência. c) Edificar uma memória nacional.
c) Criticar políticas de disciplina. d) Criar uma comunidade cívica.
d) Produzir padrões de conduta. e) Definir uma tradição popular.
e) Ordenar cultos de heresia.
O Primeiro de Maio possui como justificativa a luta
A Inquisição teve como objetivo disciplinar a socie- coletiva de trabalhadores por melhores condições
dade europeia em torno das práticas determinadas sociais e por maior participação política, sendo
pela Igreja, isto, porque, em seu início, o Cristia- assim, ele se torna uma referência para que o con-
nismo possuía diversas correntes e a influência junto da sociedade veja o significado da unidade
do “paganismo” ainda era considerável, levando a política e cultural. Resposta: Letra B.
determinação dos padrões de conduta desejados.
Resposta: Letra D. 4. (ENEM — 2022) O princípio básico do Estado de direito
é o da eliminação do arbítrio no exercício dos poderes
2. (ENEM — 2022) Ainda que a fome ocorrida na Itália em públicos, com a consequente garantia de direitos dos
536 tenha origem nos eventos climáticos, suas impli- indivíduos perante esses poderes. Estado de direito
cações são tanto políticas quanto econômicas. Nos significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão
primeiros séculos da Idade Média, o auxílio aos famin- comum está acima da lei. Os governos democráticos
tos se inscreve no domínio da gestão pública, mesmo exercem a autoridade por meio da lei e estão eles pró-
quando a ação de seus agentes é apresentada sob o prios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.
ângulo da piedade e da caridade individuais, como é CANOTILHO, J. J. G. Estado de direito. Lisboa: Gradiva, 1999
o caso da Gália merovíngia. Assim, o fato de que as (adaptado).
4
-2

respostas à fome são mostradas, na Gália, como o fru-


13

to de iniciativas pessoais fundadas no imperativo da Nas sociedades contemporâneas, consiste em viola-


.7

caridade deriva da natureza das fontes do século VI. ção do princípio básico enunciado no texto:
28
.8

SILVA, M. C.. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da a) Supressão de eleições de representantes políticos.
18

Idade Média. Varia Historia, n. 60, set. - dez. 2016 (adaptado). b) Intervenção em áreas de vulnerabilidade pela Igreja.
-0

Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de c) Disseminação de projetos sociais em universidades.


ar

agir em face da situação de crise apresentada perten- d) Ampliação dos processos de concentração de renda.
lm

cia à jurisdição e) Regulamentação das relações de trabalho pelo


legislativo.
gi
ar

a) Da nobreza, proveniente da obrigação de proteção do


O sistema democrático consiste em pesos e contra-
lm

campesinato livre.
pesos que tem como objetivo evitar arbitrariedades,
gi

b) Da realeza, decorrente do conceito de governo subja-


garantir as liberdades e deliberar de forma coletiva
cente à monarquia cristã.
os interesses da sociedade. Sendo assim, a escolha de
c) Dos mosteiros, resultante do caráter fraternal afirma-
representantes por meio de eleições livres é um pilar
do nas regras monásticas.
fundamental da democracia. Resposta: Letra A.
d) Dos bispados, consequente da participação dos cléri-
gos nos assuntos comunitários.
e) Das corporações, procedente do padrão assistencia-
lista previsto nas normas estatutárias.

Ainda que seja identificado como o período de enfra-


quecimento do poder monárquico e fortalecimento
da nobreza, a Idade Média foi um período em que a
figura real nunca desapareceu e, em crises agudas,
como as de fome ou em situações de guerra, atuava
como auxiliadora. Resposta: Letra B.
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CARACTERÍSTICAS E TRANSFORMAÇÕES DAS ESTRUTURAS PRODUTIVAS
DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Escravismo Antigo

A escravidão foi citada em um dos primeiros códigos de leis de que se tem notícia, o Código de Hamurabi.
Além dos babilônios, essa forma de trabalho foi empregada entre egípcios, assírios, hebreus, gregos e romanos.
Em Atenas, na Grécia Antiga, os escravos eram capturados em guerras e ocupavam funções diversas, realizando
atividades domésticas, artesanais, comerciais e rurais. Assim como ocorreu no Egito Antigo, o escravo que possuía
grande habilidade artesanal era reconhecido, podendo adquirir alguma renda para chegar à liberdade.
Na sociedade espartana, os escravos eram propriedade do Estado e tinham de servir nas guerras. Entre os
romanos, eram empregados, principalmente, nas grandes propriedades, e cuidavam do cultivo das terras. Ao lon-
go do tempo, os escravos foram conquistando certas garantias, como, por exemplo, não serem castigados por seus
senhores. Em Roma, assim como em Atenas, havia possibilidade de o escravo obter sua liberdade.

Escravismo Moderno

A escravidão moderna se difere da escravidão antiga por conta de sua origem, de sua justificativa e do seu
impacto. Quanto a sua origem, este modo de exploração surgiu a partir da dominação europeia sobre os povos
africanos. Para construir as alianças com as lideranças locais, os europeus transformaram a escravidão já exis-
tente entre os nativos20 em uma rede de comércio de pessoas a fim de atender às mudanças comerciais do período
moderno. Como o comércio passaria a atender distâncias cada vez maiores, as viagens deveriam compensar, em
lucros, todo o investimento em torno delas.
Assim, surgiu a instituição do tráfico negreiro, que veio a impulsionar a escravidão, principalmente, entre
América e África. Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas tenham sido retiradas de seu continente natal,
escravizadas e vendidas como propriedade nas terras do “Novo Mundo”. Em menor contingente, Europa e Ásia
também receberam escravizados, mas em número drasticamente reduzido.
A justificativa econômica, ligada tanto a movimentar a lucratividade do tráfico negreiro quanto a movimentar
o trabalho escravo nas lavouras, vinculava-se à justificativa cultural. Isto, porque a escravização dos africanos, em
detrimento da escravidão dos ameríndios, foi promovida por conta da islamização dos povos na África, enquanto
o movimento de catequização acontecia na América. Ou seja, os islâmicos, considerados “infiéis”, mereceriam a
escravidão.
Vale, ainda, destacar que o impacto da escravidão moderna foi imenso, sendo considerado o maior desloca-
mento forçado de seres humanos em toda a história. O cotidiano das sociedades escravistas, nas quais os senhores
tratavam as pessoas escravizadas como “propriedade” ou “coisa”, deixou como legado a violência e o racismo que
muitos descendentes viriam a sofrer mesmo após a abolição desse sistema de trabalho infame.

Feudalismo
4
-2

Após a queda do Império Romano Ocidental, a Europa acabou sendo dividida em diversos reinos germânicos.
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

HISTÓRIA

Fonte: Wikipédia, 201421.

20 Observação: os modelos de escravização utilizados pelas populações africanas em muito se diferem daquele adotado pelas potências
europeias, de modo que não é possível compará-los. A escravização atlântica/colonial capitalizou os corpos africanos, transformando-os em
mercadorias.
21 Mapa Político da Europa em 526. Wikipédia, 2014. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Europa_in_526-pt.svg. Acesso em: 19 jan. 2023. 281
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Já no século VIII, Carlos Magno promoveu a expan- z Tendência à expansão: desde seu surgimento, o
são dos francos, formando o Império Carolíngio. capitalismo vem se expandido, de modo que, atu-
Para governar um território com extensão cada almente, encontra-se presente em quase todas
vez maior, Carlos Magno passou a delegar poderes as regiões do mundo. De outro modo, quando se
para grandes proprietários de terra, que passaram fala em globalização, fala-se da própria história
a possuir títulos de nobreza: duques, condes e mar- do Capitalismo – desde o início do século XVI, por
queses, cuja principal função era garantir a proteção uma série de motivos históricos, os valores, teorias
do território. Após a morte de Carlos Magno, o Impé- e ideias tipicamente europeias vem se disseminan-
rio Carolíngio foi dividido entre seus três filhos. No do por todas as civilizações humanas.
entanto, a dificuldade de manter uma administração
centralizada levou ao crescimento do prestígio e do Socialismo
poder dessa nobreza proprietária de terras.
A essas grandes faixas de terras, dadas em troca
O socialismo caracteriza-se como teoria política
de obediência e fidelidade, dava-se o nome de feudo.
desenvolvida por Karl Marx e Friederick Engels como
Desse termo, surgiu o feudalismo, isto é, um sistema
crítica e oposição ao sistema capitalista. Segundo os
baseado na relação de dependência entre pessoas
autores, o Capitalismo é um sistema que, naturalmen-
que recebiam posses e em troca garantiam proteção.
te, leva a crises, nas quais os grandes prejudicados são
Do mesmo modo, os servos trabalhavam em troca de
moradia no feudo. Nesse sistema, a Igreja Católica os trabalhadores, menos privilegiados na luta de clas-
tinha grande influência e prestígio. ses contra os proprietários dos meios de produção.
Sendo assim, a emancipação do trabalhador deveria
Capitalismo vir por meio de uma revolução a partir da qual a clas-
se operária passaria a ter a posse coletiva dos meios
O Capitalismo, conhecido pela divisão da socieda- de produção.
de em classes, pode ser compreendido como um sis- Esse modelo foi empregado, pela primeira vez,
tema econômico guiado pela obtenção do lucro, pela na União Soviética, alguns anos após a Revolução de
proteção da propriedade privada e pela reprodução 1917.
do capital. Dentre seus impactos, podemos citar as
ramificações políticas, sociais, culturais e ambientais. A ECONOMIA AGROEXPORTADORA BRASILEIRA
O capital econômico é representado pelo conjun-
to de bens econômicos, tais como: dinheiro, bitcoins, Complexo Açucareiro
patrimônio, bens materiais. Além disso, pode ser
medido, também, pela quantidade de bens e serviços
O solo propício para o cultivo da cana-de-açúcar
a que os burgueses têm acesso. Neste sentido, é possí-
e a boa cotação no comércio europeu favoreceram a
vel refletir que, numa família que possui maior capi-
escolha do produto para a colônia. Os principais cen-
tal econômico, os pais têm capacidade de oferecer, aos
filhos, acesso a instituições de ensino melhores do que tros de produção açucareira do Brasil localizavam-se
famílias com menor capital econômico. nos atuais estados de Pernambuco e Bahia. A ocupa-
Numa perspectiva histórica, pode-se afirmar que o ção do Brasil, no século XVI, esteve profundamente
capitalismo evoluiu para um sistema econômico mun- ligada à indústria açucareira.
dial, cujas principais características são: A pintura abaixo foi feita por Franz Post, em 1647,
4

como representação de um engenho em Itamaracá.


-2

z Acúmulo de riquezas e obtenção de capital


13

(lucro): o trabalho organiza-se a partir da mão de


.7
28

obra proletária. A fim de aumentar a renda lucra-


tiva, os donos dos meios de produção reduzem os
.8
18

custos do trabalho e aumentam os preços dos seus


produtos e serviços;
-0

z Trabalho assalariado: para que a economia capi-


ar

talista continue girando, o salário é fundamental,


lm

afinal, apenas a partir destes, os próprios proletá-


gi

rios podem se tornar consumidores, comprando, à


ar

alto custo, aquilo que eles mesmos produzem;


lm

z Ideologia da propriedade privada: no capitalis-


Fonte: FFLCH, USP, s.d22.
gi

mo, o modo de produção atrela-se à propriedade


individual. Nesse sistema, a propriedade privada é
O latifúndio, isto é, a grande propriedade rural, for-
superior à ideia de coletividade;
z Sociedade de classes: o sistema capitalista é res- mou-se nesse período, assim como a monocultura de
ponsável pela criação de duas classes sociais, opos- exportação e a escravidão. O senhor de engenho, que
tas e complementares (uma sobrevive às custas da era proprietário do complexo de produção de açúcar,
outra) – a classe capitalista e a classe proletária; desfrutava de grande status social. Ele e sua família
z Racionalização do tempo e do espaço: o sistema moravam na casa-grande, local em que podia desem-
capitalista é responsável pela quantificação, cálcu- penhar seu papel de patriarca. Os engenhos eram
lo e medida das dimensões do tempo e do espaço, compostos de amplas propriedades de terra, ganhas
uma vez que a reprodução do capital depende dis- através da concessão de sesmarias (grandes porções
so. O salário, à título de exemplo, é pago a partir de terra cedidas aos colonos pela Coroa Portuguesa).
das horas trabalhadas, os juros, calculados a partir
de uma data de pagamento preestabelecida;

282 22 Engenho de Itamaracá, Frans Post. Disponível em: https://cjc.fflch.usp.br/viicongresso. Acesso em: 19 jan. 2023
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Mineração no Período Colonial Com a vinda da Família Real Portuguesa, em 1808,
houve um crescimento vertiginoso da produção de
Apesar da expectativa metropolitana, o ouro, em café, chegando a 67 mil toneladas em 1833, o que
território nacional, só foi encontrado no ano de 1698, a representava o valor total da produção mundial nas
partir das bandeiras (fluxos exploratórios dos bandei- portas da Revolução Haitiana em 1790.
rantes “paulistanos”, antiga região de São Vicente). A A produção do Vale do Paraíba dominou o merca-
descoberta do minério, além de gerar uma imigração do mundial do café, com larga vantagem, até a déca-
em massa para o Brasil, também foi responsável pela da de 1870, quando foi superado pelo Oeste Paulista e
intensificação do tráfico negreiro. Na atual região de pela Zona da Mata Mineira.
Minas Gerais, a população chegou a 300 mil habitan- O crescimento cafeeiro dependeu de acordos polí-
tes, dentre os quais cerca de 50% eram escravizados. ticos internos que dessem segurança ao elo entre
A chegada de forasteiros das mais diversas regiões cafeicultura e tráfico negreiro: mesmo com a apro-
do país às áreas de exploração causou tensão entre os vação da Lei Feijó (7 de novembro de 1831) e com a
descobridores paulistas, que se alcunhavam “embo- proibição do tráfico (imposta pela pressão inglesa), a
abas”, e os migrantes. À vista disso, entre os anos de coalizão entre conservadores (saquaremas), liberais
1707 e 1709, eclodiu a “guerra dos emboabas”, conflito moderados (luzias) e fazendeiros do Vale do Paraíba
travado entre os paulistanos e os novos habitantes da levou à revogação prática (não formal) da legislação,
região. Derrotados e expulsos, os vicentinos desloca- o que a fez entrar para a história como a “Lei para
ram-se para o oeste do território, onde encontraram inglês ver”. Após uma queda, entre 1831 e 1835, o trá-
ouro em Cuiabá (1717) e no Goiás Velho (1721). fico foi praticado, sistematicamente, até 1850, ano em
Após este conflito, a metrópole portuguesa refor- que a Lei Eusébio de Queirós foi criada. Mesmo assim,
çou o seu domínio a partir da criação de uma série a legislação não impediu o crescimento do tráfico
de tributações (tais como a quinta sobre a onça de interno para abastecer as lavouras de café do sudeste.
ouro extraída), impedindo que as vilas se tornassem O plantio realizado em modo vertical objetivava o
cidades autônomas. Outrossim, à época da Mineração, aumento da exploração de trabalho escravo, pois con-
foi construída a Estrada Real (primeiro, entre Parati tava, em média, com 6 mil pés por escravo (em Cuba, a
e Ouro Preto e, depois, entre o Rio de Janeiro e Dia- média era de 2 mil pés por escravo). Os escravos eram
mantina). Ainda mais importante, no mesmo período, organizados em ternos (turmas) e alocados em fileiras
a sede do governo português migrou para a região do de arbustos sob o comando de um capataz.
Rio de Janeiro em 1763. O mercado interno tornou-se A partir da década de 1850, a elasticidade da pro-
mais integrado para o abastecimento da Capitania das dução brasileira ganhou um aliado fundamental: a
Minas. Com o declínio do ciclo do ouro, por volta de ferrovia. Com empréstimos ingleses, investimentos
1770, a população se espalhou, locomovendo-se prin- de grandes cafeicultores e de empresários, à exemplo
cipalmente para o sul de Minas e para a Zona da Mata. do Barão de Mauá, várias foram as ferrovias surgidas
Outra consequência da mineração, “época de com a intenção de ligar os portos do Rio de Janeiro às
ouro”, foi o florescimento das artes, em especial, regiões produtoras, como o Vale do Paraíba, o Oeste
na arquitetura, com Antônio Francisco Lisboa, o Paulista, a Zona da Mata Mineira e o Sul de Minas.
Aleijadinho. A imagem abaixo retrata a colheita de café no iní-
4

cio do século XX no interior paulista.


-2

A Economia Cafeeira
13
.7

Com a Revolução Industrial, a Inglaterra tornou-se


28

uma importante consumidora de café, que era utiliza-


.8

do como estimulante para os seus trabalhadores. Até o


18

século XVIII, a principal produtora da bebida era a colô-


-0

nia francesa de São Domingo. Com o processo revolucio-


ar

nário que culminou na independência do Haiti, em 1804,


lm

e a consequente retirada do principal produtor, houve


gi

um impacto nas demais zonas produtoras mundiais. O


ar

deslanche cafeeiro, no Brasil, a partir do final da década


lm

de 1820, aconteceu por alguns legados da economia aurí-


gi

fera. Dentre estes, destacam-se:

z um volumoso tráfico negreiro transatlântico entre Fonte: E. M. Newman/Wikimedia Commons.


os portos da África Central e o Rio de Janeiro (con-
trolado pelos negociantes); Na década de 1870, durante os períodos da “expan-
z a abertura de vias que cruzavam o Vale do Paraíba; são para o Oeste” e da “reconstrução”, os Estados
z a grande disponibilidade de terras virgens, deri- Unidos tiveram importante papel enquanto consu-
vada da “política das zonas proibidas” (ordenação midores de café, facilitados por meio de tarifas de
que buscava evitar o extravio de ouro ao impossi- importação mais baixas e barateamento nos custos
HISTÓRIA

bilitar a abertura de novos caminhos ou o povo- do produto, de modo semelhante ao que ocorreu nos
amento em áreas onde inexistissem registros, países do norte da Europa em processo de industriali-
passagens e vigilância); zação, urbanização e aumento demográfico. Interessa
z sistema de transporte baseado em tropas de mulas destacar, ainda, a passagem do café de um mercado
(eficiente para a topografia acidentada do Centro-Sul). restrito e de luxo, no século XVIII, para um mercado
de massa industrial, no século XIX.
283
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A consequência do modo de exploração vertical, de lã e algodão para a fabricação de tecidos e pela
que priorizava a exploração do trabalho, levou ao difusão do uso de máquinas a vapor, que utilizavam o
esgotamento dos solos e ao envelhecimento rápido carvão mineral como fonte de energia. Essa fase prati-
dos pés, exigindo constantes utilizações de mata vir- camente se limitou à Inglaterra, embora os Países Bai-
gem. Nesse processo, o Oeste Paulista, a Zona da Mata xos e França tenham participado tardiamente.
Mineira e o Sul de Minas ofereciam solos melhores, A Segunda Revolução Industrial ocorreu entre
modo de plantio menos destrutivo (plantação em cur- os anos de 1850 até os anos 1910 e foi marcada pelo
va de nível) e novas formas de empreendimento (por emprego de combustíveis fósseis, principalmente o
meio do trabalho assalariado de imigrantes). Com petróleo, pela expansão do setor secundário da eco-
isso, o ciclo do café teve um novo impulso e declinou nomia (siderurgia e metalurgia): Estados Unidos (no
apenas na década de 1920 com a crise de superprodu- processo de reconstrução após a Guerra Civil), o Japão
ção e queda vertiginosa nos preços mundiais do café. (durante a Era Meiji) e a Alemanha (em seu processo
de unificação) foram os países de maior destaque.
A Borracha na Amazônia A Terceira Revolução Industrial, iniciada nos
anos 1950, caracterizou-se pela expansão da indústria
Na Amazônia, a borracha era um material conhe- de tecnologia de ponta, pelo emprego da robótica, da
cido há muito tempo. No entanto, faltava uma opor- informática e da eletrônica. Seus protagonistas foram
tunidade de mercado que pudesse valorizá-la como os europeus, estadunidenses, japoneses e sul-coreanos.
produto. Com o advento da Segunda Revolução Indus- Ao se lançar à expansão pelos mares, além da
trial, na segunda metade do século XIX, a borracha acumulação de riqueza pela exploração de metais
passou a ser uma importante matéria-prima para a preciosos e especiarias, a formação de mercado inter-
indústria global. nacional exigia novos investimentos: a procura por
A exploração acabou forçando um movimento de lucros dos grandes comerciantes impulsionou negó-
migração considerável para a região amazônica, em cios industriais. O crescimento desses negócios levou
especial, do Nordeste. Por outro lado, houve um pro- à circulação de moeda, ao aparecimento de bancos
cesso de modernização do território, com a instalação regulares e de novas operações financeiras que foram
da ferrovia Madeira-Mamoré. Além disso, a cidade de valorizando cada vez mais os bens móveis sobre os
Manaus acabou passando por um processo de urbani- bens imóveis, afetando a terra e o símbolo de poder
zação, simbolizado pelo Teatro Municipal. da aristocracia.
A necessidade de unificar moedas, impostos, leis,
normas, pesos, medidas, fronteiras, alfândega e regu-
lamentar mercados nacionais e internacionais sig-
nificou a necessidade unificação política entorno do
Estado Nacional. Por outro lado, o processo de expur-
gos e expropriações dos camponeses de suas terras
para a produção de lã permitiu a formação de uma
massa carente de trabalho nas cidades para serem
absorvidas pela indústria.
A condição de vida dos trabalhadores era péssima.
4

Crianças, idosos, mulheres ou homens eram submeti-


-2
13

dos a jornadas que chegavam a de 16 horas de traba-


.7

lho por dia. Caso houvesse atrasos ou perda no ritmo


28

da produção, estes poderiam sofrer castigos físicos,


.8

além de sofrerem com descontos de metade de seu


18

pagamento. Não tardou que surgissem movimentos


-0

Fonte: Wikipédia, 2022.23 de reação a esse sistema de exploração.


Em 1799, o Parlamento Inglês aprovou o Combi-
ar

A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL nation Act, proibindo a criação de associações de tra-


lm

balhadores para negociar condições de trabalho e de


gi

Criação do Sistema de Fábrica na Europa e salário. Houve, entre 1811 e 1812, entre os tecelões,
ar

Transformações no Processo de Produção um movimento de quebrar teares para forçar o recuo


lm

de proprietários na demissão de trabalhadores e na


gi

Sem exagero algum, podemos dizer que a Revo- diminuição de salários. Esse movimento ficou conhe-
lução Industrial deu luz à nossa época. A Revolução cido como ludismo e acabou inspirando outras orga-
Industrial foi um longo processo de transformação nizações sociais e protestos pela Europa.
social e econômica que deu origem a novas formas de Mesmo em meio à repressão, a pressão do movi-
produção, emprego de novas matérias-primas e for- mento fez com que o Parlamento, em 1825, revogasse
mas de energia que modificaram a forma de trabalho, a Combination Act de 1799, permitindo o surgimento
a estrutura social, a estrutura urbana e rural, as tecno- de associações de trabalhadores. É desse modo que,
logias e a relação com o tempo. a partir da década de 1830, tem início um movimen-
A Revolução Industrial não tem uma data especí- to conhecido como cartismo, que buscava direitos
fica, ao contrário, possui diferentes fases, cada uma, por meio da política, como o sufrágio universal e as
marcada por uma inovação na forma de produzir as eleições parlamentares anuais (lembre-se que apenas
mercadorias. Seguindo esse entendimento: a Primei- 18% da população masculina inglesa votava). A rejei-
ra Revolução Industrial ocorreu entre os anos 1760 ção do Parlamento a essas mudanças foi o estopim
até os anos 1830 e foi marcada pela força da indústria para diversas greves.
284 23 Teatro Municipal de Manaus. Wikipédia, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Amazonas. Acesso em: 19 jan. 2023.
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Dentre as principais consequências da Revolução Taylorismo
Industrial, podemos mencionar os métodos de pro-
dução mais eficientes, que exigiram a ampliação de Elaborado por Frederick W. Taylor, é a modalida-
mercado consumidor e que levou ao barateamento de que aplica a máxima produtividade por meio da
de produtos. A necessidade de exploração de maté- repetição da mesma tarefa pelos trabalhadores e pela
rias-primas induziu as nações europeias a uma nova divisão de tarefas;
expansão colonial: a partir da década de 1880, Ingla- Na imagem abaixo, encontra-se uma linha de pro-
terra, França, Alemanha, Bélgica, entre outros, se fir-
dução taylorista.
mam como impérios neocoloniais com possessões em
vários continentes, mas com destaque para a partilha
da África e da Ásia. Inclusive, foi essa guerra imperia-
lista por terras, mercados e poder que levou a Primei-
ra Grande Guerra em 1914.

FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO INDUSTRIAL

Espaço geoeconômico é o espaço em que atuam os


elementos do sistema econômico, ou seja, no qual se
dá a relação entre agropecuária, comércio, indústria
ou serviços com o meio no qual este está instalado.
Assim, o espaço urbano-industrial é um exemplo de
espaço geoeconômico.
O Brasil não apresentou grandes avanços em sua Fonte: Super Interessante, 2018.24
indústria até a década de 1930. Antes disso, a indústria
servia somente para auxiliar setores mais importan- O Fordismo
tes, como o café e a borracha. Em 1929, uma grande
crise econômica impediu que os grandes fazendeiros Elaborado por Henry Ford, utiliza a premissa de
conseguissem vender, prejudicando a economia. Sen- esforço repetitivo e de distribuição de tarefas. Foi res-
do assim, o país passou a investir no setor industrial. ponsável pela introdução da esteira, agilizando a che-
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, gada da matéria em confecção ao operário, modelo que
os países destruídos precisavam importar produtos, o passaria a ser conhecido como linha de montagem;
que serviu de oportunidade para que o Brasil passasse Abaixo, vemos a foto de uma linha de produção
a desenvolver sua industrialização. A partir da década fordista.
de 1950, com o famoso governo de Kubitschek, o país
passou a investir cada vez mais em suas cidades, na
construção de estradas e na geração de energia.
Hoje em dia, a indústria, no Brasil, tem tido um
avanço tecnológico cada vez maior, com o uso de
máquinas e da informática. O setor industrial é respon-
sável por 22% de toda riqueza produzida no território.
4

Uma das consequências mais importantes do desen-


-2
13

volvimento da indústria brasileira foi a urbanização.


As cidades cresceram e, com elas, vieram as oportuni-
.7
28

dades de emprego e de moradia. Neste contexto, as pes-


.8

soas foram abandonando o campo para se mudarem


18

para a cidade. Assim, a necessidade de transporte foi


-0

se tornando uma questão cada vez mais importante,


além da criação e manutenção de rodovias, estradas,
ar

avenidas e ruas para facilitar a locomoção das pessoas.


lm

A desigualdade foi, também, outra consequência, Fonte: Guia do Ensino, s.d.25


gi

representada pelo surgimento das periferias, pela


ar

defasagem dos sistemas de transporte, pelo desem- O Toyotismo


lm

prego e por uma série de outros problemas sociais.


gi

Baseia-se em uma produção flexível que depende


TRANSFORMAÇÕES NA ESTRUTURA PRODUTIVA da procura dos consumidores, da rapidez na produ-
NO SÉCULO XX ção e de um trabalhador que acumule funções. Den-
tre suas vantagens, podemos citar a não necessidade
As Novas Técnicas de Produção e seus Impactos de estocagem de produtos, o que poderia ocasionar
As modalidades produtivas são adotadas por perda. Esse modelo foi formulado na década de 1970
empresas para organizar o modo de produzir e modo por Taiichi Ohno e Eiji Toyoda e aplicado, primeira-
de prestar serviços. Com a adoção massiva de um mente, nas linhas de produção da Toyota. O Toyotismo
HISTÓRIA

determinado modelo, temos mudanças de impacto favoreceu o aumento da tecnologia na produção, que
socioeconômico. Os modelos mais famosos ao longo reduziu substancialmente a necessidade de mão de
da história foram: obra (absorvida pelo comércio e pelos serviços).
24 MOTOMURA, M.. Como se fabrica um carro? Super Interessante, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-se-
-fabrica-um-carro/. Acesso em: 19 jan. 2023.
25 Diferentes formas de organização da produção. Guia do Ensino, s.d. Disponível em: https://guiadoensino.com.br/fisica/entenda-a-relacao-en-
tre-forca-e-movimento/. Acesso em: 19. jan. 2023. 285
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sendo desvantajoso, já que o Brasil estava muito atra-
sado industrialmente em relação ao seu parceiro.
Já sob o Brasil Independente, governado por D.
Pedro II, a Tarifa Alves Branco (1844) estabeleceu
medidas que visavam proteger o mercado interno da
concorrência externa a partir do aumento das tari-
fas para importação. Embora o setor têxtil tenha tido
algum crescimento, outras iniciativas industrialistas,
caso do Barão de Mauá, acabaram morrendo sem o
interesse do Estado em promover esses empreen-
dimentos, ao passo que o país possuía mão de obra
escrava e sem qualificação para a indústria.
A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil
Fonte: Globo, 2016.26
consolidou-se como o principal exportador mundial
de café. Até aquele momento, o transporte do pro-
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA, A duto era realizado por mulas, o que causava grande
URBANIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS perda de tempo e de grãos no trajeto até os portos. Os
E TRABALHISTAS fazendeiros da época viram, então, a necessidade de
construir ferrovias para otimizar o deslocamento da
O gráfico a seguir representa a composição históri- produção. Foi assim que o capital cafeeiro passou a
ca da população rural e urbana do Brasil. ser investido, também, na indústria. Por outro lado,
vale destacar que a mão de obra foi ampliada com
1.000 habitantes a vinda de imigrantes europeus e, paralelamente, a
escravidão foi lentamente substituída pelo trabalho
160.000 População
urbana
livre e assalariado.
População A transição do trabalho livre teve impacto em
140.000 rural
diversos âmbitos. Já na década de 1880, a chegada
120.000 de imigrantes impulsionou o surgimento de movi-
mentos contestatórios ao Império, até que, devido ao
100.000
descontentamento da sociedade brasileira para com o
sistema Imperial, 1889, a República foi proclamada a
80.000
partir de um golpe. No campo econômico, o trabalho
60.000 livre e assalariado obrigou o país a formar um sistema
bancário e financeiro mais amplo e capaz de suprir
40.000
as novas demandas. Não à toa, crises de emissão de
moeda e inflação foram muito recorrentes no início
20.000
do período republicano.
0 Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 1914, a indústria brasileira beneficiou-se, pois pas-
4

sou a atender o mercado internacional, voltado para


-2
13

Fonte: IBGE, s.d.27 a produção bélica. Todavia, com a crise econômica


.7

resultante da quebra da Bolsa de Valores de Nova


28

Perceba que, dentro do prazo de algumas décadas, Iorque, em 1929, o Brasil perdeu seus principais con-
.8

o Brasil deixou de ser um país maciçamente rural para sumidores – Estados Unidos e Europa, preocupados
18

ter como base as cidades. Para entendermos o que em reestruturar sua economia interna. A chegada de
-0

houve para que esse movimento fosse consolidado, Getúlio Vargas ao poder, em 1930, foi, então, o ponto
é necessário discutir o processo de industrialização. de virada para a industrialização do Brasil.
ar

Sem a mudança radical no modo como produzimos


lm

nossas mercadorias e no emprego da mão de obra, Industrialização na Era Vargas (1930 – 1954)
gi

certamente não teríamos tido o deslocamento de


ar

milhões de brasileiros para as cidades ao longo do A crise na base agrário exportadora levou o Brasil
lm

século XX e XXI. a procurar por saídas industrialistas. Durante a déca-


gi

da de 1930, ao passo em que os projetos para insta-


Os Antecedentes lação das indústrias de base eram postos em prática,
os empreendimentos industriais quase duplicaram de
O primeiro movimento que foi destaque para a tamanho no país.
industrialização no Brasil pode ser localizado na vin- Importante lembrar que, a indústrias de base são
da da Família Real Portuguesa em 1808. Diz-se isso responsáveis pela transformação de matérias-pri-
pois, com sua chegada, D. João VI revogou as medidas mas em produtos para outras indústrias: metalúrgicas,
do período colonial que proibiam o empreendimento siderúrgicas e petrolíferas.
em terras brasileiras. Entretanto, apesar de a primei- Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em
ra medida favorecer o crescimento do setor industrial 1939, os países envolvidos no conflito tiveram seus
brasileiro, o monarca assinou um acordo de abertu- esforços econômicos direcionados para o abasteci-
ra comercial com o Império Britânico, o que acabou mento de seus fronts de batalha.
26 Fábrica de Carros (AutoEsporte). Globo, 2016. Disponível em: https://autoesporte.globo.com/carros/noticia/2016/06/brasil-e-argentina-reno-
vam-acordo-ate-2020.ghtml. Acesso em: 19 jan. 2023.
286 27 Disponível em: https://www.infoescola.com/demografia/populacao-do-brasil/exercicios/. Acesso em: 19 jan. 2023.
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A dificuldade no comércio exterior forçou o Brasil Abaixo, podemos ver uma charge ironizando a
a adotar a substituição de importações para que o país contradição entre o desenvolvimento econômico e a
tivesse maior autossuficiência produtiva. O símbolo desigualdade social nos anos JK.
dessa época foi a fundação da Companhia Siderúr-
gica Nacional (CSN), em 1941, em Volta Redonda, que
passou a operar de forma efetiva em 1946, fornecendo
minério de ferro e aço.
Deposto em 1945, Vargas voltaria ao poder através
de voto em 1951. Em 1953, foi fundada a Petrobras,
uma das maiores petrolíferas do mundo. De sua fun-
dação até 1998, a Petrobras teve o monopólio sobre a
exploração de petróleo em território brasileiro.
Após o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de
1954, a política brasileira ficou marcada por grande tur-
bulência, até que, em 31 de janeiro de 1956, o presidente
eleito, Juscelino Kubitschek, assumiu o Governo.

A Industrialização nos Anos JK (1956 – 1961)

Empossado como presidente, JK procurou colocar


em prática o seu lema de campanha “50 anos em 5”,
isto é, o quanto o Brasil deveria se desenvolver sob
seu mandato. A fim de executá-lo, o governante apre-
sentou o Plano de Metas, um programa que continha
trinta metas a serem cumpridas, dando ênfase aos
setores industrial, energético e de transportes. Vale
destacar que havia uma espécie de metassíntese de
seu programa: a construção de uma nova capital no
Planalto Central: Brasília. Fonte: Leite (2014)29.
Abaixo, podemos observar a vista aérea da capital
em construção Por outro lado, todo esse crescimento não se deu
sem contradições. Os empréstimos realizados pelo
Governo acabaram aumentando a dívida externa. Pela
falta de regulamentação da remessa de lucros, gran-
de parte dos lucros foram para os países de origem
das multinacionais. O desenvolvimento econômico
também não foi acompanhado pelo desenvolvimento
social, logo, a inflação e o desemprego foram proble-
mas que perduraram. Além destes, um grande proble-
ma da época (presente até hoje) foi a concentração de
4
-2

terras no campo, fato que obrigou o êxodo rural da


13

população camponesa.
.7
28

Industrialização no Regime Militar (1964-1985)


.8
18

A crise no modelo desenvolvimentista do gover-


-0

no JK foi sentida nos anos 1960. A ruptura ocorrida


ar

com a deposição do presidente João Goulart, por um


lm

golpe civil-militar (1964) tinha como promessa reco-


gi

Fonte: Estadão Conteúdo, 201628. locar o Brasil no caminho do “desenvolvimento” e da


“ordem”.
ar

Durante o governo Castelo Branco (1964 – 1967),


lm

Durante os anos JK, a produção industrial de base


(metalúrgica, siderúrgica, petroquímica), de bens a principal preocupação econômica era o controle da
gi

duráveis (automóveis) e de energia teve um cresci- inflação e o controle do endividamento público. Isso
mento notável, induzido, principalmente, por meio se traduziu, na prática, pelo abandono do apoio esta-
de empréstimos estrangeiros, pela instalação de mul- tal ao desenvolvimento industrial e congelamento de
tinacionais e pela elevação do padrão de consumo da ganhos salariais dos trabalhadores. Por outro lado,
população. Neste sentido, muitos estudiosos sobre o essa fase possibilitou a formação de uma poupança
período analisam que o barateamento dos bens de que pôde ser convertida em altos investimentos pelos
consumo, a integração nacional e a geração de empre- próximos dois governos militares: Costa e Silva (1967
gos foram grandes vantagens obtidas pelo projeto – 1969) e Médici (1969 – 1974).
HISTÓRIA

desenvolvimentista de Juscelino. Na imagem abaixo, vemos a Usina de Itaipu em


1982, importante símbolo do investimento energético
na época dos militares.

28 VIZZONI. A Capital vista de cima. O Estadão, 2016. Disponível em: https://fotos.estadao.com.br/galerias/acervo,brasilia-1960-inaugura-


da,24926,572464. Acesso em: 19 jan. 2023.
29 LEITE, R.. Charge de Théo sobre o Plano de Metas, publicada na revista Careta em 1960. Disponível em: http://rosangelal.blogspot.
com/2014/11/atividades-9-ano-214-1.html. Acesso em: 19 jan. 2023. 287
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Essas medidas acabaram sendo adotadas, sobretu-
do, a partir dos anos 1990. Vale destacar que, durante
o governo Fernando Henrique Cardoso (1995 – 2002),
houve privatizações nos setores da comunicação, da
Vale do Rio Doce e a quebra do monopólio da explora-
ção de petróleo pela Petrobras.
O novo século foi marcado pela elevação no preço
das commodities, isto é, produtos primários, como petró-
leo, minério de ferro, soja, café, cana de açúcar, carne,
entre outros. Essa tendência fez com que o Brasil recu-
asse nos investimentos industriais para dar atenção ao
setor primário. Para muitos especialistas, vivemos um
duplo processo: de um lado, a desindustrialização e, por
outro, a primarização da economia brasileira.

Urbanização no Brasil

O processo acentuado de industrialização vivido pelo


Fonte: O Globo, 201930. Brasil, sobretudo entre as décadas de 1950 e 1980, teve
como importante consequência a urbanização do Brasil.
O período compreendido entre 1968 e 1974 é conhe- Atenção: a urbanização ocorre quando a maior parte
cido como “milagre econômico” devido às altas taxas da população passa a residir nas cidades, meios urbanos.
de crescimento econômico e da atividade produtiva no Alguns fatores que colaboraram para o desloca-
Brasil apresentadas na época. Vale destacar que a média mento dos brasileiros para as cidades foram:
de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) alcançou
7% ao ano. Além disso, no mesmo período, ocorreu um z a grande concentração de terra existente no campo,
grande processo de modernização do sistema rodoviário que dificulta a posse e propriedade por camponeses;
e energético e uma ampliação considerável no consumo z dificuldade na produção em pequenas proprieda-
de bens duráveis – automóveis e eletrodomésticos. des rurais;
Todavia, o aumento do preço internacional do petró- z a alta mecanização da agricultura, que reduz o
leo trouxe, ao país, dificuldades na administração do número de postos de trabalho;
crescimento de empréstimos externos e na ampliação do z as oportunidades de emprego e de desenvolvimen-
consumo interno. Por isso, o período do “milagre econô- to existentes nas cidades;
mico” também é marcado pela grande concentração de
renda e aumento da desigualdade social. Todavia o crescimento urbano desordenado
Durante o governo Geisel (1974 – 1979), a grande conduziu as cidades brasileiras a problemas, como
preocupação foi consolidar a produção de energia e desemprego, falta de moradia, violência, ocupação
extração de recursos minerais, mesmo que às custas irregular em áreas de risco, problemas ambientais,
4

das poucas condições de investimento e empréstimo. entre outros. Estima-se que, hoje, cerca de 85% dos
-2

brasileiros residem nas áreas urbanas.


13

Não à toa, o último governo militar, Figueiredo (1979 –


.7

1985), foi marcado, justamente, pela explosão da infla-


28

ção e dos custos da dívida externa, problemas estes


EXERCÍCIOS COMENTADOS
.8

que se estenderiam para a Nova República.


18

1. (ENEM — 2020) Sexto rei sumério (governante entre


-0

Industrialização nos Nossos Dias os séculos XVIII e XVII a.C.) e nascido em Babel,
ar

“Khammu-rabi” (pronúncia em babilônio) foi funda-


lm

Os anos 1980 foram marcados pela grande cri- dor do I Império Babilônico (correspondente ao atual
gi

se econômica, que se abateu sobre vários países Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâ-
ar

latino-americanos. mico, unindo os semitas e os sumérios e levando a


lm

Sem condições de contar com os empréstimos Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi
gi

estrangeiros, houve grande dificuldade em retomar permanece indissociavelmente ligado ao código jurídi-
o crescimento. Em meio a isso, somou-se a inflação e co tido como o mais remoto já descoberto: o Código
o desemprego. A crise do modelo desenvolvimentis- de Hamurabi. O legislador babilônico consolidou a tra-
ta (grande intervenção do Estado na economia) deu dição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o
lugar às propostas conhecidas como neoliberais. Entre direito e a lei a todos os súditos.
outras coisas, o neoliberalismo propunha: Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 12 fev.
2013 (adaptado).
z controle dos gastos do Governo;
z não intervenção do Estado na economia; Nesse contexto de organização da vida social, as leis
z desregulamentação e flexibilização de leis contidas no Código citado tinham o sentido de
trabalhistas;
z privatização de empresas estatais; a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
z controle da inflação. b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
30 A Construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O Globo, 2019. Disponível em: https://oglobo.globo.com/fotogalerias/a-construcao-da-usina-hi-
288 dreletrica-de-itaipu-23847771. Acesso em: 19 jan. 2023
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c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros No contexto da luta desses caixeiros, os republi-
de guerra. canos se posicionavam em contestação ao regime
d) promover distribuição de terras aos desemprega- monárquico, em especial, por seu caráter centra-
dos urbanos. lizador, enquanto os abolicionistas queriam o fim
e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes do sistema escravista, que já durava mais de três
de estrangeiros. séculos. Assim, os princípios monárquicos eram
contestados em diversas frentes, sendo a capital do
O código de Hamurabi é o registro mais antigo que Império o epicentro dessa crise. Resposta: Letra E.
se tem notícia que versa sobre as leis de punição cri-
minal da história. Resposta: Letra B.

2. (ENEM — 2022) Para os Impérios Coloniais, o problema ANOTAÇÕES


das doenças que atingiam os escravos era algo com
que cotidianamente deparavam os senhores. Em vista
disso, uma série de obras dedicadas à administração
de escravos foi publicada com vista a implemen-
tar uma moderna gestão da mão de obra escravista
em convergência com o Iluminismo. Nesse contex-
to, o saber médico adquiria um papel extremamente
relevante. Este era encarado como um instrumento
fundamental ao desenvolvimento colonial, dada a per-
cepção do impacto que as doenças tropicais causa-
vam na população branca e nos povos escravizados.
ABREU, J. L. N.. A Colônia enferma e a saúde dos povos: a medicina
das “luzes” e as informações sobre as enfermidades da América
portuguesa. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, n. 3, jul.- set.
2007 (adaptado).
De acordo com o texto, a importância da medicina se
justifica no âmbito dos objetivos

a) Econômicos das elites.


b) Naturalistas dos viajantes.
c) Abolicionistas dos letrados.
d) Tradicionalistas dos nativos.
e) Emancipadores das metrópoles.

A escravidão, se pensada pelo seu aspecto econô-


mico, possuía o tratamento da pessoa escravizada
4

como um bem, como uma “coisa”. Sendo assim, essa


-2

“propriedade” era tratada pelos membros da elite


13

como forma de aumentar seus ganhos, para isso,


.7

era necessário conter as perdas. Ou seja, cuidar


28

da saúde dos escravizados não partia de nenhuma


.8

preocupação humanitária dos senhores, mas de seu


18

interesse econômico. Resposta: Letra A.


-0
ar

3. (ENEM — 2022) Os caixeiros do comércio a retalho do


lm

Rio de Janeiro estiveram entre as primeiras categorias


gi

de trabalhadores a se organizar em associações e a


ar

exigir a intervenção dos poderes públicos na media-


lm

ção de suas lutas por direitos. Na década de 1880, os


gi

caixeiros participaram da arena política e ganharam


as ruas com vários outros, como os republicanos e os
abolicionistas.

POPINIGIS, F. “Todas as liberdades são irmãs”: os caixeiros e as


lutas dos trabalhadores por direitos entre o Império e a República.
Estudos Históricos, n. 59, set.-dez. 2016 (adaptado).

A atuação dos trabalhadores mencionados no texto


HISTÓRIA

representou, na capital do Império, um momento de

a) Manutenção das regras patronais.


b) Desprendimento das ideias liberais.
c) Fortalecimento dos contratos laborais.
d) Consolidação das estruturas sindicais.
e) Contestação dos princípios monárquicos. 289
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ANOTAÇÕES

4
-2
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-0
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290
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Intelectuais, como a canadense Naomi Klein, têm
debatido o impacto do capitalismo no clima, demons-
trando como o uso exacerbado dos recursos naturais
tem complicado as condições de vida das sociedades.

SOCIOLOGIA
Um tema muito comum é a indústria cultural, pro-
posta pelos estudiosos da Escola de Frankfurt. Os ele-
mentos culturais são transformados em mercadorias
para serem comercializadas para as massas. Os grandes
grupos que dominam as mídias passam a homogeneizar
um determinado tipo de material cultural, seja a música,
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA a TV, o rádio, o cinema, entre outros. Ou seja, a cultura de
massa é como uma mercadoria nas mãos dos proprie-
A sociologia é a ciência que estuda as consequências tários dos meios de comunicação. Essa massificação da
sociais dos relacionamentos dos indivíduos em uma cultura é avessa ao pensamento crítico e autônomo; com
sociedade. Escolas, empresas, cidades, partidos políticos, isso, o lazer passa a ser um prolongamento da alienação
Estados etc., são algumas das consequências dessas inte- já existente no trabalho.
rações sociais. Somos em grande medida determinados A questão da identidade de gênero também é outro
pelo contexto social no qual estamos inseridos. Uma for- tema debatido com muita frequência. Trata-se da
ma de entender o significado da sociologia para nossas maneira como alguém se sente e se apresenta para si e
vidas é olhá-la como uma espécie de manual de instru- para as demais pessoas, como masculino ou feminino,
ções da sociedade; como ela se organiza, influencia os havendo, ainda, aqueles que não se identificam com
indivíduos e como estes a influenciam. nenhum dos dois, os chamados “não binários”.
Essa área de conhecimento é fruto de dois aconte- Os debates propostos por Michel Foucault também
cimentos que marcaram e mudaram o mundo: a Revo- tiveram impacto. No conceito de biopolítica, por exem-
lução Francesa e a Revolução Industrial. plo, ele trata a maneira que internalizamos, como
A Revolução Francesa pôs fim ao Absolutismo sujeitos, as instituições e os poderes constituídos. A
francês e teve como consequência a reestruturação questão da punição também era cara para esse autor,
política, jurídica e social da sociedade. por exemplo, analisando que vivemos uma medicali-
A Revolução Industrial, por sua vez, alterou radi- zação da vida quando laudos médicos atestam quem
calmente o processo de produção de mercadorias, tem ou não desvios da normalidade.
instaurando novas perspectivas de relacionamento Os nomes mais famosos da sociologia contempo-
econômico aos indivíduos. rânea são:
Essas revoluções trouxeram novos problemas
z Simone de Beauvoir (1908–1986): socióloga e filó-
para a sociedade que precisavam ser entendidos para
sofa francesa, foi responsável por discutir o papel
se buscar uma melhor solução para as mesmas. Por e as relações de gênero na sociedade. É conhecida
exemplo: o que eram essas novas relações econômi- pela célebre frase “não se nasce mulher, torna-se”.
cas? Como instaurar um novo Estado? Quais leis iriam Sua obra famosa é O Segundo Sexo;
ser feitas para atender os novos atores sociais que z Zygmunt Bauman (1925–2017): sociólogo e filóso-
entraram na cena política e social? Como o sistema fo polonês, foi responsável por discutir o concei-
4

político passaria ser estruturado? to de pós-modernidade para pensar a fluidez das


-2

No século XIX, um francês chamado Auguste Comte relações sociais nos dias de hoje. É conhecido pelo
13

criou uma nova ciência — sociologia —, que é o estudo conceito de “amor líquido”;
.7

da sociedade, de modo a tentar entender, com novos z Slavoj Zizek (1949): sociólogo e filósofo esloveno,
28

conceitos, novas categorias explicativas, essa sociedade tem uma vasta obra que discute o capitalismo no
.8

que foi inaugurada. Depois de Auguste Comte, outros


18

mundo atual;
pensadores se dedicaram ao estudo dos relacionamen- z Thomas Piketty (1971): sociólogo e economista
-0

tos sociais e consolidaram essa nova área do conheci- francês, tem uma obra, O Capital no Século XXI,
ar

mento que é fundamental para entender quem somos usada como uma das referências para debater
lm

e como agimos em coletividade. capitalismo, globalização e desigualdade social;


gi

Atualmente, a sociologia contemporânea reú- z Michel Foucault (1926–1984): sociólogo, filósofo e


ar

ne as contribuições das ciências humanas acerca dos historiador francês que reviu a maioria das teses
lm

estudos das relações estabelecidas entre indivíduos e relacionadas à esquerda revolucionária, dando
gi

seus agrupamentos, que chamamos de comunidade ou muita ênfase para a individualidade na constru-
sociedade. Embora as grandes questões dessa discipli- ção das relações de poder;
na não abandonem, por completo, a importância dos z David Harvey (1935): sociólogo e geógrafo, referência
grandes teóricos, como Émile Durkheim e Karl Marx, nos estudos sobre o mundo do trabalho atualmente;
temos a emergência de certos assuntos não necessaria- z Naomi Klein (1970): jornalista de formação, tem
mente acompanhados pelos autores clássicos. sido referência nos estudos sobre o impacto do
Como tema central desde que a sociologia surgiu capitalismo sobre o clima global.
SOCIOLOGIA

como disciplina científica, o capitalismo segue no cen-


CIDADANIA
tro das atenções. Vale destacar o debate recente em tor-
no do impacto do neoliberalismo no mundo do trabalho, O conceito de cidadania tem origem na Antiguida-
por exemplo, pelo fato de o indivíduo se comportar como de grega e romana. O cidadão era aquele que parti-
uma empresa, que exige um “empresário de si mesmo”. cipava da cidade, do latim, “civitas”. De modo geral,
Esse tema é debatido por autores como Pierre Dardot, cidadania consiste em atribuir um conjunto de direi-
Christian Laval, David Harvey e Thomas Piketty, sendo tos e deveres a um indivíduo para que ele estabeleça
que este último analisa os impactos nos níveis de renda relação com a comunidade política. Divide-se a cida-
causados pela ausência de políticas públicas. dania em formal e substantiva. 291
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A cidadania é um indicativo de status social. No campo político, podemos dizer que a participa-
Pode-se entender status social como o grau de impor- ção social sempre sofreu tentativas de cerceamento,
tância que a sociedade atribuiu aos indivíduos. O de tal maneira que o Brasil tem o autoritarismo como
status pode ser atribuído pela força econômica, pela regra e a democracia como exceção. Da Constituição
influência política, pela função que alguém desempe- de 1988 até os dias de hoje, tivemos conquistas sociais
nha na sociedade (por exemplo, jogador de futebol, consideráveis, como a ampliação do ensino básico,
ator e, hoje, os chamados influenciadores digitais). aumento do nível de renda e aumento da assistên-
Em regimes monárquicos ou imperiais, a maioria da cia social, os quais ajudaram a diminuir as taxas de
população estava excluída dos processos decisórios pobreza.
da sociedade. A participação no debate público era
exercida pela nobreza e pela elite. CULTURA E EDUCAÇÃO
Hoje, teoricamente, a cidadania expandiu-se com
a ampliação de direitos sociais e a ampliação da esfe- Desde que o ser humano apareceu na Terra, luta
ra pública que hoje agrega mulheres (nem sempre as para satisfazer duas necessidades básicas: sobrevi-
mulheres puderam votar e participar da política), os vência e reprodução. Todas as conquistas e descober-
operários, os analfabetos. Por fim, não existe mais a tas humanas atendem a essas exigências existenciais.
exigência de possuir uma determinada renda para Entretanto, para que pudessem satisfazer essas
poder participar do processo político. necessidades, os seres humanos precisaram relacio-
A cidadania formal é o pertencimento de uma nar-se com alguma coisa para construir seu caminhar
pessoa a um Estado-Nação, tomando posse de direi- no planeta. Essa coisa chama-se natureza. O relaciona-
tos civis, políticos e sociais. A cidadania substan- mento fundamental é com o seu meio natural. Apren-
tiva refere-se à extensão dos direitos civis, políticos demos a comer, observando o que os bichos comiam.
e sociais para todos, portanto, busca a igualdade e a Tornamo-nos capazes de lutar pela sobrevivência
ampliação da participação da população. analisando as estratégias de ataques dos animais.
Todavia, não basta aprender, é preciso criar meca-
nismos de retenção e divulgação desse aprendiza-
do. Para que esse conhecimento não fosse perdido
pelas gerações futuras, foi desenvolvida a linguagem.
Assim, tem início o processo de produção cultural.
Cultura é a forma como o ser humano se relacio-
na com a natureza para satisfazer suas necessidades
básicas. Ou, falando de outro modo: é a maneira de
agir, sentir e pensar de um povo, transmitida às novas
gerações.
A cultura é um elemento transmitido entre as gera-
ções por meio da educação, podendo ser pela educa-
ção “formal”, aquela que temos nas escolas, e pela
educação “informal”, aquela que temos em outros
4

espaços, como na família, na igreja e no meio social.


-2
13

Manifestação Diretas Já, pelo direito ao voto direto Por meio da educação, transmitem-se valores, conhe-
.7

Fonte: Memória EBC cimentos, técnicas, modo de vida, entre outras coisas.
28

A educação deveria proporcionar igualdade de


.8

No Brasil, a cidadania é um percurso bastante aci- oportunidade na aquisição cultural. Essa aquisição
18

dentado. Formado em bases coloniais de dominação, cultural deveria possibilitar aos indivíduos desenvol-
-0

dependência e exploração, o país teve, como elemento ver suas capacidades plenas, ocupando os seus res-
pectivos espaços na sociedade. Contudo, a educação
ar

formador, a escravidão, a qual abarcou condições de


lm

profunda desigualdade. pode atuar como um instrumento de desigualdade


social e reprodução de preconceitos arraigados em
gi

A República Velha (1897–1930) ficou conhecida


como a República do Café com Leite, pois houve um nossa sociedade.
ar

A cultura e a educação são processos sociais e,


lm

revezamento no comando central do país entre políti-


cos de São Paulo (café) e Minas Gerais (leite). não, biológicos, de aprendizagem e reprodução. Uma
gi

Uma das características mais marcantes foi o coro- sociedade reproduz para as novas gerações os códigos
nelismo. Os coronéis eram latifundiários que domi- de sua cultura, tais como a sua história, seus símbolos
navam a política em suas regiões. Um político, para coletivos, sua língua, seus patrimônios, entre outros.
conseguir ser presidente, tinha necessariamente que A cultura pode ser pensada, por meio da educação,
obter o apoio desses coronéis. À época o voto não era como uma herança social.
secreto e o coronel obrigava seus empregados a votar O indivíduo é influenciado pelo meio social em
nos candidatos que eles estavam apoiando. Era o cha- que vive. Quando não há escola, a cultura é trans-
mado voto de cabresto. mitida por meios que não são sistemáticos, ou seja,
Importante ressaltar que, nessa época, em torno não possuem um conjunto de regras bem estabeleci-
de 80% da população brasileira era analfabeta e habi- das anteriormente, ocorrendo por meio da família,
tava em zonas rurais. No mundo rural não havia asso- por exemplo. Com a existência de escolas, a herança
ciação de trabalhadores que reivindicassem melhores sociocultural passa a ser algo sistematizado por meio
condições de trabalho, também não havia direitos de um conjunto de disciplinas que nos orienta para
sociais, como leis trabalhistas para os trabalhadores nos reconhecermos no mundo em que vivemos.
292 das fazendas de café e de leite.
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POLÍTICA, PODER E ESTADO Nos últimos 15 anos, o regime democrático vem
sendo questionado. Movimentos autoritários vêm
A política surge como a consequência das relações ganhando força e, em vários países, através do voto,
estabelecidas entre indivíduos em ambiente coletivo, alcançaram o poder políticos simpatizantes de ditadu-
trazendo a complexidade dos grupos que passaram a ras. Umas das explicações para este fato é o fracasso
ter a necessidade de organizar a administração de um dos regimes democráticos em ampliar a esfera públi-
território, a sua defesa e suas regras. Quando falamos ca. Ampliação esta não apenas nos processos decisó-
em instituições políticas, vemos a importância dos rios, mas também, dos direitos sociais.
seguintes conceitos: No Brasil, embora tenhamos a democracia como
um valor universal, ela sempre foi questionada. Ao
z Estado: povo politicamente organizado em um longo do período republicano tivemos curtos espaços
território; de exercício da democracia.
z Poder: habilidade de impor a sua vontade sobre os A República começa com um golpe militar que
depôs a monarquia. Na sequência, instaurou-se
outros, mesmo se esses resistem de alguma manei-
a República Velha com o cerceamento de direitos
ra. Dentro do contexto sociológico, falamos em
sociais. Em 1937 foi implantado o Estado Novo, uma
diversos tipos de poder: poder social, poder eco-
ditadura que durou até 1945.
nômico, poder militar, poder político, entre outros;
Os anos de 1950 são anos de grande agitação polí-
z Povo: refere-se a um agrupamento humano com
tica. Tivemos o suicídio do presidente Getúlio Vargas,
cultura semelhante (língua, religião, tradições) e depois a tentativa de impedir a posse do presidente
antepassados comuns, além de supor certa homo- eleito Juscelino Kubitschek.
geneidade e desenvolvimento de laços espirituais Nos anos de 1960, aconteceu a renúncia de Jânio
entre si. Ex.: ciganos, curdos, bascos etc.; Quadros, com a consequente crise política para a pos-
z Nação: é um povo fixado em determinada área se do vice-presidente eleito João Goulart. Em 1964,
geográfica. Para alguns autores, compreende um houve o golpe militar que durou 21 anos. Após a pri-
povo com certa organização. Para que haja uma meira eleição presidencial ocorreu o impeachment do
Nação, é necessário haver um ou mais povos, um presidente Fernando Collor e, recentemente, tivemos
território e a consciência comum. A antiga Iugoslá- o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
via, por exemplo, formava uma única nação, mas
abrangia vários povos, como croatas, sérvios, bós- CAPITALISMO
nios etc.;
z Governo: exerce controle imperativo no âmbito Os grandes objetivos deste sistema econômico são
de um território definido, reivindicando, com êxi- obter lucro, proteger a propriedade privada e repro-
to, o monopólio da força. duzir o capital, dividindo em classes a sociedade. Mes-
mo sendo um sistema econômico, o capitalismo não tem
DEMOCRACIA somente impactos financeiros, porque tem também des-
dobramentos sociais, políticos, culturais e ambientais.
A democracia é um regime político no qual quem
governa é o povo. O exercício democrático pode dar-
4

-se de diversas formas:


-2
13
.7

z Democracia direta: em que o povo diretamente


28

decide os rumos da administração das cidades.


.8

Este era o tipo de democracia na Grécia, onde os


18

cidadãos se reuniam na Ágora (praça de reuniões)


-0

e exerciam a cidadania discutindo leis, normas e


como os recursos iriam ser aplicados para o desen-
ar
lm

volvimento da pólis (cidade);


z Democracia participativa: quando os cidadãos,
gi

através de eleições, escolhem aquelas pessoas


ar

que vão ter a função de gerir e fiscalizar todos os


lm

assuntos referentes ao governo. Este tipo de demo-


gi

cracia é o que ocorre hoje na maioria dos países;


z Democracia social: o acesso aos bens simbólicos
Linha de produção no início do século XX
e materiais produzidos pela sociedade, como a Fonte: Brasil Escola — UOL
democratização da educação, da cultura, do lazer,
do emprego, da cultura etc. Com o avançar da História, o capitalismo evoluiu
para um sistema econômico mundial, possuindo como
Em uma democracia, alguns valores devem ser
SOCIOLOGIA

principais características as seguintes:


preservados, tais como: igualdade política, liberda-
de de expressão, garantia da propriedade, cuidado z Obtenção de lucro e acúmulo de riquezas: obje-
com a segurança da população, respeito aos direitos tiva-se possuir o maior lucro possível, fruto do tra-
dos cidadãos, promoção de um ambiente pautado na balho da mão de obra proletária e dos meios de
pluralidade de ideias, valores e crenças. Além disso, produção. Os donos dos meios de produção, bus-
deve-se proporcionar aos cidadãos possibilidade par- cando aumentar os lucros, procuram diminuir os
ticipação na arena pública. custos e aumentar os preços de seus produtos e
serviços sempre que possível; 293
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z Trabalhadores assalariados: para que a econo-
mia capitalista continue a girar, o salário é funda-
mental. É com ele que os proletários utilizam os
serviços e bens fabricados por eles próprios nos
meios de produção, que são detidos pela classe
oposta ao proletariado, a capitalista;
z Predominância da propriedade privada: a
maneira de produção, no capitalismo, está atrela-
da à propriedade individual. Dessa forma, nesse
sistema, a propriedade privada vem antes dos pre-
ceitos da coletividade;
z Sociedade dividida em classes sociais: duas
classes de destaque foram criadas pelo sistema,
as quais são complementares e opostas — a classe
proletária e a classe capitalista;
z Matematização do tempo e do espaço: o capitalis-
Escravos em um cafezal no século XIX
mo tende a matematizar, isto é, quantificar, calcu- Fonte: Scielo
lar e medir, com precisão crescente, dimensões do
tempo e do espaço, porque depende disso a repro- A partir dos anos 1990, as tecnologias produziram
dução do capital. Por exemplo, o salário é pago um grande impacto no mundo do trabalho, especial-
segundo as horas trabalhadas. Calcula-se os juros mente com os fluxos de capitais que se deslocam pelo
de acordo com uma data de pagamento preestabe- planeta. A internet foi importante fator de mudança,
lecida. Determina-se os custos de uma viagem pela nesse sentido: inserção de novas tecnologias, obsoles-
distância e pelo tempo para percorrê-la; cência de profissões, aumento de exclusão, exigência
z Tendência à expansão: o capitalismo expandiu- de qualificação profissional e precarização das rela-
-se e, atualmente, abarca quase todo o mundo. Ou ções de trabalho mostram o quanto a sociedade se
seja, quando se fala em globalização, é da própria relaciona com o mundo do trabalho.
história do capitalismo que se fala, pois sua ten- Essas mudanças sempre existiram, porém, com a
dência foi expandir-se ao redor do mundo, disse- aceleração das transformações, muitas pessoas não as
minando valores, ideias e teorias antes restritas à acompanham, o que aumenta a exclusão. A sociologia
Europa no início do século XVI. do trabalho ocupa-se justamente desse ramo, dando
conta, também, das formas de divisão do trabalho.
ECONOMIA E SOCIEDADE Sabe-se que, hoje, o grau de especialização técnica
é a principal regra do que conhecemos como mercado
Entre os povos “primitivos”, as instituições eco- de trabalho. Esse alto grau de especialização fez com
nômicas encontravam-se intimamente relacionadas que muitos trabalhadores do setor industrial fossem
com as outras instituições. As atividades econômicas para a área de comércio e serviços.
apresentavam-se rodeadas de tabus, governadas por
poderes “invisíveis”, orientadas por normas e valores,
ligadas aos valores de status e prestígio.
4
-2

Após a Revolução Industrial, a família perde par-


13

te de sua força econômica, que se transfere para uma


.7

variedade de organizações específicas, não controla-


28

das por costumes, mas submetidas a uma legislação


.8

governamental.
18

A interferência do Estado na economia é uma das


-0

características das sociedades modernas. No entanto,


ar

o papel do Estado tem diminuído com a presença da


lm

ideologia neoliberal, que se fundamenta no protago-


gi

nismo das decisões do mercado e não do Estado.


ar

O trabalho já foi considerado uma atividade extre-


lm

mamente humilhante. A escravidão no mundo antigo


ou na Idade Moderna era associada ao trabalho. As
gi

transformações ocorridas no mundo do trabalho são


importantíssimas para que se compreenda a realida- Homem trabalhando em home office
de de hoje. Fonte: Parceria de Negócios TIM
Desde os trabalhos artesanais até o surgimento
do trabalho industrial, as condições sociais influen- INDÚSTRIA CULTURAL
ciaram e foram influenciadas pelo mundo do traba-
lho. O relacionamento entre patrões e empregados, Ainda na primeira metade do século XX, um con-
consumidores, a organização do tempo, a formação junto de sociólogos, filósofos e historiadores vincula-
de famílias, as relações de gênero, sempre estiveram dos ao Instituto para Pesquisa Social da Universidade
interligados. de Frankfurt começou a desenvolver e a disseminar
uma corrente de pensamento conhecida como “teoria
crítica”. Nomes como Theodor Adorno, Max Horkhei-
mer, Eric Fromm, Walter Benjamin, Herbert Marcuse
e Jürgen Habermas foram os mais conhecidos entre os
“frankfurtianos”.
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Dos objetos de estudo mais importantes da escola Na visão de Émile Durkheim, a sociedade tem uma
de Frankfurt, destacam-se a cultura e o consumo de enorme influência nas nossas ações. Tudo no meio
massa. Sobre eles, Adorno e Horkheimer formularam social tem uma função. Daí sua filiação ao pensa-
o conceito de “indústria cultural”, estabelecendo que mento funcionalista. Durkheim via a sociedade como
os elementos culturais são transformados em merca- organismo social, em que ocorrem dois tipos de soli-
dorias para serem comercializados para as massas. dariedade, dependendo do nível de desenvolvimento
Os grandes grupos que dominam as mídias passam atingido por ela. São elas: solidariedade mecânica e
a homogeneizar um determinado tipo de material solidariedade orgânica.
cultural, seja a música, a TV, o rádio, o cinema, entre A solidariedade mecânica firma-se em socieda-
outros. Ou seja, a cultura de massa é uma mercadoria des “primitivas”. Em uma tribo indígena a divisão de
nas mãos dos proprietários dos meios de comunica- tarefas é menor do que nas nossas sociedades. O que
ção. Essa massificação da cultura é avessa ao pensa- um indígena sabe todos os outros sabem também. Já
mento crítico e autônomo. Com isso, o lazer passa a em sociedades “complexas” como a nossa é impossível
ser um prolongamento da alienação já existente no ao indivíduo deter todo o conhecimento necessário às
trabalho. necessidades de uma comunidade. Não é factível uma
única pessoa ser ao mesmo tempo astrônoma, antro-
ÉMILE DURKHEIM póloga, filósofa, física, decoradora, estilista etc.
Por essa razão existe uma complementariedade
de funções em uma sociedade. A essa cooperação,
Durkheim dá o nome de divisão do trabalho social
(DTS). Em sociedades que vigoram a DTS estabelece
entre seus membros a solidariedade orgânica. É exa-
tamente essa solidariedade que permite que a socie-
dade tenha ordem, por conseguinte, gere o progresso
(desenvolvimento).
Outro aspecto importante diz respeito a um con-
junto de comportamentos que a sociedade espera que
o indivíduo cumpra. Existe um conjunto de valores,
ideias e crenças que são compartilhados por todos.
Esses padrões “normais” de conduta, Durkheim defi-
niu como consciência coletiva.
Obviamente que dependendo do desenvolvimen-
to social de uma comunidade as regras sociais podem
começar a ser desrespeitadas. Esse processo de des-
cumprimento de normas chama-se anomia social.
A anomia social pode transformar-se em patologia
social se o desrespeito em relação às normas se esten-
der a toda a população.
4

KARL MARX
-2
13
.7
28
.8

Émile Durkheim
18

Fonte: Wikimedia Commons


-0
ar

Émile Durkheim (1858–1917) foi o responsável


lm

pela institucionalização da sociologia enquanto ciên-


gi

cia. Influenciado por Auguste Comte, o pensador fran-


ar

cês forma, junto com Karl Marx e Max Weber, a tríade


lm

clássica da sociologia. Se, na visão de Marx, o sociólo-


gi

go estuda as classes sociais e Weber foca sua atenção


na ação social, Durkheim afirma que para compreen-
são da sociedade é fundamental ao estudioso enten-
der o fato social.
Fato social é todo o fenômeno que possui três
características: generalidade, exterioridade e coer-
citividade. A generalidade do fato social é que ele
SOCIOLOGIA

nunca ocorre para um indivíduo isolado, é coletivo.


Exterioridade é porque todo o fato social é externo
ao homem, está na sociedade. Por exemplo, quando
nascemos temos que aprender uma língua para nos
comunicarmos. Coercitividade dispõe que somos obri-
gados a internalizar os valores, costumes e crenças de
nosso meio social. Sem essa internalização é impossí-
vel inserirmo-nos em alguma comunidade. Karl Marx
Fonte: Wikimedia Commons 295
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Karl Marx nasceu na Alemanha em 1818 e morreu Com isso, o proletário perde a visão do todo, não se
em 1883. Marx queria entender o porquê de o siste- reconhecendo, portanto, na mercadoria que ele próprio
ma capitalista, na sua visão, ser um gerador de desi- produz. Ele não define a hora de entrar na fábrica, não
gualdade social. Dedicou-se ao estudo deste sistema e define qual a função que desempenhará, não é dono
começou sua análise da estrutura de funcionamento dos equipamentos, máquinas e ferramentas necessários
da sociedade capitalista pela mercadoria. para produzir uma mercadoria. O que vende ou aluga é
Mercadoria é todo objeto que possui ao mesmo a sua disposição para executar alguma tarefa que lhe é
tempo valor de uso e valor de troca. Valor de uso é a
determinada. A esse processo de fragmentação do traba-
utilidade que um artefato tem para a pessoa. E o valor
lho, Marx dá o nome de alienação.
de troca é o preço que uma mercadoria custa. De pos-
se dessa constatação, Marx, então, se coloca outra Essa divisão de classes constrói uma situação de
questão: o que faz com que uma mercadoria tenha desigualdade socioeconômica em escala mundial,
valor de troca? Em outras palavras: o que faz um obje- porque se limita o acesso aos recursos a um conjun-
to ter valor comercial? to pequeno de pessoas. De acordo com dados trazidos
Marx responde: o que faz com que uma mercado- pela organização Oxfam, referentes ao ano de 2018,
ria tenha valor é o trabalho socialmente necessário a soma do patrimônio das 26 pessoas mais ricas do
para produzir essa mercadoria. Mas se é o trabalha- mundo equivale à soma do patrimônio da metade
dor que gera a riqueza do capitalismo, por que ele não mais pobre. Esse grupo pequeno de 26 pessoas detém
fica com os lucros das vendas dessas mercadorias? a mesma riqueza que os 3,8 bilhões mais pobres, cor-
Porque, na visão de Marx, existe a mais-valia. Esta respondentes a 50% da população do mundo.
pode ser aparecer de duas formas: a mais-valia abso-
luta e mais-valia relativa. MAX WEBER
Mais-valia absoluta é o aumento da jornada de
trabalho sem o proporcional aumento do salário. E Max Weber (1864–1920) foi um sociólogo, filóso-
mais-valia relativa é o desemprego causado pelo uso
fo, jurista e economista alemão, considerado um dos
de tecnologia que faz com que as empresas precisem
principais nomes da história da sociologia. Teve uma
de menos trabalhadores para executar os serviços.
Essa questão leva Marx a formular seus conceitos atuação política considerável, estando presente no
mais importantes. Toda a sociedade para o filósofo Tratado de Versalhes ao fim da Primeira Guerra Mun-
alemão é dividida em duas estruturas: infraestrutura dial e na redação da Constituição de Weimar na Ale-
e superestrutura. manha. Vale a curiosidade de que Weber esteve entre
A infraestrutura é o lugar da sociedade capitalista os milhões de vítimas da pandemia da gripe espanho-
onde ocorre a produção de riqueza, ou é o local onde la, falecido em 14 de junho de 1920.
ocorre a produção material de vida. E é subdividida
em: forças produtivas e relações de produções.

z forças produtivas são tudo aquilo que faz a inter-


mediação da mão do ser humano com a natureza
para produzir mercadoria. Por exemplo: máquinas,
ferramentas, instalações físicas, tecnologia etc.;
4

z relação de produção é a maneira como os homens


-2

são organizados no interior da fábrica para produ-


13

zir mercadoria.
.7
28

Já, a superestrutura é o local da sociedade onde


.8

ocorre a difusão da ideologia. Ideologia é um conjun-


18

to de ideias, valores e crenças aceitos pela maioria de


-0

uma sociedade num determinado espaço de tempo.


ar

Derivado dessa reflexão, Marx define o seu con-


lm

ceito mais importante: classe social. Para o pensador


alemão, classe social é a maneira como o homem par-
gi

ticipa do processo de produção de mercadoria. Se o


ar

homem participa do processo de produção de merca-


lm

doria como dono das forças produtivas e organizador


gi

das relações de produção, Marx chamou esse homem


de burguês. Se o homem participa do processo de
produção da mercadoria não como dono das forças
produtivas nem como o organizador das relações de
Max Weber
produção, mas vendendo sua capacidade de trabalho, Fonte: Wikimedia Commons
Marx chamou esse homem de proletário.
Outro ponto salientado por Marx é a diferença
Diferentemente de outros sociólogos, Weber
entre trabalho e capacidade de trabalho. Trabalho,
acreditava que não era possível fazer um estudo da
para Marx, é muito mais que uma categoria econô-
mica; trabalho, para ele, é uma categoria filosófica. O sociedade de forma imparcial, já que vivemos inse-
homem só é humano porque ele trabalha. ridos nela em todos os momentos. Émile Durkheim,
Uma das características básicas do capitalismo é importante sociólogo francês, dizia que a natureza se
justamente retirar a essência do homem. Como? Frag- sobressaía sobre as ações dos sujeitos, teoria da qual
mentando o trabalho, fazendo com que o proletário, Weber discordava, acreditando que os homens guiam
no processo de produção de mercadoria, participe a sociedade por meio das ações sociais.
296 apenas de uma parte ínfima do processo.
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Ação social, para Weber, é a ação estabelecida Os principais tipos de poder/dominação são: o caris-
entre dois ou mais indivíduos, sendo que o indivíduo mático, o poder autoritário e o racional-burocrático.
que pratica a ação dota-a de um sentido. Ele divide as O poder carismático ocorre quando os cidadãos
ações sociais que os indivíduos praticam em: enxergam numa pessoa características extraordi-
nárias que fazem com que entreguem suas vidas ao
z Ação social racional em relação a um objetivo: comando dessa pessoa. É uma crença de que esse líder
é toda a ação que, antes de ser executada, é plane- pode reverter quase milagrosamente um problema.
jada. Exemplo: aula; O poder autoritário ocorre quando os cidadãos
z Ação social racional em relação a um valor: toda obedecem a uma pessoa, pois essa tem autoridade
ação que os indivíduos praticam quando buscam reconhecida.
honra, glória ou quando, se não praticar a ação, Por fim, o poder racional-burocrático ocorre
isso se tornar objeto de vergonha; quando as pessoas aceitam participar, por exemplo,
z Ação social afetiva ou emotiva: toda ação pra- da vida em sociedade respeitando suas normas, suas
ticada em virtude de uma variação de humor. regras e suas convenções.
Exemplos: reações quando estamos com raiva,
medo, angústia etc.; O MUNDO GLOBALIZADO
z Ação social tradicional: toda ação que pratica-
mos baseados em costumes.
Ao longo do século XX, a atividade industrial alcan-
çou diversos países da Europa, além de países latino-
Weber também estava interessado em entender
-americanos, em especial Brasil, México e Argentina.
como o capitalismo funciona, mas de uma perspectiva
Inovações na área da informática aplicadas na pro-
diferente de Marx. Seu foco não eram exclusivamente
dução, sobretudo, a partir da década de 1950, fizeram
as relações econômicas entre as classes. Weber queria
com que novos e grandes avanços fossem possíveis.
saber como o capitalismo influencia na maneira de os
Chamamos esse processo de Terceira Revolução
indivíduos agirem socialmente na sociedade. E come-
ça o estudo do capitalismo pelos seus primórdios. Industrial, que se caracteriza por um grande desen-
No livro “A Ética Protestante e o Espírito do Capi- volvimento tecnológico; ela é importante pelo eixo
talismo”, ele sugere que existem afinidades eletivas técnico-científico-informacional.
entre protestantismo e capitalismo. Começa o livro
com uma constatação: países protestantes são ricos e
países católicos são pobres.
O protestantismo desenvolveu a ideia de predestina-
ção, principalmente com Calvino. Predestinação é o pen-
samento que diz que quando Deus cria o homem, este
já tem o seu destino traçado. Vai-se para o céu ou para o
inferno. Mas para que o homem não fique na incerteza,
Deus manda sinais da salvação ou da condenação. Um
desses sinais é a prosperidade econômica. Então, o pro-
testante desenvolve uma ética voltada para o trabalho
4

(que não é visto como sofrimento), mas sim como pos-


-2

sibilidade de lucro (que é encarada como prosperidade).


13

Já o catolicismo encara o lucro como usura e o traba-


.7

lho como uma espécie de sofrimento. Ora, no espírito do


28

Robótica no processo produtivo


capitalismo, o trabalho e o lucro são fatores cruciais.
.8

Fonte: Blog Cimautomação


18

A empresa é a unidade básica do mundo capitalis-


-0

ta, em que se realiza o lucro através do trabalho. Para


O processo de informatização está em crescimento
que isso ocorra é necessário planejamento, estabele-
ar

até a atualidade. A robótica desenvolveu-se muito tam-


cimento de metas, donde Weber conclui que, no capi-
lm

bém, o que tornou a produção cada vez menos depen-


talismo, a ação social que prepondera é a ação social
gi

dente de mão de obra. A grande substituição da mão de


racional em relação a um fim.
obra pelas máquinas foi acompanhada pelo desenvol-
ar

Ou seja, os homens, internalizando a prática dessa


lm

vimento de fontes novas de energia, como a nuclear, as


ação na empresa, passariam a adotá-la em suas relações
fontes alternativas, como a solar e a eólica, considera-
gi

com outros indivíduos na sociedade. Com isso, a maio-


ria absoluta de suas decisões iria basear-se em decisões das fontes limpas pela não emissão de gases poluentes.
racionais e paulatinamente deixariam de recorrer ao Além disso, devido ao elevado grau de especializa-
sobrenatural para solucionar os problemas da vida. ção para o trabalho, nota-se, também, o deslocamento
Então, uma consequência do desenvolvimento da de trabalhadores do setor secundário (indústria) para
tecnologia e da racionalização no mundo capitalista o setor terciário (comércio e serviços).
seria o desencantamento do mundo. Outra conse- A Terceira Revolução Industrial mostra-se também
SOCIOLOGIA

quência é o aparecimento da burocracia. Burocracia muito relacionada ao processo de globalização, em


são as regras, as leis que normatizam a vida dos indi- que cada etapa de produção é realizada em países ou
víduos tanto na empresa como na sociedade. em continentes diferentes. Assim, a mão de obra mais
O poder também foi objeto de análise na obra especializada está se concentrando nos países centrais
weberiana. Poder é a capacidade de, através da for- mais desenvolvidos e com alta inovação tecnológica,
ça, impor uma vontade sobre as demais. Mas todo enquanto outras economias participantes dos países
poder pressupõe dominação. Ninguém exerce poder emergentes ou subdesenvolvidos estão com uma par-
sobre o outro se este de alguma forma não aceitar ser te menor dos ganhos da produção.
dominado. 297
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A globalização é o nome que se dá à integração GÊNERO
econômica, comercial, cultural, financeira e social
entre países do mundo todo. Possui uma relação dire- Um dos temas mais discutidos pela sociologia con-
ta com o movimento de abertura de mercados para a temporânea é a questão de gênero. Gênero, numa
concorrência feita por governos do mundo todo, pre- definição preliminar, são as características que a
valecendo o que chamamos de neoliberalismo. sociedade espera que tenhamos em relação às nossas
De modo geral, o neoliberalismo pode ser definido condutas sociais, valores culturais, bem como traços
como o conjunto de discursos e práticas que determi- psicológicos (GIDDENS; SUTTON, 2017). Nossos com-
nam um novo modo de governo dos homens segundo portamentos, maneiras de agir, sentir, vestir, con-
o princípio universal da concorrência. Define certa versar e trabalhar, são fruto de aprendizados sociais.
norma de vida dentro de um universo de competição Toda sociedade estabelece padrões comportamentais
generalizada, moldando o indivíduo, que é levado a se “normais” para os indivíduos seguirem.
comportar como se fosse uma empresa, que funciona Durante bastante tempo, homens e mulheres tive-
segundo o modelo de mercado. ram papéis sociais distintos. O homem era o prove-
As crises do petróleo de 1973 e 1979 foram o ponto dor do lar, aquele que trabalhava fora, e a mulher
crucial de virada para o neoliberalismo. A nova políti- era quem cuidava da casa e dos filhos. Essa divisão
ca passou a combater duplamente a questão econômi- era centrada no que era trabalho masculino e no que
ca (estagnação e inflação) e a questão social (o poder era trabalho feminino, ou seja, uma divisão basea-
de pressão dos sindicatos). A doutrina neoliberal da, fundamentalmente, em diferenças biológicas e
passou a ser adotada em diversos países, merecendo fisionômicas.
destaque o Chile, de Augusto Pinochet, a ascensão de Por volta da década de 1960, o movimento femi-
Margaret Thatcher como primeira-ministra britânica, nista começou a fazer a crítica de como a sociologia
em 1976, e Ronald Reagan como presidente dos Esta- encarava a discussão sobre gênero. O centro da crí-
dos Unidos, em 1980. tica feminista era o fato de que a desigualdade oca-
O discurso era de que as sociedades eram taxadas sionada pela separação das funções sociais baseadas
com muitos impostos, sofriam com muita regulamen- em masculino e feminino, no fundo, tinha como causa
tação e estavam submetidas às pressões de sindicatos, a dominação de classe. Isso abriu uma nova perspec-
corporações e funcionários públicos. tiva teórica de estudar esse conceito, principalmente
no que se refere à revisão dos laços biológicos com as
Esses governos passaram a questionar profun-
condutas sociais.
damente a regulação da economia, a propriedade
Atualmente, discute-se as diferenças entre sexo
pública das empresas, o sistema fiscal progressivo,
(masculino/feminino) e gênero. É um tema que gera
a proteção social, o enquadramento do setor priva-
amplos debates e conta com a rejeição de uma parcela
do por regulamentações estreitas, especialmente em
significativa da população brasileira, ainda mais, quan-
matéria de direito trabalhista e representação dos
do se leva em conta que sexo e gênero são construções
assalariados.
sociais, como alguns sociólogos entendem hoje.
A política destinada a sustentar o crescimento e
Assim, como a sociedade tem uma influência
realizar o pleno emprego foi o principal alvo desses
muito grande sobre os indivíduos, essa influência se
governos, para os quais a inflação se tornou o pro-
estenderia, também, para como as pessoas se identi-
blema prioritário. Na concepção neoliberal, para os
4

ficam no que tange ao gênero, bem como sobre o pró-


-2

mercados funcionarem bem, era necessário reduzir prio corpo. Portanto, para alguns teóricos, está cada
13

os impostos, diminuir o gasto público, transferir as vez mais difícil estabelecer fronteiras bem delimita-
.7

empresas públicas para o setor privado, restringir das entre o que é biológico e o que é cultural.
28

a proteção social, privilegiar “soluções individuais”


.8

diante dos riscos de controlar o crescimento da massa


18

INTERSECCIONALIDADE
monetária para reduzir a inflação, possuir uma moe-
-0

da forte e estável e desregulamentar os mercados, Outro conceito que tem gerado grandes debates é
ar

principalmente o mercado de trabalho. o de interseccionalidade. Com o pensamento marxis-


lm

Em novembro de 1989, o chamado Consenso de ta, a discussão sobre desigualdade social referia-se,
gi

Washington estabeleceu dez recomendações que basicamente, às diferenças entre as classes sociais
ar

todos os países que quisessem empréstimos e auxílios (GIDDENS; SUTTON, 2017). Entendia-se que a princi-
lm

deveriam seguir, dentre as quais destacamos: pal contradição na sociedade era entre os burgueses
gi

e os proletários. E toda a luta contra essa desigualda-


z disciplina orçamentária e fiscal (respeito ao equilí- de passava pela transformação da sociedade, com a
brio orçamentário e diminuição de descontos obri- superação do modo capitalista de produção.
gatórios e taxas de impostos); Contudo, em razão de novos atores sociais entra-
z liberalização comercial, com supressão das bar- rem no debate público, ganhando, assim, destaque
reiras alfandegárias e fixação das taxas de câmbio suas reflexões e experiências e, intensificadas pela
competitivas; queda da experiência socialista nos países do leste
z abertura à movimentação de capitais estrangeiros; europeu, novas formas de se entender as causas das
z privatização da economia; desigualdades vieram à ordem do dia. Uma dessas
z desregulamentação e criação de mercados concor- novas teorias que tem por objetivo ir além da desi-
renciais e proteção aos direitos de propriedade, gualdade oriunda do pertencimento a uma classe
em particular à propriedade intelectual dos oligo- social é a interseccionalidade.
pólios internacionais. Interseccionalidade é um conceito que estabelece o
entrelaçamento de classe, raça ou etnia e sexualidade
Essas medidas acabaram enquadrando a política para explicitar outras formas de desigualdade. Atual-
298 econômica global ao neoliberalismo. mente, discute-se que as desigualdades não devem ser
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vistas apenas como consequência de uma causa ape- Chegamos a um estágio de desenvolvimento tecno-
nas. Nossa sociedade, historicamente, foi estrutura- lógico que permite a otimização da utilização da natu-
da para manter os privilégios de uma elite dirigente. reza reflorestando e recompondo, em parte, o que foi
Somente em fins do século XIX e início do século XX, usado. Todos os países exportadores de produtos pri-
no Brasil, principalmente, com o início da industriali- mários, que geralmente são os mais pobres, precisam
zação e o processo de urbanização foi que os trabalha- cumprir uma série de exigências impostas pelos paí-
dores começaram a se associar em sindicatos. ses importadores desses produtos. Entre essas exigên-
O Brasil foi o último país do mundo a abolir a cias, uma das principais é se o produto é produzido
escravidão e a República começou com os militares no respeitando as leis ambientais do país.
poder. As mulheres conquistaram o direito ao voto nos
anos 30 do século passado. Assim, trazemos, em nossa MOVIMENTOS SOCIAIS
formação social, muitos preconceitos e muitas resis-
A sociedade fundamenta-se no conflito entre
tências ao alargamento da esfera social e política para diversos interesses. Um dos conceitos mais relevantes
incorporar setores sociais que foram marginalizados. ao entendimento da sociedade é a noção de grupos
Nessa inclusão de setores que sempre tiveram sociais. Grupo social é um conjunto de pessoas que
negados direitos de participação nos processos deci- vivem sob as mesmas regras e têm objetivos comuns.
sórios, incluíram-se negros, mulheres e a população Fazemos parte, em nossa vida, de vários grupos
LGBTQIA+. As desigualdades que ocorrem se apre- sociais. Cada um deles tem sua forma de expressar, de
sentam em graus distintos dependendo do lugar que se vestir e uma visão de mundo.
a pessoa ocupa na sociedade. A interseccionalidade Ninguém consegue viver sem pertencer a um gru-
veio para tentar explicar como essas desigualdades po social. A sociedade, para que haja possibilidade de
funcionam. convivência entre os mais diversos grupos, cria insti-
Para os teóricos da interseccionalidade, a inser- tuições que servem como canais para que esses confli-
ção na sociedade, bem como as oportunidades dentro tos se estabeleçam.
dela, diferem para homens brancos heterossexuais e Imaginemos uma Assembleia Legislativa. É a reu-
para homens negros heterossexuais. As desigualda- nião de deputados, representantes dos mais diversos
des vão se ampliando, por exemplo, para mulheres grupos da sociedade, que tem nas regras parlamentares
brancas heterossexuais e para mulheres negras lésbi- o meio para estabelecer as discussões, os debates entre
cas, ou para mulheres ou homens trans, e assim por diferentes formas de entender como deveria atuar o
diante. poder público. Sem essas instituições reguladoras das
tensões sociais, caminharíamos para a barbárie.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Entretanto, vários grupos sociais não têm sua voz
representada nessas instituições. Porém, uma forma
Desenvolvimento sustentável combina crescimen- de reivindicação é a organização da sociedade civil
para a manifestação de suas insatisfações. Os movi-
to econômico com a preservação ambiental. Não é
mentos sociais são exemplos de maneira de organiza-
uma equação fácil de ser resolvida. Os países que hoje
ção da sociedade civil.
são considerados ricos e desenvolvidos utilizaram de
Movimentos sociais são manifestação coletivas
forma destrutiva seus recursos naturais. Como salien-
que objetivam a transformação da sociedade. Esses
4

tado na seção anterior, quando se falou sobre o meio


-2

movimentos, geralmente, se organizam em torno de


13

ambiente, não existe crescimento econômico sem um pautas. Existem: o movimento social dos trabalhado-
.7

aumento permanente de utilização de matérias-pri- res, que é estruturado na forma de sindicatos; o movi-
28

mas. Os países em desenvolvimento, que precisam mento negro, que luta contra o racismo; o movimento
.8

incrementar sua indústria, fomentar a criação de feminista, cuja bandeira é a igualdade de gênero; o
18

tecnologias e diversificar sua estrutura de produção movimento LGBTQIA+, que trava a batalha contra a
-0

necessitam cada vez mais dos recursos presentes na homofobia; o movimento ambiental, que denuncia a
natureza.
ar

relação predatória do ser humano com a natureza etc.


lm

Além de o desenvolvimento sustentável buscar o


equilíbrio entre produção econômica e preservação RACISMO
gi

do meio ambiente, busca também o desenvolvimento


ar

O conceito de “raça” diz respeito à associação feita


social da população. No Brasil as contradições sociais
lm

entre traços biológicos e determinadas características


são enormes e as desigualdades estão aumentando,
gi

de uma pessoa. É uma definição que foi amplamente


principalmente nesses tempos pós-pandemia.
usada ao longo da história para separar as pessoas,
A pandemia provocou um decréscimo da ativida-
hierarquizá-las, construindo, assim, estruturas sociais
de econômica em todo o mundo. Os países que mais que mantiveram o domínio de uma elite sobre a maio-
sofreram foram os menos desenvolvidos. Ofertar edu- ria nas mais diversas sociedades.
cação pública de qualidade, ampliar os serviços de Essa maneira de diferenciar pessoas foi levada ao
saúde para população, investir em ciência e pesqui- extremo com a escravidão e com movimentos políti-
sa, exigem cada vez mais recursos que só podem ser
SOCIOLOGIA

cos fascistas e nazistas, que tiveram como base a ideia


aumentados com desenvolvimento produtivo. de que existiam “raças” superiores e inferiores.
Como vimos, este é um problema que deve ser O Brasil é um país extremamente marcado, des-
olhado sob várias perspectivas. Não podemos olhar de seu surgimento histórico, por práticas preconcei-
para ele somente através da ótica econômica. Se assim tuosas e racistas. Começou com a escravização dos
fizermos, vamos a passos largos destruir nosso meio indígenas e sua eliminação. Estima-se que em 1500
ambiente. Todavia, não podemos só olhar pela preser- existiam aqui 5 milhões de indígenas. Hoje, mais de
vação, assim iremos paralisar o desenvolvimento. 500 anos depois, essa população está em torno de 400
mil pessoas. 299
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Logo no primeiro século de colonização, começa- As ocupações são uma forma de exercer pressão sobre
ram a ingressar no Brasil negros escravizados. Outra o poder público para que cumpra os preceitos que estão
estimativa assustadora é que nos mais de 300 anos determinados na Constituição. Resposta: Letra D.
que durou a escravidão no Brasil, foram 6 milhões de
negros trazidos da África. 4. (ENEM — 2022) Eu estava pagando o sapateiro e con-
Tantos anos de escravização, tanto de indígenas versando com um preto que estava lendo um jornal. Ele
quanto de negros, tiveram profundas marcas nas rela- estava revoltado com um guarda civil que espancou um
ções sociais brasileiras. Uma dessas marcas é o que, preto e amarrou numa árvore. O guarda civil é branco. E
atualmente, se denomina de racismo estrutural. há certos brancos que transforma preto em bode expia-
Racismo é discriminação social que tem como tório. Quem sabe se guarda civil ignora que já foi extinta
consequência a segregação de determinados grupos a escravidão e ainda estamos no regime da chibata?
raciais, bem como a diminuição de suas oportunida-
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo:
des sociais e, ainda, a diminuição de sua humanidade. Ática, 2014.
Em outras palavras, o racismo impõe a determinados
grupos, em razão de suas características raciais, uma O texto, que guarda a grafia original da autora, expõe
posição de inferioridade na sociedade. uma característica da sociedade brasileira, que é o(a):
Racismo estrutural é o processo de discriminação
racial impregnado em todas as dimensões da socieda- a) Racismo estrutural.
de. Nas instituições governamentais, educacionais, b) Desemprego latente.
no mercado de trabalho, nas relações sociais entre os c) Concentração de renda.
indivíduos, e também, na esfera privada. d) Exclusão informacional.
A luta contra o racismo exige uma discussão ampla e) Precariedade da educação.
na sociedade, envolvendo, principalmente, a escola e
os sistemas de ensino. Uma sociedade que se pretende O racismo é uma das marcas de nossa formação civi-
democrática deve combater a ideia da existência de lizacional. Hoje, fala-se em racismo estrutural, con-
indivíduos melhores do que outros em razão da cor de cepção de que o racismo é um processo que penetrou
sua pele, de traços biológicos. nas estruturas de nossa sociedade. Foram mais de
300 anos de escravidão, de modo que somos educados
REFERÊNCIAS num ambiente cultural em que os negros são vistos
com desconfiança. Infelizmente, existem vários casos
GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos Essenciais de negros e negras que são parados pela polícia, pois o
da Sociologia. Tradução Claudia Freire. 2. ed. São fato de serem negros implica uma série de estereótipos
Paulo: Editora Unesp, 2017. 353p. construídos contra eles. Resposta: Letra A.

5. (ENEM — 2022) Uma nova economia surgiu em esca-


EXERCÍCIOS COMENTADOS la global no último quartel do século XX. Chamo-a de
informacional, global e em rede para identificar suas
3. (ENEM — 2022) Após sete anos da ocupação de um características fundamentais e diferenciadas e enfati-
4
-2

terreno abandonado em Santo André, no ABC paulista, zar sua interligação. É informacional porque depende
13

os condomínios Novo Pinheirinho e Santos Dias foram basicamente de sua capacidade de gerar, processar e
.7

inaugurados, com a presença de representantes dos aplicar de forma eficiente a informação baseada em
28

governos federal, estadual e municipal. A ocupação conhecimentos. É global porque seus componentes
.8

começou em 2012 e, desde então, o movimento vinha estão organizados em escala global, diretamente ou
18

reivindicando o direito de usufruir do espaço para a mediante uma rede de conexões entre agentes eco-
-0

construção de casas. A Carta Magna, em seu art. 6º, nômicos. É rede porque é feita em uma rede global de
ar

garante a todos os brasileiros o direito à moradia. interação entre redes empresariais.


lm
gi

PUTTI, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 13 CASTELLS, M. A sociedade em rede — a era da informação:
nov. 2021 (adaptado). economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999
ar

(adaptado).
lm

O texto apresenta uma estratégia usada pelo movi-


gi

Qual mudança estrutural é resultado da forma de orga-


mento social para: nização econômica descrita no texto?

a) fragilizar o poder público. a) Fabricação em série.


b) fomentar a economia solidária. b) Ampliação de estoques.
c) controlar a propriedade estatal. c) Fragilização dos cartéis.
d) garantir o preceito constitucional. d) Padronização de mercadorias.
e) incentivar a especulação imobiliária. e) Desterritorialização da produção.

Os movimentos sociais são organizações da socie- A globalização é um processo que elimina as fron-
dade civil que lutam pela melhoria das condições de teiras geográficas, aproximando as pessoas. Isso
vida de determinados setores. Temos os movimentos alterou profundamente a estrutura de produção
sociais ambientais, feministas, dos sem terra e dos econômica da sociedade, bem como as maneiras de
sem teto. As estratégias de luta desses movimentos relacionamento das organizações. Uma consequên-
sociais são as mais variadas, indo desde manifesta- cia é que a produção não fica mais concentrada num
300 ções, ações pelas redes sociais ou ocupações. único país. Resposta: Letra E.
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ANOTAÇÕES

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SOCIOLOGIA

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O que está no cerne de todo o trabalho filosófico é
a busca pelo sentido do mundo e dos atos dos homens.
A filosofia nos afasta das opiniões baseadas no sen-
so comum. Estas têm muito mais a ver com os nossos

FILOSOFIA
sentimentos do que com o pensamento sistematizado.
A racionalidade, que vários filósofos descrevem como
o instrumento que nos diferencia dos animais, per-
mite que nos tornemos mais conscientes sobre como
pensar e, principalmente, como agir no mundo.
O pensamento filosófico tal qual o concebemos,
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
como a filosofia ocidental, inicia-se na Grécia. Desde
os filósofos pré-socráticos até os contemporâneos,
O ser humano é uma criatura que produz inven-
muito tempo se passou e muitos sistemas filosóficos
ções. As invenções são fundamentais para que possamos
foram construídos. A divisão das suas etapas, geral-
nos relacionar com o meio natural em que vivemos. As
mente é feita da seguinte forma: Filosofia Antiga;
invenções não são apenas materiais, também são simbó-
Filosofia Medieval; Filosofia Moderna e Filosofia Con-
licas. Vamos imaginar a seguinte situação: você está em
temporânea. Cada etapa pela qual a filosofia passou
casa e, de repente, as luzes se apagam e você não está
tem em um ou vários filósofos como representantes
com nada que ilumine por perto. Você se levanta comple-
principais.
tamente no escuro para procurar uma vela. A sensação
de não saber onde está pisando é horrível, não é? Agora
ALGUNS TEMAS DA FILOSOFIA
imagine os primeiros seres humanos que apareceram na
terra e não sabiam absolutamente nada sobre as coisas
Ética
que eles viam e ouviam.
Essa necessidade de aprender para poder viver é que
As ações humanas têm despertado o interesse de
nos impulsionou a buscar compreender que mundo era
muitas áreas do conhecimento como a sociologia, a
esse que passamos a habitar. Daí, começaram a surgir
psicologia e, claro, a filosofia. Um dos grandes temas
maneiras de nomear as coisas, os animais e as realiza-
que a filosofia discute é a questão da Ética, ou filosofia
ções humanas, a partir de então, passamos a interpre-
da Moral. A vida em sociedade exige de nós a convi-
tá-las para poder usá-las. Ao longo da história surgiram
vência e o relacionamento com o outro. Na interação
inúmeras formas de se pensar existência material e
com o outro, seguimos normas, padrões e regras de
interna do homem. Apareceram os pensamentos: míti- comportamento. Isso significa que não temos liberda-
cos; filosófico e científico. Mito é uma explicação mágica de absoluta para agir da maneira como bem preten-
para a origem das coisas. O conhecimento filosófico é a demos. Se cada um de nós fizesse só aquilo que é da
observação racional do mundo e do ser humano, bus- vontade pessoal, muito provavelmente não nos man-
cando uma explicação para a essência das coisas, através teríamos como um corpo social.
da argumentação lógica. O saber científico exige experi- Se saíssemos pelas ruas perguntando às pessoas
mentação, testes, para provar as hipóteses sobre o que o que elas julgam ser uma vida boa, muito provavel-
causa determinado fenômeno. mente a maioria das respostas situariam uma vida boa
4

como aquele onde o indivíduo teria conforto financei-


-2

PENSAMENTO FILOSÓFICO ro e bens materiais. Também se fizéssemos a pergunta


13

sobre o que é a justiça, talvez poderíamos escutar que


.7

A filosofia é o ramo do conhecimento humano que


28

justiça seria dar a cada um segundo seu merecimen-


busca a explicação do mundo e das coisas do mundo to ou suas necessidades. Temos, consciente e incons-
.8

de maneira racional, lógica e argumentativa. Pitá-


18

cientemente, a tendência de achar que aquilo no que


goras de Samos (570 — 495 a. C.), filósofo grego que
-0

acreditamos ou que julgamos como o correto deveria


viveu no século VI a. C., é tido como o criador do termo valer para o restante das pessoas.
ar

Filosofia, a qual compreende a busca pela sabedoria. Mas em que se baseia o nosso conjunto de valores?
lm

A filosofia abarca muitas discussões sobre os mais O que é a moralidade? Nossos princípios podem ser
gi

diversos aspectos da vida humana. Como não existe compreendidos pela razão? Esses princípios têm vali-
ar

uma única maneira de se entender o que é a vida, o dade universal? Existem critérios para definição se o
lm

que é o ser humano, qual a causa de seus atos etc., que fazemos é bom ou ruim? Quando uma ação pode
gi

encontramos várias visões sobre esses aspectos. A filo- ser considerada moralmente condenável? A dimensão
sofia discute questões que envolvem: a linguagem, a religiosa é a que direciona a conduta do ser humano
moralidade que utilizamos para o julgamento das coi- em sociedade? Todas essas questões são discutidas
sas, a ciência, o direito, ideias de justiça e injustiça, as pela Ética. A Ética tem o objetivo de organizar princí-
noções que temos sobre o belo e o feio, e tantas outras pios que nos orientem em nossas ações.
mais.
Uma das características que distinguem o pensa- Estética
mento filosófico de outros é a forma como os filóso-
FILOSOFIA

fos constroem suas argumentações. A filosofia requer A arte é uma das dimensões mais importantes da
uma profunda reflexão sobre as coisas, nos faz buscar vida. Ela é fundamental para a educação do indiví-
uma explicação detalhada sobre o tudo o que existe. duo. Arte significa juntar partes, combinar formas.
Portanto, exige, para sua realização, um pensamen- Para pintar um quadro um pintor teve que combi-
to crítico. Impõe-nos, também, uma argumentação nar várias cores para formar uma imagem. Todas as
lógica, embasada na observação e não simplesmente manifestações artísticas fazem isso. Mas quando para-
sobre o que achamos ou não acerca de determinado mos em frente a um quadro e ficamos admirados, ou
fato. quando lemos um poema e nos emocionamos com o 303
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sentido dele, ou quando observamos uma paisagem e
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA
ficamos extasiados; o que isso significa?
Por que julgamos determinadas coisas belas e Período clássico (séculos V e IV a. C.) — apogeu da
outras coisas feias? O que é o belo? O que é o feio? Por civilização grega; na política, expressão da democra-
que gosto de alguma coisa e de outra não? Os gostos cia ateniense; desenvolvimento das artes, da literatu-
e preferências individuais devem valer para todos? A ra e da filosofia; época em que vivem os sofistas e os
Estética é um ramo da filosofia que pretende auxiliar- filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles
-nos a responder essas perguntas.
Período helenístico (séculos III a II a. C.) — deca-
dência política, domínio macedônico e conquista da
Lógica Grécia pelos romanos; culturalmente, significativa
influência das civilizações orientais
Quando vamos apresentar uma ideia, debater um
argumento com alguém, precisamos dizer de forma tal Fonte: (ARANHA; MARTINS, apud SANTOS, 2014, p. 21)
que o que afirmamos tenha sentido e validade. Imagine-
mos a seguinte frase: A sociedade tem normas, valores A chamada filosofia antiga se dá na passagem do
e regras, mas nossos atos sociais não são influencia- Período Arcaico para o Período Clássico, seguindo a
dos pela sociedade que vivemos. Ora, se na primeira cronologia do quadro acima. Surgem os filósofos pré-
parte da frase afirmamos que existem normas, valores e -socráticos, depois Sócrates, Platão e Aristóteles.
regras na sociedade, não faz sentido nenhum na segunda A filosofia antiga tinha como preocupação com-
parte darmos a entender que elas não influenciam em preender o mundo indagando sobre o ponto de par-
nada nosso comportamento em sociedade. tida do surgimento das coisas, qual o princípio, o
O que caracteriza um argumento verdadeiro? O que é elemento essencial que criou tudo que existe e que
uma afirmação falsa? O que faz com que uma argumen- traz uma organização ao universo. Outra preocupa-
tação tenha validade? A Lógica é um ramo da filosofia ção era a reflexão sobre: o que é a verdade? Como
que discute quais são os métodos de argumentação, os podemos atingir o conhecimento verdadeiro? Uma
princípios que organizam a nossa maneira de raciocinar terceira fonte de indagação refere-se à essência do ser
sobre o mundo. Nossas ideias devem ter validade e exis- humano, do que era feita a alma.
tem diversas maneiras pelas quais podemos expressar o
que pensamos. O que caracteriza um argumento verda- PRÉ-SOCRÁTICOS
deiro? O que é uma afirmação falsa?

FILOSOFIA ANTIGA

O desenvolvimento do pensamento filosófico guar-


da uma relação estreita com o período histórico em
que vivem os pensadores. Somos seres sociais, portan-
to, históricos. Mesmo que nós façamos a história, esta
4

não é feita da forma como a gente quer, mas depende


-2

das heranças sociais, políticas e econômicas que recebe-


13

mos de nossos antepassados, como salientou um filósofo


.7
28

importante, chamado Karl Marx. Nesse sentido, antes de


Filósofos Pré-Socráticos1
.8

discorrer sobre a filosofia na Grécia, é importante saber


18

sua evolução histórica. É na Grécia que tem início o que


O período pré-socrático se deu aproximadamente
-0

conhecemos como pensamento ocidental.


nos fins do séc. VII e início do século VI a. C. Os objetos
ar

de estudo eram a natureza, o universo e os fenôme-


lm

PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA nos cosmológicos. Eles buscavam explicar a “arché”,
gi

elemento primordial que serviria de ponto de partida


ar

Civilização micênica (séculos XX a XII a. C.) — desen- para todo processo de criação dos seres naturais. Para
lm

volve-se desde o início do segundo milênio a. C e tem entender o mundo, procurou elementos da natureza.
esse nome pela importância da cidade de Micenas,
gi

Tales de Mileto e outros pensadores de seu tempo fica-


de onde, por volta de 1250 a. C, partem Agamemnon, ram conhecidos como “filósofos da natureza” e, poste-
Aquiles e Ulisses para sitiar e conquistar Troia
riormente, pré-socráticos.
Tempos homéricos (séculos XII a VIII a. C.) — nesse Entre os filósofos pré-socráticos destacam-se:
período teria vivido Homero (século IX ou VIII a. C.);
na transição de um mundo essencialmente rural, os Tales de Mileto (624 — 548 a. C.)
senhores enriquecidos formam a aristocracia proprie-
tária de terras; recrudesce o sistema escravista Tales de Mileto é visto como o pai da filosofia.
Umas das características que marcam os filósofos
Período arcaico (séculos VII a VI a. C.) — com o ad- pré-socráticos é uma espécie de rompimento com a
vento das cidades-estados (poleis) ocorrem grandes
maneira mítica de entender a realidade. Para eles, o
alterações sociais e políticas, bem como o desenvol-
mundo deveria ser organizado, classificado de uma
vimento do comércio e a expansão da colonização
maneira racional. Foi exatamente isso que Tales fez.
grega

304 1 Disponível em: https://www.ex-isto.com/2019/05/primeiros-filosofos.html. Acesso em: 27 jan. 2023.


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O mundo apresenta uma imensa diversidade de matéria poderia ser indefinidamente dividida. Qual-
objetos e seres, contudo, em sua visão, tinha de haver quer matéria, quando a dividimos sucessivamente,
algo, alguma coisa que seria comum entre todos eles. vai chegar num estágio em que teremos uma partí-
Para que houvesse tantos seres, algo deveria tê-los cula que não poderá mais ser dividida. Além disso,
gerado. O que gerou tudo o que existe? Ele colocou existem forças que agregam e desagregam as coisas.
essa pergunta. Ele refletiu e imaginou, a partir de O nascimento é o momento de agregação e a morte de
suas observações, que os quatro elementos naturais desagregação. Demócrito tinha uma concepção meca-
deveriam ser essa “coisa” que todos os seres têm em nicista do cosmos (SANTOS, 2014).
comum: ar, terra, fogo e água (SANTOS, 2014). Mas
ele estava buscando o princípio de tudo. E pensou ESCOLA SOFÍSTICA
o seguinte: dentre esses quatro elementos, o mais
importante que os demais é a água. Então, chegou à Entre os séculos VI e V a. C., uma corrente de sábios
conclusão de que tudo o que existe no mundo teve e eruditos dominava técnicas de retórica e discurso,
como elemento causador, a água. chamados de Sofistas. Os sofistas eram filósofos extre-
mamente hábeis nas artes da retórica e da oratória.
Anaximandro (610 — 545 a. C.) Eles recebiam pagamento pelo ensino aos jovens
aprendizes, das técnicas de como discursar e argu-
Como um pré-socrático, Anaximandro também foi mentar, ou seja, como vencer alguém em um debate.
em busca do elemento primordial que formou o mundo. Eram intelectuais malvistos pela elite cultural justa-
Anaximandro, diferentemente de Tales de Mileto, enten- mente por comercializar seus conhecimentos viajan-
dia que, pela complexidade do mundo e pela enorme do pelas cidades. Os Sofistas negavam o princípio da
multiplicidade de formas nas coisas que existem, não era verdade, acreditando que ela surgia por meio do con-
possível que a origem de tudo viesse de um único prin- senso entre os homens.
cípio ordenador. Não era possível explicar, na sua visão, Os sofistas surgem em uma Grécia que passava por
que as coisas tivessem origem em algo concreto, deter- profundas transformações econômicas, sociais e polí-
minado como os elementos da natureza. Pensava que o ticas. Essas mudanças foram impulsionadas pelo cres-
elemento que deu origem a tudo não poderia ser deter- cimento das cidades que provocaram mudanças nas
minado. Tinha de ser algo que não pudéssemos determi- relações econômicas, que por sua vez impulsionaram
nar nem sua origem nem o seu fim. a reestruturação política delas. Atenas se sobressai
como o principal centro de irradiação cultural. Lem-
Heráclito (544 — 484 a. C.) brando que cidadão, em Atenas, eram os proprietá-
rios de terras. Mulheres, estrangeiros e crianças não
Heráclito nasceu na cidade de Éfeso. É um filósofo eram considerados cidadãs e não tinham o direito de
que pensava que o devir, ou seja, o fluxo constante da cidadania. Somente o cidadão podia discutir sobre o
vida era o elemento primordial de todas as coisas. A desenvolvimento da pólis.
transformação de tudo o que existe no meio natural se
deve a esse movimento que nunca para. Entretanto, o Sócrates e Platão
que movimenta esse fluxo é o choque de forças que se
opõem umas às outras. Ele pode ser considerado o pri- Diferentemente dos Sofistas, Sócrates acredita-
meiro que pensou no movimento da vida de maneira va que havia uma verdade universal, mas que, para
4

conhecê-la, o homem precisa fazer uma imersão em


-2

dialética (dialética é o pensamento que diz que as coi-


13

sas caminham a partir da luta de ideias opostas, no si mesmo. Por isso, ele dizia “conhece-te a ti mesmo”.
Outra conhecida expressão, “só sei que nada sei”,
.7

choque entre elas surge uma ideia nova que tem algu-
28

mas características das forças em disputa, mas é uma tinha a intenção de demonstrar que o homem precisa
.8

coisa nova, uma síntese). reconhecer a sua ignorância para buscar a verdade.
18

Heráclito viu no fogo princípio gerador de todas as Sócrates provocou uma mudança profunda nos
-0

coisas. Todas as coisas advêm do fogo e se voltam para rumos das investigações filosóficas. Sua influência
foi tão grande que seu nome marca uma transição
ar

ele. O mundo seria uma espécie de fogo que ardia


dos estudos que buscavam na natureza a explicação
lm

incessantemente (SANTOS, 2014).


da origem de tudo o que existe, como foi visto com
gi

Empédocles (495 — 430 a. C.) os pré-socráticos. Os pensadores que inverteram essa


ar

orientação e se propuseram a encontrar o sentido da


lm

Para este filósofo, não havia entre os quatro ele- existência humana, bem como nas ações e realizações
gi

mentos — ar, terra, fogo e água —, um que fosse mais que influenciavam essa existência, centraram grande
importante que o outro. O Princípio de onde todas as parte de suas atenções nas noções de bem, de morali-
coisas foram geradas vem da combinação das mais dade, da organização política das cidades.
diversas formas desses quatro elementos. Porém, Infelizmente, não existe nenhum texto, livro ou frag-
o que combinavam esses elementos, o que os fazia mento de algum escrito de Sócrates. O que sabemos sobre
movimentar eram duas forças: o amor e o ódio. Se seus ensinamentos chegou até nós através de outros filó-
num determinado momento a força do amor prevale- sofos. Com esses depoimentos, pudemos traçar um rotei-
cia, a vida era preservada. Agora se o ódio passasse a ro sobre as principais inovações que Sócrates provocou
FILOSOFIA

predominar a desarticulação das coisas sobressaiam. no pensamento filosófico. Sócrates foi um mestre, um
educador. Ele acreditava que a essência do homem era a
Demócrito (460 — 370 a. C.) racionalidade (SANTOS, 2014). É justamente através des-
sa racionalidade que os homens apresentam a capacida-
O filósofo nasceu na cidade de Abdera e é um de para conhecer o mundo a sua volta e, após conhecer,
dos criadores e aperfeiçoadores do atomismo. Não agir sobre ele. Sem o cultivo da razão — esse instrumento
há nada que exista no mundo material que não seja que nos faz agir — não se pode desenvolver o processo
composto por átomos. Para este pensador nenhuma educativo. 305
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Para promover essa educação, ele desenvolveu um Certa vez, um dos prisioneiros conseguiu escapar e,
método, o que conhecemos hoje como método socrático. então, perceber de onde vinham as sombras na pare-
O método socrático era constituído pela ironia (levar o de, e que fora daquela caverna, que era tudo o que
interlocutor a reconhecer a própria ignorância) e pela ele conhecia, havia um mundo inteiro, o mundo real.
maiêutica (uso de perguntas para que o interlocutor des- Assim, ele voltou para libertar os demais prisioneiros
cubra a verdade por meio de exemplos). da caverna, para que todos conhecessem a verdade.
Com o tempo, Sócrates passou a ser acusado de blas- Outro tema central do livro “A República” é a
femar contra os deuses e corromper a juventude ate- maneira como Platão entendia que se deveria exercer
niense. Por conta disso, foi condenado à morte por a organização política. Platão entendia que os homens
envenenamento. desempenhariam atribuições na sociedade segundo sua
natureza. Aqueles que possuíam a natureza para satisfa-
zer suas necessidades mundanas seriam os trabalhado-
res nessa sociedade. Aqueles, cuja natureza se inclinava
para a coragem seriam responsáveis pela defesa, os mili-
tares. E os que eram amantes da sabedoria, dos estudos,
que enxergavam o mundo a partir de valores mais altos,
seriam os que governaria. O governo deveria ser exerci-
do pelo que ele chamou de rei-filósofo.

ARISTÓTELES E A ESCOLA HELENÍSTICA

Aristóteles (384 — 322 a. C.) nasceu em Estagira,


uma cidade localizada no litoral nordeste da Gré-
cia, mas, ainda criança, se mudou para a capital da
Macedônia. Quando tinha cerca de 17 anos, mudou-se
para Atenas e ingressou na Academia de Platão, onde
Sócrates cumprindo a sua pena de morte2 ficou responsável por lecionar a disciplina de Retórica
durante vinte anos. Em 343 a.C., Felipe II, Rei da Mace-
Um dos principais discípulos de Sócrates foi Pla- dônia, chamou o filósofo para ser o tutor de seu filho,
tão (428 — 347 a. C.). O filósofo reinterpretou o mundo Alexandre, que assumiria o trono em 336 a. C.
ao desenvolver o que ficou conhecido como dualismo De volta a Atenas, o filósofo fundou o Liceu, onde
platônico. Em uma esfera, temos o mundo inteligível, ensinava sob seu método peripatético, que consistia
formado pela essência das coisas, pelo intelecto, pelas em lecionar caminhando pelo ambiente. Diferen-
ideias perfeitas, dotado de sabedoria e conhecimen- temente de Platão, que acreditava na existência do
to. Na outra esfera, temos o mundo sensível, formado mundo real e do mundo das coisas, Aristóteles acre-
pela existência material das coisas que temos no mun- ditava que a verdade se encontrava neste mundo. Ele
do inteligível e nós percebemos essas coisas por meio tratou de, praticamente, todos os temas de interesse
dos nossos sentidos. em seu tempo, tendo maior importância a Metafísica,
a Retórica, a Ética, a Política, a Física e a Zoologia. No
campo da Lógica, procurou estabelecer uma verdade
4

semântica na qual duas premissas formassem uma


-2
13

conclusão indiscutível.
Após a morte de Alexandre, em 323 a. C., um forte
.7
28

sentimento “antimacedônico” tomou conta de Atenas,


.8

fazendo com que o filósofo fugisse para a ilha Eubeia,


18

na qual viria a morrer pouco tempo depois. Embora


-0

tenha deixado um grande legado, suas afirmações


foram tomadas como verdades absolutas por muitos
ar

pensadores depois dele, o que prejudicou o desenvol-


lm

vimento científico e filosófico.


gi
ar
lm
gi

Platão

Em sua obra clássica, “A República”, Platão des-


creve o “mito da caverna”, para demonstrar a busca
pela verdade. Nesse texto, um grupo de pessoas vive
aprisionado durante toda a sua existência dentro
de uma caverna. Essas pessoas ficavam acorrenta-
das, olhando para uma parede, na qual era possível
enxergar imagens projetadas, as sobras produzidas
Escola de Atenas (Rafael Sanzio) representando Platão e Aristóteles
por uma fogueira, o que representa o mundo sensível. ao centro3

2 Disponível em: https://canalcienciascriminais.com.br/wp-content/uploads/2019/03/socrates.png. Acesso em: 27 jan. 2023.


306 3 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Atenas#/media/Ficheiro:Escola_de_Atenas_-_Vaticano_2.jpg. Acesso em: 30 jan.2023.
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O período de intercâmbio da cultura grega com No campo filosófico, na esteira dessas revoluções
outros espaços, graças à expansão do Império Mace- provocadas na maneira de se entender o mundo e o
dônico, possibilitou o surgimento de diversas corren- próprio homem, surgiram novas correntes de pensa-
tes divergentes da Filosofia. Destacam-se, entre as mento, entre elas o Racionalismo, com dois pensado-
chamadas escolas helenísticas: res se destacando, René Descartes e Baruch Spinoza, e
o Empirismo, com John Locke.
z Epicurismo: levou o nome de seu fundador, Epi-
curo, para quem a vida era uma intensa luta entre Racionalismo Moderno
o prazer e a dor, ou seja, o objetivo do ser humano
é maximizar o prazer e diminuir a dor. No entan- O Racionalismo foi uma corrente filosófica origina-
to, esse prazer não era visto como uma prática de da na Idade Moderna. Podemos dizer que ela surgiu
excessos, e, sim, como racionalidade e equilíbrio; graças aos Renascentistas, que defendiam a valoriza-
ção do homem e da cultura greco-romana. Com isso,
z Estoicismo: para essa Escola, a felicidade huma-
esses pensadores retomaram ideias de Platão acerca
na é baseada na ataraxia (tranquilidade da alma)
do princípio da causa das coisas.
e na apatheia (ausência de perturbações). Segundo
Para os Racionalistas, todas as ideias têm origem
Zenão, seu fundador, o homem, deve orientar-se na própria racionalidade, ou seja, têm origens inatas
pela racionalidade para atingir a felicidade, procu- ao ser humano, surgindo em nosso intelecto e sendo
rando se libertar das emoções; empregadas pelo uso da Razão. Portanto, a Razão é o
z Ceticismo: para essa Escola, a tranquilidade da alma elemento determinante no processo de conhecer.
só pode ser conseguida por meio do abandono de con- Dois nomes se destacam entre os racionalistas:
vicções, sendo que tudo é duvidoso e questionável;
z Cinismo: fundada por Diógenes, a Escola Cínica z René Descartes (1596 — 1650)
acreditava que a felicidade humana é atingida por
meio da autarkeia (autodomínio), que deve ser
buscado pela dedicação à vida filosófica. Acredita-
va-se que deveríamos romper com padrões morais
e sociais e viver uma vida anárquica. Por isso, seus
seguidores viviam nas ruas;
z Neoplatonismo: para eles, a busca pela felicidade
deveria se guiar pela união com o divino, de tal
maneira que o homem deveria se conectar, misti-
camente, com a unidade suprema e fonte do bem.

FILOSOFIA MODERNA

As descobertas marítimas dos séculos XV e XVI modi-


ficaram profundamente o panorama europeu. O alarga-
mento das fronteiras comerciais e o contato com novos
povos e novas culturas fez com que verdades até aceitas
4
-2

como incontestáveis passassem a ser questionadas. O


13

Teocentrismo, que é a ideia de que Deus é o centro do


.7

universo, cedeu lugar ao Antropocentrismo, ou seja, o René Descartes4


28

homem é dotado de razão e com ela pode-se transfor-


.8

mar a natureza conforme seu desejo. Mais uma vez, na Autor da frase “Penso, logo existo”, o filósofo e
18

história, as cidades floresceram, tornaram-se maiores e, matemático é, também, muito conhecido por ser o
-0

dessa vez, com o intercâmbio de mercadoria e homens criador do plano cartesiano. Para ele, o reconheci-
ar

de todas as partes do mundo. mento da existência dava-se no ato de pensar. Em


lm

Essa nova geografia mundial foi impulsionada pelo sua obra “Discurso sobre o método”, ele colocava
gi

desenvolvimento da tecnologia náutica, o desenvolvi- quatro regras para se chegar ao conhecimento, quais
sejam: nada é verdadeiro até ser reconhecido como
ar

mento da imprensa que possibilitou que o livro fosse


lm

tal; os problemas devem ser analisados e resolvidos;


um instrumento de democratização das informações.
as considerações devem partir das mais simples para
gi

A Reforma Protestante, que alguns autores afirmam ser


as mais complexas; e o processo de análise deve ter
o evento determinante para o Início da Idade Moderna, começo, meio e fim, para que nada seja omitido.
contribuiu para a liberdade de crença religiosa e de opi-
nião. Os homens voltaram a se sentir livres para expres- z Baruch Spinoza (1632 — 1677)
sar suas ideais, sem as amarras religiosas estabelecidas
pela Igreja Católica durante o Renascimento. Dedicou-se ao estudo da Filosofia e da Teologia,
Todas essas transformações refletiram profun- desenvolvendo teses que lhe causaram problemas
damente no pensamento humano. A autonomia do
FILOSOFIA

com a comunidade judaica holandesa. Defendia a


pensamento, ou seja, as criações artísticas, literárias, separação da matéria, do intelecto e da racionalida-
em suma, as invenções culturais agora estavam livres de. Para ele, Deus era imanente (Ele próprio é o seu
para se desenvolver. princípio e finalidade) e transcendente (possui um fim
externo superior a si mesmo). Além disso, Deus seria
uma substância presente em toda a matéria.
4 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ren%C3%A9_Descartes#/media/Ficheiro:Frans_Hals_-_Portret_van_Ren%C3%A9_Descartes.jpg.
Acesso em: 30 jan. 2023. 307
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Homens viviam no Estado de Natureza. Nesse Estado,
os homens não tinham as normas e as regras sociais.
Como para a sobrevivência precisamos de segurança
e garantias sobre a propriedade de nossos trabalhos,
Locke entendia que os homens pactuaram entre si,
perdendo parte da liberdade que tinham no Estado
de Natureza, estabeleceram leis que regulavam os
relacionamentos sociais e, principalmente, protegia
a propriedade. Para John Locke, os homens criam a
sociedade civil e o Estado para garantir o direito à
propriedade.

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

Chamamos de Filosofia Contemporânea os pres-


supostos filosóficos desenvolvidos do século XIX até
os dias de hoje. Uma importante característica dos
Baruch Spinoza5
pensadores dessa corrente é a crítica ao conceito de
modernidade, envolvendo temas que também eram
EMPIRISMO
preocupações da Idade Moderna — como a Razão — e
outros, próprios da Idade Contemporânea — como o
Capitalismo, o trabalho industrial e o Holocausto.
Os nomes mais famosos da Filosofia Contemporâ-
nea são:

z Friedrich Nietzsche (1844 — 1900)

O pensador, nascido na Alemanha, é um dos mais


conhecidos da contemporaneidade, principalmente
por ter influenciado grandemente outros filósofos
e correntes filosóficas importantes do século XX. Foi
influenciador, por exemplo, do Existencialismo e do
Pós-Estruturalismo. Além disso, era um crítico ferre-
nho do Catolicismo.

z Martin Heidegger (1889 — 1976)


4

O filósofo, também alemão, fez críticas à técnica e


-2

John Locke6 estabeleceu novas maneiras de se chegar a um conhe-


13

cimento, por meio de uma nova estrutura filosófica.


.7

O empirismo é uma corrente do pensamento


28

Contudo, teve uma história de vida controversa, sen-


filosófico que defende a ideia de que só atingimos o
.8

do filiado ao Partido Nazista.


conhecimento através das nossas experiências. Para
18

os autores empíricos, não existem ideias inatas; nesse


-0

z Theodor Adorno (1903 — 1969)


sentido, o empirismo é uma reação ao Racionalismo,
ar

principalmente defendido por Descartes.


lm

Também alemão, o pensador contemporâneo ques-


John Locke (1632 — 1704) é um dos representantes
gi

tionou elementos políticos fundamentais da socieda-


dessa perspectiva filosófica. Foi um intelectual bastan-
de do século XX e elaborou uma crítica ao Iluminismo.
ar

te ativo discorrendo sobre várias áreas como educa-


lm

ção, religião e política. Para este autor, a percepção é


z Jean-Paul Sartre (1905 — 1980)
gi

um componente imprescindível para o conhecimen-


to. A percepção liga-se com a experiência vivenciada.
Esta percepção vem do ambiente externo ao homem Um dos principais teóricos do existencialismo,
e do seu interior. O ato de conhecer é precedido pelas questionou o modo como o ser humano encarava a
sensações que vamos experimentando. É combinando existência.
sensações que chegamos às ideias das coisas e cria-
mos representações delas. Essas ideias podem ser sim- z Simone de Beauvoir (1908 — 1986)
ples, complexas e gerais (SANTOS, 2014).
John Locke é considerado, também, um dos pais Filósofa existencialista e feminista, responsável
do liberalismo político. Ele era um Contratualista. pela elaboração das primeiras teorias feministas do
Os Contratualistas acreditavam que a sociedade e o século XX, baseadas no que ela chamou de Condição
Estado são fundados por um contrato social firma- Feminina.
do entre os indivíduos. Antes de haver sociedade, os
5 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Baruch_Espinoza#/media/Ficheiro:Spinoza.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
308 6 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Locke#/media/Ficheiro:JohnLocke.png. Acesso em: 30 jan. 2023.
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z Hannah Arendt (1906 — 1975) o materialismo dialético. A dialética é um método de
análise para se entender a marcha da história. A his-
Judia e alemã, foi perseguida pelos nazistas, falou tória avança pelo confronto de duas classes sociais até
sobre a condição humana em meio aos conflitos glo- que, em uma determinada etapa histórica, seus inte-
bais e estudou profundamente o Totalitarismo. resses se tornam tão antagônicos que não resta outra
alternativa senão a luta entre elas. Essa luta faz com
z Michel Foucault (1926 — 1984) que toda a sociedade seja reestruturada, gerando uma
nova etapa histórica.
Estudou a convivência humana dentro da socieda- O materialismo histórico é a maneira como Marx
de mediante uma visão biopolítica, que são políticas analisa não o fluxo histórico, mas, sim, uma determi-
públicas que tratam da gestão e do controle da vida nada etapa histórica. Para analisar como uma socie-
e da morte. Com a elaboração do conceito de biopo- dade se organiza é fundamental começar estudando a
der, procurou desvendar como as leis e as instituições maneira como os homens trabalham nela. A partir do
eram internalizadas e individualizadas pelos sujeitos. estudo de como os homens trabalham, ou seja, repro-
duzem suas condições materiais de vida, podemos
KARL MARX saber quais as classes existem nesta sociedade. Uma
vez definidas as classes sociais, visualiza-se as classes
sociais antagônicas e, assim, é possível estudar como
uma sociedade se organiza para manter o poder da
classe social, que detém o poder econômico.

ESCOLA DE FRANKFURT
Conforme comentamos anteriormente, ainda na pri-
meira metade do século XX, um conjunto de sociólogos,
filósofos e historiadores, vinculados ao Instituto para
Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, começou
a desenvolver e a disseminar uma corrente de pensa-
mento conhecida como “Teoria Crítica”. Nomes, como
Theodor Adorno, Max Horkheimer, Eric Fromm, Walter
Benjamin, Herbert Marcuse e Jürgen Habermas foram
os mais conhecidos entre os “frankfurtianos”. Embora
reconhecida como marxista, a Escola de Frankfurt dis-
cordava em diversos pontos da Teoria Marxista Clássica,
Marx7
além de não estar vinculada a nenhum projeto revolu-
cionário ou partidário socialista.
Karl Marx foi um dos mais influentes pensadores É importante relembrar que entre os objetos de estu-
da história. Durante quase todo século XX, metade da do mais importantes da Escola de Frankfurt, destacam-se
população mundial viveu sob regimes inspirados em a cultura e o consumo de massa. Sobre eles, Adorno e Hor-
suas ideias. Foi um estudioso do sistema capitalista kheimer formularam o conceito de “indústria cultural”, o
4

qual estabelece que os elementos culturais são transfor-


-2

de produção. Porém, Karl Marx não estava interessa-


13

do em apenas estudar o capitalismo, queria também mados em mercadorias para serem comercializados para
as massas. Ou seja, os grandes grupos, que dominam as
.7

encontrar uma maneira de superá-lo. Ele entendia


28

que o sistema capitalista era um modo de produção mídias, passam a homogeneizar um determinado tipo de
.8

econômica que gerava, de um lado, grande concentra- material cultural, seja a música, a TV, o rádio, o cinema,
18

ção de riqueza e, de outro, deixava imensos contin- entre outros. Os artefatos culturais passam ser produzi-
-0

gentes populacionais na miséria. dos como se produz uma mercadoria em série nas fábri-
cas. Então, a cultura de massa seria uma mercadoria nas
ar

Seu conceito mais importante é o conceito de classe


mãos dos proprietários dos meios de comunicação. Essa
lm

social. Classe social é a forma como alguém se insere


massificação da cultura é avessa ao pensamento crítico
gi

no processo produtivo. Se o indivíduo participa dessa


produção como proprietário dos meios de produção, e autônomo. Com isso, o lazer passa a ser um prolonga-
ar

ele é o burguês. Mas se alguém participa da produção mento da alienação já existente no trabalho.
lm

vendendo sua capacidade para trabalhar em troca de


gi

um salário no fim do mês, ele é o proletário.


Dois foram os métodos de análise da realidade uti-
lizados por Marx: o materialismo histórico e o mate-
rialismo dialético. Marx era materialista, pois entendia
que a maneira como os homens reproduzem suas con-
dições materiais de existência determina a sua forma
de pensar. Ou seja, o trabalho que o homem exerce
para sobreviver determinará como ele irá pensar.
FILOSOFIA

Para Marx, a história da humanidade se resumia


na história da luta de classes. Isso significa que a histó-
ria avança, caminha, evolui em razão do choque entre
burgueses e proletários. Para entender isso, ele usou Horkheimer e Adorno8

7 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx#/media/Ficheiro:Marx4.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.


8 Disponível em: https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/images/314154ef65fc462663fef7825556e29f.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023. 309
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Alienação é passar para outra pessoa algo que É através do corpo que homem sofre e recebe os
nos pertence, transferir para o alheio. Esse conceito influxos do meio ambiente. Possuímos livre arbítrio e
ganhou destaque com a obra de Karl Marx, que o uti- o bem ou mal é uma consequência da forma com que
lizou para explicar o que acontece com o trabalhador o utilizamos. Outro ponto importante, para ele, não
no interior da fábrica. Segundo Marx, a alienação se existe incompatibilidade entre fé e razão e, ainda, se
dava no processo de fragmentação do trabalho. Um contrapõe aos pensadores céticos com o princípio da
exemplo: hoje encontramos inúmeras lojas de sapatos não contradição. Não podemos duvidar de que exis-
para escolhermos qual a marca, o modelo e a cor que timos quando estamos duvidando de tudo (SANTOS,
desejamos. Em tempos não muito distantes, se alguém 2014).
queria comprar um sapato, ia no sapateiro. O sapatei- Outro nome da filosofia medieval foi São Tomás
ro, desde o molde do pé até a pintura final do sapato, de Aquino, na Baixa Idade Média. Influenciado pelas
controlava toda a produção. As máquinas e ferramen- obras resgatadas por bizantinos e islâmicos sobre
tas eram dele e ele definia que horas começaria e ter- Aristóteles, articulou a Lógica Aristotélica, com a com-
minara de trabalhar. Quando o sapato estava pronto, provação racional da existência divina. O Tomismo
ou Escolástica, como ficou conhecida essa filosofia,
ele reconhecia o produto de seu trabalho. Ou seja, o
ampara-se na ideia de que tudo que existe obedece
trabalho era dele.
a leis e causas. Contudo, nem todas as leis e causas
Hoje, nas fábricas, existe uma fragmentação da
são conhecidas pelas criaturas, somente Deus conhece
produção, onde cada trabalhador executa uma ínfi-
tudo.
ma parte da produção. Este mesmo trabalhador não é
dono das máquinas e equipamentos necessários para
z Patrística
produzir a mercadoria nem controla a hora que entra
e sai da fábrica. Quando a mercadoria que contribuiu
para produzir fica pronta, este trabalhador não se
reconhece naquele objeto. Essa mercadoria torna-se
estranha a ele. A esse processo de fragmentação da
produção que retira do homem o seu trabalho, Marx
deu o nome de alienação. O que se dá no interior das
fábricas, também ocorre na hora de lazer com a mer-
cantilização da cultura.
Vale o destaque para o fato de que a Escola de
Frankfurt se situou, historicamente, no contexto da
ascensão do Nazismo, tanto que seus pensadores tive-
ram que se exilar e a Escola só foi plenamente recons-
tituída em seu local de origem em 1950. Vale destacar
que os Nazistas utilizaram os meios de comunicação
de massa para passar sua ideologia, principalmente o
rádio e o cinema.
O Nazismo e o Holocausto também foram objeto
4
-2

de análise desses pesquisadores, procurando se aten-


13

tar para as forças culturais de negação da modernida-


.7

de, que possibilitaram o ultranacionalismo romântico


28

na Alemanha. Já na década de 1990, o frankfurtiano


.8

Jürgen Habermas envolveu-se em um episódio conhe-


18

cido como “querela dos historiadores”, quando acu-


-0

sou vários pesquisadores de estarem relativizando o


ar

terror do Holocausto.
lm

Santo Agostinho9
gi

FILOSOFIA MEDIEVAL
ar

A Filosofia Patrística foi desenvolvida a partir do


lm

Na Idade Média, ocorreu uma intensa mistura século IV e permaneceu até o século VIII. Recebeu esse
gi

entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas, nome porque os textos desenvolvidos no período foram
especialmente judaico-cristãs. Os filósofos medievais escritos pelos chamados “Padres da Igreja” (Pater, “pai”,
usaram argumentações racionais, inspiradas nas con- em latim). Destaque para Santo Agostinho de Hipona,
tribuições dos gregos, para justificar as chamadas ver- que defendia a superioridade da alma humana e a supre-
dades reveladas pela religião, tais como a existência macia do espírito sobre o corpo.
de Deus, a imortalidade da alma etc.
Santo Agostinho, no século V, inspirado nas ideias z Escolástica
de Platão, defendia que os homens deveriam ver além
da “cidade dos homens” (aparências) e sinalizava a Baseada na Filosofia Aristotélica, desenvolveu-
necessidade de se alcançar a “cidade de Deus”. Para -se entre os séculos IX e XVI. Surgiu com o intuito de
Santo Agostinho o homem é a junção entre corpo e refletir sobre a existência de Deus, da alma humana
alma, sendo que esta, por ser eterna, deveria coman- e da imortalidade, justificando a fé a partir da razão.
dar o corpo. Destaque para São Tomás de Aquino, que estabeleceu
os princípios para provar a existência de Deus.
310 9 Disponível em: https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2020/09/santo-agostinho-por-philippe-de-champaigne.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
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em juízos analíticos (uma característica que é insepará-
vel do sujeito, como dizer que “todo leite é branco” por
exemplo) e juízos sintéticos (uma característica que é
particular daquele sujeito, como dizer “aquela casa é
branca” por exemplo).
O outro nome mais relevante do Idealismo alemão é
Hegel (1770 — 1831). Ele empregava a ideia de espírito
subjetivo, que seria a mentalidade do sujeito, e de espí-
rito objetivo, que seria a manifestação da coletividade,
como a moralidade ou o direito. Para incorporar uma
determinada ideia ou realidade, Hegel utilizou o movi-
mento dialético, em que uma ideia (tese) analisada jun-
to a uma ideia oposta (antítese), não seria anulada, mas
daria lugar a uma nova ideia que iria incorporar elemen-
tos das duas ideias anteriores (síntese).

São Tomás de Aquino10

IDEALISMO ALEMÃO E IMMANUEL KANT

O idealismo alemão foi formado em um contexto


de produção dos filósofos alemães a partir das obras
de Immanuel Kant, não à toa, o movimento também
é chamado de Pós-Kantismo. Os nomes mais famosos,
além de Kant, são Johann Fichte, Friedrich Schelling e
Georg Wilhelm Friedrich Hegel.

Hegel12

ILUMINISMO

Mais próximo do século XVIII, o Iluminismo,


corrente que valoriza a razão e a busca pelo conhe-
4
-2

cimento por meio da ciência, vai influenciar novos


13

pensamentos e teorias, com destaque para Kant,


.7

Hegel, Montesquieu e Rousseau.


28

No século XVIII, a filosofia das luzes incorporou o


.8

Racionalismo e o Empirismo com temas políticos, pois


18

questionava o Absolutismo Monárquico e o dogmatis-


-0

mo que limitava o saber científico.


ar

Foi durante a Filosofia Setecentista (Iluminismo),


lm

que houve o desenvolvimento da Filosofia Kantiana.


gi

Kant considerou os limites do conhecimento por meio


ar

de certezas racionais do chamado “imperativo categó-


lm

Immanuel Kant11 rico” que são colocados à prova pelas experiências.


gi

Os principais iluministas foram:


Para Kant, as ideias e a realidade coexistiam para
a busca de conhecimento. Segundo ele, as ideias orien- z Montesquieu (1689 — 1755): defensor da demo-
tam o que recebemos a partir das experiências práticas. cracia, crítico do Absolutismo e do Catolicismo. Na
Outro ponto fundamental de seu pensamento é a rela- obra “O Espírito das Leis”, defendeu a divisão do
ção entre sujeito observador e objeto conhecido, na qual Estado em três Poderes (Executivo, Legislativo e
podemos conhecer o mundo de diferentes maneiras, já Judiciário);
que a experiência perceptível pode mudar de uma pes- z Voltaire (1694 — 1778): defendia uma monarquia
FILOSOFIA

soa para outra. O uso da razão sobre a matéria serviria, governada por um soberano esclarecido, dotado
então, para afirmarmos um conhecimento mais sólido. de liberdade individual e de pensamento, além de
Segundo a sua “teoria dos juízos”, dividimos os saberes crítico à intolerância religiosa;
10 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino#/media/Ficheiro:Benozzo_Gozzoli_004a.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
11 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant#/media/Ficheiro:Kant_foto.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
12 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel#/media/Ficheiro:1831_Schlesinger_Philosoph_Georg_Friedrich_
Wilhelm_Hegel_anagoria.JPG. Acesso em: 30 jan. 2023. 311
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z Denis Diderot (1713 — 1784): ao lado de D’Alam- só tem sentido na medida em que pode ser discutido.
bert, foi responsável pela Enciclopédia, que reunia Haverá, talvez, verdades que ficam além da linguagem e
os conhecimentos de diversas áreas; que podem ser de grande relevância para o homem no
z Jean-Jacques Rousseau (1712 — 1778): defensor singular, isto é, para o homem que, seja o que for, não é
da liberdade e crítico do Racionalismo, investigou um ser político. Mas homens no plural, isto é, os homens
instituições sociais e políticas, em especial, a pro- que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem
priedade, a desigualdade e a educação; experimentar o significado das coisas por poderem falar
z Adam Smith (1723 — 1790): crítico do mercanti- e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos.
lismo, foi um dos precursores do Liberalismo eco-
nômico, defendendo uma economia com liberdade ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense
de oferta e procura; Universitária, 2004.
z Immanuel Kant (1724 — 1804): defendia que o
conhecimento era resultante da sensibilidade e do No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a impor-
entendimento, sendo o nome que deu origem ao tância da linguagem no processo de:
Idealismo alemão. Sua teoria dos juízos divide-se
em juízos analíticos e juízos sintéticos, conforme a) entendimento da cultura.
vimos anteriormente. b) aumento da criatividade.
c) percepção da individualidade.
FENOMENOLOGIA d) melhoria da técnica.
d) construção da sociabilidade.
A Fenomenologia foi um movimento que teve
como seu representante principal Husserl. O objetivo Para Hannah Arendt, os homens constroem formas de
aqui é entender o fenômeno. Um fenômeno é tudo o estar no mundo que atendam suas condições de exis-
que se apresenta à nossa consciência. Para Husserl, tência. Estas condições não são universais, dependem
ter consciência significa ter sempre a consciência de das distintas realidades locais e históricas. Os homens,
um fenômeno. Portanto, essa consciência possui uma no seu relacionamento, vão influenciando uns aos
intencionalidade, pois objetiva o que está no mundo. outros. Essas influências vão acontecendo pelos nossos
discursos e pelas nossas formas de agir. A linguagem é
Para melhor compreensão da fenomenologia de o instrumento, por meio do qual, criamos um discurso
Husserl, é necessário compreender alguns termos sobre o mundo e como agimos nele, para estabelecer
chaves. 1 — a redução aidética que consiste na padrões de convivência social. Resposta: Letra E.
identificação da essência das coisas. 2 — A redu-
ção fenomenológica que designa a suspensão do 2. (ENEM — 2022) Empédocles estabelece quatro ele-
juízo, mas não está ligado a negar a existência do mentos corporais — fogo, ar, água e terra —, que são
mundo [...] (PEREIRA, 2017, p. 114-115). eternos e que mudam aumentando e diminuindo
mediante mistura e separação; mas os princípios pro-
Merleau-Ponty, outro representante da fenomeno- priamente ditos, pelos quais aqueles são movidos, são
logia, acrescentou um elemento a mais nessa funda- o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os elementos per-
mentação de Husserl. Para Ponty, essa consciência de maneçam alternadamente em movimento, sendo ora
4

algo não é uma coisa que se dá apenas no pensamento. misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio.
-2

Ela se dá também no corpo. O corpo também apresen-


13

SIMPLÍCIO. Física, 25, 21. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova


ta a intencionalidade. O mundo nos chega através dos
.7

Cultural, 1996.
sentidos, de modo que o conhecimento é uma junção
28

das percepções e da sua elaboração no pensamento. O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de
.8

Empédocles acerca da arché, uma preocupação típica


18

REFERÊNCIAS do pensamento pré-socrático, porque:


-0
ar

PEREIRA, W. L. Introdução à Filosofia. Serra, a) exalta a investigação filosófica.


lm

ES: Centro De Ensino Superior Fabra, 2017. Dis- b) transcende ao mundo sensível.
gi

ponível em: https://webcache.googleusercontent. c) evoca a discussão cosmogônica.


d) fundamenta as paixões humanas.
ar

com/search?q=cache:wK6yMLTH9dQJ:https://
lm

soufabra.com.br/repositorio/biblioteca/livros/ e) corresponde à explicação mitológica.


gi

INTRODUCAO%2520A%2520FILOSOFIA.pdf&-
Cosmogonia é o conjunto organizado de ideias ou
cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 22 jan.
princípios que tentam explicar a origem das coisas.
2023. Os filósofos pré-socráticos buscavam o princípio
SANTOS, R. Filosofia — uma breve introdução. [recur- ordenador que gerou todas as coisas que existem
so eletrônico]. NEPFIL online, 2014. Disponível em: na natureza, principalmente nos quatro elementos
https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/files/2019/02/3-filosofia- naturais — terra, fogo, água e ar. Resposta: Letra C.
-uma-breve-introducao.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
3. (ENEM — 2022) Entretanto, nosso amigo Basso tem
o ânimo alegre. Isso resulta da filosofia: estar alegre
diante da morte, forte e contente qualquer que seja o
EXERCÍCIOS COMENTADOS estado do corpo, sem desfalecer, ainda que desfaleça.
SÊNECA, L. Cartas morais. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
1. (ENEM — 2022) Sempre que a relevância do discurso
entra em jogo, a questão torna-se política por definição, O excerto refere-se a uma carta de Sêneca na qual se
pois é o discurso que faz do homem um ser político. E apresenta como um bem fundamental da filosofia pro-
312 tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam mover a:
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a) valorização de disputas dialógicas. De que modo os textos sustentam a existência de um
b) rejeição das convenções sociais. saber ancorado na sensibilidade?
c) inspiração de natureza religiosa.
d) exaltação do sofrimento. a) Admitindo o belo como fenômeno transcendental.
e) moderação das paixões. b) Reafirmando a vivência estética como juízo de gosto.
c) Considerando o olhar como experiência de
Sêneca era um filósofo estóico. O Estoicismo enten- conhecimento.
dia que a felicidade era fruto da tranquilidade da d) Apontando as formas de expressão como auxiliares
alma e da ausência de tudo o que causasse descon- da razão.
forto. A razão deveria ser direcionar as ações huma- e) Estabelecendo a inteligência como implicação das
nas. Deixar-se levar pelas emoções leva ao homem à representações.
tragédia. Letra E.
Merleau-Ponty faz parte da fenomenologia que é
4. (ENEM — 2022) O leproso é visto dentro de uma práti- uma corrente de pensamento que entende que a
ca da rejeição, do exílio-cerca; deixa-se que se perca lá consciência é sempre a consciência de alguma coisa.
dentro como numa massa que não tem muita impor- Mas Merleau Ponty avança nessa questão quando
tância diferenciar; os pestilentos são considerados num alude ao fato de que não é só a mente, mas também
policiamento tático meticuloso onde as diferenciações através do corpo tomamos consciência do mundo.
individuais são os efeitos limitantes de um poder que se A maneira do corpo tomar consciência do mundo
multiplica, se articula e se subdivide. O grande fechamen- é através de nossas percepções, de nossos sentidos.
to por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e Nos dois trechos citados, os autores coincidem em
sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a que a percepção através do sentido da visão instaura
outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão a experiência de observar a arte e o mundo, propor-
da peste não trazem consigo o mesmo sonho político. cionando deleite estético e conhecimento.
Resposta: Letra C.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis:
Vozes, 1987. 6. (ENEM — 2022) Advento da Polis, nascimento da filo-
sofia: entre as duas ordens de fenômenos, os víncu-
Os modelos autoritários descritos no texto apontam los são demasiado estreitos para que o pensamento
para um sistema de controle que se baseia no(a): racional não apareça, em suas origens, solidário das
estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega.
a) Formação de sociedade disciplinar. Assim recolocada na história, a filosofia despoja-se
b) Flexibilização do regramento social. desse caráter de revelação absoluta que às vezes lhe
c) Banimento da autoridade repressora. foi atribuído, saudando, na jovem ciência dos jônios,
d) Condenação da degradação humana. a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. A
e) Hierarquização da burocracia estatal. escola de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu
uma Razão, uma primeira forma de racionalidade.
Segundo Michel Foucault, o século XVIII foi marcado Essa razão grega não é a razão experimental da ciên-
pelo que ele chamou de sociedades disciplinares que cia contemporânea.
fizeram a diferenciação das pessoas na sociedade atra-
4
-2

vés de prisões e da estruturação de lugares onde deter- VERNANT, J. P. Origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel,
13

minados indivíduos eram socialmente delimitados. 2002.


.7

Isso para controlar as ações dos indivíduos. O intuito


28

dessas sociedades disciplinares era o controle em rela- Os vínculos entre os fenômenos indicados no trecho
.8

ção àqueles que eram considerados indesejáveis social- foram fortalecidos pelo surgimento de uma categoria
18

mente. Portanto, a disciplina organiza e normatiza a de pensadores, a saber:


-0

sociedade gerando pessoas adaptadas e dóceis ao sis-


ar

tema dominante. Resposta: Letra A. a) Os epicuristas, envolvidos com o ideal de vida feliz.
lm

b) Os estoicos, dedicados à superação dos infortúnios.


gi

5. (ENEM — 2022) c) Os sofistas, comprometidos com o ensino da retórica.


d) Os peripatéticos, empenhados na dinâmica do ensino.
ar

e) Os poetas rapsodos, responsáveis pela narrativa do


lm

TEXTO I
mito.
gi

Uma filosofia da percepção que queira reaprender a


ver o mundo restituirá à pintura e às artes em geral Os sofistas surgem em uma Grécia que passava
seu lugar verdadeiro. por profundas transformações econômicas, sociais
e políticas. Essas mudanças foram impulsiona-
MERLEAU-PONTY, M. Conversas: 1948. São Paulo: Martins Fontes, das pelo crescimento das cidades que provocaram
2004. mudanças nas relações econômicas, que por sua vez
impulsionaram uma reestruturação política delas.
TEXTO II Essas mudanças provocaram transformações na
FILOSOFIA

forma como os cidadãos eram educados. Os sofis-


Os grandes autores de cinema nos pareceram con- tas eram filósofos treinados na oratória e retórica
frontáveis não apenas com pintores, arquitetos, músi- que viajavam de cidade em cidade ensinando suas
cos, mas também com pensadores. Eles pensam com técnicas aos jovens que podiam pagar por elas. A
imagens, em vez de conceitos. filosofia tem uma profunda relação com o contexto
histórico de cada época. Resposta: Letra C.
DELEUZE, G. Cinema 1: a imagem-movimento. São Paulo:
Brasiliense, 1983 (adaptado). 313
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ANOTAÇÕES

4
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mundo globalizado ocorre o processo de compressão
do espaço pelo tempo, dando a entender que o mundo
está cada vez menor, pois está cada vez mais prático
e fácil (para alguns grupos específicos) a aquisição e

GEOGRAFIA obtenção de informações, o conhecimento e influên-


cia nas transações de mercadorias, culturas e econo-
mias pelo mundo afora.
Como principais características desse processo
podemos destacar:
A GLOBALIZAÇÃO E AS
z a flexibilização da economia;
NOVAS TECNOLOGIAS DE z ampliação das relações comerciais e das transa-
TELECOMUNICAÇÃO: SUAS ções financeiras;
CONSEQUÊNCIAS ECONÔMICAS, z uma maior difusão das tecnologias de informação;
z propagação do multiculturalismo e do hibridismo
POLÍTICAS E SOCIAIS cultural e uma transformação dos modos de vida;
z a fragmentação do espaço mundial.
O processo de globalização é o momento pelo qual
a economia-mundo identifica-se com a economia mun-
A fase atual do processo de globalização pode ser
dial, ou seja, quando o espaço mundial adquire unidade.
dividida e organizada com aspectos importantes e
Do ponto de vista histórico o fenômeno da globalização
antagônicos, caracterizando o processo com pontos
se remete ao momento em que os seres humanos, que
positivos e negativos que vamos destacar agora.
até um determinado momento histórico viviam de for-
ma isolada em seus países e em seus continentes, e estes
Pontos Positivos:
povos passaram a ter conhecimento de outros povos que
viviam além-mar, e começa ocorrer processo de intera-
z maior abertura, ou mesmo o processo de interna-
ção e, em especial desenvolver atividades comerciais.
cionalização dos mercados;
Dessa forma, podemos destacar que o processo
de globalização teve seu marco inicial no período da z crescimento da produção industrial, que gera um
Expansão Marítima Comercial Europeia – também aumento na oferta de produtos;
conhecida como as grandes navegações (a partir z aumento da concorrência em nível internacional/
do ano de 1492), e esse processo ganha maior com- global e uma consequente flexibilização dos pre-
plexidade na história com as transformações das ços no mercado consumidor;
atividades econômicas, por exemplo, as Revoluções z constante avanço tecnológico e um maior desenvolvi-
Industriais. A partir de então o fluxo de pessoas, bens mento dos meios de telecomunicações e transportes.
e serviços passa a ser impulsionado por esse processo
de mudanças. Vale ressaltar que o fenômeno da globa- Em relação aos pontos negativos, podemos citar:
lização é única e exclusivamente capitalista, sistema
que cresceu e se fortaleceu tendo como base principal z aumento do desemprego – tanto estrutural quanto
conjuntural;
4

a lei da oferta e da procura e a incansável busca pelo


-2

lucro, e todos esses processos estavam associados ao z redução do estado do bem-estar social e aumento
13

desenvolvimento das redes de transporte e de teleco- da desigualdade entre povos e nações;


.7

municações extremamente importantes para o mun- z maior vulnerabilidade dos mercados, ficando estes
28

do atual. mais suscetíveis a crises financeiras que afetam


.8

todos os países do mundo;


18

A origem do termo globalização gera algumas


controvérsias entre estudiosos do assunto. Dentre as z aumento do endividamento externo dos países, que
-0

hipóteses para o surgimento deste processo, a mais causam uma maior dependência econômica de nações
ar

aceita está associada a ideias do estudioso Marshall pobres em relação a nações ricas.
lm

McLuhan e do político Zbigniew Brzezinski, que nos


gi

anos 60 trouxeram em suas obras os termos aldeia Dessa forma podemos concluir que o processo de
ar

global e sociedade global – a formação destes cená- globalização provocou, provoca e ainda provocará
lm

rios proporcionaria o estreitamento entre as nações mudanças em todo o mundo, e estas mudanças ocorre-
gi

do mundo, que iriam realizar entre si transações e rão de forma cada vez mais rápida, acelerada e desigual.
movimentações financeiras e econômicas cada vez
mais intensas e complexas, através do processo de PRODUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS ESPAÇOS
expansão das grandes multinacionais para diversos AGRÁRIOS
países do globo, e esse processo provocou mudanças
significativas, em especial um aumento significativo As atividades agricultura e pecuária exerceram
no mercado consumidor mundial. um papel extremamente importante no processo de
O final da Guerra Fria e a dissolução da União evolução e desenvolvimento da sociedade humana,
GEOGRAFIA

Soviética e do bloco socialista contribuíram para ace- proporcionou a produção de alimentos, a mudança
lerar o processo de globalização proporcionando o do nomadismo para o sedentarismo, a formação dos
surgimento de uma nova DIT – Divisão Internacional aglomerados humanos, que posteriormente se organi-
do Trabalho, fase do sistema capitalista pós 1991 que zaram em vilas e em cidades.
foi reformulada com o surgimento, o fortalecimen- Até a ocorrência da 1ª Revolução Industrial, a agri-
to e a consequente expansão dos blocos econômicos cultura juntamente com o comércio eram as principais
supranacionais e o processo de interdependência da atividades econômicas, sendo responsáveis pela produ-
econômica mundial. Assim podemos afirmar que no ção de recursos no meio rural e as cidades eram os locais 315
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onde ocorria a distribuição das mercadorias, criando O AGRONEGÓCIO, A AGRICULTURA FAMILIAR, OS
assim espaços que do ponto de vista geográfico eram dis- ASSALARIADOS DO CAMPO E AS LUTAS SOCIAIS
tintos: os espaços de produção (áreas produtoras) e espa- NO CAMPO
ços de circulação (áreas onde ocorria o comércio).
No século XVIII, como resultado direto do pro- O agronegócio – também denominado por agribu-
cesso de industrialização que o mundo passava, eixo siness – é a nomenclatura utilizada para fazer refe-
econômico passa por transformações de rural para o rência ao processo da produção agropecuária, e nele
urbano, assim os espaços urbanos passaram a con- estão inclusos todos os serviços, as técnicas utilizadas
centrar os recursos financeiros e tecnológicos, e estas e equipamentos de maneira direta ou indireta.
mudanças fizeram com que o meio rural se adaptasse O setor da economia envolve uma cadeia produtiva
as novas realidades do mercado. com a realização de atividades que incluem desde a pro-
O desenvolvimento técnico-científico ocorrido na dução agrícola (cultivo de culturas como a soja, milho,
Europa, Estados Unidos e posteriormente no Japão, nos café, dentre outros), o consumo e a compra de adubos
séculos XVIII e XIX, o mundo passou por um conjunto de e fertilizantes, o desenvolvimento de máquinas agríco-
transformações sociais, econômicas, políticas, culturais etc. las, o processo de industrialização de produtos oriundos
A ocorrência da 2ª Revolução Industrial proporcio- do campo (como óleos, café solúvel, entre outros) até o
nou várias inovações para o setor agropecuário, como a desenvolvimento de tecnologias para tornar todo esse
produção de insumos, adubos e agrotóxicos, que amplia- processo produtivo e suas atividades mais dinâmicas.
ram a capacidade produtiva dos solos (diminuindo as Entretanto, o agronegócio não está somente rela-
perdas das lavouras por conta das ações de pragas). cionado às atividades voltadas para o campo, esse
Até o fim do século XIX, essa modernização ocor- setor é especialista em meio urbano, sendo um dos
rida na agricultura estava concentrada nos países motivos da ocorrência do processo de subordinação
mais ricos e desenvolvidos, pois estes concentravam e dependência das atividades rurais em relação aos
as melhores condições econômicas, além de melho- mercados presentes nas grandes cidades. Isso ocorre
res condições técnico-científicas para a realização de porque, conforme o agronegócio se moderniza e passa
investimentos no setor rural. por transformações, maior é dependência de atuações
dos complexos industriais e das atividades produtivas
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E ESTRUTURAS oriundas das grandes cidades.
AGRÁRIAS TRADICIONAIS Esse importante setor da economia está relaciona-
do com três setores da cadeia produtiva econômica,
Na segunda metade do século XX, em especial a o setor primário (agropecuária), o setor secundário
partir dos anos 60, um problema antigo chamava a (indústrias de tecnologias de ponta e de transforma-
atenção das autoridades em nível mundial – a fome, ção das matérias-primas) e o setor terciário (com o
mas foi no período posterior a 2ª Guerra Mundial escoamento e transporte e a comercialização dos pro-
que ficou claro e evidente o processo de desigualdade dutos produzidos no campo).
entre as nações do mundo. Um dos pilares importantes do processo produti-
Os organismos financeiros internacionais como vo presente no contexto do agronegócio é a elevada
o Banco Mundial e corporações privadas, injetando concentração de investimentos. Os produtores estão
capitais, proporcionaram a introdução de insumos, investindo tanto na produção em si quanto nos fato-
4
-2

adubos, fertilizantes, sementes selecionadas em algu- res que melhoram a sua execução. Dessa forma, essa
13

mas regiões da Ásia e da América, contribuindo para atividade também abrange estudos científicos relacio-
.7

o aumento da produtividade agrícola e uma tímida nados com o campo e com o envolvimento de áreas
28

redução dos indicadores de fome e pobreza na região. como a biotecnologia e até com a meteorologia e cli-
.8

O objetivo era reduzir, amenizar e talvez acabar matologia, com o objetivo de oferecer as melhores
18

com o quadro de fome em todo o mundo, porém, os condições para que ocorra o acúmulo de capital por
-0

investimentos em regiões como América Latina e Áfri- parte de seus proprietários.


ar

ca não foi o suficiente para alterar de forma significa- No Brasil, o agronegócio é um dos mais importan-
lm

tiva os quadros de fome nestas duas regiões. tes do mundo, principalmente em relação à dinâmica
gi

A utilização de insumos agrícolas e da mecanização de exportações. Nosso país está entre os maiores pro-
ar

do processo produtivo ficou conhecida como Revolução dutores agrícolas do mundo, sendo o maior exporta-
lm

Verde, que além de receber produtos químicos e semen- dor mundial de café, de açúcar e de cana-de-açúcar;
gi

tes melhoradas e selecionadas, contava também com a é o segundo maior exportador de carne bovina e o
utilização de maquinários no campo e com a forte inje- maior exportador de carne de frango, sendo também o
ção de capitais de grupos econômicos internacionais. quarto maior exportador de carne suína. Esse quadro
A mecanização e modernização da agricultura vie- nos leva a estimativas que os lucros produzidos nesse
ram acompanhadas de problemas para a maioria dos setor cresçam ainda mais, com projeções de aumento
trabalhadores rurais que ficaram a margem de todo o e crescimento em torno de 40% nos próximos anos,
processo única e exclusivamente por questões econô- de acordo com estudos do Ministério da Agricultura.
micas e financeiras. A agricultura familiar vai na contramão do agro-
A Revolução Verde provocou a formação de um negócio, caracterizada por ser um tipo de agricultura
grande contingente de desempregados no campo (o praticada em pequenas propriedades rurais, sendo
uso da mão de obra em grande quantidade se fazia denominada dessa forma pelo fato de ser praticada
cada vez mais reduzido com o processo de mecani- por grupos de famílias (pequenos agricultores e alguns
zação). Sendo assim, essa parcela de trabalhadores empregados). O processo de colheita dos produtos ser-
desempregados no campo foi obrigada, forçada, a rea- ve como forma de alimentação para os produtores, e
lizar pro­cessos migratórios para os centros urbanos ainda, pode ser colocado como moeda de troca contri-
316 através do processo conhecido como êxodo rural. buindo assim para o consumo de parte da população.
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A Importância da Agricultura Familiar z Mão de obra familiar: é a relação de trabalho
quando todas as etapas do processo de produção
Embora seja uma atividade muito importante para são realizadas por entes da mesma família;
o consumo e sustento de várias famílias de agriculto- z Posseiros: são grupos de trabalhadores rurais que
res que vivem nas áreas rurais, dados do IBGE indi- ocupam e/ou cultivam terras que não estão produ-
cam que em torno de 70% dos alimentos consumidos zindo (terras devolutas);
no Brasil são oriundos da agricultura familiar. z Parceria: é o processo em que dois trabalhadores
É importante destacar que, nesse processo, as técnicas ou produtores rurais firmam acordos nos quais
de cultivo e produção utilizadas envolvem também práti-
um fornece a propriedade da terra e o outro ape-
cas tradicionais e de conhecimento popular.
A agricultura familiar é responsável por uma grande nas a força de trabalho, sendo que o segundo vai
parcela da produção de gêneros alimentícios no Brasil. cultivar a terra e depois ocorre a divisão da produ-
As famílias vivem da venda de produtos que plan- ção com o proprietário;
tam, sendo esse tipo de atividade uma importante forma z Arrendatário: ocorre quando um produtor/agri-
de obter renda familiar, e nela o trabalho realizado em cultor não possuía propriedade da terra, mas
equipe se mostra importante para a economia da região. possui recursos financeiros, então este promove
A agricultura familiar proporciona a geração de o arrendamento ou aluga a propriedade por um
renda e emprego no campo e ainda, aumenta o nível de período específico;
sustentabilidade das atividades no setor agrícola, pois z Trabalhadores assalariados temporários: são os
a qualidade dos produtos é superior aos outros conven- trabalhadores rurais que recebem salário, porém
cionais pelo fato de não utilizar produtos químicos em este trabalho é sazonal, ou seja, ocorre em apenas
larga escala, como ocorre na prática da monocultura.
uma parte do ano, normalmente são recrutados
para os períodos que ocorrem as colheitas;
Agricultura Familiar no Brasil z Trabalho escravo no campo: apesar de a escra-
vidão estar abolida no Brasil desde 1888, ainda
A agricultura familiar está presente em quase 85% das encontramos situações de escravidão plena ou em
propriedades rurais do país. A maior parte desse percen- condições análogas à escravidão, geralmente o tra-
tual está localizado na região nordestina. A região Nor- balhador não tem direitos trabalhistas, não recebe
1
deste é responsável por cerca de da produção total. salário, e tudo que o trabalhador utiliza é cobrado
3
como: sua alimentação, as ferramentas de traba-
lho, ficando esse endividado, dessa forma também
Agricultura familiar por região
fica impedido de ir embora. Em pleno século XXI,
esse processo se faz real, em especial nos estados
Distribuição do número de estabelecimento por região
do Pará, Mato Grosso e Goiás, podendo ocorrer em
outras unidades da Federação também.
50
Os conflitos no campo aumentaram de forma sig-
45
nificativa na segunda metade do século XX, a concen-
40 tração fundiária aumentava cada vez mais, e esse
processo foi impulsionado com a implantação da
35
mecanização das atividades agrícolas em solo brasi-
4
-2

30 leiro, os trabalhadores rurais que não migraram para


13

os grandes centros urbanos com o desemprego acen-


.7

25 tuado nas áreas agrícolas, se organizaram e funda-


28

20 ram os movimentos sociais que lutavam pela reforma


.8

agrária e pela democratização do acesso à terra.


18

15 A princípio essa luta por uma equidade em relação


-0

a questão agrária era realizada pela Pastoral da Terra


10
ar

– membros da Igreja Católica, e posteriormente sur-


lm

5 ge o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST),


gi

no final dos anos 70 e começo dos anos 80, durante o


0
processo de anistia e abertura política do Brasil, tendo
ar
lm

Nordeste Sul Sudeste Centro–


Norte vista que os movimentos sociais e impedidos eram cri-
Oeste
minalizados pelos governos militares. Vale ressaltar
gi

que o processo de concentração fundiária é um pro-


Agricultura familiar por regiões (Dados do Embrapa) cesso que ocorre desde os tempos coloniais.
Os pequenos produtores rurais, buscando ter
Com a expansão do  agronegócio, os produtores acesso a terras para produção, começam a se deslo-
familiares tem enfrentado dificuldades, e isso tem pro- car pelo território brasileiro em um movimento que
porcionado problemas de ordem social e econômica. ficou conhecido como expansão da fronteira agríco-
As relações de trabalho no campo vêm passando por la, que posteriormente também foi incorporado pelo
GEOGRAFIA

processos de transformações e diversificação, como por agronegócio ou agricultura comercial, na qual muitas
exemplo a mão de obra familiar, a presença de posseiros, famílias saíram da região Sul do país com destino às
o sistema de parceria e o processo de arrendamento, a regiões Centro-Oeste e para a porção sul da região da
presença de trabalhadores assalariados temporários e o Amazônia, ocasionando uma nova estrutura no cená-
problema mais grave de todos que é o trabalho em con- rio agropecuário brasileiro, e nestas regiões podemos
dições análogas à escravidão. A seguir, temos alguns con- destacar atividades como a soja e a criação de gado.
ceitos-chave importantes para compreender a dinâmica
das relações trabalhistas no campo.
317
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A RELAÇÃO CAMPO-CIDADE deslocavam-se constantemente de um local para
outro, na busca de alimentos e de locais seguros para
Para compreender a relação campo-cidade é necessá- a moradia e sobrevivência.
ria a ampliação da nossa visão sobre a estrutura de pro- Com o desenvolvimento de técnicas para cultivo de
cessos produtivos como a industrialização, urbanização, vegetais e frutos, além do processo de domesticação, con-
Revolução Verde, e as mudanças ocorridas ao longo dos finamento e criação de animais, a agricultura e a pecuária
tempos e, essencialmente, entender a evolução ocorrida desenvolveram-se, o que permitiu a sedentarização dos
no espaço geográfico. No período pré-industrial, a depen- grupos humanos, ou seja, os homens puderam fixar-se em
dência dos recursos naturais era enorme, no meio rural determinados locais, dando início ao processo de forma-
estavam localizados os principais postos de trabalho e ção das primeiras civilizações.
somente poucas cidades do meio urbano conseguiam pro- Com o passar dos séculos, houve o desenvolvimento de
duzir o suficiente para sustentar seus habitantes. As rela- técnicas cada vez mais avançadas que não só garantiram
ções de poder deixavam de forma clara o domínio que o as necessidades de suas populações, mas também que os
campo exercia sobre a cidade. seres humanos pudessem exercer poder e domínio sobre
Com a ocorrência da Revolução Industrial, as mudan- outros territórios. As técnicas tornaram-se cada vez mais
ças nas relações campo x cidade se iniciam, pois, pela pri- complexas, mas sem deixarem de lado o ponto principal
meira vez na história, o número maior de trabalhadores desde o surgimento dos primeiros aglomerados humanos:
empregados estava na cidade, e não no campo. O meio a capacidade de utilizar e transformar a natureza.
urbano passa a ser o principal centro econômico se trans- Assim, podemos afirmar que o espaço geográfico —
formando em uma área de atração populacional e passa resultado das ações e das atividades humanas — está sem-
a ser o principal destino da população. Observa-se aqui pre sendo produzido e transformado pela sociedade em
a ocorrência do fenômeno conhecido como êxodo rural diferentes momentos da história. Existe um vínculo entre
(migração em larga escala de pessoas das áreas rurais natureza e ação humana, ou seja, entre o espaço natural e
para as áreas urbanas) e, com isso, as primeiras sociedades o espaço geográfico.
urbano-industriais começam a se formar. Podemos citar como exemplos dessas ações o proces-
O Brasil foi conhecido, por um longo período, por ser so de extração de matérias-primas do meio ambiente ou
um país agroexportador, pois até 1930, a economia do país a retirada de matas e florestas para o cultivo de alimentos
girava em torno deste seguimento econômico. Embora ou matérias-primas que serão posteriormente utilizadas
essa atividade não tenha deixado de ser importante para a na produção de mercadorias diversas.
economia, o processo de industrialização, que foi iniciado O processo de extração mineral é considerado um
no governo de Getúlio Vargas nos anos 1930, impulsionou exemplo das diferentes maneiras pelas quais os seres
nosso país a uma série de mudanças nas relações campo humanos transformam e modificam o ambiente em que
x cidade. vivem.
Nos anos de 1950, já eram registrados os primeiros Essa relação entre a natureza e os seres humanos dá-se
números de um país que em pouco tempo viria a ser urba- sempre de maneira harmoniosa? A resposta é não. Os
no (o percentual de pessoas que moravam nas grandes seres humanos estão cada vez mais explorando a natureza
cidades já atingia a marca de 51%). A grande concentração de forma predatória, além do limite que ela pode suportar,
de terras no meio rural brasileiro, que está entre as heran- provocando alterações consideradas desastrosas sobre o
ças deixadas do período do Brasil colônia, logo proporcio- meio natural. Os impactos das ações predatórias dos seres
nou um intenso êxodo rural. Isso fez com que o processo humanos podem ser vistos quando há o desmatamento de
de urbanização brasileira ocorresse de forma muito acele-
4

florestas ou quando as reservas hídricas estão altamente


-2

rada, rápida, desigual e excludente, e o processo de forma poluídas.


13

acelerada dificultou o planejamento urbano e ocasionou Como consequência desses processos, podemos obser-
.7

vários problemas nos centros urbanos, como a favelização, var os mais diversos efeitos: a erosão que atinge as áreas
28

a formação de periferias, o trânsito caótico sem mobilida- de rios, córregos, lagos e outros reservatórios de água,
.8

de, a violência e a segregação socioespacial. Problemas sejam eles superficiais ou subterrâneos; a prática da agri-
18

esses diretamente relacionados à macrocefalia das cida-


cultura e da pecuária de forma intensiva. Essas atividades
-0

des, fenômeno também conhecido como inchaço urbano.


têm como consequências a perda de recursos hídricos ou
É importante destacar que o campo influencia a cida-
ar

até mesmo alterações climáticas provocadas pela perda


de e vice-versa. Hoje, pode-se perceber que as atividades
lm

de áreas naturais ou pela grande quantidade de poluentes


realizadas em áreas rurais são cada vez mais dependentes
gi

emitidos e lançados na atmosfera. Dessa forma, fica evi-


do processo de industrialização e do surgimento de novas
dente o impacto da natureza sobre a sociedade.
ar

tecnologias. Dessa forma, uma crise econômica ocorrida


Como forma de combater os impactos provocados no
lm

em área urbana afeta, diretamente o campo. Para discutir-


meio natural por ações antrópicas (do homem), surgem
gi

mos e compreendermos o espaço brasileiro, é necessário


vários movimentos sociais e ativistas. No atual momento
entender esse processo de relação entre o meio rural e o
do sistema capitalista, os efeitos estão mais intensos, o que
meio urbano.
promove preocupações com a problemática ambiental,
dentre as quais podemos citar o agravamento do efeito
estufa, o aquecimento global, a poluição e os problemas
ambientais urbanos, entre outros tipos de impactos
OS DOMÍNIOS NATURAIS E A RELAÇÃO ambientais.
DO SER HUMANO COM O AMBIENTE Dessa forma, a humanidade precisa desenvolver técni-
cas sustentáveis para um melhor aproveitamento desses
RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA E A APROPRIAÇÃO recursos naturais, ao invés de extrair todos os recursos
DOS RECURSOS NATURAIS PELAS SOCIEDADES AO de forma indiscriminada, provocando o agravamento da
LONGO DO TEMPO questão ambiental. Cada vez mais é necessário discutir
ações sustentáveis; só assim será possível garantir a pre-
A humanidade, desde a pré-história, realiza a servação e a utilização dos recursos naturais para as próxi-
transformação do meio natural em que vive. Nos mas gerações, e esse é o maior desafio para os indivíduos
318 primórdios, os povos do mundo eram nômades e do mundo contemporâneo.
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IMPACTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES Em relação à energia nuclear, as usinas nucleares
ECONÔMICAS NO BRASIL: RECURSOS MINERAIS E de Angra nº 1 e nº 2 foram construídas na década de
ENERGÉTICOS 1970, mas sem muita representação na matriz energé-
tica do Brasil.
Os recursos energéticos são a matéria-prima uti- No gráfico a seguir, que tem por fonte a Empresa
lizada para a produção de energia, que movimenta de Pesquisa Enérgica — EPE (2018), podemos ver a
máquinas direta ou indiretamente; são extraídos da quantidade de energia produzida por cada setor para
natureza e devem passar por um processo de trans- atender nossa demanda de consumo:
formação para gerar energia.
A energia pode ser classificada em renovável e não
Lixívia e outras
renovável. renováveis
Outras não Carvão
Alguns exemplos de energia renovável são: 5,9% 5,7%
renováveis
hidrelétrica, solar, eólica, geotérmica (calor do inte- 0,6%
rior da terra), biomassa (gerada por meio do uso de
materiais orgânicos), marés (força das ondas) e hidro-
Lenha e
gênio (o processo de reação química do hidrogênio
carvão vegetal
eventualmente libera energia). 8%
Existem também formas de energia não renová-
veis, como os combustíveis fósseis (petróleo, carvão, Petróleo e derivados
gás natural e gás de xisto). Há também a energia nucle- Derivados da 36,4%
ar (passa pelo núcleo do urânio e átomos de tório, em cana 17%
um processo de fissão/fratura).
Para reduzir o impacto ambiental da matriz ener-
gética, o mundo contemporâneo enfrenta o desafio Hidráulica
de usar energias renováveis e livres de poluição. No 12%
Brasil, já temos planos de produção de energia com o
objetivo de reduzir o impacto ambiental. Um exemplo Gás natural
é o etanol, utilizado na produção de combustível para 13,0%
veículos, introduzido no Brasil por meio do Programa Nuclear
Brasileiro do Álcool na década de 1970, principalmen- 1,4%
te em função da primeira crise do petróleo. Essa crise
ocorreu em 1973, resultando em um aumento subs- MATRIZ energética brasileira. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:
tancial no valor do barril de petróleo. https://www.todamateria.com.br/matriz-energetica-brasileira/.
O Brasil também se sobressai na produção de ener- Acesso em: 03 fev. 2023.
gia em hidrelétricas, com destaque para as de Itaipu,
Ilha Solteira, Belo Monte e Cachoeira Dourada e para o Falando-se em recursos minerais, o Brasil tem
crescimento da produção na região Nordeste. grandes reservas e destaca-se principalmente na
O litoral, com foco na usina Prainha no estado do produção de ferro, bauxita (alumínio), manganês e
Ceará, também se destaca na produção de energia nióbio.
4

solar, com o exemplo do cinturão solar no Nordeste. O ferro é o principal minério de exportação do
-2

É importante, ainda, mencionar algumas usinas da Brasil, e sua extração ocorre principalmente no Qua-
13

região sul, em especial de biomassa, com o processa- drilátero Ferrífero, em Minas Gerais; no Pará, na Sara
.7

mento da cana-de-açúcar e produção de etanol (a par- dos Carajás e no Mato Grosso do Sul, no Maciço do
28

tir da cana-de-açúcar). Urucum. Atualmente, a produção anual do Brasil é de


.8

cerca de 235 milhões de toneladas, ocupando o segun-


18

Em relação às energias não renováveis, menciona-


do lugar na produção mundial.
-0

mos o uso de gás natural importado da Bolívia, além


de um pequeno número de reservas de carvão mine- O minério de bauxita é extraído na Serra do Ori-
ar

ral localizadas nos estados do Sul (principalmente em ximiná, no estado do Pará, que é o principal produtor
lm

Santa Catarina). e maior concentrador de minério do país. A produção


gi

O processo de extração de petróleo no Brasil pas- anual é de aproximadamente 17,4 milhões de tonela-
ar

sou a ocorrer de forma mais intensa a partir dos anos das. O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo.
lm

1950, quando foi inaugurada a Petrobras. As reservas Aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de
gi

encontradas nas bacias de Campos e Santos são as regi- manganês são extraídas a cada ano, o que torna o
ões nas quais estão concentradas as maiores reservas país o terceiro maior do mundo. Os principais depósi-
de petróleo do país. Também é importante destacar as tos estão localizados na Serra dos Carajás, no Quadri-
reservas de petróleo do pré-sal, localizadas entre os látero Ferrífero e no Maciço do Urucum. Países como
estados de Santa Catarina e Espírito Santo, cuja exten- Japão e Estados Unidos respondem por aproximada-
são total de petróleo ultrapassa 800 quilômetros. mente 50% das vendas que o Brasil faz de manganês.
As reservas de petróleo estão localizadas em pro- Os estados de Minas Gerais e Goiás respondem por
fundidades maiores e menores. O pré-sal, por exem- grande parte da produção de nióbio; a produção do
GEOGRAFIA

plo, encontra-se a 7 mil metros abaixo do nível do metal chega a 38 mil toneladas por ano, tornando o
mar; antes, sua exploração era inviável, porém, com Brasil o maior produtor de nióbio do mundo. O miné-
o desenvolvimento da tecnologia, a Petrobras passou rio tem ampla utilização na fabricação de equipamen-
a extrair uma grande quantidade de petróleo na área. tos de última geração.
Estima-se que as reservas de petróleo somem mais de A partir da década de 1930, a história da deterio-
200 milhões de barris. Assim, o Brasil tornou-se autos- ração dos impactos ambientais no Brasil e no mundo
suficiente na produção de petróleo com a descoberta começou a mudar. Em nosso país, esse fenômeno é
dessas reservas. acompanhado pelo processo de industrialização e 319
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urbanização. Esses eventos proporcionaram certo A poluição da água nos centros urbanos está prin-
desenvolvimento para o país, mas não houve adoção cipalmente associada à falta de políticas para descar-
e implantação de uma legislação apropriada para evi- te do esgoto e tratamento. Pouco mais da metade dos
tar danos ao meio ambiente. domicílios brasileiros tem sistema de coleta de esgoto
Existe uma luta diária para conter a deterioração e fornecimento de água potável; grande parte do esgo-
do meio ambiental causada pelo crescimento das to doméstico produzido em nosso país é lançado dire-
cidades e das indústrias relacionado ao crescimento tamente nos rios sem qualquer forma de tratamento.
populacional. A seguir, destacaremos alguns dos prin- O Brasil possui cerca de 12% das reservas de água
cipais problemas ambientais atuais. doce do mundo, porém somente 4% está própria para
O desmatamento é um dos mais antigos e graves o consumo de acordo com estudos da Agência Nacio-
problemas ambientais que nosso país possui. Desde nal das Águas (ANA). Como consequências da escassez
a chegada dos portugueses, e com os diversos ciclos de água, destacamos a destruição e perda da biodiver-
de exploração, esse problema vem sendo agravado. O sidade, a falta de água com qualidade para o consumo
processo de urbanização e crescimento das cidades, a humano e uma queda na qualidade de vida da popu-
expansão das atividades agropecuárias, a extração de lação, além do agravamento de doenças associadas às
madeira de lei e a utilização das terras para a criação questões citadas acima.
de bovinos, principalmente com a pecuária extensi- O Governo Federal sancionou a Lei nº 14.026, de
va, foram determinantes para o agravamento dessa julho de 2020, o Marco de Saneamento Básico, que
situação. Como consequências do processo de desma- visa universalizar no território nacional os sistemas
tamento, podemos destacar: a destruição da biodiver- de coleta de esgoto e tratamento de água até o ano de
sidade, os processos de erosão e empobrecimento dos 2033. Devem ser promovidas parcerias público-priva-
solos, a redução no ciclo das chuvas, o aumento das das para resolver os problemas que mais afligem os
temperaturas e o aquecimento global. brasileiros; serão investidos cerca de R$ 753 bilhões,
As queimadas, em sua maioria, estão diretamente totalizando R$ 47 bilhões por ano no setor.
associadas à prática da agricultura. Em nosso país, as Dentre os problemas ambientais em ambientes
queimadas vêm aumentando de forma considerável urbanos, podemos destacar:
nos últimos anos, vide os exemplos de 2020 ocorri-
dos no Pantanal e na Amazônia. Como consequências z a formação das ilhas de calor (também conheci-
das queimadas estão o aceleramento do processo de das como microclimas), que são provocadas pela
desertificação, a poluição do ar e o processo de empo- retirada da cobertura vegetal;
brecimento dos solos. z verticalização das construções, que impede uma
A questão do lixo é considerada o grande desafio maior circulação dos ventos;
das autoridades brasileiras, visto que o consumo do ser
z circulação de veículos automotivos;
humano e a produção de lixo só aumentam ano após
z o processo de impermeabilização dos solos.
ano. As dificuldades potencializam-se com a coleta e o
tratamento que ocorrem de forma inadequada. Mesmo
Tais problemas causam um aumento da tempera-
com a Lei Federal nº 12.305, de 2010, também conheci-
tura das áreas centrais em relação às periféricas que
da como a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que proíbe
pode chegar a 10º C.
o descarte do lixo coletado em lixões a céu aberto (o
Outro problema ambiental dos centros urbanos é
4

ideal é a construção de aterros sanitários), o problema


-2

a formação das chuvas ácidas, que ocorrem em regi-


ainda persiste por falta de interesse dos agentes públi-
13

ões nas quais o nível de poluentes na atmosfera, ao


cos em fiscalizar a questão e pela falta de consciência
.7

entrar em contato com as gotículas de água, promove


da população em colaborar e contribuir para amenizar
28

o aumento da acidez da chuva. Esse fenômeno tem


os impactos desse problema. A má administração do
.8

como principais consequências:


18

lixo causa a contaminação dos solos e dos lençóis freá-


-0

ticos por conta da produção de chorume, da produção


de gases tóxicos e do aquecimento global. z a destruição de lavouras agrícolas localizadas pró-
ar

A poluição dos solos existe por conta da utilização ximas a centros urbanos;
lm

de agrotóxicos no setor agrícola e do descarte incor- z a corrosão de monumentos históricos;


gi

reto dos produtos químicos utilizados no meio rural. z o aumento de doenças de pele.
ar

Nesse contexto, nosso país é um grande produtor agrí-


lm

cola e o país que mais utiliza agrotóxicos em todo o Por último, vamos destacar o fenômeno da inver-
gi

mundo. Como impactos ambientais decorrentes dessa são térmica, que ocorre principalmente em áreas
situação, destacamos o processo de empobrecimento urbanizadas com elevados índices de poluição, em
do solo, a contaminação dos lençóis freáticos e a des- especial no inverno. Esse fenômeno ocorre da seguin-
truição da biodiversidade (flora e fauna). te forma: a camada de ar poluído impede a troca de
No quesito poluição do ar, nosso país está entre ar na atmosfera (que é um fenômeno de ordem natu-
as nações que mais emitem dióxido de carbono. Esse ral); esse impedimento deixa uma camada de ar frio e
problema tem como principais causas o crescimento poluído próximo à superfície. A inversão térmica gera
da indústria em nosso país e uma elevada concen- uma série de doenças respiratórias.
tração de veículos automotivos; porém, não pode-
mos esquecer a emissão do gás metano na atividade RECURSOS HÍDRICOS, BACIAS HIDROGRÁFICAS E
pecuária. Os impactos ambientais causados pela libe- SEUS APROVEITAMENTOS
ração dos gases do efeito estufa (GEE) são o aumento
do buraco na camada de ozônio, o agravamento de O Brasil possui uma das mais extensas e diversifica-
mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento das reservas de recursos hídricos do planeta. No terri-
global, a contaminação da água e o comprometimento tório brasileiro, estão presentes cerca de 12% do total
320 da fauna e da flora. das reservas de água doce existentes em todo o planeta.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os rios, ou cursos d’água, brasileiros possuem características próprias e complexas, resultantes da combina-
ção de diversos aspectos geográficos, como, por exemplo: a região onde estão localizados, o clima, as unidades de
relevo, a cobertura de vegetação e também os impactos das ações antrópicas na natureza.
O mapa abaixo apresenta um breve resumo da hidrografia do Brasil.

Bacia Tocantins
Araguaia
Bacia Atlântico
Nordeste Ocidental

Bacia Bacia do Parnaíba


Amazônica Bacia Atlântico
Nordeste
Oriental
Bacia do São
Francisco
Bacia do Atlântico
Leste
Bacia do Paraguai
Bacia do Atlântico
Sudeste
Bacia do Paraná

Bacia do Uruguai
Bacia do Atlântico
Sul

Regiões hidrográficas do Brasil. Fonte: IBGE.


HIDROGRAFIA do Brasil. Toda Matéria, 2023. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/hidrografia-do-brasil/. Acesso em: 03 fev. 2023.

As reservas de água no Brasil estão distribuídas em 12 regiões hidrográficas, que foram agrupadas em bacias
hidrográficas com rios de maior vazão. Existem, também, as microbacias localizadas no litoral brasileiro, for-
madas por rios que possuem pequena extensão e vazão. A seguir, destacamos as principais bacias hidrográficas
presentes no território brasileiro.

Região Hidrográfica Amazônica


4
-2

A Região Hidrográfica Amazônica ou Bacia Amazônica tem como principal rio o Amazonas e seus afluentes.
13

Ocupa uma área de 3.843.402 km², correspondente a 44,63% do território nacional. Abrange os territórios dos
.7

estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso. O rio Amazonas é o maior rio do
28

mundo em volume de água e o segundo em extensão, ficando atrás somente do rio Nilo, no Egito.
.8
18

Podemos destacar como principais afluentes do rio Amazonas, os rios:


-0
ar

z Localizados na margem direita:


lm
gi

„ Javari;
„ Juruá;
ar

„ Jutaí;
lm

„ Purus;
gi

„ Madeira;
„ Tapajós;
„ Xingu.

z Localizados na margem esquerda:

„ Iça;
GEOGRAFIA

„ Japurá;
„ Negro;
„ Trombetas;
„ Jari.

321
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Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia Região Hidrográfica do Paraguai

A Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia ou Bacia A Região Hidrográfica do Paraguai ou Bacia do


Tocantins-Araguaia ocupa uma área de 967.059 km², Paraguai ocupa uma área de 361,35 km² e está locali-
representando cerca de 11,36% do território nacional. zada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Está localizada nos estados de Goiás, Tocantins, Pará, O rio Paraguai tem sua nascente localizada na Chapa-
Maranhão, Mato Grosso, além do Distrito Federal. da dos Parecis, no estado do Mato Grosso.
No estado do Tocantins, com uma extensão de Ao longo de seu percurso em direção ao sul, recebe
2.600 km, está o rio Araguaia, que abriga a maior ilha vários afluentes, com destaque aos rios:
fluvial do mundo, a Ilha do Bananal.
Os principais rios afluentes da Bacia Tocantins z Cuiabá;
Araguaia são: z Taquari;
z São Lourenço;
z Formoso; z Negro;
z Garças; z Miranda.
z Bagagem;
z Tocantíssimo; O rio percorre todo o Pantanal Mato-Grossense, con-
z Paraná; siderado uma das maiores áreas úmidas contínuas do
z Manuel Alves Grande; planeta. O Pantanal age como um grande reservatório,
z Rio Sono; concentrando a maior parte da água vinda do planalto,
z Santa Tereza. e contribui para a regulação da vazão do rio Paraguai.

Região Hidrográfica do Paraná Região Hidrográfica do Uruguai

A Região Hidrográfica do Paraná ou Bacia do Para- A Região Hidrográfica do Uruguai ou Bacia do Uru-
ná ocupa uma área de 879.860 km², correspondente a guai ocupa uma área de 174.612 km², totalizando uma
10,33% de todo o território nacional. Localiza-se nos área de 2,05% do território nacional. Está localizada na
estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, região de divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa
Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Fede-
Catarina, assim como na área de fronteira entre o Brasil
ral, região de maior desenvolvimento econômico e de
e a Argentina. Os principais afluentes são os rios:
maior concentração populacional do país.
O principal rio dessa bacia, o Paraná, possui uma
z Chapecó;
extensão de 2.750 km; sua nascente está localizada
z Passo Fundo;
entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato
z Peixe;
Grosso do Sul e corre na fronteira do Brasil com o
z Várzea.
Paraguai até desaguar no rio Iguaçu.
Os principais afluentes são:
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
z Rio Grande;
4

A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ociden-


-2

z Iguaçu;
13

z Paranaíba; tal ou Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental


.7

z Paranapanema; ocupa uma área de 254.100 km², que equivale a 2,98%


28

z Paraná; do território nacional. Está localizada no estado do


.8

z Tietê. Maranhão e em uma pequena área do estado do Pará.


18

Na região, podemos destacar os rios:


-0

Região Hidrográfica do São Francisco


z Gurupi;
ar
lm

A Região Hidrográfica do São Francisco ou Bacia z Turiaçu;


z Pericumã;
gi

do Rio São Francisco ocupa uma área de 641.000 km²,


z Mearim;
ar

abrangendo área equivalente a 7,52% do território


z Itapecuru.
lm

nacional. Localiza-se nos estados de Minas Gerais,


gi

Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e também


no Distrito Federal. Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental
O rio São Francisco percorre todo o Sertão nordes-
tino, região mais seca do Brasil. Suas águas são usadas A Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental
principalmente para abastecimento, lazer e irrigação. ou Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental tem
O rio São Francisco possui mais de 2.000 km de tre- uma área de 287.348 km², totalizando 3,37% do terri-
chos navegáveis. Existem 158 afluentes; cerca de 90 tório nacional. Localiza-se nos estados do Ceará, Rio
são perenes e 68 são temporários. Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. A
Como principais afluentes, destacam-se os rios: região possui baixa disponibilidade de água, princi-
palmente no período de seca ou estiagem.
z Das Velhas; Os principais rios localizados na região são:
z Abaeté;
z Correntes; z Capibaribe;
z Jequitaí; z Paraíba;
z Verde Grande; z Jaguaribe;
322 z Paracatu. z Acaraú.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Região Hidrográfica do Parnaíba transição para uma “economia de baixo carbono” é
essencial para a humanidade. Mesmo que o Brasil seja
A Região Hidrográfica do Parnaíba ou Bacia do um dos países líderes na discussão sobre mudanças
Parnaíba ocupa uma área de 344.112 km², que equi- climáticas, por conta de sua matriz energética, pes-
vale a 4,04% do território nacional. Está localizada quisas científicas, abundância de recursos naturais e
nos estados do Piauí, Maranhão e Ceará. A maioria outros motivos, o país não está imune às consequên-
dos seus afluentes são rios perenes e abastecidos por cias das mudanças climáticas.
águas pluviais e subterrâneas. Ao formular a Política Nacional de Mudanças Cli-
máticas e adotar compromissos nacionais voluntários
Região Hidrográfica Atlântico Leste para tomar ações de redução de emissões de gases de
efeito estufa, pretendia-se reduzir suas emissões pro-
A Região Hidrográfica do Atlântico Leste ou Bacia jetadas em 36,1% a 38,9% até 2020.
Hidrográfica do Atlântico Leste ocupa uma área de O país busca formas de mitigar com eficácia as
374.677 km², que equivale a 4,4% do território nacio- mudanças climáticas e garantir o bem-estar de seus
nal. Localiza-se em parte dos estados de Sergipe, Bahia, cidadãos ao longo prazo. Os organismos ligados à
Minas Gerais e Espírito Santo. Seus principais rios são: questão ambiental em nosso país estão cientes da
urgência e da relevância do tema “mudanças climáti-
z Paraguaçu; cas” e da importância da participação do setor priva-
z São Mateus; do nos esforços para reduzir os gases de efeito estufa,
z Pardo;
e para adaptar as regiões vulneráveis ao clima.
z Salinas;
Portanto, deve haver um comprometimento de
z Contas;
órgãos públicos e privados com a transição para um
z Jequitinhonha;
clima e uma economia de baixo carbono. O Brasil
z Mucuri.
pode ter um papel de liderança nessa questão.
Região Hidrográfica Atlântico Sudeste
Ilha de Calor
A Região Hidrográfica do Atlântico Sudeste ou
Bacia Hidrográfica do Atlântico Sudeste ocupa uma Um dos problemas climáticos presentes nos cen-
área de 229.972 km², equivalente a uma área de 2,7% tros urbanos é a ilha de calor ou ilha de calor urbana
do território nacional. Localiza-se nos estados do Espí- (ICU). Quando a luz solar atinge diretamente o centro
rito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e da cidade, o calor é facilmente acumulado devido à
no litoral do Paraná. Destaque para os rios Parnaíba dificuldade de dissipação.
do Sul e Doce. As ilhas de calor são consideradas microclimas
urbanos e são formadas pela aglomeração de edifícios
Região Hidrográfica Atlântico Sul em grandes cidades, o que pode levar à retenção de
calor em comparação com o ambiente em áreas peri-
A Região Hidrográfica Atlântico Sul ou Bacia Hidro- féricas (por exemplo, cidades menores e áreas rurais).
gráfica Atlântico Sul ocupa uma área de 185.856km², Observe o esquema a seguir da ocorrência de uma
4

que corresponde a 2,18% do território nacional. Tem ilha de calor:


-2

início na divisa dos estados de São Paulo e Paraná e


13

estende-se até o Arroio Chuí, no extremo sul do país.


.7

Perfil das ilhas de calor urbanas


28

Compreende os estados do Paraná, Santa Catarina e 33.3


32.8
Rio Grande do Sul.
.8

32.2
18

Na região, predominam rios de pequeno porte que 31.7


-0

escoam diretamente para o mar, com exceção dos rios 31.1


Itajaí e Capivari, em Santa Catarina, que apresentam 30.6
ar

30.0
maior volume de água. São encontrados outros rios de
lm

29.4
grande porte, como Taquari-Antas e Jacuí.
gi

Temp
ar

ºC
AS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
lm

Área Centro da Área Área


Área periférica Área cidade Área verde Área rural
gi

rural comercial residencial periférica


Segundo pesquisas e dados científicos, o maior desa-
fio da humanidade no século XXI são as mudanças cli-
máticas e questões ambientais. Essas mudanças ocorrem ILHA de calor. Toda Matéria, 2023. Disponível em: https://www.
todamateria.com.br/ilha-de-calor/. Acesso em: 03 fev. 2023.
devido ao aumento da concentração dos gases atmosféri-
cos (produzidos pelas atividades humanas).
O processo de aquecimento global afetará os Quando ocorre a ilha de calor, a diferença de tem-
recursos naturais, o acesso à água, a produção de ali- peratura entre os centros urbanos e rurais é de cerca
mentos, a saúde e o meio ambiente. À medida em que de 5° a 10°. À noite, as pessoas tendem a notar mais a
GEOGRAFIA

a temperatura média do planeta aumenta, centenas diferença de temperatura, pois as calçadas, os prédios
de milhões de pessoas passam fome, sofrem com a e as ruas, que são aquecidos pelo sol o dia todo, demo-
escassez de água e inundações costeiras. A economia ram mais a esfriar.
mundial e as sociedades serão afetadas em níveis que Nas grandes cidades, outro fenômeno, chamado
ainda são desconhecidos. “reversão de calor”, também é comum. Ele ocorre
A análise dos impactos ambientais e das questões quando a atmosfera se inverte, ou seja, quando o ar
climáticas e suas relações com a produção e o con- frio fica em baixa altitude, enquanto o ar quente fica
sumo (inclusive energia) leva à conclusão de que a em uma camada mais alta. 323
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Efeito Estufa z redução de territórios por conta do aumento do
nível do mar, causando deslocamentos populacio-
O efeito estufa é um fenômeno natural importan- nais em massa;
te para a vida no planeta. É responsável por manter z falta de água em algumas regiões;
a temperatura média global, evitando grandes ampli- z inundações em áreas localizadas nas latitudes do
tudes térmicas e proporcionando a vida na Terra. No norte e no Pacífico Equatorial;
entanto, o comportamento humano está agravando esse z possibilidade da ocorrência de conflitos em decor-
fenômeno com o aumento da emissão de gases de rência da escassez de recursos naturais;
efeito estufa na atmosfera, o que leva a mudanças cli- z problemas de saúde provocados pelo aumento das
máticas em todo o planeta. Essa alta concentração de gás temperaturas e pela ocorrência de ondas de calor;
torna difícil o retorno do calor ao espaço, aumentando a z previsão de aumento da temperatura da Terra em
temperatura do planeta. até 2º C até 2100 (quando em comparação ao perí-
Devido a essa alta concentração de gases de efeito odo pré-industrial).
estufa na atmosfera, a energia solar refletida pela super-
fície torna-se difícil de se dispersar no espaço e ser cap- De acordo com o Painel Intergovernamental sobre
turada. O sol irradia calor para a Terra; parte do calor Mudanças Climáticas, entre 2010 e 2050, as emissões
é absorvido pela superfície da Terra e pelo oceano, e a de gases de efeito estufa devem ser reduzidas de 40%
outra parte é devolvida ao espaço. Porém, devido à pre- a 70%. Para tanto, os países devem estabelecer metas
sença de gases de efeito estufa, parte da radiação solar para reduzir essas emissões de gases.
da radiação superficial ficará na atmosfera, impedindo Uma das possibilidades que se tornou realidade
que esse calor retorne totalmente ao espaço. em alguns países é a utilização de energias alterna-
Dessa forma, o equilíbrio de energia é mantido e tivas, renováveis e limpas, em substituição ao uso de
grandes amplitudes térmicas são evitadas. Para um combustíveis fósseis. Além disso, algumas atividades
exemplo melhor, suponha que haja um carro estacio- diárias podem ser coordenadas para controlar o efei-
nado em um local muito ensolarado. Os raios solares to estufa, tais como:
passam pelas janelas e aquecem o interior do veículo. O
calor é frequentemente trazido de volta do carro e dis-
z reduzir o uso de transporte para percorrer curtas
sipado pelo vidro, mas encontra dificuldades. Portanto,
distâncias;
parte do calor permanece no carro, mantendo-o aqueci-
z usar bicicleta, transporte público ou quaisquer
do. Assim, os gases de efeito estufa na atmosfera funcio-
outros tipos individuais (que não emitam gases
nam como o vidro de um carro, permitindo a entrada da
radiação solar e dificultando o retorno de toda a radia- poluentes) e outras formas de transporte coletivo;
ção ao espaço. z aumentar a utilização de produtos biodegradáveis;
Nas últimas décadas, a emissão de gases de efeito z estimular e praticar a coleta seletiva.
estufa na atmosfera terrestre aumentou significativa-
mente. A alta concentração desses gases está relacio- Chuva Ácida
nada principalmente às atividades industriais, que
geralmente são realizadas com a queima de combustí- A chuva ácida é o tipo de chuva com grandes con-
veis fósseis. Além disso, o crescimento da produção agrí- centrações de ácido sulfúrico, nítrico e nitroso, causa-
cola, do desmatamento e do uso de meios de transporte da por reações químicas na atmosfera. Mesmo em um
também levou ao aumento das emissões de gases. ambiente sem poluição, todas as chuvas são ácidas; no
4

O aumento da concentração de gases de efeito estufa entanto, quando o pH é inferior a 4,5, a chuva torna-se
-2

na atmosfera levou a mudanças irreversíveis na dinâ- um problema ambiental. São causadas por um grande
13

mica do clima da Terra. Segundo dados do Painel Inter- número de produtos, liberados pela queima de com-
.7

governamental de Mudanças Climáticas, em cem anos a bustíveis fósseis e lançados na atmosfera devido às
28

temperatura de cada continente subiu cerca de 0,85º C, e atividades humanas.


.8

a temperatura do oceano subiu 0,55º C. Mesmo em condições naturais, o dióxido de carbo-


18

Quanto maior a quantidade de gases de efeito estufa no (CO2) na atmosfera tornou a água da chuva ligeira-
-0

emitidos para a atmosfera, maior será a dificuldade de mente ácida. O pH natural da água é 7 e é 5,6 quando
ar

esse calor emitido se espalhar no espaço, o que leva a está em equilíbrio com o CO2 na atmosfera, e quase
lm

um aumento anormal da temperatura e confirma a teo- não há ácido.


ria do aquecimento global.
gi

Os óxidos de enxofre (SO2 e SO3) e o nitrogênio


É importante ressaltar, no entanto, que a relação (N2O, NO e NO2) são os principais componentes da chu-
ar

entre o efeito estufa e o aquecimento global não é con- va ácida. Esses compostos são liberados na atmosfera
lm

sistente entre acadêmicos e pessoas comuns. Parte da pela queima de combustíveis fósseis. Quando reagem
gi

população e da comunidade científica não acredita que o com gotículas de água na atmosfera, formam ácido
aumento do gás leve a um aumento da temperatura. Eles sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3). Esses dois áci-
acreditam que o alto aquecimento é apenas uma fase dos, juntos, aumentam a acidez da água da chuva.
da mudança dinâmica do clima da Terra. A indústria é Como vimos, a liberação de gás devido ao uso de
a principal responsável pela emissão de gases de efeito combustíveis fósseis é a principal causa da chuva
estufa na atmosfera, o que leva ao aquecimento global. ácida. Portanto, é o resultado do uso de combustíveis
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre fósseis no transporte, nas usinas termelétricas, indús-
Mudanças Climáticas, estas são as principais consequ- trias e outras formas de combustão. Também podem
ências do efeito estufa: ser formadas por causas naturais, como os gases libe-
rados durante erupções vulcânicas.
z derretimento das calotas polares e aumento do Os países industrializados são os mais afetados
nível dos oceanos; pela chuva ácida. No entanto, o fluxo de ar pode trans-
z aumento da insegurança alimentar, prejudicando portar poluentes para lugares distantes. Isso aconte-
as colheitas e a pesca; ceu em lagos escandinavos, que se tornaram ácidos
z risco de extinção de espécies e danos a diversos pela chuva devido às atividades industriais na Alema-
324 ecossistemas; nha, França e Reino Unido.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para a natureza, a consequência da chuva ácida é A NOVA ORDEM AMBIENTAL INTERNACIONAL
destruir a vegetação e acidificar o solo e as águas dos
rios e lagos. Um exemplo das consequências da chuva Com o fim da Guerra Fria, após a desintegração da
ácida foi observado no Brasil, com a destruição da vege- União Soviética em 1991, o mundo iniciou uma nova
tação das encostas da Serra do Mar e erosão do solo. fase de relações geopolíticas. Os Estados Unidos foram
Quando a acidificação atingir o solo e as águas de definidos como um país hegemônico, e o sistema
rios e lagos, os organismos que vivem nesses locais capitalista foi o fator decisivo na construção de uma
serão afetados. A água e o solo tornam-se inadequa- nova ordem mundial. Discussões e análises de dispu-
dos para conter certos organismos, levando à sua tas entre ideologias opostas, que existem há décadas,
morte. A chuva ácida também pode causar a corro- começaram a dividir espaço com outras questões,
são de mármore e calcário e a oxidação de metais em como erradicação da pobreza, degradação ambiental
locais históricos, como edifícios e estátuas. e terrorismo internacional.
Em 1992, foi realizada a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tam-
Camada de Ozônio
bém conhecida como 92ª Conferência do Rio, a primei-
ra reunião importante iniciada pelas Nações Unidas
A “camada de ozônio” é composta em maior parte
desde o início da Nova Ordem Mundial. É importante
pelo gás ozônio (90%) a uma altitude de 25 quilôme-
notar que as autoridades políticas e a imprensa, em
tros na estratosfera, protegendo a Terra da radiação
geral, começaram a dar mais atenção às questões rela-
ultravioleta prejudicial aos seres humanos. Sem ela, a
cionadas ao meio ambiente global; o debate, até então
vida na terra seria impossível. O ozônio (O3) é um dos
muito centrado na ciência e na academia, estendeu-se
gases que constituem a atmosfera, é a forma molecu-
ao cotidiano das pessoas.
lar do oxigênio e possui alta reatividade. No mundo globalizado, desde o final do século XX,
Pode ser produzido de duas maneiras: na troposfe- a desterritorialização é um ponto importante. Ela con-
ra, o óxido nitroso (N2O) e a luz solar são produzidos siste no processo de fragmentação dos territórios em
pela oxidação do oxigênio (O2); já na estratosfera, é algumas regiões do planeta e na formação de novos
produzido pela radiação ultravioleta, que se decom- territórios que passam a ganhar destaque no cená-
põe em dois átomos de oxigênio sob a ação da molé- rio das relações econômicas e internacionais. Nesse
cula de oxigênio (O2), e cada átomo de oxigênio é processo, um país perde, em parte ou completamen-
combinado com a molécula de oxigênio (O2). te, certas decisões sobre o seu território. Essa perda é
A função do gás ozônio também varia de local para causada pelas necessidades de outros países ou pelas
local. Na troposfera, altos níveis causam poluição do prioridades do capital globalizado, que opera como
ar e chuva ácida, que são prejudiciais às plantas e à empresas multinacionais cujos objetivos muitas vezes
saúde humana. Na estratosfera, a camada de ozônio é vão contra os objetivos do país e da própria sociedade.
formada absorvendo quase 90% dos raios ultraviole- Nesse contexto, como novos países ganham des-
tas do sol para produzir um efeito benéfico. taque em relação ao desenvolvimento de atividades
O buraco na camada de ozônio é a área onde a econômicas, ocorre um aumento de forma gradativa
4

concentração de ozônio na estratosfera cai abaixo de ou mais intensa da importância das questões ambien-
-2

50%. Os buracos na camada de ozônio estão relaciona- tais, devido ao processo de emissão de materiais
13

dos aos gases produzidos pelas atividades humanas. poluentes e de degradação do meio ambiente. Sendo
.7

assim, essas regiões, que até então estavam fora da


28

O principal desses gases é o clorofluorcarbono (CFC),


pauta ambiental, passam a ser observadas e analisa-
.8

formado por cloro, flúor e carbono. A lista também


18

inclui óxido nitroso e CO2 emitido por veículos e quei- das sob essa ótica.
-0

ma de combustíveis fósseis, respectivamente. Muitas vezes, a lógica do capital é contrária à cons-


ciência ecológica; os empresários buscam sempre a
ar

Os CFCs são usados há muito tempo em latas de


viabilidade econômica dos empreendimentos, que
lm

aerossol, plásticos, ar-condicionado e sistemas de


pode ser constatada a partir da divulgação de selos
gi

refrigeração. As moléculas de CFC podem destruir até


verdes, certificados ambientais e diversos planos de
ar

100.000 moléculas de ozônio. Por meio do Protocolo


proteção. Muitas empresas ganham maior valor de
lm

de Montreal (1987), foi decidido banir completamente


mercado participando de projetos de florestamen-
gi

o uso de CFCs até o final do século XX.


to e educação ambiental (atualmente chamados de
Sem a proteção da camada de ozônio, a taxa de
marketing ecológico).
crescimento das plantas diminuirá, o que reduzirá a
A tendência da globalização mostra que o ritmo
fotossíntese. Os raios ultravioletas também dificultam da economia está se acelerando, o que não condiz
o desenvolvimento dos organismos aquáticos e redu- com o ritmo do equilíbrio ecológico. Nesse sentido, as
zem a produtividade do fitoplâncton. Essa situação Nações Unidas e outras instituições supranacionais e
leva a mudanças na cadeia alimentar e nas funções grupos econômicos ainda são insuficientes para aten-
GEOGRAFIA

do ecossistema. der a essas necessidades.


O forte efeito dos raios ultravioleta também pode Para resolver o problema das mudanças climáti-
causar muitos danos à saúde humana, tais como cas, é necessário mudar completamente o sistema
destruição do DNA celular, câncer de pele, cegueira, energético atual de forma justa. O novo sistema deve
deformação e atrofia muscular, além de deixar o sis- ser baseado em energia renovável, com redução do
tema imunológico enfraquecido. A camada de ozônio impacto ambiental e do consumo de energia, maior
e o efeito estufa são os fenômenos naturais que garan- eficiência de utilização da energia e satisfação das
tem a manutenção da vida na Terra. necessidades básicas da população mundial. 325
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Essa mudança nos métodos de produção de ener- pelo órgão de proteção ambiental como um retrocesso
gia, além de constituir uma antítese às doutrinas do da legislação ambiental brasileira. Questões polêmicas
consumismo e do crescimento econômico vigentes incluem a redução do tamanho das Áreas de Preserva-
na sociedade atual, também acarretará mudanças na ção Permanente (APP) e a anistia para crimes ambien-
economia, na sociedade e no estilo de vida. tais cometidos por proprietários de terras.

POLÍTICAS TERRITORIAIS AMBIENTAIS USO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS,


UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, CORREDORES
A política ambiental é entendida como um con- ECOLÓGICOS, ZONEAMENTO ECOLÓGICO E
junto de normas, leis e ações públicas voltadas para a ECONÔMICO
proteção do meio ambiente em um determinado ter-
ritório. No Brasil, essa prática não foi adotada até a A proteção do solo e dos recursos naturais pode ser
década de 1930. definida como uma série de atividades com múltiplos
As primeiras iniciativas do governo para promo-
significados. Trata-se de uma relação entre as pessoas
ver a proteção ambiental no país foram baseadas na
e o meio ambiente, com o objetivo de reduzir o impac-
criação de parques nacionais, localizados onde ocor-
to ambiental causado pela ocupação e uso do solo.
reu a expansão agrícola e o consequente processo de
As unidades de conservação (UCs) são áreas natu-
desmatamento.
Como exemplos, tem-se: rais, criadas e protegidas por autoridades públicas,
municipais, estaduais e federais. São regulamenta-
z o Parque Nacional Italiano (localizado na divisa de das pela Lei nº 9.985, de 2000, que instituiu o Sistema
Minas Gerais e Rio de Janeiro); Nacional de Unidades Protegidas (SNUC).
z o Parque Iguaçu (localizado entre o Paraná e De acordo com a definição do SNUC, uma reserva
Argentina); natural refere-se ao espaço territorial e aos recursos
z a Serra dos Órgãos (também localizada no Rio de ambientais com características naturais estipuladas
Janeiro). pelo governo por lei, incluindo as águas jurisdicionais
com características naturais relevantes. Devem ser
Além disso, em 1934, o primeiro Código Florestal aplicados os objetivos de proteção e o âmbito limitado
Brasileiro foi elaborado para regular o uso da terra para das medidas de proteção.
proteger o meio ambiente. Existem várias UCs e são permitidos em suas regi-
Devido ao processo intensificado de expansão indus- ões diferentes nomes, diretrizes, finalidades e tipos
trial do país, desde a década de 1950 — com o objetivo de atividades. De acordo com suas características e
de atrair indústrias estrangeiras e promover o desenvol- finalidades, são divididas em dois tipos: unidades de
vimento econômico e financeiro do país — as políticas proteção geral e unidades de uso sustentável.
ambientais foram suspensas e seu progresso estagnou. A primeira tem padrões mais rígidos e concentra-se
Na década de 1960, algumas ações ainda eram reali- mais na pesquisa e proteção da biodiversidade. Entre eles,
zadas, com foco na promulgação da “Nova Lei Florestal exceto em certas circunstâncias estipuladas por lei, ape-
Brasileira”, que estabeleceu alguns novos parâmetros, nas o uso indireto de seus recursos naturais é permitido.
como a implantação de Unidades de Conservação Per- A unidade de utilização sustentável está mais voltada
4

manente (UCP) e a responsabilidade dos produtores


-2

para visitas e atividades educacionais e o uso sustentável


rurais pela implantação de áreas protegidas.
13

de recursos. Seu objetivo é adaptar a proteção da nature-


Nos anos seguintes, por conta da pressão do movi-
.7

za ao uso sustentável de alguns recursos naturais.


28

mento ambientalista, além da Conferência de Estocolmo


Corredores ecológicos fazem parte do ecossistema,
em 1972, o Brasil também retomou ações voltadas para
.8

podem promover conexões entre áreas espalhadas e são


18

a expansão da política ambiental do país. A primeira


essenciais para garantir a atividade dos animais e a dis-
-0

grande atitude foi a criação da Secretaria Especial do


Meio Ambiente (SEMA) em 1973, cuja direção girava em seminação de sementes entre essas áreas. Esses corredo-
ar

torno da proteção do meio ambiente e da preservação res são importantes para reduzir o impacto do homem
lm

dos recursos naturais do país. nesses locais, pois a fragmentação dos habitats pode ter
gi

Na década de 1980, outras instituições foram criadas, graves consequências para a flora e fauna locais, poden-
ar

como o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNA- do até ser responsável pela extinção de espécies.
lm

MA), o Comitê Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Portanto, os corredores ecológicos desempenham
gi

e o órgão fiscalizador, o Instituto Brasileiro do Meio o papel de melhorar a capacidade dos organismos
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). de se moverem no meio ambiente, reduzindo o iso-
Com a promulgação da Constituição Federal em lamento da população e promovendo conexões entre
1988, a política ambiental do Brasil foi considerada uma áreas dispersas. De acordo com a Lei nº 9.985, de 18
das leis ambientais mais avançadas do mundo, e tem fei- de julho de 2020, os corredores ecológicos podem ser
to os maiores avanços. Isso se deve, principalmente, ao definidos como:
fato de a legislação cobrar as responsabilidades dos cida-
dãos, das empresas, instituições e do próprio governo. Art. 2º [...]
Desde então, as críticas deixaram de ser dirigidas XIX - [...] porções de ecossistemas naturais ou semi-
à legislação e passaram a questionar a aplicabilidade naturais, ligando unidades de conservação, que
dela, pois inúmeros crimes ambientais, principalmen- possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movi-
te os cometidos por grandes empresas, costumam ficar mento da biota, facilitando a dispersão de espécies
impunes no final. e a recolonização de áreas degradadas, bem como
Porém, em 2010, com a elaboração da política de a manutenção de populações que demandam para
proteção ambiental, uma nova polêmica foi deflagra- sua sobrevivência áreas com extensão maior do
326 da, com a redação da “Nova Lei Florestal”, considerada que aquela das unidades individuais.
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Os seres humanos são causadores de grandes z Programa Território Cidadão;
danos ao ambiente natural, por exemplo, a fragmen- z Programa de Desenvolvimento Regional (Marajó,
tação de habitats anteriores contínuos. Essa fragmen- BR-163 e Programa do Xingu);
tação isola plantas e animais nesses ecossistemas, z Leis e Regulamentos da Amazônia (Terra Legal);
podendo até causar a morte de espécies locais. É para z Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal nº
esses casos que surge o corredor ecológico, conectan- 11.284, de 2006);
do duas áreas dispersas e permitindo que animais e z Plano de Manejo de Florestas Comunitárias e Fami-
sementes de plantas possam ter livre circulação. liares (Decreto Federal 6.874, de 2009);
Os corredores ecológicos são uma forma de com- z Plano de Desenvolvimento Regional da Amazônia
pensar o impacto negativo do homem sobre o meio (PRDA).
ambiente, garantindo a interligação de áreas disper-
sas. Plantas e animais são diretamente afetados pela A zona econômica exclusiva também afeta a
fragmentação ambiental. Os animais são impedidos localização das reservas estatutárias, a redução ou
de se moverem livremente sobre uma grande área, ampliação (art. 13, da Lei nº 12.651, de 2012) e o uso
sendo necessário percorrer um ambiente sem seu sustentável de apicuns e salgados (art. 11-A, da Lei nº
habitat natural para chegar a outro fragmento. 12.651, de 2012).
As plantas também são danificadas porque sua O ZEE é instrumento da Política Nacional de Meio
reprodução é danificada. Por exemplo, a polinização Ambiente, conforme o inciso II, do art. 9º, da Lei nº
e a dispersão de sementes podem não ocorrer, o que 6.938, de 1981, e regulamentado pelo Decreto Federal
torna difícil para a espécie se espalhar para outras nº 4.297, de 2002.
áreas. Além disso, com o tempo, a fragmentação pode O zoneamento ecológico-econômico é uma com-
levar ao surgimento de subgrupos. petência compartilhada da União, dos estados e dos
O desmatamento pode levar à fragmentação municípios. A Lei Complementar nº 140, de 2011, fixa
ambiental, fazendo com que ambientes anteriormen- normas para a cooperação entre esses entes no exercí-
te contínuos apareçam em manchas. Ao conectar essas cio da competência comum relativa ao meio ambiente
áreas dispersas, os corredores permitem a transferên- (art. 23, da Constituição Federal).
cia de sementes, animais e plantas, e essa transferên- Ela também constitui a ação administrativa da
cia é essencial para fornecer o fluxo gênico entre as União, a elaboração do ZEE de âmbito nacional e regio-
espécies (o movimento dos genes de uma população nal; é função dos Estados elaborar o ZEE de âmbito
para outra). Além disso, corredores ecológicos podem estadual, e dos Municípios a elaboração do plano dire-
ajudar a recolonizar áreas degradadas. tor, observando os ZEEs existentes nas demais esferas.
A zona ecoeconômica (ZEE), também conhecida Seguindo a abordagem unificada estabelecida no
como zona ambiental, visa alcançar o desenvolvimen- Código Federal, a nova Lei Florestal (Lei Federal nº
to sustentável, adaptando o desenvolvimento social 12.651, de 2012) prevê um prazo de cinco anos para
e econômico à proteção ambiental. Esse mecanismo todos os países elaborarem e aprovarem o ZEE (§ 2º,
de gestão ambiental inclui a delimitação de áreas do art. 13).
ambientais e a atribuição de usos e atividades compa- Essa cooperação é realizada através da Comissão
tíveis com base nas características (potencialidades e Nacional de Coordenação do Zoneamento Ecoeco-
limitações) de cada área. Seu objetivo é o uso sustentá- nômico Territorial (CCZEE) (Decreto nº 28, de 2001),
4

vel dos recursos naturais e o equilíbrio dos ecossiste- que é o órgão político responsável pelo planejamento,
-2

mas existentes. Portanto, a zona econômica exclusiva acompanhamento, coordenação e avaliação da execu-
13

deve ser baseada em uma análise detalhada e abran- ção do projeto de ZEE.
.7

gente da área, levando em consideração o impacto do O apoio técnico vem da Aliança Brasileira ZEE (art.
28

comportamento humano e a capacidade de suporte ao 6º, do Decreto nº 28, de 2001), que é composta por 15
.8
18

meio ambiente. órgãos públicos (como ANA, CPRM-Agência Geoló-


Com base nessa análise, propõe-se orientações gica Brasileira, Embrapa, Ibama e IBGE), prestando
-0

específicas para cada unidade territorial (região) assessoria ao CCZEE e aos estados da Federação para
ar

identificada, incluindo a formulação de medidas des- realizar trabalhos, desenvolver métodos e orientar a
lm

tinadas a mitigar ou corrigir os impactos ambientais elaboração da terminologia de referência do ZEE.


gi

nocivos potencialmente identificados.


ar

Considerando que cada região terá diferentes ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE


lm

características ambientais, sociais, econômicas e SUSTENTABILIDADE


gi

culturais, vulnerabilidades e potencialidades, seus


padrões de desenvolvimento não são uniformes. A A primeira Conferência Mundial das Nações Uni-
zona econômica exclusiva atribui importância a essas das sobre o Homem e o Meio Ambiente foi organizada
peculiaridades, o que se traduz no estabelecimento de em Estocolmo, Suécia, em 1972. Nessa conferência,
alternativas de uso e manejo, proporcionando assim foram discutidas questões ambientais e possíveis
uma vantagem competitiva para a região. soluções para elas, como, por exemplo, a proposta de
Assim, o zoneamento econômico ecológico forne- crescimento econômico zero, segundo a qual todas
ce informações para a proteção e desenvolvimento de as nações do mundo deveriam pausar seus modelos
GEOGRAFIA

diversas ações no país e na região, tais como: produtivos com o objetivo de amenizar os efeitos das
ações antrópicas sobre o meio ambiente.
z Plano de Ação para Prevenção e Controle do Des- Essa proposta foi recusada tanto pelas nações
matamento e Queimadas existentes no Rio Amazo- pobres quanto pelas ricas. A discussão ambiental
nas Legal e Cerrado; avança na década seguinte, em especial após a minis-
z Políticas de Defesa Nacional (PND); tra norueguesa Gro Harlem Brundtland organizar o
z Programa Nacional de Mudanças Climáticas relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente
(PNMC); e Desenvolvimento (1987). 327
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Aparece, então, o conceito de desenvolvimento estrutura interna, e cada camada tem suas próprias
sustentável, que é a base para um debate maduro, características e subdivisões. O raio da Terra é de cer-
seguido pela ECO 92 em 1997 e suas 21 propostas, a ca de 6.371 quilômetros. Ou seja, a soma da espessu-
saber, “Agenda 21” ou “Conferência de Kyoto”. Mas ra de sua camada interna dá esse resultado, e ele se
não é apenas a Organização das Nações Unidas que distribui entre crosta (5–70 km), manto (aproximada-
é palco para esse debate: nas universidades, ONGs e mente 2.900 km) e núcleo (raio de aproximadamente
cidades, as discussões sobre diversas áreas estão em 3.400 km).
constante evolução. Estudos têm mostrado que quanto mais profundo,
O problema a ser resolvido está na atitude de maior a temperatura e a pressão. A temperatura do
grandes empresários e governos, bem como em nos- núcleo da terra deve ultrapassar 5500° C, e a pressão é
sas escolhas do dia a dia. É um conceito relacionado a de aproximadamente 1,3 milhão de atmosferas.
todas as áreas da vida, ou seja, é sistemático. A adoção Usa-se o instrumento de medição chamado sismô-
de novas abordagens porá em perigo a continuidade metro para estudar a estrutura interna da Terra. O
da sociedade humana, das atividades econômicas, da sismógrafo capturou todos os movimentos internos do
cultura, da sociedade e do meio ambiente natural. planeta, e os cientistas obtiveram certezas por meio
Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sus- de vários cálculos. Usando um sismógrafo, pode-se
tentável parece propor uma nova forma de vida. É tirar conclusões sobre a espessura e a composição das
uma nova forma de organizar a vida humana e bus- várias camadas da Terra. Por outro lado, a temperatu-
car uma sociedade que atenda às suas necessidades e ra é calculada com base em experimentos científicos
expresse seu potencial. O conceito de sustentabilida- que testam o comportamento de vários elementos sob
de precisa ser testado quanto à consistência lógica nas condições extremas de temperatura e pressão.
aplicações práticas, para transformar o discurso em A crosta é a camada superior da Terra. É a camada
realidade objetiva. mais fina da estrutura terrestre e sua espessura varia,
Construir uma sociedade sustentável não é tarefa em média, entre 5 quilômetros na parte mais profun-
fácil; é preciso conscientizar, mudar a forma de aqui- da do oceano e 70 quilômetros em todos os continen-
sição de informação e educação ambiental, usar os tes. A crosta é, basicamente, composta por silício e
recursos planetários de forma mais eficaz e responsá- alumínio no continente e silício e magnésio no fundo
vel, de forma a garantir o desenvolvimento econômi-
do mar. Portanto, os termos SIAL (silício e alumínio) e
co básico e adotar novos paradigmas de preservação
SIMA (silício e magnésio) referem-se a essas partes da
da dignidade humana como valor intransferível.
crosta terrestre.
A transição para esse novo modelo sustentável não
Toda a vida conhecida na Terra está localizada na
acontecerá repentinamente. Como já vimos, são mui-
crosta terrestre. A vida na parte interior da Terra é
tos os anos que formaram o sistema atual, produzin-
impossível e os organismos vivos não seriam capazes
do maus hábitos profundamente enraizados em nossa
de suportar temperaturas tão altas.
sociedade.
A perfuração mais profunda já conduzida foi o poço
No entanto, a adaptação incremental já está em
Kola Superdeep, na antiga União Soviética. Em 1989, o
andamento. O funcionamento da sociedade de con-
poço atingia 12.262 metros e a temperatura estava em
sumo deve travar o funcionamento predatório e a
torno de 180° C. Mesmo assim, a perfuração permaneceu
necessidade de operar sob os novos parâmetros do
na superfície do planeta e não atingiu o manto.
4

consumo sustentável, o que exige sobretudo mudan-


-2

ças de comportamento que não podem ignorar as con- O manto da Terra é a camada intermediária, abai-
13

sequências de cada escolha que fazemos. xo da crosta e acima do núcleo. Sua espessura é de
.7

cerca de 2.900 quilômetros. O manto é responsável


28

ESTRUTURA INTERNA DA TERRA por cerca de 85% da massa da Terra. Geralmente, é


.8

dividido em duas partes: o manto superior, mais pró-


18

ximo da superfície, e o manto inferior, mais próximo


-0

A estrutura interna da Terra é dividida em várias


camadas, e cada parte possui algumas características do núcleo.
ar

especiais em termos de composição, pressão e estado.


lm

A superfície de um planeta faz parte da camada z Manto superior: devido à alta temperatura, está
gi

mais fina (crosta), que é a única camada conhecida em um estado de magma (rocha derretida pastosa);
ar

pelo homem. Lá, as placas tectônicas “flutuam” acima z Manto inferior: nele, a rocha encontra-se no esta-
lm

da camada de fluido subjacente — o manto. As pla- do sólido devido à alta pressão, embora a tempe-
gi

cas tectônicas formam a litosfera, que é composta por ratura seja maior em relação à parte superior. A
partes da crosta terrestre e do manto. temperatura na parte mais profunda do manto
Abaixo está a astenosfera, que pertence ao man- inferior atinge cerca de 3000° C.
to. O manto é composto por duas partes: superior e
inferior e, abaixo do manto, está o núcleo. O núcleo é O núcleo é a parte mais interna da estrutura da
a camada no centro do planeta e está subdividido em Terra. Também é chamado de NIFE porque é compos-
duas partes: externo e interno. to de níquel e ferro. Como o manto, o núcleo é dividido
Existem duas fronteiras entre as camadas, batiza- em duas partes: externo (líquido) e interno (sólido).
das em homenagem ao sismólogo que as descobriu.
Elas são descontinuidades com características dife- z Núcleo externo: composto de níquel e ferro líqui-
rentes em relação às duas camadas inferiores. Esses dos, com cerca de 2.200 quilômetros de espessura. A
limites são chamados de: descontinuidade de Gutem- temperatura do núcleo externo varia entre 4000° C
berg (entre o núcleo e o manto) e descontinuidade de e 5000° C;
Mohovicic (entre o manto e a crosta). z Núcleo interno: parte mais profunda da estrutura
Qual é o nível da Terra? Como ela está organizada? interna da Terra, com raio de 1200 km e profundi-
328 Cada camada da terra representa a divisão entre sua dade de cerca de 5.500 km em relação à superfície.
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A temperatura dentro do núcleo é próxima a 6.000° z Erosão eólica: causada pelo vento, mas com a aju-
C, semelhante à do sol. Devido à pressão, seu interior é da de partículas de rocha e partículas de areia. É
composto basicamente de ferro sólido, um milhão de a causa do desgaste da rocha e desempenha um
vezes acima do nível do mar. Diversos estudos apon- papel de jato de areia, muito comum em áreas mais
tam que o núcleo interno gira a uma velocidade maior secas. Esta erosão proporciona belas paisagens.
do que a rotação da Terra. Isso só é possível porque ele
está totalmente envolvido em meio líquido. SITUAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA E
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA
ESTRUTURAS DO SOLO E DO RELEVO
A classificação climática é o estudo da climatologia
Os agentes do relevo são classificados em agen- que define os limites dos tipos de clima que ocorrem
tes internos e externos. São responsáveis por formar e em uma determinada área, com base na temperatura,
modelar as diferentes formas existentes de relevo no pla- umidade e distribuição sazonal.
neta. O relevo é criado pela ação das forças endógenas Tipos de classificação:
(internas), formadoras do relevo, e pela ação das forças
exógenas (externas), responsáveis por modelar o relevo. z Köppen-Geiger: sistema de classificação global
para tipos de clima;
z Agentes internos: chamados de agentes endó- z Alisov: baseada no conceito de massa de ar;
genos, formam relevos e atuam na terra, como o z Trewartha: publicada pelo geógrafo americano
movimento tectônico (movimento das placas tec- Glenn Thomas Trewartha em 1966;
tônicas), as ondas sísmicas (terremotos) e o vulca- z Thornthwaite: criada por Charles Warren Thor-
nismo (erupções vulcânicas); nthwaite. O fator mais importante é a evapo-
z Agentes externos: conhecidos como agentes exó- transpiração potencial e sua comparação com a
genos, simulam as formas de relevo que atuam em precipitação;
partes da superfície terrestre, por exemplo, huma- z Strahler: proposta pelo climatologista indiano
nos, vento, chuva, água (rio, oceano, oceano), neve, e professor de ciências da Terra Arthur Newell
geleiras, temperatura, entre outros. Strahler (Kolapur, Índia, 1918–2002), estrutura-se
de acordo com a origem do fenômeno, classifican-
Modeladores do Relevo do o estado da área, o desempenho da massa de ar,
o tipo genético ou explicativo.
Os agentes modeladores do relevo são respon-
sáveis por transformar e modificar as formas e Características Climáticas do Território Brasileiro
estruturas do relevo terrestre. Eles atuam de forma
intensa e constante, também podem ser chamados de A maior parte do território brasileiro está locali-
intemperismo. zada nas baixas latitudes entre o Equador e o Trópi-
O intemperismo é uma série de fenômenos bioló- co de Capricórnio. Portanto, o clima quente e úmido
gicos, químicos e físicos que degradam as rochas. predomina. Em relação à umidade, existem algumas
O intemperismo químico é comum em áreas tropi- diferenças de clima de uma região para outra, de
cais, nas quais a temperatura e a umidade são altas e ultraúmido (mais de 2500 mm de chuva por ano) a
4

os elementos químicos na rocha se decompõem. semiárido (entre 300 e 600 mm de chuva anual).
-2

Por outro lado, o intemperismo físico depende do


13

vento, da temperatura e da pressão, além da ação da Tipos de Climas do Brasil


.7
28

água, mas não há mudança química nos elementos;


então, as rochas se fragmentam. As regiões brasileiras apresentam seis tipos de cli-
.8
18

Os tipos de erosão são os seguintes: mas classificados com relação às zonas térmicas da
-0

Terra. São eles: equatorial, tropical, tropical semiári-


z Erosão pluvial: causada pela chuva. As áreas do, tropical de altitude, tropical litorâneo e subtropi-
ar

desmatadas de encostas dos rios são as principais cal. Vejamos as principais características de cada um
lm

afetadas; quando há muita chuva em uma deter- dos climas do Brasil:


gi

minada área, o desmatamento acaba tornando-se


ar

um fator secundário nessa questão; z Equatorial


lm

z Erosão fluvial: causada pelas águas dos rios. O


gi

maior problema é que, quando a floresta marginal O clima equatorial localiza-se na zona intertropi-
é cortada e o assoreamento é promovido, o rio per- cal, próximo à Linha do Equador, manifestando tem-
de sua força e fica mais difícil chegar ao estuário. peraturas em torno de 25º C, baixa amplitude térmica
Outro processo que pode ocorrer é o desgaste do e elevados índices pluviométricos, excedentes a 2000
leito do rio, tornando-o mais profundo, como é o mm de precipitação anual.
caso do Grand Canyon, nos Estados Unidos; O nível de evapotranspiração é frequente, tendo
z Erosão das geleiras: uma vez por ano, o desgaste é em vista a grande quantidade de florestas equatoriais
formado nas áreas congeladas, pois a ação do con- existentes, pois isso eleva a umidade do ar. O fato de
GEOGRAFIA

gelamento e derretimento irá erodir diretamente existir a zona de convergência intertropical e predo-
as rochas (quando a água flui sobre as rochas), for- minância de fenômenos convectivos influencia a ação
mando os chamados fiordes; da atmosfera nessas regiões.
z Abrasão marinha: causada pelas ondas, seja o Desse modo, há precipitação excessiva relaciona-
impacto das ondas no litoral suave ou erosivo; leva da às trovoadas nos momentos de alta temperatura
à degradação das rochas matriz, principalmente das durante o dia. É mais comum localizar essa variedade
praias. Quando esses impactos são fortes, formam-se climática na região Norte do Brasil, na porção central
as chamadas falésias, como as de Torres (RS); da África e no sudeste Asiático. 329
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Tropical Vale ressaltar que vegetação não é sinônimo de
flora. A vegetação representa as características gerais
Localizado na região central do Brasil, mais pre- da vida vegetal e a flora é uma coleção de todas as
sente na região Centro-Oeste. Este clima tem duas espécies de plantas desenvolvidas em um único lugar.
estações distintas: a temperatura é moderada e seca
no inverno, e o verão é quente e chuvoso. A tempe- Tipos de Vegetação do Brasil
ratura média anual é superior a 18º C e a amplitude
térmica anual chega a 7º C. A precipitação anual varia A vegetação do Brasil pode ser dividida em:
de 1.000 mm a 1.500 mm. Quanto à umidade, a região
central do país possui clima semiúmido. z Florestais ou arbóreas: densas vegetações forma-
das por árvores, como Floresta Amazônica, Mata
z Tropical Semiárido Atlântica, Mata das Araucárias e Mata dos Cocais;
z Herbáceas e arbustivas: formadas por plantas de
Esse clima é característico do Nordeste, região que porte rasteiro, nomeadamente, ervas e arbustos,
inclui uma área chuvosa e outra com menos chuvas, e como no Cerrado, na Caatinga e nos Pampas;
a maior temperatura do país. No clima tropical semiá- z Complexas: formações vegetais heterogêneas,
rido, a temperatura média anual é de cerca de 27º C e a como o Pantanal e a vegetação litorânea.
amplitude térmica é de cerca de 5º C. O índice de chuvas
não é maior que 800 mm por ano. Neste tipo climático, A seguir, veremos algumas características das
está presente o Polígono das Secas, área que passa por vegetações presentes no Brasil.
constantes processos de escassez de água e de chuvas.
z Caatinga
z Tropical de Altitude
A Caatinga cresce no clima tropical semiárido e reú-
A área montanhosa e serrana do Sudeste possui um ne principalmente vegetação arbustiva, cactos e plantas
clima tropical com alturas tropicais. Devido à altitude, secas, próprias para climas áridos. Esse tipo de vegetação
apresenta a temperatura mais baixa de toda a região está distribuído na parte nordeste do Brasil e, em menor
tropical, com média inferior a 18º C. Sua amplitude tér- medida, na parte sudeste. Também é chamado de estepe
mica anual também está entre 7º C e 9º C, e seu padrão em países da Europa, Ásia e África.
de chuvas é semelhante ao do clima tropical. No inver-
no, a entrada de frentes frias pode causar geadas. z Cerrado

z Tropical Litorâneo O Cerrado é comparado à savana porque reúne


árvores baixas, troncos esparsos e retorcidos, além
Do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, o clima de gramíneas e arbustos. Essa vegetação é encontrada
tropical costeiro domina a maior parte do litoral do nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste
país. Afetado pelas massas de ar do Atlântico, o clima do país e desenvolve-se em um clima tropical sazonal.
nessa área é quente e chuvoso. A temperatura média
anual está entre 18º C e 26º C, e o índice de precipita- z Mangue
ção é de cerca de 1.500 mm/ano. No litoral nordeste,
4

Os manguezais são vegetação típica de pântanos e


-2

as chuvas no outono e inverno são mais intensas. Na


áreas lamacentas, chamados de “vegetação de transi-
13

costa sudeste, são mais fortes no verão.


ção”, e aparecem entre os ambientes terrestre e mari-
.7
28

z Subtropical nho. Apresentam um tipo de solo rico em nutrientes,


água salobra (devido à combinação de rios e mares), e
.8

O clima subtropical ocorre na parte sul do país,


18

coletam vegetais tolerantes ao sal, bem como árvores


abaixo da zona tropical de Mori; por isso o nome sub-
-0

de médio e grande porte.


tropical. Possui duas estações distintas: verão quente Devido à falta de oxigênio nos manguezais, essas
ar

e inverno rigoroso, durante o qual podem ocorrer árvores podem ter raízes aéreas. São encontrados em
lm

geadas ou neve. A precipitação é uniformemente dis- áreas tropicais e subtropicais ao longo da costa do
gi

tribuída ao longo do ano, variando de 1.500 mm a Brasil, assim como em outras partes do continente
ar

2.000 mm por ano. A temperatura média anual está americano e na África, Ásia e Oceania.
lm

quase sempre abaixo de 18º C, e a amplitude térmica


gi

está entre 9º C e 13º C. z Pampa

GRANDES DOMÍNIOS DA VEGETAÇÃO NO BRASIL E As características dos Pampas são relevo pouco aci-
NO MUNDO dentado e vegetação de herbáceas, pequenas árvores
e arbustos. Ocorrem em regiões de clima subtropical.
Vegetação é o termo usado para se referir à cober- São encontrados no sul do país e em países vizinhos,
tura vegetal do espaço geográfico. A vegetação nati- como Argentina e Uruguai.
va de uma área é diretamente afetada por seu clima.
Além do clima, outros fatores também participam do z Pantanal
desenvolvimento da vegetação, como relevo, hidro-
logia, solo, pressão atmosférica, altitude, latitude e É considerado a maior planície de inundação do
movimentação da qualidade do ar. mundo. A vegetação que existe no Pantanal é chama-
A vegetação é importante para regular os ciclos da de “vegetação de transição” (entre a pradaria e os
biogeoquímicos, como os ciclos da água e do carbono, campos). Grande parte dessa vegetação desenvolve-se
a manutenção do solo, o equilíbrio do clima, o habitat no período mais seco (estiagem), a maior parte do ano
330 e outras fontes de energia biológica. na área ainda submersa por inundações.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Está localizado na região tropical Centro-Oeste do z Tundra
país (nos estados de Mato Grosso do Sul de Mato Gros-
so). Além do Brasil, esse bioma abrange também os Vegetação escassa, como ervas, gramíneas e mus-
vizinhos Paraguai e Bolívia, lá chamado de “Chaco”. gos. Os fortes ventos em sua área impedem o cresci-
mento de plantas grandes. Assim como a floresta de
z Mata Atlântica coníferas, a tundra cresce em um lugar muito frio, na
extremidade norte do globo.
Também conhecida como floresta tropical, é rica
Pode ser encontrada na parte mais fria da Terra, o
em diversidade vegetal, incluindo árvores de médio
Círculo Polar Ártico, Rússia, Groenlândia e Finlândia.
e grande porte que foram florestas densas. Devido ao
clima tropical predominantemente úmido (quente e
z Taiga
úmido), também pode apresentar microclima (tropi-
cal alto úmido subtropical) por ser formado por pla-
As florestas de coníferas crescem em locais mui-
naltos e montanhas.
to frios da terra, também conhecidos como florestas
Esse tipo de vegetação existe na maioria das áre- de coníferas ou florestas boreais. Difere-se da tundra,
as do litoral do Brasil e também pode ser encontrado onde a vegetação é baixa devido ao excesso de gelo e
em outros países da América do Sul, América Central, ventos fortes, enquanto estas reúnem algumas árvo-
África, Ásia e Oceania. res (especialmente coníferas).
Localiza-se em ambientes de clima subpolar (seten-
z Mata das Araucárias
trional) na América do Norte, Europa e Norte da Ásia.
Também conhecida como “Mata dos Pinhais”, cres-
ce em clima subtropical (frio no inverno e quente no z Estepe
verão). Há grandes árvores, dentre as quais se destaca
o pinheiro-do-paraná ou “araucária”, que forma uma Ocorre em áreas de clima árido, temperado e sub-
densa floresta fechada. tropical, e é considerada uma “manta vegetal” ampla
Essa vegetação está distribuída principalmente na por apresentar, principalmente, plantas herbáceas
parte sul do país. Embora seja encontrada principal- baixas (gramíneas, ervas etc.).
mente nos estados do Paraná e Santa Catarina, a for- As pastagens estão distribuídas na Europa, Amé-
mação dessa planta também ocorre na Serra do Mar e rica, Ásia Central e África, no local de transição entre
na Mantiqueira no estado de São Paulo. a savana e o deserto. No Brasil, esse tipo de vegeta-
ção pode ser observado no bioma Caatinga, típico do
z Mata dos Cocais semiárido brasileiro.

É considerada uma “floresta de transição” porque z Savana


situa-se entre os biomas Amazônia, Caatinga e Cerra-
do. Portanto, esse tipo de vegetação aparece em dois Embora existam algumas árvores esparsas, a taxa de
tipos de clima: equatorial úmido e semiárido. Geral- cobertura da vegetação é baixa (relva, ervas, arbustos).
mente, manifesta-se com alta temperatura e invernos É comum em climas tropicais e áreas de terreno plano.
secos e verões chuvosos. Possui grandes árvores que A savana está localizada nos continentes da África,
4
-2

formam matas, entre as quais se destacam a carnaú- América e Oceania. Exemplos dessa vegetação são a
13

ba, o buriti, o açaí e o babaçu. savana africana e a brasileira.


.7

Essa vegetação está localizada no nordeste do país


28

(Planalto do Maranhão-Piauí). z Deserto


.8
18

z Floresta Amazônica
Vegetação adequada para uma ampla faixa de tem-
-0

A classificação da Floresta Amazônica é muito peratura, alta evaporação e baixa umidade. É comum
ar

diversa, dividida em: Floresta de Várzea, Floresta encontrar xerófitas nessas áreas.
lm

Terra Firme, Floresta Igarapé e Floresta Andina. Esse Desertos quentes como o Deserto do Saara podem
gi

tipo de vegetação cresce na zona de clima equatorial ser encontrados na Ásia, África, América do Norte e
ar

(quente e úmida) e apresenta uma floresta densamen- Oceania. São formados também em áreas de desertos
lm

frios, como o Deserto de Gobi.


te fechada, composta por árvores de grande, médio e
gi

pequeno porte.
z Pradaria
A Amazônia está localizada no norte do Brasil, com
uma área total de 4.196.943 quilômetros quadrados,
abrangendo outros países da América do Sul, como Nas padrarias, não há árvores ou arbustos. Os
campos estão inseridos em climas úmidos (tempera-
Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guia-
dos, tropicais), ao contrário das pastagens que cres-
na Francesa, Peru e Suriname, na chamada Amazônia
cem em climas mais secos.
Internacional.
Vegetação encontrada na Europa, Ásia, América do
GEOGRAFIA

Tipos de Vegetação do Mundo Sul e América do Norte, relacionada aos Pampas no Brasil.

Temos, em nosso planeta, diversas coberturas vege- z Florestas Tropicais


tais específicas de diferentes regiões. As principais
são: tundra, taiga, estepe, savana, deserto, pradaria, Vegetação densa, crescendo em áreas com clima
florestas tropicais, florestas temperadas, vegetação de quente e alto índice pluviométrico. Abrange grandes
altitude e vegetação mediterrânea. Vejamos, portanto, árvores até epífitas e líquenes, com grande variedade
as principais características desses tipos de vegetação: de espécies. 331
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Podem ser encontradas nas Américas (Sul e Cen- governamentalmente estiverem os trabalhadores e
tral), África e Ásia. trabalhadoras, menos empregos serão destinados a
seres humanos. Processos como esses, que mudam a
z Florestas Temperadas estrutura da cadeia de trabalho, gerando desempre-
go, chamamos de desemprego estrutural. Tendo isso
Vegetação formada por árvores, arbustos, ervas em vista, conforme o texto traz, o aumento da utili-
e riachos, também denominada floresta estacional zação de inteligências artificiais na dublagem gera
decidual temperada ou floresta estacional decidual. A como consequência a escassez de vagas de trabalho
principal característica é a perda de folhas de outono para dubladores e demais atores. Resposta: Letra E.
e o aparecimento de folhas de primavera devido às
mudanças sazonais. 2. (ENEM – 2022) Brasil e Argentina chegaram a um acor-
É fácil encontrar lugares com quatro estações distin- do para a redução em 10% da Tarifa Externa Comum
tas na Europa continental, Ásia e América do Norte. (TEC) do Mercosul. O consenso foi alcançado durante
negociação entre o ministro das Relações Exteriores
z Vegetação de Altitude do Brasil e o seu equivalente argentino, no Palácio do
Itamaraty, em Brasília, no início do mês de outubro de
Também conhecida como vegetação de montanha, 2021. A redução da TEC é um antigo desejo do Bra-
reúne vegetação rasteira, como musgo, líquen e gra- sil, que pretende abrir mais sua economia e, com isso,
ma, adequada para baixas temperaturas em áreas aci- ajudar a controlar a inflação. Já a Argentina temia que
ma de 1200 metros. a medida pudesse afetar sua produção industrial. O
Pode ser encontrada em países da América do Sul acordo vai abranger uma ampla gama de produtos e
(como Peru, Bolívia e Chile) e na Europa continental
ainda será apresentado ao Paraguai e Uruguai, para
(principalmente na Alemanha).
que seja formalizado.
z Vegetação Mediterrânea Brasil e Argentina fecham acordo para corte de 10% na tarifa do
Mercosul. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 8
É muito diversa, dominada por árvores, arbustos e out. 2021 (adaptado).
ervas. Aparece em regiões temperadas da Terra com
clima mediterrâneo, com verões quentes e secos e A necessidade de negociação diplomática para viabi-
invernos frios e úmidos. lizar o acordo tarifário mencionado é explicada pela
Atualmente, é encontrada em vários lugares do seguinte característica do Mercosul:
planeta (África, Europa, América do Norte, América
do Sul e Oceania). a) Limitação da circulação financeira.
b) Padronização da política monetária.
c) Funcionamento da união aduaneira.
d) Dependência da exportação agrícola.
EXERCÍCIOS COMENTADOS e) Equivalência da legislação trabalhista.

1. (ENEM – 2022) A dublagem é o novo campo a ser A Taxa Externa Comum (TEC) é responsável por ali-
4

explorado pela inteligência artificial, e há empresas


-2

nhar e, em tese, equilibrar os impostos de exportação


13

dedicadas a fazer com que as vozes originais de ato- e importação entre países, podendo ser compreen-
res sejam transpostas para outros idiomas. A novida-
.7

dida como uma unificação de taxas, e é uma carac-


28

de reforça a tendência da automação de postos de


terística típica de blocos econômicos do tipo união
.8

trabalho nas mais diversas áreas. Tem potencial para


aduaneira. Desse modo, a questão trata de uma nego-
18

facilitar a vida de estúdios e produtoras e, ao mesmo


ciação relativa ao funcionamento do Mercosul, que é
-0

tempo, tornar mais escassas as oportunidades para


uma união aduaneira. Resposta: Letra C.
dubladores e atores que trabalham com isso.
ar
lm

GAGLIONI, C. Disponível em: www.nexojornal.com.br. Acesso em: 25 3. (ENEM – 2022) As forças tectônicas dentro da litos-
gi

out. 2021. fera, controladas pelo calor interno das profundezas,


ar

geram terremotos, erupções e soerguimento de mon-


lm

A consequência da mudança tecnológica apresentada tanhas. As forças meteorológicas dentro da atmos-


gi

no texto é a fera e da hidrosfera, controladas pelo calor do Sol,


produzem tempestades, inundações, geleiras e outros
a) proteção da economia nacional. agentes de erosão.
b) valorização da cultura tradicional.
c) diminuição da formação acadêmica. PRESS, F. et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2002
d) estagnação da manifestação artística. (adaptado).
e) ampliação do desemprego estrutural.
A interação dinâmica entre as forças naturais citadas
As novas tecnologias, símbolos da inovação, têm favorece a ocupação do espaço geográfico, na medida
como potencial aumentar a produção, bem como em que provoca a formação de
sua eficiência e, no geral, deixam o processo produ-
tivo mais barato e rápido. Dessa forma, os postos a) solos vulcânicos.
de trabalhos antes ocupados somente por pessoas b) dorsais oceânicas.
agora têm robôs e outras máquinas atuando nes- c) relevos escarpados.
sas funções. Ou seja, quanto maior a moderniza- d) superfícies lateríticas.
332 ção das máquinas e mais desprotegidos jurídica e e) dobramentos modernos.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Solos vulcânicos, como solos basálticos, por exemplo, crítica” está delimitada ao redor de áreas de incons-
propiciam a ocupação humana por conta de um alto tância política, bem como concentra alta variedade
nível de fertilidade — a exemplo no Brasil, temos a “ter- e riqueza naturais, interessantes para o domínio
ra roxa”, típica da Região Sul e de parte da Sudeste, estadunidense. Assim, relacionando ambos os tex-
que favoreceu muito a ocupação agrícola nessas áre- tos, é notório que se trata de uma estratégia de influ-
as. Tais solos se formam a partir da solidificação do ência econômica dos EUA. Resposta: Letra D.
magma e das consequentes intempéries causadas na
porção exposta da litosfera através da ação meteoro- 5. (ENEM – 2022) Colegas, na mente e no coração do
lógica e hidrológica. Resposta: Letra A. povo, a Crimeia sempre foi uma porção inseparável da
Rússia. Essa firme convicção se baseia na verdade e
4. (ENEM – 2022) na justiça e foi passada de geração em geração, ao
longo do tempo, sob quaisquer circunstâncias, apesar
TEXTO I de todas as drásticas mudanças que nosso país atra-
vessou durante todo o século XX.
A Marinha identifica, na voz de Thomas Barnett, uma
ampla região potencialmente insubmissa ou simples- Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 28 jul. 2014.
mente irredutível às normas gerais de funcionamen-
to promovidas pelos Estados Unidos e sancionadas Considerando a dinâmica geopolítica subjacente ao
pelo Fundo Monetário Internacional, pela Organização texto, a justificativa utilizada por Vladimir Putin, em
Mundial do Comércio e pelo Banco Mundial. E não 2014, para anexação dessa península apela para o
necessariamente por sua consciência rebelde, mas argumento de que
sim, em muitos casos, pela insubstancialidade de
suas instituições estatais. a) as populações com idioma comum devem estar sub-
metidas à mesma autoridade estatal.
TEXTO II b) o imperialismo soviético havia se acomodado às pre-
tensões das potências vizinhas.
c) os organismos transnacionais são incapazes de solu-
cionar disputas territoriais.
d) a integração regional supõe a livre circulação de pes-
soas e mercadorias.
e) expulsão das forças navais ocidentais garantiria a
soberania nacional.

Os países ucraniano e russo têm em sua geografia


um processo comum de formação territorial e de
ocupação humana. Desse modo, Rússia e Ucrânia
compartilham de vários aspectos comum em sua
cultura, além de já terem feito parte do Pacto de Var-
sóvia, pacto que promulgou o início da União das
4
-2

Repúblicas Socialistas Soviéticas. Assim, regiões da


13

Alta densidade e variedade Ucrânia — como a Crimeia — foram e são habitadas


Petróleo e gás
germoplásmica
.7

por russos ou por populações que compactuam e se


A “brecha” crítica do “Novo Mapa do Pentágono”
28

identificam com diversos aspectos culturais, sendo


.8

um deles a própria língua. Tal fato foi utilizado pelo


18

CECEÑA. A. E. Hegemonias e emancipações no século XXI. Buenos líder russo, Vladimir Putin, para justificar a ane-
-0

Aires: Clacso. 2005. xação da Crimeia em 2014 — e tem sido utilizado


desde 2022 para justificar a anexação de regiões
ar

As preocupações do governo estadunidense expressas


lm

ucranianas, como Donbas. Resposta: Letra A.


no texto e no mapa evidenciam uma estratégia para
gi

6. (ENEM – 2022) Em 2003, teve início o Programa de


ar

a) compartilhamento de inovações tecnológicas. Aquisição de Alimentos e, com ele, várias mudanças


lm

b) promoção de independência financeira. na perspectiva dos mercados institucionais. Trata-se


gi

c) incremento de intercâmbios culturais. do primeiro programa de compras públicas com uma


d) ampliação de influência econômica.
orientação exclusiva para a agricultura familiar, arti-
e) preservação de recursos naturais.
culando-a explicitamente com a segurança alimentar
e nutricional. O Programa é destinado à aquisição de
Para começar a análise dessa questão, é importante
produtos agropecuários produzidos por agricultores
ter em mente que quando tratamos de países, pala-
enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimen-
vras como “insubmissão”, “rebeldia”, “normas” e
to da Agricultura Familiar (Pronaf), incluídas aqui as
“sanções”, como as apresentadas no Texto I, refe-
GEOGRAFIA

categorias: assentados da reforma agrária, traba-


rem-se a relações político-econômicas entre países,
lhadores rurais sem-terra, acampados, quilombolas,
ou seja, estamos diante de uma questão de geopo-
agroextrativistas, famílias atingidas por barragens e
lítica. Essa área de estudo da geografia tem como
comunidades indígenas.
característica analisar relações de poder, quem
influencia e quem é influenciado e como isso per-
GRISA, C.; ISOPO, S. P. Dez anos de PAA: As contribuições e os
passa também para questões que tangem aspectos desafios para o desenvolvimento rural. In: GRISA, C.; SCHNEIDER, S.
sociais, ambientais e culturais. Deste modo, com o (Org.). Políticas públicas de desenvolvimento rural no Brasil. Porto
auxílio do Texto II, vemos que a chamada “brecha Alegre: UFRGS, 2015. 333
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A ação governamental descrita constitui-se em uma água que se escoa dos declives adjacentes, durante
importante conquista para os pequenos produtores as chuvas que caem em alguns meses do ano. Essa
em virtude da: água traz soluções de sais minerais e evapora-se
rapidamente antes de infiltrar-se totalmente, haven-
a) Inovação tecnológica. do então, cada vez que esse processo é repetido, um
b) Reestruturação fundiária. pequeno acúmulo de sais no horizonte superficial que,
c) Comercialização garantida. com o passar dos anos, provoca a salinização do solo.
d) Eliminação no custo do frete. Nas últimas décadas, a expansão das atividades agrí-
e) Negociação na bolsa de valores. colas na região tem ampliado esse processo.

O Programa de Aquisição de Alimentos, trazido LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação. São Paulo:
Melhoramentos, 1993 (adaptado).
no texto, foi criado em 2003, promoveu o acesso à
alimentação e assegurou garantia de venda de pro-
dutos para uma grande parte de trabalhadoras e As atividades agrícolas, desenvolvidas na região mencio-
trabalhadores do campo, os pequenos e pequenas nada, intensificam o problema ambiental exposto ao
produtores, conhecidos como membros da agricul-
tura familiar. A partir do programa, o governo com- a) realizar florestamentos de pinus, desrespeitando a
pra alimentos desses produtores, sem necessitar de prática do pousio.
licitação, e destina-os de forma gratuita a pessoas b) utilizar sistemas de irrigação, desprezando uma dre-
em situação de insegurança alimentar e nutricional. nagem adequada.
Desse modo, o governo garante a comercialização c) instalar açudes nos grotões, retardando a velocidade
de produtos de uma parcela de trabalhadores que da vazão fluvial.
foram historicamente invisibilizados e desvaloriza- d) desmatar áreas de preservação permanente, causan-
dos pelo aparelho do Estado. Resposta: Letra C. do assoreamento.
e) aplicar fertilizantes de origem orgânica, modificando a
química da terra.
7. (ENEM – 2022) Macrocefalia urbana pode ser enten-
dida como a massiva concentração das atividades
econômicas em algumas metrópoles que propicia o O texto diz-nos que as chuvas em regiões semiári-
desencadeamento de processos descompassados: das, como no Polígono das Secas do Nordeste, têm
redirecionamento e convergência de fluxos migra- em sua composição sais minerais e que evaporam
tórios, déficit no número de empregos, ocupação antes de se infiltrar no solo, deixando esses sais na
desordenada de determinadas regiões da cidade e camada mais externa. Ao longo do tempo, esse pro-
estigmatização de estratos sociais, que comprome- cesso acaba por salinizar ainda mais o solo. Assim,
tem substancialmente a segurança pública urbana. ao serem utilizadas técnicas inadequadas de irriga-
ção, esse processo tende a se intensificar, haja visto
SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia que ocorrerá o mesmo processo de evaporação da
urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Edusp, 2004. água e concentração de sais (somados ao processo
pluvial já mencionado). Vale ressaltar que o desma-
O processo de concentração espacial apresentado foi tamento de áreas de preservação permanente tam-
bém se acrescenta nesse processo, pois a retirada de
4

estimulado por qual fator geográfico?


-2

camada vegetal deixará mais solo exposto e passí-


13

a) Limitação da área ocupada. vel da evaporação precoce da água. No entanto, nes-


.7

b) Êxodo da população do campo. te contexto, o assoreamento não está relacionado à


28

c) Ampliação do risco habitacional. salinização, portanto a alternativa D está incorreta.


.8

d) Deficiência do transporte alternativo. Resposta: Letra B.


18

e) Crescimento da taxa de fecundidade.


-0

9. (ENEM – 2022)
ar

A concentração espacial denominada “macrocefalia


lm

urbana”, definida no enunciado, tem como uma de TEXTO I


gi

suas principais causas o êxodo rural. Quando ana-


ar

lisamos o caso brasileiro, a urbanização tardia, a


lm

partir da década de 50, foi feita de maneira desorde-


gi

nada, sem o cuidado e organização necessária por


parte do Estado brasileiro. Isso acabou por gerar
uma saída de pessoas do campo em grande volu-
me e que se concentraram muito mais nos centros
urbanos mais importantes, inflando cidades como
São Paulo e Recife, por exemplo, e comprometendo
a qualidade de vida das populações como um todo.
Resposta: Letra B.

8. (ENEM – 2022) Solos salinos ou alomórficos apresen-


tam como característica comum uma concentração
muito alta de sais solúveis e/ou de sódio trocável. Eles
ocorrem nos locais mais baixos do relevo, em regiões
áridas e semiáridas e próximas do mar. Em regiões
semiáridas, por exemplo, o polígono das secas do Nor-
334 deste brasileiro, os locais menos elevados recebem
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TEXTO II rede”. Como ele mesmo diz, os componentes estão
organizados em escala global em interação entre
É como se os problemas fossem criados pela pande- redes empresariais, ou seja, está falando sobre a
mia quando, em verdade, isso só demonstra o quanto desterritorialização da produção, na qual os pro-
eles sofrem uma tentativa de serem naturalizados. Eles dutos são produzidos em locais diferentes de suas
estavam lá, empurrados para debaixo de vários tapetes. matrizes, podendo ainda ter cada parte produzida
Diversos levantamentos realizados indicam que parcela em um local (cidade, país ou continente) diferente.
significativa dos estudantes não têm acesso à internet Resposta: Letra E.
em suas casas, não têm computadores; têm celulares,
mas com pacotes baratos que não permitem assistir
a todas as aulas. E, caso tenham celulares e dados,
pergunta-se: É possível elaborar um texto no celular? É
REPRESENTAÇÃO ESPACIAL
possível interagir na aula remota pelo celular?

ASSIS. A. E. S. Q. Educação e pandemia. Educação em Revista, n. 37,


PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
2021 (adaptado).
A projeção dos mapas é composta por linhas ima-
A crítica contida no texto e na figura evidencia o ginárias, chamadas de latitude e longitude. De acordo
seguinte aspecto da sociedade contemporânea: com o objetivo esperado, o uso de um tipo de projeção
pode tornar a representação espacial mais rigorosa.
a) Exclusão social. Portanto, o objetivo principal do uso de cada proje-
b) Expansão digital. ção é reduzir as imperfeições do mapa, sejam de esca-
c) Manifestação cultural. la ou de ângulo. Isso porque, na verdade, o mapa não
d) Organização espacial. apresenta uma imagem real da área, mas, sim, contor-
e) Valorização intelectual. nos próximos uns dos outros.

Segundo dados do IBGE, em 2022, quase 30 milhões Tipos de Projeções Cartográficas


de pessoas não tinham acesso à internet no Brasil.
Além destas, uma grande parte da população, como Para representar em um plano o globo terrestre,
mostrado em ambos os textos, não tem acesso pleno são utilizados três tipos de projeções1:
à internet, devido a dificuldades que giram em torno
de questões sociais, como não ter espaço e/ou tem- Projeção Cilíndrica Projeção Cônica Projeção Plana
po adequado para, e econômicas, como ausência de (Azimal)

condições para compra de aparelhos adequados aos


estudos e trabalho, bem como de pacotes de dados
3G e de rede a cabo. Tais questões intensificam as
desigualdades no país, reforçando a exclusão social.
Resposta: Letra A.
10. (ENEM – 2022) Uma nova economia surgiu em esca-
4

la global no último quartel do século XX. Chamo-a de


-2

informacional, global e em rede para identificar suas


13

características fundamentais e diferenciadas e enfati-


.7

zar sua interligação. É informacional porque depende


28

basicamente de sua capacidade de gerar, processar e


.8

z Projeção Cilíndrica: funciona como se um cilindro


18

aplicar de forma eficiente a informação baseada em envolvesse o globo. Nesse caso, linhas paralelas e
conhecimentos. É global porque seus componentes
-0

meridianos são representados por linhas retas con-


estão organizados em escala global, diretamente ou vergindo entre si. Um exemplo famoso é a represen-
ar

mediante uma rede de conexões entre agentes eco- tação do mapa mundial como o conhecemos;
lm

nômicos. É rede porque é feita em uma rede global de


gi

interação entre redes empresariais.


ar

CASTELLS, M. A sociedade em rede – a era da informação:


lm

economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999


gi

(adaptado).

Qual mudança estrutural é resultado da forma de organi-


zação econômica descrita no texto?

a) Fabricação em série.
b) Ampliação de estoques.
c) Fragilização dos cartéis.
GEOGRAFIA

d) Padronização de mercadorias. z Projeção Cônica: um cone envolve uma parte da


e) Desterritorialização da produção. Terra. É amplamente utilizada para representar a
área continental. Nessa projeção, as linhas paralelas
O autor começa o texto falando que a nova econo- representam círculos concêntricos e os meridianos
mia do final do século XX, a que ele chama de “infor- são linhas retas convergindo para o ponto extremo;
macional”, é caraterizada por ser “global e em

1 Disponível em: https://www.todamateria.com.br/projecoes-cartograficas/. Acesso em: 03 fev. 2023. 335


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z Projeção de Gall-Peters3

z Projeção Plana: também chamada de projeção


azimutal, é um plano tangente à esfera terrestre. Nela,
as linhas paralelas representam círculos concêntricos,
enquanto os meridianos retos irradiam dos polos.
Por ter sido desenvolvida pelo escocês James Gall
(1808-1895) e, posteriormente, adotada pelo historia-
dor alemão Arno Peters (1916-2002), é chamada de
projeção de Gall-Peters. É uma projeção cilíndrica que
preserva as proporções entre as regiões, mas o ângulo
e a forma dos continentes mudam. Este modelo está
incluído na chamada “razão equivalente”.

z Projeção de Robinson4

De acordo com a representação esperada, eles são


divididos em três formas: polar, equatorial e oblíqua.
A partir dos três modelos apresentados acima,
temos diversos tipos de projeções que foram estuda-
dos por muitos geógrafos. As mais importantes são:

z Projeção de Mercator2

OCEANO
GLACIAL
ÁRTICO
4

Foi produzida pelo geógrafo e cartógrafo americano


-2

AMÉRICA
DO NORTE Arthur H. Robinson (1915-2004). Este tipo de projeção,
13

EUROPA ÁSIA
cilíndrica e afilática, altera a forma e a área do continen-
.7

OCEANO OCEANO
28

PACÍFICO ATLÂNTICO te. Portanto, pertence à categoria “não equivalente e não


AMÉRICA
conforme”. Nela, o meridiano é uma curva e o paralelo
.8

ÁFRICA
CENTRAL
18

AMÉRICA é uma linha reta. Atualmente, este modelo é usado para


-0

DO SUL OCEANO
ÍNDICO
OCEANIA representar o mapa-múndi, por isso, é o mais famoso.
OCEANO
ar

ATLÂNTICO
ESCALA CARTOGRÁFICA
lm

OCEANO GLACIAL
ANTÁRTICO
gi

A escala cartográfica é um elemento cartográfico


ar

importante, pois é responsável por evidenciar a relação


lm

entre a área representada e a área do mapa. Por exem-


gi

plo, se no mapa uma rua de 500m é representada por


A projeção de Mercator foi desenvolvida pelo car- 1cm, a escala indicará que cada 1cm do mapa representa
tógrafo, geógrafo e matemático Gerhard Mercator 50.000cm da realidade (500m = 50.000cm). Assim, tem
(1512-1594) e é uma das mais usadas. Nesse tipo de como função indicar proporção e, ao mesmo tempo,
projeção cilíndrica do globo, os ângulos e as formas medir a distância entre dois pontos representados.
dos continentes são preservados, mas as regiões são Ela pode ser encontrada nos mapas de duas for-
deformadas. O modelo está incluído na categoria mas, como escala numérica e como escala gráfica.
“escala isométrica” e é amplamente utilizado nas áre-
as de navegação e aviação.

2 Disponível em: https://www.todamateria.com.br/projecoes-cartograficas/. Acesso em: 03 fev. 2023.


3 Ibid.
336 4 Ibid.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A escala numérica mostrará a relação entre as distâncias do mapa e da realidade utilizando-se da mesma
unidade de medida, sempre em centímetros (cm). Tomemos nosso exemplo acima, em que 1cm em mapa hipoté-
tica representaria 500m na realidade. Como dito, no caso de uma escala numérica, sempre será representada a
relação utilizando a mesma unidade de medida (centímetros). Ou seja, 1cm no mapa corresponderá a 50.000cm
da realidade e, assim, a escala estará indicada no mapa da seguinte forma:

ESCALA NUMÉRICA
Numerador
(área do mapa)
1: 50000
Denominador
(área real)

Como exercício, levando em conta a escala numérica do mapa abaixo, responda mentalmente: quantos quilô-
metros na realidade são representados por centímetro do mapa?

RR

AM
PA MA CE
RN
PI PB
AC PE
TO
RO AL
BA SE
MT

GO DF

MG
MS ES
SP
RJ
PR

SC

RS

1 : 25000000

Como é possível observar, o mapa acima é um mapa político do Brasil, destacando as unidades federativas do nosso
país — ou seja, os estados e o Distrito Federal. Segundo a escala, temos uma proporção de 1:25000000. Ou seja, 1cm
no mapa é equivalente a 25.000.000cm na realidade. Transformando esse número em quilômetros (km), chegamos a
4
-2

250km. Desse modo, 1cm do mapa representa 250km da realidade.


13

Existe um certo macete para responder mais facilmente a pergunta acima. Como sempre a escala numérica
.7

indicará valores em cm, fazemos um simples “corte” de zeros no denominador. Deste modo:
28
.8

1 : 25000000 = 1 cm: 25.000.000cm = 1 cm: 250km


18
-0

Como 1 quilômetro é 100.000 vezes maior que 1 centímetro, “cortando” cinco zeros — ou seja, dividindo
ar

25.000.000 por 100.000 — chegamos à resposta da pergunta.


lm

A escala gráfica, por sua vez, mostra de forma mais direta a relação entre as distâncias do mapa e da realida-
gi

de, pois indica a unidade de medida da distância real em relação à representação gráfica de 1 centímetro. Confu-
ar

so? Vamos lá. Tomemos o mesmo exemplo acima, de uma escala 1:25000000. Já descobrimos que, nesse caso, 1cm
lm

é equivalente a 250km, então a escala gráfica para representar essa informação seria a seguinte:
gi

ESCALA GRÁFICA

250 500 1000


500 1000 ou
250
quilômetros

Por fim, mas não menos importante, chegamos à comparação de escalas. Podemos dizer que uma escala é
GEOGRAFIA

grande ou pequena de acordo com a proporção e o detalhamento que ela representa. Ou seja, quanto maior a
proporção, maior a quantidade de detalhes, maior a escala.
A proporção é compreendida pela divisão da distância do mapa pela distância real. Lembra-se que a escala
numérica que trabalhamos é representada pela razão 1:25000000? Pois bem, ela é uma divisão de 1 por 25000000.
Se fizermos a conta, chegaremos a uma proporção muito pequena: 0,0000004. Ou seja, quanto maior for a área
representada, menor será a proporção — atente-se que, deste modo, não será necessário fazer a conta toda vez,
mas só analisar o tamanho do denominador. Consequentemente, quanto menor a proporção, menor a área e
maior o detalhamento da representação. 337
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Tomemos os mapas abaixo como exemplos e responda: qual deles tem uma escala maior, A ou B?

A 1 : 25000000

B
1 : 4000000

Fonte: Blog do Enem5

Como podemos observar, o mapa A representa uma área maior. É um mapa político do Brasil e tem uma escala
1:25000000, equivalendo a uma proporção de 0,00000004. Já o segundo, o mapa B, é um mapa político do estado do Rio
de Janeiro, tendo uma escala 1:4000000, de proporção 0,00000025. Deste modo, como o segundo representa uma área
menor, ele apresenta uma proporção maior e é mais detalhado, configurando-se com uma escala maior em compara-
ção ao primeiro.

LEITURA DE MAPAS FÍSICOS, POLÍTICOS E TEMÁTICOS

Os mapas são projetados para nos mostrarem certos aspectos de nosso planeta como um todo e de certas regiões.
São muito importantes para orientar e auxiliar na compreensão de diferentes aspectos físicos, econômicos, sociais e
culturais do mundo. Os principais tipos de mapas e suas principais características estão descritos a seguir.
4

Mapa Físico
-2
13

Um mapa físico é um mapa que representa as formas do território: montanhas, rios, lagos, planaltos, planícies
.7

e outras formas de relevo. São confeccionados em diferentes cores e tonalidades para facilitar a visualização dos
28

elementos geográficos. A água (rios, lagos, oceanos etc.) é mostrada em azul. O marrom é, geralmente, usado em
.8

planaltos e montanhas; quanto mais forte a tonalidade, maior a altitude. O verde é usado em áreas planas.
18

Nos mapas físicos, elementos gráficos também são usados para representar certos aspectos geográficos. Nesse
-0

sentido, pequenos triângulos pretos podem ser usados para representar cordilheiras, montanhas e colinas. Esses
ar

mapas também usam números para indicar altura das montanhas, extensão de rios, profundidade de oceanos
lm

etc. Atualmente, com a ajuda de satélites, os mapas físicos podem ser desenhados com muita precisão e realismo.
gi
ar
lm
gi

Mapa físico do continente europeu, destacando as formas de relevo.

338 5 Disponível em: https://blogdoenem.com.br/wp-content/uploads/2015/04/escala-cartografica-enem-300x209.jpg. Acesso em: 03 fev. 2023.


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mapa Político europeias. Naquela época, muitos continentes foram
descobertos através das viagens; depois as pessoas os
Neste tipo de mapa, podemos observar as divisões exploraram, e esses fatos marcaram o início da carto-
administrativas do país, estado, província ou cidade. grafia moderna.
Por exemplo: o mapa político do Brasil mostra as divi- Durante as viagens, além do conceito de distância
sões dos estados do Brasil. Já o mapa político mundial e extensão, também foi coletada uma série de infor-
nos mostra como os territórios da Terra são divididos mações que descreviam os locais por onde os explo-
em países. radores passaram, como baías, montanhas, rios, tipo
Os mapas políticos mostram nomes de cidades, paí- de clima, altitude, latitude etc. As informações eram
ses, estados, regiões e outros elementos administrati- passadas para o cartógrafo, que preparava o mapa.
vos. Neles, os nomes das capitais dos países e estados A produção cartográfica atual nos mostra dados
são destacados. As fronteiras são delineadas e as cores rigorosos e precisos sobre quase todos os lugares do
são usadas para que não haja sobreposição entre paí- mundo, mesmo que as condições deles sejam desfa-
ses ou estados vizinhos (se houver fronteiras). voráveis. Isso pode ser feito por meio de modernos
instrumentos dedicados à realização de trabalhos
Mapa Temático cartográficos.
As principais ferramentas utilizadas pela carto-
São usados para mostrar elementos específicos grafia são: bússola (criada pela China antes de 1800),
ou fenômenos específicos em certas áreas. Neles, a astrolábio e quadrante (usados para grandes nave-
presença de símbolos (e seus significados) e legendas gações, pois os dados exibidos nesse tipo de mapa
descritivas é muito importante. Exemplos de mapas representam com precisão informações sobre o lito-
temáticos são: ral), sextante (feito por volta do século XVIII), senso-
riamento remoto moderno (informações obtidas por
z Rodoviário: apresenta as estradas e rodovias; sensores acoplados a aviões, satélites e balões), fotos
z Turístico: mostra os principais pontos turísticos aéreas (tiradas por câmeras fixas em aviões) e ima-
de determinados países, estados ou regiões; gens de satélite.
z Econômico: representa o nível de desenvolvimen-
to econômico de uma região, mostrando as áreas
industriais, produtoras agrícolas e os principais
centros financeiros e comerciais; EXERCÍCIOS COMENTADOS
z Étnico: mostra a localização e a distribuição
das etnias de um país ou uma região pelos seus 1. (ENEM — 2020) Afirmar que a cartografia da época
territórios; moderna integrou o processo de invenção da Amé-
z Linguístico: apresenta a incidência das línguas e rica por parte dos europeus significa que os conhe-
dialetos de cidades, estados, regiões e países; cimentos dos ameríndios sobre o território foram
z Populacional (ou demográfico): retrata a distri- ignorados pela cartografia europeia ou que eles
buição e a concentração de habitantes em deter- foram privados de sua representação territorial e da
minada região; autoridade que seus conhecimentos tinham sobre o
z Religioso: representa como estão distribuídos os espaço.
4

grupos religiosos pelo território estudado;


-2

z Climático: mostra os diferentes tipos climáticos OLIVEIRA, T. K. Desconstruindo mapas, revelando espacializações:
13

reflexões sobre o uso da cartografia em estudos sobre o Brasil


que atuam em determinadas regiões.
.7

colonial. Revista Brasileira de História, n. 68, 2014 (adaptado).


28

Apesar de os mapas mais antigos (anteriores ao


.8

Na análise contida no texto, a representação carto-


século XIX) não serem muito precisos, eles nos for-
18

gráfica da América foi marcada por


necem muitas informações geográficas e históricas
-0

sobre o período e sobre as áreas que foram analisadas


a) asserção da cultura dos nativos.
ar

e estudadas.
b) avanço dos estudos do ambiente.
lm

c) afirmação das formas de dominação.


gi

TECNOLOGIAS APLICADAS À CARTOGRAFIA


d) exatidão da demarcação das regiões.
ar

e) aprimoramento do conceito de fronteira.


lm

Os mapas são ferramentas importantes para o


gi

desenvolvimento de várias ciências e profissões. Sem


A ciência cartográfica e suas técnicas se apresentam
esse recurso, disciplinas como Geografia, História e
através de diferentes formatos, seja por meio de aci-
Ciências não podem ser realizadas plenamente.
dentes no relevo ou de posicionamentos astronômi-
Para determinar sua importância, é necessário
cos, até por formas de orientação e localização, que
lembrar que o mapa é uma representação feita em
eram bastante utilizadas pelas populações autócto-
um plano (como o papel), e que sua linha imaginária
nes do continente americano. Após a chegada dos
cobre diferentes tópicos (Física, História, Geopolítica,
colonizadores europeus, ocorre o desenvolvimento
Economia etc.). De acordo com suas informações, todo
GEOGRAFIA

de novas técnicas cartográficas, não com o objetivo


o terreno que realmente existe não precisa ser pro-
de superar as técnicas que já haviam sido desenvol-
cessado. Os dados podem ser analisados por visitas de
vidos pelos ameríndios, mas sim como uma forma
campo.
de exercer dominação sobre os povos e as socieda-
Por meio dos mapas, podemos estudar aspectos da
des que até aquele momento haviam se fixado sobre
natureza, relações econômicas, estrutura do espaço
aquele espaço geográfico. Resposta: Letra C.
geográfico e interações entre humanos e natureza. Ao
longo da História, a participação dos mapas foi mui-
to importante, sobretudo nos primórdios das viagens 339
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2. (ENEM — 2022)

Considerando-se que a distância entre o local onde


os destroços do avião foram avistados e a cidade de
Perth é de 2 cm, a escala aproximada dessa represen-
tação cartográfica é:

a) 1 : 12 500.
b) 1 : 125 000.
c) 1 : 1 250 000.
d) 1 : 12 500 000.
e) 1 : 125 000 000.

Esta é uma típica questão de escala. Tendo em vista


que a distância entre Perth e o local onde foram encon-
trados os destroços é de 2500km na realidade e de 2cm
no mapa, para achar a correspondente escala devemos
descobrir quantos quilômetros na realidade um centí-
metro do mapa representa. Assim, dividindo por 2,
descobrimos que 1cm do mapa equivale a 1250km na
realidade. Como é possível observar nas alternativas,
a resposta está no modelo de escala numérica. Essa,
4

por sua vez, mostra sempre a resposta em centímetros.


-2

Ou seja, ao invés de ficar 1cm : 1250km, precisamos


13

transformá-la toda em centímetros. Assim, a resposta


.7

será 1:125000000. Resposta: Letra E.


28
.8
18
-0

ANOTAÇÕES
ar
lm
gi
ar
lm
gi

340
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4
-2
13
.7
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ar
lm
gi
ar
lm
gi

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-2
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.7
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.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

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Importante: a convenção é que se separe com vírgu-
la após o primeiro número diferente de zero à direita;

z se o número for grande, desloca-se a vírgula da

FÍSICA direita para a esquerda, somando-se uma unidade


(positiva) no expoente da base 10 para cada casa
deslocada, como no exemplo abaixo:

6500 0000.
7 6 5 43 2 1
INTRODUÇÃO À FÍSICA
6.5 · 107
CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS
Importante: a convenção é que se separe com vírgu-
A física é o ramo das ciências exatas que visa ao la antes do último número diferente de zero à esquerda.
entendimento dos fenômenos naturais. Assim como Sendo uma notação científica qualquer: X · 10b,
a sociedade tem suas leis, a natureza também tem: tem-se:
são as leis físicas. Assuntos como estática, movimen-
to, óptica, termodinâmica, eletricidade, magnetismo e X: fator
física moderna são abordados no estudo da física. 10: base
Agora, atentamos aos diversos estudos relaciona- b: expoente
dos à introdução da física, como: notação científica,
ordem de grandeza, gráficos, sistema de medidas, Com a notação científica, pode-se efetuar as ope-
tipos de grandezas, operações com vetores, decompo- rações de: soma, subtração, multiplicação, divisão e
sição cartesiana, entre outros. exponenciação. Então:
A física usa como ferramenta a matemática. Como
todo trabalhador tem sua caixinha de ferramentas, ao z Soma: conserva-se a base e o expoente, e, depois,
longo deste material vamos construir a nossa, e inicia- soma-se os fatores.
remos com algumas noções matemáticas necessárias.
A linguagem deste conteúdo visa ao aprendizado 2,0 · 103 +3,0 · 103 = 5,0 · 103
objetivo de cada tema, explorando os tópicos mais
importantes dentro de cada subárea da física. Tabelas, Observa-se que, nesse caso, os expoentes precisam
ilustrações, diagramas e resoluções de exemplos serão ser iguais;
sempre abordados de forma clara, para que a finalida-
de desse material seja alcançada. Sem mais delongas, z Subtração: conserva-se a base e o expoente, e,
vamos aos conteúdos! depois, subtrai-se os fatores.

NOTAÇÃO CIENTÍFICA 8,0 · 105 – 2,0 · 105 = 6,0 · 105


4
-2

No imenso campo da física, a observação de núme- Observa-se que, nesse caso, os expoentes precisam
13

ros muito grandes, como, por exemplo, a massa do ser iguais.


.7

Sol (cerca de 150000000 km), e números muito peque-


28

nos, como a carga elementar de um átomo (cerca de z Multiplicação: multiplica-se os fatores e soma-se
.8

0,00000000000000000016 C), é algo corriqueiro.


18

os expoentes.
Seria chato se, toda vez que precisássemos escre-
-0

ver esses números, escrevêssemos com todas as casas


ar

decimais. Então, para facilitar a nossa vida e para que (2,0 · 10²) · (3,0 · 104) = 6,0 · 108
lm

ocorra a simplificação, surgiu a “notação científica”,


gi

que transforma cada número (grande ou pequeno)


ar

em um múltiplo ou submúltiplo de potências de base z Divisão: divide-se os fatores e subtrai-se os expoentes.


lm

10. Vamos analisar cada caso:


gi

6
8, 0 · 10
2 = 4,0 · 10
4
z se o número for pequeno, desloca-se a vírgula da 2, 0 · 10
esquerda para a direita, somando-se uma unidade
z Exponenciação: eleva-se o fator e multiplica-se o
(negativa) no expoente da base 10 para cada casa
expoente.
deslocada. Veja o exemplo abaixo:
(3,0 · 102)3 = 9,0 · 106
REPRESENTAÇÃO EM
NÚMERO
NOTAÇÃO CIENTÍFICA Ordem de Grandeza
FÍSICA

0,001 1,0 · 10-3


Utiliza dos preceitos de notação científica para
0,0000025 2,5 · 10-6 estimar a potência de base 10 que mais se aproxima
do valor desejado. Por exemplo:
0,788 7,8 · 10-1 2,3 · 10³ possui ordem de grandeza igual a 10³ (10 ·
10 · 10 = 1000), já que é a potência que mais se aproxi-
ma de 2,3 · 103 = 2,3 · 10 · 10 · 10 = 2.300. 343
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Conclui-se que, nesse caso, 102 (10 · 10 = 100) se localiza muito abaixo do valor estimado e 104 (10 · 10 · 10 · 10 =
10000), muito acima do valor estimado, tornando 103 (10 · 10 · 10 = 1.000) o valor mais apropriado.

Se liga!
Regras para a ordem de grandeza:
Sendo X · 10b e , então:
Se X < , ou seja, X < 3,16 (lê-se “menor”), então, a ordem de grandeza será 10b.
Se X ≥, ou seja, (lê-se maior e igual), então, a ordem de grandeza será 10b + 1.

Vamos aos exemplos:

z 1,7 · 108 possui ordem de grandeza 108, pois 1,7 é menor que 3,16;
z 4,5 · 106 possui ordem de grandeza igual a 106+1 = 107, pois 4,5 é maior que 3,16.

SISTEMA DE UNIDADES

Como uma grandeza está relacionada com algo que pode ser medido e comparado, surge a necessidade de
unidades de comparação, ou seja, unidades de medidas.
Sabe-se que 2 m (metros) é maior que 1 m (metro), pois existe uma unidade de medida chamada “metro” que
é utilizada para fazer essa comparação. Sabe-se que um carro a 100 km/h está mais rápido que um carro a 20
km/h, pois existe uma unidade de medida que é chamada de “quilômetros por hora” — km/h, que é capaz de dar
o auxílio para essa comparação.
Com isso, surge a necessidade de estabelecer padrões de unidades para serem usadas em qualquer lugar do
planeta, e, a partir disso, nascem as unidades fundamentais e derivadas do sistema internacional de medidas (SI).
As tabelas que demonstram esse sistema estão anexadas logo abaixo:

Grandezas Fundamentais do SI

A constante de Planck é igual


a 6,62607015 · 10—34 J s
A velocidade da luz
A eficácia luminosa da no vácuo é igual a
radiação monocromática de 299.792.458 m/s
frequência 540 · 1012Hz, Kcd é
igual a 683 Im W—1
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar

A frequência do
A constante de
lm

desdobramento
Avogadro é igual a hiperfino do
gi

6,02214076 · 1023 mol—1 átomo de césio


133, em repouso
e à temperatura
de 0 K, é igual a 9
192 631 770 Hz
A constante de Boltzmann é
igual a 1,380649 · 10—23J/K A carga elementar é igual a
1,602176634 · 10—19 C

GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO

Comprimento Metro m

Massa Quilograma kg

344
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GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO

Tempo Segundos s

Corrente elétrica Ampere A

Temperatura Kelvin K

Quantidade de matéria Mol mol

Intensidade luminosa Candela cd

Grandezas Derivadas do SI

GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO

Área Metro quadrado m²

Volume Metro cúbico m³

Velocidade Metro por segundo m/s

Aceleração Metro por segundo ao quadrado m/s²

Força Newton N

Pressão Pascal Pa = N/m²

Densidade Quilograma por metro cúbico Kg/m³

Energia Joule J=N·m

Potência Watts W = j/s

Dentro de uma unidade pode haver diversas conversões, tais como:

z Unidades de comprimento: de centímetro para metro, de quilômetro para centímetro etc.;


z Unidades de área: de metro quadrado para centímetro quadrado, de milímetros quadrados para metros qua-
drados etc.;
z Unidades de velocidade: de quilômetros por hora para metros por segundo etc.

Veja a seguir um resumo com as conversões mais utilizadas nas provas e vestibulares:
4
-2
13

UNIDADES DE COMPRIMENTO UNIDADES DE SUPERFÍCIE


.7

Multiplica-se por 10
28

Multiplica-se por 10²


.8
18

Km hm dam m dm cm mm Km² hm² dam² m² dm² cm² mm²


-0
ar

Divide-se por 10²


lm

Divide-se por 10
gi

UNIDADES DE VOLUME OU CAPACIDADE UNIDADE DE VELOCIDADE


ar
lm

Multiplica-se por 10³


x 3,6
gi

Km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³ m/s km/h

÷ 3,6
Divide-se por 10³

Observa-se, também, algumas outras conversões às quais todo estudante deve ficar atento:

OUTRAS CONVERSÕES IMPORTANTES


FÍSICA

GRANDEZA EQUIVALÊNCIA
1 minuto 60 segundos
1 hora 3600 segundos
345
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GRANDEZA EQUIVALÊNCIA
1 dia 24h = 86,400 segundos
1 m³ 1000 litros
1 dm³ 1 litro
1 cm³ 1 ml
1 kg 1000 g

Principais Múltiplos e Submúltiplos

É importante saber que, além das conversões vistas até agora, há também múltiplos e submúltiplos (chamados
de prefixos) que, às vezes, são utilizados junto das unidades de medidas.

NOME SÍMBOLO VALOR


Tera T 1012
Giga G 109
Mega M 106
Quilo K 103
Mili m 10-3
Micro μ 10-6
Nano n 10-9

Exemplos:

z 10 Kg = 10 · 103g, ou seja, 10 kg (quilogramas) equivale a 10 · 103g (gramas), já que foi usado o múltiplo quilo (K = 10³);
z 2 MPa = 2,0 · 106Pa (uso do prefixo mega);
z 6 Kbytes = 6,0 · 103 bytes (uso do prefixo quilo);
z 9 nC = 9,0 · 10-9C (uso do prefixo nano).

GRANDEZAS VETORIAIS E ESCALARES

Podemos dividir as grandezas físicas do nosso dia a dia em dois grupos: grandezas escalares e grandezas vetoriais.
As grandezas escalares são grandezas às quais atribuímos um único valor numérico, como, por exemplo: a massa, a ener-
gia, o volume, a temperatura. Esse único valor atribuído já é suficiente para fornecer informações acerca da grandeza.
4

Por exemplo, quando dizemos que o dia está quente com 30° Celsius (T = 30 °C), essa informação já basta, nada mais
-2

é preciso acrescentar para ficar compreendido.


13

Porém o mesmo não acontece com algumas outras grandezas. Além desse único valor numérico da grandeza
.7

escalar (conhecido como módulo), também devemos ter mais informações, que são o sentido e a direção.
28

Mas vamos com calma! Esses conceitos são quase sempre confundidos no dia a dia. Direção é a reta ao longo
.8

da qual é sentida a grandeza, já o sentido é de cima para baixo (ou contrário).


18

São exemplos de grandezas vetoriais: a aceleração, a velocidade e a força. Não basta dizer que a força tem
-0

módulo de 70 N (newtons: unidade de medida dada a força), é necessário indicar a sua direção (vertical ou hori-
ar

zontal, por exemplo) e seu sentido (por exemplo, de baixo para cima).
lm

Grandezas vetoriais são representadas como vetores, de acordo com a imagem abaixo (uma seta), cujo compri-
gi

mento indica o módulo; a reta s suporte indica a direção e a seta indica o sentido. Observe a imagem:
ar

S
lm
gi

Operações Básicas com Vetores, Composição e Decomposição de Vetores

Se liga!
Vetores são “setas” que são orientadas em direção e sentido.

Para entender melhor, observe a representação abaixo:

INTENSIDADE OU MÓDULO DO VETOR (TAMANHO)


Sentido (da esquerda para a direita)

Direção (horizontal)
346
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Com eles, pode-se aplicar operações básicas, como:
soma, subtração, multiplicação por um escalar e
decomposição. Observe cada caso a seguir e veja que R
os resultados não possuem unidades de medida, pois B
não estão sendo aplicados em contextos específicos:

z Soma de Vetores Paralelos A


R = A2 + B2
A soma de vetores paralelos ocorre quando os veto-
res se encontram em uma mesma direção (horizontal, z Soma de Vetores Oblíquos
vertical ou diagonal) e em um mesmo sentido, ou seja,
a ponta da seta aponta para a mesma posição. Nesse Vetores oblíquos, diferentemente dos perpendicu-
caso, o vetor resultante (R) é a soma numérica do valor lares, possuem um ângulo qualquer entre eles (exce-
de cada vetor. Observe a representação a seguir: tuando ângulos paralelos e perpendiculares). Nesse
caso, a soma é realizada pela lei dos cossenos. Observe
A B a representação a seguir:

R F2

FR
R=A+B θ

z Subtração de Vetores Paralelos


F1
A subtração de vetores paralelos ocorre quando os
vetores se encontram em uma mesma direção (hori- FR = F2 + F1
zontal, vertical ou diagonal) e em um sentido oposto,
ou seja, a ponta da seta aponta para posições opostas. Lei dos cossenos
Nesse caso, o vetor resultante (R) é a subtração numé-
2 2
rica do valor de cada vetor. FR = F1 + F2 + 2F1 F2
cosθ
A função das barras laterais (módulo) é transfor-
mar o número em positivo, se o resultado final for z Soma de Vetores pelo Método Poligonal
negativo. Isso acontece pois o interesse é no valor
final do vetor, e não em seu sinal. Observe a represen- Com esse método, pode-se somar mais de dois
tação a seguir: vetores de uma única vez. Para isso, une-se um vetor
pela origem e o outro pela extremidade (ponta). Esses
4

A passos serão realizados com todos os vetores disponí-


-2

veis para a soma, sendo que o espaço que sobrar no


13

desenho será o vetor resultante da operação. Observe


.7
28

B a representação a seguir:
.8
18
-0

R=A—B
A B C
ar

z Multiplicação de Vetores por um Escalar


lm
gi

Se um vetor for multiplicado por um escalar (núme-


ar

ro qualquer), seu valor será alterado na proporção da


lm

multiplicação. Multiplicando por dois, seu tamanho B


gi

dobra; por três, seu tamanho triplica, e assim sucessi-


vamente. Observe a representação a seguir:
C
A
A

2A
R
3A
R = A + B + C
FÍSICA

z Soma de Vetores Perpendiculares z Decomposição de Vetores

Vetores perpendiculares possuem um ângulo de Em contextos específicos da física, vetores na dire-


90º entre eles. A soma é realizada pelo teorema de ção diagonal são difíceis de se trabalhar. Nesse con-
Pitágoras. Observe a representação a seguir: texto, surge o artifício da decomposição de vetores. 347
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Utilizando as relações de seno e cosseno, consegue- UNIDADE DE TEMPO EQUIVALÊNCIA
-se decompor um vetor na diagonal em dois vetores
(um na horizontal e outro vertical). Observe a repre- 1 minuto 60 segundos
sentação a seguir:
1 hora 3.600 segundos

y 24 horas = 86.400
1 dia
segundos

z Variação de espaço e distância percorrida: a


variação de espaço relaciona-se com a distância de
B = R · senθ um ponto tomado como inicial. Já a distância per-
corrida leva em conta todo o caminho percorrido.

B R Exemplo:

θ
X A B C
A
a = R · cosθ 0m 5m 10m

Faz-se necessária essa aplicação quando estamos Imagine uma pessoa caminhando de “A” até “C”
trabalhando com forças em diferentes direções, por
e voltando na posição “B”. A distância percorrida é
exemplo. É um conceito muito usado na física e que
todo o trajeto: 10m + 5m = 15m, porém, a variação de
facilita o entendimento em dinâmica.
espaço é somente o que efetivamente foi distanciado
do ponto “A”: 5m;

z Velocidade: é a relação entre uma grandeza de


CINEMÁTICA espaço por uma grandeza de tempo. Exemplo: m/s
(lê-se metros a cada segundo), km/h (lê-se quilôme-
A cinemática é o ramo da mecânica que estuda o tros a cada hora);
movimento sem levar em consideração a sua origem,
por isso, as forças que ocasionam esse movimento não
nos interessam até o seguinte momento. UNIDADE CONVERSÃO
Para iniciar este conteúdo, precisa-se entender
km/h para m/s ÷ 3,6
sobre sistemas referenciais.
Referencial: é utilizado para analisar se um corpo
4

m/s para km/h x 3,6


-2

está parado (repouso) ou em movimento. Para isso,


13

compara-se um corpo a outro corpo.


.7

„ velocidade negativa indica que o objeto está


Exemplo: imagine um ônibus em movimento em
28

contrário ao eixo adotado como principal.


uma avenida com todos os passageiros sentados.
.8

Pode-se afirmar que dois passageiros estão parados


18

(em repouso) se comparados um com o outro, porém, Exemplo: se adotarmos da esquerda para direi-
-0

os mesmos passageiros estão em movimento quando ta como sentido principal, um carro transitando da
ar

comparados a uma pessoa que está caminhando no direita para esquerda terá uma velocidade negativa.
lm

passeio desta avenida. Portanto, não confunda velocidade negativa (que


gi

Conclui-se que comparar significa estabelecer um envolve o eixo adotado), com aceleração negativa
ar

referencial de análise entre dois ou mais corpos. (que indica que o objeto está diminuindo a velocidade
lm

— “freando”).
gi

O MOVIMENTO, O EQUILÍBRIO E SUAS LEIS FÍSICAS


„ a velocidade média de um objeto é a divisão
São grandezas fundamentais da mecânica: tem- da distância percorrida pelo tempo gasto nesse
po, espaço, velocidade e aceleração. trajeto:
Quando se fala em movimento, surge a necessida-
de de entendermos a definição de algumas grandezas: DS
Vm =
DT
z Tempo: na mecânica clássica, tempo é aquele que
não depende do referencial. É muito utilizado para Sendo:
comparar grandezas em um devido intervalo.
„ ΔS: variação do espaço percorrido (final sub-
Exemplo: a unidade de velocidade “km/h” utiliza traindo o inicial);
uma unidade de tempo (hora) para fazer a compara- „ ΔT: variação do tempo que se passou (tempo
ção com a unidade de comprimento “km”. Um carro final subtraindo o inicial);
a 100 km/h percorre 100 km a cada unidade de hora „ Unidade padrão de velocidade média: m/s;
348 (tempo). Observação: „ Unidade usual de velocidade média: km/h.
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z Aceleração: é a taxa que a velocidade está aumen- Movimento Retilíneo Uniformemente Variado
tando ou diminuindo em relação ao tempo. Sua (MRUV)
unidade padrão (e que comumente é utilizada nos
exercícios) é o m/s². Exemplos: É o movimento horizontal e em linha reta no qual
a velocidade está em constante mudança. Essa altera-
Um objeto com uma aceleração de 2m/s² aumenta a ção é causada pelo surgimento de uma grandeza cha-
velocidade de 2m/s em 2m/s a cada segundo (daí o “s²” na mada de aceleração.
unidade de m/s²). Nesse caso, o objeto está “acelerando”. Esse tipo de movimento possui quatro principais
Do mesmo modo, um objeto com uma aceleração equações que o definem:
de -35m/s² diminui a velocidade de 35m/s em 35m/s a
cada segundo. a = a mesma em todo o trajeto
A aceleração média de um corpo é dada a partir da v = em alteração constante
segunda relação matemática: (aumentando ou diminuindo)

DV Si Sf
am =
DT
Sendo: z Si: posição inicial (m);
ΔV: variação da velocidade. z Sf : posição final (m);
ΔT: variação do tempo (tempo gasto para esse feito). z Vi : velocidade inicial (m/s);
z t: tempo (s);
z a: aceleração (m/s²);
Se liga! z Vf : velocidade final (m/s);
z ΔS: variação da distância (m).
Uma aceleração negativa indica que o objeto
está diminuindo a velocidade em relação ao tem- Veja as equações:
po (o objeto estará “freando”).
Unidade padrão de aceleração média: m/s². z Vf = Vi + a · t;
2
a·t
z Sf = Si + Vi · t + ;
O movimento é considerado progressivo retarda- 2
do quando a velocidade é maior que 0 e a aceleração, z Vf² = Vi² + 2 · a ·ΔS;
menor que 0 (v > 0, a < 0). É considerado progressivo ace-
lerado quando a aceleração é maior que zero e a veloci- Vi + Vf
dade, maior que 0 (v > 0, a > 0). Veja os gráficos a seguir: z ΔS = 2 · t.

v v
a>0
Vo Se liga!
a<0
Para encontrar a equação correta basta:
Vo
Organizar os dados fornecidos pelo enunciado;
4
-2

0 t 0 t Encontrar a equação (dentre as quatro informadas)


13

Movimento progressivo acelerado Movimento progressivo retardado em que esses dados se encaixem.
.7
28
.8

Quantificação do Movimento e sua Descrição


18

Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) Matemática e Gráfica


-0

É o movimento horizontal e em linha reta em que


ar

Tanto o MRU quanto o MRUV possuem gráficos


não ocorre a variação da velocidade do objeto (a velo-
lm

com definições específicas que nos ajudam a com-


cidade mantém-se a mesma em todo o trajeto). Pode- preender cada movimento. Vamos entender cada tipo:
gi

-se concluir que o objeto não possui aceleração.


ar

A equação que traduz esse movimento é a função z Gráficos do MRU


lm

horária dos espaços:


gi

O gráfico “S x t”é uma reta crescente se a velocida-


Sf = Si + v · t de do objeto for positiva.
Em contrapartida, se a velocidade for negativa, a
Sendo: reta será decrescente.

z Sf : posição final; „ Posição x Tempo


z Si: posição inicial;
z v: velocidade; S S
z t: tempo. Reta crescente: +V
FÍSICA

S0
S0 Reta decrescente: -V

Si Sf t t
349
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O gráfico “v x t” é uma reta constante e acima do „ Velocidade x Tempo
eixo “t” se a velocidade do objeto for positiva.
V
Em contrapartida, se a velocidade for negativa, a
reta constante é abaixo do eixo “t”.
V (t)
a > 0 = movimento acelerado
Velocidade x Tempo V0

t
V V 0 t
V>0 V<0

V
Reta acima do eixo “t“: +V
Reta abaixo do eixo “t“: +V V0
t t
a < 0 = movimento retardado
a<0

0 t
z Gráficos do MRUV
„ Aceleração x Tempo
O MRUV possui três principais gráficos:
a
„ Posição x tempo: representado por uma pará-
a = cte > 0
bola com a concavidade dependendo do sinal
da aceleração;
„ Velocidade x tempo: representado por uma t
reta com a inclinação dependendo do sinal da
velocidade; a = cte < 0
„ Aceleração x tempo: representado por uma
reta constante. Quando a aceleração é positiva,
a reta localiza-se acima do eixo “t”. Quando a
aceleração é negativa, a reta localiza-se abaixo � Relação dos Gráficos do Movimento
do eixo “t”.
Após conhecer os gráficos de cada movimento, é
Observe as representações: de suma importância o entendimento das transforma-
ções de cada gráfico em relação ao seu eixo.
„ Posição x Tempo

Espaço a>0 Se liga!


Encontra-se a tangente (Δy/Δx) dos eixos quan-
4

do se deseja:
-2
13

� com o gráfico da “posição vs. tempo”, encon-


.7

V<0 V>0 trar a velocidade;


28

 com o gráfico da “velocidade vs. tempo”,


.8

Retardado Acelerado encontrar a aceleração.


18

Vértice (V = 0) Encontra-se a área abaixo do gráfico quando se


-0

0 Tempo deseja:
ar

 com o gráfico da “aceleração vs. tempo”,


lm

encontrar a velocidade;
gi

S= S0 + v0 t + 1 at2 a > 0 = concavidade


voltada para cima  com o gráfico da “velocidade vs. tempo”,
ar

2
encontrar a posição.
lm
gi

Espaço a<0
Vértice (V = 0) Observe a ilustração a seguir contendo essas anotações:

Retardado Acelerado Transformações


V>0 V<0
Área Área

S V a

0 Tempo

t t t
S= S0 + v0 t + 1 at2 a < 0 = concavidade
2 voltada para baixo
350 Tangente Tangente
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QUEDA LIVRE E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE Lançamento de Projéteis ou Movimento Oblíquo

Os movimentos estudados até agora ocorrem na E se o movimento de um objeto estiver ocorrendo


direção horizontal, porém e se esse movimento ocor- na horizontal? Nesse caso, trata-se do lançamento de
projéteis ou movimento oblíquo.
rer na direção vertical? Aí trata-se do movimento em Esse tipo de movimento se caracteriza por possuir
queda livre. uma trajetória que forma um ângulo com a horizon-
Queda livre é o movimento que ocorre na direção tal. Observe a imagem abaixo:
vertical no sentido de cima para baixo em que a resis-
tência do ar não é levada em conta. Apenas leva-se
y
em consideração a aceleração da gravidade do plane-
Vo
ta em questão. Nesse contexto, dois objetos de massas
diferentes cairão ao mesmo tempo quando largados
de uma mesma altura. Voy
Como se trata de um movimento acelerado (gravida- hmax
de), as equações são as mesmas vistas no MRUV, trocan- a x
α
do apenas a letra “a” (aceleração) por “g” (gravidade).
O Vox A
Utiliza-se “+g” quando o objeto está caindo e “–g”
quando o objeto está subindo. Observe a imagem a
seguir, quando temos um exemplo em que uma bola Como o vetor da velocidade inicial (VO) está volta-
está caindo: do para a diagonal, em várias questões será preciso
decompô-lo nas direções horizontal (VOx) e vertical
(VOy). Para isso, utilize-se o seguinte:

VOy = vsen (θ)

VOx = vcos (θ)

g = – 9,8 ms2 y
h

VO
VOy = VO · senθ

θ
x
VOx = VO · cosθ
4
-2

O movimento ocorre na direção vertical, e utiliza- Quando decomposto em dois vetores, o vetor
13

-se das equações de movimento, descritas abaixo: horizontal (V0x) se equivale ao movimento retilíneo
.7

uniforme (MRU), já o vertical (V0y) se equivale ao


28

-g movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV).


.8

Vf = Vi ± gt Observe a imagem a seguir:


18
-0

Sf = Si + Vi · t ± gt2 +y
ar

2
lm

g
Vy = 0
Vf2 = Vi2 ± 2 · g · ΔS Vx = V0x
gi

Vy V
3
4
ar

Vx = V0x
ΔS = Vi + Vf · t
lm

2 Vx = V0x
2 V0 Vy V
gi

+g V0y Hmax

α Vx = V0x x
1 5
V0x +
dmax
V0y V = V0

Relacionando as duas equações da velocidade


inicial com sua resultando por teorema de Pitágo-
z Si: posição inicial (m);
ras (uma vez que VX e VY são perpendiculares uma à
z Sf: posição final (m);
outra), temos:
FÍSICA

z Vi: velocidade inicial (m/s);


z t: tempo (s);
Vo2 = VX2 + VY2
z a: aceleração (m/s2);
z Vf: velocidade final (m/s);
z ΔS: variação da distância (m); z V0: velocidade inicial;
z g = aceleração da gravidade (m/s2). z VY: velocidade em y;
z VX: velocidade em x. 351
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A partir de algumas deduções de equações, chega- Com isso, surgem algumas outras características:
-se a algumas relações importantes para esse tipo de
movimento: z Raio da circunferência: distância linear do cen-
A altura máxima que esse objeto pode alcançar é tro da circunferência à borda. Unidade: “metro”;
descrita pela seguinte função matemática: z Frequência: é o número de ciclos a cada segundo.
Unidade: “hertz”;
2
V sen2i z Período: é o tempo gasto para cada ciclo. Unidade:
Hmax = “segundo”;
g
z Distância angular: distância no arco da circunfe-
Onde: rência em relação ao seu ângulo de origem. Unida-
de: “radianos”;
z Hmax: altura máxima; z Aceleração centrípeta: é a aceleração que causa
z v: velocidade inicial (em m/s); a mudança na  direção  da  velocidade  em algum
z sen 2θ: seno do ângulo; objeto que execute o movimento circular. Ela é
z g: aceleração da gravidade (9,8 m/s²). sempre orientada para o centro da circunferência
e impede que o objeto saia da trajetória circular.
Distância máxima que esse objeto vai alcançar: Unidade: rad/s².

i As equações que regem esse tipo de movimento são:


dmax = v sen
2 2

g
z Velocidade linear: V = w · R;
z v: velocidade inicial (em m/s);
z g: gravidade. z Velocidade angular = w =
DS
ou w = 2 π f ou w =
2r R
Tempo de subida que esse objeto vai demorar ;
T
para alcançar a altura máxima (lembrando que o tem- 1
po de subida é igual ao tempo de descida): z Frequência: f = ;
T
1
Vo y z Frequência: T = ;
f
t= 2
g V
z Aceleração centrípeta: Acp = .
R
Se liga! Sendo:
O ângulo de 45º produz a maior distância de
lançamento. z V: velocidade linear (m/s);
z w: velocidade angular (rad/s);
Tenha sempre em mente a relação dos valores
z ∆S: deslocamento angular (rad);
dos senos e cossenos dos ângulos notáveis z T: período (s);
(30°, 60°, 90°). z f: frequência (hz);
Para as resoluções das questões, utilize a equa- z Acp: aceleração centrípeta (rad/s²);
ção do MRU para o vetor horizontal, as equações
4

z R: raio da circunferência (m).


-2

do MRUV para o vetor vertical e as deduções


13

ΔS
demonstradas acima.
.7
28
.8

Movimento Circular Uniforme (MCU)


18

ΔƟ
-0

R
Imagine um hamster dentro de uma roda. Dentro
ar

dela, ele pode andar e fazer com que a roda gire e pro-
lm

C
duza um movimento para frente.
gi

Pode-se chamar de velocidade linear (v) a veloci-


dade horizontal produzida pelo hamster.
ar

Pode-se chamar de velocidade angular (w) a velo-


lm

cidade angular produzida dentro da roda.


gi

Observe a imagem a seguir:

EXERCÍCIOS COMENTADOS
W
1. (ENEM — 2020) Nos desenhos animados, com frequên-
cia se vê um personagem correndo na direção de um
abismo, mas, ao invés de cair, ele continua andando no
vazio e só quando percebe que não há nada sob seus pés
é que ele para de andar e cai verticalmente. No entanto,
para observar uma trajetória de queda num experimento
V real, pode-se lançar uma bolinha, com velocidade cons-
tante (V0), sobre a superfície de uma mesa e verificar o
seu movimento de queda até o chão.
352
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Qual figura melhor representa a trajetória de queda da 2. (ENEM — 2020) Você foi contratado para sincronizar
bolinha? os quatro semáforos de uma avenida, indicados pelas
letras O, A, B e C, conforme a figura.
Vo
Mesa

O A B C

a) Os semáforos estão separados por uma distância de


500 m. Segundo os dados estatísticos da companhia
controladora de trânsito, um veículo, que está inicial-
mente parado no semáforo O, tipicamente parte com
Solo aceleração constante de 1 m s−2 até atingir a velocida-
de de 72 km h−1 e, a partir daí, prossegue com velocida-
Vo de constante. Você deve ajustar os semáforos A, B e C
Mesa de modo que eles mudem para a cor verde quando o
veículo estiver a 100 m de cruzá-los, para que ele não
tenha que reduzir a velocidade em nenhum momento.

b) Considerando essas condições, aproximadamente


quanto tempo depois da abertura do semáforo O os
semáforos A, B e C devem abrir, respectivamente?

Solo a) 20 s, 45 s e 70 s.
b) 25 s, 50 s e 75 s.
Vo c) 28 s, 42 s e 53 s.
Mesa d) 30 s, 55 s e 80 s.
e) 35 s, 60 s e 85 s.

O carro possui uma velocidade máxima de 72 km/h


c) implica que 20m/s. Tem-se dois períodos distintos:
a) Com aceleração (MRUV) → até atingir a velocidade
máxima;
b) Sem aceleração (MRU) → depois que atingiu a velo-
Solo cidade máxima.
Pode-se utilizar a equação de Torricelli para encontrar
Vo
a distância percorrida até atingir velocidade máxima,
ou seja:
Mesa
V² = V0² + 2 · a · ∆S, sendo: V = 20m/s; V0 = 0m/s; a = 1m/s².
4

Então:
-2

20² = 0² + 2 · 1 · ∆S; isolando ∆S, fica:


13

400
.7

d) ∆S = = 200 m
2
28

Agora, vamos encontrar o tempo decorrido para essa


.8
18

aceleração:
-0

Solo V = V0 + at
20 = 0 + 1 · t
ar

Vo
lm

Mesa t = 20 segundos.
Ou seja, em 20s acelerando, ele percorre 200m e atinge
gi

a velocidade final de 72 km/h = 20m/s. Agora, vamos


ar

analisar trecho a trecho.


lm

e) Foram percorridos 200m (acelerando) e ainda fal-


gi

tam 200m para o primeiro semáforo abrir, já que


ele terá que abrir em 400m. Quanto tempo ele irá
demorar para percorrer mais 200 m, agora com
Solo velocidade constante? Basta aplicar a equação da
velocidade média:
Quando um objeto é lançado de uma mesa, ele possui DS 200m
∆t = = = 20 s (para abrir o primeiro sinal)
uma velocidade na direção x, chamada de Vx e uma Vm 20m/s
velocidade na direção y, chamada de Vy. A direção Para o segundo semáforo faltam 500 metros, a partir
Vx ocorre uniformemente (sem que haja mudança na da abertura do primeiro, para que ele possa se abrir.
FÍSICA

velocidade), já Vy muda constantemente pela ação da Efetuando a conta na mesma fórmula:


gravidade. O gráfico que mais se adequa a essas duas DS 500m
velocidades é o da alternativa “D”. Resposta: Letra D. ∆t = = = 25 s (para abrir o segundo sinal)
Vm 20m/s

353
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Para o terceiro semáforo faltam 500 metros, a partir Importante notar que a orientação que escolhermos
para o eixo y irá determinar o sinal da gravidade.
da abertura do segundo, para que ele possa se abrir.
Neste exercício, para facilitar, orientaremos o eixo y
Efetuando a conta na mesma fórmula:
como sendo positivo para cima, assim a gravidade
DS 500m
∆t = = = 25 s (para abrir o terceiro sinal) será negativa.
Vm 20m/s
A altura que a mangueira foi colocada será a nossa
Agora, basta somar o tempo de trecho a trecho a par- posição inicial e a posição final será o chão. Como
tir do primeiro: h = 1m, a nossa posição inicial será 1m e a posição
1º trecho = 20 s (aceleração) + 10 s (movimento unifor- final será 0. Substituindo na equação:
me) = 30 segundos. 2
t
2º trecho = 30 s (1º trecho) + 25s (2º trecho) = 55 0 = 1 + 0t – 10
2
segundos. 2
3º trecho = 55 s (2º trecho) + 25 s (3º trecho) = 80s. t
–1 = –10
Então, resposta final: 30s, 55s e 80s. Resposta: Letra D. 2
–2 = –10t2
3. (ENEM — 2022) Em um dia de calor intenso, dois cole- 10t2 = 2
gas estão a brincar com a água da mangueira. Um
deles quer saber até que altura o jato de água alcança, 2
t2 =
a partir da saída de água, quando a mangueira está 10
posicionada totalmente na direção vertical. O outro 2
t= = 0, 2s
colega propõe então o seguinte experimento: eles 10
posicionarem a saída de água da mangueira na dire- Agora, utilizando o tempo de queda, podemos saber
ção horizontal, a 1 m de altura em relação ao chão, e a velocidade inicial da mangueira já que no eixo x
então medirem a distância horizontal entre a manguei- a água se comporta como um MRU e o tempo que
ra e o local onde a água atinge o chão. A medida dessa ela gasta para cair é o mesmo que ela gastar para
distância foi de 3 m, e a partir disso eles calcularam o chegar ao alcance máximo. Para calcularmos essa
alcance vertical do jato de água. Considere a acelera- velocidade, podemos usar a equação do MRU:
ção da gravidade de 10 m · s—2. S = Sox + Voxt
Substituindo os valores que temos:
O resultado que eles obtiveram foi de: 3 = 0 + Vox · 0, 2

a) 1,50 m. 3 = Vox · 0, 2
b) 2,25 m. 3
c) 4,00 m. = Vox
0, 2
d) 4,50 m.
e) 5,00 m. 3 m
Vox =
0, 2 s
O ponto central para resolução desse exercício é Como dito antes, a velocidade com que a água sai da
o fato que a velocidade com que água sai da man- mangueira é a mesma independentemente da posi-
gueira será a mesma independentemente da posição
4

ção da mesma e, ao alcançar a altura máxima, a


-2

que a mangueira se encontra. Na situação em que


13

velocidade da água será 0; podemos usar a equação


a mangueira está na posição horizontal temos um
.7

movimento oblíquo, então podemos decompor esse de Torricelli para descobrirmos qual a altura que a
28

movimento em duas direções, a direção x e y. água alcançará. Lembrando que, como orientamos
.8

o eixo y para cima, a gravidade tem sinal negativo.


18

2 2
-0

V Y = V O + 2g ΔS
Y VX
Substituindo os valores que temos:
ar
lm

3
gi

VY 3m O2 = + 2 (–10) ΔS
ar

0, 2
lm

1m 3 2
gi

O2 = – 20 ΔS
0, 2
9
0– – 20 ΔS
0, 2
9
– = – 20 ΔS
3m 0, 2
Na posição inicial, temos que velocidade V0x será a velo- –45 = – 20 ΔS
cidade com que a água sai da mangueira. V0y será 0. 45
O movimento na direção x será um MRU, enquanto — = ΔS
—20
o movimento na direção y será queda livre. Partindo ΔS = 2,25m. Resposta: Letra B.
desse princípio, podemos calcular o tempo de queda
da água a partir da equação da posição de um obje-
to em queda livre.
2
t
S = Soy + Voyt + g
354 2
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DINÂMICA
Em alguns momentos, não é necessário focar no
que estava causando as velocidades e acelerações, só
estudamos o movimento.
Agora, vamos iniciar a dinâmica, um o ramo da
mecânica que estuda o movimento considerando a
sua origem, ou seja, são estudadas as forças que oca- z Imagine você em movimento retilíneo uniforme
sionam e modificam esse movimento. (MRU) em cima de uma bicicleta com uma velocida-
Nesta seção estudaremos: de constante de 10 km/h. Você não vê um cachorro
na calçada e, infelizmente, colide com ele. Você será
z as leis de Newton; arremessado para frente, já que seu corpo possui
z a ação das forças externas e internas; inércia, e, portanto, não “queria” que o estado de MRU
z sistemas referenciais inerciais e referencias não fosse alterado (essa é a “tendência ao movimento”).
inerciais; A bicicleta parou ao bater no obstáculo primeiro,
z lei de Hooke; porém seu corpo ainda continuou em movimento
z centros de massa e de gravidade; até encontrar algum outro obstáculo. Daí a impor-
z momento linear e sua conservação; tância do cinto de segurança nos automóveis
z teorema do impulso e colisões. (“frear” a inércia dos corpos em acidentes com veí-
culos automotores);
Sem mais delongas, vamos ao conteúdo!

LEIS DE NEWTON

São compostas de três leis que estabelecem a base


para a mecânica clássica. Elas fundamentam o con-
ceito de “força” e sua implicação no surgimento e na
alteração do movimento de um corpo.
A publicação dessas leis ocorreu pelo físico inglês
Isaac Newton, no ano de 1687, com o livro “Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural”. Vamos analisar z Dentro de um carro, em MRU, ao fazer uma freada
uma a uma. brusca, seu corpo tende a inclinar-se para frente,
pois ele tende a permanecer em inércia. Dessa for-
Primeira Lei de Newton ma, é possível afirmar que o cinto de segurança foi
criado com base nas leis físicas, impedindo que seu
Newton descreve o seguinte trecho em sua primei- corpo continue em inércia e você se machuque.
ra lei:
Um objeto permanecerá em repouso (“parado”)
4
-2

ou em movimento uniforme em linha reta (MRU) a


13

menos que tenha seu estado alterado pela ação de


.7

uma força externa.


28

O intuito dessa lei é definir o propósito existencial


.8

de uma força: alterar o estado de repouso ou MRU


18

de um corpo. Não existindo forças, esses estados não


-0

serão alterados (aqui não levando em consideração as


ar

forças dissipativas, como, por exemplo, a resistência De forma simplificada, as principais característi-
lm

do ar, o atrito etc.). cas que alteram o estado de repouso ou de MRU de


gi

Para o melhor entendimento deste tópico, vamos um corpo são:


ar

analisar o conceito de inércia.


lm

Inércia é a resistência que um corpo produz ao z a aceleração;


gi

sofrer uma alteração do seu estado de repouso ou de z a frenagem;


MRU, ou seja, a inércia é a tendência (vontade) que os z o movimento curvilíneo.
corpos possuem em permanecer em repouso ou em
MRU. Quanto maior a massa do objeto, mais inércia
Assim, tomando como base a 1ª lei de Newton (lei
ele possuirá. A alteração desse estado é causada por
da inércia), dois conceitos importantes podem ser
uma grandeza chamada “força”.
explicados:
A inércia é facilmente entendida com alguns exem-
plos do nosso cotidiano. Acompanhe alguns exemplos
a seguir. z Sistema de referência inerciais: na comparação de
dois corpos, o “corpo de referência” será dito “iner-
FÍSICA

z Imagine uma pedra com uma massa imensa. Você cial” se este estiver em repouso ou MRU quando rela-
amarra uma corda e tenta puxá-la. Provavelmente cionado ao outro. Levando em consideração uma
não irá conseguir movê-la. Isso ocorre porque ela pos- pessoa dentro de um ônibus que está em repouso ou
suiu uma inércia grande, ou seja, “uma vontade” de em MRU (linha reta com velocidade constante), pode-
permanecer em repouso. Para mudar esse estado, há -se afirmar que o ônibus é um sistema referencial
a necessidade de uma força extremamente grande; inercial quando relacionado à pessoa; 355
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z Sistema de referência não inerciais: na compara- Observe a imagem a seguir:
ção de dois corpos, o “corpo de referência” será dito
“não inercial” se este não estiver em repouso ou MRU
quando relacionado ao outro (como, por exemplo:
acelerando, freando ou fazendo curvas). Levando em
consideração uma pessoa dentro de um ônibus que
está constantemente acelerando (MRUV), pode-se
afirmar que o ônibus não é um sistema referencial
inercial quando relacionado à pessoa. Ação Reação

Vamos para um exemplo do dia a dia: um avião movi-


Se liga! menta-se utilizando a terceira lei de Newton. Os moto-
Sabe-se que o planeta Terra não é um referencial res empurram o ar para trás (ação) e o ar, por sua vez,
inercial, já que possui o movimento de rotação, empurra o avião para frente (reação). As forças possuem
mesmas intensidades e direções; porém, sentidos opos-
porém, nas questões de nível médio, ela pode ser
tos. Vários outros exemplos podem ser relacionados:
considerada como um sistema inercial levando
em consideração curtos intervalos de tempo.
z quando uma pessoa está andando, ela empurra o
chão para baixo (ação) e “o chão” a empurra para
Segunda Lei de Newton cima (reação);
z quando alguém solta uma bexiga que estava cheia
A segunda lei de Newton, também conhecida como o de ar, ela se movimenta para frente, pois o ar que
“princípio fundamental da dinâmica”, diz o seguinte: saiu da bexiga (ação) produziu uma força com
A força resultante que atua em um determina- mesma direção e sentido oposto (reação).
do corpo é o produto de sua massa pela aceleração
que ele possui.
Observe a representação a seguir:
n Reação
∑ F=m·a
i=1

A somatória de todas as forças aplicadas sobre o


sistema
(F1+F2....+ Fn)

é igual a massa multiplicada pela aceleração.


Observe a imagem a seguir:
4

Ação
-2
13

F F F
.7

a a a
Se liga!
28
.8

Se as forças de ação e reação possuem as mes-


18

mas intensidades, elas não se anulam por quê?


-0

Massa = constante Pois uma mesma força agindo em corpos diferen-


ar

tes produz efeitos diferentes para cada corpo.


lm

F F
Exemplo: imagine um cavalo puxando uma carroça.
gi

a a
Levando em consideração a lei da ação e reação,
ar

as forças de ação (cavalo) e reação (carroça) não


lm

se anulam, pois elas agem em corpos diferentes.


gi

Força = constante Assim, o cavalo consegue se movimentar, e movi-


Observação: não há atrito mentar a carroça. Com isso, conclui-se que o par
de forças ação e reação só produzirá movimento se
Para uma massa igual, o aumento de forças pro- ocorrer em corpos diferentes.
duz uma maior aceleração. Todavia, com a mesma
força em objetos com massas diferentes, a produção
da aceleração é inversamente proporcional às massas FORÇAS ESPECIAIS
(quanto mais massa, menos aceleração).
Força peso (P) é a força causada pela aceleração
Terceira Lei de Newton da gravidade do local em que o objeto esteja inserido.
É orientada para o centro do planeta em questão.
Conhecida como a lei da “ação e reação”, pode-se
enunciá-la como: P=m·g
Toda força de ação produz uma força de reação,
356 com mesmas direções, porém, com sentidos opostos.
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Sendo:

z m: massa do objeto analisado (no caso da imagem,


a pessoa) em kg;
z g: gravidade (9,8m/s²). A

Não confunda massa com peso! R

z Massa: é a quantidade de matéria (átomos e molé-


culas) que um corpo possui. Sempre é medida em
Força de Atrito
balanças, com a unidade quilograma (kg) como
padrão de medida;
z Peso: é uma força de atração gravitacional apontada A força de atrito é a força que age no sentido con-
para o centro do planeta e expressa em newton (N). trário ao movimento, e, com isso, essa força tende a
atrapalhá-lo. Ela é a principal responsável por nos
fazer andar. Sim, é isso mesmo! Já pensou que, em
Exemplo: na Terra ou em Marte uma pessoa tem
um mundo hipotético, onde não existissem forças de
a mesma massa (os átomos e moléculas não mudam),
atrito, seria impossível caminhar? Isso pois nossos pés
porém, possui pesos diferentes (já que cada planeta
escorregariam no chão e jamais sairíamos do lugar.
possui uma aceleração da gravidade diferente).

z Força Normal de Contato F


Fat
A força normal (N) é a força que aponta na mes-
ma direção e em sentido contrário à força peso. Ela é
uma força que depende do contato físico. Observe a
imagem a seguir:
Existem dois tipos de atritos:

N z Força de atrito estático (Fate): o atrito estático é


aquele em que a força aplicada sob o objetivo não é
suficiente para fazê-lo mudar seu estado de repouso.
4
-2

Sabe quando você está arrumando o quarto e tenta


13

empurrar o guarda-roupa sozinho, mas não con-


.7

segue? Justamente isso, o atrito foi estático, o corpo


28

manteve-se parado! A força que você aplicou não foi


.8

suficiente para fazer o guarda-roupa se locomover;


18

z Força de atrito dinâmico (Fatd): acontece quando


-0

há dinâmica entre dois objetos em contato, sendo


que a força de atrito cinético venceu a força de
ar

P
atrito estático, e esse objeto entra em movimento.
lm
gi

Observe a ilustração e as equações abaixo:


ar
lm

Temos então que a força normal subtrai a força


gi

a
peso, consequentemente:

FN – FP=0
FN = FP
F
F at
Tração c

Força de tração (ou tensão), denominada T, ocor-


re quando cabos ou fios estão no sistema (quando eles Força de atrito estático:
FÍSICA

estão no sistema, se existe cabo ou fio, existe força de


tensão). Observe a imagem a seguir: Fatest = µest · N

357
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Sendo: Sendo:

z Fatest: força de atrito estático; z K: constante elástica do material (N/m);


z µest: coeficiente de atrito estático; z Δx: deformação da mola (m).
z N: Força Normal.
Força Gravitacional ou Gravidade
Força de atrito dinâmico:
É a força de atração entre dois corpos com massa.
Fatd = N · µd A força gravitacional depende dos corpos que intera-
gem e da distância entre eles.
Sendo:

z Fatd: força de atrito dinâmico;


z µd: coeficiente de atrito dinâmico;
z N: Força Normal. F1 m2
r

Assim, temos que:

z o coeficiente de atrito estático é sempre maior que


F2
o coeficiente de atrito dinâmico, e, por esse motivo,
é mais fácil manter o movimento do que iniciá-lo;
z em superfícies horizontais a força normal (N) será m1
igual ao peso (P = m · g) do objeto em questão;
z o coeficiente de atrito (µ) não tem unidade de
medida, e quanto maior o seu valor, mais resistên-
Uma característica importante da gravidade é que,
cia a superfície oferece.
quando dois corpos interagem, forma-se um par de
Lei de Hooke ação e reação. Por exemplo: quando a Terra exerce
uma força gravitacional sobre uma pessoa, a pessoa
A força que é originada no armazenamento da também exerce uma força gravitacional de mesma
energia em molas e elásticos é chamada de “força intensidade sobre a Terra, porém em sentido oposto.
elástica” e é regida pela lei de Hooke. Nela, é estabele- Essa força de atração é representada matematica-
cido que a força produzida por uma mola ou elástico mente por
é proporcional ao produto da constante elástica do
material pelo valor de seu alongamento. 1
m m
2
Essa força depende de duas características: F=G 2
r
z Constante do material: quanto maior essa cons- Sendo:
4
-2

tante, mais difícil será de esticar ou comprimir


13

esse material; z F: força gravitacional (N);


.7

z Sua deformação: o quanto ele está comprimido z G: constante gravitacional de valor igual a 6,67 ·
28

ou esticado. 10-11 m³/ kgs²;


.8

z m1 e m2: massas de cada um dos corpos respectiva-


18

Observe a imagem a seguir:


mente (kg);
-0

z r: distância entre os dois corpos.


ar
lm

Diagrama de Forças
gi
ar

Fe É a representação gráfica (em desenho) da ação de


lm

todas as forças que estão agindo em um corpo num


gi

dado instante de tempo. Essas forças podem ser: força


peso, força de tração, força de atrito, força normal etc.

Fe
x
Se liga!
A representação dos diagramas de força é o pas-
so inicial para a resolução de diversas questões
x
da mecânica, pois a análise dos vetores-força
nos ajudará a entender como cada força está
—X Xo X
influenciando (ou não) no estado de repouso ou
movimento de um corpo.
Fe= K · Δx

358
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Retângulo
Observe alguns exemplos abaixo:
b
2

Círculo
Na h
Tb, a 2
A CM
h CM

Pa Ta, b

Pb
E se a figura não for homogênea? Nesse caso, apli-
cam-se as equações a seguir:

N y

FDA
FAB P2 (x2, y2)
B

C (xcm, ycm)

P P3 (x3, y3)

P1 (x1, y1)

Nb
F Na
X
B Fa, b
Fb, a A
m₁ · x₁ + m₂ · x₂ + m₃ · x₃
Pa Pb xCM =
m₁ + m₂ + m₃

m₁ · y₁ + m₂ · y₂ + m₃ · y₃
yCM =
m₁ + m₂ + m₃
Observa-se nas imagens acima a representação
4

da junção dos vetores que estudamos até agora, daí o


-2

nome: diagrama de forças. Esse diagrama dependerá z Exemplo: determine as coordenadas do centro de
13

da análise de cada caso. massa do sistema de partículas indicado a seguir.


.7

Assim, temos que:


28
.8

y (cm)
18

z o vetor peso (P) sempre aponta para o centro do


planeta em questão;
-0

z a força normal (N) sempre apontará para o sentido


4
ar

contrário ao da superfície de contato;


lm

z a força resultante (que produz o movimento) sem-


m1 = 2 kg
gi

pre aponta no sentido do movimento;


3 m2 = 3 kg
ar

z a força de atrito é sempre contrária ao movimento;


m3 = 5 kg
lm

z a força de tensão (ou tração) é aplicada em cabos


ou cordas.
gi

2 m2

Centro de Massa
1 m3
É o ponto em que se pode considerar que toda a mas-
sa de um corpo está localizada. Se o objeto for homo-
gêneo, seu centro de gravidade coincide com o centro x (cm)
geométrico. Observe algumas figuras homogêneas: 0 1 2 3 4

Perceba que, nesse caso, o objeto não é homogê-


FÍSICA

neo e, por isso, a média ponderada de seus pontos será


necessária para encontrarmos o centro de massa des-
se conjunto.

359
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As coordenadas das partículas são1:
Equilíbrio estável Equilíbrio
m1 → x1 = 0; y1 = 0 instável
m2 → x2 = 1; y2 = 2
m3 → x3 = 4; y3 = 1 G G G

Deste modo, as coordenadas do centro de massa são:


Base
Fora
m1 · x1 + m2 · x2 + m3 · x3 de base
xCM
G = centro de gravidade
m1 + m2 + m3

Ponto Material
xCM 2.0 + 3.1 + 5.4
2+3+5 Na comparação entre dois objetos, se um corpo é
extremamente menor que o outro, ele será chama-
do de ponto material. Essa comparação ocorre pois
xcm = 2,3 cm sabe-se que se ele fizer parte de uma questão, sua
dimensão não influenciará na resolução (seu pequeno
tamanho é desconsiderado para os cálculos).
yCM m1 · y1 + m2 · y2 + m3 · y3 Exemplos:
m1 + m2 + m3
z uma pessoa é considerada um ponto material em
relação à Terra;
yCM 2.0 + 3.2 + 5.1
z uma moeda é considerada um ponto material em
2+3+5
relação a um caminhão;
z a lua é considerada um ponto material em relação
ycm = 1,1 cm à via láctea.

Fonte: https://www.infoescola.com/
Impulso

Com isso, encontramos as coordenadas “x” e “y” do O impulso (I) recebido por um corpo relaciona-
-se com a força recebida (em newton) por ele em um
centro de massa de um corpo não homogêneo.
intervalo de tempo (em segundos). A unidade padrão
de impulso é N · s (lê-se newton por segundo).
Centro de Gravidade
Sabe-se, também, que a área abaixo do gráfico “força
4

vs. tempo” resulta no impulso adquirido pelo corpo.


-2

É o ponto em que se pode considerar que a gravi-


Observe a ilustração a seguir:
13

dade está sendo aplicada (para objetos pequenos ela


.7

coincide com o centro de massa). Aqui tomamos como


Força
28

“grande” um prédio de 10 km de altura; nesse caso os


.8

centros não coincidirão — sabe-se que um prédio des-


18

F
sas proporções é algo inexistente.
-0

Então, de modo geral, pode-se entender que o cen-


ar

tro de gravidade sempre coincidirá com o cento de


lm

A
massa do objeto e as equações do centro de massa
gi

valerão para o centro de gravidade (vide equações e


ar

exemplo acima).
lm

Observe a ilustração a seguir:


gi

t1 t2 Tempo

I = F · δT

FORÇA NOS MOVIMENTOS CIRCULARES


CG CG
Ao efetuar um movimento circular, o corpo sofre
uma aceleração que é responsável pela mudança na
direção do movimento, conhecida como aceleração
centrípeta. É por isso que, ao passar por uma curva
Os corpos apresentam equilíbrio estático quando a brusca, um carro deve diminuir a sua velocidade,
linha que passa pelo centro de gravidade atinge a base pois, ao sofrer a aceleração centrípeta (para dentro da
de apoio do objeto. Observe a próxima imagem: trajetória), aumenta a possibilidade de acidentes.
1 ALENCAR, F. J. C. de. Centro de Massa. InfoEscola, 2023. Disponível em: https://www.infoescola.com/mecanica/centro-de-massa/. Acesso em:
360 02 mar. 2023.
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Sabendo que existe uma aceleração e sendo dada Sendo m = 5kg e v = 30 m/s, basta aplicar a equação
a massa do corpo, podemos, pela 2ª Lei de Newton, da quantidade de movimento:
calcular uma força que, assim como a aceleração cen- Q=m·v
trípeta, aponta para o centro da trajetória circular. A Q = 5 · 30
essa força damos o nome: força centrípeta. Sem ela, Q = 150 kg · m/s. Resposta: Letra C.
um corpo não poderia executar um movimento cir-
cular. Ela forma um ângulo de 90º com a velocidade Esse valor indica a taxa de transferência de movimen-
linear do objeto. to de um corpo, ou seja, sua quantidade de movimento.
Observe a imagem e a equação abaixo: Essa equação será de suma importância nos conteúdos
sobre a “conservação da quantidade de movimento” e
“colisões”.
B V
B TEOREMA DO IMPULSO E QUANTIDADE DE
V MOVIMENTO
A
F
A c C
Esse teorema relaciona o impulso e a quantidade
v de movimento em uma equação. Essa equação infor-
F c
c
ma que a variação da quantidade de movimento (ou
F
c seja, a quantidade de movimento final menos a ini-
cial) de um corpo é igual ao seu impulso (multiplica-
ção da força e o tempo decorrido).
Observe a representação a seguir:
O
I = ΔQ
2
Fcp =
mv ou
R
F · Δt = Qf – Qi
Sendo:
ou
z m: massa do objeto; F · Δt = (m · vf ) – (m · vi)
z v: velocidade;
z R: raio da trajetória circular executada. Sendo:

Na imagem acima, percebe-se que a força centrípe- z I: impulso (N · s);


ta está sempre apontada para o centro da circunferên- z ΔQ: variação da quantidade de movimento (kg ·
cia e ela forma um ângulo de 90º com a velocidade do m/s);
objeto. Essa força é diretamente proporcional à massa z F: força (N);
e à velocidade do objeto, e inversamente proporcional z Δt: tempo decorrido (s);
ao raio da circunferência. z Qf: quantidade de movimento final (kg · m/s);
4
-2

z Qi: quantidade de movimento inicial (kg · m/s);


Quantidade de Movimento (ou Momento Linear)
13

z m: massa (kg);
.7

z vf: velocidade final (m/s);


28

A quantidade de movimento (Q) de um corpo rela- z vi: velocidade inicial (m/s).


.8

ciona-se com o produto da massa (em kg) de um corpo


18

pela sua velocidade (em m/s). A unidade padrão da Com isso, possuindo os dados corretos em mãos,
-0

quantidade de movimento é kg · m/s (lê-se quilograma pode-se encontrar a incógnita que estiver faltando na
por metros por segundo). equação.
ar

Exemplo:
lm

Q=m·V
gi

z Um objeto desloca-se com movimento linear igual


ar

Sendo: a 50 kg · m/s, mas choca-se com uma parede e gasta


lm

0,02 s para parar. Por meio do teorema do impulso,


gi

z Q: quantidade de movimento (kg · m/s); determine o valor da força necessária para parar
z m: massa (kg); esse objeto.
z V: velocidade (m/s).
a) 1000 N.
Observe o exemplo: b) 1500 N.
c) 2000 N.
z D
etermine a quantidade de movimento de um objeto d) 2500 N.
de massa de 5 kg que se move com velocidade igual a e) 3000 N.
30 m/s.
FÍSICA

Pelo teorema do impulso e da variação da quantida-


a) Q = 6 kg · m/s. de de movimento, sabe-se que:
b) Q = 30 kg · m/s. F · Δt = ΔQ
c) Q = 150 kg · m/s.
d) Q = 15 kg · m/s.
e) Q = 60 kg · m/s.
361
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A variação da quantidade de movimento do objeto vai de 50 kg · m/s para zero (o objeto parou, sem velocidade,
sem quantidade de movimento final), logo, podemos concluir que ΔQ = 50 kg · m/s. Sendo assim, temos:
F · 0,02 = 50
F · 2 · 10 – 2 = 50
50
F= —2
—2 · 10
F = 25 · 102
F = 2.500 N. Resposta: Letra D.

Colisões

Nas colisões, a quantidade de movimento (Q) está totalmente envolvida. É ela que mede o modo de transferên-
cia de movimento de um corpo quando este é colidido com outro.
Imagine uma colisão frontal de um caminhão e um carro com as mesmas velocidades. Por que o carro se
deforma mais? Isso está relacionado com o material de que o automóvel é feito e, também, com a quantidade de
movimento (Q).
A quantidade de movimento (linear) pode ser definida pelo produto da massa pela velocidade. Então, quanto
maior a massa, maior a quantidade de movimento, explicando o caso de o caminhão transferir mais movimento
para o carro do que o carro para o caminhão.
Pode-se definir as colisões em três tipos:

COLISÕES

Ocorre quando, após a colisão, os objetos permanecem separados e com veloci-


Colisão perfeitamente elástica
dades diferentes (o sistema não perde energia cinética)

Ocorre quando, após a colisão, os objetos permanecem separados e com veloci-


Colisão parcialmente elástica
dades diferentes (o sistema perde energia cinética)

Ocorre quando, após a colisão, os objetos permanecem grudados e com veloci-


Colisão inelástica
dades iguais (Há uma perda máxima energia cinética)

Se liga!
O coeficiente de restituição (e) é a divisão da velocidade relativa de afastamento pela velocidade relativa de
aproximação.
O coeficiente 1 diz que a velocidade de afastamento é igual a de aproximação.
O coeficiente entre 0 e 1 diz que a velocidade de afastamento é menor que a velocidade de aproximação.
4
-2

O coeficiente zero indica que não existe velocidade de afastamento (já que, nesse caso, os objetos permane-
13

cem “grudados”).
.7
28
.8

Observe o resumo logo a seguir2:


18
-0

QUANTIDADE DE COEFICIENTE DE
ar

TIPO DE COLISÃO ENERGIA CINÉTICA


MOVIMENTO RESTITUIÇÃO (E)
lm
gi

Elástica Completamente conservada Conservada 1


ar

Parcialmente elástica Parcialmente conservada Conservada 0<e<1


lm
gi

Inelástica Dissipação máxima Conservada 0

Observe que, nos três casos, a quantidade de movimento é conservada; com isso, a equação da conservação da
quantidade de movimento poderá ser usada.

Equação da Conservação da Quantidade de Movimento (Lei da Conservação)

Tendo dois objetos com massas “m” (não necessariamente iguais), velocidades iniciais “vi” (não necessaria-
mente iguais) e velocidades finais “vf ” (não necessariamente iguais), pode-se estabelecer que a quantidade de
movimento inicial (Qantes) é necessariamente igual à quantidade de movimento final (Qfinal).
Se “Q = m · v”, então pode-se estabelecer uma equação para cada objeto (em situações iniciais e finais). Com
isso, podemos encontrar algum dado que o exercício não nos forneceu, desde que ele tenha nos fornecido todos
os outros dados necessários.

2 SILAS, J. O que é coeficiente de restituição? Brasil Escola, 2023. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-coeficien-
362 te-restituicao.htm. Acesso em: 02 mar. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Observe essa esquematização logo a seguir: Como a pressão exercida pela torre se compara com
a pressão exercida pelo protótipo? Ou seja, qual é a
Qantes = Qdepois razão entre as pressões (Ptorre) (Pmodelo)?

Para dois objetos colidindo: a) 100.


b) 101.
m · vi m · vi m · vf m · vf c) 102.
d) 104.
Objeto + Objeto = Objeto + Objeto e) 106.
1 2 3 4

Sendo: A pressão mecânica é exercida pela equação P =


Força (peso)
z m: massa (kg); . Sabe-se que o peso é igual a “m · g”, e
Área
z vi: velocidade inicial (m/s);
a massa equivale a densidade (d) · volume (v). Mani-
z vf: velocidade final (m/s).
Força (peso)
CONCEITO DE FORÇAS INTERNAS E EXTERNAS pulando as equações, chega-se a: P = =
Área
P m·g d·v·g
= = . Sabe-se, ainda, que o volume de
Forças Internas A A A
um objeto é a sua área x a altura, então:
São forças que agem de dentro para fora do siste-
ma e não possuem a capacidade de alterar a quantida- d·A·h·g
P= , finalmente: P = d · h · g.
de de movimento de um corpo. Exemplo: uma pessoa A
dentro de um carro “empurrando” o volante não será Faz-se a razão para cada torre:
capaz de alterar sua quantidade de movimento. Ptorr d.h.g
= = , a densidade e gravidade são
Pmod d.h.g
z Colisão inelástica: ocorre quando, após a colisão, iguais, restando-nos somente a razão das alturas
os objetos permanecem grudados e com velo- (h), então:
cidades iguais (há uma perda máxima energia
Ptorr h
cinética). = = = 100 ou 10², ou seja, a pressão da
Pmod h/100
Forças Externas torre real é 100 vezes maior.
Resposta: Letra C.
São forças que agem de fora para dentro do siste-
ma, e possuem a capacidade de alterar a quantidade
2. (ENEM — 2022) Tribologia é o estudo da interação
de movimento de um corpo. Exemplo: a força peso entre duas superfícies em contato, como desgaste e
que atua em um carro é capaz de alterar sua quanti- atrito, sendo de extrema importância na avaliação de
dade de movimento de um corpo. diferentes produtos e de bens de consumo em geral.
Para testar a conformidade de uma muleta, realiza-se
um ensaio tribológico, pressionando-a verticalmen-
4

EXERCÍCIOS COMENTADOS
-2

te contra o piso com uma força F, conforme ilustra a


13

imagem, em que CM representa o centro de massa da


.7

1. (ENEM — 2020) A Torre Eiffel, com seus 324 metros de muleta.


28

altura, feita com treliças de ferro, pesava 7 300 toneladas


.8

quando terminou de ser construída em 1889. Um arqui-


18

teto resolve construir um protótipo dessa torre em esca-


-0

la 1:100, usando os mesmos materiais (cada dimensão F


linear em escala de 1:100 do monumento real).
ar
lm

Considere que a torre real tenha uma massa Mtorre e


gi

exerça na fundação sobre a qual foi erguida uma pres-


ar

são Ptorre. O modelo construído pelo arquiteto terá uma


lm

massa Mmodelo uma pressão Pmodelo.


gi

CM

Mantendo-se a força paralela à muleta, varia-se len-


FÍSICA

tamente o ângulo entre a muleta e a vertical, até o


máximo ângulo imediatamente anterior ao de escor-
regamento, denominado ângulo crítico. Esse ângulo
também pode ser calculado a partir da identificação
dos pontos de aplicação, da direção e do sentido das
forças peso (P), normal (N)e de atrito estático (fe).
363
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O esquema que representa corretamente todas as →
F

forças que atuam sobre a muleta quando ela atinge o

ângulo crítico é: e)
CM

P
→ →
→ N fe
F

P

Para resolver esse problema, representaremos cada


a) uma das forças agindo na muleta. Começaremos
CM
pela força F. O enunciado diz que a força se mantém
paralela à muleta; sendo assim, ela deve se manter
→ → na mesma direção que a muleta estiver. Note como
N fe nas opções A e B a força não está na mesma direção
que a muleta, logo essas duas imagens não represen-

P tam corretamente a força sobre a muleta. A força
peso P sempre será aplicada no centro de gravidade
do corpo, e para um campo gravitacional uniforme o
centro de gravidade e massa são coincidentes. Assim,
→ somente as opções em que a força peso age no centro
F de massa podem ser consideradas, as opções D e E.
A força normal N é sempre perpendicular à superfície
de contato e atua no ponto de contato entre o objeto e
b) a superfície, restando-nos a apenas a opção E.
→ Porém é importante ressaltar que a força de atrito fe
N
CM atua sempre contra o sentido de movimento e paralela
à superfície. E no caso da muleta do exercício a tendên-

P cia da muleta é escorregar para a direita, sendo assim
→ a força de atrito deve ser orientada para a esquerda,
fe
como está representado na opção E. Resposta: Letra E.

3. (ENEM — 2022) Um Buraco Negro é um corpo celeste


que possui uma grande quantidade de matéria con-
4

centrada em uma pequena região do espaço, de modo


-2


13

F que sua força gravitacional é tão grande que qualquer


.7

partícula fica aprisionada em sua superfície, inclusive


28

a luz. O raio dessa região caracteriza uma superfície-li-


.8

mite, chamada de horizonte de eventos, da qual nada


18

consegue escapar. Considere que o Sol foi instanta-


-0

neamente substituído por um Buraco Negro com a


c)
CM mesma massa solar, de modo que o seu horizonte de
ar

eventos seja de aproximadamente 3,0 km.


lm
gi

→ → SCHWARZSCHILD, K. On the Gravitational Field of a Mass Point


N
ar

fe According to Einstein’s Theory. Disponível em: arxiv.org. Acesso em:


lm

26 maio 2022 (adaptado).



gi

P
Após a substituição descrita, o que aconteceria aos
planetas do Sistema Solar?

→ a) Eles se moveriam em órbitas espirais, aproximando-se


F sucessivamente do Buraco Negro.
b) Eles oscilariam aleatoriamente em torno de suas órbi-
tas elípticas originais.
d) c) Eles se moveriam em direção ao centro do Buraco Negro.

N d) Eles passariam a precessionar mais rapidamente.
CM e) Eles manteriam suas órbitas inalteradas.

P A questão traz um texto falando sobre buracos negros
→ e explicando o que é um horizonte de evento. Horizon-
fe
te de evento é o raio em que a Teoria Universal da Gra-
364 vitação de Newton passa a não valer mais. Então fora
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desse horizonte de eventos a Teoria da Gravitação
Universal de Newton ainda vale. E se observarmos
que nesse exemplo hipotético o Sol é trocado por um
buraco negro com a mesma massa e colocado na mes- F F
ma posição, não há alteração na massa e na distância
após essa mudança; sendo assim não há alteração nas
órbitas dos planetas. Resposta: Letra E.

S
TRABALHO – ENERGIA– POTÊNCIA
– RENDIMENTO Na imagem acima, observa-se que uma pessoa está
empurrando um carrinho com pedras. A força que a
Alguém já te disse a seguinte frase: “Olha, hoje pessoa faz, multiplicada pelo deslocamento (distância
estou com bastante energia!” ou “Meu carro é muito percorrida), remete-nos a uma grandeza chamada de
trabalho. Para esse caso, a força foi aplicada na hori-
potente!”, ou ainda, “Meu carro é muito eficiente!”?
zontal, então θ = 0 e o cos 0 = 1. Dessa forma, quando a
Pode não parecer, mas energia, trabalho, rendimen-
força é aplicada no mesmo sentido do deslocamento,
to e potência são conceitos relacionados e aqui serão o trabalho é W = F Δs.
esclarecidos alguns temas relativos ao nosso cotidiano, A unidade padrão de trabalho é o joule, represen-
tais como: trabalho, energia, potência e rendimento. tado pela letra “J”.
Então, vamos demonstrar quais são os principais Aqui vai uma dica para sua prova: se a questão dis-
tipos de energia e suas consequências. Por fim, os con- ponibilizar o gráfico da força atuante em um corpo
ceitos de forças conservativas e forças dissipativas em função de seu deslocamento, você poderá calcular
estarão relacionados ao conteúdo apresentado. a área abaixo da linha do gráfico para encontrar o tra-
balho realizado pelo corpo.
TRABALHO Observe a imagem de um gráfico envolvendo esses
conceitos:
Na física, o trabalho está relacionado com duas F
características: força e deslocamento. Sempre que
uma força aplicada a um ângulo θ produz um certo
deslocamento, esse corpo produziu um trabalho. Veja
a representação a seguir:
N
t = Área (F · d)
F
4
-2
13

d
.7
28

Nesse caso, a área abaixo do gráfico é um trapézio,


.8

ou seja, basta calcular numericamente essa área para


18

se chegar ao trabalho realizado pelo corpo.


-0

θ
Caso o trabalho seja realizado em sentido oposto
d
ar

ao deslocamento, θ = 180, e cos 180 = 1, ou seja, para


lm

esses casos especiais, o trabalho é dado por W = –F Δs .


gi

ENERGIA
ar
lm

O enunciado formal de energia diz: “energia é a


gi

Fonte: Mundo Educação3 capacidade que um corpo possui de realizar traba-


lho”. Dessa frase pode-se interpretar que, quanto mais
A relação matemática que nos dá o trabalho, energia um corpo possui, maior será o trabalho que
conhecido como W, é: ele conseguirá executar.
Ao analisarmos o último parágrafo, consegui-
mos responder à pergunta feita na parte inicial des-
W=F Δs cos θ
ta seção: “Alguém já te disse a seguinte frase? Olha,
hoje estou com bastante energia”. Teoricamente, uma
Sendo: pessoa com bastante energia produzirá bastante tra-
FÍSICA

balho, que, por sua vez, produzirá um grande desloca-


F: força aplicada que resultou o trabalho. mento (movimento). Entendeu? Isso é a física contida
Δs: deslocamento executado. no dia a dia. Nos subtópicos abaixo exploraremos
θ: ângulo de aplicação da força. outros conceitos envolvendo energia.
3 SILVA, D. C. M. Potência e velocidade. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/potencia-velocidade.
htm. Acesso em: 23 mar. 2023. 365
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POTÊNCIA mv
2
EC =
2
A potência de uma força é o trabalho realizado
por ela em um determinado instante de tempo. Na EC : energia cinética (J).
comparação entre dois carros, um carro mais poten- m : massa (Kg).
te é o que realiza mais trabalho (movimento) em um v : velocidade (m/s).
dado intervalo de tempo quando comparado a um
carro que realiza menos trabalho (movimento) em A unidade padrão de medida de energia é o jou-
um mesmo intervalo de tempo. le, representada pela letra “J”. Observe que, quanto
Entende-se, portanto, que a potência de uma força maior a massa ou a velocidade de um corpo, maior
sua energia cinética.
(potência mecânica) é o quão rápido um objeto trans-
forma uma certa força em movimento (os motores
Energia Potencial Gravitacional
fazem muito isso). Quanto mais rápida essa transfor-
mação, mais potente é o objeto (compare, por exem-
Energia potencial gravitacional é a energia asso-
plo, uma Ferrari com um Fusca e faça sua análise).
ciada à altura. Em termos gerais, sempre que um obje-
A equação da potência de uma força é:
to está a uma certa altura do solo, ele possuirá energia
potencial gravitacional. Essa energia é calculada pela
W
P= multiplicação da massa do objeto, a gravidade do pla-
Dt
neta e a altura em relação ao solo. Observe a equação:
Sendo:
Epg = m · g · h
P: potência (W).
W: trabalho (J). Sendo:
Δt: intervalo de tempo (s).
z Epg: energia potencial gravitacional (J);
A unidade de medida padrão de potência é watts, z M: massa (Kg);
com o símbolo “W”. Quanto mais potência, mais tra- z g: gravidade (m/s2);
balho é realizado em um intervalo de tempo. z h: altura (m).
Em alguns exercícios, podem aparecer algumas
unidades de potência usuais, ou seja, que não são Observe que, quanto mais alto o corpo está, maior
padrão. A seguir estão os nomes e as respectivas con- será sua energia potencial gravitacional.
versões para watts.
Energia Potencial Elástica
z 1kW (1 quilowatt) = 1.000W;
z 1MW (1 megawatt) = 1.000.000W = 1.000kW; Energia potencial elástica é a energia associada às
z 1cv (1 cavalo-vapor) = 735W; molas e elásticos. Em termos gerais, sempre que uma
z 1HP (1 horse-power) = 746W. mola ou um elástico está comprimido ou esticado,
ele possuirá energia potencial elástica. Essa energia
4

RENDIMENTO é calculada pela multiplicação da constante elástica


-2

do objeto pela sua deformação ao quadrado, sendo o


13

O rendimento (η) é a eficiência de um dado objeto. resultado divido por dois. Observe a equação:
.7

Para encontrá-la, basta efetuar a divisão da potência útil


28

(utilizada) pela potência total. Multiplicando-se o resul- 2


.8

kx
tado por 100, encontra-se o percentual desse rendimen- Epe =
18

2
to. Observe que a potência total sempre será maior que a
-0

potência útil, visto que parte da potência é perdida pelas Epe : energia potencial elástica (j).
ar

forças dissipativas (atrito, som, calor etc.). k : constante elástica do material (N/m).
lm

Observe a equação dessa representação: x : deformação do objeto (m).


gi
ar

potência útil
· 100
lm

h=
potência total Se liga!
gi

ENERGIA E SUA CLASSIFICAÇÃO


A constante elástica (K) depende de cada material
(normalmente o exercício fornece o valor no enuncia-
Pode-se classificar a energia em quatro tipos: ener- do da questão). Quanto maior esse valor, mais difícil
gia cinética, energia potencial gravitacional, energia se torna para esticar ou comprimir esse material.
potencial elástica e energia mecânica. Vamos analisar
uma a uma.
Energia Mecânica
Energia Cinética
A energia mecânica dá-nos a resultante da energia
cinética com a energia potencial gravitacional. Ela é
Energia cinética é a energia associada ao movi-
mento. Em termos gerais, sempre que um objeto pos- basicamente a capacidade de um corpo de produzir
sui velocidade, ele terá energia cinética. Essa energia é trabalho. É também a energia que pode ser transferi-
calculada pela multiplicação da massa do objeto pela da por meio de uma força.
velocidade ao quadrado, dividindo esse resultado por
366 dois. Observe a equação a seguir: Emec = EC + Epg
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CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA que nessas transformações parte da energia é perdi-
da, seja pelo atrito, pela elevação da temperatura, pela
Esse princípio informa que toda energia é trans- dissipação sonora etc.
formada, portanto, nunca será criada ou destruída. As Como essa perda é muito pequena, ela poderá ser
energias cinética, potencial gravitacional e potencial desprezada, e, com isso, não entrará em nossos cálcu-
elástica estão em constante transformação, uma se los (a não ser que o exercício nos obrigue a calculá-la).
transformando na outra. Em suma, mesmo tendo o conhecimento de que,
Observe a representação abaixo: em um caso real, essa perda existe, a fim da resolução
das questões mais corriqueiras de nível médio, não
calcularemos a dissipação da energia e vamos supor
que a conservação da energia é totalmente perfeita.
Energia Energia
potencial potencial
Energia potencial FORÇAS CONSERVATIVAS E DISSIPATIVAS

Forças Conservativas
Energia cinética

Energia cinética
Força conservativa é aquela que age no sistema e
produz um efeito que conserva a energia mecânica final
(energia cinética + energia potencial). Como exemplo,
Fonte: Globo Educação4 pode-se citar a força peso, que transforma a energia
potencial gravitacional (um objeto com um certo peso
Observando-se a imagem acima, percebe-se que, nos caindo) em energia cinética (energia do movimento).
pontos mais altos, o skatista possui somente uma certa Dica: sempre que uma força agir no sentido de
altura (h) em relação ao solo (energia potencial gravita- somente alterar a energia cinética ou energia poten-
cional). Porém, quando ele está no ponto mais baixo da cial de um corpo, essa força será conservativa.
trajetória, ele só possui uma certa velocidade (energia
cinética). Conclui-se que a energia potencial gravitacio- Forças Dissipativas
nal está constantemente transformando-se em energia
cinética (velocidade), isto é, a conservação da energia Força dissipativa é aquela que age no sistema e pro-
mecânica. Observe o quadro-resumo abaixo: duz um efeito que não conserva a energia mecânica final
(energia cinética + energia potencial). Como exemplo,
pode-se citar a força de atrito, que transforma energia
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA cinética (movimento) em energia térmica (esquentan-
do a superfície de contato). Essa energia transformada
Nos pontos mais altos Existência da energia po-
em calor não será computada em nenhuma das três
da figura tencial gravitacional
energias estudadas até o momento: cinética, potencial
A energia potencial gra- gravitacional ou potencial elástica. Por esse motivo, ela
No ponto mais baixo vitacional é transforma- recebe o nome de força dissipativa.
da figura da em energia cinética
4

(movimento)
-2

Se liga!
13
.7

Em um sistema isolado (sem perdas de energia), Sempre que uma força agir no sentido de alte-
28

uma energia se transforma na outra sem perdas exter- rar a energia cinética e/ou energia potencial
.8

nas. No exemplo acima, o skatista está fazendo com em outras formas de energia: atrito (térmico),
18

que uma certa altura (h) se transforme em velocidade arrasto etc., essa força receberá o nome de fora
-0

(v), ou seja, toda energia potencial gravitacional está


dissipativa.
se transformando em energia cinética. Nesse caso, a
ar

equação será:
lm
gi

Epg = Ec Como exemplo, temos que em um carro freando,


as pastilhas de freio esquentam muito, fazendo com
ar

que toda essa energia seja perdida (força dissipativa


lm

Ou seja:
de atrito das pastilhas).
gi

m·v
2 Para a criação de um carro mais eficiente, o apro-
m·g·h= veitamento dessa energia será de suma importância
2
(sabe-se que já existem alguns — poucos — carros
Todos os casos deverão ser analisados individual- com essa tecnologia).
mente para que seja encontrada qual ou quais equa-
ções de energia estão em constante transformação, e,
portanto, devem ser igualadas. EXERCÍCIOS COMENTADOS
DISSIPAÇÃO DA ENERGIA 1. (ENEM — 2022) Um pai faz um balanço utilizando dois
FÍSICA

segmentos paralelos e iguais da mesma corda para


Até aqui aprendemos três tipos de energia: cinéti- fixar uma tábua a uma barra horizontal. Por segurança,
ca, potencial gravitacional e potencial elástica. Sabe-se opta por um tipo de corda cuja tensão de ruptura seja
que uma está constantemente se transformando na 25% superior à tensão máxima calculada nas seguin-
outra (princípio da conservação), todavia, é conhecido tes condições:
4 QUESTÃO 1. Globo Educação, [s.d.]. Disponível em: http://educacao.globo.com/provas/enem-revisao/questoes/1.html. Acesso em: 23 mar. 2023. 367
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� O ângulo máximo atingido pelo balanço em relação à de forças dissipativas, a energia mecânica se con-
vertical é igual a 90°; serva. Então, podemos dizer que:
� Os filhos utilizarão o balanço até que tenham uma
massa de 24 kg. Epg Máxima
EC = 0 L
Além disso, ele aproxima o movimento do balanço
para o movimento circular uniforme, considera que a
aceleração da gravidade é igual a 10 m/s² e despreza
forças dissipativas.

Qual é a tensão de ruptura da corda escolhida?

a) 120N L
b) 300N
c) 360N
d) 450N
e) 900N

Para solucionar esse problema é preciso pensar pri- Epg = 0


meiramente nas forças agindo no balanço. Assim, EC Máxima
representaremos essas forças em um diagrama:
EC = Epg

Nos pontos onde elas são máximas, assim ficamos


com:

2
v
m = mgh
2

T1 T2 Isolando o v², temos:

v2 = 2gL

Substituindo v² na equação que obtivemos para a


P força, ficamos com:

2gL
–mg + 2T = m ·
L
2gL
2T = m · + mg
4

A partir do diagrama podemos escrever a força L


-2

resultante. Note que o problema é aproximado para 2T = 2mg + mg


13

um movimento circular, então sabemos que existi-


.7

2T = 3mg
28

rá uma força centrípeta para que o balanço realize


um movimento circular uniforme. Ou seja, a força 3
.8

T= mg
2
18

resultante será:
-0

Agora substituímos os valores dados para a massa


Fr = m · aC e a aceleração da gravidade. Temos:
ar
lm

Como o balanço terá uma trajetória circular, pode- 3


gi

v
2 T= 24 · 10 = 360 N
2
ar

mos substituir ac por , em que r é o raio da órbita


r
lm

e neste caso será o comprimento do balanço. Porém note que o pai coloca uma corda que tem
gi

uma tensão de ruptura 25% maior que a tensão das


2 condições dadas pelo problema. Assim, precisamos
v calcular essa força.
Fr = m ·
L 360 · 125% = 450 N. Resposta: Letra D.
O ponto mais propício ao rompimento da corda é o
ponto mais baixo do balanço; nesse ponto, temos: 2. (ENEM — 2022) Em um autódromo, os carros podem
derrapar em uma curva e bater na parede de proteção.
v
2 Para diminuir o impacto de uma batida, pode-se colo-
–P + T + T = m · car na parede uma barreira de pneus, isso faz com que
L
2 a colisão seja mais demorada e o carro retorne com
v
–mg + 2T = m · velocidade reduzida. Outra opção é colocar uma bar-
L
reira de blocos de um material que se deforma, tornan-
Não sabemos a velocidade o balanço, porém pode- do-a tão demorada quanto a colisão com os pneus,
mos descobri-la analisando o problema do ponto de mas que não permite a volta do carro após a colisão.
vista da conservação de energia; como não há ação
368
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Comparando as duas situações, como ficam a força Note que em ambos os casos a massa do carro se
média exercida sobre o carro e a energia mecânica mantém constante, então podemos escrever a varia-
dissipada? ção da quantidade de movimento como:

a) A força é maior na colisão com a barreira de pneus, e ΔQ = m (ΔV)


a energia dissipada é maior na colisão com a barreira
de blocos. Sendo assim, o caso em que a variação da veloci-
b) A força é maior na colisão com a barreira de blocos, e dade for maior será aquele em que a variação da
a energia dissipada é maior na colisão com a barreira quantidade de movimento será maior.
de pneus. Agora resta-nos calcular o valor do vetor Δv para
c) A força é maior na colisão com a barreira de blocos, e cada uma das situações.
a energia dissipada é a mesma nas duas situações. Para os pneus, temos:
d) A força é maior na colisão com a barreira de pneus, e
a energia dissipada é maior na colisão com a barreira V1 V2
de pneus.
e) A força é maior na colisão com a barreira de blocos, e
a energia dissipada é maior na colisão com a barreira
de blocos.
ΔV
Primeiramente pensaremos no problema do ponto
de vista da energia mecânica. No primeiro caso, ao
se chocar com a barreira de pneus, o carro retor- Para os blocos, temos:
na com uma velocidade menor do que a que se cho-
ca; ele perde parte da energia cinética, mas ainda V1
assim possui energia cinética, pois continua a se
movimentar. Porém no caso com os blocos o carro
não retorna, sendo assim toda sua energia cinética ΔV
é perdida. E como nesse caso a energia mecânica
do carro é sua energia cinética, a maior dissipação Assim podemos concluir que a variação da velocida-
ocorre quando ele se choca com os blocos. de será maior no caso dos pneus, e logo a variação
Agora, do ponto de vista da força média, sabemos da quantidade de movimento também será maior
que impulso é igual à variação da quantidade de no caso dos pneus, o que implica em uma maior for-
movimento: ça média. Resposta: Letra A.

i = ΔQ

Porém ele também pode ser escrito como:


ESTÁTICA
I = Fmed · Δt
Estática é o ramo da dinâmica que estuda o equi-
4
-2

Assim temos que a força média é: líbrio dos corpos que não se movimentam (estão em
13

repouso) ou que estão em movimento retilíneo unifor-


.7

I me (MRU). Vamos aos conceitos:


28

Fmed =
Dt
.8

TORQUE
18

DQ
Fmed =
-0

Dt O torque corresponde ao momento de uma força.


ar

Sabendo que o tempo é o mesmo para ambos os Nesse viés, pode relacionar-se com a força que produz
lm

casos, a força média será maior no caso em que a um movimento de rotação.


gi

variação da quantidade de movimento será maior. Exemplos:


ar

Para entendermos a variação da quantidade de


lm

movimentos, vamos analisar a velocidade: z uma pessoa abrindo uma porta (maçaneta);
z uma pessoa apertando um parafuso com uma cha-
gi

Pneus Blocos ve de fenda.

Observe a ilustração abaixo:

V1 V1

nca
va
e ala
ç od
Bra
FÍSICA

Torque

V2 V2 = 0 Força

     
369
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Na imagem anterior percebe-se que a força aplica-
F1
da na ferramenta produz o giro no parafuso. Esse giro
é chamado de momento ou torque. Quanto maior o
braço da alavanca, maior será a multiplicação da for-
θ
ça no ponto de aplicação. F3 F1 + F2 + F3 = 0

Se liga!
As equações de torque envolvem dois conceitos:
� se a força está sendo aplicada com o ângulo F2
de 90º (equação I);
� se a força está sendo aplicada com um ângulo Se os vetores estiverem no mesmo plano (XY),
diferente de 90º (equação II). pode-se decompô-los nos eixos “x” e “y” para depois
estabelecer a relação de equilíbrio para cada eixo
separadamente. Observe:
O torque é construído a partir da relação matemá-
tica abaixo:

M= F · d · sen θ
F1y F1
Sendo:

z M: módulo do momento a força (torque); θ


z F: módulo da força; F3
z d: distância entre a aplicação da força ao ponto de F1x
giro;
z θ: menor ângulo formado entre dois vetores.

Sabe-se que Sen(0º) = 0, então, não haverá toque


para esse ângulo (torque paralelo); F2
Sabe-se que Sen(90º) = 1, então, nesse caso, o tor-
que será máximo (torque perpendicular).
A adição algébrica das projeções de todas as forças na
direção do eixo X é igual a zero:
Em se tratando de sentido do torque:
F1x + F2x + F3x = 0
z adota-se o sentido positivo quando o objeto girar
no sentido anti-horário;
4

A adição algébrica das projeções de todas as forças na


-2

z adota-se o sendo negativo quando o objeto girar direção do eixo Y é igual a zero:
13

no sentido horário. F1y + F2y + F3y = 0


.7
28

CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO ESTÁTICO DO PONTO Com:


.8

MATERIAL E DO CORPO EXTENSO


18

F1x + F1 · cosθ
-0

F1y + F1 · senθ
As condições de equilíbrio estático de um corpo
ar

relacionam-se com as forças necessárias para que


lm

Condições de Equilíbrio Estático de um Corpo


esse corpo permaneça em repouso (parado). Antes de
gi

Extenso
iniciar esse conteúdo, atente-se na diferenciação:
ar
lm

Para um corpo extenso, todas as regras do equilí-


gi

PONTO MATERIAL CORPO EXTENSO brio do ponto material são aplicáveis, porém com o
Ocorre quando o tama- acréscimo de uma outra característica: o somatório
Ocorre quando o tama- dos momentos (ou torques) necessitam resultar em
nho do corpo é desprezí-
nho do corpo não é des- zero para que esse corpo não rotacione. Observe a
vel (pequeno) em relação
prezível (pequeno) em
a outro corpo imagem abaixo:
relação a outro corpo
Exemplo: uma casa é um
Exemplo: um carro é um
ponto material quando
corpo extenso em rela- Condições de equilíbrio
comparada com um
ção a uma motocicleta
planeta d1 d2
Σ Fx = 0
Condições de Equilíbrio Estático do Ponto Material
Σ Fy = 0
Um ponto material estará em equilíbrio estático
(repouso) se todas as forças que agirem sobre ele resulta- F1 F2 ΣM=0
370 rem em zero (parado). Observe a ilustração abaixo:
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z Conversões de sinais para o equilíbrio dos cor- DENSIDADE
pos rígidos:
É a razão entre a massa do objeto e seu volume. A
„ para a análise horizontal (fx) adota-se o senti- unidade padrão de densidade é o kg/m³. Já a unidade
do positivo da esquerda para a direita (→); usual é o g/cm³.
„ para a análise vertical (fy) adota-se o sentido Vamos a alguns exemplos:
de baixo para cima como o sentido positivo (↑);
„ para a análise de momentos (M) adota-se a z um objeto com uma densidade de 15 kg/m³ signifi-
ca dizer que, para cada metro cúbico de material,
rotação no sentido anti-horário como positivo.
a massa será igual a 15 kg;
z um objeto com uma densidade de 50 g/cm³ signi-
fica dizer que, para cada cm³ de material, a massa
será igual a 50 g.
HIDROSTÁTICA
Pode-se observar que para um mesmo volume,
Hidrostática é o ramo da física que estuda os flui- materiais mais densos possuem uma maior mas-
dos em repouso (parados). Um fluido pode ser carac- sa, enquanto materiais menos densos possuem uma
terizado como uma substância que se apresenta no menor massa. Observe a imagem a seguir:
estado líquido ou no estado gasoso.
Nesta seção, serão apresentados os conceitos de BORRACHA METAL
pressão, densidade, pressão atmosférica, experiência de
Torricelli, princípio de Pascal, princípio de Stevin, e prin-
cípio de Arquimedes conhecido também como empuxo.

PRESSÃO

Pressão é a relação da força perpendicular (F) apli-


cada em uma região de área (A) de um objeto qualquer.
A unidade padrão de pressão é N/m² ou Pa (Pascal),
ambas equivalentes.
Observe a equação a seguir:
É possível concluir que o metal possui uma maior
F densidade quando relacionado com a borracha, ou
P= seja, o conjunto de átomos e moléculas do metal pos-
A sui um “peso” maior quando comparado com os áto-
mos e moléculas da borracha.
z P: pressão ( N/m² ou Pa); A densidade ρ relaciona-se matematicamente da
z F: força aplicada (N);
4

seguinte maneira:
-2

z A: área (m²).
13

m
p=
.7

Vext
28

Se liga!
.8

Onde o Vext volume é delimitado por uma superfí-


18

Para uma igual força de aplicação, uma maior cie externa, m é a massa do corpo.
-0

área ocasionará uma menor pressão, em conse-


ar

quência, uma menor área, uma maior pressão.


Se liga!
lm

Observe a ilustração abaixo:


gi

Caso seja necessário transformar de g/cm³ para


ar

kg/m³, basta multiplicar o valor por 1000.


lm
gi

PRESSÃO ATMOSFÉRICA

A pressão atmosférica é a pressão exercida pela atmos-


fera (oxigênio e outros gases) sobre a superfície terrestre.
Então, sabe-se que todos os corpos sobre a superfície ter-
restre estão sofrendo a ação da pressão atmosférica.
Como a pressão varia com a quantidade de gás na
atmosfera, pode-se observar que:
Com isso, conclui-se que a pressão é inversamen-
FÍSICA

te proporcional à área. Ou seja, quando uma aumen- z quanto mais alta a posição do objeto, menor será a
ta, a outra diminui e, quando uma diminuiu, a outra pressão atmosférica sobre ele;
aumenta. z quanto mais baixa a posição do objeto, maior será
Unidades usuais de pressão (não é padrão): N/cm², a pressão atmosférica sobre ele.
mmHg, Psi etc.
371
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Sabe-se também que a temperatura é proporcional à pressão. Então quanto mais alta a posição de um objeto,
menor será a pressão, e consequentemente menor a temperatura. Por isso, o clima nas montanhas tende a ser
baixo.
Observe a seguinte imagem:

Maior altitude
=
Menor pressão
atmosférica

Partículas de ar

Menor altitude
=
Maior pressão
atmosférica

Observação: a pressão atmosférica a nível do mar (nível zero) é tabelada. Seu valor é de aproximadamente
100.000 Pa ou 100.000 N/m². Assim, ao nível do mar, para cada m² de área, a atmosfera exerce uma pressão aproxi-
mada de 100.000 N. Esse valor também pode ser expressado em outras unidades equivalentes, como:

100.000 Pa = 100.000 N/m² = 1 atm = 760 mm/Hg

Experiência de Torricelli

A atmosfera faz uma pressão sobre todos na superfície da Terra. Essa pressão nada mais é que o “peso aci-
ma das nossas cabeças” pressionando uma certa área. Esse peso é ocasionado pelos átomos e moléculas desse
ambiente. Torricelli, no século XVII, conseguiu medir a pressão atmosférica mediante uma experiência relativa-
mente simples. Essa experiência consistiu em algumas etapas, sendo elas:

ETAPA PROCESSO

1ª Encheu totalmente um tubo de mercúrio

2ª Posicionou a base (aberta) do tubo em um recipiente que também continha mercúrio

3ª Percebeu que o tamanho da coluna de mercúrio em relação ao nível da superfície de mercúrio correspondeu à 76 cm

4ª Observou que na parte superior do tubo surgiu uma área sem ar (vácuo)
4
-2

Com isso, Torricelli concluiu que a pressão atmosférica que existia em cima da superfície do líquido pressionou o

13

líquido e o fez subir a uma altura de 76 cm


.7

Sabendo que 76 cm = 760 mm, ele estabeleceu que, ao nível do mar a pressão atmosférica seria igual a 760 mmHg
28

6ª (lê-se 760 milímetros de mercúrio)


.8

Obs: vimos anteriormente que esse valor é equivalente à 100.000 N/m² ou 1 atm (uma atmosfera)
18
-0

Observe a ilustração a seguir que exemplifica todas essas etapas acima:


ar
lm

Mercúrio Experimento de Torricelli Barômetro


gi

de Torricelli
ar
lm
gi

760 MM
760 MM
1M

Pressão
Mercúrio
atmosférica

372
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PRINCÍPIO DE PASCAL A diferença entre as pressões de dois pontos de um
fluido em equilíbrio (repouso) é igual ao produto
Expressa a pressão hidráulica exercida por um entre a densidade do fluido, a aceleração da gra-
fluido em equilíbrio. Pascal afirmou: vidade e a diferença entre as profundidades dos
pontos.
O aumento da pressão exercida em um líquido em
equilíbrio é transmitido integralmente a todos os Considerando o enunciado, tem-se que qualquer
pontos do líquido, bem como  às paredes do reci- fluido exerce uma pressão em um corpo que está
piente em que ele está contido. imerso nele. Essa pressão é proporcional à densidade
do líquido, à gravidade do planeta, e à altura que este
Entende-se desse enunciado que, quando aplicamos objeto está da superfície do líquido (Stevin descobriu
uma força em um êmbolo qualquer (de área menor), se isso).
este êmbolo estiver interligado em outro êmbolo (de Se levarmos em conta a pressão acima da superfí-
área maior) por uma mangueira com um fluido em cie do líquido (pressão atmosférica), encontraremos a
seu interior, essa força é transmitida integralmente pressão total.
(totalmente) para esse último êmbolo (imagine duas Observe a representação desse enunciado logo a
seringas de diferentes tamanhos cheias de água e inter- seguir:
ligadas por um mangueira — aperte o êmbolo menor
e verifique que você fará uma força pequena nesse Pressão do fluido
P0
êmbolo, porém, conseguirá levantar o êmbolo maior
facilmente). Esse princípio “da multiplicação de forças” P=d·g·h
é utilizado em inúmeros ramos da engenharia. h Pressão total (fluido + atmosfera)
P
P = P0 + d · g · h
F1 F2
A1 A2
Sendo:

F1 A1 A2 F2 z P: pressão do fluido (Pa ou N/m²);


z P₀: pressão atmosférica (ao nível do mar: 100.00
1 2 Pa);
z d: densidade do fluido (Kg/m³);
z g: gravidade local (m/s²);
z h: altura de imersão no fluido (m).

Na figura anterior, observa-se que quanto mais


F ₁ e F₂: forças aplicadas aos êmbolos 1 e 2 fundo o objeto esteja, mais pressão ele sofrerá do flui-
A₁ e A₂: áreas dos êmbolos 1 e 2 do (quanto maior o valor de “h”, maior o valor de “P”).
4

Nessa ilustração, percebe-se que a força aplicada em


-2

A pressão hidrostática depende apenas da posição


13

F1 é transmitida integralmente (totalmente) para F2,


vertical do objeto, e não de sua posição horizontal,
.7

mesmo sendo aplicada em uma área menor. Com uma


28

pequena força aplicada em F1, são produzidos efeitos nem mesmo do formato do recipiente. Observe a ima-
gem a seguir:
.8

significativos em F2. Isso tem várias aplicações na mecâ-


18

nica, como: elevadores hidráulicos, freios hidráulicos,


-0

direções hidráulicas, pistões hidráulicos, etc.


ar

Em se tratando de unidade, na equação anterior


lm

as forças são representadas em Newtons (N) e as


gi

áreas em metros quadrados (padrão). Muitas vezes as


ar

áreas necessitarão ser convertidas para essa unidade


lm

padrão de área.
gi

Se liga!
Conversões de áreas:
� cm² para m²: divide-se por 10000;
� mm² para m²: divide-se por 1000000.

PRINCÍPIO DE STEVIN — PRESSÃO


FÍSICA

HIDROSTÁTICA EM DIFERENTES NÍVEIS DE UM PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES (EMPUXO)


FLUIDO QUALQUER
Por que os seres humanos e os objetos conseguem
Estabelece a pressão sofrida por um objeto quan- boiar na água? Esse feito é ocasionado pelo princípio
do ele está imerso em um fluido (líquido ou gasoso). de Arquimedes (também chamado de impulso).
Stevin disse: 373
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Arquimedes disse: do objeto. Além da energia cinética, as moléculas pos-
suem energia potencial, que está associada às intera-
Todo corpo mergulhado num fluido recebe um ções entre elas, sendo assim, a energia total. A soma
impulso de baixo para cima igual ao peso do volu- das energias cinética e potencial é denominada ener-
me do fluido deslocado, por esse motivo, os corpos gia interna. A seguir, podemos representar de forma
mais densos que a água, afundam, enquanto os esquemática, as moléculas (esferas) que constituem o
menos densos flutuam.
corpo, em vibração:
Observa-se que no empuxo o objeto necessita estar
imerso em um fluido, e, com isso, surgirá uma força
vertical de baixo para cima, tendo sentido contrário
ao peso do corpo.
O empuxo é diretamente proporcional à densidade
do líquido, à gravidade do planeta e ao volume de líqui-
do deslocado pelo objeto (Arquimedes descobriu isso).
Com base nisso, segue a esquematização:

P=E
E Equilíbrio

P>E Perceba que ambos os corpos possuem a mesma


E Equilíbrio
agitação térmica, eles estão com a mesma temperatura.
P O conceito de calor é a energia térmica trocada
E
entre dois corpos mediante uma diferença de tempe-
P<E ratura entre eles, ou seja, calor é a energia térmica em
Equilíbrio P trânsito que se desloca do corpo de maior tempera-
tura para o corpo de menor temperatura. Portanto,
P não existem dias frios, existem dias com a ausência de
calor, pois essa agitação de moléculas é menor.

E=d·g·v
Se liga!
z E: empuxo;
z d: densidade do fluido (kg/m³); Calor e temperatura não são grandezas equiva-
z g: gravidade do local (m/s²); lentes. Um corpo não possui calor, pois calor é
z V: volume deslocamento (m³). uma energia em trânsito.

Podemos observar que o empuxo sofrido por um


corpo é igual ao produto da densidade do fluido pela É importante ressaltar que quanto maior a dife-
4

gravidade local e o volume deslocado no fluido. rença de temperatura entre dois corpos, maior será o
-2

fluxo de energia térmica entre eles. Na figura a seguir,


13

Em relação à flutuabilidade, tem-se que:


os corpos A e B trocam energia térmica, onde TA é tem-
.7
28

peratura do corpo A, TB é a temperatura do corpo B e


CRITÉRIOS DE FLUTUABILIDADE
Q é a quantidade de calor trocada entre eles.
.8
18

Se P < E O objeto flutua


Q
-0

Se P = E O objeto permanece em equilíbrio


ar

Se P > E O objeto afunda A B


lm

TA > TB
gi
ar

Quando as propriedades termométricas de dois


lm

CALOR E FENÔMENOS TÉRMICOS ou mais sistemas não variam no decorrer do tempo,


gi

dizemos que eles estão em equilíbrio térmico entre si.


CALOR E TEMPERATURA Logo, as trocas de energia ocorrem até que os corpos
atinjam a temperatura de equilíbrio.
É recorrente em nosso cotidiano associarmos o
conceito de calor e temperatura de forma errônea,
como, por exemplo, dizer “hoje está calor”, no entan- A B
to, esses conceitos possuem significados distintos. O
conceito de temperatura está relacionado à constitui- T’A = T’B
ção da matéria.
Assim, podemos considerar a temperatura de um Podemos generalizar o conceito de equilíbrio térmi-
corpo como uma grandeza que está diretamente liga- co para mais de dois sistemas, por meio da chamada Lei
da ao grau de agitação de suas moléculas. A energia Zero da termodinâmica. Considere três corpos quaisquer,
associada a essa agitação é chamada energia térmi- A, B e C. Durante uma experiência, no primeiro momen-
ca, e, como as moléculas estão em movimento, elas to constata-se o equilíbrio térmico entre A e C. Supo-
possuem energia cinética. Quanto maior a energia nha, agora, que mantidas constantes as condições de C,
374 cinética média das moléculas, maior a temperatura tenha constatado em um segundo momento, o equilíbrio
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térmico entre B e C. Logo, as conclusões que podemos termométricas que relacionam as três escalas é neces-
tomar é que o sistema A está em equilíbrio térmico com B. sário considerar os pontos de fusão do gelo e ebulição
Enunciado da Lei Zero da Termodinâmica: da água, além de alinhar as três escalas com as tempe-
raturas, como mostrado no esquema a seguir:
Dois sistemas em equilíbrio térmico com um
terceiro estão em equilíbrio térmico entre si. ºC ºF K

Como exemplificado na imagem a seguir: 100 212 373

A TA = TC A
TC TF TK
C TA = TB

B TB = TC B
0 32 273

ESCALAS TERMOMÉTRICAS

Para definir a temperatura de um corpo, utiliza-se


Como podemos observar, para obter-se a tempe-
escalas termométricas, que são escalas graduadas, ou
ratura correspondente a uma escala, basta saber a
seja, um instrumento que dispõe de uma escala de
valores para conhecer a temperatura de algo. As três temperatura em outra, com isso, podemos estabelecer
que mais se destacam são: uma proporção:

z Escala Celsius TC — 0 TF — 32
=
TK — 273
100 — 0 212 — 32 373 — 273
Proposta em 1742, pelo astrônomo sueco Anders Simplificando, temos:
Celsius, atualmente a escala Celsius é a mais utilizada
em todo o mundo. É uma escala relativa que usa como TC T — 32 T — 273
= F = K
pontos fixos de referência o ponto de fusão e solidifi- 5 9 5
cação da água, ambos a uma pressão de 1 atm. O inter-
Assim, essas relações são válidas para quaisquer
valo entre esses dois pontos foi dividido em 100 partes
iguais e cada divisão equivale a 1 °C (1 grau Celsius). temperaturas, tomando duas temperaturas, é possível
Sendo o ponto fusão 0 °C e ponto de ebulição 100 °C. encontrar o valor correspondente.

z Escala Kelvin Transferência de Calor e Equilíbrio Térmico


4

A escala Kelvin foi elaborada em 1848, pelo físico bri- O calor pode se deslocar de uma região para outra
-2

de um corpo, podendo estes corpos estarem em conta-


13

tânico William Thomson, homenageado com o título de


to ou não. Esse fenômeno é chamado de transferência
.7

Lord Kelvin. Durante as experimentações, percebeu-se


ou propagação de calor, podendo ocorrer em meios
28

que é impossível reduzir a temperatura de uma substân-


sólidos, fluidos ou até mesmo no vácuo.
.8

cia a um valor igual ou inferior a – 273,15 °C. Esse valor


18

de temperatura é chamado de zero absoluto ou 0 K, essa Há três tipos de propagação de calor:


-0

temperatura é um valor ideal, portanto é impossível


de ser atingida. Desse modo, essa é uma escala absoluta CONDUÇÃO DO CALOR
ar

e a subdivisão de sua escala possui o mesmo tamanho da


lm

escala Celsius. O ponto de fusão da água corresponde a O calor propaga-se por condução quando há con-
gi

273 K e o ponto de ebulição da água corresponde a 373 K. tato entre os corpos. Nesse processo, há transporte de
ar

energia sem deslocamento de matéria.


lm

z Escala Fahrenheit Há vários exemplos no cotidiano que demonstram


gi

esse fenômeno e, para comprovar, imagina-se uma


A escala Fahrenheit foi proposta no ano de 1727 pessoa segurando uma barra metálica em um dos seus
pelo físico alemão-polonês Gabriel Daniel Fahrenheit. extremos, enquanto o outro extremo está próximo a
Apenas cinco países adotaram essa escala, dentre eles uma chama. Nota-se que decorrido um certo interva-
os Estados Unidos. Possui como pontos fixos, ponto de lo de tempo, o extremo da barra que a pessoa estava
fusão da água 32 °F e ponto de ebulição da água 212 °F,
segurando estará também aquecido. A seguir, apre-
ambos a uma pressão de 1 atm. O intervalo entre esses
senta-se uma figura exemplificando essa situação:
dois pontos fixos é igual a 180 partes, cada divisão equi-
vale a 1 °F (1 grau Fahrenheit).
FÍSICA

Conversão entre Escalas Termométricas

Para converter valores de temperaturas entre as


escalas, vamos considerar C, F e K as temperaturas
de um determinado corpo nas escalas Celsius, Fahre-
nheit e Kelvin respectivamente. Para obter as funções 375
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A condução do calor nesse exemplo pode ser expli- Logo, podemos escrever:
cada da seguinte forma: após a extremidade da barra
ser aquecida, as partículas dessa região adquirem mais T1 — T2
energia, no qual provoca uma agitação maior delas, Ø =K·A L
além de fazer com que elas vibrem com maior ampli-
tude, transmitindo essa vibração às partículas mais Nessa equação, K é uma constante que depende
próximas, que, em seguida, também passam a vibrar das características do material que constitui o cilin-
com amplitudes maiores, e assim sucessivamente. dro e é denominada coeficiente de condutividade tér-
O choque entre as partículas se propaga por toda mica do material. O seu valor é diferente para cada
extensão da barra metálica, resultando no aqueci- tipo de material. Nos condutores térmicos, o valor de
mento da região que não estava em contato direto K é maior que nos isolantes térmicos. Por exemplo, a
com a fonte de calor. W W
Além disso, há materiais que são bons condutores de
prata possui K = 418 m · k e a madeira 0,13 m · k .
calor como os metais, por exemplo, e outros materiais
que possuem maior dificuldade em conduzir o calor, Convecção
que são chamados de isolantes térmicos. A madeira, o
isopor, a cerâmica, o tijolo de barro, o gelo, os líquidos A propagação de calor por convecção é caracteri-
e os gases são exemplos de isolantes térmicos. zada pelo arrasto de matéria, ou seja, a convecção não
pode ocorrer em meios sólidos, sendo um processo
característico dos fluidos, líquidos e gases.
Se liga! Tomamos como exemplo uma panela que contém
Muitos pensam que os casacos são feitos para uma certa quantidade de água, que, ao ser aquecida sob
aquecer o corpo no inverno, no entanto, ele é a chama de um fogo, a porção de água que está situada
utilizado para diminuir as trocas de calor com o no fundo da panela recebe o calor em primeiro lugar,
meio, atuando como um isolante térmico. tendo um aumento de temperatura e volume, que resul-
ta na diminuição da densidade em relação à porção de
água restante situada acima. Assim, essa porção menos
Fluxo de Calor densa e mais quente se desloca para a parte superior
para dar espaço para a porção de água fria e mais densa,
Como sabemos, o sentido espontâneo que o calor que desce para o fundo da panela, formando assim, cor-
se propaga é sempre de uma região de maior tempe- rentes de convicção. Esse ciclo se repete, enquanto hou-
ratura para outra de menor temperatura. Tendo isso ver aquecimento de água. A seguir, podemos visualizar
em vista, chamamos de fluxo de calor a quantidade esse processo:
de calor que atravessa uma seção reta do corpo que o
conduz, por unidade de tempo. O fluxo de calor pode
ser calculado da seguinte maneira:
4
-2

Q
Ø=
13

Dt
.7

Água Fria
Onde Q é a quantidade de calor e Δt é o intervalo de
28

tempo. A unidade de fluxo de calor no Sistema Interna-


.8
18

cional de Medidas é o watt (W), essa unidade é a mesma


-0

coisa do que joule por segundo. Nos próximos tópicos, Água Quente
mostraremos o porquê de a unidade de quantidade de
ar

calor (Q) é dada em joule, ou seja, joule por segundo.


lm

Vamos imaginar um cilindro condutor que possui


gi

um comprimento L, no qual as suas extremidades


ar

estão em temperaturas diferentes, sendo T1 > T2. A O processo de movimentação do ar, formação de
lm

quantidade de calor Q é transmitida de uma extremi- brisa e ventos, pode ser explicado por convecção.
gi

dade a outra em um intervalo de tempo Δt. Durante o dia, quando os raios solares atingem a Ter-
ra, o ar que fica próximo ao solo se aquece, ficando
menos denso e em seguida sobe, levando os poluentes
T1 Calor T2
terrestres e sendo substituído pelo ar que está situa-
do nas camadas superiores que está mais frio e mais
denso.
L No entanto, durante o inverno, essa incidência
solar é menor e o solo se esfria rapidamente, fazendo
Verifica-se que o fluxo de calor Ø é diretamen- com que o ar em contato com o solo seja mais frio e
te proporcional à diferença de temperatura (T1 e T2) mais denso que o ar das camadas superiores, por isso
entre os extremos do cilindro e à área da secção trans- não há correntes de convecção, aumentando, assim, a
versal A, e inversamente proporcional ao comprimen- concentração de poluentes no ar que respiramos.
to L do cilindro. Esse fenômeno é conhecido como inversão térmica,
uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de
376 ar frio.
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Fluxo normal Inversão térmica

Ar mais frio Ar frio

Ar frio Ar quente

Ar quente Ar frio

IRRADIAÇÃO TÉRMICA

A irradiação térmica efetua-se por meio de ondas eletromagnéticas denominadas ondas caloríficas ou calor
radiante. Além disso, o fenômeno de irradiação térmica pode ser entendido quando uma radiação eletromagnéti-
ca é absorvida por um corpo causando a elevação de sua temperatura, ou seja, irradiação é a forma de propaga-
ção de calor por meio de radiação térmica. Nesse processo, não é necessário um meio para se propagar, isto é, o
calor pode se propagar no vácuo.
Há alguns exemplos que podemos identificar esse tipo de propagação, como ao acendermos uma lâmpada
incandescente e ao aproximar dela sem tocá-la, podemos sentir o calor por ela produzido. Esse mesmo processo
que acontece com a lâmpada é o que acontece entre o sol e planeta Terra, o calor é propagado por irradiação. A
seguir, uma ilustração desses exemplos:

4
-2
13
.7
28

Se liga!
.8
18

A garrafa térmica é um exemplo para entender os três tipos de propagação de calor. Ela conserva a tempera-
-0

tura dos líquidos quentes e gelados, e para que isso seja possível, a perda ou ganho de calor pelo líquido para
o ambiente deve ser minimizada, qualquer que seja o processo: condução, convecção ou irradiação. Para
ar
lm

evitar a condução e a convecção, a ampola interna é feita de vidro, sendo este um material isolante térmico e
gi

com paredes duplas, entre as quais se faz vácuo. A parede de vidro é espelhada para que não ocorra a perda
ar

de calor por irradiação.


lm
gi

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) Os manuais de refrigerador apresentam a recomendação de que o equipamento não deve ser instala-
do próximo a fontes de calor, como fogão e aquecedores, ou em local onde incida diretamente a luz do sol. A instala-
ção em local inadequado prejudica o funcionamento do refrigerador e aumenta o consumo de energia.

O não atendimento dessa recomendação resulta em aumento do consumo de energia porque


FÍSICA

a) o fluxo de calor por condução no condensador sofre considerável redução.


b) a temperatura da substância refrigerante no condensador diminui mais rapidamente.
c) o fluxo de calor promove significativa elevação da temperatura no interior do refrigerador.
d) a liquefação da substância refrigerante no condensador exige mais trabalho do compressor.
e) as correntes de convecção nas proximidades do condensador ocorrem com maior dificuldade. 377
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Esquentando o ambiente externo ao refrigerador, atrapalhará a troca de calor entre o refrigerador e o ambiente,
fazendo com que o condensador tenha que trabalhar mais para elevar a temperatura interna para atingir o obje-
tivo de trocar calor com o ambiente externo.
Simplificando: uma maior temperatura externa = uma maior condensação/liquefação do fluido = um maior tra-
balho do condensador para elevar a temperatura interna para haver a troca de calor com o ambiente externo =
maior consumo. Resposta: Letra D.

2. (ENEM — 2022) O eixo de rotação da Terra apresenta uma inclinação em relação ao plano de sua órbita em torno do
Sol, interferindo na duração.

Pol
o No
rte
Tró
pic Círc
ulo
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ico
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r
Incidência direta DIA NOITE
Tró
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Pol
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Terra em 21 de dezembro

Uma pessoa instala em sua residência uma placa fotovoltaica, que transforma energia solar em elétrica. Ela monitora
a energia total produzida por essa placa em 4 dias do ano, ensolarados e sem nuvens, e lança os resultados no gráfico
do dia e da noite ao longo do ano.

Energia
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar

10/01 10/04 10/07 10/10 Dia


lm
gi

Disponível em: www.fisica.ufpr.br. Acesso em: 27 maio 2022 (adaptado)


ar
lm

Próximo a que região se situa a residência onde as placas foram instaladas?


gi

a) Trópico de Capricórnio.
b) Trópico de Câncer.
c) Polo Norte.
d) Polo Sul.
e) Equador.

Sabemos que as placas fotovoltaicas transformam calor do sol que chega até a Terra em forma de radiação em energia
elétrica, e sabemos que a quantidade de radiação que atinge o planeta aumenta a quantidade de calor que a placa tem
para poder absorver.
Na imagem percebemos que no dia 21 será o dia em que ocorrerá maior incidência de raios solares sobre a região
do Trópico de Capricórnio, pois é onde ocorre a incidência direta ao meio dia. Assim uma placa solar instalada
nessa região teria seu pico de produção de energia próximo ao dia 21 de dezembro. Como o gráfico mostra que no
dia 10 de janeiro é o dia com maior produção de energia podemos inferir que a placa foi instalada na região do
378 Trópico de Capricórnio. Resposta: Letra A.
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L0
DILATAÇÃO TÉRMICA
Quando fornecemos calor a um corpo, verificamos
que ele tem um aumento de temperatura; da mesma for- ΔL
ma, quando há liberação de calor, a temperatura diminui.
Além disso, por meio do conceito de temperatura,
sabemos que a maior agitação das partículas está asso- L
ciada a uma maior temperatura. No entanto, sabemos
que uma maior agitação está associada a uma neces- Logo, ΔL = L – L0 é a variação de comprimento, ou
sidade de espaço, o que faz com que as partículas se seja, a dilatação linear da barra na variação de tempe-
afastem uma das outras, aumentando as dimensões do ratura ΔT = T2 – T1.
corpo. Essa situação é denominada dilatação térmica. É relevante enfatizar que a variação do compri-
A seguir, vamos conhecer os tipos de dilatação mento depende do tipo do material que constitui a
térmica. barra e essa influência está no fato de que as intera-
ções mais fortes entre partículas do material fazem
DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS com que elas se afastem menos ao se dilatar e intera-
ções mais fracas fazem com que elas se afastem mais.
Em várias situações, como em construções de edifícios A grandeza física que mede essa influência é chamada
de concretos, nos trilhos de trem ou até mesmo nas calça- de coeficiente de dilatação térmica.
das, é necessário deixar um espaço, para que, ao serem Para o caso de dilatação linear, essa grandeza é
aquecidos pelo sol, tenham um espaço para se dilatar ou denominada α (letra grega alfa), coeficiente de dila-
quando a temperatura diminui, possam se contrair. tação linear.
Outro exemplo que podemos notar em nosso cotidiano Dessas relações, podemos escrever:
são os cabos de rede elétrica. Eles sempre apresentam uma
certa folga entre os postes e nunca são instalados totalmen- ΔL = L0 · α · ΔT
te esticados; isso é para evitar uma tração excessiva quan-
do a temperatura cai, o que poderia causar ruptura dos Onde:
fios e, consequentemente, uma interrupção de energia.
Em geral, com o aumento da temperatura, há z ΔL: dilatação;
aumento do volume de um corpo. No entanto, há z L0 : comprimento inicial;
situações em que a dilatação em uma das três dimen- z α: coeficiente de dilatação linear;
sões é mais significativa do que a variação do volume z ΔT: variação de temperatura.
do corpo na totalidade.
Assim, quando o corpo se dilata somente no com- Sendo ΔL proporcional ao comprimento inicial e à
primento, considerando apenas a variação em uma das variação de temperatura ΔT.
dimensões, trataremos de dilatação linear. Nos casos em O comprimento final (L) pode ser calculado da
que é considerada a variação da área superficial dos cor- seguinte forma:
pos, podemos afirmar que esse corpo apresenta dilata-
4

ção superficial. E, por último, quando há variação das L = L0 + ΔL


-2

três dimensões, tratamos de dilatação volumétrica.


13
.7

Substituindo o ΔL na equação acima, temos:


28
.8

Se liga! L = L0 (1 + α · ΔT)
18

A dilatação de um corpo depende de três fato-


-0

Dilatação Superficial
res: do material que o constitui, das dimensões
ar

iniciais e da variação de temperatura. Analogamente ao que foi dito para dilatação linear,
lm

podemos calcular a dilatação de uma placa.


gi

Vamos considerar que a face de um quadrado


ar

A seguir, vamos analisar os três tipos de dilatação. tenha área inicial A0, com uma temperatura inicial T1
lm

e, após ser aquecido, apresenta área final A e tempe-


gi

Dilatação Linear ratura final T.

A dilatação linear ocorre quando a variação em


uma única dimensão do corpo é mais relevante com
a aumento de sua temperatura. Nesse caso, a variação
do comprimento é o que nos interessa.
Vamos considerar uma barra metálica como apre-
A0
sentado na figura a seguir, com um comprimento
inicial L0 a uma temperatura inicial T1. Ao aumentar
a temperatura da barra para T2, o seu comprimento
FÍSICA

passa a ser L. ΔA

A
379
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É possível verificar que a variação da área ΔA DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS
depende do tipo de material que constitui a superfí-
cie, sendo diretamente proporcional à área inicial A0 Em comparação aos sólidos, os líquidos apresen-
e à variação de temperatura ΔT. tam forças de interação mais fracas entre as partícu-
las. No entanto, para estudar a variação de volume,
ΔA = A0 · β · ΔT deve-se considerar também a dilatação do recipiente
que contém o líquido, pois parte do calor que aquece
Onde: esse líquido é absorvida também pelo recipiente, que
tem suas dimensões modificadas ao dilatar-se. Assim,
z ΔA: dilatação; surge entre eles uma dilatação aparente.
z A0: superfície inicial; Ao analisar o caso em que o recipiente se encon-
z β: coeficiente de dilatação superficial; tra completamente cheio, ao aumentar a temperatura
z ΔT: variação de temperatura. do sistema, o recipiente deverá dilatar, mas o líquido
dilata mais que o recipiente. Aqui nota-se que parte
do líquido extravasa, no qual o volume extravasado é
Se liga! exatamente a dilatação aparente.
Logo, é possível perceber que a dilatação real do
O coeficiente de dilatação superficial do material
líquido é dada pela soma da dilatação volumétrica sofri-
que constitui a placa pode ser calculado por β = 2α. da pelo recipiente e a dilatação aparente do líquido:

ΔVLíquido = ΔVRecipiente + ΔVaparente


Dilatação Volumétrica

Sendo que, para cada ΔV, é possível escrever a rela-


Agora, vamos considerar que há dilatação nas três
ção de dilatação, ou seja:
dimensões, altura, largura e comprimento, aumentan-
do o seu volume. Considere um bloco com um volume
V0 · γ líquido · ΔT = V0 · γ recipiente · ΔT = V0 · γ aparente · ΔT
inicial V0 a uma temperatura inicial T1, que, após ser
aquecido, apresenta um volume V e uma temperatura
Nota-se que V0 e ΔT são os mesmos em todos os ter-
T2.
mos, logo:

γ líquido = γ recipiente + γ aparente

Sendo essa a relação entre os coeficientes de dilata-


ção volumétrica do líquido e do material do recipiente.

V Dilatação Anômala da Água


V0
4

Em geral, um líquido, quando aquecido, sempre


-2
13

dilata, aumentando o seu volume. No entanto, a água


.7

constitui uma exceção a essa regra, pois ao ser aque-


28

A variação do volume (ΔV) é diretamente proporcio- cida de 0 °C a 4 °C, tem seu volume diminuído. Apenas
.8

nal ao volume inicial (V0), a variação de temperatura (ΔT) para temperaturas acima de 4 °C a água dilata nor-
18

e depende do tipo de material de que é feito o bloco. malmente ao ser aquecida.


-0

Para entendermos melhor, observe o gráfico abai-


ar

ΔV = V0 · γ · ΔT xo, que representa a variação de volume de 1g de


lm

água para uma função da sua temperatura.


gi

Onde:
ar

Volume
lm

z ΔV: dilatação; (cm3)


gi

z V0: superfície inicial; 1,00080


z γ: coeficiente de dilatação volumétrica;
z ΔT: variação de temperatura. 1,00060

Sendo γ coeficiente de dilatação volumétrica do 1,00040


material.
1,00020
Seguindo a mesma forma que nos outros casos, o
volume final do bloco pode ser calculado pela relação: 1,00000
0 ºC 4 ºC 10 ºC 20 ºC Temperatura
V = V0 (1 + γ · ΔT)
É importante observar que a 4 °C o volume da água
O coeficiente de dilatação superficial é a constante é mínimo e, portanto, sua massa específica, essa sendo
característica do material que constitui o corpo e cuja a razão entre a massa da água e o volume ocupado
unidade é ºC⁻1 · (γ = 3 α). pela água, é máxima.
380
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Esse tipo de dilatação anormal da água explica por Da experiência de Joule, temos:
que um lago congela apenas na superfície. Durante o
resfriamento da água da superfície (até 4 °C), a densi- 1 caloria (cal) = 4,186 joule (J)
dade aumenta, e essa água desce, produzindo a subi-
da de água mais quente do fundo (convecção). É frequente o uso da unidade quilocaloria (kcal),
Isso ocorre até que toda a água do lago atinja 4 °C, no qual 1 kcal = 103 cal.
pois, a partir daí, quando a temperatura da água da
superfície diminui, seu volume aumenta, diminuindo
a densidade. Em consequência, essa água mais fria Se liga!
não desce mais e acaba solidificando. Esse gelo forma-
do na superfície isola o restante da água, fazendo com Por definição, a quantidade de calor de 1 cal ele-
que a temperatura do lago se conserve acima de 0 °C. va a temperatura de 1 grama de água em 1° C.

Dada a definição de calor, é possível descrever o


que acontece a um corpo quando uma quantidade de
CAPACIDADE CALORÍFICA E CALOR
calor é fornecida a ele ou retirada por ele. Podemos
ESPECÍFICO observar que esse corpo pode mudar de temperatu-
ra, porém pode haver também mudança de fase da
CAPACIDADE CALORÍFICA
matéria, na qual o calor pode ser classificado em dois
tipos: calor sensível e calor latente (esse veremos mais
A definição de calor pode ser entendida como a
adiante).
energia em trânsito entre corpos com temperaturas
diferentes; no entanto, essa definição só veio depois.
Antes, a comunidade científica considerava o calor CALOR SENSÍVEL
uma substância fluida, invisível e sem massa, presen-
te no interior dos corpos. E o termo que se utilizava Podemos definir calor sensível sendo aquele que,
para denominar essa substância era “calórico”, pro- fornecido a um corpo, provoca nele uma mudança
posto por Antoine Laurent Lavoisier. Ele considerava em sua temperatura. E, para entender melhor, vamos
o calórico como um dos elementos mais fundamen- conhecer duas grandezas físicas associadas à quanti-
tais da natureza; quanto mais quente fosse um corpo, dade de calor fornecida a um corpo: capacidade tér-
maior era a quantidade de calórico. mica e calor específico.
Outros físicos da época estudavam e realizavam
experimentos relacionados à teoria do calórico. Ben- Capacidade Térmica
jamim Thompson, por volta do ano de 1798, durante
seu expediente na fábrica de armas na qual ele traba- A capacidade térmica de um corpo pode ser defini-
lhava na Alemanha, observou que as brocas de aço da como sendo a quantidade de calor necessária para
esquentavam muito durante as perfurações de tubos
elevar ou diminuir a temperatura de um corpo de 1°C.
de aços nas produções de canhões e, para que as bro-
Em termos matemáticos, podemos defini-la como:
4

cas não derretessem, era necessário resfriá-las cons-


-2

tantemente com água.


13

Q
De acordo com a teoria do calórico, acreditava-se
.7

C=
que o calor era proveniente do material retirado da DT
28

broca, pois quanto mais quente fosse um corpo, maior


.8

Sendo:
18

era sua quantidade de calórico. Com isso, Thompson


propôs que se tentasse perfurar os canhões com bro-
-0

z Q: quantidade de calor;
cas que perderam a capacidade de perfurar, porém
z ΔT: variação temperatura.
ar

ele verificou que o calor produzido era ainda maior.


lm

Tendo isso em vista, Thompson começou a questio-


Para representar a capacidade térmica, usaremos
gi

nar o modelo que explicava o calórico como substância,


a letra C (maiúscula). Além disso, no SI, sua unidade
ar

que essa teoria devia ser repensada. Ele argumentou


lm

que o que acontecia era uma transformação de trabalho é J/K, porém pode ser usada também cal/ °C.
gi

mecânico em calor e que esta seria a forma de energia


responsável pelo aquecimento do sistema. Calor Específico
Só então, em 1847, o físico Hermann von Helmholtz
definiu calor como uma forma de energia e que Pode-se definir calor específico como a quantidade
para todas as formas de energia há o equivalente de calor que devemos fornecer a uma amostra de uma
em calor. E, um ano depois, durante um experimento, unidade de massa de um corpo para que ele possa
o físico James Joule conseguiu medir precisamente a sofrer um aumento de temperatura de uma unidade.
quantidade de calor produzida a partir de uma quan-
tidade determinada de energia mecânica e, com base Q
em seus resultados, a teoria do calórico foi rejeitada. c=
FÍSICA

m DT
Vamos representar pela letra Q a quantidade de
calor trocada entre os corpos com temperaturas dife- Sendo:
rentes. No Sistema Internacional (SI), a quantidade de
calor é medida em joule (J), em homenagem a James z Q: quantidade de calor;
Joule, porém é também muito utilizada a unidade z m: massa do corpo;
caloria (cal). z Δ T: variação de temperatura. 381
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Usaremos a letra c (minúscula) para representar Importante: podemos entender que mudança de
o calor específico. No sistema internacional, medimos fase é como uma transformação física, isto é, não há
calor específico em J/kg s, mas também se usa cal/g °C. interferência na sua composição química, o calor tro-
Se desenvolvermos a equação anterior, veremos cado com o corpo atua na forma de agregação de suas
que podemos escrever da seguinte maneira: partículas. A substância permanece a mesma ao final
do processo, porém em fases diferentes. Além disso,
Q = m · c · ΔT quando há transformação física, é possível reverter o
processo e a substância retorna a fase anterior. Quan-
Como podemos observar, para um mesmo mate- do as transformações são capazes de modificar a subs-
rial, quanto maior for a massa, maior será a quanti- tância e não é possível reverter o processo, chamamos
dade de calor que deve ser trocada para uma dada de transformação química irreversível.
variação de temperatura. Além disso, outra conclusão A seguir, podemos representar esquematicamente
que se pode tomar é que a variação de temperatura de as variadas mudanças de fase e seus respectivos nomes:
um corpo, ao trocar uma certa quantidade de energia
térmica, depende do material de que é constituído o z Fusão: é o processo de passagem da fase sólida
corpo (calor específico) e de sua massa. para a fase líquida;
A seguir, podemos encontrar na tabela o valor do z Solidificação: é o processo de passagem da fase
calor específico de algumas substâncias: líquida para a fase sólida;
z Vaporização: é processo de passagem da fase
líquida para a fase gasosa;
CALOR ESPECÍFICO
SUBSTÂNCIA z Condensação: é o processo de passagem da fase
(CAL/ G °C)
gasosa para a fase líquida;
Ouro 0,032 z Sublimação: é o processo de passagem da fase
sólida para fase gasosa;
Prata 0,056 z Ressublimação: também chamada de sublimação
Cobre 0,093 inversa, é a passagem da fase gasosa para a fase sólida.

Ferro 0,110
Sublimação
Alumínio 0,200

Gelo 0,550 Fusão Vaporização

Álcool 0,600

Água 1,000 Solidificação Condensação


ou
Liquefação
Como podemos observar na tabela anterior, quan-
to maior o calor específico, mais difícil é o aquecimen-
4

to ou resfriamento desse material ou substância, isto


-2

é, menor é a sua variação de temperatura quando


13

Gasoso
recebe ou perde uma mesma quantidade de calor.
.7

Sólido Líquido
28

Podemos, também, substituir Q na expressão da


capacidade térmica e teremos:
.8

Fonte: Toda Matéria5


18
-0

Q m ⋅ c ⋅ ∆T
C= ⇒C = ⇒ C = m⋅c Em termos matemáticos, o calor latente de mudan-
ar

∆T ∆T ça de fase pode ser calculado da seguinte maneira:


lm
gi

Essa expressão mostra que a capacidade térmica Q=m·L


ar

pode ser expressa também pelo produto entre a mas-


lm

sa e o calor específico de um corpo. Em que m é a massa da amostra e L é a constan-


gi

te que representa o calor latente. Esse depende da


CALOR LATENTE mudança de estado (fusão/solidificação ou evapo-
ração/condensação) e da substância. Sendo assim, a
Quando a quantidade de calor trocado com o meio quantidade de calor Q trocada durante a mudança de
provoca na substância ou no corpo uma mudança de fase de uma substância é dada pelo produto da massa
fase, denominamos calor latente de transformação. pelo calor latente L. Geralmente, utiliza-se a unidade
Para entender melhor, imagine um cubo de gelo ao cal/g para o calor latente de uma substância.
nível do mar; ao fornecer calor, ele atinge a tempera- É importante lembrar que durante a mudança de fase
tura de 0 °C e inicia a mudança de fase, de sólido para de uma substância, a temperatura não se altera até que
líquido e, se mantivermos a fonte de calor, a água aque- ocorra totalmente a mudança de fase. Logo, o cálculo do
cerá e, ao atingir a temperatura de 100 °C, novamente calor latente não considera a variação de temperatura.
irá passar por mudança de fase: líquida para gasosa. A seguir, vamos conhecer o que são as curvas de
Com isso, esse calor trocado é o que chamamos de calor aquecimentos e resfriamento e como elas se apresen-
latente de transformação ou de mudança de fase. tam graficamente.
382 5 GOUVEIA, R. Vaporização. Toda Matéria, 2023. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/vaporizacao/. Acesso em: 23 mar. 2023.
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T (ºC) Bacia com Bacia com água fria
água quente e cubos de gelo

or
Vaporização

p
Tvaporização/condensação

Va
Condensação
calor

o
uid
Tfusão/solidificação Fusão

Líq
Solidificação

o
lid

Q (cal)
Fonte: Mundo Educação6

Como podemos observar no gráfico anterior, as


curvas de aquecimento mostram como a temperatura Se liga!
de um corpo ou substância varia em função da quan-
tidade de calor trocada por ele. Deve-se levar em consideração a quantidade de
Tomamos como exemplo um bloco de gelo que está calor recebida e cedida pelo calorímetro caso ele
inicialmente a uma temperatura negativa, sob pressão não seja ideal, além de considerar a quantidade de
de 1 atm. Ao aquecê-lo e fornecer um fluxo de calor cons- calor que entra e sai do sistema por suas paredes.
tante, percebe-se que, com o passar do tempo, o calor
fornecido produz um aumento da temperatura do bloco
do gelo, até atingir seu ponto de fusão a 0 °C, sendo este o MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO
processo de mudança da fase sólida para líquida. Nesse
momento, a temperatura da mistura de água e gelo per- Você já deve ter ouvido falar dos três estados
manece constante em 0 °C, até que o processo de fusão se físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso. Lembra-
complete, isto é, até que todo gelo se transforme em água. -se deles? Você deve lembrar-se também de que um
Após terminar o processo de fusão, o fornecimen- dos principais fatores que permite condições para o
to de calor volta a produzir o aquecimento da água desenvolvimento da vida e a diversidade de espécies
até que ela atinja seu ponto de ebulição em 100 °C e a que habitam em nosso planeta é a existência da água
água começa a se transformar em vapor. A partir des- nesses três estados físicos, ou também podemos cha-
se instante, a temperatura da mistura de água e vapor mar de três fases.
para de subir e permanece constante em 100 °C até Essas mudanças de fase se devem às trocas de
que toda água se transforme em vapor. calor com o meio; além disso, independentemente do
É necessário destacar que, embora a temperatura estado físico em que uma substância se encontra, ela
permaneça constante durante o processo de mudança continua sendo a mesma. O que distingue o estado
de fase, o fornecimento de calor continua. físico da matéria é o grau de liberdade que os átomos
Do mesmo modo que há a curva de aquecimento, e moléculas possuem ao interagirem. Essa liberdade
existe também a curva de resfriamento. Ao passo que, pode ser entendida como a intensidade das forças de
se retirarmos progressivamente o calor, o fenômeno interação molecular.
ocorre de forma inversa. Na fase sólida, o grau de liberdade é muito peque-
no e a força de interação entre as moléculas é máxima.
4
-2

TROCAS DE CALOR EM UM CALORÍMETRO A forma e o volume das substâncias são bem definidos
13

e as moléculas ficam rigidamente unidas.


.7

Ao misturar duas ou mais substâncias em um No estado líquido, o grau de liberdade é maior e,


28

recipiente isolado do meio externo, elas trocam calor em consequência, a força de interação é menor; a for-
.8

entre si até que atinjam o equilíbrio térmico. Como já ma e o volume também são definidos.
18

mencionado, um sistema se encontra em equilíbrio Na fase gasosa, o grau de liberdade é máximo, não
-0

térmico quando todas as suas substâncias se encon- há praticamente forças de interação entre as molécu-
ar

trarem a uma mesma temperatura final. Isso faz com las, o volume e a forma são indefinidos.
lm

que não ocorram trocas de calor com o meio. E o reci- É necessário enfatizar que esses estados físicos
gi

piente no qual ocorrem essas trocas de calor é chama- são em um modelo ideal; com isso, vale lembrar que
ar

do de calorímetro, pois ele não permite as trocas de nem todas as substâncias se comportam desta manei-
lm

calor com a vizinhança. ra, isto é, como um modelo ideal. A seguir, podemos
gi

Podemos dizer que, para um sistema isolado, inde- visualizar, de forma ilustrativa, esses casos:
pendentemente do número de substâncias envolvidas,
a quantidade de calor recebido somada à quantidade
de calor cedido é igual a zero, ou seja, a soma de todas
as trocas de calor ocorridas dentro do calorímetro é Sólido
igual a zero. Logo, Líquido

∑Q =
0
FÍSICA

Sendo: Vapor

QRecebido + Qcedido = 0
6 ANJOS, T. A. Trocas de calor. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/trocas-calor.htm. Acesso em: 23
mar. 2023. 383
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Densidade do concreto:
EXERCÍCIO COMENTADO
mc
dc =
1. (ENEM – 2022) A variação da incidência de radiação Vc
solar sobre a superfície da Terra resulta em uma varia- dc · Vc = mc
ção de temperatura ao longo de um dia denominada
amplitude térmica. Edificações e pavimentações rea- Substituindo as informações que temos, ficamos com:
lizadas nas áreas urbanas contribuem para alterar as
amplitudes térmicas dessas regiões, em comparação Va · da · ca · ΔTa = Vc · dc · Cc · ΔTc
com regiões que mantêm suas características natu-
rais, com presença de vegetação e água, já que o calor ]Va · da · cag
= ΔTa = ΔTc
Vc · dc · Cc
]Va · da · cag DTc
específico do concreto é inferior ao da água. Assim,
parte da avaliação do impacto ambiental que a presen-
ça de concreto proporciona às áreas urbanas consiste =
Vc · dc · Cc DTa
em considerar a substituição da área concretada por
um mesmo volume de água e comparar as variações Sabemos que o volume de ambas as áreas é igual
de temperatura devido à absorção da radiação solar assim à razão entre a variação da temperatura da
nas duas situações (concretada e alagada). Despre- área concretada e da área alagada:

]1000 · 4, 2g
zando os efeitos da evaporação e considerando que
toda a radiação é absorvida, essa avaliação pode ser DTc da · ca
= = = 2,1. Resposta: Letra B.
realizada com os seguintes dados: DTa dc · cc 2500 · 0, 8

DENSIDADE CALOR ESPECÍFICO

c
kg
3 m b g oJC l TERMODINÂMICA
m
A termodinâmica é a área da física responsável
Água 1.000 4,2
por estudar como a energia térmica pode ser usada
Concreto 2.500 0,8 para produzir trabalho. E os estudos nesta área se
ampliaram e difundiram durante a Revolução Indus-
ROMERO, M. A. B. et al. Mudanças climáticas e ilhas de calor trial, com o surgimento das máquinas térmicas, pois
urbanas. Brasília: UnB; ETB, 2019 (adaptado). era necessário a compreensão do seu funcionamento
e como fazer com que elas tivessem um melhor rendi-
A razão entre as variações de temperatura nas áreas mento e melhores resultados.
concretada e alagada é mais próxima de: Nesta seção, vamos estudar o comportamento dos
gases, as leis da termodinâmica e as máquinas térmicas.
a) 1,0
b) 2,1 COMPORTAMENTOS DE GASES IDEAIS (EQUAÇÃO
c) 2,5 DE CLAPEYRON)
4

d) 5,3
-2

e) 13,1 Uma parte importante na termodinâmica é o estu-


13

do do comportamento dos gases. Os gases são fluidos


.7

altamente compressíveis, isto é, expandem-se espon-


28

Sabemos que quando um material recebe calor, sua


temperatura varia. Então, para resolvermos esse taneamente e ocupam toda capacidade quando conti-
.8
18

problema, precisamos calcular a quantidade de dos em recipientes. Um bom exemplo são os balões de
festas que são preenchidos com gás.
-0

calor que cada uma das áreas recebeu. Sabemos que


a quantidade de calor é: Neste tópico, vamos estudar os gases, os quais cha-
ar

maremos de gases ideais. Também chamado de gás


lm

Q = m · c · ΔT perfeito, o gás ideal é aquele em que os efeitos das


gi

forças intermoleculares e o tamanho de suas molécu-


ar

Como toda a radiação é absorvida, a quantidade las podem ser desprezados. Um gás real pode ter um
lm

calor que água recebe será a mesma do concreto. comportamento ideal se colocado sob baixas pressões
gi

e altas temperaturas.
Qa = Qc Para definirmos o estado de um gás, é necessário
conhecermos o volume que ocupa, sua temperatura e
Substituindo as informações que temos, ficamos com: a pressão exercida nas paredes do recipiente que ele
está contido. Essas grandezas, pressão (p), volume (V)
ma · ca · ΔTa = mc · cc · ΔTc e temperatura (T), relacionam-se e são chamadas de
variáveis de estado.
O enunciado não nos diz os valores da massa, Há uma equação que foi determinada experimen-
porém ele nos dá a densidade de cada material e seu talmente e que relaciona essas três variáveis de estado
volume, então podemos escrever a massa em função e o número de mols (n) de um certo gás. Essa equação
da densidade. ficou conhecida como equação de Clapeyron e pode
Densidade da água: ser expressa da seguinte maneira:

ma p·V=n·R·T
da =
Va
384 da · Va = ma Sendo R a constante dos gases ideais.
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O seu valor depende das unidades das variáveis do gás: Essa transformação foi estudada por dois físicos
franceses: Jacques Charles e Joseph Louis Gay-Lussac.
Para c 2 m, V ^m3h e T(K), teremos R = 8, 31
N J
Os resultados de seus experimentos mostraram que se
m mol $K a pressão permanecer constante, o volume e a tem-
sendo este no Sistema Internacional (SI). peratura absoluta do gás são grandezas diretamente
proporcionais.
Desta forma, podemos escrever:
atm $ L
Para p(atm), V(L) e T(K), teremos R = 0, 082 .
mol $ K
p 0 $ V0 p$V
Com isso, por meio dessa equação é possível cal- T0
= T
cular o volume molar de um gás. Além disso, verifica- Como p0 = p, temos:
-se que se o gás ideal apresentar o mesmo número de
mols, nas mesmas condições de pressão e temperatu-
V0 V
ra, deverá ocupar o mesmo volume. = T
Podemos dizer que quando uma certa massa de T0
gás se encontra a 0 °C (273 K) e pressão de 1 atm, ele E pode ser representado por um gráfico de volume
se encontra nas Condições Normais de Temperatura e por temperatura da seguinte maneira:
Pressão (CNTP).
Quando ao menos duas das três variáveis de esta- V
do se alteram, dizemos que o gás sofreu uma transfor-
mação. No tópico a seguir iremos estudar esses tipos
de transformações.

Se liga! T (K)
O número de unidades elementares existentes
em cada mol de matéria é representado pela Como a pressão é constante, em um gráfico de
constante de Avogadro que é NA = 6,022 · 10-23 pressão por temperatura e pressão por volume, as
moléculas/mol. Além disso, o número de mols representações ficariam da seguinte forma:
pode ser calculado por meio da relação n = ,
onde m é a massa da substância e M, a massa p p
molar dela.

TRANSFORMAÇÃO GERAL DE UM GÁS

Ao considerar uma certa quantidade de um gás


T (K) V
ideal contido dentro de um recipiente fechado, cujas
variáveis de estado inicialmente são P0, V0, T0, ao
4

Transformação Isovolumétrica
-2

sofrer uma transformação, suas variáveis de estado


13

final são dadas por p, V e T.


Na transformação isovolumétrica, o que permanece
.7

Pela equação de Clapeyron, podemos escrever os


28

dois estados do gás: constante ao longo da transformação é o volume do gás.


.8

O físico responsável por realizar os experimentos e verifi-


18

p $ v0 car essa transformação é Jacques Alexandre Cesar Char-


Inicial: p0 · V0 = n · R · T0 ou
0
-0

T0
=n$R les. Os resultados mostraram que, para uma determinada
massa de gás mantida a volume constante, a pressão exer-
ar

p$V
Final: p · V = n · R · T ou cida é diretamente proporcional à temperatura absoluta.
lm

=n$R
T Com isso, em termos matemáticos, podemos escrever:
gi

Como mostrado anteriormente, o gás está encerra-


ar

do dentro do recipiente fechado. Com isso, o número


lm

p0 · V0 p·V
de mols é o mesmo no início e no final da transfor-
gi

=
mação, logo, os segundos termos das duas igualdades T0 T
acima são iguais, o que permite igualar os primeiros
termos, pois também são iguais, desta forma: Nesse caso, V0 = V, logo

p 0 $ V0 p$V
T
= T P0 P
=
Essa é a equação geral de um gás. A seguir vamos T0 T
conhecer os tipos de transformação.
Podemos representar a transformação isovolumé-
FÍSICA

Transformação Isobárica trica em um gráfico de pressão por temperatura:

Durante uma transformação isobárica, a tempe-


ratura e o volume de um gás são alterados, porém, a
pressão é mantida constante.
385
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p Os gráficos de pressão por volume e volume por
temperatura são apresentados da seguinte maneira:

P V

T (K)

Como o volume é constante, em gráficos de volu- T (K) T (K)


me por temperatura e pressão por volume, teremos as
seguintes representações: Transformação Adiabática

V P
Em todas as transformações que vimos até aqui, o gás
troca calor com a vizinhança, já a transformação adiabá-
tica é aquela em que o gás não troca calor com o meio
externo. Isso pode ocorrer pelo fato de a transformação
ocorrer de forma rápida, o que faz com que não haja
tempo para que o gás troque calor com o meio externo.
T (K) V Nesta transformação são alteradas todas as variáveis
de estado do gás, ou seja, variam a pressão, volume e tem-
peratura. Desta forma, a equação geral dos gases é válida:

Se liga!
p0 · V0 p·V
A transformação isovolumétrica é também =
conhecida por isométrica ou isocórica. T0 T

Neste caso, o gráfico que nos interessa é de pressão


Transformação Isotérmica por volume e nele vamos considerar duas isotermas
em estados de temperatura T1 e T2, sendo T1 < T2, con-
Durante uma transformação isotérmica, a tempe- forme representado a seguir:
ratura do gás permanece constante. É muito comum
pensarmos que quando não há variação de tempera- p
tura, o gás não troca calor com o meio, no entanto,
essa concepção é errada.
O físico Robert Boyle, em 1660, realizou diversos B
experimentos, nos quais submeteu uma quantidade de p2
gás à temperatura constante a diversos valores de pres-
4

são. Os resultados mostraram que mantendo a tempe-


-2
13

ratura inalterada, a pressão e o volume desse gás são


.7

grandezas inversamente proporcionais, isto é, quando


28

se dobra o volume, a pressão se reduz à metade. Logo,


.8

T2
18

A
p0 · V0 p·V
-0

p1 T1
=
ar

T0 T
lm

V2 V1
gi

Imaginemos um gás contido em um cilindro. Par-


ar

Sendo T0 = T, temos:
lm

tindo do ponto A, onde temos p1, V1 e T1, uma certa


amostra desse gás será comprimida dentro do cilin-
gi

p0 · V0 = p · V dro, o qual se encontra isolado termicamente. Duran-


te essa compreensão, o sistema afasta-se da isoterma
Em um gráfico de pressão por volume, os dados T1 e aproxima-se da isoterma T2 no ponto B (p2, V2 e T2).
obtidos experimentalmente fornecem uma curva Se ligarmos esses pontos (A e B), teremos uma cur-
característica dessa transformação, e essa curva é va adiabática que representa uma compressão adia-
conhecida como isoterma. A seguir, podemos repre- bática. Em nosso exemplo, a curva está representada
sentar um gráfico característico: pela cor cinza.
P
LEIS DA TERMODINÂMICA

Neste módulo, vamos continuar nossos estudos


Isoterma sobre calor, porém vamos dar maior relevância ao
seu uso como fonte energética para realização de
trabalho mecânico, sendo esse o maior objetivo da
386 V termodinâmica.
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Vamos estudar, também, as duas leis da termo- Sabendo que a definição de pressão é dada por:
dinâmica, sendo que essas leis são responsáveis em
explicar os principais aspectos que dominam as
F
transformações de energia. p=
Em resumo, a primeira lei trata das trocas ener- A
géticas dos sistemas gasosos e dos princípios de con-
servação da quantidade de energia que podem ser Podemos manipular a equação acima e definir a
estabelecidos em todos os processos de transforma- força como sendo:
ção. A segunda lei trata da qualidade da energia nes-
ses processos. F=p·A

Trabalho Realizado em uma Transformação Gasosa Desta forma, substituindo a equação acima na
equação do trabalho, teremos:
Imagine agora uma certa quantidade de mas-
sa de um gás sofrendo uma transformação, no qual τ=p·A·d
há variação de volume. Esse gás exercerá uma força
resultante na base do êmbolo, que, por sua vez, sofre Sendo ΔV = A · d, temos que a definição de trabalho
um deslocamento . Ao mesmo tempo, uma pressão em uma transformação isobárica pode ser calculada
atua sobre as paredes do cilindro. Esse processo resul- da seguinte maneira:
ta em um trabalho τ realizado ou sofrido pelo gás.
O termo trabalho se destacará por diversas vezes τ = p · ΔV
em nossos estudos. A seguir, uma ilustração desse
procedimento: É relevante enfatizar que quando a transformação
sofrida pelo gás não é isobárica, a fórmula acima não
é válida, porém pode-se calcular o trabalho por meio
da área abaixo da curva em um gráfico de pressão por
volume:

p
d ΔV

τ τ = A (área da figura)

F
Sendo assim, o trabalho é numericamente igual à
V0 = T0 V=T área sob a curva.

Neste exemplo foi fornecida uma quantidade calor Primeira Lei da Termodinâmica
4

Q ao gás, que sofrerá uma transformação isobárica


-2

(pressão constante). Neste caso, houve uma expansão A primeira lei aborda a conservação de energia de
13

do gás, isto é, aumento de volume. um sistema. Além disso, ela verifica as trocas de ener-
.7

gia sofridas pelo gás. Há dois processos de trocas de


28

energia: trabalho e calor; com isso, o gás sofre uma


.8

Se liga! mudança de energia interna referente a essas duas


18

formas de troca de energia com o meio.


-0

Quando a variação de volume é positiva, houve Mas como se dá o cálculo da energia interna de
expansão do gás e ele realiza trabalho sobre o um gás? É relevante saber que a energia interna de
ar
lm

ambiente, trabalho positivo ΔV > 0 → τ > 0. um gás monoatômico é em função da sua temperatu-
Quando a variação de volume é negativa, houve ra. Com isso, consideramos o estado inicial de um gás
gi

compressão do gás e o ambiente realiza traba- contido em um recipiente, com n mols e a temperatu-
ar

lho sobre o gás, trabalho negativo ΔV < 0 → τ < 0. ra inicial T0, a energia interna é dada por:
lm

Quando não há variação de volume, transforma-


gi

ção isovolumétrica, não há realização de traba- 3


lho ΔV = 0 → τ = 0. U0 = n · R · T0
2

Agora, vamos calcular o trabalho τ da força exerci-


da sobre o êmbolo pela equação do trabalho: Ao fornecer uma quantidade de calor e ocorrer
aumento no volume do gás, a temperatura irá mudar
τ = F · d · cosθ para T e, em consequência, a energia interna final é
dada por:
FÍSICA

Sendo θ o ângulo formado entre a força F e o deslo-


camento d , como os vetores têm as mesmas direções,


3
o ângulo formado é zero. Logo, temos: U= n·R·T
2
τ=F·d
387
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Logo, podemos escrever que a variação de energia „ Transformação Isotérmica
interna de um gás é dada por:
Nesta transformação não há variação na tempera-
tura do gás, com isso, sua energia interna também não
3 pode variar. Logo ΔU = 0. Desta forma,
ΔU = U – U0 = nRΔT
2
τ=Q
Agora, podemos dizer que a variação de energia
Assim, o gás realiza trocas de calor com o meio,
interna de um gás, considerando as duas formas de
mas sua temperatura permanece constante. Esse
troca de energia, é dada pela diferença entre o calor fenômeno acontece pois todo o calor recebido será
trocado e o trabalho realizado: usado na realização de trabalho.

ΔU = Q – τ „ Transformação Isobárica

Nesta transformação não ocorre variação da pres-


Calor Trabalho são do gás, no entanto há variação de volume e tem-
entrando saindo peratura. Com isso, não se cancela nenhum termo na
equação da primeira lei da termodinâmica, sendo
ΔU assim a relação permanece a mesma: ΔU = Q – τ.

„ Transformação Adiabática

Na transformação adiabática, o gás não troca calor


Q positivo W positivo com o meio externo, logo, Q = 0. Desta forma, temos
que a variação de energia interna ΔU é dada por:

ΔU = –τ
Se liga!
São válidas algumas convenções de sinais: Se o gás realiza trabalho (τ > 0), mas não recebe
calor, a energia interna do gás deve diminuir ΔU < 0;
Quando ocorre uma expansão do gás, o sistema em consequência disso, a temperatura também dimi-
recebe calor, ou seja, Q > 0. Quando há compres- nui. Caso aconteça o contrário, se o gás sofrer trabalho
são do gás, o sistema fornece calor, ou seja, Q (τ < 0) sem trocar calor com o meio externo, a energia
< 0. interna aumentará ΔU > 0 e haverá aumento de tem-
peratura também.

z A Primeira Lei da Termodinâmica e as Trans- „ Transformações Cíclicas


formações Gasosas
4
-2

Quando um gás parte de um estado inicial de pres-


13

Quando os parâmetros de quantidade de calor são, volume e temperatura, passando por estados
.7

intermediários, e retorna ao mesmo estado inicial,


(Q), trabalho (τ ) e energia interna (U) variam, ou
28

podemos dizer que o gás sofreu uma transformação


.8

seja, assumem valores positivos, negativos ou nulos, cíclica. Como os estados inicial e final são os mesmos,
18

é necessário verificar como fica a equação mostrada permite-nos concluir que não há variação de tempera-
-0

anteriormente e como a primeira lei se aplica a cada tura, logo, a variação de energia interna é nula ΔU = 0.
ar

Além disso, como a transformação é cíclica, o calor


uma das transformações a seguir:
lm

trocado é equivalente ao trabalho realizado, com isso,


gi

não há variação de energia interna. A seguir, a repre-


„ Transformação Isovolumétrica sentação de uma transformação cíclica em um gráfico
ar

de pressão por volume:


lm

Como sabemos, nesta transformação não há varia-


gi

ção no volume do gás. Se o gás não sofre variação no p


volume, não há realização de trabalho. Com isso, A

ΔU = Q – τ
τ = Aciclo
Sendo τ = 0, a relação fica: Aciclo

ΔU = Q C B

V
Neste caso, quando o gás recebe calor, sua ener-
gia interna aumenta, e caso contrário, quando perde
Como mostrado na figura, o trabalho realizado
calor, sua energia interna diminui. Logo, pode-se con- numa transformação cíclica é numericamente igual à
cluir que as trocas de calor são utilizadas para alterar área do ciclo. Além disso, se o ciclo ocorre no senti-
388 a energia interna do gás. do horário, o gás realiza trabalho sobre o meio, isto é,
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trabalho positivo (τ > 0). Se o ciclo ocorre no sentido O rendimento η de uma máquina térmica é dado pela
anti-horário, o meio realiza trabalho sobre o gás, tra- relação entre a quantidade útil de energia que se obtém
balho negativo (τ < 0). e a quantidade total de energia fornecida à máquina. Em
outras palavras, o rendimento de uma máquina é a razão
Segunda Lei da Termodinâmica entre o trabalho τ realizado pela máquina e a quantidade
de calor Q1 que ela recebe. Com isso, podemos escrever:
Sabemos que o principal objetivo da termodinâmi-
ca é explicar o funcionamento das máquinas térmicas. x
h=
E a segunda lei vem discutir o que são essas máquinas Q1
e qual é o processo responsável por seu funcionamen- Para calcular o rendimento, em termos de porcenta-
to (o que envolve seu funcionamento). gem, basta multiplicar a equação anterior por 100, logo:
Neste tópico vamos mostrar também os dois enun-
ciados da segunda lei e o que eles representam. Além x
h= · 100
disso, discutimos também as transformações irrever- Q1
síveis e suas limitações.
Para que o rendimento de uma máquina seja 100%,
seria necessário que todo o calor Q1 fornecido fosse con-
z Máquinas Térmicas vertido totalmente em trabalho, mas isso nunca acontece.
Tendo isso em vista, podemos mostrar os dois enun-
Máquinas térmicas são dispositivos que têm a fina- ciados da segunda lei da termodinâmica. Enquanto a
lidade de transformar ou transferir energia, isto é, são primeira lei estabelece a conservação de energia em
dispositivos que operam em ciclos e, durante esse pro- qualquer transformação, esses enunciados estabele-
cesso, transformam calor em trabalho periodicamente. cem condições para que as transformações termodi-
As geladeiras, os motores dos automóveis e as locomo- nâmicas possam ocorrer.
tivas a vapor são exemplos de máquinas térmicas. O primeiro enunciado estabelece que:
O funcionamento de uma máquina térmica acon- O calor flui naturalmente de um reservatório quen-
tece da seguinte forma: há duas fontes térmicas, as te para um reservatório frio, mas nunca ao contrário.
quais vamos chamar de fonte quente e fonte fria. O segundo enunciado diz o seguinte:
Essas fontes estão ligadas à máquina térmica. Nenhuma máquina térmica que opera em ciclos
A fonte quente está a uma temperatura T1 e for- consegue transformar integralmente o calor em
nece energia na forma de calor Q1 à máquina. Parte trabalho.
desse calor é utilizado pela máquina térmica para rea-
lizar trabalho, e a outra parte, o calor excedente Q2, é z Máquinas Frigoríficas
rejeitado pela máquina térmica para a fonte fria, que
está a uma temperatura T2. É necessário enfatizar que Acabamos de falar que o calor flui espontaneamente
a temperatura da fonte fria é menor que a temperatu- do corpo mais quente para o corpo mais frio. Porém, há
ra da fonte quente T2 < T1. máquinas que realizam o processo inverso. Você, agora,
pode estar se perguntando se esse fato não violaria o
enunciado da segunda lei da termodinâmica. No entanto,
A seguir, uma esquematização desse processo:
só violaria caso esse processo ocorresse de forma espon-
4

tânea. Mas é necessário o fornecimento externo de ener-


-2

gia por meio de um processo forçado que ocorre através


13

Fonte quente
de um compressor que realiza o trabalho mecânico. Um
.7

bom exemplo são as geladeiras das nossas casas.


28

Q1 Os refrigeradores funcionam da seguinte forma:


.8

eles recebem calor Q2 da fonte fria e cedem calor Q1


18

para a fonte quente, devido ao trabalho τ realizado


-0

pelo compressor. Normalmente, a fonte fria está locali-


ar

zada no espaço que se quer refrigerar, retirando calor,


Trabalho
lm

Máquina realizado enquanto a fonte quente rejeita calor para o ambiente.


gi

térmica A seguir, uma esquematização desse processo:


ar
lm

Q2 Fonte quente
gi

Fonte fria Q1

T
De acordo com o princípio de conservação de ener-
gia demonstrado na primeira lei da termodinâmica, Refrigerador Compressor
temos que em uma transformação cíclica, a energia
interna é nula, ou seja, ΔU = 0. Logo, o trabalho reali-
FÍSICA

zado pela máquina térmica é igual à diferença entre a


quantidade de calor Q1 fornecida à máquina térmica e
a quantidade de calor Q2 rejeitada pela máquina. Des- Q2
ta forma, temos:
Fonte fria
τ = Q1 – Q2 389
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Logo, podemos concluir que as máquinas frigorífi- Q2
cas convertem trabalho em calor. h=1—
Q1
A eficiência (e) de um refrigerador é dada pela
razão entre a quantidade de calor Q2 recebida da fonte Desta forma, em função das temperaturas, o ren-
fria e o trabalho mecânico τ realizado pelo compressor: dimento de uma máquina que opere segundo o ciclo
de Carnot é:
Q2
e= T2
x
h carnot = 1 —
T1
CICLO DE CARNOT

As primeiras máquinas térmicas foram à vapor e DEGRADAÇÃO DA ENERGIA


possuíam um rendimento muito baixo. Com intuito de
melhorar esse rendimento, em 1824, o físico Sadi Car- Vamos imaginar um recipiente o qual é dividido em
not propôs um ciclo termodinâmico que proporciona- duas partes. Uma dessas partes é ocupada por um gás de
va um rendimento máximo a uma máquina térmica. nitrogênio e a outra parte, por gás oxigênio, e são separa-
Esse ciclo, chamado de ciclo de Carnot, opera entre das por uma placa removível. A seguir, uma ilustração:
duas fontes térmicas e consiste em duas transforma-
ções isotérmicas, uma a uma temperatura T1 (fonte
quente) e a outra a uma temperatura T2 (fonte fria), e
duas transformações adiabáticas, alternadas, confor-
me mostra o gráfico de pressão por volume:

A
O gás nitrogênio está sendo representado por bolinhas
e o gás oxigênio está sendo representado por triângulos.
B Se retirarmos a placa, os gases irão se misturar esponta-
neamente, e irá ocorrer uma distribuição dos dois gases
T1
dentro do recipiente, como mostra a figura a seguir:
D
T2
C
V

Como podemos ver, na figura temos um ciclo de


Carnot, no qual em:
4

z AB ocorre uma expansão isotérmica;


-2

z BC ocorre uma expansão adiabática; Se tomarmos esse exemplo, é praticamente impro-


13

z CD ocorre uma compressão isotérmica; vável, mas não é impossível, que os gases se separem
.7

z DA ocorre uma compressão adiabática.


28

novamente, isto é, voltem à ordem inicial que ocupa-


vam antes da retirada da placa. Os fenômenos natu-
.8
18

rais são irreversíveis e, nos processos naturais, há


Se liga!
-0

sempre a passagem espontânea de um estado ordena-


do para um estado desordenado.
ar

Segundo Carnot, nenhuma máquina térmica que Com isso, podemos dizer que a degradação da ener-
lm

opere entre duas temperaturas tem rendimento gia também é uma evolução para a desordem. Desta
gi

maior do que aquela que opera segundo o ciclo forma, pode-se anunciar o princípio da degradação
ar

de Carnot. da energia, sendo esta mais uma forma de enunciar a


lm

segunda lei da termodinâmica:


gi

No Universo, à medida que o tempo passa, dimi-


No entanto, é relevante enfatizar que por mais que
nui a quantidade de energia utilizável, ou seja, a
o ciclo de Carnot possua o maior rendimento entre as
energia se degrada.
máquinas térmicas, e seja considerado ideal, ele ainda
Também podemos entender que à medida que o
não possui um rendimento 100%.
Universo evolui, a desordem aumenta.
Em cada ciclo de Carnot, as quantidades de calor
Q1 e Q2 trocadas com as fontes quentes e frias são pro- Tendo isso em vista, podemos introduzir o con-
porcionais às respectivas temperaturas T1 e T2. Sendo ceito de entropia, dada pela variável de estado; nos
assim, temos: processos irreversíveis, ela representa a medida da
disponibilidade do emprego útil da energia. As trans-
Q2 T formações naturais sempre levam a um aumento na
= 2 entropia do Universo.
Q1 T1
Em termos matemáticos, podemos definir a varia-
Como sabemos que o rendimento de uma máquina ção da entropia de um sistema, representada pela
t
térmica é dado por h = Q e o trabalho é dado por τ = letra (S), como sendo a razão da quantidade de calor
1 (Q) cedida ou recebida durante uma transformação e
390 Q1 – Q2, com isso a equação fica da seguinte forma: a temperatura (T) correspondente:
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Q M 36g
ΔS = Para a moeda “D”: d = V = 4ml = 9 g/ml.
T
A entropia é medida em J/K no Sistema Internacional. Pode-se com concluir que somente as moedas “B” e
“D” possuem a densidade correta. Resposta: Letra D.

Se liga! 2. (ENEM – 2020) Mesmo para peixes de aquário, como


Todo sistema isolado que sofre uma transforma- o peixe arco-íris, a temperatura da água fora da faixa
ção irreversível tem sua entropia aumentada. ideal (26 °C a 28 °C), bem como sua variação brusca,
pode afetar a saúde do animal. Para manter a tempe-
ratura da água dentro do aquário na média desejada,
utilizam- se dispositivos de aquecimento com termos-
EXERCÍCIOS COMENTADOS tato. Por exemplo, para um aquário de 50 L, pode-se
utilizar um sistema de aquecimento de 50 W otimizado
para suprir sua taxa de resfriamento. Essa taxa pode
1. (ENEM – 2020) As moedas despertam o interesse de
colecionadores, numismatas e investidores há bastan- ser considerada praticamente constante, já que a tem-
te tempo. Uma moeda de 100% cobre, circulante no peratura externa ao aquário é mantida pelas estufas.
período do Brasil Colônia, pode ser bastante valiosa. O Utilize para a água o calor específico 4,0 kJ kg−1 K−1 L−1.
elevado valor gera a necessidade de realização de tes- Se o sistema de aquecimento for desligado por 1 h,
tes que validem a procedência da moeda, bem como qual o valor mais próximo para a redução da tempera-
a veracidade de sua composição. Sabendo que a den- tura da água do aquário?
sidade do cobre metálico é próxima de 9 g cm−³, um
investidor negocia a aquisição de um lote de quatro a) 4,0 °C.
moedas A, B, C e D fabricadas supostamente de 100% b) 3,6 °C.
cobre e massas 26 g, 27 g, 10 g e 36 g, respectiva- c) 0,9 °C.
mente. Com o objetivo de testar a densidade das moe- d) 0,6 °C.
das, foi realizado um procedimento em que elas foram e) 0,3 °C.
sequencialmente inseridas em uma proveta contendo
5 mL de água, conforme esquematizado. Aqui utiliza-se duas equações: potência térmica e
quantidade de calor, sendo P = 50W e ∆t = 1 h (desli-
gado) = 3.600 segundos. Então:
16 Q Q
P= → 50W = 3.600s → Q = 50 · 3.600 = 18.000J →
14 Δ
Volume de água (mL)

12 180 kJ
10 Agora, aplica-se a equação da quantidade de calor,
sendo Q = 180kJ, m = 50L, c = 4kJ kg−1 K−1 L−1 (observe
8 D que as unidades estão todas congruentes com a uni-
4

6 dade de calor específico). Então:


-2

C C
Q = m · c · ∆∅
13

4 B B B
180 = 50 · 4. ∆∅
.7

2 A A A A 180 = 200 · ∆∅
28

180
.8

Proveta Proveta Proveta Proveta Proveta ∆∅ = = 0,9 K, que possui mesma variação na
200
18

escala Celsius → 0,9 °C. Resposta: Letra C.


-0

Com base nos dados obtidos, o investidor adquiriu as


ar

moedas 3. (ENEM – 2020) Um mergulhador fica preso ao explorar


lm

uma caverna no oceano. Dentro da caverna formou-


gi

a) A e B. -se um bolsão de ar, como mostrado na figura, onde o


b) A e C. mergulhador se abrigou.
ar

c) B e C.
lm

d) B e D.
gi

Patm = 1,0 · 105 Pa


e) C e D. Bolsão de ar

Sabe-se que a densidade de um objeto é a divisão 50 m


da sua massa pelo seu volume. A questão forneceu 30 m
as massas de todos os objetos A, porém o volume
vamos encontrar analisando cada proveta: o que
subiu de água é o volume, em ml, da respectiva moe-
Rocha
da. Então: Água
FÍSICA

M 26g
Para a moeda “A”: d = = = 13 g/ml.
V 2ml Durante o resgate, para evitar danos a seu organis-
M 27g mo, foi necessário que o mergulhador passasse por
Para a moeda “B”: d = V = 3ml = 9 g/ml. um processo de descompressão antes de retornar à
M 10g superfície para que seu corpo ficasse novamente sob
Para a moeda “C”: d = V = 2ml = 5 g/ml. pressão atmosférica. 391
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O gráfico mostra a relação entre os tempos de des- Nesse viés, a força resultante neste ponto é igual a
compressão recomendados para indivíduos nessa zero, mas como ele está em movimento, passa da posi-
situação e a variação de pressão. ção de equilíbrio. No momento em que o bloco chegar
na posição (Xm), a velocidade dele será orientada para
cima, mas a força resultante e a aceleração permane-
descompressão (min)
100 ceram orientadas para baixo, e com isso a velocidade
80
irá diminuir ao passo que o bloco descerá novamente.
Tempo de

60
Podemos analisar essa situação na figura a seguir.
40
20
X y
100 200 300 400 500 600 700 m
Variação de pressão (kPa) X
0 1 2 3 4 5 6 7 t
Considere que a aceleração da gravidade seja igual a –X
m
10 m s−2 e que a densidade da água seja de ρ = 1 000
kg m−3.
Em minutos, qual é o tempo de descompressão a que Ao tirar uma foto de cada momento em que o bloco
o mergulhador deverá ser submetido? se movimenta, de forma a consolidar uma sequência
dele, pode-se construir um gráfico de posição ao longo
a) 100. do tempo, a fim de melhor analisá-lo. O bloco executa
b) 80. um movimento periódico, tendo em vista que exerce
c) 60. o mesmo movimento repetidas vezes, de forma idên-
d) 40. tica, em intervalos de tempos iguais. Podem ser defi-
e) 20. nidos alguns termos que estão presentes em todos os
movimentos periódicos.
Primeiramente, vamos calcular a pressão exercida
a 50 metros de profundidade.
X
P = P(água) m
P=d·g·h A 4
P = 1.000 · 10 · 50 0 1 2 3 –A 5 6 7 t
P = 500.000 N/m² ou –X
m
P = 500 kPa
Olhando para o gráfico, percebe-se que o tempo de
descompressão para 500 kPa é de 60 minutos. Res- O número de ciclos por uma unidade de tempo (s) é a
posta: Letra C. frequência (f), sendo sempre positiva e medida no SI por
hertz, em homenagem ao físico alemão Heinrich Hertz:
4
-2

ciclo
ONDULATÓRIA
13

1hertz = 1Hz = 1 = 1s–1


s
.7
28

PERÍODO, FREQUÊNCIA E CICLO


Define-se também a frequência angular, sendo 2
.8
18

multiplicando-a:
Um movimento periódico é todo aquele que se
-0

repete em intervalos de tempo iguais. Para tanto, será


ω = 2πf
ar

estudado o sistema mais simples que pode executar


lm

o movimento periódico. Imagine um bloco preso em


Além do mais, tem-se o período T, já que eles são
gi

uma mola, na vertical, conforme a figura abaixo.


recíprocos:
ar
lm
gi

1 1
f= ou T =
T f

t=0 t=1 t=2 t=3 t=4 t=5 t=6 t=7 Com essa definição, a frequência angular fica:


Em um primeiro momento são desconsideradas ω = 2πf =
todas as forças que atuam sobre o bloco e, conside- T
ra-se apenas a força que uma pessoa exerce para
puxá-lo para baixo, puxando-o até um ponto onde a MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES
mola se estica por completo no ponto (–Xm). Por conse-
guinte, são liberadas a força resultante e a aceleração, O Movimento Harmônico Simples (MHS) é consi-
orientadas para cima conforme o bloco sobe. Assim, derado o movimento oscilatório mais importante, por
ele ganha velocidade até atingir a posição de equilí- ser fácil de descrever matematicamente e exemplificar
392 brio em 0. muitas oscilações que são encontradas na natureza.
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Na física são usadas aproximações que no mundo Um exemplo de MHS é um pêndulo simples, como
real não existem, mas que funcionam muito bem nos na imagem a seguir:
cálculos. Isso ocorre tendo em vista que o conceito de
ideal na física é perfeito no mundo das ideias, ou seja,
em um experimento ideal a mola se deforma de modo
que não haverá nenhum dano a ela e, posteriormen-
te, terá retornado à sua posição de equilíbrio anterior,
— —
sem sofrer nenhum dano a suas propriedades, conso-
lidando molas ideais.
Isso não ocorre no mundo real. Caso você pegue L
uma mola e a estique completamente, é provável que
ela irá estragar, pois não voltará para a posição de
equilíbrio novamente. No caso das molas ideais, elas
obedecem à lei de Hooke, isto é, quando a força res-
tauradora (F) que age sobre a mola é diretamente pro-
porcional ao deslocamento x da posição de equilíbrio.
Assim, Para encontrar as equações do MHS, que corres-
Fαx pondem à posição e à velocidade que dependem do
Ademais, faz-se necessário encontrar uma cons- tempo: x(t) e v(t), analisa-se o movimento circular de
tante de proporcionalidade para tirar a igualdade da uma partícula.
equação. Nesse caso, tem-se a constante k, que repre-
senta a rigidez da mola. Sendo assim, quanto maior
y
for a constante elástica k, mais rígida será a mola e,
em consequência, mais difícil de ser comprimida ou
esticada. Dessa forma, a equação fica:
P
F = –kx A
θ
O sinal negativo corresponde ao fato de que a for-
ça exercida sobre a mola é do tipo restauradora. Nesse O X
âmbito, ela tende a restabelecer o equilíbrio, portan- X
to, sendo sempre oposta ao movimento do bloco a par-
tir da posição de equilíbrio.
A equação acima fornece uma força que, indepen-
dentemente do valor de x (sendo ele positivo, negati-
vo ou nulo), estabelece o módulo e o sinal da força. A
constante k é sempre positiva e no SI suas unidades são –X m Xm
N/m, newtons por metro. Em um caso especial onde
4
-2

não há atrito, com a equação da força elástica tem-se a


13

força resultante que atua sobre o bloco. Nesse cenário,


.7

em que a força é diretamente proporcional ao deslo- Projetando a posição da partícula no eixo x:


28

camento, o movimento é considerado um MHS.


.8
18

Assim, essa equação garante a força resultante que x


cosθ =
-0

age sobre a mola. Ao tratar da força restauradora que


A
age sobre qualquer objeto, faz-se necessário lembrar
ar

dos estudos da dinâmica, em especial, das leis de New-


lm

Assim, a posição da partícula pode ser encontrada


ton, preconizadas por um grande físico do século XVI
gi

isolando x:
que, em meio a uma pandemia, teorizou as leis que
ar

regem o movimento dos corpos e inventou o cálculo


lm

x = Acosθ
diferencial e integral.
gi

Em consonância à segunda lei de Newton, tem-se


Ao considerar que em t = 0, o fasor é um núme-
que a força resultante que age sobre um corpo é igual
ro complexo que representa uma função seno com
à massa vezes a aceleração, ou seja: 
amplitude A, frequência angular ω e uma fase 𝜙, ele
→ → torna-se útil para representar um movimento de um
F = ma
vetor que está no plano xy e girando com velocidade
angular constante ω.
Substituindo, Reescrevendo a equação acima, tem-se:
FÍSICA

k x(t) = Acos(ωt + 𝜙)
a=– x
m
Agora, com a equação completa para explicar o
fasor, a equação projetada nos eixos x e y fica:
Obtém-se, então, a aceleração do componente x do
MHS, sendo uma aceleração que não é constante. → ^
x (t) = A(cos(ωt + 𝜙)x+sen(ωt + 𝜙)ŷ) 393
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Ou seja, essa é a representação do vetor girante; é v
uma forma bidimensional de representar o vetor ao senθ =
vc
longo do tempo, como representado na figura a seguir:

Do MCU são consolidadas as equações de velocida-


y
de e para o ângulo inicial:

v = ωR → v = ωA e θ = 𝜙 + ωt
e
A
θ = 𝜙 + ωt
θ
Por conseguinte, ao substituir as equações,
O X
vc = v ∙ senθ
vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt)

Além do mais, torna-se necessário inverter os


parâmetros do seno. Para isso, faz-se uso das relações
trigonométricas, então:
y
a = – ω2 ∙ A ∙ cos(ωt+𝜙)

Se liga!
Para explicar por que aparece o sinal negativo na
expressão acima, é preciso fazer o uso de algumas
relações trigonométricas. Na primeira, tem-se:
X
sen (a + b) = sen (a) cos (b) + sen (b) cos (a)

Em uma segunda relação,

–sen (b + a) = –sen (b) cos (a) –sen (a) cos (b)

Pode ser isolado o sinal de menos na segunda


A equação anterior é a função horária para o MHS, expressão. Assim,
4
-2

onde x é o deslocamento do MHS em função do tempo,


13

A é a amplitude do movimento, ω é a frequência angu- –sen (b + a) = –[sen (b) cos (a) + sen (a) cos (b)]
.7

lar, t é o tempo e θ é o ângulo de fase do MHS.


28

Vamos agora analisar a velocidade no MHS: Ao isolar o sinal de menos da equação acima,
.8

volta-se a primeira equação (sen(a+b)=sen(a)


18

cos cos (b) +sen(b)cos (a)), mas com um sinal


-0

y Zoom! de menos na frente, sendo assim, ao fazer uso


ar

VC dessas relações, observa-se que –sen (b + a) =


lm

VC —[sen (a + b)].
θ
gi

P
ar

A
lm

V Com essa equação é possível analisar quando será


θ
gi

disposta a velocidade máxima que qualquer objeto


O V X pode ter em um MHS, sendo assim, os valores máxi-
mos e mínimos para o seno são 1 e -1, então,
X
π
sen (ωt+𝜙) = 1 → ωt + 𝜙 =
2

e
Essa é a mesma figura em que analisamos a posi-
ção da partícula, mas agora vamos analisar a velo- 3π
sen (ωt + 𝜙) = –1 → ωt+𝜙 =
cidade, tanto a que está representada no Movimento 2

Circular Uniforme (MCU), sendo designada por vc
quanto a velocidade projetada no eixo x e está repre- Logo, a velocidade máxima ocorre quando o obje-

sentada por v. Pelo zoom dado na partícula, nota-se to passa pela posição de equilíbrio, em que a sua velo-
→ →
394 que v é a projeção de vc no eixo x, sendo assim: cidade em módulo será:
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Vmax = ωA X
X
Agora, será analisada a aceleração no MHS. Pri- m
meiro observe a figura a seguir:

0 T T 3T T t
y 4 2 4
–X
Zoom! m

a cp P a cp
T X
A θ
0 A
θ a T
0
O a X 4
T
X –A
2
3T
0
4
A aceleração da partícula é representada mediante T A
a projeção do seu movimento no eixo x, de modo que:
O gráfico da posição da partícula ao longo do MCU
tem a tabela de valores com as posições mais relevan-
a
cosθ = tes do objeto.
acp Para a velocidade versus tempo, tem-se:

V
Assim, isolando a,
ωA
a = acp cosθ

Onde θ = 𝜙+ωt , tem-se: 0 T T 3T T t


4 2 4
–ω A
a = –acp cos(ωt+𝜙)

Onde acp é a aceleração centrípeta sofrida pela par-


tícula, sendo definida por acp = ω2A. T V
0 0
4
-2

a = – ω2 · A · cos(ωt+𝜙) T
13

– ωA
.7

Dessa forma: x(t)=Acos(ωt+ϕ) e a(t) = –ω2 ∙ A ∙ cos ∙ 4


28

(ωt+ϕ), na equação da aceleração pode-se simplificar T


.8

como a = –ω2 x. 0
18

2
A aceleração máxima ocorre quando um objeto no
-0

MHS está no máximo da amplitude, assim: 3T


ωA
ar

4
lm

cos(ωt + 𝜙) = 1 → ωt + 𝜙 = 0 T 0
gi
ar

e
Gráfico da velocidade versus o tempo tem a equa-
lm

ção negativa, perante a função seno. Desse modo, cor-


gi

cos(ωt + 𝜙) = –1 → ωt + 𝜙 = π
responde a um gráfico com a concavidade para cima e
começado em zero.
Sendo assim, em módulo:
Por fim, será analisado o gráfico da aceleração:
a = ω2A a
2
Para compreender melhor todos os conceitos ωA
apreendidos até agora sobre o MHS e também auxiliar
sobre os próximos conceitos, que serão sobre a ener-
gia do MHS, serão analisados os gráficos de posição 0 T T 3T T t
FÍSICA

versus tempo, velocidade versus tempo e aceleração 4 2 2


2
2r –ω A
versus tempo, considerando ϕ = 0 e ω = . Primeiro,
T
segue o gráfico da posição versus tempo.

395
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T A Anteriormente, foram encontradas relações para a
0 – ω2A posição e velocidade do MHS. Nesse sentido, a partir
de dados já aprendidos:
T
0
4
m(– ωAsen(ωt+𝜙))2 k(Acos(ωt+𝜙))2
T E= +
ωA
2
2 2
2
3T Elevando ao quadrado os termos, encontra-se:
0
4
T – ω2A mω2 A2 sen2 (ωt+𝜙) kA2cos2 (ωt+𝜙)
E= +
2 2
Gráfico da aceleração versus o tempo tem uma
equação negativa, perante a função cosseno, em que kx
Da equação a = –ω2x = – sendo a massa igual a
se observa que o gráfico já começa em (–ω2A), pois o m
valor de T = 0. k
m= 2 , substituindo a m na equação acima, obtém-se:
Com o auxílio dos gráficos e das tabelas anterior- ~
mente demonstradas, será feita uma análise da ener-
gia do MHS. A única força que atua sobre o bloco kA2sen2 (ωt+𝜙) kA2cos2 (ωt+𝜙)
referente à primeira figura é a força conservadora da E= +
2 2
mola. Considerando-a como uma mola ideal, não exis-
tem forças horizontais e, assim, a energia mecânica
Há um termo em comum na equação acima, que é
total do sistema é conservada, supondo também que 2
a mola não tem massa. ka
, logo, isolando esse termo:
A energia cinética é dada por: 2

mV2 mvx2 kA2


K= →K= E= (sen2(ωt+𝜙)+cos2(ωt+𝜙))
2 2 2

Temos uma relação trigonométrica em que θ + sen2


E a energia potencial:
θ = 1, dessa forma:

kx2
U= kA2
2 E=
2
A energia mecânica total é E = K + U, logo:
Em síntese, utilizando as equações da posição e
4

velocidade foi possível comprovar a conservação de


-2

mvx2 kx2
13

E= + energia no MHS.
.7

2 2
28

PULSO E ONDAS
.8

Estando em uma única dimensão, v = vx, a energia


18

mecânica total E está relacionada com a amplitude do Pulso


-0

movimento A, que é seu deslocamento máximo a partir do


ponto de equilíbrio. Sendo que o bloco vai indo de –A até
ar

As ondas estão presentes em praticamente tudo na


A, com as velocidades iguais a zero nestes pontos, vx = 0.
lm

sociedade, seja para enxergar algo, enviar mensagens,


Assim, nestes pontos a energia é inteiramente potencial, e
gi

assistir TV, ouvir músicas etc. Para iniciar os estudos


ar

de ondas, imagine um sistema com um pistão que


lm

kA2 pode se movimentar na vertical com uma corda presa


E=
gi

2 a ele, enquanto uma segunda corda se mantém fixa


em outra extremidade. Para ficar mais fácil de anali-
Como E é constante, seu valor sempre será igual a sar essa situação, observe a figura a seguir:
2
ka
, em qualquer outra posição. Assim, voltando na
2
equação:

mvx2 kx2 Crista Amplitude


E= +
2 2

Tem-se:

Vale
mvx2 kx2 kA2
E= + = = constante
396 2 2 2
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Considerando um pistão que realiza o movimen- Alto-falante
to de subir e descer, ele vai produzir uma onda que
irá se propagar na corda, como pode ser analisado na t1
figura; essa perturbação é conhecida como pulso. Um
pulso faz parte de uma onda; agora, quando o movi-
t2
mento de sobe e desce do pistão acontece repetidas
vezes, tem-se uma sequência de pulsos, formando,
assim, um trem de ondas. O pulso move-se sem alte- t3
rar a estrutura da corda, ou seja, os outros pontos na
corda não sofrem deformação, mas quando o pulso
Uma outra situação possível seria ter os dois movi-
passa, eles se deformam e depois voltam à posição
mentos longitudinais e transversais, assim derivando
original, assim o que se propaga é a energia e a defor-
as ondas mistas. Tal movimento pode ser observado
mação da corda. na superfície de líquidos.
Imagine um canal com água, com uma placa que
Ondas pode se movimentar para frente e para trás na extre-
midade esquerda. Ao fazer uma perturbação que se
Afinal, o que são ondas? propaga ao longo do canal, as partículas que estão na
De modo geral, as ondas transportam energia e superfície do líquido descrevem trajetórias circulares,
movimento de um ponto a outro, mas sem transpor- que tem componentes longitudinais e transversais.
tar matéria entre esses pontos. Existem as ondas Como observa-se na figura a seguir.
sonoras, que podem se propagar em líquidos, sólidos
Barra móvel Barra móvel
e gases, mas elas não se propagam no vácuo (infor-
mação importante pois se pudéssemos ouvir os sons V
V
do espaço ouviríamos diversos ruídos e sons, pro-
vavelmente, o tempo todo). Além disso, podem ser
encontradas as ondas luminosas, que se propagam
em sólidos (caso eles sejam transparentes ou translú-
cidos), em líquidos, em gases e também no vácuo. Além da classificação das ondas, elas também podem
Destarte, as ondas podem ser classificadas em ser analisadas por sua dimensão de propagação.
ondas transversais, longitudinais e mistas. O mundo possui diferentes dimensões, bem como
Vamos, agora, classificar essas categorias de ondas. largura, altura e profundidade, havendo espaço para
Começando com as ondas transversais, exempli- a discussão de quantas existem no universo. Elas são
ficando, imagine uma corda esticada (mesmo exemplo definidas, muitas vezes, como eixos no plano cartesia-
dado acima com o pulso); ao agitar o lado esquerdo no. Assim, em uma dimensão, uma partícula pode se
da corda, compreende-se uma agitação se propagan- mover apenas no eixo x ou y ou z. Enquanto isso, para
do durante a corda, da esquerda para a direita. Nesse duas dimensões são trabalhados dois eixos que for-
4

mam um plano de coordenadas, sendo um plano xy.


-2

viés, o pulso produzido vai se propagando na corda,


Por outro lado, para três dimensões são relacionados
13

mas o deslocamento nesse meio é perpendicular ou os três eixos que definem a posição de algo no espaço.
.7

transversal à direção de propagação da onda, assim Para tanto, serão tratados alguns exemplos de
28

tendo o movimento designado por onda transversal. dimensões, relacionando-as com ondas. As ondas
.8

unidimensionais correspondem à propagação em


18

apenas uma dimensão, por exemplo, cordas de violão,


-0

linhas da pipa, entre outras. De outro modo, as ondas


ar

V V
bidimensionais são aquelas que se propagam em um
lm

plano, por exemplo, ondas sobre a água. E, por fim, as


gi

ondas tridimensionais propagam-se nas três dimen-


ar

sões, como as ondas sonoras.


lm

Com relação à natureza dessas ondas, elas podem


Já, em outra situação, tem-se uma mola presa,
gi

ser de dois tipos: mecânicas e eletromagnéticas.


parecida com o esquema apresentado acima. Ao reali- Vale ressaltar que a diferença entre ambas é o vácuo.
zar uma perturbação, puxar a mola para frente e para As ondas mecânicas são ondas que precisam de
trás, poderá ser observada uma vibração paralela à um meio para se propagar; elas se formam quando há
direção do movimento do pulso. Cada partícula que uma perturbação em um meio elástico, ou seja, a onda
compõe a mola oscila para frente e para trás na mes- precisa de um meio material para se propagar, como o
ma direção de propagação da onda, esse movimento é ar, a água, o osso (como alguns fones de ouvido), cor-
chamado de onda longitudinal. das, entre outras.
Agora as ondas eletromagnéticas são geradas pela
Podem ser relatados outros exemplos desse tipo
oscilação de cargas elétricas. Logo, uma carga elétrica
FÍSICA

de onda, como o som produzido por um alto-falante.


em movimento gera uma onda eletromagnética, como
Nesse ponto, como é produzido esse som e como seria ondas de rádio, raios-X, ondas luminosas, entre outras.
essa onda? A resposta é que a vibração promovida Além disso, essas ondas podem se propagar no vácuo
pela bobina altera a pressão do ar e as partículas que e em meios materiais. Vale ressaltar que elas são mui-
são arrastadas, ou seja, compreende-se uma massa de to usadas hoje em dia em redes móveis e wi-fi. Outro
ar colocada em movimento. Para exemplificar: ponto a ser notado é que as ondas eletromagnéticas são 397
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definidas por um campo elétrico e campos magnéti- Ao começar o estudo da física, um dos primeiros
cos, oscilando perpendicularmente entre si e se propa- conceitos aprendidos refere-se à velocidade, defi-
gando no espaço. nida pela variação da distância dividida pela variação
Observe a figura a seguir: do tempo. Assim,

Z →
Campo Magnético E → Δx
V=
Δt

Y A velocidade é um vetor, mas pode ser trabalhada


em módulo. No caso das ondas, a distância é Δx = λ e o
Z tempo é ΔT = T, onde T é o período. Ao substituir esses
X Campo Magnético B
termos na equação acima,

As componentes de E e B são semelhan- λ


tes, pois possuem igual período, mas em direções v=
T
perpendiculares.
Ao analisar a equação, a frequência pode ser subs-
ONDAS PERIÓDICAS
tituída. De maneira que,
Neste tópico serão especificados os temas aprendidos. v = λf
Para isso, serão definidos alguns conceitos matemáticos
para serem utilizados como ferramenta de trabalho. Lembrando que a velocidade dos pontos que
Primeiramente, as ondas periódicas são ondas oscilam em MHS é dada pela equação: (19), v(t)=
que oscilam de forma idêntica em intervalos de tem- ~A
pos iguais (uma sequência de pulsos). Um bom exem- .
sen (~t + ])
plo para esse tipo de onda é o Movimento Harmônico Em sequência às ondas periódicas transversais,
Simples (MHS). Para que seja melhor a sua compreen- serão estudadas as ondas periódicas longitudinais.
são, segue a figura: Um outro exemplo para esse tipo de onda pode ser
promovido por um cilindro que contém um gás com
V um êmbolo em uma das suas extremidades, quase
uma seringa. Observe a figura a seguir.
Fonte
A 3
0 1 2 –A 4 5 6 t
4
-2
13
.7

Nela há uma onda produzida por um MHS, onde


28

A é a amplitude da onda e v é a velocidade de pro-


.8
18

pagação. Em todos os pontos dessa onda consta a


mesma frequência e amplitude da fonte, ou seja, um
-0

movimento periódico. Em todas as ondas são com- λ


ar

preendidos os pontos mais altos e os mais baixos,


lm

denominados cristas e vales, respectivamente. Define- Imagine que esse êmbolo fique oscilando em MHS,
gi

-se, então, a distância entre dois vales ou duas cristas, promovendo, assim, ondas longitudinais. Quando o
ar

como um comprimento de onda designado pela letra êmbolo executa seu movimento ele comprime o gás,
lm

grega lambda (l). o que faz com que as moléculas fiquem agrupadas
gi

em uma determinada região, e em outras regiões com


b λ f poucas moléculas do gás. Como o êmbolo faz esse
movimento na horizontal, de forma periódica, produ-
zirá várias regiões de moléculas agrupadas e regiões
com poucas moléculas, de maneira padronizada.
e Nesse âmbito, pode ser feita uma analogia com o
a c g
caso das ondas longitudinais, isto é, onde perpetuam
regiões com moléculas agrupadas identificadas como
d m picos e as regiões com poucas moléculas, os vales.
v 2 Sendo assim, as considerações podem ser refeitas,
encontrando a velocidade como v = λf.
O comprimento de onda é definido pela menor dis- As ondas mecânicas precisam de um meio elástico
para se propagarem, logo, a velocidade irá depender
tância entre dois pontos que oscilam em fase. Todavia,
deste meio. Ao analisar, entende-se que essas ondas
quando existem dois pontos que não estão em fase,
dependem somente das características do meio, que
m
398 pode ser definido o meio comprimento de onda ( ). podem ser a densidade e a elasticidade. Um exemplo
2
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dessa ocorrência é a sirene de uma ambulância que Reflexão
depende somente das propriedades do ar, e não do
movimento da ambulância. A reflexão ocorre quando uma onda encontra um
obstáculo, e ao se chocar com esse obstáculo o sentido
FENÔMENOS ONDULATÓRIOS de movimento da onda é alterado.

Os efeitos ondulatórios estão presentes no coti- Refração


diano da sociedade, seja na comunicação, que quase
inteiramente depende de ondas, para falar e ouvir Corresponde ao momento em que uma onda sofre
(por quem fala e por quem ouve), além de tudo um desvio em sua direção de propagação ao mudar o
o que depende da luz, que por sua vez são ondas meio onde está sendo propagada.
eletromagnéticas.
A forma com que as ondas se propagam intrigava
Interferência
os filósofos naturais, entre eles o filósofo, físico, mate-
mático e astrônomo Christiaan Huygens, um holandês
É a interação que ocorre quando duas ondas em
que viveu no século XVII e formulou as bases para a
propagação se encontram. O resultado dessa interfe-
teoria ondulatória da luz.
Huygens propôs que a propagação das ondas acon- rência depende das frequências das ondas e de suas
tece, tendo em vista que cada ponto da frente de onda fases.
atua como uma fonte que gera uma onda através da Quando são encontradas duas ondas com a mes-
transferência de energia, mantendo as características ma frequência e fase interagindo, tem-se uma inter-
da onda inicial. Esses pontos são chamados de fontes ferência construtiva. A amplitude do sinal gerado
secundárias e as ondas geradas por eles são chamadas por essa interferência será a soma das amplitudes das
de ondas secundárias. duas ondas originais.
A proposta de Huygens resulta em três consequências: Sob outra perspectiva, quando duas ondas de igual
frequência estão completamente fora de fase, isto é,
z a frente de onda A’ envolve todas as ondas secun- o vale de uma onda coincide perfeitamente com o
dárias criadas pelas fontes secundárias; pico da outra onda, consolida-se uma interferência
z a distância entre A e A’ em uma onda periódica é o destrutiva. A amplitude do sinal gerado por essa
comprimento de onda λ; interferência será a aniquilação do sinal, enquanto a
z o raio de onda é sempre perpendicular, isto é, tem amplitude final do sinal será zero.
um ângulo de 90º com a frente de onda. Por fim, quando duas ondas de mesma frequência
se encontram fora de fase, isto é, o vale de uma onda
Para ilustrar, tem-se:
não coincide com o pico da outra onda, consolida-se
uma interferência que gera um sinal intermediá-
rio entre os dois sinais originais.
4

1
-2
13

EXERCÍCIO COMENTADO
.7
28

1. (ENEM – 2022) O sinal sonoro oriundo da queda de


.8
18

2 um grande bloco de gelo de uma geleira é detectado


-0

por dois dispositivos situados em um barco, sendo


que o detector A está imerso em água e o B, na proa
ar

da embarcação. Sabe-se que a velocidade do som na


lm

água é de 1 540 m/s e no ar é de 340 m/s.


gi
ar

3
lm
gi

λ
A A’ B

Difração
A
Difração é o fenômeno que ocorre quando uma
onda encontra um obstáculo e ocasiona uma flexão
FÍSICA

das frentes de ondas. Esse fenômeno permite que Os gráficos indicam, em tempo real, o sinal sonoro
ondas contornem obstáculos, desde que eles possuam detectado pelos dois dispositivos, os quais foram
tamanhos próximos aos do comprimento de onda. Um ligados simultaneamente em um instante anterior à
exemplo comum é quando uma onda passa por uma queda do bloco de gelo. Ao comparar pontos corres-
fenda. Ao passar pela fenda, a onda plana torna-se pondentes desse sinal em cada dispositivo, é possível
uma onda esférica. obter informações sobre a onda sonora. 399
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Sendo assim:
A
ΔSa ΔSb
Va e e Vb =
Sinal Ta Tb

Sabemos que: ΔSa = ΔSb = L


Isolando o tempo nas expressões de velocidade, fica-
L L
mos com: Ta = e Tb =
Va Vb
208 220 232 244 Substituímos o valor na equação da diferença de
tempos.
Tempo (s)
L L
— = 12
340 1.540
B
1.540L — 340L
= 12
Sinal

1.540 · 340

1.200L
= 12
1.540 · 340
208 220 232 244
12L
Tempo (s) = 12
154 · 34
A distância L, em metro, entre o barco e a geleira é
mais próxima de: 12L
= 12
a) 339 000 154 · 34
b) 78 900
c) 14 400 1L
d) 5 420 =1
e) 100 154 · 34
Existe uma diferença de velocidade no som quan- L = 154 · 34 = 5.236
do esse viaja em meios diferentes por isso o gráfico
4

O exercício pede a resposta mais próxima, logo a


-2

mostra uma diferença no instante em que o pulso é


13

medido para cada detector. resposta correta será 5.420. Resposta: Letra D.
Ao observamos o gráfico podemos pegar como ins-
.7
28

tante que o pulso é medido o instante onde o pulso


.8

termina. Para o gráfico A notamos que esse instante


18

não possui um valor na escala, por isso precisamos


PRINCÍPIO DA ÓTICA GEOMÉTRICA
-0

descobrir qual o valor na escala mais próximo de


onde esse pulso foi medido. Para isso iremos fazer
ar

a média entre os dois valores que temos 220 e 232. REFLEXÃO


lm
gi

Nesta etapa, falaremos sobre alguns aspectos da


220 + 232 452
ar

Ta = = 226s luz. Para isso, é importante relembrar, conforme os


lm

2 2 estudos sobre ondas eletromagnéticas, que a luz pos-


gi

sui natureza ondulatória.


Vale ressaltar que embora compreendamos a luz
O mesmo pode ser feito para o pulso no ar. como onda eletromagnética, todos os conceitos acerca
da ótica geométrica baseiam-se na ideia de raios de
232 + 244 476 luz, representados simplesmente por linhas.
Tb = = 238s
2 2

Agora podemos saber a diferença entre o tempo de


detecção dos dois sinais.
h
Tb — Ta = 12s

Sabemos que a velocidade é constante quando a


onda se propaga por um único meio então podemos
400 calcular Ta e Tb a partir da velocidade das ondas.
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Quando uma lâmpada está ligada, conseguimos usados em óticas quando você vai experimentar um
identificar como fonte luminosa, pois a luz emitida óculos) ou diminuindo a imagem de forma que você
por ela chega até nossos olhos; entretanto nem todos pode observar o ambiente de maneira ampla (como
os objetos que estão ao seu redor emitem luz. Vimos os espelhos presentes em ônibus). Assim, denomina-
que esses objetos podem ser considerados fontes remos este objeto refletor “espelho plano”. Em geral, é
secundárias, pois a luz proveniente da lâmpada ou obtido por metais polidos.
qualquer outra fonte luminosa, ao colidir com estes Os espelhos que geralmente usamos em guarda-
objetos, são refletidas e chegam até nossos olhos. -roupas ou no banheiro são feitos de uma fina camada
O fenômeno de reflexão da luz ocorre quando ela, de prata sob um vidro opaco. Geralmente, os espelhos
propagando-se por um meio, encontra uma superfície são produzidos dessa forma, e é exatamente por esse
de um segundo meio, e sua energia não é absorvida, motivo que representamos os espelhos com uma linha
ou é apenas parcialmente absorvida, causando uma reta retratando a superfície refletora e algumas retas
mudança de direção da propagação da luz. Por exem- perpendiculares representando a camada opaca.
plo, a luz provinda do Sol que se propaga pelo ar e Para tratarmos a formação das imagens nos espe-
colide com uma parede e é refletida. lhos, vamos primeiramente ao caso mais simples de
A reflexão pode ocorrer de forma regular ou difusa uma fonte luminosa (primária ou secundária) pontual
e isso depende diretamente da superfície em que a luz e depois podemos generalizar para objetos de duas ou
foi refletida. Uma superfície como um espelho plano três dimensões.
reflete raios paralelos de forma que eles continuem Conforme ilustrado na figura a seguir, considere
paralelos; assim, chamamos essa reflexão de regular. uma fonte pontual, a qual chamaremos de P, posta na
Já uma superfície áspera, como uma porta sem enver- frente a um espelho plano. Ela emite raios de luz para
nizar, reflete os raios de luz de forma aleatória, em todas todos os lados, mas vamos focar em apenas um raio de
as direções; dessa forma, chamamos de reflexão difusa. luz que sai da fonte e incide na superfície refletora de
É graças a esse tipo de reflexão que vemos praticamente forma diagonal; para esse raio, daremos o nome de RI.
tudo ao nosso redor, afinal, se os raios incidentes fossem A partir das leis da reflexão e de processos empíri-
refletidos apenas em uma direção, só enxergaríamos os cos, podemos observar um raio refletido, o qual deno-
objetos quando nossos olhos estivessem voltados apenas minaremos RR. Também observamos que a extensão
na direção de propagação dos raios de luz. de RR coincide a reta N no ponto F’.

Leis da Reflexão P
N
Um raio de luz incidente (RI), ao colidir com uma
superfície polida, como, por exemplo, um espelho pla-
RI RR
no, é refletido formando o raio refletido (RR). Ao reali-
zarmos o experimento conforme ilustrado na figura a d
seguir, observamos que esse efeito obedece a duas leis:
α α

RI N RR
4
-2

S A s A
13

B
.7

Raio Raio B
28

incidente α α refletido d
.8
18

Espelho plano
-0
ar

O RI, o RR e a reta normal N, uma reta traçada no P’


lm

ponto da reflexão, estão no mesmo plano; dizemos


gi

que eles são coplanares. Os pontos P e P’ são simétricos em relação ao espe-


ar

O ângulo no qual o RI incide o plano é numerica- lho, logo, a distância entre os P e o espelho é a mesma
lm

mente igual ao ângulo de reflexão, neste caso ambos distância entre P’ e o espelho.
gi

representados pela letra grega α. Podemos generalizar para todos os raios que saem da
Um raio de luz que colide com uma superfície fonte e atingem o espelho, mas os únicos raios que nossos
refletora polida de forma perpendicular, isto é, com olhos perceberão serão os refletidos em nossa direção.
um ângulo de 90º com a superfície, retorna para o O ponto P’ é formado pela intersecção de todas as
mesmo lugar de onde veio. extensões dos raios refletidos e pode passar a impres-
são de que a imagem que vemos no espelho é a fonte
ESPELHOS de luz. Entretanto, damos o nome de imagem virtual
ao objeto visto em P’, afinal, o que vemos é apenas um
Espelho Plano e Formação de Imagem prolongamento dos raios refletidos no espelho, e cha-
mamos de imagem real ao objeto em P, de onde real-
FÍSICA

Um espelho é um objeto no qual a maior parte da mente saem os raios de luz.


luz é refletida de forma regular e está presente em Podemos resumir a imagem formada em um espe-
nosso dia a dia de muitas formas. lho plano em três pontos:
Nesta etapa, trataremos daqueles espelhos comuns,
em que você observa o reflexo sem nenhuma distor- z o objeto e a imagem possuem simetria, isto é, estão
ção, seja aumentando a imagem (como os espelhos à mesma distância do espelho; 401
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z a imagem real é formada pelos raios de luz que Os espelhos utilizados em retrovisores, dentro dos
partem da fonte efetiva de luz; ônibus ou mesmo na proximidade dos elevadores
z a imagem virtual é a formada pelo prolongamento aumentam o campo visual de quem os utiliza, entre-
dos raios refletidos pelo espelho. tanto, vemos a imagem menor que o objeto. Esses
espelhos são chamados espelhos convexos e estão
Podemos tratar os objetos que possuem mais de uma representados nas imagens a seguir:
dimensão de forma parecida à dos objetos pontuais, ou
seja, analisamos ponto a ponto do objeto real (A, B, C...).
Percebemos que o espelho unifica esses pontos de forma
simétrica (A’, B’, C’...), formando a imagem virtual.

A A’
CONVEXO

Já os espelhos utilizados por esteticistas ou por den-


tistas para que possam enxergar a imagem ampliada
são os espelhos côncavos. Quando utilizados a uma
distância relativamente pequena, a imagem refletida
por eles é direta e maior que a imagem real; já quan-
C C’ do olhamos a uma distância relativamente grande,
a imagem passa a ser invertida. O que define o quão
próximos ou distantes devemos estar para que a ima-
gem fique direta ou invertida são as propriedades do
B B’ espelho, que veremos mais adiante.

As imagens virtuais formadas pelos espelhos pla-


nos possuem as seguintes características:

z a imagem real e a virtual possuem simetria, isto


4

é, cada ponto da figura real está a uma distância CÔNCAVO


-2

igual em relação ao espelho, em relação a sua ima-


13

gem virtual;
.7

z o tamanho da imagem virtual é o mesmo da ima-


28

gem real;
.8

Nos espelhos
18

z a imagem é direta, isto é, ela não fica de cabeça ESPELHOS esféricos côncavos,
-0

para baixo como ocorre nas câmaras escuras, que ESFÉRICOS a superfície refletora
dizemos que são imagens invertidas; CÔNCAVOS é a face interna da
ar

z as imagens são enantiomorfas, isto é, conservam a mes- calota


lm

ma forma, entretanto, são simetricamente inversas.


gi

Nos espelhos
ESPELHOS esféricos convexos,
ar

Espelhos Esféricos ESFÉRICOS a superfície refletora


lm

CONVEXOS é a face externa da


gi

No estudo dos espelhos não nos limitamos apenas calota


aos espelhos planos, afinal, estamos repletos de espe-
lhos curvos ao nosso redor, por exemplo, os espelhos Elementos Geométricos dos Espelhos Esféricos
presentes em ônibus para podermos aumentar o cam-
po de visão ou espelhos utilizados por esteticistas para A óptica geométrica utiliza elementos geométricos
ampliar a imagem. para poder tratar os fenômenos acerca da luz. Quan-
do tratamos da reflexão da luz nos espelhos esféricos,
precisamos definir algumas propriedades para que
Se liga! possamos entender com clareza a formação das ima-
gens nesses espelhos.
Uma forma fácil de lembrar qual espelho é o côn- A seguir veremos os principais elementos geomé-
cavo e qual é o espelho convexo é fazer a letra tricos de um espelho formado por uma calota esférica:
C com a mão. A parte de dentro da mão lembra
um espelho côncavo e a parte de fora lembra um z C: o centro de curvatura, representado pela letra C,
402 espelho convexo. é o centro da esfera a qual dá origem ao espelho;
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z r: o raio de curvatura, definido pela letra r, é o raio Embora os prolongamentos dos raios de luz este-
da esfera a qual dá origem ao espelho; jam convergindo para um único ponto, o que observa-
z V: o vértice, definido pela letra V, é o polo da esfera mos é que os raios refletidos pelos espelhos convexos
geradora do espelho; são divergentes.
z Eixo principal: o eixo principal, também repre-
sentado pelas letras e.p., é a reta definida pelos
pontos do centro de curvatura C e o vértice V;
z α: o ângulo α é a abertura do espelho.

C F V
V α C Eixo
principal

Em razão da reversibilidade da luz, os raios que


incidem pelo foco nos espelhos côncavos são refle-
tidos paralelamente e os raios de luz que incidem
Importante: um matemático bastante conhecido
nos espelhos convexos, cujo prolongamento passa
na física, chamado Gauss, propôs algumas condições
pelo ponto de foco principal, também são refletidos
para que a imagem refletida pelos espelhos esféricos
paralelamente.
possuísse nitidez, e tais condições são:
Assim, dizemos que se um raio de luz incide
paralelamente, ele “sai” pelo foco, e se um raio de
z os espelhos devem possuir ângulos de abertura
luz incide pelo foco, ele “sai” paralelamente. Com
relativamente pequenos, em torno de 10º; essa frase em mente fica mais fácil fixar o conteúdo;
z os raios de luz a serem refletidos devem estar pró- não se esqueça de que a palavra “sai” está entre aspas,
ximos do eixo principal; pois ela é uma simplificação para dizer que os raios
z já os raios a serem refletidos devem possuir uma são refletidos.
leve inclinação em relação ao eixo principal. Nos espelhos esféricos de Gauss, isto é, aqueles
espelhos que seguem as condições de nitidez de Gauss,
O Foco de um Espelho Esférico a imagem é real, pois é formada no ponto de foco prin-
cipal, à frente do espelho. Já nos espelhos convexos
4

Considerando um feixe de luz que incide um espe- a imagem é virtual, pois é formada no ponto de foco
-2

lho côncavo, o que observamos é que os raios de luz principal na parte de trás do espelho.
13

incidentes de forma paralela ao eixo principal do O ponto de foco F está sempre situado no pon-
.7
28

espelho convergem para um único ponto F, situado no to médio entre o segmento formado pelos pontos C,
eixo principal, o qual denominamos foco principal.
.8

o centro de curvatura, e o ponto V, o vértice. Sendo


18

Podemos observar essa situação na figura abaixo. assim, a distância entre os pontos F e V é denominada
-0

Neste caso, o foco é considerado real, pois está situado distância focal f. Ela equivale à metade do raio. Assim,
à frente do espelho. podemos escrever:
ar
lm

R
gi

f=
2
ar
lm

Casos Particulares de Reflexão dos Espelhos


gi

Esféricos

Alguns raios específicos são importantes para a


representação das imagens que são refletidas pelos
C F V
espelhos plano e, neste tópico, trataremos com um
pouco mais de cuidado de cada um deles. Agora, ana-
lisaremos os raios que incidem nos espelhos esféricos
e que passam pelo centro de curvatura C, pelo ponto
de foco principal F e pelo vértice V.
Nos espelhos côncavos, os raios incidentes que pas-
FÍSICA

Já nos espelhos convexos, o que observamos é sam pelo centro de curvatura C são refletidos sobre si
que o prolongamento dos raios que incidem parale- mesmos, conforme observamos na primeira figura.
lamente converge para um ponto F atrás do espelho. Já os raios que incidem passando pelo ponto de
Esse ponto também é chamado de foco principal, foco principal F são refletidos paralelamente ao eixo
entretanto é tido como virtual, justamente por estar principal, conforme a figura do centro.
situado atrás do espelho. 403
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Por fim, os raios que incidem nos espelhos côncavos
pelo vértice V são refletidos com o mesmo ângulo de
incidência, como pode ser observado na terceira figura.

C F V

C F V

C F V

C F V

Formação de Imagem nos Espelhos Esféricos

A partir dos conceitos apresentados até agora,


podemos analisar de forma geométrica a formação das
imagens refletidas por espelhos côncavos e convexos.
Em princípio, precisamos fazer algumas considera-
ções que nos ajudarão bastante para compreendermos
bem a formação de imagens nos espelhos esféricos:

z quando o objeto o e a imagem i formada no espelho


C F V estão no mesmo semiplano, isto é, quando observa-
mos que eles estão ao mesmo tempo, acima ou abai-
xo do eixo principal, dizemos que a imagem é direta.
Caso contrário, dizemos que a imagem é invertida;
z se a posição da imagem for à frente do espelho,
dizemos que essa imagem é real e, caso contrário,
se a imagem for formada atrás do espelho, temos
4

Agora, faremos a mesma análise para os espelhos


-2

convexos; as figuras que representam cada situação uma imagem virtual;


13

estão logo a seguir. z em relação ao tamanho, a imagem i pode ser


.7

Um raio cujo prolongamento passa pelo centro de maior, menor ou igual ao objeto o.
28

curvatura C reflete sobre ele mesmo, como observa-


.8

Espelhos Convexos
18

mos na primeira figura.


O raio cujo prolongamento passa pelo ponto de
-0

foco F é refletido paralelamente, conforme apresenta- A imagem i de um objeto o colocado em frente a


ar

do na figura do centro. um espelho convexo, diferentemente dos espelhos


lm

Finalmente, o raio que incide no vértice do espelho convexos, não depende da distância.
gi

é refletido de forma que o ângulo do raio incidente é Para analisar a formação dessa imagem, vamos uti-
ar

igual ao ângulo do raio refletido, como pode ser obser- lizar dois raios de luz que partem do topo da lâmpada:
lm

vado na última figura. um incide o espelho de forma paralela ao eixo princi-


pal, logo seu prolongamento passa pelo ponto de foco
gi

F, e o outro incide o espelho de forma que seu prolon-


gamento passa pelo ponto de centro de curvatura C.
A imagem i é formada pelo ponto de intersecção
dos prolongamentos dos raios e ela é sempre direta,
virtual e menor que o objeto o.

C F V

404
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z Caso III — Objeto Entre o Centro de Curvatura
e o Foco
o
Um objeto o posto em um ponto qualquer que este-
i ja entre o centro de curvatura C e o ponto de Foco F
tem imagem i maior, real e invertida, conforme a
V F C próxima figura:

Espelhos Côncavos

A análise da imagem formada pelos espelhos côn-


cavos precisa de um pouco mais de atenção. Anali- o
saremos cinco casos diferentes, porém utilizaremos
novamente dois feixes de luz, um passando pelo cen-
tro de curvatura e outro pelo foco; somente no caso C F V
três usaremos um feixe de luz que passa pelo vértice.
Uma observação muito relevante a ser considera-
da é que qualquer uma das figuras analisadas a seguir i
poderia ser feita levando em consideração o feixe que
passa pelo vértice, a escolha do autor é apenas uma
preferência didática.

z Caso I — Objeto Antes do Centro de Curvatura


z Caso IV — Objeto no Foco
Quando colocamos um objeto o antes do centro de
curvatura, a imagem i formada pelo espelho côncavo é Em um objeto colocado no ponto de foco F, os raios
menor que o objeto, real, pois é formada antes do espe- refletidos são paralelos e não se encontram. Chama-
lho, e invertida, conforme observamos na figura abaixo: mos a imagem neste caso de imprópria:

o
o
C F V
4
-2

i C F V
13
.7
28
.8
18

z Caso II — Objeto no Centro de Curvatura


-0
ar

Quando o objeto o é colocado no ponto de centro de


z Caso V — Objeto Entre o Foco e o Vértice
lm

curvatura, a imagem i formada possui o mesmo tama-


gi

nho do objeto real, por ser formada antes do espelho, e


Um objeto o colocado entre os pontos de foco F e o
ar

invertida, conforme vemos na figura a seguir.


vértice V de um espelho côncavo tem imagem i maior,
lm

virtual, pois ela é formada atrás do espelho, e direta,


gi

conforme verificamos na figura abaixo:

o i

o
F V
FÍSICA

i
C F V

405
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Para facilitar guardar todo esse conteúdo, segue Para definirmos as coordenadas do objeto e da
uma tabela com uma breve descrição de cada caso: imagem, usamos o ponto p, definido como a abscissa
do objeto, p’ como a abscissa da imagem, o como a
altura do objeto, i como a altura da imagem e f como
INFORMAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO a abscissa do foco, também tida como distância focal.
CASO
DA IMAGEM Em relação aos valores de cada coordenada nos
espelhos convexos e côncavos, analisando a figura
A imagem i formada pelo espelho cônca-
Caso I acima, vemos que:
vo é menor que o objeto, real

A imagem i formada possui o mesmo


Caso II ESPELHO ESPELHO
tamanho do objeto real COORDENADA
CONVEXO CÔNCAVO
Caso III Tem imagem i maior, real e invertida
p >0 >0
Caso IV Imagem imprópria
p’ <0 >0
Imagem i maior, virtual, pois ela é forma-
Caso V o >0 >0
da atrás do espelho, e direta
i >0 <0
Equações dos Espelhos Esféricos
f <0 >0
Uma forma diferente de encontrar as imagens for-
madas pelos espelhos esféricos é analisando de forma Concluímos que as grandezas das imagens reais são
analítica, isto é, descrevendo uma equação para que pos- positivas e as grandezas das imagens virtuais são negati-
samos analisar a imagem. Antes de chegar nessa equa- vas. Além disso, podemos escrever as seguintes relações
ção, analisemos a figura a seguir e seus elementos. diante das considerações feitas até o momento:

1 1 1
y + =
p p' f
E também a relação:

i p'
=
o p
o Em que a razão do tamanho da imagem i pelo
i tamanho do objeto o é chamada de aumento transver-
V F sal; usamos a letra A em nossa equação:
x i
A=
o
4
-2

Se liga!
13

f
.7

p p’ � Se o e i têm sinais iguais, a imagem é direta;


28

� Se o e i têm sinais opostos, a imagem é invertida.


.8

y
18
-0
ar
lm

REFRAÇÃO
gi

o
ar

F Trataremos de um fenômeno que não é nenhuma


lm

V
novidade, afinal, é uma característica direta da natu-
gi

reza ondulatória da luz. A refração ocorre quando


i os raios de luz, emitidos por uma fonte primária ou
f refletidos por uma fonte secundária, incidem em uma
superfície que divide um meio de propagação A para
p’ outro B, sendo a velocidade de propagação do meio no
p segundo meio diferente da velocidade de propagação
no primeiro meio, e podemos observar uma espécie
O eixo das abscissas, chamado simplesmente de de “quebra”. Na figura a seguir vemos um esquema o
eixo x, é colocado na mesma distância do eixo princi- fenômeno:
pal do espelho e está orientado contrário aos raios de
luz que incidem no espelho.
O eixo das ordenadas, chamado simplesmente
de eixo y, é perpendicular ao eixo das abscissas, tem
como origem o vértice do espelho e sua direção de
crescimento está voltada para cima.
406
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n Essa dependência se deve ao fato de que a veloci-
dade de propagação de cada cor depende do produto
da frequência de oscilação da onda luminosa f pelo
seu comprimento de onda λ,

v=λ·f

Por meio dessa equação e com os dados obtidos


A experimentalmente, os físicos concluíram que a cor
vermelha possui maior velocidade no ar que a cor vio-
B
leta, consequentemente, o índice de refração da cor
vermelha é menor que o da cor violeta.

Se liga!
Em relação às cores do arco-íris, podemos escre-
ver que a velocidade decresce partindo do ver-
melho até chegar no violeta:
Costumamos observar esse fenômeno quando vvermelho > vlaranja > vamarelo > vverde > vciano > vazul > vvioleta
inserimos uma colher em um copo de água e ela pare-
ce estar “quebrada” ou então quando olhamos alguém
Consequentemente, o índice de refração pode
ser descrito como crescente partindo da cor ver-
com as pernas submersas em uma piscina e vemos as
melha até a cor violeta:
pernas deslocadas em relação ao restante do corpo
fora da água. nvermelho > nlaranja > namarelo > nverde > nciano > nazul > nvioleta
Em duas situações o efeito de refração não ocorre:

z quando os raios incidentes são perpendiculares Podemos generalizar a expressão obtida anterior-
à superfície, os raios transmitidos também são mente para o índice de refração; antes o definimos
como comparação da velocidade de propagação da
perpendiculares;
luz em um meio qualquer com a velocidade da luz no
z quando a luz tem a mesma velocidade de propa-
vácuo.
gação tanto no meio A, quando se propaga inicial-
Mas a refração também ocorre passando de outros
mente, quanto no meio B. Um exemplo da segunda meios que não o vácuo e, dessa forma, consideramos
situação é o líquido de tetracloreto de carbono o índice de refração nA em um meio qualquer deno-
(CCl4) e alguns tipos de vidro. minado A com o índice de refração nB em outro meio
qualquer denominado B. Assim, podemos escrever:
ÍNDICE DE REFRAÇÃO
nA
nAB =
4

nB
-2

Temos que ter bem claro em nossas mentes que a


13

refração ocorre devido à diferença da velocidade de Considerando um meio A cujo seu índice de refra-
.7

propagação nos diferentes meios. Hoje sabemos que a ção nB é maior que o índice de refração nA de um meio
28

luz tem a velocidade de propagação no vácuo de apro- B, dizemos que o meio A é mais refringente que o
.8

ximadamente c ≅ 3 · 108m/s e nos demais meios ela meio B.


18

possui velocidade menor, dependendo diretamente


-0

da natureza desse material e também da cor da luz. LEIS DA REFRAÇÃO


ar

A relação entre a velocidade da luz no vácuo e a


lm

velocidade da luz em um meio A é chamada de índice A Primeira Lei da Refração diz que o raio inciden-
gi

te, o raio refratado e a reta normal à superfície são


de refração. Dizemos que o índice de refração desse
coplanares, isto é, estão situados no mesmo plano.
ar

meio é nA e calculamos da seguinte forma:


lm
gi

n
C
nA =
vA
Sendo vA a velocidade com que a luz se propaga no RI
meio A.
A velocidade da luz no vácuo possui o maior valor
α
em que é possível obter informações, logo, para este
material, consideramos A como a maior velocida- A
de que a luz pode alcançar. Feita essa consideração, A
podemos observar que o índice de refração sempre
FÍSICA

β RE
será maior ou igual a um, pois a velocidade da luz em
outros materiais sempre será menor que c.
O índice de refração do ar possui valor muito pró-
ximo do índice de refração do vácuo, mas também
depende diretamente da cor da luz.
407
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Ao raio de luz incidente denominamos RI e, ao raio Em decorrência à reversibilidade da luz, a sua
refratado, damos o nome de RE. O ângulo no qual o RI imagem que chega até o peixe também está acima do
incide a superfície que separa os meios de propagação ponto P, de onde você está. O que o peixe observa é o
damos o nome de α e ao ângulo refratado, β. prolongamento dos raios que culminam no ponto P’,
Já a Segunda Lei da Refração considera dois meios conforme a figura a seguir.
de propagação, sendo que o meio A possui o índice
de refração nA, a luz incide a superfície que separa os P’
dois meios com um ângulo α. O meio B possui índice
de refração nB e a luz é refratada com ângulo β. Assim,
escrevemos a seguinte relação:

nA · sen(α) = nB · sen(β) 0

Também conhecida como Lei de Snell-Descartes


ou costumeiramente como Lei de Snell, ela pode ser
escrita levando em consideração que:

nA =
c
n =
c REFLEXÃO TOTAL
vA B vB
Substituindo na expressão anterior, temos: a
b
c n
c c
· sen(α) = · sen(β)
vA vB
Em que c é um fator comum dos dois lados da igual-
dade, sendo possível simplificar a equação; assim, temos
a Segunda Lei da Refração reescrita da seguinte forma:
αc
αb
sen (a) sen (b) αa
vA
=
vB A
c’ B
Importante: um meio menos refrativo é o que pos- βa
sui menor índice de refração comparado a outro meio, βb
logo, o meio A é menos refrativo que o meio B se nA < βc
nB. Analisando a Lei de Snell-Descartes, quando nA for b’
menor que nB, o ângulo de incidência α é maior que β.
Assim, sempre que houver o fenômeno de refra- a’
ção, o ângulo será maior para os meios cujo índice
de refração é menor, nos meios menos refringentes.
Já nos meios mais refringentes, os meios com maior
4

índice de refração, o ângulo será menor.


-2

Consideremos a seguinte situação: três raios lumi-


Dizemos que nos meios menos refringentes os
13

nosos (a, b e c) que passam de um meio A, mais refrin-


raios se afastam da reta normal e que nos meios mais
.7

gente, para o meio B, menos refringente. Como vimos


refringentes eles se aproximam da reta normal.
28

anteriormente, os raios no meio A ficam mais próxi-


.8

mos da reta normal que os raios refratados no meio B.


18

Ponto Objeto e Ponto Imagem Chamaremos os raios refratados de a’, b’ e c’.


-0

Podemos observar que quanto maior o ângulo de


Suponha que você se aproxime de um aquário com
ar

incidência, mais os raios refratados se afastam da reta


um peixe, conforme representado na figura a seguir.
lm

normal, isto é, ângulo refratado aumenta limitando a


Você está sendo representado pelo ponto P. Nesta 90º, representado pelo ângulo βc.
gi

figura podemos observar que os raios de luz que são O ângulo αc, no qual a luz incide na superfície e é
ar

refletidos pelo peixe, posicionado no ponto O, percor- refratado com o ângulo máximo βc, é chamado ângu-
lm

rem um espaço na água e difrata quando passa para lo limite e, em geral, o denominamos ângulo L. Apli-
gi

o ar e assim chega até seus olhos posicionados no cando a Segunda Lei da Refração, podemos definir o
ponto P. Seus olhos observam o prolongamento dos ângulo L da seguinte forma:
raios que chegam até eles, ou seja, para você que está
observando o peixe parece estar acima da posição nA · sen(L) = nB · sen(βc)
real denominada O’.

P Considerando o ângulo βc como 90º e sen(90°) = 1,


podemos reescrever a equação da seguinte forma:

0’ n
sen(L) = nB
A

O ângulo L depende diretamente da razão entre o


P menor índice de refração pelo maior índice de refra-
ção; quando a luz incide à superfície um meio de
refração menos refringente com ângulo maior que L,
ocorre a reflexão total.
408
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Resumidamente, para ocorrer a reflexão total é
necessário que a luz seja refratada depois de se pro-
pagar de um meio mais refringente para um meio
menos refringente e o ângulo de incidência ser maior
que o ângulo limite.

Prismas Biconvexa Plano-convexa Côncavo-convexa

Um prisma é um instrumento óptico bastante utili-


zado em diversos anteparos que depende da reflexão
da luz, tais como telescópios e até mesmo mouses ópti-
cos. Eles, em geral, são feitos de vidro e são projetados
de forma que a luz, ao colidir com um de seus vértices,
reflita, ou seja, são projetados na condição de reflexão
total, como podemos observar nas figuras a seguir: Bicôncava Plano-côncava Convexo-côncava

As lentes podem ser divididas em dois grupos, as


lentes delgadas de borda fina, representadas pela
primeira fila de lentes, e as lentes de bordas grossas,
presentes na segunda fileira. Além disso, com relação
às faces das lentes, elas podem ser côncavas, convexas
ou retas.
As lentes, ainda, podem ser classificadas como
convergentes ou divergentes, isto é, podemos clas-
sificar de acordo com a interação da lente com a luz.
Se os raios de luz incidirem paralelamente uma
lente e convergirem para um ponto de foco F, dizemos
Os prismas são ótimas soluções para os equipa-
que se trata de uma lente convergente.
mentos ópticos que precisam de reflexão da luz, pois
Já quando os raios de luz incidem paralelamente
sua durabilidade é muito maior que a dos espelhos,
uma lente e divergem de um ponto de foco F, dizemos
que podem descascar.
que essa lente se trata de uma lente divergente. Nesse
Uma aplicação bastante direta dos prismas é a dis-
caso o ponto de foco F é virtual, pois ele é formado
persão da luz, isto é, a desfragmentação de uma onda
pelo prolongamento dos raios refratados.
luminosa policromática nas cores que a compõem.
Na figura a seguir representamos duas lentes, uma
Por exemplo, a luz branca é a junção de todas as cores
convergente e uma divergente. Repare que o formato
do espectro visível e ao passar por um prisma ocorre
das lentes está um pouco diferente do que vimos ante-
a decomposição das cores que a compõem. Quando
riormente; isso se deve a uma simplificação desses
vemos um arco-íris, o que vemos é a decomposição da
dois modelos de lentes.
luz branca ao ser refratada por um prisma; neste caso,
Além disso, a luz pode incidir uma lente dos dois
4

as gotículas de água funcionam como um prisma.


-2

lados e isso implica que as figuras abaixo apresentam


O motivo da dispersão da luz acontecer está rela-
13

apenas um dos casos possíveis; entretanto, se os raios


cionado ao índice de refração de cada cor, ou seja,
.7

de luz estivessem incidindo a lente no lado oposto ao


cada cor possui uma velocidade diferente dependen-
28

apresentado, veríamos um ponto de foco simétrico ao


do do material e a luz, ao passar por um meio em que
.8

que vemos na figura, porém de forma também oposta.


a diferença entre os índices de refração é relevante, é
18

Em geral, o índice de refração das lentes n2 é maior


decomposta nas diferentes cores.
-0

que o índice de refração n1 do meio em que ela está


inserida (n2 > n1). Nesse caso as lentes de bordas finas
ar

LENTES
são convergentes e as lentes de bordas grossas são
lm

divergentes.
gi

Um dos aparatos ópticos que está mais presente em


ar

nosso cotidiano são as lentes. Elas estão presentes nos


lm

óculos, nas câmeras fotográficas e até mesmo a retina


gi

de nossos olhos funciona como uma lente. Em geral,


elas são um meio transparente, formado de materiais
como o vidro, algum tipo de acrílico ou até mesmo um
cristal, e que pode ter as duas faces curvadas ou uma F
face curvada e outra reta.
Na figura a seguir podemos observar os mais
comuns tipos de lentes que podemos encontrar.
FÍSICA

409
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F’ 0 F

F
f f

Lente divergente

A distância entre o centro óptico até o ponto de


foco é chamada distância focal, representada pela
Essa não é uma lei geral, pois se a situação inverte (n1 letra f. Também apresentamos na figura acima os
> n2), as lentes de bordas finas passam a ser divergentes pontos A e A’, que são pontos antiprincipais e estão a
e as lentes de bordas grossas passam a ser convergentes. uma distância f dos pontos de foco.

Elementos Geométricos das Lentes Raios Particulares nas Lentes Esféricas

Apresentaremos os principais elementos geomé- Para realizarmos a análise da formação das imagens
tricos presentes nas lentes. Nesta apresentação ire- formadas por raios que incidem as lentes esféricas del-
mos utilizar uma lente biconvexa e consideramos a gadas, daremos atenção a três casos particulares. Neste
lente com índice de refração n2 maior que o índice de momento apresentaremos uma análise que se asseme-
refração n1 do meio externo. lha à que usualmente se faz sobre espelhos esféricos e
Os elementos são: consequentemente você verá algumas semelhanças.
Nas lentes delgadas, todo raio de luz que incide de
z O é o centro óptico da lente; forma paralela ao eixo principal é refratado na dire-
z V1 e V2 são os vértices de cada face da lente; ção do foco principal imagem F’.
z a distância entre V1 e V2 é chamada de espessura
da lente;
z C1 e C2 são os centros de curvatura de cada face da
lente;
z R1 e R2 são os raios de curvatura de cada face da
lente. F O F’
4
-2

R2
13

Lente convergente
.7

C1
28

V2 V1
.8

C2
18
-0

n2 R1
ar

F’ O F
lm

n1
gi

Além disso, as lentes possuem dois focos que cha-


ar

mamos de focos principais, sendo o foco principal do


lm

objeto F e o foco principal da imagem F’. Eles possuem Lente divergente


gi

simetria em relação ao centro óptico O.


Todo raio de luz que incide nas lentes delgadas na
direção do foco objeto F sai de forma paralela ao eixo
principal.

A F O F’ A’

F O F’
f f f f

Lente convergente
410 Lente convergente
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Nesse caso, a imagem é real, isto é, formada depois
da lente, invertida e menor em relação ao objeto.

z Caso II — Objeto Situado no Ponto Antiprincipal

F’ O F

O
F’ A’
Lente divergente
A F O i
Todo raio de luz que incide uma lente na direção
do centro de óptico O não sofre nenhum desvio.

Formação de Imagem nas Lentes

Para analisar a formação das imagens de objetos


cujos raios passam pelas lentes delgadas esféricas, ire-
mos utilizar o mesmo processo usado para obtenção das Nesse caso, a imagem é real, invertida e do mes-
imagens dos espelhos esféricos, ou seja, utilizaremos mo tamanho que o objeto.
dois raios de luz dos casos particulares e analisaremos
caso a caso para as lentes convergentes e divergentes. z Caso III — Objeto Situado Entre o Ponto Anti-
principal e o Ponto de Foco

O F’ O
F’ A’

A F O

Lente convergente i
4

Nesse caso, a imagem é real, invertida e maior


-2

em relação ao objeto.
13

F O F’
.7

z Caso IV — Objeto Situado no Ponto de Foco


28
.8
18
-0

Lente divergente
ar

O
lm

Lentes Convergentes F’ A’
gi
ar

z Caso I — Objeto Situado Antes do Ponto A F O


lm

Antiprincipal
gi

O
F’ A’ Assim como nos espelhos esféricos, a imagem de
um objeto colocado no foco de uma lente convergente
tem imagem imprópria.
A F O i
FÍSICA

411
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z Caso V — Objeto Situado entre o Ponto de Foco 1 1 1 i p'
e o Centro Óptico
+ = e A= =–
p p f o p
Ainda tendo em mente os espelhos esféricos, aqui
i vale a mesma convenção dos sinais:

Se A > 0, o e i possuem sinais iguais, a imagem é


direta.
Se A < 0, o e i possuem sinais opostos, a imagem é
O
F’ A’ invertida.

A F O Lâminas

Ao tratarmos das lentes como fizemos acima, todo


nosso estudo depende diretamente de um fator: as len-
tes precisam ser relativamente pouco espessas e graças a
essa característica as chamamos de lentes delgadas.
Por fim, a imagem de um objeto colocado entre o Agora imagine uma placa de vidro espessa, o fenô-
meno de refração continua acontecendo; entretanto,
ponto de foco e o centro óptico possui imagem vir-
denominamos essa placa de vidro, ou qualquer outro
tual, direta e menor que o objeto. objeto com características parecidas com ela, “lâmi-
nas de faces paralelas”.
Lente Divergente Elas são bastante úteis quando é necessário desviar
a luz sem que haja mudança na direção de propagação
Com as lentes divergentes, diferentemente das len- e podem ser utilizadas em experimentos acerca da luz.
tes convergentes, a imagem é sempre virtual, direita Para podermos calcular o desvio que a luz sofre quando é
e real em relação ao objeto e não depende da distân- refratada por uma lâmina, utilizamos a seguinte equação
cia que ele esteja da lente.
sen (a — b)
d=e·
cos (b)
Onde:

z d: desvio e a espessura da lâmina;


F A’ z α: ângulo de incidência;
z β: ângulo refratado.
A F’ O
INSTRUMENTOS ÓTICOS SIMPLES

Diversos avanços ocorreram na história da huma-


4
-2

nidade graças a alguns instrumentos ópticos, como,


13

por exemplo, o telescópio de Galileu, que possibilitou


.7

Para facilitar o entendimento, faremos uma tabela observar as Luas de Júpiter e também refutar o mode-
28

para cada caso: lo Ptolomaico-Aristotélico de que a Terra era o cen-


.8

tro do Universo, afinal, se a Terra é o centro, por que


18

haveria objetos celestes rodeando outros planetas?


-0

A imagem é real, isto é, formada depois Além disso, ao observar as crateras da Lua, Galileu
CASO I da lente, invertida e menor em relação
ar

refutou o fato de os corpos celestes serem imperfeitos,


ao objeto
lm

contradizendo as teorias da época.


gi

A imagem é real, invertida e do mesmo Tudo isso e muito mais só foi possível graças à uti-
CASO II
ar

tamanho que o objeto lização de instrumentos ópticos que hoje são comuns
lm

para nós. Agora vamos conhecer alguns deles.


A imagem é real, invertida e maior em
gi

CASO III
relação ao objeto
Lupa
A imagem de um objeto colocado no
CASO IV foco de uma lente convergente é im- As lupas consistem em lentes cujo objetivo é
própria ampliar objetos pequenos, os quais temos dificuldades
de enxergar, ou então letras pequenas de um texto.
A imagem de um objeto colocado entre
Uma lupa nada mais é que a utilização de uma lente
o ponto de foco e o centro óptico pos-
CASO V convergente colocada próxima a objetos, para que eles
sui imagem virtual, direta e menor que
o objeto possam se situar entre o ponto de foco e a lente.

Microscópio Composto
Equação das Lentes
Um grande avanço na ciência foi poder anali-
Seguindo a mesma forma que se usa para definir sar partículas que são impossíveis de enxergar sem
as equações para os espelhos esféricos, podemos defi- nenhum aparelho, pois possuem dimensão da ordem
412 nir as mesmas equações aqui: de micrômetros.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para que seja possível observar coisas nessa ordem Por fim, observe a imagem abaixo do olho humano:
de grandeza, utiliza-se o microscópio composto, que
consiste na associação de duas lentes convergentes
situadas sobre o mesmo eixo principal. Uma delas Retina
consiste em uma lente objetiva como pequena distân- Corpo ciliar Coroide
cia focal e fica na extremidade voltada para o que se
Córnea
deseja observar. Na outra extremidade fica uma len- Humor vítreo
te com as mesmas características de uma lupa, a qual
Íris
amplia a imagem da primeira lente.
Nervo óptico
Telescópio Cristalino

Corpo ciliar
Como já citado acima, os telescópios revolucionaram
a visão do Universo e com eles podemos ver objetos celes- Esclerótica
tes que estão distantes de nós. Os telescópios simples são
constituídos por duas lentes convergentes, uma objetiva
com distância focal da ordem de metros, que é apontada
para objeto que deseja observar, e uma lente ocular. Fonte: Revista Saúde7

Olho Humano
EXERCÍCIOS COMENTADOS
O olho humano é um dos mais fascinantes ins-
trumentos ópticos, afinal, nele podemos encontrar 1. (ENEM – 2020) Herschel, em 1880, começou a escrever
elementos os quais ainda não conseguimos reprodu- sobre a condensação da luz solar no foco de uma len-
zir com a mesma precisão. Um desses elementos é o te e queria verificar de que maneira os raios coloridos
controle de luz que entra em nosso olho exercido pela contribuem para o aquecimento. Para isso, ele projetou
pupila e mudança imediata da distância focal pela sobre um anteparo o espectro solar obtido com um
contração ou relaxamento do cristalino pelo múscu- prisma, colocou termômetros nas diversas faixas de
lo ciliar. Essas funções podem até ser encontradas em cores e verificou nos dados obtidos que um dos termô-
máquinas fotográficas, mas não com a mesma preci- metros iluminados indicou um aumento de temperatura
são que encontramos neste órgão. maior para uma determinada faixa de frequências.
De forma bastante simplificada, nossos olhos pos- SAYURI, M.; GASPAR, M. B. Infravermelho na sala de aula. Disponível
suem elementos que funcionam como uma lente con- em: www.cienciamao.usp.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).
vergente e os raios que incidem neles são projetados
em uma parte chamada retina. Para verificar a hipótese de Herschel, um estudante
O que é possível acontecer é que um olho não sau- montou o dispositivo apresentado na figura. Nesse
dável pode possuir imperfeições em que a imagem aparato, cinco recipientes contendo água, à mesma
de um objeto que vemos passa a convergir antes ou temperatura inicial, e separados por um material iso-
depois da retina. lante térmico e refletor são posicionados lado a lado
(A, B, C, D e E) no interior de uma caixa de material
4

Em uma pessoa que possui miopia, os raios de


-2

luz que incidem paralelamente aos olhos convergem isolante térmico e opaco. A luz solar, ao entrar na cai-
13

antes da retina e os fatores que podem levar a esse xa, atravessa o prisma e incide sobre os recipientes. O
.7

problema são a curvatura acentuada das várias cama- estudante aguarda até que ocorra o aumento da tem-
28

das que formam a lente dos olhos ou então os olhos peratura e a afere em cada recipiente.
.8

possuem formato mais oval do que o necessário. A


18

pessoa que apresenta esse problema possui dificulda-


-0

Incidência de
des de enxergar elementos mais distantes e a correção luz solar
ar

é dada pelo uso de lentes divergentes.


lm

Outro problema é a hipermetropia, que consiste


gi

na convergência dos raios luminosos atrás da retina,


ar

isto é, quando os raios de luz chegam até a retina eles


lm

ainda não convergiram. As razões para este proble- PRISMA


Caixa isolada
gi

ma podem ser a falta de curvatura das camadas for- e opaca


madoras da lente dos olhos ou então o formado mais
arredondado dos olhos do que o necessário. A pessoa Luz
que possui este defeito nos olhos tem problemas para solar
enxergar objetos que estão próximos e, para corrigir decomposta
isso, faz-se necessário o uso de lentes convergentes.
Outro defeito bastante comum é o astigmatismo.
Esse problema pode ser tanto a miopia quanto a hiper- Vermelho Violeta
metropia, entretanto em um eixo dos olhos. É como
Espectro
se apenas uma parcela dos olhos possuísse algum dos visível
FÍSICA

dois defeitos citados anteriormente. A B C D E


Recipientes

7 BERTI, T. B. Degeneração Macular Relacionada à Idade. Revista Saúde, 2018. Disponível em: https://rsaude.com.br/criciuma/materia/degenera-
cao-macular-relacionada-a-idade/15805. Acesso em: 07 mar. 2023 413
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Em qual dos recipientes a água terá maior temperatura A tecnologia redutora de ruído CR utilizada na produ-
ao final do experimento? ção de fones de ouvido baseia-se em qual fenômeno
ondulatório?
a) A.
b) B. a) Absorção.
c) C. b) Interferência.
d) D. c) Polarização.
e) E.
d) Reflexão.
e) Difração.
O infravermelho tem a propriedade de conseguir
aumentar a temperatura da água. Como o recipien-
Esse tipo de aparelho utiliza a interferência des-
te “A” está mais perto dessa radiação, ele terá uma
maior temperatura. Resposta: Letra A. trutiva, ou seja, ele lança uma onda com mesma
frequência e fase oposta à da onda que produz o ruí-
2. (ENEM – 2020) Dois engenheiros estão verificando se do. As duas ondas anulam-se, produzindo o efeito
uma cavidade perfurada no solo está de acordo com o “antirruído”. Resposta: Letra B.
planejamento de uma obra, cuja profundidade requerida
é de 30 m. O teste é feito por um dispositivo denomina- 4. (ENEM – 2022) Em 2002, um mecânico da cidade
do oscilador de áudio de frequência variável, que permite mineira de Uberaba (MG) teve uma ideia para economi-
relacionar a profundidade com os valores da frequência zar o consumo de energia elétrica e iluminar a própria
de duas ressonâncias consecutivas, assim como em um casa num dia de sol. Para isso, ele utilizou garrafas
tubo sonoro fechado. A menor frequência de ressonância plásticas PET com água e cloro, conforme ilustram as
que o aparelho mediu foi 135 Hz. Considere que a veloci- figuras. Cada garrafa foi fixada ao telhado de sua casa
dade do som dentro da cavidade perfurada é de 360 m s-1. em um buraco com diâmetro igual ao da garrafa, mui-
Se a profundidade estiver de acordo com o projeto,
to maior que o comprimento de onda da luz. Nos últi-
qual será o valor da próxima frequência de ressonân-
mos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes
cia que será medida?
do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas
a) 137 Hz. utilizando a “luz engarrafada”.
b) 138 Hz.
c) 141 Hz.
d) 144 Hz.
e) 159 Hz.

Aqui, vamos utilizar a equação para encontrar a


frequência do “iésimo” harmônico (Fi). Sendo: Fi =
i·v
, onde i é o n° do harmônico ímpar, v é a velo-
4· L
cidade do som, L é o comprimento do tubo. Para um
4
-2

Fi = 135 Hz, v = 360 m/s e L = 30m, tem-se um “i” de:


13

i · 360
135 = . Multiplicando cruzado, chega-se a i
.7

4 · 30
28

= 45. Porém a questão pode o valor da frequência do


.8

próximo harmônico. A equação só admite números


18

de “i” ímpares, então, o próximo “i” será de 47. Ago-


-0

ZOBEl. G. Brasileiro Invento de “luz engarrafada” tem ideia espalhada


ra basta substituir na equação acima para encon- pelo mundo.
ar

47 · 360 Disponível em> www.bbc.com. Acesso em :23 jun. 2022 (adaptado)


trarmos a frequência quando i for 47. Fi =
lm

4 · 30
gi

= 141 Hz. Resposta: Letra C. Que fenômeno óptico explica o funcionamento da “luz
ar

engarrafada”?
lm

3. (ENEM – 2020) Os fones de ouvido tradicionais trans-


mitem a música diretamente para os nossos ouvi-
gi

a) Difração.
dos. Já os modelos dotados de tecnologia redutora
b) Absorção.
de ruído — Cancelamento de Ruído (CR) — além de
transmitirem música, também reduzem todo ruído c) Polarização.
inconsistente à nossa volta, como o barulho de turbi- d) Reflexão.
nas de avião e aspiradores de pó. Os fones de ouvido e) Refração.
CR não reduzem realmente barulhos irregulares como
discursos e choros de bebês. Mesmo assim, a supres- O problema é algo bem simples: precisamos pensar o
são do ronco das turbinas do avião contribui para que acontece com a luz que passa pela garrafa. Temos
reduzir a “fadiga de ruído”, um cansaço persistente uma luz que sai do ar e passa pela garrafa cheia de
provocado pela exposição a um barulho alto por horas água, ou seja, essa luz está mudando de meio. O fenô-
a fio. Esses aparelhos também permitem que nós meno em que a luz muda de meio e ela sofre uma
ouçamos músicas ou assistamos a vídeos no trem ou mudança de velocidade é a refração. Resposta: Letra E.
no avião a um volume muito menor (e mais seguro).
Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br. Acesso em: 21 abr. 2015
414 (adaptado).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
FENÔMENOS ELÉTRICOS
CARGA ELÉTRICA

Todos os corpos são formados de átomos. Cada átomo é constituído de partículas elementares, sendo os elé-
trons, os prótons e os nêutrons. Denomina-se de carga elétrica essa propriedade, e é convencional entender
como positiva a carga elétrica do próton e negativa a carga elétrica do elétron. Porém, em valor absoluto, são
iguais as cargas elétricas do próton e do elétron. O valor absoluto é chamado carga elétrica elementar e repre-
sentado por e.
Segue a imagem do modelo atômico de Bohr:

Átomo
Elétron

Núcleo
(prótons + nêutrons)

A carga elétrica é quantizada, isto é, seu valor é múltiplo inteiro do valor da carga elétrica elementar (e = 1,6
· 10-19C).

Q=n·e

z Q: quantidade de carga. Unidade no SI é (C) (coulombs);


z e: carga elementar (e = 1,6 · 10-19C);
z n: número de partículas (número inteiro).

A unidade de carga elétrica é dada em coulomb (C).


Há dois princípios fundamentais da eletrostática: o princípio da atração e da repulsão e o princípio da conser-
vação das cargas elétricas.
Verifica-se, experimentalmente, que, ao se aproximar duas partículas eletrizadas com cargas elétricas de mes-
mo sinal, ocorre entre elas repulsão. Caso essas partículas tenham cargas elétricas de sinais opostos, haverá atra-
4

ção entre elas.


-2

O princípio da atração e da repulsão, a partir disso, pode ser enunciado desta maneira: partículas eletrizadas
13

com cargas de sinais iguais se repelem, enquanto as eletrizadas com cargas de sinais opostos se atraem.
.7
28
.8
18

P e
-0

Atração
ar
lm
gi

P P
ar
lm

Repelem-se
gi

e e

Repelem-se

N N
FÍSICA

Não há interação de campo

Princípio de Conservação de Cargas Elétricas

É preciso notar, em primeiro lugar, que a propriedade carga elétrica que existe nas partículas elementares é
intrínseca a elas (por exemplo, a massa), e não pode ser retirada ou colocada nelas. 415
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Dessa forma, a carga total de um sistema continua constante se não houver alteração da quantia e do tipo das
partículas dotadas de carga elétrica.
Assim, a soma algébrica das cargas elétricas existentes em um sistema eletricamente isolado é constante.
Por isso, se existir n corpos com ao menos um deles eletrizado num sistema eletricamente isolado, pode haver
trocas entre eles de cargas elétricas. Entretanto, a soma algébrica dessas cargas será igual à de antes, durante e
depois das trocas.
Observe, para exemplificar, os três corpos A, B e C apresentados abaixo:

A B

QA = –5q QB = +2q

QC = 0

Note que a soma algébrica dessas cargas vale:

Qtotal = QA + QB + QC
Qtotal = (–5q) + (2q) + (0)
Qtotal = –3q

Vamos supor que, por conta de um processo (como, por exemplo, o contato de A com C), ocorra uma alteração
no sistema como mostrado a seguir:
4
-2

A B
13
.7
28

QA = –2q Q’B = +2q


.8
18
-0
ar

C
lm
gi
ar

Q’C = –3q
lm
gi

Observe que houve passagem de cargas elétricas do corpo A para o corpo C. No entanto, a soma algébrica das
cargas continuou a mesma:

Qtotal’ = QA’ + QB’ + QC’


Qtotal’ = (–2q) + (2q) + (–3q)
Qtotal’ = –3q

Assim, para um sistema eletricamente isolado, pode-se escrever:

Qtotal antes da troca = Q’total após a troca

Percebemos que essa interação entre as cargas (atração e repulsão) ocorre a distância. Essa interação a distân-
cia entre corpos eletrizados pode ser explicada usando-se o conceito de campo elétrico.
416
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Entendendo a lógica:

z 1 elétron tem –1,6 · 10–19 coulombs;


z 2 elétrons têm –3,2 · 10–19 coulombs;
z 3 elétrons têm –4,8 · 10–19 coulombs.

Assim como:

z 1 próton tem +1,6 · 10–19 coulombs;


z 2 prótons têm +3,2 · 10–19 coulombs;
z 3 prótons têm +4,8 · 10–19 coulombs.

Também podemos concluir que:

z um corpo pode possuir 9,6 · 10–19 C, pois 9,6 é múltiplo inteiro de 1,6.

9,6 · 10–19 = 6 · 1,6 · 10–19 (possível);

z um corpo não pode ter 6,88 · 10–19 C, pois 6,88 não é múltiplo inteiro de 1,6.

6,88 · 10–19 = 4,3 · 1,6 · 10–19 (impossível).

Se liga!
Isso é a mesma coisa daquelas pesquisas que vemos na TV: “O brasileiro tem em média 2,5 filhos”. Pense
bem, é a mesma coisa: ou você tem 2 filhos ou tem 3 filhos; isso também ocorre com a quantização de carga.

CORRENTE ELÉTRICA

É um movimento ordenado dos elétrons devido a uma diferença de potencial (voltagem). Os metais são conhe-
cidos por sua camada de valência (mais externa) ter elétrons fracamente ligados ao núcleo e facilmente podem
ser orientados com uma DDP (diferença de potencial) diferente de zero.

DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE O FIO SENDO DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE O FIO SENDO
NULA NÃO NULA

Fio condutor Fio condutor


4
-2
13
.7

Não existe movimento “ordenado de cargas elétricas” Existe movimento “ordenado de cargas elétricas” e
28

damos o nome de corrente elétrica


.8
18
-0

Intensidade de Corrente Elétrica(i)


ar

Se um dia você precisar explicar o que é corrente elétrica para alguém em poucas palavras, é muito fácil, ape-
lm

nas diga que é o choque. Todo mundo alguma vez já tomou um choque (com certeza uma lembrança ruim). Esse
gi

choque ocorre graças à corrente elétrica passando pelo nosso corpo.


ar

Correntes elétricas ocorrem em qualquer lugar em que exista diferença de potencial (“voltagem”, como cha-
lm

mamos no dia a dia). Matematicamente, ela é definida como a quantidade de carga que passa por um condutor,
gi

durante um intervalo de tempo.


DQ
i=
Dt
Onde:

c
z I: intensidade de corrente elétrica. Unidade no SI é (A) = ( );
s
z ΔQ: quantidade de carga. Unidade no SI é (C);
z Δt: intervalo de tempo. Unidade no SI é (s).
FÍSICA

Cálculo de Carga a Partir de Um Gráfico

Usamos muitos dispositivos elétricos na nossa vida, porém, nem todos funcionam com o mesmo tipo de cor-
rente elétrica. Uma pilha de um controle remoto funciona com corrente elétrica contínua, ou seja, que só tem um
sentido. Já uma tomada elétrica funciona com corrente alternada, ou seja, com sentidos diferentes a cada instante.
417
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Você, ao se deparar com isso, fica sem recursos para calcular a quantidade de carga (∆Q) que passa em um fio
condutor, pois só aprendemos:

DQ
i=
Dt
Essa equação só funciona para correntes elétricas constantes. E agora?
Então, precisamos de um novo recurso para calcular essas correntes elétricas variáveis.
Esse recurso é uma análise do gráfico de corrente elétrica por tempo. A área abaixo da curva corresponde
à quantidade de carga que passa no corpo.

I(A) I(A)

ΔQ
t(s) t(s)

Se liga!
DQ
Nem sempre podemos usar i = , pois essa equação só funciona para cálculo de correntes constantes ou
Dt
se a prova pedir a corrente média. Caso seja uma corrente variável, temos que fazer a análise gráfica.

PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

Você já sabe que a matéria é constituída por átomos, que possuem partículas menores ainda, que são os pró-
tons, elétrons e nêutrons. Quando um átomo tem o mesmo número de prótons e elétrons, dizemos que ele está
neutro. Caso tenha mais elétrons que prótons, dizemos que está negativo. Se tiver mais prótons do que elétrons,
ele está positivo.
Dependendo da nossa intenção, é interessante que os corpos estejam com uma carga ou outra. Um bom exemplo
é uma impressora que deixa a tinta eletrizada para conseguir empurrar ela para formar a impressão.
Existem três maneiras para tirarmos os corpos da neutralidade (estado em que o número de prótons igual ao de
elétrons). Esses processos são: eletrização por atrito, eletrização por contato e eletrização por indução.

Eletrização por Atrito

Existe um pré-requisito fundamental para ocorrer: é necessário que sejam materiais diferentes, um perde e o
4
-2

outro ganha elétrons; ficam com cargas de tipos opostos e iguais em módulo.
13
.7
28

X
Esfrega X
.8

X
18

X
X
-0
ar
lm

Eletrização por Contato


gi
ar

Aqui os materiais podem ser iguais ou diferentes, um neutro e outro eletrizado ou ambos eletrizados; ficam
lm

com sinais iguais e cargas proporcionais ao tamanho.


gi

ELETRIZAÇÃO DE CARGA DE CORPOS CONDUTORES IDÊNTICOS

+2C –8C
Média aritmética

Q1 + Q 2
+2 –8 = –6C QF =
2
Onde:
QF = carga final nas esferas idênticas
–3C –3C

418
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No exemplo apresentando, foi com apenas duas esferas, mas essa teoria é válida para quantas esferas idên-
ticas você fizer o contato. Se forem 3 esferas, por exemplo, você irá somar a carga das 3 e também dividir por 3.

Eletrização por Indução

Entre qualquer material; um neutro e o outro eletrizado, e necessita de aterramento. Objeto induzido fica com
carga de tipo oposto ao indutor.

EXEMPLO 1 EXEMPLO 2

Condutor neutro
(nº prótons = nº elétrons)

Dois condutores neutros


(nº prótons = nº elétrons) Aproximamos um indutor, assim, polarizando o induzido

+ – + –
– + – +

Aproximamos um indutor, assim, polarizando o induzido

Fazemos um aterramento no induzido


+ + + + –

– –
+ + – –
+ + – +
+ +
Aproxima

Afastamos as esferas primeiro e depois o indutor

Terra
+ +
+ + Elétrons descem pela repulsão e, assim, eletrizamos o
4

induzido
-2
13
.7
28

Elétr
.8

ons
18
-0
ar

Terra
lm
gi
ar

Se liga!
lm
gi

Guarde que, na física clássica, um corpo nunca pode doar ou ganhar prótons, assim como eles também não
podem se mexer. Qualquer afirmação de questão dizendo que as cargas positivas se “mexeram” está errada.

CONDUTORES E ISOLANTES

Condutores e isolantes são materiais que se comportam de maneiras diferentes no que diz respeito aos elé-
trons (corrente elétrica). Condutores facilmente permitem a movimentação livre dos elétrons; os isolantes difi-
cultam essa movimentação em função da sua estrutura interna, ou seja, a passagem da corrente elétrica.
Como as estruturas atômicas das substâncias são diferentes, os condutores possuem os elétrons livres (fraca-
FÍSICA

mente ligados ao núcleo) na sua camada mais afastada do núcleo (camada de valência) que os isolantes não têm.

Condutores

Podemos generalizar dizendo que os condutores são os metais em geral, e diferentemente do que muitas pes-
soas pensam, a água pura não conduz eletricidade. 419
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
São exemplos de condutores elétricos os metais em
F F
geral, tais como cobre, ferro, ouro e prata. + +
Tipos de condutores:
D
z Sólidos: conhecidos pelos elétrons livres, são con-
dutores metálicos; K · Q1 Q 2
z Líquidos: conhecidos como condutores eletrolíticos, F= 2
d
eles têm o movimento de cargas positivas (cátions) e
negativas (ânions), que é uma corrente elétrica; Onde:
z Gasosos: conhecidos como condutores de terceira
classe, eles têm o movimento de cátions e ânions. z K: constante eletrostática do meio.
Mas, diferentemente dos condutores líquidos, a
energia é produzida através de colisões entre as
cargas e não de forma única; Se liga!
z Isolantes: conhecidos como dielétricos, neles há a Lembre-se sempre de que a força é uma grandeza
ausência dos elétrons livre. Pela Lei de Coulomb, vetorial, logo, todas as operações vetoriais da mecâ-
podemos verificar que os elétrons são fortemente nica são válidas aqui na eletrostática também.
ligados ao núcleo. São exemplos de isolante elétri-
cos: lã, madeira, plástico, borracha, isopor, papel,
vácuo e vidro; CAMPO, TRABALHO E POTENCIAL ELÉTRICO
z Semicondutores: podem comportar-se como um
isolante ou condutor, de acordo com as condições Qualquer partícula com carga elétrica modifica a
físicas. Os exemplos mais comuns de semiconduto- região ao seu redor, pelo simples fato de possuir carga
res são germânio (Ge) e silício (Si). elétrica, e essa modificação chamamos de campo elétrico.
O campo elétrico é um conceito que, junto com poten-
LEI DE COULOMB cial elétrico, é fundamental para o estudo da eletrostática.
Imagine que o campo elétrico é como se fosse algo
No século XVII, Newton conseguiu entender como invisível que existe para as cargas conseguirem interagi-
rem entre si, é como se fosse o campo do futebol: sem o
funcionava a gravidade, porém ninguém, até então,
campo não há jogo de futebol e sem campo elétrico não
conseguia entender como funcionava a força de atra-
irá existir força elétrica. A diferença é que o campo de
ção entre cargas elétricas.
futebol nós vemos e o campo elétrico nós não consegui-
No século XIX, o francês Charles Augustin de Cou-
mos ver.
lomb (1736–1806) deduziu uma lei que descreve a for-
Dentro do campo existem regiões que são mais inten-
ça de interação entre cargas elétricas. Na ciência, isso é
sas, e para identificarmos essas regiões, nós utilizamos o
fundamental, pois agora é possível estipular as distân- conceito de potencial elétrico. Podemos dizer que poten-
cias necessárias para organizar os componentes elétri- cial elétrico é como se fosse uma altura elétrica, quanto
cos de aparelhos elétricos e também podemos calcular maior a altura da queda, mais estrago podemos ter.
4

uma distância mínima de centrais de alta tensão, de


-2
13

modo que não coloque em risco as nossas vidas. Vetor Campo Elétrico (E)
.7

Na época de Coulomb, já se sabia que os opostos se


28

atraem e semelhantes se repelem, e as Leis de New- O conceito de campo elétrico é fundamental para
.8

ton eram muito bem conhecidas. O francês conseguiu montarmos circuitos elétricos e também transmitirmos
18

demonstrar que as dependências que Newton tinha energia elétrica de um lugar do mundo para outro.
-0

achado para explicar a gravidade eram semelhantes Costumamos dizer que campo elétrico e potencial
ar

às dependências das cargas elétricas. elétrico são como a tabuada: é obrigatório que você sai-
lm

A Lei de Coulomb consiste em uma equação que ba a tabuada, mas não significa que terá uma questão
gi

descreve a dependência da força elétrica entre duas perguntando quanto é 4 vezes 2. Este domínio técnico
é essencial para outros tópicos da ciência, ou seja, ten-
ar

cargas e sua distância de separação.


tarmos entender campo elétrico e potencial elétrico iso-
lm

Cargas elétricas de mesmo tipo repelem-se; de


ladamente fica muito abstrato, mas com certeza esses
gi

tipos diferentes atraem-se. Observe ainda o seguinte:


assuntos são essenciais para a continuidade da ciência.
Entende-se campo elétrico como uma propriedade
O módulo das forças de interação (F) entre dois pon-
física que se estabelece em todos os pontos do espaço sob
tos materiais de cargas elétricas q1 e q2 é diretamente
influência de uma carga elétrica (chamada carga fonte),
proporcional ao produto dessas cargas e inversamen-
de modo que ao ser colocada uma outra carga (carga de
te proporcional ao quadrado da distância (d) entre prova) em um desses pontos, ela fica sujeita a uma força
esses pontos materiais. [...] A direção das forças de de atração ou repulsão que a carga fonte exerce.
interação entre os pontos materiais de cargas q1 e q2 Carga de prova é uma carga elétrica de valor que
[...], cujos módulos são iguais a F, é a da reta que con- se conhece usada para detectar existência de campo
tém esses pontos; o sentido é de atração, quando as elétrico. Posiciona-se a carga de prova em um lugar
cargas forem de sinais diferentes, ou de repulsão, e consegue-se saber, por meio do efeito observado, se
quando forem de mesmo sinal.8 nesse lugar há ou não um campo elétrico. Se for cons-
tatado que existe campo elétrico, a carga de prova aju-
da a determinar sua intensidade.
420 8 GASPAR, A. Compreendendo a Física: eletromagnetismo e física moderna. São Paulo: Ática, 2013, p. 24-25.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Matematicamente, dizemos que a orientação do Para calcular o potencial criado em um ponto P
campo elétrico é dada pela trajetória que o teste posi- qualquer, usamos:
tivo iria percorrer no ponto analisado devido à força
elétrica, ou seja, é uma definição que os cientistas ado- k·Q
taram de acordo com uma convenção. V=
d

F LINHAS DE CAMPO
E=
q
Vamos falar de linhas de campo, ou seja, é como se
Onde: fosse um mapa de como é o campo elétrico em regiões
próximas à carga elétrica.
z F: força elétrica na carga de teste. Unidade no SI é
(N) (= newton); z Carga positiva: campo elétrico é divergente e sai
z q: carga de teste. Unidade no SI é (C).
da carga:
Campo Elétrico Criado por Cargas Geradoras E
+
d

E
z Carga negativa: campo elétrico é convergente e
d entra na carga:
Q E

Onde: d

z |Q|: módulo da carga geradora de campo elétrico. Na figura a seguir podemos visualizar a representa-
ção de um campo elétrico através das linhas de campo:

Se liga!
Imagine o campo gravitacional (“gravidade”): ele
só existe em virtude da presença do nosso pla-
neta Terra; o campo elétrico é análogo, só existe
pela presença de carga elétrica geradora.

POTENCIAL ELÉTRICO
4

O conceito de potencial é bem abstrato de definir,


-2

mas podemos simplificar pensando que é como se fos-


13

se um “desnível” elétrico: quanto maior o “desnível”,


.7
28

maior é a energia que podemos converter.


.8
18

k· Q
-0

E=
d
2
SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS
ar

Potencial Elétrico de Cargas Pontuais


lm

Agora, vamos falar de superfícies equipotenciais,


que consistem em regiões onde o potencial elétrico
gi

Na física existem dois tipos de grandezas: veto-


tem o mesmo valor.
ar

riais e escalares. As vetoriais são representadas por


As superfícies equipotenciais são regiões dentro de
lm

vetores e as escalares são representadas apenas por


um campo elétrico em que a diferença de potencial
gi

números. Quando uma grandeza for escalar, teremos


elétrico é zero, ou seja, ao deslocar uma carga dentro
que ter muito cuidado para considerarmos o sinal
de uma superfície equipotencial, não há realização de
matemático, ou seja, não iremos efetuar nenhum cál-
trabalho. Essas superfícies equipotenciais sempre são
culo em módulo.
perpendiculares ao vetor do campo elétrico.
É sempre importante notar que potencial elétrico
é uma grandeza escalar, por isso, não usamos módulo
na hora do cálculo.

P
FÍSICA

421
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+ –

+ –

+ –

+ –

A B

Nos dois exemplos anteriores, as linhas pontilhadas representam essas superfícies.

LEI DE GAUSS

A lei de Gauss estabelece que o fluxo total (ϕtotal), através da superfície gaussiana, é igual à carga total interna à
superfície (qinterna), dividida pela permissividade elétrica do meio (ε): por isso é essencial definirmos o que é fluxo
elétrico (ϕ).
4
-2
13

Fluxo Elétrico(φ)
.7
28

O fluxo elétrico relaciona a quantidade de linhas de campo elétrico (E) que penetra em uma superfície de área
.8

(A), em função do ângulo do “vetor área imaginário” e o vetor campo elétrico.


18
-0

E
ar
lm
gi

A
ar
lm

θ
gi

Φ = E ⋅ A ⋅ cosϴ

422
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Se liga!
Cuidado! Área é uma grandeza escalar, por isso que está escrito vetor área imaginário, pois nós imaginamos
um vetor perpendicular à superfície para conseguirmos relacionar o ângulo.

Iremos falar um pouco sobre a lei em si e como montar as superfícies gaussianas imaginárias.
É uma distribuição qualquer de uma ou mais cargas elétricas, envolta por uma superfície imaginária fecha-
da qualquer envolvendo essas cargas. Essa superfície recebe o nome de superfície gaussiana; ela pode ter a for-
ma que quisermos. A única regra é que ela deve ser fechada e também podemos definir quando estamos dentro
ou fora da superfície gaussiana.
A Lei de Gauss estabelece que o fluxo total (ϕtotal) através da superfície gaussiana é igual à carga total interna à
superfície (qinterna), dividida pela permissividade elétrica do meio (ε): por isso é essencial definirmos o que é fluxo
elétrico (ϕ).
Dessa forma, é importante fazermos uma adaptação e sempre escolhermos superfícies gaussianas em que o fluxo
elétrico seja perpendicular ao “vetor imaginário área”. Assim, na Lei de Gauss usaremos o conceito infinitesimal de cal-
cularmos todo o fluxo sobre a superfície gaussiana.

Φ = E ⋅ ΔA

Nesse contexto, E ⋅ ΔA é a área total da superfície gaussiana imaginária, que já garantimos antes que seja per-
pendicular ao fluxo elétrico.
K· Q
E= 2
d

EXEMPLOS DE SUPERFÍCIES GAUSSIANAS

Superfície
Gaussiana Superfície
Gaussiana

Fora
Fora

Dentro
Fora
Fora
4

ΔA dessa superfície escolhida é a área superficial de


-2

ΔA dessa superfície não seria algo tão fácil, por isso sem-
uma esfera de raio r:
13

pre escolhemos superfícies fáceis de calcular


.7

q interna
28

U total = ΔA = 4π · r2
f
.8
18
-0

ANALISANDO A CARGA COM A SUPERFÍCIE


VERIFICANDO A FORMA DA GAUSSIANA
ar

GAUSSIANA
lm
gi
ar
lm

Superfície Gaussiana
d
gi

q
interna
FÍSICA

423
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AGORA ANALISAMOS O CAMPO APLICANDO A LEI DE GAUSS
q interna
∅total =
f
Fluxo total é dado por:

∅total = E · Δ4

Substituindo:
→ →
E E → q interna
E E · Δ4 =
f
Mas a superfície da gaussiana é uma esfera de raio d,
então

q interna
→ E · 4π · d2 =
E f
q →
interna E Isolando:

q interna
E= 2
4r · f · d
→ q interna
E E= 2
→ 4r · d ·f
E
→ Mas:
E
1
k= e qinterna = Q
4rf
Finalmente:

k·Q
E= 2
d

PODER DAS PONTAS

Trataremos nesta etapa sobre o poder das pontas. Você já ouviu que o raio nunca cai duas vezes no mesmo
4

lugar?
-2
13

Isso está errado, pois as cargas se concentram mais nas pontas e assim os raios sempre buscam pontas eletri-
zadas na medida do possível.
.7
28

O poder das pontas mostra que se tivermos algum condutor com alguma ponta, sempre terá maior concentra-
.8

ção de carga nessas pontas. Em condutores eletricamente carregados existe uma grandeza física chamada densi-
18

dade superficial de carga, que basicamente diz que onde tiver “pontas” nos condutores, terá uma concentração de
-0

cargas mais acentuada do que no restante deles.


ar
lm

CONDUTOR NEUTRO CONDUTOR CARREGADO


gi

+
ar
lm
gi

+
++
+ ++
+
++
+

Se liga!
É importante lembrar que um corpo que está positivo perdeu elétrons e, por isso, a sua carga líquida é positiva.
Nunca se esqueça de que um corpo nunca ganha ou perde prótons, pois esses estão no núcleo do átomo.

424
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BLINDAGEM ELETROSTÁTICA W = –q · ΔV

Você já ouviu falar que se estiver dentro de um Vi VF


carro e cair um raio nele você está seguro por causa
dos pneus, que são feitos de borracha?
Isso é verdade! Mas não por causa dos pneus feitos + –
de borracha. Convidamos você para a seguinte reflexão:
se você sentar em cima dos quatro pneus empilhados do
carro, você deixaria jogarem um raio na sua cabeça? + –
O motivo de você estar seguro dentro do carro é
q q
blindagem eletrostática.
O campo elétrico no interior de condutores em + –
equilíbrio eletrostático é nulo, ou seja, sem ter campo
dentro do condutor, você não pode tomar choque.
Na figura abaixo apresentamos um experimento + –
da famosa Gaiola de Faraday.

Onde:

z W: trabalho realizado pelo campo elétrico. Unida-


de no SI é (J) (= joules);
z q: carga;
z ΔV = Vf – Vi: diferença de potencial elétrico. Unida-
de no SI é (V) (= volts).

CORRENTES CONTÍNUA E ALTERNADA

Corrente Contínua
Fonte: Ebanataw9
É quando ela tem apenas um sentido; geralmente
é produzida pela DDP de uma pilha que tem tensão
Verificamos isso em aviões também, pois, quando
contínua também.
ele toma uma descarga elétrica, os seus passageiros
ficam seguros. I (A) Corrente contínua (CC)í
Cargas elétricas
4
-2
13

Interior isento
.7

do
28

campo elétrico
.8

externo
18
-0

t(s)
ar
lm

Campo elétrico
Corrente Alternada
gi
ar

DIFERENÇA DE POTENCIAL ELÉTRICO


É quando ela tem o sentido alterado a cada ins-
lm

tante de tempo já predefinido. Por exemplo, no Brasil


gi

O conceito de potencial é abstrato, mas podemos


a frequência da nossa rede de tensão é 60 ciclos por
pensar nele como um “desnível” elétrico: quanto maior
segundo; significa dizer que em 1 segundo a corrente
o “desnível”, maior é a energia que podemos converter.
elétrica muda 60 vezes de sentido.
A diferença de potencial elétrico (∆V) entre dois pon-
tos é a razão entre o trabalho (W) necessário para mover
I (A) Corrente alternada (CA)
uma carga (q) entre duas superfícies equipotenciais.

W
DV =
q
FÍSICA

O campo elétrico uniforme realiza trabalho sobre


a carga, e assim a carga do repouso (sem velocidade) t (s)
pode ganhar velocidade em virtude do trabalho reali-
zado pelo campo elétrico uniforme, fazendo a partícu-
la ganhar energia cinética.
9 PÁRA-RAIOS tipo faraday. Ebanataw, 2014. Disponível em: http://www.ebanataw.com.br/raios/faraday.htm. Acesso em: 09 mar. 2023. 425
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CIRCUITOS A
LEI DE OHM
L
Ohm foi o físico responsável por aprimorar os
estudos sobre a eletricidade e desenvolver as equa- p·L
R=
ções que revolucionaram a ciência. A lei de Ohm tem A
grande utilização quando se trata de dispositivos elé-
Sendo:
tricos e, diferentemente do que muitos pensam, não é
uma equação, e sim uma relação física de grandezas.
Porém, as leis de Ohm só podem ser aplicadas a corpos p: resistividade elétrica (diferencia um material do
de módulos constantes, ou seja, resistores ôhmicos. outro a uma determinada temperatura), unidade no
Um resistor ôhmico tem temperatura constante, e assim SI(Ω · m) = (ohm · metro).
a corrente e a voltagem variam na mesma proporção. L: comprimento.
A: área da secção transversal.
V

R cte Se liga!
Geralmente os corpos são fios cilíndricos, por
isso a área da secção transversal é calculada
como área de um círculo de raio (r).
A = πr2

I
Efeito Joule
Esse gráfico demonstra como funciona a ddp (V) e
a corrente elétrica se o resistor for ôhmico (Resistên- Você já deve ter notado que, quando se usa mui-
cia Elétrica Constante). to tempo, determinados aparelhos elétricos podem
esquentar; isso ocorre pelo efeito joule, que é um
RESISTÊNCIA ELÉTRICA E RESISTIVIDADE fenômeno que consiste na conversão de energia
elétrica em calor. Para calcular esse calor usamos a
Dependendo do material de que certos elementos seguinte fórmula:
são compostos, os átomos oferecem uma resistência à
passagem de corrente elétrica, são os chamados resisto- Q = i2 · R · Δt
res. Eles são utilizados em tudo que envolve eletricidade,
e permitem o melhor desenvolvimento das tecnologias. Onde:

Q: calor.
4
-2

i: corrente elétrica.
13

R: resistência elétrica do material.


.7

∆t: intervalo de tempo analisado.


28
.8

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
18

Representação esquemática de resistores


-0

Associação em Série
ar

O conceito matemático de resistência elétrica é


lm

dado pela definição: Vamos apresentar aqui um exemplo de associação


gi

em série contextualizando a associação de resistores.


ar

R=
V Podemos pensar que um divisor de tensão elétri-
lm

i ca (DDP) e todos os resistores são “percorridos” pelo


gi

Para facilitar a memorização, podemos isolar o V: mesmo valor de corrente elétrica.

R2 Req
V=R·i

Onde:
R1 R3 =
V: diferença de potencial elétrico (tensão elétrica),
unidade do SI(V) = (volts).
+ — + —
R: resistência elétrica à passagem de corrente elé-
trica, unidade no SI(Ω) = (ohms).
i: corrente elétrica.
Resistência Equivalente Req = R1 + R2 + R3
Existem também outros fatores que influenciam
na resistência elétrica de um corpo, como fatores Corrente Elétrica itotal = i1 = i2 = i3
geométricos e o material de que são feitos. Essa é a
DDP Utotal = U1 + U2 + u3
426 segunda Lei de Ohm. Observe a seguir:
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Associação em Paralelo Conversão de Energia

É importante notar que em resistores em parale- 1k · W · h = 1.000 · W · h


lo a corrente, que passa por cada um deles, terá um 1h = 3.600 s
valor único. E a soma dessas correntes dá o valor total 1k · W · h = 1.000 · W · 3.600 s
da corrente que passa pelo sistema. 1k · W · h = 3.600.000 W · S
1k · W · h = 3,6 · 10+6 W · s
R1
J
R2 Mas lembre-se de que: (w) = (watts) = ( )
Req s

R3
J
1k · W · h = 3,6 · 10+6 ·s
s
1k · W · h = 3,6 · 10+6 J
+ —
+ —
Potência Elétrica em Resistores
VT VT

No conceito de elétrica, é importante conseguirmos


Resistência Equivalente
1
=
1
+
1
+
1 calcular a potência elétrica consumida nos resistores.
R eq R1 R2 R3
Corrente Elétrica itotal = i1 + i2 + i3 P=i·u

DDP Utotal = U1 = U2 = U3 Sendo:

U: tensão elétrica, DDP, unidade no SI(V) = (volts).


Se liga!
Podemos, ainda, dizer que a potência pode ser cal-
Se você pegar dois resistores, apenas em paralelo,
culada como:
você pode notar que a resistência equivalente dos
dois é calculada pela forma “produto” pela “soma”: 2
U
produto R · R2 P = R · i2 ou P =
= 1 R
R eq =
soma R1 + R 2
CAPACIDADE ELÉTRICA
RELAÇÕES ENTRE GRANDEZAS ELÉTRICAS
Capacidade elétrica também pode ser chamada de
capacitância. Aqui, neste módulo, estudaremos dispo-
Existem várias grandezas elétricas que se relacio-
sitivos elétricos chamados capacitores, que nos permi-
nam, algumas delas são a tensão, a corrente elétrica e
tem armazenar cargas elétricas e, por sua vez, energia
4

a energia elétrica. É importante relacionar todas essas


-2

elétrica para usarmos depois. Um exemplo bem comum


grandezas com a potência elétrica.
13

são os desfibriladores usados na medicina.


.7
28

POTÊNCIA ELÉTRICA
.8
18

O conceito físico de potência é a rapidez para uma


-0

forma de energia se transformar em outra forma de


ar

energia. Um bom exemplo é um resistor dentro de um


lm

chuveiro elétrico, o qual converte energia elétrica em


gi

energia térmica:
ar
lm

Energia
p=
gi

tempo

Sendo:

Energia, unidade no SI(J) = (joules).


Fonte: Global First Aid Centre10
Tempo, unidade no SI(s) = (segundos).

Potência, unidade no SI (W) = (watts) = bJl = Capacitância (c)

b Segundo l.
S
Joules
Um capacitor tem a função de armazenar cargas
FÍSICA

elétricas, como se fosse uma geladeira que armazena


No sistema internacional de medidas, a unidade de alimentos para usarmos depois. A nossa tecnologia
energia é em (J) = (joules), porém, em muitas questões, hoje é toda baseada no uso de capacitores, principal-
eles apresentam a unidade de energia em (k · W · h). mente quanto aos dispositivos eletrônicos.
10 UNRESPONSIVE and abnormal breathing when a defibrillator is available. Global First Aid Reference Centre, 2021. Disponível em: https://www.
globalfirstaidcentre.org/unresponsive-and-abnormal-breathing-when-a-defibrillator-is-available/. Acesso em: 27 mar. 2023. 427
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Cada dispositivo elétrico tem a sua capacidade de Se liga!
armazenar cargas, ou seja, a sua capacitância. O conceito
de matemático de capacitância tem a equação a seguir: Podem ser cobrados em prova os dois sistemas
juntos, no mesmo circuito. A sugestão é sempre
Q começar reduzindo os capacitores que você iden-
V tificar em série, e depois, eles todos vão ficar em
Q
C=
V
paralelo, mas isso não é uma regra, só um atalho.

Sendo:
GERADORES E RECEPTORES
Q: módulo das cargas de uma das placas.
V = diferença de potencial entre as placas. Gerador transforma algum tipo de energia em energia
C = capacitância, unidade no SI, (F) = (faraday). elétrica. Na física, existem dois geradores que iremos estu-
dar: os geradores ideais e os geradores reais, todos eles são
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES fundamentais para o estudo de eletrodinâmica. Os gerado-
res mais frequentes no nosso dia a dia são as pilhas, por
Para iniciarmos os estudos sobre associações de isso que os desenhos irão lembrar a forma de uma.
capacitores, vamos usar o dinheiro como exemplo. É
possível termos 13 reais em dinheiro, mas com certe- Gerador Ideal
za não teremos uma nota de 13, pois não existe. Nós
fazemos associações de dinheiro: uma nota de 10 reais O gerador ideal é aquele que não possui resistên-
e o restante em moedas, por exemplo, e o resultado cia interna, ou seja, pode fornecer toda a energia para
será os 13 reais. A ideia da associação de capacitores é o circuito.
a mesma: cientistas não fabricam infinitos valores de
ε + –
capacitores. De acordo com a nossa necessidade, asso-
ciamos os capacitores para dar o resultado desejado. A B A B
Associação em Série
Podemos, novamente, pensar em uma pilha em
C1 C2 C3 Cequivalente que a diferença de potencial de A para B (VAB) seja
igual à força eletromotriz do gerador (ε), que pode ser
chamada de F.E.M.

VAB = ε
1 1 2 3
Capacitância Equivalente = + + Gerador Real
C eq C1 C2 C3
Carga Qtotal = Q1 = Q2 = Q3 Todo gerador, ao ser percorrido por corrente elé-
trica, tem parte de sua energia “dissipada” por uma
DDP Utotal = U1 + U2 + U3
4

resistência interna imaginária. Essa perda de energia


-2

só é verificada com a passagem de corrente elétrica,


13

Utilizando dois capacitores em série, a capacitân- por isso se olharmos um gerador real e um gerador
.7

cia equivalente é o famoso “produto” pela “soma”.


28

ideal, sem ter corrente elétrica, eles parecerão iguais.

]C1 · C 2g
.8

Veremos, então, a representação do gerador real:


18

produto
^C1 + C 2h
Ceq = =
-0

soma ε r + –
ar

Associação em Paralelo A B A B
lm

i ≠0
gi

C1
ar

Agora se deixarmos percorrer uma corrente elétri-


lm

ca no gerador, verificaremos que:


gi

Cequivalente
C2 ε + –

A B A B
i =0
C2
VAB < ε

Ou seja, pelo fato de percorrer corrente elétrica, não


conseguimos usar toda F.E.M. do gerador para o circuito.
Capacitância Equivalente Ceq = C1 + C2 + C3
ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
Carga Qtotal = Q1 + Q2 + Q3
Sempre fique atento às polaridades do gerador: se
DDP Utotal = U1 = U2 = U3 a polaridade negativa (–) de um gerador estiver segui-
da da polaridade positiva (+) de outro gerador, as suas
428 F.E.M. estão se “ajudando”.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
+ — + —
A

E se for o contrário, a polaridade negativa de um


gerador seguida de uma polaridade negativa de outro
gerador, eles estão se “atrapalhando”, assim como a A
polaridade positiva de um e, na sequência, a polarida-
de positiva de outro.
R2
+ — + — + A

R1

Observe esses sistemas de série em comparação: R3

r1 r2 r3 req
O amperímetro está medindo apenas a corrente
ε1 ε2 ε3 εeq elétrica que “atravessa” R2.
Segue a figura de uma representação de amperí-
Aqui as polaridades se auxiliam na passagem da
metros utilizados em laboratórios e indústrias:
corrente elétrica, então as equações que usamos são:

εeq = ε1 + ε2 + ε3
req = r1 + r2 + r3

No próximo sistema, as polaridades estão “atrapa-


lhando” a passagem da corrente elétrica:

r1 r2 r3 req

ε1 ε2 ε3 εeq

Então as equações utilizadas são:

εeq = ε1 – ε2 + ε3 Fonte: Dreamstime11

req = r1 + r2 + r3 Voltímetro
4
-2

São representados em geral pela letra V colocada


13

MEDIDORES ELÉTRICOS
dentro de um círculo ou, às vezes, cortado por uma
.7
28

Os medidores elétricos são equipamentos utiliza- seta. Como medem a diferença de potencial elétrico
.8

dos para aferir a quantidade de energia elétrica e os entre dois pontos de um, devem ter seus terminais inse-
18

valores de intensidade de algumas grandezas físicas. ridos em paralelo com o trecho do circuito entre esses
-0

Podem ser erroneamente chamados de “amperagem” pontos. O voltímetro ideal possui resistência infinita.
e “voltagem”, essas são grandezas medidas. O instru-
ar

mento de medida elétrico mais frequente no uso por


lm

profissionais elétricos é o multímetro, no qual encon- V


gi

tramos todas as grandezas elétricas a serem medidas


ar

como tensão, corrente elétrica e resistência elétrica.


lm

Outros dos principais medidores elétricos são:


gi

V
z Amperímetro: utilizado para medir a intensidade
da corrente elétrica e deve ser colocado em série
em um circuito;
z Voltímetro: sua finalidade consiste em mensurar R1
a diferença de potencial elétrico entre dois pontos
R3
de um circuito elétrico e, para tal propósito, deve A A
ser conectado em paralelo.
FÍSICA

Amperímetro
R2
O amperímetro ideal tem resistência nula e os sím- V
bolos estão mostrados abaixo.
11 AMPERÍMETRO. Dreamstime, 2023. Disponível em: https://pt.dreamstime.com/%C3%ADcone-do-amper%C3%ADmetro-estilo-dos-desenhos-a-
nimados-image106950388. Acesso em: 27 mar. 2023. 429
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Voltímetro está medindo ddp entre o ponto A e B. „ com luz: resistência mínima;
Segue a figura de uma representação de um voltí- „ sem luz: resistência máxima;
metro utilizado em laboratórios e indústrias:

z Resistor NTC: sensível à temperatura, a sigla NTC


significa Negative Temperature Coefficient, assim:

„ temperatura aumenta: resistência diminui;


„ temperatura diminui: resistência aumenta.
Fonte: iStock12

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE CIRCUITOS

No meio da correria de um laboratório, os cientis-


tas não têm tempo de desenhar os circuitos com todos
os seus detalhes, e assim, para otimizar o trabalho z Fusível: dispositivo de proteção dos circuitos, fila-
deles, foi criada uma convenção de símbolos rápidos mento de metal de baixo ponto de fusão. Assim,
e simples de cada componente de um circuito elétrico. quando o fusível é percorrido por uma corrente
elétrica acima do normal, o filamento se funde e
z Resistor: oferece uma resistência à passagem da abre o circuito;
corrente elétrica;

z Potenciômetro: possui resistência elétrica ajustá-


vel. Para controlar as características de entrada e
saída de aparelhos eletrônicos, como volume, bri-
lho, tempo de funcionamento.
z Lâmpadas: converte energia elétrica em energia
luminosa;
4
-2
13
.7
28
.8

z Diodo: dispositivo que permite a condução da cor-


18

rente elétrica em apenas um sentido, podendo ser uti-


MAGNETISMO
-0

lizado como uma chave para fechar e abrir o circuito;


ar

ÍMÃS PERMANENTES E TEMPORÁRIOS


lm
gi

Ânodo Cátodo Os ímãs são o ponto de partida para estudo do ele-


ar

(+) (—) tromagnetismo, tendo em vista que correspondem aos


lm

objetos que geram campo magnético a nossa volta.


gi

z LED: diodo que emite luz, sua sigla vem de Light São dois os tipos que existem:
Emitting Diode, a luz é produzida por interações do
elétron com o material;
z Ímãs permanentes: são permanentes no sentido
de que, quando magnetizados, retêm um nível de
magnetismo;
z Ímãs temporários: agem como um ímã perma-
nente quando estão imersos em um campo magné-
Ânodo Cátodo tico intenso, mas perdem o seu magnetismo uma
(+) (—) vez que o campo magnético desaparece.

z Light Dependent Resistor (LDR): sua resistência Um ímã é dividido em polos, sendo um polo cha-
varia conforme a intensidade da luz que incide mado de norte e outro de sul. Na figura a seguir tem-se
sobre ele, assim: a representação esquemática de um ímã.
12 MULTIMETE. iStock, 2014. Disponível em: https://www.istockphoto.com/br/vetor/multimete-gm488079421-39347962. Acesso em: 27 mar.
430 2023.
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S N

S N

FORÇA MAGNÉTICA

Desde a época da Grécia antiga já se conheciam


várias propriedades do magnetismo. Os chineses
foram um dos primeiros a utilizar esse estudo da
Ademais, as linhas de campo magnético são tan-
força magnética como forma de orientação, ou seja, gentes às linhas de força, e quanto maior a densida-
em razão dessa força magnética, em que materiais de de linha de força, mais intenso é o ponto B. Assim,
sofrem entre si, faz-se possível a criação de muitas tec- compreende-se que B é mais intenso perto dos polos.
nologias que a envolvam, desde usinas hidroelétricas
a motores de carro. B
Seguindo a ideia de força magnética, os ímãs inte-
ragem entre si, obedecendo algumas regras de atração
e repulsão. Para uma melhor representação, segue o B B
quadro abaixo: N S

ATRAÇÃO REPULSÃO

Quando são polos


diferentes: Quando são polos iguais:
CAMPO MAGNÉTICO

Durante muito tempo se pensou que magnetismo e


→ eletricidade eram ciências distintas, mas em 1820 um
F
fato mudou tudo: o “Experimento de Oersted”. Esse
S N N S
S S experimento foi o primeiro a mostrar evidências de que
N
o magnetismo e a eletricidade poderiam ser encarados
como dois lados de uma mesma moeda. Mais à frente,
foram definidos os três fenômenos eletromagnéticos. O
Inseparabilidade
4

movimento de cargas é o responsável pelos experimen-


-2

tos magnéticos, já que os átomos produzem seu próprio


13

Os polos de um ímã são inseparáveis. Não existe campo pelo simples fato de se movimentarem.
.7
28

monopolo magnético. Veja ainda o seguinte:


.8
18

Antes desse período, os dois fenômenos eram vistos


-0

como completamente separados, tanto que a teoria


do eletromagnetismo só foi aceita em meados do
ar

N S século XIX.
lm

Hoje em dia, o eletromagnetismo e o magnetismo


gi

são usados como base para o aperfeiçoamento de


ar

muitos instrumentos do cotidiano.


N N
lm

S S Do mesmo modo, ele pode ser utilizado para a


gi

produção de energia, ondas de rádio, aparelhos


de comunicação, entre muitas outras aplicações
em empresas de engenharia elétrica.13
N S N S N S N S
Campo Magnético Terrestre e Bússola

O campo magnético da Terra, também chama-


Linhas de Campo Magnético do de magnetosfera da Terra, é uma área ao redor
do planeta que sofre influência do campo de energia
criado pelo magnetismo do núcleo terrestre. Até hoje
As linhas do campo magnético são tangentes às
FÍSICA

não se sabe ao certo por que o planeta Terra tem um


linhas de força. Além disso, elas são curvas, tendo em campo magnético, mas o que importa é que, graças a
vista que o campo magnético não é uniforme, ou seja, esse campo magnético, os pássaros e as pessoas con-
é mais intenso perto no polo do ímã. seguem se orientar.
13 5 curiosidades sobre o magnetismo. OXIMAG, 2019. Disponível em: https://www.oximag.com/blog/5-curiosidades-sobre-o-magnetismo/.
Acesso em: 27 mar. 2023. 431
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NORTE GEOGRÁFICO
SUL MAGNÉTICO

N
SUL GEOGRÁFICO
NORTE MAGNÉTICO

Podemos imaginar a Terra como se fosse um gigante ímã, com um polo norte. De maneira que,

z polo norte geográfico “abriga” o polo sul magnético;


z polo sul geográfico “abriga” o polo norte magnético.

Se liga!
Em astronomia, estuda-se que é possível viver na Terra devido ao campo magnético terrestre. No Sol ocorre
a reação de fusão nuclear, o que libera uma energia chamada de ventos solares. Se essas energias fossem
lançadas diretamente na Terra, os seres humanos não teriam chance de sobreviver. O campo magnético ter-
restre desvia grande parte desses ventos solares, permitindo, assim, a vida na Terra.
4
-2

Bússola
13
.7

Uma bússola é um ímã, seu polo norte sempre acompanha a orientação do campo magnético.
28
.8

NORTE
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm

SUL
gi

BÚSSOLA ORIENTAÇÃO EM UM CAMPO

NORTE

N S

SUL

432
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Classificação das Substâncias Magnéticas

z Ferromagnéticos: fortemente atraído por ímãs como ferro, níquel e cobalto;


z Paramagnéticos: fracamente atraído por ímãs como alumínio, o magnésio, o sulfato de cobre etc.;
z Diamagnéticos: fracamente repelido por ímãs como o bismuto, o cobre, a prata, o chumbo e etc.

Campo Magnético Gerado por Corrente Elétrica

Michael Faraday (1791-1867) descobriu os efeitos elétricos produzidos pelo magnetismo. Através desses fenô-
menos, chamados de indução eletromagnética, ele explicou a natureza e as propriedades dos campos magnéticos
alternados que podem gerar corrente elétrica.
Faraday explicou que o campo magnético é produzido pelas cargas elétricas geradas a partir do atrito entre
os corpos que, por variar o fluxo magnético sofrem atração ou repulsão. Com base nessa descoberta, atualmente
faz-se possível transmitir energia elétrica para todo o mundo. O eletromagnetismo se divide em três fenômenos
eletromagnéticos que serão apresentados a seguir.

Primeiro Fenômeno Eletromagnético

Segundo Hans Christian Oersted, uma carga elétrica em movimento gera campo magnético.

REGRA DA MÃO DIREITA

i Nunca se esqueça das notações:


i
i Outro ângulo

B
B B
sai
entra
B
B
Corrente elétrica convencional é o sentido contrário da
real, ou seja, a convencional é imaginarmos que as cargas
Sentido do polegar é o da corrente elétrica e os outros positivas se movem
quatro dedos correspondem a orientação do campo
4

magnético
-2
13

Campo Magnético em uma Espira


.7
28
.8
18

i
-0
ar R

i
lm
gi
ar

i
lm
gi

n·i
Bcentro =
2·R
µ: permeabilidade magnética
i: corrente elétrica
R: raio da espira

Lei de Biot-Savart
FÍSICA

Em síntese, essa lei é apenas uma fórmula para calcular a intensidade do campo magnético em fios.

433
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REGRA DA MÃO DIREITA

Nunca se esqueçam das notações:

i i Outro ângulo

B B
sai
entra
B B

n·i
Bfio =
Sentido do polegar é o da corrente elétrica e os outros 2·r·d
quatro dedos correspondem a orientação do campo µ: permeabilidade magnética
magnético i: corrente elétrica
d: distância até o ponto analisado

Lei de Ampère

A Lei de Ampère permite em algumas situações a determinação da intensidade do campo magnético. A explicação
de como se chega à formulação matemática utilizada para a determinação da intensidade desses campos é complexa,
pois acaba utilizando ideias e conceitos avançados. Para formulação matemática, considerando apenas seus aspectos
mais recorrentes em provas, determina-se uma linha imaginária, a fim de verificar o campo magnético atrelado em
cada ponto, mediante uma função matemática. Na prática, o aluno deve apenas guardar a equação.

Σ (B · ΔL) = µ· ienvolvida

Onde o termo B · ΔL é a soma de todas as contribuições ao longo da linha imaginária. Ficará mais claro no
exemplo a seguir:

EXEMPLO DA APLICAÇÃO DA LEI DE AMPÈRE

Amperiana

B
Σ (B · ΔL) = µ · ienvolvida
4
-2

Σ (B · ΔL) =
13

i envolvida
ΔL
.7

X B Σ (ΔL) = B (2 · π · d)
28

d B (2 · π · d) = µ · ienvolvida
.8
18

n · i envolvida
B=
-0

2·r·d
ar
lm

X
Temos um fio com corrente i entrando no plano
gi
ar

ELETROÍMA
lm
gi

Com a unificação da eletricidade e o magnetismo foi possível criar o eletroímã. Um ímã que permite escolher a
polaridade e a intensidade de seu campo magnético, também podendo ser denominado solenoide.
Um bom exemplo de eletroímã são os dispositivos em ferro velho usados para pegar as carcaças de automóveis
estragados.

434
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CAMPO MAGNÉTICO EM UM SOLENOIDE

N·n·i
N S Bsolenoide =
L
µ: permeabilidade magnética
i: corrente elétrica
L: comprimento
N: número de voltas
i L i

FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS ELÉTRICAS

A força magnética ocorre através da interação magnética entre dois corpos com características magnéticas.
Se analisarmos as cargas elétricas, a força só existe quando há movimento da partícula com campo magnético
em que o ângulo entre a velocidade encontra-se diferente de 0° ou 180°.
Considerando que uma carga puntiforme Q, com velocidade v, é lançada em um campo magnético uniforme
B, passa a existir sobre ela uma força magnética. Atualmente esses conceitos físicos são muito utilizados em ace-
leradores de partículas.
Para existir força magnética sobre cargas elétricas é necessário:

z estar em movimento (ter velocidade);


z cortar as linhas de campo magnético (atravessar as linhas de campo magnético).

PARA ACHAR A ORIENTAÇÃO DA FORÇA USAMOS A REGRA DO TAPA COM A MÃO DIREITA

Campo Magnético (B), entrando no plano e duas cargas com velocidade (V)
para o topo da página, a Direção dessa força é perpendicular ao plano for-
F q 0 B mado pelos vetores B e V
4
-2
13

v
.7
28
.8
18
-0

F q 0
ar

Grandeza orientada do plano para o observador


lm

Grandeza orientada do observador para o plano


gi
ar

Campo Magnético (B), entrando no plano e um fio de comprimento (L) com


lm

corrente elétrica (i) para o topo da página


gi

F F

i
FÍSICA

Grandeza orientada do plano para o observador


Grandeza orientada do observador para o plano
435
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Módulo da Força Magnética em Cargas
B
F=B·V· q · senϴ

Onde: A

θ
z F: força magnética na carga;
z B: intensidade do vetor Campo Magnético;
z V: vetor velocidade da carga;
z q : módulo da carga elétrica;
z θ: ângulo entre o vetor B e o vetor V.

Raio da Trajetória de Cargas Entrando Perpendicular


ao Campo Magnético Ф = B · A · cosθ

Em aceleradores de partículas usa-se muito o con- Onde:


ceito das partículas entrarem perpendiculares ao cam-
po magnético. Como apresentado na figura a seguir:
z Ф: fluxo magnético, unidade no SI (Wb) = (webber);
z B: campo magnético, unidade no SI(T) = (tesla);
z A: *“vetor” área, unidade no SI (m²) = (metro²);
z θ: ângulo entre A e B.

Se liga!
*Área não é vetor, mas apenas um recurso mate-
mático para usar o ângulo.

Fcentrípeta = Fmagnética LEI DE FARADAY-LENZ


2
m·V
= B · V · q · sen90º Essa lei revolucionou a ciência, pois com a descober-
R ta dela iniciou-se o desenvolvimento de todas as linhas de
m·V transmissão de energia elétrica do mundo. Tal fator condu-
= B · q · (1)
R ziu uma revolução para a época, pois permitiu a criação de
m·V
R= eletricidade a partir do magnetismo e, assim, finalmente
q ·B foi possível unificar a eletricidade e o magnetismo.
Onde: A lei: se o fluxo de indução magnética em uma
espira variar, surgirá uma corrente elétrica induzida
4
-2

z R: raio da trajetória; associada a uma F.E.M. (tensão). O sentido da corrente


13

z B: intensidade do vetor Campo Magnético; induzida opõe-se às causas que a originaram.


.7

z V: vetor velocidade da carga;


28

z q : módulo da carga elétrica.


.8
18
-0

Módulo da Força Magnética em Fio Condutor


S N
ar

Assim como nas cargas elétricas, existe uma equa-


lm

ção para calcular a força magnética de um fio que


gi

sofre ao estar dentro de um campo magnético.


ar
lm

F = B · i · L · senθ Faraday foi o responsável por descobrir que varia-


gi

ção de fluxo magnético produz correntes induzidas,


Onde: mas Lenz descobriu que o sinal da corrente induzida
é contrário à variação de fluxo magnético:
z F: força magnética na carga;
z B: intensidade do vetor Campo Magnético; DU
z I: corrente elétrica convencional (positiva); f=–
Dt
z L: comprimento do fio;
z θ: ângulo entre o vetor B e a i. Onde:

INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA z ε: F.E.M. = Força Eletromotriz, unidade no SI [volts]


*
z Fluxo magnético (ф) z ∆Ф: variação do fluxo, SI [Webber]
z ∆t: tempo, SI [s]
Agora, veremos sobre o Fluxo Magnético. Esse se z *F.E.M é uma DDP, logo também é válido:
refere à quantidade de linhas de indução que passam
436 através de um material condutor. ε= R · i
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Se liga!
Essa Lei de Faraday-Lenz possibilitou a transmissão de energia elétrica para todo o mundo. Aconselha-se
assistir ao filme: “O Menino que Descobriu o Vento”.

NA PRÁTICA

Espira, aproximando-se do ímã: surge uma


Corrente induzida no sentido
anti-horário

Espira, aproximando-se do ímã: surge uma


corrente induzida no sentido
horário

Força Magnética entre Dois Fios

Verificamos experimentalmente como os fios se comportam, dessa maneira, como será mostrado na figura, se
formos para uma prova é interessante levar isso em mente:

CORRENTES NO MESMO SENTIDO CORRENTES EM SENTIDOS DIFERENTES

Atração: Repulsão:
4

i
-2

i i i
13

F F
.7

F F
28
.8
18
-0
ar
lm

Força magnética entre os fios:


gi
ar

n · i1 i 2 · L
F=
lm

2·r·d
gi

Onde:
µ: permeabilidade magnética
i1 e i2: correntes elétricas dos fios
L: comprimento dos fios
d: distância de separação dos fios

TRANSFORMADORES
FÍSICA

Transformadores são elementos utilizados para levantar ou diminuir a tensão elétrica e a corrente elétrica. Eles
são fios enrolados, envoltos por um núcleo para melhorar o desempenho. É importante notar que ele só irá funcio-
nar se a ddp ou a corrente forem alternadas. Se a ddp for usada de forma contínua, a tensão de saída será nula.

437
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a) intervalo de tempo em que as bobinas ficam imersas
no campo magnético externo, por meio de uma dimi-
nuição de velocidade no eixo de rotação do gerador.
b) fluxo magnético através das bobinas, por meio de um
aumento em sua área interna exposta ao campo mag-
nético aplicado.
c) intensidade do campo magnético no qual as bobinas
estão imersas, por meio de aplicação de campos mag-
néticos mais intensos.
V1 V
= 2 d) rapidez com que o fluxo magnético varia através das bobi-
N1 N2
nas, por meio de um aumento em sua velocidade angular.
Onde: e) resistência interna do condutor que constitui as bobinas,
por meio de um aumento na espessura dos terminais.
N1: número de espiras primárias
N 2: número de espiras secundárias O aumento da diferença de potencial (E) está direta-
V1: tensão primária mente relacionado com a variação do tempo. Quem
V2: tensão secundária estipulou isso foi o físico Faraday, com sua lei:

– variação de fluxo magnético


EXERCÍCIOS COMENTADOS E =
variação de tempo
1. (ENEM – 2020) Há muitos mitos em relação a como
se proteger de raios, cobrir espelhos e não pegar em Então quanto menor o tempo decorrido, maior o
facas, garfos e outros objetos metálicos, por exemplo. aumento da d.d.p. Resposta: Letra D.
Mas, de fato, se houver uma tempestade com raios,
alguns cuidados são importantes, como evitar ambien- 3. (ENEM – 2020) O físico Hans C. Oersted observou
tes abertos. Um bom abrigo para proteção é o interior que um fio transportando corrente elétrica produz um
de um automóvel, desde que este não seja conversível. campo magnético. A presença do campo magnético
foi verificada ao aproximar uma bússola de um fio con-
OLIVEIRA, A. Raios nas tempestades de verão. Disponível em: http:// duzindo corrente elétrica. A figura ilustra um fio per-
cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 10 dez. 2014 (adaptado).
corrido por uma corrente elétrica i, constante e com
sentido para cima. Os pontos A, B e C estão num plano
Qual o motivo físico da proteção fornecida pelos auto- transversal e equidistantes do fio. Em cada ponto foi
móveis, conforme citado no texto?
colocada uma bússola.

a) Isolamento elétrico dos pneus.


b) Efeito de para-raios da antena. i N
4

c) Blindagem pela carcaça metálica.


-2

d) Escoamento da água pela lataria.


13

A
e) Aterramento pelo fio terra da bateria
.7
28

B C
.8

Nos carros, uma eventual descarga elétrica será dis- S


18

sipada pela sua estrutura metálica. Esse princípio é


Bússola
-0

exemplificado pela famosa “gaiola de Faraday” (pes-


quise um pouco mais). Essas estruturas produzem
ar
lm

o que se é chamado de blindagem eletrostática. Já


imaginou o fato de os aviões sofrerem várias des- Considerando apenas o campo magnético por causa
gi

cargas elétricas e não caírem?! Então, é pelo mesmo da corrente i, as respectivas configurações das bússo-
ar

motivo! Resposta: Letra C. las nos pontos A, B e C serão:


lm
gi

2. (ENEM – 2020) Em uma usina geradora de energia


i
elétrica, seja através de uma queda-d’água ou através
de vapor sob pressão, as pás do gerador são postas
a girar. O movimento relativo de um ímã em relação a)
a um conjunto de bobinas produz um fluxo magnéti-
co variável através delas, gerando uma diferença de
potencial em seus terminais. Durante o funcionamen-
to de um dos geradores, o operador da usina percebeu
que houve um aumento inesperado da diferença de
potencial elétrico nos terminais das bobinas. i
Nessa situação, o aumento do módulo da diferença de
potencial obtida nos terminais das bobinas resulta do b)
aumento do(a)

438
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O círculo associado a cada órbita está ligado a um
i número inteiro de comprimentos de onda, de acordo
com a fórmula N λ = 2π · r (para N inteiro).

c)

d)

i
O modelo atômico de Erwin Schrodinger e Werner
Heisenberg — nuvem eletrônica — é um dos modelos
e)
mais aceitos atualmente, pois ele usa o caráter proba-
bilístico para explicar o modelo atômico. Schrodinger
evidenciou que nós nunca vamos saber exatamente
a posição(X) e a velocidade(V) de um elétron, mas
caso isso fosse verdade, ele iria se opor ao princípio
Para resolvermos esse problema, teremos que apli- de incerteza de Heisenberg. O caráter probabilístico
car a regra da mão direita. Como a corrente é posi- torna tudo muito diferente do proposto pela física
tiva, ao aplicarmos a regra da mão direita, teremos clássica, mas (ainda que seja complexo) o utilizamos
que a campo magnético apontará no sentido anti- para criar transmissões de informações pela rede de
-horário em torno do fio. E também sabemos que o internet e funciona muito bem.
polo norte de um ímã aponta na mesma direção que
o campo magnético. Sendo assim, a resposta corre-
ta será a opção em que todas as bússolas estão com
o polo norte apontando no sentido anti-horário.
Resposta: Letra D.

FÍSICA MODERNA
4
-2
13

MODELO ATÔMICO DE BROGLIE E O MODELO


.7

QUÂNTICO
28
.8

Sabemos que o modelo mais aceito na física clás-


Se liga!
18

sica atual é o modelo atômico de Bohr, porém, agora


-0

vamos mergulhar na física moderna. Atualmente existe o acelerador de partículas


ar

De Broglie foi um cientista que já conhecia a dualida- que lança partículas a velocidades muito altas e
lm

de da luz, pois, em alguns experimentos, ela pode se com- assim podemos vê-las colidindo entre si e divi-
gi

portar com caráter corpuscular e, em outros momentos, dindo-se em partículas menores.


ar

com caráter ondulatório, ou seja, a luz pode ser onda ou


lm

partícula. Com essa ideia, ele se fez a seguinte pergunta:


gi

será que a matéria pode se comportar como onda? Algo RADIAÇÕES E MEIOS MATERIAIS
fascinante foi descoberto: qualquer corpo com velocida-
As ondas mecânicas precisam de um meio para se
de tem uma onda associada ao seu movimento. Essa des-
propagarem, como, por exemplo, o som. Se admitirmos
coberta é amplamente usada em tecnologias de ponta,
que no nosso espaço existe vácuo, não será possível
como computadores e celulares.
ouvirmos ondas sonoras, pois são ondas mecânicas; já
De Broglie demonstrou que os elétrons e todas as
as ondas eletromagnéticas podem se propagar tanto em
outras partículas apresentam propriedades ondulató- meios materiais como no vácuo. Interessante cuidarmos
rias em que as órbitas dos elétrons são como ondas que a velocidade da onda só depende do meio material
estacionárias e as órbitas eletrônicas em torno dos que ela se encontra, ou seja, a onda só irá mudar sua
FÍSICA

núcleos atômicos devem conter um número inteiro N velocidade se ela trocar de meio de propagação.
de comprimentos de onda de Broglie do elétron. Atente-se aos aspectos matemáticos:
Na Teoria de Broglie, as órbitas em volta dos
núcleos podem ser representadas por um caráter z Ondas eletromagnéticas: propagação das pertur-
ondulatório, e seu comprimento deve ter um número bações de um campo elétrico e magnético;
inteiro N relacionado com as características definidas. z Óptica: estudo da luz e suas propriedades; 439
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z Luz: exemplo de onda eletromagnética, transversal. Na imagem a seguir temos exemplo de reflexão,
absorção e transmissão:
V= λ · f

Velocidade da luz no vácuo: c = 3 · 108 m/s.


λ: comprimento de onda (m).
f: frequência (Hz).

Lembre-se de que a frequência (ƒ) é o inverso do perío-


do (T) e que ambos se relacionam da seguinte maneira:

1
f= Reflexão Absorção Transmissão
t
A luz propaga-se com valores diferentes de veloci-
Telas de Monitores
dade média através de materiais diferentes. No vácuo
temos todas as ondas eletromagnéticas com sua máxi-
Veremos a diferença dos tipos de telas de monito-
ma velocidade possível, que é 3 · 10+8 m/s.
res, elas podem ser:
Emissão e Transmissão de Luz z Tela de raios catódicos: oscilações de campos ele-
tromagnéticos fazem os elétrons se flexionarem
A física moderna revolucionou com a compreen- para formar as imagens desejadas. Um exemplo
são da emissão e transmissão de luz. Na astronomia, clássico são as televisões de tubo e os monitores de
utilizamos os espectros característicos para saber de computadores clássicos;
que os planetas são compostos. z Tela touch screen: basicamente são capacitores
Agora, vamos definir alguns conceitos de luz para paralelos que, quando tocamos na tela, alteramos
aprofundarmos o assunto. a capacitância e, assim, o sistema interpreta isso
pela variação do campo elétrico no local, reconhe-
z Fontes de luz primárias: são todas aquelas que cendo onde foi tocado;
emitem luz própria, como o Sol, estrelas, vela ace- z Tela de plasma: contém microlâmpadas, organi-
sa etc.; zadas lado a lado, formando uma rede reticular
z Fontes de luz secundárias: são todas aquelas como se fossem grandes, e cada lâmpada é como
que refletem a luz de uma fonte de luz primária. se fosse um pixel com comprimentos de ondas pró-
Alguns exemplos de fontes secundárias são: ocea- prios (cor própria).
nos, Lua, planetas etc.
Radiografias
As emissões de luz podem ser classificadas, basica-
mente, em dois grupos, que são: as luminescentes e É um exame de imagem que usa radiações com
as termoluminescentes. frequência e energia superior à faixa de ondas ultra-
violetas. Como é uma onda com grande poder de
4

penetração, o raio X possui comprimento de onda


-2

z Termoluminescência: em virtude da excitação tér-


relativamente pequeno em comparação a maioria das
13

mica em função do aquecimento, depois de os elé-


ondas presentes no espectro eletromagnético.
.7

trons terem sido aquecidos, no processo de retorno


Para criar um raio X, é necessário acelerar um elétron
28

(relaxamento) esses elétrons emitem luz como carvão


e assim, ao ser acelerado, ele emite raio X que consegue
.8

aquecido em brasa, emissões de corpo negro etc.; atravessar o tecido humano, e, dessa forma, colocamos
18

z Luminescência: todos que não são feitos por exci- um filme fotográfico atrás do local que desejamos fazer
-0

tação térmica. No processo de luminescência, o que a imagem e teremos as imagens formadas por raio X. É
ar

mais se destaca é a fotoluminescência (ao absorver importante também saber que raios X em muitos con-
lm

fótons o corpo emite luz), responsável pela fluores- textos podem ser chamados de feixe de fótons. Veja a
cência, bioluminescência, fosforescência etc.
gi

seguir, uma foto que ilustra o exposto14:


ar

Transmissão de Luz
lm
gi

A transmissão de luz ocorre quando a luz atraves-


sa dois meios com índices de refração distintos ou até
iguais. Existem três tipos de transmissão:

z Transmissão direta: quando a luz atravessa e não


muda na direção da velocidade da onda, isso ocorre
quando a luz atravessa algum meio transparente;
z Transmissão difusa: quando atravessa algum
material que apresenta uma superfície não lisa e
assim a luz é transmitida em várias direções;
z Transmissão seletiva: são aquelas que usamos fil-
tros, onde eles selecionam as que vão passar.

14 X-ray by Wilhelm Röntgen of Albert von Kölliker’s hand - 18960123-02.jpg. Wikipédia, 2009. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/
440 Ficheiro:X-ray_by_Wilhelm_Röntgen_of_Albert_von_Kölliker%27s_hand_-_18960123-02.jpg. Acesso em: 27 mar. 2023.
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Natureza Corpuscular das Ondas Eletromagnética Energia de um Fóton

Até o início do século passado, pensava-se que a Na física clássica, a energia de uma onda dependia
luz era uma onda, ou seja, a vibração de dois campos exclusivamente da amplitude da onda; porém, com a
oscilantes perpendiculares entre si; porém, existiam evolução da física, e assim adotando as ideias quânticas
alguns fenômenos como Efeito Fotoelétrico e Efeito de Max Planck, podemos ver que a luz pode apresentar
Compton, que não conseguiam ser explicados adotan- um caráter corpuscular, ou seja, admitir que sua pro-
do a luz com onda eletromagnética. Um dos primei- pagação é feita de uma maneira quantizada (descon-
ros cientistas a propor esse novo modelo corpuscular tínua) e assim chamamos a luz de fóton, em que sua
para a luz foi Max Planck, que dizia que a luz podia energia depende exclusivamente da sua frequência.
apresentar um comportamento corpuscular.
É verdade que Planck criou um modelo matemá-
tico para quantificar a energia da luz com caráter
corpuscular (fóton), mas o próprio Planck não tinha
total certeza do seu modelo. Posteriormente, Albert
Einstein comprou a ideia de Planck e conseguiu expli-
car um fenômeno que ninguém conseguia esclarecer
adotando esse modelo. Conclusão disso tudo é que
a luz apresenta uma dualidade, ou seja, em alguns E=h·f
experimentos, como a Interferência e a Difração, a luz
se comporta como onda, enquanto em outros experi-
Onde:
mentos, como o Efeito Fotoelétrico e o Efeito Compton,
ela se comporta com caráter ondulatório, onde a ener-
z E: energia do fóton;
gia do fóton (luz com caráter corpuscular) depende
z h: constante de Planck;
exclusivamente da sua frequência.
z ƒ: frequência do fóton.
Ondas de Matéria
E sempre é bom lembrar que por fóton ser uma
onda, podemos usar as equações da ondulatória para
Louis de Broglie foi um cientista que conseguiu
calcular a velocidade.
criar um modelo para analisarmos matematicamen-
te essa dualidade. Os físicos sempre trabalham com
V=λ·f
simetria; se a luz que até então era uma onda e pode
apresentar caráter corpuscular como matéria, então
Onde:
será que um elétron pode se comportar como onda?
E Broglie descobriu que sim, qualquer massa em movi-
mento pode apresentar um comportamento ondulatório. z V: velocidade do fóton que geralmente é a da luz (c
= 3 · 10+8 m/s);
z λ: comprimento de onda;
z f: frequência do fóton.
4
-2
13

Se liga!
.7

Por mais que Einstein tenha usado conceitos do


28

Planck para explicar algumas teorias, ele não


.8
18

acreditava no caráter probabilístico que a física


-0

quântica admite. Einstein proferiu uma famosa


frase criticando a física quântica probabilística:
ar

“Deus não joga dados”.


lm
gi

Um elétron em movimento pode apresentar cará-


ar

Fotocélulas
ter ondulatório:
lm
gi

h São dispositivos que convertem energia luminosa


λbroglie = em eletricidade. Esses dispositivos (fotocélulas) criam
Q
uma diferença de potencial em função da intensidade
λbroglie =
h luminosa em um material semicondutor. A energia
m·v recebida do fóton de luz deve ser grande o suficiente
Onde: para o excedente se transformar em calor, aquecendo
o material (efeito chamado de termalização) e assim
surgindo a corrente elétrica.
z λbroglie: comprimento de onda de Louis de Broglie ou
onda de matéria;
FÍSICA

z h: constante de Planck;
z Q: quantidade de movimento ou momento linear;
z m: massa;
z v: velocidade.

441
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Sol

Célula fotovoltaica

RADIOATIVIDADE E TRANSFORMAÇÕES NUCLEARES

Radioatividade (ou Transformações Nucleares) é o fenômeno espontâneo em que os núcleos atômicos instá-
veis de radiação utilizados para buscar estabilidade muitas vezes se transformam em outro núcleo. Os fenômenos
radioativos começaram a ser descobertos em 1896 pelo cientista francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908). No
entanto, as suas descobertas só foram possíveis graças aos estudos anteriores sobre os raios. Marie Curie possui
alguns estudos nessa área e é através deles que conseguimos fazer vários exames médicos.

A
ZX

Onde:

z A: número de massa (prótons + nêutrons);


z Z: número atômico (prótons).

Emissões Naturais
4
-2

Existem três tipos de emissões naturais, veja:


13
.7
28

4
z Decaimento Alfa ( α): é um decaimento em que o núcleo se desintegra lançando uma partícula α que tem
.8

2
mesma configuração de um elemento hélio positivo que são 2 prótons e 2 nêutrons. Ao lançar a partícula α o
18

núcleo perde 4 unidades do número de massa e 2 unidades no número atômico.


-0

A=4
ar

238 234
lm

U Th + α
92 90
gi

Z=2
ar

A=4
lm

230 226
Th Ra + α
gi

90 88
Z=2

0 0
z Decaimento Beta ( - β ou + 1 β): é um decaimento onde o núcleo emite uma partícula beta, podendo ser
1
0 0
um elétron ou um pósitron, - β ou + 1 β, assim mudando apenas o seu número atômico sem alterar o seu
1
número de massa.

234 234 A=0


Pa U + β
91 92 Z = —1

234 234 A=0


Th Pa + β
90 91 Z = —1

442
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0
z Decaimento Gama ( λ): núcleo emite radiação gama que é um fóton altamente energético sem carga e massa. O
0
núcleo não tem sua estrutura alterada a ponto de virar outro núcleo, ele apenas perde energia. No decaimento, um
núcleo em um estado excitado decai para um estado de menor energia pela emissão de um fóton.

143 143 0
Pm Pm + λ
61 61 0

Poder de Penetração

Das três radiações apresentadas, a radiação gama, por ser energia pura, é a mais penetrante. Veja uma repre-
sentação na imagem15 a seguir.

Papel Tecidos Aço Chumbo

α
β

Raios X

Raio

Gama

Meia Vida ou Período de Semi-Integração

Tempo necessário para que metade do número inicial de átomos sofra desintegração.

NA PRÁTICA ELEMENTO MEIA VIDA(T1/2) RADIAÇÃO EMITIDA


238
92 U (Urânio) 4,5 bilhões de anos –
Início 100% = 1
234
90 Th (Tório) 24,1 dias Alfa
1 t1/2 50% = 1/2
4

234
Pa (Protactínio) 1,17 min. Beta
-2

91
13

2 t1/2 25% = 1/4 234


U (Urânio) 245 mil anos Beta
.7

92
28

3 t1/2 12,5%=1/8 8 mil anos Alfa


.8

Th (Tório)
230
90
18

1620 mil anos Alfa


-0

Ra (Rádio)
226
4 t1/2 88
6,25% =1/16
ar

220
Rn (Radônio) 3,8 dias Alfa
lm

86
5 t1/2 ...
gi

214
Pb (Chumbo) 26,8 min. Alfa
ar

82
1 kg
lm

214
83 Bi (Bismuto) 19,17 min. Beta
gi

214
84 Po (Polônio) 0,0002 seg. Beta

1/2 kg
210
82 Pb (Chumbo) 22,3 anos Alfa

210
Bi (Bismuto) 5 dias Beta
1/4 kg 83

1/8 kg 210
84 Po (Polônio) 138,4 dias Alfa
1620 3240 4860 anos 206
Pb (Chumbo) Estável –
FÍSICA

82

15 CURIE, M. S. Rayons émis par les composés de l’uranium et du thorium. Comptes Rendus, 126, p. 1102-1103 (1898). 443
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Se liga! Reação em Cadeia

A técnica de Datação Radioativa para estimar a É o nome dado para uma das etapas da fissão
idade de fósseis por meio do tempo de meia-vi- nuclear quando fazemos os nêutrons expelidos coli-
da do carbono 14 é um assunto que as bancas direm em outro elemento radioativo para dar conti-
costumam cobrar. nuidade à fissão.
A cada nêutron que colide em um Urânio, ele que-
bra em Criptônio e Bário (lixo radioativo) e também
Reações Nucleares
libera dois ou três nêutrons que colidem novamente
em um outro Urânio e assim sucessivamente, até não
São todas aquelas reações que ocorrem no núcleo.
ter mais Urânio para fissionar.
Essas reações são responsáveis pela existência das
estrelas, entre outros exemplos. Agora, veja duas das
mais importantes, elas são a Fusão Nuclear e a Fis-
são Nuclear. Nêutron

z Fusão Nuclear Produto de


fissão
„ União de dois elementos menores formando Nêutron
um maior; Nêutron
„ Há liberação de energia;
„ Não há resíduos radioativos, reação que ocor-
Núcleo Produto de
re em estrelas e também usada na bomba de
alvo fissão
hidrogênio.

12H + 13H → 24He + 01n Nêutron


          + energia

Como é uma reação nuclear, é interessante notar


que a soma das massas dos reagentes é menor que a
soma das massas dos produtos, uma vez que a massa EXERCÍCIOS COMENTADOS
se tornou energia pela equivalência de massa-energia
de Einstein. 1. (ENEM – 2022) No processo de captação da luz pelo
olho para a formação de imagens estão envolvidas
∆E = ∆m · c² duas estruturas celulares: os cones e os bastonetes.
Os cones são sensíveis à energia dos fótons, e os bas-
Onde: tonetes, à quantidade de fótons incidentes. A energia
dos fótons que compõem os raios luminosos está
„ ∆E: variação de energia; associada à sua frequência, e a intensidade, ao núme-
4

ro de fótons incidentes.
-2

„ ∆m: variação de massa;


13

„ c: velocidade da luz no vácuo.


.7

Um animal que tem bastonetes mais sensíveis irá:


28

z Fissão Nuclear
.8

a) apresentar daltonismo.
18

„ Desintegração de um núcleo grande em outros b) perceber cores fora do espectro visível.


-0

menores; c) enxergar bem em ambientes iluminados.


d) necessidade de mais luminosidade para enxergar.
ar

„ Há liberação de energia;
lm

„ Há resíduos radioativos e também ocorre a rea- e) fazer uma pequena distinção de cores em ambientes
iluminados.
gi

ção em cadeia, foi a reação utilizada nas bom-


ar

bas lançadas nos japoneses na Segunda Guerra


lm

Mundial e também é a mesma reação utilizada Como sabemos, a energia que a luz carrega depende
de sua frequência e a frequência da luz define a cor da
gi

em reatores nucleares.
luz, assim os cones acabam sendo responsáveis por
92235U + 01n melhorar a percepção de cores. Enquanto isso os bas-
    → 56142Ba + 3691Kr tonetes são sensíveis à quantidade de fótons e sabe-
    + 301n + energia mos que a quantidade fótons é ligada à intensidade
da luz. Por isso, um animal com bastonetes mais
Como se trata de uma reação nuclear, é interessan- sensíveis será capaz de se enxergar em um ambiente
te notar que, assim como na fusão nuclear, a soma das onde a intensidade da luz é menor, ou seja, ambientes
massas dos reagentes é menor que a soma das massas de baixa luminosidade. Resposta: Letra C.
dos produtos, em virtude da massa que virou energia
pela equivalência de massa-energia de Einstein. 2. (ENEM – 2023) Em 2017, foi inaugurado, no estado da
Lembre-se: o grande problema na Segunda Guerra Bahia, o Parque Solar Lapa, composto por duas usinas
Mundial era o enriquecimento de urânio; o objetivo (Bom Jesus da Lapa e Lapa) e capaz de gerar cerca
era conseguir o Urânio Físsil, que não é o mais abun- de 300 GWh de energia por ano. Considere que cada
dante da natureza. O Projeto Manhattan tinha esse usina apresente potência igual a 75 MW, com o par-
444 desafio na época. que totalizando uma potência instalada de 150 MW.
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Considere ainda que a irradiância solar média é de 1
500 W/m² e que a eficiência dos painéis é de 20%.

Parque Solar Lapa entra em operação. Disponível em: www.


canalbioenergia.com.br. Acesso em: 9 jun. 2022 (adaptado).

Nessas condições, a área total dos painéis solares que


compõem o Parque Solar Lapa é mais próxima de:

a) 1 000 000 m².


b) 500 000 m².
c) 250 000 m².
d) 100 000 m².
e) 20 000 m².

Esse problema nos fala sobre a eficiência de placas


solares. Sabemos que a irradiância solar é 1500 W/
m², porém, a eficiência da placa é de apenas 20%,
sendo assim ela só consegue usar 20% da irradiân-
cia por m². Portanto:
W
1500 · 20% = 300 2
m
O parque gera 300 W/m². Sabemos que os dois par-
ques juntos geram 150 MW então podemos usar
regra de 3 para saber qual o tamanho da área total
do parque. Veja:
1m2 → 300W
xm2 → 150·106W
300x = 150 · 106 · 1
6
150 · 10
x= 300 = 500.000m2
Assim, descobrimos que a área total do parque é de
500.000 m². Resposta: Letra B.

ANOTAÇÕES
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

FÍSICA

445
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ANOTAÇÕES

4
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.7
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.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

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z Modelo de Rutherford (1911): acidentalmente, em
seu experimento mais famoso, o da folha de ouro,
Rutherford descobriu que, além das cargas nega-
tivas (elétrons), o núcleo possuía cargas positivas

QUÍMICA
(denominadas prótons), bem como partículas neu-
tras (denominadas nêutrons). Foi Rutherford quem
associou a estrutura atômica ao sistema solar, em
que o núcleo representa o Sol e os elétrons em seu
entorno seriam associados aos planetas;
QUÍMICA GERAL z Modelo de Rutherford-Bohr (1911): Bohr com-
plementou o postulado de Rutherford pois havia
uma questão que o modelo de Rutherford não
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
explicava. Se os elétrons estavam ao redor do
núcleo em constante movimento, a tendência era
O caminho para chegarmos a diversas conclusões
de que a matéria sofresse uma implosão, uma vez
sobre a estrutura atômica foi longo, com protagonis-
que o movimento centrípeto dos elétrons em vol-
tas brilhantes que muitas vezes se opunham ao que já
ta do núcleo promoveria perda de energia dessas
havia sido consolidado.
partículas, até que elas colidissem com o núcleo.
Um dos grandes marcos da química foi a descober-
É aí que surge o conceito de energia quantizada
ta do átomo. O átomo foi imaginado muitos anos antes
e níveis de energia eletrônica, que dependem da
de ser possível comprovar sua existência. Após essa
camada em que o elétron se movimenta na ele-
comprovação, os olhares voltaram-se à compreensão
trosfera. Tal explicação resolveu as limitações do
cada vez mais profunda da estrutura e comportamen-
modelo de Rutherford e é largamente utilizada
to atômico. Muitas teorias foram criadas e refutadas
para compreender o comportamento da matéria
repetidas vezes, propostas por Dalton, Thomson,
até hoje, mesmo que existam novos modelos atô-
Rutherford, Rutherford-Bohr e Linus Pauling.
micos quânticos bem mais complexos. Segundo
No decorrer da trajetória, ocorreram inúmeros
Bohr, “Só é permitido ao elétron ocupar níveis ener-
debates para se chegar a um consenso universal e,
géticos nos quais ele se apresenta com valores de
ainda assim, temos pequenas divergências quanto a
energia múltiplos inteiros de um fóton”2.
determinadas subáreas da teoria atômico-molecular.
Assim, neste capítulo, faremos uma introdução
O quadro a seguir ilustrará, de forma prática e obje-
sobre a evolução cronológica dos principais modelos
tiva, a característica marcante de cada um dos modelos:
atômicos propostos. Traremos informações acerca
dos elementos químicos, seu número atômico e núme-
ro de massa; o conceito de íons, elementos isótonos, MODELO CARACTERÍSTICA
isótopos, isóbaros e isoeletrônicos e, ainda, o que é o
Diagrama de Linus Pauling. Dalton Bola de bilhar: formato esférico, maciço
(1803) e indivisível
Linha Cronológica Evolutiva dos Modelos Atômicos
Thomson Pudim de passas: esfera com carga
4

(1898) positiva incrustada de elétrons


-2

Por meio dos conhecimentos adquiridos dentro da


13

química, é possível vivenciar um mar de descobertas Rutherford Sistema solar: o núcleo do átomo é o
.7

sobre os elementos químicos, como eles se rearran- (1911) Sol e os elétrons são os planetas
28

jam, como se conectam e como formam novas subs-


.8

tâncias, as quais denominamos produtos. Mas todo Complemento a Rutherford: sugere


Rutherford-
18

esse desenvolvimento científico só se tornou possível disposição dos elétrons e diferentes


-Bohr (1911)
-0

a partir da compreensão da estrutura e comporta- níveis de energia quantizada


ar

mento atômico.
lm

Observe a evolução dos modelos atômicos: OS ELEMENTOS QUÍMICOS: NÚMERO ATÔMICO,


gi

NÚMERO DE MASSA, ÍONS E A CARACTERIZAÇÃO


z Modelo de Dalton (1803): nesse modelo o átomo DOS ELEMENTOS ISÓTONOS, ISÓTOPOS,
ar

ISÓBAROS E ISOELETRÔNICOS
lm

era compreendido como semelhante a uma bola de


bilhar, ou seja, possuía formato esférico, maciço e
gi

não era possível separá-lo, sendo, assim, indivisível. Um átomo é essencialmente constituído de duas
Daí vem a origem do nome átomo (parte indivisível); partes, sendo elas: o núcleo e a eletrosfera.
z Modelo de Thomson (1898): surgiu com intuito O núcleo está no centro da estrutura atômica e é
de contestação ao modelo proposto por Dalton, considerado como sua parte mais densa, contendo a
sob a hipótese de que, na verdade, o átomo não era maior parte da massa presente em um átomo. Encon-
indivisível e muito menos maciço. Segundo suas tram-se no núcleo também os nêutrons e os prótons.
próprias palavras: “O átomo é uma esfera de car- Os nêutrons são a parte do átomo que apresenta
ga elétrica positiva, não maciça, incrustada de elé- cargas neutras, responsáveis por diminuir a repulsão
QUÍMICA

trons (partículas negativas), de modo que sua carga entre os prótons dentro do núcleo.
total da estrutura seja nula”1. O modelo atômico Os prótons, por sua vez, são a parte do núcleo que
de Thomson também é muito conhecido como apresenta cargas positivas.
“pudim de passas”;
1 FOGAÇA, J. R. V. Evolução dos modelos atômicos. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/evolu-
cao-dos-modelos-atomicos.htm. Acesso em: 26 jan. 2023.
2 Ibid. 447
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É a partir da soma dos prótons e nêutrons que definimos o número atômico (Z) dos elementos. Uma dica
importante: o número atômico é como se fosse a marca registrada do elemento. Na tabela periódica, os elementos
são dispostos em ordem crescente de Z, em cada grupo ou coluna.
A eletrosfera é uma região externa ao núcleo onde se encontram os elétrons em constante movimento ao
redor do centro atômico.
A seguir, temos uma figura que representa a estrutura de um átomo segundo o modelo de Rutherford-Bohr:

Núcleo

+
+ —
+

— Elétron
+ Próton
Nêutron
O átomo em seu estado fundamental possui um padrão no qual seus elétrons são distribuídos na eletrosfera de
modo a manter a estabilidade da matéria, mesmo com a atuação de forças de atração e repulsão constantes. O mode-
lo de Rutherfod-Bohr justifica que esse equilíbrio só pode ser atingido pela organização em camadas dos elétrons
na eletrosfera. Cada camada pode ser definida como um nível de energia, no qual apenas elétrons com a energia
quantizada adequada permanecem. O modelo citado propõe a disposição dos elétrons em 7 camadas conhecidas K,
L, M, N, O, P e Q, seguindo-se essa ordem de dentro para fora, conforme exemplificado na figura a seguir.

K=1
-2

L=2
13

M=3
.7

N=4
28

O=5
.8

P=6
18

Q=7
-0

Dentro dessas camadas existe uma limitação quanto à quantidade de elétrons que ela pode comportar. Na
ar

sequência há uma tabela que indica o nível, a letra que o representa e quantidade máxima de elétrons que cada
lm

camada comporta, seguida por um exemplo de como realizar uma distribuição eletrônica em camadas.
gi
ar

Tabela — Distribuição em nível, camada e elétrons


lm
gi

NÍVEL 1 2 3 4 5 6 7

CAMADA K L M N O P Q

ELÉTRONS 2 8 18 32 32 18 2

Exemplo: distribuição eletrônica do elemento X, que possui como número atômico Z = 78.

NÍVEL 1 2 3 4 5

CAMADA K L M N O

ELÉTRONS 2 8 18 32 18

448
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A distribuição eletrônica pode ser uma das formas de organizar os elementos químicos e de prever caracterís-
ticas deles, como iremos abordar adiante.
Na tabela periódica os elementos químicos são representados um a um, dispostos em ordem crescente de
número atômico em cada coluna (grupo). As seguintes informações são encontradas: o nome, o símbolo utilizado
para representação do elemento (abreviação do seu nome escrito na forma latina), o número e a massa atômica.
Veja no exemplo a seguir a representação de um dos elementos químicos dentro da tabela periódica:

As moléculas constituídas com átomos de elementos diferentes, como o NaCl ou semelhantes, como o O2, são
formadas pela interação entre átomos. É através da distribuição eletrônica que se pode compreender como esses
átomos interagem e com quais outros átomos há essa tendência de interação.
Mencionamos anteriormente alguns aspectos que possibilitam a identificação dos diferentes elementos. São eles:

z Número Atômico (Z): expresso pela quantidade de prótons no núcleo do átomo. Cada elemento possui um
valor para o número atômico. Temos que: Z = A – n, onde Z = número atômico e Z = P;
z Número de Massa (A): soma dos prótons e nêutrons que estão dentro do núcleo. Para expressar o número de
massa existe uma fórmula: A = p + n, em que A = número de massa, p = quantidade de prótons e n = número
de nêutrons.

Os átomos de um mesmo elemento ou de elementos diferentes podem ser avaliados e classificados como:

z Isótonos: os elementos considerados isótonos têm a mesma quantidade de nêutrons. Isso ocorre apenas
entre elementos diferentes, que possuem quantidade de prótons diferentes, bem como o número de massa
diferente.

ISÓtoNos: ISO = mesmo/igual + o N de nêutron;

z Isótopos: os elementos considerados isótopos têm a mesma quantidade de prótons e, consequentemente, o


mesmo número atômico apesar de apresentarem números de massa e nêutrons diferentes.

ISÓtoPos: ISO = mesmo/igual + o P de próton;


4
-2
13

z Isóbaros: a característica dos elementos isóbaros é ter a mesma quantidade de massa. Isso ocorre apenas
entre elementos diferentes, que possuem quantidade de prótons diferente.
.7
28
.8

ISÓbaros: ISO = mesmo/igual + o baros de massa;


18
-0

z Isoeletrônico: os elementos considerados isoeletrônicos têm a mesma quantidade de elétrons. Nessa classe,
são englobados tanto átomos como íons.
ar
lm

Observe, a seguir, um quadro ilustrativo contendo as informações principais sobre as características dos átomos:
gi
ar
lm

NÊUTRONS ELEMENTOS PRÓTONS ELÉTRONS MASSA Nº ATÔMICO


gi

Isótono = ≠ ≠ --- ≠ ---

Isótopo ≠ --- = --- ≠ =

Isóbaro --- ≠ ≠ --- = ---

Isoeletrônico --- --- --- = --- ---

Legenda: (=) igual; (≠) diferente; (---) não aplicável


QUÍMICA

A TABELA PERIÓDICA

Dimitri Ivanovich Mendeleiev (1834–1907), químico russo, e Julius Meyer (1830–1895), químico alemão, publi-
caram de forma independente suas tabelas periódicas em 1869 e 1870, respectivamente. Eles construíram suas
tabelas de maneira semelhante, listando os elementos em colunas em ordem de massa atômica, iniciando uma
nova coluna quando as características dos elementos começavam a divergir.
449
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Um dos méritos dessa classificação foi a previsão da existência de alguns elementos. Mendeleiev organizou
sua classificação para 60 elementos existentes na época, e ficaram alguns “buracos”, os quais seriam preenchidos
com elementos descobertos posteriormente. Assim, Mendeleiev pôde prever algumas propriedades desses ele-
mentos desconhecidos.
Na construção da primeira tabela periódica, Mendeleiev deixou lacunas na tabela quando parecia que o ele-
mento correspondente ainda não tinha sido descoberto. No entanto, a classificação de Mendeleiev apresentava
alguns problemas. Por exemplo, o Cobalto (Co) e o Níquel (Ni) ficariam em posições contrárias às atuais se fossem
colocados em ordem crescente de massa atômica. Por isso, Mendeleiev afirmou que outro critério de classificação
ainda seria criado para sanar tais falhas.
Como mostra a história, em 1913 o físico inglês Henry Moseley (1887–1915), que foi assistente de Rutherford,
lançou o conceito de número atômico e, assim, a tabela de Mendeleiev foi reorganizada. Frente a isso, os elemen-
tos foram dispostos em ordem crescente de número atômico (Z) e não pela massa atômica (A), chegando pratica-
mente à tabela atual.
Depois que Mendeleiev publicou sua tabela periódica, as lacunas deixadas por ele foram preenchidas pelos
químicos que descobriram novos elementos. O frâncio foi o último elemento natural descoberto, em 1939. Outro
fator que fez aumentar o número de elementos na tabela periódica foi a inclusão dos elementos sintéticos.

z A Tabela Periódica Moderna

A tabela periódica atual foi elaborada com base nas propriedades químicas e físicas dos elementos químicos. É
um instrumento de consulta sobre os elementos em grupos, seus números atômicos e números de massa.
Nela, os átomos são organizados na ordem crescente de seus números atômicos, formando linhas e colunas. As
colunas (disposição vertical) representam os grupos, enquanto as linhas (disposição horizontal) representam os
períodos. Vejamos a classificação dos elementos químicos:

z H (Hidrogênio): é um dos dois únicos elementos do 1º período da tabela, sendo suas propriedades diferentes
de todos os outros elementos, por isso é colocado isoladamente e escrevemos que ele não pertence a nenhum
grupo da tabela periódica;
z Metais: compõem dois terços da tabela periódica, como pode ser observado na figura à frente, na qual são
representados na região com o símbolo asterisco (*). Portanto, a maior parte dos elementos químicos são metais;
z Semi-Metais: representados na região da figura com o símbolo jogo da velha (#);
z Ametais: são os 11 elementos localizados na tabela pela região com símbolo de mais (+);
z Gases Nobres: ao todo, são seis elementos — região com símbolo de menos (–) na figura —, sem contar com
a entrada do oganessônio ou oganésson, elemento sintético de número atômico 118. Sua descoberta foi con-
firmada pela IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada), em 2015, e foi oficializada em 28 de
novembro de 2016, para que entrasse na tabela periódica.

No passado, a classificação dos elementos químicos da tabela periódica era da seguinte maneira: metais, não
metais e metaloides. Contudo, a IUPAC, órgão máximo na química, recomendou que a nomenclatura “metaloide”
deixasse de ser utilizada, pois seu uso era inconsistente em diferentes línguas. Logo em seguida, a classificação
dos elementos químicos passou a ser: metais, ametais ou não metais, e semimetais.
4
-2

Os semimetais eram sete: boro (B), silício (Si), germânio (Ge), arsênio (As), antimônio (Sb), telúrio (Te) e polônio
13

(Po). Esses elementos apareciam na tabela periódica formando uma linha diagonal, parecida com uma escada, que
.7

ficava entre os metais e entre os ametais. Os semimetais foram redivididos (ou reclassificados) da seguinte forma:
28
.8

z Não metais: boro (B), silício (Si), arsênio (As) e telúrio (Te);
18

z Metais: germânio (Ge), antimônio (Sb) e polônio (Po).


-0

Na tabela periódica a seguir, é possível identificar a distribuição dos elementos químicos mencionados
ar

anteriormente:
lm
gi
ar

Gases nobres
lm
gi

Semi-Metais
Hidrogênio H —

* * # + + + + —

* * * # + + + —

* * * * * * * * * * * * * # # + + —
* * * * * * * * Metais * * * * * * # # + —
* * * * * * * * * * * * * * * # + —

* * * * * * * * * * * * * * —

Metais * * * * * * * * * * * * * *
Metais
* * * * * * * * * * * * * *
450
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GRUPOS DA TABELA PERIÓDICA E SUAS CARACTERÍSTICAS

Quantidade de elétrons
Grupo Configuração eletrônica Exemplo
na camada de valência

1 1 ns1 Na (Z=11): 1s2 2s2 2p6 3s1

2 2 ns2 Be (Z=4): 1s2 2s2

3 a 12 Variante Variante -

13 3 ns np
2 1
B (Z=5): 1s2 2s22p1

14 4 ns2 np2 C (Z=6): 1s2 2s22p2

15 5 ns2 np3 N (Z=7): 1s2 2s22p3

16 6 ns2 np4 O (Z=8): 1s2 2s22p4

17 7 ns2 np5 F (Z=9): 1s2 2s22p5

18 8 ns2 np6 Ne (Z=10): 1s2 2s22p6

Ao observar a tabela acima, pode-se verificar que, descendo em um mesmo grupo, ocorre o aumento um a um da
quantidade de elétrons na camada de valência (CV). A cada elétron a mais na CV, maior o período no qual o elemento
se encontra na tabela. A CV de um átomo é, geralmente, aquela com maior número quântico principal n. Assim, os
elétrons da camada de valência são geralmente responsáveis pela maneira como os átomos combinam entre si.
Quando oito elétrons estão presentes na CV de um átomo, sua configuração é ns2 np6 e o elemento é um gás
nobre. Essa configuração eletrônica é conhecida por ser a forma mais estável que um átomo pode ser encontrado,
pelo fato de que tanto o orbital s quanto o orbital p estão com a quantidade máxima de elétrons que comportam.
Justamente por isso, os gases nobres possuem caráter praticamente inerte. Portanto, dizemos que esses ele-
mentos já possuem o octeto completo, que consiste em um total de oito elétrons na CV. Todos os outros elementos
diferentes dos gases nobres são instáveis isoladamente pelo fato de não possuírem 8 elétrons na CV. Para alcançar
a estabilidade, os elementos fazem ligações químicas de modo a completar seu octeto.

Elementos de Transição

No grupo B, a subcamada a ser preenchida é a “d”. Quando falamos da subcamada a ser preenchida, fazemos
alusão à distribuição do Diagrama de Linus Pauling.

EXEMPLO DE DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA PARA ALGUNS ELEMENTOS DE TRANSIÇÃO


4
-2

Grupo 5:
13

V (Vanádio): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d3


.7

23
28

Grupo 7:
.8

Mn (Manganês): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5


18

25
-0

Grupo 8:
Fe (Ferro): 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
ar

26
lm

Grupo 9:
gi

27
Co (Cobalto): 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d7
ar

Grupo 10:
lm

Ni (Níquel): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d8


gi

28

Grupo 11: configuração eletrônica com preenchimento mais estável completando o subnível “d”
29
Cu (Cobre): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 3d10
47
Ag (Prata): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1 4d10
79
Au (Ouro): 1s 2
2s2
2p6
3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d10

Grupo 12:
30
Zn (Zinco): 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10
QUÍMICA

Nos elementos de transição, cada série horizontal corresponde ao preenchimento do subnível “d” da camada.
No tocante à série dos lantanídeos e actinídeos, a subcamada a ser preenchida é a “f”. Eles correspondem ao sexto
e sétimo períodos da família IIIB da tabela periódica, respectivamente.

z Série dos lantanídeos: Lantânio (La), Cério (Ce), Praseodímio (Pr), Neodímio (Nd), Promécio (Pm), Samário
(Sm), Európio (Eu), Gadolínio (Gd), Térbio (Te), Disprósio (Dy), Hólmio (Ho), Érbio (Er), Túlio (Tm), Itérbio (Yb)
e Lutécio (Lu); 451
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Série dos actinídeos: Actínio (Ac), Tório (Th), Pro- „ Número de níveis (camadas): quanto maior o
tactínio (Pa), Urânio (U), Netúnio (Np), Plutônio número de níveis, maior será o tamanho do átomo;
(Pu), Amerício (Am), Cúrio (Cm), Berquélio (Bk), „ Número de prótons: o átomo que apresenta
Califórnio (Cf), Einstênio (Es), Férmio (Fm), Men- maior número de prótons exerce uma maior
delévio (Md), Nobélio (No) e o Laurêncio (Lw). atração sobre seus elétrons, o que ocasiona
uma redução no seu tamanho.
Vejamos as características físicas e químicas gerais
dos elementos das séries dos lantanídeos e actinídeos: Em um mesmo grupo, o raio atômico aumenta
devido ao aumento do número de níveis. Por exem-
z são sólidos em temperatura ambiente; plo, tendo como base alguns dos metais alcalinos ter-
z são metais; rosos que fazem parte da família 2A, observa-se que:
z são elementos da série dos lantanídeos naturais,
exceto o Promécio (Pm); „ Be (Z = 4): 1s2 2s2;
z são radioativos; „ Mg (Z = 12): 1s2 2s2 2p6 3s2;
z na série dos actinídeos, a maioria é artificial, exceto: „ Ca (Z = 20): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2.
Actínio (Ac), Tório (Th), Protactínio (Pa) e Urânio (U).

Tabela Periódica e as Configurações Eletrônicas Be r = 1,13 A

O fato de os elementos serem distribuídos em


famílias auxilia no entendimento em relação às suas r = 1,60 A
características. E quanto à distribuição dos elétrons Mg
nas camadas/níveis de energia, não seria diferente.
No geral, o número da coluna indica o número de
elétrons da CV do elemento, enquanto o período indi-
ca o nível de energia que se dá à CV, como nos exem- r = 1,97 A
Ca
plos a seguir:
Exemplo 1: o oxigênio, que está no grupo 6, apre-
senta 6 elétrons na última camada e está no segundo
período, ou seja, seus elétrons ocupam 2 subníveis de Como se pode ver, o raio atômico aumenta descendo
energia 2. no mesmo grupo e, nos elementos representativos, esse
Exemplo 2: o fósforo (P), que está localizado no 3º aumento é bem marcante: o aumento é sempre de cima
período (3ª linha), logo, tem 3 camadas ou níveis de para baixo. Agora, se analisarmos por período, podemos
energia. afirmar que o raio atômico aumenta com a diminuição
de Z (número atômico), o qual representa o número de
prótons no núcleo (cargas positivas), acarretando uma
Se liga!
diminuição da força de atração sobre os elétrons. O
O período em que um elemento está localizado aumento é sempre da direita para a esquerda.
indica o número de subníveis do elemento. Veja o exemplo abaixo, entre sódio (Na) e cloro
4

(Cl), que estão no mesmo período (3º período), porém


-2

em grupos diferentes:
13

Periodicidade das Propriedades Químicas dos


.7

Elementos „ Na (Z = 11): 1s2 2s2 2p6 3s1;


28

„ Cl (Z = 17): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5.


.8

Como vimos no tópico anterior, a tabela periódica


18

é um instrumento de consulta riquíssimo para pesqui-


-0

O sódio possui menor número atômico (Z = 11) e,


sar a localização dos elementos químicos, os valores
por consequência, apresentará o raio do sódio maior
ar

do número atômico e a massa atômica.


que o raio do cloro porque o maior Z do cloro indica
lm

É importante esclarecer que tais elementos estão


maior quantidade de prótons, responsáveis por atrair
gi

organizados por semelhanças em grupos, relacionan-


mais fortemente os elétrons para o núcleo, diminuin-
do propriedades com suas estruturas atômicas. Ou
ar

do o tamanho de sua estrutura atômica.


lm

seja, a organização desses elementos é realizada de


Ao longo de um período, o raio atômico diminui
acordo com suas propriedades periódicas: o número
gi

enquanto aumenta descendo em um mesmo grupo.


atômico aumenta de cima para baixo em uma mesma
Isso se deve ao fato de que, ao longo de um período,
coluna (grupo). Quanto maior Z, maior será a quanti-
o número atômico aumenta, isto é, o núcleo contém
dade de elétrons na CV e maior será o período que o
mais prótons, o que aumenta a carga nuclear. Tal
elemento se encontra na Tabela.
fenômeno provoca um aumento na força de atração
As principais propriedades periódicas são: raio
exercida sobre os elétrons, aproximando-os do núcleo.
atômico, raio iônico, energia de ionização, afinidade
Quanto à análise do raio atômico em um mesmo
eletrônica e eletronegatividade. Trataremos de cada
grupo, verificamos que ele aumenta pelo fato de que
uma delas a seguir.
o número de elétrons na CV aumenta a cada período e
z Raio Atômico para comportar mais elétrons o raio atômico é maior.
Importante: na série dos elementos de transição,
O raio atômico representa o tamanho do átomo, o decréscimo do raio atômico é moderado em rela-
volume atômico. Contudo, é difícil determinar o tama- ção à série dos representativos. Isso ocorre porque
nho do átomo, pois a eletrosfera atômica não tem os elétrons são presentes entre o núcleo e a camada
fronteira definida. Diante disso, deve-se levar em con- n-1, e protegem parcialmente os elétrons da camada
452 ta dois fatores para comparar o tamanho do átomo: de valência da força de atração exercida pelo núcleo.
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Esse efeito, chamado efeito de blindagem, reduz No caso de íons com mais de um elétron removí-
a carga nuclear efetiva, mantendo os elétrons de vel, dizemos que a energia necessária para remover
valência do átomo. Portanto, o raio atômico, ao longo o primeiro elétron é a primeira energia de ionização.
das séries dos elementos de transição, não decresce Para o segundo elétron, a segunda energia de ioniza-
tão rapidamente como nas séries dos representativos. ção, e assim por diante. A energia de ionização geral-
No final da série dos elementos de transição, a sub- mente é dada em kJ/mol. Dessa forma, temos:
camada (n-1) d aproxima-se de sua população máxi-
ma, 10 elétrons, aumentando o efeito de blindagem, 1ª energia de ionização < 2ª energia de ioniza-
conforme é possível ver por meio do exemplo do ele- ção < 3ª energia de ionização
mento zinco: Zn (Z =30): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10.
„ Em uma mesma família ou grupo: a EI (ener-
z Raio Iônico gia de ionização) aumenta de baixo para cima,
como no exemplo a seguir:
Em relação ao raio dos íons, usaremos a nomencla-
tura raio iônico. Comparando um átomo neutro com Mg (Z = 12): 1s2 2s2 2p6 3s2.
seu respectivo íon, faz-se necessário levar em conside- Ca (Z = 20): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2.
ração a carga nuclear efetiva.
O núcleo exerce sobre os elétrons das camadas É importante ressaltar que a energia de ionização
uma força permanentemente constante, uma vez que varia com o número atômico;
o número atômico (Z) não se altera. Porém, como o
número de elétrons em um íon é diferente do número „ Em um mesmo período: a EI aumenta da
de elétrons do átomo neutro, ocorrerá uma diferença esquerda para a direita, conforme o exemplo:
no raio atômico, decorrente dessa situação.
Observe os exemplos para o sódio e seu íon Na+ Na (Z = 11): 1s2 2s2 2p6 3s1.
(cátion): Cl (Z = 17): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5.
„ Sódio, Na (Z = 11 / 11 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s1; Em geral, quanto maior a carga nuclear do ele-
„ Íon sódio, Na+ (Z = 11 / 10 elétrons): 1s2 2s2 2p6.
mento, maior a atração dos elétrons pelo núcleo e
mais difícil é a sua ionização.
Logo, pode-se evidenciar que: raio do Na > raio
do íon Na+.
Metal < Ametal < Gás Nobre
Se o átomo de sódio (1s2 2s2 2p6 3s1) “perde” seu
elétron da camada 3s, perde também a terceira cama-
A energia de ionização tende a aumentar através
da, o que leva à redução do raio. Além disso, o menor
do período. Contudo, existem casos que fogem a essa
número de elétrons facilita a atração nuclear sobre
regra, como, por exemplo o boro.
a nuvem eletrônica, contribuindo para a redução do
O boro (grupo 13) tem energia de ionização menor
raio. É possível generalizar que um cátion é sempre
do que a do berílio (grupo 2), pois, no boro, o elétron
menor do que o átomo neutro que o originou. Analise-
a ser removido está no orbital 2p, enquanto no berílio
mos agora o átomo de cloro e seu íon Cl- (ânion):
está no orbital 2s. Um elétron 2s está mais firmemente
4

Cloro, Cl (Z = 17 / 17 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5.


-2

Íon cloro, Cl- (Z = 17 / 18 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6. preso ao núcleo do que um elétron 2p, o que conduz
13

Logo, pode-se evidenciar que: raio do íon Cl- > raio à menor energia de ionização do boro, mesmo com
.7

do Cl. maior carga nuclear. Além disso, os elétrons 2s do


28

Quando o cloro (1s2 2s2 2p5) aumenta seu núme- boro podem blindar parte dessa carga do seu elétron
.8

2p.
18

ro de elétrons, as repulsões intereletrônicas na sua


camada 2p aumentam e isso contribui para a expan-
-0

são da nuvem eletrônica, que aumenta o raio iônico. Be (Z = 4): 1s2 2s2.
ar

Portanto, um ânion é sempre maior do que o átomo B (Z = 5): 1s2 2s2 2p1.
lm

neutro que o originou.


gi

„ Outra exceção: oxigênio comparado ao


ar

z Energia de Ionização nitrogênio.


lm
gi

Por definição, energia de ionização é a energia No caso do oxigênio, a primeira energia de ioniza-
necessária para remover um ou mais elétrons de um ção é mais baixa do que o esperado, porque o elétron
átomo isolado no estado gasoso. Vamos considerar é removido de um orbital 2p, que contém um segundo
que um átomo isolado no estado fundamental absorve elétron.
energia, assim, o elétron pode passar de uma camada Dois elétrons ocupando um mesmo orbital repe-
menos energética para outra. Caso a energia forneci- lem-se com maior intensidade do que se estivessem
da seja suficiente, o elétron pode ser retirado do áto- em orbitais diferentes. A repulsão intereletrônica faci-
mo, originando um cátion (íon com carga positiva). lita, assim, a remoção do elétron. No átomo de nitrogê-
O elétron mais facilmente removível é aquele nio, não há tal repulsão.
QUÍMICA

que possui maior energia e está menos atraído pelo


núcleo. Desta forma, quanto maior o raio do átomo, N (Z = 7): 1s2 2s2 2p3.
menor a atração feita pelo núcleo atômico sobre os O (Z = 8): 1s2 2s2 2p4.
elétrons mais distantes e, assim, menor a energia
necessária para remover esse elétron. Nesse sentido, Irregularidades análogas às encontradas no boro
quanto maior o tamanho do átomo, menor será a 1ª e no oxigênio são igualmente explicáveis nos demais
energia de ionização. períodos sucessivos. 453
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z Afinidade Eletrônica ou Eletroafinidade

Por definição, afinidade eletrônica ou eletroafinidade é a quantidade de energia envolvida no processo em que
um átomo isolado gasoso, no seu estado fundamental, recebe um elétron, formando um ânion. Em uma mesma
família ou em um período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica.
Quando um átomo recebe elétrons, torna-se um íon ânion liberando energia. Essa energia mede o quão forte-
mente o elétron se liga ao átomo. Observe os exemplos a seguir:

„ Li (Z = 3): 1s2 2s1 requer uma energia de 60 kJ;


„ K (Z = 19): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 requer uma energia de 48 kJ;
„ F (Z = 3): 1s2 2s2 2p5 requer uma energia de 328 kJ;
„ Br (Z = 35): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 3p5 requer uma energia de 325 kJ.

Assim como a energia de ionização, a afinidade eletrônica também é expressa em kJ/mol.

z Eletronegatividade

A eletronegatividade é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação, conforme ilustram os
exemplos abaixo:

„ Na (Z = 11 / 11 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s1;


„ Na+ (Z = 11 / 10 elétrons): 1s2 2s2 2p6;
„ Cl (Z = 17 / 17 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5;
„ Cl- (Z = 17 / 18 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6.

Se liga!
Observando a composição da palavra eletronegatividade, podemos compreendê-la como: afinidade por car-
gas negativas (atração por elétrons).

Formação do sal de cozinha, cloreto de sódio, composto iônico:

Na+ Cl- = NaCl

Na C1
NaCl
Cl : mais eletronegativo que Na
4

Na: mais eletropositivo


-2
13

A eletronegatividade tende a crescer da esquerda para a direita através de um período na tabela periódica
.7
28

devido ao aumento da carga nuclear.


.8

Em uma ligação covalente, o par eletrônico é compartilhado entre dois átomos. Isso significa que o par é
18

atraído simultaneamente e com forças semelhantes para o núcleo de ambos os átomos; o compartilhamento de
-0

elétrons é o que caracteriza a ligação covalente.


Nas ligações iônicas, ocorre a troca de elétrons entre átomos, um ganha e o outro perde. O que define o átomo
ar

que ficará com o elétron é o caráter eletronegativo que cada um possui. O elemento que possui maior eletronega-
lm

tividade é o mesmo que possui maior afinidade por cargas negativas (elétrons) e, portanto, possui a capacidade
gi

de atrair mais efetivamente os elétrons.


ar

Na tabela periódica, a tendência de eletronegatividade aumenta da direita para esquerda; quanto maior a
lm

quantidade de elétrons na CV, mais eletronegativo o elemento tende a ser, devido à facilidade em completar seu
gi

octeto dessa forma. Os elementos eletropositivos apresentam essa característica por possuírem poucos elétrons
em sua CV; logo, para completar o octeto e tornarem-se mais estáveis, tendem a doar esses elétrons.
Nos elementos de transição, a eletronegatividade apresenta algumas irregularidades no crescimento da
esquerda para a direita, resultantes da variação na efetividade do efeito de blindagem. Indo para baixo em um
grupo, a eletronegatividade decresce à medida que a camada de valência se torna mais afastada do núcleo e
à medida que o efeito de blindagem compensa amplamente o aumento da carga nuclear. Assim, os elementos
com maior eletronegatividade são os ametais à direita, particularmente os da parte superior direita da tabela
periódica.
Os elementos com as mais baixas eletronegatividades são os metais, particularmente os que se encontram na
parte inferior esquerda da tabela periódica.
De forma resumida, o sentido de aumento das propriedades periódicas é indicado pelas setas:

z Raio atômico: de cima para baixo (↓) e da direita para a esquerda (←);
z Caráter metálico: de cima para baixo (↓) e da direita para a esquerda (←);
z Afinidade eletrônica: de baixo para cima (↑) e da esquerda para a direita (→);
454 z Energia de ionização: de baixo para cima (↑) e da esquerda para a direita (→);
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Eletronegatividade: de baixo para cima (↑) e da esquerda para a direita (→).

Raio atômico Energia de ionização

Afinidade eletrônica Eletronegatividade

Fonte: BERGAMO, P.. Propriedades periódicas. Química Acadêmica, 2016. Disponível em: https://quimicaacademica.wordpress.
com/2016/05/04/propriedades-periodicas/. Acesso em: 26 jan. 2023.

Tabela Periódica

4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm

BATISTA, C.. Tabela periódica. Toda Matéria, 2023. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tabela-periodica/. Acesso em: 30 jan. 2023.
gi
ar

Se liga!
lm
gi

Para otimizar seus estudos, recomendamos que confira também a tabela periódica em cores, no seguinte
link: https://www.todamateria.com.br/tabela-periodica/. Acesso em: 30 jan. 2023.

REPRESENTAÇÕES DAS TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS

Dentro da química as reações ocorrem a partir da mistura de substâncias consideradas reagentes que origi-
nam novas espécies químicas, denominadas produtos. É possível prever quais produtos serão formados a partir
de determinado reagente e em qual quantidade, considerando a estequiometria da reação.
QUÍMICA

A estequiometria da reação traz informações como a proporção molar entre reagentes e produtos, o que
possibilita calcular qual a massa ou volume dos produtos formados ou dos reagentes utilizados. Neste capítulo,
observaremos os diversos estudos relacionados à estequiometria, como aspectos quantitativos das reações quí-
micas, cálculos estequiométricos e conceitos de reagente em excesso e limitante através das leis ponderais. Além
disso, veremos todas as características que distinguem uma transformação física e química da matéria.

455
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Principais Ramos da Química

z Química orgânica: estuda a estrutura, as propriedades, a composição, as reações e a síntese de compostos


orgânicos. O elemento de destaque nessa área é o carbono e sua capacidade de formar longas cadeias de
ligações simples, duplas ou triplas, que podem conter outros átomos, como o hidrogênio, oxigênio, nitrogênio,
fósforo, enxofre e alguns halogênios. Dessa forma, os compostos orgânicos possuem diferentes funções, o que
favorece sua diversificada aplicação;
z Química inorgânica: é o ramo da química que estuda os elementos químicos e as substâncias da natureza que
não possuem o carbono coordenado em cadeias. Investiga as estruturas, as propriedades e a explicação dos
mecanismos de suas reações e transformações. As principais funções dos compostos inorgânicos são os sais,
óxidos, ácidos e bases;
z Bioquímica: é o ramo da biologia e da química que estuda as estruturas, a organização e as transformações
moleculares que ocorrem na célula. Em resumo, a bioquímica aborda todos os processos químicos que ocor-
rem nos organismos vivos;
z Físico-Química: estuda os fenômenos químicos sob a ótica dos princípios, conceitos e práticas da física, sendo,
assim, a combinação destas duas ciências: a física e a química. Algumas das informações de interesse nos pro-
cessos físico-químicos são a velocidade e espontaneidade das reações, absorção ou liberação de energia. Nesse
sentido, a química pode ser definida como a ciência que estuda a matéria, suas transformações e as trocas de
energias envolvidas nesses fenômenos. Por definição, matéria é tudo aquilo que tem massa (m) e ocupa lugar
no espaço (volume), podendo ter composição orgânica ou inorgânica, natural ou artificial, ser visível a olho
nu ou não, de origem animal, vegetal ou mineral.

Imagine que você está sentado de frente para o mar, admirando a paisagem. Em um dado momento, você fixa
seu olhar na seguinte cena: uma criança brincando com um baldinho de areia e água, na beira do mar. Sob o pon-
to de vista ou olhar da criança, esse balde contendo água salgada e areia é um sistema.

Transformação da Matéria

Imagine as duas situações a seguir:

z você pegou um pedaço de papel e o amassou;


z você pegou um pedaço de papel e o queimou.

Na primeira situação, a matéria não sofreu nenhuma modificação, mudando apenas sua forma. A composição
química do papel é a celulose, sendo a folha amassada ou não. Não houve alteração da estrutura ou constituição
da matéria.
Já na segunda situação, a celulose sofreu combustão (reação com O2, que libera CO ou CO2), portanto, transfor-
mou-se em uma matéria diferente da inicial, com estrutura e propriedades químicas diferentes. As transforma-
4

ções da matéria são denominadas fenômenos, os quais podem ser classificados como físicos ou químicos.
-2
13
.7

Tipos de Fenômenos
28
.8

z Fenômeno físico: é toda alteração na estrutura física da matéria, como, por exemplo, na forma, no tamanho,
18

na aparência e no estado físico. Contudo, não há alteração em sua natureza, isto é, a composição química da
-0

matéria não se modifica. Conforme discutido anteriormente, amassar uma folha de papel faz mudar o aspecto
ar

físico da matéria, mas sua composição permanece sendo a celulose;


lm

z Fenômeno químico: é uma mudança na composição da matéria. Por exemplo: a combustão transforma uma
gi

substância em outra, com diferentes propriedades químicas.


ar
lm

FENÔMENOS FÍSICOS
gi

Atração magnética Reflexão da luz Lançamento de um projétil


456
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FENÔMENOS QUÍMICOS

Queima da parafina Ferrugem Combustão (queima)

Fonte: Google Imagens.


Estados Físicos da Matéria

A matéria é formada por partículas menores, denominadas átomos, que interagem entre si formando molécu-
las com diferentes características. Você já deve ter percebido que diferentes substâncias no seu dia a dia estão em
um estado físico específico que depende da temperatura. Por exemplo, a água: podemos encontrá-la e utilizá-la
em seu estado físico sólido, no caso do gelo, ou líquido, como em nossos banhos e preparos alimentícios.
O estado físico é definido pela forma como as moléculas de uma substância se organizam fisicamente (configu-
ração macroscópica). Um estado físico também pode ser denominado estado de agregação ou fase.

Sólido Líquido Gasoso


Fonte: Google Imagens.

Para estudarmos e compreendermos os tipos de estados da matéria, pense em uma forma de gelo que você
acabou de retirar do freezer logo pela manhã e colocou sob um prato para avaliar o que aconteceria. No primeiro
momento a água se encontra no:

z Estado sólido: as moléculas estão muito próximas umas das outras e movimentam-se minimamente, logo,
4

essas moléculas possuem uma média de energia cinética baixa.


-2
13

Considere que este dia está em uma temperatura média de 25°C e espontaneamente o gelo passa a derreter. O
.7

processo pode ser explicado pelo fato de que o gelo começa a aquecer, ou seja, absorve energia em forma de calor
28

do ambiente que agora ele se encontra, passando para o:


.8
18

z Estado líquido: as moléculas não estão tão próximas umas das outras, como no estado sólido, isso porque, ao
-0

absorver energia, as moléculas aumentam sua energia cinética, ficando mais agitadas.
ar
lm

A temperatura continua a subir e, ao fim da tarde, você identifica que restou apenas um pouquinho de água
gi

no prato, bem menos do que você esperava pela quantidade de gelo. Provavelmente pode-se imaginar que mais
ar

um processo físico ocorreu e a água sofreu uma transformação física para o:


lm
gi

z Estado gasoso: as moléculas no estado gasoso (vapor) estão bastante dispersas ou separadas, graças ao alto grau de
agitação delas. A agitação torna-se maior nesse estado justamente pelo aumento da temperatura do ambiente, que
favorece que as moléculas absorvam a energia necessária para evaporarem.
QUÍMICA

Sólido Líquido Gasoso


Fonte: AROEIRA, G. J. R. Estados físicos da matéria. InfoEscola, [s.d.]. Disponível em: https://www.infoescola.com/quimica/estados-fisicos-da-
materia/. Acesso em: 26 jan. 2023. 457
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Mudanças de Estado Físico

Observe, a seguir, uma imagem que representa as mudanças de estado da matéria:

Fusão Vaporização

Solidificação Condensação

Liquefação

Sublimação

Fonte: MUDANÇA de fases. Só Química, [s.d.]. Disponível em: https://www.soquimica.com.br/conteudos/ef/substancias/p2.php. Acesso em: 26
jan. 2023.

As mudanças de estado da matéria podem ser classificadas da seguinte maneira:

z Fusão: é o processo de passagem de uma substância do estado sólido para o estado líquido. Esse fenômeno requer
calor e por isso é endotérmico. Pode-se pensar, como exemplo de fusão, na transformação da água: abaixo de
0º C a água está no estado sólido; em temperaturas acima de 0º C ocorre a transformação do estado sólido para o
líquido, a fusão;
z Vaporização: é o processo de passagem de uma substância do estado líquido para o estado gasoso. Também
é um fenômeno endotérmico. Por exemplo, a água acima de 0º C e abaixo de 100º C está no estado líquido;
acima de 100º C ocorre a mudança do estado líquido para o gasoso, a vaporização;
z Sublimação: é o processo de passagem de uma substância do estado sólido para o estado gasoso sem passar pelo
estado líquido. Essa propriedade é exclusiva apenas em alguns materiais. Esse processo também é endotérmico.
Como exemplo de sublimação, podemos citar o gelo seco, a naftalina e o iodo;
z Condensação ou liquefação: é o processo de passagem de uma substância do estado gasoso para o estado
líquido. Esse fenômeno requer perda de calor portanto é exotérmico;
z Solidificação: é o processo de passagem de uma substância do estado líquido para o estado sólido. Esse fenô-
meno é exotérmico;
z Ressublimação: é o processo de transformação de uma substância do estado gasoso para o estado sólido, sem
4

passar pelo estado líquido. Esse fenômeno também é exotérmico.


-2
13

Tipos de Substâncias
.7
28

z Simples: são aquelas cujas moléculas são formadas apenas por um único tipo de elemento químico. Os átomos
.8
18

dos elementos podem aparecer na forma isolada, sendo substâncias monoatômicas (Ar — gás argônio), ou
formar moléculas diatômicas (O2 — gás oxigênio) e triatômicas (O3 — gás ozônio);
-0

z Compostas: são aquelas cujas moléculas, ou aglomerados iônicos, são formadas por dois ou mais elementos
ar

químicos ou íons. Exemplos: água (H2O), cloreto de sódio (sal de cozinha) NaCl, dióxido de carbono (CO2),
lm

monóxido de carbono (CO), gás metano (CH4) e amônia (NH3).


gi
ar

A seguir, seguem imagens representativas de substâncias simples e compostas:


lm
gi

SIMPLES COMPOSTAS

Misturas

Trata-se de um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, chamadas componentes. As misturas
podem ser classificadas em homogêneas e heterogêneas:

z Homogênea: é uma solução que apresenta uma única fase;


458 z Heterogênea: é uma solução que pode apresentar duas ou mais fases.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
MISTURAS HOMOGÊNEAS: UMA FASE Mistura heterogênea
(MONOFÁSICO)
Bastão
de
vidro

Sólido Papel de
CO2 + ar Solução de filtro
Álcool + água
atmosférico sulfato de cobre Funil

MISTURAS HETEROGÊNEAS: MAIS DE UMA FASE Erlenmeyer

Solução
filtrada

Pó de ferro e
Água + areia Óleo e água
areia FOGAÇA, G. Filtração – Método de Separação de Misturas. Brasil
Escola, 2023. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
quimica/filtracaometodo-separacao-misturas.htm. Acesso em: 26
Fonte: Google Imagens. jan. 2023.

Métodos de Separação das Misturas e Critérios de Pensando no cotidiano, usamos filtração diaria-
Pureza mente para purificar a água e torná-la adequada para
consumo;
Os métodos de separação das misturas são de gran-
de relevância na área da química, pois podem ser apli- z Sedimentação ou flotação: é um método de
cados a processos em escala industrial ou em escala separação de misturas heterogêneas que utiliza a
laboratorial. diferença de densidade entre os materiais como
O processo de separação é necessário porque gran- princípio básico para realizar a separação. Um
de parte da matéria não é homogênea em sua com- exemplo é a separação da serragem misturada
posição, ou seja, trata-se de misturas constituídas por com areia. A serragem, por ser menos densa, flu-
duas ou mais substâncias diferentes. tua na água, enquanto a areia sedimenta;
4

Além disso, a separação dos componentes das mis-


-2
13

turas é fundamental em diversos aspectos do cotidia-


.7

no, como, entre outros:


28
.8

z na purificação da água nas estações de tratamento de


18

água, a fim de torná-la apropriada para o consumo;


-0

z na obtenção do cloreto de sódio (sal de cozinha)


nas regiões litorâneas de produção salina;
ar

z nos laboratórios de análises clínicas, com a verifi-


lm

cação dos componentes do sangue.


gi
ar

Para a separação, é necessário aplicar o método


lm

adequado e/ou específico para cada tipo de mistura. As


gi

técnicas de purificação podem ser físicas ou químicas,


uma vez que o princípio fundamental é utilizar as pro-
priedades dos componentes das misturas para separá-
-las. Essas propriedades podem ser o ponto de fusão,
ESTUDANDO a questão. Ciência na Vida 2015 — 3º I, 2015.
o ponto de ebulição, a solubilidade, a densidade etc. Disponível em: https://trabalhoenem.wordpress.com/2015/10/13/
Veja a seguir os métodos de separação das mistu- estudando-a-questao/. Acesso em: 26 jan. 2023.
ras e critérios de pureza:
z Centrifugação: a centrifugação é um processo de
QUÍMICA

z Filtração: é um método de separação de substân- separação de misturas realizado por um apare-


cias presentes em uma mistura heterogênea (pos- lho chamado centrifugador, o qual faz a separação
sui duas ou mais fases), que apresenta pelo menos dos componentes via sedimentação dos líquidos
dois componentes em estados físicos diferentes, imiscíveis (que não se misturam), por diferença de
como um componente no estado sólido e um no densidade ou de massa. A análise de sangue em labo-
estado líquido. A mistura de areia e água é um ratório é um exemplo do processo de centrifugação;
exemplo de mistura heterogênea.
459
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SEPARAÇÃO de misturas. Só Química, 2023. Disponível em: https://
www.soquimica.com.br/conteudos/ef/misturas/p1.php. Acesso em:
26 jan. 2023.

MEDEIROS, M. A.. Métodos de separação de misturas. QuiProcura,


z Decantação: é um processo de separação que per-
2015. Disponível em: https://www.quiprocura.net/separa_mistura. mite separar misturas heterogêneas. A decantação
htm. Acesso em: 26 jan. 2023. é utilizada principalmente em misturas bifásicas,
como as misturas: sólido-líquido (areia e água),
sólido-gás (poeira e gás), líquido-líquido (água e
óleo) e líquido-gás (vapor d’água e ar);

suporte

funil de separação
(funil de bromo)
tubo

motor
abandona-se o
sistema em repouso

béquer vazio
NETO, J.. Misturas homogêneas e heterogêneas. Química Prof. João
Neto, [s.d.]. Disponível em: http://profjoaoneto.com.br/quimicag/
misturas.htm. Acesso em: 26 jan. 2023.
4
-2
13

Disponível em: https://bityli.com/RWYe4. Acesso em: 26 jan. 2023.


.7
28

z Destilação simples: método utilizado para sepa-


.8

rar os componentes de uma mistura homogênea


18

formada por um componente sólido dissolvido em


-0

um líquido. Nesse processo apenas o líquido irá


sofrer transformação física. Um exemplo é a sepa-
ar

ração do sal presente na água do mar;


lm
gi
ar
lm

Termômetro
Condensador
gi

Rolha
SOUZA, L. A. de. Métodos especiais para separar misturas
heterogêneas. Brasil Escola, 2023. Disponível em: https://
brasilescola.uol.com.br/quimica/metodos-especiais-para-separar-
misturas-heterogeneas.htm. Acesso em: 26 jan. 2023.
Balão de vidro Entrada de
Solução água + sal água fria
z Imantação ou separação magnética: é o método
usado para separar dois sólidos. Um deles preci- Chama
sa sofrer atração de um ímã, ou seja, deve ser um
material magnético. Como exemplo, é possível Erlenmeyer
citar a mistura de areia e limalha de ferro. Neste
caso, o ferro, é atraído pelo ímã;
Saída de
água quente

NOGUEIRA, V. de S. Química. 1ª unidade. Disponível em: http://www.


460 simonsen.br/eja/arquivos-pdf/qui-1.pdf. Acesso em: 26 jan. 2023.
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z Destilação fracionada: é utilizada exclusivamente e a fase móvel (solvente), que sobe pelo papel por
para separação dos componentes de uma mistura capilaridade. Assim, as substâncias capazes de for-
que apresenta dois ou mais líquidos em sua constitui- mar interações intermoleculares mais fortes com a
ção. Todos os líquidos entram em ebulição (tornam-se fase estacionária migram mais lentamente.
gases), a separação é possível pela diferença nos PE
(ponto de ebulição) dos líquidos da mistura. Pode-se Grandezas e Unidades de Medida
utilizar o método da destilação fracionada para sepa-
rar a mistura de água e acetona, por exemplo. z Massa: é a quantidade de matéria que um corpo
possui, sendo constante em qualquer lugar da ter-
ra ou fora dela. A unidade de massa no Sistema
Termômetro
Internacional de medidas (SI) é kg (quilogramas),
podendo ser expressa em hectograma (hg), deca-
grama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigra-
(Condensador)
vapor de ma (cg) e miligrama (mg).
Coluna de acetona entra no
condensador
fracionamento Atente-se às conversões entre as unidades de massa:

„ 1 g = 1.000 mg;
„ 1 kg = 1.000 g;
Balão de Acetona + „ 1 tonelada = 1.000 kg;
destilação água (Mistura) „ 1 arroba = 15 kg.
Manta ou chapa
de aquecimento Acetona líquida Outras unidades de medidas de massa são: libra
(Destilado) e onça;

QUEVEDO, R. T.. Destilação fracionada. InfoEscola, [s.d.]. Disponível z Volume: é a porção do espaço ocupado pela maté-
em: https://www.infoescola.com/quimica/destilacao-fracionada/. ria. O volume ocupado pelos gases é igual ao
Acesso em: 26 jan. 2023. Adaptado.
volume do recipiente que o contém. A unidade
de volume utilizada no Sistema Internacional de
medidas (SI) é o litro (L).
Se liga!
Se os componentes da amostra a ser destila- Atente-se às conversões entre as unidades de
da forem líquidos e apresentarem valores de PE volume:
próximos, ou se os componentes da mistura for-
marem um azeótropo, a destilação deve ser fra- „ 1 m3 = 1.000 L = 1.000 dm3;
cionada, utilizando uma coluna de fracionamento. „ 1 L = 1 dm3 = 1.000 cm3 = 1.000 mL;
„ 1 cm3 = 1 mL.
4

Esse também é o método utilizado para a separa- z Temperatura: é definida pelo grau de agitação das
-2

ção do petróleo, nas colunas de separação, como na


13

moléculas ou partículas. Os átomos ou as molécu-


figura a seguir:
.7

las movimentam-se mais rápido em corpos cuja


28

temperatura é mais elevada. A temperatura de 0 K


.8

(zero Kelvin) equivale à temperatura na qual ces-


18

6. Gás sam todas as agitações e movimentações de partí-


-0

culas, sendo denominada zero absoluto.


5. Gasolina
ar

Torre de Fracionamento
lm

A unidade de temperatura usada no Sistema Inter-


4. Querosene nacional de medidas (SI) é Kelvin (K). Além dele, o Cel-
gi

Armazenamento sius (ºC) e o Fahrenheit (ºF) também são utilizados.


ar

de Petróleo 3. Óleo combustível Atente-se às conversões entre as unidades:


lm
gi

Bomba
2. Óleo lubrificante „ Para converter Kelvin em graus Celsius: K = °C
+ 273;
1. Resíduos (parafina, asfalto) „ Para converter graus Celsius em graus Fahre-
nheit: °F = °C · 1, 8 + 32;
„ Para converter graus Fahrenheit em graus Cel-
Fornalha
sius: °C = (°F − 32) ÷ 1,8.
DESTILAÇÃO fracionada. Só Biologia, 2023. Disponível em: https://
z Pressão: corresponde à razão entre a intensidade
QUÍMICA

www.sobiologia.com.br/conteudos/Oitava_quimica/materia17.php.
Acesso em: 26 jan. 2023. de uma força aplicada sobre a área na qual é apli-
cada. A fórmula utilizada é: P = F / A.
z Cromatografia em papel: é um método de sepa-
ração que se baseia na migração diferencial dos A unidade de pressão usada no Sistema Interna-
componentes de uma mistura entre duas fases cional de medidas (SI) é: N/m² (Newton por metro
imiscíveis. Os componentes da amostra (mistura) quadrado) ou Pa (Pascal), em homenagem ao físico
são separados entre a fase estacionária (celulose) francês Blaise Pascal. 461
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Outras unidades de pressão são: pressão atmosfé- z Mistura eutética: comporta-se como uma substân-
rica (atm), centímetro de mercúrio (cmHg), milíme- cia em relação aos pontos de fusão e solidificação,
tro de mercúrio (mmHg), bar. ou seja, constantes (temperatura em um mesmo
Atente-se às conversões entre as unidades: patamar enquanto durar a transformação). Como
exemplo dessa mistura, é possível citar a liga metá-
„ 1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg = 1,01 · 105 Pa; lica — Estanho (62%) + Chumbo (38%);
„ 1 bar = 105 Pa.
Temperatura (ºC)

MATERIAIS, SUAS PROPRIEDADES E USOS Ponto de fusão


Gasoso
Líquido
As propriedades físicas da matéria são caracte-
Sólido
rísticas determinadas de maneira experimental, sem
Tempo
alterar a composição da matéria. A química estuda a
matéria, suas transformações e a energia envolvida
z Mistura azeotrópica: comporta-se como uma
nesses processos.
substância em relação aos pontos de ebulição e
condensação, ou seja, constantes (temperatura em
z Ponto de fusão (P.F.) ou temperatura de fusão:
um mesmo patamar enquanto durar a transforma-
é definido como a temperatura em que se inicia
ção). A solução aquosa 96% — álcool etílico (96%) +
a fusão da substância, passagem do estado sólido
água (4%) — é um exemplo desse tipo de mistura;
para o estado líquido. Por exemplo, o P.F. da água
é 0º C, abaixo de 0º C a água está no estado sóli- Temperatura (ºC)
do, acima de 0º C a água está no estado líquido. No Ponto de ebulição e condensação

entanto, em 0º C, a água não passa instantanea-


Gasoso
mente para o estado líquido, essa transformação é Líquido
apenas iniciada; portanto, na temperatura idêntica
Sólido
ao PF a água no estado sólido e líquido coexistem; Tempo
z Ponto de ebulição (P.E.) ou temperatura de ebuli-
ção: é a temperatura de passagem do estado líquido
z Densidade (d): a densidade de um corpo define-se
para o estado sólido. Por exemplo, o P.E. da água é
como a razão entre a massa e o volume desse cor-
100º C, abaixo de 100º C a água está no estado líqui-
po. Desta forma, mede o grau de concentração de
do e acima está no estado gasoso. Em 100º C, tempe-
massa em determinado volume. A fórmula para o
ratura de transformação, os dois estados coexistem.
cálculo da densidade é:
Representações Gráficas das Transformações m (massa da solução)
d=
v (volume da solução)
z Substância pura: P.F. e P.E. constantes. Como
exemplo, temos a água;
A unidade de medida de densidade, no Sistema
4
-2

T (ºC) Internacional de Unidades (SI), é o quilograma por


13

Vapor metro cúbico (kg/m3), embora as unidades mais utili-


.7

zadas sejam o grama por centímetro cúbico (g/cm3) ou


28

Pressão o grama por mililitro (g/mL). Para gases, ela costuma


.8

PE Ebulição constante ser expressa em gramas por litro (g/L).


18

E
D
-0

Líquido DE: líquido + vapor


B Balanceamento de Equações Químicas, Leis
ar

PF Fusão BC: sólido + líquido


C Ponderais das Reações Químicas e o Cálculo
lm

t (min)
A Estequiométrico
gi
ar

BASTOS, K. Calorimetria - calor latente. Físika na Rede, 2011. Dentro dos conceitos voltados para o cálculo este-
lm

Disponível em: http://fisikanarede.blogspot.com/2011/03/


quiométrico, estabelece-se uma relação entre a quan-
gi

calorimetria-calor-latente_07.html. Acesso em: 26 jan. 2026.


Adaptado.
tidade de reagentes que devem ser introduzidos para
uma reação acontecer e a quantidade de produto for-
z Mistura comum: durante a mudança de estado mado nessa reação química.
físico de uma mistura homogênea comum, a tem- As Leis Ponderais, ou seja, a Lei de Lavoisier e de
peratura se altera. Segundo o gráfico a seguir, não Lei de Proust, norteiam os princípios da estequiome-
possui nenhum patamar com temperatura cons- tria, em que se relacionam as massas dos elementos
tante. Um exemplo disso é a solução aquosa salina químicos à interação das reações químicas. Diante
(água e sal de cozinha); dessas informações, é possível questionar: como reali-
zar um cálculo estequiométrico?
Temperatura (ºC) O cálculo estequiométrico pode ser realizado
seguindo as três seguintes etapas:
Gasoso
Líquido
z escrever a equação química;
Sólido z balancear a equação química;
462 Tempo z estabelecer a regra de três.
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Por exemplo, na reação de combustão do meta- presentes em suas estruturas: ácido, base, sais e óxi-
no (CH4), qual o número de mols de moléculas de O2 dos. Além disso, daremos atenção à forma que se
necessário para reagir com 5 mols de metano? nomeia esses compostos (nomenclatura), o que per-
mite identificar sua função inorgânica.
z 1° passo — nesta etapa, descrevemos a equação
química: Funções Inorgânicas

CH4 + O2  CO2 + H2O z Ácido

z 2° passo — após definir a equação, devemos efe- Em nosso dia a dia, encontramos muitas substân-
tuar o balanceamento: cias de caráter ácido, por exemplo, em frutas cítricas
(ácido cítrico), como no limão, laranja e tomate. Nesse
caso os ácidos encontrados são orgânicos. Um exem-
ENTRADA (REAGENTE) SAÍDA (PRODUTO)
plo de ácido inorgânico consumido quase todos os
1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O dias por nós é o ácido fosfórico (H3PO4) presente nas
marcas de refrigerante mais famosas.
C=1 C=1 De acordo com a teoria de Arrhenius, o caráter áci-
do pode ser definido como a capacidade de determi-
H=4 H=4
nada substância de sofrer ionização em meio aquoso,
O=4 O=4 formando o cátion H+.
De forma bem simplificada, podemos identificar
É possível observar que, para a reação de 1 mol de substâncias inorgânicas de caráter ácido pela pre-
metano (CH4) com 2 mols de oxigênio (O2), teremos a sença do elemento hidrogênio (H) como primeiro ele-
formação de 1 mol de gás carbônico (CO2) e 2 mols de mento na fórmula molecular da molécula. Observe o
água (H2O); exemplo do ácido clorídrico, encontrado no suco gás-
trico, o qual possui fórmula molecular HCl.
z 3° passo — agora é só efetuar a regra de três para Os ácidos podem ser classificados de acordo com
encontrar o valor esperado: a quantidade de hidrogênio ionizável, bem como
com a presença e ausência de oxigênio na composi-
1 CH4 _____ 2 O2 ção da molécula. Tal classificação pode ser descrita da
1 mol ____ 2 mols seguinte forma:
5 mols ____ x mols
x = 10 mols de O2 z Pela quantidade de hidrogênio ionizáveis:
Monoácido (com 1 H+), Diácido (com 2 H+), Triácido
A relação sempre será convencionada de acordo com (com 3 H+) e Tetraácido (com 4 H+);
o parâmetro que o enunciado pedir, ou seja, o enunciado z Pela presença ou ausência do oxigênio: sendo
será o guia que dirá quais moléculas serão analisadas. Hidrácido aquele que não possui o oxigênio na com-
posição da molécula do ácido e Oxiácido aquela
Energia molécula que tem em sua composição o oxigênio.
4
-2
13

Energia é a capacidade de realizar trabalho que Para generalizar a composição básica de um ácido,
.7

um determinado processo pode ter. Os processos que existe uma fórmula geral descrita como HxA, sendo
28

não precisam de energia para ocorrer ocorrem espon- o hidrogênio (H) expresso primeiramente aos outros
.8

taneamente e aqueles que precisam de energia ocor- elementos componentes do ácido, como a parte de
18

rem de forma não espontânea. cátion. O x é o índice que aponta a quantidade de


-0

Por exemplo, nosso corpo necessita de energia átomos de hidrogênio existentes em cada molécula
ar

para que todas as reações químicas que ocorrem em do ácido e o A representa o ânion que irá ligar-se no
lm

nosso organismo sigam acontecendo, mantendo-nos hidrogênio, formando, assim, a molécula do ácido.
vivos e saudáveis; para isso nós absorvemos a energia
gi

A nomenclatura será sempre precedida pela pala-


necessária através de alimentos. No caso das plantas,
ar

vra ácido, a qual se refere à presença do H+ e, em


essa absorção advém da luz solar que fornece a ener-
lm

seguida, tem-se a complementação do nome represen-


gia e o ambiente necessário para a fotossíntese.
gi

tando a parte negativa da molécula, ou seja, o ânion.


As transformações tanto físicas quanto químicas Existe, contudo, uma grande ressalva em relação
podem emitir ou absorver energia do ambiente. O ao nome do ânion, pois, para poder formar o nome
conhecimento sobre a emissão de energia proporcio- dele ligado ao hidrogênio, deve-se considerar o tipo
nou grandes avanços na área de combustíveis, confor- de terminação que ele tem de forma isolada e assim
me observa-se na área de química orgânica. efetuar as mudanças necessárias, como nos exemplos
a seguir:
Ânion com terminação em -ato passa a ter final -ico.
QUÍMICA INORGÂNICA Exemplo: ânion clorato passa a ser ácido clórico.
QUÍMICA

CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS Ânion com terminação em -eto passa a ter final
-ídrico.
A química classifica a matéria de acordo com a sua Exemplo: ânion cloreto passa a ser ácido clorídrico.
composição em dois grupos: orgânica e inorgânica.
Aqui, estudaremos compostos com origem e compo- Ânion com terminação em -ito passa a ter final -oso.
sição inorgânica, explorando as diferentes funções Exemplo: ânion clorito passa a ser ácido cloroso. 463
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z Base Ao fazer a nomenclatura com base na mudança,
é importante atentar-se à ordem na terminação ico e
Assim como acontece com as substâncias ácidas, oso. Assim, o que for com carga numérica menor ter-
também encontramos muitas substâncias básicas no minará em oso, enquanto o que tiver a carga numéri-
cotidiano, principalmente em compostos utilizados ca maior terminará em ico.
em produtos de limpeza, como a soda cáustica.
De acordo com a teoria de Arrhenius, o caráter z Sal
básico das substâncias é observado quando, em meio É possível encontrar muitos sais em nosso dia a
aquoso, essas moléculas sofrem ionização, originando o dia, como o sal de cozinha, também conhecido como
ânion o OH-. Cloreto de Sódio (NaCl). A formação dos sais ocorre
Diferentemente do que observamos nas fórmulas a partir de um processo de neutralização, quando se
estruturais dos ácidos, no caso das bases, o grupo funcio- mistura um reagente ácido + reagente base formam
nal que possibilita sua identificação, a hidroxila (OH-), é um sal + água. Além disso, sua grande característica é
observado no final da fórmula estrutural da molécula. não possuir o cátion H+ nem a hidroxila OH-.
Um exemplo de base é o conhecido “diabo verde” (nome Os sais podem ser divididos em subgrupos consi-
comercial), que se trata da soda cáustica. Sua nomencla- derando seu comportamento de dissolução em água
tura oficial é hidróxido de sódio (NaOH). e o pH que originará nessa mistura. Dentre as classifi-
Classificação de bases inorgânicas de acordo com a cações, temos:
quantidade de grupos funcionais ionizáveis presente
na molécula: „ Sal ácido: aquele que em meio aquoso deixa a
solução com pH menor que 7, ou seja, ácido;
„ Pela quantidade de hidroxila dissociável: „ Sal básico: aquele que em meio aquoso deixa
Monobase (com 1 OH-), Dibase (com 2 OH-1), Tri- a solução com pH maior que 7, ou seja, básico
base (com 3 OH-) e Tetrabase (com 4 OH-). (também conhecido como alcalino);
„ Sal neutro: aquele que não alterará o pH da
Para generalizar a composição básica de uma base, solução.
existe uma fórmula geral descrita como B1y+OHy1-, em
No que se refere à formulação do nome do sal, uti-
que a hidroxila é expressa sempre na parte direita da
liza-se a seguinte regra:
fórmula estrutural, por formar um ânion; o y é quanti-
dade de hidroxilas presentes na molécula necessárias
nome do ânion + de + nome do cátion
para neutralizar a carga y+ do cátion B, que represen-
Exemplo: KNO2 = K+ + NO2- = Nitrito de potássio.
ta o cátion que se liga à hidroxila, formando assim a
molécula da base.
z Óxido
A nomenclatura será sempre precedida pelas pala-
vras hidróxido de, referindo-se à presença do OH-.
Os óxidos são compostos que possuem dois ele-
Em seguida, teremos a complementação do nome com
mentos em sua composição, sendo o oxigênio o
a parte positiva da molécula, ou seja, o cátion. Além
mais eletronegativo. Desses dois elementos, um será
disso, existe uma grande ressalva em relação ao nome
o cátion, que é representado no lado esquerdo da fór-
do cátion, pois, para poder formar seu nome, é preciso
4

mula estrutural, e o outro será o ânion oxigênio, pre-


-2

considerar a carga que o íon possuir. Assim, de forma


sente na parte direita da fórmula estrutural.
13

mais objetiva: Para generalizar a composição básica de um óxido


.7

Quando o cátion possui NOX fixo: a situação é


28

existe uma fórmula geral descrita como C2y+Oy2-, em


mais fácil, pois a nomenclatura ficará hidróxido de que o oxigênio é sempre expresso na parte do ânion,
.8

+ nome do cátion. Os metais alcalinos e metais alca-


18

o y é a quantidade de átomos de A necessária para


linos terrosos, alumínio, zinco e prata são os elemen-
-0

neutralizar a carga y+ apresentada pelo cátion C, ou


tos que possuem NOX fixo na tabela periódica. Sendo seja, o elemento que se liga ao oxigênio para formação
ar

assim, qualquer elemento que estiver dentro desse da molécula de óxido.


lm

grupo apresentará seu nome conforme o é. Alguns Assim como os sais, os óxidos podem alterar o pH
gi

exemplos desse caso são: Hidróxido de potássio (K é de uma solução aquosa. Dessa forma, os óxidos tam-
ar

da família dos metais alcalinos); Ba(OH)2 = Hidróxido bém podem ser classificados em:
lm

de bário (Ba é da família dos metais alcalinos terrosos)


gi

e Al(OH)3 = Hidróxido de alumínio. „ Óxido ácido: aquele que deixa a solução com pH
Quando o cátion possui NOX variável: diferen- ácido. Como exemplo temos o CO2, SOx e NOx;
temente dos elementos com número de oxidação fixo, „ Óxido básico: em meio aquoso, deixa a solução
aqueles que se apresentam como variável possuem com pH básico (ou alcalino). Um exemplo é o
uma forma de descrição um pouco diversa. Pode- oxigênio ligado aos metais alcalinos e alcalinos
mos ter as seguintes situações: hidróxido de + nome terrosos;
do cátion + carga do nox em número romano ou „ Óxido neutro: aquele que não altera o pH da
hidróxido de + nome do cátion + terminação ico ou solução. O monóxido de carbono é um exemplo
oso. Para perceber isso, veja o exemplo: de óxido neutro.
O elemento Cobre pode ter carga 1+ ou 2+. Utili-
zando a primeira forma de nomenclatura teremos, Além daqueles que mudam o pH da solução, exis-
respectivamente: Hidróxido de Cobre I e Hidróxido tem os óxidos que, em contato com a água, formam
de Cobre II. Agora, utilizando a segunda opção para peróxidos, que são óxidos com uma “dose extra” de
o mesmo elemento e mesma ordem de carga, temos oxigênio. Por fim, existem os óxidos chamados de
Hidróxido cuproso e Hidróxido cúprico. anfóteros, que em meio aquoso podem se comportar
464 como ácidos ou bases.
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No que concerne à formulação do nome do óxido, Para interpretar os valores de pH deve-se con-
segue-se a seguinte regra: siderar que quanto maior for o pH, menor será a
concentração de íons hidrônio e por isso a solução é
óxido de + nome do elemento associado ao oxigênio básica. Portanto, o pH possui uma relação inversa-
Exemplo: Al2O3 = Óxido de alumínio. mente proporcional com a concentração de H3O+. O
mesmo raciocínio pode ser aplicado para interpreta-
Determinando a Acidez da Solução (pH e pOH) ção do pOH. Em resumo:

Os parâmetros pH e pOH são usados na deter- z pH > 7: o meio possui caráter básico pois concen-
minação da acidez e basicidade das soluções. Eles tração de H3O+ é menor que a de OH- na solução;
estão relacionados com o comportamento das molé- z pH = 7: a concentração dos íons de interesse é
culas de água (25°C) que se autoionizam formando igual, logo a solução é considerada neutra;
íons hidrônios (H3O+) e hidroxilas (OH-), em concen- z pH < 7: a solução é considerada ácida pois mais
trações (mol L -1) constantes. Portanto, o produto das íons H3O+ que OH-.
concentrações ([H3O+].[OH-]) também é uma constan-
te (25°C), conhecida como constante de ionização da
água (Kw= 10 -14).
Através da concentração de íons H3O+ ou OH- pode- EXERCÍCIO COMENTADO
mos determinar o pH e pOH de uma solução e classifi-
cá-la enquanto básica, neutra ou ácida. Uma solução é 1. (ENEM — 2020) Nos dias atuais, o amplo uso de obje-
considerada neutra quando as concentrações de H3O+ e tos de plástico gera bastante lixo, que muitas vezes é
OH- forem iguais, como acontece com a água destilada: eliminado pela população por meio da queima. Esse
procedimento é prejudicial ao meio ambiente por
[H3O+].[OH-]= 10-14 (Kw) lançar substâncias poluentes. Para constatar esse
problema, um estudante analisou a decomposição tér-
Aplica-se o cologaritmo na expressão para obter- mica do policloreto de vinila (PVC), um tipo de plástico,
mos valores maiores associados a pH e pOH por repre- cuja estrutura é representada na figura.
sentarem valores de concentração tão diminutos.
Assim, a equação anterior pode ser reescrita como: H Cl
C C
-log [H3O+] -log [OH-] = 10-14 H H n
pH + pOH = 14
Policloreto de vinila (PVC)
Simplificando a equação é possível determinar pH
e pOH de maneira direta (I) ou indireta (II): Para realizar esse experimento, o estudante colocou
uma amostra de filme de PVC em um tubo de ensaio
pH = -log [H3O+] enquanto pOH = -log [OH-] e o aqueceu, promovendo a decomposição térmica.
pH = 14 - pOH e pOH= 14 - pH Houve a liberação majoritária de um gás diatômico
heteronuclear que foi recolhido em um recipiente aco-
4

A escala de pH pode ser visualizada com alguns plado ao tubo de ensaio. Esse gás, quando borbulhado
-2

exemplos a seguir:
13

em solução alcalina diluída contendo indicador ácido-


-base, alterou a cor da solução. Além disso, em con-
.7
28

14 tato com uma solução aquosa de carbonato de sódio


.8

14
(Na2CO3), liberou gás carbônico.
18

Água sanitária
-0

12 Água com sabão Qual foi o gás liberado majoritariamente na decompo-


sição térmica desse tipo de plástico?
ar

11 Solução e amônia
lm

10 a) H2
gi

Leite de magnésia
b) Cl2
ar

9 Bicarbonato de sódio
c) CO
lm

8 Água do mar d) CO2


gi

e) HCl
7 Água destilada

6 Urina Um gás diatômico corresponde a um gás compos-


to por apenas dois átomos e, por ser heteronu-
5 Café clear, eles devem ser diferentes entre si. Fala-se no
enunciado que a solução era alcalina, básica, e que
4 Suco de tomate
quando em contato com o gás, mudou a coloração
3 Suco de laranja ácido-base. Tal informação indica que a substância
deve apresentar característica ácida para ocorrer
QUÍMICA

2 Suco de limão essa reação. O CO é conhecido por se tratar de óxi-


1 Suco gástrico
dos neutros, não reativos, diferentes do HCl, que, ao
reagir com o carbonato, libera CO2 proveniente do
0 H2CO3 , que é muito instável:
STEVENS, E. PH scale. Wikimedia, 2023. Disponível em: https:// HCl + Na2CO3 → NaCl + CO2 + H2O
commons.wikimedia.org/wiki/File:PH_Scale.svg. Acesso em: 24 jan. Resposta: Letra E.
2023. 465
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A essência da pilha pode ser representada da
FÍSICO QUÍMICA seguinte forma:
ÂNODO CÁTODO
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS E ENERGIA
Sofre oxidação Sofre redução
Eletroquímica, junção das palavras eletricidade e A  Ax+ + x e- Cx+ + x e- → C
química. Parece uma correlação estranha para você?
Se sim, saiba que essa associação multidisciplinar é Potencial Padrão e sua Aplicação das Tabelas
muito comum. Existem conceitos que irão intercalar- Para saber qual eletrodo sofrerá redução pode-se
-se, em algum momento, para fornecer uma base e comparar os potenciais de redução determinados experi-
um suporte adequados à compreensão. A pilha, por mentalmente para os metais. Por meio da comparação, é
exemplo, algo que utilizamos em nosso dia a dia, nada possível saber se o eletrodo terá tendência a ser um agen-
mais é do que uma aplicação prática dos conceitos te oxidante ou redutor nos processos de oxirredução.
que envolvem a eletroquímica. Sendo assim, pode-se verificar que: se um eletrodo
Tendo isso em vista, neste capítulo, trataremos dos possui um potencial alto (Eºred), ele terá tendência a
eletrodos como os ânodos e dos cátodos das pilhas. receber elétrons e, consequentemente, uma alta ten-
Ademais, veremos quais são os processos de oxida- dência a se comportar como agente oxidante, sofren-
ção e redução por meio da identificação de elementos do assim uma redução. Já o eletrodo que possui um
redutores e oxidantes, o que é número de oxidação, potencial baixo (Eºred) terá tendência a perder elé-
potencial padrão, as pilhas e baterias e a equação de trons frente ao primeiro eletrodo, logo, irá se compor-
Nernst, além dos processos de corrosão, eletrólise e as tar como agente redutor, sofrendo oxidação.
leis de Faraday. A seguir, encontram-se certos potenciais padrão de
redução e oxidação para algumas espécies químicas:
CONCEITUAÇÃO DE ÂNODO, CÁTODO E AS
POLARIDADES DOS ELETRODOS ESTADO ESTADO Eº
Eº RED
REDUZIDO OXIDADO OXID
Para que ocorra a movimentação de cargas car-
regadas eletricamente, é necessário que tenhamos - 3,04 Li → Li+ + e- 3,04

eletrodos dotados de cargas positivas (cátodo) e nega-
- 2,92 K → K+ + e- 2,92
tivas (ânodo). →
O cátodo é o eletrodo que atrai íons de cargas nega- →
- 2,90 Ba → Ba2+ + 2 e- 2,90
tivas devido a sua carência de elétrons, indicada por
ser um eletrodo positivo. - 2,89 Sr → Sr2+ + 2 e- 2,89
O ânodo é o oposto do cátodo, sendo um eletrodo →
carregado com cargas negativas que atrai para si íons - 2,87 Ca → Ca2+ + 2 e- 2,87

de cargas de positivas.
Dessa forma, ao final do processo tem-se espécies - 2,71 Na → Na+ + e- 2,71

ganhando ou perdendo elétrons e podemos aferir que
- 2,37 Mg → Mg2+ + 2 e- 2,37
a reação que ocorre nas pilhas é do tipo oxirredução. →
4

O sentido da carga pode ocorrer do polo negativo →


-2

- 1,66 Al → Al3+ + 3 e- 1,66


para o positivo, e vice-versa. Nas baterias, a associa-
13

ção ocorre da seguinte forma: →


.7

- 1,18 Mn → Mn2+ + 2 e- 1,18


28


Ânodo = polo negativo // Cátodo = polo positivo - 0,83 H2 + 2 (OH)- 2 H2O + 2 e- 0,83
.8


18

As pilhas são conhecidas tecnicamente como célu- - 0,76 Zn → Zn2+ + 2 e- 0,76


-0


las eletroquímicas: “dispositivos que utilizam da ener- →
ar

gia química obtida por reações de oxirredução para - 0,74 Cr → Cr3+ + 3 e- 0,74
lm

gerar energia elétrica”. Dito isso, são compostas, em →


- 0,48 S2- S + 2 e- 0,48
gi


sua essência, de um eletrólito e dois eletrodos. Esse
ar

eletrólito é conhecido como ponte salina, que nada - 0,44 Fe → Fe2+ + 2 e- 0,44
lm

mais é do que uma solução aquosa que contém íons →


gi

responsáveis de impedir que as reações de oxirredu- - 0,28 Co → Co2+ + 2 e- 0,28



ção parem devido a saturação.
As baterias possuem a mesma finalidade das pilhas, - 0,23 Ni → Ni2+ + 2 e- 0,23

justamente por serem compostas por diversas pilhas, →
as quais podem ser agrupadas tanto em série como - 0,13 Pb → Pb2+ + 2 e- 0,13
em paralelo. As baterias podem ser recarregáveis.
0,00 H2 → 2 H+ + 2 e- 0,00
Como mencionado, a pilha sempre terá reação de →
oxirredução e possui dois eletrodos: →
0,15 Cu+ → Cu2+ + e- - 0,15

z Ânodo: polo negativo que sofre a oxidação, perdendo 0,34 Cu → Cu2+ + 2 e- - 0,34

elétrons e sendo classificado como o agente redutor; →
z Cátodo: polo positivo que sofre a redução, ganhando 0,40 2 (OH)- → H2O + ½ O2 + 2 e- - 0,40
elétrons e sendo classificado como o agente oxidante. →
0,52 Cu → Cu+ + e- - 0,52

0,54 2 I- → I2 + 2 e- - 0,54
466
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A Equação de Nernst e as Pilhas e Baterias eletrólise em meio aquoso, que acontece apenas em
uma solução contendo íons dissociados. Em ambos os
Nernst foi responsável por desenvolver a equação casos, as Leis de Faraday são igualmente empregadas.
matemática que leva em consideração a diferença de Essas leis relacionam a massa de sólido formadas no
potencial (ddp) de uma pilha em funcionamento. A eletrodo com a quantidade de corrente elétrica apli-
equação é expressa da seguinte forma: cada a solução.
c d
0, 059 [C] · [D] z 1ª Lei de Faraday: a massa da substância formada
ΔE = ΔEº — · log a b
n [A] · [B] em um dos eletrodos é diretamente proporcional à
quantidade de corrente aplicada na solução.
Os símbolos representam, respectivamente:

z ΔE = variação do potencial da pilha em dado m = K1 . Q


momento;
z ΔEº = variação do potencial padrão da pilha; z m = massa;
z [C] e [D] = são as concentrações dos produtos da z K1 = constante de proporcionalidade;
equação global da pilha, tendo “c” e “d” como coe- z Q = carga elétrica em Coulomb. Lembrando que:
ficientes estequiométricos;
z [A] e [B] = são as concentrações dos reagentes da Q=i·t
equação global da pilha, tendo “a” e “b” como coe-
ficientes estequiométricos; Na qual:
z n = número de elétrons na oxidação e redução da
pilha. z i = intensidade da corrente elétrica;
z t = tempo de passagem da corrente elétrica.
Toda pilha, em seu funcionamento, possui um
metal que sofrerá oxidação e um cátion sofrendo Logo, podemos substituir e obter:
redução. As equações genéricas que podem expressar
essa relação são: m = K1 · i · t

z Oxidação: um metal irá oxidar, tornando-se um z 2ª Lei de Faraday: no processo eletrolítico, a mas-
cátion em meio aquoso e liberando um elétron, sa de duas substâncias diferentes eletrolisadas é
como no exemplo com zinco:
diretamente proporcional aos respectivos equiva-
lente-grama (E) de oxirredução dessa substância.
Zn(s) → Zn+2(aq) + 2e-
A fórmula representativa é:
z Redução: é o processo inverso da oxidação, se
m = K2 . E
um átomo sofre oxidação (doando elétrons), um
cátion em meio aquoso sofre redução, ganhando
o elétron doado e tornando-se um metal sólido, no Na qual:
4

caso do cobre:
-2

z m = massa;
13

Cu + 2e- → Cu(s) z K2 = constante de proporcionalidade;


.7

+2
(aq)
z E = equivalente grama.
28
.8

Quando somamos as equações, temos a seguinte


18

equação global: A constante de proporcionalidade é a própria


-0

constante de Faraday e possui como valor numérico


Zn(s) + bCu+2(aq) → cLi+2(aq) + Cu(s) 1/96.500. Portanto, podemos determinar que, para
ar

um mesmo processo eletrolítico realizado em solu-


lm

Dessa forma, a equação de Nersnst é reescrita, pois ções de substâncias distintas:


gi

metais sólidos são desconsiderados por estarem em


ar

seu estado fundamental. Assim, teremos a seguinte mA m


lm

= B = K2
relação simplificada: EA EB
gi

Na qual:
0, 059 [Zn+] c
ΔE = ΔEº — · log
z mA = K2 EA / mB = K2 EB.
n
[Cu+] b
Conceituação da Corrosão e Eletrólise a partir da Lei Compreendido o processo de deposição do metal
de Faraday reduzido da solução eletrolisada sobre o cátodo, estu-
daremos o processo de corrosão, observada no ânodo
A eletrólise trata-se de um processo no qual se pela deterioração que o metal sofre em consequência
QUÍMICA

emprega energia externa no sistema para forçar inte- da reação de oxidação.


rações entre os átomos participantes. É um tipo de
reação que não acontece de forma espontânea.
A energia para clivagem das ligações pode ser de Se liga!
uma fonte química ou elétrica. Temos, essencialmen-
te, dois tipos de eletrólises possíveis: eletrólise ígnea, Oxidação = doação de elétrons
que acontece na ausência de meio líquido (água), e a Redução = ganho de elétrons 467
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A reação de oxirredução trata da transferência de Portanto, é possível verificar que, para um consu-
elétrons entre os átomos que participam da reação. A mo de 100 kg/h de cada um dos reagentes, teremos a
corrosão é causada principalmente pela interação do formação proporcional de 200 kg/h de produto.
oxigênio (daí o nome oxidação — reação com oxigê- Atenção: note que existe diferença entre a velo-
nio) e da água com superfícies metálicas. A ferrugem é cidade de formação dos produtos e de consumo dos
uma reação de oxirredução específica do ferro. reagentes.
Para o exemplo mencionado acima, não conside-
DINÂMICAS DAS TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS ramos nenhum tipo de fator que pudesse acelerar ou
atrasar a reação, mas eles existem e serão evidencia-
Sabemos que as reações químicas acontecem a dos a seguir.
todo momento, seja uma reação de neutralização em
um evento ambiental, processo de decomposição, z Superfície de contato: quem nunca teve um pro-
ou um processo industrial. O fato é que em todos os blema de acidez e precisou tomar sal de frutas? E,
momentos de nossas vidas observaremos algum pro- ao tomá-lo, quem nunca ficou olhando a eferves-
cesso de reação química acontecendo. As reações pos- cência no momento em que adiciona o composto
suem propriedades que podem ser previstas. na água? Quando colocamos aquele “pó” na água,
Nesta seção, daremos atenção à cinética química, temos diversas superfícies de contato nos grânu-
incluindo os fatores que interferem na velocidade los do sal de frutas. Por ter tantas superfícies que
de uma reação e os cálculos para determinar a velo- entram em contato direto com a água é que a rea-
cidade de consumo de reagentes e de formação de ção acelera e é possível ver a agitação das molécu-
produtos. las de antiácido. Se o composto fosse em formato
de comprimido, certamente não promoveria tanta
A Velocidade das Reações e os Fatores de turbulência, pois a superfície de contato exposta
Interferência seria menor. Quanto mais em ‘’pó’’ uma substân-
cia, maior a superfície de contato e mais rápida
Em algum momento de curiosidade, você já deve será a reação;
ter visto alguns vídeos no Youtube em que reações z Concentração dos reagentes: a concentração está
químicas acontecem. Você deve ter percebido que diretamente ligada à velocidade da reação, pois
algumas dessas reações acontecem de forma muito quanto maior for a concentração dos reagentes,
rápida, enquanto outras são mais lentas. É assim mes- maiores as chances de colisões eficientes entre os
mo que se processa a percepção da velocidade de uma átomos dos reagentes ocorrerem. Sendo assim, a
reação química. velocidade de formação dos produtos aumenta;
A velocidade na química leva em consideração z Temperatura: como com a concentração dos rea-
alguns fatores e, para verificá-la, deve-se ter como gentes, quanto maior a temperatura mais rápida
base o consumo de determinados reagentes e a for- será a reação. Um aumento na temperatura repre-
mação de novos produtos em função de um período senta uma maior agitação e velocidade das espécies
de tempo. Observe o seguinte exemplo. químicas, o que favorece a ocorrência de colisões
efetivas entre os reagentes. Podemos observar isso
z Em uma indústria fornecedora de ácido clorídrico, claramente quando estamos cozinhando;
4
-2

temos um processo único. A empresa faz uso dos z Catalisador: são espécies químicas utilizadas para
13

reagentes hidrogênio (H2) e nitrogênio (N2) para acelerar uma reação e possuem um detalhe fantás-
.7

obter seu produto, o ácido clorídrico (HCL). Um tico: eles participam da reação sem sofrer altera-
28

operador percebeu que, a cada 2,5 horas, a empre- ção, podendo ser recuperados da forma idêntica a
.8

sa conseguia produzir 500 kg de HCL. Para saber como foram usados inicialmente. Os catalisadores
18

qual era a velocidade dessa reação, ele realizou apresentam essa ação sobre uma reação devido a
-0

o cálculo da cinética química. Qual resultado ele sua capacidade de diminuir a energia de ativação
ar

obteve? (energia mínima necessária para ocorrer uma rea-


lm

ção), facilitando o início da formação dos produtos.


gi

Para encontrar a velocidade dessa reação, o opera-


ar

dor fez a relação de divisão entre a massa do produto Fatores que Alteram a Velocidade de Reação
lm

adquirido em função do tempo, conforme a seguinte


gi

fórmula: Nesta etapa, discutiremos as correlações de varia-


ção da velocidade mediante concentração dos rea-
massa 500kg kg gentes e dos produtos dentro de uma reação química.
V= V=  V = 200
tempo 2, 5h h Nosso ponto de partida será a velocidade média da
reação, que pode ser expressa a partir da equação:
Não satisfeito com o resultado obtido, o opera-
dor ainda decidiu efetuar um cálculo para descobrir variação de concentração D [concentração]
a velocidade de consumo dos reagentes no processo, Vm = variação de tempo
= Dt
tendo como base as mesmas 2,5 horas e uma massa de
250 kg de H2 e 250 kg de N2. Podemos expressar a variação da velocidade refe-
rente à formação de produtos da seguinte maneira:
massa 250kg kg
VH2 → → VH2 = → VH2 = 100 D [produtos]
tempo 2, 5 h Vm =
Dt
massa 250kg kg
468 VN2 → → VN2 = → VN2 = 100
tempo 2, 5 h
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E, ainda, teremos a representação da equação pelo Hidróxido de potássio (KOH):
consumo dos reagentes:
mol
D [reagentes] D [KOH] D [4—10] —6 L
Vm = VKOH = — =— = = 3,0
Dt Dt 2 2 h

Atenção! Note que na velocidade média dos pro- A partir dos números expressos na velocidade
dutos temos um sinal negativo antes da fração, o que de decomposição dos reagentes, é possível concluir
significa que o reagente está sendo consumido, ou que serão consumidos 1,5 mol/Lh de ácido sulfúrico,
seja, está diminuindo sua concentração para formar bem como 3,0 mol/Lh de hidróxido de potássio. Ago-
os produtos. ra, podemos avançar para os cálculos referentes aos
Após apresentar as fórmulas das velocidades indi- produtos:
vidualmente, tanto a referente aos reagentes quanto
aos produtos, elucidaremos como devem ser calcula- Sulfato de potássio:
das e relacionadas as velocidades envolvendo a equa-
ção global. De modo geral, a velocidade média da mol
D [K2SO4] D [3—1] L
reação leva em consideração a reação química, asso- VK2SO4 = = = 1, 5
Dt 2 h
ciando a concentração dos reagentes e produtos em
função de seu coeficiente estequiométrico da seguinte Água:
forma:
Considere uma reação genérica: mol
D [H2O] D [6—0] L
VH2O = = = 3,0
xX + yY  zZ + wW Dt 2 h
A partir dos números expressos na velocidade dos
Na qual:
produtos, é possível concluir que serão formados 1,5
mol/Lh de sulfato de potássio, bem como 3,0 mol/Lh
z x, y, z e w são os coeficientes estequiométricos;
de água.
z X, Y, Z e W são substâncias da reação.
Por fim, para descobrir a velocidade da reação,
podemos pegar tanto o resultado dos reagentes como
De maneira análoga, teremos a seguinte fórmula
dos produtos e dividi-los por seu respectivo coeficien-
para a velocidade média da reação:
te estequiométrico na equação balanceada. Veja a
VX seguir:
=— Y = Z =— W
V V V
Vm da reação = —
X Y Z W
[H 2 SO 4] [KOH] [K 2 SO 4]
Vm da reação = = =
Agora, para consolidação do conhecimento, veja [H 2 O] 1 2 2
um exemplo aplicando a situação para velocidade =
2
média da reação global: 1, 5 3, 0 3, 0
Vm da reação = = = 1, 5 =
4

1 2 2
z Em um acidente ambiental, uma empresa derru-
-2

mol
13

bou ácido sulfúrico (H2SO4) em um solo. Para efe- L


Vm da reação = 1,5
.7

tuar a neutralização desse ácido, contratou-se uma h


28

agência especialista em solos. Depois de análise


.8

prévia, os técnicos decidiram que iriam efetuar a


18

neutralização por meio da adição de hidróxido de TRANSFORMAÇÃO QUÍMICA E EQUILÍBRIO


-0

potássio (KOH).
Caracterização do Sistema em Equilíbrio
ar
lm

Sabendo-se que, inicialmente, tinham 10 mols,


Em primeiro lugar, para se entender quais são os
gi

tanto de KOH quanto de H2SO4, e que após 2 horas,


sobraram apenas 4 mols de KOH e 7 mols de H2SO4 e, conceitos empregados nessa matéria e aplicar efetiva-
ar

mente os princípios do equilíbrio químico, é preciso


lm

ainda, que tivemos uma formação de 3 mols de K2SO4 e


6 mols de H2O, calcule a velocidade decomposição dos realizar alguns esclarecimentos a respeito de reação
gi

reagentes, de formação dos produtos e a global. química.


Primeiramente, escreve-se a reação global: A reação química baseia-se na combinação de
1 H2SO4 + 2 KOH  1 K2SO4 + 2 H2O. reagentes para a formação de um produto com pro-
priedades físico-químicas diferentes das iniciais. É
Efetuada a etapa da reação global, realizamos o preciso compreender que existem, em muitas situa-
cálculo da velocidade de consumo dos reagentes: ções, reações intermediárias que formam produtos
indesejados. Um exemplo muito comum do dia a dia é
Ácido sulfúrico (H2SO4): o processo de combustão de gás metano.
QUÍMICA

No processo de combustão de gás metano, temos


D [H2SO4] D [7—10] -3 a formação de gás carbônico representando uma
VH2SO4 = — =— = — = 1,5 reação de combustão completa, mas também temos
Dt 2 2
mol
a combustão incompleta, responsável por formar
L
monóxido de carbono:
h
469
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Reação de combustão completa do metano: A figura a seguir expressa tal equilíbrio:

CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(g)

Reação de combustão incompleta do metano: Reação direta

CH4(g) + 3/2 O2(g) → CO(g) + 2 H2O(g)


Ponto de equilíbrio
Outra questão que precisa ser considerada na

Velocidade
combustão incompleta é sua reversibilidade. Existem
situações em que as reações intermediárias formam
produtos que serão consumidos dentro da própria
continuidade da reação, seja regenerando-se ou for-
mando novos compostos. Leia um exemplo dessa rea-
ção incompleta de reversibilidade:
A produção da amônia ocorre em meio fechado, Reação inversa
tendo temperatura e pressão controladas de forma a
permanecerem constantes. Os reagentes utilizados e o
produto desejado (neste caso, a amônia) são represen-
tados pela equação química a seguir: Tempo

N2(g) + 3 H2(g) ⟺ 2 NH3(g)


Toda reação apresenta uma quantidade necessária
de mols que precisam ser consumidos para atingir o
Se liga! equilíbrio. Nesse sentido, existe uma expressão que
nos fornece a relação entre a quantidade mols for-
Toda vez que vir este símbolo “⟺” significa mada e quantidade de matéria inicial. Na equação,
que a reação é reversível, ou seja, acontece em podemos encontrar o grau de equilíbrio (α). Quanto
ambos os sentidos. maior for o α, maior terá sido o caminho percorrido
para formação do produto e consequente equilíbrio.

Podemos afirmar que, ao mesmo tempo que ocor-


número total de mols que reagiram
re a formação do produto amônia, ocorre a decompo- α=
sição dessas moléculas, regenerando os reagentes. O quantidade inicial de mols
equilíbrio é atingido quando a velocidade deformação Como exemplo, pense numa reação de síntese da
do produto se iguala a velocidade de decomposição amônia, expressa pela seguinte reação química:
deste em reagente.
N2(g) + 3 H2(g) ⟺ 2 NH3(g)
Fatores que Alteram o Sistema em Equilíbrio
Nesta reação, temos 200 mols de N2. Ao atingir o
4
-2

Temos um processo dinâmico, com reações se equilíbrio, verificou-se que ainda haviam sobrado 50
13

deslocando e acontecendo para ambos os lados. Para mols de N2. Qual seria o grau de equilíbrio para o rea-
.7

visualizar, considere a seguinte reação genérica: gente nitrogênio?


28

Como vimos, temos um total inicial de 200 mols e


.8

rR + xX ⟺ pP + yY uma quantidade de 200 – 50 = 150 mols que efetiva-


18

mente reagiram. Logo, podemos construir a fórmula


-0

Na reação: e encontrar o grau:


ar

150
lm

z r e x são os coeficientes estequiométricos dos rea- α= = 0,75 = 75%


200
gi

gentes R e X;
z p e y são os coeficientes estequiométricos dos pro- É possível afirmar, portanto, que a reação chegou
ar

dutos P e Y. ao equilíbrio após consumir 75% de N2.


lm
gi

Diante dessa reação, pode-se dizer que, inicial-


mente, os reagentes R e X estão em sua concentração EXERCÍCIO COMENTADO
máxima, uma vez que a concentração dos produtos P
e Y são nulas. Quando a reação se inicia, teremos o 1. (ENEM — 2020) A nanotecnologia pode ser carac-
consumo rápido dos reagentes, que diminuirá com a terizada quando os compostos estão na ordem de
formação dos produtos. Já a velocidade de formação milionésimos de milímetros, como na utilização de
dos reagentes irá aumentar com o passar do tempo nanomateriais catalíticos nos processos industriais.
devido ao aumento na concentração dos produtos. O uso desses materiais aumenta a eficiência da
Dessa forma, a reação acontecerá até que as veloci- produção, consome menos energia e gera menores
dades de formação de produtos (reação direta) e de quantidades de resíduos. O sucesso dessa aplica-
reagentes (reação indireta) se igualem atingindo o ção tecnológica muitas vezes está relacionado ao
equilíbrio. aumento da velocidade da reação química envolvida.
O êxito da aplicação dessa tecnologia é por causa da
realização de reações químicas que ocorrem em con-
dições de
470
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a) alta pressão. Alcenos: mesma constituição dos alcanos, exceto
b) alta temperatura. pela presença de uma ligação dupla, logo, o infixo uti-
c) excesso de reagentes. lizado se torna EN, enquanto o prefixo e sufixo con-
d) maior superfície de contato. tinuam os mesmos. Observe o exemplo: H3C = CH2
e) elevada energia de ativação. — CH2 — CH2 — CH3. Essa é a substância que possui
como nome pent-1-eno, em que PENT (5 carbonos) +
A nanopartícula, por ser muito pequena, apresenta 1-EN (uma ligação dupla no carbono 1) + O (função
grande superfície de contato, facilitando a ocorrên- orgânica hidrocarboneto).
cia de colisões efetivas e aumentando a velocidade Alcadienos: semelhantes ao alceno, no entanto,
da reação. Resposta: Letra D. apresentam duas ligações duplas na cadeia carbônica
principal. O infixo torna-se DIEN como no exemplo
a seguir: H3C = CH2 — CH2 = CH2 — CH3. A nomencla-
tura oficial dessa substância é pent-1,3-dieno. PENT
(5 carbonos) + 1,3-DIEN (uma ligação dupla no car-
QUÍMICA ORGÂNICA
bono 1 e outra no carbono 3) + O (função orgânica
hidrocarboneto).
COMPOSTO DE CARBONO
Alcinos: apresentam uma ou mais ligações triplas
no meio da cadeia carbônica. A nomenclatura tem o
A maior parte dos compostos presentes em nosso
infixo IN. Observe o exemplo a seguir: H3C ≡ CH2 —
cotidiano tem origem direta ou indireta na química CH2 — CH2 — CH3. A nomenclatura do composto é pen-
orgânica, a qual possui o elemento carbono como sua t-1-ino. PENT (5 carbonos) + 1-IN (uma ligação tripla
essência. Neste capítulo, serão abordadas a estrutura no carbono 1) + O (função orgânica hidrocarboneto).
e nomenclatura dos compostos orgânicos, os tipos de Ciclanos: são cadeias carbônicas fechadas que for-
classificações associadas às cadeias carbônicas e suas mam um ciclo. Sua composição e ligações são iguais
propriedades físico-químicas. aos alcanos, e sua nomenclatura pode ser denomina-
da cicloalcanos ou cicloparafinas, pois são hidrocar-
CARACTERÍSTICAS E PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS bonetos cíclicos com ligações simples entre carbonos.
COMPOSTOS ORGÂNICOS Ressalta-se que podem existir outras palavras antes
do prefixo.
A característica dos compostos orgânicos é possuir,
principalmente, átomos de carbono e hidrogênio CH2
em sua estrutura fundamental. No entanto, átomos
de outros elementos (como oxigênio e nitrogênio) são
comumente encontrados em cadeias carbônicas, afe-
tando seu comportamento físico-químico. As espécies H2C CH2
capazes de causar essas alterações são denominadas
grupos funcionais, os quais conheceremos e nomea- O composto recebe o nome de ciclopropano, sen-
remos a seguir. Para nomear um composto orgânico, do ciclo (cadeia fechada) + PROP (3 carbonos) + AN
seguimos a seguinte regra: (apenas ligação simples entre carbonos) + O (função
4

orgânica hidrocarboneto).
-2

Aromático: conhecido pela presença do anel ben-


13

z Prefixo: indica a quantidade de carbonos na


zênico, como o seguinte exemplo:
.7

cadeia principal;
28
.8

+
18
-0

z Infixo: informa o tipo de ligação entre os carbonos;


ar
lm

+
gi
ar

z Sufixo: varia de acordo com a função orgânica,


lm

veja:
gi

„ Funções orgânicas: Seu nome estabelecido é benzeno.


Ácido Carboxílico: é caracterizado pelo grupo
Alcanos: cadeia composta apenas de carbono e funcional R — COOH ligado à cadeia carbônica (repre-
hidrogênio, com ligações simples entre os carbonos, sentada de forma genérica como R). A nomenclatura
por isso o infixo é AN (alcano); já o sufixo para um obedece a seguinte ordem: ácido + prefixo (quantida-
hidrocarboneto será sempre o O. Veja o seguinte de de carbonos na cadeia principal) + infixo (tipo de
exemplo: H3C — CH2 — CH2 — CH2 — CH3. Essa é a ligação entre os carbonos) + sufixo (expressa a função
substância chamada pentano — PENT (5 carbonos) + orgânica, no caso do ácido carboxílico, o final é óico)
QUÍMICA

AN (ligação simples entre carbonos) + O (função orgâ- como no exemplo: H3C — CH2 — COOH. Essa substân-
nica hidrocarboneto). cia é chamada de ácido propanóico. PROP (3 carbo-
nos) + AN (apenas ligação simples entre carbonos) +
Dica ÓICO (função orgânica ácido carboxílico).
Álcool: ocorre quando há hidroxila (OH) ligada à
A relação de ligação será expressa apenas de cadeia carbônica. A nomenclatura dos álcoois exige o
acordo com a cadeia orgânica principal. sufixo OL. Observe o exemplo a seguir: H3C — CH2 471
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= CH2 — OH. A estrutura química representada é do nomenclatura o sufixo usado é amina. Veja o exem-
prop-2-enol. PROP (3 carbonos) + 2 EN (ligação dupla plo a seguir: H3C — CH2 — NH2. Essa substância é cha-
no carbono 2) + OL (função orgânica álcool). mada de etilamina. ETIL (2 carbonos) + AN (ligação
Aldeído: pode ser reconhecido pela presença do simples entre carbonos) + AMINA (função orgânica
radical carbonila (C = O) na extremidade da cadeia amina).
carbônica. Na nomenclatura o sufixo AL indica se Amida: acontece quando há presença de nitrogê-
o composto é aldeído. Atente-se ao exemplo: H3C — nio na cadeia carbônica ligado diretamente à carboni-
CH2 — CH = O. Essa substância é o propanal. PROP (3 la (C = O). Nesse caso, o sufixo exigido pelas regras de
carbonos) + AN (ligação simples entre carbonos) + AL é AMIDA. Observe o exemplo abaixo:
(função orgânica aldeído).
Cetona: assim como o aldeído, o grupo funcional H3C CH2 C NH2
característico das cetonas é a carbonila (C = O), porém, O
nesse caso, a carbonila não estará na extremidade da
cadeia, mas, sim, entre outros dois carbonos da estru-
Essa substância possui o nome de propanamida.
tura. Ainda que possuam o mesmo radical as proprie-
PROP (3 carbonos) + AN (ligação simples entre carbo-
dades das moléculas são distintas e, por isso, elas são
nos) + AMIDA (função orgânica amida).
classificadas com funções diferentes. A nomenclatura
exige o uso do sufixo ONA, para indicar a natureza do
TIPOS DE REAÇÃO ENTRE AS MOLÉCULAS COM
composto. Observe o exemplo:
DIFERENTES FUNÇÕES ORGÂNICAS
H3C CH2 C CH3
Cisões de Ligações
O
Para que ocorram as reações químicas, as molécu-
Essa substância possui a nomenclatura de buta-
las envolvidas necessitam ter alguma(s) das ligações
nona. BUT (4 carbonos) + AN (ligação simples entre
entre seus átomos rompidas, possibilitando a forma-
carbonos) + ONA (função orgânica cetona).
ção de novas ligações e compostos com propriedades
Éster: apresenta o radical R — COO — R inserido no
diferentes. A cisão de uma ligação pode ocorrer de
meio da equação principal. A nomenclatura exige o sul-
duas formas que dependem da distribuição final do
fixo ATO seguido pelas palavras DE + Nome do Radical.
elétron envolvido na interação, veja o esquema:
H3C CH2 C O CH3
cisão homolítica
A· + B radicais
O A ·· B
cisão heterolítica A +B
+ —

— ou
íons
Aqui observamos o propanoato de metila. PROP A + B+
(3 carbonos) + AN (ligação simples entre carbonos) +
O + ATO (função éster) + radical METILA. Esquema representativo das cisões de ligação e seus respectivos
Éter: tem como grupo funcional o oxigênio ligado produtos
a carbonos no meio da cadeia. A nomenclatura obede-
ce a seguinte ordem: prefixo (quantidade de carbonos z Cisão homolítica: não há perda nem ganho de
4

da menor cadeia) + OXI (sufixo para nomenclatura da


-2

elétrons, cada um dos átomos envolvidos na rup-


13

função éter) + nomenclatura do hidrocarboneto com tura permanece com seus respectivos elétrons,
.7

cadeia maior. Observe o exemplo: H3C — CH2 — CH2 formando dois radicais. Os radicais consistem em
28

— O — CH3. A nomenclatura do composto é meto- agrupamentos ou átomos eletricamente neutros


.8

xipropano. Começamos pela cadeia menor: MET (1 representados geralmente por R ∙ ;


18

carbono) + OXI (função éter) + PROP (3 carbonos na z Cisão heterolítica: ocorre perda e ganho de elé-
-0

cadeia maior) + AN (ligação simples entre carbonos) +


tron entre os átomos, formando um cátion e um
O (função orgânica do radical é hidrocarboneto).
ar

ânion, pois apenas um deles fica com os elétrons


Fenol: caracterizada pela presença de hidroxila
lm

inicialmente compartilhados. Os íons formados


(OH) ligada ao anel aromático. A nomenclatura obede-
gi

podem ser classificados como grupos substituin-


cerá a seguinte ordem: localização do grupo hidroxila
ar

tes orgânicos, pois aparecem frequentemente


(OH) + HIDRÓXI + nome do anel aromático.
lm

substituindo um ou mais átomos de hidrogênio de


gi

uma cadeia de hidrocarbonetos.

A cisão heterolítica é favorável quando um dos


átomos ligado ao carbono é de um elemento muito
eletronegativo (atrai elétrons para si). Caso contrário,
a cisão homolítica tende a ocorrer.
As cisões ocorrem para que sejam possíveis as
seguintes reações orgânicas:
OH
z Reação de adição: ocorrem cisões de modo a
Essa substância possui como nomes benzenol, possibilitar a adição de uma nova função ao com-
hidróxi-benzenol ou fenol. posto. No geral, esse tipo de reação ocorre com
Amina: ocorre quando há presença de nitrogê- moléculas de cadeia aberta insaturadas e podem
nio na cadeia carbônica, ligado apenas a carbonos ser de hidratação, halogenação ou hidrogenação.
e hidrogênios, podendo haver substituição de dois Exemplo de uma reação de halogenação (adição de
472 hidrogênios por outros radicais orgânicos. Já na halogênios):
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Vamos avaliar o NOX do carbono central na molé-
cula de propan-2-ol:
CH2 = CH2 + Cl — Cl CH2 CH2 Primeiro, identificamos os átomos da molécula de
Eteno Cloro NOX conhecidos, o NOX da hidroxila (OH) é -1 e do
Cl Cl hidrogênio +1. Como o carbono central está ligado a
1,2 Dicloroetano dois radicais idênticos além da hidroxila e hidrogê-
nio, eles atraem igualmente os elétrons, sem gerar
Representação de reação de adição de halogênio
polaridade (distribuição heterogênea dos elétrons na
molécula). Portanto, como a molécula é eletricamente
A molécula de cloro sofre uma cisão homolítica por
neutra, o carbono precisa ter NOX 0.
ser constituída de dois átomos de cloro (que atraem
Agora, no produto da reação, temos o carbono
igualmente os elétrons para si). A mesma cisão ocorre
com o eteno, constituído por dois radicais hidrocar- central fazendo dupla ligação com oxigênio, que é
bonetos idênticos e, portanto, que atraem os elétrons mais eletronegativo que ele e, por isso, atrai 2 elétrons
com a mesma intensidade. Após formação dos radi- para si. Como o carbono se liga a outros dois radicais
cais, a adição do halogênio torna-se viável; hidrocarbonetos orgânicos, de mesma eletronegati-
vidade, esses radicais não exercem atração ou repul-
z Reação de substituição: ocorre a substituição são dos elétrons do carbono central. Portanto, como
de algum átomo (ou grupo funcional) ligante pre- a molécula continua eletricamente neutra, para ter
sente em alcanos, ciclanos e aromáticos por um NOX molecular 0 o carbono central deve ter um NOX
halogênio (halogenação), grupo nitro (nitração) e de +2. Podemos comprovar, portanto, a ocorrência da
grupos sulfônicos (sulfonação). Exemplo de reação oxirredução e inclusive determinar que o carbono
substituição por nitração: sofreu oxidação, devido ao aumento em seu NOX.
Cada tipo de reação orgânica possibilita a obtenção
CH3 — H + HO — NO2 CH3 — NO2 + H — OH
de compostos desejados, sejam eles hidrocarbonetos,
Metano Ácido nítrico Nitrometano Água ácidos, água, álcoois, haletos etc. Desse modo, as apli-
cações para os compostos orgânicos são grandiosas.
Representação de uma reação de substituição por nitração

z Reação de eliminação: oposta à reação de adição, CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS


ocorre quando um ligante de carbono é eliminado
da molécula orgânica durante o processo. Os tipos Para a classificação das cadeias carbônicas consi-
de eliminação são desidrogenação, de-halogena- dera-se quatro critérios essenciais:
ção, desidratação e eliminação de halogenidreto, a
última exemplificada a seguir: z tipo de fechamento da cadeia (se é aberta, fechada,
mista ou aromática);
CH2 CH2 CH2 = CH2 + H Br z disposição dos átomos dentro da cadeia carbônica;
z tipo de ligação existente entre os átomos de carbo-
Eteno Ácido bromídrico
4

no da cadeia principal;
-2

H Br
13

z presença de heteroátomo na cadeia, ou seja, pre-


.7

Bromoetano sença de elementos que não sejam carbono nem


28

hidrogênio.
.8

Reação de eliminação de halogenidreto


18

Diante dos critérios mencionados acima, apresen-


-0

z Reação de oxidação: conhecida como reação de


taremos os principais tipos de cadeias possíveis.
oxirredução ocorre pela perda e ganho de elétrons
ar

entre os átomos do processo, alguns exemplos são


lm

Tipo de Fechamento da Cadeia


oxidação de alcenos ou álcoois. A figura a seguir
gi

mostra um exemplo de reação de oxidação de


ar

álcool secundário: z Cadeia aberta: também conhecida como acíclica


lm

ou alifática, esse tipo de cadeia apresenta extre-


gi

OH midades abertas, livres, como o exemplo a seguir:


H3C — CH2 — CH2 — CH2 — CH3;
H3C C CH3 + [O] H3C C = O + HOH z Cadeia fechada: conhecida também como cíclica,
H CH3 não existe nenhuma extremidade livre, formando
Propan — 2 — ol oxigênio propanona água um ciclo, conforme o exemplo:
nascente
CH2
Representação de uma reação de oxidação de álcool secundário
QUÍMICA

Uma forma simples de identificar a reação de


oxirredução é através da alteração no número de H2C CH2
oxidação (NOX) do carbono que se liga ao oxigênio,
isso porque um átomo deverá sofrer redução (rece- z Cadeia mista: como sugere o próprio nome, há
ber elétrons) enquanto outro sofrerá a oxidação (doa região de cadeia aberta e ligada a uma cadeia
elétrons). fechada. Veja o exemplo a seguir: 473
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CH2 Presença de Heteroátomo

Dentro desta classificação, temos a representação


de uma cadeia homogênea ou heterogênea, determi-
H2C CH — CH2 — CH3 nada pela presença ou não de um heteroátomo no
meio da cadeia.

z Aromática: cadeia que possui o anel aromático Exemplo de uma cadeia homogênea:
em sua constituição, conforme o exemplo abaixo:
CH2 — CH2 — C — CH3



O

Exemplo de uma cadeia heterogênea: H3C — CH2 —


CH2 — CH2 — O — CH3.

ESTRUTURA E PROPRIEDADE DOS


HIDROCARBONETOS

A seguir, elencaremos algumas propriedades a res-


Disposição dos Átomos Dentro da Cadeia Carbônica peito das características dos compostos orgânicos.

Trata-se, neste caso, se a cadeia possui ramifica- Polaridade


ções ou se a cadeia é normal. A cadeia normal é uma
cadeia com apenas duas extremidades, ambas livres, Está relacionada aos elementos que constituem a
possuindo, em sua composição, apenas carbonos pri- cadeia carbônica. Quando há carbono ligado a car-
mários e secundários. Veja o exemplo a seguir: HC ≡ bono, ou carbono ligado a hidrogênio, teremos uma
C — CH2 — CH2 — CH3. formação de ligação apolar (sem polos de densidade
Lembre-se: carbono primário é aquele que intera- eletrônica). Não importa se as ligações são simples,
ge com um único carbono na cadeia. O carbono secun- duplas ou triplas. É preciso lembrar que a ligação
dário, por sua vez, é o que interage com outros dois existente será a covalente, isso porque quando ele-
carbonos da cadeia. mentos com eletronegatividade relativamente próxi-
A cadeia ramificada, como o próprio nome sugere, mas interagem, eles compartilham elétrons de forma
possui ramificações e mais de uma extremidade livre. homogênea (não há um átomo atraindo mais a nuvem
Nesse caso, espera-se pelo menos um carbono terciá- eletrônica para si), diferentemente da ligação iônica,
rio ou quaternário. Observe o seguinte exemplo: por exemplo. Portanto, não ocorre a formação de um
polo na molécula.
4
-2

CH3 Um exemplo de molécula com caráter apolar é o


13

gás butano, representada da seguinte forma: H3C —


.7

HC ≡ C — CH — CH — CH3 CH2 — CH2 — CH3.


28

Quando há presença de outros elementos, assim


.8

CH2 como o oxigênio, enxofre e demais halogênios, a


18

ligação passará a ser do tipo polar, sendo a região


-0

CH3 polar a que estiver o elemento diferente de carbono e


ar

hidrogênio. A polaridade é afetada pelo fato de que os


lm

Importante! Carbono terciário é aquele que outros átomos que se ligam ao carbono são mais ele-
interage com outros três outros carbonos na cadeia,
gi

tronegativos que ele e o hidrogênio. Como exemplo,


enquanto o carbono quaternário realiza todas suas
ar

temos a molécula de propanol (H3C — CH2 — CH2 —


ligações possíveis com outros quatro carbonos.
lm

OH), com constituição apolar na região de carbonos e


gi

hidrogênios (H3C — CH2 — CH2 —) e uma região polar


Tipo de Ligação entre os Átomos de Carbono com a função do grupo funcional hidroxila (OH).
O oxigênio é um elemento muito eletronegati-
Em uma cadeia carbônica podem existir três tipos vo, logo, a presença da hidroxila na extremidade da
de ligações entre os átomos de carbono: simples, cadeia faz com que um polo se forme, pela atração
dupla ou tripla. Dizemos que uma cadeia é saturada mais forte que esse grupo funcional causará nos elé-
quando todas as ligações entre os carbonos são sim- trons de toda a molécula. De forma geral a molécula
ples ou insaturadas, quando há presença de uma ou é considerada polar. A polaridade é responsável por
mais ligações duplas e/ou triplas. Observe: determinar a solubilidade entre substâncias.
Atenção: a eletronegatividade é a afinidade por
z Cadeia Saturada: H3C — CH2 — CH2 — CH2 — CH3 cargas negativas (elétrons). Essa afinidade afeta a
z Cadeia Insaturada: H3C = CH2 — CH2 = CH2 — CH3 polaridade das ligações e das moléculas por atrair os
elétrons para o átomo mais eletronegativo.
A solubilidade pode ser definida pela capacidade de
um composto, que nomeamos como soluto, em se dis-
474 solver em outra substância, denominada solvente.
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É atrelada ao tipo de moléculas envolvidas, e
determinada experimentalmente. De forma geral, as Gás
conclusões empíricas indicam que moléculas polares
solubilizaram na presença de outras moléculas pola- Ácido
res, enquanto as apolares dissolverão na presença de
outras apolares. A exemplo das substâncias imiscíveis,
podemos citar a água e o óleo, que são insolúveis por-
que o óleo tem caráter apolar, enquanto a água é polar.
Mármore
Forças Intermoleculares
O gás obtido no experimento é o:
A força intermolecular é aquela que ocorre entre
as moléculas de uma determinada substância. Entre a) H2
as moléculas de compostos orgânicos, as interações b) O2
são consideradas fracas em comparação aos compos- c) CO2
tos inorgânicos, exceto pelas ligações de hidrogênio, d) CO
que ocorrem quando um átomo de hidrogênio de uma e) Cl2
molécula interage com um átomo muito eletronega-
tivo (O, F, N) de outra molécula. Podemos citar, como A reação ocorre entre um sal com caráter básico
exemplo de classe de substâncias que apresentam (CaCO3) e um ácido (HCl). Sendo assim, os produtos
ligações de hidrogênio, os álcoois, devido à presença serão sal e ácido carbônico. Como o ácido formado
da hidroxila. é altamente instável, ele acaba se decompondo em
água e gás carbônico:
Estados Físicos CaCO3(s) + 2HCl(l) → CaCl2(aq) + H2CO3(l)
H2CO3(l) → H2O(l) +CO2(g). Resposta: Letra C.
Os compostos orgânicos podem assumir três esta-
dos físicos: sólido, líquido e gasoso. O estado do com-
posto dependerá das seguintes propriedades: 2. (ENEM — 2022) Durante o ano de 2020, impulsio-
nado pela necessidade de respostas rápidas e efi-
z Pontos de fusão (PF) e de ebulição (PE): os com- cientes para desinfectar ambientes de possíveis
postos iônicos e metálicos terão PF e PE maiores, contaminações com o SARS-CoV-2, causador da
porque suas interações intermoleculares são mais covid-19, diversas alternativas foram buscadas para
fortes. Imagine as moléculas de água no estado os procedimentos de descontaminação de materiais e
sólido, interagindo fortemente entre si por ligação ambientes. Entre elas, o uso de ozônio em meio aquo-
de hidrogênio. Será necessária maior energia para so como agente sanitizante para pulverização em
superar a força dessa interação e possibilitar que as humanos e equipamentos de proteção em câmaras
moléculas passem para o estado líquido. Por isso, ou túneis, higienização de automóveis e de ambien-
o PF será maior quando comparado a um compos- tes fechados e descontaminação de trajes. No entan-
4

to orgânico (que não realize ligações de hidrogê- to, pouca atenção foi dada à toxicidade do ozônio, à
-2

formação de subprodutos, ao nível de concentração


13

nio), como, por exemplo, o hidrocarboneto metano


segura e às precauções necessárias.
.7

(CH4), de PF igual a -118,0 °C. Isso se deve à baixa


28

força intermolecular, o que facilita o rompimento


LIMA, M. J. A.; FELIX, E. P.; CARDOSO, A. A. Aplicações e implicações
.8

das interações e, consequentemente, a transforma-


18

do ozônio na indústria, ambiente e saúde. Química Nova, n. 9, 2021


ção das moléculas para o estado líquido. O mesmo (adaptado).
-0

raciocínio pode ser aplicado para o PE;


ar

z Combustibilidade: grande parte das substâncias O grande risco envolvido no emprego indiscriminado
lm

orgânicas pode ser utilizada como combustível, isso dessa substância deve-se à sua ação química como
gi

quer dizer que, a partir de uma ignição, elas intera-


gem com o oxigênio em uma reação que libera bas-
ar

a) catalisador.
lm

tante energia. Uma reação que libera energia para b) oxidante.


o sistema é a chamada reação exotérmica. O com-
gi

c) redutor.
bustível mais utilizado no mundo todo, atualmente, d) ácido.
é a gasolina (energia não renovável), uma mistura e) base.
de cadeias carbônicas contendo 6 a 10 átomos de
carbono, proveniente da purificação do petróleo. O ozônio é composto apenas por átomos de oxigênio,
conhecido pela sua alta eletronegatividade (afinidade
por elétrons) e consequentemente facilidade em sofrer
redução (ganhar/roubar elétrons para si). Chamamos
EXERCÍCIOS COMENTADOS uma substância de agente oxidante quando esta pro-
QUÍMICA

move a oxidação de outra espécie, formando radicais


1. (ENEM — 2022) Um grupo de alunos realizou um livres altamente reativos. Resposta: Letra B.
experimento para observar algumas propriedades dos
ácidos, adicionando um pedaço de mármore (CaCO3) 3. (ENEM — 2022) De modo geral, a palavra “aromático”
a uma solução aquosa de ácido clorídrico (HCl), invoca associações agradáveis, como cheiro de café
observando a liberação de um gás e o aumento da fresco ou de um pão doce de canela. Associações
temperatura. similares ocorriam no passado da história da química 475
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orgânica, quando os compostos ditos “aromáticos” Química e Ambiente
apresentavam um odor agradável e foram isolados
de óleos naturais. À medida que as estruturas des- A química é a essência da vida. Ela está presente em
ses compostos eram elucidadas, foi se descobrindo todas as suas etapas, seja por meio de reações espontâ-
que vários deles continham uma unidade estrutural neas, advindas do próprio equilíbrio da natureza, ou de
específica. reações antrópicas, que ocorrem por ação do homem.
Os compostos aromáticos que continham essa unida- A falta de conhecimento e de regulamentação de
de estrutural tornaram-se parte de uma grande família, algumas atividades/descartes industriais e/ou agro-
muito mais com base em suas estruturas eletrôni- químicos pode gerar ambientes poluídos nas esferas
cas do que nos seus cheiros, como as substâncias a do solo, ar e água por meio da emissão de gases de
seguir, encontradas em óleos vegetais. efeito estufa (do aquecimento global) e dos processos
que modificam os ciclos naturais como o ciclo do car-
O H O bono e do nitrogênio.
Apesar disso, não podemos considerar a química
CH3
O uma grande vilã, afinal, a partir do conhecimento
CH3 H3C químico utilizado de forma adequada e controlada,
OH O
podemos contribuir para com melhorias ambientais.
Benzaldeido Salicilato de metila
(no óleo de amêndoaos) (no óleo de gaultéria)
Anetol Dentre os elementos benéficos da química, é possí-
(no óleo de anis)
vel citar sua utilização para retorno do equilíbrio de
O H
CH2 áreas degradadas e para a melhoria da qualidade do
O
planeta.
HO H
O O Poluição e Tratamento de Água
H3C
OH CH3
Cinamaldeido
A água é uma base fundamental para a vida na ter-
Vanilina Eugenol
(no óleo de baunilha) (no óleo de cravos) (no óleo de canela) ra. Muito além de ser direcionada aos homens, a qua-
lidade da água visa a manutenção da saúde de toda
SOLOMONS, T. W. G.; FRYHLE, C. B. Química orgânica. Rio de fauna e flora local.
Janeiro: LTC, 2009 (adaptado). Quando há uma alteração no padrão mínimo de
qualidade, a água pode se tornar imprópria para o
A característica estrutural dessa família de compos- consumo e lazer. Muitas praias, por exemplo, devido
tos é a presença de à poluição e outros fatores, passam a não poder ser
frequentadas por turistas. Nesses casos, as Compa-
a) ramificações. nhias Ambientais de cada Estado fazem a indicação
b) insaturações. por meio de uma bandeira vermelha.
c) anel benzênico. Dentre as fontes contaminadoras da água conside-
d) átomos de oxigênio. rada poluída, podemos citar as áreas industriais, as
atividades no ramo da agricultura e, também, a gran-
e) carbonos assimétricos.
de concentração de casas em zonas urbanas (fontes de
4

origem doméstica).
-2

O que caracteriza um composto aromático é justamen-


Para que a água seja considerada potável, precisa
13

te a presença de anel benzênico, que pode ser encontra-


seguir pelo menos três padrões essenciais: ser incolor
.7

do em todas as moléculas acima. Resposta: Letra C.


(translúcida), ser inodora (sem odor) e insípida (sem
28

gosto). Além disso, há uma portaria, de número 05, de


.8
18

2017, que estabelece os padrões de potabilidade da


QUÍMICA AMBIENTAL
-0

água para consumo humano.


Quando não adequada ao consumo humano, a
ar

água pode ocasionar sérias doenças, tais como infec-


lm

RELAÇÕES DA QUÍMICA COM AS TECNOLOGIAS, A


SOCIEDADE E O MEIO AMBIENTE ções do trato gastrointestinal, leptospirose, disente-
gi

ria etc. Em virtude disso, a boa qualidade da água é


ar

garantida por lei, pois se trata de saúde pública.


Constantemente, nos deparamos com situações que
lm

Nos corpos hídricos, quando há excesso de mate-


remetem às necessidades do homem frente ao meio
gi

rial orgânico (com fonte no esgoto doméstico), ocorre


ambiente/natureza. A maior parte dos bens de consu-
um processo chamado eutrofização, que consiste no
mo, sejam eles objetos, eletrodomésticos ou até mesmo
excesso de nitrogênio e fósforo consumido por micro-
nossas refeições industrializadas, envolve, em sua pro- -organismos e algas e no consequente aumento a
dução, uma gama de composto criados através de pro- quantidade de plantas na superfície do local. Por fica-
cessos químicos. rem na superfície, essas plantas consumem o oxigê-
Esses processos afetam diretamente o ser humano e nio dissolvido na água, provocando sua falta para os
o meio ambiente. Tendo isso em vista, ter conhecimento demais micro-organismos que estiverem abaixo. O
das reações, proporções e, principalmente interações, é aumento na quantidade das algas forma uma barreira
fundamental para utilizar a química a nosso favor. física da luz solar que não atinge mais o fundo dessas
Nesta seção, trataremos da química e do meio regiões, o que causa a morte dos peixes.
ambiente, da poluição gerada no meio hídrico e A água deve ser tratada em três diferentes estágios:
do tratamento de água do solo. A química e o meio a captação (pode ser de rios subterrâneos), o tratamento
ambiente não podem ser estudados separadamente, em si (com processo de decantação, coagulação, flocula-
pois quando isso acontece, corremos o risco de pre- ção, filtração e desinfecção com bactericida) e, posterior-
476 senciar acidentes com impacto socioambiental. mente, sua distribuição através das redes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se liga! liberado na respiração e o “pum” que soltamos na for-
ma de metano fazem parte dos gases lançados ao ar
No tocante à química que trata do saneamento, por reação normal do ciclo de carbono na natureza.
é importante destacar que deve ser assegura- A seguir, há um resumo com exemplos das poluições
do, a todo indivíduo, o acesso à água potável de com fonte antrópica e natural:
qualidade.
z Fontes antrópicas: a principal forma de poluição
Proteção do Meio Ambiente atmosférica promovida pelo homem é o crescen-
te aumento da queima de combustíveis fósseis
A contaminação em todas as esferas– água, solo por carros, indústrias e usinas. Outra atividade
e ar – é uma realidade muito latente na sociedade poluente é a agropecuária, que usa fertilizantes
atual. De alguma forma, toda esta desregulação afe- liberadores de amônia;
ta o equilíbrio da natureza e do homem. Em virtude z Fontes naturais: são consideravelmente menos
disso, o conceito de sustentabilidade fez-se necessário, recorrentes e danosas ao meio ambiente que as
pois, por meio de seus três pilares – meio ambiente, fontes antrópicas de poluição. As principais fontes
impacto na sociedade e impacto na economia –, ele naturais são queimadas naturais, erupções vulcâ-
engloba medidas para se mitigar tais efeitos nocivos nicas e liberação de gases por animais, plantas ou
ao meio ambiente. decomposição de matéria orgânica.
Assim, como prática de sustentabilidade ao meio
ambiente, pode-se elencar a conceituação dos 5 R: Os poluentes são classificados em primários e
secundários. O poluente primário é emitido direta-
z Repensar: é realmente necessário o consumo des- mente por uma fonte de emissão. Nesse grupo, é pos-
te produto? Essa questão rege o pilar de repensar. sível citar, como exemplo, o CO, produto da queima
Muitas vezes, agimos impulsivamente, sem que da gasolina nos motores automotivos. O poluente
tenhamos uma real necessidade da aquisição de secundário, por sua vez, é aquele formado a partir da
algo novo; interação dos poluentes primários com a atmosfera,
z Recusar: existe uma opção ecologicamente formando novos poluentes. Nesse grupo, temos: áci-
melhor? Pensando neste quesito, pode-se optar dos como H2SO4, HNO3; compostos à base de nitratos
por adquirir algo que seja biodegradável, recu- NO3- e sulfatos SO42- etc. Os principais gases contami-
sando opções que sejam advindas de plásticos, fei-
nantes da atmosfera são NO2-, SO2-, O3, CO e CO2, que
tos de derivados do petróleo (matéria-prima não
podem ocasionar danos sérios a saúde. O CO dificulta
renovável);
o transporte de oxigênio no sangue, o O3 é altamen-
z Reduzir: quantidade é sinônimo de qualidade?
te oxidante e citotóxico, podendo causar desconforto
Muitas vezes, o barato acaba saindo mais caro.
ocular e pulmonar. NO2- e SO2, por sua vez, são preju-
Optar por comprar algo que tenha qualidade evita
diciais para as vias aéreas. Todos esses gases, exceto o
que compremos mais do mesmo, reduzindo nosso
O3, são majoritariamente provenientes da combustão
consumo;
de combustíveis fósseis.
z Reciclar: a reciclagem é o reprocessamento, a pro-
As principais consequências dessa poluição atmos-
dução de novos materiais a partir do descartado.
férica são a chuva ácida e aumento dos gases do efeito
Por isso, ajuda a diminuir (e muito), por exemplo,
4

estufa, como abordaremos a seguir. A chuva ácida se


-2

a necessidade de derrubada de árvores para fazer


13

forma pela interação da água da chuva com os gases


papel, de extração de alumínio para fazer latinhas
.7

poluentes da atmosfera:
etc. Assim, reciclar também se torna uma for-
28

ma de ajudar o meio ambiente a economizar na


.8

produção;
18

A água interage
com esses gases
z Reutilizar: não podemos reciclar e criar novas Os gases são
-0

formando ácidos
possibilidades? A criatividade na produção de dissipados
pelo vento
ar

artesanatos por meio da reutilização de materiais


lm

descartáveis é fundamental para transformarmos Chuva ácida


gi

nosso lixo em arte e eu outros utensílios.


ar

Fonte de gases
poluentes
lm

Poluição Atmosférica
gi

Como sugere o próprio nome, a poluição atmos-


férica envolve a degradação da qualidade do ar por Poluição de água e do solo;
Morte de plantas e
meio do lançamento de gases, materiais particulados animais;
ou agentes biológicos no ar. A origem desses produtos Alteração do PH do solo e
da água
pode ser natural ou antrópica. No entanto, é comum
que as pessoas façam associação da poluição do ar
apenas a emissões gasosas. Fonte: Siyavula Education, 20143.
A poluição atmosférica se intensificou após a
QUÍMICA

metade do século XX devido ao aumento do uso de As principais reações envolvidas na formação da


combustíveis fósseis, da quantidade de indústrias no chuva ácida são:
mundo todo; das atividades vulcânicas (emissão natu-
ral), e até mesmo dos gases gerados pela respiração Ácido sulforoso: SO2(g) + H2O(l) → HSO3(aq)
do ser humano ou oriundos da digestão – sim, o CO2 Ácido sulfúrico: SO2(g) + ½ O2(g) → SO3(g)
3 SIYAVULA, EDUCATION. Acid Rain Diagram. Flickr, 2014. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/121935927@N06/13579612483. Aces-
so em: 25 jan. 2023. 477
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SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq) Número de
Ácido carbônico CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq) carbonos
Ácido nítrico: NO2(g) + H2O(l) → HNO3(aq) 40ºC
gás

nafta
70ºC
Portanto, em regiões de intensa emissão de gasolina
poluentes, as chances da formação de chuvas cada 120ºC
querosene
vez mais ácidas são maiores. Como consequência, o
diesel
pH do solo e da água são afetados. O meio ambiente 200ºC
óleo lubrificante
está interconectado pela água, solo e ar, se um desses
não está saudável, os outros também sofrem. Desse Petróleo 300ºC gasóleo pesado
bruto
modo, a fauna adoece e morre, o solo se torna impro- alcatrão
600ºC
dutivo e os peixes e a água impróprios para consumo.
Coluna de
Caldeira
destilação
ENERGIAS QUÍMICAS NO COTIDIANO

Combustíveis Fósseis Fonte: CBIE, 20195.

Os combustíveis fósseis são formados pela decom- Note que, quanto maior o número de carbonos na
posição de animais e plantas mortas na crosta terrestre cadeia, maior será o PE da molécula. Durante a desti-
lação fracionada, o petróleo é submetido a altas tem-
a milhões de anos e revolucionaram a Química Orgâ-
peraturas. Nas temperaturas mais baixas, os gases,
nica e o mundo. Esse tipo de combustível demonstrou
que possuem pontos de ebulição menores (devido a
grande eficiência na geração de energia a partir da
sua menor massa molar), podem ser separados. Com
sua combustão completa ou incompleta. Atualmente,
o aumento gradativo da temperatura, outros PEs vão
o petróleo é a principal fonte de combustíveis fósseis,
sendo atingidos, de modo que os subprodutos mais
sua desvantagem está no fato de que se trata de uma
semelhantes são separados em uma mesma fração da
matéria-prima não renovável que produz substâncias mistura. Abaixo, vejamos quais são os principais pro-
tóxicas em sua aplicação como combustível. dutos obtidos com a destilação para aplicação como
As propriedades associadas aos compostos orgâ- combustíveis.
nicos são consequência do tamanho da cadeia e das
ligações covalentes entre os átomos de carbono das z Gás natural: utilizado como combustível e na
moléculas, predeterminando sua aplicação. A alta fabricação de plásticos;
capacidade de combustão dos compostos orgânicos z Gás liquefeito de petróleo: utilizado como gás de
foi a razão para que, desde a antiguidade, eles fossem cozinha;
usados para gerar energia. Desde 3.500 a.C., a madeira z Gasolina: combustível para motores de veículos;
era queimada para que o calor transformasse as peças z Querosene: combustível para aviões;
de argila em cerâmica. Na Primeira Revolução Indus- z Óleo diesel: combustível para veículos de grande
4

porte.
-2

trial, o carvão se tornou o combustível da vez, sendo


13

vastamente aplicado nas máquinas a vapor até Segun-


.7

da Revolução Industrial, quando passou a ser substi- O grande problema dos combustíveis fósseis
28

tuído pelo petróleo, principal fonte de matéria-prima encontra-se no fato de que os produtos de sua com-
.8

para a indústria até hoje. bustão são poluentes, especialmente o CO, um dos
18

O petróleo é encontrado na crosta terrestre, pois é maiores causadores da intensificação do efeito estu-
-0

produto da decomposição da matéria orgânica. Ele é fa, como vimos anteriormente. À vista disso, cada vez
ar

constituído por uma mistura complexa de hidrocarbo- mais, os biocombustíveis ganham destaque.
lm

netos com tamanhos das cadeias variáveis (1 a 38 car-


gi

Biocombustíveis
bonos) e pode conter alguns produtos nitrogenados e
ar

sulfurados (derivados do nitrogênio e enxofre). Uma


lm

Um biocombustível trata-se de uma biomassa (ou


variedade de produtos pode ser obtida através de pro-
gi

biogás) orgânica empregada na geração de energia


cessos de separação desses compostos de acordo com
em motores baseados em combustão. É um combus-
o tamanho de suas cadeias. Isso, por que, como estu- tível que favorece a sustentabilidade ambiental e tem
damos anteriormente, o tamanho da cadeia influencia potencial para frear os problemas globais causados
nas propriedades físico-químicas das moléculas como pelos combustíveis fósseis e não renováveis, como o
PF e PE. O método de separação dos subprodutos/fra- petróleo. Isso ocorre porque os biocombustíveis ofe-
ções do petróleo mais utilizado é a destilação fracio- recem menores emissões de CO2 na atmosfera. Um
nada, aplicada para separar misturas que contenham ótimo exemplo desse tipo de combustível é a cana-de-
compostos de diferentes PEs (CBIE, 2019)4. Dessa for- -açúcar, cuja produção de CO2 é 90% menor quando
ma, podemos dizer que o petróleo é refinado durante comparada a outras fontes de energia.
o processo. Observe uma representação da coluna de
destilação com petróleo na figura abaixo:
4 CBIE. Como funciona a destilação do petróleo? Centro brasileiro de infraestrutura. Disponível em: https://cbie.com.br/artigos/como-funciona-a-
-destilacao-do-petroleo/. Acesso em 24 jan. 2023.
478 5 Ibid.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como todo produto tem suas vantagens e desvantagens, no caso dos biocombustíveis, a limitação está na
obtenção da biomassa orgânica, que depende de culturas intensivas com plantio em áreas desmatadas, especial-
mente em florestas tropicais. A agricultura intensiva causa eliminação da diversidade biológica e, por proporcio-
narem maiores ganhos aos produtores, os biocombustíveis incentivam a redução do plantio de alimentos. Alguns
exemplos de biocombustíveis são o biogás, bioéter, biodiesel e etanol. Veja algumas formas de obtenção, matéria-
-prima e composição desses combustíveis na tabela abaixo.

PROCESSO DE
COMBUSTÍVEL MATÉRIA PRIMA COMPOSIÇÃO QUÍMICA
OBTENÇÃO

Carvão Vegetal Madeira Pirólise Carbono

Açúcares (glicose, amido,


Álcool Fermentação anaeróbica Etanol
celulose etc.)

Biogás Todo tipo de biomassa Fermentação anaeróbica Hidrocarbonetos leves

Mistura gasosa, essencialmente


Biogás de síntese Biomassa em geral Gaseificação
CO e H

Esterificação ou
Biodiesel Óleos e gorduras Monoésteres de ácidos graxos
transesterificação

Craqueamento ou Mistura de hidrocarbonetos e


Bio-óleo Óleos e gorduras
hidrocraqueamento compostos oxigenados

Fonte: Adaptado de Química Nova Interativa, 2022

No entanto, deve ficar claro que, apesar de existirem algumas limitações na utilização de biomassa, o meio
ambiente está pedindo socorro e um alerta alarmante tem sido o aumento do efeito estufa. Nesse sentido, os bio-
combustíveis são indispensáveis, pois são uma fonte de energia renovável capaz de reduzir as emissões de gases
que agravam o efeito estufa.
Nos processos de geração de energia nos quais não há formação de resíduos indesejáveis, a energia obtida é
denominada energia limpa, outros exemplos são a energia eólica e solar. A seguir, estudaremos a energia nuclear,
uma energia limpa, porém não renovável, mas que utiliza de uma reação química radioativa para obter energia.

Energia Nuclear

Por mais que não nos demos conta, os elementos que possuem característica radioativa estão por toda parte.
Seja na usina nuclear, com a utilização do urânio, nas datações arqueológicas de fósseis com o uso do carbono 14,
no iodo 131, utilizado na medicina para fazer mapeamento da tireoide, na agricultura, com a utilização de isóto-
4
-2

pos radioativos nos adubos, dentre tantas outras aplicações.


13

Às vezes, não percebemos que algumas substâncias, se manipuladas de forma errada, têm potencial risco. Por
.7

isso, materiais que apresentam algum risco ao ser humano ou ao meio ambiente são utilizadas de acordo com
28

rígidas regras de segurança, garantindo que apenas suas propriedades desejáveis sejam usufruídas.
.8

Nesta seção, estudaremos um tipo de material de risco utilizado na produção de energia nuclear, os materiais
18

radioativos. Trataremos da origem, das principais propriedades, das leis que regem o comportamento radioativo,
-0

cinética e constantes da radioatividade. Por fim, entenderemos os conceitos fissão e fusão nuclear.
ar
lm

Radiações: sua Origem, Principais Propriedades e Leis que as Regem


gi

De forma muito simples e objetiva, a radioatividade de um átomo está relacionada à sua característica de
ar

emissão de energia ou partículas espontaneamente. Este é um mecanismo que ocorre com átomos instáveis a fim
lm

de ficarem mais estáveis e muito mais leves.


gi

Os dois tipos de radioatividade que podem ser encontrados são: as radiações por partícula alfa (α) e beta (β)
e a radiação emitida por ondas como raio gama (γ). Resumidamente:

z Raio alfa (α): trata-se de uma partícula positiva, que possui dois prótons e dois nêutrons em seu núcleo e baixa
capacidade de penetração;
z Raio beta (β): trata-se de uma partícula negativa, de massa desprezível, com capacidade de penetração maior
que a do raio alfa;
z Raio gama (γ): trata de uma onda magnética dotada de muita energia. Possui maior capacidade de penetração
QUÍMICA

se comparada aos raios alfa e beta.

479
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os cálculos para obtermos informações cinéticas
sobre os átomos radioativos desenvolvem-se de acor-
α do com os seguintes critérios:

β z Velocidade de desintegração (v): calcula a veloci-


dade de desintegração de um elemento através da
Y relação entre a variação da quantidade de átomos
radioativos durante um determinado tempo. A fór-
mula que representa essa relação é:
Papel Alumínio Chumbo
Dn
v=
Dt
Fonte: Wikimedia, 20226.
Na qual:
Na radioatividade, duas leis servem como regentes
de seus princípios, são elas: „ Δn = |n - no| (n = número de átomos final e no =
número de átomos inicial);
z Primeira lei da radioatividade: explica o com- „ Δt = t- to (t = tempo final e to = tempo inicial).
portamento quando um átomo emite radiação do
tipo alfa. Nesse processo, ele perde dois prótons e
dois nêutrons, diminuindo sua massa em quatro Se liga!
unidades e seu número atômico em duas unida-
des. A representação genérica do processo é: Vale destacar que, no processo de desintegra-
ção, a variação em n sempre será negativa, uma
WA → 2α4 + (z—2)Y(a—4) vez que, com o passar do tempo, a quantidade
Z
de átomo disponível para emitir radiação vai
Devido à sua baixa capacidade de penetração, esse diminuindo.
tipo de radiação é praticamente inofensiva: nem mes- Usamos módulo (||) para Δn, caso contrário, o
mo a camada de pele morta da superfície de um corpo resultado seria negativo.
humano pode ser penetrada pelos raios alfa.

z Segunda lei da radioatividade: diferentemente z Constante radioativa (k ou C): relaciona a quan-


do átomo com radiação alfa, a segunda lei trata da tidade de átomos radioativos após tempo de desin-
emissão de raio beta. Nesse caso, os átomos terão tegração. A fórmula que representa essa relação é:
sua massa atômica inalterada, pois a radiação beta
possui massa desprezível. A única diferença é que Dn
o número atômico deste átomo aumentará uma t = v
C=
unidade. De forma genérica, o decaimento radioa- n0 n
tivo por meio de raios beta segue a reação: Na qual:
4
-2

WA → —1β0 + (Z+1)Y(A) „ t é o tempo de desintegração;


13

„ Δn é a variação do número de átomos do início


.7

Por possuírem massa desprezível, são capazes de (no) ao final (n) do tempo de desintegração.
28

adentrar alguns milímetros da camada de pele, cau-


.8

sando danos as células dessa camada, mas não atin-


18

A constante radioativa é específica para cada


gindo os órgãos internos. material.
-0

Atenção! Como exemplo de átomo que sofre ação


ar

de raio alfa temos o Plutônio 239. Como exemplo de z Intensidade radioativa (i): mede a intensidade da
lm

átomo que sofre ação por raio beta, temos o Carbono quantidade de partículas alfa e beta emitidas pelo
gi

14. isótopo radioativo. Está diretamente relacionada à


Por fim, a radiação gama ocorre quando um áto-
ar

constante radioativa e à quantidade de átomos de


lm

mo continua instável mesmo após emissão de partí-


isótopo radioativo. A fórmula que representa essa
cula alfa ou beta. Os raios gama se assemelham aos
gi

relação é:
raios-X devido a sua alta velocidade e ao seu poder de
penetração.
i=C.n
Na qual:
Velocidade da Reação Radioativa por meio da
Cinética e as Principais Constantes Radioativas
„ C é a constante radioativa; e
„ n = quantidade de átomos de isótopo radioativo.
Assim como acontece nas reações convencionais,
os elementos radioativos também possuem a velo-
z Vida média (Vm): mede o tempo que um átomo de
cidade em que se processa a reação. No entanto, em
isótopo radioativo leva para se desintegrar. A fór-
virtude de suas características, existem algumas dife-
mula que expressa essa relação é:
renciações. Tendo isso em vista, estudaremos o tempo
de desintegração de um isótopo sob a ação das radia-
1
ções alfa e beta. Vm =
c
6 Alfa beta gamma radiation penetration. Wikimedia, 2022. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=115709792. Aces-
480 so em: 25 jan. 2023.
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É importante ressaltar que a vida média considera Para calcular a energia emitida durante o pro-
uma grande quantidade de átomos a se desintegrar. cesso, utiliza-se a equação de Einstein para energia
estacionária:
z Tempo de meia-vida (t1/2): tempo necessário para
que metade da capacidade radioativa seja atingi- E=mc2
da. Expressa, também, o tempo gasto para chegar
à metade da massa existente do isótopo radioativo. z Fusão nuclear: neste processo, o núcleo de um
A fórmula que expressa essa relação é: átomo radioativo (geralmente leve) funde-se ao de
n= x
n0 outro, emitindo radiação e originando um único
2 átomo de núcleo mais pesado. A energia liberada
Na qual: nesse tipo de reação é milhões de vezes maior do
que em uma reação química típica e duas vezes
„ n = número de átomos após a meia-vida; maior que a energia liberada no processo de fissão.
„ no = número de átomos inicial; A fusão é muito presente nas reações que ocorrem
„ x = quantidade de meias-vidas; no Sol. Lá, os átomos de hidrogênio (11H), em altís-
sima velocidade devido a temperatura, se chocam
A relação da massa perdida também é comumente uns nos outros formandos átomos de hélio (24He).
encontrada trocando-se apenas a letra n, de número
de átomos, por m, de massa. Para se obter a quantida-
Agora, conhecidos os termos e seus respectivos
de de meias-vidas (x) que o átomo radioativo passou
exemplos, podemos descrever, também, a diferença
até certo momento, utilizamos a relação:
entre a aplicação e utilização de um e outro. É pos-
t=x.P sível mencionar dois exemplos de aplicação e utili-
Na qual: zação dos processos de fissão e fusão. Um reator de
uma usina nuclear representa um processo de fissão.
„ t é o tempo de desintegração pelo qual o átomo Em suma, estes processos são possíveis de se contro-
passou; lar, pois existe uma segurança quanto à quantidade
„ P é o período de meia-vida. utilizada em seu desenvolvimento. Por outro lado,
quando se trata de uma bomba de hidrogênio, que se
Reações de Fissão e Fusão Nuclear utiliza da fusão, não é possível controlar a reação, o
que explica seu potencial devastador.
Frequentemente, quando se trata de elementos Lembre-se: a formação de hélio na região do Sol é
radioativos, as pessoas sentem muito medo e dúvida, advinda da fusão de núcleos do hidrogênio, por isso,
principalmente quando conceitos técnicos desconhe- há tanta luminosidade e calor.
cidos estão envolvidos. Assim acontece com a fissão
e fusão nuclear, que são termos muito empregados,
mas pouco conhecidos. De modo geral podemos clas-
sificá-los da seguinte maneira. EXERCÍCIOS COMENTADOS
4
-2

z Fissão nuclear: é um processo no qual o núcleo 1. (ENEM — 2020) A enorme quantidade de resíduos
13

instável de um átomo radioativo consegue capturar gerados pelo consumo crescente da sociedade traz
.7

um nêutron próximo, que esteja em baixa velocida- para a humanidade uma preocupação socioambien-
28

de. Esse é um processo exotérmico (libera energia tal, em especial pela quantidade de lixo produzido.
.8

para o sistema) e, por isso, é utilizado na geração de Além da reciclagem e do reúso, pode-se melhorar
18

energia das usinas nucleares. A liberação de ener-


ainda mais a qualidade de vida, substituindo políme-
-0

gia advém do decaimento radioativo provocado


ros convencionais por polímeros biodegradáveis.
pelo aumento da massa do núcleo com a chegada
ar

Esses polímeros têm grandes vantagens socioam-


de um novo nêutron. Nessas condições, o átomo
lm

se torna ainda mais instável e é obrigado a libe- bientais em relação aos convencionais porque
gi

rar radiação e se decompor em outros dois átomos


ar

mais estáveis e de elementos mais leves (pois libera a) não são tóxicos.
lm

também 2 nêutrons, além do nêutron responsável b) não precisam ser reciclados.


gi

pela fissão), como exemplificado na representação c) não causam poluição ambiental quando
de um processo de fissão nuclear do urânio: descartados.
d) são degradados em um tempo bastante menor que
144 Ba os convencionais.
56
e) apresentam propriedades mecânicas semelhantes
n
aos convencionais.

+ n Polímeros comuns são os plásticos que demoram


n
QUÍMICA

n
anos para se degradar. Já os polímeros biodegradá-
235 U 236 U veis são vantajosos devido à redução de sua perma-
92 92 89 Kr
36 nência no meio ambiente e, consequentemente, na
redução dos efeitos tóxicos e poluição. Resposta:
Fonte: Wikimedia, 20237. Letra D.
7 Nuclear Fission Reaction. Wikimedia, 2023. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nuclear_fission_reaction.svg. Acesso em:
25 jan. 2023. 481
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2. (ENEM — 2020) Em 2011, uma falha no processo
de perfuração realizado por uma empresa petrolí-
fera ocasionou derramamento de petróleo na bacia
hidrográfica de Campos, no Rio de Janeiro.

Os impactos decorrentes desse derramamento ocor-


rem porque os componentes do petróleo

a) reagem com a água do mar e sofrem degradação,


gerando compostos com elevada toxicidade.
b) acidificam o meio, promovendo o desgaste das con-
chas calcárias de moluscos e a morte de corais.
c) dissolvem-se na água, causando a mortandade dos
seres marinhos por ingestão da água contaminada.
d) têm caráter hidrofóbico e baixa densidade, impedindo
as trocas gasosas entre o meio aquático e a atmosfera.
e) têm cadeia pequena e elevada volatilidade, contami-
nando a atmosfera local e regional em função dos
ventos nas orlas marítimas.

O petróleo é formado por hidrocarbonetos — cadeias


com ligações entre carbono-hidrogênio — que são apo-
lares, hidrofóbicos, imiscíveis com água e pouco rea-
tivos, além de não portarem propriedades ácidas ou
básicas. Não interagindo bem com a água, composto
polar, hidrofílico, não se dissolve nela. O petróleo tam-
bém é menos denso que a água, formando uma capa
sob a superfície impedindo que o oxigênio do ar atmos-
férico se dissolva na água. Resposta: Letra D.

3. (ENEM – 2020) Embora a energia nuclear possa ser uti-


lizada para fins pacíficos, recentes conflitos geopolíticos
têm trazido preocupações em várias partes do planeta
e estimulado discussões visando o combate ao uso de
armas de destruição em massa. Além do potencial des-
trutivo da bomba atômica, uma grande preocupação
associada ao emprego desse artefato bélico é a poeira
radioativa deixada após a bomba ser detonada.
Qual é o processo envolvido na detonação dessa
4

bomba?
-2
13

a) Fissão nuclear do urânio, provocada por nêutrons.


.7

b) Fusão nuclear do hidrogênio, provocada por prótons.


28

c) Desintegração nuclear do plutônio, provocada por


.8

elétrons.
18

d) Associação em cadeia de chumbo, provocada por


-0

pósitrons.
ar

e) Decaimento radioativo do carbono, provocado por par-


lm

tículas beta.
gi
ar

A explosão da bomba é uma fissão nuclear, processo


lm

de divisão do núcleo atômico em outros dois meno-


gi

res, liberando muita energia durante o processo. A


fissão nuclear ocorre pela atração de nêutrons pelo
núcleo elemento radioativo. Resposta: Letra A.

ANOTAÇÕES

482
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Se liga!
As primeiras formas de vida eram simples, unice-
lulares, heterotróficas e anaeróbicas.

BIOLOGIA DIVERSIDADE E ORGANIZAÇÃO DAS CÉLULAS

Considerando a constituição e estrutura das célu-


las, elas são classificadas em dois tipos: procariontes e
CITOLOGIA eucariontes, além de apresentarem diferentes formas
e funções em um organismo.
Dentro da ampla área da biologia, o estudo das célu-
las e suas estruturas é denominado como Citologia. Células Procariontes

A UNIDADE DOS SERES VIVOS São células que apresentam o material genético
disperso no citoplasma, ou seja, não possuem núcleo
A célula é descrita como a menor unidade funcio- envolvido por membrana nuclear. São encontradas
nal e estrutural formadora dos seres vivos. É consti- no Reino Monera (Archaea e Bactéria). Exemplos: bac-
tuída por, pelo menos, três estruturas: membrana térias e cianobactérias.
plasmática, citoplasma e material genético. Apre-
senta organelas que são como pequenos órgãos, com Mesossomo Nucleoide
(DNA)
formas e funções diferentes, as quais se unem para Citoplasma Flagelo
realizar atividades essenciais ao metabolismo e à
sobrevivência da célula. Têm tamanho microscópi-
co. Os microscópios para visualização celular podem
ser ópticos, dependentes da luz, ou eletrônicos, que
fazem uso de feixes de elétrons.
A Teoria Celular consiste em:
Parede
Ribossomos celular
z células são unidades fundamentais da vida; Cápsula
z todos os organismos são compostos por células; Plasmídeo Fímbrias
z todas as células se originam a partir de outra
Membrana
preexistente.
plasmática

ORIGEM E EVOLUÇÃO DAS CÉLULAS


Estruturas que constituem este tipo celular e suas
funções:
4

Estudos mostram que o surgimento das células no


-2

planeta Terra ocorreu no início do período Pré-Cam-


13

briano, há cerca de 3,5 bilhões de anos. A hipótese z Membrana plasmática: delimita a célula ao sepa-
.7

rar os meios interno e externo. Regula o transporte


28

mais aceita é a que indica uma atmosfera primitiva


de substâncias que entram e saem através da per-
.8

composta por gases como o metano, o hidrogênio e


meabilidade seletiva;
18

o gás carbônico, além de água e amônia. Em meio às


z Citoplasma: composto por citosol (parte líquida)
-0

tempestades frequentes, incidência de raios ultravio-


e partículas sólidas como os ribossomos. Mantém
letas e calor, esses componentes passaram por descar-
ar

movimentos constantes de seu material;


lm

gas elétricas. Assim, formaram diversas combinações,


z Nucleoide: material genético (DNA/RNA) disperso
gi

dando origem às primeiras moléculas orgânicas.


no citoplasma, ou seja, aquele que não é envolvido
ar

Após, as moléculas orgânicas também se aglome-


por membrana nuclear;
lm

raram, formando proteínas e permitindo a existência


z Cápsula: camada de muco composta principal-
gi

das primeiras formas de vida. Nesse momento, a ali-


mente por polissacarídeos. Proteção contra o res-
mentação era à base de compostos inorgânicos pre- secamento, protege contra o ataque de anticorpos
sentes nos aglomerados, ou seja, heterotrófica (não dos organismos infectados e pode ajudar em pro-
eram capazes de produzir seu próprio alimento). Além cessos de adesão à outras células;
disso, eram anaeróbicas, visto que não havia oxigênio z Parede celular: proteção e sustentação da célula,
na atmosfera primitiva, e apresentavam capacidade permitindo uma forma específica. Externa à mem-
de autorreprodução, mantendo as características pre- brana plasmática. É impermeável e constituída
sentes em seu DNA. por peptideoglicano, moléculas de açúcares liga-
BIOLOGIA

Com o passar do tempo, surgiram formas de vida das a proteínas (exceção: Archaea);
capazes de utilizar o gás carbônico, a água e a luz solar z Estruturas locomotoras: permitem movimenta-
para produzir seu próprio alimento, foram chamados ção. Exemplos: flagelos;
de autotróficos. Esse processo resultava em liberação z Pili e fímbrias: estruturas semelhantes a fios de
de gás oxigênio e possibilitou o surgimento de seres cabelo que permitem adesão às células animais,
aeróbicos, diversificados, complexos e compostos por ou até mesmo durante a troca de material genético
mais de uma célula. entre bactérias; 483
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z Ribossomos: organelas não membranosas, estru- z Material genético: sequências de nucleotídeos
turas responsáveis pela síntese de proteínas; (DNA e RNA). Envolvido pela carioteca. Define as
z Plasmídeos: DNA circular; características que serão expressas (o fenótipo do
z Mesossomo: invaginação da membrana plasmática. organismo);
Associado a processos respiratórios em bactérias. No z Citoplasma: citosol (parte líquida) + organelas
entanto, alguns pesquisadores consideram-no como
(parte sólida). Apresenta constante movimento de
apenas um resultado da fixação celular visando à
coloração e à verificação de lâminas, cabendo a enzi- seus componentes;
mas membranosas a respiração bacteriana. z Ribossomos: síntese de proteínas. Encontram-se
livres no citoplasma ou aderidos ao Retículo endo-
Células Eucariontes plasmático rugoso. Também podem ser encontra-
dos no interior de mitocôndrias e cloroplastos.
As células eucariontes são aquelas que possuem um
núcleo verdadeiro, ou seja, o material genético dessas
células é envolto por uma membrana nuclear, denomina- Componentes de Células Eucariontes
da carioteca. Normalmente são maiores do que as proca-
riontes. Suas organelas são mais complexas e apresentam z Carioteca (membrana nuclear): individualiza o
membrana. Recebem dois tipos de classificação: animal e DNA;
vegetal. São encontradas em todos os grupos, com exce- z Mitocôndrias: apresentam membrana dupla,
ção do Reino Monera (único grupo procarionte). DNA próprio (DNA mitocondrial) e divididas em
três regiões (matriz mitocondrial, cristas mitocon-
z Célula Eucarionte Animal driais e espaço intermembranas). Atuam na respi-
ração celular (metabolismo celular, produção de
Lisossomo energia para a célula) — produção de ATP;
Ribossomos Membrana plasmática
Aparelho z Sistema golgiense: conjunto de bolsas membra-
de Golgi
Citoplasma nosas achatadas e empilhadas (cisternas), que
formam e liberam pequenas vesículas. Tem como
Retículo função a secreção celular. Processa, empacota e
endoplasmático envia substâncias que vieram do retículo endoplas-
rugoso
mático para fora das células, através de vesículas.
Peroxissomo Pode, também, produzir alguns polissacarídeos da
parede celular de plantas;
Centríolo
Núcleo z Peroxissomos: desintoxicação. Degrada H2O2. Pro-
tegem contra o estresse oxidativo;
z Retículo endoplasmático: conjunto de membra-
Retículo nas que se ramifica, formando tubos e bolsas acha-
endoplasmático tadas. Pode ser considerado uma continuação da
membrana nuclear. Divide-se em dois tipos:

„ Liso: não possui ribossomos aderidos à sua mem-


4
-2

z Célula Eucarionte Vegetal


brana. Realiza síntese de lipídeos (gorduras) e
13

Parede celular esteroides, hidrólise de glicogênio em células ani-


.7

Membrana plasmática
mais e atua na modificação química de drogas
28

Ribossomos Citoplasma
Aparelho de
e pesticidas. Normalmente são encontrados em
.8

Golgi Vacúolo
18

grande quantidade em células do fígado;


Cloroplasto
„ Rugoso: apresenta ribossomos aderidos. Síntese
-0

de proteínas que serão excretadas — enviadas


ar

Mitocôndria
para fora da célula. Presente em grande quanti-
lm

dade nas células que secretam grande quantidade


gi

Peroxissomo de moléculas proteicas. Exemplo: glândulas que


ar

secretam enzimas digestivas e células de defe-


lm

sa que secretam anticorpos, visto que enzimas e


gi

Núcleo
anticorpos são substâncias proteicas.

Retículo Exclusivas de Célula Animal


endoplasmático

z Centríolos: importantes em processos de divi-


OS COMPONENTES CITOPLASMÁTICOS são celular (mitose e meiose). Também formam o
citoesqueleto celular, ajudando a dar uma forma
Componentes Comuns a Todas as Células para a célula, da mesma maneira que um esquele-
to ósseo em um organismo;
z Membrana plasmática: delimita a célula ao sepa- z Lisossomos: são formados pelo Complexo golgien-
rar os meios interno e externo. Regula o transpor- se. Têm função de digestão intracelular (fagocitose
te de substâncias que entram e saem através da e pinocitose). Possuem enzimas digestivas em seu
permeabilidade seletiva. Constituição lipoproteica interior, as hidrolases ácidas, peptidases, protea-
(ver com detalhes no tópico “membrana plasmáti- ses, lipases etc. Encontrados de forma concentrada
484 ca”, mais adiante); no acrossomo do espermatozoide, por exemplo.
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Exclusivas de Célula Vegetal ocorre contra o gradiente de concentração. Neste caso,
o transporte é classificado como um transporte ativo,
z Parede celular: sustentação. Dá formato à célula, pois precisa haver gasto de energia para a atravessar
como um esqueleto. Constituída de celulose, um a membrana. Como principal exemplo temos a bomba
carboidrato estrutural; de sódio e potássio (Na+/K+).
z Cloroplasto: apresenta membrana dupla e DNA pró- Há, também, os transportes em massa, que carre-
prio. Dividido em estroma e tilacoides. Realiza fotos- gam moléculas de maior tamanho. São classificados
síntese, processo que possibilita transformar energia em endocitose (entrada de partículas), se sólidas, o
luminosa (solar) em química (açúcar — glicose); que é denominado fagocitose, ou, se líquidas, é cha-
z Vacúolo: armazenamento de água. Em alguns mado pinocitose. Ao contrário, há a exocitose, caracte-
rizada pela saída de moléculas da membrana.
casos pode conter enzimas digestivas, atuando
em função similar à dos lisossomos (presentes em
NÚCLEO
células animais).
É considerado a maior organela de células euca-
riontes. É a região que controla as atividades celulares
Se liga! e onde ocorre o processo de replicação do DNA. Dentro
A teoria da endossimbiose indica que mitocôn- do núcleo encontra-se o nucléolo, local onde são forma-
drias e cloroplastos se originaram a partir de dos os ribossomos. É constituído por membrana dupla
uma célula procarionte. Dessa forma, ambos e apresenta poros que permitem trocas entre núcleo e
citoplasma. Entretanto, para ultrapassar os limites do
foram fagocitados (englobados), de maneira
núcleo é necessário possuir uma sequência de aminoáci-
independente, por uma célula eucarionte e pas- dos específica, denominada sequência sinal.
saram a viver em simbiose desde então. Dentro do núcleo, podemos encontrar a molécula
As provas dessa teoria se baseiam no fato de de DNA associada à proteínas histonas, formando a
que essas duas organelas apresentam membra- cromatina. Assim como a célula tem o citoplasma, o
na dupla e DNA próprio. núcleo é preenchido por nucleoplasma.
No núcleo ocorrem os processos de transcrição e
de tradução da molécula de DNA. Após, o RNA for-
MEMBRANA CELULAR mado é capaz de passar pelos poros e migra para o
citoplasma, levando a informação necessária para a
A membrana celular é constituída por carboidra- produção de proteínas, através da tradução.
tos, lipídeos e proteínas. Sua organização é estabele-
cida de acordo com o modelo mosaico fluido, ou seja, CITOESQUELETO E MOVIMENTO CELULAR
apresenta uma bicamada lipídica (fosfolipídios) que
permite a movimentação de estruturas conectadas a Conjunto de fibras com função de sustentação, for-
ela. Esses lipídeos mantêm a integridade e estabiliza- ma, movimento e posicionamento. Dividem-se em:
ção da membrana.
Proteínas associadas à membrana plasmática per- z Microtúbulos: cilindros ocos e sem ramificação,
mitem a passagem de substâncias através da mem- constituídos por moléculas de tubulina, que se ori-
4

brana e podem atuar no reconhecimento de sinais ginam a partir de uma região denominada centro
-2

químicos vindos do meio externo. Carboidratos organizador de microtúbulos. Podem formar um


13

podem ser encontrados apenas na parte externa da esqueleto rígido em algumas células e auxiliam os
.7

membrana plasmática, em uma região denominada movimentos de proteínas motoras entre diferentes
28

glicocálix, e têm a importante missão de reconheci- estruturas dentro das células.


.8
18

mento de patógenos, por exemplo. Ademais, apresenta


permeabilidade seletiva, ou seja, seleciona moléculas Em células vegetais, participam da organização da
-0

que podem entrar e sair da célula. parede celular (de celulose). Já em células animais,
ar

É importante que você entenda também sobre os eles se associam a estruturas locomotoras como cílios
lm

(na traqueia) e flagelos (nos espermatozoides);


tipos de transporte realizados através da membrana.
gi

Eles podem ser classificados como passivos ou ativos. No


z Microfilamentos: organizam-se em filamentos
ar

transporte passivo consideramos que não ocorre gasto


individuais ou em forma de malhas (redes de fila-
lm

de energia, ou seja, a passagem de substâncias é a favor


mentos), constituídos por actina. São responsáveis
gi

do gradiente de concentração (do lado onde a substância


pela locomoção celular ou de partes específicas da
está mais concentrada para o lado em que ela está menos
célula e pela forma apresentada por ela. Atuam
concentrada). Além disso, o transporte passivo é subdivi- na contração muscular, situação em que a actina
dido em dois tipos: osmose e difusão. Na osmose temos se associa à miosina. Também participam de pro-
a passagem de solventes através da membrana, sendo a cessos de locomoção por pseudópodes e do estran-
água o solvente universal, enquanto na difusão temos a gulamento na telófase da divisão celular, onde a
passagem de solutos. Quando esses solutos atravessam célula se divide em duas novas células;
diretamente a membrana, ou mesmo através de poros z Filamentos intermediários: apresentam estru-
presentes na membrana, dizemos que é um caso de difu-
BIOLOGIA

tura em formato de cabo. São constituídos por


são simples. Entretanto, se os solutos atravessarem a queratina. São importantes para manter a estabili-
membrana com a ajuda de proteínas, teremos um caso zação da célula e em casos de resistência à tensão.
de difusão facilitada. Esses filamentos são os responsáveis por manter
Quando o transporte não é a favor do gradiente de o núcleo e as organelas em posições específicas
concentração, a substância atravessa a membrana ao dento da célula. Podem ser encontrados, por exem-
lado, indo de onde está menos concentrada para onde plo, nas microvilosidades intestinais, na lâmina
ela está mais concentrada. Dizemos que o transporte nuclear e em conexões entre o tipo desmossomos. 485
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DIVISÃO CELULAR

As divisões celulares podem ser do tipo: Mitose e Meiose.


É importante saber que na mitose uma célula gera duas idênticas a ela (divisão equacional), enquanto na meiose
uma célula gera quatro células com a metade do material genético da célula inicial (célula mãe), sendo considerada uma
divisão reducional. Além disso, a meiose ocorre, em humanos, apenas em processos de formação de gametas (esperma-
tozoide em homens e ovócitos II nas mulheres), sendo a mitose o processo responsável pela divisão em qualquer outro
tipo celular.
Tanto a mitose quanto a meiose seguem um ciclo celular que contém uma fase de interfase, constituída por G1, S e
G2. Em G0, a célula se mantém em quiescência celular (sem proliferação). Podemos considerar que, em G1, ela basica-
mente aumenta seu volume, em S duplica o DNA e, em G2, confere enzimas necessárias para a divisão celular. Se estiver
tudo “ok” ela inicia o processo de divisão. Vamos entender as etapas de cada um dos processos de divisão celular:

Mitose

Apresenta quatro fases: Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase.

Interfase Prófase Metáfase

Anáfase Telófase Células filhas

z Prófase: desaparecimento da carioteca e do nucléolo;


z Metáfase: cromossomos migram para a região equatorial da célula;
4
-2

z Anáfase: separação das cromátides irmãs;


13

z Telófase: reaparecimento da carioteca e do nucléolo, e citocinese.


.7
28

Meiose
.8
18

Divide-se em Meiose I (Prófase I, Metáfase I, Anáfase I e Telófase I) e Meiose II (Prófase II, Metáfase II, Anáfase
-0

II e Telófase II).
ar
lm
gi
ar

Prófase I Metáfase I Anáfase I Telófase I Citocinese


lm
gi

Meiose I

Prófase II Metáfase II Anáfase II Telófase II Citocinese

Meiose II

Meiose1

486 1 Disponível em: https://static.biologianet.com/2022/08/etapas-da-meiose.jpg. Acesso em: 16 fev. 2023.


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z Prófase I: desaparecimento da carioteca e do As moléculas químicas são formadas por átomos.
nucléolo, início da migração dos centríolos para A matéria viva é composta por alguns elementos
lados opostos da célula. Permite ocorrer crossing- químicos importantes, os quais devemos sempre ter
-over ou permutação (troca de pedaços entre cro- em mente ao estudar bioquímica. São eles: carbono,
mossomos homólogos); hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo e enxofre.
A partir desses elementos são formadas substâncias
„ Metáfase I: cromossomos migram aos pares químicas essenciais para a existência da vida e para a
para o centro da célula (região equatorial); formação de um organismo.
„ Anáfase I: separação dos cromossomos
homólogos; COMPOSIÇÃO QUÍMICA MÉDIA DOS ORGANISMOS
„ Telófase I: citocinese; VIVOS
„ Prófase II: ocorre o desaparecimento da cario-
teca e do nucléolo;
„ Metáfase II: cromossomos migram para a
região equatorial da célula;
„ Anáfase II: separação das cromátides irmãs;
„ Telófase II: reaparecimento da carioteca e do
nucléolo, e citocinese.

Na fase II da meiose o processo é similar ao que


ocorre na mitose.
Água Proteínas Lipídeos Carboidratos
70% 15% 10% 3,5%
Sais minerais Outros
EXERCÍCIO COMENTADO 1,0% 0,5%

1. (ENEM — 2022) As células da epiderme da folha da Essa porcentagem pode variar entre diferentes espé-
Tradescantia pallida purpurea, uma herbácea popu- cies. Também existe variação entre os órgãos de um
larmente conhecida como trapoeraba-roxa, contém organismo, variações no decorrer da idade, entre outros.
um vacúolo onde se encontra um pigmento que dá a
coloração arroxeada a esse tecido. Em um experimen-
to, um corte da epiderme de uma folha da trapoeraba- Se liga!
-roxa foi imerso em ambiente hipotônico e, logo em
seguida, foi colocado em uma lâmina e observado em Os elementos químicos importantes para a
microscópio óptico. constituição dos organismos podem ser lembra-
dos através do termo “CHONPS”.
Durante a observação desse corte, foi possível identificar o: Diferenças na porcentagem de água em órgãos
a) A acúmulo do solvente com fragmentação da organela.
do corpo humano: cérebro 75%, sangue 81%,
b) rompimento da membrana celular com liberação do fígado 86%, músculos 75%, rins 83% etc.
4
-2

citosol.
13

c) aumento do vacúolo com diluição do pigmento no seu Quanto à classificação, essas substâncias podem ser
.7

interior. orgânicas ou inorgânicas. De forma simples, são diferen-


28

d) quebra da parede celular com extravasamento do ciadas baseado na presença ou ausência, respectivamen-
.8

pigmento. te, do elemento carbono em suas estruturas.


18

e) murchamento da célula com expulsão do pigmento do


-0

vacúolo.
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS
ar

A questão trata do tema osmose, um transporte de


lm

membrana caracterizado pela passagem do solven- São a água e os sais minerais. Temos, então, as
gi

te do meio hipotônico para o hipertônico. Nesse características da água:


ar

caso, o corte, quando imerso em meio hipotônico,


lm

adquire solvente. Dessa forma, o vacúolo celular z Solubilidade: é considerada solvente universal,
gi

aumenta em volume. Vale ressaltar que a célula pois consegue dissolver uma grande quantidade
vegetal não sofre rompimento, pois é constituída de de substâncias;
parede celular. Resposta: Letra C. z Tensão superficial: alta coesão entre as moléculas;
z Atua no controle da temperatura corporal: é
capaz de absorver e de conservar calor;
z Participa de diversas reações químicas importan-
tes para os organismos.
BIOQUÍMICA
Já os sais minerais (como ferro, cálcio e iodo por
BIOLOGIA

Bioquímica é a área da biologia responsável pelo


exemplo) são assim caracterizados:
estudo das reações químicas que ocorrem nos orga-
nismos vivos. É uma ciência amplamente utilizada na
microbiologia, agricultura, indústria alimentícia, far- z desempenham várias funções em um organismo,
macologia, dentre outras. sendo responsáveis pela manutenção do funciona-
mento adequado;
z são obtidos através da alimentação (o corpo não
produz); 487
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z atuam como reguladores enzimáticos em reações As proteínas apresentam conformações (formatos)
químicas e no equilíbrio osmótico do organismo. específicos para as funções que irão desempenhar. Se
esse formato for alterado por algum motivo, ela pode
SUBSTÂNCIAS ORGÂNICAS perder a capacidade de desempenhar sua função. E
quais fatores poderiam causar essa perda de função?
Proteínas
z aumento da temperatura;
Compostos de extrema importância para o orga- z alterações de PH;
nismo. Desempenham funções estruturais, energéti- z salinidade.
cas, enzimáticas, hormonais e de defesa. O aumento da temperatura pode resultar na des-
As proteínas são formadas por conjuntos de ami- naturação da proteína e, consequentemente, na per-
noácidos. Os aminoácidos são formados por reações da de função. Algumas desnaturações são reversíveis
de condensação do tipo ligação peptídica que ocorrem (exemplo: alisamento do cabelo por uso de chapinha
entre grupamentos amino e grupamentos carboxila, quente) e outras irreversíveis (exemplo: clara do ovo
resultando na liberação de uma molécula de água. após cozimento).
Estruturalmente, são compostos por um átomo de
carbono central (carbono α), um átomo de hidrogênio, Carboidratos
um grupo amino, um grupo carboxila e um grupo R.
Conhecidos também como açúcares, glicídios
H2O ou hidratos de carbono, eles são importantes para o
H O H H O H O O
metabolismo energético e na formação de componen-
H3N – Cα– C– O + H–N – Cα– C– O
+ - + -
H3N – Cα– C – N – Cα– C– O-
+
tes estruturais.
R1 H R2 R1 H R2 Os carboidratos são considerados a principal
fonte de energia das células e são classificados em 3
grandes grupos, monossacarídeos, dissacarídeos e
Ligação peptídica polissacarídeos:

Proteínas2 z Monossacarídeos: apenas uma molécula de car-


boidrato. Exemplos: glicose, frutose e galactose;
As proteínas são compostos orgânicos de grande z Dissacarídeos: duas moléculas de carboidrato uni-
importância para o bom funcionamento de um orga- das. Exemplos: maltose (glicose + glicose), sacarose
nismo. Elas desempenham diversas funções, sendo: (glicose + frutose) e lactose (glicose + galactose);
estruturais, energéticas, enzimáticas, hormonais e de z Polissacarídeos: várias moléculas de carboidra-
defesa. to unidas. Exemplos: glicogênio, amido, quitina e
celulose.
FUNÇÃO EXEMPLOS
Proteínas de membrana — membrana Se liga!
plasmática
4

Carboidratos simples são facilmente absorvidos


-2

Estrutural Actina e miosina — músculos


pelo organismo. Carboidratos complexos preci-
13

Queratina — cabelos e unhas


sam ser quebrados em moléculas simples antes
.7

Colágeno — pele
de serem absorvidos. Por este motivo, devemos
28

Energética Fontes alimentares — 4kcal/g dar preferência a monossacarídeos quando que-


.8
18

Lipases — digerem lipídeos remos fornecer energia mais rapidamente ao


Enzimática
-0

Proteases — digerem proteínas organismo.


ar

Hormonal Insulina — pâncreas


lm

Defesa Anticorpos Lipídeos


gi
ar

São classificadas em quatro tipos, de acordo com a Conhecidos também como gorduras, são insolú-
lm

configuração espacial apresentada: veis em água. Participam do metabolismo energético


gi

atuando como reserva de energia. Atuam na formação


Primária Sequência linear dos aminoácidos que de componentes estruturais, têm função hormonal,
compõem a proteína protegem contra variações de temperatura (isolante
Estrutura em α-hélice ou β-pregueada térmico) e contra choques mecânicos.
Secundária
Ligação de hidrogênio. Exemplo: colágeno
Os lipídeos são classificados como:

z Glicerídeos: formados pela união entre ácidos


Terciária
Ligação de enxofre ou pontes dissulfeto graxos e glicerol. Exemplo: triglicerídeo (3 molécu-
Exemplo: mioglobina las de ácido graxo);
z Fosfolipídios: atuam na composição das membra-
nas celulares. São formados pela união de glicerí-
União de proteínas em conformação terciária
deo com um fosfato;
Quaternária z Carotenoides: são pigmentos com coloração ala-
Exemplo: hemoglobina humana
ranjada presentes em células vegetais;
488 2 Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/. Acesso em: 11 nov. 2020.
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z Cera: composto responsável por evitar a perda Substrato específico
de água por transpiração. Pode ser encontrada
em superfícies foliares, em ceras de abelhas ou de
Coenzima
ouvido humano e sobre a estrutura corporal de
alguns insetos;
z Esteroides: como exemplo temos os hormônios
Enzima
sexuais masculinos e femininos (testosterona,
estrogênio e progesterona) e o colesterol.

Essa molécula de colesterol pode se associar à pro- As enzimas podem ser reutilizadas em diferentes
reações, já que não ocorre gasto delas durante as rea-
teínas presentes no sangue e formar lipoproteínas, as
ções químicas. O melhor funcionamento das enzimas
famosas moléculas de HDL (colesterol bom) e de LDL ocorre em uma temperatura ideal e um pH ótimo, e
(colesterol ruim). isso vai variar para cada uma. É preciso saber o local e
a forma de ação das enzimas para encontrar as melho-
Ácidos Nucleicos res condições de funcionamento. Um exemplo disso
é a amilase salivar, com funcionamento ideal em pH
Formados pelo conjunto de nucleotídeos. Classi- ligeiramente mais básico. Quando chega ao estômago,
ficam-se em Ácido Desoxirribonucleico (DNA) e Áci- que apresenta pH ácido, ela é inativada e, no intesti-
no, a amilase pancreática passa a exercer a função de
do Ribonucleico (RNA). Têm como função carregar a
hidrolisar o amido.
informação genética, bem como codificar e traduzir
informações referentes à síntese de proteínas. PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA NA
CÉLULA
Vitaminas
Metabolismo Energético
Auxiliam na manutenção e no bom funcionamen-
to do organismo, sendo obtidas via alimentação. Atu- Reações químicas ocorrem o tempo todo em orga-
am como coenzimas (catalisadores enzimáticos). Não nismos vivos. Denominamos metabolismo energético
fornecem energia aos organismos. Quando em falta, o o conjunto de reações que tem como objetivo a obten-
ção de energia.
indivíduo sofre por avitaminose e quando em exces-
Podemos dizer que os processos metabólicos con-
so, denominamos hipervitaminose. Encontram-se
sistem em sucessivas atividades anabólicas e catabó-
divididas em dois grupos: as vitaminas hidrossolúveis licas, como ganhos e gastos de energia. Isso significa
e as lipossolúveis. que estamos formando e quebrando substâncias o
tempo todo. No anabolismo, as moléculas são forma-
z Hidrossolúveis — solubilizam em água. Vitami- das (reações de síntese) e no catabolismo, elas são
nas: C e Complexo B. O excesso é descartado na quebradas (reações de degradação), liberando produ-
4

urina; tos que podem ser utilizados em outras reações, inclu-


-2

sive anabólicas. Como exemplos temos a fotossíntese


13

e a respiração celular, respectivamente.


.7

„ Deficiências hidrossolúveis — Vitamina C =


Além disso, devemos lembrar que existem orga-
28

escorbuto, Vitamina B1 = beribéri. nismos capazes de produzir seu próprio alimento,


.8

os autotróficos, e organismos que não possuem essa


18

z Lipossolúveis — solubilizam em lipídeos. Vitami- habilidade, os heterotróficos. Sendo assim, precisa-


-0

nas: A, D, E e K; mos entender e descrever os mecanismos que cada


ar

um deles utiliza para obter energia.


lm

„ Deficiências lipossolúveis: Vitamina A =


gi

cegueira noturna, Vitamina D = raquitismo, PRINCIPAIS VIAS METABÓLICAS


ar

Vitamina E = esterilidade, Vitamina K = defici-


lm

ência na coagulação sanguínea. Reações de Síntese


gi

Síntese de compostos orgânicos a partir de inorgâni-


Enzimas
cos, realizada apenas por organismos autotróficos. São
endotérmicas — precisam de energia para acontecer.
As enzimas são proteínas com capacidade de
aumentar a velocidade da reação, sendo classificadas Fotossíntese
como catalisadores biológicos. Isso é possível porque
elas conseguem diminuir a energia de ativação neces- Energia luminosa é transformada em energia
BIOLOGIA

sária para a realização do processo. química.


Também são específicas para cada substrato, fun- Reação:
cionando no mecanismo chave-fechadura, ou seja, se
ligam apenas a substratos com um encaixe perfeito. Clorofila
6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6H2O + 6O2
Além disso, temos as coenzimas (exemplo — vitami- Luz

nas), que podem atuar no processo, mas apenas quan-


Gás Carbônico + água = Glicose + água + Oxigênio
do for necessário. 489
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As reações de fotossíntese ocorrem nas folhas das z Respiração aeróbia: nas mitocôndrias
plantas, mais especificamente, nos cloroplastos de
células vegetais. Essas organelas apresentam estrutu- Matriz mitocondrial
ra dividida em estroma, onde ocorre a fase escura da Ribossomos DNA
fotossíntese, e tilacoides, onde ocorre a fase clara. Espaço intermembrana
A fotossíntese é realizada apenas na presença de
luz, por isso dizemos que ocorre de dia. Na fase clara,
a luz quebra a molécula de água e libera O2 dessa que-
bra, gerando ATP e NADPH2. Essa fase gera elétrons e
Membrana externa
energia, que serão utilizados na fase escura, onde o
CO2 será recrutado para formar a molécula de glicose. Grânulos Membrana interna

Quimiossíntese

Ocorre oxidação de substâncias químicas inorgâ- Mitocôndria3


nicas para a produção de substâncias orgânicas. Não
precisa de luz para acontecer. Processo realizado por z Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico: ocorre
Archaeas e Bactérias quimiossintetizantes. na matriz mitocondrial e produz 2 ATPs;
Processo em duas etapas: z Cadeia Respiratória ou Fosforilação Oxidativa:
ocorre nas cristas mitocondriais e produz, aproxi-
z Primeira etapa: o composto orgânico se une ao O2, madamente, 34 ATPs. Única fase que tem consumo
formando um composto inorgânico oxidado. Nes- efetivo de O2.
sa reação, são liberados produtos que serão utiliza- O resultado de produção de ATPs é, portanto, de
dos na segunda etapa; aproximadamente 38 ATPs.
z Segunda etapa: utiliza CO2, H2O e a energia trazida
da primeira etapa em moléculas de ATP e NADPH2
para formar composto orgânico e O2. Se liga!
O gás cianeto age bloqueando a entrada de O2 e,
Reações de Degradação consequentemente, impedindo a ocorrência da
cadeia respiratória, levando o indivíduo a morte
Organismos heterotróficos degradam alimentos por asfixia química.
para a obtenção de energia e os autotróficos obtêm
energia por meio de substâncias produzidas por eles
mesmos, em reações de síntese. São exotérmicas: libe- Fermentação
ram energia quando concluídas.
É um processo anaeróbico que ocorre para a for-
Respiração Celular mação de ATP (2ATPs por reação). Processos anaeróbi-
4

cos são aqueles que ocorrem na ausência de O2.


-2
13

Processo realizado nas mitocôndrias de células


.7

eucariontes. É um processo aeróbio (ocorre na pre-


28

sença de O2), constituído por três etapas: glicólise, 2 ATPs


.8

ciclo de Krebs e cadeia respiratória. Fermentação


18

Etanol + CO2 alcoólica


-0

Respiração Anaeróbica
ar
lm

Glicose Ácido pirúvico


z Glicólise: é o processo de quebra da molécula de
gi

glicose. Não precisa de O2 para acontecer, mas é


ar

uma fase necessária para a ocorrência da respira- 2NAD+ 2NADH + 2H+


lm

Fermentação
ção celular aeróbica. Ocorre no citoplasma. Pro- Ácido láctico
láctica
gi

duz 2ATPs e ácido pirúvico.


O tipo de fermentação será definido de acordo com
o produto formado pelo ácido pirúvico. Se o produto for
2 ATPs etanol + gás carbônico será uma fermentação alcoólica.
É realizada, por exemplo, por leveduras na produção
de pães, bolos, combustível etc. Mas, se o ácido pirúvico
formar ácido lático, a fermentação será do tipo láctica.
Organismos capazes de realizar fermentação lác-
Glicose Ácido Pirúvico tica: lactobacilos, vermes e protozoários. Além disso,
os músculos esqueléticos possuem essa capacidade,
inclusive em humanos, uma consequência disso são as
2NAD+ 2NADH + 2H+ famosas câimbras. Esse tipo de fermentação é muito
utilizado na indústria alimentícia, para a produção de
derivados do leite.
490 3 Disponível em: https://enciclopediadebiologia.com/mitocondria/. Acesso em: 11 nov. 2020. Adaptado.
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O que faz o pão crescer ao fermentar é o CO2 libe- Bactérias aeróbias
rado durante a reação. O fungo (Saccharomyces cere-
visiae) utiliza a glicose para produzir energia e libera Filamento de alga verde
CO2 como consequência.

REGULAÇÃO METABÓLICA
ho o
el el et
a
Mecanismos de Regulação Metabólica rm ar rd
e
ul il ol
Ve Am Ve Az An Vi

z Ativação e Inibição Alostérica: aqui, as enzimas


trabalham em conjunto com efetores alostéricos.
Ou seja, com moléculas regulatórias capazes de Microespectro

reduzir ou ampliar os efeitos das reações enzi-


máticas através de alterações nos sítios catalíticos; Considerando a figura, a faixa do microespectro em que
a alga possui maior taxa de realização fotossintética é a
z Modificação Covalente de Enzimas: neste caso,
do:
existe a participação de grupos fosfato. A regulação
enzimática ocorre através de processos de fosforila-
a) Anil.
ção, os quais podem inibir ou estimular a formação b) Verde.
de determinado produto de uma reação enzimática. c) Violeta.
z Alteração na Quantidade de Enzimas: os proces- d) Amarelo.
sos metabólicos que ocorrem em um organismo e) Vermelho.
dependem da velocidade de síntese e degradação
apresentadas pelas enzimas das reações. Assim, se Para responder essa questão, é necessário lem-
alterarmos as quantidades de enzimas para um dos brar que, durante a fotossíntese, a planta libera
lados (de formação ou de quebra dos produtos), have- gás oxigênio (O2) e que bactérias aeróbias utilizam
rá consequente alteração na velocidade da reação. oxigênio em seu metabolismo. Assim, a faixa do
microespectro que apresenta maior taxa de realiza-
METABOLISMO E REGULAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE ção fotossintética pela alga será aquela que contém
ENERGIA maior quantidade de bactérias aeróbicas em busca
do oxigênio disponibilizado no local, neste caso, a
Utilização de ATP pelos Músculos e Cérebros faixa do vermelho. Resposta: Letra E.

2. (ENEM — 2022) Os ursos, por não apresentarem uma


Glicose, corpos cetônicos e ácidos graxos livres
hibernação verdadeira, acordam por causa da presen-
podem ser usados como fonte de energia para o mús- ça de termogenina, uma proteína mitocondrial que
culo. A escolha da fonte energética dependerá do impede a chegada dos prótons até a ATP sintetase,
nível de esforço realizado pelo órgão. Em repouso, o gerando calor. Esse calor é importante para aquecer
tecido muscular utiliza corpos cetônicos dos hepató- o organismo, permitindo seu despertar. SADAVA, D. et
4

citos e ácidos graxos do tecido adiposo. Em atividade al. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed,
-2

moderada, o músculo utiliza glicose circulante na cor- 2009 (adaptado).


13

rente sanguínea. Já quando a atividade é máxima, os


.7

músculos precisam de energia rápida, utilizando, por- Em qual etapa do metabolismo energético celular a
28

tanto, o glicogênio (através da glicogênese = quebra do termogenina interfere?


.8
18

glicogênio). Ao fim do exercício de alta intensidade, o


a) Glicólise.
-0

organismo realiza processos para repor o glicogênio b) Fermentação lática.


de abastecimento no fígado e nos músculos.
ar

c) Ciclo do ácido cítrico.


O cérebro utiliza apenas a glicose como fonte
lm

d) Oxidação do piruvato.
de energia e, por possuir uma reserva de glicogênio e) Fosforilação oxidativa.
gi

muito pequena, ele frequentemente precisa de glico-


ar

se sanguínea. Porém, em casos excepcionais e emer- De acordo com o enunciado da questão, a termo-
lm

genciais, como uma situação de jejum prolongado, o genina impede a chegada de prótons até a enzima
gi

cérebro pode utilizar corpos cetônicos originados em ATP sintetase. Assim, interfere na produção de ATP,
ácidos graxos do fígado. evento proeminente na etapa de fosforilação oxida-
tiva do metabolismo. Resposta: Letra E.

EXERCÍCIOS COMENTADOS BIOLOGIA MOLECULAR: DNA, RNA E


PROTEÍNAS
1. (ENEM — 2020) Em uma aula sobre metabolismo
BIOLOGIA

energético, foi apresentado um experimento clássi- NUCLEOTÍDEOS, REAPLICAÇÃO, TRANSCRIÇÃO E


co realizado por Engelmann. Um recipiente contendo TRADUÇÃO
bactérias aeróbias e uma alga verde filamentosa foi
submetido à iluminação de uma fonte de luz, repre- A molécula de DNA (Ácido Desoxirribonucleico)
sentada pelo microespectro. Após a explicação, um pode ser considerada a estrutura mais importante do
aluno esquematizou na lousa o resultado do referido corpo humano. Nela, é possível encontrar informa-
experimento. ções hereditárias únicas, utilizadas para a formação 491
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de cada ser. É resultado de informações com origem nos gametas masculino (espermatozoide) e feminino (óvulo).
Sendo assim, essa molécula carrega 50% de informação de origem paterna e 50% de origem materna. Em células
procariontes, encontra-se dispersa no citoplasma, constituindo o nucleoide. Já em células eucariontes, é protegida
pela carioteca, ocupando a região interna do núcleo.

Célula Procarionte

Mesossomo
Nucleoide
(DNA)
Citoplasma Flagelo

Parede
celular
Ribossomos
Cápsula
Plasmídeo Fímbrias

Membrana
plasmática

Célula Eucarionte

z Animal:

Lisossomo
Ribossomo Membrana plasmática
Aparelho de
Golgi
Citoplasma

Retículo
endoplasmático
rugoso

Peroxissomo

Centríolo
Núcleo
4
-2
13
.7
28

Rétículo endoplasmático
.8

liso
18
-0

z Vegetal:
ar
lm

Membrana plasmática Parede celular


gi

Ribossomo Citoplasma
Aparelho
ar

de Golgi
Vacúolo
lm
gi

Cloroplasto

Mitocôndria

Peroxissomo

Retículo
endoplasmático Núcleo

492
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A unidade fundamental formadora da molécula A molécula de RNA também é formada por nucleo-
de DNA é o nucleotídeo. Cada nucleotídeo é constituí- tídeos. Porém, as bases nitrogenadas que constituem o
do por um açúcar (pentose), um grupamento fosfato RNA são adenina, uracila, citosina e guanina, orga-
e uma base nitrogenada. O conjunto de nucleotídeos nizadas em fita simples.
forma a fita de DNA, como mostra o esquema a seguir:

Durante a formação do RNA, adenina (A) é comple-


mentar à uracila (U) (não à timina, como em casos de
formação de DNA), e guanina (G) se mantém comple-
Se liga! mentar à citosina (C).
Quando o nucleotídeo não possui grupamento fos- Temos, então:
fato, apresentando apenas a base nitrogenada e a
pentose, ele passa a ser chamado de nucleosídeo. DNA RNA
Tipo de Fita Dupla ou simples Simples
As bases nitrogenadas são descritas como adenina, Tipo de Açúcar Desoxirribonucleico Ribonucleico
timina, citosina e guanina. Em fitas duplas de DNA,
Tipos de Bases
ocorre ligação entre as bases nitrogenadas dos nucleo- A, T, C e G A, U, C e G
Nitrogenadas
tídeos de cada uma das fitas. A ligação química é do
tipo ponte de hidrogênio (ou ligação de hidrogênio).
Adenina (A) sempre se liga à timina (T) por dupla liga- Por meio de um processo denominado replica-
ção, e guanina (G) sempre se liga à citosina (C) por meio ção (ou duplicação), ocorre a formação de uma nova
de tripla ligação, como pode ser observado na figura: molécula de DNA (sempre no sentido 5` à 3` da fita).
Esse processo é semiconservativo. É importante
que vocês entendam muito bem o que isso significa.
4

Indo direto ao ponto: significa que metade da fita foi


-2

mantida (fita molde ou fita antiga) e a outra metade


13

é nova (fita recém-sintetizada). Necessita de enzimas


.7

para ocorrer: helicase (quebra as ligações de hidrogê-


28

nio), DNA polimerase (produz DNA) e ligase (refaz as


.8

ligações de hidrogênio). Para ilustrar o processo, olhe


18

atentamente a figura a seguir:


-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi

As ligações duplas são mais sensíveis ao aumen-


to de temperatura do que as ligações triplas, poden-
BIOLOGIA

do ser desfeitas com maior facilidade. Portanto, uma Já se o processo for a transcrição, a fita de DNA
molécula com maior quantidade de ligações entre A-T formará moléculas de RNA mensageiro (RNAm) ao
é mais frágil do que uma molécula com maior quanti- invés de DNA.
dade de ligações entre C-G.
A molécula de DNA é estruturada em dupla hélice
e apresenta a capacidade de formar novas moléculas,
que podem ser de DNA ou de RNA (Ácido Ribonucleico). 493
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Repare que o processo é bem similar ao da replicação, embora a enzima formadora de RNA seja a RNA poli-
merase (não a DNA polimerase, que forma DNA) e, considerando que RNA, na maioria das vezes, não é dupla fita,
também não ocorre a ação da ligase (enzima que refaz as ligações de hidrogênio entre as fitas). Caso ainda reste
dúvidas sobre a diferença entre os dois processos, é interessante comparar as figuras que os representam, de
replicação e de transcrição.
Esse RNA mensageiro (RNAm) que foi produzido carrega os códons. A informação contida nele é lida (traduzi-
da) durante um processo denominado tradução. Nesta etapa, são necessárias também moléculas de RNA trans-
portador (RNAt), que carregam os chamados anticódons; e dos ribossomos que possuem RNA ribossômico (RNAr).
A leitura tem como resultado a formação de aminoácidos. Os conjuntos de aminoácidos formam as proteínas.

O anticódon sempre traz uma sequência complementar à do códon. Por exemplo, se o códon é AUG, então o
anticódon será UAC. O ribossomo conecta as subunidades maior e menor dele, de forma a abraçar a fita de RNAm
e iniciar a leitura do RNAm assim que encontra um códon de iniciação (start codon), que é sempre a metionina
(códon=AUG). A leitura continua até o momento em que o ribossomo encontra uma sequência de terminação, esse
códon é denominado códon de parada (stop codon). As sequências representativas dele podem ser observadas na
imagem que corresponde à tabela do código genético.

2ª base do códon
UUU Fenilalanina UCU UAU UGU
Tirosina Cisteína
4

UUC UCC UAC UGC


Serina
-2

UCA
Códon de
13

UUA UCG UAA Códons de UGA


Leucina UAG parada Parada
.7

UUG
28

UGG Triptofano
.8

CUU CCU CAU CGU


3ª base do códon

Hisidina
18
1ª base do códon

CUC CCC CAC CGC


CUA Leucina CCA Prolina CGA Arginina
-0

CAA
CUG CCG Glutamina CGG
CAG
ar
lm

AUU ACU AAU AGU


Asparagina Serina
AUC Isoleucina ACC AAC AGC
gi

AUA ACA Treonina


AAA AGA
ar

ACG Lisina Arginina


AUG Metionina AAG AGG
lm
gi

GUU GCU GAU GGU


Ácido aspártico
GUC GCC GAC GGC
Valina Alanina Glicina
GUA GCA GGA
GAA
GUG GCG Ácido glutâmico GGG
GAG

Ao término da leitura:

z o RNAt se desliga, ficando livre no citoplasma;


z o ribossomo (RNAr) também se desliga, liberando as subunidades maior e menor até que encontrem outra
metionina;
z a proteína formada é liberada.

494
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A figura a seguir traz um resumo dos processos de replicação, transcrição e tradução que ocorrem nas
células.

Esses processos apresentam algumas diferenças em células eucariontes e procariontes.


Nas células eucariontes, a replicação ocorre no núcleo da célula, assim como a transcrição. O RNAm consegue
passar pelos poros da carioteca e chegar ao citoplasma, onde ocorre a tradução.
Atenção para os éxons e íntrons: éxons são partes do RNAm transcritas e traduzidas, enquanto os íntrons são
partes transcritas que não são traduzidas. Dessa forma, a proteína formada irá conter apenas as informações dos
éxons. Essa informação é importante para células eucariontes. Células procariontes têm todo o RNAm lido, sendo
raro encontrar íntrons nelas.
Já as células procariontes não possuem núcleo separando o DNA do citoplasma. Na ausência de membrana
nuclear (carioteca), os RNAm formados podem ser lidos pelos ribossomos a qualquer momento, sem que haja um
controle do processo, diferente do que ocorre nas células eucariontes.
Aqui, os processos ocorrem de forma simultânea e não linear, ou seja, replicação, transcrição e tradução ocor-
rem ao mesmo tempo e o tempo todo. É fundamental ter essa diferença entre os processos moleculares que
ocorrem em células procariontes e eucariontes sempre em mente, pois isso facilitará o entendimento de outras
matérias dentro da biologia.

EXERCÍCIO COMENTADO
1. (ENEM — 2022) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um produto de terapia gênica no país,
indicado para o tratamento da distrofia hereditária da retina. O procedimento é recomendado para crianças acima de
12 meses e adultos com perda de visão causada pela mutação do gene humano RPE65. O produto, elaborado por
engenharia genética, é composto por um vírus, no qual foi inserida uma cópia do gene normal humano RPE65 para
corrigir o funcionamento das células da retina.

ANVISA. Disponível em: www.gov.br/anvisa. Acesso em: 4 dez. 2021 (adaptado).

O sucesso dessa terapia advém do fato de que o produto favorecerá a:


4

a) a correção do código genético para a tradução da proteína.


-2

b) alteração do RNA ribossômico ligado à síntese da proteína.


13

c) produção de mutações benéficas para a correção do problema.


.7

d) liberação imediata da proteína normal na região ocular humana.


28

e) expressão do gene responsável pela produção da enzima normal.


.8
18
-0

O enunciado da questão diz que o produto contém uma cópia do gene normal, que possibilitará sua expressão
correta. Consequentemente, por transcrição, formará o correto RNA mensageiro e, por tradução proteica, a pro-
ar

dução da enzima normal. Resposta: Letra E.


lm
gi
ar
lm

GENÉTICA
gi

Genética é a área da biologia que estuda a hereditariedade, ou seja, a transmissão de características de pais
para filhos ao longo das gerações.

CONCEITOS IMPORTANTES

z Genótipo: características genéticas do organismo, mostra os tipos de alelo que o organismo possui. É representado
por letras, por exemplo: VV, Aa, bb etc.;
BIOLOGIA

z Fenótipo: características físicas, fisiológicas e comportamentais do organismo. Exemplos: cor do cabelo, textu-
ra de uma semente, tamanho do pé, agressividade etc.;
z Alelo: são as diferentes formas de representar as características de um mesmo gene. Ocupam mesmo lócus
gênico (posição em um cromossomo). Exemplos: Gene A, seus alelos podem ser A ou a;
z Homozigoto: apresenta alelos iguais e é representado por letras idênticas. Exemplos: AA, vv, BB;
z Heterozigoto: apresenta alelos diferentes. É representado por letras iguais, mas não idênticas, afinal uma
deverá ser maiúscula e outra minúscula. Exemplos: Aa, Vv, Bb; 495
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z Característica Dominante: é aquela que se z P = geração parental;
expressa em indivíduos com alelos em homozigo- z F1 = geração híbrida resultante do cruzamento
se e em heterozigose. Exemplo: AA e Aa; VV e Vv; entre 2 parentais;
BB e Bb etc.; z F2 = geração resultante da autofecundação do
z Característica Recessiva: é aquela que se expres- híbrido.
sa em indivíduos com alelos em homozigose, mas
não em heterozigose. Exemplos: aa, vv, bb etc. Mendel cruzou ervilhas com determinada caracte-
rística até ter certeza de que eram linhagens puras.
Depois, ele cruzou as linhagens puras obtidas (cruza-
Se liga! mento da geração parental). Obteve o híbrido (gera-
ção F1). Realizou autofecundação do híbrido e obteve
Fenótipo = Genótipo + Ambiente. a geração F2, encontrando as seguintes proporções:

z Proporção genotípica: 1(AA): 2 (Aa) : 1 (aa)


ÁRVORE GENEALÓGICA / HEREDOGRAMA
z Proporção fenotípica: 3 (amarelas) : 1 (verde)
Heredograma é a representação gráfica do paren-
tesco entre indivíduos de uma família, juntamente
Linhagem pura Linhagem pura
com informações sobre nascimentos, doenças, faleci-
mentos, uniões etc. Não há como estudar genética sem
X X
o domínio e o conhecimento prévio deste assunto.
VV VV VV VV
Sexo masculino Irmãos

Sexo feminino VV VV
ou Portador heterozigoto 100% 100%
Sexo indefinido

ou Falecido
Afetado P: X
vv
VV
União Gêmeos univitelinos
F1:
Vv
União consanguínea
Gêmeos bivitelinos
F2
Casal com filha
VV Vv Vv vv
75% 25%

Ervilhas amarelas (V_)


GREGOR MENDEL
Ervilhas verdes (vv)
4

Gregor Johann Mendel (1822-1884), mais conheci-


-2

do como o “Pai da genética”, foi o responsável pelos


13

famosos cruzamentos em ervilhas. Sim, aqueles cru- Segunda Lei de Mendel, ou Lei da Segregação
.7

zamentos que sempre ouvimos falar ao estudar gené-


28

Independente dos Fatores


tica. Ele tinha como objetivo entender os princípios da
.8
18

herança, ou seja, a hereditariedade. Os fatores que determinam as características de


A escolha pelas ervilhas (espécie Pisum sativum)
-0

um indivíduo se separam de forma independente


como material de estudo foi devido à facilidade de cul- durante a formação dos gametas e se combinam ao
ar

tivo, praticidade em procedimentos com polinização acaso. Para o desenvolvimento e a comprovação des-
lm

controlada e a grande variedade de traços contrastan- sa Lei, Mendel investigou duas ou mais características
gi

tes encontrada nessas plantas. por vez.


ar

Em seus testes, ele utilizava plantas que nomeou Exemplo: ervilhas amarelas e lisas versus ervilhas
lm

como puras ou híbridas. As linhagens puras eram verdes e rugosas.


gi

resultado de sucessivos cruzamentos por autofecun- Mendel obteve linhagens puras de ervilhas amare-
dação (com seleção das características de interesse) e las lisas e, também, de ervilhas verdes rugosas. Fez o
as híbridas eram resultado do cruzamento entre duas cruzamento delas e conseguiu a geração F1. Por auto-
linhagens puras. Após anos de estudo, ele postulou as fecundação da F1, surgiram as ervilhas da geração F2,
Leis de Mendel. encontrando a proporção fenotípica:

LEIS DE MENDEL z Proporção Fenotípica: 9 (amarelas e lisas) : 3


(amarelas e rugosas) : 3 (verdes e lisas) : 1 (verde
Primeira Lei de Mendel ou Lei da Segregação dos e rugosa).
Fatores

As características de um indivíduo são determina-


das por um par de fatores que se separam na forma-
ção dos gametas.

496
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Linhagem pura Linhagem pura

VVRR VVRR vvrr vvrr

VVRR vvrr
100%

P:
VVRR VVRR

F1:
VvRr

F2:
V_R_ V_rr vvR_ vvrr
9 3 3 1

Ervilhas amarelas e lisa (V_R_)

Ervilhas verdes rugosas (VVrr)

PROBABILIDADE GENÉTICA

Regra do “E” e do “OU”

Quando queremos analisar a probabilidade de duas características ocorrerem simultaneamente fazemos refe-
rência a regra do E = multiplicamos os resultados parciais para obter o resultado final. Exemplo: qual a chance
de uma criança ser albina E do sexo feminino? Devemos calcular as probabilidades para cada situação e multi-
plicá-las depois.
Quando queremos analisar a probabilidade de ocorrer apenas uma coisa ou outra fazemos referência à regra
do OU; somamos os resultados parciais para obter o resultado final (é importante lembrar do mínimo múltiplo
comum, lá da matemática para resolver). Exemplo: qual a chance de uma criança nascer albina OU do sexo femi-
nino? Devemos calcular a probabilidade para cada situação e somá-las depois.

INTERAÇÃO ENTRE GENES ALELOS


4
-2

Dominância Incompleta
13
.7

Ocorre quando o genótipo heterozigoto expressa uma característica intermediária, aquela dos genótipos
28

puros, homozigotos dominante e recessivo. Considerando as informações contidas na figura abaixo, temos que o
.8

genótipo híbrido é o VB e os puros são VV e BB. Exemplo: flores boca de leão ou flores maravilha.
18
-0

z Proporção genotípica: 1(VV) : 2 (VB) : 1 (BB);


ar

z Proporção fenotípica: 1 (vermelha) : 2 (rosas) : 1 (branca).


lm
gi

P: X
ar

vv
lm

BB
Vermelha (VV)
gi

F1:
Branca (BB) VB
Rosa (VB)

F2:
vv VB VB BB
25% 50% 25%
BIOLOGIA

497
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Codominância

z Grupos Sanguíneos: Sistema ABO

A definição do grupo sanguíneo de um indivíduo depende do aglutinogênio (glicoproteína) que se encontra


ligado à superfície de suas hemácias, podendo ser de quatro tipos: A, B, AB ou O. No caso de não haver proteínas
ligadas, o indivíduo é classificado como O (ou zero).

Fenótipo A B AB O

Iª Iª I I
b b

Genótipo ou ou Iª Ib ii
Iªi Ibi

Aglutinogênio
A B AeB –
(nas Hemácias)

Aglutinina Anti-A
Anti-B Anti-A –
(no Plasma) e Anti-B

A, B, AB e O
Doa Para: A e AB B e AB A, B e AB
“Doador Universal”

A, B, AB e O
Recebe De: AeO BeO O
“Receptor Universal”

Se o sangue aglutina, significa que ele tem aquela proteína. Por exemplo, se adicionamos um pouco de aglu-
tinina Anti-A em uma amostra de sangue e esse sangue aglutina, significa que ele tinha a proteína A reagindo.

Fator Rh

Em 1940, foi descoberta uma proteína presente no sangue de macacos do gênero Rhesus. Essa proteína estimulava
a produção de anticorpos anti-Rh quando em contato com o sangue de outros animais. Assim, a população foi clas-
sificada em Rh+ e Rh-, ou seja, se o fator Rh está presente ou ausente no sangue do indivíduo. Por exemplo, quando
dizemos “meu sangue é A+”, estamos informando que temos proteína “A” e fator Rh na superfície de nossas hemácias.
4

Eritroblastose fetal (ou Doença Hemolítica do Recém-Nascido) ocorre apenas em casos de mãe Rh- e bebê Rh+.
-2
13

Afinal, o corpo da mãe ataca o que é estranho a ele, que é o fator Rh presente no bebê. Lembre-se, também, que,
no 1º filho, isso pode não representar um grande problema, mas se for o 2º filho, a mãe (que já foi sensibilizada
.7
28

na 1ª gestação) produzirá anticorpos anti-Rh que poderão atacar o bebê.


.8
18

Sistema MN
-0

É uma herança codominante representada por indivíduos MM, MN, NN na população. As letras representam
ar

proteínas presentes na superfície das hemácias.


lm
gi

Genes Letais
ar

Ocorre quando o descendente apresenta uma combinação de alelos que é letal em alguma fase do desenvolvi-
lm

mento embrionário, ou que leva à morte logo após o nascimento. A letalidade é associada a alelos em homozigose
gi

(normalmente casos de genótipo AA). Neste caso, a proporção fenotípica da prole será sempre 2:1, pois o AA
não é considerado, visto que nem chega a nascer.

Pleiotropia

Dizemos que ocorre um caso de Pleiotropia, quando um gene é responsável pela expressão de mais de uma
característica no organismo afetado.
Característica 1

Gene A Característica 2

Característica 3

498 Exemplos: na espécie humana, temos a fenilcetonúria e a anemia falciforme.


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Alelos Múltiplos ou Polialelia

Dizemos que é um caso de polialelia quando mais de um genótipo gera a mesma expressão fenotípica. Exem-
plo: pelagem de coelhos. Possíveis fenótipos: selvagem, chinchila, himalaia e albino.
Selvagem / aguti chinchila Himalaia Albino
(Castanho) (Cinza) (Branco com (Branco)
extremidades
escuras)

POSSÍVEIS GENÓTIPOS

C_ ⟶ CC; CCCh; CCh; CCa


CCh_ ⟶CChCCh; CChCCh; CChCa
Ch_ ⟶ChCh; ChCa
Ca Ca ⟶CaCa

Para pelagem selvagem é necessário pelo menos 1 “C” no genótipo; Chinchila, mínimo de 1 “CCh”; Himalaia,
mínimo de 1 “Ch”; e para Albino, é necessário “Ca” em dose dupla.

CARIÓTIPO E DETERMINAÇÃO DO SEXO

Cariótipo é o nome dado ao conjunto cromossômico característico de uma espécie. A seguir temos duas ima-
gens de cariótipo, ambas da espécie humana (46 cromossomos = 23 pares de cromossomos). Cada par possui um
cromossomo de origem paterna e outro de origem materna. Além disso, devemos observar que o cariótipo mas-
culino apresenta XY como último par de cromossomos (X que veio da mãe e Y que veio do pai) e que o cariótipo
feminino apresenta XX (um que veio do pai e outro que veio da mãe). Os outros 22 pares de cromossomos são
semelhantes em ambos os sexos e denominados autossomos. Veja nas imagens4 abaixo:

4
-2
13
.7
28
.8
18
-0

Considerando que mulheres são sempre XX, um cromossomo X obrigatoriamente vem da mãe (pois ela só tem
X para doar), através do ovócito II. Já no caso dos homens, que são XY, pode ocorrer a doação do cromossomo X ou
ar

do Y para os filhos. Por isso dizemos que quem define o sexo do bebê é o homem, afinal, tudo depende apenas do
lm

cromossomo que o espermatozoide está carregando.


gi
ar

HERANÇA SEXUAL
lm

Herança Ligada ao Sexo (Cromossomos X)


gi

São heranças transmitidas para outras gerações via cromossomo X. Afetam mais homens do que mulheres.
Homens com apenas um “cromossomo X portador” são afetados, enquanto mulheres precisam do “cromossomo
X portador” em dose dupla para desenvolver a doença. Caso o “cromossomo X portador” esteja em dose sim-
ples, as mulheres são consideradas portadoras, mas não afetadas. Exemplos: Síndrome de Duchenne, daltonismo,
hemofilia.

HEMOFILIA HOMENS MULHERES


BIOLOGIA

Fenótipo normal XHY XHXH

Fenótipo normal portador — XHXh

Fenótipo afetado: Hemofílico XhY XhXh

4 Disponível em: https://www.genome.gov/es/genetics-glossary/Cariótipo. Acesso em: 24 out. 2020. Adaptada. 499


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Herança Restrita ao Y ou Holândrica z Numéricas: euploidias e aneuploidias:

São heranças transmitidas para outras gerações via „ Euploidias: envolvem todo o conjunto cromos-
cromossomo Y. Afetam apenas homens, visto que mulhe- sômico (genoma) e podem ser haploidias (“n”),
res não possuem cromossomo Y. Exemplo: Gene SRY (res- diploidias (“2n”), triploidias (“3n”), poliploidias
ponsável pelo desenvolvimento genital masculino). (“4n” ou mais). Exemplo: um indivíduo normal
Algumas provas podem considerar a hipertricose da espécie humana é diploide e tem 2n = 46
auricular (presença de pelos nas orelhas), mas atual- cromossomos, o que significa que tem 23 pares
mente essa herança não é mais classificada como res- de cromossomos. O zangão é haploide, ou seja,
trita ao Y. possui apenas cromossomos que recebeu da
mãe. Na banana, temos um exemplo de triploi-
Herança Influenciada pelo Sexo dia e, nas orquídeas, um de poliploidia;
„ Aneuploidias: envolvem apenas um tipo de
São heranças que afetam os sexos de maneiras cromossomo do genoma.
diferentes, não sendo transmitidas para as gerações
através do cromossomo X ou Y. z Nulissomia (2n-2): o indivíduo perde 2 cromosso-
Exemplo: calvície, afeta homens em padrão domi- mos de um dos pares. Em humanos seria equiva-
nante (CC e Cc = homens calvos; cc = homens normais lente a 46-2 cromossomos, ou seja, um indivíduo
para a calvície) e mulheres em padrão recessivo (CC e Cc = com 44 cromossomos;
mulheres normais para a calvície; cc = mulheres calvas). z Monossomia (2n-1): o indivíduo perde 1 cromos-
somo de um dos pares. Em humanos seria equiva-
MUTAÇÕES GENÉTICAS lente a 46-1 cromossomos, ou seja, um indivíduo
com 45 cromossomos. Exemplo: Síndrome de Tur-
ner 45, X0;
Mutação genética é definida como alteração que
z Trissomia (2n+1): o indivíduo ganha 1 cromosso-
ocorre no material genético do indivíduo. Em muitos
mo em um dos pares. Em humanos seria equiva-
casos essa alteração resulta no desenvolvimento de
lente a 46+1 cromossomos, ou seja, um indivíduo
síndromes.
com 47 cromossomos. Exemplo: Síndrome de Kli-
nefelter 47, XXY (apenas em homens), Síndrome da
z Gênicas: alterações nos genes. Elas podem ocor-
super fêmea 47, XXX (apenas em mulheres), Sín-
rer por meio de substituição, adição ou deleção de
drome de Patau, em que o indivíduo tem um cro-
bases nitrogenadas;
mossomo 13 a mais (independe do sexo), Síndrome
de Down, em que o indivíduo tem um cromosso-
mo 21 a mais (independe do sexo), Síndrome de
Se liga! Edwards, em que o indivíduo tem um cromossomo
A adição e a deleção de bases nitrogenadas 18 a mais (independe do sexo);
resultam em alteração não apenas de um ami- z Polissomia (2n+2, ou mais): em humanos, seria
noácido, mas de toda a sequência proteica pos- equivalente a 46+2 cromossomos, ou seja, um indi-
víduo com 48 cromossomos;
terior a esse evento. Já a substituição pode ou
4

z Multifatoriais: são causadas pela combinação


-2

não levar à alteração da proteína. Às vezes a


de múltiplos fatores ambientais que levam a
13

substituição de uma base resulta em um mesmo mutações em mais de um gene. É hereditária e


.7

aminoácido. normalmente envolve diferentes cromossomos.


28

Sendo assim, processos de adição e de deleção Exemplos: Diabetes mellitus, hipertensão arterial,
.8

são mais prejudiciais do que processos de subs-


18

câncer, dentre outras.


tituição de bases nitrogenadas no gene.
-0

ACONSELHAMENTO GENÉTICO
ar
lm

z Monogênicas ou Mendelianas: ocorrem em um Dentro da ampla área de estudos em genética é


gi

único par de genes. Exemplos: possível prever as chances de um casal ter um filho
ar

com determinadas características. Podemos avaliar a


lm

„ Fenilcetonúria: defeito ou ausência da enzima probabilidade desse filho ter olhos de uma cor espe-
gi

fenilalanina hidroxilase — herança autossômi- cífica, de ele apresentar determinado tipo sanguíneo,
ca recessiva; ou até mesmo de apresentar uma anomalia genética.
„ Acondroplasia: mutação no gene para FGFR3, Quando falamos de aconselhamento genético,
receptor do Fator de Crescimento Fibroblástico fazemos referência à aplicações desses estudos genéti-
3 — herança autossômica dominante; cos na vida humana, através da atuação de uma equi-
„ Distrofia Muscular de Duchenne: mutações pe especializada em genética médica. Durante uma
no gene para a distrofina — herança recessiva consulta, é realizada uma análise prévia das chances
ligada ao X. de um casal gerar um filho com alguma doença gené-
tica, alguma patologia específica ou com algum tipo
z Cromossômicas: alterações na estrutura ou no de má-formação. Geralmente, esse tipo de consulta
número de cromossomos; é indicado para casais que apresentam: histórico de
z Estruturais: inserção, deleção, duplicação, inver- câncer ou de doenças degenerativas em parentes pró-
são e translocação. Exemplo: Cri-du-Chat ou Sín- ximos — ou em filhos já existentes; consanguinidade
drome do miado de gato: (parentesco próximo do casal, podendo ser primos,
por exemplo); infertilidade; casais com idade avança-
500 „ Deleção: perda de um pedaço do cromossomo 5. da; dentre outros.
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Os procedimentos ocorrem da seguinte forma:
Gameta Amostra de células corporais
perguntas são feitas ao casal com o objetivo de conhe-
masculino
cer melhor o histórico familiar de cada um. Desta for- (22+X)
ma, é possível analisar se existem riscos reais de uma
alteração genética ou hereditária ocorrer.
Após as perguntas, o casal é submetido a alguns
exames físicos e são realizados exames de cariótipo.
Recebem o diagnóstico do caso e são realizadas conver-
sas de esclarecimento sobre o que pode ocorrer e as pos- Zigoto (44 + XX)
síveis formas de prevenção (quando houver). Por fim,
Gameta
ambos recebem acompanhamento psicológico para feminino
lidar com situações complicadas. (22+X)

NEOPLASIAS E A INFLUÊNCIA DE FATORES


AMBIENTAIS
Blástula (44+XX)
Para falar deste tema, vamos, primeiro, definir o que
é uma neoplasia. Neoplasia é o crescimento anormal Entre mulheres heterozigotas para doenças determi-
do número de células de um tecido, o que pode resultar nadas por genes recessivos ligados ao sexo, essa ina-
em consequências para o organismo. Elas são classifi- tivação tem como consequência a ocorrência de:
cadas em benignas e malignas. As neoplasias benignas
a) pleiotropia.
são também conhecidas como tumores benignos, pos-
b) mutação gênica.
suem crescimento lento e não apresentam habilidades c) interação gênica.
para invadir tecidos vizinhos, portanto não provocam d) penetrância incompleta.
metástases. Já as neoplasias malignas, fazem referência e) expressividade variável.
aos tumores malignos ou ao câncer, apresentam célu-
las com capacidade de rápido crescimento, de invadir A inativação do cromossomo X de forma aleatória,
tecidos vizinhos e de provocar metástases. sendo as mulheres XX, leva a uma expressividade
genética variável de características, podendo ser
normais ou anômalas em heterozigotas para doen-
Se liga! ças ligadas ao sexo. Resposta: Letra E.

Metástase é o nome dado ao processo em que


o tumor se espalha pelo organismo. Ocorre ape-
nas em casos de tumor maligno. ORIGEM DA VIDA
4
-2

HIPÓTESES SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO, DA


13

Alguns indivíduos desenvolvem doenças genéticas TERRA E DOS SERES VIVOS


.7

herdadas. Outros, herdam apenas a predisposição ao


28

desenvolvimento de determinada doença. Nesse caso, A principal teoria relacionada à origem do Univer-
.8

o gene associado à doença pode se manter inativo por so é conhecida como “big bang”, termo em inglês que
18

toda a vida ou ser ativado, dependendo do modo de significa a “grande explosão”. Porém, nesse caso, os
-0

vida e da exposição a fatores externos. O câncer é um pesquisadores preferem associar ao termo “expan-
ar

bom exemplo, pois é consequência de modificações são” — a saída da matéria de um determinado ponto,
lm

genéticas adquiridas por ação de fatores externos, expandindo-se para formar energia e partículas que,
gi

afetando células somáticas do organismo, não sendo posteriormente, se organizaram. Dessa forma, surgi-
ar

passado entre gerações. ram em seguida os planetas.


lm

E quais seriam esses fatores externos? Bem, pode-


gi

mos citar a fumaça de cigarro, o consumo de álcool e a z Criacionismo: hipótese da criação divina, isto é,
não utilização do filtro solar. Ademais, indivíduos seden- Deus criou todos os seres vivos, exatamente da for-
tários e/ou com uma alimentação inadequada também ma que conhecemos;
têm maiores chances de aumento da proliferação celu- z Panspermia: acredita-se que a vida surgiu em
lar e, consequentemente, das chances de mutação em algum lugar do espaço e que os seres vivos chega-
ram à Terra transportados por rochas que colidi-
células somáticas e desenvolvimento de neoplasias.
ram com o planeta;
z Oparin-Haldane: propuseram que a atmosfera
primitiva continha compostos (amônia, hidrogê-
BIOLOGIA

EXERCÍCIO COMENTADO nio, metano e vapor d’água) que deram origem à


moléculas simples, por ação de raios e da radiação
ultravioleta. As moléculas orgânicas (aminoáci-
4. (ENEM — 2022) Na figura está representado o mosai- dos) ficavam nos oceanos primitivos, formando o
cismo em função da inativação aleatória de um dos que foi denominado “sopa primitiva”. Sob condi-
cromossomos X, que ocorre em todas as mulheres ções favoráveis, os aminoácidos formaram com-
sem alterações patológicas. postos semelhantes às proteínas. A união dessas 501
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“proteínas primitivas” originou os coacervados Lamarckismo
(conjuntos de proteínas rodeadas por água). Essa
é a teoria mais aceita atualmente; O primeiro a desenvolver uma teoria em evolução
z Miller-Urey: foi criado um experimento que possi- biológica foi Jean Baptiste Lamarck (1744-1829). Ele
bilitou simular as condições de origem da vida em também acreditava na imutabilidade das espécies, mas,
atmosfera primitiva, descrita por Oparin-Haldane. ao trabalhar com moluscos, percebeu que ocorriam
Com isso, eles conseguiram produzir aminoácidos e variações entre os indivíduos das populações. Então,
outras moléculas orgânicas. Concluíram que molécu- no início do século XIX, sugeriu duas teorias para expli-
las orgânicas podem ser geradas espontaneamente car como surgiam as variações em todos os seres vivos.
em condições equivalentes às da Terra primitiva. Primeiro criou a Lei do uso e desuso e em seguida a Lei
z Hipótese heterotrófica: os primeiros seres vivos da transmissão dos caracteres adquiridos.
eram incapazes de produzir seu próprio alimento,
obtendo-o por processos de fermentação e utiliza- z Lei do uso e desuso: quanto maior o uso de deter-
ção de moléculas orgânicas simples presentes no minado órgão mais esse órgão irá se desenvol-
ambiente; ver. E, quanto menor o uso, mais ele irá atrofiar,
z Hipótese autotrófica: os primeiros seres vivos podendo até desaparecer com o passar do tempo;
eram capazes de produzir seu próprio alimento z Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: as
e faziam isso através de processos de quimiossín- características adquiridas pelos indivíduos (duran-
te a vida) são passadas aos seus descendentes.
tese, utilizando a energia presente em moléculas
inorgânicas para formar moléculas orgânicas.
Vamos aos exemplos:
No século XV, pensadores defendiam a ideia da
z Exemplo 1: podemos pensar no caso das cobras.
geração espontânea, ou abiogênese, de que seres
Informações em registros fósseis mostram que
vivos poderiam surgir de seres inanimados, por exem-
seus ancestrais tinham patas. Porém, sabemos que
plo, de uma carne em decomposição. Com o tempo,
as cobras atuais não têm. Sendo assim, como expli-
outros estudiosos, como Louis Pasteur, defenderam a
car esse fato?
ideia da biogênese, seres vivos só poderiam surgir de
z Lamarck explicaria da seguinte forma: as
outros preexistentes. A questão da carne com larvas cobras não utilizavam as patas, porque rastejavam
seria explicada pelo contato do alimento com moscas, para se locomover. Como consequência, as patas
refutando a ideia da abiogênese anteriormente citada. foram atrofiando até que desapareceram. E essa
característica foi passada para os filhotes, que já
nasceram sem patas;
z Exemplo 2: o pescoço longo das girafas. Lamarck
EVOLUÇÃO explicaria que, havendo escassez de alimento no
solo, a girafa precisaria esticar seu pescoço, na ten-
Evolução é a área da biologia que estuda as trans- tativa de alcançar o alimento do topo das árvores.
formações que ocorrem nos seres vivos ao longo do Quanto mais esticavam o pescoço, mais o membro
tempo. Essas transformações podem, inclusive, levar se desenvolvia. Essa característica foi passada aos
4

descendentes e é o motivo de conhecermos somen-


-2

à formação de novas espécies. Vale ressaltar que, no


te girafas de pescoço longo atualmente.
13

contexto evolutivo, os organismos surgem a partir de


.7

um ancestral comum. Esse ancestral sofre sucessivas


De forma geral, Lamarck considerava que o
28

modificações, que são herdadas pelos seus descenden-


ambiente seria o responsável por provocar as mudan-
.8

tes ao longo das gerações.


18

ças nos seres vivos. O ambiente muda, o organismo


também muda.
-0

CENÁRIO PRÉ-EVOLUCIONISTA
ar

Darwinismo
lm

Até meados do século XVIII, as crenças populacio-


gi

nais, associadas à ocorrência de uma ampla variedade


Charles Robert Darwin (1809-1882) teve suas
de organismos, consistiam basicamente no Criacionis-
ar

teorias fundamentadas em observações realizadas


lm

mo, ou seja, que Deus criou todos os seres exatamente


durante a viagem no HMS Beagle. Ele utilizou as teo-
como são. Além disso, esses seres eram considerados
gi

rias de Lamarck como base para elaborar possíveis


imutáveis (sem modificações), algo que ficou conheci- explicações sobre o processo evolutivo. E, após muitos
do como Fixismo. Porém, essas crenças se enfraquece- estudos, considerou que todos os seres vivos têm ori-
ram com o surgimento das teorias evolucionistas. gem em um mesmo ancestral comum, o qual sofreu
sucessivas modificações, resultando no surgimento
TEORIAS DA EVOLUÇÃO das mais variadas espécies existentes.

O pensamento evolucionista (ou “Transformis- z Seleção natural: o ambiente seleciona os orga-


mo”) surgiu como uma tentativa de explicar as varia- nismos promovendo uma luta pela sobrevivência.
ções encontradas entre os seres vivos e a forma que Aqueles que apresentam características mais favo-
as características de um indivíduo são passadas aos ráveis ao ambiente sobrevivem e se reproduzem,
seus descendentes. Existem três teorias que você deve passando as características aos descendentes;
estudar em evolução: Lamarckismo, Darwinismo e z Adaptação: os organismos mais adaptados têm
Neodarwinismo. chances de sobrevivência superiores aos menos
adaptados e, por isso, resultam em um maior
502 número de descendentes.
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Se liga! Vamos retomar rapidamente o que significa cada
um desses termos:
Mimetismo, camuflagem e coloração de aviso são
exemplos de adaptações por seleção natural. z Genes (molécula de DNA): são fragmentos de
DNA que carregam informações que possibilitam
a produção de proteínas importantes;
Então como Darwin explicaria os exemplos citados z Mutação: mudanças na sequência de nucleotídeos
anteriormente? da molécula de DNA de um organismo. Ocorre ao
acaso;
z Exemplo 1: caso das cobras. Informações em regis- z Permutação (ou crossing-over): troca de pedaços
tros fósseis mostram que seus ancestrais tinham entre cromossomos homólogos. Ocorre ao acaso
patas. Porém, sabemos que as cobras atuais não durante a prófase I da meiose:
têm. Sendo assim, como explicar este fato?
„ se houver referência às alterações genéticas, as
„ Darwin explicaria da seguinte forma: todas explicações serão associadas ao neodarwinismo;
as cobras tinham patas. Até que começaram a „ mutação, migração e deriva gênica são fatores
nascer algumas cobras sem patas. Aquelas que associados à variabilidade genética.
não tinham patas foram favorecidas ao fugir de
predadores pois rastejavam mais rápido e con- PROVAS DA EVOLUÇÃO
seguiam se esconder mais facilmente. As cobras
com patas foram morrendo, enquanto as que
As provas evolutivas são conhecidas como evidên-
não tinham patas se reproduziam cada vez mais,
cias da evolução biológica e nos permitem relacio-
de forma a passar essa característica aos seus
nar os organismos ao nível de parentesco. Dentre as
descendentes. Hoje, existem apenas cobras sem
principais, temos:
patas.
z Fósseis: são vestígios de seres vivos preservados
z Exemplo 2: o pescoço longo das girafas. Darwin
em algum material (rochas, gelo, lava vulcânica
explicaria que existiam girafas de pescoço longo
etc.). Exemplo: pegadas em rochas, dentes, ossos,
e de pescoço curto. Em um dado momento houve
escassez de alimento na parte baixa da vegetação e fezes petrificadas, restos de organismos que foram
as girafas precisavam alcançar o alimento do topo conservados em materiais;
das árvores. Girafas de pescoço longo alcançavam z Órgãos vestigiais: estruturas atrofiadas que parecem
o alimento, mas as de pescoço curto não conse- não ter função, mas que em outros organismos apre-
guiam. Dessa forma, as girafas de pescoço curto sentam alguma função. Exemplo: apêndice humano,
morreram e as de pescoço longo sobreviveram e dente do siso, ossos na bacia de cobras (associados à
se reproduziram passando essa característica aos função de patas nos ancestrais), cóccix humano (indi-
descendentes. Por isso conhecemos somente gira- cam presença de cauda nos antepassados);
fas de pescoço longo atualmente. z Órgãos homólogos e análogos: órgãos homólogos
possuem mesma origem embrionária, podendo ou
Darwin considera que o ambiente seleciona natural- não apresentar uma mesma função, indicando que
4
-2

mente os organismos mais adaptados e que estes irão se os indivíduos possuem um ancestral em comum.
13

reproduzir mais, gerando maior número de descendentes. Exemplo: nadadeira da baleia e braço do ser huma-
.7

Organismos mais adaptados não significa o mes- no, pois apresentam a mesma constituição óssea.
28

mo que organismos mais fortes. Os mais fortes podem Órgãos análogos possuem mesma função, mas
.8

até ser os mais adaptados também, mas são coisas não indicam informações sobre a ancestralidade.
18

diferentes. O mais adaptado é aquele que tem caracte- Exemplo: asas de morcego, nadadeiras de peixes e
-0

rísticas mais favoráveis para o ambiente em questão. pernas humanas. Todos servem para a locomoção;
ar

Além disso, guarde também que pode ser encon- z Embriologia comparada: muitos vertebrados
lm

trado o nome Alfred Russel Wallace (1823-1913) rela- apresentam desenvolvimento embrionário simi-
gi

cionado às teorias da evolução. Ele também era um lar, ou seja, embriões muito parecidos. Exemplo:
naturalista e tinha interesse em entender os processos
ar

homem, galinha, tartaruga;


lm

de transformação dos seres vivos. Chegou às mesmas z Convergência e irradiação adaptativa: na con-
conclusões que Darwin. Porém, Darwin foi o primeiro
gi

vergência adaptativa, diferentes ancestrais for-


a desenvolver a teoria da evolução por seleção natural mam indivíduos com características semelhantes
e, merecidamente, acabou ficando com o mérito pelo (anatomia, fisiologia), como consequência de uma
trabalho. De certa forma, Wallace pode ser considera- mesma seleção natural.
do coautor da teoria, referida como Darwin-Wallace
por alguns estudiosos. Na irradiação adaptativa, a ancestralidade é
Neodarwinismo (Teoria Sintética da Evolução) comum e os indivíduos tentam colonizar diferentes
regiões. Como consequência, eles sofrem seleções
naturais distintas. Isso resulta em indivíduos com
BIOLOGIA

Quando o assunto faz referência ao Neodarwinis-


mo nós encontramos, por exemplo, os termos gene, características anatômicas e fisiológicas diferentes.
mutação genética e permutação. Esses conceitos só Convergência adaptativa está relacionada a órgãos
começaram a ser utilizados após um aprofundamen- análogos (órgãos com função e/ou anatomia seme-
to da teoria e atualizações em genética. Sendo assim, lhantes). Na irradiação adaptativa, a estrutura do
essa teoria consiste na junção do Darwinismo com as órgão é semelhante e associamos esse processo aos
comprovações genéticas e da hereditariedade (Gregor órgãos homólogos.
Mendel + Genética Moderna). 503
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Evidências bioquímicas: análises de proteínas e a um aumento da frequência da característica desejada,
DNA mostram parentesco entre os seres vivos no tendendo a alcançar cada vez mais pureza. Consequente-
passado. Exemplo: 20 tipos de aminoácidos reco- mente, a variabilidade genética diminui, o que dificulta a
nhecidos por todos os organismos, análises asso- adaptação a variações ambientais.
ciadas ao citocromo c. Um efeito negativo é relacionado ao endocruzamen-
to, que aumenta a possibilidade de genes recessivos
ESPECIAÇÃO deletérios se manifestarem. Um bom exemplo de seleção
artificial é encontrado em raças de cachorros. Afinal,
É de grande importância saber que o processo
muitas delas surgiram por combinação de características
de transformação das espécies pode ocorrer de duas
de interesse em raças previamente conhecidas.
formas: anagênese ou cladogênese. Na anagênese, as
transformações ocorrem de maneira gradual, atra- O impacto gerado sobre os ambientes naturais é
vés do surgimento de novas características dentro de relacionado à diminuição da biodiversidade, e isso
uma espécie (“novidades evolutivas”). Enquanto na pode ser perigoso frente à uma ameaça. Afinal, se
cladogênese ocorre um ponto de ruptura, com o sur- interferimos priorizando determinadas característi-
gimento de duas populações. Cada uma dessas novas cas em todos os indivíduos de uma população, uma
populações passa por processos de anagênese, poden- ameaça capaz de atingir um indivíduo será também
do originar novas espécies, mas mantendo um mes- capaz de atingir todos eles. O resultado pode ser a
mo ancestral comum. Para facilitar o entendimento extinção da espécie. E tudo isso se aplica também à
vamos observar a figura a seguir. população humana, que vem selecionando genes de
interesse e investindo em reprodução artificial.

EVOLUÇÃO HUMANA

Quando falamos em evolução humana temos que


pensar nas transformações que ocorreram ao longo
do tempo e resultaram na espécie humana.

z Australopitecos: primeiros hominídeos;


Anagênese z Gênero Homo: destaca-se pelo desenvolvimen-
to do sistema nervoso e da inteligência. Todos os
Cladogênese representantes são bípedes. Homo habilitis é consi-
derado atualmente Australopithecos habilis;
z Homo erectus: era capaz de fabricar instrumen-
Sendo assim, podemos dizer que ocorre especiação tos e utensílios para caça ou uso rotineiro;
quando uma população ancestral sofre tantas modifi- z Homo neanthertalensis: conseguiam se comu-
cações que resultam no surgimento de novas espécies. nicar verbalmente de forma rudimentar, apre-
Mas o que é espécie? Simplificando o conceito, podemos sentavam organização social e tinham costume de
4

dizer que espécie é um grupo de indivíduos que apre-


-2

sepultar mortos.
sentam a capacidade de cruzar entre si gerando descen-
13

dentes férteis.
.7

O homem moderno é denominado Homo sapiens


28

A formação de novas espécies pode ocorrer na pre-


sapiens, sendo subespécie do Homo sapiens. Vejamos
sença ou ausência de barreiras geográficas entre duas
.8

uma imagem que resume bem esse processo:


18

populações da espécie ancestral. Se o surgimento de


-0

uma nova espécie ocorre sem a formação de uma bar- 3,5 milhões 2,4 milhões 2,0 milhões 2,5 milhões 300 mil
reira geográfica, dizemos que é uma especiação do tipo
ar

2 milhões 1,6 milhões 400 mil 12 mil ......


simpátrica. Caso ocorra a formação de barreiras, então Anos atrás
lm

essa especiação será classificada como alopátrica.


gi

Além disso, a especiação é considerada completa


ar

somente quando ocorre também o isolamento repro-


lm

dutivo, ou seja, interrupção do fluxo gênico. Esse iso-


gi

lamento pode ser pré ou pós-zigótico. No isolamento


pré-zigótico, o zigoto nem chega a se formar, isso pode
ser resultado de diferentes habitats, ou de diferentes
ciclos reprodutivos, por exemplo. Já no isolamento pós-
-zigótico, ocorre a formação do zigoto, porém, são gera-
dos híbridos inviáveis (com morte prematura) ou até
mesmo híbridos estéreis (não aptos para a reprodução). 1 2 3 4 5

SELEÇÃO ARTIFICIAL E SEU IMPACTO SOBRE Gênero Homo


AMBIENTES NATURAIS E SOBRE POPULAÇÕES 1 - Australopitecos
HUMANAS 2 - Homo Habilis
3 - Homo erectus
4 - Homo neanderthalensis
No processo de seleção artificial, o homem seleciona 5 - Homo sapiens
indivíduos (animais ou vegetais) que contêm uma carac-
terística desejada e promove o cruzamento entre eles,
504 repetindo o processo durante algumas gerações. Isso leva
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z as células são formadas por conjuntos de organe-
EXERCÍCIO COMENTADO las, e assim por diante, até alcançar o 12º nível, que
é a Biosfera.
1. (ENEM — 2022) Desde a proposição da teoria de sele-
ção natural por Darwin, os seres vivos nunca mais A seguir, são apresentados cada um dos níveis de
foram olhados da mesma forma. No que diz respeito organização biológica em ordem hierárquica:
à reprodução de anfíbios anuros, os cientistas já des-
creveram diferentes padrões reprodutivos, como os z 1º — átomo: menor unidade básica da matéria.
exemplificados a seguir:
Exemplos: O, C e H;
z 2º — moléculas: são formadas pela união de áto-
Espécie 1 — As fêmeas produzem cerca de 5 000
mos em diferentes combinações. A combinação
gametas, que são fecundados na água, em lagoas
temporárias de estação chuvosa. Todo o desenvol- entre diferentes moléculas forma os compostos.
vimento embrionário, do ovo à metamorfose, ocorre, Exemplos: H2O e CO2;
nesse ambiente, independente dos pais. z 3º — organelas: estruturas encontradas no inte-
Espécie 2 — As fêmeas produzem aproximadamente rior das células, formadas por moléculas e com
200 gametas, que são depositados em poças próxi- funções específicas — a função de cada organela
mas a corpos-d’água. Os embriões são vigiados pelos pode ser encontrada em módulos de Citologia;
machos durante boa parte do seu desenvolvimento. z 4º — célula: unidade fundamental do ser vivo. A
Espécie 3 — As fêmeas produzem por volta de 20 célula é constituída, basicamente, por membrana
gametas, que são fecundados sobre a superfície das plasmática, citoplasma e material genético (nucleoi-
folhas de plantas cujos galhos estão dispostos acima de — disperso no citoplasma em células procarion-
da superfície de corpos-d’água e aí se desenvolvem tes e material genético envolvido por carioteca em
até a eclosão. células eucariontes);
Espécie 4 — As fêmeas produzem poucos gametas z 5º — tecido: conjunto de células especializadas que
que, quando fecundados, são “abocanhados” pelos realizam função específica. Em humanos, existem
machos. Os embriões se desenvolvem no interior do quatro tipos de tecido: epitelial, conjuntivo, mus-
saco vocal do macho até a metamorfose, quando
cular e nervoso, que são classificados, também, em
saem através da boca do pai.
subdivisões específicas para cada um deles;
z 6º — órgão: conjunto de tecidos com função
Os padrões descritos evidenciam que:
específica dentro de um organismo. Exemplos:
a) as fêmeas influenciam o comportamento dos machos. fígado, coração, rins etc.;
b) o cuidado parental é necessário para o desenvolvimento. z 7º — sistema: conjunto de órgãos que compartilham
c) o grau de evolução determina o comportamento funções. Como exemplos temos os sistemas: cardio-
reprodutivo. vascular, respiratório, nervoso, digestório etc.;
d) o sucesso reprodutivo pode ser garantido por estraté- z 8º — organismo: pode ser formado por uma úni-
gias diferentes. ca célula (unicelular), ou por mais de uma célula
4
-2

e) o ambiente induz modificação na produção do número (multicelular/pluricelular). No geral, é o conjunto


13

de gametas femininos. de sistemas;


.7

z 9º — população: conjunto de indivíduos de uma


28

É possível analisar quatro padrões comportamentais mesma espécie que vive em um mesmo local, den-
.8

distintos entre anuros, que se diferem quanto a game-


18

tro de um mesmo período de tempo;


tas e cuidado dos pais durante o desenvolvimento. Sob
-0

z 10º — comunidade: conjunto de indivíduos de


o olhar da evolução, embora diferentes, todos obtive- diferentes populações que vivem em um mesmo
ar

ram sucesso, mediante suas estratégias, pois as espé- local, e dentro de um mesmo período de tempo;
lm

cies permanecem na natureza. Resposta: Letra D.


z 11º — ecossistema: formado pelos fatores bióticos
gi

(vivos) e abióticos (não vivos), além das interações


ar
lm

entre eles;
z 12º —biosfera: formada pelo conjunto de todos os
gi

NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA ecossistemas do planeta.

O QUE SIGNIFICA ORGANIZAR AS ESTRUTURAS Os quatro primeiros níveis são microscópicos, ou


BIOLÓGICAS EM NÍVEIS?
seja, não é possível observá-los a olho nu. Os dois pri-
meiros níveis (átomos e moléculas) são estudados em
Significa que elas foram agrupadas de acordo com
bioquímica e biofísica. O 3º e o 4º níveis (organelas e
um nível hierárquico, ou seja, de um nível mais baixo
(átomos) até um nível mais elevado (biosfera). Cada células) são estudados dentro de citologia. Em histo-
BIOLOGIA

nível mais avançado é formado por um conjunto de logia vemos o 5º nível (tecidos). Já o 6º e o 7º níveis
estruturas do nível anterior. Exemplos: (órgãos e sistemas), podem ser encontrados em tópi-
cos de anatomia e fisiologia. De População até Biosfera
z as moléculas são formadas por um conjunto de (do 9º ao 12º nível), encontram-se os níveis estudados
átomos; dentro da ecologia.
z as organelas são formadas por conjuntos de
moléculas; 505
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DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
ALGUNS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

Taxonomia é uma técnica utilizada em biologia para organizar e classificar os seres vivos de acordo com
semelhanças e graus de parentesco. A linguagem biológica utilizada permite que indivíduos de qualquer parte
do mundo sejam capazes de entender, descrever e nomear espécies, não importando o idioma falado. Veremos, a
seguir, as principais formas utilizadas para classificar os seres vivos.

Classificação e Nomenclatura de Lineu (Carl Von Linné, Século XVIII)

Após alguns pensadores sugerirem modelos de classificação, ficou definido que aquele utilizado por Lineu
seria o mais aceito. Ele classificou os seres vivos em níveis de organização e utilizando a nomenclatura binomial.

Níveis de Organização

Lineu considerou características anatômicas para agrupar os organismos dentro de categorias, que foram
nomeadas táxons. Esses táxons seguem do mais amplo (Reino) para o mais específico (Espécie), com consequente
queda na biodiversidade (variedade de organismos), visto que os grupos se tornam cada vez mais seletos.

Reino  Filo  Classe  Ordem  Família  Gênero  Espécie

Se liga!
Para lembrar a ordem hierárquica de classificação taxonômica, basta guardar a sequência a seguir: ReFiCOFaGE.

Nomenclatura Binomial

Cada organismo foi classificado dentro de uma espécie, e cada espécie recebeu um nome científico único e
universal, o que permite o reconhecimento por qualquer pessoa do mundo. Deve ser sempre escrito em latim e
destacado no texto (itálico ou sublinhado). O gênero apresenta a primeira letra maiúscula e o restante (epíteto
específico) apenas letras minúsculas.

Exemplo de nome científico: Drosophila melanogaster (“mosca da fruta”).


4
-2

Gênero
13
.7

Espécie
28
.8

Filogenia
18
-0

Em filogenia, os seres vivos são classificados de acordo com o grau de parentesco evolutivo (número de carac-
ar

terísticas comuns entre os organismos). O modelo mais utilizado aqui é o cladograma, uma representação gráfica
lm

da árvore filogenética, que é construída com base na relação evolutiva entre as espécies.
gi
ar

CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS GRANDES GRUPOS


lm
gi

Vírus

São acelulares, ou seja, não são formados por células. Consistem em uma estrutura constituída basicamente
de capsídeo (cápsula proteica), e material genético (DNA ou RNA), podendo ter também uma proteção externa
chamada de envelope viral. O capsídeo possui proteínas ligantes responsáveis pela especificidade entre o vírus e
a célula que ele ataca.
Não apresentam metabolismo próprio, sendo classificados como parasitas intracelulares obrigatórios. Eles
inserem o material genético viral na célula hospedeira, utilizando o metabolismo dessa célula para gerar novos
vírus. Quando atacam bactérias, recebem um nome específico: bacteriófago.
Apresentam ciclo lítico e lisogênico. No ciclo lítico, ocorre rompimento (lise) celular, liberando novos vírus, que
atacarão novas células. No ciclo lisogênico, o material genético viral se liga ao material genético da célula hospedeira.
A transmissão do material genético ocorre a cada divisão celular, ou seja, ele se multiplica juntamente com a célula.
As doenças causadas por vírus são denominadas viroses e tratadas com antivirais ou com repouso e boa ali-
mentação. Algumas delas não têm cura, e algumas apresentam vacina como forma de prevenção. Podemos citar
como exemplos: AIDS, caxumba, dengue, ebola, febre amarela, gripe, hepatites, herpes, HPV, meningite, raiva,
506 rubéola, sarampo e varicela.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os seres vivos são, atualmente, classificados dentro de 5 grandes Reinos: Monera, Protista ou Protoctista (após a
inclusão das algas pluricelulares), Fungi, Plantae e Animalia.

PLANTAE OU ANIMALIA OU
MONERA PROTISTA FUNGI
METAPHYTA METAZOA
Procarionte Eucarionte Eucarionte Eucarionte Eucarionte
Unicelulares Uni/Pluricelulares Uni/Pluricelulares Pluricelulares Pluricelulares
Autótrofos / Autótrofos /
Heterótrofos Autótrofos Heterótrofos
Heterótrofos Heterótrofos
Armazenam Armazenam
– – Armazenam celulose
glicogênio glicogênio
Ex.: mofos, Ex.: musgo, Ex.: moscas, vermes,
Ex: bactérias Ex: protozoários
cogumelos samambaia leão

Em uma categoria mais ampla e abrangente comparada a reinos, há os 3 domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya,
separados de acordo com o tipo celular (procarionte ou eucarionte). Atualmente, a classificação é feita em 8 Reinos e
o reino Monera encontra-se dividido em Archaea e Bacteria. O Reino Protoctista em Archezoa, Protista e Chromista.

z Archaea: ausência de peptideoglicanos na parede celular, capacidade de sobreviver em ambientes extremos


(extremófilos), e de produzir metano como resíduo metabólico;
z Bacteria: representado por Bactérias e Cianobactérias. Possuem células com peptideoglicanos;
z Archezoa: não tem mitocôndria;
z Protista: algas, mixomicetos e protozoários (ciliados, flagelados, rizópodes e esporozoários. São classificados
de acordo com as estruturas utilizadas para se movimentar);
z Chromista: algas com clorofila A e C;
z Fungos unicelulares: Saccharomyces cerevisiae é um exemplo. Muito utilizado em fabricação de alimentos
por fermentação (pão, cerveja etc.);
z Fungos Pluricelulares: orelha de pau, cogumelo.

Bactérias

As bactérias são representantes do Reino Monera, unicelulares e procariontes. Podem ser encontradas em pra-
ticamente todos os ambientes, inclusive a altas temperaturas, alta pressão e dentro de outros organismos. Apresen-
tam grande importância ecológica (ciclo do nitrogênio, atividade decompositora), além de econômica (produção
de alimentos, remédios e em projetos de engenharia genética), embora algumas possam causar doenças.
Em sua maioria, têm capacidade de produzir o próprio alimento através de fotossíntese e de quimiossíntese,
4

sendo seres autotróficos. Mas também podemos encontrar bactérias heterotróficas, que podem habitar ambientes
-2

com oxigênio (bactérias aeróbias) e sem oxigênio (bactérias anaeróbias).


13

Morfologicamente, podem ser do tipo: cocos, bacilo, espirilo, espiroqueta e vibrião. A parede celular é de pep-
.7
28

tideoglicano e pode apresentar DNA circular, denominado plasmídeo.


.8

A reprodução pode ser assexuada, por meio de fissão binária, ou sexuada, quando realiza conjugação, trans-
18

formação ou transdução.
-0

Podem causar doenças tanto em animais quanto em vegetais. Exemplos de doenças bacterianas que atingem
humanos: difteria, tétano, coqueluche, sífilis, tuberculose, dentre outras. Em casos de contaminação por doenças
ar
lm

bacterianas é indicado tratamento com antibióticos.


gi

Protozoários
ar
lm

São unicelulares, eucariontes e heterotróficos. A grande maioria apresenta vida livre, mas podem viver
gi

também dentro de outros organismos (parasitas, por exemplo). São classificados em quatro tipos, de acordo com
a forma de locomoção: ciliados (movimentam-se por cílios), flagelados (movimentam-se por flagelos), rizópodes
(movimentam-se por pseudópodes), e esporozoários (não apresentam estrutura de locomoção e é o único grupo
em que todos os representantes são parasitas).
Quanto à reprodução, esta pode ser assexuada ou sexuada, dependendo da espécie. Como doenças humanas
causadas por protozoários podemos citar: doença de chagas, malária, toxoplasmose, leishmaniose, tricomoníase
e amebíase.

Fungos
BIOLOGIA

São seres uni ou pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Habitam diversos ambientes, podendo viver,
inclusive, no organismo humano. A reprodução pode ser tanto sexuada (cariogamia, plasmogamia), quanto asse-
xuada (brotamento, esporulação).
A parede celular é constituída por quitina. São classificados em cinco grupos distintos: quitridiomicetos, zigo-
micetos, ascomicetos, basidiomicetos e deuteromicetos. No caso dos cogumelos, podemos observar a presença de
filamentos, denominados hifas. Sendo o conjunto de hifas chamado de micélio. 507
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Podem ser encontrados em associação com algas, onde são descritos como líquens. Também atuam no ambien-
te como saprófagos, predadores ou parasitas. Em humanos, podem causar doenças como micose, candidíase,
sapinho e frieira.

BIOLOGIA DAS PLANTAS

O Reino Plantae foi dividido em 4 grandes grupos: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. De
maneira geral, todos os grupos apresentam as seguintes características:

z Eucariontes: células com núcleo delimitado por carioteca;


z Pluricelulares: constituídos por várias células;
z Autótrofos fotossintetizantes: produzem o próprio alimento (por fotossíntese);
z Parede celular: formada por fibras de celulose;
z Plastídios: podem ser cloroplasto, cromoplasto ou leucoplasto;
z Clorofilas A e B;
z Alternância de gerações (ou metagênese): isso significa que o ciclo reprodutivo possui uma fase haploide e
uma diploide, sendo o gametófito e o esporófito, respectivamente.

BRIÓFITAS PTERIDÓFITAS GIMNOSPERMAS ANGIOSPERMAS


Ausentes: têm rizoide,
Tecidos e órgãos Raiz, caule e folhas Raiz, caule e folhas Raiz, caule e folhas
cauloide e filoide

Transporte de subs- Traqueófitas


Vasos condutores tâncias por difusão
(célula a célula) Presentes Presentes Presentes

Fase duradoura Gametófito Esporófito Esporófito Esporófito


Dependem de água Apenas para o encon-
Sim Não Não
para a reprodução tro dos gametas
Sementes Não possui Não possui Possui Possui
Frutos e flores Não possui Não possui Não possui Possui
Representantes do Samambaias e Qualquer planta com
Musgos Pinheiro
grupo avencas frutos
Estruturas reproduti- Protalo (gametas)
Anterídio e Flor (androceu e
vas: características Esporofilos com so- Estróbilos
arquegônio gineceu)
do grupo ros (esporos)

TIPOS DE CICLO DE VIDA


4
-2

Existem duas formas de reprodução: sexuada (encontro de gametas) e assexuada. A reprodução sexuada
13

apresenta um passo a passo relacionado ao encontro dos gametas, que é definido como ciclo reprodutivo. Existem
.7
28

basicamente três tipos de ciclo: haplobionte haplonte, haplobionte diplonte e diplobionte. O que os diferencia é
a ocorrência de adultos haploides ou diploides e o número de cromossomos encontrados nas células somáticas.
.8
18

Além disso, os ciclos haplobiontes, tanto haplonte quanto diplonte, apresentam apenas uma forma de vida adulta
e o ciclo diplobionte apresenta duas. Vamos analisar melhor as características básicas de cada um deles:
-0
ar

z Ciclo Haplobionte Haplonte: o indivíduo adulto é haploide (n) e o zigoto é diploide (2n). O adulto produz
lm

gametas haploides (n), que se unem na fecundação formando o zigoto diploide (2n). O zigoto passa pelo proces-
gi

so de meiose, formando células haploides, que dão origem aos indivíduos adultos. Considerando que a meiose
ar

ocorre no zigoto, essa é denominada meiose zigótica;


lm

z Ciclo Haplobionte Diplonte: diferente do ciclo anterior, o adulto deste ciclo é diploide (2n) e o zigoto tam-
gi

bém é diploide (2n). Aqui temos um indivíduo adulto (2n) que forma gametas por um processo de meiose,
ou seja, gametas (n). Esses gametas se encontram e se unem durante a fecundação, formando o zigoto (2n), o
qual origina um indivíduo adulto (2n) por processos de mitose. Como a meiose origina os gametas, dizemos
que ocorre meiose gamética neste ciclo;
z Ciclo Diplobionte: este ciclo apresenta duas formas de vida adulta, sendo uma haploide (n) e outra diploi-
de (2n), e consideramos que ocorre alternância de gerações. Gametas haploides (n) se unem para a produ-
ção do zigoto (2n). Esse zigoto realiza mitoses, originando o adulto (2n). O adulto realizará meiose e formará
células haploides (2n), que darão origem a um indivíduo adulto haploide (n). Esses adultos haploides (n) pro-
duzem gametas haploides (n), que se unem no processo de fecundação originando zigotos diploides (2n). O
ciclo se inicia novamente;
z A alternância de gerações ocorre entre gerações haploides e diploides.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A BIOLOGIA DOS ANIMAIS

O Reino animal encontra-se dividido em 9 Filos: Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos, Moluscos, Anelí-
deos, Artrópodes, Equinodermas e Cordados.

z Poríferos: tecidos e órgãos ausentes; não possuem folhetos embrionários; acelomados; simetria ausente ou
radial; sem segmentação; blastóporo (boca/ânus) — ausência de boca; sistema digestório ausente, realizando
digestão intracelular; exoesqueleto; revestido externamente por pinacócitos e internamente por coanócitos;
a respiração compreende uma troca gasosa realizada através do fluxo de água gerado pelos coanócitos; não
possuem sistema circulatório, nem excretor, uma vez que a excreção também ocorre através do fluxo de água
criado pelos coanócitos;
z Cnidários: tecidos especializados, ausência de órgãos; folhetos embrionários diblásticos; pseudocelomados;
simetria radial em adultos; sem segmentação; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório
incompleto; digestão extracelular e intracelular; esqueleto ausente, com exceção dos corais que tem exoesque-
leto calcário; o revestimento exterior é a epiderme; o interior é feito pela gastroderme; sistema respiratório
ausente, respiração realizada por difusão (do mais concentrado para o menos concentrado); sistema circulató-
rio ausente; sistema excretor ausente, elimina substâncias por difusão;
z Platelmintos: apresentam órgãos e sistemas rudimentares; folhetos embrionários triblásticos; acelomados;
simetria bilateral; não segmentados; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; o sistema digestório é incompleto
com digestão intracelular e extracelular; não possuem esqueleto; revestidos por epiderme; sistema respira-
tório ausente, respiração realizada por difusão (do mais concentrado para o menos concentrado); sistema
circulatório ausente; sistema excretor rudimentar, a excreção é realizada por protonefrídeos (Células-flama).
z Nematelmintos: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; pseudocelomados; simetria
bilateral; sem segmentação; blastóporo (boca/ânus) protostômio; sistema digestório completo; digestão extra-
celular e intracelular; esqueleto ausente; revestidos de epiderme; sistema respiratório ausente, respiração
realizada por difusão (do mais concentrado para o menos concentrado); sistema circulatório ausente; sistema
excretor protonefrídeo;
z Moluscos: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilateral; sem
segmentação; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório completo; digestão extracelular e intra-
celular; esqueleto ausente, alguns grupos com concha interna ou externa; revestidos por manto; sistema respi-
ratório branquial/pulmonar/cutâneo; sistema circulatório aberto, com exceção dos cefalópodes, que apresentam
sistema circulatório fechado. Tem a hemocianina como pigmento sanguíneo; sistema excretor metanefrídeo;
z Anelídeos: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilateral; seg-
mentos muito semelhantes, com exceção da cabeça; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório
completo; digestão extracelular e intracelular; esqueleto ausente; revestidos de epiderme; sistema respiratório
cutâneo; sistema circulatório fechado, constituído por corações laterais, e têm a hemoglobina como pigmento
sanguíneo; sistema excretor metanefrídeo, um par por segmento do corpo;
z Artrópodes: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bila-
teral; segmentação diferenciada, heterogênea; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório
4

completo; digestão extracelular e intracelular; exoesqueleto de quitina, às vezes também endurecido por
-2
13

sais de cálcio; revestidos de epiderme/exoesqueleto; respiração por brânquias em animais aquáticos, tra-
.7

queias e filotraqueias em animais terrestres; sistema circulatório aberto, coração tubular; a excreção em
28

insetos ocorre por Túbulos de Malpighi, em crustáceos, por glândulas antenais e, em aracnídeos, através
.8

de glândulas coxais;
18

z Equinodermas: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilate-
-0

ral em larvas e pentarradial em adultos; não segmentados; blastóporo (boca/ânus) — deuterostômio; sistema
digestório completo; digestão extracelular e intracelular; endoesqueleto formado por placas calcárias e com
ar

espinhos; revestidos de epiderme; respiração realizada por brânquias, pés ambulacrários; sistema circulató-
lm

rio aberto; sistema excretor ausente, excreta na água por difusão direta;
gi

z Cordados: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilateral;
ar

segmentos diferenciados; blastóporo (boca/ânus) — deuterostômio; sistema digestório completo; digestão


lm

extracelular e intracelular; endoesqueleto ósseo e cartilaginoso; revestidos de epiderme; respiração braquial/


pulmonar/cutânea; sistema circulatório fechado; sistema excretor composto por rins/néfrons.
gi

Principais Verminoses

Causadas por vermes platelmintos:

z Esquistossomose: larvas miracídios invadem o caramujo Biomphalaria sp (hospedeiro intermediário), se


desenvolvem em cercarias e nadam na água, podendo penetrar pela pele do homem (hospedeiro definitivo).
Os vermes apresentam sexos separados;
BIOLOGIA

„ Profilaxia: saneamento básico, por exemplo;

z Teníase e cisticercose: Taenia solium (porco) e Taenia saginata (boi). O verme é chamado solitária. É herma-
frodita e seus órgãos reprodutores se encontram nas proglotes. O homem é o hospedeiro definitivo. O porco
e o boi são os hospedeiros intermediários. Costuma-se dizer que a carne apresenta “canjiquinha”. A teníase é
causada pela ingestão de larvas na carne, enquanto a cisticercose está relacionada à ingestão direta de ovos
da Taenia solium, mas não da Taenia saginata; 509
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Profilaxia: cozinhar bem a carne, por exemplo.

Causadas por vermes nematelmintos:

z Ascaridíase: causada pelo verme Ascaris lumbricoides. Não possui sexos separados (monoico/hermafrodita).
Um hospedeiro apenas, o homem. Fezes com ovos podem contaminar água e alimento;

„ Profilaxia: saneamento básico;

z Ancilostomose: Ancylostoma duodenale ou Necator americanus. Vermes com sexos separados. Doença conhe-
cida como “amarelão”. Larvas conseguem penetrar pela pele;

„ Profilaxia: uso de calçados, evitar andar descalço;

z Filariose (Elefantíase): verme da espécie Wuchereria bancrofti. Sexos separados. Mosquito Culex é o vetor.
O parasita vai para o sistema linfático, se reproduz rapidamente e pode levar ao entupimento dos vasos. A
consequência é o inchaço do órgão afetado, que adquire um aspecto que lembra membros de um elefante (por
isso o nome);

„ Profilaxia: uso de telas, por exemplo.

FUNÇÕES VITAIS DOS SERES VIVOS E SUA RELAÇÃO COM A ADAPTAÇÃO DESSES ORGANISMOS A DIFERENTES
AMBIENTES

Ao longo do processo evolutivo, os organismos sofrem transformações, resultantes em características que


favorecem a sobrevivência no meio em que vivem. As transformações que se mantêm, após processos de seleção
natural do ambiente, são consideradas uma forma de adaptação ao meio. Como adaptações podemos citar:

z Alimentação:

„ Formato da língua de tamanduás: alimentam-se de formigas e a língua comprida favorece a captura do


alimento;
„ Formato do bico de pássaros: o bico varia de acordo com o tipo de alimento. Os pássaros que têm os bicos
mais adaptados para determinado alimento sobrevivem mais em determinado local, e geram descendentes;

z Reprodução:

„ Polinização: plantas atraem animais como o beija-flor que, ao se alimentar do néctar, fica cheio de grãos
de pólen em seu corpo. Ao voar ele espalha esses grãos de pólen, favorecendo a reprodução da planta. Plan-
4

tas com essa característica se reproduzem mais, sendo consideradas mais adaptadas;
-2

„ Tipo de desenvolvimento do embrião/feto: larval, dentro de ovo, dentro de marsúpio, dentro do corpo
13

da mãe;
.7
28

z Ambiente:
.8
18

„ Tipo de excreta nitrogenada: amônia — ambiente úmido (exemplo: peixes, girinos), ureia (exemplo:
-0

homem, tubarão e anfíbio adulto) e ácido úrico — ambiente seco (exemplo: aves e répteis);
ar
lm

z Defesa:
gi
ar

„ Camuflagem: quando o organismo se assemelha ao ambiente, conseguindo se esconder de possíveis


lm

predadores;
gi

„ Mimetismo: quando uma espécie imita outra para se proteger;


„ Produção de veneno: importante para o ataque. Também funciona como forma de proteção no caso de
predadores.

EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM – 2022) De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a filariose e a leishmaniose são consideradas doen-
ças tropicais infecciosas e constituem uma preocupação para a saúde pública por ser alto o índice de mortalidade a
elas associado. Uma medida profilática comum a essas duas doenças é o(a):

a) incineração do lixo orgânico.


b) construção de rede de esgoto.
c) uso de vermífugo pela população.
510
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) controle das populações dos vetores.
e) consumo de carnes vermelhas bem cozidas.

As doenças citadas no enunciado, filariose (causada por um verme nematoide chamado Wuchereria bancrofti,
popularmente conhecida como elefantíase) e leishmaniose (protozoose, que tem como agentes etiológicos pro-
tozoários do gênero Leishmania) têm em comum a existência de vetores (insetos) para completarem seus ciclos
de transmissão. Dessa forma, uma das alternativas de prevenção seria o controle dos vetores. Resposta: Letra D.

2. (ENEM – 2022) Antimicrobianos são substâncias naturais ou sintéticas que têm capacidade de matar ou inibir o cres-
cimento de microrganismos. A tabela apresenta uma lista de antimicrobianos hipotéticos, bem como suas ações e
efeitos sobre o metabolismo microbiano.

ANTIMICROBIANO AÇÃO EFEITO


1 Une-se aos ribossomos Impede a síntese proteica
2 Une-se aos microtúbulos Impede a segregação das cromátides
Une-se aos fosfolipídeos da membrana Reduz a permeabilidade da membrana
3
plasmática plasmática
4 Interfere na síntese de timina Inibe a síntese de DNA
5 Interfere na síntese de uracila Impede a síntese de RNA

Qual dos antimicrobianos deve ser utilizado para curar uma infecção causada por um fungo sem afetar as bactérias
da microbiota normal do organismo?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

Diferentemente dos fungos, as bactérias são organismos procariontes, que não possuem a organela centríolo,
relacionada aos microtúbulos e à divisão das células. Utilizando-se, portanto, o antimicrobiano 2, seria possível
afetar o fungo sem atingir as bactérias da microbiota. Resposta: Letra B.

EMBRIOLOGIA
Embriologia é a parte da biologia que estuda o desenvolvimento embrionário, desde a fase de ovo (formação
do zigoto) até o final do estágio de embrião, onde ocorre a formação dos tecidos e órgãos (organogênese). Após
4
-2

esta etapa, os estudos fazem referência ao período entre a formação do feto e a ocorrência do parto.
13

Em biologia, esses estudos são importantes para a classificação dos animais quanto: aos folhetos embrioná-
.7

rios (diblásticos ou triblásticos), a formação do tubo digestório (protostômios e deuterostômios) e a presença


28

de celoma (acelomados, pseudocelomados e celomados).


.8
18

GAMETOGÊNESE
-0
ar

Primeiramente, vamos entender como ocorre a formação dos gametas, ou seja, a gametogênese. Em indivíduos
lm

do sexo masculino, esse processo é denominado espermatogênese e, no sexo feminino, oogênese (ou ovulogênese).
gi
ar

ESPERMATOGÊNESE (HOMENS)
lm

Espermatogônia (2n)
gi

Espermatócito I (2n)

meiose I
Espermatócito II (2n)
meiose II meiose II

Espermátides (2n)
BIOLOGIA

Espermatozóides (n)

Espermiogênese
511
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Segmentação ou Clivagem
OOGÊNESE (MULHERES)
Ovogônia (2n) Fase de sucessivas mitoses (várias divisões celu-
lares). Ocorre um aumento no número de células, de
forma a manter constante o volume ocupado pelo zigo-
Ovócito I (2n) to. Sendo assim, as células formadas apresentam um
meiose I menor tamanho e recebem o nome de blastômeros.
Ovócito II (n) Corpúsculo Polar (n)
O primeiro estágio da segmentação é denominado
mórula, caracterizado por um conjunto maciço com
meiose II
cerca de 16 a 32 células, que lembra uma amora (por
Corpúsculos Polares (n) isso o nome). Nesta etapa, os blastômeros migram
Óvulo (n)
para a periferia, formando a blastoderme e, como
consequência, uma cavidade se forma no centro, a
blastocele. Após, com o aparecimento do blastocele,
A espermatogênese ocorre nos testículos. É um
tem início a fase de blástula.
processo contínuo que tem início na puberdade e
duração por toda a vida do homem. Muito cuidado
para não confundir espermatogênese e espermiogê- Gastrulação
nese. O primeiro termo se refere a todo o processo de
formação do gameta masculino, enquanto o segundo, A camada de células da blástula sofre um dobra-
refere-se apenas ao processo de diferenciação das mento, que resulta na formação do blastóporo. Aqui,
células em formato de espermatozoide. as células começam a se diferenciar, dando origem
A ovulogênese (ou oogênese) ocorre nos ovários. aos folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme
Tem início no período fetal e, ao fim do terceiro mês e endoderme). O blastóporo dará início à formação
de vida, as mulheres já têm os ovócitos I formados e do tubo digestório. Se ele formar primeiro a boca, o
estacionados na prófase I da meiose. Na puberdade, organismo será classificado como protostomado, mas
ocorre a liberação do FSH (Hormônio Folículo Esti- se ele formar primeiro o ânus, então o organismo
mulante), que provoca a maturação e liberação de será classificado como deuterostomado (apenas equi-
um ovócito por mês (ovulação), resultando no ovócito nodermas e cordados são deuterostomados no reino
II. Esse ovócito II fica estacionado na metáfase II da animal).
meiose II, e só completará a divisão, se tornando óvu-
lo, se houver fecundação. ORGANOGÊNESE

FECUNDAÇÃO, SEGMENTAÇÃO E GASTRULAÇÃO Tem início no momento em que a gástrula se


transforma em nêurula, com a ectoderme, originan-
Fecundação do o tubo neural, que formará o sistema nervoso. É
na organogênese que as células se diferenciam para a
Fecundação é o encontro entre o espermatozoide e formação de tecidos e órgãos.
o óvulo, que ocorre na tuba uterina. Resulta na forma- É necessário saber que os folhetos embrionários
(ou germinativos) são as camadas celulares respon-
4

ção de uma célula ovo, mais conhecida como zigoto.


-2

Essa célula começa a se dividir, dando início à fase de sáveis pela formação dos tecidos e dos órgãos, bem
13

segmentação. como quais estruturas são formadas por cada folheto


.7

O zigoto é constituído por núcleo e reserva nutri- do organismo em desenvolvimento.


28

tiva (função de alimentar o embrião). Ele apresenta


.8

um polo animal (com pouca ou nenhuma quantidade z Ectoderme (camada + externa): tecido nervo-
18

de vitelo) e um polo vegetativo (onde se concentra o so, tecido epitelial. Exemplos: sistema nervoso,
-0

vitelo, quando presente). epiderme e seus anexos (unhas, pelos, glândulas


ar

sudoríparas), mucosa anal e bucal;


lm

Tipos de Ovos (Zigoto) z Mesoderme (camada do meio): tecido conjunti-


gi

vo, tecido muscular, tecido epitelial. Exemplos:


ar

z Alécito ou Metalécito: considerado sem vitelo. ossos, cartilagem, coração, músculos, rim;
lm

Exemplo: Humanos; z Endoderme (camada+ interna): tecido epitelial


gi

z Oligolécito (ou Homolécito): pouco vitelo dis- de revestimento interno do sistema digestório e
tribuído de maneira uniforme no ovo. Exemplos: anexos: sistema respiratório e revestimento inter-
Poríferos, Cnidários, Equinodermos, Anfioxo; no da bexiga. Exemplos: glândulas salivares, fíga-
z Mediolécito (ou Heterolécito): quantidade inter- do, pâncreas.
mediária de vitelo distribuído de forma desigual
entre os polos animal e vegetativo do ovo (mais Com relação ao desenvolvimento embrionário, os
concentrado em vitelo). Exemplos: Moluscos, Ane- animais podem ser considerados:
lídeos, Platelmintos, Peixes e Anfíbios;
z Telolécito: muito vitelo concentrado em maior z Ovulíparos: são aqueles que liberam ovos no meio
quantidade no polo vegetativo. Exemplos: Répteis, externo (água). Exemplos: Anfíbios e alguns peixes;
Aves, Ornitorrinco (mamífero que bota ovo), Cefa- z Ovovivíparos: se desenvolvem em ovos dentro
lópodes (polvo); do organismo materno (vitelo). Exemplos: alguns
z Centrolécito: o vitelo fica concentrado no centro répteis (cobras) e o tubarão-branco;
do ovo. É conhecida também como segmentação z Ovíparos: se desenvolvem em ovos fora do orga-
superficial, pois a divisão ocorre apenas no núcleo. nismo materno (vitelo). Exemplos: aves, tubarão-
512 Exemplos: Artrópodes. -zebra e répteis;
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z Vivíparos: se desenvolvem dentro do corpo da mãe se fixa na parede do útero e inicia o processo conheci-
e sem a formação de ovos (presença de placenta). do como nidação ou implantação.
Exemplos: mamíferos (exceção: ornitorrinco) e Para que isso seja possível, o sinciciotrofoblasto
tubarão-martelo. produz enzimas que permitem a invasão do tecido
materno, além da implantação com rápida expansão
Dica pelo endométrio, até que todo o embrião esteja locali-
zado dentro do tecido. Começa a formação de estrutu-
Ovo à Mórula, à Blástula, à Gástrula, à Nêurula, à ras extraembrionárias: âmnion, cavidade amniótica,
Organogênese. cório, saco vitelínico, placenta etc.

ANEXOS EMBRIONÁRIOS
Se liga!
São estruturas anexas ao embrião, ou seja, apesar
A placenta tem função de realização de trocas
de não fazerem parte dele, ajudam no seu desenvolvi-
mento. São elas:
gasosas, nutrientes e excretas entre mãe e feto.
É formada por uma parte materna e por uma
z Âmnio: é uma bolsa que aparece no fim da pri- fetal.
meira semana de gestação, delimitando a cavida-
de amniótica, preenchida pelo líquido amniótico.
Terceira Semana do Desenvolvimento
Tem como função a proteção contra choques e
contra o ressecamento. Essa estrutura permitiu
Período embrionário: fase de nêurula e da organo-
que embriões se desenvolvessem fora da água, ou
gênese. Aqui ocorre o desenvolvimento do tubo neu-
seja, que o desenvolvimento ocorresse no ambien-
ral, da notocorda, da linha primitiva e da formação de
te terrestre. Exemplos: répteis, aves e mamíferos;
órgãos e sistemas, a partir dos três folhetos embrio-
z Córion: é uma membrana que envolve o embrião
nários (ectoderme, mesoderme e endoderme). Esse
e todos os seus anexos embrionários. É responsá-
período de formação e desenvolvimento do embrião
vel pelas trocas gasosas realizadas entre o meio e o
segue ocorrendo até a oitava semana do desenvolvi-
embrião. Exemplos: répteis, aves e mamíferos;
mento. É caracterizado como o período com maior
z Alantoide: é uma bolsa que cumpre a função de
chance de “erros”, podendo ocasionar as malforma-
remover as excretas do embrião. Em mamíferos é
ções congênitas, conhecidas pela alta incidência em
responsável pela eliminação da ureia. Exemplos:
embriões.
répteis e aves;
z Saco vitelínico: bolsa que armazena o vitelo. Tem
função de fornecer nutrientes ao embrião. Exem- Nona Semana do Desenvolvimento, até o
plos: muito desenvolvido em peixes. Presente tam- Nascimento do Bebê
bém em répteis e aves;
z Em mamíferos placentários, as funções do cório e Neste momento, o embrião já se transformou em
do alantoide são realizadas pela placenta e cordão feto, portanto, inicia-se a fase de desenvolvimento
umbilical. Também, não apresentam saco vitelíni- fetal, que tem duração até o momento do nascimento.
Os pontos mais importantes dessa etapa são o rápido
4

co. Exceção: ornitorrinco, que bota ovos.


-2

crescimento corporal, e a diferenciação que ocorre


13

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO HUMANO em tecidos e órgãos. Fatores externos e ambientais


.7

(vírus, bactérias, drogas, dentre outros) já não são tão


28

Início perigosos para o desenvolvimento do futuro indiví-


.8

duo, quanto eram na fase embrionária.


18

z Fecundação — encontro dos gametas masculino e


-0

feminino.
ar
lm

„ Espermatozoide (n) + Óvulo (n) = Zigoto (ou DIFERENCIAÇÃO CELULAR


gi

Célula Ovo) (2n).


ar

Organismos multicelulares são aqueles consti-


lm

Primeira Semana do Desenvolvimento tuídos por mais de uma célula, podendo até mesmo
gi

conter um número elevado de células, como ocorre no


Fase de segmentação do zigoto (ou Clivagem), que homem, por exemplo.
ocorre na tuba uterina. Essas células desempenham funções específicas e
Cerca de 30 horas após a fecundação, o zigoto come- são capazes de se unir, formando tecidos. Além disso,
ça a se dividir, formando muitas células (sucessivas a grande maioria dos seres multicelulares é formada
divisões celulares, mitoses), e cada uma dessas célu- por mais de um tipo celular, o que resulta em diferen-
las é chamada blastômero (as famosas células tronco tes tipos de tecidos e órgãos, que também desempe-
embrionárias). Após três dias, forma-se a mórula. nham funções específicas em um organismo.
De maneira geral, as células encontradas podem
BIOLOGIA

Segunda Semana do Desenvolvimento apresentar formato de coluna, arredondado, achata-


do, alongado, dentre outros. Esse formato está relacio-
Fase de formação da blástula e implantação do nado ao tipo de função exercida pela célula. Ademais,
blastocisto. A mórula se reorganiza em uma camada é importante lembrar que todas as células apresentam
de células (blastoderme) preenchida por um líquido as mesmas características genéticas, pois têm origem
(bastocele). Formação dos três folhetos embrionários em uma mesma célula inicial, conhecida como célula
(ectoderme, mesoderme e endoderme). O blastocisto ovo ou zigoto. 513
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O zigoto é formado a partir da fecundação, após O tecido tem como funções o revestimento dos
o encontro do espermatozoide com o óvulo. E, logo corpos, a secreção de substâncias, a proteção física —
em seguida, iniciam-se sucessivos processos de divi- funcionando como uma barreira, a fim de garantir a
são celular. Em determinado momento, as células for- proteção contra antígenos — e proteção mecânica, pre-
madas serão diferentemente ativadas, resultando em venindo a perda de água, além de sua capacidade de
diferenciação celular, acompanhe5: formar glândulas.
Possui ainda, uma superfície apical e outra basal.
Pode apresentar determinadas especializações que
Células nervosas
permitem adesão e comunicação entre as células, cha-
madas de junções intercelulares. Também pode con-
Zigoto Células cardíacas ter certas especializações, como as microvilosidades
que aumentam a superfície de contato para absorção,
ou os cílios e os flagelos, capazes de facilitar a movi-
Células musculares
mentação de partículas.
Os tecidos são classificados em dois tipos: epitelial
Células tronco Células intestinais glandular e epitelial de revestimento, conforme
veremos a seguir.

Tecido Epitelial Glandular


Células hepáticas
É o tecido responsável pela secreção de substâncias.
As glândulas formadas por ele podem ser de três tipos:
As células diferenciam-se para que cada agru-
pamento possa exercer uma função no organismo, z Endócrinas: não apresentam ductos e lançam
permitindo seu equilíbrio e sobrevivência. Como na substâncias diretamente no sangue. Ex.: hipófise;
imagem anterior, células nervosas propiciam a trans- z Exócrinas: apresentam ductos e lançam substân-
missão do impulso nervoso, enquanto musculares cias em cavidades ou na superfície corporal. Ex.:
realizam a contração. Assim, diante dos níveis orga- glândulas mamárias e sudoríparas;
nizacionais na biologia, formam-se tecidos, órgãos e z Mistas: apresentam uma parte endócrina e outra
sistemas. Como consequência, organismos multicelu- exócrina, cumprindo com as duas funções. Ex.:
lares podem apresentar uma ampla variedade de célu- pâncreas.
las, o que é caracterizado como diversidade celular.
Portanto, para aprofundar seus conhecimentos Veja a imagem6 abaixo:
sobre a diversidade celular, você deve conhecer os
diferentes órgãos que constituem cada organismo,
bem como os tecidos que formam esses órgãos. Exem-
plos: células sanguíneas (de transporte e de defesa),
4

células da pele, neurônios, células ósseas, células adi-


-2
13

posas etc.
.7
28
.8
18

HISTOLOGIA
-0
ar

ANIMAL
lm

Glândula Glândula
gi

Dentro deste tópico, vamos abranger os estudos endócrina exócrina


ar

que visam ao conhecimento estrutural e funcional


lm

das células que formam os tecidos do corpo humano.


gi

Como tecidos, temos: o tecido epitelial, o tecido con-


juntivo, o tecido muscular e o tecido nervoso. Tecido Epitelial de Revestimento

TECIDO EPITELIAL Sua função é a de revestir o corpo e as superfícies


dos órgãos, além de fornecer proteção, absorver subs-
É um tecido avascular — isto é, não apresenta tâncias e permitir a percepção de estímulos. Essas são
vasos sanguíneos. Formado por células justapostas funções específicas do epitélio de revestimento.
(unidas umas às outras), com pouca matriz extra- Pode ser classificado de duas formas, de acordo
celular, visto que as células se organizam muito com o número ou com o formato de células.
próximas umas das outras. Tem alta capacidade de
regeneração e renovação, e é nutrido e oxigenado
pela lâmina basal, através de difusão.
5 SANTOS, V. S. dos. Células-Tronco. BiologiaNet, [s.d.]. Disponível em: https://www.biologianet.com/biologia-celular/celulas-tronco.htm. Aces-
so em: 02 mar. 2023. Adaptada.
514 6 Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/tecido-epitelial.htm. Adaptado. Acesso em: 26 jan. 2021.
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Considerando o número de células que forma cada camada:

z Epitélio simples: apenas uma camada de células;


z Epitélio estratificado: mais de uma camada de células;
z Epitélio pseudoestratificado: apenas uma camada de células, aparentando ter mais.

Confira a imagem7:

Epitélio simples

Epitélio estratificado

Epitélio pseudoestratificado

Considerando o formato das células:

z Epitélio escamoso: células achatadas;


z Epitélio cúbico: células em formato de cubo;
z Epitélio colunar: células alongadas;
z Epitélio colunar ciliado: células alongadas e que apresentam cílios.

Veja a ilustração8:
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm

Se liga!
gi

Existe também um epitélio que é classificado como “de transição”. Ele é um tipo especial de epitélio. Suas
células apresentam formato variável conforme a distensão do órgão que elas formam. Como exemplo, cita-
mos as células encontradas em grande quantidade no tecido da bexiga urinária, as quais têm aparência glo-
bosa quando a bexiga está vazia e formato achatado quando ela está cheia.

„ O epitélio escamoso, também chamado de simples pavimentoso, está presente nos alvéolos pulmonares e
BIOLOGIA

em endotélios (revestimento interno de vasos sanguíneos e linfáticos);


„ o epitélio simples cúbico está presente nos túbulos renais;
„ o epitélio simples colunar está presente no estômago e o pseudoestratificado em fossas nasais, traqueia e
brônquios.
7 Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/tecido-epitelial.htm. Adaptado. Acesso em: 26 jan. 2021.
8 Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/tecido-epitelial.htm. Adaptado. Acesso em: 26 jan. 2021. 515
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Quando os epitélios são formados por várias camadas de células, são denominados epitélio estratificado.
Assim, podem ser classificados em epitélio estratificado pavimentoso (encontrado na pele, na boca e no esôfago),
de transição (ex.: bexiga urinária) ou prismático (ex.: uretra).

Pele

É o maior órgão do corpo humano. Tem função protetora do organismo como um todo e, também, de órgãos
internos. Ela é composta por três camadas de tecidos, as quais são:

z Epiderme: uma camada visível, formada por células mortas ou que estão para morrer. Essa é camada mais
externa da pele;
z Derme: localizada logo abaixo da epiderme. É onde se encontram as raízes dos pelos, as terminações nervosas,
os vasos sanguíneos e o colágeno;
z Hipoderme (ou tecido subcutâneo): camada mais interna da pele. É onde ficam as gorduras, as veias e os
músculos. É composta por células repletas de gordura, participando diretamente do processo de isolamento
térmico.

Confira a representação9 abaixo:

Poro Glândula
Corpúsculo de sebácea
sudoríparo Pelo
Meissner

Camada córnea
Epiderme
(queratinizada)

Terminação nervosa
livre

Derme
Glândula sudorípara

Músculo eretor do pelo

Tecido subcutâneo
(adiposo)

Artéria
Veia Folículo piloso
4
-2

Anexos Epidérmicos
13
.7

Correspondem aos pelos (proteção e controle da temperatura corporal), às unhas (proteção) e a algumas glân-
28

dulas exócrinas, como, por exemplo, as glândulas sebáceas (lubrificação da pele).


.8
18

Mucosa
-0
ar

Caracterizada como um tecido epitelial que reveste o corpo internamente — isto é, reveste órgãos e superfícies
lm

internas.
gi

As mucosas são formadas por epitélio acoplado ao tecido conjuntivo, formando uma camada responsável por
revestir cavidades úmidas do organismo. O tecido conjuntivo, aqui, recebe o nome de lâmina própria ou lâmina basal.
ar
lm

Como exemplos, temos a mucosa da boca, do estômago, do intestino, do nariz, do pulmão, do útero, entre outras.
gi

TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo é responsável por nutrir, dar sustentação e preencher espaços entre os tecidos. Sua com-
posição inclui grande quantidade de células, a matriz extracelular e as fibras. O que define cada um dos tipos de
tecido conjuntivo é a composição da matriz e o conjunto celular que o compõe.
Os diferentes tipos de tecido conjuntivo possuem células também específicas, além de uma matriz extracelular
constituída por diferentes moléculas e fibras, o que determina a função desenvolvida.
A matriz extracelular pode ser:

z gelatinosa (tecido conjuntivo frouxo e denso);


z líquida (sanguíneo);
z flexível (cartilaginoso);
z rígida (ósseo).

516 9 Disponível em: https://www.infoescola.com/anatomia-humana/epiderme/. Adaptada. Acesso em: 09 mar. 2021.


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dessa forma, o tecido conjuntivo encontra-se divi- Tecido Conjuntivo Hematopoiético
dido em: tecido conjuntivo propriamente dito, e em
tecidos conjuntivos de propriedades especiais, como Apresenta matriz extracelular líquida, que recebe
o adiposo, o cartilaginoso, o ósseo e o sanguíneo. Pro- o nome de plasma, local onde são encontradas as célu-
priedades relacionadas ao tecido conjuntivo: las sanguíneas (glóbulos vermelhos — ou hemácias;
glóbulos brancos — ou leucócitos e plaquetas ou
z preenchimento de espaços entre tecidos; fragmentos celulares).
z nutrição de tecidos avasculares; Esse tecido tem como função, a formação de célu-
z reserva energética em adipócitos; las sanguíneas e de componentes do sangue. É encon-
z produção de células sanguíneas na medula óssea, trado na medula óssea e dentro de alguns ossos longos
algumas, inclusive, que atuam na defesa do orga- do corpo como, por exemplo, nas extremidades do
nismo (glóbulos brancos). fêmur e do úmero.
As hemácias estão relacionadas ao transporte de
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito gases, os leucócitos com a defesa contra patógenos e
as plaquetas desempenham a função de coagulação
Tem como função unir tecidos, preenchendo e sus- sanguínea.
tentando os tecidos e estruturas ao redor. Apresenta
grande quantidade de matriz extracelular, além de TECIDO MUSCULAR
fibras proteicas dos tipos colágena, elástica e reticular.
É subdividido em tecido conjuntivo denso e frouxo. Musculatura Estriada e Lisa
Veremos, a seguir, as propriedades de cada um deles.
O tecido muscular é responsável por grande parte
z Tecido conjuntivo denso: matriz extracelular da movimentação do corpo. É constituído por fibras
abundante e predominância de fibras colágenas. musculares (miócitos), as quais apresentam citoplas-
Fibroblastos estão presentes. É encontrado em ma rico em células proteicas, o que permite a realiza-
epitélio e em tendões, associado à resistência em ção de contrações. É composto por fibras proteicas dos
casos de pressão mecânica; tipos actina (formadora dos filamentos finos) e miosi-
z Tecido conjuntivo frouxo: matriz extracelular em na (formadora dos filamentos espessos).
pequena quantidade, rico em células e pobre em Consiste em um tecido associado ao tecido conjun-
fibras. São encontradas células do tipo fibroblastos tivo de matriz extracelular, constituída por lâmina
e macrófagos, além de células transitórias, como basal e fibras reticulares.
os linfócitos, neutrófilos e eosinófilos. O tecido muscular encontra-se dividido em três
tipos básicos10:
Devido à baixa quantidade de fibras, é bastante
elástico. Muito importante na nutrição dos tecidos, Músculo estriado esquelético
podendo ser encontrado em todo o corpo.

Tecido Conjuntivo Adiposo


Músculo liso
4

Apresenta pouca matriz extracelular e grande


-2
13

quantidade de fibras reticulares e de adipócitos (célu-


.7

las de gordura). É um tecido que tem como função, a


28

reserva energética e proteção contra o frio (isolamen-


.8

to térmico) e impactos mecânicos. Pode ser encontra- Músculo estriado cardíaco


18

do, por exemplo, na camada abaixo da pele.


-0

Tecido Conjuntivo Cartilaginoso


ar
lm

z Muscular liso: formado por células fusiformes


Rico em matriz extracelular, em fibras colágenas e
gi

que apresentam núcleos centrais. Sua aparência


glicosaminoglicanas associadas às proteínas. As célu- não é estriada, por isso é denominado liso. Apre-
ar

las características desse tecido são os condrócitos. senta contrações lentas e involuntárias e, portan-
lm

Apesar de ser um tecido flexível, tem como função, a to, está associado à movimentação involuntária do
gi

sustentação de partes do corpo. Pode ser encontrado, organismo. Pode ser encontrado na bexiga, no úte-
por exemplo, no nariz e nas orelhas. Como exceção ro, no trato digestório e nas artérias, por exemplo.
aos demais, é avascular. São células revestidas por lâmina basal. Em indiví-
duos adultos são capazes de se dividir, atuando em
Tecido Conjuntivo Ósseo situações de aumento dos órgãos, ou reparo teci-
dual. Em gestantes, ocorre um aumento numérico
Apresenta grande quantidade de matriz extra- e volumétrico dessas células;
celular rica em fibras colágenas, glicoproteínas e z Muscular estriado esquelético: formado por
BIOLOGIA

proteoglicanas. A matriz é calcificada por deposição células alongadas e com vários núcleos (multinu-
de cristais de cálcio sobre as fibras, o que torna esse cleadas). Os núcleos ocupam a região mais peri-
tecido mais rígido do que os outros tecidos. As célu- férica das células. Tem como função a contração
las específicas desse tecido são os osteócitos (células voluntária do organismo. Devido à conexão com os
ósseas maduras), osteoclastos (células ósseas velhas) ossos, está associado à locomoção. Suas fibras mus-
e os osteoblastos (células ósseas jovens). culares são constituídas por miofibrilas, as quais
10 Disponível em: https://www.biologianet.com/histologia-animal/tecido-muscular.htm. Acesso em: 26 jan. 2021. 517
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consistem em um conjunto de sarcômeros (respon-
sáveis pela contração muscular). Essas células não
Corpo celular
se multiplicam em indivíduos adultos, mas podem
sofrer hipertrofia como consequência de exercício
físico11;

Fibra muscular
Axônio
Dendrito

Bainha de mielina
Miofibrila

Sarcômero
Neurônio12

Os dendritos são prolongamentos do corpo celular


que se ramificam. É no corpo celular que se encon-
tram as organelas. O dendrito é um prolongamento do
corpo celular envolvido por macróglias (oligodendró-
citos e células de Schwann). Possíveis classificações
dos neurônios:
z Muscular estriado cardíaco: forma o tecido car-
díaco, sendo de grande importância para a contra-
z De acordo com a forma: neurônios multipolares,
ção do coração. A diferença do músculo estriado
bipolares e unipolares;
esquelético é que, aqui, os núcleos são em número z Considerando a função: neurônios sensitivos,
de um ou dois e ocupam posição central nas célu- motores e integradores.
las. Apresenta fibras constituídas por bainha de
tecido conjuntivo, rica em capilares sanguíneos. A informação que passa pelos neurônios segue
Possui discos intercalares (conhecidos como linhas sempre um sentido único, que é: dendrito → corpo
transversais), com especializações de membrana celular → axônio.
— zonas de adesão, desmossomos e junções comu-
nicantes, que permitem a ocorrência de conexão Células da Glia
elétrica entre as células desse tecido. As contrações
são involuntárias, rápidas e contínuas. Conhecidas também como neuróglias, ajudam na
regulação das sinapses e na transmissão dos impul-
4
-2

sos nervosos, desenvolvendo a função de proteger,


13

Se liga! dar suporte e nutrir o sistema nervoso. Podemos con-


.7

siderar que elas apresentam maior número, quando


28

Células musculares apresentam nomes espe- comparadas aos neurônios. Na figura13 a seguir, pode-
.8

ciais para algumas estruturas: mos observar os tipos de células, caracterizadas como
18

Sua membrana plasmática é denominada sar- células da glia.


-0

colema. Seu citoplasma é conhecido como sar-


ar

coplasma. E o retículo endoplasmático recebe o Oligodendrócitos Micróglia


lm
gi

nome de retículo sarcoplasmático.


ar
lm

TECIDO NERVOSO
gi

É o tecido responsável pela comunicação entre os Células ependimárias


órgãos do indivíduo e o meio externo. Essa comunica- Astrócitos
ção é do tipo elétrica, ocorre de forma rápida e é reali-
zada através de sinapses químicas entre os neurônios.
Neurônios são as células mais representativas
deste tecido. Atuam juntamente com células da glia.
Eles são a base para que as mensagens sejam recebi-
Células de Schwann
das, processadas e as respostas, geradas. Transmitem
informações através de neurotransmissores e impul-
sos elétricos.
11 Disponível em: https://www.biologianet.com/histologia-animal/tecido-muscular.htm. Acesso em: 26 jan. 2021.
12 Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-neuronio.htm. Acesso em: 26 jan. 2021.
518 13 Disponível em: https://www.biologianet.com/histologia-animal/celulas-glia.htm. Adaptada. Acesso em: 26 jan. 2021.
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As células da glia são classificadas, em dois tipos: z Esclerênquima: composto por células mortas que
podem ser lignificadas. Os tipos celulares que pode-
z Micróglias: são aquelas que agem de maneira mos encontrar nesse tecido são fibras e esclereides;
similar aos macrófagos, protegendo o sistema ner- z Xilema e floema: são tecidos de condução. O xile-
voso. Podem ser encontradas em situações de infla- ma é um tecido mais interno no corpo do vege-
mação e de reparação do sistema nervoso central; tal. Está relacionado ao transporte de água e sais
z Macróglias: dividem-se em subtipos, que atuam minerais (seiva bruta) da raiz para as folhas. Já
o floema é um tecido mais externo ao corpo do
com funções específicas na transmissão dos impul-
vegetal, responsável pelo transporte de matéria
sos nervosos: os astrócitos (células com formato
orgânica (seiva elaborada), para todo o corpo do
estrelado, encontradas nas substâncias branca e vegetal. O xilema é composto por células especia-
cinzenta); os oligodendrócitos (responsáveis pela lizadas denominadas elementos do vaso e traqueí-
produção da bainha de mielina, atuando como iso- des, enquanto no floema encontramos as células
lante térmico para o sistema nervoso central); os crivadas e os elementos do tubo crivado.
ependimócitos (revestem os ventrículos do cére-
bro e o canal central da medula espinhal; quando
ciliados, eles facilitam a movimentação do líquido
cefalorraquidiano); e as células de Schwann (fun- EXERCÍCIOS COMENTADOS
ção similar a dos oligodentrócitos, porém envolvem
apenas um axônio do sistema nervoso periférico). 1. (ENEM – 2022) O veneno da cascavel pode causar
hemorragia com risco de morte a quem é picado pela
VEGETAL serpente. No entanto, pesquisadores do Brasil e da
Bélgica desenvolveram uma molécula de interesse far-
Como tecidos vegetais temos: macêutico, a PEG-collineína-1, a partir de uma proteína
encontrada no veneno dessa cobra, capaz de modular
z Embrionários ou meristemáticos: meristemas — a coagulação sanguínea. Embora a técnica não seja
crescimento primário e secundário; nova, foi a primeira vez que o método foi usado a partir
de uma toxina animal na sua forma recombinante, ou
z Permanentes ou diferenciados: seja, produzida em laboratório por um fungo genetica-
mente modificado. JULIÃO, A. Técnica modifica proteí-
„ Epiderme e súber: proteção e revestimento; na do veneno de cascavel e permite criar fármaco que
„ Parênquima: preenchimento; modula a coagulação sanguínea.
„ Colênquima e esclerênquima: sustentação;
„ Xilema e floema: condução. Disponível em: https://agencia.fapesp.br. Acesso em: 22 nov. 2021
(adaptado).
Esses tecidos são classificados como simples,
Esse novo medicamento apresenta potencial aplicação
quando têm apenas um tipo de célula, ou como com-
para:
plexos, quando têm mais de um tipo de célula em sua
constituição. a) impedir a formação de trombos, típicos em alguns
4

casos de acidente vascular cerebral.


-2

z Meristemas: são tecidos vivos indiferenciados, ou b) tratar consequências da anemia profunda, em razão
13

seja, podem ser comparados a células tronco de da perda de grande volume de sangue.
.7

humanos, visto que apresentam capacidade de se


28

c) evitar a manifestação de urticárias, comumente rela-


multiplicar e originar outros tecidos. Dividem-se em cionadas a processos alérgicos.
.8

2 tipos: o apical, responsável pelo crescimento em


18

d) reduzir o inchaço dos linfonodos, parte da resposta


comprimento da planta (crescimento primário), e o
-0

imunitária de diferentes infecções.


lateral, associado ao crescimento em espessura (cres-
e) regular a oscilação da pressão arterial, característica
ar

cimento secundário). O meristema apical é encontra-


dos quadros de hipertensão.
lm

do na ponta da raiz e do caule. Já o meristema lateral,


gi

no câmbio vascular e felogênio; Considerando que o veneno pode causar hemorra-


ar

z Epiderme: assim como a epiderme de humanos, a gias, essa propriedade pode ser útil para evitar a
lm

epiderme das plantas é o tecido que reveste o corpo formação de coágulos ou trombos, que impedem o
gi

do vegetal. Tem função de proteção, com células orga- fluxo do sangue. Resposta: Letra A.
nizadas de maneira compacta e que podem apresen-
tar pigmentos. Como células características desse 2. (ENEM – 2022) Diversas substâncias são empregadas
tecido temos as células-guarda dos estômatos; os tri- com a intenção de incrementar o desempenho espor-
comas; os litocistos e as células tuberosas; tivo de atletas de alto nível. O chamado doping san-
z Periderme: conjunto de tecidos de origem secundá- guíneo, por exemplo, pela utilização da eritropoietina,
ria. É formado pelo súber, felogênio e feloderme; é proibido pelas principais federações de esportes
z Parênquima: tecido vegetal associado a processos de no mundo. A eritropoietina é um hormônio produzi-
cicatrização e revestimento, devido à sua capacida-
BIOLOGIA

do pelos rins e fígado e sua principal ação é regular


de de retornar à atividade meristemática, formando o processo de eritropoiese. Seu uso administrado
outras células. É dividido em 3 tipos básicos: parên- intravenosamente em quantidades superiores àquelas
quima de preenchimento; parênquima clorofiliano presentes naturalmente no organismo permite que o
(fotossíntese) e parênquima de reserva; indivíduo aumente a sua capacidade de realização de
z Colênquima: células não lignificadas, que podem exercícios físicos.
retomar a atividade meristemática. Relacionadas
com a sustentação de órgãos jovens em crescimento; 519
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Esse tipo de doping está diretamente relacionado ao As válvulas atrioventriculares são subdivididas em
aumento da: tricúspide (entre o átrio direito e o ventrículo direi-
to) e bicúspide ou mitral (entre o átrio esquerdo e o
a) frequência cardíaca. ventrículo esquerdo). Assim como as semilunares, são
b) capacidade pulmonar. subdivididas em aórtica e pulmonar: a aórtica na saí-
c) massa muscular do indivíduo. da para a aorta e a pulmonar na saída para o pulmão.
d) atividade anaeróbica da musculatura. Além disso, o coração apresenta três camadas: o
e) taxa de transporte de oxigênio pelo sangue. endocárdio (mais interna), o miocárdio (camada
média, composta por musculatura estriada cardíaca e,
A eritropoietina é o hormônio responsável pela por isso, é a principal responsável pelo bombeamento
produção dos eritrócitos, mais conhecidos como sanguíneo) e o epicárdio (mais externa — onde pode
hemácias ou glóbulos vermelhos sanguíneos. Essas ocorrer o acúmulo de tecido adiposo).
células são importantes no transporte sanguíneo O batimento do coração apresenta sincronia com
do oxigênio para os demais tecidos e, assim, possi- os movimentos de sístole e diástole, que nada mais
bilitando a realização do processo de respiração e são do que movimentos de contração e relaxamento
consequente obtenção de energia. Resposta: Letra E. do órgão, respectivamente. Durante cada contração
ocorre o bombeamento do sangue e a cada relaxamen-
to o coração é novamente preenchido pelo sangue.

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA


Se liga!
O corpo humano é composto por diversos sistemas
Existe uma região que é responsável por originar
que funcionam de forma conjunta, visando a manu-
os batimentos cardíacos, é o chamado nó sinoa-
tenção do equilíbrio interno do organismo. Neste
material, estudaremos diversos sistemas, tanto com
trial. Por definição, é uma região de aglomeração
relação à anatomia deles, quanto ao funcionamento celular capaz de produzir impulsos elétricos.
que desempenham no organismo.
Os Vasos Sanguíneos
SISTEMA CIRCULATÓRIO
Os vasos sanguíneos são responsáveis por trans-
O sistema circulatório é conhecido também como portar o sangue pelo corpo, levando oxigênio e glicose
sistema cardiovascular, visto que é composto pelo a todas as células. Compõem um grande sistema for-
coração (bomba muscular) e pelos vasos sanguíneos. mado por tubos fechados, por onde o sangue circula.
Sua função é, basicamente, garantir que todas as célu- Em geral, podemos dizer que existem três tipos de
las receberão nutrientes e oxigênio, transportados vasos sanguíneos: as artérias, as veias e os capilares.
pelo sangue. Sendo assim, o coração é responsável
pelo bombeamento de sangue, e os vasos sanguíneos z Artérias: definidas como vasos que partem do
4

pelo transporte do sangue por todo o corpo. coração, levando o sangue para os órgãos e os teci-
-2

dos do corpo. O sangue presente no interior desses


13

O Coração vasos apresenta alta pressão. Quando as artérias


.7

se ramificam, passam a se chamar arteríolas;


28

O coração de mamíferos, incluindo o de huma- z Capilares: são vasos muito delgados que realizam
.8
18

nos, é formado por quatro câmaras: dois átrios e dois a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos
-0

ventrículos. O lado direito do coração é formado pelo do corpo;


átrio direito e pelo ventrículo direito, enquanto o lado z Veias: vasos que levam o sangue de volta ao cora-
ar

esquerdo é formado pelo átrio esquerdo e pelo ven- ção. O sangue presente no interior desses vasos
lm

trículo esquerdo. Em meio a essas câmaras podemos apresenta baixa pressão, diferente do que ocorre
gi

encontrar também válvulas, ou seja, estruturas que, nas artérias. Uma característica específica desses
ar

de certa forma, controlam a passagem de sangue, vasos é a presença de válvulas que impedem o
lm

impedindo o retorno dele. refluxo sanguíneo.


gi

Podemos dizer que os átrios são responsáveis pela


chegada de sangue ao coração, e os ventrículos pela Agora que já sabemos quais são as estruturas
saída de sangue e bombeamento para o corpo. Além envolvidas no transporte de sangue, vamos falar de
disso, é importante que você saiba que o lado esquer- como é realizado o processo de circulação sanguínea.
do do coração é preenchido com sangue rico em oxigê- A circulação do sangue em mamíferos é do tipo
nio, enquanto o lado direito é preenchido com sangue dupla, apresentando duas formas: pode acontecer na
rico em gás carbônico, ou seja, pobre em oxigênio. forma de grande ou pequena circulação. A pequena
Quanto às válvulas do coração, elas podem ser circulação (ou circulação pulmonar) envolve:
classificadas em atrioventriculares ou semilunares.
As atrioventriculares se encontram localizadas entre coração → pulmão → coração
o átrio e o ventrículo, tanto do lado direito quanto do
lado esquerdo do coração. Já as semilunares contro- Já a grande circulação (ou circulação sistêmica)
lam a passagem de sangue para os pulmões e para a envolve:
artéria aorta.
520 coração → corpo (tecidos) → coração
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para entender ambas com maiores detalhes observe os processos na imagem a seguir:

Pulmão
Artéria pulmonar

Veias pulmonares
Veia Cava

Artéria Aorta

Átrio esquerdo
Átrio direito
Ventrículo
esquerdo

Ventrículo
direito

Corpo Pulmão14

Lembre-se que nos pulmões ocorre o processo de hematose (ou troca gasosa): o sangue, até então rico em gás
carbônico, recebe oxigênio proveniente da respiração pulmonar. O sangue, agora rico em oxigênio, retorna ao cora-
ção por meio das veias pulmonares, chegando a esse órgão pelo átrio esquerdo. Ele segue do átrio para o ventrículo
esquerdo. Então, o sangue é bombeado para o corpo, saindo do coração pela artéria aorta.
O sangue alcança vários órgãos e tecidos do corpo. Nos capilares ocorrem as trocas gasosas, que correspondem
a quando o oxigênio presente no sangue é passado para os tecidos, e o gás carbônico produzido na respiração
celular é deixado para o sangue. Os capilares reúnem-se formando vênulas, que formam as veias, as quais levam
esse sangue pobre em oxigênio e rico em gás carbônico de volta para o coração. O sangue é transportado até o
coração por meio da veia cava e entra pelo átrio direito. Esse sangue, agora rico em gás carbônico e pobre em
oxigênio, é enviado para o ventrículo direito, e do ventrículo direito é bombeado para os pulmões por meio das
artérias pulmonares. Lá passa novamente pelo processo de hematose e todo o processo é reiniciado.

SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestório tem como função processar os alimentos ingeridos de forma que seja possível aprovei-
tar os nutrientes necessários para o organismo e eliminar o que não for utilizado.
Na figura15 a seguir, é possível identificar a localização dos órgãos que compõem o sistema digestório humano:

Boca
4
-2
13

Fígado
.7
28

Esôfago
.8
18

Estômago
-0
ar
lm
gi

Intestino
ar

grosso Pâncreas
lm
gi

Intestino
delgado Reto
BIOLOGIA

Os órgãos do sistema digestório possibilitam a ingestão e a digestão do alimento, a absorção dos nutrientes e
a eliminação do que for desnecessário para o corpo. Sendo assim, é importante saber o papel desempenhado por
cada um dos órgãos digestórios.

14 Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/705446729106047532/visual-search/ (adaptada). Acesso em: 02 fev. 2021.


15 Disponível em: https:/ensinarhoje.com/sistema-digestorio-texto-e-atividades (adaptada). Acesso em: 02 fev. 2021. 521
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ÓRGÃOS DIGESTÓRIOS A bile tem como função a quebra de moléculas de
gordura (emulsificação de lipídeos), ao passo que o
Boca suco entérico é rico em enzimas capazes de quebrar
nucleotídeos e aminoácidos.
Local onde se inicia a digestão. Na boca, a diges- É também nessa região que o pâncreas libera suco
tão ocorre de duas formas: mecânica e química. Na pancreático, que é rico em bicarbonato, tripsina e qui-
digestão mecânica, temos a ação dos dentes, garan- motripsina. A presença de bicarbonato é de extrema
tindo que o alimento seja rasgado, amassado e tritu- importância neste momento, pois ele age neutralizan-
rado. Já na digestão química, o alimento sofre a ação do a acidez do quimo que veio do estômago. Isso é
da saliva secretada pelas glândulas salivares. A enzi- necessário porque a parede do intestino, diferente do
ma salivar que age na boca é a ptialina, ou amilase estômago, não apresenta células produtoras de muco
salivar. Apresenta bom desempenho em pH neutro para a proteção da parede.
(PH da boca = 7.0). Essa enzima promove a quebra do
amido, um carboidrato. A língua também tem papel
Se liga!
importante na digestão: ajuda a misturar o alimento
e a saliva; e também na deglutição: auxilia a engolir o A bile, substância liberada no duodeno para a
alimento, que seguirá rumo à faringe. emulsificação de gorduras, é produzida pelo fíga-
do e não pela vesícula, como muitos pensam. A
Faringe vesícula biliar apenas armazena e libera a bile.

É um órgão comum aos sistemas digestório e


respiratório. No sistema digestório, o alimento segui- O jejuno e o íleo são ricos em superfícies especia-
rá da faringe em direção ao esôfago, enquanto, no res- lizadas na absorção: apresentam aumento da super-
piratório, segue em direção à laringe. É um canal de fície de contato, o que potencializa a sua função.
passagem para o alimento que segue da boca para o Essas especializações de membrana são chamadas de
esôfago. vilosidades (dobras no revestimento do intestino) ou
microvilosidades (projeções nas células epiteliais da
Esôfago vilosidade). Por esse motivo, é principalmente no jeju-
no e no íleo que ocorre a absorção de nutrientes.
Órgão tubular e musculoso localizado entre a
faringe e o estômago. O esôfago é o primeiro local Intestino Grosso
onde ocorrem movimentos peristálticos, isto é,
contrações do músculo liso que empurram o alimento Tem cerca de 1,5 m de comprimento. Caracteriza-
pelo tubo, até que ele chegue no estômago. do como a região responsável pela absorção de água
e formação da massa fecal. É formado por três par-
Estômago tes: ceco, cólon e reto. No ceco, encontramos o apêndice,
órgão não vital que serve de reserva de bactérias para a
Órgão localizado logo abaixo do diafragma. Apre- digestão. Essa função já foi importante, porém, nos dias
senta musculatura que permite dilatação conforme atuais é facilmente suprida de outras maneiras e, além
4

a quantidade de alimento ou líquido digerido. É no disso, o apêndice pode inflamar, causando apendicite.
-2

O cólon encontra-se dividido também em três partes:


13

estômago que o bolo alimentar sofre a ação do suco


cólon ascendente, cólon transverso e cólon descendente.
.7

gástrico, transformando-se em quimo. Tem início a


E o reto, ou canal anal: uma estrutura que se abre para o
28

digestão de proteínas, por ação da enzima pepsina.


exterior no ânus, por onde as fezes são eliminadas.
.8

O ácido clorídrico liberado é o responsável por ativar


18

a pepsina (transformação de pepsinogênio em pepsi-


-0

na) e por manter o pH ácido. Lembrando que as enzi- Glândulas Acessórias ao Sistema Digestório
mas estomacais tem melhor ação quando em pH ácido
ar

(PH do estômago = 2.0). Apesar de parecer arriscado São definidas como glândulas que lançam subs-
lm

termos “ácido” dentro do nosso corpo, as células do tâncias no tubo digestório, mas não fazem parte deste
gi

estômago ficam liberando muco e esse muco protege tubo, por isso são chamadas de acessórias. São elas:
ar

a parede estomacal do contato com o ácido, mantendo


lm

o órgão realizando sua função de digestão. z Glândulas salivares: atuam na produção da saliva,
gi

substância composta por água e enzimas. A saliva


Intestino Delgado ajuda a lubrificar o bolo alimentar e também possui
ação antibacteriana. Inclusive, já foi mostrada a pre-
É considerado a parte mais longa do sistema diges- sença de anticorpos do tipo IgA na saliva;
tório, apresentando aproximadamente 6m de compri- z Pâncreas: a famosa glândula mista dos humanos,
mento. Divide-se em três partes: duodeno, jejuno e ela possui funções endócrinas e exócrinas. Quan-
íleo (alguns se referem a essa parte como jejuno-í- do desempenha sua função exócrina, ocorre a pro-
leo). É aqui que ocorre a maior parte da digestão, que dução do suco pancreático, enquanto na função
tem início a digestão de lipídeos e onde os nutrientes endócrina fica responsável pela produção dos hor-
são finalmente absorvidos. mônios insulina e glucagon;
O duodeno é a região do intestino em que o suco z Fígado: dentro do contexto “digestão alimentar”,
pancreático age sobre o quimo que vem do estômago. esse órgão atua na produção da bile, uma substân-
Também é nessa parte do intestino que age a bile, uma cia que é armazenada na vesícula biliar e, poste-
substância produzida pelo fígado, que é armazenada riormente, lançada no duodeno.
e liberada pela vesícula biliar. Além do suco entérico,
522 uma secreção produzida pelo próprio duodeno.
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SISTEMA URINÁRIO reabsorção e a secreção de substâncias. Eles são con-
trolados pelo hormônio antidiurético (ADH), que é
Quando falamos de sistema urinário, imediata- liberado pela neurohipófise. No meio desses túbulos,
mente pensamos em formação de urina. No entanto, existe a alça renal, associada à reabsorção de água
a formação da urina depende também da circulação pelos néfrons. Por último, devemos citar a presença
sanguínea. Além disso, a quantidade de água presente de um ducto coletor, que é para onde a urina segue ao
na urina, bem como a reabsorção de sais, tem relação ser formada. Dali, ela vai para os ureteres. Dos urete-
com o sistema endócrino. res, para a bexiga e da bexiga para a uretra.
O sistema urinário tem como função auxiliar na Para finalizarmos, é bom frisar que existe uma cor-
manutenção do equilíbrio interno (homeostase) do relação entre o sistema urinário e o sistema reprodu-
organismo. Além disso, ele filtra o sangue, sendo capaz tor em homens. Isso acontece, pois a uretra é comum
de reabsorver substâncias importantes para o corpo, a ambos os sistemas.
eliminar compostos tóxicos, ou produzir e armazenar
a urina, até o momento em que seja possível expulsá- SISTEMA REPRODUTOR
-la pelo canal urinário.
Esse sistema é composto por quatro órgãos: rins, Quando falamos de sistema reprodutor, a primeira
ureteres, bexiga e uretra. Observe a imagem16 repre- coisa que pensamos é na diferença anatômica e fisio-
sentativa da organização desses órgãos no corpo lógica apresentada por homens e mulheres. Afinal,
humano, bem como a descrição das características e esse sistema é responsável por garantir a reprodução
da função desempenhada por cada um deles. e, por isso, encontramos nele as estruturas respon-
sáveis pela produção dos gametas. Essas estruturas
que formam os gametas são chamadas de gônadas. A
Rim gônada masculina são os testículos, enquanto a femi-
nina são os ovários. Estruturas que, diga-se de passa-
gem, são bem diferentes.

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO


Ureter
O sistema reprodutor masculino é responsável
pela produção dos espermatozoides, especificamen-
Bexiga te nos testículos. Antes, porém, precisamos analisar
outras estruturas que compõem este sistema, que se
dividirão em externas e internas.
Uretra As estruturas externas (visíveis ao olhar para o
corpo de um homem) são: o pênis e o saco escrotal.
O pênis é o órgão associado à cópula (relação sexual).
z Rins: ao todo, temos 2 rins. Resumidamente, são Durante a excitação, os corpos cavernosos são preen-
responsáveis pela produção da urina; chidos com sangue, o que possibilita a ereção. Já o
z Ureteres: também temos 2 ureteres. Eles são res- saco escrotal é a região em que podemos encontrar os
ponsáveis por levar a urina dos rins até a bexiga
4

testículos. Ela apresenta temperatura um pouco mais


-2

urinária; baixa que o restante do corpo, o que ajuda a proteger


13

z Bexiga: é um órgão com capacidade elástica que os espermatozoides formados.


.7

tem, como função, o armazenamento da urina; Já as estruturas internas consistem em: testículo,
28

z Uretra: é o canal que permite que a urina seja epidídimo, canal deferente, canal ejaculatório e uretra.
.8

enviada para fora do organismo. Veja na imagem17:


18
-0

Dentro deste tema, é importante darmos uma aten-


ar

ção especial aos rins. É bom que tenhamos uma noção


lm

dos planos de posição e direção dos órgãos no nosso


corpo. Os rins, por exemplo, estão localizados na par-
gi

te posterior do abdômen, logo abaixo do diafragma.


ar

Cada rim possui cerca de 10cm de comprimento e


lm

pesa entre 120g e 280g, apresentando formato similar


gi

ao de um grão de feijão. Além disso, é através deles


que ocorre a passagem de vasos sanguíneos e também
de nervos. Bexiga Vesícula
Internamente, eles possuem duas regiões diferen- seminal
tes, o córtex (mais externa) e a medula (mais inter- Ducto Reto
na). É nessas regiões que encontramos os néfrons. deferente
Os néfrons são considerados a menor unidade
Uretra
funcional dos rins. É neles que toda a função renal
BIOLOGIA

Pênis Ânus
é desempenhada. Eles são formados por um glomé- Epidídimo
rulo renal, envolvido por uma cápsula (Cápsula de Testículo Próstata
Bowman), local de ocorrência da filtração do san-
Saco escrotal
gue. Seguidamente, apresentam túbulos: o contor-
cido proximal e o contorcido distal, onde ocorre a

16 Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sistema-excretor.htm. Acesso em: 10 fev. 2023.


17 Disponível em: https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/sistema-reprodutor-masculino.htm#. Acesso em: 10 fev. 2023. 523
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z Testículo: como citado anteriormente, é na gôna- z Ovários: descritos como as gônadas femininas.
da masculina que são formados os espermato- Local onde são produzidos os ovócitos. É nos
zoides e também o local em que é produzida a ovários também que são produzidos os hormô-
testosterona (hormônio masculino). Esses game- nios femininos (estrogênio e progesterona). Cada
tas são produzidos mais precisamente em túbulos mulher apresenta dois ovários;
enrolados, conhecidos como túbulos seminíferos. z Tuba uterina: são dois tubos que se estendem dos
Cada homem possui dois testículos; ovários até o útero. Antes era chamada de trompas de
z Epidídimo: localizado acima dos testículos. Os falópio;
espermatozoides completam sua maturação e z Útero: órgão muscular com formato de pera, onde
adquirem mobilidade nesse local; o zigoto se instala e o bebê se desenvolve;
z Ducto Deferente e Ejaculatório: é um canal que z Vagina: local onde o pênis se insere na hora da
parte de cada epidídimo e encontra-se com o ducto cópula e é também o canal por onde o bebê sai na
da vesícula seminal, formando os ductos ejaculató- hora do parto.
rios, os quais se abrem na uretra;
z Uretra: estrutura comum ao sistema excretor e Até aqui conseguimos entender as característi-
reprodutor, o que significa que pela uretra saem o cas anatômicas e fisiológicas associadas aos sistemas
sêmen e a urina. Percorre todo o pênis. Além disso, reprodutores masculino e feminino. É importante
os homens possuem glândulas anexas ao sistema entender com total clareza as diferenças entre eles
reprodutor que atuam auxiliando na reprodução. antes de seguir adiante com os estudos.
Essas glândulas também são classificadas como
estruturas internas do organismo, e recebem o SISTEMA ENDÓCRINO
nome de glândulas acessórias. São elas: vesícula
seminal, próstata e glândula bulbouretral. O Sistema Endócrino é responsável pela comuni-
cação química que ocorre em cada organismo, ou até
„ Vesículas seminais: associadas à formação mesmo entre diferentes organismos. Ele consiste em um
do sêmen, produzem uma secreção compos- conjunto de glândulas com capacidade de produzir e
ta por frutose, o que garante energia para os lançar hormônios no sangue, chamadas glândulas endó-
espermatozoides; crinas. Os hormônios, também conhecidos como “men-
„ Próstata: produz a substância que serve de sageiros químicos”, têm como função levar mensagens
nutriente para os espermatozoides; para células específicas, as famosas “células alvo”.
„ Glândulas bulbouretrais: produzem uma Células alvo são células que apresentam recepto-
secreção que limpa a uretra antes da ejaculação. res de hormônio específicos na membrana plasmáti-
ca. É por meio da mensagem recebida que as células
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO sabem como devem se comportar em um determina-
do momento. Acompanhe na imagem19:
O Sistema Reprodutor Feminino também é com-
posto por estruturas externas e internas.
Célula endócrina Célula-alvo
A estrutura externa se resume na vulva: constituí-
Receptor
da pelos grandes lábios, pequenos lábios (protegem a
entrada da vagina e da uretra) e pelo clitóris. Assim
4
-2

como o pênis, o clitóris é formado por tecido erétil e,


13

Hormônio
da mesma forma, recebe sangue durante a excitação
.7

sexual. Por este motivo, é considerado um dos pon-


28

tos mais sensíveis no corpo da mulher. Isso faz todo


.8

o sentido quando pensamos em embriologia, onde é


18

mostrado que o pênis é como um clitóris desenvolvi-


-0

do. Por isso há semelhança funcional entre eles.


ar

Já como órgãos internos, as mulheres possuem:


lm

ovários, tuba uterina, útero e vagina. Acompanhe


Corrente sanguínea
na imagem18:
gi
ar
lm

Tuba uterina Útero Tuba uterina Célula-alvo


Fundo
gi

Se liga!
As glândulas endócrinas lançam substâncias
Ovário (hormônios) diretamente nos vasos sanguíneos.
Endométrio
Fímbria Já as glândulas exócrinas, lançam suas secre-
Miométrio ções em superfícies livres, ou seja, nunca em
Vagina vasos sanguíneos.
Colo do útero

18 Disponível em: https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/sistema-reprodutor-feminino.htm. Acesso em: 10 fev. 2023.


524 19 Disponível em: https://resumosmedicina.com.br/sinalizacao-celular-2/. Acesso em: 10 fev. 2023.
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As glândulas endócrinas podem ser encontradas em diferentes partes do corpo, como mostra a figura20 a
seguir.

Hipotálamo
Hormônios de liberação: Hipófise
GHRH, CRH, TRH, GnRH Hormônio do
Hormônios inibitórios: crescimento,
somatostatina, Prolactina
dopamina, vasopressina, ACTH, MSH, TSH, FSH
ocitocina e LH
Glândula tireoide Glândulas
T2, T4 e calcitonina paratireoides
Paratormônio
Glândulas suprarrenais
Cortisol
Aldosterona
Androgênios suprarrenais
Adrenalina Pâncreas
Noradrenalina Insulina
Glucagon
Somatostatina

Ovários
Estrogênios
Progesterona

Testículo
Testosterona

Hipotálamo

O hipotálamo é uma região responsável por manter a homeostase (equilíbrio) do organismo e realizar fun-
ções endócrinas e nervosas. Caracteriza-se como uma região do sistema nervoso capaz de controlar o sistema
4

endócrino, pois age diretamente sobre a hipófise, e indiretamente sobre outras glândulas (tireoide, adrenal,
-2

mamárias e gônadas).
13

Localização: encéfalo, conectado diretamente com a hipófise;


.7

Hormônios: produz ADH e Ocitocina, que são enviados para a neurohipófise liberar.
28
.8
18

Hipófise
-0

Conhecida como “glândula-mestre” por produzir hormônios que regulam outras glândulas presentes no orga-
ar

nismo. Apresenta tamanho pequeno, equivalente ao de uma ervilha. Pode ser referenciada pelo nome mais anti-
lm

go: Glândula Pituitária.


gi

Localização: encéfalo, ligada diretamente ao hipotálamo. Divide-se em Adenohipófise (hipófise anterior) e


ar

Neurohipófise (hipófise posterior).


lm
gi

Adenohipófise

Produz e libera os seguintes hormônios:

z Somatotrófico (GH) ou “hormônio do crescimento”: crescimento de tecidos. Determinação da altura corpo-


ral. Sua ausência na infância pode causar o nanismo. Já o excesso, ainda na infância, pode causar o gigantismo, e
na vida adulta a acromegalia;
z Tireotrófico (TSH) ou “Tireotropina”: estimula síntese e secreção de hormônios da tireoide;
BIOLOGIA

z Adenocorticotrófico (ACTH) ou “Adenocorticotropina”: estimula a secreção de hormônios da supra-renal;


z Gonadotrófico (FSH “hormônio folículo estimulante” e LH “hormônio luteinizante”): promove cresci-
mento e funcionamento das gônadas;
z Prolactina: produção de leite em mulheres.

20 Disponível em: https://www.sanarmed.com/introducao-ao-sistema-endocrino. Acesso em: 10 fev. 2023. 525


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Neurohipófise z Calcitonina: levar Ca++ do sangue para os ossos.

Recebe hormônios produzidos pelo hipotálamo e Paratireoides


os libera na corrente sanguínea, em direção às células
alvo. É fundamental lembrar que a neurohipófise não z Localização: são 4 glândulas pequenas que se
produz esses hormônios, apenas libera na corrente encontram atrás da tireoide;
sanguínea. Vejamos quais são os hormônios liberados z Hormônio: paratormônio;
pela neurohipófise:
„ Função do hormônio: retirar Ca++ dos ossos e
z ADH (ou vasopressina): hormônio antidiurético. enviar para o sangue.
Age nos rins, mais especificamente nos néfrons,
promovendo a reabsorção de água. Sua deficiência Adrenais ou Suprarrenais
acarreta o início de um quadro de diabetes insípidus,
onde ocorre a liberação de grande quantidade de uri- z Localização: sobre os rins;
na muito diluída. Esse hormônio é inibido em casos z Hormônios: produzidos pelo córtex: cortisol e
de ingestão de bebidas alcoólicas, e as consequências aldosterona. Produzidos pela medula: adrenalina
são aumento na liberação de urina com posterior (ou epinefrina) e noradrenalina (ou norepinefrina).
desidratação, causando sensação de muita sede;
z Ocitocina: associada ao processo de contração uteri- Função dos hormônios produzidos pelo córtex:
na durante o parto. É também conhecida como hor-
mônio do amor/afeto, devido à relação comprovada „ Glicocorticoides: o cortisol é controlado pelo
com casos de melhora de humor, aumento da intera- ACTH produzido na adenohipófise e liberado
ção social e de ligação entre pessoas (parceiros, filhos em situações de estresse. Atua aumentando
etc.), e diminuição da ansiedade. Em homens esse a glicemia, ou seja, na produção de glicose a
hormônio é capaz de diminuir a agressividade, per- partir de proteínas e gorduras, e participa dos
mitindo um comportamento mais amável e genero- mecanismos de resposta imunológica reduzin-
so (comportamentos normalmente diminuídos pela do inflamações e alergias;
testosterona). É justamente por esses benefícios que a „ Mineralocorticoides: a aldosterona é contro-
ocitocina vem sendo utilizada em casos de tratamen- lada pelo ACTH produzido na adenohipófise e
to ou melhora do espectro autista. responsável por aumentar a pressão arterial e
Tireoide o volume de sangue circulante (volemia). Além
disso, tem função de extrema importância nos
z Localização: logo abaixo das cartilagens da glote; rins, mais especificamente nos néfrons, em que
z Hormônios: T3, T4 e calcitonina; é responsável pela reabsorção de sódio (Na+) e
excreção de potássio (K+).
„ Triiodotironina (T3) e Tiroxina (T4): estimu-
lam o metabolismo energético e controlam a
Função dos hormônios produzidos pela medula:
taxa de respiração celular;
4

„ Excesso: resulta em hipertireoidismo. Conse-


-2

„ Adrenalina: prepara o organismo para enfren-


13

quências: hiperatividade, perda de peso, nervo-


tar situações de estresse. Exemplos: vasocons-
.7

sismo, exoftalmia (olhos arregalados), ou seja,


trição, aumento da quantidade de açúcar no
28

metabolismo acelerado;
sangue, redistribuição de sangue para diferen-
.8

„ Falta: resulta em hipotireoidismo;


18

„ Hipotireoidismo no adulto: consequências: tes órgãos e músculos;


„ Noradrenalina: atua em conjunto com a adre-
-0

metabolismo lento, ganho de peso, bradicardia


(coração com batimento lento); nalina em situações de estresse. Exemplos: ace-
ar

„ Hipotireoidismo na criança: pode levar ao cre- lera batimentos cardíacos e mantém a pressão
lm

tinismo, caracterizado por retardo mental e com- sanguínea em níveis normais.


gi

prometimento do crescimento de ossos e dentes.


ar

Pâncreas
lm

Tanto o hiper quanto o hipotireoidismo podem


gi

resultar na formação de bócio endêmico, um inchaço z Localização: lado esquerdo da cavidade


na região do pescoço, formando um papo.
abdominal;
z Hormônios: insulina e glucagon.
Se liga!
Função dos hormônios produzidos no pâncreas:
A produção desses hormônios necessita da pre-
sença de iodo. Como forma de evitar a ocorrên- „ Insulina: produzido pelas células beta pan-
cia de hipotireoidismo o iodo foi adicionado ao creáticas. É liberado em situações de aumen-
sal de cozinha, para que fosse consumido de to de glicose no sangue. Indica para as células
forma natural no dia a dia da população. Por isso que os transportadores de glicose, presentes na
vocês encontrarão na embalagem do sal de cozi- membrana celular, devem ser ativados, permi-
nha a informação “sal iodado”. tindo que a glicose entre nas células. A glicose
é então utilizada para produzir energia através
da respiração celular. E os níveis de glicose no
526 sangue retornam ao normal;
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„ Glucagon: produzido pelas células alfa pan- Se liga!
creáticas. É liberado em situações de diminui-
ção da glicose no sangue. Indica para as células Feedback negativo é quando ocorre a liberação
que deve ocorrer liberação do glicogênio arma- de um estímulo contrário àquele que levou ao
zenado em células do fígado e dos músculos. desequilíbrio. Por exemplo: falta de cálcio nos
Afinal, a quebra do glicogênio libera moléculas ossos. Então o organismo vai liberar calcitonina,
de glicose, que serão encaminhadas para a cor- que levará cálcio para os ossos.
rente sanguínea e distribuídas pelo corpo do Quando os ossos já estão cheios de cálcio e
indivíduo. Assim, os níveis de glicose no sangue não é necessário liberar mais calcitonina, o
retornam ao normal. organismo ativa o paratormônio para retirar
cálcio dos ossos, de maneira a manter o equilí-
Atenção para o caso de Diabetes Mellitus, que é
dividida em dois tipos básicos: Diabetes tipo 1 e Diabe- brio sempre.
tes tipo 2. No tipo 1 ocorre uma falha na produção de
insulina. As células pancreáticas sofrem com uma sín-
drome autoimune que leva à destruição de células beta SISTEMA NERVOSO
pancreáticas. Com isso, não ocorre produção de insuli-
na e o indivíduo precisa aplicar insulina todos os dias O sistema nervoso, assim como o sistema endó-
para manter o equilíbrio no metabolismo do açúcar. crino, é um sistema responsável pela comunica-
Já no caso de diabetes tipo 2, o indivíduo produz ção dentro de um organismo e pela manutenção da
insulina normalmente, porém, os receptores de insuli- homeostase (equilíbrio). Porém, neste caso, a comuni-
na falham no reconhecimento do hormônio. Portanto, cação é do tipo elétrica, uma comunicação muito mais
esses indivíduos precisam tomar remédios que ajuda- rápida do que a endócrina. Sua principal função é
rão a contornar a situação, permitindo que a glicose processar e armazenar informações, tanto de origem
entre nas células e a homeostase seja mantida.
interna quanto de origem externa ao corpo do indiví-
Em indivíduos com diabetes mellitus, ocorre a per-
da de glicose também na urina, pois essa molécula duo, elaborando respostas adaptativas frente à cada
está presente em excesso no plasma sanguíneo, sendo situação vivida.
assim, o excesso é liberado pela urina após a filtração A principal célula desse sistema é o neurônio e, de
do plasma sanguíneo pelos rins. Como esses indivíduos forma geral, o sistema nervoso encontra-se dividido
não conseguem utilizar a glicose presente no plasma em duas partes importantes: o sistema nervoso cen-
sanguíneo, as células utilizam glicose do armazena- tral (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). Adian-
mento de gordura e proteína, podendo chegar ao ponto te, compreenderemos cada um deles.
de degradar músculos devido a perda proteica. O SNC é composto pelo encéfalo e pela medula
espinhal. Já o SNP é composto por nervos e gânglios
Gônadas
nervosos. Os nervos que tem origem no tronco ence-
Localização: homens — testículos (interior da bol- fálico recebem o nome de nervos cranianos, e aqueles
sa escrotal); mulheres — ovários (interior da cavidade que se originam a partir da medula são denominados
pélvica); nervos raquidianos (ou nervos espinhais). Veja, de for-
Hormônios: homens — testosterona; mulheres — ma esquemática, os componentes do SNC e do SNP21:
estrogênio e progesterona.
4

Esses hormônios sofrem influência dos hormônios


-2

FSH e LH produzidos na adenohipófise. Veja: Sistema Nervoso


13

Central
.7

„ FSH: em homens induz a produção de espermato-


28

Encéfalo
zoides. Já em mulheres induz a formação dos folí-
.8

culos ovarianos, os quais produzem estrogênio;


18

Medula
„ LH: em homens induz a produção de testoste-
-0

espinhal
rona. Já em mulheres promove a ovulação e a
Sistema Nervoso
ar

formação do corpo lúteo (amarelo), o qual irá


Periférico
lm

produzir progesterona.
gi

Gânglios
Já quanto à função dos hormônios em si, teremos:
ar

„ Testosterona: responsável pelo aparecimento


lm

Nervos
de características secundárias masculinas (bar-
gi

ba, pelos pubianos, engrossamento da voz etc.),


pelo amadurecimento dos órgãos genitais mas-
culinos e também pelo controle da libido;
„ Estrogênio: responsável pelo aparecimento de
características secundárias femininas (mamas,
acúmulo de gordura em determinadas regiões,
pelos pubianos etc.), pelo estímulo do desen-
volvimento do endométrio para a chegada do
embrião (futuro bebê), pela indução ao ama-
BIOLOGIA

durecimento dos órgãos genitais, associado ao


controle da libido;
„ Progesterona: estimula o desenvolvimento
das glândulas mamárias e, assim como o estro-
gênio, estimula o desenvolvimento do endomé-
trio para a chegada do embrião (futuro bebê).
21 Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/biologia/sistema-nervoso-periferico. Acesso em: 10 fev. 2023. 527
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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Cérebro z Bulbo: controle dos batimentos cardíacos, con-
trole dos movimentos respiratórios e controle da
Encéfalo Cérebro deglutição (engolir).
Mesencéfalo
Sistema
Tronco Medula Espinhal
Nervoso Ponte
Encefálico
Central
(SNC) É um cordão cilíndrico que parte da base do encé-
Bulbo falo, percorre toda a coluna vertebral e se aloja dentro
Medula
das perfurações das vértebras. Da Medula Espinhal,
partem 31 pares de nervos raquidianos. Tem como
Nervos cranianos (12 pares) funções: receber as informações de diversas partes do
Sistema
Nervoso corpo e enviá-las para o encéfalo e vice-versa, além de
Nervos raquidianos (31 pares) ser responsável pelos atos reflexos (reflexo medular).
Periférico
(SNP) Cuidado para não confundir Medula Espinhal e
Terminações nervosas Medula Óssea. A Medula Espinhal é encontrada dentro
das vértebras da coluna vertebral. Já a Medula Óssea é
encontrada no interior dos ossos longos e esponjosos,
SISTEMA NERVOSO CENTRAL – SNC
desempenhando funções do tecido hematopoiético,
como a produção de células sanguíneas.
Encéfalo

z Cérebro: constitui cerca de 90% da massa encefá-


Se liga!
lica. Sua superfície é bastante pregueada (aumen-
to da superfície) e é dividido em dois hemisférios No encéfalo, a substância cinzenta é mais exter-
(esquerdo e direito) e em duas partes: Córtex na e a branca mais interna, enquanto, na medula,
(externo) — substância cinzenta (corpos neuro- é o contrário, sendo a substância cinzenta mais
nais), e região interna — substância branca (den- interna e a branca mais externa.
dritos e axônios).

Principais Estruturas que Ocupam o Cérebro e suas Ato Reflexo


Funções
Ocorre em situações de risco ou emergência. Nes-
Corpo caloso Córtex cerebral Ossos do crânio te caso, a medula espinhal elabora respostas rápidas,
Cérebro sem a interferência do encéfalo. Exemplo: resposta
Meninges
patelar.
Epífise O mecanismo de resposta envolve apenas um
Lobo neurônio sensitivo (aferente), a medula e um neurô-
frontal
nio motor (eferente). Por esse motivo, a resposta ao
Lobo estímulo é mais rápida.
occipital
Tálamo
4
-2

Hipotálamo Meninges
13

Hipófise Cerebelo
.7

Mesencéfalo Tanto o encéfalo quanto a medula são protegi-


28

Ponte dos por membranas denominadas meninges. Elas


.8

Bulbo Medula espinhal


são descritas como um conjunto de membranas que
18

revestem e protegem o sistema nervoso central (SNC).


-0

z Tálamo: reorganização dos estímulos nervosos e Essas membranas são classificadas como: dura-máter
percepção sensorial (consciência); (mais externa), aracnoide (intermediária) e pia-máter
ar

z Hipotálamo: regulador da homeostase corporal,


lm

(mais interna). Além disso, é importante lembrar que


controle da temperatura e do apetite, balanço o espaço entre elas é preenchido por líquido cefalor-
gi

hídrico, controle da hipófise e de outras glândulas; raquidiano (ou líquor).


ar

z Cerebelo: responsável pelo equilíbrio do corpo, Vale notar que a meningite é uma infecção menin-
lm

pelo tônus e vigor muscular, pela orientação espa- gocócica causada por bactérias que se alojam no inte-
gi

cial e pela coordenação dos movimentos. rior dessas membranas, podendo gerar inflamação ou
até infecção generalizada.
A ingestão de álcool afeta o cerebelo, prejudican-
do a coordenação dos movimentos. É por esse motivo SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO – SNP
que uma pessoa alcoolizada fica com dificuldades em
manter o equilíbrio do corpo. Nervos

Tronco Encefálico São fios finos formados por vários axônios de neurô-
nios envolvidos por tecido conjuntivo, que transmitem
z Mesencéfalo: recepção e coordenação da contra- mensagens de várias partes do corpo para o sistema
ção muscular e postura corporal; nervoso central, ou destes para as regiões corporais.
z Ponte: manutenção da postura corporal, equilí-
brio do corpo e tônus muscular;

528
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Classificação dos nervos: ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

z Quanto ao tipo de neurônio: Para estudar os órgãos dos sentidos precisamos


entender, também, que as funções desempenhadas
„ sensitivos ou aferentes (contém apenas neurô- por eles são complementares e fundamentais para o
nios sensoriais); equilíbrio e o bom funcionamento do corpo. O sistema
„ motores ou eferentes (contém apenas neurô- sensorial é formado por visão, audição, olfato, pala-
nios motores); dar e tato. Como expressos na imagem22:
„ mistos (contém neurônios sensitivos e motores).

z Quanto à posição anatômica:

„ cranianos (ligados ao encéfalo): 12 pares;


„ raquidianos ou espinhais (ligados à medula):
31 pares.

Gânglios Nervosos

Caracterizados como um aglomerado de corpos


celulares de neurônios encontrados fora do sistema
nervo central.

Terminações Nervosas

São responsáveis por captar estímulos do meio


interno ou externo e levá-los para o sistema nervoso
central. As terminações nervosas são as receptoras
para dor, tato, frio, pressão, calor, paladar etc.

Sistema Nervoso Periférico Voluntário Visão

Formado por nervos motores que conduzem impul- Estímulos externos, associados à luz ambiente,
sos do sistema nervoso central (SNC) à musculatura atingem os nossos olhos e permitem a associação de
estriada esquelética. É responsável por determinar ações informações através da formação de imagens.
conscientes: andar, falar, abraçar, correr etc.
Os olhos são órgãos fotossensíveis, que possuem
Sistema Nervoso Periférico Involuntário estruturas capazes de transformar estímulos lumino-
sos em potenciais de ação. Esses estímulos serão trans-
Constituído por nervos motores que conduzem mitidos ao nosso cérebro, onde serão processadas as
impulsos do sistema nervoso central à musculatura
imagens.
4

lisa de órgãos viscerais, músculos cardíacos e glându-


-2

las. É responsável por realizar o controle da digestão


13

e dos sistemas cardiovascular, excretor e endócrino. Partes do Olho


.7

Os nervos do SNP autônomo possuem dois tipos de


28

neurônios: pré-ganglionares (corpo celular dentro do O olho apresenta uma região denominada crista-
.8

SNC); pós-ganglionares (corpo celular dentro do gânglio). lino (semelhante à uma lente) que divide o olho em
18

Além disso, o sistema nervoso periférico involun- duas regiões: humor aquoso (anterior) e humor vítreo
-0

tário encontra-se dividido em duas partes: simpático (posterior). Há, ainda, outra região, formada por três
e parassimpático. Veja:
ar

camadas: a camada mais externa, formada pela escle-


lm

z Sistema nervoso simpático: é aquele que prepara ra e pela córnea; a camada intermediária, formada
gi

o organismo para situações de estresse (instinto de pela coroide, pelo corpo ciliar e pela íris; e a camada
ar

fuga ou luta); mais interna, na qual encontramos a retina. A seguir,


lm

z Sistema nervoso parassimpático: responsável vamos falar de cada uma dessas partes:
gi

por estimular atividades relaxantes (repouso).

Eles desenvolvem ações antagônicas no organismo. z Esclera: é a camada protetora do olho. Formada
Vamos exemplificar os dois Sistemas utilizando uma por tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas;
mesma situação: resposta corporal perante um assalto. z Córnea: localizada na parte da frente do olho.
Neste caso, o sistema simpático agirá preparando Apresenta formato esférico e transparente;
o organismo para lutar ou para fugir. Desta forma, z Coroide: responsável pela nutrição da retina.
as pupilas se dilatarão, a saliva será inibida, deixan- Localizado entre a retina e a esclera. É uma região
do a boca seca, os batimentos cardíacos aumentarão,
rica em vasos sanguíneos e de coloração escureci-
a bexiga relaxará, adrenalina e noradrenalina serão
BIOLOGIA

liberadas, entre outras consequências. Já o parassim- da devido à presença de melanina;


pático, nesse caso, agirá tentando equilibrar o organis- z Corpo ciliar: onde ocorre a formação do humor
mo pós situação de estresse. Assim, atuará contraindo aquoso. Região onde o cristalino é encontrado;
as pupilas, estimulando a salivação, diminuindo a z Íris: responsável pela cor do olho. Apresenta uma
frequência dos batimentos cardíacos e contraindo a abertura no centro (pupila) por onde entra a luz. Con-
bexiga, levando à liberação de acetilcolina. trola a entrada de luz no olho através da pupila;
22 Disponível em https://www.todamateria.com.br/sentidos-do-corpo-humano/. Acesso em: 10 fev. 2023. 529
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z Pupila: orifício circular localizado no centro da com detalhes, as duas pontas encostando na região.
íris. É capaz de aumentar e diminuir seu diâmetro Mas, se essas mesmas pontas forem encostadas em
como resposta a variações de luz no ambiente; uma região das nossas costas, sentiremos como um
z Cristalino: representa uma lente biconvexa gelati-
ponto apenas. Isso comprova a disposição de sensores
nosa e elástica. Permite focalizar os objetos;
z Retina: constituída por células especializadas distribuídos de forma desigual pelo nosso organismo.
(fotorreceptores), denominadas de cones e basto-
netes. Os cones são relacionados à visão em cores
e os bastonetes à sensibilidade à luz. Os fotorre-
ceptores captam informações e as transmitem EXERCÍCIOS COMENTADOS
para o nervo óptico e para o cérebro.
1. (ENEM — 2020) Na indústria farmacêutica, é muito
Audição
comum o emprego de substâncias de revestimento em
Os sons são captados pelo pavilhão auditivo (orelha medicamentos de uso oral, pois trazem uma série de
externa) e diferenciados em fortes, fracos, altos, baixos, benefícios como alteração de sabor em medicamen-
graves e agudos. O fato de possuirmos uma orelha de tos que tenham gosto ruim, melhoria da assimilação
cada lado permite identificar a distância do emissor de do composto, entre outras ações. Alguns compostos
som. As vibrações sonoras são percebidas por membra-
poliméricos à base do polissacarídeo celulose são uti-
nas na parte interna do ouvido chamadas tímpanos.
Então, a vibração passa por três ossículos chamados: lizados para garantir que o fármaco somente seja libe-
martelo, bigorna e estribo. Eles apresentam habilidade rado quando em contato com soluções aquosas cujo
de amplificar o som percebido. pH se encontre próximo da faixa da neutralidade.
Os ouvidos também são capazes de indicar a nos-
sa posição corporal. Isso é possível devido à presença BORTOLINI, K. et al. Análise de perfil de dissolução de cápsulas
de líquidos existentes nos canais semicirculares e no gastrorresistentes utilizando polímero industriais com aplicação em
vestíbulo da orelha interna. É através do movimento farmácias magistrais. Revista da Unifebe, n° 12, 2013 (adaptado).
desses líquidos que o corpo recebe informações sobre
os movimentos efetuados e sobre a posição da cabeça, Qual é a finalidade do uso desse revestimento à base
gerando uma ideia de equilíbrio.
de celulose?
Olfato
a) Diminuir a absorção do princípio ativo no intestino.
Os alimentos, as flores e alguns líquidos apresen- b) Impedir que o fármaco seja solubilizado no intestino.
tam partículas capazes de alcançar as nossas narinas c) Garantir que o fármaco não seja afetado pelas secre-
e se dissolver na mucosa olfatória da cavidade nasal. ções gástricas.
A partir daí, a informação segue pelo nervo olfatório d) Permitir a liberação do princípio ativo pela ação das
até chegar no cérebro, local onde será processada e amilases salivares.
enviará respostas em concordância com o estímulo
e) Facilitar a liberação do fármaco pela ação dos sais
4

recebido. É assim que nosso corpo processa a infor-


-2

mação recebida através dos cheiros e aromas. biliares sobre o revestimento.


13
.7

Paladar Assim como indicado no enunciado: “Alguns com-


28

postos poliméricos à base do polissacarídeo celu-


.8

O alimento libera partículas que se dissolvem na


18

lose são utilizados para garantir que o fármaco


nossa boca, local onde a informação é transforma-
-0

somente seja liberado quando em contato com solu-


da para ser conduzida até o cérebro, que irá deco-
ções aquosas cujo pH se encontre próximo da faixa
ar

dificá-la. Desta forma os seres humanos são capazes


lm

de distinguir as sensações de doce, salgado, azedo e da neutralidade”. Isso significa que o revestimento
gi

amargo. Isso é possível graças à presença de papilas desses fármacos não será afetado no estômago, sob
ar

gustativas, encontradas em diferentes regiões da lín- a ação de secreções gástricas, onde o pH=2,0, mas
lm

gua. Os alimentos colocados em nossa boca estimulam sim no intestino, com pH=8,0, isto é, próximo do
gi

receptores gustativos existentes nas papilas, e o cére- valor neutro. Resposta: Letra C.
bro processa a informação, seja de uma lembrança
associada aquele alimento, seja da primeira impres-
são que temos ao provar algo novo. É possível sentir 2. (ENEM — 2022) Em 2002, foi publicado um artigo
a textura e a temperatura das coisas que provamos. científico que relacionava alterações na produção de
hormônios sexuais de sapos machos expostos à atra-
Tato zina, um herbicida, com o desenvolvimento anômalo
de seus caracteres sexuais primários e secundários.
As funções associadas ao tato são realizadas em Entre os animais sujeitos à contaminação, observa-
conjunto com a nossa pele. Ela permite a percepção
ram-se casos de hermafroditismo e desmasculini-
de textura dos materiais, de temperatura, de pressão
e de dor. Além disso, você precisa saber que as termi- zação da laringe. O estudo em questão comparou a
nações nervosas que nos permitem associar essas sen- concentração de um hormônio específico no sangue
sações estão mais concentradas nas extremidades do de machos expostos ao agrotóxico com a de outros
nosso corpo. Por exemplo, se colocar as pontas de dois machos e fêmeas que não o foram (controles). Os
530 lápis na palma de uma mão, será possível perceber, resultados podem ser vistos na figura.
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IMUNOLOGIA
5
Concentração do hormônio (ng mL—1)
Imunologia é a área da biologia que estuda o sistema
imunológico, ou seja, os mecanismos de defesa do orga-
nismo. Esse sistema funciona como uma barreira de pro-
4
teção contra patógenos e corpos estranhos que possam
invadir nosso corpo, de forma a reconhecê-los e destruí-
-los. Isso é possível devido ao trabalho em conjunto de
3
órgãos e células específicas envolvidas no processo.
É por meio de estudos nessa área que podemos
2 obter maiores informações sobre doenças autoimu-
nes, alergias, hipersensibilidade, rejeição a transplan-
tes, imunodeficiência, dentre outros.
1
IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA

0 Vamos começar falando de imunidade inata e imu-


Machos Machos Fêmeas nidade adquirida. A imunidade inata é aquela que já
controle expostos à controle possuímos assim que nascemos. Ela utiliza barreiras
atrazina
naturais como a pele e mucosas para a nossa prote-
HAYES, T. B. et. al. Hermaphroditic, Demasculinized Frogs ção, além dos leucócitos e de células especializadas
After Exposure to the Herbicide Atrazine at Low
em processos de fagocitose. A resposta inata é con-
Ecologically Relevant Doses. Proceedings of the National
siderada inespecífica. Já a imunidade adquirida é
Academy of Sciences, n. 8, 2002 (adaptado).
desenvolvida durante toda a nossa vida. Neste caso,
é necessário um contato com o agente invasor, a ati-
Com base nas informações do texto, qual é o hormônio
vação de células específicas e síntese de anticorpos. A
cujas concentrações estão representadas na figura? resposta imune é mais específica e pode ser classifi-
cada como humoral (envolvimento de anticorpos) ou
a) Estrogênio. celular (recrutamento de linfócitos T, não há envolvi-
b) Feromônio. mento de anticorpos).
c) Testosterona.
d) Somatotrofina. ANTÍGENOS E ANTICORPOS
e) Hormônio folículo estimulante.
Antígeno é qualquer substância estranha que
entra em contato com o nosso corpo e desencadeia a
No gráfico, é o possível observar que o hormônio em
produção de anticorpos. E anticorpos são glicoprote-
questão tem as concentrações reduzidas quando os ínas, também conhecidas como imunoglobulinas, que
machos são expostos à atrazina. No caso específico apresentam como principal função evitar danos cau-
4
-2

de machos, o enunciado traz pontos relacionados a sados por agentes invasores.


13

anomalias sexuais e, no caso, o hormônio responsá-


.7

vel é a testosterona, que se reduzido provocaria tais VACINA E SORO


28

problemas. Resposta: Letra C.


.8

VACINA SORO
18

3. (ENEM — 2022) No processo de captação da luz pelo


-0

Curativa
olho para a formação de imagens estão envolvidas Preventiva (an-
ar

Utilização (depois do
duas estruturas celulares: os cones e os bastonetes. tes do contato)
lm

contato)
Os cones são sensíveis à energia dos fótons, e os bas-
gi

tonetes, à quantidade de fótons incidentes. A energia Antígenos


ar

Anticorpos
(mortos, ate-
lm

dos fótons que compõem os raios luminosos está prontos


Composta por nuados/enfra-
associada à sua frequência, e a intensidade, ao núme-
gi

(produzidos em
quecidos ou
ro de fótons incidentes. Um animal que tem bastone- outro animal)
aos pedaços)
tes mais sensíveis irá:
Microrga-
Toxinas/
a) apresentar daltonismo. Ação Contra nismos/
venenos
b) perceber cores fora do espectro do visível. patógenos
c) enxergar bem em ambientes mal iluminados. Resposta Lenta Imediata
d) necessitar de mais luminosidade para enxergar.
BIOLOGIA

e) fazer uma pequena distinção de cores em ambientes Tempo de


Duradoura Temporária
iluminados. Duração

Produção de
Bastonetes estão relacionados à intensidade luminosa. Sim Não
Anticorpos
Um animal com bastonetes mais sensíveis terá maior
Memória
facilidade de captação e visão, enxergando melhor em Sim Não
Imunológica
locais com pouca luz. Resposta: Letra C. 531
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TRANSPLANTES indicador de células do protozoário. Depois de induzidas
as defesas, estas passam a destruir todas as células
Quando falamos em transplante na área de saúde, com a molécula tumoral, como se lutassem apenas con-
nos referimos ao processo de transferência de células, tra o protozoário. Disponível em: www.estadao.com.br.
tecidos e órgãos com atividade vital, com o objetivo de Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
recuperar funções perdidas.
Basicamente, existem dois tipos de transplante: Qual o mecanismo utilizado no experimento para
autólogo, com estruturas retiradas e implantadas na enganar as células de defesa, fazendo com que ata-
própria pessoa, porém em local diferente; e alogêni- quem o tumor?
co, quando as estruturas são retiradas de uma pessoa
(doador) e implantadas em outra (receptor). Em casos a) Autoimunidade.
de estruturas retiradas de doador morto, é importan- b) Hipersensibilidade.
te que a morte seja muito recente e que as estruturas
c) Ativação da resposta inata.
estejam conservadas.
d) Apresentação de antígeno específico.
Em casos de rejeição, ocorre ausência de reconhe-
e) Desencadeamento de processo anti-inflamatório.
cimento da nova estrutura (célula, tecido ou órgão)
pelo sistema imunológico do receptor. Isso gera uma
produção de anticorpos contra a estrutura transplan- O ataque ao tumor representa um recrutamento do
tada, e consequente destruição dessa estrutura. Em sistema imune, para defesa, quando reconhece um
alguns casos essa rejeição pode levar o receptor à antígeno, molécula estranha. Assim, acontece a pro-
morte. Por este motivo é importante que sejam reali- dução específica de anticorpos e células de memó-
zados testes de compatibilidade de sangue e antígenos ria, ferramentas importantes para o combate ao
entre o doador e o receptor. Quanto mais compatíveis, câncer. Resposta: Letra D.
maior será a chance de sucesso no transplante. Para
evitar que tecidos sejam rejeitados, os pacientes são
orientados a utilizar medicamentos imunossupresso-
res por tempo indeterminado ou por toda a vida. BIOTECNOLOGIA
É importante destacar que não existe chance de
rejeição em transplantes autólogos. Isso porque o Biotecnologia é uma área que une engenharia,
código genético das estruturas é o mesmo, visto que
química e biologia, visando a criação de produtos que
doador e receptor são a mesma pessoa.
permitam melhores condições de vida para a popula-
ção como um todo.
DOENÇAS AUTOIMUNES
Atualmente é possível até mesmo editar genes, de
forma a modificar pontos específicos do nosso DNA.
Doenças autoimunes ocorrem quando um organis- O quadro a seguir representa muito bem as diversas
mo começa a atacar e destruir células dele mesmo, ou técnicas utilizadas nos estudos biotecnológicos atuais.
seja, o sistema imune do indivíduo produz anticorpos
contra estruturas do próprio organismo. Essas doen- Biotecnologia Moderna
ças normalmente não possuem uma forma de cura (Engenharia genética)
4

eficaz. Posto isto, os tratamentos consistem, basica-


-2

mente, no uso de anti-inflamatórios e de drogas imu-


13

nossupressoras e imunomoduladoras. O uso contínuo


.7

Clonagem
dessas substâncias costuma mostrar resultados satis-
28

fatórios, porém atuam apenas impedindo o avanço da


.8
18

doença e melhorando a qualidade de vida do indiví- Natural Artificial


duo. E, em casos que o tratamento através de medi-
-0

(induzida)
camentos não venha a ser viável, pode ser necessária
ar

a realização de procedimentos como quimioterapia e Celular Gêmeos


lm

transplantes de medula óssea.


gi

Como exemplos de doenças autoimunes podemos Moléculas, células,


ar

citar: diabetes tipo 1, lúpus, esclerose múltipla, vitili- tecidos, organismos


lm

go, doença de Crohn, dentre outras.


gi

EXERCÍCIO COMENTADO Células-tronco

1. (ENEM — 2022) O protozoário Trypanosoma cruzi, cau-


sador da doença de Chagas, pode ser a nova arma da Induzidas
Embrionárias Adultas
medicina contra o câncer. Pesquisadores brasileiros con- (“IPScells”)
seguiram criar uma vacina contra a doença usando uma
variação do protozoário incapaz de desencadear a pato- Totipotentes Pluripotentes
logia (não patogênico). Para isso, realizaram uma modi-
Multipotentes
ficação genética criando um T. cruzi capaz de produzir
também moléculas fabricadas pelas células tumorais.
Quando o organismo inicia o combate ao protozoário,
entra em contato também com a molécula tumoral, que Mesenquimais Hematopoiéticas
532 passa a ser vista também pelo sistema imune como um
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CLONAGEM
Identificação de indivíduos através do DNA
(Técnica de PCR/Eletroforese) Um clone é algo idêntico ao que foi utilizado
como molde para sua produção, utilizando molécu-
Teste de DNA Forense las de DNA em processo de replicação. Desta forma,
paternidade mitocondrial criminal cada molécula serve como molde para a formação de
novas, iguais à molécula inicialmente utilizada. Pode-
mos pensar também em clonagem de órgãos, ou até
mesmo de indivíduos. Nestes casos, também serão
OGMs formados novos órgãos ou indivíduos idênticos aos
utilizados como molde.
Técnicas KNOCKIN e Transgênicos: mistura de O processo de clonagem pode ocorrer de forma natu-
KNOCKOUT material genético entre ral ou artificial. Como exemplos de clonagem natural
espécies temos a divisão celular do tipo mitose e também a for-
mação de gêmeos idênticos. Já como exemplos de clona-
gem artificial (induzida), podemos citar a formação de
moléculas, células, tecidos e organismos inteiros.
Um dos casos mais famosos de clonagem de orga-
Terapia gênica (transplante de genes) nismos inteiros é o caso da ovelha Dolly. Os pesqui-
sadores envolvidos no projeto utilizaram 3 ovelhas, as
quais citaremos como ovelhas 1, 2 e 3. A ovelha 1 teve
o núcleo das células de suas glândulas mamárias reti-
rado. A ovelha 2 também teve o núcleo de suas células
retirado, porém foi utilizada a parte citoplasmática de
DNA recombinante um ovócito II. No entanto, eles inseriram o núcleo da
célula da ovelha 1 (2n) no citoplasma da célula da ove-
lha 2 (n) e induziram o desenvolvimento dessa célula
formada, através de choques elétricos. Essa célula (2n)
formada pela junção de partes das células das ovelhas
CÉLULAS TRONCO 1 e 2 foi inseminada na ovelha 3, resultando na forma-
ção de um novo indivíduo.
São células indiferenciadas que apresentam capa- O mais importante de todo esse processo é que a
cidade de autorreplicação (produção de outras células ovelha clonada será idêntica à ovelha 1, que foi quem
iguais a ela) e também de se diferenciar em células de doou o núcleo com o material genético. Além disso, não
diversos tecidos, podendo ser qualquer tecido presen- podemos esquecer que o DNA mitocondrial desse clone
te em nosso organismo. será da ovelha 2, que foi quem doou o citoplasma, região
São classificadas em células embrionárias, ou célu- onde estão dispersas as mitocôndrias da célula. A seguir,
las adultas. As células embrionárias são encontradas veja uma imagem que ilustra bem esse processo23:
durante o desenvolvimento do embrião, nos momen-
4

tos finais da fase de mórula (quando existe entre 8-16 Ovelha Finn Dorset Ovelha Scottish Blackface
-2

células) e durante a fase de blástula, em que as células


13

migram para a periferia, deixando um espaço central


.7

denominado blastocele. As células-tronco ainda em fase


28

de mórula são definidas como totipotentes, enquanto Remoção das células


.8

as células-tronco encontradas em fase de blástula são mamárias


18

Óvulo
pluripotentes.
-0

Células totipotentes podem formar qualquer teci- Remoção do


ar

núcleo do
do, incluindo a placenta e os anexos embrionários. Já as
lm

óvulo
células pluripotentes podem formar diversos tecidos, Óvulo
gi

anuclear
mas nunca formarão placenta e anexos embrionários.
ar

As células-tronco adultas são classificadas como mul- Eletrofusão


lm

tipotentes, pois são capazes de formar qualquer tipo


gi

de célula de um órgão específico, sendo, portanto, mais


restritas do que as células-tronco embrionárias. Podem Fusão
ser encontradas na medula óssea, cordão umbilical e até Embrião após
Células reconstruídas com
citoplasma da Scottish Blacfa-
mesmo na polpa de dentes de leite. São subdivididas em 6 dias de
ce e o núcleo da Finn Dorset
células-tronco mesenquimais e hematopoiéticas. As célu- desenvolvimento
las-tronco mesenquimais são responsáveis pela forma-
ção de células dos tecidos adiposo, cartilaginoso e ósseo.
E as células-tronco hematopoiéticas têm como função
formar células sanguíneas. Implante do embrião no útero de
BIOLOGIA

ovelha “barriga de aluguel” da raça Dolly — uma ovelha Finn


É importante saber que células-tronco do cordão Dorset
Scottish Blackface
umbilical são células-tronco adultas e não embrionárias.

23 Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/biotecnologia2.php. Acesso em: 03 mar. 2023. 533


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS TRANSGÊNICOS
(OGMS)
Quando falamos de OGMs nos referimos a alterações
Quando falamos de organismos geneticamente que ocorrem em um organismo, envolvendo a inativa-
modificados nos referimos aos organismos que tive- ção/deleção de um gene, ou as alterações que ocorrem
ram seu DNA alterado de forma não natural, isto é, em um determinado gene. Entretanto, quando a altera-
causadas intencionalmente por interferências huma- ção no DNA ocorre por meio da inserção de genes de um
nas. Essas mudanças, principalmente as relacionadas organismo em outro organismo, ou seja, por combina-
aos produtos alimentares que serão comercializados, ções entre diferentes organismos, o indivíduo formado
é denominado transgênico. Podemos dizer que, neste
visam à maior produtividade agrícola, maior resistên-
caso, ocorre permuta de genes entre espécies. Isso só é
cia a pragas ou ao alcance de uma característica dese-
possível porque o código genético é universal, o que sig-
jada para aquela variedade.
nifica que todas as espécies apresentam o mesmo siste-
ma para leitura do material genético.
z Benefícios: Após a escolha do gene de interesse, são seleciona-
das também enzimas de restrição (ou endonucleases)
„ alimentos mais nutritivos e saborosos; que serão capazes de fazer cortes em pontos específi-
„ resistência às pragas, sem a necessidade do uso cos do DNA de uma espécie (A). Esses genes que foram
de agrotóxicos; “recortados” são inseridos no DNA de uma outra espé-
„ maior durabilidade dos alimentos; cie (B). A partir daí, a espécie B começa a expressar a
„ aumento na produção de alimentos sem que característica de interesse da espécie A. Podemos citar
seja necessário aumentar a área de cultivo. como exemplos: bioluminescência, resistência a pra-
gas, resistência a doenças, dentre outros.
z Malefícios:
DNA RECOMBINANTE
„ plantas mais resistentes e adaptáveis, o que
pode resultar no desaparecimento de plantas É uma técnica utilizada em muitos processos biotecno-
com características naturais; lógicos. Consiste, basicamente, na utilização de três com-
„ pode desencadear reações alérgicas ou outras ponentes: enzima de restrição, DNA ligase e plasmídeo.
doenças; A enzima de restrição, também conhecida como
„ desequilíbrio na natureza, visto que a caracte- endonuclease, é capaz de reconhecer sequências
rística alterada tem possibilidade de prejudicar palindrômicas, ou seja, sequências que tem o mesmo
sentido quando lidas de forma direita ou de trás pra
outras espécies que se relacionam com o orga-
frente. Essa enzima de restrição deve estar de acordo
nismo em questão.
com o trecho que ela irá reconhecer, para que o corte
seja feito no local de interesse.
A verdade é que ainda não sabemos se essas alte- A DNA ligase é responsável por ligar o fragmen-
rações no DNA das espécies resultarão em problemas to específico, que foi cortado pela enzima de restrição,
futuros. Talvez nem haja prejuízo para gerações atuais ao DNA da bactéria. E o plasmídeo é um DNA circular
e leve muito tempo para os problemas surgirem. Talvez presente em bactérias, capaz de se duplicar de maneira
4
-2

não resulte em prejuízo algum, nem agora nem para independente do DNA cromossômico da bactéria. Ele
13

gerações futuras. O importante é termos consciência das funciona como um vetor neste processo, realizando o
.7

possibilidades sobre o que pode vir a ocorrer. transporte do gene de interesse. Essa técnica é utilizada,
28

por exemplo, em processos de produção de insulina.


Observe a figura abaixo24 para entender melhor o
.8

Seleção Artificial versus OGMs


18

passo a passo dessa técnica.


-0

Na seleção artificial, os indivíduos que possuem


características de interesse são reproduzidos entre si
ar

como tentativa de aumentar a ocorrência dessas carac-


lm

terísticas na população. Foi uma técnica muito utilizada


gi

para reprodução de plantas com frutos mais doces, por


ar

exemplo. No caso de OGMs não é mais necessário que


lm

sejam realizados vários cruzamentos como forma de


gi

aumentar características de interesse em uma popula-


ção, é preciso apenas alterar o DNA do indivíduo para
favorecer uma característica específica. Dessa forma,
ocorre um menor gasto de tempo e maior especificidade
ao criar organismos com características de interesse.
TERAPIA GÊNICA

Se liga! A terapia gênica, também conhecida como “trans-


Organismos knock-in: sofreram alteração/ plante de genes” é uma técnica associada a modifica-
mudança em algum gene. ções genéticas realizadas nas células. Por meio dessa
técnica é possível trocar um gene defeituoso por um
Organismos knock-out: tiveram algum gene ina-
gene funcional (funcionando corretamente). O objeti-
tivado ou retirado. vo aqui é tratar doenças, tanto de forma preventiva
quanto de forma curativa.
534 24 Disponível em: https://www.coladaweb.com/biologia/genetica/dna-recombinante Acesso em 03 mar. 2021.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para a realização dessa técnica são necessários O processo pode ser observado na imagem25 a
um gene funcional e um vetor. O vetor geralmente seguir.
é um vírus (modificado para não causar doenças) ou
Amostra de DNA Fragmentos Fragmentos Fragmentos
um plasmídeo. Esse vetor é responsável por carre- migram no gel pequenos médios grandes
Gel
gar o gene funcional para dentro das células. O vírus a) b)
infecta a célula e se reproduz, multiplicando a quanti-
dade desse gene funcional nas células do organismo. Local da aplica-
Quando esse processo é realizado em células ger- ção da amostra

minativas (gametas) a alteração pode ser passada


para gerações futuras. Porém, quando forem utiliza-
Solução
das células somáticas (de todo o corpo, com exceção
Tampão
dos gametas) a alteração não é transmitida para as Eletrodo O DNA é corado para
gerações futuras. Fonte que ser visualizado
estabelece um
campo elétrico
z Terapia gênica in vitro: as células são cultivadas
em laboratório, juntamente com os vírus, sendo a) Cuba de eletroforese com aplicação das amostras de gel
posteriormente transferidas para o tecido defei-
tuoso do indivíduo; b) Gel com resultado da corrida de eletroforese
z Terapia gênica in vivo: as células são alteradas
diretamente no corpo do indivíduo, sem a necessi- Com o passar do tempo essa técnica foi utilizada
dade de cultivo em laboratório. também em casos de pesquisas sobre o pai biológico
em testes de paternidade, bem como pesquisa forense
„ Anemia falciforme e distrofia muscular são na área criminal e em processos de identificação de
exemplos de doenças em que essa técnica é uti- pessoas pelo DNA mitocondrial. O método utilizado é
lizada de forma eficaz. exatamente o mesmo, assim como a forma de análise
dos resultados.
APLICAÇÕES DE TECNOLOGIAS RELACIONADAS
AO DNA E ÀS INVESTIGAÇÕES CIENTÍFICAS Determinação da Paternidade

Em um determinado momento da rotina de pes- Testes de paternidade por comparação do DNA


quisas científicas, os pesquisadores descobriram que presente em amostras biológicas são comuns atual-
era possível identificar fragmentos de DNA por meio mente, sua precisão é de quase 100%.
de reações de eletroforese (técnicas de PCR). Então, foi Para compreender a respeito do teste de paterni-
pensado se seria possível identificar também pessoas dade, lembre-se que todos nós carregamos 50% de
por utilização desta técnica. material genético do pai e 50% da mãe. Sendo assim,
Para tal, foram coletadas gotas de sangue dos indiví- as bandas que aparecem no filho em questão devem
duos. Essas gotas de sangue continham amostras de DNA estar presentes também no pai e na mãe biológicos,
4
-2

de cada ser. Cada amostra de sangue passou por procedi- de forma complementar, ou seja, o que um não tem
13

mentos de preparo, sendo colocadas em meio a enzimas o outro deve ter. O filho nunca apresentará algo que
.7

que selecionam trechos de interesse do DNA em questão não existe no pai nem na mãe. Observe a imagem26 a
28

(enzimas de restrição/endonucleases). A solução passou seguir para compreender melhor.


.8

por processos de purificação, onde tudo o que não era


18

de interesse foi retirado da amostra e o material estava


-0

Mãe Marido Outro Filho 1 Filho 2


pronto para ser inserido no gel. homem
ar

No gel de uma corrida de eletroforese, a amostra


lm

migra por diferença de potencial (DDP), isso é pos-


gi

sível por causa da carga negativa que a molécula de


ar

DNA apresenta. Como consequência, o DNA é atraído


lm

para o polo positivo da cuba de eletroforese. A veloci-


gi

dade de migração dos componentes da amostra varia


de acordo com o peso molecular apresentado, isto é,
compostos com menor peso molecular migram mais
rápido do que aqueles com alto peso molecular.
Nesse gel é adicionado também uma substância de
extrema importância denominada marcador de peso Observando a imagem e pensando nos conceitos
molecular (controle). É através desse marcador que é explicados, é possível descobrir quem é o pai do filho
feita a identificação de cada um dos componentes ali
BIOLOGIA

1 e do filho 2. Se compreendeu bem o assunto chegou


presente. Brometo de etídio é adicionado ao gel para à conclusão de que o marido é pai do filho 2 e o outro
permitir a visualização das bandas através de ilumi- homem é pai do filho 1.
nação por luz ultravioleta.

25 Disponível em: https://canal.cercierj.edu.br/recursos/8307. Acesso em: 03 mar. 2021.


26 Disponivel em: https://brainly.com.br/tarefa/9889545. Acesso 03 mar. 2021. 535
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Investigação Criminal e Identificação de Indivíduos APLICAÇÕES DA BIOTECNOLOGIA NA PRODUÇÃO
DE ALIMENTOS, FÁRMACOS E COMPOSTOS
No caso da investigação, compara-se o DNA encon- BIOLÓGICOS
trado na cena do crime com as amostras biológicas
A biotecnologia, utilização de seres vivos para
dos possíveis suspeitos. Assim, observa-se os tama-
criar ou modificar produtos, já era utilizada muito
nhos das sequências genéticas de pares de bases (pb), antes de ser definida como uma área específica da
repetições de bases nitrogenadas que compõem o pesquisa científica, veja alguns dados:
DNA, fazendo-se as semelhanças com a amostra alvo.
As regiões devem ser similares, o suspeito não deve z há tempos, microrganismos vêm sendo utilizados
na produção de bebidas alcoólicas, pães, cerveja,
apresentar partes que não foram encontradas no
queijos, iogurtes, etc. E o processo principal é a fer-
material criminoso. Utilizando a mesma lógica do tes- mentação (quebra do açúcar na ausência de oxi-
te de paternidade, observe a figura27 a seguir e tente gênio para energia, gerando produtos residuais,
descobrir qual dos criminosos é o culpado. como etanol, peça chave industrial);
z a produção de biocombustíveis, como o etanol,
também é um processo biotecnológico;
DNA da cena do crime
z as vacinas contendo microrganismos para a pre-
Escada de DNA DNA do suspeito venção de doenças, e a penicilina, um antibióti-
co, também são fundamentadas em metodologias
nº1  nº2  nº3 biotecnológicas.

ASPECTOS ÉTICOS RELACIONADOS AO


DESENVOLVIMENTO BIOTECNOLÓGICO

500 pb Ética é a ciência da moral, ou seja, abrange os


direitos e deveres que cada indivíduo tem. Tem como
fundamento o Princípio Universal da Responsabilida-
400 pb de, que afirma que cada ser é dono de si e livre para
fazer escolhas sobre suas ações, devendo se responsa-
bilizar por cada decisão tomada.
300 pb Dentro da área da biologia nós estudamos a ética
dentro da ciência, ou mesmo da pesquisa científica,
área denominada bioética. Essa área tem como tema
200 pb central a responsabilidade social:

z tudo o que é feito na ciência deve visar o bem-estar


100 pb da população;
z evitar atitudes de risco e prejuízo;
z liberdade sobre as próprias ações.
4

Se você entendeu bem a matéria chegou à conclu- Temas polêmicos dentro dessa área: aborto, eutanásia,
-2

são de que o culpado pelo crime é o suspeito 3. clonagem humana, experimentação animal, células-tron-
13

co retiradas de embriões humanos em desenvolvimento,


.7

e muitos outros assuntos, visto que deixam de envolver


28

DNA Mitocondrial
somente o campo científico, ultrapassando fronteiras
.8

religiosas e filosóficas. Um exemplo é a clonagem, que


18

Inicialmente, é importante salientar que a mitocôn-


divide opiniões pela unicidade de cada ser ou, até mes-
-0

dria é uma organela citoplasmática com material gené- mo, pelo excesso de interferência humana em processos
ar

tico próprio. No caso de análises de DNA mitocondrial, reprodutivos vitais, causando provável diminuição de
lm

as bandas moleculares do filho devem ser as mesmas variabilidade genética entre os indivíduos.
gi

da mãe no gel. Afinal, o DNA mitocondrial é frequente-


BIOTECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE
ar

mente descrito como sendo 100% de origem materna,


lm

embora existam controvérsias. Existem relatos recentes


A biotecnologia pode ser uma ferramenta extre-
gi

da transmissão de DNA mitocondrial paterno em estu- mamente útil quando tratamos de metas de sustenta-
dos sobre enfermidades infantis, no entanto, os próprios bilidade, por exemplo:
pesquisadores sugerem maior número de pesquisas a
respeito e melhor discussão futura sobre o assunto. A z Bioenergética (geração de energia): melho-
princípio, a ideia de DNA mitocondrial materno baseia- ramento genético de leveduras resultando em
-se na fecundação já que, nesse momento, o núcleo do aumento na produção de etanol;
espermatozoide adentra o ovócito, as demais partes z Meio ambiente: biopolímeros produzidos a partir
de recursos renováveis que atuam na prevenção
não; dessa forma, as mitocôndrias paternas não parti-
da poluição ambiental;
cipariam do processo visto que se encontram na peça z Biorremediação de áreas contaminadas por
intermediária do gameta e não na região de fusão. metais tóxicos: seres vivos descontaminan-
do ou reduzindo o teor de poluentes em áreas
ambientais.
27 Disponivel em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/biothec-dna-technology/dna-sequencing-pcr-electrophoresis/a/polymerase-
536 -chain-reaction-pcr. Acesso em 03 mar. 2021.
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z População: conjunto de indivíduos de uma mes-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ma espécie que vive em um mesmo local, dentro
de um mesmo período de tempo;
1 (ENEM – 2020) Instituições acadêmicas e de pesqui- z Comunidade: conjunto de indivíduos de diferen-
sa no mundo estão inserindo genes em genomas de tes populações que vivem em um mesmo local e
plantas que possam codificar produtos de interesse num mesmo período de tempo;
farmacológico. No Brasil, está sendo desenvolvida z Ecossistema: formado pelos fatores bióticos
uma variedade de soja com um viricida ou microbicida (vivos) e abióticos (não vivos), além das interações
capaz de prevenir a contaminação pelo vírus causador entre eles;
da aids. Essa leguminosa está sendo induzida a pro- z Biosfera: formada pelo conjunto de todos os ecos-
duzir a enzima cianovirina-N, que tem eficiência com- sistemas do planeta.
provada contra o vírus.
FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS
OLIVEIRA, M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n° 206, 2013.
O ecossistema é mantido em constante equilíbrio
A técnica para gerar essa leguminosa é um exemplo devido às relações que ocorrem entre fatores biótico
de e abióticos.
Os fatores bióticos são a parte viva do ecossiste-
a) hibridismo. ma. Podemos citar as bactérias, os fungos, as algas,
b) transgenia. as plantas e os animais. Os fatores abióticos são os
c) conjugação. componentes não vivos, representados por elementos
d) terapia gênica. físicos, químicos e geológicos. Temos como exemplos:
e) melhoramento genético. vento, água, solo, ar, temperatura, pH etc.

HABITAT E NICHO ECOLÓGICO


O processo envolve mistura de genes de diferentes
espécies, o que caracteriza a realização de transge- Todos os seres vivos possuem um habitat e um
nia. Resposta: Letra B. nicho ecológico que definem informações importan-
tes sobre eles.
2. (ENEM – 2022) Entre as diversas técnicas para diag-
nóstico da covid-19, destaca-se o teste genético. Con- z Habitat: é o “endereço” do organismo, o local onde
siderando as diferentes variantes e cargas virais, um ele vive. Exemplo: o habitat da preguiça-de-coleira
exemplo é a PCR, reação efetuada por uma enzima do (Bradypus torquatus) é a mata atlântica;
tipo polimerase. Essa técnica permite identificar, com z Nicho ecológico: é a “rotina” do organismo, defi-
confiabilidade, o material genético do SARS-CoV-2, um ne tudo o que ele faz no dia a dia. Que horas ele
vírus de RNA. Para comprovação da infecção por esse dorme, do que se alimenta, se mora no solo ou no
coronavírus, são coletadas amostras de secreções do topo das árvores, se ele caça, que horas caça etc.
indivíduo. Uma etapa que antecede a reação de PCR Exemplo: preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus)
precisa ser realizada para permitir a amplificação do apresenta hábito arborícola, alimenta-se de folhas,
material genético do vírus. apresenta metabolismo lento, é solitária etc.
4
-2

Essa etapa deve ser realizada para: MANUTENÇÃO DA VIDA, FLUXO DA ENERGIA E DA
13

MATÉRIA
.7

a) concentrar o RNA viral para otimizar a técnica.


28

b) identificar nas amostras anticorpos anti-SARS-CoV-2. Fluxo é definido como movimentação contínua.
Já a energia está associada à produção de ação e/ou
.8

c) proliferar o vírus em culturas, aumentando a carga


18

viral. de movimentos. Por fim, entende-se por matéria tudo


-0

d) purificar ácidos nucleicos virais, facilitando a ação da aquilo que ocupa lugar no espaço e apresenta uma
enzima. massa definida.
ar

e) obter moléculas de cDNAviral por meio da transcrição Sendo assim, estudar o fluxo da energia e da
lm

reversa. matéria significa conhecer o caminho percorrido


gi

por essas duas grandezas ao longo dos ecossis-


ar

A técnica de PCR tem como principal objetivo elevar temas. Os dois processos são fundamentais para o
lm

a concentração de DNA na amostra desejada. No funcionamento e, também, para a manutenção dos


gi

caso da questão, é um vírus de RNA. Inicialmente, é ecossistemas.


necessária a transcrição reversa, quando moléculas A vida de todos os seres depende, direta ou indi-
de DNA são formadas a partir de moléculas de RNA. retamente, da ocorrência de fotossíntese, processo
Resposta: Letra E. realizado por organismos autotróficos (capazes de
produzir seu próprio alimento), como as plantas, por
exemplo. Esses organismos utilizam a energia capta-
da da luz solar (energia luminosa) e a transformam
ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS em energia química, armazenada nas moléculas de
glicose.
BIOLOGIA

Ecologia é a área da biologia que estuda as rela-


ções entre os seres vivos e o ambiente. Os níveis de
organização estudados em ecologia são: população,
comunidade, ecossistema e biosfera, conforme:

537
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Luz solar
Energia luminosa

Glicose
Energia química

Fotossíntese Glicose

OH H OH OH OH
C C C C C C H
H H H H

C6H12O6

Autótrofos

É importante lembrar que também existem algas e bactérias capazes de realizar esse processo.
A energia produzida pelos seres fotossintetizantes é aproveitada pelos outros organismos, uma vez que é
transferida de um organismo para outro, de maneira linear, ao longo das cadeias alimentares.

CADEIA ALIMENTAR

A cadeia alimentar consiste em um modelo didático. Seu objetivo é organizar e exemplificar o percurso da
energia e da matéria orgânica dentro de um ecossistema, visando as relações existentes entre os organismos que
ali vivem. Nessas cadeias, a transferência de energia é sempre unidirecional, ou seja, passa de um organismo
a outro sem chance de retorno.
Dentro das cadeias alimentares, os organismos são classificados em 3 tipos: produtores, consumidores e
decompositores:

z os produtores são sempre seres autotróficos fotossintetizantes;


z os consumidores são seres heterotróficos. Podem ser subdivididos em consumidores herbívoros e consumi-
dores carnívoros:

„ herbívoros são aqueles que se alimentam, diretamente, dos produtores e, por esse motivo, são chamados
de consumidores primários;
4

„ carnívoros são aqueles que se alimentam de outros consumidores. Eles serão considerados consumidores
-2
13

secundários sempre que se alimentarem de um consumidor primário; consumidores terciários sempre


.7

que se alimentarem de um consumidor secundário; consumidores quaternários, sempre que se alimen-


28

tarem de um consumidor terciário e assim por diante;


.8
18

z os decompositores são seres heterotróficos capazes de realizar a ciclagem dos nutrientes. São representados
-0

pelos fungos e pelas bactérias. Eles utilizam energia de qualquer organismo da cadeia alimentar que esteja
ar

em processo de decomposição. Dessa forma, eles retornam para o ambiente diversos elementos químicos que
lm

estavam presentes nos restos desses seres vivos.


gi

Podemos dizer que o fluxo de energia se inicia com a captação da energia luminosa pelos produtores e termina
ar
lm

na ação dos decompositores, podendo passar, também, pelos consumidores neste caminho.
A cada transferência ocorrida de um organismo para outro, ocorrem perdas de energia na forma de calor. Isso
gi

acontece pois a cada nível trófico, parte da energia contida nas moléculas orgânicas é utilizada para a realização
de trabalho, como a manutenção do metabolismo por exemplo.
Nível trófico pode ser entendido como a posição ocupada por um organismo dentro da cadeia alimentar.
Organismos que ocupam um mesmo nível trófico possuem hábitos alimentares semelhantes.
Produtores ocupam o 1º nível trófico, consumidores primários ocupam o 2º nível trófico, consumidores secun-
dários ocupam o 3º nível trófico e assim por diante, até o último nível trófico, ocupado pelos decompositores.
Atenção para não confundir, por exemplo, consumidor primário com 1º nível trófico. Isso também se aplica
aos outros níveis dentro da cadeia alimentar.
As plantas são as produtoras de energia e, consequentemente, possuem 100% da energia originalmente pro-
duzida. Então, elas gastam cerca de 15% dessa energia em processos associados ao metabolismo, durante a respi-
ração celular. Logo, os organismos que consomem essas plantas conseguem obter um máximo de 85% da energia
que elas produziram.
Os herbívoros, entretanto, conseguem aproveitar apenas 10% desses 85% consumidos, sendo o restante elimina-
do com as fezes. Cerca de 15% a 20% dessa energia efetivamente aproveitada é utilizada para a realização de pro-
538 cessos metabólicos e apenas o restante é armazenado em substâncias específicas associadas aos tecidos corporais.
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No caso dos carnívoros, a quantidade de energia obtida na alimentação é, também, pequena. Ele aproveita
50% da energia obtida através da alimentação, eliminando o restante com as fezes. Além disso, cerca de 15 a 20%
da quantia aproveitada é utilizada para a realização dos processos metabólicos essenciais para a sobrevivência. E
isso se repete nos níveis posteriores.
Resumindo, a energia solar captada vai se dissipando na forma de calor ao longo da cadeia alimentar. O
importante, aqui, é entender que, a cada nível trófico, a quantidade de energia obtida no alimento é menor que
no nível anterior e maior do que o nível posterior. Para facilitar o entendimento sobre a transferência de energia
de um nível para o outro, vamos supor que, a cada nível, ocorra uma perda de 90% da energia obtida. Você pode
observar os resultados disso na figura a seguir:

1º nível trófico 2º nível trófico 3º nível trófico 3º nível trófico 5º nível trófico

Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor


Produtor
primário secundário terciário quaternário
100% 10% 1% 0,1% 0,01%

Por este motivo, é muito difícil encontrar cadeias alimentares que apresentam organismos ocupando posições
acima do 4º nível trófico. A energia obtida é muito pequena e não compensa o gasto energético para a obtenção
do alimento. A figura a seguir representa um exemplo de cadeia alimentar:

Produtor Consumidor Consumidor Decompositor


primário secundário Consumidor
terciário

1º Nível trófico
2º Nível trófico
3º Nível trófico
4º Nível trófico

TEIA ALIMENTAR

A teia alimentar nada mais é do que um conjunto de cadeias alimentares que ocorrem dentro de um ecos-
sistema. Neste caso, o fluxo de energia e nutrientes ocorre de forma multidirecional. O nome dado decorre do
emaranhado de cadeias formado, que lembra uma teia. A figura a seguir ilustra bem o assunto:
4
-2
13
.7
28
.8
18

Trinca-Ferro
Cobra
-0
ar

Girassol Fungos e bactérias


(produtor) (decompositores)
lm
gi

Besouro
(Tenébrio
ar

adulto e larva)
lm

Gavião
gi

A planta sempre será o produtor (1º nível trófico) e os fungos e bactérias sempre serão os decompositores (últi-
mo nível trófico). Embora, nessa teia, encontremos apenas uma planta, em teias alimentares, é possível encontrar
mais de um organismo produtor. O importante, aqui, é compreender que os organismos podem ocupar mais de
um nível trófico e que a definição desse nível dependerá do alimento escolhido por ele. Por exemplo, se um pás-
saro se alimentar diretamente da planta, ele será um consumidor primário, ocupando o 2º nível trófico. Caso ele
escolha se alimentar de um dos insetos disponíveis, será um consumidor secundário, ocupando o 3º nível trófico,
visto que os insetos se alimentam diretamente da planta. Já uma cobra pode se comportar ora como consumidor
BIOLOGIA

secundário, ora terciário e ora quaternário. Para treinar, veja se você consegue encontrar todas essas possibili-
dades na teia apresentada. E, caso não consiga, releia a explicação para consolidar melhor a matéria estudada.
Então, tente novamente encontrar as possíveis cadeias dentro dessa teia.
Uma forma de evitar erros ao estudar uma teia é escrever cada cadeia separadamente. Então, se você tem
dificuldades em analisar em conjunto as possíveis cadeias, não tenha vergonha de separá-las. Uma dica interes-
sante é realizar a leitura da teia compreendendo que as setas indicam um organismo, ou indivíduo, que serve de
alimento para o outro. 539
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Seguem alguns exemplos de cadeia alimentar pre- Os três estados nos quais a água pode se apresen-
sente na teia alimentar apresentada anteriormente: tar são sólido, líquido e gasoso. As transformações que
podem ocorrer entre esses estados físicos são a eva-
z Planta serve de alimento para pássaro, que serve poração, sublimação, condensação, fusão e solidifica-
de alimento para cobra; ção. Essas transformações ocorrem constantemente
z Planta serve de alimento para pássaro, que serve durante o ciclo da água.
de alimento para cobra, que serve de alimento
para gavião;
z Planta serve de alimento para besouro, que serve
de alimento para pássaro, que serve de alimento Precipitação
para cobra, que serve de alimento para gavião. E
assim por diante. Condensação

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS: ÁGUA, OXIGÊNIO, Transpiração


das plantas
CARBONO E NITROGÊNIO Evaporação
Evaporação
nos oceanos
Os ciclos biogeoquímicos representam o caminho
percorrido por elementos químicos essenciais à vida em
determinado ambiente. Eles são representados de forma
didática e em ordem de importância pelos seus átomos: Infiltração na terra
C, H, O, N, P e S. Temos o carbono, o hidrogênio, o oxigê-
nio, o nitrogênio, o fósforo e o enxofre.
Fonte: suportegeografuci77.blogspot.com.br
Os organismos vivos são constituídos por matéria
orgânica formada por combinações entre esses átomos.
Quando ocorre a morte de um organismo, esses átomos O ciclo da água é dividido em duas etapas:
retornam ao ambiente não vivo até que sejam, novamen-
te, incorporados por outros seres vivos, ou aproveitados z ciclo curto da água;
pelos componentes abióticos (ar, água e solo). Esse fenô- z ciclo longo da água.
meno de circulação dos elementos entre as partes vivas e
não vivas do planeta é denominado ciclo biogeoquímico. O ciclo curto da água não apresenta participação
Caso não houvesse esse reaproveitamento da matéria, os de seres vivos. Começa com a evaporação da água
elementos logo se tornariam escassos, o que impossibili- presente nos mares, rios, lagos e geleiras, fenôme-
taria a existência de vida. no que ocorre como consequência da radiação solar
Os decompositores são responsáveis por promover que eleva a temperatura ambiental. A água, agora em
a degradação da matéria orgânica e formar moléculas seu estado gasoso, forma as nuvens.
mais simples, que possam ser reaproveitadas por outros Então, o vapor de água se condensa e precipita.
Ela é devolvida para a superfície na forma de chu-
organismos durante a síntese de substâncias orgânicas.
va (podendo ser, também, em formato de neve ou gra-
Os ciclos biogeoquímicos podem ser classificados
nizo), momento em que ocorre a infiltração no solo,
em 2 tipos: gasosos e sedimentares. Ciclos gasosos uti-
4

enchendo os lençóis freáticos (ou pode, também, acu-


-2

lizam a atmosfera como reservatório principal, enquan- mular-se novamente em mares, rios, lagos e geleiras).
13

to nos ciclos sedimentares o reservatório principal é a Já o ciclo longo da água ocorre com a participa-
.7

crosta terrestre. ção de seres vivos. Após chegar na superfície do plane-


28

Geralmente, os ciclos gasosos são mais rápidos que os ta, a água pode, também, ser absorvida pelas raízes
.8

sedimentares. Alguns fatores podem influenciar a veloci- das plantas ou ingerida pelos animais (diretamente
18

dade dos ciclos biogeoquímicos, dentre eles, temos: ou através dos alimentos). Os vegetais devolvem água
-0

para o ambiente através da transpiração que ocorre


ar

z a natureza do elemento químico do ciclo; em suas folhas. Já os animais, além da transpiração,


lm

z as taxas de crescimento e de decomposição dos devolvem água através da respiração, da urina e das
fezes. A água acumulada nos tecidos dos seres vivos
gi

seres vivos envolvidos no ciclo;


é devolvida ao ambiente através da participação dos
ar

z a ação do homem sobre os elementos do ciclo


decompositores, após a morte dos organismos.
lm

(poluição, extração de minerais e utilização para a


Tudo o que aconteceu na descrição do ciclo curto
gi

produção de energia).
da água acontece no ciclo longo também e, conside-
rando que nessa 2ª etapa ocorre tanto a evaporação
Estudaremos, agora, os ciclos que envolvem qua- da água quanto a transpiração, esses dois processos
tro dos elementos essenciais: ciclo da água, ciclo do são unidos e recebem o nome de evapotranspiração.
carbono, ciclo do oxigênio e ciclo do nitrogênio. A partir disso, podemos deduzir que, se a partici-
pação dos animais foi citada, então a referência é feita
Ciclo da Água ao ciclo longo e, quando não for citada, ao ciclo curto,
embora os dois ciclos sejam necessários e o ciclo curto
Você deve lembrar que a água é o composto mais ocorra, também, dentro do ciclo longo.
abundante no planeta (3/4 da superfície, sendo 97%
água salgada e 3% água de rios, lagos, geleiras e solos), Ciclo do Oxigênio
além de ser, também, o composto presente em maior
quantidade nos organismos vivos. Ela desempenha O oxigênio é o elemento que permitiu a presença
diversas funções fundamentais para a manutenção de vida no planeta. Ele é formado durante o processo
da vida: solvente universal, controle da temperatura, de fotossíntese realizado pelas plantas, sendo liberado
540 transporte de nutrientes, entre outras. no ambiente.
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Ao inspirar, os seres vivos absorvem esse gás para a realização do metabolismo energético (respiração celular).
Na atmosfera, as moléculas de O2 podem encontrar oxigênios livres e formar O3 (ozônio), composto importante
para a camada de ozônio.

Atmosfera

O2 CO2

Fotossíntese Respiração CO2

CO2
O2 Respiração

O2

Litosfera Hidrosfera

Além disso, o oxigênio também pode ser usado na queima de combustíveis, com o consumo voltado para a
produção de energia.

Ciclo do Carbono

Ao contrário do oxigênio, que é liberado para o ambiente durante a fotossíntese, o carbono é absorvido pela
planta durante esse processo. Ele é utilizado para a formação da molécula de glicose e passa a ser denominado
“carbono orgânico”.
Após a morte dos animais, passados muitos e muitos anos, a matéria pode dar origem a combustíveis fósseis
(o petróleo é um exemplo), produto que terá ampla utilização em carros e indústrias. A queima de combustíveis
resulta na liberação de gás carbônico para a atmosfera, o que acarreta o aumento do efeito estufa e, por conse-
quência, o aquecimento global. Por esse motivo, é importante evitar ou reduzir o consumo desses compostos.

Fotossíntese

CO2
4
-2

Respiração
13
.7

Nutrição
28

Produtores Consumidores
.8
18
-0

Decomposição
Decompositores
ar
lm
gi

Combustão
Combustíveis Fósseis
ar
lm
gi

Observando a figura, podemos perceber que o carbono é incorporado à matéria animal através da alimenta-
ção, representada, no esquema, como nutrição, e que ele retorna à atmosfera através de processos de respiração,
decomposição e combustão.

Ciclo do Nitrogênio

O nitrogênio gasoso (N2) é o composto mais encontrado na atmosfera. Apesar disso, não conseguimos absorvê-
-lo na forma gasosa. Por isso, precisamos da ajuda de bactérias fixadoras (encontradas no solo ou em raízes de
BIOLOGIA

plantas leguminosas), para conseguirmos fixá-lo. É aí que entram as famosas bactérias Rhizobium. Esse processo
resulta na formação da amônia (NH3).
A amônia formada sofrerá nitrificação, por ação de bactérias nitrificantes, podendo seguir por dois cami-
nhos existentes nesse processo: a nitrosação ou a nitratação — transformação da amônia em nitrito e do nitrito
em nitrato respectivamente.
O nitrato formado será absorvido pelas raízes das plantas. Após todos esses processos, torna-se possível a
absorção do nitrogênio pelos animais, que obtêm o composto ao se alimentar dos vegetais. 541
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para que o ciclo se encerre, é necessário que o que a comunidade se mantém em equilíbrio com o
nitrogênio retorne para a atmosfera. Sendo assim, as meio. As teias alimentares apresentam maior comple-
excretas nitrogenadas e a matéria em decomposição xidade, e a taxa de fotossíntese é igual à de respiração.
liberam amônia no solo através do processo de amonifi- A imagem28 a seguir ilustra o desenvolvimento da
cação. Agora, o nitrogênio pode ser encontrado no solo população durante a sucessão ecológica, do início ao
novamente, na forma de amônia e retornará à atmos- fim do processo.
fera quando o nitrato for desnitrificado por bactérias
desnitrificantes.
Etapas de uma Sucessão Ecológica
N2
atmosféricos

Fixação Comunidade Comunidades Comunidade


atmosférica pioneira intermediárias clímax
Alimentação
Fixação
Desnitrificação atmosférica
Descomposição DINÂMICA DE POPULAÇÕES
excreção ou
fixação biológica Toda população apresenta uma taxa de densidade
populacional, que é definida pelo número de habi-
tantes, dividido pela área/volume ocupada por eles.
Sendo que o número de indivíduos é medido através
NO3 NH3 de uma fórmula que relaciona natalidade (n), imigra-
ção (i), mortes (m) e emigração (e).
Nódulos nas
raízes z se n+i > m+e, então a população está crescendo;
z se n+i = m+e, tem-se uma população estável;
z e se n+i < m+e, então a população está diminuindo.
BIODIVERSIDADE
Além disso, a curva de crescimento populacional
indica o quanto uma população pode crescer. Nela
Também conhecida como diversidade biológica, é
existem fatores denominados capacidade de suporte,
a variabilidade de genes que compõem os seres vivos,
potencial biótico, resistência do meio e crescimento
a riqueza de espécies e de ecossistemas que formam o
real, como mostra a figura29 seguir.
meio ambiente. Problemas que ocasionem a diminui-
ção da biodiversidade podem resultar em extinção de
espécies, visto que nenhum organismo vive totalmen- Crescimento populacional
Nº de indivíduos da população

te isolado dos outros. Curva do


potencial
SUCESSÃO ECOLÓGICA Capacidade Resistência
biótico
4

de suporte do meio
-2
13

Sucessão ecológica é o processo de mudanças a


.7

nível estrutural e de variação dos componentes que


28

formam uma comunidade. O ambiente sofre mudan-


Curvas do
.8

ças graduais, desde o surgimento do primeiro organis- crescimento


18

mo, até o momento em que a comunidade entra em real


-0

fase clímax.
ar

O processo pode ser classificado como sucessão Tempo


lm

primária ou como sucessão secundária. A sucessão


primária ocorre em ambientes onde nunca houve
gi

vida antes, em ambientes como rochas, areia, lava. Já


ar

a sucessão secundária ocorre em ambientes onde já O potencial biótico indica que toda população sob
lm

existiu vida, porém tudo desapareceu e nasceu nova- condições favoráveis tende ao crescimento infinito. No
gi

mente. Normalmente a sucessão secundária ocorre entanto, sempre existirá algum fator limitante que impe-
após um desastre ambiental, como após uma queima- dirá o crescimento em excesso, mantendo o equilíbrio.
da, em áreas desmatadas ou abandonadas. Esse fator limitante é denominado resistência do meio.
A sucessão, tanto primária quanto secundária, é A capacidade suporte indica o quanto a população
dividida em três fases: ecese (ou comunidade pionei- pode crescer sob a ação da resistência do meio e, com
ra), sere (ou comunidade intermediária) e clímax,
todos esses fatores, temos a indicação do crescimento
indo da fase mais simples para a mais complexa. Na
real que a população pode alcançar em um ambiente.
ecese, surge a comunidade pioneira, composta por
líquens, gramíneas e insetos. Após, surge a comuni- É importante destacar que o equilíbrio não é
dade intermediária, chamada de sere, que é composta representado por uma reta constante, sempre existirá
por plantas e animais de pequeno porte. E na última um equilíbrio dinâmico dentro das populações, ou
etapa, na comunidade clímax, existe um aumento na seja, ela cresce até o momento que algo impede o seu
biodiversidade (número de espécies) e na biomassa. crescimento, e então ela diminui, até o momento que
As plantas e animais têm um porte maior. É nessa fase consiga aumentar novamente.
28 Disponível em: https:/app.estuda.com/questoes/?id-142526. Acesso em: 03 mar. 2021.
542 29 Disponível em: https://pir2.forumeiros.com/t128046-uesb-dinamica-de-populações. Acesso em: 03 mar. 2021.
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INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS

Os seres vivos interagem entre si e, em ecologia, essas interações são denominadas relações ecológicas. Elas
podem ser resumidas da seguinte forma:

Como elas podem ser classificadas?

Intraespecíficas

Harmônicas Desarmônicas

Sociedade Canibalismo
Colônia Competição
Intraespecíficas

Interespecíficas

Harmônicas Desarmônicas

Mutualismo Predação
Protocooperação Amensalismo
Comensalismo Parasitismo
Inquilinismo Competição
interespecífica

Relações intraespecíficas são aquelas que ocorrem entre indivíduos de uma mesma espécie. E relações inte-
respecíficas ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.
Relações do tipo harmônica são aquelas que beneficiam pelo menos um dos organismos envolvidos, sendo
benéfica, ou nula para o outro organismo. Relações desarmônicas prejudicam pelo menos um dos organismos
envolvidos.

Sociedade x Colônia

Em ambas ocorre divisão de trabalho e todos os organismos envolvidos se beneficiam. A diferença entre elas
4
-2

é que na sociedade os organismos são fisicamente separados, e na colônia são fisicamente unidos. Exemplos de
13

sociedade: formigas e abelhas. Exemplo de colônia: corais.


.7
28

Canibalismo
.8
18

Um organismo mata outro da mesma espécie e se alimenta dele. Exemplos: baratas e viúva negra.
-0

Competição Intraespecífica x Competição Interespecífica


ar
lm

A competição intraespecífica envolve organismos de uma mesma espécie que disputam por espaço, alimento
gi

ou pela fêmea (sexual). Na competição interespecífica ocorre disputa entre indivíduos de espécies diferentes por
ar

alimento e por espaço, mas nunca pela fêmea (sexual).


lm

Mutualismo x Protocooperação
gi

Ambas são relações entre organismos de diferentes espécies, porém, no mutualismo a relação é obrigatória
para a sobrevivência de ambos, enquanto na protocooperação não existe obrigatoriedade. Exemplo de mutualis-
mo: líquens. Exemplo de protocooperação: jacaré e pássaro palito.

Comensalismo x Inquilinismo

Ambas ocorrem entre indivíduos de diferentes espécies e apresentam um organismo que se beneficia através
do outro, mas sem causar prejuízos. A relação é do tipo nula para o outro organismo, nem beneficia nem causa
BIOLOGIA

danos. No comensalismo o organismo come às custas do outro. Já no inquilinismo, um indivíduo vive sobre, ou no
interior de outro. Exemplo de comensalismo: rêmora e tubarão. Exemplo de inquilinismo: bromélias.

543
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Predação x Parasitismo z Mata atlântica: a mata atlântica é o ambiente com
maiores problemas relacionados à preservação
Ambas ocorrem entre indivíduos de diferentes do ambiente. Também sofre muito com o desma-
espécies e apresentam um organismo que se beneficia tamento, em consequência do processo de urbani-
e outro que é prejudicado. Na predação, um organis- zação. Representa uma floresta tropical perene no
mo mata o outro para se alimentar dele. No parasi- nordeste do Brasil e floresta tropical decidual no
tismo, um organismo se alimenta às custas de um sul do país. Altamente rica em bromélias e epífitas.
outro, porém gera prejuízo, mas não tem a intenção Além disso, espécies extremamente ameaçadas
de matar, pois, se matar o hospedeiro, ele morre jun- pertencem a esse ambiente;
to. Exemplo de predação: leão ao se alimentar de uma z Pantanal: caracterizado como planície alagadiça.
zebra. Exemplos de parasitismo: vermes com hospe- Também era considerado uma região de transi-
deiro humano, carrapatos, piolhos etc. ção entre a Amazônia e o Cerrado. Conquistou a
nomeação de bioma por conta de suas planícies
Amensalismo alagadiças (Bacia do Rio Paraguai). Apresenta
grande diversidade animal;
Relação entre organismos de diferentes espécies z Cerrado: é considerado a savana brasileira. É um
em que um deles produz uma substância capaz de ambiente que sofre com queimadas em estações
impedir o crescimento do outro. Exemplos: eucalip- secas. Conhecido como o 2º maior bioma brasileiro.
to, fungo que mata bactéria (caso da penicilina, um As árvores crescem de forma espalhada. As plantas,
antibiótico). no geral, possuem casca grossa, folhas coriáceas,
gemas pilosas e raiz profunda. O solo é rico em alu-
BIOGEOGRAFIA: ECOSSISTEMAS E BIOMAS mínio e por isso é considerado tóxico;
BRASILEIROS z Caatinga: região conhecida como semiárido bra-
sileiro. Menor índice pluviométrico (pouquíssima
Quando falamos de ecossistemas, biogeografia e chuva). O solo é fértil e apresenta muitos cactos se
biomas estamos envolvendo áreas como a biologia, desenvolvendo;
geografia e a ecologia. z Mata dos cocais: antigamente era considerado em
ecótono, porém conquistou a nomeação de bioma.
Ecossistemas
Presença de palmeiras: buriti, babaçu e carnaúba.
É o conjunto formado pela interação fatores abióti- Plantas economicamente importantes pela ampla
cos e comunidades bióticas, havendo transferência de utilização em produção de materiais;
z Mata dos pinhais: região com chuvas bem distri-
matéria e de energia entre eles.
buídas ao longo do ano. Apresenta característica
Como exemplos de biomas brasileiros, temos:
mista: elementos de origem tropical + araucárias;
Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-
z Vegetação costeira (Mangue): plantas que não
ga, Campos, Restingas e Manguezais.
crescem muito e vivem em ambiente de água salo-
bra, com estruturas especiais para a eliminação de
Biomas Brasileiros sal. Também, as raízes são profundas em conse-
quência do solo lodoso;
4

São grandes áreas geográficas que apresentam


-2

z Campos sulinos (Pampa): vegetação rasteira


13

características ambientais específicas, diversidade de composta, principalmente, por gramíneas.


.7

vegetação, interação entre fatores como vegetação,


28

solo, clima, relevo, hidrografia e fauna. Porém, ape- CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE


.8

sar de ser uma região uniforme, é difícil definir seus ECOSSISTEMAS


18

limites naturais.
-0

Como exemplos de biomas brasileiros, temos: Ecossistemas que não têm mais capacidade de
recuperação natural são considerados ambientes
ar

Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-


degradados. Considera-se, neste caso, que eles perdem
lm

ga, Mata dos cocais, Mata dos pinhais e Vegetação cos-


a capacidade de adaptação às mudanças ocorridas.
gi

teira (Mangue).
As florestas costumam ser degradadas devido a
ar

um alto consumo de madeira, alimento e água, por


lm

parte do ser humano. E os recursos degradados são a


Se liga!
gi

flora, a fauna, a água e o solo.


O bioma abrange uma classificação mais ampla As atividades realizadas nestes locais que resul-
do que o ecossistema, que é mais específico. tam na degradação da área são:
Um bioma pode ser formado por mais de um z construção de rodovias e ferrovias;
ecossistema. z construção de empresas: represas e hidrelétricas,
por exemplo;
z prática de atividades agropecuárias;
CARACTERÍSTICAS DOS ECOSSISTEMAS E
z mineração;
BIOMAS BRASILEIROS
z exploração florestal;
z caça e pesca;
z Amazônia: ambiente que representa a maior z construção civil;
bacia hidrográfica e a maior biodiversidade do z urbanização;
mundo. Apresenta folhas perenes/latifoliadas, solo z queima de combustíveis.
pobre e arenoso, alta pluviosidade (muita chuva).
544 É considerado um depósito de serrapilheira;
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Sendo assim, para recuperar o ecossistema é neces- Ações que Devem Ser Praticadas
sário inserir uma certa quantidade de biodiversida-
de nele. É possível que seja um número mínimo de O mais importante aqui é entender que ações indi-
espécies, levando em conta a variabilidade estrutural viduais não vão gerar grandes impactos, é necessário
e funcional dos processos ecológicos que ali ocorrem. que a população tome atitudes em conjunto. As prá-
ticas e hábitos diários devem ser analisados e sujei-
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE tos à reflexão, para que o planeta sobreviva e a vida
Biodiversidade é o termo utilizado para se referir seja melhor para todos nós. Por exemplo: os 3 “Rs” da
à riqueza de espécies que existem em um local. Então, sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar; utiliza-
quando dizemos que uma região apresenta gran- ção apenas da quantidade mínima necessária para o
de biodiversidade, queremos dizer que existe muita banho e a escovação dos dentes, consciência na utili-
variedade de espécies ali. Uma região com baixa bio- zação de luz elétrica; não jogar lixo nas ruas etc.
diversidade apresenta pouca variedade de espécies.
Atualmente, é considerada também a diversidade USO E EXPLORAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS
genética que os organismos apresentam.
Cada uma das espécies que habita o planeta tem um Recursos naturais são elementos disponíveis no
papel fundamental dentro do ecossistema, e é por isso ambiente de forma natural, que são utilizados pelo
que quando uma espécie é extinta todos os organismos homem com o objetivo de produção e desenvolvimen-
do local são afetados. Nas cadeias alimentares, por exem- to dentro de uma sociedade. Esses recursos podem ser
plo, temos os produtores, os consumidores e os decompo- de dois tipos: renováveis e não renováveis.
sitores, e todos eles são importantes para a manutenção Os recursos renováveis são aqueles que nunca aca-
do equilíbrio entre as populações existentes. bam, ou seja, a natureza consegue repor rapidamente.
O desmatamento, a poluição e o consumo exagera- Temos como exemplos o solo, a água, o vento e o sol.
do de recursos disponíveis resultam na destruição do É importante lembrar que eles não apresentam carac-
ambiente. Para que a biodiversidade seja mantida é terística poluente.
necessário que o homem repense essas atitudes, ou os Já os recursos não renováveis são aqueles que a
danos poderão ser irreparáveis. natureza não consegue repor frequentemente, ou
seja, são recursos limitados. Neste caso, podemos citar
ASPECTOS BIOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO o petróleo, o gás natural e os minérios.
SUSTENTÁVEL Quanto à classificação, os recursos naturais são
O termo desenvolvimento sustentável surgiu em divididos em:
1987, durante a Comissão Mundial sobre o Meio Ambien-
te e o Desenvolvimento. É definido como o desenvolvi- z Recursos biológicos: envolvem animais e vege-
mento capaz de suprir as necessidades da população tais. São considerados recursos renováveis;
sem gerar prejuízo para as gerações futuras. z Recursos hídricos: provenientes de fontes de
O meio ambiente está sempre em busca de equilí- água existentes no planeta, tanto superficial quan-
brio, por isso é necessário analisar as relações prati- to subterrânea;
z Recursos energéticos: envolve todos aqueles
cadas por nós no meio em que vivemos, tanto com a
capazes de fornecer energia;
4

flora quanto com a fauna existente.


z Recursos minerais: recursos geológicos não reno-
-2

É preciso considerar que os recursos naturais são


13

váveis, ou seja, os minerais e as rochas.


finitos, portanto, se não forem bem cuidados e utiliza-
.7

dos não estarão mais disponíveis em algum momen-


28

Exploração dos Recursos Naturais


to. O consumismo, a produção exagerada e o estilo de
.8

vida predatório prejudicam o ambiente e resultam em


18

Não é de hoje que sabemos que os recursos, tanto


devastação ambiental.
-0

renováveis quanto não renováveis, devem ser utiliza-


dos de maneira consciente e sustentável pelo homem.
ar

Tipos de Sustentabilidade
O Brasil é um país rico em recursos naturais de todos
lm

Podemos dividir a sustentabilidade em 3 tipos: os tipos. Possui um solo rico em nutrientes, e as maiores
gi

reservas de água doce do planeta. Entretanto, mesmo


social, econômica e ambiental. A sustentabilidade
ar

estando em abundância, se os recursos não forem corre-


social depende da participação da sociedade na cria-
lm

tamente aproveitados eles tendem a acabar.


ção de propostas que visem ao bem-estar e o desen-
gi

volvimento social, de maneira igualitária para todos


PROBLEMAS AMBIENTAIS
os indivíduos. A sustentabilidade econômica visa
à utilização de recursos naturais através de um bom
Processos de urbanização, agricultura, pecuária e
modelo econômico. E a sustentabilidade ambiental, industrialização potencializam ações que geram pre-
que lida com a capacidade que o ecossistema tem de juízo ao meio ambiente. Dentre esses prejuízos pode-
se manter diante das agressões humanas. mos citar extrações exageradas de recursos naturais,
poluição da água, do solo e do ar, desmatamentos,
Consequências do Mau Comportamento da queimadas etc. Tudo isso afeta o ecossistema, tanto
BIOLOGIA

População direta, quanto indiretamente, resultando nos impac-


tos ambientais.
As escolhas e ações humanas vêm afetando o Como consequência dessas ações inconsequentes,
ambiente de diversas maneiras, por exemplo: des- ocorrem eventos ambientais como o derretimento de
matamento, extinção de espécies, aquecimento glo- geleiras, a extinção de espécies, a escassez de recursos
bal, desperdício de alimentos, plástico nos oceanos, naturais não renováveis, o acúmulo de lixo em locais
falta de saneamento básico, lixo nas ruas, desastres inapropriados, que leva à morte de plantas e animais,
ambientais, e muitos outros fatores. dentre outros. 545
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As causas relacionadas são o aumento da urbaniza-
ção; o extrativismo animal, vegetal ou mineral; e a expan-
são do agronegócio. E as consequências são diminuição
da biodiversidade local, envolvendo a flora e a fauna da
região, extinção de espécies, menor taxa fotossintética
com diminuição da liberação de O2 para o ambiente etc.

Efeito Estufa30

Quando falamos em efeito estufa, as pessoas costu-


mam associar a algo ruim, mas esse processo é extre-
mamente importante para a manutenção de vida
na Terra. O problema não é o aquecimento, e sim o
Erosão32
superaquecimento, que resulta de ações humanas no
ambiente.
A erosão é um processo que ocorre naturalmen-
A liberação de gases estufa, principalmente o dió- te, ou por ação do homem no ambiente. É relaciona-
xido de carbono (CO2) e o gás metano (CH4), ocasiona da ao desgaste das rochas e do solo, o que acarreta
um aprisionamento de calor na atmosfera terrestre, sedimentação dos detritos, podendo haver alteração
provocando um superaquecimento global, com gra- de paisagens, relevos e do curso dos rios. Essa altera-
ves consequências: ção de rochas e solos é o resultado de processos físicos
(variações de temperatura), químicos (ação da água) e
z degelo de geleiras que causam aumento do nível biológicos (influência de organismos vivos), e recebe
do mar; o nome de intemperismo.
z secas que afetam a agricultura, geram incêndios e
escassez de água; CONSEQUÊNCIAS DA EROSÃO
z aumento intenso das chuvas, causando inunda-
O maior problema da ocorrência de erosão é o ris-
ções e deslizamentos de terra;
co de deslizamento de terra em terrenos irregulares.
z extinção de espécies por alteração em seus habitats; As chances de deslizamento são maiores em terre-
z poluição atmosférica que pode agravar doenças nos que perderam a cobertura de vegetação natural,
respiratórias, cardiovasculares e alergias; assim o solo fica desprotegido das chuvas fortes. Mui-
z aumento dos casos de dengue e malária devido à tas vezes essa cobertura é retirada para a construção
4

maior taxa de reprodução dos insetos transmissores. de moradias em localidades mais pobres.
-2

Outro grande problema é o assoreamento, ou seja, a


13

A principal medida discutida como tentativa de diminuição da mata ciliar nas margens dos rios. Neste
.7

diminuir o superaquecimento consiste em projetos caso, os sedimentos se acumulam no leito desses. Com
28

que visam a diminuição da emissão de gases estufa isso, pode haver secas na região em decorrência da
.8

diminuição na profundidade, o que leva a diminuição


18

pela população geral.


da biodiversidade aquática com o passar dos anos.
-0
ar

Poluição da Água, do Solo e do Ar


lm
gi

A poluição é um fenômeno que prejudica o meio


ambiente, inviabilizando o cultivo e o consumo de
ar

recursos naturais, e provocando desequilíbrios ecoló-


lm

gicos, além de ser uma ameaça à saúde humana.


gi

Quando falamos em poluição da água, estamos


nos referindo à contaminação de mares, oceanos,
lagos, rios e córregos com lixo ou com alguma subs-
tância química. É o resultado de poluição de bacias
Desmatamento31
hidrográficas, pelo lixo que é carregado pelas chuvas
até os leitos dos rios, e pelo derramamento indevido
O desmatamento, ou desflorestamento, ocorre quan- de esgoto na água. Ademais, em mares e oceanos,
do uma determinada área tem sua cobertura vegetal reti- frequentemente, ocorre derramamento de petróleo.
rada, total ou parcialmente. Essa prática é considerada Então, a poluição das águas provoca perda de recur-
por alguns como um dos maiores problemas ambientais, sos naturais, principalmente de água potável, e um
enquanto outros consideram ser uma atividade necessá- aumento na mortandade dos seres aquáticos que
ria para suprir as necessidades do homem. vivem no local.
30 Disponível: https://suportegeografico77.blogspot.com. Acesso em: 05 mar. 2021.
31 Disponível em: https://www.educolorir.com/imagem-desmatamento-i15059.html. Acesso em: 04 mar. 2021.
546 32 Disponível em: https://museuhe.com.br. Acesso em: 04 mar. 2021
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A poluição dos solos é decorrente de lixos armazenados em aterros sanitários, situação associada à produção
de chorume que penetra no solo alcançando o lençol freático. Em cemitérios a situação é similar. A utilização de
agrotóxicos na agricultura também pode contaminar o solo, podendo torná-lo infértil. Por isso é sempre bom dar
preferência aos adubos orgânicos.
A poluição do ar é também conhecida como poluição atmosférica. É causada, principalmente, pela emissão de
gases poluentes do escapamento de veículos e de chaminés de fábricas, ou seja, a queima de combustíveis fósseis;
e os fenômenos mais conhecidos em escala local devidos a essa poluição são a inversão térmica e as ilhas de calor.

Eutrofização

Dizemos que ocorre eutrofização quando há acúmulo de nutrientes (nitrogênio e fósforo) em ecossistemas
aquáticos, resultando em aumento da produtividade e alterações no ambiente local. A eutrofização pode ser de
dois tipos:

z Natural: os nutrientes chegam naturalmente até a água. É comum dizer que o ambiente envelhece natural-
mente e de forma lenta;
z Artificial: os nutrientes são oriundos de esgotos domésticos ou atividades agrícolas. Ocorre um envelhecimen-
to precoce do ambiente, que torna a água indisponível para uso.

O aumento de nutrientes desencadeia um aumento na proliferação de algas, que formam uma densa camada
sobre a superfície da água, não permitindo a passagem de luz para a realização de fotossíntese pela vegetação
abaixo delas. Como consequência, essa vegetação morre e isso gera um aumento na quantidade de matéria orgâ-
nica disponível no ambiente, além de um aumento na quantidade de bactérias decompositoras aeróbias (que
utilizam oxigênio). A concentração de oxigênio na água diminui, diversos organismos morrem, aumenta a quanti-
dade de bactérias decompositoras anaeróbias, devido à falta de oxigênio, e tem início a produção de gases tóxicos
no ambiente em questão. A figura33 a seguir ilustra o processo de forma direta e resumida.

1. Despejo de matéria orgânica

2. Proliferação de bactérias decompositoras aeróbias

3. Maior oferta de sais minerais

4. Proliferação (algas da superfícies)


4

5. Morte de algas (mais profundas)


-2
13
.7

6. Aumento da população dos decompositores aeróbios


28
.8
18

7. Redução na taxa de oxigênio


-0
ar
lm

8. Morte dos aeróbios (peixes e outros animais)


gi
ar

9. Decomposição anaeróbia
lm
gi

10. Produção de resíduos tóxicos, como o H2S

Maré Vermelha

Esse fenômeno é também conhecido como floração. Ele ocorre em mares e em ambientes de água doce tam-
bém. A aglomeração de algas no local acarreta a formação de uma mancha em tons avermelhados ou alaranjados,
bem visível e característica desse fenômeno. As causas da ocorrência de maré vermelha incluem alterações na
BIOLOGIA

temperatura e salinidade da água, e aumento na quantidade de nutrientes presentes no local.


As algas envolvidas no processo são pertencentes à divisão pirrófitas e chamadas dinoflageladas. Elas são tóxi-
cas e, por isso, é aconselhado que os banhistas não utilizem a água quando esse fenômeno ocorrer. Essas toxinas
liberadas pelas algas prejudicam os peixes, moluscos e outros organismos marinhos. Além dessas algas, ainda
ocorre, nesse fenômeno, a proliferação de cianobactérias e diatomáceas, ou seja, acontece um desequilíbrio no
ecossistema local.
33 Disponível em: https://dialmasantos.wordpress.com/2017/08/23eutrofizacao/. Acesso em: 04 mar. 2021. 547
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Magnificação Trófica ou Bioacumulação 2. (ENEM — 2022) Os resultados de um ensaio clínico
randomizado na Indonésia apontaram uma redução de
Magnificação trófica ou bioacumulação é o nome 77% dos casos de dengue nas áreas que receberam o
dado ao processo em que substâncias, que são assimi- mosquito Aedes aegypti infectado com a bactéria Wol-
ladas a partir do meio ambiente, ou via alimentação, bachia. Trata-se da mesma técnica utilizada no Brasil
se acumulam nos organismos. Isso aumenta progres- pelo Método Wolbachia, iniciativa conduzida pela Fun-
sivamente sua concentração a cada nível trófico ao
dação Oswaldo Cruz — Fiocruz. Essa bactéria induz a
longo das cadeias e teias alimentares. Dessa forma,
redução da carga viral no mosquito e, consequente-
organismos no topo da cadeia apresentam as maio-
res concentrações dessas substâncias, enquanto os mente, o número de casos de dengue na área, sendo
produtores contêm as menores concentrações dela. A repassada por meio do cruzamento entre os insetos.
pirâmide34 abaixo ilustra bem essa definição, através Como essa bactéria é um organismo intracelular e o
da indicação da concentração de DDT (pesticida) que vírus também precisa entrar nas células para se repro-
se acumula conforme aumentam os níveis tróficos. duzir, ambos necessitarão de recursos comuns.

COSTA, G. Agência Fiocruz de Notícias. Estudo confirma eficácia


do Método Wolbachia para dengue. Disponível em: https://portal.
Águias DDT = 25ppm
fiocruz.br. Acesso em: 3 jun. 2022 (adaptado).

Peixes Essa tecnologia utilizada no combate à dengue consiste


DDT = 2ppm
grandes na:

Peixes DDT = 0,5ppm


a) predação do vírus pela bactéria.
pequenos b) esterilização de mosquitos infectados.
c) alteração no genótipo do mosquito pela bactéria.
Zooplâncton DDT no plâncton = 0,04ppm
d) competição do vírus e da bactéria no hospedeiro.
e) inserção de material genético do vírus na bactéria.

Fitoplâncton Considerando o enunciado da questão, fica claro que


bactéria e vírus competem por recursos comuns.
Diante dessa competição, os vírus perdem capaci-
dade de replicação no inseto, reduzindo sua carga.
Sendo assim, uma maneira de combate à dengue.
EXERCÍCIOS COMENTADOS Resposta: Letra D.

1. (ENEM — 2022) A extinção de espécies é uma ameaça


real que afeta diversas regiões do país. A introdução
de espécies exóticas pode ser considerada um fator
maximizador desse processo. A jaqueira (Artocarpus
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM A
4

heterophyllus), por exemplo, é uma árvore originá- POPULAÇÃO BRASILEIRA


-2
13

ria da Índia e de regiões do Sudeste Asiático que foi


DOENÇAS CRÔNICAS
.7

introduzida ainda na era colonial e se aclimatou muito


28

bem em praticamente todo o território nacional. Casos


.8

como o dessa árvore podem provocar a redução da Doenças crônicas geralmente possuem desenvol-
18

biodiversidade, pois elas: vimento lento e progressivo, além de não ter cura.
-0

Na maioria dos casos elas se iniciam durante a fase


ar

a) ocupam áreas de vegetação nativa e substituem par- adulta, com tratamentos que exigem longa duração e
lm

cialmente a flora original. acompanhamento médico contínuo, uso de medica-


gi

b) estimulam a competição por seus frutos entre animais mentos e realização de exames periódicos. Segundo a
OMS (Organização Mundial de Saúde), tais enfermida-
ar

típicos da região e eliminam as espécies perdedoras.


lm

c) alteram os nichos e aumentam o número de possi- des acarretam um número elevado de mortes todos os
gi

bilidades de relações entre os seres vivos daquele anos, sendo foco da gestão pública de saúde.
ambiente. Existem alguns fatores que contribuem para a
d) apresentam alta taxa de reprodução e se mantêm ocorrência dessas doenças, entre eles temos: sedenta-
com um número de indivíduos superior à capacidade rismo; obesidade; álcool; tabagismo; má alimentação;
suporte do ambiente. elevados níveis de colesterol no sangue etc. Pensar
e) diminuem a relação de competição entre os poliniza- em prevenção, conscientização e melhores hábitos é
dores e facilitam a ação de dispersores de sementes importante nesses casos.
de espécies nativas. Em relação às doenças crônicas que atualmente
apresentam maior incidência na população brasilei-
A introdução de espécies exóticas pode levar a uma ra, temos: diabetes; Alzheimer; hipertensão; asma;
competição com espécies nativas, pertencentes aids; câncer; depressão; acidente vascular cerebral
naturalmente ao local, culminando em até substi- (AVC); mal de Parkinson; doença pulmonar obstrutiva
tuição. Assim, pode promover uma diminuição na crônica (DPOC); entre outras.
biodiversidade da área. Resposta: Letra A.
548 34 Disponível: https://enem.estuda.com/questoes/?id=601471. Acesso em: 04 mar. 2021
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VERMINOSES
INFECÇÕES SEXUALMENTE
Verminoses são doenças causadas por vermes para- TRANSMISSÍVEIS
sitas que vivem dentro de um organismo, absorvendo
os nutrientes deste organismo. Elas são causadas princi- As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs),
palmente por má higienização e problemas com o sanea- são causadas por diversos tipos de agentes patológi-
mento básico. Em alguns casos também são decorrentes cos. Como o próprio nome já indica, são transmitidas
de ingestão de carne crua ou mal passada. principalmente por contato sexual com parceiros
Os vermes geralmente migram para o intestino, infectados, durante relações sem proteção (ausência
onde se alojam. Porém, existem casos em que eles de preservativo — camisinha, seja ela masculina ou
migram para outros órgãos, como os pulmões, o fíga- feminina). Podem ser transmitidas por meio de sexo
do e o cérebro, causando problemas ao hospedeiro. vaginal, anal e/ou oral. As manifestações clínicas
Quanto aos sintomas, podem ser: perda de peso, incluem feridas, verrugas, bolhas ou corrimentos.
Algumas ISTs envolvem facilidade de tratamento e
anemia, falta de apetite, vômitos, diarreia, dores abdo-
recuperação rápida. Outras necessitam de tratamento
minais, náuseas e problemas respiratórios. Porém, os
intenso e demorado. Em alguns casos, a doença não
sintomas variam conforme o tipo de verme parasita. tem cura, apenas é tratada, podendo apresentar ati-
O diagnóstico é realizado por coleta de sangue e vidade e inatividade transitórias durante a vida do
fezes, seguido de exames laboratoriais. As medidas indivíduo. Algumas delas podem evoluir tanto que
profiláticas envolvem lavar bem os alimentos, evitar resultam em morte.
carne crua ou mal passada, beber água filtrada e lavar Outras formas de transmissão envolvem transfu-
as mãos com frequência. são sanguínea, ou contato com sangue contaminado
A seguir, veremos algumas das verminoses mais presente em seringas e agulhas (caso mais voltado
comuns no Brasil. para usuários de drogas injetáveis), além de gestan-
tes infectadas que podem transmitir a doença para o
Teníase/Cisticercose bebê durante a gravidez ou após o parto.
De certa forma, as mulheres devem ser ainda mais
A teníase é uma parasitose intestinal conhecida cautelosas que os homens, uma vez que possuem
órgãos genitais organizados de forma interna, enquanto
pela presença de um verme conhecido vulgarmente
homens têm órgãos genitais mais expostos. Sendo assim,
como solitária. A teníase e a cisticercose diferem entre
as mulheres precisam manter consultas ginecológicas
si. Na teníase, o indivíduo ingere carne de boi ou de com um intervalo de tempo regular e predefinido. O
porco contaminada com larvas do parasita, enquanto exame conhecido como Papanicolau, por exemplo, pode
na cisticercose ocorre contaminação por ingestão de indicar a ocorrência de alterações no tecido uterino.
ovos do parasita, que migram para o cérebro. Profila-
xia: cozinhar bem os alimentos e evitar comer carne TIPOS MAIS RECORRENTES DE IST
crua ou mal passada.
Aids (Síndrome da Imunodeficiência Humana)
Ancilostomose ou Amarelão
4

z Patógeno causador: vírus HIV (vírus da imunode-


-2

ficiência adquirida);
13

É conhecida como a doença do Jeca Tatu, um per-


z Sintomas e consequências: compromete o sistema
.7

sonagem criado por Monteiro Lobato que simboliza a imunológico, bem como o funcionamento correto
28

situação vivida pelo trabalhador rural paulista. Carac- de células de defesa chamadas linfócitos. O linfócito
.8

terizada como uma infecção intestinal, causada por mais afetado é o T-CD4+. Na década de 80, quando
18

vermes nematoides. A transmissão ocorre através de pouco se conhecia sobre o vírus causador, muitos
-0

contato direto com ovos no solo, ou em fezes. A pene- daqueles que o contraíram, vieram a óbito. Hoje, mui-
ar

tração no hospedeiro é através dos pés. Profilaxia: tas pesquisas já foram desenvolvidas além de haver
lm

usar calçados em todos os ambientes. distribuição de medicamentos para que os pacientes


gi

protejam seu sistema imunológico, com qualidade e


ar

Ascaridíase expectativa de vida. Os principais remédios atuam na


lm

capacidade de replicação do vírus, inibindo a dupli-


gi

Doença causada por um nematelminto. Os vermes, cação de seu material genético, reduzindo a forma-
neste caso, são conhecidos como lombrigas e, em casos ção de mais partículas virais.
de grande número de vermes no intestino, pode ocor- Condiloma Acuminado (HPV ou Crista de Galo)
rer obstrução intestinal. A contaminação ocorre através
da ingestão de ovos do parasita. Profilaxia: saneamento z Patógeno causador: papilomavírus humano;
básico; lavar bem as mãos e também os alimentos. z Sintomas e consequências: afeta a região genital,
com ocorrência de verrugas que podem ser exter-
Giardíase nas ou internas; é mais visível em homens do que
BIOLOGIA

em mulheres. Verrugas na região uterina podem


A infecção é causada por um protozoário e a con- ser detectadas por exames ginecológicos e, quando
não tratadas, podem levar ao desenvolvimento de
taminação ocorre por meio de água e alimentos con-
câncer de colo de útero. Em especial, os tipos HPV-
taminados. O contágio pode ocorrer por contato com
16 e HPV-18, responsáveis pela grande maioria dos
as fezes de pessoas contaminadas, por exemplo, por casos.
relação que envolva sexo anal. Profilaxia: saneamen-
to básico e relação sexual com uso de preservativo. 549
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Cancro Mole ou Cancro Venéreo
EXERCÍCIOS FÍSICOS E VIDA
z Patógeno causador: bactéria Haemophilus ducrevi;
z Sintomas e consequências: feridas bem doloridas SAUDÁVEL
com a base mole.
A prática de exercícios físicos é essencial para uma
Gonorreia ou Blenorragia vida saudável e previne diversas doenças. Além disso,
o exercício leva a uma maior oxigenação do cérebro e
z Patógeno causador: bactéria Neisseria gonorrhoeae; do corpo como um todo, o que resulta em melhorias
z Sintomas e consequências: em mulheres atinge
no aprendizado, melhoria da saúde mental, melhora
principalmente o colo do útero. Pode causar dor ao
em quadros diabéticos, menor chance de infartos e de
urinar e saída de secreção amarelada e purulenta.
derrames, melhoria da pressão arterial, capacidade
O tratamento consiste no uso de antibióticos.
pulmonar e da frequência cardíaca. Enfim, podemos
Sífilis listar milhares de benefícios que a prática de exercí-
cios pode proporcionar.
z Patógeno causador: bactéria Treponema pallidum; Os benefícios da prática de exercícios físicos não
z Sintomas e consequências: leva ao surgimento se limitam aos aspectos puramente físicos. Atividades
de feridas nos órgãos genitais e ínguas nas virilhas. físicas de ritmo intenso ou não também contribuem
Não ocorrem sintomas de dor, coceira, ardência ou para melhoria da autoestima, capacidade cognitiva
liberação de pus. Essas feridas podem desaparecer e e liberação de hormônios, além de possibilitarem a
reaparecer com o passar do tempo. Em muitos casos
interação com outras pessoas, auxiliando uma grande
a pessoa chega a pensar que está curada, porém, se
melhoria para a saúde mental.
a doença não for tratada continuará se desenvolven-
Essas atividades podem ir desde caminhadas leves
do. Se ocorrer o desenvolvimento, podem surgir sin-
tomas como manchas pelo corpo, queda de cabelos, até ciclismo, escalada, corrida e também atividades
doença do coração, paralisia e cegueira. mais dinâmicas, como dança, jogos e lutas. O importan-
te é manter-se em movimento, independentemente do
Tricomoníase gasto de energia e sempre respeitando seus limites.
Além de todos esses fatores, durante o exercício
z Patógeno causador: protozoário Trichomonas nós temos a participação de alguns hormônios:
vaginalis;
z Sintomas e consequências: presença de corri-
z endorfina, que gera sensação de bem-estar,
mento amarelo-esverdeado e mau cheiroso, dor
aumentando a disposição física e mental e tam-
durante a relação sexual, dificuldade para urinar
bém a resistência do sistema imunológico;
e coceira na região genital. Em mulheres podem
z regulação de insulina e glucagon, relacionados ao
alcançar o colo do útero. Em homens normalmen-
te não apresenta sintomas. controle da glicose sanguínea;
z hormônio do crescimento (GSH), que atua
Clamídia aumentando a queima de gordura e o anabolismo;
z adrenalina e noradrenalina, que auxiliam no
4
-2

z Patógeno causador: bactéria Chlamydia trachomatis; aumento da taxa metabólica e na queima de gordura.
13

z Sintomas e consequências: apresenta sintomas


.7

semelhantes aos da gonorreia. Presença de corri- Além das atividades físicas em si, é importante lem-
28

mento similar à clara de ovo no canal urinário e brar que sempre devemos acompanhar a prática de
.8

sentimento de dor ao urinar. Nas mulheres, pode exercícios com uma alimentação equilibrada e saudá-
18

apresentar desenvolvimento silencioso, ou seja, vel. A reposição de nutrientes é importante para acom-
-0

sem sintomas, mas a infecção pode se tornar gra- panhar o gasto de energia gerado durante as atividades
ar

ve, atingindo útero e trompas. Outros sintomas físicas e auxilia a prevenir carências nutricionais.
lm

envolvem dor durante o ato sexual, gravidez ectó-


Os exercícios físicos podem ser divididos em dois
gi

pica, parto prematuro e até mesmo esterilidade.


tipos: o aeróbico e o anaeróbico.
ar

O exercício aeróbico está ligado diretamente com


Herpes Genital
lm

o uso contínuo e em grande quantidade do oxigênio


gi

z Patógeno causador: vírus Herpes simplex; durante a sua prática. Durante a prática do exercí-
z Sintomas e consequências: bolhas e úlceras dolo- cio aeróbico, o corpo humano utiliza o oxigênio para
ridas na região genital, principalmente na região queimar substâncias contidas no nosso corpo e gerar
externa da vagina e na ponta do pênis. Presença energia, estimulando o sistema cardiorrespiratório e
de ardor e coceira intensa. Não tem cura, porém vascular, principalmente.
precisa ser tratado sempre que ficar ativo. Já o exercício anaeróbico diferencia-se por um tipo
de exercício menos dinâmico que o aeróbico, mas que
Linfogranuloma Venéreo exige mais força, com o objetivo de fortalecimento dos
músculos, sendo caracterizado por uma duração menor
z Patógeno causador: bactéria Chlamydia trachomatis; e intensidade maior do que os exercícios aeróbicos.
z Sintomas e consequências: lesão genital que per- Iremos falar agora sobre algumas doenças que
manece por um curto intervalo de tempo (de 3 a 5 muitas vezes estão inter-relacionadas e que podem
dias). Após esse período, surge um inchaço doloroso ser evitadas com a prática de exercícios físicos.
nos gânglios da virilha podendo evoluir para o rompi-
550 mento com liberação de pus quando não tratado.
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OBESIDADE ANOTAÇÕES
A obesidade é considerada uma doença crônica
que pode desencadear outros problemas de saúde,
como consequência do acúmulo excessivo de gordu-
ra no organismo. Pode ser causada por diversos fato-
res, sendo os fatores genéticos, comportamentais e
ambientais os mais comuns.
Possíveis complicações da obesidade:

z diabetes mellitus (diabetes tipo II);


z doenças cardiovasculares;
z problemas ortopédicos;
z doenças pulmonares;
z apneia do sono;
z acidente vascular cerebral (AVC);
z aumento das chances de desenvolvimento de
câncer.

Importante!
O aumento da circunferência abdominal, isto é,
de gordura principalmente na barriga, aumenta o
risco de desenvolvimento de doenças com evo-
luções potencialmente graves.

O tratamento é específico para cada indivíduo


e, para evitar, é necessário dormir bem, ter uma
alimentação saudável e praticar exercícios físicos
frequentemente.

HIPERTENSÃO ARTERIAL

A hipertensão arterial é uma doença muitas vezes


assintomática que pode ser identificada em qualquer
momento da vida, mas é mais comum entre a popula-
ção com faixa etária acima de 60 anos. Fatores como
4

obesidade, sedentarismo, tabagismo e alimentação


-2

desequilibrada estão entre os de maior influência no


13

aumento de pessoas com essa doença.


.7

Assim como a obesidade, a hipertensão arterial


28

é uma das principais causadoras de outras doenças,


.8

como doenças cardiovasculares e o acidente vascu-


18

lar cerebral, sendo, portanto, um importante fator de


-0

risco.
ar

Complicações da hipertensão arterial:


lm
gi

z acidente vascular cerebral (AVC);


ar

z insuficiência renal;
lm

z insuficiência cardíaca;
gi

z infarto;
z arritmias cardíacas.

DIABETES MELLITUS

Também chamada de diabetes tipo II, é uma doen-


ça de grande proporção em todo o mundo, e ocorre
principalmente em adultos. O principal fator de risco
é o sobrepeso, sendo a alimentação desequilibrada, a
BIOLOGIA

falta de prática de exercícios físicos e o tabagismo os


principais causadores da doença.
Essa doença é caracterizada pela incapacidade
suficiente de metabolização da glicose pela insulina,
provocando o aumento desse carboidrato no corpo.
Idade, gordura abdominal e sedentarismo também
são fatores de risco. 551
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ANOTAÇÕES

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z Pratique: acostume-se a redigir. Escreva incessan-
temente. É apenas com o treino que você consegui-
rá transportar bem uma ideia para o papel. Mais
adiante vamos ver dicas de como fazer isso.

REDAÇÃO
Se liga!
Ao praticar, cronometre a prova! As bancas exa-
minadoras estabelecem que, para uma redação
REDAÇÃO de 30 linhas, um tempo de 60 minutos é suficien-
DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA te. Para quem não treinou, isso é pouquíssimo, e
vai prejudicar não só a escrita da redação como
No Enem, a redação é decisiva para um bom desem- também a resolução das demais questões. Com
penho em sua média final. A tipologia cobrada é o a prática, você vai conseguir encaixar todos os
texto dissertativo-argumentativo (ou apenas dis- passos da escrita dentro deste tempo.
sertação), por isso, é muito importante o estudo de
suas técnicas adequadas (ou seja, é preciso dominar Uma vez que a redação trata sempre de um tema
a estrutura da redação). Além disso, é muito impor- atual relevante, tanto no âmbito nacional, quanto de
tante que você consiga aumentar o capital cultural interesse global, é essencial ficar atento às novida-
(desenvolver um bom repertório de ideias) e treinar des. Vamos dedicar um tópico especial do nosso estu-
bastante (redigir redações de diversos temas). Por do apenas aos temas mais recorrentes e com maior
fim, é imprescindível conhecer o que será avaliado probabilidade de serem cobrados, assim como as
na sua prova, isto é, saber o que o examinador quer melhores formas de abordá-los.
de você. No dia da prova:

A “receita” para a aprovação na prova de redação z Leia atentamente o tema da redação: as reda-
envolve: ções vêm com textos de apoio para o candidato e é
fundamental compreender o que o enunciado está
z dominar a estrutura dissertativa-argumentativa; pedindo, uma vez que a fuga do tema pode zerar a
z ter um bom repertório de ideias; nota na redação. Assim sendo, não divague muito
z treinar redigindo diferentes temas; (foco no objetivo final do texto) e crie uma linha de
z conhecer o que será avaliado. pensamento coerente (coordenando os argumen-
tos, visando ao problema, sem mudar de assunto);
ORIENTAÇÕES BÁSICAS z Organize-se: nesse momento, conhecer o padrão de
cobrança da prova faz diferença. Nesse sentido, ajuda
Tendo em vista os quatro elementos citados acima, muito:
4

vamos ver algumas orientações básicas.


-2

„ marcar as palavras-chave nos textos de apoio;


13

z Cultive o hábito pela leitura: leia muito! Com a „ definir qual o objetivo do seu texto: negar, apoiar,
.7

justificar ou explicar algo para, então, construir sua


28

leitura, adquire-se cultura geral, o que é um requi-


proposta de intervenção para o problema proposto;
.8

sito para um bom escritor. Além disso, a familia-


18

ridade com textos de qualidade faz com que se „ selecionar os argumentos principais e colocá-los
-0

assimile a forma da narrativa, a estrutura das ora- em ordem. Ou seja, fazer um breve esqueleto do
que será dito nos parágrafos do desenvolvimento;
ar

ções, a colocação das palavras, além de enriquecer


lm

o vocabulário;
z Faça a revisão do texto: a revisão faz parte do proces-
gi

z Utilize uma biblioteca básica de apoio: durante os


so de escrita do texto, portanto, revise, ao menos duas
ar

estudos, é normal surgirem dúvidas. Um bom dicio-


vezes, a sua redação antes de entregá-la;
lm

nário e uma gramática de qualidade são essenciais


z Dedique muita atenção na hora de passar a
gi

para solucionar os questionamentos e enriquecer


limpo: é nesta etapa que seu gerenciamento de
suas habilidades linguísticas. Considere utilizar ver-
tempo vai fazer toda a diferença. Fazer correndo
sões completas, uma vez que as minigramáticas e pode aumentar as chances de errar uma palavra
os minidicionários são úteis somente em situações ou escrever o que estava na próxima linha, por
emergenciais. Uma boa fonte de referência é o Voca- exemplo. Este é o momento para corrigir pequenos
bulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), erros que ainda ficaram após a revisão;
encontrado na homepage da Academia Brasileira de z A caligrafia é um fator muito importante: ao
Letras, pois se trata de um levantamento de todas as passar a limpo, é preciso fazer uma letra legível:
REDAÇÃO

palavras registradas da língua portuguesa, com indi- o corretor da sua redação precisa entender o que
cação de sua grafia, prosódia (acentuação), ortoépia você está dizendo! De nada adianta um texto bem
(pronúncia), classe gramatical, formas irregulares de estruturado, coerente, se quem for corrigir não
feminino e plural etc.; conseguir entender o conteúdo. Fora isso, não se
z Conheça a gramática da língua: estude com dedi- esqueça: respeite as margens da folha de resposta,
cação as regras gramaticais e as técnicas gerais de uma vez que tudo o que estiver fora das margens
redação; da folha será desconsiderado. 555
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ESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E A linguagem informal (oral ou escrita) geralmente
NÍVEIS DE FORMALIDADE é usada quando temos certo nível de intimidade entre
os interlocutores, como nas correspondências entre
Ao estudar redação, é necessário saber alguns con- familiares ou amigos. Já a linguagem formal (na sua
ceitos fundamentais. forma oral ou escrita), caracterizada pela polidez e esco-
A linguagem, em termos bem simples, é a capaci- lha cuidadosa das palavras, é normalmente empregada
dade que nós possuímos de expressar nossos pensa- quando nos dirigimos a alguém com quem não temos
mentos, ideias, sentimentos e opiniões. Ou seja, é um proximidade, como no exemplo da seleção de empre-
código utilizado para estabelecer comunicação. go e em outras situações que exigem tal protocolo, como
Existem dois tipos principais de linguagem: a na escrita de um texto científico, um livro didático, na
linguagem não verbal e a linguagem verbal. A lin- correspondência entre empresas e, como veremos mais
guagem não verbal não utiliza palavras para consti- adiante, na comunicação oficial.
tuir a comunicação: ela faz uso de diferentes formas O termo “registro” é utilizado para fazer referên-
de comunicação, como gestos, sinais, símbolos, cores cia aos níveis de formalidade na língua falada e na lín-
luzes etc. São situações que envolvem linguagem não gua escrita. Os níveis de formalidade são chamados,
verbal: quando se observa um semáforo de trânsito, ainda, de níveis de fala ou níveis de linguagem.
com suas luzes vermelha, amarela e verde e se enten- Em qualquer ato de linguagem, para a escolha do
de que se deve (ou não) avançar; ou, ainda, quando se registro (do nível de formalidade), o indivíduo leva
ouve o apito de um agente de trânsito. em conta, mesmo que de forma inconsciente, a situa-
A linguagem verbal, como seu próprio nome ção em que se encontra ao produzir seu texto (oral
informa, utiliza palavras para estabelecer a comuni- ou escrito). Em outras palavras, ao praticar a comu-
cação: esse uso pode se dar na forma oral ou na forma nicação, o autor escolhe um nível maior ou menor de
escrita (em uma entrevista na TV ou em um e-mail, formalidade e, para isso, leva em consideração, entre
respectivamente). outras coisas:
Observe, com atenção, a tabela abaixo, pois ela traz
exemplos que ajudam a diferenciar a linguagem não z o seu interlocutor;
verbal da linguagem verbal (em suas duas formas). z ambiente em que se encontra;
z o assunto a ser tratado;
z a intenção, objetivo a ser atingido (informar, soli-
LINGUAGEM NÃO LINGUAGEM VERBAL
citar, persuadir etc.).
VERBAL – ORAL

Telefonemas É observando esses elementos que o autor adequa:


Conversas
Sinais de trânsito Discursos z os vocábulos;
Cores Aulas z a pronúncia (no caso da fala);
Desenhos Entrevistas etc. z a ortografia (no caso da escrita);
Gestos
z a estruturação das sentenças.
Postura LINGUAGEM VERBAL
Placas – ESCRITA
4

Quanto mais formal for um ato de linguagem, mais


-2

Pinturas
13

Bandeiras Livros cuidado deve ser dedicado aos itens acima.


E-mails Observe a tabela baixo, retirada do manual de Tex-
.7

Buzinas
28

Músicas etc. Jornais tos Dissertativo-Argumentativo do INEP, que ilustra os


.8

Cartas dois tipos de registro, o formal e o informal.


18

Leis etc.
-0

REGISTRO FORMAL REGISTRO INFORMAL


ar

A linguagem oral e a linguagem escrita são, pois,


lm

duas manifestações da linguagem verbal, cada uma Jovem para o chefe


gi

com suas características próprias. A linguagem oral Boa tarde, chefe. Infeliz- Jovem para a mãe
permite um contato direto com o destinatário, é mais mente, acabei de sofrer Que droga, mãe! Bateram
ar

um acidente de trânsito e no meu carro!


lm

espontânea, mais livre, não requer escolarização,


renova-se permanentemente. Na linguagem escrita, devo me atrasar, pois es- Tô bem, não se preocu-
gi

entretanto, há maior distância entre emissor e recep- tou aguardando a polícia, pe. Me mande o número
tor, pois o contato dá-se de forma indireta e requer para os trâmites formais, da seguradora. Depois
escolarização e aprendizagem formal da escrita. e a seguradora, para o te ligo!
recolhimento do veículo
A LINGUAGEM FORMAL
Note que o fato é o mesmo: o acidente de trânsi-
Dependendo da situação, a linguagem verbal to no caminho para o trabalho. No entanto, são duas
(escrita e oral) pode ser mais (ou menos) formal. diferentes situações: avisar duas pessoas com as quais
Quando você conversa ao telefone com um velho ami- o locutor possui diferentes níveis de intimidade, dessa
go ou envia uma mensagem de texto a um parente, se forma, o registro se faz necessário em suas duas espé-
comunica de uma forma mais livre. Em uma entrevis- cies: no registro formal e no registro informal.
ta de emprego ou, ao escrever um e-mail solicitando Assim, ao elaborar o texto da redação, deve-se
algo a uma autoridade, por seu turno, você escolhe atentar para o uso do registro formal, uma vez que,
melhor as palavras. Ou seja, o nível de formalidade dentro deste contexto, se espera o uso da modalidade
556 nas comunicações varia conforme a circunstância. escrita formal da língua portuguesa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Resumindo, a diferença entre linguagem formal e linguagem informal está no contexto em que elas são utili-
zadas e na escolha das palavras e expressões.
A tabela abaixo apresenta uma comparação entre as duas formas de linguagem.

LINGUAGEM FORMAL LINGUAGEM INFORMAL

� A linguagem formal é aquela utilizada em


� A linguagem informal é utilizada em situa-
situações que exigem maior protocolo (situa-
O que é ções mais descontraídas, quando existe maior
ções profissionais, acadêmicas ou quando
liberdade entre os interlocutores
não existe intimidade entre os interlocutores)

� Não requer o uso da norma culta, sendo


comum o uso de gírias, expressões populares,
� Uso da norma culta (respeito rigoroso às
neologismos (palavras inventadas) e palavras
Características normas gramaticais) e utilização de vocabulá-
abreviadas, como vc, cê e tá
rio extenso
� Sofre influência de variações culturais e
regionais

� Situações mais formais, como entrevistas � Utilizada em conversas cotidianas, em men-


de empregos, palestras, concursos públicos e sagens de texto enviadas por celular, em redes
documentos oficiais sociais em geral
Quando se usa
� Geralmente, é utilizada quando se dirige a � Normalmente é usada em conversas entre
superiores, autoridades ou ao público em ge- amigos e familiares. O uso mais comum se dá
ral. É mais empregada quando se escreve quando se fala

Exemplo � Estou muito atrasado � Caramba, “tô” muito atrasado

Quando se fala em escrita de redação, é importante ficarmos atentos a algumas particularidades exigidas
pelo texto dissertativo. À vista disso, devemos ter em mente que alguns termos, mesmo comuns na linguagem
cotidiana, não são adequados, não “cabem” nas exigências de uma dissertação, que deve ser feita de acordo com
o padrão formal da Língua Portuguesa. Dito isso, você deve dar atenção aos seguintes itens.

z Grafia de uma palavra em desacordo com a norma formal;

„ Exemplo: escrever “previlégio” ao invés de “privilégio” (atenção: ao redigir termos estrangeiros, utilize aspas).

z Solecismo: desvio da norma em relação à sintaxe (no texto dissertativo, devemos dar atenção à forma como
escrevemos as frases);

„ Exemplo: “fazem dois anos que não nos vemos”, no lugar de “faz dois anos”; ou “Vamos no restaurante”,
4
-2

no lugar de “Vamos ao restaurante”;


13
.7

z Cacofonia: mau uso de sons, causado pela junção de palavras;


28
.8

„ Exemplo: ela tinha muito dinheiro (parece o som de: “é latinha”); beijou na boca dela (“cadela”);
18
-0

z Neologismo: criação de uma palavra nova, ou, ainda, utilização de uma palavra existente com outro significado;
ar
lm

„ Exemplo: “deletar”, que surge principalmente por conta do contexto da informática; e


gi
ar

z Eco: repetição de um som numa sequência de palavras;


lm
gi

„ Exemplo: o acusado foi interrogado pelo magistrado.

Além disso, evite, ainda:

z O emprego de gírias ou expressões populares;

Atenção: isso não significa que você precisa usar palavras difíceis e rebuscadas se você não tiver certeza de
seus significados.
REDAÇÃO

z O uso de jargões, ou seja, de terminologia técnica comum a uma atividade ou grupo específico, comumente
usada em grupos profissionais ou socioculturais. Exemplo: “peticionar”, de uso comum pelos advogados;

Atenção: isso não quer dizer que não se pode utilizar uma terminologia específica, que você conheça, quando
for necessário.

z As palavras reduzidas, como “tá” em lugar de “estar”; “cê” em vez de “você”; ou “pra” em vez de “para”; 557
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os verbos de sentido muito geral, como “dar”, As peças de Nelson Rodrigues tratam de denunciar
“ter”, “fazer”, “achar”, no lugar de verbos de sen- toda a hipocrisia que paira sobre uma sociedade víti-
tido mais exato; ma da repressão sexual. É o seu teatro que abre as por-
z As expressões típicas da oralidade, como “bem”, tas para a modernidade na dramaturgia brasileira.
“veja bem”, “entendeu?”;
z Uso excessivo de gerúndio: não é errado utilizar Note que, no trecho acima, o autor apenas mos-
o gerúndio na redação, porém, se empregado de tra certas características da obra do escritor Nelson
forma exagerada, ele pode ser passível de erro, Rodrigues. Não há, em nenhuma parte do texto, recur-
uma vez que traz para a sua redação uma aparên-
sos argumentativos que buscam convencer o leitor.
cia mais informal, deixando que seu texto não flua
como deveria;
Dissertativo-Argumentativo
„ Exemplo: “tal situação acaba fazendo com que”
no lugar de “tal situação faz com que”. Neste tipo dissertativo, as ideias são organizadas
no sentido de convencer o leitor. Os argumentos
z Regionalismo: é o modo de falar particular de (enunciados) atribuem, ao objeto ou fenômeno de
determinada região geográfica. que se fala, qualidades, informações, depoimentos,
citações, fatos, evidências e dados estatísticos, entre
„ Exemplo: a palavra “piá” (o regionalismo usa- outros recursos, procurando defender o ponto de vis-
do no sul do Brasil que se refere a menino); o ta do autor. Veja um exemplo de um trecho de texto
termo “semáforo”, que pode ser designado por dissertativo-argumentativo, retirado da obra Textos
“farol” em São Paulo, e “sinal” ou “sinaleiro” no Dissertativo-Argumentativos, do Inep (2017)2:
Rio de Janeiro.
Impossível desconhecer que Nelson Rodrigues é o
Atenção: o regionalismo não é, de modo algum, maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos.
incorreto, entretanto, em textos dissertativos, deve- Foi revolucionário, renovador e ousado em rela-
mos padronizar nossa linguagem. ção ao teatro tradicional. Suas dezessete peças são
Ademais, torna-se válido ressaltar que, o Enem sucessivamente reeditadas. Sua obra é frequente-
avalia as redações a partir de cinco competências. A mente encenada na atualidade. Seus textos são os
Competência 1 é a responsável por avaliar se o texto mais estudados nos cursos de Letras.
demonstra domínio da modalidade formal escrita
da Língua Portuguesa. Observe que, agora, diferentemente do exemplo
anterior, o autor busca formar a opinião do leitor a
DISSERTATIVO-EXPOSITIVO E fim de convencê-lo. É perceptível este “convencimen-
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO to” não só pelos usos dos verbos “é”, “são” – que afir-
mam uma ideia –, mas também por meio da expressão
A dissertação é a tipologia textual que visa à exposi- que inicia o parágrafo: “Impossível desconhecer...”.
ção, à análise e à defesa de uma tese ou ponto de vista a Mais adiante, veremos uma lista de operadores argu-
respeito de um assunto específico. Esta é a forma mais mentativos que ajudam muito na nota da Redação.
frequentemente exigida nas provas em geral. A disserta-
ção argumentativa é, justamente, a tipologia exigida no
4

Se liga!
-2

Enem, pois permite que o candidato exponha suas ideias


13

a respeito de um tema de interesse social. Existem dois tipos de textos dissertativos: o


.7

A dissertação divide-se em duas categorias. expositivo e o argumentativo. No texto disser-


28

tativo–expositivo, o autor apresenta as informa-


.8

Dissertativa–Expositiva
18

ções sem a necessidade de convencer o leitor


-0

de algo (ou seja, faz uma exposição, não um


Neste tipo textual, o autor apresenta ideias, fatos debate). Já no tipo dissertativo–argumentativo,
ar

e fenômenos. Seu objetivo é informar o leitor (cará-


o escritor faz uma reflexão sobre determinado
lm

ter expositivo), sem a intenção de persuadi-lo, de con-


tema para defender o seu ponto de vista e, por-
gi

vencê-lo em relação ao seu pensamento. Além disso, a


tanto, busca convencer o leitor.
ar

redação dissertativa-expositiva caracteriza-se por ser


lm

um texto impessoal (redigida em terceira pessoa).


gi

Portanto, neste caso, a dissertação tende à simples Os tipos textuais acima expostos são utilizados de
exposição de ideias, de informações, de definições e forma combinada, de modo a compor o que conhece-
de conceitos, como se nota no exemplo abaixo, retira- mos por gêneros textuais (textos que exercem uma
do da obra Textos Dissertativo-Argumentativos, publi- função social específica, isto é, que aparecem em
cada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas situações cotidianas de comunicação e apresentam
Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2017)1: uma finalidade comunicativa bem definida). A lista de
gêneros é aberta e pode ser infinita. Por exemplo, o
tipo textual dissertativo-argumentativo é o domi-
nante nos seguintes gêneros textuais:

1 GARCEZ, L. H. C.; CORRÊA, V, R (Org.). Textos Dissertativo-Argumentativos: subsídios para qualificação de avaliadores. 1ª ed. Brasília: INEP,
2017. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/textos_dissertativo_
argumentativos.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
2 GARCEZ, L. H. C.; CORRÊA, V. R. (Org.). Textos Dissertativo-Argumentativos: subsídios para qualificação de avaliadores. 1ª ed. Brasília: INEP,
2017. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/textos_dissertativo_
558 argumentativos.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
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z texto de opinião; Introdução
z diálogo argumentativo;
z carta de leitor; No início da dissertação, é necessário que o autor
z carta de reclamação; deixe claro qual é o assunto abordado no texto e,
z carta de solicitação; além disso, qual será a tese a ser defendida. É um
z deliberação informal; parágrafo direto e curto, no qual o autor deve demons-
z debate regrado; trar que compreendeu o tema.
z editorial; A tese é elemento essencial na composição do tex-
to dissertativo-argumentativo. Na redação, se trata de
z discurso de defesa,
um posicionamento crítico, ou seja, do seu ponto de
z requerimento; vista sobre o tema proposto. Sua função é persuadir o
z ensaio; leitor a respeito daquilo que será exposto ao longo do
z resenha; texto. A tese pode ser apresentada por meio de decla-
z crítica. rações afirmativas (exemplo: “a violência é resulta-
do...”) ou negativas (“Não ocorrem ...”).
Por sua vez, o tipo textual dissertativo-expositi- É importante lembrar que, mesmo se tratando de
vo prevalece nos seguintes gêneros: uma opinião pessoal, a escrita deve ser feita de forma
impessoal. Para isso, é importante que você redija
z aula; seu texto em terceira pessoa, não utilizando expres-
z texto expositivo; sões como “eu acho que…”, “acredito que …”.
Lembre-se: no Enem, é obrigatório que seu texto
z artigo enciclopédico;
respeite os Direitos Humanos. Assim, você não deve,
z texto explicativo; de maneira alguma, instigar qualquer tipo de violên-
z tomada de notas; cia, seja esta motivada por questões de raça, etnia,
z resumos; gênero, condição física, origem geográfica, situação
z resenhas; socioeconômica etc. Qualquer discurso de ódio
z relatório científico. refletirá na nota zero.
Em uma linha, você deve dizer, de forma concisa,
Atenção! Se você errar o gênero textual no Enem, a ideia central do seu texto e o seu posicionamento
isto é, se escrever uma redação que não se encaixe no acerca daquilo (dizer se é contra, a favor ou qual é a
modelo exigido (dissertativo–argumentativo), você importância de se discutir sobre isso). Essa parte deve
poderá receber nota zero. Entretanto, se você não ter até três períodos (frases com pelo menos um ver-
seguir todas as exigências do modelo, mantendo algu- bo cada). Nas próximas duas ou três linhas, você deve
apresentar como sua tese será desenvolvida, ou seja,
mas de suas regras, receberá descontos na Competên-
deve expor seus argumentos (esclarecer de forma sim-
cia 2, que avalia a compreensão da proposta de redação, ples o que cada parágrafo vai tratar, sem argumentar).
do tema e do texto dissertativo-argumentativo. A dica, nesse ponto, é construir uma oração resumindo
o assunto de cada parágrafo do desenvolvimento.
A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA Ou seja, a introdução é composta pela apresen-
tação do tema e pela exibição da tese.
Como dissemos antes, o tipo dissertativo-argumen- Vamos ver algumas abordagens que podem ser
tativo é o gênero cobrado no Enem. Assim sendo, é tomadas no parágrafo introdutório:
4

importante que você conheça o máximo de detalhes


-2

de sua estrutura. z Ir do Geral ao Específico


13

O texto dissertativo-argumentativo é aquele pelo


.7

qual o autor busca convencer o leitor ou o ouvinte a “Ir do Geral ao Específico”, como o próprio nome
28

aceitar sua tese. Logo, o que está em jogo é a capa- já informa, significa que você pode começar a sua
.8

cidade do autor de expor uma situação–proble- redação de forma abrangente para, depois, apresen-
18

ma, apresentando uma tese (opinião, ideia) sobre tar as questões mais específicas que serão abordadas.
-0

o fato e expressando-a por meio de argumentos Observe o exemplo abaixo, extraído da obra “A Aná-
ar

fortes e coerentes. Além disso, no caso do Enem, é lise do Texto Argumentativo–Discursivo” (CANTARIN,
lm

obrigatório que o aluno apresente uma proposta de BERTUCCI; ALMEIDA, 2017)3:


gi

intervenção social, isto é, uma possível solução para o


ar

problema apresentado. É fato que as diferentes ações de marketing exer-


lm

Esse tipo textual é composto por três etapas: cem grande influência no processo de formação dos
sujeitos. Em se tratando de crianças, o poder das
gi

z Introdução: na qual se apresenta o objeto, expon- propagandas na criação de hábitos e identidades é


do uma breve visão do ponto de vista do autor; bastante grande. Surge então o debate acerca dos
limites da publicidade infantil.
z Desenvolvimento: quando se apresentam os
argumentos e é feita a defesa da tese;
z Conclusão: o tema é encerrado. Além de uma Perceba que o autor inicia sua argumentação
breve síntese, no caso do exame em questão, é expondo algo genérico sobre o tema publicidade
obrigatório apresentar uma proposta de interven- (ações de marketing) e, em seguida, indica que propa-
ção consistente e detalhada para a resolução do gandas são capazes de influenciar hábitos infantis. É
REDAÇÃO

problema. apenas no final do parágrafo que se apresenta a situa-


ção problema: a questão da publicidade infantil.

3 CANTARIN, M.; BERTUCCI, R. A.; ALMEIDA, R. C. de. A análise do texto dissertativo-argumentativo. In: GARCEZ, L. H.; CORRÊA, V. R. (org.). Tex-
tos dissertativo-argumentativos: subsídios para a qualificação de avaliadores, Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira, 2017. p. 81-91. 559
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z Introdução Direta Além disso, devem ser evitados argumentos fra-
cos, tais como os argumentos de senso comum, os
Em contrapartida, a introdução do tema também quais, embora válidos, são rasos e, portanto, facil-
pode ser feita de direta, como se observa no exemplo mente refutáveis. O uso de argumentos gerais (que
abaixo, retirado da mesma obra (2017)4, no qual autor qualquer um conhece) evidencia pouco conhecimen-
já inicia o texto apontando o crescimento da “publici- to do tema, falta de opinião própria e baixo poder de
dade infantil no Brasil”. argumentação.
Além disso, a fim de dar força ao discurso persuasivo,
A publicidade infantil é um ramo que vem cres- devem ser utilizados os chamados operadores e conecti-
cendo muito no Brasil. Afinal, as crianças ainda vos argumentativos (também conhecidos como marca-
não formaram toda base crítica necessária para dores de discurso). Os operadores argumentativos têm a
entender toda a complexidade e persuasão de uma função de introduzir argumentos que convençam, ou
propaganda, fatos que as tornam um público-alvo seja, orientam o leitor para determinada conclusão.
facilmente convencido. Atente-se: dominar a técnica e saber o momento
de usar esses elementos é um requisito imprescindí-
Perceba que, na “Introdução Direta”, a tese é bas- vel para defender as teses e articular os argumentos.
tante clara, o que facilita na hora de desenvolvê-la. Entretanto, quais vocábulos atuam como operado-
Fique atento! A fim de garantir a pontuação na res argumentativos? Lembre-se:
Competência 3, responsável por avaliar a articulação
entre as informações, fatos e opiniões, nos parágra- z conjunções;
fos de desenvolvimento, apenas aquilo que foi apre- z advérbios;
sentado na tese deve ser investigado. Um texto precisa z palavras denotativas: até, inclusive, também, afi-
ser coerente e coeso, o que significa que suas partes nal, então, é que, aliás etc.
devem ser articuladas entre si.
Atenção! Na Redação do Enem, o uso destes opera-
Desenvolvimento/Argumentação dores argumentativos/ conectivos é obrigatório para
pontuar na “Competência 4”, que avalia a capacida-
Os parágrafos intermediários de um texto disser- de de o participante demonstrar conhecimento dos
tativo-argumentativo são destinados à defesa da tese mecanismos linguísticos necessários para a constru-
mediante argumentos (provas ou fundamentos que ção da argumentação.
confirmam o ponto de vista do autor). Para seguir as exigências deste Processo Seletivo,
Nesses parágrafos, o autor argumentará, ou seja, observe se, no texto, há pelo menos três deles em cada
apresentará ideias, razões e provas que sejam rele- parágrafo. Lembre-se de diversificar o uso – evitando
vantes ao ponto de conseguir convencer o leitor repetições - e de começar os parágrafos do desenvolvi-
sobre um ponto de vista. mento e da conclusão com conectivos.
O principal, no desenvolvimento, é apresentar Como os operadores argumentativos atuam no
uma ideia e, em seguida, apresentar um raciocínio texto? Veja alguns exemplos.
capaz de comprová-la.
A argumentação deve ser feita com argumentos z Somar argumentos: e, também, ainda, não só…,
fortes, tais como:
4

mas também, além de…, além disso…, aliás;


-2
13

z Provas concretas: argumentos baseados em „ Exemplo: os efeitos nocivos do trabalho infantil


.7

dados ou fatos sobre o tema; sobre a escolarização são sentidos não só nas
28

z Fatos similares ou relacionados ao tema: argu- crianças menores, mas também nos adolescentes.
.8

mentos baseados em exemplos;


18

z Citação de especialistas no tema: argumento de z Indicar oposição/ideias contrárias: mas, porém,


-0

autoridade; contudo, todavia, no entanto, embora, ainda que,


ar

z Lógicos: causa e consequência, por exemplo. apesar de..., posto que;


lm
gi

O Enem também aceita argumentações feitas com „ Exemplo: João apresentou um bom rendimen-
base em filmes, séries, obras literárias e em outras
ar

to, mas não foi aprovado.


manifestações artísticas. Além disso, é possível usar
lm

argumentos das diversas áreas do conhecimento (His-


gi

z Indicar uma relação de condição entre um ante-


tória, Geografia, Filosofia, Sociologia, entre outras), cedente e um consequente: se, caso;
desde que estes tragam, em suas narrativas/conteú-
dos, informações sobre a questão solicitada pelo tema.
„ Exemplo: se o candidato não estudar, não vai
Por meio da escrita, é possível transformar este reper-
passar no concurso.
tório sociocultural em pontuação, no caso, pela “2ª
Competência” da Redação do ENEM. z Indicar finalidade/objetivo: para, a fim de..., para
Vale lembrar que é preciso ficar atento, pois os que.
repertórios precisam ser legitimados (aceitáveis na
sociedade), pertinentes (diretamente relacionados ao „ Exemplo: eu estudo a fim de passar no concur-
tema) e produtivos (capazes de criar uma reflexão, ou so para a polícia.
seja, um paralelo entre a citação e o tema discutido).
O quadro a seguir apresenta de forma condensada
os principais tipos de operadores5.

4 Ibid.
560 5 O quadro foi baseado na obra Argumentação e Linguagem, de Ingedore Koch. KOCH, I. Argumentação e Linguagem. 15ª ed. São Paulo: Cortez, 2018.
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OPERADOR FUNÇÃO

Organizam a hierarquia dos elementos numa escala,


“Mesmo”, “até”, “até mesmo”, “inclusive” etc.
assinalando o argumento mais forte para uma conclusão

Introduzem dado argumento deixando subentendida a


“Ao menos”, “pelo menos”, “no mínimo” etc. presença de uma escala com outros argumentos mais
fortes

“Portanto”, “logo”, “por conseguinte”, “pois”, “em decor- Introduzem uma conclusão relativa a argumentos apre-
rência”, “consequentemente” etc. sentados em enunciados anteriores

Introduzem argumentos alternativos que conduzem a


“Ou”, “ou então”, “quer...quer”, “seja...seja” etc.
conclusões diferentes ou opostas

Estabelecem relações entre elementos com vista a uma


“Mais que”’, “menos que”, “tão...como”’ etc.
dada conclusão

Introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao


“Porque”’, “que”, “já que”, “pois” etc.
enunciado anterior

“Mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “no entanto”, “embo- Contrapõem argumentos orientados para conclusões
ra”’, “ainda que”, “posto que”, “apesar de (que)” etc. contrárias

Distribuem-se em escalas opostas, isto é, um deles fun-


“Um pouco” e “pouco”, “quase” e “apenas”, “só”, “somen-
ciona numa escala orientada para a afirmação total e o
te”’ etc.
outro, numa escala orientada para a negação total

“E”, “também”, “ainda”, “nem” (= e não), “não só..., mas São argumentos que fazem parte de uma mesma classe
também”, “‘tanto...como”’, “além disso”,” além” de”, “a par argumentativa, isto é, somam argumentos a favor de
de” etc. uma mesma conclusão

Introduz um argumento decisivo, resumindo todos os


“Aliás” etc.
demais argumentos

São responsáveis por introduzir no enunciado conteúdos


“Já”, “ainda”, “agora” etc.
pressupostos

O uso desses operadores é essencial para manter a coesão do texto.

Conclusão
4

O final de um texto dissertativo-argumentativo pode ser feito da seguinte maneira:


-2
13

z fazendo uma síntese, na qual autor repete os argumentos de forma resumida e conclui o texto alegando a
.7

veracidade da tese;
28

z apresentando, propostas para “solução”, retomando os problemas discutidos na argumentação e propondo


.8
18

ações que acabem ou diminuam com os problemas).


-0

Tais soluções devem ser detalhadas, explicando, apontando quem vai promover a solução, as ações necessá-
ar

rias, os meios e os objetivos. Além disso, é importante explicar a escolha de um dos elementos (quem; ações ou
lm

meios). Essa construção se chama, no Enem, “detalhamento”. Observe o exemplo: “o Conselho Tutelar, por ser
gi

responsável pelas crianças e adolescentes no município, deve elaborar...”. Neste exemplo, foi explicado, entre
ar

vírgulas, o motivo da escolha do “Conselho Tutelar” como agente da ação.


lm

Lembre-se de que, no Enem, é exigida uma proposta de intervenção que contenha os itens apontados acima.
gi

Se esta não for feita, o candidato perde 200 pontos na “Competência 5”, que avalia, justamente, se o candidato foi
capaz de proposta de intervenção para o problema abordado respeitando os direitos humanos.
Assim como na introdução, a conclusão é o momento de ser simples e conciso. A conclusão não deve ter um
tamanho muito diferente da introdução.
O texto dissertativo-argumentativo (dissertação argumentativa), portanto, deve conter os seguintes elementos:

z Introdução: apresentação do tema e exibição da tese (um parágrafo);


z Desenvolvimento: apresentação de provas ou fundamentos que confirmem a tese (de dois a três parágrafos) e
z Conclusão: resumo e/ou apresentação de soluções (um parágrafo).
REDAÇÃO

Depois de observar as dificuldades envolvidas no ato de se expressar por meio da escrita, apresentaremos
algumas soluções definitivas para esses problemas, sem a pretensão de criar fórmulas mágicas, mas, ao contrário,
com a intenção de construir um referencial mais concreto e imediato.
Vale ressaltar que, conforme já sinalizamos, o texto precisa ser impessoal, por isso, foi utilizado, nestes esque-
mas, a 3ª pessoa (justamente, por ser impessoal) e a 1ª pessoa do plural (nós), pois, semanticamente, esta última
também pode ser utilizada para trazer impessoalidade para o texto.
561
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Leia inicialmente o texto piloto de nosso projeto: para pequenos restaurantes, a fim de que a comida
se torne mais acessível, e, dessa forma, além de fazer
PROJETO DE DISSERTAÇÃO com que o cidadão opte por um alimento mais saudá-
Tema: “O excesso de consumo de comidas indus- vel, a economia local também será movimentada.
trializadas na alimentação do brasileiro”.
Tese: a comida tradicional dos brasileiros é muito ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
saudável, porém, com a correria do dia a dia, muitos
optam por comidas industrializadas, o que, a longo Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
prazo, poderá acarretar diversos problemas de saúde. tema proposto a nós fosse “O excesso de consumo de
Argumentos: comidas industrializadas são mais comidas industrializadas na alimentação do brasi-
calóricas e menos nutritivas, além de serem cheias de leiro” e que a partir desse tema tivéssemos que pro-
conservantes que podem levar a problemas intestinais
duzir uma dissertação sobre ele. A primeira coisa a
e gástricos, aumentar o colesterol e o risco de obesidade.
fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos
1º Parágrafo buscar (com objetividade) uma tese (dentro do escopo
temático) sobre a qual fôssemos capazes de argumen-
É fato que, em nosso país, a comida é saudável e tar, como essa:
possui tudo que os brasileiros necessitam para seu lon- “A comida tradicional dos brasileiros é muito sau-
go dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos no dável, porém, com a correria do dia a dia, muitos
arroz com feijão, as proteínas no bife com salada, além
optam por comidas industrializadas, e isso, a longo
da glicose presente no café preto com açúcar, fornecem
um completo abastecimento de energia. Porém, com a prazo, pode acarretar diversos problemas de saúde.”.
correria do dia a dia, muitos optam por comidas indus- O próximo passo seria o de levantar alguns argu-
trializadas, o que, a longo prazo, pode acarretar diversos mentos que sustentassem a tese proposta com valor
problemas de saúde. Dessa forma, é preciso diminuir o de verdade.
consumo desse tipo de alimento.
1º Parágrafo
2º Parágrafo

É de fundamental importância o consumo de ali- Após escolhermos nossos argumentos, é a hora de


mentos saudáveis e ricos no fornecimento de energia juntarmos tudo no primeiro parágrafo, de maneira
para a movimentação do nosso corpo. Entretanto, mui- organizada, de forma que as ideias sejam apresenta-
tos brasileiros preferem a praticidade de um “macarrão das em uma sequência que deixe claro, ao leitor, o que
instantâneo”, esquecendo-se de que essa substituição (de será falado e, também, qual será a ordem de apresen-
comidas naturais por industrializadas) tem potencial tação dos raciocínios que darão credibilidade a nossa
negativo e pode acarretar problemas irreversíveis. tese. Veja o modelo do primeiro parágrafo:
3º Parágrafo
É fato que, em nosso país, ........... ...................
Dados afirmam que as vendas de alimentos e ..................... ...................... ....................... ................ ..........
bebidas ultra processados cresceram 8,3% entre os ................ Verifica-se que................. ................ .................
anos 2009 e 2014. O documento, ainda, estimou um (,) ............. ................ ............... ....... além de ....................
4

aumento de 9,2% entre o período de 2014 a 2019. E, ..................... ..................... fornecem (ou - resultam, culmi-
-2

somando-se a isso, estudos divulgados pela Organi-


13

nam, têm como consequência...) ...........


zação Pan-Americana da Saúde (Opas) comprovam
.7

que grande parte destes alimentos excedem os níveis Compare agora com o parágrafo preenchido com
28

permitidos de sódio, açúcares e gorduras totais e satu- a tese e com os argumentos e veja a amarração que
.8

radas. Daí, a possibilidade de reafirmarmos o valor


18

conseguimos:
nutricional do conjunto de alimentos naturais de nos-
-0

sos pratos e de diminuirmos, cada vez mais, o consu- “É fato que, em nosso país, a comida é saudável
mo de processados. e possui tudo que os brasileiros necessitam para seu
ar

longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos


lm

4º Parágrafo no arroz com feijão, as proteínas no bife com salada,


gi

além da glicose presente no café preto com açúcar,


ar

Ainda convém lembrarmos outro fato que contri- fornecem um completo abastecimento de energia.
lm

bui para o sucesso de vendas de comidas processadas: Porém, com a correria do dia a dia, muitos optam por
gi

seu preço geralmente mais baixo. Por exemplo, um pra- comidas industrializadas, o que, a longo prazo, pode
to-feito em um restaurante de comida caseira será mais
acarretar diversos problemas de saúde”.
caro do que um prato-feito da rede de fast-foods Giraffas,
ou, ainda, um lanche feito com o hambúrguer caseiro
terá valor mais alto do que um lanche do Burguer King.
Se liga!
5º Parágrafo Verifique se todas as palavras-chave do tema
estão presentes na sua Introdução.
Levando em consideração esses aspectos, é
importante que haja campanhas publicitárias, princi-
palmente nas escolas, sobre os malefícios de se consu- A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos
mir exageradamente os alimentos processados. Outra seguintes, impondo a eles estruturas programadas
saída é o incentivo à agricultura familiar, pois esta, com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-
além de contribuir para com a economia, pode gerar berá que a continuidade e a progressão textual foram
hábitos mais saudáveis para as famílias. Além disso, sendo procuradas e construídas para dar evolução ao
562 é preciso que haja apoio do governo, por exemplo, texto e aos argumentos.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2º PARÁGRAFO Teremos, após preencher o modelo:
“Dados afirmam que as vendas de alimentos e bebi-
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase das ultra processados cresceram 8,3% entre os anos 2009
de apresentação que valoriza o primeiro argumento, e 2014. O documento, ainda, estimou um aumento de
depois fomos completando os espaços em branco que 9,2% entre o período de 2014 a 2019. E, somando-se a
ligavam os argumentos entre si com relações preesta- isso, estudos divulgados pela Organização Pan-America-
belecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; na da Saúde (Opas) comprovam que grande parte destes
alimentos excedem os níveis permitidos de sódio, açúca-
explicação ― com o “que” ― causa ― com a locução
res e gorduras totais e saturadas. Daí, a possibilidade de
“por causa de”.
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
tos naturais de nossos pratos e de diminuirmos, cada vez
É de fundamental importância o........................ mais, o consumo de processados”.
........................ .................... ........................ para........................
.............. ................. Podemos mencionar, por exemplo, 4o Parágrafo
.............................. que........................ ................. ...................,
por causa de........................ ...................... ......................... Ainda convém lembrarmos....................................
......................... ........................ . ........................ ........................ ........................
............................... (que é): ..................... ........................
Observe como ficou a sequência completa do .................... ........................ ........................ .......................
segundo parágrafo:
Teremos, após preencher o modelo:
“É de fundamental importância o consumo de
“Ainda convém lembrarmos outro fato que con-
alimentos ricos no fornecimento de energia para a tribui para o sucesso de vendas de comidas processa-
movimentação do nosso corpo. Dentre estes, pode- das: seu preço geralmente mais baixo. Por exemplo,
mos mencionar, por exemplo, o arroz com feijão, um prato-feito em um restaurante de comida caseira
prato clássico do brasileiro, que, diariamente, abas- será mais caro do que um prato-feito da rede de fast-
tece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em -foods Giraffas, ou, ainda, um lanche feito com o ham-
búrguer caseiro terá valor mais alto do que um lanche
carboidratos. Contudo, com a vida cada vez mais cor-
do Burguer King”.
rida, muitos brasileiros preferem a praticidade de um Para os parágrafos de desenvolvimento, também
“macarrão instantâneo”, esquecendo-se de que essa podemos relacionar frases que você poderá escolher
substituição (de comidas naturais por industrializa- para dar originalidade ao seu texto.
das) tem potencial negativo e pode acarretar proble- Veja mais algumas frases que podem dar origina-
mas irreversíveis”. lidade ao texto:

z “Ao se examinarem alguns ... verifica-se que...”;


Veja uma coletânea de frases que pode auxiliá-lo z “Pode-se mencionar, por exemplo...”;
na introdução de seus parágrafos iniciais: z “Em consequência disso, vê-se, a todo instante”;
z “Alguns argumentam que...”;
z “É de conhecimento geral que”; z “Além disso, ...”;
z “Todos sabem que, em nosso país, há tempos, z “Outro fator existente...”;
4
-2

observa-se”; z “Outra preocupação constante...”;


13

z “Cogita-se, com muita frequência, que”; z “Ainda convém lembrar...”;


.7

z “Muito se tem discutido, recentemente, acerca de”; z “Por outro lado, ...”;
28

z “É de fundamental importância o (a)”; z “Outro fator existente...”;


.8

z “Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se des- z “Outra preocupação constante...”;
18

cobrir as causas de...”; z “Ainda convém lembrar...”;


-0

z “Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...” z “Por outro lado...”.
ar
lm

Atenção: diversifique os conectivos. Ao invés de


Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o utilizar apenas o “mas”, por exemplo, experimente
gi

quarto também seguiram o mesmo princípio quanto trocá-lo (desde que caiba no seu escopo semântico)
ar

às relações de coesão. As conjunções foram posicio- pelo “porém”, “contudo”, “todavia”, “no entanto”,
lm

nadas para dar coerência a quase qualquer tipo de “entretanto”, etc.


gi

Lembre-se: esses exemplos são apenas sugestões.


argumentação. Veja os parágrafos seguindo suas res-
Você deve desenvolver construções que atendam sua
pectivas estruturas vazias: necessidade. Quanto maior for a sua experiência com
textos, melhor serão suas construções frasais.
3o Parágrafo Do mesmo modo que criamos padrões para a
Introdução e para o Desenvolvimento de nossas reda-
Dados afirmam (estudos comprovam), ções, também podemos criá-los para nossa Conclusão.
....................... ........................ ........................ ........................ Acompanhe a organização de nosso último
........................ ........................ ........................ E somando- parágrafo.
REDAÇÃO

-se a isso, ........................ ........................ que ........................ Levando em consideração esses aspectos, é
........................ ..................... ...................... ........................... necessário que ....................... ..................... .....................
Daí........................ ........................ ..................... ........................ ........................ ..............................,
.......................e de......................... ......................... ........................ ....................Além disso..................... ............
........................... . .......................... ........................ ........................ ....................... .

563
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Teremos, após preencher o modelo: Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
“Levando em consideração esses aspectos, é como se deu a criação da primeira máscara:
importante que haja campanhas publicitárias, princi-
palmente nas escolas, sobre os malefícios de se consu-
mir exageradamente os alimentos processados. Outra MÁSCARA 01
saída é o incentivo à agricultura familiar, pois esta,
1o Parágrafo
além de contribuir para com a economia, pode gerar
hábitos mais saudáveis para as famílias. Além dis- É fato que, em nosso país, ........... ...................
so, é preciso que haja apoio do governo, por exemplo, ..................... ...................... ....................... ................ ..........
para pequenos restaurantes, a fim de que a comida ................ Verifica-se que................. ................ .................
se torne mais acessível, e, dessa forma, além de fazer (,) ............. ................ ............... ....... além de ....................
com que o cidadão opte por um alimento mais sau- ..................... ..................... fornecem (ou - resultam, cul-
dável, a economia local também será movimentada”. minam, têm como consequência...) ..........
Lembre-se: a conclusão deve ser composta por
cinco elementos: quem fará (agente), o que vai ser 2o Parágrafo
feito (ação), como (meio), para que (finalidade) e o É de fundamental importância
detalhamento de pelo menos um destes. Você pode o........................ ........................ .................... ........................
fazer duas intervenções, mas, pelo menos uma delas para........................ .............. ................. Podemos mencio-
precisa responder a todos estes elementos. Além dis- nar, por exemplo, .............................. que........................
so, sua intervenção precisa ser exequível, ou seja, pos- ................. ..................., por causa de ................. ...................
sível de ser executada. .....................
Os aspectos conclusivos presentes nesse último
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che- 3o Parágrafo
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As
Dados afirmam (estudos comprovam),
frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
....................... ........................ ........................ ........................
conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
........................ ........................ ........................ E somando-
ção para os problemas propostos. -se a isso,........................ ........................ que ........................
Você também pode contar com uma pequena lista ........................ ..................... ...................... ..........................
de frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. Daí,........................ ........................ .....................
.......................e de........................ .........................
z “Em virtude dos fatos mencionados...”;
z “Por isso tudo...”; 4o Parágrafo
z “Levando em consideração esses aspectos...”;
z “Dessa forma,...”; Ainda convém lembrar-
mos.................................... ........................ ........................
z “Em vista dos argumentos apresentados...”;
........................ ............................... (que é): .....................
z “Dado o exposto,...”;
........................ .................... .
z “Por todos esses aspectos,...”;
z “Pela observação dos aspectos analisados,...”; 5o Parágrafo
z “Portanto...”;
z “Logo,...”; Levando em consideração esses aspectos, é
4
-2

z “Então,...”. necessário que ..................... ..................... ........................


13

........................ .........................................Além dis-


.7

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão so..................... .........................


28

com as seguintes frases:


.8
18

z “... somos levados a acreditar que ...”; Muito bem! Agora que vimos o processo de criação
-0

z “... é-se levado a acreditar que ...”; das máscaras, você poderá começar, também, o seu
ar

z “ ... entendemos que ...”; trabalho de produção. Antes, porém, vamos apresen-
lm

z “... entende-se que ...”; tar mais dois outros modelos de máscaras de redação
gi

z “... concluímos que ...”; que você poderá usar como base para suas próprias
ar

z “... conclui-se que...”; criações.


lm

z “... é necessário que ...”; Vá observando como as máscaras garantem o enca-


z “... faz-se necessário que ...”.
gi

deamento das ideias, a coesão entre as orações e a coe-


rência com as várias possibilidades argumentativas.

564
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MÁSCARA 02

1o Parágrafo

Dentre os aspectos referentes a ........... ................... .................. ............... ................ ........ três pontos merecem
destaque especial. O primeiro é ............................... .................................; o segundo ..................................................... e por
fim..................

2o Parágrafo

Alguns argumentam que........................ ........................ ........................ ........................ ........................


para........................ ......................... Isso porque ................ ................. ............................... Dessa forma................ ..............
.......... .

3o Parágrafo

Outra preocupação constante é ........................ ........................ ........................ ........................, pois........................


.............................. Como se isso não bastasse, ........................ ........................que ........................ ........................ ..........................
Daí ........................ ........................que ........................e que........................ ........................

4o Parágrafo

Também merece destaque ........................ ........................ o (a) qual ........................ .....................................


......................... Diante disso ...................... ..........................para que ....................... ............................

5o Parágrafo

Tendo em vista os aspectos observados ........................ ........................ só nos resta esperar que ........................
........................ .............................., ou quem saiba ........................ ........................ ........................ .......................... Consequen-
temente..................... ........................ .

Sugerimos a você que faça suas primeiras redações baseadas em uma das máscaras prontas e, conforme forem
avançando as aulas, você construa a suas próprias máscaras personalizadas.
Por fim, preparamos uma máscara de organização sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
organizar.

PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação)

1° TEMA: ________________________________________________________________
2°TESE: __________________________________________________________________
4
-2

a) __________________________________________
13

3° ARGUMENTOS b) __________________________________________
.7

c) __________________________________________
28
.8

4° (1º parágrafo) tese + argumentos


18

__________________________________________________________________________________________________________________
-0

__________________________________________________________________________________________________________________
___________________________.
ar
lm

5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos (mostre casos
gi

conhecidos ou dê exemplos semelhantes ao seu argumento).


ar
lm

6° Construa o parágrafo unindo as informações anteriores ao argumento “a)”


gi

__________________________________________________________________________________________________________________
___________________________.

7° Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágrafos para os argumentos “b)” e “c)”

__________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________.

__________________________________________________________________________________________________________________
REDAÇÃO

_________________________________________.

8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese dizendo que, se algum dos argumentos não for considerado,
a ideia inicial não poderá ser sustentada, ou que os resultados propostos não serão atingidos).

__________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________.
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APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
PARÁGRAFO DISSERTATIVO este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
Nesse momento, vamos aprofundar o nosso traba- a base dessa informação deve sustentar-se em uma
lho com a estrutura dos textos dissertativos. Para isso, verdade consagrada, diferentemente do que vimos
trabalharemos as várias modalidades de parágrafos no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
que podem ser utilizados para a elaboração de uma boa basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
dissertação.
Modelo nº 2
Parágrafo de Introdução
........................ é a denominação dada a
O parágrafo de introdução tem como uma de suas ........................ ......................... Essa ........................
funções mais importantes a de apresentar a tese que ........................, mas a hipótese mais aceita é a de que
será defendida no decorrer da redação. É também ........................ ........................ ........................ .........................
possível e bastante didático que vocês façam uma pré- Outra versão afirma que esse ........................
via dos argumentos que serão trabalhados na susten- ........................, que tem origem ......................... O que se
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado,
sabe é que ................................................ .........................
logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento
de vocês e a sequência das suas argumentações.
Preenchendo o modelo, teremos:
“Arroz com feijão é a denominação dada a um
Tipos Diferentes de Parágrafos de Introdução
prato típico da América Latina. Essa receita não tem
uma origem certa, mas a hipótese mais aceita é a
z Declaração inicial: na declaração, afirma-se ou de que seria fruto de uma combinação do arroz (de
nega-se algo de início para, em seguida, justificar-se e origem oriental), trazido pelos portugueses ao Brasil,
comprovar a assertiva com exemplos, comparações, com o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos
testemunhos de autores etc. Vejamos um exemplo indígenas. Outra versão afirma que esse prato foi a
desse tipo de parágrafo aplicado à nossa proposta união do arroz com a feijoada, que tem origem afri-
básica, que é o projeto arroz-com-feijão. Mais uma cana ou portuguesa. O que se sabe é que, ao longo
vez, colocamos a estrutura já construída e, em segui- dos séculos, esse prato foi se popularizando por todo o
da, a disposição vazia do parágrafo, que poderá ser país, passando a ser uma parte quase que indispensá-
utilizada por vocês sempre que desejarem. vel da refeição dos brasileiros, porém, com a correria
do dia a dia, muitos substituem esse prato tão comple-
Modelo nº 1 to por comidas industrializadas, e isso, a longo prazo,
poderá acarretar diversos problemas de saúde”.
É fato notório que ........................ ........................
........................ ........................ ........................ ........................
z Divisão: o parágrafo de divisão, processo também
......................... Sabe-se que ........................ ........................
quase exclusivamente didático (devido as suas
........................ ........................, além da ........................
características de objetividade e clareza), consiste
........................ ........................ ........................ ........................
........................ ......................... em apresentar o tópico frasal (frase que introduz o
4
-2

parágrafo) sob a forma de divisão ou discriminação


13

das ideias a serem desenvolvidas. Normalmente, a


Preenchendo o modelo, teremos:
.7

divisão vem precedida por uma definição, ambas


“É fato notório que a alimentação natural do brasi-
28

no mesmo parágrafo ou em parágrafos distintos.


leiro é boa e tem tudo de que necessitamos para suprir
.8

os desgastes de um dia de trabalho. Sabe-se que os car-


18

boidratos do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da Usamos, aqui, como representação desse modelo, o
-0

salada, além da glicose do cafezinho preto com açúcar, conceito de silogismo: um silogismo é um termo filosó-
fico que, segundo Aristóteles, relaciona-se à argumen-
ar

fornecem um completo abastecimento de energia soma-


tação lógica perfeita e se constitui de três proposições
lm

da ao prazer, porém, com a correria do dia a dia, muitos


declarativas que se conectam de tal modo que, a partir
gi

optam por comidas industrializadas, e isso, a longo pra-


das primeiras duas, chamadas premissas, é possível
ar

zo, poderá acarretar diversos problemas de saúde”.


deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi exposta
lm

por Aristóteles em sua obra Analíticos Anteriores.


gi

z Definição: o parágrafo por definição é entendido


como um método preferencialmente didático, pois
busca, por intermédio de uma explicação clara e Modelo nº 3
breve, a exposição do significado de uma ideia,
palavra ou de uma expressão. É a forma de exposi- ........................... pode ser representado de duas
maneiras diferentes: ...................... que é ......................
ção dos diversos lados pelos quais se pode encarar
........................ e ......................, que é ..................... .............
um assunto e pode apresentar tanto o significado
................................... . Enquanto a primeira ......................
que o termo carrega no uso geral quanto aquele
se apresenta ...................... .................... . Esta, por sua
que o falante pretende determinar para o propósi- vez, realiza-se por intermédio de.............................
to do seu discurso. Uma definição é um enunciado ........................ ...................... .
que descreve um conceito, permitindo diferenciá-
-lo de outros conceitos associados.

Vejam como, em nosso parágrafo de exemplo, explo-


ramos o conceito global e generalizado sobre o assunto.
566
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Preenchendo o modelo, teremos: Preenchendo o modelo, teremos:

“O silogismo pode ser representado de duas “Será possível determinar qual é a melhor com-
maneiras diferentes: silogismo simples, formado por binação de alimentos para atender às necessidades
um único núcleo argumentativo, e silogismo compos- diárias de nossa população? Qualquer nutricionista
to, formado por diversos núcleos argumentativos de dirá que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e
elaboração complexa. Enquanto a primeira teoria proteínas devem compor essa alimentação e não há
se apresenta pela estrutura filosófica básica consa- quase nada mais apropriado do que nosso tradicional
grada pela antiguidade, esta, por sua vez, realiza-se prato de todos os dias. O arroz com feijão tem as pro-
por intermédio de vários silogismos desenvolvidos porções perfeitas para satisfazer essa necessidade que
para atender às novas perspectivas de sedução e todos têm de recomposição de força e de energia”.
convencimento”.
Parágrafos de Desenvolvimento
z Alusão histórica: a elaboração de um parágrafo
por alusão histórica é um recurso que, geralmente, Após o primeiro parágrafo, que, como já vimos,
desperta a curiosidade do leitor por meio de fatos pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
históricos, lendas, tradições, crenças, anedotas cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor-
ou a acontecimentos dos quais o autor tenha sido dar os elementos que sustentarão essas afirmações
participante ou testemunha (desenvolve-se geral- iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os
mente por meio da comparação com o presente recursos argumentativos que articularão o convenci-
ou retorno a ele). A vantagem desse método é o de mento do leitor quanto à tese apresentada.
podermos mostrar o desenvolvimento cronológico
de um assunto, expondo sua evolução no tempo.
Tipos Diferentes de Parágrafos de Desenvolvimento
Ao se servirem de um fato histórico para sustentar
uma tese, lembrem-se de que a História é a ciên-
As possibilidades de ordenação do parágrafo são
cia que estuda o homem e sua ação no tempo e no
várias: exploração de aspectos espaciais e temporais,
espaço e, como ciência, tem, por conseguinte, um
enumeração de pormenores, apresentação de analo-
grande valor argumentativo.
gia ou contraste, citação de exemplos, apresentação
de causas e consequências, etc.
Observem como isso é simples:
z Desenvolvimento por exploração espacial: ao
Modelo nº 4
argumentar, vocês podem se servir da exposição
Desde a época da ................ ................ sabe-se de informações relativas ao lugar em que os fatos
que .............. ....................... ........................ ........................ ocorreram.
........................ para ........................ ........................
......................... Principalmente hoje em dia, reco- Modelo nº 1
nhece-se que .................. ........................ ........................
........................ ........................, além de........................ A cidade (ou região) em destaque é ................
4

........................ ........................ ........................ ........................


-2

.............., que fica localizada em ........................, região


13

........................ . nobre de .................. É aí onde se localiza ...............


.7

..................... ......................... ................... dessa região. Cer-


28

Preenchendo o modelo, temos: cada por uma densa floresta ................... ......................,
.8

“Desde a época Colonial, a alimentação dos novos foi bem no centro desse ....................... ............................
18

brasileiros era boa e tinha tudo de que eles necessitavam ...................... .......................... .
-0

para suprir os desgastes de um longo dia de trabalho.


Hoje em dia, já se reconhece que os carboidratos do
ar

Preenchendo o modelo, teremos:


arroz e do feijão, as proteínas da carne e das verduras
lm

“A cidade (ou região) em destaque é Pindaíba


fornecem um completo abastecimento de energia soma-
gi

da Serra, que fica localizada em Monte Mole, região


da ao prazer, justificando os hábitos do passado como
ar

nobre de Pindorama. É aí onde se localiza uma das


responsáveis pela tradição alimentar que preservamos.
lm

mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó


Porém, com a correria do dia a dia, muitos optam por
gi

medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos morado-


comidas industrializadas, o que, a longo prazo, poderá
res dessa região. Cercada por uma densa floresta
acarretar diversos problemas de saúde.”
de mambutis gigantes, foi bem no centro desse san-
tuário tropical que a próspera cidadezinha se tornou
z Interrogação: a ideia núcleo do parágrafo por inter-
uma espécie de centro cultural da região por preser-
rogação é colocada por intermédio de uma pergunta,
var até hoje um dos mais tradicionais rituais de nossa
a qual serve como recurso retórico, uma vez que a
história: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e
questão levantada deve ser respondida pelo próprio
reverenciada pelos devotos naobilicos”.
autor. Seu desenvolvimento é feito por intermédio da
REDAÇÃO

confecção de uma resposta à pergunta.


z Desenvolvimento por exploração temporal: nes-
Modelo nº 5 se modelo, o leitor é informado do momento em
que os fatos ocorreram com a indicação de datas
e outros aspectos temporais. Nesse ponto, pode-
Será possível determinar qual é .......................... -se recorrer aos artifícios empregados no próprio
........ para ........................................................................? (Res- parágrafo de alusão histórica, já que este também
posta)....................................... ..................... . se serve de referências cronológicas, como em: 567
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Modelo nº 2 z Desenvolvimento por exploração de ideias
analógicas e comparação: para organização das
No passado, quando pensávamos em ideias, podemos utilizar expressões que indicam
...................., notávamos que .............. ...................... confronto valendo-se do artifício de contrapor
................... era ........................ comparada à que ve- ideias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. Tal con-
mos recentemente. Hoje, por outro lado, .................. fronto tanto pode ser de contrastes como de seme-
..................... ................................ ................... tornaram-se lhanças. Analogia e comparação são, também,
............... ....................... . O resultado disso é que ............., espécies de confronto:
na atualidade, tornou-se ...................... ........................... .
A analogia é uma semelhança parcial que sugere
Preenchendo o modelo, teremos: uma semelhança oculta, mais completa. Na com-
“No passado, quando pensávamos em alimenta- paração, as semelhanças são reais, sensíveis numa
ção, notávamos que sua relação com a sobrevivência forma verbal própria, em que entram normalmente
era muito maior comparada à que vemos nos nos- os chamados conectivos de comparação (quanto,
como, do que, tal qual) (GARCIA, 2010)6.
sos atuais. Hoje, por outro lado, a qualidade desses
alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcio-
nam tornaram-se o foco desse pensamento. O resul- Por exemplo:
tado disso é que comer, na atualidade, tornou-se
um ritual de bem viver”. Modelo nº 5

z Desenvolvimento por exploração de pormeno- No caso das ................... ..............................


res ou de enumerações: nesse modelo de parágra- ................, porque cada qual tem seus próprios va-
fo, vocês têm por objetivo enumerar características, lores .................... ................ . Enquanto a ................... ..
relacionar aspectos importantes sobre algum assun- ......................................... ......... , as ................, por sua
to. A apresentação das ideias pode ser (ou não) orde- vez,.......................... .
nada segundo uma ordem de importância. A ordem
depende do que vocês pretendem enfatizar. Ao preenchermos o modelo, teremos:
“No caso dos carboidratos, fonte da energia que pre-
Modelo nº 3 cisamos no dia a dia, é preciso estarmos atentos, porque
tanto comidas naturais (arroz, feijão, batata) possuem
Entre os aspectos referentes a ........... essa fonte de energia quanto os processados. Enquanto
................... .................. ............... ................ ........ dois pon- o arroz e feijão possuem a quantidade correta, somado
tos merecem destaque especial. O primeiro é ................ a outros nutrientes, as comidas industrializadas, por
............... ................ .......... ..............; o segundo.......... serem muito mais calóricas, possuem uma grande quan-
....................... ....................... . tidade de carboidratos, somados a outras substâncias
que nos fazem mal, como sódio e conservantes”.
Ao preenchermos o modelo, teremos:
“Entre os aspectos referentes à alimentação dos z Desenvolvimento por exploração de causa e con-
brasileiros, dois pontos merecem destaque especial. O sequência: dentro de uma perspectiva lógica e sim-
primeiro é o quão importante é o consumo de alimentos
4

ples, devemos compreender causa como um fator


-2

saudáveis que nos oferecem energia; o segundo diz res- gerador de problemas e consequência como os pro-
13

peito à substituição destes alimentos por comidas blemas gerados pela causa. Trabalhar com causas e
.7

industrializadas e o quanto isso pode fazer mal e consequências é apresentar os aspectos que levaram
28

trazer problemas irreversíveis à saúde”. ao problema discutido e as suas decorrências.


.8
18

z Desenvolvimento por exploração de contraste Modelo nº 6


-0

de ideias: na ordenação do parágrafo por exposição


ar

de contrastes entre si, podemos nos servir de com-


É de fundamental importância o ........................
lm

parações, ideias paralelas, ideias diferentes e ideias


opostas. ........................ ........................ ........................ ........................
gi

para........................ ......................... Podemos mencio-


ar

Modelo nº 4 nar, por exemplo, ................................................................


lm

que........................ ........................, por causa ......................


gi

......................... .
Muitos acreditam que ...................... ........................
.................... .................... ....................... ............................
..................., por causa da ................. .............. ................. Ao preenchermos o modelo, teremos:
............. . Por outro lado, sabe-se também que “É de fundamental importância o consumo de ali-
......................... ......................... ........................... ...................... mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
................. .............. ...................... .................. .................... , mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece a
Ao preenchermos o modelo, teremos: nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidratos,
“Muitos acreditam que a praticidade é o que deve porém, com a correria do dia a dia, muitos optam por
ser preservada na hora de se preparar um alimento comidas industrializadas, e isso, a longo prazo, poderá
por causa da correria do dia a dia. Por outro lado, acarretar diversos problemas de saúde”.
sabe-se, também, que muitos alimentos que se dizem
“práticos”, como o macarrão instantâneo, podem
acarretar diversos problemas na saúde”.
568 6 GARCIA, O. M. Comunicação em Prosa Moderna. 2ª ed. São Paulo, Editora FGV, 2010.
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Parágrafo de Conclusão e Proposta de Intervenção Modelo nº 2

A conclusão de uma dissertação argumentativa é o O que mais há para ser tomado como ..................
momento de se mostrar uma direção, ou seja, uma saída ...................... ..................(?) ..................... ...........................
que solucione o que foi exposto na introdução. É de fun- acreditar que ..................... ................. .............................
damental importância que não ocorram contradições ........................ ................., mas também ....................
com a tese proposta no início de sua redação, o que des- ................. ........................... ....................... .....................(?)
caracterizaria toda a argumentação. Certamente que sim, pois ................. .........................
Nesse momento, devemos fazer uma síntese geral ou .................. ................. .
retomar a ideia inicial, reforçando os pontos de partida
do raciocínio. Podemos, também, demonstrar que uma Preenchendo o modelo, teremos:
solução a um problema foi encontrada, que uma pro- “O que mais há para ser tomado como positivo
posta de solução/intervenção pode ser alcançada, ou e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos
ainda que uma resposta a uma pergunta foi encontrada. nos leva a acreditar que não é apenas por prazer
Esse momento pode, também, gerar um questionamen- que somos seduzidos pela nossa culinária, mas
to final, desde que não concorra com suas exposições também por tudo o que ela nos oferece para a manu-
anteriores. tenção de nossa saúde. E a falta desses ingredientes
A satisfação do leitor deve ser contemplada na mudará a saúde de nossa população? Certamente
conclusão de modo que ele não se sinta frustrado pela que sim, pois a carência de tais ingredientes nos cau-
expectativa criada com o tema. Essa volta ao início sará debilidade além de insatisfação”.
do texto, feita pela conclusão, é algo que chamamos
de circularidade. O caráter finalizador da conclusão z Conclusão por resposta, solução ou proposta de
também colabora para a progressão e continuidade intervenção: essa é a estrutura cobrada pelo Enem.
textual. Atenção! Levante uma (ou mais) hipóteses ou suges-
tões do que ser feito para transformar e solucionar a
Tipos Diferentes de Parágrafos de Conclusão sua tese. Mostre isso durante o desenrolar do texto.

Podemos enumerar alguns exemplos de conclu- Modelo nº 3


sões satisfatórias para textos dissertativos. Para o
Enem, no entanto, o modelo que deve ser utilizado Tendo em vista os aspectos observados sobre
é o nº 3, pois ele contempla a estrutura de redação ........................ .............. .................... ................., é necessá-
cobrada pelo exame. Contudo, é importante conhecer rio que ......................... ...................... ..................... . Outra
os outros tipos de conclusão. Lembre-se que elas até saída é ................. ...................... ...................... ....................
podem estar presentes em seu texto como um recurso ................ . Consequentemente..................... ..................
que fortaleça seus argumentos, mas você nunca deve ..................... além de ................ ...................... ..................
desistir de fechar seu texto propondo uma saída ..................... .
para a discussão desenvolvida na sua dissertação.
Preenchendo o modelo, teremos:
“Tendo em vista os aspectos observados sobre nos-
z Conclusão por síntese ou resumo: o primeiro
sa alimentação, é necessário que haja campanhas publi-
4

recurso com que trabalharemos será o do resumo


-2

citárias, principalmente nas escolas, sobre os malefícios


ou síntese geral. Nesse caso, o autor retoma, resu-
13

de se consumir exageradamente os alimentos proces-


midamente, aquilo que explorou durante o texto:
.7

sados. Outra saída é o incentivo à agricultura familiar,


28

pois, além da economia, trará hábitos mais saudáveis


Modelo nº 1
.8

para as famílias. Consequentemente, é preciso também


18

que haja apoio do governo, por exemplo, para pequenos


Levando-se em consideração esses aspec-
-0

restaurantes, a fim de que a comida se torne mais acessí-


tos ........................ ...................... somos levados a acre-
vel. Diz-se isso pois, dessa forma, além de fazer com que
ar

ditar que não é apenas por ............ ........................


o cidadão opte por um alimento mais saudável, a econo-
lm

........................ ...................., mas também ........................


mia local também será movimentada”.
gi

................. ........................ ........................ . Sendo as-


Pronto! É só começar a criar seus próprios arranjos
ar

sim................................... . e utilizar essas técnicas para compor redações eficientes


lm

que garantam seu sucesso em qualquer tipo de prova


gi

Ao preenchermos o modelo, teremos: que exija um posicionamento sobre qualquer tema.


“Levando em consideração esses aspectos práti-
cos do prato do brasileiro, somos movidos a acredi- CONSTRUINDO AS MÁSCARAS DE REDAÇÃO
tar que não é apenas por prazer que somos seduzidos
pela nossa culinária, mas também por tudo o que ela Vamos, agora, montar nosso quebra-cabeças? Veja
nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sen- como arranjamos os modelos de maneiras diferentes.
do assim, a falta de qualquer um desses ingredientes
nos causará debilidade além de insatisfação”.
Modelo n° 1 – Introdução (Declaração Inicial)
REDAÇÃO

z Conclusão por questionamento: nesse modelo, o É fato notório que ........................ ........................
autor parte de um questionamento para encerrar ........................ ........................ ........................ ........................
seu raciocínio. Mas não se esqueçam: vocês não ........................ . Sabe-se que ........................ ........................
devem colocar em dúvida os argumentos desen- ........................ ........................, além da ........................
volvidos em sua redação. ........................ ........................ ........................ ........................
........................ ......................... .
569
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Modelo n° 2 – Desenvolvimento (Pormenores ou de Observem que fizemos a opção de abrir nossa
Enumerações) redação com uma declaração inicial. Como aborda-
mos um tema geral, sem uma relevância científica
Entre os aspectos referentes a ........... ................... notória, e que representa, na verdade, um conheci-
.................. ............... ................ ........ dois pontos mere- mento cultural somado às observações de médicos e
cem destaque especial. O primeiro é ................ ............... nutricionistas, a declaração foi a melhor alternativa,
................ .......... ..............;o segundo.......... ..................... já que não se compromete com a obrigatoriedade de
........ ................ ........................ ................................... recorrência a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen-
Modelo nº 2 – desenvolvimento (temporal) volvimento mesclando os vários modelos apresenta-
dos anteriormente. Ao mesmo tempo em que eles nos
No passado, quando pensávamos em ...................., ofereciam diversas alternativas para a estruturação
notávamos que .............. ...................... ................... era da nossa ideia, também nos orientavam, dando cami-
........................ comparada à que vemos recentemente . nhos a seguir na argumentação. É como se montásse-
Hoje, por outro lado, .................. ..................... .................... mos, realmente, um quebra-cabeça.
.................... ................... ................... tornaram-se ............... Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos
....................... . O resultado disso é que ............., na atualida- de desenvolvimento para esse projeto. Por enume-
rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um
de, tornou-se ...................... ........................... . pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só
depois, completar nossa redação. Afinal de contas,
Modelo n° 3 – Desenvolvimento (Contraste de Ideias) essa é a vantagem do projeto de máscaras.
Já na conclusão, escolhemos o modelo de conclusão
por resposta, solução ou proposta de intervenção, que
Muitos acreditam que ......................
é o cobrado no Enem. Nele, levantamos sugestões para
........................ .................... .................... .......................
solucionar o problema apresentado. Note que foram uti-
............................ ..................., por causa da ................. lizadas expressões que retomam e fecham as ideias apre-
.............. ................. ............. . Por outro lado, sabe-se sentadas, como “tendo em vista”, considerando que na
também que................. .............. ...................... .................. conclusão não pode haver nenhuma “ponta solta”, já que
........................... . se trata do encerramento de sua redação.
Além disso, também encontram-se presentes frases
Modelo n° 4 – Conclusão (Síntese ou Resumo da marcantes, cuja intenção é apresentar uma orientação,
Proposta de Intervenção) um resultado ou uma consequência, tais como: “é neces-
sário que”, “consequentemente, é preciso também
que” e “outra saída”. Essas expressões introduzem logo
Tendo em vista os aspectos observados em seguida as possíveis soluções sugeridas e colocam a
sobre ........................ ...................... é necessário que proposta de intervenção em evidência no texto.
............ ........................ ........................ .................... . Outra Com esses modelos apresentados, é possível progra-
saída é ........................ . Consequentemente, é preciso mar e treinar uma redação eficiente. Porém, também é
também que ........... ................. . …………………. , além de fundamental importância que você busque ou crie um
de ……………… . modelo de máscara com o qual mais se identifique para
desenvolver melhor as suas habilidades de argumenta-
Nova Máscara ção. Isso para que, no momento de produção de sua reda-
4

ção, você já esteja organizado. Espera-se que, com esse


-2

É fato notório que ........................ ........................


13

método, você consiga vantagem de partir direto para a


........................ ........................ ........................ ........................ elaboração de seu texto sem ter de ficar buscando inspira-
.7

........................ . Sabe-se que ........................ ..................


28

ção em um momento no qual todo segundo é importante.


........................, além da........................ ................ .
.8
18

Entre os aspectos referentes a ........... ................... DICAS PARA UMA REDAÇÃO NOTA 1000
-0

.................. ............... ................ ........ três pontos mere-


cem destaque especial. O primeiro é ................ ............... Sobre os Temas da Redação do Enem
ar

................ .......... ..............;o segundo.......... .....................


lm

..................... ....................... e por fim ........................... Acertar o tema da redação do Enem é possível, mas
gi

................ ........................ ................................... é algo muito difícil, por isso, você deve estar prepara-
ar

do para escrever sobre qualquer assunto. No entanto,


lm

No passado, quando pensávamos em


existem alguns tópicos aos quais podemos dar mais
gi

...................., notávamos que .............. ......................


atenção, por serem recorrentes.
................... era ........................ comparada à que ve-
mos recentemente. Hoje, por outro lado, ..................
..................... .................... .................... ................... ................... z o primeiro e mais importante aspecto é: praticar pro-
tornaram-se ............... ....................... . O resultado disso dução textual é essencial para adaptarmos a nossa
é que ............., na atualidade, tornou-se ....................... . escrita a qualquer tema. Crie um cronograma de temas
e estabeleça a produção de uma ou duas redações por
semana. É clichê, mas a prática leva à perfeição;
Muitos acreditam que ...................... ....................
..................., por causa da ................. .............. ................. z a temática presente na redação do Enem é volta-
............. . Por outro lado, sabe-se também que ................... da para a realidade brasileira. O assunto pode ser
.................... , quando muitas vezes ............. ............... . pauta também em outros países, mas seus exem-
plos e argumentos devem estar baseados na reali-
Tendo em vista os aspectos observados so- dade brasileira. Cuidado!;
bre .................................... é necessário que ............ z os temas anteriores não são repetidos, por isso, você
....................... . Outra saída é ........................ . Conse- deve saber quais são os últimos temas para não dedi-
quentemente, é preciso também que ........... ................. car seu tempo estudando algo que não será cobrado;
570 . …………………. , além de ……………… .
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z atenção para os temas de caráter social, ambiental z Título: opcional, a falta dele não implica em dimi-
ou que estão relacionados aos direitos humanos: o nuição de pontos. Caso tenha título, ele deve ser
tema da redação sempre aborda algo relacionado curto, claro e objetivo;
a alguma parcela da sociedade ou ao meio ambien- z Introdução: possui apenas 1 parágrafo, que deve
te. Nesse caso, a temática sempre está relacionada ter entre 5 e 6 linhas. Leve em conta que o leitor
a algum problema social ou ambiental recente ou não sabe o tema abordado, por isso, nesse parágra-
fo, apresente o tema que será trabalhado ao longo
que perdura até os dias atuais;
do texto. Além disso, apresente a problemática.
z alguns grupos sociais ainda não protagonizaram a Para apresentar o tema, você pode utilizar um dos
redação do Enem. São eles: idosos; homossexuais seguintes recursos:
(preconceito e dificuldades); juventude e suas
demandas; pessoas que sofrem com o preconceito
„ Definição: apresentar a definição de uma pala-
linguístico (algumas regiões do país);
vra ou expressão relacionada ao tema;
z seu conhecimento prévio e sua opinião pessoal
„ Alusão histórica: citar algum período ou even-
serão essenciais para construir os argumentos,
to histórico que tenha relação com a temática
portanto, é importante saber o que está acontecen-
abordada, estabelecendo relação entre esse
do no mundo e em nosso país. Assista jornais, leia
evento e os dias atuais;
sites de notícias e artigos científicos, pois eles serão
„ Citação direta: copiar uma frase “célebre” de
úteis mesmo que não sejam exatamente sobre o
um autor ou personalidade conhecida. Sempre
tema da redação, já que farão parte do seu reper-
utilize aspas e dê a referência do autor da frase;
tório para desenvolver melhor o texto;
„ Citação indireta: com as suas palavras, cite
z fique atento aos temas polêmicos, mas não esque-
a ideia de um autor ou personalidade. Não
ça das temáticas que não viraram manchete: nem
requer o uso de aspas, mas você deve indicar
sempre os assuntos que estão em alta caem na
o autor. Você pode usar um ou mais recursos.
redação do Enem;
z Desenvolvimento: deve ter 2 parágrafos entre 7 e
A Importância de Lidar com o Tempo de Prova
8 linhas cada um. Deve-se apresentar tópico-frasal
e defender seu ponto de vista (uma ou duas ideias)
Além de ser uma prova de conhecimentos, o Enem usando estratégias argumentativas;
é uma avaliação psicológica, pois, além da redação,
são muitas questões dentro de um curto espaço de
„ Ponto de vista: ideia que será defendida no seu
tempo. Soma-se a isso toda a carga emocional que
texto. Deve estar relacionada ao tema e apoia-
envolve esse exame. Calcular o tempo faz parte das
da em argumentos ao longo da redação;
ações que você pode tomar para fazer uma prova
„ Argumentos: para convencer o leitor da sua
melhor. A seguir, encontram-se alguns conselhos nes-
opinião, você deve usar argumentos e estra-
se sentido.
tégias argumentativas. Cada argumento deve
responder à pergunta “por quê?” em relação ao
z não necessariamente a redação deve ser feita ao ponto de vista defendido.
fim da prova. Antes do exame, faça simulados, cal-
cule seu tempo e teste várias formas de executar a
4

redação: antes das questões, entre as questões ou


Se liga!
-2

ao fim delas. Cada pessoa precisa encontrar seu


13

tempo e estilo. Não copie cronogramas dos outros, São estratégias argumentativas:
.7

estabeleça um que faça sentido para você; � exemplos;


28

z organizar as ideias antes de escrever pode pare- � dados estatísticos;


.8

cer perda de tempo, mas, na verdade, te ajuda a � pesquisas;


18

ganhar tempo, porque seu cérebro já sabe o que � fatos comprováveis;


-0

precisa escrever em cada parte do texto; � citações ou depoimentos de pessoas especia-


ar

z como já mencionamos, o Enem é uma prova tam- lizadas no assunto (com a devida referência);
lm

bém psicológica. Mesmo diante de um tema que


� pequenas narrativas ilustrativas;
gi

você não domina completamente, tente manter a


� alusões históricas;
ar

calma para colocar em prática tudo o que estudou


� comparações entre fatos, situações, épocas
lm

e treinou.
ou lugares distintos.
gi

Sobre a Estrutura da Redação


z Conclusão
Alguns pontos são essenciais a respeito da estrutu-
ra da redação. Listamos alguns deles para te auxiliar. „ possui apenas 1 parágrafo;
„ deve ter entre 7 e 8 linhas;
� a redação do Enem não pode ter menos de 7 linhas. „ resumo da problemática desenvolvida;
Textos com menos de 7 linhas são automaticamen- „ apresenta uma proposta de intervenção, uma
te anulados. Pensando nisso, muitos alunos fazem
REDAÇÃO

“solução” para o problema que foi levantado.


textos com 8 ou 10 linhas, mas, pensando racional-
Essa proposta deve ser suficiente para resolver
mente, não é possível atender a todos os requisitos
solicitados e construir seu pensamento em 8 ou o problema e possível de ser executada. Um erro
10 linhas. O ideal é que o texto tenha entre 23 e recorrente é usar uma proposta absurda ou mui-
30 linhas para construir uma boa argumentação e to superficial, tais como “campanhas de conscien-
conexão de ideias; tização”. Caso use essa proposta, detalhe como
seriam essas campanhas, o público-alvo e os seto-
res da sociedade envolvidos nela, por exemplo. 571
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COMPETÊNCIAS EXIGIDAS PELA AVALIAÇÃO tipificada, como crime para as leis brasileiras. Sobre a
violência contra as crianças, por exemplo, o que precisa-
Competência 1 – Demonstrar Conhecimento mos fazer para combatê-la? Entender sobre leis e minis-
e Domínio da Modalidade Escrita da Língua térios pode ajudar na fundamentação da resposta se for
Portuguesa algo que envolve o poder público, por isso, a leitura ao
decorrer do ano é tão importante na hora de produzir
Revise bem o material relativo aos aspectos lin- um texto como a redação do Enem.
guísticos da língua portuguesa e estude também a
ortografia das palavras. Em caso de dúvida sobre a REVISÃO DA ESCRITA
grafia de uma palavra, procure outra com mesmo sig-
nificado para não errar na escrita. Cada palavra escri- O texto precisa estar com pontuação correta, além de
ta errada implica em menos pontos para você. todo o conteúdo proposto. Tenha certeza de que não há
Evite também a repetição de palavras dentro do nenhuma palavra incorreta em sua ortografia e que a
mesmo parágrafo ou, muitas vezes, dentro do texto pontuação está adequada. Um período não deve ter mais
como um todo. Mostre ao avaliador que você tem um de 4 linhas. Quando tiver dúvida sobre a escrita de algu-
bom repertório de vocabulário e conectores. ma palavra, procure um sinônimo para ela.
O uso de clichês, palavrões e gírias, em qualquer situa-
Competência 2 – Compreender o Tema da Redação e ção, causa perda de pontos pelo candidato e, dependendo
Dissertar sobre Ele Abrangendo Conceitos Presentes do teor das palavras, pode levar à anulação da redação.
em Várias Áreas do Conhecimento Segundo o INEP, a redação receberá nota 0 se apre-
sentar qualquer uma das características a seguir:
Faça o maior número de redações possíveis duran-
te seu período de preparação. Na hora da prova, leia z fuga total ao tema;
com calma a proposta, analise os textos motivadores z não obediência ao tipo dissertativo-argumentativo;
e lembre-se de tudo o que conhece e pode ser usado z extensão de até 7 linhas manuscritas, qualquer
naquele contexto. Nem sempre, um tema sobre saúde que seja o conteúdo, ou extensão de até 10 linhas
exige conhecimentos apenas da área da saúde, poden- escritas no sistema Braille;
do abranger outras áreas do conhecimento. z cópia de texto(s) da Prova de Redação e/ou do
Caderno de Questões sem que haja pelo menos 8
Competência 3 – Para Defender seu Ponto de linhas de produção própria do participante;
Vista, É Necessário Selecionar, Relacionar, Analisar, z impropérios, desenhos e outras formas proposi-
Reconhecer Fatos e Opiniões tais de anulação, em qualquer parte da folha de
redação;
Para mostrar seus argumentos com clareza, é z números ou sinais gráficos sem função clara em
essencial que você consiga abordar fatos e opiniões qualquer parte do texto ou da folha de redação;
de forma objetiva e coerente. Além de expor seu pon- z parte deliberadamente desconectada do tema
to de vista, seja coerente e coeso ao defendê-los. Antes proposto;
de começar a escrever o texto, selecione as melhores z assinatura, nome, iniciais, apelido, codinome ou
ideias e os aspectos que deseja abordar para conven- rubrica fora do local devidamente designado para
4

cer o leitor. É preciso saber transmitir ao corretor que a assinatura do participante;


-2

suas ideias estão coerentes e que o texto foi planejado z texto predominante ou integralmente escrito em
13

conscientemente de acordo com as ideias e os argu- língua estrangeira;


.7

mentos selecionados. z folha de redação em branco, mesmo que haja texto


28

escrito na folha de rascunho;


.8
18

Competência 4 – Demonstrar Conhecimento dos z texto ilegível, que impossibilite sua leitura por dois
Mecanismos Linguísticos Necessários para a avaliadores independentes.
-0

Construção da Argumentação
ar

A seguir, temos um modelo de redação nota 1000 dis-


lm

Dentre os mecanismos linguísticos mais impor- ponibilizado pelo INEP. O tema em 2019 foi “Democrati-
gi

tantes para a construção de um bom texto, podemos zação do acesso ao cinema no Brasil”. Você pode (e deve)
ar

destacar a coesão. Para se sair bem nesse critério de analisar alguns destes textos para compreender a visão
lm

avaliação, é necessário que o texto tenha uma boa e a expectativa dos avaliadores. Destacamos a escolha
gi

estrutura de parágrafos e períodos que possibilitem a lexical dos candidatos nota 1000. É importante utilizar
conexão das ideias. Além disso, use as citações corre- uma linguagem clara e objetiva, mas não “simples” e
tamente e marcadas por aspas, quando necessário. O coloquial.
uso de conjunções para ligar as orações é primordial,
mostre ao corretor que você consegue utilizar as con- Texto de Gabriel Melo Caldas Nogueira
junções de forma correta e harmônica.
Para o filósofo escocês David Hume, a principal
Competência 5 – Elaborar Proposta de Intervenção característica que difere o ser humano dos outros ani-
para o Problema Abordado, Respeitando os Direitos mais é o poder de seu pensamento, habilidade que o
Humanos permite ver aquilo que nunca foi visto e ouvir aquilo
que nunca foi ouvido. Sob essa ótica, vê-se que o cine-
Na conclusão, você deve apresentar a proposta de ma representa a capacidade de transpor para a tela
intervenção. Um erro dos candidatos é usar uma pro- as ideias e os pensamentos presentes no intelecto das
posta incluindo algo que desrespeite os direitos huma- pessoas, de modo a possibilitar a criação de novos uni-
nos, como punições extremas e/ou pena de morte. Além versos e, justamente por esse potencial cognitivo, ele é
572 disso, você não deve apresentar uma proposta que seja muito relevante. É prudente apontar, diante disso, que a
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arte cinematográfica deve ser democratizada, em espe- „ com relação aos princípios da estruturação do
cial no Brasil – país rico em expressões culturais que texto dissertativo-argumentativo, percebe-se
podem dialogar com esse modelo artístico –, por razões que a redação do participante apresenta intro-
que dizem respeito tanto à sociedade quanto às leis. dução em que dá início à discussão, desenvol-
Em primeiro lugar, é válido frisar que o cinema dia- vimento com justificativas que comprovam
loga com uma elementar necessidade social e, conse- seu ponto de vista e conclusão que encerra a
quentemente, não pode ser deixada em segundo plano. discussão, demonstrando excelente domínio do
Para entender essa lógica, pode-se mencionar o reno- texto dissertativo-argumentativo;
mado historiador holandês Johan Huizinga, o qual, no „ o tema é abordado de forma completa já no pri-
livro “Homo Ludens”, ratifica a constante busca huma- meiro parágrafo, no qual o participante aponta
na pelo prazer lúdico, pois ele promove um proveitoso que a arte cinematográfica deve ser democra-
bem-estar. É exatamente nessa conjuntura que se insere tizada. Há, também, repertório sociocultural
o fenômeno cinematográfico, uma vez que ele, ao pos- utilizado de maneira produtiva e pertinente à
sibilitar a interação de vários indivíduos na contem- discussão no primeiro parágrafo, com a refe-
plação do espetáculo, faz com que a plateia participe rência ao que é postulado pelo filósofo David
das histórias, de forma a compartilhar experiências e Hume para relacionar o poder de pensamento
vivências – o que representa o fator lúdico menciona- do ser humano a sua capacidade de transpor
do pelo pensador. É perceptível, portanto, o louvável ideias por meio do cinema, por exemplo;
elemento benfeitor dessa criação artística, capaz de „ no segundo parágrafo, o participante aborda
garantir a coesão da comunidade. o potencial lúdico do cinema, mencionando a
Em segundo lugar, é oportuno comentar que o cenário obra de Johan Huizinga. Por fim, no terceiro
do cinema supracitado remete ao que defende o arcabouço parágrafo, ele se vale da Constituição Federal
jurídico do país. Isso porque o artigo 215 da Constituição para afirmar que todos têm direito aos bens
Federal é claro em caracterizar os bens culturais como artísticos, o que não ocorre na prática, de acor-
um direito de todos, concebidos com absoluta prioridade do com pesquisas do IPHAN;
por parte do Estado. Contudo, é desanimador notar que „ o projeto de texto apresentado ao longo da reda-
tal diretriz não dá sinais de plena execução e, para pro- ção é considerado estratégico porque há uma
var isso, basta analisar as várias pesquisas do Instituto organização clara e um desenvolvimento consis-
tente da redação. Isso se deve ao fato de que o par-
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que
ticipante apresenta informações, fatos e opiniões
demonstram a lamentável distribuição irregular das prá-
relacionados ao tema proposto para defender seu
ticas artísticas – dentre elas, o cinema –, uma vez que estão
ponto de vista de que o acesso ao cinema deve ser
restritas a poucos municípios brasileiros. Vê-se, então, o
democratizado, por razões relacionadas tanto à
perigo da norma apresentada findar em desuso, sob pena
sociedade quanto às leis;
de confirmar o que propunha Dante Alighiere, em “A Divi-
„ em relação à sociedade, o participante aponta a
na Comédia”: “As leis existem, mas quem as aplica?”. Esse
importância do cinema como elemento lúdico,
cenário, certamente, configura-se como desagregador e
que proporciona bem-estar e coesão da comu-
não pode ser negligenciado.
nidade. Já em relação às leis, ele apresenta o
Por fim, caminhos devem ser elucidados para democra-
artigo 215 da Constituição Federal, segundo o
tizar o acesso ao cinema no Brasil, levando-se em conside-
4

qual o acesso a bens culturais é um direito de


-2

ração as questões sociais e legislativas abordadas. Sendo


todos. No entanto, ele afirma que esse direito
13

assim, cabe ao Governo Federal – órgão responsável pelo não é garantido, uma vez que existe uma distri-
.7

bem-estar e lazer da população – elaborar um plano nacio- buição irregular das práticas artísticas, incluin-
28

nal de incentivo à prática cinematográfica, de modo a do o cinema. Por fim, propõe uma solução para
.8

instituir ações como a criação de semanas culturais nacio-


18

alcançar a democratização efetivamente;


nais, bem como o desenvolvimento de atividades artísticas „ quanto à coesão, observa-se, nessa redação, um
-0

públicas. Isso pode ser feito por meio de uma associação repertório diversificado de recursos coesivos,
ar

entre prefeituras, governadores e setores federais – já que sem inadequações. Há articulação tanto entre
lm

o fenômeno envolve todos esses âmbitos administrativos os parágrafos (“Em segundo lugar”, “Por fim”)
gi

–, os quais devem executar periódicos eventos, ancorados quanto entre as ideias dentro de um mesmo
ar

por atores e diretores, que visem exibir filmes gratuitos parágrafo (como “Sob essa ótica”, “de modo
lm

para a comunidade civil. Esse projeto deve se adaptar à a” e “Diante disso”, no 1º parágrafo; “o qual”,
gi

realidade de cada cidade para ser efetivo. Dessa forma, o “pois” e “portanto”, no 2º parágrafo; “Contu-
cinema poderá ser, enfim, democratizado, o que confirma- do” e “uma vez que”, no 3º parágrafo; e “Sendo
rá o que determina o artigo 215 da Constituição. Assim, assim” e “Dessa forma”, no 4º parágrafo);
felizmente, os cidadãos poderão desfrutar das benesses „ por fim, o participante elabora proposta de
advindas dessa engrandecedora ação artística. intervenção muito boa: concreta, detalhada,
articulada à discussão desenvolvida no texto
z Análise dos Avaliadores e que respeita os direitos humanos. A propos-
ta apresentada reforça o papel do Governo de
„ o participante demonstra excelente domínio da
REDAÇÃO

garantir o direito previsto na Constituição, pro-


modalidade escrita formal da língua portugue- pondo que seja elaborado um plano de incenti-
sa, uma vez que a estrutura sintática é excelen- vo à prática cinematográfica.
te e há apenas um desvio no trecho “habilidade
que o permite ver aquilo que nunca foi visto e Esperamos que os aspectos comentados aqui auxi-
ouvir aquilo que nunca foi ouvido” (1º parágra- liem-no em sua redação e que você possa colocar em
fo), em que deveria ter empregado o pronome prática tudo o que aprendeu!
“lhe”, e não “o”; 573
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ANOTAÇÕES

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