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NV-023MR-23-ENEM-2023
Cód.: 908428804831
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra
ENEM
Exame Nacional do Ensino Médio
Áreas
REDAÇÃO
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ISBN: 978-65-5451-099-8
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Edição: Março/2023
objetivo!
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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Use o Enem para que você possa conhecer suas habilidades e explorar
seu desenvolvimento pessoal de modo a entrar no mercado de trabalho,
dentro do que melhor possa oferecer!
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Como é a prova?
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em dois dias:
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REDAÇÃO
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• 2º dia — duração: 5h
Ao todo, são 180 questões de múltipla escolha, subdivididas em 45 questões para cada área. Na
Redação, a limitação do texto é de, no mínimo, 7 linhas e, no máximo, 30.
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Como resolver as questões?
O principal item a se aprimorar quando se fala em provas é o
desenvolvimento atento e rápido de questões de modo que você possa ir
para a resolução sem gastar tempo demais.
Uma boa preparação começa quando você conhece seus objetivos e o que espera do
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exame. Se você deseja utilizar sua média no Enem para ingressar em uma universidade,
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é importante definir qual área do conhecimento tem mais importância dentro daquilo
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Atenção! Isso não significa que as outras disciplinas terão menos importância, pois um
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bom desempenho em todas áreas é determinante para o resultado final. Além disso, é
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fundamental reconhecer o que você tem mais dificuldade para procurar desenvolver-se
naquilo também. Saber identificar quais são as suas vantagens e desvantagens auxilia a
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Ahhh! E o mais importante! Escolher um bom material para se apoiar. Quanto a isso, fique
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tranquilo! Planejamos o material que você tem em mãos com muito cuidado para oferecer
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um conteúdo atual e personalizado, com revisões objetivas e tudo que você precisa saber
para alcançar um ótimo resultado na prova.
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DICAS DE ESTUDOS
as outras atividades do seu dia, para que você não corra contra o
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................................31
USO DA LINGUAGEM........................................................................................................................................................................31
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO.........................................................................................................................................................................35
MORFOLOGIA .....................................................................................................................................................................................38
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO........................................................................................................................................................................40
ARTIGOS................................................................................................................................................................................................................42
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NUMERAIS...........................................................................................................................................................................................................42
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SUBSTANTIVOS..................................................................................................................................................................................................42
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ADJETIVOS...........................................................................................................................................................................................................44
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ADVÉRBIOS.........................................................................................................................................................................................................46
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PRONOMES..........................................................................................................................................................................................................48
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VERBOS..................................................................................................................................................................................................................51
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PREPOSIÇÕES....................................................................................................................................................................................................56
CONJUNÇÕES.....................................................................................................................................................................................................57
INTERJEIÇÕES...................................................................................................................................................................................................58
SINTAXE................................................................................................................................................................................................59
REGÊNCIA ...........................................................................................................................................................................................................69
CONCORDÂNCIA ................................................................................................................................................................................................71
FUNÇÕES DO SE ..............................................................................................................................................................................................77
COESÃO ...............................................................................................................................................................................................................79
COERÊNCIA ........................................................................................................................................................................................................79
COESÃO RECORRENCIAL..............................................................................................................................................................................83
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NOTÍCIA ................................................................................................................................................................................................................88
REPORTAGEM ....................................................................................................................................................................................................89
EDITORIAL ..........................................................................................................................................................................................................90
CRÔNICA ...............................................................................................................................................................................................................91
ARTIGO DE OPINIÃO.........................................................................................................................................................................................94
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DISSERTAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................94
LITERATURA ......................................................................................................................................................................................100
LITERÁRIA NACIONAL...................................................................................................................................................................................102
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VOCABULÁRIO...................................................................................................................................................................................................122
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EDUCAÇÃO FÍSICA..................................................................................................127
COMPREENDER E USAR A LINGUAGEM CORPORAL COMO RELEVANTE PARA A
PRÓPRIA VIDA, INTEGRADORA SOCIAL E FORMADORA DE IDENTIDADE ..........................................................127
ARTES..........................................................................................................................135
COMPREENDER A ARTE COMO SABER CULTURAL E ESTÉTICO GERADOR DE
SIGNIFICAÇÃO E INTEGRADOR DA ORGANIZAÇÃO DO MUNDO E DA PRÓPRIA
IDENTIDADE ......................................................................................................................................................................................135
RECONHECER DIFERENTES FUNÇÕES DA ARTE, DO TRABALHO DA PRODUÇÃO DOS ARTISTAS EM SEUS MEIOS
CULTURAIS ........................................................................................................................................................................................................135
LÍNGUA INGLESA.....................................................................................................145
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VOCABULÁRIO .................................................................................................................................................................................................156
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MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS.............................................................159
MATEMÁTICA........................................................................................................... 161
CONHECIMENTOS NUMÉRICOS.................................................................................................................................................161
DESIGUALDADES............................................................................................................................................................................................ 164
DIVISIBILIDADE................................................................................................................................................................................................ 164
FATORAÇÃO........................................................................................................................................................................................................165
RAZÕES E PROPORÇÕES.............................................................................................................................................................168
PORCENTAGEM.................................................................................................................................................................................................170
JUROS....................................................................................................................................................................................................................171
SEQUÊNCIAS E PROGRESSÕES................................................................................................................................................................174
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PRINCÍPIOS DE CONTAGEM.........................................................................................................................................................................175
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BINÔMIO DE NEWTON...................................................................................................................................................................................178
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UTILIZAÇÃO DE ESCALAS.............................................................................................................................................................................191
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ÂNGULOS............................................................................................................................................................................................................192
POSIÇÕES DE RETAS......................................................................................................................................................................................193
TEOREMA DE TALES.......................................................................................................................................................................................195
CIRCUNFERÊNCIAS.........................................................................................................................................................................................196
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CONHECIMENTOS DE ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE..............................................................................................205
NOÇÕES DE PROBABILIDADE...................................................................................................................................................................209
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS..............................................................................................................................................217
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES.........................................................................................................................................................................217
GRÁFICOS E FUNÇÕES..................................................................................................................................................................................219
FUNÇÕES POLINOMIAIS..............................................................................................................................................................................224
FUNÇÕES RACIONAIS...................................................................................................................................................................................225
FUNÇÕES EXPONENCIAIS...........................................................................................................................................................................226
FUNÇÕES LOGARÍTMICAS...........................................................................................................................................................................226
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS..................................................................................................................................................................227
REDUÇÃO...........................................................................................................................................................................................................233
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PLANO CARTESIANO.....................................................................................................................................................................................237
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RETA.....................................................................................................................................................................................................................238
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CIRCUNFERÊNCIA...........................................................................................................................................................................................241
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MATRIZES...........................................................................................................................................................................................................245
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HISTÓRIA................................................................................................................... 255
DIVERSIDADE CULTURAL, CONFLITOS E VIDA EM SOCIEDADE .............................................................................255
A LUTA DOS NEGROS NO BRASIL E O NEGRO NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA ..................................... 258
XIX E XX ..............................................................................................................................................................................................................268
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SÉCULO XX........................................................................................................................................................................................................268
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Revolução Bolchevique........................................................................................................................................................268
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Revolução Chinesa................................................................................................................................................................269
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A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL......................................................................................................................................................................284
SOCIOLOGIA...............................................................................................................291
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA .............................................................................................................................................291
CIDADANIA ........................................................................................................................................................................................................291
CULTURA E EDUCAÇÃO................................................................................................................................................................................292
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DEMOCRACIA....................................................................................................................................................................................................293
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CAPITALISMO...................................................................................................................................................................................................293
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INDÚSTRIA CULTURAL..................................................................................................................................................................................294
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ÉMILE DURKHEIM...........................................................................................................................................................................................295
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KARL MARX.......................................................................................................................................................................................................295
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O MUNDO GLOBALIZADO.............................................................................................................................................................................297
GÊNERO..............................................................................................................................................................................................................298
INTERSECCIONALIDADE..............................................................................................................................................................................298
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL......................................................................................................................................................299
MOVIMENTOS SOCIAIS.................................................................................................................................................................................299
RACISMO.............................................................................................................................................................................................................299
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FILOSOFIA................................................................................................................. 303
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA ...............................................................................................................................................303
PENSAMENTO FILOSÓFICO........................................................................................................................................................................303
FILOSOFIA ANTIGA........................................................................................................................................................................................304
PRÉ-SOCRÁTICOS.........................................................................................................................................................................................304
FILOSOFIA MODERNA...................................................................................................................................................................................307
EMPIRISMO.......................................................................................................................................................................................................308
KARL MARX.......................................................................................................................................................................................................309
ILUMINISMO........................................................................................................................................................................................................311
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FENOMENOLOGIA............................................................................................................................................................................................312
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GEOGRAFIA................................................................................................................315
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IMPACTO AMBIENTAL DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS NO BRASIL: RECURSOS MINERAIS E ENERGÉTICOS.......319
REPRESENTAÇÃO ESPACIAL...................................................................................................................................................335
ESCALA CARTOGRÁFICA.............................................................................................................................................................................336
FÍSICA.......................................................................................................................... 343
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SISTEMA DE UNIDADES..............................................................................................................................................................................344
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CINEMÁTICA.....................................................................................................................................................................................348
DINÂMICA.......................................................................................................................................................................................... 355
FORÇAS ESPECIAIS.......................................................................................................................................................................................356
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FORÇA NOS MOVIMENTOS CIRCULARES.............................................................................................................................................360
TRABALHO.........................................................................................................................................................................................................365
ENERGIA.............................................................................................................................................................................................................365
POTÊNCIA...........................................................................................................................................................................................................366
RENDIMENTO...................................................................................................................................................................................................366
DISSIPAÇÃO DA ENERGIA...........................................................................................................................................................................367
ESTÁTICA............................................................................................................................................................................................369
TORQUE...............................................................................................................................................................................................................369
HIDROSTÁTICA..................................................................................................................................................................................371
PRESSÃO.............................................................................................................................................................................................................371
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DENSIDADE........................................................................................................................................................................................................371
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PRESSÃO ATMOSFÉRICA.............................................................................................................................................................................371
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PRINCÍPIO DE PASCAL.................................................................................................................................................................................373
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QUALQUER........................................................................................................................................................................................................373
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CALOR E TEMPERATURA.............................................................................................................................................................................374
ESCALAS TERMOMÉTRICAS......................................................................................................................................................................375
CONDUÇÃO DO CALOR.................................................................................................................................................................................375
IRRADIAÇÃO TÉRMICA..................................................................................................................................................................................377
DILATAÇÃO TÉRMICA....................................................................................................................................................................379
CALOR LATENTE.............................................................................................................................................................................................382
TERMODINÂMICA...........................................................................................................................................................................384
LEIS DA TERMODINÂMICA..........................................................................................................................................................................386
CICLO DE CARNOT..........................................................................................................................................................................................390
DEGRADAÇÃO DA ENERGIA.......................................................................................................................................................................390
ONDULATÓRIA.................................................................................................................................................................................392
PULSO E ONDAS..............................................................................................................................................................................................396
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ONDAS PERIÓDICAS......................................................................................................................................................................................398
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FENÔMENOS ONDULATÓRIOS..................................................................................................................................................................399
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REFLEXÃO........................................................................................................................................................................................................400
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ESPELHOS.........................................................................................................................................................................................................401
REFRAÇÃO........................................................................................................................................................................................406
REFLEXÃO TOTAL..........................................................................................................................................................................................408
LENTES.............................................................................................................................................................................................................. 409
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FENÔMENOS ELÉTRICOS........................................................................................................................................................... 415
CORRENTE ELÉTRICA....................................................................................................................................................................................417
CONDUTORES E ISOLANTES......................................................................................................................................................................419
LEI DE GAUSS...................................................................................................................................................................................................422
CIRCUITOS..........................................................................................................................................................................................426
LEI DE OHM.......................................................................................................................................................................................................426
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ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES..................................................................................................................................................................426
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POTÊNCIA ELÉTRICA.....................................................................................................................................................................................427
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CAPACIDADE ELÉTRICA...............................................................................................................................................................................427
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ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES..............................................................................................................................................................428
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GERADORES E RECEPTORES...................................................................................................................................................................428
ASSOCIAÇÃO DE GERADORES.................................................................................................................................................................428
MEDIDORES ELÉTRICOS..............................................................................................................................................................................429
MAGNETISMO..................................................................................................................................................................................430
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CAMPO MAGNÉTICO...................................................................................................................................................................................... 431
ELETROÍMA.......................................................................................................................................................................................................434
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA..................................................................................................................................................................436
LEI DE FARADAY-LENZ................................................................................................................................................................................436
TRANSFORMADORES....................................................................................................................................................................................437
FÍSICA MODERNA...........................................................................................................................................................................439
QUÍMICA..................................................................................................................... 447
QUÍMICA GERAL ............................................................................................................................................................................447
BIOLOGIA.................................................................................................................... 483
CITOLOGIA ........................................................................................................................................................................................483
NÚCLEO ............................................................................................................................................................................................................485
DIVISÃO CELULAR.........................................................................................................................................................................................486
BIOQUÍMICA......................................................................................................................................................................................487
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CARIÓTIPO E DETERMINAÇÃO DO SEXO ..............................................................................................................................................499
HERANÇA SEXUAL.........................................................................................................................................................................................499
EVOLUÇÃO.........................................................................................................................................................................................502
ESPECIAÇÃO ...................................................................................................................................................................................................504
SELEÇÃO ARTIFICIAL E SEU IMPACTO SOBRE AMBIENTES NATURAIS E SOBRE POPULAÇÕES HUMANAS ...... 504
EVOLUÇÃO HUMANA....................................................................................................................................................................................504
FUNÇÕES VITAIS DOS SERES VIVOS E SUA RELAÇÃO COM A ADAPTAÇÃO DESSES ORGANISMOS
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EMBRIOLOGIA ...................................................................................................................................................................................511
GAMETOGÊNESE.............................................................................................................................................................................................. 511
ORGANOGÊNESE ............................................................................................................................................................................................512
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DIFERENCIAÇÃO CELULAR........................................................................................................................................................513
HISTOLOGIA ......................................................................................................................................................................................514
ANIMAL ..............................................................................................................................................................................................................514
TECIDO CONJUNTIVO.....................................................................................................................................................................................516
VEGETAL..............................................................................................................................................................................................................519
IMUNOLOGIA .....................................................................................................................................................................................531
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TRANSPLANTES.............................................................................................................................................................................................532
DOENÇAS AUTOIMUNES..............................................................................................................................................................................532
BIOTECNOLOGIA..............................................................................................................................................................................532
CÉLULAS TRONCO..........................................................................................................................................................................................533
CLONAGEM........................................................................................................................................................................................................533
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ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGMS)............................................................................................................. 534
TRANSGÊNICOS..............................................................................................................................................................................................534
DNA RECOMBINANTE..................................................................................................................................................................................534
TERAPIA GÊNICA............................................................................................................................................................................................534
BIOTECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE..............................................................................................................................................536
TEIA ALIMENTAR............................................................................................................................................................................................539
BIODIVERSIDADE........................................................................................................................................................................................... 542
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE...................................................................................................................................................545
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PROBLEMAS AMBIENTAIS.........................................................................................................................................................................545
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INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS.............................................................................................................. 549
OBESIDADE....................................................................................................................................................................................................... 551
REDAÇÃO................................................................................................................... 553
REDAÇÃO....................................................................................................................555
REDAÇÃO DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA................................................................................................................... 555
A LINGUAGEM FORMAL...............................................................................................................................................................................556
REVISÃO DA ESCRITA...................................................................................................................................................................................572
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jovens chamam de penal o estojo escolar para
guardar canetas e lápis; no Nordeste, é comum
usarem a palavra cheiro para representar um
carinho feito em alguém, o que em outras regiões
LÍNGUA PORTUGUESA
se chamaria de beijinho. Macaxeira, no Norte e no
Nordeste, é a mandioca ou o aipim. Denominamos
essa variação de variação diatópica lexical, já
que lexical está relacionado a vocabulário;
Variação diastrática ou sociocultural: a variação
diastrática, como também ocorre com a diatópica,
USO DA LINGUAGEM
pode ser fonética, lexical e sintática, dependen-
do do que seja modificado na fala do indivíduo:
NORMA CULTA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
falar “adevogado”, “pineu”, “bicicreta”, são exem-
plos de variações diastráticas fonéticas. Usar
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela
“presunto” no lugar de corpo de pessoa assassi-
pode ser considerada um conjunto de dialetos. De for-
nada é variação diastrática lexical. E falar “hou-
ma sintética, podemos dividir o português brasileiro
veram menas percas” no lugar de “houve menos
de duas formas: padrão formal e padrão informal, e
perdas” é variação diastrática sintática;
cada um desses tipos apresenta suas peculiaridades e
Variação diafásica ou estilística: a variação
espécies derivadas. Vejamos.
diafásica, como ocorre com a diatópica e com a
diastrática, pode ser também fonética, lexical
Padrão Formal
e sintática, dependendo da liberdade de que o
indivíduo tenha se apossado. Dizer “veio”, com o
z Norma Culta: a norma culta da língua portuguesa e aberto, não porque more em determinado lugar
é estabelecida pelos padrões definidos conforme nem porque todos de sua camada social usem, é
a classe social mais abastada, detentora de poder usar a variação diafásica fonética. Um padre,
político, intelectual e cultural. As pessoas cujo em um momento de descontração, brincando
padrão social lhes permite gozar de privilégios na com alguém, dizer “presunto” para representar
sociedade têm o poder de ditar, inclusive, as regras o “corpo de pessoa assassinada”, usa a variação
da língua, direcionando o que é considerado per- diafásica lexical. E, finalmente, um advogado
mitido e aquilo que não é; dizer “encontrei ele”, também num momento de
z Norma Padrão: a norma padrão diz respeito às descontração, no lugar de “encontrei-o” é usar a
regras organizadas nas gramáticas, estabelecendo variação diafásica sintática;
um conjunto de regras e preceitos que devem ser res-
peitados na utilização da língua. Tal norma apresenta
um caráter mais abstrato, tendo em vista que tam- VARIAÇÃO DIAFÁSICA
bém considera fatores sociais, como a norma culta;
z Língua Formal: a língua formal não está, diretamen- Mudança no som, como veio [pronúncia
te, associada a padrões sociais. Embora saibamos que Diafásica com E aberto] e more [pronúncia com
a influência social exerce grande poder na língua, a Fonética E fechado, assemelhando-se quase a
4
pronúncia de i]
-2
Lexical
e expressões lexicais diferentes
.8
Padrão Informal
18
ou semântico) que apresenta formas informais no Variação diacrônica: diz respeito à mudança
gi
de se comunicar. Tais formas não são reconhecidas exemplos comuns, como as palavras Pharmácia
pela norma formal e, por isso, são chamadas de regis-
gi
e impessoal, que pode ser entendida pelo leitor em um Exemplo: “Eu sou professora; minha amiga,
.7
Função Fática
18
lho a outra.”;
-0
(Vinícius de Moraes);
gi
Exemplo: “É o pau, é a pedra, é o fim do caminho Exemplo: “Vossa Excelência é falso.” — o pronome de
É um resto de toco, é um pouco sozinho tratamento certamente se refere a alguma autoridade do
É um caco de vidro, é a vida, é o sol sexo masculino (deputado, prefeito, vereador etc.);
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol.” (Tom
Jobim); Silepse de Número: há uma discordância entre
“Quando não tinha nada eu quis o verbo e o sujeito da oração quando ele expres-
Quando tudo era ausência, esperei sa uma ideia de coletividade. Nesse caso, o verbo
Quando tive frio, tremi concorda com a ideia que nele está contida.
Quando tive coragem, liguei.” (Daniela Mercury);
Exemplo: “A turma era barulhenta, falavam alto.”
z Aliteração: é um recurso sonoro que consiste na — falavam concorda com alunos;
repetição de sons consonantais para intensificar a
rima e o ritmo. Silepse de Pessoa: há uma discordância entre o
verbo e a pessoa do discurso expressa pelo sujei-
Exemplo: “Chove chuva choverando.” (Oswald de to da oração. Geralmente, o emissor se inclui no
4
p. plural.
-0
Ex.: “A pálida lágrima de Flávia.” — repetição da belece nenhuma ligação sintática com os demais.
ar
vogal a;
lm
“Amo muito tudo isso.” — repetição do som da Exemplo: “Meu vizinho, ouvi dizer que está muito
gi
vogal u; doente.”.
ou pessoas a partir de uma percepção aproximada As figuras de palavras estão associadas ao significado
da realidade. das palavras. Elas se caracterizam por apresentar uma
substituição ou transposição do sentido real da palavra
Exemplo: “O tic tac do relógio me deixava mais para assumir um sentido figurado construído dentro de
angustiado na prova.”; um contexto. A substituição de uma palavra por outra
“Psiiiiiu! — Falou o professor no momento da pode acontecer por uma relação muito próxima (contigui-
reunião.”; dade) ou por uma comparação/analogia (similaridade).
z Hipérbato ou inversão: caracteriza-se pela inver- z Comparação: analogia explícita entre dois termos. A
são proposital da ordem direta dos termos da ora- principal diferença entre a comparação e a metáfo-
ção. Essa inversão confere maior efeito estilístico ra, que é outro tipo de relação de semelhança, é que
na construção do enunciado. a comparação se estabelece com o uso de conectivos. 33
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Exemplo: “Minha boca é como um túmulo.”; A marca pelo produto:
“A menina é como um doce.”;
“Seu sorriso é tal qual um raio de sol numa manhã Exemplo: “Minha filha pediu uma Melissa de
nublada.”; aniversário.” — Minha filha pediu uma sandália de
aniversário;
z Metáfora: consiste em usar uma palavra ou
expressão em lugar da outra, em razão de algumas Singular pelo plural:
semelhanças (analogia) conceituais. É recurso que
está associado ao emprego da palavra fora do seu Exemplo: “O cidadão deve cumprir seus deveres
sentido normal. legais.” — Os cidadãos devem cumprir seus deveres
legais;
Exemplo: “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada
mais.” (Carlos Drummond de Andrade); O concreto pelo abstrato:
“Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fer-
nando Pessoa); Exemplo: “A juventude está cada vez mais ansio-
Observe2: sa.” — Os jovens estão cada vez mais ansiosos;
FOI UM
CANDIDATO A causa pelo efeito:
O QUE FOI “FICHA SUJA”
ISSO, HOMEM? QUE ME
ABRAÇOU... Exemplo: “Comprei a casa com o meu suor.” —
Comprei a casa com o meu trabalho;
Exemplo: “O brasileiro trabalha muito para garan- sinédoque, a relação que se estabelece entre os ter-
tir o pão aos filhos.” — O brasileiro trabalha muito mos é quantitativa, ou seja, quando se amplia ou
para garantir alimento aos filhos; se reduz a significação das palavras. Estas relações
entre os termos são basicamente as seguintes: par-
O autor pela obra: te pelo todo, singular pelo plural, gênero pela espé-
cie, particular pelo geral (ou vice-versa).
Exemplo: “Os leitores de Machado de Assis são
cultos.” — Os leitores da obra de Machado de Assis Exemplo: “O homem é um ser mortal.” — os
são cultos; homens;
“É preciso pensar na criança.” — nas crianças;
O continente pelo conteúdo:
z Antonomásia ou perífrase: a antonomásia é uma
Exemplo: “A menina bebeu a jarra de suco intei- figura que consiste na substituição de um nome
ra.” — A menina bebeu todo o suco da jarra; próprio (de pessoa) por uma expressão que lhe
34 2 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 06 fev. 2023.
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confere alguma característica ou atributo que o z Eufemismo: consiste no emprego de uma palavra
distingue (epíteto). É a substituição de um nome ou expressão que serve para amenizar ou suavi-
por outro, o que pode configurar uma espécie de zar uma informação desagradável ou fatídica. É
apelido para o ser designado. um recurso essencial para validar a polidez nas
relações sociais.
Exemplo: “O poeta dos escravos é autor do céle-
bre poema ‘O navio negreiro’.” — Castro Alves; Exemplo: “Suzanna é uma mulher desprovida de
“Este aeroporto tem o nome do pai da aviação.” — beleza.” — feia;
Santos Dumont; “Aquele pobre homem entregou a alma a Deus.”
Observação: a antonomásia é uma espécie de — morreu;
perífrase. A diferença é que esta designa um ser (coi-
sas, animais ou lugares) por meio de características, z Hipérbole: consiste no uso de expressões inten-
atributos ou um fato que o celebrizou. cionalmente exageradas para dar maior ênfase à
Exemplo: “Fomos ao zoológico ver o rei da selva.” mensagem expressa pelo emissor.
— leão;
“Adoraria conhecer a cidade luz.” — Paris; Exemplo: “Amor da minha vida, daqui até a
“Qualquer dúvida consulte o pai dos burros.” eternidade
— dicionário; Nossos destinos foram traçados na maternidade”
— Cazuza;
“Por você eu dançaria tango no teto,
z Sinestesia: consiste no recurso que engloba um
Eu limparia os trilhos do metrô,
conjunto de percepções e sensações interligadas
Eu iria a pé do Rio a Salvador…” — Frejat;
aos processos sensoriais provenientes de diferen-
tes sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato).
z Litotes: afirmação que é considerada mais bran-
Na sinestesia, a percepção ou sensação de um sen-
da e é dada por meio da negação do contrário. É o
tido é atribuída a outro.
oposto da hipérbole.
Exemplo: “As falas sentidas, que os olhos falavam.”
Exemplo: “Este lugar não é tão ruim.”
— Casimiro de Abreu; “Aquele garoto não é nada bobo.”;
“E o pão preserve aquele branco sabor de alvora-
da.” — Ferreira Gullar.
z Ironia: decorre da expressão de ideias, pensamen-
tos e julgamentos com o sentido contrário do que
Figuras de Pensamento se diz. A ironia tem como objetivo satirizar uma
situação desagradável ou depreciar alguém pelo
Constitui um processo expressivo que enfatiza o seu comportamento.
aspecto semântico da linguagem. As figuras de pensa-
mento introduzem uma ideia diferente daquela que a Exemplo: “Marcela amou-me durante quinze
palavra, em seu sentido real, exprime. meses e onze contos de réis...” — Machado de Assis.
“Parece um anjinho, briga com todos.”;
z Antítese: fundamenta-se no emprego de conceitos
que se opõem e que podem ocorrer de maneira z Gradação: atribui a apresentação de ideias sinô-
4
-2
simultânea numa mesma oração. Na antítese, os nimas (ou não) numa escala progressiva de maior
13
relacionados a referentes distintos. oração são frutos de uma hierarquia e podem ser
28
Vinícius de Moraes; Exemplo: “Mais dez, mais cem, mais mil e mais um
-0
“O mito não é nada que é tudo.” — Fernando bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” —
Pessoa; Machado de Assis;
ar
inanimados. É uma figura muito usada em textos alguma coisa personificada. Essa figura de lingua-
gi
literários, como fábulas e apólogos. gem realiza-se por meio de um vocativo. A após-
trofe é um recurso estilístico muito utilizado na
Exemplo: “O cravo brigou com a rosa debaixo de linguagem informal (cotidiana), nos textos religio-
sos, políticos e poéticos.
LÍNGUA PORTUGUESA
— Me disseram ...
-2
— Lhe digo?
lm
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver”; — Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. [...]
Você mora no meu coração.
gi
— O quê?
gi
— O mato.
EXERCÍCIOS COMENTADOS — Que mato?
— Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te.
1. (ENEM — 2022) Ouviu bem? Pois esqueça-o e para-te. Pronome no
lugar certo é elitismo!
TEXTO I — Se você prefere falar errado...
— Falo como tudo mundo fala. O importante é me enten-
A língua não é uma nomenclatura, que se apõe a uma derem ou é entenderem-me?
realidade pré-categorizada, ela é que classifica a reali-
dade. No léxico, percebe-se, de maneira mais imedia- VERÍSSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
ta, o fato de que a língua condensa as experiências de Objetiva, 2001 (adaptado)
um dado povo.
36
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Nesse texto, o uso da norma-padrão defendido por um 4. (ENEM — 2022)
dos personagens torna-se inadequado em razão do(a)
Assentamento
a) Falta de compreensão causada pelo choque entre
gerações. Zanza daqui
b) Contexto de comunicação em que a conversa se dá. Zanza pra acolá
c) Grau de polidez distinto entre os interlocutores. Fim de feira, periferia afora
d) Diferença de escolaridade entre os falantes. A cidade não mora mais em mim
e) Nível social dos participantes da situação. Francisco, Serafim
Vamos embora
Há uma inadequação da exigência do uso da norma- Ver o capim
-padrão em um contexto que é informal, corriqueiro. Ver o baobá
Resposta: Letra C. Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
3. (ENEM — 2022) Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
As línguas silenciadas do Brasil Quando eu morrer
Cansado de guerra
Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa Morro de bem
Pataxó, de 29 anos, precisou estudar os fatores que, por Com a minha terra:
diversas vezes, quase provocaram a extinção da língua Cana, caqui
patxôhã. Mergulhou na história do Brasil e descobriu Inhame, abóbora
fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados Onde só vento se semeava outrora
a abandonar a própria língua para escapar da persegui- Amplidão, nação, sertão sem fim
ção. “Os pataxós se espalharam, principalmente, depois Ó Manuel, Miguilim
do Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gen- Vamos embora
te das nossas terras. Isso constrange o nosso povo até
hoje”, conta Txaywa, estudante da Universidade Federal BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998 (fragmento).
de Minas Gerais e professor na aldeia Barra Velha, região
de Porto Seguro (BA). Mais de quatro décadas depois, Nesse texto, predomina a função poética da lingua-
membros da etnia retornaram ao antigo local e iniciaram gem. Entretanto, a função emotiva pode ser identifica-
um movimento de recuperação da língua patxôhã. Os da no verso:
filhos de Sameary Pataxó já são fluentes — e ela, que se
mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta apren- a) “Zanza pra acolá”.
der um pouco com eles. “É a nossa identidade. Você diz b) “Fim de feira, periferia afora”.
quem você é por meio da sua língua”, afirma a professora c) “A cidade não mora mais em mim”.
de ensino fundamental sobre a importância de restaurar d) “Onde só vento se semeava outrora”.
a língua dos pataxós. O patxôhã está entre as línguas e) “Ó Manuel, Miguilim”
indígenas faladas no Brasil: o IBGE estimou 274 línguas
4
no último censo. A publicação Povos indígenas no Bra- Nessa questão, é preciso recordar que a função
-2
sil 2011/2016, do Instituto Socioambiental, calcula 160. emotiva tem como objetivo transmitir sentimentos,
13
Antes da chegada dos portugueses, elas totalizavam emoções. Sendo assim, é possível observar que no
.7
Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2019 não pertencimento. Resposta: Letra C.
18
(adaptado).
-0
O movimento de recuperação da língua patxôhã assu- sões idiomáticas transmitidas pela cultura regional
lm
me um caráter identitário peculiar na medida em que possuem autores anônimos, no entanto, algumas delas
gi
d) estimula o retorno de povos indígenas a suas terras de da superação e resistência, ou mesmo uma associação
origem. com o diabo. Assim, com o passar dos anos, passou-se
e) aumenta o número de línguas indígenas faladas no a utilizar tal expressão para denominar qualquer indi-
Brasil. víduo que se mostre corajoso, ou mesmo insolente, já
que a expressão pode ter caráter positivo ou negativo.
Como comentamos na questão anterior, a língua Aliás, quem já não ficou de “nhe- -nhe-nhém” por aí? O
está entrelaçada às experiências, à história e, con- termo, que normalmente tem significado de conversa
sequentemente, à memória de uma sociedade. Nesse interminável, monótona ou resmungo, tem origem no
sentido, se uma língua resiste, ela preserva memó- tupi-guarani e “nhém” significa “falar”.
ria; em contrapartida, se ela se desfaz, memórias
também são desfeitas. Resposta: Letra B. Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso em: 13
dez. 2017.
37
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A leitura do texto permite ao leitor entrar em contato portuguesa para a formação de novas palavras, como:
com blogueiro (blogger), deletar (delete); já algumas pala-
vras ganham novos morfemas e, consequentemente,
a) registros do inventário do português brasileiro. novas acepções nas redes sociais como biscoiteiro,
b) justificativas da variedade linguística do país. termo usado para se referir a pessoas que buscam
c) influências da fala do nordestino no uso da língua. receber elogios nesse ambiente.
d) explorações do falar de um grupo social específico. As peças do quebra-cabeça que formam as pala-
e) representações da mudança linguística do português. vras da língua portuguesa possuem os seguintes
nomes: radical, desinência, vogal temática, afixos,
Ao longo do texto, o autor destaca algumas expres- consoantes e vogais de ligação.
sões brasileiras como “cabra da peste” e “nhe-nhe-
-nhém”. Por isso, a resposta mais adequada é a que Radical
destaca os registros do inventário do português bra-
sileiro. Resposta: Letra A. O radical, também chamado de semantema, é o
núcleo da palavra, pois é o detentor do sentido ao qual
se anexam os demais morfemas, criando as palavras
derivadas. Devido a essa importante característica, o
radical é também conhecido como morfema lexical,
MORFOLOGIA pois se trata da significação própria dos vocábulos,
designando a sua natureza lexical, ou seja, o seu senti-
No dia a dia, usamos unidades comunicativas do propriamente dito.
para estabelecer diálogos e contatos, formando enun- Alguns exemplos de radicais:
ciados. Essas unidades comunicativas chamamos de Pastel — pastelaria — pasteleiro;
palavras. Elas surgem da necessidade de comunica- Pedra — pedreiro — pedregulho;
ção e os processos de formação para sua construção Terra — aterrado — enterrado — terreiro.
são conhecidos da nossa competência linguística, Atenção! Palavras da mesma família etimológica,
pois, como falantes da língua, ainda que não saibamos ou seja, que apresentam o mesmo radical e guardam
o significado de antever, podemos inferir que esse o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas
termo tem relação com o ato de ver antecipadamente, como cognatas.
dado o uso do prefixo antes do verbo “ver”.
Reconhecer os processos que auxiliam na formação Afixos ou Morfemas Derivacionais
de novas palavras é essencial para o estudante da língua.
Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nos- A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha
so cérebro, que identifica os prefixos, sufixos e palavras outras formas e sentidos pelos morfemas derivacio-
novas que podem ser criadas a partir da estrutura da lín- nais, que são chamados assim pois auxiliam no pro-
gua, e, não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendi- cesso de criação de palavras a partir da derivação, ou
dos com o uso inédito de algum termo. seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo vocábulos.
contexto é apropriado para o uso de novas estruturas Vale notar que algumas bancas denominam os afi-
vocabulares, por isso, neste capítulo, estudaremos os
4
xos de infixos.
-2
dessas novas constituições, focando nesse conteúdo, morfológicas que se anexam ao radical das palavras e
.7
sempre cobrado pelas bancas mais exigentes. auxiliam o processo de formação de novos vocábulos.
28
Tema
18
Uxor Esposa Uxoricida esperamos ter deixado claro que nem toda palavra irá
gi
Vermi Verme Vermífugo que não apresentem vogal temática também não irão
lm
possuir tema.
Voro Que come Carnívoro
gi
3 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas, sua marcação é feita com a presença do numeral 0 (zero). 39
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z tecn - O - cracia; Derivação Sufixal
z pe - Z - inho;
z cafe - T- eira; De maneira comparativa, podemos supor que a for-
z pau - L - ada; mação de palavras por derivação sufixal se refere ao
acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
z cha - L - eira;
z inset - I - cida; z Lealdade: sufixo -dade;
z pobre - T- ão; z Francesa: sufixo -esa;
z paris - I - ense; z Belíssimo: sufixo -íssimo;
z gira - S - sol; z Inquietude: sufixo -tude;
z legal - I - dade. z Sofrimento: sufixo -mento;
z Harmonizar: sufixo -izar;
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS z Gentileza: sufixo -eza;
z Lotação: sufixo -ção;
A partir do conhecimento dos morfemas, que auxi- z Assessoria: sufixo -ria.
liam o processo de ampliação das palavras da língua,
Derivação Prefixal e Sufixal
podemos iniciar o estudo sobre os processos de for-
mação de palavras. Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto
Na língua portuguesa, as palavras são criadas a um sufixo quanto um prefixo. Vejamos alguns casos:
partir de dois processos básicos que apresentam clas-
ses específicas. O mapa mental abaixo organiza bem z inquietude (prefiro in- com sufixo -tude);
esse processo: z infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente);
z ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem);
z reconsideração (prefixo -re com sufixo -ção).
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO Derivação Parassintética
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
-2
Derivação Regressiva
13
são classificadas a partir de seis categorias: Já na derivação regressiva, a nova palavra será
28
z imprópria ou conversão.
ar
lm
arco-íris;
13
bem-me-quer;
28
cavalo-marinho;
18
guarda-roupa;
ar
peixe-espada;
gi
passatempo;
lm
imprecisos.
cordância com palavras femininas é inaceitável pela
-0
gramática.
z Artigos definidos: o, os; a, as;
ar
à; de + a = da.
Toda palavra determinada por um artigo se torna A forma 14, por extenso, apresenta duas formas
um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc. aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.
NUMERAIS
SUBSTANTIVOS
São as palavras que se relacionam diretamente
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
com o substantivo, inferindo ideia de quantidade ou
característica básica dessa classe é admitir um deter-
posição.
minante, como artigo, pronome etc. Os substantivos
Os numerais podem ser:
flexionam-se em gênero, número e grau.
z Cardinais: indicam quantidade em si. Tipos de Substantivos
Ex.: dois potes de sorvete; zero coisas a comprar; Os substantivos admitem nove tipos de classifica-
42 ambos os meninos eram bons em português; ções diferentes. São eles:
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z Simples: formados a partir de um único radical. Outros substantivos, por outro lado, modificam o
Ex.: vento, escola; radical para designar formas diferentes no masculino
z Composto: formados pelo processo de justaposi- e no feminino, estes são chamados de substantivos
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; heteroformes:
z Primitivo: possibilitam a formação de um novo
substantivo. Ex.: pedra, dente; Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.
z Derivado: são formados a partir de substantivos
primitivos. Ex.: pedreiro (pedra), dentista (dente), Gênero e Significação
florista (flor);
É importante salientar que alguns substantivos
z Concreto: designam seres com independência
uniformes podem aparecer com marcação de gênero
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde-
diferente, ocasionando uma modificação no sentido,
pendente da sua conotação espiritual ou real. Ex.:
veja, por exemplo:
Deus, fada, carro;
z Abstrato: indica estado, sentimento, ação, quali-
z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
dade. Ex.: coragem, Liberalismo;
z O testemunho: relato de experiência, associado a
z Comum: designam todos os seres de uma espécie.
religiões.
Ex.: homem, cidade;
z Próprio: designam uma determinada espécie, atri- Algumas formas substantivas mantêm o radical e a
buindo-lhe nome. Ex.: Maria, Fortaleza; pequena alteração do gênero interfere no significado:
z Coletivo: usados no singular, designam um con-
junto de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca, z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
manada. z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
É importante destacar que a classificação de um
substantivo depende do contexto em que ele está inse- Além disso, algumas palavras na língua apresen-
rido. Veja: tam dificuldade quanto à identificação do gênero, pois
Judas foi um apóstolo (Judas = Próprio). são usadas em contextos informais com gêneros dife-
O amigo se mostrou um judas (judas = traidor/ rentes. É o caso de: a alface; a cal; a derme; a libido; a
comum). gênese; a omoplata / o guaraná; o catolicismo; o formi-
cida; o telefonema; o trema.
Flexão de Gênero
Algumas formas que não apresentam, necessaria-
Os gêneros do substantivo são masculinos e femi- mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
ninos. Porém, alguns admitem apenas uma forma masculino quanto no feminino: o personagem / a per-
para os dois gêneros, são, por isso, chamados de uni- sonagem; o laringe / a laringe; o xerox / a xerox.
formes. Os substantivos uniformes podem ser:
4
-2
Flexão de Número
13
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o Os substantivos flexionados em número, de maneira
28
pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente geral, recebem o acréscimo do morfema -s: casa/casas,
.8
pequenina, papelucho.
z noite de inverno / hibernal ou invernal.
.8
18
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
gi
vras, podendo assumir um valor: apresentar valor de posse. Ex.: viu o crime pela aber-
ar
quanto:
18
Ex.: O amor é mais suficiente do que o dinheiro; recém-formados; adjetivo + adjetivo, como em
lm
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos,
os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
Os grandes cientistas da gramática da língua portuguesa apresentam uma lista cansativa com as funções dos
advérbios, porém, decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na
resolução de questões de vestibulares.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas por um advérbio e, a partir delas,
consiga interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou outro advérbio, por isso, para identificar com mais proprie-
dade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Quando? Por quê?
As respostas sempre indicarão circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou ora-
ções adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa); com sua família (companhia); em casa (lugar); envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade); ontem (tempo); com garfo e faca (instrumento); às claras (modo).
Locuções Adverbiais
As locuções adverbiais, como já mostramos anteriormente, são bem semelhantes às locuções adjetivas. É
importante saber que as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.
Nesse exemplo, o termo destacado é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inverter-
mos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: colapso foi ameaçado
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
4
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como “Característica da nação”, o termo destacado não
-2
terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
13
Nação foi característica*: essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
.7
passiva em termos com função de posse, que é o caso das locuções adjetivas, tornando tal estrutura agramatical,
28
Se liga!
ar
lm
Com essa dica você será capaz de diferenciar as locuções mencionadas anteriormente. Ademais, buscamos
gi
desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso dispensar tempo decorando listas de locuções adverbiais.
Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
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De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome, exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Obs.: as formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
–
GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
–
Muito Muitíssimo – Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo –
menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é, como vimos, uma classe de palavras variável, porém, quando se refere a um verbo, ele se torna
invariável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza qual a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural. Caso a
palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
4
Palavras Denotativas
18
-0
São termos que apresentam semelhança aos advérbios. Em alguns casos, são até classificados como tal, mas
ar
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
gi
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma ser
+ que (é que). A principal característica dessas palavras é que podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático
ou semântico na frase. Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
O adjunto adverbial deve sempre vir posicionado após o verbo ou complemento verbal, e, caso venha desloca-
do, em geral, separamos por vírgulas.
Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. 47
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PRONOMES Importante reforçar que não devemos usar prono-
mes do caso reto como objeto ou complemento ver-
Pronomes são palavras que representam ou acom- bal, como em: “mate ele”. Contudo, o gramático Celso
panham um termo substantivo. Dessa forma, a função Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
dos pronomes é substituir ou determinar uma palavra. caso reto como complemento verbal, desde que ante-
Os pronomes indicam: pessoas, relações de posse, indefi- cedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou
nição, quantidade, localização no tempo, no espaço e no “numeral”. Ex.: Encontrei todos eles na festa; Encon-
meio textual, entre tantas outras funções. trei apenas ela na festa.
Destacamos, ainda, que os pronomes exercem papel Atenção! Após a preposição “entre”, em estrutu-
importante na análise sintática e também na interpreta- ra de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblí-
ção textual, pois colaboram para a complementação de quos tônicos. Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
sentido de termos essenciais da oração, além de estrutu-
rar a organização textual, contribuindo para a coesão e Pronomes de Tratamento
também para a coerência de um texto.
Os pronomes de tratamento são formas que expres-
Pronomes Pessoais sam uma hierarquia social institucionalizada linguis-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento
Os pronomes pessoais designam as pessoas do dis- apresentam algumas peculiaridades importantes:
curso, algumas informações relevantes sobre esses
pronomes são: z Vossa: designa a pessoa a quem se fala, relativo à
2ª pessoa, apesar disso, os verbos relacionados a
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa
PRONOMES PRONOMES do singular. Ex.: Vossa excelência deve conhecer a
PESSOAS DO CASO DO CASO Constituição;
RETO OBLÍQUO z Sua: designa a pessoa de quem se fala, relativo à 3ª
1ª pessoa do Me, mim, pessoa. Ex.: Sua excelência, o presidente do Supremo
EU Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
singular comigo
ELES/ELAS designam:
-2
substituir o sujeito. Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito. z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
.8
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcio- z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo
18
nar como complemento verbal ou adjunto. Ex.: Eu a vi e das Forças Armadas, membros do alto escalão;
-0
com o namorado; Maura saiu comigo. z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus
ar
respectivos femininos;
lm
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento
lm
lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por pre- cerimonioso a comerciantes importantes;
gi
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele). z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.):
Devemos lembrar que todos os pronomes pessoais bispos.
são pronomes substantivos. Além disso, é importante
saber que EU e TU não podem ser regidos por preposição É importante mencionar que os tópicos acima
e que os pronomes ELE(s), ELA(s), NÓS e VÓS podem ser fazem referência a pronomes de tratamento e suas
retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem. respectivas designações sociais, conforme indica o
Os pronomes oblíquos tônicos são pronunciados Manual de Redação oficial da Presidência da Repú-
com força e precedidos de preposição. Costumam ter blica. Portanto, essas designações devem ser seguidas
função de complemento: com atenção, quando o gênero textual abordado for
um gênero oficial.
z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco
Sobre o uso das abreviaturas das formas de trata-
(plural);
mento, é importante destacar que o plural de algumas
z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. /
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s),
VV. MM.; V. A. / VV. AA.
ela(s).
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Porém, na maioria das abreviaturas terminadas z Referência ao tempo presente.
com a letra a, por exemplo, o plural é feito com o
Ex.: Esta semana começarei a dieta;
acréscimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V. Emas.
Neste mês, pagarei a última prestação da casa.
Importante! O tratamento adequado a Juízes de z Referência ao espaço textual.
Direito é Meritíssimo Juiz. O tratamento dispensado ao
Presidente da República nunca deve ser abreviado. Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping, esta pro-
curava um presente para o marido (o pronome
Pronomes Indefinidos refere-se ao último termo mencionado).
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de Usamos esse, essa, isso para indicar:
maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem
mento de algo de quem fala.
variar e podem ser invariáveis, veja:
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
z Variáveis: algum, alguma / alguns, algumas;
nenhum, nenhuma / nenhuns, nenhumas; todo, z Distância que se deseja manter.
toda/ todos, todas; outro, outra / outros, outras;
Ex.: Não me fale mais nisso;
muito, muita / muitos, muitas; tanto, tanta / tantos,
A população não confia nesses políticos.
tantas; quanto, quanta / quantos, quantas; pouco,
pouca / poucos, poucas etc.; z Referência ao tempo passado.
z Invariáveis: alguém; ninguém; tudo; outrem;
nada; cada; quem; menos; mais; que. Ex.: Nessa semana, eu estava doente;
Esses dias estive em São Paulo.
As palavras certo e bastante serão pronomes
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
serão adjetivos quando vierem depois. Ex.: Busco cer- Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter
to modelo de carro (Pronome indefinido) / Busco o falado sobre isso;
modelo de carro certo (adjetivo). Sinto uma energia negativa nessa sua expressão.
A palavra bastante é, geralmente, confundida com
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:
advérbio ou adjetivo, por isso, fique atento:
z Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- to de quem fala e de quem ouve.
te ao termo “muito”. Ex.: Elas são bastante famosas;
4
-2
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
13
muito distante.
.8
bancos aumentaram os juros. Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
-0
tas abertas;
ar
eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual. z Referência ao espaço textual, indicando o primeiro
termo de uma relação expositiva.
z 1ª pessoa: este, estes / esta, estas;
LÍNGUA PORTUGUESA
z 2ª pessoa: esse, esses / essa, essas; Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz, esta prefe-
z 3ª pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas; riu beber chá, aquela, refrigerante.
z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
No que se refere ao emprego dos pronomes relati- Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
vos, é interessante ressaltar os seguintes critérios: Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
mindo as formas aonde e donde.
z Pronome relativo “que” Ex.: Irei aonde você for.
O relativo onde pode ser empregado sem antecedente.
O emprego do pronome relativo que pode ser asso- Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
ciado a pessoas, coisas ou objetos.
z Pronome relativo “o qual”
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu;
O pronome relativo o qual e suas variações (os
O cachorro que estava doente morreu;
quais, a qual, as quais) são usados em substituição a
A caneta que emprestei nunca recebi de volta. outros pronomes relativos, sobretudo o “que”, a fim
Em alguns casos, há a omissão do antecedente do de evitar fenômenos linguísticos, como “queísmo”.
relativo que:
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
guém se lembra.
z Pronome relativo “quem”
O pronome o qual pode auxiliar na compreensão
No emprego do relativo quem, seu antecedente textual, desfazendo estruturas ambíguas.
deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Pronomes Interrogativos
4
O pronome relativo quem pode fazer referência a São utilizados para introduzir uma pergunta ao tex-
13
Ex.: Quem cala consente (aquele que cala). Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
28
cedente deve ser um pronome indefinido ou demons- tar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
lm
trativo, além disso, pode sofrer flexões. Os pronomes interrogativos que e quem são pro-
gi
nomes substantivos.
ar
bo. A mesóclise será usada quando os pronomes z Imperativo: o modo imperativo designa ordem,
gi
precisarem ficar no meio dos verbos que estejam convite, conselho, súplica ou pedido.
ar
� Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Os O tempo verbal designa o recorte temporal em que
LÍNGUA PORTUGUESA
casos que atraem o pronome para a ênclise são: a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos
indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou
início de frase ou período;
futuro. Porém, existem ramificações específicas.
Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
z Presente: pode expressar não apenas um fato
imperativo afirmativo; atual, como também uma ação habitual. Ex.:
Estudo todos os dias no mesmo horário.
Ex.: Sente-se, por favor.
Uma ação passada: ex.: Vargas assume o cargo
advérbio virgulado. e instala uma ditadura;
Uma ação futura: ex.: Amanhã estudo mais!
Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante. (Equivalente a estudarei). 51
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z Passado z Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indicativo) +
Pretérito perfeito: ação realizada plenamente verbo principal no particípio. Ex.: tinha passado;
no passado. Ex.: Estudei até ser aprovado; z Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que indicativo) + verbo principal no particípio. Ex.:
pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou terei saído;
durativa. Ex.: Estudava todos os dias; z Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar:
Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal
outra mais antiga. Ex.: Quando notei, a água já no particípio. Ex.: teria estudado.
transbordara da banheira.
Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos
z Futuro (Subjuntivo)
Futuro do presente: indica um fato que deve z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter
ser realizado em um momento vindouro. Ex.: (presente do subjuntivo) + verbo principal particí-
Estudarei bastante ano que vem; pio. Ex.: (que eu) tenha estudado;
Futuro do pretérito: expressa um fato pos- z Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) +
terior em relação a outro fato já passado. Ex.:
verbo principal no particípio. Ex.: (se eu) tivesse
Estudaria muito, se tivesse me planejado.
estudado;
z Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro sim-
A partir dessas informações, podemos identificar,
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.
também, os verbos conjugados nos tempos simples
Ex.: (quando eu) tiver estudado;
e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples
z Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar:
são formados por uma única palavra, ou verbo, con-
ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal
jugado no presente, passado ou futuro; já os tempos no particípio. Ex.: teria estudado.
compostos são formados por dois verbos, um auxiliar
e um principal, nesse caso, o verbo auxiliar é o único Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
a sofrer flexões. Agora, vamos conhecer as desinên-
cias modo-temporais dos tempos simples e compostos, As formas nominais do verbo são as formas infi-
respectivamente: nitivo, particípio e gerúndio, assumidas a depender
do contexto. São chamadas nominais, pois funcionam
Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples como substantivos, adjetivos ou advérbios.
Presente *
-a (2ª e 3ª
13
-sse
imperfeito -ia (2ª e 3ª
lm
Pretérito mais-
-ra *
lm
-que-perfeito
Ex.: Comer eu; Comermos nós; É para aprende-
gi
Ele/Você é Foi
Classificação dos Verbos
Nós somos Fomos
Os verbos são classificados quanto a sua forma Vós sois Fostes
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, Eles/Vocês são Foram
pronominais, reflexivos, impessoais e os auxilia-
res, além das formas nominais. Vamos conhecer as Os verbos ser e ir são irregulares, porém apresen-
particularidades de cada um a seguir: tam uma forma específica de irregularidade, que oca-
siona uma anomalia em sua conjugação, por isso, são
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis classificados como anômalos.
de compreender, pois apresentam regularidade no
uso das desinências, ou seja, as terminações ver- z Abundantes: são formas verbais abundantes os
bais. Da mesma forma, os verbos regulares man- verbos que apresentam mais de uma forma de
têm o paradigma morfológico com o radical, que particípio aceita pela norma culta gramatical.
permanece inalterado. Ex.: verbo cantar. Geralmente, apresentam uma forma de particípio
regular e outra irregular, falaremos disso poste-
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO riormente quando tratarmos das formas nominais
— INDICATIVO — INDICATIVO do verbo. Veja alguns verbos abundantes:
Eu canto Cantei
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
Tu cantas Cantaste INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
Ele/Você canta Cantou Acender Acendido Aceso
Nós cantamos Cantamos Afligir Afligido Aflito
Vós cantais Cantastes Corrigir Corrigido Correto
Eles/Vocês cantam Cantaram Encher Enchido Cheio
re irregularmente, seguindo um paradigma pró- mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
um defeito na conjugação, por isso o nome. São
.7
uma sutil diferença na conjugação do verbo estar defectivos os verbos colorir, precaver, reaver etc.
.8
para não confundir os verbos irregulares com os Esses verbos não são conjugados na primeira pes-
-0
verbos anômalos. Ex.: verbo estar. soa do singular do presente do indicativo. Bem como:
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
ar
— INDICATIVO — INDICATIVO
Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
ar
Tu estás Esteves
z Pronominais: esses verbos apresentam um pro-
Ele/Você está Esteve
nome oblíquo átono integrando sua forma verbal.
LÍNGUA PORTUGUESA
z Impessoais: são verbos que designam fenômenos AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (AmAR,
da natureza, como chover, trovejar, nevar etc. PasseAR);
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (ComER,
o verbo haver com sentido de existir ou marcan- pÔR);
do tempo decorrido também será impessoal. IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (PartIR,
SaIR)
O verbo PÔR corresponde à segunda conjugação,
Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas; pois se origina do verbo poer, o mesmo acontece com
Há dois anos, fui aprovado em concurso público; verbos que deste derivam.
o verbo ser para indicar hora, distância ou data z Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação ver-
bal. Ex.: O policial deteve os bandidos;
concorda com esses elementos;
z Passiva: o sujeito é paciente, sofre a ação verbal.
o verbo fazer também poderá ser impessoal, Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial —
4
Ex.: Faz anos que estudo para concursos; tempo, pois o sujeito pratica e recebe a ação ver-
bal. Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia;
.8
Os verbos impessoais não apresentam sujeito. Sin- z Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mesmo
tempo, porém percebemos que há uma ação com-
-0
Se liga!
gi
O verbo ser será impessoal quando o espaço ções entre sujeito e objeto da voz ativa, abordaremos
lm
sintático ocupado pelo sujeito não estiver preen- melhor desse processo na seção sobre as funções do
“se” em verbos transitivos diretos.
gi
chido: ex.: Já é natal. Segue o mesmo paradigma Só podemos transformar uma frase da voz ativa
do verbo fazer, podendo ser impessoal, o verbo para a voz passiva se o verbo for transitivo direto ou
ir: ex.: Vai uns bons anos que não vejo Mariana. transitivo direto e indireto, logo, só há voz passiva
com a presença do objeto direto.
A voz reflexiva, por sua vez, indica uma ação pra-
z Verbos Auxiliares: os verbos auxiliares são ticada e recebida pelo sujeito ao mesmo tempo, essa
empregados nas formas compostas dos verbos e relação pode ser alcançada com apenas um indivíduo
também nas locuções verbais. Os principais verbos que pratica e sofre a ação.
auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Ex.: O menino se agrediu.
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a
concordância verbal, porém o verbo principal deter- Ou a ação pode ser compartilhada entre dois ou
mina a regência estabelecida na oração. mais indivíduos que praticam e sofrem a ação.
Apresentam forte carga semântica que indica modo
e aspecto da oração. Trataremos mais desse assunto no Ex.: Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
54 tópico verbos auxiliares, no final da gramática. cumprimentaram.
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No último caso, a voz reflexiva é também chamada z Partícula de realce: será partícula de realce o se
de recíproca, por isso, fique atento. que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
Atente-se: não confunda os verbos pronominais no sentido e na compreensão global do texto. A
com as vozes verbais. Os verbos pronominais que partícula de realce não exerce função sintática,
indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar- pois é desnecessária.
-se, dignar-se, entre outros, acompanham um pro-
nome que faz parte integrante do seu significado, Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
diferentemente das vozes verbais que acompanham o
pronome se com função sintática própria. z Conjunção: o se será conjunção condicional,
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
Outras Funções do “Se” se exerce função de conjunção integrante, ape-
nas ligando as orações e poderá ser substituída
Como vimos, o se pode funcionar como item essen- pela conjunção caso.
cial na voz passiva, além dessa função, esse elemento
também acumula outras atribuições, veja: Ex.: Se ele estudar, irá ser aprovado.
ligação. Além disso, o verbo sempre deverá estar na 3ª Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
-2
explícito ou implícito.
lm
Nós Passeamos
gi
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Fazem paradigma com o verbo aderir, mantendo- Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito
-se as mesmas desinências desse verbo, as formas: de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
graças a; junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto
a; a fim de; a respeito de; por meio de; em virtude de.
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Adiro
Tu Aderes Se liga!
Ele/Você Adere Algumas locuções prepositivas apresentam
semelhanças morfológicas, mas significados
Nós Aderimos
completamente diferentes, como:
Vós Aderis A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
Eles/Vocês Aderem jamento inicial. / As decisões do público foram
de encontro à proposta do programa.
PRESENTE — INDICATIVO Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-
tas. / Ao invés de chegar molhado, chegou cedo.5
Eu Ponho
Lembre-se:
Tu Pões � Ao encontro de: indica aproximação; ser
favorável.
Ele/Você Põe � De encontro a: indica oposição.
Nós Pomos � Em vez de: tem como sinônimo “no lugar de”.
� Ao invés: significa “ao contrário de”.
Vós Pondes
São conjugados da mesma forma os verbos: dispor, As preposições podem ser contraídas com outras
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, classes de palavras, veja:
entrepor, supor.
z Preposição + artigo:
PREPOSIÇÕES
a + a, as, o, os: à, às, ao, aos;
Palavras invariáveis que ligam orações ou outras de + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: da, das, do,
palavras. As preposições apresentam funções impor- dos, dum, duns, duma, dumas;
tantes tanto no aspecto semântico quanto no aspecto por + a, as, o, os: pela, pelas, pelo, pelos;
sintático, pois complementam o sentido de verbos e/ em + a, as, o, os, um, uns, uma, umas: na, nas,
ou palavras cujo sentido pode ser alterado sem a pre- no, nos, num, nuns, numa, numas.
sença da preposição, modificando a transitividade
verbal e colaborando para o preenchimento de senti- z Preposição + pronome demonstrativo:
4
do de palavras deverbais4.
-2
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, a + aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo:
13
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- àquele, àqueles, àquela, àquelas, àquilo;
.7
te, por, sem, sob e trás. em + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
28
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas,
.8
18
chamadas, pois pertencem a outras classes grama- aquilo: neste, nesta, nestes, nestas, nisto, nesse,
ticais, mas, ocasionalmente, funcionam como pre- nessa, nesses, nessas, nisso, naquele, naquela,
-0
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, de + este, esta, estes, estas, isto, esse, essa, esses,
lm
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que e vis- essas, isso, aquele, aquela, aqueles, aquelas,
gi
to (quando equivaler a “por causa de”). aquilo: deste, desta, destes, destas, disto, desse,
ar
4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação. Exem-
plo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o termo que
completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
56 5 Fonte: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 19 nov. 2020.
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z Preposição + pronome relativo: Conjunções Coordenativas
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por z Aditivas: e, nem, bem como, não só, mas também,
Preposições não apenas, como ainda, senão (após não só). Ex.:
Não fiz os exercícios nem revisei. / O gato era o
É importante ressaltar que as preposições podem preferido, não só da filha, senão de toda família.
apresentar valor relacional ou podem atribuir um z Adversativas: mas, porém, contudo, todavia,
valor nocional. As preposições que apresentam um entretanto, não obstante, senão (equivalente a
valor relacional cumprem uma relação sintática mas). Ex.: Não tenho um filho, mas dois. / A culpa
com verbos ou substantivos, que, em alguns casos, são não foi a população, senão dos vereadores (equi-
chamados deverbais, conforme já mencionamos ante- vale a “mas sim”);
riormente. Essa mesma relação sintática pode ocorrer z Alternativas: ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja,
com adjetivos e advérbios, os quais também apresen- ora...ora, já...ja. Ex.: Estude ou vá para a festa. /
tarão função deverbal. Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la;
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida z Explicativas: que, porque, pois, (se vier no início
pela regência do verbo concordar). da oração), porquanto. Ex.: Estude, porque a cane-
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo ta é mais leve que a enxada!;
complemento nominal). z Conclusivas: logo, portanto, então, por isso, assim,
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi- por conseguinte, destarte, pois (deslocado na fra-
gida pelo adjetivo). se). Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo aprovado.
advérbio).
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Importante:
relação sintática com a classe de palavras a qual se liga,
sendo, portanto, obrigatória sua presença na sentença. z a conjunção e pode apresentar valor adversativo,
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- mormente quando é antecedido por vírgula. Ex.:
nal é preponderante, apresentam uma modificação Estava querendo dormir, e o barulho não deixava;
no sentido da palavra a qual se liga. Elas não são z a palavra senão pode funcionar como conjunção
componentes obrigatórios na construção da senten- alternativa. Ex.: Saia agora, senão chamarei os
ça, divergindo das preposições de valor relacional. guardas! (Podemos trocá-la por ou);
As preposições de valor nocional estabelecem uma z “pois” com sentido explicativo inicia uma oração
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto saudades.
etc. Veja algumas: Já “pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
4
-2
te acarreta em redundância.
-0
aos gritos.
nativas estabelecem uma ligação entre as ideias apre-
ar
Assunto Falar sobre política. nadas, ou seja, orações que precisam de outra para
terem o sentido apreendido. As conjunções subordi-
Descende de família
Origem nativas podem ser:
simples.
LÍNGUA PORTUGUESA
Olhe para frente! Iremos z Causal: haja vista, que, porque, pois, porquanto,
Destino
a Paris. visto que, uma vez que, como (equivale a porque)
etc. Ex.: Como não era vaidosa, nunca fez dieta;
CONJUNÇÕES z Consecutiva: que (depois de tal, tanto, tão), de
modo que, de forma que, de sorte que etc. Ex.:
Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça;
Assim como as preposições, as conjunções tam-
z Comparativa: como, que nem, que (depois de
bém são invariáveis e, da mesma forma auxiliam na mais, menos, melhor, pior, maior) etc. Ex.: Corria
organização das orações, ligando termos e, em alguns como um touro;
casos, orações. Por manterem relação direta com a z Conformativa: conforme, como, segundo, de acor-
organização das orações nas sentenças, as conjunções do com, consoante etc. Ex.: Tudo ocorreu confor-
podem ser: coordenativas ou subordinativas. me o planejado; 57
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z Concessiva: embora, conquanto, ainda que, mes-
mo que, em que pese, posto que etc. Ex.: Teve que VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado;
Cuidado! Devagar!
z Condicional: se, caso, desde que, contanto que, Advertência
Calma!
a menos que, somente se etc. Ex.: Se eu quisesse
falar com você, teria respondido sua mensagem; Alívio Arre! Ufa! Ah!
z Proporcional: à proporção que, à medida que, quan-
to mais...mais, quanto menos...menos etc. Ex.: Quan- Alegria/satisfação Eba! Oba! Viva!
to mais estudo, mais chances tenho de ser aprovado;
z Final: final, para que, a fim de que etc. Ex.: A pro- Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
fessora dá exemplos para que você aprenda!;
z Temporal: quando, enquanto, assim que, até que, Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
mal, logo que, desde que etc. Ex.: Quando viajei
para Fortaleza, estive na Praia do Futuro. Mal che- Dor/tristeza Ai! Ui! Que pena!
guei à cidade, fui assaltado. Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
compostos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. DECRETO N° 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007
28
Perguntei = isso;
.8
z nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver- Demite o Gerúndio do Distrito Federal e dá outras
18
Brasil é um país desigual (errado). / Sabe-se que o O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das
ar
Brasil é um país desigual (certo). atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e
lm
As interjeições também fazem parte do grupo de Art. 2° Fica proibido, a partir desta data, o uso do
palavras invariáveis, tal como as preposições e as con- gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA.
gi
junções. Sua função é expressar estado de espírito e Art. 3° Este Decreto entra em vigor na data de sua
emoções, por isso apresenta forte conotação semânti- publicação.
ca. Ademais, uma interjeição sozinha pode equivaler Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário.
a uma frase, como o exposto no capítulo sobre frase,
oração e período. Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017.
Ex.: Tchau!
Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerún-
As interjeições, como mencionamos, indicam rela- dio, como “desculpa de ineficiência”, indica
ções de sentido diversas, a seguir apresentamos um
quadro com os sentimentos e sensações mais expres- a) conclusão de uma ação.
sos pelo uso de interjeições: b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática.
d) continuidade de um processo.
e) transferência de responsabilidade.
58
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O decreto entende que o gerúndio (forma verbal Frase
terminada em –ndo) expressa ideia de processo, e
não de atividade realizada. Como podemos ver em: Frase é todo enunciado com sentido completo.
escrevendo, saindo, enviando, dentre outros, que Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
remetem a essa ideia de continuidade, e não fina- conjunto de palavras.
lização. As formas nominais dos verbos são: Infini- Ex.: Fogo!
tivo (terminação -ar, -er, -ir), Gerúndio (terminação Silêncio!
-ndo) e particípio (terminação –ado e –ido). Respos- “A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano
ta: Letra D. Ramos)
Oração
2. (ENEM — 2022) PALAVRA – As gramáticas classificam
as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, Oração é o enunciado que se estrutura em torno de
conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. um verbo (explícito, implícito ou subentendido) ou de
Os poetas classificam as palavras pela alma porque uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode
gostam de brincar com elas, e para brincar com elas apresentá-lo completo ou incompleto.
é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra Ex.: Você é um dos que se preocupam com a
que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o poluição.
significante e o significado para dizer o que quer, dar “A roda de samba acabou”. (Chico Buarque)
sentimento às coisas, fazer sentido. A palavra nuvem
chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A Período
palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra
faca corta. A palavra carro corre. A palavra “palavra” Período é o enunciado constituído de uma ou mais
diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras orações. Classifica-se em:
têm corpo e alma, mas são diferentes das pessoas em
vários pontos. As palavras dizem o que querem, está z Simples: quando possui apenas uma oração.
dito, e pronto.
Ex.: O sol surgiu radiante.
Ninguém viu o acidente.
FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo:
Salamandra, 2013 (adaptado)
z Composto: quando possui duas ou mais orações.
Esse texto, que simula um verbete para a palavra
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
“palavra’’, constitui-se como um poema porque
(Chico Buarque)
Chegou em casa e tomou banho.
a) tematiza o fazer poético, como em “Os poetas classifi-
cam as palavras pela alma”. PERÍODO SIMPLES — OS TERMOS DA ORAÇÃO
b) utiliza o recurso expressivo da metáfora, como em “As
palavras têm corpo e alma”. Os termos que formam o período simples são dis-
c) valoriza a gramática da língua, como em “substantivo, tribuídos em:
adjetivo, verbo, advérbio, conjunção”.
d) estabelece comparações, como em “As palavras têm z Essenciais: sujeito e predicado;
4
-2
corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”. z Integrantes: complemento verbal, complemento
13
de “palavra”, como em “As gramáticas classificam as z Acessórios: adjunto adnominal, adjunto adverbial
28
palavras”. e aposto.
.8
18
tical para as palavras tal como vimos; porém, em São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
ar
seguida, dá um sentido mais simbólico e poético às da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
lm
palavras, diferente do abordado nas gramáticas, ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
para isso se vale da metáfora de que “as palavras
gi
Sujeito
SINTAXE É o elemento que faz ou sofre a ação determinada
LÍNGUA PORTUGUESA
Basta de confusão.
.7
z Tipos de Sujeito
.8
significativo se concentra em um nome (cor- Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de cons-
lm
responde a um predicativo do sujeito). O ver- truir sozinho o predicado, que não precisa de comple-
gi
bo deste tipo de oração é sempre de ligação. O mentos verbais, sem prejudicar o sentido da oração.
Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
ar
São vocábulos que se agregam a determinadas sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre-
-2
Complementos Verbais
18
mentos verbais podem ser: Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de
gi
Andrade);
z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
ar
panhado de preposição.
lm
z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida Ex.: Puxaram-me o cabelo. (Puxam meu cabelo).
dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
uma mensagem. z Como diferenciar adjunto adnominal de com-
plemento nominal: quando o adjunto adnominal
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda. for representado por uma locução adjetiva, ele
pode ser confundido com complemento nominal.
Complemento Nominal Para diferenciá-los, siga a dica:
Estou longe de casa e tão perto do paraíso. se indicar posse ou o agente daquilo que
13
Nome + preposição + quem ou quê Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada.
.8
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se se indicar o alvo daquilo que expressa o
lm
foi respeitada.
gi
São estruturas relacionadas a substantivos, prono- Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
mes ou orações. O aposto tem como propósito expli- preocupação.
car, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou O noticiário disse que amanhã fará muito calor —
apontar algo, alguém ou um fato. ideia que não me agrada;
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma
bicicleta. z Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
Aposto: filha de D. Raimunda
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran- Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
des obras. para as perguntas.
Aposto: Machado de Assis. Sua presença era inesperada, o que causou
surpresa.
4
-2
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. mo a que se refere, normalmente antes do sujeito.
28
Separa-se do substantivo a que se refere por uma Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
.8
ontem, acabaram de voltar de férias. Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo
gi
todos.
O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
lm
z Enumerativo: é usado para desenvolver ideias Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
gi
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e z Diferença de aposto especificativo e adjunto
riachos. adnominal: normalmente, é possível retirar a pre-
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, posição que precede o aposto. Caso seja um adjun-
preconceito, antipatia e arrogância; to, se for retirada a preposição, a estrutura fica
prejudicada, conforme os exemplos abaixo:
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
para resumir termos anteriores. É expresso, nor- Ex.: A cidade Fortaleza é quente. (aposto especifi-
malmente, por um pronome indefinido. cativo / Fortaleza é uma cidade).
O clima de Fortaleza é quente. (adjunto adnomi-
Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos nal / Fortaleza é um clima?);
64 estavam empolgados com a feira.
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z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o O período composto classifica-se nas seguintes
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo categorias:
adjetivo.
Um verbo: uma oração = período simples. ou seja, não possuem relação sintática com verbos,
13
Ex.: Português e matemática são disciplinas essen- nomes ou pronomes das demais orações no período.
.7
O povo levantou-se cedo Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala
Era dia de eleição.
gi
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale substantiva completiva nominal);
18
a “pois”).
Orações subordinadas substantivas predicati-
-0
Formado por orações sintaticamente dependen- Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
lm
verbo, nome ou pronome de outra oração. As orações Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
subordinadas podem ser: sujeito oracional) (oração subordinada substantiva
predicativa);
z substantivas;
z adjetivas; Orações subordinadas substantivas apositi-
z adverbiais. vas: funcionam como aposto. Geralmente vêm
depois de dois-pontos ou entre vírgulas.
z Orações Subordinadas Substantivas
Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata.
São classificadas nas seguintes categorias: (aposto).
Só quero uma coisa: que você volte imediatamen-
Orações subordinadas substantivas conecti- te. (aposto oracional) (oração subordinada apositiva).
vas: são introduzidas pelas conjunções subor-
dinativas integrantes que e se. z Orações Subordinadas Adjetivas
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-
66 impostos. minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
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introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a Orações subordinadas adverbiais conformati-
qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.) vas — são introduzidas por: como, conforme,
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: segundo, consoante.
explicativas e restritivas.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
Orações subordinadas adjetivas explicativas:
não limitam o termo antecedente, e sim acres- Orações subordinadas adverbiais consecuti-
centam uma explicação sobre o termo antece- vas — são introduzidas por: que (precedido na
dente. São consideradas termo acessório no oração anterior de termos intensivos como tão,
período, podendo ser suprimidas. Sempre apa- tanto, tamanho etc.) de sorte que, de modo que,
recem isoladas por vírgulas. de forma que, sem que.
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou.
cria trinta gatos; “Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per-
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles);
Orações subordinadas adjetivas restritivas:
especificam ou limitam a significação do termo Orações subordinadas adverbiais finais: indi-
antecedente, acrescentando-lhe um elemento cam um objetivo a ser alcançado. São introdu-
indispensável ao sentido. Não são isoladas por zidas por: para que, a fim de que, porque e que
vírgulas. (= para que).
Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos
incurável. tivessem bom estudo;
Orações subordinadas adverbiais causais — tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
.7
são introduzidas por: como, já que, uma vez (conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
28
que, porque, visto que etc. esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
.8
18
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) z [e se deleitem com a imaginação deles”]. (Macha-
gi
Orações subordinadas adverbiais condicio- Apresentam o mesmo verbo em uma das formas
nais — são introduzidas por: se, caso, desde nominais (gerúndio, particípio e infinitivo).
que, salvo se, contanto que, a menos que etc. Aquelas que são substantivas e adverbiais nun-
ca são iniciadas por conjunções. Aquelas que são
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para adjetivas nunca podem ser iniciadas por pronomes
tal; relativos. 67
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Podem ser reescritas (desenvolvidas) com conecti- z Orações reduzidas de Particípio
vos e podem ser iniciadas por preposição ou locução
prepositiva. Podem ser adjetivas ou adverbiais.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
Oração subordinada adverbial reduzida de particí- Adjetiva
pio: não começa com conjunção.
Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
(desenvolvida). Nosso planeta, ameaçado constantemente por
Oração subordinada adverbial desenvolvida: nós mesmos, ainda resiste.
começa com conjunção.
Adverbial
z Orações Reduzidas de Infinitivo
Ex.: Aceitas as condições, não haveria problemas.
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
(condicional).
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
(causal/temporal).
Substantivas
Comprada a casa, a família se mudou logo.
(temporal).
Ex.: É preciso trabalhar muito. (O. S. substantiva
subjetiva reduzida de infinitivo).
Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
direta reduzida de infinitivo).
Se liga!
A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva O particípio concorda em gênero e número com
predicativa reduzida de infinitivo). os termos referentes.
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
completiva nominal reduzida de infinitivo).
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. Períodos Mistos
substantiva apositiva reduzida de infinitivo).
São períodos que apresentam estruturas oracionais
Adjetivas de coordenação e subordinação. Assim, às vezes apa-
recem orações coordenadas dentro de um conjunto de
Ex.: João não é homem de meter os pés pelas orações que são subordinadas a uma oração principal.
mãos.
O meu manual para fazer bolos certamente vai
agradar a todos. 1ª ORAÇÃO 2ª ORAÇÃO 3ª ORAÇÃO
do bola.
13
Ele passou mal, de tanto comer doces. z 2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em
28
coordenação e subordinação.
gi
Ex.: Não mais se vê amigo ajudando um ao outro. Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe
(subjetiva). meus pais, nem que culpe meus parentes.
Agora ouvimos artistas cantando no shopping. Oração principal: Espero.
(objetiva direta). Oração coordenada 1: que você não me culpe.
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
Adjetiva Oração coordenada 3: nem que culpe meus
parentes.
Ex.: Criança pedindo esmola dói o coração. Importante: o segredo para classificar as orações
é perceber os conectivos (conjunções e pronomes
Adverbial relativos).
Ex.: Temendo a reação do pai, não contou a z Orações Subordinadas Adjetivas Coordenadas
68 verdade. entre si
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Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é cautelosa, não faz tudo sozinha.
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva.
Oração subordinada adjetiva 2: mas que é cautelosa.
Ex.: Não só quando estou presente, mas também quando não estou, sou discriminado.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou presente.
Oração subordinada adverbial 2: quando não estou.
Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram seu papel, no entanto a realidade não é assim.
Oração principal: Presume-se.
Oração subordinada subjetiva da principal: as penitenciárias cumpram seu papel.
Oração coordenada sindética adversativa da anterior: no entanto a realidade não é assim.
REGÊNCIA
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se relaciona com seus complementos, com ou sem preposi-
ção. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige complemento preposicionado, esse nome é um
termo regente, e seu complemento é um termo regido, pois há uma relação de dependência entre o nome e seu
complemento.
O nome exige um complemento nominal sempre iniciado por preposição, exceto se o complemento vier em
forma de pronome oblíquo átono, conforme o exemplo a seguir:
Os discípulos daquele mestre sempre lhe foram leais.
Pronome oblíquo átono: lhe.
Foram leais: complemento de lhe, predicativo do sujeito (desprovido de preposição).
Regência Verbal
Trata-se da relação de dependência entre um verbo e seu complemento. As relações podem ser diretas ou
indiretas, isto é, sem ou com preposição. Há verbos que admitem mais de uma regência sem que o sentido
seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.
Verbo transitivo direto: esquecia.
Objeto direto: os favores recebidos.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
Verbo transitivo indireto: se esquecia.
Objeto indireto: dos favores recebidos.
4
-2
No entanto, na língua portuguesa, há verbos que, mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando seu
13
significado. Exemplos:
.7
A seguir, observe uma tabela dos principais verbos que geram dúvidas quanto à regência:
lm
gi
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Seguido de infinitivo intransitivo precedido da preposição a, rege
indiferentemente objeto direto e objeto indireto:
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
Transitivo direto; transitivo Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo indireto)
AJUDAR
indireto Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, rege apenas objeto direto:
Ajudaram o ladrão a fugir.
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto direto:
Ajudei-o muito à noite.
A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (transitivo direto com sentido de
Transitivo direto; transitivo “angustiar”)
ANSIAR
indireto Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com sentido de “desejar
muito” — não admite “lhe” como complemento)
Aspiramos o ar puro das montanhas. (transitivo direto com sentido de
Transitivo direto; transitivo “respirar”)
ASPIRAR
indireto Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo indireto no sentido de
“desejar”)
Transitivo direto ou indireto no sentido de “prestar assistência”:
O médico assistia os acidentados.
O médico assistia aos acidentados.
Transitivo direto; transitivo
ASSISTIR Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
indireto
Não assisti ao final da série.
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milhares de pessoas”
Intransitivo; transitivo Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
CASAR indireto; transitivo direto e A jovem não queria casar com ninguém. (transitivo indireto)
indireto O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo direto e indireto)
Chamou o filho para o almoço. (transitivo direto com sentido de
Transitivo direto; transitivo
“convocar”)
CHAMAR seguido de predicativo do
Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de predicativo do objeto com
objeto
sentido de “denominar, qualificar”)
Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo indireto com sentido de
Transitivo indireto; “ser difícil”)
CUSTAR transitivo direto e indireto; A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transitivo direto e indireto:
intransitivo sentido de “acarretar”)
Este vinho custou trinta reais. (intransitivo)
Esqueci os acontecimentos.
ESQUECER Admite três possibilidades Esqueci-me dos acontecimentos.
Esqueceram-me os acontecimentos.
4
-2
sentido de “acarretar”)
Transitivo direto; transitivo
.7
sentido de envolver-se”)
-0
as preposições de ou sobre
lm
Verbo pronominal
INTERESSAR-SE transitivo indireto, com as Ela interessou-se por minha companhia.
preposições em e por
Eles começaram a namorar faz tempo. (intransitivo com sentido de
“cortejar”)
Intransitivo; transitivo
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo indireto com sentido
NAMORAR indireto; transitivo direto e
de “desejar muito”)
indireto
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Garret) (transitivo direto e indireto
com sentido de “encantar-se”)
OBEDECER/ Obedeçam à sinalização de trânsito.
Transitivos indiretos
DESOBEDECER Não desobedeçam à sinalização de trânsito.
Transitivo direto; transitivo Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
PAGAR indireto; transitivo direto e Você pagou ao dono do armazém? (transitivo indireto)
indireto Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo direto e indireto)
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Transitivo direto; transitivo Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
PERDOAR indireto; transitivo direto e A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
indireto Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e indireto)
O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no sentido de “ocorrer”)
SUCEDER Intransitivo; transitivo direto
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido de “vir depois”)
Regência Nominal
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem complementos preposicionados, exceto quando
vêm em forma de pronome oblíquo átono.
z Advérbios terminados em “mente”: os advérbios derivados de adjetivos seguem a regência dos adjetivos:
análoga/analogicamente a;
contrária/contrariamente a;
compatível/compativelmente com;
diferente/diferentemente de;
favorável/favoravelmente a;
paralela/paralelamente a;
próxima/proximamente a/de;
relativa/relativamente a.
z Preposições prefixos verbais: alguns nomes regem preposições semelhantes a sua primeira sílaba. Vejamos:
supremacia sobre.
.7
28
CONCORDÂNCIA
.8
18
-0
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obedecem a
alguns princípios: um deles é a concordância. Observe o exemplo:
ar
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o núme-
ro (singular) do substantivo.
LÍNGUA PORTUGUESA
Concordância Verbal
É a adaptação em número — singular ou plural — e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo sujeito.
Observe o trecho a seguir:
De todos os povos mais plurais culturalmente, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as quais insistem
em desmentir que nosso país é cheio de “brasis” — digamos assim —, ganha disparando dos outros, pois houve
influências de todos os povos aqui: europeus, asiáticos e africanos.
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de um sujeito simples, “o Brasil”, portanto o verbo corresponden-
te a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no singular.
Destrinchando o período, temos que os termos essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas: “o Brasil”
— sujeito — e “ganha” — predicado verbal. 71
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A seguir, veja um caso de uso de verbo bitransitivo: Quando o sujeito é formado pelas expressões
mais de um, cerca de, perto de, menos de,
Ex.: Prefiro natação a futebol. coisa de, obra de etc., o verbo concorda com
o numeral.
z Verbo bitransitivo: Prefiro;
z Objeto direto: natação;
z Objeto indireto: a futebol. Ex.: Mais de um aluno compareceu à aula.
Mais de cinco alunos compareceram à aula.
Popularmente, usa-se “do que” no lugar de “a”, o que A expressão mais de um tem particularidades:
tornaria a oração da seguinte forma: “Prefiro natação do se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
que futebol”. Porém, segundo a norma padrão, a forma recíproco se), se houver coletivo especificado ou se a
correta é como consta na primeira frase. expressão vier repetida, o verbo fica no plural.
Ex.: Mais de um irmão se abraçaram.
z Concordância Verbal com o Sujeito Simples Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Mais de um aluno, mais de um professor esta-
De modo geral, o verbo concorda com o núcleo do vam presentes;
sujeito.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário
exorbitante. Quando o sujeito é formado de um número per-
Contudo, existem diferentes situações: centual ou fracionário, o verbo concorda com o
enumerado ou com o número inteiro, mas pode
Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de concordar com o especificador dele. Se o nume-
sentido coletivo, o verbo fica no singular. ral vier precedido de um determinante, o verbo
concordará apenas com o numeral.
Ex.: A multidão gritou entusiasmada;
Quando o sujeito é o pronome relativo que, o Ex.: Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe o que
verbo posterior ao pronome relativo concorda é viver bem.
com o antecedente do relativo. Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
viver bem.
Ex.: Quais os limites do Brasil que se situam mais Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
próximos do Meridiano? Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
Os 30% da população não sabem o que é viver
Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, mal;
o verbo fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Fomos nós quem resolveu a questão. Os verbos bater, dar e soar concordam com o
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- número de horas ou vezes, exceto se o sujeito
cordar com o pronome reto antecedente. for a palavra relógio.
Ex.: Fomos nós quem resolvemos a questão;
Ex.: Deram duas horas, e ela não chegou. (Duas
Quando o sujeito é um pronome interrogati- horas deram...).
4
vo, demonstrativo ou indefinido no plural + de Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu).
-2
Quando o sujeito é formado por palavras plura- Quando o sujeito está em voz passiva sintética,
ar
se houver artigo definido antes de uma palavra Ex.: Vendem-se casas de veraneio aqui.
ar
pluralizada, o verbo fica no plural. Caso não haja Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
lm
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z Concordância Verbal com o Sujeito Composto z Concordância Verbal do Ser
Núcleos do sujeito ligados pela preposição com: Concorda com o sujeito (pessoa):
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
garam ontem;
Em predicados nominais, quando o sujeito
Núcleos do sujeito acompanhados da palavra for representado por um dos pronomes tudo,
cada ou nenhum; nada, isto, isso, aquilo ou por “coisas”, o verbo
ser concordará com o predicativo (preferen-
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man-
cialmente) ou com o sujeito.
ter o espírito esportivo;
Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando Ex.: No início, tudo é/são flores;
no singular:
Concorda com o predicativo quando o sujeito
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- for que ou quem:
davam. (preferencialmente no singular);
Ex.: Quem foram os classificados?
Gradação entre os núcleos do sujeito:
Em indicações de horas, datas, tempo, dis-
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para
tância (predicativo), o verbo concorda com o
me acalmar. (preferencialmente no singular);
predicativo:
Núcleos do sujeito no infinitivo:
Ex.: São nove horas.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; É frio aqui.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
Núcleos do sujeito resumidos por um aposto
resumitivo (nada, tudo, ninguém): O verbo fica no singular quando precede ter-
mos como muito, pouco, nada, tudo, bastan-
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
te, mais, menos etc. junto a especificações de
Sujeito constituído pelas expressões um e preço, peso, quantidade, distância. E também
outro, nem um nem outro: quando seguido do pronome o:
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Divertimentos é o que não lhe falta.
4
-2
Núcleos do sujeito ligados por nem... nem: Dez reais é nada diante do que foi gasto;
13
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
gi
popularidade em alta;
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram.
com valor genérico).
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece- z Sujeito Oracional
dido de preposição de ou para).
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no
imperativo). singular).
estádio.
.7
28
z Concordância dos Verbos Impessoais Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
fizeram rir.
.8
18
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica Fui eu quem faltou/faltei à aula.
Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
-0
brasileira.
lm
Fazia quinze anos que ele havia se formado. Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
gi
Silepse de pessoa: o autor da frase participa Com função de predicativo do objeto: reco-
do processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa menda-se concordar com a soma dos substan-
do plural. tivos, embora alguns estudiosos admitam a
concordância com o termo mais próximo.
Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de diver-
sas etnias, somos multiculturais.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
Concordância Nominal
seus subordinados.
Define-se como a adaptação em gênero e número
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como z Algumas Convenções
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
adjetivos, numerais). Obrigado/próprio/mesmo:
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
gênero e número com o nome a que se referem, como Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
os exemplos a seguir: A própria enfermeira virá para o debate.
Ex.: Parede alta./Paredes altas. Elas mesmas conversaram conosco.
Muro alto./Muros altos.
Só/sós:
z Casos com Adjetivos
Variáveis quando significarem “sozinho” /“
Com função de adjunto adnominal: quando o sozinhos”.
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
Invariáveis quando significarem “apenas, somente”.
ver após os substantivos, poderá concordar com
as somas desses ou com o elemento mais próximo. Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas
apenas queriam ficar sozinhas).
Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas./Encon- A locução “a sós” é invariável.
trei colégios e faculdades ótimos. Ex.: Ela gostava de ficar a sós./Eles gostavam de
Atente-se: há casos em que o adjetivo concordará ficar a sós.
apenas com o nome mais próximo, quando a qualida-
de pertencer somente a este. z Quite/anexo/incluso:
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho. Concordam com os elementos a que se referem.
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Ex.: Estamos quites com o banco.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Seguem anexas as certidões negativas.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
Ex.: Existem complicadas regras e conceitos.
4
Colocar o substantivo no plural e enumerar o adje- Quando significar “metade”, concordará com o ele-
.7
mento referente.
28
tivo no singular.
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
.8
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar Quando significar “um pouco”, será invariável.
Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
-0
alemã.
gi
Com função de predicativo do sujeito: com Ex.: “A grama do vizinho sempre é mais verde.”
lm
o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará Quando significar unidade de medida, é masculino.
gi
verbais repetidos:
18
-0
Possível:
corre-corre — corres-corres;
ar
pisca-pisca — piscas-piscas;
Concordará com o artigo, em gênero e número, em
lm
pula-pula — pulas-pulas.
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
gi
Conheci crianças as mais belas possíveis. apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-pis-
gi
cas, pula-pulas.
PLURAL DE COMPOSTOS
Flexão Apenas do Primeiro Elemento
Substantivos
z Nos substantivos compostos formados por subs-
O adjetivo concorda com o substantivo referen- tantivo + substantivo em que o segundo termo
te em gênero e número. Se o termo que funciona limita o sentido do primeiro termo:
como adjetivo for originalmente um substantivo, fica
decreto-lei — decretos-lei;
invariável.
cidade-satélite — cidades-satélite;
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
público-alvo — públicos-alvo;
também é um substantivo; mantém-se no singular). elemento-chave — elementos-chave.
Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
um substantivo; mantém-se no singular). Nestes substantivos também é possível a flexão
dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites,
76 públicos-alvos, elementos-chaves.
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z Nos substantivos compostos preposicionados: z Pronome reflexivo com a função sintática do obje-
to indireto:
cana-de-açúcar — canas-de-açúcar;
pôr do sol — pores do sol; Ex.: Ele atribuía-se o direito de julgar.
fim de semana — fins de semana;
pé de moleque — pés de moleque. z Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
ca do objeto direto:
Flexão Apenas do Segundo Elemento
Ex.: Admiravam-se de longe.
z Nos substantivos compostos formados por tema
verbal ou palavra invariável + substantivo ou z Pronome reflexivo recíproco com a função sintáti-
adjetivo: ca do objeto indireto:
bel-prazer — bel-prazeres.
-2
13
z substantivo;
z preposição;
gi
z interjeição;
lm
z o cola-tudo — os cola-tudo.
z conjunção.
gi
FUNÇÕES DO SE
Funções Sintáticas
Acompanhe aqui uma síntese das funções mais
LÍNGUA PORTUGUESA
z Pronome reflexivo com a função sintática de obje- z Pronome adjetivo indefinido (igual a “quanto”,
to direto: “quanta”) ligado ao substantivo:
z Substantivo (quando está após artigos, é Ex.: Anda que anda e nada encontra.
acentuado):
z Conjunção explicativa:
Ex.: Havia em seus olhos um quê de curiosidade.
Ex.: Fique quieto, que eu quero dormir.
z Preposição (a depender do contexto, pode ser subs-
tituído por “de”): FUNÇÕES DO “SEM QUE”
Ex.: A gente tem que explicar com franqueza cer- Trata-se de uma locução conjuntiva com valor de
tas coisas. condição, concessão, consequência, negação de conse-
quência, negação de causa e modo. Essa locução pode
z Advérbio de intensidade (igual a “muito”, ligado ao ser substituída para formar orações subordinadas
adjetivo): reduzidas de infinitivo, como os seguintes exemplos:
Ex.: “Empurrava a cadeira sem que a mãe corresse
Ex.: Que bela tarde! atrás.”
Poderia ser reescrita como: “Empurrava a cadeira
z Interjeição (sempre acentuado): sem a mãe correr atrás”. Dessa forma, teríamos uma
oração reduzida de infinitivo.
Ex.: Quê! Você tem coragem? Ex.: “A democracia não será efetiva sem liberda-
de de informação e não será exercida sem que esta
z Partícula expletiva: esteja assegurada a todos os veículos de comunicação
visual.”
Ex.: Que experto que é teu irmão! Poderia ser reescrita como: “A democracia não
será efetiva sem liberdade de informação e não será
z Parte da locução expletiva: exercida sem esta estar assegurada a todos os veí-
culos de comunicação visual”, formando, agora, uma
Ex.: Ele é que sabe das coisas! oração reduzida de infinitivo.
Ex.: Disse que não iria, que não tinha roupas EXERCÍCIO COMENTADO
adequadas.
1. (ENEM — 2022)
4
-2
z Conjunção integrante:
13
Notas
.7
z Conjunção comparativa: tais, um homem que veio vestir o cadáver, outro que
18
Ex.: Uma era mais esperta que a outra. convites, convidados que entravam, lentamente, a
passo surdo, e apertavam a mão à família, alguns tris-
ar
xampu “Ela”. Use-o e você não vai se arrepender! de posse entre obtenção e felicidade.
-2
mento do qual ainda não se falou = o xampu; É nesse caso que entra o estudo da coesão com o
.7
28
equivalentes.
18
do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. ra do texto e relacionar bem as informações textuais.
lm
Assim, faz-se aconselhável a utilização de sinônimos: Além disso, percebendo se a linguagem do texto é
gi
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase – figurada ou não, seu raciocínio interpretativo deverá
ar
êxtase tão grande que sacrificaria o resto de minha funcionar de uma determinada maneira, como pode-
lm
vida por umas poucas horas dessa alegria. mos ver neste texto de Fernando Pessoa:
gi
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COMO PRODUZIR UM TEXTO COESO E COM A seguir, daremos foco aos processos de coesão
COERÊNCIA TEXTUAL? necessários para uma boa compreensão e elaboração
textual. É importante destacar que esses processos
Ao elaborarmos um texto devemos buscar organi- de coesão não podem ser dissociados da construção
zar as ideias apresentadas de modo a torná-lo coeso de sentidos implícita no processo de organização da
e coerente. Porém, como fazer para que essa organi- coerência. No entanto, separamos esses conceitos com
zação mantenha esse padrão? Para descobrir, primeiro fins estritamente didáticos.
é preciso esclarecer os conceitos de coesão e coerência e
por que buscar esse padrão é importante. COESÃO REFERENCIAL
Os textos não são somente um aglomerado de pala-
vras e frases escritas. Suas partes devem ser articuladas A coesão marcada por processos referenciais rela-
e organizadas harmoniosamente de maneira que o texto ciona termos e ideias a partir de mecanismos que
inserem ou retomam uma porção textual. Os proces-
faça sentido como um todo. A ligação, a relação, os nexos
sos marcados pela referenciação caracterizam-se pela
entre essas partes estabelecem o que se chama de coe-
ação de referir, ou seja, são marcados pela constru-
são textual. Os articuladores responsáveis por essa “cos- ção de referentes em um texto, os quais se relacionam
tura” do tecido do texto são conhecidos como recursos com as ideias defendidas no texto. Esse processo é
coesivos, que devem ser articulados de forma a garantir caracterizado por vocábulos gramaticais e pode ser
uma relação lógica entre as ideias, fazendo com que o reconhecido pelo uso de algumas classes de palavras,
texto seja inteligível e faça sentido em um determinado das quais falaremos a seguir.
contexto. A respeito disso, temos a coerência textual, Antes, porém, é preciso reconhecer os processos
que está ligada diretamente à significação do texto e aos referenciais que envolvem o uso de expressões ana-
sentidos que ele produz para o leitor. fóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013),
“as expressões que retomam referentes já apresentados
no texto por outras expressões são chamadas de anáfo-
COESÃO COERÊNCIA ras”. Vejamos o exemplo a seguir:
Utiliza-se de elementos
Subjacente ao texto,
superficiais, dando-se
enfatiza-se o conteúdo e O Rocky Balboa era um humilde lutador de bairro, que
ênfase na forma e na
a produção de sentido/ vivia de suas discretas lutas, no início de sua carreira.
articulação
relação lógica Segundo seu treinador Mickey, Rocky era um jovem
entre as ideias
promissor, mas nunca se interessou realmente em
evoluir, preferiu trabalhar para um agiota italiano
Fonte: elaborado pela autora.
chamado Tony Gazzo, com quem manteve uma certa
amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser descen-
Podemos usar uma metáfora interessante quando dente de italiano e o ajudou dando US$ 500,00 para o
se trata de compreender os processos de coesão e coe- seu treinamento, na primeira luta que fez com Apollo
rência. Essa metáfora nos leva a comparar um texto Creed.
com um prédio. Tal qual uma boa construção precisa
de um bom alicerce para manter-se em pé, um texto
bem construído depende da organização das nossas Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acesso em: 30
4
ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. set. 2020. Adaptado.
-2
os processos coesivos, a fim de defendermos nossas A partir da leitura, podemos perceber que todos os
.7
ideias adequadamente.
28
cipais formas de marcação de processos que buscam rente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utiliza-
18
organizar as ideias em um texto, sobretudo, os pro- do foi o uso de anáforas, que assumem variadas formas
-0
cessos de coesão que, como dissemos, apresentam um gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.
apelo mais forte às formas linguísticas que os proces- Já os processos referenciais catafóricos, apontam
ar
sos envolvendo a coerência. para porções textuais que ainda não foram mencionadas
lm
Antes, porém, vamos indicar mais algumas carac- anteriormente no texto, conforme o exemplo a seguir:
gi
terísticas da coerência em um texto e como esse pro- “Os documentos requeridos para os candidatos são
ar
cesso liga-se não apenas às formas gramaticais, mas ao estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”.
lm
construída, tal qual o sentido, coletivamente, não por Uso de Pronomes ou Pronominalização
acaso, o linguista Luis Antonio Marcuschi (2007) afir-
mou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra
Utilizar pronomes para manter a coesão de um
mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) texto é essencial para evitar repetições desnecessá-
para esclarecer ainda mais o conceito de coerência e rias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como
passarmos ao estudo detalhado dos processos de coe- a classe de pronomes é vasta, enfatizaremos neste
são. A autora afirma que a coerência: estudo os principais pronomes utilizados em recursos
textuais para manter a coesão.
[...] Não está no texto em si; não nos é possível apon- A pronominalização retrata a base de recursos
tá-la, destacá-la ou sublinhá-la. Ela se constrói [...] anafóricos e recupera porções textuais, ou ainda, um
numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, nome específico a que o autor faz referência no texto,
com base em seus conhecimentos sociocognitivos e vejamos dois exemplos:
interacionais e na materialidade linguística, confe-
re sentido ao que lê. (CAVALCANTE, 2013, p. 31)
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que
O primeiro debate entre Donald Trump e Joe Biden foi essa classe possui, auxiliando na ligação de ideias em
quente, com diversas interrupções e acusações pesa- um texto. Dessa forma, as expressões quantitativas
das. […] O primeiro ponto discutido foi a indicação de em algumas circunstâncias retomam dados anterio-
Trump da juíza conservadora Amy Barrett para a Su- res numa relação de coesão.
prema Corte, depois da morte de Ruth Bader Ginsburg. Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o pri-
O presidente defendeu que tem esse direito, pois os meiro era para os professores, o segundo para os alunos.
republicanos têm maioria no Senado [Casa que ratifica As formas destacadas são numerais ordinais que
essa escolha] e criticou os democratas, dizendo “que recuperam informação no texto, evitando a repetição
eles ainda não aceitaram que perderam a eleição”. […]. de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.
O segundo ponto discutido foi a covid-19. Os EUA são
o país mais atingido pela pandemia - são 7 milhões Uso de Advérbios
de casos e mais de 200 mil mortos. O âncora Chris
Wallace perguntou aos dois o que eles fariam até que Muitos advérbios auxiliam no processo de recupe-
uma vacina aparecesse. Biden atacou o republicano ração e instauração de ideias no texto, auxiliando o
dizendo que Trump “não tem um plano para essa tra- processo de coesão. As formas adverbias que marcam
gédia”. Já Trump começou sua resposta atacando a tempo e espaço podem também ser denominadas de
China - “deveriam ter fechado suas fronteiras no co- marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:
meço” -, colocou em dúvida as estatísticas da Rússia hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...
e da própria China e, com pouca modéstia, disse que Perceba que esses advérbios só podem ser associa-
fez um “excelente trabalho” nesse momento dos EUA. dos a um referente se forem instaurados no discurso,
isto é, se mantiverem associação com as pessoas que
Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua- produzem as falas. Assim, uma pessoa que lê “hoje
debate-025314998.html. Acesso em: 30 set. 2020. Adaptado. não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala
compreenderá que a marcação temporal se refere
Após a leitura do texto nota-se que a recuperação da ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso,
informação apresentada é feita a partir de muitos pro- esses elementos são conhecidos como dêiticos.
cessos de coesão, porém, o uso dos pronomes destacados Independentemente de como são chamados, esses
recupera o assunto informado e ajuda o leitor a construir elementos colaboram para a ligação de ideias no tex-
seu posicionamento. Assim, torna-se importante buscar to, auxiliando também a construção da coesão textual.
sempre o elemento a que o pronome faz referência, por
exemplo, o primeiro pronome pessoal destacado no texto Uso de Nominalização
se refere ao termo “democratas”, já o segundo faz refe-
rência aos presidenciáveis que participavam do debate. As expressões que retomam ideias, nomes já
Nesse viés, esses pronomes apontam para uma parcela apresentados no texto mediante outras formas de
objetiva do texto, diferente do pronome “essa” associado expressão, podem ser analisadas como processos
ao substantivo “tragédia”, que recupera uma parcela tex- nominalizadores, incluindo substantivos, adjetivos e
tual maior, fazendo referência ao momento de pandemia outras classes nominais.
pelo qual o mundo passa. Essas expressões recuperam informações median-
te novos nomes inseridos no texto, ou ainda, com o
uso de pronomes, conforme vimos anteriormente.
4
trução da coesão, porém, seu uso inadequado Antonio Carlos Belchior, mais conhecido como Bel-
28
pode gerar ambiguidades, ocasionando o efeito chior foi um cantor, compositor, músico, produtor,
.8
2020 – Adaptado.
podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-norma-
gi
maior (uma frase inteira, por exemplo) já introduzidos apresentadas num texto. Porém, diferentemente das
-2
anteriormente em outro segmento do texto, mas recu- coordenativas, as subordinativas ligam ideias apre-
13
perável por marcas do próprio contexto verbal”. Veja- sentadas em orações subordinadas, ou seja, orações
.7
mos como ocorre, a partir do segmento a seguir: que precisam de outra para terem o sentido apreendi-
28
lo XXI e proporcionou a
proporcionou a inclusão
inclusão social de muitas
ar
notoriedade internacional
internacional, porém COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
por causa disso. A pátria,
ainda enfrenta certas
porém, ainda enfrenta Conforme o Ministro da Eco-
adversidades...”
certas adversidades...” CONFORMATIVA nomia, os concursos não irão
acabar
COESÃO SEQUENCIAL
Ainda que vivamos um período
A coesão sequencial é responsável por organi- CONCESSIVA de poucos concursos, não pode-
zar a progressão temática do texto, isto é, garantir a mos desanimar
manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a
promover a evolução do debate assumido pelo autor. Se estudarmos, conseguiremos
CONDICIONAL
Nesse âmbito, a coesão sequencial pode ser garantida ser aprovados!
em um texto a partir de locuções que marcam tempo, À proporção que aumentava
conjunções, desinências e modos verbais. Neste mate- PROPORCIONAL seus horários de estudo, mais
rial, iremos nos deter, sobretudo, às conjunções utili- forte o candidato se tornava
82 zadas para garantir a progressão textual.
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Estudava sempre com afinco, a CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES
FINAL
fim de ser aprovado
“Agora que sentei na minha cadeira
Quando o edital for publicado, já de madeira, junto à minha mesa de
TEMPORAL
estarei adiantado nos estudos madeira, colocada em cima deste
Marcar a
assoalho de madeira, olho minhas
continuidade
estantes de madeira e procuro um
temática
Se liga! livro feito de polpa de madeira para
escrever um artigo contra o desma-
Não confundir: tamento florestal”. (Millôr Fernandes)
Afim de — relativo à afinidade, semelhança: “Físi-
ca e Química são disciplinas afins”. Uso de Paráfrase
A fim de — relativo a ter finalidade, ter como obje-
tivo, com desejo de: “Estou a fim de comer pastel”. A paráfrase é um recurso de reiteração que pro-
porciona maior esclarecimento sobre o assunto trata-
do no texto e é usada para voltar a falar sobre algo
Conjunções Integrantes utilizando-se de outras palavras. Conforme Antunes
(2005, p.63), “alguma coisa é dita outra vez, em outro
As conjunções integrantes fazem parte das orações ponto do texto, embora com palavras diferentes”.
subordinadas, elas apenas integram, ligam uma ora- Vejamos o seguinte exemplo:
ção principal a outra, subordinada. Como podemos
notar, o papel dessas conjunções é essencialmente
coesivo, tendo em vista que elas são “peças” que unem CEARÁ GOLEIA FORTALEZA É GOLEADO
as orações. Existem apenas dois tipos de conjunções FORTALEZA NO PELO CEARÁ NO
CASTELÃO. CASTELÃO.
integrantes: que e se.
COESÃO RECORRENCIAL
13
As recorrências de repetições em textos são comu- de frases e orações são semelhantes, ocorre o parale-
18
mente recusadas pelos mestres da língua portugue- lismo sintático. Já, quando há sequência de expres-
-0
sa, em especial, quando o assunto é redação muitos sões simétricas no plano das ideias e coerência entre
ar
No entanto, a repetição é um recurso coesivo Algumas estruturas que sempre devem ser usadas
ar
CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES Além disso, faz-se necessário respeitar a estrutu-
ra sintática a qual a frase está inserida. Vejamos um
O candidato foi encontrado com exemplo em que houve quebra de paralelismo:
Marcar
duzentos milhões de reais na mala,
ênfase
duzentos milhões! Ex.: “É necessário estudar e que vocês se ajudem”
Marcar — Errado
Existem Políticos e políticos. “É necessário que vocês se ajudem e que estudem”
contraste
— Correto 83
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Deve-se manter a organização das orações, não sen- servem as ondas do mar de Copacabana? Me deem
do possível coordenar orações reduzidas com orações chão liso, sem protuberâncias calcárias. Mosaico
desenvolvidas, pois é preciso manter o paralelismo e dei- estúpido. Mania de mosaico. Joga concreto em cima
xá-las ou somente desenvolvidas, ou somente reduzidas. e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta, bueiro-bom-
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é ba. Depois dos setenta, a vida se transforma numa
a mesma, porém deixamos de analisar os pares no interminável corrida de obstáculos. A queda é a maior
âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Como
ameaça para o idoso. “Idoso”, palavra odienta. Pior,
no exemplo que segue.
só “terceira idade”. A queda separa a velhice da seni-
lidade extrema. O tombo destrói a cadeia que liga a
Ex.: “Por um lado, os manifestantes agiram cor-
retamente, por outro podem não ter agido errado” cabeça aos pés. Adeus, corpo. Em casa, vou de cor-
– Incorreto rimão em corrimão, tateio móveis e paredes, e tomo
“Por um lado, os manifestantes agiram correta- banho sentado. Da poltrona para a janela, da janela
mente, por outro podem ter causado prejuízo à popu- para a cama, da cama para a poltrona, da poltrona
lação” – Correto para a janela. Olha aí, outra vez, a pedrinha traiçoeira
atrás de me pegar. Um dia eu caio, hoje não.
Ex.: “Encontrei duas pessoas conhecidas na rua:
uma foi sua irmã e a outra estava bem” – Incorreto TORRES, F.. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma
foi sua irmã e a outra foi minha prima” – Correto O recurso que caracteriza a organização estrutural
desse texto é o(a)
tinção do narrador.
ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
lm
uma moral.
contemporâneo.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narra-
e) criticam os estereótipos sociais das visões de mundo
tivo pode ser caracterizado em sete aspectos, são eles:
elitistas.
Antes de analisar as frases isoladamente, é impor- z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equi-
tante entender o conteúdo da mensagem. Assim, líbrio, o qual demanda uma situação conflituosa;
é possível interpretar que as frases curtas e sem z Complicação: desenvolvimento da tensão apre-
riqueza de detalhes passam a imagem de futilidade sentada inicialmente;
e superficialidade. Resposta: Letra A. z Ações (para o clímax): acontecimentos que
ampliam a tensão;
2. (ENEM — 2022) Morte lenta ao luso infame que inven- z Resolução: momento de solução da tensão;
tou a calçada portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua z Situação final: retorno da situação equilibrada;
corja de tenentes Eusébios. Quadrados de pedregulho z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre
irregular socados à mão. À mão! É claro que ia soltar, a resolução;
ninguém reparou que ia soltar? Branco, preto, branco, z Moral: apresentação de valores morais que a his-
84 preto, as ondas do mar de Copacabana. De que me tória possa ter apresentado.
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Esses sete passos podem ser encontrados na can- Para sua compreensão, também é necessário enten-
ção “Era um garoto que como eu...”, do Engenheiros do der o significado de marcadores temporais e espaciais:
Hawaii. são formas linguísticas marcadas por advérbios, prono-
Vamos ler e identificar essas características, a fim mes, locuções etc., utilizadas para demarcar um espaço
de aprender a identificar outros pontos do tipo textual físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrati-
narrativo. vos, esses elementos são essenciais para marcar o equilí-
brio e a tensão da história, buscando garantir a coesão do
Era um garoto que como texto. Alguns exemplos de marcadores temporais e espa-
eu Amava os Beatles e os ciais podem ser: atualmente, naquele dia, nesse momen-
Rolling Stones to, aqui, ali, então...
Girava o mundo sempre a Um outro indicador do texto narrativo é a presença
cantar do narrador da história. Por isso, é importante apren-
As coisas lindas da América Situação inicial: dermos a identificar os principais tipos de narrador
Não era belo, mas mesmo predomínio de de um texto. O narrador, também conhecido como
assim equilíbrio foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que
Havia mil garotas a fim compõem o texto, podendo ser caracterizado como:
Cantava Help and Ticket to
Ride z Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª
Oh Lady Jane e Yesterday pessoa. O narrador participa dos fatos;
Cantava viva à liberdade z Narrador observador: verbos flexionados em 3ª
pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos con-
Mas uma carta sem esperar
tados, porém não participa das ações;
Da sua guitarra, o separou
Complicação: início da z Narrador onisciente: os fatos podem ser contados
Fora chamado na América
tensão em 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os
Stop! Com Rolling Stones
fatos e não participa das ações, porém o fluxo de
Stop! Com Beatles songs
consciência do narrador pode ser exposto, levando
Mandado foi ao Vietnã o texto para a 1ª pessoa.
Clímax
Lutar com vietcongs
Alguns gêneros são conhecidos por suas marcas
Era um garoto que como eu
narrativas, sendo: notícia, diário, conto, fábula, entre
Amava os Beatles e os Rolling
outros. É importante reafirmar que o fato desses gêne-
Stones Resolução
ros serem essencialmente narrativos não significa
Girava o mundo, mas acabou
que não possam apresentar outras sequências em sua
Fazendo a guerra no Vietnã
composição. Assim, para diferenciar os tipos textuais
Cabelos longos não usa mais e proceder na classificação correta, é essencial pres-
Não toca a sua guitarra e sim tar atenção nas marcas que predominam no texto.
Um instrumento que sempre Após demarcarmos as principais características do
dá tipo textual narrativo, vamos conhecer as mais impor-
A mesma nota, tantes da sequência textual classificada como descritiva.
ra-tá-tá-tá Situação final /
4
garotas
13
Ao seu país não voltará que utilizam esse tipo textual dispõem a sequência
.8
de Brasil em 1500.
podem ser resumidas em marcas de organização linguísti-
gi
ca caracterizadas por: presença de marcadores tempo- Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
rais e espaciais; verbos predominantemente utilizados quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas,
no passado; presença de narrador e personagens. que, certo, assim pareciam bem. Também andavam
LÍNGUA PORTUGUESA
6 DIANA, D.. Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 10 fev. 2023. 85
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Note que, apesar da presença pontual da sequên-
cia narrativa há predominância da descrição do cená-
rio e das personagens evidenciada pela presença de
adjetivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida,
descobertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma
espécie de relato descritivo para manter a comunica-
ção entre a Corte Portuguesa e os navegadores. Toda-
via, considerando as emergências comunicativas do
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros
como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
mos ver no cardápio a seguir:
Expositivo
4
-2
13
.7
28
.8
18
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/
noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-
-0
divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml.
ar
lm
86
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É importante destacar que os textos expositivos
podem, muitas vezes, ser confundidos com textos argu- Como faço para criar uma conta do Instagram?
mentativos, uma vez que existem textos argumentativos Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
que são classificados como expositivos, pois utilizam
exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação. 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store
Uma diferença importante entre a sequência expo- (iPhone) ou Google Play Store (Android).
sitiva e a argumentativa é que a primeira apresenta 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
uma opinião pessoal, enquanto a segunda não abre
margem para a argumentação, uma vez que o para abri-lo.
fato exposto é apresentado como dado, ou seja, o 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número
conhecimento sobre uma questão não é posto em de telefone (Android) ou Criar nova conta (iPho-
debate. Em outras palavras, na sequência expositiva ne) e insira seu endereço de e-mail ou número de
apresenta-se um conceito e expõem-se as suas carac- telefone (que exigirá um código de confirmação),
terísticas, sem espaço para opiniões. toque em Avançar. Também é possível tocar em
Algumas marcas linguísticas do texto expositivo: Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua
conta do Facebook.
z apresenta informações sobre algo ou alguém, pre- 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
sença de verbos de estado; lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preen-
z presença de adjetivos, locuções e substantivos que cha as informações do perfil e toque em Avançar. Se
organizam a informação; você se cadastrar com o Facebook, será necessário
z desenvolve-se mediante uso de recursos entrar na conta do Facebook, caso tenha saído dela.
enumerativos;
Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso em: 07
z presença de figuras de linguagem como Metáfora set. 2020.
e Comparação;
z pode apresentar um pensamento contrativo ao Neste exemplo, podemos destacar a presença de
final do texto. verbos conjugados no modo imperativo, como: baixe,
toque, crie. Além de verbos no infinitivo: instalar,
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien- cadastrar, avançar. Outra característica dos textos
tíficos ou em gêneros que desencadeiam algum aspecto injuntivos é a enumeração de passos a serem cum-
de curiosidade nos leitores, como no exemplo a seguir: pridos para a realização correta da tarefa ensinada e,
também, para tornar a leitura mais didática.
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLU-
CIONARAM O MUNDO ATIVIDADES DE PRODUÇÃO ESCRITA E LEITURA
DE TEXTOS GERADOS NAS DIFERENTES ESFERAS
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 SOCIAIS: PÚBLICAS E PRIVADAS
Hedy Lamarr - conexão wireless Quando pensamos em uma definição para gêne-
ros textuais, somos levados a inúmeros autores que
4
-2
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecs- buscaram definir e classificar esses elementos. Nesse
13
tasy” (1933), a austríaca naturalizada norte-america- viés, inicialmente é interessante nos lembrarmos dos
.7
na Hedy Lamarr foi a inventora de uma tecnologia gêneros literários que estudamos na escola.
28
que permitia controlar torpedos à distância, durante Podemos nos remeter ao conceito de Tragédia e
.8
a Segunda Guerra Mundial, alterando rapidamente Comédia, referindo-se aos clássicos da literatura grega.
18
os canais de frequência de rádio para que não fossem Afinal, quem nunca ouviu falar das histórias de “Ilíada”
-0
interceptados pelo inimigo. Esse conceito de trans- ou de “A Odisseia”, ambas de Homero? Mas o que esses
ar
missão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvi- textos têm em comum? Inicialmente, você pode ser leva-
lm
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj. Acesso em: 07 set. 2020. Adaptado. pelo mesmo autor, porém, a estrutura dessas histórias
ar
O anúncio apresenta uma clara referência ao Podem ser alterados ção, sob pena de serem
-2
reclassificados
13
ro, maioritariamente narrativo, foi modificada para Estabelecem uma função Organizam os gêneros
28
MANCHETE
da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da
.8
Quando?
-0
NOTÍCIA REPORTAGEM
ar
CORPO DA Como?
lm
NOTÍCIA
Por quê? Apresenta um fato de Questiona fatos e efeitos
gi
Quando queremos dar uma opinião sobre determi- por exemplo. A seguir, observe algumas característi-
cas do gênero editorial:
.7
gos de opinião são especialistas no assunto por eles z expressa opinião de um jornal ou revista a respei-
18
considerar as diversas “vozes” já existentes sobre o z o objetivo desse gênero é esclarecer ou alertar os
leitores sobre alguma temática importante;
ar
desenvolvimento e conclusão.
lm
artigo de opinião pessoal, ao escolher a terceira pessoa O início de um editorial é bem semelhante ao de
do singular, o articulista consegue dar um tom impes- um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central
soal ao seu texto, fazendo com que sua produção tex- ou problema social a ser debatido no texto, poste-
tual não fique centrada em suas próprias opiniões. riormente segue-se a apresentação do ponto de vista
Quanto à composição estrutural do artigo de opi- defendido e conclui-se com a retomada da opinião
nião, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) apresentada inicialmente. A principal diferença entre
propõem a seguinte estruturação: editorial e artigo de opinião é que aquele representa
a opinião de uma corporação, empresa ou instituição.
z identificação do tema, acompanhada de seus ante- De modo geral, as marcas linguísticas de um edi-
cedentes e alcance para situar a questão polêmica; torial são:
z tomada de posição, exposição de argumentos de
modo a justificar a tese; z verbos na 3ª pessoa do singular ou plural;
z reafirmação da posição adotada no início da pro- z uso predominante do modo indicativo nas formas
dução, ao mesmo tempo em que as ideias são arti- verbais;
90 culadas e o texto é concluído. z linguagem clara, objetiva e impessoal.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Apresentamos, a seguir, um breve esquema para No tocante ao estilo da crônica argumentativa, tra-
facilitar a escrita e compreensão desse gênero: ta-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito vei-
culado em jornais e revistas e, por isso, é um gênero
EDITORIAL — ESTRUTURA TEXTUAL POR
que passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
PARÁGRAFOS
Além disso, a crônica argumentativa apresenta um
Apresentação do tema (situando o teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais
leitor) e já com um posicionamento mais atuais; outra característica presente nesse gêne-
Parágrafo 1 ro é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a
definido. Ser didático ao apresentar o
assunto ao leitor metáfora, que auxiliam na presença do tom sarcástico
que a crônica pode ter.
Contextualização do tema, compa- A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O
rando-o com a realidade e trazendo que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em
Parágrafo 2 as causas e indicativos concretos do que podemos identificar as principais características
problema. Mais uma vez, posiciona- desse gênero:
mento sobre o assunto
A seguir, apresentamos nosso último gênero tex- – A casa das palavras. Acabei de gravar um vídeo
tual a ser abordado neste material. Lembramos que para jovens estudantes e disse a eles que o ofício
o universo de gêneros textuais é imenso, por isso, faz- de um escritor é cuidar dessa casa, varre-la, fazer
-se impossível apresentar uma compilação de estudos a cama das palavras, providenciar sua comida,
com todos os gêneros. Apesar disso, trazemos aqui os vesti-las com harmonia.
principais itens cobrados em avaliações de língua por-
tuguesa. Seguindo esse critério, o próximo gênero a – A nave espacial que nos permite viajar no tem-
ser estudado é a crônica. po para a frente e para trás. Habitar o passado ao
tempo em que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro
CRÔNICA ponto de vista, inalcançável quando o passado
aconteceu: o do presente, com todos os conheci-
O gênero crônica é muito conhecido no meio lite- mentos adquiridos e as novas maneiras de viver.
rário brasileiro. Podemos citar ilustres autores que se […].
4
-2
tornaram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fer- – Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte
13
nando Veríssimo e Marina Colasanti. Por ser um gêne- que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra
.7
CRÔNICA NARRATIVA
ARGUMENTATIVA postas nos livros que deram origem às religiões e
lm
neles conservadas.
gi
Defesa de um ponto de
Limitam-se a contar fatos
vista, relacionado ao as- Fonte: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 17 set. 2020. Adaptado.
do cotidiano
sunto em debate
Como se pode notar, a crônica trata de um assunto
LÍNGUA PORTUGUESA
Gêneros do discurso marcam o processo de inte- Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em São
ração verbal, como todo discurso materializa-se Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos
por meio de textos, a nomenclatura gêneros tex- quando ganhou uma câmera de vídeo — e uma irmã.
tuais torna-se mais adequada para essa pers- As duas se tornaram suas companheiras de experi-
pectiva de estudos. Podemos distinguir as duas mentações. Adolescente, Elena vivia a criar filminhos
e se empenhava em dirigir a pequena Petra nas cenas
variantes vocabulares de acordo com as deman-
que inventava. Era exigente com a irmã. E acreditava
das sociais e culturais de estudo dos gêneros. no potencial da menina para satisfazer seus arroubos
de diretora precoce. Por cinco anos, integrou algu-
mas das melhores companhias paulistanas de teatro
e participou de preleções para filmes e trabalhos na
EXERCÍCIOS COMENTADOS TV. Nunca foi chamada. No início de 1990, Elena tinha
20 anos quando se mudou para Nova York para cur-
sar artes cênicas e batalhar uma chance no mercado
1. (ENEM — 2020)
americano. Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns
testes de elenco malsucedidos, decepcionada com
Mulher tem coração clinicamente partido após morte de a ausência de reconhecimento e vitimada por uma
cachorro depressão que se agravava com a falta de perspecti-
vas, Elena pôs fim à vida no segundo semestre. Petra
Como explica o The New England Journal of Medicine, tinha 7 anos. Vinte anos depois, é ela, a irmã caçula,
a paciente, chamada Joanie Simpson, tinha sinais de que volta a Nova York para percorrer os últimos pas-
infarto, como dores no peito e pressão alta, e apresen- sos da irmã, vasculhar seus arquivos e transformar
tava problemas nas artérias coronárias. Ao fazerem suas memórias em imagem e poesia.
um ecocardiograma, os médicos encontraram o pro- Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã
blema: cardiomiopatia de Takotsubo, conhecida como que fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade,
síndrome do coração partido. Essa condição médica mas também sobre o encontro, o legado, a memória.
Um filme sobre a Elena de Petra e sobre a Petra de
tipicamente acontece com mulheres em fase pós-
Elena, sobre o que ficou de uma na outra e, essencial-
-menstrual e pode ser precedida por um evento muito
mente, um filme sobre a delicadeza.
estressante ou emotivo. Nesses casos, o coração apre-
senta um movimento discinético transitório da parede VANUCHI, C. Época, 19 out. 2012 (adaptado)
anterior do ventrículo esquerdo, com acentuação da
cinética da base ventricular, de acordo com um arti-
go médico brasileiro que relata um caso semelhante.
Simpson foi encaminhada para casa após dois dias e O texto é exemplar de um gênero discursivo que cum-
passou a tomar medicamentos regulares. Ao Washin- pre a função social de
gton Post, ela contou que estava quase inconsolável
4
após a perda do seu animal de estimação, um cão da a) narrar, por meio de imagem e poesia, cenas da vida
-2
Houston, nos Estados Unidos. d) lançar, por meio da história de vida do autor, um filme
-0
autobiográfico.
ar
Disponível em: https://exame.abril.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017. e) avaliar, por meio de análise crítica, o filme em
lm
referência.
gi
sequências da perda de um animal de estimação, con- Uma análise crítica permite refletir sobre uma
lm
sidera-se que ele se enquadra no gênero determinada obra, identifica e expõe argumentos.
gi
resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes Pela ótica do narrador, a trajetória da empregada de
13
de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só sua casa assume um efeito expressivo decorrente da
.7
28
pessoal demais, correndo o risco de em breve publicar b) alusão à inocência das crianças da época.
-0
minha vida passada e presente, o que não pretendo. c) estratégia de questionar a bondade humana.
d) descrição detalhada das pessoas do interior.
ar
quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o curioso e pouco divulgado. Em seu sentido original,
lm
modo de escrever se transforme. Não é que me desa- o termo grego “anékdota” está atrelado ao que “não
gi
grade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem se publica”. Nesse sentido, no texto em questão, a
mudanças mais profundas e interiores que não vies- trajetória da empregada, personagem da história,
sem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque torna-se expressiva por ser específica, com atos de
LÍNGUA PORTUGUESA
isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só violência que seriam impublicáveis.
porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar
uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros
quero profundamente a comunicação profunda comi-
go e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o TEXTO ARGUMENTATIVO, SEUS
leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a GÊNEROS E RECURSOS LINGUÍSTICOS
verdade: não estou contente.
Já sabemos que existem diversos tipos textuais, e
LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, que cada texto corresponde a um tipo, de acordo com
1999 as suas características e intenções. Neste capítulo,
vamos explorar o tipo argumentativo, que está pre-
sente em inúmeras situações cotidianas. 93
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O objetivo do tipo argumentativo é convencer o Se liga!
interlocutor e, para isso, precisa usar a argumentação,
utilizando-se de diferentes formatos de textos, tanto O gênero “anúncio publicitário” tem presença
orais quanto escritos. recorrente nas avaliações do Enem.
A prova do Enem está centrada na escrita, portan-
to, destacaremos os principais gêneros escritos do tipo
argumentativo e como diferenciá-los. CARTA DE RECLAMAÇÃO OU DE SOLICITAÇÃO
Um dos aspectos mais importantes a se observar para
identificar o gênero textual é a identidade do leitor. Esta- z Público: o leitor e o autor sempre estão especifica-
belecendo a identidade do leitor, é possível escrever um dos no início da carta;
texto argumentativo de modo a “convencê-lo” de fato. z Escrita: há marcas de primeira pessoa e experiên-
Nesse sentido, os gêneros do tipo argumentativo que cias pessoais para explicar a reclamação ou reali-
mais aparecem nas provas do Enem são: artigo de opi- zar a solicitação. Além disso, a linguagem é clara e
nião, dissertação, resenha crítica, anúncio publicitá- objetiva, seguindo a norma culta da língua;
rio,e carta de reclamação ou de solicitação. z Função social: a carta pode ser enviada diretamente
a alguma instituição, entidade ou pessoa responsá-
ARTIGO DE OPINIÃO vel, ou ainda publicada em meios de comunicação. A
função social depende especificamente do conteúdo
z Público: geralmente, tem um público específico. reclamado ou solicitado na carta.
Dependendo do local de publicação do artigo, esse
público pode ser acadêmico ou não; O gênero carta de reclamação e de solicitação
z Escrita: o tom da escrita depende do público para necessariamente deve ter a estrutura de carta, que
o qual o artigo se destina. Um público interessado inclui:
em futebol, por exemplo, recebe uma modalidade
de escrita diferente de um artigo de culinária; z local e data;
z Linguagem: pode admitir uma linguagem mais z destinatário;
coloquial e pessoal; z saudação;
z Função social: está presente em sites acadêmicos, z corpo do texto;
revistas acadêmicas ou revistas em geral. z despedida.
DISSERTAÇÃO
ORGANIZAÇÃO E PROGRESSÃO TEXTUAL
z Público: qualquer pessoa pode ser o leitor, não há
especificamente um perfil de leitor; Progressão textual é o processo de construção do
z Escrita: não há marcas de pessoalidade nesta escrita; texto, que consiste na organização da coesão, coerên-
z Linguagem: a linguagem é objetiva e segue a nor- cia e conexão entre as partes do texto. A progressão
ma culta da língua; textual torna o texto claro e objetivo, facilitando sua
z Função social: geralmente, aparece em situações leitura, pois quando ele está conectado, a mensagem é
acadêmicas. entregue mais facilmente ao leitor.
Para haver progressão, é necessário que cada nova
4
-2
z Escrita: a resenha é um resumo de uma obra, ou a progressão textual. A seguir, vamos explorar alguns
18
Conectores
da à expectativa do leitor à temática;
lm
em forma de poema.”
vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras
13
Sinônimos
amantes? Urgência emocional. Uma cilada. Associa-
28
vida.
z Antes: “Para muitas famílias, o fato de pagar uma esco-
ar
uma escola pressupõe que esta instituição deve que se evidencia pelo(a)
assumir toda a formação da criança, deixando a
família isenta de qualquer cobrança e responsa- a) impessoalização ao longo do texto, como em: “se não
bilidade. No entanto, o sistema escolar encontra há mais tempo”.
entraves em determinadas situações.” b) construção de uma atmosfera de urgência, em pala-
vras como: “pressa”.
TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO/ ESTRATÉGIAS c) repetição de uma determinada estrutura sintática,
ARGUMENTATIVAS como em: “Se tudo é para ontem”.
d) ênfase no emprego da hipérbole, como em: “uma refei-
Para argumentar, o autor se vale de algumas estra- ção que pode durar uma vida”.
tégias, com o intuito de validar seus argumentos e e) emprego de metáforas, como em: “a vida engata uma
pontos de vista para o interlocutor. primeira e sai em disparada”.
95
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao empregar metáforas, como em “a vida engata uma primeira e sai em disparada”, é possível perceber a pouca
formalidade, pois deixa o texto leve e acessível. Letra: E.
2. (ENEM — 2022)
O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer uso desse
português versão 2.0, até porque não tem necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã com aquela cara
de sono falando o seguinte: “Por obséquio, Vossa Senhoria teria a hipotética possibilidade de estabelecer com minha
pessoa uma relação de compra e venda, mediante as imposições dos códigos Civil e do Consumidor, para que seja
possível a obtenção de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a relação pecuniária no valor de R$ 5,00 seja
plenamente legítima e capaz de saciar minha fome matinal?”. O problema é que temos uma cultura de valorizar quem
demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é. Pela nossa lógica, todo mundo que fala difícil tende a ser mais
inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9% das pessoas que estivessem na padaria iriam ficar boquiabertas
se alguém fizesse uso das palavras que eu disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom dia! O senhor
poderia me vender cinco reais de pão francês?”. Agora entramos na parte interessante: o que realmente é falar difícil?
Simplesmente fazer uso de palavras que a maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar difícil? Eu penso que
não, mas é assim que muita gente age. Falar difícil é fazer uso do simples, mas com coerência e coesão, deixar tudo
amarradinho gramaticalmente falando. Falar difícil pode fazer alguém parecer inteligente, mas não por muito tempo. É
claro que em alguns momentos não temos como fugir do português rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como
no caso de documentos jurídicos, entre outros.
ARAÚJO, H. Disponível em: www.diariojurista.com. Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).
Nesse artigo de opinião, ao fazer uso de uma fala rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor evidencia a impor-
tância de(a)
O Artigo de Opinião leva em consideração as variantes linguísticas e critica, neste ponto, o uso de uma fala rebus-
cada em um ambiente informal. Resposta: Letra E.
ADOTE UM
gi
E RUA
ANIMAL D
ar
lm
Ninguém nunca prendeu o Delegado. O vaivém de rua em rua e sua longa vida são relembrados e recontados. Exemplo
de sobrevivência, liderança, inteligência canina, desde pequenininho seu focinho negro e seus olhos delineados dese-
nharam um mapa mental olfativo-visual de Lavras. Corria de quem precisava correr e se aproximava de quem não lhe
faria mal, distinguia este daquele. Assim, tornou-se um cão comunitário. Nunca se soube por que escolheu a rua, talvez
lhe tenham feito mal dentro de quatro paredes. Idoso, teve câncer e desapareceu. O querido foi procurado pela cidade
inteira por duas protetoras, mas nunca encontrado.
96 COSTA, A. R. N. Viver o amor aos cães. Parque Francisco de Assis. Carmo do Cachoeira: Irdin, 2014 (adaptado).
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Os dois textos abordam a temática de animais de rua, 5. (ENEM — 2022)
porém, em relação ao Texto I, o Texto II
4. (ENEM — 2022) É ruivo? Tem olhos azuis? É homem Para convencer o público-alvo sobre a necessidade de
ou mulher? Usa chapéu? Quem jogou Cara a Cara na um trânsito mais seguro, essa peça publicitária apela
infância sabe de cor o roteiro de perguntas para adi- para o(a)
vinhar quem é o personagem misterioso do seu opo-
nente. Agora, o jogo está prestes a ganhar uma nova a) sentimento de culpa provocado no condutor causador
versão. A designer polonesa Zuzia Kozerska-Girard de acidentes.
está desenvolvendo uma variação do Guess Who? b) dano psicológico causado nas vítimas da violência nas
(nome do Cara a Cara em inglês), em que as personali- estradas.
dades do tabuleiro são, na verdade, mulheres notáveis c) importância do monitoramento do trânsito pelas autori-
da história e da atualidade, como a artista Frida Kah- dades competentes.
lo, a ativista Malala Yousafzai, a astronauta Valentina d) necessidade de punição a motoristas alcoolizados
Tereshkova e a aviadora Amelia Earhart. O Who’s She? envolvidos em acidentes.
(“Quem é ela?”, em português) traz, no total, 28 mulhe- e) sofrimento decorrente da perda de entes queridos em
res que representam diversas profissões, nacionalida- acidentes automobilísticos.
des e idades. A ideia é que, em vez de perguntar sobre
a aparência das personagens, as questões sejam dire- As linguagens verbais e não verbais se apoiam neste
cionadas aos feitos delas: ganhou algum Nobel, fez texto, de forma que, tanto a mensagem e o destaque
alguma descoberta? Para cada personagem há um para a palavra “arrependimento” quanto a imagem
cartão com fatos divertidos e interessantes sobre sua de alguém tampando o rosto de vergonha e tristeza,
vida. Uma campanha entrou no ar com o objetivo de revelam um sentimento de culpa provocado no con-
4
arrecadar dinheiro para desenvolver o Who’s She?. A dutor causador de acidentes. Letra: A.
-2
(adaptado).
lm
texto busca
lm
gi
compradores.
Disponível em: https://viva-porto.pt. Acesso em: 24 nov. 2021
d) exemplificar estratégias de arrecadação financeira (adaptado)
pela internet.
e) desenvolver conhecimentos lúdicos específicos dos
A articulação entre os elementos verbais e os não ver-
tempos atuais.
bais do texto tem como propósito desencadear a
O jogo “Who’s She?” enriquece o conhecimento
sobre mulheres ativistas, fugindo da questão da a) identificação de distinções entre mulheres e homens.
aparência, e enfocando seus feitos e conquistas. b) revisão de representações estereotipadas de gênero.
Sendo assim, contribui com a formação cidadã dos c) adoção de medidas preventivas de combate ao sexismo.
jogadores. Letra: A. d) ratificação de comportamentos femininos e masculinos.
e) retomada de opiniões a respeito da diversidade dos
papéis sociais. 97
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Ao aparecer o risco de anulação de frases precon- COMO OS GÊNEROS DIGITAIS SÃO ABORDADOS NA
ceituosas e estereotipadas, nota-se a revisão destas PROVA DO ENEM?
representações. O homem pode chorar. A mulher
pode dirigir em longas estradas. Letra: B. A prova do Enem está fortemente pautada na
interpretação textual. Sendo assim, a maior parte das
questões exige a interpretação do candidato frente
aos diferentes gêneros textuais. Todavia, em certas
ocasiões as respostas apontam para as teorias a res-
GÊNEROS DIGITAIS
peito dos gêneros, sendo importante conhecê-los.
O QUE SÃO GÊNEROS DIGITAIS?
PRINCIPAIS GÊNEROS DIGITAIS E SUAS
Os gêneros digitais são formas de construção de CARACTERÍSTICAS
textos que foram criadas especificamente para serem
usadas em meios digitais, sejam eles orais ou escritos. Anúncio Publicitário On-line
Como já abordamos, muitos deles surgiram natural-
mente, de acordo com as demandas das plataformas Aparecem em diversos formatos, em vídeo, foto e tex-
digitais. Existem plataformas cuja apresentação das to ou, ainda, apenas texto verbal, o que é menos recor-
informações ocorre por vídeos, outras somente por rente. Ele tem como finalidade promover um produto,
áudio, outras por fotos com legendas, por isso, cada uma campanha governamental ou um serviço. Para isso,
uma delas configura um gênero. precisa estar alinhado às necessidades/expectativas do
É importante lembrar que, nesse espaço interlocutor, que pode ser seu futuro consumidor.
ganham relevância os textos digitais multimodais,
assim: textos que mesclam imagens, palavras e sons,
linguagem verbal e não verbal. z Temática: pode abordar diferentes temáticas, a
depender do produto ou do serviço apresentado —
desde itens para crianças até serviços de profissio-
CARACTERÍSTICAS DOS GÊNEROS DIGITAIS
nais autônomos;
z Variedade: um primeiro ponto a ser destacado z Linguagem: no geral, segue a norma culta da lín-
é que, ao contrário do que pensamos, os gêneros gua, mas admite a presença da linguagem colo-
digitais apresentam uma grande variedade de quial e informal, a depender da intencionalidade;
tipos textuais e de características. Não há uma z Canal: pode ser publicado em qualquer esfera
unanimidade de características, nem tampouco digital, sites, blogs, redes sociais, dentre outros;
uma linearidade entre os gêneros digitais; z Função social: a função é a de convencer o leitor/
z Grau de formalidade: podem apresentar diferen- espectador a se tornar um cliente da marca ou partici-
tes graus de formalidade, a depender da platafor- par de um evento, sendo assim, a função deve ir neste
ma e da intenção do texto; sentido, a depender do produto/serviço oferecido.
z Escrita: existem alguns gêneros que exigem o uso
da norma culta da língua, seguindo a variedade Post em Site ou Blog
padrão e uma linguagem mais formal. No entan-
to, há também os gêneros informais, que aceitam
o uso de abreviações, gírias e vocabulário próprio Geralmente é apresentado em formato de texto
4
z Forma: a forma é muito variável. Existem gêneros que irá buscar pelo tema em sites e blogs, mas, no
gi
em texto verbal, como a notícia, que já existia antes geral, deve seguir a norma culta e aceitar traços de
ar
das mídias digitais; outros são apenas em formato informalidade como abreviações e gírias;
lm
de áudio, como o podcast; curtos como as legen- z Canal: publicado em sites com temáticas especí-
gi
das das fotos; podem ser também híbridos, utili- ficas como moda, maquiagem, beleza, jogos ele-
zando imagens e textos verbais, como os vídeos ou trônicos, política, ciência, medicina, as temáticas
memes. A forma varia de acordo com a plataforma são quase infinitas. Nesse sentido, qualquer tema
utilizada e a intencionalidade do autor. pode ser tratado em um site ou blog;
z Função social: em uma visão mais ampla, a fun-
ção é informar e transmitir conhecimento. Des-
Se liga! tarte, em uma visão mais centrada, a função irá
depender da temática e do público-alvo.
A partir das características citadas anteriormen-
te, podemos observar que os gêneros digitais Podcast
são diversos e têm uma ampla abrangência, pre-
zando, no geral, a rapidez na transmissão das Consiste em um áudio que pode ser curto ou longo,
informações e variando em outros aspectos. no qual participam uma ou mais pessoas com a inten-
ção de compartilhar informações ou debater um tema.
98
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z Temática: existem desde podcasts de humor até z Linguagem: admite o uso de linguagem coloquial,
podcasts de aulas sobre marketing, empreende- com gírias e abreviações, com tom de informalidade.
dorismo, línguas estrangeiras ou psicologia. Qual- No entanto, em algumas situações formais é exigida a
quer tema pode ser tratado em um podcast; formalidade e o uso da norma padrão;
z Linguagem: a linguagem é muito variável, de z Canal: utilizado em plataformas e aplicativos
acordo com a temática e o contexto, mas, no geral, específicos para chat;
usa a norma culta da língua; z Função social: basicamente, a função é de comu-
z Canal: existem plataformas e aplicativos para postar nicação simples, fácil e rápida.
e para ouvir podcast. Sua forma é unicamente por
áudio; É importante lembrar também dos fóruns e listas
z Função social: na maioria das vezes, a função é com- de discussões que estão disponíveis na internet.
partilhar conhecimento a respeito de um tema.
E-mail Se liga!
Possui a mesma estrutura de uma carta, com reme- A função social não pode ser determinada aqui
tente, destinatário, saudação e despedida. Em geral, cos- nem em outro material didático, pois ela depen-
tuma ser mais formal, mas também pode ser informal. de especificamente da análise de cada texto.
Aqui, tratamos de modo geral como você pode
z Temática: geralmente, trata de assuntos profissio- identificar a função social de um texto dos gêne-
nais ou educacionais, estando, ainda, disponível ros digitais, mas é necessário ter muita atenção
para abordagem de qualquer tema; para identificar e interpretar cada texto.
z Linguagem: segue a norma culta da língua, poden-
do ter características da linguagem formal e da
linguagem informal, a depender do tema e do con- A FUNÇÃO SOCIAL DAS NOVAS TECNOLOGIAS
texto de uso;
z Canal: é enviado por plataforma, aplicativo ou site As novas tecnologias deixaram de ser o futuro para
específico; se tornar o presente. A pandemia da covid-19 acelerou
z Função social: o e-mail existe, basicamente, para a esse processo e hoje é possível fazer muitas coisas uti-
comunicação rápida utilizando textos longos e outros lizando tecnologias e meios digitais.
recursos como imagens e documentos anexos. No início, as tecnologias e mídias digitais eram usa-
das apenas para lazer e entretenimento. Atualmente,
Meme todos os canais de notícias sérios e relevantes estão
presentes nas plataformas digitais e, por meio delas
Trata-se de um gênero híbrido (linguagem verbal podemos trabalhar, nos comunicar, pedir entregas de
e não verbal) e de caráter humorístico, que viraliza supermercado, farmácia, lanches, dentre outros itens.
rapidamente em diferentes formatos (imagem, vídeo Além disso, podemos estudar, assistir a aulas e reu-
ou áudio). É adaptado a depender do contexto. niões ao vivo, participar de encontros distantes geo-
4
z Temática: temáticas relacionadas a atualidades, Para a linguística e para o Enem, é necessário atentar-
13
como política ou situações cotidianas com as quais -se à intencionalidade dos criadores e autores de conteúdo
.7
as pessoas se identificam; nos gêneros digitais, pois nenhum texto é produzido sem
28
imagem com texto verbal é compartilhada em 1. (ENEM — 2020) Quando quis agilizar o processo de
ar
qualquer mídia digital, conversas em chat, redes seleção de novos alunos, a tradicional faculdade bri-
lm
sociais de imagens ou vídeos. Além disso, há sites tânica de medicina St. George usou um software para
gi
específicos para capturar um meme e utilizá-lo em definir quem deveria ser entrevistado. Ao reproduzir a
diferentes contextos;
forma como os funcionários faziam essa escolha, o
z Função social: sua função é entreter os usuários
programa eliminou, de cara, 60 de 2 000 candidatos. Só
com imagens ou vídeos.
LÍNGUA PORTUGUESA
dez. 2017.
z estabelecer relações entre literatura, outras artes
-0
a) promover o uso adequado de campanhas publicitárias de literatura do Enem seguem a mesma perspectiva.
lm
b) divulgar o projeto sobre transparência da administra- linguagem literária e linguagem não literária, gêneros
ção pública. literários — ênfase no gênero poético e nos movimen-
c) responsabilizar o cidadão pelo controle dos gastos tos literários, como o Romantismo e o Modernismo —,
públicos. foco narrativo, tipos de narrador, intertextualidade,
d) delegar a gestão de projetos de lei ao contribuinte. interdiscursividade e paródia, pois são os aspectos
e) assegurar a fiscalização dos gastos públicos. literários mais apresentados. Dessa forma, é necessá-
rio que o candidato siga um cronograma de estudos
O post apropria de outro gênero, o anúncio. Portan- priorizando esse conteúdo.
to, a função é “divulgar o projeto”. Resposta: Letra B Agora que já sabemos os tópicos cobrados na área
de literatura no Enem, seguiremos abordando de forma
mais aprofundada esses aspectos gerais, a fim de que
você, candidato, tenha o melhor aproveitamento possível.
100
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PRODUÇÃO LITERÁRIA E PROCESSO SOCIAL Outra comparação é em relação ao emprego e o
sentido das palavras. Sabe-se que no texto científico
Para começarmos a relacionar a produção literá- emprega-se as palavras no seu sentido dicionariza-
ria e o processo social, é importante que entendamos, do, denotativo, enquanto no texto artístico, busca-se
primeiramente, a diferença existente entre um texto empregar as palavras com mais autonomia, preferin-
literário e um texto não literário. do o seu sentido conotativo, figurado.
O texto não literário tem como principal objeti-
vo informar, esclarecer, explicar, ou seja, possui uma Prosa e Poesia
função utilitária, construído com uma intenção espe-
cífica, com linguagem clara e objetiva. Os textos literários podem ser divididos em prosa
Já o texto literário contém elementos narrativos e poesia. Neste tópico encontraremos a definição de
e artísticos, com a intenção de proporcionar dife- cada uma delas.
rentes emoções ao leitor. É nele que as figuras de Comecemos pela poesia: a poesia é a linguagem
linguagem aparecem. São textos que se destinam ao subjetiva, metafísica, vaga, refletindo o mundo inte-
rior do poeta. Quanto à sua forma, é um texto geral-
entretenimento, à arte e à ficção, possuindo lingua-
mente curto, com orações e períodos curtos, em que
gem subjetiva e conotativa, e presença de metáforas sobressaem a estética, a harmonia e o ritmo. Trata-se
e simbolismos. São exemplos de textos literários: poe- da mais antiga composição do mundo. Antes da exis-
sias, novelas, romances e dramas. tência do papel já existiam textos literários. Com os
Por que a produção literária aparece relacionada livros de argila e o uso de poemas, era possível trans-
aos aspectos sociais? Podemos dizer que a literatu- mitir muitas coisas com pouco material.
ra, assim como a nossa língua, de forma geral, é um A prosa, por sua vez, é a linguagem objetiva,
instrumento de comunicação e de interação social, e usual, veículo natural do pensamento humano. A pro-
exerce o importante papel de transmitir os conheci- sa possui diversas formas, chamadas de subgêneros
mentos e a cultura de uma sociedade. Dessa forma, é literários, como romances, crítica, novela, conto etc.
necessário reconhecer a presença de valores sociais e Vejamos as diferenças entre um texto em forma de
humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio poesia e em forma de prosa:
literário.
z Poema
PROCESSOS DE FORMAÇÃO LITERÁRIA E
frases curtas;
FORMAÇÃO NACIONAL
destaque para a beleza dos versos;
uso de rimas: porta/importa, minha/vizinha;
A literatura está ligada à escrita e sua origem per- uso de métrica: contagem de sílabas poéticas;
de-se nos tempos. Não há um único marco histórico do escrito em forma de versos.
surgimento da escrita, tendo em vista que os desenhos
das cavernas são considerados escritos antigos. Veja o exemplo a seguir:
A literatura é a arte de compor escritos artísticos,
em prosa ou em verso, de acordo com princípios teó- A Aeronave
ricos e práticos. Sabe-se que a palavra “literatura”
Augusto dos Anjos
vem do latim, litteris, que em tradução corresponde
4
Na Roma Antiga, literatura significava uma ins- A Aeronave que um mistério encerra
.7
Nos dias atuais, o termo “literatura” também é uti- Vencendo o azul que ante si s’erguera.
lm
escolhido de textos como, por exemplo, a literatura Voa, se eleva em busca do Infinito,
ar
é encontrar um caminho para decidir o que torna Cheia da luz do cintilar de um astro,
um texto, em sentido lato, literário. A literatura está, Deixa ver na fulgência do seu rastro
geralmente, associada à ideia de estética, ou melhor, A trajetória augusta da Ciência.
LÍNGUA PORTUGUESA
101
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Veja o exemplo a seguir: aprendizagem, uma vez que possibilita a compreen-
são do mundo, de novos olhares, e a inclusão do indiví-
OS ÓCULOS duo aos processos sociais dentro de uma comunidade.
Olavo Bilac
Existe uma relação interartística entre as artes e
as obras literárias. Esse estudo comparativo é eficaz
O velho e austero doutor Ximenes, um dos mais quando pensamos no poder das artes, assim como o
sábios professores da Faculdade, tem uma espinhosa da literatura, em envolver e seduzir o leitor, consti-
missão a cumprir junto da pálida e formosa Clarice... tuindo um aspecto crucial para a ligação entre obras
Vai examiná-la: vai dizer qual a razão da sua fraque- literárias e as artes, na perspectiva da intertextuali-
za, qual a origem daquele depauperamento, daquela dade, assim como acontece entre a literatura e outras
triste agonia de flor que murcha e se estiola. construções de significado.
A bela Clarice!... É casada há seis meses com o gor-
As artes também se apresentam na literatura por
do João Paineiras, o conhecido corretor de fundos, —
o João dos óculos —, como o chamam na Praça por meio da concepção dos gêneros literários, que se divi-
causa daqueles grossos e pesados óculos de ouro que dem em três categorias básicas: gêneros épico, lírico
nunca deixam o seu forte nariz de ventas cabeludas. e dramático:
Há seis meses ela mingua, e emagrece, e tem na face a
cor da cera das promessas de igreja — a bela Clarice. z Gênero épico ou narrativo: no gênero narrativo,
E — ó espanto! — quanto mais fraca vai ficando ela, há um narrador, responsável por contar uma his-
mais forte vai ficando ele, o João dos óculos, — um tória, e as personagens, que atuam em um deter-
latagão que vende saúde aos quilos. Assusta-se a famí- minado espaço e tempo.
lia da moça. Ele, com seu imenso sorriso, vai dizendo
que não sabe... que não compreende... porque, enfim,
Exemplos: épico, fábula, epopeia, novela, con-
— que diabo! — se a culpa fosse sua, ele também esta-
ria na espinha [...]. to, crônica, ensaio, romance;
Contos para Velhos, de Olavo Bilac. Literatura Brasileira, z Gênero lírico: as obras do gênero lírico expres-
[s.d.]. Disponível em: https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/ sam sentimentos e emoções, possuindo a função
documentos/?action=download&id=139308. Acesso em: 14 fev.
poética da linguagem.
2023.
de cultural do país. Foi a partir dos primeiros escritos Dessa forma, é relevante que o candidato consiga
lm
de viajantes e missionários europeus, que documenta- identificar, acima de tudo, os gêneros textuais e as
gi
vam informações sobre a terra recém-colonizada, que suas respectivas funções. Além disso, é importante
ar
a literatura brasileira nasceu. ter em mente que a produção textual é uma prática
lm
Ainda que esses escritos mais antigos não sejam essencial para a formação de leitores e escritores, e
gi
considerados obras literárias, pelo fato de estarem que, através dessa ferramenta, os indivíduos atingem
presos à crônica histórica, são representados como o um nível maior de conhecimento crítico do mundo,
ponto de partida para a formação de nossa identidade
além de tornarem-se leitores intelectualmente autô-
literária e cultural.
nomos e humanizados.
PRODUÇÃO DE TEXTOS LITERÁRIOS, SUA RELAÇÕES ENTRE A DIALÉTICA
RECEPÇÃO E A CONSTITUIÇÃO DO PATRIMÔNIO COSMOPOLITISMO/LOCALISMO E A PRODUÇÃO
LITERÁRIO NACIONAL LITERÁRIA NACIONAL
subjetiva e conflituosa.
18
Quinhentismo
gi
exploração e da colonização.
Durante esse período, uma literatura genuinamen-
te brasileira, a qual mostra visão do homem brasilei-
ro, ainda não era possível. O que temos é um ponto de
vista do viajante colonizador acerca do Novo Mundo,
além de uma preocupação em documentar e des-
crever a viagem para o Rei de Portugal, cujas pre-
tensões eram mercantilistas: adquirir novas terras e
riquezas para Portugal.
7 A Coroação da Virgem. The Met, 2023. Disponível em: https://www.metmuseum.org/pt/art/collection/search/435853. Acesso em: 06 fev. 2023. 103
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A arte barroca é, então, caracterizada pelos deta- Gregório de Matos (1636–1696): conhecido
lhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É comum como “Boca do Inferno”, foi um advogado e
encontrar o uso de imagens contrastantes como o cre- poeta do Brasil Colônia, sendo considerado um
púsculo (dia/noite) e a aurora (noite/dia), além de tex- dos maiores poetas do Barroco em Portugal e
tos repletos de antíteses e inversões sintáticas. no Brasil. Produziu diversas sátiras desumanas,
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publi- além de poesias religiosas, líricas e satíricas.
cação da obra “Prosopopeia” (1601), de Bento Teixei-
ra, e seu marco final parece ter sido em 1768, com a Arcadismo
publicação de “Obras poéticas”, de Cláudio Manuel da
Costa. No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coin-
Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi, sem cide com a expulsão dos jesuítas do Brasil, a vinda
dúvida, um dos maiores artistas barrocos brasileiros. da corte portuguesa, a descoberta de ouro em Minas
Gerais e a Proclamação da Independência. Artistica-
z Contexto Histórico mente, é um período marcado pela recuperação da
cultura greco-latina e apreciação da natureza e da
o Barroco surgiu com as oposições e confli- simplicidade.
tos religiosos. Esse contexto histórico acabou
influenciando na produção artística, gerando o
fenômeno do Barroco. As obras são marcadas
pela angústia e pela oposição entre o mundo
material e o espiritual. Quanto às caracterís-
ticas do estilo, é possível encontrar metáforas,
antíteses e hipérboles;
as invasões holandesas no Brasil;
os bandeirantes.
z Características na Arte
a Revolução Farroupilha;
rebuscamento, virtuosismo, ornamentação
.7
hipérboles e antíteses. Obsessão pela lingua- rompimento com a estética barroca, opondo-se
gem culta, jogo de palavras.
ar
Os artistas românticos, movidos por esse ideal de esse apego ao passado era visto no indianismo;
mudanças, começaram a mudar a teoria e a prática de
-0
visão transformadora também na filosofia e em toda a terizadas pelo exagero no subjetivismo e emocio-
lm
cultura ocidental, que passou a aceitar a emoção e os sen- nalismo. As menções ao tédio e ao desejo de morte
gi
subjetivismo, foram marcantes nas obras produzidas regras da literatura. Os poemas começaram a ser
gi
no período. Na Europa, obras com temáticas medievais escritos de maneira diferente e, na prosa, come-
eram bastante comuns, já que esse era o passado histó- çam a aparecer palavras que antes não eram da
rico europeu. literatura, ou seja, palavras mais usadas pelo povo.
Nessa geração, os autores também começaram a
No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835 e
LÍNGUA PORTUGUESA
a estar mais presentes nas narrativas. cipal representante o escritor francês Émile Zola, que
-2
escultura, na pintura e em alguns aspectos sociais. ria do país acabaram sendo deixados de lado, como a
lm
desdobramento do Realismo;
z Contexto Histórico escritores naturalistas retratam pessoas margi-
nalizadas pela sociedade;
a Proclamação da República; as personagens são comparadas aos animais
a Primeira República. (zoomorfismo);
análise biológica e patológica das personagens;
z Características abordagem de temas polêmicos como miséria,
adultério, crimes e sexualidade desvelada;
objetividade como forma de se opor ao exces- forte influência darwinista, na qual o homem
so de subjetividade e idealizações existentes no não possui livre arbítrio, sendo guiado pela
Romantismo; hereditariedade e pelo meio social em que vive;
correção e clareza de linguagem para manter o cientificismo exagerado, apontando para as
ideal de representar a realidade verdadeiramente; relações e fenômenos sociais como se observas-
contenção das emoções, focando-se em análises se uma experiência científica;
mais objetivas; a realidade é abordada a partir do pensamento
106 análise psicológica dos personagens; científico, sob influência do positivismo;
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linguagem simples e objetiva; z Características
os pintores recriavam paisagens naturais, ou
seja, pintavam aquilo que observavam; descrição de impressões e aspectos psicológicos
grande desejo de reformar a sociedade nas das personagens com detalhes para constituir
obras. as impressões sensoriais de um incidente ou
cena;
z Autores e Obras caráter “hermético”, ou seja, difícil, exigindo
leitores intelectualmente sofisticados;
Aluísio de Azevedo (1857–1913): “O mulato”
pesquisas sobre óptica e seus efeitos. A pre-
(1881), “Casa de pensão” (1884) e “O cortiço” (1890);
sença dos contrastes e de transparências lumi-
Adolfo Caminha (1867–1897): “A normalista”
nosas auxilia no desvanecimento da forma,
(1893) e “Bom crioulo” (1895); percebida agora sem contornos;
Raul Pompeia (1863–1895): “O ateneu” (1888). união entre o concreto e o abstrato;
Impressionismo a percepção do tempo e o fluxo da memória; a
lembrança crítica e a compreensão do sentido
O Impressionismo não chegou a configurar, na lite- da experiência passada; e a “procura do tempo
ratura, uma escola, corrente ou movimento artístico, perdido”;
mas a teorização da atitude artística impressionista a fixação do instante, dos momentos cotidianos
deve muito à pintura (Monet, Degas, Cézanne, Pissaro, fugazes, das impressões da realidade em detri-
Sisley, Renoir) e à música (Debussy e Ravel). mento da razão e da emoção.
z Autores e Obras
Parnasianismo
contemporâneo do Realismo/Naturalismo;
13
objeto no sujeito.
com o fazer poético.
18
Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo.
18
em alguns aspectos, o Simbolismo dividiu com aquele Outros movimentos surgiram com a mesma termina-
-0
estilo o espaço cultural europeu entre o final do século ção “ismo”: os movimentos artísticos, que chamamos
ar
11 NOITE estrelada, a obra prima de Vincent Van Gogh. Arte & Artistas, 2018. Disponível em: https://arteeartistas.com.br/noite-estrelada-a-obra-
108 -prima-de-vincent-van-gogh/. Acesso em: 14 fev. 2023.
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Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que As principais características da Op Art são:
teve basicamente dois princípios: a simplificação das
figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As z explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões
figuras não são representadas tal qual a forma real, de ópticas;
ao passo que as cores são usadas de maneira organi- z defender para arte “menos expressão e mais
zada, como saem do tubo de tinta. O nome deriva de visualização”;
“fauves” (feras, no francês), devido à agressividade no z quando as obras são observadas, dão a impressão
emprego das cores. de movimento, clarões ou vibração, ou, por vezes,
No Cubismo também não há a preocupação em parecem inchar ou deformar-se;
representar realisticamente as formas de um objeto, z oposição de estruturas idênticas que interagem
porém sua intenção era representá-lo de vários ângu-
umas com as outras, produzindo o efeito óptico;
los, em um único plano. O Cubismo, com passar do
z observador participante;
tempo, evoluiu em duas grandes tendências: Cubismo
z busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
Analítico e Cubismo Sintético. O movimento teve o
seu melhor momento entre 1907 e 1914, e mudou para z as cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas
sempre a forma de ver a realidade. ao observador.
O Futurismo, por sua vez, foi um movimento que
se desenvolveu em todas as artes e exerceu influên-
cia sobre vários artistas. O movimento abrange sua
criação em expressar o real, assinalando a velocidade
exposta pelas figuras em movimento no espaço. Poste-
riormente, foram criados outros movimentos de arte
moderna. O movimento futurista repercutiu princi-
palmente na França e na Itália.
Já o movimento Abstracionista surgiu em oposição
à arte figurativa ou objetiva. São formas de arte que
não são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo.
O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte
em todos os seus campos, pois não foi apenas uma
corrente artística, mas um verdadeiro movimento
literário, musical, filosófico e até mesmo político. A
palavra dada em francês significa cavalo de madeira,
mas sua utilização marca o nonsense ou falta de sen- Movement in Squares, Bridget Riley12
tido a linguagem pode ter (como na fala de um bebê).
A princípio, o movimento não envolveu uma estética Já o termo Pop Art (abreviação das palavras em
específica, mas provavelmente as principais expres- inglês Popular Art) foi utilizado pela primeira vez em
sões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denomi-
ready made. O intuito deste movimento era protestar nar a arte popular que estava sendo criada em publici-
contra os estragos trazidos pela guerra, denunciando, dade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas
de forma irônica, toda aquela loucura que estava acon-
4
tecendo. Como negação total da cultura, o Dadaísmo vos da cultura popular, de poderosa influência na vida
13
defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. cotidiana na segunda metade do século XX.
.7
O Surrealismo, por sua vez, trata-se de um movi- Era a volta a uma arte figurativa, em oposição ao
28
mento artístico e literário surgido em Paris, por volta expressionismo abstrato que dominava a cena esté-
.8
dos anos 20. Esse movimento estava inserido no contex- tica desde o final da Segunda Guerra Mundial. Sua
18
to das vanguardas que viriam a definir o Modernismo iconografia era a da televisão, da fotografia, dos qua-
-0
Por fim, temos a Op Art. A expressão Op Art deriva A Pop Art proporcionou a transformação do que
lm
do inglês Optical Art, significando Arte Óptica. A Op era considerado vulgar em refinado, e aproximou a
arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava
gi
te cerebral e sistemático, mais próximo das ciências pelos objetos de consumo, operava com signos estéti-
gi
do que das humanidades, e não tem o ímpeto atual cos massificados da publicidade, quadrinhos e ilustra-
e o apelo emocional da Pop Art. Por outro lado, suas ções. Muito do que era considerado brega virou moda.
possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as
Suas principais características são:
LÍNGUA PORTUGUESA
da ciência e as da tecnologia.
Uma característica da Op Art é a representação do z linguagem figurativa e realista, referindo-se aos cos-
movimento através da pintura apenas com a utiliza- tumes, ideias e aparências do mundo contemporâneo;
ção de elementos gráficos. Outro fator fundamental z temática extraída do ambiente urbano das grandes
para a criação da Op Art foi a evolução da ciência, que cidades, de seus aspectos sociais e culturais — his-
está presente em praticamente todos os trabalhos, tória em quadrinhos, revistas, jornais sensaciona-
baseando-se principalmente nos estudos psicológicos listas, fotografias, anúncios publicitários, cinema,
sobre a vida moderna e nos estudos da física sobre a rádio, televisão, música, espetáculos populares,
óptica. Além disso, está presente, também, a alteração elementos da sociedade de consumo e de conve-
das cidades modernas e o sofrimento do homem com niências (alimentos enlatados, geladeiras, carros,
a alteração constante em seus ritmos de vida. estradas, postos de gasolina etc.);
12 RIBEIRO, T. Op-art. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/artes/a-opart.htm. Acesso em: 06 fev. 2023. 109
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z ausência de planejamento crítico — os temas são e a classe trabalhadora rural, e os marginalizados nos
concebidos como simples motivos que justificam a centros urbanos.
realização da pintura; Tendo isso em vista, eclodiram diversos movimen-
z representação, de caráter inexpressivo, preferen- tos sociais pelo Brasil em virtude da desigualdade
cialmente frontal e repetitiva; social, como a Revolta de Canudos, ocorrida no final
z combinação da pintura com objetos reais integra- do século XIX, no sertão da Bahia, sob liderança de
dos na composição da obra, como flores de plásti-
Antônio Conselheiro. Além desse, surgiram os movi-
co, garrafas etc., como uma nova forma dadaísta
em consonância aos novos tempos; mentos protestantes no meio urbano, como a Revolta
z formas e figuras em escala natural e ampliada; da Chibata, em 1910, — contra o maltrato da Marinha
z preferência por referência ao status social, à fama, à corporação — e as greves de operários. No começo
à violência e aos desastres, à sensualidade e ao do século XX, aparecem os primeiros indícios da crise
erotismo, aos símbolos da tecnologia industrial e à cafeeira com a superprodução de café, a chamada cri-
sociedade de consumo; se da República Café-com-Leite.
z uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, É em meio a esse quadro na sociedade brasileira
produzindo cores puras, brilhantes e fosforescentes, que se inicia uma nova produção literária, chamada
inspiradas na indústria e nos objetos de consumo; de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de
z reprodução de objetos do cotidiano em tamanho Ataíde. Destacam-se, nesse período, as obras “Os ser-
maior, transformando o real em hiper-real. tões” (1902), de Euclides da Cunha, e “Canaã” (1902),
de Graça Aranha.
Contudo, o Pré-Modernismo não é tido como uma
“escola literária”, pois apresenta características indi-
viduais muito marcantes. No entanto, há caracterís-
ticas comuns às obras desse período: a ruptura com a
linguagem pomposa parnasiana; a exposição da reali-
dade social brasileira; o regionalismo; a marginalida-
de exposta nas personagens e a associação aos fatos
políticos, econômicos e sociais.
Caracteriza-se pelas produções desde o início do
século XX até a Semana de Arte Moderna, em 1922. Foi
um período de intensa movimentação literária, que
marcou a transição entre o Simbolismo e o Moder-
nismo. Apesar disso, para muitos estudiosos, deve ser
considerado uma escola literária, uma vez que apre-
senta inúmeras produções artísticas e literárias dis-
tintas. Em outras palavras, ele reúne um sincretismo
estético, com presença de características neorrealis-
tas, neoparnasianas e neossimbolistas.
z Características
4
-2
13
Pré-Modernismo
usa como temas fatos históricos, políticos, eco-
lm
nômicos e sociais.
gi
z Autores e Obras
lm
Alguns anos após a Abolição da Escravatura, mui- Euclides da Cunha (1866⎯1909): “Os sertões”
tos imigrantes — a maioria italianos — vêm ao Bra- (1902);
sil com o intuito de substituir a mão de obra rural e Graça Aranha (1868⎯1931): “Canaã” (1902);
escrava. Enquanto os ex-escravizados são marginali- Monteiro Lobato (1882⎯1948): série de livros
zados nos centros urbanos, a urbanização de São Pau- do “Sítio do pica-pau amarelo”.
lo faz surgir uma nova classe social: a operária.
Há algumas mudanças nos estados brasileiros, Modernismo
como a ascensão do café no Sul e Sudeste e o declí-
nio da cana-de-açúcar no Nordeste. Em termos de O Modernismo é o principal movimento literário
regência administrativa, o governo republicano não do século XX. Fortemente influenciado pelos movi-
promovia as esperadas mudanças sociais — a socie- mentos de vanguarda que ocorreram na Europa no
dade encontrava-se dividida entre a elite, detentora início dos anos 1900, esse movimento literário foi
de dinheiro, respeito e poder, das oligarquias rurais revolucionário em diversos níveis.
13 HENRIQUE. 9º Anos A, B e C – Arte – Imagem para uso nas Audio Aulas – Andy Warhol – Coca-cola – Profª Claudia. Prefeitura de Alumínio, 2020. Dispo-
110 nível em: https://aluminio.sp.gov.br/9o-anos-a-b-e-c-arte-imagem-para-uso-nas-audio-aulas-andy-warhol-coca-cola-profa-claudia/. Acesso em: 14 fev. 2023.
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No Brasil, o marco inicial do Modernismo foi a Graciliano Ramos (1892⎯1953): “Angústia”
Semana de Arte Moderna de 1922, momento marcado (1936), “Vidas secas” (1938), “Memórias do cár-
pela fervura de novas ideias e modelos. cere” (1953) (obra póstuma);
O Modernismo surge em um momento de insatis- João Cabral de Melo Neto (1920⎯1999): “Morte
fação política no Brasil, causada também em decor- e vida severina” (1955);
rência da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que Clarice Lispector (1920⎯1977): “A hora da
trouxe reflexos para a sociedade brasileira. Assim, estrela” (1977), “A paixão segundo G.H.” (1964),
numa tentativa de reestruturar politicamente o país, “Laços de família” (1960) e “Perto do coração
também no campo das artes — estimulada pelas van- selvagem” (1943);
guardas europeias —, encontra-se a motivação para Guimarães Rosa (1908⎯1967): “Corpo de baile:
romper com o tradicionalismo. noites do sertão” (1956), “Grande sertão: vere-
das” (1956), “Primeiras estórias” (1962) e “Cam-
z Primeira Fase do Modernismo (1922⎯1930): “fase po geral” (1964).
heroica”. Os artistas buscavam a renovação estéti-
ca, inspirada nas vanguardas europeias (Cubismo, Pós-Modernismo
Futurismo, Surrealismo). Alguns manifestos dessa
Trata-se de um dos conceitos mais discutidos
fase são: “Manifesto da poesia pau-brasil” (1924),
nas questões relativas à arte, à literatura ou à teoria
“Manifesto antropófago” (1928), “Manifesto regio-
social. A noção de pós-modernidade reúne uma série
nalista” (1926) e “Manifesto nhenguaçu verde-
de conceitos e modelos de pensamento em “pós”, den-
-amarelo” (1929);
tre os quais: sociedade pós-industrial, pós-estrutura-
z Segunda Fase do Modernismo (1930⎯1945): “fase
lismo, pós-fordismo, pós-comunismo, pós-marxismo,
de consolidação”. As temáticas nacionalistas e
pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo,
regionalistas, com predomínio da prosa de ficção,
pós-urbano, pós-capitalismo.
caracterizam esse momento de amadurecimento.
A pós-modernidade coloca-se também em relação
Na década de 30, a poesia brasileira consolida-se,
com o feminismo, a ecologia, o ambiente, a religião, a
o que significa o maior êxito para os modernistas;
planificação, o espaço, o marketing, a administração.
z Terceira Fase do Modernismo (1945⎯1980): “pós-
O geógrafo Georges Benko afirma que o “pós” é incon-
-modernista”. Muitos estudiosos afirmam que essa
tornável, o fim do século XX conjuga-se em “pós”.
fase termina em 1960, enquanto outros definem o
Tendo isso em vista, seguem algumas característi-
fim dessa fase nos anos 80. Há ainda os que pon-
cas da pós-modernidade:
deram que a terceira fase modernista prolonga-se
até os dias atuais, não havendo, pois, um consenso. z propensão a se deixar dominar pela imaginação
Nesse momento, tem-se um predomínio e diversi- das mídias eletrônicas;
dade da prosa, com a prosa urbana, a prosa inti- z colonização do seu universo pelos mercados (eco-
mista e a prosa regionalista. Além disso, surge um nômico, político, cultural e social);
grupo de escritores denominado “Geração de 45”, z celebração do consumo como expressão pessoal;
muitas vezes chamados de neoparnasianos, pois z pluralidade cultural;
eles buscavam uma poesia mais equilibrada. z polarização social devido aos distanciamentos
acrescidos pelos rendimentos;
z Características
4
liberdade formal (versos livres, abandono das nos, de modo que conduz, em um único e mesmo
18
formas fixas, ausência de pontuação); movimento, a uma lógica cultural que valoriza o rela-
-0
Mário de Andrade (1893⎯1945): “Amar, verbo o mundo está cada vez menor através do avanço da
intransitivo” (1927) e “Macunaíma” (1928); tecnologia.
Manuel Bandeira (1886⎯1968): “Libertina- No campo urbano, a cidade está em pedaços, por-
gem” (1930), “Estrela da manhã” (1936); que nela há caos, (des)ordem, padrões de diferentes
Carlos Drummond de Andrade (1902⎯1987): graus de complexidade; o efêmero, o fragmentário, o
“A rosa do povo” (1945); descontínuo e o caótico predominam.
Rachel de Queiroz (1902⎯2003): “O quinze” Mudam-se valores: é o novo, o fugidio, o efêmero,
(1930); o fugaz e o individualismo que valem. A aceleração
transforma o consumo numa rapidez nunca viven-
ciada, tudo é descartável (desde copos a maridos ou
esposas).
111
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A publicidade manipula desejos, promove a sedu- AS PECULIARIDADES DA REPRESENTAÇÃO
ção, cria imagens e signos, eventos como espetáculos, LITERÁRIA: NATUREZA, FUNÇÃO, ORGANIZAÇÃO
valorizando o que a mídia dá ao transitório da vida. E ESTRUTURA DO TEXTO LITERÁRIO
As telecomunicações possibilitam imagens vistas em
todas as partes do planeta, facilitando a comercializa- É relevante dizer que a literatura desenvolve em
ção de coisas e gostos. A informatização, o computador, nós a sensibilidade, tornando-nos seres humanos
o caixa 24 horas e a telemática são compulsivamente mais compreensivos, críticos, reflexivos e abertos
disseminados. As lutas mudam: agora não é contra o
para novos olhares e possibilidades diante da nossa
patrão, mas contra a falta dele. Os pobres só dizem
condição humana.
presente nos acontecimentos de massa, lugar de des-
locamento das energias de revolta. A palavra “literatura” remete ao termo “litteratu-
Nesse sentido, o pós-modernismo invade o cotidia- ra”, que deriva do “littera”, e significa saber relativo
no com a tecnologia eletrônica em massa e individual, à arte de escrever. É certo dizer que a literatura é um
na qual a saturação de informações, diversões e servi- termo que engloba vários conceitos. No que se refe-
ços causa um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia re à sua natureza, podemos dizer que ela pode ser
programando cada vez mais o dia a dia dos indivíduos. normativa ou descritiva; e no que se refere à função,
O pós-modernismo também teve uma expressivi- podemos dizer que pode ser estética, lúdica, cognitiva,
dade na economia. Seu papel foi mostrar aos indiví- catártica e pragmática.
duos a capacidade de consumo, a adoção de estilos de Além desses aspectos, é importante destacar as
vida e de filosofias, o consumo personalizado, o uso características gerais dos textos literários:
de bens e serviços e a entrega ao presente e ao prazer.
O ambiente pós-moderno significa simulação. Ele z sentido conotativo;
não nos informa sobre o mundo, ele o refaz à sua z ponto de vista pessoal do autor;
maneira, hiper-realiza o mundo, transformando-o em
z uso de figuras de linguagem;
um espetáculo. Os pós-modernistas querem rir levia-
z ocorrência de simbolismos.
namente de tudo, encaram uma ideia de ausência de
valores, de vazio, do nada, e do sentido para a vida. No
pós-modernismo, o homem vive imerso em um rio de Ainda com relação à função do discurso literário,
testes permanentes, em que a informação e a comuni- pode-se afirmar que ele é marcado pelo recorrente
cação transportam a impulsividade para o consumo. uso das funções da linguagem, criando a possibili-
Simbolicamente, o pós-modernismo nasceu em dade das relações entre o emissor e o receptor, para
1945. Os anos 60 foram a época de grandes mudanças e que se estabeleça interação. Em outras palavras, o ato
descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas de leitura faz com que tenhamos uma nova visão de
e arquitetônicas. Completando o cenário moderno das mundo.
metrópoles industriais, as classes médias consumido- Por fim, ressaltamos que, além de proporcionar
ras de moda e de lazer, surgiram a família nuclear — uma nova visão de mundo ao leitor, o texto literário
composta por pessoas isoladas em apartamentos — e enriquece o nosso vocabulário, melhora as nossas con-
a cultura de massa (revistas, filmes, novelas). cepções, a imaginação e muitos outros aspectos que
Dando vitória à razão técnico-científica, inspirada colaboram para o crescimento pessoal e profissional.
no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar Nada mais é realmente concreto na era atual, tudo
4
vida social significa projetar o comportamento. ao extremo, colocada diante de uma opção infinita de
gi
O ambiente pós-moderno é povoado pela ciberné- probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre
ar
tica, pela robótica industrial, pela biologia molecular, no circuito perverso do consumismo. Daí a subjetivi-
lm
pela medicina nuclear, pela tecnologia dos alimentos, dade também ser incessantemente fracionada.
gi
— [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto No trecho acima, nota-se a forma irônica com que a
-0
da depravação, só, com uma roupa leve por cima da narradora descreve a sua ida à delegacia. Ademais,
ar
pele e todos os maus instintos fustigados. De resto ela se mostra impaciente pela forma como a favela
lm
a cidade inteira estava assim. É o momento em que foi descrita pelo personagem, sendo uma visão pre-
gi
por trás das máscaras as meninas confessam paixões ceituosa por parte dele. Por fim, a narradora revela
ar
aos rapazes, é o instante em que as ligações mais sua percepção sobre os políticos — que eles deve-
lm
secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia, riam passar fome, pois ela ensina o sujeito a pensar
gi
e todos nós a achamos inútil, a honra uma cacetea- no próximo. Resposta: Letra D.
ção, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo
é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes; 4. (ENEM — 2022)
nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos
LÍNGUA PORTUGUESA
obrando por mera simpatia carnal. Quanto ao pai do lote 7. (ENEM — 2022)
13
Cada um moralizava o outro, para moralizar-se. — Admira-me —, disse uma senhora de sentimentos sin-
.8
No trecho do romance naturalista, a forma como o nar- tas, no presente século, no século dezenove! A moral
ar
rador julga comportamentos e emoções das persona- religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem
lm
gens femininas revela influência do pensamento alto esmagando a hidra que envenena a família no
gi
ANOTAÇÕES
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
LÍNGUA PORTUGUESA
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ANOTAÇÕES
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lm
gi
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gi
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Exemplo:
ES MUY TRISTE
e local onde foi publicado originalmente. Isso pode ¡PROBA SALIR TENER QUE PEGARLE
gi
dar um “norte” quanto ao gênero. Se foi em um site de SIN VESTIDO!... A ALGUIEN QUE TIENE
ar
por exemplo.
gi
Os contos e fábulas são textos narrativos mais cur- Além desses sites, você pode procurar conhecer
mais a obra de autores clássicos da língua espanho-
4
Su Otro Yo
busque conhecer também autores como: Gabriela
.8
18
A la misma hora todos los días como un ritual reli- Mistral, Mario Vargas Llosa, Mario Benedetti, Isabel
-0
gioso Gerardo se levantaba a las 07.00h. para ir al traba- Allende, Eduardo Galeano, Horacio Quiroga, Pablo
jo, sin embargo, ese lunes fue el más diferente de todos. Neruda, Carlos Fuentes, Octavio Paz.
ar
lm
Así que se levantó se puso los anteojos y presintió Você também pode buscar por artistas ícones,
algo extraño, sin conseguir identificar lo qué. Por el
gi
le lhe (a ele)
z Indefinidos: usados para expressar generalidade,
passam a ideia de “qualquer um”. le lhe (a ela)
Os artigos indefinidos são: un/ unos (masculino) — les lhes
una/ unas (feminino).
Exemplo: Una mujer me ha llamado. (Uma mulher me Em espanhol, os pronomes complementos são mui-
ligou.) to utilizados. Em contrapartida, os pronomes sujeitos
Unas mujeres paseaban por el malecón. (Umas podem ser omitidos, já que pela conjugação do verbo
mulheres passeavam pelo calçadão.)
é possível identificar de que sujeito se trata.
Un hombre me ha escrito. (Um homem me escreveu.)
Exemplos: Sé todo sobre ti. (Eu sei tudo sobre você.)
Pronomes Pessoais Te compro un móvil de regalo en tu cumpleaños.
(Eu compro um celular de presente para você no seu
Os pronomes pessoais são usados para substituir aniversário.)
4
os substantivos e funcionam como pessoas do discur- Le hablamos muy temprano. (Nós falamos muito
-2
nem todos são parecidos com o português, e essa dife- iniciadas com o pronome complemento. Diferente-
.8
rença pode causar dificuldade de compreensão. mente do português, isso é possível no espanhol.
18
z Pronombres Sujeto
-0
Conjunções
ar
ESPANHOL PORTUGUÊS
lm
Yo Eu
completamente diferentes do que apresentam em
ar
português.
lm
Tú Tu
As principais conjunções são:
gi
Vos* Você
Os advérbios são palavras invariáveis utilizadas para modificar os sentidos dos verbos, dos adjetivos ou de
outros advérbios. Eles podem indicar afirmação, negação, dúvida, lugar, modo, intensidade, ordem e tempo.
Exemplo: Trabajas mucho. (Você trabalha muito.)
Observe que, na frase acima, o advérbio mucho modifica o verbo trabajar (trabalhar), adicionando a ele um
sentido de intensidade.
A frase de exemplo não só expressa que a pessoa tem trabalho, mas sim que ela tem muito trabalho.
Tempo: hoy (hoje), ayer (ontem), siempre (sempre), nunca (nunca), anoche (ontem à noite), mañana (manhã
ou amanhã), después (depois), antes (antes), tras (depois de);
Lugar: lejos (longe), cerca (perto), aqui (aqui), allí/ allá (ali), ahí (aí), detrás (atrás), arriba (acima);
Modo: bien (bem), mal (mal), mejor (melhor), peor (pior), así (assim);
Afirmação: sí (sim), certamente (certamente), seguramente (seguramente);
Negação: no (não), tampoco (também não), jamás (jamais);
Dúvida: tal vez (talvez), quizá ou quizás (talvez), probablemente (provavelmente), posiblemente
(possivelmente);
Intensidade: mucho, muy (muito), poco (pouco).
Ainda a respeito do assunto “advérbios”, podemos destacar a diferença de muy e mucho, já que, na língua
portuguesa, temos apenas uma palavra (muito) para todas as situações.
Muy é usado diante de adjetivos e advérbios.
Ex.: Esta prueba fue muy fácil. (Esta prova foi muito fácil.)
Mucho é usado antes de substantivos e antes ou depois de verbos e indica quantidade.
Exs.: Ella trabajó mucho. (Ela trabalhou muito.)
He comprado muchos panes. (Comprei muitos pães.)
Se liga!
É importante mencionar que existem algumas exceções. Quando são usados termos como: “más”, “menos”,
“peor”, “mejor”, “antes”, “después”, utiliza-se mucho. Exemplos:
Esta playa es mucho más linda que aquella. (Esta praia é muito mais linda que aquela.)
Esta casa es mucho mejor que la de mis primos. (Esta casa é muito melhor que a dos meus primos.)
Llegamos a la escuela mucho antes de lo acordado. (Chegamos à escola muito antes do combinado.
z Análise do uso de conjunções e advérbios: conjunções e advérbios são essenciais na construção de um texto.
As diferenças que vimos anteriormente podem ser um problema, mas quando temos conhecimento, elas se
4
-2
A seguir, veremos um texto utilizado no Enem em 2018, que exemplifica o uso de algumas conjunções e advér-
28
bios na prática:
.8
18
El carpintero
-0
ar
Orlando Goicoechea reconoce las maderas por el olor, de qué árboles vienen, qué edad tienen, y oliéndolas sabe si fue-
lm
ron cortadas a tiempo o a destiempo y les adivina los posibles contratiempos. Al cabo de tantos años de trabajo, Orlando se
gi
ha dado el lujo de comprarse un video, y ve una película tras otra. No sabía que eras loco por cine le dice el vecino. Y Orlan-
ar
do le explica que no, que a él ni le va ni le viene, pero gracias al video puede detener las películas para estudiar los muebles.
lm
gi
Tradução:
O Carpinteiro
Orlando Goicoechea reconhece as madeiras pelo cheiro, de que árvores vem, que idade têm, e cheirando-as
sabe se foram cortadas há muito tempo e adivinha seus possíveis problemas/contratempos. Depois de tantos anos
de trabalho, Orlando se deu ao luxo de comprar um aparelho de vídeo e vê um filme após o outro. Não sabia que
era louco por cinema, lhe disse o vizinho. E Orlando lhe explica que não, que para ele tanto faz, mas que graças
aos vídeos, consegue estudar sobre os móveis.
Algumas expressões chamam-nos atenção nesse trecho. Além das conjunções e dos advérbios, podemos
destacar:
No geral, a conjugação dos verbos em espanhol tem semelhanças com o português. Contudo, alguns verbos
têm grafia bem diferente. Seguem alguns verbos traduzidos para o espanhol.
PORTUGUÊS ESPAÑOL
Falar Hablar
Escrever Escribir
Dizer Decir
Assinar Firmar
Fazer um acordo Acordar
Datar Fechar
Acordar Despertarse/Levantarse
Tomar café da manhã Desayunar
Jantar Cenar
Ter Tener
Fazer Hacer
Haver Haber
Ler Leer
Conversar Charlar
Ficar Quedarse
Decolar Despegar
Ajudar Ayudar
Trabalhar Trabajar
Por Poner
Descer Bajar
Alugar Alquillar
Chamar / ligar (telefone) Llamar
Tentar Intentar
Conhecer Conocer
4
-2
Vir Venir
13
.7
28
Exemplo: amar. Yo amo, tu amas, él ama, nosotros amamos, vosotros amáis, ellos aman;
ar
lm
Exemplo: hacer (fazer). Yo hago, tú haces, él hace, nosotros hacemos, vosotros hacéis, ellos hacen.
ar
A tabela, a seguir, mostra a diferença entre a conjugação dos dois verbos anteriores, em 3 tempos verbais.
lm
gi
PRETÉRITO PERFEITO
PRESENTE FUTURO
PESSOAS DO DISCURSO SIMPLES
(DO INDICATIVO) (DO INDICATIVO)
(DO INDICATIVO)
LÍNGUA ESPANHOLA
Domingo Domingo
ar
z Modos Verbais
Segunda-feira Lunes
lm
gi
Quinta-feira Jueves
Indicativo: expressa ações reais, concretas,
objetivas e efetivas. Sexta-feira Viernes
Presunto Suposto fielmente que no queda otra cosa que romper a reír.
13
magistral incluso.
28
Concertar Combinar
.8
2015 (adaptado).
Sino Se não (conjugação)
-0
violentas.
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en tanto un niño se inventa derada um lugar que fornece o alimento que mata
a fome, é usado o termo “pana” para fazer referên-
-0
para hacer esta canción é símbolo de salvação, essa palavra é usada para
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un niño esquiva las balas referir-se aos amigos. Sendo assim, o papel da ami-
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que buscan su corazón zade varia segundo cada contexto e seu respectivo
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ANOTAÇÕES
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LÍNGUA ESPANHOLA
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RECONHECER AS MANIFESTAÇÕES CORPORAIS
DE MOVIMENTO COMO ORIGINÁRIAS DE
NECESSIDADES COTIDIANAS DE UM GRUPO SOCIAL
A linguagem corporal, ou seja, a maneira como nos A Representação da Dança na Arte Rupestre e o
comunicamos com o nosso corpo, é algo formador de Break Dance
nossa identidade. Desde os indígenas nativos brasilei-
ros a tribos urbanas contemporâneas, percebe-se que a A street art, ou arte de rua, desenvolveu-se, a
forma de se comunicar, de se vestir e de se comportar priori, nos Estados Unidos. Dentro da linguagem do
reforça as crenças, a cultura e a subjetividade de cada hip-hop, encontra-se o grafite, o rap e o que mais nos
indivíduo. Essas condutas, moldadas de maneira social interessa nesta seção, o break dance.
e cultural, permitem que os outros nos observem, em Quando surgiu na Filadélfia, nos anos 1960, o grafi-
grupos e individualmente, e criem hipóteses e conclu- te, por exemplo, era praticado por jovens de periferia
sões sobre nossas personalidades e visões de mundo. que faziam suas assinaturas nos muros da cidade, dan-
Em muitos casos as condutas esperadas pelos do, posteriormente, lugar a esboços de desenhos, mas
padrões sociais não refletem os desejos dos indivíduos sempre com o intuito de deixar suas “marcas” pessoais
e, inclusive, ditam comportamentos e formas, com o nos espaços públicos. Artistas como Darryl McCray,
intuito de controle dos corpos, principalmente das Taki e Super Kool 223 foram alguns dos pioneiros dessa
mulheres. Esses padrões, em grande parte dissemina- arte de rua nos espaços urbanos estadunidenses.
dos pelas redes sociais nos dias de hoje, refletem sobre Por se tratar de artes feitas em espaços públicos,
a saúde, tanto física quanto mental, e se mostram um a street art como um todo começou a ser associada
problema grave a ser considerado atualmente. ao vandalismo e à criminalidade, algo que influencia
Dessa maneira, compreendemos que se colocar até hoje as opiniões divergentes sobre tais expressões
no mundo e expressar-se corporalmente são práti- artísticas. O fato é que desde as primeiras civilizações
cas conscientes. A partir delas, mostramos ao outro humanas, até mesmo no período chamado Pré-His-
o que desejamos que ele interprete sobre nós. Ainda tória (nomenclatura questionada na contemporanei-
que isso se não dê de maneira consciente, as práticas dade), os indivíduos apropriam-se de “paredes” de
culturais podem ser passadas de geração em geração, cavernas e de outras superfícies para desenvolver
4
criando, assim, uma repetição coletiva de saberes e desenhos que representam o cotidiano e até mesmo
-2
pinturas abstratas.
13
práticas culturais.
Com a globalização, as expressões culturais de Uma das questões instigantes das temáticas presen-
.7
fruto da mescla de diversas culturas dentro de uma necessidade de identificar-se e integrar-se socialmente,
lm
só. Certamente, compreender como a linguagem cor- ainda que em um contexto muito distinto do atual.
gi
de muitas culturas, fato que reforça a miscigenação e preconceito com suas músicas, danças e representan-
13
No Brasil, a formação das danças folclóricas não foi A chegada do funk no Brasil aconteceu na década
28
diferente. A mescla de culturas africanas, europeias e indí- de 1970 e, durante muito tempo, ainda reproduzia
.8
genas forma a base da construção folclórica brasileira. letras e batidas muito parecidas com as de seu país de
18
Comecemos com uma das mais conhecidas, a qua- origem, os Estados Unidos. Somente depois de algum
-0
drilha. Presente nas festas juninas em todo o Brasil, a tempo DJs e MCs brasileiros passaram a criar letras e
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quadrilha teve sua origem com a aristocracia france- batidas que depois caracterizaram a batida do funk
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sa e chegou ao Brasil por meio do colonialismo. Como brasileiro, criando, assim, sua identidade. DJ Marlbo-
gi
toda mescla cultural, a quadrilha também sofreu ro, um dos maiores representantes do funk no Brasil,
mudanças ao se popularizar entre os brasileiros. As
ar
1 MC Fioti lança clipe de nova versão de ‘Bum bum tam tam’ em homenagem à vacina CoronaVac. G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-ar-
128 te/musica/noticia/2021/01/23/mc-fioti-lanca-clipe-de-bum-bum-tam-tam-em-homenagem-a-vacina-coronavac.ghtml. Acesso em: 30 jan. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A fala do MC reforça como a dança e a expres- Dessa maneira, os encarcerados estabelecem entre
são do funk representam e influenciam a população si noções de respeito e de outros valores importantís-
jovem brasileira e, quiçá, demais faixas etárias. simos para a ressocialização e para a futura volta à
Em se tratando especificamente da dança do funk, vivência na sociedade. Além disso, o esporte pode ser
ela geralmente carrega muita sensualidade, malemo- almejado por eles para um futuro profissional, abran-
lência dos quadris, especialmente entre as mulheres. gendo também questões profissionalizantes referen-
Porém, as coreografias também são muito caracte- tes à sociabilização.
rísticas nas diferentes vertentes do funk. Uma delas,
a “Dança do Passinho”, bastante popular no Rio de A Questão de Gênero e dos Deficientes Físicos nos
Janeiro, tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial da Esportes
cidade, por meio de um projeto de lei aprovado em
2018. Os passinhos do funk diferenciam-se de região A questão de gênero nos esportes, assim como em
para região, sendo o funk carioca o mais reconhecido outras esferas sociais, é complexa e necessita de aten-
em todo o Brasil. ção. Muitos são os debates que permeiam essa temá-
Por trazer em seus temas de músicas e nas danças tica, sendo uma delas a questão salarial. No futebol,
situações de violência, de liberdade sexual, de osten- esporte que recebeu certa glamorização por conta
tação, entre outras, o funk é, muitas vezes, malvisto de altos salários dos jogadores famosos, as mulheres
por algumas camadas sociais brasileiras, ainda que seguem ganhando salários inferiores aos dos homens.
cada vez mais esteja popularizado em diversas fes- Em outros esportes, a sexualização das mulheres
tas e situações, o que traz a contradição quanto a sua tem sido debatida. Os uniformes das atletas tendem a
recusa. sexualizá-las, como acontece no vôlei de praia, espor-
Ademais, a vertente pop do funk levou nomes te no qual o uniforme das mulheres é um biquíni. O
como da cantora Anitta a um patamar internacional questionamento foi levantado durante as Olimpíadas
nunca alcançado por esse ritmo, resultando, inclusi- de Tóquio, 2021, quando a atleta Carol Solberg ques-
ve, em uma mescla intercultural com outros países tionou “Por que jogar de biquíni ainda é obrigatório?”.
latino-americanos e seus ritmos, como o reggaeton. Contudo, não apenas no vôlei de praia as mulhe-
res passam por sexualização com seus uniformes.
RECONHECER A LINGUAGEM CORPORAL COMO Na ginástica é muito comum que as atletas utilizem
MEIO DE INTERAÇÃO SOCIAL, CONSIDERANDO OS maiôs cavados. Mas não foi o que fizeram as compe-
LIMITES DE DESEMPENHO E AS ALTERNATIVAS DE tidoras alemãs nas Olimpíadas de 2020, já que, como
ADAPTAÇÃO PARA DIFERENTES INDIVÍDUOS forma de protesto contra a pornografia, escolheram
fazer suas acrobacias de calça legging.
Nesta última seção, analisaremos as diferentes for- É fato que os questionamentos relacionados ao
mas como o esporte, a dança ou qualquer expressão respeito e à igualdade de gênero têm ganhado força
corporal podem estar inseridos em diferentes contex- nos últimos anos. Por isso, é importante que os estu-
tos sociais. Além disso, para enriquecer este debate, dantes estejam sempre atentos a esse tema de atuali-
trataremos da questão de gênero nos esportes. dades que pode, sem dúvidas, ser abordado no Enem
e em outros vestibulares.
Todavia, em se tratando de minorias e de reivin-
4
A ressocialização do indivíduo que se encontra cia) tiveram uma conquista histórica na criação das
.7
em cárcere pode acontecer de diversas formas. A Paraolimpíadas, por exemplo. Criados inicialmente
28
educação e o esporte são exemplos disso. Como já com o intuito de promover uma maior qualidade e
.8
tos não seria diferente. pode nascer nas escolas, promovendo, inclusive, a
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Vale ressaltar que a prática esportiva favorece, integração dos portadores de deficiência nas aulas de
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educação física.
inclusive, as relações interpessoais dentro dos pre-
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solitária obrigatória durante muitos anos, ou cons- Segue a indicação de um livro infanto-juvenil que
tituem novos “laços familiares”, estabelecendo ami- trata da vida e obra da jogadora futebolística Marta,
zades, ou simplesmente aderem a um estilo de vida eleita por diversas vezes a melhor do mundo.
individualista, que não condiz com as exigências da Marta: a menina que descobriu o futebol brasileiro
vida em sociedade. Por esse motivo, acredita-se que (2021). Autoras: Daiana Targino e Williana Fernandes.
a oferta de esportes e de atividades físicas coletivas Sinopse: livro infanto-juvenil que conta a traje-
pode ajudar a cultivar o espírito de lealdade, fideli- tória de Marta, nascida em Alagoas, que foi eleita a
dade e solidariedade entre a população de encarce- melhor jogadora de futebol do mundo por várias
rados. (MORAES; MORAES; RAMOS, 2014, p. 7) vezes. A obra é ilustrada por Williana Fernandes, que
também assina a capa, em desenhos coloridos impres-
sos em papel couchê. 129
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O Racismo no Esporte e a Democracia Racial A obra, da década de 1960, pertencente ao movimento
artístico Pop Art, explora a beleza e a sensualidade do
Uma das características mais marcantes dos espor- corpo feminino em uma situação de divertimento. His-
tes, principalmente dos esportes coletivos, como fute- toricamente, a sociedade inventou e continua reinven-
bol e vôlei, é a possibilidade de união entre povos e tando o corpo como objeto de intervenções sociais,
raças, tornando-se um campo fértil para discussões e buscando atender aos valores e costumes de cada
campanhas de conscientização sobre o tema. época.
No entanto, ainda que seja clara a potencialidade
dos esportes no combate ao racismo, hoje em dia ain- Na reprodução desses preceitos, a erotização do cor-
da encontramos, com grande frequência, episódios po feminino tem sido constituída pela:
racistas tanto dentro dos campos e quadras, quanto
no meio da torcida, sendo que esses episódios não se a) realização de exercícios físicos sistemáticos e
limitam ao espaço destinado às torcidas físicas, mas excessivos.
que também transbordam para as ruas e redes sociais. b) utilização de medicamentos e produtos estéticos.
O racismo no meio esportivo acontece há mui- c) educação do gesto, da vontade e do comportamento.
to tempo, e no Brasil a história do esporte marca as d) construção de espaços para vivência de práticas
origens de grandes clubes brasileiros. Muitos desses corporais.
clubes eram formados pela elite social brasileira, e) promoção de novas experiências de movimento huma-
excluindo camadas mais pobres da população. no no lazer.
Essa característica expõe o mito da democracia
racial no esporte, um conceito que nega que exista Como apresentado no texto anterior à questão,
racismo no Brasil. Esse conceito, muito discutido hoje condutas e comportamentos são construídos
em dia e também ao longo dos anos, representado por socialmente de modo a que ditem a forma como os
grandes vozes da defesa dos direitos étnico-raciais, é indivíduos são vistos na sociedade. Ainda que de
um mito que prega a existência da igualdade racial forma machista, ao longo dos anos o corpo femi-
no país. nino tem sido tratado com erotização, ditando for-
Um dos primeiros times brasileiros a se originar mas de comportamento, gestos e vontades como o
das camadas mais populares da sociedade, o Club de padrão. Resposta: Letra C.
Regatas Vasco da Gama, quebra essa hegemonia dos
brancos e ricos no futebol, apresentando um futebol 2. (ENEM — 2021) O solo A morte do cisne, criado em
1905 pelo russo Mikhail Fokine a partir da música
que se opunha em pé de igualdade aos times de elite
do compositor francês Camille Santi-Saens, retrata o
da época, sendo vencedor de campeonatos também
último voo de um cisne antes de morrer. Na versão
disputados por essa elite. Durante os anos o clube
original, uma bailarina com figurino impecavelmente
mostrou-se oposição às práticas racistas, ainda que
branco e na ponta dos pés interpreta toda a agonia
mascaradas, tanto dentro quanto fora dos campos,
da ave se debatendo até desfalecer. Em 2012, John
tornando-se um arauto da luta antirracista no futebol.
Lennon da Silva, de 20 anos, morador do bairro de São
Se quiser saber um pouco mais sobre o mito da
Mateus, na Zona Leste de São Paulo, elaborou um
democracia racial, você pode encontrar muitas infor-
4
Abdias do Nascimento.
vez de balé, trouxe o estilo popping da street dance.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A produção de John Lennon da Silva, ainda que G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/
baseada em uma obra clássica, une também carac- pop-arte/musica/noticia/2021/01/23/mc-fioti-lan-
terísticas marcantes do street dance. Diferentes rea- ca-clipe-de-bum-bum-tam-tam-em-homenagem-a-
lidades socioculturais beneficiaram a criação única -vacina-coronavac.ghtml. Acesso em: 30 jan. 2023.
de sua obra. Resposta: Letra B. MORAES, A. M.; MORAES, B. M.; RAMOS, V. M. A
prática da atividade física no presídio: o que pen-
3. (ENEM — 2022) A conquista da medalha de prata por sam os apenados? Caderno de Educação Física e
Rayssa Leal, no skate street nos Jogos Olímpicos, é Esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 12, n. 1, p.
exemplo da representatividade feminina no esporte, 47-54, jan./jun. 2014. Disponível em: https://e-revis-
avalia a âncora do jornal da rede de televisão da CNN. ta.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/
A apresentadora, que também anda de skate, celebrou view/9794/8797. Acesso em: 30 jan. 2023.
a vitória da brasileira, que entrou para a história como REIS, E. J. B.; SOUZA, A. I. M. Danças folclóricas na
a atleta mais nova a subir num pódio defendendo o Educação Física: resgatando a cultura popular. In.
Brasil. “Essa representatividade do esporte nos Jogos O professor PDE e os desafios da escola pública
faz pensarmos que não temos que ficar nos encaixan- paranaense. Vol. 1. Governo do Estado de Paraná,
do em nenhum lugar. Posso gostar de passar notícia e, 2010. Disponível em:
mesmo assim, gostar de skate, subir montanha, mer- http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/
gulhar, andar de bike, fazer yoga. Temos que parar de cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_
ficar enquadrando as pessoas dentro de regras. A gen- fafipa_edfis_artigo_aparecida_ivonete_merenda_
te vive num padrão no qual a menina ganha boneca, souza.pdf. Acesso em: 30 jan. 2023.
mas por que também não fazer um esporte de aven- VEIGA, M. de F. C. da. O racismo no futebol e a
tura? Por que o homem pode se machucar, cair de joe- omissão das autoridades. Observatório da Discri-
lhos, e a menina tem que estar sempre lindinha dentro minação Racial no Futebol, 2023. Disponível em:
de um padrão? Acabamos limitando os talentos das https://observatorioracialfutebol.com.br/textos/
pessoas”, afirmou a jornalista, sobre a prática do skate visao-juridica/o-racismo-no-futebol-e-a-omissao-
por mulheres. -das-autoridades/. Acesso em: 30 jan. 2023.
RECONHECER A NECESSIDADE DE
O discurso da jornalista traz questionamentos sobre a
relação da conquista da skatista com a TRANSFORMAÇÃO DE HÁBITOS
CORPORAIS EM FUNÇÃO DAS
a) conciliação do jornalismo com a prática do skate. NECESSIDADES CINESTÉSICAS
b) inserção das mulheres na modalidade skate street.
c) desconstrução da noção do skate como modalidade Na contemporaneidade, sabemos que a movimen-
masculina. tação do corpo, aliada a uma alimentação saudável,
d) vanguarda de ser a atleta mais jovem a subir no pódio aumenta a expectativa e a qualidade de vida do indi-
olímpico. víduo. Durante a discussão sobre a Habilidade 10,
4
e) conquista de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio. refletiremos sobre a necessidade de movimentação
-2
13
crianças.
lm
REFERÊNCIAS
gi
o tema. Repertório, Salvador, n. 26, p. 266-272, A importância da prática de esportes na vida dos
2016.1. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/ indivíduos é clara. Um atleta possui, comprovada-
index.php/revteatro/article/view/17476/11416. mente, maior tendência de respeito às diversidades,
Acesso em: 30 jan. 2023. disciplina, além de benefícios para a sua própria saú-
SANTOS, M. S.; GONÇALVES, V. O. Uso das redes de, o que reflete também no coletivo. Uma sociedade
EDUCAÇÃO FÍSICA
sociais, imagem corporal e influência da mídia em que incentiva o esporte certamente previne doenças e
acadêmicos dos cursos de educação física. Itinera- economiza, a longo prazo, gastos com remédios para
rius Reflectionis. Revista Eletrônica de Gradua- doenças crônicas e leitos de hospitais.
ção e Pós-Graduação em Educação, vol. 16, n. 03, Quando abrangemos o debate da relevância dos
2020. Disponível em: https://revistas.ufg.br/rir/arti- esportes para faixas etárias e recortes sociais específi-
cle/view/58815. Acesso em: 30 jan. 2023. cos, é possível perceber que na vida do jovem periféri-
HALL, S. A identidade cultural na pós-moderni- co, o esporte possui uma questão ainda mais benéfica.
dade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva; Guaciara Ao se dedicar aos esportes, o jovem se afasta do crime,
Lopes Louro. Rio de Janeiro: Lamparina, 2014. o que mostra que o esporte pode ser considerado tam-
MC Fioti lança clipe de nova versão de ‘Bum bum bém um fator de redução das desigualdades sociais,
tam tam’ em homenagem à vacina CoronaVac. já que minimiza os riscos que uma criança, jovem ou 131
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adolescente pode ter nas ruas, enquanto não pratica Mas nem tudo pode ser visto com maus olhos.
alguma atividade física, nem artística etc. Segundo os estudos de Silva e Lustosa (2020):
Quéfren Weld Cardozo Nogueira (2011) afirma
que: A inspiração fitness é uma tendência online criada
para motivar os usuários das redes sociais a um
As discussões sobre o papel do esporte em políticas estilo de vida mais saudável, proporcionando exer-
públicas para a juventude invocam uma concepção cício e alimentação. De acordo com estudo utiliza-
de cultura e participação como aspectos indispen- do por Lima (2016), as influenciadoras adeptas do
sáveis para enfrentar o problema da desigualdade
exercício físico são peças importantes no estilo de
social. Nesse sentido, não é mais possível perceber
vida de suas seguidoras, pois suas rotinas servem
o jovem como receptor de políticas públicas, mas
como fonte de motivação, e assim criam um vínculo
como agente capaz de mobilização e intervenção
social. (NOGUEIRA, 2011, p. 113) onde todas acabam se tornando do mesmo grupo
social. (SILVA; LUSTUOSA, 2020, p. 9)
Com as palavras de Nogueira (2011), nota-se que
o jovem, por meio do esporte, tem a possibilidade de Sendo assim, é possível que os influenciadores digi-
se engajar política e socialmente, além de um fator tais impactem de maneira positiva quanto ao incenti-
importante: o esporte estimula o almejo de grandes vo à prática de exercícios físicos, ainda que separar a
objetivos, possibilitando um projeto de futuro e de cultura da magreza ao incentivo dos exercícios deva
vida. Porém, nem sempre os cidadãos brasileiros pos- ser uma responsabilidade do próprio influenciador.
suem acesso e tempo hábil para a prática de esportes, Como resultado da cultura do corpo perfeito e
o que pode comprometer a saúde física e até mesmo da influência dos blogueiros, percebemos também
a saúde mental. no Brasil uma crescente no número de academias e
Foi-se a época na qual o esporte estava relacionado outros estabelecimentos de atividades físicas. Ainda
apenas à ideia do corpo perfeito. Hoje em dia, muitos que muitas vezes o objetivo seja alcançar um corpo
profissionais da saúde mental indicam a seus pacientes
magro dentro de um padrão específico, há benefícios
que pratiquem exercícios físicos, já que a liberação da
no aumento da procura por atividade física.
serotonina, por meio da prática de esportes, combina-
da a terapias medicamentosas, auxilia nos tratamentos
de ansiedade, depressão, entre outras doenças. SEDENTARISMO E SOCIEDADE TECNOLÓGICA
Por fim, a respeito dos debates inclusivos, o esporte
é um grande incentivador da inclusão de pessoas com Com o advento da tecnologia, os indivíduos pas-
deficiência nas práticas esportivas, como podemos saram a ficar cada vez mais sedentários. Isso porque
perceber nas Paraolimpíadas, que crescem a cada edi- os aparelhos eletrônicos incentivam a inércia de seus
ção, recebendo mais participantes e patrocinadores. usuários. Seja por motivos de trabalho ou lazer, os
Caso se interesse e queira se aprofundar no assun- aparelhos eletrônicos, especialmente os smartphones,
to, confira a sinopse do documentário “Paratodos” estão presentes na vida de muitos brasileiros.
(2016): o documentário mostra a trajetória, a vida e O fato é que as consequências de uma vida seden-
os desafios de atletas paraolímpicos, que fazem par- tária para crianças e adolescentes têm sido cada vez
4
-2
te das delegações brasileiras de natação, atletismo, mais comuns, agravando não apenas a saúde, mas a
13
canoagem e futebol, em fase de preparação para os vida social dessas pessoas que, muitas vezes, optam
.7
Jogos Paraolímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Dire- por não sair de casa, não interagir com amigos, para
28
preciso separar a necessidade da atividade física dos sair de casa: esses são só alguns exemplos de como as
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perigos do incentivo a cirurgias e dietas perigosíssi- vidas foram moldadas para se adequar ao sedentaris-
mas que circulam na internet. mo atrativo e prático. Nadar contra a corrente é uma
Praticar exercícios, como vimos na seção anterior, árdua tarefa.
relaciona-se especialmente com a saúde física e men- Porém, nem todas as opções de jogos eletrôni-
tal, sendo a questão estética uma consequência dessa cos são sedentárias. Nesta seção, vamos mencionar
prática, especialmente porque cada corpo possui um um jogo específico que vem na contramão dos jogos
tipo de metabolismo e reage de diferentes formas a
que promovem a inércia, o Pokémon Go. O jogo, que
estímulos físicos.
ganhou diversos adeptos pelo mundo, de diferentes
Em contrapartida às questões de saúde, muitos
faixas etárias, incentiva caminhadas e a movimenta-
influenciadores digitais (nome atribuído a homens e
mulheres que possuem um número significativo de ção do corpo, trazendo benefícios àqueles que o uti-
seguidores e costumam postar dicas de comporta- lizam. Além das ações contra o sedentarismo, o jogo
mento, alimentação, consumo etc.) incentivam seus incentiva a participação em campanhas de responsa-
seguidores a fazer cirurgias de alto risco, a fim de bilidade social e tem ajudado pacientes diagnostica-
alcançar um padrão estético que, ao fim e ao cabo, é dos com fobia social.
132 inalcançável.
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Outros jogos possuem a mesma vertente que Poké- 2. (ENEM — 2022) Seis em cada dez pessoas com 15
mon Go, como Just Dance, Zumba Fitness e Beat Saber. anos ou mais não praticam esporte ou atividade física.
Isso mostra que as empresas responsáveis pela pro- São mais de 100 milhões de sedentários. Esses são
gramação desses aplicativos têm se preocupado com dados do estudo Práticas de esporte e atividade física,
a qualidade de vida dos usuários e com a responsabi- da Pnad 2015, realizado pelo IBGE. A falta de tempo e
lidade que os aplicativos carregam. Os benefícios de de interesse são os principais motivos apontados para
aplicativos dessa vertente perpassam desde a preven- o sedentarismo. Paralelamente, 73,3% das pessoas de
ção da obesidade infantil, de doenças crônicas a auxí- 15 anos ou mais afirmaram que o poder público deve-
lio de diminuição dos sintomas de doenças psíquicas. ria investir em esporte ou atividades físicas. Observou-
-se uma relação direta entre escolaridade e renda na
realização de esportes ou atividades físicas. Enquanto
Se liga! 17,3% das pessoas que não tinham instrução reali-
Como indicação para se aprofundar nas temáti- zavam diversas práticas corporais, esse percentual
cas de obesidade infantil, sedentarismo e alimen- chegava a 56,7% das pessoas com superior completo.
tação, sugerimos o filme “Muito além do peso” Entre as pessoas que têm práticas de esporte e ati-
(2012). Confira a sinopse a seguir: o documentá- vidade física regulares, o percentual de praticantes
rio “Muito além do peso” foi lançado em novem- ia de 31,1%, na classe sem rendimento, a 65,2%, na
bro de 2012, em um contexto de amplo debate classe de cinco salários mínimos ou mais. A falta de
sobre a qualidade da alimentação das crianças tempo foi mais declarada pela população adulta, com
e os efeitos da comunicação mercadológica de destaque entre as pessoas de 25 a 39 anos. Entre os
adolescentes de 15 a 17 anos, o principal motivo foi
alimentos dirigida a elas. O filme é fruto de uma
não gostarem ou não quererem. Já o principal motivo
longa trajetória da Maria Farinha e do Instituto
para praticar esporte, declarado por 11,2 milhões de
Alana na sensibilização e mobilização da socie-
pessoas, foi relaxar ou se divertir, seguido de melhorar
dade sobre os problemas decorrentes do consu-
a qualidade de vida ou o bem-estar. A falta de instala-
mismo na infância. Direção: Estela Renner.
ção esportiva acessível ou nas proximidades foi um
motivo pouco citado, demonstrando que a não prática
estaria menos associada à infraestrutura disponível.
sedentário, com efeitos positivos sobre a saúde. Tem-se dedicando-se mais tempo aos esportes.
-2
promover a interação entre jogadores, reduzindo o senti- c) facilitem a adoção da prática de exercícios, com ações
.8
mento de isolamento social. Por outro lado, argumenta- relacionadas à educação e à distribuição de renda.
18
-se que os exergames não podem substituir a experiência d) auxiliem na construção de mais instalações esporti-
-0
real das práticas corporais, pois não motivam a longo pra- vas espaços adequados para a prática de atividades
zo a prática permanente de atividades físicas. físicas e esportes.
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FINCO, M. D.; REATEGUI, E. B.; ZARO, M. A. Laboratório de destinar verbas aos programas nacionais de promo-
gi
c) envolvimento com atividades físicas ao longo da vida. população brasileira. Resposta: Letra C.
d) jogo por meio de comandos fornecidos pelo
videogame. REFERÊNCIAS
e) disputa entre jogadores, contribuindo para o
individualismo. NOGUEIRA, Q. W. C. Esporte, desigualdade, juven-
tude e participação. Rev. Bras. Ciênc. Esporte,
Ainda que sejam apontados como um fator para a Florianópolis, v. 33, n. 1, p. 103-117, jan./mar. 2011.
não motivação a longo prazo de exercícios físicos, Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbce/a/cxB-
os exergames promovem a prática de exercícios físi- nGgp53PszmSGfQLsZXfK/?format=pdf&lang=pt.
cos, que auxiliam na promoção de saúde. Resposta: Acesso em: 30 jan. 2023.
Letra A. 133
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ANOTAÇÕES
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Um fato interessante é que a partir da metade do
século XX, Paris, e a França como um todo, deixam de
ser o centro cultural do mundo, passando os Estados
Unidos a ganhar o novo holofote da arte considerada
ARTES
contemporânea.
Existem muitos tipos de arte contemporânea e,
neste material, analisaremos alguns deles. Vejamos:
RECONHECER DIFERENTES FUNÇÕES DA ARTE, ros, ou seja, pobres enquanto qualidade e duração.
.7
DO TRABALHO DA PRODUÇÃO DOS ARTISTAS EM Esse tipo de arte possui características específicas
28
Arte Contemporânea e Suas Funções lizado e a intenção por detrás disso. Por fim, vale
-0
A Arte Contemporânea tem como marcador tempo- te, ideia parecida com a Pop Art.
lm
Iglu2
1 MENDIETA, A.. Imagem de Yagul (da série Silueta), fotografia, 1973. Disponível em: https://www.latinxproject.nyu.edu/intervenxions/love-letter-
-to-ana-mendieta. Acesso em: 09 fev. 2023.
2 MERZ, M.. Iglu. Turim, Itália. Disponível em: https://static.todamateria.com.br/upload/54/f9/54f9f0c39c0e1-arte-povera.jpg. Acesso em: 09 fev. 2023. 135
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z Hiper-realismo: o hiper-realismo é um movimento
contemporâneo que pode fazer referência às ima-
gens de alta resolução ou até mesmo a esculturas
em tamanho fora do padrão (gigantescas, na maio-
ria das vezes), que mostram detalhes minuciosos do
corpo humano ou de qualquer outro objeto.
z Arte Cinética: a arte cinética surgiu com o inte- z Street Art: ou Arte de Rua, é uma das linguagens
resse de trazer uma arte em movimento, diferente artísticas do Hip Hop. Chegada dos Estados Unidos,
das artes estáticas que existiam até então (aquelas a cultura do Hip Hop ganhou espaço nas periferias
que ficam paradas em um museu enquanto são do Brasil, onde houve identificação com as mensa-
observadas). Nesse sentido, materiais que auxilia- gens de protesto de reafirmação da cultura negra,
vam na movimentação passaram a ser utilizados, além de ocorrer a concretização de uma Arte de
criando sensações tridimensionais e de ilusão de Rua com identidade brasileira. No Brasil, o Grafite,
que faz parte da Street Art, conta com Os Gêmeos
ótica. Lygia Clark é uma das grandes representan-
e Eduardo Kobra, que ganharam, inclusive, noto-
tes da Arte Cinética no Brasil.
riedade internacional. Além do Grafite, o Lambe-
-Lambe, o Stencil, os poemas urbanos (pichações
escritas que trazem reflexões) e os Sticker Art
fazem parte da paisagem urbana do Brasil, espe-
cialmente das metrópoles.
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em Paris
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Os movimentos de vanguarda europeia surgiram sentação tão desconstruída dos objetos que, para
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no final do século XIX e início do século XX e tinham decifrá-los, era necessária muita observação, já
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como objetivo revolucionar a arte e abandonar o aca- que eram, de certa maneira, “despedaçados” em
18
demicismo, regras clássicas que limitavam o fazer formas geométricas. Já o Cubismo Sintético resga-
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artístico. Como o próprio nome sugere, tais vanguar- ta a forma mais perceptível das figuras, ainda que
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das surgiram em diversas regiões da Europa, algumas não se tornem exatamente figurativas. Ademais, o
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aconteceram concomitantemente, inspirando os artis- uso das cores fortes e a técnica de colagem estão
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tas a fazerem inovações na arte. Vale destacar que as presentes neste último período;
vanguardas foram as precursoras das artes modernas.
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Veja, a seguir, uma síntese das principais vanguardas Filippo Marinetti, inaugurou a vanguarda euro-
europeias: peia que valorizava o dinamismo e a movimenta-
gi
fia. As pinturas tinham contornos pouco nítidos, Futurismo foi e é relacionado ao Fascismo, já que
uma vez que a mistura das cores era realizada na esta foi sua base ideológica principal e o próprio
própria tela. Claude Monet foi o grande nome des- idealizador do “Manifesto Futurista” era apoiador
se movimento; de Mussolini e de uma estética que valorizava um
7 ABRAMOVIĆ, M.. The Artist is Present. Nova Iorque, Estados Unidos. 2010. Disponível em: https://razoesparaacreditar.com/wp-content/
uploads/2013/02/574747_547427631945059_517401338_n.jpg. Acesso em: 09 fev. 2023. 137
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nacionalismo exagerado. Giacomo Balla, Umberto Veja, a seguir, um excerto da crítica do escritor:
Boccioni e Luigi Russolo são os principais repre-
sentantes das artes plásticas futuristas; Há duas espécies de artistas. Uma composta dos
z Surrealismo: assim como o Futurismo, o Surrea- que vêem normalmente as coisas e em consequên-
lismo estreou a partir de um manifesto. Desta vez, cia disso fazem arte pura, […]. A outra espécie é
escrito por André Breton, o documento oficiali- formada pelos que vêem anormalmente a natureza,
zou o que um grupo de artistas objetivava: uma e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a
estética que fugisse das compreensões racionais e sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá
e lá como furúnculos da cultura excessiva.8
que estivesse relacionada aos sonhos. No mesmo
contexto histórico, os estudos freudianos sobre a
Nessa crítica de Lobato, percebe-se como o autor
psicanálise serviram de inspiração teórica para
ainda se via preso às regras artísticas clássicas, con-
os surrealistas, especialmente por meio do livro
siderando as inspirações modernas de Anita como
“A interpretação dos sonhos”. Os artistas Salvador
rebeldia de quem via a natureza de forma distorcida.
Dalí, René Magritte e André Breton são os princi-
O fato é que, quando Monteiro Lobato defende uma
pais representantes do Surrealismo;
arte “pura”, posiciona-se contra a diversidade brasi-
z Dadaísmo: por fim, o Dadaísmo, o movimento
leira e a diversidade artística, contrariando tudo que
artístico de vanguarda que era contra a própria
dialogava com o modernismo que estava prestes a
arte, pregando uma estética que rompesse com
despontar no Brasil.
tudo que havia sido feito antes. Um dos objetivos
Passados alguns anos da polêmica exposição, entre
das obras dadaístas era fazer com o que o espec-
os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, acontece no Bra-
tador questionasse a áurea geralmente acompa-
sil o maior evento artístico de sua história: a Semana
nhada pelos artistas, mostrando-lhes criticamente
de Arte Moderna, ou Semana de 22. Agrupando diver-
que qualquer coisa que os artistas fizessem pode-
sas linguagens artísticas, como pintura, literatura e
ria ser considerada uma arte de boa qualidade.
música, vários artistas se reuniram com o propósito
Piero Manzoni, com a obra “Merda de Artista”,
de fazer no Brasil uma nova arte, inovando nos temas
exemplificou isso de maneira exemplar quando, e na modernidade. Boa parte da população brasilei-
segundo ele, preencheu latas de metal com suas ra ficou espantada com as inovações ali mostradas,
próprias fezes e as levou a uma exposição. Além visto que o Brasil vivia, até então, o Parnasianismo,
de Manzoni, Duchamp também foi um grande movimento academicista que seguia padrões estéticos
idealizador do Dadaísmo, quando criou a estética demasiadamente europeus e regrados.
chamada Ready Made (que significa algo já feito). Contudo, esse choque causado na população era
Com essa ideia, Duchamp passou a utilizar objetos exatamente a intenção dos seus idealizadores para,
industriais já feitos e dar-lhes um conceito de arte, enfim, demonstrar os objetivos desse evento: romper
promovendo uma reflexão sobre o consumismo e com o academicismo, trazer novas experimentações
o fazer artístico, e, ainda, questionando a utilida- na estética e mostrar as raízes do Brasil, como o folclo-
de de um objeto. Na literatura, Tristan Tzara foi o re, a música e o povo brasileiro. Alguns dos principais
maior representante do movimento. eventos ocorridos nessa semana foram:
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Modernista
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No Brasil, a ânsia para se fazer uma arte nacional, que um dos pés que, depois, soube-se que era apenas
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tantes, como com Marcel Duchamp. Após absorver e Menotti del Picchia, Villa Lobos, entre outros. Vale
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beber da fonte das vanguardas europeias, ela fez no lembrar que, ainda que seja uma artista modernista
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Brasil uma exposição que, antes mesmo da Semana de muito prestígio, Tarsila do Amaral não participou
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de 22, já trazia prévias do Modernismo brasileiro e de da Semana de Arte Moderna de 1922. Por fim, o even-
como alguns artistas encontrariam resistência para o to proporcionou no Brasil diversos desdobramentos,
seu desenvolvimento. como a origem de novos manifestos, dentre eles o
No ano de 1917, Malfatti organizou uma exposi- Movimento Pau-Brasil e o Movimento Antropofágico.
ção de suas obras que mostravam suas inspirações A arquitetura também ganhou traços modernistas
modernistas europeias. Anita dava ali um grande pas- no Brasil e seu maior representante é Oscar Nieme-
so do que viria a se tornar o Modernismo no Brasil e o yer. O arquiteto foi responsável por diversos projetos
lugar da arte brasileira no mundo. Contudo, apesar da importantes em nosso país, sendo o mais conhecido
relevância desta mostra, uma crítica específica mar- planejador do que viria a ser a nova capital nacional,
cou a história da arte moderna brasileira: a recusa e Brasília. Além disso, a pedido de Juscelino Kubitschek,
a acidez de Monteiro Lobato quanto à exposição da Niemeyer desenvolveu na capital mineira Belo Hori-
pintora. zonte o “Complexo da Pampulha”.
8 LOBATO, M.. A Propósito da Exposição Malfatti. O Estado de São Paulo, São Paulo, 20 de dezembro de 1917. Disponível em: http://www.mac.
138 usp.br/mac/templates/projetos/educativo/paranoia.html. Acesso em: 09 fev. 2023.
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Assim, ao redor da lagoa homônima, Niemeyer pro- A Vênus de Willendorf é a mais conhecida repre-
jetou a Igreja de São Francisco e outras construções sentação feminina dos povos primitivos. A estatueta
que demonstram sua característica mais marcante: o retrata uma mulher sem muitos detalhes em sua cabe-
uso de concreto armado para o desenvolvimento das ça e seus membros. Em seu corpo, a maior atenção
curvas, que seriam a marca arquitetônica deste artista. concentra-se nos seios, quadril e barriga, mostrando
que a fertilidade feminina era muito importante na
ANALISAR AS DIVERSAS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS época, especialmente se pensarmos que a gravidez e a
COMO MEIO DE EXPLICAR DIFERENTES CULTURAS, fertilidade ainda eram mistérios em um momento em
PADRÕES DE BELEZA E PRECONCEITOS que a ciência não era desenvolvida.
A Vênus de Milo, por sua vez, representa o período
Padronagem Indígena e Arte Rupestre clássico da arte grega e os padrões de beleza da época:
corpo escultural, semblante harmonioso e pleno. Suas
A arte rupestre foi desenvolvida na Pré-História, vestes sugerem que podem cair a qualquer momen-
nos períodos Paleolítico e Neolítico. A datação das to, não fosse o movimento de seu joelho que segura
gravuras feitas nas cavernas nem sempre é precisa, o tecido.
mas, de qualquer forma, tais gravuras servem como
documento histórico para historiadores e demais
estudiosos que, por meio delas, analisam os hábitos e
condutas de vidas dos nossos antepassados.
As hipóteses que levantam os motivos pelos quais
os hominídeos, há milhares de anos, resolveram pintar
as paredes das cavernas são diversas. Uma delas é a de
que os desenhos eram feitos para preservar a memó-
ria do cotidiano e deixar o registro para a posterida-
de. Quanto aos materiais utilizados, havia pigmentos
naturais e sangue de animais, além do uso dos próprios
dedos para fazer os desenhos. As temáticas das artes
rupestres não eram muito variadas. Na maioria delas,
animais e seres humanos em grupos predominavam.
No Brasil, a arte rupestre desenvolveu-se em uma
expectativa de 3 até 10 mil anos atrás. O Parque Nacio-
nal da Serra da Capivara é o principal sítio arqueológi-
co brasileiro, além de ser considerado um Patrimônio
Cultural da Humanidade pela UNESCO. Niéde Guidon é
uma pesquisadora brasileira que desenvolveu hipóteses
sobre a chegada dos primeiros homens até o continente
americano, além de ser uma grande defensora da pre-
servação do sítio arqueológico da Serra da Capivara.
As pinturas rupestres não foram as únicas formas Vênus de Milo (100 a.C.)
de arte desenvolvidas pelos povos primitivos. A arqui-
4
-2
tetura e, especialmente, a escultura, também tiveram Chegamos ao Renascimento e, com ele, mais um
13
seus lugares. Os objetos de escultura, segundo hipóteses, padrão de beleza. Longos cabelos, pudor ao cobrir as
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eram utilizados para rituais religiosos e como amuletos partes íntimas e a alegoria da primavera, tudo isso
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sagrados. Já a arquitetura, bastante simplificada, tra- representa o ideal feminino renascentista. Ademais,
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tava-se de construções megalíticas ou de dólmens, que a fertilidade feminina pode ser analisada pela concha
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também poderiam ser utilizados para fins religiosos. que carrega a simbologia do feminino. Um fato inte-
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Por fim, é preciso compreender a cultura de mas- um povo, é comum que os artistas populares suscitem
-2
mesmo figuras pop que ficaram conhecidas no mun- lucionou a arte do barro no Brasil. Vitalino teve con-
do todo podem ser consideradas como arte de mas-
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pior.
barro para vender nas feiras de Caruaru. A temática
gi
SILVA JR., M. G.. Movidas pela dúvida. Minas faz Ciências, n. 52,
dez.-fev. 2013 (adaptado).
Diferentemente de Mestre Vitalino, Almeida Júnior Esta questão é de Interpretação de Texto que traz a
foi um pintor que teve formação erudita nos estudos temática “Web Art”. Os autores do texto avaliam e
das artes. Formado na AIBA (Academia Imperial de questionam a respeito da internet, da autoria e da
Belas Artes), Almeida Júnior, em muitas de suas pintu- reprodução. Pois, não é possível garantir os direitos
ras, experimentou retratar a figura do caipira mineiro autorais da produção estética. Resposta: Letra: C.
e do interior de São Paulo, deixando sua marca na arte
regionalista brasileira. Uma de suas obras mais famo- 2. (ENEM — 2022)
sas é “O caipira picando fumo”; nela o autor retrata de
maneira realista o caipira em um momento cotidia-
no, sem ser caricato nem estereotipado, ressaltando a
TEXTO I
identidade brasileira do Sertão. 4
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O Caipira Picando Fumo (Almeida Júnior, 1893) Disponível em: https://dasartes.com.br. Acesso em: 16 jun. 2022.
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TEXTO II
ridade e a hipermídia —, Leo Cunha comenta que, no nativo julgaram-na fria, anônima e imperdoável. Os
que tange ao campo da divulgação, as alternativas são materiais industriais pré-fabricados frequentemente
ainda mais evidentes: “Afinal, é imensa a capacidade usados não pareciam “arte”.
de reprodução, multiplicação e compartilhamento das
obras artísticas/culturais. Ao mesmo tempo, ganham DEMPSEY, A.. Estilos, escolhas e movimentos. São Paulo: Cosac &
dimensão os dilemas envolvidos com a questão da Naify, 2003 (adaptado). 141
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De acordo com os textos I e II, compreende-se que a primeiro ready-made, de 1912, é uma roda de bicicleta
obra minimalista é uma montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao
transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista
a) representação da simplicidade pelo artista. realiza uma crítica radical ao sistema da arte.
b) exploração da técnica da escultura cubista.
c) valorização do cotidiano por meio da geometria. Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016
(adaptado).
d) utilização da complexidade dos elementos formais.
e) combinação de formas sintéticas no espaço utilizado.
A instalação In absentia propõe um diálogo com o
ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que
O “Texto 2” já traz o conceito de Minimalismo, que é,
também, uma forma prática e experimental que sur-
a) as formas de criticar obras do passado se repetem.
ge em resposta às limitações notadas no Modernismo.
b) a recorrência de temas marca a arte do final do século
Incialmente, vale destacar que, o aluno pode excluir
XX.
as alterativas “b” e “d”, pois, para ser uma técnica
c) as criações desmistificam os valores estéticos
da escultura era preciso que a arte analisada (Texto
estabelecidos.
1) fosse emblemática, ou seja, criasse uma figura que
d) o distanciamento temporal permite a transformação
pudéssemos identificar – um desenho de algo, por
dos referenciais estéticos.
exemplo. Já a letra “d”, a exclusão se dá devido ao fato
e) o objeto ausente sugere a degradação da forma supe-
de não ser algo “complexo”, ou seja, é algo minima-
rando o modelo artístico.
lista, simples. Neste ponto, podemos voltar a questão
“a”, que embora esteja certa sobre ser a “simplicidade
Primeiramente, vamos lembrar que, Marcel
do artista”, está errado o conceito de “representação”,
Duchamp é um grande nome do Dadaísmo, ou seja,
pois, é uma obra simples, mas não a representação da
um movimento de negação, “antiarte”. Ao analisar
simplicidade. Analisando a alternativa “c”, podemos os dois textos, embora as instalações sejam marca-
entender que também está errada, uma vez que, não das por épocas diferentes, momentos e artistas dis-
há a valorização do cotidiano. Portanto, a correta é a tintos, podemos verificar que há um diálogo entre
combinação de formas sintéticas no espaço utilizado. elas. Este se dá pela ruptura dos valores estéticos
Resposta: Letra E. estabelecidos, uma vez que, o Texto 1 traz justa-
mente esta sensação de “ausência”, tão presente no
3. (ENEM — 2022) Dadaísmo de Duchamp. Resposta: Letra C.
TEXTO I
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ao caos.
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Observar todos os elementos que se relacionam
com o próprio texto é primordial: os itens adjacentes,
como o enunciado, imagens/figuras que acompanham
o texto, datas, local, referências bibliográficas, a fonte
LÍNGUA INGLESA
do texto, o nome do autor ou do veículo de comunica-
ção, entre outros aspectos.
Ao analisar atentamente essas informações, duran-
te o processo de captação de dados, pode-se notar
indícios que facilitarão a identificação de seu gênero
textual (artigo, crônica, reportagem etc.), público-al-
INTRODUÇÃO À LÍNGUA INGLESA vo, faixa etária e contexto, elementos centrais quando
estamos tratando de interpretação textual.
Ao decidir pela língua inglesa para fazer a prova
de língua estrangeira do Enem, você opta por um idio- LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
ma com regras gramaticais simples e de compreensão
lógica. Esta escolha é vantajosa para quem já tem uma Quando nos deparamos com um texto na língua
ideia básica da língua, especialmente de vocabulário. inglesa, para que possamos realizar não apenas a lei-
Vale lembrar que o ano de 2023 será o último que ofe- tura, mas uma interpretação significativa e coerente,
recerá a opção de língua espanhola. é necessário identificar elementos chave no decorrer
Caso você ainda não tenha decidido, observe algu- da leitura que, de algum modo, sintetizam as informa-
mas vantagens em optar por esse idioma na prova de ções cruciais para a compreensão do texto.
língua estrangeira do Enem: Estes elementos especiais podem ser encontrados
em aspectos gramaticais do texto, mas podem tam-
z Gramática simplificada: diferentemente da língua bém ser captados por meio do contexto presente na
portuguesa ou espanhola, a língua inglesa possui narrativa textual. Elementos como o tipo de lingua-
menor número de tempos verbais, o que simplifica gem (formal, informal, técnica etc.) e o vocabulário
o uso gramatical da língua por completo e, apesar de presente, além de outros pontos estratégicos, podem
não seguir a estrutura organizacional semelhante ser identificados para a interpretação adequada de
à de nosso idioma nativo (sujeito + verbo + comple- um texto em uma questão.
mento), ela apresenta modificações estruturais míni- A fim de que se possa entender o sentido do texto,
mas na relação entre pronomes e verbos; antes de uma leitura direta, uma técnica simples deve
ser realizada: um escaneamento inicial do texto à pro-
cura de palavras-chave e dados relevantes. O propósi-
Se liga! to pode ser relatar um fato, contar novidades, listar ou
enumerar itens, reportar um crime, expor uma opi-
Tenha em mente que com um conhecimento nião etc., que deverá ser observado no decorrer deste
gramatical bem estruturado, a interpretação escaneamento inicial.
das questões que contemplam textos escritos é Alguns marcadores como nomes, datas, locais,
mais apurada. dados, estatísticas, números em geral e pronomes de
4
z Estruturação linguística lógica: ainda que a língua sente e do teor da mensagem encontrada no texto.
.7
28
Agora que você se decidiu, observe atentamente os desnatar. Partindo da ideia de que a nata fica sobre o
ar
tópicos a seguir sobre a língua inglesa, os quais irão auxi- leite, pode-se dizer que esta técnica consiste em “olhar
lm
Notícias Este gênero textual deve ser lido com muita cau-
tela, pois a imagem apresentada “conversa” com a
Reportagens jornalísticas costumam apresentar informação escrita da propaganda: não é apenas uma
temas diversos, entretanto se destacam por apresen- simples leitura, pois necessita que o leitor possua
tarem assuntos relevantes à sociedade de modo geral. repertório e conhecimento geral para realizar a inter-
Exemplo: pretação de uma simples peça publicitária, além do
conhecimento do idioma por si só.
Scientists say cure for baldness could be close Exemplo3:
Once upon a time, there lived a Swan near a lake ASPECTOS GRAMATICAIS
in a forest. One night, an Owl saw the Swan gliding
on the lake in the moonlight. He praised the Swan A proficiência em um idioma só pode ser obtida a
and soon, the two became friends. They met near partir do conhecimento teórico e prático de sua estru-
the lake for many days. tura gramatical. Esse processo, no entanto, é extenso e
The Owl soon got bored of the place and told the pode durar anos de estudo.
Swan, “I am going back to my forest. You are wel-
O processo de se estudar para realizar uma prova,
come to visit me whenever you want to.” One day,
por outro lado, requer um estudo prático e rápido dos
the Swan decided to visit the Owl. It was daylight
elementos principais da língua, tais como vocabulário
when the Swan reached the Owl’s home. She could
not find him, as he was hiding in the dark hole of a básico e algumas classes gramaticais e suas estrutu-
tree. The Owl told the Swan, “Please rest till the sun ras. São elas:
sets. I can come out only at night.”
Early next morning, some people were passing by. On Pronomes
hearing them, the Owl hooted. The people thought it
was not a good sign to hear an Owl hoot. So, one of Os pronomes são palavras que podem substituir
them wanted to shoot the Owl. The Owl flew away em orações o nome próprio de um lugar, uma pessoa,
and hid in a hole near the lake. The poor Swan did not um objeto, um animal etc. Quanto aos pronomes na
move. The arrow hit the Swan and she died. língua inglesa, temos algumas classificações específi-
Never leave your friends in difficulty.4 cas para cada grupo. Confira a seguir.
z Sites de notícias: BBC News, The New York Times, subject pronouns, que agem como sujeitos nas
Daily Mail, The Sunday Times;
4
língua inglesa como: William Shakespeare, Oscar Wil- Exercem a mesma função que conhecemos na lín-
lm
de, Charles Dickens, Jane Austen, entre outros, agre- gua portuguesa, sendo, na maioria das vezes, o sujeito
gi
relatives.
de uma música. Como exemplos, temos Bob Marley YOU Você, tu
Você nunca liga para seus
(Enem 2011); Bob Dylan (Enem 2014); Paul McCartney
parentes.
(Enem 2016); John Legend (Enem 2017); Sting (Enem
2019); Madonna (Enem 2019). Buscando conhecer a He should be more careful.
expressividade desses e demais artistas é possível ter HE Ele Ele deve ser mais
uma dimensão da estrutura textual e expressões mais cuidadoso.
comuns deste estilo literário.
Diante de um extenso texto, um dos mais comuns
erros cometidos pelos estudantes é buscar entender
4 THE swan and the owl. Short Stories, 2020. Disponível em: https://shortstoriesshort.com/story/the-swan-and-the-owl/. Acesso em: 26 jan. 2023. 147
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Vejamos o caso dos pronomes possessivos, cuja
She goes scuba-diving função é substituir o nome próprio ao final da oração,
SHE Ela every year. como objeto da oração, sem qualquer flexão de núme-
Ela faz mergulho todo ano. ro ou grau. Confira:
Ele, ela, It’s going to be an amazing
IT (neutro), isso, year. These socks are mine.
esse, essa Vai ser um ano incrível. Meu, minha,
MINE Estas meias são
meus, minhas
We were really tired after minhas.
the game. Teu, tua, seu, Is this book yours?
WE Nós YOURS
Nós estávamos muito can- sua Este livro é seu?
sados depois do jogo.
That enormous mansion
You could come to NY one is his.
day. HIS Dele
YOU Vocês, vós Aquela mansão enorme
Vocês poderiam vir a Nova é dele.
Iorque um dia.
All those white clothes
They decided to stay home are hers.
for Christmas. HERS Dela
THEY Eles, elas Todas aquelas roupas
Eles decidiram ficar em brancas são dela.
casa no Natal.
This rubber bone is its.
Dele, dela
O pronome “it” tem função especial em frases nas ITS Este osso de borracha
(neutro)
quais o pronome é oculto. é dele.
Ex.: It’s easy to understand the case.
Keep your hands off of it,
É fácil compreender o caso.
it’s ours!
OURS Nosso, nossa
Tire suas mãos daí, é
z Object Pronouns — Pronomes Oblíquos nosso!
Exercem a mesma função que conhecemos na lín- Vosso, vossa, Are these records yours?
YOURS
gua portuguesa: sempre recebendo uma ação de um seu, sua Estes discos são seus?
sujeito que não seja ele mesmo (isso é função dos pro-
nomes reflexivos, que serão abordados mais adiante). None of the reports are
theirs.
THEIRS Deles, delas
Nenhum dos relatórios
This car belongs to me. são deles.
ME Me, mim
Este carro pertence a mim.
Lhe, o, a, te, ti, Would she go with you? O uso dos pronomes possessivos na língua inglesa
YOU chega a confundir, pois não há esta forma para a lín-
a você Ela iria com você?
4
We should call him der, partindo do fato de que eles são utilizados como
tomorrow. objeto e fazem a função de pronome, que é substituir
.7
Would they fire us? to, a tradução livre “she loves your parents”, pois o
US Nos
gi
Além desses pronomes, temos dois tipos especiais Os pronomes interrogativos são elementos linguís-
4
What city do
Nós realmente precisamos deste dinheiro! What (que, I prefer London.
lm
you prefer?
They should see these flowers. o que, qual, Eu prefiro
gi
Que cidade
Eles deveriam ver estas flores. quais) Londres.
você prefere?
ar
Helen vai nos mostrar aquela linda pintura. Which do you I like both, but
gi
which (o qual, a qual, que), whose (cujo, cuja, de limão ou de uma boa para
quem), who (que, quem), whom (a quem). Veja alguns morango? mim.
exemplos:
I’ve been
Where have you
This is the bus which takes me home. jogging at the
Where (onde, been?
Este é o ônibus que me leva para a casa. park.
aonde) Onde você
Is this the girl whose house was robbed? Estive correndo
esteve?
Esta é a garota cuja casa foi roubada? no parque.
He is the teacher who got arrested.
Ele é o professor que foi preso.
149
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Os lápis dela estão em sua escrivaninha.
PRONOME Joseph is dancing on the stage.
RESPOSTA
INTERROGA- PERGUNTA Joseph está dançando no palco.
COM NOME
TIVO
Up to Até agora
18
horas. Exemplos:
Ago Atrás
ar
Califórnia.
gi
Os adjetivos são palavras que caracterizam os Vosso, vossa, Are these your records?
YOUR
substantivos com o objetivo de expressar o esta- seu, sua Estes discos são seus?
do, a condição, a qualidade ou o defeito deles. Eles The Griffins are painting
podem possuir diferentes usos dependendo do grau, their house this weekend.
conseguindo estabelecer relações comparativas ou THEIR Deles, delas Os Griffins vão pintar a
superlativas. casa deles neste final de
Curiosamente, em inglês não há variação quanto semana.
ao gênero (masculino e feminino) e número (singular
e plural), como ocorre na língua portuguesa. Sendo Conjunções
assim, a grande maioria dos adjetivos são usados para
qualquer substantivo, seja ele no masculino ou no Seja em inglês ou em português, as conjunções
feminino, no singular ou no plural. são responsáveis por conectar a ideia de uma ora-
Além disso, há uma espécie de regra para a ordem ção a outra, estabelecendo relação entre elas, poden-
dos adjetivos quando há mais de um; a mais comum é: do acrescentar informações, contrapor ou explicar
quantidade, valor/opinião, tamanho, temperatura, ideias. Veja a seguir a forma como uma conjunção é
idade, forma, cor, origem e material. capaz de unir ideias de orações separadas.
John was very frustrated. John got fired.
John estava muito frustrado. John foi demitido.
Se liga! John was very frustrated because he got fired.
John estava muito frustrado porque ele foi
Os adjetivos sempre são apresentados antes do
demitido.
substantivo em inglês.
A conjunção because conectou as orações de
maneira natural, organizando as ideias sem que haja
Veja a seguir alguns exemplos: quebra na narrativa da oração.
Those lazy boys don’t help at home. Confira a seguir algumas das conjunções mais usa-
Aqueles meninos preguiçosos não ajudam em casa. das da língua inglesa e exemplos:
Mary and John adopted three black dogs.
z And: e.
4
-chip ones or the big chocolate ones? Exemplo: She went to the store and bought some
.7
tas de chocolate ou os grandes de chocolate? Ela foi ao mercado e comprou algumas frutas.
.8
18
A ideia de adjetivo é a de dar “qualidade”, uma Exemplo: He loved talking but he felt shy.
lm
característica única ao substantivo, e esta é a função Ele amava conversar, mas ele se sentiu tímido.
gi
Exemplo: I’ll only go if you come with me. He plays Ele toca o
Eu só vou se você for comigo. BEAUTIFULLY the cello violoncelo
beautifully. lindamente.
z Whether: se.
Tentarei
I’ll try to finish
QUICKLY terminar
Exemplo: She can’t decide whether she wants to it quickly.
rapidamente.
travel or buy a new computer.
Ela não consegue decidir se quer viajar ou com-
prar um computador novo. z Advérbios de lugar: expressa o lugar em que a
ação é realizada.
z Since: já que, desde.
Did you see
Exemplo: Since you’re going to the kitchen, could THERE Você os viu lá?
them there?
you fetch me some water?
Já que você está indo à cozinha, você poderia me Nós podemos
We can go
arranjar um pouco de água? ir a qualquer
WHEREVER wherever you
4
want.
quiser.
13
Advérbios
.7
Advérbios são palavras que mudam o sentido do BEHIND were behind estavam atrás
.8
verbo. De acordo com o sentido que dão à oração, the door. da porta.
18
po, modo, lugar, afirmação, negação, ordem, dúvida, He can’t be Ele não podia
intensidade, frequência e advérbios interrogativos. FURTHER further from estar mais lon-
ar
There’s an
Há uma ótima
ar
here.
152
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John certa- Ele sabia exata-
John certainly He knew exactly
mente não EXACTLY mente o que eu
CERTAINLY didn’t mean no what I wanted.
quis fazer mal queria.
harm.
algum.
Meus pais me
My parents gave
As crianças deram dinheiro
The kids evi- NEARLY me nearly enough
evidentemente quase o suficiente
EVIDENTLY dently love money to travel.
amam seus para eu viajar.
their parents.
pais.
Eu não tenho
QUITE I’m not quite sure.
He obviously Ele obviamen- completa certeza.
OBVIOUSLY
loves you. te te ama.
z Advérbios de frequência: expressam a frequên-
z Advérbios de negação: expressam negação quan- cia em que uma ação é realizada.
to à ação em questão.
Ele raramente
RARELY He rarely calls.
Não, nós não liga.
NO No, we can’t.
podemos.
Mom never says Mamãe nunca diz
He is not the guy Ele não é o cara NEVER how much she o quanto ela se
NOT
for you. para você. cares. importa.
música favorita.
-2
13
Quanto você
z Advérbios de dúvida: expressam dúvida ou ques- How much do you
.7
MAYBE
like cats. goste de gatos.
ar
TEMPOS VERBAIS
lm
Simple Present
ar
PERHAPS
be studying math. tudar matemática. O presente simples em inglês tem sua conjugação de
gi
153
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Simple Past
TO EAT
We did not
-2
novo curso de
siness course.
.7
Did we start a
18
çamos um
We (nós) finish INTERROGATIVA new business
-0
novo curso de
course?
You (vós, vocês) finish negócios?
ar
lm
Em alguns casos, em verbos com terminações em de expandir o vocabulário. Confira a tabela a seguir:
lm
To read Read Ler She won’t accept the judge’s decision. / She will not
accept the judge’s decision.
To run Ran Correr Ela não aceitará a decisão do juiz.
decisão imediata, ação estimulada. O primeiro é mar- a ação a ser reportada é mais importante do que quando
13
cado pelo verbo to be (ser, estar) + going to; o segundo é ela ocorreu no passado, ou seja, sem indicação temporal
.7
marcado pelo verbo modal de futuro will. e para expressar acontecimentos passados que têm con-
28
Para tratar de situações que acontecerão em breve sequências ou repercussão no tempo presente, incluindo
.8
ou são mais prováveis de acontecer, utilizamos verb uma ação que pode ter acabado de acontecer. Sua estru-
18
to be + going to + o verbo principal + complemento do tura se baseia no verbo auxiliar have ou has seguido de
-0
VERBO
(futuro próximo/certeza). HAVE/HAS COMPLE-
gi
SUJEITO NO PARTI-
Ela vai passar o Natal com a família dela. (AUX.) MENTO
ar
CÍPIO
lm
chances/probabilidade).
Eles não vão acreditar na minha história. Tradução: Eu estive no Brasil.
Are you going to accept the job? (certeza/probabilidade). No caso dos sujeitos I, you, we, they, utilizamos o
Você vai aceitar o emprego? verbo auxiliar have e, no caso dos sujeitos he, she, it,
LÍNGUA INGLESA
ocorreram ou não em algum momento na vida, sem assim como em qualquer outro idioma. É uma tarefa
13
a necessidade da incidência de tempo. São eles: ever, desafiadora, porém, quanto mais se aumenta a prática
.7
already, never e yet. Eles são colocados logo após o ver- da leitura em inglês, sobre os mais diversos temas, mais
28
bo auxiliar, salvo pelo yet, que deve estar no fim da fácil se torna adquirir conhecimento e repertório para
.8
5. (ENEM — 2022)
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4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
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Também é importante lembrar que:
MATEMÁTICA 12 + 8 = 20 | 12 – 8 = 4;
Se liga! 4 · 5 = 20.
O símbolo do conjunto dos números naturais é
a letra N, e podemos ter ainda o símbolo N*, que Números Inteiros
representa os números naturais positivos, isto é,
Os números inteiros são os números naturais e
excluindo o zero.
seus respectivos opostos (negativos). Veja: Z = {..., –7,
-–6, –5, –4, –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...}.
Conceitos básicos relacionados aos números naturais: O símbolo desse conjunto é a letra Z. Uma coisa
importante é saber que todos os números naturais
4
z Sucessor: é o próximo número natural. são inteiros, mas nem todos os números inteiros são
-2
número “n + 1”;
18
Z
-0
é o número “n – 1”;
ar
lm
161
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z Operações com Números Inteiros
SINAIS NA MULTIPLICAÇÃO
Há quatro operações básicas que podemos efetuar Operações Resultados
com estes números, são elas: adição, subtração, multi-
plicação e divisão. + + +
z Adição – – +
total de B partes.
lm
Elemento neutro: o zero é o elemento neutro Exemplo: temos 50 balas e queremos dividir entre
da subtração, pois, ao subtrair zero de qualquer
gi
– + –
162
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Atenção: Representação Fracionária e Decimal
A divisão de números de mesmo sinal tem Há 3 tipos de números no conjunto dos números
resultado positivo: 60 ÷ 3 = 20; (–45) ÷ (–15) = 3; racionais:
A divisão de números de sinais diferentes tem
resultado negativo: 25 ÷ (–5) = –5; (–120) ÷ 5 = –24. 8 3 7
z Frações: 3 , 5 , 11 etc.;
000
Números Racionais 2842
4
-2
+406
13
São aqueles que podem ser escritos na forma da 6,9020 → 4 casas decimais
.7
A
escritos na forma (A dividido por B), onde A e B
.8
4 9
Após isso, é só efetuar a operação normalmente.
lm
163
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z Propriedade 4 — multiplicar os dois membros de
uma inequação por um número negativo inverte o
Q
sinal da desigualdade:
Z 5x – 8 > 12x + 41
R 5x – 12x > 41 + 8
N –7x > 49 (multiplicando toda a inequação por –1)
7x < –49 (o sinal foi invertido)
–49
x<
7
x < –7
DIVISIBILIDADE
Operações e Propriedades dos Números Reais
Quando temos problemas que envolvem divisão,
As operações adição, subtração, multiplicação e
sabe-se que precisamos de uma maneira mais eficien-
divisão ocorrem com os números reais tal como ocor-
te e simples para poder achar o resultado. Pensando
re com os números racionais.
nisso, temos as regras de divisibilidade, ou seja, ferra-
mentas que nos ajudam nas operações de divisão. Há
DESIGUALDADES
apenas duas opções em relação ao resultado: a respos-
ta é exata ou não. Vejamos as diversas regras.
Todas as vezes que temos uma expressão que não
representa uma igualdade, damos o nome de desi-
Divisibilidade por 2
gualdade. Os símbolos usados são: <, >, ≤ e ≥, que, res-
pectivamente, significam: menor, maior, menor ou
Um número é divisível por 2 quando ele é par, ou
igual, maior ou igual. Veja um exemplo: x > 5.
seja, todos os números em que o último algarismo é 0,
Esse é o resultado de uma inequação, e podemos
2, 4, 6 ou 8 → 256 ÷ 2 = 128.
interpretar que qualquer número maior que 5 pode ser
a resposta correta. Todavia, observe que 5 não é maior
Divisibilidade por 3
que 5. Ou seja, o próprio 5 não satisfaz a inequação.
Agora veja um outro exemplo: x ≤ 7, com x natural.
Um número é divisível por 3 quando a soma dos
Já sabemos que os números naturais são apenas os
seus algarismos é divisível por 3. Exemplo: 1236 é
inteiros não negativos. Sendo assim, as soluções para
divisível por 3, pois a soma de seus algarismos é 1 + 2
essa inequação também podem ser: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
+ 3 + 6 = 12 (12 é divisível por 3) → 1236 ÷ 3 = 412.
Note que o número 7 entra como uma possível
solução, pois o sinal de desigualdade que estamos
Divisibilidade por 4
usando é o “menor ou igual”.
4
-2
tido da desigualdade:
mos são “64”, e 64 é divisível por 4 → 3664 ÷ 4 = 916;
-0
10x – 3 < 3x + 19
ar
z Propriedade 2 — subtrair um mesmo número dos rismo os números 0 ou 5 são divisíveis por 5 → 550 ÷ 5
gi
dois membros de uma inequação não altera o sen- = 110; ou 1325 ÷ 5 = 265.
tido da desigualdade:
Divisibilidade por 6
25x < 5x + 20
25x – 5x < 5x + 20 – 5x Todos os números que são divisíveis por 2 e por 3,
20x < 20 simultaneamente, são divisíveis por 6. Exemplo: 366
é divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo, então tam-
z Propriedade 3 — multiplicar os dois membros de bém é divisível por 6 → 366 ÷ 6 = 61.
uma inequação por um número positivo não alte-
ra o sentido da desigualdade: Divisibilidade por 7
385 ÷ 7 = 55.
Divisibilidade por 8
Se os três últimos algarismos forem divisíveis por 8, ou for número terminado em 000, então esse número será
divisível por 8 → 2000 ÷ 8 = 250.
Veja mais um exemplo: 1256 é divisível por 8, pois os três últimos algarismos “256” são divisíveis por 8, ou seja,
256 ÷ 8 = 32. Assim, 1256 ÷ 8 = 157.
Divisibilidade por 9
Um número é divisível por 9 quando a soma dos seus algarismos é divisível por 9. Exemplo: 5238 é divisível
por 9?
5238 ÷ 9 = 582.
Divisibilidade por 10
FATORAÇÃO
A fatoração serve para simplificar equações e expressões algébricas. Veja as maneiras que podemos fazer a
fatoração.
O nosso objetivo principal aqui é utilizar os menores números primos, para simplificar até o máximo possível
o número em questão. Veja:
4
-2
180 2
13
.7
90 2
28
45 3
.8
18
15 3
-0
5 5
ar
lm
1
gi
ar
lm
180 ÷ 2 → 90 ÷ 2 → 45 ÷ 3 → 15 ÷ 3 → 5 ÷ 5 → 1
gi
Nosso foco é observar qual o número que se repete nos termos e colocá-lo em evidência. Veja: 7x + 7y.
Podemos notar que o número 7 é comum nos dois termos, portanto, podemos destacá-lo: 7x + 7y = 7 (x + y).
MATEMÁTICA
Nosso principal objetivo é juntar os termos comuns em partes da expressão, ou seja, essa fatoração é utilizada
quando um elemento não é comum a todos os termos. Veja: 5x + 10x + 5y + 10y.
Note que o x é comum nos dois primeiros termos e o y nos dois últimos. Podemos destacá-los assim: 5x + 10x
+ 5y + 10y = x (5+10) + y (5+10). 165
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Ainda podemos simplificar mais, pois agora existe outro fator comum que é (5 + 10): x (5+10) + y (5+10) = (5+10)
+ (x + y).
Podemos dizer que: 5x + 10x + 5y + 10y = (5+10) + (x + y).
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) O proprietário de um apartamento decidiu instalar porcelanato no piso da sala. Essa sala tem formato
retangular com 3,2 m de largura e 3,6 m de comprimento. As peças do porcelanato têm formato de um quadrado com
lado medindo 80 cm. Esse porcelanato é vendido em dois tipos de caixas, com os preços indicados a seguir.
Na instalação do porcelanato, as peças podem ser recortadas e devem ser assentadas sem espaçamento entre elas, apro-
veitando-se ao máximo os recortes feitos.
A compra que atende às necessidades do proprietário, proporciona a menor sobra de pisos e resulta no menor preço é
a) 5 caixas do tipo A
b) 1 caixa do tipo A e 4 caixas do tipo B
c) 3 caixas do tipo A e 2 caixas do tipo B
d) 5 caixas do tipo A e 1 caixa do tipo B
e) 6 caixas do tipo B
A) 5 · 35 = 170,00 5 · 4 = 20 2
B) 1 · 35 + 4 · 27 = 143,00 1 · 4 + 4 · 3 = 16 –2
C) 3 · 35 + 2 · 27 = 159,00 3 · 4 + 2 · 3 = 18 0
4
-2
D) 5 · 35 + 1 · 27 = 202,00 5 · 4 + 1 · 3 = 23 5
13
.7
E) 6 · 27 = 162,00 6 · 3 = 18 0
28
.8
Resposta: Letra C.
18
-0
2. (ENEM — 2020) Um hotel de 3 andares está sendo construído. Cada andar terá 100 quartos. Os quartos serão numera-
ar
dos de 100 a 399 e cada um terá seu número afixado à porta. Cada número será composto por peças individuais, cada
lm
Qual a quantidade mínima de peças, simbolizando o algarismo 2, necessárias para identificar o número de todos os quartos?
lm
gi
a) 160
b) 157
c) 130
d) 120
e) 60
3. (ENEM — 2020) Uma torneira está gotejando água em um balde com capacidade de 18 litros. No instante atual, o balde
se encontra com ocupação de 50% de sua capacidade. A cada segundo caem 5 gotas de água da torneira, e uma gota
é formada, em média, por 5 · 10−2 mL de água.
166
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Quanto tempo, em hora, será necessário para encher pessoas com antígeno A. Assim, podemos calcular
completamente o balde, partindo do instante atual? por meio de 100 – x = 100 – 30 = 70. Resposta: Letra
C.
a) 2 · 101
b) 1 · 101 5. (ENEM — 2020) Antônio, Joaquim e José são sócios de
c) 2 · 10−2 uma empresa cujo capital é dividido, entre os três, em
d) 1 · 10−2 partes proporcionais a: 4, 6 e 6, respectivamente. Com
e) 1 · 10−3 a intenção de igualar a participação dos três sócios no
capital da empresa, Antônio pretende adquirir uma fra-
Capacidade atual do balde: 50% de 18L → 50 ÷ 100 · ção do capital de cada um dos outros dois sócios.
18 = 9L = 9000mL. Total de gotas: 9000 ÷ 5 · 10-2 = 9 ·
103 ÷ 5 · 10-2 = 1,8 · 105 gotas. A fração do capital de cada sócio que Antônio deverá
Calculando o tempo: adquirir é
1s --------- 5 gotas
x ----------- 1,8 · 105 gotas a)
1
5x = 1,8 · 105 2
x = 0,36 · 105 = 36000 s. b)
1
Transformando em horas: 3
1h ------ 3600 s 1
c)
x -------- 36000 s 9
x = 36000 ÷ 3600 2
d)
x = 10 horas. Resposta: Letra B. 3
4
e)
3
4. (ENEM — 2020) Um grupo sanguíneo, ou tipo sanguí-
neo, baseia-se na presença ou ausência de dois antí- Antônio = 4x. Joaquim = 6x. José = 6x.
genos, A e B, na superfície das células vermelhas do Queremos igualar a partição dos sócios e Antônio pre-
sangue. Como dois antígenos estão envolvidos, os cisa receber uma parte de cada um dos outros. Soman-
quatro tipos sanguíneos distintos são: do tudo e dividindo pelos 3 sócios, encontramos: 4x +
� Tipo A: apenas o antígeno A está presente; 6x + 6x = 16x ÷ 3 = 5,33... Note que não conseguimos,
� Tipo B: apenas o antígeno B está presente; então vamos usar os conceitos de proporcionalidade.
� Tipo AB: ambos os antígenos estão presentes; Multiplicando tudo por 3: 12x + 18x + 18x = 48x ÷ 3
� Tipo O: nenhum dos antígenos está presente. = 16 (conseguimos).
Cada sócio terá 16x. Assim, Antônio deve receber
Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 15 abr. 2012 duas partes de cada sócio:
(adaptado). 2x 1
Antônio = = de cada sócio. Resposta: Letra C.
18x 9
Foram coletadas amostras de sangue de 200 pes-
soas e, após análise laboratorial, foi identificado que 6. (ENEM — 2020) Muitos modelos atuais de veículos
em 100 amostras está presente o antígeno A, em 110 possuem computador de bordo. Os computadores
amostras há presença do antígeno B e em 20 amos- informam em uma tela diversas variações de grande-
4
-2
tras nenhum dos antígenos está presente. zas associadas ao desempenho do carro, dentre elas
13
Dessas pessoas que foram submetidas à coleta de sangue, o consumo médio de combustível. Um veículo, de um
.7
o número das que possuem o tipo sanguíneo A é igual a determinado modelo, pode vir munido de um dos dois
28
A
o valor informado na tela seria obtido pela operação
gi
d)
x
e) 1.X
Perceba que a soma de 100 – x + x + 110 – x + 20 deve
resultar no total de pessoas, isto é, 200. Dessa forma: Vamos fazer uma relação de A com B.
100 – x + x + 110 – x + 20 = 200 → –x = 200 – 230 → Tipo A: x litros -------- 100 Km
–x = –30 → x = 30. Tipo B: 1 litro -------- y Km
Descobrimos assim a quantidade de pessoas com Resolvendo a regra de três:
antígeno AB. Contudo, o enunciado pede-nos as x litros -------- 100 Km
167
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1 litro -------- y Km diferença 11 – R. Considere o número de uma agência
xy = 100 bancária cujos quatro primeiros dígitos são 0100. Qual
x é o dígito verificador N5 dessa agência bancária?
y= . Resposta: Letra C.
100
a) 0
7. (ENEM — 2022) Foram convidadas 32 equipes para
b) 6
um torneio de futebol, que foram divididas em 8 gru-
c) 7
pos com 4 equipes, sendo que, dentro de um grupo,
cada equipe disputa uma única partida contra cada d) 8
uma das demais equipes de seu grupo. A primeira e a e) 9
segunda colocadas de cada grupo seguem para reali-
zar as 8 partidas da próxima fase do torneio, chama- Considerando-se a forma para encontrarmos o dígito
da oitavas de final. Os vencedores das partidas das verificador, e N1 = 0; N2 = 1; N3 = 0; e N4 = 0, teremos S
oitavas de final seguem para jogar as 4 partidas das = 5 · 0 + 4 · 1 + 3 · 0 + 2 · 0 = 0 + 4 + 0 + 0 = 4. Como N5 =
quartas de final. Os vencedores das quartas de final 11 – R, onde R é o resto da divisão de S por 11, e o resto
disputam as 2 partidas das semifinais, e os vencedo- da divisão de S = 4 por 11 é 4, visto que 4 < 11, teremos
res avançam para a grande final, que define a campeã então, por fim, que N = 11 – 4 = 7. Resposta: Letra C.
do torneio. Pelas regras do torneio, cada equipe deve
ter um período de descanso de, no mínimo, 3 dias 9. (ENEM — 2022) Ao escutar a notícia de que um filme
entre dois jogos por ela disputados, ou seja, se um recém-lançado arrecadou, no primeiro mês de lan-
time disputar uma partida, por exemplo, num domin- çamento, R$ 1,35 bilhão em bilheteria, um estudante
go, só poderá disputar a partida seguinte a partir da escreveu corretamente o número que representa essa
quinta-feira da mesma semana. quantia, com todos os seus algarismos. O número
escrito pelo estudante foi
O número mínimo de dias necessários para a realiza-
ção desse torneio é a) 135.000,00.
b) 1.350.000,00.
a) 22. c) 13.500.000,00.
b) 25. d) 135.000.000,00.
c) 28. e) 1.350.000.000,00.
d) 48.
e) 64. Considerando-se as classes decimais envolvi-
das, ou seja, a das unidades simples, a dos milha-
Para que o torneio seja realizado em um número res, a dos milhões e a dos bilhões, 1,35 bilhões =
mínimo de dias, considerando as regras dadas no 1.350.000.000,00. Resposta: Letra E.
enunciado, a fase de grupos precisa ser realizada
em 3 dias, já que todos os times do grupo jogam
entre si. Sendo assim, considerando J (jogo) e D (des-
canso), a fase de grupos ficaria esquematizada da RAZÕES E PROPORÇÕES
seguinte forma, totalizando 12 dias.
4
-2
para 5”).
ODDDQDDDSDDDF
lm
2 4
tante das fases, temos 12 + 13 = 25. O torneio pode ser =
lm
3 6
realizado com 25 dias, no mínimo. Resposta: Letra B.
gi
8. (ENEM — 2022) Cada número que identifica uma agên- Ou podemos representar por 2 : 3 = 4 : 6 (lê-se “2
cia bancária tem quatro dígitos: N1, N2, N3, N4 mais um está para 3, assim como 4 está para 6”).
dígito verificador N5. Os problemas mais comuns que envolvem razão e
proporção são quando se aplica uma “variável” qual-
quer dentro da proporcionalidade, e se deseja saber o
N1 N2 N3 N4 – N5 valor dela. Veja o exemplo:
C D a c a + 2b c + 2d
= = = =
3 2 b d b d
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B
-2
A B
C+D temos: = . Porém, como são 2 funcionários na
28
C D 10.000 2 3
= = = = 2.000
categoria A e 3 funcionários na categoria B, podemos
.8
3 2 3+2 5
18
que nos mostra o valor real das partes dentro da pro- lado por 2 e do outro lado por 3, temos:
lm
porção. Veja:
gi
2A 3B
ar
=
C 4 9
lm
= 2.000
3
Aplicando a propriedade das somas externas,
gi
a c a+b 2A
= = = c+d = 1.000
b d b 4 169
d
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2A = 4 · 1.000 1–5–1|5
2A = 4.000 1 – 1 – 1 | 2 · 2 · 3 · 5 = 60
A = 2.000
Fazendo a mesma resolução em B: Assim, dividindo o M.M.C. pelo denominador e
multiplicando o resultado pelo numerador, temos:
3B
= 1.000
9 15x 12x 10x
+ +
3B = 9 · 1.000 60 60 60 = 740.000
3B = 9.000
B = 3.000 37x
= 740.000
60
Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa
receberão R$ 2.000 de bônus. Já os funcionários com 3 X = 1.200.000
anos de casa receberão R$ 3.000 de bônus.
O total pago pela empresa será:
Agora basta substituir o valor de X nas razões para
Total = 2 · 2000 + 3 · 3000 = 4000 + 9000 = 13000.
achar cada parte da divisão inversa.
Regra da Sociedade x 1.200.000
= 300.000
4 = 4
z Diretamente Proporcional
x 1.200.000
= 240.000
Consiste em “dividir uma determinada quantia em 5 = 5
partes proporcionais a determinados números’’. Veja- x 1.200.000
mos um exemplo para entendermos melhor: = 200.000
6 = 6
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor As partes divididas inversamente proporcionais
dessas partes corresponde a? aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente, 300.000,
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro- 240.000 e 200.000.
porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor- PORCENTAGEM
cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de
razão. Veja: A porcentagem é uma medida de razão com base 100.
X
=
Y
=
Z Ou seja, corresponde a uma fração cujo denominador
4 5 6 = constante de proporcionalidade é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar como
podemos representar um número percentual:
Usando uma das propriedades da proporção,
somas externas, temos: 30
z 30% = (forma de fração);
X+Y+Z 900.000 100
4+5+6 15 = 60.000 z 30% =
30
= 0,3 (forma decimal);
4
100
-2
X 100 10
.7
4 = 60.000
28
30 3
z Inversamente Proporcional 30% = = 0,3 =
ar
100 10
lm
Consiste em distribuir uma quantia X a três pes- Também é possível fazer a conversão inversa, isto
gi
soas, de modo que cada uma receba um quinhão é, transformar um número qualquer em porcentual.
ar
inversamente proporcional a três números. Vejamos Para isso, basta multiplicar por 100. Veja:
lm
Vamos chamar de X as quantias que devem ser distri- 0,586 · 100 = 58,6%
buídas inversamente proporcionais a 4, 5 e 6, respectiva-
mente. Devemos somar as razões e igualar ao total que Número Relativo
deve ser distribuído para facilitar o nosso cálculo, veja:
A porcentagem traz uma relação entre uma parte
X
+
X
+
X
= 740.000 e um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 cor-
4 5 6 responde ao todo. Já os 10% correspondem à fração do
todo que estamos especificando. Para descobrir a quan-
Agora vamos precisar tirar o M.M.C. (mínimo múl- to isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000.
tiplo comum) entre os denominadores para resolver-
mos a fração. 10 · 1000 = 100
10% de 1000 =
100
4–5–6|2
2–5–3|2 Dessa maneira, 1000 é todo, enquanto 100 é a parte
1–5–3|3 que corresponde a 10% de 1000.
170
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Se liga! JUROS
1000,00) = 1250,00
13
.7
de juros.
.8
J=C·i·t
lm
Inicial
M=C+J
gi
M = C · (1 + i · J)
ar
assistiu às 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o Em que J = juros; C = capital; i = taxa em percentual
gi
número de aulas não assistidas para 180. É correto afir- (%); t = tempo; M = montante.
mar que as aulas não assistidas por Juliano cairão 20%?
A variação percentual de uma grandeza corres- Taxas Proporcionais e Equivalentes
ponde ao índice:
Para aplicar corretamente uma taxa de juros, é
Final - Inicial 180 - 200
Variação percentual = = = importante saber a unidade de tempo sobre a qual a
Inicial 200
taxa de juros é definida. Isto é, não adianta saber ape-
MATEMÁTICA
Podemos substituir 1 ano por 12 meses, para dei- JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
xar os valores da coluna da direita na mesma unidade Mais onerosos se t < 1 Mais onerosos se t > 1
temporal. Temos:
Mesmo valor se t = 1 Mesmo valor se t = 1
12% ao ano ---------------------- 12 meses
Taxa bimestral ------------------ 2 meses Juros capitalizados
Juros capitalizados no
periodicamente
final do prazo
Efetuando a multiplicação cruzada, temos: (“juros sobre juros”)
um exemplo:
1º mês 11.000,00
28
por log1, 01 .
gi
compostos:
Fórmula Utilizada em Juros Compostos M = C · (1+j)t
120000 = 100000 · (1+1%)t
M = C · (1+i)t 12 = 10 · (1,01)t
1,2 = (1,01)t
Poderíamos ter utilizado a fórmula no nosso exem- Podemos aplicar o logaritmo dos dois lados:
plo. Veja: log1,2 = log (1,01)t
log1,2 = t · log 1,01
M = 10000 · (1 + 10%)4
t = log1, 01
M = 10000 · (1 + 0,10)4
M = 10000 · (1,10)4 log1, 2
M = 10000 · 1,4641
Sendo assim, a questão está errada.
M = 14.641,00 reais
172
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RELAÇÕES DE DEPENDÊNCIA ENTRE GRANDEZAS Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)
Sistema de Unidades de Medidas
Quando estudamos o sistema de medidas, aten- ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000
tamo-nos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Porém existem as conversões entre as unidades para Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
uma melhor interpretação e leitura.
:1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
Medidas de Comprimento
A unidade principal tomada como referência é o Exemplo: converter 5,3 m3 para cm3.
metro (m). Temos seis unidades diferentes que ser- Para sair do metro cúbico e chegar ao centímetro
vem para medir dimensões maiores ou menores. A cúbico, devemos multiplicar por 1000000 (1000 · 1000),
conversão de unidades de comprimento segue potên- pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro
cias de 10. Veja o esquema: cúbico. Logo: 5,3 m3 = 5,3 · 1000000 = 5300000 cm3.
Veja agora algumas relações importantes:
Km hm dam m dm cm mm
(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)
UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE
×10 ×10 ×10 ×10 ×10 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
×10
1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
Km hm dam m dm cm mm 1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
potências de 100. Veja o esquema: z Para transformar de uma unidade menor para
.7
20 2 1
Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2 = = da hora.
.8
×100
Para medir ângulos, a unidade básica é o grau.
lm
tante do dia;
Medidas de Volume (Capacidade) z 1° 32’ 24” é a medida de um ângulo.
A partir disso, o nosso próximo termo será o núme- Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
ro 10, pois 8 + 2 = 10. “n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
Caso os números estejam diminuindo, você pode a posição do termo na PA.
buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divi- Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir
sões entre os termos. o termo de posição 10. Já temos as informações que
Agora observe esta outra sequência: 2, 3, 5, 7, 11, 13, ... teremos: {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}
Qual é o seu próximo termo? Muitas pessoas ten-
dem a dizer que o próximo termo é o 15. Mesmo tendo z o termo que buscamos é o da décima posição, isto
percebido que o 9 não está na sequência, a nossa ten- é, a10;
dência é relevar esse problema e marcar o valor 15. z a razão da PA é 2, ou seja, r = 2;
z o termo inicial é 1, ou seja, a1 = 1;
No entanto, o padrão encontrado deve ser capaz de
z n, ou seja, a posição que queremos, é a de número
explicar toda a sequência.
10: n = 10.
Nesse caso, estamos diante dos números primos,
que só podem ser divididos por eles mesmos ou então
Portanto:
pelo número 1. No caso, o próximo seria o 17, e não o
15. A propósito, os próximos números primos são: 17,
19, 23, 29, 31, 37... an = a1 + (n – 1)r
a10 = 1 + (10 – 1)2
a10 = 1 + 2 · 9
Sequências Numéricas Alternadas
a10 = 1 + 18
4
-2
a10 = 19
É bem comum aparecerem questões que envol-
13
ção. Podemos ter 2 sequências que se alternam, como Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
28
neste exemplo: 2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ... sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
.8
Se analisarmos minuciosamente, podemos dizer podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
18
a200 = 1 + 198
ar
z Termo inicial: valor do primeiro número que Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
compõe a sequência; lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
z Razão: regra que permite, a partir de um termo, que já foi apresentado: {1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ...}.
obter o seguinte. Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-
te caso, o termo a7, que observando na sequência é o
número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,
temos:
174
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n · (a1 + a n) Usando novamente o nosso exemplo, e fazendo a soma
Sn =
2 dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8, 16, 32...}
2 · ]2 — 1g
7 · (1 + 13)
S7 = 4
2 S4 =
2—1
7 · 14
S7 = 2 · (16 — 1)
2 S4 =
1
98
S7 = = 49 2 · 15
2 S4 =
1
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
S4 = 30
z PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
crescente. Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3; Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
z PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em Geométrica
ordem decrescente. Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = –1;
z PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão Suponha que você corra 1000 metros. Depois, você
iguais. Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. corre 500 metros. Em seguida, 250 metros. Após, 125
metros — sempre metade do que você correu ante-
riormente. Quanto você correrá no total? Observe que
Se liga! o que temos é exatamente uma progressão geométri-
ca infinita. Porém, essa PG é decrescente.
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
segundo termo ou o termo do meio é a média 1, teremos que qn = 0. Entendemos que, quanto maior
aritmética entre o primeiro e terceiro termo. Veja: for o expoente, mais próximo de zero será. Portanto,
]a1 + a3g substituindo, teremos:
PA (a1, a2, a3) → a2 =
2
^2 + 6h S∞ =
a1 · (0 — 1)
PA (2, 4, 6) → 4 = →4=4 q —1
2
a1
S∞ =
q —1
Progressão Geométrica
Atenção: em uma progressão geométrica, o qua-
Observe a sequência abaixo: {2, 4, 8, 16, 32...} drado do termo do meio é igual ao produto dos extre-
Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2. mos. {a1, a2, a3} ? (a2)2 = a1 · a3.
Esse é um exemplo típico de progressão geométrica,
ou simplesmente PG. Em uma PG, cada termo é obtido Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}
pegando-se o termo anterior e o multiplicando por um
4
64 = 64
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
.7
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM
normalmente precisamos calcular o termo geral e a
.8
mo (an) da progressão geométrica, partindo do primei- À primeira vista pode parecer desnecessário o uso
ar
Sendo que, para n = 0 ou n = 1, temos que os fato- (a2, b1), ⋯ ,(a2, bn) → n pares
riais são, respectivamente, 1! = 1 e 0! = 1.
∙
O cálculo do fatorial de n = 5 é 5! ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 120, m linhas ∙
∙
mas quando esse n tende a ser grande o cálculo do
fatorial torna-se mais trabalhoso, como para n = 12:
(am, b1), ⋯ ,(am, bn)
12! = 12 ∙ 11 ∙ 10 ∙ ... ∙ 3 ∙ 2 ∙ 1 = 479001600. n pares
→
13!
-2
Com n ∈ ℕ, aplicando essa ideia na razão , (a1, b1), ⋯ ,(a1, b5) → 5 pares
13
temos: 11!
(a2, b1), ⋯ ,(a2, b5) → 5 pares
.7
28
4 linhas
.8
∙
∙
18
13! 13 ∙ 12 ∙ 11! ∙
-0
= = 13 ∙ 12 = 156
11! 11!
ar
O princípio multiplicativo, também conhecido Assim, são 20 formas diferentes de chegar ao Rio de
lm
como o princípio fundamental da contagem, é Janeiro, saindo de Brasília e passando por Belo Horizonte.
gi
princípio multiplicativo);
pio da multiplicação, com o caso de restrição, em que,
.8
para serem elementos distintos, o que aparecer no pri- (pelo princípio multiplicativo).
meiro algarismo não pode aparecer no segundo, nem
-0
no terceiro, ou seja, o número 111 não é elemento de B: Pelo princípio aditivo, temos que: 3 + 9 + 27 = 39
ar
(a1, a2, a3), ⋯ ,(a1, a7, a8) → 7 ∙ 6 pares (princípio Da definição do princípio fundamental da conta-
gi
conjunto N = {a1, a2, ···, an} de n elementos, irão existir (n — r) ! (15 — 3) 12!
-2
15 · 14 · 13 ·12!
= 15·14·13 = 2730
utiliza-se a técnica de permutação com elementos
.7
12!
repetidos; de forma geral, temos:
28
.8
BINÔMIO DE NEWTON
18
n1, n2,···,nr
Pn = n!
-0
podem ser construídos com a palavra araraquara. necessário fazer a potenciação do denominado binô-
lm
Então, usando a definição de permutação com repetição, mio. O físico Isaac Newton percebeu um padrão de
gi
na palavra temos 10 letras e duas delas com repetição: regularidade no cálculo da potência de binômios,
ar
(x + a) · (x + a) = a2 + xa
Contudo, perceba que, para todo n inteiro, positivo, quanto maior o n, mais trabalhoso fica:
(x+a)n = b n l xn + b n l xn—1a+ b
n
l xn—2a2 + ··· + b n
l xan—1 + b n l an
0 1 2 n—1 n
Para compreendermos melhor a fórmula, vamos aplicá-la no binômio (x+a)6:
bnl= n!
k k! (n — k) !
b6l= 6!
=
720
=1
0 0! (6 — 0) ! 720
b6l= 6!
=
720
=6
1 1! (6 — 1) ! 120
b6l= 6!
=
720
=
720
= 15
2 2! (6 — 2) ! 2·24 48
b6l= 6!
=
720
=
720
= 20
3 3! (6 — 3) ! 6·6 36
b6l=
4
6! 720 720
= = 15
-2
=
4 4! (6 — 4) ! 24·2 48
13
b6l=
.7
6! 720
= =6
28
5 5! (6 — 5) ! 120
.8
b6l=
18
6! 720
= =1
-0
6 6! (6 — 6) ! 720
ar
Substituindo:
lm
gi
Perceba que, em todos esses casos, há um termo que não possui o x. No caso do exemplo anterior, esse termo é o
1a6. Esse termo é denominado termo independente.
gi
Termo Geral
O termo geral do binômio de Newton é o que possibilita o cálculo de um dos termos do binômio sem resolver.
Veja a fórmula:
MATEMÁTICA
Tp+1 = b np l xn–pap
Onde p + 1 é o termo que se pretende achar, n é o expoente, x é o primeiro termo e a é o segundo termo.
179
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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) Uma pessoa precisa comprar 15 sacos de cimento para uma reforma em sua casa. Faz pesquisa de
preço em cinco depósitos que vendem o cimento de sua preferência e cobram frete para entrega do material, conforme
a distância do depósito à sua casa. As informações sobre preço do cimento, valor do frete e distância do depósito até
a casa dessa pessoa estão apresentadas no quadro.
A 23,00 1,00 10
B 21,50 3,00 12
C 22,00 1,50 14
D 21,00 3,50 18
E 24,00 2,50 2
A pessoa escolherá um desses depósitos para realizar sua compra, considerando os preços do cimento e do frete
oferecidos em cada opção.
Se a pessoa decidir pela opção mais econômica, o depósito escolhido para a realização dessa compra será o
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Analisando cada depósito, encontramos:
a) 15 · 23 + 1 · 10 = 355,00
b) 15 · 21,5 + 3 · 12 = 358,50
c) 15 · 22 + 1,5 · 14 = 351,00
d) 15 · 21 + 3,5 · 18 = 378,00
e) 15 · 24 + 2,5 · 2 = 365,00
Assim, a opção mais econômica é o depósito C. Resposta: Letra C.
4
-2
13
2. (ENEM — 2020) Um motociclista planeja realizar uma viagem cujo destino fica a 500 km de sua casa. Sua moto con-
.7
some 5 litros de gasolina para cada 100 km rodados, e o tanque da moto tem capacidade para 22 litros. Pelo mapa,
28
observou que no trajeto da viagem o último posto disponível para reabastecimento, chamado Estrela, fica a 80 km do
.8
seu destino. Ele pretende partir com o tanque da moto cheio e planeja fazer somente duas paradas para reabasteci-
18
mento, uma na ida e outra na volta, ambas no posto Estrela. No reabastecimento para a viagem de ida, deve considerar
-0
A quantidade mínima de combustível, em litro, que esse motociclista deve reabastecer no posto Estrela na viagem de
lm
a) 13
lm
b) 14
gi
c) 17
d) 18
e) 21
Na imagem tem-se a informação dos assentos já vendidos e dos ainda disponíveis em um determinado instante.
A razão entre o número de assentos já vendidos e o total de assentos desse ônibus, no instante considerado na imagem, é
16
a)
42
16
b)
26
26
c)
42
42
d)
26
42
e)
16
Para resolver essa questão, precisamos contar quantos assentos já foram vendidos para colocar em uma razão
16
de assentos já vendidos / total de assentos desse ônibus = . Resposta: Letra A.
42
4. (ENEM — 2022) Um médico faz o acompanhamento clínico de um grupo de pessoas que realizam atividades físicas
diariamente. Ele observou que a perda média de massa dessas pessoas para cada hora de atividade física era de 1,5
kg. Sabendo que a massa de 1 L de água é de 1 kg, ele recomendou que ingerissem, ao longo das 3 horas seguintes
ao final da atividade, uma quantidade total de água correspondente a 40% a mais do que a massa perdida na atividade
física, para evitar desidratação. Seguindo a recomendação médica, uma dessas pessoas ingeriu, certo dia, um total de
4
Para que a recomendação médica tenha efetivamente sido respeitada, a atividade física dessa pessoa, nesse dia, durou
.7
28
.8
a) 30 minutos ou menos.
18
e) 70 minutos ou mais.
lm
gi
Precisamos rememorar que a perda média de massa das pessoas atendidas por esse médico é de 1,5 kg por hora.
ar
Além disso, é importante atentarmo-nos ao fato de que 1 L de água corresponde a 1 kg, conforme o enunciado.
lm
Sendo assim, precisamos saber quantos litros de água uma pessoa tomará caso faça 1h de atividade física, ou
gi
seja, se essa pessoa perde 1,5 kg/h, e precisa tomar 40% a mais do que a massa perdida na atividade física, basta
encontrarmos 140% de 1,5 kg, ou seja, 140% de 1,5 L. Para isso, basta fazer:
1,4 · 1,5 = 2,1 L/h
Sendo assim, uma pessoa que fez 1h de atividade física deve ingerir 2,1L de água. Logo, se uma pessoa ingeriu 1,7
L após realizar uma atividade física, segundo as informações do enunciado, devemos fazer:
2,1 L ---- 60 min
MATEMÁTICA
5. (ENEM — 2022) Um casal está reformando a cozinha de casa e decidiu comprar um refrigerador novo. Observando a
planta da nova cozinha, desenhada na escala de 1 : 50, notaram que o espaço destinado ao refrigerador tinha 3,8 cm de
altura e 1,6 cm de largura. Eles sabem que os fabricantes de refrigeradores indicam que, para um bom funcionamento
e fácil manejo na limpeza, esses eletrodomésticos devem ser colocados em espaços que permitam uma distância
de, pelo menos, 10 cm de outros móveis ou paredes, tanto na parte superior quanto nas laterais. O casal comprou um
refrigerador que caberia no local a ele destinado na nova cozinha, seguindo as instruções do fabricante. 181
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Esse refrigerador tem altura e largura máximas, em Suponha que exista um planeta Z, em algum sistema
metro, respectivamente, iguais a solar, onde um dia corresponda a 73 dias terrestres e
que 2 de seus anos correspondam a 1 ano terrestre.
a) 1,80 e 0,60. Considere que 1 ano terrestre tem 365 de seus dias.
b) 1,80 e 0,70. No planeta Z, seu ano corresponderia a quantos de
c) 1,90 e 0,80. seus dias?
d) 2,00 e 0,90.
e) 2,00 e 1,00. a) 2,5.
b) 10,0.
Vale rememorarmos que uma escala 1 : 50 significa c) 730,0.
que cada 1 cm na planta representa 50 cm na reali- d) 13.322,5.
dade. Sobre o espaço destinado ao refrigerador, pre- e) 53.290,0.
cisamos transformar em valores reais os valores da
altura e largura dados. Sendo assim, Para solucionar essa questão, basta analisarmos
Para a altura: 3,8 · 50 = 190 cm = 1,9 m. as relações dependentes entre as grandezas. Sobre
Para a largura: 1,6 · 50 = 80 cm = 0,8 m. o planeta Z, é importante rememorarmos que 1 de
Sabendo disso, para descobrirmos as medidas máxi- seus dias corresponde a 73 dias terrestres e que 2
mas do refrigerador, precisamos descontar a distân- de seus anos correspondem a 1 ano terrestre. Além
cia de segurança. Logo, sabendo que 10 cm = 0,1 m, disso, 1 ano terrestre corresponde a 365 dias. Sendo
a altura máxima do refrigerador será 1,9 – 0,1 = 1,8 assim, podemos enfatizar que se 2 anos no plane-
m e a largura máxima 0,8 – 0,2 = 0,6 m. Para a lar- ta Z correspondem a 1 ano terrestre, que por sua
gura devemos descontar 0,2 m, pensando em ambos vez corresponde a 365 dias, então 1 ano no planeta
os lados do refrigerador. Resposta: Letra A. 365
Z corresponderá a = = 187,5 dias terrestres.
2
6. (ENEM — 2022) O pacote básico de um jogo para Logo, se 1 dia no planeta Z são 73 dias terrestres,
smartphone, que é vendido a R$50,00, contém 2.000 então 187,5 dias terrestres (1 ano em Z) correspon-
gemas e 100.000 moedas de ouro, que são itens uti- 187, 5
deriam a = 2,5 dias em Z. Resposta: Letra A.
lizáveis nesse jogo. A empresa que comercializa esse 73
jogo decidiu criar um pacote especial que será vendido 8. (ENEM — 2020) Um processo de aeração, que consiste
a R$100,00 e que se diferenciará do pacote básico por na introdução de ar num líquido, acontece do seguinte
apresentar maiores quantidades de gemas e moedas modo: uma bomba B retira o líquido de um tanque T1 e
de ouro. Para estimular as vendas desse novo pacote, o faz passar pelo aerador A1, que aumenta o volume do
a empresa decidiu inserir nele 6.000 gemas a mais, em líquido em 15%, e em seguida pelo aerador A2, ganhan-
relação ao que o cliente teria caso optasse por comprar, do novo aumento de volume de 10%. Ao final, ele fica
com a mesma quantia, dois pacotes básicos. A quanti- armazenado num tanque T2, de acordo com a figura.
dade de moedas de ouro que a empresa deverá inserir
ao pacote especial, para que seja mantida a mesma
proporção existente entre as quantidades de gemas e
de moedas de ouro contidas no pacote básico, é A1 A2
4
-2
13
a) 50.000.
T1
.7
b) 100.000.
28
c) 200.000. T2
.8
d) 300.000. B
18
e) 400.000.
-0
ar
Vale rememorarmos que o pacote básico custa R$ Os tanques T1 e T2 são prismas retos de bases retan-
lm
50,00 e vem com 2.000 gemas e 100.000 moedas de gulares, sendo que a base de T1 tem comprimento c e
gi
ouro. O pacote especial custa R$ 100,00 e vem com largura L, e a base de T2 tem comprimento e largura 2L.
ar
10.000 gemas (sendo a soma de 6.000 com 4.000, Para finalizar o processo de aeração sem derrama-
lm
que é a quantidade de gemas de dois pacotes bási- mento do líquido em T2, o responsável deve saber a
gi
cos) e x moedas de ouro. Para saber a quantidade de relação entre a altura da coluna de líquido que já saiu
moedas de ouro do pacote especial, devemos mon- de T1, denotada por X, e a altura da coluna de líquido
tar a seguinte proporção, solucionando a igualdade. que chegou a T2, denotada por y.
Segue que:
Disponível em: www.dec.ufcg.edu.br. Acesso em: 21 abr. 2015.
2000 100000 2 100000
= + 100.000 → = +
1000 x 10 x A equação que relaciona as medidas das alturas y e x
100.000 → 2x + 200.000 = 1.000.000 é dada por
2x = 800.000
x = 400.000. Resposta: Letra E. a) y = 1,265x
b) y = 1,250x
7. (ENEM — 2022) Definem-se o dia e o ano de um planeta c) y = 1,150x
de um sistema solar como sendo, respectivamente, o d) y = 1,125x
tempo que o planeta leva para dar 1 volta completa em e) y=x
torno de seu próprio eixo de rotação e o tempo para
182 dar 1 volta completa em torno de seu Sol.
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Temos que o V1 é dado por: 11. (ENEM — 2022) Um prédio, com 9 andares e 8 apar-
V1 = a · b · c → V1 = cLx tamentos de 2 quartos por andar, está com todos os
V2 = a · b · c → V2 = c ÷ 2 · 2L · y → V2 = cLy seus apartamentos à venda. Os apartamentos são
Analisando o que acontece quando T1 passa pelos identificados por números formados por dois alga-
aeradores, temos: rismos, sendo que a dezena indica o andar onde se
cLx · 115% · 110% = V2 encontra o apartamento, e a unidade, um algarismo de
cLx · 115% · 110% = cLy 1 a 8, que diferencia os apartamentos de um mesmo
y = 1,265x. Resposta: Letra A. andar. Quanto à incidência de sol nos quartos desses
apartamentos, constatam-se as seguintes caracterís-
9. (ENEM — 2022) Em janeiro de 2013, foram declaradas ticas, em função de seus números de identificação:
1.794.272 admissões e 1.765.372 desligamentos no
Brasil, ou seja, foram criadas 28.900 vagas de empre- � naqueles que finalizam em 1 ou 2, ambos os quartos
go, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados recebem sol apenas na parte da manhã;
e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério � naqueles que finalizam em 3, 4, 5 ou 6, apenas um dos
do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o Caged, o
quartos recebe sol na parte da manhã;
número de vagas criadas em janeiro de 2013 sofreu
� naqueles que finalizam em 7 ou 8, ambos os quartos
uma queda de 75%, quando comparado com o mesmo
recebem sol apenas na parte da tarde.
período de 2012.
De acordo com as informações dadas, o número de Uma pessoa pretende comprar 2 desses apartamen-
vagas criadas em janeiro de 2012 foi
tos em um mesmo andar, mas quer que, em ambos,
pelo menos um dos quartos receba sol na parte da
a) 16.514.
manhã. De quantas maneiras diferentes essa pessoa
b) 86.700.
poderá escolher 2 desses apartamentos para compra
c) 115.600.
d) 441.343. nas condições desejadas?
e) 448.568.
6!
a) 9 ·
Devemos rememorar que o número de vagas (6 — 2) !
(28.900) criadas em 2013 foi 75% menor que em 6!
2012, ou seja, as vagas criadas em 2013 represen- b) 9 ·
(6 — 2) ! · 2!
tam 25% (um quarto) das vagas de 2012. Desta
maneira, o número de vagas de 2012 corresponde c) 9 ·
4!
a 4 vezes a quantidade de vagas criadas em 2013, (4 — 2) ! · 2!
isto é, 4 · 28.900 = 115.600 vagas. Resposta: Letra C. 2!
d) 9 ·
(2 — 2) ! · 2!
10. (ENEM — 2022) Em uma loja, o preço promocional de
d - 1n
uma geladeira é de R$1.000,00 para pagamento somen-
^8 - 2h ! · 2!
8!
te em dinheiro. Seu preço normal, fora da promoção, é e) 9 ·
10% maior. Para pagamento feito com o cartão de cré-
4
loja. Ela calculou que o valor a ser pago seria o preço mine em 7 ou 8, já que nenhum dos quartos recebe
.8
promocional acrescido de 8%. Ao ser informada pela sol pela manhã. Logo, restam 6 possibilidades para
18
loja do valor a pagar, segundo sua opção, percebeu uma os algarismos de 1 a 6. Como essa pessoa preten-
-0
diferença entre seu cálculo e o valor que lhe foi apresen- de comprar dois apartamentos no mesmo andar,
tado. O valor apresentado pela loja, comparado ao valor basta escolhermos 2 dentre as 6 possibilidades.
ar
a) R$2,00 menor.
b) R$100,00 menor. e depois o apartamento p2, ou vice-versa, denota a
ar
c) R$200,00 menor.
d) R$42,00 maior.
gi
e) R$80,00 maior. 6!
C6,2 =
(6 — 2) ! · 2!
Organizemos as formas de pagamento da geladeira.
(a) No dinheiro: R$ 1.000,00; Além disso, devemos considerar que temos 9 anda-
(b) Fora da promoção: R$ 1.100,00 (10% a mais de res. Portanto, a quantidade máxima de maneiras é
“a”, ou seja, 0,1 · 1.000 = 1.100);
(c) Cartão de crédito da loja: R$ 1.078,00 (2% de 6!
MATEMÁTICA
9·
desconto sobre o preço apresentado em “b”, ou seja, (6 — 2) ! · 2!
0,02 · 1.100 = 1.078).
A cliente calculou 108% do valor apresentado em Resposta: Letra B.
(a), ou seja, 0,08 · 1.000 = 1.080. Logo, levando-se
em consideração que a cliente comprará a geladeira 12. (ENEM — 2022) Um atleta iniciou seu treinamento
pela forma apresentada em (c), o valor apresentado visando as competições de fim de ano. Seu treinamen-
pela loja, comparado ao valor calculado pela clien- to consiste em cinco tipos diferentes de treinos: treino
te, foi R$ 1.078 – R$ 1.080 = – R$ 2,00 a menos. Res- T1, treino T2, treino T3, treino T4 e treino T5.
posta: Letra A. 183
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A sequência dos treinamentos deve seguir esta ordem:
Treino T1 R R T2 R R T3 R T4 R R T5 R
A letra R significa repouso. Após completar a sequência de treinamentos, o atleta começa novamente a sequência a
partir do treino T1 e segue a ordem descrita. Após 24 semanas completas de treinamento, se dará o início das compe-
tições. A sequência de treinamentos que o atleta realizará na 24ª semana de treinos é
a) T3 R T4 R R T5 R.
b) R T3 R T4 R R T5.
c) R T4 R R T5 R T1.
d) R R T5 R T1 R R.
e) R T5 R T1 R R T2.
Sabendo que 24 semanas equivalem a 168 dias e que cada ciclo de treinos tem 13 dias, assim, 168 ÷ 13 = 12 com
resto 12, dando a entender que o atleta está em seu 13º ciclo. Pode-se inferir que no 13º ciclo, o atleta estará exe-
cutando a ordem de treino abaixo:
Dia 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169
Treino T1 R R T2 R R T3 R T4 R R T5 R
Essa sequência faz sentido já que o ciclo 1 termina em 13 dias. O final do 12º ciclo será em 12 · 13 = 156 dias,
tendo o início do 13º ciclo no 157º dia. O mesmo raciocínio pode ser feito para as semanas de treinos. A primeira
semana de treinos termina em 7 dias. Logo, o final da 23ª semana será em 23 · 7 = 161 dias, tendo o início da 24ª
semana no 162º dia. Logo, a sequência de treinamentos que o atleta realizará na 24ª semana é a destacada na
tabela acima. Resposta: Letra B.
13. (ENEM — 2022) Uma montadora de automóveis divulgou que oferta a seus clientes mais de 1.000 configurações dife-
rentes de carro, variando o modelo, a motorização, os opcionais e a cor do veículo. Atualmente, ela oferece 7 modelos
de carros com 2 tipos de motores: 1.0 e 1.6. Já em relação aos opcionais, existem 3 escolhas possíveis: central multi-
mídia, rodas de liga leve e bancos de couro, podendo o cliente optar por incluir um, dois, três ou nenhum dos opcionais
disponíveis. Para ser fiel à divulgação feita, a quantidade mínima de cores que a montadora deverá disponibilizar a
seus clientes é
a) 8
4
b) 9
-2
c) 11
13
d) 18
.7
e) 24
28
.8
18
Para se comprar um carro nessa montadora, deve-se escolher uma opção entre 7 modelos, 2 motores, 3 opcionais
e x cores. Para os opcionais, pode-se escolher um (C3,1), dois (C3,2), três (C3,3) ou nenhum (C3,0) dos opcionais. Logo,
-0
3! 3! 3 · 2!
C3,1 = = = =3
gi
(3 — 1) ! · 1! 2! 2!
ar
3! 3! 3 · 2!
lm
C3,2 = = = =3
(3 — 2) ! · 2! 2! 2!
gi
3! 3!
C3,3 = = =1
(3 — 3) ! · 3! 3!
3! 3!
C3,4 = = =1
(3 — 0) ! · 0! 3!
que resultam em 8 possibilidades de se escolher os opcionais. Portanto, usando-se o Princípio da Contagem,
teremos que:
7 · 2 · 8 · x > 1000 → 112x > 1000 → x > 8,9.
Resposta: Letra B.
14. (ENEM — 2022) Uma equipe de marketing digital foi contratada para aumentar as vendas de um produto ofertado em
um site de comércio eletrônico. Para isso, elaborou um anúncio que, quando o cliente clica sobre ele, é direcionado
para a página de vendas do produto. Esse anúncio foi divulgado em duas redes sociais, A e B, e foram obtidos os
seguintes resultados:
184
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� rede social A: o anúncio foi visualizado por 3.000 pes- 36 · 100
soas; 10% delas clicaram sobre o anúncio e foram redi- representa = 240% deles após a segunda
15
recionadas para o site; 3% das que clicaram sobre o divulgação. Esta variação representa 140% de aumen-
anúncio compraram o produto. O investimento feito para to em Q, que é classificado pelo responsável pelo pro-
a publicação do anúncio nessa rede foi de R$ 100,00; duto como “bom”. Resposta: Letra C.
� rede social B: o anúncio foi visualizado por 1.000 pes-
soas; 30% delas clicaram sobre o anúncio e foram redi- 15. (ENEM — 2022) Um borrifador de atuação automáti-
recionadas para o site; 2% das que clicaram sobre o ca libera, a cada acionamento, uma mesma quantida-
anúncio compraram o produto. O investimento feito para de de inseticida. O recipiente desse produto, quando
a publicação do anúncio nessa rede foi de R$ 200,00. cheio, contém 360 mL de inseticida, que duram 60
dias se o borrifador permanecer ligado ininterrupta-
Por experiência, o pessoal da equipe de marketing con- mente e for acionado a cada 48 minutos. A quantidade
sidera que a quantidade de novas pessoas que verão o de inseticida que é liberada a cada acionamento do
anúncio é diretamente proporcional ao investimento rea- borrifador, em mililitro, é
lizado, e que a quantidade de pessoas que comprarão o
produto também se manterá proporcional à quantidade a) 0,125.
de pessoas que clicarão sobre o anúncio. O responsá- b) 0,200.
vel pelo produto decidiu, então, investir mais R$300,00 c) 4,800.
em cada uma das duas redes sociais para a divulgação d) 6,000.
desse anúncio e obteve, de fato, o aumento proporcional e) 12,000.
esperado na quantidade de clientes que compraram esse
produto. Para classificar o aumento obtido na quantida- Para solucionarmos essa questão, basta averiguar-
de (Q) de compradores desse produto, em consequência mos as relações dependentes entre as grandezas. Note
dessa segunda divulgação, em relação aos resultados que 1 dia tem 1.440 minutos, já que cada hora tem
observados na primeira divulgação, o responsável pelo 60 minutos. Sendo assim, 60 dias terão 86.400 minu-
produto adotou o seguinte critério: tos. Além disso, se o borrifador é acionado a cada 48
86.400
minutos, em 60 dias ele será acionado = 1.800
� Q ≤ 60%: não satisfatório; 48
� 60% < Q ≤ 100%: regular; vezes. Logo, se o borrifador tem 360 mL, a cada vez
� 100% < Q ≤ 150%: bom; 360
que é acionado libera = 0,2 mL de inseticida.
� 150% < Q ≤ 190%: muito bom; 1.800
Resposta: Letra B.
� 190% < Q ≤ 200%: excelente.
b) regular.
-2
c) bom. Polígonos
13
d) muito bom.
.7
Na rede social A: na primeira divulgação foram z Lados: são os segmentos de reta que formam o
ar
investidos R$ 100,00, houve 30.000 visualizações, polígono (a figura a seguir, um pentágono, possui 5
lm
sendo que 300 das pessoas clicaram sobre o anúncio segmentos de reta, isto é, 5 lados);
gi
(0,1 · 30.000 = 300), e 9 dessas pessoas compraram z Vértices: são os pontos de junção de dois segmen-
ar
o produto (0,03 · 300 = 9). Na segunda divulgação, tos de reta consecutivos. Estão marcados com
lm
300,00, houve 90.000 visualizações, sendo que 900 z Diagonais: são os segmentos de reta que unem
das pessoas clicaram sobre o anúncio, e 27 dessas dois vértices não consecutivos. São as retas verme-
pessoas compraram o produto. lha traçadas no polígono.
Na rede social B: na primeira divulgação foram
investidos R$ 200,00, houve 1.000 visualizações, A
sendo que 300 pessoas clicaram sobre o anúncio
(0,3 · 1.000 = 300), e 6 dessas pessoas compraram
MATEMÁTICA
n · (n — 3)
D= h h
2
Em que n é o número de lados do polígono. Veja
que o pentágono (n = 5) possui 5 diagonais, já que:
n · (n — 3) 5 · (5 — 3) 5·2 10 b
D= = = = =5
2 2 2 2
Área do Retângulo
5 Pentágono
4
L
-2
13
6 Hexágono
.7
7 Heptágono
28
.8
8 Octógono
18
L L
-0
9 Eneágono
ar
10 Decágono
lm
gi
11 Undecágono
L
ar
12 Dodecágono
lm
gi
186
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b Triângulo
B a c
^B + bh · h
A=
2
b
b
L L
O lado “b”, em relação ao qual a altura foi dada, é
chamado de base. Assim, calcula-se a área do triângu-
Para calcular a área de um losango, vamos preci- lo utilizando a seguinte fórmula:
sar das suas duas diagonais: maior (D) e menor (d), de
acordo com a figura a seguir: b·h
A=
2
L L Vamos conhecer os tipos de triângulos existentes:
d
4
D
internos da base são iguais;
.7
L L
28
C
.8
18
D·d
ar
A=
lm
2
gi
Paralelogramo
ar
A a b B
lm
paralelos entre si. Esses lados opostos possuem o mes- z Triângulo escaleno: é o triângulo que possui os
mo tamanho. três lados com medidas diferentes, tendo também
os três ângulos internos distintos entre si;
b
h
C a
Y
MATEMÁTICA
θ α
b
B
A área do paralelogramo também é dada pela mul-
tiplicação da base pela altura: z Triângulo equilátero: é o triângulo que tem todos
os lados iguais. Consequentemente, ele terá todos
A=b·h os ângulos internos iguais.
187
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A O cubo é um caso particular do paralelepípedo
reto-retângulo, ou seja, basta que igualemos os valo-
res de a = b = c.
Para calcular o volume de um paralelepípedo reto-
L L -retângulo, devemos multiplicar suas três dimensões.
Veja:
V=a·b·c
Altura (h)
AT = 6a2
a2 3
A=
2 Agora, no paralelepípedo reto-retângulo temos 2
z Triângulo retângulo: possui um ângulo de 90°. retângulos de lados (a, b), dois retângulos de lados (b,
c) e dois retângulos de lados (b, c). Portanto, a área
A total de um paralelepípedo é:
Prismas
a
c Vamos estudar os prismas retos, ou seja, aqueles
que têm as arestas laterais perpendiculares às bases.
Os prismas são figuras espaciais bem parecidas com
os cilindros. O que os difere é que a base de um prisma
não é uma circunferência.
4
ma será pentagonal.
.7
a2 = b2 + c2.
lm
Cilindro
b
a a
188
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g1 + g2
E= , cilindro reto
2
Al = 2 · π · r · E
base (círculo)
2
cilindro reto r · r · (g1 + g2)
Vtronco = π · r · E
2
Vtronco =
2
Geratriz
Atenção: um corte transversal paralelo à base do cilin-
dro não forma um tronco de cilindro, pois o novo sólido
A distância entre as duas bases é chamada de altu- continua sendo um cilindro com altura ou geratriz menor.
ra (h). Quando a altura do cilindro é igual ao diâmetro O volume do cilindro oblíquo de raio g/2 e geratriz g, é
da base, o cilindro é chamado de equilátero. dado por:
Figura 52 h
Cilindro equilátero: ℎ = 2r sen (60º) =
g
A base do cilindro é um círculo. Portanto, a área da
3
base do cilindro é igual a . h = g · sen (60º) g ·
Perceba que, se “desenrolarmos” a área lateral e 2
“abrimos” todo o cilindro, temos o seguinte:
bgl
2
3
Vcilindro = Ab · h = π · r2 · h = π · ·g·
2 2
2
g 3 3
Vcilindro = π · ·g· = · g3 · π
4 2 8
H H
R C
R g
a
Esfera
.7
b
28
g1 g2
E E
ar
lm
gi
r
ar
lm
gi
g 1
r
Secção esfera até qualquer ponto da sua superfície. O volume
Circular da esfera é calculado usando a seguinte fórmula:
Reta
E
g2 4
V= · πr3
3
E a área da superfície pela fórmula:
A = 4 · πr2
Tronco de cilindro reto e oblíquo.
189
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Cone V
Observe a figura:
Altura g
h B
Geratriz
A¹ r B¹ H
O¹
Base A¹ r B¹
O¹
Vamos extrair algumas informações.
G R B
A
O
Tronco de cone
π · (H – h) · [R2 + R · r + r2]
.7
Para calcularmos o volume, basta sabermos que menor. R o raio da base maior, r o raio da base menor.
E G a geratriz do tronco do cone, temos:
ar
1
equivale a do produto entre a área da base pela
lm
3
altura. Veja: AL = π · (R + r) · G
gi
ar
2 AT = AL + AB + Ab = π · [R · (G + R) + r · (G + r)]
rr h
lm
V=
3
gi
A∆maior R3 H3
= =
A∆menor r3 h3
190
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Pirâmides UTILIZAÇÃO DE ESCALAS
A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí- A escala é a razão constante entre qualquer gran-
gono regular, no caso de pirâmides regulares. deza química ou física que possamos comparar — isso
quando nos referimos às medidas de áreas. Já quan-
do falamos de um desenho ou mapa, chamamos de
escala cartográfica. É uma relação matemática entre
as dimensões apresentadas no desenho e o objeto real
por ele apresentado. É importante lembrar que as
dimensões devem ser sempre usadas na mesma uni-
dade. Podemos representar da seguinte forma:
Pirâmide Pirâmide Pirâmide
triangular z escala = medida no desenho : medida no objeto
quadrangular pentagonal real;
z escala = medida no desenho / medida no objeto
real.
m1
-2
13
.7
28
.8
18
-0
m
ar
lm
ria
dá
gi
n
cu
a
Vi
lm
AT = Ab + Aℓ ro
via
r
Fe
ÂNGULOS
90 º
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada
por duas semirretas. Veja na figura:
O A
y respectivos ângulos.
13
.7
π
π
28
= 90°
2 90º 2
π
.8
2π = 120° = 60°
3 3
18
3π = 135° π
= 45°
-0
4 4
5π = 150° π
ar
6 = 30°
6
lm
gi
180º 0º X
ar
o
lm
π 360º
2 π π = 180° 0 = 360°
gi
192
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z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais) Agora, podemos definir as posições relativas entre
quando possuem a mesma medida; duas retas. Sejam duas retas r e s distintas, elas são
z Ângulos complementares: são complementares concorrentes, paralelas ou reversas a depender da
quando a soma entre os ângulos é 90o. Exemplo: relação entre suas posições. Assim, podemos ter o
60° + 30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são comple- seguinte esquema:
mentares um ao outro;
z Ângulos suplementares: são suplementares rr ees com
srcom ponto
eponto
s com em→comum
em comum
ponto → r→ e srconcorrent
r e s concorrentes
em comum e s concor
quando a soma entre os ângulos é 180o. Exemplo: r e srrcoplanares
ees coplanares
s coplanares
110° + 70° = 180°. Os ângulos 70° e 110° são suple- rr eessem
srsem ponto
eponto
s sem em →comum
em comum
ponto r e scomum
em → r→
paralelas e srparalelas
e s paralel
mentares entre si. r e srrreversas
ees reversas
s reversas
A semirreta que divide um ângulo em duas partes
iguais é denominada Bissetriz. Veja: r e s com ponto comum→r ree s concorrentes
com ponto em comum → r e s conc
r e s coplanares
r e s coplanares
r r
e es s componto
sem ponto s em
→ r eem comum→→r er es paral
comum
paralelas s con
Bissetriz rreresesem ponto comum
s coplanares
s reversas rrees não
s sem ponto
coplanares → rem comum → r e s para
e s reversas
r e s reversas
Posições Relativas Entre Dois Planos
Se liga!
28
.8
a (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim- Posições Relativas Entre Reta e Plano
gi
nos. Veja, vamos converter 60o para radianos: Uma reta é paralela a um plano se, e somente se,
lm
180° ------------------- radianos contida num plano e é paralela a uma reta do plano,
60° ---------------------- x radianos então a reta também é paralela ao plano. Ou seja, para
que uma reta não contida num plano seja paralela a
180x = 60
60r r esse plano, ela deve ser paralela a uma reta do plano.
x= = radianos. Temos ainda que uma reta e um plano podem
180 3
apresentar em comum: dois pontos distintos, fazen-
do, assim, com que a reta esteja contida no plano; um
MATEMÁTICA
POSIÇÕES DE RETAS
único ponto, daí a reta e o plano são concorrentes
ou são secantes; nenhum ponto em comum, assim a
Posições Relativas Entre Duas Retas reta e o plano são paralelos.
Lado A Lado B
ar
planos perpendiculares
C
Razão Entre Segmentos de Reta
C A G D
Podemos afirmar que todos os pontos que estejam b e
a mesma distância do centro terão característica simi-
lares, ou idênticas.
Uma esfera pode ser simétrica, também, com rela- Esses triângulos são semelhantes se os ângulos
ção a um eixo que passe sobre seu diâmetro: internos forem iguais, ou seja:
A = D, B = E e C = F
BC AC AB
= =
13
EF DF DE
.7
28
.8
Se liga!
18
-0
outra.
gi
meio. O cone é simétrico em relação a esse plano. Sen- Quando temos um feixe de retas paralelas sobre
gi
do assim, as duas partes resultantes dessa divisão são duas transversais quaisquer, determinamos segmen-
iguais. tos proporcionais. Veja a figura abaixo para entender
um pouco mais:
P
s t
A D
MATEMÁTICA
B E
b
C F
c
D G
d
195
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Vamos destacar algumas proporções: O perímetro de uma circunferência, que é a mes-
ma coisa que o comprimento da circunferência, é
z AB ⁄ BC = DE ⁄ E F; dado por:
z BC ⁄ AB = EF ⁄ DE;
z AB ⁄ D E = BC ⁄ E F; C=2·π·r
z DE ⁄ AB = EF ⁄ BC.
Para exemplificar, agora vamos calcular o períme-
RELAÇÕES MÉTRICAS NOS TRIÂNGULOS tro daquela circunferência com 10cm de raio:
A
O diâmetro (D) de uma circunferência é um seg-
mento de reta que liga um lado ao outro da circun-
ferência, passando pelo centro. Veja que o diâmetro
mede o dobro do raio, ou seja, 2r.
C b
h
n m
B C raio diâmetro
a
relação ao centro do círculo ou circunferência. Essa volta completa, que é a própria área do círculo ( r2).
13
distância é chamada de raio, e geralmente é represen- Vejamos como calcular a área do setor circular, em
.7
360° ---------------------------------- π · r2
-0
r
lm
a a b
B c
Temos além do ângulo reto, outros dois ângulos z Lei dos senos:
“a” e “b”. E, além disso, temos os lados A, B e C, em que
sen (A) sen (B) sen (C)
C é a hipotenusa e A e B são os catetos. A partir disso, = =
podemos definir algumas relações importantes: a b c
z Lei dos cossenos:
z Seno de um ângulo: é a razão entre o cateto opos-
to a esse ângulo e a hipotenusa: a2 = b2 + c2 — 2bc cos(A)
ou
Cateto Oposto
Sen(Ângulo) = b = a + c — 2ac cos (B)
2 2 2
Hipotenusa
Note que o cateto B é adjacente ao ângulo a. Logo, ÂNGULO SENO COSSENO TANGENTE
cos(a) = B/C, e cos(b) = A/C, uma vez que o cateto A é 0° 0 1 0
adjacente ao ângulo B;
1 3 3
30°
� Tangente de um ângulo: é a razão entre o cate- 2 2 3
to oposto e o cateto adjacente a um determinado
4
-2
ângulo: 45° 2 2 1
13
2 2
.7
Tan(Ângulo) = = 60° 3
Cateto Adjacente Cos (Ângulo) 2 3
.8
2
18
tan(b) = sem(b)/cos(b).
Se liga!
gi
Atente-se:
ar
z Cossecante: inverso do seno, ou seja, cossec(a) = cobrir o seno, cosseno, tangente de qualquer
gi
2 2
MATEMÁTICA
A figura indica as cores da bandeira do Brasil e localiza A miniatura desse troféu deverá ser instalada no interior
o quadro externo a que se refere a Lei n° 5.700. de uma caixa de vidro, em formato de paralelepípedo
reto-retângulo, cujas dimensões internas de sua base
estão indicadas na Figura 2, de modo que a base do tro-
féu seja colada na base da caixa e distante das paredes
Largura do quadro externo
a) 12
b) 14
c) 16
Comprimento do quadro externo
d) 18
4
-2
cm) e amarelo (o quanto baste), deseja confeccionar a Extraindo os dados e plotando na figura:
28
do tecido verde.
18
-0
2 cm
Qual a medida, em centímetro, do lado do menor qua-
?
ar
1 cm 1 cm
ar
a) 27
lm
b) 32 8 cm 10 cm
c) 53
gi
50 cm 1 cm 1 cm
d) 63 50 cm
e) 90
Vamos primeiro encontrar o valor de cada Módulo Descontando 1cm de cada ponta da figura 2 do
(M): 180/20 = 9 cm. menor lado (8 cm), temos: Base do troféu: 8 – 2 =
Segundo as definições o raio do círculo azul no meio 6 cm
do losango amarelo será de três módulos e meio (3,5 Relacionando em escala, temos:
M), ou seja, r = 3,5·9 = 31,5 cm. Para saber qual o 50 cm ------- 6 cm
menor quadrado de tecido azul que podemos utili- 100 cm ----- x
zar, vamos multiplicar o raio por 2 para encontrar o 50x = 6·100
diâmetro do círculo: 31,5·2 = 63 cm. Assim, o lado do x = 12 cm
menor quadrado de tecido azul, precisa ter 63 cm. Como a questão diz que a altura precisa estar 2 cm
Resposta: Letra D. entre o topo da esfera e a tampa dessa caixa de vidro,
dispomos: x = 12 + 2 = 14 cm. Resposta: Letra B.
198
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3. (ENEM — 2022) Uma empresa produz e vende um tipo de chocolate, maciço, em formato de cone circular reto com as
medidas do diâmetro da base e da altura iguais a 8 cm e 10 cm, respectivamente, como apresenta a figura.
8 cm
10 cm
Devido a um aumento de preço dos ingredientes utilizados na produção desse chocolate, a empresa decide produzir
esse mesmo tipo de chocolate com um volume 19% menor, no mesmo formato de cone circular reto com altura de 10
cm. Para isso, a empresa produzirá esses novos chocolates com medida do raio da base, em centímetro, igual a
a) 1,52.
b) 3,24.
c) 3,60.
d) 6,48.
e) 7,20.
Considerando h = 10 cm e r = 4 cm, o Vatual = πr2 · h = 16π · 10 = 160π cm2. Por outro lado, ao reduzirmos o volume
do cone em 19%, ele terá apenas 81% do volume atual. Desta maneira, V 81% = 0,81 · 160π = 129,6π cm2. Logo,
129,6π = πr2 · h = πr2 · 10 = 10r2π r2 = 12,96 → r = 3,6 cm. Resposta: Letra C.
4. (ENEM — 2022) O professor de artes orientou seus estudantes a realizarem a seguinte sequência de atividades:
� Dobrar uma folha de papel em formato quadrado duas vezes, em sequência, ao longo das linhas tracejadas, conforme
ilustrado nas figuras 1 e 2, para obter o papel dobrado, conforme Figura 3.
O
4
O
-2
13
.7
28
� Em seguida, no papel dobrado da Figura 3, considerar o ponto R, sobre o segmento OM, sendo M o ponto médio do lado
-0
do quadrado original, de modo que , traçar um arco de circunferência de raio medindo com centro no ponto R, obtendo
ar
a Figura 4. Por último, recortar o papel ao longo do arco e circunferência e excluir a parte que contém o setor circular,
lm
R M
O
MATEMÁTICA
Figura 4 Figura 5
Após desdobrado o papel que restou na Figura 5, a figura plana que os estudantes obterão será
199
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Meridiano 2 N
Meridiano 1
a)
Linha do Equador
S
α
b)
A vista superior da projeção ortogonal sobre o plano α
dessas duas trajetórias é
a)
c)
b)
c)
d)
d)
e)
4
-2
13
Considerando o desenho geométrico construído na nesse caso aqui, sobreposto. Sendo assim, é possível
lm
Figura 4 e o recorte realizado que resultou na Figura ver que as projeções das curvas que passam pelos
gi
5, já conseguimos perceber que, geometricamente, é meridianos serão retas no plano α e as projeções das
ar
impossível que sejam as alternativas A, D e E. Para curvas que passam pela Linha do Equador serão cur-
lm
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
a)
28
.8
a) 800
18
b) 1.200
-0
c) 2.400
ar
d) 4.800
lm
e) 6.400 b)
gi
ar
vc = π2 · 50 = 800π cm3
cm, obtemos d)
4 4 125 1
ve = π (0,5)3 = · π= π cm3
3 3 1000 6
vc 800
Logo, q = = = 800 · 6 = 4.800
ve 1 e)
6
Resposta: Letra D. 201
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Notemos as relações feitas entre as figuras abaixo.
4
5 2
1
1 2
3 4
5 6
Ao desplanificar a Figura 1, as faces 1 e 2 mantém-se juntas, assim como as faces 3 e 4, e as faces 5 e 6. A face 6
passará por uma rotação de 90° para cima, por outra rotação de 90° para a esquerda, e por uma outra rotação
de 90° para baixo, fazendo com que o quadrado cinza desta face fique na posição apresentada na alternativa D.
Resposta: Letra D.
9. (ENEM — 2022) Um robô, que tem um ímã em sua base, se desloca sobre a superfície externa de um cubo metálico,
ao longo de segmentos de reta cujas extremidades são pontos médios de arestas e centros de faces. Ele inicia seu
deslocamento no ponto P, centro da face superior do cubo, segue para o centro da próxima face, converte à esquerda
e segue para o centro da face seguinte, converte à direita e continua sua movimentação, sempre alternando entre
conversões à esquerda e à direita quando alcança o centro de uma face. O robô só termina sua movimentação quando
retorna ao ponto P. A figura apresenta os deslocamentos iniciais desse robô.
4
-2
P
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
A projeção ortogonal do trajeto descrito por esse robô sobre o plano da base, após terminada sua movimentação,
visualizada da posição em que se está enxergando esse cubo, é
a)
b)
c)
202
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d)
e)
Ao fazer as conversões até o ponto central da face oposta à face que contém P, o robô percorrerá os caminhos 1, 2 e 3
indicados na figura, fazendo as conversões indicadas. Por fim, vale lembrarmos que uma projeção é uma “sombra”
do sólido no plano a que ele está, neste caso o plano da base. Além disso, mensura-se que a projeção ortogonal de
uma reta paralela sobre o plano da base será uma reta, e a projeção ortogonal de uma reta perpendicular sobre o
plano da base será um ponto. Logo, a projeção correta está apresentada na alternativa A. Resposta: Letra A.
10. (ENEM — 2022) Uma empresa de engenharia projetou uma casa com a forma de um retângulo para um de seus clien-
tes. Esse cliente solicitou a inclusão de uma varanda em forma de L. A figura apresenta a planta baixa desenhada pela
empresa, já com a varanda incluída, cujas medidas, indicadas em centímetro, representam os valores das dimensões
da varanda na escala de 1 : 50.
16 cm
4
VARANDA 5 cm
-2
13
.7
28
BANHO BANHO
.8
SUÍTE
-0
18,4 cm
ar
lm
SALA
gi
ar
QUARTO QUARTO
lm
gi
4 cm ESCALA 1:50
a) 33,40.
b) 66,80.
c) 89,24.
d) 133,60.
e) 534,40.
A escala 1:50 significa que cada centímetro na planta corresponde a 50 cm na vida real. Dessa forma, considere-
mos a seguinte divisão da varanda.
203
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800 cm
16 cm
VARANDA 5 cm
X 250 cm
y BANHO BANHO
COZINHA SOCIAL SUÍTE
SUÍTE
670 cm 18,4 cm
SALA
QUARTO QUARTO
4 cm ESCALA 1:50
200 cm
As medidas reais encontram-se na figura anterior, em que 250 = 5 · 50; 800 = 16 · 5; 670 = 18,4 · 50; e 200 = 4 · 50.
Logo, considerando que a AV = AX + AY, teremos:
Para finalizar, como 1 m2 = 10.000 cm2, enfatiza-se que AV = 334.000 cm2 = 33,4 m2. Resposta: Letra A.
11. (ENEM — 2022) Uma loja comercializa cinco modelos de caixas-d’água (I, II, III, IV e V), todos em formato de cilindro
reto de base circular. Os modelos II, III, IV e V têm as especificações de suas dimensões dadas em relação às dimen-
sões do modelo I, cuja profundidade é P e área da base é Ab, como segue:
� modelo II: o dobro da profundidade e a metade da área da base do modelo I;
� modelo III: o dobro da profundidade e a metade do raio da base do modelo I;
� modelo IV: a metade da profundidade e o dobro da área da base do modelo I;
� modelo V: a metade da profundidade e o dobro do raio da base do modelo I.
4
-2
Uma pessoa pretende comprar nessa loja o modelo de caixa-d’água que ofereça a maior capacidade volumétrica. O
13
a) I.
.8
b) II.
18
c) III.
-0
d) IV.
ar
e) V.
lm
gi
Considerando-se AbI = πr2, V como sendo a capacidade volumétrica de cada modelo, e as especificações dos mode-
los, teremos:
ar
lm
1 1 1
Para o modelo II: V= A 2P = πr2 2P = πr2 P, com AbII = A
2 bI 2 2 bI
1 1 1 1 1
Para o modelo III: V = A 2P = πr2 2P = πr2 P, com AbIII = π( r)2 = A
4 bI 4 2 2 4 bI
1 1
Para o modelo IV: V = 2AbI P = 2πr2 P = πr2 P, com AbIV = 2AbI
2 2
1 1
Para o modelo V: V = 4AbI P = 4πr2 P = 2πr2 P, com AbV = π(2r)2 = 4AbI
2 2
Logo, temos que em relação à capacidade volumétrica:
modelo III < modelo I = modelo II = modelo IV < modelo V. Resposta: Letra E.
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12. (ENEM — 2022) Uma cozinheira produz docinhos
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (FI)
especiais por encomenda. Usando uma receita-base
de massa, ela prepara uma porção, com a qual produz Masculino 34
50 docinhos maciços de formato esférico, com 2 cm
de diâmetro. Um cliente encomenda 150 desses doci- Feminino 26
nhos, mas pede que cada um tenha formato esférico
com 4 cm de diâmetro. A cozinheira pretende preparar Observe que na coluna da esquerda colocamos as
o número exato de porções da receita-base de massa categorias de valores que a variável pode assumir, ou
necessário para produzir os docinhos dessa encomen- seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-
da. Quantas porções da receita-base de massa ela camos o número de Frequências, isto é, o número de
deve preparar para atender esse cliente? observações (ou repetições) relativas a cada um dos
valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de
a) 2 60 pessoas, das quais 34 eram do sexo masculino e 26
b) 3 do sexo feminino. Estes são os valores de frequências
c) 6 absolutas. Podemos ainda representar as frequências
d) 12 relativas (percentuais): sabemos que 34 em 60 são
e) 24 56,67%, e 26 em 60 são 43,33%. Portanto, teríamos:
V150 3
-2
4
3 1,63m 10
.7
Resposta: Letra E.
28
1,67m 5
.8
18
1,75m 13
-0
PROBABILIDADE
lm
1,89m 2
gi
A apresentação de dados estatísticos por meio de dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
gi
tabelas e gráficos faz parte do ramo da estatística des- ra e interpretação. Na ocasião, vamos criar intervalos
critiva, que tem como objetivo descrever um conjunto que chamaremos de “classes”.
de dados, resumindo as suas informações principais.
Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ferra- CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)
mentas muito importantes.
1,50 | - 1,60 33
Tabelas
MATEMÁTICA
1,60 | - 1,70 17
Para descrever um conjunto de dados, um recurso 1,70 | - 1,80 13
muito utilizado são tabelas. A seguinte tabela é refe-
rente à observação da variável “Sexo dos moradores 1,80 | - 1,90 17
de São Paulo”:
205
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O símbolo “|” significa que o valor que se encontra z Gráfico de Setores (ou de Pizza)
ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50 | -
1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a 1,50 são Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-
contadas entre as que fazem parte dessa classe, porém mente a relação com o total de observações. Vamos
as pessoas com exatamente 1,60 não são contabilizadas. supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
Veja abaixo novamente a última tabela, agora alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
com a coluna frequências absolutas acumuladas, à de pizza.
direita:
Média de notas escolares trimestrais
Título do Gráfico
FREQUÊNCIAS
FREQUÊNCIAS ABSOLUTAS 15%
CLASSE 28%
(FI) ACUMULADAS
(FCA) 24%
1,50 | - 1,60 33 33 28%
1,60 | - 1,70 17 50
1,70 | - 1,80 13 63
1 2 3
1,80 | - 1,90 17 80 1º Tri - 8,2 2º Tri - 9,5 3º4 Tri - 7,1 4º Tri - 4,3
respectivas frequências.
z Histograma
13
.7
Idade X Frequência
Frequência Absoluta Simples
28
20
18
15
de cosméticos e obtivemos a seguinte distribuição de
ar
10
frequências.
lm
5
gi
0
SALÁRIOS EM MILHA-
ar
20 23 27 30 33 FREQUÊNCIA
RES DE REAIS
lm
gi
Rio de Janeiro
São Paulo
206 0 2 4 6 8 10 12 14
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Salários dos funcionários da empresa de cosméticos x Milhares de reais
20
15
10
0
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25-30)
Médias
z Média Aritmética
A média aritmética é um valor que pode substituir todos os elementos de uma lista, sem alterar a soma dos
elementos da lista. Considere que há uma lista de n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos dessa lista é igual
a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
Para calcular a média aritmética de uma lista de números, basta somar todos os elementos e dividir pela
quantidade de elementos. Ou seja,
x1 + x2 + ··· + xn
X=
n
Veja um exemplo: calcular a média aritmética dos números 5, 10, 15, 20, 50.
5 + 10 + 15 + 20 + 50 100
X= = = 20.
5 5
z Média Ponderada
No cálculo da média aritmética ponderada (em que levamos em consideração os pesos de cada parte), deve-
4
mos multiplicar cada parte pelo seu respectivo peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:
-2
13
X=
p1 + p2 + ··· + pn
.8
18
Interpretando a fórmula, temos uma lista de números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2, p3, ..., pn),
-0
Veja um exemplo: um aluno prestou vestibular para engenharia e realizou provas de matemática, física, quí-
lm
O peso de matemática seja 4, de física seja 4, de química seja 2, de história seja 1 e de biologia seja 1. Suponha
ainda que o estudante obteve as seguintes notas:
ar
lm
gi
Matemática 9,7 4
Física 8,8 4
Química 7,3 2
MATEMÁTICA
História 6,0 1
Biologia 5,7 1
9,7 · 4 + 8,8 · 4 + 7,3 · 2 + 6,0 · 2 + 5,7 · 1 38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 + 5,7 100,3
X= = = = 20,06
4+4+2+1+1 5 5
207
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z Moda Se liga!
� Moda: elemento (s) que mais aparece (m);
A moda é definida como sendo aquele valor, ou
� Mediana: elemento central de um conjunto de
valores, que ocorrem com maior frequência em um
números;
rol. É interessante saber que a moda pode não existir e,
� se a quantidade de elementos for ímpar, então
quando existir, pode não ser única. Veja os exemplos:
a mediana é o termo do centro;
z A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5; � se a quantidade de elementos for par, então a
z B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda; mediana será a média entre os dois elementos
z C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou centrais.
seja, M1 = 3 e M2=7.
DESVIOS E VARIÂNCIA
Vejamos agora um exemplo quando temos os dados
dispostos em uma tabela com frequências, e não agru-
Desvio
pados em classes. Quando isso acontece, a localização
da moda é imediata, bastando verificar na tabela qual
o valor associado à maior frequência. Observe: Vejamos o seguinte conjunto de dados X = {x1, x2,
x3, … xn} e um número real qualquer m. O desvio de
um número qualquer do conjunto X em relação ao
ESTATURA (M) FREQUÊNCIA número m é a diferença entre eles que pode ser repre-
sentada pela fórmula:
1,53 3 di = xi – m
1,64 7
Atenção:
1,71 10
z a soma dos desvios tomados em relação à média
1,77 15 aritmética é sempre nula;
z a soma dos quadrados dos desvios é mínima quan-
1,80 5 do os desvios são calculados em relação à média
1,81 2 aritmética;
z a soma dos módulos (valores absolutos) dos des-
1,89 1 vios é mínima quando os desvios são calculados
em relação à mediana.
Na tabela acima, a maior frequência (15) está asso-
ciada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77. Desvio Absoluto Médio
z A: {2;2;3;8;9;9} = a mediana é 3;
média ponderada dos desvios, em que os pesos são as
lm
(7 + 8)
dois termos centrais, ou seja, = 7,5.
/ ^ x i — x·fi h
ar
2
lm
/ ]x i —x g
2
208 v2 =
N
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Desvio Padrão Atenção: espaço amostral é igual a todas as possi-
bilidades possíveis, e o evento é um subconjunto do
O desvio padrão está inteiramente ligado à variân- espaço amostral.
cia, sendo sua raiz quadrada. A sua representação
simbólica é dada por Probabilidade de um Evento Qualquer
Só há dois casos em que a variância e o desvio
padrão são iguais, que é quando ambos valem zero ou
n (evento)
ambos valem 1. Isso por que 02 = 0 e 12 = 1.
Vale ressaltar que a variância e o desvio padrão só Probabilidade do Evento = n (espaço amostral)
serão iguais a zero se todos os elementos forem iguais.
Se os elementos forem todos iguais, todos os desvios Na fórmula acima, n(evento) é o número de elemen-
serão iguais a zero. Consequentemente, a variância tos do subconjunto Evento, isto é, o número de resulta-
será nula e, também, o desvio padrão. dos favoráveis; e n(espaço amostral) é o número total de
Atenção: quando os dados são todos iguais, não há resultados possíveis no experimento aleatório.
dispersão. Todas as medidas (desvio médio, variância,
desvio padrão etc.) são iguais a zero. Por isso, costumamos dizer também que:
1
Cv = = 0,10 = 10% Eventos Independentes
10
4
-2
NOÇÕES DE PROBABILIDADE
rimentos independentes ocorrendo: o primeiro lança-
.8
18
ca que cria modelos, que são utilizados para estudar do primeiro lançamento em nada influencia o resulta-
experimentos aleatórios, ou seja, estimar uma previ- do do segundo.
ar
te divisão:
13
P ( A + B) mesmo tempo.
28
P (A\B) =
P (B)
.8
1
P(A ∩ B) =
18
rer, dado que B ocorreu, é a divisão entre a proba- Aplicando na fórmula, temos:
bilidade de A e B ocorrerem simultaneamente, e a
ar
lm
6 4 1 6+4—1 9
temos como possibilidades o resultado igual a 1 e 3. P (A U B) =
ar
+ — = =
Isto é, apenas 2 dos 6 resultados nos atendem. 20 20 20 20 20
lm
gi
Pedro 75
Logo:
João 75
3 1
P(A) = =
6 2
1 Temos um total de 4 pessoas no subgrupo de 75
P(B) = anos, então, a probabilidade de João ser o 7° é:
6
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) =
1 1
· =
1 Evento
P=
2 6 12 Total de Eventos
1
P= . Resposta: Letra E.
4
EXERCÍCIOS COMENTADOS 2. (ENEM — 2022) Uma instituição de ensino superior
ofereceu vagas em um processo seletivo de acesso
1. (ENEM — 2020) O Estatuto do Idoso, no Brasil, prevê a seus cursos. Finalizadas as inscrições, foi divulgada
certos direitos às pessoas com idade avançada, con- a relação do número de candidatos por vaga em cada
cedendo a estas, entre outros benefícios, a restituição um dos cursos oferecidos. Esses dados são apresen-
de imposto de renda antes dos demais contribuintes. tados no quadro.
A tabela informa os nomes e as idades de 12 idosos
que aguardam suas restituições de imposto de renda.
Considere que, entre os idosos, a restituição seja con- NÚMERO NÚMERO DE
cedida em ordem decrescente de idade e que, em sub- CURSO DE VAGAS CANDIDATOS
grupos de pessoas com a mesma idade, a ordem seja OFERECIDAS POR VAGA
decidida por sorteio. Administração 30 6
Ciências
40 6
NOME IDADE (EM ANO) Contábeis
4
-2
Engenharia
Orlando 89
13
50 7
Elétrica
.7
Gustavo 86
28
História 30 8
.8
Luana 86 Letras 25 4
18
Pedagogia 25 5
-0
Teresa 85
ar
processo seletivo?
gi
Roberto 82
a) 200
ar
lm
Heloisa 75 b) 400
c) 1.200
gi
Marisa 75 d) 1.235
e) 7.200
Pedro 75
3 240
540
Valor de mercado do imóvel
(milhar de R$)
450
270
120
90
A rentabilidade do aluguel de um imóvel é calculada pela razão entre o valor mensal de aluguel e o valor de mercado
desse imóvel. Com base nos dados fornecidos, em que ano a rentabilidade do aluguel foi maior?
a) 2005
b) 2007
c) 2009
d) 2011
e) 2013
Para solucionar essa questão, basta calcularmos a rentabilidade (r) usando a fórmula dada, para cada ano. Logo,
aluguel
4
mercado
13
630
Para o ano de 2005: r = = 0,007.
.7
90.000
28
960
Para o ano de 2007: r = = 0,008.
.8
120.000
18
1.350
Para o ano de 2009: r = = 0,005.
-0
270.000
1.800
ar
3.240
gi
Logo, temos, em relação a r, que 2011 < 2009 < 2013 < 2005 < 2007. Resposta: Letra B.
lm
gi
4. (ENEM — 2022) Uma pessoa precisa contratar um operário para fazer um serviço em sua casa. Para isso, ela postou um
anúncio em uma rede social. Cinco pessoas responderam informando preços por hora trabalhada, gasto diário com
transporte e tempo necessário para conclusão do serviço, conforme valores apresentados no quadro.
II 180 0,00 6
IV 110 10,00 8
V 110 0,00 10
212
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Se a pessoa pretende gastar o mínimo possível com Nessas condições, qual o tipo de perfume que deverá
essa contratação, irá contratar o operário ter maior reposição no estoque?
a) I. a) I.
b) II. b) II.
c) III. c) III.
d) IV. d) IV.
e) V. e) V.
Para resolvermos essa questão, basta calcular o Vamos supor que, no total, foram vendidos 100 per-
gasto com cada operário, calculando-se (preço por fumes. Então:
hora · tempo até a conclusão) + preço do transporte. Perfume I) 13% de 100 = 13 · 200 reais = 2600 reais
Vejamos: Perfume II) 10% de 100 = 10 · 170 reais = 1700 reais
Operário I: 120 · 8 = 960 reais Perfume III) 16% de 100 = 16 · 150 reais = 2400 reais
Operário II: 180 · 6 = 1.080 reais Perfume IV) 29% de 100 = 29 · 100 reais = 2900 reais
Operário III: (170 · 6) + 20 = 1.040 reais Perfume V) 32% de 100 = 32 · 80 reais = 2560 reais
Operário IV: (110 · 9) + 10 = 1.000 reais Como o enunciado pede o perfume com maior arre-
Operário V: 110 · 10 = 1.100 reais cadação em real, temos como resposta o perfume IV.
Logo, a pessoa gastará menos com o operário I. Res- Resposta: Letra D.
posta: Letra A.
6. (ENEM — 2022) Em um jogo de bingo, as cartelas con-
5. (ENEM — 2020) O gerente de uma loja de cosméticos têm 16 quadrículas dispostas em linhas e colunas.
colocou à venda cinco diferentes tipos de perfume, Cada quadrícula tem impresso um número, dentre os
tendo em estoque na loja as mesmas quantidades de inteiros de 1 a 50, sem repetição de número. Na pri-
cada um deles. O setor de controle de estoque enca- meira rodada, um número é sorteado, aleatoriamente,
minhou ao gerente registros gráficos descrevendo os dentre os 50 possíveis. Em todas as rodadas, o núme-
preços unitários de cada perfume, em real, e a quanti- ro sorteado é descartado e não participa dos sorteios
dade vendida de cada um deles, em percentual, ocorri- das rodadas seguintes. Caso o jogador tenha em sua
da no mês de novembro. cartela o número sorteado, ele o assinala na cartela.
Ganha o jogador que primeiro conseguir preencher
Preço do perfume por unidade (R$) quatro quadrículas que formam uma linha, uma colu-
na ou uma diagonal, conforme os tipos de situações
200 ilustradas na Figura 1.
170
Preenchimento Preenchimento Preenchimento
150 em linha em coluna em diagonal
100
80
4
-2
13
Figura 1
.7
Perfume I
Perfume II
28
Perfume III
Perfume IV
.8
Perfume V
O jogo inicia e, nas quatro primeiras rodadas, foram
18
Perfume I
13% sendo que todos os demais jogadores conseguiram
lm
32% 10%
gi
03 48 12 27
49 11 22 05
Perfume III
16% 29 50 19 45
MATEMÁTICA
33 23 38 07
Perfume IV
29% Figura 2
Dados a chegada do final de ano e o aumento das A probabilidade de Pedro ganhar o jogo em uma das
vendas, a gerência pretende aumentar a quantidade duas próximas rodadas é
estocada do perfume do tipo que gerou a maior arre-
cadação em espécie, em real, no mês de novembro.
213
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1 1 Caso a suposição feita tenha sido confirmada, a espe-
a) +
rança de vida ao nascer no Brasil no ano de 2014 terá
46 45
1 2 sido, em ano, igual a
b) +
46 46 · 45
c)
1
+
8 a) 74,23.
46 46 · 45 b) 74,51.
d)
1
+
43 c) 75,07.
46 46 · 45 d) 75,23.
e)
1
+
49 e) 78,49.
46 46 · 45
Para que Pedro ganhe o jogo na 5ª rodada (A) ou na 6ª Considerando que a média entre 73,67 e 74,23 é
rodada (B), precisamos calcular P(A∪B)=P(A)+P(B)- 73,95, para sabermos a esperança de vida ao nascer
-P(A∩B). Podemos enfatizar que , pois não existe no Brasil no ano de 2014 (x), conforme o enunciado,
uma forma de Pedro ganhar em ambas as rodadas. 73, 95 + x
basta fazermos 74,24 = → x = 148,46 —
1 2
Calculemos P(A) e P(B). P(A) = , já que Pedro tem 73,95 = 74,51 anos. Resposta: Letra B.
46
1 chance de que seja sorteado o número 12, dentre
os 46 números restantes, para que ele ganhe na 5ª 8. (ENEM — 2022) Nos cinco jogos finais da última tem-
rodada. Para encontrarmos P(B), precisamos pen- porada, com uma média de 18 pontos por jogo, um
sar em duas situações: (i) na probabilidade de ser jogador foi eleito o melhor do campeonato de basque-
sorteado algum número exceto 12 e depois outro te. Na atual temporada, cinco jogadores têm a chance
número dentre os restantes (C); e (ii) na probabili- de igualar ou melhorar essa média. No quadro estão
dade de ser sorteado os números 11, 19, 05 ou 45, e registradas as pontuações desses cinco jogadores
depois um número desses (D). Sendo assim, confor- nos quatro primeiros jogos das finais deste ano.
me descrito, .
JOGADORES JOGO 1 JOGO 2 JOGO 3 JOGO 4
45 1
Para P (C) = · . I 12 25 20 20
46 45
4 1
Para P (D) = · . II 12 12 27 20
46 45
Para P (C∩D) = 0 (pelo mesmo motivo descrito para III 14 14 17 26
P (A∩B) = 0).
IV 15 18 21 21
45 4 49
Logo, P (C) + P (D) = + = .
46 · 45 46 · 45 46 · 45 V 22 15 23 15
1 49
Por último, P (A∪B) = + . Resposta: Letra E.
46 46 · 45
O quinto e último jogo será realizado para decidir a
7. (ENEM — 2022) A esperança de vida ao nascer é o equipe campeã e qual o melhor jogador da tempora-
número médio de anos que um indivíduo tende a viver da. O jogador que precisa fazer a menor quantidade de
a partir de seu nascimento, considerando dados da
4
população. No Brasil, esse número vem aumentando do melhor jogador da temporada passada, é o
13
a) I.
28
75 c) III.
18
d) IV.
-0
e) V.
ar
74,23
lm
74
Para descobrir que jogador precisa fazer a menor
gi
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9. (ENEM — 2022) Uma das informações que pode auxi- Considerando Time A e Time B, há quatro formas de
liar no dimensionamento do número de pediatras que o Time A, por exemplo, ser campeão: i) com quatro
devem atender em uma Unidade Básica de Saúde jogos; ii) com cinco jogos; iii) com seis jogos; e iv) com
(UBS) é o número que representa a mediana da quan- sete jogos. Para verificar qual a probabilidade em
tidade de crianças por família existente na região sob cada forma, podemos montar anagramas para orga-
sua responsabilidade. O quadro mostra a distribuição nizar as sequências diferentes de vitória para cada
das frequências do número de crianças por família na time, e lembrar que, segundo o enunciado, o time
região de responsabilidade de uma UBS. deve ganhar a primeira partida e ganhar quatro par-
tidas no total para ser campeão. Portanto, vejamos:
NÚMERO DE CRIANÇAS POR i) Com quatro jogos, teríamos A 2 2 2 = 8 sequências
FREQUÊNCIA
FAMÍLIA possíveis.
Para cada espaço, temos duas opções de vitória (A
0 100
ou B). Para que o time A vença com quatro jogos,
1 400 deverá ganhar no segundo, terceiro e quarto jogos,
ou seja, para calcular, podemos fazer a permutação
2 200 de 3 elementos com 3 repetições, sendo então P33 =
3! 1
3 150 = 1. Logo, o time A tem probabilidade de de
3! 8
4 100 ser campeão com quatro jogos.
ii) Com cinco jogos, teríamos A 2 2 2 2 = 16 sequên-
5 50 cias possíveis.
Seguindo o mesmo raciocínio, neste caso, para que
o time A vença com cinco jogos, em um deles, ao
O número que representa a mediana da quantidade de menos, o time B deverá vencer. Devemos atentar-
crianças por família nessa região é -nos ainda ao fato de que o time B não poderá ven-
cer o quinto jogo, pois desta forma o time A já teria
a) 1,0. sido campeão (AAAAB), por ter vencido os quatro
b) 1,5. primeiros jogos. Sendo assim, devemos fazer a per-
c) 1,9. mutação de 3 elementos com 2 repetições, sendo
d) 2,1. 3!
e) 2,5. então P32 = = 3. Logo, o time A tem probabilida-
2!
3
de de de ser campeão com cinco jogos.
Como temos dados tabelados, devemos ter maior 16
cautela. Primeiramente devemos saber que a variá- iii) Com seis jogos, teríamos A 2 2 2 2 2 = 32 sequên-
vel em questão é a quantidade de crianças por cias possíveis.
família. Sendo assim, precisamos saber a quantida- Neste caso, o time A não pode vencer simultanea-
de total de crianças. Para isso, basta somarmos a mente o segundo, terceiro e quarto jogos (AAAABB).
coluna de frequências. Note que temos 1000 dados. Portanto, deverá vencer também o quinto jogo (A _ _
Como 1000 é par, a mediana será a média entre os _ _ A) obrigatoriamente. Sendo assim, devemos fazer
termos centrais, ou seja, o 500° termo e o 501° ter- a permutação de 4 elementos com 2 repetições para
4
-2
suas determinadas frequências, ou seja, {0, 0,..., 1, ·3· · 2! = 6. Logo, o time A tem probabilidade de
2
28
1+ 2 32
18
sequências possíveis.
Neste caso, o time A não pode vencer simultanea-
ar
que chegam a essa fase jogam, entre si, até sete par- _ A) obrigatoriamente. Sendo assim, devemos fazer
ar
tidas. O primeiro desses times que completar quatro a permutação de 5 elementos, com 2 repetições para
lm
todas as partidas, a probabilidade de qualquer um dos A e 3 repetições para B, sendo então P42,3 = =5·
2!3!
dois times vencer é sempre 1/2. Qual é a probabilida- 3!
de de o time campeão ser aquele que venceu a primei- 4· · 3! = 10. Logo, o time A tem probabilidade de
2
ra partida da World Series? 10
de ser campeão com sete jogos.
64
35 Por fim, para saber a probabilidade de o time cam-
a)
64 peão ser aquele que venceu a primeira partida da
MATEMÁTICA
40
b) World Series, basta somarmos as probabilidades de
64 cada caso, já que não existe probabilidade de ocor-
42
c) rer cada caso de uma única vez (probabilidade da
64
1 3 6 10 42
d)
44 interseção), sendo então + + + = .
8 16 32 64 64
64 Resposta: Letra C.
52
e)
64
215
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11. (ENEM — 2022) O gráfico apresenta os totais de recei- 18 000
tas e despesas de uma empresa, expressos em milhão Adulto
de reais, no decorrer dos meses de um determinado
ano. A empresa obtém lucro quando a diferença entre
receita e despesa é positiva e tem prejuízo quando
8 000
essa diferença é negativa.
7 000
9 Infantil
8
10 20 30
7
Dias
6
5
Ao final do trigésimo dia, quanto faltará no volume de
vendas, em real, para que a meta fixada para o mês
4 seja alcançada?
3
a) 5.000
2 b) 7.000
1 c) 11.000
0
d) 18.000
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio. Jun. JuL. Ago. Set. Out. Nov. Dez. e) 29.000
Receitas Despesas
Para solucionar essa questão, basta analisarmos o
gráfico. Para o setor adulto, vemos que, a cada 10 dias,
Qual é a mediana, em milhão de reais, dos valores dos o volume de vendas cai 3.000 reais. Logo, de 20 para
lucros apurados pela empresa nesse ano? 30 dias a loja venderá 12.000 reais. Em 30 dias, o volu-
me total de vendas será de 18.000 + 15.000 + 12.000 =
a) 1,5 45.000 reais. Para o setor infantil, vemos que, a cada
b) 2,0 10 dias, o volume de vendas cai 1.000 reais. Logo, de
c) 2,9 20 para 30 dias a loja venderá 6.000 reais. Em 30 dias,
d) 3,0 o volume total de vendas será de 8.000 + 7.000 + 6.000
e) 5,5 = 21.000 reais. Por fim, o total final será de 45.000 +
21.000 = 66.000 reais, faltando então 11.000 reais para
Levando-se em consideração que o lucro (L) ocorre a loja alcançar a meta de vendas. Resposta: Letra C.
quando a diferença entre as receitas (R) e as despesas
(D) é maior que zero, L = R – D > 0, podemos notar 13. (ENEM — 2022) Em uma universidade, atuam pro-
que isso ocorreu nos meses de janeiro, março, maio, fessores que estão enquadrados funcionalmente
junho, julho, setembro, novembro e dezembro. O pela sua maior titulação: mestre ou doutor. Nela há,
lucro (em milhões de reais) em cada mês foi: atualmente, 60 mestres e 40 doutores. Os salários
Janeiro: L = 6 – 3 = 3 mensais dos professores mestres e dos doutores são,
4
Março: L = 3 – 2 = 1
ria da instituição pretende proporcionar um aumento
13
Maio: L = 6 – 1 = 5
salarial diferenciado para o ano seguinte, de tal forma
.7
Junho: L = 5 – 2 = 3
que o salário médio mensal dos professores dessa
28
Julho: L = 6 – 4 = 2
instituição não ultrapasse R$12.240,00. A universida-
.8
{1,1,2,3,3,4,4,5}. Como esse conjunto tem um núme- salarial, em porcentagem, a ser concedido aos douto-
ro par (8) de elementos, a mediana (m) será a média
gi
4
lm
12. (ENEM — 2022) Uma loja de roupas fixou uma meta de c) 22,0.
vendas de 77.000 reais para um determinado mês de d) 30,0.
30 dias. O gráfico mostra o volume de vendas dessa e) 37,5.
loja, em real, nos dez primeiros dias do mês e entre o
dia dez e o dia vinte desse mês, nos seus dois únicos Podemos calcular, de imediato, o reajuste dos mes-
setores (infantil e adulto). Suponha que a variação no tres: 1,25 · 8.000 = 10.000. Por fim, para descobrir-
volume de vendas, para o período registrado, tenha se mos o reajuste máximo para os doutores, basta
dado de forma linear, como mostrado no gráfico, e que considerarmos a média salarial e resolvermos:
essa tendência se mantenha a mesma para os próxi-
mos dez dias.
(60 · 10.000) + 40 · ( b1 + 100
x
l·
12.000) ≤ 12.240 →
100
216
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Inequação do Primeiro Grau
600.000 + 40 · (12.000 + 120x)
≤ 12.240 → Nas inequações temos pelo menos um valor desco-
100 nhecido (incógnita) e sempre uma desigualdade. Nas
inequações usamos os símbolos:
600.000 480.000 4.800x
+ + ≤ 12.240 →
100 100 100
z > maior que;
6.000 + 4.800 + 48x ≤ 12.240 → z < menor que;
48x ≤ 12.240 → z ≥ maior que ou igual;
x ≤ 30% z ≤ menor que ou igual.
Resposta: Letra D.
Podemos representar das seguintes formas:
ax + b > 0
ax + b < 0
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
Sendo a e b números reais e a ≠ 0.
Uma equação é uma igualdade, na qual uma ou Veja um exemplo: resolva a inequação 5x + 20 < 40.
mais variáveis — geralmente são as letras do nosso
alfabeto —, denominadas de incógnitas, são desco- 5x + 20 < 40
nhecidas. O nosso principal objetivo é encontrar o 5x < 40 – 20
valor dessas incógnitas. Por sua vez, inequações são 5x < 20
desigualdades, nas quais uma ou mais incógnitas são 20
desconhecidas. x<
5
x<4
Equação do Primeiro Grau
Podemos resolver uma inequação de uma outra
A forma geral de uma equação do primeiro grau é: maneira, fazendo um gráfico no plano cartesiano. No
ax + b = 0. gráfico, realizamos o estudo do sinal da inequação,
O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é buscando identificar quais os valores de x transfor-
chamado de termo independente. mam a desigualdade em uma sentença verdadeira.
Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar Siga os passos:
todas as partes que possuem incógnitas de um lado Resolva a inequação 5x + 20 < 40.
da igual e do outro os termos independentes. Veja um
exemplo: z 1º: coloque todos os termos da inequação em um
mesmo lado;
10x = 5x + 20
4
5x + 20 – 40 < 0
-2
10x – 5x = 20
28
5x = 20
lm
20 5x – 20 = 0
x=
gi
5 5x = 20
ar
20
Isolamos o “x” transferindo o seu coeficiente “5”, x=
lm
5
com o sinal trocado, ou seja, como uma divisão.
gi
x=4
x=4
z 4º: faça o estudo do sinal da equação, identificando
os valores de x que representam a solução da inequa-
O valor de x que torna a igualdade correta é cha-
ção. Obs.: o gráfico deste tipo de equação é uma reta.
mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
grau sempre tem apenas uma raiz. Veja que se subs-
MATEMÁTICA
x=4 4 + x
10x = 5x + 20
10 · 4 = 5 · 4 + 20
40 = 40 –
40 – 40 = 0
217
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Identificamos que os valores < 0 (valores negati- x1 = 3 + 1 = 2
vos) são os valores de x < 4. 2
x2 = 3 - 1 = 1
Equação do Segundo Grau 2
Soma e Produto das Raízes
Equações do segundo grau são equações nas quais
o maior expoente de x é igual a 2. Basta saber que, em uma equação ax2 + bx + c = 0,
Sua forma geral é expressa por: temos:
ax2 + bx + c = 0 b
z a soma das raízes é dada por – ;
a
Onde a, b e c são os coeficientes da equação. c
z o produto das raízes é dado por .
a
z a é sempre o coeficiente do termo em x²;
Calcule as raízes da equação: x2 – 3x + 2 = 0.
z b é sempre o coeficiente do termo em x;
z c é sempre o coeficiente ou termo independente. b -3
z Soma: — =— = 3;
a 1
As equações de segundo grau têm duas raízes, isto c 2
é, existem dois valores de x que tornam a igualdade z Produto: = = 2.
a 1
verdadeira.
Quais são os dois números que somados resultam
Cálculo das Raízes da Equação em “3”, e multiplicados em “2”?
z Se Δ = 0: a equação possui duas raízes reais e idênticas; ção envolvendo as duas incógnitas para poder chegar
13
z Se Δ < 0: a equação não possui raízes reais. nos seus valores exatos. Veja o exemplo a seguir:
.7
28
x = -b ! 2 4x - y = 5
-0
b - 4ac
2a
ar
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele do o método da substituição. Este método é muito sim-
gi
que permitirá obtermos dois valores para as raízes, ples e consiste basicamente em duas etapas:
ar
utilizando o sinal negativo (–). Vamos aplicar em um isolar uma das variáveis em uma das equações;
exemplo: calcule as raízes da equação x2 – 3x + 2 = 0.
gi
x = -b !
2
b - 4ac x = 10 – y
2a
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y”
-(-3) ± √(-3)2 - 4 · 1 · 2
x=
2·1 4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)
40 – 4y – y = 5
x= 3! 9-8
2 -5y = 5 – 40
x= 3!1
-5y = -35 (multiplica por -1)
218 2
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5y = 35 Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:
y=7
(
- x - y = - 10
Logo, voltando na primeira equação, acharemos o x - 2y = 4
valor de “x”
x = 10 – y Fazendo a soma:
x = 10 – 7
(
- x - y = - 10
x=3
x - 2y = 4
Assim, x = 3 e y = 7.
-3y = -6
Dica y=
–6
–3
Método da substituição y= 2
1: isolar uma das variáveis em uma das equações;
2: substituir essa variável na outra equação pela Substituindo o valor de “y” na primeira equação
expressão achada no item anterior. achamos o valor de “x”:
(
4x - y = 5 x+y=3
2 2
x -y =-3
para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos 3 – y. Efetuando a substituição na segunda equação,
13
(3 – y)2 – y2 = -3
*
.8
x + y = 10
9 – 6y + y – y2 = -3
18
4x - y = 5
-0
y=2
ar
5x = 15
lm
Logo,
x=3
gi
ar
x + y = 10
Funções
3 + y = 10
y = 10 – 3 Quando temos a relação entre elementos de dois
conjuntos, sendo que cada elemento de um conjunto
y=7 tenha ligação com somente um outro elemento do outro
MATEMÁTICA
*
x + y = 10
x - 2y = 4
219
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FUNÇÃO NÃO É FUNÇÃO Função Injetora, Sobrejetora e Bijetora
Vamos analisar um exemplo para clarear um pou- z Função bijetora: se as duas coisas acima aconte-
13
A B bijetora. Ex.:
.8
18
2 4 A B
-0
4 8 2 4
ar
lm
6 16 4 8
gi
ar
8 20 6 16
lm
gi
8 20
Temos o conjunto A como domínio, o conjunto B
como contradomínio, e o conjunto imagem definido
pelo conjunto formado apenas pelos elementos 8 e 16.
Isso ocorre pois os elementos 4 e 20 do conjunto B não Representação de uma Função Lei de Formação
estão ligados a nenhum termo do conjunto A. Logo,
eles fazem parte do contradomínio, porém não fazem Vamos representar a função f: R → R, onde f(x)=
parte do conjunto imagem. 3x. “R” representa o conjunto dos números reais nes-
sa situação. Portanto, a função f(x) tem como domínio
todos os números reais, e os tem como contradomí-
Se liga! nio. Lembre-se de que f(x) é igual a “y”, que é a nossa
Função: relação de cada elemento do domínio com imagem. Para a lei de formação entendemos que “x”
apenas um único elemento do contradomínio. assumirá alguns valores que resultará em valores “y”
da função. Tudo isso é regido da seguinte maneira:
220 f (x) = 3x
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Quando “x” for igual a 1, por exemplo, precisamos Funções Compostas
substituir o valor dele na função. Veja: f(1) = 3 · 1 = 3. Afir-
mamos então que para x = 1 a função tem resultado 3. Trata-se de uma função formada por duas ou mais
funções juntas. Veja um exemplo: sendo f(x) = x + 3
Funções Inversas e g(x)= x + 2, encontre as funções compostas f(g(x)) e
g(f(x)).
Representação da função inversa é f-1(x). Para que uma Usaremos f(g(x)) primeiro. A primeira coisa que
função seja inversa, ela necessariamente precisa ser bijeto- precisamos entender é que no lugar de “x” em f(x)
ra. Vamos obter uma função inversa, da função a seguir: temos a função g(x), então vamos substituir pelo valor
dela.
f (x) = 2x
f (x + 2) = x + 3
A B
Agora vamos substituir “x” por “x + 2”:
2 4
f (x + 2) = x + 2 + 3
4 8 f (g(x)) = x + 5 (aqui está a nossa função composta)
6 12
Agora vamos fazer com g(f(x)):
8 16
g (x + 3) = x + 2
g (x + 3) = x + 3 + 2
Na função inversa, as setas estarão no sentido
contrário, ou seja, elas sairão do contradomínio para g(f(x))= x + 5 (aqui está a nossa função composta).
o domínio. Mas precisamos ter uma relação entre as
funções. Veja que nesse exemplo está fácil notar que o
contradomínio é o dobro do domínio, então a função
inversa será a metade: Se liga!
x
f – 1(x)= � f(g(x)) é conhecida, também, como fog(x)
2
“lê-se fog de x”;
2 4 � g(f(x)) é conhecida, também, como gof(x)
“lê-se gof de x”.
4 8
f(x)= x2 – 4
sos são: f(3)= 32 – 4 = 5
.7
28
f(–3) = (–3)² – 4 = 5
z substituir y por x;
.8
18
f (4) = 2 · 4 = 8
ar
x x
y-1 = ou f-1 (x) =
2 2
221
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y Temos (x,y) = (2,7)
X=ɑ
Colocando os pontos no plano cartesiano, temos:
Y 10
(a, b)
8
E
6
D
0 ɑ x 4
C
2
É um gráfico de função B
y X
X=ɑ -6 -4 -2 0 2 4 6 8
(a, c)
-2
-4
(a, b) -6
f _– 2 i = 2 _– 2 i + 3
-2
eixo f(x)). 3
28
z o coeficiente angular de a = –3 e o coeficiente linear por: f(x)= ax2 + bx + c. Ou seja, são aquelas funções em
lm
mos o que:
ar
cruza o eixo y na posição y = 5 (pois este é o valor de b). z a, b e c são os coeficientes da equação;
gi
222 f(2) = 2 · 2 + 3 = 7
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-b ! 2 f(3) = 32 – 3 · 3 + 2 = 2
b - 4ac
x= f(4) = 42 – 3 · 4 + 2 = 6
2a f(5) = 52 – 3 · 5 + 2 = 12
4
z para isso, primeiro igualamos a zero:
2
x² – 3x + 2 = 0 0
-2 -1 0 1 2 3 4 5
z depois, identificamos os valores de a, b e c.
Importante ressaltar que quando “a < 0” a parábola
a=1 tem concavidade para baixo, ou seja, a função terá um
b = –3 ponto máximo que chamamos de “vértice”. Já quando
c=2 “a > 0” teremos a concavidade para cima e um ponto
mínimo, também chamado de vértice da função.
z então, substituímos na fórmula:
2 ɑ>0
-b ! b - 4ac
x=
2a
3! 9-8
x= Resumindo os tipos de gráficos olhando para o
2 valor de “a” e para o discriminante, temos:
3!1
x=
2 a>0eΔ<0 a<0eΔ<0
3+1 X
x1 = =2
2
3-1
x2 = =1
2 X
4
-2
a>0eΔ=0 a<0eΔ=0
13
X
18
X X
gi
x = -b ! D
ar
As funções de segundo grau têm um gráfico na for- mos o ponto máximo ou mínimo, precisamos calcular
ma de parábola. Veja: as coordenadas do vértice da parábola. Para isso, uti-
lizamos as fórmulas:
f(x)= x2 – 3x + 2
b
f(–2) = (–2)2 – 3 (–2) + 2 = 12 xv = –
2a
f(–1) = (–1)2 – 3 (–1) + 2 = 6
D
f(0) = (0)2 – 3(0)+ 2 = 2 yv = –
4a
f(1) = 12 – 3 · 1 + 2 = 0
f(2) = 22 – 3 · 2 + 2 = 0 223
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No gráfico fica: P(x) = –2x² + 5x – 2
Q(x) = –3x³ + 2x – 1
P(x) + Q(x) = (–2x² + 5x – 2) + (–3x³ + 2x – 1)
a sua potência:
18
-0
D z Multiplicação
lm
Toda função polinomial é definida por uma expres- soma ou subtração de termos. Veja:
são polinomial do tipo abaixo:
P(x) = x – 2
P (x) = anxn + an–1xn–1 + ··· + a1x + a0 Q(x) = –3x³ + 2x – 1
P(x) · Q(x) = (x – 2) · (–3x³ + 2x – 1)
Onde “n” é um número inteiro positivo ou nulo e
“x” é a variável. Vamos fazer a distributiva:
Vamos operar os termos semelhantes e depois colo- x · (–3x3 ) + x · 2x + x · (–1) + (–2) · (–3x3 ) + (–2) · 2x
cá-los em ordem decrescente, segundo a sua potência. + (–2) · (–1)
224 Observe: –3x4 + 2x2 – x + 6x³ – 4x +2
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Agora vamos operar os termos semelhantes; 18 y
16
–3x4 + 2x2 – x + 6x³ – 4x +2
14
–3x4 + 2x2 +(– x – 4x) +2 + 6x³
12
–3x4 + 2x2 – 5x +2 + 6x³
10
Vamos colocar em ordem decrescente, segundo 8
a sua potência: 6
P(x) = x³ – 4x2 + x – 3 y
8
Q(x) = x2 – 2
P(x) ÷ Q(x) = (x³ – 4x2 + x – 3) ÷ ( x2 – 2) 6
4
Vamos colocar na forma de uma divisão padrão: 2 x
0
-3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 -0,5 1 1,5
x3 — 4x2 + x — 3 x2 — 2 Divisor -2
-4
-6
—x3 + 2x x—4
-8
-10
—4x2 + 3x — 3 Quociente
-12
4x2 — 8
FUNÇÕES RACIONAIS
q(x)
28
x² + 2
P(x) = x2 + 1 (vejamos o gráfico da função polino- f(x) =
gi
x² — 4
mial de grau 1).
ar
lm
te de 2 e —2.
3
Para resolver uma função racional, devemos igua-
2 lar o numerador ao denominador e passar tudo para
o mesmo lado de igualdade. Dessa forma, haverá ape-
1 nas um polinômio.
X
0 O gráfico de uma função racional não é contínuo,
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
MATEMÁTICA
-3
1
-4 f(x) =
x—1
-1 f (x) g (x)
1
y=
x–1 9
-2
7
3
Chamamos de assíntota vertical a linha tracejada ver-
tical. Uma função racional tem seu gráfico passando mui- 1
to próximo à assíntota, mas nunca irá encostar (tocar). —5 —3 —1 —1 1 3 5
Agora veja um outro exemplo, em que vamos
observar uma assíntota horizontal. —3
—5
7
y=
x² + 2 FUNÇÕES LOGARÍTMICAS
A função tem como gráfico: Antes de falarmos sobre função logarítmica, é inte-
y
ressante relembrar algumas propriedades importantes.
Na expressão logab = c, chamamos o número “a” de
base do logaritmo. Veja que o resultado do logaritmo
(c) é justamente o expoente, ao qual deve ser elevada
4
a base “a” para atingir o valor b. Assim, as proprieda-
des mais importantes são:
3
7
z logb1 = 0, porque b0 = 1;
4
y=
-2
x² + 2
z logb b = 1, porque b1 = b;
13
z logbM = M;
28
1
z loga (b ÷ c) = logab – logac;
18
z logabn = n · logab;
-0
1
z logabn = logab.
ar
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 x m
lm
226
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f (x) g (x)
A definição é coerente com aquela apresentada no
triângulo retângulo.
5
N
3
X
1 senx
A
O
–5 –3 –1 –1 1 3 5
–3
–5
FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Função Seno P
N
Consideremos, no ciclo trigonométrico de origem
A, um sistema cartesiano ortogonal xOy, conforme A
x
mostra a figura.
M
O
P
lm
N x = 0º
gi
ar
lm
O A
gi
O≡N
A≡P
Circunferência de raio r com eixo dos senos sen (AP) = medida do
segmento ON
MATEMÁTICA
𝑓: R → R
x ↦ sen x tal que f(x) = sen x = ON. 227
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0° < x < 90° x = 180°
P
N
O≡N A
A P
O
N=P
O A
A
O
N
P
x = 270°
-2
P
.8
N
18
-0
ar
O A
lm
gi
A
ar
O
lm
gi
P≡N
senx = –1(mínimo)
228
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270° < x < 360°
P
O
M A Eixo dos cossenos
O A
X
cosx
O
senx = 0 M A
π 3π
-2
–
2 2
13
-2π -π 0 π π 2π
.7
3π
–
2
28
2
.8
retângulos
-0
R
E o conjunto imagem é {y ∈ ≤ y ≤ 1}. Podemos
ar
–1 π
concluir que a função seno é:
lm
z positiva no primeiro e segundo quadrantes; quadrante e além disso OP = 1 (raio). Assim sendo, no
ar
229
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x = 0º 180° < x < 270°
A≡P
O
M M A
O
cos x = 1 (máximo)
P
0° < x < 90°
–1 < cos x < 0
P
x = 270°
A
O
M
O M A
x = 90°
P P
cos x = 0
cos x = 0 A
M
90° < x < 180° O
P P
4
-2
A
13
M
28
x = 360°
.8
18
-0
O
lm
M
gi
ar
x = 180°
lm
gi
cos x = 1 (máximo)
y = cosx
cos x = –1 (mínimo) 1
π 3π
-π 2 π 2 x
-2π 3π π 0 2π
– –
2 2
-1
230
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
R
E o conjunto imagem é {y ∈ ≤ y ≤ 1}. Podemos
–1
concluir que a função cosseno é:
T
P
z positiva no primeiro e quarto quadrantes;
z negativa no segundo e terceiro quadrantes;
z crescente no terceiro e quarto quadrantes;
x
z decrescente no primeiro e segundo quadrantes;
z par, pois cos (–x) = cos x; O A
z periódica de período 2 π.
Função Tangente
Consideremos, no ciclo trigonométrico de origem Circunferência de raio r com eixo das tangentes, arcos e triângulos
retângulos.
A, o eixo t perpendicular ao eixo x e de origem A, cha-
mado eixo das tangentes. Seja, ainda, T a intersecção r
De fato, se 0 < x < , então, P pertence ao primei-
da reta O P com o eixo t. A tangente do arco trigono- 2
métrico AP, de extremidade P, é a medida algébrica do ro quadrante. Além disso, AO = 1 (raio). Assim sendo,
segmento AT. Representa-se: no triângulo OAT retângulo em A, temos:
x = 0º
C
O A A P T
O
tg x = 0
D
4
-2
𝑓: D → R r
Simbolicamente: x ↦ tg x , onde D = R – { + kπ,
gi
2
com k ∈ Z} tal que f(x)= tg x= AT. A definição é coerente tg x > 0
ar
x = 90°
P
T
tgx
x
O A
MATEMÁTICA
O A
∄ tg x
231
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90° < x <180° x = 360°
A O A P T
O
T
tg x < 0 tg x = 0
P y = tgx
O A T
π 3π
2 2 x
3π π 0 π 2π
-2π – -π –
2 2
tg x = 0
Ciclo Trigonométrico
13
.7
x = 270°
28
O A
ar
Arco Trigonométrico
lm
gi
P
O A
(II) (I) α
O r A (Origem) A
O
(IV)
P T (III)
tg x < 0
sen x = sen (π – x)
cos x = – cos (π – x) 4π
(240º) -
3 -1 3
2 2
z Redução do 3º para o 1º quadrante: 3
sen x = – sen (x – π)
cos x = – cos (x – π) 3π
(270º) -1 0 Não existe
z Redução do 4º para o 1º quadrante: 2
sen x = – sen (2 π – x)
sen x = – sen (2 π – x) 5π
(300º) -
3 1 - 3
2 2
Podemos criar a seguinte tabela: 3
π
(30º) 1 3 3
2 2 3 11π
6 (330º) -1 3
-
3
2 2 3
6
π
4
-2
(45º) 2 2 1 2 π (360º) 0 1 0
13
4 2 2
.7
28
Se liga!
.8
π
18
2 2
3 la, são chamados de ângulos notáveis devido a
ar
2
Macete de Memorização dos Ângulos Notáveis
gi
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) A Lei de Zipf, batizada com o nome do linguista americano George Zipf, é uma lei empírica que relaciona
a frequência ( F ) de uma palavra em um dado texto com o seu ranking ( r ) . Ela é dada por
A
F=
rB
O ranking da palavra é a sua posição ao ordenar as palavras por ordem de frequência. Ou seja, r = 1 para a palavra mais
frequente, r = 2 para a segunda palavra mais frequente e assim sucessivamente. A e B são constantes positivas.
4
-2
13
Com base nos valores de X = log (r) e Y = log (F), é possível estimar valores para A e B.
.8
18
a) Y = log (A) -B X
lm
gi
loglog (A)
b) Y =
ar
x + loglog (B)
lm
loglog (A)
c) –X
gi
B
loglog (A)
d)
BX
loglog (A)
e)
xb
2. (ENEM — 2022) Em uma sala de cinema, para garantir que os espectadores vejam toda a imagem projetada na tela, a
disposição das poltronas deve obedecer à norma técnica da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que
faz as seguintes indicações:
� Distância mínima (Dmín) entre a tela de projeção e o encosto da poltrona da primeira fileira deve ser de, pelo menos, 60%
da largura (L) da tela.
� Distância máxima (Dmáx) entre a tela de projeção e o encosto da poltrona da última fileira deve ser o dobro da largura
(L) da tela, sendo aceitável uma distância de até 2,9 vezes a largura (L) da tela.
Para o espaçamento entre as fileiras de poltronas, é considerada a distância de 1 metro entre os encostos de poltronas
em duas fileiras consecutivas. Uma sala de cinema, cuja largura da tela mede 12 m, está montada em conformidade
com as normas da ABNT e tem suas dimensões especificadas na figura.
Área de instalação
de novas poltronas Fileira
1m
Daceitavel = 2,9L
Fileira
1m
Dmax = 2L
Pretende-se ampliar essa sala, mantendo-se na mesma posição a tela e todas as poltronas já instaladas, ampliando-se
ao máximo a sala para os fundos (área de instalação de novas poltronas), respeitando-se o limite aceitável da norma
da ABNT. A intenção é aumentar, ao máximo, a quantidade de poltronas da sala, instalando-se novas unidades, iguais
às já instaladas. Quantas fileiras de poltronas a sala comportará após essa ampliação?
a) 26
b) 27
c) 28
d) 29
4
-2
e) 35
13
.7
Levando-se em consideração L = 12, devemos calcular inicialmente o valor das distâncias mínima, máxima e
28
Dmáx = 2 L = 2 · 12 = 24 m
-0
Feito isso, tomando-se como base o espaçamento de 1 m entre os encostos das poltronas e a distância aceitável de
lm
34,8 m, podemos ver que existirá 1 fileira de poltronas até Dmín, mais 16 fileiras de poltronas até Dmáx, e mais 11 filei-
gi
ras de poltronas até Daceitável. Logo, a sala comportará 28 fileiras de poltronas após sua ampliação. Resposta: Letra C.
ar
lm
3. (ENEM — 2022) Ao analisar os dados de uma epidemia em uma cidade, peritos obtiveram um modelo que avalia a
quantidade de pessoas infectadas a cada mês, ao longo de um ano. O modelo é dado por p(t) = –t2 + 10t + 24, sendo
gi
t um número natural, variando de 1 a 12, que representa os meses do ano, e p(t) a quantidade de pessoas infectadas
no mês t do ano. Para tentar diminuir o número de infectados no próximo ano, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu
intensificar a propaganda oficial sobre os cuidados com a epidemia. Foram apresentadas cinco propostas (I, II, III, IV e
V), com diferentes períodos de intensificação das propagandas:
� I: 1 ≤ t ≤ 2;
MATEMÁTICA
� II: 3 ≤ t ≤ 4;
� III: 5 ≤ t ≤ 6;
� IV: 7 ≤ t ≤ 9;
� V: 10 ≤ t ≤ 12.
A sugestão dos peritos é que seja escolhida a proposta cujo período de intensificação da propaganda englobe o mês
em que, segundo o modelo, há a maior quantidade de infectados. A sugestão foi aceita. A proposta escolhida foi a
a) I. 235
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b) II. 1 7
c) III. Considerando a= – ; b= – ; e c = 12, podemos
6 4
d) IV. notar que ∆ = b2 – 4ac, substituindo-se os valores,
e) V. 121
resulta em ∆ = . Por fim, basta encontrarmos o
9
Para sabermos que proposta contém o mês de maior yv (coordenada y do vértice da parábola). Vale lem-
infecção, basta encontrarmos os valores numéricos brarmos que
para cada intervalo. Sendo assim,
Para a proposta I: p(1) = 33 e p(2) = 40; 121
–
Para a proposta II: p(3) = 45 e p(4) = 48; D 9
yv = – = ~20,17.
4 b– l
Para a proposta III: p(5) = 49 e p(6) = 48; 4a 1
Para a proposta IV: p(7) = 45, p(8) = 40 e p(9) = 33; 6
Para a proposta V: p(10) = 24, p(11) = 13 e p(12) = 0.
Não podemos esquecer que a bola está a 1,5 m de altu-
Logo, o mês de maio (t = 5) foi o mês de maior infec-
ra do piso da quadra, então inferimos que yv ~ 20,17 +
ção, já que p(5) = 49. Este mês está englobado na
1,5 ~ 21,67 m. Portanto, esse valor excede a altura dos
proposta III. Resposta: Letra C.
tetos dos ginásios I, II, III e IV. Resposta: Letra D.
4. (ENEM — 2022) Em jogos de voleibol, um saque é inva-
5. (ENEM — 2022) Uma máquina em operação tem sua
lidado se a bola atingir o teto do ginásio onde ocorre
temperatura T monitorada por meio de um registro
o jogo. Um jogador de uma equipe tem um saque que
gráfico, ao longo do tempo t. Essa máquina possui um
atinge uma grande altura. Seu recorde foi quando a
pistão cuja velocidade V varia com a temperatura T da
batida do saque se iniciou a uma altura de 1,5 m do
máquina, de acordo com a expressão V = T2 – 4. Após
piso da quadra, e a trajetória da bola foi descrita pela
a máquina funcionar durante o intervalo de tempo de
parábola
10 horas, o seu operador analisa o registro gráfico,
2 apresentado na figura, para avaliar a necessidade de
y= –
X
—
7x
+ 12 eventuais ajustes, sabendo que a máquina apresenta
6 3 falhas de funcionamento quando a velocidade do pis-
em que y representa a altura da bola em relação ao tão se anula.
eixo x (das abscissas) que está localizado a 1,5 m do
T (ºC)
piso da quadra, como representado na figura. Suponha
que em todas as partidas algum saque desse jogador
atinja a mesma altura do seu recorde. 4
2
y
0 t (h)
10
–2
4
-2
te as 10 horas de funcionamento?
.7
28
a) 1
.8
b) 2
18
c) 3
-0
e) 5
lm
gi
A equipe desse jogador participou de um torneio de Considerando V = T2 – 4, para que V = 0, temos que
ar
P (x,y)
0 y
0 Tempo (s) 15
a) 0
b) 1
c) 2
Plano cartesiano (x.y) de origem O e ponto P.
d) 3
e) 4
Distância Entre Dois Pontos
Se analisarmos o plano cartesiano, percebemos que
Dados dois pontos A(x1,y1) e B(x2,y2), calculamos a
o carro que chegou em último lugar é:
distância entre eles da seguinte forma:
100
d = √(x2 – x1)2 + (y2 – y1)2
0
0 Tempo (s) 15 de AB é dado por:
18
-0
Letra A.
lm
3+1 4 5—3 2
gi
XPM = = = 2 e YPM = =
2 2 2 2
PM = (2,1)
CONHECIMENTOS ALGÉBRICOS E
GEOMÉTRICOS Sejam três pontos A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x3 ,y3), dize-
mos que são colineares quando o determinante deles
PLANO CARTESIANO é nulo:
MATEMÁTICA
Pense em três pontos, A(x1,y1), B(x2,y2) e C(x,y), coli- Um ponto P(x0,y0), de interseção de duas retas (r e
neares em uma reta (r), onde os pontos A e B são pon- s), deve satisfazer as equações de ambas. Assim, resol-
tos fixos em r, ou seja, conhecidos no plano cartesiano, vendo o sistema de equações (S) das retas encontra-se
e o ponto C, um ponto qualquer que pode percorrer a o ponto comum a elas.
reta r. A equação geral da reta é dada por:
r
S
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0
{
A
y1 r : x+2y – 3=0
S
s : 2x+3y – 5=0
r : x= – 2y+3 [I]
O X1 X2 X
[I]
s : 2x + 3y – 5= 0 → 2( – 2y + 3) + 3y – 5 = 0 → – 4y + 6
Plano cartesiano (x,y) de origem O e reta r. + 3 y – 5 = 0 → -y + 1 = 0 → y = 1 [II]
[II]
x= – 2y + 3y →x = – 2(1) + 3 → x = – 2 + 3 → x = 1
4
reduzida:
13
P(x0,y0)=(1,1)
.7
( ) ( )
28
a c Paralelismo e Perpendicularidade
.8
b≠0→y= – x+ –
18
eq=–
b b
lm
{
ção da reta definida por eles é:
lm
r : a1x+b1y+c1 = 0
( )
gi
S
5 7 5 7 s : a2x+b2y+c2 = 0
a = y1 – y2 = – – = + =6
2 2 2 2 a1 b1 c1
r∩s=Ø→ = ≠
a2 b2 c2
5 7
b = x2 – x1 = – – = –6
2 2 Por exemplo, as retas r e s são paralelas:
c = x1y2 – x2y1 =
7
2
∙
( )( )
–
7
2
– –
5
2
∙
5
2
= S
{ r : x+2y+3=0
s : 3x+6y+1 = 0
49 25 24 a1 b1 c1 1 2 3
=– + =– = –6 = ≠ → = ≠
4 4 4 a2 b2 c2 3 6 1
238 ax + by + c = 0 → 6x – 6x – 6 = 0 ⟺ x – y – 1 = 0
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Se liga! a
r : ax + by + c = 0 → m= –
Para a reta r:x+2y+3=0 podemos encontrar b
a equação das retas paralelas a r, bastando
que os coeficientes a e b das retas paralelas Sendo α o ângulo da reta r com o eixo x, na leitura
a b anti-horária.
sejam proporcionais a 1 e 2, ou seja, = . Se o ângulo é agudo (0º<α<90º), então m é positivo.
1 2 Se é obtuso (90º<α<180º), então m é negativo. Se for
Assim, a reta t:2x+4y+2=0 também é uma reta
nulo, então m também é nulo, e se for reto então não
paralela ar. se define m.
Quando duas retas r e s são concorrentes, pode-
Duas retas r e s são ditas perpendiculares se elas mos determinar o ângulo formado entre elas:
formarem entre si um ângulo reto. Pode-se também
{
determinar essa perpendicularidade relacionando o r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1
coeficiente angular das retas. Assim, as equações das
retas são dadas por: s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
{
m2 – m1
r : a1x+b1y+c1 = 0 → y = m1x+q1 tgθ =
1 + m1 ∙ m2
s : a2x+b2y+c2 = 0 → y = m2x+q2
Ex.: dadas duas retas r e s, o ângulo formado por
Então a relação dos coeficientes angulares das
elas é:
{
equações das retas para que elas sejam perpendicu-
lares é:
a1 3
r : 3x – y + 5 = 0 → m1 = – =– =3
r ⟘ s ⟺m1 ∙ m2 = –1 b1 –1
{
tgθ = → tgθ = →tgθ=
r : y = x+2 → m1=1 1+m1 ∙ m2 1 + (–2) ∙ 3
5 π
s : y = m2x+q2 = =1⇒θ=
–5 4
E para serem perpendiculares precisamos satisfa-
zer a equação:
Distância Entre Ponto e Reta, e Distância Entre Duas
Retas
4
r ⟘ s ⟺ m1 ∙ m2 = –1 → 1 ∙ m2 = –1 → m2 = –1
-2
13
dP,r =
-0
(y – 2) = –1(x – 3) √a2+b2
ar
y – 2= – x+3
lm
ax0+by0+c
angulares das retas são iguais, ou seja, se r e s são dP,r =
gi
239
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ax0+by0 – c2 c1 – c2
dr,s= =
√a +b 2 2
√a2+b2
{ r : a1x+b1y+c1 = 0
s : a2x+b2y+c2 = 0
a1x+b1y+c1 a2x+b2y+c2
± =0
√a1 +b12 2
√a22+b22
3x+3y –1 2x – 2y+1
– =0→ 1
3√2 2√2 Aδ = ∙ a2+(a+3)(a+1)+(a – 1)(a+1) – a(a+1) – a(a+1)
t1 : 2
(6x+6y – 2) – (6x – 6y+3)
= 0 → 12y – 5 = 0
6√2
– (a – 1)(a+3)
3x+3y – 1 2x – 2y+1
+ =0→
3√2 2√2 1
t2 : Aδ = ∙ a2+a2+a+3a+3+a2+a – a – 1 – a2 – a – a2 – a
(6x+6y – 2) + (6x – 6y+3) 2
4
= 0 → 12x+1 = 0
-2
6√2
13
– a2 – 3a+a+3
.7
1 1 5
18
Aδ = ∙ 3 – 1+3 = ∙5=
2 2 2
-0
gulo no plano cartesiano, temos: O estudo do sinal de uma função do primeiro grau
gi
{
qual plano?
1) E=0 → r: x – y+1=0 → m = –
a
=–
1
=1 – 2b = – 3 → b =
3
;
→C
( )
1,
3
2
b –1 2
2) E(0) = c=1>0 →E>0 em rα
()
2
3 3 3
3) E< 0 em r β (a2+b2 – r2) = – → 12 + – r2 = –
2 2 2
Como coeficiente angular m>0 reta crescente, pas-
sando pelos pontos (0,1) e (-1,0). 9 3 19 √19
1+ – r2 = – → r2 = →r=
4 2 4 2
{
PC > r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 > 0
PC = r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 = 0
PC < r → (x0 – a)2 + (y0 – b)2 – r2 < 0
(x – a)2+(y – b)2=r2
Depois substituímos o ponto na equação da circun-
28
x2+y2 – 2ax – 2by+(a2+b2 – r2)=0 Agora, considere uma reta r:Ax+By+C=0, uma
circunferência de centro C(a,b) e raio (r) dada pela
Ex.: na equação da circunferência abaixo, encon- equação λ: (x-a)2+(y-b)2=r2. A interseção da reta com
tre o centro e o raio: a circunferência é P(x,y), que pertença ao mesmo tem-
po à reta r e à circunferência. Logo, para achar essa
2x2+2y2 – 4x –6y – 3=0 interseção basta ver as soluções do sistema:
MATEMÁTICA
{
Dividindo por 2, teremos os termos quadrados r : Ax + By + C = 0
iguais à unidade: S
λ : (x – a)2 + (y – b)2 = r2
17 2
y2 = –1 → x2 = – – ∙ (–1) = –5
3 3
P1(–1, –7)
P2(–5, –1)
S
{ λ1 : (x – a1)2+(y – b1)2 = r12
λ2 : (x – a2)2+(y – b2)2 = r22
Circunferência de centro C raio (r) com exemplos de retas: secante A partir da comparação da distância entre os cen-
(r), tangente (s) e exterior (t). tros das circunferências e a soma dos raios, podemos
ter seis posições relativas entre elas. Então dada a dis-
Ex.: sendo a reta dada por r:3x+2y+17=0 e a circun- tância entre os centros C1 e C2:
ferência λ:x2+y2+6x+8y+12=0, qual a posição relativa
entre elas e suas interseção? d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2
4
{
-2
λ : x +y +6x+8y+12 = 0
2 2
z Circunferências tangentes exteriormente: a distân-
28
{
z Circunferências tangentes interiores: a distân-
18
dos raios, d = r1 — r2 ;
ar
r : 3x+2y+17 = 0 → x = – – y(I)
3 3 centros está entre o módulo da diferença dos raios
gi
( )
ar
17 2
2
z Circunferências de menor raio e interior a outra:
lm
S λ : x2+y2+6x+8y+12 = 0
(I)
→ – – y +y2+6 a distância entre os centros está entre zero e o módu-
gi
3 3
lo da diferença dos raios, 0 ≤ d < r1 — r2 ;
( –
17
3
–
2
3 )
y +8y+12=0
z Circunferências concêntricas: a distância entre
os centros é zero, d = 0.
242
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Problemas de Tangência
S
{ λ1 : x + y = 36
2 2
λ
{ –2a = 4 → a = –2
–2b = –10 → b = 5
→ C(–2, 5)
Primeiro definimos o centro e o raio de cada uma Agora igualamos ao raio a distância do centro C à
delas: reta t paralela à reta r dada:
λ1 : x2 + y2 – 36 = 0 ti || s: Ax+By+C=0 → 5x+2y+C=0
–2b1 = 0 → b1 = 0; √A +B
2 2
√(5)2+(2)2
13
–10+10+C
28
λ2 : x2 + y2 –6x – 8y + 21 = 0 → =5
.8
√25+4
{
18
–2a2 = –6 → a2 = 3;
-0
λ2 → C2(3, 4) C
–2b2 = –8 → b2 = 4; =5 → |C|=5√29 → C1 = 5√29 e C2 = –5√29
ar
√29
lm
comparamos com a soma ou diferença entre os raios: Nos casos em que não se conhece a reta paralela à
lm
d = C1C2 = √(a1 – a2)2 + (b1 – b2)2 = √(0 – 3)2 + (0 – 4)2 é a interseção entre a reta tangente e a circunferên-
cia de centro C(a,b), podemos achar a equação da reta
= √9+16 = √25 = 5;
tangente seguindo:
r1 + r2 = 6 + 2 =8;
z quando o ponto é interior à circunferência não
|r1 – r2| = |6 – 2| = 4;
existe reta tangente;
MATEMÁTICA
4 < 5 < 8 → |r1 – r2| < d < r1+r2 → secantes. z quando o ponto pertence à circunferência:
243
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z quando o ponto está externo à circunferência: Logo, a outra reta tangente é a t2: x = –1 ou x+1 = 0.
P
ma – b+(y0 – mx0) 7
t1
= r, y – y0 = mi(x – x0); t2
6
√m + 1
2
5
4
3
Ex.: seja a circunferência λ:x²+y²-4x-5=0, e com
2 c
ponto P(-1,7) de interseção entre reta tangente e a cir- 1
cunferência, a equação da reta tangente é dada por: c
11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Primeiro definimos o centro e o raio da circunfe- -1
-2
rência λ:
-3
-4
λ : x2+y2 – 4x – 5=0 -5
-6
{
-7
–2a = –4 → a = 2;
λ → C(2, 0)
–2b = 0 → b = 0; Circunferência de centro C(2,0) e raio 3, com ponto P(-1,7) exterior a
circunferência com suas retas tangentes t1 e t2.
a2 + b2 – r2 = –5 → (2)2 + 02 – r2 = –5 → r = 3
Equações e Inequações do Segundo Grau com Duas
Variáveis
A distância entre o centro e o ponto é:
Uma inequação envolvendo uma circunferência
dcp= √(a – x0)2+(b – y0)2 = √(2 – (–1))2+(0 – 7)2 admite infinitas soluções, que podem ser represen-
tadas num sistema de eixos coordenados por uma
= √9+49 = √58 região limitada pela circunferência. Alguns exemplos
de regiões soluções:
Se a distância do centro ao ponto é maior que o
raio, temos que o ponto está fora da circunferência. z região que contém os pontos A(x,y) fora da circun-
ferência, incluindo a circunferência: (x — a)2 + (y
— b)2 — r2 ≥ 0 ou excluindo a circunferência (x —
ma – b +(y0 – mx0)
=r a)2 + (y — b)2 — r2 > 0. Na figura a seguir, em (a),
√m2+1 quando for sinal sem igualdade, usar o contorno
da circunferência pontilhada;
z região que contém os pontos A(x,y) dentro da cir-
m ∙ 2 – 0 +(7 – m ∙ (–1)) cunferência, incluindo a circunferência: (x — a)2
=3
√m2+1 + (y — b)2 — r2 ≤ 0, ou excluindo a circunferência
(x — a)2 + (y — b)2 — r2 < 0.
4
-2
3m +7
13
=3
.7
√m2+1
28
20
.8
18
20 A
m=–
-0
21
15
ar
lm
y – y0 = mi (x – x0)
gi
C
10
ar
20
lm
Raio
y–7=– (x – (–1))
gi
21
5
20
y–7=– (x+1)
21 -1 0 5 10 15
1
C
-1 0 5 10 15
-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4
-1
(b) -2
S
{ λ1 : x2 + y2 ≤ 25
λ2 : x + y ≥ 4
2 2
Assim, o conjunto solução para que ocorra as duas
inequações, simultaneamente, é o sistema circular
formando uma coroa, como a seguir.
A solução desse sistema pode ser dada via solução
gráfica, como mostrado anteriormente. Assim, para 6
cada uma das inequações temos:
4
λ1 : x2 + y2 ≤ 25
{ –2a = 0 → a = 0
–2b = 0 → b = 0
→ C (0, 0)
2
C
4
-2
-2
Então, para a primeira circunferência temos o cen-
28
-4
18
+ y2 – 25≤0 -6
ar
lm
10
gi
5 circunferências.
gi
MATRIZES
C
Dizemos que uma matriz (A) é um grupo ordenado de
-10 -5 0 5 10 números que se apresentam dispostos em linhas e colu-
nas numa tabela, onde ela pode ser representada por
MATEMÁTICA
0 0
KK OO
-2
B= K
KK 0 0O
h OOO
13
A= a 22 KKh h h
K0 OO
.7
0 a11 K O
28
L P Lb m1 b m2 b m3k b mnP
.8
z Matriz identidade: na matriz diagonal, caso esses Podemos dizer que A é igual a B, se e somente se,
18
elementos acima e abaixo da sua diagonal princi- todos os elementos correspondentes são iguais.
-0
JK1 0 0 0N
gi
KK 0 1 OO
< F+< F=< F
01 2 423 43 5
L0 0 0 1
P C=A+B=
4 01 359 7 510
z Matriz nula ou zero: denomina-se matriz nula (ou
matriz zero) a matriz em que todos seus elementos
são iguais a zero; Subtração de Matrizes
A== G
2 3 da seguinte forma:
6 4
a11 a12 a13
< F=< F
2.2 2.3 4 6 a 21 a 22 a 23
2. A =
2.6 2.4 12 8 a 31 a 32 a 33
a 31 a 32 a 33 a 32 a 32
-2
— — — + + +
KK O KK O
.7
KKh h h j h OO · KKh h h j h OO =
.8
KK OO KK OO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
18
a n1 a n2 a n3k a nm b m1 b m2 b m3k b mn
-0
L P L P
a c11 m = a c11 k
ar
a11 b12 + b 22 + g + a1m b x2 c12 1. (ENEM — 2020) Uma das Sete Maravilhas do Mundo
lm
uma matriz quadrada. O determinante de uma matriz As quantidades de cada tipo de figura plana que for-
A, pode ser chamado de det A, . IAI ordem de um deter- mam esse tronco de pirâmide são
minante é a ordem da matriz a qual ele corresponde.
a) 2 quadrados e 4 retângulos
z Determinantes de ordem 1: o determinante de b) 1 retângulo e 4 triângulos isósceles
uma matriz de ordem um é dado pelo próprio c) 2 quadrados e 4 trapézios isósceles
valor do elemento presente na matriz, isto é, se
MATEMÁTICA
Assim observando a imagem e contando as figuras, 3. (ENEM — 2020) Pergolado é o nome que se dá a um
chegamos à conclusão de que há 2 quadrados e 4 tipo de cobertura projetada por arquitetos, comumen-
trapézios isósceles. Resposta: Letra C. te em praças e jardins, para criar um ambiente para
pessoas ou plantas, no qual há uma quebra da quan-
2. (ENEM — 2020) No período de fim de ano, o síndico de tidade de luz, dependendo da posição do sol. É feito
um condomínio resolveu colocar, em um poste, uma como um estrado de vigas iguais, postas paralelas e
iluminação natalina em formato de cone, lembrando perfeitamente em fila, como ilustra a figura.
uma árvore de Natal, conforme as figuras 1 e 2.
Poste
h = 3m
Figura 1 Figura 2
30
cm
a) 4,00
-0
a) 9
b) 4,87 b) 15
ar
c) 5,00 c) 26
lm
d) 5,83 d) 52
gi
e) 6,26 e) 60
ar
lm
Vamos primeiro encontrar a medida da mangueira: Vamos ilustrar o que a questão pediu:
gi
Poste
5m
h = 3m
3m
X 30º
C
X
a² = b² + c² 15 cm 15 cm
5² = 3² + x²
248
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Logo, para acharmos o valor da altura, basta aplicarmos a tangente de 30°:
tg30° = cateto oposto ÷ cateto adjacente
tg30° = 15 ÷ x
3
= 15 ÷ x
3
45
x= → 15 3 cm ( 3 ≅ 1,7
3
x = 15 · 1,7 → x = 25,5 ≅ 26 cm. Resposta: Letra C.
4. (ENEM — 2020) O fenômeno das manifestações populares de massa traz à discussão como estimar o número de
pessoas presentes nesse tipo de evento. Uma metodologia usada é: no momento do ápice do evento, é feita uma
foto aérea da via pública principal na área ocupada, bem como das vias afluentes que apresentem aglomerações de
pessoas que acessam a via principal. A foto é sobreposta por um mapa virtual das vias, ambos na mesma escala,
fazendo-se um esboço geométrico da situação. Em seguida, subdivide-se o espaço total em trechos, quantificando a
densidade, da seguinte forma:
� 4 pessoas por metro quadrado, se elas estiverem andando em uma mesma direção;
� 5 pessoas por metro quadrado, se elas estiverem se movimentando sem deixar o local;
� 6 pessoas por metro quadrado, se elas estiverem paradas.
É feito, então, o cálculo do total de pessoas, considerando os diversos trechos, e desconta-se daí 1 000 pessoas para
cada carro de som fotografado.
Com essa metodologia, procederam-se aos cálculos para estimar o número de participantes na manifestação cujo
esboço geométrico é dado na figura. Há três trechos na via principal: MN, NO e OP, e um trecho numa via afluente da
principal: QR.
30 m
Legenda:
Q
ou Andando em uma
30 m mesma direção
M N R O P Movimentando
sem deixar o local
30 m via
principal Parado
Segundo a metodologia descrita, o número estimado de pessoas presentes a essa manifestação foi igual
13
.7
28
a) 110 000
b) 104 000
.8
18
c) 93 000
d) 92 000
-0
e) 87 000
ar
lm
Vamos calcular o número de pessoas para cada trecho da esquerda para a direita:
gi
� Trecho 1: área = 30 · 100 = 3.000 m2 → pessoas: 3.000 · 4 – 1.000 (carro de som) = 11.000 pessoas;
ar
� Trecho 2: área = 30 · 300 = 9.000 m2 → pessoas: 9.000 · 6 – 2.000 (carro de som) = 52.000 pessoas;
lm
� Trecho 3: área = 30 · 200 = 6.000 m2 → pessoas: 6.000 · 5 – 1.000 (carro de som) = 29.000 pessoas;
gi
5. (ENEM — 2020) Em um jogo desenvolvido para uso no computador, objetos tridimensionais vão descendo do alto da
tela até alcançarem o plano da base. O usuário pode mover ou girar cada objeto durante sua descida para posicioná-lo
convenientemente no plano horizontal. Um desses objetos é formado pela justaposição de quatro cubos idênticos,
formando assim um sólido rígido, como ilustrado na figura.
MATEMÁTICA
249
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Para facilitar a movimentação do objeto pelo usuário, Veja que, pelas projeções, podemos eliminar as
o programa projeta ortogonalmente esse sólido em alternativas D e C.
três planos quadriculados perpendiculares entre si, Agora vamos olhar as demais:
durante sua descida.
a)
LF
4
a) LE =
-2
2
13
LF
d) b) LE =
.7
4
28
c) LE = LF
.8
d) LE = 4LF
18
e) LE = 8LF
-0
1
ar
2 4
= 2TF. Considerando também que LE = c · R · T e
gi
E 2
ar
2 4
e) LF = c · R · T , inferimos que
lm
F F
2 4
b 1 R F l 2 · (2TF)4 = c · 1 2
gi
LE = c · R · T =c· R ·
E E 2 4 F
4 2 4
16T =c·4· R · T .
F F F
2 4
LE = 4 · c · R ·T = 4LF → LE = 4LF. Resposta: Letra D.
F F
Vamos ilustrar os planos e direções das projeções:
7. (ENEM — 2022) O governo de um estado pretende
realizar uma obra de infraestrutura para auxiliar na
integração e no processo de escoamento da produção
agrícola de duas cidades. O projeto consiste na inter-
ligação direta das cidades A e B com a Rodovia 003,
pela construção das Rodovias 001 e 002.
250
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As duas rodovias serão construídas em linha reta e d) 15.
deverão se conectar à Rodovia 003 em um mesmo e) 16.
ponto, conforme esboço apresentado na figura, na
qual estão também indicadas as posições das cida- O problema enunciado sugere-nos o seguinte siste-
des A e B, considerando o eixo x posicionado sobre ma de equações, com CM sendo o circuito maior e Cm
a Rodovia 003, e cinco localizações sugeridas para o o circuito menor.
ponto de conexão entre as três rodovias.
3CM+2Cm = 1.800 (I)
y (km) Rodovia 001 2CM + Cm = 1.100 (II)
40 Cidade A
Rodovia 002
30
Multiplicando-se (II) por 2, obtemos:
3CM+2Cm = 1.800 (I)
20 Cidade B 4CM + 2Cm = 2.200 (II)
⟹ a ~ 44,72 km;
.8
⟹ b ~ 22,36 km.
Logo, a distância entre as cidades A e B, passando
ar
P
km. Resposta: Letra D.
gi
ar
8. (ENEM — 2022) Um parque tem dois circuitos de tama- Por causa do sentido de tráfego nessas ruas, o cami-
lm
nhos diferentes para corridas. Um corredor treina nho poligonal destacado é a possibilidade mais curta
gi
nesse parque e, no primeiro dia, inicia seu treino per- de efetuar esse deslocamento. Para descrevê-lo, deve-
correndo 3 voltas em torno do circuito maior e 2 voltas -se especificar qual o sentido a ser tomado em cada
em torno do menor, perfazendo um total de 1.800 m. cruzamento de ruas, em relação à direção de deslo-
Em seguida, dando continuidade a seu treino, corre camento do automóvel, que se movimentará conti-
mais 2 voltas em torno do circuito maior e 1 volta em nuamente. Para isso, empregam-se as letras E, F e D
torno do menor, percorrendo mais 1.100 m. No segun- para indicar “vire à esquerda”, “siga em frente” e “vire
do dia, ele pretende percorrer 5.000 m nos circuitos do à direita”, respectivamente. A sequência de letras que
MATEMÁTICA
parque, fazendo um número inteiro de voltas em torno descreve o caminho poligonal destacado é
deles e de modo que o número de voltas seja o maior
possível. A soma do número de voltas em torno dos a) DDEFDDEEFFD.
dois circuitos, no segundo dia, será b) DFEFDDDEFFD.
c) DFEFDDEEFFD.
a) 10. d) EFDFEEDDFFE.
b) 13. e) EFDFEEEDFFE.
c) 14.
251
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Para descrever o caminho poligonal, basta analisar
o sentido a ser tomado a cada cruzamento. Consi-
derando-se E, F e D para indicar “vire à esquerda”,
“siga em frente” e “vire à direita”, respectivamente,
é fácil ver que a sequência de letras que descreve o
caminho poligonal destacado na figura é DFEFD-
DEEFFD. Resposta: Letra C.
REFERÊNCIAS
ANOTAÇÕES
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
252
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4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
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-2
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.7
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18
-0
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lm
gi
ar
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O patrimônio, nesse sentido, não se configura ape-
nas como uma “herança” repassada de forma testa-
mental pelos mais velhos aos mais novos, mas, sim,
como uma transmissão cultural viva, na qual elemen-
Região Nordeste
ar
crenças, ou seja, naquilo que é abstrato, não palpável. ria, são exemplos de pratos típicos a buchada de bode,
Sendo assim, o patrimônio cultural imaterial é repre- o acarajé, o vatapá, a canjica, a cocada, a tapioca, o pé
sentado pelas danças, músicas, culinária, linguagem, de moleque, entre outros.
rituais, festas, entre outros.
1Centro Histórico de Ouro preto, Turismo.ouropreto, s.d. Disponível em: https://turismo.ouropreto.mg.gov.br/. Acesso em: 16 jan. 2023.
2 FIGUEREDO, K.. Congada. InfoEscola, s.d. Disponível em: https://www.infoescola.com/folclore/congada/. Acesso em: 16 jan. 2023. 255
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Região Norte De forma breve, a conquista da América se deu no
conhecido contexto das Grandes Navegações, empre-
Na região Norte, as duas maiores festas são o Círio endidas, durante o século XV, em razão da necessidade
de Nazaré, que acontece em Belém, Pará, e o Festival comercial/pré-capitalista de portugueses e espanhóis
de Parintins, no estado do Amazonas. procurarem rotas alternativas ao Mar Mediterrâneo.
A influência de traços culturais característicos dos Nesse período, várias expedições cruzaram o Oceano
povos indígenas faz-se muito presente na culinária do Atlântico em busca de metais preciosos, ouro, prata
Norte, marcada pela forte presença de ingredientes e outros produtos que gerariam riquezas e incentiva-
como a mandioca e os peixes. Além destes, podemos riam o comércio.
citar outros alimentos típicos da região. São exemplos: Os chefes dessas expedições (autorizadas pela
coroa) eram, majoritariamente, membros da baixa
z a carne de sol; nobreza ibérica. As tropas, por sua vez, eram compos-
z o tucupi (caldo da mandioca cozida); tas por soldados e camponeses pobres que buscavam
z o tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi); melhores condições de vida ou por exilados.
z o jambu (um tipo de erva); Um número relativamente pequeno de espanhóis, na
z o camarão seco; casa dos milhares, acabou sendo responsável pela explo-
z a pimenta-de-cheiro. ração de milhões de nativos. A explicação para que essa
vitória improvável ocorresse passa, pelo menos, por três
Região Centro-Oeste explicações. A primeira delas é o fato de que os espa-
nhóis se aproveitaram das rivalidades já existentes entre
As manifestações culturais mais conhecidas do Cen- povos nativos, o que permitiu o recrutamento de vários
tro-Oeste são a cavalhada e o fogaréu, em Goiás, e o curu- indígenas pelos exércitos espanhóis. A vitória espanhola
ru, típico do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Na também pode ser explicada pela questão biológica, pois
culinária, se destacam o arroz com pequi, a sopa para- o contato dos nativos com os espanhóis acabou levando
guaia, o arroz carreteiro, a Maria Isabel, a pamonha, ao contágio por doenças para as quais essas populações
o angu, o curau, além dos peixes comuns nos rios da não tinham imunidade. O terceiro fator foi a capacidade
região, como o pintado, o pacu, o dourado, entre outros. de ataque dos espanhóis, já que estes possuíam armas de
fogo, espadas e lanças que potencializaram os ataques.
Região Sul
Os astecas acabaram derrotados em 1521, por Hernan
Cortez, enquanto os incas sucumbiram, em 1532, sob
A região sul, historicamente, devido à imigração,
Fernando Pizarro. Entretanto, é muito importante ter-
sofreu muita influência de alemães e italianos. Dentre
mos em mente que essa luta foi protagonizada por dois
suas manifestações culturais, provavelmente a Festa
lados, e que, de inúmeras formas, os povos originários
da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã) são as mais
apresentaram resistência à dominação europeia.
conhecidas. Além destas, compõem a o patrimônio
cultural imaterial da região o fandango, de influência
CONFLITOS ENTRE EUROPEUS E INDÍGENAS NA
portuguesa, a tirana e o anuo, de origem espanhola,
AMÉRICA COLONIAL
a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada,
o boi de mamão, a dança de fitas e o boi na vara. A
4
rão, pelo barreado (cozido de carne em uma panela de a estratégia de forçar as divergências entre as tribos
.7
barro), pelo vinho, entre outros. indígenas para consolidar o processo de conquista.
28
Região Sudeste uso de armas para atacar os nativos. Por seu turno,
18
Na região Sudeste, historicamente formada pelos com os indígenas para se proteger de outras tribos e,
também, de invasores de outras nações europeias. As
ar
(“O Povo Brasileiro”, 1995), as festas mais conhecidas populações indígenas, por seu turno, aceitavam essas
alianças com o intuito, por exemplo, de se fortalecer e
gi
Com a indústria do açúcar, o trabalho escravo pas- partir de algum momento, Palmares passou a nome-
-2
Os cativos eram capturados no interior do con- administração pública, leis e forma de governo pró-
pria, disposição militar e concepções religiosas e
-0
o comércio atlântico. Para a América Portuguesa, vie- expedições para ataque, além das empreenderem ten-
ram, sobretudo, escravizados da Senegâmbia e costa tativas incessantes de desfazer ligações comerciais dos
ocidental da África. quilombolas com as comunidades próximas. Embora as
Se os jesuítas “tentaram proteger”, em alguma ações das autoridades portuguesas sempre acabassem
medida, as populações indígenas do trabalho forçado, fracassadas, estas puderam, finalmente, ser favorecidas
o que é questionável, o mesmo não aconteceu com os com as divisões internas surgidas dentro de Palmares,
negros escravizados. que ocasionaram sua derrocada. Nesse contexto, em 257
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1678, Ganga Zumba e Zumbi se indispuseram, criando A LUTA DOS NEGROS NO BRASIL E O NEGRO NA
uma fissura em Palmares e dando início a anos violen- FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
tos. Ganga Zumba foi morto por considerar fazer um
acordo com as autoridades coloniais e, por mais quinze Diferentemente dos Estados Unidos, no Brasil, não
anos, Zumbi conseguiu manter a liberdade e autono- houve um sistema legal voltado para a segregação
mia dos quilombolas. Contudo, o estado de sítio feito racial. Por ser um país de origem escravista, o racis-
pelas tropas coloniais, em 1694, ao Cerco Real do Maca- mo persiste como um problema social que persegue
co, levou à derrota da comunidade e ao assassinato de os negros. O movimento negro, como ficou conheci-
Zumbi. Embora tenha tido um final trágico, Palmares da a luta pela igualdade étnica-racial, possui grandes
permaneceu no imaginário da população cativa, repre- nomes que lutaram contra o sistema escravista, como
sentando um ideal de resistência. Zumbi e Dandara dos Palmares e Luís Gama.
Ao longo do século XX, a atuação de diversas per-
HISTÓRIA CULTURAL DOS POVOS AFRICANOS sonalidades foi importante para a tomada de espaço
e conquistas pelo movimento. Nomes, como Abdias
A região mais ao norte da África, conhecida como do Nascimento (político), Iyalorixá (mãe de santo),
saariana, sofreu grande influência de povos fenícios, tur- Laudelina de Campos Melo (empregada doméstica),
cos, árabes, romanos e gregos. Nessa região, consolidou- Milton Santos (geógrafo), Kabengele Munanga (pro-
-se, ao longo do tempo, uma intensa rede comercial, cujo fessor), Djamila Ribeiro (socióloga) e Marielle Franco
epicentro era a cidade histórica de Tombuctu. (brutalmente assassinada) ganharam destaque.
Nessa região, devido aos processos históricos, o Isla- Essas personalidades, bem como outras pessoas
mismo confirmou-se como a principal religião, determi- envolvidas no movimento negro, procuraram eviden-
nando um importante elo cultural entre os povos locais. ciar que o racismo configura uma forma de segregação
A imagem abaixo representa a Cidade de Tombuc- social não oficial cujas consequências são visualiza-
tu, no Mali das, por exemplo, quando grande parte da população
negra permanece sem acesso aos melhores empregos
ou não ocupa os espaços universitários. Neste senti-
do, a atuação de movimentos como, por exemplo, o
Movimento Negro Unificado, é fundamental.
Entre as conquistas legais dos movimentos negros,
podemos citar a Lei nº 12.711, de 2012 e a Lei 12.990,
de 2014, popularmente conhecidas como Leis de
Cotas. A primeira prevê a reserva de 50% das vagas
em cursos de universidades e institutos federais para
estudantes de escola pública e estudantes que se auto-
declarem pretos, pardos ou indígenas. A segunda, por
sua vez, prevê a reserva de 20% das vagas ofertadas
em editais de concursos públicos federais para pretos,
pardos e indígenas.
4
-2
3 DOMINGUES, J, E. Reino Islâmico de Mali, na África Ocidental. Ensinar História, 2014. Disponível em: https://ensinarhistoria.com.br/reino-de-ma-
258 li/. Acesso em: 16 Jan. 2023.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O mapa abaixo apresenta a distribuição das popu- são de natureza politeísta, possuindo uma relação
lações originárias brasileiras à época da colonização. muito estreita com os elementos da natureza. O pajé,
líder religioso, é uma figura muito importante na
organização das tribos.
POVOS INDÍGENAS DO BRASIL
NA ÉPOCA DO Múltiplos hábitos dos indígenas influenciaram a
DESCOBRIMENTO nossa cultura atual, tais como o banho diário, a língua
(temos, no português do Brasil, muitas palavras de
origem indígena), as festividades e o folclore.
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2022) O povo Kambeba é o povo das águas.
Os mais velhos costumam contar que o povo nasceu
de uma gota-d’água que caiu do céu em uma grande
Tupi-Guarani chuva. Nessa gota estavam duas gotículas: o homem
Jê e a mulher. “Por essa narrativa e cosmologia indíge-
Aruak na de que nós somos o povo das águas é que o rio
karib
nos tem fundamental importância”, diz Márcia Wayna
Pano
Kambeba, mestre em Geografia e escritora. Todos os
dias, ela ia com o pai observar o rio. Ia em silêncio e,
Tukano
antes que tomasse para si a palavra, era interrompida.
Charrua
“Ouça o rio”, o pai dizia. Depois de cerca de duas horas
Outros
grupos a ouvir as águas do Solimões, ela mergulhava. “Confie
no rio e aprenda com ele”. “Fui entender mais tarde,
com meus estudos e vivências, que meu pai estava me
Fonte: Toda Matéria, s.d4
apresentando à sabedoria milenar do rio”.
z Tupi: habitavam o litoral e foram os primeiros a Rios amazônicos influenciam no agro e em reservatórios do
entrar em contato com os portugueses. São exímios Sudeste. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 14 out. 2021.
pescadores e nadadores. Caçavam e coletavam na flo-
resta. Compõem esse grupo as tribos Tamoio, Guara- Pelo descrito no texto, o povo Kambeba tem o rio
ni, Tupinambá, Tupiniquim, Tabajara, entre outras; como um(a)
z Macro-jê: habitavam o interior, principalmente,
o Planalto Central, mas algumas de suas tribos a) Objeto tombado e museográfico.
viviam próximas ao litoral, na Serra do Mar. São b) Herança religiosa e sacralizada.
desse grupo as tribos Timbira, Aimoré, Goitacaz, c) Cenário bucólico e paisagístico.
Carijó, Carajá, Bororó e Botocudo. Viviam da pesca d) Riqueza individual e efêmera.
nas nascentes dos rios, da caça e coleta de frutos e e) Patrimônio cultural e afetivo.
raízes. Esse grupo somente entrou em contato com
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os brancos no século XVII, no momento em que os O conceito de patrimônio refere-se a algum elemen-
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z Karib: ocupavam a região do baixo Amazonas e social. Sendo assim, essa transmissão de saberes do
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parte do Amapá e Roraima, sendo as tribos mais povo Kambeba simboliza um patrimônio cultural
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conhecidas os Atroari e Uaimiri. Dentre seus rituais, daquele povo, assim como seu teor afetivo pode ser
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destacavam-se as práticas de antropofagia. Entraram atestado na relação entre os mais novos e os mais
em contato com os brancos no século XVII, com os
ar
A organização básica dessas populações dava-se a Em março de 1889, quando apareceram as primei-
partir de comunidades locais, as chamadas “tribos”, ras romarias atraídas pelos milagres da beata Maria
lideradas por um chefe. As aldeias eram ligadas entre de Araújo, Juazeiro inseriu-se no rol da fundação do
si por parentesco, costumes e tradição. Para prover a espaço religioso. Construía-se mais um centro, como
sua alimentação, os povos indígenas caçam, pescam Aparecida do Norte, Canindé ou Lourdes.
e coletam crustáceos, frutos e raízes. Alguns grupos
cultivam uma agricultura simples, com o plantio de RAMOS, F. R. L. O meio do mundo: território sagrado em Juazeiro do
HISTÓRIA
milho, batata-doce, mandioca, abóbora, pimenta, aba- Padre Cícero. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014.
caxi, amendoim, mamão, caju e maracujá.
O trabalho é dividido entre os homens, que fazem TEXTO II
o arado, lidam com a pesca, a guerra e a caça, e as
mulheres, que lidam com o plantio, com a colheita e Não sabemos ao certo quantas pessoas estavam pre-
com o artesanato. As práticas religiosas dos indígenas sentes na capela no momento em que a hóstia sangrou
4 BEZERRA, J. Índios Brasileiros. Toda Matéria, s.d. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/indios-brasileiros/. Acesso em 16 jan. 2023. 259
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na boca de Maria de Araújo. O Padre Cícero nos con- Ao longo dos séculos que levaram para sua consti-
ta que o fato surpreendeu não só aos presentes, mas tuição, as sociedades ameríndias, como os Astecas,
a própria beata parecia atordoada com o ocorrido. O Maias e Incas, aproveitaram-se de muitos conhe-
fenômeno continuou acontecendo todas as quartas e cimentos herdados de civilizações anteriores, pro-
sextas na Capela de Nossa Senhora das Dores a par- curando desenvolvê-los. Tal processo levou a uma
tir daquele dia. Os paninhos manchados do sangue série de avanços que os europeus não tinham conhe-
que escorria da hóstia e da boca da beata, a princípio, cimento durante o processo de conquista da Améri-
ficaram sob a guarda do Padre Cícero, mas logo foram ca. Vários saberes construídos de forma autônoma
expostos à visitação pública e, além disso, o sangra- pelos ameríndios foram apropriados pelos coloniza-
mento foi proclamado como milagre sem o conheci- dores. Resposta: Letra C.
mento e sem a autorização do bispo diocesano.
4. (ENEM — 2022) Em Vitória (ES), no bairro Goiabeiras,
NOBRE, E. Incêndios da alma. Rio de Janeiro: Multifoco, 2016 encontramos as paneleiras, mulheres que são conhe-
(adaptado). cidas pelos saberes/fazeres das tradicionais panelas
de barro, ícones da culinária capixaba. A tradição pas-
As práticas religiosas mencionadas nos textos estão sada de mãe para filha é de origem indígena e sofreu
associadas, respectivamente, à: influência de outras etnias, como a afro e a luso. Des-
sa mistura, acredita-se que a fabricação das panelas
a) Delimitação de paisagens urbanas e abandono de de barro já tenha 400 anos. A fabricação das panelas
componentes espiritualistas. de barro se dá em várias etapas, desde a obtenção de
b) Demarcação de patrimônios afetivos e apropriação de matéria-prima à confecção das panelas. As matérias-
elementos judaizantes. -primas tradicionalmente utilizadas são provenientes
c) Expansão de fronteiras regionais e subjetivação do do meio natural, como: argila, retirada do barreiro no
cristianismo medieval. Vale do Mulembá; madeira, atualmente proveniente
d) Circunscrição de bens simbólicos e admissão de ceri- das sobras da construção civil; e tinta, extraída da cas-
mônias ecumênicas. ca do manguezal, o popular mangue-vermelho.
e) Criação de lugares místicos e experiências do catoli-
TRISTÃO, M. A educação ambiental e o pós-colonialismo. Revista de
cismo popular. Educação, n. 53, ago. 2014.
Juazeiro do Norte possui relação com espaços como Uma característica de práticas tradicionais como a
Aparecida do Norte e Lourdes justamente por conta exemplificada no texto é a vinculação entre os recur-
desses espaços serem referência para crenças de fenô- sos do mundo natural e a
menos religiosos de cunho católico sem que isso tenha
partido da alta hierarquia da Igreja, mas, sim, da a) Manutenção dos modos de vida.
manifestação de populares dessas regiões e de pere- b) Conservação dos plantios da roça.
grinos tocados por esses acontecimentos místicos. c) Atualização do modelo de gestão.
Resposta: Letra E. d) Participação na sociedade de consumo.
e) Especialização nas etapas de produção.
3. (ENEM — 2022) Quando os espanhóis chegaram à
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América, estava em seu apogeu o império teocrático A transmissão de saberes entre as mulheres dessa
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dos Incas, que estendia seu poder sobre o que hoje comunidade se dá justamente pela preservação dos
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chamamos Peru, Bolívia e Equador, abarcava parte da modos de vida e, na medida do possível, do espaço
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Colômbia e do Chile e alcançava até o norte argenti- habitado por essa comunidade. Resposta: Letra A.
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A democracia foi consolidada por Péricles entre mover uma revolução científica. O método científico
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461 e 429 a. C, no entanto, só participavam das deci- moderno deveria ser baseado em algumas “leis”. São
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5 PRUITT, S. How the Ancient Greeks Designed the Parthenon to Impress – And Last. History, 2019. Disponível em: https://www.history.com/news/
parthenon-acropolis-ancient-greece-engineering. Acesso em: 16 Jan. 2023. 261
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A pintura abaixo, “Experimento com um pássa- Lembre-se: o despotismo esclarecido foi uma
ro em uma bomba de ar” (Joseph Wright, 1768), ao forma de governo que buscou conciliar ideias ilumi-
capturar as emoções e as expressões daqueles que nistas e práticas absolutistas. Monarcas como Fre-
observam o cientista, sintetiza, de forma brilhante, o derico II, da Prússia, Catarina, da Rússia, José II, da
espírito da Idade da Razão, o desassossego e as ambi- Áustria, e José I, de Portugal, promoveram o combate
ções do Iluminismo. à corrupção, a melhoria na administração dos tribu-
tos, a abolição da servidão e o incentivo à agricultura,
à indústria e ao comércio.
Abaixo, encontra-se ilustrado Marquês de Pombal,
ministro português responsável por múltiplas refor-
mas no reinado de José Primeiro. Atenção: Pombal é
famoso por ter combinado, em sua gestão, a monar-
quia absolutista e o racionalismo iluminista.
derava-a responsável por propagar superstição, dividia-se entre aqueles de funções militares (nobreza
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a razão era a única instituição capaz de combater toga).O Terceiro Estado, por sua vez, compreendia a
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-se no povo e só seria legítimo se fosse exercido sob Curiosidade: por conta de não usarem um calção
-0
seu nome. Para garantir a sua liberdade em socie- característico da nobreza, os membros do Terceiro Esta-
ar
dade, o homem deveria priorizar os interesses do eram conhecidos como sans-cullotes, “sem calças”.
lm
coletivos sobre seus interesses individuais, man- A Corte absolutista francesa, sustentada pelo Estado,
gi
tendo sua liberdade e combatendo a corrupção; possuía um alto custo de vida. No contexto pré-revolucio-
ar
z John Locke: defensor radical da propriedade nário, a França enfrentava uma terrível seca, que afetou a
lm
privada, meio por onde o homem produzia seus produção de alimentos e gerou uma crise no campo. Além
disso, por conta do endividamento e da falta de moderni-
gi
Maria Antonieta tentaram fugir, mas acabaram sendo Fonte: Senado Federal, s.d.9
.8
Esses eventos marcam o início do período da Con- REVOLUÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS NA EUROPA
-0
os franceses também tiveram que resistir contra prus- duas revoluções inglesas do século XVIII, que tiveram
ar
sianos e austríacos, que tentaram deter a revolução como consequência a formação de uma monarquia
lm
com medo de que ela se espalhasse. Nesse momento, constitucional e a imposição de limites ao poder do
gi
nasceu o exército nacional francês, que, ao contrário rei, dividindo atribuições com o parlamento. A pri-
de mercenários e aristocratas, era composto pelo povo meira revolução teve início em 1640. O Parlamento,
que se reconhecia com aquela nacionalidade. majoritariamente puritano (protestante), estava des-
Em 1795, a burguesia conseguiu retomar o poder e contente com a aproximação do rei católico Carlos I
deu início ao período conhecido como Diretório. Uma com o papado e decidiu recusar o recolhimento de
nova constituição foi redigida. O órgão de liderança impostos como forma de protesto. Com isso, teve-se
era formado por cinco membros indicados pelos início uma violenta guerra civil, cujo desfecho foi a
deputados. decapitação do rei, a queda da monarquia e a ins-
HISTÓRIA
8 MAZOLA, D. Queda da Bastilha em 18 de Julho de 1789 (Domínio Público). Tribuna da Imprensa Livre, 2020. Disponível em: https://tribunadaim-
prensalivre.com/data-da-queda-da-bastilha-em-paris/. Acesso em: 17 jan. 2023.
9 BRASIL. SENADO FEDERAL. Câmara dos Deputados. Senado.Leg, s.d. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/responsabilida-
de-social/oel/panorama-nacional/camara-dos-deputados. Acesso em: 17 jan. 2023. 263
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A república durou pouco tempo, após a morte de exploração. A missão de Martim de Sousa era estabe-
Cromwell, houve o retorno à dinastia dos Stuarts, com lecer uma capitania com a fundação da vila de São
a posse do filho do rei decapitado, Carlos II. Quando Vicente. Assim, foi fundada a primeira câmara legis-
de sua morte, em 1685, por não ter deixado herdei- lativa pelos “homens bons” (homens proprietários),
ro, o trono inglês passou para seu irmão Jaime II, que que, apesar de começar o empreendimento açucarei-
trouxe de volta os atritos com o parlamento. Entre ro, não chegou a vingar. Foi a partir dessa experiência
suas medidas, estava o retorno aos poderes absolutos que se adotou o regime das capitanias hereditárias.
do rei e o fortalecimento do catolicismo na Inglaterra, Com as capitanias hereditárias, Portugal repartiu
havendo certos privilégios aos católicos, como isenção suas terras na América, que iam do litoral até o limi-
de impostos e nomeação para altos cargos. O medo da te estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas (divisão
perpetuação de católicos no poder, com o nascimento de territórios entre Espanha e Portugal realizada por
do filho do rei, em 1688, foi o estopim do que conhece- Alexandre VI em 1494). Ao todo, foram divididas 15
mos como Revolução Gloriosa. faixas de terra, distribuídas entre homens da aristo-
Esta revolução ganhou esse nome pois sua saída cracia portuguesa, que passariam esse controle aos
foi feita sem guerra. O Parlamento protestante tramou seus herdeiros. No entanto, os sucessivos ataques
junto à filha do rei, Maria Stuart, e seu marido, Gui- de nativos e o fracasso econômico da maioria delas
lherme de Orange. Com a reunião de tropas para sua (exceto Pernambuco e São Vicente) levaram a Coroa a
deposição, o rei Jaime II se exilou na França, enquanto abandonar gradativamente esse sistema, dando força
sua filha e seu genro assumiam o trono e garantiam o para o modelo de governo-geral.
poder dos protestantes na Inglaterra. A condição fun- A expansão territorial brasileira contou com
damental para a coroação dos novos reis foi a assina- outros dois importantes agentes: os bandeirantes e as
tura da Bill of Rights (Declaração dos Direitos), que invasões estrangeiras.
determinava, dentre outros, uma monarquia consti- Uma questão fundamental na colonização portu-
tucional, baseada em limites postos pelo Parlamento guesa diz respeito ao trato dos indígenas pelos colonos,
à atuação real. pois enquanto estes queriam escravizar as populações
Em questões de aumento de impostos, do confis- nativas, as missões jesuíticas procuravam protegê-los
co de propriedade e do direito à liberdade de expres- do trabalho forçado e encaminhá-los à catequese. A
são, a Coroa não poderia interferir sem a decisão do concepção de trabalho das sociedades indígenas era
Parlamento. um tanto diferente da concepção europeia, já que não
Essas revoluções são vistas como burguesas, pois havia, nessas sociedades, interesse imediato por exce-
garantiram as demandas da burguesia inglesa, inte- dentes e sua produção se caracterizava por uma con-
ressada em derrubar o absolutismo, visto como um cepção coletiva de fabrico e consumo.
entrave no desenvolvimento das atividades econômi- Muitos indígenas, ao terem contato com os colo-
cas. Além disso, as revoluções burguesas da Inglaterra nizadores, foram se retirando para o interior, procu-
repercutiram no século seguinte, na própria Inglater- rando escapar do trabalho compulsório. Uma questão
ra, com a Revolução Industrial, e na França, com a se mostrou central nesse contexto: a necessidade cris-
Revolução Francesa. tã de catequização das populações indígenas. Para
A ilustração abaixo representa a Coroação de Gui- a Igreja, esses indivíduos eram importantes “novos
lherme de Orange e Maria Stuart em 1690: fiéis” que precisavam ser encaminhados.
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-2
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Se liga!
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estavam os holandeses. Com as duas Coroas unidas, os da realidade socioeconômica das unidades regionais,
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domínios coloniais também foram fundidos, ficando essa divisão serve de base para pesquisas e levan-
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sob o comando da Casa Real espanhola, na dinastia tamentos de estatísticas, além de ser utilizada pelo
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que ficou conhecida como “filipina”. governo para a elaboração de políticas públicas e a
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Norte
que também era um importante centro produtor de Nordeste
Centro-Oeste
açúcar. Organizados, 7280 homens, em 65 embarca- Sudeste
ções, iniciaram o ataque em 1630, e Olinda foi ocu- Sul
11 SECRETARIA DA EDUCAÇÃO, PARANÁ. Brasil: divisão regional do IBGE. Dia a Dia educação, s.d. Disponível em: http://www.geografia.seed.pr.
gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=348&evento. Acesso em: 17 jan. 2023. 265
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Assim, a divisão regional atual do Brasil consiste espanhóis nascidos na América que eram desprovi-
em: Norte (Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, dos de direitos políticos. Seu enfrentamento se daria
Amapá e Tocantins),Nordeste (Maranhão, Piauí, Cea- sobretudo contra os chapetones, nascidos na Espa-
rá, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alago- nha e que ocupavam os principais cargos.
as, Sergipe e Bahia),Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Além do iluminismo entre os intelectuais, a explo-
Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal), Sudeste (Minas ração do trabalho dos indígenas, dos escravos e dos
Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul mestiços também motivou algumas rebeliões. Junto
(Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). à situação de miséria vivida por esses grupos, essa
exploração fez com que os movimentos revolucioná-
POLÍTICAS DE REORDENAMENTO TERRITORIAL rios tomassem força. Dentre as revoluções popula-
res da América espanhola, podemos citar a Rebelião
O território da América Portuguesa, historica- Tupac Amaro (1780, Peru) e o Movimento Comunero
mente, sofreu frequentes invasões de corsários de (1781, atual Colômbia).
múltiplas nacionalidades. Esses ataques deixavam O estopim para o movimento mais amplo de eman-
evidentes, à Coroa, a necessidade de controlar, cada cipação das colônias teve início quando Napoleão
vez mais, o território, já que, evidentemente, apenas o Bonaparte invadiu a Espanha e prendeu o rei Fer-
Tratado de Tordesilhas não seria suficiente para frear nando VII. As colônias passaram a agir cada vez mais
as incursões não autorizadas. À vista disso, a solução autonomamente em relação às metrópoles. Por outro
metropolitana foi criar frentes colonizadoras inde- lado, a Inglaterra, em um momento de necessidade
pendentes, as chamadas Capitanias Hereditárias, de ampliar os mercados consumidores, por conta da
que apresentavam pouca comunicação entre si e rela- Revolução Industrial, viu com bons olhos o fim do
cionavam-se diretamente com a Metrópole. monopólio comercial espanhol na América.
Curiosidade: em decorrência da crise econômica Nesse contexto, a mobilização ganhou impulso.
enfrentada pela Coroa Portuguesa, os lotes de terra a A restauração da autoridade colonial espanhola foi
serem explorados foram doados para homens que, a o início para uma série de ações dos criollos. Simon
partir de seus recursos econômicos e humanos, deve- Bolívar e José de San Martin tiveram papel de desta-
riam desenvolver esses espaços. Como os lotes eram que, conseguindo mobilizar lideranças e exércitos
hereditários, as terras receberam o nome de “capita- que tinha como objetivo declarar a independência de
nias hereditárias”. vários países no continente. O projeto pan-americano
O território da “América Portuguesa” foi dividido de integração entre as nações independentes no Con-
em quinze lotes. Destes, quatorze eram capitanias e gresso do Panamá em 1826 não foi adiante, inclusive,
doze eram administrados pelos donatários, homens pela intervenção inglesa, preocupada que isso colo-
que, além de controlarem a produção e as terras, casse em risco seus interesses na região
administravam o trabalho indígena. Como as capita- Os processos de independência acabaram não se
nias não se relacionavam entre si, a fim de diminuir o traduzindo em uma efetiva e radical transformação
distanciamento e a fragmentação da colônia, a Coroa, da sociedade, vide o poder das elites locais, que ins-
no ano de 1572, criou os chamados “Governos-Gerais”: tauraram regimes ditatoriais. Além disso, a dependên-
o Governo do Norte, que tinha como capital a cidade cia econômica em relação às potências capitalistas,
de Salvador e era composto da Capitania da Baía até estabelecida a partir do século XIX, fez com que mui-
a capitania do Maranhão, e o Governo do Sul, sedia- tos dos problemas, como a desigualdade econômica e
a instabilidade social e política, permanecessem.
4
governos-gerais, as regiões, por muito tempo, distan- GRUPOS SOCIAIS EM CONFLITO NO BRASIL
.7
e Portugal foram fundidas, o respeito aos limites do Entre 1822 e 1831, tem-se a primeira fase adminis-
ar
território deixou de ser levado a sério. Porém, a ativi- trativa do Império, conhecida como Primeiro Reina-
lm
dade bandeirante e a atividade pecuária aumentavam do. A Assembleia Constituinte, eleita em 1823, desejava
o espaço ocupado por colonos ligados a Portugal. a limitação dos poderes de D. Pedro I. Durante a Noite
gi
O Tratado de Utrecht, de 1713, teve como objeti- da Agonia, o imperador cassou os deputados oposi-
ar
vo resolver esses problemas. A partir deste, definiu-se tores, impugnou as proposições constitucionais e, em
lm
que a Colônia de Sacramento, atual Uruguai, era posse 1824, outorgou a Primeira Constituição Brasileira, que
gi
melhores condições de vida para a população da tar, envolvendo os direitos sociais e políticos dos mili-
13
região e vitimou cerca de 30 mil pessoas; tares. Com o surgimento do Partido Republicano em
.7
z Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul, 1873, uma ala mais radical do Partido Liberal passou
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“parlamentarismo às avessas”, D. Pedro II exercia cultores do Vale do Paraíba, que ficaram conhecidos
poder sobre a Chefia de Gabinete e sobre o Parlamen- como republicanos de última hora. Por fim, um golpe
to. Embora o legislativo fosse dividido entre Partido militar com o apoio de setores civis foi responsável
Conservador (saquaremas) e Partido Liberal (luzias), pela Proclamação da República, em 1889.
ambos tinham posições semelhantes, como a manu-
tenção da escravidão e a centralização de poder pelo
imperador. 267
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO LIBERAL A utilização da mão de obra imigrante europeia foi
NA SOCIEDADE CAPITALISTA E SEUS CRÍTICOS vista positivamente por alguns motivos: dificuldade em
NOS SÉCULOS XIX E XX empregar homens livres brasileiros; contexto de crise
que assolou alguns países europeus durante o século
O liberalismo defende que uma sociedade justa é XIX; inclusão do discurso racista, segundo o qual o Bra-
aquela na qual as pessoas são livres para realizar seus sil deveria se “embranquecer” para se desenvolver.
interesses e objetivos. Ou seja, o pensamento liberal Os primeiros imigrantes europeus de outras regi-
defende que cada pessoa deve ter liberdade de decidir ões além de Portugal foram os suíços, que vieram ao
sua crença, desde religião até posicionamento políti- Brasil a mando de D. João VI. Em 1818, o governo esta-
co. Por isso, é contrário à interferência de autoridades beleceu famílias suíças nas serras do Rio de Janeiro,
religiosas e governamentais no modo de vida dos indi- onde foi fundado o município de Nova Friburgo. À
víduos, tanto no campo ideológico quanto no campo mesma época, a Bahia recebeu um grande fluxo de
material (práticas econômicas e trabalhistas). colonos alemães. No ano de 1824, entretanto, foi a
O pensamento liberal se opunha à concentração de região do Rio Grande do Sul, especialmente São Leo-
poderes nas mãos dos governantes, especialmente dos poldo, que recebeu grande quantidade de imigrantes
reis, assim como o mercantilismo, já que estes dois alemães. Aliás, durante muito tempo, até ser superada
eram vistos como barreiras às liberdades dos indiví- pela Itália (1824 – 1860), a Alemanha foi responsável
duos, tanto econômicas como sociais. O liberalismo pela maior imigração para o Brasil.
tornou-se, assim, um importante instrumento de críti- Atenção: em 1920, com o fim da Primeira Grande
ca às monarquias absolutistas e foi utilizado pela bur- Guerra, mais uma vez, uma grande quantidade de ale-
guesia para lutar por liberdades e maior participação mães imigrou para território brasileiro.
política a partir do século XVIII. A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, aboliu o tráfico
Na transição do feudalismo para o capitalismo, negreiro no Brasil. Isso fez com que os cafeicultores forças-
entre os séculos XVI e XVIII, as terras comunais passa- sem o Império a adotar medidas mais efetivas para atrair
ram pelo processo de cercamento na Inglaterra. Com imigrantes para o trabalho nas lavouras. Essa pressão seria
isso, os trabalhadores perderam acesso à terra e, con- reforçada com a abolição da escravatura em 1888.
sequentemente, aos seus meios de sustento, o que os A partir desse momento histórico, a imigração
levou, por fim, a vender seu tempo em troca de salá- italiana teve o seu auge, entre 1880 e 1930, principal-
rios. Assim, antigos servos e pequenos produtores tor- mente em São Paulo e Minas Gerais e, posteriormente,
naram-se trabalhadores assalariados e aumentaram o nos estados do sul. Os imigrantes italianos fixaram-se
contingente de trabalhadores nas indústrias. no território brasileiro com os mais variados negó-
O século XIX também ficou marcado pelas teorias cios, como ramo cafeeiro, atividades artesanais, poli-
críticas do liberalismo. Ganhou destaque o socialismo cultura, atividade madeireira, produção de borracha,
científico, desenvolvido por Karl Marx e Friederick vinicultura e comércio. No início do século XX, foi a
Engels. Segundo esses intelectuais, o capitalismo é um vez dos japoneses desembarcarem rumo às lavouras
sistema que tende a crises, nas quais os grandes pre- de café em São Paulo e no Paraná, em fuga do empo-
judicados são os trabalhadores, menos privilegiados brecimento que a modernização de seu país causava
na luta de classes contra os proprietários dos meios aos pequenos agricultores.
de produção. Sendo assim, a emancipação do traba-
A ATUAÇÃO DOS GRUPOS SOCIAIS E OS GRANDES
4
de Estado mínimo e baixou participação estatal na eco- za associada à modernização ocorrida na segunda
nomia, retornando ao foi definido como neoliberalis-
-0
Unido e dos EUA, defende a privatização de empresas, comercial por parte dos camponeses. No fim do século
lm
o corte de gastos públicos e o aumento da taxa de juros XIX, graças ao movimento de industrialização de cida-
gi
para atrair investimentos estrangeiros. Diferentemen- des como Moscou e São Petersburgo, houve o floresci-
ar
te do liberalismo clássico, tem foco econômico. mento de uma classe operária urbana.
lm
chegou mais tarde, principalmente após o Consenso potência japonesa foi o estopim para que a insatisfa-
de Washington, que reforçou a privatização e a dimi- ção se transformasse em revolta. Em 22 de janeiro de
nuição de gastos públicos. No geral, essa medida trou- 1905, um protesto pacífico, convocado por um padre
xe modernização para a economia local, porém, em que apenas queria entregar uma reivindicação por
consequência, a questão social foi prejudicada com o maior atenção do czar para com o povo, resultou em
aumento do desemprego, o corte de gastos públicos e um massacre, episódio que ficou conhecido como
a diminuição do chamado bem-estar social. Domingo Sangrento. Isso apenas aumentou a revolta e
os populares começaram a se organizar em conselhos,
POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO, MIGRAÇÃO, chamados de sovietes. Além disso, alguns partidos
IMIGRAÇÃO E EMIGRAÇÃO NO BRASIL NOS também surgiram. Vale destacar o Partido Operário
SÉCULOS XIX E XX Social Democrata Russo, dividido entre os mais radi-
cais, chamados bolcheviques, e mais moderados, cha-
Antes mesmo da proibição do tráfico negreiro, os mados mencheviques. Para conter a possível escalada
grandes produtores e proprietários de terra preocu- revolucionária, o czar criou a Duma: parlamento que
param-se em encontrar formas de substituir a mão de deveria promover uma maior abertura política, mas
268 obra de origem africana. que na prática não o fez.
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Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, igno- das terras camponesas, o que causou forte tensão no
rando todas as dificuldades, o Império Russo entrou campo com os grandes e médios proprietários de ter-
na guerra interessado no pan-eslavismo: expandir ra. Outrossim, em 1921, foi redigida a Constituição da
sua influência pelo leste europeu. No entanto, o alto União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, reunindo
nível de deserção dos soldados russos e o alto nível 12 repúblicas e mais de 150 nacionalidades em um
de pobreza da população fizeram eclodir a Revolução vasto território.
de Fevereiro em 1917. Com a renúncia do czar, um Lenin veio a falecer em janeiro de 1924. Com sua
governo provisório foi montado e os sovietes foram morte, houve uma grande disputa pelo poder, que só
restabelecidos. Em muitas fábricas, os conselhos ope- foi resolvida em 1928, quando Josef Stalin assumiu o
rários passaram a comandar a produção. No entanto, cargo de Secretário Geral. O stalinismo foi caracteri-
a Rússia permaneceu na guerra. zado como um regime autoritário que buscou moder-
Em abril de 1917, um dos principais revolucioná- nizar a União Soviética ao mesmo tempo em que
rios russos voltou do exílio. Vladimir Lênin tomou a suprimia liberdades políticas e perseguia adversários.
liderança e passou a organizar os bolcheviques para Stalin permaneceu no poder até sua morte, em 1953.
tomarem o poder, tirar a Rússia da guerra e aprofun-
dar o processo revolucionário, sob o lema pão, paz Revolução Chinesa
e terra. Em 25 de outubro (7 de novembro no nosso
calendário), os bolcheviques chegaram ao poder após Desde o final do século XIX, a China esteve em
derrubarem o governo provisório. mãos de potências imperialistas – Inglaterra, França,
Abaixo, encontra-se uma fotografia de Lênin Alemanha, Estados Unidos e Rússia – , que controla-
discursando ao exército vermelho diante do teatro vam grande parte de seus mercados. O comércio com
bolshói. o Ocidente gerou o declínio da indústria artesanal,
acentuando o desemprego. A República foi instalada
pela Revolução de 1911. Esse fato levou a uma tenta-
tiva de modernizar o país, que mantinha uma perma-
nência secular de suas características.
O Partido Comunista, fundado em 1921, aliou-se aos
nacionalistas (Kuomintang) para lutar contra a domi-
nação imperialista. No entanto, a chegada de Chiang
Kai-Shek ao poder, em 1927, deu origem a uma longa
guerra civil, que se estenderia, com algumas pausas,
até 1949. Em 1934, a Grande Marcha, um dos episódios
mais famosos da história da China, foi importante para
a mobilização dos camponeses na luta pela emancipa-
ção do país em favor dos comunistas. Com a invasão
Fonte: Operamundi, 201712. japonesa, em 1937, e a eclosão definitiva da Segunda
Guerra Mundial, em 1939, a Guerra Civil acabou fican-
O poder dos conselhos operários foi garantido nas do em segundo plano, sendo retomada apenas após a
fábricas, os sovietes passaram a ser administrados de derrota japonesa em 1945. Em 1949, os nacionalistas
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maneira mais centralizada, as terras da nobreza e da foram expulsos para a ilha de Taiwan.
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Igreja Ortodoxa foram divididas entre os camponeses A vitória da Revolução Chinesa seguiu-se da imple-
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e o estado passou a ser administrado pelos Conselhos mentação de um sistema socialista que procurava
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Exército Vermelho sob o comando de Leon Trotsky. industrialização. A propriedade passou a ser contro-
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A Rússia foi retirada da guerra ao assinar o Tratado de lada pelo governo. A tentativa de modernização da
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A assinatura do armistício não significou a paz na de 1966, quando as autoridades intelectuais e algu-
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Rússia, pois as forças czaristas receberam apoio de mas autoridades do partido foram perseguidas. Após
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ingleses e franceses para formar o Exército Branco e a morte de Mao Tsé Tung, em 1976, a China passou
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tentar destruir o processo revolucionário. A estraté- por uma transformação que levou a entrada de capi-
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gia do Comunismo de Guerra buscou ajustar o Estado tal estrangeiro no país, fazendo com que seu socialis-
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que tivessem condições de dar dois passos à frente”. rebelde, cujas bandeiras eram o nacionalismo, a críti-
Sendo assim, foi instituída a Nova Política Econômica ca ao domínio estadunidense e a situação de pobreza
(NEP), dando espaço para pequenas e médias empre- enfrentada pelos cubanos, conseguiu sucesso e derru-
sas privadas. Além disso, iniciou-se a coletivização bou o ditador.
12 LOSURDO, D.. Vladimir Ilyych Lenin fala a tropas do Exército Vermelho diante do Teatro Bolshoi, em Moscou, em 1920; embaixo à direita estão
Leon Trotsky e Lev Kamenev. Operamundi, Uol, 2017. Disponível em: https://operamundi.uol.com.br/opiniao/48118/losurdo-revolucao-de-outu-
bro-e-democracia-no-mundo. Acesso em: 18 jan. 2023. 269
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Fidel procurou adotar a reforma agrária, nacio- escondida” vivenciada pela Europa, um jogo de alian-
nalizações, construção de casas populares e maciça ças foi formado: acusada de envolvimento, a Rússia
campanha de alfabetização. A Revolução desagrada- defendeu a Sérvia contra Alemanha, Áustria-Hungria
va os Estados Unidos, que tentaram, de forma fracas- e Itália, ganhando o reforço da Entente, formada com
sada, um golpe sobre o movimento. O rompimento França e Inglaterra. Tinha início a Primeira Guerra
definitivo entre os dois países veio em 1962, quando Mundial.
Fidel declarou o caráter socialista daquele movimen- As causas para a guerra vinham sendo amadure-
to, enquanto os EUA declararam embargo econômico cidas desde o século XIX. A emergência da Alemanha
à ilha. Cuba passou à esfera de influência da União como potência após sua unificação e tomada de terri-
Soviética. Além de Fidel, destacaram-se no movimen- tórios da França levou ao surgimento de um forte sen-
to Raul Castro e Ernesto “Che” Guevara. timento de revanche entre os franceses. Logo que a
Alemanha formou a Tríplice Aliança, a França correu
GEOPOLÍTICA E CONFLITOS ENTRE OS SÉCULOS para formar a Tríplice Entente. A expansão do nacio-
XIX E XX nalismo em meio às divergências étnicas e a expan-
são do neocolonialismo, promovida sobre territórios
na Ásia e na África, conduziram a Europa ao conflito
Imperialismo e a Ocupação da Ásia e da África
em 1914. Vale o destaque para o fato de que a Itália
abandonou a Tríplice Aliança e se juntou à Entente no
O anseio cada vez maior pelo desenvolvimen-
ano seguinte.
to industrial do século XIX fez com que as grandes
A primeira fase da guerra foi conhecida como
potências mundiais empreendessem a colonização/ Guerra de Movimento, quando a Alemanha avançou
exploração de vários territórios na África, na Ásia e sobre territórios franceses e sobre a região dos Balcãs
na Oceania. Além do poder econômico, essas potên- no Leste Europeu. No entanto, o que marcou a guer-
cias possuíam força militar muito expressiva, já que ra foi a segunda fase, chamada de Guerra de Posição
estavam munidas de diversas inovações tecnológicas ou Guerra de Trincheiras, que ocorreu entre 1915 e
no setor bélico. O imperialismo, dessa maneira, domi- início de 1918, apesar de nenhum bloco ter consegui-
nou vários povos e moldou o mundo na passagem do do avançar de maneira considerável. O uso de novas
século XIX para o século XX. armas, produzidas em ritmo industrial, e a presença
A Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, foi de aviões e tanques levaram a uma grande mortali-
convocada pelo chanceler alemão Otto Von Bismark e dade: estima-se que, ao longo de toda a guerra, cerca
contou com a presença de 13 nações europeias, além de 17 milhões de pessoas, tanto soldados como civis,
dos Estados Unidos e do Império Turco-Otomano. O foram mortas.
objetivo da conferência era estabelecer regras e crité- Em 1917, a Tríplice Entente perdeu a Rússia, que
rios para a anexação dos territórios africanos. A posse saiu da guerra após a Revolução Bolchevique de outu-
de um território era reconhecida mediante a fixação bro. No entanto, ganhou apoio militar, além do eco-
de um protetorado ou outra forma de administração nômico, dos Estados Unidos. A guerra chegou ao fim
sobre aquele território. em 1918, com a vitória da Tríplice Entente e derrota
Vale destacar que o processo neocolonial foi carac- da Tríplice Aliança. Em 1919, o Tratado de Versalhes
terizado, também, pela grande violência empregada. penalizou a Alemanha com a perda de território, exér-
Essa se deu em sentido militar, sufocando qualquer cito e obrigatoriedade de pagar uma grande indeni-
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iniciativa de oposição dos colonizados, assim como zação aos vencedores. O Império Austro-Húngaro foi
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em sentido cultural, já que o racismo, a inferiorização dissolvido, assim como o Império Turco-Otomano.
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dessas populações e o esforço de aniquilar as práticas Além disso, a Liga das Nações foi criada para estrei-
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O fim da Segunda Guerra ocorreu, primeiro, na Europa. Mussolini foi morto em 28 de abril de 1945. Dois dias
depois, Hitler se suicidou em seu bunker na Chancelaria do Reich em Berlim, quando os soviéticos já tomavam
a cidade. A rendição alemã ocorreu em 8 de maio. No Oriente, a guerra se arrastou até agosto. Os ataques com
bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki junto à entrada da União Soviética na luta contra o Japão fez com que
se declarasse o fim das hostilidades em 14 de agosto. A rendição oficial foi assinada em 2 de setembro de 1945.
A Segunda Guerra Mundial deixou cerca de 60 milhões de mortos e é considerada o conflito mais letal em
toda história. Os crimes contra a humanidade cometidos pelos nazistas nos campos de concentração foram jul-
gados pelo Tribunal de Nuremberg, em 1946, com alguns condenados à pena de morte, outros, à prisão perpétua
e, alguns, com pena com direito à liberdade depois de cumprida. Em 1948, foi criada a Organização das Nações
Unidas para reformar a diplomacia mundial e manejar a paz mundial.
Guerra Fria
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Quando os Estados Unidos lançaram as bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki, além de terem posto
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um fim à Segunda Guerra, mostraram o tamanho de sua força bélica, em especial, à União Soviética, a outra
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superpotência que emergia dos escombros do conflito. Durante a Conferência de Yalta e a Conferência de Pots-
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dam, em 1945, as duas começaram a desenhar seu campo de força em torno das negociações de paz. Como diria o
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primeiro-ministro inglês Winston Churchill, formara-se uma “cortina de ferro” sobre a Europa, que dividia o lado
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oriental comunista, do lado ocidental capitalista, o que também ficou claro com a divisão da Alemanha.
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HISTÓRIA
14 UFRN. Capitalismo e Comunistas na Europa pós Segunda Guerra. Biblioteca Virtual, s.d.. Disponível em: http://bibliotecadigital.sedis.ufrn.br/
interativos/eopolítica/pgs/box-figura13.html. Acesso em: 18 jan. 2023. 271
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Empenhadas em manter as áreas de influência que teve como importante porta-voz um cabo da Pri-
que haviam conquistado e em adquirir outras, as dis- meira Guerra chamado Adolf Hitler.
putas entre as duas superpotências geraram blocos de Em 1923, no auge do colapso econômico alemão,
cooperação econômica: o Conselho de Assistência ele tentou promover, em Munique, uma Marcha
Mútua (COMECOM), fundado pelo governo soviéti- sobre Berlim. Preso e solto quase dois anos depois,
co para ajudar os países de orientação comunista, e tomou a liderança do partido e divulgou suas ideias
o Plano Marshall, liderado pelos Estados Unidos com por meio de sua obra Mein Kampf (Minha Luta), na
o objetivo de reconstruir os países do ocidente euro- qual defendia que o “passado glorioso alemão” foi
peu e o Japão, destruídos pela guerra. Também hou- perdido graças à conspiração judaica e marxista que
ve a fundação de dois blocos de cooperação militar: a dominava a República de Weimar (governo alemão).
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) De eleição em eleição, o Partido Nazista foi ganhando
tinha como objetivo impedir a expansão do comunis- cadeiras, na medida em que sua milícia, as SA, atuava
mo pela Europa, enquanto o Pacto de Varsóvia for- perseguindo opositores políticos.
mou uma aliança militar entre os países alinhados à Com a crise de 1929 e declínio da recuperação
URSS. econômica alemã, o discurso extremista ganhou for-
Em alguns momentos, a Guerra Fria resultou em ça, até que, em janeiro de 1933, Hitler foi nomeado
confrontos em regiões pretendidas pelas duas super- Chanceler. Por meio de sabotagens e perseguições, ele
potências. Destacam-se a Guerra da Coreia, travada acumulou mais poderes, até que, com a morte do pre-
entre 1950 e 1953, quando a Coreia do Norte, comunis- sidente Hindenburg, assumiu o comando absoluto do
ta, tentou, sem sucesso, invadir e unificar a Coreia do país, sendo chamado de führer (líder). Sua ditadura
Sul, capitalista, e a Guerra do Vietnã, travada entre promoveu a perseguição a judeus, ciganos, eslavos,
1964 e 1974, quando os EUA interviram para evitar homossexuais, testemunhas de jeová e comunistas.
que o Vietnã do Sul fosse integrado ao Vietnã do Nor-
te, mas fracassou.
Franquismo
OS SISTEMAS TOTALITÁRIOS NA EUROPA DO
A República Espanhola, instituída na década de
SÉCULO XX
1930, era liderada pela Frente Popular, de tendência
à esquerda no espectro político. O general Francis-
O período entre guerras foi marcado pela ascensão
co Franco, conservador, articulou um golpe, tendo o
dos regimes totalitários. Em geral, eles prometiam um
apoio de nazistas e fascistas, enquanto a Frente Popu-
retorno a um passado idealizado e grandioso de seu
lar teve apoio soviético. A Guerra Civil Espanhola se
povo. Para isso, a sociedade deveria ser militarizada, o
estendeu de 1936 até 1939, com a vitória do exérci-
Estado comandado por um partido único, a sociedade
to franquista. Durante a Segunda Guerra Mundial, a
deveria ser “pura” (por isso, o preconceito e a persegui-
Espanha ficou neutra. Mesmo após a queda de regi-
ção às minorias: judeus, ciganos, homossexuais, negros
mes autoritários com o fim da guerra, Franco perma-
etc.) e não deveria haver pluralidade ideológica. Os sis-
neceu no poder até 1975.
temas totalitários de maior destaque histórico são:
Salazarismo
Fascismo – Itália
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que rompeu com a esquerda quando se opuseram à partir de 1933, implantou uma ditadura marcada
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entrada de seu país na guerra. O revanchismo não foi pela perseguição aos opositores e enfraquecimento de
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um fator aproveitado como em outros países, já que a outros poderes da república. Houve a instituição de
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a vitória e grave crise econômica enfrentada pelo país dicalismo e uso maciço da propaganda. Assim como
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fizeram com que desempregados, estudantes, classe o franquismo, seu regime perdurou após o fim da
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média, militares e proprietários de terra aderissem à Segunda Guerra, sendo derrubado apenas em 1974.
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Estado sobre as relações de classe. Esse último ponto fez Josef Stalin assumiu o poder alguns anos após a
com que o fascismo ganhasse a simpatia da burguesia. morte de Lênin, em 1924. Seu poder foi marcado pela
Após a bem sucedida Marcha sobre Roma, em sistemática perseguição a opositores. Muitos desses
1922, o rei Vitor Emanuel III nomeou Mussolini pri- eram mortos, enviados para campos de trabalho à
meiro-ministro. Aos poucos, ele concentrou poderes força e para o exílio. A falsificação histórica foi outra
ditatoriais, aboliu sindicatos e partidos políticos, pôs característica do regime stalinista, pois, ao passo que o
fim ao poder legislativo e submeteu o poder judiciário governo objetivava criar um líder de importante papel
ao seu governo. revolucionário, instituía-se o apagamento de diversas
figuras relevantes do partido e da Revolução de 1917.
Nazismo na Alemanha Stalin teve grande apoio popular graças a moderniza-
ção econômica da União Soviética, melhoria das condi-
Os alemães foram tratados como grandes culpados ções de vida dos trabalhadores e, principalmente, pela
pela guerra, o que levou o país a grandes perdas ter- vitória sobre a Alemanha Nazista na Segunda Guerra
ritoriais, militares, além da responsabilização pelos Mundial. O secretário geral do Partido Comunista da
custos das indenizações. Nesse contexto, surgiu o Par- União Soviética veio a falecer em 1953.
272 tido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães,
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DITADURAS POLÍTICAS NA AMÉRICA LATINA
Embora Getúlio Vargas agisse habilidosamente com o intuito de aumentar o próprio poder, não foi somente
sua atuação que gerou o Estado Novo. Pelo menos três elementos convergiam para sua criação: a defesa de um
Estado forte por parte dos cafeicultores, que dependiam dele para manter os preços do café; o apoio dos indus-
triais, que seguiam a mesma linha de defesa dos cafeicultores, já que o crescimento das indústrias dependia da
proteção estatal; as oligarquias e classe média urbana, que se assustavam com a expansão da esquerda e julga-
vam que, para “manter a ordem”, era necessário um governo forte. Além disso, Vargas tinha, também, o apoio
dos militares. Durante o período foram implacáveis o autoritarismo, a censura, a repressão policial e política e a
perseguição daqueles que fossem considerados inimigos do Estado.
Em termos práticos, o governo do Estado Novo funcionou da seguinte maneira:
Atenção: a propaganda pela imprensa e pelo rádio foi largamente usada pelo governo por meio do Departa-
mento de Imprensa e Propaganda (DIP). O DIP era incansável tanto na censura quanto na propaganda, voltada
para todos os setores da sociedade, como operários, estudantes, classe média, crianças e militares. Procurava-se,
assim, formar uma “ideologia estadonovista” que fosse aceita pelas diversas camadas sociais, grupos profissionais
e intelectuais. Cabia também ao DIP o preparo das gigantescas manifestações operárias, particularmente no dia
1º de Maio, quando os trabalhadores, além de comemorarem o Dia do Trabalho, prestavam uma homenagem a
Vargas, apelidado de “o pai dos pobres”.
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Com a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), além de centralizar a reforma
administrativa, o governo tinha poderes para elaborar o orçamento dos órgãos públicos e controlar a sua execu-
ção orçamentária. Com a criação do DASP e do Conselho Nacional de Economia, não só a atuação administrativa
Conhecida como uma das regiões mais conflituosas do mundo, o Oriente Médio é palco de muitas tensões de
ordem econômica, política, religiosa e étnica. Como um ponto inicial, pode-se destacar a riqueza de recursos
minerais da região, em especial, o petróleo.
Na imagem temos as reservas de petróleo distribuídas pelo mundo.
301 bn bbi
267 bn bbi
110 bn bbi
30 bn bbi
Além disso, o oriente médio conta com a presença de povos árabes, persas, curdos, judeus, turcos, entre outros,
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que formam uma grande diversidade de etnias, além da diversidade religiosa (judeus, muçulmanos e cristãos, as
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três maiores denominações religiosas do mundo). Muitas vezes, essas diferenças se transformam em atritos muito
sérios e, em alguns casos, acabam convertendo-se em guerras.,
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z Questão Palestina: após a Segunda Guerra Mundial, a ONU decidiu dividir a Palestina como forma de tentar
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resolver os inúmeros problemas da região causados pela presença dos dois povos, árabes e judeus. Assim, em
1947, o território palestino foi dividido, mas os árabes rejeitaram a proposta. Durante a Guerra de Independência
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(1948-1949), a Liga Árabe, composta por sete países (Jordânia, Egito, Síria, Líbano, Iraque, Arábia Saudita e Iêmen),
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não aceitou a partilha da Palestina e invadiu o novo Estado de Israel, mas acabou derrotada. O Estado de Israel
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aumentou o seu território, a Faixa de Gaza foi anexada ao Egito e o território chamado de Cisjordânia passou a ser
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administrado pela Jordânia. Em 1967, as tensões se agravaram e, com o apoio da União Soviética, o Egito, a Síria e
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a Jordânia criaram uma força militar com o intuito de recuperar o território perdido em 1947. No entanto, com o
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apoio dos Estados Unidos, Israel atacou esses três países e ocupou a Península do Sinai (Egito); a Faixa de Gaza e a
Cisjordânia (Palestina); as Colinas de Golã (Síria); e a parte oriental de Jerusalém. Com isso, o território israelense
cresceu consideravelmente. Esse conflito é conhecido como a Guerra dos Seis Dias.
Em 1973, teve início a guerra do YomKippur (Dia do Perdão). Aproveitando o feriado judeu, as tropas egíp-
cias e sírias avançaram sobre a Península do Sinai e as Colinas de Golã, com o objetivo de reconquistar os territó-
rios perdidos na Guerra dos Seis Dias. Uma das consequências dessa guerra foi a crise do petróleo, já que os países
árabes, membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), decidiram interromper a produção
HISTÓRIA
e a exportação desse produto para o Ocidente. Em 1979, Israel devolveu a Península do Sinai ao Egito. Atualmen-
te, a maior parte do território da Cisjordânia é controlada por Israel, assim como as fronteiras da Faixa de Gaza,
apesar de a região ser dominada por palestinos.
z Irã x Iraque: em 1979, um movimento islâmico radical implementou um sistema teocrata no Irã. Esse movi-
mento, chamado de Revolução Iraniana, causou problemas entre o Irã e o Ocidente. O Iraque, liderado por
Saddam Hussein e apoiado pelos EUA, invadiu uma província iraniana rica em petróleo. No entanto, após oito
anos de conflito, a guerra terminou sem vitoriosos, além dos altos custos humanos e econômicos;
z Guerras do Golfo: entre 1990 e 1991, os Estados Unidos, com o aval da ONU, lutaram contra o Iraque para sua
expulsão do Kuwait. Os bombardeios estadunidenses acabaram sendo decisivos para a retirada iraquiana.
Em 2003, mesmo sob críticas da ONU e de diversos países, o governo Bush ordenou a invasão do Iraque sob
a justificativa de posse de armas de destruição em massa, acusação que nunca foi comprovada. A ocupação
durou até 2011;
z Afeganistão: entre 1979 e 1988, o país foi ocupado pela URSS, apesar da forte resistência imposta pelos guerri-
lheiros afegãos. Em 1996, o Talibã tomou o poder no Afeganistão. Esse movimento islâmico radical implantou
um Estado muçulmano. Segundo o Serviço de Inteligência dos EUA, os atentados terroristas que ocorreram
em 11 de setembro de 2001 teriam sido de autoria do grupo Al-Qaeda, que tinha seu principal centro de trei-
namento no Afeganistão. O que justificou a invasão estadunidense em outubro de 2001. O líder da Al-Qaeda,
Osama Bin Laden, foi morto em 2011. No entanto, as tropas só começaram a deixar o país em 2015.
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Globalização é o nome que se dá à integração econômica, comercial, cultural, financeira e social entre países do
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mundo todo. Esse fenômeno possui uma relação direta com o movimento de abertura de mercados para a concorrência
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De modo geral, o neoliberalismo pode ser definido como o conjunto de discursos e práticas que determinam
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um novo modo de governo dos homens segundo o princípio universal da concorrência. Além disso, esse sistema
define certa norma de vida dentro de um universo de competição generalizada, moldando o indivíduo, que é
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levado a se entender a se comportar como se fosse uma empresa, moldando-se as relações sociais, que funcionam
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As crises do petróleo de 1973 e 1979 foram o ponto crucial de virada para o neoliberalismo. A nova política passou
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a combater duplamente a questão econômica (estagnação e inflação) e a questão social (o poder de pressão dos sindi-
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catos). O neoliberalismo passou a ser adotado em diversos países. Dentre os líderes que adotaram práticas neoliberais
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em seus governos encontram-se: Augusto Pinochet, no Chile, Margaret Thatcher, eleita primeira-ministra britânica em
1976 e Ronald Reagan, eleito presidente dos Estados Unidos em 1980. A filosofia neoliberal defende o discurso de que as
sociedades são taxadas com muitos impostos, sofrem com muitas regulamentações e que são submetidas às pressões de
sindicatos, corporações e funcionários públicos.
Esses governos passaram a questionar profundamente a regulação da economia, a propriedade pública das
empresas, o sistema fiscal progressivo, a proteção social e o enquadramento do setor privado por regulamen-
tações estreitas, especialmente em matéria de direito trabalhista e representação dos assalariados. A política
destinada a sustentar o crescimento e realizar o pleno emprego foi o principal alvo desses governos, para os
quais a inflação se tornou o problema prioritário. Na concepção neoliberal, para os mercados funcionarem bem,
é necessário reduzir os impostos, diminuir o gasto público, transferir as empresas públicas para o setor privado,
restringir a proteção social, privilegiar “soluções individuais” diante dos riscos de controlar o crescimento da
massa monetária para reduzir a inflação, além de possuir uma moeda forte e estável e desregulamentar os mer-
cados, principalmente o mercado de trabalho.
18 BEZERRA, J. Guerra entre Israel e Palestina e Ocupação de Territórios. Diferença, s.d. Disponível em: https://www.diferenca.com/israel-e-pales-
276 tina/. Acesso em: 18 Jan. 2023.
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Em novembro de 1989, o chamado Consenso de A Constituição republicana de 1891 definiu as
Washington estabeleceu dez recomendações para bases do novo regime nos termos do presidencialismo,
todos os países que quisessem empréstimos e auxílios. do federalismo e do sistema bicameral. Na questão do
Dentre estas, destacam-se: voto, foram mantidas as reformas restritivas imple-
mentadas no fim do Império, excluindo os analfabe-
z disciplina orçamentária e fiscal (respeito ao equilí- tos. Esse é um aspecto fundamental, pois a maioria
brio orçamentário e diminuição de descontos obri- esmagadora da população era analfabeta e, portanto,
gatórios e taxas de impostos); deveria ficar fora das eleições. A constituição introdu-
z liberalização comercial com supressão das barrei- ziu o registro civil de nascimentos, casamentos e mor-
ras alfandegárias e fixação das taxas de câmbio te, assim como separou o Estado da Igreja.
competitivas; A Constituição seguinte foi promulgada em 1934.
z abertura à movimentação de capitais estrangeiros; Nesse novo texto, o Executivo deveria ser submetido
z privatização da economia; à fiscalização do Legislativo, eliminando a maneira de
z desregulamentação e criação de mercados concor- governar baseada em decretos. Além disso, garantiu-se a
renciais e proteção aos direitos de propriedade, independência do Tribunal de Contas, limitou-se o man-
em particular à propriedade intelectual dos oligo- dato presidencial em quatro anos e impediu a reeleição.
pólios internacionais. A estrutura do Estado pouco se alterou, mas houve
a manutenção da estrutura da terra, a exclusão dos
Essas medidas acabaram enquadrando a política analfabetos do processo eleitoral, e o trabalhador
econômica global ao neoliberalismo. rural não foi incorporado à agenda de proteção social.
Essa Constituição durou apenas três anos, uma
A LUTA PELA CONQUISTA DE DIREITOS PELOS vez que o golpe de 1937 interrompeu completamen-
CIDADÃOS: DIREITOS CIVIS, HUMANOS, POLÍTICOS te qualquer garantia constitucional, embora também
E SOCIAIS possuísse seu próprio texto.
Findada a ditadura de Vargas, a carta de 1946
Os direitos civis remetem à Declaração Universal preservaria as conquistas sociais obtidas no período
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, que anterior e realocaria a democracia enquanto aspecto
procurava estabelecer o princípio de igualdade civil. fundamental da vida pública. Seu texto estabelecia
Outro marco fundamental é da Declaração dos Direi- eleições diretas para o executivo e para o legislati-
tos Humanos, de 1948. Referendado pela Organização vo em todos os âmbitos da federação, a liberdade de
das Nações Unidas (ONU), os direitos humanos vieram imprensa e opinião, e incorporava os eleitores alfabe-
no contexto de julgamento dos crimes contra a huma- tizados acima de 18 anos. O texto constitucional tam-
nidade praticados durante a Segunda Guerra Mundial. bém regulou o fortalecimento dos partidos políticos,
No entanto, quando olhamos para o caso dos Estados assim como a independência dos sindicatos.
Unidos, por exemplo, onde as leis de segregação racial Os limites, contudo, ficavam evidentes na restrição
do direito de greve, na não incorporação dos trabalhado-
prosseguiram nos anos posteriores à carta de 1948,
res rurais à legislação social, assim como não regulava a
vemos que a luta pelos direitos civis teve outras mar-
intromissão cada vez mais acentuada dos militares na
cas. Por isso, o nome de Martin Luther King se torna
vida pública. Essa Constituição vigorou por quase vinte
tão emblemático quando falamos em igualdade civil.
4
cumpra requisitos jurídicos para tal. suspender direitos políticos, cassar mandatos legisla-
lm
DIREITOS SOCIAIS NAS CONSTITUIÇÕES eleições indiretas para governadores e prefeitos e ins-
ar
A primeira Constituição brasileira foi a de 1824 desde a implementação do Ato Institucional nº 5 (AI-
e, para os padrões da época, foi considerada bastan- 5), a Junta Militar impôs uma emenda constitucional
te “liberal”. A carta estabelecia que todos os homens reformando o texto de 1967; dentre as alterações, cons-
acima de 25 anos, com renda mínima anual de 100 tavam a implementação da pena de morte, o banimen-
mil-réis, podiam votar, mas esse critério de renda não to, a ampliação do estado de sítio de 60 para 180 dias
era grande barreira, pois a maioria dos trabalhadores ou tempo indeterminado, assim como a determinação
ganhava mais que essa quantia. de novas limitações ao exercício dos direitos políticos,
Analfabetos também possuíam direito a voto, e liberdade de cátedra e expressão artística.
os libertos podiam votar nas eleições primárias. Essa A Constituição de 1988, que é a vigente em nos-
HISTÓRIA
constituição, que foi mantida até o final do Império, sos dias, é conhecida como Constituição Cidadã. O
não mexeu na questão da escravidão nem na estru- texto restabeleceu eleições diretas para presidente e
tura da terra, sendo alguns de seus aspectos alterados demais cargos executivos, reduziu o mandato para
em meados do século XIX. Entretanto, esta carta mag- quatro anos, fortaleceu o Ministério Público, deu
na impôs uma grande centralização dos poderes na direito de voto aos analfabetos, assim como a pesso-
mão do Imperador. as a partir dos 16 anos, diminuiu a jornada de traba-
lho para 44 horas semanais, criou o abono de férias 277
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e o seguro-desemprego, o décimo terceiro salário Não se trata apenas da morte física: a juventude
para aposentados, definiu como crimes inafiançáveis negra sofre uma série de violências e mortes simbó-
o racismo e a tortura, proibiu a censura, garantiu a licas nas perdas de oportunidades que decorrem da
liberdade de expressão e aumentou significativamen- cor de sua pele.
te os mecanismos de participação popular direta. Nesse contexto, surgiu o que se chama de asso-
ciativismo negro, que atua tanto nos espaços políti-
POLÍTICAS AFIRMATIVAS co-sociais quanto nos espaços político institucionais
lutando por direitos da juventude negra, como segu-
Entre 2002 e 2010, mais de 270 mil pessoas negras rança e educação. Esse movimento da juventude
foram assassinadas no Brasil, o que representa mais negra possui, historicamente, dois momentos cha-
de 30 mil mortes por ano. É um tipo tão brutal de vio- ves: o 1° Encontro Nacional de Juventude Negra (1°
lência que ultrapassa o nível de mortalidade da maio- Enjune) e o encontro de formação do Fórum Nacio-
ria dos países do mundo, mesmo aqueles que sofrem nal de Juventude Negra (Fonajune).
conflitos armados declarados. São nesses espaços que são ponderadas medidas
O número de assassinatos de brancos decaiu, que podem auxiliar na contenção do chamado “geno-
enquanto o número de assassinato de pessoas negras cídio da juventude negra”, apontando para ações
aumentou em 5,6%. Essa situação se torna ain- desenvolvidas pelos poderes públicos, mas também
da mais gritante quando se analisa os dados sobre para maior compromisso e engajamento da sociedade
jovens negros: eles morrem 2,5 vezes mais que jovens civil.
brancos. O conceito de genocídio da juventude negra surge
Quando são analisados dados mais recentes, o qua- em um contexto em que se discutia nomeadamente
dro não muda muito; na verdade, ele se torna pior: a criminalização da pobreza como geradora da vio-
segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública lência urbana. Embora a questão de classe seja um
de 2016, entre 2011 e 2015, houve 279.567 mortes, sen- fator importante, é necessário dar visibilidade ao
do que 73% delas foram de jovens negros. É evidente aspecto fundamental que os dados expostos eviden-
que a desigualdade racial e o racismo são peças-cha- ciam: a violência no Brasil é, sobretudo, uma questão
ves para compreender esses números, mas é preciso racial, além disso, a desigualdade procede de questões
ir além das explicações que entendem a situação ape- raciais não revolvidas que remontam à escravização.
nas como decorrente do histórico de uso de trabalho As intervenções do associativismo negro em espa-
escravizado no Brasil: as próprias políticas públicas ços político institucionais impulsionaram a criação do
incorrem na produção social da violência, tornando-a Plano Juventude Viva, uma das únicas iniciativas dos
viável, e um exemplo nítido disso são as mortes em poderes públicos considerada relevante no enfrenta-
decorrência das ações policiais. mento do genocídio da juventude negra por ativistas.
Além dos homicídios da população jovem negra Atenção: lançado pelo Governo Federal, o Plano
pelas forças coercitivas, é também perceptível a pre- Juventude Viva procura reduzir a vulnerabilidade de
dominância da vigilância policial sobre esses indi- jovens negros em situação de violência física e sim-
víduos, o que configura outro tipo de violência. No bólica. A iniciativa contempla 142 municípios com
Brasil, a taxa de mortes dentro da juventude negra é os maiores índices de homicídios de jovens, criando
4
-2
altíssima. Além disso, dentre os encarcerados, encon- oportunidades de inclusão e autonomia desses jovens
13
tra-se uma maioria de jovens negros. Nesse sentido, por meio da oferta de serviços públicos. Seu objetivo
.7
Apenas 12% dos presos brasileiros estão cum- a desigualdade e o racismo; existem, também, ações
ar
prindo penas por terem cometido homicídios. O de valorização da cultura negra, como o rap, que é uti-
lm
centro da política criminal é pautado pela puni- lizado como mecanismo de denúncia da realidade da
gi
ção aos crimes patrimoniais e ligados às dro- população negra do país. Além disso, vítimas de práti-
gas ilícitas, seguindo a doutrina de “guerra às cas consideradas autoritárias e discriminatórias pas-
drogas”. saram a procurar ativistas, organizações da sociedade
civil e instituições participativas a fim de receberem
A punição recai desigualmente sobre negros e amparo no processo de denúncia.
brancos, jovens e não jovens. Isto é: a polícia tem uma Dentre os movimentos associativos, encontra-se as
predisposição em suas abordagens e jovens negros são Mães de Maio, organizado após os conflitos de maio
sempre considerados suspeitos, quando não culpados. de 2006, procurando denunciar centenas de execu-
Ao contrário do que versam algumas explicações, ções de jovens negros atribuídas a policiais militares
argumentando que as reminiscências da escraviza- e milícias. Uma segunda referência é o Movimento
ção estariam em derrocada na contemporaneidade, o Negro Unificado (MNU), que se constituiu em protes-
que se percebe é que as políticas de segurança públi- to contra a morte de Robson Silveira da Luz, tortu-
ca e justiça moderna contribuem para a desigualda- rado nas dependências do 44° Distrito de Guaianazes,
de, colocando a população negra, sobretudo jovem, à em 1978.
278 mercê de mais violência, morte e encarceramento.
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Como, no Brasil, as situações de violência contra a A emblemática fotografia abaixo, de Tuca Vieira
população negra são alarmantes (e tem raízes históri- (2007) retrata o Edifício Penthouse e a comunidade de
cas), esses grupos e movimentos são importantes para Paraisópolis, ambos no bairro Morumbi, em São Pau-
dar visibilidade à causa, oferecendo rostos e nomes lo, uma cidade global.
para o que muitas vezes chega à população apenas
como dados e números.
O racismo institucional está inserido nas orga-
nizações e no funcionamento do sistema judicial e
criminal que, desde a escravidão, coloca a população
negra como aquela que deve ser controlada, geral-
mente, pela violência. Não se trata apenas de negli-
gência: o racismo institucional ampara o genocídio
da juventude negra ou se torna meio direto para
sua elaboração.
Nos últimos anos, o conceito de racismo estrutu-
ral, isto é, a discriminação cultural e socializada con-
tra a população negra, vem se difundindo. Sob sua
égide, podemos dizer que, no caso do Brasil, histori-
camente, as Instituições sociais fomentam e normali-
zam a subjugação da população negra, o que contribui
para com a disparidade no acesso de negros em espa- Fonte: Globo, 202019.
ços de destaque e poder. Por isso, retoma-se a impor-
tância dos movimentos de resistência e das políticas Em grandes metrópoles, regiões metropolitanas
afirmativas. ou, ainda, megalópoles, é comum que ocorram muitos
problemas sociais, como a criminalidade, os conges-
VIDA URBANA: REDES E HIERARQUIA NAS tionamentos de veículos e a economia informal.
CIDADES, POBREZA E SEGREGAÇÃO ESPACIAL São Paulo, o maior dos polos metropolitanos, ocu-
pa a desconfortável primeira posição no ranking das
A Rede urbana é o conjunto da malha urbana de cidades brasileiras com mais favelas – no total, abriga
um país e se constitui pela articulação e pela influên- 2018. O Rio de Janeiro também tem problemas agra-
cia das metrópoles nas cidades médias e pequenas. vantes sob esse aspecto, abrigando a maior favela do
Para definir os centros da rede urbana brasileira, bus- país e uma das maiores do mundo: a Rocinha. A influ-
cam-se informações de subordinação administrativa ência do narcotráfico e do crime organizado são pro-
no setor público federal, no caso da gestão federal, blemas que causam muito impacto.
e de localização das sedes e filiais de empresas para Outro problema típico das grandes metrópoles é
estabelecer a gestão empresarial. a mobilidade urbana. Os grandes congestionamen-
A oferta de equipamentos e serviços também identi- tos nas avenidas desses polos representam uma das
fica que esses centros possuem informações de ligações maiores adversidades, que, atualmente, também atin-
aéreas, deslocamentos para internações hospitalares, gem as cidades de médio porte. Por fim, vale ressal-
áreas de cobertura das emissoras de televisão, oferta
4
de ensino superior, diversidade de atividades comer- ações à margem da formalidade, ou seja, trabalhos
13
ciais, oferta de serviços bancários, entre outros. Exis- que não possuem firma registrada, não emitem notas
.7
tem, no Brasil, doze grandes redes de influência: fiscais, não possuem empregados com carteira assina-
28
z as outras nove redes de influência são centralizadas Manda o Santo Ofício da Inquisição que ninguém, seja
por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Goi- qual for seu estado, idade ou condição, pare com car-
ânia, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. roça, caleça ou montaria nem atrapalhe com mesas
ou cadeiras o centro das ruas, que vão da Inquisição
O termo “metrópole” é empregado, atualmente, a São Domingos, nem atravesse a procissão em ponto
para designar as cidades centrais de áreas urbanas algum da ida ou da volta, amanhã, 19 do corrente, em
que assumem importante papel polarizador (influên- que se celebrará auto de fé. E também que nem nesse
cia econômica, política, cultural etc.) dentro de suas dia nem nos dos açoites ouse alguém atirar nos réus
HISTÓRIA
redes. Assim, as cidades são classificadas segundo maçãs, pedras, laranjas nem outra coisa qualquer.
uma hierarquia a partir de seus graus de influência e
importância, começando por aquelas de importância PALMA, R.. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Edusp; Giordano,
global e indo até às de importância local apenas. 1992 (adaptado).
19 BBC NEWS MUNDO. Quem mora em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, vive em média 10 anos menos do que os moradores
do Morumbi. Globo, 2020. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2020/02/por-que-america-latina-e-regiao-mais-desi-
gual-do-planeta.html. Acesso em: 18 jan. 2023. 279
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TEXTO II 3. (ENEM — 2022) A história do Primeiro de Maio de
1890 — na França e na Europa, o primeiro de todos os
Como acontece em todos os ritos, o sentido do auto Primeiros de Maio — é, sob vários aspectos, exemplar.
da fé é conferido pela sequência dos atos que o com- Resultante de um ato político deliberado, essa mani-
põem. Os lugares, as posturas, os gestos, as palavras festação ilustra o lado voluntário da construção de
são fixados previamente em toda a sua complexidade. uma classe — a classe operária — à qual os socialis-
Por isso, o auto da fé apresenta momentos fortes — tas tentam dar uma unidade política e cultural através
durante a preparação, a encenação, o ato e a recepção daquela pedagogia da festa cujo princípio, eficácia e
— que convém seguir em seus pormenores. limites há muito tempo tinham sido experimentados
pela Revolução Francesa.
BETHENCOURT, F.. História das Inquisições: Portugal, Espanha e
Itália – séculos XV-XIX. São Paulo: Cia. das Letras, 2000. PERROT, M.. Os excluídos da história: operários, mulheres e
prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
caridade deriva da natureza das fontes do século VI. ção do princípio básico enunciado no texto:
28
.8
SILVA, M. C.. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da a) Supressão de eleições de representantes políticos.
18
Idade Média. Varia Historia, n. 60, set. - dez. 2016 (adaptado). b) Intervenção em áreas de vulnerabilidade pela Igreja.
-0
agir em face da situação de crise apresentada perten- d) Ampliação dos processos de concentração de renda.
lm
campesinato livre.
pesos que tem como objetivo evitar arbitrariedades,
gi
Escravismo Antigo
A escravidão foi citada em um dos primeiros códigos de leis de que se tem notícia, o Código de Hamurabi.
Além dos babilônios, essa forma de trabalho foi empregada entre egípcios, assírios, hebreus, gregos e romanos.
Em Atenas, na Grécia Antiga, os escravos eram capturados em guerras e ocupavam funções diversas, realizando
atividades domésticas, artesanais, comerciais e rurais. Assim como ocorreu no Egito Antigo, o escravo que possuía
grande habilidade artesanal era reconhecido, podendo adquirir alguma renda para chegar à liberdade.
Na sociedade espartana, os escravos eram propriedade do Estado e tinham de servir nas guerras. Entre os
romanos, eram empregados, principalmente, nas grandes propriedades, e cuidavam do cultivo das terras. Ao lon-
go do tempo, os escravos foram conquistando certas garantias, como, por exemplo, não serem castigados por seus
senhores. Em Roma, assim como em Atenas, havia possibilidade de o escravo obter sua liberdade.
Escravismo Moderno
A escravidão moderna se difere da escravidão antiga por conta de sua origem, de sua justificativa e do seu
impacto. Quanto a sua origem, este modo de exploração surgiu a partir da dominação europeia sobre os povos
africanos. Para construir as alianças com as lideranças locais, os europeus transformaram a escravidão já exis-
tente entre os nativos20 em uma rede de comércio de pessoas a fim de atender às mudanças comerciais do período
moderno. Como o comércio passaria a atender distâncias cada vez maiores, as viagens deveriam compensar, em
lucros, todo o investimento em torno delas.
Assim, surgiu a instituição do tráfico negreiro, que veio a impulsionar a escravidão, principalmente, entre
América e África. Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas tenham sido retiradas de seu continente natal,
escravizadas e vendidas como propriedade nas terras do “Novo Mundo”. Em menor contingente, Europa e Ásia
também receberam escravizados, mas em número drasticamente reduzido.
A justificativa econômica, ligada tanto a movimentar a lucratividade do tráfico negreiro quanto a movimentar
o trabalho escravo nas lavouras, vinculava-se à justificativa cultural. Isto, porque a escravização dos africanos, em
detrimento da escravidão dos ameríndios, foi promovida por conta da islamização dos povos na África, enquanto
o movimento de catequização acontecia na América. Ou seja, os islâmicos, considerados “infiéis”, mereceriam a
escravidão.
Vale, ainda, destacar que o impacto da escravidão moderna foi imenso, sendo considerado o maior desloca-
mento forçado de seres humanos em toda a história. O cotidiano das sociedades escravistas, nas quais os senhores
tratavam as pessoas escravizadas como “propriedade” ou “coisa”, deixou como legado a violência e o racismo que
muitos descendentes viriam a sofrer mesmo após a abolição desse sistema de trabalho infame.
Feudalismo
4
-2
Após a queda do Império Romano Ocidental, a Europa acabou sendo dividida em diversos reinos germânicos.
13
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lm
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HISTÓRIA
20 Observação: os modelos de escravização utilizados pelas populações africanas em muito se diferem daquele adotado pelas potências
europeias, de modo que não é possível compará-los. A escravização atlântica/colonial capitalizou os corpos africanos, transformando-os em
mercadorias.
21 Mapa Político da Europa em 526. Wikipédia, 2014. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Europa_in_526-pt.svg. Acesso em: 19 jan. 2023. 281
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Já no século VIII, Carlos Magno promoveu a expan- z Tendência à expansão: desde seu surgimento, o
são dos francos, formando o Império Carolíngio. capitalismo vem se expandido, de modo que, atu-
Para governar um território com extensão cada almente, encontra-se presente em quase todas
vez maior, Carlos Magno passou a delegar poderes as regiões do mundo. De outro modo, quando se
para grandes proprietários de terra, que passaram fala em globalização, fala-se da própria história
a possuir títulos de nobreza: duques, condes e mar- do Capitalismo – desde o início do século XVI, por
queses, cuja principal função era garantir a proteção uma série de motivos históricos, os valores, teorias
do território. Após a morte de Carlos Magno, o Impé- e ideias tipicamente europeias vem se disseminan-
rio Carolíngio foi dividido entre seus três filhos. No do por todas as civilizações humanas.
entanto, a dificuldade de manter uma administração
centralizada levou ao crescimento do prestígio e do Socialismo
poder dessa nobreza proprietária de terras.
A essas grandes faixas de terras, dadas em troca
O socialismo caracteriza-se como teoria política
de obediência e fidelidade, dava-se o nome de feudo.
desenvolvida por Karl Marx e Friederick Engels como
Desse termo, surgiu o feudalismo, isto é, um sistema
crítica e oposição ao sistema capitalista. Segundo os
baseado na relação de dependência entre pessoas
autores, o Capitalismo é um sistema que, naturalmen-
que recebiam posses e em troca garantiam proteção.
te, leva a crises, nas quais os grandes prejudicados são
Do mesmo modo, os servos trabalhavam em troca de
moradia no feudo. Nesse sistema, a Igreja Católica os trabalhadores, menos privilegiados na luta de clas-
tinha grande influência e prestígio. ses contra os proprietários dos meios de produção.
Sendo assim, a emancipação do trabalhador deveria
Capitalismo vir por meio de uma revolução a partir da qual a clas-
se operária passaria a ter a posse coletiva dos meios
O Capitalismo, conhecido pela divisão da socieda- de produção.
de em classes, pode ser compreendido como um sis- Esse modelo foi empregado, pela primeira vez,
tema econômico guiado pela obtenção do lucro, pela na União Soviética, alguns anos após a Revolução de
proteção da propriedade privada e pela reprodução 1917.
do capital. Dentre seus impactos, podemos citar as
ramificações políticas, sociais, culturais e ambientais. A ECONOMIA AGROEXPORTADORA BRASILEIRA
O capital econômico é representado pelo conjun-
to de bens econômicos, tais como: dinheiro, bitcoins, Complexo Açucareiro
patrimônio, bens materiais. Além disso, pode ser
medido, também, pela quantidade de bens e serviços
O solo propício para o cultivo da cana-de-açúcar
a que os burgueses têm acesso. Neste sentido, é possí-
e a boa cotação no comércio europeu favoreceram a
vel refletir que, numa família que possui maior capi-
escolha do produto para a colônia. Os principais cen-
tal econômico, os pais têm capacidade de oferecer, aos
filhos, acesso a instituições de ensino melhores do que tros de produção açucareira do Brasil localizavam-se
famílias com menor capital econômico. nos atuais estados de Pernambuco e Bahia. A ocupa-
Numa perspectiva histórica, pode-se afirmar que o ção do Brasil, no século XVI, esteve profundamente
capitalismo evoluiu para um sistema econômico mun- ligada à indústria açucareira.
dial, cujas principais características são: A pintura abaixo foi feita por Franz Post, em 1647,
4
282 22 Engenho de Itamaracá, Frans Post. Disponível em: https://cjc.fflch.usp.br/viicongresso. Acesso em: 19 jan. 2023
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A Mineração no Período Colonial Com a vinda da Família Real Portuguesa, em 1808,
houve um crescimento vertiginoso da produção de
Apesar da expectativa metropolitana, o ouro, em café, chegando a 67 mil toneladas em 1833, o que
território nacional, só foi encontrado no ano de 1698, a representava o valor total da produção mundial nas
partir das bandeiras (fluxos exploratórios dos bandei- portas da Revolução Haitiana em 1790.
rantes “paulistanos”, antiga região de São Vicente). A A produção do Vale do Paraíba dominou o merca-
descoberta do minério, além de gerar uma imigração do mundial do café, com larga vantagem, até a déca-
em massa para o Brasil, também foi responsável pela da de 1870, quando foi superado pelo Oeste Paulista e
intensificação do tráfico negreiro. Na atual região de pela Zona da Mata Mineira.
Minas Gerais, a população chegou a 300 mil habitan- O crescimento cafeeiro dependeu de acordos polí-
tes, dentre os quais cerca de 50% eram escravizados. ticos internos que dessem segurança ao elo entre
A chegada de forasteiros das mais diversas regiões cafeicultura e tráfico negreiro: mesmo com a apro-
do país às áreas de exploração causou tensão entre os vação da Lei Feijó (7 de novembro de 1831) e com a
descobridores paulistas, que se alcunhavam “embo- proibição do tráfico (imposta pela pressão inglesa), a
abas”, e os migrantes. À vista disso, entre os anos de coalizão entre conservadores (saquaremas), liberais
1707 e 1709, eclodiu a “guerra dos emboabas”, conflito moderados (luzias) e fazendeiros do Vale do Paraíba
travado entre os paulistanos e os novos habitantes da levou à revogação prática (não formal) da legislação,
região. Derrotados e expulsos, os vicentinos desloca- o que a fez entrar para a história como a “Lei para
ram-se para o oeste do território, onde encontraram inglês ver”. Após uma queda, entre 1831 e 1835, o trá-
ouro em Cuiabá (1717) e no Goiás Velho (1721). fico foi praticado, sistematicamente, até 1850, ano em
Após este conflito, a metrópole portuguesa refor- que a Lei Eusébio de Queirós foi criada. Mesmo assim,
çou o seu domínio a partir da criação de uma série a legislação não impediu o crescimento do tráfico
de tributações (tais como a quinta sobre a onça de interno para abastecer as lavouras de café do sudeste.
ouro extraída), impedindo que as vilas se tornassem O plantio realizado em modo vertical objetivava o
cidades autônomas. Outrossim, à época da Mineração, aumento da exploração de trabalho escravo, pois con-
foi construída a Estrada Real (primeiro, entre Parati tava, em média, com 6 mil pés por escravo (em Cuba, a
e Ouro Preto e, depois, entre o Rio de Janeiro e Dia- média era de 2 mil pés por escravo). Os escravos eram
mantina). Ainda mais importante, no mesmo período, organizados em ternos (turmas) e alocados em fileiras
a sede do governo português migrou para a região do de arbustos sob o comando de um capataz.
Rio de Janeiro em 1763. O mercado interno tornou-se A partir da década de 1850, a elasticidade da pro-
mais integrado para o abastecimento da Capitania das dução brasileira ganhou um aliado fundamental: a
Minas. Com o declínio do ciclo do ouro, por volta de ferrovia. Com empréstimos ingleses, investimentos
1770, a população se espalhou, locomovendo-se prin- de grandes cafeicultores e de empresários, à exemplo
cipalmente para o sul de Minas e para a Zona da Mata. do Barão de Mauá, várias foram as ferrovias surgidas
Outra consequência da mineração, “época de com a intenção de ligar os portos do Rio de Janeiro às
ouro”, foi o florescimento das artes, em especial, regiões produtoras, como o Vale do Paraíba, o Oeste
na arquitetura, com Antônio Francisco Lisboa, o Paulista, a Zona da Mata Mineira e o Sul de Minas.
Aleijadinho. A imagem abaixo retrata a colheita de café no iní-
4
A Economia Cafeeira
13
.7
bilitar a abertura de novos caminhos ou o povo- do produto, de modo semelhante ao que ocorreu nos
amento em áreas onde inexistissem registros, países do norte da Europa em processo de industriali-
passagens e vigilância); zação, urbanização e aumento demográfico. Interessa
z sistema de transporte baseado em tropas de mulas destacar, ainda, a passagem do café de um mercado
(eficiente para a topografia acidentada do Centro-Sul). restrito e de luxo, no século XVIII, para um mercado
de massa industrial, no século XIX.
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A consequência do modo de exploração vertical, de lã e algodão para a fabricação de tecidos e pela
que priorizava a exploração do trabalho, levou ao difusão do uso de máquinas a vapor, que utilizavam o
esgotamento dos solos e ao envelhecimento rápido carvão mineral como fonte de energia. Essa fase prati-
dos pés, exigindo constantes utilizações de mata vir- camente se limitou à Inglaterra, embora os Países Bai-
gem. Nesse processo, o Oeste Paulista, a Zona da Mata xos e França tenham participado tardiamente.
Mineira e o Sul de Minas ofereciam solos melhores, A Segunda Revolução Industrial ocorreu entre
modo de plantio menos destrutivo (plantação em cur- os anos de 1850 até os anos 1910 e foi marcada pelo
va de nível) e novas formas de empreendimento (por emprego de combustíveis fósseis, principalmente o
meio do trabalho assalariado de imigrantes). Com petróleo, pela expansão do setor secundário da eco-
isso, o ciclo do café teve um novo impulso e declinou nomia (siderurgia e metalurgia): Estados Unidos (no
apenas na década de 1920 com a crise de superprodu- processo de reconstrução após a Guerra Civil), o Japão
ção e queda vertiginosa nos preços mundiais do café. (durante a Era Meiji) e a Alemanha (em seu processo
de unificação) foram os países de maior destaque.
A Borracha na Amazônia A Terceira Revolução Industrial, iniciada nos
anos 1950, caracterizou-se pela expansão da indústria
Na Amazônia, a borracha era um material conhe- de tecnologia de ponta, pelo emprego da robótica, da
cido há muito tempo. No entanto, faltava uma opor- informática e da eletrônica. Seus protagonistas foram
tunidade de mercado que pudesse valorizá-la como os europeus, estadunidenses, japoneses e sul-coreanos.
produto. Com o advento da Segunda Revolução Indus- Ao se lançar à expansão pelos mares, além da
trial, na segunda metade do século XIX, a borracha acumulação de riqueza pela exploração de metais
passou a ser uma importante matéria-prima para a preciosos e especiarias, a formação de mercado inter-
indústria global. nacional exigia novos investimentos: a procura por
A exploração acabou forçando um movimento de lucros dos grandes comerciantes impulsionou negó-
migração considerável para a região amazônica, em cios industriais. O crescimento desses negócios levou
especial, do Nordeste. Por outro lado, houve um pro- à circulação de moeda, ao aparecimento de bancos
cesso de modernização do território, com a instalação regulares e de novas operações financeiras que foram
da ferrovia Madeira-Mamoré. Além disso, a cidade de valorizando cada vez mais os bens móveis sobre os
Manaus acabou passando por um processo de urbani- bens imóveis, afetando a terra e o símbolo de poder
zação, simbolizado pelo Teatro Municipal. da aristocracia.
A necessidade de unificar moedas, impostos, leis,
normas, pesos, medidas, fronteiras, alfândega e regu-
lamentar mercados nacionais e internacionais sig-
nificou a necessidade unificação política entorno do
Estado Nacional. Por outro lado, o processo de expur-
gos e expropriações dos camponeses de suas terras
para a produção de lã permitiu a formação de uma
massa carente de trabalho nas cidades para serem
absorvidas pela indústria.
A condição de vida dos trabalhadores era péssima.
4
Criação do Sistema de Fábrica na Europa e salário. Houve, entre 1811 e 1812, entre os tecelões,
ar
Sem exagero algum, podemos dizer que a Revo- diminuição de salários. Esse movimento ficou conhe-
lução Industrial deu luz à nossa época. A Revolução cido como ludismo e acabou inspirando outras orga-
Industrial foi um longo processo de transformação nizações sociais e protestos pela Europa.
social e econômica que deu origem a novas formas de Mesmo em meio à repressão, a pressão do movi-
produção, emprego de novas matérias-primas e for- mento fez com que o Parlamento, em 1825, revogasse
mas de energia que modificaram a forma de trabalho, a Combination Act de 1799, permitindo o surgimento
a estrutura social, a estrutura urbana e rural, as tecno- de associações de trabalhadores. É desse modo que,
logias e a relação com o tempo. a partir da década de 1830, tem início um movimen-
A Revolução Industrial não tem uma data especí- to conhecido como cartismo, que buscava direitos
fica, ao contrário, possui diferentes fases, cada uma, por meio da política, como o sufrágio universal e as
marcada por uma inovação na forma de produzir as eleições parlamentares anuais (lembre-se que apenas
mercadorias. Seguindo esse entendimento: a Primei- 18% da população masculina inglesa votava). A rejei-
ra Revolução Industrial ocorreu entre os anos 1760 ção do Parlamento a essas mudanças foi o estopim
até os anos 1830 e foi marcada pela força da indústria para diversas greves.
284 23 Teatro Municipal de Manaus. Wikipédia, 2022. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_Amazonas. Acesso em: 19 jan. 2023.
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Dentre as principais consequências da Revolução Taylorismo
Industrial, podemos mencionar os métodos de pro-
dução mais eficientes, que exigiram a ampliação de Elaborado por Frederick W. Taylor, é a modalida-
mercado consumidor e que levou ao barateamento de que aplica a máxima produtividade por meio da
de produtos. A necessidade de exploração de maté- repetição da mesma tarefa pelos trabalhadores e pela
rias-primas induziu as nações europeias a uma nova divisão de tarefas;
expansão colonial: a partir da década de 1880, Ingla- Na imagem abaixo, encontra-se uma linha de pro-
terra, França, Alemanha, Bélgica, entre outros, se fir-
dução taylorista.
mam como impérios neocoloniais com possessões em
vários continentes, mas com destaque para a partilha
da África e da Ásia. Inclusive, foi essa guerra imperia-
lista por terras, mercados e poder que levou a Primei-
ra Grande Guerra em 1914.
determinado modelo, temos mudanças de impacto favoreceu o aumento da tecnologia na produção, que
socioeconômico. Os modelos mais famosos ao longo reduziu substancialmente a necessidade de mão de
da história foram: obra (absorvida pelo comércio e pelos serviços).
24 MOTOMURA, M.. Como se fabrica um carro? Super Interessante, 2018. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-se-
-fabrica-um-carro/. Acesso em: 19 jan. 2023.
25 Diferentes formas de organização da produção. Guia do Ensino, s.d. Disponível em: https://guiadoensino.com.br/fisica/entenda-a-relacao-en-
tre-forca-e-movimento/. Acesso em: 19. jan. 2023. 285
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sendo desvantajoso, já que o Brasil estava muito atra-
sado industrialmente em relação ao seu parceiro.
Já sob o Brasil Independente, governado por D.
Pedro II, a Tarifa Alves Branco (1844) estabeleceu
medidas que visavam proteger o mercado interno da
concorrência externa a partir do aumento das tari-
fas para importação. Embora o setor têxtil tenha tido
algum crescimento, outras iniciativas industrialistas,
caso do Barão de Mauá, acabaram morrendo sem o
interesse do Estado em promover esses empreen-
dimentos, ao passo que o país possuía mão de obra
escrava e sem qualificação para a indústria.
A partir da segunda metade do século XIX, o Brasil
Fonte: Globo, 2016.26
consolidou-se como o principal exportador mundial
de café. Até aquele momento, o transporte do pro-
A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA, A duto era realizado por mulas, o que causava grande
URBANIZAÇÃO E AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS perda de tempo e de grãos no trajeto até os portos. Os
E TRABALHISTAS fazendeiros da época viram, então, a necessidade de
construir ferrovias para otimizar o deslocamento da
O gráfico a seguir representa a composição históri- produção. Foi assim que o capital cafeeiro passou a
ca da população rural e urbana do Brasil. ser investido, também, na indústria. Por outro lado,
vale destacar que a mão de obra foi ampliada com
1.000 habitantes a vinda de imigrantes europeus e, paralelamente, a
escravidão foi lentamente substituída pelo trabalho
160.000 População
urbana
livre e assalariado.
População A transição do trabalho livre teve impacto em
140.000 rural
diversos âmbitos. Já na década de 1880, a chegada
120.000 de imigrantes impulsionou o surgimento de movi-
mentos contestatórios ao Império, até que, devido ao
100.000
descontentamento da sociedade brasileira para com o
sistema Imperial, 1889, a República foi proclamada a
80.000
partir de um golpe. No campo econômico, o trabalho
60.000 livre e assalariado obrigou o país a formar um sistema
bancário e financeiro mais amplo e capaz de suprir
40.000
as novas demandas. Não à toa, crises de emissão de
moeda e inflação foram muito recorrentes no início
20.000
do período republicano.
0 Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 1914, a indústria brasileira beneficiou-se, pois pas-
4
Perceba que, dentro do prazo de algumas décadas, Iorque, em 1929, o Brasil perdeu seus principais con-
.8
o Brasil deixou de ser um país maciçamente rural para sumidores – Estados Unidos e Europa, preocupados
18
ter como base as cidades. Para entendermos o que em reestruturar sua economia interna. A chegada de
-0
houve para que esse movimento fosse consolidado, Getúlio Vargas ao poder, em 1930, foi, então, o ponto
é necessário discutir o processo de industrialização. de virada para a industrialização do Brasil.
ar
nossas mercadorias e no emprego da mão de obra, Industrialização na Era Vargas (1930 – 1954)
gi
milhões de brasileiros para as cidades ao longo do A crise na base agrário exportadora levou o Brasil
lm
população camponesa.
.7
28
duráveis (automóveis) e de energia teve um cresci- inflação e o controle do endividamento público. Isso
mento notável, induzido, principalmente, por meio se traduziu, na prática, pelo abandono do apoio esta-
de empréstimos estrangeiros, pela instalação de mul- tal ao desenvolvimento industrial e congelamento de
tinacionais e pela elevação do padrão de consumo da ganhos salariais dos trabalhadores. Por outro lado,
população. Neste sentido, muitos estudiosos sobre o essa fase possibilitou a formação de uma poupança
período analisam que o barateamento dos bens de que pôde ser convertida em altos investimentos pelos
consumo, a integração nacional e a geração de empre- próximos dois governos militares: Costa e Silva (1967
gos foram grandes vantagens obtidas pelo projeto – 1969) e Médici (1969 – 1974).
HISTÓRIA
Urbanização no Brasil
das poucas condições de investimento e empréstimo. entre outros. Estima-se que, hoje, cerca de 85% dos
-2
Industrialização nos Nossos Dias os séculos XVIII e XVII a.C.) e nascido em Babel,
ar
Os anos 1980 foram marcados pela grande cri- dor do I Império Babilônico (correspondente ao atual
gi
se econômica, que se abateu sobre vários países Iraque), unificando amplamente o mundo mesopotâ-
ar
Sem condições de contar com os empréstimos Babilônia ao máximo esplendor. O nome de Hamurabi
gi
estrangeiros, houve grande dificuldade em retomar permanece indissociavelmente ligado ao código jurídi-
o crescimento. Em meio a isso, somou-se a inflação e co tido como o mais remoto já descoberto: o Código
o desemprego. A crise do modelo desenvolvimentis- de Hamurabi. O legislador babilônico consolidou a tra-
ta (grande intervenção do Estado na economia) deu dição jurídica, harmonizou os costumes e estendeu o
lugar às propostas conhecidas como neoliberais. Entre direito e a lei a todos os súditos.
outras coisas, o neoliberalismo propunha: Disponível em: www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 12 fev.
2013 (adaptado).
z controle dos gastos do Governo;
z não intervenção do Estado na economia; Nesse contexto de organização da vida social, as leis
z desregulamentação e flexibilização de leis contidas no Código citado tinham o sentido de
trabalhistas;
z privatização de empresas estatais; a) assegurar garantias individuais aos cidadãos livres.
z controle da inflação. b) tipificar regras referentes aos atos dignos de punição.
30 A Construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O Globo, 2019. Disponível em: https://oglobo.globo.com/fotogalerias/a-construcao-da-usina-hi-
288 dreletrica-de-itaipu-23847771. Acesso em: 19 jan. 2023
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c) conceder benefícios de indulto aos prisioneiros No contexto da luta desses caixeiros, os republi-
de guerra. canos se posicionavam em contestação ao regime
d) promover distribuição de terras aos desemprega- monárquico, em especial, por seu caráter centra-
dos urbanos. lizador, enquanto os abolicionistas queriam o fim
e) conferir prerrogativas políticas aos descendentes do sistema escravista, que já durava mais de três
de estrangeiros. séculos. Assim, os princípios monárquicos eram
contestados em diversas frentes, sendo a capital do
O código de Hamurabi é o registro mais antigo que Império o epicentro dessa crise. Resposta: Letra E.
se tem notícia que versa sobre as leis de punição cri-
minal da história. Resposta: Letra B.
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Intelectuais, como a canadense Naomi Klein, têm
debatido o impacto do capitalismo no clima, demons-
trando como o uso exacerbado dos recursos naturais
tem complicado as condições de vida das sociedades.
SOCIOLOGIA
Um tema muito comum é a indústria cultural, pro-
posta pelos estudiosos da Escola de Frankfurt. Os ele-
mentos culturais são transformados em mercadorias
para serem comercializadas para as massas. Os grandes
grupos que dominam as mídias passam a homogeneizar
um determinado tipo de material cultural, seja a música,
SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA a TV, o rádio, o cinema, entre outros. Ou seja, a cultura de
massa é como uma mercadoria nas mãos dos proprie-
A sociologia é a ciência que estuda as consequências tários dos meios de comunicação. Essa massificação da
sociais dos relacionamentos dos indivíduos em uma cultura é avessa ao pensamento crítico e autônomo; com
sociedade. Escolas, empresas, cidades, partidos políticos, isso, o lazer passa a ser um prolongamento da alienação
Estados etc., são algumas das consequências dessas inte- já existente no trabalho.
rações sociais. Somos em grande medida determinados A questão da identidade de gênero também é outro
pelo contexto social no qual estamos inseridos. Uma for- tema debatido com muita frequência. Trata-se da
ma de entender o significado da sociologia para nossas maneira como alguém se sente e se apresenta para si e
vidas é olhá-la como uma espécie de manual de instru- para as demais pessoas, como masculino ou feminino,
ções da sociedade; como ela se organiza, influencia os havendo, ainda, aqueles que não se identificam com
indivíduos e como estes a influenciam. nenhum dos dois, os chamados “não binários”.
Essa área de conhecimento é fruto de dois aconte- Os debates propostos por Michel Foucault também
cimentos que marcaram e mudaram o mundo: a Revo- tiveram impacto. No conceito de biopolítica, por exem-
lução Francesa e a Revolução Industrial. plo, ele trata a maneira que internalizamos, como
A Revolução Francesa pôs fim ao Absolutismo sujeitos, as instituições e os poderes constituídos. A
francês e teve como consequência a reestruturação questão da punição também era cara para esse autor,
política, jurídica e social da sociedade. por exemplo, analisando que vivemos uma medicali-
A Revolução Industrial, por sua vez, alterou radi- zação da vida quando laudos médicos atestam quem
calmente o processo de produção de mercadorias, tem ou não desvios da normalidade.
instaurando novas perspectivas de relacionamento Os nomes mais famosos da sociologia contempo-
econômico aos indivíduos. rânea são:
Essas revoluções trouxeram novos problemas
z Simone de Beauvoir (1908–1986): socióloga e filó-
para a sociedade que precisavam ser entendidos para
sofa francesa, foi responsável por discutir o papel
se buscar uma melhor solução para as mesmas. Por e as relações de gênero na sociedade. É conhecida
exemplo: o que eram essas novas relações econômi- pela célebre frase “não se nasce mulher, torna-se”.
cas? Como instaurar um novo Estado? Quais leis iriam Sua obra famosa é O Segundo Sexo;
ser feitas para atender os novos atores sociais que z Zygmunt Bauman (1925–2017): sociólogo e filóso-
entraram na cena política e social? Como o sistema fo polonês, foi responsável por discutir o concei-
4
No século XIX, um francês chamado Auguste Comte relações sociais nos dias de hoje. É conhecido pelo
13
criou uma nova ciência — sociologia —, que é o estudo conceito de “amor líquido”;
.7
da sociedade, de modo a tentar entender, com novos z Slavoj Zizek (1949): sociólogo e filósofo esloveno,
28
conceitos, novas categorias explicativas, essa sociedade tem uma vasta obra que discute o capitalismo no
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mundo atual;
pensadores se dedicaram ao estudo dos relacionamen- z Thomas Piketty (1971): sociólogo e economista
-0
tos sociais e consolidaram essa nova área do conheci- francês, tem uma obra, O Capital no Século XXI,
ar
mento que é fundamental para entender quem somos usada como uma das referências para debater
lm
ne as contribuições das ciências humanas acerca dos historiador francês que reviu a maioria das teses
lm
estudos das relações estabelecidas entre indivíduos e relacionadas à esquerda revolucionária, dando
gi
seus agrupamentos, que chamamos de comunidade ou muita ênfase para a individualidade na constru-
sociedade. Embora as grandes questões dessa discipli- ção das relações de poder;
na não abandonem, por completo, a importância dos z David Harvey (1935): sociólogo e geógrafo, referência
grandes teóricos, como Émile Durkheim e Karl Marx, nos estudos sobre o mundo do trabalho atualmente;
temos a emergência de certos assuntos não necessaria- z Naomi Klein (1970): jornalista de formação, tem
mente acompanhados pelos autores clássicos. sido referência nos estudos sobre o impacto do
Como tema central desde que a sociologia surgiu capitalismo sobre o clima global.
SOCIOLOGIA
Manifestação Diretas Já, pelo direito ao voto direto Por meio da educação, transmitem-se valores, conhe-
.7
Fonte: Memória EBC cimentos, técnicas, modo de vida, entre outras coisas.
28
No Brasil, a cidadania é um percurso bastante aci- oportunidade na aquisição cultural. Essa aquisição
18
dentado. Formado em bases coloniais de dominação, cultural deveria possibilitar aos indivíduos desenvol-
-0
dependência e exploração, o país teve, como elemento ver suas capacidades plenas, ocupando os seus res-
pectivos espaços na sociedade. Contudo, a educação
ar
Uma das características mais marcantes foi o coro- sociedade reproduz para as novas gerações os códigos
nelismo. Os coronéis eram latifundiários que domi- de sua cultura, tais como a sua história, seus símbolos
navam a política em suas regiões. Um político, para coletivos, sua língua, seus patrimônios, entre outros.
conseguir ser presidente, tinha necessariamente que A cultura pode ser pensada, por meio da educação,
obter o apoio desses coronéis. À época o voto não era como uma herança social.
secreto e o coronel obrigava seus empregados a votar O indivíduo é influenciado pelo meio social em
nos candidatos que eles estavam apoiando. Era o cha- que vive. Quando não há escola, a cultura é trans-
mado voto de cabresto. mitida por meios que não são sistemáticos, ou seja,
Importante ressaltar que, nessa época, em torno não possuem um conjunto de regras bem estabeleci-
de 80% da população brasileira era analfabeta e habi- das anteriormente, ocorrendo por meio da família,
tava em zonas rurais. No mundo rural não havia asso- por exemplo. Com a existência de escolas, a herança
ciação de trabalhadores que reivindicassem melhores sociocultural passa a ser algo sistematizado por meio
condições de trabalho, também não havia direitos de um conjunto de disciplinas que nos orienta para
sociais, como leis trabalhistas para os trabalhadores nos reconhecermos no mundo em que vivemos.
292 das fazendas de café e de leite.
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POLÍTICA, PODER E ESTADO Nos últimos 15 anos, o regime democrático vem
sendo questionado. Movimentos autoritários vêm
A política surge como a consequência das relações ganhando força e, em vários países, através do voto,
estabelecidas entre indivíduos em ambiente coletivo, alcançaram o poder políticos simpatizantes de ditadu-
trazendo a complexidade dos grupos que passaram a ras. Umas das explicações para este fato é o fracasso
ter a necessidade de organizar a administração de um dos regimes democráticos em ampliar a esfera públi-
território, a sua defesa e suas regras. Quando falamos ca. Ampliação esta não apenas nos processos decisó-
em instituições políticas, vemos a importância dos rios, mas também, dos direitos sociais.
seguintes conceitos: No Brasil, embora tenhamos a democracia como
um valor universal, ela sempre foi questionada. Ao
z Estado: povo politicamente organizado em um longo do período republicano tivemos curtos espaços
território; de exercício da democracia.
z Poder: habilidade de impor a sua vontade sobre os A República começa com um golpe militar que
depôs a monarquia. Na sequência, instaurou-se
outros, mesmo se esses resistem de alguma manei-
a República Velha com o cerceamento de direitos
ra. Dentro do contexto sociológico, falamos em
sociais. Em 1937 foi implantado o Estado Novo, uma
diversos tipos de poder: poder social, poder eco-
ditadura que durou até 1945.
nômico, poder militar, poder político, entre outros;
Os anos de 1950 são anos de grande agitação polí-
z Povo: refere-se a um agrupamento humano com
tica. Tivemos o suicídio do presidente Getúlio Vargas,
cultura semelhante (língua, religião, tradições) e depois a tentativa de impedir a posse do presidente
antepassados comuns, além de supor certa homo- eleito Juscelino Kubitschek.
geneidade e desenvolvimento de laços espirituais Nos anos de 1960, aconteceu a renúncia de Jânio
entre si. Ex.: ciganos, curdos, bascos etc.; Quadros, com a consequente crise política para a pos-
z Nação: é um povo fixado em determinada área se do vice-presidente eleito João Goulart. Em 1964,
geográfica. Para alguns autores, compreende um houve o golpe militar que durou 21 anos. Após a pri-
povo com certa organização. Para que haja uma meira eleição presidencial ocorreu o impeachment do
Nação, é necessário haver um ou mais povos, um presidente Fernando Collor e, recentemente, tivemos
território e a consciência comum. A antiga Iugoslá- o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
via, por exemplo, formava uma única nação, mas
abrangia vários povos, como croatas, sérvios, bós- CAPITALISMO
nios etc.;
z Governo: exerce controle imperativo no âmbito Os grandes objetivos deste sistema econômico são
de um território definido, reivindicando, com êxi- obter lucro, proteger a propriedade privada e repro-
to, o monopólio da força. duzir o capital, dividindo em classes a sociedade. Mes-
mo sendo um sistema econômico, o capitalismo não tem
DEMOCRACIA somente impactos financeiros, porque tem também des-
dobramentos sociais, políticos, culturais e ambientais.
A democracia é um regime político no qual quem
governa é o povo. O exercício democrático pode dar-
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governamental.
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KARL MARX
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Émile Durkheim
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zir mercadoria.
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mercados funcionarem bem, era necessário reduzir prio corpo. Portanto, para alguns teóricos, está cada
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os impostos, diminuir o gasto público, transferir as vez mais difícil estabelecer fronteiras bem delimita-
.7
empresas públicas para o setor privado, restringir das entre o que é biológico e o que é cultural.
28
INTERSECCIONALIDADE
monetária para reduzir a inflação, possuir uma moe-
-0
da forte e estável e desregulamentar os mercados, Outro conceito que tem gerado grandes debates é
ar
Em novembro de 1989, o chamado Consenso de ta, a discussão sobre desigualdade social referia-se,
gi
Washington estabeleceu dez recomendações que basicamente, às diferenças entre as classes sociais
ar
todos os países que quisessem empréstimos e auxílios (GIDDENS; SUTTON, 2017). Entendia-se que a princi-
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deveriam seguir, dentre as quais destacamos: pal contradição na sociedade era entre os burgueses
gi
ambiente, não existe crescimento econômico sem um pautas. Existem: o movimento social dos trabalhado-
.7
aumento permanente de utilização de matérias-pri- res, que é estruturado na forma de sindicatos; o movi-
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mas. Os países em desenvolvimento, que precisam mento negro, que luta contra o racismo; o movimento
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incrementar sua indústria, fomentar a criação de feminista, cuja bandeira é a igualdade de gênero; o
18
tecnologias e diversificar sua estrutura de produção movimento LGBTQIA+, que trava a batalha contra a
-0
necessitam cada vez mais dos recursos presentes na homofobia; o movimento ambiental, que denuncia a
natureza.
ar
terreno abandonado em Santo André, no ABC paulista, zar sua interligação. É informacional porque depende
13
os condomínios Novo Pinheirinho e Santos Dias foram basicamente de sua capacidade de gerar, processar e
.7
inaugurados, com a presença de representantes dos aplicar de forma eficiente a informação baseada em
28
governos federal, estadual e municipal. A ocupação conhecimentos. É global porque seus componentes
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começou em 2012 e, desde então, o movimento vinha estão organizados em escala global, diretamente ou
18
reivindicando o direito de usufruir do espaço para a mediante uma rede de conexões entre agentes eco-
-0
construção de casas. A Carta Magna, em seu art. 6º, nômicos. É rede porque é feita em uma rede global de
ar
PUTTI, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 13 CASTELLS, M. A sociedade em rede — a era da informação:
nov. 2021 (adaptado). economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999
ar
(adaptado).
lm
Os movimentos sociais são organizações da socie- A globalização é um processo que elimina as fron-
dade civil que lutam pela melhoria das condições de teiras geográficas, aproximando as pessoas. Isso
vida de determinados setores. Temos os movimentos alterou profundamente a estrutura de produção
sociais ambientais, feministas, dos sem terra e dos econômica da sociedade, bem como as maneiras de
sem teto. As estratégias de luta desses movimentos relacionamento das organizações. Uma consequên-
sociais são as mais variadas, indo desde manifesta- cia é que a produção não fica mais concentrada num
300 ções, ações pelas redes sociais ou ocupações. único país. Resposta: Letra E.
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ANOTAÇÕES
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SOCIOLOGIA
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O que está no cerne de todo o trabalho filosófico é
a busca pelo sentido do mundo e dos atos dos homens.
A filosofia nos afasta das opiniões baseadas no sen-
so comum. Estas têm muito mais a ver com os nossos
FILOSOFIA
sentimentos do que com o pensamento sistematizado.
A racionalidade, que vários filósofos descrevem como
o instrumento que nos diferencia dos animais, per-
mite que nos tornemos mais conscientes sobre como
pensar e, principalmente, como agir no mundo.
O pensamento filosófico tal qual o concebemos,
O SURGIMENTO DA FILOSOFIA
como a filosofia ocidental, inicia-se na Grécia. Desde
os filósofos pré-socráticos até os contemporâneos,
O ser humano é uma criatura que produz inven-
muito tempo se passou e muitos sistemas filosóficos
ções. As invenções são fundamentais para que possamos
foram construídos. A divisão das suas etapas, geral-
nos relacionar com o meio natural em que vivemos. As
mente é feita da seguinte forma: Filosofia Antiga;
invenções não são apenas materiais, também são simbó-
Filosofia Medieval; Filosofia Moderna e Filosofia Con-
licas. Vamos imaginar a seguinte situação: você está em
temporânea. Cada etapa pela qual a filosofia passou
casa e, de repente, as luzes se apagam e você não está
tem em um ou vários filósofos como representantes
com nada que ilumine por perto. Você se levanta comple-
principais.
tamente no escuro para procurar uma vela. A sensação
de não saber onde está pisando é horrível, não é? Agora
ALGUNS TEMAS DA FILOSOFIA
imagine os primeiros seres humanos que apareceram na
terra e não sabiam absolutamente nada sobre as coisas
Ética
que eles viam e ouviam.
Essa necessidade de aprender para poder viver é que
As ações humanas têm despertado o interesse de
nos impulsionou a buscar compreender que mundo era
muitas áreas do conhecimento como a sociologia, a
esse que passamos a habitar. Daí, começaram a surgir
psicologia e, claro, a filosofia. Um dos grandes temas
maneiras de nomear as coisas, os animais e as realiza-
que a filosofia discute é a questão da Ética, ou filosofia
ções humanas, a partir de então, passamos a interpre-
da Moral. A vida em sociedade exige de nós a convi-
tá-las para poder usá-las. Ao longo da história surgiram
vência e o relacionamento com o outro. Na interação
inúmeras formas de se pensar existência material e
com o outro, seguimos normas, padrões e regras de
interna do homem. Apareceram os pensamentos: míti- comportamento. Isso significa que não temos liberda-
cos; filosófico e científico. Mito é uma explicação mágica de absoluta para agir da maneira como bem preten-
para a origem das coisas. O conhecimento filosófico é a demos. Se cada um de nós fizesse só aquilo que é da
observação racional do mundo e do ser humano, bus- vontade pessoal, muito provavelmente não nos man-
cando uma explicação para a essência das coisas, através teríamos como um corpo social.
da argumentação lógica. O saber científico exige experi- Se saíssemos pelas ruas perguntando às pessoas
mentação, testes, para provar as hipóteses sobre o que o que elas julgam ser uma vida boa, muito provavel-
causa determinado fenômeno. mente a maioria das respostas situariam uma vida boa
4
Filosofia, a qual compreende a busca pela sabedoria. Mas em que se baseia o nosso conjunto de valores?
lm
A filosofia abarca muitas discussões sobre os mais O que é a moralidade? Nossos princípios podem ser
gi
diversos aspectos da vida humana. Como não existe compreendidos pela razão? Esses princípios têm vali-
ar
uma única maneira de se entender o que é a vida, o dade universal? Existem critérios para definição se o
lm
que é o ser humano, qual a causa de seus atos etc., que fazemos é bom ou ruim? Quando uma ação pode
gi
encontramos várias visões sobre esses aspectos. A filo- ser considerada moralmente condenável? A dimensão
sofia discute questões que envolvem: a linguagem, a religiosa é a que direciona a conduta do ser humano
moralidade que utilizamos para o julgamento das coi- em sociedade? Todas essas questões são discutidas
sas, a ciência, o direito, ideias de justiça e injustiça, as pela Ética. A Ética tem o objetivo de organizar princí-
noções que temos sobre o belo e o feio, e tantas outras pios que nos orientem em nossas ações.
mais.
Uma das características que distinguem o pensa- Estética
mento filosófico de outros é a forma como os filóso-
FILOSOFIA
fos constroem suas argumentações. A filosofia requer A arte é uma das dimensões mais importantes da
uma profunda reflexão sobre as coisas, nos faz buscar vida. Ela é fundamental para a educação do indiví-
uma explicação detalhada sobre o tudo o que existe. duo. Arte significa juntar partes, combinar formas.
Portanto, exige, para sua realização, um pensamen- Para pintar um quadro um pintor teve que combi-
to crítico. Impõe-nos, também, uma argumentação nar várias cores para formar uma imagem. Todas as
lógica, embasada na observação e não simplesmente manifestações artísticas fazem isso. Mas quando para-
sobre o que achamos ou não acerca de determinado mos em frente a um quadro e ficamos admirados, ou
fato. quando lemos um poema e nos emocionamos com o 303
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sentido dele, ou quando observamos uma paisagem e
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA
ficamos extasiados; o que isso significa?
Por que julgamos determinadas coisas belas e Período clássico (séculos V e IV a. C.) — apogeu da
outras coisas feias? O que é o belo? O que é o feio? Por civilização grega; na política, expressão da democra-
que gosto de alguma coisa e de outra não? Os gostos cia ateniense; desenvolvimento das artes, da literatu-
e preferências individuais devem valer para todos? A ra e da filosofia; época em que vivem os sofistas e os
Estética é um ramo da filosofia que pretende auxiliar- filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles
-nos a responder essas perguntas.
Período helenístico (séculos III a II a. C.) — deca-
dência política, domínio macedônico e conquista da
Lógica Grécia pelos romanos; culturalmente, significativa
influência das civilizações orientais
Quando vamos apresentar uma ideia, debater um
argumento com alguém, precisamos dizer de forma tal Fonte: (ARANHA; MARTINS, apud SANTOS, 2014, p. 21)
que o que afirmamos tenha sentido e validade. Imagine-
mos a seguinte frase: A sociedade tem normas, valores A chamada filosofia antiga se dá na passagem do
e regras, mas nossos atos sociais não são influencia- Período Arcaico para o Período Clássico, seguindo a
dos pela sociedade que vivemos. Ora, se na primeira cronologia do quadro acima. Surgem os filósofos pré-
parte da frase afirmamos que existem normas, valores e -socráticos, depois Sócrates, Platão e Aristóteles.
regras na sociedade, não faz sentido nenhum na segunda A filosofia antiga tinha como preocupação com-
parte darmos a entender que elas não influenciam em preender o mundo indagando sobre o ponto de par-
nada nosso comportamento em sociedade. tida do surgimento das coisas, qual o princípio, o
O que caracteriza um argumento verdadeiro? O que é elemento essencial que criou tudo que existe e que
uma afirmação falsa? O que faz com que uma argumen- traz uma organização ao universo. Outra preocupa-
tação tenha validade? A Lógica é um ramo da filosofia ção era a reflexão sobre: o que é a verdade? Como
que discute quais são os métodos de argumentação, os podemos atingir o conhecimento verdadeiro? Uma
princípios que organizam a nossa maneira de raciocinar terceira fonte de indagação refere-se à essência do ser
sobre o mundo. Nossas ideias devem ter validade e exis- humano, do que era feita a alma.
tem diversas maneiras pelas quais podemos expressar o
que pensamos. O que caracteriza um argumento verda- PRÉ-SOCRÁTICOS
deiro? O que é uma afirmação falsa?
FILOSOFIA ANTIGA
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA nos cosmológicos. Eles buscavam explicar a “arché”,
gi
Civilização micênica (séculos XX a XII a. C.) — desen- para todo processo de criação dos seres naturais. Para
lm
volve-se desde o início do segundo milênio a. C e tem entender o mundo, procurou elementos da natureza.
esse nome pela importância da cidade de Micenas,
gi
sas caminham a partir da luta de ideias opostas, no si mesmo. Por isso, ele dizia “conhece-te a ti mesmo”.
Outra conhecida expressão, “só sei que nada sei”,
.7
choque entre elas surge uma ideia nova que tem algu-
28
mas características das forças em disputa, mas é uma tinha a intenção de demonstrar que o homem precisa
.8
coisa nova, uma síntese). reconhecer a sua ignorância para buscar a verdade.
18
Heráclito viu no fogo princípio gerador de todas as Sócrates provocou uma mudança profunda nos
-0
coisas. Todas as coisas advêm do fogo e se voltam para rumos das investigações filosóficas. Sua influência
foi tão grande que seu nome marca uma transição
ar
Para este filósofo, não havia entre os quatro ele- existência humana, bem como nas ações e realizações
gi
mentos — ar, terra, fogo e água —, um que fosse mais que influenciavam essa existência, centraram grande
importante que o outro. O Princípio de onde todas as parte de suas atenções nas noções de bem, de morali-
coisas foram geradas vem da combinação das mais dade, da organização política das cidades.
diversas formas desses quatro elementos. Porém, Infelizmente, não existe nenhum texto, livro ou frag-
o que combinavam esses elementos, o que os fazia mento de algum escrito de Sócrates. O que sabemos sobre
movimentar eram duas forças: o amor e o ódio. Se seus ensinamentos chegou até nós através de outros filó-
num determinado momento a força do amor prevale- sofos. Com esses depoimentos, pudemos traçar um rotei-
cia, a vida era preservada. Agora se o ódio passasse a ro sobre as principais inovações que Sócrates provocou
FILOSOFIA
predominar a desarticulação das coisas sobressaiam. no pensamento filosófico. Sócrates foi um mestre, um
educador. Ele acreditava que a essência do homem era a
Demócrito (460 — 370 a. C.) racionalidade (SANTOS, 2014). É justamente através des-
sa racionalidade que os homens apresentam a capacida-
O filósofo nasceu na cidade de Abdera e é um de para conhecer o mundo a sua volta e, após conhecer,
dos criadores e aperfeiçoadores do atomismo. Não agir sobre ele. Sem o cultivo da razão — esse instrumento
há nada que exista no mundo material que não seja que nos faz agir — não se pode desenvolver o processo
composto por átomos. Para este pensador nenhuma educativo. 305
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Para promover essa educação, ele desenvolveu um Certa vez, um dos prisioneiros conseguiu escapar e,
método, o que conhecemos hoje como método socrático. então, perceber de onde vinham as sombras na pare-
O método socrático era constituído pela ironia (levar o de, e que fora daquela caverna, que era tudo o que
interlocutor a reconhecer a própria ignorância) e pela ele conhecia, havia um mundo inteiro, o mundo real.
maiêutica (uso de perguntas para que o interlocutor des- Assim, ele voltou para libertar os demais prisioneiros
cubra a verdade por meio de exemplos). da caverna, para que todos conhecessem a verdade.
Com o tempo, Sócrates passou a ser acusado de blas- Outro tema central do livro “A República” é a
femar contra os deuses e corromper a juventude ate- maneira como Platão entendia que se deveria exercer
niense. Por conta disso, foi condenado à morte por a organização política. Platão entendia que os homens
envenenamento. desempenhariam atribuições na sociedade segundo sua
natureza. Aqueles que possuíam a natureza para satisfa-
zer suas necessidades mundanas seriam os trabalhado-
res nessa sociedade. Aqueles, cuja natureza se inclinava
para a coragem seriam responsáveis pela defesa, os mili-
tares. E os que eram amantes da sabedoria, dos estudos,
que enxergavam o mundo a partir de valores mais altos,
seriam os que governaria. O governo deveria ser exerci-
do pelo que ele chamou de rei-filósofo.
conclusão indiscutível.
Após a morte de Alexandre, em 323 a. C., um forte
.7
28
Platão
FILOSOFIA MODERNA
mar a natureza conforme seu desejo. Mais uma vez, na Autor da frase “Penso, logo existo”, o filósofo e
18
história, as cidades floresceram, tornaram-se maiores e, matemático é, também, muito conhecido por ser o
-0
dessa vez, com o intercâmbio de mercadoria e homens criador do plano cartesiano. Para ele, o reconheci-
ar
Essa nova geografia mundial foi impulsionada pelo sua obra “Discurso sobre o método”, ele colocava
gi
desenvolvimento da tecnologia náutica, o desenvolvi- quatro regras para se chegar ao conhecimento, quais
sejam: nada é verdadeiro até ser reconhecido como
ar
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
ESCOLA DE FRANKFURT
Conforme comentamos anteriormente, ainda na pri-
meira metade do século XX, um conjunto de sociólogos,
filósofos e historiadores, vinculados ao Instituto para
Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, começou
a desenvolver e a disseminar uma corrente de pensa-
mento conhecida como “Teoria Crítica”. Nomes, como
Theodor Adorno, Max Horkheimer, Eric Fromm, Walter
Benjamin, Herbert Marcuse e Jürgen Habermas foram
os mais conhecidos entre os “frankfurtianos”. Embora
reconhecida como marxista, a Escola de Frankfurt dis-
cordava em diversos pontos da Teoria Marxista Clássica,
Marx7
além de não estar vinculada a nenhum projeto revolu-
cionário ou partidário socialista.
Karl Marx foi um dos mais influentes pensadores É importante relembrar que entre os objetos de estu-
da história. Durante quase todo século XX, metade da do mais importantes da Escola de Frankfurt, destacam-se
população mundial viveu sob regimes inspirados em a cultura e o consumo de massa. Sobre eles, Adorno e Hor-
suas ideias. Foi um estudioso do sistema capitalista kheimer formularam o conceito de “indústria cultural”, o
4
do em apenas estudar o capitalismo, queria também mados em mercadorias para serem comercializados para
as massas. Ou seja, os grandes grupos, que dominam as
.7
que o sistema capitalista era um modo de produção mídias, passam a homogeneizar um determinado tipo de
.8
econômica que gerava, de um lado, grande concentra- material cultural, seja a música, a TV, o rádio, o cinema,
18
ção de riqueza e, de outro, deixava imensos contin- entre outros. Os artefatos culturais passam ser produzi-
-0
gentes populacionais na miséria. dos como se produz uma mercadoria em série nas fábri-
cas. Então, a cultura de massa seria uma mercadoria nas
ar
ele é o burguês. Mas se alguém participa da produção mento da alienação já existente no trabalho.
lm
terror do Holocausto.
lm
Santo Agostinho9
gi
FILOSOFIA MEDIEVAL
ar
Na Idade Média, ocorreu uma intensa mistura século IV e permaneceu até o século VIII. Recebeu esse
gi
entre o conhecimento clássico e as crenças religiosas, nome porque os textos desenvolvidos no período foram
especialmente judaico-cristãs. Os filósofos medievais escritos pelos chamados “Padres da Igreja” (Pater, “pai”,
usaram argumentações racionais, inspiradas nas con- em latim). Destaque para Santo Agostinho de Hipona,
tribuições dos gregos, para justificar as chamadas ver- que defendia a superioridade da alma humana e a supre-
dades reveladas pela religião, tais como a existência macia do espírito sobre o corpo.
de Deus, a imortalidade da alma etc.
Santo Agostinho, no século V, inspirado nas ideias z Escolástica
de Platão, defendia que os homens deveriam ver além
da “cidade dos homens” (aparências) e sinalizava a Baseada na Filosofia Aristotélica, desenvolveu-
necessidade de se alcançar a “cidade de Deus”. Para -se entre os séculos IX e XVI. Surgiu com o intuito de
Santo Agostinho o homem é a junção entre corpo e refletir sobre a existência de Deus, da alma humana
alma, sendo que esta, por ser eterna, deveria coman- e da imortalidade, justificando a fé a partir da razão.
dar o corpo. Destaque para São Tomás de Aquino, que estabeleceu
os princípios para provar a existência de Deus.
310 9 Disponível em: https://s4.static.brasilescola.uol.com.br/be/2020/09/santo-agostinho-por-philippe-de-champaigne.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
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em juízos analíticos (uma característica que é insepará-
vel do sujeito, como dizer que “todo leite é branco” por
exemplo) e juízos sintéticos (uma característica que é
particular daquele sujeito, como dizer “aquela casa é
branca” por exemplo).
O outro nome mais relevante do Idealismo alemão é
Hegel (1770 — 1831). Ele empregava a ideia de espírito
subjetivo, que seria a mentalidade do sujeito, e de espí-
rito objetivo, que seria a manifestação da coletividade,
como a moralidade ou o direito. Para incorporar uma
determinada ideia ou realidade, Hegel utilizou o movi-
mento dialético, em que uma ideia (tese) analisada jun-
to a uma ideia oposta (antítese), não seria anulada, mas
daria lugar a uma nova ideia que iria incorporar elemen-
tos das duas ideias anteriores (síntese).
Hegel12
ILUMINISMO
soa para outra. O uso da razão sobre a matéria serviria, governada por um soberano esclarecido, dotado
então, para afirmarmos um conhecimento mais sólido. de liberdade individual e de pensamento, além de
Segundo a sua “teoria dos juízos”, dividimos os saberes crítico à intolerância religiosa;
10 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino#/media/Ficheiro:Benozzo_Gozzoli_004a.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
11 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant#/media/Ficheiro:Kant_foto.jpg. Acesso em: 30 jan. 2023.
12 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegel#/media/Ficheiro:1831_Schlesinger_Philosoph_Georg_Friedrich_
Wilhelm_Hegel_anagoria.JPG. Acesso em: 30 jan. 2023. 311
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Denis Diderot (1713 — 1784): ao lado de D’Alam- só tem sentido na medida em que pode ser discutido.
bert, foi responsável pela Enciclopédia, que reunia Haverá, talvez, verdades que ficam além da linguagem e
os conhecimentos de diversas áreas; que podem ser de grande relevância para o homem no
z Jean-Jacques Rousseau (1712 — 1778): defensor singular, isto é, para o homem que, seja o que for, não é
da liberdade e crítico do Racionalismo, investigou um ser político. Mas homens no plural, isto é, os homens
instituições sociais e políticas, em especial, a pro- que vivem e se movem e agem neste mundo, só podem
priedade, a desigualdade e a educação; experimentar o significado das coisas por poderem falar
z Adam Smith (1723 — 1790): crítico do mercanti- e ser inteligíveis entre si e consigo mesmos.
lismo, foi um dos precursores do Liberalismo eco-
nômico, defendendo uma economia com liberdade ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense
de oferta e procura; Universitária, 2004.
z Immanuel Kant (1724 — 1804): defendia que o
conhecimento era resultante da sensibilidade e do No trecho, a filósofa Hannah Arendt mostra a impor-
entendimento, sendo o nome que deu origem ao tância da linguagem no processo de:
Idealismo alemão. Sua teoria dos juízos divide-se
em juízos analíticos e juízos sintéticos, conforme a) entendimento da cultura.
vimos anteriormente. b) aumento da criatividade.
c) percepção da individualidade.
FENOMENOLOGIA d) melhoria da técnica.
d) construção da sociabilidade.
A Fenomenologia foi um movimento que teve
como seu representante principal Husserl. O objetivo Para Hannah Arendt, os homens constroem formas de
aqui é entender o fenômeno. Um fenômeno é tudo o estar no mundo que atendam suas condições de exis-
que se apresenta à nossa consciência. Para Husserl, tência. Estas condições não são universais, dependem
ter consciência significa ter sempre a consciência de das distintas realidades locais e históricas. Os homens,
um fenômeno. Portanto, essa consciência possui uma no seu relacionamento, vão influenciando uns aos
intencionalidade, pois objetiva o que está no mundo. outros. Essas influências vão acontecendo pelos nossos
discursos e pelas nossas formas de agir. A linguagem é
Para melhor compreensão da fenomenologia de o instrumento, por meio do qual, criamos um discurso
Husserl, é necessário compreender alguns termos sobre o mundo e como agimos nele, para estabelecer
chaves. 1 — a redução aidética que consiste na padrões de convivência social. Resposta: Letra E.
identificação da essência das coisas. 2 — A redu-
ção fenomenológica que designa a suspensão do 2. (ENEM — 2022) Empédocles estabelece quatro ele-
juízo, mas não está ligado a negar a existência do mentos corporais — fogo, ar, água e terra —, que são
mundo [...] (PEREIRA, 2017, p. 114-115). eternos e que mudam aumentando e diminuindo
mediante mistura e separação; mas os princípios pro-
Merleau-Ponty, outro representante da fenomeno- priamente ditos, pelos quais aqueles são movidos, são
logia, acrescentou um elemento a mais nessa funda- o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os elementos per-
mentação de Husserl. Para Ponty, essa consciência de maneçam alternadamente em movimento, sendo ora
4
algo não é uma coisa que se dá apenas no pensamento. misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio.
-2
Cultural, 1996.
sentidos, de modo que o conhecimento é uma junção
28
das percepções e da sua elaboração no pensamento. O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de
.8
ES: Centro De Ensino Superior Fabra, 2017. Dis- b) transcende ao mundo sensível.
gi
com/search?q=cache:wK6yMLTH9dQJ:https://
lm
INTRODUCAO%2520A%2520FILOSOFIA.pdf&-
Cosmogonia é o conjunto organizado de ideias ou
cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: 22 jan.
princípios que tentam explicar a origem das coisas.
2023. Os filósofos pré-socráticos buscavam o princípio
SANTOS, R. Filosofia — uma breve introdução. [recur- ordenador que gerou todas as coisas que existem
so eletrônico]. NEPFIL online, 2014. Disponível em: na natureza, principalmente nos quatro elementos
https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/files/2019/02/3-filosofia- naturais — terra, fogo, água e ar. Resposta: Letra C.
-uma-breve-introducao.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
3. (ENEM — 2022) Entretanto, nosso amigo Basso tem
o ânimo alegre. Isso resulta da filosofia: estar alegre
diante da morte, forte e contente qualquer que seja o
EXERCÍCIOS COMENTADOS estado do corpo, sem desfalecer, ainda que desfaleça.
SÊNECA, L. Cartas morais. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.
1. (ENEM — 2022) Sempre que a relevância do discurso
entra em jogo, a questão torna-se política por definição, O excerto refere-se a uma carta de Sêneca na qual se
pois é o discurso que faz do homem um ser político. E apresenta como um bem fundamental da filosofia pro-
312 tudo que os homens fazem, sabem ou experimentam mover a:
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a) valorização de disputas dialógicas. De que modo os textos sustentam a existência de um
b) rejeição das convenções sociais. saber ancorado na sensibilidade?
c) inspiração de natureza religiosa.
d) exaltação do sofrimento. a) Admitindo o belo como fenômeno transcendental.
e) moderação das paixões. b) Reafirmando a vivência estética como juízo de gosto.
c) Considerando o olhar como experiência de
Sêneca era um filósofo estóico. O Estoicismo enten- conhecimento.
dia que a felicidade era fruto da tranquilidade da d) Apontando as formas de expressão como auxiliares
alma e da ausência de tudo o que causasse descon- da razão.
forto. A razão deveria ser direcionar as ações huma- e) Estabelecendo a inteligência como implicação das
nas. Deixar-se levar pelas emoções leva ao homem à representações.
tragédia. Letra E.
Merleau-Ponty faz parte da fenomenologia que é
4. (ENEM — 2022) O leproso é visto dentro de uma práti- uma corrente de pensamento que entende que a
ca da rejeição, do exílio-cerca; deixa-se que se perca lá consciência é sempre a consciência de alguma coisa.
dentro como numa massa que não tem muita impor- Mas Merleau Ponty avança nessa questão quando
tância diferenciar; os pestilentos são considerados num alude ao fato de que não é só a mente, mas também
policiamento tático meticuloso onde as diferenciações através do corpo tomamos consciência do mundo.
individuais são os efeitos limitantes de um poder que se A maneira do corpo tomar consciência do mundo
multiplica, se articula e se subdivide. O grande fechamen- é através de nossas percepções, de nossos sentidos.
to por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e Nos dois trechos citados, os autores coincidem em
sua divisão; a peste e seus recortes. Uma é marcada; a que a percepção através do sentido da visão instaura
outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão a experiência de observar a arte e o mundo, propor-
da peste não trazem consigo o mesmo sonho político. cionando deleite estético e conhecimento.
Resposta: Letra C.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis:
Vozes, 1987. 6. (ENEM — 2022) Advento da Polis, nascimento da filo-
sofia: entre as duas ordens de fenômenos, os víncu-
Os modelos autoritários descritos no texto apontam los são demasiado estreitos para que o pensamento
para um sistema de controle que se baseia no(a): racional não apareça, em suas origens, solidário das
estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega.
a) Formação de sociedade disciplinar. Assim recolocada na história, a filosofia despoja-se
b) Flexibilização do regramento social. desse caráter de revelação absoluta que às vezes lhe
c) Banimento da autoridade repressora. foi atribuído, saudando, na jovem ciência dos jônios,
d) Condenação da degradação humana. a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. A
e) Hierarquização da burocracia estatal. escola de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu
uma Razão, uma primeira forma de racionalidade.
Segundo Michel Foucault, o século XVIII foi marcado Essa razão grega não é a razão experimental da ciên-
pelo que ele chamou de sociedades disciplinares que cia contemporânea.
fizeram a diferenciação das pessoas na sociedade atra-
4
-2
vés de prisões e da estruturação de lugares onde deter- VERNANT, J. P. Origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel,
13
dessas sociedades disciplinares era o controle em rela- Os vínculos entre os fenômenos indicados no trecho
.8
ção àqueles que eram considerados indesejáveis social- foram fortalecidos pelo surgimento de uma categoria
18
tema dominante. Resposta: Letra A. a) Os epicuristas, envolvidos com o ideal de vida feliz.
lm
TEXTO I
mito.
gi
4
-2
13
.7
28
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18
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ar
lm
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mundo globalizado ocorre o processo de compressão
do espaço pelo tempo, dando a entender que o mundo
está cada vez menor, pois está cada vez mais prático
e fácil (para alguns grupos específicos) a aquisição e
lucro, e todos esses processos estavam associados ao z redução do estado do bem-estar social e aumento
13
municações extremamente importantes para o mun- z maior vulnerabilidade dos mercados, ficando estes
28
hipóteses para o surgimento deste processo, a mais causam uma maior dependência econômica de nações
ar
aceita está associada a ideias do estudioso Marshall pobres em relação a nações ricas.
lm
anos 60 trouxeram em suas obras os termos aldeia Dessa forma podemos concluir que o processo de
ar
global e sociedade global – a formação destes cená- globalização provocou, provoca e ainda provocará
lm
rios proporcionaria o estreitamento entre as nações mudanças em todo o mundo, e estas mudanças ocorre-
gi
do mundo, que iriam realizar entre si transações e rão de forma cada vez mais rápida, acelerada e desigual.
movimentações financeiras e econômicas cada vez
mais intensas e complexas, através do processo de PRODUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DOS ESPAÇOS
expansão das grandes multinacionais para diversos AGRÁRIOS
países do globo, e esse processo provocou mudanças
significativas, em especial um aumento significativo As atividades agricultura e pecuária exerceram
no mercado consumidor mundial. um papel extremamente importante no processo de
O final da Guerra Fria e a dissolução da União evolução e desenvolvimento da sociedade humana,
GEOGRAFIA
Soviética e do bloco socialista contribuíram para ace- proporcionou a produção de alimentos, a mudança
lerar o processo de globalização proporcionando o do nomadismo para o sedentarismo, a formação dos
surgimento de uma nova DIT – Divisão Internacional aglomerados humanos, que posteriormente se organi-
do Trabalho, fase do sistema capitalista pós 1991 que zaram em vilas e em cidades.
foi reformulada com o surgimento, o fortalecimen- Até a ocorrência da 1ª Revolução Industrial, a agri-
to e a consequente expansão dos blocos econômicos cultura juntamente com o comércio eram as principais
supranacionais e o processo de interdependência da atividades econômicas, sendo responsáveis pela produ-
econômica mundial. Assim podemos afirmar que no ção de recursos no meio rural e as cidades eram os locais 315
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onde ocorria a distribuição das mercadorias, criando O AGRONEGÓCIO, A AGRICULTURA FAMILIAR, OS
assim espaços que do ponto de vista geográfico eram dis- ASSALARIADOS DO CAMPO E AS LUTAS SOCIAIS
tintos: os espaços de produção (áreas produtoras) e espa- NO CAMPO
ços de circulação (áreas onde ocorria o comércio).
No século XVIII, como resultado direto do pro- O agronegócio – também denominado por agribu-
cesso de industrialização que o mundo passava, eixo siness – é a nomenclatura utilizada para fazer refe-
econômico passa por transformações de rural para o rência ao processo da produção agropecuária, e nele
urbano, assim os espaços urbanos passaram a con- estão inclusos todos os serviços, as técnicas utilizadas
centrar os recursos financeiros e tecnológicos, e estas e equipamentos de maneira direta ou indireta.
mudanças fizeram com que o meio rural se adaptasse O setor da economia envolve uma cadeia produtiva
as novas realidades do mercado. com a realização de atividades que incluem desde a pro-
O desenvolvimento técnico-científico ocorrido na dução agrícola (cultivo de culturas como a soja, milho,
Europa, Estados Unidos e posteriormente no Japão, nos café, dentre outros), o consumo e a compra de adubos
séculos XVIII e XIX, o mundo passou por um conjunto de e fertilizantes, o desenvolvimento de máquinas agríco-
transformações sociais, econômicas, políticas, culturais etc. las, o processo de industrialização de produtos oriundos
A ocorrência da 2ª Revolução Industrial proporcio- do campo (como óleos, café solúvel, entre outros) até o
nou várias inovações para o setor agropecuário, como a desenvolvimento de tecnologias para tornar todo esse
produção de insumos, adubos e agrotóxicos, que amplia- processo produtivo e suas atividades mais dinâmicas.
ram a capacidade produtiva dos solos (diminuindo as Entretanto, o agronegócio não está somente rela-
perdas das lavouras por conta das ações de pragas). cionado às atividades voltadas para o campo, esse
Até o fim do século XIX, essa modernização ocor- setor é especialista em meio urbano, sendo um dos
rida na agricultura estava concentrada nos países motivos da ocorrência do processo de subordinação
mais ricos e desenvolvidos, pois estes concentravam e dependência das atividades rurais em relação aos
as melhores condições econômicas, além de melho- mercados presentes nas grandes cidades. Isso ocorre
res condições técnico-científicas para a realização de porque, conforme o agronegócio se moderniza e passa
investimentos no setor rural. por transformações, maior é dependência de atuações
dos complexos industriais e das atividades produtivas
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA E ESTRUTURAS oriundas das grandes cidades.
AGRÁRIAS TRADICIONAIS Esse importante setor da economia está relaciona-
do com três setores da cadeia produtiva econômica,
Na segunda metade do século XX, em especial a o setor primário (agropecuária), o setor secundário
partir dos anos 60, um problema antigo chamava a (indústrias de tecnologias de ponta e de transforma-
atenção das autoridades em nível mundial – a fome, ção das matérias-primas) e o setor terciário (com o
mas foi no período posterior a 2ª Guerra Mundial escoamento e transporte e a comercialização dos pro-
que ficou claro e evidente o processo de desigualdade dutos produzidos no campo).
entre as nações do mundo. Um dos pilares importantes do processo produti-
Os organismos financeiros internacionais como vo presente no contexto do agronegócio é a elevada
o Banco Mundial e corporações privadas, injetando concentração de investimentos. Os produtores estão
capitais, proporcionaram a introdução de insumos, investindo tanto na produção em si quanto nos fato-
4
-2
adubos, fertilizantes, sementes selecionadas em algu- res que melhoram a sua execução. Dessa forma, essa
13
mas regiões da Ásia e da América, contribuindo para atividade também abrange estudos científicos relacio-
.7
o aumento da produtividade agrícola e uma tímida nados com o campo e com o envolvimento de áreas
28
redução dos indicadores de fome e pobreza na região. como a biotecnologia e até com a meteorologia e cli-
.8
O objetivo era reduzir, amenizar e talvez acabar matologia, com o objetivo de oferecer as melhores
18
com o quadro de fome em todo o mundo, porém, os condições para que ocorra o acúmulo de capital por
-0
ca não foi o suficiente para alterar de forma significa- No Brasil, o agronegócio é um dos mais importan-
lm
tiva os quadros de fome nestas duas regiões. tes do mundo, principalmente em relação à dinâmica
gi
A utilização de insumos agrícolas e da mecanização de exportações. Nosso país está entre os maiores pro-
ar
do processo produtivo ficou conhecida como Revolução dutores agrícolas do mundo, sendo o maior exporta-
lm
Verde, que além de receber produtos químicos e semen- dor mundial de café, de açúcar e de cana-de-açúcar;
gi
tes melhoradas e selecionadas, contava também com a é o segundo maior exportador de carne bovina e o
utilização de maquinários no campo e com a forte inje- maior exportador de carne de frango, sendo também o
ção de capitais de grupos econômicos internacionais. quarto maior exportador de carne suína. Esse quadro
A mecanização e modernização da agricultura vie- nos leva a estimativas que os lucros produzidos nesse
ram acompanhadas de problemas para a maioria dos setor cresçam ainda mais, com projeções de aumento
trabalhadores rurais que ficaram a margem de todo o e crescimento em torno de 40% nos próximos anos,
processo única e exclusivamente por questões econô- de acordo com estudos do Ministério da Agricultura.
micas e financeiras. A agricultura familiar vai na contramão do agro-
A Revolução Verde provocou a formação de um negócio, caracterizada por ser um tipo de agricultura
grande contingente de desempregados no campo (o praticada em pequenas propriedades rurais, sendo
uso da mão de obra em grande quantidade se fazia denominada dessa forma pelo fato de ser praticada
cada vez mais reduzido com o processo de mecani- por grupos de famílias (pequenos agricultores e alguns
zação). Sendo assim, essa parcela de trabalhadores empregados). O processo de colheita dos produtos ser-
desempregados no campo foi obrigada, forçada, a rea- ve como forma de alimentação para os produtores, e
lizar processos migratórios para os centros urbanos ainda, pode ser colocado como moeda de troca contri-
316 através do processo conhecido como êxodo rural. buindo assim para o consumo de parte da população.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Importância da Agricultura Familiar z Mão de obra familiar: é a relação de trabalho
quando todas as etapas do processo de produção
Embora seja uma atividade muito importante para são realizadas por entes da mesma família;
o consumo e sustento de várias famílias de agriculto- z Posseiros: são grupos de trabalhadores rurais que
res que vivem nas áreas rurais, dados do IBGE indi- ocupam e/ou cultivam terras que não estão produ-
cam que em torno de 70% dos alimentos consumidos zindo (terras devolutas);
no Brasil são oriundos da agricultura familiar. z Parceria: é o processo em que dois trabalhadores
É importante destacar que, nesse processo, as técnicas ou produtores rurais firmam acordos nos quais
de cultivo e produção utilizadas envolvem também práti-
um fornece a propriedade da terra e o outro ape-
cas tradicionais e de conhecimento popular.
A agricultura familiar é responsável por uma grande nas a força de trabalho, sendo que o segundo vai
parcela da produção de gêneros alimentícios no Brasil. cultivar a terra e depois ocorre a divisão da produ-
As famílias vivem da venda de produtos que plan- ção com o proprietário;
tam, sendo esse tipo de atividade uma importante forma z Arrendatário: ocorre quando um produtor/agri-
de obter renda familiar, e nela o trabalho realizado em cultor não possuía propriedade da terra, mas
equipe se mostra importante para a economia da região. possui recursos financeiros, então este promove
A agricultura familiar proporciona a geração de o arrendamento ou aluga a propriedade por um
renda e emprego no campo e ainda, aumenta o nível de período específico;
sustentabilidade das atividades no setor agrícola, pois z Trabalhadores assalariados temporários: são os
a qualidade dos produtos é superior aos outros conven- trabalhadores rurais que recebem salário, porém
cionais pelo fato de não utilizar produtos químicos em este trabalho é sazonal, ou seja, ocorre em apenas
larga escala, como ocorre na prática da monocultura.
uma parte do ano, normalmente são recrutados
para os períodos que ocorrem as colheitas;
Agricultura Familiar no Brasil z Trabalho escravo no campo: apesar de a escra-
vidão estar abolida no Brasil desde 1888, ainda
A agricultura familiar está presente em quase 85% das encontramos situações de escravidão plena ou em
propriedades rurais do país. A maior parte desse percen- condições análogas à escravidão, geralmente o tra-
tual está localizado na região nordestina. A região Nor- balhador não tem direitos trabalhistas, não recebe
1
deste é responsável por cerca de da produção total. salário, e tudo que o trabalhador utiliza é cobrado
3
como: sua alimentação, as ferramentas de traba-
lho, ficando esse endividado, dessa forma também
Agricultura familiar por região
fica impedido de ir embora. Em pleno século XXI,
esse processo se faz real, em especial nos estados
Distribuição do número de estabelecimento por região
do Pará, Mato Grosso e Goiás, podendo ocorrer em
outras unidades da Federação também.
50
Os conflitos no campo aumentaram de forma sig-
45
nificativa na segunda metade do século XX, a concen-
40 tração fundiária aumentava cada vez mais, e esse
processo foi impulsionado com a implantação da
35
mecanização das atividades agrícolas em solo brasi-
4
-2
processos de transformações e diversificação, como por agronegócio ou agricultura comercial, na qual muitas
exemplo a mão de obra familiar, a presença de posseiros, famílias saíram da região Sul do país com destino às
o sistema de parceria e o processo de arrendamento, a regiões Centro-Oeste e para a porção sul da região da
presença de trabalhadores assalariados temporários e o Amazônia, ocasionando uma nova estrutura no cená-
problema mais grave de todos que é o trabalho em con- rio agropecuário brasileiro, e nestas regiões podemos
dições análogas à escravidão. A seguir, temos alguns con- destacar atividades como a soja e a criação de gado.
ceitos-chave importantes para compreender a dinâmica
das relações trabalhistas no campo.
317
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A RELAÇÃO CAMPO-CIDADE deslocavam-se constantemente de um local para
outro, na busca de alimentos e de locais seguros para
Para compreender a relação campo-cidade é necessá- a moradia e sobrevivência.
ria a ampliação da nossa visão sobre a estrutura de pro- Com o desenvolvimento de técnicas para cultivo de
cessos produtivos como a industrialização, urbanização, vegetais e frutos, além do processo de domesticação, con-
Revolução Verde, e as mudanças ocorridas ao longo dos finamento e criação de animais, a agricultura e a pecuária
tempos e, essencialmente, entender a evolução ocorrida desenvolveram-se, o que permitiu a sedentarização dos
no espaço geográfico. No período pré-industrial, a depen- grupos humanos, ou seja, os homens puderam fixar-se em
dência dos recursos naturais era enorme, no meio rural determinados locais, dando início ao processo de forma-
estavam localizados os principais postos de trabalho e ção das primeiras civilizações.
somente poucas cidades do meio urbano conseguiam pro- Com o passar dos séculos, houve o desenvolvimento de
duzir o suficiente para sustentar seus habitantes. As rela- técnicas cada vez mais avançadas que não só garantiram
ções de poder deixavam de forma clara o domínio que o as necessidades de suas populações, mas também que os
campo exercia sobre a cidade. seres humanos pudessem exercer poder e domínio sobre
Com a ocorrência da Revolução Industrial, as mudan- outros territórios. As técnicas tornaram-se cada vez mais
ças nas relações campo x cidade se iniciam, pois, pela pri- complexas, mas sem deixarem de lado o ponto principal
meira vez na história, o número maior de trabalhadores desde o surgimento dos primeiros aglomerados humanos:
empregados estava na cidade, e não no campo. O meio a capacidade de utilizar e transformar a natureza.
urbano passa a ser o principal centro econômico se trans- Assim, podemos afirmar que o espaço geográfico —
formando em uma área de atração populacional e passa resultado das ações e das atividades humanas — está sem-
a ser o principal destino da população. Observa-se aqui pre sendo produzido e transformado pela sociedade em
a ocorrência do fenômeno conhecido como êxodo rural diferentes momentos da história. Existe um vínculo entre
(migração em larga escala de pessoas das áreas rurais natureza e ação humana, ou seja, entre o espaço natural e
para as áreas urbanas) e, com isso, as primeiras sociedades o espaço geográfico.
urbano-industriais começam a se formar. Podemos citar como exemplos dessas ações o proces-
O Brasil foi conhecido, por um longo período, por ser so de extração de matérias-primas do meio ambiente ou
um país agroexportador, pois até 1930, a economia do país a retirada de matas e florestas para o cultivo de alimentos
girava em torno deste seguimento econômico. Embora ou matérias-primas que serão posteriormente utilizadas
essa atividade não tenha deixado de ser importante para a na produção de mercadorias diversas.
economia, o processo de industrialização, que foi iniciado O processo de extração mineral é considerado um
no governo de Getúlio Vargas nos anos 1930, impulsionou exemplo das diferentes maneiras pelas quais os seres
nosso país a uma série de mudanças nas relações campo humanos transformam e modificam o ambiente em que
x cidade. vivem.
Nos anos de 1950, já eram registrados os primeiros Essa relação entre a natureza e os seres humanos dá-se
números de um país que em pouco tempo viria a ser urba- sempre de maneira harmoniosa? A resposta é não. Os
no (o percentual de pessoas que moravam nas grandes seres humanos estão cada vez mais explorando a natureza
cidades já atingia a marca de 51%). A grande concentração de forma predatória, além do limite que ela pode suportar,
de terras no meio rural brasileiro, que está entre as heran- provocando alterações consideradas desastrosas sobre o
ças deixadas do período do Brasil colônia, logo proporcio- meio natural. Os impactos das ações predatórias dos seres
nou um intenso êxodo rural. Isso fez com que o processo humanos podem ser vistos quando há o desmatamento de
de urbanização brasileira ocorresse de forma muito acele-
4
acelerada dificultou o planejamento urbano e ocasionou Como consequência desses processos, podemos obser-
.7
vários problemas nos centros urbanos, como a favelização, var os mais diversos efeitos: a erosão que atinge as áreas
28
a formação de periferias, o trânsito caótico sem mobilida- de rios, córregos, lagos e outros reservatórios de água,
.8
de, a violência e a segregação socioespacial. Problemas sejam eles superficiais ou subterrâneos; a prática da agri-
18
solar, com o exemplo do cinturão solar no Nordeste. O ferro é o principal minério de exportação do
-2
É importante, ainda, mencionar algumas usinas da Brasil, e sua extração ocorre principalmente no Qua-
13
região sul, em especial de biomassa, com o processa- drilátero Ferrífero, em Minas Gerais; no Pará, na Sara
.7
mento da cana-de-açúcar e produção de etanol (a par- dos Carajás e no Mato Grosso do Sul, no Maciço do
28
ral localizadas nos estados do Sul (principalmente em ximiná, no estado do Pará, que é o principal produtor
lm
O processo de extração de petróleo no Brasil pas- anual é de aproximadamente 17,4 milhões de tonela-
ar
sou a ocorrer de forma mais intensa a partir dos anos das. O Brasil é o terceiro maior produtor do mundo.
lm
1950, quando foi inaugurada a Petrobras. As reservas Aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de
gi
encontradas nas bacias de Campos e Santos são as regi- manganês são extraídas a cada ano, o que torna o
ões nas quais estão concentradas as maiores reservas país o terceiro maior do mundo. Os principais depósi-
de petróleo do país. Também é importante destacar as tos estão localizados na Serra dos Carajás, no Quadri-
reservas de petróleo do pré-sal, localizadas entre os látero Ferrífero e no Maciço do Urucum. Países como
estados de Santa Catarina e Espírito Santo, cuja exten- Japão e Estados Unidos respondem por aproximada-
são total de petróleo ultrapassa 800 quilômetros. mente 50% das vendas que o Brasil faz de manganês.
As reservas de petróleo estão localizadas em pro- Os estados de Minas Gerais e Goiás respondem por
fundidades maiores e menores. O pré-sal, por exem- grande parte da produção de nióbio; a produção do
GEOGRAFIA
plo, encontra-se a 7 mil metros abaixo do nível do metal chega a 38 mil toneladas por ano, tornando o
mar; antes, sua exploração era inviável, porém, com Brasil o maior produtor de nióbio do mundo. O miné-
o desenvolvimento da tecnologia, a Petrobras passou rio tem ampla utilização na fabricação de equipamen-
a extrair uma grande quantidade de petróleo na área. tos de última geração.
Estima-se que as reservas de petróleo somem mais de A partir da década de 1930, a história da deterio-
200 milhões de barris. Assim, o Brasil tornou-se autos- ração dos impactos ambientais no Brasil e no mundo
suficiente na produção de petróleo com a descoberta começou a mudar. Em nosso país, esse fenômeno é
dessas reservas. acompanhado pelo processo de industrialização e 319
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urbanização. Esses eventos proporcionaram certo A poluição da água nos centros urbanos está prin-
desenvolvimento para o país, mas não houve adoção cipalmente associada à falta de políticas para descar-
e implantação de uma legislação apropriada para evi- te do esgoto e tratamento. Pouco mais da metade dos
tar danos ao meio ambiente. domicílios brasileiros tem sistema de coleta de esgoto
Existe uma luta diária para conter a deterioração e fornecimento de água potável; grande parte do esgo-
do meio ambiental causada pelo crescimento das to doméstico produzido em nosso país é lançado dire-
cidades e das indústrias relacionado ao crescimento tamente nos rios sem qualquer forma de tratamento.
populacional. A seguir, destacaremos alguns dos prin- O Brasil possui cerca de 12% das reservas de água
cipais problemas ambientais atuais. doce do mundo, porém somente 4% está própria para
O desmatamento é um dos mais antigos e graves o consumo de acordo com estudos da Agência Nacio-
problemas ambientais que nosso país possui. Desde nal das Águas (ANA). Como consequências da escassez
a chegada dos portugueses, e com os diversos ciclos de água, destacamos a destruição e perda da biodiver-
de exploração, esse problema vem sendo agravado. O sidade, a falta de água com qualidade para o consumo
processo de urbanização e crescimento das cidades, a humano e uma queda na qualidade de vida da popu-
expansão das atividades agropecuárias, a extração de lação, além do agravamento de doenças associadas às
madeira de lei e a utilização das terras para a criação questões citadas acima.
de bovinos, principalmente com a pecuária extensi- O Governo Federal sancionou a Lei nº 14.026, de
va, foram determinantes para o agravamento dessa julho de 2020, o Marco de Saneamento Básico, que
situação. Como consequências do processo de desma- visa universalizar no território nacional os sistemas
tamento, podemos destacar: a destruição da biodiver- de coleta de esgoto e tratamento de água até o ano de
sidade, os processos de erosão e empobrecimento dos 2033. Devem ser promovidas parcerias público-priva-
solos, a redução no ciclo das chuvas, o aumento das das para resolver os problemas que mais afligem os
temperaturas e o aquecimento global. brasileiros; serão investidos cerca de R$ 753 bilhões,
As queimadas, em sua maioria, estão diretamente totalizando R$ 47 bilhões por ano no setor.
associadas à prática da agricultura. Em nosso país, as Dentre os problemas ambientais em ambientes
queimadas vêm aumentando de forma considerável urbanos, podemos destacar:
nos últimos anos, vide os exemplos de 2020 ocorri-
dos no Pantanal e na Amazônia. Como consequências z a formação das ilhas de calor (também conheci-
das queimadas estão o aceleramento do processo de das como microclimas), que são provocadas pela
desertificação, a poluição do ar e o processo de empo- retirada da cobertura vegetal;
brecimento dos solos. z verticalização das construções, que impede uma
A questão do lixo é considerada o grande desafio maior circulação dos ventos;
das autoridades brasileiras, visto que o consumo do ser
z circulação de veículos automotivos;
humano e a produção de lixo só aumentam ano após
z o processo de impermeabilização dos solos.
ano. As dificuldades potencializam-se com a coleta e o
tratamento que ocorrem de forma inadequada. Mesmo
Tais problemas causam um aumento da tempera-
com a Lei Federal nº 12.305, de 2010, também conheci-
tura das áreas centrais em relação às periféricas que
da como a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, que proíbe
pode chegar a 10º C.
o descarte do lixo coletado em lixões a céu aberto (o
Outro problema ambiental dos centros urbanos é
4
A poluição dos solos existe por conta da utilização ximas a centros urbanos;
lm
reto dos produtos químicos utilizados no meio rural. z o aumento de doenças de pele.
ar
cola e o país que mais utiliza agrotóxicos em todo o Por último, vamos destacar o fenômeno da inver-
gi
mundo. Como impactos ambientais decorrentes dessa são térmica, que ocorre principalmente em áreas
situação, destacamos o processo de empobrecimento urbanizadas com elevados índices de poluição, em
do solo, a contaminação dos lençóis freáticos e a des- especial no inverno. Esse fenômeno ocorre da seguin-
truição da biodiversidade (flora e fauna). te forma: a camada de ar poluído impede a troca de
No quesito poluição do ar, nosso país está entre ar na atmosfera (que é um fenômeno de ordem natu-
as nações que mais emitem dióxido de carbono. Esse ral); esse impedimento deixa uma camada de ar frio e
problema tem como principais causas o crescimento poluído próximo à superfície. A inversão térmica gera
da indústria em nosso país e uma elevada concen- uma série de doenças respiratórias.
tração de veículos automotivos; porém, não pode-
mos esquecer a emissão do gás metano na atividade RECURSOS HÍDRICOS, BACIAS HIDROGRÁFICAS E
pecuária. Os impactos ambientais causados pela libe- SEUS APROVEITAMENTOS
ração dos gases do efeito estufa (GEE) são o aumento
do buraco na camada de ozônio, o agravamento de O Brasil possui uma das mais extensas e diversifica-
mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento das reservas de recursos hídricos do planeta. No terri-
global, a contaminação da água e o comprometimento tório brasileiro, estão presentes cerca de 12% do total
320 da fauna e da flora. das reservas de água doce existentes em todo o planeta.
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Os rios, ou cursos d’água, brasileiros possuem características próprias e complexas, resultantes da combina-
ção de diversos aspectos geográficos, como, por exemplo: a região onde estão localizados, o clima, as unidades de
relevo, a cobertura de vegetação e também os impactos das ações antrópicas na natureza.
O mapa abaixo apresenta um breve resumo da hidrografia do Brasil.
Bacia Tocantins
Araguaia
Bacia Atlântico
Nordeste Ocidental
Bacia do Uruguai
Bacia do Atlântico
Sul
As reservas de água no Brasil estão distribuídas em 12 regiões hidrográficas, que foram agrupadas em bacias
hidrográficas com rios de maior vazão. Existem, também, as microbacias localizadas no litoral brasileiro, for-
madas por rios que possuem pequena extensão e vazão. A seguir, destacamos as principais bacias hidrográficas
presentes no território brasileiro.
A Região Hidrográfica Amazônica ou Bacia Amazônica tem como principal rio o Amazonas e seus afluentes.
13
Ocupa uma área de 3.843.402 km², correspondente a 44,63% do território nacional. Abrange os territórios dos
.7
estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso. O rio Amazonas é o maior rio do
28
mundo em volume de água e o segundo em extensão, ficando atrás somente do rio Nilo, no Egito.
.8
18
Javari;
Juruá;
ar
Jutaí;
lm
Purus;
gi
Madeira;
Tapajós;
Xingu.
Iça;
GEOGRAFIA
Japurá;
Negro;
Trombetas;
Jari.
321
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Região Hidrográfica Tocantins-Araguaia Região Hidrográfica do Paraguai
A Região Hidrográfica do Paraná ou Bacia do Para- A Região Hidrográfica do Uruguai ou Bacia do Uru-
ná ocupa uma área de 879.860 km², correspondente a guai ocupa uma área de 174.612 km², totalizando uma
10,33% de todo o território nacional. Localiza-se nos área de 2,05% do território nacional. Está localizada na
estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, região de divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa
Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e no Distrito Fede-
Catarina, assim como na área de fronteira entre o Brasil
ral, região de maior desenvolvimento econômico e de
e a Argentina. Os principais afluentes são os rios:
maior concentração populacional do país.
O principal rio dessa bacia, o Paraná, possui uma
z Chapecó;
extensão de 2.750 km; sua nascente está localizada
z Passo Fundo;
entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato
z Peixe;
Grosso do Sul e corre na fronteira do Brasil com o
z Várzea.
Paraguai até desaguar no rio Iguaçu.
Os principais afluentes são:
Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental
z Rio Grande;
4
z Iguaçu;
13
32.2
18
30.0
maior volume de água. São encontrados outros rios de
lm
29.4
grande porte, como Taquari-Antas e Jacuí.
gi
Temp
ar
ºC
AS QUESTÕES AMBIENTAIS CONTEMPORÂNEAS
lm
a temperatura média do planeta aumenta, centenas diferença de temperatura, pois as calçadas, os prédios
de milhões de pessoas passam fome, sofrem com a e as ruas, que são aquecidos pelo sol o dia todo, demo-
escassez de água e inundações costeiras. A economia ram mais a esfriar.
mundial e as sociedades serão afetadas em níveis que Nas grandes cidades, outro fenômeno, chamado
ainda são desconhecidos. “reversão de calor”, também é comum. Ele ocorre
A análise dos impactos ambientais e das questões quando a atmosfera se inverte, ou seja, quando o ar
climáticas e suas relações com a produção e o con- frio fica em baixa altitude, enquanto o ar quente fica
sumo (inclusive energia) leva à conclusão de que a em uma camada mais alta. 323
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Efeito Estufa z redução de territórios por conta do aumento do
nível do mar, causando deslocamentos populacio-
O efeito estufa é um fenômeno natural importan- nais em massa;
te para a vida no planeta. É responsável por manter z falta de água em algumas regiões;
a temperatura média global, evitando grandes ampli- z inundações em áreas localizadas nas latitudes do
tudes térmicas e proporcionando a vida na Terra. No norte e no Pacífico Equatorial;
entanto, o comportamento humano está agravando esse z possibilidade da ocorrência de conflitos em decor-
fenômeno com o aumento da emissão de gases de rência da escassez de recursos naturais;
efeito estufa na atmosfera, o que leva a mudanças cli- z problemas de saúde provocados pelo aumento das
máticas em todo o planeta. Essa alta concentração de gás temperaturas e pela ocorrência de ondas de calor;
torna difícil o retorno do calor ao espaço, aumentando a z previsão de aumento da temperatura da Terra em
temperatura do planeta. até 2º C até 2100 (quando em comparação ao perí-
Devido a essa alta concentração de gases de efeito odo pré-industrial).
estufa na atmosfera, a energia solar refletida pela super-
fície torna-se difícil de se dispersar no espaço e ser cap- De acordo com o Painel Intergovernamental sobre
turada. O sol irradia calor para a Terra; parte do calor Mudanças Climáticas, entre 2010 e 2050, as emissões
é absorvido pela superfície da Terra e pelo oceano, e a de gases de efeito estufa devem ser reduzidas de 40%
outra parte é devolvida ao espaço. Porém, devido à pre- a 70%. Para tanto, os países devem estabelecer metas
sença de gases de efeito estufa, parte da radiação solar para reduzir essas emissões de gases.
da radiação superficial ficará na atmosfera, impedindo Uma das possibilidades que se tornou realidade
que esse calor retorne totalmente ao espaço. em alguns países é a utilização de energias alterna-
Dessa forma, o equilíbrio de energia é mantido e tivas, renováveis e limpas, em substituição ao uso de
grandes amplitudes térmicas são evitadas. Para um combustíveis fósseis. Além disso, algumas atividades
exemplo melhor, suponha que haja um carro estacio- diárias podem ser coordenadas para controlar o efei-
nado em um local muito ensolarado. Os raios solares to estufa, tais como:
passam pelas janelas e aquecem o interior do veículo. O
calor é frequentemente trazido de volta do carro e dis-
z reduzir o uso de transporte para percorrer curtas
sipado pelo vidro, mas encontra dificuldades. Portanto,
distâncias;
parte do calor permanece no carro, mantendo-o aqueci-
z usar bicicleta, transporte público ou quaisquer
do. Assim, os gases de efeito estufa na atmosfera funcio-
outros tipos individuais (que não emitam gases
nam como o vidro de um carro, permitindo a entrada da
radiação solar e dificultando o retorno de toda a radia- poluentes) e outras formas de transporte coletivo;
ção ao espaço. z aumentar a utilização de produtos biodegradáveis;
Nas últimas décadas, a emissão de gases de efeito z estimular e praticar a coleta seletiva.
estufa na atmosfera terrestre aumentou significativa-
mente. A alta concentração desses gases está relacio- Chuva Ácida
nada principalmente às atividades industriais, que
geralmente são realizadas com a queima de combustí- A chuva ácida é o tipo de chuva com grandes con-
veis fósseis. Além disso, o crescimento da produção agrí- centrações de ácido sulfúrico, nítrico e nitroso, causa-
cola, do desmatamento e do uso de meios de transporte da por reações químicas na atmosfera. Mesmo em um
também levou ao aumento das emissões de gases. ambiente sem poluição, todas as chuvas são ácidas; no
4
O aumento da concentração de gases de efeito estufa entanto, quando o pH é inferior a 4,5, a chuva torna-se
-2
na atmosfera levou a mudanças irreversíveis na dinâ- um problema ambiental. São causadas por um grande
13
mica do clima da Terra. Segundo dados do Painel Inter- número de produtos, liberados pela queima de com-
.7
governamental de Mudanças Climáticas, em cem anos a bustíveis fósseis e lançados na atmosfera devido às
28
Quanto maior a quantidade de gases de efeito estufa no (CO2) na atmosfera tornou a água da chuva ligeira-
-0
emitidos para a atmosfera, maior será a dificuldade de mente ácida. O pH natural da água é 7 e é 5,6 quando
ar
esse calor emitido se espalhar no espaço, o que leva a está em equilíbrio com o CO2 na atmosfera, e quase
lm
entre o efeito estufa e o aquecimento global não é con- va ácida. Esses compostos são liberados na atmosfera
lm
sistente entre acadêmicos e pessoas comuns. Parte da pela queima de combustíveis fósseis. Quando reagem
gi
população e da comunidade científica não acredita que o com gotículas de água na atmosfera, formam ácido
aumento do gás leve a um aumento da temperatura. Eles sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3). Esses dois áci-
acreditam que o alto aquecimento é apenas uma fase dos, juntos, aumentam a acidez da água da chuva.
da mudança dinâmica do clima da Terra. A indústria é Como vimos, a liberação de gás devido ao uso de
a principal responsável pela emissão de gases de efeito combustíveis fósseis é a principal causa da chuva
estufa na atmosfera, o que leva ao aquecimento global. ácida. Portanto, é o resultado do uso de combustíveis
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre fósseis no transporte, nas usinas termelétricas, indús-
Mudanças Climáticas, estas são as principais consequ- trias e outras formas de combustão. Também podem
ências do efeito estufa: ser formadas por causas naturais, como os gases libe-
rados durante erupções vulcânicas.
z derretimento das calotas polares e aumento do Os países industrializados são os mais afetados
nível dos oceanos; pela chuva ácida. No entanto, o fluxo de ar pode trans-
z aumento da insegurança alimentar, prejudicando portar poluentes para lugares distantes. Isso aconte-
as colheitas e a pesca; ceu em lagos escandinavos, que se tornaram ácidos
z risco de extinção de espécies e danos a diversos pela chuva devido às atividades industriais na Alema-
324 ecossistemas; nha, França e Reino Unido.
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Para a natureza, a consequência da chuva ácida é A NOVA ORDEM AMBIENTAL INTERNACIONAL
destruir a vegetação e acidificar o solo e as águas dos
rios e lagos. Um exemplo das consequências da chuva Com o fim da Guerra Fria, após a desintegração da
ácida foi observado no Brasil, com a destruição da vege- União Soviética em 1991, o mundo iniciou uma nova
tação das encostas da Serra do Mar e erosão do solo. fase de relações geopolíticas. Os Estados Unidos foram
Quando a acidificação atingir o solo e as águas de definidos como um país hegemônico, e o sistema
rios e lagos, os organismos que vivem nesses locais capitalista foi o fator decisivo na construção de uma
serão afetados. A água e o solo tornam-se inadequa- nova ordem mundial. Discussões e análises de dispu-
dos para conter certos organismos, levando à sua tas entre ideologias opostas, que existem há décadas,
morte. A chuva ácida também pode causar a corro- começaram a dividir espaço com outras questões,
são de mármore e calcário e a oxidação de metais em como erradicação da pobreza, degradação ambiental
locais históricos, como edifícios e estátuas. e terrorismo internacional.
Em 1992, foi realizada a Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tam-
Camada de Ozônio
bém conhecida como 92ª Conferência do Rio, a primei-
ra reunião importante iniciada pelas Nações Unidas
A “camada de ozônio” é composta em maior parte
desde o início da Nova Ordem Mundial. É importante
pelo gás ozônio (90%) a uma altitude de 25 quilôme-
notar que as autoridades políticas e a imprensa, em
tros na estratosfera, protegendo a Terra da radiação
geral, começaram a dar mais atenção às questões rela-
ultravioleta prejudicial aos seres humanos. Sem ela, a
cionadas ao meio ambiente global; o debate, até então
vida na terra seria impossível. O ozônio (O3) é um dos
muito centrado na ciência e na academia, estendeu-se
gases que constituem a atmosfera, é a forma molecu-
ao cotidiano das pessoas.
lar do oxigênio e possui alta reatividade. No mundo globalizado, desde o final do século XX,
Pode ser produzido de duas maneiras: na troposfe- a desterritorialização é um ponto importante. Ela con-
ra, o óxido nitroso (N2O) e a luz solar são produzidos siste no processo de fragmentação dos territórios em
pela oxidação do oxigênio (O2); já na estratosfera, é algumas regiões do planeta e na formação de novos
produzido pela radiação ultravioleta, que se decom- territórios que passam a ganhar destaque no cená-
põe em dois átomos de oxigênio sob a ação da molé- rio das relações econômicas e internacionais. Nesse
cula de oxigênio (O2), e cada átomo de oxigênio é processo, um país perde, em parte ou completamen-
combinado com a molécula de oxigênio (O2). te, certas decisões sobre o seu território. Essa perda é
A função do gás ozônio também varia de local para causada pelas necessidades de outros países ou pelas
local. Na troposfera, altos níveis causam poluição do prioridades do capital globalizado, que opera como
ar e chuva ácida, que são prejudiciais às plantas e à empresas multinacionais cujos objetivos muitas vezes
saúde humana. Na estratosfera, a camada de ozônio é vão contra os objetivos do país e da própria sociedade.
formada absorvendo quase 90% dos raios ultraviole- Nesse contexto, como novos países ganham des-
tas do sol para produzir um efeito benéfico. taque em relação ao desenvolvimento de atividades
O buraco na camada de ozônio é a área onde a econômicas, ocorre um aumento de forma gradativa
4
concentração de ozônio na estratosfera cai abaixo de ou mais intensa da importância das questões ambien-
-2
50%. Os buracos na camada de ozônio estão relaciona- tais, devido ao processo de emissão de materiais
13
dos aos gases produzidos pelas atividades humanas. poluentes e de degradação do meio ambiente. Sendo
.7
inclui óxido nitroso e CO2 emitido por veículos e quei- das sob essa ótica.
-0
torno da proteção do meio ambiente e da preservação res são importantes para reduzir o impacto do homem
lm
dos recursos naturais do país. nesses locais, pois a fragmentação dos habitats pode ter
gi
Na década de 1980, outras instituições foram criadas, graves consequências para a flora e fauna locais, poden-
ar
como o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNA- do até ser responsável pela extinção de espécies.
lm
MA), o Comitê Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Portanto, os corredores ecológicos desempenham
gi
e o órgão fiscalizador, o Instituto Brasileiro do Meio o papel de melhorar a capacidade dos organismos
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). de se moverem no meio ambiente, reduzindo o iso-
Com a promulgação da Constituição Federal em lamento da população e promovendo conexões entre
1988, a política ambiental do Brasil foi considerada uma áreas dispersas. De acordo com a Lei nº 9.985, de 18
das leis ambientais mais avançadas do mundo, e tem fei- de julho de 2020, os corredores ecológicos podem ser
to os maiores avanços. Isso se deve, principalmente, ao definidos como:
fato de a legislação cobrar as responsabilidades dos cida-
dãos, das empresas, instituições e do próprio governo. Art. 2º [...]
Desde então, as críticas deixaram de ser dirigidas XIX - [...] porções de ecossistemas naturais ou semi-
à legislação e passaram a questionar a aplicabilidade naturais, ligando unidades de conservação, que
dela, pois inúmeros crimes ambientais, principalmen- possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movi-
te os cometidos por grandes empresas, costumam ficar mento da biota, facilitando a dispersão de espécies
impunes no final. e a recolonização de áreas degradadas, bem como
Porém, em 2010, com a elaboração da política de a manutenção de populações que demandam para
proteção ambiental, uma nova polêmica foi deflagra- sua sobrevivência áreas com extensão maior do
326 da, com a redação da “Nova Lei Florestal”, considerada que aquela das unidades individuais.
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Os seres humanos são causadores de grandes z Programa Território Cidadão;
danos ao ambiente natural, por exemplo, a fragmen- z Programa de Desenvolvimento Regional (Marajó,
tação de habitats anteriores contínuos. Essa fragmen- BR-163 e Programa do Xingu);
tação isola plantas e animais nesses ecossistemas, z Leis e Regulamentos da Amazônia (Terra Legal);
podendo até causar a morte de espécies locais. É para z Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei Federal nº
esses casos que surge o corredor ecológico, conectan- 11.284, de 2006);
do duas áreas dispersas e permitindo que animais e z Plano de Manejo de Florestas Comunitárias e Fami-
sementes de plantas possam ter livre circulação. liares (Decreto Federal 6.874, de 2009);
Os corredores ecológicos são uma forma de com- z Plano de Desenvolvimento Regional da Amazônia
pensar o impacto negativo do homem sobre o meio (PRDA).
ambiente, garantindo a interligação de áreas disper-
sas. Plantas e animais são diretamente afetados pela A zona econômica exclusiva também afeta a
fragmentação ambiental. Os animais são impedidos localização das reservas estatutárias, a redução ou
de se moverem livremente sobre uma grande área, ampliação (art. 13, da Lei nº 12.651, de 2012) e o uso
sendo necessário percorrer um ambiente sem seu sustentável de apicuns e salgados (art. 11-A, da Lei nº
habitat natural para chegar a outro fragmento. 12.651, de 2012).
As plantas também são danificadas porque sua O ZEE é instrumento da Política Nacional de Meio
reprodução é danificada. Por exemplo, a polinização Ambiente, conforme o inciso II, do art. 9º, da Lei nº
e a dispersão de sementes podem não ocorrer, o que 6.938, de 1981, e regulamentado pelo Decreto Federal
torna difícil para a espécie se espalhar para outras nº 4.297, de 2002.
áreas. Além disso, com o tempo, a fragmentação pode O zoneamento ecológico-econômico é uma com-
levar ao surgimento de subgrupos. petência compartilhada da União, dos estados e dos
O desmatamento pode levar à fragmentação municípios. A Lei Complementar nº 140, de 2011, fixa
ambiental, fazendo com que ambientes anteriormen- normas para a cooperação entre esses entes no exercí-
te contínuos apareçam em manchas. Ao conectar essas cio da competência comum relativa ao meio ambiente
áreas dispersas, os corredores permitem a transferên- (art. 23, da Constituição Federal).
cia de sementes, animais e plantas, e essa transferên- Ela também constitui a ação administrativa da
cia é essencial para fornecer o fluxo gênico entre as União, a elaboração do ZEE de âmbito nacional e regio-
espécies (o movimento dos genes de uma população nal; é função dos Estados elaborar o ZEE de âmbito
para outra). Além disso, corredores ecológicos podem estadual, e dos Municípios a elaboração do plano dire-
ajudar a recolonizar áreas degradadas. tor, observando os ZEEs existentes nas demais esferas.
A zona ecoeconômica (ZEE), também conhecida Seguindo a abordagem unificada estabelecida no
como zona ambiental, visa alcançar o desenvolvimen- Código Federal, a nova Lei Florestal (Lei Federal nº
to sustentável, adaptando o desenvolvimento social 12.651, de 2012) prevê um prazo de cinco anos para
e econômico à proteção ambiental. Esse mecanismo todos os países elaborarem e aprovarem o ZEE (§ 2º,
de gestão ambiental inclui a delimitação de áreas do art. 13).
ambientais e a atribuição de usos e atividades compa- Essa cooperação é realizada através da Comissão
tíveis com base nas características (potencialidades e Nacional de Coordenação do Zoneamento Ecoeco-
limitações) de cada área. Seu objetivo é o uso sustentá- nômico Territorial (CCZEE) (Decreto nº 28, de 2001),
4
vel dos recursos naturais e o equilíbrio dos ecossiste- que é o órgão político responsável pelo planejamento,
-2
mas existentes. Portanto, a zona econômica exclusiva acompanhamento, coordenação e avaliação da execu-
13
deve ser baseada em uma análise detalhada e abran- ção do projeto de ZEE.
.7
gente da área, levando em consideração o impacto do O apoio técnico vem da Aliança Brasileira ZEE (art.
28
comportamento humano e a capacidade de suporte ao 6º, do Decreto nº 28, de 2001), que é composta por 15
.8
18
específicas para cada unidade territorial (região) assessoria ao CCZEE e aos estados da Federação para
ar
identificada, incluindo a formulação de medidas des- realizar trabalhos, desenvolver métodos e orientar a
lm
diversas ações no país e na região, tais como: produtivos com o objetivo de amenizar os efeitos das
ações antrópicas sobre o meio ambiente.
z Plano de Ação para Prevenção e Controle do Des- Essa proposta foi recusada tanto pelas nações
matamento e Queimadas existentes no Rio Amazo- pobres quanto pelas ricas. A discussão ambiental
nas Legal e Cerrado; avança na década seguinte, em especial após a minis-
z Políticas de Defesa Nacional (PND); tra norueguesa Gro Harlem Brundtland organizar o
z Programa Nacional de Mudanças Climáticas relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente
(PNMC); e Desenvolvimento (1987). 327
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Aparece, então, o conceito de desenvolvimento estrutura interna, e cada camada tem suas próprias
sustentável, que é a base para um debate maduro, características e subdivisões. O raio da Terra é de cer-
seguido pela ECO 92 em 1997 e suas 21 propostas, a ca de 6.371 quilômetros. Ou seja, a soma da espessu-
saber, “Agenda 21” ou “Conferência de Kyoto”. Mas ra de sua camada interna dá esse resultado, e ele se
não é apenas a Organização das Nações Unidas que distribui entre crosta (5–70 km), manto (aproximada-
é palco para esse debate: nas universidades, ONGs e mente 2.900 km) e núcleo (raio de aproximadamente
cidades, as discussões sobre diversas áreas estão em 3.400 km).
constante evolução. Estudos têm mostrado que quanto mais profundo,
O problema a ser resolvido está na atitude de maior a temperatura e a pressão. A temperatura do
grandes empresários e governos, bem como em nos- núcleo da terra deve ultrapassar 5500° C, e a pressão é
sas escolhas do dia a dia. É um conceito relacionado a de aproximadamente 1,3 milhão de atmosferas.
todas as áreas da vida, ou seja, é sistemático. A adoção Usa-se o instrumento de medição chamado sismô-
de novas abordagens porá em perigo a continuidade metro para estudar a estrutura interna da Terra. O
da sociedade humana, das atividades econômicas, da sismógrafo capturou todos os movimentos internos do
cultura, da sociedade e do meio ambiente natural. planeta, e os cientistas obtiveram certezas por meio
Nesse sentido, o conceito de desenvolvimento sus- de vários cálculos. Usando um sismógrafo, pode-se
tentável parece propor uma nova forma de vida. É tirar conclusões sobre a espessura e a composição das
uma nova forma de organizar a vida humana e bus- várias camadas da Terra. Por outro lado, a temperatu-
car uma sociedade que atenda às suas necessidades e ra é calculada com base em experimentos científicos
expresse seu potencial. O conceito de sustentabilida- que testam o comportamento de vários elementos sob
de precisa ser testado quanto à consistência lógica nas condições extremas de temperatura e pressão.
aplicações práticas, para transformar o discurso em A crosta é a camada superior da Terra. É a camada
realidade objetiva. mais fina da estrutura terrestre e sua espessura varia,
Construir uma sociedade sustentável não é tarefa em média, entre 5 quilômetros na parte mais profun-
fácil; é preciso conscientizar, mudar a forma de aqui- da do oceano e 70 quilômetros em todos os continen-
sição de informação e educação ambiental, usar os tes. A crosta é, basicamente, composta por silício e
recursos planetários de forma mais eficaz e responsá- alumínio no continente e silício e magnésio no fundo
vel, de forma a garantir o desenvolvimento econômi-
do mar. Portanto, os termos SIAL (silício e alumínio) e
co básico e adotar novos paradigmas de preservação
SIMA (silício e magnésio) referem-se a essas partes da
da dignidade humana como valor intransferível.
crosta terrestre.
A transição para esse novo modelo sustentável não
Toda a vida conhecida na Terra está localizada na
acontecerá repentinamente. Como já vimos, são mui-
crosta terrestre. A vida na parte interior da Terra é
tos os anos que formaram o sistema atual, produzin-
impossível e os organismos vivos não seriam capazes
do maus hábitos profundamente enraizados em nossa
de suportar temperaturas tão altas.
sociedade.
A perfuração mais profunda já conduzida foi o poço
No entanto, a adaptação incremental já está em
Kola Superdeep, na antiga União Soviética. Em 1989, o
andamento. O funcionamento da sociedade de con-
poço atingia 12.262 metros e a temperatura estava em
sumo deve travar o funcionamento predatório e a
torno de 180° C. Mesmo assim, a perfuração permaneceu
necessidade de operar sob os novos parâmetros do
na superfície do planeta e não atingiu o manto.
4
ças de comportamento que não podem ignorar as con- O manto da Terra é a camada intermediária, abai-
13
sequências de cada escolha que fazemos. xo da crosta e acima do núcleo. Sua espessura é de
.7
A superfície de um planeta faz parte da camada z Manto superior: devido à alta temperatura, está
gi
mais fina (crosta), que é a única camada conhecida em um estado de magma (rocha derretida pastosa);
ar
pelo homem. Lá, as placas tectônicas “flutuam” acima z Manto inferior: nele, a rocha encontra-se no esta-
lm
da camada de fluido subjacente — o manto. As pla- do sólido devido à alta pressão, embora a tempe-
gi
cas tectônicas formam a litosfera, que é composta por ratura seja maior em relação à parte superior. A
partes da crosta terrestre e do manto. temperatura na parte mais profunda do manto
Abaixo está a astenosfera, que pertence ao man- inferior atinge cerca de 3000° C.
to. O manto é composto por duas partes: superior e
inferior e, abaixo do manto, está o núcleo. O núcleo é O núcleo é a parte mais interna da estrutura da
a camada no centro do planeta e está subdividido em Terra. Também é chamado de NIFE porque é compos-
duas partes: externo e interno. to de níquel e ferro. Como o manto, o núcleo é dividido
Existem duas fronteiras entre as camadas, batiza- em duas partes: externo (líquido) e interno (sólido).
das em homenagem ao sismólogo que as descobriu.
Elas são descontinuidades com características dife- z Núcleo externo: composto de níquel e ferro líqui-
rentes em relação às duas camadas inferiores. Esses dos, com cerca de 2.200 quilômetros de espessura. A
limites são chamados de: descontinuidade de Gutem- temperatura do núcleo externo varia entre 4000° C
berg (entre o núcleo e o manto) e descontinuidade de e 5000° C;
Mohovicic (entre o manto e a crosta). z Núcleo interno: parte mais profunda da estrutura
Qual é o nível da Terra? Como ela está organizada? interna da Terra, com raio de 1200 km e profundi-
328 Cada camada da terra representa a divisão entre sua dade de cerca de 5.500 km em relação à superfície.
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A temperatura dentro do núcleo é próxima a 6.000° z Erosão eólica: causada pelo vento, mas com a aju-
C, semelhante à do sol. Devido à pressão, seu interior é da de partículas de rocha e partículas de areia. É
composto basicamente de ferro sólido, um milhão de a causa do desgaste da rocha e desempenha um
vezes acima do nível do mar. Diversos estudos apon- papel de jato de areia, muito comum em áreas mais
tam que o núcleo interno gira a uma velocidade maior secas. Esta erosão proporciona belas paisagens.
do que a rotação da Terra. Isso só é possível porque ele
está totalmente envolvido em meio líquido. SITUAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA E
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA
ESTRUTURAS DO SOLO E DO RELEVO
A classificação climática é o estudo da climatologia
Os agentes do relevo são classificados em agen- que define os limites dos tipos de clima que ocorrem
tes internos e externos. São responsáveis por formar e em uma determinada área, com base na temperatura,
modelar as diferentes formas existentes de relevo no pla- umidade e distribuição sazonal.
neta. O relevo é criado pela ação das forças endógenas Tipos de classificação:
(internas), formadoras do relevo, e pela ação das forças
exógenas (externas), responsáveis por modelar o relevo. z Köppen-Geiger: sistema de classificação global
para tipos de clima;
z Agentes internos: chamados de agentes endó- z Alisov: baseada no conceito de massa de ar;
genos, formam relevos e atuam na terra, como o z Trewartha: publicada pelo geógrafo americano
movimento tectônico (movimento das placas tec- Glenn Thomas Trewartha em 1966;
tônicas), as ondas sísmicas (terremotos) e o vulca- z Thornthwaite: criada por Charles Warren Thor-
nismo (erupções vulcânicas); nthwaite. O fator mais importante é a evapo-
z Agentes externos: conhecidos como agentes exó- transpiração potencial e sua comparação com a
genos, simulam as formas de relevo que atuam em precipitação;
partes da superfície terrestre, por exemplo, huma- z Strahler: proposta pelo climatologista indiano
nos, vento, chuva, água (rio, oceano, oceano), neve, e professor de ciências da Terra Arthur Newell
geleiras, temperatura, entre outros. Strahler (Kolapur, Índia, 1918–2002), estrutura-se
de acordo com a origem do fenômeno, classifican-
Modeladores do Relevo do o estado da área, o desempenho da massa de ar,
o tipo genético ou explicativo.
Os agentes modeladores do relevo são respon-
sáveis por transformar e modificar as formas e Características Climáticas do Território Brasileiro
estruturas do relevo terrestre. Eles atuam de forma
intensa e constante, também podem ser chamados de A maior parte do território brasileiro está locali-
intemperismo. zada nas baixas latitudes entre o Equador e o Trópi-
O intemperismo é uma série de fenômenos bioló- co de Capricórnio. Portanto, o clima quente e úmido
gicos, químicos e físicos que degradam as rochas. predomina. Em relação à umidade, existem algumas
O intemperismo químico é comum em áreas tropi- diferenças de clima de uma região para outra, de
cais, nas quais a temperatura e a umidade são altas e ultraúmido (mais de 2500 mm de chuva por ano) a
4
os elementos químicos na rocha se decompõem. semiárido (entre 300 e 600 mm de chuva anual).
-2
Os tipos de erosão são os seguintes: mas classificados com relação às zonas térmicas da
-0
desmatadas de encostas dos rios são as principais cal. Vejamos as principais características de cada um
lm
maior problema é que, quando a floresta marginal O clima equatorial localiza-se na zona intertropi-
é cortada e o assoreamento é promovido, o rio per- cal, próximo à Linha do Equador, manifestando tem-
de sua força e fica mais difícil chegar ao estuário. peraturas em torno de 25º C, baixa amplitude térmica
Outro processo que pode ocorrer é o desgaste do e elevados índices pluviométricos, excedentes a 2000
leito do rio, tornando-o mais profundo, como é o mm de precipitação anual.
caso do Grand Canyon, nos Estados Unidos; O nível de evapotranspiração é frequente, tendo
z Erosão das geleiras: uma vez por ano, o desgaste é em vista a grande quantidade de florestas equatoriais
formado nas áreas congeladas, pois a ação do con- existentes, pois isso eleva a umidade do ar. O fato de
GEOGRAFIA
gelamento e derretimento irá erodir diretamente existir a zona de convergência intertropical e predo-
as rochas (quando a água flui sobre as rochas), for- minância de fenômenos convectivos influencia a ação
mando os chamados fiordes; da atmosfera nessas regiões.
z Abrasão marinha: causada pelas ondas, seja o Desse modo, há precipitação excessiva relaciona-
impacto das ondas no litoral suave ou erosivo; leva da às trovoadas nos momentos de alta temperatura
à degradação das rochas matriz, principalmente das durante o dia. É mais comum localizar essa variedade
praias. Quando esses impactos são fortes, formam-se climática na região Norte do Brasil, na porção central
as chamadas falésias, como as de Torres (RS); da África e no sudeste Asiático. 329
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z Tropical Vale ressaltar que vegetação não é sinônimo de
flora. A vegetação representa as características gerais
Localizado na região central do Brasil, mais pre- da vida vegetal e a flora é uma coleção de todas as
sente na região Centro-Oeste. Este clima tem duas espécies de plantas desenvolvidas em um único lugar.
estações distintas: a temperatura é moderada e seca
no inverno, e o verão é quente e chuvoso. A tempe- Tipos de Vegetação do Brasil
ratura média anual é superior a 18º C e a amplitude
térmica anual chega a 7º C. A precipitação anual varia A vegetação do Brasil pode ser dividida em:
de 1.000 mm a 1.500 mm. Quanto à umidade, a região
central do país possui clima semiúmido. z Florestais ou arbóreas: densas vegetações forma-
das por árvores, como Floresta Amazônica, Mata
z Tropical Semiárido Atlântica, Mata das Araucárias e Mata dos Cocais;
z Herbáceas e arbustivas: formadas por plantas de
Esse clima é característico do Nordeste, região que porte rasteiro, nomeadamente, ervas e arbustos,
inclui uma área chuvosa e outra com menos chuvas, e como no Cerrado, na Caatinga e nos Pampas;
a maior temperatura do país. No clima tropical semiá- z Complexas: formações vegetais heterogêneas,
rido, a temperatura média anual é de cerca de 27º C e a como o Pantanal e a vegetação litorânea.
amplitude térmica é de cerca de 5º C. O índice de chuvas
não é maior que 800 mm por ano. Neste tipo climático, A seguir, veremos algumas características das
está presente o Polígono das Secas, área que passa por vegetações presentes no Brasil.
constantes processos de escassez de água e de chuvas.
z Caatinga
z Tropical de Altitude
A Caatinga cresce no clima tropical semiárido e reú-
A área montanhosa e serrana do Sudeste possui um ne principalmente vegetação arbustiva, cactos e plantas
clima tropical com alturas tropicais. Devido à altitude, secas, próprias para climas áridos. Esse tipo de vegetação
apresenta a temperatura mais baixa de toda a região está distribuído na parte nordeste do Brasil e, em menor
tropical, com média inferior a 18º C. Sua amplitude tér- medida, na parte sudeste. Também é chamado de estepe
mica anual também está entre 7º C e 9º C, e seu padrão em países da Europa, Ásia e África.
de chuvas é semelhante ao do clima tropical. No inver-
no, a entrada de frentes frias pode causar geadas. z Cerrado
e inverno rigoroso, durante o qual podem ocorrer árvores podem ter raízes aéreas. São encontrados em
lm
geadas ou neve. A precipitação é uniformemente dis- áreas tropicais e subtropicais ao longo da costa do
gi
tribuída ao longo do ano, variando de 1.500 mm a Brasil, assim como em outras partes do continente
ar
2.000 mm por ano. A temperatura média anual está americano e na África, Ásia e Oceania.
lm
GRANDES DOMÍNIOS DA VEGETAÇÃO NO BRASIL E As características dos Pampas são relevo pouco aci-
NO MUNDO dentado e vegetação de herbáceas, pequenas árvores
e arbustos. Ocorrem em regiões de clima subtropical.
Vegetação é o termo usado para se referir à cober- São encontrados no sul do país e em países vizinhos,
tura vegetal do espaço geográfico. A vegetação nati- como Argentina e Uruguai.
va de uma área é diretamente afetada por seu clima.
Além do clima, outros fatores também participam do z Pantanal
desenvolvimento da vegetação, como relevo, hidro-
logia, solo, pressão atmosférica, altitude, latitude e É considerado a maior planície de inundação do
movimentação da qualidade do ar. mundo. A vegetação que existe no Pantanal é chama-
A vegetação é importante para regular os ciclos da de “vegetação de transição” (entre a pradaria e os
biogeoquímicos, como os ciclos da água e do carbono, campos). Grande parte dessa vegetação desenvolve-se
a manutenção do solo, o equilíbrio do clima, o habitat no período mais seco (estiagem), a maior parte do ano
330 e outras fontes de energia biológica. na área ainda submersa por inundações.
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Está localizado na região tropical Centro-Oeste do z Tundra
país (nos estados de Mato Grosso do Sul de Mato Gros-
so). Além do Brasil, esse bioma abrange também os Vegetação escassa, como ervas, gramíneas e mus-
vizinhos Paraguai e Bolívia, lá chamado de “Chaco”. gos. Os fortes ventos em sua área impedem o cresci-
mento de plantas grandes. Assim como a floresta de
z Mata Atlântica coníferas, a tundra cresce em um lugar muito frio, na
extremidade norte do globo.
Também conhecida como floresta tropical, é rica
Pode ser encontrada na parte mais fria da Terra, o
em diversidade vegetal, incluindo árvores de médio
Círculo Polar Ártico, Rússia, Groenlândia e Finlândia.
e grande porte que foram florestas densas. Devido ao
clima tropical predominantemente úmido (quente e
z Taiga
úmido), também pode apresentar microclima (tropi-
cal alto úmido subtropical) por ser formado por pla-
As florestas de coníferas crescem em locais mui-
naltos e montanhas.
to frios da terra, também conhecidos como florestas
Esse tipo de vegetação existe na maioria das áre- de coníferas ou florestas boreais. Difere-se da tundra,
as do litoral do Brasil e também pode ser encontrado onde a vegetação é baixa devido ao excesso de gelo e
em outros países da América do Sul, América Central, ventos fortes, enquanto estas reúnem algumas árvo-
África, Ásia e Oceania. res (especialmente coníferas).
Localiza-se em ambientes de clima subpolar (seten-
z Mata das Araucárias
trional) na América do Norte, Europa e Norte da Ásia.
Também conhecida como “Mata dos Pinhais”, cres-
ce em clima subtropical (frio no inverno e quente no z Estepe
verão). Há grandes árvores, dentre as quais se destaca
o pinheiro-do-paraná ou “araucária”, que forma uma Ocorre em áreas de clima árido, temperado e sub-
densa floresta fechada. tropical, e é considerada uma “manta vegetal” ampla
Essa vegetação está distribuída principalmente na por apresentar, principalmente, plantas herbáceas
parte sul do país. Embora seja encontrada principal- baixas (gramíneas, ervas etc.).
mente nos estados do Paraná e Santa Catarina, a for- As pastagens estão distribuídas na Europa, Amé-
mação dessa planta também ocorre na Serra do Mar e rica, Ásia Central e África, no local de transição entre
na Mantiqueira no estado de São Paulo. a savana e o deserto. No Brasil, esse tipo de vegeta-
ção pode ser observado no bioma Caatinga, típico do
z Mata dos Cocais semiárido brasileiro.
formam matas, entre as quais se destacam a carnaú- América e Oceania. Exemplos dessa vegetação são a
13
z Floresta Amazônica
Vegetação adequada para uma ampla faixa de tem-
-0
A classificação da Floresta Amazônica é muito peratura, alta evaporação e baixa umidade. É comum
ar
diversa, dividida em: Floresta de Várzea, Floresta encontrar xerófitas nessas áreas.
lm
Terra Firme, Floresta Igarapé e Floresta Andina. Esse Desertos quentes como o Deserto do Saara podem
gi
tipo de vegetação cresce na zona de clima equatorial ser encontrados na Ásia, África, América do Norte e
ar
(quente e úmida) e apresenta uma floresta densamen- Oceania. São formados também em áreas de desertos
lm
pequeno porte.
z Pradaria
A Amazônia está localizada no norte do Brasil, com
uma área total de 4.196.943 quilômetros quadrados,
abrangendo outros países da América do Sul, como Nas padrarias, não há árvores ou arbustos. Os
campos estão inseridos em climas úmidos (tempera-
Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guia-
dos, tropicais), ao contrário das pastagens que cres-
na Francesa, Peru e Suriname, na chamada Amazônia
cem em climas mais secos.
Internacional.
Vegetação encontrada na Europa, Ásia, América do
GEOGRAFIA
Tipos de Vegetação do Mundo Sul e América do Norte, relacionada aos Pampas no Brasil.
1. (ENEM – 2022) A dublagem é o novo campo a ser A Taxa Externa Comum (TEC) é responsável por ali-
4
dedicadas a fazer com que as vozes originais de ato- e importação entre países, podendo ser compreen-
res sejam transpostas para outros idiomas. A novida-
.7
GAGLIONI, C. Disponível em: www.nexojornal.com.br. Acesso em: 25 3. (ENEM – 2022) As forças tectônicas dentro da litos-
gi
CECEÑA. A. E. Hegemonias e emancipações no século XXI. Buenos líder russo, Vladimir Putin, para justificar a ane-
-0
O Programa de Aquisição de Alimentos, trazido LEPSCH, I. F. Solos: formação e conservação. São Paulo:
Melhoramentos, 1993 (adaptado).
no texto, foi criado em 2003, promoveu o acesso à
alimentação e assegurou garantia de venda de pro-
dutos para uma grande parte de trabalhadoras e As atividades agrícolas, desenvolvidas na região mencio-
trabalhadores do campo, os pequenos e pequenas nada, intensificam o problema ambiental exposto ao
produtores, conhecidos como membros da agricul-
tura familiar. A partir do programa, o governo com- a) realizar florestamentos de pinus, desrespeitando a
pra alimentos desses produtores, sem necessitar de prática do pousio.
licitação, e destina-os de forma gratuita a pessoas b) utilizar sistemas de irrigação, desprezando uma dre-
em situação de insegurança alimentar e nutricional. nagem adequada.
Desse modo, o governo garante a comercialização c) instalar açudes nos grotões, retardando a velocidade
de produtos de uma parcela de trabalhadores que da vazão fluvial.
foram historicamente invisibilizados e desvaloriza- d) desmatar áreas de preservação permanente, causan-
dos pelo aparelho do Estado. Resposta: Letra C. do assoreamento.
e) aplicar fertilizantes de origem orgânica, modificando a
química da terra.
7. (ENEM – 2022) Macrocefalia urbana pode ser enten-
dida como a massiva concentração das atividades
econômicas em algumas metrópoles que propicia o O texto diz-nos que as chuvas em regiões semiári-
desencadeamento de processos descompassados: das, como no Polígono das Secas do Nordeste, têm
redirecionamento e convergência de fluxos migra- em sua composição sais minerais e que evaporam
tórios, déficit no número de empregos, ocupação antes de se infiltrar no solo, deixando esses sais na
desordenada de determinadas regiões da cidade e camada mais externa. Ao longo do tempo, esse pro-
estigmatização de estratos sociais, que comprome- cesso acaba por salinizar ainda mais o solo. Assim,
tem substancialmente a segurança pública urbana. ao serem utilizadas técnicas inadequadas de irriga-
ção, esse processo tende a se intensificar, haja visto
SANTOS, M. O espaço dividido: os dois circuitos da economia que ocorrerá o mesmo processo de evaporação da
urbana dos países subdesenvolvidos. São Paulo: Edusp, 2004. água e concentração de sais (somados ao processo
pluvial já mencionado). Vale ressaltar que o desma-
O processo de concentração espacial apresentado foi tamento de áreas de preservação permanente tam-
bém se acrescenta nesse processo, pois a retirada de
4
9. (ENEM – 2022)
ar
aplicar de forma eficiente a informação baseada em envolvesse o globo. Nesse caso, linhas paralelas e
conhecimentos. É global porque seus componentes
-0
mediante uma rede de conexões entre agentes eco- tação do mapa mundial como o conhecemos;
lm
(adaptado).
a) Fabricação em série.
b) Ampliação de estoques.
c) Fragilização dos cartéis.
GEOGRAFIA
z Projeção de Robinson4
z Projeção de Mercator2
OCEANO
GLACIAL
ÁRTICO
4
AMÉRICA
DO NORTE Arthur H. Robinson (1915-2004). Este tipo de projeção,
13
EUROPA ÁSIA
cilíndrica e afilática, altera a forma e a área do continen-
.7
OCEANO OCEANO
28
ÁFRICA
CENTRAL
18
DO SUL OCEANO
ÍNDICO
OCEANIA representar o mapa-múndi, por isso, é o mais famoso.
OCEANO
ar
ATLÂNTICO
ESCALA CARTOGRÁFICA
lm
OCEANO GLACIAL
ANTÁRTICO
gi
ESCALA NUMÉRICA
Numerador
(área do mapa)
1: 50000
Denominador
(área real)
Como exercício, levando em conta a escala numérica do mapa abaixo, responda mentalmente: quantos quilô-
metros na realidade são representados por centímetro do mapa?
RR
AM
PA MA CE
RN
PI PB
AC PE
TO
RO AL
BA SE
MT
GO DF
MG
MS ES
SP
RJ
PR
SC
RS
1 : 25000000
Como é possível observar, o mapa acima é um mapa político do Brasil, destacando as unidades federativas do nosso
país — ou seja, os estados e o Distrito Federal. Segundo a escala, temos uma proporção de 1:25000000. Ou seja, 1cm
no mapa é equivalente a 25.000.000cm na realidade. Transformando esse número em quilômetros (km), chegamos a
4
-2
Existe um certo macete para responder mais facilmente a pergunta acima. Como sempre a escala numérica
.7
indicará valores em cm, fazemos um simples “corte” de zeros no denominador. Deste modo:
28
.8
Como 1 quilômetro é 100.000 vezes maior que 1 centímetro, “cortando” cinco zeros — ou seja, dividindo
ar
A escala gráfica, por sua vez, mostra de forma mais direta a relação entre as distâncias do mapa e da realida-
gi
de, pois indica a unidade de medida da distância real em relação à representação gráfica de 1 centímetro. Confu-
ar
so? Vamos lá. Tomemos o mesmo exemplo acima, de uma escala 1:25000000. Já descobrimos que, nesse caso, 1cm
lm
é equivalente a 250km, então a escala gráfica para representar essa informação seria a seguinte:
gi
ESCALA GRÁFICA
Por fim, mas não menos importante, chegamos à comparação de escalas. Podemos dizer que uma escala é
GEOGRAFIA
grande ou pequena de acordo com a proporção e o detalhamento que ela representa. Ou seja, quanto maior a
proporção, maior a quantidade de detalhes, maior a escala.
A proporção é compreendida pela divisão da distância do mapa pela distância real. Lembra-se que a escala
numérica que trabalhamos é representada pela razão 1:25000000? Pois bem, ela é uma divisão de 1 por 25000000.
Se fizermos a conta, chegaremos a uma proporção muito pequena: 0,0000004. Ou seja, quanto maior for a área
representada, menor será a proporção — atente-se que, deste modo, não será necessário fazer a conta toda vez,
mas só analisar o tamanho do denominador. Consequentemente, quanto menor a proporção, menor a área e
maior o detalhamento da representação. 337
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Tomemos os mapas abaixo como exemplos e responda: qual deles tem uma escala maior, A ou B?
A 1 : 25000000
B
1 : 4000000
Como podemos observar, o mapa A representa uma área maior. É um mapa político do Brasil e tem uma escala
1:25000000, equivalendo a uma proporção de 0,00000004. Já o segundo, o mapa B, é um mapa político do estado do Rio
de Janeiro, tendo uma escala 1:4000000, de proporção 0,00000025. Deste modo, como o segundo representa uma área
menor, ele apresenta uma proporção maior e é mais detalhado, configurando-se com uma escala maior em compara-
ção ao primeiro.
Os mapas são projetados para nos mostrarem certos aspectos de nosso planeta como um todo e de certas regiões.
São muito importantes para orientar e auxiliar na compreensão de diferentes aspectos físicos, econômicos, sociais e
culturais do mundo. Os principais tipos de mapas e suas principais características estão descritos a seguir.
4
Mapa Físico
-2
13
Um mapa físico é um mapa que representa as formas do território: montanhas, rios, lagos, planaltos, planícies
.7
e outras formas de relevo. São confeccionados em diferentes cores e tonalidades para facilitar a visualização dos
28
elementos geográficos. A água (rios, lagos, oceanos etc.) é mostrada em azul. O marrom é, geralmente, usado em
.8
planaltos e montanhas; quanto mais forte a tonalidade, maior a altitude. O verde é usado em áreas planas.
18
Nos mapas físicos, elementos gráficos também são usados para representar certos aspectos geográficos. Nesse
-0
sentido, pequenos triângulos pretos podem ser usados para representar cordilheiras, montanhas e colinas. Esses
ar
mapas também usam números para indicar altura das montanhas, extensão de rios, profundidade de oceanos
lm
etc. Atualmente, com a ajuda de satélites, os mapas físicos podem ser desenhados com muita precisão e realismo.
gi
ar
lm
gi
z Climático: mostra os diferentes tipos climáticos OLIVEIRA, T. K. Desconstruindo mapas, revelando espacializações:
13
e estudadas.
b) avanço dos estudos do ambiente.
lm
a) 1 : 12 500.
b) 1 : 125 000.
c) 1 : 1 250 000.
d) 1 : 12 500 000.
e) 1 : 125 000 000.
ANOTAÇÕES
ar
lm
gi
ar
lm
gi
340
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4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
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4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
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Importante: a convenção é que se separe com vírgu-
la após o primeiro número diferente de zero à direita;
6500 0000.
7 6 5 43 2 1
INTRODUÇÃO À FÍSICA
6.5 · 107
CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS
Importante: a convenção é que se separe com vírgu-
A física é o ramo das ciências exatas que visa ao la antes do último número diferente de zero à esquerda.
entendimento dos fenômenos naturais. Assim como Sendo uma notação científica qualquer: X · 10b,
a sociedade tem suas leis, a natureza também tem: tem-se:
são as leis físicas. Assuntos como estática, movimen-
to, óptica, termodinâmica, eletricidade, magnetismo e X: fator
física moderna são abordados no estudo da física. 10: base
Agora, atentamos aos diversos estudos relaciona- b: expoente
dos à introdução da física, como: notação científica,
ordem de grandeza, gráficos, sistema de medidas, Com a notação científica, pode-se efetuar as ope-
tipos de grandezas, operações com vetores, decompo- rações de: soma, subtração, multiplicação, divisão e
sição cartesiana, entre outros. exponenciação. Então:
A física usa como ferramenta a matemática. Como
todo trabalhador tem sua caixinha de ferramentas, ao z Soma: conserva-se a base e o expoente, e, depois,
longo deste material vamos construir a nossa, e inicia- soma-se os fatores.
remos com algumas noções matemáticas necessárias.
A linguagem deste conteúdo visa ao aprendizado 2,0 · 103 +3,0 · 103 = 5,0 · 103
objetivo de cada tema, explorando os tópicos mais
importantes dentro de cada subárea da física. Tabelas, Observa-se que, nesse caso, os expoentes precisam
ilustrações, diagramas e resoluções de exemplos serão ser iguais;
sempre abordados de forma clara, para que a finalida-
de desse material seja alcançada. Sem mais delongas, z Subtração: conserva-se a base e o expoente, e,
vamos aos conteúdos! depois, subtrai-se os fatores.
No imenso campo da física, a observação de núme- Observa-se que, nesse caso, os expoentes precisam
13
nos, como a carga elementar de um átomo (cerca de z Multiplicação: multiplica-se os fatores e soma-se
.8
os expoentes.
Seria chato se, toda vez que precisássemos escre-
-0
decimais. Então, para facilitar a nossa vida e para que (2,0 · 10²) · (3,0 · 104) = 6,0 · 108
lm
6
8, 0 · 10
2 = 4,0 · 10
4
z se o número for pequeno, desloca-se a vírgula da 2, 0 · 10
esquerda para a direita, somando-se uma unidade
z Exponenciação: eleva-se o fator e multiplica-se o
(negativa) no expoente da base 10 para cada casa
expoente.
deslocada. Veja o exemplo abaixo:
(3,0 · 102)3 = 9,0 · 106
REPRESENTAÇÃO EM
NÚMERO
NOTAÇÃO CIENTÍFICA Ordem de Grandeza
FÍSICA
Se liga!
Regras para a ordem de grandeza:
Sendo X · 10b e , então:
Se X < , ou seja, X < 3,16 (lê-se “menor”), então, a ordem de grandeza será 10b.
Se X ≥, ou seja, (lê-se maior e igual), então, a ordem de grandeza será 10b + 1.
z 1,7 · 108 possui ordem de grandeza 108, pois 1,7 é menor que 3,16;
z 4,5 · 106 possui ordem de grandeza igual a 106+1 = 107, pois 4,5 é maior que 3,16.
SISTEMA DE UNIDADES
Como uma grandeza está relacionada com algo que pode ser medido e comparado, surge a necessidade de
unidades de comparação, ou seja, unidades de medidas.
Sabe-se que 2 m (metros) é maior que 1 m (metro), pois existe uma unidade de medida chamada “metro” que
é utilizada para fazer essa comparação. Sabe-se que um carro a 100 km/h está mais rápido que um carro a 20
km/h, pois existe uma unidade de medida que é chamada de “quilômetros por hora” — km/h, que é capaz de dar
o auxílio para essa comparação.
Com isso, surge a necessidade de estabelecer padrões de unidades para serem usadas em qualquer lugar do
planeta, e, a partir disso, nascem as unidades fundamentais e derivadas do sistema internacional de medidas (SI).
As tabelas que demonstram esse sistema estão anexadas logo abaixo:
Grandezas Fundamentais do SI
A frequência do
A constante de
lm
desdobramento
Avogadro é igual a hiperfino do
gi
Comprimento Metro m
Massa Quilograma kg
344
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GRANDEZA UNIDADE SÍMBOLO
Tempo Segundos s
Temperatura Kelvin K
Grandezas Derivadas do SI
Força Newton N
Veja a seguir um resumo com as conversões mais utilizadas nas provas e vestibulares:
4
-2
13
Multiplica-se por 10
28
Divide-se por 10
gi
÷ 3,6
Divide-se por 10³
Observa-se, também, algumas outras conversões às quais todo estudante deve ficar atento:
GRANDEZA EQUIVALÊNCIA
1 minuto 60 segundos
1 hora 3600 segundos
345
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GRANDEZA EQUIVALÊNCIA
1 dia 24h = 86,400 segundos
1 m³ 1000 litros
1 dm³ 1 litro
1 cm³ 1 ml
1 kg 1000 g
É importante saber que, além das conversões vistas até agora, há também múltiplos e submúltiplos (chamados
de prefixos) que, às vezes, são utilizados junto das unidades de medidas.
Exemplos:
z 10 Kg = 10 · 103g, ou seja, 10 kg (quilogramas) equivale a 10 · 103g (gramas), já que foi usado o múltiplo quilo (K = 10³);
z 2 MPa = 2,0 · 106Pa (uso do prefixo mega);
z 6 Kbytes = 6,0 · 103 bytes (uso do prefixo quilo);
z 9 nC = 9,0 · 10-9C (uso do prefixo nano).
Podemos dividir as grandezas físicas do nosso dia a dia em dois grupos: grandezas escalares e grandezas vetoriais.
As grandezas escalares são grandezas às quais atribuímos um único valor numérico, como, por exemplo: a massa, a ener-
gia, o volume, a temperatura. Esse único valor atribuído já é suficiente para fornecer informações acerca da grandeza.
4
Por exemplo, quando dizemos que o dia está quente com 30° Celsius (T = 30 °C), essa informação já basta, nada mais
-2
Porém o mesmo não acontece com algumas outras grandezas. Além desse único valor numérico da grandeza
.7
escalar (conhecido como módulo), também devemos ter mais informações, que são o sentido e a direção.
28
Mas vamos com calma! Esses conceitos são quase sempre confundidos no dia a dia. Direção é a reta ao longo
.8
São exemplos de grandezas vetoriais: a aceleração, a velocidade e a força. Não basta dizer que a força tem
-0
módulo de 70 N (newtons: unidade de medida dada a força), é necessário indicar a sua direção (vertical ou hori-
ar
zontal, por exemplo) e seu sentido (por exemplo, de baixo para cima).
lm
Grandezas vetoriais são representadas como vetores, de acordo com a imagem abaixo (uma seta), cujo compri-
gi
mento indica o módulo; a reta s suporte indica a direção e a seta indica o sentido. Observe a imagem:
ar
S
lm
gi
Se liga!
Vetores são “setas” que são orientadas em direção e sentido.
Direção (horizontal)
346
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Com eles, pode-se aplicar operações básicas, como:
soma, subtração, multiplicação por um escalar e
decomposição. Observe cada caso a seguir e veja que R
os resultados não possuem unidades de medida, pois B
não estão sendo aplicados em contextos específicos:
R F2
FR
R=A+B θ
B a representação a seguir:
.8
18
-0
R=A—B
A B C
ar
2A
R
3A
R = A + B + C
FÍSICA
y 24 horas = 86.400
1 dia
segundos
B R Exemplo:
θ
X A B C
A
a = R · cosθ 0m 5m 10m
Faz-se necessária essa aplicação quando estamos Imagine uma pessoa caminhando de “A” até “C”
trabalhando com forças em diferentes direções, por
e voltando na posição “B”. A distância percorrida é
exemplo. É um conceito muito usado na física e que
todo o trajeto: 10m + 5m = 15m, porém, a variação de
facilita o entendimento em dinâmica.
espaço é somente o que efetivamente foi distanciado
do ponto “A”: 5m;
(em repouso) se comparados um com o outro, porém, Exemplo: se adotarmos da esquerda para direi-
-0
os mesmos passageiros estão em movimento quando ta como sentido principal, um carro transitando da
ar
comparados a uma pessoa que está caminhando no direita para esquerda terá uma velocidade negativa.
lm
Conclui-se que comparar significa estabelecer um envolve o eixo adotado), com aceleração negativa
ar
referencial de análise entre dois ou mais corpos. (que indica que o objeto está diminuindo a velocidade
lm
— “freando”).
gi
DV Si Sf
am =
DT
Sendo: z Si: posição inicial (m);
ΔV: variação da velocidade. z Sf : posição final (m);
ΔT: variação do tempo (tempo gasto para esse feito). z Vi : velocidade inicial (m/s);
z t: tempo (s);
z a: aceleração (m/s²);
Se liga! z Vf : velocidade final (m/s);
z ΔS: variação da distância (m).
Uma aceleração negativa indica que o objeto
está diminuindo a velocidade em relação ao tem- Veja as equações:
po (o objeto estará “freando”).
Unidade padrão de aceleração média: m/s². z Vf = Vi + a · t;
2
a·t
z Sf = Si + Vi · t + ;
O movimento é considerado progressivo retarda- 2
do quando a velocidade é maior que 0 e a aceleração, z Vf² = Vi² + 2 · a ·ΔS;
menor que 0 (v > 0, a < 0). É considerado progressivo ace-
lerado quando a aceleração é maior que zero e a veloci- Vi + Vf
dade, maior que 0 (v > 0, a > 0). Veja os gráficos a seguir: z ΔS = 2 · t.
v v
a>0
Vo Se liga!
a<0
Para encontrar a equação correta basta:
Vo
Organizar os dados fornecidos pelo enunciado;
4
-2
Movimento progressivo acelerado Movimento progressivo retardado em que esses dados se encaixem.
.7
28
.8
S0
S0 Reta decrescente: -V
Si Sf t t
349
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O gráfico “v x t” é uma reta constante e acima do Velocidade x Tempo
eixo “t” se a velocidade do objeto for positiva.
V
Em contrapartida, se a velocidade for negativa, a
reta constante é abaixo do eixo “t”.
V (t)
a > 0 = movimento acelerado
Velocidade x Tempo V0
t
V V 0 t
V>0 V<0
V
Reta acima do eixo “t“: +V
Reta abaixo do eixo “t“: +V V0
t t
a < 0 = movimento retardado
a<0
0 t
z Gráficos do MRUV
Aceleração x Tempo
O MRUV possui três principais gráficos:
a
Posição x tempo: representado por uma pará-
a = cte > 0
bola com a concavidade dependendo do sinal
da aceleração;
Velocidade x tempo: representado por uma t
reta com a inclinação dependendo do sinal da
velocidade; a = cte < 0
Aceleração x tempo: representado por uma
reta constante. Quando a aceleração é positiva,
a reta localiza-se acima do eixo “t”. Quando a
aceleração é negativa, a reta localiza-se abaixo � Relação dos Gráficos do Movimento
do eixo “t”.
Após conhecer os gráficos de cada movimento, é
Observe as representações: de suma importância o entendimento das transforma-
ções de cada gráfico em relação ao seu eixo.
Posição x Tempo
do se deseja:
-2
13
0 Tempo deseja:
ar
encontrar a velocidade;
gi
2
encontrar a posição.
lm
gi
Espaço a<0
Vértice (V = 0) Observe a ilustração a seguir contendo essas anotações:
S V a
0 Tempo
t t t
S= S0 + v0 t + 1 at2 a < 0 = concavidade
2 voltada para baixo
350 Tangente Tangente
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QUEDA LIVRE E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE Lançamento de Projéteis ou Movimento Oblíquo
g = – 9,8 ms2 y
h
VO
VOy = VO · senθ
θ
x
VOx = VO · cosθ
4
-2
O movimento ocorre na direção vertical, e utiliza- Quando decomposto em dois vetores, o vetor
13
-se das equações de movimento, descritas abaixo: horizontal (V0x) se equivale ao movimento retilíneo
.7
Sf = Si + Vi · t ± gt2 +y
ar
2
lm
g
Vy = 0
Vf2 = Vi2 ± 2 · g · ΔS Vx = V0x
gi
Vy V
3
4
ar
Vx = V0x
ΔS = Vi + Vf · t
lm
2 Vx = V0x
2 V0 Vy V
gi
+g V0y Hmax
α Vx = V0x x
1 5
V0x +
dmax
V0y V = V0
g
z Velocidade linear: V = w · R;
z v: velocidade inicial (em m/s);
z g: gravidade. z Velocidade angular = w =
DS
ou w = 2 π f ou w =
2r R
Tempo de subida que esse objeto vai demorar ;
T
para alcançar a altura máxima (lembrando que o tem- 1
po de subida é igual ao tempo de descida): z Frequência: f = ;
T
1
Vo y z Frequência: T = ;
f
t= 2
g V
z Aceleração centrípeta: Acp = .
R
Se liga! Sendo:
O ângulo de 45º produz a maior distância de
lançamento. z V: velocidade linear (m/s);
z w: velocidade angular (rad/s);
Tenha sempre em mente a relação dos valores
z ∆S: deslocamento angular (rad);
dos senos e cossenos dos ângulos notáveis z T: período (s);
(30°, 60°, 90°). z f: frequência (hz);
Para as resoluções das questões, utilize a equa- z Acp: aceleração centrípeta (rad/s²);
ção do MRU para o vetor horizontal, as equações
4
ΔS
demonstradas acima.
.7
28
.8
ΔƟ
-0
R
Imagine um hamster dentro de uma roda. Dentro
ar
dela, ele pode andar e fazer com que a roda gire e pro-
lm
C
duza um movimento para frente.
gi
EXERCÍCIOS COMENTADOS
W
1. (ENEM — 2020) Nos desenhos animados, com frequên-
cia se vê um personagem correndo na direção de um
abismo, mas, ao invés de cair, ele continua andando no
vazio e só quando percebe que não há nada sob seus pés
é que ele para de andar e cai verticalmente. No entanto,
para observar uma trajetória de queda num experimento
V real, pode-se lançar uma bolinha, com velocidade cons-
tante (V0), sobre a superfície de uma mesa e verificar o
seu movimento de queda até o chão.
352
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Qual figura melhor representa a trajetória de queda da 2. (ENEM — 2020) Você foi contratado para sincronizar
bolinha? os quatro semáforos de uma avenida, indicados pelas
letras O, A, B e C, conforme a figura.
Vo
Mesa
O A B C
Solo a) 20 s, 45 s e 70 s.
b) 25 s, 50 s e 75 s.
Vo c) 28 s, 42 s e 53 s.
Mesa d) 30 s, 55 s e 80 s.
e) 35 s, 60 s e 85 s.
Então:
-2
400
.7
d) ∆S = = 200 m
2
28
aceleração:
-0
Solo V = V0 + at
20 = 0 + 1 · t
ar
Vo
lm
Mesa t = 20 segundos.
Ou seja, em 20s acelerando, ele percorre 200m e atinge
gi
353
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Para o terceiro semáforo faltam 500 metros, a partir Importante notar que a orientação que escolhermos
para o eixo y irá determinar o sinal da gravidade.
da abertura do segundo, para que ele possa se abrir.
Neste exercício, para facilitar, orientaremos o eixo y
Efetuando a conta na mesma fórmula:
como sendo positivo para cima, assim a gravidade
DS 500m
∆t = = = 25 s (para abrir o terceiro sinal) será negativa.
Vm 20m/s
A altura que a mangueira foi colocada será a nossa
Agora, basta somar o tempo de trecho a trecho a par- posição inicial e a posição final será o chão. Como
tir do primeiro: h = 1m, a nossa posição inicial será 1m e a posição
1º trecho = 20 s (aceleração) + 10 s (movimento unifor- final será 0. Substituindo na equação:
me) = 30 segundos. 2
t
2º trecho = 30 s (1º trecho) + 25s (2º trecho) = 55 0 = 1 + 0t – 10
2
segundos. 2
3º trecho = 55 s (2º trecho) + 25 s (3º trecho) = 80s. t
–1 = –10
Então, resposta final: 30s, 55s e 80s. Resposta: Letra D. 2
–2 = –10t2
3. (ENEM — 2022) Em um dia de calor intenso, dois cole- 10t2 = 2
gas estão a brincar com a água da mangueira. Um
deles quer saber até que altura o jato de água alcança, 2
t2 =
a partir da saída de água, quando a mangueira está 10
posicionada totalmente na direção vertical. O outro 2
t= = 0, 2s
colega propõe então o seguinte experimento: eles 10
posicionarem a saída de água da mangueira na dire- Agora, utilizando o tempo de queda, podemos saber
ção horizontal, a 1 m de altura em relação ao chão, e a velocidade inicial da mangueira já que no eixo x
então medirem a distância horizontal entre a manguei- a água se comporta como um MRU e o tempo que
ra e o local onde a água atinge o chão. A medida dessa ela gasta para cair é o mesmo que ela gastar para
distância foi de 3 m, e a partir disso eles calcularam o chegar ao alcance máximo. Para calcularmos essa
alcance vertical do jato de água. Considere a acelera- velocidade, podemos usar a equação do MRU:
ção da gravidade de 10 m · s—2. S = Sox + Voxt
Substituindo os valores que temos:
O resultado que eles obtiveram foi de: 3 = 0 + Vox · 0, 2
a) 1,50 m. 3 = Vox · 0, 2
b) 2,25 m. 3
c) 4,00 m. = Vox
0, 2
d) 4,50 m.
e) 5,00 m. 3 m
Vox =
0, 2 s
O ponto central para resolução desse exercício é Como dito antes, a velocidade com que a água sai da
o fato que a velocidade com que água sai da man- mangueira é a mesma independentemente da posi-
gueira será a mesma independentemente da posição
4
movimento oblíquo, então podemos decompor esse de Torricelli para descobrirmos qual a altura que a
28
movimento em duas direções, a direção x e y. água alcançará. Lembrando que, como orientamos
.8
2 2
-0
V Y = V O + 2g ΔS
Y VX
Substituindo os valores que temos:
ar
lm
3
gi
VY 3m O2 = + 2 (–10) ΔS
ar
0, 2
lm
1m 3 2
gi
O2 = – 20 ΔS
0, 2
9
0– – 20 ΔS
0, 2
9
– = – 20 ΔS
3m 0, 2
Na posição inicial, temos que velocidade V0x será a velo- –45 = – 20 ΔS
cidade com que a água sai da mangueira. V0y será 0. 45
O movimento na direção x será um MRU, enquanto — = ΔS
—20
o movimento na direção y será queda livre. Partindo ΔS = 2,25m. Resposta: Letra B.
desse princípio, podemos calcular o tempo de queda
da água a partir da equação da posição de um obje-
to em queda livre.
2
t
S = Soy + Voyt + g
354 2
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DINÂMICA
Em alguns momentos, não é necessário focar no
que estava causando as velocidades e acelerações, só
estudamos o movimento.
Agora, vamos iniciar a dinâmica, um o ramo da
mecânica que estuda o movimento considerando a
sua origem, ou seja, são estudadas as forças que oca- z Imagine você em movimento retilíneo uniforme
sionam e modificam esse movimento. (MRU) em cima de uma bicicleta com uma velocida-
Nesta seção estudaremos: de constante de 10 km/h. Você não vê um cachorro
na calçada e, infelizmente, colide com ele. Você será
z as leis de Newton; arremessado para frente, já que seu corpo possui
z a ação das forças externas e internas; inércia, e, portanto, não “queria” que o estado de MRU
z sistemas referenciais inerciais e referencias não fosse alterado (essa é a “tendência ao movimento”).
inerciais; A bicicleta parou ao bater no obstáculo primeiro,
z lei de Hooke; porém seu corpo ainda continuou em movimento
z centros de massa e de gravidade; até encontrar algum outro obstáculo. Daí a impor-
z momento linear e sua conservação; tância do cinto de segurança nos automóveis
z teorema do impulso e colisões. (“frear” a inércia dos corpos em acidentes com veí-
culos automotores);
Sem mais delongas, vamos ao conteúdo!
LEIS DE NEWTON
forças dissipativas, como, por exemplo, a resistência De forma simplificada, as principais característi-
lm
z Imagine uma pedra com uma massa imensa. Você cial” se este estiver em repouso ou MRU quando rela-
amarra uma corda e tenta puxá-la. Provavelmente cionado ao outro. Levando em consideração uma
não irá conseguir movê-la. Isso ocorre porque ela pos- pessoa dentro de um ônibus que está em repouso ou
suiu uma inércia grande, ou seja, “uma vontade” de em MRU (linha reta com velocidade constante), pode-
permanecer em repouso. Para mudar esse estado, há -se afirmar que o ônibus é um sistema referencial
a necessidade de uma força extremamente grande; inercial quando relacionado à pessoa; 355
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z Sistema de referência não inerciais: na compara- Observe a imagem a seguir:
ção de dois corpos, o “corpo de referência” será dito
“não inercial” se este não estiver em repouso ou MRU
quando relacionado ao outro (como, por exemplo:
acelerando, freando ou fazendo curvas). Levando em
consideração uma pessoa dentro de um ônibus que
está constantemente acelerando (MRUV), pode-se
afirmar que o ônibus não é um sistema referencial
inercial quando relacionado à pessoa. Ação Reação
Ação
-2
13
F F F
.7
a a a
Se liga!
28
.8
F F
Exemplo: imagine um cavalo puxando uma carroça.
gi
a a
Levando em consideração a lei da ação e reação,
ar
P
atrito estático, e esse objeto entra em movimento.
lm
gi
a
peso, consequentemente:
FN – FP=0
FN = FP
F
F at
Tração c
357
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Sendo: Sendo:
z Sua deformação: o quanto ele está comprimido z G: constante gravitacional de valor igual a 6,67 ·
28
Diagrama de Forças
gi
ar
Fe
x
Se liga!
A representação dos diagramas de força é o pas-
so inicial para a resolução de diversas questões
x
da mecânica, pois a análise dos vetores-força
nos ajudará a entender como cada força está
—X Xo X
influenciando (ou não) no estado de repouso ou
movimento de um corpo.
Fe= K · Δx
358
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Retângulo
Observe alguns exemplos abaixo:
b
2
Círculo
Na h
Tb, a 2
A CM
h CM
Pa Ta, b
Pb
E se a figura não for homogênea? Nesse caso, apli-
cam-se as equações a seguir:
N y
FDA
FAB P2 (x2, y2)
B
C (xcm, ycm)
P P3 (x3, y3)
P1 (x1, y1)
Nb
F Na
X
B Fa, b
Fb, a A
m₁ · x₁ + m₂ · x₂ + m₃ · x₃
Pa Pb xCM =
m₁ + m₂ + m₃
m₁ · y₁ + m₂ · y₂ + m₃ · y₃
yCM =
m₁ + m₂ + m₃
Observa-se nas imagens acima a representação
4
nome: diagrama de forças. Esse diagrama dependerá z Exemplo: determine as coordenadas do centro de
13
y (cm)
18
2 m2
Centro de Massa
1 m3
É o ponto em que se pode considerar que toda a mas-
sa de um corpo está localizada. Se o objeto for homo-
gêneo, seu centro de gravidade coincide com o centro x (cm)
geométrico. Observe algumas figuras homogêneas: 0 1 2 3 4
359
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As coordenadas das partículas são1:
Equilíbrio estável Equilíbrio
m1 → x1 = 0; y1 = 0 instável
m2 → x2 = 1; y2 = 2
m3 → x3 = 4; y3 = 1 G G G
Ponto Material
xCM 2.0 + 3.1 + 5.4
2+3+5 Na comparação entre dois objetos, se um corpo é
extremamente menor que o outro, ele será chama-
do de ponto material. Essa comparação ocorre pois
xcm = 2,3 cm sabe-se que se ele fizer parte de uma questão, sua
dimensão não influenciará na resolução (seu pequeno
tamanho é desconsiderado para os cálculos).
yCM m1 · y1 + m2 · y2 + m3 · y3 Exemplos:
m1 + m2 + m3
z uma pessoa é considerada um ponto material em
relação à Terra;
yCM 2.0 + 3.2 + 5.1
z uma moeda é considerada um ponto material em
2+3+5
relação a um caminhão;
z a lua é considerada um ponto material em relação
ycm = 1,1 cm à via láctea.
Fonte: https://www.infoescola.com/
Impulso
Com isso, encontramos as coordenadas “x” e “y” do O impulso (I) recebido por um corpo relaciona-
-se com a força recebida (em newton) por ele em um
centro de massa de um corpo não homogêneo.
intervalo de tempo (em segundos). A unidade padrão
de impulso é N · s (lê-se newton por segundo).
Centro de Gravidade
Sabe-se, também, que a área abaixo do gráfico “força
4
F
sas proporções é algo inexistente.
-0
A
massa do objeto e as equações do centro de massa
gi
exemplo acima).
lm
t1 t2 Tempo
I = F · δT
z m: massa (kg);
.7
pela sua velocidade (em m/s). A unidade padrão da Com isso, possuindo os dados corretos em mãos,
-0
quantidade de movimento é kg · m/s (lê-se quilograma pode-se encontrar a incógnita que estiver faltando na
por metros por segundo). equação.
ar
Exemplo:
lm
Q=m·V
gi
z Q: quantidade de movimento (kg · m/s); determine o valor da força necessária para parar
z m: massa (kg); esse objeto.
z V: velocidade (m/s).
a) 1000 N.
Observe o exemplo: b) 1500 N.
c) 2000 N.
z D
etermine a quantidade de movimento de um objeto d) 2500 N.
de massa de 5 kg que se move com velocidade igual a e) 3000 N.
30 m/s.
FÍSICA
Colisões
Nas colisões, a quantidade de movimento (Q) está totalmente envolvida. É ela que mede o modo de transferên-
cia de movimento de um corpo quando este é colidido com outro.
Imagine uma colisão frontal de um caminhão e um carro com as mesmas velocidades. Por que o carro se
deforma mais? Isso está relacionado com o material de que o automóvel é feito e, também, com a quantidade de
movimento (Q).
A quantidade de movimento (linear) pode ser definida pelo produto da massa pela velocidade. Então, quanto
maior a massa, maior a quantidade de movimento, explicando o caso de o caminhão transferir mais movimento
para o carro do que o carro para o caminhão.
Pode-se definir as colisões em três tipos:
COLISÕES
Se liga!
O coeficiente de restituição (e) é a divisão da velocidade relativa de afastamento pela velocidade relativa de
aproximação.
O coeficiente 1 diz que a velocidade de afastamento é igual a de aproximação.
O coeficiente entre 0 e 1 diz que a velocidade de afastamento é menor que a velocidade de aproximação.
4
-2
O coeficiente zero indica que não existe velocidade de afastamento (já que, nesse caso, os objetos permane-
13
cem “grudados”).
.7
28
.8
QUANTIDADE DE COEFICIENTE DE
ar
Observe que, nos três casos, a quantidade de movimento é conservada; com isso, a equação da conservação da
quantidade de movimento poderá ser usada.
Tendo dois objetos com massas “m” (não necessariamente iguais), velocidades iniciais “vi” (não necessaria-
mente iguais) e velocidades finais “vf ” (não necessariamente iguais), pode-se estabelecer que a quantidade de
movimento inicial (Qantes) é necessariamente igual à quantidade de movimento final (Qfinal).
Se “Q = m · v”, então pode-se estabelecer uma equação para cada objeto (em situações iniciais e finais). Com
isso, podemos encontrar algum dado que o exercício não nos forneceu, desde que ele tenha nos fornecido todos
os outros dados necessários.
2 SILAS, J. O que é coeficiente de restituição? Brasil Escola, 2023. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-e-coeficien-
362 te-restituicao.htm. Acesso em: 02 mar. 2023.
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Observe essa esquematização logo a seguir: Como a pressão exercida pela torre se compara com
a pressão exercida pelo protótipo? Ou seja, qual é a
Qantes = Qdepois razão entre as pressões (Ptorre) (Pmodelo)?
EXERCÍCIOS COMENTADOS
-2
CM
ângulo crítico é: e)
CM
→
P
→ →
→ N fe
F
→
P
→
13
P
Após a substituição descrita, o que aconteceria aos
planetas do Sistema Solar?
S
TRABALHO – ENERGIA– POTÊNCIA
– RENDIMENTO Na imagem acima, observa-se que uma pessoa está
empurrando um carrinho com pedras. A força que a
Alguém já te disse a seguinte frase: “Olha, hoje pessoa faz, multiplicada pelo deslocamento (distância
estou com bastante energia!” ou “Meu carro é muito percorrida), remete-nos a uma grandeza chamada de
trabalho. Para esse caso, a força foi aplicada na hori-
potente!”, ou ainda, “Meu carro é muito eficiente!”?
zontal, então θ = 0 e o cos 0 = 1. Dessa forma, quando a
Pode não parecer, mas energia, trabalho, rendimen-
força é aplicada no mesmo sentido do deslocamento,
to e potência são conceitos relacionados e aqui serão o trabalho é W = F Δs.
esclarecidos alguns temas relativos ao nosso cotidiano, A unidade padrão de trabalho é o joule, represen-
tais como: trabalho, energia, potência e rendimento. tado pela letra “J”.
Então, vamos demonstrar quais são os principais Aqui vai uma dica para sua prova: se a questão dis-
tipos de energia e suas consequências. Por fim, os con- ponibilizar o gráfico da força atuante em um corpo
ceitos de forças conservativas e forças dissipativas em função de seu deslocamento, você poderá calcular
estarão relacionados ao conteúdo apresentado. a área abaixo da linha do gráfico para encontrar o tra-
balho realizado pelo corpo.
TRABALHO Observe a imagem de um gráfico envolvendo esses
conceitos:
Na física, o trabalho está relacionado com duas F
características: força e deslocamento. Sempre que
uma força aplicada a um ângulo θ produz um certo
deslocamento, esse corpo produziu um trabalho. Veja
a representação a seguir:
N
t = Área (F · d)
F
4
-2
13
d
.7
28
θ
Caso o trabalho seja realizado em sentido oposto
d
ar
ENERGIA
ar
lm
O rendimento (η) é a eficiência de um dado objeto. resultado divido por dois. Observe a equação:
.7
kx
tado por 100, encontra-se o percentual desse rendimen- Epe =
18
2
to. Observe que a potência total sempre será maior que a
-0
potência útil, visto que parte da potência é perdida pelas Epe : energia potencial elástica (j).
ar
forças dissipativas (atrito, som, calor etc.). k : constante elástica do material (N/m).
lm
potência útil
· 100
lm
h=
potência total Se liga!
gi
Forças Conservativas
Energia cinética
Energia cinética
Força conservativa é aquela que age no sistema e
produz um efeito que conserva a energia mecânica final
(energia cinética + energia potencial). Como exemplo,
Fonte: Globo Educação4 pode-se citar a força peso, que transforma a energia
potencial gravitacional (um objeto com um certo peso
Observando-se a imagem acima, percebe-se que, nos caindo) em energia cinética (energia do movimento).
pontos mais altos, o skatista possui somente uma certa Dica: sempre que uma força agir no sentido de
altura (h) em relação ao solo (energia potencial gravita- somente alterar a energia cinética ou energia poten-
cional). Porém, quando ele está no ponto mais baixo da cial de um corpo, essa força será conservativa.
trajetória, ele só possui uma certa velocidade (energia
cinética). Conclui-se que a energia potencial gravitacio- Forças Dissipativas
nal está constantemente transformando-se em energia
cinética (velocidade), isto é, a conservação da energia Força dissipativa é aquela que age no sistema e pro-
mecânica. Observe o quadro-resumo abaixo: duz um efeito que não conserva a energia mecânica final
(energia cinética + energia potencial). Como exemplo,
pode-se citar a força de atrito, que transforma energia
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA cinética (movimento) em energia térmica (esquentan-
do a superfície de contato). Essa energia transformada
Nos pontos mais altos Existência da energia po-
em calor não será computada em nenhuma das três
da figura tencial gravitacional
energias estudadas até o momento: cinética, potencial
A energia potencial gra- gravitacional ou potencial elástica. Por esse motivo, ela
No ponto mais baixo vitacional é transforma- recebe o nome de força dissipativa.
da figura da em energia cinética
4
(movimento)
-2
Se liga!
13
.7
Em um sistema isolado (sem perdas de energia), Sempre que uma força agir no sentido de alte-
28
uma energia se transforma na outra sem perdas exter- rar a energia cinética e/ou energia potencial
.8
nas. No exemplo acima, o skatista está fazendo com em outras formas de energia: atrito (térmico),
18
que uma certa altura (h) se transforme em velocidade arrasto etc., essa força receberá o nome de fora
-0
equação será:
lm
gi
Ou seja:
de atrito das pastilhas).
gi
m·v
2 Para a criação de um carro mais eficiente, o apro-
m·g·h= veitamento dessa energia será de suma importância
2
(sabe-se que já existem alguns — poucos — carros
Todos os casos deverão ser analisados individual- com essa tecnologia).
mente para que seja encontrada qual ou quais equa-
ções de energia estão em constante transformação, e,
portanto, devem ser igualadas. EXERCÍCIOS COMENTADOS
DISSIPAÇÃO DA ENERGIA 1. (ENEM — 2022) Um pai faz um balanço utilizando dois
FÍSICA
a) 120N L
b) 300N
c) 360N
d) 450N
e) 900N
2
v
m = mgh
2
v2 = 2gL
2gL
–mg + 2T = m ·
L
2gL
2T = m · + mg
4
2T = 3mg
28
T= mg
2
18
resultante será:
-0
v
2 T= 24 · 10 = 360 N
2
ar
e neste caso será o comprimento do balanço. Porém note que o pai coloca uma corda que tem
gi
i = ΔQ
Assim temos que a força média é: líbrio dos corpos que não se movimentam (estão em
13
Fmed =
Dt
.8
TORQUE
18
DQ
Fmed =
-0
Sabendo que o tempo é o mesmo para ambos os Nesse viés, pode relacionar-se com a força que produz
lm
movimentos, vamos analisar a velocidade: z uma pessoa abrindo uma porta (maçaneta);
z uma pessoa apertando um parafuso com uma cha-
gi
V1 V1
nca
va
e ala
ç od
Bra
FÍSICA
Torque
V2 V2 = 0 Força
369
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Na imagem anterior percebe-se que a força aplica-
F1
da na ferramenta produz o giro no parafuso. Esse giro
é chamado de momento ou torque. Quanto maior o
braço da alavanca, maior será a multiplicação da for-
θ
ça no ponto de aplicação. F3 F1 + F2 + F3 = 0
Se liga!
As equações de torque envolvem dois conceitos:
� se a força está sendo aplicada com o ângulo F2
de 90º (equação I);
� se a força está sendo aplicada com um ângulo Se os vetores estiverem no mesmo plano (XY),
diferente de 90º (equação II). pode-se decompô-los nos eixos “x” e “y” para depois
estabelecer a relação de equilíbrio para cada eixo
separadamente. Observe:
O torque é construído a partir da relação matemá-
tica abaixo:
M= F · d · sen θ
F1y F1
Sendo:
z adota-se o sendo negativo quando o objeto girar direção do eixo Y é igual a zero:
13
F1x + F1 · cosθ
-0
F1y + F1 · senθ
As condições de equilíbrio estático de um corpo
ar
Extenso
iniciar esse conteúdo, atente-se na diferenciação:
ar
lm
PONTO MATERIAL CORPO EXTENSO brio do ponto material são aplicáveis, porém com o
Ocorre quando o tama- acréscimo de uma outra característica: o somatório
Ocorre quando o tama- dos momentos (ou torques) necessitam resultar em
nho do corpo é desprezí-
nho do corpo não é des- zero para que esse corpo não rotacione. Observe a
vel (pequeno) em relação
prezível (pequeno) em
a outro corpo imagem abaixo:
relação a outro corpo
Exemplo: uma casa é um
Exemplo: um carro é um
ponto material quando
corpo extenso em rela- Condições de equilíbrio
comparada com um
ção a uma motocicleta
planeta d1 d2
Σ Fx = 0
Condições de Equilíbrio Estático do Ponto Material
Σ Fy = 0
Um ponto material estará em equilíbrio estático
(repouso) se todas as forças que agirem sobre ele resulta- F1 F2 ΣM=0
370 rem em zero (parado). Observe a ilustração abaixo:
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z Conversões de sinais para o equilíbrio dos cor- DENSIDADE
pos rígidos:
É a razão entre a massa do objeto e seu volume. A
para a análise horizontal (fx) adota-se o senti- unidade padrão de densidade é o kg/m³. Já a unidade
do positivo da esquerda para a direita (→); usual é o g/cm³.
para a análise vertical (fy) adota-se o sentido Vamos a alguns exemplos:
de baixo para cima como o sentido positivo (↑);
para a análise de momentos (M) adota-se a z um objeto com uma densidade de 15 kg/m³ signifi-
ca dizer que, para cada metro cúbico de material,
rotação no sentido anti-horário como positivo.
a massa será igual a 15 kg;
z um objeto com uma densidade de 50 g/cm³ signi-
fica dizer que, para cada cm³ de material, a massa
será igual a 50 g.
HIDROSTÁTICA
Pode-se observar que para um mesmo volume,
Hidrostática é o ramo da física que estuda os flui- materiais mais densos possuem uma maior mas-
dos em repouso (parados). Um fluido pode ser carac- sa, enquanto materiais menos densos possuem uma
terizado como uma substância que se apresenta no menor massa. Observe a imagem a seguir:
estado líquido ou no estado gasoso.
Nesta seção, serão apresentados os conceitos de BORRACHA METAL
pressão, densidade, pressão atmosférica, experiência de
Torricelli, princípio de Pascal, princípio de Stevin, e prin-
cípio de Arquimedes conhecido também como empuxo.
PRESSÃO
seguinte maneira:
-2
z A: área (m²).
13
m
p=
.7
Vext
28
Se liga!
.8
Para uma igual força de aplicação, uma maior cie externa, m é a massa do corpo.
-0
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
te proporcional à área. Ou seja, quando uma aumen- z quanto mais alta a posição do objeto, menor será a
ta, a outra diminui e, quando uma diminuiu, a outra pressão atmosférica sobre ele;
aumenta. z quanto mais baixa a posição do objeto, maior será
Unidades usuais de pressão (não é padrão): N/cm², a pressão atmosférica sobre ele.
mmHg, Psi etc.
371
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Sabe-se também que a temperatura é proporcional à pressão. Então quanto mais alta a posição de um objeto,
menor será a pressão, e consequentemente menor a temperatura. Por isso, o clima nas montanhas tende a ser
baixo.
Observe a seguinte imagem:
Maior altitude
=
Menor pressão
atmosférica
Partículas de ar
Menor altitude
=
Maior pressão
atmosférica
Observação: a pressão atmosférica a nível do mar (nível zero) é tabelada. Seu valor é de aproximadamente
100.000 Pa ou 100.000 N/m². Assim, ao nível do mar, para cada m² de área, a atmosfera exerce uma pressão aproxi-
mada de 100.000 N. Esse valor também pode ser expressado em outras unidades equivalentes, como:
Experiência de Torricelli
A atmosfera faz uma pressão sobre todos na superfície da Terra. Essa pressão nada mais é que o “peso aci-
ma das nossas cabeças” pressionando uma certa área. Esse peso é ocasionado pelos átomos e moléculas desse
ambiente. Torricelli, no século XVII, conseguiu medir a pressão atmosférica mediante uma experiência relativa-
mente simples. Essa experiência consistiu em algumas etapas, sendo elas:
ETAPA PROCESSO
3ª Percebeu que o tamanho da coluna de mercúrio em relação ao nível da superfície de mercúrio correspondeu à 76 cm
4ª Observou que na parte superior do tubo surgiu uma área sem ar (vácuo)
4
-2
Com isso, Torricelli concluiu que a pressão atmosférica que existia em cima da superfície do líquido pressionou o
5ª
13
Sabendo que 76 cm = 760 mm, ele estabeleceu que, ao nível do mar a pressão atmosférica seria igual a 760 mmHg
28
Obs: vimos anteriormente que esse valor é equivalente à 100.000 N/m² ou 1 atm (uma atmosfera)
18
-0
de Torricelli
ar
lm
gi
760 MM
760 MM
1M
Pressão
Mercúrio
atmosférica
372
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PRINCÍPIO DE PASCAL A diferença entre as pressões de dois pontos de um
fluido em equilíbrio (repouso) é igual ao produto
Expressa a pressão hidráulica exercida por um entre a densidade do fluido, a aceleração da gra-
fluido em equilíbrio. Pascal afirmou: vidade e a diferença entre as profundidades dos
pontos.
O aumento da pressão exercida em um líquido em
equilíbrio é transmitido integralmente a todos os Considerando o enunciado, tem-se que qualquer
pontos do líquido, bem como às paredes do reci- fluido exerce uma pressão em um corpo que está
piente em que ele está contido. imerso nele. Essa pressão é proporcional à densidade
do líquido, à gravidade do planeta, e à altura que este
Entende-se desse enunciado que, quando aplicamos objeto está da superfície do líquido (Stevin descobriu
uma força em um êmbolo qualquer (de área menor), se isso).
este êmbolo estiver interligado em outro êmbolo (de Se levarmos em conta a pressão acima da superfí-
área maior) por uma mangueira com um fluido em cie do líquido (pressão atmosférica), encontraremos a
seu interior, essa força é transmitida integralmente pressão total.
(totalmente) para esse último êmbolo (imagine duas Observe a representação desse enunciado logo a
seringas de diferentes tamanhos cheias de água e inter- seguir:
ligadas por um mangueira — aperte o êmbolo menor
e verifique que você fará uma força pequena nesse Pressão do fluido
P0
êmbolo, porém, conseguirá levantar o êmbolo maior
facilmente). Esse princípio “da multiplicação de forças” P=d·g·h
é utilizado em inúmeros ramos da engenharia. h Pressão total (fluido + atmosfera)
P
P = P0 + d · g · h
F1 F2
A1 A2
Sendo:
pequena força aplicada em F1, são produzidos efeitos nem mesmo do formato do recipiente. Observe a ima-
gem a seguir:
.8
padrão de área.
gi
Se liga!
Conversões de áreas:
� cm² para m²: divide-se por 10000;
� mm² para m²: divide-se por 1000000.
P=E
E Equilíbrio
E=d·g·v
Se liga!
z E: empuxo;
z d: densidade do fluido (kg/m³); Calor e temperatura não são grandezas equiva-
z g: gravidade do local (m/s²); lentes. Um corpo não possui calor, pois calor é
z V: volume deslocamento (m³). uma energia em trânsito.
gravidade local e o volume deslocado no fluido. rença de temperatura entre dois corpos, maior será o
-2
TA > TB
gi
ar
A TA = TC A
TC TF TK
C TA = TB
B TB = TC B
0 32 273
ESCALAS TERMOMÉTRICAS
z Escala Celsius TC — 0 TF — 32
=
TK — 273
100 — 0 212 — 32 373 — 273
Proposta em 1742, pelo astrônomo sueco Anders Simplificando, temos:
Celsius, atualmente a escala Celsius é a mais utilizada
em todo o mundo. É uma escala relativa que usa como TC T — 32 T — 273
= F = K
pontos fixos de referência o ponto de fusão e solidifi- 5 9 5
cação da água, ambos a uma pressão de 1 atm. O inter-
Assim, essas relações são válidas para quaisquer
valo entre esses dois pontos foi dividido em 100 partes
iguais e cada divisão equivale a 1 °C (1 grau Celsius). temperaturas, tomando duas temperaturas, é possível
Sendo o ponto fusão 0 °C e ponto de ebulição 100 °C. encontrar o valor correspondente.
A escala Kelvin foi elaborada em 1848, pelo físico bri- O calor pode se deslocar de uma região para outra
-2
escala Celsius. O ponto de fusão da água corresponde a O calor propaga-se por condução quando há con-
gi
273 K e o ponto de ebulição da água corresponde a 373 K. tato entre os corpos. Nesse processo, há transporte de
ar
Q
Ø=
13
Dt
.7
Água Fria
Onde Q é a quantidade de calor e Δt é o intervalo de
28
coisa do que joule por segundo. Nos próximos tópicos, Água Quente
mostraremos o porquê de a unidade de quantidade de
ar
estão em temperaturas diferentes, sendo T1 > T2. A O processo de movimentação do ar, formação de
lm
quantidade de calor Q é transmitida de uma extremi- brisa e ventos, pode ser explicado por convecção.
gi
dade a outra em um intervalo de tempo Δt. Durante o dia, quando os raios solares atingem a Ter-
ra, o ar que fica próximo ao solo se aquece, ficando
menos denso e em seguida sobe, levando os poluentes
T1 Calor T2
terrestres e sendo substituído pelo ar que está situa-
do nas camadas superiores que está mais frio e mais
denso.
L No entanto, durante o inverno, essa incidência
solar é menor e o solo se esfria rapidamente, fazendo
Verifica-se que o fluxo de calor Ø é diretamen- com que o ar em contato com o solo seja mais frio e
te proporcional à diferença de temperatura (T1 e T2) mais denso que o ar das camadas superiores, por isso
entre os extremos do cilindro e à área da secção trans- não há correntes de convecção, aumentando, assim, a
versal A, e inversamente proporcional ao comprimen- concentração de poluentes no ar que respiramos.
to L do cilindro. Esse fenômeno é conhecido como inversão térmica,
uma camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de
376 ar frio.
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Fluxo normal Inversão térmica
Ar frio Ar quente
Ar quente Ar frio
IRRADIAÇÃO TÉRMICA
A irradiação térmica efetua-se por meio de ondas eletromagnéticas denominadas ondas caloríficas ou calor
radiante. Além disso, o fenômeno de irradiação térmica pode ser entendido quando uma radiação eletromagnéti-
ca é absorvida por um corpo causando a elevação de sua temperatura, ou seja, irradiação é a forma de propaga-
ção de calor por meio de radiação térmica. Nesse processo, não é necessário um meio para se propagar, isto é, o
calor pode se propagar no vácuo.
Há alguns exemplos que podemos identificar esse tipo de propagação, como ao acendermos uma lâmpada
incandescente e ao aproximar dela sem tocá-la, podemos sentir o calor por ela produzido. Esse mesmo processo
que acontece com a lâmpada é o que acontece entre o sol e planeta Terra, o calor é propagado por irradiação. A
seguir, uma ilustração desses exemplos:
4
-2
13
.7
28
Se liga!
.8
18
A garrafa térmica é um exemplo para entender os três tipos de propagação de calor. Ela conserva a tempera-
-0
tura dos líquidos quentes e gelados, e para que isso seja possível, a perda ou ganho de calor pelo líquido para
o ambiente deve ser minimizada, qualquer que seja o processo: condução, convecção ou irradiação. Para
ar
lm
evitar a condução e a convecção, a ampola interna é feita de vidro, sendo este um material isolante térmico e
gi
com paredes duplas, entre as quais se faz vácuo. A parede de vidro é espelhada para que não ocorra a perda
ar
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM — 2020) Os manuais de refrigerador apresentam a recomendação de que o equipamento não deve ser instala-
do próximo a fontes de calor, como fogão e aquecedores, ou em local onde incida diretamente a luz do sol. A instala-
ção em local inadequado prejudica o funcionamento do refrigerador e aumenta o consumo de energia.
2. (ENEM — 2022) O eixo de rotação da Terra apresenta uma inclinação em relação ao plano de sua órbita em torno do
Sol, interferindo na duração.
Pol
o No
rte
Tró
pic Círc
ulo
Cân o de
cer Árt Polar
ico
Equ
ado
r
Incidência direta DIA NOITE
Tró
ao meio dia p
Cap ico de
ricó
rnio
Pol
o Sul Círc
u
Ant lo Pola
árti
co r
Terra em 21 de dezembro
Uma pessoa instala em sua residência uma placa fotovoltaica, que transforma energia solar em elétrica. Ela monitora
a energia total produzida por essa placa em 4 dias do ano, ensolarados e sem nuvens, e lança os resultados no gráfico
do dia e da noite ao longo do ano.
Energia
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
a) Trópico de Capricórnio.
b) Trópico de Câncer.
c) Polo Norte.
d) Polo Sul.
e) Equador.
Sabemos que as placas fotovoltaicas transformam calor do sol que chega até a Terra em forma de radiação em energia
elétrica, e sabemos que a quantidade de radiação que atinge o planeta aumenta a quantidade de calor que a placa tem
para poder absorver.
Na imagem percebemos que no dia 21 será o dia em que ocorrerá maior incidência de raios solares sobre a região
do Trópico de Capricórnio, pois é onde ocorre a incidência direta ao meio dia. Assim uma placa solar instalada
nessa região teria seu pico de produção de energia próximo ao dia 21 de dezembro. Como o gráfico mostra que no
dia 10 de janeiro é o dia com maior produção de energia podemos inferir que a placa foi instalada na região do
378 Trópico de Capricórnio. Resposta: Letra A.
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L0
DILATAÇÃO TÉRMICA
Quando fornecemos calor a um corpo, verificamos
que ele tem um aumento de temperatura; da mesma for- ΔL
ma, quando há liberação de calor, a temperatura diminui.
Além disso, por meio do conceito de temperatura,
sabemos que a maior agitação das partículas está asso- L
ciada a uma maior temperatura. No entanto, sabemos
que uma maior agitação está associada a uma neces- Logo, ΔL = L – L0 é a variação de comprimento, ou
sidade de espaço, o que faz com que as partículas se seja, a dilatação linear da barra na variação de tempe-
afastem uma das outras, aumentando as dimensões do ratura ΔT = T2 – T1.
corpo. Essa situação é denominada dilatação térmica. É relevante enfatizar que a variação do compri-
A seguir, vamos conhecer os tipos de dilatação mento depende do tipo do material que constitui a
térmica. barra e essa influência está no fato de que as intera-
ções mais fortes entre partículas do material fazem
DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS com que elas se afastem menos ao se dilatar e intera-
ções mais fracas fazem com que elas se afastem mais.
Em várias situações, como em construções de edifícios A grandeza física que mede essa influência é chamada
de concretos, nos trilhos de trem ou até mesmo nas calça- de coeficiente de dilatação térmica.
das, é necessário deixar um espaço, para que, ao serem Para o caso de dilatação linear, essa grandeza é
aquecidos pelo sol, tenham um espaço para se dilatar ou denominada α (letra grega alfa), coeficiente de dila-
quando a temperatura diminui, possam se contrair. tação linear.
Outro exemplo que podemos notar em nosso cotidiano Dessas relações, podemos escrever:
são os cabos de rede elétrica. Eles sempre apresentam uma
certa folga entre os postes e nunca são instalados totalmen- ΔL = L0 · α · ΔT
te esticados; isso é para evitar uma tração excessiva quan-
do a temperatura cai, o que poderia causar ruptura dos Onde:
fios e, consequentemente, uma interrupção de energia.
Em geral, com o aumento da temperatura, há z ΔL: dilatação;
aumento do volume de um corpo. No entanto, há z L0 : comprimento inicial;
situações em que a dilatação em uma das três dimen- z α: coeficiente de dilatação linear;
sões é mais significativa do que a variação do volume z ΔT: variação de temperatura.
do corpo na totalidade.
Assim, quando o corpo se dilata somente no com- Sendo ΔL proporcional ao comprimento inicial e à
primento, considerando apenas a variação em uma das variação de temperatura ΔT.
dimensões, trataremos de dilatação linear. Nos casos em O comprimento final (L) pode ser calculado da
que é considerada a variação da área superficial dos cor- seguinte forma:
pos, podemos afirmar que esse corpo apresenta dilata-
4
Se liga! L = L0 (1 + α · ΔT)
18
Dilatação Superficial
res: do material que o constitui, das dimensões
ar
iniciais e da variação de temperatura. Analogamente ao que foi dito para dilatação linear,
lm
A seguir, vamos analisar os três tipos de dilatação. tenha área inicial A0, com uma temperatura inicial T1
lm
passa a ser L. ΔA
A
379
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É possível verificar que a variação da área ΔA DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS
depende do tipo de material que constitui a superfí-
cie, sendo diretamente proporcional à área inicial A0 Em comparação aos sólidos, os líquidos apresen-
e à variação de temperatura ΔT. tam forças de interação mais fracas entre as partícu-
las. No entanto, para estudar a variação de volume,
ΔA = A0 · β · ΔT deve-se considerar também a dilatação do recipiente
que contém o líquido, pois parte do calor que aquece
Onde: esse líquido é absorvida também pelo recipiente, que
tem suas dimensões modificadas ao dilatar-se. Assim,
z ΔA: dilatação; surge entre eles uma dilatação aparente.
z A0: superfície inicial; Ao analisar o caso em que o recipiente se encon-
z β: coeficiente de dilatação superficial; tra completamente cheio, ao aumentar a temperatura
z ΔT: variação de temperatura. do sistema, o recipiente deverá dilatar, mas o líquido
dilata mais que o recipiente. Aqui nota-se que parte
do líquido extravasa, no qual o volume extravasado é
Se liga! exatamente a dilatação aparente.
Logo, é possível perceber que a dilatação real do
O coeficiente de dilatação superficial do material
líquido é dada pela soma da dilatação volumétrica sofri-
que constitui a placa pode ser calculado por β = 2α. da pelo recipiente e a dilatação aparente do líquido:
A variação do volume (ΔV) é diretamente proporcio- cida de 0 °C a 4 °C, tem seu volume diminuído. Apenas
.8
nal ao volume inicial (V0), a variação de temperatura (ΔT) para temperaturas acima de 4 °C a água dilata nor-
18
Onde:
ar
Volume
lm
Q
De acordo com a teoria do calórico, acreditava-se
.7
C=
que o calor era proveniente do material retirado da DT
28
Sendo:
18
z Q: quantidade de calor;
cas que perderam a capacidade de perfurar, porém
z ΔT: variação temperatura.
ar
que o que acontecia era uma transformação de trabalho é J/K, porém pode ser usada também cal/ °C.
gi
m DT
Vamos representar pela letra Q a quantidade de
calor trocada entre os corpos com temperaturas dife- Sendo:
rentes. No Sistema Internacional (SI), a quantidade de
calor é medida em joule (J), em homenagem a James z Q: quantidade de calor;
Joule, porém é também muito utilizada a unidade z m: massa do corpo;
caloria (cal). z Δ T: variação de temperatura. 381
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Usaremos a letra c (minúscula) para representar Importante: podemos entender que mudança de
o calor específico. No sistema internacional, medimos fase é como uma transformação física, isto é, não há
calor específico em J/kg s, mas também se usa cal/g °C. interferência na sua composição química, o calor tro-
Se desenvolvermos a equação anterior, veremos cado com o corpo atua na forma de agregação de suas
que podemos escrever da seguinte maneira: partículas. A substância permanece a mesma ao final
do processo, porém em fases diferentes. Além disso,
Q = m · c · ΔT quando há transformação física, é possível reverter o
processo e a substância retorna a fase anterior. Quan-
Como podemos observar, para um mesmo mate- do as transformações são capazes de modificar a subs-
rial, quanto maior for a massa, maior será a quanti- tância e não é possível reverter o processo, chamamos
dade de calor que deve ser trocada para uma dada de transformação química irreversível.
variação de temperatura. Além disso, outra conclusão A seguir, podemos representar esquematicamente
que se pode tomar é que a variação de temperatura de as variadas mudanças de fase e seus respectivos nomes:
um corpo, ao trocar uma certa quantidade de energia
térmica, depende do material de que é constituído o z Fusão: é o processo de passagem da fase sólida
corpo (calor específico) e de sua massa. para a fase líquida;
A seguir, podemos encontrar na tabela o valor do z Solidificação: é o processo de passagem da fase
calor específico de algumas substâncias: líquida para a fase sólida;
z Vaporização: é processo de passagem da fase
líquida para a fase gasosa;
CALOR ESPECÍFICO
SUBSTÂNCIA z Condensação: é o processo de passagem da fase
(CAL/ G °C)
gasosa para a fase líquida;
Ouro 0,032 z Sublimação: é o processo de passagem da fase
sólida para fase gasosa;
Prata 0,056 z Ressublimação: também chamada de sublimação
Cobre 0,093 inversa, é a passagem da fase gasosa para a fase sólida.
Ferro 0,110
Sublimação
Alumínio 0,200
Álcool 0,600
Gasoso
recebe ou perde uma mesma quantidade de calor.
.7
Sólido Líquido
28
Q m ⋅ c ⋅ ∆T
C= ⇒C = ⇒ C = m⋅c Em termos matemáticos, o calor latente de mudan-
ar
or
Vaporização
p
Tvaporização/condensação
Va
Condensação
calor
o
uid
Tfusão/solidificação Fusão
Líq
Solidificação
o
lid
Só
Q (cal)
Fonte: Mundo Educação6
TROCAS DE CALOR EM UM CALORÍMETRO A forma e o volume das substâncias são bem definidos
13
recipiente isolado do meio externo, elas trocam calor em consequência, a força de interação é menor; a for-
.8
entre si até que atinjam o equilíbrio térmico. Como já ma e o volume também são definidos.
18
mencionado, um sistema se encontra em equilíbrio Na fase gasosa, o grau de liberdade é máximo, não
-0
térmico quando todas as suas substâncias se encon- há praticamente forças de interação entre as molécu-
ar
trarem a uma mesma temperatura final. Isso faz com las, o volume e a forma são indefinidos.
lm
que não ocorram trocas de calor com o meio. E o reci- É necessário enfatizar que esses estados físicos
gi
piente no qual ocorrem essas trocas de calor é chama- são em um modelo ideal; com isso, vale lembrar que
ar
do de calorímetro, pois ele não permite as trocas de nem todas as substâncias se comportam desta manei-
lm
calor com a vizinhança. ra, isto é, como um modelo ideal. A seguir, podemos
gi
Podemos dizer que, para um sistema isolado, inde- visualizar, de forma ilustrativa, esses casos:
pendentemente do número de substâncias envolvidas,
a quantidade de calor recebido somada à quantidade
de calor cedido é igual a zero, ou seja, a soma de todas
as trocas de calor ocorridas dentro do calorímetro é Sólido
igual a zero. Logo, Líquido
∑Q =
0
FÍSICA
Sendo: Vapor
QRecebido + Qcedido = 0
6 ANJOS, T. A. Trocas de calor. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/trocas-calor.htm. Acesso em: 23
mar. 2023. 383
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Densidade do concreto:
EXERCÍCIO COMENTADO
mc
dc =
1. (ENEM – 2022) A variação da incidência de radiação Vc
solar sobre a superfície da Terra resulta em uma varia- dc · Vc = mc
ção de temperatura ao longo de um dia denominada
amplitude térmica. Edificações e pavimentações rea- Substituindo as informações que temos, ficamos com:
lizadas nas áreas urbanas contribuem para alterar as
amplitudes térmicas dessas regiões, em comparação Va · da · ca · ΔTa = Vc · dc · Cc · ΔTc
com regiões que mantêm suas características natu-
rais, com presença de vegetação e água, já que o calor ]Va · da · cag
= ΔTa = ΔTc
Vc · dc · Cc
]Va · da · cag DTc
específico do concreto é inferior ao da água. Assim,
parte da avaliação do impacto ambiental que a presen-
ça de concreto proporciona às áreas urbanas consiste =
Vc · dc · Cc DTa
em considerar a substituição da área concretada por
um mesmo volume de água e comparar as variações Sabemos que o volume de ambas as áreas é igual
de temperatura devido à absorção da radiação solar assim à razão entre a variação da temperatura da
nas duas situações (concretada e alagada). Despre- área concretada e da área alagada:
]1000 · 4, 2g
zando os efeitos da evaporação e considerando que
toda a radiação é absorvida, essa avaliação pode ser DTc da · ca
= = = 2,1. Resposta: Letra B.
realizada com os seguintes dados: DTa dc · cc 2500 · 0, 8
c
kg
3 m b g oJC l TERMODINÂMICA
m
A termodinâmica é a área da física responsável
Água 1.000 4,2
por estudar como a energia térmica pode ser usada
Concreto 2.500 0,8 para produzir trabalho. E os estudos nesta área se
ampliaram e difundiram durante a Revolução Indus-
ROMERO, M. A. B. et al. Mudanças climáticas e ilhas de calor trial, com o surgimento das máquinas térmicas, pois
urbanas. Brasília: UnB; ETB, 2019 (adaptado). era necessário a compreensão do seu funcionamento
e como fazer com que elas tivessem um melhor rendi-
A razão entre as variações de temperatura nas áreas mento e melhores resultados.
concretada e alagada é mais próxima de: Nesta seção, vamos estudar o comportamento dos
gases, as leis da termodinâmica e as máquinas térmicas.
a) 1,0
b) 2,1 COMPORTAMENTOS DE GASES IDEAIS (EQUAÇÃO
c) 2,5 DE CLAPEYRON)
4
d) 5,3
-2
problema, precisamos calcular a quantidade de dos em recipientes. Um bom exemplo são os balões de
festas que são preenchidos com gás.
-0
Como toda a radiação é absorvida, a quantidade las podem ser desprezados. Um gás real pode ter um
lm
calor que água recebe será a mesma do concreto. comportamento ideal se colocado sob baixas pressões
gi
e altas temperaturas.
Qa = Qc Para definirmos o estado de um gás, é necessário
conhecermos o volume que ocupa, sua temperatura e
Substituindo as informações que temos, ficamos com: a pressão exercida nas paredes do recipiente que ele
está contido. Essas grandezas, pressão (p), volume (V)
ma · ca · ΔTa = mc · cc · ΔTc e temperatura (T), relacionam-se e são chamadas de
variáveis de estado.
O enunciado não nos diz os valores da massa, Há uma equação que foi determinada experimen-
porém ele nos dá a densidade de cada material e seu talmente e que relaciona essas três variáveis de estado
volume, então podemos escrever a massa em função e o número de mols (n) de um certo gás. Essa equação
da densidade. ficou conhecida como equação de Clapeyron e pode
Densidade da água: ser expressa da seguinte maneira:
ma p·V=n·R·T
da =
Va
384 da · Va = ma Sendo R a constante dos gases ideais.
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O seu valor depende das unidades das variáveis do gás: Essa transformação foi estudada por dois físicos
franceses: Jacques Charles e Joseph Louis Gay-Lussac.
Para c 2 m, V ^m3h e T(K), teremos R = 8, 31
N J
Os resultados de seus experimentos mostraram que se
m mol $K a pressão permanecer constante, o volume e a tem-
sendo este no Sistema Internacional (SI). peratura absoluta do gás são grandezas diretamente
proporcionais.
Desta forma, podemos escrever:
atm $ L
Para p(atm), V(L) e T(K), teremos R = 0, 082 .
mol $ K
p 0 $ V0 p$V
Com isso, por meio dessa equação é possível cal- T0
= T
cular o volume molar de um gás. Além disso, verifica- Como p0 = p, temos:
-se que se o gás ideal apresentar o mesmo número de
mols, nas mesmas condições de pressão e temperatu-
V0 V
ra, deverá ocupar o mesmo volume. = T
Podemos dizer que quando uma certa massa de T0
gás se encontra a 0 °C (273 K) e pressão de 1 atm, ele E pode ser representado por um gráfico de volume
se encontra nas Condições Normais de Temperatura e por temperatura da seguinte maneira:
Pressão (CNTP).
Quando ao menos duas das três variáveis de esta- V
do se alteram, dizemos que o gás sofreu uma transfor-
mação. No tópico a seguir iremos estudar esses tipos
de transformações.
Se liga! T (K)
O número de unidades elementares existentes
em cada mol de matéria é representado pela Como a pressão é constante, em um gráfico de
constante de Avogadro que é NA = 6,022 · 10-23 pressão por temperatura e pressão por volume, as
moléculas/mol. Além disso, o número de mols representações ficariam da seguinte forma:
pode ser calculado por meio da relação n = ,
onde m é a massa da substância e M, a massa p p
molar dela.
Transformação Isovolumétrica
-2
T0
=n$R les. Os resultados mostraram que, para uma determinada
massa de gás mantida a volume constante, a pressão exer-
ar
p$V
Final: p · V = n · R · T ou cida é diretamente proporcional à temperatura absoluta.
lm
=n$R
T Com isso, em termos matemáticos, podemos escrever:
gi
p0 · V0 p·V
de mols é o mesmo no início e no final da transfor-
gi
=
mação, logo, os segundos termos das duas igualdades T0 T
acima são iguais, o que permite igualar os primeiros
termos, pois também são iguais, desta forma: Nesse caso, V0 = V, logo
p 0 $ V0 p$V
T
= T P0 P
=
Essa é a equação geral de um gás. A seguir vamos T0 T
conhecer os tipos de transformação.
Podemos representar a transformação isovolumé-
FÍSICA
P V
T (K)
V P
Em todas as transformações que vimos até aqui, o gás
troca calor com a vizinhança, já a transformação adiabá-
tica é aquela em que o gás não troca calor com o meio
externo. Isso pode ocorrer pelo fato de a transformação
ocorrer de forma rápida, o que faz com que não haja
tempo para que o gás troque calor com o meio externo.
T (K) V Nesta transformação são alteradas todas as variáveis
de estado do gás, ou seja, variam a pressão, volume e tem-
peratura. Desta forma, a equação geral dos gases é válida:
Se liga!
p0 · V0 p·V
A transformação isovolumétrica é também =
conhecida por isométrica ou isocórica. T0 T
T2
18
A
p0 · V0 p·V
-0
p1 T1
=
ar
T0 T
lm
V2 V1
gi
Sendo T0 = T, temos:
lm
Trabalho Realizado em uma Transformação Gasosa Desta forma, substituindo a equação acima na
equação do trabalho, teremos:
Imagine agora uma certa quantidade de mas-
sa de um gás sofrendo uma transformação, no qual τ=p·A·d
há variação de volume. Esse gás exercerá uma força
resultante na base do êmbolo, que, por sua vez, sofre Sendo ΔV = A · d, temos que a definição de trabalho
um deslocamento . Ao mesmo tempo, uma pressão em uma transformação isobárica pode ser calculada
atua sobre as paredes do cilindro. Esse processo resul- da seguinte maneira:
ta em um trabalho τ realizado ou sofrido pelo gás.
O termo trabalho se destacará por diversas vezes τ = p · ΔV
em nossos estudos. A seguir, uma ilustração desse
procedimento: É relevante enfatizar que quando a transformação
sofrida pelo gás não é isobárica, a fórmula acima não
é válida, porém pode-se calcular o trabalho por meio
da área abaixo da curva em um gráfico de pressão por
volume:
p
d ΔV
τ τ = A (área da figura)
→
F
Sendo assim, o trabalho é numericamente igual à
V0 = T0 V=T área sob a curva.
Neste exemplo foi fornecida uma quantidade calor Primeira Lei da Termodinâmica
4
(pressão constante). Neste caso, houve uma expansão A primeira lei aborda a conservação de energia de
13
do gás, isto é, aumento de volume. um sistema. Além disso, ela verifica as trocas de ener-
.7
Quando a variação de volume é positiva, houve Mas como se dá o cálculo da energia interna de
expansão do gás e ele realiza trabalho sobre o um gás? É relevante saber que a energia interna de
ar
lm
ambiente, trabalho positivo ΔV > 0 → τ > 0. um gás monoatômico é em função da sua temperatu-
Quando a variação de volume é negativa, houve ra. Com isso, consideramos o estado inicial de um gás
gi
compressão do gás e o ambiente realiza traba- contido em um recipiente, com n mols e a temperatu-
ar
lho sobre o gás, trabalho negativo ΔV < 0 → τ < 0. ra inicial T0, a energia interna é dada por:
lm
3
o ângulo formado é zero. Logo, temos: U= n·R·T
2
τ=F·d
387
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Logo, podemos escrever que a variação de energia Transformação Isotérmica
interna de um gás é dada por:
Nesta transformação não há variação na tempera-
tura do gás, com isso, sua energia interna também não
3 pode variar. Logo ΔU = 0. Desta forma,
ΔU = U – U0 = nRΔT
2
τ=Q
Agora, podemos dizer que a variação de energia
Assim, o gás realiza trocas de calor com o meio,
interna de um gás, considerando as duas formas de
mas sua temperatura permanece constante. Esse
troca de energia, é dada pela diferença entre o calor fenômeno acontece pois todo o calor recebido será
trocado e o trabalho realizado: usado na realização de trabalho.
ΔU = Q – τ Transformação Isobárica
Transformação Adiabática
ΔU = –τ
Se liga!
São válidas algumas convenções de sinais: Se o gás realiza trabalho (τ > 0), mas não recebe
calor, a energia interna do gás deve diminuir ΔU < 0;
Quando ocorre uma expansão do gás, o sistema em consequência disso, a temperatura também dimi-
recebe calor, ou seja, Q > 0. Quando há compres- nui. Caso aconteça o contrário, se o gás sofrer trabalho
são do gás, o sistema fornece calor, ou seja, Q (τ < 0) sem trocar calor com o meio externo, a energia
< 0. interna aumentará ΔU > 0 e haverá aumento de tem-
peratura também.
Quando os parâmetros de quantidade de calor são, volume e temperatura, passando por estados
.7
seja, assumem valores positivos, negativos ou nulos, cíclica. Como os estados inicial e final são os mesmos,
18
é necessário verificar como fica a equação mostrada permite-nos concluir que não há variação de tempera-
-0
anteriormente e como a primeira lei se aplica a cada tura, logo, a variação de energia interna é nula ΔU = 0.
ar
ΔU = Q – τ
τ = Aciclo
Sendo τ = 0, a relação fica: Aciclo
ΔU = Q C B
V
Neste caso, quando o gás recebe calor, sua ener-
gia interna aumenta, e caso contrário, quando perde
Como mostrado na figura, o trabalho realizado
calor, sua energia interna diminui. Logo, pode-se con- numa transformação cíclica é numericamente igual à
cluir que as trocas de calor são utilizadas para alterar área do ciclo. Além disso, se o ciclo ocorre no senti-
388 a energia interna do gás. do horário, o gás realiza trabalho sobre o meio, isto é,
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trabalho positivo (τ > 0). Se o ciclo ocorre no sentido O rendimento η de uma máquina térmica é dado pela
anti-horário, o meio realiza trabalho sobre o gás, tra- relação entre a quantidade útil de energia que se obtém
balho negativo (τ < 0). e a quantidade total de energia fornecida à máquina. Em
outras palavras, o rendimento de uma máquina é a razão
Segunda Lei da Termodinâmica entre o trabalho τ realizado pela máquina e a quantidade
de calor Q1 que ela recebe. Com isso, podemos escrever:
Sabemos que o principal objetivo da termodinâmi-
ca é explicar o funcionamento das máquinas térmicas. x
h=
E a segunda lei vem discutir o que são essas máquinas Q1
e qual é o processo responsável por seu funcionamen- Para calcular o rendimento, em termos de porcenta-
to (o que envolve seu funcionamento). gem, basta multiplicar a equação anterior por 100, logo:
Neste tópico vamos mostrar também os dois enun-
ciados da segunda lei e o que eles representam. Além x
h= · 100
disso, discutimos também as transformações irrever- Q1
síveis e suas limitações.
Para que o rendimento de uma máquina seja 100%,
seria necessário que todo o calor Q1 fornecido fosse con-
z Máquinas Térmicas vertido totalmente em trabalho, mas isso nunca acontece.
Tendo isso em vista, podemos mostrar os dois enun-
Máquinas térmicas são dispositivos que têm a fina- ciados da segunda lei da termodinâmica. Enquanto a
lidade de transformar ou transferir energia, isto é, são primeira lei estabelece a conservação de energia em
dispositivos que operam em ciclos e, durante esse pro- qualquer transformação, esses enunciados estabele-
cesso, transformam calor em trabalho periodicamente. cem condições para que as transformações termodi-
As geladeiras, os motores dos automóveis e as locomo- nâmicas possam ocorrer.
tivas a vapor são exemplos de máquinas térmicas. O primeiro enunciado estabelece que:
O funcionamento de uma máquina térmica acon- O calor flui naturalmente de um reservatório quen-
tece da seguinte forma: há duas fontes térmicas, as te para um reservatório frio, mas nunca ao contrário.
quais vamos chamar de fonte quente e fonte fria. O segundo enunciado diz o seguinte:
Essas fontes estão ligadas à máquina térmica. Nenhuma máquina térmica que opera em ciclos
A fonte quente está a uma temperatura T1 e for- consegue transformar integralmente o calor em
nece energia na forma de calor Q1 à máquina. Parte trabalho.
desse calor é utilizado pela máquina térmica para rea-
lizar trabalho, e a outra parte, o calor excedente Q2, é z Máquinas Frigoríficas
rejeitado pela máquina térmica para a fonte fria, que
está a uma temperatura T2. É necessário enfatizar que Acabamos de falar que o calor flui espontaneamente
a temperatura da fonte fria é menor que a temperatu- do corpo mais quente para o corpo mais frio. Porém, há
ra da fonte quente T2 < T1. máquinas que realizam o processo inverso. Você, agora,
pode estar se perguntando se esse fato não violaria o
enunciado da segunda lei da termodinâmica. No entanto,
A seguir, uma esquematização desse processo:
só violaria caso esse processo ocorresse de forma espon-
4
Fonte quente
de um compressor que realiza o trabalho mecânico. Um
.7
Q2 Fonte quente
gi
Fonte fria Q1
T
De acordo com o princípio de conservação de ener-
gia demonstrado na primeira lei da termodinâmica, Refrigerador Compressor
temos que em uma transformação cíclica, a energia
interna é nula, ou seja, ΔU = 0. Logo, o trabalho reali-
FÍSICA
A
O gás nitrogênio está sendo representado por bolinhas
e o gás oxigênio está sendo representado por triângulos.
B Se retirarmos a placa, os gases irão se misturar esponta-
neamente, e irá ocorrer uma distribuição dos dois gases
T1
dentro do recipiente, como mostra a figura a seguir:
D
T2
C
V
z CD ocorre uma compressão isotérmica; vável, mas não é impossível, que os gases se separem
.7
Segundo Carnot, nenhuma máquina térmica que Com isso, podemos dizer que a degradação da ener-
lm
opere entre duas temperaturas tem rendimento gia também é uma evolução para a desordem. Desta
gi
maior do que aquela que opera segundo o ciclo forma, pode-se anunciar o princípio da degradação
ar
12 180 kJ
10 Agora, aplica-se a equação da quantidade de calor,
sendo Q = 180kJ, m = 50L, c = 4kJ kg−1 K−1 L−1 (observe
8 D que as unidades estão todas congruentes com a uni-
4
C C
Q = m · c · ∆∅
13
4 B B B
180 = 50 · 4. ∆∅
.7
2 A A A A 180 = 200 · ∆∅
28
180
.8
Proveta Proveta Proveta Proveta Proveta ∆∅ = = 0,9 K, que possui mesma variação na
200
18
c) B e C.
lm
d) B e D.
gi
M 26g
Para a moeda “A”: d = = = 13 g/ml.
V 2ml Durante o resgate, para evitar danos a seu organis-
M 27g mo, foi necessário que o mergulhador passasse por
Para a moeda “B”: d = V = 3ml = 9 g/ml. um processo de descompressão antes de retornar à
M 10g superfície para que seu corpo ficasse novamente sob
Para a moeda “C”: d = V = 2ml = 5 g/ml. pressão atmosférica. 391
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O gráfico mostra a relação entre os tempos de des- Nesse viés, a força resultante neste ponto é igual a
compressão recomendados para indivíduos nessa zero, mas como ele está em movimento, passa da posi-
situação e a variação de pressão. ção de equilíbrio. No momento em que o bloco chegar
na posição (Xm), a velocidade dele será orientada para
cima, mas a força resultante e a aceleração permane-
descompressão (min)
100 ceram orientadas para baixo, e com isso a velocidade
80
irá diminuir ao passo que o bloco descerá novamente.
Tempo de
60
Podemos analisar essa situação na figura a seguir.
40
20
X y
100 200 300 400 500 600 700 m
Variação de pressão (kPa) X
0 1 2 3 4 5 6 7 t
Considere que a aceleração da gravidade seja igual a –X
m
10 m s−2 e que a densidade da água seja de ρ = 1 000
kg m−3.
Em minutos, qual é o tempo de descompressão a que Ao tirar uma foto de cada momento em que o bloco
o mergulhador deverá ser submetido? se movimenta, de forma a consolidar uma sequência
dele, pode-se construir um gráfico de posição ao longo
a) 100. do tempo, a fim de melhor analisá-lo. O bloco executa
b) 80. um movimento periódico, tendo em vista que exerce
c) 60. o mesmo movimento repetidas vezes, de forma idên-
d) 40. tica, em intervalos de tempos iguais. Podem ser defi-
e) 20. nidos alguns termos que estão presentes em todos os
movimentos periódicos.
Primeiramente, vamos calcular a pressão exercida
a 50 metros de profundidade.
X
P = P(água) m
P=d·g·h A 4
P = 1.000 · 10 · 50 0 1 2 3 –A 5 6 7 t
P = 500.000 N/m² ou –X
m
P = 500 kPa
Olhando para o gráfico, percebe-se que o tempo de
descompressão para 500 kPa é de 60 minutos. Res- O número de ciclos por uma unidade de tempo (s) é a
posta: Letra C. frequência (f), sendo sempre positiva e medida no SI por
hertz, em homenagem ao físico alemão Heinrich Hertz:
4
-2
ciclo
ONDULATÓRIA
13
multiplicando-a:
Um movimento periódico é todo aquele que se
-0
1 1
f= ou T =
T f
t=0 t=1 t=2 t=3 t=4 t=5 t=6 t=7 Com essa definição, a frequência angular fica:
2π
Em um primeiro momento são desconsideradas ω = 2πf =
todas as forças que atuam sobre o bloco e, conside- T
ra-se apenas a força que uma pessoa exerce para
puxá-lo para baixo, puxando-o até um ponto onde a MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES
mola se estica por completo no ponto (–Xm). Por conse-
guinte, são liberadas a força resultante e a aceleração, O Movimento Harmônico Simples (MHS) é consi-
orientadas para cima conforme o bloco sobe. Assim, derado o movimento oscilatório mais importante, por
ele ganha velocidade até atingir a posição de equilí- ser fácil de descrever matematicamente e exemplificar
392 brio em 0. muitas oscilações que são encontradas na natureza.
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Na física são usadas aproximações que no mundo Um exemplo de MHS é um pêndulo simples, como
real não existem, mas que funcionam muito bem nos na imagem a seguir:
cálculos. Isso ocorre tendo em vista que o conceito de
ideal na física é perfeito no mundo das ideias, ou seja,
em um experimento ideal a mola se deforma de modo
que não haverá nenhum dano a ela e, posteriormen-
te, terá retornado à sua posição de equilíbrio anterior,
— —
sem sofrer nenhum dano a suas propriedades, conso-
lidando molas ideais.
Isso não ocorre no mundo real. Caso você pegue L
uma mola e a estique completamente, é provável que
ela irá estragar, pois não voltará para a posição de
equilíbrio novamente. No caso das molas ideais, elas
obedecem à lei de Hooke, isto é, quando a força res-
tauradora (F) que age sobre a mola é diretamente pro-
porcional ao deslocamento x da posição de equilíbrio.
Assim, Para encontrar as equações do MHS, que corres-
Fαx pondem à posição e à velocidade que dependem do
Ademais, faz-se necessário encontrar uma cons- tempo: x(t) e v(t), analisa-se o movimento circular de
tante de proporcionalidade para tirar a igualdade da uma partícula.
equação. Nesse caso, tem-se a constante k, que repre-
senta a rigidez da mola. Sendo assim, quanto maior
y
for a constante elástica k, mais rígida será a mola e,
em consequência, mais difícil de ser comprimida ou
esticada. Dessa forma, a equação fica:
P
F = –kx A
θ
O sinal negativo corresponde ao fato de que a for-
ça exercida sobre a mola é do tipo restauradora. Nesse O X
âmbito, ela tende a restabelecer o equilíbrio, portan- X
to, sendo sempre oposta ao movimento do bloco a par-
tir da posição de equilíbrio.
A equação acima fornece uma força que, indepen-
dentemente do valor de x (sendo ele positivo, negati-
vo ou nulo), estabelece o módulo e o sinal da força. A
constante k é sempre positiva e no SI suas unidades são –X m Xm
N/m, newtons por metro. Em um caso especial onde
4
-2
isolando x:
que, em meio a uma pandemia, teorizou as leis que
ar
x = Acosθ
diferencial e integral.
gi
k x(t) = Acos(ωt + 𝜙)
a=– x
m
Agora, com a equação completa para explicar o
fasor, a equação projetada nos eixos x e y fica:
Obtém-se, então, a aceleração do componente x do
MHS, sendo uma aceleração que não é constante. → ^
x (t) = A(cos(ωt + 𝜙)x+sen(ωt + 𝜙)ŷ) 393
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Ou seja, essa é a representação do vetor girante; é v
uma forma bidimensional de representar o vetor ao senθ =
vc
longo do tempo, como representado na figura a seguir:
v = ωR → v = ωA e θ = 𝜙 + ωt
e
A
θ = 𝜙 + ωt
θ
Por conseguinte, ao substituir as equações,
O X
vc = v ∙ senθ
vc = ω ∙ A ∙ sen(𝜙+ωt)
Se liga!
Para explicar por que aparece o sinal negativo na
expressão acima, é preciso fazer o uso de algumas
relações trigonométricas. Na primeira, tem-se:
X
sen (a + b) = sen (a) cos (b) + sen (b) cos (a)
A é a amplitude do movimento, ω é a frequência angu- –sen (b + a) = –[sen (b) cos (a) + sen (a) cos (b)]
.7
Vamos agora analisar a velocidade no MHS: Ao isolar o sinal de menos da equação acima,
.8
VC —[sen (a + b)].
θ
gi
P
ar
A
lm
e
Essa é a mesma figura em que analisamos a posi-
ção da partícula, mas agora vamos analisar a velo- 3π
sen (ωt + 𝜙) = –1 → ωt+𝜙 =
cidade, tanto a que está representada no Movimento 2
→
Circular Uniforme (MCU), sendo designada por vc
quanto a velocidade projetada no eixo x e está repre- Logo, a velocidade máxima ocorre quando o obje-
→
sentada por v. Pelo zoom dado na partícula, nota-se to passa pela posição de equilíbrio, em que a sua velo-
→ →
394 que v é a projeção de vc no eixo x, sendo assim: cidade em módulo será:
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Vmax = ωA X
X
Agora, será analisada a aceleração no MHS. Pri- m
meiro observe a figura a seguir:
0 T T 3T T t
y 4 2 4
–X
Zoom! m
a cp P a cp
T X
A θ
0 A
θ a T
0
O a X 4
T
X –A
2
3T
0
4
A aceleração da partícula é representada mediante T A
a projeção do seu movimento no eixo x, de modo que:
O gráfico da posição da partícula ao longo do MCU
tem a tabela de valores com as posições mais relevan-
a
cosθ = tes do objeto.
acp Para a velocidade versus tempo, tem-se:
V
Assim, isolando a,
ωA
a = acp cosθ
a = – ω2 · A · cos(ωt+𝜙) T
13
– ωA
.7
como a = –ω2 x. 0
18
2
A aceleração máxima ocorre quando um objeto no
-0
4
lm
cos(ωt + 𝜙) = 1 → ωt + 𝜙 = 0 T 0
gi
ar
e
Gráfico da velocidade versus o tempo tem a equa-
lm
cos(ωt + 𝜙) = –1 → ωt + 𝜙 = π
responde a um gráfico com a concavidade para cima e
começado em zero.
Sendo assim, em módulo:
Por fim, será analisado o gráfico da aceleração:
a = ω2A a
2
Para compreender melhor todos os conceitos ωA
apreendidos até agora sobre o MHS e também auxiliar
sobre os próximos conceitos, que serão sobre a ener-
gia do MHS, serão analisados os gráficos de posição 0 T T 3T T t
FÍSICA
395
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T A Anteriormente, foram encontradas relações para a
0 – ω2A posição e velocidade do MHS. Nesse sentido, a partir
de dados já aprendidos:
T
0
4
m(– ωAsen(ωt+𝜙))2 k(Acos(ωt+𝜙))2
T E= +
ωA
2
2 2
2
3T Elevando ao quadrado os termos, encontra-se:
0
4
T – ω2A mω2 A2 sen2 (ωt+𝜙) kA2cos2 (ωt+𝜙)
E= +
2 2
Gráfico da aceleração versus o tempo tem uma
equação negativa, perante a função cosseno, em que kx
Da equação a = –ω2x = – sendo a massa igual a
se observa que o gráfico já começa em (–ω2A), pois o m
valor de T = 0. k
m= 2 , substituindo a m na equação acima, obtém-se:
Com o auxílio dos gráficos e das tabelas anterior- ~
mente demonstradas, será feita uma análise da ener-
gia do MHS. A única força que atua sobre o bloco kA2sen2 (ωt+𝜙) kA2cos2 (ωt+𝜙)
referente à primeira figura é a força conservadora da E= +
2 2
mola. Considerando-a como uma mola ideal, não exis-
tem forças horizontais e, assim, a energia mecânica
Há um termo em comum na equação acima, que é
total do sistema é conservada, supondo também que 2
a mola não tem massa. ka
, logo, isolando esse termo:
A energia cinética é dada por: 2
kx2
U= kA2
2 E=
2
A energia mecânica total é E = K + U, logo:
Em síntese, utilizando as equações da posição e
4
mvx2 kx2
13
E= + energia no MHS.
.7
2 2
28
PULSO E ONDAS
.8
Tem-se:
Vale
mvx2 kx2 kA2
E= + = = constante
396 2 2 2
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Considerando um pistão que realiza o movimen- Alto-falante
to de subir e descer, ele vai produzir uma onda que
irá se propagar na corda, como pode ser analisado na t1
figura; essa perturbação é conhecida como pulso. Um
pulso faz parte de uma onda; agora, quando o movi-
t2
mento de sobe e desce do pistão acontece repetidas
vezes, tem-se uma sequência de pulsos, formando,
assim, um trem de ondas. O pulso move-se sem alte- t3
rar a estrutura da corda, ou seja, os outros pontos na
corda não sofrem deformação, mas quando o pulso
Uma outra situação possível seria ter os dois movi-
passa, eles se deformam e depois voltam à posição
mentos longitudinais e transversais, assim derivando
original, assim o que se propaga é a energia e a defor-
as ondas mistas. Tal movimento pode ser observado
mação da corda. na superfície de líquidos.
Imagine um canal com água, com uma placa que
Ondas pode se movimentar para frente e para trás na extre-
midade esquerda. Ao fazer uma perturbação que se
Afinal, o que são ondas? propaga ao longo do canal, as partículas que estão na
De modo geral, as ondas transportam energia e superfície do líquido descrevem trajetórias circulares,
movimento de um ponto a outro, mas sem transpor- que tem componentes longitudinais e transversais.
tar matéria entre esses pontos. Existem as ondas Como observa-se na figura a seguir.
sonoras, que podem se propagar em líquidos, sólidos
Barra móvel Barra móvel
e gases, mas elas não se propagam no vácuo (infor-
mação importante pois se pudéssemos ouvir os sons V
V
do espaço ouviríamos diversos ruídos e sons, pro-
vavelmente, o tempo todo). Além disso, podem ser
encontradas as ondas luminosas, que se propagam
em sólidos (caso eles sejam transparentes ou translú-
cidos), em líquidos, em gases e também no vácuo. Além da classificação das ondas, elas também podem
Destarte, as ondas podem ser classificadas em ser analisadas por sua dimensão de propagação.
ondas transversais, longitudinais e mistas. O mundo possui diferentes dimensões, bem como
Vamos, agora, classificar essas categorias de ondas. largura, altura e profundidade, havendo espaço para
Começando com as ondas transversais, exempli- a discussão de quantas existem no universo. Elas são
ficando, imagine uma corda esticada (mesmo exemplo definidas, muitas vezes, como eixos no plano cartesia-
dado acima com o pulso); ao agitar o lado esquerdo no. Assim, em uma dimensão, uma partícula pode se
da corda, compreende-se uma agitação se propagan- mover apenas no eixo x ou y ou z. Enquanto isso, para
do durante a corda, da esquerda para a direita. Nesse duas dimensões são trabalhados dois eixos que for-
4
mas o deslocamento nesse meio é perpendicular ou os três eixos que definem a posição de algo no espaço.
.7
transversal à direção de propagação da onda, assim Para tanto, serão tratados alguns exemplos de
28
tendo o movimento designado por onda transversal. dimensões, relacionando-as com ondas. As ondas
.8
V V
bidimensionais são aquelas que se propagam em um
lm
Z →
Campo Magnético E → Δx
V=
Δt
denominados cristas e vales, respectivamente. Define- Imagine que esse êmbolo fique oscilando em MHS,
gi
-se, então, a distância entre dois vales ou duas cristas, promovendo, assim, ondas longitudinais. Quando o
ar
como um comprimento de onda designado pela letra êmbolo executa seu movimento ele comprime o gás,
lm
grega lambda (l). o que faz com que as moléculas fiquem agrupadas
gi
1
-2
13
EXERCÍCIO COMENTADO
.7
28
3
lm
gi
λ
A A’ B
Difração
A
Difração é o fenômeno que ocorre quando uma
onda encontra um obstáculo e ocasiona uma flexão
FÍSICA
das frentes de ondas. Esse fenômeno permite que Os gráficos indicam, em tempo real, o sinal sonoro
ondas contornem obstáculos, desde que eles possuam detectado pelos dois dispositivos, os quais foram
tamanhos próximos aos do comprimento de onda. Um ligados simultaneamente em um instante anterior à
exemplo comum é quando uma onda passa por uma queda do bloco de gelo. Ao comparar pontos corres-
fenda. Ao passar pela fenda, a onda plana torna-se pondentes desse sinal em cada dispositivo, é possível
uma onda esférica. obter informações sobre a onda sonora. 399
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Sendo assim:
A
ΔSa ΔSb
Va e e Vb =
Sinal Ta Tb
1.540 · 340
1.200L
= 12
1.540 · 340
208 220 232 244
12L
Tempo (s) = 12
154 · 34
A distância L, em metro, entre o barco e a geleira é
mais próxima de: 12L
= 12
a) 339 000 154 · 34
b) 78 900
c) 14 400 1L
d) 5 420 =1
e) 100 154 · 34
Existe uma diferença de velocidade no som quan- L = 154 · 34 = 5.236
do esse viaja em meios diferentes por isso o gráfico
4
medido para cada detector. resposta correta será 5.420. Resposta: Letra D.
Ao observamos o gráfico podemos pegar como ins-
.7
28
Leis da Reflexão P
N
Um raio de luz incidente (RI), ao colidir com uma
superfície polida, como, por exemplo, um espelho pla-
RI RR
no, é refletido formando o raio refletido (RR). Ao reali-
zarmos o experimento conforme ilustrado na figura a d
seguir, observamos que esse efeito obedece a duas leis:
α α
RI N RR
4
-2
S A s A
13
B
.7
Raio Raio B
28
incidente α α refletido d
.8
18
Espelho plano
-0
ar
O ângulo no qual o RI incide o plano é numerica- lho, logo, a distância entre os P e o espelho é a mesma
lm
mente igual ao ângulo de reflexão, neste caso ambos distância entre P’ e o espelho.
gi
representados pela letra grega α. Podemos generalizar para todos os raios que saem da
Um raio de luz que colide com uma superfície fonte e atingem o espelho, mas os únicos raios que nossos
refletora polida de forma perpendicular, isto é, com olhos perceberão serão os refletidos em nossa direção.
um ângulo de 90º com a superfície, retorna para o O ponto P’ é formado pela intersecção de todas as
mesmo lugar de onde veio. extensões dos raios refletidos e pode passar a impres-
são de que a imagem que vemos no espelho é a fonte
ESPELHOS de luz. Entretanto, damos o nome de imagem virtual
ao objeto visto em P’, afinal, o que vemos é apenas um
Espelho Plano e Formação de Imagem prolongamento dos raios refletidos no espelho, e cha-
mamos de imagem real ao objeto em P, de onde real-
FÍSICA
A A’
CONVEXO
gem virtual;
.7
gem real;
.8
Nos espelhos
18
z a imagem é direta, isto é, ela não fica de cabeça ESPELHOS esféricos côncavos,
-0
para baixo como ocorre nas câmaras escuras, que ESFÉRICOS a superfície refletora
dizemos que são imagens invertidas; CÔNCAVOS é a face interna da
ar
Nos espelhos
ESPELHOS esféricos convexos,
ar
C F V
V α C Eixo
principal
Considerando um feixe de luz que incide um espe- a imagem é virtual, pois é formada no ponto de foco
-2
lho côncavo, o que observamos é que os raios de luz principal na parte de trás do espelho.
13
incidentes de forma paralela ao eixo principal do O ponto de foco F está sempre situado no pon-
.7
28
espelho convergem para um único ponto F, situado no to médio entre o segmento formado pelos pontos C,
eixo principal, o qual denominamos foco principal.
.8
Podemos observar essa situação na figura abaixo. assim, a distância entre os pontos F e V é denominada
-0
Neste caso, o foco é considerado real, pois está situado distância focal f. Ela equivale à metade do raio. Assim,
à frente do espelho. podemos escrever:
ar
lm
R
gi
f=
2
ar
lm
Esféricos
Já nos espelhos convexos, o que observamos é sam pelo centro de curvatura C são refletidos sobre si
que o prolongamento dos raios que incidem parale- mesmos, conforme observamos na primeira figura.
lamente converge para um ponto F atrás do espelho. Já os raios que incidem passando pelo ponto de
Esse ponto também é chamado de foco principal, foco principal F são refletidos paralelamente ao eixo
entretanto é tido como virtual, justamente por estar principal, conforme a figura do centro.
situado atrás do espelho. 403
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Por fim, os raios que incidem nos espelhos côncavos
pelo vértice V são refletidos com o mesmo ângulo de
incidência, como pode ser observado na terceira figura.
C F V
C F V
C F V
C F V
Um raio cujo prolongamento passa pelo centro de maior, menor ou igual ao objeto o.
28
Espelhos Convexos
18
Finalmente, o raio que incide no vértice do espelho convexos, não depende da distância.
gi
é refletido de forma que o ângulo do raio incidente é Para analisar a formação dessa imagem, vamos uti-
ar
igual ao ângulo do raio refletido, como pode ser obser- lizar dois raios de luz que partem do topo da lâmpada:
lm
C F V
404
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z Caso III — Objeto Entre o Centro de Curvatura
e o Foco
o
Um objeto o posto em um ponto qualquer que este-
i ja entre o centro de curvatura C e o ponto de Foco F
tem imagem i maior, real e invertida, conforme a
V F C próxima figura:
Espelhos Côncavos
o
o
C F V
4
-2
i C F V
13
.7
28
.8
18
o i
o
F V
FÍSICA
i
C F V
405
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Para facilitar guardar todo esse conteúdo, segue Para definirmos as coordenadas do objeto e da
uma tabela com uma breve descrição de cada caso: imagem, usamos o ponto p, definido como a abscissa
do objeto, p’ como a abscissa da imagem, o como a
altura do objeto, i como a altura da imagem e f como
INFORMAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO a abscissa do foco, também tida como distância focal.
CASO
DA IMAGEM Em relação aos valores de cada coordenada nos
espelhos convexos e côncavos, analisando a figura
A imagem i formada pelo espelho cônca-
Caso I acima, vemos que:
vo é menor que o objeto, real
1 1 1
y + =
p p' f
E também a relação:
i p'
=
o p
o Em que a razão do tamanho da imagem i pelo
i tamanho do objeto o é chamada de aumento transver-
V F sal; usamos a letra A em nossa equação:
x i
A=
o
4
-2
Se liga!
13
f
.7
y
18
-0
ar
lm
REFRAÇÃO
gi
o
ar
V
novidade, afinal, é uma característica direta da natu-
gi
v=λ·f
Se liga!
Em relação às cores do arco-íris, podemos escre-
ver que a velocidade decresce partindo do ver-
melho até chegar no violeta:
Costumamos observar esse fenômeno quando vvermelho > vlaranja > vamarelo > vverde > vciano > vazul > vvioleta
inserimos uma colher em um copo de água e ela pare-
ce estar “quebrada” ou então quando olhamos alguém
Consequentemente, o índice de refração pode
ser descrito como crescente partindo da cor ver-
com as pernas submersas em uma piscina e vemos as
melha até a cor violeta:
pernas deslocadas em relação ao restante do corpo
fora da água. nvermelho > nlaranja > namarelo > nverde > nciano > nazul > nvioleta
Em duas situações o efeito de refração não ocorre:
z quando os raios incidentes são perpendiculares Podemos generalizar a expressão obtida anterior-
à superfície, os raios transmitidos também são mente para o índice de refração; antes o definimos
como comparação da velocidade de propagação da
perpendiculares;
luz em um meio qualquer com a velocidade da luz no
z quando a luz tem a mesma velocidade de propa-
vácuo.
gação tanto no meio A, quando se propaga inicial-
Mas a refração também ocorre passando de outros
mente, quanto no meio B. Um exemplo da segunda meios que não o vácuo e, dessa forma, consideramos
situação é o líquido de tetracloreto de carbono o índice de refração nA em um meio qualquer deno-
(CCl4) e alguns tipos de vidro. minado A com o índice de refração nB em outro meio
qualquer denominado B. Assim, podemos escrever:
ÍNDICE DE REFRAÇÃO
nA
nAB =
4
nB
-2
refração ocorre devido à diferença da velocidade de Considerando um meio A cujo seu índice de refra-
.7
propagação nos diferentes meios. Hoje sabemos que a ção nB é maior que o índice de refração nA de um meio
28
luz tem a velocidade de propagação no vácuo de apro- B, dizemos que o meio A é mais refringente que o
.8
velocidade da luz em um meio A é chamada de índice A Primeira Lei da Refração diz que o raio inciden-
gi
n
C
nA =
vA
Sendo vA a velocidade com que a luz se propaga no RI
meio A.
A velocidade da luz no vácuo possui o maior valor
α
em que é possível obter informações, logo, para este
material, consideramos A como a maior velocida- A
de que a luz pode alcançar. Feita essa consideração, A
podemos observar que o índice de refração sempre
FÍSICA
β RE
será maior ou igual a um, pois a velocidade da luz em
outros materiais sempre será menor que c.
O índice de refração do ar possui valor muito pró-
ximo do índice de refração do vácuo, mas também
depende diretamente da cor da luz.
407
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Ao raio de luz incidente denominamos RI e, ao raio Em decorrência à reversibilidade da luz, a sua
refratado, damos o nome de RE. O ângulo no qual o RI imagem que chega até o peixe também está acima do
incide a superfície que separa os meios de propagação ponto P, de onde você está. O que o peixe observa é o
damos o nome de α e ao ângulo refratado, β. prolongamento dos raios que culminam no ponto P’,
Já a Segunda Lei da Refração considera dois meios conforme a figura a seguir.
de propagação, sendo que o meio A possui o índice
de refração nA, a luz incide a superfície que separa os P’
dois meios com um ângulo α. O meio B possui índice
de refração nB e a luz é refratada com ângulo β. Assim,
escrevemos a seguinte relação:
nA · sen(α) = nB · sen(β) 0
nA =
c
n =
c REFLEXÃO TOTAL
vA B vB
Substituindo na expressão anterior, temos: a
b
c n
c c
· sen(α) = · sen(β)
vA vB
Em que c é um fator comum dos dois lados da igual-
dade, sendo possível simplificar a equação; assim, temos
a Segunda Lei da Refração reescrita da seguinte forma:
αc
αb
sen (a) sen (b) αa
vA
=
vB A
c’ B
Importante: um meio menos refrativo é o que pos- βa
sui menor índice de refração comparado a outro meio, βb
logo, o meio A é menos refrativo que o meio B se nA < βc
nB. Analisando a Lei de Snell-Descartes, quando nA for b’
menor que nB, o ângulo de incidência α é maior que β.
Assim, sempre que houver o fenômeno de refra- a’
ção, o ângulo será maior para os meios cujo índice
de refração é menor, nos meios menos refringentes.
Já nos meios mais refringentes, os meios com maior
4
figura podemos observar que os raios de luz que são O ângulo αc, no qual a luz incide na superfície e é
ar
refletidos pelo peixe, posicionado no ponto O, percor- refratado com o ângulo máximo βc, é chamado ângu-
lm
rem um espaço na água e difrata quando passa para lo limite e, em geral, o denominamos ângulo L. Apli-
gi
o ar e assim chega até seus olhos posicionados no cando a Segunda Lei da Refração, podemos definir o
ponto P. Seus olhos observam o prolongamento dos ângulo L da seguinte forma:
raios que chegam até eles, ou seja, para você que está
observando o peixe parece estar acima da posição nA · sen(L) = nB · sen(βc)
real denominada O’.
0’ n
sen(L) = nB
A
LENTES
são convergentes e as lentes de bordas grossas são
lm
divergentes.
gi
409
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F’ 0 F
F
f f
Lente divergente
Apresentaremos os principais elementos geomé- Para realizarmos a análise da formação das imagens
tricos presentes nas lentes. Nesta apresentação ire- formadas por raios que incidem as lentes esféricas del-
mos utilizar uma lente biconvexa e consideramos a gadas, daremos atenção a três casos particulares. Neste
lente com índice de refração n2 maior que o índice de momento apresentaremos uma análise que se asseme-
refração n1 do meio externo. lha à que usualmente se faz sobre espelhos esféricos e
Os elementos são: consequentemente você verá algumas semelhanças.
Nas lentes delgadas, todo raio de luz que incide de
z O é o centro óptico da lente; forma paralela ao eixo principal é refratado na dire-
z V1 e V2 são os vértices de cada face da lente; ção do foco principal imagem F’.
z a distância entre V1 e V2 é chamada de espessura
da lente;
z C1 e C2 são os centros de curvatura de cada face da
lente;
z R1 e R2 são os raios de curvatura de cada face da
lente. F O F’
4
-2
R2
13
Lente convergente
.7
C1
28
V2 V1
.8
C2
18
-0
n2 R1
ar
F’ O F
lm
n1
gi
A F O F’ A’
F O F’
f f f f
Lente convergente
410 Lente convergente
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Nesse caso, a imagem é real, isto é, formada depois
da lente, invertida e menor em relação ao objeto.
F’ O F
O
F’ A’
Lente divergente
A F O i
Todo raio de luz que incide uma lente na direção
do centro de óptico O não sofre nenhum desvio.
O F’ O
F’ A’
A F O
Lente convergente i
4
em relação ao objeto.
13
F O F’
.7
Lente divergente
ar
O
lm
Lentes Convergentes F’ A’
gi
ar
Antiprincipal
gi
O
F’ A’ Assim como nos espelhos esféricos, a imagem de
um objeto colocado no foco de uma lente convergente
tem imagem imprópria.
A F O i
FÍSICA
411
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z Caso V — Objeto Situado entre o Ponto de Foco 1 1 1 i p'
e o Centro Óptico
+ = e A= =–
p p f o p
Ainda tendo em mente os espelhos esféricos, aqui
i vale a mesma convenção dos sinais:
A F O Lâminas
Para facilitar o entendimento, faremos uma tabela observar as Luas de Júpiter e também refutar o mode-
28
A imagem é real, isto é, formada depois Além disso, ao observar as crateras da Lua, Galileu
CASO I da lente, invertida e menor em relação
ar
A imagem é real, invertida e do mesmo Tudo isso e muito mais só foi possível graças à uti-
CASO II
ar
tamanho que o objeto lização de instrumentos ópticos que hoje são comuns
lm
CASO III
relação ao objeto
Lupa
A imagem de um objeto colocado no
CASO IV foco de uma lente convergente é im- As lupas consistem em lentes cujo objetivo é
própria ampliar objetos pequenos, os quais temos dificuldades
de enxergar, ou então letras pequenas de um texto.
A imagem de um objeto colocado entre
Uma lupa nada mais é que a utilização de uma lente
o ponto de foco e o centro óptico pos-
CASO V convergente colocada próxima a objetos, para que eles
sui imagem virtual, direta e menor que
o objeto possam se situar entre o ponto de foco e a lente.
Microscópio Composto
Equação das Lentes
Um grande avanço na ciência foi poder anali-
Seguindo a mesma forma que se usa para definir sar partículas que são impossíveis de enxergar sem
as equações para os espelhos esféricos, podemos defi- nenhum aparelho, pois possuem dimensão da ordem
412 nir as mesmas equações aqui: de micrômetros.
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Para que seja possível observar coisas nessa ordem Por fim, observe a imagem abaixo do olho humano:
de grandeza, utiliza-se o microscópio composto, que
consiste na associação de duas lentes convergentes
situadas sobre o mesmo eixo principal. Uma delas Retina
consiste em uma lente objetiva como pequena distân- Corpo ciliar Coroide
cia focal e fica na extremidade voltada para o que se
Córnea
deseja observar. Na outra extremidade fica uma len- Humor vítreo
te com as mesmas características de uma lupa, a qual
Íris
amplia a imagem da primeira lente.
Nervo óptico
Telescópio Cristalino
Corpo ciliar
Como já citado acima, os telescópios revolucionaram
a visão do Universo e com eles podemos ver objetos celes- Esclerótica
tes que estão distantes de nós. Os telescópios simples são
constituídos por duas lentes convergentes, uma objetiva
com distância focal da ordem de metros, que é apontada
para objeto que deseja observar, e uma lente ocular. Fonte: Revista Saúde7
Olho Humano
EXERCÍCIOS COMENTADOS
O olho humano é um dos mais fascinantes ins-
trumentos ópticos, afinal, nele podemos encontrar 1. (ENEM – 2020) Herschel, em 1880, começou a escrever
elementos os quais ainda não conseguimos reprodu- sobre a condensação da luz solar no foco de uma len-
zir com a mesma precisão. Um desses elementos é o te e queria verificar de que maneira os raios coloridos
controle de luz que entra em nosso olho exercido pela contribuem para o aquecimento. Para isso, ele projetou
pupila e mudança imediata da distância focal pela sobre um anteparo o espectro solar obtido com um
contração ou relaxamento do cristalino pelo múscu- prisma, colocou termômetros nas diversas faixas de
lo ciliar. Essas funções podem até ser encontradas em cores e verificou nos dados obtidos que um dos termô-
máquinas fotográficas, mas não com a mesma preci- metros iluminados indicou um aumento de temperatura
são que encontramos neste órgão. maior para uma determinada faixa de frequências.
De forma bastante simplificada, nossos olhos pos- SAYURI, M.; GASPAR, M. B. Infravermelho na sala de aula. Disponível
suem elementos que funcionam como uma lente con- em: www.cienciamao.usp.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).
vergente e os raios que incidem neles são projetados
em uma parte chamada retina. Para verificar a hipótese de Herschel, um estudante
O que é possível acontecer é que um olho não sau- montou o dispositivo apresentado na figura. Nesse
dável pode possuir imperfeições em que a imagem aparato, cinco recipientes contendo água, à mesma
de um objeto que vemos passa a convergir antes ou temperatura inicial, e separados por um material iso-
depois da retina. lante térmico e refletor são posicionados lado a lado
(A, B, C, D e E) no interior de uma caixa de material
4
luz que incidem paralelamente aos olhos convergem isolante térmico e opaco. A luz solar, ao entrar na cai-
13
antes da retina e os fatores que podem levar a esse xa, atravessa o prisma e incide sobre os recipientes. O
.7
problema são a curvatura acentuada das várias cama- estudante aguarda até que ocorra o aumento da tem-
28
das que formam a lente dos olhos ou então os olhos peratura e a afere em cada recipiente.
.8
Incidência de
des de enxergar elementos mais distantes e a correção luz solar
ar
7 BERTI, T. B. Degeneração Macular Relacionada à Idade. Revista Saúde, 2018. Disponível em: https://rsaude.com.br/criciuma/materia/degenera-
cao-macular-relacionada-a-idade/15805. Acesso em: 07 mar. 2023 413
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Em qual dos recipientes a água terá maior temperatura A tecnologia redutora de ruído CR utilizada na produ-
ao final do experimento? ção de fones de ouvido baseia-se em qual fenômeno
ondulatório?
a) A.
b) B. a) Absorção.
c) C. b) Interferência.
d) D. c) Polarização.
e) E.
d) Reflexão.
e) Difração.
O infravermelho tem a propriedade de conseguir
aumentar a temperatura da água. Como o recipien-
Esse tipo de aparelho utiliza a interferência des-
te “A” está mais perto dessa radiação, ele terá uma
maior temperatura. Resposta: Letra A. trutiva, ou seja, ele lança uma onda com mesma
frequência e fase oposta à da onda que produz o ruí-
2. (ENEM – 2020) Dois engenheiros estão verificando se do. As duas ondas anulam-se, produzindo o efeito
uma cavidade perfurada no solo está de acordo com o “antirruído”. Resposta: Letra B.
planejamento de uma obra, cuja profundidade requerida
é de 30 m. O teste é feito por um dispositivo denomina- 4. (ENEM – 2022) Em 2002, um mecânico da cidade
do oscilador de áudio de frequência variável, que permite mineira de Uberaba (MG) teve uma ideia para economi-
relacionar a profundidade com os valores da frequência zar o consumo de energia elétrica e iluminar a própria
de duas ressonâncias consecutivas, assim como em um casa num dia de sol. Para isso, ele utilizou garrafas
tubo sonoro fechado. A menor frequência de ressonância plásticas PET com água e cloro, conforme ilustram as
que o aparelho mediu foi 135 Hz. Considere que a veloci- figuras. Cada garrafa foi fixada ao telhado de sua casa
dade do som dentro da cavidade perfurada é de 360 m s-1. em um buraco com diâmetro igual ao da garrafa, mui-
Se a profundidade estiver de acordo com o projeto,
to maior que o comprimento de onda da luz. Nos últi-
qual será o valor da próxima frequência de ressonân-
mos dois anos, sua ideia já alcançou diversas partes
cia que será medida?
do mundo e deve atingir a marca de 1 milhão de casas
a) 137 Hz. utilizando a “luz engarrafada”.
b) 138 Hz.
c) 141 Hz.
d) 144 Hz.
e) 159 Hz.
i · 360
135 = . Multiplicando cruzado, chega-se a i
.7
4 · 30
28
4 · 30
gi
= 141 Hz. Resposta: Letra C. Que fenômeno óptico explica o funcionamento da “luz
ar
engarrafada”?
lm
a) Difração.
dos. Já os modelos dotados de tecnologia redutora
b) Absorção.
de ruído — Cancelamento de Ruído (CR) — além de
transmitirem música, também reduzem todo ruído c) Polarização.
inconsistente à nossa volta, como o barulho de turbi- d) Reflexão.
nas de avião e aspiradores de pó. Os fones de ouvido e) Refração.
CR não reduzem realmente barulhos irregulares como
discursos e choros de bebês. Mesmo assim, a supres- O problema é algo bem simples: precisamos pensar o
são do ronco das turbinas do avião contribui para que acontece com a luz que passa pela garrafa. Temos
reduzir a “fadiga de ruído”, um cansaço persistente uma luz que sai do ar e passa pela garrafa cheia de
provocado pela exposição a um barulho alto por horas água, ou seja, essa luz está mudando de meio. O fenô-
a fio. Esses aparelhos também permitem que nós meno em que a luz muda de meio e ela sofre uma
ouçamos músicas ou assistamos a vídeos no trem ou mudança de velocidade é a refração. Resposta: Letra E.
no avião a um volume muito menor (e mais seguro).
Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br. Acesso em: 21 abr. 2015
414 (adaptado).
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FENÔMENOS ELÉTRICOS
CARGA ELÉTRICA
Todos os corpos são formados de átomos. Cada átomo é constituído de partículas elementares, sendo os elé-
trons, os prótons e os nêutrons. Denomina-se de carga elétrica essa propriedade, e é convencional entender
como positiva a carga elétrica do próton e negativa a carga elétrica do elétron. Porém, em valor absoluto, são
iguais as cargas elétricas do próton e do elétron. O valor absoluto é chamado carga elétrica elementar e repre-
sentado por e.
Segue a imagem do modelo atômico de Bohr:
Átomo
Elétron
Núcleo
(prótons + nêutrons)
A carga elétrica é quantizada, isto é, seu valor é múltiplo inteiro do valor da carga elétrica elementar (e = 1,6
· 10-19C).
Q=n·e
O princípio da atração e da repulsão, a partir disso, pode ser enunciado desta maneira: partículas eletrizadas
13
com cargas de sinais iguais se repelem, enquanto as eletrizadas com cargas de sinais opostos se atraem.
.7
28
.8
18
P e
-0
Atração
ar
lm
gi
P P
ar
lm
Repelem-se
gi
e e
Repelem-se
N N
FÍSICA
É preciso notar, em primeiro lugar, que a propriedade carga elétrica que existe nas partículas elementares é
intrínseca a elas (por exemplo, a massa), e não pode ser retirada ou colocada nelas. 415
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Dessa forma, a carga total de um sistema continua constante se não houver alteração da quantia e do tipo das
partículas dotadas de carga elétrica.
Assim, a soma algébrica das cargas elétricas existentes em um sistema eletricamente isolado é constante.
Por isso, se existir n corpos com ao menos um deles eletrizado num sistema eletricamente isolado, pode haver
trocas entre eles de cargas elétricas. Entretanto, a soma algébrica dessas cargas será igual à de antes, durante e
depois das trocas.
Observe, para exemplificar, os três corpos A, B e C apresentados abaixo:
A B
QA = –5q QB = +2q
QC = 0
Qtotal = QA + QB + QC
Qtotal = (–5q) + (2q) + (0)
Qtotal = –3q
Vamos supor que, por conta de um processo (como, por exemplo, o contato de A com C), ocorra uma alteração
no sistema como mostrado a seguir:
4
-2
A B
13
.7
28
C
lm
gi
ar
Q’C = –3q
lm
gi
Observe que houve passagem de cargas elétricas do corpo A para o corpo C. No entanto, a soma algébrica das
cargas continuou a mesma:
Percebemos que essa interação entre as cargas (atração e repulsão) ocorre a distância. Essa interação a distân-
cia entre corpos eletrizados pode ser explicada usando-se o conceito de campo elétrico.
416
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Entendendo a lógica:
Assim como:
z um corpo pode possuir 9,6 · 10–19 C, pois 9,6 é múltiplo inteiro de 1,6.
z um corpo não pode ter 6,88 · 10–19 C, pois 6,88 não é múltiplo inteiro de 1,6.
Se liga!
Isso é a mesma coisa daquelas pesquisas que vemos na TV: “O brasileiro tem em média 2,5 filhos”. Pense
bem, é a mesma coisa: ou você tem 2 filhos ou tem 3 filhos; isso também ocorre com a quantização de carga.
CORRENTE ELÉTRICA
É um movimento ordenado dos elétrons devido a uma diferença de potencial (voltagem). Os metais são conhe-
cidos por sua camada de valência (mais externa) ter elétrons fracamente ligados ao núcleo e facilmente podem
ser orientados com uma DDP (diferença de potencial) diferente de zero.
DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE O FIO SENDO DIFERENÇA DE POTENCIAL ENTRE O FIO SENDO
NULA NÃO NULA
Não existe movimento “ordenado de cargas elétricas” Existe movimento “ordenado de cargas elétricas” e
28
Se um dia você precisar explicar o que é corrente elétrica para alguém em poucas palavras, é muito fácil, ape-
lm
nas diga que é o choque. Todo mundo alguma vez já tomou um choque (com certeza uma lembrança ruim). Esse
gi
Correntes elétricas ocorrem em qualquer lugar em que exista diferença de potencial (“voltagem”, como cha-
lm
mamos no dia a dia). Matematicamente, ela é definida como a quantidade de carga que passa por um condutor,
gi
c
z I: intensidade de corrente elétrica. Unidade no SI é (A) = ( );
s
z ΔQ: quantidade de carga. Unidade no SI é (C);
z Δt: intervalo de tempo. Unidade no SI é (s).
FÍSICA
Usamos muitos dispositivos elétricos na nossa vida, porém, nem todos funcionam com o mesmo tipo de cor-
rente elétrica. Uma pilha de um controle remoto funciona com corrente elétrica contínua, ou seja, que só tem um
sentido. Já uma tomada elétrica funciona com corrente alternada, ou seja, com sentidos diferentes a cada instante.
417
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Você, ao se deparar com isso, fica sem recursos para calcular a quantidade de carga (∆Q) que passa em um fio
condutor, pois só aprendemos:
DQ
i=
Dt
Essa equação só funciona para correntes elétricas constantes. E agora?
Então, precisamos de um novo recurso para calcular essas correntes elétricas variáveis.
Esse recurso é uma análise do gráfico de corrente elétrica por tempo. A área abaixo da curva corresponde
à quantidade de carga que passa no corpo.
I(A) I(A)
ΔQ
t(s) t(s)
Se liga!
DQ
Nem sempre podemos usar i = , pois essa equação só funciona para cálculo de correntes constantes ou
Dt
se a prova pedir a corrente média. Caso seja uma corrente variável, temos que fazer a análise gráfica.
PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
Você já sabe que a matéria é constituída por átomos, que possuem partículas menores ainda, que são os pró-
tons, elétrons e nêutrons. Quando um átomo tem o mesmo número de prótons e elétrons, dizemos que ele está
neutro. Caso tenha mais elétrons que prótons, dizemos que está negativo. Se tiver mais prótons do que elétrons,
ele está positivo.
Dependendo da nossa intenção, é interessante que os corpos estejam com uma carga ou outra. Um bom exemplo
é uma impressora que deixa a tinta eletrizada para conseguir empurrar ela para formar a impressão.
Existem três maneiras para tirarmos os corpos da neutralidade (estado em que o número de prótons igual ao de
elétrons). Esses processos são: eletrização por atrito, eletrização por contato e eletrização por indução.
Existe um pré-requisito fundamental para ocorrer: é necessário que sejam materiais diferentes, um perde e o
4
-2
outro ganha elétrons; ficam com cargas de tipos opostos e iguais em módulo.
13
.7
28
X
Esfrega X
.8
X
18
X
X
-0
ar
lm
Aqui os materiais podem ser iguais ou diferentes, um neutro e outro eletrizado ou ambos eletrizados; ficam
lm
+2C –8C
Média aritmética
Q1 + Q 2
+2 –8 = –6C QF =
2
Onde:
QF = carga final nas esferas idênticas
–3C –3C
418
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No exemplo apresentando, foi com apenas duas esferas, mas essa teoria é válida para quantas esferas idên-
ticas você fizer o contato. Se forem 3 esferas, por exemplo, você irá somar a carga das 3 e também dividir por 3.
Entre qualquer material; um neutro e o outro eletrizado, e necessita de aterramento. Objeto induzido fica com
carga de tipo oposto ao indutor.
EXEMPLO 1 EXEMPLO 2
Condutor neutro
(nº prótons = nº elétrons)
+ – + –
– + – +
Terra
+ +
+ + Elétrons descem pela repulsão e, assim, eletrizamos o
4
induzido
-2
13
.7
28
Elétr
.8
ons
18
-0
ar
Terra
lm
gi
ar
Se liga!
lm
gi
Guarde que, na física clássica, um corpo nunca pode doar ou ganhar prótons, assim como eles também não
podem se mexer. Qualquer afirmação de questão dizendo que as cargas positivas se “mexeram” está errada.
CONDUTORES E ISOLANTES
Condutores e isolantes são materiais que se comportam de maneiras diferentes no que diz respeito aos elé-
trons (corrente elétrica). Condutores facilmente permitem a movimentação livre dos elétrons; os isolantes difi-
cultam essa movimentação em função da sua estrutura interna, ou seja, a passagem da corrente elétrica.
Como as estruturas atômicas das substâncias são diferentes, os condutores possuem os elétrons livres (fraca-
FÍSICA
mente ligados ao núcleo) na sua camada mais afastada do núcleo (camada de valência) que os isolantes não têm.
Condutores
Podemos generalizar dizendo que os condutores são os metais em geral, e diferentemente do que muitas pes-
soas pensam, a água pura não conduz eletricidade. 419
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São exemplos de condutores elétricos os metais em
F F
geral, tais como cobre, ferro, ouro e prata. + +
Tipos de condutores:
D
z Sólidos: conhecidos pelos elétrons livres, são con-
dutores metálicos; K · Q1 Q 2
z Líquidos: conhecidos como condutores eletrolíticos, F= 2
d
eles têm o movimento de cargas positivas (cátions) e
negativas (ânions), que é uma corrente elétrica; Onde:
z Gasosos: conhecidos como condutores de terceira
classe, eles têm o movimento de cátions e ânions. z K: constante eletrostática do meio.
Mas, diferentemente dos condutores líquidos, a
energia é produzida através de colisões entre as
cargas e não de forma única; Se liga!
z Isolantes: conhecidos como dielétricos, neles há a Lembre-se sempre de que a força é uma grandeza
ausência dos elétrons livre. Pela Lei de Coulomb, vetorial, logo, todas as operações vetoriais da mecâ-
podemos verificar que os elétrons são fortemente nica são válidas aqui na eletrostática também.
ligados ao núcleo. São exemplos de isolante elétri-
cos: lã, madeira, plástico, borracha, isopor, papel,
vácuo e vidro; CAMPO, TRABALHO E POTENCIAL ELÉTRICO
z Semicondutores: podem comportar-se como um
isolante ou condutor, de acordo com as condições Qualquer partícula com carga elétrica modifica a
físicas. Os exemplos mais comuns de semiconduto- região ao seu redor, pelo simples fato de possuir carga
res são germânio (Ge) e silício (Si). elétrica, e essa modificação chamamos de campo elétrico.
O campo elétrico é um conceito que, junto com poten-
LEI DE COULOMB cial elétrico, é fundamental para o estudo da eletrostática.
Imagine que o campo elétrico é como se fosse algo
No século XVII, Newton conseguiu entender como invisível que existe para as cargas conseguirem interagi-
rem entre si, é como se fosse o campo do futebol: sem o
funcionava a gravidade, porém ninguém, até então,
campo não há jogo de futebol e sem campo elétrico não
conseguia entender como funcionava a força de atra-
irá existir força elétrica. A diferença é que o campo de
ção entre cargas elétricas.
futebol nós vemos e o campo elétrico nós não consegui-
No século XIX, o francês Charles Augustin de Cou-
mos ver.
lomb (1736–1806) deduziu uma lei que descreve a for-
Dentro do campo existem regiões que são mais inten-
ça de interação entre cargas elétricas. Na ciência, isso é
sas, e para identificarmos essas regiões, nós utilizamos o
fundamental, pois agora é possível estipular as distân- conceito de potencial elétrico. Podemos dizer que poten-
cias necessárias para organizar os componentes elétri- cial elétrico é como se fosse uma altura elétrica, quanto
cos de aparelhos elétricos e também podemos calcular maior a altura da queda, mais estrago podemos ter.
4
modo que não coloque em risco as nossas vidas. Vetor Campo Elétrico (E)
.7
atraem e semelhantes se repelem, e as Leis de New- O conceito de campo elétrico é fundamental para
.8
ton eram muito bem conhecidas. O francês conseguiu montarmos circuitos elétricos e também transmitirmos
18
demonstrar que as dependências que Newton tinha energia elétrica de um lugar do mundo para outro.
-0
achado para explicar a gravidade eram semelhantes Costumamos dizer que campo elétrico e potencial
ar
às dependências das cargas elétricas. elétrico são como a tabuada: é obrigatório que você sai-
lm
A Lei de Coulomb consiste em uma equação que ba a tabuada, mas não significa que terá uma questão
gi
descreve a dependência da força elétrica entre duas perguntando quanto é 4 vezes 2. Este domínio técnico
é essencial para outros tópicos da ciência, ou seja, ten-
ar
F LINHAS DE CAMPO
E=
q
Vamos falar de linhas de campo, ou seja, é como se
Onde: fosse um mapa de como é o campo elétrico em regiões
próximas à carga elétrica.
z F: força elétrica na carga de teste. Unidade no SI é
(N) (= newton); z Carga positiva: campo elétrico é divergente e sai
z q: carga de teste. Unidade no SI é (C).
da carga:
Campo Elétrico Criado por Cargas Geradoras E
+
d
E
z Carga negativa: campo elétrico é convergente e
d entra na carga:
Q E
–
Onde: d
z |Q|: módulo da carga geradora de campo elétrico. Na figura a seguir podemos visualizar a representa-
ção de um campo elétrico através das linhas de campo:
Se liga!
Imagine o campo gravitacional (“gravidade”): ele
só existe em virtude da presença do nosso pla-
neta Terra; o campo elétrico é análogo, só existe
pela presença de carga elétrica geradora.
POTENCIAL ELÉTRICO
4
k· Q
-0
E=
d
2
SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS
ar
P
FÍSICA
421
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+ –
+ –
+ –
+ –
A B
LEI DE GAUSS
A lei de Gauss estabelece que o fluxo total (ϕtotal), através da superfície gaussiana, é igual à carga total interna à
superfície (qinterna), dividida pela permissividade elétrica do meio (ε): por isso é essencial definirmos o que é fluxo
elétrico (ϕ).
4
-2
13
Fluxo Elétrico(φ)
.7
28
O fluxo elétrico relaciona a quantidade de linhas de campo elétrico (E) que penetra em uma superfície de área
.8
E
ar
lm
gi
A
ar
lm
θ
gi
Φ = E ⋅ A ⋅ cosϴ
422
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Se liga!
Cuidado! Área é uma grandeza escalar, por isso que está escrito vetor área imaginário, pois nós imaginamos
um vetor perpendicular à superfície para conseguirmos relacionar o ângulo.
Iremos falar um pouco sobre a lei em si e como montar as superfícies gaussianas imaginárias.
É uma distribuição qualquer de uma ou mais cargas elétricas, envolta por uma superfície imaginária fecha-
da qualquer envolvendo essas cargas. Essa superfície recebe o nome de superfície gaussiana; ela pode ter a for-
ma que quisermos. A única regra é que ela deve ser fechada e também podemos definir quando estamos dentro
ou fora da superfície gaussiana.
A Lei de Gauss estabelece que o fluxo total (ϕtotal) através da superfície gaussiana é igual à carga total interna à
superfície (qinterna), dividida pela permissividade elétrica do meio (ε): por isso é essencial definirmos o que é fluxo
elétrico (ϕ).
Dessa forma, é importante fazermos uma adaptação e sempre escolhermos superfícies gaussianas em que o fluxo
elétrico seja perpendicular ao “vetor imaginário área”. Assim, na Lei de Gauss usaremos o conceito infinitesimal de cal-
cularmos todo o fluxo sobre a superfície gaussiana.
Φ = E ⋅ ΔA
Nesse contexto, E ⋅ ΔA é a área total da superfície gaussiana imaginária, que já garantimos antes que seja per-
pendicular ao fluxo elétrico.
K· Q
E= 2
d
Superfície
Gaussiana Superfície
Gaussiana
Fora
Fora
Dentro
Fora
Fora
4
ΔA dessa superfície não seria algo tão fácil, por isso sem-
uma esfera de raio r:
13
q interna
28
U total = ΔA = 4π · r2
f
.8
18
-0
GAUSSIANA
lm
gi
ar
lm
Superfície Gaussiana
d
gi
q
interna
FÍSICA
423
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AGORA ANALISAMOS O CAMPO APLICANDO A LEI DE GAUSS
q interna
∅total =
f
Fluxo total é dado por:
∅total = E · Δ4
Substituindo:
→ →
E E → q interna
E E · Δ4 =
f
Mas a superfície da gaussiana é uma esfera de raio d,
então
q interna
→ E · 4π · d2 =
E f
q →
interna E Isolando:
q interna
E= 2
4r · f · d
→ q interna
E E= 2
→ 4r · d ·f
E
→ Mas:
E
1
k= e qinterna = Q
4rf
Finalmente:
k·Q
E= 2
d
Trataremos nesta etapa sobre o poder das pontas. Você já ouviu que o raio nunca cai duas vezes no mesmo
4
lugar?
-2
13
Isso está errado, pois as cargas se concentram mais nas pontas e assim os raios sempre buscam pontas eletri-
zadas na medida do possível.
.7
28
O poder das pontas mostra que se tivermos algum condutor com alguma ponta, sempre terá maior concentra-
.8
ção de carga nessas pontas. Em condutores eletricamente carregados existe uma grandeza física chamada densi-
18
dade superficial de carga, que basicamente diz que onde tiver “pontas” nos condutores, terá uma concentração de
-0
+
ar
lm
gi
+
++
+ ++
+
++
+
Se liga!
É importante lembrar que um corpo que está positivo perdeu elétrons e, por isso, a sua carga líquida é positiva.
Nunca se esqueça de que um corpo nunca ganha ou perde prótons, pois esses estão no núcleo do átomo.
424
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BLINDAGEM ELETROSTÁTICA W = –q · ΔV
Onde:
Corrente Contínua
Fonte: Ebanataw9
É quando ela tem apenas um sentido; geralmente
é produzida pela DDP de uma pilha que tem tensão
Verificamos isso em aviões também, pois, quando
contínua também.
ele toma uma descarga elétrica, os seus passageiros
ficam seguros. I (A) Corrente contínua (CC)í
Cargas elétricas
4
-2
13
Interior isento
.7
do
28
campo elétrico
.8
externo
18
-0
t(s)
ar
lm
Campo elétrico
Corrente Alternada
gi
ar
W
DV =
q
FÍSICA
R cte Se liga!
Geralmente os corpos são fios cilíndricos, por
isso a área da secção transversal é calculada
como área de um círculo de raio (r).
A = πr2
I
Efeito Joule
Esse gráfico demonstra como funciona a ddp (V) e
a corrente elétrica se o resistor for ôhmico (Resistên- Você já deve ter notado que, quando se usa mui-
cia Elétrica Constante). to tempo, determinados aparelhos elétricos podem
esquentar; isso ocorre pelo efeito joule, que é um
RESISTÊNCIA ELÉTRICA E RESISTIVIDADE fenômeno que consiste na conversão de energia
elétrica em calor. Para calcular esse calor usamos a
Dependendo do material de que certos elementos seguinte fórmula:
são compostos, os átomos oferecem uma resistência à
passagem de corrente elétrica, são os chamados resisto- Q = i2 · R · Δt
res. Eles são utilizados em tudo que envolve eletricidade,
e permitem o melhor desenvolvimento das tecnologias. Onde:
Q: calor.
4
-2
i: corrente elétrica.
13
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
18
Associação em Série
ar
R=
V Podemos pensar que um divisor de tensão elétri-
lm
R2 Req
V=R·i
Onde:
R1 R3 =
V: diferença de potencial elétrico (tensão elétrica),
unidade do SI(V) = (volts).
+ — + —
R: resistência elétrica à passagem de corrente elé-
trica, unidade no SI(Ω) = (ohms).
i: corrente elétrica.
Resistência Equivalente Req = R1 + R2 + R3
Existem também outros fatores que influenciam
na resistência elétrica de um corpo, como fatores Corrente Elétrica itotal = i1 = i2 = i3
geométricos e o material de que são feitos. Essa é a
DDP Utotal = U1 + U2 + u3
426 segunda Lei de Ohm. Observe a seguir:
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Associação em Paralelo Conversão de Energia
R3
J
1k · W · h = 3,6 · 10+6 ·s
s
1k · W · h = 3,6 · 10+6 J
+ —
+ —
Potência Elétrica em Resistores
VT VT
POTÊNCIA ELÉTRICA
.8
18
energia térmica:
ar
lm
Energia
p=
gi
tempo
Sendo:
b Segundo l.
S
Joules
Um capacitor tem a função de armazenar cargas
FÍSICA
Sendo:
GERADORES E RECEPTORES
Q: módulo das cargas de uma das placas.
V = diferença de potencial entre as placas. Gerador transforma algum tipo de energia em energia
C = capacitância, unidade no SI, (F) = (faraday). elétrica. Na física, existem dois geradores que iremos estu-
dar: os geradores ideais e os geradores reais, todos eles são
ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES fundamentais para o estudo de eletrodinâmica. Os gerado-
res mais frequentes no nosso dia a dia são as pilhas, por
Para iniciarmos os estudos sobre associações de isso que os desenhos irão lembrar a forma de uma.
capacitores, vamos usar o dinheiro como exemplo. É
possível termos 13 reais em dinheiro, mas com certe- Gerador Ideal
za não teremos uma nota de 13, pois não existe. Nós
fazemos associações de dinheiro: uma nota de 10 reais O gerador ideal é aquele que não possui resistên-
e o restante em moedas, por exemplo, e o resultado cia interna, ou seja, pode fornecer toda a energia para
será os 13 reais. A ideia da associação de capacitores é o circuito.
a mesma: cientistas não fabricam infinitos valores de
ε + –
capacitores. De acordo com a nossa necessidade, asso-
ciamos os capacitores para dar o resultado desejado. A B A B
Associação em Série
Podemos, novamente, pensar em uma pilha em
C1 C2 C3 Cequivalente que a diferença de potencial de A para B (VAB) seja
igual à força eletromotriz do gerador (ε), que pode ser
chamada de F.E.M.
VAB = ε
1 1 2 3
Capacitância Equivalente = + + Gerador Real
C eq C1 C2 C3
Carga Qtotal = Q1 = Q2 = Q3 Todo gerador, ao ser percorrido por corrente elé-
trica, tem parte de sua energia “dissipada” por uma
DDP Utotal = U1 + U2 + U3
4
Utilizando dois capacitores em série, a capacitân- por isso se olharmos um gerador real e um gerador
.7
]C1 · C 2g
.8
produto
^C1 + C 2h
Ceq = =
-0
soma ε r + –
ar
Associação em Paralelo A B A B
lm
i ≠0
gi
C1
ar
Cequivalente
C2 ε + –
A B A B
i =0
C2
VAB < ε
R1
r1 r2 r3 req
O amperímetro está medindo apenas a corrente
ε1 ε2 ε3 εeq elétrica que “atravessa” R2.
Segue a figura de uma representação de amperí-
Aqui as polaridades se auxiliam na passagem da
metros utilizados em laboratórios e indústrias:
corrente elétrica, então as equações que usamos são:
εeq = ε1 + ε2 + ε3
req = r1 + r2 + r3
r1 r2 r3 req
ε1 ε2 ε3 εeq
req = r1 + r2 + r3 Voltímetro
4
-2
MEDIDORES ELÉTRICOS
dentro de um círculo ou, às vezes, cortado por uma
.7
28
Os medidores elétricos são equipamentos utiliza- seta. Como medem a diferença de potencial elétrico
.8
dos para aferir a quantidade de energia elétrica e os entre dois pontos de um, devem ter seus terminais inse-
18
valores de intensidade de algumas grandezas físicas. ridos em paralelo com o trecho do circuito entre esses
-0
Podem ser erroneamente chamados de “amperagem” pontos. O voltímetro ideal possui resistência infinita.
e “voltagem”, essas são grandezas medidas. O instru-
ar
V
z Amperímetro: utilizado para medir a intensidade
da corrente elétrica e deve ser colocado em série
em um circuito;
z Voltímetro: sua finalidade consiste em mensurar R1
a diferença de potencial elétrico entre dois pontos
R3
de um circuito elétrico e, para tal propósito, deve A A
ser conectado em paralelo.
FÍSICA
Amperímetro
R2
O amperímetro ideal tem resistência nula e os sím- V
bolos estão mostrados abaixo.
11 AMPERÍMETRO. Dreamstime, 2023. Disponível em: https://pt.dreamstime.com/%C3%ADcone-do-amper%C3%ADmetro-estilo-dos-desenhos-a-
nimados-image106950388. Acesso em: 27 mar. 2023. 429
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Voltímetro está medindo ddp entre o ponto A e B. com luz: resistência mínima;
Segue a figura de uma representação de um voltí- sem luz: resistência máxima;
metro utilizado em laboratórios e indústrias:
z LED: diodo que emite luz, sua sigla vem de Light São dois os tipos que existem:
Emitting Diode, a luz é produzida por interações do
elétron com o material;
z Ímãs permanentes: são permanentes no sentido
de que, quando magnetizados, retêm um nível de
magnetismo;
z Ímãs temporários: agem como um ímã perma-
nente quando estão imersos em um campo magné-
Ânodo Cátodo tico intenso, mas perdem o seu magnetismo uma
(+) (—) vez que o campo magnético desaparece.
z Light Dependent Resistor (LDR): sua resistência Um ímã é dividido em polos, sendo um polo cha-
varia conforme a intensidade da luz que incide mado de norte e outro de sul. Na figura a seguir tem-se
sobre ele, assim: a representação esquemática de um ímã.
12 MULTIMETE. iStock, 2014. Disponível em: https://www.istockphoto.com/br/vetor/multimete-gm488079421-39347962. Acesso em: 27 mar.
430 2023.
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S N
S N
FORÇA MAGNÉTICA
ATRAÇÃO REPULSÃO
Os polos de um ímã são inseparáveis. Não existe campo pelo simples fato de se movimentarem.
.7
28
N S século XIX.
lm
N
SUL GEOGRÁFICO
NORTE MAGNÉTICO
Podemos imaginar a Terra como se fosse um gigante ímã, com um polo norte. De maneira que,
Se liga!
Em astronomia, estuda-se que é possível viver na Terra devido ao campo magnético terrestre. No Sol ocorre
a reação de fusão nuclear, o que libera uma energia chamada de ventos solares. Se essas energias fossem
lançadas diretamente na Terra, os seres humanos não teriam chance de sobreviver. O campo magnético ter-
restre desvia grande parte desses ventos solares, permitindo, assim, a vida na Terra.
4
-2
Bússola
13
.7
Uma bússola é um ímã, seu polo norte sempre acompanha a orientação do campo magnético.
28
.8
NORTE
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
SUL
gi
NORTE
N S
SUL
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Classificação das Substâncias Magnéticas
Michael Faraday (1791-1867) descobriu os efeitos elétricos produzidos pelo magnetismo. Através desses fenô-
menos, chamados de indução eletromagnética, ele explicou a natureza e as propriedades dos campos magnéticos
alternados que podem gerar corrente elétrica.
Faraday explicou que o campo magnético é produzido pelas cargas elétricas geradas a partir do atrito entre
os corpos que, por variar o fluxo magnético sofrem atração ou repulsão. Com base nessa descoberta, atualmente
faz-se possível transmitir energia elétrica para todo o mundo. O eletromagnetismo se divide em três fenômenos
eletromagnéticos que serão apresentados a seguir.
Segundo Hans Christian Oersted, uma carga elétrica em movimento gera campo magnético.
B
B B
sai
entra
B
B
Corrente elétrica convencional é o sentido contrário da
real, ou seja, a convencional é imaginarmos que as cargas
Sentido do polegar é o da corrente elétrica e os outros positivas se movem
quatro dedos correspondem a orientação do campo
4
magnético
-2
13
i
-0
ar R
i
lm
gi
ar
i
lm
gi
n·i
Bcentro =
2·R
µ: permeabilidade magnética
i: corrente elétrica
R: raio da espira
Lei de Biot-Savart
FÍSICA
Em síntese, essa lei é apenas uma fórmula para calcular a intensidade do campo magnético em fios.
433
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REGRA DA MÃO DIREITA
i i Outro ângulo
B B
sai
entra
B B
n·i
Bfio =
Sentido do polegar é o da corrente elétrica e os outros 2·r·d
quatro dedos correspondem a orientação do campo µ: permeabilidade magnética
magnético i: corrente elétrica
d: distância até o ponto analisado
Lei de Ampère
A Lei de Ampère permite em algumas situações a determinação da intensidade do campo magnético. A explicação
de como se chega à formulação matemática utilizada para a determinação da intensidade desses campos é complexa,
pois acaba utilizando ideias e conceitos avançados. Para formulação matemática, considerando apenas seus aspectos
mais recorrentes em provas, determina-se uma linha imaginária, a fim de verificar o campo magnético atrelado em
cada ponto, mediante uma função matemática. Na prática, o aluno deve apenas guardar a equação.
Σ (B · ΔL) = µ· ienvolvida
Onde o termo B · ΔL é a soma de todas as contribuições ao longo da linha imaginária. Ficará mais claro no
exemplo a seguir:
Amperiana
B
Σ (B · ΔL) = µ · ienvolvida
4
-2
Σ (B · ΔL) =
13
i envolvida
ΔL
.7
X B Σ (ΔL) = B (2 · π · d)
28
d B (2 · π · d) = µ · ienvolvida
.8
18
n · i envolvida
B=
-0
2·r·d
ar
lm
X
Temos um fio com corrente i entrando no plano
gi
ar
ELETROÍMA
lm
gi
Com a unificação da eletricidade e o magnetismo foi possível criar o eletroímã. Um ímã que permite escolher a
polaridade e a intensidade de seu campo magnético, também podendo ser denominado solenoide.
Um bom exemplo de eletroímã são os dispositivos em ferro velho usados para pegar as carcaças de automóveis
estragados.
434
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CAMPO MAGNÉTICO EM UM SOLENOIDE
N·n·i
N S Bsolenoide =
L
µ: permeabilidade magnética
i: corrente elétrica
L: comprimento
N: número de voltas
i L i
A força magnética ocorre através da interação magnética entre dois corpos com características magnéticas.
Se analisarmos as cargas elétricas, a força só existe quando há movimento da partícula com campo magnético
em que o ângulo entre a velocidade encontra-se diferente de 0° ou 180°.
Considerando que uma carga puntiforme Q, com velocidade v, é lançada em um campo magnético uniforme
B, passa a existir sobre ela uma força magnética. Atualmente esses conceitos físicos são muito utilizados em ace-
leradores de partículas.
Para existir força magnética sobre cargas elétricas é necessário:
PARA ACHAR A ORIENTAÇÃO DA FORÇA USAMOS A REGRA DO TAPA COM A MÃO DIREITA
Campo Magnético (B), entrando no plano e duas cargas com velocidade (V)
para o topo da página, a Direção dessa força é perpendicular ao plano for-
F q 0 B mado pelos vetores B e V
4
-2
13
v
.7
28
.8
18
-0
F q 0
ar
F F
i
FÍSICA
Onde: A
θ
z F: força magnética na carga;
z B: intensidade do vetor Campo Magnético;
z V: vetor velocidade da carga;
z q : módulo da carga elétrica;
z θ: ângulo entre o vetor B e o vetor V.
Se liga!
*Área não é vetor, mas apenas um recurso mate-
mático para usar o ângulo.
NA PRÁTICA
Verificamos experimentalmente como os fios se comportam, dessa maneira, como será mostrado na figura, se
formos para uma prova é interessante levar isso em mente:
Atração: Repulsão:
4
i
-2
i i i
13
F F
.7
F F
28
.8
18
-0
ar
lm
n · i1 i 2 · L
F=
lm
2·r·d
gi
Onde:
µ: permeabilidade magnética
i1 e i2: correntes elétricas dos fios
L: comprimento dos fios
d: distância de separação dos fios
TRANSFORMADORES
FÍSICA
Transformadores são elementos utilizados para levantar ou diminuir a tensão elétrica e a corrente elétrica. Eles
são fios enrolados, envoltos por um núcleo para melhorar o desempenho. É importante notar que ele só irá funcio-
nar se a ddp ou a corrente forem alternadas. Se a ddp for usada de forma contínua, a tensão de saída será nula.
437
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a) intervalo de tempo em que as bobinas ficam imersas
no campo magnético externo, por meio de uma dimi-
nuição de velocidade no eixo de rotação do gerador.
b) fluxo magnético através das bobinas, por meio de um
aumento em sua área interna exposta ao campo mag-
nético aplicado.
c) intensidade do campo magnético no qual as bobinas
estão imersas, por meio de aplicação de campos mag-
néticos mais intensos.
V1 V
= 2 d) rapidez com que o fluxo magnético varia através das bobi-
N1 N2
nas, por meio de um aumento em sua velocidade angular.
Onde: e) resistência interna do condutor que constitui as bobinas,
por meio de um aumento na espessura dos terminais.
N1: número de espiras primárias
N 2: número de espiras secundárias O aumento da diferença de potencial (E) está direta-
V1: tensão primária mente relacionado com a variação do tempo. Quem
V2: tensão secundária estipulou isso foi o físico Faraday, com sua lei:
A
e) Aterramento pelo fio terra da bateria
.7
28
B C
.8
cargas elétricas e não caírem?! Então, é pelo mesmo da corrente i, as respectivas configurações das bússo-
ar
438
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O círculo associado a cada órbita está ligado a um
i número inteiro de comprimentos de onda, de acordo
com a fórmula N λ = 2π · r (para N inteiro).
c)
d)
i
O modelo atômico de Erwin Schrodinger e Werner
Heisenberg — nuvem eletrônica — é um dos modelos
e)
mais aceitos atualmente, pois ele usa o caráter proba-
bilístico para explicar o modelo atômico. Schrodinger
evidenciou que nós nunca vamos saber exatamente
a posição(X) e a velocidade(V) de um elétron, mas
caso isso fosse verdade, ele iria se opor ao princípio
Para resolvermos esse problema, teremos que apli- de incerteza de Heisenberg. O caráter probabilístico
car a regra da mão direita. Como a corrente é posi- torna tudo muito diferente do proposto pela física
tiva, ao aplicarmos a regra da mão direita, teremos clássica, mas (ainda que seja complexo) o utilizamos
que a campo magnético apontará no sentido anti- para criar transmissões de informações pela rede de
-horário em torno do fio. E também sabemos que o internet e funciona muito bem.
polo norte de um ímã aponta na mesma direção que
o campo magnético. Sendo assim, a resposta corre-
ta será a opção em que todas as bússolas estão com
o polo norte apontando no sentido anti-horário.
Resposta: Letra D.
FÍSICA MODERNA
4
-2
13
QUÂNTICO
28
.8
De Broglie foi um cientista que já conhecia a dualida- que lança partículas a velocidades muito altas e
lm
de da luz, pois, em alguns experimentos, ela pode se com- assim podemos vê-las colidindo entre si e divi-
gi
será que a matéria pode se comportar como onda? Algo RADIAÇÕES E MEIOS MATERIAIS
fascinante foi descoberto: qualquer corpo com velocida-
As ondas mecânicas precisam de um meio para se
de tem uma onda associada ao seu movimento. Essa des-
propagarem, como, por exemplo, o som. Se admitirmos
coberta é amplamente usada em tecnologias de ponta,
que no nosso espaço existe vácuo, não será possível
como computadores e celulares.
ouvirmos ondas sonoras, pois são ondas mecânicas; já
De Broglie demonstrou que os elétrons e todas as
as ondas eletromagnéticas podem se propagar tanto em
outras partículas apresentam propriedades ondulató- meios materiais como no vácuo. Interessante cuidarmos
rias em que as órbitas dos elétrons são como ondas que a velocidade da onda só depende do meio material
estacionárias e as órbitas eletrônicas em torno dos que ela se encontra, ou seja, a onda só irá mudar sua
FÍSICA
núcleos atômicos devem conter um número inteiro N velocidade se ela trocar de meio de propagação.
de comprimentos de onda de Broglie do elétron. Atente-se aos aspectos matemáticos:
Na Teoria de Broglie, as órbitas em volta dos
núcleos podem ser representadas por um caráter z Ondas eletromagnéticas: propagação das pertur-
ondulatório, e seu comprimento deve ter um número bações de um campo elétrico e magnético;
inteiro N relacionado com as características definidas. z Óptica: estudo da luz e suas propriedades; 439
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z Luz: exemplo de onda eletromagnética, transversal. Na imagem a seguir temos exemplo de reflexão,
absorção e transmissão:
V= λ · f
1
f= Reflexão Absorção Transmissão
t
A luz propaga-se com valores diferentes de veloci-
Telas de Monitores
dade média através de materiais diferentes. No vácuo
temos todas as ondas eletromagnéticas com sua máxi-
Veremos a diferença dos tipos de telas de monito-
ma velocidade possível, que é 3 · 10+8 m/s.
res, elas podem ser:
Emissão e Transmissão de Luz z Tela de raios catódicos: oscilações de campos ele-
tromagnéticos fazem os elétrons se flexionarem
A física moderna revolucionou com a compreen- para formar as imagens desejadas. Um exemplo
são da emissão e transmissão de luz. Na astronomia, clássico são as televisões de tubo e os monitores de
utilizamos os espectros característicos para saber de computadores clássicos;
que os planetas são compostos. z Tela touch screen: basicamente são capacitores
Agora, vamos definir alguns conceitos de luz para paralelos que, quando tocamos na tela, alteramos
aprofundarmos o assunto. a capacitância e, assim, o sistema interpreta isso
pela variação do campo elétrico no local, reconhe-
z Fontes de luz primárias: são todas aquelas que cendo onde foi tocado;
emitem luz própria, como o Sol, estrelas, vela ace- z Tela de plasma: contém microlâmpadas, organi-
sa etc.; zadas lado a lado, formando uma rede reticular
z Fontes de luz secundárias: são todas aquelas como se fossem grandes, e cada lâmpada é como
que refletem a luz de uma fonte de luz primária. se fosse um pixel com comprimentos de ondas pró-
Alguns exemplos de fontes secundárias são: ocea- prios (cor própria).
nos, Lua, planetas etc.
Radiografias
As emissões de luz podem ser classificadas, basica-
mente, em dois grupos, que são: as luminescentes e É um exame de imagem que usa radiações com
as termoluminescentes. frequência e energia superior à faixa de ondas ultra-
violetas. Como é uma onda com grande poder de
4
aquecido em brasa, emissões de corpo negro etc.; atravessar o tecido humano, e, dessa forma, colocamos
18
z Luminescência: todos que não são feitos por exci- um filme fotográfico atrás do local que desejamos fazer
-0
tação térmica. No processo de luminescência, o que a imagem e teremos as imagens formadas por raio X. É
ar
mais se destaca é a fotoluminescência (ao absorver importante também saber que raios X em muitos con-
lm
fótons o corpo emite luz), responsável pela fluores- textos podem ser chamados de feixe de fótons. Veja a
cência, bioluminescência, fosforescência etc.
gi
Transmissão de Luz
lm
gi
14 X-ray by Wilhelm Röntgen of Albert von Kölliker’s hand - 18960123-02.jpg. Wikipédia, 2009. Disponível em: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/
440 Ficheiro:X-ray_by_Wilhelm_Röntgen_of_Albert_von_Kölliker%27s_hand_-_18960123-02.jpg. Acesso em: 27 mar. 2023.
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Natureza Corpuscular das Ondas Eletromagnética Energia de um Fóton
Até o início do século passado, pensava-se que a Na física clássica, a energia de uma onda dependia
luz era uma onda, ou seja, a vibração de dois campos exclusivamente da amplitude da onda; porém, com a
oscilantes perpendiculares entre si; porém, existiam evolução da física, e assim adotando as ideias quânticas
alguns fenômenos como Efeito Fotoelétrico e Efeito de Max Planck, podemos ver que a luz pode apresentar
Compton, que não conseguiam ser explicados adotan- um caráter corpuscular, ou seja, admitir que sua pro-
do a luz com onda eletromagnética. Um dos primei- pagação é feita de uma maneira quantizada (descon-
ros cientistas a propor esse novo modelo corpuscular tínua) e assim chamamos a luz de fóton, em que sua
para a luz foi Max Planck, que dizia que a luz podia energia depende exclusivamente da sua frequência.
apresentar um comportamento corpuscular.
É verdade que Planck criou um modelo matemá-
tico para quantificar a energia da luz com caráter
corpuscular (fóton), mas o próprio Planck não tinha
total certeza do seu modelo. Posteriormente, Albert
Einstein comprou a ideia de Planck e conseguiu expli-
car um fenômeno que ninguém conseguia esclarecer
adotando esse modelo. Conclusão disso tudo é que
a luz apresenta uma dualidade, ou seja, em alguns E=h·f
experimentos, como a Interferência e a Difração, a luz
se comporta como onda, enquanto em outros experi-
Onde:
mentos, como o Efeito Fotoelétrico e o Efeito Compton,
ela se comporta com caráter ondulatório, onde a ener-
z E: energia do fóton;
gia do fóton (luz com caráter corpuscular) depende
z h: constante de Planck;
exclusivamente da sua frequência.
z ƒ: frequência do fóton.
Ondas de Matéria
E sempre é bom lembrar que por fóton ser uma
onda, podemos usar as equações da ondulatória para
Louis de Broglie foi um cientista que conseguiu
calcular a velocidade.
criar um modelo para analisarmos matematicamen-
te essa dualidade. Os físicos sempre trabalham com
V=λ·f
simetria; se a luz que até então era uma onda e pode
apresentar caráter corpuscular como matéria, então
Onde:
será que um elétron pode se comportar como onda?
E Broglie descobriu que sim, qualquer massa em movi-
mento pode apresentar um comportamento ondulatório. z V: velocidade do fóton que geralmente é a da luz (c
= 3 · 10+8 m/s);
z λ: comprimento de onda;
z f: frequência do fóton.
4
-2
13
Se liga!
.7
Fotocélulas
ter ondulatório:
lm
gi
z h: constante de Planck;
z Q: quantidade de movimento ou momento linear;
z m: massa;
z v: velocidade.
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Sol
Célula fotovoltaica
Radioatividade (ou Transformações Nucleares) é o fenômeno espontâneo em que os núcleos atômicos instá-
veis de radiação utilizados para buscar estabilidade muitas vezes se transformam em outro núcleo. Os fenômenos
radioativos começaram a ser descobertos em 1896 pelo cientista francês Antoine Henri Becquerel (1852-1908). No
entanto, as suas descobertas só foram possíveis graças aos estudos anteriores sobre os raios. Marie Curie possui
alguns estudos nessa área e é através deles que conseguimos fazer vários exames médicos.
A
ZX
Onde:
Emissões Naturais
4
-2
4
z Decaimento Alfa ( α): é um decaimento em que o núcleo se desintegra lançando uma partícula α que tem
.8
2
mesma configuração de um elemento hélio positivo que são 2 prótons e 2 nêutrons. Ao lançar a partícula α o
18
A=4
ar
238 234
lm
U Th + α
92 90
gi
Z=2
ar
A=4
lm
230 226
Th Ra + α
gi
90 88
Z=2
0 0
z Decaimento Beta ( - β ou + 1 β): é um decaimento onde o núcleo emite uma partícula beta, podendo ser
1
0 0
um elétron ou um pósitron, - β ou + 1 β, assim mudando apenas o seu número atômico sem alterar o seu
1
número de massa.
442
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0
z Decaimento Gama ( λ): núcleo emite radiação gama que é um fóton altamente energético sem carga e massa. O
0
núcleo não tem sua estrutura alterada a ponto de virar outro núcleo, ele apenas perde energia. No decaimento, um
núcleo em um estado excitado decai para um estado de menor energia pela emissão de um fóton.
143 143 0
Pm Pm + λ
61 61 0
Poder de Penetração
Das três radiações apresentadas, a radiação gama, por ser energia pura, é a mais penetrante. Veja uma repre-
sentação na imagem15 a seguir.
α
β
Raios X
Raio
Gama
Tempo necessário para que metade do número inicial de átomos sofra desintegração.
234
Pa (Protactínio) 1,17 min. Beta
-2
91
13
92
28
Th (Tório)
230
90
18
Ra (Rádio)
226
4 t1/2 88
6,25% =1/16
ar
220
Rn (Radônio) 3,8 dias Alfa
lm
86
5 t1/2 ...
gi
214
Pb (Chumbo) 26,8 min. Alfa
ar
82
1 kg
lm
214
83 Bi (Bismuto) 19,17 min. Beta
gi
214
84 Po (Polônio) 0,0002 seg. Beta
1/2 kg
210
82 Pb (Chumbo) 22,3 anos Alfa
210
Bi (Bismuto) 5 dias Beta
1/4 kg 83
1/8 kg 210
84 Po (Polônio) 138,4 dias Alfa
1620 3240 4860 anos 206
Pb (Chumbo) Estável –
FÍSICA
82
15 CURIE, M. S. Rayons émis par les composés de l’uranium et du thorium. Comptes Rendus, 126, p. 1102-1103 (1898). 443
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Se liga! Reação em Cadeia
A técnica de Datação Radioativa para estimar a É o nome dado para uma das etapas da fissão
idade de fósseis por meio do tempo de meia-vi- nuclear quando fazemos os nêutrons expelidos coli-
da do carbono 14 é um assunto que as bancas direm em outro elemento radioativo para dar conti-
costumam cobrar. nuidade à fissão.
A cada nêutron que colide em um Urânio, ele que-
bra em Criptônio e Bário (lixo radioativo) e também
Reações Nucleares
libera dois ou três nêutrons que colidem novamente
em um outro Urânio e assim sucessivamente, até não
São todas aquelas reações que ocorrem no núcleo.
ter mais Urânio para fissionar.
Essas reações são responsáveis pela existência das
estrelas, entre outros exemplos. Agora, veja duas das
mais importantes, elas são a Fusão Nuclear e a Fis-
são Nuclear. Nêutron
ro de fótons incidentes.
-2
z Fissão Nuclear
.8
a) apresentar daltonismo.
18
Há liberação de energia;
lm
Há resíduos radioativos e também ocorre a rea- e) fazer uma pequena distinção de cores em ambientes
iluminados.
gi
Mundial e também é a mesma reação utilizada Como sabemos, a energia que a luz carrega depende
de sua frequência e a frequência da luz define a cor da
gi
em reatores nucleares.
luz, assim os cones acabam sendo responsáveis por
92235U + 01n melhorar a percepção de cores. Enquanto isso os bas-
→ 56142Ba + 3691Kr tonetes são sensíveis à quantidade de fótons e sabe-
+ 301n + energia mos que a quantidade fótons é ligada à intensidade
da luz. Por isso, um animal com bastonetes mais
Como se trata de uma reação nuclear, é interessan- sensíveis será capaz de se enxergar em um ambiente
te notar que, assim como na fusão nuclear, a soma das onde a intensidade da luz é menor, ou seja, ambientes
massas dos reagentes é menor que a soma das massas de baixa luminosidade. Resposta: Letra C.
dos produtos, em virtude da massa que virou energia
pela equivalência de massa-energia de Einstein. 2. (ENEM – 2023) Em 2017, foi inaugurado, no estado da
Lembre-se: o grande problema na Segunda Guerra Bahia, o Parque Solar Lapa, composto por duas usinas
Mundial era o enriquecimento de urânio; o objetivo (Bom Jesus da Lapa e Lapa) e capaz de gerar cerca
era conseguir o Urânio Físsil, que não é o mais abun- de 300 GWh de energia por ano. Considere que cada
dante da natureza. O Projeto Manhattan tinha esse usina apresente potência igual a 75 MW, com o par-
444 desafio na época. que totalizando uma potência instalada de 150 MW.
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Considere ainda que a irradiância solar média é de 1
500 W/m² e que a eficiência dos painéis é de 20%.
ANOTAÇÕES
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
FÍSICA
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ANOTAÇÕES
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
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z Modelo de Rutherford (1911): acidentalmente, em
seu experimento mais famoso, o da folha de ouro,
Rutherford descobriu que, além das cargas nega-
tivas (elétrons), o núcleo possuía cargas positivas
QUÍMICA
(denominadas prótons), bem como partículas neu-
tras (denominadas nêutrons). Foi Rutherford quem
associou a estrutura atômica ao sistema solar, em
que o núcleo representa o Sol e os elétrons em seu
entorno seriam associados aos planetas;
QUÍMICA GERAL z Modelo de Rutherford-Bohr (1911): Bohr com-
plementou o postulado de Rutherford pois havia
uma questão que o modelo de Rutherford não
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS
explicava. Se os elétrons estavam ao redor do
núcleo em constante movimento, a tendência era
O caminho para chegarmos a diversas conclusões
de que a matéria sofresse uma implosão, uma vez
sobre a estrutura atômica foi longo, com protagonis-
que o movimento centrípeto dos elétrons em vol-
tas brilhantes que muitas vezes se opunham ao que já
ta do núcleo promoveria perda de energia dessas
havia sido consolidado.
partículas, até que elas colidissem com o núcleo.
Um dos grandes marcos da química foi a descober-
É aí que surge o conceito de energia quantizada
ta do átomo. O átomo foi imaginado muitos anos antes
e níveis de energia eletrônica, que dependem da
de ser possível comprovar sua existência. Após essa
camada em que o elétron se movimenta na ele-
comprovação, os olhares voltaram-se à compreensão
trosfera. Tal explicação resolveu as limitações do
cada vez mais profunda da estrutura e comportamen-
modelo de Rutherford e é largamente utilizada
to atômico. Muitas teorias foram criadas e refutadas
para compreender o comportamento da matéria
repetidas vezes, propostas por Dalton, Thomson,
até hoje, mesmo que existam novos modelos atô-
Rutherford, Rutherford-Bohr e Linus Pauling.
micos quânticos bem mais complexos. Segundo
No decorrer da trajetória, ocorreram inúmeros
Bohr, “Só é permitido ao elétron ocupar níveis ener-
debates para se chegar a um consenso universal e,
géticos nos quais ele se apresenta com valores de
ainda assim, temos pequenas divergências quanto a
energia múltiplos inteiros de um fóton”2.
determinadas subáreas da teoria atômico-molecular.
Assim, neste capítulo, faremos uma introdução
O quadro a seguir ilustrará, de forma prática e obje-
sobre a evolução cronológica dos principais modelos
tiva, a característica marcante de cada um dos modelos:
atômicos propostos. Traremos informações acerca
dos elementos químicos, seu número atômico e núme-
ro de massa; o conceito de íons, elementos isótonos, MODELO CARACTERÍSTICA
isótopos, isóbaros e isoeletrônicos e, ainda, o que é o
Diagrama de Linus Pauling. Dalton Bola de bilhar: formato esférico, maciço
(1803) e indivisível
Linha Cronológica Evolutiva dos Modelos Atômicos
Thomson Pudim de passas: esfera com carga
4
química, é possível vivenciar um mar de descobertas Rutherford Sistema solar: o núcleo do átomo é o
.7
sobre os elementos químicos, como eles se rearran- (1911) Sol e os elétrons são os planetas
28
mento atômico.
lm
ISÓBAROS E ISOELETRÔNICOS
lm
não era possível separá-lo, sendo, assim, indivisível. Um átomo é essencialmente constituído de duas
Daí vem a origem do nome átomo (parte indivisível); partes, sendo elas: o núcleo e a eletrosfera.
z Modelo de Thomson (1898): surgiu com intuito O núcleo está no centro da estrutura atômica e é
de contestação ao modelo proposto por Dalton, considerado como sua parte mais densa, contendo a
sob a hipótese de que, na verdade, o átomo não era maior parte da massa presente em um átomo. Encon-
indivisível e muito menos maciço. Segundo suas tram-se no núcleo também os nêutrons e os prótons.
próprias palavras: “O átomo é uma esfera de car- Os nêutrons são a parte do átomo que apresenta
ga elétrica positiva, não maciça, incrustada de elé- cargas neutras, responsáveis por diminuir a repulsão
QUÍMICA
trons (partículas negativas), de modo que sua carga entre os prótons dentro do núcleo.
total da estrutura seja nula”1. O modelo atômico Os prótons, por sua vez, são a parte do núcleo que
de Thomson também é muito conhecido como apresenta cargas positivas.
“pudim de passas”;
1 FOGAÇA, J. R. V. Evolução dos modelos atômicos. Mundo Educação, 2023. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/evolu-
cao-dos-modelos-atomicos.htm. Acesso em: 26 jan. 2023.
2 Ibid. 447
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É a partir da soma dos prótons e nêutrons que definimos o número atômico (Z) dos elementos. Uma dica
importante: o número atômico é como se fosse a marca registrada do elemento. Na tabela periódica, os elementos
são dispostos em ordem crescente de Z, em cada grupo ou coluna.
A eletrosfera é uma região externa ao núcleo onde se encontram os elétrons em constante movimento ao
redor do centro atômico.
A seguir, temos uma figura que representa a estrutura de um átomo segundo o modelo de Rutherford-Bohr:
Núcleo
—
+
+ —
+
— Elétron
+ Próton
Nêutron
O átomo em seu estado fundamental possui um padrão no qual seus elétrons são distribuídos na eletrosfera de
modo a manter a estabilidade da matéria, mesmo com a atuação de forças de atração e repulsão constantes. O mode-
lo de Rutherfod-Bohr justifica que esse equilíbrio só pode ser atingido pela organização em camadas dos elétrons
na eletrosfera. Cada camada pode ser definida como um nível de energia, no qual apenas elétrons com a energia
quantizada adequada permanecem. O modelo citado propõe a disposição dos elétrons em 7 camadas conhecidas K,
L, M, N, O, P e Q, seguindo-se essa ordem de dentro para fora, conforme exemplificado na figura a seguir.
K=1
-2
L=2
13
M=3
.7
N=4
28
O=5
.8
P=6
18
Q=7
-0
Dentro dessas camadas existe uma limitação quanto à quantidade de elétrons que ela pode comportar. Na
ar
sequência há uma tabela que indica o nível, a letra que o representa e quantidade máxima de elétrons que cada
lm
camada comporta, seguida por um exemplo de como realizar uma distribuição eletrônica em camadas.
gi
ar
NÍVEL 1 2 3 4 5 6 7
CAMADA K L M N O P Q
ELÉTRONS 2 8 18 32 32 18 2
Exemplo: distribuição eletrônica do elemento X, que possui como número atômico Z = 78.
NÍVEL 1 2 3 4 5
CAMADA K L M N O
ELÉTRONS 2 8 18 32 18
448
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A distribuição eletrônica pode ser uma das formas de organizar os elementos químicos e de prever caracterís-
ticas deles, como iremos abordar adiante.
Na tabela periódica os elementos químicos são representados um a um, dispostos em ordem crescente de
número atômico em cada coluna (grupo). As seguintes informações são encontradas: o nome, o símbolo utilizado
para representação do elemento (abreviação do seu nome escrito na forma latina), o número e a massa atômica.
Veja no exemplo a seguir a representação de um dos elementos químicos dentro da tabela periódica:
As moléculas constituídas com átomos de elementos diferentes, como o NaCl ou semelhantes, como o O2, são
formadas pela interação entre átomos. É através da distribuição eletrônica que se pode compreender como esses
átomos interagem e com quais outros átomos há essa tendência de interação.
Mencionamos anteriormente alguns aspectos que possibilitam a identificação dos diferentes elementos. São eles:
z Número Atômico (Z): expresso pela quantidade de prótons no núcleo do átomo. Cada elemento possui um
valor para o número atômico. Temos que: Z = A – n, onde Z = número atômico e Z = P;
z Número de Massa (A): soma dos prótons e nêutrons que estão dentro do núcleo. Para expressar o número de
massa existe uma fórmula: A = p + n, em que A = número de massa, p = quantidade de prótons e n = número
de nêutrons.
Os átomos de um mesmo elemento ou de elementos diferentes podem ser avaliados e classificados como:
z Isótonos: os elementos considerados isótonos têm a mesma quantidade de nêutrons. Isso ocorre apenas
entre elementos diferentes, que possuem quantidade de prótons diferentes, bem como o número de massa
diferente.
z Isóbaros: a característica dos elementos isóbaros é ter a mesma quantidade de massa. Isso ocorre apenas
entre elementos diferentes, que possuem quantidade de prótons diferente.
.7
28
.8
z Isoeletrônico: os elementos considerados isoeletrônicos têm a mesma quantidade de elétrons. Nessa classe,
são englobados tanto átomos como íons.
ar
lm
Observe, a seguir, um quadro ilustrativo contendo as informações principais sobre as características dos átomos:
gi
ar
lm
A TABELA PERIÓDICA
Dimitri Ivanovich Mendeleiev (1834–1907), químico russo, e Julius Meyer (1830–1895), químico alemão, publi-
caram de forma independente suas tabelas periódicas em 1869 e 1870, respectivamente. Eles construíram suas
tabelas de maneira semelhante, listando os elementos em colunas em ordem de massa atômica, iniciando uma
nova coluna quando as características dos elementos começavam a divergir.
449
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Um dos méritos dessa classificação foi a previsão da existência de alguns elementos. Mendeleiev organizou
sua classificação para 60 elementos existentes na época, e ficaram alguns “buracos”, os quais seriam preenchidos
com elementos descobertos posteriormente. Assim, Mendeleiev pôde prever algumas propriedades desses ele-
mentos desconhecidos.
Na construção da primeira tabela periódica, Mendeleiev deixou lacunas na tabela quando parecia que o ele-
mento correspondente ainda não tinha sido descoberto. No entanto, a classificação de Mendeleiev apresentava
alguns problemas. Por exemplo, o Cobalto (Co) e o Níquel (Ni) ficariam em posições contrárias às atuais se fossem
colocados em ordem crescente de massa atômica. Por isso, Mendeleiev afirmou que outro critério de classificação
ainda seria criado para sanar tais falhas.
Como mostra a história, em 1913 o físico inglês Henry Moseley (1887–1915), que foi assistente de Rutherford,
lançou o conceito de número atômico e, assim, a tabela de Mendeleiev foi reorganizada. Frente a isso, os elemen-
tos foram dispostos em ordem crescente de número atômico (Z) e não pela massa atômica (A), chegando pratica-
mente à tabela atual.
Depois que Mendeleiev publicou sua tabela periódica, as lacunas deixadas por ele foram preenchidas pelos
químicos que descobriram novos elementos. O frâncio foi o último elemento natural descoberto, em 1939. Outro
fator que fez aumentar o número de elementos na tabela periódica foi a inclusão dos elementos sintéticos.
A tabela periódica atual foi elaborada com base nas propriedades químicas e físicas dos elementos químicos. É
um instrumento de consulta sobre os elementos em grupos, seus números atômicos e números de massa.
Nela, os átomos são organizados na ordem crescente de seus números atômicos, formando linhas e colunas. As
colunas (disposição vertical) representam os grupos, enquanto as linhas (disposição horizontal) representam os
períodos. Vejamos a classificação dos elementos químicos:
z H (Hidrogênio): é um dos dois únicos elementos do 1º período da tabela, sendo suas propriedades diferentes
de todos os outros elementos, por isso é colocado isoladamente e escrevemos que ele não pertence a nenhum
grupo da tabela periódica;
z Metais: compõem dois terços da tabela periódica, como pode ser observado na figura à frente, na qual são
representados na região com o símbolo asterisco (*). Portanto, a maior parte dos elementos químicos são metais;
z Semi-Metais: representados na região da figura com o símbolo jogo da velha (#);
z Ametais: são os 11 elementos localizados na tabela pela região com símbolo de mais (+);
z Gases Nobres: ao todo, são seis elementos — região com símbolo de menos (–) na figura —, sem contar com
a entrada do oganessônio ou oganésson, elemento sintético de número atômico 118. Sua descoberta foi con-
firmada pela IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada), em 2015, e foi oficializada em 28 de
novembro de 2016, para que entrasse na tabela periódica.
No passado, a classificação dos elementos químicos da tabela periódica era da seguinte maneira: metais, não
metais e metaloides. Contudo, a IUPAC, órgão máximo na química, recomendou que a nomenclatura “metaloide”
deixasse de ser utilizada, pois seu uso era inconsistente em diferentes línguas. Logo em seguida, a classificação
dos elementos químicos passou a ser: metais, ametais ou não metais, e semimetais.
4
-2
Os semimetais eram sete: boro (B), silício (Si), germânio (Ge), arsênio (As), antimônio (Sb), telúrio (Te) e polônio
13
(Po). Esses elementos apareciam na tabela periódica formando uma linha diagonal, parecida com uma escada, que
.7
ficava entre os metais e entre os ametais. Os semimetais foram redivididos (ou reclassificados) da seguinte forma:
28
.8
z Não metais: boro (B), silício (Si), arsênio (As) e telúrio (Te);
18
Na tabela periódica a seguir, é possível identificar a distribuição dos elementos químicos mencionados
ar
anteriormente:
lm
gi
ar
Gases nobres
lm
gi
Semi-Metais
Hidrogênio H —
* * # + + + + —
* * * # + + + —
* * * * * * * * * * * * * # # + + —
* * * * * * * * Metais * * * * * * # # + —
* * * * * * * * * * * * * * * # + —
* * * * * * * * * * * * * * —
Metais * * * * * * * * * * * * * *
Metais
* * * * * * * * * * * * * *
450
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GRUPOS DA TABELA PERIÓDICA E SUAS CARACTERÍSTICAS
Quantidade de elétrons
Grupo Configuração eletrônica Exemplo
na camada de valência
3 a 12 Variante Variante -
13 3 ns np
2 1
B (Z=5): 1s2 2s22p1
Ao observar a tabela acima, pode-se verificar que, descendo em um mesmo grupo, ocorre o aumento um a um da
quantidade de elétrons na camada de valência (CV). A cada elétron a mais na CV, maior o período no qual o elemento
se encontra na tabela. A CV de um átomo é, geralmente, aquela com maior número quântico principal n. Assim, os
elétrons da camada de valência são geralmente responsáveis pela maneira como os átomos combinam entre si.
Quando oito elétrons estão presentes na CV de um átomo, sua configuração é ns2 np6 e o elemento é um gás
nobre. Essa configuração eletrônica é conhecida por ser a forma mais estável que um átomo pode ser encontrado,
pelo fato de que tanto o orbital s quanto o orbital p estão com a quantidade máxima de elétrons que comportam.
Justamente por isso, os gases nobres possuem caráter praticamente inerte. Portanto, dizemos que esses ele-
mentos já possuem o octeto completo, que consiste em um total de oito elétrons na CV. Todos os outros elementos
diferentes dos gases nobres são instáveis isoladamente pelo fato de não possuírem 8 elétrons na CV. Para alcançar
a estabilidade, os elementos fazem ligações químicas de modo a completar seu octeto.
Elementos de Transição
No grupo B, a subcamada a ser preenchida é a “d”. Quando falamos da subcamada a ser preenchida, fazemos
alusão à distribuição do Diagrama de Linus Pauling.
Grupo 5:
13
23
28
Grupo 7:
.8
25
-0
Grupo 8:
Fe (Ferro): 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
ar
26
lm
Grupo 9:
gi
27
Co (Cobalto): 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d7
ar
Grupo 10:
lm
28
Grupo 11: configuração eletrônica com preenchimento mais estável completando o subnível “d”
29
Cu (Cobre): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 3d10
47
Ag (Prata): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s1 4d10
79
Au (Ouro): 1s 2
2s2
2p6
3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s1 4f14 5d10
Grupo 12:
30
Zn (Zinco): 1s2
2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10
QUÍMICA
Nos elementos de transição, cada série horizontal corresponde ao preenchimento do subnível “d” da camada.
No tocante à série dos lantanídeos e actinídeos, a subcamada a ser preenchida é a “f”. Eles correspondem ao sexto
e sétimo períodos da família IIIB da tabela periódica, respectivamente.
z Série dos lantanídeos: Lantânio (La), Cério (Ce), Praseodímio (Pr), Neodímio (Nd), Promécio (Pm), Samário
(Sm), Európio (Eu), Gadolínio (Gd), Térbio (Te), Disprósio (Dy), Hólmio (Ho), Érbio (Er), Túlio (Tm), Itérbio (Yb)
e Lutécio (Lu); 451
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z Série dos actinídeos: Actínio (Ac), Tório (Th), Pro- Número de níveis (camadas): quanto maior o
tactínio (Pa), Urânio (U), Netúnio (Np), Plutônio número de níveis, maior será o tamanho do átomo;
(Pu), Amerício (Am), Cúrio (Cm), Berquélio (Bk), Número de prótons: o átomo que apresenta
Califórnio (Cf), Einstênio (Es), Férmio (Fm), Men- maior número de prótons exerce uma maior
delévio (Md), Nobélio (No) e o Laurêncio (Lw). atração sobre seus elétrons, o que ocasiona
uma redução no seu tamanho.
Vejamos as características físicas e químicas gerais
dos elementos das séries dos lantanídeos e actinídeos: Em um mesmo grupo, o raio atômico aumenta
devido ao aumento do número de níveis. Por exem-
z são sólidos em temperatura ambiente; plo, tendo como base alguns dos metais alcalinos ter-
z são metais; rosos que fazem parte da família 2A, observa-se que:
z são elementos da série dos lantanídeos naturais,
exceto o Promécio (Pm); Be (Z = 4): 1s2 2s2;
z são radioativos; Mg (Z = 12): 1s2 2s2 2p6 3s2;
z na série dos actinídeos, a maioria é artificial, exceto: Ca (Z = 20): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2.
Actínio (Ac), Tório (Th), Protactínio (Pa) e Urânio (U).
em grupos diferentes:
13
Íon cloro, Cl- (Z = 17 / 18 elétrons): 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6. preso ao núcleo do que um elétron 2p, o que conduz
13
Logo, pode-se evidenciar que: raio do íon Cl- > raio à menor energia de ionização do boro, mesmo com
.7
Quando o cloro (1s2 2s2 2p5) aumenta seu núme- boro podem blindar parte dessa carga do seu elétron
.8
2p.
18
são da nuvem eletrônica, que aumenta o raio iônico. Be (Z = 4): 1s2 2s2.
ar
Portanto, um ânion é sempre maior do que o átomo B (Z = 5): 1s2 2s2 2p1.
lm
Por definição, energia de ionização é a energia No caso do oxigênio, a primeira energia de ioniza-
necessária para remover um ou mais elétrons de um ção é mais baixa do que o esperado, porque o elétron
átomo isolado no estado gasoso. Vamos considerar é removido de um orbital 2p, que contém um segundo
que um átomo isolado no estado fundamental absorve elétron.
energia, assim, o elétron pode passar de uma camada Dois elétrons ocupando um mesmo orbital repe-
menos energética para outra. Caso a energia forneci- lem-se com maior intensidade do que se estivessem
da seja suficiente, o elétron pode ser retirado do áto- em orbitais diferentes. A repulsão intereletrônica faci-
mo, originando um cátion (íon com carga positiva). lita, assim, a remoção do elétron. No átomo de nitrogê-
O elétron mais facilmente removível é aquele nio, não há tal repulsão.
QUÍMICA
Por definição, afinidade eletrônica ou eletroafinidade é a quantidade de energia envolvida no processo em que
um átomo isolado gasoso, no seu estado fundamental, recebe um elétron, formando um ânion. Em uma mesma
família ou em um período, quanto menor o raio, maior a afinidade eletrônica.
Quando um átomo recebe elétrons, torna-se um íon ânion liberando energia. Essa energia mede o quão forte-
mente o elétron se liga ao átomo. Observe os exemplos a seguir:
z Eletronegatividade
A eletronegatividade é a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação, conforme ilustram os
exemplos abaixo:
Se liga!
Observando a composição da palavra eletronegatividade, podemos compreendê-la como: afinidade por car-
gas negativas (atração por elétrons).
Na C1
NaCl
Cl : mais eletronegativo que Na
4
A eletronegatividade tende a crescer da esquerda para a direita através de um período na tabela periódica
.7
28
Em uma ligação covalente, o par eletrônico é compartilhado entre dois átomos. Isso significa que o par é
18
atraído simultaneamente e com forças semelhantes para o núcleo de ambos os átomos; o compartilhamento de
-0
que ficará com o elétron é o caráter eletronegativo que cada um possui. O elemento que possui maior eletronega-
lm
tividade é o mesmo que possui maior afinidade por cargas negativas (elétrons) e, portanto, possui a capacidade
gi
Na tabela periódica, a tendência de eletronegatividade aumenta da direita para esquerda; quanto maior a
lm
quantidade de elétrons na CV, mais eletronegativo o elemento tende a ser, devido à facilidade em completar seu
gi
octeto dessa forma. Os elementos eletropositivos apresentam essa característica por possuírem poucos elétrons
em sua CV; logo, para completar o octeto e tornarem-se mais estáveis, tendem a doar esses elétrons.
Nos elementos de transição, a eletronegatividade apresenta algumas irregularidades no crescimento da
esquerda para a direita, resultantes da variação na efetividade do efeito de blindagem. Indo para baixo em um
grupo, a eletronegatividade decresce à medida que a camada de valência se torna mais afastada do núcleo e
à medida que o efeito de blindagem compensa amplamente o aumento da carga nuclear. Assim, os elementos
com maior eletronegatividade são os ametais à direita, particularmente os da parte superior direita da tabela
periódica.
Os elementos com as mais baixas eletronegatividades são os metais, particularmente os que se encontram na
parte inferior esquerda da tabela periódica.
De forma resumida, o sentido de aumento das propriedades periódicas é indicado pelas setas:
z Raio atômico: de cima para baixo (↓) e da direita para a esquerda (←);
z Caráter metálico: de cima para baixo (↓) e da direita para a esquerda (←);
z Afinidade eletrônica: de baixo para cima (↑) e da esquerda para a direita (→);
454 z Energia de ionização: de baixo para cima (↑) e da esquerda para a direita (→);
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z Eletronegatividade: de baixo para cima (↑) e da esquerda para a direita (→).
Fonte: BERGAMO, P.. Propriedades periódicas. Química Acadêmica, 2016. Disponível em: https://quimicaacademica.wordpress.
com/2016/05/04/propriedades-periodicas/. Acesso em: 26 jan. 2023.
Tabela Periódica
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
BATISTA, C.. Tabela periódica. Toda Matéria, 2023. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tabela-periodica/. Acesso em: 30 jan. 2023.
gi
ar
Se liga!
lm
gi
Para otimizar seus estudos, recomendamos que confira também a tabela periódica em cores, no seguinte
link: https://www.todamateria.com.br/tabela-periodica/. Acesso em: 30 jan. 2023.
Dentro da química as reações ocorrem a partir da mistura de substâncias consideradas reagentes que origi-
nam novas espécies químicas, denominadas produtos. É possível prever quais produtos serão formados a partir
de determinado reagente e em qual quantidade, considerando a estequiometria da reação.
QUÍMICA
A estequiometria da reação traz informações como a proporção molar entre reagentes e produtos, o que
possibilita calcular qual a massa ou volume dos produtos formados ou dos reagentes utilizados. Neste capítulo,
observaremos os diversos estudos relacionados à estequiometria, como aspectos quantitativos das reações quí-
micas, cálculos estequiométricos e conceitos de reagente em excesso e limitante através das leis ponderais. Além
disso, veremos todas as características que distinguem uma transformação física e química da matéria.
455
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Principais Ramos da Química
Imagine que você está sentado de frente para o mar, admirando a paisagem. Em um dado momento, você fixa
seu olhar na seguinte cena: uma criança brincando com um baldinho de areia e água, na beira do mar. Sob o pon-
to de vista ou olhar da criança, esse balde contendo água salgada e areia é um sistema.
Transformação da Matéria
Na primeira situação, a matéria não sofreu nenhuma modificação, mudando apenas sua forma. A composição
química do papel é a celulose, sendo a folha amassada ou não. Não houve alteração da estrutura ou constituição
da matéria.
Já na segunda situação, a celulose sofreu combustão (reação com O2, que libera CO ou CO2), portanto, transfor-
mou-se em uma matéria diferente da inicial, com estrutura e propriedades químicas diferentes. As transforma-
4
ções da matéria são denominadas fenômenos, os quais podem ser classificados como físicos ou químicos.
-2
13
.7
Tipos de Fenômenos
28
.8
z Fenômeno físico: é toda alteração na estrutura física da matéria, como, por exemplo, na forma, no tamanho,
18
na aparência e no estado físico. Contudo, não há alteração em sua natureza, isto é, a composição química da
-0
matéria não se modifica. Conforme discutido anteriormente, amassar uma folha de papel faz mudar o aspecto
ar
z Fenômeno químico: é uma mudança na composição da matéria. Por exemplo: a combustão transforma uma
gi
FENÔMENOS FÍSICOS
gi
A matéria é formada por partículas menores, denominadas átomos, que interagem entre si formando molécu-
las com diferentes características. Você já deve ter percebido que diferentes substâncias no seu dia a dia estão em
um estado físico específico que depende da temperatura. Por exemplo, a água: podemos encontrá-la e utilizá-la
em seu estado físico sólido, no caso do gelo, ou líquido, como em nossos banhos e preparos alimentícios.
O estado físico é definido pela forma como as moléculas de uma substância se organizam fisicamente (configu-
ração macroscópica). Um estado físico também pode ser denominado estado de agregação ou fase.
Para estudarmos e compreendermos os tipos de estados da matéria, pense em uma forma de gelo que você
acabou de retirar do freezer logo pela manhã e colocou sob um prato para avaliar o que aconteceria. No primeiro
momento a água se encontra no:
z Estado sólido: as moléculas estão muito próximas umas das outras e movimentam-se minimamente, logo,
4
Considere que este dia está em uma temperatura média de 25°C e espontaneamente o gelo passa a derreter. O
.7
processo pode ser explicado pelo fato de que o gelo começa a aquecer, ou seja, absorve energia em forma de calor
28
z Estado líquido: as moléculas não estão tão próximas umas das outras, como no estado sólido, isso porque, ao
-0
absorver energia, as moléculas aumentam sua energia cinética, ficando mais agitadas.
ar
lm
A temperatura continua a subir e, ao fim da tarde, você identifica que restou apenas um pouquinho de água
gi
no prato, bem menos do que você esperava pela quantidade de gelo. Provavelmente pode-se imaginar que mais
ar
z Estado gasoso: as moléculas no estado gasoso (vapor) estão bastante dispersas ou separadas, graças ao alto grau de
agitação delas. A agitação torna-se maior nesse estado justamente pelo aumento da temperatura do ambiente, que
favorece que as moléculas absorvam a energia necessária para evaporarem.
QUÍMICA
Fusão Vaporização
Solidificação Condensação
Liquefação
Sublimação
Fonte: MUDANÇA de fases. Só Química, [s.d.]. Disponível em: https://www.soquimica.com.br/conteudos/ef/substancias/p2.php. Acesso em: 26
jan. 2023.
z Fusão: é o processo de passagem de uma substância do estado sólido para o estado líquido. Esse fenômeno requer
calor e por isso é endotérmico. Pode-se pensar, como exemplo de fusão, na transformação da água: abaixo de
0º C a água está no estado sólido; em temperaturas acima de 0º C ocorre a transformação do estado sólido para o
líquido, a fusão;
z Vaporização: é o processo de passagem de uma substância do estado líquido para o estado gasoso. Também
é um fenômeno endotérmico. Por exemplo, a água acima de 0º C e abaixo de 100º C está no estado líquido;
acima de 100º C ocorre a mudança do estado líquido para o gasoso, a vaporização;
z Sublimação: é o processo de passagem de uma substância do estado sólido para o estado gasoso sem passar pelo
estado líquido. Essa propriedade é exclusiva apenas em alguns materiais. Esse processo também é endotérmico.
Como exemplo de sublimação, podemos citar o gelo seco, a naftalina e o iodo;
z Condensação ou liquefação: é o processo de passagem de uma substância do estado gasoso para o estado
líquido. Esse fenômeno requer perda de calor portanto é exotérmico;
z Solidificação: é o processo de passagem de uma substância do estado líquido para o estado sólido. Esse fenô-
meno é exotérmico;
z Ressublimação: é o processo de transformação de uma substância do estado gasoso para o estado sólido, sem
4
Tipos de Substâncias
.7
28
z Simples: são aquelas cujas moléculas são formadas apenas por um único tipo de elemento químico. Os átomos
.8
18
dos elementos podem aparecer na forma isolada, sendo substâncias monoatômicas (Ar — gás argônio), ou
formar moléculas diatômicas (O2 — gás oxigênio) e triatômicas (O3 — gás ozônio);
-0
z Compostas: são aquelas cujas moléculas, ou aglomerados iônicos, são formadas por dois ou mais elementos
ar
químicos ou íons. Exemplos: água (H2O), cloreto de sódio (sal de cozinha) NaCl, dióxido de carbono (CO2),
lm
SIMPLES COMPOSTAS
Misturas
Trata-se de um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, chamadas componentes. As misturas
podem ser classificadas em homogêneas e heterogêneas:
Sólido Papel de
CO2 + ar Solução de filtro
Álcool + água
atmosférico sulfato de cobre Funil
Solução
filtrada
Pó de ferro e
Água + areia Óleo e água
areia FOGAÇA, G. Filtração – Método de Separação de Misturas. Brasil
Escola, 2023. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
quimica/filtracaometodo-separacao-misturas.htm. Acesso em: 26
Fonte: Google Imagens. jan. 2023.
Métodos de Separação das Misturas e Critérios de Pensando no cotidiano, usamos filtração diaria-
Pureza mente para purificar a água e torná-la adequada para
consumo;
Os métodos de separação das misturas são de gran-
de relevância na área da química, pois podem ser apli- z Sedimentação ou flotação: é um método de
cados a processos em escala industrial ou em escala separação de misturas heterogêneas que utiliza a
laboratorial. diferença de densidade entre os materiais como
O processo de separação é necessário porque gran- princípio básico para realizar a separação. Um
de parte da matéria não é homogênea em sua com- exemplo é a separação da serragem misturada
posição, ou seja, trata-se de misturas constituídas por com areia. A serragem, por ser menos densa, flu-
duas ou mais substâncias diferentes. tua na água, enquanto a areia sedimenta;
4
suporte
funil de separação
(funil de bromo)
tubo
motor
abandona-se o
sistema em repouso
béquer vazio
NETO, J.. Misturas homogêneas e heterogêneas. Química Prof. João
Neto, [s.d.]. Disponível em: http://profjoaoneto.com.br/quimicag/
misturas.htm. Acesso em: 26 jan. 2023.
4
-2
13
Termômetro
Condensador
gi
Rolha
SOUZA, L. A. de. Métodos especiais para separar misturas
heterogêneas. Brasil Escola, 2023. Disponível em: https://
brasilescola.uol.com.br/quimica/metodos-especiais-para-separar-
misturas-heterogeneas.htm. Acesso em: 26 jan. 2023.
Balão de vidro Entrada de
Solução água + sal água fria
z Imantação ou separação magnética: é o método
usado para separar dois sólidos. Um deles preci- Chama
sa sofrer atração de um ímã, ou seja, deve ser um
material magnético. Como exemplo, é possível Erlenmeyer
citar a mistura de areia e limalha de ferro. Neste
caso, o ferro, é atraído pelo ímã;
Saída de
água quente
1 g = 1.000 mg;
1 kg = 1.000 g;
Balão de Acetona + 1 tonelada = 1.000 kg;
destilação água (Mistura) 1 arroba = 15 kg.
Manta ou chapa
de aquecimento Acetona líquida Outras unidades de medidas de massa são: libra
(Destilado) e onça;
QUEVEDO, R. T.. Destilação fracionada. InfoEscola, [s.d.]. Disponível z Volume: é a porção do espaço ocupado pela maté-
em: https://www.infoescola.com/quimica/destilacao-fracionada/. ria. O volume ocupado pelos gases é igual ao
Acesso em: 26 jan. 2023. Adaptado.
volume do recipiente que o contém. A unidade
de volume utilizada no Sistema Internacional de
medidas (SI) é o litro (L).
Se liga!
Se os componentes da amostra a ser destila- Atente-se às conversões entre as unidades de
da forem líquidos e apresentarem valores de PE volume:
próximos, ou se os componentes da mistura for-
marem um azeótropo, a destilação deve ser fra- 1 m3 = 1.000 L = 1.000 dm3;
cionada, utilizando uma coluna de fracionamento. 1 L = 1 dm3 = 1.000 cm3 = 1.000 mL;
1 cm3 = 1 mL.
4
Esse também é o método utilizado para a separa- z Temperatura: é definida pelo grau de agitação das
-2
Torre de Fracionamento
lm
Bomba
2. Óleo lubrificante Para converter Kelvin em graus Celsius: K = °C
+ 273;
1. Resíduos (parafina, asfalto) Para converter graus Celsius em graus Fahre-
nheit: °F = °C · 1, 8 + 32;
Para converter graus Fahrenheit em graus Cel-
Fornalha
sius: °C = (°F − 32) ÷ 1,8.
DESTILAÇÃO fracionada. Só Biologia, 2023. Disponível em: https://
z Pressão: corresponde à razão entre a intensidade
QUÍMICA
www.sobiologia.com.br/conteudos/Oitava_quimica/materia17.php.
Acesso em: 26 jan. 2023. de uma força aplicada sobre a área na qual é apli-
cada. A fórmula utilizada é: P = F / A.
z Cromatografia em papel: é um método de sepa-
ração que se baseia na migração diferencial dos A unidade de pressão usada no Sistema Interna-
componentes de uma mistura entre duas fases cional de medidas (SI) é: N/m² (Newton por metro
imiscíveis. Os componentes da amostra (mistura) quadrado) ou Pa (Pascal), em homenagem ao físico
são separados entre a fase estacionária (celulose) francês Blaise Pascal. 461
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Outras unidades de pressão são: pressão atmosfé- z Mistura eutética: comporta-se como uma substân-
rica (atm), centímetro de mercúrio (cmHg), milíme- cia em relação aos pontos de fusão e solidificação,
tro de mercúrio (mmHg), bar. ou seja, constantes (temperatura em um mesmo
Atente-se às conversões entre as unidades: patamar enquanto durar a transformação). Como
exemplo dessa mistura, é possível citar a liga metá-
1 atm = 76 cmHg = 760 mmHg = 1,01 · 105 Pa; lica — Estanho (62%) + Chumbo (38%);
1 bar = 105 Pa.
Temperatura (ºC)
E
D
-0
t (min)
A Estequiométrico
gi
ar
BASTOS, K. Calorimetria - calor latente. Físika na Rede, 2011. Dentro dos conceitos voltados para o cálculo este-
lm
z 2° passo — após definir a equação, devemos efe- Em nosso dia a dia, encontramos muitas substân-
tuar o balanceamento: cias de caráter ácido, por exemplo, em frutas cítricas
(ácido cítrico), como no limão, laranja e tomate. Nesse
caso os ácidos encontrados são orgânicos. Um exem-
ENTRADA (REAGENTE) SAÍDA (PRODUTO)
plo de ácido inorgânico consumido quase todos os
1 CH4 + 2 O2 1 CO2 + 2 H2O dias por nós é o ácido fosfórico (H3PO4) presente nas
marcas de refrigerante mais famosas.
C=1 C=1 De acordo com a teoria de Arrhenius, o caráter áci-
do pode ser definido como a capacidade de determi-
H=4 H=4
nada substância de sofrer ionização em meio aquoso,
O=4 O=4 formando o cátion H+.
De forma bem simplificada, podemos identificar
É possível observar que, para a reação de 1 mol de substâncias inorgânicas de caráter ácido pela pre-
metano (CH4) com 2 mols de oxigênio (O2), teremos a sença do elemento hidrogênio (H) como primeiro ele-
formação de 1 mol de gás carbônico (CO2) e 2 mols de mento na fórmula molecular da molécula. Observe o
água (H2O); exemplo do ácido clorídrico, encontrado no suco gás-
trico, o qual possui fórmula molecular HCl.
z 3° passo — agora é só efetuar a regra de três para Os ácidos podem ser classificados de acordo com
encontrar o valor esperado: a quantidade de hidrogênio ionizável, bem como
com a presença e ausência de oxigênio na composi-
1 CH4 _____ 2 O2 ção da molécula. Tal classificação pode ser descrita da
1 mol ____ 2 mols seguinte forma:
5 mols ____ x mols
x = 10 mols de O2 z Pela quantidade de hidrogênio ionizáveis:
Monoácido (com 1 H+), Diácido (com 2 H+), Triácido
A relação sempre será convencionada de acordo com (com 3 H+) e Tetraácido (com 4 H+);
o parâmetro que o enunciado pedir, ou seja, o enunciado z Pela presença ou ausência do oxigênio: sendo
será o guia que dirá quais moléculas serão analisadas. Hidrácido aquele que não possui o oxigênio na com-
posição da molécula do ácido e Oxiácido aquela
Energia molécula que tem em sua composição o oxigênio.
4
-2
13
Energia é a capacidade de realizar trabalho que Para generalizar a composição básica de um ácido,
.7
um determinado processo pode ter. Os processos que existe uma fórmula geral descrita como HxA, sendo
28
não precisam de energia para ocorrer ocorrem espon- o hidrogênio (H) expresso primeiramente aos outros
.8
taneamente e aqueles que precisam de energia ocor- elementos componentes do ácido, como a parte de
18
Por exemplo, nosso corpo necessita de energia átomos de hidrogênio existentes em cada molécula
ar
para que todas as reações químicas que ocorrem em do ácido e o A representa o ânion que irá ligar-se no
lm
nosso organismo sigam acontecendo, mantendo-nos hidrogênio, formando, assim, a molécula do ácido.
vivos e saudáveis; para isso nós absorvemos a energia
gi
CONCEITOS BÁSICOS E FUNDAMENTAIS Ânion com terminação em -eto passa a ter final
-ídrico.
A química classifica a matéria de acordo com a sua Exemplo: ânion cloreto passa a ser ácido clorídrico.
composição em dois grupos: orgânica e inorgânica.
Aqui, estudaremos compostos com origem e compo- Ânion com terminação em -ito passa a ter final -oso.
sição inorgânica, explorando as diferentes funções Exemplo: ânion clorito passa a ser ácido cloroso. 463
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z Base Ao fazer a nomenclatura com base na mudança,
é importante atentar-se à ordem na terminação ico e
Assim como acontece com as substâncias ácidas, oso. Assim, o que for com carga numérica menor ter-
também encontramos muitas substâncias básicas no minará em oso, enquanto o que tiver a carga numéri-
cotidiano, principalmente em compostos utilizados ca maior terminará em ico.
em produtos de limpeza, como a soda cáustica.
De acordo com a teoria de Arrhenius, o caráter z Sal
básico das substâncias é observado quando, em meio É possível encontrar muitos sais em nosso dia a
aquoso, essas moléculas sofrem ionização, originando o dia, como o sal de cozinha, também conhecido como
ânion o OH-. Cloreto de Sódio (NaCl). A formação dos sais ocorre
Diferentemente do que observamos nas fórmulas a partir de um processo de neutralização, quando se
estruturais dos ácidos, no caso das bases, o grupo funcio- mistura um reagente ácido + reagente base formam
nal que possibilita sua identificação, a hidroxila (OH-), é um sal + água. Além disso, sua grande característica é
observado no final da fórmula estrutural da molécula. não possuir o cátion H+ nem a hidroxila OH-.
Um exemplo de base é o conhecido “diabo verde” (nome Os sais podem ser divididos em subgrupos consi-
comercial), que se trata da soda cáustica. Sua nomencla- derando seu comportamento de dissolução em água
tura oficial é hidróxido de sódio (NaOH). e o pH que originará nessa mistura. Dentre as classifi-
Classificação de bases inorgânicas de acordo com a cações, temos:
quantidade de grupos funcionais ionizáveis presente
na molécula: Sal ácido: aquele que em meio aquoso deixa a
solução com pH menor que 7, ou seja, ácido;
Pela quantidade de hidroxila dissociável: Sal básico: aquele que em meio aquoso deixa
Monobase (com 1 OH-), Dibase (com 2 OH-1), Tri- a solução com pH maior que 7, ou seja, básico
base (com 3 OH-) e Tetrabase (com 4 OH-). (também conhecido como alcalino);
Sal neutro: aquele que não alterará o pH da
Para generalizar a composição básica de uma base, solução.
existe uma fórmula geral descrita como B1y+OHy1-, em
No que se refere à formulação do nome do sal, uti-
que a hidroxila é expressa sempre na parte direita da
liza-se a seguinte regra:
fórmula estrutural, por formar um ânion; o y é quanti-
dade de hidroxilas presentes na molécula necessárias
nome do ânion + de + nome do cátion
para neutralizar a carga y+ do cátion B, que represen-
Exemplo: KNO2 = K+ + NO2- = Nitrito de potássio.
ta o cátion que se liga à hidroxila, formando assim a
molécula da base.
z Óxido
A nomenclatura será sempre precedida pelas pala-
vras hidróxido de, referindo-se à presença do OH-.
Os óxidos são compostos que possuem dois ele-
Em seguida, teremos a complementação do nome com
mentos em sua composição, sendo o oxigênio o
a parte positiva da molécula, ou seja, o cátion. Além
mais eletronegativo. Desses dois elementos, um será
disso, existe uma grande ressalva em relação ao nome
o cátion, que é representado no lado esquerdo da fór-
do cátion, pois, para poder formar seu nome, é preciso
4
grupo apresentará seu nome conforme o é. Alguns Assim como os sais, os óxidos podem alterar o pH
gi
exemplos desse caso são: Hidróxido de potássio (K é de uma solução aquosa. Dessa forma, os óxidos tam-
ar
da família dos metais alcalinos); Ba(OH)2 = Hidróxido bém podem ser classificados em:
lm
e Al(OH)3 = Hidróxido de alumínio. Óxido ácido: aquele que deixa a solução com pH
Quando o cátion possui NOX variável: diferen- ácido. Como exemplo temos o CO2, SOx e NOx;
temente dos elementos com número de oxidação fixo, Óxido básico: em meio aquoso, deixa a solução
aqueles que se apresentam como variável possuem com pH básico (ou alcalino). Um exemplo é o
uma forma de descrição um pouco diversa. Pode- oxigênio ligado aos metais alcalinos e alcalinos
mos ter as seguintes situações: hidróxido de + nome terrosos;
do cátion + carga do nox em número romano ou Óxido neutro: aquele que não altera o pH da
hidróxido de + nome do cátion + terminação ico ou solução. O monóxido de carbono é um exemplo
oso. Para perceber isso, veja o exemplo: de óxido neutro.
O elemento Cobre pode ter carga 1+ ou 2+. Utili-
zando a primeira forma de nomenclatura teremos, Além daqueles que mudam o pH da solução, exis-
respectivamente: Hidróxido de Cobre I e Hidróxido tem os óxidos que, em contato com a água, formam
de Cobre II. Agora, utilizando a segunda opção para peróxidos, que são óxidos com uma “dose extra” de
o mesmo elemento e mesma ordem de carga, temos oxigênio. Por fim, existem os óxidos chamados de
Hidróxido cuproso e Hidróxido cúprico. anfóteros, que em meio aquoso podem se comportar
464 como ácidos ou bases.
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No que concerne à formulação do nome do óxido, Para interpretar os valores de pH deve-se con-
segue-se a seguinte regra: siderar que quanto maior for o pH, menor será a
concentração de íons hidrônio e por isso a solução é
óxido de + nome do elemento associado ao oxigênio básica. Portanto, o pH possui uma relação inversa-
Exemplo: Al2O3 = Óxido de alumínio. mente proporcional com a concentração de H3O+. O
mesmo raciocínio pode ser aplicado para interpreta-
Determinando a Acidez da Solução (pH e pOH) ção do pOH. Em resumo:
Os parâmetros pH e pOH são usados na deter- z pH > 7: o meio possui caráter básico pois concen-
minação da acidez e basicidade das soluções. Eles tração de H3O+ é menor que a de OH- na solução;
estão relacionados com o comportamento das molé- z pH = 7: a concentração dos íons de interesse é
culas de água (25°C) que se autoionizam formando igual, logo a solução é considerada neutra;
íons hidrônios (H3O+) e hidroxilas (OH-), em concen- z pH < 7: a solução é considerada ácida pois mais
trações (mol L -1) constantes. Portanto, o produto das íons H3O+ que OH-.
concentrações ([H3O+].[OH-]) também é uma constan-
te (25°C), conhecida como constante de ionização da
água (Kw= 10 -14).
Através da concentração de íons H3O+ ou OH- pode- EXERCÍCIO COMENTADO
mos determinar o pH e pOH de uma solução e classifi-
cá-la enquanto básica, neutra ou ácida. Uma solução é 1. (ENEM — 2020) Nos dias atuais, o amplo uso de obje-
considerada neutra quando as concentrações de H3O+ e tos de plástico gera bastante lixo, que muitas vezes é
OH- forem iguais, como acontece com a água destilada: eliminado pela população por meio da queima. Esse
procedimento é prejudicial ao meio ambiente por
[H3O+].[OH-]= 10-14 (Kw) lançar substâncias poluentes. Para constatar esse
problema, um estudante analisou a decomposição tér-
Aplica-se o cologaritmo na expressão para obter- mica do policloreto de vinila (PVC), um tipo de plástico,
mos valores maiores associados a pH e pOH por repre- cuja estrutura é representada na figura.
sentarem valores de concentração tão diminutos.
Assim, a equação anterior pode ser reescrita como: H Cl
C C
-log [H3O+] -log [OH-] = 10-14 H H n
pH + pOH = 14
Policloreto de vinila (PVC)
Simplificando a equação é possível determinar pH
e pOH de maneira direta (I) ou indireta (II): Para realizar esse experimento, o estudante colocou
uma amostra de filme de PVC em um tubo de ensaio
pH = -log [H3O+] enquanto pOH = -log [OH-] e o aqueceu, promovendo a decomposição térmica.
pH = 14 - pOH e pOH= 14 - pH Houve a liberação majoritária de um gás diatômico
heteronuclear que foi recolhido em um recipiente aco-
4
A escala de pH pode ser visualizada com alguns plado ao tubo de ensaio. Esse gás, quando borbulhado
-2
exemplos a seguir:
13
14
(Na2CO3), liberou gás carbônico.
18
Água sanitária
-0
11 Solução e amônia
lm
10 a) H2
gi
Leite de magnésia
b) Cl2
ar
9 Bicarbonato de sódio
c) CO
lm
e) HCl
7 Água destilada
→
Ânodo = polo negativo // Cátodo = polo positivo - 0,83 H2 + 2 (OH)- 2 H2O + 2 e- 0,83
.8
→
18
→
las eletroquímicas: “dispositivos que utilizam da ener- →
ar
gia química obtida por reações de oxirredução para - 0,74 Cr → Cr3+ + 3 e- 0,74
lm
→
sua essência, de um eletrólito e dois eletrodos. Esse
ar
eletrólito é conhecido como ponte salina, que nada - 0,44 Fe → Fe2+ + 2 e- 0,44
lm
z Ânodo: polo negativo que sofre a oxidação, perdendo 0,34 Cu → Cu2+ + 2 e- - 0,34
→
elétrons e sendo classificado como o agente redutor; →
z Cátodo: polo positivo que sofre a redução, ganhando 0,40 2 (OH)- → H2O + ½ O2 + 2 e- - 0,40
elétrons e sendo classificado como o agente oxidante. →
0,52 Cu → Cu+ + e- - 0,52
→
0,54 2 I- → I2 + 2 e- - 0,54
466
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A Equação de Nernst e as Pilhas e Baterias eletrólise em meio aquoso, que acontece apenas em
uma solução contendo íons dissociados. Em ambos os
Nernst foi responsável por desenvolver a equação casos, as Leis de Faraday são igualmente empregadas.
matemática que leva em consideração a diferença de Essas leis relacionam a massa de sólido formadas no
potencial (ddp) de uma pilha em funcionamento. A eletrodo com a quantidade de corrente elétrica apli-
equação é expressa da seguinte forma: cada a solução.
c d
0, 059 [C] · [D] z 1ª Lei de Faraday: a massa da substância formada
ΔE = ΔEº — · log a b
n [A] · [B] em um dos eletrodos é diretamente proporcional à
quantidade de corrente aplicada na solução.
Os símbolos representam, respectivamente:
z Oxidação: um metal irá oxidar, tornando-se um z 2ª Lei de Faraday: no processo eletrolítico, a mas-
cátion em meio aquoso e liberando um elétron, sa de duas substâncias diferentes eletrolisadas é
como no exemplo com zinco:
diretamente proporcional aos respectivos equiva-
lente-grama (E) de oxirredução dessa substância.
Zn(s) → Zn+2(aq) + 2e-
A fórmula representativa é:
z Redução: é o processo inverso da oxidação, se
m = K2 . E
um átomo sofre oxidação (doando elétrons), um
cátion em meio aquoso sofre redução, ganhando
o elétron doado e tornando-se um metal sólido, no Na qual:
4
caso do cobre:
-2
z m = massa;
13
+2
(aq)
z E = equivalente grama.
28
.8
= B = K2
relação simplificada: EA EB
gi
Na qual:
0, 059 [Zn+] c
ΔE = ΔEº — · log
z mA = K2 EA / mB = K2 EB.
n
[Cu+] b
Conceituação da Corrosão e Eletrólise a partir da Lei Compreendido o processo de deposição do metal
de Faraday reduzido da solução eletrolisada sobre o cátodo, estu-
daremos o processo de corrosão, observada no ânodo
A eletrólise trata-se de um processo no qual se pela deterioração que o metal sofre em consequência
QUÍMICA
temos um processo único. A empresa faz uso dos z Catalisador: são espécies químicas utilizadas para
13
reagentes hidrogênio (H2) e nitrogênio (N2) para acelerar uma reação e possuem um detalhe fantás-
.7
obter seu produto, o ácido clorídrico (HCL). Um tico: eles participam da reação sem sofrer altera-
28
operador percebeu que, a cada 2,5 horas, a empre- ção, podendo ser recuperados da forma idêntica a
.8
sa conseguia produzir 500 kg de HCL. Para saber como foram usados inicialmente. Os catalisadores
18
qual era a velocidade dessa reação, ele realizou apresentam essa ação sobre uma reação devido a
-0
o cálculo da cinética química. Qual resultado ele sua capacidade de diminuir a energia de ativação
ar
dor fez a relação de divisão entre a massa do produto Fatores que Alteram a Velocidade de Reação
lm
Atenção! Note que na velocidade média dos pro- A partir dos números expressos na velocidade
dutos temos um sinal negativo antes da fração, o que de decomposição dos reagentes, é possível concluir
significa que o reagente está sendo consumido, ou que serão consumidos 1,5 mol/Lh de ácido sulfúrico,
seja, está diminuindo sua concentração para formar bem como 3,0 mol/Lh de hidróxido de potássio. Ago-
os produtos. ra, podemos avançar para os cálculos referentes aos
Após apresentar as fórmulas das velocidades indi- produtos:
vidualmente, tanto a referente aos reagentes quanto
aos produtos, elucidaremos como devem ser calcula- Sulfato de potássio:
das e relacionadas as velocidades envolvendo a equa-
ção global. De modo geral, a velocidade média da mol
D [K2SO4] D [3—1] L
reação leva em consideração a reação química, asso- VK2SO4 = = = 1, 5
Dt 2 h
ciando a concentração dos reagentes e produtos em
função de seu coeficiente estequiométrico da seguinte Água:
forma:
Considere uma reação genérica: mol
D [H2O] D [6—0] L
VH2O = = = 3,0
xX + yY zZ + wW Dt 2 h
A partir dos números expressos na velocidade dos
Na qual:
produtos, é possível concluir que serão formados 1,5
mol/Lh de sulfato de potássio, bem como 3,0 mol/Lh
z x, y, z e w são os coeficientes estequiométricos;
de água.
z X, Y, Z e W são substâncias da reação.
Por fim, para descobrir a velocidade da reação,
podemos pegar tanto o resultado dos reagentes como
De maneira análoga, teremos a seguinte fórmula
dos produtos e dividi-los por seu respectivo coeficien-
para a velocidade média da reação:
te estequiométrico na equação balanceada. Veja a
VX seguir:
=— Y = Z =— W
V V V
Vm da reação = —
X Y Z W
[H 2 SO 4] [KOH] [K 2 SO 4]
Vm da reação = = =
Agora, para consolidação do conhecimento, veja [H 2 O] 1 2 2
um exemplo aplicando a situação para velocidade =
2
média da reação global: 1, 5 3, 0 3, 0
Vm da reação = = = 1, 5 =
4
1 2 2
z Em um acidente ambiental, uma empresa derru-
-2
mol
13
potássio (KOH).
Caracterização do Sistema em Equilíbrio
ar
lm
Velocidade
combustão incompleta é sua reversibilidade. Existem
situações em que as reações intermediárias formam
produtos que serão consumidos dentro da própria
continuidade da reação, seja regenerando-se ou for-
mando novos compostos. Leia um exemplo dessa rea-
ção incompleta de reversibilidade:
A produção da amônia ocorre em meio fechado, Reação inversa
tendo temperatura e pressão controladas de forma a
permanecerem constantes. Os reagentes utilizados e o
produto desejado (neste caso, a amônia) são represen-
tados pela equação química a seguir: Tempo
Temos um processo dinâmico, com reações se equilíbrio, verificou-se que ainda haviam sobrado 50
13
deslocando e acontecendo para ambos os lados. Para mols de N2. Qual seria o grau de equilíbrio para o rea-
.7
150
lm
gentes R e X;
z p e y são os coeficientes estequiométricos dos pro- É possível afirmar, portanto, que a reação chegou
ar
orgânica hidrocarboneto).
-2
cadeia principal;
28
.8
+
18
-0
+
gi
ar
veja:
gi
AN (ligação simples entre carbonos) + O (função orgâ- como no exemplo: H3C — CH2 — COOH. Essa substân-
nica hidrocarboneto). cia é chamada de ácido propanóico. PROP (3 carbo-
nos) + AN (apenas ligação simples entre carbonos) +
Dica ÓICO (função orgânica ácido carboxílico).
Álcool: ocorre quando há hidroxila (OH) ligada à
A relação de ligação será expressa apenas de cadeia carbônica. A nomenclatura dos álcoois exige o
acordo com a cadeia orgânica principal. sufixo OL. Observe o exemplo a seguir: H3C — CH2 471
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= CH2 — OH. A estrutura química representada é do nomenclatura o sufixo usado é amina. Veja o exem-
prop-2-enol. PROP (3 carbonos) + 2 EN (ligação dupla plo a seguir: H3C — CH2 — NH2. Essa substância é cha-
no carbono 2) + OL (função orgânica álcool). mada de etilamina. ETIL (2 carbonos) + AN (ligação
Aldeído: pode ser reconhecido pela presença do simples entre carbonos) + AMINA (função orgânica
radical carbonila (C = O) na extremidade da cadeia amina).
carbônica. Na nomenclatura o sufixo AL indica se Amida: acontece quando há presença de nitrogê-
o composto é aldeído. Atente-se ao exemplo: H3C — nio na cadeia carbônica ligado diretamente à carboni-
CH2 — CH = O. Essa substância é o propanal. PROP (3 la (C = O). Nesse caso, o sufixo exigido pelas regras de
carbonos) + AN (ligação simples entre carbonos) + AL é AMIDA. Observe o exemplo abaixo:
(função orgânica aldeído).
Cetona: assim como o aldeído, o grupo funcional H3C CH2 C NH2
característico das cetonas é a carbonila (C = O), porém, O
nesse caso, a carbonila não estará na extremidade da
cadeia, mas, sim, entre outros dois carbonos da estru-
Essa substância possui o nome de propanamida.
tura. Ainda que possuam o mesmo radical as proprie-
PROP (3 carbonos) + AN (ligação simples entre carbo-
dades das moléculas são distintas e, por isso, elas são
nos) + AMIDA (função orgânica amida).
classificadas com funções diferentes. A nomenclatura
exige o uso do sufixo ONA, para indicar a natureza do
TIPOS DE REAÇÃO ENTRE AS MOLÉCULAS COM
composto. Observe o exemplo:
DIFERENTES FUNÇÕES ORGÂNICAS
H3C CH2 C CH3
Cisões de Ligações
O
Para que ocorram as reações químicas, as molécu-
Essa substância possui a nomenclatura de buta-
las envolvidas necessitam ter alguma(s) das ligações
nona. BUT (4 carbonos) + AN (ligação simples entre
entre seus átomos rompidas, possibilitando a forma-
carbonos) + ONA (função orgânica cetona).
ção de novas ligações e compostos com propriedades
Éster: apresenta o radical R — COO — R inserido no
diferentes. A cisão de uma ligação pode ocorrer de
meio da equação principal. A nomenclatura exige o sul-
duas formas que dependem da distribuição final do
fixo ATO seguido pelas palavras DE + Nome do Radical.
elétron envolvido na interação, veja o esquema:
H3C CH2 C O CH3
cisão homolítica
A· + B radicais
O A ·· B
cisão heterolítica A +B
+ —
— ou
íons
Aqui observamos o propanoato de metila. PROP A + B+
(3 carbonos) + AN (ligação simples entre carbonos) +
O + ATO (função éster) + radical METILA. Esquema representativo das cisões de ligação e seus respectivos
Éter: tem como grupo funcional o oxigênio ligado produtos
a carbonos no meio da cadeia. A nomenclatura obede-
ce a seguinte ordem: prefixo (quantidade de carbonos z Cisão homolítica: não há perda nem ganho de
4
função éter) + nomenclatura do hidrocarboneto com tura permanece com seus respectivos elétrons,
.7
cadeia maior. Observe o exemplo: H3C — CH2 — CH2 formando dois radicais. Os radicais consistem em
28
carbono) + OXI (função éter) + PROP (3 carbonos na z Cisão heterolítica: ocorre perda e ganho de elé-
-0
no da cadeia principal;
-2
H Br
13
hidrogênio.
.8
z Aromática: cadeia que possui o anel aromático Exemplo de uma cadeia homogênea:
em sua constituição, conforme o exemplo abaixo:
CH2 — CH2 — C — CH3
—
—
O
.7
.8
-0
Importante! Carbono terciário é aquele que outros átomos que se ligam ao carbono são mais ele-
interage com outros três outros carbonos na cadeia,
gi
to orgânico (que não realize ligações de hidrogê- to, pouca atenção foi dada à toxicidade do ozônio, à
-2
z Combustibilidade: grande parte das substâncias O grande risco envolvido no emprego indiscriminado
lm
orgânicas pode ser utilizada como combustível, isso dessa substância deve-se à sua ação química como
gi
a) catalisador.
lm
c) redutor.
bustível mais utilizado no mundo todo, atualmente, d) ácido.
é a gasolina (energia não renovável), uma mistura e) base.
de cadeias carbônicas contendo 6 a 10 átomos de
carbono, proveniente da purificação do petróleo. O ozônio é composto apenas por átomos de oxigênio,
conhecido pela sua alta eletronegatividade (afinidade
por elétrons) e consequentemente facilidade em sofrer
redução (ganhar/roubar elétrons para si). Chamamos
EXERCÍCIOS COMENTADOS uma substância de agente oxidante quando esta pro-
QUÍMICA
origem doméstica).
-2
poluentes da atmosfera:
etc. Assim, reciclar também se torna uma for-
28
produção;
18
A água interage
com esses gases
z Reutilizar: não podemos reciclar e criar novas Os gases são
-0
formando ácidos
possibilidades? A criatividade na produção de dissipados
pelo vento
ar
Fonte de gases
poluentes
lm
Poluição Atmosférica
gi
nafta
70ºC
Portanto, em regiões de intensa emissão de gasolina
poluentes, as chances da formação de chuvas cada 120ºC
querosene
vez mais ácidas são maiores. Como consequência, o
diesel
pH do solo e da água são afetados. O meio ambiente 200ºC
óleo lubrificante
está interconectado pela água, solo e ar, se um desses
não está saudável, os outros também sofrem. Desse Petróleo 300ºC gasóleo pesado
bruto
modo, a fauna adoece e morre, o solo se torna impro- alcatrão
600ºC
dutivo e os peixes e a água impróprios para consumo.
Coluna de
Caldeira
destilação
ENERGIAS QUÍMICAS NO COTIDIANO
Os combustíveis fósseis são formados pela decom- Note que, quanto maior o número de carbonos na
posição de animais e plantas mortas na crosta terrestre cadeia, maior será o PE da molécula. Durante a desti-
lação fracionada, o petróleo é submetido a altas tem-
a milhões de anos e revolucionaram a Química Orgâ-
peraturas. Nas temperaturas mais baixas, os gases,
nica e o mundo. Esse tipo de combustível demonstrou
que possuem pontos de ebulição menores (devido a
grande eficiência na geração de energia a partir da
sua menor massa molar), podem ser separados. Com
sua combustão completa ou incompleta. Atualmente,
o aumento gradativo da temperatura, outros PEs vão
o petróleo é a principal fonte de combustíveis fósseis,
sendo atingidos, de modo que os subprodutos mais
sua desvantagem está no fato de que se trata de uma
semelhantes são separados em uma mesma fração da
matéria-prima não renovável que produz substâncias mistura. Abaixo, vejamos quais são os principais pro-
tóxicas em sua aplicação como combustível. dutos obtidos com a destilação para aplicação como
As propriedades associadas aos compostos orgâ- combustíveis.
nicos são consequência do tamanho da cadeia e das
ligações covalentes entre os átomos de carbono das z Gás natural: utilizado como combustível e na
moléculas, predeterminando sua aplicação. A alta fabricação de plásticos;
capacidade de combustão dos compostos orgânicos z Gás liquefeito de petróleo: utilizado como gás de
foi a razão para que, desde a antiguidade, eles fossem cozinha;
usados para gerar energia. Desde 3.500 a.C., a madeira z Gasolina: combustível para motores de veículos;
era queimada para que o calor transformasse as peças z Querosene: combustível para aviões;
de argila em cerâmica. Na Primeira Revolução Indus- z Óleo diesel: combustível para veículos de grande
4
porte.
-2
da Revolução Industrial, quando passou a ser substi- O grande problema dos combustíveis fósseis
28
tuído pelo petróleo, principal fonte de matéria-prima encontra-se no fato de que os produtos de sua com-
.8
para a indústria até hoje. bustão são poluentes, especialmente o CO, um dos
18
O petróleo é encontrado na crosta terrestre, pois é maiores causadores da intensificação do efeito estu-
-0
produto da decomposição da matéria orgânica. Ele é fa, como vimos anteriormente. À vista disso, cada vez
ar
constituído por uma mistura complexa de hidrocarbo- mais, os biocombustíveis ganham destaque.
lm
Biocombustíveis
bonos) e pode conter alguns produtos nitrogenados e
ar
PROCESSO DE
COMBUSTÍVEL MATÉRIA PRIMA COMPOSIÇÃO QUÍMICA
OBTENÇÃO
Esterificação ou
Biodiesel Óleos e gorduras Monoésteres de ácidos graxos
transesterificação
No entanto, deve ficar claro que, apesar de existirem algumas limitações na utilização de biomassa, o meio
ambiente está pedindo socorro e um alerta alarmante tem sido o aumento do efeito estufa. Nesse sentido, os bio-
combustíveis são indispensáveis, pois são uma fonte de energia renovável capaz de reduzir as emissões de gases
que agravam o efeito estufa.
Nos processos de geração de energia nos quais não há formação de resíduos indesejáveis, a energia obtida é
denominada energia limpa, outros exemplos são a energia eólica e solar. A seguir, estudaremos a energia nuclear,
uma energia limpa, porém não renovável, mas que utiliza de uma reação química radioativa para obter energia.
Energia Nuclear
Por mais que não nos demos conta, os elementos que possuem característica radioativa estão por toda parte.
Seja na usina nuclear, com a utilização do urânio, nas datações arqueológicas de fósseis com o uso do carbono 14,
no iodo 131, utilizado na medicina para fazer mapeamento da tireoide, na agricultura, com a utilização de isóto-
4
-2
Às vezes, não percebemos que algumas substâncias, se manipuladas de forma errada, têm potencial risco. Por
.7
isso, materiais que apresentam algum risco ao ser humano ou ao meio ambiente são utilizadas de acordo com
28
rígidas regras de segurança, garantindo que apenas suas propriedades desejáveis sejam usufruídas.
.8
Nesta seção, estudaremos um tipo de material de risco utilizado na produção de energia nuclear, os materiais
18
radioativos. Trataremos da origem, das principais propriedades, das leis que regem o comportamento radioativo,
-0
cinética e constantes da radioatividade. Por fim, entenderemos os conceitos fissão e fusão nuclear.
ar
lm
De forma muito simples e objetiva, a radioatividade de um átomo está relacionada à sua característica de
ar
emissão de energia ou partículas espontaneamente. Este é um mecanismo que ocorre com átomos instáveis a fim
lm
Os dois tipos de radioatividade que podem ser encontrados são: as radiações por partícula alfa (α) e beta (β)
e a radiação emitida por ondas como raio gama (γ). Resumidamente:
z Raio alfa (α): trata-se de uma partícula positiva, que possui dois prótons e dois nêutrons em seu núcleo e baixa
capacidade de penetração;
z Raio beta (β): trata-se de uma partícula negativa, de massa desprezível, com capacidade de penetração maior
que a do raio alfa;
z Raio gama (γ): trata de uma onda magnética dotada de muita energia. Possui maior capacidade de penetração
QUÍMICA
479
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os cálculos para obtermos informações cinéticas
sobre os átomos radioativos desenvolvem-se de acor-
α do com os seguintes critérios:
Por possuírem massa desprezível, são capazes de (no) ao final (n) do tempo de desintegração.
28
de raio alfa temos o Plutônio 239. Como exemplo de z Intensidade radioativa (i): mede a intensidade da
lm
átomo que sofre ação por raio beta, temos o Carbono quantidade de partículas alfa e beta emitidas pelo
gi
relação é:
raios-X devido a sua alta velocidade e ao seu poder de
penetração.
i=C.n
Na qual:
Velocidade da Reação Radioativa por meio da
Cinética e as Principais Constantes Radioativas
C é a constante radioativa; e
n = quantidade de átomos de isótopo radioativo.
Assim como acontece nas reações convencionais,
os elementos radioativos também possuem a velo-
z Vida média (Vm): mede o tempo que um átomo de
cidade em que se processa a reação. No entanto, em
isótopo radioativo leva para se desintegrar. A fór-
virtude de suas características, existem algumas dife-
mula que expressa essa relação é:
renciações. Tendo isso em vista, estudaremos o tempo
de desintegração de um isótopo sob a ação das radia-
1
ções alfa e beta. Vm =
c
6 Alfa beta gamma radiation penetration. Wikimedia, 2022. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=115709792. Aces-
480 so em: 25 jan. 2023.
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É importante ressaltar que a vida média considera Para calcular a energia emitida durante o pro-
uma grande quantidade de átomos a se desintegrar. cesso, utiliza-se a equação de Einstein para energia
estacionária:
z Tempo de meia-vida (t1/2): tempo necessário para
que metade da capacidade radioativa seja atingi- E=mc2
da. Expressa, também, o tempo gasto para chegar
à metade da massa existente do isótopo radioativo. z Fusão nuclear: neste processo, o núcleo de um
A fórmula que expressa essa relação é: átomo radioativo (geralmente leve) funde-se ao de
n= x
n0 outro, emitindo radiação e originando um único
2 átomo de núcleo mais pesado. A energia liberada
Na qual: nesse tipo de reação é milhões de vezes maior do
que em uma reação química típica e duas vezes
n = número de átomos após a meia-vida; maior que a energia liberada no processo de fissão.
no = número de átomos inicial; A fusão é muito presente nas reações que ocorrem
x = quantidade de meias-vidas; no Sol. Lá, os átomos de hidrogênio (11H), em altís-
sima velocidade devido a temperatura, se chocam
A relação da massa perdida também é comumente uns nos outros formandos átomos de hélio (24He).
encontrada trocando-se apenas a letra n, de número
de átomos, por m, de massa. Para se obter a quantida-
Agora, conhecidos os termos e seus respectivos
de de meias-vidas (x) que o átomo radioativo passou
exemplos, podemos descrever, também, a diferença
até certo momento, utilizamos a relação:
entre a aplicação e utilização de um e outro. É pos-
t=x.P sível mencionar dois exemplos de aplicação e utili-
Na qual: zação dos processos de fissão e fusão. Um reator de
uma usina nuclear representa um processo de fissão.
t é o tempo de desintegração pelo qual o átomo Em suma, estes processos são possíveis de se contro-
passou; lar, pois existe uma segurança quanto à quantidade
P é o período de meia-vida. utilizada em seu desenvolvimento. Por outro lado,
quando se trata de uma bomba de hidrogênio, que se
Reações de Fissão e Fusão Nuclear utiliza da fusão, não é possível controlar a reação, o
que explica seu potencial devastador.
Frequentemente, quando se trata de elementos Lembre-se: a formação de hélio na região do Sol é
radioativos, as pessoas sentem muito medo e dúvida, advinda da fusão de núcleos do hidrogênio, por isso,
principalmente quando conceitos técnicos desconhe- há tanta luminosidade e calor.
cidos estão envolvidos. Assim acontece com a fissão
e fusão nuclear, que são termos muito empregados,
mas pouco conhecidos. De modo geral podemos clas-
sificá-los da seguinte maneira. EXERCÍCIOS COMENTADOS
4
-2
z Fissão nuclear: é um processo no qual o núcleo 1. (ENEM — 2020) A enorme quantidade de resíduos
13
instável de um átomo radioativo consegue capturar gerados pelo consumo crescente da sociedade traz
.7
um nêutron próximo, que esteja em baixa velocida- para a humanidade uma preocupação socioambien-
28
de. Esse é um processo exotérmico (libera energia tal, em especial pela quantidade de lixo produzido.
.8
para o sistema) e, por isso, é utilizado na geração de Além da reciclagem e do reúso, pode-se melhorar
18
se torna ainda mais instável e é obrigado a libe- bientais em relação aos convencionais porque
gi
mais estáveis e de elementos mais leves (pois libera a) não são tóxicos.
lm
pela fissão), como exemplificado na representação c) não causam poluição ambiental quando
de um processo de fissão nuclear do urânio: descartados.
d) são degradados em um tempo bastante menor que
144 Ba os convencionais.
56
e) apresentam propriedades mecânicas semelhantes
n
aos convencionais.
n
anos para se degradar. Já os polímeros biodegradá-
235 U 236 U veis são vantajosos devido à redução de sua perma-
92 92 89 Kr
36 nência no meio ambiente e, consequentemente, na
redução dos efeitos tóxicos e poluição. Resposta:
Fonte: Wikimedia, 20237. Letra D.
7 Nuclear Fission Reaction. Wikimedia, 2023. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nuclear_fission_reaction.svg. Acesso em:
25 jan. 2023. 481
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2. (ENEM — 2020) Em 2011, uma falha no processo
de perfuração realizado por uma empresa petrolí-
fera ocasionou derramamento de petróleo na bacia
hidrográfica de Campos, no Rio de Janeiro.
bomba?
-2
13
elétrons.
18
pósitrons.
ar
tículas beta.
gi
ar
ANOTAÇÕES
482
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Se liga!
As primeiras formas de vida eram simples, unice-
lulares, heterotróficas e anaeróbicas.
A UNIDADE DOS SERES VIVOS São células que apresentam o material genético
disperso no citoplasma, ou seja, não possuem núcleo
A célula é descrita como a menor unidade funcio- envolvido por membrana nuclear. São encontradas
nal e estrutural formadora dos seres vivos. É consti- no Reino Monera (Archaea e Bactéria). Exemplos: bac-
tuída por, pelo menos, três estruturas: membrana térias e cianobactérias.
plasmática, citoplasma e material genético. Apre-
senta organelas que são como pequenos órgãos, com Mesossomo Nucleoide
(DNA)
formas e funções diferentes, as quais se unem para Citoplasma Flagelo
realizar atividades essenciais ao metabolismo e à
sobrevivência da célula. Têm tamanho microscópi-
co. Os microscópios para visualização celular podem
ser ópticos, dependentes da luz, ou eletrônicos, que
fazem uso de feixes de elétrons.
A Teoria Celular consiste em:
Parede
Ribossomos celular
z células são unidades fundamentais da vida; Cápsula
z todos os organismos são compostos por células; Plasmídeo Fímbrias
z todas as células se originam a partir de outra
Membrana
preexistente.
plasmática
briano, há cerca de 3,5 bilhões de anos. A hipótese z Membrana plasmática: delimita a célula ao sepa-
.7
Com o passar do tempo, surgiram formas de vida das a proteínas (exceção: Archaea);
capazes de utilizar o gás carbônico, a água e a luz solar z Estruturas locomotoras: permitem movimenta-
para produzir seu próprio alimento, foram chamados ção. Exemplos: flagelos;
de autotróficos. Esse processo resultava em liberação z Pili e fímbrias: estruturas semelhantes a fios de
de gás oxigênio e possibilitou o surgimento de seres cabelo que permitem adesão às células animais,
aeróbicos, diversificados, complexos e compostos por ou até mesmo durante a troca de material genético
mais de uma célula. entre bactérias; 483
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z Ribossomos: organelas não membranosas, estru- z Material genético: sequências de nucleotídeos
turas responsáveis pela síntese de proteínas; (DNA e RNA). Envolvido pela carioteca. Define as
z Plasmídeos: DNA circular; características que serão expressas (o fenótipo do
z Mesossomo: invaginação da membrana plasmática. organismo);
Associado a processos respiratórios em bactérias. No z Citoplasma: citosol (parte líquida) + organelas
entanto, alguns pesquisadores consideram-no como
(parte sólida). Apresenta constante movimento de
apenas um resultado da fixação celular visando à
coloração e à verificação de lâminas, cabendo a enzi- seus componentes;
mas membranosas a respiração bacteriana. z Ribossomos: síntese de proteínas. Encontram-se
livres no citoplasma ou aderidos ao Retículo endo-
Células Eucariontes plasmático rugoso. Também podem ser encontra-
dos no interior de mitocôndrias e cloroplastos.
As células eucariontes são aquelas que possuem um
núcleo verdadeiro, ou seja, o material genético dessas
células é envolto por uma membrana nuclear, denomina- Componentes de Células Eucariontes
da carioteca. Normalmente são maiores do que as proca-
riontes. Suas organelas são mais complexas e apresentam z Carioteca (membrana nuclear): individualiza o
membrana. Recebem dois tipos de classificação: animal e DNA;
vegetal. São encontradas em todos os grupos, com exce- z Mitocôndrias: apresentam membrana dupla,
ção do Reino Monera (único grupo procarionte). DNA próprio (DNA mitocondrial) e divididas em
três regiões (matriz mitocondrial, cristas mitocon-
z Célula Eucarionte Animal driais e espaço intermembranas). Atuam na respi-
ração celular (metabolismo celular, produção de
Lisossomo energia para a célula) — produção de ATP;
Ribossomos Membrana plasmática
Aparelho z Sistema golgiense: conjunto de bolsas membra-
de Golgi
Citoplasma nosas achatadas e empilhadas (cisternas), que
formam e liberam pequenas vesículas. Tem como
Retículo função a secreção celular. Processa, empacota e
endoplasmático envia substâncias que vieram do retículo endoplas-
rugoso
mático para fora das células, através de vesículas.
Peroxissomo Pode, também, produzir alguns polissacarídeos da
parede celular de plantas;
Centríolo
Núcleo z Peroxissomos: desintoxicação. Degrada H2O2. Pro-
tegem contra o estresse oxidativo;
z Retículo endoplasmático: conjunto de membra-
Retículo nas que se ramifica, formando tubos e bolsas acha-
endoplasmático tadas. Pode ser considerado uma continuação da
membrana nuclear. Divide-se em dois tipos:
Membrana plasmática
mais e atua na modificação química de drogas
28
Ribossomos Citoplasma
Aparelho de
e pesticidas. Normalmente são encontrados em
.8
Golgi Vacúolo
18
Mitocôndria
para fora da célula. Presente em grande quanti-
lm
Núcleo
anticorpos são substâncias proteicas.
brana e podem atuar no reconhecimento de sinais ginam a partir de uma região denominada centro
-2
podem ser encontrados apenas na parte externa da esqueleto rígido em algumas células e auxiliam os
.7
membrana plasmática, em uma região denominada movimentos de proteínas motoras entre diferentes
28
que podem entrar e sair da célula. parede celular (de celulose). Já em células animais,
ar
É importante que você entenda também sobre os eles se associam a estruturas locomotoras como cílios
lm
Mitose
Meiose
.8
18
Divide-se em Meiose I (Prófase I, Metáfase I, Anáfase I e Telófase I) e Meiose II (Prófase II, Metáfase II, Anáfase
-0
II e Telófase II).
ar
lm
gi
ar
Meiose I
Meiose II
Meiose1
1. (ENEM — 2022) As células da epiderme da folha da Essa porcentagem pode variar entre diferentes espé-
Tradescantia pallida purpurea, uma herbácea popu- cies. Também existe variação entre os órgãos de um
larmente conhecida como trapoeraba-roxa, contém organismo, variações no decorrer da idade, entre outros.
um vacúolo onde se encontra um pigmento que dá a
coloração arroxeada a esse tecido. Em um experimen-
to, um corte da epiderme de uma folha da trapoeraba- Se liga!
-roxa foi imerso em ambiente hipotônico e, logo em
seguida, foi colocado em uma lâmina e observado em Os elementos químicos importantes para a
microscópio óptico. constituição dos organismos podem ser lembra-
dos através do termo “CHONPS”.
Durante a observação desse corte, foi possível identificar o: Diferenças na porcentagem de água em órgãos
a) A acúmulo do solvente com fragmentação da organela.
do corpo humano: cérebro 75%, sangue 81%,
b) rompimento da membrana celular com liberação do fígado 86%, músculos 75%, rins 83% etc.
4
-2
citosol.
13
c) aumento do vacúolo com diluição do pigmento no seu Quanto à classificação, essas substâncias podem ser
.7
d) quebra da parede celular com extravasamento do ciadas baseado na presença ou ausência, respectivamen-
.8
vacúolo.
SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS
ar
membrana caracterizado pela passagem do solven- São a água e os sais minerais. Temos, então, as
gi
adquire solvente. Dessa forma, o vacúolo celular z Solubilidade: é considerada solvente universal,
gi
aumenta em volume. Vale ressaltar que a célula pois consegue dissolver uma grande quantidade
vegetal não sofre rompimento, pois é constituída de de substâncias;
parede celular. Resposta: Letra C. z Tensão superficial: alta coesão entre as moléculas;
z Atua no controle da temperatura corporal: é
capaz de absorver e de conservar calor;
z Participa de diversas reações químicas importan-
tes para os organismos.
BIOQUÍMICA
Já os sais minerais (como ferro, cálcio e iodo por
BIOLOGIA
Colágeno — pele
de serem absorvidos. Por este motivo, devemos
28
São classificadas em quatro tipos, de acordo com a Conhecidos também como gorduras, são insolú-
lm
Essa molécula de colesterol pode se associar à pro- As enzimas podem ser reutilizadas em diferentes
reações, já que não ocorre gasto delas durante as rea-
teínas presentes no sangue e formar lipoproteínas, as
ções químicas. O melhor funcionamento das enzimas
famosas moléculas de HDL (colesterol bom) e de LDL ocorre em uma temperatura ideal e um pH ótimo, e
(colesterol ruim). isso vai variar para cada uma. É preciso saber o local e
a forma de ação das enzimas para encontrar as melho-
Ácidos Nucleicos res condições de funcionamento. Um exemplo disso
é a amilase salivar, com funcionamento ideal em pH
Formados pelo conjunto de nucleotídeos. Classi- ligeiramente mais básico. Quando chega ao estômago,
ficam-se em Ácido Desoxirribonucleico (DNA) e Áci- que apresenta pH ácido, ela é inativada e, no intesti-
no, a amilase pancreática passa a exercer a função de
do Ribonucleico (RNA). Têm como função carregar a
hidrolisar o amido.
informação genética, bem como codificar e traduzir
informações referentes à síntese de proteínas. PROCESSOS DE OBTENÇÃO DE ENERGIA NA
CÉLULA
Vitaminas
Metabolismo Energético
Auxiliam na manutenção e no bom funcionamen-
to do organismo, sendo obtidas via alimentação. Atu- Reações químicas ocorrem o tempo todo em orga-
am como coenzimas (catalisadores enzimáticos). Não nismos vivos. Denominamos metabolismo energético
fornecem energia aos organismos. Quando em falta, o o conjunto de reações que tem como objetivo a obten-
ção de energia.
indivíduo sofre por avitaminose e quando em exces-
Podemos dizer que os processos metabólicos con-
so, denominamos hipervitaminose. Encontram-se
sistem em sucessivas atividades anabólicas e catabó-
divididas em dois grupos: as vitaminas hidrossolúveis licas, como ganhos e gastos de energia. Isso significa
e as lipossolúveis. que estamos formando e quebrando substâncias o
tempo todo. No anabolismo, as moléculas são forma-
z Hidrossolúveis — solubilizam em água. Vitami- das (reações de síntese) e no catabolismo, elas são
nas: C e Complexo B. O excesso é descartado na quebradas (reações de degradação), liberando produ-
4
Quimiossíntese
Respiração Anaeróbica
ar
lm
Fermentação
ção celular aeróbica. Ocorre no citoplasma. Pro- Ácido láctico
láctica
gi
REGULAÇÃO METABÓLICA
ho o
el el et
a
Mecanismos de Regulação Metabólica rm ar rd
e
ul il ol
Ve Am Ve Az An Vi
citos e ácidos graxos do tecido adiposo. Em atividade al. Vida: a ciência da biologia. Porto Alegre: Artmed,
-2
músculos precisam de energia rápida, utilizando, por- Em qual etapa do metabolismo energético celular a
28
d) Oxidação do piruvato.
de energia e, por possuir uma reserva de glicogênio e) Fosforilação oxidativa.
gi
se sanguínea. Porém, em casos excepcionais e emer- De acordo com o enunciado da questão, a termo-
lm
genciais, como uma situação de jejum prolongado, o genina impede a chegada de prótons até a enzima
gi
cérebro pode utilizar corpos cetônicos originados em ATP sintetase. Assim, interfere na produção de ATP,
ácidos graxos do fígado. evento proeminente na etapa de fosforilação oxida-
tiva do metabolismo. Resposta: Letra E.
Célula Procarionte
Mesossomo
Nucleoide
(DNA)
Citoplasma Flagelo
Parede
celular
Ribossomos
Cápsula
Plasmídeo Fímbrias
Membrana
plasmática
Célula Eucarionte
z Animal:
Lisossomo
Ribossomo Membrana plasmática
Aparelho de
Golgi
Citoplasma
Retículo
endoplasmático
rugoso
Peroxissomo
Centríolo
Núcleo
4
-2
13
.7
28
Rétículo endoplasmático
.8
liso
18
-0
z Vegetal:
ar
lm
Ribossomo Citoplasma
Aparelho
ar
de Golgi
Vacúolo
lm
gi
Cloroplasto
Mitocôndria
Peroxissomo
Retículo
endoplasmático Núcleo
492
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A unidade fundamental formadora da molécula A molécula de RNA também é formada por nucleo-
de DNA é o nucleotídeo. Cada nucleotídeo é constituí- tídeos. Porém, as bases nitrogenadas que constituem o
do por um açúcar (pentose), um grupamento fosfato RNA são adenina, uracila, citosina e guanina, orga-
e uma base nitrogenada. O conjunto de nucleotídeos nizadas em fita simples.
forma a fita de DNA, como mostra o esquema a seguir:
do ser desfeitas com maior facilidade. Portanto, uma Já se o processo for a transcrição, a fita de DNA
molécula com maior quantidade de ligações entre A-T formará moléculas de RNA mensageiro (RNAm) ao
é mais frágil do que uma molécula com maior quanti- invés de DNA.
dade de ligações entre C-G.
A molécula de DNA é estruturada em dupla hélice
e apresenta a capacidade de formar novas moléculas,
que podem ser de DNA ou de RNA (Ácido Ribonucleico). 493
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Repare que o processo é bem similar ao da replicação, embora a enzima formadora de RNA seja a RNA poli-
merase (não a DNA polimerase, que forma DNA) e, considerando que RNA, na maioria das vezes, não é dupla fita,
também não ocorre a ação da ligase (enzima que refaz as ligações de hidrogênio entre as fitas). Caso ainda reste
dúvidas sobre a diferença entre os dois processos, é interessante comparar as figuras que os representam, de
replicação e de transcrição.
Esse RNA mensageiro (RNAm) que foi produzido carrega os códons. A informação contida nele é lida (traduzi-
da) durante um processo denominado tradução. Nesta etapa, são necessárias também moléculas de RNA trans-
portador (RNAt), que carregam os chamados anticódons; e dos ribossomos que possuem RNA ribossômico (RNAr).
A leitura tem como resultado a formação de aminoácidos. Os conjuntos de aminoácidos formam as proteínas.
O anticódon sempre traz uma sequência complementar à do códon. Por exemplo, se o códon é AUG, então o
anticódon será UAC. O ribossomo conecta as subunidades maior e menor dele, de forma a abraçar a fita de RNAm
e iniciar a leitura do RNAm assim que encontra um códon de iniciação (start codon), que é sempre a metionina
(códon=AUG). A leitura continua até o momento em que o ribossomo encontra uma sequência de terminação, esse
códon é denominado códon de parada (stop codon). As sequências representativas dele podem ser observadas na
imagem que corresponde à tabela do código genético.
2ª base do códon
UUU Fenilalanina UCU UAU UGU
Tirosina Cisteína
4
UCA
Códon de
13
UUG
28
UGG Triptofano
.8
Hisidina
18
1ª base do códon
CAA
CUG CCG Glutamina CGG
CAG
ar
lm
Ao término da leitura:
494
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A figura a seguir traz um resumo dos processos de replicação, transcrição e tradução que ocorrem nas
células.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (ENEM — 2022) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um produto de terapia gênica no país,
indicado para o tratamento da distrofia hereditária da retina. O procedimento é recomendado para crianças acima de
12 meses e adultos com perda de visão causada pela mutação do gene humano RPE65. O produto, elaborado por
engenharia genética, é composto por um vírus, no qual foi inserida uma cópia do gene normal humano RPE65 para
corrigir o funcionamento das células da retina.
O enunciado da questão diz que o produto contém uma cópia do gene normal, que possibilitará sua expressão
correta. Consequentemente, por transcrição, formará o correto RNA mensageiro e, por tradução proteica, a pro-
ar
GENÉTICA
gi
Genética é a área da biologia que estuda a hereditariedade, ou seja, a transmissão de características de pais
para filhos ao longo das gerações.
CONCEITOS IMPORTANTES
z Genótipo: características genéticas do organismo, mostra os tipos de alelo que o organismo possui. É representado
por letras, por exemplo: VV, Aa, bb etc.;
BIOLOGIA
z Fenótipo: características físicas, fisiológicas e comportamentais do organismo. Exemplos: cor do cabelo, textu-
ra de uma semente, tamanho do pé, agressividade etc.;
z Alelo: são as diferentes formas de representar as características de um mesmo gene. Ocupam mesmo lócus
gênico (posição em um cromossomo). Exemplos: Gene A, seus alelos podem ser A ou a;
z Homozigoto: apresenta alelos iguais e é representado por letras idênticas. Exemplos: AA, vv, BB;
z Heterozigoto: apresenta alelos diferentes. É representado por letras iguais, mas não idênticas, afinal uma
deverá ser maiúscula e outra minúscula. Exemplos: Aa, Vv, Bb; 495
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z Característica Dominante: é aquela que se z P = geração parental;
expressa em indivíduos com alelos em homozigo- z F1 = geração híbrida resultante do cruzamento
se e em heterozigose. Exemplo: AA e Aa; VV e Vv; entre 2 parentais;
BB e Bb etc.; z F2 = geração resultante da autofecundação do
z Característica Recessiva: é aquela que se expres- híbrido.
sa em indivíduos com alelos em homozigose, mas
não em heterozigose. Exemplos: aa, vv, bb etc. Mendel cruzou ervilhas com determinada caracte-
rística até ter certeza de que eram linhagens puras.
Depois, ele cruzou as linhagens puras obtidas (cruza-
Se liga! mento da geração parental). Obteve o híbrido (gera-
ção F1). Realizou autofecundação do híbrido e obteve
Fenótipo = Genótipo + Ambiente. a geração F2, encontrando as seguintes proporções:
Sexo feminino VV VV
ou Portador heterozigoto 100% 100%
Sexo indefinido
ou Falecido
Afetado P: X
vv
VV
União Gêmeos univitelinos
F1:
Vv
União consanguínea
Gêmeos bivitelinos
F2
Casal com filha
VV Vv Vv vv
75% 25%
famosos cruzamentos em ervilhas. Sim, aqueles cru- Segunda Lei de Mendel, ou Lei da Segregação
.7
tivo, praticidade em procedimentos com polinização acaso. Para o desenvolvimento e a comprovação des-
lm
controlada e a grande variedade de traços contrastan- sa Lei, Mendel investigou duas ou mais características
gi
Em seus testes, ele utilizava plantas que nomeou Exemplo: ervilhas amarelas e lisas versus ervilhas
lm
resultado de sucessivos cruzamentos por autofecun- Mendel obteve linhagens puras de ervilhas amare-
dação (com seleção das características de interesse) e las lisas e, também, de ervilhas verdes rugosas. Fez o
as híbridas eram resultado do cruzamento entre duas cruzamento delas e conseguiu a geração F1. Por auto-
linhagens puras. Após anos de estudo, ele postulou as fecundação da F1, surgiram as ervilhas da geração F2,
Leis de Mendel. encontrando a proporção fenotípica:
496
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Linhagem pura Linhagem pura
VVRR vvrr
100%
P:
VVRR VVRR
F1:
VvRr
F2:
V_R_ V_rr vvR_ vvrr
9 3 3 1
PROBABILIDADE GENÉTICA
Quando queremos analisar a probabilidade de duas características ocorrerem simultaneamente fazemos refe-
rência a regra do E = multiplicamos os resultados parciais para obter o resultado final. Exemplo: qual a chance
de uma criança ser albina E do sexo feminino? Devemos calcular as probabilidades para cada situação e multi-
plicá-las depois.
Quando queremos analisar a probabilidade de ocorrer apenas uma coisa ou outra fazemos referência à regra
do OU; somamos os resultados parciais para obter o resultado final (é importante lembrar do mínimo múltiplo
comum, lá da matemática para resolver). Exemplo: qual a chance de uma criança nascer albina OU do sexo femi-
nino? Devemos calcular a probabilidade para cada situação e somá-las depois.
Dominância Incompleta
13
.7
Ocorre quando o genótipo heterozigoto expressa uma característica intermediária, aquela dos genótipos
28
puros, homozigotos dominante e recessivo. Considerando as informações contidas na figura abaixo, temos que o
.8
genótipo híbrido é o VB e os puros são VV e BB. Exemplo: flores boca de leão ou flores maravilha.
18
-0
P: X
ar
vv
lm
BB
Vermelha (VV)
gi
F1:
Branca (BB) VB
Rosa (VB)
F2:
vv VB VB BB
25% 50% 25%
BIOLOGIA
497
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Codominância
Fenótipo A B AB O
Iª Iª I I
b b
Genótipo ou ou Iª Ib ii
Iªi Ibi
Aglutinogênio
A B AeB –
(nas Hemácias)
Aglutinina Anti-A
Anti-B Anti-A –
(no Plasma) e Anti-B
A, B, AB e O
Doa Para: A e AB B e AB A, B e AB
“Doador Universal”
A, B, AB e O
Recebe De: AeO BeO O
“Receptor Universal”
Se o sangue aglutina, significa que ele tem aquela proteína. Por exemplo, se adicionamos um pouco de aglu-
tinina Anti-A em uma amostra de sangue e esse sangue aglutina, significa que ele tinha a proteína A reagindo.
Fator Rh
Em 1940, foi descoberta uma proteína presente no sangue de macacos do gênero Rhesus. Essa proteína estimulava
a produção de anticorpos anti-Rh quando em contato com o sangue de outros animais. Assim, a população foi clas-
sificada em Rh+ e Rh-, ou seja, se o fator Rh está presente ou ausente no sangue do indivíduo. Por exemplo, quando
dizemos “meu sangue é A+”, estamos informando que temos proteína “A” e fator Rh na superfície de nossas hemácias.
4
Eritroblastose fetal (ou Doença Hemolítica do Recém-Nascido) ocorre apenas em casos de mãe Rh- e bebê Rh+.
-2
13
Afinal, o corpo da mãe ataca o que é estranho a ele, que é o fator Rh presente no bebê. Lembre-se, também, que,
no 1º filho, isso pode não representar um grande problema, mas se for o 2º filho, a mãe (que já foi sensibilizada
.7
28
Sistema MN
-0
É uma herança codominante representada por indivíduos MM, MN, NN na população. As letras representam
ar
Genes Letais
ar
Ocorre quando o descendente apresenta uma combinação de alelos que é letal em alguma fase do desenvolvi-
lm
mento embrionário, ou que leva à morte logo após o nascimento. A letalidade é associada a alelos em homozigose
gi
(normalmente casos de genótipo AA). Neste caso, a proporção fenotípica da prole será sempre 2:1, pois o AA
não é considerado, visto que nem chega a nascer.
Pleiotropia
Dizemos que ocorre um caso de Pleiotropia, quando um gene é responsável pela expressão de mais de uma
característica no organismo afetado.
Característica 1
Gene A Característica 2
Característica 3
Dizemos que é um caso de polialelia quando mais de um genótipo gera a mesma expressão fenotípica. Exem-
plo: pelagem de coelhos. Possíveis fenótipos: selvagem, chinchila, himalaia e albino.
Selvagem / aguti chinchila Himalaia Albino
(Castanho) (Cinza) (Branco com (Branco)
extremidades
escuras)
POSSÍVEIS GENÓTIPOS
Para pelagem selvagem é necessário pelo menos 1 “C” no genótipo; Chinchila, mínimo de 1 “CCh”; Himalaia,
mínimo de 1 “Ch”; e para Albino, é necessário “Ca” em dose dupla.
Cariótipo é o nome dado ao conjunto cromossômico característico de uma espécie. A seguir temos duas ima-
gens de cariótipo, ambas da espécie humana (46 cromossomos = 23 pares de cromossomos). Cada par possui um
cromossomo de origem paterna e outro de origem materna. Além disso, devemos observar que o cariótipo mas-
culino apresenta XY como último par de cromossomos (X que veio da mãe e Y que veio do pai) e que o cariótipo
feminino apresenta XX (um que veio do pai e outro que veio da mãe). Os outros 22 pares de cromossomos são
semelhantes em ambos os sexos e denominados autossomos. Veja nas imagens4 abaixo:
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
Considerando que mulheres são sempre XX, um cromossomo X obrigatoriamente vem da mãe (pois ela só tem
X para doar), através do ovócito II. Já no caso dos homens, que são XY, pode ocorrer a doação do cromossomo X ou
ar
do Y para os filhos. Por isso dizemos que quem define o sexo do bebê é o homem, afinal, tudo depende apenas do
lm
HERANÇA SEXUAL
lm
São heranças transmitidas para outras gerações via cromossomo X. Afetam mais homens do que mulheres.
Homens com apenas um “cromossomo X portador” são afetados, enquanto mulheres precisam do “cromossomo
X portador” em dose dupla para desenvolver a doença. Caso o “cromossomo X portador” esteja em dose sim-
ples, as mulheres são consideradas portadoras, mas não afetadas. Exemplos: Síndrome de Duchenne, daltonismo,
hemofilia.
São heranças transmitidas para outras gerações via Euploidias: envolvem todo o conjunto cromos-
cromossomo Y. Afetam apenas homens, visto que mulhe- sômico (genoma) e podem ser haploidias (“n”),
res não possuem cromossomo Y. Exemplo: Gene SRY (res- diploidias (“2n”), triploidias (“3n”), poliploidias
ponsável pelo desenvolvimento genital masculino). (“4n” ou mais). Exemplo: um indivíduo normal
Algumas provas podem considerar a hipertricose da espécie humana é diploide e tem 2n = 46
auricular (presença de pelos nas orelhas), mas atual- cromossomos, o que significa que tem 23 pares
mente essa herança não é mais classificada como res- de cromossomos. O zangão é haploide, ou seja,
trita ao Y. possui apenas cromossomos que recebeu da
mãe. Na banana, temos um exemplo de triploi-
Herança Influenciada pelo Sexo dia e, nas orquídeas, um de poliploidia;
Aneuploidias: envolvem apenas um tipo de
São heranças que afetam os sexos de maneiras cromossomo do genoma.
diferentes, não sendo transmitidas para as gerações
através do cromossomo X ou Y. z Nulissomia (2n-2): o indivíduo perde 2 cromosso-
Exemplo: calvície, afeta homens em padrão domi- mos de um dos pares. Em humanos seria equiva-
nante (CC e Cc = homens calvos; cc = homens normais lente a 46-2 cromossomos, ou seja, um indivíduo
para a calvície) e mulheres em padrão recessivo (CC e Cc = com 44 cromossomos;
mulheres normais para a calvície; cc = mulheres calvas). z Monossomia (2n-1): o indivíduo perde 1 cromos-
somo de um dos pares. Em humanos seria equiva-
MUTAÇÕES GENÉTICAS lente a 46-1 cromossomos, ou seja, um indivíduo
com 45 cromossomos. Exemplo: Síndrome de Tur-
ner 45, X0;
Mutação genética é definida como alteração que
z Trissomia (2n+1): o indivíduo ganha 1 cromosso-
ocorre no material genético do indivíduo. Em muitos
mo em um dos pares. Em humanos seria equiva-
casos essa alteração resulta no desenvolvimento de
lente a 46+1 cromossomos, ou seja, um indivíduo
síndromes.
com 47 cromossomos. Exemplo: Síndrome de Kli-
nefelter 47, XXY (apenas em homens), Síndrome da
z Gênicas: alterações nos genes. Elas podem ocor-
super fêmea 47, XXX (apenas em mulheres), Sín-
rer por meio de substituição, adição ou deleção de
drome de Patau, em que o indivíduo tem um cro-
bases nitrogenadas;
mossomo 13 a mais (independe do sexo), Síndrome
de Down, em que o indivíduo tem um cromosso-
mo 21 a mais (independe do sexo), Síndrome de
Se liga! Edwards, em que o indivíduo tem um cromossomo
A adição e a deleção de bases nitrogenadas 18 a mais (independe do sexo);
resultam em alteração não apenas de um ami- z Polissomia (2n+2, ou mais): em humanos, seria
noácido, mas de toda a sequência proteica pos- equivalente a 46+2 cromossomos, ou seja, um indi-
víduo com 48 cromossomos;
terior a esse evento. Já a substituição pode ou
4
Sendo assim, processos de adição e de deleção Exemplos: Diabetes mellitus, hipertensão arterial,
.8
ACONSELHAMENTO GENÉTICO
ar
lm
único par de genes. Exemplos: possível prever as chances de um casal ter um filho
ar
Fenilcetonúria: defeito ou ausência da enzima probabilidade desse filho ter olhos de uma cor espe-
gi
fenilalanina hidroxilase — herança autossômi- cífica, de ele apresentar determinado tipo sanguíneo,
ca recessiva; ou até mesmo de apresentar uma anomalia genética.
Acondroplasia: mutação no gene para FGFR3, Quando falamos de aconselhamento genético,
receptor do Fator de Crescimento Fibroblástico fazemos referência à aplicações desses estudos genéti-
3 — herança autossômica dominante; cos na vida humana, através da atuação de uma equi-
Distrofia Muscular de Duchenne: mutações pe especializada em genética médica. Durante uma
no gene para a distrofina — herança recessiva consulta, é realizada uma análise prévia das chances
ligada ao X. de um casal gerar um filho com alguma doença gené-
tica, alguma patologia específica ou com algum tipo
z Cromossômicas: alterações na estrutura ou no de má-formação. Geralmente, esse tipo de consulta
número de cromossomos; é indicado para casais que apresentam: histórico de
z Estruturais: inserção, deleção, duplicação, inver- câncer ou de doenças degenerativas em parentes pró-
são e translocação. Exemplo: Cri-du-Chat ou Sín- ximos — ou em filhos já existentes; consanguinidade
drome do miado de gato: (parentesco próximo do casal, podendo ser primos,
por exemplo); infertilidade; casais com idade avança-
500 Deleção: perda de um pedaço do cromossomo 5. da; dentre outros.
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Os procedimentos ocorrem da seguinte forma:
Gameta Amostra de células corporais
perguntas são feitas ao casal com o objetivo de conhe-
masculino
cer melhor o histórico familiar de cada um. Desta for- (22+X)
ma, é possível analisar se existem riscos reais de uma
alteração genética ou hereditária ocorrer.
Após as perguntas, o casal é submetido a alguns
exames físicos e são realizados exames de cariótipo.
Recebem o diagnóstico do caso e são realizadas conver-
sas de esclarecimento sobre o que pode ocorrer e as pos- Zigoto (44 + XX)
síveis formas de prevenção (quando houver). Por fim,
Gameta
ambos recebem acompanhamento psicológico para feminino
lidar com situações complicadas. (22+X)
desenvolvimento de determinada doença. Nesse caso, A principal teoria relacionada à origem do Univer-
.8
o gene associado à doença pode se manter inativo por so é conhecida como “big bang”, termo em inglês que
18
toda a vida ou ser ativado, dependendo do modo de significa a “grande explosão”. Porém, nesse caso, os
-0
vida e da exposição a fatores externos. O câncer é um pesquisadores preferem associar ao termo “expan-
ar
bom exemplo, pois é consequência de modificações são” — a saída da matéria de um determinado ponto,
lm
genéticas adquiridas por ação de fatores externos, expandindo-se para formar energia e partículas que,
gi
afetando células somáticas do organismo, não sendo posteriormente, se organizaram. Dessa forma, surgi-
ar
mos citar a fumaça de cigarro, o consumo de álcool e a z Criacionismo: hipótese da criação divina, isto é,
não utilização do filtro solar. Ademais, indivíduos seden- Deus criou todos os seres vivos, exatamente da for-
tários e/ou com uma alimentação inadequada também ma que conhecemos;
têm maiores chances de aumento da proliferação celu- z Panspermia: acredita-se que a vida surgiu em
lar e, consequentemente, das chances de mutação em algum lugar do espaço e que os seres vivos chega-
ram à Terra transportados por rochas que colidi-
células somáticas e desenvolvimento de neoplasias.
ram com o planeta;
z Oparin-Haldane: propuseram que a atmosfera
primitiva continha compostos (amônia, hidrogê-
BIOLOGIA
CENÁRIO PRÉ-EVOLUCIONISTA
ar
Darwinismo
lm
mente os organismos mais adaptados e que estes irão se os indivíduos possuem um ancestral em comum.
13
reproduzir mais, gerando maior número de descendentes. Exemplo: nadadeira da baleia e braço do ser huma-
.7
Organismos mais adaptados não significa o mes- no, pois apresentam a mesma constituição óssea.
28
mo que organismos mais fortes. Os mais fortes podem Órgãos análogos possuem mesma função, mas
.8
até ser os mais adaptados também, mas são coisas não indicam informações sobre a ancestralidade.
18
diferentes. O mais adaptado é aquele que tem caracte- Exemplo: asas de morcego, nadadeiras de peixes e
-0
rísticas mais favoráveis para o ambiente em questão. pernas humanas. Todos servem para a locomoção;
ar
Além disso, guarde também que pode ser encon- z Embriologia comparada: muitos vertebrados
lm
trado o nome Alfred Russel Wallace (1823-1913) rela- apresentam desenvolvimento embrionário simi-
gi
cionado às teorias da evolução. Ele também era um lar, ou seja, embriões muito parecidos. Exemplo:
naturalista e tinha interesse em entender os processos
ar
de transformação dos seres vivos. Chegou às mesmas z Convergência e irradiação adaptativa: na con-
conclusões que Darwin. Porém, Darwin foi o primeiro
gi
EVOLUÇÃO HUMANA
sepultar mortos.
sentam a capacidade de cruzar entre si gerando descen-
13
dentes férteis.
.7
uma nova espécie ocorre sem a formação de uma bar- 3,5 milhões 2,4 milhões 2,0 milhões 2,5 milhões 300 mil
reira geográfica, dizemos que é uma especiação do tipo
ar
É possível analisar quatro padrões comportamentais mesma espécie que vive em um mesmo local, den-
.8
ram sucesso, mediante suas estratégias, pois as espé- local, e dentro de um mesmo período de tempo;
lm
entre eles;
z 12º —biosfera: formada pelo conjunto de todos os
gi
nível mais avançado é formado por um conjunto de logia vemos o 5º nível (tecidos). Já o 6º e o 7º níveis
estruturas do nível anterior. Exemplos: (órgãos e sistemas), podem ser encontrados em tópi-
cos de anatomia e fisiologia. De População até Biosfera
z as moléculas são formadas por um conjunto de (do 9º ao 12º nível), encontram-se os níveis estudados
átomos; dentro da ecologia.
z as organelas são formadas por conjuntos de
moléculas; 505
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DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
ALGUNS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
Taxonomia é uma técnica utilizada em biologia para organizar e classificar os seres vivos de acordo com
semelhanças e graus de parentesco. A linguagem biológica utilizada permite que indivíduos de qualquer parte
do mundo sejam capazes de entender, descrever e nomear espécies, não importando o idioma falado. Veremos, a
seguir, as principais formas utilizadas para classificar os seres vivos.
Após alguns pensadores sugerirem modelos de classificação, ficou definido que aquele utilizado por Lineu
seria o mais aceito. Ele classificou os seres vivos em níveis de organização e utilizando a nomenclatura binomial.
Níveis de Organização
Lineu considerou características anatômicas para agrupar os organismos dentro de categorias, que foram
nomeadas táxons. Esses táxons seguem do mais amplo (Reino) para o mais específico (Espécie), com consequente
queda na biodiversidade (variedade de organismos), visto que os grupos se tornam cada vez mais seletos.
Se liga!
Para lembrar a ordem hierárquica de classificação taxonômica, basta guardar a sequência a seguir: ReFiCOFaGE.
Nomenclatura Binomial
Cada organismo foi classificado dentro de uma espécie, e cada espécie recebeu um nome científico único e
universal, o que permite o reconhecimento por qualquer pessoa do mundo. Deve ser sempre escrito em latim e
destacado no texto (itálico ou sublinhado). O gênero apresenta a primeira letra maiúscula e o restante (epíteto
específico) apenas letras minúsculas.
Gênero
13
.7
Espécie
28
.8
Filogenia
18
-0
Em filogenia, os seres vivos são classificados de acordo com o grau de parentesco evolutivo (número de carac-
ar
terísticas comuns entre os organismos). O modelo mais utilizado aqui é o cladograma, uma representação gráfica
lm
da árvore filogenética, que é construída com base na relação evolutiva entre as espécies.
gi
ar
Vírus
São acelulares, ou seja, não são formados por células. Consistem em uma estrutura constituída basicamente
de capsídeo (cápsula proteica), e material genético (DNA ou RNA), podendo ter também uma proteção externa
chamada de envelope viral. O capsídeo possui proteínas ligantes responsáveis pela especificidade entre o vírus e
a célula que ele ataca.
Não apresentam metabolismo próprio, sendo classificados como parasitas intracelulares obrigatórios. Eles
inserem o material genético viral na célula hospedeira, utilizando o metabolismo dessa célula para gerar novos
vírus. Quando atacam bactérias, recebem um nome específico: bacteriófago.
Apresentam ciclo lítico e lisogênico. No ciclo lítico, ocorre rompimento (lise) celular, liberando novos vírus, que
atacarão novas células. No ciclo lisogênico, o material genético viral se liga ao material genético da célula hospedeira.
A transmissão do material genético ocorre a cada divisão celular, ou seja, ele se multiplica juntamente com a célula.
As doenças causadas por vírus são denominadas viroses e tratadas com antivirais ou com repouso e boa ali-
mentação. Algumas delas não têm cura, e algumas apresentam vacina como forma de prevenção. Podemos citar
como exemplos: AIDS, caxumba, dengue, ebola, febre amarela, gripe, hepatites, herpes, HPV, meningite, raiva,
506 rubéola, sarampo e varicela.
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Os seres vivos são, atualmente, classificados dentro de 5 grandes Reinos: Monera, Protista ou Protoctista (após a
inclusão das algas pluricelulares), Fungi, Plantae e Animalia.
PLANTAE OU ANIMALIA OU
MONERA PROTISTA FUNGI
METAPHYTA METAZOA
Procarionte Eucarionte Eucarionte Eucarionte Eucarionte
Unicelulares Uni/Pluricelulares Uni/Pluricelulares Pluricelulares Pluricelulares
Autótrofos / Autótrofos /
Heterótrofos Autótrofos Heterótrofos
Heterótrofos Heterótrofos
Armazenam Armazenam
– – Armazenam celulose
glicogênio glicogênio
Ex.: mofos, Ex.: musgo, Ex.: moscas, vermes,
Ex: bactérias Ex: protozoários
cogumelos samambaia leão
Em uma categoria mais ampla e abrangente comparada a reinos, há os 3 domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya,
separados de acordo com o tipo celular (procarionte ou eucarionte). Atualmente, a classificação é feita em 8 Reinos e
o reino Monera encontra-se dividido em Archaea e Bacteria. O Reino Protoctista em Archezoa, Protista e Chromista.
Bactérias
As bactérias são representantes do Reino Monera, unicelulares e procariontes. Podem ser encontradas em pra-
ticamente todos os ambientes, inclusive a altas temperaturas, alta pressão e dentro de outros organismos. Apresen-
tam grande importância ecológica (ciclo do nitrogênio, atividade decompositora), além de econômica (produção
de alimentos, remédios e em projetos de engenharia genética), embora algumas possam causar doenças.
Em sua maioria, têm capacidade de produzir o próprio alimento através de fotossíntese e de quimiossíntese,
4
sendo seres autotróficos. Mas também podemos encontrar bactérias heterotróficas, que podem habitar ambientes
-2
Morfologicamente, podem ser do tipo: cocos, bacilo, espirilo, espiroqueta e vibrião. A parede celular é de pep-
.7
28
A reprodução pode ser assexuada, por meio de fissão binária, ou sexuada, quando realiza conjugação, trans-
18
formação ou transdução.
-0
Podem causar doenças tanto em animais quanto em vegetais. Exemplos de doenças bacterianas que atingem
humanos: difteria, tétano, coqueluche, sífilis, tuberculose, dentre outras. Em casos de contaminação por doenças
ar
lm
Protozoários
ar
lm
São unicelulares, eucariontes e heterotróficos. A grande maioria apresenta vida livre, mas podem viver
gi
também dentro de outros organismos (parasitas, por exemplo). São classificados em quatro tipos, de acordo com
a forma de locomoção: ciliados (movimentam-se por cílios), flagelados (movimentam-se por flagelos), rizópodes
(movimentam-se por pseudópodes), e esporozoários (não apresentam estrutura de locomoção e é o único grupo
em que todos os representantes são parasitas).
Quanto à reprodução, esta pode ser assexuada ou sexuada, dependendo da espécie. Como doenças humanas
causadas por protozoários podemos citar: doença de chagas, malária, toxoplasmose, leishmaniose, tricomoníase
e amebíase.
Fungos
BIOLOGIA
São seres uni ou pluricelulares, eucariontes e heterotróficos. Habitam diversos ambientes, podendo viver,
inclusive, no organismo humano. A reprodução pode ser tanto sexuada (cariogamia, plasmogamia), quanto asse-
xuada (brotamento, esporulação).
A parede celular é constituída por quitina. São classificados em cinco grupos distintos: quitridiomicetos, zigo-
micetos, ascomicetos, basidiomicetos e deuteromicetos. No caso dos cogumelos, podemos observar a presença de
filamentos, denominados hifas. Sendo o conjunto de hifas chamado de micélio. 507
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Podem ser encontrados em associação com algas, onde são descritos como líquens. Também atuam no ambien-
te como saprófagos, predadores ou parasitas. Em humanos, podem causar doenças como micose, candidíase,
sapinho e frieira.
O Reino Plantae foi dividido em 4 grandes grupos: Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. De
maneira geral, todos os grupos apresentam as seguintes características:
Existem duas formas de reprodução: sexuada (encontro de gametas) e assexuada. A reprodução sexuada
13
apresenta um passo a passo relacionado ao encontro dos gametas, que é definido como ciclo reprodutivo. Existem
.7
28
basicamente três tipos de ciclo: haplobionte haplonte, haplobionte diplonte e diplobionte. O que os diferencia é
a ocorrência de adultos haploides ou diploides e o número de cromossomos encontrados nas células somáticas.
.8
18
Além disso, os ciclos haplobiontes, tanto haplonte quanto diplonte, apresentam apenas uma forma de vida adulta
e o ciclo diplobionte apresenta duas. Vamos analisar melhor as características básicas de cada um deles:
-0
ar
z Ciclo Haplobionte Haplonte: o indivíduo adulto é haploide (n) e o zigoto é diploide (2n). O adulto produz
lm
gametas haploides (n), que se unem na fecundação formando o zigoto diploide (2n). O zigoto passa pelo proces-
gi
so de meiose, formando células haploides, que dão origem aos indivíduos adultos. Considerando que a meiose
ar
z Ciclo Haplobionte Diplonte: diferente do ciclo anterior, o adulto deste ciclo é diploide (2n) e o zigoto tam-
gi
bém é diploide (2n). Aqui temos um indivíduo adulto (2n) que forma gametas por um processo de meiose,
ou seja, gametas (n). Esses gametas se encontram e se unem durante a fecundação, formando o zigoto (2n), o
qual origina um indivíduo adulto (2n) por processos de mitose. Como a meiose origina os gametas, dizemos
que ocorre meiose gamética neste ciclo;
z Ciclo Diplobionte: este ciclo apresenta duas formas de vida adulta, sendo uma haploide (n) e outra diploi-
de (2n), e consideramos que ocorre alternância de gerações. Gametas haploides (n) se unem para a produ-
ção do zigoto (2n). Esse zigoto realiza mitoses, originando o adulto (2n). O adulto realizará meiose e formará
células haploides (2n), que darão origem a um indivíduo adulto haploide (n). Esses adultos haploides (n) pro-
duzem gametas haploides (n), que se unem no processo de fecundação originando zigotos diploides (2n). O
ciclo se inicia novamente;
z A alternância de gerações ocorre entre gerações haploides e diploides.
508
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A BIOLOGIA DOS ANIMAIS
O Reino animal encontra-se dividido em 9 Filos: Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos, Moluscos, Anelí-
deos, Artrópodes, Equinodermas e Cordados.
z Poríferos: tecidos e órgãos ausentes; não possuem folhetos embrionários; acelomados; simetria ausente ou
radial; sem segmentação; blastóporo (boca/ânus) — ausência de boca; sistema digestório ausente, realizando
digestão intracelular; exoesqueleto; revestido externamente por pinacócitos e internamente por coanócitos;
a respiração compreende uma troca gasosa realizada através do fluxo de água gerado pelos coanócitos; não
possuem sistema circulatório, nem excretor, uma vez que a excreção também ocorre através do fluxo de água
criado pelos coanócitos;
z Cnidários: tecidos especializados, ausência de órgãos; folhetos embrionários diblásticos; pseudocelomados;
simetria radial em adultos; sem segmentação; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório
incompleto; digestão extracelular e intracelular; esqueleto ausente, com exceção dos corais que tem exoesque-
leto calcário; o revestimento exterior é a epiderme; o interior é feito pela gastroderme; sistema respiratório
ausente, respiração realizada por difusão (do mais concentrado para o menos concentrado); sistema circulató-
rio ausente; sistema excretor ausente, elimina substâncias por difusão;
z Platelmintos: apresentam órgãos e sistemas rudimentares; folhetos embrionários triblásticos; acelomados;
simetria bilateral; não segmentados; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; o sistema digestório é incompleto
com digestão intracelular e extracelular; não possuem esqueleto; revestidos por epiderme; sistema respira-
tório ausente, respiração realizada por difusão (do mais concentrado para o menos concentrado); sistema
circulatório ausente; sistema excretor rudimentar, a excreção é realizada por protonefrídeos (Células-flama).
z Nematelmintos: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; pseudocelomados; simetria
bilateral; sem segmentação; blastóporo (boca/ânus) protostômio; sistema digestório completo; digestão extra-
celular e intracelular; esqueleto ausente; revestidos de epiderme; sistema respiratório ausente, respiração
realizada por difusão (do mais concentrado para o menos concentrado); sistema circulatório ausente; sistema
excretor protonefrídeo;
z Moluscos: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilateral; sem
segmentação; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório completo; digestão extracelular e intra-
celular; esqueleto ausente, alguns grupos com concha interna ou externa; revestidos por manto; sistema respi-
ratório branquial/pulmonar/cutâneo; sistema circulatório aberto, com exceção dos cefalópodes, que apresentam
sistema circulatório fechado. Tem a hemocianina como pigmento sanguíneo; sistema excretor metanefrídeo;
z Anelídeos: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilateral; seg-
mentos muito semelhantes, com exceção da cabeça; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório
completo; digestão extracelular e intracelular; esqueleto ausente; revestidos de epiderme; sistema respiratório
cutâneo; sistema circulatório fechado, constituído por corações laterais, e têm a hemoglobina como pigmento
sanguíneo; sistema excretor metanefrídeo, um par por segmento do corpo;
z Artrópodes: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bila-
teral; segmentação diferenciada, heterogênea; blastóporo (boca/ânus) — protostômio; sistema digestório
4
completo; digestão extracelular e intracelular; exoesqueleto de quitina, às vezes também endurecido por
-2
13
sais de cálcio; revestidos de epiderme/exoesqueleto; respiração por brânquias em animais aquáticos, tra-
.7
queias e filotraqueias em animais terrestres; sistema circulatório aberto, coração tubular; a excreção em
28
insetos ocorre por Túbulos de Malpighi, em crustáceos, por glândulas antenais e, em aracnídeos, através
.8
de glândulas coxais;
18
z Equinodermas: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilate-
-0
ral em larvas e pentarradial em adultos; não segmentados; blastóporo (boca/ânus) — deuterostômio; sistema
digestório completo; digestão extracelular e intracelular; endoesqueleto formado por placas calcárias e com
ar
espinhos; revestidos de epiderme; respiração realizada por brânquias, pés ambulacrários; sistema circulató-
lm
rio aberto; sistema excretor ausente, excreta na água por difusão direta;
gi
z Cordados: apresentam tecidos e órgãos; folhetos embrionários triblásticos; celomados; simetria bilateral;
ar
Principais Verminoses
z Teníase e cisticercose: Taenia solium (porco) e Taenia saginata (boi). O verme é chamado solitária. É herma-
frodita e seus órgãos reprodutores se encontram nas proglotes. O homem é o hospedeiro definitivo. O porco
e o boi são os hospedeiros intermediários. Costuma-se dizer que a carne apresenta “canjiquinha”. A teníase é
causada pela ingestão de larvas na carne, enquanto a cisticercose está relacionada à ingestão direta de ovos
da Taenia solium, mas não da Taenia saginata; 509
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Profilaxia: cozinhar bem a carne, por exemplo.
z Ascaridíase: causada pelo verme Ascaris lumbricoides. Não possui sexos separados (monoico/hermafrodita).
Um hospedeiro apenas, o homem. Fezes com ovos podem contaminar água e alimento;
z Ancilostomose: Ancylostoma duodenale ou Necator americanus. Vermes com sexos separados. Doença conhe-
cida como “amarelão”. Larvas conseguem penetrar pela pele;
z Filariose (Elefantíase): verme da espécie Wuchereria bancrofti. Sexos separados. Mosquito Culex é o vetor.
O parasita vai para o sistema linfático, se reproduz rapidamente e pode levar ao entupimento dos vasos. A
consequência é o inchaço do órgão afetado, que adquire um aspecto que lembra membros de um elefante (por
isso o nome);
FUNÇÕES VITAIS DOS SERES VIVOS E SUA RELAÇÃO COM A ADAPTAÇÃO DESSES ORGANISMOS A DIFERENTES
AMBIENTES
z Alimentação:
z Reprodução:
Polinização: plantas atraem animais como o beija-flor que, ao se alimentar do néctar, fica cheio de grãos
de pólen em seu corpo. Ao voar ele espalha esses grãos de pólen, favorecendo a reprodução da planta. Plan-
4
tas com essa característica se reproduzem mais, sendo consideradas mais adaptadas;
-2
Tipo de desenvolvimento do embrião/feto: larval, dentro de ovo, dentro de marsúpio, dentro do corpo
13
da mãe;
.7
28
z Ambiente:
.8
18
Tipo de excreta nitrogenada: amônia — ambiente úmido (exemplo: peixes, girinos), ureia (exemplo:
-0
homem, tubarão e anfíbio adulto) e ácido úrico — ambiente seco (exemplo: aves e répteis);
ar
lm
z Defesa:
gi
ar
predadores;
gi
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (ENEM – 2022) De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a filariose e a leishmaniose são consideradas doen-
ças tropicais infecciosas e constituem uma preocupação para a saúde pública por ser alto o índice de mortalidade a
elas associado. Uma medida profilática comum a essas duas doenças é o(a):
As doenças citadas no enunciado, filariose (causada por um verme nematoide chamado Wuchereria bancrofti,
popularmente conhecida como elefantíase) e leishmaniose (protozoose, que tem como agentes etiológicos pro-
tozoários do gênero Leishmania) têm em comum a existência de vetores (insetos) para completarem seus ciclos
de transmissão. Dessa forma, uma das alternativas de prevenção seria o controle dos vetores. Resposta: Letra D.
2. (ENEM – 2022) Antimicrobianos são substâncias naturais ou sintéticas que têm capacidade de matar ou inibir o cres-
cimento de microrganismos. A tabela apresenta uma lista de antimicrobianos hipotéticos, bem como suas ações e
efeitos sobre o metabolismo microbiano.
Qual dos antimicrobianos deve ser utilizado para curar uma infecção causada por um fungo sem afetar as bactérias
da microbiota normal do organismo?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
Diferentemente dos fungos, as bactérias são organismos procariontes, que não possuem a organela centríolo,
relacionada aos microtúbulos e à divisão das células. Utilizando-se, portanto, o antimicrobiano 2, seria possível
afetar o fungo sem atingir as bactérias da microbiota. Resposta: Letra B.
EMBRIOLOGIA
Embriologia é a parte da biologia que estuda o desenvolvimento embrionário, desde a fase de ovo (formação
do zigoto) até o final do estágio de embrião, onde ocorre a formação dos tecidos e órgãos (organogênese). Após
4
-2
esta etapa, os estudos fazem referência ao período entre a formação do feto e a ocorrência do parto.
13
Em biologia, esses estudos são importantes para a classificação dos animais quanto: aos folhetos embrioná-
.7
GAMETOGÊNESE
-0
ar
Primeiramente, vamos entender como ocorre a formação dos gametas, ou seja, a gametogênese. Em indivíduos
lm
do sexo masculino, esse processo é denominado espermatogênese e, no sexo feminino, oogênese (ou ovulogênese).
gi
ar
ESPERMATOGÊNESE (HOMENS)
lm
Espermatogônia (2n)
gi
Espermatócito I (2n)
meiose I
Espermatócito II (2n)
meiose II meiose II
Espermátides (2n)
BIOLOGIA
Espermatozóides (n)
Espermiogênese
511
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Segmentação ou Clivagem
OOGÊNESE (MULHERES)
Ovogônia (2n) Fase de sucessivas mitoses (várias divisões celu-
lares). Ocorre um aumento no número de células, de
forma a manter constante o volume ocupado pelo zigo-
Ovócito I (2n) to. Sendo assim, as células formadas apresentam um
meiose I menor tamanho e recebem o nome de blastômeros.
Ovócito II (n) Corpúsculo Polar (n)
O primeiro estágio da segmentação é denominado
mórula, caracterizado por um conjunto maciço com
meiose II
cerca de 16 a 32 células, que lembra uma amora (por
Corpúsculos Polares (n) isso o nome). Nesta etapa, os blastômeros migram
Óvulo (n)
para a periferia, formando a blastoderme e, como
consequência, uma cavidade se forma no centro, a
blastocele. Após, com o aparecimento do blastocele,
A espermatogênese ocorre nos testículos. É um
tem início a fase de blástula.
processo contínuo que tem início na puberdade e
duração por toda a vida do homem. Muito cuidado
para não confundir espermatogênese e espermiogê- Gastrulação
nese. O primeiro termo se refere a todo o processo de
formação do gameta masculino, enquanto o segundo, A camada de células da blástula sofre um dobra-
refere-se apenas ao processo de diferenciação das mento, que resulta na formação do blastóporo. Aqui,
células em formato de espermatozoide. as células começam a se diferenciar, dando origem
A ovulogênese (ou oogênese) ocorre nos ovários. aos folhetos embrionários (ectoderme, mesoderme
Tem início no período fetal e, ao fim do terceiro mês e endoderme). O blastóporo dará início à formação
de vida, as mulheres já têm os ovócitos I formados e do tubo digestório. Se ele formar primeiro a boca, o
estacionados na prófase I da meiose. Na puberdade, organismo será classificado como protostomado, mas
ocorre a liberação do FSH (Hormônio Folículo Esti- se ele formar primeiro o ânus, então o organismo
mulante), que provoca a maturação e liberação de será classificado como deuterostomado (apenas equi-
um ovócito por mês (ovulação), resultando no ovócito nodermas e cordados são deuterostomados no reino
II. Esse ovócito II fica estacionado na metáfase II da animal).
meiose II, e só completará a divisão, se tornando óvu-
lo, se houver fecundação. ORGANOGÊNESE
Essa célula começa a se dividir, dando início à fase de sáveis pela formação dos tecidos e dos órgãos, bem
13
um polo animal (com pouca ou nenhuma quantidade z Ectoderme (camada + externa): tecido nervo-
18
de vitelo) e um polo vegetativo (onde se concentra o so, tecido epitelial. Exemplos: sistema nervoso,
-0
z Alécito ou Metalécito: considerado sem vitelo. ossos, cartilagem, coração, músculos, rim;
lm
z Oligolécito (ou Homolécito): pouco vitelo dis- de revestimento interno do sistema digestório e
tribuído de maneira uniforme no ovo. Exemplos: anexos: sistema respiratório e revestimento inter-
Poríferos, Cnidários, Equinodermos, Anfioxo; no da bexiga. Exemplos: glândulas salivares, fíga-
z Mediolécito (ou Heterolécito): quantidade inter- do, pâncreas.
mediária de vitelo distribuído de forma desigual
entre os polos animal e vegetativo do ovo (mais Com relação ao desenvolvimento embrionário, os
concentrado em vitelo). Exemplos: Moluscos, Ane- animais podem ser considerados:
lídeos, Platelmintos, Peixes e Anfíbios;
z Telolécito: muito vitelo concentrado em maior z Ovulíparos: são aqueles que liberam ovos no meio
quantidade no polo vegetativo. Exemplos: Répteis, externo (água). Exemplos: Anfíbios e alguns peixes;
Aves, Ornitorrinco (mamífero que bota ovo), Cefa- z Ovovivíparos: se desenvolvem em ovos dentro
lópodes (polvo); do organismo materno (vitelo). Exemplos: alguns
z Centrolécito: o vitelo fica concentrado no centro répteis (cobras) e o tubarão-branco;
do ovo. É conhecida também como segmentação z Ovíparos: se desenvolvem em ovos fora do orga-
superficial, pois a divisão ocorre apenas no núcleo. nismo materno (vitelo). Exemplos: aves, tubarão-
512 Exemplos: Artrópodes. -zebra e répteis;
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z Vivíparos: se desenvolvem dentro do corpo da mãe se fixa na parede do útero e inicia o processo conheci-
e sem a formação de ovos (presença de placenta). do como nidação ou implantação.
Exemplos: mamíferos (exceção: ornitorrinco) e Para que isso seja possível, o sinciciotrofoblasto
tubarão-martelo. produz enzimas que permitem a invasão do tecido
materno, além da implantação com rápida expansão
Dica pelo endométrio, até que todo o embrião esteja locali-
zado dentro do tecido. Começa a formação de estrutu-
Ovo à Mórula, à Blástula, à Gástrula, à Nêurula, à ras extraembrionárias: âmnion, cavidade amniótica,
Organogênese. cório, saco vitelínico, placenta etc.
ANEXOS EMBRIONÁRIOS
Se liga!
São estruturas anexas ao embrião, ou seja, apesar
A placenta tem função de realização de trocas
de não fazerem parte dele, ajudam no seu desenvolvi-
mento. São elas:
gasosas, nutrientes e excretas entre mãe e feto.
É formada por uma parte materna e por uma
z Âmnio: é uma bolsa que aparece no fim da pri- fetal.
meira semana de gestação, delimitando a cavida-
de amniótica, preenchida pelo líquido amniótico.
Terceira Semana do Desenvolvimento
Tem como função a proteção contra choques e
contra o ressecamento. Essa estrutura permitiu
Período embrionário: fase de nêurula e da organo-
que embriões se desenvolvessem fora da água, ou
gênese. Aqui ocorre o desenvolvimento do tubo neu-
seja, que o desenvolvimento ocorresse no ambien-
ral, da notocorda, da linha primitiva e da formação de
te terrestre. Exemplos: répteis, aves e mamíferos;
órgãos e sistemas, a partir dos três folhetos embrio-
z Córion: é uma membrana que envolve o embrião
nários (ectoderme, mesoderme e endoderme). Esse
e todos os seus anexos embrionários. É responsá-
período de formação e desenvolvimento do embrião
vel pelas trocas gasosas realizadas entre o meio e o
segue ocorrendo até a oitava semana do desenvolvi-
embrião. Exemplos: répteis, aves e mamíferos;
mento. É caracterizado como o período com maior
z Alantoide: é uma bolsa que cumpre a função de
chance de “erros”, podendo ocasionar as malforma-
remover as excretas do embrião. Em mamíferos é
ções congênitas, conhecidas pela alta incidência em
responsável pela eliminação da ureia. Exemplos:
embriões.
répteis e aves;
z Saco vitelínico: bolsa que armazena o vitelo. Tem
função de fornecer nutrientes ao embrião. Exem- Nona Semana do Desenvolvimento, até o
plos: muito desenvolvido em peixes. Presente tam- Nascimento do Bebê
bém em répteis e aves;
z Em mamíferos placentários, as funções do cório e Neste momento, o embrião já se transformou em
do alantoide são realizadas pela placenta e cordão feto, portanto, inicia-se a fase de desenvolvimento
umbilical. Também, não apresentam saco vitelíni- fetal, que tem duração até o momento do nascimento.
Os pontos mais importantes dessa etapa são o rápido
4
feminino.
ar
lm
Primeira Semana do Desenvolvimento tuídos por mais de uma célula, podendo até mesmo
gi
posas etc.
.7
28
.8
18
HISTOLOGIA
-0
ar
ANIMAL
lm
Glândula Glândula
gi
Confira a imagem7:
Epitélio simples
Epitélio estratificado
Epitélio pseudoestratificado
Veja a ilustração8:
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
Se liga!
gi
Existe também um epitélio que é classificado como “de transição”. Ele é um tipo especial de epitélio. Suas
células apresentam formato variável conforme a distensão do órgão que elas formam. Como exemplo, cita-
mos as células encontradas em grande quantidade no tecido da bexiga urinária, as quais têm aparência glo-
bosa quando a bexiga está vazia e formato achatado quando ela está cheia.
O epitélio escamoso, também chamado de simples pavimentoso, está presente nos alvéolos pulmonares e
BIOLOGIA
Pele
É o maior órgão do corpo humano. Tem função protetora do organismo como um todo e, também, de órgãos
internos. Ela é composta por três camadas de tecidos, as quais são:
z Epiderme: uma camada visível, formada por células mortas ou que estão para morrer. Essa é camada mais
externa da pele;
z Derme: localizada logo abaixo da epiderme. É onde se encontram as raízes dos pelos, as terminações nervosas,
os vasos sanguíneos e o colágeno;
z Hipoderme (ou tecido subcutâneo): camada mais interna da pele. É onde ficam as gorduras, as veias e os
músculos. É composta por células repletas de gordura, participando diretamente do processo de isolamento
térmico.
Poro Glândula
Corpúsculo de sebácea
sudoríparo Pelo
Meissner
Camada córnea
Epiderme
(queratinizada)
Terminação nervosa
livre
Derme
Glândula sudorípara
Tecido subcutâneo
(adiposo)
Artéria
Veia Folículo piloso
4
-2
Anexos Epidérmicos
13
.7
Correspondem aos pelos (proteção e controle da temperatura corporal), às unhas (proteção) e a algumas glân-
28
Mucosa
-0
ar
Caracterizada como um tecido epitelial que reveste o corpo internamente — isto é, reveste órgãos e superfícies
lm
internas.
gi
As mucosas são formadas por epitélio acoplado ao tecido conjuntivo, formando uma camada responsável por
revestir cavidades úmidas do organismo. O tecido conjuntivo, aqui, recebe o nome de lâmina própria ou lâmina basal.
ar
lm
Como exemplos, temos a mucosa da boca, do estômago, do intestino, do nariz, do pulmão, do útero, entre outras.
gi
TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo é responsável por nutrir, dar sustentação e preencher espaços entre os tecidos. Sua com-
posição inclui grande quantidade de células, a matriz extracelular e as fibras. O que define cada um dos tipos de
tecido conjuntivo é a composição da matriz e o conjunto celular que o compõe.
Os diferentes tipos de tecido conjuntivo possuem células também específicas, além de uma matriz extracelular
constituída por diferentes moléculas e fibras, o que determina a função desenvolvida.
A matriz extracelular pode ser:
las características desse tecido são os condrócitos. senta contrações lentas e involuntárias e, portan-
lm
Apesar de ser um tecido flexível, tem como função, a to, está associado à movimentação involuntária do
gi
sustentação de partes do corpo. Pode ser encontrado, organismo. Pode ser encontrado na bexiga, no úte-
por exemplo, no nariz e nas orelhas. Como exceção ro, no trato digestório e nas artérias, por exemplo.
aos demais, é avascular. São células revestidas por lâmina basal. Em indiví-
duos adultos são capazes de se dividir, atuando em
Tecido Conjuntivo Ósseo situações de aumento dos órgãos, ou reparo teci-
dual. Em gestantes, ocorre um aumento numérico
Apresenta grande quantidade de matriz extra- e volumétrico dessas células;
celular rica em fibras colágenas, glicoproteínas e z Muscular estriado esquelético: formado por
BIOLOGIA
proteoglicanas. A matriz é calcificada por deposição células alongadas e com vários núcleos (multinu-
de cristais de cálcio sobre as fibras, o que torna esse cleadas). Os núcleos ocupam a região mais peri-
tecido mais rígido do que os outros tecidos. As célu- férica das células. Tem como função a contração
las específicas desse tecido são os osteócitos (células voluntária do organismo. Devido à conexão com os
ósseas maduras), osteoclastos (células ósseas velhas) ossos, está associado à locomoção. Suas fibras mus-
e os osteoblastos (células ósseas jovens). culares são constituídas por miofibrilas, as quais
10 Disponível em: https://www.biologianet.com/histologia-animal/tecido-muscular.htm. Acesso em: 26 jan. 2021. 517
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consistem em um conjunto de sarcômeros (respon-
sáveis pela contração muscular). Essas células não
Corpo celular
se multiplicam em indivíduos adultos, mas podem
sofrer hipertrofia como consequência de exercício
físico11;
Fibra muscular
Axônio
Dendrito
Bainha de mielina
Miofibrila
Sarcômero
Neurônio12
Células musculares apresentam nomes espe- comparadas aos neurônios. Na figura13 a seguir, pode-
.8
ciais para algumas estruturas: mos observar os tipos de células, caracterizadas como
18
TECIDO NERVOSO
gi
z Meristemas: são tecidos vivos indiferenciados, ou b) tratar consequências da anemia profunda, em razão
13
seja, podem ser comparados a células tronco de da perda de grande volume de sangue.
.7
z Epiderme: assim como a epiderme de humanos, a gias, essa propriedade pode ser útil para evitar a
lm
epiderme das plantas é o tecido que reveste o corpo formação de coágulos ou trombos, que impedem o
gi
do vegetal. Tem função de proteção, com células orga- fluxo do sangue. Resposta: Letra A.
nizadas de maneira compacta e que podem apresen-
tar pigmentos. Como células características desse 2. (ENEM – 2022) Diversas substâncias são empregadas
tecido temos as células-guarda dos estômatos; os tri- com a intenção de incrementar o desempenho espor-
comas; os litocistos e as células tuberosas; tivo de atletas de alto nível. O chamado doping san-
z Periderme: conjunto de tecidos de origem secundá- guíneo, por exemplo, pela utilização da eritropoietina,
ria. É formado pelo súber, felogênio e feloderme; é proibido pelas principais federações de esportes
z Parênquima: tecido vegetal associado a processos de no mundo. A eritropoietina é um hormônio produzi-
cicatrização e revestimento, devido à sua capacida-
BIOLOGIA
pelo transporte do sangue por todo o corpo. coração, levando o sangue para os órgãos e os teci-
-2
O coração de mamíferos, incluindo o de huma- z Capilares: são vasos muito delgados que realizam
.8
18
nos, é formado por quatro câmaras: dois átrios e dois a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos
-0
esquerdo é formado pelo átrio esquerdo e pelo ven- ção. O sangue presente no interior desses vasos
lm
trículo esquerdo. Em meio a essas câmaras podemos apresenta baixa pressão, diferente do que ocorre
gi
encontrar também válvulas, ou seja, estruturas que, nas artérias. Uma característica específica desses
ar
de certa forma, controlam a passagem de sangue, vasos é a presença de válvulas que impedem o
lm
Pulmão
Artéria pulmonar
Veias pulmonares
Veia Cava
Artéria Aorta
Átrio esquerdo
Átrio direito
Ventrículo
esquerdo
Ventrículo
direito
Corpo Pulmão14
Lembre-se que nos pulmões ocorre o processo de hematose (ou troca gasosa): o sangue, até então rico em gás
carbônico, recebe oxigênio proveniente da respiração pulmonar. O sangue, agora rico em oxigênio, retorna ao cora-
ção por meio das veias pulmonares, chegando a esse órgão pelo átrio esquerdo. Ele segue do átrio para o ventrículo
esquerdo. Então, o sangue é bombeado para o corpo, saindo do coração pela artéria aorta.
O sangue alcança vários órgãos e tecidos do corpo. Nos capilares ocorrem as trocas gasosas, que correspondem
a quando o oxigênio presente no sangue é passado para os tecidos, e o gás carbônico produzido na respiração
celular é deixado para o sangue. Os capilares reúnem-se formando vênulas, que formam as veias, as quais levam
esse sangue pobre em oxigênio e rico em gás carbônico de volta para o coração. O sangue é transportado até o
coração por meio da veia cava e entra pelo átrio direito. Esse sangue, agora rico em gás carbônico e pobre em
oxigênio, é enviado para o ventrículo direito, e do ventrículo direito é bombeado para os pulmões por meio das
artérias pulmonares. Lá passa novamente pelo processo de hematose e todo o processo é reiniciado.
SISTEMA DIGESTÓRIO
O sistema digestório tem como função processar os alimentos ingeridos de forma que seja possível aprovei-
tar os nutrientes necessários para o organismo e eliminar o que não for utilizado.
Na figura15 a seguir, é possível identificar a localização dos órgãos que compõem o sistema digestório humano:
Boca
4
-2
13
Fígado
.7
28
Esôfago
.8
18
Estômago
-0
ar
lm
gi
Intestino
ar
grosso Pâncreas
lm
gi
Intestino
delgado Reto
BIOLOGIA
Os órgãos do sistema digestório possibilitam a ingestão e a digestão do alimento, a absorção dos nutrientes e
a eliminação do que for desnecessário para o corpo. Sendo assim, é importante saber o papel desempenhado por
cada um dos órgãos digestórios.
a quantidade de alimento ou líquido digerido. É no disso, o apêndice pode inflamar, causando apendicite.
-2
na) e por manter o pH ácido. Lembrando que as enzi- Glândulas Acessórias ao Sistema Digestório
mas estomacais tem melhor ação quando em pH ácido
ar
(PH do estômago = 2.0). Apesar de parecer arriscado São definidas como glândulas que lançam subs-
lm
termos “ácido” dentro do nosso corpo, as células do tâncias no tubo digestório, mas não fazem parte deste
gi
estômago ficam liberando muco e esse muco protege tubo, por isso são chamadas de acessórias. São elas:
ar
o órgão realizando sua função de digestão. z Glândulas salivares: atuam na produção da saliva,
gi
tem, como função, o armazenamento da urina; Já as estruturas internas consistem em: testículo,
28
z Uretra: é o canal que permite que a urina seja epidídimo, canal deferente, canal ejaculatório e uretra.
.8
Pênis Ânus
é desempenhada. Eles são formados por um glomé- Epidídimo
rulo renal, envolvido por uma cápsula (Cápsula de Testículo Próstata
Bowman), local de ocorrência da filtração do san-
Saco escrotal
gue. Seguidamente, apresentam túbulos: o contor-
cido proximal e o contorcido distal, onde ocorre a
Hormônio
da mesma forma, recebe sangue durante a excitação
.7
Se liga!
As glândulas endócrinas lançam substâncias
Ovário (hormônios) diretamente nos vasos sanguíneos.
Endométrio
Fímbria Já as glândulas exócrinas, lançam suas secre-
Miométrio ções em superfícies livres, ou seja, nunca em
Vagina vasos sanguíneos.
Colo do útero
Hipotálamo
Hormônios de liberação: Hipófise
GHRH, CRH, TRH, GnRH Hormônio do
Hormônios inibitórios: crescimento,
somatostatina, Prolactina
dopamina, vasopressina, ACTH, MSH, TSH, FSH
ocitocina e LH
Glândula tireoide Glândulas
T2, T4 e calcitonina paratireoides
Paratormônio
Glândulas suprarrenais
Cortisol
Aldosterona
Androgênios suprarrenais
Adrenalina Pâncreas
Noradrenalina Insulina
Glucagon
Somatostatina
Ovários
Estrogênios
Progesterona
Testículo
Testosterona
Hipotálamo
O hipotálamo é uma região responsável por manter a homeostase (equilíbrio) do organismo e realizar fun-
ções endócrinas e nervosas. Caracteriza-se como uma região do sistema nervoso capaz de controlar o sistema
4
endócrino, pois age diretamente sobre a hipófise, e indiretamente sobre outras glândulas (tireoide, adrenal,
-2
mamárias e gônadas).
13
Hormônios: produz ADH e Ocitocina, que são enviados para a neurohipófise liberar.
28
.8
18
Hipófise
-0
Conhecida como “glândula-mestre” por produzir hormônios que regulam outras glândulas presentes no orga-
ar
nismo. Apresenta tamanho pequeno, equivalente ao de uma ervilha. Pode ser referenciada pelo nome mais anti-
lm
Adenohipófise
metabolismo acelerado;
sangue, redistribuição de sangue para diferen-
.8
Hipotireoidismo na criança: pode levar ao cre- lera batimentos cardíacos e mantém a pressão
lm
Pâncreas
lm
Central
.7
Encéfalo
zoides. Já em mulheres induz a formação dos folí-
.8
Medula
LH: em homens induz a produção de testoste-
-0
espinhal
rona. Já em mulheres promove a ovulação e a
Sistema Nervoso
ar
produzir progesterona.
gi
Gânglios
Já quanto à função dos hormônios em si, teremos:
ar
Nervos
de características secundárias masculinas (bar-
gi
Hipotálamo Meninges
13
Hipófise Cerebelo
.7
z Tálamo: reorganização dos estímulos nervosos e Essas membranas são classificadas como: dura-máter
percepção sensorial (consciência); (mais externa), aracnoide (intermediária) e pia-máter
ar
z Cerebelo: responsável pelo equilíbrio do corpo, Vale notar que a meningite é uma infecção menin-
lm
pelo tônus e vigor muscular, pela orientação espa- gocócica causada por bactérias que se alojam no inte-
gi
cial e pela coordenação dos movimentos. rior dessas membranas, podendo gerar inflamação ou
até infecção generalizada.
A ingestão de álcool afeta o cerebelo, prejudican-
do a coordenação dos movimentos. É por esse motivo SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO – SNP
que uma pessoa alcoolizada fica com dificuldades em
manter o equilíbrio do corpo. Nervos
Tronco Encefálico São fios finos formados por vários axônios de neurô-
nios envolvidos por tecido conjuntivo, que transmitem
z Mesencéfalo: recepção e coordenação da contra- mensagens de várias partes do corpo para o sistema
ção muscular e postura corporal; nervoso central, ou destes para as regiões corporais.
z Ponte: manutenção da postura corporal, equilí-
brio do corpo e tônus muscular;
528
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Classificação dos nervos: ÓRGÃOS DOS SENTIDOS
Gânglios Nervosos
Terminações Nervosas
Formado por nervos motores que conduzem impul- Estímulos externos, associados à luz ambiente,
sos do sistema nervoso central (SNC) à musculatura atingem os nossos olhos e permitem a associação de
estriada esquelética. É responsável por determinar ações informações através da formação de imagens.
conscientes: andar, falar, abraçar, correr etc.
Os olhos são órgãos fotossensíveis, que possuem
Sistema Nervoso Periférico Involuntário estruturas capazes de transformar estímulos lumino-
sos em potenciais de ação. Esses estímulos serão trans-
Constituído por nervos motores que conduzem mitidos ao nosso cérebro, onde serão processadas as
impulsos do sistema nervoso central à musculatura
imagens.
4
neurônios: pré-ganglionares (corpo celular dentro do O olho apresenta uma região denominada crista-
.8
SNC); pós-ganglionares (corpo celular dentro do gânglio). lino (semelhante à uma lente) que divide o olho em
18
Além disso, o sistema nervoso periférico involun- duas regiões: humor aquoso (anterior) e humor vítreo
-0
tário encontra-se dividido em duas partes: simpático (posterior). Há, ainda, outra região, formada por três
e parassimpático. Veja:
ar
z Sistema nervoso simpático: é aquele que prepara ra e pela córnea; a camada intermediária, formada
gi
o organismo para situações de estresse (instinto de pela coroide, pelo corpo ciliar e pela íris; e a camada
ar
z Sistema nervoso parassimpático: responsável vamos falar de cada uma dessas partes:
gi
Eles desenvolvem ações antagônicas no organismo. z Esclera: é a camada protetora do olho. Formada
Vamos exemplificar os dois Sistemas utilizando uma por tecido conjuntivo, rico em fibras colágenas;
mesma situação: resposta corporal perante um assalto. z Córnea: localizada na parte da frente do olho.
Neste caso, o sistema simpático agirá preparando Apresenta formato esférico e transparente;
o organismo para lutar ou para fugir. Desta forma, z Coroide: responsável pela nutrição da retina.
as pupilas se dilatarão, a saliva será inibida, deixan- Localizado entre a retina e a esclera. É uma região
do a boca seca, os batimentos cardíacos aumentarão,
rica em vasos sanguíneos e de coloração escureci-
a bexiga relaxará, adrenalina e noradrenalina serão
BIOLOGIA
de distinguir as sensações de doce, salgado, azedo e da neutralidade”. Isso significa que o revestimento
gi
amargo. Isso é possível graças à presença de papilas desses fármacos não será afetado no estômago, sob
ar
gustativas, encontradas em diferentes regiões da lín- a ação de secreções gástricas, onde o pH=2,0, mas
lm
gua. Os alimentos colocados em nossa boca estimulam sim no intestino, com pH=8,0, isto é, próximo do
gi
receptores gustativos existentes nas papilas, e o cére- valor neutro. Resposta: Letra C.
bro processa a informação, seja de uma lembrança
associada aquele alimento, seja da primeira impres-
são que temos ao provar algo novo. É possível sentir 2. (ENEM — 2022) Em 2002, foi publicado um artigo
a textura e a temperatura das coisas que provamos. científico que relacionava alterações na produção de
hormônios sexuais de sapos machos expostos à atra-
Tato zina, um herbicida, com o desenvolvimento anômalo
de seus caracteres sexuais primários e secundários.
As funções associadas ao tato são realizadas em Entre os animais sujeitos à contaminação, observa-
conjunto com a nossa pele. Ela permite a percepção
ram-se casos de hermafroditismo e desmasculini-
de textura dos materiais, de temperatura, de pressão
e de dor. Além disso, você precisa saber que as termi- zação da laringe. O estudo em questão comparou a
nações nervosas que nos permitem associar essas sen- concentração de um hormônio específico no sangue
sações estão mais concentradas nas extremidades do de machos expostos ao agrotóxico com a de outros
nosso corpo. Por exemplo, se colocar as pontas de dois machos e fêmeas que não o foram (controles). Os
530 lápis na palma de uma mão, será possível perceber, resultados podem ser vistos na figura.
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IMUNOLOGIA
5
Concentração do hormônio (ng mL—1)
Imunologia é a área da biologia que estuda o sistema
imunológico, ou seja, os mecanismos de defesa do orga-
nismo. Esse sistema funciona como uma barreira de pro-
4
teção contra patógenos e corpos estranhos que possam
invadir nosso corpo, de forma a reconhecê-los e destruí-
-los. Isso é possível devido ao trabalho em conjunto de
3
órgãos e células específicas envolvidas no processo.
É por meio de estudos nessa área que podemos
2 obter maiores informações sobre doenças autoimu-
nes, alergias, hipersensibilidade, rejeição a transplan-
tes, imunodeficiência, dentre outros.
1
IMUNIDADE INATA E IMUNIDADE ADQUIRIDA
VACINA SORO
18
Curativa
olho para a formação de imagens estão envolvidas Preventiva (an-
ar
Utilização (depois do
duas estruturas celulares: os cones e os bastonetes. tes do contato)
lm
contato)
Os cones são sensíveis à energia dos fótons, e os bas-
gi
Anticorpos
(mortos, ate-
lm
(produzidos em
quecidos ou
ro de fótons incidentes. Um animal que tem bastone- outro animal)
aos pedaços)
tes mais sensíveis irá:
Microrga-
Toxinas/
a) apresentar daltonismo. Ação Contra nismos/
venenos
b) perceber cores fora do espectro do visível. patógenos
c) enxergar bem em ambientes mal iluminados. Resposta Lenta Imediata
d) necessitar de mais luminosidade para enxergar.
BIOLOGIA
Produção de
Bastonetes estão relacionados à intensidade luminosa. Sim Não
Anticorpos
Um animal com bastonetes mais sensíveis terá maior
Memória
facilidade de captação e visão, enxergando melhor em Sim Não
Imunológica
locais com pouca luz. Resposta: Letra C. 531
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TRANSPLANTES indicador de células do protozoário. Depois de induzidas
as defesas, estas passam a destruir todas as células
Quando falamos em transplante na área de saúde, com a molécula tumoral, como se lutassem apenas con-
nos referimos ao processo de transferência de células, tra o protozoário. Disponível em: www.estadao.com.br.
tecidos e órgãos com atividade vital, com o objetivo de Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
recuperar funções perdidas.
Basicamente, existem dois tipos de transplante: Qual o mecanismo utilizado no experimento para
autólogo, com estruturas retiradas e implantadas na enganar as células de defesa, fazendo com que ata-
própria pessoa, porém em local diferente; e alogêni- quem o tumor?
co, quando as estruturas são retiradas de uma pessoa
(doador) e implantadas em outra (receptor). Em casos a) Autoimunidade.
de estruturas retiradas de doador morto, é importan- b) Hipersensibilidade.
te que a morte seja muito recente e que as estruturas
c) Ativação da resposta inata.
estejam conservadas.
d) Apresentação de antígeno específico.
Em casos de rejeição, ocorre ausência de reconhe-
e) Desencadeamento de processo anti-inflamatório.
cimento da nova estrutura (célula, tecido ou órgão)
pelo sistema imunológico do receptor. Isso gera uma
produção de anticorpos contra a estrutura transplan- O ataque ao tumor representa um recrutamento do
tada, e consequente destruição dessa estrutura. Em sistema imune, para defesa, quando reconhece um
alguns casos essa rejeição pode levar o receptor à antígeno, molécula estranha. Assim, acontece a pro-
morte. Por este motivo é importante que sejam reali- dução específica de anticorpos e células de memó-
zados testes de compatibilidade de sangue e antígenos ria, ferramentas importantes para o combate ao
entre o doador e o receptor. Quanto mais compatíveis, câncer. Resposta: Letra D.
maior será a chance de sucesso no transplante. Para
evitar que tecidos sejam rejeitados, os pacientes são
orientados a utilizar medicamentos imunossupresso-
res por tempo indeterminado ou por toda a vida. BIOTECNOLOGIA
É importante destacar que não existe chance de
rejeição em transplantes autólogos. Isso porque o Biotecnologia é uma área que une engenharia,
código genético das estruturas é o mesmo, visto que
química e biologia, visando a criação de produtos que
doador e receptor são a mesma pessoa.
permitam melhores condições de vida para a popula-
ção como um todo.
DOENÇAS AUTOIMUNES
Atualmente é possível até mesmo editar genes, de
forma a modificar pontos específicos do nosso DNA.
Doenças autoimunes ocorrem quando um organis- O quadro a seguir representa muito bem as diversas
mo começa a atacar e destruir células dele mesmo, ou técnicas utilizadas nos estudos biotecnológicos atuais.
seja, o sistema imune do indivíduo produz anticorpos
contra estruturas do próprio organismo. Essas doen- Biotecnologia Moderna
ças normalmente não possuem uma forma de cura (Engenharia genética)
4
Clonagem
dessas substâncias costuma mostrar resultados satis-
28
(induzida)
camentos não venha a ser viável, pode ser necessária
ar
tos finais da fase de mórula (quando existe entre 8-16 Ovelha Finn Dorset Ovelha Scottish Blackface
-2
Óvulo
pluripotentes.
-0
núcleo do
do, incluindo a placenta e os anexos embrionários. Já as
lm
óvulo
células pluripotentes podem formar diversos tecidos, Óvulo
gi
anuclear
mas nunca formarão placenta e anexos embrionários.
ar
não resulte em prejuízo algum, nem agora nem para independente do DNA cromossômico da bactéria. Ele
13
gerações futuras. O importante é termos consciência das funciona como um vetor neste processo, realizando o
.7
possibilidades sobre o que pode vir a ocorrer. transporte do gene de interesse. Essa técnica é utilizada,
28
de cada ser. Cada amostra de sangue passou por procedi- de forma complementar, ou seja, o que um não tem
13
mentos de preparo, sendo colocadas em meio a enzimas o outro deve ter. O filho nunca apresentará algo que
.7
que selecionam trechos de interesse do DNA em questão não existe no pai nem na mãe. Observe a imagem26 a
28
Se você entendeu bem a matéria chegou à conclu- Temas polêmicos dentro dessa área: aborto, eutanásia,
-2
são de que o culpado pelo crime é o suspeito 3. clonagem humana, experimentação animal, células-tron-
13
DNA Mitocondrial
somente o campo científico, ultrapassando fronteiras
.8
dria é uma organela citoplasmática com material gené- mo, pelo excesso de interferência humana em processos
ar
tico próprio. No caso de análises de DNA mitocondrial, reprodutivos vitais, causando provável diminuição de
lm
as bandas moleculares do filho devem ser as mesmas variabilidade genética entre os indivíduos.
gi
da transmissão de DNA mitocondrial paterno em estu- mamente útil quando tratamos de metas de sustenta-
dos sobre enfermidades infantis, no entanto, os próprios bilidade, por exemplo:
pesquisadores sugerem maior número de pesquisas a
respeito e melhor discussão futura sobre o assunto. A z Bioenergética (geração de energia): melho-
princípio, a ideia de DNA mitocondrial materno baseia- ramento genético de leveduras resultando em
-se na fecundação já que, nesse momento, o núcleo do aumento na produção de etanol;
espermatozoide adentra o ovócito, as demais partes z Meio ambiente: biopolímeros produzidos a partir
de recursos renováveis que atuam na prevenção
não; dessa forma, as mitocôndrias paternas não parti-
da poluição ambiental;
cipariam do processo visto que se encontram na peça z Biorremediação de áreas contaminadas por
intermediária do gameta e não na região de fusão. metais tóxicos: seres vivos descontaminan-
do ou reduzindo o teor de poluentes em áreas
ambientais.
27 Disponivel em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/biothec-dna-technology/dna-sequencing-pcr-electrophoresis/a/polymerase-
536 -chain-reaction-pcr. Acesso em 03 mar. 2021.
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z População: conjunto de indivíduos de uma mes-
EXERCÍCIOS COMENTADOS ma espécie que vive em um mesmo local, dentro
de um mesmo período de tempo;
1 (ENEM – 2020) Instituições acadêmicas e de pesqui- z Comunidade: conjunto de indivíduos de diferen-
sa no mundo estão inserindo genes em genomas de tes populações que vivem em um mesmo local e
plantas que possam codificar produtos de interesse num mesmo período de tempo;
farmacológico. No Brasil, está sendo desenvolvida z Ecossistema: formado pelos fatores bióticos
uma variedade de soja com um viricida ou microbicida (vivos) e abióticos (não vivos), além das interações
capaz de prevenir a contaminação pelo vírus causador entre eles;
da aids. Essa leguminosa está sendo induzida a pro- z Biosfera: formada pelo conjunto de todos os ecos-
duzir a enzima cianovirina-N, que tem eficiência com- sistemas do planeta.
provada contra o vírus.
FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS
OLIVEIRA, M. Remédio na planta. Pesquisa Fapesp, n° 206, 2013.
O ecossistema é mantido em constante equilíbrio
A técnica para gerar essa leguminosa é um exemplo devido às relações que ocorrem entre fatores biótico
de e abióticos.
Os fatores bióticos são a parte viva do ecossiste-
a) hibridismo. ma. Podemos citar as bactérias, os fungos, as algas,
b) transgenia. as plantas e os animais. Os fatores abióticos são os
c) conjugação. componentes não vivos, representados por elementos
d) terapia gênica. físicos, químicos e geológicos. Temos como exemplos:
e) melhoramento genético. vento, água, solo, ar, temperatura, pH etc.
Essa etapa deve ser realizada para: MANUTENÇÃO DA VIDA, FLUXO DA ENERGIA E DA
13
MATÉRIA
.7
b) identificar nas amostras anticorpos anti-SARS-CoV-2. Fluxo é definido como movimentação contínua.
Já a energia está associada à produção de ação e/ou
.8
d) purificar ácidos nucleicos virais, facilitando a ação da aquilo que ocupa lugar no espaço e apresenta uma
enzima. massa definida.
ar
e) obter moléculas de cDNAviral por meio da transcrição Sendo assim, estudar o fluxo da energia e da
lm
A técnica de PCR tem como principal objetivo elevar temas. Os dois processos são fundamentais para o
lm
537
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Luz solar
Energia luminosa
Glicose
Energia química
Fotossíntese Glicose
OH H OH OH OH
C C C C C C H
H H H H
C6H12O6
Autótrofos
É importante lembrar que também existem algas e bactérias capazes de realizar esse processo.
A energia produzida pelos seres fotossintetizantes é aproveitada pelos outros organismos, uma vez que é
transferida de um organismo para outro, de maneira linear, ao longo das cadeias alimentares.
CADEIA ALIMENTAR
A cadeia alimentar consiste em um modelo didático. Seu objetivo é organizar e exemplificar o percurso da
energia e da matéria orgânica dentro de um ecossistema, visando as relações existentes entre os organismos que
ali vivem. Nessas cadeias, a transferência de energia é sempre unidirecional, ou seja, passa de um organismo
a outro sem chance de retorno.
Dentro das cadeias alimentares, os organismos são classificados em 3 tipos: produtores, consumidores e
decompositores:
herbívoros são aqueles que se alimentam, diretamente, dos produtores e, por esse motivo, são chamados
de consumidores primários;
4
carnívoros são aqueles que se alimentam de outros consumidores. Eles serão considerados consumidores
-2
13
z os decompositores são seres heterotróficos capazes de realizar a ciclagem dos nutrientes. São representados
-0
pelos fungos e pelas bactérias. Eles utilizam energia de qualquer organismo da cadeia alimentar que esteja
ar
em processo de decomposição. Dessa forma, eles retornam para o ambiente diversos elementos químicos que
lm
Podemos dizer que o fluxo de energia se inicia com a captação da energia luminosa pelos produtores e termina
ar
lm
na ação dos decompositores, podendo passar, também, pelos consumidores neste caminho.
A cada transferência ocorrida de um organismo para outro, ocorrem perdas de energia na forma de calor. Isso
gi
acontece pois a cada nível trófico, parte da energia contida nas moléculas orgânicas é utilizada para a realização
de trabalho, como a manutenção do metabolismo por exemplo.
Nível trófico pode ser entendido como a posição ocupada por um organismo dentro da cadeia alimentar.
Organismos que ocupam um mesmo nível trófico possuem hábitos alimentares semelhantes.
Produtores ocupam o 1º nível trófico, consumidores primários ocupam o 2º nível trófico, consumidores secun-
dários ocupam o 3º nível trófico e assim por diante, até o último nível trófico, ocupado pelos decompositores.
Atenção para não confundir, por exemplo, consumidor primário com 1º nível trófico. Isso também se aplica
aos outros níveis dentro da cadeia alimentar.
As plantas são as produtoras de energia e, consequentemente, possuem 100% da energia originalmente pro-
duzida. Então, elas gastam cerca de 15% dessa energia em processos associados ao metabolismo, durante a respi-
ração celular. Logo, os organismos que consomem essas plantas conseguem obter um máximo de 85% da energia
que elas produziram.
Os herbívoros, entretanto, conseguem aproveitar apenas 10% desses 85% consumidos, sendo o restante elimina-
do com as fezes. Cerca de 15% a 20% dessa energia efetivamente aproveitada é utilizada para a realização de pro-
538 cessos metabólicos e apenas o restante é armazenado em substâncias específicas associadas aos tecidos corporais.
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No caso dos carnívoros, a quantidade de energia obtida na alimentação é, também, pequena. Ele aproveita
50% da energia obtida através da alimentação, eliminando o restante com as fezes. Além disso, cerca de 15 a 20%
da quantia aproveitada é utilizada para a realização dos processos metabólicos essenciais para a sobrevivência. E
isso se repete nos níveis posteriores.
Resumindo, a energia solar captada vai se dissipando na forma de calor ao longo da cadeia alimentar. O
importante, aqui, é entender que, a cada nível trófico, a quantidade de energia obtida no alimento é menor que
no nível anterior e maior do que o nível posterior. Para facilitar o entendimento sobre a transferência de energia
de um nível para o outro, vamos supor que, a cada nível, ocorra uma perda de 90% da energia obtida. Você pode
observar os resultados disso na figura a seguir:
1º nível trófico 2º nível trófico 3º nível trófico 3º nível trófico 5º nível trófico
Por este motivo, é muito difícil encontrar cadeias alimentares que apresentam organismos ocupando posições
acima do 4º nível trófico. A energia obtida é muito pequena e não compensa o gasto energético para a obtenção
do alimento. A figura a seguir representa um exemplo de cadeia alimentar:
1º Nível trófico
2º Nível trófico
3º Nível trófico
4º Nível trófico
TEIA ALIMENTAR
A teia alimentar nada mais é do que um conjunto de cadeias alimentares que ocorrem dentro de um ecos-
sistema. Neste caso, o fluxo de energia e nutrientes ocorre de forma multidirecional. O nome dado decorre do
emaranhado de cadeias formado, que lembra uma teia. A figura a seguir ilustra bem o assunto:
4
-2
13
.7
28
.8
18
Trinca-Ferro
Cobra
-0
ar
Besouro
(Tenébrio
ar
adulto e larva)
lm
Gavião
gi
A planta sempre será o produtor (1º nível trófico) e os fungos e bactérias sempre serão os decompositores (últi-
mo nível trófico). Embora, nessa teia, encontremos apenas uma planta, em teias alimentares, é possível encontrar
mais de um organismo produtor. O importante, aqui, é compreender que os organismos podem ocupar mais de
um nível trófico e que a definição desse nível dependerá do alimento escolhido por ele. Por exemplo, se um pás-
saro se alimentar diretamente da planta, ele será um consumidor primário, ocupando o 2º nível trófico. Caso ele
escolha se alimentar de um dos insetos disponíveis, será um consumidor secundário, ocupando o 3º nível trófico,
visto que os insetos se alimentam diretamente da planta. Já uma cobra pode se comportar ora como consumidor
BIOLOGIA
secundário, ora terciário e ora quaternário. Para treinar, veja se você consegue encontrar todas essas possibili-
dades na teia apresentada. E, caso não consiga, releia a explicação para consolidar melhor a matéria estudada.
Então, tente novamente encontrar as possíveis cadeias dentro dessa teia.
Uma forma de evitar erros ao estudar uma teia é escrever cada cadeia separadamente. Então, se você tem
dificuldades em analisar em conjunto as possíveis cadeias, não tenha vergonha de separá-las. Uma dica interes-
sante é realizar a leitura da teia compreendendo que as setas indicam um organismo, ou indivíduo, que serve de
alimento para o outro. 539
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Seguem alguns exemplos de cadeia alimentar pre- Os três estados nos quais a água pode se apresen-
sente na teia alimentar apresentada anteriormente: tar são sólido, líquido e gasoso. As transformações que
podem ocorrer entre esses estados físicos são a eva-
z Planta serve de alimento para pássaro, que serve poração, sublimação, condensação, fusão e solidifica-
de alimento para cobra; ção. Essas transformações ocorrem constantemente
z Planta serve de alimento para pássaro, que serve durante o ciclo da água.
de alimento para cobra, que serve de alimento
para gavião;
z Planta serve de alimento para besouro, que serve
de alimento para pássaro, que serve de alimento Precipitação
para cobra, que serve de alimento para gavião. E
assim por diante. Condensação
lizam a atmosfera como reservatório principal, enquan- mular-se novamente em mares, rios, lagos e geleiras).
13
to nos ciclos sedimentares o reservatório principal é a Já o ciclo longo da água ocorre com a participa-
.7
Geralmente, os ciclos gasosos são mais rápidos que os ta, a água pode, também, ser absorvida pelas raízes
.8
sedimentares. Alguns fatores podem influenciar a veloci- das plantas ou ingerida pelos animais (diretamente
18
dade dos ciclos biogeoquímicos, dentre eles, temos: ou através dos alimentos). Os vegetais devolvem água
-0
z as taxas de crescimento e de decomposição dos devolvem água através da respiração, da urina e das
fezes. A água acumulada nos tecidos dos seres vivos
gi
produção de energia).
da água acontece no ciclo longo também e, conside-
rando que nessa 2ª etapa ocorre tanto a evaporação
Estudaremos, agora, os ciclos que envolvem qua- da água quanto a transpiração, esses dois processos
tro dos elementos essenciais: ciclo da água, ciclo do são unidos e recebem o nome de evapotranspiração.
carbono, ciclo do oxigênio e ciclo do nitrogênio. A partir disso, podemos deduzir que, se a partici-
pação dos animais foi citada, então a referência é feita
Ciclo da Água ao ciclo longo e, quando não for citada, ao ciclo curto,
embora os dois ciclos sejam necessários e o ciclo curto
Você deve lembrar que a água é o composto mais ocorra, também, dentro do ciclo longo.
abundante no planeta (3/4 da superfície, sendo 97%
água salgada e 3% água de rios, lagos, geleiras e solos), Ciclo do Oxigênio
além de ser, também, o composto presente em maior
quantidade nos organismos vivos. Ela desempenha O oxigênio é o elemento que permitiu a presença
diversas funções fundamentais para a manutenção de vida no planeta. Ele é formado durante o processo
da vida: solvente universal, controle da temperatura, de fotossíntese realizado pelas plantas, sendo liberado
540 transporte de nutrientes, entre outras. no ambiente.
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Ao inspirar, os seres vivos absorvem esse gás para a realização do metabolismo energético (respiração celular).
Na atmosfera, as moléculas de O2 podem encontrar oxigênios livres e formar O3 (ozônio), composto importante
para a camada de ozônio.
Atmosfera
O2 CO2
CO2
O2 Respiração
O2
Litosfera Hidrosfera
Além disso, o oxigênio também pode ser usado na queima de combustíveis, com o consumo voltado para a
produção de energia.
Ciclo do Carbono
Ao contrário do oxigênio, que é liberado para o ambiente durante a fotossíntese, o carbono é absorvido pela
planta durante esse processo. Ele é utilizado para a formação da molécula de glicose e passa a ser denominado
“carbono orgânico”.
Após a morte dos animais, passados muitos e muitos anos, a matéria pode dar origem a combustíveis fósseis
(o petróleo é um exemplo), produto que terá ampla utilização em carros e indústrias. A queima de combustíveis
resulta na liberação de gás carbônico para a atmosfera, o que acarreta o aumento do efeito estufa e, por conse-
quência, o aquecimento global. Por esse motivo, é importante evitar ou reduzir o consumo desses compostos.
Fotossíntese
CO2
4
-2
Respiração
13
.7
Nutrição
28
Produtores Consumidores
.8
18
-0
Decomposição
Decompositores
ar
lm
gi
Combustão
Combustíveis Fósseis
ar
lm
gi
Observando a figura, podemos perceber que o carbono é incorporado à matéria animal através da alimenta-
ção, representada, no esquema, como nutrição, e que ele retorna à atmosfera através de processos de respiração,
decomposição e combustão.
Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio gasoso (N2) é o composto mais encontrado na atmosfera. Apesar disso, não conseguimos absorvê-
-lo na forma gasosa. Por isso, precisamos da ajuda de bactérias fixadoras (encontradas no solo ou em raízes de
BIOLOGIA
plantas leguminosas), para conseguirmos fixá-lo. É aí que entram as famosas bactérias Rhizobium. Esse processo
resulta na formação da amônia (NH3).
A amônia formada sofrerá nitrificação, por ação de bactérias nitrificantes, podendo seguir por dois cami-
nhos existentes nesse processo: a nitrosação ou a nitratação — transformação da amônia em nitrito e do nitrito
em nitrato respectivamente.
O nitrato formado será absorvido pelas raízes das plantas. Após todos esses processos, torna-se possível a
absorção do nitrogênio pelos animais, que obtêm o composto ao se alimentar dos vegetais. 541
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Para que o ciclo se encerre, é necessário que o que a comunidade se mantém em equilíbrio com o
nitrogênio retorne para a atmosfera. Sendo assim, as meio. As teias alimentares apresentam maior comple-
excretas nitrogenadas e a matéria em decomposição xidade, e a taxa de fotossíntese é igual à de respiração.
liberam amônia no solo através do processo de amonifi- A imagem28 a seguir ilustra o desenvolvimento da
cação. Agora, o nitrogênio pode ser encontrado no solo população durante a sucessão ecológica, do início ao
novamente, na forma de amônia e retornará à atmos- fim do processo.
fera quando o nitrato for desnitrificado por bactérias
desnitrificantes.
Etapas de uma Sucessão Ecológica
N2
atmosféricos
de suporte do meio
-2
13
fase clímax.
ar
a sucessão secundária ocorre em ambientes onde já O potencial biótico indica que toda população sob
lm
existiu vida, porém tudo desapareceu e nasceu nova- condições favoráveis tende ao crescimento infinito. No
gi
mente. Normalmente a sucessão secundária ocorre entanto, sempre existirá algum fator limitante que impe-
após um desastre ambiental, como após uma queima- dirá o crescimento em excesso, mantendo o equilíbrio.
da, em áreas desmatadas ou abandonadas. Esse fator limitante é denominado resistência do meio.
A sucessão, tanto primária quanto secundária, é A capacidade suporte indica o quanto a população
dividida em três fases: ecese (ou comunidade pionei- pode crescer sob a ação da resistência do meio e, com
ra), sere (ou comunidade intermediária) e clímax,
todos esses fatores, temos a indicação do crescimento
indo da fase mais simples para a mais complexa. Na
real que a população pode alcançar em um ambiente.
ecese, surge a comunidade pioneira, composta por
líquens, gramíneas e insetos. Após, surge a comuni- É importante destacar que o equilíbrio não é
dade intermediária, chamada de sere, que é composta representado por uma reta constante, sempre existirá
por plantas e animais de pequeno porte. E na última um equilíbrio dinâmico dentro das populações, ou
etapa, na comunidade clímax, existe um aumento na seja, ela cresce até o momento que algo impede o seu
biodiversidade (número de espécies) e na biomassa. crescimento, e então ela diminui, até o momento que
As plantas e animais têm um porte maior. É nessa fase consiga aumentar novamente.
28 Disponível em: https:/app.estuda.com/questoes/?id-142526. Acesso em: 03 mar. 2021.
542 29 Disponível em: https://pir2.forumeiros.com/t128046-uesb-dinamica-de-populações. Acesso em: 03 mar. 2021.
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INTERAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS
Os seres vivos interagem entre si e, em ecologia, essas interações são denominadas relações ecológicas. Elas
podem ser resumidas da seguinte forma:
Intraespecíficas
Harmônicas Desarmônicas
Sociedade Canibalismo
Colônia Competição
Intraespecíficas
Interespecíficas
Harmônicas Desarmônicas
Mutualismo Predação
Protocooperação Amensalismo
Comensalismo Parasitismo
Inquilinismo Competição
interespecífica
Relações intraespecíficas são aquelas que ocorrem entre indivíduos de uma mesma espécie. E relações inte-
respecíficas ocorrem entre indivíduos de espécies diferentes.
Relações do tipo harmônica são aquelas que beneficiam pelo menos um dos organismos envolvidos, sendo
benéfica, ou nula para o outro organismo. Relações desarmônicas prejudicam pelo menos um dos organismos
envolvidos.
Sociedade x Colônia
Em ambas ocorre divisão de trabalho e todos os organismos envolvidos se beneficiam. A diferença entre elas
4
-2
é que na sociedade os organismos são fisicamente separados, e na colônia são fisicamente unidos. Exemplos de
13
Canibalismo
.8
18
Um organismo mata outro da mesma espécie e se alimenta dele. Exemplos: baratas e viúva negra.
-0
A competição intraespecífica envolve organismos de uma mesma espécie que disputam por espaço, alimento
gi
ou pela fêmea (sexual). Na competição interespecífica ocorre disputa entre indivíduos de espécies diferentes por
ar
Mutualismo x Protocooperação
gi
Ambas são relações entre organismos de diferentes espécies, porém, no mutualismo a relação é obrigatória
para a sobrevivência de ambos, enquanto na protocooperação não existe obrigatoriedade. Exemplo de mutualis-
mo: líquens. Exemplo de protocooperação: jacaré e pássaro palito.
Comensalismo x Inquilinismo
Ambas ocorrem entre indivíduos de diferentes espécies e apresentam um organismo que se beneficia através
do outro, mas sem causar prejuízos. A relação é do tipo nula para o outro organismo, nem beneficia nem causa
BIOLOGIA
danos. No comensalismo o organismo come às custas do outro. Já no inquilinismo, um indivíduo vive sobre, ou no
interior de outro. Exemplo de comensalismo: rêmora e tubarão. Exemplo de inquilinismo: bromélias.
543
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Predação x Parasitismo z Mata atlântica: a mata atlântica é o ambiente com
maiores problemas relacionados à preservação
Ambas ocorrem entre indivíduos de diferentes do ambiente. Também sofre muito com o desma-
espécies e apresentam um organismo que se beneficia tamento, em consequência do processo de urbani-
e outro que é prejudicado. Na predação, um organis- zação. Representa uma floresta tropical perene no
mo mata o outro para se alimentar dele. No parasi- nordeste do Brasil e floresta tropical decidual no
tismo, um organismo se alimenta às custas de um sul do país. Altamente rica em bromélias e epífitas.
outro, porém gera prejuízo, mas não tem a intenção Além disso, espécies extremamente ameaçadas
de matar, pois, se matar o hospedeiro, ele morre jun- pertencem a esse ambiente;
to. Exemplo de predação: leão ao se alimentar de uma z Pantanal: caracterizado como planície alagadiça.
zebra. Exemplos de parasitismo: vermes com hospe- Também era considerado uma região de transi-
deiro humano, carrapatos, piolhos etc. ção entre a Amazônia e o Cerrado. Conquistou a
nomeação de bioma por conta de suas planícies
Amensalismo alagadiças (Bacia do Rio Paraguai). Apresenta
grande diversidade animal;
Relação entre organismos de diferentes espécies z Cerrado: é considerado a savana brasileira. É um
em que um deles produz uma substância capaz de ambiente que sofre com queimadas em estações
impedir o crescimento do outro. Exemplos: eucalip- secas. Conhecido como o 2º maior bioma brasileiro.
to, fungo que mata bactéria (caso da penicilina, um As árvores crescem de forma espalhada. As plantas,
antibiótico). no geral, possuem casca grossa, folhas coriáceas,
gemas pilosas e raiz profunda. O solo é rico em alu-
BIOGEOGRAFIA: ECOSSISTEMAS E BIOMAS mínio e por isso é considerado tóxico;
BRASILEIROS z Caatinga: região conhecida como semiárido bra-
sileiro. Menor índice pluviométrico (pouquíssima
Quando falamos de ecossistemas, biogeografia e chuva). O solo é fértil e apresenta muitos cactos se
biomas estamos envolvendo áreas como a biologia, desenvolvendo;
geografia e a ecologia. z Mata dos cocais: antigamente era considerado em
ecótono, porém conquistou a nomeação de bioma.
Ecossistemas
Presença de palmeiras: buriti, babaçu e carnaúba.
É o conjunto formado pela interação fatores abióti- Plantas economicamente importantes pela ampla
cos e comunidades bióticas, havendo transferência de utilização em produção de materiais;
z Mata dos pinhais: região com chuvas bem distri-
matéria e de energia entre eles.
buídas ao longo do ano. Apresenta característica
Como exemplos de biomas brasileiros, temos:
mista: elementos de origem tropical + araucárias;
Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado, Caatin-
z Vegetação costeira (Mangue): plantas que não
ga, Campos, Restingas e Manguezais.
crescem muito e vivem em ambiente de água salo-
bra, com estruturas especiais para a eliminação de
Biomas Brasileiros sal. Também, as raízes são profundas em conse-
quência do solo lodoso;
4
limites naturais.
-0
Como exemplos de biomas brasileiros, temos: Ecossistemas que não têm mais capacidade de
recuperação natural são considerados ambientes
ar
teira (Mangue).
As florestas costumam ser degradadas devido a
ar
Tipos de Sustentabilidade
O Brasil é um país rico em recursos naturais de todos
lm
Podemos dividir a sustentabilidade em 3 tipos: os tipos. Possui um solo rico em nutrientes, e as maiores
gi
Efeito Estufa30
maior taxa de reprodução dos insetos transmissores. de moradias em localidades mais pobres.
-2
A principal medida discutida como tentativa de diminuição da mata ciliar nas margens dos rios. Neste
.7
diminuir o superaquecimento consiste em projetos caso, os sedimentos se acumulam no leito desses. Com
28
que visam a diminuição da emissão de gases estufa isso, pode haver secas na região em decorrência da
.8
Eutrofização
Dizemos que ocorre eutrofização quando há acúmulo de nutrientes (nitrogênio e fósforo) em ecossistemas
aquáticos, resultando em aumento da produtividade e alterações no ambiente local. A eutrofização pode ser de
dois tipos:
z Natural: os nutrientes chegam naturalmente até a água. É comum dizer que o ambiente envelhece natural-
mente e de forma lenta;
z Artificial: os nutrientes são oriundos de esgotos domésticos ou atividades agrícolas. Ocorre um envelhecimen-
to precoce do ambiente, que torna a água indisponível para uso.
O aumento de nutrientes desencadeia um aumento na proliferação de algas, que formam uma densa camada
sobre a superfície da água, não permitindo a passagem de luz para a realização de fotossíntese pela vegetação
abaixo delas. Como consequência, essa vegetação morre e isso gera um aumento na quantidade de matéria orgâ-
nica disponível no ambiente, além de um aumento na quantidade de bactérias decompositoras aeróbias (que
utilizam oxigênio). A concentração de oxigênio na água diminui, diversos organismos morrem, aumenta a quanti-
dade de bactérias decompositoras anaeróbias, devido à falta de oxigênio, e tem início a produção de gases tóxicos
no ambiente em questão. A figura33 a seguir ilustra o processo de forma direta e resumida.
9. Decomposição anaeróbia
lm
gi
Maré Vermelha
Esse fenômeno é também conhecido como floração. Ele ocorre em mares e em ambientes de água doce tam-
bém. A aglomeração de algas no local acarreta a formação de uma mancha em tons avermelhados ou alaranjados,
bem visível e característica desse fenômeno. As causas da ocorrência de maré vermelha incluem alterações na
BIOLOGIA
como o dessa árvore podem provocar a redução da Doenças crônicas geralmente possuem desenvol-
18
biodiversidade, pois elas: vimento lento e progressivo, além de não ter cura.
-0
a) ocupam áreas de vegetação nativa e substituem par- adulta, com tratamentos que exigem longa duração e
lm
b) estimulam a competição por seus frutos entre animais mentos e realização de exames periódicos. Segundo a
OMS (Organização Mundial de Saúde), tais enfermida-
ar
c) alteram os nichos e aumentam o número de possi- des acarretam um número elevado de mortes todos os
gi
bilidades de relações entre os seres vivos daquele anos, sendo foco da gestão pública de saúde.
ambiente. Existem alguns fatores que contribuem para a
d) apresentam alta taxa de reprodução e se mantêm ocorrência dessas doenças, entre eles temos: sedenta-
com um número de indivíduos superior à capacidade rismo; obesidade; álcool; tabagismo; má alimentação;
suporte do ambiente. elevados níveis de colesterol no sangue etc. Pensar
e) diminuem a relação de competição entre os poliniza- em prevenção, conscientização e melhores hábitos é
dores e facilitam a ação de dispersores de sementes importante nesses casos.
de espécies nativas. Em relação às doenças crônicas que atualmente
apresentam maior incidência na população brasilei-
A introdução de espécies exóticas pode levar a uma ra, temos: diabetes; Alzheimer; hipertensão; asma;
competição com espécies nativas, pertencentes aids; câncer; depressão; acidente vascular cerebral
naturalmente ao local, culminando em até substi- (AVC); mal de Parkinson; doença pulmonar obstrutiva
tuição. Assim, pode promover uma diminuição na crônica (DPOC); entre outras.
biodiversidade da área. Resposta: Letra A.
548 34 Disponível: https://enem.estuda.com/questoes/?id=601471. Acesso em: 04 mar. 2021
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VERMINOSES
INFECÇÕES SEXUALMENTE
Verminoses são doenças causadas por vermes para- TRANSMISSÍVEIS
sitas que vivem dentro de um organismo, absorvendo
os nutrientes deste organismo. Elas são causadas princi- As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs),
palmente por má higienização e problemas com o sanea- são causadas por diversos tipos de agentes patológi-
mento básico. Em alguns casos também são decorrentes cos. Como o próprio nome já indica, são transmitidas
de ingestão de carne crua ou mal passada. principalmente por contato sexual com parceiros
Os vermes geralmente migram para o intestino, infectados, durante relações sem proteção (ausência
onde se alojam. Porém, existem casos em que eles de preservativo — camisinha, seja ela masculina ou
migram para outros órgãos, como os pulmões, o fíga- feminina). Podem ser transmitidas por meio de sexo
do e o cérebro, causando problemas ao hospedeiro. vaginal, anal e/ou oral. As manifestações clínicas
Quanto aos sintomas, podem ser: perda de peso, incluem feridas, verrugas, bolhas ou corrimentos.
Algumas ISTs envolvem facilidade de tratamento e
anemia, falta de apetite, vômitos, diarreia, dores abdo-
recuperação rápida. Outras necessitam de tratamento
minais, náuseas e problemas respiratórios. Porém, os
intenso e demorado. Em alguns casos, a doença não
sintomas variam conforme o tipo de verme parasita. tem cura, apenas é tratada, podendo apresentar ati-
O diagnóstico é realizado por coleta de sangue e vidade e inatividade transitórias durante a vida do
fezes, seguido de exames laboratoriais. As medidas indivíduo. Algumas delas podem evoluir tanto que
profiláticas envolvem lavar bem os alimentos, evitar resultam em morte.
carne crua ou mal passada, beber água filtrada e lavar Outras formas de transmissão envolvem transfu-
as mãos com frequência. são sanguínea, ou contato com sangue contaminado
A seguir, veremos algumas das verminoses mais presente em seringas e agulhas (caso mais voltado
comuns no Brasil. para usuários de drogas injetáveis), além de gestan-
tes infectadas que podem transmitir a doença para o
Teníase/Cisticercose bebê durante a gravidez ou após o parto.
De certa forma, as mulheres devem ser ainda mais
A teníase é uma parasitose intestinal conhecida cautelosas que os homens, uma vez que possuem
órgãos genitais organizados de forma interna, enquanto
pela presença de um verme conhecido vulgarmente
homens têm órgãos genitais mais expostos. Sendo assim,
como solitária. A teníase e a cisticercose diferem entre
as mulheres precisam manter consultas ginecológicas
si. Na teníase, o indivíduo ingere carne de boi ou de com um intervalo de tempo regular e predefinido. O
porco contaminada com larvas do parasita, enquanto exame conhecido como Papanicolau, por exemplo, pode
na cisticercose ocorre contaminação por ingestão de indicar a ocorrência de alterações no tecido uterino.
ovos do parasita, que migram para o cérebro. Profila-
xia: cozinhar bem os alimentos e evitar comer carne TIPOS MAIS RECORRENTES DE IST
crua ou mal passada.
Aids (Síndrome da Imunodeficiência Humana)
Ancilostomose ou Amarelão
4
ficiência adquirida);
13
sonagem criado por Monteiro Lobato que simboliza a imunológico, bem como o funcionamento correto
28
situação vivida pelo trabalhador rural paulista. Carac- de células de defesa chamadas linfócitos. O linfócito
.8
terizada como uma infecção intestinal, causada por mais afetado é o T-CD4+. Na década de 80, quando
18
vermes nematoides. A transmissão ocorre através de pouco se conhecia sobre o vírus causador, muitos
-0
contato direto com ovos no solo, ou em fezes. A pene- daqueles que o contraíram, vieram a óbito. Hoje, mui-
ar
tração no hospedeiro é através dos pés. Profilaxia: tas pesquisas já foram desenvolvidas além de haver
lm
Doença causada por um nematelminto. Os vermes, cação de seu material genético, reduzindo a forma-
neste caso, são conhecidos como lombrigas e, em casos ção de mais partículas virais.
de grande número de vermes no intestino, pode ocor- Condiloma Acuminado (HPV ou Crista de Galo)
rer obstrução intestinal. A contaminação ocorre através
da ingestão de ovos do parasita. Profilaxia: saneamento z Patógeno causador: papilomavírus humano;
básico; lavar bem as mãos e também os alimentos. z Sintomas e consequências: afeta a região genital,
com ocorrência de verrugas que podem ser exter-
Giardíase nas ou internas; é mais visível em homens do que
BIOLOGIA
z Patógeno causador: bactéria Chlamydia trachomatis; aumento da taxa metabólica e na queima de gordura.
13
semelhantes aos da gonorreia. Presença de corri- Além das atividades físicas em si, é importante lem-
28
mento similar à clara de ovo no canal urinário e brar que sempre devemos acompanhar a prática de
.8
sentimento de dor ao urinar. Nas mulheres, pode exercícios com uma alimentação equilibrada e saudá-
18
apresentar desenvolvimento silencioso, ou seja, vel. A reposição de nutrientes é importante para acom-
-0
sem sintomas, mas a infecção pode se tornar gra- panhar o gasto de energia gerado durante as atividades
ar
ve, atingindo útero e trompas. Outros sintomas físicas e auxilia a prevenir carências nutricionais.
lm
z Patógeno causador: vírus Herpes simplex; durante a sua prática. Durante a prática do exercí-
z Sintomas e consequências: bolhas e úlceras dolo- cio aeróbico, o corpo humano utiliza o oxigênio para
ridas na região genital, principalmente na região queimar substâncias contidas no nosso corpo e gerar
externa da vagina e na ponta do pênis. Presença energia, estimulando o sistema cardiorrespiratório e
de ardor e coceira intensa. Não tem cura, porém vascular, principalmente.
precisa ser tratado sempre que ficar ativo. Já o exercício anaeróbico diferencia-se por um tipo
de exercício menos dinâmico que o aeróbico, mas que
Linfogranuloma Venéreo exige mais força, com o objetivo de fortalecimento dos
músculos, sendo caracterizado por uma duração menor
z Patógeno causador: bactéria Chlamydia trachomatis; e intensidade maior do que os exercícios aeróbicos.
z Sintomas e consequências: lesão genital que per- Iremos falar agora sobre algumas doenças que
manece por um curto intervalo de tempo (de 3 a 5 muitas vezes estão inter-relacionadas e que podem
dias). Após esse período, surge um inchaço doloroso ser evitadas com a prática de exercícios físicos.
nos gânglios da virilha podendo evoluir para o rompi-
550 mento com liberação de pus quando não tratado.
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OBESIDADE ANOTAÇÕES
A obesidade é considerada uma doença crônica
que pode desencadear outros problemas de saúde,
como consequência do acúmulo excessivo de gordu-
ra no organismo. Pode ser causada por diversos fato-
res, sendo os fatores genéticos, comportamentais e
ambientais os mais comuns.
Possíveis complicações da obesidade:
Importante!
O aumento da circunferência abdominal, isto é,
de gordura principalmente na barriga, aumenta o
risco de desenvolvimento de doenças com evo-
luções potencialmente graves.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
risco.
ar
z insuficiência renal;
lm
z insuficiência cardíaca;
gi
z infarto;
z arritmias cardíacas.
DIABETES MELLITUS
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
lm
gi
552
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gi
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z Pratique: acostume-se a redigir. Escreva incessan-
temente. É apenas com o treino que você consegui-
rá transportar bem uma ideia para o papel. Mais
adiante vamos ver dicas de como fazer isso.
REDAÇÃO
Se liga!
Ao praticar, cronometre a prova! As bancas exa-
minadoras estabelecem que, para uma redação
REDAÇÃO de 30 linhas, um tempo de 60 minutos é suficien-
DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA te. Para quem não treinou, isso é pouquíssimo, e
vai prejudicar não só a escrita da redação como
No Enem, a redação é decisiva para um bom desem- também a resolução das demais questões. Com
penho em sua média final. A tipologia cobrada é o a prática, você vai conseguir encaixar todos os
texto dissertativo-argumentativo (ou apenas dis- passos da escrita dentro deste tempo.
sertação), por isso, é muito importante o estudo de
suas técnicas adequadas (ou seja, é preciso dominar Uma vez que a redação trata sempre de um tema
a estrutura da redação). Além disso, é muito impor- atual relevante, tanto no âmbito nacional, quanto de
tante que você consiga aumentar o capital cultural interesse global, é essencial ficar atento às novida-
(desenvolver um bom repertório de ideias) e treinar des. Vamos dedicar um tópico especial do nosso estu-
bastante (redigir redações de diversos temas). Por do apenas aos temas mais recorrentes e com maior
fim, é imprescindível conhecer o que será avaliado probabilidade de serem cobrados, assim como as
na sua prova, isto é, saber o que o examinador quer melhores formas de abordá-los.
de você. No dia da prova:
A “receita” para a aprovação na prova de redação z Leia atentamente o tema da redação: as reda-
envolve: ções vêm com textos de apoio para o candidato e é
fundamental compreender o que o enunciado está
z dominar a estrutura dissertativa-argumentativa; pedindo, uma vez que a fuga do tema pode zerar a
z ter um bom repertório de ideias; nota na redação. Assim sendo, não divague muito
z treinar redigindo diferentes temas; (foco no objetivo final do texto) e crie uma linha de
z conhecer o que será avaliado. pensamento coerente (coordenando os argumen-
tos, visando ao problema, sem mudar de assunto);
ORIENTAÇÕES BÁSICAS z Organize-se: nesse momento, conhecer o padrão de
cobrança da prova faz diferença. Nesse sentido, ajuda
Tendo em vista os quatro elementos citados acima, muito:
4
z Cultive o hábito pela leitura: leia muito! Com a definir qual o objetivo do seu texto: negar, apoiar,
.7
ridade com textos de qualidade faz com que se selecionar os argumentos principais e colocá-los
-0
assimile a forma da narrativa, a estrutura das ora- em ordem. Ou seja, fazer um breve esqueleto do
que será dito nos parágrafos do desenvolvimento;
ar
o vocabulário;
z Faça a revisão do texto: a revisão faz parte do proces-
gi
palavras registradas da língua portuguesa, com indi- o corretor da sua redação precisa entender o que
cação de sua grafia, prosódia (acentuação), ortoépia você está dizendo! De nada adianta um texto bem
(pronúncia), classe gramatical, formas irregulares de estruturado, coerente, se quem for corrigir não
feminino e plural etc.; conseguir entender o conteúdo. Fora isso, não se
z Conheça a gramática da língua: estude com dedi- esqueça: respeite as margens da folha de resposta,
cação as regras gramaticais e as técnicas gerais de uma vez que tudo o que estiver fora das margens
redação; da folha será desconsiderado. 555
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ESCRITA DE TEXTOS DE DIFERENTES GÊNEROS E A linguagem informal (oral ou escrita) geralmente
NÍVEIS DE FORMALIDADE é usada quando temos certo nível de intimidade entre
os interlocutores, como nas correspondências entre
Ao estudar redação, é necessário saber alguns con- familiares ou amigos. Já a linguagem formal (na sua
ceitos fundamentais. forma oral ou escrita), caracterizada pela polidez e esco-
A linguagem, em termos bem simples, é a capaci- lha cuidadosa das palavras, é normalmente empregada
dade que nós possuímos de expressar nossos pensa- quando nos dirigimos a alguém com quem não temos
mentos, ideias, sentimentos e opiniões. Ou seja, é um proximidade, como no exemplo da seleção de empre-
código utilizado para estabelecer comunicação. go e em outras situações que exigem tal protocolo, como
Existem dois tipos principais de linguagem: a na escrita de um texto científico, um livro didático, na
linguagem não verbal e a linguagem verbal. A lin- correspondência entre empresas e, como veremos mais
guagem não verbal não utiliza palavras para consti- adiante, na comunicação oficial.
tuir a comunicação: ela faz uso de diferentes formas O termo “registro” é utilizado para fazer referên-
de comunicação, como gestos, sinais, símbolos, cores cia aos níveis de formalidade na língua falada e na lín-
luzes etc. São situações que envolvem linguagem não gua escrita. Os níveis de formalidade são chamados,
verbal: quando se observa um semáforo de trânsito, ainda, de níveis de fala ou níveis de linguagem.
com suas luzes vermelha, amarela e verde e se enten- Em qualquer ato de linguagem, para a escolha do
de que se deve (ou não) avançar; ou, ainda, quando se registro (do nível de formalidade), o indivíduo leva
ouve o apito de um agente de trânsito. em conta, mesmo que de forma inconsciente, a situa-
A linguagem verbal, como seu próprio nome ção em que se encontra ao produzir seu texto (oral
informa, utiliza palavras para estabelecer a comuni- ou escrito). Em outras palavras, ao praticar a comu-
cação: esse uso pode se dar na forma oral ou na forma nicação, o autor escolhe um nível maior ou menor de
escrita (em uma entrevista na TV ou em um e-mail, formalidade e, para isso, leva em consideração, entre
respectivamente). outras coisas:
Observe, com atenção, a tabela abaixo, pois ela traz
exemplos que ajudam a diferenciar a linguagem não z o seu interlocutor;
verbal da linguagem verbal (em suas duas formas). z ambiente em que se encontra;
z o assunto a ser tratado;
z a intenção, objetivo a ser atingido (informar, soli-
LINGUAGEM NÃO LINGUAGEM VERBAL
citar, persuadir etc.).
VERBAL – ORAL
Pinturas
13
Buzinas
28
Leis etc.
-0
com suas características próprias. A linguagem oral Boa tarde, chefe. Infeliz- Jovem para a mãe
permite um contato direto com o destinatário, é mais mente, acabei de sofrer Que droga, mãe! Bateram
ar
entretanto, há maior distância entre emissor e recep- tou aguardando a polícia, pe. Me mande o número
tor, pois o contato dá-se de forma indireta e requer para os trâmites formais, da seguradora. Depois
escolarização e aprendizagem formal da escrita. e a seguradora, para o te ligo!
recolhimento do veículo
A LINGUAGEM FORMAL
Note que o fato é o mesmo: o acidente de trânsi-
Dependendo da situação, a linguagem verbal to no caminho para o trabalho. No entanto, são duas
(escrita e oral) pode ser mais (ou menos) formal. diferentes situações: avisar duas pessoas com as quais
Quando você conversa ao telefone com um velho ami- o locutor possui diferentes níveis de intimidade, dessa
go ou envia uma mensagem de texto a um parente, se forma, o registro se faz necessário em suas duas espé-
comunica de uma forma mais livre. Em uma entrevis- cies: no registro formal e no registro informal.
ta de emprego ou, ao escrever um e-mail solicitando Assim, ao elaborar o texto da redação, deve-se
algo a uma autoridade, por seu turno, você escolhe atentar para o uso do registro formal, uma vez que,
melhor as palavras. Ou seja, o nível de formalidade dentro deste contexto, se espera o uso da modalidade
556 nas comunicações varia conforme a circunstância. escrita formal da língua portuguesa.
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Resumindo, a diferença entre linguagem formal e linguagem informal está no contexto em que elas são utili-
zadas e na escolha das palavras e expressões.
A tabela abaixo apresenta uma comparação entre as duas formas de linguagem.
Quando se fala em escrita de redação, é importante ficarmos atentos a algumas particularidades exigidas
pelo texto dissertativo. À vista disso, devemos ter em mente que alguns termos, mesmo comuns na linguagem
cotidiana, não são adequados, não “cabem” nas exigências de uma dissertação, que deve ser feita de acordo com
o padrão formal da Língua Portuguesa. Dito isso, você deve dar atenção aos seguintes itens.
Exemplo: escrever “previlégio” ao invés de “privilégio” (atenção: ao redigir termos estrangeiros, utilize aspas).
z Solecismo: desvio da norma em relação à sintaxe (no texto dissertativo, devemos dar atenção à forma como
escrevemos as frases);
Exemplo: “fazem dois anos que não nos vemos”, no lugar de “faz dois anos”; ou “Vamos no restaurante”,
4
-2
Exemplo: ela tinha muito dinheiro (parece o som de: “é latinha”); beijou na boca dela (“cadela”);
18
-0
z Neologismo: criação de uma palavra nova, ou, ainda, utilização de uma palavra existente com outro significado;
ar
lm
Atenção: isso não significa que você precisa usar palavras difíceis e rebuscadas se você não tiver certeza de
seus significados.
REDAÇÃO
z O uso de jargões, ou seja, de terminologia técnica comum a uma atividade ou grupo específico, comumente
usada em grupos profissionais ou socioculturais. Exemplo: “peticionar”, de uso comum pelos advogados;
Atenção: isso não quer dizer que não se pode utilizar uma terminologia específica, que você conheça, quando
for necessário.
z As palavras reduzidas, como “tá” em lugar de “estar”; “cê” em vez de “você”; ou “pra” em vez de “para”; 557
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z Os verbos de sentido muito geral, como “dar”, As peças de Nelson Rodrigues tratam de denunciar
“ter”, “fazer”, “achar”, no lugar de verbos de sen- toda a hipocrisia que paira sobre uma sociedade víti-
tido mais exato; ma da repressão sexual. É o seu teatro que abre as por-
z As expressões típicas da oralidade, como “bem”, tas para a modernidade na dramaturgia brasileira.
“veja bem”, “entendeu?”;
z Uso excessivo de gerúndio: não é errado utilizar Note que, no trecho acima, o autor apenas mos-
o gerúndio na redação, porém, se empregado de tra certas características da obra do escritor Nelson
forma exagerada, ele pode ser passível de erro, Rodrigues. Não há, em nenhuma parte do texto, recur-
uma vez que traz para a sua redação uma aparên-
sos argumentativos que buscam convencer o leitor.
cia mais informal, deixando que seu texto não flua
como deveria;
Dissertativo-Argumentativo
Exemplo: “tal situação acaba fazendo com que”
no lugar de “tal situação faz com que”. Neste tipo dissertativo, as ideias são organizadas
no sentido de convencer o leitor. Os argumentos
z Regionalismo: é o modo de falar particular de (enunciados) atribuem, ao objeto ou fenômeno de
determinada região geográfica. que se fala, qualidades, informações, depoimentos,
citações, fatos, evidências e dados estatísticos, entre
Exemplo: a palavra “piá” (o regionalismo usa- outros recursos, procurando defender o ponto de vis-
do no sul do Brasil que se refere a menino); o ta do autor. Veja um exemplo de um trecho de texto
termo “semáforo”, que pode ser designado por dissertativo-argumentativo, retirado da obra Textos
“farol” em São Paulo, e “sinal” ou “sinaleiro” no Dissertativo-Argumentativos, do Inep (2017)2:
Rio de Janeiro.
Impossível desconhecer que Nelson Rodrigues é o
Atenção: o regionalismo não é, de modo algum, maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos.
incorreto, entretanto, em textos dissertativos, deve- Foi revolucionário, renovador e ousado em rela-
mos padronizar nossa linguagem. ção ao teatro tradicional. Suas dezessete peças são
Ademais, torna-se válido ressaltar que, o Enem sucessivamente reeditadas. Sua obra é frequente-
avalia as redações a partir de cinco competências. A mente encenada na atualidade. Seus textos são os
Competência 1 é a responsável por avaliar se o texto mais estudados nos cursos de Letras.
demonstra domínio da modalidade formal escrita
da Língua Portuguesa. Observe que, agora, diferentemente do exemplo
anterior, o autor busca formar a opinião do leitor a
DISSERTATIVO-EXPOSITIVO E fim de convencê-lo. É perceptível este “convencimen-
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO to” não só pelos usos dos verbos “é”, “são” – que afir-
mam uma ideia –, mas também por meio da expressão
A dissertação é a tipologia textual que visa à exposi- que inicia o parágrafo: “Impossível desconhecer...”.
ção, à análise e à defesa de uma tese ou ponto de vista a Mais adiante, veremos uma lista de operadores argu-
respeito de um assunto específico. Esta é a forma mais mentativos que ajudam muito na nota da Redação.
frequentemente exigida nas provas em geral. A disserta-
ção argumentativa é, justamente, a tipologia exigida no
4
Se liga!
-2
Dissertativa–Expositiva
18
Portanto, neste caso, a dissertação tende à simples Os tipos textuais acima expostos são utilizados de
exposição de ideias, de informações, de definições e forma combinada, de modo a compor o que conhece-
de conceitos, como se nota no exemplo abaixo, retira- mos por gêneros textuais (textos que exercem uma
do da obra Textos Dissertativo-Argumentativos, publi- função social específica, isto é, que aparecem em
cada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas situações cotidianas de comunicação e apresentam
Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2017)1: uma finalidade comunicativa bem definida). A lista de
gêneros é aberta e pode ser infinita. Por exemplo, o
tipo textual dissertativo-argumentativo é o domi-
nante nos seguintes gêneros textuais:
1 GARCEZ, L. H. C.; CORRÊA, V, R (Org.). Textos Dissertativo-Argumentativos: subsídios para qualificação de avaliadores. 1ª ed. Brasília: INEP,
2017. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/textos_dissertativo_
argumentativos.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
2 GARCEZ, L. H. C.; CORRÊA, V. R. (Org.). Textos Dissertativo-Argumentativos: subsídios para qualificação de avaliadores. 1ª ed. Brasília: INEP,
2017. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/textos_dissertativo_
558 argumentativos.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
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z texto de opinião; Introdução
z diálogo argumentativo;
z carta de leitor; No início da dissertação, é necessário que o autor
z carta de reclamação; deixe claro qual é o assunto abordado no texto e,
z carta de solicitação; além disso, qual será a tese a ser defendida. É um
z deliberação informal; parágrafo direto e curto, no qual o autor deve demons-
z debate regrado; trar que compreendeu o tema.
z editorial; A tese é elemento essencial na composição do tex-
to dissertativo-argumentativo. Na redação, se trata de
z discurso de defesa,
um posicionamento crítico, ou seja, do seu ponto de
z requerimento; vista sobre o tema proposto. Sua função é persuadir o
z ensaio; leitor a respeito daquilo que será exposto ao longo do
z resenha; texto. A tese pode ser apresentada por meio de decla-
z crítica. rações afirmativas (exemplo: “a violência é resulta-
do...”) ou negativas (“Não ocorrem ...”).
Por sua vez, o tipo textual dissertativo-expositi- É importante lembrar que, mesmo se tratando de
vo prevalece nos seguintes gêneros: uma opinião pessoal, a escrita deve ser feita de forma
impessoal. Para isso, é importante que você redija
z aula; seu texto em terceira pessoa, não utilizando expres-
z texto expositivo; sões como “eu acho que…”, “acredito que …”.
Lembre-se: no Enem, é obrigatório que seu texto
z artigo enciclopédico;
respeite os Direitos Humanos. Assim, você não deve,
z texto explicativo; de maneira alguma, instigar qualquer tipo de violên-
z tomada de notas; cia, seja esta motivada por questões de raça, etnia,
z resumos; gênero, condição física, origem geográfica, situação
z resenhas; socioeconômica etc. Qualquer discurso de ódio
z relatório científico. refletirá na nota zero.
Em uma linha, você deve dizer, de forma concisa,
Atenção! Se você errar o gênero textual no Enem, a ideia central do seu texto e o seu posicionamento
isto é, se escrever uma redação que não se encaixe no acerca daquilo (dizer se é contra, a favor ou qual é a
modelo exigido (dissertativo–argumentativo), você importância de se discutir sobre isso). Essa parte deve
poderá receber nota zero. Entretanto, se você não ter até três períodos (frases com pelo menos um ver-
seguir todas as exigências do modelo, mantendo algu- bo cada). Nas próximas duas ou três linhas, você deve
apresentar como sua tese será desenvolvida, ou seja,
mas de suas regras, receberá descontos na Competên-
deve expor seus argumentos (esclarecer de forma sim-
cia 2, que avalia a compreensão da proposta de redação, ples o que cada parágrafo vai tratar, sem argumentar).
do tema e do texto dissertativo-argumentativo. A dica, nesse ponto, é construir uma oração resumindo
o assunto de cada parágrafo do desenvolvimento.
A ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA Ou seja, a introdução é composta pela apresen-
tação do tema e pela exibição da tese.
Como dissemos antes, o tipo dissertativo-argumen- Vamos ver algumas abordagens que podem ser
tativo é o gênero cobrado no Enem. Assim sendo, é tomadas no parágrafo introdutório:
4
qual o autor busca convencer o leitor ou o ouvinte a “Ir do Geral ao Específico”, como o próprio nome
28
aceitar sua tese. Logo, o que está em jogo é a capa- já informa, significa que você pode começar a sua
.8
cidade do autor de expor uma situação–proble- redação de forma abrangente para, depois, apresen-
18
ma, apresentando uma tese (opinião, ideia) sobre tar as questões mais específicas que serão abordadas.
-0
o fato e expressando-a por meio de argumentos Observe o exemplo abaixo, extraído da obra “A Aná-
ar
fortes e coerentes. Além disso, no caso do Enem, é lise do Texto Argumentativo–Discursivo” (CANTARIN,
lm
Esse tipo textual é composto por três etapas: cem grande influência no processo de formação dos
sujeitos. Em se tratando de crianças, o poder das
gi
3 CANTARIN, M.; BERTUCCI, R. A.; ALMEIDA, R. C. de. A análise do texto dissertativo-argumentativo. In: GARCEZ, L. H.; CORRÊA, V. R. (org.). Tex-
tos dissertativo-argumentativos: subsídios para a qualificação de avaliadores, Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira, 2017. p. 81-91. 559
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z Introdução Direta Além disso, devem ser evitados argumentos fra-
cos, tais como os argumentos de senso comum, os
Em contrapartida, a introdução do tema também quais, embora válidos, são rasos e, portanto, facil-
pode ser feita de direta, como se observa no exemplo mente refutáveis. O uso de argumentos gerais (que
abaixo, retirado da mesma obra (2017)4, no qual autor qualquer um conhece) evidencia pouco conhecimen-
já inicia o texto apontando o crescimento da “publici- to do tema, falta de opinião própria e baixo poder de
dade infantil no Brasil”. argumentação.
Além disso, a fim de dar força ao discurso persuasivo,
A publicidade infantil é um ramo que vem cres- devem ser utilizados os chamados operadores e conecti-
cendo muito no Brasil. Afinal, as crianças ainda vos argumentativos (também conhecidos como marca-
não formaram toda base crítica necessária para dores de discurso). Os operadores argumentativos têm a
entender toda a complexidade e persuasão de uma função de introduzir argumentos que convençam, ou
propaganda, fatos que as tornam um público-alvo seja, orientam o leitor para determinada conclusão.
facilmente convencido. Atente-se: dominar a técnica e saber o momento
de usar esses elementos é um requisito imprescindí-
Perceba que, na “Introdução Direta”, a tese é bas- vel para defender as teses e articular os argumentos.
tante clara, o que facilita na hora de desenvolvê-la. Entretanto, quais vocábulos atuam como operado-
Fique atento! A fim de garantir a pontuação na res argumentativos? Lembre-se:
Competência 3, responsável por avaliar a articulação
entre as informações, fatos e opiniões, nos parágra- z conjunções;
fos de desenvolvimento, apenas aquilo que foi apre- z advérbios;
sentado na tese deve ser investigado. Um texto precisa z palavras denotativas: até, inclusive, também, afi-
ser coerente e coeso, o que significa que suas partes nal, então, é que, aliás etc.
devem ser articuladas entre si.
Atenção! Na Redação do Enem, o uso destes opera-
Desenvolvimento/Argumentação dores argumentativos/ conectivos é obrigatório para
pontuar na “Competência 4”, que avalia a capacida-
Os parágrafos intermediários de um texto disser- de de o participante demonstrar conhecimento dos
tativo-argumentativo são destinados à defesa da tese mecanismos linguísticos necessários para a constru-
mediante argumentos (provas ou fundamentos que ção da argumentação.
confirmam o ponto de vista do autor). Para seguir as exigências deste Processo Seletivo,
Nesses parágrafos, o autor argumentará, ou seja, observe se, no texto, há pelo menos três deles em cada
apresentará ideias, razões e provas que sejam rele- parágrafo. Lembre-se de diversificar o uso – evitando
vantes ao ponto de conseguir convencer o leitor repetições - e de começar os parágrafos do desenvolvi-
sobre um ponto de vista. mento e da conclusão com conectivos.
O principal, no desenvolvimento, é apresentar Como os operadores argumentativos atuam no
uma ideia e, em seguida, apresentar um raciocínio texto? Veja alguns exemplos.
capaz de comprová-la.
A argumentação deve ser feita com argumentos z Somar argumentos: e, também, ainda, não só…,
fortes, tais como:
4
dados ou fatos sobre o tema; sobre a escolarização são sentidos não só nas
28
z Fatos similares ou relacionados ao tema: argu- crianças menores, mas também nos adolescentes.
.8
O Enem também aceita argumentações feitas com Exemplo: João apresentou um bom rendimen-
base em filmes, séries, obras literárias e em outras
ar
4 Ibid.
560 5 O quadro foi baseado na obra Argumentação e Linguagem, de Ingedore Koch. KOCH, I. Argumentação e Linguagem. 15ª ed. São Paulo: Cortez, 2018.
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OPERADOR FUNÇÃO
“Portanto”, “logo”, “por conseguinte”, “pois”, “em decor- Introduzem uma conclusão relativa a argumentos apre-
rência”, “consequentemente” etc. sentados em enunciados anteriores
“Mas”, “porém”, “contudo”, “todavia”, “no entanto”, “embo- Contrapõem argumentos orientados para conclusões
ra”’, “ainda que”, “posto que”, “apesar de (que)” etc. contrárias
“E”, “também”, “ainda”, “nem” (= e não), “não só..., mas São argumentos que fazem parte de uma mesma classe
também”, “‘tanto...como”’, “além disso”,” além” de”, “a par argumentativa, isto é, somam argumentos a favor de
de” etc. uma mesma conclusão
Conclusão
4
z fazendo uma síntese, na qual autor repete os argumentos de forma resumida e conclui o texto alegando a
.7
veracidade da tese;
28
Tais soluções devem ser detalhadas, explicando, apontando quem vai promover a solução, as ações necessá-
ar
rias, os meios e os objetivos. Além disso, é importante explicar a escolha de um dos elementos (quem; ações ou
lm
meios). Essa construção se chama, no Enem, “detalhamento”. Observe o exemplo: “o Conselho Tutelar, por ser
gi
responsável pelas crianças e adolescentes no município, deve elaborar...”. Neste exemplo, foi explicado, entre
ar
Lembre-se de que, no Enem, é exigida uma proposta de intervenção que contenha os itens apontados acima.
gi
Se esta não for feita, o candidato perde 200 pontos na “Competência 5”, que avalia, justamente, se o candidato foi
capaz de proposta de intervenção para o problema abordado respeitando os direitos humanos.
Assim como na introdução, a conclusão é o momento de ser simples e conciso. A conclusão não deve ter um
tamanho muito diferente da introdução.
O texto dissertativo-argumentativo (dissertação argumentativa), portanto, deve conter os seguintes elementos:
Depois de observar as dificuldades envolvidas no ato de se expressar por meio da escrita, apresentaremos
algumas soluções definitivas para esses problemas, sem a pretensão de criar fórmulas mágicas, mas, ao contrário,
com a intenção de construir um referencial mais concreto e imediato.
Vale ressaltar que, conforme já sinalizamos, o texto precisa ser impessoal, por isso, foi utilizado, nestes esque-
mas, a 3ª pessoa (justamente, por ser impessoal) e a 1ª pessoa do plural (nós), pois, semanticamente, esta última
também pode ser utilizada para trazer impessoalidade para o texto.
561
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Leia inicialmente o texto piloto de nosso projeto: para pequenos restaurantes, a fim de que a comida
se torne mais acessível, e, dessa forma, além de fazer
PROJETO DE DISSERTAÇÃO com que o cidadão opte por um alimento mais saudá-
Tema: “O excesso de consumo de comidas indus- vel, a economia local também será movimentada.
trializadas na alimentação do brasileiro”.
Tese: a comida tradicional dos brasileiros é muito ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
saudável, porém, com a correria do dia a dia, muitos
optam por comidas industrializadas, o que, a longo Observe o texto e a estrutura. Imaginemos que o
prazo, poderá acarretar diversos problemas de saúde. tema proposto a nós fosse “O excesso de consumo de
Argumentos: comidas industrializadas são mais comidas industrializadas na alimentação do brasi-
calóricas e menos nutritivas, além de serem cheias de leiro” e que a partir desse tema tivéssemos que pro-
conservantes que podem levar a problemas intestinais
duzir uma dissertação sobre ele. A primeira coisa a
e gástricos, aumentar o colesterol e o risco de obesidade.
fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos
1º Parágrafo buscar (com objetividade) uma tese (dentro do escopo
temático) sobre a qual fôssemos capazes de argumen-
É fato que, em nosso país, a comida é saudável e tar, como essa:
possui tudo que os brasileiros necessitam para seu lon- “A comida tradicional dos brasileiros é muito sau-
go dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos no dável, porém, com a correria do dia a dia, muitos
arroz com feijão, as proteínas no bife com salada, além
optam por comidas industrializadas, e isso, a longo
da glicose presente no café preto com açúcar, fornecem
um completo abastecimento de energia. Porém, com a prazo, pode acarretar diversos problemas de saúde.”.
correria do dia a dia, muitos optam por comidas indus- O próximo passo seria o de levantar alguns argu-
trializadas, o que, a longo prazo, pode acarretar diversos mentos que sustentassem a tese proposta com valor
problemas de saúde. Dessa forma, é preciso diminuir o de verdade.
consumo desse tipo de alimento.
1º Parágrafo
2º Parágrafo
aumento de 9,2% entre o período de 2014 a 2019. E, ..................... ..................... fornecem (ou - resultam, culmi-
-2
que grande parte destes alimentos excedem os níveis Compare agora com o parágrafo preenchido com
28
permitidos de sódio, açúcares e gorduras totais e satu- a tese e com os argumentos e veja a amarração que
.8
conseguimos:
nutricional do conjunto de alimentos naturais de nos-
-0
sos pratos e de diminuirmos, cada vez mais, o consu- “É fato que, em nosso país, a comida é saudável
mo de processados. e possui tudo que os brasileiros necessitam para seu
ar
Ainda convém lembrarmos outro fato que contri- fornecem um completo abastecimento de energia.
lm
bui para o sucesso de vendas de comidas processadas: Porém, com a correria do dia a dia, muitos optam por
gi
seu preço geralmente mais baixo. Por exemplo, um pra- comidas industrializadas, o que, a longo prazo, pode
to-feito em um restaurante de comida caseira será mais
acarretar diversos problemas de saúde”.
caro do que um prato-feito da rede de fast-foods Giraffas,
ou, ainda, um lanche feito com o hambúrguer caseiro
terá valor mais alto do que um lanche do Burguer King.
Se liga!
5º Parágrafo Verifique se todas as palavras-chave do tema
estão presentes na sua Introdução.
Levando em consideração esses aspectos, é
importante que haja campanhas publicitárias, princi-
palmente nas escolas, sobre os malefícios de se consu- A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos
mir exageradamente os alimentos processados. Outra seguintes, impondo a eles estruturas programadas
saída é o incentivo à agricultura familiar, pois esta, com relação lógica de coerência e coesão. Você perce-
além de contribuir para com a economia, pode gerar berá que a continuidade e a progressão textual foram
hábitos mais saudáveis para as famílias. Além disso, sendo procuradas e construídas para dar evolução ao
562 é preciso que haja apoio do governo, por exemplo, texto e aos argumentos.
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2º PARÁGRAFO Teremos, após preencher o modelo:
“Dados afirmam que as vendas de alimentos e bebi-
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase das ultra processados cresceram 8,3% entre os anos 2009
de apresentação que valoriza o primeiro argumento, e 2014. O documento, ainda, estimou um aumento de
depois fomos completando os espaços em branco que 9,2% entre o período de 2014 a 2019. E, somando-se a
ligavam os argumentos entre si com relações preesta- isso, estudos divulgados pela Organização Pan-America-
belecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; na da Saúde (Opas) comprovam que grande parte destes
alimentos excedem os níveis permitidos de sódio, açúca-
explicação ― com o “que” ― causa ― com a locução
res e gorduras totais e saturadas. Daí, a possibilidade de
“por causa de”.
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimen-
tos naturais de nossos pratos e de diminuirmos, cada vez
É de fundamental importância o........................ mais, o consumo de processados”.
........................ .................... ........................ para........................
.............. ................. Podemos mencionar, por exemplo, 4o Parágrafo
.............................. que........................ ................. ...................,
por causa de........................ ...................... ......................... Ainda convém lembrarmos....................................
......................... ........................ . ........................ ........................ ........................
............................... (que é): ..................... ........................
Observe como ficou a sequência completa do .................... ........................ ........................ .......................
segundo parágrafo:
Teremos, após preencher o modelo:
“É de fundamental importância o consumo de
“Ainda convém lembrarmos outro fato que con-
alimentos ricos no fornecimento de energia para a tribui para o sucesso de vendas de comidas processa-
movimentação do nosso corpo. Dentre estes, pode- das: seu preço geralmente mais baixo. Por exemplo,
mos mencionar, por exemplo, o arroz com feijão, um prato-feito em um restaurante de comida caseira
prato clássico do brasileiro, que, diariamente, abas- será mais caro do que um prato-feito da rede de fast-
tece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em -foods Giraffas, ou, ainda, um lanche feito com o ham-
búrguer caseiro terá valor mais alto do que um lanche
carboidratos. Contudo, com a vida cada vez mais cor-
do Burguer King”.
rida, muitos brasileiros preferem a praticidade de um Para os parágrafos de desenvolvimento, também
“macarrão instantâneo”, esquecendo-se de que essa podemos relacionar frases que você poderá escolher
substituição (de comidas naturais por industrializa- para dar originalidade ao seu texto.
das) tem potencial negativo e pode acarretar proble- Veja mais algumas frases que podem dar origina-
mas irreversíveis”. lidade ao texto:
z “Muito se tem discutido, recentemente, acerca de”; z “Por outro lado, ...”;
28
z “Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se des- z “Outra preocupação constante...”;
18
z “Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...” z “Por outro lado...”.
ar
lm
quarto também seguiram o mesmo princípio quanto trocá-lo (desde que caiba no seu escopo semântico)
ar
às relações de coesão. As conjunções foram posicio- pelo “porém”, “contudo”, “todavia”, “no entanto”,
lm
-se a isso, ........................ ........................ que ........................ Levando em consideração esses aspectos, é
........................ ..................... ...................... ........................... necessário que ....................... ..................... .....................
Daí........................ ........................ ..................... ........................ ........................ ..............................,
.......................e de......................... ......................... ........................ ....................Além disso..................... ............
........................... . .......................... ........................ ........................ ....................... .
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Teremos, após preencher o modelo: Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e
“Levando em consideração esses aspectos, é como se deu a criação da primeira máscara:
importante que haja campanhas publicitárias, princi-
palmente nas escolas, sobre os malefícios de se consu-
mir exageradamente os alimentos processados. Outra MÁSCARA 01
saída é o incentivo à agricultura familiar, pois esta,
1o Parágrafo
além de contribuir para com a economia, pode gerar
hábitos mais saudáveis para as famílias. Além dis- É fato que, em nosso país, ........... ...................
so, é preciso que haja apoio do governo, por exemplo, ..................... ...................... ....................... ................ ..........
para pequenos restaurantes, a fim de que a comida ................ Verifica-se que................. ................ .................
se torne mais acessível, e, dessa forma, além de fazer (,) ............. ................ ............... ....... além de ....................
com que o cidadão opte por um alimento mais sau- ..................... ..................... fornecem (ou - resultam, cul-
dável, a economia local também será movimentada”. minam, têm como consequência...) ..........
Lembre-se: a conclusão deve ser composta por
cinco elementos: quem fará (agente), o que vai ser 2o Parágrafo
feito (ação), como (meio), para que (finalidade) e o É de fundamental importância
detalhamento de pelo menos um destes. Você pode o........................ ........................ .................... ........................
fazer duas intervenções, mas, pelo menos uma delas para........................ .............. ................. Podemos mencio-
precisa responder a todos estes elementos. Além dis- nar, por exemplo, .............................. que........................
so, sua intervenção precisa ser exequível, ou seja, pos- ................. ..................., por causa de ................. ...................
sível de ser executada. .....................
Os aspectos conclusivos presentes nesse último
parágrafo garantem ao leitor a clareza de que se che- 3o Parágrafo
gou ao final do desenvolvimento da tese inicial. As
Dados afirmam (estudos comprovam),
frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo,
....................... ........................ ........................ ........................
conduzindo a sequência textual a uma possível solu-
........................ ........................ ........................ E somando-
ção para os problemas propostos. -se a isso,........................ ........................ que ........................
Você também pode contar com uma pequena lista ........................ ..................... ...................... ..........................
de frases que podem auxiliá-lo nessa tarefa. Daí,........................ ........................ .....................
.......................e de........................ .........................
z “Em virtude dos fatos mencionados...”;
z “Por isso tudo...”; 4o Parágrafo
z “Levando em consideração esses aspectos...”;
z “Dessa forma,...”; Ainda convém lembrar-
mos.................................... ........................ ........................
z “Em vista dos argumentos apresentados...”;
........................ ............................... (que é): .....................
z “Dado o exposto,...”;
........................ .................... .
z “Por todos esses aspectos,...”;
z “Pela observação dos aspectos analisados,...”; 5o Parágrafo
z “Portanto...”;
z “Logo,...”; Levando em consideração esses aspectos, é
4
-2
z “... somos levados a acreditar que ...”; Muito bem! Agora que vimos o processo de criação
-0
z “... é-se levado a acreditar que ...”; das máscaras, você poderá começar, também, o seu
ar
z “ ... entendemos que ...”; trabalho de produção. Antes, porém, vamos apresen-
lm
z “... entende-se que ...”; tar mais dois outros modelos de máscaras de redação
gi
z “... concluímos que ...”; que você poderá usar como base para suas próprias
ar
564
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MÁSCARA 02
1o Parágrafo
Dentre os aspectos referentes a ........... ................... .................. ............... ................ ........ três pontos merecem
destaque especial. O primeiro é ............................... .................................; o segundo ..................................................... e por
fim..................
2o Parágrafo
3o Parágrafo
4o Parágrafo
5o Parágrafo
Tendo em vista os aspectos observados ........................ ........................ só nos resta esperar que ........................
........................ .............................., ou quem saiba ........................ ........................ ........................ .......................... Consequen-
temente..................... ........................ .
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações baseadas em uma das máscaras prontas e, conforme forem
avançando as aulas, você construa a suas próprias máscaras personalizadas.
Por fim, preparamos uma máscara de organização sequencial para seu projeto de redação. Use-a para se
organizar.
1° TEMA: ________________________________________________________________
2°TESE: __________________________________________________________________
4
-2
a) __________________________________________
13
3° ARGUMENTOS b) __________________________________________
.7
c) __________________________________________
28
.8
__________________________________________________________________________________________________________________
-0
__________________________________________________________________________________________________________________
___________________________.
ar
lm
5° (2º parágrafo) justificativas (por que isso ocorre?): argumento “a)” + provas e exemplos (mostre casos
gi
__________________________________________________________________________________________________________________
___________________________.
__________________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________.
__________________________________________________________________________________________________________________
REDAÇÃO
_________________________________________.
8° Elabore sua conclusão: (confirme sua tese dizendo que, se algum dos argumentos não for considerado,
a ideia inicial não poderá ser sustentada, ou que os resultados propostos não serão atingidos).
__________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________.
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APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO Vocês perceberão como o modelo vazio que segue
PARÁGRAFO DISSERTATIVO este exemplo traz a indução do assunto a ser defini-
do. Vale lembrar que, como se trata de uma definição,
Nesse momento, vamos aprofundar o nosso traba- a base dessa informação deve sustentar-se em uma
lho com a estrutura dos textos dissertativos. Para isso, verdade consagrada, diferentemente do que vimos
trabalharemos as várias modalidades de parágrafos no exemplo anterior, já que a declaração inicial pode
que podem ser utilizados para a elaboração de uma boa basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
dissertação.
Modelo nº 2
Parágrafo de Introdução
........................ é a denominação dada a
O parágrafo de introdução tem como uma de suas ........................ ......................... Essa ........................
funções mais importantes a de apresentar a tese que ........................, mas a hipótese mais aceita é a de que
será defendida no decorrer da redação. É também ........................ ........................ ........................ .........................
possível e bastante didático que vocês façam uma pré- Outra versão afirma que esse ........................
via dos argumentos que serão trabalhados na susten- ........................, que tem origem ......................... O que se
tação dessa tese. Assim, o leitor poderá ser orientado,
sabe é que ................................................ .........................
logo de saída, a acompanhar o ritmo do pensamento
de vocês e a sequência das suas argumentações.
Preenchendo o modelo, teremos:
“Arroz com feijão é a denominação dada a um
Tipos Diferentes de Parágrafos de Introdução
prato típico da América Latina. Essa receita não tem
uma origem certa, mas a hipótese mais aceita é a
z Declaração inicial: na declaração, afirma-se ou de que seria fruto de uma combinação do arroz (de
nega-se algo de início para, em seguida, justificar-se e origem oriental), trazido pelos portugueses ao Brasil,
comprovar a assertiva com exemplos, comparações, com o feijão, que já seria consumido no Brasil pelos
testemunhos de autores etc. Vejamos um exemplo indígenas. Outra versão afirma que esse prato foi a
desse tipo de parágrafo aplicado à nossa proposta união do arroz com a feijoada, que tem origem afri-
básica, que é o projeto arroz-com-feijão. Mais uma cana ou portuguesa. O que se sabe é que, ao longo
vez, colocamos a estrutura já construída e, em segui- dos séculos, esse prato foi se popularizando por todo o
da, a disposição vazia do parágrafo, que poderá ser país, passando a ser uma parte quase que indispensá-
utilizada por vocês sempre que desejarem. vel da refeição dos brasileiros, porém, com a correria
do dia a dia, muitos substituem esse prato tão comple-
Modelo nº 1 to por comidas industrializadas, e isso, a longo prazo,
poderá acarretar diversos problemas de saúde”.
É fato notório que ........................ ........................
........................ ........................ ........................ ........................
z Divisão: o parágrafo de divisão, processo também
......................... Sabe-se que ........................ ........................
quase exclusivamente didático (devido as suas
........................ ........................, além da ........................
características de objetividade e clareza), consiste
........................ ........................ ........................ ........................
........................ ......................... em apresentar o tópico frasal (frase que introduz o
4
-2
boidratos do arroz e do feijão, as proteínas do bife e da Usamos, aqui, como representação desse modelo, o
-0
salada, além da glicose do cafezinho preto com açúcar, conceito de silogismo: um silogismo é um termo filosó-
fico que, segundo Aristóteles, relaciona-se à argumen-
ar
“O silogismo pode ser representado de duas “Será possível determinar qual é a melhor com-
maneiras diferentes: silogismo simples, formado por binação de alimentos para atender às necessidades
um único núcleo argumentativo, e silogismo compos- diárias de nossa população? Qualquer nutricionista
to, formado por diversos núcleos argumentativos de dirá que sim, pois alimentos ricos em carboidratos e
elaboração complexa. Enquanto a primeira teoria proteínas devem compor essa alimentação e não há
se apresenta pela estrutura filosófica básica consa- quase nada mais apropriado do que nosso tradicional
grada pela antiguidade, esta, por sua vez, realiza-se prato de todos os dias. O arroz com feijão tem as pro-
por intermédio de vários silogismos desenvolvidos porções perfeitas para satisfazer essa necessidade que
para atender às novas perspectivas de sedução e todos têm de recomposição de força e de energia”.
convencimento”.
Parágrafos de Desenvolvimento
z Alusão histórica: a elaboração de um parágrafo
por alusão histórica é um recurso que, geralmente, Após o primeiro parágrafo, que, como já vimos,
desperta a curiosidade do leitor por meio de fatos pode apresentar a tese e também os argumentos prin-
históricos, lendas, tradições, crenças, anedotas cipais que serão desenvolvidos, chega a hora de abor-
ou a acontecimentos dos quais o autor tenha sido dar os elementos que sustentarão essas afirmações
participante ou testemunha (desenvolve-se geral- iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os
mente por meio da comparação com o presente recursos argumentativos que articularão o convenci-
ou retorno a ele). A vantagem desse método é o de mento do leitor quanto à tese apresentada.
podermos mostrar o desenvolvimento cronológico
de um assunto, expondo sua evolução no tempo.
Tipos Diferentes de Parágrafos de Desenvolvimento
Ao se servirem de um fato histórico para sustentar
uma tese, lembrem-se de que a História é a ciên-
As possibilidades de ordenação do parágrafo são
cia que estuda o homem e sua ação no tempo e no
várias: exploração de aspectos espaciais e temporais,
espaço e, como ciência, tem, por conseguinte, um
enumeração de pormenores, apresentação de analo-
grande valor argumentativo.
gia ou contraste, citação de exemplos, apresentação
de causas e consequências, etc.
Observem como isso é simples:
z Desenvolvimento por exploração espacial: ao
Modelo nº 4
argumentar, vocês podem se servir da exposição
Desde a época da ................ ................ sabe-se de informações relativas ao lugar em que os fatos
que .............. ....................... ........................ ........................ ocorreram.
........................ para ........................ ........................
......................... Principalmente hoje em dia, reco- Modelo nº 1
nhece-se que .................. ........................ ........................
........................ ........................, além de........................ A cidade (ou região) em destaque é ................
4
Preenchendo o modelo, temos: cada por uma densa floresta ................... ......................,
.8
“Desde a época Colonial, a alimentação dos novos foi bem no centro desse ....................... ............................
18
brasileiros era boa e tinha tudo de que eles necessitavam ...................... .......................... .
-0
saudáveis que nos oferecem energia; o segundo diz res- gerador de problemas e consequência como os pro-
13
peito à substituição destes alimentos por comidas blemas gerados pela causa. Trabalhar com causas e
.7
industrializadas e o quanto isso pode fazer mal e consequências é apresentar os aspectos que levaram
28
......................... .
Muitos acreditam que ...................... ........................
.................... .................... ....................... ............................
..................., por causa da ................. .............. ................. Ao preenchermos o modelo, teremos:
............. . Por outro lado, sabe-se também que “É de fundamental importância o consumo de ali-
......................... ......................... ........................... ...................... mentos ricos no fornecimento de energia para a movi-
................. .............. ...................... .................. .................... , mentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por
exemplo, o arroz com feijão que diariamente abastece a
Ao preenchermos o modelo, teremos: nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidratos,
“Muitos acreditam que a praticidade é o que deve porém, com a correria do dia a dia, muitos optam por
ser preservada na hora de se preparar um alimento comidas industrializadas, e isso, a longo prazo, poderá
por causa da correria do dia a dia. Por outro lado, acarretar diversos problemas de saúde”.
sabe-se, também, que muitos alimentos que se dizem
“práticos”, como o macarrão instantâneo, podem
acarretar diversos problemas na saúde”.
568 6 GARCIA, O. M. Comunicação em Prosa Moderna. 2ª ed. São Paulo, Editora FGV, 2010.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para gilmar gilmar - 018.828.713-24, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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Parágrafo de Conclusão e Proposta de Intervenção Modelo nº 2
A conclusão de uma dissertação argumentativa é o O que mais há para ser tomado como ..................
momento de se mostrar uma direção, ou seja, uma saída ...................... ..................(?) ..................... ...........................
que solucione o que foi exposto na introdução. É de fun- acreditar que ..................... ................. .............................
damental importância que não ocorram contradições ........................ ................., mas também ....................
com a tese proposta no início de sua redação, o que des- ................. ........................... ....................... .....................(?)
caracterizaria toda a argumentação. Certamente que sim, pois ................. .........................
Nesse momento, devemos fazer uma síntese geral ou .................. ................. .
retomar a ideia inicial, reforçando os pontos de partida
do raciocínio. Podemos, também, demonstrar que uma Preenchendo o modelo, teremos:
solução a um problema foi encontrada, que uma pro- “O que mais há para ser tomado como positivo
posta de solução/intervenção pode ser alcançada, ou e prático no prato dos brasileiros? O que sabemos
ainda que uma resposta a uma pergunta foi encontrada. nos leva a acreditar que não é apenas por prazer
Esse momento pode, também, gerar um questionamen- que somos seduzidos pela nossa culinária, mas
to final, desde que não concorra com suas exposições também por tudo o que ela nos oferece para a manu-
anteriores. tenção de nossa saúde. E a falta desses ingredientes
A satisfação do leitor deve ser contemplada na mudará a saúde de nossa população? Certamente
conclusão de modo que ele não se sinta frustrado pela que sim, pois a carência de tais ingredientes nos cau-
expectativa criada com o tema. Essa volta ao início sará debilidade além de insatisfação”.
do texto, feita pela conclusão, é algo que chamamos
de circularidade. O caráter finalizador da conclusão z Conclusão por resposta, solução ou proposta de
também colabora para a progressão e continuidade intervenção: essa é a estrutura cobrada pelo Enem.
textual. Atenção! Levante uma (ou mais) hipóteses ou suges-
tões do que ser feito para transformar e solucionar a
Tipos Diferentes de Parágrafos de Conclusão sua tese. Mostre isso durante o desenrolar do texto.
z Conclusão por questionamento: nesse modelo, o É fato notório que ........................ ........................
autor parte de um questionamento para encerrar ........................ ........................ ........................ ........................
seu raciocínio. Mas não se esqueçam: vocês não ........................ . Sabe-se que ........................ ........................
devem colocar em dúvida os argumentos desen- ........................ ........................, além da ........................
volvidos em sua redação. ........................ ........................ ........................ ........................
........................ ......................... .
569
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Modelo n° 2 – Desenvolvimento (Pormenores ou de Observem que fizemos a opção de abrir nossa
Enumerações) redação com uma declaração inicial. Como aborda-
mos um tema geral, sem uma relevância científica
Entre os aspectos referentes a ........... ................... notória, e que representa, na verdade, um conheci-
.................. ............... ................ ........ dois pontos mere- mento cultural somado às observações de médicos e
cem destaque especial. O primeiro é ................ ............... nutricionistas, a declaração foi a melhor alternativa,
................ .......... ..............;o segundo.......... ..................... já que não se compromete com a obrigatoriedade de
........ ................ ........................ ................................... recorrência a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desen-
Modelo nº 2 – desenvolvimento (temporal) volvimento mesclando os vários modelos apresenta-
dos anteriormente. Ao mesmo tempo em que eles nos
No passado, quando pensávamos em ...................., ofereciam diversas alternativas para a estruturação
notávamos que .............. ...................... ................... era da nossa ideia, também nos orientavam, dando cami-
........................ comparada à que vemos recentemente . nhos a seguir na argumentação. É como se montásse-
Hoje, por outro lado, .................. ..................... .................... mos, realmente, um quebra-cabeça.
.................... ................... ................... tornaram-se ............... Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos
....................... . O resultado disso é que ............., na atualida- de desenvolvimento para esse projeto. Por enume-
rações, o temporal e o por contraste. Forçamos um
de, tornou-se ...................... ........................... . pouco a barra, primeiro criando a máscara para, só
depois, completar nossa redação. Afinal de contas,
Modelo n° 3 – Desenvolvimento (Contraste de Ideias) essa é a vantagem do projeto de máscaras.
Já na conclusão, escolhemos o modelo de conclusão
por resposta, solução ou proposta de intervenção, que
Muitos acreditam que ......................
é o cobrado no Enem. Nele, levantamos sugestões para
........................ .................... .................... .......................
solucionar o problema apresentado. Note que foram uti-
............................ ..................., por causa da ................. lizadas expressões que retomam e fecham as ideias apre-
.............. ................. ............. . Por outro lado, sabe-se sentadas, como “tendo em vista”, considerando que na
também que................. .............. ...................... .................. conclusão não pode haver nenhuma “ponta solta”, já que
........................... . se trata do encerramento de sua redação.
Além disso, também encontram-se presentes frases
Modelo n° 4 – Conclusão (Síntese ou Resumo da marcantes, cuja intenção é apresentar uma orientação,
Proposta de Intervenção) um resultado ou uma consequência, tais como: “é neces-
sário que”, “consequentemente, é preciso também
que” e “outra saída”. Essas expressões introduzem logo
Tendo em vista os aspectos observados em seguida as possíveis soluções sugeridas e colocam a
sobre ........................ ...................... é necessário que proposta de intervenção em evidência no texto.
............ ........................ ........................ .................... . Outra Com esses modelos apresentados, é possível progra-
saída é ........................ . Consequentemente, é preciso mar e treinar uma redação eficiente. Porém, também é
também que ........... ................. . …………………. , além de fundamental importância que você busque ou crie um
de ……………… . modelo de máscara com o qual mais se identifique para
desenvolver melhor as suas habilidades de argumenta-
Nova Máscara ção. Isso para que, no momento de produção de sua reda-
4
Entre os aspectos referentes a ........... ................... DICAS PARA UMA REDAÇÃO NOTA 1000
-0
..................... ....................... e por fim ........................... Acertar o tema da redação do Enem é possível, mas
gi
................ ........................ ................................... é algo muito difícil, por isso, você deve estar prepara-
ar
tempo e estilo. Não copie cronogramas dos outros, São estratégias argumentativas:
.7
z como já mencionamos, o Enem é uma prova tam- lizadas no assunto (com a devida referência);
lm
e treinou.
ou lugares distintos.
gi
suas ideias estão coerentes e que o texto foi planejado z texto predominante ou integralmente escrito em
13
Competência 4 – Demonstrar Conhecimento dos z texto ilegível, que impossibilite sua leitura por dois
Mecanismos Linguísticos Necessários para a avaliadores independentes.
-0
Construção da Argumentação
ar
Dentre os mecanismos linguísticos mais impor- ponibilizado pelo INEP. O tema em 2019 foi “Democrati-
gi
tantes para a construção de um bom texto, podemos zação do acesso ao cinema no Brasil”. Você pode (e deve)
ar
destacar a coesão. Para se sair bem nesse critério de analisar alguns destes textos para compreender a visão
lm
avaliação, é necessário que o texto tenha uma boa e a expectativa dos avaliadores. Destacamos a escolha
gi
estrutura de parágrafos e períodos que possibilitem a lexical dos candidatos nota 1000. É importante utilizar
conexão das ideias. Além disso, use as citações corre- uma linguagem clara e objetiva, mas não “simples” e
tamente e marcadas por aspas, quando necessário. O coloquial.
uso de conjunções para ligar as orações é primordial,
mostre ao corretor que você consegue utilizar as con- Texto de Gabriel Melo Caldas Nogueira
junções de forma correta e harmônica.
Para o filósofo escocês David Hume, a principal
Competência 5 – Elaborar Proposta de Intervenção característica que difere o ser humano dos outros ani-
para o Problema Abordado, Respeitando os Direitos mais é o poder de seu pensamento, habilidade que o
Humanos permite ver aquilo que nunca foi visto e ouvir aquilo
que nunca foi ouvido. Sob essa ótica, vê-se que o cine-
Na conclusão, você deve apresentar a proposta de ma representa a capacidade de transpor para a tela
intervenção. Um erro dos candidatos é usar uma pro- as ideias e os pensamentos presentes no intelecto das
posta incluindo algo que desrespeite os direitos huma- pessoas, de modo a possibilitar a criação de novos uni-
nos, como punições extremas e/ou pena de morte. Além versos e, justamente por esse potencial cognitivo, ele é
572 disso, você não deve apresentar uma proposta que seja muito relevante. É prudente apontar, diante disso, que a
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arte cinematográfica deve ser democratizada, em espe- com relação aos princípios da estruturação do
cial no Brasil – país rico em expressões culturais que texto dissertativo-argumentativo, percebe-se
podem dialogar com esse modelo artístico –, por razões que a redação do participante apresenta intro-
que dizem respeito tanto à sociedade quanto às leis. dução em que dá início à discussão, desenvol-
Em primeiro lugar, é válido frisar que o cinema dia- vimento com justificativas que comprovam
loga com uma elementar necessidade social e, conse- seu ponto de vista e conclusão que encerra a
quentemente, não pode ser deixada em segundo plano. discussão, demonstrando excelente domínio do
Para entender essa lógica, pode-se mencionar o reno- texto dissertativo-argumentativo;
mado historiador holandês Johan Huizinga, o qual, no o tema é abordado de forma completa já no pri-
livro “Homo Ludens”, ratifica a constante busca huma- meiro parágrafo, no qual o participante aponta
na pelo prazer lúdico, pois ele promove um proveitoso que a arte cinematográfica deve ser democra-
bem-estar. É exatamente nessa conjuntura que se insere tizada. Há, também, repertório sociocultural
o fenômeno cinematográfico, uma vez que ele, ao pos- utilizado de maneira produtiva e pertinente à
sibilitar a interação de vários indivíduos na contem- discussão no primeiro parágrafo, com a refe-
plação do espetáculo, faz com que a plateia participe rência ao que é postulado pelo filósofo David
das histórias, de forma a compartilhar experiências e Hume para relacionar o poder de pensamento
vivências – o que representa o fator lúdico menciona- do ser humano a sua capacidade de transpor
do pelo pensador. É perceptível, portanto, o louvável ideias por meio do cinema, por exemplo;
elemento benfeitor dessa criação artística, capaz de no segundo parágrafo, o participante aborda
garantir a coesão da comunidade. o potencial lúdico do cinema, mencionando a
Em segundo lugar, é oportuno comentar que o cenário obra de Johan Huizinga. Por fim, no terceiro
do cinema supracitado remete ao que defende o arcabouço parágrafo, ele se vale da Constituição Federal
jurídico do país. Isso porque o artigo 215 da Constituição para afirmar que todos têm direito aos bens
Federal é claro em caracterizar os bens culturais como artísticos, o que não ocorre na prática, de acor-
um direito de todos, concebidos com absoluta prioridade do com pesquisas do IPHAN;
por parte do Estado. Contudo, é desanimador notar que o projeto de texto apresentado ao longo da reda-
tal diretriz não dá sinais de plena execução e, para pro- ção é considerado estratégico porque há uma
var isso, basta analisar as várias pesquisas do Instituto organização clara e um desenvolvimento consis-
tente da redação. Isso se deve ao fato de que o par-
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que
ticipante apresenta informações, fatos e opiniões
demonstram a lamentável distribuição irregular das prá-
relacionados ao tema proposto para defender seu
ticas artísticas – dentre elas, o cinema –, uma vez que estão
ponto de vista de que o acesso ao cinema deve ser
restritas a poucos municípios brasileiros. Vê-se, então, o
democratizado, por razões relacionadas tanto à
perigo da norma apresentada findar em desuso, sob pena
sociedade quanto às leis;
de confirmar o que propunha Dante Alighiere, em “A Divi-
em relação à sociedade, o participante aponta a
na Comédia”: “As leis existem, mas quem as aplica?”. Esse
importância do cinema como elemento lúdico,
cenário, certamente, configura-se como desagregador e
que proporciona bem-estar e coesão da comu-
não pode ser negligenciado.
nidade. Já em relação às leis, ele apresenta o
Por fim, caminhos devem ser elucidados para democra-
artigo 215 da Constituição Federal, segundo o
tizar o acesso ao cinema no Brasil, levando-se em conside-
4
assim, cabe ao Governo Federal – órgão responsável pelo não é garantido, uma vez que existe uma distri-
.7
bem-estar e lazer da população – elaborar um plano nacio- buição irregular das práticas artísticas, incluin-
28
nal de incentivo à prática cinematográfica, de modo a do o cinema. Por fim, propõe uma solução para
.8
públicas. Isso pode ser feito por meio de uma associação repertório diversificado de recursos coesivos,
ar
entre prefeituras, governadores e setores federais – já que sem inadequações. Há articulação tanto entre
lm
o fenômeno envolve todos esses âmbitos administrativos os parágrafos (“Em segundo lugar”, “Por fim”)
gi
–, os quais devem executar periódicos eventos, ancorados quanto entre as ideias dentro de um mesmo
ar
por atores e diretores, que visem exibir filmes gratuitos parágrafo (como “Sob essa ótica”, “de modo
lm
para a comunidade civil. Esse projeto deve se adaptar à a” e “Diante disso”, no 1º parágrafo; “o qual”,
gi
realidade de cada cidade para ser efetivo. Dessa forma, o “pois” e “portanto”, no 2º parágrafo; “Contu-
cinema poderá ser, enfim, democratizado, o que confirma- do” e “uma vez que”, no 3º parágrafo; e “Sendo
rá o que determina o artigo 215 da Constituição. Assim, assim” e “Dessa forma”, no 4º parágrafo);
felizmente, os cidadãos poderão desfrutar das benesses por fim, o participante elabora proposta de
advindas dessa engrandecedora ação artística. intervenção muito boa: concreta, detalhada,
articulada à discussão desenvolvida no texto
z Análise dos Avaliadores e que respeita os direitos humanos. A propos-
ta apresentada reforça o papel do Governo de
o participante demonstra excelente domínio da
REDAÇÃO
4
-2
13
.7
28
.8
18
-0
ar
lm
gi
ar
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