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Pré-IFMG

Matemática

Joice Stella de Melo Rocha


Rodrigo Figueiredo
Tiago de Oliveira Dias

Joice Stella de Melo Rocha (org.)

Formação Inicial e
Continuada

+
IFMG
Joice Stella de Melo Rocha
Rodrigo Figueiredo
Tiago de Oliveira Dias

Joice Stella de Melo Rocha (org.)

Pré-IFMG: Matemática
1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programa de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Joice Stella de Melo Rocha
Rodrigo Figueiredo
Tiago de Oliveira Dias
Arte gráfica Ângela Bacon
Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

R672p Rocha, Joice Stella de Melo.


Pré- IFMG Matemática [recurso eletrônico] / Rodrigo
Figueiredo; Tiago de Oliveira Dias. – Belo Horizonte : Instituto
Federal de Minas Gerais, 2021.
155 p. : il. color.

E-book, no formato PDF.


Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-069-6

1. Matemática. 2. Probabilidade. 3. Equações. I. Título.

CDD 510
Catalogação: Rejane Valéria Santos- CRB-6/2907

Índice para catálogo sistemático


Matemática -510

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de
forma autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade
de acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário ―Sugestões para
Correção do Material Didático‖ clicando nesse link ou acessando o QR Code
a seguir:

Formulário de
Sugestões

Para saber mais sobre a Plataforma +IFMG acesse


https://mais.ifmg.edu.br
Palavra dos autores

Caro estudante, seja bem-vindo ao curso de Pré-IFMG Matemática!


O objetivo deste curso é ajudá-lo (a) na preparação para o ingresso na
rede federal de ensino, no entanto temos a certeza de que também irá
contribuir para seu crescimento, revendo conceitos e adquirindo um novo
olhar para matemática.
Elaboramos um material com linguagem simples e prática, e queremos
que você tenha bastante intimidade com todos os assuntos que foram
abordados aqui.
Leia com atenção, assista aos vídeos e não deixe de seguir todas as
instruções propostas.
Este curso foi divido em doze semanas e irá abordar alguns conteúdos
das seguintes unidades temáticas: Álgebra, Geometria, Números e
Probabilidade e Estatística.
Ao final de cada semana você terá um questionário para praticar o
conteúdo estudado e verificar sua aprendizagem.
Desejamos sucesso e bons estudos!

Bons estudos!
Joice Stella de Melo Rocha
Rodrigo Figueiredo
Tiago de Oliveira Dias
Apresentação do curso

Este curso está dividido em doze semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

NÚMEROS
O princípio fundamental da contagem. Resolver e elaborar problemas
SEMANA 1 de contagem cuja resolução envolva a aplicação do princípio
multiplicativo.

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Cálculo de probabilidade de eventos. Calcular a probabilidade de
eventos, com base na construção do espaço amostral, utilizando o
SEMANA 2 princípio multiplicativo, e reconhecer que a soma das probabilidades
de todos os elementos do espaço amostral é igual a 1.

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Eventos dependentes e independentes. Reconhecer, em
SEMANA 3 experimentos aleatórios, eventos independentes e dependentes e
calcular a probabilidade de sua ocorrência, nos dois casos.

PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Medidas de tendência central e de dispersão. Obter os valores de
medidas de tendência central de uma pesquisa estatística (média,
SEMANA 4 moda e mediana) com a compreensão de seus significados e
relacioná-los com a dispersão de dados, indicada pela amplitude.

ÁLGEBRA
Equações polinomiais do 1º grau
Resolver e elaborar problemas que possam ser representados por
SEMANA 5 equações polinomiais de 1º grau, redutíveis à forma ,
fazendo uso das propriedades da igualdade.

ÁLGEBRA
SEMANA 6 Equações polinomiais de 2º grau. Resolver e elaborar, problemas
que possam ser representados por equações polinomiais de 2º grau.
ÁLGEBRA
SEMANA 7 Expressões algébricas: fatoração e produtos notáveis. Identificar e
desenvolver um produto notável.

ÁLGEBRA
Expressões algébricas: fatoração e produtos notáveis. Compreender
SEMANA 8 os processos de fatoração de expressões algébricas, com base em
suas relações com os produtos notáveis.

GEOMETRIA
Polígonos. Reconhecer, nomear e comparar polígonos, considerando
lados, vértices e ângulos, e classificá-los em regulares e não
regulares. Identificar características dos triângulos e classificá-los em
relação às medidas dos lados e dos ângulos. Identificar
SEMANA 9 características dos quadriláteros, classificá-los em relação a lados e
a ângulos e reconhecer a inclusão e a intersecção de classes entre
eles. Calcular medidas de ângulos internos de polígonos regulares,
sem o uso de fórmulas, e estabelecer relações entre ângulos internos
e externos de polígonos.

GEOMETRIA
SEMANA 10 Semelhança de triângulos. Reconhecer as condições necessárias e
suficientes para que dois triângulos sejam semelhantes.
GEOMETRIA
Relações métricas no triângulo retângulo e Teorema de Pitágoras

SEMANA 11 Demonstrar relações métricas do triângulo retângulo, entre elas o


teorema de Pitágoras, utilizando, inclusive, a semelhança de
triângulos.

GEOMETRIA
Retas paralelas cortadas por transversais: Teorema de Tales.
Resolver e elaborar problemas de aplicação do teorema de Pitágoras
SEMANA 12 ou das relações de proporcionalidade envolvendo retas paralelas
cortadas por secantes.

Carga horária: 72 horas.


Estudo proposto: 6 horas semanais.
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento


quando eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – Princípio Fundamental da Contagem ........................................ 17


1.1. Partindo do princípio .......................................................................... 17
1.2. Formalizando o conceito .................................................................... 18
1.3. Exemplo: o mundo da moda............................................................... 18
1.4. Exercícios resolvidos.......................................................................... 19
Semana 2 – Cálculo da probabilidade de um evento .................................... 23
2.1 Um problema histórico ....................................................................... 23
2.2 Termos importantes ........................................................................... 24
2.3 A definição clássica de probabilidade................................................. 25
2.4 Calculando probabilidades ................................................................. 27
2.5 Exercícios resolvidos.......................................................................... 28
Semana 3 – Eventos dependentes e independentes .................................... 31
3.1 Eventos independentes ...................................................................... 31
3.2 Eventos dependentes......................................................................... 32
3.1 Exercícios resolvidos.......................................................................... 33
Semana 4 – Medidas de tendência central e de dispersão ........................... 37
4.1 Com quantas notas? .......................................................................... 37
4.2 Formalizando os conceitos ................................................................. 39
4.3 Medidas de dispersão ........................................................................ 40
4.4 Exercícios resolvidos.......................................................................... 40
Semana 5 – Equações Polinomiais de 1º grau .............................................. 43
5.1. Introdução .......................................................................................... 43
5.2. Equações de primeiro grau com uma incógnita .................................. 44
5.3. Como determinar a solução ............................................................... 45
5.4. Problemas envolvendo equação de 1º grau ....................................... 48
Semana 6 – Equações Polinomiais de 2º Grau ............................................. 55
6.1 Introdução .......................................................................................... 55
6.2 Equações de segundo grau ............................................................... 58
6.3 Como determinar o conjunto solução ................................................. 59
6.4 Problemas envolvendo equação de 2º grau ....................................... 62
Semana 7 – Produtos Notáveis ..................................................................... 67
7.1 Produtos Notáveis .............................................................................. 67
Semana 8 – Fatoração de Expressões Algébricas ........................................ 73
8.1 Introdução .......................................................................................... 73
8.2 Fatoração colocando o fator comum em evidência ............................ 73
8.3 Fatoração por agrupamento ............................................................... 74
8.4 Fatoração usando produtos notáveis ................................................. 75
8.5 Trinômio do segundo grau ................................................................. 76
Semana 9 – Polígonos .................................................................................. 79
9.1 Introdução .......................................................................................... 79
9.2 Polígonos ........................................................................................... 80
9.3 Polígonos simples, côncavo e convexo .............................................. 84
9.4 Superfície poligonal ............................................................................ 87
9.5 Nomenclatura dos polígonos .............................................................. 90
9.6 Triângulos .......................................................................................... 91
9.7 Quadriláteros...................................................................................... 95
9.8 Polígonos regulares ........................................................................... 97
9.9 Diagonais, ângulos internos e externos .............................................. 99
9.10 Problemas envolvendo polígonos .................................................... 103
Semana 10 – Semelhança de triângulos ..................................................... 110
10.1 Introdução ........................................................................................ 110
10.2 Semelhança de triângulos ................................................................ 111
10.3 Teorema fundamental da semelhança de triângulos ........................ 114
10.4 Casos de semelhança ...................................................................... 115
10.5 Problemas envolvendo semelhança de triângulos............................ 117
118
Semana 11 – Triângulo retângulo ............................................................... 126
11.1 Relações métricas no triângulo retângulo ........................................ 127
11.2 Problemas envolvendo relações métricas no triângulo retângulo ..... 132
Semana 12 – Teorema de Tales ................................................................. 138
12.1 Introdução ........................................................................................... 138
12.2 Retas paralelas cortadas por transversais: Teorema de Tales ............ 139
12.3 Problemas envolvendo o Teorema de Tales ....................................... 142
Referências ................................................................................................. 148
Currículos dos autores ................................................................................ 150
Glossário de códigos QR (Quick Response) ............................................... 152
Semana 1 – Princípio Fundamental da Contagem Plataforma +IFMG

Objetivos
Resolver e elaborar problemas de contagem cuja resolução
envolva a aplicação do princípio multiplicativo.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo ―Apresentação do curso‖.

1.1. Partindo do princípio

Desde os tempos em que os homens ainda moravam em cavernas, uma atividade


se fez presente no seu dia a dia: contar. Assim, o ato de contar também é uma das
primeiras experiências matemáticas que temos na vida, ainda crianças. Contar ―coisas‖,
então, está intimamente ligado aos princípios mais básicos da Matemática e que, em um
primeiro momento, é uma atividade relativamente simples, mas que pode se tornar
complexa, a depender da quantidade de ―coisas‖ que se precisa contar.
Vamos tentar exercitar nossa contagem em algumas situações que podem ocorrer
em nosso cotidiano:
Hipotenusa Maria tem o costume fazer seu lanche na lanchonete da escola todos os
dias. Em um certo dia ela parou para observar o cardápio que ficava afixado na parede:

SALGADOS BEBIDAS

PÃO DE QUEIJO SUCO DE LARANJA


? COXINHA SUCO DE ABACAXI
KIBE SUCO DE UVA
ESFIHA REFRIGERANTE
RISOLE

Figura 1.1 – Cardápio da cantina.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Sua primeira constatação, fazendo uma contagem simples, era de que havia cinco
opções de salgados e 4 opções de bebidas. Diante dessas opções, ela começou a pensar
quantos dias seriam necessários para que ela fizesse todas as possíveis combinações de
lanche, sem repetir em nenhum dia o mesmo pedido de um salgado e uma bebida.
Hipotenusa Maria então pensou que, caso ela comprasse o pão de queijo, seu
preferido, poderia fazer o pedido de qualquer uma das QUATRO bebidas disponíveis
(sucos de laranja, abacaxi, uva ou refrigerante). Ora, ela então comeria este mesmo

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Plataforma +IFMG

salgado em quatro dias diferentes variando apenas a bebida, ou seja, sem repetir o pedido
de seu lanche.
Para os outros salgados o raciocínio seria análogo e como são CINCO opções de
salgados no cardápio, Hipotenusa Maria concluiu que precisaria de

dias para consumir todas as possibilidades de lanche com um salgado e uma bebida, sem
repetir o pedido.

1.2. Formalizando o conceito

O que está por detrás do pensamento de nossa pequena calculista é alvo de estudo
da Matemática, e é denominado e definido da seguinte forma:

Princípio Fundamental da Contagem (PFC) ou Princípio Multiplicativo: se


uma tarefa pode ser feita de m maneiras e outra tarefa pode ser feita de n
maneiras, então uma tarefa e outra podem ser feitas de n x m maneiras.

Atenção: o conectivo E é fundamental para identificar


problemas que envolvem o PFC. Fique atento para
diferenciar os casos em que se realiza uma tarefa E
outra, dos casos em que se realiza uma tarefa OU
outra. Nesta última situação não se deve usar o PFC.

1.3. Exemplo: o mundo da moda

Vejamos a aplicação do PFC em outra situação.


Hipotenusa Maria agora se depara com um dilema na vida de muitas pessoas: o
que devo vestir? Essa questão veio à mente quando ela abriu seu guarda-roupas e contou
as opções de vestuário que possuía para ir à escola:
Camisas Calças Sapatos

Figura 1.2 – Guarda-roupas de Hipotenusa Maria.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Plataforma +IFMG

A pergunta que veio à mente de Hipotenusa Maria foi: quantos looks diferentes
formados por uma camisa, uma calça e um sapato ela poderia montar? Aqui é importante
ressaltar que nossa jovem pouco se preocupa com as cores da moda e quais combinações
são aprovadas pelos critérios do mundo fashion; logo, ela é livre para combinar qualquer
camisa com qualquer calça e qualquer sapato, sem restrições.
Como ela identificou que deverá escolher camisa E uma calça E um sapato,
rapidamente se lembrou da definição do PFC e concluiu que deveria invocá-lo para
solucionar essa questão.
Sendo assim ela identificou a quantidade de opções em cada etapa e realizou a
seguinte operação:

E conclui que poderiam ser montados 24 looks diferentes.

Mídia digital: acesse agora a sala virtual do curso e


assista ao vídeo: ―Princípio Fundamental da Contagem:
discussão de questões‖ .

1.4. Exercícios resolvidos

1. (ENEM 2007) Estima-se que haja, no Acre, 209 espécies de mamíferos,


distribuídas conforme a tabela abaixo.

Deseja-se realizar um estudo comparativo entre três dessas espécies de mamíferos


— uma do grupo Cetáceos, outra do grupo Primatas e a terceira do grupo Roedores. O
número de conjuntos distintos que podem ser formados com essas espécies para esse
estudo é igual a

A) 1.320 B) 2.090 C) 5.845 D) 6.600 E) 7.245

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Plataforma +IFMG

Solução
Podemos notar que precisamos fazer três escolhas dentro dessa questão, ou seja, o
problema será resolvido em três etapas: escolher um crustáceo e um primata e um roedor.
Destacando o uso do conectivo E podemos deduzir que será aplicado o PFC e assim
temos:

Resposta: alternativa A) 1.320.

2. (ENEM 2017) O Código de Endereçamento Postal (CEP) código numérico


constituído por oito algarismos. Seu objetivo é orientar e acelerar o encaminhamento, o
tratamento e a distribuição de objetos postados nos Correios. Ele está estruturado segundo
o sistema métrico decimal, sendo que cada um dos algarismos que o compõe codifica
região, sub-região, setor, subsetor, divisor de subsetor e identificadores de distribuição
conforme apresenta a ilustração.

O Brasil encontra-se dividido em dez regiões postais para fins de codificação. Cada
região foi dividida em dez sub-regiões. Cada uma dessas, por sua vez, foi dividida em dez
setores. Cada setor, dividido em dez subsetores. Por fim, cada subsetor foi dividido em dez
divisores de subsetor. Além disso, sabe-se que os três últimos algarismos após o hífen são
denominados de sufixos e destinam-se à identificação individual de localidades,
logradouros, códigos especiais e unidades dos Correios.
A faixa de sufixos utilizada para codificação dos logradouros brasileiros inicia em
000 e termina em 899.
Quantos CEPs podem ser formados para a codificação de logradouros no Brasil?
A) B) C) D) E)

Solução
Novamente vamos aplicar o PFC, pois todo CEP deve ter todos os 7 dígitos, logo
devemos escolher o primeiro, e o segundo, e assim por diante.
Considerando a quantidade de opções em cada etapa temos:

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Resposta: alternativa E) .

ENEM 2015)
A bandeira de um estado é formada por cinco faixas, A, B, C, D e E, dispostas
conforme a figura.

Deseja-se pintar cada faixa com uma das cores verde, azul ou amarelo, de tal forma
que faixas adjacentes não sejam pintadas com a mesma cor.
O cálculo do número de possibilidades distintas de se pintar essa bandeira, com a
exigência acima, é
A)
B)
C)
D)
E)

Solução
Vamos contar a quantidade de opções que temos para pintar a bandeira partindo da
região A e seguindo em ordem alfabética. Repare que o PFC é aqui aplicado pois devemos
pintar a região A e a região B e assim até a região E.
Para região A temos à disposição todas as três cores (3 opções), quando partimos
para a região B, uma vez que a região A já está pintada não podemos repetir a cor usada,
logo temos uma cor a menos que na região A (2 opções). Para a região C, que é adjacente
a A e B, teremos apenas uma cor disponível (1 opção). Para a região D também teremos
apenas uma cor, uma vez que esta é adjacente às regiões A e C (1 opção). Por fim, ao
pintar a região E só não poderemos usar a mesma cor da região D, ou seja, teremos duas
cores disponíveis (2 opções).
Resposta: alternativa B) .

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4. (ENEM 2012) O diretor de uma escola convidou os 280 alunos de terceiro ano a
participarem de uma brincadeira. Suponha que existem 5 objetos e 6 personagens numa
casa de 9 cômodos; um dos personagens esconde um dos objetos em um dos cômodos
da casa. O objetivo da brincadeira é adivinhar qual objeto foi escondido por qual
personagem e em qual cômodo da casa o objeto foi escondido.
Todos os alunos decidiram participar. A cada vez um aluno é sorteado e dá a sua
resposta. As respostas devem ser sempre distintas das anteriores, e um mesmo aluno não
pode ser sorteado mais de uma vez. Se a resposta do aluno estiver correta, ele é
declarado vencedor e a brincadeira é encerrada. O diretor sabe que algum aluno acertará
a resposta porque há
A) 10 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
B) 20 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
C) 119 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
D) 260 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.
E) 270 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.

Solução
Temos exatamente 3 etapas para definir o total de possibilidades: a escolha do
personagem (6 opções), a escolha do cômodo (9 opções) e a escolha do objeto (5
opções), logo o total de respostas possíveis é dado por:

Uma vez que a escola tem 280 alunos, temos 10 alunos a mais que a quantidade de
respostas possíveis.
Resposta: alternativa A) 10 alunos a mais do que possíveis respostas distintas.

Atividade: para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e responda ao Questionário ―Princípio
Fundamental da Contagem‖. Este teste é composto por
5 questões sobre o conteúdo estudado.

O conteúdo neste capítulo trabalhado servirá de base para construção de outros


conceitos durante o curso, portanto retorne aqui sempre que julgar necessário rever os
pontos já discutidos.
Até a próxima semana.
Bons estudos!

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Semana 2 – Cálculo da probabilidade de um eventoPlataforma +IFMG

Objetivos
Calcular a probabilidade de eventos, com base na construção
do espaço amostral, utilizando o princípio multiplicativo, e
reconhecer que a soma das probabilidades de todos os
elementos do espaço amostral é igual a 100%.

2.1 Um problema histórico

Dois matemáticos muito importantes na história são Blaise Pascal (1623-1662) e


Pierre de Fermat (1601? -1665), ambos franceses e amigos. Em 1654 em uma troca de
cartas eles discutiram um problema que ficaria marcado na história: o problema dos pontos
(naquela época não existia WhatsApp e nem e-mail, então as cartas eram basicamente o
único meio de trocar informações entre pessoas que estavam distantes uma da outra).
O problema dos pontos possui diversas variantes, uma delas pode ser entendida na
história contada abaixo que é uma ficção, ou seja, não aconteceu exatamente assim:
Dois jogadores de mesma habilidade, Fermat e Pascal, disputam um jogo em que
aquele ganhar 10 partidas vence o jogo e leva como prêmio 160 moedas de cobre.
Quando a partida estava 9 a 7 para Fermat o jogo teve que ser interrompido, sem
possibilidade de que novas partidas fossem realizadas. Diante desse impasse, ambos se
perguntaram: qual a divisão mais justa do prêmio?
Fermat tomou a palavra e disse que ele deveria levar todas as 160 moedas, uma
vez que o placar de momento lhe colocava em primeiro lugar. Pascal então protestou
dizendo que ainda possui chance de ser o vencedor e que sentia que isso iria acontecer,
portanto, propôs que como nenhum dos dois de fato venceu, o prêmio deveria ser dividido
igualmente: oitenta moedas para cada um.
Antoine, amigo dos dois, ao escutar aquela discussão, resolve intervir com uma
terceira proposta. Como foram jogadas 16 partidas, temos que Fermat venceu 9/16 destas
e Pascal venceu 7/16, assim proponho que Fermat fique com 90 moedas (9/16 de 160) e
Pascal com as 70 restantes. A princípio houve silêncio na sala, mas Fermat se levantou e
disse não concordar, ponderando: ―Isso é quase uma divisão meio a meio e eu estava a
apenas uma vitória de conseguir levar todo o prêmio. Dessa forma, ainda não acho justa a
divisão‖.
O impasse permaneceu até que Pascal trouxe uma interpretação diferente, não
pensada até então. E se imaginarmos o futuro? E se pudermos escrever todas as
maneiras pelas quais este jogo pudesse terminar e considerarmos as chances de cada
uma delas ocorrer?
Dentro dessa visão, Pascal e Fermat notaram que no máximo iriam ocorrer mais 3
partidas de modo que, com certeza, algum dos dois fizessem os 10 pontos necessários

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Plataforma +IFMG

para a vitória. A figura 2.1, chamada árvore de possibilidades, pois se assemelha aos
galhos de uma árvore, ilustra essas situações:

Como foi Placar: 9 a 7


interrompido

Fermat vence
Pascal vence
Partida 1 Placa: 10 a 7
Placar: 9 a 8
Fim do jogo

Fermat vence
Pascal vence
Partida 2 Placar: 10 a 8
Placar: 9 a 9
Fim do jogo

Pascal vence Fermat vence


Partida 3 Placar: 9 a 10 Placar: 10 a 9
Fim do jogo Fim do jogo

Figura 2.1 - Árvore de possibilidades.


Fonte: Elaborada pelos autores.

De forma conjunta, Pascal e Fermat concluíram que essa história poderia ter 4 finais
(representados pelos 4 retângulos da Figura 1) e que em 75% deles (3 retângulos laranjas)
Fermat era o vencedor e em apenas 25% (1 retângulo azul) Pascal ganharia. Com base
nisso, a forma mais justa seria dividir as 160 moedas da seguinte forma: 120 para Fermat
(75% de 160) e 40 para Pascal (25% de 160).
Este problema é considerado o marco histórico que deu início às teorias sobre
probabilidades, em que se passou a tratar problemas semelhantes com base nas
possibilidades do que poderia ocorrer, ou seja, calculando a probabilidade de ocorrência
de um evento.

2.2 Termos importantes

Ao tratarmos de um determinado assunto é importante que todos tenham


conhecimentos do significado que as palavras têm dentro daquele contexto. Sendo assim,
nesta seção serão definidos importantes termos do estudo de probabilidade.
Experimentos aleatórios: são experiências que reproduzidos nas mesmas
condições anteriores podem não conduzir ao mesmo resultado. Dependem da sorte, do
acaso. Observação: alea é um sufixo que vem do Latim e significa sorte.
Exemplo: Lançar um dado numerado de 6 faces e verificar a face voltada para cima.
Experimentos determinísticos: São aqueles que, quando realizados sob
determinadas condições, é possível prever o resultado particular que irá ocorrer.

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Plataforma +IFMG

Exemplo: Se abandonarmos uma moeda de uma certa altura, ela irá cair.
Espaço amostral: conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento
aleatório. Representado, em geral, pela letra S.
Exemplo 1: Lançar uma moeda e verificar a face voltada para cima.
S = {cara, coroa}
Exemplo 2: Lançar um dado de 6 faces e verificar a face voltada para cima.
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Evento: subconjunto do espaço amostral.
Exemplo 1: Lançar uma moeda e verificar a face voltada para cima.
A: Não acontecer nada: → evento impossível
B: Cair cara: * + → evento simples
C: Cair coroa: * + → evento simples
D: Cair cara ou coroa: * +→ evento certo
Exemplo 2: Lançar um dado de 6 faces e verificar a face voltada para cima.
A: Não acontecer nada: → evento impossível
B: Cair o número 1: * + → evento simples
C: Cair um número par: * +
D: Cair um múltiplo de 3: * +
E: Cair um número menor que 7: * + → evento certo
Os eventos podem ser classificados de diferentes maneiras. Algumas, inclusive, já
foram citadas nos exemplos anteriores, mas serão agora formalmente definidas:
 Evento impossível: não há qualquer chance que ocorra.
 Evento certo: necessariamente irá ocorrer.
 Evento simples: representado por um conjunto unitário.
 Eventos equiprováveis: possuem a mesma probabilidade de ocorrência.
 Eventos independentes: a ocorrência de um não altera a probabilidade do outro.
 Eventos mutuamente excludentes: a ocorrência de um garante que o outro não
irá ocorrer.

2.3 A definição clássica de probabilidade

A probabilidade de ocorrência de um evento é expressa por um número, ou seja, a


probabilidade quantifica a aleatoriedade. Falando ainda de outra maneira, probabilidade é
um número que indica a chance de algo ocorrer.
Existem algumas maneiras de se calcular a probabilidade de um determinado
evento, mas a chamada definição clássica é a mais amplamente utilizada e a que
tomaremos como base para nossos cálculos dentro do curso.

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Plataforma +IFMG

Seja um espaço amostral finito S, em que cada elemento é um evento


equiprovável e seja A um evento de S, então a probabilidade de
ocorrência de A é dada por:
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝐴
𝑃(𝐴)
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑆

Algumas propriedades completam ou decorrem dessa definição e nos serão úteis


dentro do universo de problemas de cálculo de probabilidade:
I. ( )
II. ( )
III. ( )
IV. Se A e B forem dois eventos mutuamente excludentes ( ) então
( ) ( ) ( ).

V. Sejam todos os eventos simples dentro do espaço amostral S,


então ( ) ( ) ( ) ( )
Apesar de alguns jogadores de futebol gostarem de dizer em algumas entrevistas: -
vou dar 110% de mim na próxima partida para galgar a vitória, em busca dos três pontos; a
propriedade I nos alerta que isto é impossível, pois toda probabilidade é um número entre
0 e 100%.
É fácil acreditar nas propriedades II e III, uma vez que elas estão de acordo com as
definições que demos para evento impossível (0% de probabilidade de ocorrência) e
evento certo (100% de chance de ocorrência).
Se dois eventos são de tal forma que não podem ocorrer ao mesmo tempo (
) a propriedade IV nos indica que a probabilidade de ocorrência de um ou do outro é a
soma das probabilidades individuais de cada um deles.

Dica do professor: O conectivo OU aparece aqui


relacionado à ideia da união dos conjuntos
(probabilidade de ocorrência de um OU do outro) e está
associado a operação de adição para fins do cálculo da
probabilidade destes eventos.

Por fim, a propriedade V indica que se considerarmos todas as possibilidades, ou


todas diferentes maneiras que um experimento pode ocorrer, ou ainda, todos os eventos
do espaço amostral individualmente, e somarmos suas respectivas probabilidades
obteremos 100%.

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26
Plataforma +IFMG

2.4 Calculando probabilidades

Faremos agora o cálculo de uma série de probabilidades em uma situação problema


específica:

Bolinhas com todos os números entre 1 e 1000 (incluindo esses dois) são colocadas
em uma urna e uma delas é sorteada aleatoriamente. Calcule a probabilidade de:
a) O número ser par.
b) O número ser divisível por 3.
c) O número não ser divisível por 3.
d) O número ser divisível por 2 e por 3.
e) O número ser divisível por 2 ou por 3.

Solução
a) Neste espaço amostral é fácil perceber que dos 1000 números exatamente
metade é par. Logo, considerando como A o conjunto dos números pares
temos:
( )

b) Para obter a quantidade de números múltiplos de 3 é preciso saber qual o último


número com essa propriedade dentro do conjunto. Começando por 1000 e
caminhando em ordem decrescente concluímos que 999 é o último múltiplo de
3. Como também sabemos que existem 333 números múltiplos de
3 no conjunto e sendo B o conjunto destes números, temos:
( )

c) Considerando que todo o espaço amostral pode ser dividido em números


múltiplos de 3 e não múltiplos de 3 e que estes são eventos mutuamente
excludentes, temos:
( ) ( ) ( )
( ) ( )
( )
( )

d) Um número será divisível por 2 e 3 quando for divisível por 6 (pois 6 é o mínimo
múltiplo comum entre esses números). Pelo mesmo processo, 996 é o último
número na lista com essa propriedade e como , temos:
( )

e) Se simplesmente somarmos os resultados obtidos nos itens (a) e (b) iremos


contar alguns números duas vezes, pois os eventos A e B não são mutuamente
excludentes. Logo precisamos descontar essas repetições da soma, mas
sabemos que eles são exatamente os contados no item (c). Logo
e assim, temos:

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( )

Mídia digital: vá até a sala virtual do curso e acesse o


vídeo ―Exercícios - Probabilidade‖ .

2.5 Exercícios resolvidos

1. (IFMG 2019-1) Ao acessar o portal do Instituto Federal de Minas Gerais - IFMG


para realizar sua inscrição no vestibular, um candidato indeciso depara-se com o mapa a
seguir, que mostra todas as cidades em que o IFMG oferece cursos. Ele fecha os olhos e
aponta aleatoriamente para uma das cidades da região do Vale do Rio Doce, a qual
escolhe para fazer sua inscrição no vestibular.

A probabilidade de o candidato indeciso ter se inscrito para estudar no IFMG


campus São João Evangelista é de, aproximadamente,

A) 6%. B) 17%. C) 33%. D) 61%.

Solução
Nesta questão é importante definir bem qual é o espaço amostral, pois uma
interpretação incorreta deste ponto levará a indicação de uma resposta equivocada. Uma
vez que já sabemos que o candidato apontou para uma das cidades do Vale do Rio Doce,
não temos mais todos os campi como opções, reduzindo nosso espaço amostral para um
conjunto de apenas 3 elementos.
Sendo assim, a probabilidade de o candidato acertar exatamente São João
Evangelista é uma em três, ou

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Resposta: alternativa C) 33%.

2. (ENEM 2001) Um município de 628 km² é atendido por duas emissoras de rádio
cujas antenas A e B alcançam um raio de 10km do município, conforme mostra a figura:

Para orçar um contrato publicitário, uma agência precisa avaliar a probabilidade que
um morador tem de, circulando livremente pelo município, encontrar-se na área de alcance
de pelo menos uma das emissoras. Essa probabilidade é de, aproximadamente,

A) 20% B) 25% C) 30% D) 35% E) 40%

Solução
Para determinarmos a probabilidade solicitada precisamos antes obter a área de
cobertura das rádios, representada pelos dois setores circulares. A área do setor circular
depende do ângulo e este por sua vez pode ser determinado pela soma dos ângulos
internos do trapézio da figura.
Sabemos que a soma dos ângulos internos de um quadrilátero convexo é 360º (mas
detalhes deste resultado serão apresentados no capítulo 9 deste material). Como dois dos
ângulos são retos, totalizando 180º, os dois que representam os setores circulares também
totalizam 180º. Sendo assim, a soma das áreas dos dois setores equivale à metade de um
círculo, logo, a área total de cobertura das rádios é:

Considerando a área total como sendo o espaço amostral temos a probabilidade


solicitada:

Resposta: alternativa B) 25%.

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e responda ao Questionário
―Probabilidade‖. Este teste é composto por 5 questões
sobre o conteúdo estudado.

Até a próxima semana.

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Bons estudos!

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30
Semana 3 – Eventos dependentes e independentes
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Objetivos
Reconhecer, em experimentos aleatórios, eventos
independentes e dependentes e calcular a probabilidade de
sua ocorrência, nos dois casos.

3.1 Eventos independentes

Nesta semana iremos aprofundar o conceito de probabilidade discutido


anteriormente tratando especificamente de duas categorias de eventos: dependentes e
independentes. Para isso vamos discutir inicialmente duas situações problema.
Problema 1
Hipotenusa Maria agora está brincado de adivinhação com seu irmão, José Cateto,
e para isso pegou dois baralhos completos, um azul e um vermelho, e mostrou que em
cada um estavam todas as 52 cartas, divididas nos seus quatros naipes, números de 1 (ás)
a 10 e figuras rei (K), dama (Q) e valete (J).
A brincadeira funcionava da seguinte maneira, Hipotenusa pedia para que Cateto
retirasse uma carta de cada um dos baralhos e guardasse sem que ela visse quais eram.
Uma vez que sua lua estava em Júpiter, Hipotenusa Maria afirmava que iria conseguir
adivinhar qual carta foi retirada de cada baralho apenas com o poder da mente. Seu irmão,
cético de natureza, disse que dificilmente ela iria acertar e ainda que poderia dizer qual a
probabilidade de acerto.
Cateto então pôs-se a pensar em quantas duplas de cartas diferentes ele poderia
tirar e obteve esse resultado ao multiplicar a quantidade de cartas de cada um dos
baralhos, ou seja, e que apenas uma dupla corresponderia às cartas por ele
retiradas, resultando assim em uma probabilidade de , ou ainda, 0,04%.

Ele havia retirado as cartas Dama de paus do baralho vermelho e Ás de espadas do


baralho azul e imaginou que diante de uma probabilidade tão pequena de acerto, com
certeza sua irmã possuía algum superpoder, caso adivinhasse as cartas. E para a surpresa
de seu irmão, Hipotenusa pensou, pensou, pensou e ... claro que errou.
Cateto então indagou a sua irmã se ela não havia calculado que a chance de acerto
era muito pequena e ela afirmou que sim, havia percebido que a probabilidade de acertar a
carta do baralho vermelho era de e a probabilidade de acertar a carta do baralho azul
era de também, logo, a probabilidade de acertar as duas seria . Nesse

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momento os dois descobriram que calcularam a mesma probabilidade de duas maneiras


distantes e obtiveram o mesmo resultado. Como isso foi possível?
Aqui temos um exemplo do que classificamos como eventos independentes, ou
seja, eventos em que a ocorrência de um não a probabilidade de ocorrência do outro.
Neste caso, qualquer que seja a carta retirada no baralho vermelho, não há qualquer efeito
sobre a probabilidade de retirada de uma carta no baralho azul. Assim podemos formalizar
que:

Sejam A e B eventos independentes então temos que a probabilidade de


ocorrência dos dois eventos é dada por:
𝑃(𝐴 𝐵) 𝑃(𝐴) 𝑃(𝐵)

3.2 Eventos dependentes

Claro que a discussão entre os irmãos não iria parar por aí. A próxima questão
proposta por Hipotenusa foi: e se retirarmos as duas cartas do mesmo baralho? Qual a
probabilidade de novamente termos a Dama de paus e o Ás de espadas? E já emendando
uma resposta, Hipotenusa afirmou acreditar que nada mudaria em relação à situação
anterior de dois baralhos.
Cateto, sempre mais cuidadoso, parou um pouco para pensar e percebeu que ao
retirar uma carta do baralho de 52 cartas, este ficaria com 51 cartas para a segunda
retirada, caracterizando assim uma mudança no tamanho do espaço amostral. Logo, já
não se podia pensar da mesma forma. A probabilidade de retirar o Ás de espadas é de
1/52, assim como a probabilidade de retirar a Dama de paus, mas se um evento ocorrer
logo após o outro, a probabilidade do segundo evento não seria mantida. Aqui podemos
perceber que a ocorrência de um evento afeta a probabilidade de ocorrência do outro e,
neste caso, temos os chamados eventos dependentes.
Formalizando este conceito, temos que:

Se A e B são eventos tais que a probabilidade de B ocorrer após A ter


ocorrido seja diferente da probabilidade de B ocorrer então A e B são
ditos eventos dependentes e denotamos:
𝑃(𝐵/𝐴) ≠ 𝑃(𝐵)

Mas, e como calcularemos a probabilidade de ocorrência dos dois eventos neste


caso, uma vez que não podemos simplesmente multiplicarmos as probabilidades
individuais como no caso de eventos independentes?
Para responder essa pergunta voltemos ao problema dos dois irmãos. Como já foi
notado por Cateto que os eventos são dependentes, podemos nos perguntar, por exemplo,

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qual a chance de retirarmos o Ás de espadas sabendo que a primeira carta retirada foi a
Dama de Paus?
Usando a notação introduzida no quadro anterior e chamando de A o evento retirar
o Ás de espadas e D o evento retirar a Dama de paus, temos:

( / )

E, por fim, a chance de na primeira retirada termos a Dama de paus e na segunda o


Ás de espadas é dada por:

( )

Formalizando o cálculo de probabilidades para eventos dependentes, temos a


seguinte relação:

Sejam A e B eventos dependentes então temos que a probabilidade de


ocorrência dos dois eventos é dada por:
𝑃(𝐴 𝐵) 𝑃(𝐴) 𝑃(𝐵/𝐴)

Dica do professor: Repare que a fórmula


apresentada acima é válida também para eventos
independentes, pois neste caso teríamos ( / )
( ), o que reduz a relação à mesma apresentada
para eventos independentes.

3.1 Exercícios resolvidos

1. (IFMG 2016 – cursos técnicos integrados) Num lançamento de 5 moedas


diferentes, uma de 5 centavos, uma de 10 centavos, uma de 25 centavos, uma de 50
centavos e uma de 1 real e posterior observação das suas faces superiores. A
probabilidade de os possíveis resultados apresentar somente coroa é:
A) 1/10 B) 1/20 C) 1/25 D) 1/32

Solução
Perceba que o fato da moeda de 5 centavos sair coroa (ou cara) em nada muda a
probabilidade das demais moedas, caracterizando assim eventos independentes nesta
questão. Dessa forma podemos aplicar a relação que determina que a ocorrência de todos
os resultados coroa nada mais é do que a multiplicação das probabilidades individuais de
cara moeda resultar em coroa:

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Resposta: alternativa D) 1/32.

2. (ENEM 1998)
Texto para as duas próximas questões
Em um concurso de televisão, apresentam-se ao participante 3 fichas voltadas para
baixo, estando representadas, em cada uma delas, as letras T, V e E. As fichas
encontram-se alinhadas em uma ordem qualquer. O participante deve ordenar as fichas ao
seu gosto, mantendo as letras voltadas para baixo, tentando obter a sigla TVE. Ao desvirá-
las, para cada letra que esteja na posição correta ganhará um prêmio de R$ 200,00.

A probabilidade de o participante não ganhar qualquer prêmio é igual a:

A) 0 B) C) D) E)

Solução
Primeiramente vamos considerar que carta, ao ser desvirada, seja um evento e
vamos discutir se estes são dependentes ou independentes. Uma breve análise permite
chegar à conclusão de que ao tomarmos uma possibilidade de resultado para a primeira
carta: vamos supor que ao virar a primeira carta obtemos a letra V, implicando assim em
erro, pois na sigla TVE o participante pretende obter a letra T na primeira carta para ser
premiado. Repare que neste caso já sabemos que a segunda carta será também errada,
pois o V já foi retirado na primeira, entretanto, se outra carta tivesse sido colocada na
primeira posição essa afirmativa não poderia ser feita. Sendo assim, temos aqui eventos
dependentes, pois a ocorrência de um afeta diretamente a probabilidade de ocorrência do
outro.
É fácil notar, usando o PFC (em caso de dúvidas retorne ao Capítulo 1), que temos
ao todo possibilidades de disposição das cartas, logo, nosso espaço amostral
possui 6 elementos. Destes, apenas dois não possuem nenhuma letra no local correto
(VET e ETV); sendo assim, usando a definição clássica de probabilidade temos:

Resposta: alternativa B) .

3. ENEM 1998
A probabilidade de o concorrente ganhar exatamente o valor de R$ 400,00 é igual
a:

A) 0 B) C) D) E)

Solução
Esta questão pode ser pensada de algumas formas, mas existe um aspecto que a
torna especialmente simples.
Para que o concorrente ganhe exatamente R$400,00 ele deve acertar exatamente
duas letras. Entretanto, caso ele acerte duas letras, necessariamente a terceira também

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estará no local correto, fazendo com ele receba R$600,00 e não os R$400,00 indicados,
logo podemos concluir que se trata de um evento impossível.
Resposta: alternativa A) 0.

Mídia digital: acesse agora a sala virtual do curso e


assista ao vídeo: ―Problemas sobre probabilidade‖
para ver a aplicação dos conceitos até aqui
discutidos em outras situações.

Finalizamos aqui o estudo de probabilidades deste material. É um bom momento


para revisar todo o conteúdo e testar seus conhecimentos.

Atividade: para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e responda ao Questionário
―Eventos dependentes e independentes‖. Este teste
é composto por 5 questões sobre o conteúdo
estudado.

Até a próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 4 – Medidas de tendência central e de dispersão
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Objetivos
Obter os valores de medidas de tendência central de uma
pesquisa estatística (média, moda e mediana) com a
compreensão de seus significados e relacioná-los com a
dispersão de dados, indicada pela amplitude.

4.1 Com quantas notas?

O professor Euclides, após trabalhar temas de Estatística com sua turma de


Matemática, durante a etapa, ficou se perguntando se os resultados dos estudantes foram
bons ou não. Primeiramente ele pegou a nota de cada um dos estudantes da turma e
começou a analisar:
15 7 13 8 16 11 12 24 15 20
30 30 16 18 20 20 30 11 10 20
27 13 8 28 29 28 17 29 29 16

Ele conferiu que realmente estavam ali as notas de todos os 30 estudantes da


turma, mas concluiu que da forma como eles estão descritos, também pela quantidade,
estava difícil definir se o desempenho foi bom ou não.
A primeira possibilidade de análise executada pelo professor foi resumir todas as
notas em um único número e para isso recorreu à média. Ele somou todas as notas e
dividiu pela quantidade de alunos, obtendo:

Mas o que esse número significa? O professor que havia discutido estatística
recentemente com suas turmas sabia que, caso toda a turma tivesse o mesmo
desempenho, mantendo o desempenho médio, todos teriam obtido nota 19. Ou seja, a
média vai representar todos os elementos da amostra através de um único número que
indica a tendência central dos dados.
Voltando à pergunta, agora o professor já tinha algo mais simples de usar como
comparativo, mas precisava de um parâmetro. Em sua escola, a nota máxima da etapa era
30 e o estudante conseguia aprovação quando tinha um desempenho mínimo de 60%,
neste caso, 18 pontos. Sendo assim, a turma obteve média que está acima da pontuação
mínima para aprovação.
Sempre preocupado com o aprendizado dos estudantes, o Prof. Euclides começou
então a pensar em estratégias para melhorar os resultados na próxima etapa e já pensou
em uma proposta. Ele iria dividir a turma em dois grupos de acordo com o desempenho na

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etapa, de forma que cada estudante no grupo com melhor desempenho formaria dupla
com um estudante do grupo com pior desempenho, e cada dupla faria em parceria as
atividades da etapa seguinte. Uma vez traçada esta estratégia, faltava dividir os estudantes
nos dois grupos. E para isso era preciso também estabelecer um ponto de corte. Seria a
19, a média, esse ponto?
Não, neste caso o Prof. Euclides recorreu a uma outra medida estatística, chamada
mediana. A mediana é exatamente o valor que ele precisa para dividir a turma em dois
grupos de mesmo tamanho e para sua obtenção o primeiro passo foi colocar todas as
notas em ordem crescente, conforme segue:
7 8 8 10 11 11 12 13 13 15
15 16 16 16 17 18 20 20 20 20
24 27 28 28 29 29 29 30 30 30

Dica do professor: A organização acima, das


informações em ordem, é chamada de rol. O rol por
ser organizado tanto em ordem crescente quanto
decrescente, produzindo o mesmo valor para a
mediana.

Como a turma tem 30 estudantes, não existe uma nota que está exatamente no
meio do rol e, neste caso, tomamos a média entre os dois valores centrais. As notas que
estão na 15ª e 16ª posições do rol são iguais a 17 e 18, respectivamente, logo, a mediana
é igual a 17,5. Dessa forma o professor terá um grupo com todos os estudantes com nota
inferior 17,5 e outro com estudantes com nota superior a 17,5, chegando assim a grupos
com 15 estudantes cada, ou seja, metade da turma em cada um deles.
Ao finalizar sua estratégia, o Prof. Euclides foi até a sala dos professores, onde
topou com seu colega, o Prof. Arquimedes, que leciona ciências com ele no Instituto
Federal Pitagórico. O Prof. Arquimedes estava comentando justamente sobre um fato
curioso em relação as notas de Ciências de sua turma: muitos estudantes obtiveram
exatamente 20 pontos na etapa e nenhum outro resultado se repetiu com tanta frequência
quanto este na sua disciplina. Neste momento o Prof. Euclides, lembrando dos dados de
sua turma, respondeu: acredito que este resultado esteja na moda, caro colega, pois na
minha turma ocorreu o mesmo fenômeno, o resultado que apareceu com maior frequência,
foi justamente o 20, nota esta obtida por exatamente 4 estudantes.

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4.2 Formalizando os conceitos

A situação descrita no item anterior mostra o uso de uma série de conceitos da


estatística que aparecem no nosso dia a dia, seja em situações triviais, como preparar um
churrasco e usar a média de consumo de carne para estimar a quantidade necessária a
ser comprada, por exemplo, até assistir o noticiário que informa sobre a média de mortes
pela COVID-19. Vamos agora formalizar esses conceitos e a maneira correta de ser obter
essas medidas.
A média aritmética, ou simplesmente média, é uma das chamadas medidas de
tendência central e, certamente, a que possui mais aplicações e relevância em diversas
análises. Seu cálculo envolve todos os dados disponíveis e, com isso, ela é afetada por
valores extremos, ou seja, um número muito menor que os demais trará a média para
baixo e, analogamente, a presença de um número muito maior que os demais vai fazer
com que a média aumente. A fórmula de cálculo é dada pela expressão a seguir:

A média aritmética de um conjunto de números é representada pelo


símbolo 𝑥 e obtida da seguinte forma:
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠
𝑥
𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠

Além da média aritmética, outra medida de tendência central é a mediana,


denotada por Me e que divide o conjunto em duas partes com a mesma quantidade de
elementos. A mediana expressa o ponto central do rol. Há duas maneiras de se obter a
mediana dependendo do número de elementos do conjunto: se a quantidade de elementos
foi ímpar tomamos exatamente o elemento do meio, quando organizados em ordem
crescente ou decrescente; se a quantidade é par, então é calculada a média dos dois
elementos centrais. A mediana é menos afetada por valores extremos, em um comparativo
com a média.

Dica do professor: O primeiro passo para obter a


mediana é sempre colocar os elementos em ordem
(crescente ou decrescente).

Por fim, mas não menos importante, temos a moda, denotada por Mo e que é
representa pelo elemento que aparece com maior frequência no conjunto. Note que a
moda pode não ser única, ou seja, podem existir dois ou mais elementos com a mesma
frequência, sendo esta a maior, e, neste caso, dizemos que nosso conjunto é multimodal e
todos estes elementos são considerados moda. Por outro lado, se nenhum elemento se
repete no conjunto, temos então um conjunto amodal, ou seja, que não possui moda. É
importante salientar que dentre todas as medidas aqui apresentadas como de tendência
central, a moda é a que menos é afetada por valores extremos.

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4.3 Medidas de dispersão

Continuando a conversa entre os professores Arquimedes e Euclides, eles notaram


que não somente a moda das notas das suas turmas foram iguais, mas por uma extrema
coincidência também a média e a mediana haviam sido idênticas. Esse fato curioso fez o
professor Arquimedes levantar uma questão: como vamos conseguir diferenciar os
resultados de nossas turmas, uma vez que todas as medidas de tendência central foram
iguais?
Rapidamente o professor Euclides trouxe a resposta: é possível usar outros tipos de
medidas, como, por exemplo, as medidas de dispersão. Dentre estas, a de mais fácil
obtenção é a amplitude, em geral representada pela letra R (que vem do termo em inglês
range), e que nada mais é que a diferença entre o maior valor do conjunto e o menor.
Sendo assim, os dois professores passaram a verificar no diário de notas a maior e
a menor para então calcular a amplitude de notas das suas respectivas turmas.
Arquimedes verificou que o estudante com menor desempenho obteve 2 e o maior obteve
30, assim o conjunto de notas de sua turma possui amplitude . Já a turma do
Prof. Euclides, como podemos notar, teve 7 e 30 como menor e maior notas,
respectivamente, obtendo assim .
Podemos, então, concluir que, apesar das medidas de tendência central, média,
mediana e moda, para as duas turmas fossem iguais, elas diferiam em termos de
resultados no quesito dispersão. A turma do Prof. Arquimedes, por possuir maior
amplitude, possui resultados mais distantes entre si e que se acumulam menos em torno
da média do que a turma do Prof. Euclides que possui uma amplitude menor.
Dentre outras aplicações para amplitude, podemos destacar seu uso na
meteorologia através do conceito da amplitude térmica, que é a diferença entre a
temperatura máxima e a mínima em determinado período. Locais com grandes amplitudes
térmicas, por exemplo os desertos, são, em geral, mais inóspitos.

Mídia digital: acesse agora a sala virtual do curso e


assista ao vídeo: ―Exercícios Medidas de Tendência
Central‖.

4.4 Exercícios resolvidos

(IFMG 2018/1) Ao analisar a lagoa de uma cidade, uma ONG observou que
estavam morrendo em média oitocentos peixes por mês, devido à baixa oxigenação da
água causada por um tipo de contaminação por resíduos hospitalares. Estima-se que,
naquele mês, ainda havia na lagoa analisada cerca de 16000 peixes vivos.
Desconsidere o nascimento de novos peixes e considere que essa média mensal de
mortes continue constante.

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Pode-se dizer que, daqui a um ano, a quantidade de peixes vivos nessa lagoa será
de
A) 15200 B) 9600 C) 6400 D) 20

Solução
Como a média permanecerá constante ao longo do período de 1 ano (12 meses)
podemos obter o total de peixes mortos por:

Deduzindo o valor obtido do total de peixes vivos temos:

Resposta: alternativa C) 6400

(IFMG 2018/1) A fim de detectar quais estados brasileiros consomem mais água, o
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS – faz um levantamento anual
do consumo. Em seu último diagnóstico, feito em 2015, dos estados da região Sudeste, o
Espírito Santo apresentou uma média de consumo de 178 litros por pessoa por dia, Minas
Gerais 149, São Paulo 159 e o Rio de Janeiro foi o estado de maior consumo na região. A
média aritmética do consumo dos quatro estados foi de 185 litros por pessoa por dia.
Qual foi o consumo do Rio de Janeiro, em litros por pessoa por dia?
A) 168 B) 208 C) 243 D) 254

Solução
Nesta questão iremos aplicar o conceito de média para determinar um dos
elementos do conjunto que gerou a média dada, ou seja, temos:

Podemos tratar a expressão acima como uma equação e resolvê-la para obter o
valor desconhecido. Este, inclusive, será tema da próxima semana de aula. Mas aqui,
iremos abordar outra possibilidade, que inclusive, tem relação com a estratégia de
resolução da questão anterior. Se o consumo de água dos 4 estados fosse constante e
igual a média, teríamos o mesmo consumo total no período, ou seja, .
Considerando apenas os três estados para os quais foram fornecidos os consumos
individuais já temos um total de: . Para que se chegar ao total de
740, o RJ então teve um consumo de água em litros por pessoa de: .
Resposta: alternativa D) 254.

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(IFMG 2019/1) Um corredor de 100 metros rasos faz treinos diários para melhorar
seu desempenho. Em um dia, ele fez 10 corridas na pista e obteve uma média de tempo
de exatos 11 segundos. No dia seguinte, ele fez apenas 5 corridas e obteve os seguintes
tempos: 11 segundos; 10,5 segundos; 11,2 segundos; 10,4 segundos e 10,4 segundos.
A média de todos os tempos obtidos pelo corredor nesses dois dias, em segundos,
foi de:
A) 10,70 B) 10,75 C) 10,85 D) 10,90

Solução
Vamos, aqui, aplicar o conceito de média de maneira mais direta, mas com um
cuidado especial relacionado à quantidade de elementos do conjunto em questão.
Temos a informação de que no primeiro dia o corredor fez 10 corridas e no segundo
dia apenas 5 corridas, ou seja, nos dois dias ele fez um total de 15 corridas. Confrontando
com a fórmula para o cálculo da média, já sabemos então que o denominador, que
representa a quantidade de elementos será 15.
Essa informação é importante para tratarmos agora da soma dos elementos, pois
uma interpretação desatenta poderia levar a somar os seis valores apresentados como
tempo: 11 segundos, 11 segundos; 10,5 segundos; 11,2 segundos; 10,4 segundos e 10,4
segundos. Entretanto, teríamos uma inconsistência aqui, uma vez que se temos 15
elementos, devemos ter uma soma com 15 parcelas. E, para chegarmos a todas elas,
devemos considerar que no primeiro dia o corredor fez 10 corridas, com média de tempo
de 11 segundos, ou seja, posso considerar que a soma de todos os tempos das dez
corridas é igual: . Sendo assim, já computamos 10 das 15 parcelas de nossa
soma, faltando agora acrescentar os últimos 5 tempos, referentes ao segundo dia, assim
obtendo:

Resposta: alternativa D) 10,90.

Atividade: para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e responda ao Questionário ―Média,
moda e mediana‖. Este teste é composto por 5
questões sobre o conteúdo estudado.

Até a próxima semana!


Bons estudos!

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Semana 5 – Equações Polinomiais de 1º grau
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Objetivos
Nesta semana vamos aprender a identificar uma equação de
1º grau, como determinar sua solução e resolver problemas
que envolvam equações desse tipo.

5.1. Introdução

As equações são muito conhecidas na Matemática e muito úteis no nosso dia a dia.
Existem vários tipos de equações e maneiras de resolvê-las; neste curso vamos aprender
sobre as equações polinomiais de 1º grau.
Vamos começar nosso estudo analisando as seguintes situações:
1 - Ana foi à sorveteria e comprou um sorvete de chocolate, ela pagou R$20,00 e
recebeu R$12,00 de troco. Quanto custou o sorvete?
2 - Júlia economizou para uma viagem no final do ano com sua turma da escola. Ela
guardou moedas de 50 centavos e de 25 centavos em um cofre. Quando abriu o
cofre ela tinha um total de 620 moedas, sendo que a quantidade de moedas de 50
centavos é o triplo da quantidade de moedas de 25 centavos. Quantos reais Júlia
possui para a viagem?
3 - O avô de José propôs um desafio para ele e seu irmão Paulo. Ele disse que
possui coelhos e galinhas em seu quintal totalizando 30 animais. Contou o número
de patas dos animais e contabilizou um total de 70 patas. O desafio proposto foi:
Quantas galinhas há no quintal? José afirma que são 15 galinhas e Paulo 25; quem
acertou?

Mídia digital: Antes de continuar a leitura, vá até a sala


virtual e assista a videoaula sobre ―Noções de Álgebra‖.

Na primeira situação, precisamos saber quanto custou o sorvete de Ana. Observe


que é fácil descobrir, para isso vamos adotar a letra ―x‖ para representar o valor do sorvete
e, dessa forma, temos:

Percebemos facilmente, sem fazer muitas contas e observando a igualdade de duas


sentenças apresentada acima, que o valor do sorvete é R$8,00.
Mas, o que é uma igualdade entre duas sentenças? Chamamos essa igualdade de
equação. No decorrer desta semana você perceberá que a equação produzida pelos

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dados do problema é a peça-chave para resolvê-lo; então é preciso compreender bem


todas suas características e dos seus elementos.
Vamos usar este primeiro exemplo para compreender melhor os elementos de uma
equação:
⏟ ⏟

 A sentença que está à esquerda da igualdade é chamada de primeiro membro e


a sentença que está à direita da igualdade é chamada de segundo membro.
 O ―x‖ representa o valor desconhecido e é chamado de incógnita.
 Observando essa situação problema, percebemos que o ―x‖, a princípio, poderia
ser qualquer valor positivo, todas essas opções de preço fazem parte de um
conjunto que chamamos de conjunto universo. O conjunto universo é
representado pela letra e é o conjunto dos valores que uma incógnita pode
assumir em uma equação.
 O valor que encontramos é a solução ou raiz da equação e representamos por
* +. A solução é um valor do conjunto universo que x assume e que torna a
igualdade verdadeira.

Perceba o quanto aprendemos com um exemplo tão simples! Escrever a situação


problema usando a álgebra nos levou a definição do que é uma equação, seus elementos
e a importância de se encontrar a solução. Dessa forma, antes de continuar com a análise
das situações 2 e 3, vamos aprender um pouco mais sobre equações.

5.2. Equações de primeiro grau com uma incógnita

Uma equação do 1º grau é uma equação que pode ser escrita da forma , em
que ( ú ) ≠
 x é a incógnita da equação (a incógnita pode ser representada por qualquer
letra).
 a é um número real, diferente de zero, que multiplica a incógnita e é chamado
de coeficiente.
 b é um número real e é chamado de termo independente.

Exemplos de equações de 1º grau:


)

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Apresentamos, acima, a definição de equação de 1º grau, seus elementos e alguns


exemplos. Agora, a equação , apresentada na primeira situação, é uma
equação de primeiro grau?
Considerando a definição que acabamos de ver, comparando as duas e
considerando o conjunto solução, afirmamos que é possível transformar a equação
na equação e vemos claramente que é uma equação de primeiro grau.
Como fizemos? Este processo faz parte da resolução de uma equação de primeiro grau,
assunto que veremos a seguir. O importante, aqui, é entender que conforme a definição:
toda equação que pode ser escrita da forma ≠ é chamada equação de
primeiro grau com uma incógnita.

5.3. Como determinar a solução

Quando investigamos o valor do sorvete de Ana, chegamos a uma igualdade de


duas sentenças e descobrimos que essa igualdade é chamada de equação, logo em
seguida aprendemos que essa equação é de primeiro grau e vimos uma ―transformação‖
na equação inicial para provar a última afirmação. Mas como chegamos nesse resultado?
A solução de toda equação é por meios instintivos? Existe uma regra, caminho especial ou
fórmula para resolver uma equação de primeiro grau e encontrar a solução?
A resposta é sim! Existem métodos para determinar a solução de uma equação de
1º grau e vamos conhecer dois deles agora.
Princípio aditivo e multiplicativo
O primeiro método para resolver uma equação de primeiro grau usa o princípio
aditivo da igualdade que diz: adicionando ou subtraindo um mesmo número nos dois
membros de uma equação, ainda teremos uma igualdade. E o princípio multiplicativo
da igualdade que diz: multiplicando ou dividindo os dois membros de uma equação
por um mesmo número, ainda teremos uma igualdade. Em outras palavras, se fizermos

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a adição, subtração, multiplicação ou divisão por um mesmo número nos dois membros de
uma equação, a igualdade não se altera.
Vamos resolver a equação onde * +.
O nosso objetivo é encontrar um valor para x que deixe essa igualdade verdadeira;
então, através desses dois princípios vamos ajustar a equação de forma que o x fique
sozinho no 1º membro da equação.
Para isso, vamos eliminar o número 20 usando o princípio aditivo acrescentando
seu oposto (-20) nos dois membros da equação:

Observe que o x ainda está multiplicado por -1, então podemos multiplicar ambos os
membros por -1 de forma a deixar o x positivo e dessa forma encontramos a solução.
( ) ( )

* +
Que é o resultado esperado para a solução do problema proposto.
Mais um exemplo: Resolva a equação
( )

( )

* +
Forma Prática
Estando os princípios aditivo e multiplicativo da igualdade bem definidos, podemos
resolver equações de 1º grau de uma forma bem mais prática.
Quando vamos resolver uma equação, o objetivo é encontrar um valor para a
incógnita que deixará a equação verdadeira; então, temos que achar uma maneira de
isolar essa incógnita no primeiro membro da equação, em seguida mudamos os
elementos, que são a parte numérica de membro, aplicando operações inversas.
Observe essas instruções de forma mais simples:
1) Objetivo: isolar a incógnita (x=?).
2) Mudar elementos de membro (parte numérica).
3) Aplicar operações inversas ( )

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Atenção: Muito importante entender que quando


mudamos os elementos de membro estamos aplicando
uma operação inversa e não mudança de sinal do
elemento. Essa operação inversa é, na verdade, o
princípio aditivo e multiplicativo da igualdade de uma
maneira mais direta, já considerando que o resultado
do lado esquerdo será zero ou um.

Vamos resolver novamente a equação onde * +.


Primeiro vamos mudar o número vinte para o lado direito com a operação inversa
.

Agora vamos passar o -1 que está multiplicando o x para o segundo membro


dividindo o -8 (operação inversa )

* +
Vamos praticar mais um pouco, agora com exemplos que envolvam mais elementos
e considerando o conjunto universo .
1) ( ) ( )

Solução: Vamos aplicar a propriedade distributiva para eliminar os parênteses:

Próximo passo é ―juntar‖ (somar ou subtrair) os termos semelhantes:

Agora vamos aplicar a forma prática e mudar os elementos de membro:

* +

2)

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Solução
Primeiro é preciso determinar o mínimo múltiplo comum (MMC) dos denominadores
logo, MMC (2,3) = 6.
Em seguida, multiplicamos os dois membros da equação por esse valor aplicando a
propriedade distributiva no lado esquerdo:

( )

( ) ( )
Próximo passo é aplicar novamente a propriedade distributiva e somar os termos
semelhantes:

Finalmente aplicamos a forma prática para mudar os elementos de membro


isolando o x:

* +

Dica do Professor: pratique um pouco mais com


exercícios disponíveis no seu livro didático ou na
internet.

5.4. Problemas envolvendo equação de 1º grau

Agora que aprendemos como determinar a solução de uma equação de primeiro


grau, podemos continuar nosso estudo analisando as situações que foram propostas no
início deste curso.
Além destas situações vamos solucionar outros problemas que envolvem equação
de 1º grau, aprendendo como interpretar e identificar as equações inseridas através dos
dados apresentados.
Antes de começar, é importante seguir as instruções abaixo:
1) Leia o enunciado com atenção e destaque todas as informações.
2) Se o problema tiver muitas informações você pode organizá-las em uma tabela.
3) Use letras para representar os valores desconhecidos.
4) Depois de traduzir as informações dadas, represente em equações.
5) Resolva as equações.

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6) Teste os valores encontrados para verificar se estão corretos, se deixaram a


igualdade verdadeira.

Vamos lá?
2 - Júlia economizou para uma viagem no final do ano com sua turma da escola. Ela
guardou moedas de 50 centavos e de 25 centavos em um cofre. Quando abriu o cofre ela
tinha um total de 620 moedas, sendo que a quantidade de moedas de 50 centavos é o
triplo da quantidade de moedas de 25 centavos. Quantos reais Júlia possui para a viagem?
Solução
Primeiro vamos destacar as informações importantes:
Valores conhecidos
Total de moedas: 620
Valores desconhecidos
Quantidade moedas de 50 centavos
Quantidade de moedas de 25 centavos
Total em reais
Pergunta
Total em reais

Para encontrar o total que Júlia possui, primeiro precisamos encontrar a quantidade
de moedas de 50 e 25 centavos.
Vamos chamar de x a quantidade de moedas de 25 centavos
Destacamos no enunciado que a quantidade de moedas de 50 centavos é o triplo
da quantidade de moedas de 25 centavos, portanto a quantidade de moedas de 50
centavos é 3x.
Próximo passo é formular uma equação com as informações dadas, para isso
vamos usar o valor conhecido do total de moedas que é a soma das quantidades de
moedas de 25 e 50 centavos.

Resolvendo a equação:

Portanto, temos 155 moedas de 25 centavos e moedas de 50 centavos.

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A pergunta do problema é qual o total que Júlia possui, em reais, então,

Assim, Júlia tem R$271,25.

3 - O avô de José propôs um desafio para ele e seu irmão Paulo. Ele disse que
possui coelhos e galinhas em seu quintal totalizando 30 animais. Contou o número de
patas dos animais e contabilizou um total de 70 patas. O desafio proposto foi: Quantas
galinhas há no quintal? José afirma que são 15 galinhas e Paulo 25, quem acertou?
Solução
Destacar as informações importantes:
Valores conhecidos
Total de animais: 30
Total de patas: 70
Valores desconhecidos
Quantidade de galinhas
Quantidade de coelhos
Pergunta
Quantidade de galinhas

Vamos chamar de x o número de galinhas.


Destacamos, no enunciado, que somando galinhas e coelhos, o avô de José possui
30 animais; logo podemos representar o número de coelhos por .
Também é sabido o total de patas e, como cada galinha tem 2 patas e cada coelho
tem 4 patas, podemos escrever o total em termos do número de galinhas e coelhos:
( )
Resolvendo a equação:

Portanto, há 25 galinhas e coelhos.

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Respondendo à pergunta: Paulo foi quem acertou o desafio afirmando que há 25


galinhas.

Resolveremos outros problemas envolvendo equação de 1º grau. Não


apresentaremos todos esses detalhes no decorrer da solução, contudo todas as instruções
serão seguidas.

Exercícios Resolvidos

1) Três números são inteiros consecutivos e do menor têm o mesmo valor do que
a metade do maior mais 1. Quais são esses três números?
Solução
Queremos encontrar três números consecutivos,
⏟ ⏟ ⏟

para isso vamos chamar de x o número que está na segunda posição, o seu
antecessor e de o seu sucessor.
⏟ ⏟ ⏟

Temos que do menor entre eles é igual a metade do maior mais um, portanto

( ) ( )

Resolvendo a equação:

( ) ( )

[ ( )] [ ( ) ]( ( ) )

( ) ( )

Portanto,
Os três números são: 8, 9, 10.

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2) O terreno de Ana é retangular e a largura corresponde a do comprimento. O


perímetro do terreno é de 56m. Qual é o comprimento do terreno? E qual é a largura?
Solução

Vamos chamar de x o comprimento do terreno, como a largura é do comprimento


e o valor do perímetro foi informado, podemos escrever o perímetro em termos do
comprimento

( )

Portanto, o comprimento é e a largura é .

3) Em um concurso, cada participante deve responder a 50 perguntas. Para cada


resposta certa ele ganha 2 pontos e para cada resposta errada, ele perde 1 ponto.
Quantos acertos e quantos erros teve um participante que obteve 30 pontos no final?
Solução
Vamos chamar de x o número de acertos, como são 50 perguntas podemos chamar
de o número de erros.
Cada acerto ele ganha três pontos e cada erro perde um, então podemos escrever a
pontuação obtida em temos de x
( )

Portanto, ele teve acertos e acertos.

4) (IFMG - 2014) Um estudante sai de casa e vai à escola. No recreio ele gasta, em
lanche, do que tem na carteira. Gasta do que possuía inicialmente em uma papelaria,

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ao comprar um caderno, e ainda lhe sobram R$ 19,00. A quantia que esse estudante tinha,
inicialmente, na carteira era:
a) R$ 25,00
b) R$ 27,00
c) R$ 30,00
d) R$ 35,00

Solução
Vamos chamar de x a quantia que ele tinha inicialmente.

Ele gastou de x mais de x e sobraram R$19,00, então podemos escrever uma


equação em termos de x

( )

Portanto, a quantia que ele tinha inicialmente era de R$ 30,00. Letra c.

5) (IFMG – 2014) A professora Teresa comprou balas para dar aos seus alunos que
foram aprovados no processo seletivo do IFMG. Quando saiu o resultado, ela notou que,
se desse 25 balas para cada aluno, faltariam 20 balas e, se desse 20 balas para cada um,
sobrariam 20 balas. Nestas condições, é correto afirmar que a professora Teresa:
a) Comprou mais de 200 balas
b) Comprou uma quantidade de ímpar de balas.
c) Possui mais de 10 alunos aprovados no processo seletivo do IFMG
d) Possui uma quantidade par de alunos aprovados no processo do IFMG

Solução
Vamos chamar de x o número de aprovados.
Se ela distribuir 25 balas faltam 20, então podemos escrever em termos de x a
seguinte sentença

Se ela distribuir 20 balas sobram 20, então podemos escrever em termos de x a


seguinte sentença

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As duas sentenças expressam o número de aprovados e nos direciona para a


seguinte equação

Portanto, temos 8 alunos aprovados e verificando:

Logo, a resposta correta é a letra d.

Atividade: para concluir a primeira semana de estudos,


vá até a sala virtual e resolva o questionário ―Equações
de Primeiro grau‖. Este teste é composto por 5
questões de múltipla escolha sobre o conteúdo
estudado.

Terminamos esta semana de estudos por aqui, aproveite para descansar e rever os
principais conceitos e pontos onde você teve mais dificuldade.

Até a próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 6 – Equações Polinomiais de 2º Grau
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Objetivos
Nesta semana vamos aprender a identificar uma equação de
segundo grau, como determinar sua solução e resolver
problemas que envolvem esse tipo de equação.

6.1 Introdução

Vamos iniciar esta semana com mais três desafios e, através deles, fazer outras
descobertas pelo mundo da Matemática.
1) Determine o lado de um quadrado sabendo que sua área é 16cm 2.

2) Quando Júlia nasceu, sua mãe tinha 20 anos. Se multiplicarmos as idades que
possuem hoje o resultado é o dobro do quadrado da idade de Júlia. Qual a idade
da mãe e da filha?

3) Encontre dois números naturais consecutivos cujo produto é 156.

Para resolver as situações acima, vamos usar as mesmas orientações dadas para
resolver problemas envolvendo equações do primeiro grau.
1) Pensando na primeira situação:

Valores conhecidos
Área do quadrado: 16 cm2
Valores desconhecidos
O lado do quadrado
Pergunta
Medida do lado do quadrado
Vamos chamar de x o lado do quadrado e sabendo que a área é lado vezes lado,
podemos representar a área pela equação

Temos,

√ √

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Precisamos pensar nas duas respostas obtidas, dependendo do contexto, de


informações dadas pelo problema, podemos considerar ou não as duas situações. Neste
caso temos que x é a medida do lado do quadrado, portanto precisa ser positivo.
Logo, x = 4 cm.
Veja que não foi difícil encontrar um resultado, apenas usamos a intuição e métodos
para resolução de problemas já vistos anteriormente.
2) Agora vamos resolver a segunda situação:

Quando Júlia nasceu, sua mãe tinha 20 anos. Se multiplicarmos as idades que
possuem hoje o resultado é o dobro do quadrado da idade de Júlia. Qual a idade da mãe e
da filha?
Valores conhecidos
A idade da mãe no nascimento de Júlia: 20 anos
Valores desconhecidos
O produto das duas idades hoje: o dobro do quadrado da idade de Júlia
As idades de Júlia e da sua mãe
Pergunta
Qual a idade de Júlia e de sua mãe.
Vamos chamar de x a idade de Júlia e de y a idade da mãe.
Quando Júlia nasceu sua mãe tinha 20 anos, então podemos representar a idade da
mãe em função da idade de Júlia

Temos ainda que o produto das duas idades, hoje, é igual ao dobro do quadrado da
idade de Júlia:

Substituindo na equação acima temos,


( )
Aplicando a propriedade distributiva e somando em ambos os lados da
equação,

Agora precisamos encontrar um valor para x que torne essa igualdade entre duas
sentenças verdadeira.

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Para isso, primeiro vamos aplicar um processo simples de fatoração, colocando um


fator comum entre a soma de monômios em evidência,

( )
Considerando que quando um produto de dois ou mais números reais é igual a zero,
obrigatoriamente, pelo menos um deles tem que ser igual a zero, temos

Ainda,
( )

Novamente encontramos dois valores para x e como estamos procurando a idade


de Júlia, logo anos.
E a idade da mãe de Júlia é anos.

Pensando na terceira situação:


―Encontre dois números naturais e consecutivos cujo produto é 156‖
Valores conhecidos
Produto entre dois números consecutivos
Valores desconhecidos
Dois números naturais consecutivos
Pergunta
Quais os dois números naturais e consecutivos

Vamos chamar de um número e o seu sucessor. Podemos representar o


produto entre eles como
( )
É sabido que o valor desse produto é 156, assim
( )
Aplicando a propriedade distributiva, temos,
( )

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Novamente precisamos encontrar o valor de x que satisfaz essa igualdade, desta


vez, antes de tentarmos resolver, vamos primeiro entender qual o tipo de equação que
encontramos e a relação desta equação com as equações encontradas na situação 1 e 2.

6.2 Equações de segundo grau

Equação de segundo grau, é toda equação da forma no qual


, com ≠
 Os valores reais de x que satisfazem essa equação são chamados de raízes
 O conjunto de raízes é chamado conjunto solução
 Uma equação de segundo grau pode ter até duas raízes reais ou complexas.
 a, b, e c são chamados de coeficientes
 Quando os coeficientes b ou c são iguais a zero ou b e c igual a zero, a equação
é chamada de equação incompleta.

Baseados nessa definição, podemos concluir que as equações da situação 1 e 2


são equações de segundo grau incompletas pois,

Temos:

Temos:
E a equação da situação 3 é também uma equação de segundo grau na
forma chamada de normal ou reduzida.

Temos:

Observamos que as equações encontradas nos problemas propostos são equações


de segundo grau e que conseguimos resolver uma equação desse tipo, na forma
incompleta sem grandes esforços, através de técnicas que já conhecíamos.
Mas, e a equação da situação 3? Como podemos resolver? Veremos, a seguir, duas
formas para encontrar as raízes de uma equação de segundo grau.

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6.3 Como determinar o conjunto solução

Existe uma relação entre os coeficientes de uma equação de segundo grau e suas
raízes; esta relação será o primeiro método que vamos aprender para encontrar o conjunto
solução.
 Soma e Produto ou Relações de Girard

Considere a equação , com ≠ e suas raízes representadas por


e a relação entre as raízes e os coeficientes é dada por:

Atenção: Fique atento ao sinal de negativo na


expressão para soma e positivo na expressão para o
produto.

As relações acima ainda nos permitem obter a seguinte equivalência:

Considerando e

Temos,

Exemplo: Usaremos a seguir, as relações dadas para encontrar as raízes da


equação .
Primeiro vamos separar os coeficientes da equação:

Vimos que e , então neste caso temos,


( )
e

As raízes serão os valores que satisfazem as relações:

Então, temos que pensar em dois números cuja soma é 6 e o produto é 8.

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Para facilitar ainda mais, estes dois números fazem parte do conjunto dos divisores
de 8. Logo, neste caso, temos que as raízes pertencem ao conjunto * +.
Como o produto e a soma são positivos e as raízes reais, as duas raízes serão
positivas e, fazendo uma análise do caso, percebemos que só podem ser 2 e 4
pois,

Logo o conjunto solução é dado por * +.

Já podemos resolver a equação da situação 3.


Temos , onde e . Então

Neste caso, temos que pensar em dois números cuja soma é igual a -1 e o produto
igual a -156.
Para facilitar, sabemos que estes números são divisores de 156, portanto
pertencem ao conjunto * +. Como o
produto é negativo, teremos uma das raízes negativa e fazendo uma análise de caso
vemos que serão os números -13 e 12, pois,

Logo, * +

O problema pede dois números naturais consecutivos, então apenas o número 12


satisfaz essa condição.
Assim, os dois números são .

Dica do Professor: Pratique um pouco mais com


exercícios disponíveis no seu livro didático ou na
internet.

 Fórmula de Bhaskara

Quando definimos uma equação de segundo grau, vimos que ela possui no máximo
duas raízes. Essas raízes podem ser reais ou complexas. Neste estudo vamos considerar
apenas raízes reais.

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A fórmula de Bhaskara é bastante conhecida,; também relaciona os coeficientes da


equação de segundo grau com suas raízes e é dada por:

Dica do Professor: Pesquise sobre a demonstração da


fórmula de Bhaskara.

O resultado de delta ( ) é conhecido como discriminante e, através dele, podemos


analisar o número de raízes reais que uma equação de segundo grau possui.
Veja:
 , a equação possui duas raízes reais distintas, ou seja, duas soluções.
 , a equação possui duas raízes reais iguais, ou seja, uma única solução.
 , a equação não possui nenhuma raiz real, ou seja, não existe solução.

Vamos resolver a equação do exemplo anterior, , usando a fórmula


de Bhaskara.
Solução
Sejam os coeficientes , vamos substituir na fórmula

Determinando o discriminante,
( )
Como delta é maior que zero, teremos duas raízes reais distintas.

√ ( ) √

Logo, * +.

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Também podemos resolver a equação da situação 3 por essa fórmula.

Temos
( )
Portanto, duas raízes reais distintas.

√ √

Logo, * +
Também é possível resolver uma equação de segundo grau incompleta pelos
métodos apresentados. Verifique!

Dica do Professor: Pratique um pouco mais com


exercícios disponíveis no seu livro didático ou na
internet.

6.4 Problemas envolvendo equação de 2º grau

Mídia digital: Antes de continuar a leitura, vá até a sala


virtual e assista à videoaula sobre ―Problemas
envolvendo equação do 2º grau‖.

Resolveremos, a seguir, outros problemas envolvendo equação de segundo grau.


1) IFMG (2019-1) Oliveira construiu uma casa de campo em um terreno retangular
com área igual a 108 m2. Ele deixou um afastamento de mesma largura entre a casa e as
divisas do terreno. A casa construída tem 8,0m de comprimento e 5,0m de largura.
A seguir, a figura com o esboço da construção.

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Assim, qual é a medida do afastamento, em metros?

Solução

Vamos chamar de o comprimento do terreno e de a largura.


A área do terreno pode ser expressa em termos de a e b:

De acordo com a figura, o afastamento deixado na largura e no comprimento entre a


casa e o terreno foi de x e o problema informa que a casa construída tem 8,0 m de
comprimento, logo o comprimento do terreno é
Além disso, a casa possui 5,0 m de largura, assim a largura do terreno é
.
Sabendo que a área do terreno é 108 m2 e substituindo as expressões acima em
, temos,

( )( )
( )( )

Agora vamos resolver a equação usando a fórmula de Bhaskara,

( )

√ √

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Como estamos procurando a medida do afastamento e ela não pode ser negativa,
vamos considerar apenas a raiz positiva como solução, logo, .

2) ENEM (2011) O Índice de Massa Corporal (IMC) é largamente utilizado há cerca


de 200 anos, mas esse cálculo representa muito mais a corpulência que a adiposidade,
uma vez que os indivíduos musculosos e obesos podem apresentar o mesmo IMC. Uma
nova pesquisa aponta o Índice de Adiposidade Corporal (IAC) como uma alternativa mais
fidedigna para quantificar a gordura corporal, utilizando a medida do quadril e a altura. A
figura mostra como calcular essas medidas, sabendo-se que, em mulheres, a adiposidade
normal está entre 19% e 26%.

Uma jovem com IMC=20 kg/m2, 100 cm de circunferência dos quadris e 60 kg de


massa corpórea resolveu averiguar seu IAP. Para se enquadrar aos níveis de normalidade
de gordura corporal, a atitude adequada que essa jovem deve ter diante da nova medida é

(Use √ √ )
a) Reduzir seu excesso de gordura cerca de 1%.
b) Reduzir seu excesso de gordura cerca de 27%.
c) Manter seus níveis atuais de gordura.
d) Aumentar seu nível de gordura em cerca de 1%.
e) Aumentar seu nível de gordura em cerca de 27%.

Solução
Primeiro vamos destacar os dados que o problema está informando:

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IMC=20 kg/m2
Circunferência dos quadris (vamos chamar de c)= 100 cm
Massa corpórea (vamos chamar de m) = 60 kg
Precisamos encontrar o IAP que é dado por
( )
√ ( )

Para isso, vamos usar IMC para determinar a altura (que vamos chamar de h), e
assim, conseguir calcular o IAP da jovem.
( )
( )

√ √

Como h é uma medida, vamos considerar como solução apenas √ .


Agora é possível calcular o IAP,
( )
√ ( )

Em mulheres, a adiposidade normal está entre 19% e 26%, portanto, ela deve
reduzir seu IAC em pelo menos 1,25% (cerca de 1%). Letra A.

3) PUC-Rio - As duas soluções de uma equação de segundo grau são -1 e . Então


a equação é:
a)
b)
c)
d)
e)

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Solução
Sabemos que podemos representar a equação de segundo grau da seguinte forma:

Então,

Substituindo em , temos,

( ) ( )

Letra C.

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e resolva o questionário ―Equações de
Segundo grau‖. Este teste é composto por 5 questões
de múltipla escolha sobre o conteúdo estudado.

Terminamos a segunda semana de estudos, aproveite para descansar e rever os


principais conceitos e pontos onde você teve mais dificuldade.

Até a próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 7 – Produtos Notáveis
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Objetivos
Nesta semana vamos aprender a identificar e desenvolver
um produto notável.

7.1 Produtos Notáveis

Produtos notáveis são identidades algébricas muito importantes pela sua utilização
em várias situações, como, por exemplo, simplificar uma expressão algébrica ou resolver
uma equação de segundo grau.
Veremos, a seguir, os cinco produtos notáveis.
1) Quadrado da soma entre dois termos

Observe a figura abaixo, formada por um quadrado de lado y, um quadrado menor


de lado x, um quadrado maior de lado e dois retângulo de lados x e y.
Sabendo que a área do quadrado é , vamos determinar a área do
quadrado de lado x+y usando a área das figuras menores.
Temos,
( )

x
x y
Figura 7.1 – Representação geométrica quadrado da soma
Fonte: Elaborada pelos autores.

Quando determinamos a área do quadrado de lado , estamos determinando


também a fórmula para desenvolver o quadrado da soma de dois termos para qualquer x e
y real.

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Este produto também pode ser entendido como segue:


( ) ( )( )

Veja alguns exemplos:


a) ( )
b) ( ) ( ) ( )
c) . / . /

2) Quadrado da diferença entre dois termos

Vamos considerar, agora, um quadrado de lado x e dentro dele um quadrado de


lado x-y, um quadrado de lado y e dois retângulos de lados x-y e y.
Então, a área do quadrado maior, de lado x, pode ser representada pela soma das
áreas das outras figuras,
( ) ( ) ( ) ( )
( )
( )

𝑥 𝑦

y
y 𝑥 𝑦
Figura 7.2 – Representação geométrica quadrado da diferença
Fonte: Elaborada pelos autores.

A expressão acima é a fórmula para encontrar o quadrado da diferença de dois


termos, para qualquer x e y reais.
Também podemos considerar o seguinte desenvolvimento:
( ) ( )( )

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Veja alguns exemplos:


a) ( ) ( )
b) ( ) ( )
c) . / . / . /

3) Produto da Soma pela diferença de dois termos:

Considere a figura abaixo: temos um retângulo maior com altura medindo e base
, um retângulo azul de altura e base e um terceiro retângulo com altura
e base .
Vamos determinar a área do retângulo azul em termos das áreas dos outros dois
retângulos:
( )( ) ( ) ( )
( )( )

a+b

a
b

Figura 7.3 – Representação geométrica produto da soma pela diferença


Fonte: Elaborada pelos autores.

Assim a fórmula do produto da soma pela diferença de dois termos, para qualquer a
e b reais é:

( )( )

Veja alguns exemplos:


a) ( )( )

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b) . /. / ( ) . /

c) ( √ )( √ ) (√ )

Mídia digital: Antes de continuar a leitura, vá até a sala


virtual e assista à videoaula sobre ―Representação
Geométrica do cubo da soma e da diferença de dois
termos‖.

4) Cubo da soma de dois termos:

Considere x e y reais, ( ) é dado por:


( ) ( )( )
( ) ( )( )
( ) ( )

( )
Veja alguns exemplos:
a) ( ) ( ) ( )
b) ( ) ( ) ( )
c) ( ) ( ) ( )

5) Cubo da diferença de dois termos:

Considere x e y reais, ( ) é dado por:


( ) ( )( )
( ) ( )( )
( ) ( )

( )
Veja alguns exemplos:
a) ( ) ( ) ( )
b) ( ) ( ) ( )
c) ( ) ( ) ( )

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Dica do Professor: Pratique um pouco mais com


exercícios disponíveis no seu livro didático ou na
internet.

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e resolva o questionário ―Produtos
Notáveis‖. Este teste é composto por 5 questões de
múltipla escolha sobre o conteúdo estudado.

Encerramos mais uma semana, aproveite para descansar e não deixe de praticar
fazendo exercícios e revendo os principais conceitos.

Até a próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 8 – Fatoração de Expressões Algébricas
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Objetivos
Nesta semana vamos aprender métodos para fatorar uma
expressão algébrica além de usar os produtos notáveis para
a fatoração.

8.1 Introdução

Fatorar uma expressão algébrica é escrevê-la como produto de expressões mais


simples. Vamos aprender o método de fatoração fator comum em evidência, fatoração por
agrupamento e a fatoração usando os produtos notáveis.
Você verá que é uma grande ferramenta que pode ser aplicada em várias situações
na matemática e na resolução de problemas de diversas áreas.
Considere a seguinte questão:
Sabendo e que ( ) ( ) ,
determine os valores de a e b.
Para resolver esta questão, vamos precisar aplicar os processos de fatoração que
veremos a seguir.

8.2 Fatoração colocando o fator comum em evidência

Quando a expressão algébrica é uma soma de monômios, podemos colocar o fator


comum a todos estes monômios em evidência, caso ele exista, utilizando a propriedade
distributiva da multiplicação em relação à adição.
Exemplos:
a)

Observe que é o fator comum aos três termos, dessa forma podemos colocá-lo
em evidência,
( )

Obtendo assim a forma fatorada de

Neste caso, é o fator comum e assim a forma fatorada dessa expressão


algébrica é

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( )

b)

Neste caso, vamos colocar o fator comum em evidência na expressão do


numerador e do denominador,
( )
( )

8.3 Fatoração por agrupamento

Para fatorar por agrupamento, temos que dividir a expressão algébrica como soma
de outras expressões menores, em seguida fatorar cada uma. No resultado dessa
fatoração é necessário que apareça um fator comum a todas para ser colocado em
evidência.
Exemplo:
a)

Dividindo em expressões menores, temos,


( ) ( )
Fatorando cada uma,
( ) ( ) ( ) ( )
Agora é só colocar o fator comum em evidência,
( ) ( ) ( )( )
b)

Separando os grupos,
( ) ( )
Fatorando cada grupo,
( ) ( ) ( ) ( )
Colocando o fator comum em evidência,
( ) ( ) ( )( )

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8.4 Fatoração usando produtos notáveis

Diferença de dois quadrados


Quando temos uma diferença entre dois quadrados, usamos a regra do produto
notável que é o produto da soma pela diferença; na verdade, é fazer o processo inverso ao
que vimos na semana anterior a essa.
Considerando a diferença a fatoração será ( )( )
Exemplo:
a) ( )( )
b) ( ) ( ) ( )( )
c) . /. /

Cubo da soma e da diferença


Lembrando do cubo da soma e da diferença de dois termos, podemos fatorar
expressões como as seguintes:
a) ( )
b) ( ) ( ) ( ) ( )
c) ( ) ( ) ( )

Trinômio quadrado perfeito


Um trinômio é formado por três monômios, para ser quadrado perfeito sua forma
fatorada é representada como um monômio elevado ao quadrado.
Veja: ( )
É fazer o processo inverso do produto notável definido como o quadrado da soma e
da diferença de dois termos.
Para identificar se um trinômio é quadrado perfeito, basta realizar as seguintes
verificações:
1) Dois dos termos são quadrados perfeitos.
2) Um deles é o dobro do produto das raízes quadradas dos outros dois termos.

Exemplos:
a) ( )
b) ( )
c) ( )

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8.5 Trinômio do segundo grau

Importante destacar que nem todo trinômio é quadrado perfeito, por exemplo, o
trinômio não possui dois termos que são quadrados, logo já percebemos que
não é quadrado perfeito.
Esse trinômio é do tipo , que chamamos de trinômio do segundo grau e
sua fatoração é dada por ( )( ), em que e .
Resumindo, para fatorar um trinômio do segundo grau, basta encontrar as raízes.
Exemplos:
a) ( )( )
b) ( )( )
c) ( )( )

Mídia digital: Antes de continuar a leitura, vá até a sala


virtual e assista à videoaula ―Exercícios Resolvidos‖.

Agora que já vimos maneiras de fatorar uma expressão algébrica, vamos voltar à
questão proposta no início deste estudo.
Sabendo e que ( ) ( ) ,
determine os valores de a e b.
Vamos começar fatorando o lado esquerdo da segunda equação,
, ( )- , ( )- , -
Considerando a diferença entre dois quadrados no primeiro termo e colocando o
fator comum em evidência no terceiro termo,
, ( )( )- , ( )- , ( )-
Fatorando o trinômio quadrado perfeito do terceiro termo, temos,
, ( )( )- , ( )- , ( ) -
Agora, vamos colocar o fator comum aos termos, em evidência,
( ),( ) ( )-
Encontramos a forma fatorada da expressão algébrica do lado esquerdo, em
seguida vamos substituir o valor fornecido no enunciado da questão,
,( ) -
,( ) -

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( )

( )

Dessa forma,

Resolvendo este sistema de equações, temos e .

Dica do Professor: Pratique um pouco mais com


exercícios disponíveis no seu livro didático ou na
internet.

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e resolva o questionário ―Fatoração de
expressões algébricas‖. Este teste é composto por 5
questões de múltipla escolha sobre o conteúdo
estudado.

Até a próxima semana!!


Bons estudos!

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Semana 9 – Polígonos
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Objetivos
Nesta semana, estudaremos figuras geométricas planas
conhecidas como polígonos. Elas englobam figuras habituais
tais como triângulos, retângulos, hexágonos etc. Esse estudo
dos polígonos inclui, por exemplo, a análise de elementos
básicos, como as diagonais e os ângulos internos e externos.

9.1 Introdução

Imaginemos duas situações.


A primeira é sobre uma serralheria que é contratada para fazer uma armação de
aço inox no formato de um octógono regular cujos lados medem 6 metros. A fim de que
seja uma estrutura reforçada, ela deverá conter barras em todas as diagonais. O acordo
entre a serralheria e o cliente é que uma barra lateral custará R$ 300,00, enquanto cada
barra diagonal sairá pelo valor de R$ 400,00. Quanto o cliente pagará pelo serviço
contratado?
A segunda situação se trata de um avião que parte de uma cidade A e voa até um
ponto B, que se encontra a 1500 km de A. No ponto B, ele faz um desvio de 60º para a
direita e percorre 800 km até chegar ao ponto C. Neste ponto ele executa um outro desvio
para direita de 50º e, então, trafega por 500 km até atingir o ponto D. No ponto D, o avião
faz um pequeno desvio de 20º à direita e voa por 900 km, chegando finalmente à cidade E,
após o desembarque dos passageiros, o avião retorna à cidade A. Vale mencionar que, de
um ponto destacado a outro dessa rota, o avião voou em linha reta. Qual é a medida do
ângulo formado entre a direção A-E, tomada pelo avião para retornar diretamente à cidade
A, e a linha DE (ou seja, medindo a partir de DE no sentido anti-horário), sabendo que a
linha AB faz um ângulo de 70º com a direção A-E, como mostra a figura abaixo?

Figura 9.1 – Situação-problema 2: rota do avião.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Observe que, para a estimativa do custo da obra que a serralheria realizará, é


fundamental saber: (1) quantas barras de aço constituem os lados da estrutura, em outros

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termos, quantos lados possui um octógono; e (2) quantas barras diagonais a estrutura
contém, ou seja, quantas diagonais um octógono possui. Mas, afinal, o que é um
octógono? E um octógono regular, o que é? O que é uma diagonal de um octógono? Como
calcular o número de diagonais em um octógono?
Com relação ao problema acerca da rota do avião, perceba que o que precisamos
determinar é o ângulo formado pelos segmentos DE e AE, ou seja, o ângulo interno ̂ .
Repare ainda que a trajetória de ida e volta da cidade A à cidade B forma um polígono
convexo de cinco lados e que três, das quatro medidas de ângulos fornecidas,
correspondem a ângulos externos. Assim, se soubermos a soma dos ângulos internos que
um polígono convexo de cinco lados possui e se, além disso, descobrirmos uma relação
entre ângulos internos e externos, podemos, quem sabe, obter o ângulo ̂ . Naturalmente,
surgem perguntas tais como: O que é um polígono convexo? O que são ângulos interno e
externo? É possível, de fato, determinar a soma de ângulos internos de um polígono, como
sugerido acima? E a soma dos ângulos externos também é possível determinar?
Neste capítulo, estudaremos uma classe de figuras geométricas que nos permitirão,
entre tantas outras coisas, responder a todas essas perguntas e resolver os problemas
acima expostos. Além disso, ao final do capítulo, disponibilizamos exercícios com
soluções, os quais auxiliarão na compreensão do conteúdo e na resolução de problemas
propostos.

Mídia digital: Antes de continuar a leitura, vá até a sala


virtual e assista à videoaula sobre ―Introdução à
Geometria Plana‖.

9.2 Polígonos

Embora algumas pessoas possam não se dar conta, os polígonos fazem parte do
nosso cotidiano. Somos cercados, quase o tempo todo, por objetos das mais diversas
naturezas, que, quando vistos sob uma determinada perspectiva, possuem formatos que
se assemelham a retângulos, triângulos, quadrados, paralelogramos, uniões de retângulos
e triângulos etc. Por exemplo, portas, janelas e portões podem se apresentar, quando
vistos de frente, na forma de retângulos ou quadrados. O telhado de uma casa, a depender
da perspectiva vista, pode ser enxergado bidimensionalmente como um paralelogramo. As
quadras de esporte, em geral, quando vistas de cima, apresentam um formato retangular.
Alguns palcos de esportes de combate, tais como o mma (abreviação de mixed martial
arts), formam um octógono, sob a visão superior. As telas dos celulares inteligentes
(comumente chamados de smartphones), computadores, notebooks, tablets e televisores
interativos (mais conhecidos como smart tvs) têm a forma aproximada de um retângulo.
Aliás, o uso desses dispositivos digitais cresce a cada ano, no Brasil, o que pode indicar

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que, cada vez mais, eles fazem parte de nossa vida 1. Na própria natureza encontramos
polígonos. Os favos de mel, por exemplo, são uniões de hexágonos regulares:

Figura 9.2 – Favos de mel e hexágonos regulares.


Fonte: http://pixabay.com/pt/photos/cerveja-querida-inseto-abelhas-bi-5433299/ e
http://pixabay.com/pt/vectors/hex%C3%A1gonos-amarela-favo-de-mel-310659/ (Acesso em: 10/04/2021)

Um outro exemplo da ocorrência de polígonos na natureza são as carapaças dos


quelônios (ou seja, tartarugas, cágados e jabutis). Observe, na imagem a seguir, que o
casco do jabuti é praticamente um mosaico de pentágonos, hexágonos, quadriláteros,
entre outros polígonos.

Figura 9.3 – Jabutis.


Fonte: http://pixabay.com/pt/photos/tartaruga-natureza-verde-casco-2039265/ (Acesso em: 10/04/2021)

Todas essas figuras mencionadas, as quais estudaremos mais detalhadamente


adiante, são exemplos de polígonos. Um dos fatos em comum que elas possuem é a
multiplicidade de ângulos, ou seja, todas elas possuem no mínimo três ângulos internos
(veremos esta noção em seção posterior). Aliás, daí advém termo polígono: do grego, poly
(muitos) + gon (ângulo).

1
Uma pesquisa realizada em 2020 pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da FGV-EAESP, que
pode ser encontrada em http://portal.fgv.br/noticias/brasil-tem-424-milhoes-dispositivos-digitais-uso-revela-
31a-pesquisa-anual-fgvcia, mostrou que, só naquele ano, havia 420 milhões de celulares, computadores,
notebooks e tablets em uso no Brasil.

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Um polígono nada mais é do que uma figura geométrica plana fechada formada por
segmentos de retas. Mais precisamente, considere uma sequência de
pontos distintos em um plano, com n≥3, em que três pontos consecutivos não são
colineares (ou seja, não pertencem a uma mesma reta; não pertencem
a uma mesma reta; …; não pertencem a uma mesma reta; não
pertencem a uma mesma reta; e não pertencem a uma mesma reta). A união dos
segmentos ̅̅̅̅̅̅̅, ̅̅̅̅̅̅̅, …, ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅e ̅̅̅̅̅̅̅é, então, chamada de um polígono.
Notação. Um polígono formado pelos pontos será denotado por
.
Vejamos alguns exemplos para melhor compreensão da definição de polígono:

Figura 9.4 – Exemplo de polígonos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Por outro lado, as figuras subsequentes não são polígonos:

Figura 9.5 – Figuras geométricas que não são polígonos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Isso porque, na figura à esquerda, temos três pontos consecutivos colineares E 1, E2


e E3, enquanto a figura à direita não contém o segmento ̅̅̅̅̅̅.
Alguns elementos relacionados aos polígonos são bastantes especiais e, por isso,
recebem nomes. Para um polígono arbitrário , os pontos
são chamados de vértices; os segmentos ̅̅̅̅̅̅̅,̅̅̅̅̅̅̅,…,̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅ e ̅̅̅̅̅̅̅são chamados
de lados; e os ângulos ̂ , ̂ ,…, ̂ e ̂ são chamados de ângulos internos do

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polígono. O ângulo suplementar adjacente a um ângulo interno é chamado de um ângulo


externo. Os segmentos de reta cujas extremidades são vértices não consecutivos são
ditos as diagonais de um polígono.

Notação. Usaremos tanto quanto ̅̅̅̅̅̅ como notação para os seguintes elementos
de um polígono: lado e diagonal.
Por exemplo, no polígono abaixo,

Figura 9.6 – Elementos de um polígono.


Fonte: Elaborada pelos autores.

os pontos azuis (A, B, C, D e E) são os vértices, os segmentos verdes são os lados e os


segmentos vermelhos são as diagonais do polígono ABCDE.
Ainda com relação a um polígono qualquer, dois lados são ditos lados
consecutivos quando possuem um vértice em comum. Por exemplo, no polígono

Figura 9.7 – Lados consecutivos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

os lados ̅̅̅̅̅̅̅e ̅̅̅̅̅̅̅ são consecutivos, pois B2 é o vértice comum a esses dois lados. Já
os lados ̅̅̅̅̅̅̅e ̅̅̅̅̅̅não são consecutivos. Dois ângulos são chamados de ângulos
consecutivos se possuem um lado em comum. Na figura anterior, por exemplo, os

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ângulos ̂ e ̂ tem ̅̅̅̅̅̅̅como lado comum, portanto, são consecutivos. Por outro lado, os
ângulos ̂ e ̂ não são consecutivos.
Observe que um polígono de n vértices possui n lados, n ângulos internos e n
ângulos externos.
A soma das medidas de todos os lados de um polígono é chamada de perímetro do
polígono.
Por exemplo, o polígono a seguir possui perímetro igual a 20,5 cm.

Figura 9.8 – Perímetro de um polígono.


Fonte: Elaborada pelos autores.

9.3 Polígonos simples, côncavo e convexo

Os polígonos podem ser classificados em simples e complexos. Um polígono é


chamado de simples se dois lados não consecutivos não se tocam, ou seja, a intersecção
de tais lados é vazia. Um polígono que não é simples é dito um polígono complexo.
Vejamos alguns exemplos. Os polígonos A1A2A3 e B1B2B3B4 abaixo são polígonos
simples.

Figura 9.9 – Polígonos simples.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Por outro lado, os polígonos C1C2C3C4C5 e D1D2D3D4D5, representados na figura


subsequente, são complexos, visto que os lados ̅̅̅̅̅̅e ̅̅̅̅̅̅não são consecutivos, porém
se tocam; o mesmo ocorre entre os lados ̅̅̅̅̅̅̅e ̅̅̅̅̅̅̅.

Figura 9.10 – Polígonos complexos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

A classe dos polígonos simples pode ser dividida em duas subclasses: a dos
polígonos côncavos e a dos polígonos convexos.
Um polígono simples é chamado de côncavo se existem dois vértices consecutivos,
de sorte que a reta que passa por tais pontos deixa, ao menos, um vértice em um
semiplano e um vértice em outro semiplano, determinado pela reta.
Que tal investigarmos um exemplo para compreender essa definição?
Considere o seguinte polígono

Figura 9.11 – Polígono côncavo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Observe que, se traçarmos uma reta, passando pelos vértices B2 e B3, o plano será
dividido em dois semiplanos, um (indicado pela cor verde, na figura abaixo) contendo o
vértice B1 e o outro (indicado pela cor vermelha, na figura abaixo) contendo o vértice B 4:

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Figura 9.12 – Polígono côncavo: demonstração.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Portanto, de acordo com a definição, o polígono simples B 1B2B3B4 é um polígono


côncavo.
Agora, analisemos o polígono simples A1A2A3 abaixo:

Figura 9.13 – Polígono convexo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Repare que, ao traçar uma reta passando por A1 e A2, obtemos dois semiplanos, um
contendo o vértice A3 e o outro não contendo vértice algum desse polígono.
Analogamente, traçando uma reta que passe por A 1 e A3 ou por A2 e A3, obteremos em
ambos os casos dois semiplanos, um que contém um vértice do polígono A1A2A3 e outro
que não contém vértice algum. Em outros termos, o polígono não satisfaz as condições da
definição de polígono côncavo e, portanto, não é um polígono côncavo.

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Um polígono que não é côncavo é chamado de convexo. O polígono A1A2A3 acima,


como acabamos de ver, é um exemplo de polígono convexo.

9.4 Superfície poligonal

Discutiremos, agora, a posição de um ponto A em relação a um polígono simples,


ambos no mesmo plano e A não pertencente ao polígono. Em outros termos,
responderemos à seguinte questão: o que significa um ponto estar dentro ou fora de um
polígono (simples)?
Ao traçarmos uma semirreta com origem no ponto A, que intersecte o polígono, mas
não passe por nenhum vértice, constatamos que o número de pontos de intersecção entre
a semirreta e o polígono pode ser par ou ímpar. Se for par, então diremos que o ponto A é
externo ao polígono; caso seja ímpar, o ponto A é, então, chamado de interno ao
polígono.
Vejamos um exemplo. Considere um polígono A1A2A3 e um ponto A não
pertencente a esse polígono, como mostrados na figura a seguir:

Figura 9.14 – Ponto externo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Então, traçando uma semirreta, a partir do ponto A, que passe pelo polígono e não
passe por vértice algum, encontramos dois pontos de intersecção (destacados em
vermelho, na figura subsequente), a saber B e C:

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Figura 9.15 – Ponto externo: demonstração.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Uma vez que temos um número par de pontos de intersecção (mais precisamente,
dois), concluímos, portanto, que o ponto A é externo ao polígono A 1A2A3.
Considere, agora, o mesmo polígono A1A2A3 e um ponto D, conforme mostra a
figura a seguir:

Figura 9.16 – Ponto interno.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Traçando uma semirreta com origem A, que passe pelo polígono e não passe por
vértice algum, encontramos um ponto de intersecção (destacado em vermelho, na figura
subsequente), a saber F:

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Figura 9.17 – Ponto interno: demonstração.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Visto que temos um número ímpar de pontos de intersecção (mais precisamente,


um), concluímos, portanto, que o ponto A é interior ao polígono A 1A2A3.
Dado um polígono arbitrário, o conjunto de todos os pontos internos a esse polígono
é chamado de interior do polígono, enquanto o conjunto de todos os pontos externos ao
polígono é dito o exterior do polígono.

Atenção: O interior e o exterior de um polígono não


incluem o próprio polígono. Ou seja, os pontos
pertinentes a um dos lados ou ao conjunto de vértices
do polígono não pertencem ao interior nem ao exterior
do polígono.

No exemplo do polígono simples A1A2A3, o interior desse polígono é o subconjunto


do plano indicado na figura abaixo pela cor vermelha, enquanto o seu exterior é o
subconjunto indicado pela cor verde:

Figura 9.18 – Interior (em vermelho) e exterior (em verde) de um polígono.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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A união de um polígono com o seu interior é chamada de superfície poligonal.


No exemplo acima, a região do plano formada pela região em vermelho, juntamente
com o polígono A1A2A3 (na cor azul) é uma superfície poligonal.

Atenção: é importante mencionar que em alguns textos


na literatura, o que chamamos de superfície poligonal é
chamado de polígono e o que chamamos de polígono é
chamado de poligonal fechada ou contorno
poligonal. Em ambos os casos, chegamos aos
mesmos resultados finais.

9.5 Nomenclatura dos polígonos

Os polígonos são nomeados conforme o número ângulos. Para polígonos com um


número de lados maior ou igual a cinco, existe uma regra de nomeação:
nome do polígono = prefixo referente ao número de lados + “gono”
Por exemplo, para um polígono de seis lados, o prefixo referente à palavra ―seis‖ é o
―hexa‖. Logo, o polígono de seis lados é denominado hexágono. Analogamente, um
polígono de oito lados é chamado de octógono, visto que o prefixo cujo sentido é oito é
―octo‖.
A seguir, apresentamos uma tabela com alguns polígonos de n lados e suas
nomenclaturas correspondentes.

Número de lados (n) Nomenclatura


3 Triângulo
4 Quadrilátero
5 Pentágono
6 Hexágono
7 Heptágono
8 Octógono
9 Eneágono
10 Decágono
11 Undecágono
12 Dodecágono
13 Tridecágono
14 Quadridecágono
15 Pentadecágono

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20 Icoságono
30 Triacontágono
50 Pentacontágono
100 Hectágono
Tabela 9.1 – Nomenclatura dos polígonos.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Nas próximas três seções, investigaremos tipos especiais de polígonos simples.

9.6 Triângulos

Como vimos na seção anterior, um triângulo é simplesmente um polígono de três


lados. Todavia, os triângulos apresentam propriedades bastante especiais, tais como:
• a soma das medidas de dois lados é sempre maior que a medida do terceiro lado;
• o lado mais curto é sempre o oposto ao menor ângulo interior;
• o lado mais longo é sempre oposto ao maior ângulo interior;
• a soma dos ângulos internos de um triângulo resulta 180º.

Notação. Denotamos um triângulo com vértices A, B e C por ABC ou ΔABC.

Exemplo. Determine a medida do ângulo interno α no triângulo abaixo:

Figura 9.19 – Exemplo: triângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Com efeito, uma vez que a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º, então

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Logo,

Além dos vértices, ângulos e lados, destacamos dois outros elementos de um


triângulo: a altura e a mediana. A altura é um segmento que tem como extremidade um
vértice e é perpendicular ao lado oposto a esse vértice. Assim, em um triângulo, temos
três alturas. A mediana, por sua vez, é o segmento que tem como uma extremidade um
vértice e a outra extremidade o ponto médio do lado oposto a esse vértice. Novamente, em
um triângulo, temos três medianas. Veja a figura abaixo para melhor compreensão desses
conceitos:

Figura 9.20 – Altura e mediana de um triângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Os triângulos podem ser classificados tanto em relação aos seus ângulos internos
quanto em relação aos seus lados.
Com respeito aos ângulos internos, há três tipos de triângulos:
• Triângulo acutângulo, cuja medida de cada ângulo é menor do que 90º e,
portanto, possui o seguinte aspecto

Figura 9.21 – Triângulo acutângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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• Triângulo retângulo, cuja medida de um de seus ângulos é igual a 90º e, então,


tem a seguinte forma

Figura 9.22 – Triângulo retângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

• Triângulo obtusângulo, cuja medida de um de seus ângulos é maior do que 90º


e, assim, apresenta o seguinte formato

Figura 9.23 – Triângulo obtusângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Exemplo. Classifique o triângulo abaixo, com relação aos ângulos internos:

Figura 9.24 – Exemplo: classificação de triângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Com efeito, uma vez que o triângulo acima possui os três ângulos internos com
medidas menores do que 90º, então trata-se de um triângulo acutângulo.
Em relação aos lados, há também três tipos de triângulos:

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• Triângulo equilátero, que possui os três lados congruentes, ou seja, lados com a
mesma medida. Neste caso, os três ângulos internos são congruentes e, portanto,
iguais a 60º:

Figura 9.25 – Triângulo equilátero.


Fonte: Elaborada pelos autores.

• Triângulo isósceles, o qual apresenta dois lados congruentes. Neste caso, os


lados de mesma medida formam com o lado de medida distinta ângulos
congruentes. Além disso, o lado de medida distinta é chamado de base do triângulo
isósceles:

Figura 9.26 – Triângulo isósceles.


Fonte: Elaborada pelos autores.

• Triângulo escaleno, cujas medidas dos lados são duas a duas distintas.

Figura 9.27 – Triângulo escaleno.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Exemplo. (IFSC-2017) O triângulo, que possui três lados e três ângulos, é uma das
figuras geométricas mais importantes da geometria plana. Sabendo-se que em um

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triângulo equilátero ABC, o comprimento do lado AB mede 3x + y, do lado AC mede 2x + y


+ 2 e do lado BC mede x + 3y, qual é o perímetro desse triângulo?
Solução
Com efeito, como se trata de um triângulo equilátero, então as medidas dos lados
AB, AC e BC são iguais, ou seja,

e .
Da primeira igualdade, temos que

, que é equivalente a .
Logo, substituindo na segunda igualdade, obtemos

, que equivale a
Concluímos, portanto, que cada lado mede u.c. (unidades de
comprimento). Como o perímetro é soma das medidas de todos os lados, então o
perímetro do triângulo ABC é: u.c.

9.7 Quadriláteros

De acordo com a seção ―Nomenclatura dos polígonos‖, um quadrilátero é


simplesmente um polígono com quatro lados. Eles têm a propriedade de a soma de todos
os seus ângulos internos ser igual a 360º.
Os quadriláteros convexos podem ser classificados com relação à posição relativa
de seus lados. Assim, temos
• Paralelogramos: são quadriláteros convexos que possuem dois pares de lados
opostos paralelos;
• Trapézios: são quadriláteros convexos que possuem apenas um par de lados
opostos paralelos;
• Os quadriláteros convexos que não possuem um par de lados opostos paralelos não
recebem um nome especial.

Os paralelogramos possuem algumas propriedades bastante especiais, tais como


• Os lados opostos são congruentes, os ângulos opostos também são congruentes e
os ângulos adjacentes são suplementares (isso quer que, na figura a seguir,
):

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Figura 9.28 – Ângulos opostos de um paralelogramo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

• As diagonais cruzam-se em seus pontos médios (o ponto médio M de um segmento


é aquele que o divide em duas partes congruentes):

Figura 9.29 – Diagonais de um paralelogramo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Os paralelogramos, por sua vez, podem ser classificados de acordo com suas
diagonais: retângulos (paralelogramos cujos ângulos internos são todos retos, ou seja,
medem 90º e cujas diagonais são congruentes), losango (paralelogramos cujos lados são
todos congruentes e cujas diagonais são perpendiculares), quadrados (paralelogramos
cujos ângulos internos são ângulos retos, cujos lados são congruentes e cujas diagonais
são congruentes e perpendiculares) ou nenhum deles.
Em vista desta classificação, os paralelogramos possuem, portanto, os seguintes
aspectos:

Figura 9.30 – (Da esquerda para a direita) Retângulo, losango, quadrado e paralelogramo.
Fonte: Elaborada pelos autores.

Com relação aos trapézios, os seus dois lados paralelos são chamados de bases.
Se os outros dois lados opostos, que não são paralelos, forem congruentes, então esse
trapézio é dito um trapézio isósceles. Este possui características tais como:

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• os ângulos da base são congruentes;


• as diagonais são congruentes.
O trapézio isósceles tem o seguinte aspecto:

Figura 9.31 – Trapézio isósceles.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Exemplo. Determine as medidas α, β e γ dos ângulos indicados no paralelogramo


abaixo:

Figura 9.32 – Exemplo: soma dos ângulos internos de um paralelogramo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Com efeito, como se trata de um paralelogramo, então os ângulos internos opostos


são congruentes. Isso quer dizer que e . Além disso, do fato do
paralelogramo ser um quadrilátero, segue que a soma das medidas dos ângulos internos
totaliza 360º. Assim, temos

, o que equivale a
Logo, .

9.8 Polígonos regulares

O primeiro problema apresentado na Introdução deste capítulo é centrado na figura


geométrica chamada de octógono regular. Já sabemos o significado de octógono. Nesta
seção, veremos, então, de forma bem sucinta a que se refere a adjetivação ―regular‖, não
apenas com respeito a um octógono, mas a qualquer polígono convexo.

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Um polígono regular é um polígono convexo que possui todos os lados


congruentes e todos os ângulos congruentes.
Por exemplo, o triângulo regular é o triângulo equilátero, conforme vimos em seção
precedente. Estudamos também, na seção anterior, que o quadrado é o quadrilátero
regular. O octógono regular é da forma:

Figura 9.33 – Octógono regular.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Exemplo. Se unirmos 6 triângulos equiláteros de lado 10 cm, obteremos um


hexágono regular, conforme mostra a figura abaixo:

Figura 9.34 – Exemplo: hexágono regular.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Determine o perímetro e a soma dos ângulos internos do hexágono regular.


Com efeito, como um hexágono regular possui seis lados congruentes, então o seu
perímetro é dado por , em que l é a medida do lado do hexágono. No caso deste
exemplo, temos que cm. Logo, o perímetro do hexágono regular formado é 60 cm.
Com relação à soma dos ângulos internos, note que cada ângulo interno do
hexágono regular formado é , em que α é a medida do ângulo interno de um triângulo
equilátero. Visto que um hexágono regular possui todos os ângulos congruentes, então, a
soma dos ângulos internos desse hexágono regular formado é . Recorde,

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da seção ―Triângulos‖ deste capítulo, que os triângulos equiláteros possuem ângulos


internos de . Assim, concluímos que a soma dos ângulos internos do hexágono
em questão é .

9.9 Diagonais, ângulos internos e externos

Uma das ferramentas fundamentais para a resolução do primeiro problema


apresentado na ―Introdução‖ é, conforme enfatizado ao final daquela seção, o cômputo do
número de diagonais de um polígono, mais especificamente, de um octógono regular.
Recordemos, da seção ―Polígonos‖, que a diagonal de um polígono é um segmento
de reta cujas extremidades são vértices não consecutivos, como mostradas pelas linhas
pontilhadas na figura a seguir:

Figura 9.35 – Diagonais de polígonos simples.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Quantas diagonais possui um polígono?


Para um polígono com um número pequeno de lados, como um pentágono, para
responder a essa questão basta traçar um segmento de reta entre todos os vértices não
consecutivos e, então, somar quantos desses segmentos obtemos; no caso do pentágono,
essa soma é igual a 5.
Uma outra maneira de calcular o número de diagonais de um pentágono é notar que
cada vértice do pentágono dá origem a duas diagonais. Ora, como um pentágono possui
cinco vértices, então, fazendo temos que o número total de diagonais de um
pentágono é igual a 10, certo? Errado! Repare que, no produto , cada diagonal foi
contada duas vezes. Por exemplo, se A, B, C, D e E são os vértices desse pentágono,
então ̅̅̅̅ e ̅̅̅̅ são a mesma diagonal. Entretanto, no produto em questão, elas foram
contadas como duas diagonais distintas. O que precisamos fazer é, portanto, dividir o
produto ( ( )) por 2, o que resulta em 5.

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Figura 9.36 – Número de diagonais de um pentágono convexo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

A argumentação do parágrafo anterior, quando generalizada para um polígono de n


lados, com n ≥ 3 qualquer, fornece a seguinte fórmula para a quantidade total d de
diagonais:
( )

Exemplo. Quantas diagonais possui um quadrilátero? E um decágono?


Solução
Recordemos que um quadrilátero é um polígono de 4 lados, enquanto um decágono
é um polígono de 10 lados. Utilizando a fórmula acima, concluímos que um quadrilátero
possui um total de diagonais igual a
( )

e o decágono igual a
( )

Recorde que duas das perguntas elaboradas na ―Introdução‖, na tentativa de


resolver o segundo problema lá apresentado, eram acerca da soma dos ângulos internos
de um polígono convexo e da relação entre ângulos internos e externos.
Abordaremos, primeiro, a questão da soma dos ângulos internos de um polígono
convexo. Para isso, considere um pentágono convexo e, a partir do vértice
trace diagonais:

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Figura 9.37 – Soma dos ângulos internos de um pentágono convexo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Agora, repare que a soma dos ângulos internos ̂ , ̂ , ̂ , ̂ e ̂ corresponde à


soma de todos os ângulos internos dos três triângulos formados pelas diagonais e pelos
lados. Como a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º, então a soma dos
ângulos internos de três triângulos é: ( ) .
A argumentação do parágrafo anterior, quando generalizada para um polígono de n
lados, com n ≥ 3 qualquer, fornece a seguinte fórmula para a soma Si dos ângulos internos:

( )

Exemplo. Calcule a soma dos ângulos internos de um quadrilátero (convexo) e de


um hexágono regular.
Solução

Como um quadrilátero possui quatro lados, então ( ) , o


que está de acordo com a afirmação sobre a soma dos ângulos internos de um
quadrilátero, na seção ―Quadriláteros‖.
Uma vez que um hexágono regular possui seis lados, a soma dos seus ângulos
internos é, então, dada por ( ) . (Compare este resultado com o
do Exemplo da seção anterior.)

Visto que podemos calcular a soma dos ângulos internos de um polígono convexo
qualquer, é natural nos questionarmos se é também possível determinar a soma dos
ângulos externos de um polígono convexo. Antes de analisarmos essa possibilidade,
enfatizamos uma relação entre um ângulo interno e seu correspondente ângulo externo.
Recorde que um ângulo externo e é o ângulo suplementar adjacente a um ângulo interno i.
Isso quer dizer que,

Pictoricamente, essa relação é descrita como

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Figura 9.38 – Ângulo interno i e ângulo externo e de um polígono.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Agora, considere um pentágono convexo HIJKL, com ângulos internos i H, iI, iJ, iK e iL
e ângulos externos eH, eI, eJ, eK e eL:

Figura 9.39 – Soma dos ângulos externos de um pentágono convexo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Uma vez que, em cada vértice, a soma do ângulo interno com o ângulo externo é
igual a 180º, temos
( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Note que o membro direito da igualdade acima é igual a


( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( )
Por sua vez, e lembrando que a soma iH+iI+iJ+iK+iL dos ângulos internos de um
pentágono é igual a 540º, o membro direito da igualdade acima é

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( ) .

Concluímos, assim, que a soma eH+eI+eJ+eK+eL dos ângulos externos do pentágono


convexo HIJKL resulta em 360º.
A argumentação do parágrafo anterior, quando generalizada para um polígono
convexo de n lados, com n ≥ 3 qualquer, mostra que a soma Se de seus ângulos externos
é sempre:

Em vista das equações das somas dos ângulos internos e dos ângulos externos,
temos que, para um polígono regular de n lados, a medida do ângulo interno ai é dada por
( )

enquanto a medida do ângulo externo ae é dada por

Exemplo. Qual são as medidas dos ângulos interno e externo do hexágono regular?
Com efeito, o hexágono regular possui 6 lados, logo cada ângulo interno i mede
( )

enquanto cada ângulo externo e mede

Outra alternativa para calcular o ângulo externo e, visto que já calculamos o ângulo
interno i, seria usar a relação . Dessa forma, como, neste caso, ,
então – .

9.10 Problemas envolvendo polígonos

Após toda essa exposição acerca dos polígonos, estamos prontos para revisitar e
resolver as situações-problema apresentadas na ―Introdução‖.
No primeiro problema, temos uma armação no formato de um octógono regular
(com suas diagonais) formada por barras de aço inox.

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Figura 9.40 – Situação-problema 1: armação octogonal regular de aço inox.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Solução
Como um octógono possui 8 lados, então o número de barras laterais a serem
soldadas é de 8 e, consequentemente, o preço dessas 8 barras, conforme o acordo entre a
serralheria e o cliente, é, em reais, de . Agora, uma vez que um octógono
possui
( )
diagonais,

o serralheiro deverá soldar 20 barras diagonais de aço inox, o que custará, de acordo com
o preço fixado entre a serralheria e o cliente, em reais, . Portanto, o
custo total da obra é de R$ 10.400,00.
Resposta: O cliente pagará R$ 10.400,00 pelo serviço contratado.

Foquemos, agora, no segundo problema. Precisamos determinar o ângulo interno ̂


do pentágono convexo ABCDE, formado pela rota do avião.
Solução
Observe que, na Figura 9.1, temos três ângulos externos em B, C e D: e B = 60°, eC
= 50º e eD = 20º. Recorde que a soma do ângulo interno com o corresponde ângulo
externo é igual a 180°. Assim, os ângulos internos ̂ , ̂ e ̂ medem, respectivamente, 120º,
130º e 160º. Como o polígono convexo descrito pela rota do avião é um pentágono, então
a soma Si dos ângulos internos é

( ) .

Mas, ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ ̂ . Portanto,
̂ .
Resposta: A medida do ângulo formado entre a direção A-E, tomada pelo avião para
retornar diretamente à cidade A, e a linha DE é de 60º.

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No Exercício Resolvido 1 a seguir, apresentamos uma outra solução para esta


situação-problema. Convidamos o leitor a comparar os resultados.

Exercícios Resolvidos
1. Resolva o segundo problema apresentado na ―Introdução‖ deste capítulo, usando
a soma dos ângulos externos de um polígono convexo.

Solução
Analisando a Figura 1.1, concluímos que a medida do ângulo externo eA no vértice
A é . Além disso, notamos que as medidas dos ângulos
externos em B, C e D são, respectivamente, , e . Da
seção ―Diagonais, ângulos internos e externos‖, vimos que a soma dos ângulos externos
de um polígono convexo qualquer resulta sempre em 360º. Logo, para o pentágono
convexo ABCDE formado pela rota do avião, temos

, em que eE denota o ângulo externo em


E.
Consequentemente, eE = 120º. Visto que o que é pedido é a medida iE do ângulo
interno em E, então basta fazermos .

2. Determine o valor de x no polígono da figura a seguir, sabendo que ST//RV:

Figura 9.41 – Problema resolvido 2.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Solução
Observe que, como ST é paralelo à RV, então os ângulos internos iS e iR são
suplementares, ou seja, iR + iS = 180º. Além disso, repare que a figura se trata de um
pentágono convexo. Logo, a soma dos seus ângulos internos totaliza 540º. Assim,

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.
Logo,

3. Dois polígonos convexos têm o número lados iguais a n e n+4. Determine o valor
de n, sabendo que um dos polígonos tem 34 diagonais a mais do que o outro.

Solução
Para o polígono de n lados, o número d de diagonais é
( )
,

enquanto, para o polígono de n+4 lados, o número d’ de diagonais é


( )( ) ( )( )
.

Além disso, o polígono de n+4 lados possui 34 diagonais a mais do que o polígono
de n lados, segundo o enunciado. (Observe que quanto maior o número de lados de um
polígono, maior é o número de diagonais!) Em outros termos,

.
Aglutinando essas informações, concluímos que
( )( ) ( )
.

Logo,

e, portanto, .

4. (ENEM) Uma piscina tem o formato de um polígono regular cuja medida do


ângulo interno é três vezes e meia a medida do ângulo externo. Qual é a soma dos
ângulos internos do polígono cuja forma é igual à dessa piscina?
(a) 1800º
(b) 1620º
(c) 1440º
(d) 1260º
(e) 1080º

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Solução
Como se trata de um polígono regular, então todos os seus ângulos internos são
congruentes, assim como os seus ângulos externos. Denotemos por i a medida do seu
ângulo interno e por e a medida do seu ângulo externo. Como vimos na seção ―Diagonais,
ângulos internos e externos‖, i é dado por
( )
, com n o número de lados desse polígono, enquanto e é dado por

Além disso, sabemos, através do enunciado, que

Logo,

( )

Como n ≥ 3, podemos ―cortar‖ o denominador n da igualdade de frações acima, o que


resulta em

( )

Agora, note que a expressão à esquerda da igualdade acima é exatamente a soma dos
ângulos internos de um polígono de lado n. Portanto, segue o resultado.
Alternativa correta: (d).

5. (ENEM – 2018) Em uma região plana, está sendo construída uma nova cidade.
Na figura a seguir, a circunferência representa a avenida principal dessa cidade, e os
pontos P1, P2, P3,...,P10 indicam alguns de seus estabelecimentos essenciais, como
prefeitura, hospital, escola, centro esportivo, supermercado, etc.

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Pró-Reitoria de Extensão 107
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Figura 9.42 – Problema resolvido 5.


Fonte: ENEM 2018.
A avenida e seus dez estabelecimentos já foram construídos. A próxima fase de
formação da infraestrutura dessa cidade será a construção de ruas ligando entre si, dois a
dois, em linha reta, todos os dez estabelecimentos situados na avenida que não sejam
vizinhos (como exemplificam as linhas tracejadas na figura).

Nessas condições, quantas ruas serão construídas?

(a) 32
(b) 35
(c) 45
(d) 70
(e) 90

Solução
Repare, na figura disponibilizada, que ligando os pontos consecutivos, obtemos um
polígono convexo P1P2···P10 de 10 lados. Repare, ainda, que ―construir ruas ligando entre
si, dois a dois, em linha reta, todos os dez estabelecimentos situados na avenida que não
sejam vizinhos‖ significa, em termos de polígonos, traçar todas as diagonais possíveis no
polígono P1P2···P10. Assim, o número de ruas construídas quer dizer o número de
diagonais traçadas no polígono. Ora, para um polígono de 10 lados, sabemos que o
número de diagonais é
( )
.

Alternativa correta: (b).

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e resolva o questionário ―Polígonos‖.
Esse teste é composto por 5 questões de múltipla
escolha sobre o conteúdo estudado.

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Pró-Reitoria de Extensão 108
Plataforma +IFMG

Bons estudos!
Até a próxima semana!

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Semana 10 – Semelhança de triângulos
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Objetivos
Nesta semana, estudaremos a noção de semelhança entre
triângulos, o que inclui o Teorema Fundamental da
Semelhança de Triângulos e a descrição dos três casos,
ângulo-ângulo, lado-lado-lado e lado-ângulo-lado, a que a
análise da semelhança de triângulos reduz-se. Ao final,
aplicaremos o conteúdo desenvolvido na resolução de
problemas.

10.1 Introdução

Considere a seguinte situação: os irmãos Maria e José, passando pelo centro da


cidade, em um dia ensolarado, ao voltarem da escola, se depararam com um edifício e
ficaram impressionados com o quão alto era aquele prédio.

Figura 10.1 – Situação-problema: medida da altura do edifício.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Pró-Reitoria de Extensão 110
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José virou-se, então, para Maria e a indagou: é possível determinar a altura desse
prédio, sem contar com instrumento nenhum, exceto a régua escolar que estou carregando
em minha mochila?
Maria, aluna sempre muito aplicada, observou – baseada em seus conhecimentos
adquiridos na aula de Geometria do professor Euclides da Silva – que os raios solares
incidentes sobre o seu irmão, cuja altura é 1,60 m, e sobre o prédio formavam sombras, a
do edifício de um comprimento de 10 m e a do seu irmão de um comprimento de 20 cm.
Consequentemente, as combinações raios solares/edifício/sombra e raios
solares/José/sombra poderiam formar triângulos semelhantes.
Mas, o que são triângulos semelhantes? Qual é a relevância dessa noção para
achar a altura do edifício avistado por Maria e seu irmão José?
Neste capítulo estudaremos o conceito de semelhança de triângulos, algumas
maneiras práticas para determinar quando dois triângulos são semelhantes e, por fim,
como aplicar tais noções na resolução de problemas.

10.2 Semelhança de triângulos

Iniciamos esta seção com a tentativa de responder ao primeiro questionamento


trazido à tona na introdução deste capítulo. A grosso modo, triângulos semelhantes são
triângulos de mesmo formato e com lados proporcionais. Mas, o que isso significa
exatamente?
Precisamente, dizemos que dois triângulos são semelhantes se, e somente se,
possuem os três ângulos ordenadamente congruentes e os três lados correspondentes
têm a mesma razão de proporcionalidade.
Ainda não compreendeu? Então, vejamos a noção de semelhança de forma mais
detalhada. Para isso, considere dois triângulos ∆ABC e ∆DEF, como na figura:

Figura 10.2 – Triângulos semelhantes.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Para que ∆ABC e ∆DEF sejam semelhantes, cada ângulo (interno) de ∆ABC deve
ter a mesma medida que um ângulo (interno) de ∆DEF. Então, digamos que o ângulo em A

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seja congruente ao ângulo em D (i.e., ̂ ̂ ), o ângulo em B seja congruente ao ângulo


em E (i.e., ̂ ̂ ) e o ângulo em C seja congruente ao ângulo em F (i.e., ̂ ̂ ).
Pictoricamente,

Figura 10.3 – Triângulos semelhantes: congruência de ângulos internos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Além disso, para que haja semelhança de triângulos, é preciso que:

• o lado BC, que é oposto ao ângulo ̂ , seja proporcional ao lado EF, que é oposto ao
ângulo ̂ (tenha em mente que ̂ ̂ ), ou seja, que a razão EF/BC seja igual a
uma constante k;

• o lado AC, que é oposto ao ângulo ̂ , seja proporcional ao lado DF, que é oposto ao
ângulo ̂ (tenha em mente que ̂ ̂ ), ou seja, que a razão DF/AC seja igual à
constante k; e

• o lado AB, que é oposto ao ângulo ̂ , seja proporcional ao lado DE, que é oposto ao
ângulo ̂ (tenha em mente que ̂ ̂ ), ou seja, a razão DE/AB seja igual à
constante k.
Em suma,

Notação: Usamos a notação ∆ABC ~ ∆DEF para indicar que os triângulos ∆ABC e ∆DEF
são semelhantes.
Vejamos um exemplo para melhor compreendermos como determinar a semelhança
de dois triângulos.

Exemplo. Considere os seguintes triângulos

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Pró-Reitoria de Extensão 112
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Figura 10.4 – Exemplo: semelhança de triângulos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Queremos determinar se tais triângulos são semelhantes. Podemos fazê-lo de duas


formas: começando pela congruência entre os ângulos ou começando pela
proporcionalidade entre os lados.
Comecemos pela congruência entre os ângulos. Observe que
̂ ̂, ̂ ̂e ̂ ̂.
Agora, olhamos para os lados opostos em cada par de ângulos congruentes de
cada triângulo e verificamos se eles têm a mesma proporção. Para o par de ângulos
congruentes ̂ e ̂ temos, respectivamente, os lados opostos BC = 15 cm e DE = 30 cm.
Para o par de ângulos congruentes ̂ e ̂ temos, respectivamente, os lados opostos AC =
25 cm e DF = 50 cm. Para o par de ângulos congruentes ̂ e ̂ temos, respectivamente, os
lados opostos AB = 10 cm e EF = 20 cm. Por fim, reparamos que

Assim, os triângulos ∆ABC e ∆FED são semelhantes nesta ordem.


A outra maneira é começarmos olhando para a proporcionalidade dos lados dos
triângulos. Para isso, primeiramente, comparamos os lados, em ambos os triângulos, de
menor comprimento: AB = 10 cm, no triângulo à esquerda da figura acima, e EF = 20 cm,
no triângulo à direita da figura acima. Observe que EF = 2 AB. Agora, comparamos os
lados, em ambos os triângulos, cujo comprimento é maior do que o anterior, mas não o
máximo: BC = 15 cm, no triângulo à esquerda da figura acima, e DE = 30 cm, no triângulo
à direita da figura acima. Observe que DE = 2 BC. Por fim, comparamos os lados, em
ambos os triângulos, de maior comprimento: AC = 25 cm, no triângulo à esquerda da figura
acima, e DF = 30 cm, no triângulo à direita da figura acima. Observe que DF = 2 AC. Em
outros termos, obtivemos

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Pró-Reitoria de Extensão 113
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Com relação aos ângulos, observe que: para o par de lados proporcionais AB e EF,
os ângulos opostos a AB e EF, nos triângulos à esquerda e direita, respectivamente, da
figura acima, medem 40º; para o par de lados proporcionais AC e DF, os ângulos opostos
a AC e DF, nos triângulos à esquerda e direita, respectivamente, da figura acima, medem
35º; e, para o par de lados proporcionais BC e DE, os ângulos opostos a AB e EF, nos
triângulos à esquerda e direita, respectivamente, da figura acima, medem 105º.

10.3 Teorema fundamental da semelhança de triângulos

Como obter um triângulo semelhante a partir de um triângulo dado?


Uma forma de obtermos triângulos semelhantes, a partir de um dado triângulo, é
traçando retas paralelas aos seus lados, como garante o seguinte teorema,
Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos. Uma reta paralela a um
dos lados de um triângulo e que intercepta os outros dois lados em pontos distintos
determina um triângulo semelhante ao primeiro.
Pictoricamente, este teorema é descrito da seguinte forma: dado um triângulo ∆GHI
(veja a figura a seguir), então traçando uma reta paralela ao lado GI, que intersecte os
lados GH e HI,

Figura 10.5 – Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

obteremos um triângulo ∆JHK, que é semelhante ao triângulo inicial ∆GHI.


O Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos pode ser usado para
determinar, por exemplo, medidas de segmentos contidos em lados de um triângulo. Veja
o exemplo a seguir.
Exemplo. Considere o triângulo ∆ABC e que o segmento DE seja paralelo ao lado
BC. Sabemos que AB = 60 cm, AC = 100 cm e AD = 30cm.

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Figura 10.6 – Exemplo: Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Determine o comprimento dos segmentos AE e EC.


Pelo Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos, os triângulos ∆ABC e
∆ADE são semelhantes. Neste caso, da definição de semelhança de triângulos, sabemos
que

Substituindo os valores das medidas dos segmentos na igualdade acima, obtemos

, ou equivalentemente, .

Agora, repare que EC = AC - AE. Logo, EC = 100 – 50 = 50 cm.

10.4 Casos de semelhança

Na seção ―Semelhança de Triângulos‖, testemunhamos que verificar, através da


definição, que dois triângulos são semelhantes pode ser uma tarefa enfadonha. Todavia,
há três maneiras práticas de se checar a semelhança entre dois triângulos.
Especificamente, a semelhança de triângulos reduz-se aos casos subsequentes.
• Caso Ângulo Ângulo (AA): Se dois triângulos possuem dois ângulos
correspondentes congruentes, então eles são semelhantes.

Este caso pode ser ilustrado pela figura abaixo. O ângulo ̂ do triângulo ∆ABC mede
45º, assim como o ângulo ̂ do triângulo ∆DEF. Da mesma forma, o ângulo ̂ do triângulo
∆ABC e o ângulo ̂ do triângulo ∆DEF medem 90º.

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Figura 10.7 – Caso AA.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Ou seja, para concluirmos a semelhança entre ∆ABC e ∆DEF, não precisamos


verificar se os seus lados apresentam uma proporcionalidade, tampouco que todos os seus
ângulos internos são correspondentemente congruentes. Basta apenas acharmos dois
ângulos, em cada triângulo, que tenham as mesmas medidas correspondentes.

• Caso Lado Lado Lado (LLL): Se dois triângulos possuem os três lados
proporcionais, então eles são semelhantes.
Este caso pode ser ilustrado na figura abaixo. Com efeito, observe na figura abaixo
que os lados AB, AC, BC, DF, DE e EF dos triângulos ∆ABC e ∆DEF apresentam a
seguinte proporcionalidade:

Figura 10.8 – Caso LLL.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Ou seja, a fim de concluirmos a semelhança entre ∆ABC e ∆DEF, não é preciso


checarmos se os ângulos internos correspondentes desses triângulos são congruentes,
basta encontrarmos uma proporcionalidade entre os seus lados.

• Caso Lado Ângulo Lado (LAL): Se dois triângulos possuem dois lados
proporcionais e os ângulos correspondentes entre eles congruentes, então eles são
semelhantes.

Este caso pode ser ilustrado pela figura abaixo. Note que o ângulo ̂ do triângulo
∆ABC têm a mesma medida, 140º, que o ângulo ̂ do triângulo ∆DEF. Além disso,
reparamos que os lados AB e BC que formam o ângulo ̂ são proporcionais aos lados DE e
EF que formam o ângulo ̂ . A saber,

Figura 10.9 – Caso LAL.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Ou seja, para concluirmos a semelhança entre ∆ABC e ∆DEF, não é necessário


garantirmos a congruência dos ângulos internos correspondentes desses triângulos,
juntamente com a proporcionalidade entre todos os seus lados correspondentes, é
suficiente encontrarmos dois ângulos de mesma medida, um em cada triângulo, e então
verificarmos a proporcionalidade apenas para os lados que formam tais ângulos.

10.5 Problemas envolvendo semelhança de triângulos

Agora que já aprendemos sobre semelhança de triângulos, estamos aptos a


resolver o problema inicial, proposto na Introdução, que é o de encontrar a altura do prédio.
Vamos lá?

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Primeiramente, notamos que Maria e seu irmão se encontram suficientemente


próximos ao edifício, de sorte que o ângulo de incidência dos raios de sol é o mesmo para
o edifício e para José. Assim, temos a situação descrita pela figura seguinte:

Figura 10.10 – Situação-problema: representação geométrica.


Fonte: Elaborada pelos autores.

José é representado pelo segmento A’B’, cujo comprimento é a sua altura h=1,6 m,
e o prédio pelo segmento AB, cujo comprimento é H, o qual desejamos determinar. A
sombra de José é dada pelo segmento A’C’ e mede 20 cm = 0,2 m, enquanto a sombra do
prédio é dada pelo segmento AC e mede 10 m. Assim, os raios solares, juntamente com
José, o prédio e suas sombras formam os triângulos ∆ABC e ∆A’B’C’.
Agora, observe que como estes triângulos possuem dois ângulos congruentes, pois
os segmentos AB e A’B’ são perpendiculares aos segmentos AC e A’C’, respectivamente.
Portanto, temos aqui uma ocorrência do Caso AA. Consequentemente, ∆ABC ~ ∆A’B’C’ e,
por conseguinte, a proporcionalidade entre os seus lados:

Substituindo os valores dos segmentos na igualdade acima,

, ou equivalentemente, .

Resposta: O valor da altura do edifício que Maria e seu irmão José desejavam encontrar é
80 m.

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Mídia digital: Acesse agora a sala virtual do curso e


assista ao vídeo ―Proporcionalidade entre alturas e
entre perímetros‖ para conhecer uma aplicação dessa
relação métrica na Física.

Exercícios Resolvidos

1. (CEFET/MG – 2015) A ilustração, a seguir, representa uma mesa de sinuca


retangular, de largura e comprimento iguais a 1,5 e 2,0 m, respectivamente. Um jogador
deve lançar a bola branca do ponto B e acertar a preta no ponto P, sem acertar em
nenhuma outra, antes. Como a amarela está no ponto A, esse jogador lançará a bola
branca até o ponto L, de modo que a mesma possa rebater e colidir com a preta.

Figura 10.11 – Exercício resolvido 1.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Se o ângulo da trajetória de incidência da bola na lateral da mesa e o ângulo de


rebatimento são iguais, como mostra a figura, então a distância de P a Q, em cm, é
aproximadamente

(a) 67
(b) 70
(c) 74
(d) 81

Solução
A primeira coisa a se notar é que o enunciado diz que a mesa é retangular. Isso
quer dizer, em particular, que os ângulos em Q e B’ (veja a figura a seguir) são retângulos,
ou seja, medem 90º.

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Figura 10.12 – Solução do Exercício resolvido 1.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Assim, os triângulos ∆PQL e ∆BB’L (na figura acima) têm dois ângulos congruentes,
a saber 90º e α, o que configura o Caso AA de semelhança de triângulos. Portanto, os
seus respectivos lados são proporcionais:

Analisando a figura, notamos que


• BB’ = 1 m = 100 cm;
• B’L = 1,2 m = 120 cm;
• QL = 2 m - B’L = 2 m - 1,2 m = 0,8 m = 80 cm.
Substituindo esses dados na equação acima, obtemos

Logo,

Por fim, observe que as alternativas de resposta não apresentam casa decimal.
Dessa forma, arredondamos o valor 66,7 cm, chegando ao resultado final PQ = 67 cm.
Alternativa correta: (a).

2. (ENEM – 2013) O dono de um sítio pretende colocar uma haste de sustentação


para melhor firmar dois postes de comprimentos iguais a 6 m e 4 m. A figura representa a
situação real na qual os postes são descritos pelos segmentos AC e BD e a haste é
representada pelo segmento EF, todos perpendiculares ao solo, que é indicado pelo
segmento de reta AB. Os segmentos AD e BC representam cabos de aço que serão
instalados.

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Figura 10.13 – Exercício resolvido 2.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Qual deve ser o valor do comprimento da haste EF?


(a) 1 m
(b) 2 m
(c) 2,4 m
(d) 3 m

(e) 2√ m

Solução
Observe, de acordo com o enunciado, que os segmentos AC, EF e BD são
perpendiculares ao segmento de reta AB. Logo, tais segmentos são paralelos. Assim, pelo
Teorema Fundamental da Semelhança de Triângulos, os triângulos ∆ABD e ∆AFE são
semelhantes. De forma análoga, ∆BAC ~ ∆BFE.
Para facilitar a escrita, chamemos a medida do segmento AF de x, do segmento BF
de y e do segmento EF, a qual desejamos determinar, de z.
Da semelhança ∆ABD ~ ∆AFE, segue a proporcionalidade de seus lados:

Substituindo os valores nesta igualdade, obtemos

, ou equivalentemente, ( ).
Da semelhança ∆BAC ~ ∆BFE, segue a proporcionalidade de seus lados:

Substituindo os valores nesta igualdade, obtemos

, ou equivalentemente, ( ).

Comparando as duas equações, ( ) , chegamos a

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Agora, substituímos este valor para y na equação ( ), obtendo

( ) , que é equivalente a .

Uma vez que ≠ , podemos cancelar o x na equação à direita acima e, portanto,


concluímos que

Alternativa correta: (c).

3. (Unirio) Numa cidade do interior, à noite, surgiu um objeto voador não


identificado, em forma de disco, que estacionou a 50 m do solo, aproximadamente. Um
helicóptero do exército, situado a aproximadamente 30 m acima do objeto, iluminou-o com
um holofote, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 10.14 – Exercício resolvido 3.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Sendo assim, pode-se afirmar que o raio do disco mede, em metros,


aproximadamente:
(a) 3
(b) 3,5
(c) 4
(d) 4,5
(e) 5

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Solução
Denote por r o raio do disco voador. O seu diâmetro é, então, 2r. Dessa forma, de
acordo com a figura, temos a seguinte representação geométrica do problema:

Figura 10.15 – Solução do Exercício resolvido 3.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Como o segmento DE, referente ao disco voador, é paralelo ao segmento AB,


referente à sombra do disco voador, então, pelo Teorema Fundamental da Semelhança de
Triângulos, segue que ΔABC ~ ΔDEC. Consequentemente, temos a constância na
proporcionalidade dos lados desses triângulos:

Essa igualdade é equivalente a

m.

Alternativa correta: (a).

O exercício a seguir mostra que a proporcionalidade entre perímetros de triângulos


semelhantes é mantida.

4. Dois triângulos ΔABC e ΔDEF semelhantes apresentam a seguinte razão de


proporcionalidade DE/AB = k. Sabendo que o perímetro de ΔABC é p, quanto vale, em
termos de k e p, o perímetro p’ de ΔDEF?

Solução
Recorde que o perímetro de um polígono é a soma das medidas de seus lados.
Portanto,

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.
Como os triângulos ΔABC e ΔDEF são semelhantes e, pelo enunciado, a razão de
semelhança é k, então DE/AB = k (o que equivale a DE = k · AB), EF/BC = k (o que
equivale a EF = k · BC) e DF/AC = k (o que equivale a DF = k · AC). Logo,

( ) .
Portanto, em termos de k e p, o perímetro p’ do triângulo ΔDEF é

5. (ENEM – 2009) A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma
altura de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar sobre a rampa percebe que se deslocou
3,2 metros e alcançou uma altura de 0,8 metros. A distância em metros que o paciente
ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa é
(a) 1,16 metros
(b) 3,0 metros
(c) 5,4 metros
(d) 5,6 metros
(e) 7,04 metros

Solução
De acordo com o enunciado, temos a seguinte representação geométrica do
problema:

Figura 10.16 – Solução do Exercício resolvido 5.


Fonte: Elaborada pelos autores.

O segmento AB representa o chão, o ponto E é onde o paciente se encontra no


momento da subida e a medida do segmento CE corresponde a quanto falta para o

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paciente chegar ao ponto mais alto da rampa, que é o ponto C. Assim, o comprimento do
segmento CE é o que desejamos determinar.
Como as alturas são, por definição, segmentos perpendiculares em relação a
algum segmento (neste caso, em relação ao chão, que é o segmento AB), então
concluímos que os segmentos DE e BC são paralelos. Em vista disso e do Teorema
Fundamental da Semelhança de Triângulos, os triângulos ABC e ADE são semelhantes.
Isso implica, em particular, que

Mas, AE = 3,2 m, BC = 2,2 m e DE = 0,8 m. Logo,

Visto que CE = AC - AE,

Alternativa correta: (d).

Atividade: para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e responda o questionário
―Semelhança de triângulos‖. Esse teste é composto por
5 questões de múltipla escolha sobre o conteúdo
estudado.

Até a próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 11 – Triângulo retângulo
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Objetivos
Nesta semana, focaremos nosso estudo no triângulo
retângulo. Analisaremos elementos desse polígono,
descrevendo e provando algumas relações métricas entre
eles, o que inclui o conhecido Teorema de Pitágoras. Além
disso, investigaremos o Teorema de Tales, que trata da
proporcionalidade entre segmentos em retas transversais
gerados por um conjunto de retas paralelas. Ao final,
aplicaremos o conteúdo desenvolvido na resolução de
problemas.

Analise conosco a situação na qual a bióloga Jéssica precisa atravessar de uma


margem à outra de um rio. O meio de transporte de que ela dispõe é um pequeno barco a
remo. Na região em que Jéssica se encontra, as margens desse rio formam retas paralelas
e distam 100 m uma da outra. No momento da travessia, a correnteza do rio estava muito
forte, o que fez com Jéssica partisse do ponto A de uma margem e atingisse o ponto C da
outra margem, percorrendo uma distância, em linha reta, de 0,5 km. Entretanto, Jéssica
gostaria de ter chegado ao ponto B, na outra margem, em frente ao ponto A, ou seja, na
direção que é perpendicular às margens e que passa pelo ponto A. Qual é a distância
aproximada que Jéssica teve de caminhar, ao alcançar a outra margem, para chegar ao
ponto B?
Note que, neste caso, há informações importantes, do ponto de vista geométrico.
Por exemplo, sabemos que as margens do rio são retas paralelas. Um outro dado
importante é que Jéssica saiu do ponto A em uma margem e atingiu o ponto C, na outra
margem, em linha reta. Por fim, observe que o ponto B, que é onde Jéssica gostaria de
chegar, situa-se exatamente à frente do ponto A, na outra margem do rio, de sorte que o
segmento de reta que liga A a B é perpendicular às margens. Aglutinando essas
informações em uma figura, temos estabelecido, assim, um triângulo retângulo:

Figura 11.1 – Situação-problema 1: travessia do rio.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Repare, então, que a distância que Jéssica percorreu entre o ponto C e o ponto B,
onde gostaria de ter chegado após a travessia do rio, corresponde à medida do lado BC do
triângulo retângulo. Ora, basta, portanto, relacionar os lados dos triângulos retângulos para
descobrir a medida de BC. Mas, a questão é: existe alguma relação entre as medidas dos
lados de um triângulo retângulo? Em caso afirmativo, como ele é dada?
Neste capítulo, tratamos das relações existentes entre os elementos de um triângulo
retângulo. Ao final, revisitamos as situações-problema apresentadas nesta seção e
disponibilizamos alguns exercícios seguidos de soluções relacionados aos tópicos
discutidos neste capítulo.

11.1 Relações métricas no triângulo retângulo

Na seção anterior, foi indagada se existia alguma relação métrica entre os lados (ou
seja, relação entre as medidas dos lados) de um triângulo retângulo. De fato, existe. Na
verdade, existem outras relações entre outros elementos, além dos lados. Quais são esses
outros elementos?
Recorde que, no capítulo ―Polígonos‖, vimos que um triângulo retângulo é um
triângulo que possui um ângulo reto, ou seja, um ângulo cuja medida é 90º. Em vista disso,
destacamos seis elementos desse polígono: (i) o lado oposto ao ângulo reto, que é
chamado de hipotenusa; (ii) os dois lados adjacentes ao ângulo reto, que são ditos
catetos; (iii) a altura de um triângulo retângulo em relação à hipotenusa, que é o
segmento de reta, perpendicular à hipotenusa e que tem como uma extremidade o vértice
do ângulo reto; e, por fim, (iv) os dois segmentos, que são projeções dos catetos sobre a
hipotenusa.
Para melhor visualização desses elementos, considere um triângulo retângulo
ΔABC, com ̂ :

Figura 11.2 – Elementos do triângulo retângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

De acordo com essa figura:


• a é a medida da hipotenusa;

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• b e c são as medidas dos catetos;


• h é a altura relativa à hipotenusa;
• m é a medida da projeção do cateto AC sobre a hipotenusa; e
• n é a medida da projeção do cateto AB sobre a hipotenusa.

Vamos, agora, enunciar as principais relações métricas entre os elementos acima


destacados. Particularmente, isso responde à questão levantada na ―Introdução‖, sobre
como se dá a relação entre as medidas dos lados de um triângulo retângulo.
1. Primeira relação métrica. O produto entre a altura (em relação à hipotenusa) e a
hipotenusa é igual ao produto dos catetos. Em outros termos,

Demonstração. Observe que os triângulos ΔABC e ΔHAC (veja a figura abaixo) são
semelhantes:

Figura 11.3 – Primeira relação métrica.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Isso se deve ao fato do ângulo ̂ em ΔHAC ser congruente ao ângulo ̂ em ΔABC e


do ângulo ̂ em ΔHAC ser congruente ao ângulo ̂ em ΔABC. (Releia, caso necessário, a
seção ―Casos de semelhança‖ do capítulo ―Semelhança de triângulos‖.)
Consequentemente, temos

logo, .

2. Segunda relação métrica. Cada cateto ao quadrado é igual ao produto da


hipotenusa pela correspondente projeção do cateto sobre a hipotenusa. Ou seja,

e
Demonstração. Na demonstração da Primeira relação métrica, provamos que
ΔABC~ΔHAC. Como uma segunda consequência dessa semelhança, temos

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Assim, . Agora, repare que os triângulos ΔABC e ΔHBA (veja a figura


abaixo) são semelhantes:

Figura 11.4 – Segunda relação métrica.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Isso se deve ao fato do ângulo ̂ em ΔHBA ser congruente ao ângulo ̂ em ΔABC


e do ângulo ̂ em ΔHBA ser congruente ao ângulo ̂ em ΔABC. (Releia, caso necessário,
a seção ―Casos de semelhança‖ do capítulo ―Semelhança de triângulos‖.)
Consequentemente, temos

Portanto, .
3. Terceira relação métrica. A altura ao quadrado é igual ao produtos das projeções
dos catetos sobre a hipotenusa. Isto é,

Demonstração. Considere os triângulos ΔACH e ΔBAH:

Figura 11.5 – Terceira relação métrica.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Uma vez que a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º, temos que
̂ , ̂ e ̂ ̂
Equivalentemente,
̂ , ̂ e ̂ ̂ .

Combinando a terceira igualdade com a primeira e a primeira, obtemos ̂ e


̂ . Logo, os triângulos ΔACH e ΔBAH são semelhantes. Em vista disso, segue
imediatamente que

Portanto, .
4. Quarta relação métrica. A hipotenusa é a soma das projeções dos catetos sobre a
hipotenusa. Em termos algébricos,

Demonstração. A igualdade é imediata.

5. Quinta relação métrica (Teorema de Pitágoras). A soma dos quadrados dos


catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. Ou seja,

Demonstração. Das Segunda e Quarta relações métricas, segue que

( ) .

Vejamos alguns exemplos de aplicações dessas relações métricas.

Exemplo. Encontre os valores de x e y no triângulo retângulo abaixo:

Figura 11.6 – Exemplo: relações métricas no triângulo retângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Em vista da Quarta relação métrica, temos que a hipotenusa y é dada por


.
Agora, podemos usar o Segundo relação métrica para encontrar o valor do cateto x.
Com efeito, e, portanto, √ √ .

Atenção: No exemplo acima, ao resolvermos a


equação , encontramos um valor positivo
e um valor negativo de x. Como x representa a medida
de um segmento de reta, então o seu valor tem de ser
positivo. Assim, desprezamos o valor negativo de x
encontrado.

Exemplo. Qual é a medida da diagonal de um quadrado de lado 10 cm?


Considere um quadrado de lado 10 cm:

Figura 11.7 – Exemplo: Teorema de Pitágoras.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Recordemos, do capítulo ―Polígonos‖, que os ângulos internos do quadrado ABCD


são todos retos (ou seja, de medida igual a 90º). Assim, a diagonal AC forma, com os
lados AD e CD, um triângulo retângulo com catetos de medida igual a 10 cm. Logo, pelo
Teorema de Pitágoras, temos

e, portanto, √ √ cm.

Exemplo. Qual é a altura, em relação à hipotenusa, de um triângulo retângulo cujas


medidas das projeções dos catetos sobre a hipotenusa são 10 cm e 4 cm?
Denotando por h a altura, em relação à hipotenusa, e por m e n as projeções dos
catetos sobre a hipotenusa, temos, em vista da Terceira relação métrica, que .
Logo,

e, assim, √ cm.

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11.2 Problemas envolvendo relações métricas no triângulo retângulo

Após assimiladas as relações métricas em um triângulo retângulo, estamos aptos a


revisitar a situação-problema exposta na seção ―Introdução‖ deste capítulo.

Dica do Professor: releia a ―Introdução‖ deste capítulo


para melhor acompanhamento da argumentação
abaixo.

Solução
De fato, na própria introdução do capítulo, conseguimos identificar um triângulo
retângulo, ligando os pontos de partida, de Jéssica, com o ponto de chegada, na outra
margem do rio, e o ponto onde ela gostaria de ter chegado (veja a Figura 11.2). Utilizando
a terminologia que aprendemos na seção ―Relações métricas no triângulo retângulo‖,
temos que: a distância que Jéssica percorreu, do ponto A até o ponto C, é a medida da
hipotenusa desse triângulo retângulo, cujo valor é 500 m; a distância do ponto A ao ponto
B é a medida de um dos catetos, cujo valor é 100 m; e a distância do ponto C até o ponto
B é a medida do outro cateto, cujo valor desejamos encontrar. Dentre as relações métricas
apresentadas, qual é a única que envolve catetos e hipotenusa? O Teorema de Pitágoras,
que afirma que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.
Portanto, do Teorema de Pitágoras, segue que

, ou seja,
Note que, em termos puramente numéricos, dois valores de CB satisfazem a
igualdade acima à direita, a saber √ e √ . Todavia, como CB se trata de
uma medida de um lado de um triângulo, então a solução negativa está descartada. Assim,
√ m.
Resposta: A distância que Jéssica teve de caminhar, ao alcançar a outra margem
para chegar ao ponto B, foi de aproximadamente 490 m.

Mídia digital: Acesse agora a sala virtual do curso e


assista ao vídeo ―Teorema de Pitágoras‖ para conhecer
uma aplicação dessa relação métrica na Física.

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Exercícios Resolvidos

1. Astolfo comprou um terreno, que possui um formato triangular, e precisa construir


uma cerca de arame com 6 fios em volta de todo o terreno. Astolfo sabe que as medidas
dos lados perpendiculares do terreno são 30 m e 40 m. Além disso, ele foi informado de
que o preço do fio de arame é de R$ 3,00 por metro. Baseado nessas informações,
podemos afirmar que, na construção da cerca, Astolfo gastará:
a) R$ 360,00
b) R$ 720,00
c) R$ 210,00
d) R$ 2.160,00
e) R$ 1.260,00

Solução
Em primeiro lugar, note que fio de arame é cobrado por metro. Assim, é
imprescindível sabermos qual será o comprimento da cerca. Como a cerca será construída
contornando o terreno todo, então o comprimento da cerca será o perímetro do terreno.
Sabemos que o perímetro de um triângulo é a soma das medidas de seus lados. No
enunciado, temos as medidas de apenas dois lados. E, agora, como achar a medida do
lado restante? Repare que as medidas fornecidas são de lados perpendiculares, isto é, o
formato do terreno que o Astolfo comprou é de um triângulo retângulo:

Figura 11.8 – Solução do Exercício resolvido 1.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Podemos, então, aplicar o Teorema de Pitágoras para descobrir a medida L do lado


do terreno correspondente à hipotenusa:

e, portanto, √ m.
Agora, podemos calcular o perímetro P do triângulo:

m
Portanto, o comprimento da cerca é 120 m. Cuidado! Este não é o comprimento
total dos fios, é o comprimento da cerca. Mas, recorde que a cerca é composta por 6 fios.

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Portanto, o comprimento total do fio que será usado para Astolfo fazer a cerca é 6·120 =
720 m.
Visto que cada metro de fio de arame custa R$ 3,00, 720 metros custarão 3·720 =
2160 reais.
Alternativa correta: (d).

2. (IFSP – 2015). O transporte alternativo é uma maneira de locomover-se usando


um meio diferente dos mais tradicionais. A bicicleta é um exemplo disso. Em alguns
lugares, ela é usada porque é mais barata, como no interior do Brasil e em países como a
Índia e China. Outras pessoas escolhem andar de bicicleta por uma questão ideológica,
porque elas não agridem o meio ambiente e não causam tantos transtornos quanto os
carros. Usando uma bicicleta, uma pessoa sai do ponto A e dirige-se ao ponto B. O
percurso, dado em km, representado pelos segmentos AC, CD e DB está esboçado no
gráfico abaixo.

Figura 11.9 – Exercício resolvido 2.


Fonte: IFSP.

Considerando √ , assinale a alternativa que apresenta a distância percorrida


pela pessoa do ponto A ao ponto B.
a) 56 km
b) 21 km
c) 20 km
d) 15 km
e) 10 km

Solução
Em primeiro lugar, observe, a partir do gráfico e do enunciado que cada quadrado,
do qual é composto o plano no qual o gráfico se encontra, tem lado com medida 5 km.

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Assim, o ponto A (que se encontra no quilômetro 5) ao ponto C (que se encontra no


quilômetro 20), a pessoa percorreu 15 km.
Repare, agora, que a distância entre o ponto C e o ponto D percorrida pela pessoa
corresponde à hipotenusa de um triângulo retângulo cujos catetos têm ambos medidas 15
km. Logo, pelo Teorema de Pitágoras,

e, portanto, √ √
km.

Na igualdade acima, à direita, usamos o dado √ fornecido no enunciado.


Por fim, do ponto D ao ponto B, a pessoa percorreu 20 km.
Para determinar a distância total percorrida pela pessoa, basta, portanto, somarmos
todas essas distâncias:

km.
Alternativa correta: (a)
3. (IFRJ – 2013) O pátio de esportes do Campus Arrozal de um Instituto Federal é
retangular, com 100 m de comprimento e 50 m de largura, representado pelo retângulo
ABCD desta figura.

Figura 11.10 – Exercício resolvido 3.


Fonte: IFRJ.

Alberto e Bruno são dois alunos, que estão praticando esportes no pátio. Alberto
caminha do ponto A ao ponto C pela diagonal do retângulo e volta ao ponto de partida pelo
mesmo caminho. Bruno parte do ponto B, dá uma volta completa no pátio, andando pelas
linhas laterais, e volta ao ponto de partida. Assim, considerando √ , afirma-se que
Bruno andou mais que Alberto
a) 38 m
b) 64 m
c) 76 m
d) 82 m

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Solução
A distância que Alberto caminhou é duas vezes o comprimento da diagonal AC. A
fim de determinarmos a medida de AC, recorde que, como se trata de um retângulo, então
CB é perpendicular a AB. Como CB = 50 m e AB = 100 m, então pelo Teorema de
Pitágoras, temos

e, portanto,

√ √ m.

Assim, concluímos que Alberto caminhou uma distância total de m.


Por outro lado, Bruno deu uma volta em torno do pátio, caminhando pelas laterais.
Isso quer dizer que ele caminhou uma distância total correspondente ao perímetro do
retângulo ABCD: m.
Comparando as duas distâncias percorridas, concluímos que Bruno caminhou
m a mais que Alberto.
Alternativa correta: (c).

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e resolva o questionário ―Triângulo
retângulo‖. Esse teste é composto por 5 questões de
múltipla escolha sobre o conteúdo estudado.

Até a próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 12 – Teorema de Tales
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Objetivos
Nesta semana, investigaremos o Teorema de Tales, que
trata da proporcionalidade entre segmentos em retas
transversais, gerados por um conjunto de retas paralelas. Ao
final, aplicaremos o conteúdo desenvolvido na resolução de
problemas.

12.1 Introdução

Imagine a seguinte circunstância, em que um serralheiro, Manoel, é contratado para


fazer três cercas de ferro, um para cada terreno. Cada cerca cobrirá a frente toda do
terreno. Esses terrenos, além de vizinhos um do outro, têm frente para a Rua das
Orquídeas e fundo para a Rua das Lavandas, conforme mostra a figura abaixo

Figura 12.1 – Situação-problema: comprimento da cerca.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Manoel foi informado de que os muros laterais de cada terreno são perpendiculares
à Rua das Lavandas e que a frente total tem um comprimento de 180 m. Qual deve ser o
comprimento de cada cerca que Manoel confeccionará?
Note que há informações importantes, do ponto de vista geométrico. A saber, os
muros laterais são perpendiculares à Rua das Lavandas e, portanto, na representação
geométrica do problema, eles formam segmentos paralelos. Perceba, também, que as ruas
podem ser vistas como porções de retas concorrentes (i.e., que se cruzam em um único
ponto). Em suma, temos retas paralelas atravessadas por duas retas concorrentes e estas
contêm segmentos, que correspondem às frentes e aos fundos de cada terreno,
determinados pelas retas paralelas. Já que nos foram dadas as medidas dos fundos dos
terrenos e gostaríamos de determinar a medida de cada frente (afinal de contas, os
comprimentos dos portões que Manoel fará correspondem às medidas das frentes dos

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Plataforma +IFMG

terrenos!), seria útil, então, se houvesse alguma relação de proporcionalidade entre os


segmentos de uma reta e os segmentos correspondentes da outra reta.
Neste capítulo, tratamos de relações entre os segmentos contidos em retas
concorrentes e que são determinados por várias retas paralelas. Ao final, revisitamos a
situação-problema apresentada nesta seção e disponibilizamos alguns exercícios seguidos
de soluções relacionados aos tópicos discutidos neste capítulo.

12.2 Retas paralelas cortadas por transversais: Teorema de Tales

Esta seção lida com a questão trazida à tona na ―Introdução‖, acerca da existência
de relações entre as medidas dos segmentos contidos em retas concorrentes, os quais são
formados por diversas retas paralelas. De fato, existem tais relações. Essa existência é
garantida pelo Teorema de Tales que, a grosso modo, afirma que um feixe de retas
paralelas intersectado por duas retas transversais forma segmentos proporcionais. Mas, o
que é um feixe de retas paralelas? E uma reta transversal, o que é? O que significa formar
segmentos proporcionais?
Um feixe de retas paralelas é simplesmente um conjunto de retas paralelas,
enquanto uma reta é dita transversal a uma outra se ambas as retas possuem apenas um
ponto em comum, ou seja, são concorrentes.
Especificamente, consideremos três retas paralelas r//s//t e outras duas retas u e v,
passando por cada uma das três por apenas um ponto:

Figura 12.2 – Retas transversais a um feixe de retas paralelas.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Observe que os pontos A, B, C, D, E e F são os pontos onde as retas se cruzam.


Assim, temos os segmentos de retas AB, BC e AC, contidos na transversal u, e os
segmentos DE, EF e DF, contidos na transversal v.
Teorema de Tales. A razão entre dois segmentos quaisquer da transversal u é igual
à razão entre os respectivos segmentos correspondentes da transversal v, ou seja, as
igualdades entre razões abaixo são válidas:

Lê-se : AB está para BC, assim como DE está para EF.

Esse teorema é denominado dessa forma, pois foi o filósofo e matemático grego
Tales de Mileto, que viveu de 624 a.C. a 558 a.C., quem enunciou e provou essa afirmação
conhecida como Teorema de Tales.
Vejamos alguns exemplos para melhor compreensão do Teorema de Tales e suas
aplicações.

Exemplo. Calcule o valor x da medida do segmento abaixo, determinado por um


feixe de retas paralelas e retas transversais:

Figura 12.3 – Exemplo: Teorema de Tales.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Com efeito, pelo Teorema de Tales, temos

Logo,

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Exemplo. Determine o valor de x, que é a medida de um segmento, conforme


mostra a figura abaixo.

Figura 12.4 – Exemplo: Teorema de Tales.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Observe que os segmentos de medidas x e 5 são partes da reta u, enquanto os


segmentos de medidas 18 e 6 são partes da reta v. Aplicando o Teorema de Tales, temos

e, portanto, .

O Teorema de Tales pode ser usado para determinar medidas em um triângulo,


assim como a semelhança de triângulos foi usada no capítulo ―Semelhança de triângulos‖.

Exemplo. Considere o triângulo cortado por uma reta paralela ao lado AB:

Figura 12.5 – Exemplo: Teorema de Tales no triângulo.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Sabendo que o lado BC mede 10 cm e os segmentos de reta CE e AD medem,


respectivamente, 8 cm e 5 cm, determine a medida do segmento CD.
Com efeito, traçando retas através dos segmentos AB, BC e AC e, levando em
consideração os dados apresentados, obtemos a seguinte configuração:

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Plataforma +IFMG

Figura 12.6 – Solução do Exemplo ―Teorema de Tales no triângulo‖.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Como se pode ver pela imagem acima, temos um feixe de duas retas paralelas e
duas transversais a esse feixe. Portanto, a fim de determinarmos a medida CD, basta
usarmos o Teorema de Tales, que implica:

e, portanto, cm.

Convidamos o leitor a refazer este exemplo, usando a semelhança de triângulos, e


comparar os resultados.

12.3 Problemas envolvendo o Teorema de Tales

Após estabelecida a constância na proporcionalidade entre segmentos contidos em


retas transversais e gerados por retas paralelas, estamos prontos para revisitar a situação-
problema exposta na seção ―Introdução‖ deste capítulo.

Dica do Professor: Releia a ―Introdução‖ deste


capítulo para melhor acompanhamento da
argumentação abaixo.

Solução
Com efeito, chamemos de x o comprimento da frente do terreno cujo comprimento
do fundo é 20 m, y o comprimento da frente do terreno cujo comprimento do fundo é 40 m
e z o comprimento da frente do terreno cujo comprimento do fundo é 30 m. Se traçarmos
retas passando pelos segmentos de retas os quais representam as Ruas das Orquídeas e
das Lavandas e também os muros laterais dos terrenos, obteremos um feixe de quatro
retas paralelas e duas retas transversais a esse feixe:

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Figura 12.7 – Solução da Situação-problema.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Recorde que, de acordo com o enunciado, temos

Portanto, pelo Teorema de Tales, temos

Mas, tais igualdades são equivalentes a

, e .

Resposta: Os comprimentos das cercas devem ser 40 m, 60 m e 80 m.

Exercícios Resolvidos

1. Considere um triângulo ΔABC, como mostra a figura abaixo:

Figura 12.8 – Exercício resolvido 1.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Sabe-se que AB, BD e AE medem, respectivamente, 70 cm, 20 cm e 60 cm e que,


além disso, DE é paralelo à BC. Podemos afirmar, então, que AC mede:
a) 84 cm
b) 24 cm
c) 80 cm
d) 20 cm
e) 30 cm

Solução
Uma vez que o segmento DE é paralelo ao segmento BC, podemos aplicar o
Teorema de Tales:

Agora, note que AD = AB – BD = 70 – 20 = 50 cm. Consequentemente,

e, portanto, cm.

Alternativa correta: (a).

2. Um feixe de quatro retas paralelas determina sobre uma transversal três


segmentos de medidas 6 cm, 8 cm e 10 cm, respectivamente. As medidas dos segmentos
que esse mesmo feixe determina sobre uma outra transversal, tendo em vista que o
segmento entre as retas paralelas extremas mede 48 cm, são:
a) 6 cm, 8 cm e 10 cm
b) 12 cm, 16 cm e 20 cm
c) 3 cm, 4 cm e 5 cm
d) 18 cm, 24 cm e 30 cm

Solução
Denotando por x, y e z as medidas dos segmentos (veja a figura a seguir), sobre a
outra reta transversal, temos, de acordo com o enunciado, que .

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Figura 12.9 – Solução do Exercício resolvido 2.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Do Teorema de Tales, segue que

Consequentemente,

cm, cm e cm.
Alternativa correta: (b).

3. Dois aviões partem simultaneamente de uma cidade A ao sul do mapa, um com


destino à cidade B e o outro com destino à cidade C, ambas localizadas na mesma
latitude, como mostra a figura abaixo.

Figura 12.10 – Exercício resolvido 3.


Fonte: Elaborada pelos autores.

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Ambos os aviões trafegarão até os seus destinos por linhas retas. Após 56 minutos
de voo, o avião com destino à cidade B percorreu 200 km e se encontra no ponto D de sua
rota, enquanto o avião com destino à cidade C percorreu 300 km e se encontra no ponto E
de sua rota. Sabendo que os pontos D e E estão na mesma latitude no mapa e que o avião
rumo à cidade B precisa percorrer ainda 700 km para chegar em seu destino, podemos
afirmar que a distância entre as cidades A e C é:
a 900 km
b 1350 km
c 1000 km
d 1200 km
e 1900 km

Solução
Como os pontos D e E estão na mesma latitude, então pertencem a uma mesma
reta, que é paralela à reta que passa por B e C. Além disso, conforme o enunciado, a
trajetória de A para B e de A para C são linhas retas. Ainda de acordo com o enunciado, a
distância do ponto A ao ponto D é de 200 km, enquanto as distâncias de A para E e de D
para B são, respectivamente, 300 km e 700 km. Assim, temos a seguinte representação
geométrica:

Figura 12.11 – Solução do Exercício resolvido 3.


Fonte: Elaborada pelos autores.

Determinar a distância entre as cidades A e C significa, portanto, determinar o


comprimento do segmento AC. Para isso, basta usar o Teorema de Tales:

e, portanto, km.

Alternativa correta: (b).

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Mídia digital: Acesse, agora, a sala virtual do curso


e assista ao vídeo ―Teorema de Tales e o Teorema
Fundamental da Semelhança de Triângulos‖ para ver
como podemos obter o Teorema Fundamental da
Semelhança de Triângulos, a partir do Teorema de
Tales.

Atividade: Para concluir esta semana de estudos, vá


até a sala virtual e resolva o questionário ―Relações
métricas no triângulo retângulo e Teorema de Tales‖.
Esse teste é composto por 5 questões de múltipla
escolha sobre o conteúdo estudado.

Atividade: Para concluir o curso, vá até a sala virtual


e resolva o questionário ―Avaliativo‖. Esse teste é
composto por 10 questões de múltipla escolha sobre
o conteúdo estudado.

Parabéns pela conclusão do curso.


Foi um prazer tê-lo conosco!

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Pró-Reitoria de Extensão 147
Plataforma +IFMG

Referências

DANTE, L.R.; VIANA, F. Telares – Matemática 9º ano. 3 ed. São Paulo: Editora Ática,
2019.
DOLCE, Osvaldo; POMPEU, José Nicolau. Fundamentos da matemática elementar 9:
geometria plana. 9. ed. São Paulo: Atual, 2013.
MORGADO, A. C. O. Análise combinatória e probabilidade. Rio de Janeiro: SBM, 2001.

TRIOLA, M. F. Introdução à Estatística. 11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

SANTOS, J. P. O.; MELLO, M. P.; MURARI, I. T. C.. Introdução à Análise Combinatória.


4 ed. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2008.

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Plataforma +IFMG

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Currículos dos autores

Joice Stella De Melo Rocha é mestre em Matemática pela Universidade Federal de


São João Del Rei, possui Licenciatura em Matemática pelo Centro Universitário de
Formiga (2004) e especialização em Matemática e Estatística pela Universidade
Federal de Lavras (2006). Atualmente é professora da Educação Básica, Técnica e
Tecnológica (EBTT) em regime de 40h com Dedicação Exclusiva do Instituto Federal
de Minas Gerais - Campus Avançado Arcos. Possui experiência como professora da
educação básica e curso superior nas disciplinas de Cálculo Diferencial e Integral,
Cálculo Numérico, Cálculo Avançado, Geometria Analítica e Álgebra Linear. Também
trabalhou como vice-diretora da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves (2008) e
como coordenadora dos cursos de Engenharia da Faculdade Pitágoras (2014-2018).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0755009453745769

Tiago de Oliveira Dias possui graduação em Matemática Licenciatura pela


Universidade Federal de Minas Gerais (2004) e Mestrado Profissional em Matemática
pela Universidade Federal de Viçosa (2014). Atualmente leciona nos cursos técnicos
integrados e superiores do IFMG - Campus São João Evangelista e é analista de
dados educacionais do campus. Experiência dentro do ensino fundamental, médio e
superior. Foi diretor da Escola Estadual Pedro II, Belo Horizonte, melhor escola
estadual no PROEB 2012, 2013 e 2014 e maior média geral no ENEM 2013 e 2014
dentre as escolas estaduais de MG.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3012322412587235

Rodrigo Figueiredo possui Bacharelado em Física, com Mestrado e Doutorado em


Matemática pela Universidade de São Paulo, Campus Cidade Universitária.
Desde 2020 é professor visitante do Instituto Federal de Minas Gerais, Campus
Avançado Arcos.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2512205859838741

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Joice Stella de Melo Rocha


Rodrigo Figueiredo 10/06/2021 Viviane Lima Martins 18/06/2021 1.0
Tiago de Oliveira Dias

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Glossário de códigos QR (Quick Response)

Mídia digital Mídia digital


Princípio
Apresentação do
Fundamental da
curso
Contagem

Mídia digital Mídia digital


Exercícios Problemas sobre
Probabilidade probabilidade

Mídia digital Mídia digital


Exercícios Medidas
Noções de Álgebra
de Tendência Central

Mídia digital Mídia digital


Problemas Representação
envolvendo equação Geométrica do cubo
do 2º grau da soma e da
diferença de dois
termos

Mídia digital Mídia digital


Exercícios Introdução à
Resolvidos Geometria Plana

Mídia digital
Proporcionalidade Mídia digital
entre alturas e entre Teorema de
perímetros Pitágoras

152
Plataforma +IFMG

Mídia digital
Teorema de Tales e
o Teorema
Fundamental da
Semelhança de
Triângulos

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Plataforma +IFMG

Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG
cumprir seu papel na oferta de uma educação pública, de
qualidade e cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex
adquiriu estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de
iluminação e isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Plataforma +IFMG
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Características deste livro:


Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital
Plataforma +IFMG

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