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Matemática para

vestibular medicina
5ª edição • São Paulo
2019

T
1
MATEMÁTICA
M
MATEMÁTICA
e suas tecnologias
Herlan Fellini, Pedro Tadeu Batista e Vitor Okuhara
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados

Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu Batista
Vitor Okuhara
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Claudio Guilherme da Silva Souza
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions

ISBN: 978-85-9542-071-7

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

2019
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CARO ALUNO

O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos
principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo
enriquecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019.
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar.
Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais abordados nos
principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões propos-
tas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de informações para o
estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais acessível
e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar o
repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do aluno.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões
de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado com finos
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares de
hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e química,
história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacio-
nam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante consegue entender
que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando o
contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” de
fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção "Aplicação no Cotidiano". Como o próprio nome já
aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm contato em seu
dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas
habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expositiva, descre-
vendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurá-las na sua
prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles
é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e
fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos
ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu
sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.

Herlan Fellini
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA
Aulas 1 e 2: Potenciação e radiciação 7
Aulas 3 e 4: Equações do primeiro grau e problemas clássicos 19
Aulas 5 e 6: Equações do segundo grau 33
Aulas 7 e 8: Teoria dos conjuntos 43
Aulas 9 e 10: Operações com intervalos 57

TRIGONOMETRIA E ARITMÉTICA
Aulas 1 e 2: Trigonometria no triângulo retângulo 63
Aulas 3 e 4: Produtos notáveis 73
Aulas 5 e 6: Fatoração 81
Aulas 7 e 8: Conjuntos numéricos 89
Aulas 9 e 10: Razão, proporção e grandezas proporcionais 101

GEOMETRIA PLANA
Aulas 1 e 2: Introdução à geometria plana 119
Aulas 3 e 4: Ângulos num triângulo e ângulos numa circunferência 129
Aulas 5 e 6: Razão proporcional e teoremas de Tales e da bissetriz interna 141
Aulas 7 e 8: Pontos notáveis de um triângulo 151
Aulas 9 e 10: Semelhança de triângulos 157
Abordagem de ÁLGEBRA nos principais vestibulares.

FUVEST
Potenciação, radiciação e equações, por serem assuntos básicos, dificilmente serão cobrados
isoladamente, já que a Fuvest é conhecida por cobrar em uma única questão múltiplos assuntos
interdisciplinares e intradisciplinares. Estas são matérias bases para questões com conteúdo das
próximas aulas, como funções.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U Com questões diretas e concisas, a Vunesp procura avaliar na primeira fase equações do primeiro
e do segundo grau, na maioria atreladas aos conceitos de funções.

UNICAMP
Assuntos básicos como potenciação e radiciação são cobrados em questões de variações de gran-
dezas físicas. Teoria dos conjuntos é cobrado com descrição de um enunciado para que o aluno
desenhe os conjuntos. Equações são assuntos básicos, que necessitam de outros tópicos de mate-
mática para que tenham uma aplicação.

UNIFESP
Pelo fato das questões da Unifesp serem dissertativas com grau de dificuldade acima da média,
os conteúdos deste livro não são cobrados em questões específicas, e sim em conjunto com os
tópicos dos próximos livros.

ENEM/UFMG/UFRJ
O ENEM é famoso por analisar conceitos básicos em suas questões. Portanto, os estudos de
potenciação e radiciação são cobrados em questões de grandezas físicas. Equações e problemas
do cotidiano são cobrados.

UERJ
Uma prova similar a do Enem, e, assim como nos demais vestibulares, quem se destaca sempre
no quadro de conteúdos pedidos também é a área de ecologia, com suas interações entre os
indivíduos.
0 2
1 0 Potenciação e radiciação

Competências Habilidades
1e2 1, 3, 4, 7, 10 e 11
Geralt/Pixabay

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Potenciação

Potenciação com expoente natural


Representamos por bn, sendo b (denominado base) um número real e n (denominado expoente) um nú-
mero natural maior que 2, o produto de n fatores iguais a b, o seguinte produto:
bn = b ∙ b ∙ b ∙ ... ∙ b
n fatores

Exemplos
§§ Cálculo do valor de 25, no qual a base é um número natural:
25 = 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 2 = 32
§§ Cálculo do valor de (–3)³, no qual a base é um número inteiro negativo:
(–3)³ = (–3) ∙ (–3) ∙ (–3) = –27
(–3)4 = (–3) ∙ (–3) ∙ (–3) ∙ (–3) = 81
Observação: note que, se a base for um número real negativo e o expoente um número natural ímpar, o
resultado é negativo, mas se o expoente for um número natural par, o resultado é positivo.

(  )
​ 2 ​   ​ , no qual a base é um número racional:
3
§§ Cálculo do valor de ​ __
3
(  ) (  ) (  ) (  )
​ 2 ​   ​ = ​ __
​ 2 ​   ​∙ ​ ​ __
2 ​   ​∙ ​ __ ​  8  ​ 
​ 2 ​   ​= ___
3
​ __
3 3 3 3 27
No caso em que n < 2, definimos:
§§ b0 = 1, para b ≠ 0;
§§ b 1 = b
Algebricamente, sendo x ∈ ℝ, a potenciação pode ser escrita da seguinte forma:
x = x¹    x ∙ x = x²    x ∙ x ∙ x = x³

Potenciação com expoente inteiro negativo


Dada uma base b real não nula e um expoente n ∈ ℤ negativo, definimos:
​ 1n  ​ 
b–n = __
b
Dessa forma, quando o expoente for um número inteiro negativo, podemos inverter a base a fim de tornar
o expoente positivo e efetuar as operações da mesma forma que vimos anteriormente.

Exemplos

​ 12  ​ = __
§§ 3–2 = __ ​ 1 ​ 
3 9

(  ) (  ) ​  1 2 ​ = ___ ​ 25 ​ 


​  1  ​ = ___
–2
​ 2 ​   ​ = ____
§§ ​ __
5 2
__ ___4 4
​ ​   ​   ​ ​    ​ 
5 25

§§ 10–2 = ___ ​  1 2 ​ = ___


​  1   ​ = 0,01
10 100
​ 1x ​ , sendo x ∈ ℝ e não nulo
§§ x–1 = __

9
Potenciação com expoente racional Potência de um produto

A potência de um produto pode ser escrita como


Dado um número real a e um número racional ​ _m
_
n ,  um produto de potências:
sendo m ∈ ℤ e n ∈ ℤ* (n ≠ 0), definimos a potenciação
​ m
de base a e expoente __n ​ da seguinte forma: P3: (a ∙ b)m = am ∙ bm

a = ​nd XXX
am ​  § (2 ∙ 5)³ = 2³ ∙ 5³ = 8 ∙ 125 = 1 000
§ (x ∙ y)² = x² ∙ y²
Como podemos ver, quando temos um expoente
​ m
racional na forma da fração __n ​ , podemos reescrever a Potência de um quociente
potência como uma raiz n-ésima de am. Definiremos
as propriedades das raízes n-ésimas aritméticas no A potência de um quociente pode ser escrita
próximo capítulo. como um quociente de potências:

(  ) ​ am  ​, se b ≠ 0
​ a  ​  ​ = __
m m
P4: ​ __
Propriedades b b

(  )
​ 2 ​   = __
​ 22 ​= _​ 4_ ​
2 2
De modo geral, sendo a e b números reais e m § ​ __
3 3 9
e n números inteiros, valem as seguintes propriedades:
( __yzx   ​ ) = ____
​  x    ​ = ___
​  x   ​
3 3 3
§
(yz) y z
3 3 3

Produto de potências de mesma base

Quando se tem o produto entre duas potências


Potência de uma potência
de mesma base, somam-se os expoentes e conserva-se
Quando se tem uma potência em que sua base
a base:
apresenta outra potência, mantém-se a base e multi-
P1: am ∙ an = am+n plicam-se os expoentes:

P5: (am)n = am ∙ n
§ 23 ∙ 25 = 23+5 = 28
§ (52)3 = 52 ∙ 3 = 56
(  ) ​ 12  = _​ 1_ ​
5
​ 1 ​   ∙ 23 = 2–5 ∙ 23 = 2–5+3 = 2–2 = __
§ ​ __ § (2 ∙ 32)4 = 24 ∙ (32)4 = 24 ∙ 32 ∙ 4 = 24 ∙ 38
2 2 4
§ (x2 ∙ y5)3 = (x2)3 ∙ (y5)3 = x2 ∙ 3 · y5 ∙ 3 = x6 ∙ y15
§ 16 ∙ 32 = 24 ∙ 25 = 24+5 = 29

(  )
n n
​ 1 ​   ​= x2 ∙ x–1 = x1 = x
§ x2 · ​ __ Observação: note que (am) ≠ am . No caso de
x n n
(am) , a base do expoente n é am, e no caso de am , a
Quociente de potências de mesma base base do expoente n é m, e mn é o expoente da base a.
Veja um exemplo:
Quando se tem o quociente entre duas potências
de mesma base, subtraem-se os expoentes e conserva- (2²)³ = (2²) ∙ (2²) ∙ (2²) = 4 ∙ 4 ∙ 4 = 64
-se a base: 22³ = 22 ∙ 2 ∙ 2 = 28 = 256
​ a n ​ = am–n, se a ≠ 0 e m ≥ n
m
P2: __ Note, também, que devido à propriedade comu-
a
n m
tativa da multiplicação, temos que (am) = (an) .
57 ​ = 57–3 = 54
§ __
53
(  ) (  ) (  ) (  )
1 9 __
__ 1 5 __ 1 9-5 __ 14
§ ​ ​ 3 ​   : ​ ​ 3 ​   = ​ ​ 3 ​   = ​ ​ 3 ​  

x7 ​ = x4
§ __
x3
10
Resumo das propriedades Utilizando, agora, as propriedades da potencia-
ção, podemos realizar as simplificações:
de potências
___________ (22+6+12)–1 _____
(22 ∙ 26 ∙ 212)–1 _______ (220)–1
​  –8 –10 ​   
= ​  –8+(–10) ​ 

= ​  –18 ​
Sendo a e b números reais e m e n números in- 2 ∙2 2 2
teiros, temos:
= 2–20–(–18) = 2–2 = _1_
4
§ P1: am ∙ an = am+n

​ a n ​ = am – n, se a ≠ 0 e m ≥ n
m
§ P2: __ Potências e notação científica
a
§ P3: (a ∙ b)m = am ∙ bm
Como vimos, potências do tipo bn podem ser
(  ) ​ a n ​ , se b ≠ 0
​ a  ​  ​ = __
m m
§ P4: ​ __ usadas para simplificar um produto de n termos iguais
b b
§ P5: (am)n = am ∙ n a b. Quando lidamos com grandezas muito grandes ou
muito pequenas, podemos utilizar potências de base 10
para representar esses números. Esse tipo de represen-
Escrita de um número na tação é denominada notação científica.
forma de potência Veja a fórmula da notação científica:

m ∙ 10e
Nas expressões numéricas em que podemos es-
crever todas as potências com uma base comum, pode- na qual m é denominado mantissa, um número
mos utilizar as propriedades de potenciação descritas. racional maior que 1 e menor que 10, enquanto que e
Veja alguns exemplos utilizando a base 2: é denominado a ordem de grandeza, expoente da base
__ 10.
§ 1 = 20 § 1/2 = 2–1 § √2 ​​ = 21/2
§ 2 = 2¹ __ Caso desejemos escrever o número 2 500 000
§ 1/4 = 2–2 § √4 ​​ = 22/2 = 2
§ 4 = 2² __
(dois milhões e quinhentos mil), de forma mais con-
§ 8 = 2³ § 1/8 = 2–3 § √8 ​​ = 23/2 cisa fazemos:
___
§ 16 = 24 §§ 1/16 = 2–4 § √ 16 ​​ = 24/2 = 22 2 500 000 = 2,5 ∙ 1 000 000 = 2,5 ∙ 106
Também podemos escrever alguns números ra-
cionais na forma de uma potência com base inteira:

5  ​= __
§ 0,5 = ​ ___ ​ 1 ​ = 2–1
Radiciação
10 2
25  ​= __
§ 0,25 = ​ ___ ​ 1 ​ = 2–2 Chamamos radical a raiz enésima de um núme-
100 4
ro real a, sendo a um número maior ou igual a zero e
125  ​ = __
§ 0,125 = ​ ____ ​ 1 ​ = 2–3
1000 8 n um número natural maior ou igual a 2.
__
Veja como simplificamos o cálculo de uma expres- ​ a  ​, em que a [ R+ e n [ N, com n ≥ 2, é
n
√ 

são numérica envolvendo potências de mesma base: chamado de radical.

( (  ) )
-1
​ 4 ∙ _1_ ​  ∙ 163
–2

8
_____________     ​  Teoria na prática
(  )
​  1  ​  
2
0,58 ∙ ​ ___ ___
32 ___ __

Escrevendo cada fator como uma potência de



​ 16 ​    ​

5
√  2 √ ​ 1  ​ ​  
 ​    ​ ___
36
base 2, temos: O termo radical também é representado pelo
__
​( (22) ∙ (2–3)–2 ∙ (24)3 )–1
​ símbolo ​√0 ​. 
________________
​      
 ​
(2–1)8 ∙ (2–5)2
11
Propriedades Para obter a igualdade, podemos fazer:
___ ____ __
10 10 : 2 5
​ √  210 ​ = ​ √  210 : 2 ​ = ​√  25 ​ 
1ª propriedade ___ n:p
___
De modo geral, temos ​√  am ​ =​ √  am:p ​ , para todo
n

Observe um radical com índice ímpar: a [ R+ e n [ N, com n ≥ 2, sendo p um número dife-


3
____ rente de zero e divisor comum de m e n.
​√  125 ​ = 5 e 125 = 53
____ __ Essa propriedade geralmente é usada para sim-
3
​√ 53 ​ =
3
​√  125 ​ =   5 plificar alguns radicais.
Agora, veja um radical com índice par:
2
____ Exemplos
​√  121 ​ = 11 e 121 = 112
____ ___
2 __ ____ __
​√  121 ​ = ​√  112 ​ = 11
2
8 8:4
​√ 74 ​  = ​ √  74 : 4 ​ = ​√  7 ​
2

___ ___ __ ____ __
De modo geral, vale a igualdade ​√  an ​  = a, para
n
10 10 : 5
​ √  32 ​ = ​ √  25 ​  = ​ √  25 : 5 ​ = ​√  2 ​
10 2

todo a [ R+ e n [ N, com n ≥ 2.

Exemplos 3ª propriedade
__ __ __
6 6 8
​√42 ​ = 4     ​√  7  ​ = 7     ​√ 78 ​ = 7
  3
_____
3
___
3
__
Observe as expressões ​√  27 ∙ 8 ​ e ​√  27 ​ · ​√  8 ​ .
Observação: Essa propriedade é válida somen-
te para a igual a zero ou maior que zero.
____
​√  (-2)
4
Se tivermos, por exemplo,
____ ___
4
 ​ , a expressão
não equivalerá a – 2, pois ​√  (-2)  ​ = ​√  16 ​  = 2.
4 4 4

Se, porém, o índice for ímpar, a propriedade ____ __ __


De modo geral, temos ​√  a ∙ b ​ =​n√  a ​  · ​√  b ​  , para
n n
__
​√  an ​  = a continuará válida. Veja:
n

____ todo a [ R+, b [ R+ e n [ N, com n ≥ 2.


​√  (-1)3 ​ = –1
3

Assim, para uma expressão com radicais, temos Exemplos


de impor a condição de existência: _____ __ ___
​√4 ∙ 10  ​ 
=√​ 4 ​ ∙ √
​ 10 ​
§ Se o índice for ímpar (n é ímpar), o radi- _______ ___
____
cando poderá ser qualquer número real:
n n
__ √
4
​ 1  ​ ∙ 100 ​ 
​  ___
10 10 √
​  1  ​ ​  ∙ ​√  100 ​
= 4​  ___
4

√  x  ​ = x, x ∈ R.
§ Se o índice for par (n é par), o radicando
deverá ser um número real não negativo:
n
__ 4ª propriedade
​√  xn ​ = x, x ≥ 0 (condição de existência).
___ ___
Observe que dessa definição, segue que

3
√ __
Observe as expressões ​  ___ ​ ​3  27 ​
​ 27 ​ ​  e ____
3
 ​
2 : 2 = 23, e não 22.
4
8 ​√  8 ​

2ª propriedade
Podemos representar o número 2 por meio de
diferentes radicais:
__
5
2 = ​√ ___
25 ​ 
10 10
2 =​ √  2  ​ 
__ ___
5 10
Então: ​√  25 ​ = ​ √  210 ​ 

12
__ n
__
​√ __
a ​   ​ , para todo
De modo geral, temos ​  __ ​ a  ​   ​ =
b √
n
​ ___
​√  b ​ 
n
Racionalização de denominadores
a [ R+, b [​ R​+*​ ​e n ∈ N, com n ≥ 2.
O processo de racionalização do denominador
Exemplos
___ ___ consiste em multiplicar a fração dada pelo número 1,

​​ ___
7
√ __  
​ ​ 30 ​
​ 30 ​ ​​  = ____  ​ 
​√7 ​ 
escrito como fração, de modo que o produto nos deno-
______ __ minadores seja um número racional.
_____

3
1 √
​   1 ​ 
3 _____
​√  0,001 ​ = ​  ​     ​  ​ 
3 ______
= ​  _____ ​ 1  ​ 
   ​ = ___
1.000 3​√  1.000 ​  10 dXX dXX dXX dXX 
1   ​ = ___
​ ___ ​  1   ​ · 1 = ___ ​ ​ 2 ​ ​  = ______
​  1   ​ · ___ ​  1 · ​ 2 ​   ​   ​ 2 ​   ​ = ___
= ____
 ​  ​ ​ 2 ​
 ​ 
d 2 ​  ​dXX
​ XX 2 ​  ​dXX
2 ​  ​dXX 2 ​  ​dXX 2 ​  ​ d XX
2 ​ · d​ XX 2  ​  2
2

Potenciação e radiciação Note que, após a racionalização, escrevemos de


com radicais outra forma o número dado, agora com denominador

racional.
Veja uma potenciação com radicais:
dXX 
__ __ __ __ __ _________ __ ​ ​ 2 ​
Calcular ___ ​  1   ​ .
 ​ é mais simples que calcular ___
(​ ​√ 2 ​  )4​ = 5​√  2 ​ · 5​√  2 ​ · 5​√  2 ​ · 5​√  2 ​ = 5​√  2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 2 ​ 
5

5
= ​√  24 ​  2 d
​ XX
2 ​ 
Analise a racionalização dos denominadores de
De modo geral, para efetuar a potenciação com
alguns números agrupados nas situações a seguir:
um radical, elevamos o radicando ao expoente dado:
__ __
(​ m​√  a ​  )n​ = m​√  an ​,  em que a ≥ 0, m é um número natural
maior que 1 e n é um número inteiro. Situação 1
2   ​ .
§§ Vamos racionalizar o denominador de ​ ____
Exemplos 3​dXX8 ​ 
__ __
__ __
​( ​√5 ​  )3​ = √
​ 53 ​  dXX 2​√ 8 ​  ___ √
__ __
2   ​ = ____
​ ____ ​  2   ​ · ___ ​    ​ =​ ​ 8 ​ ​  
​ ​ 8 ​ ​  = ____
8 ​  3 ∙ 8 12
5
​( 2 ​√  3 ​   )​ = 25 · ​√  35 ​  = 32 · 3 · 3​d XX 3​dXX8 ​  3​dXX8 ​  ​dXX
3 3
32 ​ = 96 3​d XX
32 ​ 

​( 6​dXXXXX )2​ = 62 · d​ XXXXXX


4 – x ​   (4 – x)2 ​ 
= 36 · (4 – x) = 144 – 36x, 3   ​. 
§§ Vamos racionalizar o denominador de ​ ___
​d  3 ​ 
4 XX
com x ≤ 4
d 3 3​4d XX
4 XX
d 3 4 XX3
4 XX
​ 4​  3  ​  ​ = ____
​ 4 3  ​ ​  = ____
​ 3​  3 ​ ​  
3
3   ​ = ___
​ ___ ​ 4 3   ​ · ___  = ​d  3  ​ 
(​ d​ XX5 ​ + 3 )2​ = (​ d​ XX5 ​  )2​ + 2 · d​ XX5 ​ · 3 + 32 = 5 + 6​dXX5 ​ + 9 = 3
​d  3 ​  ​d XX
4 XX
3 ​  ​d XX 33 ​  ​d XX 34 ​ 
14 + 6​dXX
5 ​ 

Para entender o procedimento da radiciação com


radicais, compare as expressões: Situação 2
​d ​ 729 ​ ​= ​ 9 ​= 3 e ​ 729 ​= 3
2 XXXXX
  d XXXX 
  d XX  d 
3 2 6 XXXX

3   ​ 
§§ Vamos racionalizar o denominador de ​ ______ .
d
​ XX
3 ​ + 1
Como as duas expressões são iguais a 3, então:​
Como nesse denominador há uma adição em
d ​ 729 ​ ​= ​ 729 ​= 3
2 XXXXX
  d XXXX 
3
  d XXXX 
6
que pelo menos uma parcela é um número irra-
De modo geral, para efetuar a radiciação com cional, usamos o produto da soma pela diferen-
radicais, fazemos m​d XXX
​ XX 
nd
a ​, em que a ≥ 0 e m e n
a ​ ​ = ​m · nd XX 
ça para racionalizar o denominador.
são números naturais maiores que 1.
__
dXX √ 3 ​ – 1)
3 · (​__
Exemplos
3   ​ 
​ ______ ​  3   ​ 
= ______ ​ ​ 3 ​ – 1 
· ______  ​= ​​  ________    ​​=
d d d
​ 3 ​ + 1 ​ 3 ​ + 1 ​ 3 ​ – 1
XX XX XX √
(​ 3 ​) 2 – (1)2
​d ​ 2 ​ ​= ​ 2 ​= 6​d XX
3 XXX
  dXX   d   
3 · 2 XX
2 ​  __ __
3​√3 ​-  3 ​ 
= ​ ______ 3​√3 ​  ​
- 3 
 = ​ ______
dd
XXXXXXX  .
d d d d 3
6 XXX
XXXX
​ ​6  10  ​ ​ 
XXXXX XXXXX XXXXX
​ 1.000 ​ 1.000 ​ 1.000 ​ 106 ​ ​  = ____
3
​ 3​  _____  ​ ​ ​ 
   = 2​ · 3  _____ = 6​  _____
 ​ ​ 
   = 6​  ___
 ​ ​ 
    = 3-1 2
64 64 64 2 ​d XX
26 ​ 
dXXX
​ 10 ​
= ​ ____
 ​ 
  
2
13
2   ​ 
§§ Vamos racionalizar o denominador de ​ _______
d
. Teoria na prática
​ 2 ​ + d​ XX
XX 5 ​ 
Nesse denominador, há uma adição de dois 1. Analise as seguintes afirmações:
__ __ __
I. A subtração ​( 2​√8 ​ –   3​√ 2 ​  )3​ , equivale a 2​√2 ​. 
números irracionais. Para racionalizá-lo, vamos __ __
II. 5√
​ 8 ​ é maior que 11​√2 ​. 
​dXX
2 ​ – d​ XX
multiplicar a fração por: ​ _______ 5 ​  ​ 
.
__
d d
​ 2 ​ – ​ 5 ​ 
XX XX III (6​√ 3 ​) 2 é igual a 108.

dXX dXX __________2 · (​ d​ XX 5 ​  )​


2 ​ – d​ XX Estão corretas as afirmativas:
​  2   ​ 
_______ ​ ​ 2 ​ – ​ 5 ​  
· _______  ​= ​   ​ 
=
​ 2 ​ + ​ 5 ​  ​ 2 ​ – ​ 5 ​  ​( ​dXX
d XX d XX d XX d XX 2 ​  )​ – (​ ​dXX
2
5 ​  )2​ a) I e II apenas.
__ __ b) I e III apenas.
2​dXX
2 ​ – 2​d ​
5 ​   √ 2​√ 2 ​ 
​ 2​ 5 ​ -  ​
XX
= ​ _________  = ________  
  c) II e III apenas.
2–5 3
d) I, II e III.
​dXX
6 ​    ​ 
§§ Vamos racionalizar o denominador de ​ ______ .
4 – d​ XX 5 ​  Resolução:
__
dXX 4+√ d 6 ​ · (​ 4 + d​ XX
​ XX 5 ​  )​
​  ​ 6 ​    ​ 
______ · ​  ______5 ​ 
​ __
 ​ = ​ 
  ___________
 ​ 

= I. Correta. Desenvolvendo a subtração:
4 – d​ XX5 ​  4 + √
​ 5 ​  42 – (​ d​ XX
5 ​  )2​ __ __ __ __
__ ___
(2 ​√8 ​ – 3​√2 ​) 3 = (2​√23 ​ – 3​√2 ​) 3 =
__ __
4​dXX
6 ​ + d​ XXX
30 ​ √ √
= ​ _________  ​ 
   ​ 4​ 6 ​ +  ​
= _________ ​ 30 ​  
  = (2​√22 · 2  ​ – 3​√ 2 ​ )3 =
16 – 5 11 __ __ __ __ __
= (2​√22  ​ · √
​ 2 ​ – 3​√2 ​) 3 = (4​√2 ​ – 3​√2 ​) 3 =
__ 3
__
O produto da soma pela diferença de a e b é: = (​ ​√2 ​  )​ = 2​√2 ​ 
__ ______ __ __
II. Incorreta. 5​√8 ​  = 5​√22 ∙ 2 ​ = 5​√22 ​  · √
​ 2 ​  =
(a + b) · (a – b) = a – b 2 2
__ __
= 10​√2 ​ < 11​√2 ​ 

III. Correta. Teremos:


Potência com expoente fracionário __
(6​√3 ​) 2 = 36 · 3 = 108
O expoente de uma potência pode ser um núme-
ro em forma de fração. Alternativa B
Veja o significado disso com o exemplo a seguir. 2. Considere as seguintes expressões:
___
___
5 = (​​√5  ​​)  – 1ª propriedade dos radicais
1/2 1/2 2 3​√12 ​
I. ​ ____   = 3​√__
 ​  2 ​ 
2__ __
√  
___
​ ​ 3 ​
II. (2​√3 ​) -1 = ___  ​ 
(​​√51/2 ​​) 2 = d​ XXX
51/2 ​ · d​ XXX
51/2 ​ = d​ XXXXXX
51/2 + 1/2 ​ 
– propriedade do 6
​ ​
1
__
2 
__
produto de potências de mesma base III. (24) = 2​√2 ​ 

​dXXXXXX = d​ XX
51/2 + 1/2 ​  51 ​ = d​ XX
5 ​  É(são) verdadeira(s), a(s) alternativa(s):
a) I.
Portanto: 51/2 = d​ XX
5 ​. 
b) II.
5 ​,  então 53/2 = (51/2)3 = (​ d​ XX
Se 51/2 = d​ XX 5 ​  )3​ = d​ XX
53 ​  c) III.
d) I e II.
Da mesma forma, podemos escrever outras po-
e) I e III.
tências de expoente fracionário como um radical.
Resolução:
25/3 = 3​d XX
25 ​ 
___ __
__
____ 3​√12 ​
 ​  
I. Incorreta. ​ ____ ​√3 ​  
3 · 2 · ​
 = ​ ________
[  ] d [  ] √ (  ) d
XXXX XXX  = 3​√3 ​ 
​ 1 ​   ​  ​ = 3​  ​ __
​ 13  ​   ​  ​ = 3​  __
​ 16  ​ ​  = __
​ 1 ​ 
2
​ 1 ​   ​ = 3​  ​ __
​ __
2/3 2
2 2
8 8 2 2 4 __ __
__ √ 3 ​  ___ √  
____ II. Correta. (2​√3 ​)  = ____ -1
​ ​ __
​  1__   ​ · ___  ​ = ​ ​ 3 ​
 ​ 
(0,3)2/7 = 7​d XXXXX = 7​​√  0,09 ​​ 
(0,3)2 ​  2​√3 ​  ​√3 ​  6
__ ​ ​ ​ ​ 1
__ 4
__

III. Incorreta. (24) = 2 = 22 = 4


2 
2 
n m
De modo geral, podemos dizer que a m/n
= ​√ a  ​
   
para todo a [ R+, m [ Z e n [ N, com n ≥ 2. Alternativa B

14
________ ________

√ (  )
____ __
√ (6) 5 ​   -2​  ​  ​ 6 ​   ​  ​⇒
2
z = ​√  (2 )  ​ – ​ ​√  56 ​∙  ​ ​ __ – ​ 56/3 ∙​ __
3 3 2 3
3. Assinale a alternativa correta: = 2 6/3

__ __
5
a) ​√4 ​ + √
​ 5 ​  <3 _____
__ __ __ __
​ 2 ​) 2 = (​√3 ​) 2 + (​ ​√2 ​  )2​ = 3 + 2 = 5
b) (​√3 ​ + √

​ 36 ​ ​​  
⇒ 22 – ​​ 52 · ___
25
= 4 – 6 = –2

__
c) ​ ___9__   ​ = 6​√3 ​  Resolução:
​√3 ​ 
__
__4   ​ 
d) ​ ______ =√​ 5 ​ + 1 a) Falso. ​
(​ ​√5 ​ - 1 )​
___
e) ​√16 ​ = ±4 3  ​⇒ - __
__ z ​ < – ​ __ 5  ​= – ​ __
​  2  ​ = –2 · ​ __ 5  ​ e – ​ __
5  ​> – ​ __
3  ​.
y 2 8
__ 8 4 4 2
​   ​ 
5
Resolução:
b) Verdadeiro.
__ __
​ 5 ​ > 3
​ 4 ​ + √
a) Incorreta, pois √ 1  ​ ⇒
x – y < ​ __ ​ 5 ​  –
__ ​ 8 ​  <
__ ​ 1  ​ ⇒ ___
__ ​ 1  ​ < __
​ 1 ​ .
__
__ 5 3 5 5 15 5
b) Incorreta, pois ​( ​√3 ​ + √ ​ 2 ​  )2​ =
__ __ __ __ __ c) Verdadeiro.
= (​ √
​ 3 ​  )2​ + 2 √ ​ 2 ​ + (​ √
​ 3 ​ ∙ √ ​ 2 ​  )2 = 5 + 2 √​ 6 ​. 
__ __
9__ ___ 9__ ___ √
​ __ 9​√3 ​ 
3 ​  ____ 5  ​ – 2 < 0.
x + z < 0 ⇒ ​ __
___
c) Incorreta, pois ​     ​ = ​     ​ ∙ ​    ​= ​   ​
   = 3
√ 3 ​  ​√ 3 ​  ​√ 3 ​ 
​ 3
__
= 3​√3 ​.  d) Verdadeiro.
__
√ 5 ​ + 1 __
​  __4   
d) Correta, pois ______ ​ ​ __
 ​· ______   ​= √
​ 5 ​ + 1 . x + y + z ∉ (ℝ – ℚ), pois a soma de três
(​ √​ 5 ​ – 1 )​ ​√5 ​ + 1
___
e) Incorreta, pois ​√16 ​ = 4. números racionais será sempre um número

racional.
Alternativa D

4. Considerando os números reais, Alternativa A


___
x=√
​ 2,7... ​  ___ ___ ___
____ 5. O valor da expressão ​√50 ​ – √
​ 18 ​ + √
​ 98 ​  é:
____
y = ​[ ​√0,25 ​ + (163/4)-1 ]-1​ a) ​√130 ​ 
________ __

( 6 )
____ __ –5​√2 ​ 
√ ​ 5 ​   ​  ​​ 
​√  5  ​ · ​ __
b)
-2
z = ​√ (23)2 ​ – ​​
3 3 6
  __
c) 9​√2 ​ 
___
d) 5​√13 ​ 
é FALSO afirmar que: __
e) 15​√2 ​ 
a) ​ 3 ​ 
​ _zy  ​< – __
2 Resolução:
b) x – y < __ ​ 1 ​ 
5 ___ ___ ___
c) x + z < 0 √
​ 50 ​ – √ ​ 98 ​ =
​ 18 ​ – √
__ __ __
= 5​√2 ​ – 3​√2 ​ – 7​√2 ​ =
d) x + y + z ∉ ( ℝ – ℚ) __
= –5​√2 ​ 
Resolução:
_____ ___ Alternativa B
___
x=√ √ ​ 25 ​ ​  = __
​ 7 ​ ​  = ​ ___
​ 2,7... ​ = ​ 2 + __
9 9 3
​ 5 ​  √
___
[  ____ ]
-1
  ( ​√  163 ​  )-1
4
y = ​ ​√0,25 ​ + ​ ​  ​ ⇒

(  √ √( ) )
__ _____

( 
-1 -1
​ 1 ​  ​ + 4​  ​ ​ ___
⇒ y = ​ ​ __
4 16
1  ​  3​  ​   ​ ⇒ y = ​ __
​ 1 ​ + __
2 8
​ 1 ​   ​ )
-1
⇒ y= ​ ​ __
8 ( )
5 ​    ​ ⇒ y = __
​ 8 ​ 
5
15
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR
APLICAÇÃO NOIntrodução
COTIDIANO
INTERDISCIPLINARIDADE
Vídeo à potenciação
Fonte: Youtube

Filme Uma Mente Brilhante

História do matemático John Nash, criador do “Equilíbrio de Nash”, uma teoria com
aplicação em Economia na área de Teoria dos Jogos, teoria que acabou premiando
Nash com o Prêmio de Ciências Econômicas em Memória, de Alfred Nobel.

ACESSAR

Sites Expoentes, radicais e notação científica

pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-algebra-exponents-radicals

16
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
INTERDISCIPLINARIDADE

Imagine um grande prédio a ser construído, com todos os seus elementos e estruturas, fundações, vigas
e tijolos. Fazendo uma analogia com a construção de um prédio, a potenciação e a radiciação são a base para a
construção dos conhecimentos algébricos.
Logo de início, você poderá utilizar os conhecimentos aprendidos de potenciação na disciplina de Física, no
uso da notação científica, e na área de Geografia, mais especificamente na área de cartografia, já que trabalhar
com potências facilita a mudança de escalas.

17
Estrutura Conceitual
EXPOENTE (expoente)

a
n
(quantidade de
vezes que a base
é multiplicada
por ela mesma)
POTENCIAÇÃO
a · a · a · a · ... · a
BASE n vezes
(número a ser
multiplicado)
(base)

(índice)

a
n
Raiz vem do latim RADIX, que
quer dizer lado.

RADICIAÇÃO
OPERAÇÃO INVERSA Quando dizemos raiz quadrada

DA POTENCIAÇÃO de 9, estamos pensando em:


“qual é o lado do quadrado
de área 9?”

(radicando)
1 1 1

9=3 1
1
1
1
1
1
3

18
3
0 40 Equações do primeiro grau
e problemas clássicos

Competência Habilidades
5 19, 21, 22 e 23
© Olaf Speier/Shutterstock
Geralt/Pixabay

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Equações
A primeira referência, ou indício, acerca das equações de que se tem conhecimento está relacionada ao cha-
mado “Papiro de Rhind”, um dos documentos egípcios mais antigos que tratam da Matemática, escrito no ano de
1650 a.C., e que recebe também o nome de Ahmes.
A álgebra começa a ser apresentada a partir do século XI, com a obra de al-Khwarizmi (738-850 d.C), que
designa o estudo das equações com uma ou mais incógnitas em uma resolução de problema. Quando, em sua in-
terpretação, conseguimos representar em linguagem simbólica, na forma de uma equação, temos a equação como
uma consequência da situação-problema. Al-Khwarizmi, um dos maiores matemáticos árabes, resolvia as equações
de uma maneira parecida com a que fazemos hoje: tudo, até mesmo os números, era representado por palavras.
No livro Al-jabr wa’l mugãbalah trazia explicações minuciosas sobre a resolução de equações.
Diofante foi um matemático grego que viveu no século III. Ele se dedicou à Álgebra e usou a ideia de repre-
sentar um número desconhecido por uma letra; por isso, acredita-se que tenha influenciado outros matemáticos.
A equação de 1º grau é definida como “uma sentença aberta que exprime uma igualdade entre duas ex-
pressões numéricas”.
O sentido etimológico da palavra “equação”, deriva do latim equatione, e significa equacionar, igualar. As
expressões numéricas, separadas pelo sinal de igualdade, chamam-se “membros”; cada membro é composto por
“termos”; e esses termos, que multiplicam as letras, chamam-se “coeficientes de termo”.
Considere a seguinte igualdade:

1+x=3

A essa igualdade damos o nome de sentença matemática aberta ou equação, pois pode ser verdadeira
ou falsa, dependendo do valor atribuído à variável x. Neste caso, se o valor de x for 3, por exemplo, a sentença é
falsa. Por outro lado, se o valor atribuído for 2, a sentença é verdadeira. Como x = 2 torna a sentença verdadeira,
dizemos que o número 2 é a raiz da equação. Conjunto solução é o nome que se dá ao conjunto dos valores
que tornam uma equação verdadeira. No caso, o conjunto solução S é:

S = {2}

Exemplos
1. 2x + 4 = 6, para x [ R
O único valor real que torna a equação verdadeira é x = 1, logo S = {1}.

2. x² = 4, para x [ R
Os valores reais que tornam a equação verdadeira são x = 2 ou x = –2, logo S = {–2, 2}.

3. 0x + 1 = 1, para x [ R
Neste caso, vemos que independentemente do valor de x, a equação é verdadeira, logo S = R.

4. x² = –1, para x [ R
Neste caso, vemos que não há valor real de x que torne a equação verdadeira, logo S = Ø.
Para encontrar os valores que compõem o conjunto solução, podemos manipular a equação utilizando algu-
mas propriedades a fim de isolar a variável (incógnita) em um dos membros da equação.

21
Veja alguns exemplos de como manipular as
P1: Se somarmos ou subtraírmos um mesmo equações a fim de isolar a incógnita:
número de ambos os membros de uma igualdade,
esta permanecerá verdadeira. 1. 5(x – 3) = –2(x – 1)
Devemos aplicar a propriedade distributiva, a fim
de eliminar os parênteses, respeitando a regra
Exemplos: de sinais:
1. x – 4 = 10 5x – 15 = –2x + 2
x – 4 + 4 = 10 + 4
Somando 2x em ambos os membros para isolar
x = 14
Logo, S = {14} a incógnita:
5x – 15 + 2x = –2x + 2 + 2x ä 7x – 15 = 2
2. 3 + x = 1
3+x–3=1–3
Somando 15 em ambos os membros e finalmen-
x = –2
Logo, S = {–2} te dividindo por 7, temos:

7x – 15 + 15 = 2 + 15 ä 7x = 17
P2: Se multiplicarmos ou dividirmos por um
mesmo número ambos os membros de uma igual- ​ 17 à x = ___
7x = ___
​ __ ​ 17 ​ 
7 7 7
{  }
dade, esta permanecerá verdadeira. 17
Logo, S = ​ ___
​   ​  ​
7

​ 5 ​
x ​= __
2. ​ __
Exemplos: 4 2
Para cancelarmos o denominador 4 da fração ​ __x  ​,
1. ​ __x  ​= 6 4
4 multiplicamos ambos os membros por 4:
​ __x  ​· 4 = 6 · 4
4
​ 5 ​ · 4
​ x  ​· 4 = __
__
x = 24 4 2
Logo S = {24} 20
___
x = ​   ​ = 10
2
2. –2x = 6 Logo, S = {10}
6  ​​ 
​​ –2x ​​ = ​​ ___
___
–2 –2 3. ___ ​ 3 ​
​  x   ​= __
x = –3 –4 2
Logo, S = {–3} De maneira análoga ao exemplo anterior, multi-
plicaremos ambos os membros da igualdade por

Equações de primeiro grau


–4:

​  x   ​ · (–4) = __
___ ​ 3 ​ · (–4)
–4 2
Uma equação do primeiro grau é aquela que –12
____
x = ​   ​  = –6
pode ser expressa na forma ax + b = 0, com a i 0, 2
a partir de manipulações algébricas descritas anterior- Logo, S = {–6}.
mente. Uma vez escritas nesta forma, podemos facil-
Uma outra maneira de resolver equações desse
mente encontrar o conjunto solução subtraindo o ter-
tipo é realizando o produto cruzado:
mo independente b de ambos os membros e, depois,
dividindo-os por a.
Em uma equação de primeiro grau, temos ape- ​ a  ​= ​ __c  ​à a · d = b · c
__
b d
nas operações de soma, subtração, multiplicação e di-
visão. Logo, podemos reduzir uma equação de primeiro
​ 3 ​ à 2x = 3(–4)
​  x   ​ = __
___
grau à forma ax + b = 0, realizando apenas essas quatro –4 2
operações. 2x = –12 à x = ____ ​ –12 ​  = –6
2
22
x + 2 = ​ _5_
4. _____ Considere as seguintes equações:
6 3
Realizando o produto cruzado, temos:

3(x + 2) = 6 · 5 à 3x + 6 = 30
3x = 30 – 6 Primeiramente, escolhemos uma das equações
3x = 24 e isolamos qualquer uma das incógnitas. Por exemplo,
24 ​ = 8
x = ​ ___ isolaremos a incógnita x na equação (I):
3
Logo, S = {8}. (I) x + 3y = 11 ä x = 11 – 3y
Agora, substituiremos o valor encontrado para x
12 – x + 1 = _x_
5. ______ na equação (II):
3 2
Quando temos somas ou subtrações de frações, (II) 2x + y = 7
primeiramente encontramos o mínimo múltiplo 2(11 – 3y) + y = 7
comum entre os denominadores. Dessa forma,
22 – 6y + y = 7
reduzimos todos os denominadores a um deno-
minador comum, podendo, então, cancelá-lo: –5y = –15
–15 = 3
y = ____
mmc(1,2,3) = 6
–5
2 · (12 – x) + 6 · 1 3____ Logo, y = 3.
​ ​______________
    ​  = ​  ·  ​
x
6 6 Com esse resultado, podemos substituir o valor
Multiplicando ambos os membros por 6, cance- de y em quaisquer das equações. Utilizamos a
lamos os denominadores. Efetuando as opera- equação (I):
ções no restante da igualdade, temos:
(III) x + 3y = 11
24 – 2x + 6 = 3x à 30 = 3x + 2x ⇔ 30 = 5x x + 3(3) = 11
30 ​ = 6
x = ​ ___ x + 9 = 11
5
x=2
Logo, S = {6}
Logo, a solução do sistema de equações é
x = 2 e y = 3.
Resolvendo sistemas de duas
equações de primeiro grau Método da adição
Esse método consiste em igualar os coeficien-
Em problemas envolvendo equações de primeiro tes de uma das incógnitas em ambas as equações de
grau, é possível ter mais de uma incógnita a ser cal- modo que, ao somá-las, esses coeficientes se anulem,
culada. Neste caso, devemos ter também mais de uma diminuindo assim a quantidade de incógnitas. Observe
equação. Um conjunto de equações determina um sis-
o exemplo:
tema de equações. Existem principalmente dois mé-
Considere o mesmo sistema de equações do
todos para resolver tais sistemas: o método da subs-
exemplo anterior:
tituição e o método da adição.

Método da substituição
Se multiplicarmos a equação (I) por –2, obtere-
Esse método consiste em obter, a partir de uma
mos o seguinte sistema:
das equações, uma incógnita em função das demais. Em
seguida, substitui-se esse resultado nas outras equa-
ções. Veja um exemplo:

23
Somando a equação (I) e (II), temos: 2. Um executivo distribui seus vencimentos
1  ​ para o pla-
mensais da seguinte maneira: ​ __
8
1  ​ para a poupança, __
no de saúde, ​ __ ​ 1 ​  para a
4 6
alimentação e a moradia e os R$ 6.600,00
restantes para o lazer. Quanto o executivo
poupa mensalmente?

Observe que a escolha do fator –2 para multi- Resolução:


plicar a equação teve como finalidade igualar 1 ​  para o plano
Quando o problema menciona “​ __
o valor absoluto dos coeficientes da incógnita x 8
de saúde”, entende-se que para o plano de saú-
em ambas as equações.
Agora, a partir do valor de y, basta substituir em ​ 1  ​ do valor total que recebe.
de ele destina __
8
quaisquer das equações. Em (I), temos: Como não sabemos quanto ele recebe ao todo,
denominamos esse valor por x. Assim, podemos
(I) x + 3y = 11 escrever que, para o pagamento do plano de
x + 3(3) = 11 ​ 1 ​ de x, ou seja, ​​ __
1 ​​ ∙ x = __
saúde, ele destina __ ​ x  ​.
x + 9 = 11 8 8 8
Logo, se somarmos todos os valores que ele des-
x=2
tina a cada atividade, teremos o valor total de x:
Logo, como já visto, a solução do sistema de
equações é x = 2 e y = 3. ​ x  ​+ __
__ ​ x  ​+ __
​ x  ​+ 6 600 = x
8 4 6
mmc(4,6,8) = 24

Problemas envolvendo 3 · x + 6 · x +   


4 · ​
x + 24 ·   
​ ________________________
24
6600 = ​ _____
24 ·  ​
24
x  
equações do primeiro grau 13x + 158 400 = 24x
158 400 = 24x – 13x
A resolução de um problema matemático consis-
158 400 = 11x
te em transformá-lo em linguagem matemática, como
uma equação, utilizando os dados fornecidos para che- ​​ 158 400
x = _______  ​​ 
 = 14 400
11
gar a uma conclusão, com base no pedido no enunciado.
Veremos através de alguns exemplos como problemas Logo, como denominamos por x o valor total rece-
envolvendo equações de primeiro grau são enunciados: bido mensalmente pelo executivo, temos que o va-
​ 1 ​ de x:
lor P destinado à poupança corresponde a __
4
1. Dado um número x, a soma do dobro desse nú-
mero com 6 equivale à diferença entre o triplo ​ 1 ​ x = __
P = __ ​ 14.400
​ x  ​= ______ ​  = 3 600
4 4 4
desse número e 4. Qual é esse número?
3. Em um quintal, há galinhas e cabras, perfazendo
Resolução:
o total de 14 cabeças e 38 pés. Calcule o número
§§“soma do dobro desse número com 6”: 2x + 6 de galinhas.
§§ “diferença entre o triplo desse número e 4”:
Resolução:
3x – 4
Sendo x o número de galinhas e y o número de
Logo: cabras, e considerando que cada cabra e cada
2x + 6 = 3x – 4 galinha possuem uma cabeça e que cada gali-
6 + 4 = 3x – 2x nha possui dois pés e cada cabra, quatro. Temos:
10 = x
Portanto, o número pedido é 10.

24
Como desejamos obter o número de galinhas
(x), pelo método da adição, podemos eliminar a
Problemas clássicos
outra incógnita (y). Assim, multiplicamos a equa- Alguns problemas são comuns no vestibular, e
ção (I) por –4 e somamos ambas as equações: não há fórmula para resolvê-los. Porém, estudando a
resolução de alguns deles, podemos utilizar os mesmos
métodos para algum outro problema similar. Veja estes
dois exemplos:
§§ Uma torneira enche um tanque em 16 horas e
outra em 12 horas. Estando o tanque vazio e
Multiplicando ambos os lados da equação por abrindo simultaneamente as duas torneiras, em
–1, temos: quanto tempo encherão o tanque?
§§ Um trabalhador em uma fazenda consegue arar
–2x = –18 à 2x = 18
todo o campo em 16 horas. Um outro trabalha-
x=9 dor consegue arar o mesmo campo em 12 ho-
ras. Sendo assim, em quanto tempo ambos os
Portanto, nesse quintal há 9 galinhas.
trabalhadores conseguem arar um outro campo
idêntico, trabalhando simultaneamente?
4. Em uma academia de ginástica, o salário mensal de
Observe que ambos os problemas, apesar de
um professor é de R$ 800,00.Além disso, ele ganha
tratarem de temas distintos, possuem semelhanças. De
R$ 20,00 por mês por cada aluno inscrito em
fato, a resolução de ambos é idêntica. Desta forma, se
suas aulas. Para receber R$ 2.400,00 por mês,
soubermos resolver um deles, também saberemos resol-
quantos alunos devem estar matriculados em
ver o outro.
suas aulas?
Devido a essa similaridade entre questões, estu-
Resolução: daremos alguns problemas e suas resoluções para que
possamos aplicar os métodos de resolução em outras
Considerando x a quantidade de alunos matricu-
situações que podem aparecer no vestibular.
lados e multiplicando o valor recebido por cada
aluno matriculado (R$ 20,00) pela quantidade
de alunos matriculados, teremos o valor recebido O problema das torneiras
pelo professor por cada aluno inscrito em suas
Uma torneira enche um tanque em 16 horas e
aulas.
outra em 12 horas. Estando o tanque vazio e abrindo
Somando ao valor fixo de R$ 800,00, teremos o
simultaneamente as duas torneiras, em quanto tempo
salário final do professor. Como ele deve receber
encherão o tanque?
mensalmente R$ 2.400,00, temos a seguinte
equação:

20 · x + 800 = 2 400 Comentários


Resolvendo a equação: Nessa situação-problema, não devemos aplicar
a regra de três, uma vez que as capacidades de trabalho
20 · x = 2 400 – 800 das torneiras são diferentes. A saída, aqui, é identificar
20 · x = 1 600 as frações do trabalho que as respectivas torneiras reali-
zam em uma unidade de tempo. No caso, ver a parte do
​ 1.600
x = _____  ​ 
 = 80
20 tanque que cada torneira enche em 1 hora.
Logo, deve haver 80 alunos matriculados. §§ Se a primeira torneira enche o tanque todo em 16
1  ​ do tanque.
horas, então em 1 hora ela encherá ​ ___
16
§§ Se a segunda torneira enche o tanque todo em 12
1  ​ do tanque.
horas, então em 1 hora ela encherá ​ ___
12
25
Solução
Sendo x horas o tempo que as duas torneira gastarão, juntas, para encher o tanque, em uma hora elas
1 ​  = ___
encherão ​ __ 1 ___ 1
x ​ 16  ​ + ​ 12  ​ do tanque.
48  ​ = ______
Daí, ​ ___ ​ 3x + 4x 48 ​ = 6 ​ __
 ⇒ x = ​ ___
 ​  6 ​ 
48x 48x 7 7
6  ​h = __
Note: ​ __ ​ 6 ​ · 60 min = ___
​ 360 ​  min = 51 __
​ 3 ​ min
7 7 7 7
6
__ 3
__
Resposta: 6 ​    ​horas ou 6 horas e 51 ​   ​ minutos.
7 7

O problema das lojas


Deborah foi ao shopping center e entrou em 5 lojas. Em cada uma gastou R$ 1,00 a mais do que a metade
do que tinha ao entrar. Ao sair do shopping center, pagou R$ 3,00 de estacionamento e ficou com R$ 2,00. Quanto
Deborah tinha, inicialmente, antes de entrar na primeira loja?

Solução algébrica
Sendo x reais a quantia inicial de Deborah, têm-se:

Loja Entrou com... Gastou Saiu com...

1 x ​ x ​+ 1
__  ​__x ​– 1
2 2

2 ​ x –  2 
____ ​  x –  2 
 ​____ ​ + 1 x –  2 
 ​____ ​ – 1
2 4 4

3 ​ x –  6 
____ ​  x –  6 
 ​____ ​ + 1 x –  6 
 ​____ ​ – 1
4 8 8

4 x – 14
​ _____ ​ 
    x – 14
 ​_____ ​ + 1
    x – 14
 ​_____ ​ – 1
   
8 16 16

5 x – 30
​ _____ ​ 
    x – 30
 ​_____ ​ + 1
    x – 30
 ​_____ ​ – 1
   
16 32 32

Então, após pagar R$ 3,00 de estacionamento, temos que:


x – 30
​ _____ x – 30
 – 1 – 3 = 2 ⇒ ​ _____
 ​   = 6 ⇒ x = 222
 ​ 
32 32

Solução aritmética
Vendo a situação-problema do fim ao começo, têm-se:

54

Resposta: Deborah tinha inicialmente R$ 222,00.


26
O problema das idades
Matheus diz a Gabriel: “Hoje eu tenho o dobro da idade que tu tinhas quando eu tinha a idade que tu
tens. Quando tu tiveres a idade que eu tenho, a soma das nossas idades será 90 anos”. Determine a idade atual
de cada um.

Comentários
Uma boa saída para os problemas de idade é a construção de uma tabela contendo as idades dos perso-
nagens envolvidos, no presente e /ou no passado e/ou no futuro e, depois, montar equações tendo em vista que a
diferença das idades não muda: “se quando Gabriel nasceu, Matheus tinha x anos, Matheus sempre será x anos
mais velho que Gabriel, no presente, no passado ou no futuro, não importa o tempo.”

Solução
Considerando os dados do problema, temos a seguinte tabela.

Passado Presente Futuro


Matheus y 2x 90 – 2x

Gabriel x y 2x

Se você não entendeu a construção da tabela anterior, veja a sua construção passo a passo:

1. Matheus disse: “Hoje eu tenho o dobro da idade que tu tinhas”. Daí, Matheus, no presente, tem 2x anos e
Gabriel, x anos, no passado.
2. Matheus disse: “...quando eu tinha a idade que tu tem. “Daí, Matheus tinha y anos no passado (quando o
Gabriel tinha x anos), sendo y anos também a idade de Gabriel hoje, no presente.
3. Matheus disse: “...quanto tu tiveres a idade que eu tenho”. Daí, no futuro, a idade de Gabriel será 2x (a
mesma de Matheus hoje, no presente).

4. Matheus disse: “... a soma das nossas idades será 90 anos. “Daí, como no futuro a idade de Gabriel será 2x, a de
Matheus será o que está faltando para completar os 90 anos, ou seja, a idade de Matheus será (90 – 2x) anos.
Observando que, em qualquer tempo, a diferença das respectivas idades será sempre a mesma, da tabela têm-se:
I. y – x = 2x – y ⇒ 2y = 3x
Lembra do artifício do problema da perseguição para evitar as frações?
x = 2k
2y = 3x = 6k ⇔
y = 3k

II. y – x = (90 – 2x) – 2x ⇒ y + 3x = 90


⇒ 3k + 6k = 90 ⇒ k = 10
x = 20

y = 30
Logo, hoje Matheus tem 2x = 40 anos e Gabriel, y = 30 anos.

27
O problema dos tratores O problema da água e do vinho
Para arar certo campo, um primeiro trator gasta 2 Um barril contém 30 litros de água e outro,
horas a menos que o terceiro e uma a hora mais que o
20 litros de vinho. Tomam-se simultaneamente x litros
segundo. Se o primeiro e o segundo tratores trabalharem
juntos, a operação pode ser feita em 1 hora e 12 minutos. de cada barril e permutam-se. Esta operação se repete
Quanto tempo gastam os 3 tratores, juntos, para arar um várias vezes e pode-se comprovar que a quantidade de
outro campo idêntico, nas mesmas condições? vinho em cada barril se mantém constante após a pri-
meira operação. Determinar quantos litros (x) são troca-

Comentários dos em cada operação.

Se, para efetuar um trabalho, gastam-se 3 horas,


Solução
em uma hora faz-se __ ​ 1 ​ desse trabalho. Em geral, se, para
3
efetuar um trabalho, gastam-se x horas, em uma hora De início, temos:
1 ​  desse trabalho.
faz-se ​ __
x água = 30L
No 1º barril:
vinho = 0
Solução No 2º barril:
água = 0
vinho = 20L
Sendo x horas o tempo que o terceiro trator gas-
ta sozinho, temos:
Após a primeira troca, ficamos com:
1. tempo gasto pelo primeiro trator = (x – 2) horas
2. tempo gasto pelo segundo trator = tempo gasto água = (30 – x)L
pelo primeiro trator, menos 1 hora = (x – 3) horas. No 1º barril: vinho = xL
Note: se o primeiro trator gasta uma hora a ​  x   ​ 
fração de vinho = ___
30
mais que segundo, então o segundo gasta uma
hora a menos que o primeiro. água = xL

3. 1h e 20 minutos = ​ 1 + ___ (  60 ) ​ 6 ​ h


​ 12 ​  ​h = __
5
No 2º barril: vinho = (20 – x)L
​ 20 – ​
fração de vinho = _____
20
x 

4. Em uma hora de trabalho, o primei-
1     ​ do serviço, o segun-
ro trator faz ​ ____
x – 2 (​ lembre-se: fração = ____
todo )
parte
​   ​  ​
do faz ____ ​  1     ​, e os dois, juntos, fazem
x – 3 A partir da primeira troca, as quantidades de vi-
1
__ 5
__
​    ​= ​   ​ . Daí:
​ 6 ​  6
__ nho, em cada barril, permanecem inalteradas. Então, as
5
6(x – 3) + 6(x – 2) quantidades de vinho trocadas são iguais:
​  1   ​ + ____
____ ​ 5 ​ ⇒ ______________
​  1   ​ = __ ​     ​⇒
  
x–2 x–3 6 6(x – 2)(x – 3) Vinho que sai do 1º barril = Vinho que sai do
5(x – 2)(x – 3)
= ___________
​    ​⇒ 5x2 – 37x + 60 = 0 ⇒ 2º barril. Daí, obtemos:
6(x – 2)(x – 3)
⇒ x = 5 ou x = 2,4 (não convém)
30 ( 20 – ​ 
x   ​ · x = ​ ​ _____
​ ___
20 )
x  ​· x
Assim, o primeiro, o segundo e o terceiro tratores
gastam, respectivamente, x – 2 = 3h, x – 3 = 2h Uma vez que x é diferente de zero, ficamos com:
e x = 5h. Então, se os três, juntos, gastarem y ho-
ras para fazer o serviço, em uma hora eles farão: __ ​ 20 – ​
​ x  ​= _____ x 
 ⇒ x = 12
3 2
​ 1y ​ = __
__ ​ 1 ​ + __
​ 1 ​ + __ ​ 31 ​ 
​ 1 ​ = ___
2 3 5 30 Resposta: 12 litros

​ 30  ​horas.
Resposta: ___
31
28
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo The Story of Maths

Fonte: BBC UK

ACESSAR

Sites Introdução às equações e inequações

pt.khanacademy.org/math/cc-sixth-grade-math/cc-6th-equations-and-inequalities

30
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Um exemplo de aplicação de uma equação do primeiro grau no cotidiano ocorre nos restaurantes por quilo,
ou self-service. Quando verificamos a balança, há três informações expressas no leitor: 1) o peso da comida; 2) o
valor por quilo da comida; 3) o valor a ser pago. Se tivermos duas das três informações, podemos verificar a terceira
informação desconhecida por meio de uma equação do primeiro grau:

Peso da comida = x gramas


Valor do kg da comida = R$ 30,00 / kg
Valor a ser pago: R$ 12,00

Valor a ser pago = Peso da comida multiplicado pelo valor do quilo da comida
R$12,00 = x kg ∙ 30 R$/kg
12 = x ∙ 30
12 ​​ 
x = ​​ ___
30
x = 0,4 kg ou 400 g

INTERDISCIPLINARIDADE

Dentre todas as equações estudadas no Ensino Médio, a equação do primeiro grau é a mais simples, po-
rém, não menos importante que as outras. As famosas fórmulas da disciplina de Física, como q = m · c · Dq, que
equaciona a quantidade de calor, vulgo “que macete”, e a equação horária do movimento retilíneo uniforme,
s = S0 + vt, vulgo “sorvete”, são equações do primeiro grau. Aprender a manipular as equações do primeiro grau
fará com que você aumente seus horizontes tanto em matemática como em física.

31
Estrutura Conceitual
CONHECIMENTOS EQUAÇÕES DO 1º GRAU
PRÉVIOS • X é incógnita.

- OPERAÇÕES BÁSICAS
- FRAÇÕES
1+x=3 • Toda equação tem um
conjunto solução.
- DISTRIBUTIVAS 1º membro 2º membro • 2 é a raiz que torna a equação
Igualdade entre os membros
uma SENTENÇA VERDADEIRA.

PROBLEMAS CLÁSSICOS
EXIGE UMA LEITURA ORGANIZAÇÃO NÃO POSSUEM UMA
ATENTA
NAS SOLUÇÕES FÓRMULA PRONTA
PROBLEMAS
∙ Das Torneiras Volume versus tempo
∙ Das Lojas Decréscimos sucessivos
VÁRIOS
∙ Das Idades Organização de tabelas: idade versus tempo
MÉTODOS
∙ Da Água e Vinho Mistura
∙ Dos Tratores Execução de trabalho versus tempo

32
5
0 60 Equações do segundo grau

Competência Habilidades
5 19, 21, 22 e 23
© Syda Productions/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Equações do segundo grau
Uma equação de segundo grau é toda equação que pode ser escrita na forma ax² + bx + c = 0, sendo
a i 0 e a, b e c parâmetros reais. Toda equação desse tipo pode apresentar até duas soluções distintas, ou seja,
pode haver dois valores reais de x que satisfaçam a igualdade. As soluções podem ser encontradas pela fórmula
de Bhaskara:

b ± d​ XXXXXXX
x = –___________
b2 – 4ac ​ 
​      ​  
2a

Sendo a, b e c os coeficientes de uma equação do tipo ax² + bx + c = 0, com a i 0, as duas soluções (de-
nominadas raízes) x1 e x2 são dadas, então, por:
_______
dXXXXXXX √ 2 – 4ac ​ 
​ –b + ​ b  ​  
–  
4ac ​  ​​ –b – ​ b  ​​
2
x1 = ____________   e   x2 = ____________    
2a 2a

O termo b2 – 4ac, denominado discriminante, é representado pela letra grega delta maiúscula (D). O
valor numérico do discriminante indica a quantidade de raízes reais distintas da equação:
§§ Se D > 0 (discriminante positivo), a equação possui duas raízes reais distintas.
§§ Se D = 0 (discriminante nulo), a equação possui apenas uma raiz real.
§§ Se D < 0 (discriminante negativo), a equação não possui raízes reais.
Para solucionar uma equação do segundo grau, é preciso calcular a raiz quadrada do discriminante. Quando
temos D < 0, o radical é negativo, não sendo definido seu resultado para números reais.

Teoria na prática
1. Encontrar o conjunto solução da equação x² – 5x + 6 = 0.
Identificando os parâmetros, temos:
a=1
b = –5
c=6
Calculamos primeiramente o discriminante:

D = b2 – 4ac = (–5)2 – 4 · 1 · 6 = 1

Como D > 0, a equação apresentará duas raízes reais distintas x1 e x2:

{  ​ 5 + ​
x1 = _____ 1 
 = 3
–b ± dXXXXXXX
​ b 2
____________– 4ac ​
  –(–5) ± ​dXX
_________ 1 ​  _____
5 ± 1       2
x = ​   ​
    = ​   ​   = ​   ​   = ​ ​    ​ ​
2a 2·1 2 ​ 5 – ​
x2 = ____ 1 
 = 2
2 ​
Logo, o conjunto solução é S = {2, 3}.

2. Encontrar o conjunto solução da equação 25 + x² – 10x = 0.


Identificando os parâmetros, temos:
a=1
b = –10
c = 25
Observe que os parâmetros a e b são, respectivamente, os coeficientes de x² e x, e c é o termo independente.
não sendo necessariamente o primeiro, segundo e terceiro termos da equação.
35
Obtendo o discriminante:

D = b2 – 4ac = (–10)2 – 4 · 1 · 25 = 0

Como D = 0, a equação apresentará apenas uma raiz real.


_______ __
–(–10) ± ​√0 ​  ______
√ 2 – 4ac ​  __________
​​ – b ± ​ b  ​​
x = ____________     = ​​   ​​   = ​ 10 ± ​
0 
 = 5
2a 2(1) 2

Logo, o conjunto solução é S = {5}.

3. Encontrar o conjunto solução da equação x² + x + 1 = 0.


Identificando os parâmetros, temos:
a=1
b=1
c=1
Calculando o discriminante:

D = b2 – 4ac = (1)2 – 4(1)(1) = –3

Como D < 0, a equação não apresenta raízes reais, portanto não precisamos tentar calcular as raízes.
O conjunto solução é S = Ø.

Condições para o número de raízes reais


Como o valor numérico do discriminante indica o número de raízes reais de uma equação de segundo grau,
podemos, se houver um coeficiente desconhecido, verificar sob quais condições esse parâmetro oferece duas, uma
ou nenhuma raiz real.

Teoria na prática
1. Qual deve ser o valor real do parâmetro k para que a equação 2x² + 4x + k = 0 forneça apenas uma solu-
ção real?

Resolução:

Identificando os parâmetros, temos:


a=2
b=4
c=k
Como a equação deve fornecer apenas uma raiz real, temos que o discriminante deve ser nulo:

D = b2 – 4ac = 0

4² – 4 · 2 · k = 0

16 – 8k = 0
–8k = –16
–16 ​​ = 2
k = ​​ ____
–8
Logo, se tivermos k = 2 na equação 2x² + 4x + k = 0, teremos apenas uma raiz real. Observe que não
precisamos calcular a raiz.
36
2. Quais os valores de m para que a equação §§ Calcule as soluções da equação 2x² – 8 = 0.
mx² – x + 1 = 0 apresente duas raízes reais dis- Isolando o termo x² em um membro da equação
tintas? E para quais valores não apresenta raízes temos:
reais?
2x² = 8
Resolução: x² = 4

Identificando os parâmetros, temos: Como temos dois valores para x, que, quando
a=m elevados à segunda potência, resultam no valor
b = –1 4, as raízes da equação são x1 = 2 e x2 = –2.
c=1 Portanto, S = {–2, 2}.
Para que a equação apresente duas raízes reais, §§ Calcule as soluções da equação x² + 5 = 0.
o discriminante deve ser positivo: Isolando o termo x² temos:
D = b2 – 4ac > 0 x² = –5
(–1)² – 4 · m · 1 > 0
Observe que não há valor que, elevado ao qua-
1 – 4m > 0 drado, resulte em um número negativo. Portanto,
–4m > –1 S = Ø.
1  ​
m < ​ __
4
1  ​, a equa-
Logo, se o valor de m for menor que ​ __
4 Caso c = 0
ção apresentará duas soluções reais distintas.
Para que a equação não apresente raízes reais, o Caso o termo independente seja nulo, teremos
discriminante deve ser negativo: uma equação do tipo ax² + bx = 0. Essas equações
D = b2 – 4ac < 0 podem ser resolvidas fatorando a expressão:
(– 1)² – 4 · m · 1 < 0 ax² + bx = 0 à x(ax + b) = 0
1 – 4m < 0 Para um produto ser nulo, um dos fatores deve
– 4m < –1 ser nulo, ou seja:
1  ​ x=0
m > ​ __
4 ou
1  ​, a equação
Logo, se o valor de m for maior que ​ __ –b ​​ 
ax + b = 0 à x = ​ ___
a
4
não apresentará raiz real.
​ –b
Portanto, as raízes são x1 = 0 e x2 = ___a ​ .
Veja um exemplo:
Equações de segundo grau §§ Calcule as raízes da equação 4x² – 5x = 0.
incompletas Fatorando o primeiro membro da equação te-
mos:
Quando uma equação do segundo grau
ax² + bx + c = 0 apresenta b = 0 ou c = 0, apesar 4x² – 5x = 0 à x(4x – 5) = 0
de podermos utilizar a fórmula de Bhaskara, há modos Para o produto ser nulo, devemos ter:
mais eficientes de encontrar as raízes.
x=0

Caso b = 0 ou
5  ​
4x – 5 = 0 à x = ​ __
4
Uma equação do tipo ax² + c = 0 pode ser re-
solvida sem o uso da fórmula de Bhaskara. Veja um ​ 5 ​ , ou seja,
Portanto, as raízes são x1 = 0 e x2 = __
4
exemplo:
{  } 5
__
S = ​ 0, ​   ​   .​
4
37
Soma e produto das raízes de Equações biquadradas
uma equação de segundo grau Quando uma equação do quarto grau possui a
forma:
Considerando uma equação do segundo grau
ax4 + bx² +c = 0 (sendo a i 0)
com ax² + bx + c = 0, com a i 0, as duas soluções x1
e x2 são dadas por: damos a ela o nome de equação biquadrada.
_______ _______
√ 2 – 4ac ​  √ 2 – 4ac ​  Observe que a equação de quarto grau possui apenas
​​ – b + ​ b  ​​ 
x1 = ____________ ​​ – b – ​ b  ​​
    e  x2 = ____________   . 
2a 2a variáveis com expoente par. Veja alguns exemplos de
Sendo S a soma das raízes: equação biquadrada:
__ __
_b+√ ​
________ ∆  – 
b – √ ∆  ​

________ x4 + 2x2 – 1 = 0
S = x1 + x2 = ​​   ​​   +  ​​  . 
2a 2a 2x4 – 8 = 0
__ __
–b + ​√∆  ​– ​​
–√
​ ∆  ​ 
b   x4 – 4x2 = 0
= ​​ _______________ .
2a Casos como:
2b = – __
= – ​ ___ ​ ba ​ .
2a x4 + 2x3 – x2 + 7 = 0
5x4 – 2x2 + x – 1 = 0
Logo: S = – __ba
não são equações biquadradas, pois possuem
Sendo P o produto das raízes: coeficientes não nulos em variáveis de grau ímpar.
__ __ Esse caso particular de equação incompleta de
​ ∆ )​  ______
(–b + √ (–b –​√∆ )​ 
P = x1 · x2 = _______
​​   ​​   · ​​   ​​ quarto grau pode ser resolvida através de uma substi-
2a 2a
__
(–b)2 – (​√∆  ​)2 tuição de variável, feita de modo a reduzir a equação de
=​​ __________
 ​​   
=
4a2 quarto grau a uma de segundo grau.
b –D
2 Considere a equação ax4 + bx² + c = 0, com
= ​ _____
 ​ 
 =
4a2 a i 0. Substituindo x² por y, temos:
b2 – (b2 – 4ac)
= ​ ___________
 ​   
=
4a2 x4 = (x²)² = (y)² = y²
b2 – b2 + ​
= ​ __________ 4ac  ​ 4ac2 ​= ​ __ac  ​
= ___

4a2 4a Logo, a equação na variável y é:
Logo: P = ​ __ac  ​ ay² + by + c = 0
Substituindo em ax² + bx + c = 0, consideran-
Como já visto, essa equação possui as raízes:
do o coeficiente dominante igual a 1, temos:
dXXXXXXX dXXXXXXX
​ –b + ​ b  ​ –   ​ –b – ​ b  ​
4ac ​ e  y = ____________–  4ac ​ 
2 2
y1 = ____________ . 
x² – Sx + P = 0 2a 2 2a
_
Porém, como x² = y, temos que x = ± √ ​​ y ​​ , logo:
Ou seja, temos que o coeficiente do termo do __
x1 = √
​​ y1 ​​​
1º grau será a soma das raízes com o sinal trocado e o
__
termo independente será o produto das raízes. x2 = – √
​​ y1 ​​
__
x3 = √
​​​ y2 ​​​
__
Exemplo: supondo x1 > x2 x4 = – √
​​ y2 ​​

x1 = 2
§ Se x2 – 3x + 2 = 0, então ​   

{ 
 ​ ​
x2 = 1 ​

38
§ Se x2 – x – 12 = 0, então ​​    

{ 
x1 = 4

x2 = –3

Teoria na prática
1. Resolva a equação x4 – 13x² + 36 = 0.
Substituindo x² por y, temos:
y² – 13y + 36 = 0
Essa equação pode ser resolvida através da fórmula de Bhaskara, resultando em y1 = 4 e y2 = 9.
Porém, como x² = y, temos:
§§x² = 4, logo x1 = 2 e x2 = –2.
§§x² = 9, logo x3 = 3 e x4 = –3.
Portanto, o conjunto solução é S = {–2, –3, 2, 3}.

2. Encontre o conjunto solução da equação biquadrada x4 + x2 – 2 = 0.


Substituindo x² por y, temos:
y² + y – 2 = 0
Resolvendo a equação de segundo grau, temos y1 = 1 e y2 = –2.
Retornando à variável x, encontramos:
§§ x² = 1, logo x1 = 1 e x2 = –1.
§§ x² = –2 (não há valores reais de x que satisfaçam essa igualdade)
Portanto, o conjunto solução é S = {–1, 1}.

3. Encontre as raízes da equação x4 – 16 = 0.


Realizando a substituição x² = y, temos:

y² – 16 = 0
y² = 16
y = ± 4, ou seja, y1 = 4 e y2 = –4.
Como x² = y, retornando a equação à variável x, obtemos:
§§ x² = 4, logo x1 = 2 e x2 = –2.
§§ x² = –4 (não há valores reais de x que satisfaçam essa igualdade)
Portanto, o conjunto solução é S = {–2, 2}.

39
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Equação do Segundo Grau - Parte 1 - Elon - 2004


Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Introdução às equações e inequações

wpt.khanacademy.org/math/cc-sixth-grade-math/cc-6th-equations-and-inequalities

40
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Um designer de interiores precisa verificar se os móveis de uma casa estão bem dispostos dentro de cada
cômodo. Um pedreiro precisa confirmar a metragem de uma parede antes de levantá-la. Enfim, em todos os mo-
mentos em que um cálculo de área é exigido, a equação do segundo grau será a ferramenta principal para resolver
o problema de cálculo.

INTERDISCIPLINARIDADE

Equações do segundo grau estão intimamente ligadas às funções do segundo grau na disciplina de Física.
​​ 1 ​​  at2, para t0 = 0, vulgo “sorvetão”. Com a aplicação da
Uma delas é a equação horária do espaço s = s0 + v0t + __
2
fórmula de Bháskara, a resolução desse tipo de problema se torna mais fácil.

41
Estrutura Conceitual
Fórmula das soluções
da equação do 2º Grau

CONHECIMENTOS EQUAÇÕES DO 2º GRAU


PRÉVIOS

ax2 + bx + c = 0 x = -b ± b -4ac
- FATORAÇÃO 2
- PRODUTO NOTÁVEL

2a
- POTENCIAÇÃO E
RADICIAÇÃO
com a ≠ 0

DISCRIMINANTE
∆>0 há 2 raízes reais e distintas

∆ = b2 -4ac SE ∆=0 há 2 raízes reais e iguais


∆<0 não há 2 raízes reais

42
7
0 80 Teoria dos conjuntos

Competências Habilidades
1, 5 e 6 1, 2, 5, 21, 22,
23 e 25
© A_Lesik/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Teoria dos conjuntos
Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência de elemento ao conjunto são definidos como
primitivos, ou seja, são aceitos sem definição.
Intuitivamente, conjunto é um agrupamento de elementos. Veja os exemplos a seguir:
§§ Conjunto dos números naturais menores que 10;
§§ Conjunto das letras do alfabeto;
§§ Conjunto dos números pares;
§§ Conjunto dos dias de uma semana;
§§ Conjunto dos números primos;
§§ Conjunto dos números inteiros negativos;
§§ Conjunto dos polígonos regulares.
Podemos representar um conjunto nomeando seus elementos um a um e organizando-os entre chaves e se-
parados por vírgulas. Nessa representação, dizemos que o conjunto está representado por extensão. Por exemplo,
podemos representar o conjunto A dos números naturais menores que 10 da seguinte forma:

A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}

Temos, então, que os elementos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 pertencem ao conjunto A.


Observação: utilizamos chaves quando queremos representar conjuntos. Ou seja, a e {a} são diferentes:

A representação em extensão pode ser usada para conjuntos infinitos ou finitos, mesmo que o número de
elementos seja muito grande. Exemplos:
§§ Conjunto dos números ímpares positivos:
B = {1, 3, 5,...} é conjunto infinito
§§ Conjunto dos números pares positivos menores que 200:
C = {2, 4, 6,..., 198} é conjunto finito
Podemos também representar um conjunto por meio de uma figura chamada diagramas de Euler-Venn.
Dado um conjunto A = {0, 2, 4, 6, 8}, temos o seguinte diagrama:

Quando é dada uma propriedade característica dos elementos de um conjunto, dizemos que está represen-
tado por compreensão. Veja:

45
Relações de pertinência Considerando os conjuntos A e B representados
pelo diagrama de Venn temos:
Quando queremos indicar que um determinado
elemento x faz parte de um conjunto A, dizemos que o
elemento x pertence ao conjunto A, e simbolizamos
essa relação da seguinte forma:

x[A

Da mesma forma, se queremos indicar que um


elemento x não pertence a um conjunto A, simboliza-
mos por:

xÓA

As relações de pertinência [ e Ó relacionam


um elemento a um conjunto.
Como exemplo, considere o conjunto A = {1, 2,
3, 4, 5}. Podemos realizar as seguintes afirmações: Observação: as relações de pertinência sem-
pre relacionam um elemento a um conjunto, e as rela-
§§ 1 [ A
ções de inclusão relacionam dois conjuntos. Veja alguns
(lê-se: o elemento 1 pertence ao conjunto A) exemplos:
§§ 6 Ó A
§§ 1 , {1, 2, 3}
(lê-se: o elemento 6 não pertence ao conjunto A)
Errado – a relação de inclusão “,” relaciona
dois conjuntos, e 1 é um elemento.

Relações de inclusão §§ {1} , {1, 2, 3}


Correto – o conjunto formado pelo número 1
Para relacionar dois conjuntos, utilizamos as re- está contido no conjunto {1, 2, 3}.
lações de inclusão. Se todo elemento de um conjunto B
está contido em outro conjunto A, dizemos que o con- §§ {2} [ {1, 2, 3}
junto B está contido no conjunto A, e simbolizamos essa Errado – o elemento {2} não pertence ao con-
relação da seguinte forma: junto {1, 2, 3}.

B,A §§ 2 [ {1, 2, 3}
Correto – o elemento 2 pertence ao conjunto
Caso haja algum elemento de B que não perten- {1, 2, 3}
ça ao conjunto A, significa que o conjunto B não está
Podemos, em alguns casos, tratar conjuntos
contido em A. Para representar esta situação utilizamos
como elementos de um outro conjunto, como:
a seguinte notação:
A = {1, 2, 3, {3}}
B÷A
Nesse caso, o conjunto A é composto pelos alga-
rismos 1, 2, 3 e por um conjunto que contém o algarismo
As relações de inclusão , e ÷ relacionam dois 3. Sendo assim, podemos escrever:
conjuntos.
{3} [ {1, 2, 3, {3}}
O conjunto unitário {3} é tratado como sendo um
elemento do conjunto A.

46
Igualdade de conjuntos Representa-se o conjunto vazio por {  } ou Ø.
Observe que, como o símbolo Ø já representa
Dois conjuntos são iguais quando possuem os um conjunto, para representarmos um conjunto vazio
mesmos elementos. Se dois conjuntos A e B são iguais, podemos escrever {  } ou Ø, mas não {Ø}.
indicamos A = B.
A negação da igualdade é indicada por A i B (A
Subconjuntos
é diferente de B), isso significa que um desses conjuntos Consideremos os conjuntos A e B, também re-
possui algum elemento que não pertence ao outro. presentados por diagrama:
Note que, se A , B e B , A, então A = B.

Conjunto universo
Em inúmeras situações, é importante estabelecer
o conjunto U, ao qual pertencem os elementos de todos
os conjuntos considerados. Esse conjunto é chamado de
conjunto universo. A = {1, 3, 7}
Quando estudamos a população humana, por B = {1, 2, 3, 5, 6, 7, 8}
exemplo, o conjunto universo é constituído de todos os Note que qualquer elemento de A também per-
seres humanos. tence a B.
Para descrever um conjunto A por meio de uma Nesse caso, dizemos que A está contido em B ou
propriedade característica p de seus elementos, deve- A é subconjunto de B.
mos mencionar, de modo explícito ou não, o conjunto Indica-se: A , B (A está contido em B).
universo U no qual estamos trabalhando:
A = {x [ U | x tem a propriedade p} Esse símbolo significa “está contido”.
ou Podemos dizer, também, que B contém A.
A = {x | x tem a propriedade p}, Indica-se: B . A (B contém A)
quando nos referimos a U de modo implícito.
Esse símbolo significa “contém”.

Se existir pelo menos um elemento de A que não


Conjunto unitário pertença a B, dizemos que A não está contido em B, ou
que B não contém A. Exemplo:
Chama-se conjunto unitário aquele que pos-
A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {1, 2, 6}
sui um único elemento.
Considere, por exemplo, o conjunto P = { x | x é
um número primo par e positivo}.
Ora, o único número primo par é 2. Logo, P é um
conjunto unitário e podemos escrever P = {2}.

Conjunto vazio Note que o elemento 4 pertence a A, mas não


pertence a B. Escrevemos:
Chama-se conjunto vazio aquele que não pos-
sui elemento. Veja: A ÷ B (A não está contido em B)
Seja A o conjunto dos números primos menores B À A (B não contém A)
que 2, esse conjunto não possui elemento, pois não há O símbolo ÷ significa “não está contido” e À
número primo menor que 2. significa “não contém”.

47
Um conjunto A é subconjunto de outro conjunto B quando qualquer elemento de A também pertence a B.

Observações:
Se A , B e B , A, então A = B.
Os símbolos ,, ., ÷ e À são utilizados para relacionar conjuntos.
Para todo conjunto A, tem-se A , A.
Para todo conjunto A, tem-se Ø , A, onde Ø representa o conjunto vazio.

Operações
União de conjuntos
Sejam os conjuntos A = {0, 2, 4, 6} e B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Vamos determinar um conjunto C, formado pelos elementos que pertencem a A, ou a B, ou a ambos:

O conjunto C é chamado união de A e B.


A união de dois conjuntos A e B é o conjunto formado por todos os elementos que pertencem a A ou a B.
Designamos a união de A e B por A < B (A união B).
O símbolo < significa união ou reunião.

Propriedades da união
P1  A < A = A (idempotente)
P2  A < Ø = A (elemento neutro em relação ao conjunto vazio)
P3  A < B = B < A (comutativa)
P4  (A < B) < C = A < (B < C) (associativa)

Teoria na prática
1. Determine a união dos conjuntos A = {0, 2} e B = {x [ N | x é impar e 0 < x < 6}.
A união dos conjuntos A e B é:

Por diagrama, temos:

Observe que os conjuntos A e B não possuem elementos comuns.

48
2. Determine a união dos conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6}.
A união entre os conjuntos A e B pode ser representada da seguinte forma, pelo diagrama de Venn:

Logo, A < B = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.

Intersecção de conjuntos
Sejam os conjuntos A = {0, 2, 4, 6} e B = {0, 1, 2, 3, 4}.
Vamos determinar um conjunto C formado pelos elementos que são comuns a A e a B, ou seja, os elementos
que pertencem a A e também pertencem a B.

O conjunto C é chamado intersecção de A e B.


A intersecção de dois conjuntos A e B é o conjunto formado pelos elementos que são comuns a A e a B.
Designamos a intersecção de A e B por A > B (A inter B).
A > B = {x | x [ A e x [ B}
O símbolo > significa intersecção.

Propriedades da intersecção
P1  A > A = A (idempotente)
P2  A > U = A (elemento neutro em relação ao conjunto universo)
P3  A > B = B > A (comutativa)
P4  (A > B) > C = A > (B > C) (associativa)

Teoria na prática
1. Em cada caso a seguir, determine A > B e faça a representação em diagrama..
a) A = {0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4}
b) A = {0, 2} e B = {1, 3, 5}
Do enunciado:
a)

Em diagrama:

49
b)

Observe que não há elementos em comum entre A e B, por isso, a intersecção desses conjuntos é vazia.
Quando A > B = Ø, os conjuntos A e B são chamados disjuntos.

Diferença de conjuntos
Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {2, 4, 6, 8}.
Vamos determinar um conjunto C formado pelos elementos que pertencem a A, mas que não pertencem a B:

O conjunto C é a diferença de A e B.
A diferença de dois conjuntos A e B é o conjunto dos elementos que pertencem a A, mas que não pertencem a B.
Designamos a diferença de A e B por A – B (A menos B).

A – B = {x | x [ A e x Ó B}

Em diagrama:

Se B , A, a diferença A – B denomina-se complementar de B em relação a A, e indica-se por C​  AB.​  

C​  AB ​ = A – B

Por exemplo, se B = {2, 3} e A = {0, 1, 2, 3, 4}, então C​  AB ​ = A – B = {0, 1, 4}.


Em diagrama:

O complementar de B em relação a A é o que falta para o conjunto B ficar igual ao conjunto A. Logo, o
complementar de B em relação a A só está definido se, e somente se, B , A.

50
Teoria na prática
1. Se A = {4, 5, 6, 7}, B = {5, 6} e E = {5, 6, 8},
Número de elementos em
calcule: um conjunto A: n(A)
a) C​ A B​   Representamos por n(A) o número de elementos
b) B – E contidos no conjunto A. Por exemplo:
A = {x | x representa os dias de uma semana}
Resolução: ä n(A) = 7

a) C​ A B​  = A – B = {4, 5, 6, 7} – {5, 6}


Lembre-se:
C​  AB​  = {4, 7} §§ Conjunto unitário
A = {x | x é dia da semana que começa com a
letra D}
A = {domingo} ä n(A) = 1
§§ Conjunto vazio
A = {x | x é dia da semana que começa com a
letra M}
A = {  } ou Ø ä n(A) = 0
§§ Conjuntos finitos e infinitos
b) B – E = {5, 6} – {5, 6, 8}
A = {2, 3, 4} ä n(A) = 3 ä A é finito
B–E=Ø B = {2, 3, 4,...} ä B é infinito
§§ Conjuntos iguais
A = {1, 2, 3} e B = {1, 2, 2, 3, 3} e
C = {x | x [ N e 1 ø x ø 3}
A=B=C
Em todos os casos, n(A) = n(B) = n(C) = 3.

Conjuntos disjuntos
Principais símbolos lógicos Dois conjuntos A e B, não vazios, são disjuntos
se não possuírem elementos comuns.

/ (tal que) [ (pertence)


ù (intersecção) Ó (não pertence)
ø (união) . (contém)
? (qualquer que seja) À (não contém)
Veja: A > B = Ø
'! (existe um único) , (está contido)
ä (implicar) ÷ (não está contido)
à (equivalente) ' (existe ao menos um) Pertinência e inclusão
` (e) (não existe)
§§ de elemento para conjunto
~ (ou) 5 (igual)
. (maior que) Þ (diferente) [ Ó
, (menor que) < (aproximadamente) (pertence) e (não pertence)

51
§§ de subconjunto para conjunto
Exemplo
, ÷
Sendo A = {1, {1}, 2, 3}, de acordo com as afir-
(está contido) e (não está contido)
mações:
§§ de conjunto para subconjunto 1. 1 [ A (verdadeiro)
2. {1} [ A (verdadeiro)
. À 3. {1} , A (verdadeiro)
(contém) e (não contém) 4. Ø [ A (falso)
5. Ø Ó A (verdadeiro)
A é subconjunto de B.
6. 2 , A (falso)
A , B, lê-se “A está contido em B”. 7. 2 [ A (verdadeiro)
A é parte de B. 8. {2} ÷ A (verdadeiro)

Números de subconjuntos
Um conjunto A é subconjunto de um conjunto B se, e somente se, todo elemento de A pertence também a B.
Com a notação A , B indicamos que “A é subconjunto de B” ou “A é parte de B” ou “A está contido em B”.
A negação de A , B é indicada por A ÷ B, que se lê: “A não está contido em B” ou “B não contém A”.
Simbolicamente A , B à (?x) (x [ A é x [ B).

Exemplo
§§ {1, 2} , {1, 2, 3, 4}
§§ {5} , {5, 6}
§§ {1, 2, 3} ÷ {4, 5, 6}

Nota
1. O conjunto vazio está contido em qualquer conjunto A, isto é, Ø , A, ?A.
2. Qualquer conjunto é subconjunto de si mesmo, isto é A , A, ?A.
3. Chama-se subconjunto próprio de um conjunto A qualquer subconjunto de A que seja diferente de A.
Simbolicamente, B é subconjunto próprio de A, se B ⊂ A e B ∙ A.

52
Teoria na prática
1. Quantos subconjuntos possui o conjunto A = {a, b, c}?
Resolução:
Vamos escrever todos os subconjuntos de A:

Ø; {a}; {b}; {c}; {a, b}; {a, c}; {b, c}; {a, b, c}.

Há, portanto, 8 subconjuntos. Analisando o que acontece com os elementos, em relação aos subconjuntos,
podemos dizer que cada um deles pode ou não aparecer. Então, para o elemento a, temos duas possibilida-
des quanto à sua presença no subconjunto (aparecer ou não aparecer). O mesmo acontece com os elemen-
tos b e c. Portanto, segundo o P.F.C., ou princípio multiplicativo na análise combinatória, temos.

2. Quantos subconjuntos possui um conjunto A com n elementos?


Pelo que foi explicado no exemplo anterior, cada elemento de A pode ou não estar presente num determi-
nado subconjunto C, pelo fato de A ter n elementos, então:

Portanto:
n° de subconjuntos = 2 · 2 · 2 ... 2
n vezes
Com isso:
n° de subconjuntos = 2n

Conjuntos das partes de um conjunto


Seja o conjunto A = {1, 2, 3}, que tem os seguintes subconjuntos:
§§ o conjunto vazio.
§§ os conjuntos de um elemento: {1}, {2} e {3}.
§§ os conjuntos com os dois elementos {1, 2}, {1, 3} e {2, 3}.
§§ o próprio conjunto A.
Denominamos conjunto das partes do conjunto A o conjunto P(A) formado por todos os subconjuntos do
conjunto A:
P(A) = {Ø, {1}, {2}, {3}, {1, 2}, {1, 3}, {2, 3}, {1, 2, 3}}

Note que o conjunto vazio, o conjunto A e os demais subconjuntos de A são elementos do conjunto P(A).
É correto, por exemplo, dizer que {3} [ P(A), mas errado afirmar que {3} , P(A).

53
Número de elementos do conjunto das partes
Observe o seguinte quadro:

Conjunto A Conjunto P(A) Número de elementos P(A) Potência


Ø {Ø} 1 20

{b} {Ø, {b}} 2 21

{b1, b2} {Ø, {b1}, {b2}, {b1, b2} 4 22

{b1, b2, ... bn,}


{Ø, {b1}, {b2}, ..., {b1, b2, ...,bn}} 2n 2n
n elementos

De modo geral, podemos dizer que:


Se A tem n elementos, então P(A) tem 2n elementos.

Exemplo
Determine quantos elementos tem o conjunto das partes do conjunto A, sabendo que A tem 4
elementos.
Se o conjunto A tem 4 elementos, isto é, n = 4, então P(A) tem 24 elementos, ou seja P(A) tem 16 elementos.

Número de subconjuntos (conjuntos das partes)


Se um conjunto A possui n elementos, então A possui 2n subconjuntos, que podemos representar por:

n(P(A)) = 2n(A)

Números de elementos da união


Entre dois conjuntos:
n(A < B) = n(A) + n(B) – n(A > B)

Exemplo

Observação
Para a união de três conjuntos, temos
n(A < B < C) = n(A) + n(B) + n(C) – n(A > B) – n(B > C) – n(A > C) + n(A > B > C).

54
Estrutura Conceitual
∙ A é um conjunto
A ∙ 0, 2, 4 e 6 são elementos A
·0·2
·4·6 isto é, pertecem a A
·8
∙ O elemento 8 não pertence
ao conjunto A

55
9
0 01 Operações com intervalos

Competência Habilidades
5 19, 20, 21 e 22

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Dados dois números reais a e b, com a < b, definimos como intervalo fechado [a, b] o seguinte conjunto:
[a, b] = {x [ R | a ≤ x ≤ b}
Nesse caso, os elementos a e b pertencem ao intervalo, assim como todos os números reais maiores que
a e menores que b.
Da mesma forma, definimos como intervalo aberto ]a, b[ o conjunto:
]a, b[ = {x [ R | a < x < b}
Observe que, diferentemente do intervalo fechado, nesse conjunto os elementos a e b não pertencem ao
intervalo.
Caso o número real a (chamado de extremo inferior do intervalo) pertença ao intervalo, e o número
b (chamado de extremo superior do intervalo) não pertença, denominamos esse intervalo como fechado à
esquerda (ou aberto à direita), definido pelo conjunto:
[a, b[ = {x [ R | a ≤ x < b}
Do mesmo modo, se a não pertence ao intervalo e b pertence, denominamos esse intervalo como fechado
à direita (ou aberto à esquerda), definido por:
]a, b] = {x [ R | a < x ≤ b}
Também podemos representar intervalos “infinitos”:
[a, +Ü [ = {x [ R | x ≥ a}
]–Ü, a] = {x [ R | x ≤ a}
Como intervalos são, por definição, conjuntos, podemos realizar as operações entre conjuntos, como
união, intersecção e diferença em intervalos também.

Representação geométrica de intervalos na reta real


Podemos representar intervalos na reta real, o que facilita a realização de operações entre intervalos. Ob-
serve o exemplo:
a) [–1, 2]

b) [1, 4[

c) ]–2, 2[

d) [–3, + Ü [

Ao utilizarmos a notação [a, b], estamos então nos referindo, necessariamente, a um conjunto de números
reais. Portanto, o intervalo [1, 2], por exemplo, representa o conjunto de todos os números reais maiores ou
iguais a 1 e menores ou iguais a 2, possuindo infinitos elementos.

59
Operações com intervalos §§ Dados A = {x [ R | –3 < x ≤ 4} e
B = {x [ R | 1 < x < 7}, calcule A – B.

Teoria na prática O conjunto A – B é formado pelos elementos que


pertencem a A e não pertencem a B.
§§ Se A = {x [ R | 2 < x < 5} e
B = {x [ R | 3 ≤ x ≤ 8}, determine A > B.

Observe:
3 é elemento de A e também de B.
5 é elemento de B e não é elemento de A.
Os elementos de 3 até o 5, excluído esse último,
Portanto, A – B = {x [ R | –3 < x ≤ 1}
pertencem a A e a B ao mesmo tempo.

Teoria na prática
1. Se –4 < x < –1 e 1 < y < 2, então ​ _xy ​ e x ∙ y estão
no intervalo:
a) ] – 8, –1[

] 1 ​   ​
b) ​ –2, – ​ __
2 [
Portanto, A > B = {x [ R | 3 ≤ x < 5} c) ] – 2, –1[

§§ Dados A = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 0} e
]
d) ​ – 8, – ​ __
2 [
1 ​   ​

B = {x [ R | 2 ≤ x < 3}, determine A > B. ] ​ 1 ​   ​


e) ​ –1, __
2 [
Não há elementos que pertençam aos dois con- Resolução:
juntos ao mesmo tempo. Analisando os valores possíveis para _​ xy ​  e xy nos
extremos, temos:
I) _​ xy ​ 

x = – 4, y= 1⇒ _​ xy ​  = –4

x = –1, y = 1 ⇒ _​ xy ​ = –1
A intersecção é o conjunto vazio: A > B = Ø.
x = – 4, y = 2⇒ _​ xy ​  = –2
§§ Dados A = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 3} e
B = {x [ R | 1 < x ≤ 4}, determine A < B. x = –1, y = 2 ⇒ _​ xy ​ = ​ –1
__ ​ 
2
II) xy
x = – 4, y = 1⇒ x ∙ y = – 4
x = –1 ⇒ y = 1 ⇒ x ∙ y= –1

x = – 4, y = 2⇒ x ∙ y = – 8
x = –1, y = 2 ⇒x ∙ y = –2

O menor valor encontrado é – 8 e o maior –1/2.


Assim, o intervalo pedido é ]– 8, –1/2[, lembran-
Portanto, A < B = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 4} do que os extremos são abertos, pois os extre-
mos de x e y também são abertos.
Alternativa D

60
Abordagem de TRIGONOMETRIA e de ARITMÉTICA nos principais vestibulares.

FUVEST
Trigonometria no triângulo retângulo é um conteúdo interdisciplinar para a Fuvest, podendo sempre
ser cobrado em física nos problemas de forças e atrito em planos inclinados, assim como em proble-
mas de geometria plana. O mesmo vale para razões e proporções, que se relacionam com física, em
fórmulas que relacionam grandezas físicas, química, em estequiometria, e na própria matemática.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U Trigonometria no triângulo retângulo é um assunto cobrado pela Vunesp com questões abstra-
tas; e razão, proporção e grandezas proporcionais são cobradas com questões sobre situações
do cotidiano com auxílio de gráficos e tabelas.

UNICAMP
Razão e proporção e trigonometria no triângulo retângulo no vestibular da Unicamp são cobrados
em problemas do cotidiano, com figuras, tabelas e gráficos.

UNIFESP
Razões e proporções são itens cobrados com grande incidência em situações do cotidiano, sem-
pre descritos em texto ou em gráficos; já trigonometria no triângulo retângulo é um assunto
cobrado, em sua maioria, com figuras geométricas.

ENEM/UFMG/UFRJ
Trigonometria no triângulo retângulo, razão, proporção e grandezas proporcionais são conteúdos
com altíssimo índice de incidência no exame do ENEM, sempre aplicados em situações do coti-
diano, como em variações de grandezas de medidas para compreensão da realidade.

UERJ
Trigonometria no triângulo retângulo é cobrada em questões de geometria plana; e razões e
proporções são cobradas em problemas do cotidiano, com figuras, tabelas e gráficos.
1
0 20 Trigonometria no triângulo
retângulo

Competência Habilidades
2 6, 7, 8 e 9

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Razões trigonométricas no triângulo retângulo
Tri gono metria
(três) (ângulo) (medida)

Todos sabem que, se você deseja ser um físico ou engenheiro, deveria


ser bom em Matemática. Mais e mais pessoas estão descobrindo que,
se desejam trabalhar em certas áreas da Economia ou Biologia, de-
veriam rever sua Matemática. A Matemática penetrou na Sociologia,
Psicologia, Medicina e Linguística. Sob o nome de cliometria, está se
infiltrando na História, para sobressalto dos mais velhos.
VIS, Philip J.; KERSH, Reuben. A experiência matemática. Tradução de João Bosco Pitombeira.
Rio de Janeiro: F. Alves, c 1989. 481 p. (Coleção Ciência): The Mathematical experience.

Na origem de sua formação, a Trigonometria era um ramo da Matemática no qual os ângulos de um triân-
gulo e as medidas de seus lados eram relacionados. As razões trigonométricas eram utilizadas pelos egípcios para
resolver problemas de Arquitetura nas construções das pirâmides. O estudo da Trigonometria se ampliou para um
campo mais abstrato, retirando-se das aplicações práticas e surgindo em outros campos do conhecimento, para
solucionar alguns problemas específicos e contribuir indiretamente para seu desenvolvimento por necessidades das
navegações, Astronomia e Agrimensura. Mais tarde, por volta dos séculos XVI e XVII, a Trigonometria aparece na
Física para descrever e explicar alguns fenômenos, tais como:
§§ o movimento periódico dos planetas, trabalhado por Kepler;
§§ o movimento periódico dos pêndulos, trabalhado por Galileu;
§§ a propagação do som no formato de ondas, estudada por Newton; e
§§ a propagação da luz no formato de ondas, estudada por Huyghens.

Se θ é um ângulo interno de um triangulo retângulo, definimos:

medida do cateto oposto a θ medida da hipotenusa


sen θ = ​ ______________________
       ​  cossec θ = _______________________
​          ​
medida da hipotenusa medida do cateto a oposto a θ
medida do cateto adjacente a θ medida da hipotenusa
cos θ = ​ ________________________
       ​ → Razões inversas → sec θ = ​ ________________________
        ​
medida da hipotenusa medida do cateto adjacente a θ

medida do cateto oposto a θ medida do cateto adjacente a θ


tg θ = ________________________
​             cotg θ = ________________________
​            
medida da cateto adjacente a θ medida do cateto oposto a θ

Aplicando as definições acima, temos:

b ​ e cossec θ = ​ __


sen θ = ​ __ a  ​
a b 0 < sen θ < 1 e 0 < cos θ < 1
​ ac  ​e sec θ = __
cos θ = __ ​ ac ​  cossec θ > 1 e sec θ > 1
tg θ > 0 e cotg θ > 0
b ​  e cotg θ = __
tg θ = ​ __ ​ c  ​
c b

65
Consequência Teoria na prática
1. Calcule o valor de x e y no triângulo retângulo
No triângulo retângulo ABC abaixo, β + γ = 90º, ABC a seguir:
^​ ^
ou seja ​​B ​  e C ​
​​ ​  são complementares.

Resolução:
Observe que o cateto AC é oposto ao ângulo
de 30º, ao passo que o cateto AB é adjacente.
Calculando o cateto oposto ao ângulo dado, temos:
​ ba ​ 
sen β = __ cateto oposto ao 30º
sen β = cos γ sen 30º = ​ ________________
    
 ​.
hipotenusa
​ ba ​ 
cos γ = __ Substituindo o valor de seno de 30° obtido da
tabela:
y
1  ​= __
​ ac  ​
sen γ = __ ​ __ ​    ​⇒ y = 1
2 2
sen γ = cos β
Agora, calculemos o cateto adjacente a 30º:
​ ac  ​
cos β = __
cateto adjacente ao 30º
cos 30º = __________________
​     ​
  .
hipotenusa
Dessa forma, temos que em um triângulo retân- Substituindo o valor de cosseno de 30° obtido
gulo, o seno de um ângulo agudo é igual ao cosseno de da tabela:
dXX  __
seu complemento. ​ ​ 3 ​
___  ​ = ​ x  ​⇒ x = d​ XX
3 ​ 
De fato, o nome cosseno se origina de seno do 2 2
__
Logo, x = √
​​ 3 ​​ m e y = 1m.
ângulo complementar.
2. Calcule a altura de um triângulo equilátero de

Razões trigonométricas lado a.


Resolução:
(valores notáveis) A partir de um triângulo equilátero ABC, temos
que a altura relativa à base BC é o segmento AP,
θ sen cos tg cossec sec cotg perpendicular à BC, onde P é ponto médio de BC.
(graus) θ θ θ θ θ θ Lembre-se que em um triângulo equilátero, as
alturas coincidem com as medianas:
30º 1  ​
​ __ ___​dXX
3 ​  ​dXX
___ 3 ​  2 2​dXX
3 
____ d
​   ​  ​   ​   ​    XX 
​ 3 ​
2 2 3 3

d
​ XX
___2 ​  d
​ XX
___ 2 ​ 
45º ​   ​  ​   ​  1 ​dXX
2 ​  ​dXX
2 ​  1
2 2

d
​ XX
3 ​  1  ​ 2​dXX
3 ​  ​dXX
3 ​ 
60º ___
​   ​  ​ __ d
​ XX
3 ​   ____ ​   2 ___
​   ​ 
2 2 3 3

66
Como sabemos, os ângulos internos de um triân- Racionalizando o resultado, temos:
gulo equilátero medem 60º. Assim, podemos uti- __
16​dXX
AC = ​ ______ 2 ​   ​  dXX
​ 16​  ​
= _____ 2 ​  
 = 8​​√2 ​​ 
lizar a trigonometria no triângulo retângulo ACP: d 2 ​ ⋅ d​ XX
​ XX 2 ​  2
cateto oposto AP
sen 60º = _____________
​     ​
  
hipotenusa AC §§ Triângulo ABH:
dXX 
a​dXX ​ a​ 3 ​
3 ​ = 2h ⇒ h = ____  ​   O segmento AH representa o cateto oposto ao
2
ângulo de 60°, portanto podemos calcular o ca-
Portanto, dado um triângulo equilátero de lado
dXX 
​ a​ 3 ​
a, sua altura vale ____  ​ .  teto BH através da tangente de 60°.
2
cateto oposto à 60º
tan 60º = ​ _________________
  
   ​
3. Dado um triângulo ABC, calcule a medida dos três cateto adjacente à 60º
lados sabendo que a altura relativa à base BC é 8,
​^​ ​^​ d
​ XX ​  8   ​ ⇒ BH​dXX
3 ​ = ___ ​​  8__   ​​ ​ 
3 ​ = 8 ↔ BH = ___
o ângulo A​​C ​​ B é 45° e o ângulo A​​B ​​ C é 60°. BH ​√3 ​ 
Racionalizando o resultado, temos:
Resolução:
dXX dXX 
​  8​ 3 ​    ​ 
BH = _______ ​ 8​ 3 ​
= ____  ​  
A figura descrita no problema é: ​ 3 ​ ⋅ ​ 3 ​ 
d XX d XX 3

Como AB é hipotenusa do triângulo ABH, temos:


cateto oposto à 60º
sen 60º = _______________
​      
 ​
hipotenusa
Observe que também poderíamos utilizar o cos-
seno, porém como o cateto oposto AH mede 8 e
8​dXX
o cateto adjacente mede ​ ____3 ​
 ​  ,  o cálculo é mais
3
simplificado utilizando seno.
​dXX
3 ​
​ ___ 8   ​ ⇒ AB​dXX
 ​  = ​ ___ ​ 16  ​
3 ​ = 16 ⇒ AB = ___
2 AB d
​ XX
3 ​ 
Repare que o triângulo ABC não é retângulo.
Porém, observe que a altura sempre é perpen- Racionalizando o resultado, temos:
dicular à base. 16​dXX
3 ​   ​  dXX
AB = ​ ______ = _____ 3 ​  
​ 16​  ​ 
Assim, os triângulos ACH e ABH são retângulos ​ 3 ​ ⋅ ​ 3 ​ 
d XX d XX 3
e podemos calcular seus catetos e hipotenusas: Portanto, temos:
dXX
​ 16​  ​
AB = _____ 3 ​  

§§ Triângulo ACH: 3
O segmento AH representa o cateto oposto ao AC = 8​dXX
2 ​ 
ângulo de 45°, portanto podemos calcular o ca- 8​dXX3 ​
CB = CH + BH = 8 + ​ ____
 ​   
3
teto adjacente CH através da tangente de 45°.

cateto oposto à 45º


tan 45º = ​ _________________
  
   ​.
cateto adjacente à 45º

​  8   ​ ⇒ CH = 8
1 = ___
CH
Como AC é a hipotenusa do triângulo ACH,
temos:
cateto adjacente à 45º
cos 45º = _________________
​      ​
  .
hipotenusa
​dXX
2 ​
​ ___ 8   ​​ ⇒ d​ XX
 ​  = ​​ ___ ​ 16  ​
2 ​ AC = 16 ⇒ AC = ___
2 AC d
​ XX
2 ​ 

67
Introdução ao Cada ângulo diferente determina um ponto P
distinto na circunferência, sendo, assim, o seno e o
ciclo trigonométrico cosseno de um ângulo são definidos por:

sen θ = ordenada de P
O estudo aprofundado da trigonometria será
cos θ = abscissa de P
feito mais adiante, porém, é importante abordarmos al-
gumas noções básicas para a resolução de alguns pro- tg θ = _____
​​  sen θ  
​​ com cos θ ≠ 0
cos θ
blemas em Geometria Plana.
No sistema cartesiano, se a ordenada de P (co-
Considere uma circunferência de raio unitário com
ordenada em y) se encontra “acima” da origem, o
centro na origem de um sistema cartesiano de coorde- seno do ângulo será positivo, enquanto que se a
nadas: ordenada de P se encontra “abaixo” da origem,
o seno do ângulo será negativo. Analogamente, se
a abscissa de P (coordenada em x) se encontra à
direita da origem, o cosseno do ângulo será posi-
tivo, enquanto que se a abscissa de P se encontra
à esquerda da origem o cosseno do ângulo será ne-
gativo.

Vamos utilizar esses conceitos para calcular o


valor do seno, cosseno e tangente de um ângulo maior
que 90°, que não se encontra na tabela de ângulos
notáveis. Veja onde se encontra o ângulo de 150° na
Nesta circunferência, os ângulos são medidos circunferência trigonométrica:
no sentido anti-horário a partir do ponto A, ou seja, os
pontos A, B, A’ e B’ equivalem aos ângulos 0º, 90º, 180º
e 270º, respectivamente.
Observe como localizar o ângulo de 30º no cír-
culo trigonométrico:

Considerando o triângulo retângulo OPB, temos:

​ BP ​ 
sen 30º = ___
1

​ 1 ​  e encontra-se acima


Logo, a ordenada de P é __
2
da origem, portanto, sen 150° = ​ __1  ​.
2
Repare que o 30º determina um ponto P na cir-
cunferência, determinando, assim, o triângulo retângulo
OBP.

68
Do mesmo modo, calculando a medida do cateto
OB:
​ OB ​ 
cos 30º = ___
1
d 3 ​
​___ dXX 
​ ​ 3 ​
XX OB
​   ​ = ​   ​ ⇒ OB = ___
  ___
 ​ 
2 1 2
d
​ XX
3 ​
Logo, a abscissa de P é – ​ ___ ​  , pois se encontra à
2
esquerda da origem, portanto, cos 150° = – ​ ___ 3  ​  ​.
​dXX
2

69
INTERATIVI
A DADE

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Sites Trigonometria com triângulos retângulos

pt.khanacademy.org/math/trigonometry/trigonometry-right-triangles

70
APLICAÇÃO
APLICAÇÃONO
NOCOTIDIANO
COTIDIANO

Engenheiros civis, ao estudar e medir a topografia do terreno de interesse, se utilizam de instrumentos, como
o teodolito, que se baseiam na trigonometria do triângulo retângulo para medir as elevações e desníveis do terreno.
Veja um exemplo prático disto:
1. (PUC) Um determinado professor de uma das disciplinas do curso de Engenharia Civil da PUC solicitou como
trabalho prático que um grupo de alunos deveria efetuar a medição da altura da fachada da Biblioteca Central
da PUC usando um teodolito. Para executar o trabalho e determinar a altura, eles colocaram um teodolito a
metros da base da fachada e mediram o ângulo, obtendo, conforme mostra a figura abaixo. Se a luneta do
teodolito está a 1,70 m do solo, qual é, aproximadamente, a altura da fachada da Biblioteca Central da PUC?

Dados (sen 30º = 0,5; cos 30º = 0,87 e tg 30º = 0,58)


a) 5,18 m
b) 4,70 m
c) 5,22 m
d) 5,11 m
e) 5,15 m
Resolução:

Considerando h como sendo a altura da fachada da Biblioteca, temos:

h − 1,7
tg30° =
6
h − 1,7 =6 ⋅ tg30°
h= 6 ⋅ 0,58 + 1,7
h = 5,18m

INTERDISCIPLINARIDADE

A trigonometria no triângulo retângulo é a base para a resolução de exercícios de física nos tópicos de
estudo de forças com e sem atrito no plano inclinado. Decomposição de vetores, inclinação do plano, coeficiente
estático, todos, sem exceção, dependem do conhecimento de trigonometria no triângulo retângulo para as suas
resoluções.

71
Estrutura Conceitual

Hipotenusa
Lado oposto ao
ângulo reto

Cateto Oposto
Lado oposto ao
ângulo θ

cateto oposto
Seno θ =
hipotenusa
Cateto Adjacente
cateto adjacente
lado próximo ao Cosseno θ =
ângulo θ hipotenusa
cateto oposto
Tangente θ =
cateto adjacente

72
3
0 40 Produtos notáveis

Competência Habilidades
5 19 e 21
© Aleksandar Todorovic/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Produtos notáveis
No cálculo algébrico, alguns produtos são frequentes, como:

(x + y) · (x – y) Produto da soma pela diferença de dois termos.

(x + y) · (x + y) = (x + y)2 Quadrado da soma de dois termos.

(x – y) · (x – y) = (x – y)2 Quadrado da diferença de dois termos.

Por serem frequentes na resolução de problemas, tais produtos são chamados de produtos notáveis.
Porém, antes de estudar esses produtos, é importante lembrar algumas propriedades elementares das ope-
rações de adição e multiplicação da álgebra:
Considere dois números reais a e b:

a+b=b+a Propriedade comutativa da adição.

a + (b + c) = (a + b) + c Propriedade associativa da adição.

0+a=a Elemento neutro da adição.

ab = ba Propriedade comutativa da multiplicação.

a(bc) = (ab)c Propriedade associativa da multiplicação.

1a = a Elemento neutro da multiplicação.

(a + b)c = ac + bc Propriedade distributiva da multiplicação.

Quadrado da soma de dois termos


Considere a expressão (x + y)². Ela representa o quadrado da soma de dois termos. Aplicando a propriedade
distributiva, temos:

(x + y)² = (x + y)(x + y) = x(x + y) + y(x + y) = x² + xy + yx + y² = x² + 2xy + y²

Logo, temos a seguinte igualdade:

(x + y)² = x² + 2xy + y²

Utilizando um exemplo numérico, temos:

(3 + 5)² = 3² + 2 · 3 · 5 + 5² = 9 + 30 + 25 = 64

O resultado obtido está correto, pois (3 + 5)² = (8)² = 64.

75
Podemos, também, observar essa relação geo-
metricamente. A partir de um quadrado de lado a, em
Quadrado da diferença de dois termos
que prolongamos dois lados consecutivos a um compri- A expressão (x – y)² representa o quadrado da
mento b, de modo a obter um quadrado de lado a + b: diferença de dois termos. Aplicando a propriedade dis-
tributiva, temos:

(x – y)² = (x – y)(x – y) = x(x – y) – y(x – y) =


= x² – xy – yx + y² = x² – 2xy + y²

Logo, temos a seguinte igualdade:

(x – y)² = x² – 2xy + y²

Utilizando um exemplo numérico, temos:


Calculando as áreas de cada quadrado e retân- (6 – 4)² = 6² – 2 · 6 · 4 + 4² = 36 – 48 + 16 = 4
gulo formados, temos:
O resultado obtido está correto, pois (6 – 4)² =
= (2)² = 4.
Analogamente ao quadrado da soma, podemos
demonstrar geometricamente essa identidade a partir
de um quadrado de lados a – b em que prolongamos
dois lados consecutivos a um comprimento b, obtendo,
assim, um quadrado de lado a:

Podemos, então, calcular a área total (A) de duas


maneiras:
1ª maneira:
Considerando que o quadrado maior possui la-
dos a + b, sua área é dada por A = (a + b)².

2ª maneira:
Somando todas as áreas no interior do quadrado
maior, temos:
A = a² + ab + ab + b² = a² + 2ab + b²
Da mesma forma, podemos calcular as áreas dos
Portanto, concluímos que:
quadrados e retângulos formados na figura. A área do
(a + b)² = a² + 2ab + b²
quadrado de lados (a – b) pode ser calculada de duas

Exemplos: maneiras:
1ª maneira:
§§ (3 + x)² = 3² + 2 · 3 · x + x² = 9 + 6x + x²
O quadrado possui lado (a – b), portanto, a área
§§ (2a + 3b)² = (2a)² + 2 · 2a · 3b + (3b)² =
A é dada por: A = (a – b)²
= 4a² + 12ab + 9b²
§§ (x + 1)² = x² + 2 · x · 1 + 1 = x² + 2x + 1 2ª maneira:
§§ (ab² + 1)² = (ab²)² + 2 · ab² · 1 + 1² = Podemos calcular a área desejada subtraindo da

= a²b4 + 2ab² + 1 área do quadrado de lado a a área dos retângu-


los de lados b e (a – b) e quadrado de lado b:
(  ) (  )
​ 1 ​ + x  ​ = ​ __
​ 1 ​   ​ + 2 ∙ __
​ 1 ​  ∙ x + x2 = __
​ 1 ​ + x + x2
2 2
§§ ​ __ A = a² – b(a – b) – b(a – b) – b² = a² –2ab + b²
2 2 2 4

76
Portanto: Resumindo os produtos notáveis vistos, temos:

(a – b)² = a² – 2ab + b² Produto da soma pela diferença de


(x + y)(x – y) = x² – y²
dois termos

Exemplos: (x + y)² = x² + 2xy + y² Quadrado da soma de dois termos

§§ (y – 3)² = y² – 2 · y · 3 + 3² = y² – 6y + 9 (x – y)² = x² – 2xy + y² Quadrado da diferença de dois termos

§§ (3a – 5b)² = (3a)² – 2 · 3a · 5b + (5b)² =

= 9a² – 30ab + 25b²

§§ (x – 1)² = x² – 2 · x · 1 +1² = x² – 2x + 1

§§ (x² – 3y)² = (x²)² – 2 · x² · 3y + (3y)² =

= x4 – 6x²y + 9y²

(  ) (  )
​ x  ​– 4  ​ = ​ __
​ x  ​  ​ – 2 · __
​ x  ​· 4 + 42 = __ ​ 8x ​ + 16
​ x  ​ – __
2 2 2
§§ ​ __
3 3 3 9 3

Produto da soma pela


diferença de dois termos
Por fim, a expressão (x + y)(x – y) representa o
produto entre a soma e a diferença entre dois termos.
Aplicando a propriedade distributiva, temos:

(x + y)(x – y) = x(x – y) + y(x – y) = x² – xy + xy – y² =

= x² – y²

Logo, temos a seguinte igualdade:

(x + y)(x – y) = x² – y²

Utilizando um exemplo numérico, temos:

(5 + 3)(5 – 3) = 5² – 3² = 25 – 9 = 16

Novamente, podemos verificar que o resultado


obtido está correto, pois (5 + 3)(5 – 3) = (8)(2) = 16.

Exemplos
§§ (x – 2)(x + 2) = x² – 2² = x² – 4

§§ (2a + 3b)(2a – 3b) = (2a)² – (3b)² = 4a² – 9b²

§§ (y – 1)(y +1) = y² – 1² = y² – 1

§§ (x2 + y²)(x² – y²) = (x²)² – (y²)² = x4 – y4

(  ) ( 
​ a  ​ – b3  ​​ __ ) (  )
​ a  ​  + b3  ​= ​ __
​ a  ​    ​ – (b3)2 = __
​​ a  ​​  – b6
2 2 2 2 4
§§ ​ __
3 3 3 9

77
INTERATIVI
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Fonte: khanacademy

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Sites Mais exemplos de produtos notáveis

pt.khanacademy.org/math/algebra2/arithmetic-with-polynomials/multiplying-polynomials-
review/v/special-products-of-binomials

78
Estrutura Conceitual
QUADRADO DA SOMA

( x + y )2 = x2 + 2 . x . y + y2
Quadrado do Mais Duas vezes o 1° Mais Quadrado do
1° termo vezes o 2° 2° termo
1° termo 2° termo

QUADRADO DA DIFERENÇA

( x - y )2 = x2 - 2.x.y + y2
Quadrado do Menos Duas vezes o 1° Mais Quadrado do
1° termo vezes o 2° 2° termo
1° termo 2° termo

79
5
0 60 Fatoração

Competência Habilidades
5 19 e 21

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Fatorar uma expressão significa transformá-la em fatores de um produto. Por exemplo:

x² – 5x + 6 = (x – 2)(x – 3)
Forma não fatorada   Forma fatorada

Apesar das expressões x² – 5x + 6 e (x – 2)(x – 3) serem equivalentes, a segunda está representada como
uma multiplicação de fatores (x – 2) e (x – 3).
Muitas vezes, para simplificar uma expressão algébrica, é preciso fatorá-la, ou seja, escrevê-la em forma de
produto. Neste exemplo, podemos simplificar assim:

x2 – 5x + ​
6 
​ _________, 
com x ≠ 3
x–3
Como sabemos, x² – 5x + 6 = (x – 2)(x – 3). Substituindo na expressão, temos:

x2 – 5x + ​
6  (x – 2)(x – 3)
​ _________ = ​ __________
   ​  =x–2

x–3 x–3
Estudaremos nesta aula algumas formas de se fatorar uma expressão algébrica.

Fator comum em evidência


Em geral, todos os casos de fatoração têm por base a propriedade distributiva, propriedade conhecida pelos
antigos gregos através da geometria, mais especificamente no cálculo das áreas:

A área do retângulo maior pode ser calculada por:

Aretângulo maior = base × altura = a · (x + y)

Por outro lado, esse mesmo retângulo está decomposto em dois retângulos menores, cujas áreas são ax e
ay. Assim, a área do retângulo maior também pode ser calculada pela soma dessas áreas:

Aretângulo maior = ax + ay

Dessa forma, temos a área do mesmo retângulo calculada de duas maneiras diferentes, o que demonstra a
propriedade distributiva em relação à adição algébrica. Veja:

a(x + y) = ax + ay

Portanto, quando, numa soma ou subtração, houver um mesmo fator em comum nas parcelas, podemos
colocá-lo em evidência.

83
Substituindo na expressão, temos:
Teoria na prática
ab · ab² + ab · a²b³ + ab, logo, o fator comum é ab:
1. Fatore a expressão 2x + 2y.

( 
​ a b ​ + ____
​ a b ​ + __ )
​ ab  ​  ​=
2 3 3 4
Neste caso, é fácil identificar o fator em comum: a²b³ + a³b4 + ab = ab ​ ____
2. Como estamos fazendo o processo inverso da ab ab ab
propriedade distributiva da multiplicação, pode- = ab(ab² + a²b³ + 1)
mos dividir cada termo pelo fator comum para
encontrar a forma fatorada: Agrupamento
2x + 2y = 2 ​ __
2 (  2y
​ 2x ​ + __ )
​   ​   ​= 2(x + y)
2 É possível, em um polinômio, não ter um fator
comum a todos os seus termos. Porém, talvez seja pos-
Para verificar se a fatoração está correta, apli-
sível fatorá-lo em grupos, fazendo surgir um novo fator
camos a propriedade distributiva e comparamos
comum aos grupos fatorados. Assim, é só colocar esse
com a expressão original.
novo fator comum em evidência.
2. Fatore a expressão 10a + 15b.
Observe que, neste caso, o fator comum não Teoria na prática
aparece explicitamente em nenhum dos termos. Fatore os seguintes polinômios:
Porém, podemos expressar os coeficientes por 1. x2 + ax + bx + ab
meio de produtos, veja: Temos: Novo fator comum
x2 + ax + bx + ab = x (x + a) + b (x + a)
10a + 15b = 5 · 2a + 5 · 3b 1º grupo 2º grupo
Desta forma, fica claro que o fator comum é o x2 + ax + bx + ab = (x + a)(x + b)
número 5, portanto:
Então, x2 + ax + bx + ab = (x + a)(x + b).
10a + 15b = 5 ​ ​ ___(
10a ​  + ___
5 5 )
​ 15b ​   ​= 5(2a + 3b)
2. 2ax2 + 3axy – 2bxy – 3by2
3x + 6y
3. Simplifique a expressão ​ ______  ​  .  Temos:
3
Fatorando o numerador 3x + 6y, temos que 2ax2 + 3axy – 2bxy – 3by2
3x + 6y equivale à 3x + 2 · 3y. Logo, o fator 1º grupo 2º grupo
comum é o número 3, portanto: No segundo grupo, pode-se colocar em destaque
( 
3
6y
​ 3x ​ + __
3x + 6y = 3 ​ __ )
​   ​   ​= 3(x + 2y)
3
o fator –by ou +by. Porém, destacando o fator
–by, mudam-se os sinais dos termos do grupo,
Substituindo o valor encontrado na expressão:
deixando-os iguais aos sinais do primeiro grupo.
3x + 6y _______
______ 3(x + 2y)
​   ​   = ​   ​   = x + 2y 2ax2 + 3axy – 2 bxy – 3by2 =
3 3
ax(2x + 3y) – by(2x + 3y)
4. Fatore a expressão x³ – 2x. 1º grupo 2º grupo
O termo x³ pode ser escrito como x · x², desta
2ax2 + 3axy – 2 bxy – 3by2 = (2x + 3y)(ax – by)
forma:
Então, 2ax2 + 3axy – 2bxy – 3by2 = (2x + 3y)
x³ – 2x = x · x² – 2x
(ax – by).
Observe que o fator comum é x, logo:
3. y3 – y2 + y – 1
​ x³
x³ – 2x = x ​ __ (  2x
__
)
x ​ – ​ x ​   ​= x(x² – 2) Temos:
y3 – y2 + y – 1
5. Fatore a expressão a²b³ + a³b4 + ab. 1º grupo 2º grupo
Reescrevendo os dois primeiros termos, temos:
 o segundo grupo, pode-se colocar em evidên-
N
a²b³ = ab · ab² cia o fator 1 ou –1. Para deixar os sinais iguais
a³b4 = ab · a²b³ aos do primeiro grupo, usa-se o 1.
84
Já no primeiro grupo, coloca-se em evidência y2.
36x²y4 _____
3. ​ _____
25
 – ​ 121a ​ 
 ​ 
16
4

5( 
6xy² 11a² ____
 = ​ ____
​   ​  + ​ ____
4 ) ( 
6xy² 11a²
 ​​ ​   ​  – ​ ____
 ​  
5 4
 ​  
 ​ )
(  )
Veja: 2
​ 11a ​  
2

y – y + y – 1 = y (y – 1) + 1 · (y – 1)
3 2 2  ​ ____  ​
4

(  )
2
1º grupo 2º grupo 6xy2
y3 – y2 + y – 1 = (y – 1)(y2 + 1)  ​ ____
​   ​   ​
5
Então, y3 – y2 + y – 1 = (y – 1)(y2 + 1). 4. (7x + 3y)2 – 16a2 =
(4a)2
4. ax + ay – x – y
= [(7x + 3y) + 4a] · [(7x + 3y) – 4a] =
Temos:
= (7x + 3y + 4a) · (7x + 3y – 4a)
ax + ay – x – y = a (x + y) – 1· (x + y)
1º grupo 2º grupo 5. (3a + 2b)2 – (3a – 2b)2 =
ax + ay – x – y = (x + y) (a – 1) = [(3a + 2b) + (3a – 2b)] · [(3a + 2b) – (3a – 2b)]
= [(3a + 2b) + (3a – 2b)] · [(3a + 2b) – (3a –
Então, ax + ay – x – y = (x + y)(a – 1).
2b)] = [6a][4b] = 24ab
5. axy + bcxy – az – bcz – a – bc
6. (x + 2y)2 – (2x – y)2 = [(x + 2y) + (2x – y)] · [(x +
Temos:
2y) – (2x – y)] = (3x + y) · (3y – x)
axy + bcxy – az – bcz – a – bc =
7. 1 – (x2 – 1)2 =
1º grupo 2º grupo 3º grupo
(1)2
= xy(a + bc) – z(a + bc) – 1(a + bc)
= [1 + (x2 – 1)] · [1 – (x2 – 1)] =
axy + bcxy – az – bcz – a – bc = = x2 · [2 – x2]
= (a + bc) (xy – z – 1)
Então, axy + bcxy – az – bcz – a – bc = (a +
bc)(xy – z – 1). Trinômio quadrado perfeito
Um monômio é quadrado perfeito, assim como
Diferença de dois quadrados os números quadrados perfeitos, quando ele é igual ao
quadrado de outro monômio. Assim, todo monômio qua-
A partir da propriedade simétrica da igualdade drado perfeito, não nulo, tem expoentes pares.
(se a = b, então b = a), pode-se dizer que: São exemplos de monômios quadrados perfeitos:

(  )
__
​  1  ​ x8 = ​ __
​ 1 ​ x4  ​ e 5x² = (​x√
2
se (x + y)(x – y) = x2 – y2, então x2 – y2 = (x + y)(x – y) 9m4x² = (3m²x)², ___ ​​ 5 ​​)²

16 4
Observando, então, que esse binômio é compos-
Já o monômio 25x3 não é monômio quadrado
to pela diferença do quadrado de dois termos, podemos
perfeito pois o expoente da variável não é par.
fatorá-lo facilmente, escrevendo-o como produto da
Todo polinômio com três termos que apresen-
soma pela diferença desses termos.
ta dois monômios quadrados perfeitos (a2 e b2), cujo
terceiro termo é igual a duas vezes o produto das ba-
Teoria na prática ses desses monômios quadrados perfeitos, em módulo
Fatore os seguintes polinômios: (±2ab), é um trinômio quadrado perfeito, isto é,
1. x2 – 9 = (x + 3)(x – 3) pode ser reduzido a uma das seguintes formas:
(3)2
(x)2 a2 + 2ab + b2   ou   a2 – 2ab + b2

2. 16a4 – 25b2 = (4a2 + 5b)(4a2 – 5b)


   (5b)2
   (4a2)2

85
Como sabemos, esses resultados são produtos 3. 4x² – 16x + 16
notáveis. Escrevendo o primeiro e o terceiro como quadra-
§§ O primeiro é quadrado da soma: dos, temos:
(a + b) = a + 2ab + b .
2 2 2

§§ O segundo é o quadrado da diferença:


(a – b)2 = a2 – 2ab + b2

Usando, então, a propriedade simétrica da igual-


dade (se x = y, então y = x), pode-se dizer que um tri-
nômio quadrado perfeito tem uma das seguintes formas Como 2ab = 16x, o trinômio é quadrado perfei-
fatoradas: to, e sua forma fatorada é:

a2 + 2ab + b2 = (a + b)2   4x² – 16x + 16 = (a – b)² = (2x – 4)²


ou 

Trinômio do segundo grau


a2 – 2ab + b2 = (a – b)2

Teoria na prática Mesmo um trinômio não sendo quadrado perfei-


Verifique se os trinômios a seguir são quadrados to, é possível fatorá-lo. Para isso, basta associá-lo a uma
perfeitos e, caso sejam, fatore-os. equação do 2º grau e conhecer as suas raízes. Para um
trinômio do tipo ax2 + bx + c, a equação associada a ele é
1. x² + 4x + 4
ax2 + bx + c = 0 (a ≠ 0), na qual suas raízes são
Escrevendo o primeiro e o terceiro como quadra-
​ ba ​  e x1 · x2 = __
x1 + x2 = – __ ​ ac  ​.
dos, temos:
Manipulando o trinômio ax2 + bx + c, onde
a ≠ 0, temos:

ax2 + bx + c = a ​ x² + __ ( 
​ bx __c
a ​ + ​ a  ​  ​ )
[  (  ) (  ) ]
​ ba ​    ​x + ​ __
ax2 + bx + c = a ​ x2 – ​ – __ ​ ac  ​  ​  ​

Caso 2ab seja igual ao termo 4x, o trinômio é


Substituindo x1 + x2 = – ​ __ba ​ e x1 · x2 = __
​ ac  ​, obtemos:
quadrado perfeito:
ax2 + bx + c = a[x2 – (x1 + x2) x + x1x2] =
2ab = 2 · x · 2 = 4
(logo, x² + 4x + 4 é quadrado perfeito) = a[x2 – x1x – x2x + x1x2] =
= a[x(x – x1) – x2(x – x1)] =
Agora, fatorando o trinômio, teremos:
= a[(x – x1)(x – x2)]
x² + 4x + 4 = (a + b)² = (x + 2)²
Daí, ax2 + bx + c = a(x – x1) ∙ (x – x2)
2. 4x² + 4x + 25
Escrevendo o primeiro e o terceiro como quadra- Observe que, se um trinômio for quadrado
perfeito e soubermos suas raízes, podemos fatorá-lo
dos temos:
desta forma também.

Como 20x ≠ 4x, o trinômio não é quadrado per-


feito.

86
Portanto, x² – 3x + 2 = (x – 2)(x – 1). Substituin-
Teoria na prática do temos:
1. Fatore o trinômio x² – 5x + 6, sabendo que suas
x2 – 3x + ​
2  (x – 2) (x – 1)
raízes são x1 = 2 e x2 = 3.  ​_________ = ​ ___________
   ​   
=x–2
x–1 x–1
Resolução:
Como sabemos as raízes e que o coeficiente do-
minante é 1, temos:
x² – 5x + 6 = a(x – x1) · (x – x2) =
= 1(x – 2)(x – 3) = (x – 2)(x – 3)

2. Encontre as raízes e fatore o trinômio 2x² – 8x + 6.

Resolução:
Como as raízes de um polinômio são os valores
de x para que o polinômio se anule, fazemos:
2x² – 8x + 6 = 0
Para resolver essa equação, utilizamos a fórmula
de Bhaskara. Primeiramente identificamos os co-
eficientes: a = 2; b = –8; c = 6
Calculando o discriminante:
∆ = b² – 4ac = (–8)² – 4(2)(6) = 16
Logo, as raízes são:

–b ± ​dXXXXXXX
b2 ​
–  4ac ​  –(–8) ± ​dXXX
16 ​  _____
x = ​ ____________ = ​ __________
   ​    = ​ 8 ± ​ 
4 

2a 2(2) 4
​ 8 + ​
x1 = _____ 4  = 3
4
​ 8 – ​
x2 = ____ 4 
 = 1
4

Como x1 = 3, x2 = 1 e a = 2, a forma fatorada

do trinômio é:
2x² – 8x + 6 = 2(x – 3)(x – 1)

x2 – 3x + ​
2 
3. Simplifique a expressão ​ _________  
x–1
Resolução:
O numerador apresenta um trinômio que, se
soubermos as suas raízes, podemos fatorar:
x² – 3x + 2 = 0
∆ = b² – 4ac = (–3)² – 4(1)(2) = 1
Logo, as raízes são:
dXXXXXXX –(–3) ± ​dXX
1 ​  _____
​ –b ± ​ b  ​
–  4ac ​  = ​ 3 ± ​ 
1 
2
x = ____________  = ​ _________
 ​    
2a 2(1) 2
​ 3 + ​
x1 = _____ 1   = 2
2
​ 3 – ​
x2 = ____ 1   = 1
2 87
Estrutura Conceitual
CASO O FATOR COMUM NÃO
FATORAR É TRANSFORMAR IDENTIFIQUE O FATOR
TENHA FÁCIL IDENTIFICAÇÃO,
UMA EXPRESSÃO EM COMUM, COLOCANDO-O
BUSQUE PRODUTOS NOTÁVEIS
FATORES DE UM PRODUTO EM EVIDÊNCIA
QUE VOCÊ JÁ CONHEÇA

. DIFERENÇA DE DOIS QUADRADOS PROCURE IDENTIFICAR OS PADRÕES DE


. TRINÔMIO QUADRADO PERFEITO FORMAÇÃO DOS PRODUTOS NOTÁVEIS
. TRINÔMIO DO SEGUNDO GRAU PARA CONSEGUIR FATORAR EXPRESSÕES
. ENTRE OUTROS COM MAIS FACILIDADE

88
7
0 80 Conjuntos numéricos

Competência Habilidades
5 1, 3, 4 e 5
© Simone Simone/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Conjunto dos números naturais (N)
O conjunto dos números naturais, cujo símbolo é N, é formado pelos números 0, 1, 2, 3,... , ou seja, o con-
junto dos números naturais é representado:
N = {0, 1, 2, 3, ...}
Excluindo-se o zero, temos o conjunto dos números naturais não nulos, indicado por:
N* = {1, 2, 3, ...} que é um subconjunto de N.
Os números naturais surgiram com a necessidade de contar objetos. Os conjuntos numéricos subsequentes
surgiram conforme novas necessidades foram se apresentando, sendo eles ampliações do conjunto dos números
naturais.

Conjunto dos números inteiros (Z)


São chamados de números inteiros ou simplesmente inteiros, os números ..., –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3,..., cujo
conjunto é representado pela letra maiúscula Z.
Z = {..., –3, –2, –1, 0, 1, 2, 3, ...}.
O conjunto dos números inteiros contém o conjunto dos números naturais.
Nesse conjunto, destacamos os seguintes subconjuntos:
1. Conjunto Z* dos números inteiros não nulos:
Z* = {x [ Z | x i 0} = {..., –3, –2, –1, 1, 2, 3, ...}
2. Conjunto Z*+ = N* dos números inteiros positivos não nulos:
Z+* = N* = {x [ Z | x > 0} = {1, 2, 3, ...}
3. Conjunto Z+ = N dos números inteiros não negativos:
Z+ = N = {x [ Z | x ù 0} = {0, 1, 2, 3, ...}
4. Conjunto Z–* dos números inteiros negativos não nulos:
Z–* = {x [ Z | x < 0} = {–1, –2, –3, ...}
5. Conjunto Z– dos números inteiros não positivos:
Z– = {x [ Z | x ø 0} = {0, –1, –2, –3, ...}
No conjunto dos números inteiros, podemos definir o conceito de divisor e de números primos.

Divisor de um número inteiro


Sendo a, b e c números inteiros, dizemos que a é divisor de b, se existe um número inteiro c, de forma que:
ac = b
Por exemplo:
§§ 5 é divisor de 10, pois 5 · 2 = 10
§§ 3 é divisor de 12, pois 3 · 4 = 12
§§ 4 não é divisor de 9, pois não existe número inteiro c, de forma que 4 · c = 9
§§ 2 é divisor de 0, pois 2 · 0 = 0
§§ 0 não é divisor de 2, pois não existe número inteiro c, de forma que 0 · c = 2
§§ –6 é divisor de 18, pois (–6) · (–3) = 18

91
Observe que:
§§ 0 não é divisor de nenhum número.
Qualquer número inteiro.
§§ todo número é um divisor de 0.
§§ 1 é divisor de qualquer número inteiro. Exemplos
§§ todo número é um divisor de si mesmo.
Representamos o conjunto de todos os divisores 0  ​
§§ 0 = ​ __
1
de um número a por D(a):
2
__
§§ 2 = ​    ​
1
–5 ​ 
§§ –5 = ​ ___
Exemplo 1
§§ D(6) = {–6, –3, –2, –1, 1, 2, 3, 6} Em geral, os números inteiros podem assumir a
§§ D(10) = {–10, –5, –2, –1, 1, 2, 5, 10} forma ​ __a  ​, onde a [ Z, b [ Z* e a é múltiplo de b.
§§ D(12) = {–12, –6, –4, –3, –2, –1, 1, 2, 3, 4, 6, b
12}
Qualquer decimal exato
Números primos (numerais que apresentam um
Um número inteiro p é considerado primo, se: número finito de algarismos de-
D(p) = {–1, 1, –p, p} cimais diferentes de zero)
Podemos dizer que um número primo é um nú-
mero que possui apenas como divisores o número 1, –1, Exemplos:
o oposto e ele próprio. O conjunto dos números primos
é infinito, como provado por Euclides. A seguir, estão 21  ​
§§ 2,1 = ​ ___
alguns números primos em ordem crescente: 10
–1  ​ 
§§ –0,001 = ​ ____
2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 1000
47, 53, 59, 61,... 3454545
§§ 3,454545 = ​​ _______
 ​​ 

106
Observe que:
§§ o número 1 não é um número primo.
Observação:
§§ o número 2 é o único número primo par.
2,1 = 2,10 = 2,100 = 2,1000 = ... é um decimal exato.

Números racionais
Qualquer fração de numerador inteiro
Os números que podem ser expressos na for-
a
__
ma ​    ​, onde a e b são inteiros e b i 0, são chamados de e denominador inteiro não nulo
b
números racionais. Em outras palavras, são racionais os
números que são razões (quocientes) de dois números Exemplos:
inteiros. Simbolicamente, representa-se o conjunto dos
números racionais (Q) assim: 1  ​
§§ – ​ __
4

{  ​ a  ​| a [ Z e b [ Z*  ​
Q = ​ x = __
b } 19
3
§§ ​ ___  ​ 
2122 ​ 
§§ ​ ____
São, portanto, números racionais: 990

92
Qualquer decimal periódico As dizimas periódicas que apresentam parte não
periódica são chamadas de compostas, e as que não
(numerais formados por infinitos apresentam, de simples.

algarismos decimais que se São exemplos de dízimas periódicas compostas:

repetem periodicamente)

Exemplos:
São exemplos de dízimas periódicas simples
3  ​ou 0,​3​ = __
§§ 0,333... = ​ __ ​ 3 ​ (período = 3)
9 9 0,333... e 1,424242...
31
___
§§ –0,313131... = – ​    ​ Sendo uma dízima periódica um numerador
99
racional (razão de dois inteiros), como proceder para
31
___
ou – 0,31 = – ​   ​ (período = 31)
99 obter a sua representação na forma de fração? Como
§§ 4,1666... = 4,16 = ​ ___ 25 ​ (período = 6) encontrar a chamada fração geratriz de uma dízima pe-
6
riódica? Para responder a esse questionamento, consi-
dere inicialmente os exemplos:

Dízima periódica
a) 0,3333... ou 0,​3​ 
Fazendo x = 0,3333..., temos:

Uma fração irredutível corresponderá a uma dízi-


ma periódica quando o denominador apresentar, em sua
decomposição em fatores primos distintos, pelo menos
um fator primo diferente de 2 e 5, pois assim o denomi- Notas:
nador não será divisor de uma potência de base 10. §§ 10x = 3,33333... foi obtido a partir de
x = 0,3333..., multiplicando-o por 10.

Exemplos §§ Os números 10x = 3,33333... e


x = 0,3333... têm a mesma parte de-
cimal.
7  ​= 2,333 = 2,​3​ (período = 3)
§§ ​ __
3
25 ​ = –4,1666 = –4,1​6​ (período = 6)
§§ – ​ ___
6 Subtraindo x e 10x, as partes decimais anulam-
56 
§§ ​ ___  ​= 5,090909... = 5,​09​ (período = 09) -se e ficamos com:
11

Em uma dízima periódica, usaremos a seguinte


nomenclatura:
§§ Período (P): algarismos ou grupos de algaris- ​ 3 ​ 
10x – x = 3 – 0 ä 9x = 3 [ x = __
9
mos que se repetem indefinidamente na parte  __ 3
Então, 0,​3​ = ​   ​ [ 
decimal; 9
§§ Parte não periódica (A): algarismos ou gru-
Note que, para obter uma fração cor-
pos de algarismos que aparecem logo após a vír- respondente (fração geratriz) ao decimal
gula e que não se repetem. Uma dízima periódi- periódico, o segredo é encontrar dois núme-
ca pode apresentar ou não parte não periódica; ros com a mesma parte decimal e subtrair
um do outro a fim de eliminar as infinitas
§§ Parte inteira (I): algarismos ou grupos de alga- casas decimais.
rismos que antecedem a vírgula.

93

b) 2,1434343... ou 2,1​​43​​ 
Nota:

Nesse caso, perceba que obteremos dois núme-


ros com a mesma parte decimal quando, a partir
de x, deslocarmos para a parte inteira:
1. a parte decimal que não se repete. Para isso, Assim, podemos usar a seguinte regra prática para
obtenção da fração geratriz de uma dízima periódica:
multipliquemos x por 10 (A tem 1 algarismo):
​  IAP – IA
I, APPPP...= ___________
    ​,
10x = 21,434343... 99...9  00...0

2. a parte decimal que não se repete e um perí- n algarismos m algarismos


odo completo. Para isso, multipliquemos x por
em que m é a quantidade de algarismos de A e
10 · 102 =1 000 (A tem 1 algarismo e P tem 2):
n, a de P.
Subtraindo 10x de 1 000x, as partes decimais
se anulam e ficamos com: Exemplos
§§ 0,23666...
Note que P = 6 tem um algarismo e
A = 23 tem dois algarismos, então o denomi-
1 000x – 10x = 2143 – 21 ä nador da fração geratriz terá um algarismo 9 e
dois algarismo 0, enquanto o numerador será
​ 2143 – ​
ä x = ________ 21  ​ 2122 ​ 
[ x = ____

990 990 IAP – IA = 0236 – 023. Daí:

​ 2122 ​ [ Q.
Então, 2,143 = ____ 0236 –  ​023 
0,23666 ... = ​ _________ ​ 213  ​= ___
= ___
  ​ 71  ​ 
990 900 900 300
Em geral, para obter a fração geratriz da dízima
— §§ 2,614614614...
periódica x = I, APPPP... (ou x = I,A​​P​​)  , em que o período
Note que P = 614 tem três algarismos e A não
P tem n algarismos, a parte decimal que não se repete
existe, então o denominador da fração geratriz
(A) tem m algarismos e a parte inteira uma quantidade
terá apenas três algarismos 9 (não terá zero), en-
qualquer (I), procedemos assim: quanto o numerador será IAP – IA = 2614 – 2.
Daí:
2614 – ​2 
2,6146146146 146 = ​ _______  ​ 2612 ​ 
= ____
999 999

Subtraindo membro a membro essas duas igual-


§§ –0,454545... = – ​ ______
99 ( 
​ 045 – ​ 
0 
)
 ​= – ___
99
​  5  ​ 
​ 45 ​ = – ___
11
dades, as partes decimais se anulam e ficamos com: 08 – ​0 
§§ 0,888...= ​ _____ ​ 8 ​ 
 = __
10m · 10nx – 10mx = IAP – IA ä 9 9
ä10m x (10n – 1) = IAP – IA ä 068 – ​ 06 
§§ 0,6888... = ​ _______ ​ 62  ​= ___
 = ___ ​ 31 ​ 
90 90 45
13241 –  ​132 
§§ 1,32414141... = ​ __________ ​ 13109 ​ 
= _____

9900 9900

( 
​ 00013 – 0001
§§ –0,00133... = – ​ ___________
9000
 ​  
   )
​  12  ​ 
​= – ____
9000

​  1   ​ 
ou – ___
750
94
Subconjuntos Propriedades dos
importantes do conjunto números racionais
dos números racionais No conjunto dos números racionais, valem as se-
guintes propriedades:
Com relação aos conjuntos numéricos N, Z e Q, P1: O resultado da soma de dois números racionais
temos a seguinte relação de inclusão: quaisquer é igual a um número racional.

N,Z,Q Exemplo
Usando diagramas, podemos representar essa
reação assim:
P2: O resultado da diferença entre dois números ra-

cionais quaisquer é igual a um número racional.

 Exemplo

P3: O resultado da produto de dois números racio-


nais quaisquer é igual a um número racional.

Além do conjunto dos números naturais (N) e Exemplo


dos conjuntos dos números inteiros (Z), também são
subconjuntos especiais do conjunto dos números racio-
nais (Q):
P4: O resultado do quociente de dois números racio-
nais, sendo o divisor diferente de zero, é igual a
1. Conjunto dos números racionais não nulos: um número racional.
Q* = {x [ Q | x i 0}; Exemplo

2. Conjunto dos números racionais não negativos:

Q+ = {x [ Q | x ù 0};

3. Conjunto dos números racionais positivos: Números irracionais (R - Q)


__
Q*+ = {x [ Q | x > 0}; Números como √ ​​ 2 ​​  = 1,4142135..., cuja repre-
sentação decimal é infinita e não periódica, são cha-
4. Conjunto dos números racionais não positivos:
mados de números irracionais, isto é, não racionais
Q– = {x [ Q | x ≤ 0}; e, sendo assim, não inteiros nem razão de dois inteiros,
mas podem representar medidas no nosso mundo real,
5. Conjunto dos números racionais negativos: como a medida da diagonal do quadrado de lado igual
Q–* = {x [ Q | x < 0}. a 1, por exemplo.
Veja outros exemplos de números irracionais:
§§ 0,1234567891011...
§§ 1,01002000300004000005...
__
§§ ​​√3 ​​ = 1,7320508
§§ p = 3,141592...

95
Esse último exemplo (p = 3,141592...) é o mais famoso dos números irracionais, pois é a razão entre o com-
primento de uma circunferência e seu diâmetro (2R):
C  ​ = p
​ ___
2R

Conjunto dos números reais (R)


A união dos números racionais com os números irracionais resulta no conjunto dos números reais (). Usando
diagramas, podemos representar essa união assim:

 

No conjunto dos números reais (R), temos:


1. Q < {irracionais} = R
2. Q > {irracionais} = Ö, isto é, Q e {irracionais} são conjuntos disjuntos.
3. (R – Q) = {irracionais}
4. N , Z , Q , R

Observação

Alguns autores usam a notação ​Q​  = (R – Q) = {irracionais} para representar o conjunto dos números
irracionais.

Podemos, também, visualizar o conjunto dos números reais e seus principais subconjuntos através do qua-
dro sinóptico:

Também merecem destaque os seguintes subconjuntos de R:


§§ R* = {x [ R | x i 0} ä conjunto dos números reais não nulos
§§ R+ = {x [ R | x ù 0} ä conjunto dos números reais não negativos
§§ R+* = {x [ R | x > 0} ä conjunto dos números reais positivos
§§ R– = {x [ R | x < 0} ä conjunto dos números reais não positivos
§§ R*– = {x [ R | x < 0} ä conjunto dos números reais negativos

96
Propriedades dos números reais
Com relação ao conjunto dos números reais e seus subconjuntos, valem as seguintes propriedades:
__ __
P1: Se o número ​​n√  a ​​,  com n [ N* e a [ N não é inteiro, então n​​√  a ​​ é irracional.
§§ ​dXX2 ​ [ (R – Q)
§§ ​d  3 ​ [ (R – Q)
3 XX

§§ ​5d XX
8 ​ [ (R – Q)
§§ ​d  1 ​ Ó (R – Q), pois 4​d XX
4 XX
1 ​ = 1 [ Q
§§ ​d  27 ​ Ó (R – Q), pois ​d  27 ​ = 3 [ Q
3 XXX 3 XXX

§§ ​9d XX
0 ​ Ó (R – Q), pois 9​d XX
0 ​ = 0 [ Q

P2: O resultado da soma de um número racional com um número irracional é igual a um número irracional.
§§ 1  +  3,14159265... = 4,14159265...
Racional    Irracional     Irracional

P3: O resultado da diferença entre um número racional e um número irracional, em qualquer ordem, é igual a
um número irracional.
§§ 1  –  3,14159265... = 2,14159265...
Racional    Irracional    Irracional

P4: O resultado do produto de um número racional, não nulo, por um número irracional é igual a um número
irracional.

§§ 2  · ​dXX 4 ​ · d​ XX
3 ​ = ​dXX 3 ​ = d​ XXXX =​dXXX
4 · 3 ​  12 ​ 
Racional  Irracional        Irracional

P5: O resultado do quociente de um número racional, não nulo, por um número irracional é igual a um número
irracional.

dXX _____ dXX


§§ 12  : ​dXX ​ 12 · ​ 6 ​  
​ 12  ​= ______
6 ​   = ___ 6 ​  
 ​= ​ 12​  ​  = 2​dXX 4 ​ · d​ XX
6 ​ = d​ XX 6 ​ = d​ XXX
24 ​ 
d d d
​ 6 ​  ​ 6 ​ · ​ 6 ​ 
XX XX XX 6
Racional  Irracional                 Irracional
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Malba Tahan – O Homem que Calculava

O Homem que Calculava, de Malba Tahan, mostra as proezas


matemáticas do calculista persa Beremiz Samir, que tornaram-
-se lendárias na antiga Arábia, encantando reis, poetas, xeiques
e sábios. Neste livro, Malba Tahan relata as incríveis aventuras
deste homem singular e suas soluções fantásticas para problemas
aparentemente insolúveis.

98
Estrutura Conceitual
REAIS
R
RACIONAIS (Q) IRRACIONAIS
(R - Q)
Z
INTEIROS
NNATURAIS

99
9
0 01 Razão, proporção e
grandezas proporcionais

Competências Habilidades
3e4 10, 11, 12, 13,
14, 15, 16, 17 e
18
© Pinkyone/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Razão
A razão entre duas grandezas é o quociente entre elas. Assim, por exemplo, se numa festa compareceram
20 homens e 30 mulheres, dizemos que:

I. A razão entre o número de homens e o de mulheres na festa é:


n° Homens 
​ _________ ​ 20  ​= __
= ___
 ​  ​ 2 ​ (lê-se: 2 para 3)
n°Mulheres 30 3
Isso significa que para cada 2 homens existem 3 mulheres.

II. A razão entre o número de mulheres e o total de pessoas na festa é:

​  n° Mulheres
______________
   30   ​ 
   ​=​ _______ ​ 30  ​= __
= ___ ​ 3 ​ (lê-se: 3 para 5)
n°Total de Pessoas 20 + 30 50 5
Isso nos diz que para cada 5 pessoas na festa, 3 são mulheres.
As grandezas envolvidas em uma razão podem ser de espécies diferentes. Por exemplo, se, na festa citada,
as mulheres consumiram 120 salgadinhos e os homens consumiram 100, dizemos que:

III. A razão entre o número consumido pelos homens e o número de homens foi de:
5 salgados
________
​   ​ 

(lê-se: 5 salgados por homem)
homem
Isto significa que, em média, cada homem consumiu 5 salgados.

IV. A razão entre o número de salgados consumidos e o número de pessoas foi de:

___________ 4,4 salgados


(120 + 100) salgados __________
n° de salgados ________________
​     ​ = ​    
    ​= ​  pessoa ​   
(lê-se: 4,4 salgados por pessoa)
n° de pessoas (30 + 20) pessoas
Isto é, em média, cada pessoa consumiu 4,4 salgados.
Em geral, dados dois números reais a e b, com b ≠ 0, usamos ​ __a  ​ou a : b para indicar a razão entre a e b,
b
respectivamente.
Na razão (lê-se: a para b), o número a é chamado de antecedente e o número b, de consequente.

​ a  ​
Razão entre a e b = __
b

Proporção
Proporção é uma igualdade entre duas razões. Quando dizemos que os números reais a, b, c e d, não nulos,
formam, nessa ordem, uma proporção, significa que se tem a seguinte igualdade:

​ __a  ​= __
​ c  ​ou a · d = c · b (lê-se: a está para b, assim como c está para d)
b d
Observe, na última igualdade acima, que os termos a e d ficaram nas extremidades (a e d são chamados de
extremos da proporção), já os termos b e c ficaram no meio (b e c são chamados de meios da proporção).

103
Propriedades da proporção I. Na primeira jarra:
poupa 3 ____________ poupa
​ _____ ​ = ​ __  ​ä ​  ​  3   ​ ä
   ​= _____
  
água 7 (poupa + água) 3 + 7
​ a  ​ = ​ __c  ​, com a, b, c e d, reais não nulos, te-
Se __
b d 3  ​ · J e água = ___
a
__ c
__ ä poupa = ​ ___ ​ 7  ​ · J
mos ​    ​ = ​    ​ = k, em que k é chamado de constante de 10 10
b d
Note: poupa + água = J (volume da jarra)
proporcionalidade. Essa constante k é o número de ve-
II. Na segunda jarra:
zes que cada antecedente é maior que seu respectivo poupa __ poupa
consequente. Veja:
_____
​   ​ = ​ 3  ​ä ____________
​     ​= _____
   ​  3   ​ ä
água 5 (poupa + água) 3 + 5
​ a  ​= __
__
b d { 
​ c  ​= k ä ​ a   
​ = k · b ​  
c = k · d​
​ poupa = __ ​ 3 ​ · J e água = __
8
​ 5 ​ · J
8
Sendo assim, temos as seguintes propriedades: III. Juntando-se as duas jarras, obteremos:
3  ​ · J + __
​ ___ ​ 3 ​ · J
P1: ​ __a  ​= __
​ c  ​ ä ad = bc (propriedade fundamental) poupa __________
_____
​  10
 ​ = ​  8    ​ä
b d água ___ ​    ​ · J + ​ 5 ​ · J
7 __
“Numa proporção, o produto dos meios é igual 10 8
ao produto dos extremos”. 12J +  ​
​ ________ 15J   
ä ​  ________40   ​ 27  ​= 27:53
= ___
 ​ 
Veja: 28J + 25J
______
​   ​    53
{ a · d = (kb) · d = kbd
​ ​           ​ ​ä a · d = b · c
b · c = b · (kd) = kbd ​
40
Daí, a proporção ideal consiste em 27 partes de
poupa de fruta para 53 partes de água.
P2: ​ __a  ​= __
​ c  ​ä __
​ a  ​= __
​ c  ​= _____
​ a + c 
 ​  2. Um bar vende suco e refresco de tangerina. Am-
b d b d b+d
bos são fabricados diluindo em água um con-
Veja:
centrado dessa fruta. As proporções são de uma
a + c 
​ _____ ​ kb + kd ​ 
 ​ = ______   ä parte de concentrado para três de água, no caso
b+d b+d
k(b + d) do suco, e de uma parte de concentrado para seis
a + c 
ä ​ _____  ​ = _______
​  ä
 ​ 

b+d b+d de água, no caso do refresco. Faltando refresco e
a + c  sobrando suco, o chefe de cozinha do bar poderá
ä ​ _____ ​ a  ​= __
 ​ = k = __ ​ c  ​
b+d b d transformar o suco em refresco. Mas, para isso, ele
deverá saber quantas partes de suco (x partes) ele
P3: ​ __a  ​= __
​ c  ​ä _____
​  a   ​ = ____
​  c   ​  deverá diluir em Y partes de água. A relação entre
b d a+b c+d
X poderá ser obtida através das proporções. Veja:
Veja: I. Para o suco:
a   ​ = ____
​ _____ ​  c   ​ ä _____
​  bk   ​  ​  dk   ​ 
= _____ concentrado
a+b c+d bk + b dk + d
ä ​ __________
 ​   ​ 1 ​ 
= __
água 3
bk   ​  concentrado ​  1   ​ 
ä ​ _______ ​  dk   ​ 
= _______ (verdade). ä ________________
​        ​= _____
b(k + 1) d(k + 1) (concentrado + água) 1 + 3

äConcentrado = ​ __ 1  ​do suco e


4
Teoria na prática 3
__
água = ​    ​do suco
4
1. Duas jarras idênticas contêm poupa de fruta e Note: concentrado + água = suco (todo)
água nas proporções: 3:7 na primeira e 3:5 na
II. Para o refresco, obtido a partir do suco:
segunda. Julgando o suco da primeira “muito
​ 1 ​ x
__
fraco” e o da segunda “muito forte”, Dona Ben- concentrado
__________
​   ​   = ​   ​ ä ​  4    ​ 
1
__ _____ ​ 1 ​ 
= __
ta resolveu juntar os conteúdos das duas jarras água 6 y + __ 3
​   ​ x 6
4
numa vasilha maior, obtendo, a seu ver, um suco 6  ​x = y + __
ä ​ __ ​ 3 ​ x ä __
​ 3 ​ x = y
na proporção ideal de poupa de fruta e água. 4 4 4
ä 3x = 4y ä _​ xy ​ = __ ​ 4 ​ 
Considerando J o volume de uma jarra, podemos 3
descobrir essa proporção ideal utilizando as pro- Observe que, ao adicionar x copos de suco, te-
priedades das proporções. Veja: remos __ ​ 1 ​ x de concentrado, e de água teremos os
3
3  ​x do suco mais y copos de água.
​ __
104 4
Assim, conhecendo a quantidade de copos de 5. Uma empresa fabricante de suco que envasava
suco disponíveis, o chefe saberá quantos copos o produto em frascos de vidro passou a fazer o
de água deverá acrescentar para obter o refres- envasamento em um novo vasilhame plástico
co. Por exemplo, se sobrarem 8 copos de suco 2  ​da capacidade do frasco anterior.
com ​ __
3
(x = 8), deverão ser adicionados 6 copos de água A lanchonete revendedora enche de suco um
​ 8 ​ = __
(y = 6), pois __ ​ 4 ​ . copo com capacidade de __ ​ 1 ​ do frasco de vidro.
6 3 5
A quantidade de copos de suco (inteiro + fração)
3. Um carpinteiro fabrica portas retangulares maci-
que a lanchonete obtém com um frasco do novo
ças, feitas de um mesmo material. Por ter recebi-
vasilhame é igual a:
do de seus clientes pedidos de portas mais altas, a) 1 copo e 2/3
1 ​ , preservando suas es-
aumentou sua altura em ​ __
8 b) 2 copos e 1/3
pessuras. A fim de manter o custo com o material c) 2 copos e 2/3
de cada porta, precisou reduzir a largura. d) 3 copos e 1/3
Qual a razão entre a largura da nova porta e a e) 3 copos e 2/3
largura da porta anterior?
Resolução:
Resolução:
Volume do frasco de vidro: v
Sejam x, y e z, respectivamente, a altura, a espes-
Volume do frasco de plástico: ​ __ 2v ​ 
sura e a largura da porta original. Logo, segue 3
que o volume da porta original é igual a x · y · z v
__
Volume do copo: ​    ​
5
Aumentando-se em __ ​ 1 ​ a altura da porta e preser-
8 ​ 2v ​ 
__
Número de copos:​ ___ 3 __ 2v __ 5 ___ 10
vando sua espessura, deve-se ter, a fim de man- v​    ​ ​ = ​ 3 ​ ∙ ​ v ​ = ​ 3 ​ 
__
ter o custo com o material, __ ​ 9x ​ ∙ y · z1 = x ∙ y ∙ z 5
8 1  ​
8z
__ Ou seja, 3 copos e ​ __
⇔ z1 = ​   ​ com sendo a largura da nova porta. 3
9
z1 __ 8
Portanto, a razão pedida é ​ __ z ​ = ​ 9 ​ 
Alternativa D

6. As dimensões de um paralelepípedo retângulo


4. Por um terminal de ônibus passam dez linhas di-
são proporcionais aos números 1, 2 e 3 e sua
ferentes. A mais movimentada delas é a linha 1:
quatro em cada sete usuários do terminal viajam área total é igual a 198 cm2. Sobre esse parale-
nessa linha. Cada uma das demais linhas trans- lepípedo, assinale o que for correto.
porta cerca de 1.300 usuários do terminal por dia. a) Seu volume vale 162 cm3.
Considerando que cada passageiro utiliza uma b) As suas dimensões formam uma progressão
única linha, a linha 1 transporta, por dia, cerca de aritmética.
a) 5.200 usuários do terminal. c) A soma das medidas de todas as suas ares-
b) 9.100 usuários do terminal. tas é 72 cm.
c) 13.000 usuários do terminal. d) Sua diagonal é maior que 11 cm.
d) 15.600 usuários do terminal.
e) 18.200 usuários do terminal. Resolução:
Resolução: Sejam a, b e c as dimensões do paralelepípedo
retângulo. Tem-se que:

{ 
Seja T o total de usuários do terminal. Sabendo
  a=k
que 9 linhas transportam 1.300 usuários por dia, __ ​ b  ​= __
​ a  ​= __ ​ c  ​= k ⇔ ​ b  
​  = 2k   

4  ​dos usuários do terminal utilizam a linha 1 2 3
e que ​ __ c = 3k
7 3  ​com k sendo um número real positivo.
1, tem-se __
​   ​ ∙ T = 9 ∙ 1300 ⇒ T = 3 ∙ 7 ∙ 1300
7 ​
Dado que a área total é igual a 198 cm2, vem:
Portanto, o resultado pedido é ​ __ 4  ​ ∙ 3 ∙ 7 ·
4 ​  ∙ T = ​ __
7 7 2(ab + ac + bc) = 198 ⇔ k ∙ 2k + k ∙ 3k + 2k ∙
1300 ⇒ T = 15.600
3k = 99 ⇔ k2 = 9 ⇒ k = 3
Alternativa D
105
Por conseguinte, encontramos a = 3 cm, b = 6 cm Teoria na prática
e c = 9 cm
a) Correto. O volume do paralelepípedo vale
1. Se (a, b, 20) e ​ 3, ​ __
3 (  )
2  ​, 5  ​ são proporcionais,
determine o coeficiente de proporcionalidade e
a · b · c = 3 · 6 · 9 = 162 cm3 os valores de a e b.

b) Correto. As dimensões formam uma progres- ​ __a  ​= __ ​ 20 ​ ä __


​ b  ​= ___ ​ a  ​= ___
​ 3b ​ = 4
3 ​ __ 2 ​  5 3 2
são aritmética com primeiro termo igual a 3 e 3
razão igual a 3. Coeficiente de proporcionalidade:
c) Correto. A soma das medidas de todas ares-
tas é igual a
4(a + b + c) = 4(3 + 6 + 9) = 72 cm
d) Correto. A diagonal do paralelepípedo mede
_________ __________
2. Os irmãos João Victor, Gabriela e Matheus têm 16
____
d = ​√a + b + c
2 2 2
=​√32 + 62 + 92 ​ 
 ​  = ​√126 ​ cm anos, 14 anos e 10 anos, respectivamente. Se o
____ ____ pai deles distribuir R$ 240,00 reais entre eles, em
Portanto, temos ​√126 ​ cm > ​√121 ​ cm = 11 cm.
partes diretamente proporcionais às idades, quan-
to receberá cada um?
Grandezas diretamente e Sendo k a constante de proporcionalidade, a
parte de cada um será k vezes a respectiva idade,
inversamente proporcionais ou seja, as partes serão 16 k (João Victor), 14 k
(Gabriela) e 10 k (Matheus).
Considere as seguintes sequências numéricas:
1ª sequência: (2, 6, 4, 10)
2ª sequência: (6, 18, 12, 30)
Nessas sequências, observe que elas crescem ou
decrescem na mesma razão inversa, isto é, se um dado
João Victor, Gabriela e Matheus receberam,
elemento de uma delas triplica, por exemplo, o corres-
pondente desse elemento na outra sequência também respectivamente, R$ 96,00, R$84,00 e R$60,00
triplica. Em outras palavras, os elementos correspon- Observação: o mais velho recebe mais pois as
dentes nas duas sequências estão na mesma razão. partes são diretamente proporcionais às idades.
Quanto mais velho, mais recebe.

Números inversamente
proporcionais
Em geral, dizemos que os números da sucessão
numérica (a1, a2, a3,..., an) são diretamente proporcio- Considere as seguintes sequências numéricas:
nais (ou simplesmente proporcionais) aos números da
sucessão (b1, b2, b3, ..., bn) quando as razões entre seus
1ª sequência: ​ __
2 6 4 10( 
​ 1 ​ ; ​ __
1  ​; ​ __
1  ​; ​ ___
)
1  ​  ​ formada pelos

respectivos correspondentes forem iguais, ou seja: respectivos inversos de (2, 6, 4, 10).


2ª sequência: (6, 18, 12, 30)
Nessas sequências, observe que elas crescem ou
decrescem na razão inversa, isto é, se dado elemento de
uma delas triplica, por exemplo, o correspondente deste
elemento na outra sequência reduz-se a sua terça parte.
Esta razão constante k é chamada de fator de Note que os inversos dos números da 1ª sequ-
proporcionalidade e indica quantas vezes cada antece- ência são diretamente proporcionais aos números da
dente é maior que o respectivo consequente. 2ª sequência.

106
Inversos da 1ª sequência (2, 6, 4, 10) Teoria na prática
Em geral, dizemos que os números da sequência 1. Se (a, 8, b) e (3, c, 5) são inversamente propor-
(a1, a2, a3, ..., an) são inversamente proporcionais aos cionais e têm coeficiente de proporcionalidade
números da sequência (b1, b2, b3, ..., bn) quando os nú- igual a 120, calcule a, b e c.
meros de uma delas forem, respectivamente, diretamen- Os produtos dos respectivos elementos devem
ser iguais ao coeficiente de proporcionalidade.
te proporcionais aos inversos da outra, ou seja:

a a2 __ a a Daí:
__
​  1  ​= __
​    ​= ​  3  ​= ... = __
​  n  ​= k
​ 1  ​  __
__ ​ 1  ​  __
​ 1  ​  ​ 1  ​ 
__
b1 b2 b3 bn

Ou de outra forma:

a1b1 = a2b2 = a3b3 = ... = anbn = k 2. Os funcionários de uma fábrica, Lucas, Raquel e
Elias, no mês de maio, faltaram ao serviço 8 dias,
Aqui, a constante k também é chamada de fator
5 dias e 2 dias, respectivamente. Se o diretor fi-
ou coeficiente de proporcionalidade e indica o produto
nanceiro dessa fábrica dividir R$ 396,00 entre os
entre os respectivos elementos das sequências inversa- citados funcionários, em partes inversamente pro-
mente proporcionais. porcionais às faltas, quanto receberá cada um?
Em resumo, considerando as sequências (a1, a2, As partes procuradas devem ser diretamente
..., an) e (b1, b2, ..., bn), temos: proporcionais aos inversos dos números de falta
Se elas são diretamente proporcionais, as razões
entre os respectivos elementos são iguais:
( ​ 1 ​ , __
​ __
8 5 )
​ 1 ​  e ​ __
1  ​  ​, respectivamente. Sendo k a
2
constante de proporcionalidade, as par-
tes são, então, __ ​ 1  ​ · k
​ 1  ​ · k (Lucas), __
8 5
1
__
(Raquel) e ​   ​ · k (Elias).
2
Daí:

Se elas são inversamente proporcionais, os pro-


dutos entre os respectivos elementos são iguais:

Lucas, Raquel e Elias receberão R$ 60,00,


R$ 96,00 e R$ 240,00, respectivamente.

Observação: quem faltou mais recebe menos,


pois as partes são inversamente proporcionais.
Quanto mais falta, menos recebe.

107
2. Rafaela, Augusto e Moacir têm 14,12 e 9 anos e
Sequências proporcionais tiraram notas iguais a 7, 9 e 6, respectivamente,
na prova de Português. Se o pai deles repartir
a várias outras 92 reais em partes inversamente proporcionais
às idades e diretamente proporcionais às notas
Se os números de uma sequência são proporcio-
entre eles, quanto irá receber cada um?
nais aos respectivos números de várias outras sequên-
Sendo k o coeficiente de proporcionalidade, as
cias, eles são números proporcionais.
partes devem ser:
Teoria na prática ​ k  ​
1  ​ · 7 · k = __
§§ Rafaela = ​ ___
14 2
1. Usando a constante de proporcionalidade k, re-
presente quantidades:
1
§§ Augusto = ​ ___  ​ · 9 · k = __ ​ 3k ​ 
12 4
a. Diretamente proporcionais a 2, 5 e ​ __ 3  ​ 1 2k
8 §§ Moacir = ​ __  ​· 6 · k = __
​   ​ 
9 3
Se a 1º quantidade é k vezes maior que o 1º
número (2), a 2º e a 3º quantidades devem Daí,
ser também k vezes 5 e k vezes __​ 3 ​ , respecti-
8 __ ​ 3k ​ + __
​ k  ​+ __ ​ 2k ​ = 92 ä
vamente. Daí: 2 4 3

1ª quantidade = 2 · k ä 6k + 9k + 8k = 92 · 12
2ª quantidade = 5 · k
3  ​k ​ 92 · 12
⇒ k = ______  ​  ä k = 48
3ª quantidade = ​ __ 23
8
Assim,
b. Inversamente proporcionais a __ ​ 1 ​ , __
​ 1 ​ e 21
3 6
As quantidades devem ser diretamente pro- ​ 48 ​  = 24; __
​ __k  ​ = ___ ​ 3k ​  = ​ 3 _____
· 48
 ​ 
  = 36 e
1  ​ (inversos dos números 2 2 4 4
porcionais a 3, 6 e ​ __
21
dados), respectivamente. ​ 2 · 48
​ 2k ​ = _____
__  ​  = 32
3 3
Daí:
1ª quantidade = 3 · k Rafaela deve receber 24 reais; Augusto, 36 reais
e Moacir, 32 reais.
2ª quantidade = 6 · k

​  1  ​ · k
3ª quantidade = ___
Grandezas diretamente
21

c. Diretamente proporcionais a 2, ​ __ 3  ​e 9 inversa-

​ 3 ​ , 6 e __
mente proporcionais a __
5
​ 1 ​ .
proporcionais
2 8
As quantidades devem ser diretamente Observe na tabela seguinte as quantidades (Q)

(  ) ( 
de picolés comprados a R$ 3,00 reais cada um e os
3  ​, 9  ​e ​ __
proporcionais a ​ 2, ​ __
5
​ 2 ​ , ​ __
36 )
1  ​e 8  ​, os inversos
respectivos valores pagos:
( 
​ __
2 8 )
​ 3 ​ , 6, __
​ 1 ​   .​
Valor(V) 3 6 15 24 18 36
Assim, as quantidades serão proporcionais
Quantidade (Q) 1 2 5 8 6 12
aos produtos 2 · __ ​ 3 ​ · __
​ 2 ​ ; __ ​ 1 ​ e 9 · 8
3 5 6
Daí: Note que as razões obtidas entre os respectivos
elementos das sequências de valores (V) e de quantida-
1ª quantidade = 2 · ​ __ 2  ​· k = __​ 4 ​ k
3 3 de (Q) são iguais.
3 ​ 1 ​ · k = ___
2ª quantidade = ​ __  ​· __ ​  k  ​ 
5 6 10 ​ 3 ​ = __
V  ​= __
​ __ ​ 6 ​ = ___
​ 15 ​ = ... ___
​ 36  ​ä __
​ V  ​= 3
Q 1 2 5 21 Q
3ª quantidade = 9 · 8 · k = 72 k

108
Em geral, dizemos que duas grandezas, A e B,
são diretamente proporcionais quando uma aumenta Grandezas
e outra também aumenta na mesma proporção, isto é,
quando as razões obtidas entre os valores assumidos inversamente proporcionais
por uma das grandezas e os respectivos valores assumi-
Matheus quer dividir todos os seus 60 bombons
dos pela outra forem iguais.
entre seus amigos em parte iguais. Observe na tabe-
Em símbolos:
la seguinte os possíveis números de amigos (A) e as
A ​  = k,
A∝B à ​ __
B respectivas quantidades (B) de bombons recebidos por
cada amigo.
em que k é a constante de proporcionalidade.
Número de
2 3 4 5 6 10 30
amigos (A)
Teoria na prática Bombons
1. As grandezas X e Y são diretamente proporcio- 30 20 15 12 10 6 2
recebidos (B)
nais.
Quando X vale 28, tem-se Y valendo 12. Assim, se Note que os produtos obtidos entre os respec-
Y = 15, quanto vale X? tivos elementos das sequências “números de amigos”
Devemos ter ​ __ X ​  = k, onde k é a constante. Daí: (A) e “número de bombons recebidos” (B) são iguais:
Y
X
I. ​ __ ​  = k ä ___ ​ 28 ​ = k ä = __ ​ 7 ​  A · B = 2 · 30 = 3 · 20 = ... = 30 · 2 ä A · B = 60
Y 12 3
X ​  = __
II. ​ __ ​ 7 ​ ä ___
​ X  ​ = __
​ 7 ​ ä X = 35 Em geral, dizemos que duas grandezas, A e B,
Y 3 15 3
são inversamente proporcionais quando uma aumenta
2. Um trabalhador limpará dois terrenos circulares e a outra diminui na razão inversa, isto é, quando os
cujos raios medem 5 e 15 metros. Se, para lim- produtos obtidos multiplicando-se cada valor assumido
par o primeiro terreno, esse trabalhador gastou
por uma das grandezas pelo respectivo valor assumido
3 horas, considerando os dois terrenos com igual
pela outra forem iguais.
dificuldade de limpeza, ele poderá estimar quan-
Em símbolos:
to tempo levará para limpar o segundo terreno?
As grandezas "quantidade de horas" (T) e 1  ​à A · B = K
A a ​ ____
“área a limpar” (A) são diretamente propor- B
cionais (note: “quanto maior a área, mais tem-
T  ​ = k em onde k é a constante de proporcionalidade.
po se gasta para limpá-la”). Daí, ​ __
A
que k é a constante de proporcionalidade e
A = p (raio)2. Teoria na prática
1. Duas grandezas V e W são inversamente pro-
Assim, devemos ter, considerando os dois terre- porcionais. Quando V vale 18, tem-se W valendo
nos: ​ __ ​  3   
T  ​ = _____ ​  x   
 ​ = ______  ​ = k (constante) em 24 ​ , quanto vale V?
20. Assim, se W vale ​ ___
A p · 52 p · 152 7
que x é o tempo, em horas, gasto na limpeza do Devemos ter V · W = k, onde k, é a constante.
Daí:
segundo terreno.
I. V · W = k ä 18 · 20 = k ä k = 360
3 · 15
Daí x = ​ _____
 ​ 

2
= 27 II. V · W = 360 ä V · ​ ___ 24 ​  = 360 ä
52 7
360 ·
______
ä V = ​  7
 ​  ä V = 105
24

109
2. Se 20 operários, todos com a mesma capacida-
Teoria na prática
de de trabalho, realizam determinado serviço 1. Três grandezas X, Y e Z são tais que X é
em 15 dias, podemos deduzir em quantos dias diretamente proporcional a Y e inversamente
24 desses operários farão serviço idêntico. Para proporcional a Z. Quando X vale ​ __ 2  ​, tem-se Y
3
isso, note que as grandezas “nº de operários”
valendo __ ​ 3 ​  e Z valendo __
​ 9  ​. Assim, se Y vale __​ 7 ​  e z
(H) e "nº dias" (D) são inversamente proporcio- 5 5 8
1  ​ ​, qual o valor de X?
vale ​ __
nais (note: “quanto mais homens trabalhando, 4
menos tempo eles gastam”). Daí, H · D = k, em
​ X ·  ​
Devemos ter ____ Z 
 = K onde k é a constante. Daí:
que k é a constante. Y
2  ​· ​ __
​ __ 9  ​
Assim, para os dois serviços, deveremos ter: X·Z
____ 3
____ 5  6  ​· ​ __
5  ​= K ä K = 2
I. ​   ​   = K ä ​   ​  = K ä ​ __
Y 3
__ 5 3
H · D= 20 · 15 = 24 · x = k (constante), onde x ​   ​ 
5
é número de dias para realizar o outro serviço. 1  ​
X · ​ __
X·Z
____ 4  X ​  = __
20 · 15
Logo, x = ​ ______
 ​ 
 = 12,5. II. ​   ​  ____
 = 2 ä ​   ​  = 2 ä ​ __ ​ 7 ​ ä X = 7
24 Y 7
__ 4 4
​   ​ 
8
2. Para construir uma barragem de 22 metros de
Grandezas proporcionais a comprimento por 0,9 metro de largura, 20 operá-
rios gastam 11 dias, trabalhando 8 horas por dia.
duas ou mais outras grandezas Em quanto tempo 8 operários, trabalhando 6 horas
por dia, construirão uma barragem de 18 metros de
Se uma grandeza A é proporcional às grandezas
comprimento, 0,3 metro de largura e com o dobro
B e C, então A é proporcional ao produto B · C, isto é:
da altura da primeira, se a capacidade de trabalho
A   ​ = k em que k é a constante do 2º grupo é o dobro da do 1o grupo?
​ ____
B·C Tomando a grandeza "nº de dias" (D) como
referência (a grandeza cujo valor se quer des-
Essa propriedade se estende para mais de duas
cobrir), são diretamente proporcionais a ela:
outras grandezas. Por exemplo:
comprimento (C), largura (L), altura (A) (note:
a. A grandeza X é proporcional às grandezas Y, Z e
quanto maior é o C, L ou A, maior é o D). Já as
W. Então:
grandezas "nº de operário" (P), "horas por dia
X   ​ 
​ _______ = constante de trabalho" (H) e "capacidade" (E) são inversa-
Y·Z·W mente proporcionais a D (note: quanto maior é o
b. A grandeza M é diretamente proporcional às P, H ou E, menor é o D). Considerando a primei-
grandezas A e B e inversamente proporcional à ra barragem de altura 1, a segunda terá altura
grandeza C. Então: 2,e considerando a capacidade de trabalho do
1º grupo 1, a do 2º grupo será 2. Daí:
M · C ​ = constante
​ _____
A·B D · P · H · ​
E 
​ _________   = K, onde k é a constante.
C·L·A
c. A grandeza X é inversamente proporcional às
11 · 20 · 8 · 1
grandezas P, Q, R e diretamente proporcional à I. ​ ___________
22 · 0,9 · 1
  
 ​ ​ 80  ​ ä K = ___
= K ä K = ___ ​ 800 ​  
0,9 9
grandeza S. Então:
D ·P · H · E ___
II. ​ ________
C·L·A
= ​ 800 ​  ä ​ D
 ​ 
  · 8 · 6 · 2 ​ 
_________ 800 ​  ä
= ​ ___
9 18 · 0,3 · 2 9
X·P·Q·R
_________
​   ​   = constante 800 · 3 · 0,3
S D = ​ __________
 ​  ä D = 10

9·8
Observações: os valores de uma mesma gran-
deza devem estar numa mesma unidade.

110
Regra de três simples e
regra de três composta
Existe uma regra prática que nos permite relacio- Após serem recortadas, as duas figuras são pe-
nar dois valores de uma grandeza A com dois valores, sadas em uma balança de alta precisão, que indica uma
de outras grandezas proporcionais à grandeza A. massa de 1,44 g para o quadrado da cartolina. Desse
Essa regra pode ser resumida assim: modo, usando grandezas proporcionais, os botânicos
podem determinar a área das folhas. Supondo que o
§§ 1º passo: montamos uma tabela colocando em
botânico obteve a massa da figura da folha igual a 3,24
cada coluna, ordenadamente, os valores de cada
g, ele poderia usar a seguinte regra de três:
grandeza.
§§ 2º passo: escolhemos uma grandeza para servir Área (cm2) Massa (g)
de referência, de preferência a que se quer saber 100 1,44
x 3,24
o valor.
§§ 3º passo: à grandeza de referência, associamos 1,44
​ 100
Daí, ___ ____  ​é 1,44x = 324 ä x = 225
x ​  = ​ 3,24 
uma seta com sentido para baixo (é só uma con-
Logo, a área da folha é 255 cm2.
venção, poderia ser para cima).
§§ 4º passo: comparamos essa grandeza de referên- 2. As grandezas X e Y são diretamente proporcio-
cia a cada uma das outras, isoladamente, identi- nais. Quando X vale 28, tem-se Y valendo 12.
ficando se há proporcionalidade direta (setas no Assim se Y vale 15, quando vale X?
mesmo sentido) ou inversa (setas invertidas). Usando regra de três, temos:
§§ 5º passo: colocamos a razão da grandeza de re-
Grandeza X Grandeza Y
ferência isolada no 1º membro e, no 2º membro,
28 12
colocamos a outra razão ou o produto das outras a 15
grandezas, caso tenha mais de uma outra, lem-
​ 28
Daí, ___ 12
___ 15 · 28 ä a = 35
______
a ​ = ​ 15 ​ ä a = ​  12 ​ 
brando que se houver proporcionalidade em re-
lação à grandeza de referência, devemos inverter
3. Duas grandezas V e W são inversamente pro-
os elementos da respectiva coluna e escrever a porcionais. Quando V vale 18, tem-se W valendo
razão inversa no membro da igualdade formada. 24 ​ , quanto vale V?
20. Assim, se W vale ​ ___
Se o problema envolve apenas duas grandezas 7
Usando regra de três, temos:
proporcionais, temos uma regra de três simples. Caso
o problema envolva mais de duas grandezas proporcio- Grandeza V Grandeza W

nais, trata-se de uma regra de três composta. 18 20


x 24 ​ 
​ ___
7
Teoria na prática
1. Para analisar a transpiração das plantas, os bo- Observe que a grandeza W é inversamente pro-
tânicos precisam conhecer a área das suas fo- porcional à V, logo, invertemos a razão no cálculo.
lhas. Essa área pode ser obtida pelo seguinte
​ 24 ​ 
___
18
___ ___ ​ 18
Daí, ​  x ​ = ​  7  ​ ä ___ 24 ___
___ 1 18 · 7 · 5 ä
_______
x ​ = ​ 7 ​ · ​ 20  ​ ä x = ​  6 ​ 
processo: coloca-se a folha da planta sobre uma
20
cartolina e traça-se o seu contorno. Na mesma
cartolina, desenha-se um quadrado com 10 cm ä x = 105
de lado, como mostram as figuras a seguir:

111
4. Vinte operários, todos com a mesma capacidade de trabalho, realizam determinado serviço em 15 dias.
Usando regra de três, também podemos deduzir em quantos dias 24 desses operários farão serviço idêntico.
Veja:
nº de operários Dias
20 15
24 x
(Note: quanto mais operários trabalham, menos dias são gastos.)

​ 15
Daí, ___ 24
___ 15 · 5 ä x = 12,5
_____
x ​ = ​ 20  ​ä x = ​  6 ​ 
Logo, eles farão o serviço em 12,5 dias.

5. Três grandezas X, Y e Z são tais que X é diretamente proporcional a Y e inversamente proporcional a Z.


Quando X vale ​ __ ​ 3 ​ e Z valendo __
2  ​, tem-se Y valendo __ ​ 9 ​ . Assim, se Y vale __
​ 7 ​ e Z vale __
​ 1 ​ , qual o valor de x?
3 5 5 8 4
Usando regra de três, temos:

Grandeza X Grandeza Y Grandeza Z

​ 2 ​ 
__ ​ 3 ​ 
__ 9  ​
​ __
3 5 5
a ​ 7 ​ 
__ ​ 1 ​ 
__
8 4

​ 2 ​  __
__ ​ 3 ​  __​ 1 ​ 
3
__ 5
__ __ ​ 3 ​ · __
​ 2  ​ = __
Daí , ​ a ​ = ​   ​  · ​ 4  ​ ä __ ​ 8 ​ · __ ​ 5 ​ ä __
​ 1 ​ · __ ​ 6 ​ · 7 ä a = 7
​ 2  ​ = __
7
__ 9
__
​   ​  ​   ​  3a 5 7 4 9 3a 9
8 5
6. Para construir uma barragem de 22 metros de comprimento por 0,9 metros de largura, 20 operários gastam
11 dias, trabalhando 8 horas por dia. Em quanto tempo 8 operários, trabalhando 6 horas por dia, construirão
uma barragem de 18 metros de comprimento, 0,3 metro de largura e com o dobro da altura da primeira, se
a capacidade de trabalho do 2º grupo é o dobro da do 1º grupo. Veja:

Comprimento Largura Operários Dias Horas por dia Altura Capacidade


22 0,9 20 11 8 1 1
18 0,3 08 x 6 2 2

0,9 ___ 8 __ 6 __
​ 11
Daí, ___ 22 ___
___ 1 __ 2
x ​ = ​ 18 ​ · ​ 0,3  ​· ​ 20  ​ · ​ 8 ​ · ​ 2 ​ · ​ 1 ​ 
Resolvendo a proporção, obtemos x = 10. Logo, eles construirão em 10 dias.

7. Três irmãs – Jasmim, Flora e Gardênia – reservaram para as compras de Natal as quantias de 600 reais, 360
reais e 120 dólares, respectivamente. Antes de sair às compras, as três fizeram o seguinte acordo: o total
de reais reservados por Jasmim e Flora seria igualmente dividido entre as três, enquanto que, os dólares re-
servados por Gardênia seriam totalmente repassados a Jasmim e Flora em partes proporcionais às quantias
que cada uma delas tinha inicialmente.
Considerando que o acordo foi cumprido, quantos dólares Jasmim recebeu a mais que Flora?
Resolução:

Equacionando as informações dadas no enunciado, tem-se:


Jasmin ​ 
​ _____ Flora ​ ä ​ ___________
 = ​ ____ Jasmin +  ​
Flora  
   ​ 120  ​= __
= ___ ​ Jasmin ​ 
​ 1 ​ ä ___________ 1  ​ä Jasmin = 75 dólares
 = ​ __
600 360 960 960 8 600 8
Flora ​ = ​ __
​ ____ 1  ​ä Flora = 45 dólares
360 8
Jasmin recebeu (75 – 45), isto é, 30 dólares a mais que Flora.

112
8. Já que em determinadas situações, e também Resolução:
para algumas pessoas, “Tempo é dinheiro”, uma
O enunciado descreve uma função y . x = k,
ação na Bolsa de Valores apresentou a seguinte
sendo k uma constante. Ou seja: y = ​ _kx ​ , o que
evolução: nos primeiros 30 minutos do pregão,
confere com a informação do enunciado de que
o preço de compra da ação, passou de R$ 12,00
para R$ 12,75. Um investidor comprou 1000 x e y são inversamente proporcionais. Ainda de
dessas ações ao preço de R$ 12,00 no início acordo com o informado, quando y = 6, x é igual
do pregão e vendeu todas elas após 18 minu- a 25, logo:
tos. Supondo que a variação desse preço tenha y = _​ kx ​ ⇒ 6 = ___
​  k  ​ ⇒ k = 150
25
ocorrido igualmente distribuída nos 30 minutos
​ 150
Portanto, a função descrita será: y = ___x  ​ . Logo,
iniciais do pregão, o lucro bruto alcançado por
quando x = 15, y terá valor igual a 10.
esse investidor, em 18 minutos, foi de:
a) R$ 450,00 Alternativa B
b) R$ 325,00
c) R$ 750,00
d) R$ 900,00
e) R$ 250,00

Resolução:

Se as ações aumentaram de R$ 12,00 para


R$ 12,75 em 30 minutos, então pode-se dizer
que a variação foi de 0,75 em 30 minutos. As-
sim, pode-se escrever:
0,75 —— 30min
x —— 18 min
x = 0,45

Ou seja, aos 18 minutos, as ações compradas


por R$ 12,00 já valiam R$ 12,45 cada uma.
Se o investimento inicial foi de R$ 12.000,00
(1000 x R$ 12,00) e após 18 minutos elas foram
todas vendidas por um total de R$ 12.450,00
(1000 x R$12,45) o lucro bruto foi de R$ 450,00.

Alternativa A

9. Duas grandezas positivas x e y são inversamen-


te proporcionais se existir uma correspondência
bijetiva entre os valores de x e os valores de y
e um número constante positivo k tal que, se o
valor y for o correspondente do valor x então y ·
x = k. Nessas condições, se o valor y = 6 é cor-
respondente ao valor x = 25, então o valor y que
corresponde ao valor x = 15 é:
a) 8
b) 10
c) 12
d) 14

113
INTERATIVI
A DADE

ASSISTIR

Vídeo Proporcionalidade e Funções Afins - Elon - 2001


Fonte: Youtube

ACESSAR

Sites Expoentes, radicais e notação científica

pt.khanacademy.org/math/algebra2/rational-expressions-equations-and-functions/direct-
and-inverse-variation/v/direct-and-inverse-variation

114
APLICAÇÃO
APLICAÇÃONO
NOCOTIDIANO
COTIDIANO

No seu futuro cotidiano como estudante de medicina, aluno Hexag, você terá que lidar com dosagens de
medicamentos para seus pacientes. Veja um exemplo prático na seguinte questão:
1. A heparina é um medicamento de ação anticoagulante prescrito em diversas patologias. De acordo com a
indicação médica, um paciente de 72 kg deverá receber 100 unidades de heparina por quilograma por hora
(via intravenosa).
No rótulo da solução de heparina a ser ministrada consta a informação 10.000 unidades/50 mL.
a) Calcule a quantidade de heparina, em mL, que esse paciente deverá receber por hora.
b) Sabendo que 20 gotas equivalem a 1 mL, esse paciente deverá receber 1 gota a cada x segundos. Calcule x.
Resolução:
a) O paciente deverá receber 7.200 unidades de heparina em uma hora. Sabendo que existem 10.000
unidades de heparina a cada 50 mL da solução, pode-se escrever:
7200 · 50
​ ________ ​ 
= 36 mL

10000
Esse paciente deverá receber 36 mL de heparina por hora.
b) Transformando mililitros em gotas, pode-se escrever:
36∙20 = 720 gotas
Sabendo que uma hora corresponde a 3.600 segundos, pode-se escrever:
1 gota
​  720  ​ = _________
____ ​    ​ 
3600 5 segundos
Ou seja, esse paciente deverá receber uma gota a cada 5 segundos.

INTERDISCIPLINARIDADE

Devido ao caráter interdisciplinar de razão, proporção e grandezas proporcionais, torna este assunto com
altíssimo grau de incidência nos vestibulares. Proporcionalidade está intimamente ligada com estequiometria na
disciplina de Química, como na variação de grandezas no estudo do comportamento dos gases, na disciplina de
física, e também com a mudança de escalas da cartografia, na disciplina de geografia.

115
Estrutura Conceitual
RAZÃO
RAZÃO É O QUOCIENTE ENTRE DUAS GRANDEZAS

EX.: O ARTILHEIRO FEZ 45 GOLS EM 9 JOGOS


HÁ UMA RAZÃO DE 5 GOLS POR JOGO

A
RAZÃO ENTRE A E B: B

PROPORÇÃO
IGUALDADE ENTRE DUAS RAZÕES

( )
a1 a Quando uma grandeza aumenta
PROPORÇÃO DIRETA: = 2 = K a outra também aumenta
b1 b2

( )
a1 a2 Quando uma
PROPORÇÃO INVERSA: = = K grandeza aumenta
1 1
a outra diminui
b1 b2

116
Abordagem de GEOMETRIA PLANA nos principais vestibulares.

FUVEST
Vestibular com tradição de elevado grau de exigência em geometria plana, com exercícios de alto grau
de abstração, exigindo do candidato que este desenhe a figura a partir de instruções, ou fornecendo
figuras para resolução de problemas.

LD
ADE DE ME
D
UNESP
U

IC
FAC

INA

BO
1963
T U C AT U A Vunesp, com questões claras e diretas, busca o conhecimento básico do candidato tanto em
resoluções de situações-problema que envolvam espaço e localização do mundo físico, como
questões abstratas que exigem a inciativa do aluno para o desenho da figura.

UNICAMP
A Comvest busca selecionar o aluno com exercícios aplicados em situações-problema do cotidiano.
Como introdução, a geometria plana é um assunto básico, que serve para matérias a serem estu-
dadas mais adiante.

UNIFESP
A geometria plana no ENEM geralmente é aplicada em representações da realidade, com exercí-
cios que buscam do aluno uma solução de um problema do cotidiano.

ENEM/UFMG/UFRJ
Trigonometria no triângulo retângulo, razão, proporção e grandezas proporcionais são conteúdos
com altíssimo índice de incidência no exame do ENEM, sempre aplicados em situações do coti-
diano, como em variações de grandezas de medidas para compreensão da realidade.

UERJ
Trigonometria no triângulo retângulo é cobrada em questões de geometria plana; e razões e
proporções são cobradas em problemas do cotidiano, com figuras, tabelas e gráficos.
1
0 20 Introdução à geometria
plana

Competência Habilidades
2 6, 7, 8 e 9
© Sascha Corti/Shutte

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Postulados e teoremas
Conceitos primitivos
Conceitos primitivos, entes primitivos ou entes geométricos são as figuras ponto, reta e plano. Eles não
possuem definição. Suas representações são dadas por:

Geralmente, denotamos esses entes geométricos da seguinte maneira:


§§ Ponto: representamos com letras latinas maiúsculas: A, B, C, P,...
§§ Reta: representamos com letras latinas minúsculas: a, b, c, r, t,...
§§ Plano: representamos com letras gregas minúsculas: a, b, g, p,...
Dentro da Geometria, também existem postulados (ou axiomas). Também são verdades matemáticas aceitas
sem demonstração:

§§ Posição relativa entre um ponto e uma reta §§ Dois pontos distintos determinam uma
única reta que os contém. Sejam os pon-
tos A e B, a reta determinada por eles é
‹___›
escrita como ​AB 
    ​.

Na figura, temos que o ponto P pertence à reta r, en-


quanto que o ponto Q não pertence à reta r, ou seja,
P [ r e Q Ó r.
§§ Três pontos distintos não colineares de-
§§ Em uma reta, há infinitos pontos, assim
terminam um único plano que os contém.
como em um plano.
§§ Por um ponto P, passam infinitas retas.

121
Algumas definições importantes Segmentos de reta e definições
Pontos colineares Segmento de reta
Dois pontos são colineares caso ambos estejam ‹___› 
Dada uma reta ​AB ​
   ,  o segmento de reta AB​
​  é a
contidos na mesma reta. parte limitada entre os pontos A e B.

No caso da figura, os pontos A, B e C são coline-


ares, pois A [ r, B [ r e C [ r. Semirreta
Pontos coplanares Uma semirreta é uma das partes de uma reta
limitada por um único ponto P.

Um conjunto de pontos é dito coplanar caso


pertença ao mesmo plano.

Figuras geométricas Segmentos de reta consecutivos


São conjuntos não vazios de pontos. Dois segmentos de reta serão consecutivos se
houver uma extremidade P em comum.

Segmentos de reta colineares


Dois segmentos de reta serão colineares se esti-
verem contidos na mesma reta.

122
Segmentos de reta adjacentes
Dois segmentos de reta serão adjacentes se fo-
rem consecutivos, colineares e apresentarem apenas
um ponto em comum.

Unidades de medida de ângulos


§§ Grau: se, ao dividirmos uma circunferência de
centro O em 360 partes iguais, e, a partir dela,
Segmentos de reta congruentes formarmos um ângulo com origem em O e lados
  que passam por duas divisões subsequentes, te-
Dois segmentos de reta AB​ ​   serão con-
​   e CD​
remos um ângulo com medida de um grau (1°).
gruentes quando possuírem o mesmo comprimento,
Os submúltiplos mais usuais do grau são o mi-
na mesma unidade de medida. nuto e o segundo, definidos da seguinte forma:

​ 1°  ​
1’ (um minuto) = ___
60
Ponto médio ​ 1’  ​ 
1’’ (um segundo) = ___
60
 
Se os segmentos ​QP​  e ​PR​  forem congruentes,
 §§ Radiano: quando, em qualquer circunferência,
então P é ponto médio de QR​
​ . 
a medida do arco de um ângulo central é igual à
medida do raio dessa circunferência, diz-se que
esse ângulo mede 1 rad (um radiano).

Ângulos e definições
Pode-se concluir que qualquer ângulo a, medido
Ângulo em radiano, recebe a seguinte definição:

Ângulo é a parte do plano delimitada por duas a = _​ Lr ​ rad


semirretas de mesma origem. Chama-se de lado as em que L é o comprimento do arco do ângulo
duas semirretas que formam o ângulo, e de vértice a central a, inscrito em uma circunferência e r é o raio
origem comum às duas semirretas. dessa circunferência.

123
Ângulos consecutivos Ângulos opostos pelo vértice (O.P.V.)
Dois ângulos serão consecutivos se, e somente
Dois ângulos serão opostos pelo vértice (O.P.V.)
se, possuírem um lado em comum.
quando um deles for composto pelas semirretas opos-
tas do outro.

​^​ ​^​
Logo: A​O ​ B > C​O ​D
 .

Bissetriz
​^​ ​
_____› Dado um ângulo
​^​
A​O ​B  , dizemos que
​^​
a semirreta
​^​

OP ​  é bissetriz de A​O ​B  se, e somente se, A​O ​ P > P​O ​ B. Ou
seja, uma bissetriz divide um ângulo em dois ângulos
congruentes.

Ângulos adjacentes
Dois ângulos serão adjacentes se forem consecu-
tivos e não possuírem pontos internos em comum.

Ângulos suplementares adjacentes


​^​
Dado um ângulo _B​ O ​C  , o ângulo determinado
​____› ​_____›
pela semirreta oposta a OC ​
​   e à semirreta OB ​​   é seu
suplementar adjacente. Dessa forma, temos que a
soma de um ângulo e de seu suplementar adjacente é
sempre 180°, que denominamos como ângulo raso.

124
Ângulo obtuso
Um ângulo obtuso é todo ângulo maior que o
ângulo reto.

Ângulo reto
Um ângulo é denominado reto quando é côn-
gruo a seu suplementar adjacente. A medida angular de
um ângulo reto é 90°.
Ângulos complementares
Dois ângulos são complementares quando sua
soma equivale ao ângulo reto.

Ângulos suplementares
Dois ângulos são suplementares quando sua
soma equivale a 180º.

Ângulos replementares
Dois ângulo são replementares quando sua
soma equivale a 360°.

Ângulo agudo
Ângulos determinados por duas
Um ângulo agudo é todo ângulo menor que o
retas e uma transversal
ângulo reto.
Sejam r e s duas retas paralelas e uma reta t,
concorrente a r e s:

125
A reta t é denominada transversal às retas r e s. O quadro a seguir resume as classificações
Sua intersecção com as retas determina oito ângulos. quantos aos ângulos formados:
Com relação aos ângulos formados, podemos classificá-
-los como:
§§ Ângulos alternos:
1 e 7, 2 e 8, 3 e 5, 4 e 6.
§§ Ângulos correspondentes:
1 e 5, 2 e 6, 3 e 7, 4 e 8.
§§ Ângulos colaterais:
1 e 8, 2 e 7, 3 e 6, 4 e 5.

Além dessa classificação, com relação aos ângu-


los alternos e colaterais temos:
§§ Ângulos alternos internos:
3 e 5, 4 e 6; externos: 1 e 7, 2 e 8
§§ Ângulos colaterais internos:
4 e 5, 3 e 6; externos: 1 e 8, 2 e 7

126
Consequências
Como os ângulos alternos (internos e externos)
são congruentes, temos que os ângulos corresponden-
tes também são congruentes, assim como os ângulos
colaterais são suplementares:

Teoria na prática
1. Observe a figura a seguir:

Se a e b são paralelas, calcule o valor, em graus,


de x.
Resolução:
Como a e b são paralelas, temos que ângulos
correspondentes são congruentes, logo, pode-
mos reescrever o ângulo 20° + x na reta b:

Agora, como os ângulos x e 20° + x são suple-


mentares, temos:
x + 20° + x = 180°
2x = 160°
x = 80°

127
Estrutura Conceitual
PONTO
ENTENDER PRIMEIRO OS ENTENDER O
CONCEITOS PRIMITIVOS RETA “MATEMATIQUÊS”

PLANO

RETAS E DEFINIÇÕES ÂNGULOS E DEFINIÇÕES COLINEAR: MESMA RETA


COPLANAR: MESMO PLANO
SEGMENTOS DE RETA GRAU: Divisão da circunferência
(parte delimitada entre em 360° ÂNGULOS DETERMINADOS
dois pontos) POR DUAS RETAS E UMA
RADIANO: Medida do arco TRANSVERSAL
A B dividida pela medida do raio
•Alternos
SEMIRRETA •Correspondentes
ÂNGULOS OPOSTOS PELO VÉRTICE
(reta delimitada por •Colaterais
um ponto) D A •Internos
A •Externos
P C B

128
3
0 40 Ângulos num triângulo e
ângulos numa circunferência

Competência Habilidades
2 6, 7, 8 e 9

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Triângulos
Um triângulo é a figura geométrica constituída a partir de três segmentos de reta cujas extremidades são
três pontos distintos e não colineares.

No triângulo da figura (indicado por DABC), temos os seguintes elementos:


§§ Os pontos A, B e C são os vértices;
  
§§ Os segmentos ​AB​,  BC​ ​  são os lados;
​  e AC​
§§ Os ângulos a, b e g são os ângulos internos;
§§ Os ângulos ae, be e ge são os ângulos externos, obtidos a partir do prolongamento dos lados.
Observe que cada ângulo interno e seu respectivo ângulo externo são suplementares adjacentes.

Classificação dos triângulos


Podemos classificar os triângulos quanto às medidas dos lados ou quanto aos seus ângulos internos.

Quanto aos lados


§§ Triângulo equilátero: apresenta os três lados §§ Triângulo isósceles: apresenta dois lados con-
congruentes. gruentes.

Como os três lados são congruentes, os três an- Na figura acima, o lado BC é chamado de base,
gulos internos também são congruentes e medem 60°. e os ângulos relativos aos vértices B e C são
chamados ângulos da base, os quais são con-
gruentes.

131
§§ Triângulo escaleno: apresenta os três lados
com medidas diferentes entre si. Ângulos em um triângulo

Soma dos ângulos internos


Considere um triângulo DABC e uma reta r para-

lela ao lado ​BC​,  contendo o vértice A:

Quanto aos ângulos


§§ Triângulo retângulo: apresenta um ângulo
interno reto e, consequentemente, dois ângulos
agudos.

Considere a, b e u os ângulos internos relativos


aos vértices A, B e C, respectivamente. Observe que a
reta r determina também outros dois ângulos g e r.
Observe que:
g + a + r = 180°
Porém, g e b, assim como r e u são ângulos al-
Os ângulos relativos aos vértices A e C são com-
ternos internos, portanto, congruentes. Dessa forma,
plementares.
podemos escrever:
§§ Triângulo acutângulo: apresenta os três ân-
gulos internos agudos. a + b + u = 180°
Logo, concluímos que:

A soma dos ângulos internos de qualquer


triângulo é igual a 180°.

Teoria na prática
1. Determine o valor de x no triângulo ABC a se-
§§ Triângulo obtusângulo: apresenta um ângulo guir:
obtuso e, consequentemente, dois ângulos agu-
dos.

132
Resolução: Subtraindo a equação (II) da (I), temos:

Como a soma dos ângulos internos deve ser a + b + g – (u + g) = 180° – 180° ä


180° temos: äa + b – u = 0 ä a + b = u

82° + 32° + x = 180° Logo u = a + b.

114° + x = 180° Conclui-se, então, que o ângulo externo u, re-


x = 180° – 114° lativo ao vértice C, equivale à soma dos dois ângulos
x = 66° internos relativos a A e B. Podemos, então, enunciar o
teorema do ângulo externo:
2. Determine o valor de x no triângulo isósceles de-
____
base BC a seguir: Em um triângulo ABC qualquer, o ângulo
externo relativo a um determinado vértice equi-
vale à soma dos outros dois ângulos internos, não
adjacentes a ele.

Ou seja, sendo u o ângulo externo relativo ao


​^​ ​^​
vértice C, temos que u = ​A ​ + ​B ​ .

Teoria na prática
1. Calcule o valor de x sabendo que o triângulo
Resolução: 
DABC é isósceles de base ​BC​ e o ângulo interno
Como o triângulo é isósceles, o ângulo relativo relativo ao vértice C vale 35°.
ao vértice B também mede 50°, portanto:

50° + 50° + x = 180° ä 100° + x = 180° ä


ä x = 180° – 100°
ä x = 80°

Teorema do ângulo externo


Considere o DABC a seguir:
Resolução:
​^​ ​^​
Como o triângulo é isósceles, ​C ​ = ​B ​ = 35°, logo,
pelo teorema do ângulo externo:
x = 35° + 35° = 70°

2. Calcule o valor de x sabendo que o triângulo



DABC é isósceles de base ​BC​. 

O ângulo u é o ângulo externo relativo ao y

vértice C. Dessa forma, temos:


§§ (I) a + b + g = 180° (soma dos ângulos internos)
§§ (II) u + g = 180° (ângulos suplementares adja-
centes)

133
Resolução:

Teorema da soma dos

Como o triângulo é isósceles de base ​BC​,  temos​
^​ ​^​
B ​ = ​C ​ = y. Logo:
ângulos externos
100° + y + y = 180°
Considere o triângulo DABC e seus ângulos ex-
2y = 180° – 100°
ternos ae, be e ge.
2y = 80°
y = 40°

Agora, como x é o ângulo externo do triângulo


ABC:
x = y + 100°
x = 40° + 100°
x = 140°

3. Sabendo que AB = AC = BC = DC, calcule o valor


de x na figura abaixo:

Pelo teorema do ângulo externo, temos:


​^​ ​^​
ae = ​B ​ + ​C ​ 
​^​ ​^​
be = ​A ​ + ​C ​ 
​^​ ​^​
ge = ​A ​ + ​B ​ 

Somando as três igualdades, temos:


Resolução:
​^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​
ae + be+ ge = 2​A ​ + 2​B ​ + 2​C ​ = 2(​A ​ + ​B ​ + ​C ​ )
O triângulo ABC é equilátero, logo seus ângu-
​^​
​^​ ​^​ ​^​
los internos medem 60°. Sabendo disso, o ângulo A​C ​ D Como ​A ​  + ​B ​  + ​C ​  = 180° (soma dos ângulos
mede 120° (suplementar de 60°). internos de um triângulo):
​^​
O triângulo ACD é isósceles, então, fazendo C​A ​ 
​^​ ae + be+ ge = 2(180°) = 360°
D = C​D ​A
  = y, temos:

120° + y + y = 180° Portanto, em qualquer triângulo, sendo ae, be e


2y = 60° ge os ângulos externos, temos:
y = 30°
ae + be+ ge = 360°
​^​
O ângulo A​D ​E  é externo relativo ao triângulo
ACD, logo:
​^​
A​D ​E  = 30° + 120°
​^​
Ângulos em uma
A​D ​E  = 150° circunferência
Finalmente, somando os ângulos internos do tri-
ângulo ADE: Circunferência
x + 2x + 150° = 180° É o conjunto dos pontos do plano situado à mes-
3x = 180° – 150° ma distância de um ponto fixo. O ponto fixo é chamado
3x = 30° centro.
x = 10°

134
Posições relativas entre reta e circunferência

Tangentes Secantes Externas


(um único ponto comum) (dois pontos comuns) (nenhum ponto comum)

dC,r = raio dC,s < raio


dC,u > raio

Propriedade da reta tangente à circunferência


Caso a reta seja tangente à circunferência, o segmento determinado pelo raio e a reta tangente formam, no
ponto de tangência, um ângulo reto.

Na figura, a distância CP equivale ao raio da circunferência e o ponto P é denominado ponto de tangên-


cia da reta r e da circunferência.

Propriedade da reta secante à circunferência


Considere uma circunferência de centro C e uma reta r, secante à circunferência, que forma os pontos A e B:

 
Sendo M o ponto médio de AB​ ​  será perpendicular à reta secante r.
​ ,  temos que o segmento CM​

135
Posições relativas entre duas circunferências
São dadas em função do número de pontos comuns às circunferências. Sendo O1 e O2 os centros, e r1 e r2 os
respectivos raios, com r1 > r2, obteremos:

Distância entre os centros


Pontos comuns Posição relativa Figura
em função dos raios

2 Secantes r1 – r2 < d < r1 + r2

Tangentes internas d = r1 – r2

Tangentes externas d = r1 + r2

Internas concêntricas d=0

Internas não concên-


0 tricas
d < r1 – r2

Externas d > r1 + r2

Observações
1. No caso das circunferências serem tangentes, os centros e os pontos de tangência são sempre colineares.
2. Caso sejam concêntricas, satisfazem a condição d < r1 – r2, pois perfazem um caso particular de circunferências internas.

136
Ângulos na circunferência Propriedade
Se um ângulo central e um ângulo inscrito em
Ângulo central
uma mesma circunferência têm o mesmo arco corres-
É um ângulo que tem como vértice o centro da pondente, então a medida do ângulo central equivale
circunferência e seus lados passam por pontos perten- ao dobro da medida do ângulo inscrito.
centes a ela. Podemos considerar três situações:

Observação
​^​
Um ângulo central A​O ​ B determina na
circunferência dois arcos, cujas medidas somam 360°.

Ângulo inscrito
É aquele cujo vértice é um ponto da circunfe-
rência e cujos lados passam por dois outros pontos da
circunferência.

137
Note que, dessa propriedade, conclui-se que, Resolução:
​^​ ​^​
para um mesmo arco BC, não importa a posição do
Observe que os ângulos A​D ​ C e A​B ​ C determinam
​ x  ​  ​
ponto A nos três casos, o valor de y é o mesmo ​ __
2 (  ) o mesmo arco AC. Portanto, são iguais.
, pois todos eles “enxergam” o mesmo arco. Ou seja,
qualquer ângulo inscrito que determine o mesmo arco
terá o mesmo valor:

Agora, podemos calcular a medida do ângulo


​^​
C​O ​ D :
​^​ ​^​
​^​
  + 30°+ 40° = 180° à C​O ​D
C​O ​D   = 110°
Na figura anterior, se A​O ​B  é um ângulo central
​^​ ​^​ ​^​
de medida x, todos os ângulos inscritos A​M​ B, A​N ​ B e A​P ​  ​^​
  e a são opostos pelo vértice O, temos:
Como C​O ​D
B possuem a mesma medida: __ ​ x  ​.
2 a = 110°
Como consequência, temos que, se um ângulo
​^​ 
central A​O ​B  descreve um arco de 180°, onde ​AB​ é o
diâmetro, ao tomar um ponto P qualquer na circunfe-
​ Ângulo de segmento
rência, o triângulo ABP será retângulo, pois o ângulo A​
^​
P ​ B será reto (180°/2 = 90°): É um ângulo que tem como vértice um ponto da
circunferência, um lado secante à circunferência e outro
tangente a ela.

Teoria na prática
1. Calcular o ângulo a na circunferência abaixo:

Na figura, como a reta t é tangente à circunfe-


rência e o segmento AB é secante, a é um ângulo de
segmento.

138
2. Em 5 partes de 72°
Propriedade
A medida do ângulo de segmento é metade da
medida angular do arco determinado na circunferência
por um de seus lados.

Polígonos regulares inscritos


na circunferência
Sabemos que polígono regular é aquele que
possui todos os lados congruentes, assim como todos
os ângulos. Assim, se dividirmos uma circunferência em
partes iguais, unindo os pontos obtidos por segmentos,
determinaremos um polígono regular. Para isso, basta
dividirmos 360° (em torno do centro) pelo número de
partes que quisermos obter.

Exemplos
1. Em 4 partes de 90°

139
Estrutura Conceitual
ÂNGULOS NUM TRIÂNGULO E ÂNGULOS NUMA CIRCUNFERÊNCIA

LEMBRE-SE DAS CLASSIFICAÇÕES - EQUILÁTERO = 3 lados iguais


QUANTO AOS LADOS
DOS TRIÂNGULOS - ISÓSCELES = 2 lados iguais
- ESCALENO = 3 lados diferentes

- RETÂNGULO = 1 ângulo de 90°


QUANTO AOS
ÂNGULOS - ACUTÂNGULO = 3 ângulos internos
agudos
- OBTUSÂNGULO = 1 ângulo obtuso
(maior que 90°)

ÂNGULOS EM UM TRIÂNGULO

 

+  +  = 180°
SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS
 

ALTERNOS
INTERNOS

 ÂNGULO EXTERNO  É A SOMA


+  =  DOS DOIS ÂNGULOS INTERNOS
NÃO ADJACENTES A ELE.

  

140
5
0 60 Razão proporcional e
teoremas de Tales e da
bissetriz interna
Competências Habilidades
2e3 6, 7, 8, 9 e 14
© pyansetia2008/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Razão proporcional
Quatro números a, b, c e d, não nulos, formam, nessa ordem, uma proporção quando:
​ c  ​
​ __a  ​= __
b d
Dizemos que a e b são proporcionais a c e d.
   
Agora, observe os segmentos ​PQ​,  RS​
​ ,  TU​
​  e VX​
​ : 

   
Calculando a razão entre os segmentos PQ​
​  e RS​
​ ,  e a razão entre TU​
​  e VX​
​ ,  temos:
PQ 3 __
​ ___ ​ = ​ __  ​= ​ 1 ​ 
RS 9 3
​ TU  ​= __
___ ​ 2 ​ = __
​ 1 ​ 
PQ TU __ VX 6 3
Observe que: k = ___
​   ​ = ​ ___  ​= ​ 1 ​ .
RS VX 3

Quando temos uma igualdade entre razões, dizemos que há uma proporção entre as medidas dos segmen-
   
tos. Dessa forma, os segmentos ​PQ​ e RS​
​  são proporcionais aos segmentos TU​
​  e VX​
​ . 
   
Assim, os segmentos PQ​
​ ,  RS​
​ ,  TU​ ​  , nessa ordem, são segmentos proporcionais.
​  e VX​

   
Quatro segmentos ​AB​,  ​CD​,  ​EF​ e ​GH​ , nessa ordem, são segmentos proporcionais se existe a
AB  ​= ___
proporção ​ ___ ​ EF  ​ .
CD GH

Teoria na prática
   
1. Considere os segmentos ​AB​,  CD​
​ ,  EF​
​  e GH​
​  representados na figura:

—— —— — ——
Vamos verificar se AB​​
​​  e CD​​​
​​  são segmentos proporcionais aos segmentos EF​​
​​  e GH​​​
​​ . 

143
Calculando as razões entre eles, temos: Resolução:

___ ​  5  ​ = __
​ AB  ​= ___ ​ 1 ​ e ___ ​ 20 ​ = __
​ EF  ​ = ___ ​ 1 ​  Se o ponto R estiver a uma distância x do ponto
CD 10 2 GH 40 2
P, estará a uma distância 8 – x do ponto Q. Veja
EF  ​ ; logo, ​
AB  ​ = ​ ___   
​ ___ AB​,  ​CD​,  ​EF​ e ​GH​ , nessa ordem, a figura:
CD GH
são segmentos proporcionais.
 
Agora, vamos verificar se AB​
​  e GH​
​  são segmen-
 
tos proporcionais aos segmentos EF​
​  e CD​
​ . 
Calculando as razões entre eles, temos:
   
Logo, para que os segmentos AB​
​ ,  BC​
​ ,  PR​
​  e RQ​
​  
___ ​  5  ​ = __
​ AB  ​= ___ ​ 1 ​ e ___ ​ 20  ​= __
​ EF  ​ = ___ ​ 2 ​ 
GH 40 8 CD 10 1 sejam proporcionais, devemos ter:

AB  ​i ___
​ ___
   
​ EF  ​ ; então, AB​
​ ,  GH​
​  , EF​
​  e CD​
​ , nessa ordem, ​ AB ​ = ​ ___
___ PR  ​ 
GH CD BC RQ
não são segmentos proporcionais. Assim:
10 ​ = ____
​ ___ ​​  x   
 ​​à10(8 – x) = 3x ⇒ 80 – 10x = 3x
2. Considere dois segmentos adjacentes e conse- 3 8–x
 
cutivos ​AB​ e ​BC​,  sendo que AB mede 12 e BC ​ 80  ​
⇒ 80 = 13x ⇒ x = ___
13
mede 8. Dado outro par de segmentos adjacen-
 
tes e consecutivos ​PQ​ e ​QR​ , com PQ medindo 4,
quanto deve ser a medida do segmento QR​

​  de Teorema de Tales
   
modo que os segmentos ​AB​,  ​BC​,  ​PQ​ e ​QR​ sejam
proporcionais?
Feixe de retas paralelas
Feixe de retas paralelas são duas ou mais retas em
um mesmo plano que, tomadas duas a duas, são sempre
paralelas.
Resolução:
   
Para que AB​
​ ,  BC​
​ ,  PQ​
​  e QR​
​  sejam segmentos pro- Reta transversal
porcionais, devemos ter:
PQ
AB ​ = ​ ___ Se uma reta intercepta uma das retas do feixe de
​ ___   ​
BC QR retas paralelas, necessariamente intersecta as demais.
Logo: Essa reta que corta o feixe de retas paralelas é chamada
12 ​​ = __
​​ ___ ​​ 4 ​​ ⇒ 12x = 32 ⇒ x = ___ ​ 8 ​ 
​ 32  ​= __ reta transversal.
8 x 12 3

3. Considere os segmentos de reta da figura a


seguir, sendo os pontos A, B e C colineares e
AB = 10, BC = 3 e PQ = 8.

A que distância do ponto P deve estar um pon-



to R, contido no segmento ​PQ​ de modo que os
   
segmentos AB​
​ , BC​
​ , PR​
​  e RQ​
​  sejam proporcionais?

144
Teorema de Tales Aplicação do teorema de Tales
Considere o triângulo ABC:
Se um feixe de retas paralelas é cortado
por duas retas transversais, os segmentos deter-
minados sobre a primeira transversal são pro-
porcionais a seus correspondentes determinados
sobre a segunda transversal.

Vamos analisar o Teorema de Tales considerando


os dois casos a seguir:

Traçamos uma reta r paralela ao lado ​BC​,  de-
 
terminando os pontos D e E sobre os lados AB​ ​  e AC​
​ , 
Caso 1 respectivamente.
Considere, agora, uma reta auxiliar r’, paralela a
Observe o feixe de retas paralelas a, b e c, cor-
r, que passa pelo vértice A.
tadas pelas transversais r e s, em que AB = BC. Se os
 
segmentos AB​
​  e ​BC​ são congruentes, a razão entre as
​ AB ​ = 1.
medidas deles é 1, isto é: ___
BC

​ AD ​ = ___
Pelo Teorema de Tales, temos: ___ ​ AE ​ .
DB EC
Quando uma reta paralela a um lado de um tri-
ângulo intercepta os outros dois lados em dois pontos
PQ AC ___
​ AB ​ = ​ ___  ​e ___
Por Tales ___ ​   ​ = ​ PR  ​ distintos, ela determina sobre esses lados segmentos
BC QR AB PQ
proporcionais.
Caso 2
Na figura, o feixe de retas paralelas r, s e t é cor- Teoria na prática
tado por duas retas transversais, m e n, determinando
  1. Calcular o valor de x no triângulo abaixo, saben-
os segmentos AB​
​  e BC​
​ ,  que não são congruentes e têm 
do que a reta r é paralela ao lado BC​
​ . 
como medida números racionais.


Como r é paralela a BC​
​ ,  temos:
3,5
2  ​= ___
Por Tales ___
PQ AC ___
​ AB ​ = ​ ___  ​e ___
​   ​ = ​ PR  ​. ​ __ ​  x ​ ⇒ 2x = 28 ⇒ x = 14
BC QR AB PQ 8

145
Portanto, o triângulo ACE é isóceles, com
Teorema da bissetriz interna AC = AE. Sendo assim, temos a seguinte proporção no
triângulo:
 ​^​
No triângulo ABC abaixo, AD​
​  é bissetriz de ​A ​ :
​​ AB ​​ = ___
___ ​ AE  ​
BD DC

A bissetriz do ângulo interno de um triân-


gulo divide o lado oposto a esse ângulo em dois
segmentos proporcionais aos lados adjacentes a
esses segmentos.

​^​ ​^​
Logo, med(B​A ​D  ) = med(D​A ​C
  ) = x.

Considere agora uma reta r paralela a AD​
​  pas-
sando pelo vértice C.


​  até interceptar a reta r.
Prolongando o lado AB​ Teoria na prática

1. No triângulo ABC a seguir, o segmento AP​ ​  é bis-
​^​
setriz interna do ângulo ​A ​. Encontre o valor de x.


Pelo Teorema de Tales, podemos escrever: Como o segmento ​BC​  mede 9, temos que
AB ​ = ___
___ AE
​    ​. PC = 9 – x. Pelo teorema da bissetriz interna, temos:
BD DC
Porém, temos que: ​ ___ AC ​⇒ __
AB ​ = ​ ___ ​ 4x ​ = ____
​​  12  ​​ ⇒ 4(9 – x) = 12x ⇒
​^​
BP PC 9–x
​^​
D​A ​ C = A​C ​ E = x (alternos internos)
​^​ ​^​ ⇒ 36 – 4x = 12x à 16x = 36 à x = _9_
B​​A ​​ D = A​E ​C
  = x (correspondentes) 4

146
APLICAÇÃO NO COTIDIANO

Assim como na natureza, a arte e as construções realizadas pelo homem estão repletas de razões propor-
cionais para garantir a harmonia visual. Veja um exemplo:
(Fepar 2017) O retângulo áureo é uma forma de grande apelo estético e das mais utilizadas na arquitetura
antiga e moderna (as pirâmides e o Partenon, por exemplo, têm as dimensões frontais do retângulo áureo). A pro-
porção áurea também é recorrente em outras obras de arte; é comum sua utilização em pinturas renascentistas,
como as do mestre Giotto e as de Leonardo da Vinci.
Phi, como é denominado o número de ouro, está vinculado à lógica da natureza (nas constelações, nas
estruturas biológicas) e pode ser verificado no homem (o tamanho das falanges dos dedos, por exemplo). Justa-
mente por ser encontrado em estruturas naturais, o número de ouro ganhou status de "ideal", tornando-se tema
de pesquisadores, artistas e escritores. O fato de ser expresso em matemática é que o torna fascinante.
Matematicamente falando, a proporção áurea é uma constante real algébrica irracional obtida quando
dividimos uma reta em dois segmentos, de forma que o segmento mais longo, dividido pelo segmento menor, dê
um número igual ao da reta completa dividida pelo segmento mais longo.

1. Considere o retângulo PQST semelhante ao retângulo RSTU. Sabendo que o triângulo não é isósceles,
avalie as afirmativas.
Considere ϕ = ​​ __a  ​​
b

( ) Em razão da semelhança entre os dois retângulos, é possível afirmar que a2 – ab – b2 = 0.


( ) A razão entre a área do quadrado PQRU e a área do retângulo RSTU é ϕ.
( ) Em razão da semelhança entre os dois retângulos, é possível afirmar que ϕ2 – ϕ – 1 = 0
( ) A proporção a/b + a/b = 1 é verdadeira. __
a(​√5 ​ – 1)
________
( ) A relação entre os lados b e a é dada por b = ​​   ​​  . 
2
148
Resolução:

(V) Teremos:
​​  a   ​​ → ab + b2 = a2 → a2 – ab – b2 = 0
​​ __ba ​​  = _____
a+b

(V) Teremos:
SPQRU a2 __a
​​ ____ ​​ = __
​​    ​​ = ​​    ​​= ϕ
SRSTU ab b

(V) Utilizando-se a relação encontrada no primeiro item, teremos:


​​ a – ab2 ​​
– b2  0  ​​ → __
​​ a2  ​​– __
​​ ab2 ​​ – __
​​ b2 ​​ = 0 → __ ​​ a2  ​​– __
​​ a  ​​– 1 = 0 → ϕ2 - ϕ – 1 = 0
2 2 2 2
_________ = ​​ __

b b 2
b b b b b
​​ a2  ​​ – __
​​ a  ​​= 1, conforme calculado no item anterior.
2
(F) Não, a proporção verdadeira é __
b b
(V) Utilizando-se a relação encontrada no terceiro item, teremos:
​​ a2  ​​– __
​​ a  ​​– 1 = 0 → ϕ2 – ϕ – 1 = 0
2
__
b b
∆ = (–1)2 – 4 · 1 · (–1) = 5
__ __ __
​​ 1 ±  ​​

​ 5 ​   √ 5 ​  1 – ​√ ​​
ϕ = ______ ​​ 1 + ​ ​​
 → ______    ou ​​ ______ 5 ​  

2 __ 2 2 __ __ __ __
__ 1
a​​    ​​= ______– √
​ 5 ​
  b
__ 2
______ 2 · (1 + √
__________ –1 · (1 + ​√5 ​) 
​ 5 ​)  ___________ b
__ (​√5 ​ – 1)
_______ a · (​√5 ​ – 1)
__________
​​   ​​   → ​​ a ​​  = ​​     ​​ __ = ​​   ​​  = ​​ 
   ​​  → ​​ a ​​  = ​​ 
   ​​  → b = ​​   ​​   
b 2 1–√ ​ 5 ​  –4 2 2 2
Portanto: V – V – V – F – V.

INTERDISCIPLINARIDADE

Esta parte do conteúdo da geometria plana é intimamente ligada com a parte histórica da Grécia Antiga. Os
matemáticos gregos estavam no auge de suas descobertas, enquanto a cultura grega aflorava se expandia. Fique
ligado nas questões de Grécia Antiga que relacionam sua arquitetura com a matemática. Razões proporcionais e,
principalmente, a razão áurea são os temas frequentes nos vestibulares.

149
Estrutura Conceitual
RAZÃO PROPORCIONAL
EXEMPLO: 4 MEDIDAS SÃO SEGMENTOS
PQ = 3 cm PROPORCIONAIS
RS = 9 cm 3 = 2
TU = 2 cm 9 6
VX = 6 cm
DIVISÃO EQUIVALENTE 1 = 1
3 3

1) RETAS PARALELAS
LEMBRAR DO TEOREMA
DE TALES 2) CORTADAS POR DUAS TRANSVERSAIS
3) SEGMENTOS DAS DUAS RETAS TRANVERSAIS
SÃO PROPORCIONAIS

R S

A P

B Q

C R

150
7
0 80 Pontos notáveis de
um triângulo

Competência Habilidades
2 6, 7, 8 e 9
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M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Mediana
É o segmento que contém um dos vértices e o ponto médio do lado oposto:

 
Na figura, o segmento AM​​
​​  é a mediana relativa ao lado BC​
​ ,  pois BM = CM.
Todo triângulo possui três medianas que se encontram em um ponto chamado baricentro, simbolizado na
figura pela letra G:

O baricentro divide cada mediana de forma que:

AG = 2GMBC

BG = 2GMAC

CG = 2GMAB

Com isso, concluímos que podemos dividir a mediana pelo baricentro das seguintes formas equivalentes:

Em função da distância GM
Em função da mediana
(distância do baricentro ao lado)

153
Bissetriz Altura
Segmento com uma extremidade em um vér- Segmento cuja extremidade é um vértice do tri-
tice que divide o ângulo interno formado por ele em
ângulo e que é perpendicular ao seu lado oposto (ou do
dois ângulos congruentes:
prolongamento dele):


Na figura, o​ segmento ​BS​ é a bissetriz interna 
^​ 
relativa ao ângulo ​B ​,  pois determina nesse ângulo dois O segmento ​AH​ é a altura relativa ao lado BC​
​ , 
 
ângulos congruentes. Todo triângulo possui três bisse- pois AH​
​  é perpendicular à BC​
​ . 
trizes que se encontram em um ponto denominado in- Quando o triângulo é obtusângulo, a intersecção
centro, simbolizado na figura pela letra I:
de duas das alturas se dá com o prolongamento dos
lados:

O incentro determina o centro da circunferência


inscrita ao triângulo: Veja que não há perpendicular relativa ao lado​

BC​ que encontre o vértice A, internamente ao triângulo,

portanto devemos prolongar o lado ​BC​. 
O centro da circunferência inscrita ao Todo triângulo possui três alturas que se encon-
triângulo ABC coincide com seu incentro. tram em um ponto denominado ortocentro, simboli-
zado na figura pela letra H:

Como a circunferência inscrita tangencia os la-


dos do triângulo, temos que o centro dessa circunferên-
cia (incentro) é equidistante dos três lados.

154
Teoria na prática
Mediatriz
1. Determine os raios das circunferências inscrita e
Qualquer segmento de reta perpendicular a um circunscrita a um triângulo equilátero de lado a.
lado do triângulo e que passa por seu ponto médio. Resolução:
Em um triângulo equilátero, o baricentro, orto-
centro, incentro e circuncentro são coincidentes.

A reta r é a mediatriz do triângulo ABC relativa


 
ao lado BC​ ​  e M é ponto mé-
​  pois é perpendicular a BC​
dio desse lado.
Todo triângulo possui três mediatrizes que se
Sabemos que a altura h de um triângulo equi-
encontram em um ponto denominado circuncentro, a​dXX3 ​
látero de lado a vale ​ ____
 ​  .  Como a altura coin-
simbolizado na figura pela letra C: 2
cide com a mediana relativa a uma mesma base,
temos que o baricentro divide a altura em dois
segmentos, sendo que o maior corresponde tam-
bém ao raio R da circunferência circunscrita ao
triângulo e o segmento menor corresponde ao
raio r da circunferência incrita ao triângulo. Logo:
d
​ XX
3 ​ ​dXX
3 ​
R = __ ​ 2 ​ a ​ ___
​ 2 ​ h = __  ​  = a​ ___ ​  
3 3 2 3
Portanto, podemos dizer que, em um triângulo
O circuncentro de um triângulo é o centro da cir-
equilátero, se R é o raio da circunferência cir-
cunferência circunscrita a ele:
cunscrita e r o raio da circunferência inscrita ao
triângulo, temos que:
R = 2r
O centro da circunferência
circunscrita ao triângulo 2. No triângulo ABC a seguir, o ponto I é o incentro
ABC coincide com seu
circuncentro. do triângulo. Calcule a distância do ponto I até o

lado ​AB​ do triângulo.

155
Resolução:

Se I é o incentro, ele equidista de todos os lados


do triângulo. Logo, calcularemos apenas a dis-
tância de I até o ponto P.
Como o triângulo IPC é retângulo, podemos es-
crever:

sen 30º = ​ __ IP  ​= __


​ IP ​ 
IC 5
​ 1 ​ = __
__ ​ IP ​  ↔ IP = __ ​ 5 ​ 
2 5 2

Como IP é a distância de I até o lado AC​
​ ,  e I
equidista de todos os lados, a distância de I até

​ 5 ​ .
o segmento ​AB​ é de __
2

156
9
0 01 Semelhança de triângulos

Competências Habilidades
2e3 6, 7, 8, 9, 12 e 14
© Dudarev Mikhail/Shutterstock

M T
MATEMÁTICA
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.
Semelhança de triângulos
Vamos analisar se os triângulos ABC e A’B’C’ são semelhantes:

De acordo com a definição de semelhança, dois polígonos são semelhantes quando seus lados correspon-
dentes são proporcionais e os ângulos correspondentes congruentes.
Nos triângulos acima, temos:
​^​ ​^​
§§ ​A ​ ≅ A'​
​  
​^​ ​^​
§§ ​B ​ ≅ B'​
​  
​^​ ​^​
§§ ​C ​ ≅ C'​
​  
E também:

​  BC  ​ = ____
AB  ​ = ____
​ ____ ​ CA  ​ = __
​ 7 ​ —— razão de semelhança
A'B' B'C' C'A' 5
Aplicando a definição geral de semelhança dos polígonos, podemos dizer que:

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, seus ângulos correspondentes são congruentes e os lados
correspondentes são proporcionais.

Nesse caso, a razão entre os lados correspondentes também é chamada razão de semelhança.

Exemplo
§§ Os triângulos abaixo são semelhantes?

​^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​


Observe que os ângulos correspondentes são congruentes, ​A ​ ≅ ​D ​,  ​B ​ ≅ ​E ​ e ​C ​ ≅ ​F ​ 
Calculando a proporção entre os lados correspondentes, temos:
​ AB ​ = ___
___ ​ 12 ​ = 3
DE 4

​ ___ ​ 18 ​ = 3
BC ​ = ___ razão de semelhança
EF 6

​ AC ​ = ​ __
___ 9  ​= 3
DF 3
Portanto, como os ângulos correspondentes são congruentes e os lados correspondentes são proporcionais,
podemos afirmar que os triângulos ABC e DEF são semelhantes.
159
Teorema fundamental da semelhança de triângulos
Se uma reta é paralela a um dos lados de um triângulo e intercepta os outros dois lados em pontos distintos,
então o triângulo que ela determina com esses lados é semelhante ao primeiro.
   
Supondo que a reta r é paralela ao lado AB​
​  (r // AB​ ​ , vamos mostrar que DABC ~ DDEC.
​  ) e, portanto, ​DE​ // AB​

 
Como DE​ ​ ,  então: ___
​  // AB​ ​ CE  ​  (I)
​ CD  ​= ___
CA CB
Temos ainda:
​^​ ​^​
§§ A​C ​ B ≅ D​C ​ E (ângulo comum aos dois triângulos)
​^​ ​^​
§§ B​A ​ C ≅ E​D ​C
  (ângulos correspondentes em retas paralelas) (II)
​^​ ​^​
§§ A​B ​ C ≅ D​E ​C
  (ângulos correspondentes em retas paralelas)

Casos de semelhança
Nem sempre é necessário conhecer a medida de todos os lados e de todos os ângulos de dois triângulos
para verificar se eles são semelhantes.
Observe os três casos de semelhança de triângulos.
1º. Caso: Ângulo – Ângulo (AA)
Conhecemos dois ângulos dos triângulos em que:
​^​ ​^​ ​^​ ​^​
C​A ​ B ≅ C'​A ​' B' e A​B ​ C ≅ A'​B ​' C'

DABC ~ DA'B'C'

Se dois triângulos têm dois ângulos correspondentes congruentes, então esses triângulos são semelhantes.

160
2º. Caso: Lado – Ângulo – Lado (LAL)
​^​ ​^​
​ CA  ​ e C​A ​ B ≅ C'​A ​' B'
​ AB  ​ = ____
Conhecemos dois lados dos triângulos e o ângulo formado por eles, em que: ____
A'B' C'A'

DABC ~ DA'B'C'

Demonstração:
    
No DABC, construímos DE​
​  de forma que AD​
​  = A’B’​
​  e DE​
​  // BC​
​ . 

Se dois triângulos têm dois pares de lados correspondentes proporcionais e os ângulos compreendidos por
esses lados são congruentes, então esses triângulos são semelhantes.

3º. Caso: Lado – Lado – Lado (LLL)


​  CA  ​ = ____
AB  ​ = ____
Conhecemos os três lados dos triângulos em que: ​ ____ ​  BC  ​ 
A'B' C'A' B'C'

DABC ~ DA’B’C’
Se dois triângulos têm os três pares de lados correspondentes proporcionais, então esses triângulos são
semelhantes.

Consequência da semelhança de triângulos


Observe os triângulos semelhantes ABC e A’B’C’:

   
Nesses triângulos, AH​
​  e A’H’​
​  são as alturas e AM​
​  e A’M’​
​  são as medianas.

161
Pela semelhança de dois triângulos, é possível verificar que, se a razão de semelhança entre ABC e A’B’C’ é
um número real k, então:
AH  ​ = k
§§ A razão entre duas alturas correspondentes é k, ou seja: ​ ____
A’H’
AM  ​ = k
§§ A razão entre duas medianas correspondentes é k, ou seja: ​ ____
A’M’
a + b + c 
§§ A razão entre os perímetros é k. ​ _________  ​ 
=k
a’ + b’ + c’
 
Observação: Em um triangulo ABC qualquer, unindo os pontos médios dos lados ​AB​ e ​AC​,  obtemos um

segmento cuja medida é a metade da medida do terceiro lado BC​
​ . 

​ 1 ​ BC
MN = __
2
Essa consequência é conhecida como base média de um triângulo.

Portanto, os triângulos BPS e CQR são seme-


Teoria na prática
1. Encontre o comprimento do lado do quadrado lhantes (caso AA):
__
PQRS na figura a seguir: __ ​ 3x ​ ⇒ x2 = 6 ⇒ x = √
​ x  ​= __ ​ 6 ​ 
2
2. Numa festa junina, além da tradicional brinca-
deira de roubar bandeira no alto do pau-de-
-sebo, quem descobrisse a sua altura ganharia
um prêmio. O ganhador do desafio fincou, pa-
ralelamente a esse mastro, um bastão de 1 m.
Medindo-se as sombras projetadas no chão pelo
bastão e pelo pau-de-sebo, ele encontrou, res-
pectivamente, 25 dm e 125 dm. Portanto, a altu-
ra do pau-de-sebo, em metros, é
Resolução: a) 5,0.
​^​ ​^​
Denominando o ângulo P​B ​ S = a e P​S ​ B = b, b) 5,5.
 c) 6,0.
temos que a e b são complementares. Como ​SR​ 
 ​ ​
^
​ ,  temos que A​S ​ R = a e, conse-
é paralelo a BC​ d) 6,5.
​^​ ​^​
quentemente, A​R ​ S = b. Da mesma forma, Q​C ​ R Resolução:
​^​
= b e C​R ​ Q = a:
Sabendo que a altura é proporcional ao com-
primento da sombra projetada, segue-se que a
altura h do pau-de-sebo é dada por
h   ​ =​ ___
​ ___ ​ 125 ​ 
1  ​ ⇒ 25 × h = 125 ⇒ ___
125 25 25
⇒h=5m

Alternativa A

162
3. Considere a imagem abaixo, que representa o Desse modo, pode-se afirmar que, com uma hora
fundo de uma piscina em forma de triângulo de viagem, a distância, em quilômetros, entre os
isósceles com a parte mais profunda destacada. dois navios e a velocidade desenvolvida pelo navio
C, em quilômetros por hora, serão, respectivamente:
a) 30 e 25.
b) 25 e 22.
c) 30 e 24.
d) 25 e 20.
e) 25 e 24.
Resolução:
O valor, em metros, da medida x é y = 18 ∙ 0,5 = 9 km
a) 2
b) 2,5 Logo, aplicando o teorema de Pitágoras:
c) 3 x2 + 92 = 152 ⇒ x2 + 81 = 225 ⇒ x2 =225 – 81
d) 4 ⇒ x2 = 144 ⇒ x = 12 km
e) 6
Depois de uma hora de viagem, as distâncias
Resolução: serão dobradas, portanto, a distância entre os
navios B e C será de 30 km.
O navio C se locomove de 12 km a cada meia
hora, ou seja, sua velocidade é de 24 km/h.
Alternativa C

5. Uma bola de tênis é sacada de uma altura de


21 dm com alta velocidade inicial e passa rente
à rede a uma altura de 9 dm.
O triângulo ADE é isósceles, logo AD = 8m. Desprezando-se os efeitos do atrito da bola com
O triângulo ABC é semelhante ao triângulo ADE, o ar e do seu movimento parabólico, considere a
portanto: trajetória descrita pela bola como sendo retilínea
e contida num plano ortogonal à rede. Se a bola
​  x   ​ → 8x =24 ⇔ x = 3m
​ 2 ​ = ___
__
8 12 foi sacada a uma distância de 120 dm da rede, a
Alternativa C que distância dela, em metros, a bola atingirá o
outro lado da quadra?
4. Suponha que dois navios tenham partido ao
Resolução:
mesmo tempo de um mesmo porto A em dire-
ções perpendiculares e a velocidades constan- Considere a figura abaixo.
tes. Sabe-se que a velocidade do navio B é de A
18 km/h e que, com 30 minutos de viagem, a
D
distância que o separa do navio C é de 15 km,
conforme mostra a figura:
B E C
raio C
Os triângulos retângulos ABC e DEC são seme-
x
A C lhantes por AA.
Portanto, sabendo que AB = 21 dm, DE = 9 dm
y
15
e BE = 120 dm, temos:
raio B
​ BC  ​ ⇔ ___
​ AB ​ = ___
___ ​ 120 + ​
​ 21 ​ = ________EC 
 ⇒
DE EC 9 EC
⇒ 7 ∙ EC = 360 + 3 ∙ EC
B
⇒ EC = 90 dm = 9 m
163
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES

Habilidade 12 - Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.

Dentro do terceiro eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 12 exige do aluno a capacidade de resol-


ver uma situação proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma altura de 2,2 metros. Um
paciente ao caminhar sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcançou uma altura de
0,8 metro.
A distância em metros que o paciente ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa
é.
a) 1,16 metros.
b) 3,0 metros.
c) 5,4 metros.
d) 5,6 metros.
e) 7,04 metros.

Análise Expositiva

Habilidade 12
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utilizar seus conheci-
mentos de geometria básica para a resolução da mesma.

Alternativa D

164
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
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Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu Batista
Vitor Okuhara

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
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Coordenador-geral
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Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


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Editoração eletrônica
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Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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2
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA
Aulas 9 e 10: Operações com intervalos 6
Aulas 11 e 12: Inequações do 1º e 2º graus 8
Aulas 13 e 14: Relações, funções e definições 17
Aulas 15 e 16: Funções do 1º grau 25

ARITMÉTICA
Aulas 9 e 10: Razão, proporção e grandezas proporcionais 32
Aulas 11 e 12: Teorema fundamental da aritmética, M.M.C e M.D.C 43
Aulas 13 e 14: Porcentagem 52
Aulas 15 e 16: Acréscimos e descontos 55

GEOMETRIA PLANA
Aulas 9 e 10: Semelhança de triângulos 62
Aulas 11 e 12: Relações métricas no triângulo retângulo 66
Aulas 13 e 14: Trigonometria num triângulo qualquer 73
Aulas 15 e 16: Áreas dos triângulos 79

3
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.

4
ÁLGEBRA: Incidência do tema nas principais provas

A prova do Enem tem alta incidência em ques- No vestibular da FUVEST são encontradas
tões de função de primeiro grau com questões questões de inequações, relações de função
mais medianas ou até mesmo de grau elevado. e função de primeiro grau. Além disso, esses
O texto sempre deve ser analisado para uma boa temas são essenciais para a continuação da
interpretação da questão. Saber as relações e matéria até chegar em pontos mais avançados,
definições de uma função torna-se como Polinômios.
básico para essa
prova.

Operações com intervalos e relações com As aulas deste caderno devem ser analisadas A VUNESP apresentou inúmeras questões
função são temas importantes para a prova e estudadas para a prova da UNIFESP. Por de funções nas suas últimas provas, tanto na
da Unicamp, pois eles podem ser abordados apresentar questões mais elaboradas nas primeira quanto na segunda fase.
inicialmente na questão para serem aprofun- grandes áreas da Matemática, a prova
dados dentro dela. Função de primeiro grau pode exigir do candidato conceitos mais
tem alta incidência também. específicos.

A prova do Albert Einstein apresenta questões A FMABC apresenta questões que exigem A PUC de Campinas apresenta alta A prova da Santa Casa possui questões de
com os temas das aulas do caderno 1 como uma boa interpretação de texto na parte de incidência de questões de inequação do 1.º elevado grau na matemática. As aulas deste
base. Em seu desenvolvimento, o aluno terá função de primeiro grau. Intervalos dos reais e 2.º grau, mesclando as duas em divisões caderno devem ser estudadas com excelência
que ser eficiente ao saber do domínio e também será exigido ao final de uma questão ou multiplicações. Saber realizar o gráfico para um bom aproveitamento nessa prova.
imagem de uma função e como resolver uma de inequações do 1º ou 2º grau. de uma função do primeiro grau e ler suas
raiz de funções do primeiro grau. incógnitas também é essencial.

UFMG

A prova de Londrina apresenta questões bem A federal do Paraná apresenta uma prova de A Faculdade de Ciências Médicas apresenta
elaboradas nas áreas da Aritmética. Exercícios Matemática muito bem elaborada, e as aulas uma prova com poucas questões, porém abor-
com inequação e função de primeiro grau não deste caderno são totalmente necessárias para dando vários temas da matemática dentro
faltarão em sua prova. a resolução das questões. Inequações e função delas. O aluno deve estudar detidamente as
do primeiro grau têm alta incidência em seu aulas deste livro para alcançar um resultado
vestibular. satisfatório.

A UERJ vai aproveitar a operação de intervalos A UNIGRANRIO trará uma prova de A Souza Marques abordará em suas questões
em alguma de suas questões; além disso Matemática diferente da prova do Enem, com as matérias deste caderno junto com outras
possui elevada recorrência de questões de questões de pouco texto e mais objetividade. grandes matérias da Matemática. Operações
função de primeiro grau. É fundamental saber o domínio e imagem de com intervalos reais e definições de uma
uma função. função são essenciais para sua prova.

5
AULAS Operações com intervalos
9 e 10
Competência: 5 Habilidades: 19, 20, 21 e 22

Dados dois números reais a e b, com a < b, define-se como c) ]–2, 2[


intervalo fechado [a, b] o seguinte conjunto:
[a, b] = {x [ R | a ≤ x ≤ b} d) [–3, + Ü [
Nesse caso, os elementos a e b pertencem ao interva-
lo, assim como todos os números reais maiores que a e
menores que b. A notação [a, b] se refere necessariamente a um conjunto
de números reais. Assim, o intervalo [1, 2], por exemp-
Do mesmo modo, define-se como intervalo aberto ]a, b[ lo, representa o conjunto de todos os números reais
o conjunto: maiores ou iguais a 1 e menores ou iguais a 2, possuindo
]a, b[ = {x [ R | a < x < b} infinitos elementos.
Perceba que, diferentemente do intervalo fechado, nesse
conjunto os elementos a e b não pertencem ao intervalo.
Caso o número real a (denominado extremo inferior do
intervalo) pertença ao intervalo, e o número b (denomi-
nado extremo superior do intervalo) não pertença,
denomina-se esse intervalo como fechado à esquerda
(ou aberto à direita), definido pelo conjunto:
[a, b[ = {x [ R | a ≤ x < b}
Da mesma maneira, caso a não pertença ao intervalo, e
b pertença, denomina-se esse intervalo como fechado à
direita (ou aberto à esquerda), definido por: 1.1. Operações com intervalos
]a, b] = {x [ R | a < x ≤ b}
Aplicação do conteúdo
Também é possível representar intervalos “infinitos”:
§ Se A = {x [ R | 2 < x < 5} e
[a, +Ü [ = {x [ R | x ≥ a}
B = {x [ R | 3 ≤ x ≤ 8}, determine A > B.
]–Ü, a] = {x [ R | x ≤ a}
Observe:
Como intervalos são, por definição, conjuntos, pode-se
realizar as operações entre conjuntos, como união, inter- 3 é elemento de A e também de B.
secção e diferença em intervalos também. 5 é elemento de B e não é elemento de A.

1. Representação geométrica Os elementos de 3 até o 5, excluído esse último, pertencem


a A e a B simultaneamente.
de intervalos na reta real
É possível representar intervalos na reta real, o que facilita
a realização de operações entre intervalos. Veja o exemplo:
a) [–1, 2]

b) [1, 4[
Assim, A > B = {x [ R | 3 ≤ x < 5}

6
§ Dados A = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 0} e Resolução:
B = {x [ R | 2 ≤ x < 3}, determine A > B.
Analisando os valores possíveis para _​ yx ​ e xy nos ex-
Não há elementos que pertençam aos dois conjuntos ao
tremos, tem-se:
mesmo tempo. I) _​ xy ​ 

x = – 4, y= 1⇒ _​  xy ​  = –4

x = –1, y = 1 ⇒ _​  xy ​ = –1

x = – 4, y = 2⇒ _​  xy ​  = –2

A intersecção é o conjunto vazio: A > B = Ø. x = –1, y = 2 ⇒ _​ xy ​ = ​  –1


__ ​ 
2
II) xy
§ Dados A = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 3} e x = – 4, y = 1⇒ x ∙ y = – 4
B = {x [ R | 1 < x ≤ 4}, determine A < B. x = –1 ⇒ y = 1 ⇒ x ∙ y= –1
x = – 4, y = 2⇒ x ∙ y = – 8
x = –1, y = 2 ⇒x ∙ y = –2

O menor valor encontrado é – 8, e o maior é –1/2. Assim, o


intervalo pedido é ]– 8, –1/2[, lembrando que os extremos
são abertos, uma vez que os extremos de x e y também
são abertos.
união pedida
Alternativa D
Assim, A < B = {x [ R | –2 ≤ x ≤ 4}

§ Dados A = {x [ R | –3 < x ≤ 4} e
B = {x [ R | 1 < x < 7}, calcule A – B.
O conjunto A – B é formado pelos elementos que perten-
cem a A e não pertencem a B.

Assim, A – B = {x [ R | –3 < x ≤ 1}

Aplicação do conteúdo
Se –4 < x < –1 e 1 < y < 2, então _​ yx ​  e x ∙ y estão no
intervalo:
a) ] – 8, –1[

] 1 ​   ​
b) ​ –2, – ​ __
2 [
c) ] – 2, –1[

] [
1 ​   ​
d) ​ – 8, – ​ __
2

e) ]​ –1, __
​ 1 ​  [​
2

7
AULAS Inequações do 1º e 2º graus
11 e 12
Competência: 5 Habilidade: 21

1. Inequações Aplicação do conteúdo


Dadas duas funções f(x) e g(x), sendo seus domínios conti- Encontrar o conjunto solução da inequação 2x – 1 < x + 4.
dos no conjunto dos números reais, uma inequação é dada
Somando –x em ambos os lados da inequação, tem-se:
pelas sentenças abertas a seguir:
2x – 1 – x < x + 4 – x
§ f(x) > g(x): f(x) é maior que g(x) ou g(x) é menor que
f(x); x–1<4

§ f(x) > g(x): f(x) é maior ou igual a g(x) ou g(x) é menor Agora, somando 1:
ou igual a f(x); x – 1 + 1< 4 + 1
§ f(x) < g(x): f(x) é menor que g(x) ou g(x) é maior que x<5
f(x); Assim, o conjunto solução é S = {x [ R | x < 5}.
§ f(x) < g(x): f(x) é menor ou igual a g(x) ou g(x) é maior § P2: Dada a inequação a > b, com a [ R e b [ R e um
ou igual a f(x). valor c [ R, segue que:
i) se c > 0, a > b  e  a ∙ c > b ∙ c são equivalentes;
1.1. Conjunto solução
ii) se c <0, a > b  e  a ∙ c < b · c são equivalentes.
O conjunto solução de uma inequação é dado pelo con-
junto S de valores que tornam a inequação verdadeira. Ou seja, pode-se multiplicar ambos os lados de uma in-
equação e obter uma inequação equivalente; no entanto,
se o valor multiplicado for negativo, o sinal da desigual-
Aplicação do conteúdo dade inverte.
1. O conjunto solução da inequação x + 1 > 2 é dado por
S = {x [ R | x > 1}. Note que x = 1 não torna a inequação Observe a desigualdade a seguir:
verdadeira: 2 < 5   (2 é menor que 5)
1+1>2 Se ambos os lados forem multiplicados por –3, tem-se:
2 > 2 (falso) –6 > –15  (Note que –6 é maior que –15)
2. A inequação x > x + 2 não possui valores reais que a Devido à troca do sentido da desigualdade, ao serem
tornam verdadeira (x + 2 sempre será maior que x para multiplicados ambos os membros por um valor negativo,
qualquer valor real de x), logo S = \. na inequação:
Para encontrar o conjunto solução de uma inequação, é ​ 1x ​ < __
__ ​ 1 ​ 
2
preciso simplificá-la de modo a obter uma inequação Não é possível multiplicar ambos os membros por x, tran-
equivalente (em que o conjunto solução é o mesmo), de spondo o termo x para o outro membro, como seria feito
maneira semelhante à resolução de equações. Para isso, na resolução da equação:
são utilizadas duas propriedades das inequações:
​ 1x ​ = __
__ ​ 1 ​ ⇒ 1 = __ ​ x  ​
§ P1: Dada a inequação a > b, com a [ R e b [ R, 2 2
Isso se deve ao fato de que podem existir valores de x nega-
pode-se somar um valor c [ R em ambos os lados da
tivos que satisfaçam a inequação, e para x < 0, ao transpor
inequação e obter uma inequação equivalente:
para o outro membro, deve-se inverter o sentido da desi-
a > b  e  a + c > b + c  possuem gualdade. Para resolver essa e outras inequações, é preciso
o mesmo conjunto solução utilizar apenas as propriedades apresentadas, ou seja:

8
​  1x ​ < __
__ ​ 1 ​  Assim, o conjunto solução é S = {x [ R I x < –3}.
2
​  1x ​ – __
__ ​ 1 ​ < 0
x  ​– ____
2. Encontre o conjunto solução da inequação  ​__ 1 – ​ > ​  5
x  __  ​.
2 2 4 6
Reduzindo a um denominador comum, tem-se: Reduzindo ambos os membros a um denominador co-
mum, tem-se:
____​  2 – ​x  < 0
2x 3 · (1 – x) ____
Essa inequação equivalente encontrada é denominada ​  6 ·  ​
____ x  – ________
​   ​   > ​ 2 · 5 ​  

12 12 12
inequação-quociente. Mais adiante será analisado o
método para encontrar seu conjunto solução. Multiplicando ambos os membros por 12, simplifica-se
a expressão:

2. Inequações do 1.º grau 6x – 3(1 – x) > 2 · 5


6x – 3 + 3x > 10
É chamada de inequação do 1º grau na variável x toda 9x > 13
desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas:
​ 13 ​ 
x > ___
ax + b > 0 9
ax + b > 0 (com a, b [ R e a Þ 0) Assim, o conjunto solução é:
ax + b < 0 { ​ 13 ​  .​
S = ​ x [ R | x > ___
9 }
ax + b < 0

Por exemplo, a inequação 4(x –1) – x2 > 3x – x(x + 1) 2.2. Sistemas de inequações do 1.º grau
pode ser reduzida à forma ax + b > 0, sendo, assim, uma O conjunto solução de um sistema de inequações é deter-
inequação do 1.º grau: minado pela intersecção dos conjuntos soluções de cada
inequação do sistema.
4x – 4 – x2 > 3x – x2 – x
4x – 4 – x2 – 3x + x2 + x > 0
2x – 4 > 0
Aplicação do conteúdo
1. Resolver a inequação  –1 < 2x – 3 < x.
polinômio do 1° grau
(I) (II)
Em algumas situações, é necessário obter os valores de x
que satisfazem duas ou mais inequações. Com efeito, resolver essa inequação simultânea equivale a
resolver o sistema:
Duas ou mais inequações consideradas ao mesmo tempo
constituem o que é denominado sistemas de inequações. –1 < 2x – 3 (I)
2x – 1 > 0
2x – 3 < x (II)
Sistema de inequações do 1º grau.
x–5<0 (I)
–1 < 2x – 3
2.1. Resolução de inequações do 1.º grau
–2x < – 3 + 1
Aplicação do conteúdo –2x < – 2
1. Resolva a inequação –2x + 4 > 10.
x>1

–2x > 10 – 4 1 x

–2x > 6
Agora, multiplicando ambos os membros da inequação por
(II)
– __​ 1 ​ (o que é equivalente a dividir ambos os membros por –2): 2x – 3 ≤ x
2
( ) ( )
​  – ​ __1 ​  ​ (–2x) < 6 ​  – ​ __1 ​  ​  (Note que o sentido da desigual-
2 2
2x – x ≤ 3
x≤3
dade deve ser trocado.)
x < –3 3 x

9
Fazendo a intersecção: Um modo simples de encontrar o conjunto solução de uma
inequação do segundo grau é simplificar a inequação até
1
(I) se obter uma expressão do tipo f(x) > 0, f(x) > 0, f(x) < 0
3 ou f(x) < 0, em que f(x) é uma função do segundo grau; e
(II) o sinal da função f(x) é analisado por meio de seu gráfico.
(I) > (II)
1 3 Aplicação do conteúdo
S = {x [ R I 1 < x < 3} Encontrar o conjunto solução da inequação
§ Encontre o conjunto solução da inequação 2 < 3x – 1 < 8. 2x² + 6x – 1 > x² + 11x – 5.
Em alguns casos, não é preciso montar um sistema de ine- Transpondo todos os fatores para um membro da in-
quações para resolver uma inequação simultânea. Nesse equação, tem-se:
exemplo, é possível somar 1 nos três membros:
2x² + 6x – 1– x² – 11x + 5 > 0
2 + 1 < 3x – 1 + 1 < 8 + 1 x² – 5x + 4 > 0
3 < 3x < 9 Agora, é preciso simplesmente analisar o sinal da função
Agora, dividindo todos os membros por 3, tem-se: f(x) = x² – 5x + 4. Para isso, deve-se construir seu gráfico:
1<x<3 § Calculando as raízes
Assim, o conjunto solução é dado por: f(x) = 0
1 < x  (I) x² – 5x + 4 = 0
x < 3  (II) x1 = 1 e x2 = 4

§ Concavidade da parábola
Realizando a intersecção dos dois intervalos, tem-se:
Como a = 1 (positivo), resulta que a parábola possui con-
1 cavidade para cima; portanto, seu gráfico é:
(I)
y
3
(II)

(I) > (II)


f(x)

S = {x [ R I 1 < x < 3}
1 4
3. Inequações do 2.º grau
x

É denominada inequação do 2º grau na variável x toda


desigualdade que pode ser reduzida a uma das formas: Pelo gráfico, nota-se que:

ax2 + bx + c > 0 Para x < 1 ou x > 4 ⇒ f(x) > 0

ax2 + bx + c > 0 Para 1 < x < 4 ⇒ f(x) < 0


(com a, b e c [ R e a Þ 0)
ax2 + bx + c < 0 Agora, são analisados os intervalos em que se tem f(x) > 0:
y
ax2 + bx + c < 0

Exemplos: f(x)

x2 – 3x + 1 > 0 2x2 – 5x < 0


polinômio do 2º grau    polinômio do 2º grau
1 4 x

3.1. Resolvendo inequações do 2.º grau


Resolver uma inequação do 2º grau significa determinar os
valores reais de x que satisfazem a inequação dada. Assim, o conjunto solução é S = {x [ R | x < 1 ou x > 4}.

10
VIVENCIANDO

No dia a dia ocorre uma variação nas medidas de temperatura. Na prática, essa variação é registrada ao se indicar
uma temperatura mínima e uma máxima, construindo, assim, a ideia de intervalo. Imagine a cidade de São Paulo
em um dia chuvoso, com a temperatura mínima de 18º e a máxima de 24º: a temperatura será representada por T,
e os símbolos de maior ou igual (≥) e de menor ou igual (≤) serão utilizados para escrever a frase que expresse essa
temperatura:
18º ≤ T ≤ 24º
A inequação é mais um recurso da linguagem matemática que permite a organização de problemas, uma vez que as
medidas sempre serão variáveis, por mais precisos que sejam os instrumentos de medição. Ao comparar duas quan-
tidades, tentando concluir qual delas é maior ou menor, você estará utilizando o princípio da inequação.

3.2. Sistemas de inequações do 2.º grau Resolvendo (II): x + 5 < 0 ⇒ x < –5

Alguns sistemas de inequação apresentam uma ou mais


inequações do 2.º grau. Para resolver esses sistemas, cada
inequação deve ser resolvida separadamente, e, em segui-
da, encontra-se a intersecção das soluções. –5 x

Aplicação do conteúdo
1. Resolver o sistema de inequações:

2x2 + 8 > x2 – 6x (I)


  x + 5 < 0 (II)
–5 x

Resolvendo (I):
2x2 + 8 > x2 – 6x ⇒ x2 + 6x + 8 > 0 Fazendo a intersecção entre as soluções de (I) e (II):

§ a = 1 > 0 (I)
–4 –2
§ x + 6x + 8 = 0
2 –5
(II)
D=4
(I) > (II)
–6 ± 2 ​ 8 ​ = - 4
x' = - ___ –5
______
x = ​   ​   2
2
​ 4 ​ = - 2
x'' = - ___ S = {x [ R | x < – 5}
2

4. Inequações-produto e
inequações-quociente
–4 –2 x

4.1. Inequações-produto
Consideradas duas funções f(x) e g(x), uma inequação-pro-
duto é uma inequação da forma:

11
f(x) ⋅ g(x) > 0 Note que, ao procurar o conjunto solução de (x – 3)(1 – x) > 0,
f(x) ⋅ g(x) > 0 seria possível também realizar o produto do primeiro mem-
f(x) ⋅ g(x) < 0 bro e obter –x² + 4x – 3 > 0, resolver a inequação do
f(x) ⋅ g(x) < 0 segundo grau e obter o mesmo conjunto solução.
Deve-se proceder da seguinte maneira para resolver in- 2. Encontre o conjunto solução da inequação
equações desse tipo: (x2 – 2x)(x2 – 5x + 4) < 0.
1ª Realiza-se o estudo dos sinais de cada função separadamente. Caso seja efetuada a multiplicação entre x² – 2x e x² – 5x + 4,
2ª Os resultados são colocados em um quadro de sinais. será encontrado um polinômio de 4.º grau. Assim, o sinal de
cada função será analisado separadamente, e o quadro de
3ª O sinal do produto das funções é analisado, levando em
sinais será construído:
conta as regras dos sinais da multiplicação de números reais.
f(x) = x² – 2x
Aplicação do conteúdo g(x) = x² – 5x + 4
1. Resolva a inequação (x – 3)(1 – x) > 0. Encontrando as raízes de cada função e considerando suas
concavidades, ambos os gráficos são elaborados:
O sinal de cada função será analisado separadamente:
f(x) g(x)
f(x) = x – 3
g(x) = 1 – x 0 2 x 1 4 x

f(x) g(x)

Construindo o quadro de sinais:


0 1 2 4
3 1

f(x)

g(x)
Assim:
f(x)g(x)
Para x > 3, f(x) é positiva, e para x < 3, f(x) é negativa.
Para x > 1, g(x) é negativa, e para x < 1, g(x) é positiva. Como são procurados os valores de x que tornam o pro-
O quadro de sinais é elaborado: duto (x² – 2x)(x² – 5x + 4) negativo ou nulo, nota-se que o
conjunto solução é:
1 3
S = {x [ R | 2 < x < 4 ou 0 < x < 1}
f(x)
3. Resolva a inequação x³ – 2x² < 3x.
g(x) Transpondo o termo 3x para o outro membro da inequação,
f(x)g(x) tem-se:
x³ – 2x² – 3x < 0
A terceira linha do quadro representa o sinal da função Fatorando o primeiro membro:
f(x)g(x).
x(x² – 2x – 3) < 0
§ Se x < 1, a função f(x) é negativa, e g(x), positiva; por-
Tem-se, agora, uma inequação-produto na forma
tanto, o produto entre elas é negativo.
f(x) g(x) < 0, na qual:
§ Se 1 < x < 3, ambas as funções, f(x) e g(x), são negati-
vas; portanto, seu produto é positivo. f(x) = x
g(x) = x² – 2x – 3
§ Se x > 3, a função f(x) é positiva, e g(x), negativa; por-
tanto, o produto entre elas é negativo. Novamente, construindo o gráfico de cada uma das funções
para realizar a análise de sinal, tem-se:
Como se quer (x – 3)(1 – x) > 0, ou seja, não se procuram
os valores de x que anulam o produto (x – 3)(1 – x), as § f(x) = x
raízes 1 e 3 não são incluídas no conjunto solução:
f(x) = x é uma função de primeiro grau, portanto, seu gráf-
S = {x [ R | 1 < x < 3} ico é uma reta. Sua raiz é dada por:

12
f(x) = 0
x=0
4.2. Inequações-quociente
Dadas duas funções f(x) e g(x), uma inequação-quociente é
A função é crescente pois a > 0. uma inequação da forma:
§ g(x) = x² – 2x – 3 f(x)
___
​   ​  > 0
Calculando suas raízes, tem-se: g(x)
g(x) = 0 f(x)
___
​   ​  > 0
x² – 2x – 3 = 0 g(x)
x1 = –1 e x2 = 3
f(x)
___
Sua concavidade é para cima, pois a > 0. ​   ​  < 0
g(x)

f(x) g(x) f(x)


___
​   ​  < 0
g(x)
0 –1 3
A resolução de inequações-quociente é semelhante à res-
olução de inequações-produto, isto é, o sinal de cada função
é analisado separadamente, e, em seguida, para cada in-
tervalo de x em que há mudança no sinal de alguma das
Quadro de sinais: f(x)
funções, verifica-se o sinal do quociente ___
​   ,  levando em
–1 0 3 g(x)
conta a regra de sinais para divisão de dois números reais.
f(x)
A principal diferença na resolução de uma inequação-quo-
g(x) ciente em relação à inequação-produto é que, agora, há
f(x)
f(x)g(x) uma condição de existência, pois no quociente ___
​   ​  tem-
g(x)
se que g(x) Þ 0 para não se anular o denominador.
Assim, segue que f(x)g(x) é negativo para x < –1 e para x
entre 0 e 3; logo:

S = { x [ R | x < – 1 ou 0 < x < 3}

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A tabela abaixo ilustra os valores normais dos lipídios sanguíneos para um adulto. O perfil lipídico é o resultado de
uma série de exames laboratoriais para determinar dosagens dos quatro tipos principais de gordura. Você consegue
observar uma inequação na tabela?
Indicador Valores Normais

CT (colesterol total) Até 200 mg/dL


LDL (“bom, colesterol) Até 130 mg/dL
HDL (“mau, colesterol) Entre 40 e 60 mg/dL
TG (triglicérides) Até 150 mg/dL

É possível escrever 40 < HDL < 60 no indicador HDL. Note que a inequação está envolvida quando há a necessidade
de se comparar um conjunto de medidas.

13
Como a = 2, a função é crescente.

f(x)
g(x)

x x
2 0

Quadro de sinais:

multimídia: vídeo 0 2

Fonte: Youtube
Número 23 f(x)

Walter Sparrow (Jim Carrey) é um funcionário g(x) 2


do canil municipal que ganhou um livro de pre- f(x)
sente de sua esposa Agatha, chamado O núme- g(x) 0 2
ro 23. O livro narra a obsessão de um homem
com este número, e como isto modifica a sua Atenção ao resolver inequações-quociente, pois elas pos-
vida. Ao lê-lo, Walter reconhece várias pas- suem uma condição de existência. Como a inequação é do
f(x)
sagens como sendo situações que ele próprio tipo ___
​   ​  < 0, segue que g(x) Þ 0. Ou seja, não é incluída
já viveu. Aos poucos, ele nota a presença do g(x)
no conjunto solução a raiz de g(x), pois ela torna o de-
número 23 em seu passado e, também, no seu
presente, tornando-se cada vez mais paranoico. nominador nulo. Entretanto, o 2 é incluído, pois ele anula
apenas f(x), satisfazendo a inequação.

Aplicação do conteúdo S = {x [ R | x < 0 ou x > 2}


1. Resolva a inequação ​ 1
__  ​ ≤ ​  1
__
x 2  ​dada no item 1.1. ​ x – x – ​7 
2
2. Encontrar o conjunto solução da inequação ________ >
 1.
x+1
​ 1 ​ para o outro membro da inequação:
Transpondo o termo __
2
Novamente, não é possível transpor apenas o denomina-
​ 1x ​ – __
__ ​ 1 ​ ≤ 0
2 dor x + 1 multiplicando no segundo membro. Procede-se
Reduzindo a um denominador comum: deslocando todos os termos para o mesmo membro e re-
​ 2 – ​x  ≤ 0
____ duzindo a um mesmo denominador comum:
2x
f(x)
Tem-se, agora, uma inequação-quociente na forma ___ ​   ​  < 0, ​ x – x – ​7 
2
________  
–1>0
g(x) x+1
em que:
1(x + 1)
​  x – x – ​7 
2
________   – _______
​   ​  

>0
f(x) = 2 – x x+1 x+1
g(x) = 2x
​  x – 2x  ​
– 8 
2
_________ >
 0
Ambas são funções de primeiro grau. x+1
f(x) = 2 – x f(x)
Agora, a inequação-quociente é resolvida na forma ___
​   ​  > 0,
g(x)
Sua raiz é dada por: em que:
f(x) = 0
2–x=0 f(x) = x² – 2x – 8
x=2 g(x) = x + 1
Como a = –1, a função é decrescente.
Construindo os gráficos das funções, tem-se:
g(x) = 2x
f(x) g(x)
Sua raiz é dada por:
g(x) = 0
–2 4 –1
2x = 0
x=0

14
Quadro de sinais:

–2 –1 4

f(x)

g(x)

f(x)
g(x) –2 –1 4

f(x)
Como são procurados os valores de x que satisfazem___
​   ​  > 0, tem-
g(x)
multimídia: sites
se os intervalos [–2, –1[ e [4, +`[ que tornam a função pt.khanacademy.org/math/algebra/one-variable-
maior ou igual a zero. Perceba novamente que –1 não -linear-inequalities/alg1-one-step-inequalities/v/
pertence ao conjunto solução, pois é raiz da função g(x). inequalities-using-multiplication-and-division
Portanto:
S = {x [ R | –2 < x < –1 ou x > 4}

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Uma padaria vende, em média, 100 pães especiais por dia e arrecada com essas vendas, em média, R$ 300,00.
Constatou-se que a quantidade de pães especiais vendidos diariamente aumenta, caso o preço seja reduzido, de
acordo com a equação q = 400 – 100 p, na qual q representa a quantidade de pães especiais vendidos diariamente e
p, o seu preço em reais.

A fim de aumentar o fluxo de clientes, o gerente da padaria decidiu fazer uma promoção. Para tanto, modificará o
preço do pão especial de modo que a quantidade a ser vendida diariamente seja a maior possível, sem diminuir a
média de arrecadação diária na venda desse produto.

O preço p, em reais, do pão especial nessa promoção deverá estar no intervalo:


a) R$ 0,50 ≤ p < R$ 1,50
b) R$ 1,50 ≤ p < R$ 2,50
c) R$ 2,50 ≤ p < R$ 3,50
d) R$ 3,50 ≤ p < R$ 4,50
e) R$ 4,50 ≤ p < R$ 5,50

15
Análise expositiva - Habilidade 21: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
A utilizar seus conhecimentos sobre equação do segundo grau para a sua resolução.
A arrecadação é dada pelo preço de cada pão multiplicado pela quantidade de pães vendidos, e essa arre-
cadação é de 300. Assim, tem-se:
(400 – 100p) · p = 300
p² – 4p + 3 = 0.
Resolvendo essa equação do segundo grau, resulta que p = 3 ou p = 1; logo, o pão deverá ter seu preço
reduzido para 1 real.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

DESIGUALDADE INEQUAÇÕES
1º GRAU
- PRODUTO
ax + b < 0
f(x) · g (x) < 0
ax + b ≤ 0
f(x) · g (x) ≤ 0
ax + b ≥ 0
f(x) · g (x) ≥ 0
ax + b > 0
f(x) · g (x) > 0
FUNÇÃO

INEQUAÇÕES -
2º GRAU QUOCIENTE
ax2 + bx + c < 0
ax2 + bx + c ≤ 0
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c > 0

<
MENOR

MENOR

MAIOR
>
MAIOR
OU OU
IGUAL IGUAL

QUADRO DE SINAL

ESTUDO ANÁLISE MONTAGEM

16
AULAS Relações, funções e definições
13 e 14
Competências: 3, 4, 5 e 6 Habilidades: 13, 15, 20 e 25

1. Relações A função pode ser definida como um tipo de relação:


§ Sejam A e B dois conjuntos não vazios, e f uma relação
de A em B.
§ Produto cartesiano: dados dois conjuntos não va-
zios A e B, chama-se de produto cartesiano de A por Essa relação f é uma função de A em B, quando, a
B (indica-se: A × B) o conjunto constituído pelos pares cada elemento x do conjunto A, está associado um
ordenados, nos quais o primeiro elemento pertence a e apenas um elemento y do conjunto B.
A, e o segundo pertence a B. A definição acima afirma que, para uma relação f
de A em B ser considerada uma função, ela neces-
A × B = {(x, y) | x [ A e y [ B}
sita satisfazer duas condições:
§ Relação: dados dois conjuntos A e B, denomi- § Todo elemento de A deve estar associado a algum el-
na-se relação R de A em B qualquer subconjunto de emento de B.
A × B.
§ A um dado elemento de A deve estar associado um
R é relação de A em B à R , A × B. único elemento de B.

Exemplo: Exemplos:
1. Dados os conjuntos A = {0, 5, 15} e B = {0, 5, 10, 15, 20, 25},
Sejam os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2, 4, 6, 8, 10}
seja a relação de A em B determinada pela fórmula y = x + 5,
e a relação R de A em B, tal que y = 2x, x [ A e y [ B. com x [ A e y [ B.
Escrever os elementos dessa relação R.
Como x [ A: x = 0 ä y = 2 · 0 = 0 par (0, 0)
x = 1 ä y = 2 · 1 = 2 par (1, 2)
x = 2 ä y = 2 · 2 = 4 par (2, 4)
x = 3 ä y = 2 · 3 = 6 par (3, 6)
Assim: R = {(0, 0), (1, 2), (2, 4), (3, 6)}.
É possível representar essa relação por meio de um dia-
grama ou de um sistema cartesiano ortogonal.

Observe que:
Todos os elementos de A estão associados a elementos
x
de B.
A um dado elemento de A está associado um único ele-
Pode-se observar que, numa relação R de A em B, o con-
mento de B.
junto R é formado pelos pares (x, y), em que o elemento
x [ A é associado ao elemento y [ B mediante uma lei Assim, a relação de A em B expressa pela fórmula y = x + 5
de associação. é uma função de A em B.

17
2. Dados os conjuntos Quando ocorre uma função de A em B, pode-se represen-
tá-la da seguinte forma:
A = {–2, 0, 2, 5} e B = {0, 2, 5, 10, 20}, seja a relação de A em B
dada pela fórmula y = x, com x [ A e y [ B. f: A é B (função f de A em B)
x é y (a cada valor de x [ A associa-se um só valor y [ B)
As letras x e y são muito utilizadas para representar as va-
riáveis de uma função.
A letra f, em geral, dá o nome às funções, mas podemos
ter também a função g, h, etc. Por exemplo, escreve-se
g: A é B para designar a função g de A em B.
Se y = x + 5 é a fórmula de uma relação, pode-se escrevê-
-la também como f(x) = x + 5.
Esse exemplo não expressa uma função de A em B, uma O símbolo f(x), lê-se f de x, possui o mesmo significado do
vez que o elemento –2 do conjunto A não está associado a y e pode simplificar a linguagem. Por exemplo, em vez de
algum elemento de B. se dizer: “Qual o valor de y quando x = 2?”, simplesmente
se utiliza: “Qual o valor de f(2)?”. Assim, f(2) indica o valor
3. Dados os conjuntos A = { –3, –1, 1, 3} e B = {1, 3, 6, 9}, seja a de y quando x é 2.
relação de A em B dada pela fórmula

y = x2, com x [ A e y [ B.
1.1. Domínio, contradomínio
e imagem de uma função
Já foi visto que, numa função, o domínio é constituído por
todos os valores que podem ser atribuídos à variável inde-
pendente. A imagem da função, por sua vez, é formada por
todos os valores correspondentes da variável dependente.
Uma função f com domínio A e imagem B será denotada por:
f : A é B (função que relaciona valores do conjunto A a
valores do conjunto B)
x é y = f(x) (a cada elemento x [ A corresponde um
A relação determinada pela fórmula y = x2, nesse caso, re-
único y [ B)
presenta uma função de A em B, pois:
O conjunto A é denominado domínio da função, que
A todos os elementos de A estão associados elementos será indicado por D. O domínio da função, também chama-
de B. do campo de definição ou campo de existência da
A um dado elemento de A está associado um único ele- função, serve para definir em qual conjunto se está tra-
mento de B. balhando, ou seja, os valores possíveis para a variável x.

4. Dados os conjuntos A = {16, 81} e B = {–2, 2, 3}, seja a O conjunto B é denominado contradomínio da-
relação de A em B dada pela fórmula y4 = x, com x [ A e y [ B. função, que será indicado por CD. É no contradomínio
que estão os elementos que podem corresponder aos
elementos do domínio.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente y no
contradomínio. Esse valor de y é chamado de imagem de x
pela função f. O conjunto de todos os valores de y que são im-
agens de valores de x forma o conjunto imagem da função,
que será indicado por Im. Observe que o conjunto imagem da
função é um subconjunto do contradomínio da mesma.
f: A é B
Esse exemplo não representa uma função de A em B, pois x é y = f(x)
o elemento 16 do conjunto A está associado a dois ele- D = A, CD = B, Im = {y [ CD | y é correspondente de
mentos (–2 e 2) do conjunto B. algum valor de x}

18
A lei de formação da função é
Aplicação do conteúdo f(x) = ax + b ou y = ax + b.
1. Dados os conjuntos f(1) = 4 ä x = 1 e y = 4 ä 4 = a · 1 + b (I)
A = {–3, –1, 0, 2} e B = {–1, 0, 1, 2, 3, 4}, determinar o con- f(–1) = –2 ä x = –1 e y = –2 ä
junto imagem da função f: A é B definida por f(x) = x + 2. ä –2 = a · (–1) + b (II)
De (I) e (II), tem-se:
f(–3) = (–3) + 2 = –1
a + b = 4
f(–1) = (–1) + 2 = 1
–a + b = –2
f(0) = 0 + 2 = 2
Resolvendo o sistema:
f(2) = 2 + 2 = 4

a=3eb=1
Pelo que foi visto, uma função fica bem definida quando se
sabe qual o seu domínio, o seu contradomínio e a regra de
associação. Essa regra de associação (também denomina-
Observando o diagrama: da lei de formação ou lei de associação) geralmente é dada
por uma fórmula matemática.
Im = {–1, 1, 2, 4}
2. Seja a função f: R é R definida por f(x) = x2 – 10x + 8. Calcular
os valores reais de x para que se tenha f(x) = –1, isto é, imagem
–1 pela função f dada.

f(x) = –1 ä x2 – 10x + 8 = –1
x2 – 10x + 9 = 0
D = b2 – 4ac = 100 – 36 = 64

​ 10 ± ​
x = ______ 8  
2
multimídia: sites
x = 9 ou x = 1
3. Dada a função f: R é R definida por f(x) = ax + b, com a, b [ pt.khanacademy.org/math/algebra/algebra-
R, calcular a e b, sabendo que f(1) = 4 e f(–1) = –2. functions

VIVENCIANDO

Nem sempre é possível perceber, mas as funções estão presentes a todo momento no cotidiano. Ao ler um jornal ou
ao assistir a um noticiário, é comum a ocorrência de um gráfico, que nada mais é do que uma relação de comparação
entre grandezas. Um exemplo prático de função é o valor no final do mês da conta de água ou energia das residên-
cias, pois ele depende do quanto se gasta de m³ de água e de quantos KW de energia foram consumidos durante
o mês. Outros exemplos podem ser citados, como o tempo de duração de uma viagem, que depende da velocidade
média de um automóvel, e o imposto de renda a ser pago, que depende do valor do salário recebido.

19
2. O domínio de uma função Representando as condições (I) e (II) na reta e determinan-
do a intersecção dos respectivos intervalos, tem-se:
É importante conhecer o domínio de uma função, pois
é ele que vai determinar os valores possíveis para a
variável independente.
Em muitas funções, o domínio vem explicitado:
§ A função f: R é R, dada por f(x) = 3x2 – 1, possui
domínio D = R. D = {x [ R | x ≥ 4}

​ x  ​+ 5, possui
§ A função g: Z é R, dada por g(x) = – __
2
domínio D = Z.
§ Na função h(x) = 2x + 3, com –2 ≤ x < 5, deve-se
tomar os valores reais de x no intervalo considerado,
isto é, D = {x [ R | –2 ≤ x < 5}.
Entretanto, em muitos casos, o domínio e o contradomínio
da função não vêm explicitados. Deve-se, então, considerar
como domínio o conjunto de todos os números reais que
podem ser colocados no lugar de x na fórmula da função,
obtendo, depois dos cálculos, um número real. O contrado- multimídia: sites
mínio será o conjunto R.
Numa função f, sendo dada por f(x) = x3 – 2x2 + 7, x pode O GeoGebra é um programa de matemática
ser qualquer número real, isto é, D = R e CD = R. que permite realizar construções geométricas
com a utilização de pontos, retas, segmentos
Ao considerar o domínio de uma função, é preciso tomar
de reta, polígonos, etc., assim como permite
certo cuidado, pois existe o risco de atribuir certos valores
inserir funções e alterar todos esses objetos
para a variável x que não possuem imagem real e, portan-
dinamicamente depois de a construção estar
to, descaracterizam a função.
finalizada. Equações e coordenadas também
Em geral, é necessário observar com atenção as funções podem ser diretamente inseridas.
que possuem variáveis no denominador ou no radicando
de raiz com índice par, no momento de definir seu domínio.

Aplicação do conteúdo
3. Função injetora
Considere os diagramas:
1. Determinar o domínio da função f dada por
​  2x – 1 ​. 
f(x) = __________  
x² – 9
​ 2x – 1 ​ só existe em R, se x2 – 9 ≠ 0.
O valor numérico de _____
x2 – 9
x2 – 9 ≠ 0 ä x2 ≠ 9 ä x ≠ 3 e x ≠ –3
Ou seja, x = –3 e x = 3 não podem estar no domínio
da função.
D = {x [ R | x ≠ 3 e x ≠ –3} ou D = R – {3, –3}
2. Determinar o domínio da função f(x) = d​ xXXXXX
– 4 ​   1   ​  
+ ​  _____ .
d
​ x – 2 ​ 
XXXXX

​dXXXXX só é possível se x – 4 ≥ 0 ä x ≥ 4 (I)


x – 4 ​ 
d só é possível se x – 2 > 0 ä x > 2 (II)
x – 2 ​ 
​ XXXXX
Os diagramas (I) e (II) são os únicos que representam
funções injetoras ou injetivas.
Observe que a raiz está no denominador; assim, além
de não poder ser negativo (condição da raiz), Definição: uma função f de A em B é injetora se,a todo x1 ≠ x2
também não pode ser nulo (condição do denominador). do domínio (D) ocorrer f(x1) ≠ f(x2) no contradomínio (CD).

20
Resumindo: não pode haver duas flechas convergindo
para uma mesma imagem (cada x do domínio tem seu y
no contradomínio).

Nota: Entenda-se por imagem o elemento que “recebe”


a flecha.

Considere os gráficos: Os diagramas (I) e (III) são os únicos que representam fun-
ções sobrejetoras ou sobrejetivas.
Definição: uma função f de A em B é sobrejetora se o
contradomínio (CD) for igual ao conjunto imagem (Im).
Resumindo: não podem “sobrar” elementos no contra-
domínio (CD).
§ Os gráficos (I) e (II) são os únicos que representam uma
Considere os gráficos:
função injetora ou injetiva.
§ Para identificar graficamente uma função injetora, são
traçadas retas horizontais. Se as retas tocarem em um
único ponto em toda a extensão do domínio ou sim-
plesmente não tocá-lo, tem-se uma função injetora.
Conclusão: se existir reta horizontal que intercepta o grá-
fico em mais de um ponto, a função não será injetora.

3.1. Exemplos de identificação


pela lei de formação
1. Mostrar que a função, cuja lei de formação é f(x) = 2x,
é injetora.
Analisando apenas o gráfico de uma função, não é possível
Solução: x1 ≠ x2 ä 2x1 ≠ 2x2 ä f(x1) ≠ f(x2), assim, f
caracterizá-la como sobrejetora, pois, como já foi visto, o
é injetora.
gráfico não indica o contradomínio de uma função, mas
2. Mostrar que f(x) = ​ 1
__  ​é injetora.
x seu domínio e sua imagem.
Solução: x1 ≠ x2 ä __ 1 __ 1 Dessa forma, para qualificar uma função como sobrejetora,
x​    ​ ≠ x​    ​ ä f(x1) ≠ f(x2), assim, f é injetora.
1 2
3. Mostrar que f(x) = x2 não é injetora.
é preciso que seja fornecido o contradomínio de todas as
3 funções dadas. Se os contradomínios forem considerados
Solução: basta ver que se x1 = 2 e x2 = –2, então: como o conjunto dos reais (R), então apenas o gráfico (II)
é uma função sobrejetora.
Se o contradomínio da função (I) for considerado o intervalo
[a, +Ü], o contradomínio da função (II) for considerado R
Ou seja, existem x1 e x2, tais que f(x1) = f(x2) e f não e o contradomínio da função (III) for considerado R – {a},
é injetora. então todos os gráficos representarão funções sobrejetoras.

4. Função sobrejetora Lembre-se!


Considere os diagramas: Toda função pode ser sobrejetora, basta que seja es-
colhido um contradomínio conveniente.

Para identificar graficamente uma função sobrejetora,


traça-se uma reta horizontal em cada elemento do contra-
domínio. Se cada uma das retas cortar o gráfico da função
em um ou mais pontos, a função será sobrejetora.

21
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O plano cartesiano é muito utilizado na construção de gráficos de funções, em que os valores relacionados a x
constituem o domínio, e os valores de y, a imagem da função. Pode-se associar o plano cartesiano à localização de
lugares e/ou fenômenos que ocorrem sobre a superfície terrestre, a trabalhos relacionados à cartografia, a pontos
estratégicos de bases militares e a localizações no espaço aéreo, terrestre e marítimo.

5. Função bijetora Resolução:


A condição inicial para a função é que o radicando seja não
Considere os diagramas: negativo, e o denominador seja diferente de zero.
Analisando cada parte separadamente, tem-se:
I) No numerador: x2. Será zero se x = 0.

+ + + +
0 + + + +
x2

II) Denominador: –x2 + 4x = x(–x + 4). Será nulo se x = 0


ou x = 4.
- - - - 0 + + + + +
x

+ + + + + + + + 4 - -
-x+4

- - - - 0 + + + 4 - -
-x2 + 4x
O diagrama (I) é o único que representa função bijetora.
Definição: uma função f de A em B é bijetora se for in- Unindo as informações:
jetora e sobrejetora ao mesmo tempo. 0
+ + + + + + + + +
x2
Resumindo: 0
- - - - + + + 4 - -
1. cada x do domínio tem seu y no contradomínio. -x2 + 4x

x2 - - - - 0 + + + 4 - - -
2. não “sobra” ninguém no contradomínio (CD = Im).
-x2 + 4x

Assim:
Importante
D(f) = ]0,4 [ ou, D(f) = {x ∈ ℝ | 0 < x < 4}
O diagrama (II) é de uma função que não é injetora
(pois b e c possuem a mesma imagem) e nem so- 2. A figura a seguir representa o gráfico de uma função
real a valores reais, y = f(x). Sabendo-se que g(x) = f(x – 3),
brejetora (pois “sobram” os elementos i e j no CD).
encontre o valor de g(1) + g(4) + g(7).
O diagrama (III) não representa função por duas razões: y

1. Está sobrando o elemento V no domínio.

2. O elemento x possui duas imagens: k e m.


2
3 5
Aplicação do conteúdo _______
-2
-1
4 x

√ x2   
1. Qual o domínio da função real dada por f(x) = ​  _______
–x + 4x
2
 ​ ​?

22
Pela lei de formação da função g(x), tem-se: x + 1 
3. Seja f(x) = ​ _____  ​
–x + 1
g(1) = f(1 – 3) = f(–2) = 0 a) Calcule f(2)
g(4) = f(4 – 3) = f(1) = –1
​ 2 + 1 
f(2) = _____ ​  3   ​= –3
 ​ = __

g(7) = f(7 – 3) = f(4) = 2 –2 + 1 –1
b) Qual o valor de f(f(2))?
Assim:
g(1) + g(4) + g(7) = 0 – 1 + 2 = 1 ​  –3 + 1 
f ( f(2) ) = f(–3) = ________ = ​ –2
 ​   __ ​ = ​ –1
__ ​ 
–(–3) + 1 4 2

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem 2017) Os congestionamentos de trânsito constituem um problema que aflige, todos os dias, milhares de motor-
istas brasileiros. O gráfico ilustra a situação, representando, ao longo de um intervalo definido de tempo, a variação
da velocidade de um veículo durante um congestionamento.

Quantos minutos o veículo permaneceu imóvel ao longo do intervalo de tempo total analisado?
a) 4.
b) 3.
c) 2.
d) 1.
e) 0.

Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados fornecidos pelo gráfico.
C Nos instantes em que tem velocidade igual a zero, o móvel está em repouso. Analisando o gráfico, percebe-se que a
velocidade atinge valor igual a zero entre os minutos 6 e 8. Assim, o carro permaneceu imóvel por 2 minutos.
Alternativa C

23
DIAGRAMA DE IDEIAS

DOMÍNIO TIPO DE RELAÇÃO

(D) f: A ⟶ B
x ⟶ y = f(x)

CONTRADOMÍNIO FUNÇÃO IMAGEM

(CD) (Im)

INJETORA SOBREJETORA

BIJETORA

24
AULAS Funções do 1º grau
15 e 16
Competências: 3, 4, 5 e 6 Habilidades: 13, 15, 19, 20 e 25

Como foi visto em aulas anteriores, a função é do 1.º grau Uma característica da função linear é que, se for atribuído
quando a sua representação matemática é um polinômio para x o número zero, sua imagem f(0) também será 0, pois
de grau 1. se x = 0, então f(0) = a · 0 = 0.
De um modo geral, é possível representar a função polino- Utiliza-se, ainda, um nome especial para a função lin-
mial de 1.º grau na forma f(x) = ax + b com a e b sendo ear f(x) = ax, em que a = 1. Essa função, dada por
os números reais e a ≠ 0 (caso a = 0, tem-se f(x) = b, que f(x) = x (ou y = x), é denominada função identidade.
representa uma função constante). Os números represen- O gráfico da função linear y = ax (sendo a ≠ 0) é sempre
tados por a e b são denominados coeficientes, enquanto x uma reta que passa pela origem do sistema cartesiano.
é a variável independente.
O gráfico da função polinomial do 1.º grau y = ax + b (sen-
Portanto, são funções polinomiais do 1.º grau: do a ≠ 0) intercepta o eixo das ordenadas no ponto (0, b).
f(x) = 2x – 1 é coeficientes: a = 2 e b = –1
f(x) = –3x + 4 é coeficientes: a = –3 e b = 4 2. Variantes da função do 1.º grau
f(x) = __ ​ 5 ​ 
​ 5 ​ – x é coeficientes: a = –1 e b = __ 1. Se a = 0 e b ≠ 0 ä y = b (função constante)
3 3
Em geral, o domínio da função polinomial do 1.º grau é R.
Entretanto, quando a função está relacionada ao cotidiano,
é preciso verificar o que representa a variável independente
(x) para determinar seu domínio.
Chama-se função do 1 º grau toda função definida de R
em R por f(x) = ax + b, onde a e b [ R e a ≠ 0.
2. Se a ≠ 0 e b = 0 ä y = ax (função linear)
a é denominado de coeficiente angular.
b é denominado de coeficiente linear.
O gráfico de uma função do 1.º grau é uma reta, que
(  )
​ –b
corta o eixo x no ponto ​___
a ​,  0  ​e o eixo y no ponto (0, b).
Uma função do 1.º grau é crescente se a > 0 e decrescente
se a < 0; assim, tem-se que:
3. Se a = 1 e b = 0 ä y = x (função identidade – bissetriz
dos quadrantes ímpares)

4. Se a = –1 e b = 0 ä y = –x (bissetriz dos quadrantes pares)

1. Função linear
Considere a função polinomial do 1 º grau f(x) = ax + b.
No caso de b = 0, tem-se f(x) = ax, e ela recebe o nome
especial de função linear.

25
3. Proporção na função do 1.º grau

y – y _____ y –y Em qualquer ponto no eixo x, o valor da ordenada é zero;


tg a = _____  ​ = ​ x3 – x2 
​ x2 – x1   ​ portanto: f(x) = 0:
2 1 3 2

proporção (igualdade de frações) 2x – 6 = 0


Nota: x=3
a = tg a (coeficiente angular) Assim, o ponto (3, 0) pertence à reta. Como já existem dois
b = coeficiente linear pontos pelos quais passa a reta da função f(x), é possível
construir o gráfico:
Aplicação do conteúdo
1. Construa o gráfico da função do primeiro grau
f(x) = 2x – 6.
Como o gráfico de uma função do primeiro grau é uma
reta, são necessários apenas dois pontos para a construção
do gráfico. Para isso, é preciso encontrar os pontos de inter-
secção da reta com os eixos coordenados.
Como o coeficiente linear é –6, já se sabe que a reta passa
pelo ponto –6 no eixo y:

VIVENCIANDO

Um dos mais importantes da Matemática e das ciências em geral, o conceito de função é utilizado na representa-
ção cotidiana de situações que envolvem grandezas variáveis, sempre colocando um valor em função do outro. Ao
abastecer o automóvel no posto de combustível, por exemplo, o preço a ser pago depende da quantidade de litros
de combustível colocada no tanque. Outro exemplo prático que se pode destacar é uma simples corrida de táxi.
Considere a seguinte situação:
Um motorista de táxi cobra R$ 4,50 de bandeirada mais R$ 2,75 por quilômetro rodado. Sabe-se que o preço a
pagar é dado em função do número de quilômetros rodados. Qual o preço a ser pago se a distância percorrida for
de 16 quilômetros?
A função que define o valor a ser cobrado por uma corrida de x quilômetros é:
ƒ(x) = 2,75x + 4,50
Assim:
ƒ(16) = 2,75 ∙ 16 + 4,50
ƒ(16) = 48,50

26
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A importância do estudo das funções não se restringe aos interesses da Matemática. O estudo das funções também
é colocado em prática em áreas como a Física, Química e Economia. No estudo da cinemática, por exemplo, que é a
parte da Física que estuda os movimentos, relacionando-os por meio dos conceitos de posição, velocidade e acelera-
ção, o uso de funções de 1.º grau é muito comum. Um dos exemplos mais famosos é o que relaciona a posição (S) de
um móvel em movimento uniforme com o tempo (t). O modelo matemático que define essa função é:
S= S0 + v ∙ t

Em que:
S0 → é o espaço inicial do móvel (lugar que ele ocupa no instante t = 0)
v → é sua velocidade escalar.
Observe uma comparação entre a expressão acima e a expressão que define uma função afim:
S = S0 + v ∙ t
y=b+a∙x

A comparação entre as expressões deixa bem claro que a fórmula definida como espaço em função do tempo é uma
função do 1.º grau.

2. Dado o gráfico a seguir de uma função polinomial do


1.º grau, encontre sua lei de formação. 4. Estudo do sinal da função
polinomial do 1.º grau
Estudar o sinal de uma função y = f(x) significa analisar
para quais valores de x do domínio da função a imagem
será positiva, negativa ou nula.
Ou seja, realizar o estudo de sinal significa determinar para
Como a função é de primeiro grau, sabe-se que sua forma quais valores de x temos f(x) > 0, f(x) < 0 ou f(x) = 0.
é do tipo y = ax + b. Em primeiro lugar, deve-se encontrar É possível realizar o estudo de sinal facilmente ao construir
o coeficiente angular a: o gráfico da função.
y – y ____
a =x_____ = ​ 5 – 4 ​  
​  2– x 1 ​   ​ 1 ​ 
= __
2 1 3–1 2 Exemplo:
Substituindo na função, tem-se:
Faça o estudo do sinal da função f(x) = 10 – 5x.
​ 1 ​x  + b
y = __ Construindo o gráfico da função, tem-se:
2
Agora é possível substituir qualquer um dos dois pontos
dados, (1, 4) ou (3, 5), na função a fim de encontrar o coe-
ficiente linear b. Substituindo o ponto (1, 4):
y = __​ 1 ​x  + b
2
4 = __ ​ 1 ​1  + b
2
​ 1 ​ = b é b = __
4 – __ ​ 7 ​ 
2 2
Assim, a função pedida é y = __ ​ 7 ​. 
​ 1 ​x  + __
2 2

27
Do gráfico, segue que:
§ Para todo x > 2, a função possui valores de f(x) negativos.
{
II)  
g(0) = a(0) + b
      
​ ​
   ​  ​ ⇒ ​ ​b = 80
g(48) = a (48) + b ​ {
      
  ​  ​ 
48 a + b = 0 ​

§ Para todo x < 2, a função possui valores de f(x) positivos. ⇒ 48 a + 80 = 0 ⇒ a = ​ –80 ___ ​ = – __ ​ 5 ​ ⇒
48 3
§ Para x = 2, a função f(x) é nula, sendo x = 2, portanto, ⇒ g(x) = – __ ​ 5 ​ x + 80
3
uma raiz da função.
III) f(x) = g(x) ⇒- __ ​ 5 ​ x + 100 = – __
​ 5 ​ x + 80 ⇒
2 3
5. Zero de uma função ⇒ - __​ 5 ​ x + __
2
​  5 ​ x = –100 + 80 ⇒
3
polinomial do 1.º grau –15x + ​
⇒ ​ _________ 10x   = –20 ⇒ –5x = –120 ⇒
6
Agora será estudado o que significa “zero” ou “raiz” de
uma função f(x) = ax + b, com a ≠ 0. ⇒ x = ​ –120
____ ​  = 24
–5
Observe o problema: 2. O valor de um carro novo é de R$ 9.000,00 e, com
4 anos de uso, é de R$ 4.000,00. Supondo que o preço
§ Dada a função f(x) = x – 2, calcule o valor de x para caia com o tempo, segundo uma linha reta, calcule o
que f(x) = 0. valor de um carro com 1 ano de uso.

Resolução:

O número 2, para o qual f(x) = 0, é denominado zero ou O gráfico passa por (0, 9000) e (4, 4000). Encontrando a lei
raiz dessa função. da função e a imagem para t = 1, tem-se:

Denomina-se zero ou raiz da função f(x) = ax + b o valor de I) 9000 = a · (0) + b ⇒ b = 9000


x que anula a função, ou seja, torna f(x) = 0. 4000 = a · (4) + b ⇒ 4a + 9000 = 4000 ⇒
Geometricamente, o zero da função polinomial do 1.º grau –5000
​ 4000 – ​
9000 
⇒ a = ___________ = ​ _____
   ​  
= – 1250
f(x) = ax + b, a ≠ 0 é a abscissa do ponto em que a reta corta 4 4
o eixo x. II) f(t) = –1250t + 9000 ⇒
f(1) = –1250 ∙ (1) + 9000 = –1250 + 9000 = 7750
Aplicação do conteúdo
1. Dois líquidos diferentes encontram-se em recipientes
idênticos e têm taxas de evaporação constantes. O líquido
I encontra-se inicialmente em um nível de 100 mm e eva-
pora-se completamente no quadragésimo dia. O líquido II,
inicialmente com nível de 80 mm, evapora-se completa-
mente no quadragésimo oitavo dia. Antes da evaporação
completa de ambos, ao final de qual dia os líquidos terão
o mesmo nível (em mm) nesses mesmos recipientes?

Resolução:
multimídia: livros
De acordo com as informações, tem-se:
O Homem que Calculava - Malba Tahan
I) Líquido I: f(0) = 100 e f(40) = 0

II) Líquido II: g(0) = 80 e g(48) = 0


As proezas matemáticas do calculista
persa Beremiz Samir – o homem que
O mesmo nível será encontrado com o ponto comum a calculava – tornaram-se lendárias na
ambas as retas, f(x) = g(x). antiga Arábia, encantando reis, poe-

{ 
tas, xeques e sábios. Nesse livro, Mal-
f(0) = a(0) + b
      
I)  
  
​​
f(40) = a (40) + b ​ { ​b = 100   
​  ​ ⇒ ​       ​  ​⇒
40 a + b = 0 ​ ba Tahan relata as incríveis aventuras
desse homem singular e suas soluções
⇒ 40 a + 100 = 0 ⇒ a = ​ –100 ​ 5 ​ ⇒
___ ​  = – __
fantásticas para problemas aparente-
40 2
​ 5 ​ x + 100
⇒ f(x) = – __ mente insolúveis.
2

28
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Um dos grandes desafios do Brasil é o gerenciamento dos seus recursos naturais, sobretudo os recursos hídri-
cos. Existe uma demanda crescente por água e o risco de racionamento não pode ser descartado. O nível de água de
um reservatório foi monitorado por um período, sendo o resultado mostrado no gráfico. Suponha que essa tendência
linear observada no monitoramento se prolongue pelos próximos meses.

Nas condições dadas, qual o tempo mínimo, após o sexto mês, para que o reservatório atinja o nível zero de sua
capacidade?
a) 2 meses e meio.
b) 3 meses e meio.
c) 1 mês e meio.
d) 4 meses.
e) 1 mês.

Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados forneci-
A dos pelo gráfico para que, a partir deles, possa encontrar a resposta correta da questão.
Do gráfico é possível perceber que ocorre uma variação de 20% (30% - 10%) no percentual da capacidade
máxima do reservatório em 6 – 1 = 5 meses. Assim, para que haja uma redução de 10% do nível de capa-
cidade, deve-se passar (5/20). 10 = 2,5 meses.
Alternativa A

29
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO DO 1º GRAU

y = ax + b
coeficiente angular ↲ ↳ coeficiente linear

Δy y2 - y1
a = tg α = =
Δx x2 - y1


a > 0 → crescente
a < 0 → decrescente
a = 0 → constante

PONTO EM QUE A y2
RETA CORTA O EIXO y
y1 α . Δy
Δx
α x
x1 x2

30
ARITMÉTICA: Incidência do tema nas principais provas

No Enem não faltará uma questão de porcen- Os temas das aulas deste livro são essenciais
tagem, também aparecendo cálculos sobre para a prova da FUVEST e de grande impor-
aumento ou decréscimo de um valor. Calcular tância para Química e Física. Saber realizar
um M.M.C. e um M.D.C. é essencial para esse uma porcentagem e um cálculo de M.M.C e
vestibular, junto com uma boa interpretação M.D.C. é de grande vantagem para resolver as
da questão. questões dessa prova.

A Comissão para o Vestibular da Unicamp Na UNIFESP não faltará uma questão sobre A UNESP, tanto na primeira fase como na sua
trará questões com proporcionalidade tanto porcentagem, seja na parte de Matemática, segunda fase, irá apresentar questões com
na parte da aritmética como na geometria da Física ou da Química. Questões com porcentagens. A incidência de questões sobre
plana. Cálculo de porcentagens também são problemas de grandezas diretamente ou proporcionalidade é grande.
de grande importância para essa prova. inversamente proporcionais também devem
aparecer nesse vestibular.

A prova da Albert Einstein tem uma boa A FMABC apresenta questões com baixo A PUC de Campinas tem um bom índice de A Santa Casa apresenta uma baixa incidência
incidência de questões sobre porcentagens, índice de grandezas proporcionais, M.M.C e questões sobre grandezas proporcionais e em questões sobre os teoremas fundamentais
com problemas de médio e elevado grau de M.D.C.; no entanto, as aulas de porcentagem porcentagens. Na segunda fase, os itens de da aritmética e grandezas proporcionais. Em
dificuldade. deste caderno são fundamentais. Com aumento e desconto são fortemente apresen- contrapartida, saber definir uma porcentagem
isso diversos problemas das exatas serão tados em problemas de elevado grau. e resolver questões dessa matéria é essencial
resolvidos. para essa prova.

UFMG

A prova da UEL apresenta, junto a uma Na UFPR não faltará uma questão de porcen- Para a Faculdade de Ciências Médicas é
análise de texto, os conceitos da porcentagem tagem, também aparecendo cálculos sobre essencial calcular porcentagem com excelên-
de uma forma diferenciada. As questões porcentagem em todos os seus aspectos. cia. Já questões de grandezas proporcionais
são elaboradas de modo a exigir a máxima Calcular um M.M.C. e um M.D.C. é essencial e os teoremas da aritmética são de baixa
atenção do candidato. para esse vestibular junto com uma boa incidência.
interpretação da questão.

A UERJ apresenta uma boa incidência de A UNIGRANRIO apresenta uma prova objetiva A faculdade Souza Marques apresenta ques-
questões de grandezas proporcionais e os com poucas informações e mais desenvolvi- tões objetivas na sua prova de matemática. As
teoremas da aritmética. As aulas sobre por- mento. Questões sobre grandeza proporcional aulas de porcentagem são as mais importante
centagem deste livro são as mais importantes e porcentagem são de alta incidência em seu deste livro para esse vestibular.
para esse vestibular. vestibular.

31
AULAS Razão, Proporção e
9 e 10 grandezas proporcionais
10, 11, 12, 13, 14,
Competências: 3e4 Habilidades:
15, 16, 17 e 18

1. Razão 2. Proporção
A razão entre duas grandezas é o quociente entre elas. Proporção é uma igualdade entre duas razões. Quando se
Considere a situação em que 20 homens e 30 mulheres diz que os números reais a, b, c e d, não nulos, formam,
compareceram a uma festa. Nesse sentido, afirma-se que: nessa ordem, uma proporção, significa que se tem a se-
guinte igualdade:
I. A razão entre o número de homens e o de mulheres na
festa é:
​  c  ​ou a · d = c · b (lê-se: a está para b, assim
​ __a  ​ = __
b d
​  n° Homens 
_________ ​  20  ​ = __
= ___
 ​  ​  2 ​  como c está para d)
n°Mulheres 30 3
Note, na última igualdade acima, que os termos a e d ficar-
Isso significa que, para cada 2 homens, existem 3 mulheres. am nas extremidades (a e d são chamados de extremos da
II. A razão entre o número de mulheres e o total de pessoas proporção), já os termos b e c ficaram no meio (b e c são
na festa é: chamados de meios da proporção).

​ ______________
  
   30   ​ 
n° Mulheres  ​ =​ _______ ​  30 ​ = __
= ___ ​  3 ​  2.1. Propriedades da proporção
n°Total de Pessoas 20 + 30 50 5
Se __​ a ​ = __​  c  ​, com a, b, c e d, reais não nulos, tem-se __​ a ​ = __​  c  ​= k,
Isso significa que, para cada 5 pessoas na festa, 3 b d b d
são mulheres. em que k é denominado constante de proporcionalidade.
Essa constante k é o número de vezes que cada anteceden-
As grandezas envolvidas em uma razão podem ser de es-
pécies diferentes. Por exemplo, se, na festa citada, as mu- te é maior que seu respectivo consequente. Observe:

{ 
lheres consumiram 120 salgadinhos, e os homens consu-
miram 100, afirma-se que: ​ __a  ​ = __
​  c  ​= k ä ​    
a​ = k · b ​  

b d c = k · d​
III. A razão entre o número consumido pelos homens e o Assim, tem-se as seguintes propriedades:
número de homens foi de:
P1: __​  a ​ = __​  c  ​ ä ad = bc (propriedade fundamental)
b d
5 salgados
________
​   ​   “Numa proporção, o produto dos mei-
homem
os é igual ao produto dos extremos.”
Isto significa que, em média, cada homem consumiu 5 salgados. Veja:
IV. A razão entre o número de salgados consumidos e o
número de pessoas foi de: { a · d = (kb) · d = kbd
​ ​       
   ​ ​ ä a · d = b · c
b · c = b · (kd) = kbd ​
n° de salgados ________________
___________ 4,4 salgados
(120 + 100) salgados __________
  
​   
 ​=   
  
​   ​ = ​  pessoa ​  
n° de pessoas (30 + 20) pessoas P2: __​  a ​ = __​  c  ​ ä __​  a ​ = __​  c  ​ = _____
​  a + c ​  
b d b d b+d
Ou seja, em média, cada pessoa consumiu 4,4 salgados.
Veja:
Em geral, dados dois números reais a e b, com b ≠ 0, usa-se __​  a ​ 
b a + c 
​ _____ ​ kb + kd ​ 
 ​ = ______ ä

ou a : b para indicar a razão entre a e b, respectivamente.
b+d b+d
Na razão (lê-se: a para b), o número a é denominado an- k(b + d)
a + c 
ä ​ _____ ​ = _______
​  ä
 ​ 

tecedente, e o número b, consequente. b+d b+d
Razão entre a e b = ​ __a  ​ a + c 
ä ​ _____ ​ a  ​ = __
 ​ = k = __ ​  c  ​
b b+d b d

32
P3: __​  a ​ = __​  c  ​ ä _____
​  a   ​   ​  c   ​  
= ____ bk   ​ 
ä ​ _______ ​  dk   ​ 
= _______ (verdade).
b d a+b c+d b(k + 1) d(k + 1)
Veja:
_____ ​  c   ​ ä _____
​  a   ​ = ____ ​  bk   ​  ​  dk   ​ 
= _____ ä
a+b c+d bk + b dk + d

VIVENCIANDO

No seu futuro cotidiano como estudante de medicina, aluno Hexag, você terá de lidar com dosagens de medicamen-
tos para seus pacientes. Observe um exemplo prático na seguinte questão:
1. A heparina é um medicamento de ação anticoagulante prescrito em diversas patologias. De acordo com a
indicação médica, um paciente de 72 kg deverá receber 100 unidades de heparina por quilograma por hora
(via intravenosa).

No rótulo da solução de heparina a ser ministrada consta a informação 10.000 unidades/50 mL.
a) Calcule a quantidade de heparina, em mL, que esse paciente deverá receber por hora.
b) Sabendo que 20 gotas equivalem a 1 mL, esse paciente deverá receber 1 gota a cada x segundos. Calcule x.
Resolução:
a) O paciente deverá receber 7.200 unidades de heparina em uma hora. Sabendo que exis-
tem 10.000 unidades de heparina a cada 50 mL da solução, pode-se escrever:
7200 · 50
​ ________
 ​ = 36 mL

10000
Esse paciente deverá receber 36 mL de heparina por hora.
b) Transformando mililitros em gotas, pode-se escrever:
36∙20 = 720 gotas
Sabendo que uma hora corresponde a 3.600 segundos, pode-se escrever:
1 gota
​  720  ​  = _________
____ ​    ​  
3600 5 segundos
Ou seja, esse paciente deverá receber uma gota a cada 5 segundos.

II. Na segunda jarra:


Aplicação do conteúdo poupa 3 ____________ poupa
1. Duas jarras idênticas contêm poupa de fruta e água ​ _____ ​ = ​ __  ​ ä ​     ​  3   ​ ä
   ​ = _____
água 5 (poupa + água) 3 + 5
nas proporções: 3:7 na primeira e 3:5 na segunda. Jul-
gando o suco da primeira “muito fraco” e o da segunda ​ 3 ​ · J e água = __
poupa = __ ​ 5 ​ · J
“muito forte”, Dona Benta resolveu juntar os conteúdos 8 8
das duas jarras numa vasilha maior, obtendo, a seu ver,
III. Juntando-se as duas jarras, obtém-se:
um suco na proporção ideal de poupa de fruta e água.
Considerando J o volume de uma jarra, é possível desco- 3  ​ · J + __
​ ___ ​ 3 ​ · J
poupa __________
_____ 10 8  
brir essa proporção ideal utilizando as propriedades das ​   ​ = ​   ​ ä
proporções. Observe: água ___ ​    ​ · J + ​ 5 ​ · J
7 __
10 8
I. Na primeira jarra:
poupa 3 ____________ poupa ​ 12J +  ​
________ 15J  
​ _____ ​ = ​ __  ​ ä ​     ​  3   ​ ä
   ​ = _____ ________
ä ​  40   ​ 27  ​= 27:53
= ___
 ​ 
água 7 (poupa + água) 3 + 7 28J + 25J
______
​   ​    53
40
ä poupa = ___ ​  3  ​ · J e água = ___
​  7  ​ · J
10 10 A proporção ideal consiste em 27 partes de poupa de fruta
Note: poupa + água = J (volume da jarra) para 53 partes de água.

33
2. Um bar vende suco e refresco de tangerina. Ambos Aumentando-se em __ ​ 1 ​ a altura da porta e preservando sua
são fabricados diluindo em água um concentrado des- 8
espessura, deve-se ter, a fim de manter o custo com o ma-
sa fruta. As proporções são de uma parte de concen-
trado para três de água, no caso do suco, e de uma ​ 9x ​ ∙ y · z1 = x ∙ y ∙ z ⇔ z1 = __
terial, __ ​ 8z ​,  sendo a largura da
8 9
parte de concentrado para seis de água, no caso do nova porta.
refresco. Faltando refresco e sobrando suco, o chefe de z 8
cozinha do bar poderá transformar o suco em refres-
Assim, a razão pedida é __ ​ z1 ​ = __
​   ​ 
9
co. Mas, para isso, ele deverá saber quantas partes de 4. Por um terminal de ônibus passam dez linhas dife-
suco (x partes) ele deverá diluir em Y partes de água. rentes. A mais movimentada delas é a linha 1: quatro
A relação entre X poderá ser obtida através das pro- em cada sete usuários do terminal viajam nessa linha.
porções. Observe: Cada uma das demais linhas transporta cerca de 1.300
usuários do terminal por dia. Considerando que cada
I. Para o suco: passageiro utiliza uma única linha, a linha 1 transpor-
concentrado ta, por dia, cerca de
​ __________  ​   ​ 1 ​ 
= __
água 3 a) 5.200 usuários do terminal.
concentrado
________________
​     ​ = _____
   ​  1   ​  b) 9.100 usuários do terminal.
(concentrado + água) 1 + 3 c) 13.000 usuários do terminal.
Concentrado = ​ __1  ​do suco e d) 15.600 usuários do terminal.
4 e) 18.200 usuários do terminal.
3
__
água = ​    ​do suco
4 Resolução:
Note: concentrado + água = suco (todo) Seja T o total de usuários do terminal. Sabendo que 9
II. Para o refresco, obtido a partir do suco: linhas transportam 1.300 usuários por dia, e que __ ​ 4 ​ dos
7
usuários do terminal utilizam a linha 1, tem-se __ ​ 3 ​ ∙
7
​ 1 ​x 
__
__3 ​  T = 9 ∙ 1.300 ⇒ T = 5 ∙ 7 ∙ 1.300
​  concentrado
__________  ​   
= __1
​   ​ ä ​  4
_____ ​ 1 ​ 
= __
  ​  
água 6 y + __ 3 6 7
​   ​x 
4 Assim, o resultado pedido é __ ​ 4 ​ ∙ T = __
​ 4  ​∙  3 ∙ 7 · 1.300 ⇒
7 7
​  6 ​x  = y + __
ä __ ​ 3 ​x  ä __
​  3 ​x  = y T = 15.600
4 4 4
ä 3x = 4y ä _​  xy ​ = __ ​ 4 ​  Alternativa D
3
5. Uma empresa fabricante de suco que envasava o pro-
Observe que, ao adicionar x copos de suco, tem-se __ ​ 1 ​x  de
3 duto em frascos de vidro passou a fazer o envasamento
​ 3 ​x  do suco mais y copos
concentrado, e de água se tem os __ em um novo vasilhame plástico com ​ 2 __  ​da capacidade
4 3
de água. do frasco anterior.

Assim, conhecendo a quantidade de copos de suco dispo- A lanchonete revendedora enche de suco um copo
níveis, o chefe saberá quantos copos de água deverá acres- com capacidade de ​ 1__  ​do frasco de vidro.
5
centar para obter o refresco. Por exemplo, se sobrarem 8
A quantidade de copos de suco (inteiro + fração)
copos de suco (x = 8), deverão ser adicionados 6 copos de
que a lanchonete obtém com um frasco do novo
​ 8 ​ = __
água (y = 6), pois __ ​ 4 ​.  vasilhame é igual a:
6 3
a) 1 copo e 2/3
3. Um carpinteiro fabrica portas retangulares maciças,
feitas de um mesmo material. Por ter recebido de seus b) 2 copos e 1/3
clientes pedidos de portas mais altas, aumentou sua c) 2 copos e 2/3
altura em ​ 1
__  ​, preservando suas espessuras. A fim de d) 3 copos e 1/3
8 e) 3 copos e 2/3
manter o custo com o material de cada porta, precisou
reduzir a largura.
Resolução:
Qual a razão entre a largura da nova porta e a largura Volume do frasco de vidro: v
da porta anterior?
Volume do frasco de plástico: __ ​ 2v ​ 
3
Resolução: ​ v  ​
Volume do copo: __
5
Sejam x, y e z, respectivamente, a altura, a espessura e a ​  2v ​ 
__
largura da porta original. Assim, segue que o volume da Número de copos: ​ __v3 ​  = __
___ ​ 5v ​ = ___
​ 2v ​ ∙ __ ​ 10 ​ 
​    ​ 3 3
porta original é igual a x · y · z. 5

34
​ 1 ​ 
Ou seja, 3 copos e __ Em geral, é possível dizer que os números da sucessão
3
numérica (a1, a2, a3,..., an) são diretamente proporcionais
Alternativa D
(ou simplesmente proporcionais) aos números da sucessão
6. As dimensões de um paralelepípedo retângulo são (b1, b2, b3, ..., bn) quando as razões entre seus respectivos
proporcionais aos números 1, 2 e 3, e sua área total é correspondentes forem iguais, isto é:
igual a 198 cm2. Sobre esse paralelepípedo, assinale o
que for correto.
a) Seu volume vale 162 cm3.
b) As suas dimensões formam uma progressão aritmética.
c) A soma das medidas de todas as suas arestas é 72 cm.
d) Sua diagonal é maior que 11 cm.
Essa razão constante k é denominada fator de proporcio-
Resolução: nalidade e indica quantas vezes cada antecedente é maior
Sejam a, b e c as dimensões do paralelepípedo retângulo. que o respectivo consequente.
Tem-se que:
Aplicação do conteúdo
{     a=k
__ ​ b ​ = __
​  a ​ = __ ​  c  ​= k ⇔ ​b  
( 
​  = 2k ​ 

1 2 3 c = 3k 1. Se (a, b, 20) e ​ 3, ​ 2
3 )
__  ​, 5  ​são proporcionais, determine o

 ​Com k sendo um número real positivo. coeficiente de proporcionalidade e os valores de a e b.



Dado que a área total é igual a 198 cm2, tem-se: ​  a  ​ = __
__ ​ 20 ​ ä __
​  b  ​ = ___ ​  a  ​ = ___
​  3b ​ = 4
3 ​ __ 2  ​ 5 3 2
2(ab + ac + bc) = 198 ⇔ 3
k ∙ 2k + k ∙ 3k + 2k ∙ 3k = 99 ⇔ k2 = 9 ⇒ k = 3 Coeficiente de proporcionalidade:

Assim, a = 3 cm, b = 6 cm e c = 9 cm
a) Correto. O volume do paralelepípedo vale
a · b · c = 3 · 6 · 9 = 162 cm3
b) Correto. As dimensões formam uma progressão arit-
mética com primeiro termo igual a 3 e razão igual a 3. 2. Os irmãos João Victor, Gabriela e Matheus têm 16 anos,
14 anos e 10 anos, respectivamente. Se o pai deles dis-
c) Correto. A soma das medidas de todas arestas é tribuir R$ 240,00 reais entre eles, em partes diretamente
igual a 4(a + b + c) = 4(3 + 6 + 9) = 72 cm proporcionais às idades, quanto receberá cada um?
d) Correto. A diagonal
_________ do paralelepípedo
__________ ____mede

d = ​ a + b + ____
2 2
c  ​ 
2 √
=​ 3 + 6____
2 2
+ 9  ​ 
2 √
= ​ 126 ​ cm
Sendo k a constante de proporcionalidade, a parte de cada
Assim, tem-se ​√126 ​ cm > √
​ 121 ​ cm = 11 cm. um será k vezes a respectiva idade, ou seja, as partes serão
16 k (João Victor), 14 k (Gabriela) e 10 k (Matheus).

3. Números diretamente
proporcionais
Considere as seguintes sequências numéricas:
João Victor, Gabriela e Matheus receberam, respectivamen-
1.ª sequência: (2, 6, 4, 10). te, R$ 96,00, R$84,00 e R$60,00.
2.ª sequência: (6, 18, 12, 30). Nota: O mais velho recebe mais, pois as partes são diretamen-
Observe que as sequências crescem ou decrescem na mesma te proporcionais às idades. Quanto mais velho, mais recebe.
razão inversa, ou seja, se um dado elemento de uma delas
triplica, o correspondente desse elemento na outra sequência
também triplica. Em outras palavras, os elementos correspon-
4. Números inversamente
dentes nas duas sequências estão na mesma razão. proporcionais
Considere as seguintes sequências numéricas:

1.ª sequência: ​__ ( 


​ 1 ​;  __
2 6 4 10
​ 1 ​;  __ )
​ 1 ​;  ___
​  1  ​   ​formada pelos respectivos
inversos de (2, 6, 4, 10).

35
2.ª sequência: (6, 18, 12, 30).
Aplicação do conteúdo
Observe que as sequências crescem ou decrescem na razão
inversa, ou seja, se dado elemento de uma delas triplica, 1. Se (a, 8, b) e (3, c, 5) são inversamente proporcionais
e têm coeficiente de proporcionalidade igual a 120, cal-
o correspondente desse elemento na outra sequência re- cule a, b e c.
duz-se a sua terça parte.
Os produtos dos respectivos elementos devem ser iguais
Observe que os inversos dos números da 1.ª sequên- ao coeficiente de proporcionalidade.
cia são diretamente proporcionais aos números da
Assim:
2.ª sequência.

4.1. Inversos da 1.ª


sequência (2, 6, 4, 10) 2. Os funcionários de uma fábrica, Lucas, Raquel e
Elias, no mês de maio, faltaram ao serviço 8 dias, 5
Em geral, diz-se que os números da sequência (a1, a2, a3, dias e 2 dias, respectivamente. Se o diretor financeiro
..., an) são inversamente proporcionais aos números da se- dessa fábrica dividir R$ 396,00 entre os citados fun-
quência (b1, b2, b3, ..., bn) quando os números de uma delas cionários, em partes inversamente proporcionais às
faltas, quanto receberá cada um?
forem, respectivamente, diretamente proporcionais aos in-
versos da outra, isto é: As partes procuradas devem ser diretamente proporcionais

__ a a2 __
​  1  ​ = __
a
​    ​ = ​  3  ​= ... = __
a
​  n  ​= k
aos inversos dos números de falta ​__
8 5 2( 
​ 1 ​,  __
​ 1 ​  e __)
​ 1 ​  ,​ respectiva-
mente. Sendo k a constante de proporcionalidade, as par-
​  1  ​  __
__ ​  1  ​  __
​  1  ​  ​  1  ​ 
__
b1 b2 b3 bn ​ 1 ​ · k (Lucas), __
tes são, então, __ ​ 1 ​ · k (Raquel) e __ ​ 1 ​ · k (Elias).
8 5 2
Ou de outra forma: Daí:

a1b1 = a2b2 = a3b3 = ... = anbn = k


Nesse caso, a constante k também é chamada de fa-
tor ou coeficiente de proporcionalidade e indica o
produto entre os respectivos elementos das sequên-
cias inversamente proporcionais.
Em resumo, considerando as sequências (a1, a2, ..., an) e (b1,
b2, ..., bn), tem-se: Lucas, Raquel e Elias receberão R$ 60,00, R$ 96,00 e
Se elas são diretamente proporcionais, as razões entre os R$ 240,00, respectivamente.
respectivos elementos são iguais: Nota: Quem faltou mais recebe menos, pois as partes são in-
versamente proporcionais. Quanto mais falta, menos recebe.

5. Sequências proporcionais
a várias outras
Caso os números de uma sequência sejam proporcionais
aos respectivos números de várias outras sequências, eles
Se elas são inversamente proporcionais, os produtos entre
serão números proporcionais.
os respectivos elementos são iguais:
Aplicação do conteúdo
1. Usando a constante de proporcionalidade k, repre-
sente quantidades:
​ 3 ​ 
a. Diretamente proporcionais a 2, 5 e __
8
Se a 1.º quantidade é k vezes maior que o 1.º número (2),
a 2.º e a 3.º quantidades devem ser também k vezes 5 e k
​ 3 ​,  respectivamente. Assim:
vezes __
8

36
1.ª quantidade = 2 · k
2.ª quantidade = 5 · k
6. Grandezas diretamente
3.ª quantidade = __ ​ 3 ​ k proporcionais
8
b. Inversamente proporcionais a __ ​ 1 ​,  __
​ 1 ​ e 21 Veja na tabela seguinte as quantidades (Q) de picolés com-
3 6 prados a R$ 3,00 reais cada e os respectivos valores pagos:
As quantidades devem ser diretamente proporcionais a 3,
​ 1  ​ (inversos dos números dados), respectivamente.
6 e __ Valor(V) 3 6 15 24 18 36
21
Assim: Quantidade (Q) 1 2 5 8 6 12

1.ª quantidade = 3 · k Observe que as razões obtidas entre os respectivos ele-


mentos das sequências de valores (V) e de quantidade (Q)
2.ª quantidade = 6 · k
são iguais.
3.ª quantidade = ___ ​  1  ​ · k
21 ​  3 ​ = __
V  ​ = __
​ __ ​ 6 ​ = ___
​ 15 ​ = ... ___
​ 36  ​ ä __
​  V  ​= 3
Q 1 2 5 21 Q
c. Diretamente proporcionais a 2, __ ​ 3 ​ e 9 inversamente pro-
5
porcionais a __ ​ 3 ​,  6 e __
​ 1 ​.  Em geral, diz-se que duas grandezas, A e B, são diretamen-
2 8 te proporcionais quando uma aumenta e outra também
As quantidades devem ser diretamente proporcionais a​ aumenta na mesma proporção, ou seja, quando as razões
( 
2, __
5 ) ( 
​ 3 ​,  9  ​e ​__
3 6 )
​ 2 ​,  __ ( 
​ 1 ​ e 8  ​, os inversos __)
​  3 ​,  6, __
2 8
​ 1 ​  .​ obtidas entre os valores assumidos por uma das grandezas
e os respectivos valores assumidos pela outra forem iguais.
Desse modo, as quantidades serão proporcionais aos pro-
Em símbolos:
dutos 2 · __ ​ 3 ​ · __
​ 2 ​;  __ ​ 1 ​ e 9 · 8 A ​  = k,
3 5 6 A∝B à ​ __
Assim: B
Em que k é a constante de proporcionalidade.
1.ª quantidade = 2 · __ ​ 2 ​ · k = __
​ 4 ​ k
3 3
​ 3 ​ · __
2.ª quantidade = __
5 6
​ 1 ​ · k = ___
​  k  ​ 
10
Aplicação do conteúdo
3.ª quantidade = 9 · 8 · k = 72 k 1. As grandezas X e Y são diretamente proporcionais.
Quando X vale 28, tem-se Y valendo 12. Assim, se Y = 15,
2. Rafaela, Augusto e Moacir têm 14,12 e 9 anos e tira- quanto vale X?
ram notas iguais a 7, 9 e 6, respectivamente, na prova de
Português. Se o pai deles repartir 92 reais em partes in-
Deve-se ter __ ​ X ​ = k, onde k é a constante. Assim:
versamente proporcionais às idades e diretamente pro- Y
porcionais às notas entre eles, quanto receberá cada um? X
I. __
​   ​ = k ä ___ ​  28 ​ = k ä k = __ ​ 7 ​ 
Y 12 3
Sendo k o coeficiente de proporcionalidade, as partes de-
vem ser: II. __ ​ 7 ​ ä ___
​ X ​ = __ ​  X  ​ = __
​ 7 ​ ä X = 35
Y 3 15 3
​ 1  ​ · 7 · k = __
§ Rafaela = ___ ​ k  ​ 2. Um trabalhador limpará dois terrenos circulares
14 2 cujos raios medem 5 e 15 metros. Se, para limpar o
§ Augusto = ___​  1  ​ · 9 · k = __​ 3k ​  primeiro terreno, esse trabalhador gastou 3 horas,
12 4 considerando os dois terrenos com igual dificuldade
1
__ 2k
__
§ Moacir = ​   ​ · 6 · k = ​   ​  de limpeza, ele poderá estimar quanto tempo levará
9 3 para limpar o segundo terreno?
Assim:
As grandezas “quantidade de horas” (T) e “área a limpar”
__ ​ 3k ​ + __
​  k ​ + __ ​ 2k ​ = 92 ä (A) são diretamente proporcionais (note: “quanto maior a
2 4 3
​ T  ​= k em
área, mais tempo se gasta para limpá-la”). Daí, __
ä 6k + 9k + 8k = 92 · 12 A
que k é a constante de proporcionalidade e A = p (raio)2.
​ 92 ·  ​
⇒ k = ______ 12  
ä k = 48
23 Assim, deve-se ter, considerando os dois terrenos:
Assim:
__ ​  3   ​  
​  T  ​ = _____ ​  x   ​ 
= ______ = k (constante), em que x é o tempo,
A p · 52 p · 152
​ 48 ​ = 24; __
​  k ​ = ___
__ ​ 3k ​ = _____
​ 3 ·  ​
48   ​ 2 ·  ​
​ 2k ​ = _____
= 36 e __ 48  
= 32 em horas, gasto na limpeza do segundo terreno.
2 2 4 4 3 3
Rafaela deve receber 24 reais; Augusto, 36 reais; e Moacir,
​ 3 · 15
2
Assim: x = _____ 2 ​ =
  27
32 reais. 5

37
7. Grandezas 8. Grandezas proporcionais a
inversamente proporcionais duas ou mais outras grandezas
Felipe quer dividir todos os seus 60 bombons entre seus
amigos em parte iguais. Observe na tabela a seguir os pos- Se uma grandeza A é proporcional às grandezas B e C, en-
síveis números de amigos (A) e as respectivas quantidades tão A é proporcional ao produto B · C, ou seja:
(B) de bombons recebidos por cada amigo. ​  A   ​ = k em que k é a constante
____
B·C
Número de
2 3 4 5 6 10 30 Essa propriedade se estende para mais de duas outras
amigos (A)
grandezas. Por exemplo:
Bombons
30 20 15 12 10 6 2 a. A grandeza X é proporcional às grandezas Y, Z e W. Então:
recebidos (B)

Perceba que os produtos obtidos entre os respectivos ele- ​  X   ​ 


_______ = constante
Y·Z·W
mentos das sequências “números de amigos” (A) e “nú-
mero de bombons recebidos” (B) são iguais: b. A grandeza M é diretamente proporcional às grandezas
A · B = 2 · 30 = 3 · 20 = ... = 30 · 2 ä A · B = 60 A e B e inversamente proporcional à grandeza C. Então:

Em geral, afirma-se que duas grandezas, A e B, são inversa- M · C ​ = constante


​ _____
mente proporcionais quando uma aumenta e a outra dimi- A·B
nui na razão inversa, ou seja, quando os produtos obtidos
c. A grandeza X é inversamente proporcional às grandezas
multiplicando-se cada valor assumido por uma das grande-
P, Q, R e diretamente proporcional à grandeza S. Então:
zas pelo respectivo valor assumido pela outra forem iguais.
X·P·Q·R
Em símbolos: ​ _________
 ​  = constante
S
1  ​à A · B = K
A a ​ ____
B
Em que k é a constante de proporcionalidade. Aplicação do conteúdo
Aplicação do conteúdo 1. Três grandezas, X, Y e Z, são tais que X é
diretamente proporcional a Y e inversamente propor-
cional a Z. Quando X vale ​ 2 __  ​, tem-se Y valendo ​ 3 __  ​e Z
1. Duas grandezas V e W são inversamente proporciona- 3 5
is. Quando V vale 18, tem-se W valendo 20. Assim, se W 9
__ 7
__ 1
__
valendo ​    ​. Assim, se Y vale ​    ​e z vale ​    ​ ​, qual o valor
5 8 4
vale ​  24
___ ​ , quanto vale V?
de X?
7
Deve-se ter V · W = k, em que k é a constante. Assim:
​ X · ​
Deve-se ter ____ Z  = K, em que k é a constante. Assim:
I. V · W = k ä 18 · 20 = k ä k = 360 Y

​ 360  ​
​ 24 ​ = 360 ä V =______
II. V · W = 360 ä V · ___ · 7  
ä V = 105 ​  2 ​ · __
__ ​ 9 ​ 
7 24 X·Z
____ 3 5
I.  ​  = K ä ​   ​  = K ä __
____ ​  6 ​ · __
​ 5 ​ = K ä K = 2
2. Se 20 operários, todos com a mesma capacidade de Y __3 5 3
​   ​ 
trabalho, realizam determinado serviço em 15 dias, 5
pode-se deduzir em quantos dias 24 desses operários
farão serviço idêntico. Para isso, note que as grandezas X · __ ​ 1 ​ 
X·Z
____ 4
“n.º de operários” (H) e “n.º dias” (D) são inversamente II.  ​  = 2 ä ​   ​  = 2 ä __
____ ​ X ​ = __
​ 7 ​ ä X = 7
Y __7 4 4
proporcionais (note: “quanto mais homens trabalhan- ​   ​ 
8
do, menos tempo eles gastam”). Daí, H · D = k, em que 2. Para construir uma barragem de 22 metros de com-
k é a constante. primento por 0,9 metro de largura, 20 operários gastam
Assim, para os dois serviços, deve-se ter: 11 dias, trabalhando 8 horas por dia. Em quanto tempo
8 operários, trabalhando 6 horas por dia, construirão
H · D= 20 · 15 = 24 · x = k (constante), em que x é o número uma barragem de 18 metros de comprimento, 0,3 me-
de dias para realizar o outro serviço. Assim: tro de largura e com o dobro da altura da primeira, se
a capacidade de trabalho do 2.º grupo é o dobro a do
​ 20 ·  ​
x = ______ 15  
= 12,5.
24 1.º grupo?

38
Tomando a grandeza “n.º de dias” (D) como referência (a § 3.º passo: à grandeza de referência é associada uma
grandeza cujo valor se quer descobrir), são diretamente seta com sentido para baixo (é só uma convenção,
proporcionais a ela: comprimento (C), largura (L), altura (A) poderia ser para cima).
(note: quanto maior é o C, L ou A, maior é o D). Já as gran-
§ 4.º passo: essa grandeza de referência é comparada iso-
dezas “n.º de operário” (P), “horas por dia de trabalho”
ladamente a cada uma das outras com o intuito de iden-
(H) e “capacidade” (E) são inversamente proporcionais a
tificar se há proporcionalidade direta (setas no mesmo
D (note: quanto maior é o P, H ou E, menor é o D). Con-
sentido) ou inversa (setas invertidas).
siderando a primeira barragem de altura 1, a segunda terá
altura 2,e considerando a capacidade de trabalho do 1.º § 5º passo: a razão da grandeza de referência isolada é
grupo 1, a do 2.º. grupo será 2. Daí: colocada no 1.º membro, e, no 2.º membro, é colocada
a outra razão ou o produto das outras grandezas, caso
​ D · P · H · ​
_________ E 
= K, em que k é a constante. haja mais de uma; é importante lembrar que, se houver
C · L ·A
proporcionalidade em relação à grandeza de referência,
11 · 20 · 8 · 1
I. ___________
22 · 0,9 · 1
 ​ 
 = K ä K = ___ ​ 800
​ 80  ​  ä K = ___  ​   é preciso inverter os elementos da respectiva coluna e es-
0,9 9 crever a razão inversa no membro da igualdade formada.

D ·P · H · E ___ Se o problema envolve apenas duas grandezas proporcio-


II. ________
C · L ·A
 ​ = ​ 800
  ​  D · 8 · 6 · 2 ​ 
 ​  ä _________   ​ 800
= ___  ​  ä nais, tem-se uma regra de três simples. Caso o problema
9 18 · 0,3 · 2 9
800 · 3 · 0,3 envolva mais de duas grandezas proporcionais, trata-se de
D = __________
​   ​   ä D = 10
  uma regra de três composta.
9·8
Nota: Os valores de uma mesma grandeza devem estar
numa mesma unidade.

9. Regra de três simples e


regra de três composta
Há uma regra prática que possibilita relacionar dois valores
de uma grandeza A com dois valores de outras grandezas
proporcionais à grandeza A.
Essa regra pode ser resumida da seguinte maneira:
multimídia: vídeo
§ 1.º passo: elabora-se uma tabela colocando ordena-
damente em cada coluna os valores de cada grandeza. Fonte: Youtube
Proporcionalidade e Funções Afins -
§ 2.º passo: escolhe-se uma grandeza para servir de Elon - 2001
referência, de preferência a que se quer saber o valor.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Razão, proporção e grandezas proporcionais possuem características interdisciplinares e, por esse motivo, são
temas recorrentes nos vestibulares. A proporcionalidade está relacionada com a estequiometria na disciplina de
Química, com a variação de grandezas no estudo do comportamento dos gases na disciplina de Física, e também
com a mudança de escalas da cartografia na disciplina de Geografia.

39
​ 24 ​ 
___
Aplicação do conteúdo 18
___ ___ ​ 18
Assim: ​  x ​ = ​  7  ​ ä ___ 24 ___
___ 1 18 · 7 · 5 ä
_______
20 x ​ = ​  7 ​ · ​ 20  ​ ä x = ​  6 ​ 
1. Para analisar a transpiração das plantas, os botâni-
cos precisam conhecer a área das suas folhas. Essa área ä x = 105
pode ser obtida pelo seguinte processo: coloca-se a fo- 4. Vinte operários, todos com a mesma capacidade de
lha da planta sobre uma cartolina e traça-se o seu con- trabalho, realizam determinado serviço em 15 dias. Us-
torno. Na mesma cartolina, desenha-se um quadrado ando regra de três, é possível deduzir em quantos dias
com 10 cm de lado, como mostram as figuras a seguir: 24 desses operários farão um serviço idêntico.

Observe:

n.º de operários Dias


20 15
24 x
Depois de serem recortadas, as duas figuras são pesadas
em uma balança de alta precisão, que indica uma massa (Note: quanto mais operários trabalham, menos dias
de 1,44 g para o quadrado da cartolina. Desse modo, us- são gastos.)
ando grandezas proporcionais, os botânicos podem deter- ​ 15
Daí: ___ 24
___ 15 · 5 ä x = 12,5
_____
x ​ = ​ 20  ​ ä x = ​  6 ​ 
minar a área das folhas. Supondo que o botânico obteve a
massa da figura da folha igual a 3,24 g, ele poderia usar a Assim, eles farão o serviço em 12,5 dias.
seguinte regra de três: 5. Três grandezas, X, Y e Z, são tais que X é diretamen-
te proporcional a Y e inversamente proporcional a Z.
Área (cm2) Massa (g) __  ​, tem-se Y valendo ​ 3 __  ​ e Z valendo ​ 9
Quando X vale ​ 2 __  ​.
100 1,44 3 5 5
x 3,24 7__ 1
__
Assim, se Y vale ​    ​e Z vale ​    ​, qual o valor de X?
8 4
1,44 Usando regra de três, temos:
​ 100
Daí: ___ ____
​   ​ é 1,44x = 324 ä x = 225
x ​  = 3,24
Assim, a área da folha é 255 cm2. Grandeza X Grandeza Y Grandeza Z

2. As grandezas X e Y são diretamente proporcionais. ​  2__  ​ ​  3__  ​ ​  9__  ​


3 5 5
Quando X vale 28, tem-se Y valendo 12. Assim, se Y vale 7__ 1
__
a ​    ​ ​    ​
15, quanto vale X? 8 4

Usando a regra de três, tem-se: Assim:


​  2 ​  __
__ ​  3 ​  __ ​ 1 ​ 
Grandeza X Grandeza Y 3​   ​ = __
__ 5​   ​  · __ ​ 3 ​ · __
​  2  ​ = __
4​   ​  ä __ ​ 8 ​ · __ ​ 5 ​ ä __
​ 1 ​ · __ ​ 6 ​ · 7 ä a = 7
​  2  ​ = __
a __7 __9 3a 5 7 4 9 3a 9
28 12 ​   ​  ​   ​ 
8 5
a 15
6. Para construir uma barragem de 22 metros de com-
primento por 0,9 metros de largura, 20 operários gas-
​ 28
Assim: ___ ___
a ​ = 15 ​ 15 ·  ​
​ 12 ​  ä a = ______ 28  
ä a = 35 tam 11 dias, trabalhando 8 horas por dia. Em quanto
12
tempo 8 operários, trabalhando 6 horas por dia, cons-
3. Duas grandezas, V e W, são inversamente proporcio- truirão uma barragem de 18 metros de comprimento,
nais. Quando V vale 18, tem-se W valendo 20. Assim, 0,3 metro de largura e com o dobro da altura da primei-
ra, se a capacidade de trabalho do 2.º grupo é o dobro
se W vale ​ 24
___ ​ , quanto vale V?
7 da do 1.º grupo. Observe:
Usando regra de três, tem-se:
Comprimento Largura Operários Dias Horas Altura Capacidade
por
dia
Grandeza V Grandeza W
22 0,9 20 11 8 1 1
18 20 18 0,3 08 x 6 2 2

x ​  24
___ ​ 
7
0,9 ___ 8 __ 6 __
​ 11
Daí: ___ 22 ___
___ 1 __ 2
x ​ = ​ 18  ​ · ​ 0,3  ​ · ​ 20  ​ · ​ 8 ​ · ​ 2 ​ · ​ 1 ​ 
Note que a grandeza W é inversamente proporcional à Resolvendo a proporção, obtém-se x = 10. Assim, eles
grandeza V; logo, a razão no cálculo é invertida. construirão em 10 dias.

40
7. Três irmãs – Jasmim, Flora e Gardênia – reservaram 9. Duas grandezas positivas x e y são inversamente pro-
para as compras de Natal as quantias de 600 reais, 360 porcionais se existir uma correspondência bijetiva entre
reais e 120 dólares, respectivamente. Antes de sair às os valores de x e os valores de y e um número constante
compras, as três fizeram o seguinte acordo: o total de positivo k tal que, se o valor y for o correspondente do
reais reservados por Jasmim e Flora seria igualmente valor x então y · x = k. Nessas condições, se o valor y =
dividido entre as três, enquanto os dólares reservados 6 é correspondente ao valor x = 25, então o valor y que
por Gardênia seriam totalmente repassados a Jasmim corresponde ao valor x = 15 é:
e Flora em partes proporcionais às quantias que cada a) 8
uma delas tinha inicialmente.
b) 10
Considerando que o acordo foi cumprido, quantos dóla- c) 12
res Jasmim recebeu a mais que Flora? d) 14

Resolução: Resolução:
Equacionando as informações dadas no enunciado,
tem-se:
O enunciado descreve uma função y . x = k, sendo k uma
constante. Ou seja: y = _​ xk ​,  o que confere com a informação
do enunciado de que x e y são inversamente proporcionais.
​ Jasmin
_____ = ____
 ​  
  ​  Jasmin + ​
​ Flora ​  ä___________
   Flora  ​ 120 ​  = __
= ___ ​  Jasmin
​ 1 ​ ä ___________
 ​   ​ 1 ​ 
= __

600 360 960 960 8 600 8 Ainda de acordo com o informado, quando y = 6, x é igual
ä Jasmin = 75 dólares a 25, logo:
y = _​ xk ​ ⇒ 6 = ___​  k ​   ⇒ k = 150
​ Flora ​  = __
____ ​ 1 ​ ä Flora = 45 dólares 25
360 8
Jasmin recebeu (75 – 45), ou seja, 30 dólares a mais Portanto, a função descrita será: y = ___ ​ 150
x  ​.  Logo, quando x =
que Flora. 15, y terá valor igual a 10.

8. Já que, em determinadas situações, e também para al- Alternativa B


gumas pessoas, “tempo é dinheiro”, uma ação na Bolsa
de Valores apresentou a seguinte evolução: nos primeiros
30 minutos do pregão, o preço de compra da ação pas-
sou de R$ 12,00 para R$ 12,75. Um investidor comprou
1.000 dessas ações ao preço de R$ 12,00 no início do
pregão e vendeu todas elas após 18 minutos. Supondo
que a variação desse preço tenha ocorrido igualmente
distribuída nos 30 minutos iniciais do pregão, o lucro bru-
to alcançado por esse investidor, em 18 minutos, foi de:
a) R$ 450,00
b) R$ 325,00
c) R$ 750,00
d) R$ 900,00
e) R$ 250,00

Resolução:
Se as ações aumentaram de R$ 12,00 para R$ 12,75 em
30 minutos, então pode-se dizer que a variação foi de 0,75
em 30 minutos. Assim, pode-se escrever:
0,75 —— 30min
x —— 18 min
x = 0,45
Ou seja, aos 18 minutos, as ações compradas por R$ 12,00
já valiam R$ 12,45 cada uma. Se o investimento inicial foi
de R$ 12.000,00 (1000 x R$ 12,00) e após 18 minutos
elas foram todas vendidas por um total de R$ 12.450,00
(1000 x R$12,45) o lucro bruto foi de R$ 450,00.
Alternativa A

41
DIAGRAMA DE IDEIAS

RAZÃO

É O QUOCIENTE ENTRE DUAS GRANDEZAS

EX.: O ARTILHEIRO FEZ 45 GOLS EM 9 JOGOS HÁ UMA RAZÃO DE 5 GOLS POR JOGO
A
RAZÃO ENTRE A E B:
B

PROPORÇÃO

IGUALDADE ENTRE DUAS RAZÕES

a1 a QUANDO UMA GRANDEZA AUMENTA


PROPORÇÃO DIRETA: = 2 = K
b1 b2 A OUTRA TAMBÉM AUMENTA

a1 a QUANDO UMA GRANDEZA AUMENTA


= 2 = K
PROPORÇÃO INVERSA: 1 1 A OUTRA DIMINUI
b1 b2

42
AULAS Teorema fundamental da
11 e 12 aritmética, M.M.C e M.D.C

Competências: 1e5 Habilidades: 3, 4, 5 e 21

A aritmética é o ramo da matemática que estuda os nú- § 2 é o único número primo par;
meros e as operações que podem ser realizadas entre eles.
§ existem infinitos números primos.
Trata-se de um ramo diferente da álgebra, por exemplo,
que lida com equações e polinômios.
2. Teorema fundamental
1. Números primos da aritmética
Há muito tempo os números primos são conhecidos e es- O teorema fundamental da aritmética afirma que todo in-
tudados. O matemático Euclides, em seu livro Elementos teiro positivo maior do que 1 pode ser expresso como
(300 a.C.), já discutia a importância dos números primos, um produto de potências de números primos, descon-
apesar de a matemática grega da época se fundamentar
siderando a ordem dos fatores de maneira única.
inteiramente na geometria. Diversos matemáticos impor-
tantes estudaram os números primos e suas propriedades, Observe alguns exemplos:
como Erastótenes, na Grécia, por volta de 230 a.C., Marin 6=2∙3
Mersenne e Pierre de Fermat, na França no século XVII, e 12 = 22 · 3
Leonhard Euler, na Suíça no séc. XVIII.
30 = 2 · 3 · 5
No mundo atual, os números primos possuem aplicações 150 = 2 · 3 · 52
na área de criptografia.
Note que, se o número 1 fosse considerado primo, o teore-
Muitos problemas chegaram ao século XXI sem solução, ma fundamental da aritmética não seria verdadeiro, pois a
como a prova da Conjectura de Goldbach, que afirma que fatoração não seria única como diz o teorema:
todo número inteiro par maior do que 2 pode ser escrito
como uma soma de dois números primos: 6=1∙2∙3
ou
4=2+2
6 = 12 · 2 ∙ 3
6=3+3
Todo número não primo diferente de 0 e 1 é considerado um
8=5+3
número composto, pois ele é composto de fatores primos.
10 = 7 + 3
... 2.1. Decomposição em fatores primos
600 = 269 + 331
É possível decompor um número composto em seus fato-
res primos utilizando a seguinte técnica:
1.1. Definição
§ Escreve-se o número que se deseja decompor e é traça-
Um número natural é definido como primo caso ele pos- da uma reta vertical:
sua somente dois divisores positivos: 1 e ele próprio. Todo
número natural não primo é denominado composto. Os 60
primeiros 12 números primos são:

2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, ...

Observe que:
§ 1 não é considerado um número primo;

43
§ Divide-se o número pelo seu divisor primo; o quociente Decompor um número como um produto de fatores pode
é escrito abaixo do número. Para 60, seu primeiro divi- ser útil em alguns casos. Caso se queira, por exemplo, sim-
sor primo é 2: plificar a seguinte expressão:
____
60 2 √
​​  294 ​
_____ __ ​  


​√6 ​ 
30
Como já foi visto no exemplo anterior, 294 = 2 · 3 · 7²,
logo:
____ _______ ____ __ __
​√294 ​
__ ​ 
√ √ √ 7​√__ 
​ _____ ​ ​ 2 ∙ 3__ ​
 = ________
  ∙ 72 ​  ​ ​ 2 ∙ 3 ​__ ∙ ​
= _________

  ​ 72 ​  
= ​ ____
  6 ​ ​ = 7
​√ 
6 ​ ​√6 ​  ​√6 ​  ​√6 ​ 

§ O processo se repete até que o número a ser dividido


seja 1: 2.2. Divisibilidade
60 2 Ao utilizar os números em sua forma fatorada em função
de seus fatores primos, pode-se verificar se um número a é
30 2
divisível por outro número b. Considere a = 23 · 32 = 72 e
15 3 b = 22 · 32 = 36. Ao observar as formas fatoradas de a e b,
5 5 é possível afirmar que a é divisível por b, pois:
1
​ 22 · 32 ​  
​ __a  ​ = _____  ​ __a  ​= 2
3 2 simplificando

b 2 ·3 b

Assim, a decomposição do número 60 em fatores primos é: Como __​ a ​ = 2 é um número inteiro, a é divisível por b.
b
60 = 2 · 2 · 3 · 5 = 22 · 3 · 5
Observe alguns exemplos: Exemplos:

72 2 1. Dados x = a3 · b5 · k e y = a4 · b7 · c2, com a, b e c naturais,


qual deve ser o menor valor de k para que x seja divisível
36 2
por y?
18 2
9 3 Para x ser divisível por y, _​ yx ​ deve ser um número inteiro:
3 3
a3 · b5 · k 
_​ x ​ = ________ simplificando
 ​ _xy ​ = ________
​  1 k2  2 ​ 
1 y a4 · b7 · c2 ​  
​ 
a ·b ·c
72 = 23 · 32
Para “cancelar” todos os termos do denominador, segue
294 2
que k deve ser, no mínimo:
147 3
k= a1 ∙ b2 ∙ c2
49 7
7 7 Observe:
​  1 k2  2 ​ 
​ _xy ​  = ________ ​  a 1 ∙ b 2 ∙ c 2 
1 2 2
1 = ________  ​ 
=1[Z
a ∙b ∙c a ∙b ∙c

294 = 2 · 3 · 72 2. Quanto deve ser o valor de x em 12x para que este seja um
cubo perfeito?

165 3 Ocorre que 12 = 2² ∙ 3. Fazendo K = 12x, tem-se:


55 5
K = 2² ∙ 3 ∙ x
11 11
Para que K seja um cubo perfeito, deve-se ter:
1
x = 2¹ ∙ 3², pois, assim, tem-se:
K = 2² ∙ 3 ∙ 2¹ ∙ 3² = 2³ ∙ 3³ = 6³
165 = 3 · 5 · 11 Como 6³ é um cubo perfeito, então x = 2¹ ∙ 3².

44
2.3. Número de divisores O fator 23 pode estar presente como 20, 2¹, 2² ou 2³, isto
é, de 4 maneiras.
de um número natural
O fator 3² pode estar presente como 30, 3¹ ou 3², isto é, de
Sejam dois números a, b inteiros. Diz-se que b é divisor de 3 maneiras.
a se existe k também inteiro, tal que:
O fator 5¹ pode estar presente como 50 ou 5¹, isto é, de
b·k=a 2 maneiras.
Observe que o número de maneiras que um fator pode
Ou seja, k = __​ a ​,  em que k deve ser inteiro. Em outras pa-
b estar presente no divisor é uma unidade a mais do que a
lavras, b é divisor de a caso a divisão de a por b resul- potência. Cada um dos fatores pode estar presente de 4,
te em um número inteiro com resto nulo. Por exemplo, 3 e 2 maneiras:
ao escrever o conjunto dos divisores positivos de 12, deno- ___ · ___ · ___
tado por D+ (12):
D+ (12) = {1, 2, 3, 4, 6, 12}
20, 21, 22 ou 23 30, 31 ou 32 50 ou 51
​ 12 ​ é inteiro.
1 é divisor de 12, pois ___
1 O número total de divisores Pelo Princípio Fundamental da
12 ​ é inteiro.
6 é divisor de 12, pois ​ ___
6 Contagem é:
12
___
5 não é divisor de 12, pois ​   ​ não é inteiro.
5  4  ·  3  ·  2  = 24 divisores
De modo geral, é possível afirmar que:
A quantidade de divisores positivos que um número pos-
sui pode ser calculada por meio das potências dos fatores O número de divisores inteiros positivos de um número é
primos em sua fatoração. Considere o número 360 e sua igual ao produto dos expoentes dos fatores primos aumen-
decomposição em potências de fatores primos: tados em uma unidade. Isto é, se um número N decomposto
em potências de números primos resulta em N = ax · by · cz,
360 = 23 · 32 · 51
o número de divisores inteiros positivos que N possui
Para um número ser divisor de 360, ele deve ser composto n[D+ (N)] é igual a:
por potências dos fatores primos de 360. Ao se pensar em
frações, é possível verificar esse fato facilmente. Observe se n[D+ (N)] = (x + 1)(y + 1)(z + 1)
12 é divisor de 360:
Exemplo:
360 ​  
​ ___
decompondo 23 · 32 · ​
 ​ ________ 5 
  ​  2 · 3 ​
1
= _______
1
· 5 
 = 30
12 2 ·3
2 1 § Quantos divisores naturais possui o número 432?
Veja que não restaram fatores no denominador, portanto, Fatorando 432, tem-se:
o número é inteiro. Agora, observe se 50 é divisor de 360: 432 = 24 · 33

23 · 32 · 5 ​1  Assim, como os expoentes dos seus fatores primos são 4


360 ​   ​ 2 ·  ​
32  ​  36 ​ 
2
​ ___  ​ ________ = _____  = ___
decompondo
  e 3, resulta que o número de divisores naturais é dado por
50 2 ·5
1 2 5 5
(4 + 1)(3 + 1) = 5 · 4 = 20
Depois das simplificações, não foi possível reduzir o de-
nominador a 1, “sobrando” o fator 5. Assim, 50 não é 2.4. Critérios de divisibilidade
divisor de 360.
§ Divisibilidade por 2: um número é divisível por 2 quan-
Todos os divisores de 360 devem ser, portanto, compostos do ele é par.
por fatores de 360:
§ Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 quan-
2³ · 3² · 5¹ = 360 do a soma dos seus algarismos for divisível por 3.
2² · 3² · 5¹ = 180 Exemplo: 51.204 é divisível por 3, porque
2¹ · 3² · 5¹ = 90 5 + 1 + 2 + 0 + 4 = 12, e 12 é divisível por 3.
20 · 3² · 5¹ = 45 § Divisibilidade por 4: um número é divisível por 4
.... quando termina em 00 ou quando o número formado
2 · 3 · 50 = 1
0 0 pelos dois últimos algarismos da direita for divisível
por 4.

45
Exemplo: 37.528 é divisível por 4, pois seus últimos Nos exemplos anteriores, 6 é o M.D.C. de 12 e 18, uma vez
dois algarismos, 28, formam um número divisível que 2 e 3 são primos entre si. Ou seja, 6 é o maior inteiro
por 4. positivo que divide exatamente 12 e 18. Em símbolos: mdc
§ Divisibilidade por 5: um número é divisível por 5 quan- (12, 18) = 6.
do o último algarismo (das unidades) é 0 ou 5. Por sua vez, 7 não é o maior divisor comum de 42 e 70,
Exemplo: 90 é divisível por 5, pois termina em 0. pois 6 e 10 apresentam fator comum absoluto diferente
de 1. Ou seja, existe um número maior que 7 que divide
§ Divisibilidade por 6: um número é divisível por 6 quan- exatamente 42 e 70. Observe:
do é divisível por 2 e por 3.
42 = 7 · 6 = (7 · 2) · 3
Exemplo: 738 é divisível por 6, pois é divisível por 2 70 = 7 · 10 = (7 · 2) · 5
(pois é par) e é divisível por 3 (pois 7 + 3 + 8 = 18).
Assim, 7 · 2 = 14 é o M.D.C. de 42 e 70, pois 3 e 5 são pri-
§ Divisibilidade por 7: um número é divisível por 7 quan- mos entre si. Isso indica que 14 é o maior inteiro positivo que
do a diferença entre o dobro do último algarismo e o divide exatamente 42 e 70. Em símbolos: mdc (42, 70) = 14.
número formado pelos algarismos restantes for divisí-
vel por 7. Analisando os números 630 e 280, por exemplo, nota-se
facilmente que 10 é divisor comum. Será 10 o M.D.C. de
Exemplo: 378 é divisível por 7, pois
630 e 280? Observe:
37 – 2 · 8 = 37 – 16 = 21, e 21 é divisível por 7.
630 = 10 · 63
§ Divisibilidade por 8: um número é divisível por 8 quan-
280 = 10 · 28
do termina em 000 ou quando o número formado pe-
los três últimos algarismos da direita for divisível por 8. Nota-se que 10 é divisor comum de 630 e 280, mas não é
o maior. Existe outro divisor (fator) comum maior, uma vez
Exemplo: 61.112 é divisível por 8, pois 112 é divisível
que 63 = 7 · 9 e 28 = 7 · 4 não são primos entre si. Assim,
por 8.
o maior divisor (fator) comum é 10 · 7 = 70. Veja:
§ Divisibilidade por 9: um número é divisível por 9 quan-
630 = 10 · 63 = (10 · 7) · 9
do a soma dos seus algarismos formarem um número
280 = 10 · 28 = (10 · 7) · 4
divisível por 9.
Exemplo: 3.726 é divisível por 9, pois ⇒ 10 ∙ 7 = 70 é o M.D.C. de 630 e 280, pois 9 e 4 são
3 + 7 + 2 + 6 = 18, e 18 é divisível por 9. primos entre si.

§ Divisibilidade por 10: um número é divisível por 10


quando seu último algarismo for 0. Lembre-se!
O M.D.C. de dois números primos entre si é igual a 1.
3. Máximo divisor
comum (M.D.C.)
Dados dois números inteiros positivos, A = d ∙ k e B = d ∙ q,
em que k e q são números inteiros, diz-se que o inteiro d é
um divisor (fator) comum de A e B.

Exemplos:
12 = 6 · 2
1. ⇒ 6 é divisor comum de 12 e 18
18 = 6 · 3
42 = 7 · 6
2.
70 = 7 · 10
⇒ 7 é divisor comum de 42 e 70 multimídia: sites
Caso ocorra A = d · k e B = d ∙ q, em que k e q são núme- pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-
ros inteiros primos entre si, isto é, k e q não apresentam -algebra-factors-multiples/pre-algebra-greatest-
divisores (fatores) comuns, exceto a unidade, diz-se que o -common-divisor/e/gcf-and-lcm-word-problems
inteiro positivo d é o máximo divisor comum (M.D.C.) de
A e B.

46
4. Mínimo múltiplo 4q
3 · k = 4 · q ⇒ k = ___
​   ​ 
3

comum (M.M.C.) (3 e 4 são primos entre si, k é intei-


ro positivo e q é múltiplo de 3)
Todo número de forma A = 6 · k, em que k [ Z, é múltiplo
de 6; e todo inteiro B = 8 · q, na qual q [ Z, é múltiplo de Assim, o menor valor para q é 3, o que resulta:
8. Trata-se, portanto, dos conjuntos dos múltiplos de 6 e de q = 3, k = 4 e 6 · k = 8 · q = 24
8, respectivamente:
M(6) = {0, ± 6 · 1, ± 6 · 2, ± 6 · 3, ± 6 · 4, ± 6 · 5, ...} 4.1. Resumindo
M(8) = {0, ± 8 · 1, ± 8 · 2, ± 8 · 3, ± 8 · 4, ± 8 · 5, ...}
Dados dois inteiros a e b, não nulos, seu mínimo múltiplo
Observe que o menor múltiplo comum positivo de 6 e 8 é comum, indicado por m.m.c. (a, b), é o menor elemento
6 ∙ 4 = 8 · 3 = 24, ou seja, 24 é o menor inteiro positivo positivo do conjunto M(a) > M(b).
que pode ser dividido exatamente (é divisível e múltiplo)
por 6 e 8. Em símbolos, m.m.c. (6, 8) = 24. Exemplo:
De maneira geral, dados números inteiros a e b, o 1. Para os inteiros 10 e 12, temos:
menor múltiplo comum de a e b é o menor inteiro M(10) = {..., –30, –20, –10, 0, 10, 20, 30, 40, 50,
positivo a · k = b · q, em que k e q são inteiros positivos. 60, ...}
Assim, obter o m.m.c. de 6 e 8 equivale a encontrar o menor
produto inteiro positivo 6 · k = 8 · q. Para isso, é preciso M(12) = {..., –24, –12, 0, 12, 24, 36, 48, 60, ...}
encontrar os menores inteiros positivos k e q na igualdade M(10) > M(12) = {..., –60, 0, 60, ...} é conjunto dos
anterior. Observe: múltiplos comuns de 10 e 12. O menor elemento posi-
6·k=8·q tivo de M(10) > M(12) é 60.
(cancelando os fatores comuns de 6 e 8) Então, m.m.c. (10, 12) = 60

VIVENCIANDO

Os cálculos de M.M.C. e M.D.C. estão ligados aos múltiplos e aos divisores de um número, e é muito comum a sua
utilização nas resoluções de problemas. Imagine a seguinte situação: um médico, ao prescrever uma receita, deter-
mina que três medicamentos sejam ingeridos pelo paciente de acordo com a seguinte escala de horários: remédio A,
de 3 em 3 horas; remédio B, de 4 em 4 horas; e remédio C, de 6 em 6 horas. Caso o paciente utilize os três remédios
às 9 horas da manhã, qual será o próximo horário que os mesmos serão ingeridos juntos?
Calculando o M.M.C. dos números 3, 4 e 6, temos:

3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1

mmc (3, 4, 6) = 2 ∙ 2 ∙ 3 = 12
Então, de 12 em 12 horas, os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, o próximo horário será às
21 horas.

47
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Já imaginou o quão cansativo seria, se para saber se um número é ou não divisível por outro, fosse necessário efetuar
a divisão e verificar se o resto é nulo? Diante desse fato, os critérios de divisibilidade auxiliam a determinar quais
números são divisores de um determinado número, com isso, podemos efetuar cálculos numéricos, presentes tam-
bém na Física e na Química, sem a necessidade de efetuar longos processos de divisão, otimizando, assim, o tempo
para a resolução de um problema.

5. Técnicas para o cálculo e Raimundo estão treinando para uma maratona e cada
um deles der voltas em pistas circulares de 4.200 m, 720
do M.D.C. e do M.M.C. m e 600 m, respectivamente, os três terão dado um nú-
mero inteiro de voltas e percorrido a mesma distância
O M.D.C. e o M.M.C. de dois ou mais números podem ser quando cada um tiver percorrido, no mínimo, 25.200
obtidos a partir da decomposição dos números em seus 25200 ​ 
m. Nesse caso, eles terão dado ​ _____ ​ 25200
= 6, _____  ​ 
= 35

fatores primos. 4200 720
​ 25200
e _____  ​ 
= 42 voltas, respectivamente.

Decompondo-os isoladamente em fatores primos distintos, 600
o M.D.C. desses números é o produto dos fatores primos Outro modo de se obter o M.D.C. e o M.M.C. é fatorando
comuns, tomados com seus menores expoentes. simultaneamente esses números. Nesse caso, o M.D.C. é o
Por sua vez, o M.M.C. desses números é o produto dos produto apenas dos fatores comuns, enquanto o M.M.C. é
fatores primos comuns e não comuns, tomados com os o produto de todos os fatores obtidos. Observe:
seus maiores expoentes. Observe, por exemplo, as formas
fatoradas dos números 4.200, 720 e 600: 4.200 720 600 2
4200 = 2 · 3 · 5 · 7
3 1 2 1 2.100 360 300 2
1.050 180 150 2
720 = 24 · 32 · 51
525 90 75 2
600 = 23 · 31 · 52 525 45 75 3 mdc = 23 · 3 · 5 = 120
Com base nessas fatorações, tem-se: 175 15 25 3
175 5 25 5
§ M.D.C. (4.200, 720, 600) = 23 · 31 · 51 = 120 (pro-
35 1 5 5
duto dos fatores primos comuns, tomados com seus 7
7 1 1
menores expoentes). 1 1 1 24 · 32 · 52 · 7 = 25.200 = mmc
§ M.M.C. (4.200, 720, 600) =
Note que os fatores primos circulados dividiram todos os
24 · 32 · 52 · 71 = 25.200 (produto dos fatores primos
números das respectivas linhas (são os fatores comuns). O
comuns e não comuns elevados ao maior expoente).
produto deles é o M.D.C. dos números 4.200, 720 e 600.
Assim, 120 é o maior número inteiro positivo que divide
exatamente 4.200, 720 e 600. Isso significa que, caso haja
4.200 kg de arroz, 720 latas de leite e 600 kg de café para
montar cestas básicas, de modo que cada cesta contenha Lembre-se!
as mesmas quantidades inteiras de kg de arroz, latas de
leite e kg de café, é possível montar 120 cestas básicas, Dados dois números inteiros positivos a e b, vale a
beneficiando 120 famílias. seguinte relação entre o M.D.C. e o M.M.C.:
Por outro lado, 25.200 é o menor inteiro positivo que
pode ser dividido exatamente (é divisível, é múltiplo) por a · b = mdc (a, b) · mmc (a, b)
4.200, 720 e 600. Isso significa que, se Antonio, Francisco

48
5.1. M.M.C. e M.D.C. de Para realizar a soma, é necessário reduzir as parcelas a um
mesmo denominador comum. Isso se faz encontrando o
expressões algébricas M.M.C. entre os denominadores:
Da mesma forma que são utilizados os fatores de dois nú-
m.m.c. (c²a² – c²b², (a – b)³) = ?
meros para calcular o M.M.C ou o M.D.C. entre eles, é possí-
vel expandir esse conceito para expressões algébricas. Assim Fatorando c²a² – c²b², tem-se:
como é feito com números, deve-se fatorar as expressões em
fatores primos. Observe uma rápida revisão dos métodos:: c²(a² – b²) (fator comum em evidência)

§ M.M.C.: c²(a – b)(a + b) (diferença de quadrados)

Depois de fatorar os números em função de potências Agora, o M.M.C. entre c²(a – b)(a + b) e (a – b)³ é o
de seus fatores primos, o M.M.C. é o produto dos fa- produto dos fatores comuns e não comuns de maior
tores primos comuns e não comuns, tomados com os expoente:
seus maiores expoentes.
mmc (c²a² – c²b², (a – b)³) = c²(a – b)³(a + b)
§ M.D.C.:
Decompondo os números isoladamente, em fatores Agora que o denominador comum é conhecido, deve-se
primos distintos, o M.D.C. desses números é o produto proceder da mesma maneira aplicada para somar frações
dos fatores primos comuns, tomados com seus meno- numéricas: o denominador de cada fração é dividido pelo
res expoentes. denominador comum encontrado; por fim, o quociente é
multiplicado pelo respectivo numerador:
Observe um exemplo:
§ Encontre o mínimo múltiplo comum e o máximo divisor ​  2 2 a 2 2 ​ 
________ ​  b   ​ 
+ ______ =
c a – c b (a – b)3
comum das expressões algébricas a seguir:
   a 
= ​ ____________ ​  b   ​ 
 ​ + ______ =
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³ c2(a – b)(a + b) (a – b)3
(a – b)2a + c2(a + b)b
Note que as expressões já estão em sua forma fatorada. = ​ _________________
       ​
c2(a – b)3(a + b)
5.1.1. M.M.C. Aplicação do conteúdo
São escolhidos os fatores comuns e não comuns de
1. Antônio e Bruno são dois trabalhadores que tiram um
maior expoente:
dia de folga a cada 8 dias e a cada 12 dias, respectiva-
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³ mente. Sabendo que no dia 1.° de janeiro eles tiraram
o dia de folga juntos, qual a última vez no ano que vão
tirar folga juntos novamente?

x²y³ (z + 1)³ Calculando o mínimo múltiplo comum, tem-se: mmc


(8,12) = 24.
Assim, o M.M.C. entre x²y³(z + 1) e x (z + 1)³ é: x²y³ (z + 1)³.
Assim, a cada 24 dias, os dois trabalhadores tiram folga
5.1.2. M.D.C. juntos, ou seja, após 24, 48, 72, 96, ... dias. Para calcular
o último dia do ano, dividi-se a quantidade de dias no ano
Tomamos os fatores comuns e de menor expoente:
por 24, e, em seguida, analisa-se o resto da divisão:
x²y³ (z + 1) e x(z + 1)³ 365 24
5 15
Logo, há cinco dias a mais após o último dia de folga simul-
x(z + 1)
tâneo. Assim, como o último dia do ano é 31/12, cinco dias
Assim, o M.D.C. entre x²y³(z+1) e x (z+1)³ é: x(z + 1). antes temos: 26/12.
2. Em uma fábrica de papel há duas bobinas, uma con-
Em alguns casos, é preciso fatorar o polinômio para en- tendo 120 m de papel e outra contendo 160 m de papel.
contrar o M.M.C. ou o M.D.C.. Observe: Se desejamos cortar o papel em pedaços de tamanhos
iguais, qual deve ser o maior tamanho que eles devem
​  a   ​ 
§ A expressão ________ ​  b   
+ ______  ​é reduzida a uma ser cortados de modo a não haver sobra? Quantos pe-
c2a2 – c2b2 (a – b)3
única fração. daços podem ser cortados desta forma?

49
Queremos um divisor comum entre 120 e 160 que seja o Para calcular a quantidade de pedaços, dividimos o compri-
maior possível, logo, calculamos o máximo divisor comum mento total de papel por 40 m:
entre os números: mdc (120,160) = 40.
  120m + 160m
​ __________
 ​   ​ 280m ​  
= _____ =7

Assim, cada pedaço cortado terá 40 m. 40m 40m

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.

A habilidade 3 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir de conhecimentos de aritmética.

Modelo
(Enem) O gerente de um cinema fornece anualmente ingressos gratuitos para escolas. Este ano serão distribuídos 400
ingressos para uma sessão vespertina e 320 ingressos para uma sessão noturna de um mesmo filme. Várias escolas
podem ser escolhidas para receberem ingressos. Há alguns critérios para a distribuição dos ingressos:
1) cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão;
2) todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos;
3) não haverá sobra de ingressos (ou seja, todos os ingressos serão distribuídos).

O número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos, segundo os critérios estabelecidos, é:
a) 2.
b) 4.
c) 9.
d) 40.
e) 80.

Análise expositiva - Habilidade 3: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano
C e utilizar seus conhecimentos sobre aritmética que envolvam múltiplos e divisores para a sua resolução.
O número mínimo de escolas beneficiadas ocorre quando cada escola recebe o maior número possível de ingressos.
Logo, sendo o número máximo de ingressos igual ao máximo divisor comum de 400 = 24 · 5² e 320 = 26 · 5, temos
mdc(400, 320) = 24 · 5 = 80.
Assim, como 400 = 5 · 80 e 320 = 4 · 80, segue 5 + 4 = 9
Alternativa C

50
DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMEROS PRIMOS M.M.C.


MÍNIMO
MULTIPLO COMUM

DECOMPOSIÇÃO
EX: 20 2 EX: 10,15 2
10 2 5, 15 3
5 5 5, 5 5
ARITMÉTICA
22 · 5 1, 1 2 · 3 · 5 = 30

M.M.C. (10,15) = 30

M.D.C.
DIVISORES MÁXIMO
DIVISOR COMUM

EX: 10,15 2
5, 15 3
5, 5 5
1, 1

M.D.C. (10,15) = 5

51
AULAS Porcentagem
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 21, 23, e 25

1. Porcentagem § 200%: o dobro

A porcentagem é uma forma utilizada para indicar uma ​  1  ​ ou 0,1


§ 10%: ___
10
fração de denominador 100 ou qualquer representação
equivalente a ela. 1.1. Porcentagem de uma quantia
Considere uma mercadoria que custa R$ 450,00 e está
Exemplos:
sendo vendida com desconto de 8%. Observe como cal-
cular de quanto é o desconto e por quanto ela está sendo
​  50  ​  ou __
§ 50% é o mesmo que ___ ​ 1 ​ ou 0,50 ou 0,5 (metade); vendida.
100 2

§ 75% é o mesmo que ___


100 4
​ 3 ​ ou 0,75;
​ 75  ​  ou __
Deve-se calcular 8% ​___ ( 
100 25 )
​  8   ​  = ___
​  2  ​   ​de 450, ou seja:

​  2  ​ de 450 = ___


___ ​  2  ​ · 450 = 36
25 25
​  9   ​ ou 0,09;
§ 9% é o mesmo que ___
100 450 – 36 = 414
​  40  ​ ou 40%;
§ 0,4 é o mesmo que 0,40 ou ___ Assim, o desconto é de R$ 36,00, e a mercadoria está sen-
100
do vendida por R$ 414,00.
§ 6/40 é o mesmo que ___ ​  15  ​ ou 15%;
​  3  ​ ou ___ Na sentença 8% de R$ 450,00 = R$ 36,00, tem-se:
20 100
8%: porcentagem
​ 8  ​ ou ___
§ 8 pessoas em grupo de 10 correspondem a ___ ​  80  ​  
10 100 R$ 450,00: total
ou 80% do grupo;
R$ 36,00: valor correspondente a 8%

§ Num total de R$ 300,00, a quantia de R$ 21,00 equiv- De modo geral, as situações com porcentagem são resol-
vidas usando-se os três problemas exemplificados a seguir.
ale a ___ ​  7   ​ ou 7% do total.
​ 21  ​  ou ___ Cada um deles pode ser resolvido de diversas maneiras.
300 100
Busque compreender cada uma das situações.
Algumas porcentagens usadas com maior frequência de-
vem ter seus valores bem conhecidos. Observe e procure § Qual o valor de 45% de 60?
justificar cada uma delas: 45% de 60 = x

§ 100%: (total) Método 1: utilizando a forma fracionária da taxa:


45% = ___ ​ 45  ​  = ___
​  9  ​ 
100 20
​ 1 ​ ou 0,2
§ 20%: __ ​  9  ​ · 60 = x ä x = 27
___
5 20
​ 1 ​ ou 0,25 (quarta parte)
§ 25%: __ Método 2: utilizando a forma decimal da taxa:
4 45% = 0,45
​ 3 ​ ou 0,75
§ 75%: __ 0,45 · 60 = x ä x = 27
4
Método 3: utilizando a proporção em que 60 corresponde
​  1   ​ ou 0,01
§ 1%: ___ a 100% (inteiro), e a parte x corresponde a 45%:
100

​ 1 ​ ou 0,5 (metade)


§ 50%: __ ​  60  ​  = ___
___ ​  x  ​  ä 100x = 2.700 ä x = 27
2 100 45

52
Assim, 45% de 60 é 27. b) Qual a porcentagem de álcool em relação à mistura?
c) Quantos litros de gasolina devemos adicionar para
§ 80% de quanto resulta em 28? que o álcool represente 10% da mistura?
80% de x = 28
Resolução:
Método 1: utilizando a forma fracionária da taxa:
a) A porcentagem de álcool em relação à gasoli-
​  80  ​  = _​ 4_ ​
80% = ___ na é dada pela razão entre as duas grandezas:
100 5
4/5 · x = 28 ä x = _____ ​ 5 ·  ​
28  = 35 ​ 10 ​ = 0,25 ou 25%
___
4 40
Método 2: utilizando a forma decimal da taxa: b) A porcentagem de álcool em relação à mistura é
dada pela razão entre a quantidade de álcool e o to-
80% = 0,80 = 0,8 tal da mistura:
28  ​  ä x = 35
0,8 · x = 28 ä x = ___
0,8 ​  10   ​  
_______ ​ 10 ​ = 0,20 ou 20%
= ___
10 + 40 50
Método 3: utilizando a proporção na qual x corresponde c) Como a razão entre a quantidade de álcool e o
a 100%, e a parte 28 corresponde a 80%: total representa a porcentagem de álcool na mistura,
tem-se:
​ 28 ​  ä 80 ∙ x = 2800 ä x = 35
​  x   ​  = ___
___
100 80 ​  10  ​ 
_____ = 0,10
Assim, 80% de 35 é 28. 10 + x
§ A quantia R$ 36,00 corresponde a quantos por cento Em que x representa a quantidade de gasolina desejada.
de R$ 120,00? Resolvendo a equação, tem-se:
x% de 120 = 36 10 = 0,10(10 + x)
Método 1: utilizando a forma fracionária da taxa: 10 = 1 + 0,10x
36  ​  = ___ 9 = 0,10x
x · 120 = 36 ä x = ___ ​  6  ​ = ___
​  30  ​= 0,3
120 20 100 x = ​  9   ​ = 90 litros
____
Método 2: utilizando a forma decimal da taxa: 0,10
36 = 0,3 = 0,3
x · 120 = 36 ä x = ___ Assim, como já havia 40 litros de gasolina, deve-se adi-
120 cionar 90 – 40 = 50 litros de gasolina para que o álcool
Método 3: utilizando a proporção em que 120 correspon- represente 10% da mistura.
de a 100%, e 36 corresponde a x%:
2. No racionamento de energia elétrica, a cota destina-
___ ​ 36 ​ ä 120x = 3600 ä x = 30%
​  120 ​  = ___ da a uma determinada cidade é distribuída entre resi-
100 x
dências, comércio e indústria.
Assim, 30% de 120 é 36.
Assim: 20% da cota são destinados ao uso
Nota:
residencial; 25% da cota restante são destinados ao
Para calcular 10% ​___
10 (  )
​  1  ​   ​ou 1% ​___
100(  )
​  1   ​   ​de um número, uso comercial; 144 milhões de kWh (os restantes) são
destinados ao uso industrial.
basta andar com a vírgula uma ou duas casas para a
a) 144
esquerda, respectivamente.
b) 173
c) 180
Exemplos: d) 216
§ 10% de 450 = 45,0 ou 45 e) 240

§ 10% de R$ 38,00 = R$ 3,80 Resolução:

§ 1% de 450 = 4,50 ou 4,5 A porcentagem destinada ao uso residencial é de 20% em


relação ao total. O restante (80%) é dividido entre o co-
§ 1% de R$ 20.000,00 = R$ 200,00
mércio e a indústria. Como 25% do retante é destinado ao
comércio (25% de 80%), logo 75% de 80% é destinado
Aplicação do conteúdo a indústria.
1. Uma mistura de combustível possui 10 litros de álco- Pind = 75%. 80% ä 144 = 0,60 ä Etotal = 144 = 240 milhões de kWh
ol e 40 litros de gasolina. Pergunta-se: Etotal 0,6
a) Qual a porcentagem de álcool em relação à gasolina? Alternativa E

53
VIVENCIANDO

Como calcular quanto vale um desconto ao entrar em uma loja e escolher uma peça que está em promoção? A mate-
mática está em todos os lugares, e a porcentagem é um tipo de operação utilizada o tempo todo. Se você for calcular
o aumento da gasolina, os 10% do garçom em um restaurante ou o desconto de impostos, tenha certeza de que
usará a porcentagem. Além disso, vários assuntos ligados a Matemática financeira exigem o uso de porcentagem.
Por exemplo: cálculo de juros em compras financiadas, financiamentos de carros, casas, apartamentos, empréstimos
bancários, etc.

3. (FGV) OSr. Oliveira aplicou R$ 20.000,00 numa cader- b) O valor total da aplicação agora são os R$ 20.000,00
neta de poupança e R$ 30.000,00 num fundo de ações mais um valor X. O valor de rendimento com o fundo de
por 1 ano. Neste período, a caderneta de poupançã ren- ações será de 0,02x. Sendo a porcentagem global 6% ao
deu 8% e o fundo de ações apenas 2%.
ano, temos:
a) Qual a taxa de rendimento global do Sr. Oliveira,
no período? Pglobal = 6% ä 1.600 + 0,02x = 0,06 ä
b) Quanto ele deveria ter aplicado no fundo de ações 20.000 + x
(mantida a aplicação de R$ 20.000,00 na caderneta de ä 1200 + 0,06x = 1600 + 0,02x ä 0,04x = 400
poupança) para que sua taxa global fosse 6% ao ano?
ä x = R$ 10.000,00
Resolução:
a) O total do Sr. Oliveira é de R$ 50.000,00. O rendimento
na caderneta de poupança e no fundos de ações são:
Ppoupança = 8% ä X = 8 ä X = R$ 1.600,00
20.000 100
Pações = 6% ä Y = 2 ä Y = R$ 600,00
30.000 100
O rendimento total é de R$ 2.200,00. Assim a porcenta-
gem global será:
Pglobal = 2200 . 100 = 4,4%
50.000
multimídia: sites
pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-
-algebra-ratios-rates#pre-algebra-intro-percents

54
AULAS Acréscimos e descontos
15 e 16
Competências: 1e5 Habilidades: 3, 4, 5 e 21

1. Variações percentuais § f = 0,90 ä i = 1 – f = 0,1 ätaxa = 0,1 . 100 = 10%


(menor do que...)

1.1. Fator de atualização 2. Aumentos e descontos


O fator de atualização (f) é a razão entre dois valores de Na comparação entre dois valores diferentes de uma mes-
uma grandeza em tempos diferentes (passado, presente ou ma grandeza, f > 1 significa aumento (ou acréscimo de
futuro). Trata-se da ferramenta mais indicada para quem valor), e f < 1 significa desconto (ou perda de valor), pois o
deseja trabalhar com matemática financeira, seja na prepa- valor da grandeza variou no tempo, e o valor mais antigo
ração para os vestibulares, seja na vida cotidiana. é a base de comparação. O fator f = 1 significa que não
Só existem três resultados possíveis na divisão de dois va- ocorreu variação.
lores quaisquer. Ou resulta 1, ou maior que 1 ou menor que
​  valor novo ​  
f = _________  
1. Quando o resultado da divisão é 1, significa que os dois valor antigo
valores são iguais, ou seja, um valor é 100% do outro. Por f > 1 é aumento, ganho, acréscimo
isso, diz-se que i = 1 é fator neutro.
f < 1 é desconto, queda, perda, decréscimo
No caso da divisão resultar em número maior que 1, f = 1 é não houve variação
​ A ​ = 1,05, pode-se entender o resultado de duas ma-
como __
B
neiras diferentes: 2.1. Aumentos e descontos sucessivos
1. A é 5% maior que B ou Para compor vários aumentos e/ou descontos, basta mul-
2. A é 105% de B (portanto 5% maior). tiplicar os vários fatores individuais e, dessa forma, obter
As duas interpretações são corretas e seu uso depende o fato “acumulado”, que nada mais é do que o fator de
do contexto. atualização entre o primeiro e o último valor considerado,
independentemente dos valores intermediários.
No caso de a divisão resultar em número menor que 1,
​ A ​ = 0,90, o resultado também pode ser entendido
como __ facumulado = f1 · f2 · f3 · f4 ...
B
de duas formas diferentes: O fator acumulado é também um fator de atualização e
3. A é 10% menor que B ou deve ser interpretado como tal.

4. A é 90% de B (portanto 10% menor). Aplicação do conteúdo


Também aqui a escolha sobre qual interpretação é melhor
1. (Vunesp) Se a taxa de inflação de janeiro é de 6%
depende do contexto. e a de fevereiro é de 5%, então a taxa de inflação no
Na prática, se a opção for pela primeira interpretação, é bimestre janeiro/fevereiro é de:
necessário aprender a obter a taxa percentual a partir do a) 11% d) 11,3%
valor do fator de atualização. b) 11,1% e) 11,4%
c) 11,2%
§ Se f > 1, f = 1 + i; portanto a taxa é i = f – 1, em nú-
meros decimais. Resolução:
§ Se f < 1, f = 1 – i; portanto a taxa é i = 1 – f, em nú-
f1 = 1 + 0,06 = 1,06
meros decimais.
f2 = 1 + 0,05 = 1,05
Assim:
facumulado = f1 · f2 ä facumulado = 1,06 · 1,05 = 1,113 = 11,3%
§ f = 1,05 ä i = f – 1 = 0,05 ä taxa = 0,05 . 100 = 5%
(maior do que...) Alternativa D

55
2. Em uma liquidação, os preços dos artigos de uma É preciso compor as cinco variações para poder emitir um
loja são reduzidos em 20% de seu valor. Terminada a julgamento. Para isso, são necessários os fatores de atuali-
liquidação e pretendendo voltar aos preços originais, zação de cada variação:
de que porcentagem deve ser acrescidos os preços
da liquidação? f1 = 1 – 0,0235 = 0,9765
a) 27,5%
b) 25% f2 = 1 + 0,0137 = 1,0137
c) 22,5%
f3 = 1 + 0,0105 = 1,0105
d) 21%
e) 20% f4 = 1 – 0,0013 = 0,9987
Resolução: f5 = 1 + 0,0021 = 1,0021

f1 = 1 – 0,20 = 0,80 Assim:

f2 = ? facumulado = f1 · f2 · f3 · f4 · f5 =

facumulado = f1 · f2 = 1 (f = significa que não houve altera- = 0,9765 . 1,0137 . 1,0105 . 0,9987 . 1,0021 =
ção: voltou aos valores originais) 1,00107

Assim: Como o fator acumulado > 1, então:

​  1  ​ = 1,25
facumulado = 0, 80 f2 = 1 ä f2 = ___ f = 1 + i ä i = 1,00107 – 1 = 0,00107 =
0,8 = 0,107%
Como f2 > 1, então:
Ou seja, o dólar teve uma pequena alta de 0,107%.
f2 = 1 + i = 1,25 ä i = 0,25 = 25%
Alternativa B 4. O preço de uma camisa passou de R$ 50,00 para R$
59,00. Qual foi o aumento percentual desse preço?
3. A tabela a seguir mostra a variação do preço do dólar
em uma semana qualquer, em termos percentuais. No Resolução:
valor acumulado desses 5 dias, o que aconteceu com o
preço do dólar? (Subiu? Caiu? Quantos por cento?) Preço velho: 50,00

Resolução: Preço novo: 59,00


preço novo ____ 59,0
Dia Variação f =_________
​  = ​   ​ = 1,18
 ​  
preço velho 50,0
Segunda-feira –2,35%
Terça-feira 1,37% Como f > 1, então:
Quarta-feira 1,05% f = 1 + i = 1,18 ä i = 0,18 = 18%
Quinta-feira –0,13%
Sexta-feira 0,21% Assim, o aumento percentual foi de 18%.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A porcentagem é muito útil no mercado financeiro, como no momento de obter um desconto, calcular o lucro na
venda de um produto ou medir as taxas de juros. Na Engenharia, por exemplo, a porcentagem pode ser utilizada para
definir o quanto já foi construído de um prédio. Em Administração, ela pode ser aplicada para medir as quotas de
participação dos sócios em um negócio. No campo da Estatística, possui participação ativa na apresentação de dados
comparativos e organizacionais, proporcionando, assim, uma imensa utilidade em diversas práticas do cotidiano. .

56
2.2. Resolução de problemas 3. Se, ao aumentarmos o comprimento dos lados de um
quadrado na mesma proporção, obtivermos um aumen-
com porcentagem to de 69% em sua área, a porcentagem do aumento no
comprimento de cada lado do quadrado deverá ser:
Problemas que envolvem porcentagem estão a todo mo-
a) 27,0% c) 31,0%
mento presentes no dia a dia. Com os conceitos trabalha-
b) 30,0% d) 34,5%
dos até agora, é possível resolver uma série deles.
Resolução:
Aplicação do conteúdo Considere ℓ e L, respectivamente, o lado do quadrado origi-
1. Uma geladeira, cujo preço à vista é de R$ 680,00, nal e o lado do quadrado aumentado. Desse modo, tem-se:
tem um acréscimo de 5% no seu preço se for paga em L2 = 1,69 ∙ ℓ2 → L = 1,3ℓ
3 prestações iguais. Qual é o valor de cada prestação?
Ou seja, o percentual de aumento no comprimento de
Resolução: cada lado do quadrado deverá ser
1,3ℓ - ℓ
______
​   ​   ∙ 100% = 30%
1.º modo: ℓ
5% de 680 = 0,05 · 680 = R$ 34 (acréscimo) Alternativa B
680 + 34 = R$ 714 (preço em 3 prestações iguais)
4. Considere uma mercadoria que teve seu preço ele-
714 : 3 = R$ 238 (valor de cada prestação) vado de x reais para y reais. Para saber o percentual de
aumento, um cliente dividiu y por x obtendo quociente
2.º modo: igual a 2,08 e resto igual a zero.

t = 5% = 0,05 = Em relação ao valor de x, o aumento percentual é


f = 1 + 0,05 = 1,05 equivalente a:
680 · 1,05 = 714 a) 10,8% c) 108,0%
714 : 3 = R$ 238 b) 20,8% d) 208,0%
Assim, o valor de cada prestação é de R$ 238,00. Resolução:
2. O salário de um trabalhador que era de R$ 840,00 Sabendo que y = 2,08 ∙ x, tem-se que o resultado pedido
passou a ser R$ 966,00. Qual foi a porcentagem é igual a:
de aumento? 2,08 ∙ x – x
_________
​ 
Resolução: x ​   ∙ 100% = 108,0%

Alternativa C
1.º modo:
5. O professor Cláudio prestou um serviço de consul-
966 – 840 = 126 (aumento em reais) toria pedagógica. Sabendo-se que sobre o valor bruto
a receber incidiram os descontos de 11% do Instituto
?% de 840 = 126 Nacional de Seguridade Nacional (INSS) e 7,5% do Im-
posto de Renda Pessoa Física (IRPF), e que o valor des-
​ 126 ​  = ___
___ ​  18  ​  = ___
​  3  ​ = ___
​  15  ​  é 15% aumento em porcentagem contado de INSS foi de R$ 105,00 a mais que o IRPF,
840 120 20 100
qual o valor líquido recebido por Cláudio?
2.º modo:
a) 2.295 reais. d) 2.555 reais.
?% de 840 = 966 (salário anterior mais aumento) b) 2.445 reais. e) 2.895 reais.
c) 2.505 reais.
___ ​ 138 ​  = ___
​ 966 ​  = ___ ​ 23 ​ = ___
​ 115 ​  é 115% é
840 120 20 100 Resolução:
é 100% + 15% aumento Seja x o valor bruto do salário do professor Cláudio.
3.º modo: Tem-se que:

f = 966/840 = 1,15 0,11 ∙ x = 0,075 ∙ x + 105 ⇔ x = R$ 3.000,00.

f > 1 é aumento Portanto, o valor líquido recebido por ele foi


(1 – 0,185) ∙ 3000 = R$ 2.445,00.
f = 1 + i = 1,15 ä i = 0,15 = 15%
Assim, a porcentagem de aumento foi de 15%. Alternativa B

57
6. Analise as afirmativas abaixo. 2.º mês → 0,7x + 0,4 ∙ (0,7x) = 0,98x
I. Uma pessoa perdeu 30% de seu peso em um mês. No Ou seja, ao final do segundo mês, essa pessoa possuía
mês seguinte, aumentou seu peso em 40%. Ao final desses 98% do peso inicial (2% a menos).
dois meses, o peso inicial dessa pessoa diminuiu 2%. II. Falsa. Considerando como x o preço de cada produto e
II. Quando num supermercado tem-se a promoção “pague y o desconto a ser concedido sobre os 4 produtos compra-
3 produtos e leve 4”, o desconto concedido é de 30%. dos, pode-se equacionar:
III. Há alguns meses, uma certa casa podia ser comprada 4x ∙ (1 - y) = 3x → 4 - 4y→ = 3 → y =
por 25% do seu valor atual. O aumento no valor da casa
= 0,25 → y = 25%
nesse período foi de 75%.
III. Falsa. Considerando como x o valor da casa atualmente
Entre as afirmativas acima, é(são) FALSA(S) e y o aumento que a mesma sofreu nos últimos meses,
a) Apenas a II. c) Apenas II e III. pode-se equacionar:
b) Apenas I e III. d) I, II e III.
0,25x ∙ (1 + y) = x → 0,25 + 0,25y = 1 →
Resolução:
→ 0,25y = 0,75 → y = 3 → y = 300%
I. Verdadeiro. Seja x o peso inicial da pessoa, pode-se escrever:
1.º mês → x – 0,3x = 0,7x Alternativa C

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problemas com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Quanto tempo você fica conectado à internet? Para responder a essa pergunta foi criado um miniaplicativo
de computador que roda na área de trabalho, para gerar automaticamente um gráfico de setores, mapeando o tempo
que uma pessoa acessa cinco sites visitados. Em um computador, foi observado que houve um aumento significativo
do tempo de acesso da sexta-feira para o sábado, nos cinco sites mais acessados. A seguir, temos os dados do min-
iaplicativo para esses dias.

Analisando os gráficos do computador, a maior taxa de aumento no tempo de acesso, da sexta-feira para o sábado,
foi no site
a) X. d) W.
b) Y. e) U.
c) Z.

58
Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar e analisar os dados
A fornecidos pelo gráfico para chegar à resposta correta.
Considere as taxas de aumento de cada um dos sites:
X: 9/12 = 0,75
Y: 21/30 = 0,7
Z: 1/10 = 0,1
W: 19/38 = 0,5
U: 16/40 = 0,4
A maior taxa de aumento é a do site X.
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

PORCENTAGEM

PORCENTAGEM DE VARIAÇÕES RAZÃO COM


UMA QUANTIA PERCENTUAIS DENOMINADOR 100

EX: x% = x
100
15% de 200
15 · 200 = 15 · 2 = 30
100 1 FATOR DE
ATUALIZAÇÃO

AUMENTOS DESCONTOS

f = valor novo
valor antigo
f > 1 → aumento, ganho, acréscimo
f < 1 → desconto, queda, perda, decréscimo
f = 1 → sem variação

59
GEOMETRIA PLANA: Incidência do tema nas principais provas

O Enem apresenta muitas questões sobre No vestibular da FUVEST haverá questões sobre
geometria plana. Os temas deste caderno são todos as aulas deste caderno. A prova, por ser
essenciais para esse tipo de prova. Alinhar os de elevado nível, não deixará a geometria plana
conceitos de trigonometria com os deste livro é de lado e com certeza exigirá os conceitos
de grande proveito. apresentados neste caderno.

A UNICAMP exigirá de seu candidato a resolu- As aulas deste caderno devem ser analisadas A VUNESP apresenta os temas deste caderno
ção de questões com todos os temas deste e estudadas para a prova da UNIFESP. com um grau mediano e até mesmo elevado.
livro e até mesmo as relações trigonométricas Questões que exigem uma interpretação dos
para áreas da Física. dados também não faltarão em suas fases.

A prova da ALBERT EINSTEIN procura apresen- A prova da FMABC traz a geometria plana A PUC de Campinas aborda em sua prova A Santa Casa mostra um vestibular com uma
tar a geometria plana com questões de grande com grande incidência dos temas abordados a geometria plana, e os temas abordados incidência média de geometria plana, porém,
interpretação dos dados. neste livro. neste livro são de extrema importância para o quando há uma questão, os temas deste livro
candidato realizar seus problemas. são os mais exigidos do candidato.

UFMG

A parte da trigonometria alinhada com a A Federal do Paraná exige do seu candidato A faculdade de Ciências Médicas de Minas
geometria plana levará o candidato a ter um a parte da geometria plana com elevado grau Gerais exigirá de seu candidato uma boa
grande resultado no vestibular da Estadual em suas questões. Visto isso, os temas deste análise da geometria plana com questões
de Londrina. livro são necessários para esse vestibular. medianas. Os temas das aulas deste livro tem
alta incidência em seu vestibular.

A UERJ apresenta questões tanto no seu A UNIGRANRIO, diferente dos outros vestibulares, A Faculdade Souza Marques aborda os temas
exame Discursivo como no exame de leva ao seu candidato uma prova muito objetiva da geometria plana em sua prova. Assim, as
Qualificação sobre geometria plana. O aluno e por isso o tema da geometria plana não tem aulas deste livro são necessárias para uma
deve se atentar nas questões para ter um bom grande incidência em sua prova. Mesmo assim, os boa aplicação do aluno em seu vestibular.
aproveitamento. temas deste caderno, quando abordados, são de
alta complexidade.

61
AULAS Semelhança de triângulos
9 e 10
Competências: 2e3 Habilidades: 6, 7, 8, 9, 12 e 14

1. Semelhança de triângulos Note que os ângulos correspondentes são congruentes,​


^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​ ​^​
A ​ ≡ D ​ ​  ≡ ​E ​ e C ​
​ ,  B ​ ​  ≡ ​F ​ 
A seguir, será analisado se os triângulos ABC e A’B’C’ são Calculando a proporção entre os lados correspondentes,
semelhantes: tem-se:

​ AB ​ = ___
___ ​ 12 ​ = 3
DE 4

​ BC ​ = ___
___ ​ 18 ​ = 3 razão de semelhança
EF 6
De acordo com a definição de semelhança, dois polígonos
​ AC ​ = __
___ ​ 9 ​ = 3
são semelhantes quando seus lados correspondentes são DF 3
proporcionais e os ângulos correspondentes congruentes.
Assim, como os ângulos correspondentes são congruentes
Nos triângulos acima é possível observar que: e os lados correspondentes são proporcionais, é possível
​^​ ​^​
​  ≡ A’​
§ A ​ ​   afirmar que os triângulos ABC e DEF são semelhantes.
​^​ ​^​
​  ≡ B’​
§ B ​ ​  
​^​ ​^​
​  ≡ C’​
§ C ​ ​  
1.1. Teorema fundamental da
E também:
semelhança de triângulos
Caso uma reta seja paralela a um dos lados de um triân-
____ ​  BC  ​ = ____
​  AB  ​  = ____ ​  CA  ​  = __
​ 7 ​ —— razão de semelhança gulo e intercepte os outros dois lados em pontos distintos,
A’B’ B’C’ C’A’ 5
então o triângulo que ela determina com esses lados será
Aplicando a definição geral de semelhança dos polígonos, semelhante ao primeiro.
pode-se dizer que:  
Supondo que a reta r é paralela ao lado AB​
​  (r // AB​
​  ), e,
 
portanto, DE​ ​ , será demonstrado que DABC ~ DDEC.
​  // AB​
Dois triângulos são semelhantes se, e somente se,
seus ângulos correspondentes são congruentes e os
lados correspondentes são proporcionais.

Nesse caso, a razão entre os lados correspondentes tam-


bém é denominada razão de semelhança.

Exemplo
§ Os triângulos abaixo são semelhantes?  
Como DE​ ​ CD ​ = ___
​ , então: ___
​  // AB​ ​  CE ​   (I)
CA CB
Tem-se ainda:
​^​ ​^​
§ A​C ​B  ≡ D​C ​E  (ângulo comum aos dois triângulos)
​^​ ​^​
  ≡ E​D ​C
§ B​A ​C   (ângulos correspondentes em retas paralelas) (II)
​^​ ​^​
  ≡ D​E ​C
§ A​B ​C   (ângulos correspondentes em retas paralelas)

62
1.2. Casos de semelhança
Nem sempre é necessário conhecer a medida de todos os
lados e de todos os ângulos de dois triângulos para verifi-
car se eles são semelhantes.
Observe os três casos de semelhança de triângulos. DABC ~ DA’B’C’

1.º. Caso: Ângulo – Ângulo (AA) Se dois triângulos possuem os três pares de lados cor-
São conhecidos dois ângulos dos triângulos em que: respondentes proporcionais, então esses triângulos
​^​ ​^​ ​^​ ​^​ são semelhantes.
C​A ​ B ≡ C’​ 
A AB ​ C ≡ A’​ 
 ​‘B’ e ​ B ​‘C’
1.3. Consequência da
semelhança de triângulos
Observe os triângulos semelhantes ABC e A’B’C’:

DABC ~ DA’B’C’

Se dois triângulos possuem dois ângulos correspondentes


congruentes, então esses triângulos são semelhantes.
2.º. Caso: Lado – Ângulo – Lado (LAL)
   
São conhecidos dois lados dos triângulos e o ângulo for- Nesses triângulos, AH​
​  e A’H’​
​  são as alturas, e AM​
​  e A’M’
​ ​ 
​^​ ​^​
​  CA   ​e C​A ​B  ≡ C’​A
​  AB   ​= ____
mado por eles, em que: ____  ​‘B’
  são as medianas.
A’B’ C’A’
Pela semelhança de dois triângulos, pode-se verificar que,
se a razão de semelhança entre ABC e A’B’C’ é um número
real k, então:
§ A razão entre duas alturas correspondentes é k, ou
​ AH  ​ = k
seja: ____
A’H’
§ A razão entre duas medianas correspondentes é k, ou
​  AM  ​ = k
seja: ____
A’M’
​  a + b + c 
§ A razão entre os perímetros é k. _________  ​=
  k
a’ + b’ + c’
Nota: Em um triangulo ABC qualquer, unindo os pontos
DABC ~ DA’B’C’ médios dos lados AB​
 
​  e AC​
​ , resulta um segmento cuja me-

dida é a metade da medida do terceiro lado BC​ ​ . 
Demonstração:
   
No DABC, construímos DE​
​  de forma que AD​
​  = A’B’​
​  e DE​
​  //​

BC​. 

Se dois triângulos têm dois pares de lados correspon-


dentes proporcionais e os ângulos compreendidos
por esses lados são congruentes, então esses triângu-
los são semelhantes.

3.º. Caso: Lado – Lado – Lado (LLL)


​ 1 ​ BC
MN = __
São conhecidos os três lados dos triângulos em que: ​ 2
​  CA  ​  = ____
 AB   ​ = ____
____ ​  BC  ​   Essa consequência é denominada base média de um
A’B’ C’A’ B’C’ triângulo.

63
O valor, em metros, da medida x é
Aplicação do conteúdo a) 2 d) 4
b) 2,5 e) 6
1. Encontre o comprimento do lado do quadrado PQRS
na figura a seguir: c) 3
Resolução:

Resolução:
​^​ ​^​
Denominando o ângulo P​B ​S  = a e P​S ​B  = b, tem-se que a
 
e b são
​^​ complementares. Como SR​ ​  é paralelo
​^​ a BC​
​ , segue O triângulo ADE é isósceles, logo AD = 8m.
que A​S ​R  ​ =​ a, e, consequentemente,
​^​
A​R ​S  = b. Da mesma
^ O triângulo ABC é semelhante ao triângulo ADE, assim:
forma, Q​C ​R  = b e C​R ​Q  = a:
​ 2 ​ = ___
__ ​  x  ​  → 8x =24 ⇔ x = 3m
8 12
Alternativa C
4. Suponha que dois navios tenham partido ao mesmo
tempo de um mesmo porto A em direções perpendicu-
lares e a velocidades constantes. Sabe-se que a veloci-
dade do navio B é de 18 km/h e que, com 30 minutos de
Assim, os triângulos BPS e CQR são semelhantes (caso AA): viagem, a distância que o separa do navio C é de 15 km,
__ conforme mostra a figura:
__ ​ 3x ​ ⇒ x2 = 6 ⇒ x = √
​  x  ​ = __ ​ 6 ​
2 raio C

2. Numa festa junina, além da tradicional brincadeira x


A C
de roubar bandeira no alto do pau de sebo, quem des-
cobrisse a sua altura ganharia um prêmio. O ganhador y
do desafio fincou, paralelamente a esse mastro, um 15
raio B
bastão de 1 m. Medindo-se as sombras projetadas no
chão pelo bastão e pelo pau de sebo, ele encontrou,
respectivamente, 25 dm e 125 dm. Portanto, a altura do
pau de sebo, em metros, é B

Desse modo, pode-se afirmar que, com uma hora de via-


a) 5,0. c) 6,0.
gem, a distância, em quilômetros, entre os dois navios e
b) 5,5. d) 6,5. a velocidade desenvolvida pelo navio C, em quilômetros
por hora, serão, respectivamente:
Resolução:
a) 30 e 25. d) 25 e 20.
Sabendo que a altura é proporcional ao comprimento da
b) 25 e 22. e) 25 e 24.
sombra projetada, segue-se que a altura h do pau de sebo
é dada por: c) 30 e 24.

​  h   ​  = ___
___ ​  1  ​  ⇒ 25 × h = 125 ⇒ Resolução:
125 25
⇒h=5m y = 18 ∙ 0,5 = 9 km
Alternativa A
Aplicando o teorema de Pitágoras:
3. Considere a imagem abaixo, que representa o fundo
de uma piscina em forma de triângulo isósceles com a x2 + 92 = 152 ⇒ x2 + 81 = 225 ⇒
parte mais profunda destacada. x =225 – 81 ⇒ x2 = 144 ⇒ x = 12 km
2

Depois de uma hora de viagem, as distâncias serão dobradas;


portanto, a distância entre os navios B e C será de 30 km.
O navio C se locomove de 12 km a cada meia hora, isto é,
sua velocidade é de 24 km/h.
Alternativa C

64
5. Uma bola de tênis é sacada de uma altura de 21 dm Os triângulos retângulos ABC e DEC são semelhantes por AA.
com alta velocidade inicial e passa rente à rede a uma
altura de 9 dm. Portanto, sabendo que AB = 21 dm, DE = 9 dm e BE = 120 dm,
temos:
Desprezando-se os efeitos do atrito da bola com o ar
e do seu movimento parabólico, considere a trajetória
___ ​  BC  ​⇔ ___
​ AB ​ = ___ ​ 120 + ​
​ 21 ​ = ________EC 


descrita pela bola como sendo retilínea e contida num DE EC 9 EC
plano ortogonal à rede. Se a bola foi sacada a uma dis- ⇒ 7 ∙ EC = 360 + 3 ∙ EC ⇒
tância de 120 dm da rede, a que distância dela, em me-
tros, a bola atingirá o outro lado da quadra?
⇒ EC = 90 dm = 9 m
Resolução:
Considere a figura abaixo.
A

B E C

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 12 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) A rampa de um hospital tem na sua parte mais elevada uma altura de 2,2 metros. Um paciente ao caminhar
sobre a rampa percebe que se deslocou 3,2 metros e alcançou uma altura de 0,8 metro.

A distância em metros que o paciente ainda deve caminhar para atingir o ponto mais alto da rampa é.
a) 1,16 metros.
b) 3,0 metros.
c) 5,4 metros.
d) 5,6 metros.
e) 7,04 metros.
Análise expositiva - Habilidade 12: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
D utilizar seus conhecimentos de geometria básica para descobrir a resposta correta.

Alternativa D

65
AULAS Relações métricas no
11 e 12 triângulo retângulo

Competências: 2e3 Habilidades: 7, 8, 9 e 12

1. Teorema de Pitágoras Exemplo:


Determine a medida da hipotenusa no triângulo abaixo.
Considere o triângulo retângulo a seguir:

  
Nesse triângulo, AB​
​  é a hipotenusa e BC​
​  e AC​
​  são os catetos.

O teorema de Pitágoras afirma que:


  
Num triângulo retângulo, a soma dos quadrados das medidas Nesse caso, AB​
​  e AC​
​  são os catetos e BC​
​  é a hipotenusa.
dos catetos é igual ao quadrado da medida da hipotenusa. Aplicando o teorema, tem-se:
a2 = 72 + 42
a² + b² = c²
a2 = 49 + 16
Um prova simples pode ser realizada utilizando o conceito
a2 = 65
de áreas. Observe a figura a seguir: ___
a=√ ​ 65 ​ 
a ≅ 8,06

Nota: um triângulo pitagórico é um triângulo retângulo,


em que os três lados possuem medidas inteiras. O triângulo
pitagórico mais comum é o que possui catetos de compri-
mento 3 e 4 e hipotenusa de comprimento 5.
Na tabela a seguir é possível observar algumas medidas de
triângulos pitagóricos (denominadas ternos pitagóricos):
Na figura, é possível notar um quadrado maior de lado (a
+ b) e um menor de lado c. A área do quadrado menor é Cateto Cateto Hipotenusa
dada por c², enquanto a área do quadrado maior é dada 3 4 5
por (a + b)².
5 12 13
A parte destacada na figura representa triângu-
7 24 25
los retângulos, e cada uma de suas áreas é dada por
​ ab ​  . Se as áreas de todos os triângulos forem
Atriângulo = __ 8 15 17
2
subtraídas da área do quadrado maior, o resultado será a 9 40 41
área do quadrado menor:
... ... ...
Amenor = Amaior – 4 ∙ Atriângulo
​ ab ​ 
c² = (a + b)² – 4 ⋅ __ Note também que, se (c, b, a) é um terno pitagórico, como
2 (3, 4, 5), qualquer termo dado por (kc, kb, ka) também é
c² = a² + 2ab + b² – 2ab pitagórico, para qualquer k natural, como (6, 8, 10), (9, 12,
c² = a² + b² 15), (12, 16, 20) e assim por diante.

66
VIVENCIANDO

Responsável pelo alinhamento do ângulo de 90° entre as paredes, o esquadro é um instrumento de desenho bastan-
te utilizado em obras civis, marcenaria, carpintaria, artesanato, etc. Há indícios de que os egípcios foram os primeiros
a utilizar o esquadro, tendo em vista que suas pirâmides são compostas de pedras perfeitamente esquadrejadas. Os
egípcios descobriram que, ao utilizar uma corda marcada em intervalos iguais e tomando-se as medidas 3, 4 e 5
para os lados de um triângulo, obtinham um triângulo retângulo; assim, aplicavam essas medidas para confeccionar
triângulos de madeira com a forma muito parecida aos esquadros que conhecemos hoje em dia. Esses triângulos
eram usados para manter a perfeição de suas construções. Portanto, caso sua casa esteja em obra e, por acaso, uma
porta ou uma janela não se encaixar... Opa! Acredite! Alguém se esqueceu do esquadro.

1.1. Segunda relação métrica b⋅c=a⋅h

Considere os triângulos ABC e HBA, que são semelhantes ​ ba⋅ ​


h = ____ c  
pelo caso de semelhança AA (Ângulo-Ângulo), conforme
​ 4 ⋅ ​
h = ____ 3  
verificado. 5
h = 2,4
2. Aplicando o teorema de Pitágoras e a segunda relação
métrica, é possível encontrar as medidas b e h. Observe:

Pode-se escrever a seguinte proporção entre os la-


dos homólogos:

​  AB ​ = ___
___ ​ BC ​ = ___​ AC ​ 
HB BA HA
​  c  ​ = __​ ca ​ = __​ b ​ (I)
__
m h
Da igualdade (I), tem-se:
__​  a ​ = __​ b ​ 
c h
bc=ah
Num triângulo retângulo qualquer, o produto das medidas
dos catetos é igual ao produto da medida da hipotenusa b2 + c2 = a2
pela medida da altura relativa à hipotenusa.
b2 + 62 = 102

Aplicação do conteúdo b2 = 100 – 36

1. Para encontrar a medida h no triângulo abaixo, é apli- b2 = 64


cada a segunda relação métrica.
b=8
b⋅c=a⋅h
​ ba⋅ ​
h = ____ c  

​ 8 ⋅ 6 ​  
h = ____
10
h = 4,8

67
1.2. Terceira relação métrica Exemplo:
Analisando ainda a proporção entre os lados homólogos Encontrem as medidas b e c no triângulo seguinte:
dos triângulos semelhantes ABC e HBA:

​  AB ​ = ___
___ ​ BC ​ = ___ ​ AC ​ 
HB BA HA
Calculando b:
​  c  ​ = __​ ca ​ = __​ b ​ 
__
m b2 = a ⋅ n
h
(II) b2 = 5 ⋅ 3,2
Da igualdade (II), tem-se: b2 = 16
___
​  c  ​ = __​ ca ​ 
__ b=√ ​ 16 ​ 
m
b=4
c2 = a ⋅ m
Calculando c:
Agora, considere os triângulos ABC e HAC. Como foi visto,
c2 = a ⋅ m
esses triângulos também são semelhantes.
c2 = 5 ⋅ 1,8
c2 = 9
__
c=√ ​ 9 ​ 
c=3

1.3. Quarta relação métrica


Considere, agora, os triângulos semelhantes HBA e HAC.

É possível escrever a seguinte proporção entre os la-


dos homólogos:
​  AB ​ = ___
___ ​ BC ​ = ___ ​ AC ​ 
HA AC HC Pode-se escrever a seguinte proporção entre os lados
__​  c  ​ = __​ a ​ = __​ b ​ 
h b n homólogos:
(III) ​  HB ​ = ___
___ ​ HA ​ = ___ ​ BA ​  
HA HC AC
Da igualdade (III), tem-se: ​  m ​ = __
__ ​ h ​ = __​  c  ​
__​  a ​ = __​ b ​  h n b
b n (IV)
b =a⋅n
2
Da igualdade (IV), segue:
Dessa forma, esta é a terceira relação métrica: ​ m ​ = __
__ ​ h ​ 
h n
h2 = m ⋅ n
Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado da medi-
da de um cateto é igual ao produto da medida da hipo- Num triângulo retângulo qualquer, o quadrado da medida da
tenusa pela medida da projeção ortogonal desse cateto altura relativa à hipotenusa é igual ao produto das medidas
sobre a hipotenusa. das projeções ortogonais dos catetos sobre a hipotenusa.

68
Exemplo: h2 = m ⋅ n

Calcule a medida h da altura do triângulo retângulo abaixo h2 = 2,5 ⋅ 7,5


usando a quarta relação métrica. h2 = 18,75
_____
h=√
​ 18,75 ​ 

h ≅ 4,33

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O triângulo é a figura mais simples e uma das mais importantes da Geometria. Ele é objeto de estudos desde a An-
tiguidade. Quando se trata de decomposição de vetores, é preciso lançar mão de uma ferramenta matemática muito
importante: a Trigonometria, que tem suas bases associadas aos elementos do triângulo retângulo.

2. Aplicações do 2.2. Altura do triângulo equilátero


teorema de Pitágoras
Considere um triângulo equilátero ABC de lado ℓ e altura h.

​  divide o DABC equilátero em dois
Note que a altura AH​
triângulos retângulos congruentes (DABH e DACH).
2.1. Diagonal de um quadrado
Considere um quadrado ABCD de lado ℓ e diagonal d.

Note que a diagonal AC​
​  divide o quadrado ABCD em dois
triângulos retângulos congruentes (DABC e DADC).

Aplicando o teorema de Pitágoras ao DACH, tem-se:

(  )
ℓ  ​  ²​ = ℓ2 ⇒ h2 + __
​ ℓ² ​ = ℓ2 ⇒ h2 = ___
​ 3ℓ² d
XXX
​  3ℓ ​ ​ 
2
h2 + ​ ​ __    ⇒ h = ​ ___   
2 4 4 4
Aplicando o teorema de Pitágoras ao ∆ABC, tem-se: dXX
​ℓ​  ​
⇒ h = ____ 3 ​   
2
d2 = ℓ2 + ℓ2 ⇒ d2 = 2ℓ2 ⇒ d = d​ 2ℓ² ​
XX  ⇒ d = ℓ​dXX
2 ​  Então:
Então: Em um triângulo equilátero de lado ℓ, a altura mede
__ dXX
3 ​   
Em um quadrado de lado ℓ, a medida da diagonal é ℓ​√2 ​.  ​ ℓ​  ​.
h = ____
2

69
__
2. No retângulo ABCD de lado AB = 3 cm e BC = √
​ 7 ​ cm,
Aplicação do conteúdo o segmento AP é perpendicular à diagonal BD.
1. Nos triângulos retângulos mostrados, determine o
valor de x, y, z e t.
a)

t z
y Quanto mede o segmento BP?

9 cm 3 cm Resolução:
x
Pelo teorema de Pitágoras, tem-se:
__
b) BD2 = AB2 + AD2 ⇔ BD2 = 32 + (​ √
​ 7 ​  )2​
B
y ⇒ BD = 4 cm.
x
9 cm
Assim, como o quadrado de um cateto é igual ao produto
t z da sua projeção pela hipotenusa, tem-se:
AB2 = BP ∙ BD ⇔ 32 = BP ∙ 4
​ 9  ​ cm.
⇔ BP = __
A C
12 cm
4
Resolução:
a)
___ __ ____ __
​ 27 ​ = √
I) y2 = 9 ∙ 3 ⇒ y = √ ​ 33 ​ = √
​ 32 ∙ 3 ​ = 3​√3 ​ cm x = 12 cm
__
II) x = 9 + 3 = 12cm y = 3​√3 ​ cm
_______ ___ ⇒ z = 6 cm
III) z2 = 3 ∙ x ⇒ z = √ =√
​ 3 ∙ 12 ​  ​ 36 ​ = 6 cm __
_______ ________ __
t = 6​√3 ​ cm
= ​√32 ∙ 22 ∙ 3 ​ 
IV) t2 = 9 ∙ x ⇒ t = ​√9 ∙ 12 ​  = 6​√3 ​ cm

b)
________ ____
multimídia: livros
I) x2 = (9)2 + (12)2 ⇒ x = √ = ​√225  ​ = 15 cm
​ 81 + 144 ​  x = 15 cm
108 Descobrindo o teorema de Pitágoras – Luiz
II) x ∙ t = 9 ∙ 12 ⇒ 15t = 108 ⇒ t = ___
​   ​  = 7,2 cm y = 5,4 cm
15 Márcio Imenes Marcelo Lellis

144
___ z = 9,6 cm O livro apresenta a importância do
III) (12)2 = z ∙ x ⇒ 15z = 144 ⇒ z = ​   ​  = 9,6 cm
15
81 t = 7,2 cm teorema de Pitágoras para a ciência e o
___
IV) (9) = y ∙ x ⇒ 15y = 81 ⇒ y = ​   ​ = 5,4 cm
2
15 avanço tecnológico, desafiando o leitor a
redescobri-lo e ensinando-o a prová-lo.

70
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 12 exige do aluno a capacidade de resolver com conheci-
mentos de geometria uma situação proposta.

Modelo
(Enem) Para decorar uma mesa de festa infantil, um chefe de cozinha usará um melão esférico com diâmetro medindo
10 cm, o qual servirá de suporte para espetar diversos doces. Ele irá retirar uma calota esférica do melão, conforme
ilustra a figura, e, para garantir a estabilidade deste suporte, dificultando que o melão role sobre a mesa, o chefe fará
o corte de modo que o raio r da seção circular de corte seja de pelo menos 3 cm. Por outro lado, o chefe desejará
dispor da maior área possível da região em que serão afixados os doces.

Para atingir todos os seus objetivos, o chefe deverá cortar a calota do melão numa altura h, em centímetro, igual a:
a) 5 - ​dXXX
91 ​/ 2
91 ​  
b) 10 - ​dXXX
c) 1
d) 4
e) 5

Análise expositiva - Habilidade 12: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
C utilizar seus conhecimentos sobre relações métricas para a sua resolução.
O triângulo OAB é um triângulo pitagórico do tipo (3, 4, 5); assim:
AO = 4
AB = r = 3
R=5
H = R – AO = 5 – 4
H=1
Alternativa C

71
DIAGRAMA DE IDEIAS

RELAÇÕES MÉTRICAS NO
TRIÂNGULO RETÂNGULO

O TRIÂNGULO

TEOREMA DE ·
PITÁGORAS b c
h

m · n
a
a2 = b2 + c2

a hipotenusa
b e c catetos
h altura
RELAÇÕES m projeção do lado b
n projeção do lado c

ah = bc
h2 = m · n
b2 = m · a APLICAÇÕES
c2 = n · a

d
l l l
·
l l

l2 = h2 + l ()
2
d2 = l2 + l2
2​
d = ldXX2​ h = ldXX
3
2

72
AULAS Trigonometria num triângulo qualquer
13 e 14
Competências: 2e3 Habilidades: 7, 8, 9 e 14

1. Leis dos cossenos Os ângulos internos medem 120° em um hexágono regu-


lar. Pode-se, então, aplicar a lei dos cossenos no triângulo
Observe a figura a seguir: ABF:
​^​
BF2 = AB2 + AF2 – 2 ⋅ AB ⋅ AF ⋅ cos(B​A ​F  ) ⇒

⇒ BF2 = 22 + 22 – 2 ⋅ 2 ⋅ 2 ⋅ ​ – __
2 (  )
​ 1 ​  ​= 8 + 4 ⇒
h ⇒ BF = d​ 12 ​
XXX = 2​dXX
3 ​ cm

2. Leis dos senos


Em todos os triângulos, os lados são proporcionais aos se-
nos dos ângulos opostos.
§ No triângulo ABD, tem-se: ​^​
​^​ x ​^​ Observe a figura a seguir, onde o DACB é obtusângulo em C ​
​ : 
​  = _​ c ​ 
cos A ​ x = c ⋅ cos A ​
​ 
⇒ 2 2 2 (1)
(AB)2 = (AD)2 + (BD)2 c =x +h
§ No triângulo BDC, tem-se:
(BC)2 = (BD)2 + (CD)2
a2 = h2 + (b – x)2
a2 = h2 + b2 – 2bx + x2
a2 = b2 + h2 + x2 – 2bx (2)
Substituindo (1) em (2), tem-se:
​^​
a2 = b2 + c2 – 2 ∙ b ∙ c ∙ cos​A ​ 

Exemplo:

Calcule o comprimento do segmento BF​
​  no hexágono reg-
ular de lado 2 cm a seguir:

​  a ​ 
__ ​^​
2 ​  a  ​ = sen​A ​ 
DOHB → senα = ​   ​ = ___
__
R 2R

Admitindo que tal propriedade estende-se a todos os ân-


gulos do ∆ABC, conclui-se que:

​  a​^
____    ​​  ​  b​^
= ____ ​  c​^
= ____
   ​​     ​​ 
= 2R
sen​A ​  sen​B ​  sen​C ​ 

Além da conclusão de que as razões entre os lados e os


senos dos ângulos opostos são iguais, também é possível
observar que eles equivalem ao diâmetro (2R) da circun-
ferência circunscrita ao triângulo.

73
I. Se α + θ = 180º → sen α = sen θ.
Aplicação do conteúdo ​^​
 ​ h ​ → h = b ∙ senθ = b ∙ senα = b ∙ sen​A ​ .
II. sen θ = __
Calcule o comprimento do segmento BC​
​  e o raio da circunfe- b
rência de centro O circunscrita ao triângulo da figura a seguir: III. Área (DABC) = ​ ____c ⋅  ​.
h  
2
Substituindo (II) em (III),​ resulta:
^​

​ c ⋅ bsen​
Área (DABC) = _______  ​A ​  

2
Admitindo que tal resultado estende-se a todos os ângulos
do ∆ABC, conclui-se: ​ ​ ​^​ ​^​
^
c ⋅
_______
área (DABC) = ​   ​  A ​
bsen​ a ⋅
  ________
  = ​   ​ bsen​
C ​ a ⋅ csen​
  _______
 = ​   ​ B ​



2 2 2

Aplicação do conteúdo
1. Um navio, deslocando-se em linha reta, visa um farol
e obtém a leitura de 30º para o ângulo formado entre a
sua trajetória e a linha de visada do farol. Após navegar
20 milhas, através de uma nova visada ao farol, obtém
​^​ a leitura de 75º. Determine a distância entre o farol e o
Em primeiro lugar, calcula-se a medida do ângulo B​A ​C
 : navio no instante em que se fez a 2.ª leitura.
​^​ __
B​A ​C
  + 75° + 45° = 180°
​^​
​ 2 ​ ≅ 1,4.)
(Use √
B​A ​C
  = 60°
Resolução:
Aplicando a lei dos senos, tem-se:
Observe a situação ilustrada na figura. A distância “d” pe-
​  BC^
_______ ​  ​  ​   ​  AB^
= ________ ​  ​  ​   dida pode ser calculada pela lei dos senos:
sen(B​A ​C   ) sen(A​C ​B  )

​  BC  ​  
______ = ______​  4   ​  
sen60º sen45º
BC = ______ ​  4   ​  ∙ sen60º
sen45º __

BC = ___ ​ ​  ​3  ​  
​  4__  ​  ∙ ___
√ 2
​  ​ 2 ​ ​   
___
__ 2
√ __
BC = ____ 4​
​  __3 ​ ​   = 2​√6 ​ cm

​ 2 ​ 
__
Por fim, o raio da circunferência é dado por:
​  BC​^ 
_______ ​  ​  = 2R
​  d   ​  
______ ​  20  ​  
= ______
sen30º sen45º

⇒ d ​___
2 (  ) (  )
​ ​ 2 ​ ​     ​= 20 ​__
​  1 ​   ​⇒
2
sen(B​A ​C  ) __ 20 ∙ (1,4)
20
d​√2 ​ = 20 ⇒ d =​ ___
__ ​ =_______
​   ​   = 10 ∙ (1,4) = 14 milhas
dXX  2
​  2​ 6 ​ 
______  ​ 
= 2R √
​ 2 ​ 
sen60º ​^​ ​^​
dXX 2. Um triângulo ABC possui ângulos B ​
​  e C ​
​  medindo, res-
​ 2​ 6 ​ ​  = 4​dXX
____ 2 ​ = 2R pectivamente, 45º e 30º. Determine a medida do lado
___ d
​​  XX 3 ​ ​   
AB, sabendo que a medida de AC é 8 cm.
2
R = 2​dXX 2 ​ cm
Resolução:

2.1. Área de um DABC qualquer Aplicando a lei dos senos, tem-se:


(fórmula trigonométrica)

74
__

(  )
__
√ ​2 
​  8   ​  
______ ​  x   ​  
= ______ ⇒ 8 ∙ ​__ ​ 1 ​   ​= x ∙ ___    ⇒ ​  5   ​  
______ ​  x   ​  
= ______
√  
​ ​ 2 ​
​ 1 ​ x = 5 ∙ ___
⇒ __  ​  ⇒
sen45º sen30º 2
__ __​ 2 ​ sen30º sen135º 2
__
2
√ √
⇒ 4 = ____​ x​  ​2 ​   ⇒ x = ___
​  8__  ​  = ___ ​ ​ __ ​2  ​  
​  8__  ​  ∙ ___ ⇒ x = 5​√2 ​ ⇒ x = 5(1,4) = 7 km
2 √
​ 2 ​  √ ​ 2 ​  √ ​  ​ 
2
__
√ __ 4. A figura abaixo mostra o corte lateral___de um terreno
8​
⇒ x = ____ 2 ​  
​   ​  = 4​√2 ​ cm onde será construída uma rampa reta, ​AC​, que servirá
2
para o acesso de veículos à casa, que se encontra na
3. Algebrópolis, Geometrópolis e Aritmetrópolis são ci- parte mais alta do terreno. A distância de A a B é de 6
dades do país Matematiquistão, localizadas conforme a ^
m, de B a C é de 10 m e o ângulo ABC mede 120º. Qual
figura abaixo. A partir dos dados fornecidos, determine deve ser o valor do comprimento da rampa em metros?
a distância aproximada
__ de Geometrópolis a Algebrópo-
lis. Considere √2 ​  ≅ 1,4. Resolução:
Resolução: Aplicação da lei dos cossenos.
Encontrando o terceiro ângulo, aplica-se a lei dos senos:

x2 = 62 + 102 – 2 ∙ 6 ∙ 10 ∙ cos120º ⇒

⇒ x2 = 36 + 100 – 120 ∙ ​__


2
____
(  )
​ -1 ​  ​ ⇒

⇒ x = 136 + 60 ⇒ x = √
2
​ 196 ​ = 14m

VIVENCIANDO

A trigonometria possui distintas aplicações nos diversos ramos da ciência e também no cotidiano. Por esse motivo,
é considerada uma importante aliada do mundo moderno. É possível encontrar um excelente exemplo na prática de
exercícios físicos. A caminhada é uma das atividades físicas que, quando realizada com frequência, torna-se eficaz
na prevenção de doenças crônicas e na melhora da qualidade de vida. Imagine a seguinte situação: para a prática
de uma caminhada, uma pessoa sai do ponto A, passa pelos pontos B e C e retorna ao ponto A, formando em A um
ângulo de 120°. Sabe-se que a distância entre os pontos A e C é de 80 m, e a distância entre os pontos A e B é de
70 m. Quantos quilômetros ela terá caminhado?
Pela lei dos cossenos, segue que:
x² = (80)² + (70)² – 2 ∙ 80 ∙ 70 ∙ cos 120°
x² = 6400 + 4900 – 11200 ∙ (–1/2)
x² = 11300 + 5600
x² = 16900
x = 130
Total percorrido: 130 + 80 + 70 = 280 m = 0,28 km

75
multimídia: sites
multimídia: sites O Andar do Bêbado - Leonard Mlodinow
O Andar do Bêbado, do físico americano Le-
pt.khanacademy.org/math/trigonometry/ onard Mlodinow, explica por que as pessoas
trig-with-general-triangles#law-of-sines apresentam tanta dificuldade em aceitar o
acaso e compreendê-lo. Num tom irreverente,
o autor costura casos emblemáticos a teorias
matemáticas, citando pesquisas e exemplos
presentes em todos os âmbitos da vida, do
mercado financeiro aos esportes, de Hollywood
à medicina. Mais do que uma visão geral sobre
aleatoriedade, sorte e probabilidade, Mlodinow
lembra que muitas coisas em nossas vidas são
tão previsíveis quanto o próximo passo de um
bêbado depois de uma noitada.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem 2017) Uma desenhista projetista deverá desenhar uma tampa de panela em forma circular. Para realizar
esse desenho, ela dispõe, no momento, de apenas um compasso, cujo comprimento das hastes é de 10 cm, um
transferidor e uma folha de papel com um plano cartesiano. Para esboçar o desenho dessa tampa, ela afastou as
hastes do compasso de forma que o ângulo formado por elas fosse de 120º. A ponta seca está representada pelo
ponto C, a ponta do grafite está representada pelo ponto B e a cabeça do compasso está representada pelo ponto
A conforme a figura.

76
Após concluir o desenho, ela o encaminha para o setor de produção. Ao receber o desenho com a indicação do raio
da tampa, verificará em qual intervalo este se encontra e decidirá o tipo de material a ser utilizado na sua fabricação,
de acordo com os dados.

Tipo de material Intervalo de valores do raio (cm)


I 0<R≤5
II 5 < R ≤ 10
III 10 < R ≤ 21
IV 15 < R ≤ 21
V 21 < R ≤ 40
__
Considere 1,7 como aproximação para √
​ 3 ​. 
O tipo de material a ser utilizado pelo setor de produção será:
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utilizar
D seus conhecimentos sobre relações métricas para a sua resolução.
O compasso forma, com a superfície do papel, um triângulo isósceles de lados, 10, 10 e R (raio), e ângulos de 120º, 30º e
30º graus. Sabendo disso, é possível calcular o raio R:
__
__
  R ≅ 17 cm ∵ 15 < R ≤ 21

​​  ​3 ​   ⇒ R = 10 √
 10   
​  R   ​ = ________
_______ ⇒ R∙ 1​ __ ​ = 10 ___ ​3⇒
sen120º sen30º 2 2

Alternativa D

77
DIAGRAMA DE IDEIAS

A
^A c
b A +^
→^ B +^
C = 180º
^B B
^C a
C

TRIÂNGULO QUALQUER

LEI DOS COSSENOS ÁREAS LEIS DOS SENOS

a = b = c =
a2 = b2 + c2 -2bc · cos ^
A A = 1 a · b · sen ^
C 2R
2 A sen ^
sen ^ B sen ^
C
b = a + c -2ac · cos B
2 2 2 ^
A = 1 b · c · sen ^
A
c2 = a2 + b2 -2ab · cos ^
C 2
A = 1 a · c · sen ^
B
2

78
AULAS Áreas dos triângulos
15 e 16
Competências: 2e3 Habilidades: 7, 8, 9 e 14

1. Áreas de um triângulo em
função da base e da altura
A

ha 
b Se o lado BC​
​  for utilizado como base, é preciso calcular a

C altura hBC relativa à base BC​
​ : 
hb

hc

B a C

§ ha: medida da altura relativa ao vértice A;


§ hb: medida da altura relativa ao vértice B;

§ hc: medida da altura relativa ao vértice C; Entretanto, nota-se que o segmento AB​
​  é a altura relativa

à base PC​
​ , pois os segmentos são perpendiculares. Caso a
§ a, b, c: medidas dos lados do ∆ABC. figura seja observada de outro ângulo, pode-se perceber:
a ⋅ h b ⋅ hb ____ c ⋅ hc
Área (∆ABC) = S = ____
​   ​a  = ____
​   ​  = ​   ​   
2 2 2
Como um triângulo possui três alturas, cada uma relativa
a uma base, é possível utilizar qualquer uma das três para
obter a área, até mesmo se a altura for externa ao triângu-
lo. Observe os três triângulos a seguir, compreendidos na
região entre duas retas r e s paralelas:

Assim, será calculado o comprimento do segmento PC​
​  pelo
teorema de Pitágoras no triângulo ABC:

(AC)² + (AB)² = (BC)²


(CP + 7)² + 5² = (13)²
CP² + 14CP + 49 + 25 = 169
Os três triângulos possuem a mesma área, pois possuem a
mesma base e a mesma altura, uma vez que as retas r e s CP² + 14CP – 95 = 0
são paralelas. Resolvendo a equação de segundo grau, tem-se que CP = 5.
Portanto, a área do triângulo BCP é:
Exemplo:
CP ⋅  ​
AB 
A = ​ ______ 5 ⋅  ​
 = ​ ____5  ​ 25 ​ u.a.
 = ___
Calcule a área do triângulo BCP da figura a seguir: 2 2 2

79
VIVENCIANDO

O triângulo é considerado uma das figuras mais importantes, no que tange os estudos relacionados à Geometria.
Além de ser indispensável, ele possui uma imensa utilidade no nosso cotidiano. É muito comum observar que os
engenheiros utilizam essa forma geométrica em construções, a fim de que elas apresentem mais segurança. Muitos
telhados, por exemplo, são construídos em formato triangular, pois devido à rigidez geométrica dos triângulos, uma
vez construído, é impossível modificar a abertura de seus ângulos e construir outro triângulo. Armários, portões, an-
daimes e prateleiras também possuem algum triângulo em sua estrutura com o mesmo intuito: aproveita-se de sua
rigidez para evitar deformações. Podemos comprovar a rigidez do triângulo fazendo a seguinte experiência: pegue
três palitos de sorvete (ou canudinhos) que podem ter tamanhos variados. Em seguida, prenda os palitos com tachi-
nhas e tente mover os lados do triângulo. Realmente não é possível!

1.1. Área de um triângulo retângulo Calculando a área pelos catetos:

​ AC ⋅  ​
A = ______ CB  12 ⋅ ​
 = ​ _____9 
 = 54 u.a.
2 2
Agora é possível, inclusive, calcular a altura h da
seguinte forma:

​ AB ⋅ ​
A = _____ h 

2

§ b: medida do cateto AC​
​ ; 
No entanto, já se sabe que a área vale 54:

§ c: medida do cateto AB​
​ ; 
 ​ 15h ​
54 = ___   
§ a: medida da hipotenusa BC​
​ ;  2

§ Relação métrica: a2 = b2 + c2 (Pitágoras). ​ 36 ​ 


h = ___
5
Área (∆ABC) = S = ____ cateto ⋅  ​
​ b ⋅  ​c  = ​ ___________
cateto 


2

2
1.2. Área de um triângulo equilátero
Nesse caso, o cateto AC​
​  é a base, e o cateto AB​
​  é altura.

Exemplo:
Calcule a área do triângulo ABC a seguir:


Em vez de calcular a altura h relativa ao lado AB,
​   é mais

simples calcular o lado CB​
​  pelo teorema de Pitágoras: § a: medida dos lados do ∆ABC;
​ a ⋅ ​ ​.
dXX
3 ​  
(AC)² + (CB)² = (AB)² § h: medida da altura do ∆ABC → h = _____  
2
(12)² + (CB)² = (15)²
​ a² ⋅ ​ ​
dXX
3 ​  
Área (DABC) = S = ______  
CB = 9 4

80
1.3. Área de um triângulo Como o triângulo BCD formado é retângulo, pode-se
calcular o lado BD por trigonometria:
em função dos três lados
​ BD ​ 
senθ = ___
BC
BD = senθ ∙ BC

 
Como BD​
​  representa a altura relativa à base AC​
​ , a área do
triângulo ABC é dada por:
§ a, b, c: medidas dos lados do triângulo ABC;
​ AC ⋅  ​
A = ______ DB  ​ b ⋅ senθ
 = _________ ⋅ a 
 ​  
§ p: semiperímetro (metade do perímetro). 2 2
a ⋅ b ⋅  ​
senθ 
A = ​ _________  
Área (∆ABC) = S = ​dXXXXXXXXXXXXXXXXXX
p(p
   – a) (p – b) (p – c) ​(fórmula 2
Heron)
1.5. Área de um triângulo em função
1.4. Área de um triângulo dos lados e do circunraio (raio
em função de dois lados e o da circunferência circunscrita)
ângulo formado entre eles

§ a, b, c: medidas dos lados do triângulo ABC;


§ a: medida do ângulo formado pelos lados b e c. § O: centro do círculo;
​^​
b ⋅ c ⋅ senα
Área (∆ABC) = S = ​ _________  ​  b ⋅ c ⋅ sen​A ​ 
_________
= ​ 
   ​ 
  § P: ponto da circunferência;
2 2
Observando o triângulo ABC a seguir, é possível demon- § OP = R (circunraio);
strar essa relação facilmente: § a, b, c: medidas dos lados do DABC.

a ⋅ b  ​
⋅ c 
Área (DABC) = S = ​ ______  
4R

1.6. Área de um triângulo em


função dos lados e do inraio

Prolongando o lado AC​
​  e traçando uma perpendicular que

passa pelo vértice B, tem-se a altura relativa ao lado AC​
​ : 

81
§ O: centro do círculo;
§ P: ponto da circunferência;
§ OP = r (inraio);
§ a, b, c: medidas dos lados do DABC;
§ p: semiperímetro.
Área (∆ABC) = S = p ⋅ r
multimídia: livros
O teorema do papagaio
Um filósofo numa cadeira de rodas; um me-
nino surdo; um casal de gêmeos adolescen-
tes; um papagaio que sofre de amnésia. Esse
grupo inusitado de repente se defronta com
uma situação ainda mais estranha quando a
remessa de uma fabulosa bibiloteca de livros
raros de matemática chega até sua casa, em
multimídia: sites Paris, enviada da longínqua Manaus.

pt.khanacademy.org/math/basic-geo/basic-
geo-area-and-perimeter/area-triangle/v/
intuition-for-area-of-a-triangle

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Sabemos que a tendência de relacionar conteúdos do ensino médio com a realidade dos alunos é algo que vem
ganhando destaque no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o exercício a seguir, relaciona o cotidiano de um
arquiteto com o estudo de áreas dos triângulos:
Para decorar a fachada de um edifício, um arquiteto projetou a colocação de vitrais compostos de quadrados de lado
medindo 1 m, conforme a figura a seguir.

Nesta figura, os pontos A, B, C e D são pontos médios dos lados do quadrado e os segmentos AP e QC medem 1/4
da medida do lado do quadrado. Para confeccionar um vitral, são usados dois tipos de materiais: um para a parte
sombreada da figura, que custa R$ 30,00 o m², e outro para a parte mais clara (regiões ABPDA e BCDQB), que custa
R$ 50,00 o m². De acordo com esses dados, qual é o custo dos materiais usados na fabricação de um vitral?
a) R$ 22,50 b) R$ 35,00 c) R$ 40,00 d) R$ 42,50 e) R$ 45,00

82
Resolução:
Aquadrado = 1 ∙ 1 = 1m2

[ (  ) (  )]
​ 1 ​  ​∙ ​__
​__
4
Aclara = 4 ∙ ​_______
​   ​   
2
​  1 ​  ​
2 ​= 4 ∙ 1/16 = 1/4 = 0,25 m2
Asombreada = Aquadrado – Alara = 1 – 0,25 = 0,75 m2
Logo o gasto será:
0,75 ∙ 30 + 0,25 ∙ 50 = R$ 22,50 + R$ 12,50 = R$ 35,00
Alternativa B

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas
e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) A distribuição de salários pagos em uma empresa pode ser analisada destacando-se a parcela do total da massa
salarial que é paga aos 10% que recebem os maiores salários. Isso pode ser representado na forma de um gráfico for-
mado por dois segmentos de reta, unidos em um ponto P, cuja abscissa tem valor igual a 90, como ilustrado na figura.
No eixo horizontal do gráfico tem-se o percentual de funcionários, ordenados de forma crescente pelos valores de
seus salários, e no eixo vertical tem-se o percentual do total da massa salarial de todos os funcionários.

O Índice de Gini, que mede o grau de concentração de renda de um determinado grupo, pode ser calculado pela razão
A/(A + B) em que A e B são as medidas das áreas indicadas no gráfico.

A empresa tem como meta tornar seu Índice de Gini igual ao do país, que é 0,3. Para tanto, precisa ajustar os salários
de modo a alterar o percentual que representa a parcela recebida pelos 10% dos funcionários de maior salário em
relação ao total da massa salarial.
Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 4 maio 2016 (adaptado)

83
Para atingir a meta desejada, o percentual deve ser
a) 40%
b) 20%
c) 60%
d) 30%
e) 70%

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utili-
A zando cálculos de área de superfícies planas para a sua resolução.
Seja Yp a ordenada do ponto P, de tal forma que :
B = 90 · Yp/2 + (Yp + 100)·10/2 = 50 · Yp + 500.
Assim, tem-se:
A = 100·100/2 – B = 4500 – 50 Yp.
Desse modo, se a meta é 0,3, então:
A / (A + B) = 0,3 ⇒ A = 1500 ⇒ 4500 – 50Yp = 1500 ⇒ Yp = 60
Portanto, a resposta é ( 100 – 60 )% = 40%
Alternativa A

84
DIAGRAMA DE IDEIAS

RETÂNGULO

ÁREA DE UM TRIÂNGULO

EM FUNÇÃO DA EM FUNÇÃO DOS


BASE E DA ALTURA TRÊS LADOS

B
a c
hb
C b A

b · hb
S=
2

EM FUNÇÃO DE DOIS CIRCUNS-


EQUILÁTERO INSCRITO
LADOS E O ÂNGULO CRITO
FORMADO ENTRE ELES

A a
C l l C B
h c b
R
ba l b c
B C
α l2 3 a
A
A B S=
c 4 a· b · c
S= S=p·r
4R
b · c · sen α l 3
S= h=
2 2

85
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu 7BEFSBatista
Vitor Okuhara

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


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Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


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Imagens
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ISBN: 978-65-88825-01-3

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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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2020
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2
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA
Aulas 17 e 18: Função polinomial do 2.º grau 6
Aulas 19 e 20: Equações, inequações e funções exponenciais 13
Aulas 21 e 22: Definição e propriedades dos logaritmos 20
Aulas 23 e 24: Equações, inequações e sistemas de equações logarítmicas 29
Aulas 25 e 26: Funções logarítmicas 37

TRIGONOMETRIA E ARITMÉTICA
Aulas 17 e 18: Juros simples e compostos 42
Aulas 19 e 20: Conceitos trigonométricos 47
Aulas 21 e 22: Relações fundamentais da trigonometria 68
Aulas 23 e 24: Transformações trigonométricas 72
Aulas 25 e 26: Equações trigonométricas 80

GEOMETRIAS PLANA E ESPACIAL


Aulas 17 e 18: Polígonos 86
Aulas 19 e 20: Áreas dos quadriláteros e razão de semelhanças para áreas 93
Aulas 21 e 22: Área do círculo, setor e segmento circular 100
Aulas 23 e 24: Poliedros e noções de geometria métrica de posição 104
Aulas 25 e 26: Prismas 113

3
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.

4
ÁLGEBRA: Incidência do tema nas principais provas

O Enem exigirá conceitos básicos de logaritmos Todos os temas deste caderno são importantes
e exponenciais em situações problemas, nos para a primeira e segunda fases, portanto,
quais o raciocínio lógico matemático será explo- deve-se ter ampla habilidade em interpretação
rado. Questões de função do 2º grau ocorrem de gráficos polinomiais do 2º grau, exponenciais
cada vez mais nessa prova. e logaritmos.

Função polinomial do 2º grau tem grande Em sua segunda fase, possui questões difíceis Questões de logaritmos e exponenciais têm
incidência, com questões médias e difíceis, para todos os temas deste caderno. Funções alta incidência na prova, portanto, deve-se
portanto, deve-se saber as condições de exponenciais e logarítmicas possuem incidên- saber relacionar todas as propriedades de
existência de logaritmos. cia menor que funções do 2º grau. logaritmos e exponenciais.

Funções exponenciais e logarítmicas não A prova exigirá grande habilidade com A prova exigirá firme análise das proprieda- Ocorre questões elevadas para todos os temas
possuem grande incidência em sua prova, logaritmos e exponenciais. Funções do 2º des de logaritmos e exponenciais, podendo deste caderno, portanto, deve-se possuir gran-
porém, as propriedades e como trabalhá-las grau podem ser cobradas com interpretação ocorrer questões de funções nessas áreas. de habilidade nas propriedades logarítmicas.
será cobrado. de texto.

UFMG

A prova pode cobrar questões medianas e A prova possui questões dissertativas e A Faculdade de Ciências Médicas de Minas
difíceis de funções em todos os temas deste objetivas com alto grau de dificuldade, Gerais por possuir uma quantidade de
caderno. portanto, deve-se saber resolver logaritmos e questões menor pode exigir diversas áreas da
exponenciais. matemática dentro de uma questão. Saber dos
os conceitos desse caderno é fundamental.

Oscila em relação ao grau de exigência para O processo seletivo exigirá grande conheci- A prova cobra habilidade em resolução de
as questões de logaritmos e de exponenciais. mento de funções do 2º grau. problemas do 2º grau junto com as proprieda-
Funções do 2º grau são muito bem exploradas des de logaritmos.
nessa prova.

5
AULAS FUNÇÃO POLINOMIAL DE 2.º GRAU
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 3, 4 e 5 HABILIDADES: 13, 15, 19, 20 e 21

1. ESTUDO DA FUNÇÃO f(x) = – 3x2 + x + 5 e f(5) = – 3 · (5)2 + 5 + 5 e f(5) = – 65

POLINOMIAL DO 2.° GRAU O gráfico de uma função polinomial do 2.° grau ou qua-
drática é uma curva aberta chamada parábola.

1.1. Definição Pode-se destacar três importantes características do gráfico


da função quadrática.
A função f: R é R dada por f(x) = ax2 + bx + c, com
a, b e c reais e a ≠ 0, denomina-se função polinomial do ƒ concavidade;
2.° grau ou função quadrática. Os números representados ƒ posição em relação ao eixo x;
por a, b e c são os coeficientes da função. Observe que se
ƒ localização do seu vértice.
a = 0, tem-se uma função do 1.° grau.

Assim, são funções polinomiais do 2.° grau:

f(x) = x2 – 3x + 4 coeficientes: a = 1, b = – 3 e c = 4

f(x) = – x2 + __3x coeficientes: a = –1, b = __3 e c = 0


2 2
Em geral, o domínio da função quadrática é \ ou um de
seus subconjuntos. Entretanto, quando essa função está liga-
da a uma situação real, é preciso verificar o que representa
a variável independente x para determinar o seu domínio.
2. CONCAVIDADE
Exemplo: Pelos exemplos dados, é possível observar que, em algu-
mas parábolas, a abertura ou concavidade está voltada
Considere que a função f é do 2.° grau, em que f(0) = 5,
para cima, enquanto em outras está voltada para baixo.
f(1) = 3 e f(–1) = 1. Escreva a lei de formação dessa função
e calcule f(5). Observe:
Como a função f é do 2.° grau, pode-se escrever: f(x) = ax2 Em f(x) = x2, temos a = 1 > 0.
+ bx + c, com a ≠ 0. [ Concavidade voltada para cima.
Usando os dados: Em f(x) = –x2 + 2x + 3, temos a = –1 < 0
f(0) = 5 ä a · 02 + b · 0 + c = 5 ä c = 5 [ Concavidade voltada para baixo.
f(1) = 3 ä a · 12 + b · 1 + c = 3 ä a + b + 5 = 3 ä
A concavidade de uma parábola que representa uma
a + b = – 2 (I)
função quadrática f(x) = ax2 + bx + c do 2.° grau depende
f(– 1) = 1 ä a · (– 1)2 + b · (– 1) + c = 1 ä a – b +
do sinal do coeficiente a:
5 = 1 ä a – b = – 4 (II)

Resolvendo o sistema formado por (I) e (II):

{ aa +– bb == –4–2 œ 2a = –6 ä a = -3
Substituindo em (I): – 3 + b = –2 ä b = 1.
Como a = – 3, b = 1 e c = 5, a lei de formação da função será

6
3. ZEROS DE UMA Sendo D = b² – 4ac, em que a, b e c são os coeficientes de
uma função de segundo grau f(x) = ax² + bx + c.
FUNÇÃO QUADRÁTICA Como os pontos de intersecção do gráfico da função
quadrática com o eixo das abscissas representam as raízes
Já foi visto que os zeros ou raízes de uma função f(x) são os
da função, o discriminante indica a posição da parábola em
valores do domínio para os quais f(x) = 0.
relação ao eixo x.
Dessa forma, os zeros ou raízes da função quadrática
Se D > 0, a função possui duas raízes distintas, x1 e x2;
f(x) = ax2 + bx + c são as raízes da equação do 2.° grau
portanto, intercepta o eixo x em dois pontos distintos:
ax2 + bx + c = 0.
Por exemplo, para determinar as raízes da função f(x) = x2 – 7x + 6,
deve-se fazer:
f(x) = 0 ä x² – 7x + 6 = 0

Assim, os números 1 e 6 são os zeros da função f(x) = x2 – 7x + 6.


Se D < 0, a função não possui raízes reais; portanto, não
3.1. Interpretação geométrica das raízes intercepta o eixo x:
Os zeros ou raízes de uma função são os valores de x tais
que f(x) = 0. No plano cartesiano, são os pontos do gráfico
da função que possuem ordenada nula.
Geometricamente, os zeros ou raízes de uma função poli-
nomial do 2.° grau são as abscissas dos pontos em que a
parábola intercepta o eixo x.

Exemplo:
ƒ Determinar os zeros da função f(x) = x2 – 2x – 3.
Considere a equação do 2.° grau x2 – 2x – 3 = 0. Se D = 0, a função possui duas raízes reais iguais, x1 = x2;
D = (–2)2 – 4 · 1 · (–3) = 16 > 0 é a função possui dois portanto, intercepta o eixo x em apenas um ponto, tangen-
zeros reais diferentes ciando o eixo:
___
– (–2) ± √16 2 ± 4 x’ = 3
x = __________ = _____
2∙1 2 x’’ = –1 {
Como a função possui dois zeros reais diferentes, a parábola
intercepta o eixo x em dois pontos distintos: (–1, 0) e (3, 0).

3.2. Estudo do discriminante (D)


Sabe-se que o discriminante de uma equação de 2.º grau
fornece informação sobre a quantidade de raízes reais dis-
tintas da equação:
ƒ Se D > 0, a equação do segundo grau possui duas
raízes reais distintas.
4. VÉRTICE DA PARÁBOLA
Para determinar as coordenadas do vértice da parábola
ƒ Se D < 0, a equação do segundo grau não possui raíz- que representa a função do 2.° grau f(x) = ax2 + bx + c,
es reais. basta aplicar as fórmulas:
ƒ Se D = 0, a equação do segundo grau possui duas b
xv = – __ e D
yv = – __
raízes reais iguais. 2a 4a

7
ƒ Se a função possui uma raiz dupla, o seu gráfico corta o Pelos esboços, pode-se observar que a função y = ax2 + bx + c
eixo x num único ponto que, evidentemente, será o vértice. apresenta um valor mínimo yv = – __ D , que é a ordenada do
4a
b vértice V. Nesse caso, a abscissa do vértice V é denominada
x = xv = – __
2a ponto de mínimo da função.
ƒ Se a função não possui zeros reais, a parábola não cor-
ta o eixo x. Entretanto, mesmo nesse caso, continuam
valendo as fórmulas que determinam o vértice da pa-
rábola. A demonstração desse fato pode ser realizada
tomando-se dois pontos da parábola que sejam equi-
distantes do eixo de simetria.

Exemplo:
Determinar a e b de modo que o gráfico da
função definida por y = ax2 + bx – 9 tenha o vértice no
ponto (4, – 25).
Pelos dados do problema, xv = 4.
b =4ä
Como xv = – b/2a, tem-se: – __
2a
ä – b = 8a ä b = – 8a.

Substituindo na função dada, obtém-se:


y = ax2 + bx – 9 ä – 25 = a · 42 + (– 8a) · 4 – 9
Daí, 16a – 32a – 9 = –25 ä – 16a = – 16 ä
äa=1
Como b = – 8a ä b = – 8 · 1 ä b = – 8
a=1eb=–8 Nesse outro caso, pelos esboços, pode-se observar que
a função y = ax2 + bx + c apresenta um valor máximo
D , que é a ordenada do vértice V. Nesse caso, a
yv = – __
4.1. Valor mínimo ou valor 4a
máximo da função quadrática abscissa do vértice V é denominada ponto de máximo da
função.
Pelos esboços dos gráficos das funções quadráticas, é pos-
sível perceber que, dependendo da posição da parábola
D é o valor mínimo da função.
ƒ Se a > 0, y = – __
(concavidade para cima ou para baixo), a função pode ter 4a
um valor mínimo ou um valor máximo, e que esses valores
D é o valor máximo da função.
ƒ Se a < 0, y = – __
correspondem à ordenada do vértice da parábola. 4a

Exemplo:
A função f(x) = x2 – x – 6 admite valor máximo ou valor
mínimo? Qual é esse valor?
f(x) = x2 – x – 6

Como a = 1 > 0, a função admite valor mínimo, que pode


ser calculado:
D = b2 – 4ac = (– 1)2 – 4 · 1 · (– 6) = 1 + 24 = 25

D = – ____
y = – __ 25 = – ___
25
4a 4·1 4
25.
O valor mínimo da função é y = – ___
4

8
Crescimento e decrescimento de uma função quadrática
a>0
{ b
f(x) é crescente para x [ R | x > – __
2a }
{ b
f(x) é decrescente para x [ R | x < – __
2a }
a<0
{ b
f(x) é crescente para x [ R | x < – __
2a } A função apresenta forma f(x) = a(x – x1)(x – x2). Como as
raízes são 1 e 3, tem-se:
{ b
f(x) é decrescente para x [ R | x > – __
2a } f(x) = a(x – 1)(x – 3)
É possível observar a partir do gráfico que f(0) = –3, logo:
4.2. Forma fatorada de uma f(0) = a(0 – 1)(0 – 3) = –3
função quadrática a(–1)( –3) = –3
3a = –3
Uma função de 2.º grau f(x) = ax² + bx + c pode ser escrita
em função de suas raízes x1 e x2 da seguinte maneira: a = –1.
f(x) = ax² + bx + c = a(x – x1)(x – x2) Assim, a lei de formação da função é f(x) = (–1)(x – 1)(x – 3).
Efetuando a multiplicação, tem-se:
Exemplo:
f(x) = (–1)(x – 1)(x – 3) = –x² + 4x – 3
Encontre a lei de formação da função de 2.º grau represen-
tada no plano cartesiano a seguir: f(x) = –x² + 4x – 3

VIVENCIANDO

No dia a dia, há muitas situações definidas pelas funções do 2.º grau. Durante uma partida de futebol, por exemplo,
quando um jogador faz um lançamento para um companheiro, observa-se que a trajetória descrita pela bola é uma
parábola e a altura máxima atingida pela bola nada mais é do que o vértice da parábola. A antena parabólica tem a
forma de parábola, originando o seu nome. Se vários furos forem feitos em um recipiente cheio de água, os pequenos
jorros de água que sairão pelos furos descreverão parábolas. Além disso, a função do 2.º grau também está presente
nas construções: é possível observar que os arcos da ponte Juscelino Kubitschek, situada em Brasília, têm a forma
de parábolas.

9
Resolução:
Aplicação do conteúdo
Substituindo V(x) e C(x) na expressão do lucro, tem-se:
2
1. Considere o gráfico da função f definida por f(x) = 3x – px + q: L(x) = 2x2 + x – (3x2 – 15x + 21) ä
L(x) = 2x2 + x – 3x2 + 15x – 21 = – x2 + 16x – 21.
y A quantidade máxima é o valor da primeira coordenada
do vértice:
Assim, serão vendidas 8 peças.
b = – _____
xv = – ___ 16 = – ___
16 = 8
2 2a 2(–1) –2
2
x

Determine a expressão de f(x).


Resolução:

Observe que o vértice mínimo é indicado por xv = 2.


__ = –(–p)
Logo, –b ____ = __p = 2 Ÿ p = 12. multimídia: sites
2a 2(3) 6
O valor onde o gráfico intercepta o eixo Y é dado por (0,2). PhotoMath

Assim, q = 2. A equação, portanto, é dada pela expressão: PhotoMath é um aplicativo que resolve prob-
f(x) = 3x2 – 12x + 2. lemas matemáticos diversos de uma maneira
muito simples. O aplicativo funciona de for-
2. O custo de produção de um determinado artigo é dado ma semelhante aos leitores de QR, ofere-
por C(x) = 3x2 – 15x + 21. Se a venda de x unidades é
cendo a solução para o cálculo matemático
dada por V(x) = 2x2 + x, para que o lucro L(x) = V(x) – C(x)
seja máximo, quantas peças deverão ser vendidas? em apenas alguns segundos. Para isso, basta
enquadrar a equação desejada na tela. O
aplicativo é uma boa opção para conferir se o
seu raciocínio foi corretamente desenvolvido.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A função do 2.º grau possui um papel importante na análise dos movimentos uniformemente variados (MUV) em
Física, pois, em razão da aceleração, os corpos variam a velocidade e o espaço em função do tempo. A expressão que
os relaciona é:
S = S0 + V0 t + __1 ∙ at², onde:
2
A: ACELERAÇÃO, S: ESPAÇO, V: VELOCIDADE E T: TEMPO.

Além disso, as funções do 2.º grau também possuem aplicações na Administração e Contabilidade relacionando as
funções custo, receita e lucro; e na Engenharia Civil, presente em diversas construções.

10
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) A Igreja de São Francisco de Assis, obra arquitetônica modernista de Oscar Niemeyer, localizada na Lagoa da Pam-
pulha, em Belo Horizonte, possui abóbadas parabólicas. A seta na Figura 1 ilustra uma das abóbadas na entrada principal
da capela. A Figura 2 fornece uma vista frontal dessa abóbada, com medidas hipotéticas para simplificar os cálculos.

Qual a medida da altura H, em metro, indicada na Figura 2?


a) 16/3
b) 31/5
c) 25/4
d) 25/3
e) 75/2

Análise expositiva - Habilidade 21: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do
D cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre equação do 2.º grau para a sua resolução.
Calculando:
Parábola:
Pontos (5,0) e (4,3)
f(x) = ax² + bx + c
b = 0 (parábola simétrica ao eixo y)
f(0) = c = H

{ 0 = a∙52 + H {
-3=-16a - H 3
25
3 = a∙42 + H Ÿ 0 = 25a + H Ÿ-3 = 9a Ÿ a = - __1 Ÿ H = ___
3
Alternativa D

11
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO DO 2º GRAU
f(x) = ax2 + bx + c

CONCAVIDADE GRÁFICO

a>0 a<0 ∆<0 ∆=0


P/ CIMA P/ BAIXO 2 PONTOS 1 PONTO

∆>0

NÃO CORTA
O EIXO X
RAÍZES

CORTA O VÉRTICE DA
EIXO X PARÁBOLA

PONTO PONTO
MÁXIMO MÍNIMO
X = -b ± ∆
2a a<0 a>0
∆ = b2 -4ac
∆ > 0: 2 RAÍZES REAIS E DISTINTAS xvértice yvértice
∆ = 0: 2 RAÍZES REAIS E IGUAIS -b -∆
∆ < 0: NÃO POSSUI RAIZ REAL
,
2a 4a

12
AULAS EQUAÇÕES, INEQUAÇÕES E
19 E 20 FUNÇÕES EXPONENCIAIS
3, 4, 5, 19, 20, 21,
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES:
22, 23, 24, 25 e 26

1. EQUAÇÕES EXPONENCIAIS 1.1. Resolução de equações


Toda equação que contém incógnita no expoente é deno- exponenciais com o uso de artifícios
minada equação exponencial.
Exemplos: Exemplo:
2x = 8 Resolva a equação 4x – 5 · 2x + 4 = 0.
3x+1 · 3x–2 = 27 Nesse caso, não é possível transformar os termos para uma
32x–5 = 18 mesma base de modo a obter uma equação do tipo ax = ap
10 · 3x – 5 · 3x – 1 = 0 como visto anteriormente.

Para resolver uma equação exponencial, é preciso trans- Utilizando as propriedades da potenciação, será realizada
formá-la de modo a obter potências de mesma base no uma transformação na equação dada:
primeiro e no segundo membro da equação, utilizando as 4x – 5 · 2x + 4 = 0 ä (22)x – 5 · 2x + 4 = 0 ä
definições e propriedades da potenciação. Além disso, será
usado o seguinte fato: ä (2x)2 – 5 · 2x + 4 = 0

Se a > 0, a ≠ 1 e x é a incógnita da equação ax = ap, então Fazendo 2x = y, tem-se a equação do 2.° grau em y:
x = p.
y2 – 5y + 4 = 0
Exemplos:
ƒ Resolva a equação 4 = 512.
x
5 ± 3 ä y’ = 4
Resolvendo a equação, tem-se: y = _____
2 y” = 1 {
Utilizando as propriedades das potências, o 1.° e o 2.° Por fim, voltando à igualdade 2x = y, obtém-se:
membros da equação devem ser transformados em potên-
{22 == 14 ää 22 == 22 [[ xx == 02
x x 2

cias de mesma base: x x 0

S = {0,2}.
4x = (22)x = 22x
512 = 29 (fatoração) }
ä 22x = 29 ä 2x = 9 ä x = __9
2

2. FUNÇÃO EXPONENCIAL
O conjunto solução é S = __9 .
2 {} A função f : R é R dada por f(x) = ax (com a > 0 e a ≠ 1)
ƒ Resolva a equação 0,5x+1 = 82x. é denominada função exponencial de base a.
Reescrevendo 0,5 como um quociente, tem-se 0,5 = __1. Uti- Por que a base deve ser positiva e diferente de 1?
2
lizando as propriedades de potenciação, tem-se que __1 = 2–1.
2 Observe:
Agora que ambos os termos da equação são potências de
ƒ Se a < 0, então f(x) = ax não estaria definida para todo
mesma base, tem-se:
x real.
0,5x + 1 = 82x à 2–x – 1 = 26x à –x – 1 = 6x à
__ 2 2 ()
Por exemplo, supondo a = –2 e x = __1, tem-se: f __1 = (–2)1/2
1
7x = –1 à x = – __
7 2 ()
Ÿ f __1 = √-2 , que não é um número real.
ƒ Se a = 1, então f(x) = ax é uma função constante: f(x) = 1x
7{ }
Assim, o conjunto solução é S = – __1 . f(x) = 1, para todo x real.

13
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Exponencial é um tema com muitas aplicações interdisciplinares. Em Química e Física, podem ser estudados decai-
mentos e meias-vidas de elementos radioativos. Em Biologia, é possível estudar o crescimento de uma cultura de
bactérias e a decomposição de certas substâncias.

2.1. Função exponencial ƒ Não possui assíntotas verticais nem oblíquas.

de base a com a > 1


ƒ Domínio R; contradomínio R+.
ƒ Contínua em todo o domínio.
ƒ A função é estritamente crescente em R e, portanto,
injetiva.
ƒ Não possui zeros. O gráfico intercepta o eixo das orde-
nadas no ponto (0,1).
ƒ Admite a assíntota horizontal y = 0 quando x é −Ü.
ƒ Não possui assíntotas verticais nem oblíquas.
Existem fenômenos que podem ser descritos por meio de
uma função do tipo exponencial, como os juros do dinheiro
acumulado, o crescimento ou decrescimento de populações
animais ou vegetais e a desintegração radioativa.

Aplicação do conteúdo
1. Uma cultura, inicialmente com 100 bactérias, repro-
duz-se em condições ideais. Suponha que, por divisão
celular, cada bactéria dessa cultura dê origem a duas
outras bactérias idênticas por hora.
a) Qual a população dessa cultu-
ra após 3 horas do instante inicial?
2.2. Função exponencial de b) Depois de quantas horas a população des-
base a com 0 < a < 1 sa cultura será de 51.200 bactérias?
Resolução:
ƒ Domínio R; contradomínio R+.
a) No instante inicial, tem-se 100 bactérias.
ƒ Contínua em todo o domínio. Uma hora depois, tem-se: 100 · 2 = 200 bactérias
Decorrida mais uma hora (depois de 2 horas do instante
ƒ A função é estritamente decrescente em R e, portanto, inicial), a população será de (100 · 22) = 100 ∙ 22 = 400
injetiva. bactérias.
ƒ Não possui zeros. O gráfico intercepta o eixo das orde- Decorrida outra uma hora (depois de 3 horas do instante
inicial), a população será de (100 · 22) · 2 = 100 ∙ 23 = 800
nadas no ponto (0,1).
bactérias. E assim por diante.
ƒ Admite a assíntota horizontal y = 0 quando x é + Ü. Depois de 3 horas, tem-se 800 bactérias.

14
b) Depois de n horas, haverá uma população P dada O gráfico mostra o número de mudas N(t) = ba t (0 < a z
n
por P = 100 · 2 . 1 e b > 0) a serem plantadas no tempo t (em anos) numa
De acordo com os dados do problema, tem-se: determinada região.
51200 ä 2n = 512.
51200 = 100 · 2n ä 2n = _____
100
Resolvendo a equação, tem-se: 2n = 29 ä n = 9.
Assim, a população da cultura será de 51.200 bacté-
rias depois de 9 horas.

2. Seja f(x) = 4x – 6 · 2x + 8.
a) Calcule f(0).
b) Encontre todos os valores re-
ais de x para os quais f(x) = 168.
Resolução:
a) f(0) = 40 - 6 · 20 + 8 = 3.
b) 4x – 6 · 2x + 8 = 168 Ÿ 4x – 6 · 2x – 160 = 0 Ÿ
(2x)2 – 6 · 2x – 160 = 0. De acordo com os dados, qual o número de mudas a serem
Resolvendo a equação, tem-se: plantadas, quando t = 2 anos?
2x = 16 Ÿ x = 4 ou 2x = –10 (não convém). a) 2.137.
Assim, x = 4. b) 2.150.
c) 2.250.
d) 2.437.
3. Se m
__ é a fração irredutível que é solução da equação
n
exponencial 9x – 9x-1 = 1944, calcule m – n . e) 2.500.

Resolução: Resolução:
Resolvendo a equação, tem-se: Considerando os pontos (1, 1500) e (3, 3375) do gráfico,
9x – 9x-1 = 1944. tem-se o seguinte sistema:
Reescrevendo a equação, tem-se:
9x = 1944.
9x – __
9
Colocando 9x em evidência:
1 = 1944 œ 9x __ 8 = 1944 œ
{1500 = b · a1 (I)
3375 = b · a3 (II)
(
9x 1 – __
9) ( )
9
Fazendo (II) dividido por (I), tem-se:

9x = 1944
_______∙ 9 = 9x = 2187 œ (32)x = 37 a2 = 2,25 Ÿ a = 1,5 e b = 1000
8
3 = 3 œ 2x = 7 œ x = 7/2.
2x 7
Assim, N(t) = 1000 · (1,5)t Ÿ N(2) = 1000 · (1,5)2 = 2250 .
Assim, tem-se: m – n = 7 – 2 = 5.
Alternativa C
4. Em um experimento no laboratório de pesquisa, ob-
servou-se que o número de bactérias de uma determi-
nada cultura, sob certas condições, evolui conforme a
função B(t) = 10 · 3t - 1, em que B(t) expressa a quan-
3. INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS
tidade de bactérias e t representa o tempo em horas. Com base no crescimento e no decrescimento da função
Qual o tempo decorrido, em horas, para atingir uma cul- f(x) = ax, com a [ R*+ – {1}, pode-se comparar quaisquer
tura de 810 bactérias depois do início do experimento? dois de seus expoentes.
Resolução:
Se B(t) = 810 , então é possível escrever:
B(t) = 810 = 10 · 3t-1 Ÿ
3t-1 = 81 Ÿ 3t-1 = 34 Ÿ t –1 = 4 Ÿ t = 5.
? 5 horas

5. As matas ciliares desempenham importante papel na


manutenção das nascentes e na estabilidade dos solos
nas áreas marginais. Com o desenvolvimento do agro-
negócio e o crescimento das cidades, as matas ciliares
vêm sendo destruídas. Um dos métodos usados para a
sua recuperação é o plantio de mudas.

15
Para satisfazer a condição f(x) ≥ 0, deve-se ter x ≤ –1 ou x ≥ 4.
S = {x [ R | x ≤ –1 ou x ≥ 4}.
3x –1 x+5
ƒ Resolva a inequação __1
3
< __1 .
3 () ()
()
Como a base __1 está compreendida entre 0 e 1, tem-se:
3

( __31 ) < __1 ä 3x – 1 > x + 5


()
3x –1 x+5

3
(O sentido da desigualdade se inverte.)
2x > 6
x>3
Usando essas relações, e lembrando que ax1 = ax2 ä x1 = x2, é S = {x [ R | x > 3}.
possível resolver algumas inequações exponenciais.
Aplicação do conteúdo
1. Resolver as inequações exponenciais (em ℝ):
a) 2x < 32.
1 x d 243.
()
b) __
9
__
1 .
c) ( √ 2 )x > ____
___
3
√______
16
5
d) 0,16x > √ 15,625 .
2
__
e) 3t ≤ 9 .
t

multimídia: vídeo 2-x d 0.


f) _______
2
3x - x – 1
FONTE: YOUTUBE
Resolução:
Crescimento das Funções Exponenciais
Aplicando as propriedades das potências e utilizando al-
guns artifícios algébricos, tem-se:
Exemplos:
2 – 3x
ƒ Resolva a inequação ( dXX
5 )x ≥ ( dXX
5 )4. a) 2x < 32 Ÿ 2x < 25 Ÿ (base > 1) Ÿ x < 5.
Como a base dXX
5 é maior que 1, tem-se: 1 x d 243 Ÿ (3-2)x d 35 Ÿ (base > 1)
( )
b) __
9 5.
( dXX5 )x2 – 3x ≥ ( dXX5 )4 à x2 – 3x ≥ 4 Ÿ –2x d 5 Ÿ 2x t –5 Ÿ x t – __
__
2
1
____ 1
___
c) ( √ 2 ) > 3 ___ Ÿ (2 ) > 3 __ Ÿ 2x/2 >
x 1/2 x
(O sentido da desigualdade se conserva.) √ 16 √ 24
x
2 Ÿ (base > 1) Ÿ > – Ÿ x > – __
-4/3 __ 4
__ 8.
x2 – 3x – 4 ≥ 0 é inequação do 2.º grau. 2 3 3

Cálculo das raízes da função f(x) = x2 – 3x – 4 : d) Utilizando a representação decimal na base


10 e decompondo os números, tem-se:
3 ± 5 x’ = 4
x2 – 3x – 4 = 0 ä _____
2 x” = –1 { ______
0,16x > 5√15,625 Ÿ (24 ∙ 10-2)x > √56 ∙10-3 Ÿ
5
______

Sinal da função f: 24x ∙ 10-2x > (56 ∙ 10-3)1/5 Ÿ 24x ∙ 10-2x > 56/5 ∙ 10-3/5
ƒ Observando que 10 = 2 · 5, desmembra-se cada termo
10 dessa forma e reagrupam-se as potências:
24x ∙ (2 ∙ 5)-2x > 5 6/5 ∙ (2 ∙ 5)-3/5 Ÿ
24x ∙ 2-2x ∙ 5-2x > 56/5 ∙ 2–3/5 ∙ 5-3/5 Ÿ
24x ∙ 2-2x ∙ 23/5 > 52x ∙ 56/5 ∙ 5-3/5

16
Note que os sinais dos expoentes mudam ao serem tro- 2. Depois de um estudo em uma colmeia de abelhas,
cados os membros, pois os termos são divididos do lado verificou-se que, no instante t = 0, o número de abe-
oposto, e o sinal do expoente muda. Aplicando as proprie- lhas era 1.000 e que o crescimento populacional da
colmeia é dado pela função f, na qual f é definida por
dades de potências, tem-se: 2t
__
f(t) = 1000 ∙ 2 , em que t é o tempo decorrido em dias.
3

3 2x +__3 Supondo que não haja mortes na colmeia, em quantos


( ) ( )
__
4x -2x
22x + > 1 Ÿ __2 > __2 Ÿ
3/5
2 ∙ 2 ∙ 2 > 1 Ÿ _____
____________________ 5 5

dias no mínimo essa colmeia atingirá uma população


2x
5 ∙5 ∙5 6/5 -3/5
52x + 5 3
__
5 5
0 de 64.000 abelhas?
3 3.
Ÿ(base < 1) Ÿ 2x + __ < 0 Ÿ x < – ___
5 10
Resolução:
e) 3t ≤ 9 2/t Ÿ 3t ≤ (32)2/t Ÿ 3t d 34/t Ÿ (base > 1) Ÿ

t2 – 4 d 0.
4 d 0 Ÿ _____
4 Ÿ t – __ Deve-se calcular o menor valor de t para o qual se tem
t d __
t t t f(t) t 64000. Assim:
Observando os intervalos, verifica-se que “t” não pode ser 2t
__
3
2t

1000 ∙ 2 t 64000 œ 2 t 26 œ t t 9.
__
3

nulo devido ao denominador, e o quociente assume valores


negativos em ]–∞–2]‰]0,2].
–2 0 2
t2 – 4 + – – +
t – – + +
2
t – 4/t – + – +

S = { t \| t ≤ –2 ou 0 < t ≤ 2}

2-x ≤ 0.
f) ______
x2- x
3 –1
Note que o quociente não se anula, pois o numerador
é maior do que zero. Além disso, é positivo, o que
significa que o quociente será negativo somente se o multimídia: sites
denominador também o for. Tem-se:
2-x ≤ 0 Ÿ 3x2 - x – 1 < 0 Ÿ 3x2 - x < 1 Ÿ
______
x -x
3 –1 2 pt.khanacademy.org/math/algebra/intro-
3x - x < 30 o (base > 1) Ÿ x2 – x < 0 Ÿ x(x – 1) < 0.
2 duction-to-exponential-functions/expo-
nential-vs-linear-growth/v/exponential-
O produto será negativo entre as raízes 0 e 1. Ou seja, t -growth-functions
 ]0,1[.

VIVENCIANDO

No cotidiano, as funções exponenciais são aplicadas nos juros compostos. Observe uma aplicação rotineira:
1. (UPE-SSA) Mariana fez um empréstimo à base de juros compostos, num banco que cobra 10% ao mês. Ao final de
180 dias, o montante a ser pago por ela será de R$ 9.000,00. Com o dinheiro do empréstimo, Mariana realizou alguns
pagamentos, chegando a sua casa com R$ 1.250,00. Quanto ela gastou, aproximadamente, com os pagamentos?

Adote (1,1)6 = 1,8


a) R$ 1.333,00 d) R$ 3.750,00
b) R$ 2.755,00 e) R$ 4.500,00
c) R$ 3.260,00

17
Resolução:
Sendo 180 dias correspondentes a 6 meses, considerando como sendo x o valor que Maria-
na pegou emprestado e y o valor gasto com os pagamentos, pode-se escrever:
M = C(1+i)t
M = 9000,
C = x,
i = 0,1,
t = 6,
9000 = x ∙ (1,1)6 o x = 5000
x – y = 1250 o 5000 – y = 1250 o y = 3750 reais
Alternativa D

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) A população mundial está ficando mais velha, os índices de natalidade diminuíram e a expectativa de vida
aumentou. No gráfico seguinte, são apresentados dados obtidos por pesquisa realizada pela Organização das Nações
Unidas (ONU), a respeito da quantidade de pessoas com 60 anos ou mais em todo o mundo. Os números da coluna da
direita representam as faixas percentuais. Por exemplo, em 1950, havia 95 milhões de pessoas com 60 anos ou mais
nos países desenvolvidos, número entre 10% e 15% da população total nos países desenvolvidos.

Países em
desenvolvimento

Suponha que o modelo exponencial y = 363.e0,03x , em que x = 0 corresponde ao ano 2000, x = 1 corresponde ao ano
2001, e assim sucessivamente, e que y é a população em milhões de habitantes no ano x, seja usado para estimar essa
população com 60 anos ou mais de idade nos países em desenvolvimento entre 2010 e 2050. Desse modo, conside-
rando e 0,3 = 1,35, estima-se que a população com 60 anos ou mais estará, em 2030, entre:
a) 490 e 510 milhões. c) 780 e 800 milhões. e) 870 e 910 milhões.
b) 550 e 620 milhões. d) 810 e 860 milhões.

18
Análise expositiva - Habilidade 7: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema
E do cotidiano e utilizar seus conhecimentos para modelar e resolver problemas a partir da aplicação de
expressões algébricas.
y = 363∙e0,03∙30 œ y = 363∙e0,9 œ y = 363(e0,3)3 œ y = 363(1,35)3 = 893
Assim, está entre 870 e 910.
Alternativa E

DIAGRAMA DE IDEIAS

EQUAÇÕES FUNÇÃO INEQUAÇÕES


EXPONENCIAIS EXPONENCIAL EXPONENCIAIS

F(x) = ax
ax = aY X =Y
a>0ea≠1

SE a > 1 SE 0 < a < 1


MESMA BASE
aX > aY aX > aY
DECOMPOR AS
POTÊNCIAS EM
IGUALA OS BASES IGUAIS
X >Y X <Y
EXPONENTES

ATENÇÃO!
INVERTE
GRÁFICO O SINAL

CRESCENTE DECRESCENTE
(a > 1) (0 < a < 1)

ASSÍNTOTA
HORIZONTAL

19
AULAS DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES
21 E 22 DOS LOGARITMOS
1, 3, 4, 10, 11, 12, 13
COMPETÊNCIAS: 1, 3 e 5 HABILIDADES:
e 21

1. O QUE SÃO LOGARITMOS? Se a base do logaritmo for 10, costuma-se omiti-la na sua
representação.
Todo número positivo pode ser escrito como uma potência
log10 b = log b (log é logaritmo decimal)
de base 10 ou como uma aproximação dessa potência.
Para muitos números, isso pode ser feito com facilidade. O conjunto dos logaritmos na base 10 de todos os númer-
Observe alguns exemplos: os reais positivos é denominado sistema de logaritmos
decimais.
1 = 100 0,1 = 10-1
Há, ainda, o sistema de logaritmos neperianos, no
10 = 101 0,01 = 10–2
qual a base desses logaritmos é o número irracional
100 = 102 0,001 = 10–3 e = 2,71828...
1000 = 103 0,0001 = 10–4 Esse sistema também é conhecido como sistema de loga-
10000 = 104 0,00001 = 10–5 ritmos naturais e tem grande aplicação no estudo de diver-
sos fenômenos da natureza.
Contudo, na maioria dos casos, torna-se difícil escrever um
número como potência de base 10. Por exemplo, como os loge b = In b (In é logaritmo natural)
expoentes aproximados, por falta, até a 3.ª casa decimal,
tem-se: 1.1. O número e
2 = 100,301 Entre tantos números fascinantes, existe o número e, base
3 = 100,477 dos logaritmos neperianos, também chamados de logarit-
7 = 100,845 mos naturais.
Quem o designou foi o matemático suíço Leonhard Euler
Dessa forma, o número 0,301 é denominado logaritmo de
2 na base 10. (1707-1783), que provou ser esse número o limite de
x
Indica-se: log102 = 0,301, ou seja, 2 = 100,301. ( )
1 + __1x quando x cresce infinitamente.

O número 0,778 é denominado logaritmo de 6 na base 10. Por meio de um artifício, o valor aproximado de e (com
9 casas decimais!) pode ser memorizado facilmente:
Indica-se: log106 = 0,778, ou seja, 6 = 100,778.
e = 2,718281828... Mas lembre-se: não se trata de uma
No entanto, os logaritmos podem ser escritos em qualquer dízima periódica!
base positiva diferente de 1.
Veja:
Exemplos:
Calcule:
ƒ log28 = 3, porque 23 = 8
a) log6 36
ƒ log7 2 = 0,356, porque 2 = 70,356
log6 36 = x ä 36 = 6x ä 6² = 6x ä x = 2
ƒ log5 125 = 3, porque 125 = 5 3

log6 36 = 2
ƒ log8 47 = 1,852, porque 47 = 81,852
b) log10 0,01
Afirma-se que o logaritmo de um número positivo b
(chamado logaritmando), na base a, positiva e diferente de log10 0,01 = x ä 0,01 = 10x ä 10– 2 = 10x ä
1, é o expoente x ao qual se deve elevar a para se obter b. äx = – 2
loga b = x œ b = a , com b > 0, a > 0 e a ≠ 1
x
log10 0,01 = –2

20
c) log1 2dXX
/4
2=x ƒ Logaritmando positivos: b > 0
x __ ƒ Base positiva e diferente de 1: a > 0 e a ≠ 1
()
Ÿ __1 = 2√2 Ÿ (2-2) x = 23/2
4
Exemplo:
–2x = __3 Ÿ x = – __3
2 4 Para quais valores de x existe log3 (x – 5)?
Calcule log 1,4. Use 2 = 100,301 e 7 = 100,845. Para que o logaritmo exista, o logaritmando deve ser posi-
tivo, e a base deve ser positiva e diferente de 1.
Usando a definição de logaritmo, tem-se:
Como a base é 3 (positiva e diferente de 1), deve-se impor
log1,4 = x ä 1,4 = 10x.
apenas a condição para o logaritmando.
O logaritmo de 1,4 é o expoente x ao qual se deve elevar
Assim: x – 5 > 0 ä x > 5
10 para obter 1,4.
log3 (x – 5) existe para todo x real, tal que x > 5.
Resolvendo a equação exponencial, tem-se:
14 = 10x
1,4 = 10x ä ___
10 1.3. Consequências da definição
0,301
2 · 7 = 10x ä 10
____ · 100,845 = 10x
___________ 1. O logaritmo de 1 em qualquer base é igual a zero:
10 101
loga 1 = 0, pois a0 = 1
10 0,301 + 0,845 – 1
= 10 ä 10
x 0,146
= 10 ä x = 0,146
x
2. O logaritmo da própria base é igual a 1:
log1,4 = 0,146 loga a = 1, pois a1 = a
3. O logaritmo de uma potência da base é igual ao expoente:
1.2. Condição de existência loga am = m, pois loga am = p à ap = am
de um logaritmo Portanto, p = m, então, loga am = m.
Considere os logaritmos: 4. O logaritmo de b na base a é o expoente ao qual deve-se
elevar a para obter b, assim:
log2 4 = x ä 4 = 2x ä 22 = 2x [ x = 2
log10 0,1 = x ä 0,1 = 10x ä alog = b, pois ax = b à x = logab
b
a

ä 10–1 = 10x [ x = –1 Substituindo x por logab em ax = b, resulta alog = b.


b
a

Observe que não existe o logaritmo x quando o logaritman-


do é negativo, ou quando a base é negativa ou igual a 1. Exemplos:
Para logab existir, deve ocorrer: Que número natural log10 (log10 10) representa?

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Quando há um problema com uma incógnita no expoente, a ferramenta dos logaritmos é utilizada para se chegar
a uma solução. É frequente o uso de escalas logarítmicas, como nos problemas da física de acústica que se utilizam
da medida bel ou decibel (unidade que está em escala logarítmica) e nos problemas da geografia na medição da
magnitude de um sismo. A famosa escala Richter também está em escala logarítmica. As questões de química, na
medição de pH e de pOH, também estão em escala cologarítmica.

21
Como log10 10 = 1, obtém-se: Aplicando a propriedade do logaritmo de um produto, tem-se:

log10 (log10 10) = log10 1 = 0 log(2 · 2 · 3) = log2 + log 2 + log3

log10 (log10 10) = 0 Substituindo os valores fornecidos, tem-se:


log(12) = a + a + b = 2a + b
Determine o valor da expressão
5 2. Resolva a equação log2 (x + 2) + log2 (x – 2) = 5.
log7 73 + log9 16 + 2 log2.
As condições de existência são: x + 2 > 0 e
Calculando o valor de cada uma das parcelas, resulta:
x – 2 > 0, portanto x > – 2 e x > 2
log7 73 = 3 Então: x > 2.
log9 16 = log9 1 = 0 Usando a propriedade do logaritmo de um produto,
5 transforma-se a soma dos dois logaritmos no logaritmo
2 log2 = 5 do produto.
5
log7 73 + log9 16 + 2 log2 = 3 + 0 + 5 = 8 log2 (x + 2) + log2 (x – 2) = 5 Ÿ log2 (x + 2)(x – 2) = 5
O valor da expressão é 8. Pela definição de logaritmo, tem-se:
(x + 2)(x – 2) = 25 Ÿ x2 – 4 = 32
x2 = 36 Ÿ x = ± 6
Somente o valor 6 satisfaz as condições de existência.
Logo, S = {6}.
Se ocorrer a substituição

x = -6 em log2(x + 2)(x – 2) = 5, obtém-se:

log2[(–4)(–8)] = 5 Ÿ log2(32) = 5, o que é verdadeiro.


multimídia: vídeo
Então por que x = – 6 não é solução do problema? Porque
FONTE: YOUTUBE a equação é log2 (x + 2) + log2 (x – 2) = 5,
Logaritmos e não log2(x + 2)(x – 2) = 5.
Apesar de a segunda equação ser consequência da
primeira, aplicar essa propriedade do logaritmo do
2. PRIMEIRA PROPRIEDADE: produto (ou qualquer outra propriedade) só é per-
mitido se a condição de existência for satisfeita.
LOGARITMO DE UM PRODUTO
O logaritmo de um produto é igual à soma dos logaritmos
dos fatores, tomados na mesma base, ou seja: 3. SEGUNDA PROPRIEDADE:
LOGARITMO DE UM QUOCIENTE
logb (a · c) = logb a + logb c, com a > 0, c > 0, b > 0 e
bÞ1 O logaritmo de um quociente é igual ao logaritmo do di-
videndo menos o logaritmo do divisor tomadas na mesma
base, ou seja:
Exemplos:
1. Se log 2 = a e log 3 = b, calcule log 12 em função de logb __ac = logb a – logb c,com a > 0, c > 0, b > 0 e b Þ 1
a e b.
Fatorando 12, segue que 12 = 2 · 2 · 3, portanto: Exemplo:
log(12) = log(2 · 2 · 3) 1. Sabendo que log2 = 0,301 e log3 = 0,477,

22
calcule: e aplicando o logaritmo de base a em ambos os membros
a) log 6 da equação, tem-se:
log 6 = log(2 · 3) = log2 + log3 Ÿ
log 6 = 0,301 + 0,477 = 0,778
loga x = logaalogab
log 6 = 0,778 loga x = logab · logaa
b) log 5
10 = log10 – log2 = 1 – 0,301 = 0,699 logax = logab
log 5 = log___
2
log 5 = 0,699 Portanto, x = b; logo:
c) log 2,5 alogab = b
25 = log__
log 2,5 = log___ 5 = log5 – log2 Ÿ
10 2
log 2,5 = 0,699 – 0,301 = 0,398
log 2,5 = 0,398 5. USANDO AS PROPRIEDADES
DOS LOGARITMOS NA
RESOLUÇÃO DE SISTEMAS
Exemplo:
x + y = 110
1. Resolva o sistema:
log x + log y = 3
As condições de existência são x > 0 e y > 0.
Aplicando a propriedade do logaritmo de um produto na
multimídia: sites 2.ª equação, obtém-se:

pt.khanacademy.org/math/algebra2/exponential- log x + log y = 3 Ÿ log (x · y) = 3


-and-logarithmic-functions/introduction-to
Usando a definição de logaritmo, vem:
-logarithms/v/logarithms
log(x · y) = 3 Ÿ xy = 103
xy = 1000

4. TERCEIRA PROPRIEDADE: Tem-se, então, o sistema equivalente:

LOGARITMO DE UMA POTÊNCIA x + y = 110 (I)


xy = 1000 (II)
O logaritmo de uma potência é igual ao produto do expo-
ente pelo logaritmo da base da potência, ou seja: De (I), vem: x = 110 – y (III)
logb a = n · logb a, com a > 0, b > 0, b Þ 1 e n [ R
n
Substituindo (III) em (II), resulta:
Exemplo: (110 – y) y = 1000
__
1. log √3 y9 = 100
y2 – 110y + 1000 = 0
Transformando, obtém-se: y0 = 10
__
log√3 = log3 = __1 · log3 = __1 · 0,477 = 0,2385 Substituindo os valores de y em (III), obtém-se:
2 2
__
log√3 = 0,2385 y = 100 Ÿ x = 110 – 100 ou
y = 10 Ÿ x = 110 – 10
Há uma consequência dessa propriedade:
x = 10 x = 100
alogab = b
Como esses valores satisfazem as condições de existência,
Demonstração: tem-se: x = 10 e y = 100 ou x = 100 e y = 10
Fazendo x = alogab = b S = {(10, 100), (100, 10)}

23
6. RESUMO DAS PROPRIEDADES 5. Escreva as expressões a seguir por meio de um único
logaritmo:
Se b > 0, c > 0, m [ R, a > 0 e a Þ 1 valem as proprie- a) 3 · log4 7
dades dos logaritmos: 3 · log4 7 = log473 = log4 343
b) log3 x – log32
P1: loga (b · c) = loga(b) + loga(c) log3 x – log32 = log3 __x
2
()
P2: loga __bc = loga(b) – loga(c) c) log 6 + log 3
log 6 + log 3 = log (6 · 3) = log 18
P3: loga (bm) = m logab d) log5 4 + log5 x – log5 3
P4: alogab= b log5 4 + log5 x – log5 3 = log5 4x – log5 3 =
4x
= log5 __
3

6.1. Exemplos de aplicação


das propriedades
7. MUDANÇA DE BASE
Em diversas situações são encontrados logaritmos es-
critos em uma certa base, mas deseja-se esse mesmo
1. Determine o desenvolvimento logarítmico da expressão logaritmo escrito em outra base, como na equação lo-
__

( )
a√b .
log ____
c3
__
garítmica a seguir:
log2(x + 4) = log4(25)
log ( ____
c ) 3 ( a c· b ) = log ( a · b ) – log c =
a√b = log ____
3
3
Na resolução dessa equação, se o logaritmo do membro
da direita possuísse base 2, seria possível encontrar o con-
1 · log b – 3 · log c
= log a + log b – log c3 = log a + __ junto solução facilmente. Para realizar essa transformação,
2
pode-se efetuar uma mudança de base.
__
Logo, log ____
c3 ( )
a√b = log a + __1 · log b – 3 · log c.
2
7.1. Fórmula para mudança
2. Dados loga m = 11 e loga n = 6, qual é o valor de loga (m3n2)? de base de um logaritmo
loga (m3n2) = logam3 + loga n2 = Considere que queremos encontrar o valor de logab, saben-
do o valor de logcb e logca, sendo que:
= 3 · loga m + 2 · loga n = 3 · 11 + 2 · 6 = 45
Então, loga (m3n2) = 45. Se a > 0, a Þ 1, b > 0, c > 0 e c Þ 1. Então:
loga b = x
3. Se log 2 = a e log 3 = b, expresse log 72 em função de logc b = y
a e b.
Pela definição de logaritmos, tem-se:
log 72 = log (23 · 32) = log 23 + log 32 =
loga b = x Ÿ ax = b
= 3 · log 2 + 2 · log 3 = 3a + 2b
logc b = y Ÿ cy = b
Então, log 72 = 3a + 2b.
Igualando as duas primeiras expressões, segue que:
4. Sabendo que logaA = 2 logaC – __1 logaD, calcule A em a x = cy
3
função de c e d.
__

( )
2
c__
loga c2 – loga d = loga c2 – loga √ d = loga ___
3
3
√d
Aplicando o logaritmo na base c em ambos os membros
da equação, tem-se:
Daí:
logc ax = logc cy Ÿ x · logc a = y · logc c
3
√d( )
2
c__
logaA = loga ___
2
c__
œ A = ___
3
√d Como y = logcb e logcc = 1, segue que:
2
c__ logc b
Logo, A = 3___ x · logc a = logc b · 1 Ÿ x = loga b = _____
√d logc a

24
Assim, conclui-se que: Assim, quando a base de um logaritmo apresentar um ex-
poente, é possível transpor o inverso desse expoente mul-
Se a > 0, a Þ 1, b > 0, c > 0 e c Þ 1:
tiplicando o logaritmo.
logc b
loga b = _____
logc a 7.3. Propriedades operatórias
dos logaritmos
Exemplos:
log25 loga (b · c) = loga b + loga c
1. log75 = _____ (na base 2)
log27 loga __bc = loga b – loga c
log 5 1 = – log b
2. log75 = ____ (na base 10) loga __
log 7 b a

3. log525 = 2 œ log25 5 = __1


m
loga b = m · loga b
2 __
3
__ 4
__ 1
loga √ b = __
m
4. logba = œ loga b =
4 m · loga b
3 logc b
Caso você possua uma calculadora que calcule apenas lo- loga b = _____
logc a
garitmos decimais, ou seja, em base 10, como proceder 1
para calcular log2 5? loga b = _____ ou logab ∙ logba = 1
logb a
1
logam (b) = __
Pela fórmula de mudança de base, tem-se que: m loga (b).
log10 5 ___ 0,7
log25 = ___________ # =2,3.
log10 2 0,3 7.4. Exemplos de aplicação da
fórmula de mudança de base
7.2. Consequências da fórmula 1. Escreva log2 8 usando logaritmos na base 10.
de mudança de base logc b
loga b = _____
log10 8
Ÿ log2 8 = _____
logc a log10 2
Nessa propriedade de mudança de base, fazendo c = b,
ocorre um caso importante: 2. Calcule o valor da expressão log3 5 · log25 81.

logb b _____ log3 81 log3 34


loga b = _____ = 1 log3 5 · log25 81 = log3 5 · ______ = log3 5 · _____ =
logb a logb a log3 25 log3 52
4
= log3 5 · _______ 4=2
= __
Assim, pode-se escrever que, quando existirem os logarit- 2 · log3 5 2
mos envolvidos:

1
loga b = _____
logb a
ou logb a · loga b =1 8. COLOGARITMO
Denomina-se cologaritmo de um número N (N > 0) numa
Ou seja, quando existirem, logb a é inverso de loga b. base a (a > 0 e a Þ 1) o oposto do logaritmo do número
Outra consequência envolve potências da base do logarit- N na base a ou o logaritmo do inverso de N na base a.
mo. Considere o seguinte logaritmo: 1
cologa N = – loga N ou cologa N = loga __
N
logam (b)

A base apresenta um expoente m. Aplicando a fórmula de


mudança de base para a base a, tem-se:
9. APLICAÇÃO DOS LOGARITMOS
NA RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES
loga (b)
logam (b) = _______
loga (am)
EXPONENCIAIS E DE PROBLEMAS
Observe que loga (am) = m · loga (a) = m, portanto: Exemplos:
1. Resolva a equação 3x = 5.
loga (b) __
1
logam (b) = ______
m = m loga (b) Dados: log 3 # 0,47712 e log 5 # 0,69897

25
3x = 5 Ÿ log 3x = log 5 Ÿ x · log 3 = log 5 Ÿ Daí:
5x = 4 Ÿ log 5x = log 4 Ÿ log 5x = log 22 Ÿ
log 5 0,69897
Ÿx = ____ Ÿ x > _______ > 1,46 Ÿ x · log 5 = 2 · log 2 Ÿ
log 3 0,47712
2 · log 2 0,60
Ÿx = _______ = ____ > 0,86
log5 0,70
S = {1,46}.
5x = 3 Ÿ log 5x = log 3 Ÿ x · log 5 = log 3 Ÿ
0,48
Dados log 2 = 0,30; log 3 = 0,48 e log 5 = 0,70, resolva a Ÿ x = log 3/log 5 = ____ > 0,69
equação 52x – 7 . 5x + 12 = 0. 0,70
S = {0,69; 0,86}.
52x – 7 · 5x + 12 = 0 Ÿ (5x)2 – 7(5x) + 12 = 0
2. Resolva a equação ex – 27 = 0, dados log e = 0,43 e
log 3 = 0,48.
Fazendo 5x = y, tem-se:
ex – 27 = 0 Ÿ ex = 27 Ÿ log ex = log 27 Ÿ
y2 – 7y + 12 = 0
Ÿ log ex = log 33 Ÿ x · log e = 3 · log 3 Ÿ
D = (–7)2 – 4(1) (12) = 1
3 · log 3 3 · 0,48
Ÿ x = _______ = ______ = 3,34
y9 = 4 e y0 = 3 log e 0,43
S = {3,34}.

VIVENCIANDO

Alguns medicamentos apresentam comportamento exponencial ao serem eliminados pelo corpo humano. O uso de
logaritmos permite quantificar o tempo de eliminação pelo organismo:
1. (Acafe) Quando um paciente ingere um medicamento, a droga entra na corrente sanguínea e, ao passar pelo
fígado e pelos rins, é metabolizada e eliminada. A quantidade de medicamentos, em miligramas, presente no
t
___
organismo de um paciente é calculada pela função Q(t) = 30 ∙ 21 – 10 , onde t é o tempo dado em horas.
O tempo necessário para que a quantidade de medicamento em um paciente se reduza a 40% da quantidade inicial, é:
Dado: log 2 = 0,3
a) 13 horas e 33 minutos.
b) 6 horas e 06 minutos.
c) 13 horas e 20 minutos.
d) 6 horas e 40 minutos.
Resolução:
0
___
1–
Mas t = 0 ŸQ(t) 100% ŸQ(0) = 30 ∙ 2 10

Para: 40% ∙ 60 = 0,4 ∙ 60 = 24


t
1 – ___
24 = 30 ∙ 2 10 Ÿ
t t
1 – ___ 1 – ___
0,8 = 2 10Ÿlog 2
0,8 = log2 2 10

log100,8 ____________
log 8 – log1010 ____________ 3 ∙ log102 – 1 ________
log 23 – log1010 __________ 3 ∙ 0,3 – 1 ____
– 0,1
log2 0,8 = _______ = 10 = 10 = = = = – __1
log102 log102 log102 log102 0,3 0,3 3

26
Assim,
t Ÿ –10 = 30 – 3t Ÿ 3t = 40 Ÿ t = ___
– __1 = 1 – ___ 40 horas = 800min = 13h20min
3 10 3
Alternativa C

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Para realizar a viagem dos sonhos, uma pessoa precisava fazer um empréstimo no valor de R$ 5.000,00. Para
pagar as prestações, dispõe de, no máximo, R$ 400,00 mensais. Para esse valor de empréstimo, o valor da prestação
(P) é calculado em função do número de prestações (n) segundo a fórmula:
5000 ∙ 1,013n ∙ 0,013
P = ____________________
(1,013n – 1)
Se necessário, utilize 0,005 como aproximação para log 1,013; 2,602 como aproximação para log 400; 2,525 como
aproximação para log 335.

De acordo com a fórmula dada, o menor número de parcelas, cujos valores não comprometem o limite definido pela
pessoa, é:
a) 12.
b) 14.
c) 15.
d) 16.
e) 17.

Análise expositiva - Habilidade 21: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e utili-
D zar seus conhecimentos sobre as propriedades logaritmicas para a sua resolução.
Cálculo:
Pmáx = 400
5000∙1,013n∙0,013
400 = ___________________ Ÿ400(1,013n –1) = 65∙1,013n Ÿ 400∙1,013n – 400 = 65∙1,013n
(1,013n – 1)
335∙1,013n = 400 Ÿ 1,013n = ____
335 ( )
400 Ÿlog 1,013n = log ____
400 Ÿ n∙log 1,013 = log 400 – log 335
335
n∙ 0,005 = 2,602 – 2,525 Ÿ n = 15,4 Ÿ 16 parcelas

Alternativa D

27
DIAGRAMA DE IDEIAS

CONSEQUÊNCIAS
PROPRIEDADES
DA DEFINIÇÃO

LOGARITMOS
loga(b ∙ c) = logab + logac

loga( b ) = logab - logac


logab = x ax = b c

logb1 = 0 logab = 1 logabn = n ∙ logab

logamb = 1 logab
b0 = 1 b1 = a m

alog m= m
a MUDANÇA DE BASE
logcb
logab =
logca

28
AULAS EQUAÇÕES, INEQUAÇÕES E SISTEMAS
23 E 24 DE EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 19, 21, 22, 23 e 25

1. EQUAÇÕES LOGARÍTMICAS Exemplo:


1. Resolver a equação log2(9 – x) – log2(2x) = 0:
A seguir, serão estudadas as equações logarítmicas, ou
seja, aquelas nas quais a incógnita está envolvida no loga- Condição de existência:
ritmando ou na base do logaritmo. De modo geral, a maio-
9–x>0 x<9
ria das equações logarítmicas pode ser reduzida a uma das Ÿ
2x > 0 x>0
duas formas a seguir.
Portanto, 0 < x < 9.
1.1. Igualdade entre um Transpondo o termo log2(2x) para o outro membro da
logaritmo e um número real equação, tem-se:

loga(x) = b log2(9 – x) = log2(2x)

Utiliza-se então a definição do logaritmo: Como a função logarítmica é injetiva, pode-se escrever:
loga(x) = b log2 (9 – x) = log2 (2x) Ÿ 9 – x = 2x
b
Então a = x
9 = 2x + x

Exemplo: 9 = 3x
1. Resolver a equação log2(x – 2) = 3 x=3

Condição de existência: Como x = 3 satisfaz a condição de existência, o conjunto


x–2>0 solução é S = {3}.
x>2

Como loga b = c Ÿ ac = b: 1.3. Exemplos de equações


log2 (x – 2) = 3 Ÿ 23 = x – 2 Ÿ 8 = x – 2 Ÿ x = 10
logarítmicas
Os exemplos a seguir mostram como as propriedades estu-
Como 10 > 2, então o conjunto solução é S = {10}. dadas são aplicadas na resolução de equações logarítmicas.
1. log2 (x – 3) + log2 x = 2
1.2. Igualdade entre
Condição de existência: x – 3 > 0 e x > 0 Ÿ
logaritmos de mesma base Ÿ x > 3 e x > 0 Ÿ x > 3.
loga(x) = loga(y)
Há dois modos diferentes de resolução:
Como a função logarítmica é injetiva, pode-se dizer que, para
I. log2 (x – 3) + log2 x = 2 Ÿ
dois números reais quaisquer x1 e x2, segue que log(x1) Þ log(x2).
Assim, se loga (x) = loga (y), implica que x = y: Ÿ log2 [(x – 3)x] = 2

loga (x) = loga (y) Ÿ x = y Usando a definição de logaritmo:

É importante ressaltar que isso é válido somente se as bas- (x – 3)x = 22 Ÿ x2 – 3x – 4 = 0


es forem as mesmas. Se isso não ocorrer, é possível aplicar
a fórmula de mudança de base. x’ = 4 e x’’ = –1

29
II. log2 (x – 3) + log2 x = log2 22 Ÿ Verificação:
Ÿlog2 [(x – 3)x] = log2 4 x–1=2–1=1>0
x=2
Usando o fato de que a função logarítmica é injetiva:
1 + 2 · log10 (x – 1) = 1 + 2 · 0 = 1 > 0
(x – 3)x = 4 Ÿ x2 – 3x – 4 = 0
Portanto, 2 [ S.
D = 25 S = {2}.

x’ = 4 e x’’ = –1 4. logx – 1 4 = 2

Verificação: como a condição de existência é x > 3, então Condição de existência: x – 1 > 0 e x – 1 Þ 1 Ÿ


4 [ S e – 1 Ó S. Ÿx>1exÞ2
S = {4}. logx – 1 4 = 2 Ÿ (x – 1)2 = 4 Ÿ

2. log3 (x2 – 3x – 1) = 1 + log3 (x – 2) Ÿ x2 – 2x + 1 = 4 Ÿ x2 – 2x – 3 = 0


'= 16
Condição de existência: x2 – 3x – 1 > 0 e
x’ = 3 e x’’ = –1
x–2>0
log3 (x2 – 3x – 1) = 1 + log3 (x – 2) Ÿ Verificação:
x = 3: 3 > 1 e 3 Þ 2. Logo, 3 [ S.
Ÿ log3 (x2 – 3x – 1) = log3 3 + log3 (x – 2) Ÿ
x = –1: –1 < 1. Então, –1 Ó S.
Ÿ log3 (x2 – 3x – 1) = log3 [3(x – 2)] Ÿ
S = {3}.
Ÿ x2 – 3x – 1 = 3x – 6 Ÿ x2 – 6x + 5 = 0
5. log2 (log3 x) = 2
D = 16
Condição de existência: x > 0 e log3 x > 0
x’ = 5 e x’’ = 1 log2 (log3 x) = 2 Ÿ 22 = log3 x Ÿ log3 x = 4 Ÿ

Verificação: Ÿ 34 = x Ÿ x = 81

x2 – 3x – 1 = 25 – 15 – 1 = 9 > 0 Verificação: 81 > 0 e log3 81 = 4 > 0.


x=5 Então, 81 [ S.
x–2=5–2=3>0
S = {81}.
x2 – 3x – 1 = 1 – 3 – 1 = –3 < 0
x=1 6. log210 x – 3 · log10 x + 2 = 0
x – 2 = 1 – 2 = –1 < 0
Condição de existência: x > 0
Portanto, 5 [ S e 1 Ó S.
A equação pode ser escrita na forma:
S = {5}.
(log10 x)2 – 3 · log10 x + 2 = 0
3. log10 [1 + 2 log10 (x – 1)] = 0
Fazendo log10 x = y, tem-se:
Condição de existência: x – 1 > 0 e y2 – 3y + 2 = 0
1 + 2 . log10 (x – 1) > 0 D=1
log10 [1 + 2 · log10 (x – 1)] = 0 Ÿ y’ = 2 e y’’ = 1
Ÿ 100 = 1 + 2 · log10 (x – 1) Ÿ Como log10 x = y, então:
Ÿ 1 = 1 + 2 · log10 (x – 1) Ÿ
Ÿ 2 · log10 (x – 1) = 0 Ÿ log10 (x – 1) = 0 Ÿ log10 x = 2 Ÿ 102 = x Ÿ x = 100
Ÿ 100 = x – 1 Ÿ 1 = x – 1 Ÿ x = 2 log10 x = 1 Ÿ 101 = x Ÿ x = 10

30
Verificação: 100 > 0 e 10 > 0. Logo, 100 [ S e 10 [ S.
2. SISTEMAS DE EQUAÇÕES
S = {10, 100}.
LOGARÍTMICAS
7. 2 · log10 x = log10 4 + log10 3x São sistemas de equações que são resolvidos aplicando-se
Condição de existência: x > 0 e 3x > 0 Ÿ x > 0 as propriedades operatórias dos logaritmos.

2 · log10 x = log10 4 + log10 3x Ÿ Exemplo:


log10 x – log10 y = log10 2
Ÿ log10 x2 = log10 (4 · 3x) Ÿ x2 = 12x Ÿ 1. Resolva o sistema .
4x – y = 16
Ÿ x – 12x = 0 Ÿ x(x – 12) = 0
2
ƒ Condições de existência: x > 0 e y > 0
x’ = 0 e x’’ = 12 ƒ Preparação do sistema:
Verificação: como se deve ter x > 0, então 0 Ó S e 12 [ S. log10 x – log10 y = log10 2 Ÿ
S = {12}. log10 _xy = log10 2 Ÿ
()
8. log9 x + log27 x – log3 x = –1 Ÿ _xy = 2 Ÿ x = 2y
Condição de existência: x > 0 4x – y = 16 Ÿ 4x – y = 42 Ÿ x – y = 2
log9 x + log27 x – log3 x = – 1 ƒ Resolvendo o sistema:
Escrevendo os logaritmos na base 3: x = 2y
Ÿ 2y – y = 2 Ÿ y = 2
log3 x ______
log3 x x–y=2
_____ + – log3 x = –1
log3 9 log3 27 x = 2y Ÿ x = 2(2) Ÿ x = 4
Como log3 9 = 2 e log3 27 = 3, tem-se: ƒ Verificação: x = 4 > 0 e y = 2 > 0
log3 x _____
log x S = {(4, 2)}.
_____ + 3 – log3 x = – 1 Ÿ
2 3
3 · log3 x + 2 log3 x – 6 · log3 x ___
Ÿ _______________________
6
= –6 Ÿ
6 3. INEQUAÇÕES LOGARÍTMICAS
Ÿ 3 · log3 x + 2 · log3 x – 6 · log3 x = –6 Ÿ Considere as inequações a seguir:
Ÿ– log3 x = –6 Ÿ log3 x = 6 Ÿ 3 = x Ÿ6
ƒ log2x t log4(x – 1)2
Ÿ x = 729 ƒ ln (x2 – x) d e2
Verificação: 729 > 0 Ÿ 729 [ S ƒ log2(x) – 5 log(x) + 6> 0
S = {729}. Elas são exemplos de inequações logarítmicas. A seguir,
serão estudados três casos de inequações logarítmicas.
9. log2 (x + 7) – log2 (x – 11) = 2

Condição de existência:
3.1. Primeiro caso: inequações
x + 7 > 0 e x > -7 e
redutíveis a uma desigualdade
x – 11 > 0 Ÿ x > 11
de logaritmos de mesma base
log2 (x + 7) – log2 (x – 11) = 2 Ÿ Exemplo: logc a> logc b

(
Ÿ log2 _____
x – 11 )
x + 7 = 2 Ÿ 22 = _____
x+7 Ÿ
x –11
Para resolver essa inequação, é preciso relembrar como se
comporta uma função logarítmica de acordo com sua base.
x + 7 Ÿ 4x – 44 = x + 7 Ÿ
Ÿ ________ Considere uma função logarítmica:
x – 11
Ÿ 4x – x = 7 + 44 Ÿ 3x = 51 Ÿ x = 17 f(x) = logc (x), onde x> 0, c > 0 e c z 1.
Se a base c for maior que 1, a função logarítmica será
Verificação: como 17 > 11, então 17 [ S.
crescente. Considerando dois valores a e b positivos, em
S = {17}. que b > a, tem-se:

31
Assim, a condição de existência é 1 < x < 3 (I).
ƒ Agora, como a base é maior que 1, tem-se:
loga (x – 1) d loga(3 – x) Ÿ x – 1 d 3 – x
2x d 4

logcb > logca Ÿ b > a x d 2 (II)


A solução deve estar contida no intervalo
Como a função logarítmica f(x) = logc(x) é injetora, pode-se
1 < x < 3; portanto:
afirmar que, se logcb > logca, necessariamente segue que
b > a, ou seja, o sinal de desigualdade se mantém.
No entanto, se a base c for menor que 1, a função loga-
rítmica será decrescente. Novamente, considerando dois
valores a e b positivos, onde b > a, tem-se:
Assim, o conjunto solução S do problema é:
S = {x  R | 1 < x d 2}
log__21 (3x – 12) > log__21 (9)

ƒ Em primeiro lugar, calcula-se a condição de existência


do logaritmo:
3x – 12 > 0 Ÿ 3x > 12 Ÿ x > 4 (I)
ƒ Agora, como a base é __1, o sentido da desigualdade
2
inverte:

log__21 (3x – 12) > log__21 (9) Ÿ 3x – 12 < 9


logcb < logca Ÿ b > a 3x < 21

Nesse caso, é possível concluir por meio do gráfico da função x < 7 (II)
logarítmica que, se logcb < logca, necessariamente segue Realizando a intersecção dos intervalos (I) e (II), encon-
que b > a, ou seja, o sinal de desigualdade inverte. tra-se o conjunto solução:
Resumindo, tem-se:
Se c > 1: logcb > logca Ÿ b > a (o sinal se mantém)
Se 0 < c < 1: logcb > logca Ÿ b < a (o sinal inverte)

S = {x  R | 4 < x < 7}
Aplicação do conteúdo
1. Encontre o conjunto solução das seguintes inequa-
ções logarítmicas:
3.2. Segundo caso: inequações
redutíveis a uma desigualdade entre
loga (x – 1) ≤ loga (3 – x) com a > 1 um logaritmo e um número real
ƒ Em primeiro lugar, deve-se sempre considerar a Exemplo: logca d k
condição de existência dos logaritmos, na qual o loga-
Para resolver esse tipo de inequação logarítmica, deve-se
ritmando deve ser positivo:
transformá-la em uma inequação do 1.º caso. Para isso, é
x–1>0Ÿx>1 e 3–x>0Ÿx<3 utilizada uma propriedade dos logaritmos:

32
k = logb(bk), para k  R, b  R, b > 0 e b z 1

É possível provar que essa propriedade é válida por meio


da propriedade dos logaritmos de potências:
logb(bk) = k logb (b) = k ˜ 1 = k
Depois de reescrita, a inequação deve ser resolvida da ma- S = {x  R | –2  x d –1 ou 1 d x < 2}
neira demonstrada anteriormente.
3. Qual o intervalo de x, no qual a função f(x) = ln (2x – 5)
é negativa?
Aplicação do conteúdo
ƒ Calculando a condição de existência:
1. Resolva a inequação log2(15 – x) d 3.
2x – 5 > 0 Ÿ x > __5 (I)
ƒ Como sempre, calcula-se em primeiro lugar a condição 2
de existência: ƒ Para a função ser negativa, segue que f(x) < 0, portanto:
15 – x > 0 Ÿ x < 15 (I) ln(2x – 5) < 0
ƒ Em seguida, deve-se reescrever o segundo membro da ln(2x – 5) < ln(e)0 Ÿ ln(2x – 5) < ln1
inequação como um logaritmo e resolver a inequação:
Como o número e, base do logaritmo natural, é um núme-
3 = log2(23) = log28 ro irracional maior que 1, tem-se:
log2(15 – x) d log28 ln(2x – 5) < ln1 Ÿ 2x – 5 < 1
15 – x d 8 x < 3 (II).
ƒ x t 7 (como a base é maior que 1, o sentido da desi- Por fim, pode-se calcular o conjunto solução S:
gualdade se mantém) (II)
Por fim, calcula-se a intersecção dos intervalos (I) e (II) para
encontrar o conjunto solução:

S = {x  R | 5/2 < x < 3}

S = {x  R |7 d x < 15}
3.3. Terceiro caso: inequações
2. Resolva a inequação log (4 – x2) t –1.
1
__
3 que utilizam substituição por
ƒ Impondo a condição de existência, tem-se: uma incógnita auxiliar
4 – x2 > 0 Ÿ –2 < x < 2 (I) De modo a facilitar sua manipulação algébrica, algumas
inequações exigem uma substituição de variável. Como no
ƒ Reescrevendo o segundo membro da inequação como
segundo caso, a ideia é reduzir a inequação a uma inequa-
um logaritmo e substituindo na inequação:
ção do 1.º caso. Observe a seguir um exemplo desse tipo
[( ) ]
–1
– 1 = log__31 __1 = log__31 3 de inequação:
3
log3 (4 – x2) t log__31 3
__1
Aplicação do conteúdo
4 – x2 d 3 (como a base é um número entre 0 e 1, o sentido
da desigualdade inverte). 1. Encontre o conjunto solução da inequação

1 ≤ x2 log22(x – 1) – log2 (x – 1) – 6 d 0.
x2 – 1 $ 0
ƒ Calculando a condição de existência:
Resolvendo a inequação do segundo grau, tem-se: x d – 1
x – 1 > 0 Ÿ x > 1 (I)
ou x > 1 (II).
ƒ Realizando a seguinte substituição de incógnita:
Portanto, o conjunto solução é a intersecção dos intervalos
(I) e (II): log2(x – 1) = k

33
Dessa maneira, tem-se a seguinte inequação do segundo Também é possível escrever como:
grau: k2 – k – 6 d 0.
log2 (x – 1) t –2
ƒ Resolvendo a inequação em k:
log2 (x – 1) d 3
k2 – k – 6 d 0
Resolvendo cada inequação, tem-se:
Raízes: k1 = –2 e k2 = 3.
log2(x – 1) t log2(2–2) Ÿ x – 1 t 2–2 Ÿ x t __5
4
Concavidade.
log2 (x – 1) d log2 23 Ÿ x – 1 d 23 Ÿ x d 9

Portanto, __5 d x d 9 (II).


4
Realizando a intersecção dos intervalos (I) e (II), encontra-
-se o conjunto solução S:

Portanto, a solução em k da inequação é –2 d k d 3.


ƒ Retornando à variável original, onde k = log2 (x – 1), S = {x  R | 5/4 d x d 9}
tem-se:
–2 d log2(x – 1) d 3

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
A Habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de
gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Um engenheiro projetou um automóvel, cujos vidros das portas dianteiras foram desenhados de forma que
suas bordas superiores fossem representadas pela curva de equação y = log(x), conforme a figura.

34
A forma do vidro foi concebida de modo que o eixo x sempre divida ao meio a altura h do vidro e a base do vidro seja
paralela ao eixo x. Obedecendo a essas condições, o engenheiro determinou uma expressão que fornece a altura h do
vidro em função da medida n de sua base, em metros.

A expressão algébrica que determina a altura do vidro é:

( ) ( )
_____ _____
+ √n2 + 4 – log n__________
a) log n__________ – √n2 + 4 .
2 2

b) log 1 + __n – log 1 – __n .


( ) ( )
2 2

c) log 1 + __n + log 1 – __n .


( ) ( )
2 2

( )
_____
n + √n2 + 4 .
d) log __________
2

( )
_____
n + √n2 + 4n .
e) 2 log __________
2

Análise expositiva - Habilidade 25: A questão exige que o aluno seja capaz de interpretar os dados
E fornecidos pelo gráfico para a sua resolução.
Montando o sistema:
log (k + n) = __h
2
log k = -- __h
2
2 log (k + n) = h
2 log k = h
Segue que:
log (k + n) = –log k
log (k + n) + log k = 0
log (k² + kn) = 0
k² + kn = 1
k² + kn – 1 = 0 _______ h = 2 log (k + n)
[–n + √ (n² + 4n)]
Resolvendo essa equação do 2.º grau, resulta que k = _____________ ; assim, .
( )
_____
2 n + √n2 + 4n
2 log __________
Alternativa E 2

35
DIAGRAMA DE IDEIAS

LOGARITMOS

SISTEMAS INEQUAÇÕES

SÃO RESOLVIDOS 1º CASO


EQUAÇÕES DESIGUALDADE DE
APLICANDO AS
PROPRIEDADES MESMA BASE
OPERATÓRIAS
logcb > logca
IGUALDADE

SE c > 1 b > a (sinal mantém)


SE 0 < c < 1 b < a (sinal inverte)
LOGARITMO E LOGARITMOS DE
NÚMERO REAL MESMA BASE 2º CASO
DESIGUALDADE ENTRE UM
LOGARITMO E UM NÚMERO
loga(x) = b loga(x) = loga(y)
3º CASO
SUBSTITUIÇÃO POR UMA
x=y INCÓGNITA AUXILIAR

logCa ≤ k

TRANSFORMAR NO
1º CASO, UTILIZANDO A
SEGUINTE PROPRIEDADE

36
AULAS FUNÇÕES LOGARÍTMICAS
25 E 26
3, 4, 5, 19, 20, 21,
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES:
22, 23, 24, 25 e 26

1. FUNÇÃO LOGARÍTMICA É importante lembrar que, se f –1(x) é função inversa de


f(x), segue que f[f–1(x)] = x; como a função logarítmica é a
Para todo número real positivo a Þ 1, a função exponen- inversa da função exponencial, tem-se:
cial f: R o R*, x
+ f(x) = a é uma correspondência biunívoca
aloga x = x e loga (ax) = x para todo x [ R
entre R e R+*. Ela é crescente se a > 1, decrescente se
0 < a < 1 e tem a seguinte propriedade: Assim, loga x é o expoente ao qual se deve elevar a base a
f(x1 + x2) = f(x1) · f(x2), ou seja ax1 + x2 = ax1 · a x2 para obter o número x, ou seja, y = loga x œ ay = x, como
já foi visto.
Essas considerações garantem que f possui uma função inversa. As funções logarítmicas mais usadas são aquelas cuja base
a é maior do que 1. Particularmente, as de base 10 (logarit-
mos decimais), as de base 2 (logaritmos binários) e as base
Nota e (logaritmos naturais).
Dizer que f(x) é uma correspondência biunívoca é o São exemplos de função logarítmica as funções de R*+ em
mesmo que dizer que f é uma função bijetiva. R definidas por:
ƒ f(x) = log2 x

2. DEFINIÇÃO DA FUNÇÃO ƒ g(x) = log10 x = log x


ƒ h(x) = loge x = ln x
LOGARÍTMICA ƒ i(x) = log x
A inversa da função exponencial de base a é a função
f: R*+ oR, que associa a cada número real positivo x o
número real loga x, denominado logaritmo de x na base a, 3. GRÁFICO DA FUNÇÃO
com a > 0 e a Þ 1.
LOGARÍTMICA
Observe que f: R o R*, x
+ dada por f(x) = a , tem a proprieda-
Observe os seguintes gráficos de função logarítmica:
de f(x1 + x2) = f(x1) · f(x2), ou seja, ax1 + x2 = ax1 · a x2. A sua in-
versa g: R*+ o R, dada por g(x) = logax, tem a propriedade f(x) = log2 x
g(x1 · x2) = g(x1) + g(x2), isto é, loga (x1 · x2) = loga x1 + loga x2.
x __1 __1 1 2 4
4 2
y = f(x) –2 –1 0 1 2

Domínio da função logarítmica: R*+


Imagem da função logarítmica: R

37
f(x) = log x ƒ A função logarítmica é ilimitada, superior e inferior-
mente. No caso de a > 1 ser ilimitada superiormente,
x __1 __1 1 2 4 significa que se pode dar a loga x um valor tão grande
4 2
quanto se queira, desde que tomemos x suficiente-
y = f(x) 2 1 0 –1 –2 mente grande.
ƒ Ao contrário da função exponencial f(x) = ax com
a > 1, que cresce rapidamente, a função logarítmica
loga x com a > 1 cresce muito lentamente. Por exemplo,
se log10 x = 1.000, então x = 101000. Assim, se quisermos
que log10 x seja maior do que 1.000, será preciso tomar
um número x que tenha pelo menos 1.001 algarismos;
ƒ A função logarítmica é injetiva, pois números po-
sitivos diferentes têm logaritmos diferentes. Ela é
também sobrejetiva, pois, dado qualquer número
real b, existe sempre um único número real positi-
vo x tal que loga x = b. Portanto, ela é bijetiva (há
uma correspondência biunívoca entre R*+ e R).

Observe a seguir o gráfico da função exponencial g(x) = 10x e


da função logarítmica f(x) = log(x). Veja a simetria em relação Exemplos:
à reta h(x) = x, pois f(x) e g(x) são funções inversas: 1. Encontre o domínio da função

f(x)=logx − 2(3x − 12)

Pelas condições de existência dos logaritmos, tem-se:


Logaritmando:
3x − 12 > 0
x > 4 (I)
Base:
x−2>0
x > 2 (II)
Como consequência da definição de função logarítmica e Fazendo a intersecção de (I) e (II):
da análise dos gráficos, é possível concluir que:
(I) ˆ (II): x > 4
ƒ O gráfico da função logarítmica passa pelo ponto (1,0),
isto é, f(1) = 0, ou, ainda, loga 1 = 0. O domínio de f(x) é : {xR | x>4}

ƒ O gráfico nunca toca o eixo y nem ocupa pontos dos 2. Dada f(x) = 2 log(500x) e g(x) = log(x ∙ 5
__ )
6
quadrantes II e III, pois seu domínio é R*.
+
calcule fog(120).
ƒ Quando a > 1, a função logarítmica é crescente (x1 > x2
œ loga x1 > loga x2). Calculando g(120):

ƒ Somente números positivos possuem logaritmo real, g(120) = log(120 ∙ __5) = log(100) = 2
6
pois a função x o ax assume somente valores positivos. Logo:
ƒ Se a > 1, os números maiores do que 1 têm fog(120) = f(g(120)) = f(2) = 2 log(500 ∙ 2) Ÿ
logaritmo positivo, e os números compreendidos entre
0 e 1 têm logaritmo negativo. fog(120) = 2 log(1000) = 2 ∙ 3 = 6

ƒ Se 0 < a < 1, os números maiores do que 1 têm loga-


ritmo negativo, e os números compreendidos entre 0 e
1 têm logaritmo positivo.

38
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO
LOGARÍTMICA

GRÁFICO FUNÇÃO INVERSA DA


FUNÇÃO EXPONENCIAL
a>1
f(x) = logax
f(x) = y = logax
Y

ay = x

f:R R*+

X
NUNCA TOCA
O EIXO Y
0<a<1
f(x) = logax
Y

39
TRIGONOMETRIA E ARITMÉTICA: Incidência do tema
nas principais provas

Cada vez mais, o Enem apresenta questões O vestibular para o ingresso na USP exigirá
sobre trigonometria, elevando o grau de dos seus candidatos amplo conhecimento em
dificuldade em cada prova, e questões sobre trigonometria e questões com matemática
matemática financeira são tradicionais. financeira.

Geralmente, aborda questões trigonométricas, Em sua segunda fase, ocorrerá algu- Aplicar juros compostos e simples é
de maneira clara e até mesmo associadas à ma questão elevada com os conceitos fundamental, oscilando de questões simples
geometria plana, também podendo ocorrer trigonométricos abordados neste caderno, e até elevadas, não faltando questões de
juros simples e compostos. questões sobre matemática financeira têm trigonometria.
baixa incidência.

Com temas próximos à Unesp, a prova da Questões contextualizadas sobre trigono- Por possuir um vestibular tradicional, exigirá O processo seletivo exigirá conhecimento em
Einstein possui questões de mediano grau de metria com alto nível de dificuldade são habilidade em trigonometria, e questões trigonometria, com questões contextualizadas
dificuldade em trigonometria e matemática encontradas nesse processo seletivo. Saber contextualizadas serão cobradas. e tradicionais. Juros simples e compostos
financeira com baixa incidência. auxiliar essa área com geometria plana ou possuem incidência menor nessa prova.
espacial é fundamental.

UFMG

Por meio de situações do cotidiano, a prova Trigonometria não será cobrada em questões Pode ocorrer na prova conceitos trigonomé-
exigirá boa resolução em matemática financei- de geometria e dinâmica. Podemos encontrar tricos aliados à geometria plana. Deve-se
ra. É de extrema importância o conhecimento também questões de juros simples e ter conhecimento amplo em matemática
em trigonometria. compostos. financeira.

Pode oscilar dentro da trigonometria, trazendo Essa prova tem alta incidência em trigono- A Faculdade Souza Marques pode trazer ao
questões fáceis e elevadas. Realizar arco duplo metria. Questões contextualizadas de juros seu candidato questões contextualizadas e
é de extrema importância para essa prova. podem aparecer. com um grau de dificuldade alto em trigono-
metria. Juros simples e compostos possuem
baixa incidência.

41
AULAS JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
17 E 18
COMPETÊNCIA: 5 HABILIDADES: 21 e 23

1. PORCENTAGEM esse indivíduo deverá devolver depois de certo período, além


dos R$ 200,00 um valor denominado juro. Se outra pessoa
Já foi visto que uma razão centesimal é definida como uma for contemplada com R$ 1.000,00 de empréstimo, os juros
razão em que o denominador é 100: pagos por essa pessoa naturalmente serão maiores que os
1 o ___
___ 10 o ___25 o ___
50 o ___ 75 juros pagos pela primeira. Os juros pagos devem ser, então,
100 100 100 100 100 proporcionais ao capital, justificando o uso das porcentagens.
Uma razão percentual pode ser representada também na A taxa de juros i (do inglês “interest”) é utilizada para cal-
forma decimal ou como taxa: cular a quantidade de juros J gerada sobre o capital C em
1 = 0,01 = 1%
___ certo período de tempo, podendo ser ao dia (a.d.), ao mês
100 (a.m.) ou ao ano (a.a.). Os juros em um período de tempo
10 = 0,1 = 10%
___ são calculados da seguinte maneira:
100
25 = 0,25 = 25%
___ J=C·i
100
50 = 0,5 = 50% No caso de um empréstimo, o valor total a ser pago é
___
100 chamado de montante (M) e é calculado pela soma do
75 = 0,75 = 75%
___ capital com os juros:
100
M=C+J
A porcentagem p de um valor é dada pelo produto entre a
Observe que:
taxa i e o principal P:
J=C·i
p=i·P
Por exemplo: M = C + J Ÿ M = C + C · i Ÿ M = C(1 + i)

20 = 10% · 200 (lemos “20 é 10 por cento de 200”) O fator (1 + i) é, então, o fator de atualização do capital
para se obter o montante.
Foi visto também que um aumento percentual pode ser
calculado facilmente por meio do fator de atualização Aplicação do conteúdo
f, em que:
1. Se um banco cobra 10% de juros ao mês sobre em-
f = (1 r i) préstimos, quanto deverá ser pago no final de um mês
no caso de um empréstimo de R$ 5.000,00?
Um valor A é atualizado para outro valor B da seguinte maneira:
Resolução:
B = f ·A
Devem ser calculados os juros a serem pagos ao final de
ƒ Para aumentar o valor A e obter B, tem-se: um mês:
B = (1 + i ) · A J = 10% · 5000,00 = 500,00
ƒ Para diminuir o valor A e obter B, tem-se: Assim, o montante a ser pago será de M = 5.000,00 + 500,00
B = (1 – i ) · A = 5.500,00 reais.

2. JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS


2. Ao pagar R$ 10.500,00 ao banco depois de um mês
por um empréstimo de R$ 10.000,00, qual a taxa de ju-
ros a.m. aplicada?
As porcentagens são muito utilizadas em cálculos financei-
ros. Considere que um banco conceda um empréstimo de Resolução:
R$ 200,00 para um indivíduo (valor denominado capital); O valor total pago pode ser calculado da seguinte maneira:

42
M = C(1 + i) i = 0,05 = 5%
10.500 = 10.000(1 + i) Assim, a taxa de juros aplicada foi de 5% ao mês.
1 + i = 1,05

VIVENCIANDO

No atual sistema econômico, a Matemática Financeira possui diversas aplicações. Algumas situações estão presentes
no dia a dia das pessoas, como compras no crediário ou com cartão de crédito, financiamentos de casa e carros,
realizações de empréstimos, investimentos em bolsas de valores, entre outras. Se você, por exemplo, ao receber seu
salário, separar um valor e poupá-lo, sem a utilização de uma poupança, o valor permanecerá o mesmo daqui a um
ano. Contudo, se a mesma quantia for colocada em uma Poupança, no final de um ano o valor terá aumentado. Da
mesma forma, caso você peça empréstimo ao banco, no final de um ano o valor a ser pago será maior. Por quê? Por
causa dos juros, que estão constantemente presentes no cotidiano.

2.1. Juros simples É necessário cuidado na resolução de problemas envolven-


do juros, pois a taxa deve ser compatível com o período de
Um capital aplicado a um regime de juros simples (também tempo considerado. Se a taxa de juros for, por exemplo, 2%
denominado regime de capitalização simples) possui ao mês, e se deseja calcular os juros em 1 ano, deve-se
seus juros calculados sempre em relação à quantia inicial. considerar o período de tempo como 12 meses.
Ou seja, os juros gerados em cada período são sempre iguais.
Se um capital C é aplicado em regime de juros simples à Aplicação do conteúdo
taxa de juros i, tem-se: 1. Um capital no valor de R$ 2.000,00 foi aplicado a
juros simples de 0,5% ao dia. Qual o montante gerado
Após 1 período de tempo: J1 = C · i em dois meses?
Após 2 períodos de tempo: J2 = C · i
Resolução:
...
Após t períodos de tempo: Jt = C · i Como se passaram 2 meses, tem-se que t = 60 dias. Logo,
Somando todos os juros acumulados, tem-se: os juros gerados foram de:

J = C · i + C · i + ... + C · i = C · i · t J = 0,5% ∙ 60 ∙ 2.000


t VEZES J = 600,00

Assim, a quantidade de juros acumulados em t períodos é: Assim, o montante total é de M = 2.000 + 600 = 2.600,00 reais.

J=C·i·t 2. Um capital de R$ 600,00, aplicado à taxa de ju-


ros simples de 20% ao ano, gerou um montante de
Logo, o montante após t períodos pode ser calculado so- R$ 1.080,00 depois de certo tempo. Qual foi esse tempo?
mando o capital com os juros:
Resolução:
M = C + C · i · t = C(1 + i · t)
1080 – 600 = 480 (juros obtidos após todo o período
Observe que o cálculo de juros nada mais é do que um de aplicação)
cálculo de variação percentual. O capital é multiplicado por
?% de 600 = 480
(1 + i) para se obter o montante, pois há um aumento per-
centual. Nos juros simples, em cada período é gerado C ∙ i . ___ 80 = 80% (porcentagem do rendimento)
480 = ___
600 100
Como se passaram t períodos de tempo, foi gerado no total
um juros no valor de C · i · t. Como 80 : 20 = 4, o tempo de aplicação foi de 4 anos.

43
2. O capital de R$ 2.000,00, aplicado a juros compostos,
2.2. Juros compostos rende, depois de 4 meses, juros de R$ 165,00. Qual foi a
Atualmente, o regime de capitalização mais utilizado é o taxa de juros mensal?
de juros compostos. Nele, os juros são aplicados sempre ao Resolução:
montante do período imediatamente anterior. Dessa forma,
os juros gerados em cada período são cada vez maiores. C: 2000
t: 4 meses
Se um capital C é aplicado a juros compostos à taxa de j: 165
juros i, tem-se: M: 2165 = 2000 + 165
Montante após 1 período: i: ?
M1 = C(1 + i) M = C(1 + i)t Ÿ 2165 = 2000(1 + i)4 Ÿ
Montante após 2 períodos: 2165 Ÿ (1 + i)4 = 1,0825 Ÿ
Ÿ (1 + i)4 = ____
M2 = M1 · (1 + i) = C(1 + i)(1 + i) = C(1 + i)2 2000
______
Montante após 3 períodos: Ÿ 1 + i = 4√1,0825 Ÿ 1 + i = 1,02005981 Ÿ
M3 = M2 · (1 + i) = C(1 + i)²(1 + i) = C(1 + i)³ Ÿ i = 0,020015981 o 2,0015981%
... Portanto, a taxa de juros foi de aproximadamente 2% ao mês.
Montante após t períodos: Mt = C(1 + i)t
Portanto, se um capital C é aplicado a juros compostos à taxa 3. Qual deve ser o tempo para que a quantia de R$ 30.000,00
gere o montante de R$ 32.781,81, quando aplicada a taxa de
de juros i por t períodos de tempo, o montante M final será de:
3% ao mês, no sistema de juros compostos?
M = C(1 + i)t Resolução:
A principal característica do regime em juros compostos é C: 30.000
seu crescimento exponencial. M: 32.781,81
Observe uma comparação do mesmo capital de R$ 100,00 aplica- i: 3% ao mês (0,03)
do a 10% ao mês sob regime de juros simples e juros compostos: t: ?

M = C (1 + i)t Ÿ (1 + i)t = __
C
Tempo (em Montante a Montante a juros 32.781,81
t ________
meses) juros simples compostos
Ÿ(1,03) = Ÿ (1,03)t = 1,092727 Ÿ
30.000
log 1,092727
0 100,00 100,00
Ÿ t = log1,03 1,092727 = ___________ = 3
log 1,03
1 110,00 110,00
O tempo deve ser de 3 meses.
2 120,00 121,00

3 130,00 133,10

4 140,00 146,41

Aplicação do conteúdo
1. Quanto receberá de juros, no fim de um semestre,
uma pessoa que investiu, a juros compostos, a quantia
de R$ 6.000,00 a taxa de 1% ao mês?
Resolução:
multimídia: livros
C: 6000 Uma História Sobre o Ensino de Juros
t: 1 semestre = 6 meses A partir de uma investigação sobre
o ensino de juros presente em livros
i: 1% (0,01) ao mês
didáticos de Matemática durante o século
M = 6000 ∙ (1,01)6 = 6369,120904 XIX, considera-se que a matemática
1 + 0,01 escolar do período dava ênfase ao
ensino desse conteúdo devido ao caráter
Considere M = 6369,12 e comercial, que permeava a sociedade,
j = 6369,12 – 6000,00 = 369,12 reforçando a interferência da política e da
economia sobre a educação.
Logo, a pessoa receberá R$ 369,12 de juros.

44
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

No decorrer da história da humanidade, o homem notou que o dinheiro perdia valor de acordo com o tempo; assim,
deveria ser realizada a correção monetária, aumentando o poder de compra do capital. A ideia de juros pode ser
atribuída aos primeiros indícios de civilizações existentes. Fatos históricos relatam que, na Babilônia, comerciantes
emprestavam sementes aos agricultores, que, ao colherem a plantação, pagavam as sementes emprestadas mais
uma determinada parte da colheita, isto é, pagavam com juros.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Um empréstimo foi feito à taxa mensal de i%, usando juros compostos, em oito parcelas fixas e iguais a P.
O devedor tem a possibilidade de quitar a dívida antecipadamente a qualquer momento, pagando para isso o valor
atual das parcelas ainda a pagar. Após pagar a 5.ª parcela, resolve quitar a dívida no ato de pagar a 6.ª parcela.
A expressão que corresponde ao valor total pago pela quitação do empréstimo é:

a) d)

[ ] [( ]
1
P 1 + _________ 1
+ __________ 1
P _________ 1
+ __________ 1
+ __________
( i
) ( ) i
) ( 2i
) (1 + 3i )
2
1+ ____ 1+ i
____ 1+ ____ 1+ ____ ____
100 100 100 100 100
b) e)

[ 1+
1
P 1 + _________
( i
____
100
1
+ __________
) (1 + 2i 2
____
100 ) ] [(1+
1
P _________
i
____
100
1+
1
+ __________
) ( i
____
100
2
1
+ __________
) ( 1+ i
____
100
3
)]
c)

[ 1+
1
P 1 + _________
( i
____
100
2
1
+ __________
) ( 1+ i 2
____
100 )]

45
Análise expositiva - Habilidade 21: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema
A do cotidiano e utilizar seus conhecimentos para modelar e resolver problemas a partir da aplicação de
expressões algébricas.
Calculando:
Parcela = P
Para quitar a dívida na sexta parcela, o valor a ser pago deve ser igual a:

(
1+
P
P + __________
100
i
____
) (
1+
P
+ __________
100
i
____ 2
1+[1
= P 1 + _________
) i
____
100
1
+ __________
( 1+ i 2
____
100 ) ( ) ]
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

JUROS

SIMPLES COMPOSTOS

CÁLCULO SOBRE A CÁLCULO SOBRE O


QUANTIA INICIAL MONTANTE DO PERÍODO

J=C∙i∙t
M = C (1 + i)t
M = C (1 + i ∙ t)

J: JUROS
C: CAPITAL INICIAL
i: TAXA DE JUROS
t: PERÍODO

46
AULAS CONCEITOS TRIGONOMÉTRICOS
19 E 20
COMPETÊNCIAS: 2e3 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9 e 14

1. ARCOS E ÂNGULOS 2. UNIDADES PARA MEDIR ARCOS


Antes dos estudos dos conceitos trigonométricos, é impor- DE CIRCUNFERÊNCIA (OU ÂNGULOS)
tante recordar alguns conceitos já conhecidos da geome-
tria plana: As unidades mais utilizadas na medição de arcos de circun-
ferência (ou ângulos) são o grau e o radiano.
ƒ Arco geométrico: é uma das partes da circunferên-
cia delimitada por dois pontos (incluindo os pontos). ƒ Grau: quando uma circunferência é dividida em 360
Quando os dois pontos coincidem, tem-se um arco partes congruentes, cada uma dessas partes é um arco
nulo ou arco de uma volta. de um grau (1º).
p
Considere o arco AB , que vai de A para B no sentido an-
ti-horário:

ƒ Arco e ângulo central: todo arco de circunferência


possui um ângulo central que o subtende.
p p
ARCO AB DE 90º ARCO AB DE 180º
(UM QUARTO DE VOLTA) (MEIA VOLTA)

p p
ARCO: CD ARCO: AB p p
^ ^ ARCO AB DE 270º ARCO AB DE 360º
ÂNGULO CENTRAL: C O D ÂNGULO CENTRAL: A O B (TRÊS QUARTOS DE VOLTA) (UMA VOLTA OU NULO)

ƒ Comprimento da circunferência de raio r: C = 2pr. ƒ Radiano: um arco de radiano (1 rad) é um arco cujo
comprimento retificado é igual ao raio da circunferên-
ƒ Comprimento de medida de arco: a medida de cia. Isso deve ser interpretado da seguinte maneira: se
um arco é a medida do ângulo central que o subtende, houver um ângulo central de medida 1 radiano, então
independentemente do raio da circunferência que con- ele subtenderá um arco de medida 1 radiano (lembre
tém o arco. Geralmente, são utilizadas unidades como que a medida do arco é igual à medida do ângulo) e
o grau e o radiano para medir arcos. O comprimento do comprimento de 1 raio. Se houver um ângulo central de
arco é a medida linear do arco, sendo usadas unidades medida 2 radianos, então ele subtenderá um arco de
como “metro”, “centímetro”, etc. medida 2 radianos e comprimento de 2 raios.
ƒ Relação entre o comprimento ℓ e a medida a Se houver um ângulo central de medida x radianos, então
(em graus) do arco: ele subtenderá um arco de medida x radianos e compri-
a ·2pr, pois ___
2pr = __
ℓ mento de x raios. Assim, ø = xr, se a medida x do arco for
ℓ = ___
360 360 a dada em radianos.

47
Nota
Considerando que um arco de 180º mede p rad,
é possível realizar a conversão de unidades usando
uma regra de três simples. Entretanto, é recomendá-
vel fazer as conversões entre grau e radiano mental-
mente, sem recorrer à regra de três. Esse procedimen-
COMPRIMENTO DO ARCO AB = COMPRIMENTO DE OA (R) OU M( AB ) = 1 RAD
p p p
to é muito simples se for observado que:
p rad.
ƒ 90º é __1 de 180º, logo, é __1 de p rad o 90º = __
2 2 2
2.1. Relação entre as p rad.
ƒ 30º é __1 de 180º, logo, é __1 de p rad o 30º = __
6 6 6
unidades para medir arcos 1 1 p
ƒ 60º é __ de 180º, logo, é __de p rad o 60º = __ rad.
Como cada arco de comprimento ø = r tem medida de 1 3 3 3
rad, pode-se afirmar que o arco correspondente à circun- p rad.
ƒ 45º é __1 de 180º, logo, é __1 de p rad o 45º = __
ferência, cujo comprimento é 2 pr e tem medida 2 p rad. 4 4 4
Você pode (e deve) memorizar essas relações para
a)
agilizar as conversões.
Observe mais uma: 120º é o dobro de 60º; assim, 120º
p rad = ___
= 2 · __ 2p rad.
3 3

p
Aplicação do conteúdo
AB : arco de 360º ou arco de 2p rad.
1. Converta 30º em radianos.
b)
Resolução:

grau radiano
180 p
30 x
6
p Ÿ 6x = p Ÿ x = __
180 = __
Ÿ ___ p rad
x
( )
AB : arco de 90º ____
p

4
2p rad.
360º ou arco de ___
4
30
1
p rad.
6

Assim, 30º = __
c) 6
3p rad em graus.
2. Escreva ___
4
Resolução:

grau radiano
180 p
p
( )
2
2p rad.
360º ou arco de ___
AB : arco de 180º ____
2
x 3p
___
4
d)
180 = ___
Ÿ ___ p Ÿ ___
180 = __
4 Ÿ 4x = 540 Ÿ x = 135º
x 3p
___ x 3
4
3p rad = 135º.
Assim, ___
4
3. Transforme 18º30’ em radianos.

Resolução:
p

4( ) 3p rad.
AB : arco de 270º __3 de 360º ou arco de ___
2 Os graus dados devem ser transformados em minutos:

48
1º = 60’ a) 120º

18º 30’ = 18 . 60’ + 30 = 1080’ + 30’ = 1110’ Resolução:


p = ___
120º = 2 · 60º = 2 · __ 2p
180º = 180 . 60’ = 10800’ 3 3
b) 330º
minuto radiano Resolução:
10800 p
330º = 11 · 30º = 11 · π__ = 11π
____
6 6
1110 x
c) 225º
p Ÿ ___
10800 = __
Ÿ _____ pŸ
360 = __ Resolução:
1110 x 37 x p = ___
225º = 5 · 45º = 5 · __ 5p
4 4
37p
Ÿ 360x = 37p Ÿ x = ____
360 d) 15º

37p rad. Resolução:


Assim, 18º 30’ = ____ p = ___
p
360 15º = __1 · 30º = __1 · __
2 2 6 12
5p rad em graus.
4. Converta ___
16 e) 90º

Resolução: Resolução:
p
90º = __1 · 180º = __1 · p = __
2 2 2
grau radiano
p 7p
180 f) ___
6
x 5p
___ Resolução:
16 7p = 7 · 30º = 210º
___
6
Ÿ ___ p Ÿ ___
180 = ___ 180 = ___
16 Ÿ 16x = 900 Ÿ x = 56,25º
7p
x 5p
___ x 5 g) ___
16 4
Resolução:
7p = 7 · 45º = 315º
___
Como x = 56,25°, deve-se transformar a fração do grau
4
( 4 )
0,25 ou __1 em minutos:
4p
h) ___
0,25 · 60’ = 15’ ou __1 de 60’ = 15’ 3
4 Resolução:
5p rad = 56º 15’.
Assim, x = 56º 15’, ou seja, ___ 4p = 4 · 60º = 240º
6 ___
3
5. Transforme:
5p
i) ___
a) 1 rad em graus 9
Resolução:
Resolução: 5p = 5 · ____
___ 180º = 5 · 20º = 100º
___ p Ÿ px = 180 Ÿ
180 = __ 9 9
x 1
2p
180
___
x p = 180
____ |57,3º ou 57º18’ j) ___
3,14 3
Resolução:
Portanto, 1 rad | 57º 18’. 2p = 2 · 60º = 120º
___
3
b) 1 grau em radianos
7. Qual é a medida, em radianos, de um arco de 20 cm
Resolução: de comprimento contido numa circunferência de raio
8 cm?
p Ÿ 180x = p Ÿ
180 = __
___
1 x Resolução:
p 3,14
x = ___ = ____ |0,017 rad ø = 20 cm; r = 8 cm
180 180
a = __ør = ___
20 = 2,5 rad
Assim, 1º | 0,017 rad. 8
ou
6. Em cada item, transforme em radianos ou em graus 8 cm = _____
____ 20 cm Ÿ x = ___
20 = 2,5 rad
sem usar regra de três: 1 rad x rad 8

49
8. Qual é o comprimento de um arco correspondente a
um ângulo central de 60º contido numa circunferência 3. CIRCUNFERÊNCIA UNITÁRIA OU
de raio 1 cm?
CIRCUNFERÊNCIA TRIGONOMÉTRICA
Resolução:
A circunferência orientada cujo raio tem 1 unidade de compri-
p rad
180º = __
Deve-se converter 60º em rad: 60º = ____
3 3 mento e na qual o sentido positivo é o anti-horário é denomi-
p
__
Dados a = e r = 1, tem-se:
nada circunferência unitária (ou circunferência trigonométrica).
3
ø Ÿ ø = a · r = __
a = __ p · 1 = __
p cm
r 3 3
ou
1 cm = _____
____ x cm p
__
1 rad __p rad Ÿ x = 3 cm
3
p cm, isto é, aproximada-
Assim, o comprimento do arco é __
3
mente 1,05 cm.

9. O ponteiro dos minutos de um relógio mede 10 cm. Um sistema de coordenadas cartesianas ortogonais será
Qual é a distância que sua extremidade percorre em associado à circunferência unitária de centro O, fixando o
30 minutos?
ponto A de coordenadas (1, 0) como origem dos arcos (ob-
serve a figura a seguir).

Resolução:

Em 30 minutos, o ponteiro percorre __1 da circunferência, ou


2
seja, 180º.
Assim, a = 180º = p rad.
Como o percurso é dado por ø = a · r, tem-se: 4. ARCOS CÔNGRUOS
ø = p · 10 | 3,14 · 10 | 31,4 cm (OU CONGRUENTES)
Assim, a distância percorrida é de aproximadamente 31, 4 cm. Quando o ponto da circunferência, final do arco iniciado
em (1, 0), for o mesmo para dois arcos diferentes (por
exemplo, 0 e 2p), esses arcos serão denominados
côngruos ou congruentes. É importante observar que
todos os arcos côngruos diferem entre si de um múltiplo de
2p, que é o comprimento de cada volta.

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FONTE: YOUTUBE
Introdução aos radianos
3
AO NÚMERO __ ESTÁ ASSOCIADO O PONTO B.
3

50
p e __
ƒ 60º e 60º – 3 · 360º ou __ p – 3 · 2p são côngruos.
3 3
No último exemplo, o sinal negativo significa que as três
B voltas completas foram dadas no sentido horário. Afirma-se,
nesse caso, que 60º – 3 · 360º = – 1020º ou – ____17p são
3
arcos negativos.
A
Assim:
ƒ Se um arco mede a°, os arcos côngruos a ele podem
ser dados pela expressão a° + k · 360º, com k [ Z;
ƒ Se um arco mede x radianos, os arcos côngruos a
3
AO NÚMERO ____ + 23 TAMBÉM ESTÁ ASSOCIADO O PONTO B. ele podem ser dados pela expressão x + k · 2p ou
3
x + 2kp, com k [ Z;
ƒ Como a cada ponto da circunferência podem estar asso-
ciados infinitos arcos côngruos, afirma-se que o arco da
B 1.ª volta positiva (entre 0 e 2p ou 0º e 360º), associado
a um ponto da circunferência, é a 1.ª determinação de
qualquer arco côngruo associado ao mesmo ponto.
A
5. DETERMINAÇÃO
DE QUADRANTES
Os eixos x e y dividem a circunferência unitária em quatro
3
____ partes congruentes denominadas quadrantes, numeradas
AO NÚMERO + 2 · 23 ESTÁ ASSOCIADO O MESMO PONTO B.
3
de 1 a 4 e contadas a partir de A no sentido positivo.
p ou 60º de A
Na primeira figura, o ponto se deslocou __
3
até B.

Na segunda figura, o ponto se deslocou uma volta inteira


p ou 60º, isto é, deslocou-se ___
(2p ou 360º) e mais __ 7p ou
3 3
420º.
Na terceira figura, o ponto se deslocou duas voltas inteiras
p ou 60º, isto é, ____
(2 · 2p ou 2 · 360º) e mais __ 13p.
3 3
Considerando que o ponto se deslocasse k voltas, o nú-
p
mero associado à extremidade B do arco AB seria escrito
assim:
p + k · 2p
__ ou 60º + k · 360º, com k [ Z
3
Então, é possível definir:

Dois arcos são côngruos ou congruentes quando suas


medidas diferem de um múltiplo de 2p rad ou 360º.

Exemplos
p e __
ƒ 30º e 30º + 360º ou __ p + 2p são côngruos;
6 6
Para determinar em que quadrante se encontra determi-
p e __
ƒ 45º e 45º + 2 · 360º ou __ p + 2 · 2p são côngruos;
4 4 nado arco, é preciso saber em que quadrantes está a sua

51
1.ª determinação. Para isso, basta reduzir cada arco à 1.ª Ÿ –200º = 160º – 360º
determinação e, em seguida, verificar o valor do arco de
acordo com os pontos iniciais e finais de cada quadrante: Observe que 90º < 160º < 180º (2.º quadrante).

ƒ 1.º quadrante: 1.ª determinação entre 0º e 90º ou 0 Como –1640º é côngruo de 160º, ele está no
p rad.
e __ 2.º quadrante.
2
p
ƒ 2.º quadrante: 1.ª determinação entre 90º e 180º ou __ A expressão geral dos arcos côngruos é:
2
e p rad. 160º + k · 360º, com k [ Z.
ƒ 3.º quadrante: 1.ª determinação entre 180º e 270º ou
37S
3p rad.
p e ___ b) ____ rad
2 3
ƒ 4.º quadrante: 1.º determinação entre 270º e 360º Resolução:
3p e 2 p rad.
ou ___
2
Retirando-se um número inteiro de voltas completas, en-
Aplicação do conteúdo contra-se a 1.ª determinação positiva. Então:

1. Determine o menor arco não negativo côngruo ao arco


p + 36p = __
37p = _______
____ p + ____ p + 12p =
36p = __
3 3 3 3 3
de 1320º, ou seja, a 1.ª determinação do arco de 1320º.
Descubra também a que quadrante pertence o arco. p+6·2·p
= __
3
Resolução: p; assim, a
O número de voltas é 6 e a 1.ª determinação é __
3
Deve-se obter o menor valor não negativo de D, tal que p + 2 kp, com k [ Z;
expressão geral dos arcos côngruos é __
3
a + k · 360º = 1320º, com k [ Z. p < __
além disso, 0 < __ p, portanto, __
p rad pertence ao 1.º
3 2 3
Assim: quadrante.

1320 360 3. Represente na circunferência unitária as extremi-


p + kp,
dades dos arcos, em rad, pela expressão x = __
240 3 3
com k [ Z.

a k Resolução:
Ÿ 1320º = 240º + 3 · 360º
Tem-se:
Logo, o arco pedido mede 240º. p
ƒ para k = 0 Ÿ x = __
3
Observe ainda que k = 3 representa o número de voltas p
ƒ para k = 1 Ÿ x = + p = ___
__ 4p
3 3
completas dadas. Além disso, como 180º < 240º < 270º, p p
ƒ para k = 2 Ÿ x = + 2p côngruos de __
__
( )
então 1320º pertence ao 3.º quadrante. 3 3
Para os demais valores de k, obtém-se:
2. Determine o quadrante de cada arco, além de repre-
sentar a expressão geral dos arcos côngruos. p (com extremidades em P );
ƒ arcos côngruos de __
3 1
p
__
ƒ arcos côngruos de + p (com extremidades em P2).
3
Nota
É importante observar que, para localizar o quadrante
e encontrar a expressão geral dos arcos côngruos, é
necessário achar a 1.ª determinação positiva.

a) –1640º

Resolução:

1640 360 Ÿ – 1640º = –200º – 4 · 360º 4. Encontre a expressão que representa todos os arcos
200 4 voltas côngruos aos indicados na figura:

52
Resolução:

Observe que os três ângulos dividem o círculo em partes


iguais a 120º; assimm, é possível representar todos os ar-
cos a partir de um deles, de preferência o menor, aumen-
tando 120º; portanto, a expressão é 60° + k · 120º, com
k [ Z.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Estudar trigonometria possibilita estudar a periodicidade de certos fenômenos. Por exemplo, em Geografia, fenô-
menos climáticos como a variação da temperatura de acordo com o dia do ano podem ser fenômenos periódicos.
Em Física, é possível estudar a frequência com que as ondas do mar se movimentam em relação a um certo ponto
(uma boia), uma vez que as ondas do mar, vistas de perfil, assumem uma forma ondulatória. Movimento circular e
acústica são outros dois fenômenos que se comportam com uma certa periodicidade. Ou seja, todos os fenômenos
mencionados podem ser modelados por uma função trigonométrica.

6. A IDEIA DE SENO, COSSENO E


TANGENTE DE UM NÚMERO REAL
Os valores sen a, cos a e tg a foram definidos ape-
nas para ângulos, no primeiro quadrante, isto é, para
p, com a indicando a medida do ângulo em radianos.
0 < a < __
2
Para esses valores de a foram demonstradas duas impor-
tantes relações:
sen a
sen2 a + cos2 a = 1 e tg a = _____
cos a
Os valores de sen a, cos a e tg a foram estendi-
dos para a = 0 (ângulo nulo), a = __ p (ângulo reto) e
2
p < a < O (ângulos obtusos) para possibilitar
__ Note que essa definição coincide com aquela dada para
a resolução ângulos agudos, pois, como todos os pontos da circunfe-
2
de quaiquer triângulos, mas sem justificativa desses valores. rência trigonométrica estão à distância 1 da origem, pela
Agora, a noção de sen a, cos a e tg a será estendida para relação de Pitágoras, tem-se:
todos os valores reais de a.
sen2 a + cos2 a = 1
Considere P(x,y) um ponto da circunferência trigonométri-
ca, ponto final do arco de medida a rad, definido a partir Essa relação entre o cosseno e o seno de um arco é de-
do número real a. Nessas condições, definem-se: nominada“relação fundamental”. Por ela se conclui que
sempre que houver o seno de um arco, por exemplo, será
sen a = ordenada de P
possível encontrar o valor do cosseno do mesmo arco.
cos a = abscissa de P
Assim, essa definição, estendida agora para qualquer nú-
sen a , cos a ≠ 0
tg a = _____
cos a mero real, mantém as relações fundamentais.

53
Observe também que tg a não é definida para alguns valores
de a, como para a = __p e ___
3p, em que cos a = 0.
2 2
Dessa maneira, ao associar um número real a a um arco
da circunferência, o número real está sendo associado ao
ponto P, cuja abscissa é o cosseno de a e cuja ordenada
é o seno de a.
Apesar da definição de seno e cosseno na circunferência
trigonométrica necessitar do arco em radianos – por cau-
sa da associação com os números reais (como exposto no
início do capítulo) –, não há problema em se referir aos
valores dos ângulos em graus. Assim, é possível pensar em
seno e cosseno de arcos (ou ângulos) maiores do que 90º,
algo impensável quando se trabalhava com triângulos re-
tângulos. Também é possível pensar em senos e cossenos
de ângulos negativos.
Geometricamente, o cosseno de x é a abscissa de P, e o
seno de x é a ordenada de P.
Observe, agora, o significado geométrico de tangente de
um ângulo x.
Para isso, considere na circunferência trigonométrica a reta
t, tangente à circunferência no ponto A, com a mesma
orientação do eixo y.
Observe as figuras com P em cada um dos quadrantes:

Em todos os casos, DORP e DOAT são semelhantes.


Dessa semelhança, tem-se:
— — —
PR ___
___ AT sen x = __
_____ AT
—— = —— ou cos x 1
OR OA

sen x= tg x então tem-se tg x = AT,ou seja, geome-
____
Comocos x — 
tricamente, tg x é AT, medida algébrica de AT.
‹___›
Se T é o encontro das retas OP e t, no caso de essas retas

serem paralelas, não existe AT,e, por isso, não existe tg x.
p e tg ___ p=0
T Por exemplo, tg __
2 2 (
3p não existem veja que cos __
2
3p = 0 .
e cos ___
2 )
Como a reta‹___›
t é orientada “para cima”, o ponto T (en-
contro de OP com t) será positivo quando P for do 1.°
ou do 3.° quadrante, e negativo quando P for do 2.º ou
P do 4.º quadrante. Assim, sabe-se o sinal da tangente em
qualquer quadrante.

7. VALORES NOTÁVEIS
7.1. Valores notáveis do seno
p
Considerando x como a medida de um arco AP , os va-
lores de sen x são chamados valores notáveis, quando
p , x = __
x = __ p, x = __
p, x = 0, x = __
p ,x = p, x = ___
3 p, ou x = 2 p.
6 4 3 2 2

54
p (30º)
x = __ p = __1
sen __
6 6 2
p (90º)
x = __ p=1
sen __
2 2

__
p (60º)
x = __ p = ___
sen __
√3
3 3 2

3p (270º)
x = ___ 3p = –1
sen ___
2 2

__
p (45º)
x = __ sen __

p ___
= 2
4 4 2
x = S (180º) sen S= 0

x = 0 (0º) sen 0 = 0 x = 2 p (360º) sen 2p = 0

55
Observe a tabela com os valores notáveis do seno:

sen x x

0 0
3
1__ p (30º)
__ 2
2 6

dXX
2
___ p (45º)
__
2 4

d___
XX
3 p (60º)
__
2 3 p = ___
cos __
dXX
3 dXX
3
ou cos 30º = ___
6 2 2
1 p (90º)
__
2

0 p (180º)

–1 p (270º)
3___
2

0 2p (360º)

cos BB
S = ___
dXX
2 dXX
2
ou cos 45º = ___
4 2 2

multimídia: sites
pt.khanacademy.org/math/trigonometry/
unit-circle-trig-func

cos 0 = 1 ou cos 0º = 1
7.2. Valores notáveis do cosseno

1
2

p = __1
cos __ ou cos 60º = __1 p=0
cos __ ou cos 90º = 0
3 2 2 2

56
Observe a tabela com os valores notáveis do cosseno

cos
x
x

1 0

d___
XX
3 p (30º)
__
2 6

d XX
2
___ p (45º)
__
2 4

1__ p (60º)
__
2 3

0 p (90º)
__
2

cos p = –1 ou cos 180º = –1


–1 p (180º)

0 3p
___ (270º)
2

1 2p (360º)

7.3. Valores notáveis da tangente

3p = 0
cos ___ ou cos 270º = 0
2

p (30º)
x = __ p = ___
tg __
dXX
3
6 6 3

p (45º)
x = __ p=1
tg __
cos 2p = 1 ou cos 360º = 1 4 4

57
p (60º)
x = __ p = dXX
tg __ 3
3 3

3p
x = ___ 3p
Não é definida a tg ___
2 2

x=0 tg 0 = 0

x=2p tg 2p = 0
Observe a tabela com os valores notáveis da tangente:

tg x x
p
x = __ p.
Não é definida a tg __
2 2 0 0

d___
XX
3 p (30º)
__
3 6

1 p (45º)
__
4
dXX
3 p (60º)
__
3

' p (90º)
__
2

0 p (180º)

' 3p
___ (270º)
2

0 2p (360º)
x=S tg S = 0.

58
8. REDUÇÃO AO 1.º QUADRANTE
DA 1.ª VOLTA POSITIVA
Seno e cosseno, como coordenadas de um ponto, possuem
sinais que dependem do quadrante em que se encontram.
Observe o diagrama a seguir:

Lembre-se: cos a = – cos (p – a)


cos a: abscissa de P
sen a: ordenada de P
sen a
_____
tg a = cos a

ƒ Se o arco é do 1.º quadrante, o cosseno é positivo, o


seno é positivo e a tangente é positiva.
ƒ Se o arco é do 2.º quadrante, o cosseno é negativo, o
tg a = – tg (p – a)
seno é positivo e a tangente é negativa.
ƒ Se o arco é do 3.º quadrante, o cosseno é negativo, o
seno é negativo e a tangente é positiva.
8.2. Segundo caso: a está
ƒ Se o arco é do 4.º quadrante, o cosseno é positivo, o
no 3.º quadrante
3p
seno é negativo e a tangente é negativa. (S < a < ___
2)
Observe, agora, como é possível determinar o valor do O ponto P’ é o simétrico de P em relação ao ponto O.
seno e do cosseno, em qualquer quadrante, quando co-
nhecidos seus valores no 1.º quadrante. Esse processo é
denominado redução ao 1.º quadrante. Examine cada fi-
gura considerando, inicialmente, apenas os valores de a
da 1.ª volta positiva.

8.1. Primeiro caso: a está


no 2.º quadrante
( __p2 < a < p ) sen a = – sen (a – p)
O ponto P’ é o simétrico de P em relação ao eixo y.

sen a = sen (p – a) cos a = – cos (a – p)

59
Para facilitar a compreensão inicial do processo, considere
os arcos medidos em graus. Lembre-se de que é perfeita-
mente adequado o uso de graus para se referir à medida
de ângulos e arcos no círculo trigonométrico.
O melhor procedimento é evitar as fórmulas e, em cada caso
particular, fazer a construção que foi vista anteriormente.

Aplicação do conteúdo
1. Determine:
tg a = tg (a – p)
a) sen 120º, cos 120º e tg 120º

8.3. Terceiro caso: a está


no 4.º quadrante
( ___
3p< D < 2p
2 )
O ponto P’ é o simétrico de P em relação ao eixo x.

Resolução:
180º – 120º = 60º
__
√3
sen 120º = sen 60º = ___
2
sen a = – sen (2p – a) 1
cos 120º = – cos 60º = – __
2

__
cos a = cos (2 p – a) tg 120º = – tg 60º = – √ 3

b) sen 240º, cos 240º e tg 240º

tg a = – tg (2p – a)

60
Resolução:
240º – 180º = 60º __
√3
sen 240º = – sen 60º = – ___
2
1
cos 240º = – cos 60º = – __
__ 2
tg 240º = tg 60º = √ 3

5p 5p 5p
b) sen ___, cos ___ e tg ___
6 6 6
Resolução:
c) sen 315º, cos 315º e tg 315º 5p = _______
p – ___ 6p – 5p = __p
6 6 6
sen ___ p = __
5p = sen __ 1
6 6 2 __
p = – ___
5p = – cos __
cos ___
√3
6 6 2
__
p = – ___
5p = – tg __
tg ___
√3
6 6 3

Resolução:
360º – 315º = 45º __
√2
sen 315º = – sen 45º = –_____
2
√2
cos 315º = cos 45º = ___
2
tg 315º = – tg 45º = –1

3. Determine x, tal que:


1
a) 0 ≤ x < 2S e sen x = – __
2
Resolução:
Sabe-se que sen __p = __
1 . Então, fazendo as simetrias
6 2
necessárias, descobrem-se os possíveis valores de x,
7p e ____
que são ___ 11p.
6 6
2. Agora, com os ângulos medidos em radianos, determine:
4p 4p 4p
a) sen ___, cos ___ e tg ___
3 3 3
Resolução:
4p – p = _______
___ 4p – 3p = __p
3 3 3__
sen 4p
___ p
__
= – sen = –
√3
___
3 3 2
cos 4p
___ p
__
= – cos = – 1
__
3 3 2
__
tg 4p
__ p
__
= tg = √ 3
3 3

61
7p
b) 0 ≤ x < 2S e sen x = sen ___ 3p
5. Determine o valor de sen x e tg x, sabendo que p < x < ___
9 1 2
e cos x = – __ .
3
Resolução:
7p (140º). Outro
Resolução:
Um dos valores de x é o próprio ___
9
2p (40º), descoberto ao fazer
valor é ___ uma simetria Aplicando a relação fundamental:
9 7p ou x = ___
2p .
em relação ao eixo 0y. Assim, x = ___
( )
ƒ sen2 x + cos2 x = 1 Ÿ sen2 x + – __1 = 1
2
9 9 3
1
__
Ÿ sen x = 1 – Ÿ sen x = Ÿ
2 2 8
__
9 9
___
Ÿ sen x = r √8/9 Ÿ sen x = ± ____ 2dXX
2
3
2dXX
Como p < x < 3 p/2, então sen x = – ____ 2.
3
2dXX
– ____2
sen
____ x
ƒ tg x = cos x Ÿ tg x =_____3 Ÿ tg x = 2dXX
2
– __1
3

4. Simplifique:
a) cos (90º + x) 9. TRABALHANDO COM
Resolução: ARCOS CÔNGRUOS
Foi visto que, para ângulos complementares, Conhecidos os valores de sen x e de cos x da 1.ª volta
como 90º – x e x, tem-se sen (90º – x) = cos x e positiva e usando arcos côngruos, é possível calcular sen x
cos (90º – x) = sen x.
p; e cos x para qualquer x.
Considere, sem perda de generalidade, que 0 < x < __
2
portanto, 90º + x pertence ao 2.º quadrante:
180º – (90º + x) = 90º – x Aplicação do conteúdo
cos (90º + x) = – cos (90º – x) = – sen x 1. Calcule, em cada item, o valor do seno.
a) sen 390º
Resolução:
390º = 360º + 30º

1 VOLTA

b) sen (270º – x)
Resolução:

270º – x pertence ao 3.º quadrante


(270º – x) – 180º = 90° – x
sen (270º – x) = – sen (90º – x) = – cos x

sen 390º é igual a sen 30º.


Assim, sen 390º = __1.
2
13p
b) sen ____
4

62
Resolução: Resolução:

____ 8p + ___
13p = ___ 5p 870º = 720º + 150º
4 4 4
2 VOLTAS
1 VOLTA

225º

1
sen 870º = __
2
13p é igual a sen ___ dXX dXX
2, pois sen p/4 = ___
5p, que é – ___ 2. 17p
e) sen ____
sen ____ 3
4 4 2 2
dXX
2.
13p = – ___ Resolução:
Então, sen ____
4 2
____ 12p + ___
17p = ____ 5p
21p 3 3 3
c) sen ____
2
Resolução: 4 p (2 VOLTAS)

21p = ____
____ p
20p + __
2 2 2

10 p (5 VOLTAS)

__
√3
17p = – ___
sen ____
3 2

f) sen (–120º)
21p = 1
sen ____
2 Resolução:

d) sen 870° –120º o côngruo a 240º

63
5p
(
b) cos – ___
4 )
Resolução:
5p (–225°) é côngruo a ___
– ___ 3p
4 4

__
√3
sen (–120º) = – ___
2

2. Determine todos os valores reais de x, para os quais


dXX
3
sen x = ___ .
2
Resolução:

p = ___
dXX dXX
p = ___
Sabemos que sen __
dXX
3
dXX
2
3 e pela figura vemos também Se cos __
4 2 ( 4)
2, então cos – ___
2
2.
5p = – ___
3.
2p = ___
sen ___
3 2
Então, os valores reais de x podem ser __ p, ___
2p e to-
3 3
p + 2 kp ou
dos os arcos côngruos a eles, ou seja, x = __
3
2p + 2kp, com k [ Z.
x = ___
3

3. Calcule:
a) cos 750º
Resolução:
750º = 720º + 30º

2 VOLTAS

dXX
3.
Então, cos 750º é igual a cos 30º, isto é, cos 750º = ___
2

64
VIVENCIANDO

Depois de aprender todos os tópicos que compreendem a trigonometria, você, como um futuro aluno de Medicina,
poderá modelar os batimentos cardíacos de uma pessoa por meio de função trigonométrica. Observe um exemplo a
partir de uma questão dada em um vestibular:
1. (UFSM) Cerca de 24,3% da população brasileira é hipertensa, quadro que pode ser agravado pelo consumo
excessivo de sal. A variação da pressão sanguínea P (em mmHg) de um certo indivíduo é expressa em função
do tempo por

( )
8π t
P(t) = 100 − 20cos ___
3
onde t é dado em segundos. Cada período dessa função representa um batimento cardíaco.
Analise as afirmativas:
I. A frequência cardíaca desse indivíduo é de 80 batimentos por minuto.
II. A pressão em t = 2 segundos é de 110 mmHg.
III. A amplitude da função P(t) é de 30 mmHg.

Está(ão) correta(s):
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

Resolução:

I. Verdadeira. A frequência cardíaca em segundos:


1 = __
___
(
1 = __4. em minutos basta P(2) = 100 – 20 cos ___
2π __3 3
___ 3 )
8π · 2 multiplicar por 60, o que resulta em 80 batimentos por minuto.

8π 4
___
3
II. Verdadeira. Pois

( 8π · 2
P(2) = 100 – 20 cos ___
3 )
P(2) = 100 – 20 · – __1
2 ( )
III. Falsa. A amplitude da função é de 20mmHg.

Alternativa B

65
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem)

O polígono que dá forma a essa calçada é invariante por rotações, em torno de seu centro, de:
a) 45°.
b) 60°.
c) 90°.
d) 120°.
e) 180°.

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
D utilizar seus conhecimentos sobre os conceitos iniciais de trigonometria para a sua resolução.
360º : 3 = 120º

120º

Alternativa D

66
DIAGRAMA DE IDEIAS

CONCEITOS TRIGONOMÉTRICOS

ARCOS CIRCUNFERÊNCIA
RADIANOS
CÔNGRUOS TRIGONOMÉTRICA

RADIANOS VARIAÇÃO DE SINAL

SENO COSSENO

ÂNGULOS NOTÁVEIS TANGENTE


30º 45º 60º
1 2 3
SEN
2 2 2
3 2 1
COS
2 2 2

TG 3 1 3
3

NA CIRCUNFERÊNCIA
0º 90º 180º 270º 360º
SEN 0 1 0 -1 0

COS 1 0 -1 0 1

TG 0 E 0 E 0

67
AULAS RELAÇÕES FUNDAMENTAIS
21 E 22 DA TRIGONOMETRIA
COMPETÊNCIAS: 2, 4 e 5 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9, 14, 15 e 24

1. RELAÇÕES FUNDAMENTAIS Aplicação do conteúdo


As relações entre os valores das funções trigonométricas 1. Dado sen x = – 1 3p, determine tg x e
__ , com p < x < ___
4 2
de um mesmo arco são denominadas relações trigonomé- sec x.
tricas. Observe algumas já conhecidas: Resolução:
sen x + cos x = 1 para todo x [ R
2 2
Aplicando as relações fundamentais:
tg x = ____ p + kp
sen x para todo x ≠ __ 2
cos x 2 ( )
sen2 x + cos2 x = 1 Ÿ – __ 1 + cos2 x = 1
4 ___
cos
____ x
cotg x = sen x para todos x ≠ kp 15
___ √ 15
____
Ÿ cos x =
2
Ÿ cos x = ±
16 4
p ___
1
sec x = ____ __
cos x para todo x ≠ 2 + kp √ 15, então:
Como x é do 3.° quadrante, cos x = – ____
4
cossec x = ____1 1
– __ ___
sen x para todo x ≠ kp sen
____x ____4 √ 15
____
tg x = cos x Ÿ tg x = ___ Ÿ tg x =
√ 15 15
2. RELAÇÕES DECORRENTES 1
____
– ____
1
______
4 ___
√ 15
____
sec x = cos x Ÿ sec x = ___ Ÿ sec x = – 4
DAS FUNDAMENTAIS √ 15
– ____
15
4
A partir das relações fundamentais, pode-se chegar a ou-
2. Dado cossec x = 7 p < x < p, determine cos x.
__ , com __
tras relações também importantes: 4 2
sen2 x+ _____
ƒ sen2 x + cos2 x = 1 Ÿ _____ cos2 x = _____
1 Ÿ Resolução:
cos x cos2 x cos2 x
2

Ÿ tg2 x + 1 = sec2 x, para cos x ≠ 0 Tem-se:


1
cossec x = ____ 7 ____
__ 1
Assim: sen x Ÿ 4 = sen x Ÿ 7 · sen x = 4
p + kp, k [ Z
tg2 x + 1 = sec2 x para x ≠ __ Ÿ sen x = __4
2 7
4 2 + cos2 x = 1 Ÿ
()
2
sen x
ƒ sen x + cos x = 1 Ÿ 2 + _____
2 2 _____ cos2 x = _____
1 Ÿ sen2 x + cos2 x = 1 Ÿ __
sen x sen2 x sen2 x 7 ___
Ÿ1 + cotg2 x = cossec2 x, para sen x ≠ 0 Ÿcos x =
2 33
___ Ÿ cos x = ±
√ 33
____
Assim:
49 ___ 7
√ 33
Como x é do 2.° quadrante, cos x = – ____.
cotg2 x + 1 = cossec2 x para x ≠ kp, k [ Z 7
3. Determine o valor de m para que se tenha, simultan-
______
sen x e cotg x = ____
____
ƒ Sabe-se que tg x = cos cos x eamente, sen x = √( m – 2 ) e cos x = m – 1.
x sen x . Multiplican-
do essas expressões membro a membro, tem-se: Resolução:
tg x · cotg x = _____ cos x
sen x · ____ 1
___
cos x sen x = Ÿ cotg x = tg x , quan- Usando a relação sen2 x + cos2 x = 1 e fazendo as substi-
do sen x ≠ 0 e cos x ≠ 0 tuições, tem-se:
_____
Assim: (√m – 2 )2 + (m – 1)2 = 1 Ÿ

p + kp e x ≠ p + kp,
1 para x ≠ __ Ÿm – 2 + m2 – 2m + 1 = 1 Ÿ m2 – m – 2 = 0
cotg x = ___
tg x 2
(equação do 2.° grau em m)
kp , k [ Z
ou seja, x ≠ ___
2 D=9 m’ = 2 e m” = –1

68
O valor m = –1 não satisfaz, pois Mas:
_____ ______ ___
√m – 2 = √– 1 – 2 = √–3  R ou porque 5 2–1Ÿ
cotg2 2x + 1 = cossec2 2x Ÿ cotg2 2x = __
3 ()
cos x = –1 – 1 = –2 não satisfaz a existência do cosseno. 25 – 1 Ÿ cotg2 2x = ___
16
_____ Ÿ cotg2 2x = ___
Já o valor m = 2 serve para sen x = √2 – 2 = 0 e cos x = 2 – 1 = 1. 9 9

Portanto, m = 2.

p.
cotg x + cossec x
4. Simplifique a expressão y = _____________
sen x , supon- 3. IDENTIDADES TRIGONOMÉTRICAS
do 0 < x < __
2 Toda igualdade envolvendo funções trigonométricas, que
Resolução: se verifica para todos os valores do domínio das funções, é
Escrevendo todos os termos da expressão em função de uma identidade trigonométrica. Por exemplo, considerando
sen x e cos x, tem-se: o domínio das funções, a igualdade sen x . sec x = tg x é
cos x + ____
____ 1 uma identidade trigonométrica, uma vez que, independen-
cotg x + cossec x __________
_____________ sen x sen xŸ p + kp,
y= sen x = sen x temente do valor de x, ela se verifica. Para x ≠ __
2
cos x + 1
_______ tem-se:
y = sen
_______ x _______ cos x + 1 ____
cos x + 1 _______
sen x = (sen x)2 = sen x · sen x Ÿ
1
1 sen x
sen x · sec x = sen x · ____ ____
cos x = cos x = tg x
cos x + 1
y = _______
sen2 x Já a igualdade sen x + cos x = 1, para x [ R, não é uma
identidade, pois ela não é verdadeira para todo x [ R. Afir-
Como sen2 x + cos2 x = 1 œ sen2 x = 1 – cos2 x, fazemos
ma-se que sen x + cos x = 1 é uma equação trigonométrica.
a substituição:
Há vários caminhos para demonstrar que uma igualdade é
y = ________ cos x + 1
cos x + 1 = ________________ Ÿ
1 – cos2 x (1 + cos x)(1 – cos x) uma identidade. Observe a seguir alguns novos exemplos
de aplicação.
1
y = _______
1 – cos x
1 .
Portanto, y = _______ Aplicação do conteúdo
1 – cos x
__
√2 1. Demonstre que (1 – cos2 x) (cotg2 x + 1) = 1, para x ≠ kp,
5. Dado sen x = ___ , calcule o valor da expressão é uma identidade.
2 2
sec x – 1.
A =________
tg2 x + 1 Resolução:
Resolução:
Simplificando o primeiro membro da igualdade, expressan-
Escrevendo a expressão dada em função de sen x e cos x: do-o em função de sen x de cos x:

A= 2 sec 2
________x – 1 ( ____
)
1 2
_________
= sen x 2 =
____ + 1 _____
1 –1
_____
cos x – 1 ________
cos 2
x Ÿ ( )
cos2 x + 1 =
(1 – cos2 x ) _____
sen2 x
tg x + 1
( )
( )
2
cos x sen x +1 cos2 x + sen2 x = sen2 x · ____
1 =1
cos2 x (1 – cos2 x) ___________
1 – cos2 x
________ sen2 x sen2X
cos2 x
A = ___________ 1 – cos2 x · ___________
= ________ cos2 x Ÿ
sen2 x + cos2 x
___________ cos x sen x + cos2 x
2 2

cos2 x tg x
sen2 x = sen2 x
A = _____ 2. Demonstre que _______ = sen
____x é uma identidade
sec x
1 p
__
para x ≠ + kp. 1 + tg 2
x
__
√2 2
Como sen x = ___ , então o valor da expressão é
__ 2 Resolução:
( )
2
√2
A = ___ = __2 = __1.
2 4 2 Simplificando isoladamente cada membro:
6. Se sen x · cos x = 0,3, então qual o valor de cotg 2x? 2 sen x ____
____ sen x
tg x _____
_______ cos x cos
_____x = ____
sen x
ƒ f(x) = = = cos x · cos x Ÿ
2

Resolução: 1+ tg2 x sec2 x _____ 1


cos2 x
Sabendo que sen 2x = 2 · sen x · cos x, então: f(x) = sen x · cos x
sen x · cos x = 3/10
(· 2) 3Ÿ
2 · sen x · cos x = __
5 ____
ƒ g(x) = sec sen x= sen x · cos x
sen x = ____
3 Ÿ cossec 2x = __
Ÿ sen 2x = __ 5 x ____
1
5 3 cos x

69
3. Demonstre a identidade sec2 x – sen2 x = tg2 x + cos2 x. 4. Demonstre que sen4 x – cos4 x = – cos 2x.
Resolução: Resolução:
2 2 2 2
Considerando sec x – sen x como f(x) e tg x + cos x sen4 x – cos4 x = (sen2 x – cos2 x) (sen2 x + cos2 x) Ÿ
como g(x), pode-se fazer:
sen4 x – cos4 x = (sen2 x – cos2 x) · 1 Ÿ
f(x) – g(x) = sec2 x – sen2 x – tg2 x – cos2 x = sen4 x – cos4 x = –1 (cos2 x – sen2 x) = –1 · cos 2x = – cos 2x
= (sec2 x – tg2 x) – (sen2 x + cos2 x) = 1 – 1 = 0
se f(x) – g(x) = 0, então f(x) = g(x) ou
sec2 x – sen2 x = tg2 x + cos2 x.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produtos sazonais são aqueles que apresen-
tam ciclos bem definidos de produção, consumo e preço. Resumidamente, existem épocas do ano em que a sua dis-
ponibilidade nos mercados varejistas ora é escassa, com preços elevados, ora é abundante, com preços mais baixos,
o que ocorre no mês de produção máxima da safra.
A partir de uma série histórica, observou-se que o preço P, em reais, do quilograma de um certo produto sazonal pode
ser descrito pela função:
πX – π
P(x) = 8 + 5cos ______ ( )
6
Onde x representa o mês do ano, sendo x = 1 associado ao mês de janeiro, x = 2 ao mês de fevereiro, e assim, suces-
sivamente, até x = 12 associado ao mês de dezembro.
Na safra, o mês de produção máxima desse produto é:
a) janeiro; d) julho;
b) abril; e) outubro.
c) junho;
Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema e
D utilizar seus conhecimentos acerca das relações fundamentais e das equações trigonométricas.

(
πX – π
A produção é máxima quando o preço é mínimo, isto é, quando cos ______
6 ) = –1. O menor valor positivo de x para o
qual se tem o preço mínimo é tal que:

(
cos ______
6 )
πX – π = cos(π + 2kπ) Ÿ______πX – π
6
= π + 2kπ Ÿ x = 12k + 7, k [ Z.
Portanto, para k = 0, segue que x = 7, e o mês de produção máxima desse produto é julho.
Alternativa D

70
DIAGRAMA DE IDEIAS

RELAÇÕES FUNDAMENTAIS EQUAÇÕES


TRIGONOMÉTRICAS TRIGONOMÉTRICAS

sen2(x) + cos2(x) = 1 A INCÓGNITA APARECE NAS MEDIDAS


DOS ARCOS OU DOS ÂNGULOS DE
sen(x) FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
tg(x) =
cos(x)

1 PODEM SER DAS SEGUINTES FORMAS:


sec(x) =
cos(x)
cos(x)
cotg(x) =
sen(x) sen(x) = a
1
cossec(x) =
sen(x)
cos(x) = a
1
cotg(x) = tg(x) = a
tg(x)

tg2(x) + 1 = sec2(x) sen(Ʉ) = sen(Ʌ)

cotg2(x) + 1 = cossec2(x) tg(Ʉ) = tg(Ʌ)

71
AULAS TRANSFORMAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
23 E 24
COMPETÊNCIAS: 2, 4 e 5 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9, 14, 15 e 24

1. INTRODUÇÃO Calculando as áreas dos triângulos:


k · h sen a
ƒ AABO = ________
Considere a comparação entre sen (60° + 30°) e sen 2
p · h sen b
60° + sen 30°: ƒ ABOC = ________
2
sen (60° + 30°) = sen
__ 90° = 1__ k · p sen (a + b)
ƒ AAOC = ____________
√ 3 __ √3 + 1
sen 60° + sen 30° = ___ + 1 = ______ 2
2 2 2
Assim, sen (60° + 30°) ≠ sen 60° + sen 30°. Segue que:

É possível verificar que: ƒ cos a = __h Ÿ h = k · cos a


k
ƒ sen (a + b) ≠ sen a + sen b h
ƒ cos b = __
p Ÿ h = p · cos b
ƒ sen (a – b) ≠ sen a – sen b
A área do triângulo maior é igual à soma da área dos triân-
ƒ cos (a + b) ≠ cos a + cos b
gulos menores:
ƒ cos (a – b) ≠ cos a – cos b
AAOC = AABO + ABOC Ÿ
k · p sen (a + b) k · h sen a ________
p · h sen b
Nota Ÿ ____________ = ________ + Ÿ
Compare também:
2 2 2
kp sen (a + b) kp cos b sen a kp cos a sen b
ƒ cos (60° + 30°) e cos 60° + cos 30° Ÿ___________ =___________ +___________ Ÿ
ƒ tg (60° - 30°) e tg 60º – tg 30°
2 2 2
Ÿ sen (a + b) = sen a · cos b + sen b · cos a
ƒ sen (90° + 0°) e sen 90° + sen 0°
As afirmações abaixo são ambas falsas: Essa fórmula, embora tenha sido demonstrada em um
sen (a + b) = sen a + sen b
cos (a + b) = cos a + cos b triângulo, pode ser utilizada para quaisquer a e b reais.

Será analisado a seguir como é possível expressar


sen (a ± b) e cos (a ± b) em função de sen a, sen b, cos a e
Exemplos
cos b, sendo a e b dois números reais quaisquer. Será visto ƒ sen 75° = sen (45° + 30°) Ÿ
também tg (a ± b) em função de tg a e tg b.
sen 75° = sen 45° · cos 30° + sen 30° · cos 45° Ÿ
dXX dXX dXX
3 + __1 · ___
2 · ___ 2Ÿ
2. FÓRMULAS DE ADIÇÃO sen 75° = ___
2 2 2 2
dXX dXX
6 + ___2Ÿ
sen 75° = ___
E SUBTRAÇÃO 4 4
dXX
6 + dXX2
sen 75° =_______
2.1. Expressão de sen (a + b) 4
Considere o triângulo a seguir: ƒ sen (p + x) = sen p · cos x + sen x · cos p Ÿ
sen (p + x) = 0 · cos x + sen x (–1) = –sen x

2.2. Expressão de sen (a – b)


a – b = a + (–b)
Considerando que: sen (–b) = –sen b
cos (–b) = cos b

72
Daí, tem-se: sen (a – b) = sen [a + (–b)]. Assim, segue que: cos (a – b) = cos [a + (–b)].
Desenvolvendo o 2.° membro, tem-se: Desenvolvendo o 2.° membro, tem-se:
sen (a – b) = sen a · cos (–b) + sen (–b) · cos a, isto é: cos (a – b) = cos a . cos (- b) – sen a . sen (- b),
sen (a – b) = sen a · cos b – sen b · cos a ou seja:
cos (a – b) = cos a · cos b + sen a · sen b
Para quaisquer a e b reais.
Para quaisquer a e b reais.
Exemplos
ƒ sen (15°) = sen (45° – 30°) Ÿ Exemplos
sen (15°) = sen 45° · cos 30° – sen 30° · cos 45° Ÿ ƒ cos (15°) = cos (45° – 30°) Ÿ
dXX dXX dXX
3 – __1 · ___
2 · ___ dXX
2 = ___ dXX
6 – ___ dXX
6 – dXX
2 =_______2
sen (15°) = ___ cos (15°) = cos 45° · cos 30° + sen 45° · sen 30° Ÿ
2 2 2 2 4 4 4 dXX dXX dXX
dXX
2 · ___
cos (15°) = ___
dXX
3 + ___ dXX
6 + ___
2 · __1 = ___ 6 + dXX
2 =_______2
ƒ sen (p – x) = sen p · cos x – sen x · cos p Ÿ 2 2 2 2 4 4 4
ƒ cos (p – x) = cos p · cos x + sen p · sen x Ÿ
sen (p – x) = 0 – sen x · (–1) = sen x
cos (p – x) = (–1) · cos x + 0 · sen x = – cos x
Isso demonstra que ângulos suplementares possuem se-
nos iguais.
2.5. Expressão de tg (a + b)
2.3. Expressão de cos (a + b) p + kp, com k [ Z:
Para a, b e a + b ≠ __
2
p – x (arcos complementares),
Sabendo que cos x = sen __
então:
2 ( ) tg a + tg b
tg (a + b) = ___________
1 – tg a · tg b
p – (a + b) = sen __
cos (a + b) = sen __ p–a–b Ÿ
2 [ ]
2 ( ) Aplicação do conteúdo
p–a –b Ÿ
cos (a + b) = sen __
2 [( ) ] 1. Calcule o valor de tg(75°)
p – a · cos b – cos __
cos (a + b) = sen __ p – a · sen b
2 ( ) 2 ( ) Resolução:
tg(30º) + tg(45º)
p – a = cos a e cos __
p – a = sen a, tem-se: tg(75º) = tg(30º + 45º) = ______________ Ÿ
Como sen __( ) ( ) __
1 - tg (30º) tg(45º)
__
2 2
√3
___ √3 + 3
______ __
cos (a + b) = cos a · cos b – sen a · sen b +1 √
tg(75º) = 3
____________
__ = 3
_________ = 3 +__3
______
√3
___ 3 – √3
_____ 3 – √3
Para quaisquer a e b reais. 1– .1
3 3
Racionalizando o denominador:
Exemplos __ __
√3 +__3 ______

__
tg(75º) = ______ 12 + 6__√3 Ÿ
. 3 +__3= ________
ƒ cos (75°) = cos (45° + 30°) Ÿ 3 – √3 3 + √3 32 – √32
__
tg(75º) = 2 + √3
cos (75°) = cos 45° · cos 30° – sen 45° · sen 30° Ÿ
dXX dXX dXX
3 – ___
2 · ___ dXX
2 · __1 = ___ dXX
6 – ___ dXX
6 – dXX
2 =_______2
cos (75°) = ___
2 2 2 2 4 4 4 2.6. Expressão de tg (a – b)
ƒ cos (p + x) = cos p · cos x – sen p · sen x Ÿ p + kp, com k [ Z:
Para a, b e a – b ≠ __
2
cos (p + x) = (–1) · cos x – 0 · sen x = –cos x tg a – tg b
tg (a – b) = ___________
1 + tg a · tg b
2.4. Expressão de cos (a – b) 2.6.1. Quadro-resumo
Sabendo que:
sen (a + b) = sen a · cos b + sen b · cos a
a – b = a + (–b) sen (a – b) = sen a · cos b – sen b · cos a
cos (–b) = cos b cos (a + b) = cos a · cos b – sen a · sen b
sen (–b) = –sen b cos (a – b) = cos a · cos b + sen a · sen b

73
tg a + tg b
tg (a + b) = ___________
1 – tg a · tg b (
cos ___
2 )
3p + x = cos ___
3p · cos x – sen ___
2
3p · sen x Ÿ
2
tg a – tg b
tg (a – b) = ___________
1 + tg a · tg b
( 2 )
3p + x = 0 · cos x – (–1) · sen x = sen x
cos ___
cos (p + x)
cotg (p + x) = _________ Ÿ
sen (p + x)
Aplicação do conteúdo
cos p · cos x – sen p · sen x
cotg (p + x) = ______________________
1. Dado sen x = 1 p , calcule sen __
__ , com 0 < x < __ p–x . sen p · cos x + sen x · cos p Ÿ
3 2 6 ( )
–1 · cos x – 0 · sen x = _____
cotg (p + x) = _________________ cos x
–cos x = ____
Resolução: 0 · cos x + sen x · (–1) –sen x sen x
Realizando as substituições na expressão:
Inicialmente, deve-se calcular o valor de cos x:
(cos x) (– cos x)
(cos x) (– cos x) ____________
sen2 x + cos2 x = 1 Ÿ __1 + cos2 x = 1 Ÿ y = ____________cos x = cos x = – cos x
____
sen x · sen x
9 __ __
√8
2 1
__
9 9
8
__
Ÿcos x = 1 – = Ÿ cos x = ± 8
__
9
=± ___
3 √ Obs.: cotg (x) = ____
cos (x)
1 = _____
tg (x) sen (x)
p
__
Como 0 < x < , tem-se cos x = .
dXX
8
___
2 3 4. Dados sen x = 4 p , e x + y = __
__ , com 0 < x < __ p , deter-
Aplicando a fórmula: 5 2 3
mine sen y:
p – x = sen __
sen __ p · cos x – sen x · cos __
pŸ Resolução:
(
6 ) 6__ 6 __ __ ______ ______ ___

p – x = __
sen __
√ 8 – __
1 · ___ √
__

__
3 = ___
1 · ___ √
8 – ___
__
√8 – √3
3 = _______
2

16 = ___
cos x = + √ 1 – sen x = 1 – ___
25 25 5 √
9 = __
3

(
6 )
2 3 3 2 6 6 6
.
Isolando y:
2. Dados sen x = 3 5 , calcule cos (x + y) sa-
__ e cos y = ___ p Ÿ y = __ p–x
5 13 x + y = __
p e ___
bendo que 0 < x < __ 3p < y < 2p. 3 3
2 2 Calculando sen y:
Resolução: sen y = sen __p–x Ÿ
(3 )
p: p pŸ
sen y = sen · cos x – sen x · cos __
__
Calculando cos x 0 < x < __
( ) 3 3
2 __ __ __
______ ______ ___
√ 3 __
___ 3 4
__ 1
__ 3 √ 3 ___
____ 4 3 √3 – 4
_______
cos x = + √ 1 – sen x = 1 – ___
2
25 √
9 = ___
16 = __
25 5
4
√ sen y = · – · =
2 5 5 2 10 10
– =
10

2 (
3p < y < 2p :
Calculando sen y ___
______
) _____
5. Aplicando as fórmulas de soma de arcos, calcule no
triângulo retângulo a seguir a tangente de x:
______
sen y = – √1 – cos y = – 1 – ___
2
169 √
25 = – ___
169
12
144 = – ___
13 √
Aplicando a fórmula:
cos (x + y) = cos x · cos y – sen x · sen y Ÿ
5 – __3 – ___
cos (x + y) = __4 · ___ ( )
20 + ___
12 = ___
5 13 5 13 65 65 65
36 = ___
56

3. Simplifique a expressão Resolução:


p + x · cos (p – x)
sen __ Seja a e E, como na figura a seguir:
y=
2 (
____________________ .
)
3p
cos ___
2 ( )
+ x · cotg (p + x)
Resolução:

Deve-se desenvolver separadamente os termos:


p + x = sen __
sen __ p · cos x + sen x · cos __

(2 ) 2 2
p
__
(2 )
sen + x = 1 · cos x + sen x · 0 = cos x
3 = 0,3
tg a = ___
cos (p – x) = cos p · cos x + sen p · sen x Ÿ 10
3 + 4 = ___
tg b = _____ 7 = 0,7
cos (p – x) = –1 · cos x + 0 · sen x = –cos x 10 10

74
Mas: Assim, pode-se escrever:
b=a+xŸx=b–a cos 2a = cos2 a – sen2 a Ÿ cos 2a = 2 · cos2 a – 1
Assim: cos 2a = 1 – 2 · sen2 a
tg b – tg a
tg x = tg (b – a) = ____________ Ÿ tg a + tg a 2 · tg a
1 + tg b · tg a ƒ tg 2a = tg (a + a) = ___________ = _______ ,
1 – tg a · tg a 1 – tg2 a
0,7 – 0,3 0,4 0,4 40
tg x = __________ = _______ = ____ = ___ válida para quando existirem as tangentes envolvidas.
1 + 0,7 · 0,3 1 + 0,21 1,21 121
__
__ cos(D) + √___
3 Assim:
6. Simplifique a expressão 1 sen(D). 2 · tg a
2 2 tg 2a = _______
Resolução: 1 – tg2 a
__
√3
Observe que sen(30º) = __1 e cos(30º) = ___ . Pode-se, Aplicação do conteúdo
2 2
então, reescrever a expressão: dXX
3 p , determine sen 2x,
1. Dado sen x = ___ , com 0 < x < __
__ 2 2
√3
__1 cos(D) + ___ cos 2x e tg 2x usando as fórmulas do arco duplo.
sen(D  sen(30º) cos(D) + cos(30º) sen (D)
2 2
Resolução:
Entretanto, como sen(a) cos(b) + sen(b) cos(a) = sen(a + b),
tem-se: Calculando:
p
ƒ cos x 0 < x < __
sen(30º) cos(a) + cos(30º) sen(a) = sen(30º + a) ( 2 ) __
p √3
Sendo 0 < x < e sen x = , tem-se x = __
__ ___ p.
2 2 3
3. FÓRMULAS DO ARCO DUPLO p = __1.
Assim: cos x = cos __
3 2
A seguir, serão estudadas as expressões das funções trigo- ƒ tg x
nométricas dos arcos duplos, ou seja, dos arcos de medida Como x = __ p = √__
p, então tg x = tg __ 3.
3 3
2a. Trata-se de um caso particular das formulas de adição,
Determinando, agora, sen 2x, cos 2x e tg 2x:
sendo suficiente fazer b = a. __ __
√ 3 __
___ 1 √3
___
sen 2x = 2 · sen x · cos x = 2 · · =
Retomando e desenvolvendo as fórmulas da adição, tem-se: 2 2 2
__

() ( )
2
√3 2
ƒ sen 2a = sen (a + a) = cos 2x = cos x – sen x = __1 – ___
2 2
Ÿ
2 2
= sen a · cos a + sen a · cos a = cos 2x = __1 – __3 = – __2 = – __1
4 4 4 2
= 2 · sen a · cos a Ÿ sen 2a = 2 · sen a · cos a __
2 · tg x _______

ƒ cos 2a = cos (a + a) = tg 2x = _______
2
= 2 · __3 2 Ÿ
1 – tg x 1 – (√3 )
__ __
= cos a · cos a – sen a · sen a = 2√3 = ____
2√3 Ÿ
tg 2x = ____
= cos2 a – sen2 a Ÿ cos 2a = cos2 a – sen2 a 1 –__3 –2
tg 2x = -√3
Além dessa fórmula, para cos 2a é possível obter mais duas
2. Sabendo que sen x + cos x = 0,2, determine o valor
fórmulas alternativas apenas combinando a relação funda-
de sen 2x.
mental com ela:
sen2 a + cos2 a = 1 Ÿ sen2 a = 1 – cos2 a (I) Resolução:
ou Acompanhe o emprego de um artifício:
cos a = 1 – sen2 a (II)
2

(sen x + cos x)2 = (0,2)2 Ÿ


Substituindo (I) em cos 2a = cos2 a – sen2 a, tem-se: Ÿ sen2 x + 2 · sen x · cos x + cos2 x = 0,04 Ÿ
cos 2a = cos2 a – (1 – cos2 a) Ÿ cos 2a = 2 · cos2 a – 1 Ÿ sen2 x + cos2 x + 2 · sen x · cos x = 0,04 Ÿ
1 sen 2x
Substituindo (II) em cos 2a = cos2 a – sen2 a, tem-se:
Ÿ 1 + sen 2x = 0,04 Ÿ sen 2x = 0,04 – 1 Ÿ
cos 2a = (1 – sen2 a) – sen2 a Ÿ
Ÿ cos 2a = 1 – 2 · sen2 a Ÿ sen 2x = –0,96

75
3. Dados sen a = 1
__ e sen b = 1 p , deter-
__ , com 0 < a, b < __ sen x __________
____ cos x – sen x
1 – cos
1 – tg x ________
2
mine cos (2a + 2b).
4 2
ƒ g(x) = ______ = sen x = cos x cos
x x
__________
+ sen x Ÿ
1 + tg x 1 + ____ __________
cos x cos x
Resolução: cos x – sen
__________
g(x) = cos x + sen xx
1 – tg x
cos 2x = ______
ƒ Desenvolvendo cos (2a + 2b), tem-se: Como f(x) = g(x), então ________ .
1 + sen 2x 1 + tg x
cos (2a + 2b) = cos 2a · cos 2b – sen 2a · sen 2b (I) 5. Simplifique a expressão k = sen 3a cos
_____ 3a
_____
sen a – cos a .
ƒ Determinando cos a e Resolução:
p:
cos b 0 < a,b < __
( 2 ) k = _____
sen a
cos 3a Ÿ
sen 3a – _____
cos a
______ __ __
________
√3 sen 3a · cos a – sen a · cos 3a
Ÿk = _______________________
cos a = + √1 – sen2a = √ 1 = __
1 – ___
4 4 √
3 = ___
2 sen (3a – a)
__________
sen a · cos a
______ ___ ___ Ÿ sen a · cos a
________
√ 15

1 =
cos b = + √1 – sen2b = 1 – ___
16 √ 15 = ____
___
16 4 Sabendo que 2 · sen a · cos a = sen 2a, multiplicando o
ƒ Determinando cos 2a, cos 2b, sen 2a e sen 2b: numerador e o denominador por 2, resulta:
__
2
k = ____________ 2 · sen 2a Ÿ k = 2
2 · sen 2a Ÿ k = ________
2 √3
cos 2a = 2 · cos a – 1 = 2 ___
2 ( )
–1Ÿ 2 · sen a · cos a sen 2a

cos 2a = 2 · __ 3 – 1 = __
3 – 1 = __ 1
4 2 2
__ 2
4. FÓRMULAS DO ARCO METADE
√ 15
cos 2b = 2 · cos2 b – 1 = 2 ___
4 ( )
–1Ÿ Essas fórmulas permitem relacionar as funções trigono-
métricas de um arco a com as funções trigonométricas do
15 – 1 = ___
cos 2b = 2 · ___ 15 – 1 = __
7
arco __a.
16 8 8 2
__ __
√ 3 ___

1 · ___
sen 2a = 2 · sen a · cos a = 2 · __ = 3 4.1. Expressão para o
2 2 2
√ 15
1 · ____ √ 15
___ ___
cálculo de cos
sen 2b = 2 · sen b · cos b = 2 · __ = ____
4 4 8
Sabendo que cos 2x = 2 · cos2 x – 1, tem-se:
ƒ Substituindo esses valores na igualdade (I), tem-se:
__ ___ ___ cos 2x = 2 · cos2 x – 1 Ÿ 2 · cos2 x = 1 + cos 2x Ÿ
√ 3 ____
√ √ 45
cos (2a + 2b) = __ 7 – ___
1 · __ · 15 = ___
7 – ____ Ÿ 1 + cos 2x
2 8 2 8 16 16 Ÿcos2 x = ________
__ 2
7–3 5 √
cos (2a + 2b) = _______ a
__
Fazendo 2x = a, segue que x = . Assim:
16 2
a 1 + cos a
cos2 __ = _______
cos 2x = 1______
4. Demonstre a igualdade ________
– tg x
1 + sen 2x 1 + tg x
. ()
2 2

Resolução:
4.2. Expressão para o
Considere cada lado da igualdade separadamente para cálculo de sen
simplificá-los:
ƒ f(x) = ________ cos2 x – sen2 x Ÿ
cos 2x = _______________ Sabendo que cos 2x = 1 – 2 · sen2 x, tem-se:
1 + sen 2x 1 + 2 · sen x · cos x
cos 2x = 1 – 2 · sen2 x Ÿ 2 · sen2 x = 1 – cos 2x Ÿ
cos2 x – sen2 x
f(x) = _________________________ Ÿ
sen x + cos2 x + 2 · sen x · cos x
2 1 – cos 2x
Ÿsen2 x = ________
2
(cos x + sen x) (cos x – sen x)
f(x) = ______________________ Ÿ Fazendo 2x = a, segue que x = __a . Assim:
(cos x + sen x)2 2
cos x – sen x
f(x) = __________ sen2 __a = _______
() 1 – cos a
cos x + sen x 2 2

76
x
2 · tg __
Aplicação do conteúdo 3. Demonstre que sen x = _______ x ≠ 0.
2 , para cos __
dXX 1 + tg2 __x 2
2
1. Dado cos 45° = ___ , determine sen 22° 30’, cos 22° 2
2
30’ e tg 22° 30’. Resolução:
sen __x
Resolução: 2· 2
_____
2 · tg __x cos __x
Considere que: _______ 2 = ________ 2 =
1 + tg2 __x sen x
2 __
a = 45º 2 _____ 2
45º Ÿ
22° 30’ = ___ 1+
a = 22º30'
__
2
2 cos2 __x
2
2 · sen x
__
Aplicando as fórmulas, tem-se: dXX
2 _______ 2
1 – ___ x
ƒ sen 22° 30’ =
2 1 – cos
_________ 45º = ______ 2 = cos __ 2 · sen __x · cos2 __x
2 2 = ____________ 2 = 2
_____________ 2=
2 – dXX
2 x
__
______ cos2 __x + sen2 __x 1 · cos
2
= 2 = ______
______ 2 – dXX
2Ÿ 2
____________ 2
2 4 cos x
2 __
d2XXXXXX 2
XXXXXX
Ÿ sen 22° 30’ = ______
4 d
2 – dXX – dXX
2 = _______ 2
x
= 2 · sen · cos __x = sen 2 · __x = sen x
__
2 __
√2 2 2 ( )
2
1 + ___
ƒ cos 22º 30’ =
2 1 + cos
_________ 45º = ______ 2 =
2 2 Resolução:
2 + dXX
______ 2 __
2
______ 2 + √2
______ 2 · tg __x
= = Ÿ sen x = _______ 2 = _____ 4
2 · 2 = __
2 4 2 __x 1 + 2 2 5
d2XXXXXX 1 + tg
XXXXXX
Ÿ cos 22° 30’ = ______
4 d
2 + dXX + dXX
2 = _______
2
2
1 – tg 2 __
2
x
cos x = _______ 1 – 22 = – __
2 = _____ 3
d2XXXXXX
– dXX
_______ 2 1 + tg 2 __x 1 + 22 5
sen 22º
_________30’ 2
_______ 2
ƒ tg 22º 30’ = = =
cos 22º 30’ _______
d2XXXXXX
+ dXX
2 4
__
2 sen
____x
tg x = cos x = ___5 4
= – __
d 3
__ 3
d
XXXXXX
d
2– 2XX XXXXXX
d
2– 2=XX –
= _______ = ______ 5
d2XXXXXX
dXX
+ 2 2 + dXX
2
Obs.: demonstre a relação utilizada aqui.

d (2 + 2 ) (2 – 2 ) = d
XXXXXXXXXXXXXX
( 2 – dXX2 ) ( 2 – dXX2 ) XXXXXXXXXX
= ______________ 4 – 4dXX
2 +2
__________ =
5. FÓRMULAS DE TRANSFORMAÇÃO DE
dXX dXX 4–2

= d
XXXXXXX
6 – 4dXX
2
_______
2
= dXXXXXXX
3 – 2dXX
2
PRODUTO (FÓRMULAS DE PROSTAFÉRESE)
p e cos __
2. Sendo 0 < x < __ x =4
__ , encontre o valor de sen
x e cos x.
2 2 5 5.1. Forma fatorada de
Resolução:
sen x + sen y e sen x – sen y
1 + cos x Ÿ __4 2 =_______
ƒ cos2 __x =_______
2 2 5 2()
1 + cos x Ÿ Sabendo que:

16
___ 1 + cos
_______ x ƒ sen(a + b) = sen a · cos b + sen b · cos a (I)
Ÿ = Ÿ 25 + 25 cos x = 32 Ÿ
25 2 ƒ sen(a – b) = sen a · cos b – sen b · cos a (II)
Ÿ 25 cos x = 7 Ÿ cos x = ___ 7
25
Fazendo (I) + (II) e (I) – (II), tem-se:
ƒ sen2 x + cos2 x = 1 Ÿsen2 x + ___7 2=1Ÿ
25 ( ) ƒ sen (a + b) + sen (a – b) = 2 · sen a · cos b
Ÿ sen2 x = 1 – 49
___ 625 – 49 Ÿ
Ÿ sen2 x = _______
625 625 ƒ sen (a + b) – sen (a – b) = 2 · sen b · cos a
____
Ÿ sen x = r ___
625 √
576 Ÿ sen x = ± ___24
25 Indicando a + b = x e a – b = y, tem-se
x+y x–y
p, então sen x = ___
24. a = ____ e b = ____.
Como 0 < x < __ 2 2
2 25

77
Assim: 4. Demonstre que sen 3x + sen x = tg 2x.
___________
x+y x–y cos 3x + cos x
sen x + sen y = 2 · sen ____ · cos ____
2 2
Resolução:
x____
–y x____
+y
sen x – sen y = 2 · sen · cos
2 2
Seja f(x) = sen 3x + sen x . Então:
___________
cos 3x + cos x
5.2. Forma fatorada de 3x + x · cos _____
2 · sen _____ 3x – x
cos x + cos y e cos x – cos y f(x) = 2
____________________ 2 Ÿ
2 · cos 3x +
_____x · cos – x
3x
_____
2 2
Sabendo que:
2 · sen 2x · cos x = _____
f(x) = _____________ sen 2x = tg 2x
ƒ cos (a + b) = cos a · cos b – sen a · sen b (I) 2 · cos 2x · cos x cos 2x
ƒ cos (a – b) = cos a · cos b + sen a · sen b (II)
Seja g(x) = tg 2x. Como f(x) = g(x), está demonstrada a
Fazendo (I) + (II) e (I) – (II), tem-se:
identidade.
ƒ cos (a + b) + cos (a – b) = 2 · cos a · cos b
5. Escreva em forma de produto a expressão
ƒ cos (a + b) – cos (a – b) = –2 · sen a · sen b A = sen 2x + 2 · cos x.

Indicando a + b = x e a – b = y, tem-se: Resolução:


x+y x–y
a = ____ e b = ____.
2 2 A = sen 2x + 2 · cos x.
Assim: A = sen 2x + 2 · cos x = 2 · sen x cos x + 2 · cos x Ÿ
x+y x–y A = 2 · cos x · (sen x + 1) Ÿ
cos x + cos y = 2 · cos ____ · cos ____
2 2
A = 2 · cos x · sen x + sen __p Ÿ
cos x – cos y = –2 · sen
x____
+y
· sen
x____
–y ( 2 )
2 2 x + __p p
x – __

Aplicação do conteúdo
[
A = 2 · cos x · 2 · sen _____
2
2 · cos 2 Ÿ
_____
2 ]
p · cos __x – __
A = 2 · cos x · 2 · sen __x + __ p Ÿ
1. Transforme em produto (ou seja, fatore) a expressão
(
2 4 ) (
2 4 )
p · cos __x – __
A =4 · cos x · sen __x + __ p
sen 60° + sen 30°.
(
2 4 ) (
2 4 )
6. Se cos u = 3 3u. sen __u .
__ , determine o valor de 16 · sen ___
Resolução:
4 2 2
60º + 30º · cos ________
sen 60° + sen 30°= 2 · sen ________ 60º – 30º Ÿ Resolução:
2 2
sen 60° + sen 30° = 2 · sen 45° · cos 15° Comparando a expressão com o segundo termo da fórmu-
x+y x–y
2. Transforme em produto a expressão cos 5x + cos 3x. la cos x – cos y = – 2 · sen ____ · sen ____, tem-se:
2 2
x + y ___
____ 3u
Resolução: =
2 2 Ÿ x = 2u e y = u
5x – 3x Ÿ
5x + 3x · cos ______ x – y __u
____
cos 5x + cos 3x = 2 · cos ______ 2
=
2
2 2
cos 5x + cos 3x = 2 · cos 4x · cos x Substituindo na fórmula:
3. Fatore (ou seja, transforme em produto) a expressão cos 2u – cos u = – 2 sen ___ uŸ
3u · sen __
sen 2a – sen a. 2 2
Ÿ 2 cos u – 1 – cos u = – 2 sen
2 3u
___ uŸ
‚ sen __
2 2
Resolução: 9 –1 – __
Ÿ 2 · ___ 3 = – 2 sen ___ uŸ
3u · sen __
16 4 2 2
2a – a · cos ______
sen 2a – sen a = 2 · sen _____ 2a + a Ÿ 5
__ 3u
___ u
__
2 2 Ÿ – = – 2 sen · sen Ÿ
8 2 2
sen 2a – sen a = 2 · sen __a · cos __
3a Ÿ 16 sen 3u
___ u
__
· sen = 5
2 2 2 2

78
7. Demonstre que sen x · cos y = 1
__ [sen (x – y) + sen (x + y)].
2
Resolução:

Sabendo que:
x+y x–y
( )
sen x + sen y = 2 · sen ____ · cos ____
2 2 ( )
x + y x – y
Fazendo____ = A e____ = B, chega-se à conclusão de que
2 2
A + B = x e A – B = y. Assim:
x+y x–y
( )
sen x + sen y = 2 · sen ____ · cos ____ Ÿ
2 2 ( )
Ÿ sen (A + B) + sen (A – B) = 2 · sen A · cos B Ÿ
1 [sen (A + B) + sen (A – B)]
Ÿ sen A · cos B = __
2
E, como essa dedução independe dos arcos considerados,
pode-se aplicá-la a x e y novamente.
Assim, tem-se:
1 [sen (x – y) + sen (x + y)]
sen x · cos x = __
2

79
AULAS EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
25 E 26
COMPETÊNCIAS: 2, 4 e 5 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9, 14, 15 e 24

p + 2kp ou x = ___
1. EQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS {
S = x [ R | x = __
6
5p + 2kp
6 }
b) tg x = 1
Observe as seguintes equações: Resolução:
ƒ sen x = 1
__
ƒ 2 · cos x = √3
ƒ 1 + tg 2x = 0

Essas equações são exemplos de equações trigonométri-


cas, pois nelas a incógnita aparece nas medidas dos arcos
ou dos ângulos de funções trigonométricas.
Não existe um modo único que permita resolver todas as
equações trigonométricas. Contudo, o objetivo é chegar
sempre a equações básicas do tipo sen x = a, cos x = a ou
tg x = a, que permitem obter a variável x a partir do con- p
Os arcos com tangente igual a 1 na 1.a determinação são __
p + kp.
5p. Então, em todas as voltas tem-se x = __ 4
hecimento dos valores de a, mesmo que seja necessário e ___
4 4
lançar mão de artifícios, transformações, identidades, etc.
S = x [ R I x = __ p + kp
{ 4 }
1.1. Equações de forma c) sen 2x = 1
sen x = a, cos x = a e tg x = a Resolução:

Aplicação do conteúdo
1. Resolva as seguintes equações:
1
a) sen x = __
2
Resolução:

Essa equação pode ser resolvida do mesmo modo que as


anteriores, embora se tenha sen 2x e não sen x.
Como sen __ p = 1, tem-se:
2
p +2kp
__
Sabe-se que na 1.a determinação os arcos com seno igual a __1 p p + kp
2 2x = + 2 kp Ÿ x = 2
__ _______ = __
p e ___
são __ p + 2 kp ou
5p. Então, em todas as voltas tem-se x = __ 2 2 4
6 6 6
p + kp
S = x [ R I x = __
x= 5p
___
6
+ 2 kp. { 4 }
80
p = ___
dXX
Portanto, S = π
3
d) cos ( x – __
3 ) 2 {
__ , ___
4 4 }
5p .

Resolução:
3. Resolva a equação cos 2x + cos x + 1 = 0 para 0 < x < 2p.
Resolução:

Como cos 2x = 2 · cos2 x – 1, substituindo na equação,


tem-se:
2 · cos2 x – 1 + cos x + 1 = 0 Ÿ 2 · cos2 x + cos x = 0
Ÿ cos x · (2 · cos x + 1) = 0

Assim:
Como a p ____
__ 11p
__ na 1. determinação 6 e 6 têm cosseno igual
√3
a ___ , tem-se:
2
p = __
x – __ p + 2 kp Ÿx = __
p + __p + 2 kp Ÿx = __
p + 2 kp
3 6 6 3 2
ou
p = ____
x – __ p + 2 kp Ÿ
11p + __
11p + 2 kp Ÿ x = ____
3 6 6 3
p 2p + __
côngruo a __ p
6( 6 )
p + 2kp
13p + 2kp = __
Ÿx = ____
6 6
p + 2kp ou x = __
S = x [ R I x = __ p + 2kp
{ 2 6 } cos x = 0 ou 2 · cos x + 1 = 0

p ou x = ___
cos x = 0 Ÿ x = __ 3p
2. Resolva a equação cos x . tg x – cos x = 0 no intervalo
2 2
[0,2p].
1 Ÿ x = ___
2 · cos x + 1 = 0 Ÿ cos x = – __ 4p
2p ou x = ___
Resolução: 2 3 3
p, ___
cos x · tg x – cos x = 0 Ÿ cos x · (tg x – 1) = 0 Ÿ {
S = __ 3p , ___
2 2 3 3
2p , ___
4p
}
cos x = 0 ou tg x = 1
4. Resolva a equação cos x + cos 3x + cos 2x = 0 para
p ou x = ___
cos x = 0 Ÿ x = __ 3p
0 ≤ x ≤ 2p.
2 2
p e x = ___
Como a tg x não é determinada para x = __ 3p, esses Resolução:
2 2
valores não servem.
p ou x = ___
5p , pois x [ [0,2p] cos x + cos 3x + cos 2x = 0 Ÿ
tg x = 1 Ÿ x = __
4 4
x + 3x · cos _____
Ÿ2 · cos _____ x – 3x + cos 2x = 0 Ÿ
Outra resolução: 2 2
p + kp
cos x = 0 Ÿ x = __
2 2 · cos 2x · cos (–x) + cos 2x = 0 Ÿ
p [ [0,2p]
k = 0 Ÿx = __
2
p 3p [ [0,2p] 2 · cos 2x · cos x + cos 2x = 0 Ÿ
k = 1 Ÿ x = + p = ___
__
2 2
ou Ÿ cos 2x · (2 · cos x + 1) = 0
p + kp
tg x = 1 Ÿ x = __
4
p [ [0,2p]
k = 0 Ÿ x = __
Tem-se:
4
5p
___ cos 2x = 0 ou 2 · cos x + 1 = 0
k=1Ÿx= [ [0,2p]
4 p ou 2x = ___ 5p
3p ou 2x = ___
p e ___3p são do intervalo, mas não servem na cos 2x = 0 Ÿ 2x = __
Os valores __ 2 2 2
2 2 7p
___
equação inicial. ou 2x = (pois 0 ≤ 2x ≤ 4p)
2

81
Assim:
Aplicação do conteúdo
p ou x = ___
x = __ 3p ou x = ___
5p ou x = ___
7p
4 4 4 4 1. Resolva a equação em cada item:
2p ou x = ___
1 Ÿ x = ___ 4p S
2 · cos x + 1 = 0 Ÿ cos x = – __ a) sen x = sen __
2 3 3 9
p, ___
{
S = __ 3p , ___
5p , ___
4 4 4 4 3 3
7p , ___
}
4p
2p , ___ Resolução:

p [ 1.° quadrante, tem-se:


Como __
9
1.2. Equações do tipo sen a = sen b, p Ÿ x = __
sen x = sen __
9
p + 2 kp ou
9
cos a = cos b, tg a = tg b p 8p + 2 kp
x = p – __ + 2 kp = ___
( )
9 9
Da redução ao 1.° quadrante, tem-se:
ƒ sen a = sen b

p + 2 kp ou x = ___
a = b + 2 kp
{
S = x [ R | x = __
2S
9
8p + 2kp
9 }
sen a = sen b Ÿ b) cos x = cos ___
a = p – b + 2 kp 5
Resolução:
ƒ cos a = cos b
2p Ÿ x = ___
cos x = cos ___ 2p + 2kS ou
5 5

(
x = 2p – ___
5 )
2p + 2kπ = ___
8p + 2kπ
5

cos a = cos b Ÿ D = ± b + 2 kp

ƒ tg a = tg b

tg

{ 2p + 2kp ou x = ___
S = x [ R I x = ___
5
8p + 2kp
5 }
Outra resolução:
2p + 2kp ou x = – ___
x = ___ 2p + 2k S
5 5

8p
côngruo a ___
5
a = b + 2 kp
tg a = tg b Ÿ a = p + b + 2 kp Ÿ a = b + kp { 2p + 2kp ou x = ___
S = x [ R I x = ___
5
8p + 2kp
5 }
82
3S p + 2kp Ÿ 2x = ___7p + 2kp Ÿ
c) tg x = tg ___ 2x = p – __
( )
10 8 8
Resolução: 7p
Ÿx = ___ + kp
16
p + kp ou x = ___
3p Ÿ x = ___
tg x = tg ___
10
3p + kπ
10
{
S = x [ R | x = ___
16
7p +kp
16 }
2. Resolva, algébrica e graficamente, a equação sen x = cos x.
tg
Resolução:
p–x Ÿ
sen x = cos x Ÿ sen x = sen __
2 ( )
p – x + 2kp Ÿ 2x = __
Ÿx = __ p + 2kp Ÿ
2 2
p
Ÿ x = __ + kp
4

{ 3p +kp
S = x [ R I x = ___
10 }
2S
d) sen x = cos ___
5
Resolução:

p – ___ p , a equação fica


2p = sen __
Fazendo cos ___
assim:
5 2 5 ( 10)
2p = sen ___

p
sen x = sen ___
10
que é do tipo da do item a. Então: Graficamente: as soluções da equação sen x = cos x são as
intersecções dos gráficos de sen x e de cos x, ou seja:
p Ÿ x = ___
sen x = sen ___ p + 2kp ou
10 10 p + kp.
x = __
p + 2kp = ___
x = p – ___ 9p + 2 kp 4
( 10 ) 10
p
{ 9p + 2kp
S = x [ R | x = + 2kp ou x = ___
___
10 10 }
S
e) sen 2x = sen __
8
Resolução:
p Ÿ 2x = __
sen 2x = sen __ p + 2kp Ÿ
8 8
p
___
Ÿx = + kp
16
ou

83
DIAGRAMA DE IDEIAS

TRANSFORMAÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS

OPERAÇÕES OPERAÇÕES
COM SENO COM COSSENO

SOMA SOMA
sen(a + b) = sen(a) ∙ cos(b) + sen(b) ∙ cos(a) cos(a + b) = cos(a) ∙ cos(b) - sen(a) ∙ sen(b)

DIFERENÇA DIFERENÇA
sen(a - b) = sen(a) ∙ cos(b) - sen(b) ∙ cos(a) cos(a - b) = cos(a) ∙ cos(b) + sen(a) ∙ sen(b)

ARCO DUPLO ARCO DUPLO


sen(2a) = 2sen(a) ∙ cos(a) cos(2a) = cos2(a) - sen2(a)

ARCO METADE ARCO METADE


sen ( a ) = 1 - cos(a) cos ( a ) = 1 + cos(a)
2 2 2 2

OPERAÇÕES
COM TANGENTE

SOMA
tg(a) + tg(b)
tg(a + b) =
1 - tg(a) ∙ tg(b)

DIFERENÇA
tg(a) - tg(b)
tg(a - b) =
1 + tg(a) ∙ tg(b)

ARCO DUPLO
2tg(a)
tg(2a) =
1 - tg2(a)

84
GEOMETRIAS PLANA E ESPACIAL: Incidência do tema
nas principais provas

No Enem, encontramos alta incidência de A prova possui elevada incidência de geometria


questões de geometria plana, com níveis de plana. Com questões muito difíceis e abstratas,
dificuldade baixo e mediano, e relacionadas ao exigirá construções geométricas.
cotidiano.

A prova exigirá resolução da geometria plana Cálculo de áreas será cobrado de maneira A prova exigirá raciocínio para resolver
aliada a uma situação do cotidiano. Deve-se objetiva, na segunda fase. Deve-se ter problemas geométricos em áreas. Razão de
saber resolver todos os tipos de área. amplo conhecimento, pois suas questões semelhança entre figuras planas é um conhe-
são difíceis. cimento essencial para essa prova.

Nesse processo seletivo, as questões de Possui alta incidência de questões de geome- Por se tratar de um vestibular tradicional, Por ter um vestibular considerado tradicional,
geometria plana estarão ligadas a situações tria plana, com nível de dificuldade médio, e ocorrem muitas questões abstratas com abordará cálculo de áreas, de maneira objetiva
do cotidiano. A interpretação de texto deve ser sempre conectadas a problemas cotidianos. elevado grau de dificuldade, e serão cobradas e até mesmo contextualizada, oscilando de
proeminente nessa prova. construções geométricas. questões medianas para elevadas.

UFMG

A prova exigirá cálculo de áreas em todas as Geometria plana terá alta incidência e Nesse processo seletivo, ocorre questões de
disciplinas das Exatas. associada às geometrias espacial e analítica. geometria plana associada a outras áreas
Será exigido cálculo de áreas e com razões de da Matemática. Polígonos possuem baixa
semelhança. incidência e cálculo de áreas é um tema muito
abordado.

A geometria plana, como um todo, tem alta Geometria plana ocorrerá na prova com A prova trará questões sobre áreas, com grau
incidência nessa prova, com questões que questões de nível médio. Cálculo de áreas e de dificuldade mediano e elevado. Razões de
envolvem situações problemas. o estudo de polígonos foram abordados em semelhança também podem aparecer.
suas provas mais recentes.

85
AULAS POLÍGONOS
17 E 18
COMPETÊNCIA: 2 HABILIDADES: 7, 8 e 9

1. DEFINIÇÃO ƒ Polígono não convexo: uma reta qualquer pode


cortar o polígono em mais de dois pontos.
Considere, num plano, n pontos (n t 3), A1, A2, A3, ..., An,
ordenados de modo que três consecutivos não sejam co-
lineares.
Denomina-se polígono A1 A2A3...An a figura formada pela
união dos n segmentos consecutivos não colineares.

2.2. Quanto à quantidade de lados


De acordo com o número de lados, os polígonos podem
receber as denominações:
triângulo — 3 lados
quadrilátero — 4 lados
pentágono — 5 lados
ƒ Vértices do polígono: A1, A2, A3, ..., A8.
—— —— —— hexágono — 6 lados
ƒ Lados do polígono: A1A2, A2A3, ..., A7A8.
heptágono — 7 lados
ƒ Perímetro: (2p) é a soma dos comprimentos de todos octógono — 8 lados
os lados.
eneágono — 9 lados
ƒ Gênero de um polígono: é a nomenclatura baseada no
decágono — 10 lados
número de lados.
undecágono — 11 lados
ƒ Vértices adjacentes: dois vértices P e Q são adjacentes
—— dodecágono — 12 lados
se, e somente se, PQ é lado.
pentadecágono — 15 lados
ƒ Diagonal de um polígono: é um segmento de reta que
une dois vértices não adjacentes. icoságono — 20 lados
Os demais são denominados polígonos de n lados.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍGONOS ƒ Um polígono é equilátero quando todos os seus lados


são congruentes.

2.1. Quanto à região ƒ Um polígono é equiângulo quando todos os seus ân-


gulos internos são congruentes.
ƒ Polígono convexo: uma reta qualquer corta o polígo-
no somente em dois pontos. ƒ Um polígono é regular quando é equilátero e equiângulo.
Veja alguns exemplos de polígonos regulares:
O segmento da região interior do polígono regular que
equidista dos vértices é denominado apótema. Na figura
a seguir, observe um pentágono regular e seu apótema
representado por a:

86
(n – 2) ˜ 180º
ai = __________
n

4. SOMA DOS ÂNGULOS EXTERNOS


DE UM POLÍGONO CONVEXO
Sabe-se que, num polígono convexo qualquer, a soma do
ângulo interno com o externo adjacente é sempre 180º.

Note que o apótema é também o raio da circunferência Assim:


inscrita ao polígono.

3. SOMA DOS ÂNGULOS INTERNOS


DE UM POLÍGONO CONVEXO
Para encontrar a soma dos ângulos internos de um polígo-
no convexo qualquer, basta fazer uma decomposição do 3
3
polígono em triângulos a partir de um ponto interior.

i1 + e1 = 180º
i2 + e2 = 180º
n igualdades
...
in + en = 180º
Somando:
Si + Se = n ˜ 180º
n ˜ 180º – 360º + Se = n ˜ 180º
Exemplo: Logo, Se = 360º.
Heptágono convexo Se o polígono for regular:
No heptágono convexo, é possível formar 7 triângulos que
360º
ae = ____
possuam, todos eles, um vértice em comum no ponto in- n
terior do polígono. Como em cada triângulo a soma dos
ângulos internos é igual a 180°, tem-se que a soma dos
ângulos internos do polígono Si é dada por: 5. NÚMERO DE DIAGONAIS
Si = 7 ˜ 180º – (a + b + c + d + e + f + g) DE UM POLÍGONO CONVEXO
360º

Si = 7 ˜ 180º – 360º
Generalizando, para um polígono de n lados, tem-
se:
Si = n ˜ 180º – 360º
Si = (n – 2) ˜ 180º

Se o polígono for regular, todos os ângulos internos serão


congruentes; portanto, cada ângulo interno ai poderá ser
calculado como:

87
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Você sabia que os alvéolos das colmeias possuem formato hexagonal?


Ao construir os alvéolos das colmeias, as abelhas procuram obter uma forma que otimize a economia de cera, ou
seja, que apresente o maior volume para a menor porção de material empregado. Assim, é preciso que a parede de
um alvéolo também sirva ao alvéolo vizinho. Para isso, os alvéolos não poderiam ser cilíndricos. Os alvéolos precis-
ariam ter a forma de um prisma, e os únicos prismas regulares que se justapõem sem deixar buracos são o prismas
triangulares, quadrangulares e os hexagonais, sendo este último o escolhido pelas abelhas, por ser o que apresenta
maior volume.

Exemplo: 6. POLÍGONO REGULAR DE GÊNERO PAR


Heptágono convexo
Observe que as diagonais que partem de um determinado
vértice do polígono unem esse vértice com todos os outros
vértices do polígono, exceto 3 deles: o próprio vértice e
os outros adjacentes a ele. Assim, se o polígono possui 7
vértices, um vértice em particular possui 7 – 3 diagonais
que partem dele.
Diagonais que partem de um vértice:

Dv = 7 – 3 Exemplo:
Octógono regular
O número Dv representa as diagonais que partem de ape-
nas um vértice. Como o polígono possui 7 vértices, o núme- Diagonais que não passam pelo centro.
ro total de diagonais é: Perceba que:
ƒ De um vértice é possível traçar 8 – 4 diagonais que não
passam pelo centro.
7 ˜ (7 – 3)
DT = ________
2 ƒ Como são 8 vértices, então o total de diagonais que
8 ˜(8 – 4)
não passam pelo centro é igual a _______.
2
Note que, ao multiplicar 7(7 – 3), cada diagonal está sendo
Generalizando, tem-se:
contada duas vezes; portanto, deve-se dividir por 2 para se dv = n – 4
obter o número de diagonais. n par = n · (n – 4)
dnc =________ e dc = __n
Generalizando, tem-se que: 2 2

ƒ Número de diagonais que partem de um vértice é igual Em que dv é o número de diagonais que não passam pelo
a n – 3. centro de um vértice, dnc é o número total de diagonais que
não passam pelo centro, e dc o número de diagonais que
ƒ Número de diagonais de um polígono convexo é igual passam pelo centro.
n ˜(n – 3)
a _______. Observe que dnc + dc = DT.
2

88
Resumo: 2Si1 = Si2
2 ∙ 180°(n1 – 2) = 180°(n2 – 2)
Soma dos ângulos internos: Si =180° · (n – 2) 2 ∙ (n1 – 2) = n2 – 2
Soma dos ângulos externos: Se = 360° 2 ∙ (n – 2) = (n + 2 – 2)
Ângulo interno de polígono regular: 2n – 4 = n
180° · (n – 2) n=4
Si = ________
ai = ___
n n
(360°)
Se = _____
Ângulo externo de polígono regular: ae = __
n n
n · (n – 3)
Número de diagonais: D =_____
2

Aplicação do conteúdo
1. Em qual polígono convexo o número de diagonais é
igual ao número de lados?
Resolução:
Igualando a fórmula do número de diagonais a n, tem-se:
n(n – 3)
n = _____ multimídia: sites
2
2n = n(n – 3)
Tangram
Como n ≠ 0:
2=n–3 O Tangram é um antigo jogo chinês, que
consiste na formação de figuras e desenhos
n=5
por meio de 7 peças (2 triângulos grandes,
Logo, o polígono em questão é o pentágono. 1 triângulo médio, 2 triângulos pequenos, 1
quadrado e 1 paralelogramo), além de facili-
2. Sendo n o número de lados de um polígono convexo,
sabendo que a soma dos ângulos internos de um po- tar o estudo da geometria, ele desenvolve a
lígono de n + 2 lados é o dobro da soma dos ângulos criatividade e o raciocínio lógico, que são fun-
internos do polígono de n lados, calcule n. damentais para o estudo da matemática e da
ciência. Que tal baixar o aplicativo Tangram, e
Resolução:
começar um jogo de raciocínio viciante?
Sendo n1 = n e n2 = n + 2, tem-se:

VIVENCIANDO

No cotidiano é comum o uso de polígonos regulares. Andando pelas


ruas de qualquer cidade, é possível observar uma variedade de formas
que lembram os polígonos: uma placa de trânsito, um semáforo ou
até mesmo uma faixa de pedestres. Além disso, algumas formações
poligonais são utilizadas na engenharia. Por exemplo, na ponte Her-
cílio Luz (SC) pode-se ver a formação de triângulos e quadriláteros
formados pelas barras de aço que ligam as torres.

89
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
A habilidade 7 exige que o aluno consiga utilizar seu conhecimento geométrico para realizar a leitura e a represen-
tação da realidade e agir sobre ela.

Modelo
(Enem) Para uma alimentação saudável, recomenda-se ingerir, em relação ao total de calorias diárias, 60% de car-
boidratos, 10% de proteínas e 30% de gorduras. Uma nutricionista, para melhorar a visualização dessas porcentagens,
quer dispor esses dados em um polígono. Ela pode fazer isso em um triângulo equilátero, um losango, um pentágono
regular, um hexágono regular ou um octógono regular, desde que o polígono seja dividido em regiões cujas áreas
sejam proporcionais às porcentagens mencionadas. Ela desenhou as seguintes figuras:

Entre esses polígonos, o único que satisfaz as condições necessárias para representar a ingestão correta de diferentes
tipos de alimentos é o
a) triângulo;
b) losango;
c) pentágono;
d) hexágono;
e) octógono.

90
Análise expositiva - Habilidade 7: Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes
C tipos de figuras geométricas e conheça seus características e propriedades.
Excetuando-se o triângulo equilátero, cada polígono pode ser dividido em 2n triângulos retângulos con-
gruentes, com n sendo o número de lados do polígono. Além disso, sejam c, p e g respectivamente as
frações da área de cada polígono correspondentes às quantidades de carboidratos, proteínas e gorduras.
Desse modo, para o losango, o pentágono, o hexágono e o octógono, respectivamente, tem-se:

( 2 8 8) (10 10 10 )
(c, p, g) = __1 ,__1 ,__3 ; (c, p, g) = __
6 ,__
(12
3 ; (c, p, g) = __
1 ,__ 7 , __
) (4 16 16)
1 , __1 e (c, p, g) = __3,__1 ,__3 ;
12 3
Em particular, para o triângulo equilátero, considere a figura.

(9 )
É possível observar que (c, p, g) = __5 , __1 , __1 ;
9 3
Assim, o único polígono que satisfaz é o pentágono.
Alternativa C

91
DIAGRAMA DE IDEIAS

POLÍGONOS FIGURA GEOMÉTRICA

CLASSIFICAÇÃO FÓRMULAS

QUANTO À QUANTO AOS


REGIÃO LADOS

• CONVEXO • REGULARES
• NÃO CONVEXO • IRREGULARES

POLÍGONO
DIAGONAL SOMA
REGULAR

n ∙ (n - 3) ÂNGULOS INTERNOS: ÂNGULOS INTERNOS:


D=
2 o
ai = 180 ∙ (n - 2) Si = 180o ∙ (n - 2)
n
ÂNGULOS EXTERNOS:
ÂNGULOS EXTERNOS:
o
Se = 360o
ae= 360
n

92
AULAS ÁREAS DOS QUADRILÁTEROS E RAZÃO
19 E 20 DE SEMELHANÇAS PARA ÁREAS
COMPETÊNCIAS: 2e3 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9 e 14

1. ÁREA DOS QUADRILÁTEROS ƒ losango;


ƒ retângulo;
E RAZÃO DE SEMELHANÇA ƒ quadrado.
PARA ÁREAS 1.2.1. Trapézio
Um trapézio é um quadrilátero convexo que possui pelo
1.1. Áreas de figuras planas menos dois lados paralelos.
De modo intuitivo, pode-se afirmar que a área de uma figura
plana é o quanto ela ocupa no plano em que está contida.
Se for adotada uma unidade de área, sabendo o quanto ela
ocupa, torna-se possível compará-la com outras figuras:

Um trapézio pode ser:


ƒ Isósceles: se os dois lados não paralelos forem
congruentes.

Observe que a figura ocupa 18 unidades de área; portanto,


sua área é de 18 u.a. (unidades de área).
É possível calcular a área de determinadas figuras planas
se algumas de suas dimensões relevantes forem conhe-
cidas. A seguir será estudado quais são os quadriláteros
notáveis e como calcular suas áreas.
ƒ Retângulo: se possuir dois ângulos internos retos.
1.2. Quadriláteros notáveis
Como já foi visto, um quadrilátero é um polígono que pos-
sui 4 lados, como o polígono ABCD da figura a seguir:

ƒ Escaleno: se os lados não paralelos não forem congruentes.

De acordo com as características que determinado quadri-


látero possui, é possível classificá-lo de diversas maneiras:
ƒ trapézio;
ƒ paralelogramo;

93
1.2.1.1. Características do trapézio ABCD 1.2.3. Losango
Um losango é um quadrilátero convexo que possui os qua-
tro lados congruentes.

B1 + b1
base média = MN = ______
2
B1 – b1
Mediana de Euler = PQ = ______ 1.2.3.1. Características do losango ABCD
2
ƒ É um paralelogramo equilátero.
(B1 + b1
Área (ABCD) = S = ______
2 )h
ƒ As diagonais se cruzam no ponto médio.
ƒ As diagonais de um losango determinam nele quatro
1.2.2. Paralelogramo triângulos de áreas iguais.
Um paralelogramo é um quadrilátero convexo que possui ƒ As diagonais são perpendiculares.
seus lados opostos paralelos.
ƒ As diagonais são bissetrizes.
ƒ Os ângulos opostos são congruentes.

1.2.2.1. Características do paralelogramo ABCD


ƒ Quadrilátero que possui os lados opostos paralelos.
ƒ Os lados opostos são congruentes.
2x ˜2y
D ˜d = ______
Área (ABCD) = ____ = 2xy
ƒ Os ângulos opostos são congruentes. 2 2
ƒ As diagonais se cruzam no ponto médio. Note que a área do losango é a metade do produto das
diagonais.
ƒ As diagonais de um paralelogramo determinam nele
quatro triângulos de área iguais.
1.2.4. Retângulo
O retângulo é um quadrilátero convexo que possui os
quatro ângulo internos congruentes. Como a soma dos
ângulos internos de um quadrilátero convexo equivale a
360º, cada ângulo interno correponde a 360°/4 = 90°, isto
é, os quatro ângulos internos são retos.
Área (ABCD) = a ·h

Nota
Observe que, mesmo que o segmento DC seja deslo-
cado ao longo da reta DC, paralelamente à AB, sendo
mantidas as mesmas base e altura, a área permanece
a mesma. ^ ^ ^ ^
A = B = C = D = 90°

94
1.2.4.1. Características do retângulo ABCD
ƒ É um paralelogramo equiângulo.
ƒ As diagonais são congruentes.
ƒ As diagonais se cruzam no ponto médio.
ƒ As diagonais de um retângulo determinam nele quatro
triângulos de áreas iguais.

__
Diagonal = CA = BD = a√2
Área (ABCD) = a2

1.2.6. Resumo das áreas


B = base maior
(B + b)h
Trapézio Área = _______ b = base menor
2
______
h = altura
Diagonal = AC = BD =√a2 + b2
Área (ABCD) = S = a ˜ b b = base
Paralelogramo Área = b ˜ h
h = altura
1.2.5. Quadrado
D = diagonal maior
D˜d
Um quadrado é um quadriláterno convexo que possui os Losango Área = ____
2 d = diagonal menor
quatro ângulos internos congruentes e os quatro lados
congruentes.
a = base
Retângulo Área = a ˜ b
Como um retângulo é um quadrilátero que possui os qua- b = altura
tro ângulos internos congruentes, e um losango é um qua-
drilátero que possui os quatro lados congruentes, pode-se
dizer também que um quadrilátero é um quadrado
Quadrado Área = ø2 ø = lado
quando for um losango e um retângulo.

Note que o quadrado é o caso mais particular de quadrilá-


teros notáveis, enquanto o trapézio é o caso menos parti-
cular. Também é possível observar que:
ƒ todo paralelogramo é também um trapézio;
ƒ todo losango é também um trapézio e um paralelo-
1.2.5.1. Características do quadrado ABCD gramo;

ƒ É um paralelogramo equiângulo e equilátero, ou seja, ƒ todo retângulo é também um trapézio e um paralelo-


regular. gramo;
ƒ As diagonais são congruentes. ƒ todo quadrado é também um retângulo, losango, para-
ƒ As diagonais se cruzam no ponto médio. lelogramo e um trapézio.

ƒ As diagonais de um quadrado determinam nele quatro Observe a seguir a esquematização dessas informações no
triângulos de áreas iguais. diagrama de Venn:

ƒ É simultaneamente retângulo e losango. U é o conjunto de todos os quadriláteros.


ƒ As diagonais são perpendiculares. T é o conjunto de todos os trapézios.
ƒ As diagonais são bissetrizes. P é o conjunto de todos os paralelogramos.

95
L é o conjunto de todos os losangos. O primeiro quadrado possui lado 2, portanto sua área A1 é
igual a 4 u.a.. O segundo quadrado possui como medida
R é o conjunto de todos os retângulos.
de seu lado o dobro da medida do quadrado anterior, po-
Q é o conjunto de todos os quadrados. rém sua área é igual a A2 = 16 u.a.. Ao dobrarmos a medi-
da de um segmento para obter uma figura semelhante, sua
área não será o dobro da primeira.
Considere os triângulos A1B1C1 e A2B2C2 semelhantes
a seguir:

A razão de semelhança k é:
2. RAZÃO DE SEMELHANÇA b h
k = __1 = __1
b2 h2
PARA ÁREAS A área S1 e S2 de cada triângulo é dada por:
Foi visto anteriormente como dois triângulos semelhantes
1b ˜h e
S1 = __ 1b ˜h
S2 = __
possuem dimensões de segmentos correspondentes pro-
2 1 1 2 2 2
porcionais. Entretanto, quando se trata de figuras seme-
lhantes, suas áreas não são diretamente proporcionais da Calculando a razão entre as áreas, tem-se:
mesma maneira que os segmentos correspondentes. Ob-
serve um exemplo: 1b ˜h
__
S__1 _______ b1 ˜ h1 __
b h
=2
1 1
= _____ = 1 ˜ __1 = k ˜ k = k2
1b ˜h
S2 __ b2 ˜ h2 b2 h2
2 2 2
Assim, tem-se que:
A razão entre as áreas de dois triângulos semelhantes é
igual ao quadrado da razão de semelhança.
Essa conclusão pode ser estendida para qualquer par de
polígonos semelhantes.

Exemplo:
1. Calcule a área do triângulo ADE na figura a seguir, em
que DE//BC:

multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Área de Figuras Planas Parte III: Como os segmentos DE e BC são paralelos, os triângulos
Losangos, Trapézios, Polígonos... ABC e ADE são semelhantes. A razão de semelhança k
pode ser calculada pela razão das alturas:

96
8 = __
k = ___ 2
12 3
A área do triângulo ABC é:
1 ˜ 10 ˜ 12 = 60 cm2
SABC = __
2
A razão de semelhança para áreas é dada por k², portanto,
pode-se calcular a área SADE do triângulo ADE:
SADE
k2 = ___
SABC
SADE
()2 2 = ___
__
3 60
multimídia: sites
4 S 80
__ = ___ Ÿ S = ___ cm2 > 26,7 cm2
ADE
9 60 ADE 3 matematica.obmep.org.br/index.php/mo-
dulo/ver?modulo=20

VIVENCIANDO

Gerir o espaço e alocar áreas para que o uso do espaço seja otimizado são aplicações recorrentes do tópico de áreas
de figuras planas. Depois de estudar todas as matérias de áreas de figuras planas, considere uma aplicação que você
poderá realizar para utilizar e otimizar o espaço a seu favor:
1. (IFSUL) Uma plantação de café que está situada em um terreno retangular com dimensões de 157 metros
por 50 metros foi irrigada por um esguicho que tem a capacidade de molhar uma área circular de raio igual
a 15 metros.

Supondo que esse esguicho foi fixado em seis pontos distintos, objetivando molhar a maior região possível,
sendo que a mesma parte de café não foi molhada duas vezes e que os limites desse terreno não foram ultra-
passados, a área do terreno que ainda necessita ser irrigada corresponde aproximadamente a
a) 7.850 m2
b) 4.239 m2
c) 3.611 m2
d) 706,5 m2
Resolução:
Calculando:

}
Scafé = 157 · 50 = 7850
7850 – 4239 = 3611 m2
Sesguicho = 6 · π · 152 ≈ 4239
Alternativa C

97
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O cálculo de áreas é frequentemente abordado na disciplina de Geografia, no segmento de geografia física. A divisão
de extensões territoriais por divisões político-administrativas, por vegetação, por clima ou de acordo com a necessida-
de do geógrafo é uma das ferramentas que o cálculo de áreas permite. Na disciplina de Física, há o cálculo da área
de um corpo que sofreu dilatação ou contração por meio de variação de temperatura.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Uma fábrica de fórmicas produz placas quadradas de lados de medida igual a y centímetros. Essas placas são
vendidas em caixas com N unidades e, na caixa, é especificada a área máxima S que pode ser coberta pelas N placas.
Devido a uma demanda do mercado por placas maiores, a fábrica triplicou a medida dos lados de suas placas e
conseguiu reuni-las em uma nova caixa, de tal forma que a área coberta S não fosse alterada.
A quantidade X, de placas do novo modelo, em cada nova caixa será igual a:
a) N/9. b) N/6. c) N/3. d) 3N. e) 9N.

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utili-
A zando cálculos de área de superfícies planas, nesse caso, quadrados, para a sua resolução.
Antes: Depois:
Área = y∙y = y² Área = 3y∙3y = 9y²
1 placa — y² 1 placa — 9y²
N placas — S X placas — S
S = N∙y² S = X∙9y²
Igualando:
N∙y² = X∙9y²
X = N/9
Alternativa A

98
DIAGRAMA DE IDEIAS

TRAPÉZIO QUADRADO PARALELOGRAMO

PODE SER: QUADRILÁTEROS


- ISÓSCELES
- ESCALENO
- RETÂNGULO

• AB // CD
AD // BC
• ÂNGULOS OPOSTOS
• RAZÃO DE SEMELHANÇA CONGRUENTES
PARA ÁREAS • DIAGONAIS SE CRUZAM
• IGUAL AO QUADRADO DA NO PONTO MÉDIO
RAZÃO DE SEMELHANÇA • ÁREA = S = b · h
b +b • SERVE PARA QUALQUER
BASE MÉDIA = MN = 2 1
2
POLÍGONO SEMELHANTE

MEDIANA DE EULER = S = PQ =
b2 - b1 • ÂNGULOS INTERNOS LOSANGO
2
CONGRUENTES
(b2 + b1) h
ÁREA (ABCD) = S = • É SIMULTANEAMENTE UM
2
LOSANGO E UM RETÂNGULO
• DIAGONAIS SE CRUZAM
RETÂNGULO NO PONTO MÉDIO
• DIAGONAIS SÃO PERPEN-
DICULARES E BISSETRIZES
• DIAGONAL = AC = BD = a 2
• ÁREA = a2

K = RAZÃO DE SEMELHANÇA
DOS POLÍGONOS A E A
1 2
A1 ÁREA DO POLÍGONO 1 • É UM PARALELOGRAMO
• ÂNGULOS INTERNOS CON- EQUILÁTERO
A2 ÁREA DO POLÍGONO 2
GRUENTES Â = B = C = D = 90º • DIAGONAIS SE CRUZAM
A1
• É UM PARALELOGRA- K2= NO PONTO MÉDIO
MO EQUIÂNGULO A2 • DIAGONAIS SÃO PERPEN-
• DIAGONAIS SE CRUZAM DICULARES E BISSETRIZES
NO PONTO MÉDIO • ÂNGULOS OPOSTOS
• DIAGONAL = D = AC = a2 + b2 SÃO CONGRUENTES

• ÁREA = A = a · b • ÁREA = A = D·d


2

99
AULAS ÁREA DO CÍRCULO, SETOR
21 E 22 E SEGMENTO CIRCULAR
COMPETÊNCIAS: 2e3 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9 e 14

1. ÁREA DE UM CÍRCULO (DISCO) 2. ÁREA DE UMA COROA CIRCULAR


Como foi visto, uma circunferência de raio R é o conjunto Considere a figura a seguir:
de pontos que equidistam de um ponto O denominado
centro da circunferência. Um círculo é o conjunto de
pontos que possuem uma distância igual ou menor ao
raio. Em outras palavras, o círculo é a união da região inter-
na da circunferência com a circunferência.

Sendo:
ƒ O: centro dos círculos concêntricos.
ƒ P: ponto da circunferência maior.
ƒ Q: ponto da circunferência menor.
ƒ OP = R (raio do círculo maior)
ƒ OQ = r (raio do círculo menor)
1.1. Fórmula da área do círculo
Área da coroa circular = S = pR2 – pr2 = p · (R2 – r2)
A área AC da região interna da circunferência (círculo) de
raio R é calculada pela fórmula:
AC = pR2
3. ÁREA DE UM SETOR CIRCULAR
Uma maneira intuitiva de encontrar a área de um círculo é Considere a figura a seguir:
dividi-lo em pequenos setores. Na figura a seguir, por ex-
emplo, uma circunferência foi dividida em 8 setores, e cada
setor foi disposto de forma conveniente:

Sendo:
ƒ O: centro do círculo.

Ao rearranjar os setores, ocorre que, quanto maior a quan- ƒ P, Q: pontos distintos da circunferência.
tidade de setores em que a circunferência foi dividida, ƒ OP = OQ = R (raio do círculo = raio do setor).
mais próxima de um retângulo a nova figura se torna. Esse
ƒ a: medida do ângulo central.
retângulo possui dimensões pR e R, portanto sua área é
S = pR2. ƒ d: medida linear do arco PQ.

100
A área AS de um setor pode ser calculada facilmente se o
ângulo a for conhecido. A área do setor é proporcional ao 4. ÁREA DE UM
ângulo a:
AS ____ SEGMENTO CIRCULAR
__ = a
AC 360º Sendo:
Em que AC é a área total do círculo. ƒ O: centro do círculo.

360º · AS = a · AC ƒ P, Q: pontos distintos da circunferência.


a · A = ____a · pR2 ƒ OP= OQ = R (raio do círculo).
AS = ____
360º C 360º
ƒ a: media do ângulo central.
a pR2, a em graus.
Área do setor circular = S = ____
(
360º ) ƒ Área (segmento circular) :
a pR2 = _____
Área do setor circular = S = ___ a · R2,
2p ( ) 2
S = Área (setor POQ) – Área (triângulo POQ).

a em radianos. ƒ Área (segmento circular) :


R · R · sen a, a em graus.
a · pR2 – _________
S = ____
É possível, também, calcular sua área em função do arco d:
(
360º ) 2

d·R
Área do setor circular = S = ____
2

Exemplo:
1. Na figura a seguir, tem-se na região interior do quadrado
ABCD de raio 4 cm um setor circular de centro em A e raio
4 cm. Calcule a área da figura destacada.

A área destacada A é calculada pela diferença entre a área


AQ do quadrado ABCD e a área AS do setor circular:
A = AQ – AS

A área do quadrado é igual a AQ = 4² = 16 cm².


O setor circular possui ângulo central de 90° e raio 4cm;
portanto, sua área é dada por:
90º · p(4)2 = __
AS = ____ 1 · p · 16 = 4p cm2
360º 4
Assim, a área destacada é:
A = AQ – AS

A = 16 – 4p = 4(4 – p) cm²

101
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Uma empresa de telefonia celular possui duas antenas que serão substituídas por uma nova, mais potente. As
áreas de cobertura das antenas que serão substituídas são círculos de raio 2 km, cujas circunferências se tangenciam
no ponto O, como mostra a figura.

O ponto O indica a posição da nova antena, e sua região de cobertura será um círculo, cuja circunferência tangenciará
externamente as circunferências das áreas de cobertura menores.
Com a instalação da nova antena, a medida da área de cobertura, em quilômetros quadrados, foi ampliada em:
a) 8π.
b) 12π.
c) 16π.
d) 32π.
e) 64π.

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema
A utilizando cálculos de área de superfícies planas, nesse caso, círculos, para a sua resolução.
A área de uma circunferência é dada pela fórmula πr².
A área ocupada pelas antenas antigas era de 8π, com duas circunferências de raio 2, ou seja, área = 2·2²·π.
Já a área coberta pela nova antena é de 16π, pois o seu raio, analisando a figura, vale 4. Assim, a área = 4²π.
Ou seja, a área aumentou 8π.
Alternativa A

102
DIAGRAMA DE IDEIAS

ÁREA

SETOR SEGMENTO
CÍRCULO
CIRCULAR CIRCULAR

B
R R O
O L R R
Ʉ
A P Q

A = π R2 L∙R A = área do setor PÔQ -


A=
2 área do triângulo PÔQ

Ʉ0 0
2 R ∙ R sen(Ʉ )
A= 0 πR - 0
360 360
COROA
ɄEM GRAUS
CIRCULAR Ʉ0
R

L Ʉ0 π R2
A=
R 3600

A = π(R2 - r2)
O Ʌrad
R

Ʌ
A= R2
2

103
AULAS POLIEDROS E NOÇÕES DE
23 E 24 GEOMETRIA MÉTRICA DE POSIÇÃO
COMPETÊNCIA: 2 HABILIDADES: 6, 7, 8 e 9

1. POLIEDROS E NOÇÕES DE 1.3. Posições relativas entre retas


GEOMETRIA MÉTRICA DE POSIÇÃO ƒ Retas paralelas: duas retas são paralelas se, e so-
mente se, forem coplanares sem pontos em comum ou
forem coincidentes.
1.2. Postulados
ƒ Postulado da existência: existem pontos, retas e
planos. Sua existência é aceita sem prova.
ƒ Em uma reta existem infinitos pontos.
ƒ Em um plano existem infinitos pontos. ƒ Retas concorrentes: duas retas são concorrentes se, e
somente se, sua intersecção apresentar um único ponto.
ƒ Postulados de determinação:
ƒ Dois pontos distintos determinam uma única reta.

ƒ Três pontos não colineares determinam um único plano.


ƒ Retas reversas: duas retas são reversas se, e somente
se, não existir plano que contenha ambas.

ƒ Postulado de inclusão: se dois pontos de um plano


determinam uma reta, então a reta também está con-
tida no plano.

1.4. Determinação de planos


ƒ Três pontos distintos: como já foi exposto, três pon-
ƒ Postulado da intersecção: se dois planos distintos
tos distintos determinam um único plano.
possuem pelo menos um ponto em comum, então a
intersecção dos dois planos forma uma reta. ƒ Duas retas concorrentes: duas retas concorrentes
determinam um único plano.

104
ƒ Duas retas paralelas distintas: existe apenas um
único plano que contém duas retas paralelas distintas.
1.6. Posições relativas entre
planos
ƒ Planos coincidentes: dois planos são coincidentes
se todos os seus pontos são coincidentes.

ƒ Um reta e um ponto fora dela: enquanto existem


infinitos planos que contêm uma determinada reta, ƒ Planos concorrentes (ou secantes): dois planos
existe um único plano que contém uma reta e um não coincidentes são concorrentes se sua intersecção
ponto fora dela. apresenta uma única reta.

ƒ Planos paralelos: dois planos são paralelos se sua


intersecção é vazia.
1.5. Posições relativas
entre reta e plano
ƒ Reta contida no plano: uma reta está contida em
um plano se, e somente se, todos os pontos da reta Observe que não há a ideia de “planos reversos”.
também estão contidos no plano.
1.7. Perpendicularismo
ƒ Entre reta e plano: uma reta r e um plano D são
perpendiculares quando qualquer reta do plano D que
contém o ponto de intersecção P é perpendicular à reta r.

ƒ Reta paralela ao plano: uma reta é dita paralela


a um plano se, e somente se, entre eles não existirem
pontos em comum.

ƒ Reta concorrente ao plano: uma reta é concor- ƒ Entre planos: dois planos são perpendiculares se um
rente a um plano se, e somente se, existir somente deles contém uma reta que é perpendicular ao outro.
um único ponto em comum entre eles.

105
1.8. Projeção ortogonal 1.9. Ângulos
ƒ Ângulo entre reta e plano: o ângulo T formado por
ƒ Entre ponto e plano: a projeção ortogonal P’ de um
uma reta r e um plano D (não paralelos) é o ângulo
ponto P sobre um plano D é a intersecção entre a reta
entre a projeção ortogonal r’ sobre D e r:
perpendicular a D que passa por P.

ƒ Ângulo entre planos: considere dois planos D e E,


não paralelos, e a reta que representa sua intersecção
ƒ Entre reta e plano: pode acontecer de duas formas: é t. Agora, considere uma reta r em E que seja perpen-
ƒ Se a reta é perpendicular ao plano: a projeção dicular a t. O ângulo entre os planos D e E é o ângulo
ortogonal de uma reta r sobre um plano perpendicular formado por r e a sua projeção ortogonal r’ em D.
a r é um ponto.
ƒ Se a reta não é perpendicular ao plano: a proje-
ção ortogonal r’ de uma reta r sobre um plano D é a
intersecção entre o plano D e o plano perpendicular a
D que contém a reta r.

Observe que, se r e r’ não forem perpendiculares a t, o ân-


gulo formado entre elas será menor que T:

ƒ Entre um segmento de reta e plano: dados pon-


tos A e B fora do plano D, a projeção ortogonal do seg-

mento ABsobre o plano D é o segmento formado pe-
las projeções A’ e B’ dos pontos A e B, respectivamente.

2. POLIEDROS
Um poliedro consiste na região delimitada por planos. As
regiões poligonais determinadas pelos planos e suas inter-
secções são denominadas faces. Os lados dos polígonos
Como consequência, também é possível realizar projeções
são as arestas do poliedro, e os vértices das regiões poli-
ortogonais de figuras geométricas. Observe, a seguir, um
gonais são os vértices do poliedro.
quadrado ABCD contido no plano E, não paralelo a D. Sua
projeção ortogonal A’B’C’D’ no plano D é um retângulo: Observe um exemplo de poliedro:

106
No poliedro ABCDEFGH, tem-se: Uma região do plano é convexa quando o segmento de
ƒ ABCD, CDGH,..., EFGH são as faces do poliedro; reta que liga dois pontos quaisquer dessa região está intei-
    ramente contido nela. Nas figuras acima, a e b são regiões
ƒ AB,BC,CD,...,
 GHsão as arestas do poliedro;
convexas, e c e d são regiões não convexas do plano. De
ƒ A, B, C,..., H são os vértices do poliedro.
modo equivalente, pode-se dizer que uma região plana é
Observe que: convexa se qualquer reta r desse plano intersecta seu con-
torno em, no máximo, dois pontos:
ƒ faces são polígonos;
ƒ arestas são segmentos de reta;
ƒ vértices são pontos.

Observe:
REGIÕES PLANAS CONVEXAS

REGIÕES PLANAS NÃO CONVEXAS

Um poliedro é convexo quando o segmento que liga dois


Esse poliedro possui: de seus pontos está sempre contido nele.
ƒ 5 faces;
De modo equivalente, pode-se dizer que um poliedro é
ƒ 8 arestas; convexo se qualquer reta não paralela a nenhuma das fa-
ƒ 5 vértices. ces intersecta suas faces em, no máximo, dois pontos.
As figuras espaciais a seguir são exemplo de poliedros.

POLIEDROS CONVEXOS

POLIEDROS NÃO CONVEXOS

2.1. Poliedros convexos 2.2. Relação de Euler


O matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) desco-
É importante recordar o que é uma região convexa do plano.
briu uma importante relação entre o número de vértices
(V), o número de arestas (A) e o número de faces (F) de
um poliedro convexo.
Observe os exemplos a seguir:

107
Examine o poliedro abaixo, que é um exemplo des-
sa situação:

POLIEDRO NÃO CONVEXO

Todo poliedro convexo satisfaz a relação de Euler, mas


nem todo poliedro que satisfaz a relação de Euler é
convexo.
Observe que, para cada um dos poliedros, o número de
3. Dados três números V, A e F, tal que V – A + F,
arestas é exatamente 2 unidades menor do que a soma do
nem sempre existe um poliedro que tenha V vértices,
número de faces com o número de vértices.
A arestas e F faces. Por exemplo: V = 1, A = 3 e F = 4.
Essa relação pode ser escrita assim:
4. Em uma superfície poliédrica aberta, vale a relação
V –A + F = 2 (relação de Euler) V – A + F = 1.
Em uma definição informal, uma superfície poliédrica
A relação de Euler vale para todos os poliedros conve- aberta pode ser entendida como um poliedro ao qual
xos. No entanto, ela não é condição necessária e suficiente faltam uma ou mais faces adjacentes. Uma caixa de
para que um poliedro seja convexo. Em outras palavras, a sapatos sem a tampa é uma superfície aberta.
relação pode valer para um determinado poliedro, mas não
significa que ele seja convexo.
O valor 2 dessa expressão é uma característica de todos os
poliedros convexos.
Aplicação do conteúdo
Observe a relação de Euler em mais um poliedro convexo: 1. Determine o número de arestas e o número de vérti-
ces de um poliedro convexo com seis faces quadrangu-
lares e quatro faces triangulares.

Resolução:

Como o poliedro tem 6 faces quadrangulares, tem-se:


6 ˜ 4 = 24 arestas
Notas:
O poliedro tem 4 faces triangulares:
1. Em alguns poliedros (não em todos) não convexos,
vale também a relação de Euler. 4 ˜ 3 = 12
Examine um exemplo dessa afirmação no poliedro Como cada aresta foi contada duas vezes, o número total
não convexo abaixo: de arestas é:
24 + 12 = 18
A = _______
2
Assim: F = 10, A = 18.
Aplicando a relação de Euler:
V – A + F = 2 Ÿ V – 18 + 10 = 2 Ÿ V = 10
Portanto, o poliedro tem 18 arestas e 10 vértices.
2. A expressão V – A + F pode assumir valores diferen-
tes de 2, quando o poliedro não é convexo. 2. Arquimedes descobriu um poliedro convexo formado
por 12 faces pentagonais e 20 faces hexagonais, todas

108
regulares. Esse poliedro inspirou a fabricação da bola Da relação de Euler, V – 2 = A – F, tem-se:
de futebol que apareceu na Copa do Mundo de 1970.
Quantos vértices possui esse poliedro? S = (V – 2) ˜ 360º.

4. POLIEDROS REGULARES
Um poliedro convexo é regular quando todas as faces são
regiões poligonais regulares e congruentes e em todos os
vértices concorre o mesmo número de arestas.

Resolução:

Como o poliedro tem 12 faces pentagonais, então:


12 ˜ 5 = 60 arestas
O poliedro tem 20 faces hexagonais, assim:
POLIEDRO REGULAR POLIEDRO REGULAR
20 ˜ 6 = 120 arestas.
Logo:
Nota:
F = 12 + 20 = 32
Uma região poligonal regular é limitada por um
polígono regular, ou seja, por um polígono que tem
Cada aresta foi contada duas vezes; portanto, tem-se: todos os lados e ângulos internos congruentes.
2A = 60 + 120 Ÿ 2A = 180 Ÿ A = 90
Como o poliedro é convexo, vale a relação de Euler,
Observe:
V – A + F = 2:
V – 90 + 32 = 2 Ÿ V = 2 + 90 – 32 Ÿ V = 60
Assim, o número de vértices é 60.

3. SOMA DOS ÂNGULOS DAS


FACES DE UM POLIEDRO CONVEXO
Em todo poliedro convexo, a soma dos ângulos das faces
é dada por:
S = (V – 2) ˜ 360º
5. PROPRIEDADE: EXISTEM APENAS
CINCO POLIEDROS REGULARES
Em que V é o número de vértices do poliedro.
CONVEXOS
Demonstração:
Considere um poliedro regular, sendo n o número de lados
Seja n1, n2, n3,..., nF o número de lados de cada uma das F de cada face e p o número de arestas que concorre em
faces do poliedro. cada vértice.

Assim, a soma dos ângulos das faces é: Assim, tem-se:

S = (n1 – 2) ˜ 180º + (n2 – 2) ˜ 180º+ ... 2 A = nF = pV


(nF–2 – 2) ˜ 180º + ... + (nF – 2) ˜ 180º Ÿ
O que acarreta:
Ÿ S = 180º (n1 + n2 + ... + nF) – 180° (2 + 2 + 2 + ... + 2) nF
nF e V = __
A = __ p
2A F parcelas 2

Ÿ S = 180º ˜ 2A – 180º ˜ 2 F Ÿ S = 360º (A – F) Substituindo esses valores na relação de Euler.

109
V – A + F = 2, temos:
nF – __
__ 2nF – npF + 2pF ___
nF + F = 2 Ÿ_____________ 4p
p = Ÿ
2 2p 2p
4p
Ÿ F(2n + 2 p – np) = 4 p Ÿ F = __________
2n + 2p – np
É preciso ter 2n + 2p – np > 0, isto é:
2n > np – 2p Ÿ CUBO: 6 FACES QUADRADAS E 3 ARESTAS QUE CONCORREM EM CADA VÉRTICE.
Ÿ 2n > p(n – 2) Ÿ
2n > p
Ÿ ____
n–2
Como p t 3, segue que:
Ÿ2n > 3n – 6 Ÿ
Ÿ–n>–6Ÿn<6 DODECAEDRO: 12 FACES PENTAGONAIS REGULARES CONGRUENTES
E 3 ARESTAS QUE CONCORREM EM CADA VÉRTICE.
Portanto, temos as seguintes possibilidades: n = 3, n = 4
e n = 5.
ƒ Para n = 3: 6. POLIEDROS DE PLATÃO
p = 3 o F = 4 (tetraedro)
4p Um poliedro é denominado poliedro de Platão se, e somen-
F = ____ o p = 4 o F = 8 (octaedro)
6–p te se, forem verificadas as seguintes condições:
p = 5 o F = 20 (icosaedro)
ƒ Todas as faces têm o mesmo número de arestas.
ƒ Para n = 4:
ƒ Em todos os vértices concorrem o mesmo número de
4p 2p
F = _____ = ____ o p = 3 o F = 6 (cubo) arestas.
8 – 2p 4 – p
ƒ Vale a relação de Euler: V – A + F = 2.
ƒ Para n = 5:
Dessa forma, todos os poliedros regulares convexos são
4p
F = ______ o p = 3 o F = 12 (dodecaedro) poliedros de Platão.
10 – 3p
Da mesma maneira que foi demonstrado que só existem
Examine estes desenhos: cinco poliedros regulares convexos, podemos demonstrar
que só existem cinco classes de poliedros de Plantão: te-
traedros, hexaedros, octaedros, dodecaedros e icosaedros.

TETRAEDRO: 4 FACES TRIANGULARES EQUILÁTERAS E 3


ARESTAS QUE CONCORREM EM CADA VÉRTICE.

OCTAEDRO: 8 FACES TRIANGULARES EQUILÁTERAS E 4


ARESTAS QUE CONCORREM EM CADA VÉRTICE.

ICOSAEDRO: 20 FACES TRIANGULARES EQUILÁTERAS E 5


ARESTAS QUE CONCORREM EM CADA VÉRTICE.

110
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
A Habilidade 7 exige que o aluno consiga utilizar seus conhecimentos geométricos para realizar a leitura e a repre-
sentação da realidade e agir sobre ela.

Modelo
(Enem) Para o modelo de um troféu foi escolhido um poliedro P, obtido a partir de cortes nos vértices de um cubo.
Com um corte plano em cada um dos cantos do cubo, retira-se o canto, que é um tetraedro de arestas menores do
que metade da aresta do cubo. Cada face do poliedro P, então, é pintada usando uma cor distinta das demais faces.
Com base nas informações, qual é a quantidade de cores que serão utilizadas na pintura das faces do troféu?
a) 6
b) 8
c) 14
d) 24
e) 30

Análise expositiva - Habilidade 7: Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes
C tipos de sólido geométrico e conheça suas características e propriedades.
Depois dos cortes, o poliedro P resultante é um sólido com 6 + 8 = 14 faces.
Alternativa C

111
DIAGRAMA DE IDEIAS

NOÇÕES DE GEOMETRIA POSIÇÕES RELATIVAS


DE POSIÇÃO ENTRE RETA E PLANO

DOIS PONTOS DISTINTOS RETA CONTIDA NO PLANO


DETERMINAM UMA ÚNICA RETA
A B
r
TRÊS PONTOS NÃO COLINEARES
Ʉ
DETERMINAM UM ÚNICO PLANO

POSIÇÕES RELATIVAS RETA PARALELA AO PLANO


ENTRE RETAS
r

PARALELAS
Ʉ
s
Ʉ r
RETA CONCORRENTE AO PLANO

CONCORRENTES P

r Ʉ

REVERSAS
(PLANOS DISTINTOS)

112
AULAS PRISMAS
25 E 26
COMPETÊNCIA: 2 HABILIDADES: 6, 7, 8 e 9

1. PRISMAS
Entre os poliedros mais conhecidos, destacam-se os pris-
mas. Observe a seguir alguns exemplos e procure perceber
suas características.

Tome dois segmentos consecutivos assim determinados,


 
por exemplo, AA’ e BB’.Essas retas determinam um plano,
pois seus lados AA’ e BB’ são paralelos. Disso decorre que
 
ABe A’B’ também são paralelos (pois estão contidos
em retas coplanares que não se intersectam por esta-
rem contidas em planos paralelos). Assim, o quadrilá-
tero AA’B’B é um paralelogramo. As regiões limitadas
por paralelogramos assim determinados, juntamente
com as regiões poligonais ABCDE e A’B’C’D’E’, de-
terminam um poliedro denominado prisma de bases
1.1. Construção e ABCDE e A’B’C’D’E’.
definição de prisma A região do espaço ocupada por um prisma é formada pe-
Considere uma região poligonal, por exemplo, ABCDE, los pontos dos segmentos nos quais cada extremidade está
contida em um plano D. Escolha um ponto A’ qualquer, em uma das bases.
não pertencente a D. Por A’ trace o plano E paralelo a D. As arestas AA’, BB’, CC’, DD’ e EE’ são denominadas ares-
Pelos demais pontos B, C, D, E trace retas paralelas a AA’ tas laterais. Todas as arestas laterais são paralelas e de
que cortam E nos pontos B’, C’, D’, E’. Essas retas são mesmo comprimento.
paralelas entre si.
Arestas laterais consecutivas determinam regiões que têm
a forma de paralelogramos e são chamadas de faces late-
rais do prisma.
As bases ABCDE e A’B’C’D’E’ são congruentes. A altura do
prisma é a distância entre as bases.

Nota:
Quando, nos exercícios relacionados a esse assunto,
as bases forem polígonos, deve-se entendê-las como
regiões poligonais (por exemplo, a expressão “prisma
cuja base é um quadrado” deve ser entendida como
"prisma cuja base é uma região quadrada").

113
Arestas laterais: AD, CF e BE
1.2. Caso particular: o
paralelepípedo ƒ Prisma reto de base pentagonal ou prisma reto pentagonal.
Quando a base é uma região em forma de paralelogramo,
tem-se um prisma particular denominado paralelepípedo.

Bases: regiões ABCDE e FGHIJ

Paralelepípedos são prismas cuja particularidade consiste em Faces laterais: regiões BCHG, CDIH, DEJI, AEJF e ABGF
que qualquer de suas faces pode ser tomada como base, (faces retangulares)
pois duas faces opostas quaisquer estão situadas em planos Arestas laterais: AF, BG, EJ, CH e DI
paralelos e são ligadas por arestas paralelas entre si.
ƒ Prisma reto de base retangular ou paralelepípedo re-

2. PRISMAS RETOS
tângulo ou bloco retangular.
Quando a base é uma região retangular, obtém-se um pa-
O prisma é reto quando as arestas laterais são perpendi- ralelepípedo retângulo ou bloco retangular, no qual cada
culares às bases, e oblíquo quando as arestas laterais não face é uma região retangular.
são perpendiculares às bases.

PRISMA RETO PRISMA OBLÍQUO

Dessa forma, num prisma reto, as faces laterais são regiões


retangulares. ƒ Cubo ou hexaedro regular.

De acordo com a região poligonal das bases, o prisma rece- Quando, em um prisma reto, a base é uma região poli-
be nomes especiais. Observe alguns exemplos: gonal regular, tem-se um prisma regular. Um exemplo é
o cubo ou hexaedro regular, que é um caso particular de
ƒ Prisma reto de base triangular ou prisma reto triangular. paralelepípedo retângulo, no qual cada face é uma região
quadrada. Assim:

Prisma regular é um prisma reto cuja base é uma


região poligonal regular.

Bases: regiões ABC e DEF


Faces laterais: regiões ABED, ACFD, BCFE (faces retangulares)

114
ƒ Como o triângulo ABD é retângulo em A, tem-se pela
Nota: relação de Pitágoras:

Todo quadrado é um retângulo. Todo retângulo é x2 = a2 + b2 (I)


um paralelogramo. Portanto, todo quadrado é um ƒ Como o triângulo DBH é retângulo em D, tem-se pela
paralelogramo. relação de Pitágoras:
d2 = x2 + c2 (II)
Examine essa classificação em um diagrama: ƒ Substituindo (I) em (II), segue que:
d2 = x2 + c2 = a2 + b2 + c2 Ÿ d = dXXXXXXXXXX
a2 + b2 + c2
No cubo, como ele é um caso particular de paralelepípedo
retângulo, tem-se:

Nota:
Todo cubo é um paralelepípedo retangular, mas nem
todo paralelepípedo retangular é cubo.

2.1. Cálculo da diagonal


de um paralelepípedo _________ ___
retângular e de um cubo d = √ a2 + a2 + a2 = √3a2
No paralelepípedo de dimensões a, b e c, tem-se: d = adXX
3

2.2. Área da superfície de um prisma


Em todo prisma, considere que:
ƒ Superfície lateral: é formada pelas faces laterais.
ƒ Superfície total: é formada pelas faces laterais e pe-
las bases.
ƒ Área lateral (Al): é a área da superfície lateral.
d = medida da diagonal do paralelepípedo
ƒ Área total (At): é a área da superfície total.
x = medida da diagonal da base

Na figura, é possível localizar dois triângulos retângulos:


Aplicação do conteúdo
1. Em um prisma hexagonal regular, a aresta da base
mede 3 cm e a aresta da face lateral mede 6 cm. Cal-
cule a área total.

t t

s
s

115
Resolução:

Na figura, é possível observar que:


s – medida da aresta lateral = 6 cm
t – medida da aresta da base = 3 cm

Assim:
Área lateral = A2 = 6(s ˜ t) = 6(6 ˜ 3) = 108 cm2
Área base = área da região limitada pelo hexágono regular Todo paralelepípedo retângulo é formado por 6 faces:
A região hexagonal é formada por regiões triangulares ƒ Duas regiões retangulares de medidas a e b.
equiláteras.
ƒ Duas regiões retangulares de medidas a e c.
Já foi visto que a área de uma__região triangular equilátera
<2√3. ƒ Duas regiões retangulares de medidas b e c.
de lado ℓ é dada por A = ____
4
Assim, segue que:
Área total = At = 2ab + 2ac + 2bc = 2(ab + ac + bc)
No exercício dado:
Área de cada caixa = At = 2(14 ˜ 20 + 20 ˜ 40 + 14 ˜ 40)=
= 2(280 + 800 + 560) = 3280 cm2
Como são 10.000 caixas, tem-se:
A = 3280 ˜ 10000 = 32800 000 cm2 = 3 280 m2
t Se 1 m = 100 cm, então
m2 = 10000 cm2
Nesse caso,__tem-se: __ __
t2√
____ 3 32√
____ 3 27 √3 2
_____ Serão necessários pelo menos 3.280 m2 de papelão.
Ab = 6 ˜ =6˜ = cm
4 4 2
3. Dispondo de uma folha de cartolina de 50 cm de
Como são duas __ bases, segue que: comprimento por 30 cm de largura, pode-se construir
27√3 = 27 dXX
2Ab = 2 ˜ _____ 3 cm2 uma caixa aberta cortando um quadrado de 8 cm de
2 lado em cada canto da folha (ver figura). Quantos cen-
Área total = área lateral + área das bases tímetros quadrados de material são necessários para
Nesse caso, a área total é dada por: que seja construída essa caixa?

AT = Aℓ + 2Ab = (108 + 27 dXX


3 ) cm2
Como dXX
3 = 1,7 tem-se: At = 153,9 cm2.

2. Uma indústria precisa fabricar 10.000 caixas de sa-


bão com as medidas da figura a seguir. Desprezando as
abas, calcule, aproximadamente, quantos metros qua-
drados de papelão serão necessários.

Montando a caixa, tem-se a figura a seguir:

Resolução:

A caixa tem a forma de um paralelepípedo retângulo:

116
Resolução: Como são 4 cantos, tem-se: 4 ∙ 64 = 256 cm2.
São necessários para fazer a caixa
Observando a caixa montada, é possível verificar que:
1 500 – 256 = 1 244 cm2 de material.
ƒ Duas regiões retangulares de 34 cm por 8 cm
A1 = 34 ∙ 8 = 272 cm2
ƒ Duas regiões retangulares de 14 cm por 8 cm
A2 = 14 ∙ 8 = 112 cm2
ƒ Uma região retangular de 34 cm por 14 cm (fundo da caixa)
A3 = 34 ∙ 14 = 476 cm2

Portanto, a quantidade de material usado é:


multimídia: livros
2 A1 + 2 A2 + A3 = 2 ∙ 272 + 2 ∙ 112 + 476 = 544 + 224
+ 476 = 1 244 cm2 O homem que calculava - Malba Tahan
Outra resolução: As proezas matemáticas do calculista persa Be-
remiz Samir – O homem que calculava – torna-
A região retangular de 50 cm por 30 cm tem área de 50 ∙ ram-se lendárias na antiga Arábia, encantando
30 = 1 500 cm2. reis, poetas, xeques e sábios. Nesse livro, Malba
Cada “canto” é um quadrado de 8 cm de lado e, portanto, Tahan relata as incríveis aventuras desse ho-
com área de 8 ∙ 8 = 64 cm2. mem singular e suas soluções fantásticas para
problemas aparentemente insolúveis.

VIVENCIANDO

A matemática está sempre presente no dia a dia por meio da natureza, dos animais, dos objetos, das construções, etc.
Os prédios, principalmente os históricos, trazem em sua arquitetura figuras geométricas que proporcionam caracterís-
ticas únicas, as quais simbolizam a cultura de uma sociedade. Já reparou que os prédios têm formato de um prisma?
Além disso, ao embrulhar um presente, são utilizadas caixas que possuem uma estrutura tridimensional de um cubo
ou prisma retangular.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A oftalmologia é a ciência dedicada ao estudo e tratamento de doenças dos olhos. Ao diagnosticar doenças ou de-
ficiências oculares, os oftalmologistas usam a luz refletida e refratada pelos prismas para examinar diferentes partes
dos olhos e encontrar os problemas. Os prismas utilizados para tratar uma doença ajudam a redirecionar a luz que
entra nos olhos para melhorar a visão do paciente.

117
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.

A Habilidade 7 exige que o aluno consiga utilizar seus conhecimentos geométricos para realizar a leitura e a repre-
sentação da realidade e agir sobre ela.

Modelo
(Enem) Uma rede hoteleira dispõe de cabanas simples na ilha de Gotland, na Suécia, conforme a figura 1. A estrutura
de sustentação de cada uma dessas cabanas está representada na figura 2. A ideia é permitir ao hóspede uma estada
livre de tecnologia, mas conectada com a natureza

A forma geométrica da superfície, cujas arestas estão representadas na figura 2, é um(a):


a) tetraedro;
b) pirâmide retangular;
c) tronco de pirâmide retangular;
d) prisma quadrangular reto;
e) prisma triangular reto.

Análise expositiva - Habilidade 7: Como a figura 2 possui faces opostas paralelas e iguais e base trian-
E gular, sua representação é dada por um prisma triangular reto.
Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes tipo de sólidos geométricos e conhe-
ça suas características e propriedades.
Alternativa E

118
DIAGRAMA DE IDEIAS

PRISMAS

ELEMENTOS NOMENCLATURA CLASSIFICAÇÃO

BASE
DADOS DE ACORDO COM OS PRISMAS OBLÍQUOS
VÉRTICE POLÍGONOS DAS BASES QUANDO AS ARESTAS
LATERAIS NÃO SÃO PER-
POLÍGONO PENDICULARES À BASE
ALTURA ARESTA PRISMA
DA BASE
LATERAL PRISMAS RETOS
TRIANGULAR QUANDO AS ARESTAS
BASE LATERAIS SÃO PERPEN-
FACE
LATERAL ARESTA QUADRANGULAR DICULARES À BASE
BASE
PENTAGONAL PRISMAS REGULARES
PRISMA RETO CUJA
HEXAGONAL BASE É UMA REGIÃO
POLIGONAL REGULAR
... ...

ÁREA DE
CUBO
SUPERFÍCIE

ÁREA LATERAL (AL) PRISMA REGULAR


SOMA DAS ÁREAS DIAGONAL DA FACE ÁREA LATERAL
DAS FACES LATERAIS d=a 2 A = 4a2
D

ÁREA DA BASE (AB) d DIAGONAL DO CUBO ÁREA TOTAL


D=a 3 AT = 6a2
ÁREA DO POLÍGONO
FORMADO NA BASE

ÁREA TOTAL (AT) PARALELEPÍPEDO


AT = AL + 2AB

PRISMA REGULAR
DIAGONAL DO
c
D PARALELEPÍPEDO ÁREA DA BASE
a
b
d D = a2 + b2 + c2 AB = a ∙ b

DIAGONAL DA FACE ÁREA LATERAL ÁREA TOTAL


d = a2 + b2 AL = 2ab + 2bc + 2ac AT = AL + 2AB

119
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
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Herlan Fellini
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Raphael de Souza Motta
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Projeto gráfico e capa


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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
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2
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA
Aulas 27 e 28: Funções compostas 6
Aulas 29 e 30: Funções trigonométricas 10
Aulas 31 e 32: Equações e inequações modulares 30
Aulas 33 e 34: Funções modulares 37

ÁLGEBRA E TRIGONOMETRIA
Aulas 27 e 28: Inequações trigonométricas 48
Aulas 29 e 30: Princípio fundamental da contagem 53
Aulas 31 e 32: Fatorial, permutação simples e permutação com repetição 58
Aulas 33 e 34: Arranjos 65

GEOMETRIA ESPACIAL
Aulas 27 e 28: Volume de prismas 74
Aulas 29 e 30: Pirâmides e troncos de pirâmides 81
Aulas 31 e 32: Cilindros 93
Aulas 33 e 34: Cones e troncos de cone reto 100

3
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.

4
ÁLGEBRA: Incidência do tema nas principais provas

A prova do Enem tem baixa incidência em Funções modulares aparecem pouco e funções
questões das funções abordadas. Mesmo assim, compostas ocorrem bastante. Os temas são
quando aparece, pode ser uma questão difícil. abordados em questões com elevado grau de
dificuldade.

Na primeira e segunda fase podem aparecer A prova exigirá conceitos mais específicos A prova trará uma questão sobre as funções,
funções modulares com função trigonométrica sobre as funções estudadas neste livro, e na primeira ou segunda fase. Questões com
aplicada, em questões muito bem elaboradas equações e inequações podem aparecer com temas aplicados ao nosso cotidiano ocorrem
e com elevado grau de dificuldade. grau elevado de dificuldade. com frequência.

Questões de função composta e trigono- Questões elaboradas com boa interpretação Apresenta alta incidência de função com- A prova possui questões com elevado grau de
métricas podem aparecer relacionadas com de texto em funções trigonométricas. Dentre posta, além de questões sobre inequações dificuldade.
questões de domínio e imagem. os temas abordados, módulo pode ser o modulares e funções trigonométricas muito
mais difícil. difíceis.

UFMG

A prova apresenta questões bem elaboradas A prova de Matemática é muito bem A prova apresenta poucas questões, porém,
em aritmética. Podem ocorrer questões de elaborada, por isso, as aulas deste livro são abordando vários temas da Matemática.
módulos e sua função, além de funções totalmente necessárias para a resolução das Assim, o candidato deve trazer todos os
trigonométricas. questões. conceitos anteriores para somar com as aulas
deste livro.

O candidato pode se deparar com funções A prova de Matemática é diferente da prova A prova apresenta questões com os temas
compostas em questões contextualizadas e do Enem, com questões de pouco texto e mais deste livro junto com outros grandes temas da
medianas. Funções trigonométricas ocorrerão objetividade. Saber os conceitos de funções Matemática.
de forma objetiva trigonométricas é fundamental.

5
AULAS FUNÇÕES COMPOSTAS
27 E 28
12, 15, 17, 18, 19,
COMPETÊNCIAS: 3, 4 e 5 HABILIDADES:
20 e 21

1. FUNÇÕES COMPOSTAS A

f
B

g
C

x y z

1.1. Definição
Considere as funções f: A o B e g: B o C. Lembre-se de que: h

ƒ A é o conjunto domínio da função f; ƒ h: A o C: a cada x [ A associa-se um único z [ C, tal


que z = y2 = (2x)2 = 4x2
ƒ B é o contradomínio da função f e domínio da função g; e
Essa função h de A em C, dada por h(x) = 4x2, é denomina-
ƒ C é o contradomínio da função g.
da função composta de g e f.
É chamada de função composta de g com f a função g + f:
De modo geral, para indicar como o elemento z [ C é de-
A o C, tal que:
terminado de modo único pelo elemento x [ A, escreve-se:
(g + f)(x) = g”f(x)” z = g(y) = g(f(x))
Na forma de diagrama, tem-se:
1.1.1. Notação
B A função composta de g e f será indicada por g + f
(lê-se: g círculo f).
f(x)
A f g C (g + f)(x) = g(f(x))

x g[f(x)]

gof

Note que, como a função g + f associa valores do conjun-


to A diretamente a valores do conjunto C, o domínio da
função composta é A, e seu contradomínio é o conjunto C. multimídia: vídeo
Observe um procedimento análogo para as funções f: A o FONTE: YOUTUBE
B, definida por f(x) = 2x, e g: A o C, definida por Resolução de funções compostas
g(x) = x2. Perceba que o contradomínio B da função
f é o mesmo domínio da função g.
ƒ f: A o B: a cada x [ A associa-se um único y [ A, tal Aplicação do conteúdo
que y = 2x
1. Sendo f(x) = 2x – 1 e f”g(x)” = 3 – x, determine g(x).
ƒ g: A o C: a cada y [ B associa-se um único z [ C,
tal que z = y2 ƒ Como tem-se f[g(x)], substitui-se x por g(x) em f(x):

Nesse caso, é possível considerar uma terceira função f(x) = 2x – 1


h: A o C, que faz a composição entre as funções f e g: f[g(x)] = 2g(x) – 1

6
ƒ Como se sabe que f[g(x)] = 3 – x, tem-se: ƒ Note que é possível calcular:
1 = ___
f(g(8)) = _______ 1
2g(x) – 1 = 3 – x 2(8)2 – 8 120
ƒ Isolando g(x): ƒ Ou seja, os domínios de f(x) e de f(g(x)) são diferentes.
4–x O domínio da composta deve ser calculado a partir da
g(x) = ____ própria f(g(x)):
2
1
f(g(x)) = ______
2. Sendo f(x) = 2x + 1 e f o f(k) = 5, calcule o valor de k. 2x2 − 8

ƒ Se f o f(k) = 5, então f(f(k)) = 5. Calculando f(k): ƒ O domínio é dado por:


2x2 − 8 ≠ 0
f(k) = 2k + 1
x2 ≠ 4
ƒ Calculando f(f(k)): x ≠ ±2
f(f(k)) = f(2k + 1) ƒ Assim, o domínio de f(g(x)) é R − {±2}.

ƒ Substituindo na função f:
1.2. Condição de existência
f(2k + 1) = 2(2k + 1) + 1 = 4k + 3
ƒ Domínio de f(Df) seja igual ao contradomínio de g(CDg).
ƒ Como f(f(k)) = f(2k + 1) = 5, tem-se:
ƒ Contradomínio de f(CDf) seja igual ao domínio de g(Dg).
4k + 3 = 5
k = __1 Exemplo
2
Considere:
1
3. Se f(x) = _____ e g(x) = 2x2, encontre o domínio da
x−8 f: A o B g: B o C
função f(g(x)). f(x) = 2x – 3 g(x) = 5x
ƒ O domínio da função f(x) pode ser calculado da se- Assim:
guinte maneira:
Em f: Em g:
x–8≠0
Para x = 1, tem-se: Para x= –1, tem-se:
x≠8 f(1) = 2 · 1 – 3 = –1 g(– 1) = 5 · (–1) = –5
ƒ No entanto, observe que, calculando f(g(x)), obtém-se: Para x = 2, tem-se: Para x = 1, tem-se:
f(2) = 2 · 2 – 3 = 1 g(1) = 5 · 1 = 5
1
f(g(x)) = ______
2x2 – 8 Para x = 3, tem-se: Para x = 3, tem-se:
f(3) = 2 · 3 – 3 = 3 g(3) = 5 · 3 = 15

VIVENCIANDO

A função composta é utilizada em diversas situações. Por exemplo, quando é possível relacionar mais de duas gran-
dezas por meio de uma mesma função. Pode-se dizer que a concentração de monóxido de carbono na atmosfera de
uma determinada cidade depende da quantidade de carros que trafega por ela; no entanto, a quantidade de carros
varia com o tempo. Em consequência, a concentração de monóxido de carbono varia com o tempo, o que determina
uma função composta.

7
Na forma de diagrama, tem-se: ƒ h: A o C

B ƒ h(x) = g(f(x)) = g(2x – 3) = 5 · (2x – 3) = 10x – 15


-1
ƒ h(1) = 10 · 1 – 15 = –5
) 1
f(1
) ƒ h(2) = 10 · 2 – 15 = 5
f(2 3

g(- )
1)
f(3
) ƒ h(3) = 10 · 3 – 15 = 15

g(1
g(3
A C
ƒ h(x) = 10x – 15 é denominada função composta de g

)
1 -5
com f, podendo ser representada por:
2 h(1) 5
h(x) = (g + f) (x) Ÿ lê-se “g bola f de x”.
3 h(2) 15
ou
h(3)
h(x) = g(f(x)) Ÿ lê-se “g de f de x”.

Note que existe uma função h que transforma diretamente Assim, segue que h representa a aplicação da função g em
os elementos de A em C. Assim: f, e a função f, por sua vez, aplica-se em x.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As funções compostas estão diretamente relacionadas às ações geológicas da Terra. Um geofísico, por exemplo, ao
analisar precipitações no interior do planeta ou ao estudar características de novos planetas, necessita de mais de
duas grandezas para relacionar temperatura, relevo, altura e pressões do ambiente. Além disso, as funções compostas
também estão presentes na Medicina. No procedimento médico conhecido como angioplastia, os médicos inserem
um cateter numa veia ou artéria e inflam um pequeno balão de formato esférico até que ele atinja certo volume. Por
meio da função composta, pode-se determinar o tempo que o balão leva para atingir o volume necessário.

8
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO COMPOSTA

f: A B
CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA g: B C
D(f) = CD(g) g o f: A C
CD(f) = D(g) REPRESENTAÇÃO DA
FUNÇÃO COMPOSTA

(g o f) (x) = g[f(x)]

REPRESENTANDO
EM DIAGRAMA

B
f g
A C
f(x)

x g(x)

gof

9
AULAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
29 E 30
12, 15, 17, 18, 19,
COMPETÊNCIAS: 3, 4 e 5 HABILIDADES:
20 e 21

1. ESTUDO DA FUNÇÃO SENO 1.1. Gráfico da função seno


Dado um número real x, podemos associar a ele o valor do Para montar o gráfico da função seno, é necessário construir
seno de um ângulo (ou arco) de x radianos: uma tabela com valores de x da primeira volta positiva. Há
casos em que o seno será usado com valores aproximados.
R R

p
__ p
__ p
__ p
__ 2p
___ 3p
___ 5p
___
x 0 p
6 4 3 2 3 4 6

__1 dXX
2
___ dXX
3
___ dXX
3
___ dXX
2
___ __1
senx 0 1 0
2 2 2 2 2 2

senx 0 0,5 0,7 0,9 1 0,9 0,7 0,5 0

Em razão disso, definimos a função seno como a função x 7p


___ 5p
___ 4p
___ 3p
___ 5p
___ 7p
___ 11p
____ 2p
real de variáveis reais que associa a cada número real x o 6 4 3 2 3 4 6

valor real senx, ou seja:


dXX
2 dXX
3 dXX
3 dXX
2
f: R é R senx – __1 – ___ – ___ –1 – ___ – ___ – __1 0
2 2 2 2 2 2
x é f(x) = senx

Já foi estudado o processo que permite associar um núme- senx –0,5 –0,7 –0,9 –1 –0,9 –0,7 –0,5 0
ro real x à medida x de um ângulo (ou arco) para posterior
obtenção do valor senx; bem como já foi estudado como
obter os valores de senx para quaisquer valores x de medi- Primeiramente, observe o gráfico para x [ [0, 2p]; e DM
das de ângulos (ou arco). A título de lembrança, x – medida seguida, para x [ R:
de ângulo (ou arco), é expresso em radianos.

10
Uma vez que a função f(x) = senx é definida no conjunto dos números reais, ou seja, seu domínio é R, a curva pode ser esten-
dida para valores de x menores que zero e maiores que 2p. Portanto, o gráfico da função f: R é R, definida por f(x) = senx, é
a curva chamada senoide, cujo aspecto é este:

Observações sobre a função seno


1. O domínio de f(x) = senx [ R, uma vez que, para qualquer valor real de x, existe um e apenas um valor para senx.
2. O conjunto imagem de f(x) = senx é o intervalo [–1, 1].
3. A função seno não é sobrejetiva, uma vez que [–1, 1] i R, isto é, sua imagem não é igual ao contradomínio.
4. A função seno não é injetiva, uma vez que os valores diferentes de x resultam no mesmo f(x). Por exemplo:
p = sen ___
5p = sen – ___
3p = ... = 1
sen __
2 2 ( )2
5. A função seno é função ímpar, isto é, seja qual for x [ D(f) = R, sen (–x) = –sen(x). Por exemplo:
sen – __p = –sen __p = – __1
( )
6 ( )
6 2

1.2. Periodicidade da função seno

Ao observar o gráfico da função seno, nota-se que a função


repete periodicamente seus valores nos intervalos ..., [–2p, 0],
[0, 2p], [2p, 4p],... Por isso, diz-se que a função seno é periódica.
Como se pode observar no gráfico anterior:
senx = sen(x + 2p) = sen(x + 4p) = ... para todo x [ R
Por isso, diz-se que o período da função seno é 2p, e
indica-se p = 2p.
Para encontrar o período, basta observar no gráfico o desloca-
mento horizontal necessário para que ele comece a se repetir.

1.3. Sinal da função seno


Ao observar o sinal da função seno, nota-se que a função é
positiva – para valores do primeiro e segundo quadrantes –
e negativa – para valores do terceiro e quarto quadrantes.

11
No gráfico:
1.4. Variação da função seno
Considerando valores de x [ [0, 2p], observe o que acon-
tece com senx1 e senx2, para x1 > x2 nos quatro quadrantes:

PRIMEIRO QUADRANTE

x1

x2

Analisada a variação em cada quadrante, obtém-se o se-


guinte quadro:
ƒ Primeiro quadrante: se x cresce de 0 a __p, senx cresce
2
de 0 a 1.
ƒ Segundo quadrante: se x cresce de __p a p, senx decres-
SEGUNDO QUADRANTE
2
ce de 1 a 0.
x2
3p, senx decres-
ƒ Terceiro quadrante: se x cresce de p a ___
x1 2
ce de 0 a –1.
3p a 2p, senx cresce
ƒ Quarto quadrante: se x cresce de ___
2
de –1 a 0.

1.5. Resumo sobre a função seno


1. Função seno é a função de R em R definida por f(x) = senx.
2. A função seno tem D = R e Im = [–1, 1].
TERCEIRO QUADRANTE
3. A função seno não é injetiva nem sobrejetiva.
4. A função seno é função ímpar, isto é, –senx = sen(–x),
 x  R.
5. A função seno é periódica p = 2p.
6. senx = 0, para x = kp, com k [ Z.

x2 7. senx > 0, para x do 1º e 2º quadrantes e senx = 1


p + 2kp, com k [ Z.
para x = __
x1 2
8. senx < 0, para x do 3° e 4° quadrantes e senx = –1
3p + 2kp, com k [ Z.
para x = ___
2

QUARTO QUADRANTE Aplicação do conteúdo


1. Determine os valores reais que m pode assumir, para
que exista um número real x que satisfaça a igualdade
senx = 2m – 3.

Resolução:

x1 Condição: –1 ≤ senx ≤ 1 ä –1 ≤ 2m – 3 ≤ 1
x2 Resolvida a dupla desigualdade, obtém-se:
–1 ≤ 2m – 3 ≤ 1 ä –1 + 3 ≤ 2m ≤ 1 + 3 ä 2 ≤ 2m ≤ 4
ä1≤m≤2

12
Logo, os valores de m são dados pelo conjunto: 3. Determine os valores máximo e mínimo da função
y = 2 + 3 · senx.
{m [ R | 1 ≤ m ≤ 2}
Resolução:
2. Determine os valores reais de m para os quais a
Para –1, que é o valor mínimo de senx, obtém-se:
equação senx = m2 – m – 1 tenha solução.
y = 2 + 3(–1) = –1.
Resolução:
Para 1, que é o valor máximo de senx, obtém-se:
Condição: –1 ≤ senx ≤ 1 ä –1 ≤ m – m – 1 ≤ 1
2
y = 2 + 3 · 1 = 5.
Resolvida a dupla desigualdade, obtém-se: Logo, ymin = –1 e ymax = 5.
m2 – m – 1 ≤ 1 ä m2 – m – 2 ≤ 0
Observação: dessa forma, também pode-se afirmar que
D=9
a imagem dessa função é [–1, 5].
m’ = 2 e m” = –1

2. ESTUDO DA FUNÇÃO COSSENO


Dado um número real x, pode-se associar a ele o valor do
cosseno de um ângulo (ou arco) de x radianos:

S1 = {m [ R | –1 ≤ m ≤ 2}
m2 – m – 1 ≥ –1 ä m2 – m ≥ 0
D=1
m’ = 1 e m” = 0

Em razão disso, define-se a função cosseno como a função


real de variáveis reais, que associa a cada número real x,
S2 = {m [ R | m ≤ 0 ou m ≥ 1} cosseno de x, ou seja:
Quadro de resolução: f: R é R
x é f(x) = cosx

Já foi estudado o processo que permite associar um núme-


ro real x à medida x de um ângulo (ou arco) para se obter
o valor cosx. Estudou-se também como obter os valores de
cosx para quaisquer valores x de medidas de ângulos (ou
Os valores de m são dados por:
arco). A título de lembrança, x, medida de ângulo (ou arco),
{m [ R | –1 ≤ m ≤ 0 ou 1 ≤ m ≤ 2} é expresso em radianos.

2.1. Gráfico da função cosseno


Inicialmente, vamos construir o gráfico da função f(x) = cosx, para x [ [0, 2p] e, em seguida, para x [ R. Alguns valores
de cosx serão aproximados.

p
__ p
__ p
__ p
__ 2p
___ 3p
___ 5p
___ 7p
___ 5p
___ 4p
___ 3p
___ 5p
___ 7p
___ 11p 2p
____
x 0 p
6 4 3 2 3 4 6 6 4 3 2 3 4 6
__
dXX dXX dXX √ dXX dXX dXX dXX
cosx 1 3
___ 2
___ __1 0 – __1 – ___2 – ___3 –1 3
– ___ 2
– ___ – __1 0 __1 2
___ 3
___ 1
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

cosx 1 0,9 0,7 0,5 0 –0,5 –0,7 –0,9 –1 –0,9 –0,7 –0,5 0 0,5 0,7 0,9 1

13
Uma vez que a função f(x) = cosx é definida no conjunto dos números reais, ou seja, seu domínio é \, a cur-
va pode ser estendida para valores menores que zero e maiores que 2p. Por isso, o gráfico da função f: R é R,
definida por f(x) = cosx, é a curva chamada de cossenoide, cujo aspecto é este:

As diferenças entre a função cosseno e a função seno di-


Observações sobre a função cosseno zem respeito aos aspectos que dependem dos valores das
p uni-
imagens associados aos domínios, que transladam __
1. A cossenoide não é uma nova curva, mas uma senoi- 2
p unidades para a esquerda. Observe no dades para a esquerda.
de transladada __
2
gráfico da senoide que, se o eixo y for inscrito no ponto
p, obtém-se exatamente o gráfico
de abscissa x = __
2.2. Sinal da função cosseno
2 Ao observar o sinal da função f(x) = cosx, nota-se que a
daquela cossenoide. Resultado: a maioria dos as-
função cosseno é positiva, para valores do primeiro e do
pectos relevantes da função cosseno é a mesma da
quarto quadrantes, e negativa, para valores do segundo e
função seno.
do terceiro quadrantes.
2. O domínio é o mesmo – f: R é R tal que f(x) = cosx
tem D = \.
3. A imagem é a mesma – f: R é R tal que f(x) = cosx
tem Im = [–1, 1].
4. O período é o mesmo – a função cosseno é periódi-
ca de período p = 2p.
5. A função cosseno não é injetiva nem sobrejetiva.
6. A função cosseno é par, pois cos(-x)=cos(x) ? x [ R

14
2.3. Variação da função cosseno o valor de tgx. Estudou-se também como obter os valores
de tgx para quaisquer valores de x x ≠ __ p + kp, k [ Z
(2 )
de medidas de ângulos (ou arcos). A título de lembrança, x,
medida do ângulo (ou arco), é expresso em radianos.

3.1. Gráfico da função tangente


Inicialmente, vamos construir o gráfico da função f(x) = tgx
no intervalo [0, 2p].

Analisada a variação no intervalo [0, 2p], obtém-se este


quadro:

ƒ Primeiro quadrante:
p, cosx decresce de 1 a 0.
se x cresce de 0 a __
2
ƒ Segundo quadrante:
p a p, cosx decresce de 0 a –1.
se x cresce de __
2
ƒ Terceiro quadrante:
3p, cosx cresce de –1 a 0.
se x cresce de p a ___
2
À medida que x tende aos valores em que tgx não existe
ƒ Quarto quadrante:
3p a 2p, cosx cresce de 0 a 1.
se x cresce de ___
2
( __p2 , ___
2 ) ( 5p2 , ___
3p e seus respectivos arcos côngruos, como ___
)
7p etc. ,
2
o gráfico da tangente tende ao infinito (positivo ou negati-
Aplicação do conteúdo vo). As retas verticais tracejadas nesses valores são chama-
das assíntotas verticais, ou seja, retas essas cujo ponto de
p + cos – __
1. Calcule o valor de sen – __ p.
( )6 ( )
4 intersecção com o gráfico tende ao infinito.
Resolução: Uma vez que o domínio da função f(x) = tgx corresponde
a D = R – x [ R | x = __p + kp, k [ Z , a curva pode ser
Uma vez que a função seno é ímpar, sen(–x) = –senx. { 2 }
estendida para valores menores que zero e maiores que
p = –sen __
Portanto, sen – __ p = – __1.
( )6 6 2 2p. Portanto, o gráfico da função f: D ∫ R, definida por
f(x) = tgx, é a curva chamada tangentoide, cujo aspecto
Uma vez que a função cosseno é par, cos(–x) = cosx. é este:
p = cos __
Portanto, cos – __ p = ___
dXX
2.
( ) 4 4 2
p + cos – __
Assim, sen – __ p = – __1 + ___
dXX dXX
2 = ______
2 – 1.
( ) ( )
6 4 2 2 2

3. ESTUDO DA FUNÇÃO TANGENTE


Por definição, função tangente é a função real de variáveis
reais, que associa a cada número real x o valor tgx, desde
p nem ___
que x não seja __ 3p; bem como nenhum de seus res-
2 2
pectivos arcos côngruos, isto é: À luz desse gráfico, é possível fazer algumas afirmações
f: D ∫ R sobre a função tangente:
x ∫ f(x) = tgx p + kp, com k [ Z e Im(f) = R.
ƒ Tem D(f) = x [ R | x ≠ __
{ 2 }
do qual D = x [ R | x ≠ __p + kp, k [ Z .
{ 2 } ƒ A função tangente não é injetiva, e sim sobrejetiva.
Já foi estudado o processo que permite associar um núme- ƒ A função tangente é função ímpar, isto é, tg(–x) = –tgx,
ro real x à medida x de um ângulo (ou arco) para se obter ? x [ D(f).

15
ƒ A função tangente é periódica p = p, isto é,
tgx = tg(x + kp), com k [ Z e x [ D(f). 4. FUNÇÕES COSSECANTE,
SECANTE E COTANGENTE
3.2. Sinal da função tangente À luz das ideias já conhecidas de seno, cosseno e tangente
Ao observar o sinal da função tangente, nota-se que a função de x, definem-se cossecante, secante e cotangente de x.
é positiva, para valores do primeiro e do terceiro quadrantes,
e negativa, para valores do segundo e do quarto quadrantes. 1 , para senx ≠ 0
____
ƒ cossecx = sen x
1 , para cosx ≠ 0
____
ƒ secx = cos x
cos x, para senx ≠ 0
____
ƒ cotgx = sen x
1.
Se senx ≠ 0 e cosx ≠ 0, pode-se também escrever cotgx = ___
tg x
Veja o exemplo a seguir:
__
Se sen __ p = ___
p = __1, cos __ dXX p = ___
3 e tg __ √3
, pode-se calcular:
6 2 6 2 6 3
p = __
ƒ cossec __ 1 = __2 = 2
6 __1 1
2
p = ___
ƒ sec __ 1 = ___ 2dXX
2 = ____ 3
6 ___dXX
3 dXX3 3
3.3. Variação da função tangente 2
Analisado o gráfico da função f(x) = tgx, obtém-se: dXX
3
___
p 2 2dXX
ƒ cotg = = ____
__ ___ 3 = dXX p = ___
3 ou cotg __ 3 = dXX
1 = ___ 3
ƒ Primeiro quadrante: 6 __1 2 6 ___
dXX d
p, tgx cresce de 0 a +Ü. 3 XX3
se x cresce de 0 a __ 2 3
2
ƒ Segundo quadrante:
p a p, tgx cresce de –Ü a 0.
se x cresce de __
4.1. Função cossecante
2
Chama-se função cossecante a função definida por
ƒ Terceiro quadrante: 1 , para todo x [ R, tal que senx ≠ 0.
____
3p, tgx cresce de 0 a +Ü. f(x)= cossecx ou f(x) = sen
se x cresce de p a ___ x
2
ƒ Quarto quadrante: D(f) = {x [ R | x ≠ kp, com k [ Z}
3p a 2p, tgx cresce de –Ü a 0.
se x cresce de ___ e Im(f) = {y [ R | y ≤ – 1 ou y ≥ 1}
2
4.1.1. Gráfico de f(x) = cossecx

Se x tende aos valores em que a cossecx não existe, o gráfico da cossecante tende ao infinito (positivo ou negativo). As verticais
tracejadas nesses valores de x são chamadas assíntotas.

16
4.2. Função secante
1 , para todo x [ R, tal que cos x ≠ 0.
____
Chama-se de função secante a função definida por f(x) = sec x ou f(x) = cos x
p
__
D(f) = x [ R | x ≠ + kp, com k [ Z
{ 2 }
e Im(f) = {y [ R | y ≤ – 1 ou y ≥ 1}

4.2.1. Gráfico de f(x) = sec x

4.3. Função cotangente


cos x, para todo x [ R, tal que sen x ≠ 0.
____
Chama-se função cotangente a função definida por f(x) = cotgx ou f(x) = sen x
D(f) = {x [ R | x ≠ kp, com k [ Z} e Im(f) = R

4.3.1. Gráfico de f(x) = cotg x

p + kp, com k [ Z
ƒ h(x) = tgx + secx, com x ≠ __
5. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS 2
ƒ i(x) = 1 – cossecx, com x ≠ kp, com k [ Z
Além das funções trigonométricas estudadas, há ou-
tras que compreendem seno, cosseno, tangente, cos-
secante, secante e cotangente, chamadas de funções 5.1. Domínio de funções do
do tipo trigonométricas.
tipo trigonométricas
Por exemplo, as funções f, g, h e i, tais que:
O domínio de uma função do tipo trigonométrica é deter-
ƒ f(x) = 2 + cosx, com x [ R minado pela análise da condição de existência da função e
ƒ g(x) = sen2x, com x [ R de alguma restrição à própria expressão que a define.

17
2. Determine, em cada item, o domínio da função f.
Aplicação do conteúdo 1
a) f(x) = _______
1 – cos x
1. Construa e analise os gráficos das funções abaixo
dando o seu domínio, sua imagem e seu período. Resolução:
f(x) = 3 · senx Se 1 – cosx ≠ 0, ou seja, se cosx z 1 e se cosx = 1 para x = 2kp,
Resolução: logo:
D(f) = {x [ R | x z 2kp, com k [ Z}
x senx 3 · senx y = f(x)
b) f(x) = dXXXXXX
sen x
0 0 3·0=0 0
p
__ 1 3·1=3 3 Resolução:
2
p 0 3·0=0 0 Se senx ≥ 0, é possível obterem-se valores de x de acordo
3p
___ 3(–1) com a figura. Logo:
2 –1 –3
= –3
2p 0 3·0=0 0 D(f) = {x [ R | 2kp ≤ x ≤ (2k + 1)p, com k [ Z}

c) f(x) = tg 3x

D = \, Im = [–3, 3], p = 2p Resolução:


p + kp.
A condição de existência é de 3x ≠ __
f(x) = 1 + cosx 2
p p kp
Daí, 3x ≠ __ + kp ä x ≠ __ + ___ . Logo:
Resolução: 2 6 3
p + ___
x
0
cosx
1
1 + cosx
1+1=2
y = f(x)
2
{
D(f) = x [ R | x ≠ __
6 3
kp, com k [ Z .
}
p d) f(x) = secx + cossecx
__ 0 1+0=1 1
2 Resolução:
1 + (–1)
p –1 0 p + kp.
=0 Para que haja secx, deve haver cosx ≠ 0, ou seja, x ≠ __
3p 2
___ 0 1+0=1 1
2 Para que haja cossecx, deve haver senx ≠ 0, ou seja, x ≠ kp.
2p 1 1+1=2 2 A função f dada tem, portanto, como domínio:
p, com k [ Z .
D(f) = x [ R | x ≠ k · __
{ 2 }

D = \, Im = [0, 2], p = 2p

18
5.2. Gráfico de uma função
do tipo trigonométrica
Aplicação do conteúdo
1.Trace os gráficos destas funções:

a) f(x) = 2 + senx
f(x) = 2 + senx
Resolução:
Considerada a função do tipo f(x) = a + senx, o gráfico
É necessário atribuírem-se valores a x, calcular y, marcar os de f(x) = senx será transladado para cima (a > 0) ou
para baixo (a < 0) em a unidades.
pontos e traçar o gráfico por esses pontos. Para que o gráfico fi-
p, p, ___
que bem definido, o ângulo deve ser igual a 0, __ 3p e 2p:
2 2 b) f(x) = 2 · senx
f(x) = y = 2 + senx
Resolução:
x = 0 ∫ y = 2 + sen0 = 2 + 0 = 2
p ∫ y = 2 + sen__
x = __ p=2+1=3
2 2 x = 0 ∫ y = 2 · sen0 = 2 · 0 = 0
x = p ∫ y = 2 + senp = 2 + 0 = 2 p=2·1=2
p ∫ y = 2 · sen__
3p ∫ y = 2 + sen ___ 3p = 2 – 1 = 1 x = __
x = ___ 2 2
2 2 x = p ∫ y = 2 · senp = 2 · 0 = 0
x = 2p ∫ y = 2 + sen 2p ∫ = 2 + 0 = 2
3p ∫ y = 2 · sen___
x = ___ 3p = 2 · (–1) = –2
2 2
x = 2p ∫ y = 2 · sen2p = 2 · 0 = 0

período = 2p
período = 2p
imagem = [1, 3]
imagem = [–2, 2]

Observação
Observação
Se comparado ao gráfico da função f(x) = senx com
f(x) = 2 + senx, observa-se que ele sofreu um desloca- Se comparado ao gráfico da função f(x) = senx
mento (translação) de duas unidades para cima. com f(x) = 2 · senx, observa-se que ele sofreu uma
dilatação vertical (esticou) duas vezes.

f(x) = senx
f(x) = senx

19
Observação
Ao comparar o gráfico de f(x) = senx com o gráfico
de f(x) = sen2x, observa-se que ele sofreu uma com-
pressão horizontal de duas unidades, enquanto o
período foi alterado para p.

f(x) = 2 · senx

Considerada a função do tipo f(x) = b · senx, o gráf-


ico de f(x) = senx será dilatado, se |b| > 1; ou, se f(x) = senx
0 < |b|< 1, será comprimido um número b de vezes.
Caso b < 0, o gráfico sofre uma rotação em relação ao
eixo x e fica simétrico ao gráfico com b > 0.

c) f(x) = sen2x

Resolução:

p, p, ___
Sejam os ângulos 0, __ 3p e 2p. Para isso, é necessário
2 2
atribuir a x metade desses valores:

x = 0 ∫ y = sen(2 · 0) = sen 0 = 0
f(x) = sen2x
p ∫ y = sen 2 · __
x = __ p = sen __
p=1
4 (4 2 ) Ao considerar o gráfico do tipo f(x) = sen(c · x), con-
p ∫ sen 2 · __
x = __ p = sen p = 0 clui-se que o gráfico de f(x) = senx será comprimido
2 (2 ) horizontalmente em c unidades, se |c| > 1; porém, sof-
rerá dilatação horizontal, se 0 < |c| < 1.
x = ___
4 4(
3p ∫ y = sen 2 · ___
3p = sen ___
2 )
3p = –1
2p.
Além disso, o período é igual a ___
|c|
x = p ∫ y = sen(2p) = 0
p
d) f(x) = sen x – __
( 3 )
Resolução:

Sejam os ângulos 0, __p, p, ___


3p e 2p. Para isso, é necessário
2 2 p:
atribuir x a esses valores aumentados em __
3
p ∫ y = sen __
x = __ p – __
p = sen 0 = 0
3 ( 3 3 )
p=1
p = sen __
x = ___
6 ( )
5p ∫ y = sen ___
5p – __
6 3 2
x = ___
3 ( 4p3 – __p3 ) = sen p = 0
4p ∫ y = sen ___

p = sen ___
período = p
6 ( 11p
11p ∫ y = sen ____
x = ____
6 3)
– __ 3p = 1
2

imagem = [–1, 1] x = ___


3 ( 7p3 – __p3 ) = sen 2p = 0
7p ∫ y = sen ___

20
Resolução:

x = 0 ∫ y = 3 + 2 · cos0 = 3 + 2 · 1 = 5
p ∫ y = 3 + 2 · cos__
x = __ p=3+2·0=3
2 2
x = p ∫ y = 3 + 2 · cosp = 3 + 2 · (–1) = 1
3p ∫ y = 3 + 2 · cos___
x = ___ 3p = 3 + 2 · 0 = 3
2 2
x = 2p ∫ y = 3 + 2 · cos2p = 3 + 2 · 1 = 5

período = 2p
imagem = [–1, 1]

Observação
Ao comparar o gráfico de f(x) = senx com o gráfico de
p , observa-se que ele sofreu um desloca-
f(x) = sen x – __
( 3 ) p unidades.
mento (translação) horizontal para a direita de __
3

período = 2p
imagem = [1, 5]

Observação
f(x) = senx Comparando o gráfico obtido com gráfico de f(x) = cosx,
observa-se que ele foi deslocado três unidades para cima
(a = 3) e dilatado verticalmente duas vezes (b = 2).

p
f(x) = sen x – __
( 3 )
f(x) = cosx
Considerado o gráfico do tipo f(x) = sen(cx – d), con-
clui-se que o gráfico de f(x) = senx será deslocado hor-

u u
izontalmente em __dc unidades para a direita, se d > 0;
ou para a esquerda, se d < 0.
As conclusões da translação, da dilatação e da com-
pressão das funções do tipo f(x) = a + b · sen(cx + d)
são válidas para as demais funções.

2. Trace os gráficos destas funções.


f(x) = 3 + 2 cosx
a) f(x) = y = 3 + 2 · cosx

21
p p
c) f(x) = 2 + 3 cos 3x + __
b) f(x) = cos 2x – __ ( ) ( )
3 2
Resolução:
Resolução:
Sejam os ângulos 0, __ p, p, ___
3p e 2p. Para isso, é necessário
Sejam os ângulos 0, __p, p, ___
3p e 2p. Para isso, é necessário 2 2 p e divididos por 3:
2 2 atribuir a x esses valores diminuídos em __
atribuir esses valores aumentados em __p e divididos por 2: 2
3 p ∫ y = 2 + 3 cos 3 · – __ p + __p =
p p p x = – __ [ ( ) ]
__ __ __ 6 6 2
(
x = ∫ y = cos 2 · – = cos0 = 1
6 6 3 )
= 2 + 3 cos0 = 2 + 3 · 1 = 5
p = cos__
p=0
x = ___
12 (
5p – __
5p ∫ y = cos 2 · ___
12 3 2 ) p =
x = 0 ∫ y = 2 + 3 cos 3 · 0 + __
( )
2
p = cosp = –1
x = ___
3 (
2p – __
2p ∫ y = cos 2 · ___
3 3 ) p=2+3·0=2
= 2 + 3 cos__
2
p ∫ y = 2 + 3 cos 3 · __
x = __ p + __
p =
x = ____
12 (
12 3
p = cos___
11p – __
11p ∫ y = cos 2 · ____ 3p = 0
2 ) 6 6 2 ( )
= 2 + 3 cosp = 2 + 3 · (–1) = –1
p = cos2p = 1
6 (
7p ∫ y = cos 2 · ___
x = ___ 7p – __
6 3 ) x = __ p + __
p ∫ y = 2 + cos 3 · __ p =
3 (
3 2 )
3p = 2 + 3 · 0 = 2
= 2 + 3 cos___
2
p ∫ y = 2 + 3 cos 3 · __
x = __ p + __
p =
2 2 2 ( )
= 2 + 3 cos2p = 2 + 3 · 1 = 5

Observação
Comparando o gráfico obtido com o gráfico de f(x) = cosx,
observa-se que ele foi dilatado horizontalmente duas ve-
p rad __d .
zes (c = 2) e para a direita __
6 c (u u)

Observação
Comparando o gráfico obtido com o gráfico de f(x) = cosx,
observa-se que ele foi deslocado para cima duas uni-
dades (a = 2), foi dilatado verticalmente três vezes (b = 3)
f(x) = cosx
e deslocado para a esquerda __
6 c (u u)
p rad __d .

p
f(x) = cos 2x – __
( 3 ) f(x) = cosx

22
b, observe o gráfico de f(x) = 2 · senx em relação ao de
y = senx. Se b = –1, o gráfico fica invertido. Se b < 0, o
gráfico fica simétrico (em relação ao eixo x) ao original,
com b > 0. O valor de b é, muitas vezes, chamado de
amplitude do gráfico;
ƒ a constante c altera o período padrão (ptrig) da função trig,
ou seja, comprime ou dilata horizontalmente o gráfico
padrão. Se |c| > 1, f(x) fica comprimido horizontalmente
em |c| unidades. Se 0 < |c| < 1, f(x) fica dilatado horizon-
talmente em |c| unidades. O novo período é dado por
ptrig
py = ___
ucu
;e
p
f(x) = 2 + 3 cos 3x + __
( 2 ) uu
ƒ a constante d translada o gráfico padrão em __dc uni-
dades horizontais. Se d > 0, o gráfico translada para a
uu
esquerda __dc unidades.
5.3. Generalização
As funções do tipo trigonométricas são escritas na forma Observação
f(x) = a + b · trig (cx + d), da qual a, b, c e d são constantes
(b ≠ 0 e c ≠ 0) e trig indica uma das seis funções trigo- Desde o início do estudo de trigonometria, sabe-se que,
nométricas estudadas (seno, cosseno, tangente, secante, para um ângulo agudo, cosseno x é igual ao seno do
cossecante e cotangente). complementar de x. Expressa essa igualdade em radi-
Podemos citar como exemplos de funções do tipo p – x , ou seja, a função cosseno é
anos, cosx = sen __
f(x) = a + b · trig(cx – d):
2 ( ) p. Isso
uma função seno com a = 0, b = 1, c = –1 e d = __
2
ƒ f(x) = 3 · senx, permite estabelecer que a imagem da função cosseno
onde a = 0, b = 3, trig = sen, c = 1 e d = 0;
é igual a da função seno; que o período da função cos-
ƒ f(x) = 1 + cosx, ptrig 2p
seno é py = ___
ucu
= u___ u = 2p, o mesmo da função seno;
onde a = 1, b = 1, trig = cos, c = 1 e d = 0; –1
e que o início de um período da função cosseno
p
u u
ƒ f(x) = cos3x, __
a = 0, b = 1, trig = cos, c = 3 e d = 0; u u
d
é x = c = 2 = __
__ ___
–1 2
p, que comprovam a afirmação de

p,
ƒ f(x) = 1 + tg 2x – __
( 3 ) p.
a = 1, b = 1, trig = tg, c = 2 e d = – __
que gráfico da função cosseno também é uma senoide
3 p unidades.
transladada para a esquerda __
2
5.4. Papel das constantes a, b, c e d
As características das funções do tipo f(x) = a + b · trig(cx + d) Aplicação do conteúdo
podem ser relacionadas com as funções trigonométricas e
seus gráficos padrão. 1. Qual o valor máximo da função f(x) = 2cos2 x – 4sen2x?
As constantes a e b alteram a imagem da função (valores Resolução:
de y), e as constantes c e d alteram as características rela-
cionadas com os valores de x. Desta forma: Substituindo sen2 x por 1 – cos2x:
ƒ a constante a translada o gráfico padrão em a unida- f(x) = 2cos2x – 4sen2x
des. Se a > 0, o gráfico “sobe” a unidades, e, se a < 0, f(x) = 6cos2x – 3 – 1
o gráfico “desce” a unidades. No primeiro exemplo de
aplicação, item a, observe o gráfico de f(x) = 2 + senx f(x) = 3(2cos2x – 1) – 1 = f(x) = 3cos 2x – 1
em relação ao de y = sen x; O valor máximo da função corresponde a cos2x = 1, o que
ƒ a constante b comprime ou dilata verticalmente o grá- permite afirmar que o valor máximo é 3 · 1 – 1 = 2.
fico. Se |b| > 1, o gráfico dilata, e, se 0 < |b| < 1, o grá-
fico comprime. No primeiro exemplo de aplicação, item 2. Qual o valor máximo da função f(x) = 3 · senx + 4 · cosx?

23
Resolução: Uma vez que o período padrão da função cosseno é p = 2p,
2p = ___
o período da função y é py = ___ 2p.
u3u 3
Dividida a expressão por k(k > 0):
5. Construa e analise cada item do gráfico da função,
f(x) __3
___ = senx + __4 cosx calculando seu domínio, sua imagem e seu período.
k k k (Construa apenas um período completo.)
Considere-se um ângulo a, tal que cosa = __3 e sena = __4. a) f(x) = 3 · senx
k k
Portanto: Resolução:
2 2

k () ()
sen2a + cos2a = __4 + __3 = 1
k Calculados a imagem, o período e o valor da translação
horizontal do gráfico, é possível desenhá-lo facilmente.
1 = ___ 19 ä 1 = ___
16 + ___ 25 ä k2 = 25 ä k = 5
k2 k2 k2 Imagem: f(x)max = 3 · 1 = 3 f(x)min = 3(–1) = –3
Com isso, a expressão torna-se: Logo, Im(f) = [–3, 3] (dilatou verticalmente, mas não transladou).
f(x)
___ 2p = 2p (não mudou).
Período: py = ___
= cosa senx + sena cosx u1u
5
f(x)
___ = sen(x + a) ä f(x) = 5sen(x + a) Translação horizontal: xi = __dc = __0 = 0 (não transladou).
5 1
Agora, basta esboçar o gráfico:
O valor máximo de f(x) corresponde a sen(x + a) = 1, ou
seja, f(x)max = 5 · 1 = 5.

3. Determine o período da função


p:
x – __
f(x) = cos __
(
2 3 )
Resolução:

Há duas maneiras de resolver esse exercício.


Primeira maneira:

O período da função cosseno é p = 2p.


D = R, Im = [–3, 3], p = 2p
p , se variar
É necessário verificar o que ocorre com __x – __
de 0 a 2p:
(
2 3 ) b) y = f(x) = 1 + cosx
Resolução:
p = 0 ä __x = __
__x – __ p ä x = ___
2p ä
2 3 2 3 3 Imagem: f(x)max = 1 + 1 = 2 f(x)min = 1 + (–1) = 0
x p
ä – = 2p ä = 2p + __
__ __ x
__ pä
2 3 2 3 Logo, Im(f) = [0, 2] (transladou verticalmente, mas não dilatou).
ä = x
__ 7p
___ äx= 14p
____ 2p = 2p (não mudou).
2 3 3 Período: py = ___
u1u
14p – ___
p = ____ 2p = ____
12p ä p = 4p Translação horizontal: x1 = __dc = __0 = 0 (não transladou).
3 3 3 1
O período da função dada é p = 4p. Agora, basta esboçar o gráfico:

Segunda maneira:

Uma vez que o período padrão da função cosseno é p = 2p:


2p = 4p
p = ___
u u
1
__
2
4. Obtenha o conjunto imagem e o período da função
y = 2 + 4 · cos3x.

Resolução:

O valor mínimo de y é 2 + 4 (–1) = –2 e o valor máximo é


2 + 4 · 1 = 6. Portanto, Im(y) = [–2, 6]. D = R, Im = [0, 2], p = 2p

24
p?
6. Qual é o período da função f(x) = 1 + tg 2x – __
(
3 ) Segunda maneira:
Resolução: p = __
O período da função tangente é p = p; logo, py = __ p.
u2u 2
Há duas maneiras de resolver esse exercício.
7. Qual o período da função f(x) = sen2x · cos2x?
Primeira maneira:
Resolução:
A função tangente tem período p = p.
É necessário verificar o que ocorre com 2x – __p , se variar
de 0 a p.
( 3 ) Ao multiplicar f(x) = sen2x · cos2x por 2, obtém-se
2f(x) = 2sen2x · cos2x.
p = 0 ä 2x = __
2x – __ p ä x = __
p ä 2x – __ p=pä
3 3 6 3 Uma vez que sen (2 · 2x) = 2sen2x · cos2x:
2x = p + __p ä 2x = ___ 4p = ___
4p ä x = ___ 2p
3 3 6 3 sen 4x = __1 · sen4x.
2f(x) = sen(2 · 2x) ä f(x) = _____
p = ___ p = _______
2p – __ 4 p – p = ___ p
3p = __ 2 2
3 6 6 6 2 2p p
p. O período é ___ = __.
Logo, o período da função dada é p = __ 4 2
2

6. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS


Conhecimentos adquiridos com o estudo das funções trigonométricas:
ƒ A função seno f: R ∫ R, tal que f(x) = senx não é injetiva nem sobrejetiva. Portanto, f não é bijetiva e não admite inversa.
ƒ O mesmo ocorre com a função cosseno g: R ∫ R, tal que g(x) = cosx.
ƒ A função tangente h: A ∫ R com A = x [ R | x ≠ k __ p , tal que h(x) é sobrejetiva, mas não injetiva.
{ 2 }
Se, no entanto, forem escolhidos certos domínios e contradomínios, essas mesmas sentenças definem funções bijetivas que,
consequentemente, admitem inversa.

p , __
1. f: – __ p ∫ [–1, 1], tal que f(x) = senx ou y = senx é função bijetiva; logo, admite inversa:
[ 2 2 ]

p a __
Inversa de f ∫ x = seny ∫ y = arcsenx (lê-se y é o arco de – __ p, cujo seno é x).
2 2
2. g: [0, p] ∫ [–1, 1], tal que g(x) = cosx ou y = cosx é função bijetiva; logo, admite inversa:

-1

Inversa de g ∫ x = cosy ∫ y = arccosx (lê-se y é o arco de 0 a p, cujo cosseno é x).

25
p , __
3. h: – __ p ∫ R, tal que h(x) = tgx ou y = tgx é função p < D < __
Resolução: a = arctg(–1) ä tga = –1, – __ pä
] 2 2 [ p
__ 2 2
bijetiva; logo, admite inversa. D=–
4

( dXX
3
2. Calcule cos arcsen ___ .
2 )
dXX dXX
3, obtém-se sena = ___
3,
Resolução: se a = arcsen ___
p
__ p
__ p
__ 2 p
__ 1
__ 2
– ≤ a ≤ ä a = ä cosa = cos = .
2 2 3 3 2
S
2 ( dXX
Logo, cos arcsen ___
2 )
3 = __1.
2
3. Calcule sen arccos 3
( __ .
)
5
Resolução: se a = arccos __3, obtém-se cos a = __3, com
5 5
0 ≤ a < p.
Se usado sen2a + cos2a = 1, com 0 ≤ a ≤ p, chega-se a
Inversa de h ∫ x = tgy ∫ y = arctgx (lê-se y é o arco entre
– __ p, cuja tangente é x).
p a __ 5 ( 5 5 )
sena = __4. Logo, sen arccos __3 = __4.
2 2
Por definição:
ƒ Função arcosseno é a função de [–1, 1] em – __ p, __
p,
tal que y = arcsenx.
[ 2 2 ]
ƒ Função arcocosseno é a função de [–1, 1] em [0, p], tal
que y = arccosx.
p, __
p , tal
ƒ Função arcotangente é a função de R em – __
que y = arctgx.
]2 2 [
multimídia: livros
Aplicação do conteúdo 17 Equações que Mudaram
o Mundo - Ian Stewart
1. Calcule o valor de a em cada item.
1
a) a = arcsen__ 17 equações que mudaram o mundo explo-
2 ra as conexões entre a matemática e o pro-
p ≤ a ≤ __
Resolução: a = arcsen __1 ä sena = __1, – __ p ä a = __
p
2 2 2 2 6 gresso da humanidade e demonstra como as
b) a = arccos0 equações são parte integrante da nossa vida
p
Resolução: a = arccos0 ä cosa = 0, 0 ≤ a ≤ p ä a = __ desde a Antiguidade, abrindo novas perspec-
2 tivas de desenvolvimento.
c) a = arctg(–1)

VIVENCIANDO

A trigonometria possui inúmeras aplicações nos diversos ramos da ciência, sendo considerada uma importante aliada do
mundo moderno. Os sons que ouvimos todos os dias, incluindo a música, alcançam nossos ouvidos como ondas sonoras.
Cada nota (tom) na música é determinada pelo tamanho de sua onda senoidal, ou seja, é determinada por sua frequência.
Notas com ondas mais amplas são mais graves e têm menos ciclos por segundo, enquanto que notas que têm ondas se-
noidais estreitas são mais agudas e possuem mais ciclos por segundo. Os músicos podem modificar seus timbres manipulan-
do as ondas senoidais produzidas. A trigonometria é capaz de estudar a evolução, a intensidade e a frequência das ondas.

26
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As funções trigonométricas são primordiais nas áreas da saúde, astronomia, farmácia, ciências geológicas, físicas,
entre outras. Um médico, ao realizar um exame de ultrassom em um paciente, desenvolve todas as funções periódicas
nesse ato. Astrônomos, diariamente, descobrem distâncias de corpos celestes próximos à Terra. Nota-se que é de
fundamental importância as ações que envolvem funções trigonométricas. Sem a trigonometria, um cartógrafo de-
moraria muito tempo para desenhar um mapa, os astrônomos não saberiam as distâncias entre os planetas, pontes
seriam construídas demoradamente. Enfim, tudo seria bem mais complicado.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema, cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Um cientista, em seus estudos para modelar a pressão arterial de uma pessoa, utiliza uma função do tipo
P(t) = A + Bcos(kt) em que A, B e K são constantes reais positivas e t representa a variável tempo, medida em segun-
do. Considere que um batimento cardíaco representa o intervalo de tempo entre duas sucessivas pressões máximas.

Ao analisar um caso específico, o cientista obteve os dados:

pressão mínima 78
pressão máxima 120
número de batimentos cardíacos por minuto 90

A função P(t), obtida por este cientista, ao analisar o caso específico, foi:
a) P(t) = 99 + 21cos(3πt).
b) P(t) = 78 + 42cos(3πt).
c) P(t) = 99 + 21cos(2πt).
d) P(t) = 99 + 21cos(t).
e) P(t) = 78 + 42cos(t).

27
Análise expositiva - Habilidade 21:
A Calculando:
P(1)= A + Bcos(kt)

{ A + B . cos(kt) = 120
A - B . cos(kt) = 78
Ÿ2A = 198 Ÿ A = 99

Pmax Ÿ cos(kt) = 1
99 + B = 120 Ÿ B = 21
90 batimentos Ÿ T = __6 s = __2s
_____________
60 segundos 9 3
2π = __3 . 2π = 3π
k = ___
T 2
Assim:
P(1) = 99 + 21 . cos(3πt)
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre
funções trigonométricas para a sua resolução.
Alternativa A

28
DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS

SENO
SENO
GRÁFICOS FUNÇÃO f: \\ASSOCIA CADA
COSSENO
DOS SINAIS NÚMERO REAL x AO SEU SENO:
TANGENTE
f(x) = senx

SEN GRÁFICO:
1

+ +
- - + +
-2π -π π 2π

COS
- -
+ - - + -1

DOMÍNIO: \
IMAGEM: {1,-1}
PERÍODO: 2π rad

COSSENO TANGENTE
FUNÇÃO f: \\ASSOCIA CADA FUNÇÃO f: \\ASSOCIA CADA
NÚMERO REAL x AO SEU COSSENO: NÚMERO REAL x A SUA TANGENTE:
f(x) =cosx f(x) =tgx
GRÁFICO: GRÁFICO:
1

-2π -π π 2π

-1

DOMÍNIO: \ DOMÍNIO: x ≠ kπ + π
IMAGEM: {-1,1} IMAGEM: \ 2
PERÍODO: 2π rad PERÍODO: π rad

29
AULAS EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES MODULARES
31 E 32
COMPETÊNCIA: 5 HABILIDADES: 19 e 21

1. MÓDULO DE UM NÚMERO REAL Resolução:


Como x > 2, sabemos que a expressão 2 – x é negativa.
Portanto, |2 – x| é igual ao oposto de 2 – x, da definição
1.1. Definição de módulo:
Dado um número real x, define-se o módulo de x (ou valor 2 – x, se 2 – x for positivo ou nulo
absoluto) representado por u x u como: 2–x=
–(2 – x), se 2 – x for negativo
x, se x for positivo ou nulo | 2 – x | – (2 – x)
uxu = Portanto, A =______ =_______ = –1.
–x, se x for negativo 2–x 2–x

Observe que, se x é negativo, – x é positivo.


1.2. Interpretação geométrica
Da definição, temos que:
Geometricamente, podemos assumir que o módulo de um
ƒ u x u é o próprio valor de x, se este for positivo ou nulo. número real x é igual à distância do ponto que representa
Exemplos: a imagem do número x na reta real até o ponto 0.
Veja na reta real o módulo dos números –5 e 3:
u0u = 0

|3|=3

u 1/2 u = __1
2
__ __
|√3 | = √3 Veja que |–5| representa a distância do ponto –5 na reta
ƒ |x| é o oposto do valor de x, se este for negativo. real até o ponto 0.

Exemplos:
Aplicação do conteúdo
u –1 u = 1
u –7 u = 7 1. Considerando x um número real, encontre o conjunto
solução da equação u x u = 4.
u –3/5 u= __3
5 Geometricamente, para resolver a equação em questão,
__ __
u –√Su = √S podemos nos fazer a seguinte pergunta: qual ponto da reta
Analisando mais atentamente dois casos: real dista 4 unidades de comprimento da origem?

ƒ u 3 u = 3, pois 3 $ 0; portanto, o resultado é o próprio 3. Resolução:

ƒ u –7 u = 7, pois –7 < 0; portanto, o resultado é o opos- Traçando a reta real, temos dois valores de x que distam 4
to de –7, que é 7. unidades da origem:
Observe que para todo x real, temos que u x u $ 0, ou seja, o
módulo de qualquer número real é sempre positivo ou nulo.

Aplicação do conteúdo
|2 – x | Portanto, há dois valores que satisfazem a equação: 4 e –4.
1. Simplifique a expressão A = ______, sabendo que x > 2. Logo, o conjunto solução é S = {–4, 4}.
2–x

30
Observe que o valor de x deve ser menor ou igual a __1;
1.3. Algumas propriedades importantes 2
portanto, uma das possíveis soluções da equação, x = 2,
Para quaisquer x [ R e y [ R, valem as seguintes propriedades:
não faz parte do conjunto solução. Substitua os valores en-
P1: u x u $ 0 contrados e verifique a resposta.
P2: u x · y u = u x u u y u
P3: u x + y u # u x u + u y u Aplicação do conteúdo
(A esta propriedade damos o nome de 1. Resolva as seguintes equações:
desigualdade triangular.) a) u x – 1 u = 2
P4: u x – y u $ u x u – u y u
Resolução:
P5: u x u² = x²
__ Considerando as duas possibilidades:
P6: √x2 = u x u
x – 1 = 2 (I) ou x – 1 = –2 (II)
1.4.Equações modulares Resolvendo as equações, temos:

Quando temos uma sentença aberta (que pode ser ver- (I) x – 1 = 2 Ÿ x = 3
dadeira ou não) como u x – 1 u = 2, não sabemos se a ex- (II) x – 1 = –2 Ÿ x = –1
pressão que está dentro do módulo, x – 1 , é positiva ou
não. Portanto, temos que considerar os dois casos. A uma Portanto, o conjunto solução S = {–1, 3}.
equação como esta chamamos de equação modular. Podemos verificar que ambos os valores de x encontrados
Geometricamente, já vimos que uma equação do tipo |x| = k, satisfazem a equação original:
com k > 0, possui duas raízes, k e –k, pois há dois valores de ƒ para x = –1:
x que distam k unidades da origem. Portanto, para x [ R e
k [ R, temos: ux – 1u = 2

|x| = k Ÿ x = k ou x = –k u –1 – 1 u = 2 Ÿ |–2| = 2 Ÿ 2 = 2 (verdadeiro)

ƒ para x = 3:
Se uma equação modular possuir módulo em ambos os
membros, podemos utilizar a mesma ideia para sua res- ux – 1u = 2
olução; porém, é mais prático usar a seguinte propriedade: u 3 – 1 u = 2 Ÿ u 2 u = 2 Ÿ 2 = 2 (verdadeiro)
Para x [ R e k [ R, temos que: b) u x u2 = 9
u x u = u y u Ÿ x = y ou x = –y
Resolução:

1.5. Condição de existência Aplicando a propriedade P5, temos que u x u2 = x2; portanto:
É importante destacar que a propriedade P1, onde x $ 0, x2 = 9 Ÿu x u = 3 Ÿx = ±3
é muito importante, pois nos diz que uma equação do tipo
c) x2 – 6u x u + 5 = 0
u x u = –2 não possui solução, visto que o módulo de um
número real é sempre maior ou igual a zero. Isso significa Resolução:
que equações modulares possuem condição de existência,
Novamente, temos que u x u2 = x2; portanto |x|2 – 6u x u + 5 = 0.
e esta deve sempre ser verificada. Veja a seguinte equação:
Observe que essa é uma equação do segundo grau em
u x – 5 u = –2x + 1
u x u; portanto, podemos fazer uma substituição de variável:
Para que a igualdade seja possível, temos a seguinte u x u = y.
condição: –2x + 1 $ 0.
y2 – 6y + 5 = 0
Portanto, x # __1.
2 Resolvendo a equação quadrática, temos y’ = 1 e y” = 5.
Resolvendo a equação modular, temos:
Como y = u x u, devemos retornar à variável original.
x – 5 = –2x + 1 Ÿ
ƒ Para y = 1:
x – 5 = –2x + 1 Ÿ x = 2 (não convém)
Ÿ ou u x u = 1 Ÿ x = 1 ou x = –1
x – 5 = –(–2x + 1) Ÿ x = – 4

31
ƒ Para y = 5: Portanto:
u x u = 5 Ÿ x = ou x = –5 u 3x – 5 u = u 3 – x u Ÿ
Portanto, o conjunto solução é S = {–1, 1, –5, 5}. 3x – 5 = 3 – x Ÿ x =2
ou
d) u 4x u + 20 = 0
3x – 5 = –(3 – x) Ÿ x = 1
Aplicando a propriedade P2, temos que:
Logo, x = 1 ou x = 2.
u 4x u = u 4 u · u x u.
Portanto, S = {1; 2}.
Como |4| = 4, temos:
b) u u 2x u – 3 u = 5
u 4x u + 20 = 0 Ÿ 4u x u + 20 = 0 Ÿ u x u = –5 Pela definição de módulo de um número real, temos:
Observe que, segundo a definição de módulo, para qual- |2x| – 3 = 5 (I)
quer x real, u x u é sempre maior ou igual a zero. O mó- u u 2x u – 3 u = 5 Ÿ ou
dulo de um número real nunca pode ser um valor negativo, |2x| – 3 = –5 (II)
como –5. Portanto, o conjunto solução S é vazio (S = [).
_________
e) √(x – 3)2 = 7 Resolvendo a equação (I):

Aplicando a propriedade P6, temos que: u 2x u – 3 = 5


______ u 2x u = 8
√(x – 3)2 = |x – 3|.
2u x u = 8
Fique atento ao “cancelar” raízes quadradas e u x u = 4 Ÿ x = 4 ou x = –4
quadrados
__ perfeitos, pois, para um valor real k, temos Resolvendo a equação (II):
que √k2 é u k u, e não k.
u 2x u – 3 = –5
u 2x u = –2
Portanto, temos:
______ 2u x u = –2
√(x – 3)2 = 7 Ÿ |x – 3| = 7 Ÿ
u x u = –1 (não há solução real)
x – 3 = 7 Ÿ x = 10
Portanto, o conjunto solução é S = {–4, 4}.
Ÿ ou
c) u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4
x – 3 = –7 Ÿ x = –4
Neste caso, analisamos cada módulo separadamente:
Portanto, S = {–4; 10}.
1 – 2x, se 1 – 2x $ 0
(I) u 1 – 2x u = ou Ÿ
1.6. Equações com mais de um módulo –(1 – 2x), se 1 – 2x < 0

Por vezes, podemos encontrar equações que apresentam 1 – 2x, se x d __1


2
mais de um módulo. Veja, a seguir, alguns dos casos mais Ÿu 1 – 2x u = ou
comuns e como resolvê-los. –1 + 2x, se x >__ 1
2
Aplicação do conteúdo x + 3, se x + 3 $ 0
(II) u x + 3 u = ou Ÿ
1. Encontre o conjunto solução de cada equação a seguir.
–(x + 3), se x + 3 < 0
a) u 3x – 5 u = u 3 – x u
x + 3, se x $ –3
Lembrando que, para x [ R e k [ R, temos: Ÿu x + 3 u = ou
|x| = |k| Ÿ x = k –x – 3, se x < –3
ou Como cada módulo é definido de uma maneira diferente para
cada intervalo, faremos uma tabela para analisar cada caso:
x = –k

32
Portanto, para resolver a inequação u x u $ 3, por exemplo,
devemos nos perguntar o seguinte:
a) Quais pontos possuem uma distância
maior ou igual a três unidades da origem?
De maneira similar, para resolver a inequação u x u # 3, a
Substituindo cada expressão na equação original, temos: pergunta a ser feita é a seguinte:
b) Quais pontos possuem uma distância
ƒ para x < –3: menor ou igual a três unidades da origem?
u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4 Ÿ(1 – 2x) – (–x – 3) = 4 Ÿ Veja, no esquema a seguir, como podemos responder a
Ÿ–x + 4 = 4 Ÿx = 0 essas questões:
Como estamos analisando o intervalo x < –3, o resultado
encontrado x = 0 não convém.
ƒ para –3 # x < __1:
2
u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4 Ÿ(1 – 2x) – (x + 3) = 4 Ÿ
Vamos analisar os dois casos:
Ÿ–3x – 2 = 4 Ÿx = –2 a) u x u $ 3
O valor x = –2 está dentro do intervalo –3 # x < __1; por- Veja, no esquema anterior, que para a distância até a ori-
2
tanto, faz parte do conjunto solução. gem ser maior ou igual a três unidades, os valores de
1: x devem ser maiores que 3 ou menores que –3:
ƒ para x $ __
2
u 1 – 2x u – u x + 3 u = 4 Ÿ(–1 + 2x) – (x + 3) = 4 Ÿ
Ÿx – 4 = 4 Ÿx = 8
Portanto, o conjunto solução é x # –3 ou x $ 3.
Novamente, o valor x = 8 está dentro do intervalo x $ __1; b) u x u# 3
2
portanto, também faz parte do conjunto solução.
Para que a distância até a origem seja menor ou igual a
Finalmente, encontramos dois valores que obedecem seus três unidades, os valores de x devem ser menores que 3
respectivos intervalos em cada etapa e que satisfazem à e maiores que –3, ou seja, entre –3 e 3:
equação. O conjunto solução é S = {–2, 8}.

2. INEQUAÇÕES MODULARES
Já vimos que podemos interpretar o módulo de um Portanto, o conjunto solução é –3 # x # 3.
número real de maneira geométrica na reta real. O
De maneira geral, sendo a > 0, podemos ter uma das se-
módulo de um número real x, representado por u x u, é
guintes situações:
a distância entre o ponto-imagem de x e a origem da
reta real. Essa ideia é muito útil para entendermos a ƒ u x u > a œ x > a ou x < –a
resolução de inequações modulares.
Uma inequação modular é uma inequação do tipo u x u > k,
u x u $ k, u x u < k ou u x u # k. ƒ u x u $ a œ x $ a ou x # –a

Estudamos, no capítulo anterior, que podemos resolver


a equação u x u = 3, geometricamente, através da reta
real. Como u x u representa a distância do ponto x até a ƒ u x u < a œ –a < x < a
origem, temos:

ƒ u x u # a œ –a # x # a

Como tanto o ponto x = 3 e o ponto x = –3 distam três Lembre-se de que a inequação –a # x # a pode ser escri-
unidades da origem, a solução da equação é x = ±3. ta como um sistema de inequações:

33
x $ –a
–a # x # a Ÿ e
x#a

Aplicação do conteúdo Portanto, x < –1 ou x > 0.


Resolvendo, agora, a inequação (II):
1. Resolva a inequação u 2x – 3 u > 5.
x2 + x – 1 < 1 Ÿ x2 + x – 2 < 0
Para uma inequação do tipo u x u > a, com a > 0, temos que
Raízes: x1 = –2 e x2 = 1
x < –a ou x > a; portanto:
2x – 3 < –5 Ÿ x < –1 Gráfico:
u 2x – 3 u > 5 Ÿ e
2x – 3 > 5 Ÿ x > 4

Portanto, o conjunto solução é:


S = {x [ R | x < –1 ou x > 4}

2. Encontre o domínio da função real:


______
f(x) = √ |3x| – 12 .
Uma função do tipo f(x) = ( Rx ) possui domínio x $ 0; logo
u 3x u – 12 $ 0. Portanto, –2 < x < 1.
Resolvendo a inequação modular, temos: Colocando os resultados no quadro:

u 3x u – 12 $ 0
u 3x u $ 12
|x|>4
x # –4 ou x > 4
Portanto, o domínio da função f é:
Portanto, o conjunto solução é:
D(f) = {x ʓ R | x # – 4 ou x $ 4}. S = {x [ R I –2 < x < –1 ou 0 < x < 1}.

3. Resolva a inequação u x2 + x – 1 u < 1. 4. Para quais valores reais de x a expressão u 2x – 7 u é


menor ou igual a 5?
Para uma inequação do tipo u x u < a, com a $ 0, temos
que – a < x < a; portanto: Queremos resolver a inequação
u x2 + x – 1 u < 1 Ÿ –1 < x2 + x – 1 < 1 Ÿ u 2x – 7 u # 5. Para uma inequação do tipo u x u # a, com
x2 + x – 1 > – 1 (I) a $ 0, temos que –a # x # a; portanto - 5 # 2x – 7 # 5.
Ÿ e
Podemos resolver esta inequação simultânea somando ou
2
x + x – 1 < 1 (II) multiplicando o mesmo termo em todos os membros da
Resolvendo a inequação (I): inequação. Somando 7 em todos os membros, temos:
x2 + x – 1 > –1 Ÿ x2 + x > 0 –5 + 7 # 2x – 7 + 7 # 5 + 7
Raízes: x1 = –1 e x2 = 0
2 # 2x # 12
Gráfico:
(
Dividindo todos os membros por 2 ou, de maneira equiva-
)
lente, multiplicando por __1 :
2
1#x#6
Portanto, o conjunto solução é:
S = {x [ R | 1 # x # 6}.

34
5. Resolva a inequação u 2x – 3 u + u x + 1 u # 4. |2x – 3| + |x + 1| # 4
Quando há mais de um módulo, podemos analisar cada (–2x + 3) + (x + 1) # 4
um separadamente: –x # 0
x$0
2x – 3, se 2x – 3 $ 0 2x – 3, se x $ __3 Calculando a intersecção, temos:
2
(I) u 2x – 3 u = Ÿ
ou ou
–1, __3 ù [0, + `[ = 0, __3
[ [ [ [
–(2x – 3), se 2x – 3 < 0 –2x +3, se x < __3 2 2
2

ƒ Para x $ __3:
x + 1, se x + 1 $ 0 x + 1, se x $ –1 2
(II) u x + 1 u = ou Ÿ ou u 2x – 3 u + u x + 1 u # 4
–(x + 1), se x + 1 < 0 –x – 1, se x < –1 (2x – 3) + (x + 1) # 4
3x # 6
Como cada módulo é definido de maneira diferente para
x#2
cada intervalo, faremos uma tabela:
Calculando a intersecção:
__3, + ` ù ] –`, 2] = __3, 2
[
2 [ 2 [ ]
Finalmente, unimos os conjuntos soluções de cada intervalo:
S = 0, ___3 ø __3, 2 = [ 0, 2 ]
[ [ [ ]
2 2

Substituindo cada expressão na inequação original, temos:


ƒ Para x < –1:
u 2x – 3 u + u x + 1 u # 4
(–2x + 3) + (– x – 1) # 4
–3x # 2
x $ – __2
3
Como neste intervalo temos que x < –1, calculamos a in-
tersecção dos intervalos x < –1 e x $ – __2:
3 multimídia: vídeo
2
__
[
] –`, –1 [ ù – , +` = [
3 [ FONTE: YOUTUBE
ƒ Para –1 # x < __3: Equações modular
2

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Na Física, ao calcular a velocidade de um móvel que se desloca no sentido negativo do eixo das abscissas obtém-se,
por exemplo, –3m/s, a velocidade será definida como 3 m/s, ou seja, utiliza-se o módulo como uma ferramenta no
cálculo de distâncias.

35
DIAGRAMA DE IDEIAS

EQUAÇÕES MODULARES INEQUAÇÕES MODULARES

x=k x=y x>a


|x|=k ou |x|=|y| ou |x|>a ou
x = -k x = -y x < -a

-a a
CONDIÇÃO DE
EXISTÊNCIA
|x|≥0 x≥a
|x|≥a ou
x ≤ -a
EXEMPLO: x - 5 = -2x + 1
x = 2 não convém
-a a
| x - 5 | = -2x + 1 ou
x - 5 = - (-2x + 1)
x = -4
| x | < a -a < x < a

-a a
MÓDULO DE UM NÚMERO REAL

| x | ≤ a -a ≤ x ≤ a
x, se x ≥ 0
|x|=
-x, se x ≤ 0
-a a

PROPRIEDADES
IMPORTANTES:
P1: | x | ≥ 0
P2: | x · y | = | x · y |
P3: | x + y | ≤ | x | + | y |
P4: | x – y | ≥ | x | – | y |
P5: | x |2 = x2
P6: √x2 = | x |

36
AULAS FUNÇÕES MODULARES
33 E 34
12, 15, 17, 18, 19,
COMPETÊNCIAS: 3, 4 e 5 HABILIDADES:
20 e 21

1. FUNÇÕES MODULARES Reunindo os dois gráficos, temos:

1.1. Definição
A uma função f: R o R, definida por f(x) = u x u, dá-se
o nome de função modular. Pela definição de módulo
ou valor absoluto de um número real, também podemos
definir a função modular como:

x, se x $ 0
f(x) = ou Observe que, pelo gráfico, podemos ver facilmente que o
–x, se x < 0 conjunto imagem é R+.
Como o módulo de um número real é sempre positivo ou
nulo, o conjunto imagem é Im(f) = R+. Aplicação do conteúdo
1. Construa o gráfico da função f(x) = u 2x – 8 u.
1.2. Gráfico
A partir de sua definição, vamos construir o gráfico da fun- Pela definição de módulo de um número real, temos:
ção modular. A função modular é uma função definida 2x – 8, se 2x – 8 $ 0
por várias sentenças, ou seja, ela se comporta de ma- f(x) = u 2x – 8 u = ou
neiras distintas para cada intervalo de x. –(2x – 8), se 2x – 8x < 0

ƒ Para x $ 0, a função é y = x, ou seja, uma semirreta Como (2x – 8 $ 0 Ÿ x $ 4) e (2x – 8 < 0 Ÿ x < 4),
com inclinação positiva, ocupando somente o primei- podemos reescrever a função como:
ro quadrante.
2x – 8, se x $ 4 (I)
ƒ Para x < 0, a função é y = –x, ou seja, uma semirreta f(x) = ou
com inclinação negativa, ocupando somente o segun- –(2x – 8), se x < 4 (II)
do quadrante.
Construindo os gráficos das funções y = 2x – 8 e y = – 2x + 8,
y = x, para x > 0
temos:

y = -x, para x < 0

37
3. f(x) = u x – 3 u + 1

Analisando o módulo u x – 3 u, temos:

Reunindo ambos os gráficos, obtemos o gráfico de f(x) = u 2x – 8 u: x – 3, se x $ 3


ux – 3u = ou
–(x – 3), se x < 3

Logo, para intervalos diferentes de x, a função f(x) possui


uma definição diferente:
x – 3 + 1, se x $ 3 x – 2, se x $ 3 (I)
f(x) = ou Ÿf(x) = ou
–(x – 3) + 1, se x < 3 –x + 4, se x < 3 (II)

Gráfico de (I), onde f(x) = x – 2 para x $ 3:

2. Construa o gráfico da função f(x) = u x2 – 4 u.

Uma maneira rápida de construir o gráfico de uma função


composta com a modular do tipo f(x) = |g(x)| é construir o
gráfico da função g(x) = x2 – 4 e “espelhar” a parte que
possui imagem negativa para a parte positiva. Veja:
Gráfico de g(x) = x2 – 4
Raízes: x1 = –2 e x2 = 2

Gráfico de (II), onde f(x) = –x + 4, para x < 3:

Pelo gráfico, vemos que a função é negativa para –2 < x < 2.


Sendo assim, traçamos a parte do gráfico compreendida entre
–2 e 2, novamente de maneira simétrica ao eixo x:

38
Reunindo ambos os gráficos, temos, finalmente, o gráfico
de f(x):

ƒ Para 1 ≤ x < 2:
f(x) = (x – 1) + (–2x + 4) = –x + 3

4. Construa o gráfico da função:

f(x) = u x – 1 u + u 2x – 4 u.
ƒ Para x > 2:
Neste caso, devemos analisar o comportamento de cada
módulo separadamente: f(x) = (x – 1) + (2x – 4) = 3x – 5

x – 1, se x – 1 $ 0
(I) u x – 1 u = ou Ÿ
–(x – 1), se x – 1 < 0

x – 1, se x $ 1
Ÿ ux – 1u = ou
–x + 1, se x < 1

2x – 4, se 2x – 4 $ 0
(II) u 2x – 4 u = ou Ÿ
–(2x – 4), se 2x – 4 < 0 Finalmente, reunindo os três gráficos, temos o gráfico de f(x):

2x – 4, se x $ 2
Ÿ u 2x – 4 u = ou
–2x + 4, se x < 2

Veja que, em x = 1 e em x = 2, cada módulo muda seu


comportamento. Vamos fazer então uma tabela:

|x|
5. Construa o gráfico da função f(x) = __
x.
Analisando u x u, temos:
ƒ Para x < 1:
x, se x $ 0
uxu =
f(x) = (–x + 1) + (–2x + 4) = –3x + 5 –x, se x < 0

39
Portanto, substituindo esta definição em f(x), temos: Gráfico de (II):
_x, se x . 0, x ≠ 0 A função f(x) = x2 + 5x + 6 é quadrática de raízes x1 = –2
f(x) = x
e x2 = –3 e concavidade para cima:
– _xx, se x < 0, x ≠ 0

Simplificando as frações:

1, se x . 0, x ≠ 0
f(x) =
–1, se x < 0, x ≠ 0

Portanto, o gráfico da função f(x) é:

Portanto, unindo os dois gráficos, obtemos o gráfico de f(x)


para todo x:

6. Construa o gráfico da função f(x) = x2 – 5u x u + 6.

2. ANÁLISE DE GRÁFICOS
Analisando o módulo, temos:

x, se x $ 0
uxu =
–x, se x < 0 2.1. Construção de gráficos
Portanto, para f(x): Como podemos construir o gráfico de uma função co-
nhecendo a sua lei de correspondência y = f(x) e seu
x2 – 5x + 6, se x $ 0 domínio D?
f(x) =
x2 – 5(–x) + 6, se x < 0 Um método simples é o seguinte:

Desenvolvendo: ƒ 1° passo: construímos uma tabela, na qual aparecem


os valores de x (variável independente) e os valores do
x2 – 5x + 6, se x $ 0 (I) correspondente y, e calculamos por meio da lei y = f(x).
f(x) =
x2 + 5x + 6, se x < 0 (II) ƒ 2° passo: representamos cada par ordenado (a, b)
da tabela por um ponto do plano cartesiano.
Gráfico de (I):
ƒ 3° passo: ligamos os pontos construídos no passo an-
A função f(x) = x2 – 5x + 6 é quadrática de raízes x1 = 2 e terior por meio de uma curva, que é o próprio gráfico
x2 = 3 e concavidade para cima: da função y = f(x).

Exemplos
Vamos construir o gráfico da função y = 2x, com domínio
em R.
ƒ 1° passo: damos a x alguns valores inteiros (–3, –2,
–1, 0, 1, 2 e 3, por exemplo) e alguns valores fracioná-

( )
rios – __3, – __1, __1 e __3, por exemplo e calculamos y = 2x.
2 2 2 2

40
Teremos a tabela: Veremos, a seguir, alguns casos importantes e o efeito
sobre seus gráficos.
x –3 –2 –1 0 1 2 3 ƒ g(x) = f(x) ± k
Considerando uma função real f(x) e uma constante real po-
y –6 –4 –2 0 2 4 6
sitiva k, o gráfico de f(x) + k desloca-se k unidades “para
cima” em relação ao gráfico de f(x), aumentando em k
x – __3 – __1 __1 __3
2 2 2 2 unidades todos os pontos-imagem de f(x). Analogamente,
o gráfico de f(x) – k se desloca “para baixo” k unidades.
y –3 –1 1 3
Por exemplo, para a função f(x) = x2, veja os gráficos de
ƒ 2° passo: representamos os pares ordenados que es- f(x) + 4 e f(x) – 4:
tão nessa tabela por pontos, a saber:

ƒ 3° passo: desenhamos a curva “provável” que con-


tém os pontos que satisfazem a lei y = 2x. Nesse caso,
é uma reta.

A mesma consequência é observada entre os pares de grá-


ficos das funções a seguir:
f(x) = 2x2 e g(x) = 2x2 + 3
f(x) = log(x) e g(x) = log(x) – 5
f(x) = u x u e g(x) = u x u + 3
f(x) = 2x e g(x) = 2x + 3
ƒ g(x) = f(x ± k)
Uma noção importante que devemos ter em mente são
as consequências sobre o gráfico de uma função, con- Considerando novamente uma constante real positiva k e
forme somamos ou multiplicamos constantes sobre ela. uma função real f(x) qualquer, o gráfico de f(x + k) desloca-se

41
para a esquerda no plano cartesiano, enquanto que o gráfi-
co de f(x – k) desloca-se para a direita no plano.
Por exemplo, considere a função real f(x) = x2 e os gráficos
das funções f(x + 2) = (x + 2)2 e f(x – 2) = (x –2)2:

Ou seja, ao multiplicar a função f(x) por –1, “espelhamos”


seu gráfico em relação ao eixo x. Essa consequência pode
ser vista nas seguintes funções:
f(x) = x2 e g(x) = –x2
f(x) = log(x) e g(x) = –log(x)
f(x) = u x u e g(x) = –u x u
f(x) = 2x e g(x) = –2x
ƒ g(x) = f(–x)
Considerando uma função real f(x) e seu gráfico, o gráfico
A mesma consequência ocorre para os seguintes pares de g(x) = f(–x) será simétrico em relação ao eixo y:
de funções:

f(x) = 2x2 e g(x) = 2(x + 5)2


f(x) = log(x) e g(x) = log(x – 1)
f(x) = u x u e g(x) = u x + 6 u
f(x) = 2x e g(x) = 2x – 7

ƒ g(x) = –f(x)
Considerando o gráfico de uma função real f(x), a função
g(x) = –f(x) será simétrica em relação ao eixo x ao gráfico
de f(x):

VIVENCIANDO

Geógrafos e meteorologistas exercitam juntos a prática diária de análises de temperaturas nas cidades brasileiras.
Logo, as funções modulares estão diretamente ligadas aos seus trabalhos, pois, pelas variações de temperatura em
uma dada cidade e em um dado período do ano, é possível obter rankings que distinguem as cidades mais frias das
mais quentes.

42
Ou seja, ao multiplicar x por –1, “espelhamos” o gráfico de f(x) em relação ao eixo y. Esta consequência pode ser observada
nas funções:
f(x) = x2 e g(x) = (– x)2
f(x) = log(x) e g(x) = log(–x)
f(x) = u x u e g(x) = u –x u
f(x) = 2x e g(x) = 2–x

2.2. Tabela de gráficos de funções

43
2.3. Crescimento e decrescimento Veja mais alguns exemplos:

Através do gráfico de uma função, podemos analisar os in- ƒ f(x) = 2x


tervalos em que a função cresce ou decresce. Veja o exem- O gráfico de f(x) = 2x é:
plo a seguir:

Na função exponencial apresentada, apesar de tender à zero,


quando x apresenta valores cada vez maiores e negativos,
nunca temos, efetivamente, um valor de x tal que f(x) = 0. Por
outro lado, conforme x cresce no sentido positivo, a função
Pelo gráfico, podemos ver que, entre os pontos A e B, a
2x atinge valores cada vez maiores. Portanto, seu conjunto
função é crescente; à medida que ocorre um incremen-
imagem é Im(f) = ] 0, +` [.
to em x há um aumento consequente em y. Enquanto
isso, entre os pontos B e C, a função é decrescente. Para o domínio, vemos que todos os valores reais de x
estão associados a um valor em y; portanto D(f) = R.
Os pontos B e C são máximo e mínimo locais, respectiva-
mente, enquanto que os pontos D e A são, respectivamen- ƒ f(x) = x2 – 8x + 17
te, máximo e mínimo globais.

2.4. Análise de imagem e domínio


Também podemos analisar, a partir do gráfico de uma função
f(x), seus conjuntos domínio e imagem. Veja um exemplo:

Como a coordenada y do vértice da parábola da função qua-


drática é 1, este é seu valor mínimo. Portanto, Im(f) = [ 1, +` [.
Apesar de não estar apresentado no gráfico, a função se
estende por todo o eixo x; portanto, D(f) = R.

Para determinar o conjunto imagem da função a partir do 2.5. Outro método para construir
gráfico, encontramos os pontos máximo e mínimo da função
(em y). Ao analisar o gráfico, vemos que o valor mínimo que
gráficos de funções modulares
a função atinge é –7, enquanto que o valor máximo é 7. Podemos utilizar os conceitos de construção de gráficos
Portanto, o conjunto imagem é Im(f) = [ –7, 7 ]. estudados neste capítulo para construir alguns gráficos de
funções modulares, de uma maneira mais rápida.
Para a determinação do domínio, analisamos o intervalo ao
longo do eixo x ao qual a função está definida. Para a fun- Veja como exemplo: f(x) = u 2 – u x – 4 u u. Para construir o
ção f(x) apresentada, a função existe de x = –5 até x = 6. gráfico de f(x), que é uma função composta, podemos
Portanto, seu domínio é D(f) = [ –5, 6 ]. construir seu gráfico, gradativamente, pelas funções:

44
f1(x) = u x u (função modular) ƒ f4(x) = 2 – |x – 4|
f2(x) = u x – 4 u (deslocamos o gráfico de f1(x) quatro unida- Como f4(x) = f3(x) + 2, deslocamos o gráfico de f3(x) duas
des para a direita) unidades para cima, novamente calculando os pontos de
intersecção com os eixos:
f3(x) = – u x – 4 u (invertemos o gráfico de f2(x) ao redor do
eixo x)
f4(x) = 2 – u x – 4 u (deslocamos o gráfico de f3(x) duas uni-
dades para cima)
f(x) = u 2 – u x – 4 u u (“espelhamos” os pontos de imagem
negativa de f4(x))
ƒ f1(x) = | x |

ƒ f(x) = |2 –|x – 4||

Finalmente, como f(x) = |f4(X)|, tomamos os pontos simétri-


cos aos pontos de imagem negativa de f4(x):
ƒ f2(x) = |x – 4|
Para o gráfico de f2(x), como f2(x) = f1 (x – 4), deslocamos
o gráfico de f1(x) quatro unidades para a direita e calcula-
mos os pontos de intersecção com os eixos:

ƒ f3(x) = – |x – 4|
Como f3(x) = – f2(x), temos:

multimídia: livros
A história da Matemática – Anne Rooney

“A História da Matemática - Desde a criação


das pirâmides até a exploração do infinito”
aborda as conquistas matemáticas, que ao lon-
go do tempo vem descobrindo os padrões e re-
gras que governam nosso mundo e além dele.

45
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

A função modular tem várias aplicações no cotidiano, como a aplicação em comparação das temperaturas entre duas
ou mais cidades, satélites comandados por computadores, interações geofísicas, químicas e tantas outras atividades
do nosso meio envolvidas com a Física, Química, Geografia, entre outras.

DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÕES MODULARES GRÁFICOS

DEFINIDA POR
DEFINIÇÃO VÁRIAS SENTENÇAS
MATEMÁTICAS
Ex: f(x) = |x|
f: \\
f(x) = |x| y
ou f(x) = –x f(x) = x
x, se x ≥ 0 para x < 0 para x ≥ 0
f(x) =
–x, se x < 0
Im(f) = \+ x

CONSTRUÇÃO
DE GRÁFICOS
+k (DESLOCA-SE
K UNIDADES
PASSO 1 g(x) = f(x) +- k “PARA CIMA”)
CONSTRUIR A TABELA COM
VALORES DE X E F(X) -k (DESLOCA-SE
K UNIDADES
“PARA BAIXO”)
PASSO 2
REPRESENTAR OS PARES ORDENA-
+k (DESLOCA-SE
DOS EM UM PLANO CARTESIANO
K UNIDADES
g(x) = f(x +- k ) “PARA ESQUERDA”)
PASSO 3
LIGAR OS PONTOS CONSTRU- -k (DESLOCA-SE
ÍDOS NO PASSO ANTERIOR K UNIDADES
POR MEIO DE UMA CURVA “PARA DIREITA”)

46
ÁLGEBRA E TRIGONOMETRIA: Incidência do tema nas
principais provas

No Enem, ocorrem questões sobre contagem, Os temas das aulas deste livro são essenciais
permutação e arranjo. O candidato deve tomar para a prova da Fuvest e para a base dos
cuidado ao analisar o texto para não cair em estudos de probabilidade.
truques.

A prova apresenta questões sobre inequações Apresenta questões sobre princípio Na primeira e segunda fase, apresentará
trigonométricas e contagem. fundamental da contagem associadas à questões com os temas deste livro, sendo
probabilidade. arranjo com alta incidência.

A prova apresenta contagem associada a A prova apresenta questões muito bem elabo- A prova tem um bom índice de questões so- A prova apresenta incidência mediana nos
problemas do dia a dia. Inequações trigo- radas sobre arranjos e permutações. bre contagem e permutação com repetição. assuntos abordados neste livro.
nométricas possuem incidência menor com
questões difíceis.

UFMG

A prova apresentará junto a uma análise de Não faltará uma questão de arranjos e É essencial interpretar os dados e encontrar
texto os conceitos do princípio fundamental permutação. Saber todos os temas deste livro uma forma mais simples de resolver o arranjo
da contagem. As questões são muito bem é essencial para calcular probabilidade. e a permutação. As questões são muito bem
elaboradas para confundir o candidato. elaboradas.

A prova apresenta boa incidência de questões A prova pode apresentar inequações trigono- A prova tem baixa incidência em questões
de contagem, mas também não faltará arranjo métricas em uma questão difícil e muito bem sobre permutação, mas, quando aparece, te-
e permutação com repetição. elaborada. Deve-se ter atenção com intervalos mos uma prova bem elaborada e consistente.
associados na trigonométrica. Permutações O candidato deve ter atenção a pegadinhas
e arranjos também aparecerão com grau sobre arranjo e métodos mais simples de
mediano. resolução.

47
AULAS INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
27 E 28
COMPETÊNCIA: 5 HABILIDADES: 21 e 22

1, em [0, 2S]
1. INEQUAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS b) sen x # – __
2

Uma inequação trigonométrica é uma desigualdade em


cujas incógnitas aparecem funções trigonométricas.

Exemplos
ƒ sen x < __1
2
dXX
ƒ cos x ≤ 2
___
2
ƒ tg x ≥ 3
dXX

Como não existe um padrão único para resolvê-las, suas res-


oluções serão expostas nos seguintes exemplos de aplicação.
No círculo trigonométrico, nota-se no intervalo [0, 2p]:

Aplicação do conteúdo {
S = x [ R| ___
6
11p
7p # x # ____
6 }
1
c) cos x > __
1. Resolva a inequação em cada item: 2
1
a) sen x > – __
2
No intervalo [0, 2p] há:

No intervalo [0, 2p] há:

7p p
0 # x < __
0 # x < ___ 1
__ 3
6 cos x > ä ou
1 ä ou 2
sen x > – __
2 5p < x # 2S
11p < x # 2S
____ ___
6 3
Assim, a solução geral é: Assim, a solução geral é:
p + 2kp
{ 7p + 2kp
S = x [ R | 2kp # x < ___
6
{
S = x [ R | 2kp # x < __
3
11p + 2kp < x # 2p + 2 kp
ou ____
6 } 5p + 2kp < x # 2p + 2kp
ou ___
3 }
48
__
1, para x [ [0, 2p]
d) cos x # – __ f) tg x $ – √ 3 , com x [ [0, 2p]
2

p e x i ___
Em [0, 2p], considere x i __ 3p (para que haja tg x).
2 2
Na figura, nota-se:
No círculo trigonométrico, nota-se:
p
{
S = x [ R | 0 # x < __
2
{ 2p # x # ___
S = x [ R | ___
3
4p
3 }
e) tg x > dXX
3
2p x < ___
ou ___
3
3S ou ___
2
5p # x # 2p
3 }
2. Resolva a inequação cos 2x > 0 no intervalo 0 # x # p.

Se 2x = a, cos a > 0, com 0 # a # 2p.

Na figura, nota-se:
pe
No intervalo 0 # x # 2p, considere, inicialmente, x i __
2 p ou ___
0 # a < __ 3p < a # 2p
xi 3p
___ (para que haja tg x). 2 2
2
Portanto: Se a = 2x:
p < x < __
__ p
3 2 p ou ___
0 # 2x < __ 3p < 2x # 2p ä
__ 2 2
tg x > √3 ä ou
p ou ___
ä 0 # x < __ 3p < x # p
___ 3p
4p < x < ___ 4 4
3 2
p ou ___
Assim, a solução é: {
S = x [ R | 0 # x < __
4
3p < x # p
4 }
p $1
3. Resolva a inequação sen 2x – __ __ .
{ p + 2kp < x < __
S = x [ R | __
3
p + 2kp
2
4( 2 )
p = a, tem-se sen a $ __1.
Se 2x – __
4p + 2kp < x < ___
ou ___
3
3p + 2kp
2 } ( 4 ) 2

49
Como a = 3x:
p + kp < 3x < __
__ p + kp ä
4 2
p + k · __
ä ___ p + k · __
p < x < __ p
12 3 6 3

S = x [ R | ___ p < x < __


p + k · __ p + k · __
p
{ 12 3 6 3 }
5. Resolva |cos x| > 1
__ em [0, 2p].
2
Se |cos x| > __1, cos x > __1 ou cos x < – __1.
2 2 2

Na figura, nota-se:
p + 2kp # a # ___
__ 5p + 2kp
6 6
p:
Se a = 2x – __
4
p + 2kp # 2x – __
__ p # ___
5p + 2kp ä
6 4 6
p + __
p + 2kp # 2x # ___ p + 2kp ä
ä __(
6 4 ) 5p + __
6 4 ( )
p ou ___
5p + 2kp # 2x # ____
ä ___
12
13p + 2kp # ä
12
{
S = x [ R | 0 # x < __
3
2p < x < ___
3
4p
3

13p + kp
5p + kp # x # ____
5p < x # 2p
ou ___
3 }
ä ___
24 24 6. Determine x, tal que 0 # x # 2p e tg2 x # tg x.

{ 5p + kp # x # ____
S = x [ R | ___
24
13p + kp
24 } Se tg x = a, a2 – a # 0.
a2 – a = 0 ä a(a – 1) = 0 ä a = 0 ou a = 1
4. Resolva a inequação tg 3x > 1.

Se 3x = a:
tg a > 1

0#a#1
0 # tg x # 1

Na circunferência trigonométrica, nota-se:


p + kp
p + kp < a < __ p ou p # x # ___
__
4 2 {
S = x [ R | 0 # x # __
4
5p
4 }
50
7. Determine o domínio da função f, tal que

p.
d (
sen x – __
f (x) = XXXXXXXXX
3 )
p
d
Para que sen x – __ exista em \, é necessário que
XXXXXXXXX
3 ( )
p $ 0, que é uma inequação trigonométrica.
sen x – __
( 3 )

multimídia: livros
Fundamentos de Matemática Elementar –
Trigonometria, de Celson Iezzi
Esse livro é enriquecido com inúmeros textos
de História da Matemática e com problemas
propostos e resolvidos ao longo de todo o
Na figura, nota-se: desenvolvimento teórico. No final de cada
sen x – __p $0ä volume, o livro apresenta a seção “Testes de
( 3 ) vestibulares”, que são exercícios seleciona-
ä 0 + 2kp # x – __ p # p + 2kp ä
3 dos e organizados em ordem de dificuldade,
p + 2kp # x # p + __ p + 2kp com seus respectivos gabaritos.
ä __
3 3
p + 2kp # x # ___
{
D(f) = x [ R | __
3
4p + 2kp
3 }

VIVENCIANDO

A inequação trigonométrica é um recurso da linguagem matemática utilizado na organização de problemas, uma


vez que as medidas sempre são variáveis, por mais precisos que sejam os instrumentos de medição. O princípio da
inequação é utilizado, por exemplo, quando duas quantidades são comparadas com o intuito de se descobrir qual
delas é a maior.

51
DIAGRAMA DE IDEIAS

INEQUAÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS

DESIGUALDADES EM QUE AS INCÓGNITAS


APARECEM NAS MEDIDAS DOS ARCOS OU DOS
ÂNGULOS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

NÃO EXISTE UM PADRÃO DE RESOLUÇÃO. É


NECESSÁRIO CONHECER ALGUMAS APLICAÇÕES

EX.: senx 1
2
1
senx
2

tgx 3

52
AULAS PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM
29 E 30
COMPETÊNCIA: 1 HABILIDADES: 2e3

1. ANÁLISE COMBINATÓRIA tificar essas similaridades, percebendo que o método de


resolução independe do contexto do problema.
Veja as seguintes questões:
ƒ Sabendo que, em uma sorveteria, há 5 tipos de massas
e 3 tipos de cobertura, de quantas maneiras diferentes
1.1. Princípio fundamental da contagem
pode-se formar um sorvete com massa e cobertura? Observe o seguinte problema:
ƒ De quantas maneiras diferentes podemos dispor 5 pes- Um jovem estudante, durante seu período de férias esco-
soas em cinco assentos de cinema? lares, decide fazer uma viagem. Ele mora na cidade de São
Paulo e possui três possíveis cidades como destino: Rio de
ƒ Em uma sala de 40 alunos, deve-se escolher 4 deles para
Janeiro, Belo Horizonte ou Curitiba.
participarem da comissão de formatura. De quantas ma-
neiras diferentes podemos escolher essa comissão?
Estas questões são estudadas no ramo da matemática cha-
mado análise combinatória, em que estudamos técni-
cas de contagem, ou seja, dada uma situação, queremos
analisar de quantas maneiras esse evento pode ocorrer.
Em muitos problemas envolvendo a análise combinatória
é comum encontrarmos mais de uma forma de resolver o
mesmo problema, apesar do resultado final ser o mesmo.
Desta forma, analisaremos vários exemplos, a fim de de- Ao pesquisar, descobriu que, para cada cidade, há a pos-
monstrar os métodos mais simples de resolução, para que sibilidade de transporte por avião ou por ônibus. Quantas
os conceitos possam ser aplicados em qualquer exercício. opções de viagem no total existem para o estudante, sendo
Veja os dois problemas a seguir: que visitará apenas uma cidade na viagem?
1. De quantas maneiras podemos alocar cinco pessoas
(Ana, Beto, Carlos, Diego e Eduardo) em um carro de cinco 1.1.1. Resolução
lugares, sabendo que apenas o Eduardo pode dirigir?
Para cada uma das três cidades de destino, temos duas
2. Um homem esqueceu sua senha do banco, porém, lem- possibilidades de transporte. Podemos dispor todas as pos-
bra-se que a senha possui cinco algarismos distintos: 0, 2, sibilidades em um diagrama de árvore:
3, 5 e 7. Além disso, também se lembra que a senha come-
ça com o algarismo 7. Quantas senhas possíveis podem ser
formadas dessa forma?

A resolução de ambos os problemas é a mesma. Em ambos


os casos, temos um conjunto de 5 elementos:
A = {Ana, Beto, Carlos, Diego, Eduardo) e B = {0, 2, 3, 5, 7}

Também, em ambos os casos, um dos elementos já possui


sua posição determinada. Resta somente a permutação (a
“troca de lugares”) dos outros quatro elementos restantes,
visto que são todos distintos. Desta forma, podemos verificar facilmente que existem,
É importante conseguirmos analisar os problemas e iden- portanto, 6 possibilidades para a viagem:

53
(Rio de Janeiro, Ônibus), (Rio de Janeiro, Avião), (Belo Ho-
rizonte, Ônibus), (Belo Horizonte, Avião), (Curitiba, Ônibus) Aplicação do conteúdo
e (Curitiba, Avião). 1. Quantos números de 3 algarismos podem ser forma-
Neste caso, é fácil montar o diagrama de árvore e determinar dos com os algarismos 2, 3, 4, 5 e 6?
todas as possibilidades, porém, se a quantidade de possibilida- Há 5 possibilidades para a escolha do algarismo das cente-
des fosse muito grande, seria trabalhoso montar o diagrama. nas, 5 para o algarismo das dezenas e 5 para o das unida-
des. Portanto, pelo PFC:
Para realizar este cálculo, utilizamos o Princípio Fun-
damental da Contagem (PFC):
Suponha um determinado evento constituído de duas
etapas sucessivas, sendo que a primeira pode aconte-
cer de a maneiras e a segunda de b maneiras. Sendo Portanto, há 125 números formados pelos algarismos 2,
as duas etapas eventos independentes um do outro (a 3, 4, 5 e 6.
escolha de uma maneira da primeira etapa não altera
a escolha da segunda), temos que o total de maneiras 2. Quantos números de 3 algarismos distintos podem
T que o evento pode ocorrer é dado pelo produto: ser formados com os algarismos 2, 3, 4, 5 e 6?

T=a·b Perceba que, neste caso, não é possível a formação dos


Podemos estender esta definição para qualquer nú- números 222, 244, 445, 556, por exemplo, pois estes nú-
mero de etapas sucessivas. meros possuem algarismos repetidos (não distintos). Neste
caso, queremos apenas os números que possuem algaris-
mos distintos um do outro.
Poderíamos chegar ao mesmo resultado do problema re-
solvido anteriormente utilizando o PFC: como existem 3 1ª etapa – escolha do algarismo das centenas: 5 manei-
possibilidades de destino e 2 possibilidades de transporte, ras distintas.
a quantidade de maneiras distintas de realização da via- 2ª etapa – escolha do algarismo das dezenas: 4 maneiras
gem é dada por 2 · 3 = 6 maneiras. distintas, visto que um dos algarismos já foi escolhido para
o algarismo das centenas;
3ª etapa – escolha do algarismo das unidades: 3 manei-
ras distintas, pois já foram escolhidos um algarismo para a
centena e um para a dezena.

Portanto, há 5 · 4 · 3 = 60 números de algarismos


distintos possíveis.
multimídia: vídeo
3. Três carros chegam em um estacionamento ao mes-
FONTE: YOUTUBE
mo tempo. Ao chegarem, o gerente do estacionamen-
Quebrando a banca to verifica que há cinco vagas disponíveis. De quantas
Baseado em uma história real, “Quebrando a maneiras distintas o gerente pode estacionar todos os
três carros?
banca”, conta como um estudante do M.I.T
(Massachusetts Institute of Technology) que, Devemos sempre analisar quais são as etapas que devem
juntamente com os alunos mais brilhantes acontecer para o evento (estacionar todos os carros) ocor-
da faculdade, aplicou um dos maiores golpes rer. Iremos escolher quais vagas cada carro pode ocupar, ou
da história de Las Vegas. A excêntrica equipe quais carros cada vaga pode ocupar?
utilizava o cálculo estatístico para faturar mi-
1ª etapa – escolha da vaga do primeiro carro: 5 vagas distintas;
lhões de dólares jogando vinte e um, através
de um método simples de contar cartas. 2ª etapa – escolha da vaga do segundo carro: 4 vagas
distintas (uma já ocupada);

54
3ª etapa – escolha da vaga do terceiro carro: 3 vagas Portanto, podemos formar 7 ∙ 7 ∙ 6 = 294 números
distintas (duas já ocupadas). de 3 algarismos distintos com os algarismos 0, 1, 2,
3, 4, 5, 6 e 7.
Portanto:
5 · 4 · 3 = 60 maneiras distintas
1º carro 2º carro 3º carro

4. Com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7:
a) quantos números de 3 algarismos podemos formar?
b) quantos números de 3 algarismos distintos pode-
mos formar?
Resolução:
Neste caso, o zero apresenta uma restrição. Veja:
7 ∙ ______
a) ______ 8
8 ∙ ______
centena dezena unidade
Há 7 possibilidades para a centena (0 não é permi- multimídia: sites
tido), 8 para a dezena e 8 para a unidade. Portanto,
podemos formar 7 · 8 · 8 = 448 números.
7 ∙ ______7 ∙ ______
6
pt.khanacademy.org/math/probability/
b) ______ probability-geometry/counting-permuta-
centena dezena unidade
Com 3 algarismos distintos, há 7 possibilidades tions/e/fundamental-counting-principle
para a centena, 7 para a dezena e 6 para a unidade.

VIVENCIANDO

O princípio fundamental da contagem é a estrutura básica da análise combinatória. Por meio dele, desenvolvemos
técnicas e métodos de contagem na resolução de problemas que estão diretamente ligados ao nosso cotidiano,
como os modos distintos que podemos organizar as pessoas em uma fila, o número de placas de automóveis que
podemos formar com letras e algarismos, as possíveis combinações da Mega-Sena, entre outras situações.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

55
Modelo
(Enem) Uma empresa construirá sua página na internet e espera atrair um público de aproximadamente um milhão
de clientes. Para acessar essa página, será necessária uma senha com formato a ser definido pela empresa. Existem
cinco opções de formato oferecidas pelo programador, descritas no quadro, em que “L” e “D” representam, respecti-
vamente, letra maiúscula e dígito.

Opção Formato
I LDDDDD
II DDDDDD
III LLDDDD
IV DDDDD
V LLLDD

As letras do alfabeto, entre as 26 possíveis, bem como os dígitos, entre os 10 possíveis, podem se repetir em qualquer
das opções.
A empresa quer escolher uma opção de formato, cujo número de senhas distintas possíveis seja superior ao número
esperado de clientes, mas que esse número não seja superior ao dobro do número esperado de clientes.
A opção que mais se adequa às condições da empresa é:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
Análise expositiva - Habilidade 2: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema
E do cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre análise combinatória para a sua resolução.
O número de senhas para cada modelo de senha é:
Opção I: 26 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 26 × 105
Opção II: 10 × 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 106
Opção III: 26 × 26 × 10 × 10 × 10 × 10 = 26² × 104
Opção IV: 10 × 10 × 10 × 10 × 10 = 105
Opção V: 26 × 26 × 26 × 10 × 10 = 26³ × 10²
Calculando cada valor, o que se enquadra nas restrições feitas é a opção V.
Alternativa E

56
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE
COMBINATÓRIA

TÉCNICAS DE CONTAGEM

PRINCÍPIO FUNDAMENTAL
DA CONTAGEM (PFC)

DETERMINADO EVENTO COM DUAS


OU MAIS ETAPAS SUCESSIVAS (a)
MANEIRAS E (b) MANEIRAS
T=a·b

57
AULAS FATORIAL, PERMUTAÇÃO SIMPLES
31 E 32 E PERMUTAÇÃO COM REPETIÇÃO
COMPETÊNCIA: 1 HABILIDADES: 2e3

1. FATORIAL
Veja o seguinte problema:
ƒ Cinco alunos de uma escola de música irão se apresentar
individualmente em um festival musical. Quanto à ordem
das apresentações, de quantas maneiras diferentes os
cinco alunos podem cada um realizar sua apresentação?
Resolução:
multimídia: livros
Utilizando o Princípio Fundamental da Contagem, po-
demos afirmar que as apresentações podem ocorrer de Análise Combinatória e Probabilidade –
5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120 maneiras diferentes. Augusto Cesar Morgado, João Bosco
Porém, se houvesse 20 alunos para se apresentarem, tería- Pitombeira de Carvalho, Paulo Cesar
mos que realizar o produto 20 · 19 · 18 · ... · 3 · 2 · 1. Para Pinto Carvalho, Pedro Fernandez
simplificar este tipo de cálculo, utilizamos uma notação es- O livro incorpora a experiência dos autores em
pecial: o fatorial. ensinar Análise Combinatória, uma disciplina
complicada, em que os alunos têm dificulda-
1.1. Definição de de encontrar a fórmula correta para cada
Dado um número natural n > 2, definimos o fatorial de n problema. A obra sugere que os problemas de
(indicado por n!) como sendo o produto de todos os núme- contagem sejam resolvidos pelo uso de alguns
ros naturais menores ou iguais à n e maiores que zero. Isto é: princípios fundamentais, evitando as fórmulas.

n! = n · (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · ... · (2) · (1)


Por exemplo: Aplicação do conteúdo
ƒ 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
1. Simplifique a expressão 15!
___ .
13!
ƒ 2! = 2 · 1 = 2
Resolução:
ƒ 10! = 10 · 9 · 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 3.628.800
Veja que a definição é válida para n > 2. Em particular, Reescrevemos o fatorial do maior número, no caso o nu-
temos dois casos importantes: merador, de forma a simplificar o denominador:
15! = __________
___ 15 · 14 · 13! = 15 · 14 = 210
0! = 1 e 1! = 1 13! 13!
Como veremos no cálculo de arranjos, permutações e com- 20! .
2. Simplifique a expressão ________
binações, é comum encontrarmos razões entre fatoriais. 19! + 20!
Por isso, é comum escrevermos fatoriais em função de fa- Resolução:
toriais de números menores; veja um exemplo:
10! = 10 · 9 · 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 10 · 9! 20!
___________ 20!
= __________ 20 · 19! = ___
= _______ 20
19! + 20 · 19! 19! (1 + 20) 19! · 21 21
9!
3. Resolva a seguinte equação, sabendo que x [ N*:
Também poderíamos escrever:
(x + 1)!
______
10! = 10 · 9 · 8! ou 10! = 10 · 9 · 8 · 7! = 5x
(x – 1)!

58
Utilizando a definição de fatorial, temos:
(x + 1)! = (x + 1) · (x) · (x – 1)!
2. PERMUTAÇÃO SIMPLES
A palavra “permutação” significa troca, transposição. Na
Logo: matemática, definimos as permutações de um conjun-
(x + 1) · (x) · (x – 1)! to A de n elementos como todas as sequências distintas
_______________ = 5x Ÿ (x + 1) · x = 5x
(x – 1)! possíveis de n elementos formadas pelos elementos de A.
Veja um exemplo:
Como x Þ 0, podemos simplificar o x em ambos os termos:
Vamos listar todos os anagramas da palavra “LAR”. Um
x+1=5Ÿx=4 anagrama é uma palavra obtida pelo rearranjo das letras
da palavra original, assim como “Iracema” é um anagrama
4. Encontre o valor de n na equação (n – 2)! = 720. da palavra “América”.

Devemos procurar um número natural, cujo fatorial seja Para a palavra “LAR”, temos:
igual a 720. Para isso, vamos decompor 720 em fatores LAR, LRA, ALR, ARL, RAL, RLA
consecutivos a partir de 2 :
A palavra “LAR” possui, portanto, 6 anagramas possíveis.
720 2
Poderíamos determinar o número de anagramas pelo Prin-
360 3 cípio Fundamental da Contagem:
3 · 2 · 1 = 3! = 6 anagramas
120 4
Portanto, para a palavra “LAR” existem 3! anagramas.
30 5 720 = 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 6!
Analogamente, para uma palavra de 4 letras distintas, ha-
6 6 veria 4! anagramas, para uma palavra de 5 letras distintas
1 haveria 5! anagramas, e assim sucessivamente.
Com isso, concluímos que:
Resolução: se um conjunto A possui n elementos distintos, definimos
Logo: uma permutação como sendo toda sequência de n ele-
mentos de A, todos distintos. O número total de permuta-
(n – 2)! = 6! Ÿ n – 2 = 6 Ÿ n = 8 ções de n elementos, Pn, é dado por:

5. Se (n + 4)! + (n + 3)! = 15(n + 2)!, então: Pn = n!


a) n = 4.
b) n = 3.
c) n = 2. Aplicação do conteúdo
d) n = 1. 1. Ao criar uma conta-corrente em uma certa agência ban-
e) n = 0. cária, uma pessoa deve criar uma senha numérica de 6
dígitos distintos com os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Quantas
Resolução: senhas possíveis é possível formar nesta configuração?

Desenvolvendo cada fatorial da equação até chegar a um Resolução:


fator comum, temos:
Queremos saber a quantidade de permutações de 6 elementos:
(n + 4)! + (n + 3)! = 15(n + 2)! Ÿ
P6 = 6! = 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 720
Ÿ (n + 4)(n + 3) (n + 2)! + (n + 3)(n +2)! = 15 (n + 2)! Ÿ
Ÿ (n + 4)(n + 3) + (n + 3) = 15 Ÿ Portanto, há 720 possibilidades diferentes para a senha numérica.
Ÿ n2 + 8n + 15 = 15 Ÿ 2. Cinco pessoas (A, B, C, D e E) vão a um concerto e
Ÿ n = 0 ou n = –8 (não convém) existem 5 lugares em fila para se sentarem. Sabendo
disso, faça o que se pede em cada item:
Alternativa E
a) De quantas maneiras todas as cinco pessoas po-
dem se acomodar nas cadeiras?

59
b) Se A fizer questão de sentar na primeira cadeira, de A, L, U, NO
quantas formas elas podem se acomodar na fileira?
c) Sabendo que B e C são um casal e irão sentar um Portanto, há para cada P4 = 24 permutações dos 4 elementos
ao lado do outro, de quantas formas diferentes então
e P2 = 2 permutações entre N e O. Logo, existem 24 · 2 = 48
o grupo poderá se sentar?
anagramas em que N e O são consecutivos.
Resolução: Para o número de anagramas no total, simplesmente cal-
a) Cada permutação das cinco pessoas representa uma culamos o número total de permutações de 5 elementos:
maneira distinta de se sentarem. Sendo assim, temos P5 = 5! = 120.
no total P5 = 5! = 120 possibilidades diferentes.
Finalmente, tomamos a diferença entre os dois resultados,
b) Neste caso, um dos elementos está fixo:
sendo o total de anagramas em que N e O não são con-
A · · · ·
secutivos, PT é:
Portanto, só precisamos calcular as permutações das
4 pessoas restantes: PT = 120 – 48 = 72 anagramas
P4 = 4! = 24 possibilidades
c) Como B e C estão juntos, iremos considerá-los
como um elemento só do conjunto; portanto, que-
remos calcular as permutações de quatro elementos:
A , BC , D , E.
Temos, então, 4 elementos: P4 = 24 possibilidades.
Porém, para cada uma destas permutações existe a permu-
tação dentro do conjunto BC. Como BC possui 2 elemen-
tos, existem P2 = 2! possibilidades dentro dele: BC e CB.
Portanto, o número de permutações no total é dado por:
PT = 24 · 2 = 48
multimídia: vídeo
3. Considerando a palavra “ALUNO”, faça o que se pede
FONTE: YOUTUBE
em cada item:
a) Quantos anagramas podem ser formados, sendo
Quebrando a banca
que as letras L, U e N sejam, não necessariamente Baseado em uma história real, “Quebrando a
nesta ordem, consecutivas? banca”, conta como um estudante do M.I.T
b) Quantos anagramas podem ser formados de modo (Massachusetts Institute of Technology) que,
que as letras N e O não sejam consecutivas?
juntamente com os alunos mais brilhantes
Resolução: da faculdade, aplicou um dos maiores golpes
da história de Las Vegas. A excêntrica equipe
a) A palavra “ALUNO” possui 5 letras, porém, como utilizava o cálculo estatístico para faturar mi-
L, U e N devem ser consecutivas, iremos considerá-las
lhões de dólares jogando vinte e um, através
inicialmente como um só elemento. Portanto, vamos
calcular o número de permutações de 3 elementos: de um método simples de contar cartas.

A , LUN , O

3. PERMUTAÇÕES COM REPETIÇÃO


P3 = 3! = 6

Porém, como há 3 elementos dentro do bloco LUN , exis-


Consideremos os exemplos:
tem P3 = 6 permutações entre eles. Portanto, no total exis-
tem 6 · 6 = 36 anagramas distintos possíveis. 1. Quantos são os anagramas da palavra BATATA?
b) Neste caso, é mais simples calcularmos quantos
anagramas existem em que N e O são consecutivos, Se os A fossem diferentes e os T também, teríamos as letras
e subtraí-los da quantidade total de anagramas. Esta B, A1, A2, A3, T1, T2 e o total de anagramas seria P6 = 6!.
técnica é muito comum em problemas de contagem.
Mas as permutações entre os três A não produzirão um
Para os anagramas em que N e O são consecutivos, iremos novo anagrama. Então, precisamos dividir P6 por P3. O
proceder da mesma maneira do item anterior, consideran- mesmo ocorre com os dois T: precisamos dividir também
do N e O como um elementos só, restando 4 elementos: por P2.

60
Portanto, o número de anagramas da palavra BATATA é: Como a letra A e a letra P aparecem 2 vezes, devemos
P6 então fazer:
_____ 6! = _________
= ____ 6 · 5 · 4 · 3! = 60
P3 · P2 3!2! 3!2!
P4
_____ 4·3·2=6
4! = ______
= ____
2. Quantos anagramas tem a palavra PAPA? P2 · P2 2!2! 2·2

Se a palavra tivesse as 4 letras distintas, teríamos


Logo, a palavra PAPA tem 6 anagramas.
P4 = 4! = 4 · 3 · 2 · 2 = 24. Generalizando:

VIVENCIANDO

Você já se perguntou como as placas dos carros nunca coincidem nas regiões do Brasil? Pois é... Cálculos obtidos
pela análise combinatória permitem que situações como essa sejam moldadas a diferentes casos. Permutações são
características dessa análise. Vejamos um exemplo: quando andamos na rua, podemos ter dois modos de pisar na
calçada – “pé esquerdo/pé direito’’ ou “pé direito/pé esquerdo’’. Logo, dependendo do seu primeiro passo, toda uma
sequência de passos se organiza, e a permutação nos ajuda a reorganizar esse ato de maneiras diferentes. Permutar
nos ajuda a trocar de lugar e de inúmeras formas possíveis objetos distintos.

Portanto, são 210 os anagramas de CAMARADA que co-


Aplicação do conteúdo meçam por C.
1. Quantos são os anagramas da palavra ARARA?
4. Quantos anagramas de CAMARADA começam com A?
Resolução:
Resolução:
Nesse caso, há 3 três letras A, 2 letras R e um total de 5
letras. Então: ACAMARAD?
5! = _______
P53, 2 = ____ 5 · 4 · 3! = 10
7! = 7 · 6 · 5 · 4 = 840 anagramas
P73, 1, 1, 1, 1 = __
3!2! 3!2!
3!
Logo, são 10 os anagramas da palavra ARARA.
5. Determine quantas soluções naturais possui a equa-
2. Quantos são os anagramas da palavra DEZESSETE? ção x + y + z = 6.

Resolução: Resolução:
Nesse caso, há 4 letras E e 2 letras S, num total de 9 letras.
Como a soma dos valores de x, y e z é 6, consideramos que
Então, temos:
precisamos separar 6 elementos em 3 partes. Cada modo
9! = ______________
P94, 2 = ____ 9 · 8 · 7 · 6 · 5 · 4! = 7560 de separamos 6 elementos em 3 partes é uma solução da
4!2! 4!2! equação. Por exemplo:
3. Quantos anagramas da palavra CAMARADA come- •• | •• | •• equivale a x = 2, y = 2 e Z = 2
çam pela letra C?
• | ••••• equivale a x = 1, y = 5 e Z = 0
Resolução
|| •••••• equivale a x = 0, y = 0 e z = 6
Fixamos a letra C como 1° letra e fazemos:
7! = 7 · 6 · 5 = 210 Dessa forma, permutando as 6 bolinhas e os 2 separadores
P74, 1, 1, 1 = __
4! (2 separadores para separar em 3 partes), temos a quanti-

61
dade de soluções naturais da equação dada: Portanto, temos 35 caminhos diferentes.

8! = _______
P82, 6 = ____ 8 · 7 · 6! = 28 soluções naturais 7. Considerando todos os números de 5 dígitos que pode-
6!2! 6! · 2 · 1 mos formar com as permutações dos números 1, 2, 3 ,4 e
5, se os ordenarmos em ordem crescente, qual é o número
6. No quadriculado a seguir, de quantas maneiras pode- que ocupa a posição 61º?
mos ir do ponto A até o ponto B, percorrendo a menor
distância, considerando que podemos seguir apenas Resolução:
pelas linhas?

Primeiramente, contamos todos os números que começam


com o dígito 1:

1____

Como há 4 dígitos restantes, existem 4! = 24 números que


começam por 1. Analogamente, contamos os que come-
Resolução: çam por 2:

Para ir do ponto A até o ponto B percorrendo a menor 2____


distância possível, devemos, necessariamente, percorrer 3
vezes pra cima e 4 vezes pra direita. Uma das possibilida- Desta forma, existem mais 24 números. Portanto, até agora
des está demonstrada a seguir: temos 48 números. Se contarmos todos que começam por
3, teremos mais 24, totalizando 72, ultrapassando 60, por-
tanto contamos agora os que começam por 31:

31___

Como existem 3 dígitos restantes, há 3! = 6 números que


começam com 31, totalizando 48 + 6 = 54
Podemos escrever esta possibilidade como: DCCDDCD Agora, os que começam por 32:
(primeiro andamos uma unidade para direita, depois duas
vezes para cima, duas para direita, uma para cima e, final- 32___
mente, uma vez para direita).
Teremos então mais 6, totalizando 60, portanto, o 60º nú-
Todas as outras possibilidades são permutações desta, po-
mero é o maior número que começa com 32: 32541.
rém a letra C e D repetem 3 e 4 vezes, respectivamente, logo:
7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4!= 35
7! = ___________ Logo, o 61º é o próximo, ou seja, o menor número que
P3,47 = ____
3! 4! 3 ∙ 2 ∙ 1 ∙ 4! começa com 34: 34125.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

As permutações caracterizam uma importante ferramenta na área da moda. Um estilista, ao promover sua coleção
em um desfile de moda, utilizará limitados números de peças e sequências variadas de modelos. Logo, para que os
looks não se repitam sequencialmente, o estilista permuta suas peças, obtendo, assim, uma variedade de modelos
em sua coleção. Dessa forma, sem perceber, utilizamos conceitos da análise combinatória em tarefas simples, das
mais diversas áreas de atuação.

62
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade

2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

Modelo
(Enem) Para cadastrar-se em um site, uma pessoa precisa escolher uma senha composta por quatro caracteres, sendo
dois algarismos e duas letras (maiúsculas ou minúsculas). As letras e os algarismos podem estar em qualquer posição.
Essa pessoa sabe que o alfabeto é composto por 26 letras e que uma letra maiúscula difere da minúscula em uma senha.
DISPONÍVEL EM: <WWW.INFOWESTER.COM>. ACESSO EM: 14 DEZ. 2012.

O número total de senhas possíveis para o cadastramento nesse site é dado por:
a) 102 . 262.
b) 102 . 522.
4! .
c) 102 . 522 . __
2!
4! .
d) 102 . 262 . _____
2! . 2!
4! .
e) 102 . 522 . _____
2! . 2!

Análise expositiva - Habilidade 2: Existem 10 · 10 = 102 maneiras de escolher dois algarismos e 52 · 52 = 522
E 4! modos.
maneiras de escolher as letras. Definidos os caracteres da senha, podemos dispô-los de P4(2, 2) = ______
2! . 2!
4! .
Portanto, pelo princípio multiplicativo, segue que a resposta é 102 · 522 · ______
2! . 2!
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conheci-
mentos sobre análise combinatória para a sua resolução.
Alternativa E

63
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE
COMBINATÓRIA

PERMUTAÇÃO
SIMPLES

TROCA DE POSIÇÃO
COMUM EM PROBLEMAS
SEM A REPETIÇÃO
DE ANAGRAMAS
DOS ELEMENTOS

Pn = n!

PERMUTAÇÃO COM
FATORIAL
REPETIÇÃO

PARA n NATURAL TROCA DE POSIÇÃO


A PARTIR DO 2 COM A REPETIÇÃO
DOS ELEMENTOS

n! = n · (n – 1) · (n – 2) · (n – 3) · ... · (2) · (1)


Pna,b,g= n!
a!b!g!

ONDE:
Į: SÃO ELEMENTOS
DE UM MESMO TIPO
ȕ: SÃO ELEMENTOS
DE UM MESMO TIPO
Ȗ: SÃO ELEMENTOS
DE UM MESMO TIPO

64
AULAS ARRANJOS
33 E 34
COMPETÊNCIA: 1 HABILIDADES: 2e3

1. ARRANJOS Arranjamos 4 elementos, 2 a 2, e o número desses arranjos


foi 12. Escrevemos, então:
Vimos que permutação simples de n elementos é qualquer A4,2 = 4 · 3 = 12 (arranjo de 4 elementos tomados 2 a 2
agrupamento ordenado desses n elementos. Agora, tendo n é igual a 12)
elementos, vamos estudar os agrupamentos ordenados de
1 elemento, 2 elementos, 3 elementos, ..., de p elementos 2. Usando os algarismos 2, 3, 5, 7 e 9, quantos números
com p ≤ n. naturais de 3 algarismos distintos podemos formar?

centena dezena unidade


Exemplos
1. Consideremos as letras a, b, c e d. Quais e quantos Há 5 possibilidades para o 1º algarismo, 4 para o 2º e 3
agrupamentos ordenados diferentes de 2 letras dis- para o 3º.
tintas é possível formar com elas?
No total podemos então formar 5 · 4 · 3 = 60 números.
Dizemos, neste exemplo, que fizemos arranjos de 5 ele-
mentos tomados 3 a 3, e o número desses arranjos é 60.
Indicamos, assim: A5,3 = 5 · 4 · 3 = 60.
Vejamos como calcular o número total desses agrupamen-
tos de n elementos arranjados p a p, com n > p. Constru-
indo árvores de possibilidades, temos:
Na primeira posição: n possibilidades.

(POIS TEMOS N ELEMENTOS DISPONÍVEIS)

Na segunda posição (n – 1) possibilidades

(POIS TEMOS (N – 1) ELEMENTOS DISPONÍVEIS)

Na terceira posição: (n – 2) possibilidades


Na primeira temos 4 possibilidades (pois temos 4 elementos dis-
(POIS TEMOS (N – 2) ELEMENTOS DISPONÍVEIS)
poníveis). Na segunda posição, para cada uma das anteriores,
temos 3 possibilidades (pois temos 3 elementos disponíveis). A A

Pelo princípio fundamental da contagem, há, no total, Na p-ésima posição: n – (p –1) possibilidades
4 · 3 = 12 possibilidades.
Os 12 agrupamentos ordenados diferentes são: (POIS TEMOS N – (P – 1) ELEMENTOS DISPONÍVEIS)

ab ba ca da
Aplicando o princípio fundamental da contagem, temos
ac bc cb db que o número total de possibilidades é dado por:
ad bd cd dc An,p = n(n – 1) (n – 2) ... [n – (p – 1)]
p fatores
Esses agrupamentos são chamados de arranjos simples.

65
Podemos ainda indicar An, p por meio de fatoriais. Observe:
An, p = n(n – 1)(n – 2) . ... . (n – p + 1) Observação
(n – p)! Você pode usar o conceito de arranjo ou o princípio fun-
Multiplicando esse número por _______ temos: damental da contagem para resolver problemas como
( n – p)!
veremos nos exemplos de aplicação a seguir. Só compre-
(n – p)!
An, p = n(n – 1)(n – 2) . ... . (n – p + 1) · ______ = endendo o que está sendo feito é que você saberá apli-
(n – p)!
car a fórmula. Por isso, pouco adianta apenas decorá-la.
n(n – 1) (n – 2) ... (n – p + 1)(n – p)! n!
= ____________________________ = ______
(n – p)! (n – p)!
Aplicação do conteúdo
Portanto:
1. Quantos números de dois algarismos diferentes po-
n!
An, p = ______ demos escrever com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
(n – p)! e 9?

Resumindo: Resolução:

Arranjos simples de n elementos tomados p a p (p ≤ 1ª maneira:


n) são os agrupamentos ordenados distintos que se
Usando a fórmula:
podem formar com p dos n elementos dados.
Procuramos agrupamentos de 2 elementos em que a ordem
Indica-se por An, p ou Anp o total desses agrupamentos,
é importante, pois, por exemplo, 12 ≠ 21. Temos 9 elementos
que calculamos assim:
para serem arranjados 2 a 2. Assim, temos que calcular:
An, p = n(n – 1)(n – 2). ... . (n – p + 1)
9! = __
A9, 2 = ______ 9 · 8 · 7! = 72
9! = _______
ou (9 – 2)! 7! 7!
n!
An, p = ______
(n – p)! Portanto, existem 72 números de dois algarismos diferen-
tes que podem ser escritos com os algarismos de 1 a 9.
2ª maneira:
Exemplos
(10 – 4 + 1) Sem usar a fórmula:
n
Para o algarismo das dezenas temos 9 opções e, para o al-
ƒ A10, 4 = 10 · 9 · 8 · 7 = 5040 ou
garismo das unidades, apenas 8 opções, pois não podemos
10! = _____________
A10, 4 = ___ 10 · 9 · 8 · 7 · 6!= 5040
6! 6! repetir algarismos. Assim temos 9 · 8 = 72 possibilidades.
Portanto, são 72 números.

8 · 7 · 6! 2. Responda às seguintes questões:


ƒ A8, 2 = 8 · 7 ou A8,2 = _______
6! a) Quantos anagramas podemos formar com as letras
da palavra CONTAGEM?

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Os arranjos se propagam grandemente no nosso cotidiano. Na área da saúde, por exemplo, quando uma enfermeira
recebe prescrições médicas de medicamentos, onde no pronto-socorro irá recombiná-los com vários outros genéricos,
ela está aplicando arranjos no seu trabalho. Percebe-se que, através de um remédio, várias outras combinações serão
criadas, causando efeitos diferentes nos pacientes.

66
Resolução: e) Quantas contêm a letra M?
P8 = 8! = 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 40.320 Resolução:
b) Quantas “palavras” de 4 letras distintas podemos 1ª maneira:
formar com as letras da palavra CONTAGEM?
Sem usar a fórmula:
Resolução:
Fixando M como 1ª letra, restam 7 possibilidades
1ª maneira: para a 2ª letra, 6 para a 3ª e 5 para a 4ª letra. Assim,
temos 7 · 6 · 5 = 210 palavras com o M na 1ª posição.
Sem usar a fórmula:
Da mesma forma, teremos 210 possibilidades para o
Temos 8 possibilidades para a 1ª letra, 7 para a 2ª, 6 para M na 2ª posição, na 3ª posição e na 4ª posição. As-
a 3ª e 5 para a 4ª letra. Assim, temos: sim, temos:
8 · 7 · 6 · 5 = 1680 4 · 210 = 840 palavras
2ª maneira: 2ª maneira:
Usando a fórmula: Usando a fórmula:
8! = 8 · 7 · 6 · 5 = 1680
A8, 4 = __
4! Colocado o M temos
c) Quantas dessas “palavras” começam com E? 7! = 7 · 6 · 5 = 210 possibilidades para as outras letras.
A7, 3 = __
4!
Resolução: Como podemos colocar o M de quatro maneiras diferentes.
1ª maneira: M __ __ __; ___ M ___ ___; ___ ___
Sem usar a fórmula: M ___ e ___ ___ ___ M, temos:

Fixando E como 1ª letra, restam 7 possibilidades para a 2ª 4 · 210 = 840


letra, 6 para a 3ª e 5 para a 4ª letra. Assim, temos: f) Quantas não contêm a letra M?

7 · 6 · 5 = 210 Resolução:
1ª maneira:
2ª maneira:
Sem usar a fórmula:
Usando a fórmula:
Sem o M teremos 7 letras para compor a palavra:
Fixando E como 1ª letra, temos que arranjar as 3 restantes
das 7 que sobraram. 7 possibilidades para a 1ª letra, 6 para a 2ª, 5 para a 3ª e 4
para 4ª letra. Assim, temos:
Assim:
7! = 7 · 6 · 5 = 210 7 · 6 · 5 · 4 = 840 palavras.
A7, 3 = __
4! 2ª maneira:
d) Quantas terminam com TA?
Usando a fórmula:
Resolução:
Retirando o M, passamos a ter 7 letras. Como os anagra-
1ª maneira: mas devem conter 4 letras, temos:
Sem usar a fórmula:
7! = 7 · 6 · 5 · 4 = 840
A7,4 = __
Fixando TA como 3ª e 4ª letras, restam 6 possibilidades 3!
para a 1ª letra e 5 para a 2ª. Assim, temos:

6 · 5 = 30 palavras Observação
2ª maneira: Também poderíamos ter feito 1680 – 840 para obter
840, subtraindo o número de palavras obtido no item
Usando a fórmula: e do número total obtido em b.
Fixando as duas últimas como sendo TA, temos que arran-
jar as 2 iniciais das 6 que sobraram. Assim:
3. De quantas maneiras 5 meninos podem sentar-se
6! = 6 · 5 = 30
A6, 2 = __
4! num banco que tem apenas 3 lugares?

67
Resolução: 2ª maneira:
Sem usar a fórmula:
1ª maneira:
Para o denominador temos 6 opções e, para o numerador,
Usando a fórmula:
5 opções. Então, 6 · 5 = 30 frações.
Estamos interessados nos agrupamentos ordenados de 3
elementos, retirados de 5 elementos, ou seja: 5. Um estudante tem 5 lápis de cores diferentes. De
quantas maneiras diferentes ele poderá pintar os esta-
5! = 5 · 4 · 3 = 60
A5, 3 = __ dos da região Sul do Brasil, cada um de uma cor?
2!
Portanto, há 60 maneiras possíveis. Resolução:
1ª maneira:
2ª maneira:
Sem usar a fórmula:
Sem usar a fórmula:
São 3 estados: Rio Grande do Sul há 5 possibilidades, para
5 meninos são possíveis para o 1º lugar do banco, 4 para
o Paraná, 4 possibilidades e para Santa Catarina, 3 possi-
o 2º e 3 para o 3º. Então, são 5 · 4 · 3 = 60 possibilidades.
bilidades. Logo:
5 · 4 · 3 = 60 possibilidades.
2ª maneira:
Usando a fórmula:
Os estados do Sul do Brasil são 3: Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. Logo, devemos calcular A5, 3.
5! = 5 . 4 . 3 = 60
A5, 3 = __
2!
Portanto, há 60 maneiras diferentes de pintar os estados
do Sul usando 5 cores.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE 6. Com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, quantos númer-
os de 3 algarismos distintos maiores que 300 podemos
Os Gênios do Oriente - formar?
Documentário dublado
Resolução:

4. Quantas frações diferentes (e não iguais a 1) podem- 1ª maneira:


os escrever usando os números 2, 3, 5, 7, 11 e 13?
Sem usar a fórmula:
Resolução: Para algarismos maiores do que 300 é necessário que o
algarismo da centena seja 3, 4, 5 ou 6. Assim, temos 4 pos-
1ª maneira: sibilidades para a centena. Para a dezena, 5 possibilidades,
pois não podemos repetir a centena, e para a unidade 4
Usando a fórmula: possibilidades. Assim,
Nesse caso, estamos procurando agrupamento de dois 4 · 5 · 4 = 80 números.
(
elementos, nos quais a ordem deles é relevante __2 ≠ __3 e
3 2
quais um mesmo número não pode ser repetido na mesma
) 2ª maneira:
Usando a fórmula:
( )
fração __3 = 1 .
3 Temos as possibilidades:
Esses agrupamentos de 2 elementos devem ser formados
com os 6 elementos: 2, 3, 5, 7, 11, e 13. Logo, temos: ƒ 3 ___ ___

6! = 6 · 5 = 30 ƒ 4 ___ ___
A6, 2 = __
4! ƒ 5 ___ ___
Portanto, podemos formar 30 frações nessas condições. ƒ 6 ___ ___

68
Para preencher cada uma das lacunas temos A5, 2, possibili- Resolução:
dades. Portanto, podemos formar:
5! = 4 . 5 . 4 = 80 números ƒ De 1 algarismo: 3
4 . A5, 2 = 4 . __
3!
ƒ De 2 algarismos: A3, 2 = 3 · 2 = 6
7. Com os algarismos 3, 5, 7 e 9 foram formados todos os
números naturais possíveis de 3 algarismos e colocados ƒ De 3 algarismos: P3 = 6
em ordem crescente. Qual a posição do número 739? Total 3 + 6 + 6 = 15 números.
Resolução:

Temos as possibilidades:

3 __ __ o A3,2 = 6
6 + 6 = 12
5 __ __ o A3,2 = 6

7 3 5 o 13º número
7 3 9 o 14º número
Portanto, 739 é o 14º número. multimídia: sites
8. Com os dígitos 3, 4 e 5, quantos números naturais de
algarismos distintos podemos formar? pt.khanacademy.org/math/probability/
probability-geometry/counting-permuta-
tions/e/fundamental-counting-principle

VIVENCIANDO

Doze times se inscreveram em um torneio de futebol amador. O jogo de abertura do torneio foi escolhido da seguinte
forma: primeiro, foram sorteados quatro times para compor o grupo A. Em seguida, entre os times do grupo A, foram
sorteados dois times para realizar o jogo de abertura do torneio, sendo que o primeiro deles jogaria em seu próprio
campo e o segundo seria o time visitante. A quantidade total de escolhas possíveis para o grupo A e a quantidade
total de escolhas dos times do jogo de abertura podem ser calculadas por meio de:
a) uma combinação e um arranjo, respectivamente.
b) um arranjo e uma combinação, respectivamente.
c) um arranjo e uma permutação, respectivamente.
d) duas combinações.
e) dois arranjos.
Resolução:
Trata-se de arranjo ou combinação; caso a ordem de escolha importe, trata-se de arranjo; caso a ordem de escolha
não importe, combinação. Observando o enunciado, temos que serão escolhidos quatro times dentre 12 times para
definir o grupo A; como a ordem de escolha não importa, trata-se de uma combinação. Para o jogo de abertura, a
ordem de escolha importa, ou seja, trata-se de um arranjo. Logo, a alternativa correta é A.
Alternativa A

69
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade

2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

Modelo
(Enem) Uma família composta por sete pessoas adultas, após decidir o itinerário de sua viagem, consultou o site de
uma empresa aérea e constatou que o voo para a data escolhida estava quase lotado. Na figura, disponibilizada pelo
site, as poltronas ocupadas estão marcadas com X e as únicas poltronas disponíveis são as mostradas em branco.

DISPONÍVEL EM: <WWW.GEBH.NET>. ACESSO EM: 30 OUT. 2013 (ADAPTADO).

O número de formas distintas de se acomodar a família nesse voo é calculado por:


9!
a) __
2!
9!
b) _____
7! . 2!
c) 7!
5!
d) _____
2! . 4!
5! . __
e) __ 4!
4! 3!

Análise expositiva - Habilidade 2: O resultado pedido corresponde ao número de arranjos simples de 9 obje-
9!.
tos tomados 7 a 7, isto é, A9, 7 = __
A 2!
O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do cotidiano e utilizar seus conheci-
mentos sobre análise combinatória para a sua resolução.
Alternativa A

70
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE
COMBINATÓRIA

ARRANJO

QUANDO A An,p= n!
(n-p)! SEM REPETIÇÃO
ORDEM IMPORTA

71
GEOMETRIA ESPACIAL: Incidência do tema nas
principais provas

O Enem tem alta incidência de questões sobre Apresenta questões sobre volume de prismas
geometria espacial. O candidato deve esperar e suas aplicações. Questões difíceis podem
questões de todos os níveis. aparecer na primeira e/ou segunda fase.

A prova exigirá conhecimento sobre volume Pode apresentar questões na parte de Física A prova apresenta os temas deste livro com
e todas as figuras geométricas, por isso, é e Química abordando volumes. grau mediano e elevado. Semelhança de
necessário conhecer o conceito de sólido de sólidos pode ser muito utilizado.
revolução.

A prova busca de seu candidato uma compre- A prova apresenta a geometria espacial com A prova sempre abordará a geometria A prova apresentará questões de elevado grau
ensão do conteúdo aplicado. Questões sobre incidência e grau medianos. O candidato deve espacial, e os temas abordados neste livro de dificuldade. Associar todos os itens de geo-
o conhecimento científico trarão a geometria saber fazer a correlação entre sólidos e seus são de extrema importância para o candidato metria plana para a espacial é fundamental.
espacial. volumes. realizar seus problemas.

UFMG

A geometria espacial alinhada com a geome- A prova exige a parte da geometria espacial A prova exigirá de seu candidato uma boa
tria plana levará o candidato a ter um grande com elevado grau em suas questões. Associar análise da geometria espacial com questões
resultado. Questões do nosso cotidiano e que um cilindro com as outras formas geométricas elevadas. Tronco de pirâmides é um bom tema
buscam uma visão tridimensional também é fundamental. a cair em sua prova, associado com temas de
podem aparecer na prova. geometria plana.

A prova apresentará questões sobre geometria Diferente dos outros vestibulares, leva ao seu A prova possui baixa incidência de geometria
espacial no seu exame discursivo e de candidato uma prova muito objetiva. Os temas espacial, porém, as questões são muito bem
qualificação. O candidato deve se atentar à deste livro, na parte de geometria espacial, elaboradas.
junção entre a geometria plana e espacial sempre ocorrem em questões muito bem
para realizar uma boa prova. elaboradas.

73
AULAS VOLUME DE PRISMAS
27 E 28
COMPETÊNCIAS: 2e3 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9 e 14

1. A IDEIA INTUITIVA DE VOLUME


Considere que se queira medir a quantidade de espaço
ocupado por um sólido S. Para isso, é preciso comparar S
com uma unidade de volume. O resultado dessa compa-
ração é um número que exprime quantas vezes o sólido S
contém a unidade de volume. Esse número, assim obtido, O volume do bloco retangular é proporcional a cada uma
é o volume de S. de suas dimensões, ou seja, se duas das dimensões forem
mantidas constantes e a terceira dimensão for multiplicada
Por exemplo, o volume do sólido S a seguir é de 12 unida-
por um número natural qualquer, o volume também será
des de volume, 12 U, ou seja:
multiplicado pelo mesmo número natural. Isso pode ser
observado no exemplo a seguir:
Volume de S = 12 U
V(a, b, 3c) = V(a, 3b, c) = V(3a, b, c) = 3V(a, b, c)

1.1. Cubo unitário


Será estabelecido como unidade de volume um cubo cuja
aresta mede uma unidade de comprimento. Ele será deno-
minado cubo unitário.
Por definição, qualquer cubo cuja aresta meça 1 terá volu- Esse fato, constatado com um número natural, vale para
me igual a 1 unidade cúbica de comprimento. qualquer número real positivo. Ou seja, mantidas constan-
tes duas dimensões do bloco retangular, seu volume será
proporcional à terceira dimensão. Assim, tem-se:

V(a, b, c) = a . V(1, b, c) = ab . V(1, 1, c)


= abc . V(1, 1, 1) = abc . 1 = abc

Portanto:
1.2. Volume do paralelepípedo V(a, b, c) = abc
retângulo ou bloco retangular
O bloco retangular é um poliedro formado por 6 faces re-
tangulares. Ele é determinado por três medidas: o seu com-
primento (a), a sua largura (b) e a sua altura (c). O volume
desse bloco retangular será indicado por V (a, b, c), e o
volume do cubo unitário será indicado por V (1, 1, 1) = 1.

74
Assim, o volume de um paralelepípedo retângulo é dado
pelo produto das suas dimensões.
1.3. Volume em litros
O litro é a unidade de medida de volume mais comum
no cotidiano. Em geral, o litro é usado para medir o volu-
Notas: me de líquidos, embora ele possa ser utilizado para medir
qualquer volume. Um litro é definido como o volume de
1. Como ab indica a área da base, e c indica a altura, é
um cubo de 1 decímetro de aresta (10 centímetros), ou
possível também indicar o volume do paralelepípedo seja, 1dm3.
retângulo assim:
V = Abh

Em que Ab = ab (área da base); h = c (altura correspondente).

Dessa forma, pode-se afirmar que o volume de um


Algumas relações importantes em relação ao litro:
paralelepípedo retângulo é o produto da área da base
pela altura. 1ℓ = 1dm3

2. Como o cubo é um caso particular de paralelepípe- 1 000ℓ = 1m3


do retângulo, com todas as arestas de medidas iguais, 1mℓ = 1cm3
seu volume é dado por:

V = a ˜ a ˜ a ou V = a3

multimídia: sites
pt.khanacademy.org/math/basic-geo/basic-geo-
-volume-sa/volume-rect-prism/e/volume_1
3. Agora, pode-se provar o fato de figuras geométri-
cas semelhantes de razão k entre suas grandezas line-
ares terem volumes com razão k3. De fato, se V (x, y, z)
é o volume de um sólido qualquer, e V (kx, ky, ky) é o Aplicação do conteúdo
volume do sólido semelhante, então: 1. Calcule o volume de um paralelepípedo retângulo,
cujas dimensões são: 3 cm; 2,8 cm, e 3dXX
2 cm.
v = (kx, ky, kz) = kV(x, ky, kz) __
Dado: √2 # 1,41
= k2V(x, y, kz) = k3V(x, y, z)
Resolução:
Ou seja:
Tem-se:
V(kx, ky, ky) = k3 V(x, y, z)
V = abc = 3 · 2,8 . 3dXX
2 = 25,2dXX
2 = 35,532 cm3

75
Assim, o volume é de aproximadamente 35,532 cm3. Sabendo que At = 6a2, tem-se:
9 600 = 6a2 Ÿ a2 = 1 600 Ÿ a = 40 cm
2. Qual é o volume de concreto necessário para cons-
truir uma laje de 20 cm de espessura em uma sala de Como V = a3, tem-se:
3 m por 4 m?
V = (40 cm)3 = 64 000 cm3 = 64 dm3 = 0,064 m3

5. Na caixa cúbica da figura a seguir, a ripa transversal


mede 8 dm. Qual é o volume da caixa?

Resolução:

Área da base = Ab = 3 . 4 = 12 m2
V = área da base . altura = Abh
= 12 m2 . 0,20 m = 2,40 m3
São necessários 2,40 m3 de concreto.

3. Determine, em cada item, as medidas das arestas dos


cubos, cujos volumes são dados: Resolução:
a) 125 dm3
Em primeiro lugar, deve-se estabelecer o modelo matemático:
Resolução:

V = 125 dm3 Ÿ a3 = 125 Ÿ a = 3dXXXX


125 = 3dXX
53 = 5 dm
____
b) 3√3 cm3

Resolução:
__
3 Ÿ a3 = 3dXX
V = 3dXX 3 Ÿ a3 = √33 Ÿ
__
Ÿa = 6dXX
33 Ÿa = √3 cm

4. Sabendo que foram gastos 0,96 m2 de material para


montar a caixa cúbica, cuja figura está a seguir, calcule
o volume dessa caixa. Pela figura, é preciso determinar a aresta a, conhecendo a
diagonal d de uma face:
d2 = a2 + a2 Ÿ d = adXX
2
Como d = 8 dm, tem-se:
8dXX
2 = 4dXX
2 Ÿ a = ____
8 = adXX 2
2
É preciso calcular o volume:
2 dm)3 = 43 d2XX3 dm3 = 128dXX
V = a3 = (4dXX 2 dm3
O volume da caixa é 128dXX
2 dm3.

Resolução:
2. PRINCÍPIO DE CAVALIERI
Nesse caso, tem-se que a área total do cubo é: Considere três pilhas com o mesmo número de folhas de pa-
2 2
0,96 m = 96 dm = 9 600 cm 2
pel, arrumadas de formas diferentes, como indicam as figuras:

76
3. VOLUME DO PRISMA
O princípio de Cavalieri pode ser aplicado para se calcular
o volume de um prisma qualquer.
Considere que, num prisma qualquer com a base contida
num plano D, se S for paralelo a D, a secção determinada
por S no prisma será sempre congruente à base, por isso
essa secção e a base terão sempre áreas iguais.

Agora, é possível calcular o volume de um prisma qual-


quer utilizando o paralelepípedo retângulo como auxílio.

Considere um prisma S1, cuja área da base é Ab e a altura


Observe que qualquer plano horizontal que seccione as é h, e também um paralelepípedo retângulo S2, cuja área
três pilhas terá intersecções de mesma área (uma folha); da base é Ab e a altura é h. O plano Dque contém as bases
perceba também que as pilhas possuem volumes iguais (só é horizontal. Qualquer plano horizontal S que secciona os
mudam as formas). dois sólidos determina, no prisma S1, a secção S ˆ S1, cuja
área é igual a Ab, e, no paralelepípedo retângulo S2, deter-
Essa situação serve para ilustrar o princípio de Cavalieri, mina a secção S ˆ S2, cuja área é igual a Ab.
que será analisado a seguir.
Como a área (S ˆ S1) = Ab e a área (S ˆ S2) = Ab, para
qualquer plano horizontal S, tem-se:
U
β S1 > S2
βU Área (S ˆ S1) = Área (S ˆ S2)

Pelo princípio de Cavalieri, pode-se concluir que:


volume do prisma = volume paralelepípedo retângulo.
Como o volume do paralelepípedo retângulo = área da
base · altura, segue que:
Considere os sólidos S1 e S2 apoiados em um plano hori- Volume do prisma = área da base · altura
zontal D. Considere também o plano E, paralelo a D, que, V = Abh
ao seccionar S1, também secciona S2, determinando duas
regiões planas de áreas A1 e A2.
Aplicação do conteúdo
Nessas condições, pode-se afirmar que, se para todo plano
E tem-se A1 = A2, então: 1. Calcule o volume do prisma reto indicado na figura
a seguir.
Volume S1 = volume S2

É possível demonstrar o princípio de Cavalieri; no entanto, 12 cm


ele será considerado verdadeiro sem que seja feita sua de- 20 cm
monstração. A seguir, será constatado que esse princípio 15 cm
simplifica muito o cálculo de volumes. 25 cm

77
Resolução: 3. Calcule o volume de uma porca de parafuso, cuja for-
ma e medidas estão na figura a seguir.
A base desse prisma é um triângulo do qual são conheci-
dos os três lados.
Pode-se obter a área usando a fórmula de Heron:
30 · 5 · 10 · 15 = dXXXXXX
Ab = dXXXXXXXXXXXXXX 22500 = 150 cm2
A altura do prisma é de 12 cm. Seu volume é:
V = Abh = 150 . 12 = 1 800 cm3
Assim, o volume do prisma é de 1.800 cm3.
Resolução:
2. Queremos encher de areia a caixa indicada na figura
seguinte. Qual é o volume de areia que cabe nessa caixa? Indicando por:
Dados: dXX
3 = 1,7. V1: o volume do prisma maior
V2: o volume do prisma menor
V = V1 – V2: volume da porca
Calculando V1:
l2dXX
Ab1 = 6 · ____ 82dXX
3 = 6 · ____
3 = 163,2m2
4 4
V1 = Ab1 h = 163,2 mm2 · 5 mm = 816 mm3
Calculando V2:
l2dXX
Ab2 = 6 . ____ 62dXX
3 = 6 · ____
3 = 91,8 mm3
4 4
Vb2 = Ab2 . h = 91,8 mm2 · 5 mm = 459 mm3
Resolução: V = V1 – V2 = 816 – 459 = 357 mm3
A área da base é a área de um hexágono regular cujo lado O volume da porca de parafuso é 357 mm3.
mede 11 cm.
4. A área total de um prisma hexagonal regular é
Sabe-se que o hexágono regular é formado por 6 triângu-
(96 + 12dXX3 ) m2. A aresta da base do prisma mede 2 m.
los equiláteros e que a área de um triângulo equilátero de Calcule a altura e o volume do prisma.
l2dXX
lado < é dada por ____ 3.
4 Resolução:

Calculando a área da base, em que a = 2:


a2dXX
Ab = 6 · ____ 4dXX
3 = 6 · ____ 3 = 6dXX
3
4 4
Deve-se calcular a área lateral, sabendo que cada face é
uma região retangular de dimensões 2 e h:
Al = 6 · 2h = 12 h
Como At = Al + 2Ab, tem-se:

Assim, a área da base é dada__por: 96 + 12dXX 3 Ÿ 12h = 96 Ÿ h = 8


3 = 12h + 12dXX
112√3 = 308,6 cm2
Ab = 6 · _____ Calculando o volume do prisma:
4
3 · 8 = 48dXX
V = Abh = 6dXX 3 m3
O volume do prisma é dado por V = Abh, sendo
Assim, a altura mede 8 m e o volume é 48dXX
3 m3.
Ab = 308,6 cm2 e h = 35 cm.
V = 308,6 cm2 · 35 cm = 10 801 cm3 = 10,801 dm3. 5. Aumentando em 1 cm a aresta de um cubo, sua área late-
ral aumenta em 164 cm2. Qual é o volume do cubo original?
O volume de areia que cabe nessa caixa é de aproximada-
mente 11 dm3. Seja a a aresta do cubo original e (a + 1) a aresta do novo cubo.

78
Resolução:

Pelos dados do problema, tem-se:


4(a + 1)2 = 4a2 + 164 Ÿ
Ÿ 4a2 + 8a + 4 - 4a2 = 164 Ÿ 8a = 160 Ÿ a = 20 cm
O volume será:
V = a3 = (20 cm)3 = 8 000 cm3

VIVENCIANDO

O paliteiro e a barra de sabão são exemplos de objetos com forma prismática. As pessoas encontram muitos objetos
tridimensionais diferentes todos os dias. Em geral, esses objetos passam despercebidos e poucos percebem que
alguns deles são prismas. Da próxima vez que você olhar em volta, em casa ou na rua, talvez observe alguns prismas
que nunca tenha considerado, como uma barra de chocolate Toblerone.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Uma empresa especializada em conservação de piscinas utiliza um produto para tratamento da água, cujas
especificações técnicas sugerem que seja adicionado 1,5 mL desse produto para cada 1.000 L de água da piscina. Essa
empresa foi contratada para cuidar de uma piscina de base retangular, de profundidade constante igual a 1,7 m, com
largura e comprimento iguais a 3 m e 5 m, respectivamente. O nível da lâmina d’água dessa piscina é mantido a 50 cm
da borda da piscina.
A quantidade desse produto, em mililitro, que deve ser adicionada a essa piscina de modo a atender às suas especifi-
cações técnicas é:
a) 11,25. b) 27,00. c) 28,80. d) 32,25. e) 49,50.

79
Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema utili-
B zando cálculos de volume de sólidos geométricos (prismas, nesse caso) para a sua resolução.
De acordo com o enunciado, tem-se que o volume de água na piscina é igual a:
V = 5 . 3 . 1,2 = 15 . 1,2 = 18 m³ = 18 000 l
Assim, a quantidade de produto será: (18 000 . 1,5) / 1 000 = 27 ml
Alternativa B

DIAGRAMA DE IDEIAS

VOLUME DO
PARALELEPÍPEDO

VOLUME DE PRISMAS

a
V=a·b·c
V = Ab · h
ONDE:
VOLUME DO Ab: ÁREA DA BASE
CUBO h: ALTURA

a
RELAÇÕES
IMPORTANTES
a
1 l = 1 dm3
a 1000 l = 1 m3
V = a3 1 ml = 1 cm3

80
AULAS PIRÂMIDES E TRONCOS DE PIRÂMIDES
29 E 30
COMPETÊNCIA: 2 HABILIDADES: 6, 7, 8 e 9

1. AS PIRÂMIDES
1.1. Construção e definição
Considere uma região poligonal, por exemplo, ABCDE,
contida em um plano a e um ponto V exterior ao plano da
região poligonal. Traçamos os segmentos VA, VB, VC, VD e
VE. Cada dois vértices consecutivos de ABCDE determinam
com V uma região triangular. Essas regiões triangulares,
juntamente com a região poligonal ABCDE e vértice V, for- A 1ª pirâmide, ABCDE, tem base quadrada (pirâmide qua-
mam uma pirâmide. drada), a região poligonal BCDE é sua base, AC é uma ares-
ta lateral, BC é uma aresta da base e a região triangular
ACD é uma das faces laterais.
A 2ª pirâmide tem base pentagonal (pirâmide pentagonal)
e a 3ª tem base triangular (tetraedro).

Observação
Se todas as arestas laterais são congruentes, a pirâmi-
de é reta, caso contrário, ela é oblíqua. Nos exemplos
dados a 1ª e a 2ª são pirâmides retas e a 3ª é oblíqua.

A região do espaço ocupada pela pirâmide é formada pe-


los pontos dos segmentos de reta que ligam o vértice V aos
1.2. Pirâmide regular
pontos da região poligonal (base). Pirâmide regular é uma pirâmide reta, cuja base é uma re-
A distância do vértice ao plano da base, que indicamos por gião poligonal limitada por um polígono regular.
h, é chamada altura da pirâmide. Vamos considerar uma pirâmide, cuja base é uma região
Os segmentos VA, VB, VC, VD e VE são chamados de ares- quadrada e com arestas laterais congruentes:
tas laterais, e as regiões triangulares VAB, VBC, VCD, VDE e
VEA, de faces laterais da pirâmide.
Veja, a seguir, alguns exemplos de pirâmides:

81
Polígono regular é o que tem todos os lados e todos 2. ÁREA DA SUPERFÍCIE
os ângulos internos congruentes. Ele pode sempre ser
inscrito numa circunferência, cujo centro é considera-
DE UMA PIRÂMIDE
do também centro do polígono regular. Do mesmo modo que foi visto nos prismas, nas pirâmides
também temos:
Essa pirâmide é regular, pois sua base é uma região poli- ƒ Superfície lateral: é formada pelas faces laterais
gonal regular (quadrada) e suas arestas são congruentes (triangulares);
(pirâmide reta). ƒ Área lateral: é a área da superfície lateral;
Nesse caso, podemos ainda afirmar que: ƒ Superfície total: é formada pelas faces laterais e pela
ƒ O segmento (PG) que liga o vértice ao centro da base é base;
a altura da pirâmide; ƒ Área total: é a área da superfície total.
ƒ As faces laterais são regiões triangulares isósceles
e congruentes; 2.1. Caso particular importante:
ƒ A altura de cada face lateral é conhecida por apótema o tetraedro regular
da pirâmide regular (a). Uma pirâmide particular formada por quatro regiões trian-
gulares congruentes e equiláteras é o tetraedro regular (te-
Observação tra: quatro; edro: face).

Em toda pirâmide regular devemos destacar quatro


importantes triângulos retângulos, nos quais apare-
cem: a aresta da base (ø), a aresta lateral (ø1), o raio
da base (r), o apótema da pirâmide (a), o apótema da
base (a1) e a altura da pirâmide (h).

Veja, em uma pirâmide regular pentagonal, a aplicação da


relação de Pitágoras nesses triângulos:
Nele, qualquer uma das faces pode ser considerada base. O
tetraedro regular é um caso particular de pirâmide regular.

Aplicação do conteúdo
1. Uma pirâmide regular hexagonal tem 8 cm de altura
e a aresta da__sua base __mede dXX
______ 3 3 cm. Calcule a área
total. Adote √3 #1,7 e —84,24 #9,1.

Resolução:

DOMA DVMA Sabemos que:


r = a12 + __ø ø12 = a + __ø
2 2
2
2() 2
2 () Atotal = Abase + Alateral (At = Ab + Aø)
ø 3
dXX
a1 = ____
2 2dXX
ø 3
Ab = 6 · ____
4
r = ø (pois o hexágono é com-
posto por triângulos equiláteros)
r2 = ø2 = a12 + __ø
()
2

2
a2 = h2__+ a12
DVO DVOM ø = 3√3
ø =h +r
2
1
2 2
a = h2 + a12
2 h=8

82
ƒ Cálculo de Ab (área da base):
__ __ __
(3√ 3) 2 ∙ √3 6 · 9 · 3√3 ______

__ 3. VOLUME DA PIRÂMIDE
Ab = 6 · _______ = _________ = 162 3 = 68,85 Observe a figura abaixo:
4 4 4
ƒ Cálculo de a1 (apótema da base):
__ __
3√ 3 · √3 = __
a1 = _______ 9
2 2
ou
__
__ 2

( )
3√3 Ÿ a2 = 27 – ___
(3√3 ) = a21 + ____
2
2 1
4
81 Ÿ a = __
27 = ___
4 1
9
2 A pirâmide tem a base P contida no plano a e está sendo
seccionada pelo plano horizontal p, paralelo a a. A sec-
ƒ Cálculo de a (apótema da pirâmide): ção da pirâmide pelo plano p é uma região poligonal p
9 2 = 64 + ___ semelhante à base P. É interessante notar que a secção
a2 = 82 + __
2 () 81 = ___
4
337 = 84,25 Ÿ
4 de uma pirâmide por um plano paralelo à base destaca
_____ uma pirâmide menor que é semelhante à original. A pirâ-
Ÿa =√84,25 # 9,1
mide menor tem base p e altura x (distância do ponto V
ƒ Cálculo de Aø (área lateral): ao plano p), e a pirâmide original tem base P e altura h.
Se duas figuras geométricas são semelhantes, com razão k entre
𝓵 . a = 3 · 3√__
Aø = 6 · __ 3 · 9,1 > 139,23
2 suas dimensões lineares, então suas áreas têm razão k2. No caso,
k é a razão entre as alturas h e x das pirâmides semelhantes.
ƒ Cálculo de At (área total):
2

At = Ab + Aø = 68,85 +139,23 = 208,08 cm 2 ()


k = __hx Ÿ k2 = __hx

VIVENCIANDO

Muitos artistas representam a nossa cidade, as pessoas, os prédios, a iluminação, o transporte, a natureza e todas as
coisas que estão ao nosso redor. Um exemplo é Tarsila do Amaral, uma das artistas brasileiras de grande importância
para a nossa cultura, pois suas obras são reconhecidas mundialmente. Com um estilo inconfundível, Tarsila explorava
temas tropicais com muita cor e sensibilidade. Você acredita que podemos destacar a presença de sólidos geométri-
cos nas obras de Tarsila? Pois é! Observe a obra “Calmaria II” (1929).

83
Assim, se p e P são semelhantes, então:
Pirâmides com áreas das bases iguais e com mesma
área de P = __h 2
_______
área de p x () altura têm volumes iguais.

Regiões poligonais semelhantes têm ângulos con- 3.1. Cálculo do volume da


gruentes e segmentos correspondentes proporcionais. pirâmide triangular
Se __a é a razão constante entre seus segmentos corres- Vamos, agora, decompor um prisma triangular em três pi-
b 2
pondentes, então __a é a razão entre suas áreas.
()b râmides, como indicam as figuras:

Vamos, agora, considerar duas pirâmides, cujas áreas das


bases são iguais e têm a mesma altura. Vejamos o que
acontece com as áreas das secções transversais situadas a
uma mesma distância do vértice da pirâmide.
x

p1 p2 h
π

pP11 Pp2

área de P 2 área de P 2
()
Já vimos que ________1 = __xh e________2 = __xh
área de p1 área de p2 ()
área de P área de P
Daí, tiramos ________1 = ________2
área de p1 área de p2

Como consideramos inicialmente que área de P1 = área de


P2, concluímos que:
Área de p1 = área de p2 para qualquer plano horizontal p.
Então, pelo princípio de Cavalieri, temos que os volumes
das pirâmides são iguais, ou seja:

Observações
1. As pirâmides I e II têm bases congruentes e altu-
ras iguais. De fato, os triângulos ABC e DEF são con-
gruentes e a distância de D ao plano (ABC) é igual
à distância de C ao plano (DEF) – altura do prisma
original. Logo, I e II têm mesmo volume.
multimídia: livros
2. As pirâmides II e III também têm bases congruentes
Introdução à história da matemática
– Howard Eves e alturas iguais. De fato, o triângulo CEF é congruente
ao triângulo BCE, pois cada um deles é a metade do
“Introdução à história da matemática” é uma
paralelogramo BCFE, pois cada uma dessas pirâmides
obra fascinante onde o autor narra a história
é a distância de D ao plano (BCFE). Logo, II e III têm o
da matemática desde a Antiguidade. Ideal
mesmo volume. Assim, VI = VII e VII = VIII e, portanto, os
para quem quer aprofundar e compreender
os conceitos matemáticos e como surgiram. três volumes são iguais.

84
Abh
V = ___
Lembrando que Vprisma = VI + VII + V III e fazendo 3
V I = VII = VIII = V, temos que: Aplicação do conteúdo
Vprisma
Vprisma = 3V Ÿ V = ____ 1. A área da base de uma pirâmide é 36 cm2. Uma sec-
3 ção transversal feita a 3 cm da base tem 9 cm2 de área.
Como Vprisma = área da base ∙ altura, temos: Calcule a altura da pirâmide.
V ou Vpirâmide triangular = área da base · altura
________________
3

Essa propriedade citada pode ser verificada experimen-


talmente. Se quiséssemos encher de água uma vasilha
em forma de prisma usando um recipiente em forma
de pirâmide, com mesma base e mesma altura, seria
necessário usá-lo três vezes para encher a vasilha.

Resolução:

Na figura, temos:

3.2. Cálculo do volume de P1 = 36 cm2


uma pirâmide qualquer p1 = 9 cm2
Agora, para determinarmos o volume de uma pirâmide h – x = 3 cm Ÿ x = h – 3
qualquer, usamos a conclusão anterior e o princípio de Ca- P__1 __2
= h2 Ÿ4 = ______
36 = ______
h Ÿ ___ h2 Ÿ
valieri. Assim, dada uma pirâmide qualquer, consideramos p1 x 2
9 (h – 3) 2
(h – 3)2
uma pirâmide triangular que tenha a mesma área da base
h Ÿ 2h – 6 = h Ÿ h = 6
Ÿ 2 = ______
e a mesma altura que uma pirâmide qualquer. (h – 3)
A altura da pirâmide é 6 cm.

2. Calcule o volume de uma pirâmide quadrada, cuja


aresta da base mede 4 cm e a altura, 7cm.

O princípio de Cavalieri garante que duas pirâmides com


áreas das bases iguais e com a mesma altura têm volumes
iguais. Então:

Resolução:
Ab = 4 cm · 4 cm = 16 cm2
h = 7 cm
Volume da pirâmide triangular = volume de uma pirâ- Abh _________
2
mide qualquer (de mesma área da base e mesma altura) V = ___ 112 cm3 = 37,3 cm3
= 16 cm · 7 cm = _______
3 3 3
Como o volume da pirâmide triangular é um terço da área
O volume da pirâmide é aproximadamente 37,3 cm3.
da base multiplicada pela altura, temos a seguinte fórmula:

85
3. Qual é o volume de um tetraedro regular de aresta a?
O tetraedro regular é tema bastante recorrente
Resolução: quando nos referimos a pirâmides. Os resulta-
dos obtidos neste último exemplo são impor-
Sabemos que, num tetraedro do regular (figura abaixo), as tantes e podem ser utilizados sempre em exer-
quatro faces são triângulos equiláteros. cícios relacionados a tetraedros regulares:
ƒ Altura do tetraedro
__
regular:

a 6
h = ____
3
ƒ Área total__do tetraedro regular:
a2 √3 __
4 . _____ = a2 √3
4
ƒ Volume do tetraedro regular:
__
a3√2
_____
12

4. Quando duas pirâmides regulares de bases quadra-


das e cujas faces laterais são triângulos equiláteros são
Logo, a área da base é: colocadas base a base, o sólido resultante (figura abai-
__ xo) é chamado octaedro regular. Calcule o volume do
2 √
Ab = a
_____ 3 (área de um triângulo equilátero de lado a). octaedro regular de aresta 5 cm.
4
Calculamos, agora, a altura do tetraedro:

Resolução:
ƒ O é o centro do triângulo equilátero ABC
Vamos calcular a altura de cada pirâmide:
ƒ AD é mediana relativa do lado BC __
ƒ AC = diagonal do quadrado = 5√2
ƒ AO = __2 AD
3 ƒ VO = altura da pirâmide (h) __
__ do DABC relativa ao lado BC
ƒ AD é a altura
ƒ OC = metade da diagonal do quadrado = ____ 5√2
a√3 2
ƒ AD = ____ ^
2 No triângulo retângulo VOC (O é reto), temos:
Das observações feitas, podemos tirar que: __ __

AO = __
__
a√3 = ____
2 · ____ a√3
__
( )
5√2 2 Ÿ h2 = 25 – ___
52 = h2 + ____
2
50 = ___
4 4
5√2 cm
50 Ÿ h = ____
2
3 2 3
Vamos calcular o volume:
^
Considerando o triângulo retângulo AOV (O é reto), temos: Ab = 5 · 5 = 25 cm2
__
AV = AO + OV Ÿ a =
2 2 2 2 a
( )
√3 2
____
3 __
+ h2 Ÿ
__
25 · 5√2
_______
Abh _______
___ 2
__

125 · 1,4
a2 = ___
2a2 Ÿ h = ____ a√6
a√__2 = ____ V= = = _______ = 29,1 cm3
Ÿh2 = a2 – __ 3 3 6
3 3 √3 3
Calculando o volume, temos: Como são duas pirâmides, temos:
__ __
a2√3 · ____
____ a√ 6 __ __ VT > 2 · 29,1 = 58,2 cm3
A h 4 3a3√2 = ____
3 = _____ a3√ 2
V = ___ = _________
b
3 3 36 12
__ Portanto, o volume do octaedro regular é de aproximada-
a3√2.
Então, o volume do tetraedro regular vale ____
12 mente 58,2 cm3.

86
4. TRONCO DE PIRÂMIDE ø1 = aresta da base maior do tronco
ø2 = aresta da base menor do tronco
Vamos considerar uma pirâmide de vértice V e altura h.
Traçando um plano p paralelo à base, que secciona a pirâ- a = aresta lateral do tronco
mide a uma distância d do vértice, obtemos dois poliedros: h2 = apótema do tronco (ou altura da face lateral)
uma pirâmide de vértice V e altura d e um poliedro que é
chamado tronco da pirâmide inicial. 4.1. Volume do tronco de pirâmide
Consideremos o tronco de pirâmides representado pela
figura abaixo.

No tronco da pirâmide, destacamos:


ƒ Duas bases: a base da pirâmide inicial (base maior do tron-
co) e a secção determinada por p (base menor do tronco);
ƒ As faces laterais, que são regiões limitadas por trapézios;
ƒ A distância entre as bases do tronco, chama-se altura
do troco; sua medida é expressa por h1 = h – d.
AB = área da base maior
Ab = área da base menor
h = altura da pirâmide VABCD
d = altura da pirâmide VA’B’C’D’
h1 = altura do tronco
V = volume do tronco
Quando a pirâmide original é regular, o tronco de pirâmide
é chamado de regular e, nesse caso: Pela figura anterior, podemos observar que o volume do
tronco = volume da pirâmide VABCD – volume da pirâmi-
ƒ as bases são regiões poligonais regulares e semelhantes; de VA’B’C’D’
ƒ as faces laterais são regiões limitadas por trapézios
isósceles; Volume da pirâmide VABCD = __1 ABh
3
ƒ a altura de um desses trapézios é chamada de apóte- Volume da pirâmide VAB’C’D’ = __1 Abd = __1 Ab(h – h1)
ma do tronco. 3 3
Então:
V = __ 1 A (h – h ) = __
1 A h – __ 1 [A h – A h + A h ] =
3 B 3 b 1 3 B b b 1

1
__
= [(AB – Ab)h + Ab h1]
3
Calculando h em função de AB, Ab e h1 do tronco da pirâmi-
de, substituindo na igualdade acima e simplicando, obtemos:
h ____
V =___1 (AB + √ABAb + Ab)
3
Assim, você pode calcular o volume do tronco por meio
da subtração dos volumes das pirâmides semelhantes (a
original e a menor) ou aplicando a fórmula acima.

87
Então, o volume do tronco é:
Aplicação do conteúdo 4608 – ____ 1832 = 610, 6 cm3
1000 = ____
VT = V1 – V2 Ÿ VT = ____
7 21 3
1. Um tronco de pirâmide tem como bases duas regiões
quadradas de lados 5 cm e 12 cm. A altura do tronco é
8 cm. Calcule o volume desse tronco. 2. Um obelisco de granito tem a forma de um tronco de
pirâmide de base triangular regular. Os lados das bases
Resolução: têm 3m e 1m. A altura do obelisco é de 15m. Calcule o
volume de granito usado para a construção do obelisco.
1º maneira: usando a fórmula

Resolução:
2
AB = 12 cm · 12 cm = 144 cm
Ab = 5 cm · 5 cm = 25 cm2 1º maneira: usando a fórmula

h1 = 8 cm Sendo 3m o lado da base maior, temos:


__ __
2√ √3 2
____ AB = 3
____ 3 = 9
____ m
h 8 (144 + 60 + 25) Ÿ
V = __1 (AB + √ ABAb + Ab) = __ 4 4
3 3
Sendo 1m o lado da base menor, temos:
ŸV = __ 8 · 229 = ____
1832 = 610,6 cm3 2√
__ __
3 3 1
____ 3 √3 2
___
Ab = = m
4 4
O volume do tronco é de 610,6 cm3, aproximada- Sendo h = 15m, temos:
mente. h ____
V = __1 AB + √ABAb + Ab =
( )
2º maneira: sem usar a fórmula 3 __ __
___
A partir do tronco, consideremos as pirâmides origi-
nal e miniatura, com suas alturas h e x. Temos que
= 15
___
3 4
9
(
√3
____ + 27
___
16
__
+
√3
___
4
= √
__ __
)
h = x + 8 e que a razão de semelhança entre as duas pirâ-
mides semelhantes é:
(9√3 + ____
= 5 ____
4
3√3 + ___
4
√3
4
=
__
)
65 · 1,7
13√3 = ______
5 = __x Ÿ 5h = 12x Ÿ 5(x + 8) = 12x Ÿ = 5 · _____ = 27,6m3
k = ___ 4 4
12 h
96 cm
40 cm e h = ___ O volume de granito usado é 27,6 m3, aproximadamente.
Ÿ x = ___
7 7
2º maneira: sem usar a fórmula

96 = ____
O volume da pirâmide original é V1 = __1 · 122 · ___ 4608 cm2.
3 7 7
Volume da pirâmide menor é V2 = __1 · 52 · ___ 40 = ____
1000 cm2.
3 7 21

88
A partir do tronco, consideremos as pirâmides original e Pela figura, temos:
menor, com suas alturas h e x. Temos que h = x + 15
e que a razão de semelhança entre as duas pirâmides 52 = a’2 + 32 Ÿ a’2 = 16 Ÿ a’ = 4 m
semelhantes é:
1 = __x Ÿ h = 3x Ÿ x + 15 = 3x Ÿ
k = __ Vamos calcular a altura do tronco:
3 h
15 = 7,5m e h = ___
x = ___ 45 = 22,5 m
2 2

O volume da pirâmide original é:


__ __
32 √ 3 · ___
1 · _____
V1 = __ 135 √3 m3
45 = ______
3 4 2 8

O volume da pirâmide menor é:


__ __
12 √ 3 · ___
1 · _____ 5√3 m3
15 = ____ Pela figura, temos:
V2 = __ __
3 4 2 8
42 = 32 + h2 Ÿ h2 = 7 Ÿ h = √7 m
Então, o volume do granito é:
__ __ __ Vamos calcular o volume do tronco no qual temos:
135 √ 3 – ____
Vt = V1 – V2 Ÿ Vt = ______ 5 √ 3 = _____
65 √3 = 27,6m3 __
8 8 4 AB = 64 m2, Ab = 4 m2, h = √ 7 m
__
____ √7 _____
h A + A A + A = ___
V = __ 64 ∙4 + 4 ) Ÿ
3. As bases de um tronco de pirâmide regular são regiões
quadradas de lados 8m e 2m, respectivamente. A aresta
(
3 B √ B b
__
b 3
( )
64 + √
__
lateral do tronco mede 5m. Calcule o volume do tronco. √7
V = ___ 84√ 7 = 28 √__
(64 +16 + 4) = _____ 7 m3
3 3
__
Logo, o volume do tronco é 28√7 m3.

2ª maneira: sem usar a fórmula


__
Mesmo procedimento até obter h = √7 ; depois, a partir
do tronco, consideremos as pirâmides original e miniatura,
com suas alturas h e x.

Resolução: __
Temos que h = x + √7 e que a razão de semelhança entre
as duas pirâmides semelhantes é:
1ª maneira: usando a fórmula
__
__ √
A face lateral desse tronco de pirâmide determina um tra- k = __ 7
2 = __x Ÿ 2h = 8x Ÿ x + √ 7 = 4x Ÿ x = ___
8 h 3
pézio isósceles, conforme nos mostra a figura abaixo.

Não calcularemos h.

89
__
Vmini ___ 256√7 m3
O volume da pirâmide menor é: ___ = 1 Ÿ Vorig = Vmini · 64 = ______
__ __ Vorig 64 9
√7
1 · 22 · ___
__ 4√7 m3
= ____
3 3 9 Então, o volume do tronco é:
A razão entre os volumes da pirâmide menor e da original __ __
3 ______ 4√7 = 28√__
256√ 7 – ____
()
é k3 = __2 = ___
8
1 . Assim:
64 9 9
7 m3

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Quando falamos em pirâmides, surgem com frequência à nossa mente as belíssimas imagens das antigas pirâmides
do Egito, cuja construção é um exemplo da contribuição da geometria espacial para as áreas da engenharia e da
arquitetura. A matemática envolvida nessas construções é realmente impressionante. A grande pirâmide de Quéops
é a maior e mais bem elaborada que existe, com 146 metros de altura, uma base quadrada com 230 metros de lado
e peso de aproximadamente 6,5 milhões de toneladas.

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.

Dentro do segundo eixo-cognitivo do Enem, a habilidade 8 exige do aluno a capacidade de resolver situações-pro-
blemas, que envolvam conhecimento geométricos de espaço e fórmula.

90
Modelo
(Enem) É comum os artistas plásticos se apropriarem de entes matemáticos para produzirem, por exemplo, formas
e imagens por meio de manipulações. Um artista plástico, em uma de suas obras, pretende retratar os diversos
polígonos obtidos pelas intersecções de um plano com uma pirâmide regular de base quadrada.

Segundo a classificação dos polígonos, quais deles são possíveis de serem obtidos pelo artista plástico?
a) Quadrados, apenas.
b) Triângulos e quadrados, apenas.
c) Triângulos, quadrados e trapézios, apenas.
d) Triângulos, quadrados, trapézios e quadriláteros irregulares, apenas.
e) Triângulos, quadrados, trapézios, quadriláteros irregulares e pentágonos, apenas.

Análise expositiva - Habilidade 8: Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes
E tipo de figuras planas e sólidos geométricos além de conhecer as características e propriedades.
Supondo que quadriláteros irregulares e trapézios sejam polígonos distintos, tem-se que as possibilidades são:
triângulos, quadrados, trapézios, quadriláteros irregulares e pentágonos, conforme as figuras abaixo.

Alternativa E

91
DIAGRAMA DE IDEIAS

PIRÂMIDES

ELEMENTOS CLASSIFICAÇÃO

VÉRTICE h: ALTURA SE TODAS AS LATERAIS SÃO


ap: APÓTEMA CONGRUENTES, A PIRÂMIDE É RETA;
DA PIRÂMIDE CASO CONTRÁRIO, ELA É OBLÍQUA
h ab: APÓTEMA
ap
DA BASE
PIRÂMIDE REGULAR
FACE FORMADA POR UMA REGIÃO
ab LATERAL
POLIGONAL REGULAR E SUAS
ARESTA
BASE
LATERAL
ARESTAS SÃO CONGRUENTES
RELAÇÃO ENTRE AS AS APÓTEMAS
DA BASE E DA PIRÂMIDE
ÁREA DA SUPERFÍCIE
ap2 = ab2 + h2

ÁREA LATERAL (AL)


ÁREA DA BASE (AB)
SOMA DAS ÁREAS ÁREA DA SUPERFÍCIE
ÁREA DO POLÍGONO
DAS FACES LATERAIS
FORMADA DA BASE
(TRIÂNGULOS) ab · h
A=
3
ÁREA TOTAL (AT) h
AT = AL + AB

ab

TRONCO DA PIRÂMIDE

VT = Vm - Vm
AM = ÁREA DA BASE MAIOR
PODEMOS UTILIZAR
d Am = ÁREA DA BASE MENOR
SEMELHANÇA PARA
Am d = ALTURA DA PIRÂMIDE MENOR
CALCULAR OS VOLUMES
h h = ALTURA DA PIRÂMIDE MAIOR
h1 h1 = ALTURA DO TRONCO d 2 Am
VT = VOLUME DO TRONCO =
AM h AM
VM = VOLUME DA PIRÂMIDE MAIOR
Vm = VOLUME DA PIRÂMIDE MENOR d 3 Vm
=
h VM

92
AULAS CILINDROS
31 E 32
COMPETÊNCIAS: 2e3 HABILIDADES: 6, 7, 8, 9 e 14

Considere dois planos a e b, distintos e paralelos, e um


segmento de reta MN com M pertencente a D e N perten-
cente a b. Dado um círculo C de centro O e raio r, contido
em a, chamamos cilindro circular (ou simplesmente ci-
lindro) a reunião de todos os segmentos de reta, paralelos
e congruentes ao segmento MN, que unem um ponto do
círculo C a um ponto de b. No caso de MN ser perpendicu-
lar a D, o cilindro é reto.

CILINDRO RETO PLANIFICADO

A altura do cilindro é a distância entre os planos das bases.


A reta que passa pelos centros das bases de um cilindro é
chamada eixo do cilindro.

Podemos, intuitivamente, imaginar um cilindro como o con-


junto de pontos gerado por uma translação de um círculo.
A superfície do cilindro é formada por duas partes planas, NO CILINDRO RETO O EIXO É PERPENDICULAR AOS PLANOS DAS BASES.
que são as bases, e uma parte curva, “arredondada”, que
é a superfície lateral. Os segmentos paralelos ao eixo, cujas extremidades são
pontos das circunferências das bases, são chamados gera-
trizes do cilindro.

CILINDRO RETO

93
Um cilindro reto pode ser obtido girando-se uma região
retangular em torno de uma reta que contém um de seus
lados. Por isso, o cilindro circular reto pode ser chamado
também de cilindro de revolução, uma vez que é o sólido
gerado quando uma região retangular faz um giro com-
pleto em torno do eixo determinado por um de seus lados.

A secção meridiana de um cilindro reto é um retângulo

1. SECÇÕES DE UM CILINDRO
1.1. Secção transversal
É a intersecção do cilindro com um plano paralelo às suas bases.
A secção transversal é um círculo congruente às bases.
Em particular, se a secção meridiana for um quadrado, di-
zemos que o cilindro é equilátero.
Nesse caso, h = 2R

1.2. Secção meridiana


É a intersecção do cilindro com um plano que contém o
seu eixo. cilindro equilátero

VIVENCIANDO

O formato cilíndrico possui várias aplicações no cotidiano: peças de carros, compartimentos de produtos gasosos e
líquidos, máquinas industriais, embalagens de produtos para consumo etc.

94
2. ÁREA DA SUPERFÍCIE Aplicação do conteúdo
DE UM CILINDRO RETO 1. Quantos centímetros quadrados de material são usa-
dos, aproximadamente, para fabricar a lata de óleo in-
dicada ao lado?

Resolução:
PLANIFICADO

Diâmetro = 8 cm; r = 4 cm; h = 19 cm


Logo, considerando p = 3,14, temos:
Aø = 2prh = 2 · 3,14 · 4 · 19 = 477,28 cm2
2Ab = 2pr2 = 2 · 3,14 · 42 = 100,48 cm2
At = 477,28 + 100,48 = 577,76 cm2

São necessários, aproximadamente, 577,76 cm2 de material.


Podemos resolver esse exercício em função de p. Veja:
MONTADO
Aℓ = 2prh = 2p · 4 · 19 = 152p cm2
2Ab = 2pr2 = 2p · 42 = 32p cm2
A superfície total do cilindro é formada pela superfície late-
ral mais as superfícies das duas bases. At = 152p + 32p = 184p cm2

Assim: 2. Qual deve ser a altura de um tubo, de forma cilíndrica,


Área lateral = Aø = (2pr)h = 2prh Ÿ Aø= 2prh se a sua superfície total pode ser coberta com 43,7088
cm2 de plástico e o diâmetro de cada base tem 8 mm?
Área das bases = 2Ab = 2pr2
(Use p = 3,14)
Área total = At = Aø + 2Ab = 2prh + 2pr = 2pr2(h + r) Ÿ
At = 2pr(h + r)

Resolução:

O diâmetro da base é 8 mm = 0,8 cm. Logo, r = 0,4 cm,


2Ab = 2pr2 = 2 · 3,14 . 0,42 = 1,0048
Aℓ = 2prh = 2 · 3,14 · 0,4x = 2,512x
At = 2Ab + Aø = 43,7088 Ÿ
multimídia: vídeo Ÿ1,0048 + 2,512x = 43,7088 Ÿ
FONTE: YOUTUBE Ÿ 2,512x = 42,704 Ÿ x = 17 cm
Volume e área da superfície de cilindros
Portanto, a altura do tubo deve ser de 17 cm.

95
Sendo a base do cilindro um círculo de raio r e área pr2, temos:

multimídia: livros
Fundamentos de Matemática Elementar – VOLUME DO CILINDRO = V = pR2H
Osvaldo Dolce, José Nicolau Pompeo
Fundamentos da matemática elementar, é Aplicação do conteúdo
uma coleção perfeita para quem procura
aprofundar seus conhecimentos. No final de 1. Um cilindro circular reto tem 10 cm de altura e sua
base tem 12 cm de diâmetro. Calcule a área lateral, a
cada volume, o livro apresenta a seção Testes
área total e o volume do cilindro.
de vestibulares, que são exercícios seleciona-
dos e organizados em ordem de dificuldade,
com seus respectivos gabaritos.

3. VOLUME DO CILINDRO
Vamos novamente usar o princípio de Cavalieri, agora para
determinar o volume do cilindro.
Dado um cilindro com a base contida em um plano a, va-
mos considerar um paralelepípedo retângulo, também com
a base contida em a, que tem a área da base igual à da
Resolução:
base do cilindro e altura igual à do cilindro.
Se o diâmetro é igual a 12 cm, então r = 6 cm.
Cada plano b, paralelo a a, que secciona um dos sólidos
também secciona o outro, e as secções determinadas por b Área da base = Ab = pr2 = p · 62 = 36p cm2
em cada um deles têm a mesma área de suas bases. Área lateral = Aø = 2prh = 2p · 6 · 10 =120S cm2
Área total = At = Aø + 2Ab = 120p + 2(36p) = 192p cm2
Volume = V = Abh = pr2h = p · 62 · 10 = 360p cm3
Portanto, a área lateral é 120p cm2, a área total é 192p cm2
e o volume é 360p cm3.

2. A figura abaixo mostra um cilindro inscrito num cubo.

Como área (b ù C) = AB e área (b ù P) = AB, temos: O volume do cilindro é 64p cm3. Calcule o volume do cubo.
Área (b ù C) = área (b ù P)
para qualquer plano horizontal b. Pelo princípio de Cava-
lieri, concluímos que:
volume do cilindro = volume do paralelepípedo retângulo

Como volume do paralelepípedo retângulo = área da base


. altura, segue que:

volume do cilindro = área da base . altura

96
Resolução: MODELO MATEMÁTICO

Como a altura do cilindro é igual ao seu diâmetro, temos:


V = pr2h Ÿ64p = pr2 · 2r Ÿ 2r3 = 64 Ÿ
Ÿr3 = 32 Ÿ r = 2 3dXX
4 cm

Como a aresta do cubo é igual ao diâmetro do cilindro, temos:


a = 2r = 4 3dXX
4 cm

Vamos, então, calcular o volume do cubo:


3
V = a3 = (4 3dXX
4 ) = 256 cm3

Portanto, o volume do cubo é 256 cm3:

3. Qual é capacidade de uma lata de molho de tomate


que tem a forma cilíndrica, com 7,5 cm de diâmetro e
11 cm de altura? CILINDRO

REALIDADE Resolução:

Se o diâmetro é de 7,5 cm, então r = 3,75 cm.


h = 11 cm

V = pr2h = p · 3,752 · 11 = 154,7p cm3

Considerando p = 3,14 e sabendo que 1 dm3 = 1ℓ e


1 cm3 = 1 mℓ, temos:
V = 154,7 · 3,14 = 485,76 mℓ

Logo, a capacidade da lata é de, aproximadamente, 485,76 mℓ.

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

Essencial para a vida de qualquer ser humano, o oxigênio é de suma importância para a medicina, em todos os seus ní-
veis, desde primeiros-socorros até as cirurgias mais complexas, e é utilizado nos mais diversos ambientes de saúde, como
hospitais, clínicas e, hoje em dia, até na própria casa dos pacientes. Problemas respiratórios impedem que os pulmões
desempenhem o seu papel com eficiência. Um ar rico em oxigênio permite uma melhor respiração, e auxilia no trata-
mento de diversas doenças pulmonares. Você já reparou aonde o oxigênio é armazenado? Isso mesmo, em cilindros.

97
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a Habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Em regiões agrícolas, é comum a presença de silos para armazenamento e secagem da produção de grãos, no
formato de um cilindro reto, sobreposto por um cone, e dimensões indicadas na figura. O silo fica cheio e o transporte
dos grãos é feito em caminhões de carga, cuja capacidade é de 20 m³. Uma região possui um silo cheio e apenas um
caminhão para transportar os grãos para a usina de beneficiamento.

Utilize 3 como aproximação para π.


O número mínimo de viagens que o caminhão precisará fazer para transportar todo o volume de grãos armazenados
no silo é:
a) 6.
b) 16.
c) 17.
d) 18.
e) 21.

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema
D utilizando cálculos de volume de sólidos geométricos, nesse caso prismas, para a sua resolução
Temos que o volume de um cilindro é dado por πr²H e o volume de um cone é dado por _____ πr²H .
3
Assim, o volume de um silo é igual a π∙3²∙12 + __1 ∙3²∙3∙π = 351 m³, utilizando π = 3 .
3
O número de viagens que o caminhão deve fazer é ____ 351 = 17,55 , ou seja, para levar todo o volume o
20
caminhão deve fazer, no mínimo, 18 viagens.
Alternativa D

98
DIAGRAMA DE IDEIAS

CILINDRO

ÁREA DA
ELEMENTOS
SUPERFÍCIE

ÁREA LATERAL (AL)


AL = 2 πrh

h
ÁREA DAS BASES (AB)
AB = 2 πr2
r

r ĺ RAIO DA BASE ÁREA TOTAL (AT)


h ĺ ALTURA AT = AB + AL
AT = 2 πr (h + r)

BASE

SUPERFÍCIE
LATERAL VOLUME
BASE
V= A·h
V = πr2h
SÓLIDO DE REVOLUÇÃO

99
AULAS CONES E TRONCOS DE CONE RETO
33 E 34
COMPETÊNCIA: 2 HABILIDADES: 6, 7, 8 e 9

1. O CONE Se o eixo é oblíquo à base, o cone é chamado cone oblíquo.

Vamos considerar um plano a, uma região circular R nesse


plano e um ponto P não pertencente a a.

A altura h do cone é o segmento de reta perpendicular


traçado do vértice ao plano da base. No caso do cone reto,
a medida do eixo coincide com a da altura h.
No cone reto, cada segmento que liga o vértice a um ponto
da circunferência da base é chamado geratriz do cone.

A reunião de todos os segmentos que ligam cada ponto de


R ao ponto P é um sólido chamado cone circular.
A superfície do cone é formada por uma parte plana, a
região circular, que é a sua base, e uma parte curva, “arre- Um cone reto pode ser obtido gerando-se uma região
dondada”, que é a sua superfície lateral. triangular, cujo contorno é um triângulo retângulo em tor-
no de uma reta que contém um dos catetos.
Por esse motivo, o cone reto é considerado um sólido ou
corpo de revolução e é chamado cone de revolução.

O eixo do cone é o segmento de reta que liga o vértice ao


centro da base.
Se o eixo é perpendicular à base, o cone denomina-se cone reto.

100
A secção meridiana de um cone reto é um triângulo isós-
Aplicação do conteúdo celes.
1. Um cone possui altura de 8 cm e diâmetro da base de
12 cm. Calcule o comprimento de sua geratriz.

g
8 cm

6 cm
Resolução: Em particular, se a secção meridiana for um triângulo equi-
Como o diâmetro da base mede 12 cm, temos que o raio látero, diremos que o cone é equilátero. Nesse caso, g = 2r
da base mede 6 cm. Temos, então, um triângulo retângulo e h = rdXX
3.
de catetos 6 cm e 8 cm. Aplicando o teorema de Pitágoras,
podemos encontrar a geratriz g:
g² = 8² + 6² Ÿ g = 10 cm

2. SECÇÕES DO CONE
2.1. Secção transversal
A secção transversal é a intersecção do cone com um plano
paralelo à sua base.
A secção transversal do cone é um círculo.

3. ÁREA DA SUPERFÍCIE
DE UM CONE RETO

2.2. Secção meridiana


A secção meridiana é a intersecção do cone com um plano
MONTADO PLANIFICADO
que contém o seu eixo.
A superfície total do cone reto é formada pela superfície
lateral (um setor circular) mais a superfície da base (um
círculo), isto é, At = Aø + Ab.
Inicialmente, calculamos a área do setor (Aø).
A área de um setor circular é proporcional à área do círculo
correspondente, de forma que:
agraus arad
Asetor ____ ø
____ = = ___ = ____
pR2 360º 2p 2pR
ø · pR2.
Assim, podemos calcular a área do setor como Asetor = ____
2pR

101
No caso do cone, temos ø = 2pr e R = g. Logo: Resolução:

2pr · pg2 = prg


Aø = ____ De acordo com os dados do problema, temos a = 72º (ân-
2pg gulo central) e g = R = raio do setor circular = 5 cm. Então:

A área da base é a área do círculo de raio r: Ab = pr2. A𝓵 72 Ÿ A = p(5)2 · ___ 1 = 5p Ÿ


72 = p · 25 · __
= ___
p · 52 360 ø 360 5
Logo, a área total do cone reto é:
Aø = 5 · 3,14 = 15,70 cm2
At = prg + pr2 = pr(g + r).
3. Dado um setor circular de comprimento L = 6 S cm e
ângulo central de 60°, calcule a medida da área lateral
Resumindo, para um cone reto de geratriz g e raio da base do cone formado a partir deste setor.
r, temos:
Resolução:
Aø = prg Ab = pr2 At = pr(g + r)

Aplicação do conteúdo 60º L

1. Um cone reto tem 10 cm de altura e raio da base


igual a 4 cm.

Calcule a: Como temos o comprimento do setor e o ângulo central


podemos calcular o raio do setor:

60º 2Sr
L = ____
360º
6S = __1 2Sr
6
Logo, a área é dada por:

60º S r2 = __1 S(182) = 54S cm2


A = ____
360º 6

a) medida da sua geratriz;


b) área lateral;
4. VOLUME DO CONE
Mais uma vez, usaremos o princípio de Cavalieri.
c) área total;
d) medida do ângulo do setor circular (Use p = 3,14)
Consideramos um cone de altura H e base de área A con-
tida em um plano horizontal a.
Resolução:
Consideramos também uma pirâmide de altura H, base de
Aplicando as fórmulas, temos:
____ área A, também contida em a.
a) g2 = 102 + 42 Ÿ g = √116 = 10,8 cm
b) Aø= prg = 3,14 · 10,8 · 4 = 135,6
c) Ab = pr2 = 3,14 · 42 = 50,24 cm2
At = Aø + Ab = 135,6 + 50,24 = 185,84 cm2
d) Nesse caso, R = g = 10,8 cm e ø = 2p · 4 = 8p:
____ ø Ÿ____
a = ____ a = ________
8p Ÿ a = ________
8p · 360º Ÿ
360º 2pR 360º 2p · 10,8 2p · 10,8
a = 133,3º = 133º 20’
Se um plano horizontal b com distância h dos vértices
Logo, a = 133º 20’
secciona os dois sólidos, determinando regiões planas de
2. A geratriz de um cone reto mede 5 cm e o ângulo áreas A1 e A2, temos:
A1 __ 2 A h2 A A
central do setor circular mede 72º. Calcule a área __ = h 2 e __2 = __ Ÿ __2 = __1 Ÿ A1 = A2
lateral do cone. A H A H 2 A A

102
Pelo princípio de Cavalieri, podemos afirmar que o cone e a
pirâmide iniciais têm o mesmo volume. Como já sabemos Aplicação do conteúdo
AH
( )
o volume da pirâmide V = b , o volume do cone tam-
bém é o mesmo.
3
1. Qual é o volume de um cone de raio 7 cm e altura
12 cm?
área da base · altura
Vcone = ________________ Resolução:
3
Então, para um cone circular de raio r altura h, podemos
dizer que:

1 pr2h = __
V = __ 1 p · 72 . 12 = 196p = 615,44 cm3
3 3
O volume do cone é 615,44 cm3.
1Ah
V = __ 1 pr2h
V= __
3 b 3 2. Em um cone reto, a geratriz mede 15 cm e o raio da
base mede 9 cm. Calcule a altura e o volume do cone.

Resolução:
Observação
Lembrando a relação entre os volumes do prisma e Pela figura, temos:
da pirâmide de mesma altura e mesma área da base
e usando o princípio de Cavalieri, podemos concluir:
O volume de um cone de mesma área da base e mesma
altura de um cilindro é igual a __1 do volume do cilindro.
3

g2 = h2 + r2 Ÿ 152 = h2 + 92 Ÿ h2 = 144 Ÿ h = 12 cm

Vamos calcular o volume:


1 pr2h = __
V = __ 1 p · (9)2 · 12 = 324p cm3
3 3
A altura do cone é 12 cm e o volume é 324p cm3.

Podemos comprovar isso experimentalmente: para 3. Qual é a capacidade de uma casquinha de sorvete de
forma cônica, cujo diâmetro é 6 cm e altura é 10 cm?
encher de água uma vasilha em forma de cilindro,
(Use p = 3,14.)
usando como medida um recipiente em forma de
cone, de mesma área da base e mesma altura do cilin-
dro, será necessário usar o recipiente 3 vezes.

103
Resolução:
Temos:
Diâmetro = 6 cm; raio = 3 cm; h = 10 cm
1 pr2h = __
V = __ 1 p · 32 · 10 = 30p = 94,20 cm3
3 3
Como 1 cm3 = 1 mø, a capacidade do copinho é de 94,20 mø.

4. Um cone reto tem 15p cm2 de área lateral e 24p cm2


de área total. Calcule o volume desse cone.

Sendo Aø a área lateral e At a área total, temos:


No tronco do cone, destacamos:
Resolução:

15
Aø = prg Ÿ prg = 15p Ÿ rg = 15 Ÿ g = ___ (I)
r
At = pr(g + r) Ÿ pr(g + r) = 24p (II)

Substituindo (I) em (II), temos:

( )
15 + r = 24p Ÿ 15p + pr2 = 24p Ÿ pr2 = 9p
pr ___
r
Ÿ r2 = 9 Ÿ r = 3 cm

15 = 5 cm; daí:
Se r = 3 cm, então g = ___ ƒ duas bases: a base maior (base do cone inicial) e a base
r
menor (secção determinada por a);
g2 = h2 + r2 Ÿ 52 = h2 + 32 Ÿ h2 = 25 – 9 = 16 Ÿ h
ƒ a altura (h1), que é a distância entre as bases (h1 = h – d);
= 4 cm
ƒ a geratriz, cuja medida (g1) é obtida pela diferença das
Vamos calcular o volume: medidas das geratrizes dos dois cones.
1 p · (3)2 · 4 = 12p cm3
1 pr2h = __ g1 = g – g2 em que g: geratriz do cone inicial e g2: geratriz
V = __
3 3 do cone determinado por a.
O volume do cone é 12p cm3.
Observação
5. TRONCO DE CONE RETO O tronco de cone pode ser considerado de forma
análoga ao tronco de pirâmide. Assim como acontece
Vamos considerar um cone circular reto de vértice V e al- com as pirâmides, um plano paralelo à base que sec-
tura h e um plano a paralelo a base que secciona o cone, ciona o cone original, de forma que para os dois cones
conforme a figura: podem ser usadas todas as relações de semelhança:
lineares, de área e de volume.
Assim:
h = __
__ r1 __g
=
d r2 g2
Ab
h 2 = __
()__
d AB
em que Ab é a área da base me-
nor e AB é a área da base maior
h 3 = __
()__
d
V
V2
em que V é o volume do cone inicial e V2 é
Nesse caso, obtemos dois sólidos; um cone de vértice V o volume do cone determinado por D
e altura d e outro sólido, chamado tronco do cone inicial:

104
ph (R2 + Rr + r2) = ___
6p (32 + 3 · 2 + 22) Ÿ
6. VOLUME DO TRONCO DE CONE RETO V = ___
3
3
3
V = 38p = 119,32 cm

2ª maneira: Sem o uso da fórmula


Seja x + 6 a altura do cone que deu origem ao tronco de
cone do exercício:

Vtronco = Vcone maior – Vcone menor Ÿ


1 pR2h – __
Vtronco = __ 1 Sr2d
3 3
p (R2h – r2d) = __
Vtronco = __ p [R2h – r2(h – h )] Ÿ
3 3 1
p
__
Vtronco = [R h – r h + r h1] Ÿ
2 2 2
3
p [(R2 – r2) h + r2h ]
Vtronco = __ (I)
3 1 Usando semelhança, podemos escrever:
Analogamente ao tronco de pirâmide, calculando h em fun-
ção de h1, substituindo na fórmula (I) e simplificando temos: x = __
_____ 2 Ÿ 3x = 2x + 12 Ÿ x = 12
x+6 3
ph
Vtronco = ___1 (R2 + Rr + r2)
3 Podemos calcular o volume do tronco assim:

Assim como no caso do tronco de pirâmide, você poderá


Vtronco = Vcone maior – Vcone menor Ÿ
escolher entre calcular o volume do tronco do cone pela
fórmula ou subtrair os volumes dos cones semelhantes (o 1 p · 9 . 18 – __
1p · 4 · 12 Ÿ
original e menor). Vtronco = __
3 3

Aplicação do conteúdo Vtronco = 54p – 16p = 38p = 119,32 cm3

1. Os raios das bases de um tronco de cone são 3 m e


2 m. O volume do tronco de cone é de 119,32 cm3.

A altura do tronco é 6 m. Calcule o seu volume (Use p = 3,14.) 2. Uma vasilha tem a forma de um tronco de cone. Suas
dimensões estão indicadas na figura. Qual é o volume
Resolução: máximo de água que a vasilha pode conter, em litros?
(Use p = 3,14)
1ª maneira:
Usando a fórmula

105
Resolução: Resolução:

R = 40 cm; r = 20 cm; h = 30 cm Planificando a superfície lateral do tronco de cone, temos:


hp (R2 +Rr + r2) Ÿ
V = ___
3
30p (402 + 40 · 20 + 202) = 10p (2800) Ÿ g2
V = ____ g
3
V = 28000p = 87920 cm3 = 87.920 dm3 g1
Como 1 dm3 = 1ø, temos V = 87,92ø. 2Sr2

3. A figura mostra um tronco de cone. Os raios das bases


Aℓ
são r1 e r2. Sendo g1 a geratriz do tronco, mostre que a
área lateral do tronco é dada por Aø = pg1 (r1 + r2).

2Sr1

A1 = área lateral do cone maior = pr1g


A2 = área lateral do cone menor = pr2g2
Aø = área lateral do tronco = A1 – A2
Aø = A1 – A2 = pr1g1 – pr2g2 = p(r1g – r2g2) (I)
Considerando a figura original, temos:
g–g
_____2 =_____ r –r g r –r rg
Ÿ __
1 _____
= r Ÿ g = r_____
1 2 1 2 1 1
g r
__ = __ Ÿ
1
g r1
g 1 1
– r2 (II)
g2 r2 g – g2 _____
r1 – r2 __ r1 – r2
g1 _____ r2g1
_____ = _____
Ÿ g Ÿ r Ÿ g2 = r – r (III)
g2 r2 2 2 1 2

Substituindo (II) e (III) em (I), temos:


r1g1 r2g1
Aø = p (r1g – r2g2) = p r1 · _____
r1 – r2 (
– r 2
· _____
r1 – r2 Ÿ )
( )
r –r 2 (r1 + r2)(r1 – r2)
2
ŸAø = pg1 _____
r1 – r2 = pg1
1 ___________
1
r1 – r2 Ÿ

ŸAø = pg1 (r1 + r2)

106
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.

A habilidade 7 exige que o aluno consiga utilizar seus conhecimentos geométricos para realizar a leitura e a repre-
sentação da realidade e agir sobre ela.

Modelo
(Enem) A figura seguinte mostra um modelo de sombrinha muito usado em países orientais.

DISPONÍVEL EM: HTTP://MDMAT.PSICO.UFRGS.BR. ACESSO EM: 1 MAIO 2010.

Esta figura é uma representação de uma superfície de revolução chamada de:


a) pirâmide.
b) semiesfera.
c) cilindro.
d) tronco de cone.
e) cone.

Análise expositiva - Habilidade 7: Nessa questão, é necessário que o aluno saiba identificar os diferentes
E tipos de sólido geométrico e conhecer suas características e propriedades.
A expressão superfície de revolução garante que a figura represente a superfície lateral de um cone.
Alternativa E

107
DIAGRAMA DE IDEIAS

CONE

ELEMENTOS ÁREA VOLUME TRONCO

Al = π R g Ab · h
V=
Ab = πR2 3 d
At = πR (g + R) 2
g V= πR h r
h
h 3
h1

R R
h ĺ ALTURA
h V
R ĺ RAIO DA BASE = maior
d Vmenor
g ĺ GERATRIZ
π h1 2
g2 = h2 + R2 Vtronco= (R + Rr + r2)
3
CONE RETO

108
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu Vader Batista
Vitor Okuhara

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista

Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva

Projeto gráfico e capa


Raphael Campos Silva

Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)

ISBN: 978-65-88825-01-3

Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.

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2
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
ÁLGEBRA E SEQUÊNCIAS
Aulas 35 e 36: Função inversa e paridade 6
Aulas 37 e 38: Noções de sequência e progressão aritmética 12
Aulas 39 e 40: Progressão geométrica e sua interpolação 19
Aulas 41 e 42: Problemas envolvendo PA e PG 28
Aulas 43 e 44: Introdução aos números complexos 38

ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE


Aulas 35 e 36: Combinação simples 44
Aulas 37 e 38: Binômio de Newton e triângulo de Pascal 51
Aulas 39 e 40: Probabilidade: adição 59
Aulas 41 e 42: Probabilidade condicional 65
Aulas 43 e 44: Estatística 74

GEOMETRIA ESPACIAL E ANALÍTICA


Aulas 35 e 36: Esferas 94
Aulas 37 e 38: Inscrição e circunscrição de sólidos 100
Aulas 39 e 40: Geometria analítica: distância e ponto médio 103
Aulas 41 e 42: Geometria analítica: inclinação da reta e coeficiente angular 113
Aulas 43 e 44: Geometria analítica: posição relativa e perpendicularismo 120

3
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.

4
ÁLGEBRA E SEQUÊNCIAS: Incidência do
tema nas principais provas

A prova do Enem possivelmente apresentará A prova apresenta questões tanto na primeira


questões contextualizadas sobre progressões e segunda fases sobre os temas abordados
aritméticas e geométricas. Funções inversas e a neste livro. O candidato deverá reconhecer
base dos números complexos são temas com diversos campos da Matemática em questões
baixa incidência na prova. de P.A. e P.G.

A prova demonstra questões muito bem A prova apresenta questões de elevado grau Questões sobre função inversa e composta
elaboradas. O candidato deve unir os conheci- de dificuldade sobre os temas abordados aparecem com grande incidência na prova.
mentos passados com os conceitos abordados neste livro.
neste livro.

O candidato deve esperar uma questão A prova apresenta questões elaboradas Este vestibular procura elaborar questões de Os temas que mais aparecem na prova são as
contextualizada com elevado grau para pro- com boa interpretação de texto na parte de alto nível para seus candidatos, em todos os progressões e os números complexos.
gressões geométricas e aritméticas. Números progressões. O candidato deve se atentar à temas deste livro.
complexos podem aparecer de forma direta introdução dos números complexos, para unir
em suas questões. com o conhecimento abordado nas próximas
aulas.

UFMG

A prova procura uma boa interpretação do Números complexos e funções inversas são Podemos encontrar questões com mais de
problema de seus candidatos. Visto isso, ques- temas com elevado índice de aplicação neste um tema neste vestibular. O candidato deve
tões sobre a soma de progressões aritméticas vestibular. relembrar conceitos dos livros antigos e aliar
e geométricas são possíveis de aparecer. aos temas deve caderno.

A prova pode apresentar questões de médio e Neste vestibular, o candidato deve estar atento A prova abordará os temas deste livro com
alto graus de dificuldade para seus candidatos, às questões de progressão aritmética. A prova questões medianas e fáceis. O candidato deve
em todos os temas deste livro. possui grande objetividade e é muito bem se atentar aos problemas contextualizados de
elaborada por sua banca. progressões.

5
AULAS Função inversa e paridade
35 e 36
Competência: 5 Habilidades: 19, 20 e 21

1. Função inversa x f(x)


par ordenado
(x, g(x))

1.1. Definição –15 15 ​ = –5


−​ ___
3
(–15, –5)

É denominada função inversa da função bijetora f: A → B a


função f –1: B → A, em que os elementos de todos os pares 0 ​  0 ​= 0
__ (0, 0)
3
ordenados da função f trocam de posição:
3 3 ​= 1
​ __ (3, 1)
3

Nesse caso, afirma-se que g é a função inversa da função f


e é representada por g(x) = f –1 (x).
​ x  ​.
Assim, se f(x) = 3x, f –1(x) = __
3
Observe que f –1(x) “desfaz” a transformação feita por f(x).
Dessa forma, segue que:
f[f –1(x)] = f o f –1 = x
Ou seja, a composta de f em f –1 é sempre x. Observe um
f = {(1,2), (2,4), (3,6)} exemplo:

f -1 = {(2,1), (4,2), (6,3)} ​ 2x – ​ e f


f(x) = _____ 1   –1
​ 3x + ​
(x) = _____ 1  
3 2
No exemplo, é possível observar que a função f associa Calculando f[f –1(x)], tem-se:
cada valor de seu domínio ao seu respectivo dobro no
contradomínio. Por outro lado, a função f –1 associa cada
( 2  ​ 
f[f –1(x)] = ___________
​ 
)
 ​ 3x + ​ 1  
2 ​_____ ​– 1
 ​ 3x +  ​
1 – 1 
=________ ​ 3x ​ = x
= __

3 3 3
valor de seu domínio à respectiva metade do seu con-
tradomínio. Na função f considerada, é possível destacar duas caracte-
rísticas importantes:
Observe as funções f e g de domínio real dadas por f(x) =
​ x  ​, sendo que g(x) é a função inversa de f(x).
3x e g(x) = __ § o contradomínio de f coincide com sua imagem, isto é,
3 todo elemento do contradomínio é correspondente de
Inicialmente, são dados alguns valores para x e determina-
algum elemento do domínio (f é sobrejetora);
das suas imagens pela função f, formando pares ordenados
(x, f(x))): § cada elemento do contradomínio de f é imagem de um
único elemento do domínio (f é injetora).
par ordenado
x f(x) § É necessário que a função satisfaça essa duas condi-
(x, f(x))
ções para que ela seja invertível, ou seja, possua in-
–5 3 · (–5) = –15 (–5, –15) versa. As funções que satisfazem essas duas condições
0 3·0=0 (0, 0) são denominadas funções bijetoras. Portanto, ape-
1 3·1=3 (1, 3) nas as funções bijetoras possuem inversa.
Observe a seguir uma função que não é bijetora.
Em seguida, tomam-se os valores obtidos como ima-
Seja a função real f(x) = x2 – 2.
gens pela função f e determinam-se as suas imagens
pela função g: Considere os elementos x = 3 e x = –3 do domínio de f :

6
x = 3 ⇒ f(3) = 7 (3, 7) ​ 3x  ​
3. Encontre a função inversa f-1(x) sendo f(x) = ____ -1  
2
x = –3 ⇒ f(–3) = 7 (–3, 7) Também é possível encontrar a função inversa de uma fun-
ção afim montando uma tabela de operações e fazendo
Essa não é uma função bijetora, pois o elemento 7 do con-
a inversa de cada operação. Na função f(x) = ​ 3x - ​
_____1  , se
tradomínio de f é imagem de dois elementos, 3 e -3, do seu 2
for calculado, por exemplo, f(5), a primeira operação será
domínio. Caso essa função possuísse inversa g, o elemento
a multiplicação por 3; em seguida, deve-se subtrair de 1
7 possuiria duas imagens (3 e -3), e, como foi visto, para
e, por fim, dividir por 2. Para encontrar a inversa, deve-se
uma relação ser função, é necessário que cada elemento
partir da variável x realizando as operações inversas (a ope-
do domínio tenha uma única imagem.
ração inversa da soma é a subtração, e a da multiplicação é
Assim, a função real f(x) = x2 – 2 não possui inversa. a divisão) a partir da última operação.

1.2. Determinando a função inversa Multiplicação


por 3
Subtração
por 1
Divisão
por 2
Para se obter a inversa de uma função (caso a função 3x - 1
_____
admita inversa, isto é, seja bijetora), deve-se proce- x 3x 3x-1 ​   ​  

2
der da seguinte maneira: Multiplicação Adição por 1 Divisão
§ Troca-se x por y e y por x. por 2 por 3
2x + 1
_____
§ Coloca-se o novo y em função do novo x. x 2x 2x+1 ​   ​  

3

Exemplos ​ 2x + ​.


Assim, f -1(x) = _____ 1  
3
1. Obter a lei da função inversa da função f dada por Se f admite inversa, afirma-se que f é invertível. Nesse caso,
y = x + 2. a função inversa é única.
y=x+2 Observe que o gráfico de f –1 é obtido a partir do gráfico de
↓  ↓ f por simetria em relação à reta y = x (função identidade).
x = y + 2 → trocando y por x e x por y
y = x – 2 → isolando
Assim, y = x – 2 é a lei da função inversa da função dada
por y = x + 2.
2. Se g(x) = 2x + 1 e f[g(x)] = 4x² + 1, encontre a função f(x).
Se for calculada g –1(x), é possível utilizá-la para encontrar
f(x) usando a propriedade g[g –1(x)] = x:
g(x) = y = 2x + 1
Trocando x por y e isolando y, tem-se:
x = 2y + 1
​ x – ​
y = ____ 1   Notas
2
§ As transformações feitas pela função f são desfeitas
​ x − ​
Assim, g –1(x) = _____ 1  
pela função f -1.
2
Então, utiliza-se g –1(x) em f[g(x)], substituindo x por g –1(x): § O contradomínio de f é igual ao domínio de f –1.
f[g(x)] = 4x + 12
§ O domínio de f é igual ao contradomínio de f –1.
f​[ g​( g–1(x) )​  ]​= 4​[ g–1(x) ]2​ + 1
Pela simetria do gráfico em relação à reta y = x, é pos-
x ​ x – 1
____  ​  

2 sível observar por que uma função não bijetora não é

( ) invertível.
2
 ​  x – ​ 1  ​ + 1
f(x) = 4 ​____
2
Observe o gráfico da função f(x) = x² + 2, com f: R → R e
​ x – 2x + 1 
2
f(x) = 4_________ ​  
+ 1 = x2 – 2x + 2 a figura simétrica em relação à reta y = x:
4

7
Perceba que a figura formada não representa uma fun-
ção, pois, para um mesmo valor de x > 2, tem-se associa-
dos dois valores distintos de f(x). Observe também que, se
f possuísse inversa, seu domínio seria R (pois o contrado-
mínio de f é R), o que também não é compatível com a
definição de função, dado que uma função deve associar
todos os valores de seu domínio a pelo menos um valor do
contradomínio – o que não é verdade, pois para x < 2 não
há valores associados.

2. Função par
Note que f(x) não é injetora (pois, para valores diferentes Dada uma função f(x), uma função é denominada par se,
de x, associa-se um mesmo valor de f(x), como f(-1) = 3 e para qualquer x no domínio de f, tem-se f(x) = f(–x).
f(1) = 3). A função f(x) também não é sobrejetora, pois seu
contradomínio é R, e seu conjunto imagem é Como consequência, toda função par apresenta simetria
em relação ao eixo 0y:
{x [ R | x > 2} .

Exemplos:
1. f(x) = x²
Para verificar se uma função é par, deve-se comparar f(x) e f(-x):
f(–x) = (–x)² = x²
Assim, f(–x) = f(x); portanto, a função é par.
Observe o gráfico da função f(x) = x²:

8
Note que, para todo x, seu oposto –x apresenta a mesma Exemplos
imagem f(x):
1. f(x) = x³
f(1) = f(-1) = 1
Para verificar se a função é ímpar, deve-se comparar f(–x)
f(2) = f(-2) = 4 com –f(x):
f(3) = f(-3) = 9 f(–x) = (–x)³ = –x³
2. f(x) = x – 2x² – 1
4
f(–x) = –f(x) = –x³
Calculando f(-x), tem-se: Como f(-x) = - f(x), a função é ímpar. Observe o gráfico
f(–x) = (–x)4 – 2(–x)² – 1 = x4 – 2x² – 1 da função f(x) = x³:

Assim, f(–x) = f(x); portanto, a função é par. O gráfico da


função é:

3. f(x) = x² + x – 4 ​ 1x ​ 
2. f(x) = __
Verificando se a função é par: Calculando f(–x), tem-se:
f(–x) = (–x)² + (-x) – 4 ​ 1  ​ = – ​__
__
f(–x) = –x  1x ​ 
f(–x) = x² – x – 4 Assim, f(-x) = -f(x); portanto, a função é ímpar. Observe
Observe que, nesse caso, f(–x) Þ f(x); portanto, a função o gráfico:
não é par.

3. Função ímpar
Dada uma função f(x), uma função é denominada ímpar
se, para qualquer x no domínio de f, tem-se f(–x) = –f(x).
Como consequência, toda função ímpar apresenta sime-
tria em relação à origem:

3. f(x) = 3x³ - x
Calculando f(-x) e –f(x), tem-se:
f(–x) = 3(–x)³ – (–x) = –3x³ + x
–f(x) = –(3x³ – x) = –3x³ + x
Como f(-x) = -f(x), a função é ímpar.

9
Assim:
Aplicação do conteúdo h(-x) = f(-x)g(-x) = f(x)(-g(x)) = -f(x)g(x) = -h(x)
Como h(-x) = -h(x), h(x) é ímpar pela definição.
1. Se f(x) é uma função par e g(x) é uma função ímpar,
analise a paridade das funções a seguir: b) fog(x) = f(g(x))
Fazendo x = -x:
a) h(x) = f(x)g(x)
g(-x) = -g(x), pois é ímpar
b) fog(x)
fog(-x) = f(g(-x)) = f(-g(x)) = f(g(x)), pois f(x) é par
Resolução: Assim:
a) Fazendo x = -x, tem-se: fog(-x) = f(g(x)) = fog(x)
f(-x) = f(x), pois é par Portanto, fog(x) é par.
g(-x) = -g(x), pois é ímpar

DIAGRAMA DE IDEIAS

FUNÇÃO INVERSA

DETERMINAÇÃO DA
DEFINIÇÃO
FUNÇÃO INVERSA

TROCA-SE X POR Y E Y POR X FUNÇÃO f: A B


FUNÇÃO INVERSA f -1: B A
A f B

COLOCA-SE O NOVO Y EM 1 f -1 2
FUNÇÃO DO NOVO X f
2 f -1 4
f
3 f -1 6
CARACTERÍSTICAS

CONTRADOMÍNIO DE f CONCIDE COM CADA ELEMENTO DO CONTRADOMÍ-


SUA IMAGEM SOBREJETORA NIO DE f É A IMAGEM DE UM ÚNICO
ELEMENTO DO DOMÍNIO INJETORA

CONTRADOMÍNIO DE f É O DOMÍNIO DE f É IGUAL AO


IGUAL AO DOMÍNIO DE f -1 CONTRADOMÍNIO DE f -1

APENAS FUNÇÕES BIJETORAS


POSSUEM FUNÇÃO INVERSA

10
FUNÇÃO ÍMPAR FUNÇÃO PAR

PARA QUALQUER x NO DOMÍNIO PARA QUALQUER x NO DOMÍNIO


DE f, TEMOS f (−x) = −f (x) DE f, TEMOS f (x) = f (−x)

TODA FUNÇÃO ÍMPAR APRESENTA


TODA FUNÇÃO PAR APRESENTA
SIMETRIA EM RELAÇÃO À ORIGEM
SIMETRIA EM RELAÇÃO AO EIXO 0y

f (x2) f (x2) = −f (−x2)

f (x1) = −f (−x1)
f (x1)
−x2 −x1
x1 x2
f (−x1) = −f (x1) −x2 −x1 x1 x2

f (−x2) = −f (x2)

11
Noções de sequência e
AULAS
progressão aritmética
37 e 38
Competências: 1, 5 e 6 Habilidades: 2, 3, 21, 24 e 26

1. Noções de sequência e a1 = 1.º termo;


a2 = 2.º termo;
progressão aritmética a3 = 3.º termo;
Um conjunto ordenado de elementos é chamado de
...
sequência. No cotidiano, ocorrem diversos exemplos de
sequência: an = “n-ésimo” termo.
§ dias da semana: (domingo, segunda-feira, terça-Fei-
ra, ... , sábado); 1.1. Determinação dos
§ meses do ano: (janeiro, fevereiro, março, ... , dezembro); termos de uma sequência
§ anos bissextos entre 2000 e 2020: (2000, 2004, Com o objetivo de descrever uma sequência, em vez de
2008, 2012, 2016, 2020). escrevê-la de forma explícita, pode-se utilizar uma lei de
formação, isto é, uma expressão matemática que permite
Observe a seguinte sequência que representa os primeiros determinar qualquer termo da sequência. Há principalmen-
10 números primos ordenados de maneira crescente: te duas formas de lei de formação de uma sequência: a
(2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29) fórmula em função da posição e a fórmula de re-
corrência.
É possível notar que o elemento 2 é o primeiro termo
da sequência, enquanto o 3 é o segundo termo, e assim § Em função da posição – quando uma fórmula per-
sucessivamente: mite calcular qualquer termo an em função de sua po-
1.º termo: 2 sição n.

2.º termo: 3 Aplicação do conteúdo


3.º termo: 5
1. Determine os cinco primeiros termos da sequência
... definida pela seguinte fórmula de formação:

10.º termo: 29 an = 2n + 1, n ∈ n*
Uma sequência pode ser finita ou infinita. A sequência Resolução:
que representa os números naturais, por exemplo, é um
Observe que “n” representa a posição de um determinado
conjunto infinito:
termo an da sequência. Ou seja, para determinar o 1.º ter-
(0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ... ) mo, deve-se substituir n por 1, e assim por diante:
Por outro lado, a sequência dos números naturais menores 1.º termo: a1 = 2 · 1 + 1 = 3
do que 6 é um conjunto finito:
2.º termo: a2 = 2 · 2 + 1 = 5
(0, 1, 2, 3, 4, 5)
3.º termo: a3 = 2 · 3 + 1 = 7
Em geral, o primeiro termo de uma sequência é represen-
4.º termo: a4 = 2 · 4 + 1 = 9
tado por a1, o segundo, por a2 e assim sucessivamente.
Quando a sequência possui n termos, tem-se: 5.º termo: a5 = 2 · 5 + 1 = 11
(a1, a2, a3, a4, ... , an-2, an-1, an) Assim, a sequência pedida é: (3, 5, 7, 9, 11).
Observe que o subscrito representa a posição do termo 2. Dada a sequência definida pela lei de formação
da sequência: an = 5n – 7, n ∈ N*, faça o que se pede em cada item:

12
a) Determine o vigésimo termo da sequência. dois termos imediatamente anteriores, Fn–1 e Fn–2. É preciso
Resolução: Pede-se o termo a20 de posição n = 20; determinar os termos da expressão:
portanto: F1 = 0
a20 = 5 · 20 – 7 = 93 F2 = 1
b) Determine se o número 43 faz parte da sequência. F3 = 1 + 0 = 1
Resolução: Como n deve ser um número natural, an é F4 = 1 + 1 = 2
substituído por 43; em seguida, deve-se analisar:
F5 = 2+ 1 = 3
43 = 5n – 7 ⇒ 5n = 50 ⇒ n = 10
F6 = 3 + 2 = 5
Assim, 43 faz parte da sequência, sendo o décimo termo.
Continuando o processo, tem-se:
c) Determine se o número 66 faz parte da sequência.
(0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, ...)
Resolução: De modo semelhante ao item anterior, an é
substituído por 66:
​ 73 ​ 
66 = 5n – 7 ⇒ 5n = 73 ⇒ n = ___ 2. Progressão
Aritmética (PA)
5
Como 73/5 ∉ N*, o número 66 não pertence à sequência an.
§ Pela fórmula de recorrência – quando se expressa Uma progressão aritmética é um tipo especial de sequ-
um termo an qualquer da sequência em função do termo ência, isto é, nem toda sequência é uma PA.
imediatamente anterior an-1, dado o primeiro termo a1.
2.1. Definição
2. Determine os quatro primeiros termos da sequência Uma progressão aritmética é uma sequência definida por:
a1 = 3
a1 = k
an = an–1 + 5, onde n ∈ N*
Resolução: an = an–1 + r,  ∀n ∈ N, n ≥ 2,

Observe que, quando ocorre a fórmula de recorrência, não Em que k ∈ R é o primeiro termo da sequência, e r ∈ R
é possível determinar de imediato qualquer termo da se- é a razão da PA. Essa definição por recorrência determina
quência, diferentemente da lei de formação em função da que um termo qualquer an da sequência é igual à soma do
posição. É preciso calcular cada termo na sequência: termo imediatamente anterior com um valor real r.
1.º termo: a1 = 3 Da definição, tem-se:
2.º termo: a2 = a1 + 5 = 3 + 5 = 8 an = an–1 + r ⇒ r = an – an–1
3.º termo: a3 = a2 + 5 = 8 + 5 = 13 Portanto, em uma PA:
4.º termo: a4 = a3 + 5 = 13 + 5 = 18
Assim, os quatro primeiros termos são A diferença entre um termo qualquer e seu antecessor
é sempre constante e igual à razão r.
(3, 8, 13, 18).
3. Uma famosa sequência matemática é definida pela
sua fórmula de recorrência – a sequência de Fibonacci. Observe a sequência a seguir:
Ela pode ser definida como se mostra a seguir:

F1 = 0, F2 = 1 Trata-se de uma PA, pois a diferença entre dois termos con-


Fn =
Fn = Fn–1 + Fn-2', n ∈ N* secutivos é sempre igual:
a2 – a1 = 3 – 1 = 2
Determine os seis primeiros termos da sequência.
a3 – a2 = 5 – 3 = 2
Resolução:
...
Observe que a expressão Fn = Fn–1 + Fn–2 indica que um
termo qualquer Fn da sequência é dado pela soma dos seus a7 – a6 = 15 – 13 = 2

13
Assim, a razão r da PA é igual a 2. consecutivos de uma PA:
(2x) +(3)
​ x  ​ = ​ _______
2
Observe alguns exemplos de PA: __  ​   
2 2
§ (0, 5, 10, 15, 20, 25) a1 = 0 r=5 x1 = –1
x2 = 2x + 3 ⇒ x2 – 2x – 3 = 0 ⇒
(
§ ​ ​ __1 ​,  1, ​ ___3 ​,   2, ___
2 2 2 2 )
​ 5 ​,   3, ___
​ 7 ​  ​ ​ 1 ​ 
a1 = __
2
​ 1 ​ 
r = __
2 x2 = 3
§ (100, 80, 60, 40, 20) a1 = 100 r = –20 Substituindo os valores obtidos de x na sequência:

§ (7, 7, 7, 7, 7, 7) a1 = 7 r=0 § para x = -1:

De acordo com a razão, é possível classificar as progressões


aritméticas em três tipos:
( (–1)2
​ 2 · (–1), ____
​   ​,3 
2 )
2 (
   ​ ⇒ ​  –2, ​ ___1 ​,   3  ​ )
1
__ __5
r = 3 – ​   ​ = ​   ​ 
§ PA crescente: uma PA é crescente quando a razão r é 2 2
positiva e não nula. § para x = 3:

Exemplo: (1, 4, 7, 10, 13, 16), em que r = 3.


§ PA decrescente: uma PA é decrescente quando a ra-
( (3)2
​ 2 · (3), ___
​   ​,3 
2 ) (
  ​ ⇒ ​  6, ___
2 )
​ 9 ​ ,  3  ​

zão r é negativa e não nula. ​ 9 ​ – 6 = – __


r = __ ​ 3 ​ 
2 2
Exemplo: (15, 13, 11, 9, 7, 5), em que r = –2. Observe que ambas as sequências obtidas são progressões
§ PA constante: uma PA é constante quando a razão r aritméticas; no entanto, somente para x = –1 a PA é cres-
é igual a zero. ​ 5 ​ > 0. Portanto: x = –1.
cente, pois r = __
2
Exemplo: (2, 2, 2, 2, 2, 2), em que r = 0.
2.2. Representações especiais
§ Observação: se a sequência (a, b, c) é uma PA de
razão r, ocorre o seguinte: Em alguns casos, é adequado representar uma PA em fun-
ção de sua razão. As representações a seguir são especial-
b–a=r
mente úteis caso o valor da soma S de todos os termos
c–b=r envolvidos seja conhecido:
b – a = c – b ⇒ 2b = a + c § Três termos consecutivos de uma PA:
​ a + ​
b = ____ c  
(x – r, x, x + r)
2
Ou seja, dados três termos consecutivos de uma PA, o se- S = (x – r) + x+ (x – r) = 3x
gundo termo é igual à média aritmética entre o pri-
§ Cinco termos consecutivos de uma PA:
meiro e o terceiro.
(x – 2r, x – r, x, x + r, x + 2r)
Aplicação do conteúdo S = (x – 2r) + (x – r) + x + (x + r) + (x + 2r) = 5x
1. Determine o valor de x para que a sequência​ § Quatro termos consecutivos de uma PA:
x  ​– 2, x, 2x – 1  ​seja uma PA.
 ​  __
( 2 ) Nesse caso, é preciso utilizar uma substituição para garan-
Resolução: tir a representação simétrica da progressão.
Dada uma PA de três termos consecutivos, o termo do (x – 3y, x – y, x + y, x + 3y)
meio é igual à média aritmética dos outros dois:
Em que r = 2y
x =CCResolvendo a equação: S = (x – 3y) + (x – y) + (x + y) + (x + 3y) = 4x
​ x  ​– 2 + 2x – 1 ⇒ 2x = __
2x = __ ​ x  ​+ 2x – 3 ⇒
2 2
⇒ 4x = x + 4x – 6 ⇒ x = 6
Aplicação do conteúdo
1. Um triângulo retângulo, de perímetro igual a 12 cm,
2. Se a sequência ​( 2x, ​​ x__ ​​ , 3  )​é uma PA crescente, deter-
2

2 possui o comprimento e seus lados em progressão arit-


mine o valor de x. mética. Determine os comprimentos dos lados.
Resolução: Resolução:
Novamente, tem-se a seguinte propriedade em três termos

14
Como há três termos consecutivos de uma PA, é possível Efetuando os cálculos, tem-se:
representá-los da seguinte maneira: 4x = –2
(x – r, x, x + r) 4x2 + 20y2 = 6
Representando esquematicamente, tem-se:
4x = –2 ⇒ x = – __ ​ 1 ​ 
2
(  )
2
4x2 + 20y2 = 6 ⇒ 4 ​ – ​ __1 ​   ​+ 20y2 = 6 ⇒
2
⇒ 1 + 20y = 6 ⇒ 20y2 = 5 ⇒ y2 = __
2
​ 1 ​ ⇒
4
​  1 ​ 
⇒ y = ± __
2
Como a PA é crescente, então y é positivo.
Observe que foi atribuído à hipotenusa o comprimento x +
Assim, x = – __ ​ 1 ​ e y = __ ​ 1 ​.  Daí, vem:
r; assim, define-se que a progressão aritmética será cres- 2 2
cente, pois, em um triângulo retângulo, a hipotenusa é x – 3y = – 2; x – y = – 1; x + y = 0; x + 3y = 1
sempre o maior lado. Essa representação é especialmente Portanto, a PA é dada por (–2 –1, 0, 1) e sua razão é r = 1.
útil quando a soma de todos os termos é conhecida; no
caso, o perímetro do triângulo: 3. Determine a PA decrescente de três termos, de forma
que sua soma seja 12 e seu produto seja 28.
(x – r) + x + (x + r) = 12
Resolução:
3x = 12
Representando os três termos da PA em função do termo
x = 4 cm central e da razão, tem-se:
Assim, obtém-se um dos lados do triângulo. Aplicando o (x – r, x, x + r)
Teorema de Pitágoras, tem-se:
(x – r) + x + (x + r) = 12 (I)
(x – r)2 + x2 = (x + r)2
(x – r) (x) (x + r) = 28 (II)
(4 – r)2 + 42 = (4 + r)2
Da equação (I), tem-se:
16 – 8r + r2 + 16 = 16 + 8r + r2
(x – r) + x + (x + r) = 12 ⇒ 3x = 12 ⇒ x = 4
16 = 16r
Substituindo na equação (II):
r = 1 cm
(x – r) (x) (x + r) = 28 ⇒ (4 – r) (4) (4 + r) = 28
Uma vez que a razão e um dos termos da PA são conheci-
dos, devem ser calculados os termos restantes: (4 – r) (4 + r) = 7

(x – r, x, x + r) ⇒ (4 – 1, 4, 4 + 1) ⇒ (3, 4, 5) (42 – r2) = 7

Portanto, os lados do triângulo são: 3 cm, 4 cm e 5 cm. 16 – r2 = 7

2. Determine quatro números em progressão aritmética


r2 = 9 ⇒ r = ± 3
crescente, sabendo que sua soma é –2 e a soma de seus Como a PA é decrescente, sua razão deve ser negativa,
quadrados é 6. portanto, r = –3.
Resolução: Assim, a PA procurada é:
Utilizando o artifício sugerido, os dois termos centrais serão (4 – (–3), 4, 4 + (–3))
chamados de x – y e x + y; assim, a razão passa a ser:
(7, 4, 1)
(x + y) – (x – y) = x + y – x + y = 2y
Logo, r = 2y. 2.3. Fórmula do termo geral da PA
Portanto, a PA é dada por O primeiro termo e a razão de uma PA são todos os dados
(x – 3y, x – y, x + y, x + 3y), com as seguintes condições: necessários para encontrar qualquer termo an da progres-
são. O segundo termo a2 é a soma do primeiro termo a1
(x – 3y) + (x – y) + (x + y) + (x + 3y) = –2 com a razão r:
(x – 3y)2 + (x – y) 2 + (x + y) 2 + (x + 3y) 2 = 6 a2 = a1 + r

15
O terceiro termo é a soma de a2 com a razão r: 2. Qual é o 20.º termo da PA (2, 8,...)?
a3 = a2 + r
Resolução:
Como já foi visto, a2 = a1 + r; portanto: a1 = 2
Dados: r = 6
a3 = a1 + r + r ⇒ a3 = a1 + 2r
n = 20
Assim, é possível escrever: a20 = a1 + 19r = 2 + 19 . 6 = 116
a2 = a1 + r Assim, a20 = 116.
a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r 3. Qual é o 1.º termo de uma PA em que a10 = 39 e r = 4?
a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
Resolução:
a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r a10 = 39
Dados: r = 4
a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
n = 10
...
a10 = a1 + 9r ⇒ 39 = a1 + 9 . 4 ⇒ 39
Observe que, para se obter o sexto termo a6, toma-se a
= a1 + 36 ⇒ a1 = 3
soma entre o primeiro termo a1 e (6 – 1)r = 5r. De modo
geral, pode-se dizer que, em uma progressão aritmética, Então, a 1 = 3 e a PA é (3, 7, 11,...).
tem-se: 4. Numa PA de 14 termos, o 1.º termo é 2 e o último é 28.
an = a1 + (n – 1)r
Calcule a razão dessa PA.
Em que:
Resolução:
a1 = 2
§ an é o termo de posição n;
§ a1 é o primeiro termo; Dados: a14 = 28
§ n é a posição do termo an; n = 14
§ r é a razão. a14 = a1 + 13r ⇒ 28 = 2 + 13r ⇒ 13r = 26 ⇒

Caso o objetivo seja relacionar dois termos quaisquer an e ⇒r=2


ap da PA, também é possível utilizar diretamente a relação: Portanto, r = 2 e a PA é (2, 4, 6, 8,..., 28).
an = ap + (n – p)r 5. Quantos elementos tem a PA finita (–2, 3,..., 43)?
an = a1 + (n – 1)r ⇒ an = a1 + nr – r (I) Resolução:
ap = a1 + (p – 1)r ⇒ ap = a1 + pr – r (II) a1 = –2
Dados: an = 43
Fazendo (I) – (II):
r=5
an – ap = nr – pr
an = a1 + (n – 1)r ⇒ 43 = – 2 + (n – 1) · 5 ⇒
an – ap = (n – p)r
⇒ 43 = – 2 + 5n – 5 ⇒ 5n = 50 ⇒ n = 10
an = ap + (n – p)r
Assim, a PA dada tem 10 elementos.

Aplicação do conteúdo 6. Numa PA, a10 = – 3 e a12 = 11. Calcule o 1.º termo a1 e
a razão r dessa PA.
1. Dê a fórmula do termo geral da PA (5, 9,...).
Resolução:
Resolução:
a12 = a10 + 2r ⇒ 11 = – 3 + 2r ⇒ r = 7
Na PA dada, tem-se a1 = 5 e r = 4.
a12 = a1 + 11r ⇒ 11 = a1 + 11 . 7 ⇒ a1 = –66
Daí:
Então, a1 = – 66, r = 7 e a PA é
an = a1 + (n – 1)r = 5 + (n – 1) ∙ 4
(– 66, – 59, – 52, – 45,...)
= 5 + 4n – 4 = 4n + 1
7. Numa PA crescente, a2 + a6 = 20 e a4 + a9 = 35. Deter-
Assim, a fórmula do termo geral é an = 4n + 1. mine o 1.º termo a1 e a razão r dessa PA.

16
x2 + (x + 3)2
Resolução: (x + 2)2 = __________
​   ​  (equação em x)

2
a2 = a1 + r Resolvendo a equação:
⇒ a2 + a6 = (a1 + r) + (a1 + 5r)
​ x + x + ​6x + 9 
2 2
a6 = a1 + 5r ⇒ a + a = 2a + 6r x2 + 4x + 4 = ____________    ⇒
2 6 1 2
a4 = a1 + 3r ⇒ 2x2 + 8x + 8 = x2 + x2 + 6x + 9 ⇒
⇒ a4 + a9 = (a1 + 3r) + (a1 + 8r)
a9 = a1 + 8r ⇒ 8x – 6x = – 8 + 9 ⇒ 2x = 1 ⇒ x = __ ​ 1 ​ 
⇒ a4 + a9 = 2a1 + 11r 2
Verificação:
Resolvendo o sistema a partir dos dados do problema:
(  ) (  ) ( ) (  ) (  ) (  )
​ 1 ​  ​, ​__
​ 1 ​ + 2  ​, ​ ​ __1 ​ + 3  ​ ⇒ ​ __ ​  5 ​  ​, ​__
​  1 ​  ​, ​__ ​  7 ​  ​
2 2 2 2 2 2
–2a1 – 6r = –20 (I) ​__
2a1 + 6r = 20 2 2 2 2 2 2
PA: (​ __
4 4 4)
⇒ ​ 25 ​,  ___
​  1 ​,  ___ ​ 49 ​  ;​ razão: ___
​ 24 ​ = 6
4
2a1 + 11r = 35 2a1 + 11r = 35 (II)
​ 1 ​. 
Portanto, o valor procurado é x = __
2
Fazendo (I) + (II), tem-se: 5r = 15 ⇒ r = 3. 10. Um corpo caindo livremente (desprezando-se a
Substituindo r = 3 na equação (I): resistência do ar) tem, no final do primeiro segundo,
velocidade de 9,8 m/s; velocidade de 19,6 m/s no final
– 2a1 – 6(3) = – 20 ⇒ 2a1 = 20 – 18 ⇒ do segundo seguinte; de 29,4 m/s no final do terceiro
segundo; e assim por diante. Continuando nesse ritmo,
⇒ a1 = __​ 2 ​ ⇒ a1 = 1 qual será sua velocidade no final do décimo segundo?
2
Assim, a1 = 1 e r = 3. A PA é (1, 4, 7, 10, 13,...).
Resolução:
8. Quantos são os múltiplos de 8 compreendidos entre
100 e 1.000?
É preciso estabelecer a PA (9,8; 19,6; 29,4;...), na qual
a1 = 9,8 e r = 9,8, e determinar o termo a10:
Resolução:
an = a1 + (n – 1) r ⇒ a10 = 9,8 + 9 . 9,8
§ O primeiro número múltiplo de 8 e maior do que 100
⇒ a10 = 98 m/s
é 104.
Assim, no final do décimo segundo, sua velocidade será
§ O último número múltiplo de 8 e menor do que 1.000
de 98 m/s.
é 992.
Então, os múltiplos de 8 compreendidos entre 100 e 1.000
constituem a PA (104, 112,..., 992)
a1 = 104
Nessa PA, tem-se: r = 8
an = 992
Deve-se calcular o número n de termos da PA:
an = a1 + (n – 1)r ⇒ 992 = 104 + (n – 1) 8 ⇒
⇒ 992 = 104 + 8n – 8 ⇒ 8n
= 992 – 104 + 8 ⇒ 8n = 896 ⇒ n = 112
Portanto, existem 112 múltiplos de 8 compreendidos entre
100 e 1.000.
9. Determine o valor de x para que os números x2, (x
+ 2)2 e (x + 3)2 sejam, nessa ordem, os três primeiros
termos de uma PA.

Resolução:
a1 = x2
Pelo problema, tem-se a2 = (x + 2)2
a3 = (x + 3)2
a +a
Como a2 = ______
​  1  ​3  
, tem-se:
2

17
DIAGRAMA DE IDEIAS

RAZÃO
PROGRESSÃO ARITMÉTICA
r = an + 1 - an

TERMO GERAL TERMO GERAL CONHECENDO


REPRESENTAÇÕES ESPECIAIS an = a1 + (n - 1)r QUALQUER TERMO
an = ap + (n - p)r

PARA 3 TERMOS
(x - r , x , x + r) CLASSIFICAÇÕES
S = x - r + x + x + r = 3x

PARA 4 TERMOS
(x - 3y , x - y , x + y , x + 3y) PA CRESCENTE
Onde r = 2y r>0
S = (x - 3y) + (x - y) + (x + y) + (x + 3y) = 4x
PA DECRESCENTE
PARA 5 TERMOS r<0
(x - 2r, x - r, x, x + r, x + 2r)
S = (x - 2r) + (x - r) + x + (x + r) + (x + 2r) = 5x PA CONSTANTE
r=0

18
Progressão geométrica
AULAS
e sua interpolação
39 e 40
Competências: 3, 4 e 5 Habilidades: 2, 3, 21, 24, 25 e 26

1. Progressão presentada pela sequência (200.000, 220.000, 242.000,


266.200, 292.820, 322.102).
geométrica (PG) Nessa sequência, cada termo, a partir do segundo, é obtido
a partir da multiplicação do termo anterior por um número
Enquanto a população humana cresce em progressão
fixo (no caso, 1,10), ou seja, a produção anual teve uma
geométrica, a produção de alimentos cresce em progres-
taxa de crescimento relativo constante de 10% em relação
são aritmética.
ao ano anterior.
Thomas Malthus (economista britânico)
Sequências com esse tipo de lei de formação são denomi-
nadas progressões geométricas. No exemplo dado, o valor
1.1. Introdução 1,10 é chamado de razão da progressão geométrica e
A taxa de crescimento relativo de uma grandeza é dada indicado por q (no exemplo, q = 1,10). Afirma-se que os
pela razão entre seu aumento e seu valor inicial. Dessa for- termos dessa sequência estão em progressão geométrica.
ma, uma grandeza que passa do valor a para o valor b tem
​  b a–  a​.  
taxa de crescimento relativo igual a _____ 1.2. Definição
Por exemplo, a taxa de crescimento relativo de uma gran- Progressão geométrica (PG) é toda sequência de números
deza que passa do valor 5 para o valor 8 é igual a 60%, não nulos na qual é constante o quociente da divisão de
cada termo (a partir do segundo) pelo termo anterior. Esse
​ 8 – ​5  = __
pois ____ ​ 3 ​ = 60%. quociente constante é denominado razão (q) da progres-
5 5
A seguir, serão tratadas as sequências que variam com taxa são. Ou seja, uma progressão geométrica é uma sequência
de crescimento relativo constante. Examine, por exemplo, a na qual a taxa de crescimento relativo de cada termo para
seguinte situação-problema: o seguinte é sempre a mesma.

Em 2015, uma empresa produziu 200.000 unidades de Exemplos


certo produto. Uma vez que o aumento anual de produção
foi sempre de 10% em relação ao ano anterior, quantas 1. A sequência (2, 10, 50, 250) é uma PG de quatro termos,
unidades a empresa produziu no período de 2015 a 2020? em que o 1.º termo é a1 = 2 e a razão é q = 5. Observe que:

O problema deve ser esquematizado da seguinte forma: § a = 2; a = 10 (2 · 5); a = 50 (10 . 5);


1 2 3

§ Produção em 2015 = 200.000 a4 = 250 (50 · 5)


250 : 50 = 5; 50 : 10 = 5; 10 : 2 = 5 → quociente
§ Produção em 2016 = produção em 2015 · 1,10 =
constante = 5 (razão)
200.000 · 1,10 = 220.000
§ A taxa de crescimento relativo de a para b é dada
§ Produção em 2017 = produção em 2016 · 1,10 =
220.000 · 1,10 = 242.000 ​ b a– ​
por ____ a.  Nesse exemplo, i = _____
​ 10 – ​2   ​ 8 ​ = 4 = 400%.
= __
2 2
Assim, q = 1 + i = 1 + 4 = 5.
§ Produção em 2018 = produção em 2017 · 1,10 =
242.000 · 1,10 = 266.200 § A sequência (6, –12, 24, –48, 96) é uma PG de cinco
termos, na qual a1 = 6 e q = –2, pois:
§ Produção em 2019 = produção em 2018 · 1,10 =
266.200 · 1,10 = 292.820 a1 = 6

§ Produção em 2020 = produção em 2019 · 1,10 = a2 = –12 [–12 = 6(–2), ou seja, a2 = a1 · (–2)]
292.820 · 1,10 = 322.102 a3 = 24 [24 = (–12)(–2), ou seja, a3 = a2 · (–2)]
Nessas condições, a produção anual no período será re- a4 = - 48 [-48 = 24(–2), ou seja, a4 = a3 · (–2)]

19
a5 = 96 [96 = (–48)(–2), ou seja, a5 = a4 · (–2)]
2. Da definição decorre que, se ar, as e ap estão em
De modo equivalente:
PG, então:
– 12 : 6 = – 2; 24 : (–12) = –2; __ as ap
​ a  ​ = __
​ a  ​ ⇒ a​ 2s​ = ar · ap
r s
– 48 : 24 = – 2; 96 : (–48) = –2
Ou seja, dados três termos consecutivos de uma pro-
(quociente constante = –2 (razão)) gressão geométrica, o termo do meio é a média geo-
métrica dos outros dois.
§ Taxa de crescimento relativo
​ –12 ​
i = ______– 6   ​ 18 ​ = – 3 = – 300%
= – ___
6 6 Aplicação do conteúdo
Assim, q = 1 + i = 1 + (–3) = –2.
1. Verifique se a sequência (5, 15, 45, 135, 405) é uma PG.
2. A sequência (1, 3, 9, 27, 81,...) é uma PG infinita, na qual
a1 = 1 e q = 3, pois: Resolução:
a1 = 1 ​  15 ​ = 3 ​ ___
___ 45 ​ = 3 ​ ___
135 ​  = 3 ​ ___
405 ​ = 3
5 15 45 135
a2 = 3 (3 = 1 .3, ou seja, a2 = a1 . 3) Assim, a sequência é uma PG de razão 3.
a3 = 9 (9 = 9 .3, ou seja, a3 = a2 . 3), etc. 2. Determine o 8.º termo de uma PG na qual a4 = 12 e
q = 2.
​ 3 – ​
Taxa de crescimento relativo: i = ____ 1  = 2 = 200%
1
Resolução:
Assim, q = 1 + 2 = 3.
3. A sequência (10, 10, 10) é uma PG de três termos, em
que o 1.º termo é 10 e a razão é 1, pois:
Assim:
a1 = 10
a8 = a4 · q4 ⇒ a8 = 12(2)4 ⇒
a2 = 10 (10 = 10 . 1, ou seja, a2 = a1 . 1)
a8 = 12 · 16 ⇒ ⇒ a8 = 192
a3 = 10 (10 = 10 . 1, ou seja, a3 = a2 . 1)
Portanto, o 8.º termo da PG é 192.
Taxa de crescimento relativo:
3. A população de um país é atualmente igual a P0 e
​ 10 – ​
i = ______ 10  ​  0  ​ = 0%. Assim, q = 1 + 0 = 1.
= ___

10 10 cresce 3% ao ano. Qual será a população desse país da-
qui a t anos?

Resolução:
Notas
Como a população cresce 3% ao ano, a cada ano a popu-
1. De modo geral, observa-se que uma sequência (a1,
lação é 103% da população do ano anterior. Assim, a cada
a2, a3, ..., an, ...,) com a1 ≠ 0 é uma PG de razão q ≠
0 quando: ano a população é multiplicada por 103% = 1,03.
a2 Depois de t anos, a população será P0 · (1,03)t.
a2 = a1 · q ⇒ a__​   ​ = q
1
a
Nesse caso, tem-se a PG:
a3 = a2 · q ⇒ a__
3
​   ​ = q
2 P0, P0 . (1,03), P0 . (1,03)2, P0 . (1,03)3, ...,
a4 P0 . (1,03)t, ... de razão 1,03.
a4 = a3· q ⇒ a__
​   ​ = q
3

... 4. Determine o 4.º termo da PG (ab, a3b2, ...), com a ≠ 0


a an e b ≠ 0.
an = an – 1 · q ⇒ a__ ​   ​ = q ⇒ a____
2
​    ​ = q
1 n–1
Resolução:
Comparando, tem-se:
a2 a3 __ a4 an a1 = ab a
__
​ a  ​ = a__
​   ​ = a​   ​ = ... = a____
​    ​ = q,    q = __ a3b2 ​ ⇒ q = a2b
​ a2 ​ ⇒ q = ​ ____
1 2 3 n–1 a2 = a b
3 2
1 ab
com q = 1 + i, sendo que
an – an – 1 Então, tem-se:
i = _______
​  a  ​   (an – 1 ≠ 0)
n–1

é a taxa de crescimento relativo dos termos.

20
Portanto:
1.3. Classificação das
a4 = a1 · q · q · q ⇒ a4 = a1 · q ⇒ a4 = ab(a b) ⇒
3 2 3
progressões geométricas
⇒ a4 = ab · a6b3 ⇒ a4 = a7b4
Dependendo da razão q, uma PG pode ser:
Assim, a4 = a7b4.
§ Crescente: a PG é crescente quando q > 1 e os ter-
5. Um tanque tem capacidade C0 de água. Abre-se o mos são positivos ou quando 0 < q < 1 e os termos são
tampão, e essa capacidade decresce 4% por minuto. negativos. Por exemplo:
Qual será a capacidade desse tanque depois de t mi-
nutos? (2, 6, 18, 54, ...) com q = 3

Resolução: ​ 1 ​ 
(–40, –20, –10, –5, ...) com q = __
2
Como a capacidade diminui 4% por minuto, a cada minuto § Decrescente: a PG é decrescente quando q > 1 e os
a capacidade equivalerá a 96% da capacidade do minuto termos são negativos ou quando 0 < q < 1 e os termos
anterior. Assim, a cada minuto que passa, a capacidade é são positivos. Por exemplo:
multiplicada por 96% = 0,96. Depois de t minutos, a ca- (200, 100, 50, 25, ...) em que q = __​ 1 ​ 
2
pacidade do tanque será de C0 · 0,96t.
(–4, –12, –36, –108, ..) em que q = 3
Nesse caso, a PG seria C0, C0 · 0,96, C0 · (0,96)2, C0 · (0,96)3,
§ Constante: a PG é constante quando q = 1. Por
..., C0 · (0,96)t, ... de razão 0,96.
exemplo:
6. Nas progressões geométricas a seguir, qual é a taxa
(10, 10, 10, ...), em que q = 1
de crescimento relativo de cada termo para o seguinte?
a) (1, 2, 4, 8, 16, 32, ...) (–5, –5, –5, ...), em que q = 1

Resolução: § Alternante: a PG é alternante quando q < 0. Por


exemplo:
Nessa PG, a taxa de crescimento relativo de cada termo
para o seguinte é de 100%, o que faz com que cada termo (4, –8, 16, –32, ...) em que q = – 2
seja igual a 200% do termo anterior: ​ 1 ​ 
(–81, 27, –9,3, ...), em que q = – __
3
​____(
 ​  2 – ​
1
1  = 1 → 100%  ​
)
b) (100, 70, 49, ...)
Resolução:
Cada termo equivale a 70% do termo anterior. A taxa de
crescimento relativo de cada termo para o seguinte é de:

100(
 ​ 70 – 100
–30% = ​_______  ​  
  ​ –30 ​  → –30%  ​
= ____
100 )
(
7. A sequência ​ ​  1
__  ​, ​ 1
2 6 )
__  ​, ...  ​é uma PG infinita. Determine a
razão dessa PG e a taxa de crescimento dos seus termos.
multimídia: vídeo
Resolução:
​ 1 ​ e a = __
Tem-se a1 = __ ​ 1 ​  Fonte: Youtube
2 2 6 Introdução às progressões geométricas
Então:

a2 ​  1 ​ 
__
6 ​ 1 ​ · __
q = a​   ​  ⇒ q = ​   ​  ⇒ q = __
__ __ ​ 2 ​ = __
​ 1 ​ 
1 __1
​   ​ 
2
6 1 3
1.4. Representações especiais
Como foi visto em PA, também é possível recorrer a algu-
Assim, q = __ ​ 1 ​.  mas representações especiais de PG, principalmente se o
3
Taxa de crescimento: produto dos termos for conhecido.
​ 1 ​ – __
__ ​ 1 ​  – __
​ 1 ​  As principais são:
6
_____
i = ​   ​    2 2 ​ 4 ​ = – 1,333... = –133,33%.
= ​   ​ = – __
___
x
1/2 1/2 3 § Três termos em PG: ​ ​ __( )
q ​ , x, xq  .​

21
§ Quatro termos em PG: ​ ​ __
y3 y ( )
x  ​,  _​ x ​,  xy, xy3  .​ termo pelo quadrado da razão q (a3 = a1q2); para avançar
três termos, basta multiplicar o 1.º termo pelo cubo da
Nesse caso, tem-se q = y2.
razão q (a4 = a1q3); e assim por diante. Desse modo, en-
§ Cinco termos em PG: ​ ​ __
q2 q ( )
x  ​,  __​ x ​ , x, xq, xq2  .​
contra-se o termo de ordem n, denominado termo geral
da PG, que é dado por:

Aplicação do conteúdo an = a1qn – 1

1. Três números estão em PG de forma que o produto (ao passar de a1 para an, avançam (n – 1) termos)
deles é 729 e a soma é 39. Calcule os três números. Nessa fórmula:
Resolução: § an = termo geral;
Nesse tipo de problema sobre PG com três termos consecu- § n = número de termos (até an)
x
tivos, é conveniente representar a sequência na forma ​ ​ __
q ​ , x, ( § a1 = 1.º termo
)
xq ​, em que o termo médio é x e a razão é q. Assim, tem-se
o seguinte sistema de equações: § q = razão

​  qx  ​· x · xq = 729
__ x3 = 729
​  qx  ​+ x + xq = 39
__ ​  qx  ​+ x + xq = 39
__
Notas
Da 1.ª equação, tem-se: 1. Observe que a10 = a3q7, pois, ao passar de a3 para
a9
____ a10, avançam 7 termos; a5 = __ ​  4 ​,  pois, ao passar de
3
x3 = 729 ⇒ x = ​√729 ​  ⇒ x = 9 q
a9 para a5, retrocedem 4 termos; e assim por diante.
Substituindo na outra equação, tem-se: Dessa forma, é possível estender a definição do termo
__ 9 geral para:
q​   ​ + 9 + 9q = 39 ⇒ 9 + 9q + 9q = 39q ⇒
2

⇒ 9q – 30q + 9 = 0 ⇒
2
an = ak . qn – k
⇒ 3q2 – 10q + 3 = 0; (ao passar de ak para an, avançam (n – k) termos)
D = (–10)2 – 4(3)(3) = 64
2. Observe a PG finita (a1, a2, a3, a4). Nela, os termos a2
​ 10 ± ​8  
q = ______ ⇒ q’ = 3 e q” = __ ​ 1 ​  e a3 são equidistantes dos extremos a1 e a4. Note que:
6 3
Então, para x = 9 e q = 3, tem-se: a2 · a3 = a1q · a3 = a1 · a3q = a1 · a4
​ 9 ​ = 3
1.º número: ​ __qx  ​ = __ De modo geral, afirma-se que, numa PG finita, o pro-
3
2.º número: x = 9 duto de dois termos equidistantes dos extremos é
igual ao produto dos extremos.
3.º número: xq = 9 · 3 = 27
Generalizando, tem-se que am . an = ak . ap se m + n
​ 1 ​,  tem-se:
Para x = 9 e q = __ = p + k.
3
​  9  ​= 27
1.º número: ​ __qx  ​ = __ Em consequência, considerando-se três termos conse-
1 ​ 
​ __
3 cutivos (..., ak – 1, ak, ak + 1, ...), segue que a​ k2​ = ak – 1 . ak +
1
, pois k + k = k – 1 + k + 1.
2.º número: x = 9
​ 1 ​ = 3
3.º número: xq = 9 · __ 3. Muitas vezes, é conveniente colocar o 1.º termo
3 como a0, e não a1, ficando o termo geral da PG dado por
Assim, os números procurados são 3, 9 e 27. an = a0 · qn . Por exemplo, se o número de sócios de um
clube é 2.000 e cresce 5% ao ano, quantos sócios esse

2. Fórmula do termo clube terá em 3 anos?


Tem-se uma PG com a0 = 2.000 e razão
geral de uma pg q = 1 + i = 1 + 0,05 = 1,05
Em uma progressão geométrica (a1, a2, a3, ...,
Depois de 3 anos, o clube terá:
an, ...) de razão q, partindo do 1.º termo, para avançar
um termo basta multiplicar o 1.º termo pela razão q (a2 a3 = a0 · q3 = 2.000 (1,05)3 = 2.315 sócios.
= a1q); para avançar dois termos, basta multiplicar o 1.º

22
a5 = a1 · q4 ⇒ 30.000_____
= 3 · q4 ⇒
Aplicação do conteúdo 4
⇒ q = 10.000 ⇒ q = ± ​√10000 ​  
4
⇒ q = ± 10
1. Um moeda, ao ser lançada, apresenta dois resultados Então, como a PG é crescente, q = 10.
possíveis: cara ou coroa. Se forem lançadas duas mo-
edas diferentes, por exemplo, uma de R$ 0,10 e outra 6. Quantos elementos tem a PG (8, 32, ..., 231)?
de R$ 0,50, haverá quatro possibilidades: (cara, cara),
(cara, coroa), (coroa, coroa) ou (coroa, cara). [...] Qual Resolução:
será o total de resultados possíveis se forem lançadas a1 = 8
8 moedas? Dados: an =231
Resolução: q=4

Nessa situação, tem-se PG (2, 4, 8, 16, 32, ...) e procura-se an = a1 · qn – 1 ⇒ 231 = 8 · 4n – 1 ⇒


o 8.º termo: 231 = 23 · 22n – 2 ⇒ 231 = 23 + 2n – 2 ⇒ 231 = 22n + 1 ⇒
an = a1 · qn – 1; a1 = 2; q = 2 ⇒ 2n + 1 = 31 ⇒ 2n = 30 ⇒ n = 15
a8 = 2 · 28 – 1 = 2 . 27 = 28 = 256 Assim, a PG tem 15 termos.
Assim, quando 8 moedas diferentes são lançadas, tem-se 7. Determine o valor de x, de modo que os números
256 resultados possíveis. x + 1, x + 4 e x + 10 formem, nessa ordem, uma PG.

2. Dê a fórmula do termo geral da PG (2, 4, ...). Resolução:


Resolução: Como os números dados são três termos consecutivos de
Na PG dada, tem-se a1 = 2 e q = 2: uma PG, pela definição, tem-se:

an = a1 · qn – 1 ⇒ an = 2 · 2n – 1 ⇒ an = 21 + n – 1 ⇒ (x + 4)2 = (x + 1) (x + 10) ⇒ x2 + 8x + 16 = x2 + 11x + 10


⇒ an = 2n ⇒ 8x – 11x = 10 – 16 ⇒
⇒ –3x = –6 ⇒ 3x = 6 ⇒ x = 2
Assim, o termo geral da PG dada é an = 2n com n [ N*.
Assim, o valor procurado é x = 2, e os números são 3, 6
3. Qual é o 7.º termo da PG (2, 6, ...)? e 12.
Resolução: 8. Numa PG, tem-se a5 = 32 e a8 = 256. Calcule o primei-
ro termo e a razão dessa PG.
a1 = 2
Dados q = 3 Resolução:
n=7
​ 256 ​   ⇒
a8 = a5 · q3 ⇒ 256 = 32q3 ⇒ q3 = ___
a7 = a1 · q ⇒ a7 = 2 · 36 ⇒ a7 = 1.458
6 __ 32
3
⇒ q3 = 8 ⇒ q = ​√8 ​ ⇒ q = 2
Assim, a7 = 1.458.
Determinando a1:
4. Calcule o 1.º termo de uma PG em que a4 = 375 e q = 5.
a5 = a1 · q4 ⇒ 32 = a1 · 24 ⇒ 32 = a1 · 16 ⇒ ⇒ a1 = 2
Resolução:
Então a1 = 2 e q = 2.
a4 = 375
Dados: q = 5 9. Numa PG, a soma do 3.º e do 5.º termo é igual a 360,
n=4 e a soma do 4.º e do 6.º termo é igual a 1.080. Determi-
ne a razão e o 1.º termo dessa PG.
a4 = a1 · q ⇒ 375 = a1 · 53
3

125a1 = 375 ⇒ a1 = 3 Resolução:

Assim, a1 = 3. a3 = a1 · q2
⇒ a3 + a5 = a1 . q2 + a1 + q4 ⇒
5. Numa PG crescente, o 1.º termo é 3 e o 5.º termo é
a5 = a1 · q4
30.000. Qual é o valor da razão q nessa PG? ⇒ a1(q2 + q4) = 360 (I)
Resolução: a4 = a1 · q3
⇒ a4 + a6 = a1 · q3 + a1 · q5
a1 = 3 a6 = a1 · q5
Dados: a5 = 30.000
= a1 · q(q2 + q4) = 1080 (II)
n=5

23
Dividindo, membro a membro, (I) e (II), tem-se:
a (q2 + q4)
___________
​  1 2   ​  360  ​ ⇒ __
= ____
 ​  ​ 1q ​ = ​ __
1 ​ ⇒ q = 3
a1 · q(q + q4) 1080 3

Calculando a1:
a1 (q2 + q4) = 360 ⇒ a1 (32 + 34) = 360
⇒ a1 · 90 = 360 ⇒ a1 = 4
Assim, na PG dada, a1 = 4 e q = 3.
10. Suponha que o valor de um carro diminui sempre 30%
em relação ao valor do ano anterior. Sendo V o valor do
carro no primeiro ano, qual será o seu valor no oitavo ano?

Resolução:
Valor no 1.º ano = V
Valor no 2.º ano = 70% de V = 0,7V (diminuição de 30%)
Valor no 3.º ano = 70% de (0,7V) = 0,7 (0,7V) = (0,7)2V
Tem-se, então, uma PG na qual a1 = V e q = 0,7.
Deve-se calcular a8.
Observe o exemplo de an = a0 · qn, com a0 = __ ​ 1 ​ e q = 3 e o
4
an = a1 · q n–1
⇒ a8 = a1 · q ⇒ a8 = V(0,7)
7 7
esboço do gráfico da função correspondente:
Assim, o valor do carro no 8.º ano será (0,7)7V. (​ 3 ​,  __
PG ​ ​ __1 ​,  __
4 4 4 4
​ 9 ​,  ___)
​ 27 ​,  ...  ​
11. Em uma progressão geométrica, o 4.º termo vale 7
e o 7.º termo vale 189. Quanto vale o 6.º termo dessa
progressão?

Resolução:
a7 = a4 · q3, pois, ao passar do 4.º termo para o 7.º, avan-
çamos três termos. Assim:
189 = 7 · q3 ⇒ q3 = 27 ⇒ q = 3
Analogamente:
a6 = a4 · q2 ⇒ a6 = 7 · 32 ⇒ a6 = 63 ou
a6 = a7 : q ⇒ a6 = 189 : 3 ⇒ a6 = 63
Portanto, o 6.º termo vale 63.

3. Interpretação
geométrica de uma PG
Já foi visto que o termo geral de uma progressão ge-
ométrica é dado por an = a1 . qn – 1 ou por an = a0 .
qn, quando a enumeração dos termos é iniciada por a0.
Nesse caso, é possível pensar em uma progressão geo-
métrica como uma função que associa a cada número
natural n o valor dado por an = a0 . qn. Essa função é a
4. Interpolação geométrica
restrição aos números naturais da função exponencial Considere o seguinte problema:
a(x) = a0qx. O gráfico dessa função é formado por uma No primeiro semestre de 2019, a produção mensal de
sequência de pontos pertencentes ao gráfico de uma uma indústria cresceu em PG. Em janeiro, a produção foi
exponencial. de 1.500 unidades e, em junho, foi de 48.000 unidades.

24
Qual foi a produção dessa indústria nos meses de fevereiro, ​ 1  ​ · 4n – 1 ⇒
an = a1 · qn – 1 ⇒ 64 = ___
16
março, abril e maio? ⇒ 43 = 4–2 · 4n – 1 ⇒ 43 = 4n – 3 ⇒ n – 3 = 3 ⇒
Nessas condições, o problema consiste em formar uma PG ⇒n=6
em que:
Assim, a PG deve ter 6 termos, ou seja, é preciso inserir 4
a1 (produção em janeiro) = 1.500 meios geométricos.
a6 (produção em junho) = 48.000
n=6
Inicialmente, deve-se calcular o valor da razão q:
an = a1 · qn – 1 ⇒ 48.000___
= 1500 · q5 ⇒
5
⇒ q = 32 ⇒ q = ​√32 ​ ⇒ q = 2
5

Então, tem-se:
(1.500, 3.000, 6.000, 12.000, 24.000, 48.000)
Daí, pode-se dizer que:
a2 = produção em fevereiro = 3.000 unidades multimídia: sites
a3 = produção em março = 6.000 unidades
a4 = produção em abril = 12.000 unidades pt.khanacademy.org/math/algebra/sequen-
ces/introduction-to-geometric-sequences/v/
a5 = produção em maio = 24.000 unidades geometric-sequences-introduction
Na realidade, foi realizada a inserção ou interpolação de
quatro meios geométricos entre 1.500 e 48.000.

Aplicação do conteúdo
1. Insira três meios geométricos entre 3 e 48.

Resolução:
Para inserir três meios geométricos entre 3 e 48, é preciso
formar a
PG (3, ____, ____, ____, 48), na qual:
a1 = 3
n=2+3=5
a5 = 48

a5 = a1 · q4 ⇒ 48
___= 3q ⇒ q = 16 ⇒
4 4
4
⇒ q = ± ​√16 ​ ⇒ ⇒ q = ± 2
Assim, tem-se:
§ Para q = 2 a PG (3, 6, 12, 24, 48)
§ Para q = -2, a PG (3, –6, 12, –24, 48)
1   ​
2. Quantos meios geométricos é preciso inserir entre ​ ___
16
e 64, de modo que a sequência obtida tenha razão 4?

​ 1  ​ 
a1 = ___
16
Dados: a = 64
n
q=4
Deve-se, então, calcular n:

25
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Para comemorar o aniversário de uma cidade, a prefeitura organiza quatro dias consecutivos de atrações
culturais. A experiência de anos anteriores mostra que, de um dia para o outro, o número de visitantes no evento é
triplicado. É esperada a presença de 345 visitantes para o primeiro dia do evento.
Uma representação possível do número esperado de participantes para o último dia é:
a) 3 × 345.
b) (3 + 3 + 3) × 345.
c) 33 × 345.
d) 3 × 4 × 345.
e) 34 × 345.

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do
cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre progressões geométricas para a sua resolução.
Tem-se aqui uma PG de razão 3 e a1 = 345. É preciso desecobrir o a4.
a4 = a1 ∙ q(n – 1)
a4 = 345 ∙3(4 – 1)
C
a4 = 345 ∙ 33
Alternativa C

26
DIAGRAMA DE IDEIAS

RAZÃO
PROGRESSÃO GEOMÉTRICA q = __aa__n__ ​
  
n-1

TERMO GERAL TERMO GERAL CONHECENDO


REPRESENTAÇÕES ESPECIAIS an = a1 + (n - 1)r QUALQUER TERMO
an = ak . qn - k

PARA 3 TERMOS
__x__ , x, CLASSIFICAÇÕES
q   xq

PARA 4 TERMOS
PG CRESCENTE
__x__,_ _x_ _ ,xy, xy3
y3 y     q>1
termos positivos
*q = y2
ou
0<q<1
PARA 5 TERMOS termos negativos
__x__ ,  __ x__ ,  x, xq, xq2
q2 q
PG DECRESCENTE
q>1
termos positivos
ou
0<q<1
termos positivos

PA CONSTANTE
q=1

PA ALTERNANTE
q<0

27
AULAS Problemas envolvendo PA e PG
41 e 42
Competências: 1, 5 e 6 Habilidades: 2, 3, 21, 24, 25 e 26

1. Soma dos termos de uma PA finita


Na tabela a seguir, é possível observar a produção anual de uma empresa num certo período:

Ano 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Produção
10.000 12.000 14.000 16.000 18.000 20.000 22.000 24.000
(em unidades)

Quantas unidades a empresa produziu de 2012 a 2019?


Pela tabela, no período de 2012 a 2019, a empresa produziu:
10.000 + 12.000 + 14.000 + 16.000 + 18.000 + 20.000 + 22.000 + 24.000 = 136.000 unidades

Observa-se que: Considere a PA finita de razão r (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an),
cuja soma dos seus n termos pode ser escrita por:
§ As parcelas formam uma PA finita (razão r = 2.000):
(10.000, 12.000, 14.000, 16.000, Sn = a1 + a2 + a3 + … + an –2 + an – 1 + an = ∑​  ni =​  1​ (ai)​
a1 +an
18.000, 20.000, 22.000, 24.000)
a1 +an
§ O número 136.000 representa a soma dos termos des-
a1 +an
sa PA.

Assim, Sn = (a1 + an) + (a1 + an) + ... + (a1 + an).


1.1. Fórmula da soma dos
​ n ​ parcelas iguais a (a1 + an)
__
termos de uma PA finita 2
Então:
Karl Friedrich Gauss (1777-1855) foi um matemático ale- n(a + a )
mão. Certo dia, quando Gauss era um estudante de apro- Sn =___________
​  1  ​n    
2
ximadamente 7 ou 8 anos de idade, seu professor, queren- Essa fórmula permite calcular a soma dos n primeiros ter-
do manter o silêncio em sala de aula por um bom tempo, mos de uma PA, em que:
pediu que os alunos somassem todos os números de 1 a
100, ou seja, 1 + 2 + 3 + 4 ... + 99 + 100. Para surpresa § a1 é o primeiro termo;
do professor, Gauss disse, depois de alguns minutos, que o § an é o enésimo termo;
resultado da soma era 5.050. Observe seu raciocínio:
§ n é o número de termos;
1 + 2 + 3 + ... + 98 + 99 + 100 (1 + 100 = 101; 2 +
§ sn é o soma dos n termos.
99 = 101 etc.)

Nota
Ou seja, 1 + 2 + 3 + 4 + ... + 99 + 100 = 5.050, pois a
soma 101 ocorre 50 vezes na sequência. A fórmula obtida é equivalente a esta:
n(ap + aq)
Sn =___________
​   ​,   
com p + q = n + 1
1.2. Fórmula 2

O procedimento utilizado por Gauss no caso da PA (1, 2, 3,


4 ... 99, 100) vale de modo geral. Aplicação do conteúdo

28
1. Retome o problema da produção anual de uma em- Portanto, o termo do meio é 59.
presa apresentado no início desta aula. Resolva-o apli-
cando a fórmula da soma dos termos de uma PA finita.
Nota
Resolução:
Outra maneira de resolver seria utilizando a fórmula:
Sabe-se que a produção anual nesse período é uma PA na
5(x – 2r + x +2r) _____
qual a1 = 10.000, r = 2.000, n = 8 e an = a8 = 24.000. Sn =_____________
  
​   ​  ⇒ ​ 5 ·  ​
2x  
= 295 ⇒ x = 59
2 2
Aplicando a fórmula:
n(ap + aq) 8(10000 + 24000) 5. A soma Sn dos n primeiros termos de uma PA é 3n2,
Sn = ​ ________
 ​  = ______________
    
​   ​  = 136.000 qualquer que seja n. Calcule o 5.° termo dessa progressão.
2 2
Assim, no período de 2012 a 2019, a empresa produziu
Resolução:
136.000 unidades.
Nessa PA, sabe-se que Sn = 3n2. Então:
2. Calcule a soma dos 50 primeiros termos da PA (2, 6,
...). Nessa PA infinita, os 50 primeiros termos formam Para n = 1: S1 = a1 ⇒ 3n2 = a1 ⇒
uma PA finita, na qual a1 = 2, r = 4 e n = 50.
⇒ 3(1)2 = a1 ⇒ a1 = 3
Resolução: Para n = 2: S2 = a1 + a2 = 3n2 = 3 + a2 ⇒
Deve-se calcular an (ou seja, a50): ⇒ 3(2)2 = 3 + a2 ⇒ a2 = 9
an = a50 = a1 + (n – 1)r ⇒ a50 = 2 + 49(4) ⇒ É possível, então, determinar o valor da razão:
⇒ a50 = 2 + 196 ⇒ a50 = 198
r = a2 – a1 = 9 – 3 = 6
Aplicando a fórmula, tem-se:
(a + an)n Determinando o 5.º termo da PA:
(2 + 198) ⋅ 50
Sn =________
​  1  ​ ⇒ S50 = ___________

    
​   ​  ⇒
2 2 a5 = 3 + (5 – 1) · 6 = 27
⇒ S50 = 5.000
Assim, o 5.º termo dessa PA é 27.
A soma procurada é igual a 5.000.
6. Determine o valor de x na igualdade
3. A soma dos dez termos de uma PA é 200. Se o 1.º 2 + 7 + ... + 2x = 198, sabendo que as parcelas do 1.º
termo dessa PA é 2, calcule a razão r da PA. membro formam uma PA.

Resolução: Resolução:
Nessa PA, sabe-se que S10 = 200, a1 = 2 e n = 10. Nessa PA, tem-se Sn = 198, a1 = 2, an = 2x e r = 7 – 2 = 5.
Deve-se calcular a10 aplicando a fórmula da soma: Determinando n em função de x:
10(a1 + a10) 10(2 + a10) an = a1 + (n – 1)r ⇒ 2x = 2 + (n – 1)5 ⇒
Sn = ​ _________
 ​  ⇒ 200 = ​ ______________
   ​  ⇒

2 2
⇒ 2x = 2 + 5n – 5 ⇒ 5n = 2x + 3 ⇒
⇒ 20 + 10a10 = 400 ⇒ 10a10 = 380 ⇒
​ 2x + ​
⇒ n = _____ 3  
⇒ a10 = 38 5
Calculando r: Aplicando a fórmula da soma, tem-se:

a10 = a1 + 9r ⇒ 38 = 2 + 9r = 36 ⇒ r = 4 n(a1 + an)


________
Sn = ​   ​   ⇒198 =  
( )
 ​ 2x + ​ 3  
​_____
5
_____________
​ 
​(2 + 2x)
 ​  ⇒
2 2
Assim, a razão procurada é 4.
4. A soma dos cinco números de uma PA é 295. Determi-
(
⇒ ​_____
5 )
 ​ 2x + ​ 3  ​(2 + 2x) = 396 ⇒

​  4x + 4x  ​ + 6 + 6x 
2
ne o termo do meio. ⇒ ______________
   = 396 ⇒
5
Resolução: ⇒ 4x2 + 10x + 6 = 1.980 ⇒ 2x2 + 5x – 987 = 0
É possível escrever 5 números em PA, assim: Resolvendo a equação do 2.º grau:
x – 2r, x – r, x, x + r e x + 2r 2x2 + 5x – 987 = 0
Somando: D = (5)2 – 4(2) (–987) = 25 + 7.896 = 7.921
x – 2r + x – r + x + x + r + x + 2r = 295 ⇒ ​ - 5 ± ​
x = ______ 89   ​ 47 ​ 
⇒ x’ = 21 e x” = – ___
4 2
⇒ 5x = 295 ⇒ x = 59 Como a PA é crescente, segue que x = 21.

29
7. Determine o valor de: progressão aritmética de segunda ordem. Da mesma
5
a) S = ​∑  ​  ​ (2i)​
i=1
forma, se (an) é uma progressão aritmética de segunda
ordem, então an é um polinômio do segundo grau em n.
Resolução:
Assim, se o domínio de uma função quadrática for uma PA,
O símbolo Σ significa somatório, isto é, deve-se efetuar a
então sua imagem será uma PA de segunda ordem.
seguinte soma:
∑​ 5  i ​ = 1​ (2i)​= 2 + 4 + 6 + 8 + 10 = 30 Aplicação do conteúdo
5
Observe que o símbolo da somatória ∑​  ​  ​ (2i)​ significa que
i=1 1. Dada a PA de 2.ª ordem, 4, 7, 12 ,19..., determine o
serão somados os termos 2i com o valor de i indo de 1 polinômio de 2.º grau que expressa o termo geral.
até n = 5.
b) S =​∑ 30
i =​ 1​ (1 + i)​
Resolução:

Resolução: Observe que:


a1 = 4
S = (1 + 1) + (1 + 2) + ... + (1 + 29)
+ (1 + 30)= = 2 + 3 + ... + 31 a2 = 7 = 4 + 3
a3 =12 = 4 + 3 + 5
Assim, tem-se uma PA em que a1 = 2 e a30 = 31.
a4 = 19 = 4 + 3 + 5 + 7
Aplicando a fórmula, tem-se:
soma dos 3
​ 30 ​ = 495
S = (2 + 31) ___ termos PA (3, 5 e 7)
2
8. Sabendo que em uma PA a12 vale 13 e a5 vale 7, obte- a8 = 4 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 +13 + 15
nha o valor de a8 + a9.
soma dos 7 termos PA (3, 5, 7, ...)
Resolução: an = 4 + 3 + 5 + 7 + 9 + 11 + 13 + 15 + ...
Deve-se escrever a PA: soma dos n termos PA (3, 5, 7, 9, ...)
(7, a6 , a7, a8 , a9, a10 , a11, 13)
Assim:
Observe que a8 e a9 são equidistantes dos termos a5 e a12,
bn-1 = 3 + (n – 1 – 1) . 2 = 3 + 2n – 4 =
portanto, pela propriedade vista na dedução da fórmula da
= 2n – 1, em que bn é a PA (3, 5, 7, ..., bn)
soma, segue que:
Então:
a8 + a9 = a5 + a12 = 20. (3 + 2n – 1)(n – 1)
3 + 5 + 7 + ... + bn – 1 = ______________
  
​   ​  
2
2. Progressões aritméticas
(2 + 2n)(n – 1)
____________
​ 
    ​  = (n + 1)(n – 1) = n2 – 1
2
Portanto:
de segunda ordem an = 4 + n2 – 1 ⇒ an = n2 + 3
Da sequência (an) = (0, 3, 8, 15, 24, 35, ...), pode-se formar

3. Fórmula da soma
uma progressão aritmética tomando as diferenças.
3, 5, 7, 9, 11, ...
dos n primeiros termos
2.1. Definição de uma PG finita
Uma progressão aritmética de segunda ordem é uma se-
quência (an) na qual, tomando-se as diferenças (an + 1 – an)
entre cada termo e o termo anterior, forma-se uma pro- A soma dos n primeiros termos de uma progressão
gressão aritmética não estacionária. 1 – qn
geométrica (an­) de razão q ≠ 1 é Sn = a1 · _____
​   ​. 

Assim, a sequência (an) = (0, 3, 8, 15, 24, 35,..., n2 – 1, ...). 1–q

2.2. Caracterização 3.1. Demonstração


É possível provar que toda sequência, na qual o termo Considere a PG finita (a1, a­2, a3, ..., an – 1, an­), sendo Sn a
de ordem n é um produto em n do segundo grau, é uma soma de seus termos:

30
Sn = a1 + a2 + a3 + ... + an – 1 + a­­n (I) Assim, no período de 2015 a 2019, a empresa produziu
74.416 unidades do produto.
Multiplique os dois membros dessa igualdade pela razão
q, obtendo: 2. Determine a soma:
a) dos dez primeiros termos da PG (3, 6, ...).
qSn =a1q + a2q + a3q +...+an–1 q +anq
   
a2 a3 a4 an Resolução:
Nessa PG, são conhecidos: a1 = 3, q = 2, e n = 10.
Ou
Aplicando a fórmula:
qSn = a2 + a3 + a4 + ... + an + anq (II) 1 – qn
​ 1 – 2  ​  
10
Sn = a1 · _____
​  ⇒ S10 = 3 · ______
 ​  
   
Fazendo (I) – (II), obtém-se: 1–q 1–2
Sn – qSn = a1 - anq ​ 1 – 1024
S10 = 3 · _______  ​  
= 3.069
–1
Como an = a1qn – 1, então anq = a1qn – 1 q = a1qn A soma pedida é 3.069.
b) dos termos da PG (2, 22, ..., 210):
1–qn
Portanto: Sn = a1 · ____
​   ​ para q ≠ 1.
1–q Resolução:
Nessa PG, tem-se a1 = 2, q = 2 e n = 10.
Aplicação do conteúdo
​ 1 – 2  ​  ​ 1 – 1024
10
S10 = 2 · ______ = 2 · _______
   ​  = 2.046
1. Uma empresa produziu 10.000 unidades de certo 1–2 –1
produto em 2015. A cada ano, ela produziu 20% a mais 3. A soma dos termos de uma PG finita é 728.
desse produto em relação ao ano anterior. Quantas uni- Sabendo que an­ = 486 e q = 3, calcule o primeiro termo
dades desse produto a empresa produziu no período de dessa sequência.
2015 a 2019?
Resolução:
Resolução: Nessa PG, são conhecidos: Sn = 728, an = 486, q = 3.
1.ª maneira: a q–a
Aplicando a fórmula Sn = _______
​  n  ​1 

para calcular a1:
q–1
Produção (em 486 · 3 – a1 1458 – a1
Ano
unidades) 728 = _________
​   ​    728 =________
⇒ ​   ​    ⇒
3–1 2
2015 10.000 ⇒ 1.458 – a1 = 1.456 ⇒ a1 = 1.458 – 1.456 ⇒
2016 12.000 120% de 10.000 = 12.000 ⇒ a1 = 2
2017 14.400 120% de 12.000 = 14.400, etc.. Portanto, o primeiro termo da PG dada é a1 = 2.
2018 17.280
4. Calcule o valor de x na igualdade
2019 20.736
10x + 20x + ... + 1.280x = 7.650, sabendo que os termos
No período de 2015 a 2019, a empresa produziu: do 1.º membro formam uma PG.

10.000 + 12.000 + 14.400 + 17.280 + 20.736 = Resolução:


= 74.416 unidades Nesse caso, a1 = 10x, q = 2, an­ = 1.280x e Sn = 7.650.
As parcelas formam uma PG finita de razão q = 1,20. Inicialmente, deve-se determinar n:
Assim, a soma dos cinco primeiros termos é 74.416. 1.280x = 10x · 2n – 1 ⇒ 27 = 2n – 1 ⇒ n = 8
a (qn – 1) 10x(28 – 1)
2.ª maneira: Sn =_______
​  1 ⇒ 7.650 =_________
 ​  
  ​  ⇒
 ​  

q–1 2–1
Usando a fórmula: ⇒ 7.650 = 10x · 255 ⇒ 7.650 = 2.550x ⇒
Como se trata uma PG na qual a1 = 10.000, q = 1,20 e ⇒x=3
n = 5, tem-se: Assim, x = 3.
1 – qn 1 – (1, 20)5
Sn = a1 · _____
​  ⇒ S5 = 10.000 ·_________
 ​  
  ​   ​  

1–q 1 – 1,20
–1,48832
4. Limite da soma dos
= 10.000 · ________
termos de uma PG infinita
​   ​ 

= 74.416
–0,20

31
Considere a sequência (an) = ​ __ (  ) 1
n​   ​  ​ com n [ N*, explicitada 2. Mostre que o limite da soma 0,6 + 0,06 + 0,006 + ...,
quando o número de parcelas tende a infinito, é igual
por:
a ​ 2
__  ​ .
​ 1 ​,  __
1, __ ​ 1 ​,  __
​ 1 ​,  __
​ 1 ​,  __
​ 1 ​,  __
​ 1 ​,  __
​ 1 ​,  __
​ 1 ​,  ___
​  1  ​,  ..., ____ ​  1   ​, ...​ ____
1   ​, ... __
​ 1 ​ , ... 3
2 3 4 5 6 7 8 9 10 1000 1000 n
Resolução:
Ou em representação decimal:
1.ª maneira:
1; 0,5; 0,333...; 0,25; 0,2; 0,16...; 0,142...;
Somando um número muito grande de termos dessa pro-
0,125; 0,11...; 0,1;...;0,001; ...
gressão geométrica, encontra-se, aproximadamente, a
Observe que, à medida que n cresce indefinidamente (ten-
1 ​ 6 ​ = __
dízima periódica 0,6666 ... = __ ​ 2 ​. 
dendo ao infinito), o termo an = __ n​   ​ tende a 0 (zero). Indica-
9 3
-se assim: 0,6
n → ` ⇒ __ 1 0,06
n​   ​ → 0
0,006 +
Ou: 0,0006
    ​ 1 ​ = 0
​ lim ​ __ 0,00006 
n→` n
0,6666...
( 
​ Lê-se: limite de __ 1
n​   ​ quando n tende a infinito é igual a 0.  ​ ) 2.ª maneira: Calculando o limite.
Nas progressões geométricas em que –1 < q < 1, somente
nessas condições uma PG infinita converge, ou seja, quando Nesse caso, a­1 = 0,6 e q = ___​ 1  ​. Assim:
10
n tende a infinito, qn tende a 0. Nesse caso, qn aproxima-se
a1 ______ 0,6 ___ ​  6  ​ 
___
de zero para n suficientemente grande, ou seja,     ​ lim ​ qn = 0.     ____
​ lim ​ S = ​    ​  = ​  10
= ​   ​  = __
  ​   ​ 6 ​ = __
​ 2 ​ 
n→`
1–q n n→` n 1 – q 1
___ ___ 9 9 3
Sabe-se que Sn = a1 · _____ ​   ​ 

, q ≠ 1. 1 – ​    ​  ​    ​ 
1 – q 10 10

​  lim ​ S = a1 · ____
Assim,     ​ 1 – 0 ​, isto é: Portanto,     ​ 2 ​. 
​ lim ​ S = __
n→` n 1–q n→` n 3
a
​ lim ​ Sn = ____
    ​  1  ​, – 1 < q < 1 3. Determine o limite da soma da PG infinita ​ 1
__  ​ + ​  2 4   ​
__  ​ + ​  ___
n→` 1–q 3 9 27
+ ...

Aplicação do conteúdo Resolução:


1. Calcule o limite da soma dos termos da progressão As parcelas formam uma PG infinita, na qual
geométrica ​ 1
__  ​ + ​  1
__  ​ + ​  1 1   ​+ ... + ​ __
__  ​ + ​  ___ 1   ​+ ..., n [ Z*.
​ 2 ​ 
__
2 4 8 16 2n 1 9
a1 = ​   ​ e q = ​   ​  = __
__ __ ​ 2 ​. 
Resolução: 3 __1
​   ​  3
3
​ 1 ​,  q = __
Nesse caso, a1 = __ ​ 1 ​,  sendo: a
2 2 ​ 2 ​ < 1, pode-se usar a fórmula    
Como __ ​ lim ​ Sn = ____
​  1  ​: 
3 1–q
a1 _____ ​ 1 ​  __
__ ​ 1 ​  n→`
____ 2 __2 __1 1
Sn = ​    ​  = ​     ​  
1 – q 1 – __
= ​   ​ = 1 ​   ​  __ ​   ​ 
​ 1 ​  __
​ 1 ​  ​  3   ​  
​ lim ​ Sn = _____
    = __ ​ 3 ​ = 1
2 2 n→`
1 – __ ​ 2 ​  __ ​ 1 ​ 
3 3
​lim  ​ Sn = 1. Isso significa que, quanto maior for n, a
Assim,    
x→` Assim, o valor procurado é 1.
soma __​ 1 ​ + __
​ 1 ​ + __
​ 1 ​ + ___
​  1  ​ + ... + __
​ 1  ​  + ... será mais próxima de 1.
2 4 8 16 2n 4. Calcule o limite da soma dos termos da

( 
Observe adiante uma interpretação geométrica consi-
derando a área da região quadrada a seguir igual a 1. ​ 1 ​,  – __
PG ​__
3 9 27
​ 1 ​,  ___ )
​  1  ​,  ...  .​
Inicialmente, deve-se colorir __ ​ 1 ​  dela, depois __
​ 1 , depois __
​ 1 ​,  e Resolução:
2 4 8 – __ ​ 1 ​ 
assim por diante; dessa forma, é possível se aproximar da 1 9
área total da região quadrada, que é 1. Nessa PG, tem-se a1 = ​   ​ e q = ​   ​  = – __
__ ___ ​ 1 ​. 
3 __1
​   ​  3
3
a1 _______ ​  1 ​ 
__ ​ 1 ​  __
__ ​ 1 ​ 
    ____
​ lim ​ S = ​    ​  = ​  3    ​   3
_____
= ​     ​   3 ​ 1 ​ 
= ​   ​  = __
__
n→` n 1 – q 1
__
( ) 1
__
1 – ​  – ​   ​  ​ 1 + ​   ​  ​   ​ 
3 3 3
4
__ 4

​ 1 ​. 
Assim, o limite da soma procurada é __
4

32
5. Resolva a equação 5x + ​ 10x
___ ​  + ​  20x
___ ​  + .... = 20, na qual 7. A medida do lado de um triângulo equilátero é 10.
3 9
o primeiro membro é o limite da soma de uma PG in- Unindo-se os pontos médios de seus lados, obtém-se
finita. um segundo triângulo equilátero. Unindo-se os pon-
tos médios dos lados desse novo triângulo equilátero,
Resolução: obtém-se um terceiro, e assim por diante, indefinida-
mente. Calcule a soma dos perímetros de todos esses
​ 10x
___  ​   triângulos.
a1 = 5x, q = ​  3  ​  = __
___ ​ 2 ​ e    
​ lim ​ S = 20
5x 3 n→` n
a
​ lim ​ Sn = ____
    ​  1  ​  ⇒ 20 = _____ ​  5x  ​   ​ 5x ​  
⇒ 20 = __
n→` 1–q 1 – ​   ​  2
__ ​ 1 ​ 
__
3 3
⇒ x = ___ ​ 20 ​ = __ ​ 4 ​ 
15 3
Assim, x = __ ​ 4 ​. 
3
6. Determine a fração geratriz:
a) da dízima periódica simples 0,333...
Resolução: Resolução:

0,333... = 0,3 + 0,03 + 0,003 + ... Perímetro do 1.º triângulo = 30

​  3  ​ + ___
= ___ ​  3   ​  + ____
​  3   ​ + ... Perímetro do 2.º triângulo = 15
10 100 1000
As parcelas formam a PG infinita: ​ 15 ​ 
Perímetro do 3.º triângulo = ___
2
(
3  ​,  ___
​ ​ ___ ​  3  ​, ___
10 102 103 )
​  3  ​, ...  ​, na qual a1 = ___ ​ 3  ​ e q = ___
10
​ 1  ​. 
10
A

A fração correspondente a 0,333... é o limite da soma des-


Deve-se calcular a soma dos termos da PG infinita ​ 30, (
sa PG infinita.
15, ___
2 )
​ 15 ​,  ...  ​, na qual a1 = 30 e q = __ ​ 1 ​. 
2
a
a1 ______ ​  3  ​  ___
___ ​  3  ​  ​ lim ​ Sn = ____
    ​  30  ​  = ___
​  1  ​  = ____ ​ 30 ​ = 60
____ 10 10
= ​   ​  = __
___ ​ 3 ​ = __
​ 1 ​  1 – q 1– __ 1
   
​ lim ​ S = ​    ​  = ​ 
n→` n 1 – q ___
  ​  
1 ___ 9 9 3
n→`
​   ​  __ ​ 1 ​ 
1 – ​    ​  ​    ​  2 2
10 10
Portanto, a soma dos perímetros é 60.
Assim, a fração procurada é __ ​ 1 ​. 
3
b) da dízima periódica composta 0,52121...
Resolução:
5. Produto dos termos da PG
Considere uma PG (a1, a2, a3, ..., an – 2, an – 1, an, ...).
0,52121... = 0,5 + 0,021 + 0,00021 + ...=
O produto Pn dos n primeiros termos dessa PG pode ser
​  5  ​ + ____
= ___ ​  21  ​  + _______
​  21   ​ 
+ .... obtido de duas maneiras.
10 1000 100 000

Observa-se que a sequência ​ ​ ___ ( 21  ​, ___


​  21  ​, ___
103 105 107 )
​  21  ​, ...  ​ é uma PG
1.ª maneira:
a1 = a1
infinita, na qual a1 = ___ ​  213  ​e q = ___ ​  1 2 ​.  a2 = a1q
10 10
a3 = a1q2
​  213  ​  
___ ​  21  ​  
____
    a
____
​ lim ​ S = ​    ​  = ​ 
1
______10   ​  = ​  1000
_______   ​ =
  A
n→` n 1 – q
1 – ___ ​  1 2 ​  1 – ___ ​  1   ​   an = a1 qn –1
10 100
____ 21
​      ​
= 1000
​ _____ ​   ​  21  ​  · ___
= ____
  ​ 100 ​  = ____ ​  21  ​  = ____ ​  7   ​   Multiplicando-se membro a membro, encontra-se:
99
___
​    ​  1000 99 990 330
100
Calculando:
0,52121... = ___ ​ 5  ​ + ___ ​ 165 + ​7 
​  7   ​  = _______  =
10 330 330
Então:
= ___ ​ 172 ​ = ___ ​  86  ​ 
330 165 soma de PA
 (1+n-1)(n-1) n(n-1)

​ 86  ​. 
Assim, a fração geratriz é ___ Pn = a1n .q1+2+3+...+n-1 Pn = a1n .q Pn =a1n . q
2 2

165

33
2.ª maneira: 1. São dados quatro números x, y, 6, 4, nessa ordem.
Sabendo que os três primeiros estão em PA e os três
Pn = a1 · a2 · a3 · ... · an – 2 · an – 1 · an últimos estão em PG, determine x e y.
Pn = an · an – 1 · an – 2 · ... · a3 · a2 · a1
Resolução:
Multiplicando-se membro a membro, encontra-se: ​ x + ​.
Se x, y, 6 estão em PA, tem-se y = _____ 6  
2
Pn2 = (a1 · an)(a2 · an –1)(a3 · an – 2) · ... · Se y, 6, 4 estão em PG, tem-se 62 = 4y.
(an – 2 · a3)( an – 1 · a2)(an · a1) Deve-se resolver o sistema formado por essas duas equa-
Como (a2 · an – 1) = (a3 · an–2) = ... = (a1 · an), então: ções:
Pn2 = (a1an)n ⇒ Pn = ± d​ (a
XXXXX
a )n ​ 
(o sinal correto depende das ​ x +6
y = __  ​ 

1 n 2
condições da PG dada)
4y = 36 ⇒ y = 9

Aplicação do conteúdo ​ x + ​6  ⇒ x + 6 = 18 ⇒ x = 12


9 = _____
2
1. Determine o produto dos vinte primeiros termos da
PG (3, 6, 12, ...).
Assim, x = 12 e y = 9.
2. A sequência (a, b, c) é uma PG crescente, e a sequên-
Resolução: cia (a – 1, b,c) é uma PA. Sabendo que a + b + c = 19,
1.ª maneira: determine os valores de a, b e c.
​ 20 ·19
______
 ​   Resolução:
P20 = 320 · 2 2 = 320 · 2190
2.ª maneira: Se (a, b, c) é uma PG, tem-se b2 = ac.

a20 = a1 · q19 ⇒ a20 = 3 · 219 Se (a – 1, b, c) é uma PA, tem-se:

P20 = ± d​ (3
XXXXXXXXXX
· 3 · 219)20 ​=
  ± (32 · 219)10 = ​ a – 1 ​
b =_______ + c 
⇒ 2b = a – 1 + c

2
= ±3 · 2
20 190
Deve-se, então, resolver o sistema:
Como a PG tem apenas termos positivos, então P20 é posi- b2 = ac (I)
tivo. Assim, P20 = 320 · 2190. 2b = a – 1 + c (II)
2. Determine o produto dos quinze primeiros termos da a + b + c =19 (III)
PG alternante (1, –2, 4, –8 ,...).
De (II), tem-se:
Resolução:
2b = a – 1 + c ⇒ a + c = 2b + 1 (IV)
1.ª maneira:
​  15 ·  ​
______ 14
   De (III), tem-se:
P15 = 115 · (–2) 2 = (–2)105 = – 2105
a + b + c =19 ⇒ a + c = 19 – b (V)
2.ª maneira:
Comparando (IV) e (V), tem-se:
a15 = 1 · (–2) = 2
14 14
2b + 1 = 19 – b ⇒ 2b + b = 19 – 1 ⇒ 3b
P15 = ± ​d(1
XXXXXXXX
· 214)15 ​ 
= ± 2105
= 18 ⇒ b = 6
Como, entre os quinze primeiros termos, 7 termos são ne-
Conhecido b = 6, tem-se um novo sistema:
gativos, o produto é negativo. Assim, P15 = –2105.
36 = ac
a + c = 13
6. Problemas a + c = 13 ⇒ a = 13 – c
envolvendo PA e PG 36 = (13 – c) c ⇒ 36 = 13c – c2 ⇒ c2 – 13c + 36 = 0
Para completar o capítulo sobre progressões, a seguir se- D = 25
rão analisados problemas que envolvem simultaneamen-
c’ = 9 e c” = 4
te PA e PG.
§ c = 9 ⇒ a = 13 – 9 = 4
Aplicação do conteúdo § c = 4 ⇒ a = 13 – 4 = 9

34
Como a PG (a, b, c) é crescente, tem-se a = 4, b = 6 e c = 9. fim dos períodos contratados, em que o capital empres-
tado terá se transformado no montante Mn.
3. Numa situação em que há empréstimo de dinheiro
Considere então um empréstimo de R$ 800,00 a ser
para devolução, depois de certo número de períodos,
pago em 6 meses, à taxa de juros compostos de 4%
e em que esse empréstimo é baseado no sistema de
a.m. No fim dos 6 meses, quanto deverá ser pago para
juros simples, os juros correspondentes a cada período
a quitação da dívida?
são constantes e iguais ao valor calculado no fim do 1.º
período. Dessa forma, no fim do 1.º período, os juros Resolução:
são acrescidos ao capital inicial, resultando no montan-
te M1. No fim do 2.º período, os juros são acrescidos ao Antes de iniciar a montagem da sequência de valores devi-
montante M1, resultando no montante M2, e assim por dos, observe que, quando é preciso aumentar um valor em
diante, até o fim dos períodos contratados, em que o 4%, o novo valor é imediatamente obtido ao se multiplicar
capital emprestado terá se transformado no montante
Mn. Considere então um empréstimo de R$ 800,00 a ser o valor antigo por 1,04, pois:
pago em 6 meses, à taxa de juros simples de 4% a.m. x1 = x + 0,04x = x (1 + 0,04) = 1,04x
No fim dos 6 meses, quanto deverá ser pago para a qui-
tação da dívida? Denomina-se 1,04 de fator de atualização.

Resolução: Essa é uma situação em que os valores devidos evoluem


da seguinte forma:
Os 4% de juros simples cobrados por mês significam 0,04
. 800,00 = R$ 32,00 de acréscimo mensal. Essa é uma Mês 0 : 800,00
situação em que os valores devidos evoluem da seguinte Mês 1: 800 . 1,04 = 832,00
forma:
Mês 2: 832 . 1,04 = 800 . (1,04)2 = 865,28
Mês 0: 800,00
Mês 3: 865,28 . 1,04 = 800 . (1,04)3 = ...
Mês 1: 800,00 + 32,00
Mês 4: ...
Mês 2: 832,00 + 32,00
É possível representar a sequência de valores devidos por
Mês 3: ... uma progressão geométrica usando, como 1.º termo, o va-
Mês 4: ... lor devido após o 1.º período e, como razão, o valor do
fator multiplicativo que permite a atualização do valor:
É possível representar a sequência de valores devidos por
uma progressão aritmética usando, como 1.º termo, o valor q = 1 + i = 1 + 0,04 = 1,04
devido após o 1.º período e, como razão, o valor constante
an = a1 · qn – 1 ⇒ Mn = 832 · (1,04)n – 1 ⇒
a ser pago a título de juros simples:
⇒ M6 = 832 · (1,04)6 – 1 = 1.012,25
r = juro do 1.º período = 0,04 . 800 = 32
Novamente, é importante salientar que essa progressão
an = a1 + (n – 1)r ⇒ Mn = 832 + (n – 1)32 ⇒ poderia ser melhor representada usando-se a0 em vez de
⇒ M6 = 832 + (6 – 1)32 = 992,00 a1 no termo geral. Assim, o capital inicial seria representa-
É importante destacar que essa progressão poderia ser me- do no termo geral:
lhor representada usando-se a0 em vez de a1 no termo geral: an = a0 · qn ⇒ Mn = 800 · (1,04)n ⇒
an = a0 + nr ⇒ Mn = 800 + 32n ⇒ ⇒ M6 = 800 · (1,04)6 = 1.012,25

⇒ M6 = 800 + 32 · 6 = 992,00. No fim do 6.º mês, deverão ser pagos R$ 1.012,25.

No fim do 6.° mês, o valor a ser pago será R$ 992,00. 5. Na matemática financeira, o valor presente (VP) é o
valor de um bem na data zero, ou seja, no valor de hoje,
4. Numa outra situação, semelhante à anterior, em que e o valor futuro (VF) é o valor do mesmo bem daqui a n
há empréstimo de dinheiro para devolução depois de VF   
períodos. Assim, VP = ​ ______  ​, em que i é a taxa de juros
certo número de períodos, mas em que o empréstimo (1 + i)n
é baseado no sistema de juros compostos, os juros cor- por período (sistema de juros compostos). No cálculo
respondentes a cada período não são constantes e, por do valor à vista de um bem, conhecidos o valor pago de
isso, precisam ser calculados no fim de cada período re- entrada, o valor das parcelas e a taxa de juros cobrada
lativo ao montante atual da dívida. Dessa forma, no fim no parcelamento, é preciso somar o valor presente da
do 1.º período, os juros são acrescidos ao capital inicial, entrada E e de todas as n parcelas P. Note que a en-
resultando no montante M1. No fim do 2.º período, os trada já está no presente; portanto, o VP da entrada já
juros são recalculados sobre o montante M1 e somados, está no presente; ou seja, o VP da entrada é o próprio
resultando no montante M2­, e assim por diante, até o valor. Então:

35
Valor à vista = ​ 72 ​ = 36 semanas, ou seja,
por semana, serão necessárias ___
2
aproximadamente 8 meses.
​  P   ​  
E + ______ ​  P   ​  
+ ______ ​  P   ​ 
+ ______ ​  P   ​  
+ .... + ______
(1 + i)1 (1 + i)2 (1 + i)3 (1 + i)n
Tambem é possível resolver esse problema utilizando o
= E + P ​ ​ _____
(
1   ​   ​  1   ​ 
+ ______
(1 +1)i (1 + 1)2
​  1   ​   
+ .... + ______
(1 +1)n

) conceito de progressão aritmética. Assim, a1 = 17 (lembre-
-se de que, no fim da primeira semana, ele terá as 15 car-
Calcule o valor à vista de uma calça que é vendida em rancas de estoque mais as duas produzidas nessa semana),
cinco vezes sem entrada, em parcelas iguais de R$ 30,00 (a r = 2 (número de carrancas produzidas por semana) e an =
1.ª parcela vence depois de um mês e as parcelas restantes 87, para que seja possível determinar o valor de n. Assim:
nos meses subsequentes), com juros de 6% a.m. Use sua an = a1 + (n – 1)r ⇒ 87 = 17 +
calculadora para fazer as contas. (n – 1)2 ⇒ 70 = (n – 1)2 ⇒
Resolução: ⇒ 35 = n – 1 ⇒ n = 36 semanas > 8 meses.
1 + i = 1 + 0,06 = 1,06
Valor à vista =

( 1   ​  
0 + 30 ​ ​ ______ ​  1   ​ 
+ ______
(1, 06)1 (1, 06)2
​  1   ​   
+ ... + ______
(1,06)5

)
Pode-se notar que
​  1   ​  
______ ​  1   ​ 
+ ______ ​  1   ​ 
+ ... + _____ é uma PG de
(1,06)1 (1,06)2 1,06)5
​  1   ​, então
razão ____
1,06
( 1   ​  
​ ​ ______ ​  1   ​ 
+ ______
(1,06)1 (1,06)2
​  1   ​   
+ ... + ______
(1,06)5
​é a soma
)
dos cinco primeiros termos dessa PG, ou seja:

( 1   ​  
​ ​ ______ ​  1   ​ 
+ ______
(1,06)1 (1,06)2
​  1   ​  
+ ... + ______
(1, 06)5
 ​
)
1,06 [( ) ]
​  1   ​  ​  ​  ​ ____
____
= ______________
  
​ 
1,06
1   ​   5​ – 1  ​
 ​=
[
1,06 (1,06)5
 ​ 
 ______________
  
​ 
1 – (1,06)5
​  1   ​  ​ ________
____
 ​  
]
 ​   


=
____ 1
​     ​ – 1 1 – 1,06
_______
1,06 ​   ​  

1,06

[
0,06 (1,06)5
 ​ 
1 – (1,06)5
​  1   ​  ​ ________
= – ____ ]
 ​   

;​

[
0,06 1, 3382
 ​ 
1 – 1,33382
​  1   ​  ​ __________
– ____  ​   
 ]
;​

​ 0.3382 ​ 
______ ; 4,2117
0.0803
Portanto, o valor à vista é:

(
1   ​  
V = 30 ​ ​ ______ ​  1   ​ 
+ ______
(1,06)1 (1,06)2
​  1   ​   
+ ... + ______
(1,06)5
​=
)
= 30 · 4,2117 = R$ 126,35
6. Um artesão esculpe carrancas utilizadas em embar-
cações que navegam no rio São Francisco. Ele tem em
estoque 15 carrancas e recebe uma encomenda de 87
carrancas. Sabendo que ele produz 2 carrancas por se-
mana, quantos meses serão necessários para o artesão
atender à encomenda?

Resolução:
Como o artesão já tem em estoque 15 carrancas, ele deve
produzir 87 – 15 = 72 carrancas e, como produz 2 carrancas

36
DIAGRAMA DE IDEIAS

PROGRESSÃO ARITMÉTICA PROGRESSÃO GEOMÉTRICA

SOMA DOS TERMOS


Soma dos termos
(a + a )n
Sn = 1 n
2 PG FINITA
Sn = a1 . 1 – qn
1–q
PA Segunda ordem
Sequência na qual as
diferenças (an + 1 − an) entre o PG INFINITA
termo e seu termo anterior S = a1
formam uma PA 1–q

Produto dos Termos


xxxxxxxx
Pn = +x d (a1 . an)n

37
AULAS Introdução aos números complexos
43 e 44
Competência: 5 Habilidades: 19, 20, 21, 22 e 23

1. Introdução O conjunto C é um conjunto cujos elementos – os núme-


ros complexos – devem ser tais que possam ser somados
Entre os conjuntos numéricos já conhecidos, o primeiro de- e multiplicados. Os elementos também devem possibilitar
les é o conjunto dos números naturais: a extração da raiz quadrada de um número negativo. Lo-
gicamente, os números reais precisam ser elementos des-
N = {0, 1, 2, 3, ..., n, ...}
se conjunto C, e as operações de adição e multiplicação
Para que a subtração fosse sempre possível, ele foi estendi- feitas sobre os números reais no conjunto C devem ser
do e obteve-se o conjunto dos números inteiros: as mesmas já conhecidas. Observe que, se isso não fosse
observado, o conjunto R não seria um subconjunto de C.
Z = {..., –n, ..., –2, –1, 0, 1, 2, ..., n, ...}
Ao longo do tempo, os elementos do conjunto C, os nú-
Para que também a divisão fosse possível, o conjunto foi
meros complexos, foram definidos de diversas maneiras.
estendido e obteve-se o conjunto dos números racionais,
Gauss, por exemplo, definiu os números complexos como
escritos na forma de fração, com numerador e denomina-
pares ordenados de números reais. Atualmente, a notação
dor inteiros:
preferida para definir os elementos do conjunto complexo
{ 
Q = ​ x = __​ a ​,  com a [ Z, b [ Z e b ≠ 0  ​
b } é a forma algébrica.
Em Q, a única divisão impossível é a divisão por 0.
Em Q, a equação x2 = 2 não pode ser resolvida, isto é, 3. Forma algébrica
as soluções x = d​ XX 2 ​ e x = – d​ XX
2 ​ não podem ser represen-
a
__ Todo número complexo z pode ser escrito de maneira única
tadas por uma fração ​   ​,  com b ≠ 0 e a e b pertencentes
b na forma:
a Z· ​dXX
2 ​ e – ​dXX
2 ​ são exemplos dos números denominados
irracionais (I). z = a + bi (a [ R, b [ R e i2 = –1)

A união dos números racionais com os irracionais dá ori- Essa é a forma algébrica ou forma binomial de escrever
gem aos números reais (R): um número complexo. Observe que um número complexo
escrito nessa forma possui duas partes:
R=QøI
z =   a   +   b  i
Assim, pode-se identificar N como uma parte de Z, Z
como uma parte de Q e Q como uma parte de R. É pos- parte real parte imaginária
de z de z
sível escrever:
N,Z,Q,R
Sabe-se que, se x [ R, x 2 ≥ 0. Portanto, a equação Re(z) = a Im(z) = b
x2 + 1 = 0 não tem solução em R, uma vez que:
x2 + 1 = 0 ä x = ± d​ –1 ​
XXX  i é a unidade imaginária, tal que i2 = –1.

Não existe também um número real X que, elevado ao Como i2 = – 1, é comum encontrar quem defina i = d​ –1 ​
XXX. 

quadrado, resulte –1. Por isso, o conjunto dos números Neste livro continuará o uso de i2 = –1.
reais tem de ser estendido para que se obtenha um novo
A existência do i permite que, no conjunto C, exista raiz de
conjunto denominado conjunto dos números complexos.
índice par de números negativos, se não bem definida no
conjunto R.
2. Conjunto dos Por exemplo, se x [ C e x2 = –25, x = ±5i, porque
números complexos –25 = (i2) · 25 = i2 52 = (5i)2.

38
Quando a unidade b do número complexo é imaginária z1 + z​2 2  = (1 + 3i) + [4 – 4i + i2] =
(ou seja, se b ≠ 0), ele é denominado número imaginário.
z1 + z​2 2  = (1 + 3i) + [4 – 4i + (–1)] ä
Observe também que, se b = 0, z = a (número real); se
ä z1 + z​2 2  = (1 + 3i) + (3 – 4i) =
a = 0 e b ≠ 0, z = bi, que é um número imaginário puro.
z1 + z​2 2  = 1 + 3i + 3 – 4i =
Exemplos: z1 + z​2 2  = 4 – i
§ Em z = 2 + 3i, Re(z) = 2 e Im(z) = 3. 2. Determine o valor real de x para que o número com-
§ Em z = 3, Re(z) = 3 e Im(z) = 0; portanto, z é um nú- plexo:
mero real. z = (1 – 2x) + 3i seja um número imaginário puro.
§ Em z = –2i, Re(z) = 0 e Im(z) = –2; portanto, z é um Resolução:
número imaginário puro.
Para que z seja um número imaginário puro, é necessário
De acordo com a forma algébrica, as operações de adição, que Re(z) = 1 – 2x = 0 ä x = __ ​ 1 ​. 
subtração e multiplicação são intuitivas. Na multiplicação, 2
por exemplo, basta aplicar a mesma propriedade distribu- Ao verificar, obtém-se:
tiva usada na multiplicação de binômios, desde que se ob-
serve que i2 é um número e vale –1. Não há necessidade
( 
z = (1 – 2x) + 3i = ​ 1 – 2 · __
2 )
​ 1 ​  ​+ 3i =
z = (1 – 1) + 3i =
alguma de decorar fórmulas.
z = 0 + 3i = 3i (número imaginário puro)
Exemplos: ​ 1 ​. 
Assim, x = __
2
§ (2 + 3i) + (–3 + 4i) = (2 – 3) + (3 + 4)i = –1 + 7i z = 6 – (3x – 5)i seja um número real.
§ (1 + 2i)(2 – 3i) = 2 – 3i + 4i – 6i2 = 2 + i – 6(–1) = Resolução:
2+i+6=8+i
Para que z seja real, é necessário que Im(z) = 0:
§ (1 + i) – (3 + 2i) = (1 – 3) + (1 – 2)i = –2 – 1i = –2 – i
Im(z) = –(3x – 5) = 0 ä – 3x + 5 = 0 ä x = __ ​ 5 ​ 
3
Aplicação do conteúdo Ao verificar, para x = __ ​ 5 ​: 
3
1. Dados os números complexos z1 = 1 + 3i e z2 = – 2 + i,
calcule as operações indicadas nos itens abaixo: ( 
z = 6 – ​ 3 · __
3 )
​ 5 ​ – 5  ​i = 6 – (5 – 5)i =
z = 6 – 0i = 6 (número real)
z1 + z2
Resolução: Assim, x = __​ 5 ​. 
3
z1 + z2 = (1 + 3i) + (–2 + i) = 3. Efetue as operações indicadas nos itens a seguir.
z1 + z2 = (1 – 2) + (3 + 1)i = –1 + 4i
(1 + i)(1 – i)
z1 z2 Resolução:
Resolução: (1 + i)(1 – i) = 1 · 1 – 1i + 1i – i2 =
z1z2 = (1 + 3i) (–2 + i) = –2 + i – 6i + 3i2 = = 1 – i2 = 1 – (– 1) = 1 + 1 = 2
z1 + z2 = –2 – 5i + 3(–1) = –5 – 5i
i1, i2, i3, i4, i5, i6, i7, i8
z​12 ​   Resolução:
Resolução: i1 = i
z​ ​=
2
1    (1 + 3i) = 1 + 6i + 9i =
2 2
i2 = – 1
z​1 2​  = 1 + 6i + 9 (–1) = –8 + 6i i3 = i2i = (–1)i = –i
z1 + z​2 2  ​ i4 = (i2)2 = (–1)2 = 1
Resolução: i5 = i4i = 1i = i
z1 + z​ 22​  = (1 + 3i) + (–2 + i)2 = i6 = i4 i2 = 1(–1) = –1

39
i7 = i4 i3 = 1(–i) = –i 5. Resolva a equação x2 + 4x + 5 = 0.

i8 = i4 i4 = 1 . 1 = 1 Resolução:
dXXXXXXX ​d–4 ​
​ –4 ± ​ 16 – 20 ​  ​ –4 ± ​
XXX 
Observe que as potências de i repetem-se depois de i4. De x = ____________
    ​ =  ________  

modo geral: 2 2
(Impossível em R)
i4n = (i4)n = 1
É possível resolvê-la em .
i4n + 1 = (i4)ni = 1 · i = i dXXXXXXX
​ –4 ± ​ 16
x = ____________
    ​ – 20 ​ 
= ________​d–4 ​
​ –4 ± ​
XXX  ______

 = ​ –4 ± ​2i  
ä
i
4n + 2
= (i ) i = 1 · (–1) = –1
4 n2 2 2 2
–4 +
______
ä x’ = ​   ​   2i –4
______
= –2 + i e x’’ = ​   ​  – 2i = –2 – i
i
4n + 3
= (i4)ni3 = 1 · i2 i = 1 · (–1) · i = – i 2 2
Ao verificar:
Ou seja:
S = x’ + x” = (– 2 + i) + (– 2 – i) = – 4
i4n + p = ip
P = x’x” = (–2 + i)(–2 – i) = 4 + 2i – 2i – i2
(2 – 3i) – (3 – i)2i
2
= 4 – (–1) = 5
Resolução:
O que satisfaz x2 – Sx + P = 0, ou seja, x2 + 4x + 5 = 0.
(2 – 3i) – (3 – i)2i =
2
6. Encontre em cada item o número complexo z indicado.
= 22 – 2 · 2 · 3i + (3i)2 – (6i – 2i2) ä
4z = z – (–9 + 6i)
ä (2 – 3i)2 – (3 – i)2i =
Resolução:
= 4 – 12i + 9i2 – 6i + 2i2 = 4 – 18i – 11 =
4z = z – (–9 + 6i) ä 4z – z = – (–9 + 6i) ä ä 3z = 9 – 6i
= –7 – 18i ä z = 3 – 2i
4. Calcule o valor de: Assim, z = 3 – 2i.

i49 z – i36 = i43 – z


Resolução: Resolução:
i49 = i48 · i = (i4)12 · i = i z – i36 = i43 – z ä z + z = i43 + i36 ä
Ou: ä 2z = –i + 1 ä z = __ ​ 1 ​ – __
​  i  ​ 
2 2
i49 = i48 · i = (i2)24i = (–1)24i = 1i = i Assim, z = __​ 1 ​ – __
​  i  ​. 
2 2
Assim, i49 = i.
iz = z – 1 + 5i
i100 Resolução:
Resolução:
Se z = a + bi:
i100 = (12)50 = (–1)50 = 1
i(a + bi) = a + bi – 1 + 5i ä – b + ai =
Ou:
i100 = (i4)25 · i0 = i0 = 1
= (a – 1) + (b + 5)i ä –b
{
​ = a –  ​
a=b+5
1 

Portanto:
Portanto, i100 = 1.
– b = b + 5 – 1 ä –2b = 4 ä b = –2
3i15 – i16
a = –2 + 5 = 3
Resolução:
Assim, z = 3 – 2i.
i15 = i14 · i = (i2)7 i = (–1)7 i = –1i = –i
7. Calcule o valor de:
i16 = (i2)8 = (–1)8 = 1
Assim: (1 + i)2

3i15 – i16 = 3(–i) – 1 = –3i –1 Resolução:

Portanto: (1 + i)2 = 12 + 2i + i2 = 1 + 2i + (–1) = 2i

3i15 – i16 = –1 – 3i (1 + i)20

40
Resolução:
4.1. Propriedades do conjugado
(1 + i) = [(1 + i) ] = [2i] = 2 · i =
20 2 10 10 10 10
1. Se z = a + bi:
= 1.024 · i = –1.024
2
​ = a2 + b2 (que é real, positivo ou nulo)
z · z​

Resolução:
(1 + i)21 Dados ou hipóteses z​    
 = a2 + b2
z​ {
= a + bi  ​  
​  = a – bi

Tese z​z​
(1 + i)21 = (1 + i)20 · (1 + i) =
Demonstração:
= –1.024 · (1 + i) = –1.024 – 1.024i
Efetuado o produto z​​ ,  obtém-se:
 = (a + bi)(a – bi) = a2 – (bi)2 = a2 – (–b2) = a2 + b2
4. Conjugado de um z​z​
2. Para o número complexo z, obtém-se:
número complexo z = z​​ à z é número real
A propriedade do inverso multiplicado pode ser escrita
Demonstração:
​ 1z ​,  tal que
assim: se z ≠ 0, há um único número complexo __
​ 1z ​ = 1.
z · __ Se z = a + bi:

​ 1z ​ na forma algébrica?


Como é possível determinar o número __ z = z​​ à a + bi = a – bi à bi = –bi à b = 0 à z é real

Primeiro, é necessário definir o que vem a ser o conjugado 3. Se z1 e z2 são números complexos:
de um número complexo.
z = z
​ 1 + z2​  ​ 1​ + z
​ 2​ (o conjugado da soma é igual à soma dos
O conjugado de um número complexo z = a + bi é o nú- conjugados)
​  = a – bi.
mero complexo z​
Demonstração:
Exemplos Se z1 = a + bi e z2 = c + di:
​  = 2 – 3i.  
§ Se z = 2 + 3i, z​ z
​ 1 + z2​ 
= (a
​ + bi) + 
(c + di)​= 
(a
​ + c) + 
(b + d)i​ 
​  = –3 + 4i.
§ Se z = – 3 – 4i, z​ = (a + c) – (b + d)i = a + c – bi – di =
​  = 2.
§ Se z = 2, z​ = (a – bi) + (c – di) = z
​ 1​ + z​2​ 
​  = –5i.
§ Se z = 5i, z​ 4. Se z1 e z2 são números complexos:
​  = –i.
§ Se z = i, z​ z
​ 1z2​ = z​1​ · z​2​ (o conjugado de um produto indicado é igual
​  = 0.
§ Se z = 0, então z​ ao produto dos conjugados)
Demonstração:
Aplicação do conteúdo Se z1= a + bi e z2 = c + di:
1. Determine o número complexo z, tal que z1z2 = (ac – bd) + (bc + ad)i ä z
​ 1z2​  =
2z – 1 = z​​  + i.
= (ac – bd) – (bc + ad)i (I)
Resolução:
Sabe-se que:
Considere z = a + bi. z
​ 1​ = a – bi e ​
​  + i à 2(a + bi) – 1 = (a – bi) + i à
2z – 1 = z​ z2​= c – di
à 2a + 2 bi – 1 = a – bi + i à (2a – 1) + 2bi = Portanto:
= a + (–b + 1)i
z
​ 1​  z
​ 2​ = (a – bi)(c – di) = (ac – bd) – (bc + ad)i (II)
Igualadas as partes reais e imaginárias, obtém-se:
Comparados (I) e (II), conclui-se que:
2a – 1 = a ä a = 1
z
​ 1z2​ = z​1​ ∙ z​2​ 
2b = – b + 1 ä b = __ ​ 1 ​ 
3
​ 1 ​i .
Assim, z = 1 + __
3

41
2. Dados z = 1 + 2i, encontre o inverso multiplicativo de
Aplicação do conteúdo (
z ​ ​  1 )
__ ​  ou z –1  ​.
z
1. Dados z ≠ 0, determine ​ 1
__ ​ na forma a + bi, de tal modo
z
1
__ Resolução:
que z · ​   ​ = 1.
z Primeira maneira:
Resolução:
​ 1z ​ = _____
__ ​  1   ​  
=   1 – 2i  ​
____________
​ 
Basta multiplicar o numerador e o denominador por z​​,  pelo 1 + 2i (1 + 2i)( 1 – 2i)
conjunto de z, que é diferente de 0, uma vez que z ≠ 0.  1z ​ = _______
__ ​  1 – 2i  ​ 1 – 2i ​  
= _____
 ​   ​ 1 – ​
= _____ 2i   ​ 1 ​ – __
= __ ​ 2 ​ i
12 – (2i)2 1 + 4 5 5 5
Portanto:
​   a – bi  ​ = ______ ​ 1z ​ = __
Assim: __ ​ 1 ​ – __
​ 2 ​ i
​ 1z ​ = __
__ ​  z​ _____
  ​  ä ​ 
1   ​   ___________
=  
​  ​  a – bi 
 ​   5 5
z​z​ a + bi (a + bi)(a – bi) a2 + b2
Segunda maneira:
​  a   ​  
= ______ ​  b   ​ 
– ______ ·i ​    ​  
a2 + b2 a2 + b2 ​ 1z ​ = ______
__ ​  2 z​ ​ 1 – 2i ​  
= _____ ​ 1 ​ – __
= __ ​ 2 ​ i
a + b2 1 + 4 5 5
Assim:
__ ​  2 a  2 ​  
​ 1z ​ = ______ ​  2 b  2 ​ 
– ______ ​    ​  
​  2 z​
i = ______
a +b a +b a + b2

DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMEROS COMPLEXOS C

Forma Álgebra Potências de i

}
i =1
0
Quando o expo-
Z = a + bi Conjugado
i1 = 1 ente for maior que
Onde ä a: parte real z​
​  = a – bi
i2 = –1 3, dividimos 4 e
b: parte imaginária
i3 = – i elevamos o resto
i4 = 1

Unidade imaginária Propriedades


i2 = –1
1) z​z​ = a2 + b2
2) z = z,
​   se Z é um número real
3) 
z1 + z2  ​= z​  1 + z 2
Número real: b = 0
4) 
z1 . z2​= z​  1 . z 2
Número imaginário puro: a = 0 e b ≠ 0

42
ANÁLISE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE:
Incidência do tema nas principais provas

Para o Enem, probabilidades e combinação Combinação aliada a questões de probabilidade


são temas essenciais em diversas questões. Os são os temas mais abordados para a prova.
conceitos apresentados em números binomiais
devem ser analisados para facilitar nas questões
de probabilidade e estatística.

A prova trará questões sobre combinação Questões de estatística e probabilidade apa- A banca da Vunesp costuma trazer uma
e probabilidades em suas duas fases. recerão na prova, de forma contextualizada e questão de estatística para a primeira fase.
Probabilidade condicional aliada ao método com elevado grau de dificuldade. Não somente isso, questões de probabilidade
do binômio pode ser um grande artifício para podem ser abordadas em ambas as provas.
o candidato.

A prova mostra a contagem associada a Apresentando questões do cotidiano científico, A prova não deixará de lado os temas deste O candidato deve atentar-se aos conceitos de
problemas do dia a dia. Os conceitos de a prova exigirá do seu candidato todos os livro. Questões um pouco mais diretas e probabilidade, para fazer a prova com mais
estatística podem ser os menos abordados temas deste livro. muito bem elaboradas aparecerão para o clareza.
neste vestibular. candidato.

UFMG

A prova trará junto a uma análise de texto os Para a prova, o candidato deve estar munido Questões medianas e difíceis apareceram
conceitos de probabilidade e estatística. de todos os temas deste livro e com clareza na nesta prova. O candidato deve estar atento
parte de probabilidade e estatística. a todos os processos de resolução para uma
questão de combinação e probabilidade.

A prova não deixará de lado questões sobre A prova é bem direta abordando todos os Por meio de uma prova muito bem elaborada
estatística e sempre abordará questões conceitos deste livro. e contextualizada, o candidato deve estar
contextualizadas para o seu candidato. atento aos diversos problemas de probabili-
dade. Combinação simples também deverá
aparecer em sua prova.

43
AULAS Combinação simples
35 e 36
Competência: 1 Habilidades: 2e3

1. Introdução Conjunto com 5 elementos: {a, b, c, d, e}.


Combinações simples de 3 elementos: {a, b, c}, {a, b, d}, {a,
O conceito de combinação está intuitivamente associado à b, e}, {a, c, d}, {a, c, e}, {a, d, e}, {b, c, d}, {b, c, e}, {b, d, e},
noção de escolha de subconjuntos. {c, d, e}.
Por exemplo, para o seguinte conjunto A: Cada combinação dessas dá origem a 6 arranjos, permu-
A = {1, 2, 3, 4, 5} tando de todos os modos possíveis seus 3 elementos.

Caso o objetivo seja obter todos os subconjuntos de A que Por exemplo: ao permutar todos os elementos da com-
possuem 3 elementos, o resultado será: binação {a, b, c}, são encontrados os arranjos: (a, b, c),
(a, c, b), (b, a, c), (b, c, a), (c, a, b), (c, b, a). Isso significa que
{1,2,3} , {1,2,4} , {1,2,5} , {1,3,4} , {1,3,5} , o número de arranjos de 5 elementos tomados 3 a 3 é seis
{1,4,5} , {2,3,4} , {2,3,5} , {2,4,5}, {3,4,5} vezes o número de combinações de 5 elementos tomados
Assim, se forem escolhidos elementos de 3 em 3 entre 5, 3 a 3, ou seja:
será obtido um total de 10 subconjuntos. Observe que o A5, 3 = 6C5,3
subconjunto {3,2,1} não aparece na lista, pois é o mesmo
subconjunto que {1,2,3}, isto é, quando são tomados Como o 6 foi obtido a partir de permutações dos 3 elemen-
os subconjuntos, a ordem dos elementos não importa. A tos de, por exemplo, {a, b, c}, tem-se P3 = 6. Assim:
quantidade de subconjuntos de p elementos de um con- A5, 3 = P3 · C5,3
junto de n elementos é denominada combinação de n
ou
elementos escolhidos de p em p.
​  5!   ​  
______
A5, 3 ______
(5 –3)! _______
Observe com atenção os dois exemplos a seguir: ___
C5, 3 = ​   ​  = ​   ​   = ​  5!   ​  ​ 5 · 4 · ​
=_______ 3!  ​ 20 ​ = 10
= ___

P3 3! 3!(5 –3)! 3!2! 2
1. Ane, Elisa, Rosana, Felipe e Gustavo formam uma equi-
pe. Dois deles precisam representar a equipe em uma apre- A cada combinação de n elementos tomados p a p cor-
sentação. Quais e quantas são as possibilidades? respondem p! arranjos, que são obtidos permutando-se os
elementos da combinação, ou seja:
Ane será representada por A; Elisa, por E; Rosana, por R;
Felipe, por F; e Gustavo, por G. É preciso determinar todos An, p (n ​  n!   ​  
______
– p)! ________
os subconjuntos de 2 elementos do conjunto de 5 elemen- Cn, p = ___
​   ​  =______
​   ​   = ​  n!   ​  
p! p! p!(n – p)!
tos {A, E, R, F, G}. A ordem em que os elementos apare-
cem nesses subconjuntos não importa, pois Ane-Elisa, por Assim:
exemplo, é a mesma dupla que Elisa-Ane. An, p
Cn, p = ___ ​  n!   ​  
​   ​  ou Cn, p = ________
p! p!(n – p)!
Assim, os subconjuntos de 2 elementos são: {A,E}, {A,R},
{A,F}, {A,G}, {E,R}, {E,F}, {E,G}, {R,F}, {R,G}, {F,G}. Esses sub-
conjuntos são denominados combinações simples de 5 Combinações simples de n elementos tomados p a
elementos tomados com 2 elementos ou tomados 2 a 2. p (p < n) são os subconjuntos com exatamente p
Deve ser escrito: C5,2. elementos que se podem formar com os n elementos
Como o número total dessas combinações é 10, escreve-se dados.
C5,2 = 10.
(  )
Indica-se por Cn , p, Cpn ou ​p n​ ​   ​o número total de combi-
nações de n elementos tomados p a p e calcula-se por
2. Considere um conjunto com 5 elementos e calcule o nú-
An , p
mero de combinações simples de 3 elementos, ou seja, o ​  n!   ​ 
Cn,p = ________ ou Cn,p = ____
​   ​  
p!(n – p)! p!
número de subconjuntos com 3 elementos.

44
​ 6 · 5 · 4 ​ 
=______ = 20 ou
3·2·1
Notas A6, 3 6 · 5 · 4
C6, 3 = ___
​   ​  =______
​   ​ 
= 20
1. A ordem dos elementos não importa, uma vez que
3! 3 · 2 · 1
são subconjuntos de um conjunto. Apenas os subcon- b) C5, 2
juntos que diferem pela natureza dos seus elementos Resolução:
são considerados distintos.
​  5!   ​ =
C5, 2 = ________   ​  5!  ​  =_______
____ ​ 5 · 4 ·  ​
3! 

= 10
2. Como foi observado, do mesmo modo que se ob-
2!(5 – 2)! 2!3! 2! 3!
tém a fórmula da combinação por meio da divisão de ​ 5 · 4 ​  =10
ou C5, 2 = ____
2·1
um arranjo pela permutação, pode-se obter a combi-
c) C​3 4​  
nação sem o uso da fórmula, calculando o arranjo e
dividindo o resultado pela permutação dos elementos Resolução:
escolhidos. ​  4!   ​  
C43 = ________ = ____ ​ 4 · 3! ​ 
​  4!  ​  = _____  
= 4 ou
3!(4 – 3)! 3!1! 3!1!
​ 4 · 3 · 2 ​ 
C43 =______ =4
3·2·1
1.1. Uma propriedade
importante das combinações (  )
d) ​ 4 ​ ​   ​
2
Resolução:
Observe que:
C3, 2 = C3, 1 , pois C3, 2 = 3 e C3, 1 = 3 ()
​  4!   ​  
​ ​ 4​  ​ = ________
2 2!(4 – 2)! 2!2! 2
​ 4 · ​
​  4!  ​  = ____
= ____ 3  = 6 ou

2 +1 = 3
A5, 3 5 · 4 · 3 2 2·1 ()
​ 4 · 2 ​ = 6
​ ​ 4​  ​ = ____
C5, 3 = C5, 2 , pois C5, 3 = ___
​   ​  =_______
​   ​ 
= 10
3! 3 · 2 · 1 e) C21, 19
3 +2 = 5
Resolução:
e3+2=5 ​ 21 · 20
C21, 19 = C21, 2 = ______  ​ 

= 210
2·1
A5, 2 5 · 4
C5, 2 = ___
​   ​  = ____
​   ​ = 10 2. De quantas maneiras diferentes um técnico pode es-
2! 2 · 1 calar seu time de basquete tendo 12 atletas à sua dis-
De modo geral, vale a propriedade: posição?
Cn, p = Cn, n – p
Resolução:
Assim:
1.ª maneira:
​  n!   ​  
Cn, p = ______ ​  n!   ​  
= _______ n!   ​ = C
_______________
=  
​ 
(n – p)! (n –p)!p! (n – p)!(n –(n – p)! n, n – p Usando a fórmula:

Essa propriedade é muito útil para simplificar os cálcu- Deve-se encontrar o número total de subconjuntos (ou
los e é denominada igualdade de combinações comple- combinações de um conjunto de 12 elementos). A ordem
mentares. não importa; cada subconjunto difere um do outro apenas
pela natureza dos seus elementos.
Exemplos Assim:
​ 100 ·  ​
§ C100, 98 = C100, 2 = _______ 99 

= 4950 A12, 5 ______________
2·1 ​   ​  = ​ 12
C12, 5 = ____   
  · 11 · 10 · 9 · ​
8 = 11 · 9 · 8
§ C43, 42 = C43, 1 = 43 5! 5·4·3·2·1
= 792

Aplicação do conteúdo Portanto, é possível formar 792 times de basquete diferen-


tes com 12 atletas.
1. Calcule o valor da combinação simples em cada
item: 2.ª maneira:
a) C6, 3 Sem usar a fórmula:
Resolução: São 5 jogadores a serem escolhidos entre 12. Então, seriam
​  6!   ​  
C6, 3 = ________ ​  6!  ​  = _________
= ____ ​ 6 · 5 · 4 ​
· 3!  

= 12 · 11 · 10 · 9 · 8 = 95.040 possibilidades caso se tratasse
3!(6 – 3)! 3!3! 3!3! de um cálculo de arranjo. Como é uma combinação, deve-se

45
dividir o resultado pelo fatorial dos elementos escolhidos (5 Então:
elementos):
C6, 2 – 6 = 15 – 6 = 9
​ 12 · 11 ·  ​
10 · 9 · 8 
______________
   = 792
5! Assim, o número de diagonais do hexágono convexo é 9.
3. Em um plano são marcados 6 pontos distintos, dos
5. No jogo de truco, cada jogador recebe 3 cartas de
quais 3 nunca estão em linha reta.
um baralho de 40 cartas (são excluídas as cartas 8, 9 e
a) Quantos segmentos de reta podem ser traçados 10). De quantas maneiras diferentes um jogador pode
ligando-os 2 a 2? receber suas 3 cartas?
Resolução: Resolução:
Marcam-se 6 pontos num plano, em que não existem 3 As 3 cartas diferem entre si pela natureza delas e não pela
alinhados. ordem. Como a ordem não importa, o problema fica resol-
Como em cada segmento tem-se 2 extremos, e, por exem- vido calculando:
 
plo, o segmento AD​
​  é o mesmo que o segmento DA​​ ,  o ​ 40 · 39 ·  ​
C40, 3 =_________ 38 
= 9.880
3·2·1
​ 6 · ​
número de segmentos é C6, 2 = ____ 5  = 15.
Assim, cada jogador pode receber suas 3 cartas de 9.880
2
Assim, pode-se traçar 15 segmentos de retas. maneiras diferentes.
6. O conselho desportivo de uma escola é formado por
2 professores e 3 alunos. Candidataram-se 5 professo-
res e 30 alunos. De quantas maneiras diferentes esse
conselho pode ser eleito?

Resolução:
Se os professores forem escolhidos de x maneiras, e os
alunos de y maneiras, pelo princípio fundamental da con-
tagem serão escolhidos os professores e alunos de xy ma-
neiras. Assim:
b) Quantos triângulos é possível formar tendo sempre
3 pontos, dos 6, como vértices? Escolha dos professores:
Resolução: ​  5!  ​  =_______
C5, 2 = ____ ​ 5 · 4 · ​
3!  ​ 5 · 4 ​ = 10
= ____

2!3! 2!3! 2·1
Como cada triângulo fica determinado por 3 pontos não
Escolha dos alunos: C30, 3 = _____ ​  30!  ​  
colineares, tem-se, independentemente da ordem deles: 3!27!

​ 6 · 5 · 4 ​ 
C6, 3 =______ = 5 · 4 = 20 ​ 30 · 29 · 28
= _____________
    ​· 27!  ​ 30 · 29 ​
= _________ · 28 
=
  4.060
3·2·1 3!27! 3·2
Assim, é possível formar 20 triângulos. Portanto:
C5, 2 · C30,3 = 10 · 4060 = 40.600
Assim, o conselho pode ser eleito de 40.600 maneiras di-
ferentes.
7. Num voo da ponte aérea Rio-São Paulo, há apenas 7
lugares disponíveis, e um grupo de 10 pessoas preten-
de embarcar nesse voo. De quantas maneiras é possível
lotar o avião?

Resolução:

4. Quantas diagonais tem um hexágono convexo? Deve-se procurar todos os subconjuntos (combinações) de
7 pessoas formados de um grupo de 10 pessoas. Assim:
Resolução:
​ 10 · 9 ​
C10, 7 = C10, 3 =_______ · 8 

= 120
O número de segmentos que unem 2 vértices é, como no 3·2
exercícios anterior, C6, 2 = 15. Portanto, há 120 maneiras possíveis de lotar o avião.
Nesses 15 segmentos, além das diagonais, estão incluídos 8. Depois de uma reunião de negócios, foram tro-
os 6 lados do hexágono. cados um total de 15 apertos de mão. Sabendo que

46
cada executivo cumprimentou todos os outros, qual II. Da mesma forma, tem-se 3 pontos em r e precisamos de
o número de executivos que estavam presentes nes- 2. Combinando-os 2 a 2, tem-se:
sa reunião?
​  3!  ​  =3
C3, 2 = ____
Resolução: 2!1!
Como em s há 5 pontos e pode-se considerar qualquer um
Trata-se de um problema inverso. Sabe-se que Cn, 2 = 15 e deles, tem-se:
procura-se o valor de n:
n(n – 1)(n – 2)! ______
n(n – 1) 5C3, 2 = 5 · 3 = 15 possibilidades
​  n!   ​ 
________ = ____________
  
​   ​  = ​   ​  
2!(n – 2)! 2!(n – 2) 2 Juntando as possibilidades, tem-se:
= 15 ⇒ n2 – n – 30 = 0 ⇒ n = 6 ou n = –5 3C5, 2 + 5C3, 2 = 30 + 15 = 45
Assim, o número de executivos era 6 (n não pode ser ne- Assim, são determinados 45 triângulos com esses 8 pontos.
gativo).
Outra resolução:
Para conferir, verifique C6, 2 = 15.
Os 8 pontos agrupados 3 a 3 formam.
9. Dados 8 pontos num mesmo plano, 5 deles perten-
cem a uma reta, 3 pertencem a outra e nenhum deles ​ 8 · 7 · ​
C8, 3 =______ 6 

= 56
3·2
pertence, simultaneamente, às duas retas citadas. Os 3 pontos de r agrupados 3 a 3 formam C3, 3 = 1 (não
é triângulo).
Os 5 pontos de s agrupados 3 a 3 formam
​ 5 · 4 · ​
C5, 3 =______ 3 

= 10 (não são triângulos).
3·2
Assim, o total de triângulos é:
56 – 1 – 10 = 45
a) Quantas retas eles determinam?
10. De quantas maneiras é possível colocar 10 bolas em
Resolução: 3 urnas, de modo que fiquem 2 bolas na primeira urna,
Para cada ponto de r com um dos 5 pontos de s, tem- 3 bolas na segunda urna e 5 bolas na terceira?
-se C5, 1 retas. Como são 3 pontos em r, tem-se 3C5, 1. Resolução:
Considerando ainda as retas r e s, tem-se o total de 3C5,1
+ 2 retas, ou seja: Há C10, 2 maneiras de escolher as 2 bolas que ficarão na pri-
meira urna. Para cada maneira há C8, 3 possibilidades de es-
​  5!  ​ + 2 = 3 · 5 + 2 = 17
3 · ____ colher as 3 bolas que ficarão na segunda urna. Pelo princípio
1!4!
fundamental da contagem há, então, C10, 2 · C8, 3 maneiras de
Assim, ficam determinadas 17 retas.
distribuir as 2 bolas na primeira urna e as 3 bolas na segunda
Outra resolução: urna. Para cada uma dessas possibilidades, há C5, 5 maneiras
5C3, 1 + 2 = 17 de colocar as 5 bolas na terceira urna. Portanto, novamente
pelo princípio fundamental da contagem, há C10, 2 · C8, 3 · C5,
b) Quantos triângulos eles determinam? maneiras diferentes de colocar 2 bolas na primeira urna, 3
5
Resolução: bolas na segunda urna e 5 bolas na terceira urna.
Um triângulo fica determinado quando se tem: 1.ª urna 2.ª urna 3.ª urna
I. Um ponto em r e dois em s; 2 bolas 3 bolas 5 bolas
II. Um ponto em s e dois em r. em 10 em 8 em 5
Calculando essas duas possibilidades e somando: C10, 2 C8, 3 C5, 5
I. Tem-se 5 pontos em s e precisamos de 2. É preciso com-
biná-los 2 a 2: ​ 10!  ​  · ____
C10,2 · C8,3 · C5,5 = ____ ​  8!  ​  · ____
​  5!  ​  =
2!8! 3!5! 5!0!
​  5!  ​ = 10
C5, 2 = ____ ​ 10 · 9 · 8!
=________  ​   ​ 8 · 7 · 6 · 5! ​ · 
_________
·   ​ 1! ​ = 45 · 56 ·1 =
__
2!3! 2 · 1 · 8! 3 · 2 · 1 · 5! 0!
Como em r há 3 pontos e pode-se considerar qualquer um = 2.520
deles, tem-se:
Assim, existem 2.520 possibilidades de realizar essa
3C5, 2 = 3 · 10 = 30 possibilidades distribuição.

47
2. Problemas que envolvem os Os 10 algarismos serão agrupados de 4 em 4, com repe-
tição: 10 · 10 · 10 · 10 = 10.000 agrupamentos de alga-
vários tipos de agrupamento rismos. Para cada agrupamento de letras é possível usar
todos os agrupamentos de algarismos. Então, o total de
Os exercícios a seguir são exemplos de aplicação dos vários placas é?
tipos de agrupamentos estudados e das formas de calcular
15.600 · 10.000 = 156.000.000 placas
o número de agrupamentos. O último exercício é a resolu-
ção do problema da introdução desta aula.

Aplicação do conteúdo
1. Usando os algarismos 5, 6 e 8, quantos números de 3
algarismos distintos é possível formar?

Resolução:
P3 = 3! = 3 · 2 · 1 = 6 números.
2. Usando os algarismos 1, 3, 4, 6 e 9, quantos números
de 3 algarismos distintos é possível formar?

Resolução:
​ 5! ​ =___________
A5, 3 = __ ​ 5 · 4 · 3  ​
· 2 · 1 
=
  60
2! 2·1
ou A5, 3 = 5 · 4 · 3 = 60 números
3. Quantas comissões diferentes de 3 pessoas é possível
formar para representar um grupo de 10 pessoas?

Resolução:
​ 10!  ​  =__________
C10, 3 = ____ ​ 10 · 9 · 8 · 7!
 ​=

  120
3!7! 3 · 2 · 1 · 7!
A10, 3 10 · 9 · 8
ou C10, 3 = ____
​   ​  =_______
​   ​ 
=
 120 comissões
3! 3 · 2 · 1
4. Quantos anagramas tem a palavra BANANA?

Resolução:
​  6!   ​  
P63,2,1 = ______ =
3!2!1!
​ 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1 ​ = 60 anagramas
=______________
  
  
3·2·1·2·1·1
5. Quantos números naturais de 2 algarismos (distin-
tos ou não) é possível formar com os algarismos 4, 7,
8 e 9?

Resolução:
4 possibilidades para o 1.º algarismo e 4 para o 2.º:
4 · 4 = 16 números.
6. Usando as 26 letras e os 10 algarismos conhecidos,
quantas placas diferentes de automóvel podem ser feitas
de modo que, em cada uma, existam três letras (não repe-
tidas) seguidas de quatro algarismos (repetidos ou não)?

Resolução:
As 26 letras serão agrupadas de 3 em 3 sem repetição:
26 · 25 · 24 = 15.600 agrupamentos de letras

48
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.

Dentro das competências da área 1 do Enem, a habilidade 2 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre análise combinatória.

Modelo
(Enem) Como não são adeptos da prática de esportes, um grupo de amigos resolveu fazer um torneio de futebol uti-
lizando videogame. Decidiram que cada jogador joga uma única vez com cada um dos outros jogadores. O campeão
será aquele que conseguir o maior número de pontos. Observaram que o número de partidas jogadas depende do
número de jogadores, como mostra o quadro:

Quantidade de jogadores 2 3 4 5 6 7
Número de partidas 1 3 6 10 15 21

Se a quantidade de jogadores for 8, quantas partidas serão realizadas?


a) 64
b) 56
c) 49
d) 36
e) 28

Análise expositiva - Habilidade 2: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do
E cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre análise combinatória para a sua resolução.
O número de partidas pode ser calculado pelo número de combinações de jogadores, 2 a 2.
​  8! ​   = _________
Assim: C8, 2 ____ 8​  ∙ 7 ∙ 6!  ​ =

  28 partidas
6!6! 2 ∙ 6!
Alternativa E

49
DIAGRAMA DE IDEIAS

ANÁLISE COMBINATÓRIA

COMBINAÇÃO SIMPLES

QUANDO A ORDEM
NÃO IMPORTA

Cn.p= n!
p!(n − p!)

n TOTAL DE ELEMENTOS
p Nº DE ELEMENTOS POR GRUPO

50
Binômio de Newton e
AULAS
triângulo de Pascal
37 e 38
Competência: 5 Habilidades: 19, 20 e 21

1. Introdução
Toda potência da forma (x + y)n, com x ∈ R, y ∈ R e n ∈ N, é conhecida como binômio de Newton.
O desenvolvimento do binômio de Newton é simples em casos como estes:
§ (5x – 7)0 = 1
§ (x + y)1 = x + y
§ (x + y)2 = (x + y) (x + y) = x2 + 2xy + y2
§ (x + y)3 = (x + y)2 (x + y) = x3 + 3x2y + 3xy2 + y3
Em casos como (x + y)7, (2x – y)5, (x + 2)10 e outros, deve-se aos conhecimentos adquiridos na análise combinatória.
Observe nos binômios de Newton desenvolvidos como são os coeficientes de cada termo:

2 2 2
1. (x + y)2 = x2 + 2xy + y2 = 1x2y0 + 2x1y1 + 1x0y2 = x2y0 + x1y1 + x0y2
0 1 2

3 3 3 3
2. (x + y)3 = x3 + 3x2y + 3xy2 + y3 = 1x3y0 + 3x2y1 + 3x1y2 + 1x0y3= x3y0 + x2y1 + x1y2 + x0y3
0 1 2 3
Note que os coeficientes dos desenvolvimentos são as linhas do triângulo de Pascal. Será que isso também acontece com
(x + y)4?
De fato:
(x + y)4 = x4 + 4x3y + 6x2y2 + 4xy3 + y4 = 1x4y0 + 4x3y1 + 6x2y2 4x1y3 + 1x0y4 =

4 4 4 4 4
(x + y)4 = x4y0 + x3y1 + x2y2 + x1y3 + x0y4
0 1 2 3 4

Generalizando, pode-se escrever: para x e y ∈ R e n ∈ N:

n n n n n
(x + y)n = xn + xn – 1 y + xn – 2 y2 + … + xn – k yk + … + yn
0 1 2 k n

Observe que os expoentes de x começam em n e decrescem de 1 em 1 até 0, enquanto os expoentes de y começam em 0


e crescem de 1 em 1 até n.

Nota
n
Dados os números naturais n e p, com n ≥ p, o número é denominado número binomial n sobre p.
p

51
Lembre-se:

n n!   ​ 
Cn,p = = ​ ________
p p!(n – p)!

Aplicação do conteúdo
1. Efetue o desenvolvimento do binômio em cada item:
a) (x + a)5
b) (2x – a)4
(  ) ​ 1 ​   ​
6
c) ​ x – __
2
d) (​ d​ XX
3 ​ + d​ XX 5 ​  )4​
Resolução:

5 5 5 5 5 5
a) (x + a)5 = x5 + x4a + x3a2 + x2a3 + xa4 + a5
0 1 2 3 4 5
↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓
1 5 10 10 5 1
Assim:
(x + a)5 = x5 + 5x4a + 10x3a2 + 10x2a3 + 5xa4 + a5

4 4 4 4 4
b) (2x – a)4 = [2x + (–a)]4 = (2x)4 + (2x)3(–a) + (2x)2(–a)2 + (2x)(–a)3 + (–a)4
0 1 2 3 4
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
1 4 6 4 1
Portanto:
(2x – a)4 = 1 ⋅ 16x4 + 4 ⋅ 8x3(–a) + 6 ⋅ 4x2a2 + 4 ⋅ 2x(–a)3 + 1a4 = 16x4 – 32x3a + 24x2a2 – 8xa3 + a4

(
c) ​ x –  ​ __
2) [
  (  2 ) ]
6
1 ​   ​ = ​ x + ​ – ​ __
1 ​   ​  ​ = 6 6
0
x6 +
6
1
(  )
1 ​    ​+
x5​ – ​ __
2
6
2
(  )
1 ​   ​ +
x4​ – ​ __
2
2

(  ) (  ) (  ) (  )
6 1 ​    ​ + 3 6 1 ​    ​ +4 6 5
1 ​    ​ + 6 1 ​   ​ 6
+ x3​ – ​ __ x2​ – ​ __ x​ – ​ __ ​ – ​ __
3 2 4 2 5 2 6 2

6 6 6 6 6 6 6
Calculando: = = 1; = = 6; = = 15; = 20, tem-se:
0 6 1 5 2 4 3

(  )
6
​ 6 ​x  5 + ___
​ 1 ​  ​ = x6 – __
​ x – __ ​ 15 ​x  4 – ___
​ 20 ​x  3 + ___
​ 15 ​x 2 – ___
​  6  ​x  + ___ ​ 15 ​x  4 + __
​  1  ​ = x6 – 3x5 + ___ ​ 5 ​x  3 + ___
​ 15 ​x 2 – ___
​  3  ​x  + ___
​  1  ​ 
2 2 4 8 16 32 64 4 2 16 16 64

4 4 4 4 4
d) (​ ​dXX 5 ​  )4​ =
3 ​ + d​ XX (​dXX
3 ​) 4 + (​dXX
3 ​) 3​dXX
5 ​ + (​dXX
3 ​) 2(​dXX
5 ​) 2 + ​dXX
3 ​( ​dXX
5 ​) 3 + (​dXX
5 ​) 4 =
0 1 2 3 4
= (​dXX
3 ​) 4 + 4(​dXX 5 ​ + 6(​dXX
3 ​) 3d​ XX 5 ​) 2 + 4​dXX
3 ​) 2(​dXX 3 ​( ​dXX
5 ​) 3 + (​dXX
5 ​) 4 =
= 9 + 12​dXX 5 ​ + 6 · 3 · 5 + 20​dXX
3 ​ · d​ XX 3 ​ · ​dXX
5 ​ + 25 = 124 + 32​dXXX 15 ​ 
2. Qual o valor da soma dos coeficientes do desenvolvimento de (3x – y)10?

52
Resolução:
Para obter apenas a soma dos coeficientes, basta fazer x = y = 1:
S = (3 ⋅ 1 – 1)10 = 210 = 1024

10 10 10 10 10
3. Qual o valor de S = + ⋅3+ ⋅ 32 + ... + ⋅ 39 + ⋅ 310?
0 1 2 9 10

Resolução:
Note que S pode ser reescrito como:

10 10 10 10
S= ⋅ 110 ⋅ 30 + ⋅ 19 ⋅ 31 + ⋅ 18 ⋅ 32 + ... + ⋅ 10 ⋅ 310 ⇒ S = (1 + 3)10 = 410
0 1 2 10

2. Termo geral do binômio


No desenvolvimento de (x + y)n, foi visto que:

n n n n n
(x + y)n = xn + xn – 1y + xn – 2y2 + ... + xn – kyk + ... + yn
0 1 2 k n
T1 T2 T3 Tk + 1 Tn + 1

Com isso, o termo geral é dado por:

n
Tk + 1 = xn – kyk
k

Observe que o desenvolvimento tem (n + 1) termos.

7!  ​  ⋅ 32x2 = –672x2


T6 = – ​ ____
Aplicação do conteúdo 5!2!
Portanto, o sexto termo do desenvolvimento de (x – 2)7 é
1. Qual é o quinto termo do desenvolvimento de (x +
–672x2.
3)5, de acordo com as potências decrescentes de x?
3. Calcule o termo independente de x no desenvolvi-
(  )
6
Resolução: mento de ​ x +​  1
__  ​  ​ .
x
O valor de T5 é calculado assim: como 5 = k + 1 ⇒ k = 4,
Resolução:
obtém-se:

(  )
6 6 6 – k –k
​ 1x ​  ​ =
k
5 Tk + 1 = x6 – k ⋅ ​ __ x .x
T5 = ​  5!  ​x ⋅ 81 = 405x
x5 – 4 ⋅ 34 = ____ k k
4 4!1!

Portanto, o quinto termo de (x + 3)5 é 405x. 6


= x6 – 2k
2. Qual é o sexto termo do desenvolvimento de (x – 2) ? 7 k

Resolução: O termo independente de x é o de x0, ou seja, se 6 – 2k =


O valor de T6 é calculado assim: como 6 = k + 1 ⇒ k = 5, 0 ⇒ k = 3.
obtém-se: Assim, o termo independente de x é:

7 7 6
T6 = x7 – 5(–2)5 = – 25x2 T4 = ​ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ​
​  6!  ​  =__________
= ____ ⋅ 3! 
=
  20
3 3!3! 3!3!
5 5

53
4. Qual é o termo médio (ou central) no desenvolvimen- Resolução:
to de (x – 3)6?
Pretende-se determinar o segundo e o sexto termos.
Resolução:
Para isso, considere o termo geral:
Como o binômio está elevado à sexta potência, o desen-
5 5
volvimento tem sete termos. É necessário procurar o quarto Tk + 1 = (x2)5 – k (–2)k = x10 – 2k ⋅ (–2)k
termo, o termo central: k k
k+1=4⇒k=3
Portanto:
6 6 5
T4 = x6 – 3(–3)3 = – 27x3 = –20 ⋅ 27x3 T2 = x8 (–2) = –10x8
3 3 1
T4 = –540x3 5
T6 = x0 (–2)5 = –32
5. No desenvolvimento de (x – 2)50, determine os coefi- 5
cientes do quarto e do penúltimo termos.
Assim, m = –10 e n = –32; logo, m + n = –42.
Resolução: Alternativa D
50
O termo geral é dado por Tk + 1 = x50 – k (–2)k.
k 3. Números binomiais e
§ O quarto termo é o T4; portanto, k + 1 = 4 ⇒ k = 3. triângulo de Pascal
50 50 No Ensino Fundamental, foram estudados os produtos no-
T4 = x50 – 3(–2)3 = – 8x47
3 3 táveis, conceito de grande aplicação na resolução de equa-
ções do segundo grau. Com eles, uma expressão passava
T4 = –156.800x47 da forma fatorada à forma parcelada e vice-versa.
§ O penúltimo termo é o T50; portanto, k + 1 = 50 ⇒ k = 49. Assim, a expressão (a + b)2, depois de desenvolvida, resul-
50 tava a2 + 2ab + b2, sua forma parcelada. A passagem des-
T50 = x50 – 49(–2)49 = –50 ⋅ 249 x sa forma para a forma anterior correspondia à fatoração.
49
O cubo da soma (a + b)3 também pode ter sido estudado,
Portanto, os coeficientes do quarto e do penúltimo termos mas potências iguais a 4 ou mais certamente não foram
são –156.800 e –50 ⋅ 249, respectivamente. abordadas ainda.
6. Qual é o termo em x5 no desenvolvimento (x + 3)8? Esta aula estuda o desenvolvimento de expressões como
essas para qualquer valor natural do expoente.
Resolução:
Considere a seguinte questão:
8
O termo geral é dado por Tk + 1 = x8–k
⋅3k

k 3.1. Números binomiais


O termo em x5 ocorre se 8 – k = 5, ou seja, se k = 3. É denominado número binomial o número
Assim, o termo em x5 é dado por: n
​  n!   ​  
= ________ (n é o numerador e p é a classe do
8 p p!(n – p)!
T4 = x8 – 3 ⋅ 33 = 56 ⋅ 27x5 = 1.512x5
3 número binomial).

7. Desenvolvendo o binômio (x2 – 2)5, obtém-se (x2 – 2)5


= x10 + mx8 + 40x6 – 80x4 + 80x2 + n; portanto, m + n é:
Exemplo
a) +48. 5
​  5!   ​  
= ________ ​  5!  ​  
= _____ ​ 5 ⋅ 4 ⋅ 3! ​ 
=_______ =
 10
b) 42.
2 2!(5 – 2)! 2! ⋅ 3! 2 ⋅ 1 ⋅ 3!
c) –9.
d) –42.
e) –48. 3.1.1. Propriedade

54
Dois números binomiais são iguais se tiverem o mesmo Resolução:
numerador e:
Sabe-se que a igualdade acontece nessas situações: x = 3
§ se suas classes forem iguais; ou ou 3 + x = 7.
§ se a soma de suas classes for igual ao numerador (bi- Se 3 + x = 7, logo x = 4.
nomiais complementares).
Assim, os valores de x são x = 3 ou x = 4.

Aplicação do conteúdo 3.2. Triângulo de Pascal


1. Obtenha o valor de x, sabendo que
É possível dispor os números binomiais em formações
7 7 triangulares como esta:
= .
3 x

0
0
1 1
  
0 1

2 2 2
     
0 1 2
3 3 3 3
        
0 1 2 3
4 4 4 4 4
           
0 1 2 3 4
∙    ∙      ∙    ∙         ∙
n n n n n
            ...   
0 1 2 3 n
ou
0
0

1 1
  
0 1

2 2 2
     
0 1 2

3 3 3 3
        
0 1 2 3

4 4 4 4 4
           
0 1 2 3 4
∙    ∙      ∙    ∙    ∙
n n n n n
            ...   
0 1 2 3 n
55
Calculando cada número binomial, obtém-se:

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

ou

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

Essa maneira de dispor tais números é conhecida como triângulo de Pascal.

3.3. Propriedades dos números binomiais


Observando o triângulo de Pascal, é possível tirar as seguintes propriedades:

3 3
1. Por exemplo: = ⇒1+2=3
1 2
4 4
= ⇒1+3=4
1 3

5 5
= ⇒2+3=5
2 3
De modo geral, como visto no item anterior:

n n
= , pois a + b = n (binomiais complementares)
a b

3 3 4
2. Observe: + =
1 2 2

56
3 3 4
+ =
2 3 3

4 4 5
+ =
2 3 3

1 1

1 2 1

1 3 3 1

1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1

De modo geral:

n–1 n–1 n
+ = (relação de Stifel)
p–1 p p

3. Observe a soma dos elementos de uma mesma linha no triângulo de Pascal:

0
= 1 = 20
0

1 1
+ = 1 + 1 = 2 = 21
0 1

2 2 2
+ + = 1 + 2 + 1 = 4 = 22
0 1 2

3 3 3 3
+ + + = 1 + 3 + 3 + 1 = 8 = 23
0 1 2 3

4 4 4 4 4
+ + + + = 1 + 4 + 6 + 4 + 1 = 16 = 24
0 1 2 3 4

6 6 6 6 6 6 6
Qual seria o valor de + + + + + + ?
0 1 2 3 4 5 6

De modo geral, obtém-se:

n n n n n n
+ + + + ... + + = 2n
0 1 2 3 n–1 n

4. Embora menos importantes do que as anteriores, existem também as seguintes propriedades:


§ A soma dos n primeiros elementos de uma coluna é igual ao binomial situado imediatamente à direita e abaixo do
último elemento considerado.

57
De modo geral, obtém-se:

p p+1 p+2 n n+1


+ + + ... + =
p p p p p+1

§ A soma dos n primeiros elementos de uma diagonal é igual ao binomial situado imediatamente abaixo do último ele-
mento considerado.
De modo geral, obtém-se:

n n+1 n+2 n+p n+p+1


+ + + ... + =
0 1 2 p p

DIAGRAMA DE IDEIAS

BINÔMIO DE TRIÂNGULO DE
NEWTON PASCAL

TERMO GERAL
Disposição de números
Tk + 1 = ( ​ n  ) xn – k · yk binomiais em formações
k
triangulares

NÚMERO BINOMIAL 1
n    n!
( ​  p ) = _________
p! (n - p)!
  1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
PROPRIEDADES 1 5 10 10 5 1
Dois números binomiais são iguais,
se tiverem o mesmo numerador e:
• as classes forem iguais; ou
• a soma de suas classes
for igual ao numerador PROPRIEDADES
1) ( ​  n ) = ( ​  n )
a b
a+b=n
2) Relação de Stifel
n n- n
( ​  p -- 11  ) + ( ​  p1  ) = ( ​  p )
3) ( ​  n ) + ( ​ n ) + ( ​ n ) + ( ​ n ) + ... + ( ​ n    ) + ( ​ n ) = 2n
0 1 2 3 n-1 n

58
AULAS Probabilidade: adição
39 e 40
Competência: 7 Habilidades: 27, 28, 29 e 30

1. Definição teórica de probabilidade e consequência


Considere o fenômeno aleatório do lançamento de uma moeda perfeita.

W = {C, C​
​ }  ⇒ p(W) = 1
 
§ Os subconjuntos de W são: ∅, {C}, {​C​}  e {C, C​
​ } .
 
​ 1 ​  p({​
P(∅) = 0   p({C}) = __   ​ 1 ​  p({C,
C​} ) = __   C​
​} ) = 1
2 2
p(A) > 0 para todo A ⊂ W.

§ Considerando A = {C} e B = {​C​} , A ∩ B = ∅ e Assim:
 
p(A ∪ B) = p({C} ∪ {​C​} ) = p {(C, C​ ​ 1 ​ + __
​ ) } = p(W) = 1 = __ ​ 1 ​ = p(W) = p(A ∪ A​

​ ) 
2 2

= p({C}) + p({​C​} ) = p(A) + p(B). Aplicadas P2 e P3, obtém-se:
Portanto, pode-se teoricamente considerar a probabilida- 
1 = p(A) + p(​A​)  ou, equivalentemente,
de como uma função definida nas partes de um conjunto

(espaço amostral W) com valores reais, que satisfaz as se- p(​A​)  = 1 – p(A)
guintes propriedades:
§ P1: p(A) > 0, para qualquer A ⊂ W 3. Propriedade da união de dois eventos

§ P2: p(W) = 1 São conhecidas as probabilidades de ocorrência de dois


eventos quaisquer A e B. O que se busca é a probabilidade
§ P3: p(A ∪ B) = p(A) + p(B), se A ∩ B = ∅ (eventos de que ocorra o evento A ∪ B, ou seja, de que p(A) e p(B)
mutuamente exclusivos) sejam conhecidas e de que se encontre uma expressão
Observe que essas três propriedades aparecem no exem- para p(A ∪ B).
plo anterior. Graças à propriedade P3, sabe-se que, se A ∩ B = ∅,
p(A ∪ B) = p(A) + p(B) e que, se A e B são conjuntos
1.1. Consequência da definição quaisquer, obtém-se:

Como consequência da definição teórica de probabilidade, A = (A ∩ B) ∪ (A ∩ B​​ )   (I)
as propriedades são as seguintes: 
B = (A ∩ B) ∪ (​A​ ∩ B)  (II)
1. Impossibilidade ou p(∅) = 0  
A ∪ B = (A ∩ B​​ )  ∪ (A ∩ B) ∪ (​A​ ∩ B)
Uma vez que um evento qualquer A (A subconjunto de W)
pode ser escrito como A ∪ ∅ = ∅, a propriedade P3 pode
ser aplicada:
p(A) = p(A ∪ ∅) = p(A) + p(∅) ⇒ p(∅) = 0

p(∅) = 0

2. Probabilidade do evento complementar



Observe que, se A​
​  é a notação para “complementar de A”:
 
A ∪ A​
​  = W e A ∩ A​
​  = ∅

59
 
Uma vez que (A ∩ B​​ ) , (A ∩ B) e (​A​ ∩ B) são dois a dois 2. No lançamento simultâneo de dois dados perfeitos
disjuntos, pode-se aplicar P3 e obter: distinguíveis, qual é a probabilidade de que se obtenha
  soma par ou soma múltipla de 3?
p(A ∪ B) = p(A ∩ B​
​ )  + p(A ∩ B) + p(​A​ ∩ B)  (III)
Resolução:
Considerando as probabilidades dos eventos A e B em (I)
e (II), obtém-se: Nesse caso, já se sabe que:
 
p(A) = p(A ∩ B) + p(A ∩ B​​ )  ⇔ p(A ∩ B​​ )  W = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), ..., (6, 5), (6, 6)} ⇒ 
⇒ n(W) = 36
= p(A) – p(A ∩ B)  (IV)
  Evento A: “sair soma par”:
p(B) = p(A ∩ B) + p(​A​ ∩ B) ⇔ p(​A​ ∩ B)
= p(B) – p(A ∩ B)  (V) A = {(1, 1), (1, 3), (1, 5), (2, 2), (2, 4), (2, 6),
(3, 1), (3, 3), (3, 5), (4, 2),
Substituídos (IV) e (V) por (III), conclui-se que: (4, 4), (4, 6), (5, 1), (5, 3), (5, 5), (6, 2), (6, 4), (6, 6)}
p(A ∪ B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B) ⇒ Portanto, n(A) = 18.
⇒ probabilidade da união de dois eventos Evento B: “sair soma múltipla de 3”:
B = {(1, 2), (1, 5), (2, 1), (2, 4), (3, 3), (3, 6),
Aplicação do conteúdo (4, 2), (4, 5), (5, 1), (5, 4), (6, 3), (6, 6)}
1. No lançamento simultâneo de dois dados perfeitos dis- Portanto, n(B) = 12.
tinguíveis, qual é a probabilidade de que não saia soma 5?
A intersecção dos eventos A e B representa o evento “sair
Resolução: soma par e múltiplo de 3”. Se feita a intersecção dos con-
Nesse caso, como já visto, W tem 36 elementos: juntos, obtém-se:

W = {(1, 1), (1, 2), (1, 3), ..., (6, 5), (6, 6)} ⇒ A ∩ B = {(1, 5), (2, 4), (3, 3), (4, 2), (5, 1), (6, 6)} ⇒ 
⇒ n(W) = 36 ⇒ n(A ∩ B) = 6

Seja A o evento “sair soma 5”: Assim:


​ 18 ​ = __
p(A) = ___ ​ 1 ​ 
A = {(1, 4), (2, 3), (3, 2), (4, 1)} ⇒ n(A) = 4 36 2
n(A) 4 __1  ​ 12 ​ = __
p(B) = ___ ​ 1 ​ 
p(A) = ____
​   ​ = ___
​    ​ = ​   ​ e p(​A​)  = 1 – p(A) = 36 3
n(Ω) 36 9
p(A ∩ B) = ___​  6  ​ = __ ​ 1 ​ 
= 1 – __ ​ 8 ​ 
​ 1 ​ = __ 36 6
9 9
A probabilidade de se obter “soma par ou soma múltipla
​ 8 ​. 
A probabilidade de não sair soma 5 é de __ de 3” é dada por:
9
p(A ∪ B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B) =
1 ​   +   ​ 
= ​ __  1 ​   –   ​ 
__  1 ​   =
__  3 ​ + __
__
​  ​ 2 ​ – __
​ 1 ​ = __
​  4 ​ = __
​ 2 ​ 
2 3 6 6 6 6 6 3
probabilidade de probabilidade de probabilidade de
se obter soma par se obter soma se obter soma par
múltipla de 3 e múltipla de 3

3. Ao retirar uma carta de um baralho com 52 cartas, qual é a probabilidade de que essa carta seja vermelha ou um ás?

Resolução:
Evento V: “a carta é vermelha”; evento A: “a carta é ás”.
Evento (V ∪ A): “a carta é vermelha ou ás”
p(V ∪ A) = p(V) + p(A) – p(V ∩ A)
Num baralho com 52 cartas, há 26 cartas vermelhas e 26 cartas pretas. Há também 4 ases, dos quais 2 são vermelhos.
Portanto:
​ 26 ​ = __
p(V) = ___ ​ 1 ​ 
52 2

60
​ 4  ​ = ___
p(A) = ___ ​  1  ​  b) Evento B: os três parafusos defeituosos podem
52 13
5
​ 2  ​ = ___
p(V ∩ A) = ___ ​  1  ​  ocorrer de maneiras.
52 26
3
Assim:
​ 1 ​ + ___
P(V ∪ A) = __ ​  1  ​ – ___
​  1  ​ = ___
​ 14 ​ = ___
​  7  ​  Assim:
2 13 26 26 13
5
A probabilidade de a carta retirada ser vermelha ou um n(B) = ​  5!  ​ = 5 · 2 = 10
= ____
3!2!
​ 7  ​. 
ás é de ___ 3
13
n(B)
4. Se A e B são eventos mutuamente exclusivos e p(B) = ____ ​  10   ​ ≈
​   ​  = ________  0,0005
p(A) = 0,25 e p(B) = 0,5, determine: n(Ω) 50 ⋅ 49 ⋅ 8

a) p(​A ∪ B​) 
. c) Evento C: pelo menos 2 parafusos são defeituo-
b) p(A ∪ B). sos, ou seja, ou 2 ou 3 são defeituosos. Chamando de

c) p(​A​) . D o evento “2 são defeituosos” e de B o evento “três
 são defeituosos”, obtém-se C = D ∪ B.
d) p(​B​) .
e) a probabilidade do evento “A mas não B”. p(C) = p(D ∪ B) = p(D) + p(B) – p(D ∩ B)
Resolução: Como D ∩ B = ∅, p(D ∩ B) = 0, logo:

a) p(​A ∪ B​) = 1 – p(A ∪ B) =
1 – [p(A) + p(B) – p(A ∩ B)] p(C) = p(D) + p(B).

p(​A ∪ B​  ) = 1 – (0,25 + 0,5) = 0,25 Basta calcular p(D).
Pois p(A ∩ B) = 0, já que (A ∩ B) = ∅ (mutuamente
exclusivos). 5 45
Para cada escolhas de 2 defeituosos, há pos-
b) p(A ∪ B) = p(A) + p(B) – p(A ∩ B) 2 1
= 0,25 + 0,5 – 0 = 0,75.
 sibilidades para o outro parafuso ser perfeito, ou seja:
c) p(​A​ ) = 1 – p(A) = 1 – 0,25 = 0,75.

d) p(​B​ ) = 1 – p(B) = 1 – 0,5 = 0,5. 5 45

e) “A, mas não B” é equivalente a “A e não B”: A ∩ ​B​.  n(D) =
 2 1
Uma vez que A ∩ B​ ​  = A – (A ∩ B), obtém-se

P(A ∩ B​ ​  ) = p(A) – p(A ∩ B) = 0,25 – 0 = 0,25. Assim:
5. Certa máquina produziu 50 parafusos, dos quais 5
eram defeituosos. Ao retirar ao acaso 3 parafusos, qual 5 45 5 45
é a probabilidade de que: 2 1 2 1
p(D) = = =
a) Os três sejam perfeitos?
b) Os três parafusos sejam defeituosos? 50 50
c) Pelo menos dois sejam defeituosos?
d) Pelos menos um seja defeituoso? 3 3

Resolução:
​  5!  ​  ⋅ ___
____ ​  45!   ​
a) Calculando o número de elementos do espaço 2!3!
________
​  44! ​    ​  9   ​  ≈ 0,02296
= ___
amostral, n(W) = número de 50 elementos tomados ​  50!
_____   ​   392
3 a 3. 3!47!
p(C) = p(D) + p(B) ≈ 0,02296 + 0,0005
50
n(W) = ​  50!  ​ = _____________
= _____ 50 · 49 · 48 · 47!
​     ​  = 0,02346.
3 3!47! 3 · 2 · 47!
d) Evento E: “pelo menos um é defeituoso”, que é
= 50 · 49 · 8 o complementar do evento A: “os três são perfeitos”
Evento A: os três parafusos são perfeitos (que é o mesmo de “nenhum é defeituoso”).
Assim:
45
n(A) = ​  45!  ​ = _____________
= _____ 45 · 44 · 43 · 42!
​     ​  
3!42! 3 · 2 · 42! p(E) = p(​A​)  = 1 – p(A) = 1 – 0,72398
3
= 0,27602.
= 15 · 22 · 43
6. Se a probabilidade de sair cara com uma moeda vi-
n(A) 15 ⋅ 22 ⋅ 43
p(A) = ____
​   ​ = _________
​  ≈ 0,72398
 ​  
  ciada é o dobro da probabilidade de sair coroa, qual é a
n(Ω) 50 ⋅ 49 ⋅ 8 probabilidade de sair cara?

61
Resolução:
Se a moeda é viciada, os eventos elementares não são
equiprováveis. Sabe-se, no entanto, que P(W) = 1. Desse

modo: P(C) = 2P(​C​)  (enunciado).
Portanto:
  1
3 ⋅ P(​C​)  = 1 e P(​C​)  = __
​   ​ 
3
Assim:
 2
P(C) = 1 – P(​C​)  = __
​   ​ 
3
multimídia: vídeo
1.2. Resumo das
probabilidades calculadas Probabilidade básica
Fonte: Youtube

Evento Probabilidade
n(A)
A p(A) = ​  ____  
 ​
n(Ω)

​ 
A​ 1 – p(A)
A∪B p(A) + p(B) – p(A ∩ B)
  
​A​ ∩ B​
​  p(​A ∪ B​ 
)
  
​A​ ∪ B​
​  p(​A ∩ B​ 
)

A ∩ B​
​  p(A) – p(A ∩ B)

multimídia: sites
https://pt.khanacademy.org/math/precalculus/
prob-comb/basic-prob-precalc/v/basic-proba-
bility

CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS

O tópico de probabilidade tem grande afinidade com a biologia, mais especificamente com a genética. Os exemplos
são inúmeros, desde a probabilidade de herdar uma doença dos ancestrais e a probabilidade de compatibilidade
do material genético para teste de paternidade até exemplos de casos verificados pela primeira Lei de Mendel (lei
de segregação de fatores). Assim, classificar primeiro os indivíduos entre homozigóticos e heterozigóticos, alelos
dominantes e recessivos, e definir o seu espaço amostral, é um passo fundamental para partir para os cálculos
probabilísticos.

62
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.

Dentro das competências da área 7 do Enem, a habilidade 28 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre probabilidade.

Modelo
(Enem) Em uma central de atendimento, cem pessoas receberam senhas numeradas de 1 até 100. Uma das senhas é
sorteada ao acaso.
Qual é a probabilidade de a senha sorteada ser um número de 1 a 20?
a) 1/100
b) 19/100
c) 20/100
d) 21/100
e) 80/100

Análise expositiva - Habilidade 28: A senha que se deseja sortear deve ter números de 1 a 20. Então, tem-se
C vinte números desejáveis em cem casos totais. Como probabilidade é a razão entre o que desejamos e o todo, o
resultado será 20/100.
Alternativa C

63
DIAGRAMA DE IDEIAS

PROBABILIDADE

ESPAÇO AMOSTRAL W EVENTOS PROVÁVEIS


n(E) no de casos favoráveis ​
Conjunto de todos os casos possíveis de um ​   ​ = _________________
P (E) =____
n(Ω) no de casos possíveis
experimento aleatório

CÁLCULOS DAS PROBABILIDADES


EVENTO E
Evento Probabilidade
Subconjunto do espaço amostral
n(A)
A p(A) = ​  ____  
 ​
n(Ω)

EVENTO COMPLEMENTAR ​ 
A​ 1 – p(A)

Dois ou mais eventos são complementares, se A∪B p(A) + p(B) – p(A ∩ B)


  
juntos formam um espaço amostral ​  ∩ B​
A​ ​  p(​A ∪ B​ 
)
  
​  ∪ B​
A​ ​  p(​A ∩ B​ 
)

A ∩ B​
​  p(A) – p(A ∩ B)

64
AULAS Probabilidade condicional
41 e 42
Competência: 7 Habilidades: 27, 28, 29 e 30

1. Probabilidade condicional Ao dividir ambos os termos da fração por n(V) ≠ 0, ob-


tém-se:
Considere a situação a seguir: n(A > B)
_______
​   ​  
n(V) _______p(A > B)
Uma moeda foi lançada três vezes. Foi visto que, nesse p(A/B) = _______
​   ​ =

 ​   ​


____n(B) p(B)
caso, o espaço amostral é: ​   ​  
        n(V)
V = {CCC, CC​C​,  C​C​ C, C​C​​ C​,  ​C​ CC, ​C​ C​C​,  ​C​​ C​ C, ​C​​ C​​ C​ }
Portanto:
Considere o evento A: o resultado foi cara exatamente p(A > B)
duas vezes. p(A/B) = _______
​   ​ ou p(A

  > B) = p(A/B) · p(B)
p(B)
  
​ 3 ​ 
A = {CC​C​,  C​C​ C, ​C​ CC} é p(A) = __
8
Agora, considere que, ao ser lançada a moeda três vezes, Aplicação do conteúdo
“o resultado do primeiro lançamento foi cara”. Qual é a 1. Ao retirar uma carta de um baralho com 52 cartas, qual
probabilidade de resultar cara exatamente duas vezes? é a probabilidade de sair um ás vermelho de copas?
O espaço amostral passa a ser B com: Resolução:
    
B = {CCC, CC​C​,  C​C​ C, C​C​​ C​ } e A’ = {CC​C​,  C​C​ C} Nesse caso, n(V) = 52.
Do qual A’ = A > B, e a probabilidade pedida é: Evento A: sair ás vermelho
n(A’) 2 __1
P(A’) =____
​   ​  = __
​   ​ = ​   ​  Evento B: sair copas
n(B’) 4 2
A probabilidade do evento “sair cara em ambos os lança- O que o problema pede é p(A/B), ou seja, a probabilidade
mentos” foi modificada pela presença do evento condicio- de sair ás vermelho de copas.
nante “o resultado do primeiro lançamento foi cara”.
Evento A: {ás de copas, ás de ouros}
Definindo:
Evento B: {cartas de copas} ä n(B) = 13
§ evento A: exatamente dois dos três lançamentos dão
   A > B = {ás de copas} ä n(A > B) = 1
cara é A = {CC​C​,  C​C​ C, ​C​ CC}
​ 13 ​. 
​ 1  ​ e p(B) = ___
Assim, p(A > B) = ___
§ evento B: o primeiro lançamento dá cara é B = {CCC, 52 52
  
CC​C​,  C​C​ C, C​C​​ C​ } Portanto:
Denota-se por A/B o “evento A condicionado ao fato de ​  1  ​ 
___
que o evento B já ocorreu”, e, por P(A/B), denota-se a pro- 52 ​  1  ​ 
P(A/B) = ​   ​  = ___
___
babilidade condicional de ocorrer A, uma vez ocorrido B. 13
___
​   ​  13
52
Nesse exemplo, P(A/B) é a probabilidade de sair cara exa- Assim, ao retirar uma carta de um baralho com 52 cartas, a
tamente duas vezes, dado que saiu cara no primeiro lan- ​ 1  ​. 
probabilidade de sair ás vermelho de copas é de ___
çamento. 13
2. Uma família planejou ter 3 crianças. Qual é a probabi-
Foi visto que: lidade de que a família tenha 3 homens, uma vez que a
​ 1 ​ 
p(A/B) = p(A’) = __ primeira criança que nasceu é homem?
2
Assim: Resolução:
n(A’) n(A > B) Nesse caso, ao classificar M de mulher e H de homem, ob-
p(A/B) =____
​   ​  = _______
​   ​


n(B’) n(B) tém-se:

65
V = {HHH, HHM, HMM, MMM, MMH,
MHH, HMH, MHM} ä n(V) = 8
1.1. Eventos independentes
O conceito de independência de eventos é muito relevante
Evento A: a família tem 3 homens ä A = {HHH}
em probabilidade. Analisando um exemplo, será definido o
Evento B: a primeira criança é homem ä que são eventos independentes.
ä B = {HHH, HHM, HMH, HMM}
Considere o experimento “lançar dois dados perfeitos de
A > B = {HHH}; p(A > B) = __ ​ 1 ​;  p(B) = __ ​ 4 ​ = __
​ 1 ​  cores diferentes”. Seja A o evento “sair o 6 no primeiro
8 8 2
dado”, e B, “sair o 3 no segundo dado”.
p(A > B) __ ​  1 ​ 
__
_______
P(A/B) = ​   ​  
  8
= ​   ​  = __​ 1 ​  Observe que:
p(B) __1
​   ​  4
2 § n(V) = 36
3. Dois dados perfeitos são lançados. Qual é a probabi- § A = {(6, 1), (6, 2), (6, 3), (6, 4), (6, 5), (6, 6)}
lidade de sair soma 8, uma vez que, no primeiro dado,
ocorreu o 3? § B = {(1, 3), (2, 3), (3, 3), (4, 3), (5, 3), (6, 3)}

Resolução: ​ 6  ​ = __
§ p(A) = ___ ​ 1 ​ 
36 6
V = {(1, 1), (1, 2), ..., (6, 5) · (6, 6)} ä n(V) = 36 ​ 6  ​ = __
§ p(B) = ___ ​ 1 ​ 
36 6
Evento A: sair soma 8 ä A = {(2, 6), (3, 5), § A > B = {(6, 3)} ä p(A > B) = ___ ​ 1  ​ 
36
(4, 4), (5, 3), (6, 2)}
​  1  ​ 
___
Evento B: sair 3 no primeiro dado ä B = {(3, 1), (3,2), 36
§ p(B/A) = P(B > A)/P(A) = ​   ​  = __
___ ​ 1 ​ 
(3,3), (3,4), (3,5), (3,6)} __1
​   ​  6
6
​ 1  ​;  p(B) = ___
A > B = {(3,5)}: p(A > B) = ___ ​ 6  ​ = __
​ 1 ​ 
36 36 6 ​ 1 ​,  isto é, a probabilidade de
Dessa forma, p(B) = p(B/A) = __
6
p(A > B) ___ ​  1  ​ 
___ “sair 3 no segundo dado” não foi afetada pelo fato de
_______
P(A/B) = ​  36
= ​   ​  = __
 ​  
  ​ 1 ​  “sair 6 no primeiro dado”. Em outras palavras: a probabili-
p(B) __1
​   ​  6
6 dade de ocorrer B não dependeu da ocorrência de A.
4. Numa população de 500 pessoas, 280 são mulheres Nesse caso, afirma-se que A e B são eventos independen-
e 60 exercem a profissão de advogado, 20 das quais tes. A probabilidade de ocorrer um deles não depende do
do sexo feminino. Tomando ao acaso uma dessas pes- fato de ter ou não ocorrido o outro.
soas, qual é a probabilidade de que, se for mulher, seja
advogada? Desse modo, também é verdade que p(A) = p(A/B).
p(A > B)
Resolução: Portanto, como p(A/B) = _______
​   ​, 

obtém-se:
p(B)
Evento A: a pessoa exerce advocacia p(A > B) = p(A/B) · p(B) = p(A) · p(B)
Evento B: a pessoa é do sexo feminino p(A)
Procurando p(A/B) Assim, o fato de A e B serem eventos independentes é
equivalente a dizer que p(A > B) = p(A) · p(B).
Em razão disso, a definição é:

Dois eventos A e B de um espaço amostral V (com p(A)


≠ 0 e p(B) ≠ 0) são independentes somente se p(A/B) =
p(A). De modo equivalente:

De outro modo: em vez de estudar toda a população, p(A > B) = p(A) · p(B)
é possível se restringir às mulheres e perguntar qual é a
probabilidade de que uma mulher tomada ao acaso seja Pode-se afirmar, portanto, que dois eventos A e B são de-
advogada. Assim: pendentes se p(A > B) ≠ p(A) · p(B).

​ 20  ​  = ___
P(A/B) = ___ ​  1  ​ 
280 14

66
família serem meninos ou todas serem meninas. Se um
Aplicação do conteúdo casal planejou ter 4 filhos, a probabilidade de que todos
1. Considere uma cria de cachorros com 3 filhotes. Se- sejam meninos é:
jam os eventos A (obtenção de pelo menos dois ma- ​ 1 ​ · __
__ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = ___
​  1  ​ 
chos) e B (obtenção de pelo menos um de cada sexo). 2 2 2 2 16
Os eventos A e B são independentes? Por quê? Caso ocorra mistura de sexos, por exemplo, 3 meninos e 1
Resolução: menina, 2 meninos e 2 meninas, etc., e se não for especifi-
cada a ordem de ocorrência, aplica-se o método binomial.
m: macho; f: fêmea Para isso, é preciso retomar as potências do binômio (a +
V = {mmm, mmf, mfm, fmm, mff, fmf, ffm, fff} b)n, conhecidas como binômio de Newton:
A = {mmm, mmf, mfm, fmm} ä p(A) = __ ​ 1 ​  (a + b)1 = 1a + 1b
2
B = {mmf, mfm, fmm, fmf, ffm} ä p(B) = __ ​ 3 ​  (a + b)2 = (a + b)(a + b) = a2 + ab +
4
ba + b2 = 1a2 + 2ab + 1b2
A > B = {mmf, mfm, fmm} ä p(A > B) = __ ​ 3 ​ 
8
(a + b)3 = (a + b)2 (a + b) = 1a3 + 3a2 b + 3ab2 + 1b3
​ 3 ​ = __
Assim: __ ​ 3 ​. 
​ 1 ​ · __
8 2 4
Uma vez que p(A > B) = p(A) · p(B), A e B são indepen- (a + b)4 = (a + b)3 (a + b) = 1a4 +
dentes. 4 a3b + 6a2b2 + 4ab3 + 1b4

2. Uma fábrica produz três produtos, A, B e C. Qual é a


(a + b)5 = (a + b)4(a + b) = 1a5 + 5a4b
probabilidade de se selecionar, ao acaso, um produto de- + 10a3b2 + 10a2b3 + 5ab4 + 1b5
feituoso A, se 30% dos produtos produzidos pela fábrica
Os coeficientes são os elementos do triângulo de Pascal,
são produtos A e 5% dos produtos A são defeituosos?
conhecidos como números binomiais:
Resolução:
1
D: selecionar produto defeituoso
1 1
D > A: selecionar produto defeituoso A
1 2 1
​  30  ​  = ___
p(A) = ___ ​  3  ​ 
100 10 1 3 3 1
p(D/A) = ___ ​  5   ​  = ___
​  1  ​  1 4 6 4 1
100 20
p(D > A) = p(D/A) · p(A) = ___ ​  3  ​  =
​ 1  ​ · ___ 1 5 10 10 5 1
20 10
Pode ser escrito assim:
​  3   ​ = 1,5%
= ___
200
Portanto, p(D > A) = 1,5%.
( ) ​ ​ __0 ​   ​
0

3. São realizados dois lançamentos sucessivos de um


( ) ( )
​ ​ __ ​  ​ ​  ​ __1 ​   ​
1
0 1
dado perfeito. Qual é a probabilidade de ocorrer o nú-
mero 5? ( ) ( ) ( )
​ ​ __2 ​  ​ ​  ​ __2 ​  ​ ​  ​ __2 ​   ​
0 1 2

Resolução: () __
0 ( ) (__
1 ) ()
​ ​   ​  ​ ​  ​   ​  ​ ​  ​   ​  ​ ​  ​ __3 ​   ​
3 3
2
3
__
3
A: ocorrência de 5 no primeiro lançamento ä
ä p(A) = __ ​ 1 ​ 
() ( 0 ) 1( ) ( 2) ()
​ ​ __4 ​  ​ ​  ​ __4 ​  ​ ​  ​ __4 ​  ​ ​  ​ __4 ​  ​ ​  ​ __4 ​   ​
3 4
6
B: ocorrência de 5 no segundo lançamento ä () () ( ) ( ) () ()
​ ​ __5 ​  ​ ​  ​ __5 ​  ​ ​  ​ __5 ​  ​ ​  ​ __5 ​  ​ ​  ​ __5 ​  ​ ​  ​ __5 ​   ​
0 1 2 3 4 5
ä p(B) = __​ 1 ​  Em que, como já foi visto:
6
A e B são independentes. Procurando p(A > B). An,k
​ ​ __n ​  ​ = ________
() ​  n!   ​ ou ​
   ​ __n ​  ​ = ___
​   ​  ()
p(A > B) = p(A) · p(B) = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = ___
​  1  ​   k k!(n – k)! k k!
6 6 36
Trata-se do número total de combinações de n objetos to-
1.2. O método binomial mados k a k, ou seja, é o número de subconjuntos de k
elementos tomados de um conjunto com n elementos.
O método do produto de probabilidade é aplicado para
calcular a probabilidade de todas as crianças de uma Observe a seguir como aplicar o método binomial.

67
1. Considere uma família com duas crianças. § p(MMM) = p(M) · p(M) · p(M) = p · p · p = p3
Seja M o nascimento de um menino e F o nascimento de § p(MMF) = ppq = p2q
uma menina:
§ p(MFM) = pqp = p2q
§ p(M) = p = __ ​ 1 ​ 
2 p+q=1 § p(FMM) = q ·p ·p = p2q
​ 1 ​ 
§ p(F) = q = __
2 § p(MFF) = pqq = pq2
§ V = {MM, MF, FM, FF}
§ p(FMF) = qpq = pq2
Uma vez que é sabido, experimentalmente, que cada
§ p(FFM) = qqp = pq2
nascimento é independente de nascimentos anteriores,
obtém-se: § p(FFF) = qqq = q3

§ p(MM) = p(M) · p(M) = p · p = p2 = __ ​ 1 ​  Desconsiderada a ordem do nascimento, as possibilidades


4 se reduzem para MMM, MMF, MFF e FFF, e as probabilida-
§ p(MF) = p(M) · p(F) = p · q = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __ ​ 1 ​  des correspondentes se reduzem para:
2 2 4
§ p(FM) = p(F) · p(M) = q · p = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __ ​ 1 ​  § p(MMM) = p3
2 2 4
§ p(FF) = p(F) · p(F) = q · q · q2 = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __ ​ 1 ​  § p(MMF) = 3p2q
2 2 4
Observe que a probabilidade total é igual a 1: § p(MFF) = 3pq2

​  1 ​ + __
__ ​ 1 ​ + __
​ 1 ​ + __
​ 1 ​ = 1 § p(FFF) = q3
4 4 4 4
Sem considerar a ordem dos nascimentos, pode-se escrever: Essas probabilidades podem ser escritas da seguinte ma-
neira:
p2 + 2pq + q2 = 1
p3 + 3p2q + 3pq2 + q3 = 1
probabilidade de probabilidade de probabilidade de
nascerem dois nascerem nascerem duas Trata-se da expressão do binômio (p + q)3 = 1.
meninos 1 menino e meninas
1 menina 
Portanto, é possível dizer que:
§ A probabilidade de que as 3 crianças sejam meninos é:
MM MF + FM FF
​ 1 ​ · __
p3 = p · p · p = __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __
​ 1 ​ 
2 2 2 8
Assim: § A probabilidade de que nasçam 2 meninos e 1 menina é:
§ a probabilidade de nascerem dois meninos é p2, ou
​ 1 ​ · __
3p2q = 3ppq = 3 · __ ​ 1 ​ · __ ​ 3 ​ 
​ 1 ​ = __
seja: 2 2 2 8
​  1 ​ · __
__ ​ 1 ​ = __ ​ 1 ​  § A probabilidade de que nasçam 1 menino e 2 meninas é:
2 2 4
§ a probabilidade de nascer um menino e uma menina 3pq2 = 3pqq = 3 · __ ​ 1 ​ · __ ​ 1 ​ · __
​ 1 ​ = __​ 3 ​ 
2 2 2 8
(sem considerar a ordem) é 2pq, ou seja:
§ A probabilidade de que nasçam 3 meninas é:
2 · __ ​ 1 ​ · __​ 1 ​ = __ ​ 1 ​ 
2 2 2 q3 = qqq = __ ​ 1 ​ · __​ 1 ​ · __ ​ 1 ​ = __ ​ 1 ​ 
§ a probabilidade de nascerem duas meninas q2, ou seja: 2 2 2 8
Observe que:
__​  1 ​ · __​ 1 ​ = __ ​ 1 ​ 
2 2 4 ​ 3 ​ + __
​ 1 ​ + __
__ ​ 3 ​ + __ ​ 1 ​ = __ ​ 8 ​ = 1
Observe que: 8 8 8 8 8
Note também que:
() ()
0 1 ()
1p2 + 2pq + 1q2 = ​ ​ __2 ​  ​ p2 + ​ ​ __2 ​  ​pq + ​ ​ __2 ​  ​ q2
2 1p3 + 3p2q + 3 pq2 + 1q3
= (p + q) = 1 = 1
() () () ()
2 2
= ​ ​ __3 ​  p​ 3 + ​ ​ __3 ​  p​ 2q + ​ ​ __3 ​  p​ q2 + ​ ​ __3 ​  q​ 3
0 1 2 3
2. Considere o nascimento de três crianças e as mesmas
Generalizando, a probabilidade de nascerem n crianças,
representações do exemplo anterior.
das quais k sejam meninos e n – k sejam meninas numa
Nesse caso, as possibilidades de nascimento são dadas por: família, é dada por:
V = {MMM, MMF, MFM, FMM, MFF, FMF, FFM, FFF} p(k meninos, n – k meninas) = ​ ​ __n ​  p​ kqn – k ()
k
Assim: Ao aplicar essa fórmula, está sendo utilizado o método

68
( )( ) ( )
3
binomial. Assim: P(3M, 1 F) = ​ ​ __4 ​  ​ ​  ​ __1 ​  ​ ​ ​ __1 ​  ​ = ________
​  4!   ​   ​ 1 ​ · __
· __ ​ 1 ​ = __
​ 1 ​ 
3 2 2 3!(4 – 3)! 8 2 4
Essa probabilidade é um termo da expansão binomial
(p + q)n. 1.3. Outras aplicações
do método binomial
Aplicação do conteúdo O método binominal pode ser aplicado em problemas
1. Um casal pretende ter 4 filhos e quer saber qual é a cujas estruturas sejam análogas às estruturas dos seguin-
probabilidade de nascerem: tes exemplos:
a) 4 meninos; 1. Um dado é jogado 7 vezes. Qual é a probabilidade de
b) 3 meninos e 1 menina; sair o número 5 quatro vezes?
c) 2 meninos e 2 meninas;
d) 1 menino e 3 meninas; e Probabilidade de sair o 5 em cada jogada: p = __ ​ 1 ​ 
6
e) 4 meninas. Probabilidade de não sair o 5 em cada jogada: q = 1 – p = __ ​ 5 ​ 
6
Resolução:
( )( ) ( )
4 3
Probabilidade de sair o 5 em 4 das 7 jogadas: ​ ​ __7 ​  ​ ​  ​ __1 ​  ​ ​ ​ __5 ​  ​
4 6 6
Nesse caso, n = 4. Há duas maneiras de resolver o problema. 54
_____· 7
= ​  7 ​  = 1,56%
Primeira: desenvolver (p + q)4 para obter p4 + 4p3q + 6 6
p2q2 + 4pq3 + q4 e efetuar os cálculos. 2. Uma prova é constituída de 10 exercícios em forma de
a) 4 meninos. A probabilidade é dada por p4. teste com 5 alternativas em cada teste. Caso um aluno
Uma vez que p = __​ 1 ​ , obtém-se ​ ​ __
2 2 () ( )
1 ​   4​ = ​ ​ ___
1  ​  .​
16
“chute” todas as respostas, qual será a probabilidade de
ele acertar 6 exercícios?
b) 3 meninos e 1 menina. A probabilidade é dada por
4p3q. Observe a correspondência: ​ 1 ​ 
Probabilidade de acertar uma questão: p = __
5
3 meninos  e  1 menina Probabilidade de errar (não acertar) uma questão:
ç ç ​ 4 ​ 
q = 1 – p = __
o expoente do p é 3 o expoente do q é 1 5
Uma vez que p = q = __ ​ 1 ​ , obtém-se 4p3q
2
10 ​  ​ ​  ​ __1 ​  6​ ​ ​ __4 ​  4​
Probabilidade de acertar 6 das 10 questões: ​ ​ ___
6 5 5 ( )( ) ( )
()
3
1 ​   ​ · __
= 4 ​ ​ __ ​ 1 ​ = __ ​ 1 ​ . Generalizando:
2 2 4
c) 2 meninos e 2 meninas. A probabilidade é dada § Uma experiência é realizada n vezes, independente-
por 6p2q2. mente.
Observe a correspondência outra vez. Isso sempre § Em cada uma das n vezes, um evento A tem probabi-
ocorre.
lidade p de ocorrer.
Uma vez que p = q = __ ​ 1 ​ , obtém-se 6p2q2
2
§ A probabilidade de A não ocorrer em cada vez é dada
( )( )
2 2
1
__ 1
__
= 6 ​ ​   ​   ​ ​ ​   ​   ​ = ​   ​ . 3
__
2 2 8 por q = 1 – p.
d) 1 menino e 3 meninas. A probabilidade é dada por § A probabilidade de A ocorrer em k das n vezes é dada
por ​ ​ __n ​  ​ pkqn – k.
()
4pq3 = 4 ​ ​ __( )( ) 2 2
1 ​   3​ = __
1 ​   ​ ​  ​ __ ​ 1 ​ 
4 k
e) 4 meninas. A probabilidade é dada por
Aplicação do conteúdo
()
1 ​   4​ = ​ ___
q4 = ​ ​ __
2 16
1  ​ 

Observe que: 1. Uma moeda é lançada 8 vezes. Qual é a probabilidade


de sair cara 5 vezes?
​  1  ​ + __
___ ​ 1 ​ + __ ​  3 ​ + __
​  1 ​ + ___
​  1  ​ = 1
16 4 8 4 16
Resolução:
Segunda maneira: realizar as devidas substituições na
fórmula geral e os cálculos. Em cada lançamento:
Para exemplificar, observe a resolução do item b. Qual é a § a probabilidade de sair cara é p = __ ​ 1 ​;  e
2
probabilidade de nascerem 3 meninos e 1 menina? § a probabilidade de não sair cara é q = 1 – __ ​ 1 ​ = __
​ 1 ​. 
2 2
​ 1 ​ 
n = 4, k = 3, n – k = 4 – 3 = 1 e p = q = __ Assim, a probabilidade de sair cara 5 vezes é:
2
( )( ) ( )
5 3
​ ​ __8 ​  ​ ​  ​ __1 ​  ​ ​ ​ __1 ​  ​ = ____
​  8!  ​  · ___
​  1  ​ · __
​ 1 ​ = ___
​  7  ​ = 0,21875
5 2 2 5!3! 32 8 32

69
= 21,875%
​ 7  ​ (aproximadamente 22%).
Portanto, ao lançar uma moeda 8 vezes, a probabilidade de sair cara 5 vezes é de ___
32

2. Aplicações de probabilidade à genética


A genética é provavelmente o ramo da Biologia que mais utiliza conceitos matemáticos da teoria das probabilidades. Consi-
derando que a probabilidade trabalha com eventos aleatórios, não há nada mais aleatório do que o encontro de dois tipos
de gametas com genes determinantes. Um indivíduo heterozigoto para determinada característica (Aa) forma dois tipos de
espermatozoides: A e a. Se uma mulher também for heterozigota, poderá formar óvulos A e a. O fato de o espermatozoide
A ou a ser o responsável pela fecundação depende apenas do acaso, bem como depende apenas do acaso o fato de a célula
feminina A ou a ser a fecundada.
Recorde o esquema.

Recorde o quadro de possibilidades com suas respectivas probabilidades.

Aplicação do conteúdo
1. Um casal heterozigoto com pigmentação normal teve como primeiro descendente uma criança albina.
a) Qual é a probabilidade de que seus próximos dois filhos sejam albinos?
Resolução:
O fato de a primeira criança ser albina não influenciará a hereditariedade das futuras crianças. Trata-se, portanto, de eventos
independentes. Lembre-se de que o albinismo é determinado por um gene recessivo a.

​ 1 ​ ou 25%. Assim:


Portanto, a probabilidade de cada criança ser albina, em qualquer nascimento, é de __
4
​ 1 ​ 
p(segunda criança será albina) = __
4

70
​ 1 ​ 
p(terceira criança será albina) = __ = 0,0050 + 0,0085 – 0,0006
4
= 0,0129
​ 1 ​ · __
p(segunda e terceira crianças serão albinas) = __ ​ 1 ​ = ___
​  1  ​  
4 4 16
ou 6,2% 4. João e sua esposa Maria têm pigmentação normal.
b) Qual é a probabilidade de que seus próximos dois João é filho de um homem de pigmentação normal e
filhos tenham pigmentação normal? de mulher albina; Maria é filha de uma mulher de pig-
mentação normal e de pai albino. Qual é a probabilida-
Resolução: de de João e Maria terem uma criança albina do sexo
masculino?
A probabilidade de que cada um dos seus próximos dois
Resolução
filhos tenha pigmentação normal é de __ ​ 3 ​ ou 75%, uma vez
4
​ 1 ​ AA + __
que __ ​ 1 ​ Aa, ou seja, __
​ 1 ​ + __ ​ 3 ​. 
​ 1 ​ = __
4 2 4 2 4
Assim:
p(segunda e terceira crianças terão pigmentação normal)
​ 3 ​ · __
= __ ​ 3 ​ = ___
​  9  ​ ou 56%
4 4 16
c) Qual é a probabilidade de pelo menos um dos seus
próximos dois filhos ser albino e menino?
Resolução: Assim:

A probabilidade de pelo menos um dos próximos dois fi- ​ 1 ​ e p(sexo masculino) = __
p(criança albina) = __ ​ 1 ​ 
4 2
lhos ser albino é: Uma vez que os eventos “ser criança albina” e “ser do
1 – ___ ​  9  ​ = ___
​  7  ​ ou 43% sexo masculino” são independentes, obtém-se:
16 16
p(ser criança albina do sexo masculino) = __ ​ 1 ​  · __
​ 1 ​  = __
​ 1 ​  ou
Uma vez que a probabilidade de ser menino é de __ ​ 1 ​,  a pro- 2 4 8
2 12,5 %.
babilidade de pelo menos uma criança ser menino e albina é:
5. A queratose (anomalia na pele) é causada por um
​  1 ​ · ___
__ ​  7  ​ = ___
​  7  ​ ou 21% gene dominante Q. Uma mulher com queratose, cujo
2 16 32
pai não possuía a anomalia, casa-se com um homem
2. Num cruzamento Aa x Aa, sabe-se que as combina- com queratose, cuja mãe não apresentava queratose.
ções AA, Aa, aA e aa são igualmente prováveis, cada Se esse casal tiver dois filhos, qual será a probabilidade
uma com probabilidade de ​ 1
__  ​. Sabe-se também que Aa de os dois apresentarem queratose?
4
e aA não podem ser distinguidas biologicamente. Qual
é a probabilidade de ocorrer Aa ou aA? Resolução:

Resolução:
​ 1 ​;  p(aA) = __
Dado que: P(Aa) = __ ​ 1 ​. 
4 4
Aa e aA são mutuamente exclusivos ä p(Aa > aA) = 0.
Assim:
p(Aa ou aA) = __ ​ 1 ​ + __ ​ 1 ​ – 0 = __
​ 2 ​ = __
​ 1 ​ 
4 4 4 2
3. Numa população humana, a probabilidade de mudos Portanto, p(cada criança ter queratose) = __ ​ 3 ​.  Como o evento
é estimada em 0,005, a probabilidade de cegos, em 4
“primeira criança ter queratose” é independente do evento
0,0085, e a probabilidade de mudos e cegos, em 0,0006.
Qual é a probabilidade que um indivíduo, tomado ao “segunda criança ter queratose”, obtém-se:
acaso, seja mudo ou cego? p(as duas crianças terem queratose) = __​ 3 ​ · __
​ 3 ​ = ___
​  9  ​ ou 56%
4 4 16
Resolução: 6. No homem, o albinismo é determinado por um gene
Nesse caso, “ser mudo” não exclui a possibilidade de “ser recessivo a, ao passo que a pele normal é determinada
pelo alelo dominante A. Um casal de pigmentação normal
cego”; portanto, os eventos não são mutuamente exclusivos.
tem um filho albino. Calcule o que se pede em cada item:
Assim: a) Qual a probabilidade de aparecer na descendência
uma filha de pigmentação normal?
P(ser mudo ou ser cego) = p(A ou B)
= p(A) + p(B) – p(A e B) Resolução:

71
Situação genética:
Pai   ×   Mãe
Aa Aa
__1
​   ​ AA 2
__
​   ​ Aa ​ 1 ​ aa
__
4 4 4
​ 3 ​ normais
__ albino
4

Probabilidade de ser do sexo feminino = __ ​ 1 ​ 


2
Probabilidade de ser de pigmentação normal = __ ​ 3 ​ 
4
Probabilidade combinada = __​ 3 ​ · __ ​ 3 ​ 
​ 1 ​ = __
4 2 8
b) Se o casal tiver quatro filhos, qual a probabilida-
de de três serem de pigmentação normais e um ser
albino?
Resolução:
(p + q)4 = p4 + 4p3q + 6 p2q2 + 4 pq3 + q4

()
3
4p3q = 4 ​ ​ __3 ​  ​ · __ ​ 1 ​ = 4 · ___
​ 27 ​ · __
​ 1 ​ = ___​ 27 ​ 
4 4 64 4 64
ou

( )( ) ( )
3 1
​ ​ __4 ​  ​ ​  ​ __3 ​  ​ ​ ​ __1 ​  ​ = 4 · ___
​ 27 ​ · __
​ 1 ​ = ___ ​ 27 ​ 
3 4 4 64 4 64

ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.

Dentro das competências da área 7 do Enem, a habilidade 28 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos sobre probabilidade.

Modelo
(Enem) Numa escola com 1.200 alunos foi realizada uma pesquisa sobre o conhecimento desses em duas línguas
estrangeiras, inglês e espanhol.
Nessa pesquisa, constatou-se que 600 alunos falam inglês, 500 falam espanhol e 300 não falam qualquer um desses
idiomas.
Escolhendo-se um aluno dessa escola ao acaso e sabendo-se que ele não fala inglês, qual a probabilidade de que esse
aluno fale espanhol?
a) 1/2 b) 5/8 c) 1/4 d) 5/6 e) 5/14

72
Análise expositiva - Habilidade 28: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do
A cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre probabilidade para a sua resolução.
Total de alunos = 1200
A partir do diagrama de Venn, tem-se:
(600 – x) + x + (500 – x) + 300 = 1200
⇒ –x = 1200 – 600 – 500 – 300
x = 200
Assim, os alunos que não falam inglês somam: 300 + 300 = 600.
A probabilidade de um aluno que não fala inglês falar espanhol é:
300/600 = 1/2
Alternativa A

DIAGRAMA DE IDEIAS

PROBABILIDADE
EVENTOS INDEPENDENTES
CONDICIONAL

Probabilidade de ocorrer A e B são eventos independentes,


um evento A, sabendo-se se um deles não depende do fato
que já ocorreu o evento B de ter ou não ocorrido do outro
P(A/B) =
P(A>B) P(A>B) = P(A) . P(B)
P(B)

73
AULAS Estatística
43 e 44
Competência: 7 Habilidades: 27, 28, 29 e 30

1. Introdução § Para organizar sua programação, emissoras de TV


utilizam pesquisas que mostram a preferência dos
Pesquisas são muito comuns em diversas atividades hu- espectadores.
manas. A realização de uma pesquisa compreende muitas etapas,
§ As indústrias costumam realizar pesquisas entre os como escolha da atmosfera, coleta e organização de da-
consumidores antes do lançamento de um novo pro- dos (informações), resumo dos dados (em tabelas, gráficos,
duto no mercado. etc.) e interpretação dos resultados.
§ As pesquisas eleitorais fornecem elementos para que A parte da Matemática que trata desses assuntos é a Estatís-
os candidatos direcionem a campanha. tica. A seguir, serão estudadas noções de Estatística, como a
construção e a interpretação de gráficos como estes:
§ A pesquisa do desempenho dos atletas ou das equipes
em uma partida ou em um campeonato interfere no
planejamento dos treinamentos.

Intenção de voto por escolaridade do eleitor (em %)

2. Termos de uma pesquisa estatística


2.1. População e amostra
Caso se deseje saber qual a disciplina favorita entre os alunos de uma classe, é possível consultar todos os alunos dessa classe.
No entanto, isso não é possível quando se pretende pesquisar sobre a intenção de voto dos eleitores do estado de São Paulo,
uma vez que não é possível consultar todos os eleitores que constituem o universo estatístico.
Recorre-se, então, ao que se chama de atmosfera, ou seja, um grupo de eleitores que, consultados, permitem que se chegue
ao resultado mais próximo possível da realidade.
É comum aparecer na publicação das pesquisas quantos eleitores foram consultados, uma vez que a escolha da atmosfera
(quantos e quais eleitores) é fundamental para o resultado.
Será chamado de U o universo estatístico e de A uma amostra:
A,U

74
2.2. Indivíduo ou objeto Aplicação do conteúdo
Cada elemento que compõe a amostra é um indivíduo ou
1. Observe a pesquisa (enquete), encontrada em um site
objeto. Na pesquisa de intenção de voto, os indivíduos são de esportes, em 12 de junho de 2007, sobre a expecta-
pessoas. Se uma pesquisa considerar marcas de lâmpadas tiva dos internautas a respeito da ausência de alguns
para testar sua durabilidade, cada marca será um objeto jogadores na Copa América.
da pesquisa.

2.3. Variável
Uma indústria automobilística que pretende lançar um
novo modelo de carro faz uma pesquisa para sondar a pre-
ferência dos consumidores sobre o tipo de combustível, o
número de portas, a potência do motor, o preço, a cor, o
tamanho, etc. Cada uma dessas características é uma vari-
Nota: o resultado dessa enquete promovida pelo UOL Es-
ável da pesquisa.
porte refere-se a frequentadores do site e não tem valor
Na variável “tipo de combustível”, a escolha pode ser entre científico.
álcool e gasolina. Esses são valores ou realizações da vari-
Por que o aviso de que o resultado da enquete não tem
ável “tipo de combustível”.
valor científico?

2.4. Variável qualitativa Resolução:

Numa pesquisa com pessoas, as variáveis consideradas Porque a pesquisa não foi feita com um universo estatís-
podem ser sexo, cor de cabelo, esporte favorito e grau de tico (população) generalizável, de modo que seu resulta-
instrução. Nesse caso, as variáveis, que são qualitativas, do é muito específico. Ela se refere apenas à população
apresentam como possíveis valores uma qualidade (ou de usuários da internet, aos frequentadores do site. Seria
atributo) dos indivíduos pesquisados. inadequado dizer que aproximadamente 61% da popula-
ção brasileira acredita que Kaká fará muita falta na Copa
As variáveis qualitativas também podem ser ordinais, caso
América, sabendo que o perfil da população brasileira é
exista uma ordem nesses valores, ou nominais, caso não
diferente do perfil dos usuários da internet.
ocorra essa ordem. “Grau de instrução” é uma variável
qualitativa ordinal, uma vez que seus valores podem ser
ordenados (fundamental, médio, superior, etc.). 2.6. Frequência absoluta
e frequência relativa
2.5. Variável quantitativa Considere que entre um grupo de turistas em excursão te-
As variáveis de uma pesquisa, como altura, peso, idade em nha sido realizada uma pesquisa sobre a nacionalidade de
anos e números de irmãos são quantitativas, uma vez que cada um e que o resultado dela tenha sido o seguinte:
seus possíveis valores são númericos. Pedro: brasileiro; Ana: brasileira; Ramón: espanhol; Laura:
As variáveis quantitativas podem ser discretas, tratando-se espanhola; Cláudia: brasileira; Sérgio: brasileiro; Raul: argen-
de contagem (números inteiros), ou contínuas, tratando-se tino; Nelson: brasileiro; Silvia: brasileira; Pablo: espanhol.
de medida (números reais).
O número de vezes que um valor variável é citado repre-
§ “Número de irmãos” é uma variável quantitativa dis- senta a frequência absoluta desse valor.
creta que pode ser contada (0, 1, 2, etc.).
No exemplo, a variável é “nacionalidade”, e a frequência
§ “Altura” é uma variável quantitativa contínua que pode absoluta de cada um de seus valores é: brasileira: 6; espa-
ser medida (1,55 m, 1,80 m, 1,73 m, etc.). nhola: 3; e argentina: 1.
Quadro-resumo dos tipos de Há também a frequência relativa, que registra a frequência
variáveis de uma pesquisa absoluta em relação ao total de citações.
No exemplo, tem-se:
§ frequência relativa da nacionalidade brasileira: 6 em 10
​  6  ​ ou __
ou ___ ​ 3 ​ ou 0,6 ou 60%;
10 5

75
§ frequência relativa da nacionalidade espanhola: 3 em Renato: 14 a., 46,0 kg e 1,72 m
​ 3  ​ ou 0,3 ou 30%; e
10 ou ___ Roberto: 14 a., 47,0 kg e 1,69 m
10
§ frequência relativa da nacionalidade argentina: 1 em Saul: 14 a., 51,0 kg e 1,73 m
​ 1  ​ ou 0,1 ou 10%.
10 ou ___ Sérgio: 14 a., 49,0 kg e 1,66 m
10
É possível associar a frequência relativa de um evento à
probabilidade de que ele ocorra. Quando o número total 2.8.1. Primeira situação
de citações é suficientemente grande, a frequência relativa
Ao elaborar a tabela de frequência da variável “idade”, apa-
se estabiliza em torno de um número que expressa a pro-
recem como possíveis valores 14 anos, 15 anos e 16 anos.
babilidade de ocorrência desse evento.
Idade FR FR
Contagem FA
2.7. Tabela de frequências (anos) (fração) (%)

A tabela que mostra a variável e suas realizações (valores), 14 13 ​  13


___  ​ 65
    20
com as frequências absoluta (FA) e relativa (FR), é denomi-
4    ​ = ​  1__  ​
​  ___
nada tabela de frequências. 15 4
20 5
20

Nacionalidade FA FR 16 3 3    ​
​  ___ 15
20
Brasileira 6 60%
Total 20 1 100
Espanhola 3 30%

Argentina 1 10% 2.8.2. Segunda situação


Total 10 100%
Para a variável “altura”, aparecem muitos valores diferen-
tes, o que torna inviável que conste na tabela uma linha
2.8. Tabelas de frequências para cada valor. Em casos como esse, agrupam-se os valo-
das variáveis quantitativas res em intervalos (ou classes).
Como foi visto, a variável quantitativa tem seus possíveis 1. Calcula-se a diferença entre a maior e a menor altura re-
valores indicados por números. Na elaboração dessas tabe- gistrada para obter-se a amplitude total (1,79 – 1,62 m =
las de frequências, podem ocorrer duas situações. 0,17 m).
Considere como exemplo um grupo de alunos. Eles tiveram 2. Escolhe-se o número de intervalos (geralmente superior a
as idades (em anos), o “peso” (em quilogramas) e a altura quatro) conveniente (um pouco acima da amplitude total) e
(em metros) registrados: determina-se a amplitude de cada intervalo (classe). Nesse
Alberto: 14 a., 49,0 kg e 1,73 m caso, para 6 intervalos registra-se 0,18 m : 6 = 0,03 m.
Alexandre: 14 a., 46,5 kg e 1,66 m 3. Elabora-se a tabela de frequências:
Carlos: 16 a., 53,0 kg e 1,78 m
Altura FR FR
Cláudio: 15 a., 50,0 kg e 1,75 m Contagem FA
(em classes) (decimal) (%)
Eduardo: 14 a., 51,0 kg e 1,68 m
1,62 1,65 2 0,10 10
Flávio: 15 a., 49,0 kg e 1,70 m
Geraldo: 14 a., 44,0 kg e 1,62 m 1,65 1,68 3 0,15 15
Gilberto: 15 a., 51,0 kg e 1,72 m
Hélio: 14 a., 48,3 kg e 1,68 m 1,68 1,71

6 0,30 30
José Carlos: 16 a., 52,0 kg e 1,79 m
1,71 1,74 4 0,20 20
José Luís: 14 a., 49,0 kg e 1,74 m
Lúcio: 14 a., 46,5 kg e 1,65 m 1,74 1,77 3 0,15 15
Marcos: 15 a., 48,0 kg e 1,63 m
Mário: 14 a., 48,5 kg e 1,69 m 1,77 1,80 2 0,10 10
Maurício: 16 a., 50,0 kg e 1,70 m
Total 20 1,00 100
Milton: 14 a., 52,0 kg e 1,75 m

76
Notas
As classes (intervalos) foram obtidas a partir de 1,62 m, aos quais foram adicionados 0,03 (1,62 + 0,03 = 1,65, 1,65 + 0,03
= 1,68, e assim por diante).
O símbolo indica intervalo fechado à esquerda e aberto à direita. A altura 1,68 m, por exemplo, não foi registrada
no intervalo 1,65 1,68 m, mas foi colocada no intervalo 1,68 1,71 m.

Retomando os termos de estatística em estudo.


Foi realizada uma pesquisa para traçar o perfil dos alunos do primeiro ano do Ensino Médio de uma escola com 5 classes,
cada uma com 45 alunos. Para tanto, foram selecionados 5 alunos de cada classe, que responderam a um questionário, a
partir do qual foi elaborada a seguinte tabela:

Idade Número Número Desempenho


Altura Peso Cor de
Nome Sexo (anos/ de Hobby do Manequim em
(cm) (kg) cabelo
meses) irmãos sapato Matemática
Antônio M 15 a 14 m 156 49 2 Castanho Esporte 36 38 ótimo
Arthur M 14 a 7 m 166 48 0 Castanho Esporte 39 38 bom
Áurea F 15 a 2 m 165 66 1 Castanho Música 36 42 insuficiente
Bruno M 14 a 8 m 175 63 0 Castanho Patinação 40 42 regular
Carla F 14 a 5 m 165 57 2 Loiro Música 36 40 regular
Cláudia F 15 a 3 m 164 50 2 Loiro Dança 36 38 bom
Domingos M 14 a 6 m 163 51 1 Castanho Esporte 36 38 bom
Edite F 14 a 7 m 160 60 3 Castanho Música 36 40 ótimo
Esther F 14 a 7 m 175 65 1 Castanho Esporte 37 42 bom
Fabio M 14 a 5 m 150 38 1 Ruivo Esporte 34 36 insuficiente
Aeromod-
Fernando M 15 a 11 m 146 38 0 Castanho 34 36 regular
elismo
José M 14 a 10 m 165 52 1 Castanho Dança 38 38 regular
Laura F 14 a 0 m 165 53 2 Castanho Dança 36 38 bom
Lúcia F 14 a 8 m 167 65 2 Castanho Música 37 42 bom
Mário M 15 a 4 m 165 50 3 Loiro Patinação 36 38 insuficiente
Mauro M 14 a 11 m 163 54 4 Castanho Esporte 38 40 ótimo
Nívea F 15 a 2 m 164 63 1 Loiro Esporte 38 42 bom
Orlando M 14 a 8 m 159 64 2 Castanho Música 37 42 regular
Patrícia F 15 a 1 m 158 43 1 Loiro Dança 36 36 insuficiente
Paula F 14 a 11 m 163 53 1 Castanho Dança 36 38 bom
Renata F 14 a 3 m 162 52 1 Castanho Dança 36 38 ótimo
Roberto M 14 a 2 m 167 53 0 Castanho Esporte 40 38 ótimo
Sandra F 14 a 10 m 167 58 1 Loiro Dança 40 40 ótimo
Teresa F 15 a 9 m 155 49 0 Castanho Patinação 35 36 ótimo
Vânia F 15 a 2 m 152 41 3 Castanho Música 34 36 bom

A partir da tabela dada, pode-se afirmar que:


1. O universo estatístico é constituído de 225 alunos.
2. A amostra dessa pesquisa é constituída de 25 alunos.
3. “Cor de cabelo” é uma variável qualitativa nominal.
4. “Número de irmãos” é uma variável quantitativa discreta.
5. “Desempenho em Matemática” é uma variável qualitativa ordinal.
6. “Altura” é uma variável quantitativa contínua.
​ 7  ​ ou 0,28 ou 28%.
7. “Dança” é um valor da variável “hobby”, cuja frequência absoluta é 7 e cuja frequência relativa é ___
25
8. A tabela de frequências da variável “número de irmãos” é esta:

77
Irmãos Contagem FA FR FR
Não é preciso contar os votos para saber quem foi eleito.
Pela quantidade de marcações, nota-se que Adriano foi es-
0 5 5   ​= 0,2
​  ___ 20% colhido para representante, e Luciana, para vice.
25
Com uma simples olhada, obtém-se a informação dese-
1 10 ​  10
___  ​= 0,4 40%
  25 jada. Essa é uma característica importante dos gráficos
6   ​= 0,24
estatísticos.
2 6 ​  ___ 24%
  25

3 3 3   ​= 0,12
​  ___ 12%
3.1. Gráfico de segmentos
25
A tabela mostra a venda de livros em uma livraria no se-
4 1 1   ​= 0,04
​  ___ 4% gundo semestre de determinado ano:
25
Total 25 1 100% Meses Livros vendidos
Julho 350
9. A tabela de frequência da variável “peso” (em quilogra- Agosto 300
mas), com os valores em classes, mostra: Setembro 400

Amplitude total: 66 – 38 = 28 Outubro 400


Novembro 450
Número de intervalos: 5
Dezembro 500
Amplitude relativa: 30 : 5 = 6
A situação do exemplo estabelece uma correspondência
Peso (kg) Contagem FA FR que pode ser expressa por pares ordenados (julho, 350),
38 44 4 16% (agosto, 300), etc. Aplicando eixos cartesianos, é possível
localizar os pares ordenados e construir um gráfico de
44 50 3 12%
segmentos. Os gráficos de segmentos são utilizados, prin-
cipalmente, para mostrar a evolução das frequências dos
50 56 9 36%
valores de uma variável durante certo período.

56 62 3 12%

62 68 6 24%

Total 25 100%

3. Representação gráfica
A representação gráfica fornece uma visão de conjunto
mais rápida do que a observação dos dados numéricos. Por
isso, os meios de comunicação oferecem com frequência a
A posição de cada segmento indica crescimento, decrésci-
informação estatística por meio de gráficos.
mo ou estabilidade. A inclinação do segmento, por sua vez,
Considere uma situação em que, na votação para repre- sinaliza a intensidade do crescimento ou do decréscimo.
sentante e vice-representante do primeiro ano do Ensino
A partir do gráfico, pode-se afirmar que:
Médio, um aluno anota os votos com um “x” ao lado do
nome do candidato, enquanto seus colegas votam. Ao ter- § de julho para agosto, as vendas caíram;
minar a votação, pode-se observar o seguinte “desenho”. § de setembro para outubro, as vendas permaneceram
Adriano x x x x x x x x x x x x x estáveis;
Letícia x x x x x x x § o crescimento de agosto para setembro foi maior que o
Luciana x x x x x x x x xx de outubro para novembro;
Marino x x x x x x § o mês com maior número de vendas foi dezembro; e
Magda x x x x
§ no mês de outubro, foram vendidos 400 livros.

78
Exemplos
1. Crescimento da população brasileira de 1940 a 2000:

2. Saldo da balança comercial brasileira em 2006:

3.2. Gráfico de barras


A partir do “desempenho em Química” demonstrado
pelos alunos de uma classe, um professor elaborou a se-
guinte tabela:

Desempenho em Química FA FR multimídia: livros


Insuficiente 6 15%
O sinal e o ruído: por que tantas previsões fa-
Regular 10 25% lham e outras não – Nate Silver
Bom 14 35% Livro do estatístico estadunidense que con-
Ótimo 10 25%
seguiu prever a vitória do Barack Obama pa-
ra a presidência dos EUA. No livro, o autor
Total 40 100% conta como conseguiu prever a vitória por
meio de complexas análises estatísticas das
Com os dados da tabela, é possível construir o gráfico pesquisas de voto.
de barras:

79
Exemplos
1. Consumo de energia um uma residência em 2006:

Em cada gráfico de setores, o círculo todo indica o total


(1.000 espectadores ou 100%), e cada setor indica a ocu-
pação de uma sala. No traçado do gráfico de setores, de-
termina-se o ângulo correspondente a cada setor, por regra
de três. Observe o caso da sala A.
2. Inflação acumulada de alguns países em 2006: Ao aplicar a frequência absoluta, obtém-se:
​  300  ​  = ____
____ ​  x   ​  ä 1000x = 108000º ä x = 108º
1000 360°
Ao aplicar a frequência relativa (em %), obtém-se:
​  30 ​  = ____
____ ​  x   ​  ä 100x = 10800º ä x = 108º
100 360°
Exemplos
1. Leitores de um jornal avaliam a manchete do dia anterior:

2. Número de cheques compensados e de cartões de cré-


dito (1991-2006):

Fonte: Revista Veja, 23 maio 2007.

3.3. Gráfico de setores


Em um shopping center há três salas de cinema. O núme-
ro de espectadores em cada uma delas, num determina-
do dia da semana, foi de 300 na sala A, 200 na sala B e
500 na sala C.
Situação representada em uma tabela de frequência e, de- 3. Remuneração média, em maio de 2007, por ramo de
pois, em gráficos de setores. atividade:

Sala FA FR

A 300 300   ​ = ​  ___


​  ____ 3   ​ 30%
1000 10

B 200 2   ​ = ​  1__  ​


​  ___ 20%
10 5

C 500 5   ​ = ​  1__  ​


​  ___ 50%
10 2

80
Aplicação do conteúdo
1. Este gráfico mostra a distribuição da população bra-
sileira por regiões, de acordo com o Pnad 2007.

Considerando que a população total do Brasil registra-


da foi de aproximadamente 184 milhões de habitantes
e que no gráfico o ângulo da região Centro-Oeste é de
25º, calcule a população da região Centro-Oeste, em
porcentagem e em número de habitantes.

Resolução:

§ Histograma com as classes relacionadas às frequências


relativas (em porcentagem):

360º — 100%x = 7%
25º — x
x = 7%
7% de 184.000.000 = 13.000.000
Assim, a população da região Centro-Oeste para 2007 cor-
responde a aproximadamente 7% da população do Brasil,
ou seja, 13.000.000 de habitantes.

É frequente o uso, como representante de cada classe, do


3.4. Histograma valor médio correspondente (por exemplo, 155 representa
Quando uma variável tem seus valores indicados por clas- a classe 150 160).
ses (intervalos), é comum o uso de um tipo de gráfico de-
Os segmentos que ligam em sequência os pontos médios
nominado histograma.
das classes superiores formam um gráfico de segmentos
denominado polígono de histograma, que será usado em
Exemplo assuntos posteriores.
§ Considere a “altura” (em centímetros) dos alunos de
uma classe, agrupada em intervalos, e os gráficos cor-
respondentes às frequências absolutas e relativas:

Altura (cm) FA FR
140 150 6 15%

150 160 10 26%

160 170 12 30%

170 180 8 20%

180 190 4 10%

§ Histograma com as classes (intervalos) relacionadas às


frequências absolutas:

81
Exemplo escolher sempre qual deles é o mais adequado à situação
analisada.
§ Gols marcados em vários momentos de uma partida,
nas quatro primeiras rodadas de um campeonato bra- Em revistas e jornais, é comum a ilustração de diversos ti-
sileiro de futebol pos de gráficos com figuras relacionadas ao assunto, para
torná-los mais atraentes. São os pictogramas.

Exemplos

Foi visto como os vários tipos de gráficos são utilizados para


representar e interpretar dados estatísticos. É importante

Aplicação do conteúdo
1. Construa a tabela de frequências e os gráficos de barras e de setores para a variável hobby desta tabela.

Resolução:

Hobby Contagem FA FR

Esporte (E) 8 8    ​ =0,32


​  ___ 32%
  25

Música (M) 6 6    ​= 0,24


​  ___ 24%
  25

Patinação (F) 3 3    ​= 0,12


​  ___ 12%
25

Dança (D) 7 7    ​= 0,28


​  ___ 28%
  25

Aeromodelismo (A) 1 1    ​= 0,04


​  ___ 4%
25
Total 25 1 100%

​  4   ​  = ____
___ ​  x   ​  ä 100x = 1440° ä x = 14,4°
100 360°
A cada 4%, corresponde um setor de 14,4º.

82
Tempo (min) Contagem FA FR

43 46 3 10%

46 49 6 20%

49 52 12 40%
   

52 55 3 10%

55 58 6 20%

Total 30 100%

b) Histograma relacionando as classes e suas frequ-


ências absolutas
Resolução:
M: 24% (6 · 4%) é 6 · 14,4º = 86,4º
P: 12% (3 · 4%) é 3 · 14,4º = 43,2º
D: 28% (7 · 4%) é 7 · 14,4º = 100,8º
A: 4% é 14,4º
Assim:
115,2 + 86,4 + 43,2 + 100,8 + 14, 4 = 360,0º

4. Medidas de
tendência central
2. Numa prova, foi anotado o tempo que cada aluno
A partir da idade das pessoas de um grupo, é possível es-
gastou para concluí-la (em minutos): 56; 57; 49; 51; 46;
50; 50; 47; 44; 57; 53; 50; 43; 55; 48; 56; 49; 51; 47; 46; tabelecer uma única idade que caracteriza o grupo todo.
54; 52; 55; 45; 49; 50; 48; 51. A partir desses dados, cons- Considerando a temperatura de vários momentos em um
trua o que se pede em cada item.
mês qualquer, pode-se determinar uma só temperatura
a) Tabela de frequências com os valores em 5 classes. que forneça uma ideia aproximada de todo o período.
Resolução: Avaliando as notas dos vários trabalhos de um aluno no
Substituindo o menor valor pelo maior valor, a amplitude bimestre, é possível registrar com apenas uma nota seu
total será: aproveitamento no bimestre.
57 – 43 = 14 Em situações como essas, o número obtido é a medida
da tendência central dos vários números empregados. A
Sabendo que são 5 classes e escolhendo o número 15, a
média aritmética é a mais conhecida entre as medidas de
amplitude de cada classe será:
tendência central. Além dela, serão estudadas também a
15 : 5 = 3 mediana e a moda.

83
4.1. Média aritmética (MA) A média aritmética é empregada como medida de ten-
dência central, isto é, como forma de, mediante um único
Considerando um grupo de pessoas com 22, 20, 21, 24 e número, dar uma ideia das características de determinado
20 anos, observa-se que: grupo de números. Entretanto, convém ressaltar que em
  ​ 22 + 20 + 21
 ​ + 24 + 20 
MA =___________________ ​ 107
= ___  ​  = 21,4 algumas situações a presença de um valor bem maior ou
5 5
bem menor que os demais faz com que a média aritmética
A média aritmética, ou simplesmente a média de idade do
não consiga traçar o perfil correto do grupo.
grupo, é 21,4 anos.
Considere um grupo de pessoas com idades de 2, 3, 2, 1, 2 e
Se, ao medir de hora em hora a temperatura em deter-
50 anos. A média de idade, que é de 10 anos, não caracteriza
minado local, registraram-se 14 ºC às 6h; 15 ºC às 7h;
a idade desse grupo. Em casos como esse, são usadas outras
15 ºC às 8h; 18 ºC às 9h; 20 ºC às 10h; e 23 ºC às 11h,
medidas de tendência central, como a moda e a mediana.
observa-se que:
​ 14 + 15 + 15  
+ ​
18 + 20 + 23 = ___
MA = _______________________ ​ 105
   
6 6
 ​  = 17,5
4.3. Moda (Mo)
No período das 6h às 11h, a temperatura média foi de
Em Estatística, moda é a medida de tendência central defi-
17,5 ºC.
nida como o valor mais frequente de um grupo de valores
Para um aluno que fez vários trabalhos durante o bimestre e observados.
obteve as notas 7,5; 8,5; 10,0; e 7,0, observa-se que:
No grupo de pessoas com idades de 2, 3, 2, 1, 2 e 50 anos,
7,5 + 8,5 + 10,0 + 7, 0 ___
MA = ​ __________________
    ​  = ​ 33 ​ = 8,25 a moda é 2 anos (Mo = 2) e demonstra mais eficiência
4 4 para caracterizar o grupo do que a média aritmética.
Nesse bimestre, o aluno teve média de 8,25.
Se a temperatura medida de hora em hora, das 6h às
Generalizando, pode-se afirmar que, dados os n valores x1, 11h, apresentou os resultados 15 ºC, 15 ºC, 18 ºC,
x2, x3, ..., xn de uma variável, a média aritmética é o número 20 ºC e 25 ºC, afirma-se que, nesse período, a moda foi
obtido da seguinte maneira: 15 ºC, ou seja, Mo = 15 ºC.
n

∑​  ​   ​  x ​ No caso de um aluno que anotou durante dez dias o tem-
x1 + x2 + x3 +...+ xn i = 1 i
_______________
MA =   
​  n ​  = po gasto em minutos para ir de sua casa à escola e cujos
n
registros foram 15 min, 14 min, 18 min, 15 min, 14 min, 25
4.2. Média aritmética ponderada min, 16 min, 15 min, 15 min e 16 min, a moda é 15 min,
ou seja, Mo = 15 min.
Considere o caso de um aluno que faz vários trabalhos com
pesos diferentes, ou seja, com graus de importância dife- Se as notas obtidas por um aluno foram 6,0; 7,5; 7,5; 5,0; e
rentes. Se, no decorrer do bimestre, ele obteve 6,5 na prova 6,0, afirma-se que a moda é 6,0 e 7,5 e que a distribuição
(peso 2), 7,0 na pesquisa (peso 3), 6,0 no debate (peso 1) e é bimodal.
7,0 no trabalho de equipe (peso 2), a média dele, que nes-
se caso é denominada média aritmética ponderada, será: Nota
2 · 6,5 + 3 · 7,0 + 1 · 6,0 + 2 · 7,0
MP = __________________________
   
​      ​ ä Se não houver repetição de números, como 7, 9, 4, 5 e
2+3+1+2
8, não haverá moda.
​ 13 + 21  ​
+ 6 + 14 
ä______________
   ​ 54 ​ = 6,75
= ___
8 8
É possível simplificar quando se calcula a média aritmética
de números que se repetem. Para obter a média aritmética
4.4. Mediana (Me)
de 7, 7, 7, 9, 9, 9, 9, 9, 11 e 11, observa-se que: A mediana é outra medida de tendência central.
3 · 7   
+ 5 · 9 +  ​
MP = ________________
​    2 · 11 ä ___________
​ 21 + 45 ​
+ 22 
ä
  Dados n números em ordem crescente ou decrescente, a
3+5+2 10 mediana será:
​  88 ​ ä 8,8
ä ___
10 § o número que ocupar a posição central se n for ímpar; e
Portanto, 8,8 é a média aritmética dos números 7, 9 e 11, § a média aritmética dos dois números que estiverem no
com frequência 3, 5 e 2, respectivamente. centro se n for par.
Observe que esse também é um exemplo de média ponde- Numa classe, foram anotadas as faltas durante um período
rada, cujos pesos são as frequências 3, 5 e 2. de 15 dias: 3, 5, 2, 0, 2, 1, 3, 4, 7, 0, 2, 3, 4 e 7.

84
Em ordem crescente, tem-se: 3 5
0,0,1,2,2,2,3 3, 3,4,4,5,5,7,7 Total 40
ç
7 valores Me 7 valores

Exemplos: Nota
§ Uma vez que 15 é ímpar, o termo médio é o oitavo. Embora 1,35 irmão pareça absurdo, é correto um va-
lor desse tipo, assim como 1,5 gols por partida, 7,2
Assim, a mediana é 3, simbolicamente Me = 3. medalhas por Olimpíada, etc. A média aritmética é
§ As idades dos alunos de uma equipe são 12, 16, 14, uma medida de tendência.
12, 13, 16, 16 e 17 anos.
Para determinar a mediana desses valores, deve-se ogani- Moda:
zá-los na ordem crescente (ou decrescente). A maior frequência é 15, que corresponde ao valor 1 irmão.
12, 12, 13, 14, 16, 16, 16, 17 Assim, Mo = 1 irmão.

As duas
Mediana:
posições
centrais
Uma vez que o total de frequências é 40 (número par),
os valores centrais são o vigésimo e o vigésimo primeiro​
Uma vez que se obteve um número par de valores (8), de-
ve-se calcular a média aritmética entre os dois centrais, que
( 
___
2 )
​ 40 ​ = 20 e 21  ​.

são o quarto e o quinto termos. Se dispostos na ordem crescente, virão os 8 valores cor-
respondentes a 0 irmão, seguidos dos 15 valores de 1
Assim, a média é dada por: irmão, e assim por diante. Portanto, o vigésimo e o vi-
​ 14 + ​
Me = _______ 16   ​ 30 ​ = 15
= ___ gésimo primeiro valores serão, ambos, 1 irmão. Assim,
2 2
Simbolicamente, Me = 15 anos. Me = _____​ 1 + ​
1  
= 1 irmão.
2
§ Pesquisa sobre “peso” (em quilogramas) de um grupo
4.5. Média aritmética, de pessoas:
moda e mediana a partir de
Peso (kg) FA
tabelas de frequências
40 44 1
Utilizando os valores (números ou intervalos) e as frequ-
44 48 3
ências absolutas das tabelas de frequências das variáveis
quantitativas, é possível calcular a MA, a Mo e a Me de 48 52 7
seus valores. 52 56 6

56 60 3
Exemplos:
Total 20
§ Pesquisa sobre “número de irmãos” de cada aluno de
uma classe. A partir da tabela em que os pesos estão agrupados em
Média aritmética: classes, considere em cada classe o valor médio (VM) e
anexe uma nova coluna à tabela:
​ 8 · 0 + 15 · 1  
+ ​
12 · 2 + 5 · 3 ä
MA =______________________
   
40
44 – 40 = 48 – 44 = 52 – 48 – 56 – 52
​  0 + 15 +  ​
   24 + 15 
ä ______________ ​ 54 ​ = 1,35 irmão
= ___ = 60 – 56 = 4 ä __​  4 ​ = 2
40 40 2
Número de 40 + 2 = 42 (frequência 1)
FA
irmãos 44 + 2 = 46 (frequência 3)
0 8 48 + 2 = 50 (frequência 7)
1 15
52 + 2 = 54 (frequência 6)
2 12
56 + 2 = 48 (frequência 3)

85
Peso (kg) FA VM
Observe alguns grupos possíveis:

40 44 1 42 § Grupo A: 20 anos, 20 anos, 20 anos, 20 anos, 20 anos,


20 anos
44 48 3 46
​ 20 + 20 + 20  
+ ​20 + 20 + 20 = ___
Ma = _______________________
    ​ 120
 ​  = 20 anos
48 52 7 50 6 6
52 56 6 54
§ Grupo B: 22 anos, 23 anos,18 anos, 19 anos, 20 anos,
18 anos
56 60 3 58
​ 22 + 23 + 18  
+ ​19 + 20 + 18 = ___
Ma = _______________________
    ​ 120
 ​  = 20 anos
Total 20 6 6
§ Grupo C: 6 anos, 62 anos, 39 anos, 4 anos, 8 anos, 1 ano
Calcule MA, Mo e Me usando valores médios e suas fre-
​ 6 + 62 + 39  ​
+ 4 + 8 + 1 
Ma = ___________________
   ​ 120
= ___  ​  = 20 anos
quências. 6 6
Média aritmética: Uma vez que a medida de tendência central não é suficien-
te para caracterizar o grupo C, é conveniente utilizar medi-
​ 1 · 42 + 3 · 46 + 7  
·  ​
50 + 6 · 54 + 3 · 58
MA =_______________________________
    das que expressem o grau de dispersão de um conjunto de
20
dados. As mais usadas são a variância e o desvio padrão.
​ 42 + 138 + 350
        ​+ 324 + 174 = ____
= _______________________ ​ 1028 ​   
20 20
= 51,4 kg
5.1. Variância (V)
Moda:
A ideia básica de variância é tomar os desvios dos valores
A frequência maior 7 indica o intervalo 48 – 52, represen- x1 em relação à média aritmética (x – MA). No entanto, a
tado por 50, que é o ponto médio. Assim, Mo = 50 kg. soma desses desvios é igual a 0 (graças a uma proprieda-
Mediana: de da média). Uma opção possível é considerar o total dos
n

Uma vez que o total das frequências é 20 (número par), quadrados dos desvios ∑
​ ​   ​  (xi – MA)2​e expressar a variância
i=1
os dois valores centrais são o décimo e o décimo primei- (V) como a medida dos quadrados dos desvios, ou seja:
ro. Dispostos os valores médios em ordem crescente e de n

acordo com suas frequências, o décimo é 50 kg, e o décimo ∑​ ​   ​  (xi – MA)2​
​ 50 + ​
primeiro, também. Assim, Me = _______ 50   .
i=1
= 50 kg.
2 n

5. Medidas de dispersão Exemplo:


Descobrir a variância nos grupos A, B e C, citados anterior-
As medidas de tendência central mais usadas são a mé-
mente.
dia aritmética, a moda e a mediana, cujo objetivo é con-
centrar em um único número os diversos valores de uma § Grupo A (20; 20; 20; 20; 20; 20)
variável quantitativa. MA = 20
Neste item, serão estudados casos em que elas são insufi- Desvios: 20 – 20 = 0; todos iguais a 0.
cientes.
V=0
Considere a seguinte situação:
Quando todos os valores são iguais, afirma-se que não
O critério de aprovação em um concurso estabelece que o houve dispersão; por isso, a variância é 0.
candidato deve realizar 3 provas e obter com suas notas
média igual ou maior que 6,0. Nesse caso, a informação de § Grupo B (22; 23; 18; 19; 20; 18)
que o candidato obteve média 7,5 é suficiente para con- MA = 20
cluir que ele está aprovado.
Desvios: 22 – 20 = 2; 23 – 20 = 3
Considere, agora, outra situação:
18 – 20 = –2; 19 – 20 = –1
Uma pessoa é encarregada de dirigir atividades de lazer para
20 – 20 = 0; 18 – 20 = –2
um grupo de 8 pessoas, cuja média de idade é 20 anos. Nes-
2 + 32 + (–2)2 + (–1)2 + 02 + (–2)2
2
se caso, apenas a informação da média não é suficiente para V = ___________________________
   
​    
 ​ =
planejar as atividades, uma vez que há grupos com média 6
de idade de 20 anos e características totalmente diferentes. = ​ 4_________________
+9 + 4 + ​
   1 + 0 + 4  ​ 22 ​ = 3,6
= ___
6 6

86
§ Grupo C (6; 62; 39; 4; 8; 1)
Aplicação do conteúdo
MA = 20
1. Num treinamento de salto em altura, os atletas re-
Desvios: 6 – 20 = - 14; 62 – 20 = 42; alizam 4 saltos cada um. Veja as marcas obtidas por
39 – 20 = 19 três atletas:

4 – 20 = –16; 8 – 20 = –12; 1 – 20 = –19 § atleta A: 148 cm, 170 cm, 155 cm e 131 cm;
(–14)2 + 422 + 192 + (–16)2 + (–12)2 + (–19)2
V = __________________________________
    
​     ​ § atleta B: 145 cm, 151 cm, 150 cm e 152 cm;
6
§ atleta C: 146 cm. 151 cm, 143 cm e 160 cm.
​ 196 +1764 + 361   + ​256 + 144 + 361  
= ___________________________
   
6 Com base nesses dados, responda aos seguintes itens:
= ​ 3082
___  ​  = 513,6 a) Qual deles obteve melhor média?
6
A variância é suficiente para diferenciar a dispersão dos Resolução:
grupos: o grupo A não tem dispersão (V = 0) e o grupo C
Ao calcular a média de cada atleta, obtém-se:
tem uma dispersão maior que a do grupo B (513,6 > 3,6).
Atleta A
Entretanto, não é possível expressar a variância na mesma
148 + 170 + ​ 155 + 131  
MA = ​ ___________________
   ​ 604
= ___  ​  = 151 cm
unidade dos valores da variável, uma vez que os desvios 4 4
são elevados ao quadrado. Por isso, definiu-se que a medi- Atleta B
da de dispersão é denominada desvio padrão. 145 + 151 + ​ 150 + 152  
MA = ​ ___________________
   ​ 598
= ___  ​  = 149,5 cm
4 4
5.2. Desvio padrão (DP) Atleta C
146 + 151 + ​ 143 + 160  
MA = ​ ___________________
   ​ 600
= ___  ​  = 150 cm
O desvio padrão (DP) é a raiz quadrada da variância. Ele 4 4
facilita a interpretação dos dados, uma vez que é expresso Assim, o atleta A obteve a maior média: 151 cm.
na mesma unidade dos valores observados (conjunto de
b) Qual deles foi mais regular?
dados). No exemplo que está sendo analisado, tem-se:
Resolução:
§ Grupo A: DP = d​ XX
0 ​ = 0 anos
A maior regularidade será verificada a partir do desvio padrão.
§ Grupo B: DP = d​ 3,6 ​
XXX  = 1,9 anos
Atleta A
§ Grupo C: DP = d​ 513,6 ​
XXXXX  = 22,6 anos
(148 – 151)2 + (170 – 151)2 + (155 – 151)2 + (131 – 151)2
Resumindo: se x1, x2, x3, ..., xn são os n valores de uma V____________________________________________
= ​ 
         
  ​
4
variável quantidade x, tem-se: ⇒ V =    9 + 361 + 16
________________
​   ​  + 400 786
___
= ​   ​  = 196,5 cm
n 4 4
∑​  ​   ​  xi​ DP = d​ 196,5 ​
XXXXX  = 14 cm
i–1
§ A média aritmética dos valores de x: MA = Atleta B
n
(–4,5)2 + (1,5)2 + (0,5)2 + (2,5)2
n
V = ​ ________________________
       
∑​  ​   ​  (xi – MA)2​ 4
20,25 + 2,25 + 0,25 + 6,25 ___
§ A variação de x: V = i=1
=   
​   ​ = ​ 29 ​ = 7,25
​ _____________________
  
n 4 4
§ O desvio padrão de x: DP = d​ XX
V ​  DP = ​d7,25 ​ 
XXXX = 2,7 cm
Atleta C
(–4)2 + 12 + (–7)2 + 102 16 + 1 + 49 + 100  
Nota V =__________________
  
​   ​  = ​  _______________
    ​ =
4 4
166
= ___
​   ​  = 41,5
1. Se todos os valores da variável forem iguais, o des- 4
vio padrão será 0. d
DP = ​ 41,5 ​ 
XXXX = 6,4 cm
2. Quanto mais próximo de 0 for o desvio padrão, mais Assim, o atleta B foi o mais regular, uma vez que seu desvio
homogênea será a distribuição dos valores da variável. padrão é o menor: aproximadamente 2,7 cm.
3. O desvio padrão é expresso na mesma unidade da 2. O histograma mostra o resultado de uma pesquisa
variável. sobre altura (em centímetros) entre os alunos de uma
classe. Calcule o desvio padrão dessa variável.

87
Se, como se diz, a probabilidade de ocorrer um acidente de
avião é de uma em um milhão, é porque a frequência re-
lativa de ocorrência de acidentes é de um acidente a cada
um milhão de decolagens. Ao longo dos anos, ocorrerão
mais decolagens, o que pode mudar essa probabilidade.
Dos anos 1960 para cá, a frequência relativa de acidentes
aéreos no mundo diminuiu cerca de 15 vezes. Isso significa
que a probabilidade de ocorrer um acidente nos anos 1960
era 15 vezes maior do que agora.
Quanto maior for a quantidade de experimentos, melhor
será a estimativa da probabilidade ao empregar a frequ-
ência relativa. Ao jogar uma moeda duas vezes, é possível
Resolução: que ocorra duas vezes cara. Seria absurdo afirmar que a
probabilidade de ocorrer cara é de 100%, uma vez que a
No histograma, os valores da variável são intervalos; por quantidade de experimentos é muito pequena e insuficien-
isso, é preciso usar seus pontos médios:
te para que se faça tal afirmação. Contudo, ao jogar uma
moeda 200 vezes, é possível observar algo como 94 caras
e 106 coroas; se jogada 2.000 vezes, 1.034 caras e 966
coroas; 20.000 vezes, 10.091 caras e 9.909 coroas.
Na tabela a seguir, percebe-se que a frequência relativa ten-
de ao valor teórico de 50% para a probabilidade de ocorrer
cara ou coroa, o que é chamado de lei dos grandes números.
Previsões do tempo, resultados eleitorais, mortalidade cau-
sada por doenças, entre outras, são probabilidades calcu-
Média aritmética: ladas por frequências relativas de pesquisas estatísticas.
​ 2 · 156 + 5 ·    
162 + 8 · 168 + 6 ​
· 174 + 4 · 180 ⇒
MA = ____________________________________
     Nesses casos, quanto maior for o histórico de dados a ser
2+5+8+6+4 analisado, melhor será a previsão.
312 + 810 + 1344
​        + 1044 + 720 = ____
⇒ MA = __________________________
 ​ ​ 4230 ​


25 25 Número de
FA (cara) FR (cara)
jogadas
= 169,2 cm
2 2 100%
Desvios (xi – MA): 200 94 47%
156 – 169,2 = – 13,2; 162 – 169,2 = – 7,2 2.000 1.034 51,7%
20.000 10.091 50,45%
168 – 169,2 = – 1,2; 174 – 169,2 = 4,8
180 – 169,2 = 10,8
Variância: Aplicação do conteúdo
2(–13,2)2______________________________
+ 5(–7,2)2 + 8(–1,2)2 + 6(4,8)2 + 4(10,8)2 1. Um dado foi lançado 1.200 vezes, com o seguinte re-
V =_________
    
​     ​
25 sultado:
348,48 + 259,2 + 11,52 + 138,24 + 456,56
V = __________________________________
    
​      ​
25 Face Número de vezes
​ 1214
V = ____  ​  = 48,56 cm 1 248
25 2 355
Desvio padrão
3 175
DP = d​ 48,96 ​
XXXXX  = 6,97 cm 4 180
5 126

6. Estatística e probabilidade 6 116

A estatística também é utilizada para estimar a probabilidade a) Trace uma tabela de frequências relativas que ex-
de ocorrência de um evento, principalmente se ela não puder presse os resultados em porcentagem.
ser calculada teoricamente pela razão P =   ​  evento   ​.
____________ Resolução:
espaço amostral

88
Face Número de vezes Frequência relativa Qual deve ser a quantidade de cada bolinha dentro da
garrafa?
1 248 20,7%
2 355 29,6% Resolução:
3 175 14,6% Uma vez que a quantidade de experimentos é grande,
4 180 15,0% pode-se esperar que a frequência relativa seja aproxima-
5 126 10,5% damente igual à probabilidade teórica. A tabela de frequ-
6 116 9,7% ências relativas é:

Cor da Número Frequências


b) Na sua opinião, o dado jogado é honesto? Justifi-
bolinha de vezes relativas
que sua resposta.
Preta 396 0,198
Resolução:
Vermelha 910 0,455
Aparentemente, há uma tendência maior em sair as faces
Amarela 694 0,347
1 e 2 do que as outras. Como 1.200 é um número razoa-
velmente grande, a frequência relativa deveria ser aproxi-
madamente igual ao valor teórico da probabilidade (que é Portanto, se tivermos x bolinhas pretas, y bolinhas vermelhas
de 16,6%). Com 1.200 jogadas, o resultado teórico espe- e z bolinhas amarelas, as probabilidades teóricas serão:
rado seria o de sair cerca de 200 vezes cada face. Pode-se ​  x  ​ 
P(preta) = ___
afirmar, portanto, que o dado aparenta não ser honesto. 20
y
P(vermelha) = ___ ​    ​ 
2. “O número de acidentes aéreos no Brasil entre 1979 20
e 1998 caiu muito. Foram registrados 403 acidentes, em
P(amarela) = ___​  z  ​ 
1979, contra 71, em 1998. No mesmo período, o número 20
de voos aumentou cinco vezes”. Segundo essa afirma- Ao igualarem-se as probabilidades teóricas com as respec-
ção, se a probabilidade de ocorrer um acidente aéreo
em 1998 era P, qual foi essa probabilidade em 1979?
tivas frequências relativas, obtém-se:
​  x  ​ = 0,198 ä x = 3,96
___
Resolução: 20
___ y
Suponha que o número de voos, em 1979, seja x: ​    ​ = 0,455 ä y = 9,10
20
P = ___​ 71 ​  ä x = ___
​ 71 ​ 
___ ​  z  ​ = 0,347 ä z = 6,94
5x 5P 20
Em 1979, a probabilidade era: Uma vez que as quantidades x, y e z de bolinhas são núme-
ros inteiros, x = 4, y = 9 e z = 7.
P2 = ___ ​ 403 403
___
x ​  ä x = ​ P  ​  
2
Assim:
​ 403 ​   ä P2 = _______
​  71 ​ = ___
___ ​ 403 · ​
5P 

5P P2 71
= 28,4P cerca de 28 vezes maior)
3. Em uma garrafa opaca fechada existem 20 bolinhas
distribuídas entre três cores: preta, vermelha e amarela.
Não é possível ver as bolinhas dentro da garrafa, exce-
to quando ela é virada de ponta-cabeça, quando uma
das bolinhas vai para o gargalo e é possível ver sua cor.
Ao longo de vários dias, repetiram-se 2.000 vezes a se-
guinte operação: chacoalhava-se e tombava-se a garra- multimídia: sites
fa para então anotar a cor da bolinha que aparecia no
gargalo. Os resultados obtidos foram:
https://pt.khanacademy.org/math/probability
Cor da bolinha Número de vezes
Preta 396

Vermelha 910

Amarela 694

89
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequ-
27 ências de dados agrupados (não em classes) ou em gráficos.

Dentro das competências da área 7 do Enem, a habilidade 27 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de análise de dados de gráficos ou tabelas e cálculos estatísticos.

Modelo
(Enem) O gráfico apresenta a taxa de desemprego (em %) para o período de março de 2008 a abril de 2009, obtida
com base nos dados observados nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São
Paulo e Porto Alegre.

IBGE. Pesquisa mensal de emprego. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
A mediana dessa taxa de desemprego, no período de março de 2008 a abril de 2009, foi de:
a) 8,1%.
b) 8,0%.
c) 7,9%.
d) 7,7%.
e) 7,6%.

Análise expositiva - Habilidade 27: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do
B cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre estatística para a sua resolução.
A mediana será dada pela média entre a sétima e a oitava taxa. Em ordem crescente, a mediana será:
6,8 – 7,5 – 7,6 – 7,6 – 7,7 – 7,9 – 7,9 – 8,1 – 8,2 – 8,5 – 8,5 – 8,6 – 8,9 – 9,0

7,9 + 8,1
⇒ _______
​    ​  = 8 
2
Alternativa B

90
DIAGRAMA DE IDEIAS

TERMOS

População Amostra Indivíduo Frequência

Variável Objeto Absoluta Relativa

Qualitativa Quantitativa
ESTATÍSTICA

Nominal Ordinal Discreta Contínua

MEDIDAS DE
TENDÊNCIA CENTRAL

Média aritmética Mediana


Moda
(MA) (ME)

Valor mais
MA = x1 + x2 + x3 + ... + xn frequente dos Se N for ímpar Se N for par
n
dados observados

Média aritmética O número que Média aritmética


ponderada ocupa a posição dos dois números
central centrais

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA MEDIDAS DE DISPERSÃO

Gráfico de Gráfico de Gráfico de


Histograma Variância (V) Desvio padrão
segmento barra setores

DP = √xxxx
n
S (x – MA)2
V = i=1 V
1
n

91
GEOMETRIA ESPACIAL E ANALÍTICA: Incidência
do tema nas principais provas

O Enem abordará questões sobre a geometria O aluno deve esperar uma questão com elevado
de uma esfera e aplicará a questões do nosso grau para esferas e questões diretas sobre os
cotidiano. A parte de geometria analítica é temas da geometria analítica. Ambos os temas
abordada de forma mais fácil. podem aparecer na primeira e segunda fases.

A prova pode trazer questões muito bem ela- A prova apresentará para seus candidatos Por apresentar uma prova contextualizada em
boradas sobre sólidos inscritos e circunscritos. questões sobre geometria analítica, com grande parte, a Vunesp poderá trazer questões
Além disso, todos os conceitos de geometria elevado grau de dificuldade. medianas sobre os temas deste livro e do
analítica deste livro devem estar bem claros próximo para geometria analítica.
para os candidatos.

O vestibular buscará de seu candidato todos A prova abordará a geometria de uma esfera, Este vestibular irá compor sua prova com A prova apresentará questões de elevado grau
os temas deste livro, com questões medianas de forma contextualizada e mediana. Todos questões elevadas para todos as aulas deste aos seus candidatos. Associar todos os itens
e difíceis. os conhecimentos sobre geometria analítica livro. de geometria plana para a espacial e analítica
devem ser absorvidos pelo candidato. é fundamental.

UFMG

O candidato deve estar atento a todos os A prova exige do seu candidato a parte da A prova exigirá uma boa análise da geometria
temas abordados sobre geometria analítica. geometria analítica com elevado grau em suas espacial com questões elevadas. Além disso,
questões. Associar a geometria plana com a o candidato deve trazer todos os conceitos de
analítica também é essencial. geometria analítica deste livro e do próximo.

As questões de geometria analítica apresen- De forma objetiva, a prova abordará todos os A prova tem alta incidência de geometria ana-
tarão alta dificuldade e podem ser ou não temas desta livro. Questões medianas e eleva- lítica, com questões muito bem elaboradas.
apresentadas de forma direta. das podem aparecer para os candidatos.

93
AULAS Esferas
35 e 36
Competências: 2e3 Habilidades: 6, 7, 8, 9 e 14

1. Introdução 3. Volume da esfera


Considere um ponto C e um número real positivo R qualquer. Observe a figura a seguir, em que aparece a secção deter-
minada em uma esfera de raio R por plano b.
A esfera de centro C e raio R forma o conjunto de todos
os pontos do espaço que estão a uma distância menor ou
igual a R do ponto C.
A “casquinha” ou a fronteira da esfera é denominada su-
perfície esférica.

A intersecção do plano b com a esfera é um círculo de raio


r. Se d é a distância de O (centro da esfera) ao plano b,
tem-se:

C = centro da esfera R2 = d2 + r2 ⇒ r2 = R2 – d2
CP = raio da esfera Assim, a área da secção é dada por:
PQ = diâmetro da esfera
p(R2 – d2)
R = medida do raio da esfera
O volume da esfera será determinado a partir do princípio
de Cavalieri. Para isso, considere inicialmente um sólido S
2. Área da superfície esférica que será obtido da seguinte maneira: de um cilindro equi-
látero de raio R e altura 2R retiram-se dois cones de raio R,
Na figura a seguir, estão desenhados três círculos máximos.
altura R e vértice P.
A área da superfície esférica é dada pelo quádruplo da área
de um dos círculos máximos, ou seja:
A = 4pR2
Por exemplo, se o raio de uma esfera é 9 cm, a área da
superfície esférica é dada por:
A = 4pR2 = 4 · 3,14 · 92 = 1017,36 cm2

Essa fórmula será justificada depois da análise do cálculo


do volume da esfera.

O volume do sólido S é tal que:


volume de S = pR2 · 2R – 2 · __ ​ 1 ​p ​ 2 ​p
  R2 · R = 2pR3 – __   R3
3 3
​ 4 ​p
= __   R3 cilindro
3 2 cones
Agora, é possível considerar, apoiados em um plano a, o
sólido S e uma esfera E de raio R, conforme mostra a figura
a seguir:

94
b) Qual é a área coberta de água (em km2) em sua
superfície?
Resolução:
A área coberta de água é:
​ 3 ​ A = __
__ ​ 3 ​ · 5,09 · 108 = 3,82 · 108 km2
4 4
A área coberta de água é aproximadamente de:
3,82 · 108 km2.

Se um plano b, paralelo a a, seccionar a esfera E, a área 2. Quantos mililitros cabem aproximadamente na vasi-
da secção será p(R2 – d2), conforme foi visto. Além disso, lha abaixo?
se b também seccionar o sólido S, a secção será uma coroa
circular de raios R e d e também de área igual a p(R2 – d2).
A igualdade das áreas das secções permite concluir, pelo
princípio de Cavalieri, que a esfera E tem o mesmo volume
​ 4 ​ pR3.
que o sólido S: __
3
Pode-se então concluir que, se uma esfera tem raio R, seu
volume é:
​ 4 ​ pR3
V = __
3

Aplicação do conteúdo
1. Responda às questões dos itens a seguir relativas ao Resolução:
planeta Terra: Calculando:
a) Qual é seu volume e qual é a área de sua superfície?
§ o volume do cilindro no qual
Resolução:
r = 2,5 cm e h = 8 cm:
Sabe-se que a linha do equador tem aproximadamente
v = pr2h = p(2,5)2 · 8 = 50p cm3
40.000 km.
§ o volume da esfera na qual R = 7 cm
​ 4 ​ pR3 = __
V = __ ​ 4 ​p ​ 1372p
  (7)3 = ______ ​  cm3
3 3 3
§ o volume da vasilha
​ 1372p
V = 50p + ______  ​   ​ 1522p
= ______  ​  
cm3
3 3
Considerando p = 3,14, tem-se:
Modelo matemático V = 1.593 cm3.
Considerando a Terra uma figura de forma esférica, tem-se: Como 1 cm3 = 1mø, o volume da vasilha é aproximada-
​ 4 ​ pR3.
V = __ mente 1.593 mø.
3
Como C = 40.000 km e C = 2pR, deve-se determinar R,
considerando p = 3,14:
40.000 = 2pR ⇒ R = __.___ ​ 40000
  ​ = 6.369 km
2p
V = __​ 4 ​p ​ 4 ​ · 3,14 · 6.3693 = 1,08 · 1012 km3
  R3 = __
3 3
A área da superfície da esfera é dada por A = 4pR2. No
caso do planeta Terra, como R = 6.369 km, tem-se: esfera
A = 4 ·3,14 · 6.369 = 509.485.862 km
2 2

Portanto, o volume aproximado da Terra é 1,08 · 1012 km3,


e sua área aproximada é 5,09 · 108 km2.

95
3. Uma esfera é seccionada por um plano a distante r=3m
12 cm de seu centro. O raio da secção obtida é 9 cm.
Calcule o volume da esfera. Portanto, seu volume, em m³, será:
​ 4 ​p
v = __ ​ 4 ​p
  r3 = __   (3)3 = 36pm3
3 3

4. Fuso esférico
Quando uma semicircunferência é rotacionada ao redor
do eixo que passa pelo diâmetro por um ângulo, obtém-se
uma superfície denominada fuso esférico:

Resolução:
Cálculo do raio R da esfera:
R2 = 122 + 92 = 144 + 81 = 225 ⇒ R = 15 cm
Cálculo do volume:
​ 4 ​  pR3 = __
V = __ ​ 4 ​  p(15)3 = V = 4.500p cm3
3 3
Portanto, o volume da esfera é 4.500p cm3.
4. Um cone equilátero está inscrito em uma esfera. O
raio da base do cone é 2 cm. Calcule o volume da esfera.
É possível calcular sua área da mesma forma que são cal-
culadas as áreas de setores circulares, ou seja, por meio de
uma proporção. Se o ângulo u fosse 360°, haveria uma
circunferência completa de área 4pr2. Assim:
​ 360º
____   ​  = ​ 4____
pr2 ​ 
u Afuso
Afuso = ____
​  u   ​  ∙ 4pr2
360º

Resolução:
__ __
5. Cunha esférica
cos 30º = __ ​√3 ​ 
​ 2 ​ ⇒ ​   ​  = __
___ ​ 2 ​ ⇒ R = ___ 4  ​=
​  __ 4​√3 ​ 
____
  ​   ​    Da mesma forma que se obtém uma superfície ao se ro-
R 2 R ​ 3 ​  3
√ tacionar uma semicircunferência, também se obtém um
Calculando o volume da esfera: sólido denominado cunha esférica.

(  )
__ __
4
__ __4 4​
____ √3 ​ 3 __ 4 192​
______ √3 ​ 
V = ​   ​  pR = ​   ​  p ​ ​   ​   ​ = ​   ​  p · ​   ​   
3
3 3 3__ 3 27
√   3
​ 256p​
= _______  ​3 ​   
cm
27 __
√   3
Assim, o volume da esfera é _______ ​ 256p​  ​3 ​ 

cm .
27
5. Sabe-se que foram utilizados 36p m2 de tinta para
pintar completamente a esfera de um reservatório de
água esférico. Calcule o volume de água em m³ que o
reservatório pode armazenar.

Resolução:
Do mesmo modo que uma proporção é utilizada para o
Sabe-se que a área de uma esfera é dada por: cálculo da área do fuso, utiliza-se uma proporção para o
A = 4pr2 cálculo do volume da cunha esférica:
Assim: ​ 4 ​π
__   r3
360º
____ 3
____
​   ​  = ​   ​ 
θ Vcunha
A = 4pr2 = 36p
r2 = 9 Vcunha = ____ ​ 4 ​p
​  u   ​  ∙ __   r3
360º 3

96
Aplicação do conteúdo
1. Dado que um fuso esférico tem área de ​ 3___
p ​  m2 e ân-
2
gulo central de 60°, calcule o volume da cunha esférica
determinada por esse fuso.

Resolução:
Como o ângulo central e a área são conhecidos, é possível
calcular o raio da esfera:
Afuso = ____ ​  u   ​ ∙ 4pr2
360º
​ 3 ​p
__ ​  60º  ​ ∙ 4pr2
  = ____
2 360°
​  3 ​p
__   = __​ 1 ​ p ∙ 4pr2
2 6
r2 = __ ​ 9 ​ 
4
r = __ ​ 3 ​ m
2
Assim, seu volume é dado por:
Vcunha = ____ ​  u   ​  ∙ __ ​ 4 ​p
  r3
360º 3
Vcunha = ____ ​  60º  ​  ∙ __ (  ) ​ 4 ​ p ​ __ ​  3 ​  ​
3

360° 3 2
Vcunha = __ ​ 1 ​ ∙ __ ​ 4 ​ p ___ ​ 27 ​ 
6 3 8
Vcunha = __ ​ 3 ​ pm3
4

97
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e
14 medidas.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 14 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação pro-
posta com conhecimentos de geometria.

Modelo
(Enem) Uma empresa farmacêutica produz medicamentos em pílulas, cada uma na forma de um cilindro com uma
semiesfera com o mesmo raio do cilindro em cada uma de suas extremidades. Essas pílulas são moldadas por uma
máquina programada para que os cilindros tenham sempre 10 mm de comprimento, adequando o raio de acordo com
o volume desejado.
Um medicamento é produzido em pílulas com 5 mm de raio. Para facilitar a deglutição, deseja-se produzir esse me-
dicamento diminuindo o raio para 4 mm, e, por consequência, seu volume. Isso exige a reprogramação da máquina
que produz essas pílulas.
Use 3 como valor aproximado para p.
A redução do volume da pílula, em milímetros cúbicos, após a reprogramação da máquina, será igual a:
a) 168.
b) 304.
c) 306.
d) 378.
e) 514.

Análise expositiva - Habilidade 14: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema
E utilizando cálculos de volume de sólidos geométricos (cilindros e esferas) para a sua resolução.
Uma pílula é formada por um cilindro de raio R e altura h e duas semiesferas também de raio R; assim, seu volume
será de:
V = 4/3 ∙ p ∙ R3 + p ∙ R2 ∙ h
Para p = 3, fazendo as diferenças das pílulas com os raios diferentes, tem-se:
Pílula de raio 5 mm = 4/3 ∙ 3 ∙ 5³ + 3 ∙ 5² ∙ 10 = 1.250 mm³
Pílula de raio 4 mm = 4/3 ∙ 3 ∙ 4³ + 3 ∙ 4² ∙ 10 = 736 mm³
Assim, a redução do volume será de 1.250 – 736 = 514 mm³.
Alternativa E
Alternativa E

98
DIAGRAMA DE IDEIAS

ESFERAS

FUSO CUNHA
ELEMENTOS ÁREA VOLUME
ESFÉRICO ESFÉRICA

V = 4 p R3
A = 4 p R2 3
R FUSO
Q C P
0
CUNHA

C CENTRO DA ESFERA AFUSO = u . 4 p R2


CP RAIO DA ESFERA 360
QP DIÂMETRO DA
VCUNHA = u . 4 p R3
ESFERA 360 3
R MEDIDA DO RAIO
DA ESFERA

99
AULAS Inscrição e circunscrição de sólidos
37 e 38
6, 7, 8, 9, 20, 21, 22
Competências: 2e5 Habilidades:
e 23

1. Introdução No triângulo com lados ABC, tem-se: g² = h² + R²


Ao comparar o triângulo ADO, retângulo em D, pode-se
A seguir serão analisadas as relações geométricas entre notar uma semelhança com o triângulo ABC, retângulo
os sólidos mais utilizados nas provas dos vestibulares. Na em B. Da conformidade desses triângulos, nota-se que
maior parte dos casos, serão realizadas a inscrição e a cir- AO= h-r. Assim:
cunscrição do par estudado. Durante o desenvolvimento, é
fundamental perceber a utilização de cortes estratégicos   r  ​  =
___ h -  ​ r  
  _____
g
R
para a elaboração das equações. Os sólidos utilizados se-
rão: esfera, cone, pirâmide quadrada, cubo e cilindro. 2.2. Cone inscrito na esfera
A esfera inscrita no cone de raio R possui r como raio e h
2. Esfera e cone como altura.

2.1. Circunscrição da esfera.


Considerando que a esfera inscrita no cone possui r como
raio, h como altura e g como geratriz, tem-se:

Quando os sólidos são divididos em partes e colocados em


um plano, o plano apresenta um triângulo com dois lados
iguais VAB de base 2r e altura h no raio R. Assim:

Quando o cone é dividido em partes em um plano que


contém seu eixo, o plano apresenta um círculo de raio r
inscrito num triângulo com dois lados iguais com medidas
2r e altura h proporcionais a g.

Na figura:
§ (O) = o ponto central da esfera.
§ (M) = centro da base do cone.
Considerando que o triangulo OMA é retângulo, tem-se:
R2 = r2 + (h - R)2

100
3. Cilindro e cubo § O raio da base do cilindro é igual ao raio da esfera (R = r).
§ A altura do cilindro é duas vezes maior do que a altura
da esfera (h = 2R).
3.1. Cilindro inscrito no cubo
O raio da base do cilindro será R, e h será a sua altura. O 4.2. Cilindro inscrito na esfera
cubo possui a como aresta. Assim:
Considere h a altura e r o raio da base do cilindro locali-
zado na esfera de raio r. Quando o cilindro é dividido em
partes e colocado em um plano, o plano apresenta um re-
tângulo com medidas 2r e h inscrito no círculo de raio R.

​  a ​  e  h = a
R = ___
2

3.2. Cubo inscrito no cilindro (2R)2 = (2r)2 + h2

A medida (altura) do cilindro é idêntica à aresta do cubo. O


raio R da base do cilindro, por sua vez, representa a meta- 5. Esfera e cubo
de da diagonal de um quadrado de lado a.
5.1. Esfera inscrita no cubo
Considerando um cubo ABCDEFGH num raio r com ares-
ta a, tem-se:

__
a​√2 ​     = h = a
R = ____
2

4. Esfera e cilindro
4.1. Esfera inscrita no cilindro Quando um cubo é dividido por uma superfície que possui
A esfera inscrita num cilindro possui r como raio e h como os pontos AB, DC, EF e HG, obtém-se um círculo com raio
altura. r num quadrado MNPQ:

101
5.2. Cubo inscrito na esfera Quando um sólido é dividido em partes por um plano que
contém o vértice V da pirâmide, os pontos médios M e N
Considerando um cubo ABCDEFGH num raio r com ares- e os lados BC e AD, o plano apresenta um círculo num
ta a, tem-se: triângulo com dois lados iguais com medidas l, h e raio r.

Uma seção do cubo possui pontos A e C, e o centro possui


os pontos ACGE de tamanhos a√2 e a num círculo com
raio r:
Possuindo um triângulo retângulo VAM, com hipotenusa
g e catetos h e l/2, tem-se:

(  )
g2 = h2 + __​ l ​   ​
2

2
O triângulo VPO, retângulo em P, é considerado seme-
lhante ao triângulo VAM, retângulo em A. A partir dessa
comparação, percebe-se que VM = g e VO = h – r:
2gr
  r     = _____
___ h​ -  ​r = ___
2r   h​ -  ​r  ⇒ l = _____
  = _____     ​ 
1/2 g l g h-r

O triângulo retângulo possui os pontos EGC de catetos


a√2, e a e hipotenusa 2R. Ao se empregar o teorema de
Pitágoras nesse triângulo, tem-se: __
__
a​√ 3 ​   
(2R)2 = (a√2 ​) 2 + a2 ⇒ 4R2 = 3a2 ⇒ R = ____
2

6. Esfera e pirâmide quadrada


6.1 Inscrição da esfera
A esfera inscrita na pirâmide possui r como raio de uma
base quadrada, l como base e h como altura.

102
Geometria analítica:
AULAS
distância e ponto médio
39 e 40
6, 7, 8, 9, 20, 21, 22
Competências: 2e5 Habilidades:
e 23

1. Introdução Exemplo
Ao par ordenado de números reais:
Esse segmento da Matemática, como o próprio nome su-
gere, associa elementos geométricos a expressões algébri- § (0, 0) está associado o ponto O (origem);
cas, proporcionando uma exatidão nas medidas que geral- § (3, 2) está associado o ponto A;
mente não é alcançada em resolução geométrica. Observe
o problema a seguir. § (–1, 4) está associado o ponto B;
§ (–2,–3) está associado o ponto C;
§ (2, –1) está associado o ponto D.

Na Geometria plana, o centro de gravidade de um triân-


gulo, denominado baricentro, é o ponto de intersecção das
medianas do triângulo e pode ser obtido geometricamente
com o uso de régua e compasso.
O campo da Matemática que será estudado agora propõe
outro recurso para a resolução desse problema, o algébri- Considerando o ponto A (3, 2), afirma-se que o número 3 é
co, segundo o qual, situados os vértices do triângulo num a coordenada x ou a abscissa do ponto A e que o número
sistema para a referência, denominado sistema cartesiano 2 é a coordenada y ou a ordenada do ponto A.
ortogonal, e aplicadas as propriedades já deduzidas na Ge-
ometria plana, pode-se obter o ponto procurado represen-
tado por suas coordenadas.
Nota
1. Os eixos x e y são denominados eixos coordenados
Acompanhe a seguir as definições dos conceitos necessá-
e dividem o plano em quatro regiões chamadas de
rios para essa aplicação.
quadrantes, cuja identificação é realizada como mos-
tra a figura.
2. Sistema cartesiano
ortogonal
Há uma correspondência biunívoca entre os pontos de um
plano e o conjunto dos pares ordenados de números reais,
ou seja, a cada ponto do plano corresponde um único par
ordenado (x, y), e a cada par ordenado (x, y) está associado
um único ponto do plano. A relação biunívoca não é única
e depende do sistema de eixos ortogonais adotado.
Para estabelecer uma dessas correspondências biunívocas,
são usados dois eixos ortogonais (eixo x e eixo y), cuja
intersecção é o ponto O, denominado origem do sistema.

103
2.
O sinal positivo ou negativo da abscissa e da ordena-
da varia de acordo com o quadrante.
2. Se o ponto P pertence ao eixo x, suas coordenadas
são (a, 0), com a ∈ R.
-2 -1
3. Se o ponto P pertence ao eixo y, suas coordenadas
são (0, b), com b ∈ R.
-1
4. Se o ponto P pertence à bissetriz dos quadrantes
ímpares, suas coordenadas possuem ordenada igual à
abscissa, isto é, são do tipo (a, a), com a ∈ R.

d(A, B) = 3 + 2 = 5
3.

5. Se o ponto P pertence à bissetriz dos quadrantes


pares, suas coordenadas possuem abscissa e ordena-
da opostas, isto é, são do tipo (a, –a), com a ∈ R.

3. Distância entre dois pontos d(A, B) = 2 + 4 = 6

Dados dois pontos (A e B), a distância entre eles, que será 4.


indicada por d(A, B), é a medida do segmento de extremi-
dades A e B.

Exemplos
1.

d(A, B) = 3 – 1 = 2 d(A, B) = 4 – 1 = 3

104
5. É possível determinar uma expressão que indica a distância
entre A e B, quaisquer que sejam A(xA, yA) e B(xB, yB).
O triângulo ABC é retângulo em C; assim, pode-se usar a
relação de Pitágoras:

yB

yA

[d(A, B)]2 = 32 + 22 ⇒ d(A, B) = d​ 13 ​


XXX  xA xB
6.

[d(A,B)]2 = (xB – xA)2 + (yB – yA)2 ⇒ d(A,B) =​d(x


XXXXXXXXXXXXX
  B
– xA)2 +(yB – yA)2 ​XX
[d(A, B)]2 = 32 + 52 ⇒ d(A, B) = d​ 34 ​
XXX 

Nota
A expressão obtida para a distância entre dois pontos A e B independe da localização de A e B, ou seja, vale para quais-
quer A e B. É o caso do segundo, quarto e sexto exemplos analisados anteriormente:

A(–2, –1) e B(3, –1) ⇒ d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


[3
   – (–2)]2 + [(–1) – (–1)]2 ​= ​dXXXXXXX
52 + 02 ​ 
= d​ XXX
25 ​ = 5

A(–2, 1) e B(–2, 4) ⇒ d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


[–
   2 – (– 2)]2 + (4 – 1)2 ​= d​ XXXXXX
02 + 3 ​2 
= ​dXX
9 ​ = 3

A(–2, 2) e B(1, –3) ⇒ d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


[1
   – (–2)]2 + [(–3) – 2]2 ​= ​dXXXXXXXXX
32 + (–5)2 ​ 
= ​dXXX
34 ​  
Conclusão: a distância entre dois pontos A e B quaisquer do plano, tal que A(xA, yA) e B(xB, yB), é:
d(A, B) = ​dXXXXXXXXXXXXXXXXXX
(x
  B
– xA)2 + (yB – yA)2 ​

Aplicação do conteúdo
1. Um ponto P(a, 2) é equidistante dos pontos A(3, 1) e B(2, 4). Calcule a abscissa do ponto P.

Resolução:
Como P é equidistante de A e B:
d(P, A) = d(P, B) ⇒ ​d(3
   – a)2 + (1 – 2)2 ​= ​d(2
XXXXXXXXXXXXXX    – a)2 + (4 – 2)2 ​ ⇒ ​d(3
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX
– a)2 + 1 ​=
  d​ (2 – a)2 + 4 ​⇒
XXXXXXXXXX  

⇒ (3 – a)2 + 1 = (2 – a)2 + 4 ⇒ 9 – 6a + a2 + 1 = 4 – 4a + a2 + 4 ⇒ –6a + 4a = 4 + 4 – 9 – 1 ⇒


⇒ –2a = –2 ⇒ 2a = 2 ⇒ a = 1

105
Verificando: Assim:
_____________ __
x – x _____y –y
a=1⇒
d(P, A) = √ (3
   – 1)2 + (1 – 2)2 ​= √
​ _____________ ​ 5 ​   ​ AP ​ = _____
r = ___ ​  A P ​  
= ​  A P ​  
__ PB xP – xB yP – yB
d(P, B) = √
​ (2
   – 1)2 + (4 – 2)2 ​= √
​ 5 ​  
Assim, a abscissa do ponto P é 1. 5. Coordenadas do ponto
2. Demonstre que o triângulo com vértices A(–2, 4),
B(–5, 1) e C(–6, 5) é isósceles. médio de um segmento de reta

​ , tal que A(xA, yA) e B(xB, yB),
Dado um segmento de reta AB​

determine as coordenadas de M, o ponto médio de AB​ ​ . 

O ponto M é o ponto divisor que divide o segmento em


duas partes iguais. Se A e B são os pontos extremos do

segmento AB​ ​ AM ​ = 1.
​ ,  com ponto médio M, obtém-se ___
Um triângulo é isósceles se tiver dois lados congruentes MB
(medidas iguais). Calcule as medidas dos lados do triân- Assim:
x –x x –x
gulo ABC. ​  AM ​ = ______
§ ___ ​  A M ​  ⇒ 1 =x______ ⇒
​  A – x M ​  
MB xM – xB M B
Resolução: x +x
⇒ 2xM = xA + xB ⇒ xM = ______ ​  A  ​B  
d(A, B) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–5
   + 2)2 + (1 – 4)2 ​= d​ 9XXXXX
+ 9 ​  2
___ AM yA – yM
______ yA – yM
______
= d​ 18 ​
XXX = 3​dXX
2 ​  § ​   ​ =y​  – y  ​   ⇒ 1 =y​  – y  ​   ⇒
MB M B M B
d(A, C) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–
   6 + 2)2 + (5 – 4)2 ​= ​d16 + 1 ​ 
XXXXXX y +y
⇒ 2yM = yA + yB ⇒ yM = _____ ​  A  ​B  
= d​ 17 ​
XXX  2

d(B, C) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–6
   + 5)2 + (5 – 1)2 ​= ​d1XXXXXX
+ 16 ​  Aplicação do conteúdo
= d​ 17 ​
XXX 
1. Se A(1, 3) e B(3,5) são extremos de um diâmetro de
Uma vez que d(A, C) = d(B, C), o triângulo ABC é isósceles. uma circunferência, encontre as coordenadas do centro
da circunferência e seu raio.

4. Ponto divisor Resolução:


Como A e B são extremos do diâmetro, o ponto médio do
Considere A, B e P três pontos do plano cartesiano, de
 segmento AB é o centro C; assim:
​  numa razão r = ___
maneira que P divide o segmento AB​ ​ AP ​  
PB
denominada razão de secção. Observe na figura que os tri- ​ 1 +3
xc = ____  ​  = 2
2
ângulos APC e PBD são semelhantes.
​ 3 + ​5  
yc = _____ =4
2
Portanto, o centro C é o ponto (2, 4). O raio pode ser en-
contrado calculando a distância entre C e A:
_____________ __
d(C ,A) ​√(2
   – 1)2 + (4 – 3)2 ​= ​√2 ​ = R
2. Sendo os pontos A(2,2), B(1,1) e C(6,8) vértices con-
secutivos de um paraelogramo, encontre a coordenada
do quarto vértice D.

Resolução:
Como A e C são vértices opostos, o ponto médio M entre A
e C é o encontro das duas diagonais:

106
y –y
y D ​  AG  ​ = 2 =y______
§ ___ ⇒ 3yG = yA + 2yM
​  A– y G ​  
GM G M
yB + yC
⇒ 3yG = yA + 2​ _____  ​   ⇒ 3yG = yA + yB + yC
2
y + yB + yC
M C(6,8) ⇒ yG =_________
​  A  ​  

A(2,2) 3

Aplicação do conteúdo
B(1,1) 
1. Determine M, ponto médio de AB​
​ , nos seguintes casos:
a) A(3, –2) e B(–1, –6)
x
b) A(0, 7) e B(6, 0)
( 
​ 2 + ​6  
M ​_____
2
, _____
2 )
​ 2 + ​ 8  ​= M(4,5) Resolução:
a) Considerando M(xM, yM), obtém-se:
No entanto, M também é ponto médio da diagonal BD,
3 + (–1) __2
assim: xM = _______
​   ​   = ​   ​ = 1
D +1 2 2
Mx = _____​  x  ​   =4 –2 + ( –6) ___
________ –8
2 yM = ​   ​   
= ​   ​ = –4
Dy + 1 2 2
My = _____
​   ​  = 5 M(1, –4)
2
Resolvendo as equações, tem-se: Dx = 7 e Dy = 9; assim, o b)
ponto D é dado por (7, 9).
​ 0 + ​6  
xM = _____ ​ 6 ​ = 3
= __
2 2

6. Coordenadas do yM = _____ ​ 7 + ​0  


2
= __ ​ 7 ​ 
2

baricentro de um triângulo (  )
M​3,​ __7 ​  ​ou M(3; 3,5)
2
Dado um triângulo ABC de vértice A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC), 2. Uma das extremidades de um segmento é o ponto
determine as coordenadas de G, baricentro do triângulo ABC. A(7, 13), e a outra é o ponto B(x, y). Se M(–3, 24) é o
x +x ponto médio, determine as coordenadas da extremida-
Seja M o ponto médio do lado BC. Portanto, xM = ______ ​  A  ​B  
e de B do segmento.
yA + yB
_____ 2
yM = ​   ​.  
2 Resolução:

( 
Seja G o baricentro do triângulo que divide a mediana AM
em duas partes, uma das quais é o dobro da outra. Nesse
x + x _____
Uma vez que M​_____
​  1  ​,2  
2
y +y
​  1  ​ 2  
2
:​ )
​  AG  ​ = 2.
caso, ___
GM ​ 7 + ​x  ⇒ 7 + x = – 6 ⇒ x = –13
–3 = _____
2
13 + y
_____
24 = ​   ​   ⇒ 13 + y = 48 ⇒ y = 35
2
Assim, B(–13, 35).
3. Calcule o comprimento das medianas de um triângu-
lo de vértices A(2, –6), B(–4, 2) e C(0, 4).

Assim:
x –x
​  AG  ​ = 2 =x______
§ ___ ⇒ 3xG = xA + 2xM
​  A– x G ​  
GM G M
xB + xC
⇒ 3xG = xA + 2​ ______  ​   ⇒ 3xG = xA + xB + xC
2
x + xB + xC
⇒ xG =_________
​  A  ​  

3

107
Resolução: e C(–4, –2), determine as coordenadas do baricentro desse
triângulo.
Ao observar a figura, constata-se que:
 Os pontos A, B e C estão representados no sistema carte-
M1 é o ponto médio do lado AB​
​ ; 
siano ortogonal do esquema a seguir.

M2 é o ponto médio do lado AC​
​ ; 

M3 é o ponto médio do lado BC​
​ . 
Cálculo das coordenadas de M1:
​ –4 + ​
x = ______ 2  
=–1
2
​ 2 – ​
y = ____ 6  = – 2
2
Cálculo das coordenadas de M2:
x = _____ ​ 0 + ​2  =1
2
y = ____ ​ 4 – ​ 6  = –1
2
Cálculo das coordenadas de M3: G: baricentro (ponto de encontro das medianas)
x + xB + xC y + yB + yC
​ –4 + ​
x = ______ 0  = –2 Sabe-se que xG =_________
​  A  ​ e yG =_________

  ​  A  ​.  

Assim:
2 3 3
1+ (– 2) + (– 4) ___
y = _____ ​ 2 + ​4  =3 xG =____________
  
​   ​  = ​ –5 ​ 
2 3 3
1 + 3 +(– 2) 2
Calculando o comprimento das medianas: yG = __________
​   ​   = __​   ​ 
 3 3
Mediana AM
​ 3​, com A(2, –6) e M3 (–2, 3):
​ –5 ​ e __
Dessa forma, as coordenadas do baricentro são ___ ​ 2 ​,  ou
(  )
d(A, M3) = d​ XXXXXXXXXXXXXXXX
(–2
   – 2)2 + (3 + 6)2 ​= d​ 16 = ​d97 ​
+ 81 ​ 
XXXXXXX XXX  3 3
​ –5 ​,  __
seja, G = ​___ ​ 2 ​  .​
 3 3
Mediana BM
​ 2​, com B(–4, 2) e M2(1, –1):
_______________
d(A, M2) = √
​ (1 + 4)2 + (-1 – 2)2 ​= d​ 25 = d​ 34 ​
+ 9 ​ 
7. Condição de alinhamento
   XXXXXX XXX 

Mediana CM
​ 1​, com C(0, 4) e M1(–1, –2):
d(C, M1) = √
​ (-1
  
_______________
– 0)2 + (-2 – 4)2 ​ = d​ 1XXXXXX = d​ 37 ​
+ 36 ​  XXX  de três pontos
Quando uma reta passa por três pontos distintos, esses três
4. Dados os pontos A(5, 12) e B(15, –3), determine o
pontos estão alinhados ou são colineares.
ponto P do segmento AB, tal que a razão entre as medi-
 
das de AP​ ​  seja igual a ​ 2
​  e PB​ __  ​.
3
Resolução:
​ AP ​ = __
___ ​ 2 ​ 
PB 3
Ao fazer P(x, y),obtém-se:
x – x _____ A, B e C são três pontos alinhados.
​ 2 ​ = _____
§ __ ​  A P ​   = ​  5 – x  ⇒ 2(x – 15) = 3(5 – x)
 ​  
3 xP – xB x – 15 O que ocorre se três pontos A, B e C estiverem alinhados?
⇒ 2x – 30 = 15 – 3x ⇒ 5x = 45 ⇒ x = 9
y – y _______ 12 – y
§ __​ 2 ​ =y_____
​  A– y P ​  
= ​    ⇒ 2(y + 3) = 3(12 – y)
 ​  
3 P B y – (– 3)
⇒ 2y + 6 = 36 – 3y ⇒ 5y = 30 ⇒ y = 6
Assim, P(9, 6).
5. De volta à questão proposta na introdução deste ca-
pítulo:

Resolução:
Se os vértices de um triângulo são os pontos A(1, 1), B(–2, 3)

108
Pelo teorema de Tales: Como D = 0, os pontos dados estão alinhados.
AB x –x
​  AB ​ = ____
___ ​  1 1 ​  ⇒ ___​  AB ​ = _____
​  2 1 ​    (I)
AC A1C1 AC x3 – x1
AB y –y Nota
​  AB ​ = ____
___ ​  AB ​ = _____
​  2 2 ​  ⇒ ___ ​  2 1 ​    (II)
AC A C 2 2
AC y3 – y1
Se comparados I e II, obtém-se:
x2 – x1 _____
_____ y – y ______ y – y _____ y –y
⇒ ​ x 2 – x 1 ​  
=y​  2– y 1 ​  
x​  3 – x1 ​    
=x​  3– x 1 ​  
3 1 2 1 3 1
y2 – y1 _____
______ y3 – y1
⇒ ​ x – x  ​    –x​  – x  ​  =0⇒
2 1 3 1
⇒ (x3 – x1)(y2 – y1) – (x2 – x1)(y3 – y1) = 0 ⇒ x3y2 –
x3y1 – x1y2 + x1y1 – x2y3 + x2y1 + x1y3 – x1y1 = 0 ⇒
⇒ x1y2 – x1y3 + x2y3 – x2y1 + x3y1 – x3y2 = 0
O primeiro termo da igualdade corresponde ao determi-
nante
.
x1 y1 1
x2 y2 1 A figura ilustra geometricamente que os pontos da-
dos estão numa mesma reta, isto é, estão alinhados;
x3 y3 1
assim, o processo analítico garante a propriedade.
Por esse motivo, pode-se dizer que, se três pontos A(x1, y1),
B(x2, y2) e C(x3, y3) estiverem alinhados: 2. Determine o valor de x de modo que os pontos A (–3,
1), B (x, 2) e C (–3, –1) sejam os vértices de um mesmo
x1 y1 1
triângulo.
D= x y2 1 = 0.
2
Resolução:
x3 y3 1
Para que A, B e C sejam os vértices de um triângulo, eles
não devem estar alinhados.
Nota Portanto:
Quando é realizado o caminho inverso, verifica-se –3 1 1
também que:
x 2 1 ≠ 0 ⇒ –6 – 3 – x + 6 – x – 3 ≠ 0 ⇒
x1 y1 1
–3 –1 1
se D = x y2 1 = 0, A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3)
2

x3 y3 1 –x – x ≠ 3 + 3 ⇒ 2x ≠ –6 ⇒ x ≠ –3
são pontos colineares (recíproca da propriedade anterior). Assim, x ≠ –3.

Aplicação do conteúdo
1. Verifique se os pontos A (–3, 5), B (1, 1) e C (3, –1)
estão alinhados.

Resolução:
Calculando o determinante a partir das coordenadas:
x1 y1 1
D= x y2 1 = –3 + 15 – 1 – 3 – 5 – 3
2

x3 y3 1
= +15 – 15 = 0

109
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

Dentro das competências da área 5 do Enem, a habilidade 22 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos básicos de geometria analítica.

Modelo
(Enem) Nos últimos anos, a televisão tem passado por uma verdadeira revolução, em termos de qualidade de imagem,
som e interatividade com o telespectador. Essa transformação se deve à conversão do sinal analógico para o sinal
digital. Entretanto, muitas cidades ainda não contam com essa nova tecnologia. Buscando levar esses benefícios a
três cidades, uma emissora de televisão pretende construir uma nova torre de transmissão, que envie sinal às antenas
A, B e C, já existentes nessas cidades. As localizações das antenas estão representadas no plano cartesiano:

80 90

A torre deve estar situada em um local equidistante das três antenas.


O local adequado para a construção dessa torre corresponde ao ponto de coordenadas:
a) (65; 35).
b) (53; 30).
c) (45; 35).
d) (50; 20).
e) (50; 30).

110
Análise expositiva - Habilidade 22: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema
E utilizando conhecimentos sobre geometria analítica para sua resolução.
O ponto procurado é o circuncentro do triângulo ABC.
Os pontos médios dos lados AB e BC são, respectivamente, MC = (50; 20) e Ma = (65; 35). Além disso, o
——
coeficiente angular da reta BC​
​  é dado por:
y – y
m​—
BC
​  = x______
​  B– x ​ C  

B C

20
​  – 50​   
= _______  
70 – 60
= –3
A equação da mediatriz do lado BC é tal que:
y – yM = –1; m​— ​ 1​  (x
​ (x – xM ) ⇔ y – 35 = – __   – 65)
C BC C -3
65
⇔ y = 1 __​  x – ___
​   ​ +
  35
3 3
Como AB é paralelo ao eixo das abscissas, segue-se que a equação da mediatriz do lado AB é x = xM = 50.
C

Desse modo, a ordenada do circuncentro de ABC é dada por:


65
y – __1​ ​ . 50 – ___
​   ​ +
  35 = 30
3  3
Portanto, o resultado pedido é (50; 30).
Alternativa E

111
DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA

SISTEMA CARTESIANO DISTÂNCIA ENTRE


PONTO MÉDIO
ORTOGONAL DOIS PONTOS

B(X ,Y ) B(X ,Y )
2o Quadrante 1o Quadrante YB B B B B

( - , +) ( + , +) M (X ,Y )
YA A (X ,Y ) M M

A A

3o Quadrante 4o Quadrante A (X ,Y )
XA XB A A

(-,-) ( + , -) xA + xB YA + YB
d2(A, B) = (XB - XA)2 + (YB - YA)2 XM = ​ ______    YM = ​ ______ 
2 2

COORDENADAS CONDIÇÃO DE
DO BARICENTRO ALINHAMENTO DE
DO TRIÂNGULO TRÊS PONTOS

A(X ,Y )
A A

B(X ,Y )
B B

N M C (X ,Y )
C C
G
A (X ,Y )
A A

C(X ,Y ) P B(X ,Y ) XA YA 1
C C B B

x__________
+ x + x Y + Y + Yc D= XB YB 1 = 0
XG = ​  A B  c
 YG = ​  __________
A B
    XC YC 1
2 2

112
Geometria analítica: inclinação
AULAS
da reta e coeficiente angular
41 e 42
6, 7, 8, 9, 20, 21, 22
Competências: 2e5 Habilidades:
e 23

1. Inclinação de uma reta Assim, pode-se afirmar que, para cada reta r, o ângulo a é
único e tal que 0º ≤ a < 180º.

2. Coeficiente angular
de uma reta
Considere uma reta r de inclinação a em relação ao eixo x.
O coeficiente angular ou a declividade dessa reta r é o nú-
mero real m, que expressa a tangente trigonométrica de
Considere a a medida do ângulo que a reta r forma com sua inclinação a, ou seja:
o eixo x. A medida a do ângulo é considerada do eixo x
para a reta r, em sentido anti-horário, e é denominada in- m = tg a
clinação da reta r. Observe os demais casos, considerando 0º ≤ a < 180º:
Quanto à inclinação de retas não paralelas ao eixo x, 1.
existem:

Para a = 0º, obtém-se m = tg a = tg 0º = 0.


0º < a < 90º 90º < a < 180º
2.

a = 90º
Quando a reta r é paralela ao eixo x, diz-se que sua inclina- Para 0º < a < 90º, obtém-se tg a > 0 ä m > 0.
ção é zero, ou seja, a = 0º. 3.

113
Para 90º < a < 180º, obtém-se tg a < 0 ä m < 0. A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x2, y1)
4. No triângulo retângulo ABC (C é reto), tem-se:
d(C,B) ___ Dy y2 – y1
tg (180º – a) = _____ ​  = ​   ​ =x_____
 ​   ​   ​  
d(A,C) Dx 1 – x2
como tg (180º – a) = –tg a ⇒
y –y Dy y2 – y1
⇒ – tg a = ______ ä m = tg a = ___
​ x 2 – x 1 ​  
  ​   ​ =x_____
​   ​  
1 2 Dx 2 – x1
Assim:
y –y
m = ______
​ x 2 – x 1 ​  

2 1
Para a = 90º, a tg a não é definida. Por esse motivo, se
Note que x2 ≠ x1, uma vez que r não é paralela ao eixo y.
a = 90º, ou seja, se a reta for vertical, ela terá declividade
não definida. Conclusão: se A(x1, y1) e B(x2, y2) forem os pontos distintos
quaisquer na reta r, que não é paralela ao eixo y (x1 ≠ x2),
Entretanto, é possível calcular o coeficiente angular de uma
a declividade ou o coeficiente angular de r, indicado por
reta a partir das coordenadas de dois de seus pontos.
m, será dado por:
Dado que, para a = 0º (reta horizontal) a declividade é 0, e Dy y2 – y1
m = ___
​   ​ =x_____
​   ​  
para a = 90º (reta vertical) não há declividade, observe os Dx 2 – x1
casos de 0º < a < 90º e 90º < a < 180º. Portanto, há duas maneiras de se obter o coeficiente angu-
1. 0º < a < 90º lar de uma reta caso ele exista:
§ conhecendo a inclinação a da reta, calcula-se m = tg
a; e
§ conhecendo dois pontos A (x1, y1) e B (x2, y2) da reta,
y –y
calcula-se m = ______​ x 2 – x 1 ​. 

2 1
§ Na prática, é mais difícil obter a informação sobre a
inclinação da reta, por isso é importante não esquecer
y –y y –y
que m =x_____
​  2– x 1 ​  ou m =x_____ ​  1– x 2 ​. 
2 1 1 2

Nota
Seja r a reta determinada por A(x1, y1) e B(x2, y2) e seja É possivel utilizar outro método para verificar o ali-
C(x2, y1). nhamento de três pontos: comparar os coeficientes
angulares das retas que passam pelos pontos dois a
No triângulo retângulo ABC (C é reto), tem-se: dois. Por exemplo, na verificação do alinhamento de
d(C, B) ___ Dy y2 – y1 três pontos A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3), nota-se que
tg a = ______
​  = ​   ​ =x_____
 ​   ​   ​   y2 – y1 _____ y3 – y2
d(A, C) Dx 2 – x1 ocorre x_____
​  – x  ​ 
= x​  – x  ​. 
Assim: 2 1 3 2
y –y Fica a seu critério usar esse método ou continuar utili-
m = ______
​ x 2 – x 1 ​  

2 1 zando o determinante para verificar o alinhamento ou
2. 90º < a < 180º não de três pontos.

Aplicação do conteúdo
1. Calcule o coeficiente angular da reta que passa pelos
pontos A(2, 3) e B(4, 7).

Resolução:
​ 7 – 3 ​  
m = ____ = __ ​ 3 – 7 ​  
​ 4 ​ = 2 ou m = ____ ​ –4 ​ = 2
= ___
4–2 2 2 – 4 –2

114
3. Equação da reta, y – 4 = 2 (x – (–1)) ä y – 4 = 2(x + 1)
ä y – 4 = 2x + 2 ä –2x + y – 6 = 0
conhecidos um ponto a(x0, y0) e ä 2x – y + 6 = 0
a declividade m da reta A equação procurada é 2x – y + 6 = 0.
Dois pontos distintos determinam uma reta, isto é, dados 2. Determine a equação da reta que passa pelos pontos
dois pontos distintos, existe uma única reta que passa pe- A (–1, –2) e B(5, 2).
los dois pontos.
Resolução:
Da mesma maneira, um ponto A (x0, y0) e a declividade m
Calcule o coeficiente angular da reta determinada pelos
determinam uma reta r. Considerando P (x, y) um ponto
pontos A (–1, –2) e B(5, 2):
genérico dessa reta, pode-se chegar a uma equação, de
y – y _____
variáveis x e y, a partir dos números x0, y0 e m, que será m =x_____ = ​ 2 + 2 ​  
​  B– x A ​   ​ 4 ​ = __
= __ ​ 2 ​ 
denominada equação da reta r. B A 5+1 6 3
Usando o ponto A(–1, –2), obtém-se:
Observe como obter a equação da reta que passa por um
ponto A(x0, y0) e tem um coeficiente angular m: ​ 2 ​ (x – (–1)) ä y + 2 = __
y – (–2) = __ ​ 2 ​ (x + 1)
3 3
ä 3y + 6 = 2x + 2 ä 2x – 3y – 4 = 0

A equação da reta AB é 2x – 3y – 4 = 0.
Outro modo de resolver:
Chamando de P (x, y) um ponto genérico da reta AB, pode-
-se afirmar que P, A e B estão alinhados. Portanto:

x y 1 ä – 2x + 5y – 2 + 10 + y – 2x
–1 –2 1 =0ä
5 2 1 ä – 4x + 6y + 8 = 0 ä 4x – 6y – 8
ä 2x – 3y – 4 = 0
Considerando um ponto P(x, y) qualquer sobre a reta, A equação da reta AB é 2x – 3y – 4 = 0.
tem-se:
3. Determine a equação da reta nestes casos.
y–y
m = x_____ ä y – y0 = m(x – x0)
​  – x 0 ​   a) r passa por (4, 7) e é paralela ao eixo x.
0

Notas
1. A equação y – y0 = m(x – x0) independe de m ser
positivo ou negativo e da localização do ponto A.
2. Se a reta for paralela ao eixo x, m = 0 e a equação
da reta será dada por y = y0.
3. Se a reta for paralela ao eixo y, todos os pontos da
reta terão a mesma abscissa e a equação será dada
por x = x0.

Resolução:
Aplicação do conteúdo Os pontos de r têm ordenada 7, seja qual for a abscissa.
1. Determine a equação da reta que passa pelo ponto A
Assim, a equação de r é y = 7.
(–1, 4) e tem coeficiente angular 2.
Também pode ser justificado assim: se r é paralela ao eixo
Resolução: x, seu coeficiente angular é m = 0.
Recorrendo à equação (y – y0) = m(x – x0), tem-se:

115
Assim, y – 7 = 0 (x – 4) ä y – 7 = 0 ä y = 7. y – y0 = m(x – x0)
b) r passa por (4, 7) e é paralela ao eixo y.
Se for escolhido o ponto particular (0, n), ou seja, o ponto
em que a reta intersecta o eixo y, para o ponto (x0, y0),
será obtido:
y – n = m (x – 0) ä y – n = mx ä y = mx + n
O número real n, que é a ordenada do ponto em que a reta
intersecta o eixo y, é denominado coeficiente linear da reta.
y = mx   +   n
↑ ↑
coeficiente angular coeficiente linear
Essa forma é especialmente importante porque permite
obter o coeficiente angular de uma reta a partir de uma
equação, além de expressar claramente a coordenada y
Resolução: em função de x. Ela é conhecida como forma reduzida da
Se r é paralela ao eixo y, seus pontos têm abscissa 4, seja equação da reta.
qual for a ordenada.
Assim, a equação da reta r é x = 4. Aplicação do conteúdo
4. Encontre a equação da reta a seguir: 1. Determine o coeficiente angular e o coeficiente line-
ar da reta de equação 2x + 3y = 1.

Resolução:
2x + 3y = 1 ä 3y = –2x + 1 ä y = – __ ​ 2 ​x  + __
​ 1 ​ 
3 3
​ 2 ​ e o coeficiente li-
Assim, o coeficiente angular é m = – __
1 3
near é n = __
​   ​. 
3
2. Determine a forma reduzida da equação da reta que
passa pelos pontos A(–1, 5) e B(–3, –1).

Resolução:
Calculando o coeficiente angular da reta:
y – y ______
Resolução: m =x_____ = ​  –1 – 5 ​  
​  2– x 1 ​   ​ –6 ​ = 3
= ___
2 1 –3 + 1 –2
Como temos o ângulo que a reta faz com o eixo x, segue Usando o ponto A(–1, 5), obtém-se:
que a inclinação da reta é 60° (não 120°, pois a inclinação
y – y1 = m (x – x1) ä y – 5 = 3(x + 1) ä
__ a partir do eixo x). Assim,
é dada no sentido anti-horário
tem-se que m = tg(60º) = √ ​  ​.
3  ä y – 5 = 3x + 3 ä y = 3x + 8
Agora, tem-se o coeficiente angular e um ponto P da reta, Assim, a equação procurada é y = 3x + 8.
portanto:
Outro modo de resolver:
y – y0 = m(x – x0)
__ A equação reduzida da reta é da forma y = mx + n.
y–1=√
​ 3 ​ (x – 0) Uma vez que ela passa por (–1, 5), obtém-se:
__
​√3 ​x  – y + 1 = 0 5 = m(– 1) + n

4. Forma reduzida da
Uma vez que ela também passa por (–3, –1), resulta em:
–1 = m (–3) + n.

equação da reta Os valores de m e n serão calculados pela resolução do


sistema:
Foi visto que a equação da reta que passa por um ponto
A(x0, y0) com declividade m é dada por:

116
Aplicação do conteúdo
1. Escreva na forma segmentária a equação da reta que
passa pelos pontos (3, –1) e (–2, –4).
Substituindo m = 3 na primeira equação, obtém-se: Resolução:
3 – n = – 5 ä –n = –8 ä n = 8. Determinando o coeficiente angular:
Assim, a equação correspondente é y = 3x + 8. ​ –4 + 1 ​  
m = ______ ​ –3 ​ = __
= ___ ​ 3 ​ 
–2 – 3 –5 5

5. Forma segmentária
Usando o ponto (3, –1), obtém-se:
y + 1 = __ ​ 3 ​ (x – 3)
5
da equação da reta Obtendo a equação na forma segmentária:
Considere uma reta r que não passa por (0, 0), intersecta ​ 3 ​ (x – 3) ä 5y + 5 = 3x – 9 ä
y + 1 = __
o eixo x no ponto A (a, 0) e intersecta o eixo y no ponto 5
5y y
B(0, b). ä 3x – 5y = 14 ä ___ ​  3x ​ – ___
​   ​ = 1 ä ___ ​  x  ​  + ____
​     ​ = 1
14 14 ​  14 ​  ____
___ ​ –14  ​
  
3 5
Outro modo de resolver:
Considere o ponto genérico P(x, y) e faça:

x 1 = 0 ä –x – 2y – 12 – 2 – 3y + 4x = 0 ä
y
___ x   ​ + ____ y
3 –1 1 3x – 5y = 14 ä ​ ___
14
​     ​ = 1
–14
​   ​  ____ ​   ​   
–2 –4 1 3 5

Calculando o coeficiente angular, obtém-se:


​ 0 – b ​  ä m = – __a​ b ​ 
m = ____
a–0
Usando a forma reduzida y = mx + n , da qual m = – __​ ab ​ e
n = b:
y = – __a​ b ​ x + b ä ay = –bx + ab ä bx + ay = ab
Dividindo os dois membros por ab (a ≠ 0 e b ≠ 0), obtém-se:
ay ab __x __y
​  bx ​ + __
__ ​   ​ = __
​   ​  ä ​   ​ + ​    ​= 1
ab ab ab a b
Essa é a forma segmentária da equação da reta que não
passa por (0, 0) e intersecta os eixos nos pontos (a, 0) e
(0, b).

Exemplos:
1. A forma segmentária da equação da reta que corta os
y
​ x  ​ + ___
eixos em (5, 0) e (0, –2) é __ ​    ​ = 1.
5 –2
y
2. A reta cuja equação na forma segmentária é __ ​ x  ​ + __
​    ​= 1
5 2
corta os eixos em (5, 0) e (0, 2).
3. Se y = 2x – 5 é a equação de uma reta na forma reduzi-
da, pode-se chegar à forma segmentária:
y y
y = 2x – 5 ä 2x – y = 5 ä __ ​ 2x ​ – __ ​  x ​ + ___
​    ​= 1 ä __ ​    ​ = 1
5 5 ​ 5 ​  –5
__
2
Essa reta conta os eixos em ​__
2 (  )
​  5 ​,  0  ​e (0, –5).

117
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.

Dentro das competências da área 5 do Enem, a habilidade 22 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos básicos de geometria analítica.

Modelo
(Enem) Para uma feira de ciências, dois projéteis de foguetes, A e B, estão sendo construídos para serem lançados. O
planejamento é que eles sejam lançados juntos, com o objetivo de o projétil B interceptar o A quando esse alcançar
sua altura máxima. Para que isso aconteça, um dos projéteis descreverá uma trajetória parabólica, enquanto o outro
irá descrever uma trajetória supostamente retilínea. O gráfico mostra as alturas alcançadas por esses projéteis em
função do tempo, nas simulações realizadas.

Com base nessas simulações, observou-se que a trajetória do projétil B deveria ser alterada para que o objetivo fosse
alcançado.
Para alcançar o objetivo, o coeficiente angular da reta que representa a trajetória de B deverá:
a) diminuir em 2 unidades;
b) diminuir em 4 unidades;
c) aumentar em 2 unidades;
d) aumentar em 4 unidades;
e) aumentar em 8 unidades.

Análise expositiva - Habilidade 22: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar o problema
C utilizando conhecimentos sobre geometria analítica para sua resolução.
12
O coeficiente angular da reta que passa pelos pontos (0, 0) e (6, 10) é ___ 16
  2. Portanto, sendo ___
​   ​ = ​   ​ =
  4 o coe-
6 4
ficiente angular da reta que passa pelos pontos (0, 0) e (4, 16), pode-se concluir que o coeficiente angular
deverá aumentar em 4 – 2 = 2 unidades.
Alternativa C

118
DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA

INCLINAÇÃO DA RETA E
COEFICIENTE ANGULAR EQUAÇÃO DA RETA

m = tg a
Forma reduzida Forma segmentada
y y r
y
r y = mx + n
m = coeficiente angular B(0, b)
a a
0 0
n = coeficiente lnear
x x
A(a, 0)
0 < a < 90º a = 90º 0 x
m = tg a declividade
m>0 não definida x + y
=1
a b
y y

r
a
0 x 0 x

90 < a < 180º


a = 0º
m = tg a
m = tg a = 0
m<0

119
Geometria analítica: posição
AULAS
relativa e perpendicularismo
43 e 44
6, 7, 8, 9, 20, 21, 22
Competências: 2e5 Habilidades:
e 23

1. Equação da reta x1 y1 1
na forma geral § se for feito x y2 1 = 0, impõe-se o ali-
2
Toda reta do plano possui uma equação de forma:
x3 y3 1
ax + by + c = 0
nhamento de dois pontos genéricos. Nessa forma,
Nessa equação, a, b e c são constantes, e a e b não são si- são identificados, sem calcular o determinante,
multaneamente nulos. Ela é denominada equação da reta dois pontos da reta (x1, y1) e (x2, y2);
na forma geral.
§ a forma geral ax + by + c = 0 pode ser obtida a
Exemplos: partir de qualquer uma das anteriores e não apre-
senta explicitamente nenhum ponto da reta nem
A reta: os coeficientes linear e angular.
§ y = – ​ __3 ​x  + 1 pode ser escrita na forma geral por 2. A mesma reta pode ter várias representações na
4
3x + 4y – 4 = 0. forma geral, isto é, x + 2y – 1 = 0, 2x + 4y – 2 = 0.
y
​  x  ​ + __
§ __ ​    ​= 1 pode ser dada na forma geral por Por essa razão, é preferível escrever “obter uma equa-
2 5 ção direta na forma geral”, como no segundo exem-
5x + 2y – 10 = 0.
plo de aplicação em seguida.
§ y = 5, que é paralela ao eixo x, pode ser dada por
0x + 1y – 5 = 0. 3. Dada uma equação de uma reta na forma geral ax
+ by + c = 0, seu coeficiente angular pode ser obtido
§ x = 2, que é uma reta vertical, pode ser dada por rapidamente usando mr = ___ ​ –a ​.​ 
1x + 0y – 2 = 0. b
4. A reta r tal que ax + by + c = 0 intersecta os eixos
§ y – 3 = 5(x – 1) pode ser dada por 5x – 1y – 2 = 0.
(  ) ( 
nos pontos ​ – ​ __ac  ​, 0  ​e ​ 0,– ​ __c  ​  .​
) b

Notas
1. Foi visto que a equação da reta pode ser escrita Aplicação do conteúdo
de diversas formas. Na resolução de exercícios, é ne- 1. Escreva nas formas reduzida, segmentária e geral da
cessário escolher a mais conveniente em relação aos equação da reta que passa pelo ponto (1, – 6), cuja in-
dados e à proposta do problema. clinação é de 135º.
Assim: Resolução:
§ na forma y – y0 = m(x – x0), são identificados a in- Pelos dados do problema, é mais conveniente escrever, ini-
clinação a da reta (m = tg a) e um ponto da reta cialmente, a equação na forma (y – y1) = m(x – x1).
(x0, y0);
Uma vez que a = 135º:
§ na forma reduzida y = mx + n, são identificados a
inclinação a (m = tg a), o ponto de intersecção da m = tg a = tg 135º = –1
reta com o eixo y (0, n) e ainda o ponto (1, m + n); E uma vez que a reta passa por (1, –6):
y
§ na forma segmentária ​ __ax  ​ + ​ __  ​= 1, são identificados y + 6 = –1(x – 1)
b
os pontos de intersecção da reta com os eixos:(a,0) e
Em razão disso:
(0, b); e
§ a forma reduzida: y + 6 = –x + 1 ⇒

120
⇒ y = –x + 1 – 6 ⇒ y = –x – 5; Da equação segmentária, obtém-se os pontos procurados
(4, 0) e (0, –6).
§ a forma segmentária: y + 6 = –x + 1 ⇒
y
⇒ x + y = – 5 ⇒ ___ ​  x  ​ + __
2. Forma paramétrica
​     ​ = 1;
–5 –5 
§ e a forma geral: y + 6 = –x + 1 ⇒
⇒ x + y – 1 + 6 = 0 ⇒ x + y + 5 = 0. da equação da reta
2. Determine uma equação da reta na forma geral que Foi visto que a equação de uma reta pode aparecer nas
passa pelos pontos A(1,4) e B(3, –3). formas geral, reduzida e segmentária.

Resolução: Além delas há mais uma, conhecida como forma paramé-


trica. Nela, as coordenadas x e y dos pontos da reta são
Calculando a declividade da reta: dadas em função de uma terceira variável, t, mediante
m = _____ ​ –3 – 4 ​   ​ –7 ​ 
= ___
  expressões do primeiro grau. A variável t é denominada
3–1 2
parâmetro.
Considerando o ponto A(1, 4), obtém-se:
y – y1 = m(x – x1) ⇒ y – 4 = – ​ __7 ​(x   – 1) ⇒ Exemplo
2
7
__ __7
⇒ y – 4 = – ​   ​x  + ​   ​ ⇒ 2y – 8 = –7x + 7 ⇒ x=t+1
2 2 A reta r é definida na forma paramétrica por
⇒ 7x + 2y – 15 = 0 y = 2t

Outro modo de resolver: x=5+1=6


Para t = 5, tem-se
y = 2 ⋅ 5 = 10
Considere um ponto P(x, y) qualquer da reta que passa
Assim, (6, 10) é um ponto dessa reta. Em geral, pode-se
pelos pontos A e B.
concluir que qualquer ponto P da forma (t + 1, 2t) será um
Como A, B e P estão alinhados, deve-se ter: ponto dessa reta r.
x y 1
1 4 1 = 0 ⇒ 4x + 3y – 3 – 12 – y + 3x = 0 ⇒ Notas
⇒ 7x + 2y – 15 = 0.
3 –3 1 Para determinar uma equação geral de r, é possível
obter t em uma das equações paramétricas e substi-
tuí-lo na outra:
3. Determine os pontos de intersecção da reta de equa-
ção 3x – 2y – 12 = 0 com os eixos x e y. x=t+1⇒t=x–1

Resolução: y = 2(x – 1) ⇒ y = 2x – 2 ⇒ 2x – y –2 = 0 (equação


geral de r)
O ponto de intersecção com o eixo x tem ordenada 0.
Assim, se y = 0, obtém-se:
3x – 2 ⋅ 0 – 12 = 0 ⇒ 3x – 12 = 0 ⇒ Aplicação do conteúdo
⇒ 3x = 12 ⇒ x = 4
1. Dadas as equações de r na forma paramétrica
Portanto, a reta corta o eixo x no ponto (4, 0). x = 2t – 1
, determine o que se pede em cada item:
O ponto de intersecção com o eixo y tem abscissa 0. Assim, y=t+2
se x = 0, obtém-se: a) equação reduzida de r;
3 ⋅ 0 – 2y – 12 = 0 ⇒ –2y = 12 ⇒ y = –6 b) intersecção de r com o eixo x.

Portanto, ela corta o eixo y no ponto (0, –6). Resolução:


a) Determinando t na segunda equação:
Outro modo de resolver:
y=t+2⇒t=y–2
É possível passar a equação da forma geral para a seg-
mentária: Substituindo na outra equação:

3x – 2y – 12 = 0 ⇒ 3x – 2y = 12 ⇒ x = 2t – 1 ⇒ x = 2(y – 2) – 1 ⇒ 2y – 4 – 1 =
2y 12 __x ___
​  3x ​ – ___
⇒ ___ ​   ​ = ___
y
​   ​  ⇒ ​    ​ + ​    ​ = 1 = x ⇒ y = __ ​ 5 ​ (equação reduzida de r)
​ 1 ​x  + __
12 12 12 4 –6 2 2

121
b) Se y = 0, tem-se: A seguir, será analisado como determinar as posições relati-
​ 5 ​ = 0 ⇒ x + 5 = 0 ⇒ x = –5
​ 1 ​x  + __
__ vas de duas retas do mesmo plano a partir de suas equações.
2 2
Assim, r corta o eixo x em (–5, 0).
3.1. Paralelismo de duas retas
3. Posições relativas de Considerando uma reta r de equação 2x – 3y + 5 = 0 e
uma reta s de equação 4x – 6y – 1 = 0, qual será a posição
da reta r em relação à reta s?
duas retas no plano
Observe que a primeira equação equivale a 4x – 6y + 10 =
Duas retas r e s contidas no mesmo plano são paralelas ou
0. Se comparada com 4x – 6y – 1 = 0, percebe-se que não
concorrentes. Observe: existe um ponto (x, y) que pertença simultaneamente a r e
iguais (coincidentes) se r ∩ s = r s. Assim, r e s são retas paralelas distintas.
Paralelas
distintas se r ∩ s = ∅
Como justificar esse fato? Observe a seguir a análise dos
perpendiculares se r e s determinam coeficientes angulares das duas retas.
quatro ângulos retos e oblíquas se r e § Coeficiente angular m1 da reta r:
Concorrentes
s determinam dois ângulos agudos e 2x – 3y + 5 = 0 ⇒ –3y = –2x – 5
dois obtusos
⇒ 3y = 2x + 5 ⇒ y = __ ​ 5 ​ 
​ 2 ​x  + __
3 3
​ 2 ​ (I).
Assim, m1 = __
3
§ Coeficiente angular m2 da reta s:
4x – 6y – 1 = 0 ⇒ –6y = –4x + 1 ⇒ 6y = 4x – 1
 
r e s: paralelas distintas r//s, com r ∩ s = ∅ ​ 4 ​x  – __
⇒ y = __ ​ 1 ​ ⇒ y = __
​ 2 ​x  – __
​ 1 ​ 
6 6 3 6
​ 2 ​ (II).
Assim, m2 = __
3
Se comparados (I) e (II), verifica-se que m1 = m2.
Se a1 é a inclinação da reta r e a2 é a inclinação da reta s:
  m1 = m2 ⇒ tg a1 = tg a2 ⇒ a1 = a2
a e b: paralelas iguais ou coincidentes a//b,
com a ∩ b = a ou a = b (a1 e a2 estão entre 0º e 180º)
Se as inclinações são iguais, as retas são paralelas (r//s), e,
uma vez que __​ 5 ​ ≠ – ​ __1 ​,  elas são distintas.
3 6
Observe a seguir figuras que mostram duas retas distintas
e não verticais, que são paralelas:

 
e e f: concorrentes perpendiculares

 
p e q: concorrentes oblíquas a1 = a2 ⇔ tg a1 = tg a2 ⇔ m1 = m2 ⇔ r // s

122
Duas retas não verticais r e s são paralelas, se, e somente
se, seus coeficientes angulares forem iguais (m1 = m2). 4. Duas retas do mesmo plano com coeficientes an-
gulares diferentes não são paralelas; logo, são con-
correntes.
Notas    
1. Quando as duas retas são paralelas ao mesmo eixo,
elas são paralelas entre si. Nesse caso, não há neces-
sidade de recorrer ao coeficiente m.

r//s

Com 0º < a1, a2 < 180º, tem-se: a1 ≠ a2 ⇔ tg a1 ≠ tg


a2 ⇔ m1 ≠ m2 ⇔ r e s: concorrentes.

a//b
Aplicação do conteúdo
1. Verifique, em cada item, a posição relativa das retas
dadas por suas equações:
Exemplos a) r: 3x – y + 2 = 0
y
§ As retas de equações x = 4 e x = –1 são paralelas. ​ x  ​ + ___
s: __ ​     ​ = 1
4 10
§ As retas de equações y = 2 e y = 7 são paralelas. b) r: y = __ ​ 2 ​ x – 1
3
2. Um caminho prático de verificar o paralelismo de s: 4x – 6y + 5 = 0
duas retas é comparar suas equações gerais. Dadas c) r: x = 8
duas retas, r e s, tal que r: ax + by + c = 0 e s: a’x + s: y – 5 = 3(x – 4)
b’x + c = 0; basta comparar estas razões: __ ​ a  ​,  __
​  b  ​ e __
​  c  ​.  Resolução:
a' b' c'
​  a  ​ = __
§ Se __ ​  b  ​ = __ ​  c  ​,  trata-se de duas retas paralelas coin- a) Determinando o coeficiente angular de r
a' b' c' e s usando a equação na forma reduzida:
cidentes (r = s), ou seja, a mesma reta representada
de duas formas diferentes. r: 3x – y + 2 = 0 ⇒ – y = – 3x – 2 ⇒ y = 3x + 2 ⇒ m1 = 3
y
§ Se __ ​  a  ​  = __ ​  b  ​  ≠ __ ​  c  ​,  trata-se de duas retas paralelas ​  x  ​ + ___
s: __ ​ –5x ​  + 10 ⇒
​     ​ = 1 ⇒ 2y = 20 – 5x ⇒ y = ___
a' b' c' 4 10 2
distintas. 5 ​ 
m2 = – ​ __
2
§ Se __​  a  ​ ≠ __ ​  b  ​,  trata-se de duas retas concorrentes.
a' b'
Se m1 ≠ m2, r e s são concorrentes.
3. É possivel dizer que, se duas retas r: ax + by + c = 0 b)
​ a  ​ = __
e s: a’x + b’y + c’ = 0 são tais que __ ​  b  ​,  ou seja, ab’
a' b'
= a’b, elas são paralelas e vice-versa. ​ 2 ​x  – 1 ⇒ m1 = __
r: y = __ ​ 2 ​ 
3 3
É necessário compreender que, se duas retas são ditas s: 4x – 6y + 5 = 0 ⇒ 6y = 4x + 5 ⇒ y = __ ​ 4 ​ 
6
“paralelas iguais” ou “paralelas coincidentes”, signi- ​ 5 ​ ⇒ y = __
x + __ ​ 5 ​ ⇒ m2 = __
​ 2 ​x  + __ ​ 2 ​ 
6 3 6 3
fica que elas são uma só reta que pode ser representa-
da de duas formas diferentes. Se m1 = m2, r e s são paralelas. Como –1 ≠ ​ __ 5 ​ , elas são
6
paralelas e distintas.

123
c) Para determiná-las, basta resolver o sistema formado pelas
r: x = 8 (r é paralela ao eixo y) equações das duas retas.

s: y – 5 = 3(x – 4) ⇒ m = 3
(s não é paralela a nenhum dos eixos) Nota
Assim, r e s são concorrentes. Pela resolução de sistemas, é possível verificar a posi-
ção relativa de duas retas de um mesmo plano.
2. Determine uma equação da reta na forma geral, que
passa pelo ponto P(2, –3) e é paralela à reta de equação § Sistema possível e determinado (um único ponto
5x – 2y + 1 = 0. comum): retas concorrentes.

Resolução: § Sistema possível e indeterminado (infinitos pontos


comuns): retas coincidentes.
Calculando o coeficiente angular m da reta, cuja equação
é dada: § Sistema impossível (nenhum ponto comum): retas
paralelas distintas.
5x – 2y + 1 = 0 ⇒ –2y = –5x – 1 ⇒ 2y

​ 5 ​x  + __
= 5x + 1 ⇒ y = __ ​ 5 ​ 
​ 1 ​ ⇒ m = __
2 2 2 Aplicação do conteúdo
De acordo com o problema, a reta procurada deve passar
1. Determine as coordenadas do ponto P de intersec-
pelo ponto P(2, –3) e ter o mesmo coeficiente angular da ção das retas r e s, cujas equações são, respectivamen-
reta dada, isto é, m = __ ​ 5 ​.  te, 3x + 2y – 7 = 0 e x – 2y – 9 = 0.
2
Assim, tem-se: Resolução:
y – y1 = m(x – x1) ⇒ y + 3 = __ ​ 5 ​(x
  – 2) ⇒ O problema consiste em resolver o sistema formado pelas
2
⇒ y + 3 = __ ​ 5 ​x  – ___ ​ 10 ​ ⇒ 2y + 6 = 5x – 10 ⇒ equações das duas retas:
2 2
⇒ 5x – 2y – 16 = 0 3x + 2y – 7 = 0
x – 2y – 9 = 0
Portanto, a equação procurada pode ser 5x – 2y – 16 = 0.
Outro modo de resolver: 4x – 16 = 0 ⇒ 4x = 16 ⇒ x = 4

Pretende-se determinar uma reta paralela à reta 5x – 2y + 1 Substituindo na segunda equação, por exemplo, obtém-se:
= 0. Portanto, a reta procurada é da forma 5x – 2y + c = 0. 4 – 2y – 9 = 0 ⇒ – 2y = 5 ⇒ 2y = –5 ⇒ y = – ​ __5 ​ 
Uma vez que P(2, –3) pertence a ela: 2
​ 5 ​. 
Assim, as coordenadas do ponto de intersecção são 4 e – __
5(2) – 2(– 3) + c = 0 ⇒ 10 + 6 + c = 0 ⇒ 2
⇒ c = –16 (  )
Ou seja, P​ 4, – ​ __5 ​  .​
2
Assim, a equação procurada é 5x – 2y – 16 = 0.
3.3. Perpendicularismo
3.2. Intersecção de duas retas de duas retas
A figura a seguir mostra duas retas, r e s, que se intersec- A figura a seguir mostra a reta r, de inclinação a1, e a reta
tam no ponto P(a, b). s, de inclinação a2, tal que r e s são perpendiculares.

Uma vez que P pertence às duas retas, suas coordenadas


devem satisfazer simultaneamente as equações dessas
duas retas. De acordo com a Geometria plana, no triângulo APB há:

124
a2 = a1 + 90º ⇒ tg a2 = tg (a1 + 90º) ⇒ 2. Dada a reta r com equação 3x – 2y + 4 = 0 e o ponto
sen(1 + 90º) ______
cos 1 P(1, – 3), encontre a equação da reta s que passa por P
⇒ tg a2 =___________
​   ​ =

  ​    ​  1   ​  
= – cotg 1 = – ​ ____ e é perpendicular à reta r.
cos( + 90º) –sen 1
1
tg 1
Resolução:
Sabendo que tg a2 = m2 e tg a1 = m1, obtém-se:
1  ​,  com m , m ≠ 0
___ Cálculo do coeficiente angular m1 da reta r:
m2 = – ​ m
1
1 2
3x – 2y + 4 = 0 ⇒ –2y = –3x – 4 ⇒
Portanto, se uma reta s, com coeficiente angular m2, é ⇒ 2y = 3x + 4 ⇒ y = __ ​ 3 ​x  + 2
perpendicular a uma reta r, com coeficiente angular m1, 2
obtém-se: ​ 3 ​ 
m1 = __
2
Cálculo do coeficiente angular m2 da reta s:
1
m2 = – ​ ___
m   ​ (com m1, m2 ≠ 0)
1
1  ​  ⇒ m = – __
___
m2 = – ​ m ​ 1 ​ ⇒ m2 = – __ ​ 2 ​ 
1
2
__ 3
​   ​  3
2
De modo recíproco, como a perpendicular a uma reta por
um ponto é única, uma reta que passa pelo ponto P da Equação da reta s:
1 y – y1 = m2(x – x1) ⇒ y + 3 = – ​ __2 ​(x   – 1) ⇒
reta r, cujo coeficiente angular é m2 = – ​ ___
m1  ​ coincide com a 3
2
__ __2
⇒ y + 3 = – ​   ​x  + ​   ​ ⇒ 3y + 9 = –2x + 2 ⇒
reta s e é perpendicular a r. 3 3
⇒ 2x + 3y + 7 = 0
Conclusão: dadas as retas r e s, de coeficientes angulares
m1 e m2, obtém-se: Assim, uma equação da reta procurada é 2x + 3y + 7 = 0.
1
r⊥s ⇔ m2 = – ​ ___
m1  ​  ou r⊥s ⇔ m1m2 = –1 Outro modo de resolver:
Se s é perpendicular a r: 3x – 2y + 4 = 0, s: 2x + 3y + k = 0.
Nota Dado que P(1, – 3) pertence à reta s, obtém-se:
Um caminho prático para verificar o perpendicularismo 2–9+k=0⇒k=7
deduasretasres,dadasporsuasequaçõesgerais,talquer:
Portanto, uma equação da reta s é 2x + 3y + 7 = 0.
ax + by + c = 0 e s: a’x + b’y + c’ = 0, precisa verifi-
car se a ⋅ a’ + b ⋅ b’ = 0. Caso isso ocorra, elas serão 3. Determine a equação da mediatriz do segmento,
perpendiculares. cujas extremidades são os pontos A(3, 2) e B(–2, –4).

Aplicação do conteúdo
1. Dadas as retas de equações
2x + 3y – 5 = 0 e 3x – 2y + 9 = 0, demonstre que elas
são perpendiculares.

Resolução:
Cálculo do coeficiente angular m1 da reta de equação
2x + 3y – 5 = 0:
2x + 3y – 5 = 0 ⇒ 3y = –2x + 5 ⇒ Resolução:
​ 5 ​ ⇒ m1 = – ​ __2 ​ 
⇒ y = – ​ __2 ​x  + __ De acordo com a Geometria plana, a mediatriz de um seg-
3 3 3
Cálculo do coeficiente angular m2 da reta de equação mento é uma reta perpendicular ao segmento no seu pon-

3x – 2y + 9 = 0: to médio. Na figura, M é o ponto médio de AB​
​ . 

3x – 2y + 9 = 0 ⇒ –2y = –3x – 9 ⇒ M​____


2 ( 
​ 3 – ​,
2  ____
2 )
​ 2 – ​ 4  ​ ⇒ M​__ (  )
​ 1 ​,  – 1  ​
2
​ 3 ​x  + __
⇒ 2y = 3x + 9 ⇒ y = __ ​ 9 ​  ⇒ m2 = __
​ 3 ​  Equação da reta AB (reta-suporte do segmento AB):
2 2 2
Recorrendo à condição de perpendicularismo: x y 1

(  )(  )
3 2
​ 3 ​  ​= –1
m1m2 = ​ – ​ __2 ​  ​​ __ 3 2
-2 -4 1
1 = 0 ⇒ 6x – 5y – 8 = 0
Assim, as retas são perpendiculares.

125
‹___›
Equação da mediatriz (⊥​AB ​
  )  :
5x + 6y + k = 0
M ∈ mediatriz:
5​__
2 (  )
​ 1 ​  ​+ 6(–1) + k = 0 ⇒ k = __ ​ 7 ​ 
2
Portanto, uma equação da mediatriz é
5x + 6y + __ ​ 7 ​ = 0 ou 10x + 12y + 7 = 0.
2
4. Considerando o ponto P(4, 6) e a reta r de equação
x + y – 1 = 0, determine as coordenadas da projeção
ortogonal de P sobre a reta r.

Resolução:
A figura mostra o ponto P’, projeção ortogonal de P sobre
a reta r. P’ é o ponto de encontro da reta r com a reta s,
perpendicular a r pelo P.
Cálculo do coeficiente angular m1 da reta r:
x + y – 1 = 0 ⇒ y = –x + 1
m1 = –1
Cálculo do coeficiente angular m2 da reta s:
1  ​ = – ​ ___
___
m2 = – ​ m 1  ​ = 1
1 –1
Equação da reta que passa por P (4, 6) e tem coeficiente
angular 1:
y – y1 = m2(x – x1) ⇒ y – 6 = 1(x – 4) ⇒
⇒y–6=x–4⇒x–y+2=0
Cálculo das coordenadas do ponto P’
(intersecção de s com r):
x+ y – 1 = 0
x–y+2=0
2x + 1 = 0 ⇒ x = – ​ __1 ​ 
2
– ​ __1 ​ + y – 1 = 0 ⇒ y = 1 + __ ​ 3 ​ 
​ 1 ​ = __
2 2 2
Assim, as coordenadas do ponto P’ são – ​ __1 ​ e __ ​ 3 ​, 
2 2

(  ) ​ 3 ​  .​
ou seja, P​ – ​ __1 ​,  __
2 2

126
DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA EQUAÇÃO DA RETA

Posições relativas
Forma geral Forma Paramétrica
ax + by + c = 0 Coordenadas x e y são
Paralelas Concorrentes todas em função de
uma terceira variável t
Ex: | x = t + 1
| y = 2t
Iguais Distintas Perpendiculares Oblíquas

Os coeficientes angulares Considere as retas r e s com


das retas serão iguais coeficientes angulares m1 e m2.
As retas serão perpendi-
culares somente se:
m . m = –1
2 1

127
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:

incidência do tema nas principais provas vivenciando

De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.

Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção


tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas aplicação do conteúdo
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados,
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos. deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer
momento, as explicações dadas em sala de aula.
multimídia
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com áreas de conhecimento do Enem
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
o conhecimento do nosso aluno. Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
conexão entre disciplinas -las com tranquilidade.

Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-


borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos diagrama de ideias
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan- Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
grande engrenagem no mundo em que ele vive. ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.

Herlan Fellini

1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.

Autores
Herlan Fellini
Pedro Tadeu Vader Batista
Vitor Okuhara

Diretor-geral
Herlan Fellini

Diretor editorial
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Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta

Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica


Hexag Sistema de Ensino

Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
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Projeto gráfico e capa


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Imagens
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ISBN: 978-65-88825-01-3

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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
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2
SUMÁRIO
MATEMÁTICA
NÚMEROS COMPLEXOS E POLINÔMIOS
Aulas 45 e 46: Números complexos: representação geométrica e módulo 6
Aulas 47 e 48: Números complexos: forma trigonométrica 11
Aulas 49 e 50: Polinômios 18
Aulas 51 e 52: Operações com polinômios 30

MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES


Aulas 45 e 46: Matrizes e operações 38
Aulas 47 e 48: Matriz inversa e equações matriciais 52
Aulas 49 e 50: Determinantes 56
Aulas 51 e 52: Sistemas lineares 69

GEOMETRIA ANALÍTICA
Aulas 45 e 46: Distância de ponto à reta, ângulos e áreas 88
Aulas 47 e 48: Circunferência: equações reduzida e normal 92
Aulas 49 e 50: Circunferência: posições relativas 98
Aulas 51 e 52: Secções cônicas: elipse 105

3
Competência 1 – Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações – naturais, inteiros, racionais ou reais.
H2 Identificar padrões numéricos ou princípios de contagem.
H3 Resolver situação-problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H5 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 – Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H6 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H7 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H8 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H9 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 – Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de representação de situação do cotidiano.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 – Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo variação de grandezas.
Competência 5 – Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações
algébricas.
H19 Identificar representações algébricas que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos algébricos/geométricos como recurso para a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos algébricos.
Competência 6 – Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de
tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 – Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos ade-
quados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em
uma distribuição estatística.
Calcular medidas de tendência central ou de dispersão de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequências de dados agrupados
H27
(não em classes) ou em gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos de estatística e probabilidade.

4
NÚMEROS COMPLEXOS E POLINÔMIOS: Incidência
do tema nas principais provas

A prova do Enem não tem incidência de Por se tratar de um vestibular tradicional, trará
questões de números complexos e polinômios. questões sobre números complexos envolvendo
Caso haja alguma questão, ela será relacionada polinômios. O candidato deve estar atento ao
com outros assuntos da Matemática e baixo realizar o mecanismo de Briot-Ruffini.
nível de dificuldade.

Em sua primeira fase, a prova apresenta A prova apresenta os conteúdos deste livro, A prova apresenta questões medianas sobre
questões diretas sobre polinômios e com baixa mesclando com geometria espacial e até números complexos. Já os polinômios podem
incidência de números complexos. mesmo trigonometria. aparecer na forma gráfica ou abordando
assuntos de fatoração.

O candidato deve esperar uma questão A prova pode apresentar questões de polinô- Esta prova procura elaborar questões de alto A Santa Casa pode trazer questões diretas e
contextualizada, com elevado grau, para poli- mios, abordando outras áreas da Matemática nível para seus candidatos. Ambos os temas bem elaboradas sobre os dois grandes temas
nômios. Números complexos podem aparecer junto com alguma aplicação científica. têm uma boa incidência. deste livro. As questões possuirão um grau
de forma direta em suas questões, porém, com mediano.
baixa incidência.

UFMG

A prova não tem uma boa incidência para Números complexos e polinômios são temas Não há uma boa incidência dos temas deste
números complexos, mas aproveita muitos com elevado índice de aplicação nesse livro, porém, quando há alguma questão,
conceitos de polinômios em suas questões. vestibular. observamos um alto nível de dificuldade e boa
elaboração.

A prova apresenta questões de polinômios e A prova apresenta questões objetivas que A prova abordará os temas deste livro com
números complexos, com dificuldades baixa serão diretas nas propriedades das operações questões medianas e fáceis. O candidato deve
e mediana. polinomiais e dos números complexos. atentar-se a problemas com polinômios.

5
AULAS Números complexos: representação
45 e 46 geométrica e módulo
Competência: 5 Habilidades: 20, 21, e 23

1. Divisão de números complexos Portanto, a potência é dada por:


( 1 + i )10​ _____
z1 ​​ ​_____ ​​   = ​​  32i  ​​   ​​  i   ​​  
= ___
O quociente __
z​​   ​​ entre dois números complexos, com z2 ≠ 0,
210 1024 32
2

2. Representação geométrica

z z1 · z​ ​ 
é dado por __
​​ z 1 ​​ = ____
​​  — 2 ​​  
2 z · z​
​   2  2

Aplicação do conteúdo dos números complexos


1    Como foi dito, os números complexos podem ser represen-
1.Escreva na forma a + bi o número complexo ​​ ____  ​​.
3–i tados de várias formas. Até agora, foi vista a forma algé-
Resolução: brica a + bi. Outra maneira de representar um complexo z
é com um par ordenado de números reais. Se z = a + bi,
1(3 + i)
​​  1   ​​ = __________
____ ​​  ​​  3 + i  ​​ = ___
= _____
  ​​  ​​  3  ​​ + ___
​​  1  ​​ i pode-se escrever z = (a, b), notação usada por Gauss.
3 – i (3 – i)(3 + i) 9 + 1 10 10
Por outro lado, a cada par de números reais (a, b) está as-
z1 sociado um único ponto do plano. Logo, pode-se associar
2. Efetue ​​  __
z2  ​​, sabendo que z1 = 1 + 2i e z2 = 2 + 5i. a cada número complexo z = a + bi o ponto P do plano de
Resolução: coordenadas a e b: P(a, b).

__ z 1 + 2i ____________ (1 + 2i) (2 – 5i) 2 – 5i + 4i – 10i2 O plano cartesiano no qual estão representados os núme-
​​ z1  ​​ = _____
​​   ​​ = ​​    ​​ = _____________
​​     ​​  ä
2 2 + 5i (2 + 5i) (2 – 5i) 22 + 52 ros complexos é denominado plano complexo ou plano de
z 12 – i ___ Argand-Gauss. Diz-se que o ponto P(a, b) é o afixo do nú-
__
​  z1  ​​ = _____
​​   = ​​ 12 ​​ – ___
 ​​  ​​  1  ​​ i mero complexo a + bi.
2 29 29 29
i
z1 ___
Logo, __ ​​ 12 ​​ – ___
z​​  2 ​​ = 29 ​​  1  ​​ i.
29

1    ​  ​​ .
10
3. Calcule ​​ ​  ____
1–i ( )
Resolução:

Escrevendo a base da potência na forma a + bi:


R
(1 + i) _____
​​  1    ​​ = ____
____ ​​  1    ​· ____
​  ​ = ​​ 1 + i  ​​  = ____
 ​  ​​ 1 + ​​i  
1 – i 1 – i (1 + i) 1 + 1 2
Logo:
Exemplo:
§ Representação geométrica dos números complexos:
(​​  ​ 1____1– i  ​  )​​ = (​​ ​ 1 + i
____ ​    ​​ = ​​ ​(_____
2  )
10 10 10
 1 + i )​
 ​​   
10
2 z1 = 3 – 2i, z2 = 5, z3 = –2i, z4 = 2 + i e z5 = –2 + i
Para calcular (1 + i)10, lembramos que: z1 = 3 – 2i ä (3, –2)

(1 + i)2 = 1 + 2i – 1 = 2i z2 = 5 ä (5, 0)
z3 = – 2i ä (0, –2)
Logo: z4 = 2 + i ä (2, 1)
(1 + i)10 = [(1 + i)2]5 = [2i]5 = 32i z5 = – 2 + i ä (–2, 1)

6
i
Aplicação do conteúdo
1. Dados os números complexos z1 = –4 + 2i, z2 = –3i
e z3 = 4, localize, no plano complexo, os pontos corres-
R pondentes a cada número.

Resolução:
z1 = – 4 + 2i ä (–4, 2)
z2 = –3i ä (0, –3)
z3 = 4 ä (4, 0)
Notas i

1. Os números complexos reais pertencem ao eixo x e


mantêm a correspondência, segundo a qual para cada
número real existe um ponto da reta.
R
2. Os números imaginários puros pertencem ao eixo y.

3. Os demais números complexos (a + bi, com a ≠ 0 e


b ≠ 0) pertencem aos vários quadrantes, de acordo com
os sinais de a e b.

4. Para cada número complexo existe um único ponto 2. Determine os números complexos correspondentes
do plano e vice-versa. aos pontos A, B, C, D e E nesta figura.

5. A cada complexo z = a + bi pode-se associar um i

único vetor, com extremidades no ponto O, origem do


sistema de coordenadas cartesianas, e no ponto P(a,
b). Nesse plano complexo, além do número complexo
z = a + bi, estão representados outros dois números R

complexos, z1 e z2, e a soma deles, z1 + z2 (diagonal do


paralelogramo formado por z1 e z2).

Resolução:

A (3, 0) ä z = 3
B (0, 2) ä z = 2i
C (2, 1) ä z = 2 + i
D (–2, – 1) ä z = –2 – i
E (1, –1) ä z = 1 – i

3. Dados os pontos correspondentes aos números com-


6. A associação dos números complexos z = a + bi aos plexos z1 e z2, descubra os pontos correspondentes aos
vetores permite o uso, em diversos campos, dos nú- números –z1 e –z2.
meros complexos e os de suas respectivas grandezas. i

Exemplo disso é o estudo da eletricidade em grau uni-


versitário. A corrente elétrica, a voltagem, a impedância
R
etc. são tão grandes que podem ser representados por
números complexos.

7
Resolução: i

P(1, 1) ä z1 = 1 + i ä –z1 = –1 – i ä P’ (–1, –1)


Q(–2, –1) ä z2 = –2 – i ä –z2 = 2 + i ä Q’ (2, 1)

4. Efetue, algébrica e geometricamente, a adição dos


números complexos z1 = 1 + 2i e z2 = 4 + i.

Resolução: R

Algebricamente: z1 + z2 = (1 + 2i) + (4 + i) = 5 + 3i = z3
Geometricamente:
Essa igualdade vale também para os pontos situados nos
Observe que z3 corresponde ao ponto (5, 3), ou seja, ao eixos e nos demais quadrantes.
número complexo z3 = 5 + 3i.
Pode-se dizer, portanto, que, dado um número complexo
i z = a + bi, chama-se módulo de z e indica-se por |z| o
número real positivo ou nulo dado por:

|z| = d​​ XXXXXX


a2 + b2 ​​ 

Nota
Há uma conexão interessante com a geometria analí-
tica. Pensando nos complexos z e w como pontos no
plano, o módulo da diferença é a distância entre os dois
R pontos: |z – w| = d(z, w).

Observe que a definição geométrica de módulo de um nú-


3. Interpretação mero complexo é a mesma de um número real: a distância
do seu afixo até a origem, porém, quando trabalhamos com
geométrica do conjugado números reais, os representamos em uma reta.
Geometricamente, o conjugado z​​​​  de z é representado pelo
simétrico de z em relação ao eixo x. Aplicação do conteúdo
i
+ bi 1. Determine o módulo dos seguintes números complexos:

a) z = 2 + 3i
R

Resolução:

Se z = 2 + 3i:

4. Módulo de um número complexo |z| = |2 + 3i| = d​​ XXXXX = d​​ XXX


4 + 9 ​​  13 ​​ 

Geometricamente, o módulo de um número complexo é


b) z = 3i
a distância da origem do sistema de coordenadas O ao
afixo de z. Resolução:
Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo OAP, ob-
tém-se: Se z = 3i:
|z| = a + b ä |z| = d​​ XXXXXX
2 2 2
a2 + b2 ​​  |z| = |3i| = d​​ XX
9 ​​ = 3

8
c) z = –1 – 2i 2. Se z é um número complexo:

Resolução: |z| = |​​z​​| 

Demonstração:
Se z = –1 – 2i:
Dado z = a + bi, obtém-se:
|z| = | –1 – 2i| = d​​ XXXXXXXXXX
(–1)
   2
+ (–2)2 ​​ = d​​ XXXXX = d​​ XX
1 + 4 ​​  5 ​​ 
z​​
​​  = a – bi
​​ 1 ​​ 
d) z = __
2
|z| = d​​ XXXXXX
a2 + b2 ​​ 
Resolução:
|​​z​​|  = d​​ XXXXXXXX = d​​ XXXXXX
a2 + (–b)2 ​​  a2 + b2 ​​ 
​​ 1 ​​: 
Se z = __
  
2 Portanto, |z| = |​​z​​| .
​ 1 ​   ​​ = __
|z| = ​​__ ​​ 1 ​​ 
2 2
e) z = –3 3. Se z1 e z2 são números complexos:

Resolução: |z1z2| = |z1||z2|

Se z = –3: Demonstração:
|z| = |– 3| = 3
De acordo com a primeira propriedade:
f) z = 0
|z1z2|2 = (z1z2) (​​
z1z2)​​  (I)
Resolução:
Mas sabe-se que:
Se z = 0:
(​​
z1z2)​​  = 
z​​ 1​​ 
z​​ 2​​  (II)
|z| = |0| = 0

2. Descubra a distância do ponto A(1, 2) ao ponto B(5, –1) Se substituído (II) por (I), obtém-se:
no plano de Argand-Gauss.
|z1z2|2 = z1 z2 
z​​ 1 ​​ 
z​​ 2​​ = (z1 
z​​ 1)​​  (z2 
z​​ 2)​​  = |z1|2|z2|2 = (|z1||z2|)2
Resolução:
Uma vez que o módulo é um número positivo ou nulo, ex-
z = 1 + 2i e w = 5 – i trai-se a raiz quadrada de ambos os membros e chega-se
z – w = –4 + 3i ao que se pretendia demonstrar:
d(A, B) = |z – w| = | –4 + 3i| = d​​ XXXXXX
16 + 9 ​​ 
=5 |z1z2| = |z1||z2|

5. Propriedades
envolvendo módulo
1. Se z é um número complexo:

z​​z​​ = |z|2
Demonstração:
Sabe-se que:

z​​z​​ = (a + bi) (a – bi) = a2 + b2


|z| = d​​ XXXXXX
a2 + b2 ​​ 

Logo:
2
|z|2 = (​​​dXXXXXX )​​ = a2 + b2 = z · —z​​​​  
a2 + b2 ​  

Portanto, z​​z​​ = |z|2.

9
DIAGRAMA DE IDEIAS

REPRESENTAÇÃO
NÚMEROS COMPLEXOS
GEOMÉTRICA

DIVISÃO

— Z = a + bi
Z1 Z1 ∙ Z​​​​  2
__  ​​ = ​​ —
Z2 Z ∙ Z​​​​  
2 2

Z1 e Z2 → números complexos Notação de Gauss



Z​​​​ 2 ​​ → conjugado do nº complexo Z2 Z = (a, b)

INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA Plano de Argand-Gauss


DO CONJUGADO P(a, b) → afixo do
número complexo
i Z = (a, b) = a + bi
Z i
b P(a, b)

O R
O a R

Propriedades
— - Números reais → pertencem ao eixo
Z​​​​  
— horizontal
​​​​Z​​​​  = (a, –b) = a – bi
- Números imaginários → pertencem ao
MÓDULO eixo vertical
- Para cada número complexo existe um
​​ z ​ = a + b
​2 2 2
único ponto do plano e vice-versa.
​ z ​​ = √a2 +b2
y Propriedades
P(a, b) —
Z​​Z​​  = ​ Z ​​2
ou afixo de —
​​ ​​ Z ​​ = ​ ​Z​  ​​
​​ Z  z = a + bi
b ​​ Z1Z2 ​​ = ​​​  Z1 ​​ ​ Z2 ​​
Z1 e Z2 → números complexos
a A Z

10
AULAS Números complexos:
47 e 48 forma trigonométrica

Competência: 5 Habilidades: 20, 21 e 23

1. Forma trigonométrica Assim:

z = |z|(cos q + i · sen q)
dos números complexos
Sabe-se que um número complexo z = a + bi é representa- que é chamada forma trigonométrica ou forma polar de z.
do por um ponto do plano com coordenadas (a, b) e coor-
denadas cartesianas do ponto z. Esse mesmo ponto pode
ser representado por suas coordenadas polares:
​_____›
Aplicação do conteúdo
1. o módulo do vetor Oz ​ por |z| ou ρ, represen-
​ ,   indicado 1. Determine a representação geométrica e a forma tri-
tando a distância do ponto P à origem do plano (supondo gonométrica do número complexo dado em cada item:
__
|z| ≠ 0); e a) z = 1 + i​√3 ​ 
_​____›
2. o ângulo q, em que 0 ≤ q < 2p, que o vetor Oz ​
​   forma Resolução:
com o eixo x; esse ângulo q é denominado argumento de z a=1
(ou argumento principal de z) e é indicado por arg(z). b = d​ XX
3 ​ 
Im Portanto:
__ ________
__ __
|z| = |1 + i​√3 ​|  = √
​ 12 + (​√3 ​) 2 ​ 
=√
​ 4 ​ = 2

​ a  ​  = __
§ cos q = __ ​ 1 ​ 
|z| 2
dXX
ρ § sen q = __ ​ ​ 3 ​ ​   
​ b  ​  = ___
|z| 2
Assim, q = arg(z) = ​ π __ ​ .
3

R
Im

§ z = a + bi, z ≠ 0
§ |z| = r = d​ XXXXXX
a2 + b2 ​ 
§ arg(z) = q
Foi visto em Trigonometria que:
​ a  ​    sen q = __
cos q = __ ​ b  ​  
  (como 0 ≤ q < 2p)
|z| |z|
Essas igualdades levam a: R
0 1
​ a  ​  ⇒ a = |z| · cos q
§ cos q = __
|z|
​ b  ​  ⇒ b = |z| · sen q
§ sen q = __
|z| Portanto, a forma trigonométrica é dada por:
Substituindo esses valores por z = a + bi, obtém-se:
z = a + bi = |z| · cos q + |z| · sen qi = |z|(cos q + i · sen q) ( 3 3 )
z = 2​  cos ​ π__  ​+ i · sen ​ π__  ​  ​

11
b) z = - 1 + i Portanto, a forma trigonométrica é dada por:
__
Resolução:
a = –1
z=√ (
​ 2 ​ ​   cos ​ 3π
___ ​ + i · sen ​ 3π
4
___ ​   ​
4 )
b=1 2. Escreva na forma algébrica os seguintes números
________ __ complexos:
|z| = |–1 + i| = √
​ (-1)2 + =√
12 ​ ​ 2 ​ 
​ π ​ + i · sen ​ __
a) z = 2​ cos __ (
π ​   ​
)
d
​ XX
2 ​ ​    4 4
​ a  ​  = ___
§ cos q = __ ​ –1 ​ = – ​ ___
|z| ​dXX 2 ​  2 Resolução:
__ __ __ __

( 
dXX
​ b  ​  = ___
§ sen q = __ ​ ​ 2 ​ ​   
​  1  ​  = ___
)
√ __ __
z = 2​ ___ ​√2 ​ ​    =
​ ​ 2 ​ ​  + i ∙ ​ ___
√  
​ 2​ 2 ​
​ ____ 2​√2 ​
 ​  + i ∙ ​ ____
 ​   = ​√2 ​ + i​√2 ​ 
|z| d​ XX 2 ​  2
2 2 2 2
Assim, q = arg(z) = ​ 3π ___ ​. 
Assim, z = √
​ 2 ​ + i​√2 ​.

__ __
4
Im

(
7π ​ + i sen ​ ___
b) z = 8​  cos​ ___
6
7π ​  ​
6 )
Resolução:

) ] [ 
__

[ 6 6 ( ​√3 ​ ​  + i ​ ​ ___
z = 8​  –cos ​ π__  ​+ i​  –sen ​ π__  ​  ​  ​= 8​ – ​ ___
2 ( )]
–1 ​  ​  ​
2
__
z = –4​√3 ​ – 4i
R
__
Assim, z = –4​√3 ​ – 4i.

2. Multiplicação de números complexos na forma trigonométrica


Considere os números complexos z1 e z2 dados na forma trigonométrica:
z1 = |z1|(cos q1 + i · sen q1)
z2 = |z2|(cos q2 + i · sen q2)­

O produto z1z2 é dado por:


z1z2 = |z1|(cos q1 + i · sen q1) |z2| (cos q2 + i · sen q2) ⇒
z1z2 = |z1IIz2| (cos q1 + i · sen q1) (cos q2 + i · sen q2) ⇒
z1z2 = |z1||z2|[(cos q1 · cos q2 – sen q1 · sen q2) + i(sen q1 · cos q2 + sen q2 · cos q1)]

Assim:

z1z2 = |z1||z2| [cos(q1 + q2) + i · sen(q1 + q2)]

O produto de dois números complexos escritos na forma trigonométrica é o número complexo, cujo módulo é igual ao
produto dos módulos dos fatores e cujo argumento é igual à soma dos argumentos dos fatores, reduzida à primeira volta
(0 ≤ arg (z1 z2) < 2p).

Aplicação do conteúdo
( 
​ π ​  + i · sen ​ __ ( 
1. Calcule o produto z1z2 com z1 = 2​ cos __ π ​   ​ e z = 3​ cos __
​ π ​  + i · sen ​ __
π ​   ​.
4 4 2
2 ) 2 )
Resolução:

Ao substituir os dados do problema pela fórmula, obtém-se:

[ ( 4 2 ) ( 4 2 )] (
z1z2 = 2 · 3​ cos​   ​ π__  ​ + ​ π__  ​  ​+ i · sen​  ​ π__  ​ + ​ π__  ​  ​  ​= 6​  cos ​ 3π
___ ​ + i · sen ​ 3π
4
___ ​   ​
4 )
12
Ao fazer a interpretação geométrica desse problema,
obtém-se: 3. Divisão de números complexos
na forma trigonométrica
Dados os números complexos z1 e z2 na forma trigonométrica:
z1 = |z1|(cos q1 + i · sen q1)
z2 = |z2|(cos q2 + i · sen q2)­
z
O quociente __
​ z 1 ​,  para z2 ≠ 0, pode ser obtido assim:
2

__z |z1|
​ z1 ​ = ___
​   ​ [cos(q1 – q2) + i · sen(q1 – q2)]
2 |z |
2

A demonstração dessa relação pode ser realizada mostran-


|z |
do que o produto de ___
​  1   ​[cos(q1 – q2) + i · sen(q1 – q2)] por
|z2|
z2 é igual a z1.
Em z1z2, houve uma rotação positiva a z1 de um ângulo O quociente de dois números complexos na forma trigono-
igual ao ângulo de z2. Ou seja, nesse caso, houve uma rota- métrica, com o segundo número diferente de 0, é o número
complexo, cujo módulo é o quociente dos módulos e cujo
ção de ​ π
__ ​ a z . Como o argumento de z era ​ π __ ​ e z recebeu
argumento é a diferença dos argumentos dos dois números
2 1 1 4 1

(  (  ) )
π
__
uma rotação de ​   ​ , o produto z1 e z2 passa a ter argumento z1
2 na ordem dada, reduzida à primeira volta ​ 0 ≤ arg​ __
z​  2 ​   ​ < 2p  ​.
igual a ​ π
__ ​  + ​ π
__ ​  = ​ 3π
___ ​ . O módulo, que é 6, corresponde a
4 2 4
2 · 3 ou |z1||z2|. Aplicação do conteúdo
z1
( 
1. Calcule o quociente ​ __ __ π π
__
z2  ​para z1 = 2​ cos ​  4 ​  + i · sen ​ 4 ​   ​ e )
( 
​ π ​  + i · sen ​ __
z2 = 3​ cos __ π ​   ​.
2 2 )
Nota Resolução:
A fórmula da multiplicação de dois números complexos, Ao substituir z1 e z2 na fórmula dada, obtém-se:
z1 __
[ ( )]
de acordo com a qual basta multiplicar os módulos e
somar seus argumentos, é válida para um número
​ __ 2 π__ π__
) ( π__ π__
z2 ​ = ​ 3 ​ ​   cos​   ​  4  ​ – ​  2  ​  ​+ i · sen​  ​  4  ​ – ​  2  ​  ​  ​ =
qualquer finito de valores. Isso levará à potenciação de
números complexos.
​ 2 ​ ​   cos ​   – ​ __
__
3 [ ( ) π ​   ​+ i · sen ​  – ​ __
4 ( )] 4 [
π ​   ​  ​= __
​ 2 ​ ​    cos ​ 7π
3
___ ​ + i · sen ​ 7π
4 ]
___ ​   ​
4
z1 __2
Assim, __ [ 7π
___
]
z​  2 ​ = 3​   ​ ​    cos ​  4 ​ + i · sen ​  4 ​  .​

___

4. Potenciação de números complexos na forma


trigonométrica – primeira fórmula de De Moivre
A potência zn, n ∈ N*, é dada por zn = z · z · z ... z .
n vezes

Se um número complexo z estiver escrito na forma trigonométrica z = |z|(cos q + i · sen q), obtém-se:
zn = z · z · z ... z = |z| · |z| · |z| ... |z| [cos(q + q + ... +q ) + i sen(q + q + q ... q )] ⇒
multiplicação produto de n módulos soma de n soma de n
de n fatores argumentos argumentos

⇒ zn = |z|n[cos(nq) + i · sen(nq)] (fórmula de De Moivre)

Para n = 0, obtém-se:
z0 = |z|0[cos (0 · q) + i · sen (0 · q)] = 1 (cos 0 + i · sen 0) = 1(1 + 0) = 1

13
Assim, é possível afirmar que a potência de ordem n de Para que zn seja real e positivo, deve-se ter:
um número complexo escrito na forma trigonométrica é o
sen​ nπ
___ ​ nπ
___ ​ > 0
 = 0   cos​ 
número complexo, cujo módulo é igual ao módulo do nú- 3 3
mero elevado a n e cujo argumento é igual ao argumento Uma vez que n ∈ N*, deve-se fazer:
do número multiplicado por n, reduzido à primeira volta
dXX
(0 ≤ arg(zn) < 2p). n = 1 ⇒ sen​ ___ ​ ​ 3 ​ ​   ≠ 0
1π ​  = ___
3 2
d
​ ​ 3 ​ ​   ≠ 0
2π ​  = ___ XX
Aplicação do conteúdo n = 2 ⇒ sen​ ___
3 2
( 
π ​  + i · sen ​ __
1. Dado o número z = 2​ cos ​ __ π ​   ​, determine z7. 3π
n = 3 ⇒ sen​   ​  = 0 e cos​ ___
___ 3π ​  = cos p = –1 < 0
4 4 ) 3 3

___
n = 6 ⇒ sen​   ​  = sen 2p = 0 e
Resolução: 3

___
cos ​   ​  = cos 2p = 1 > 0
Na forma trigonométrica, tem-se: 3
Assim, o menor valor de n ∈ N* é 6.
[( 4 4 )] ( 4 4 )
z7 = ​ 2​  cos ​ π__  ​+ i · sen ​ π__  ​  ​  ​ = 27​ cos 7 · ​ π__  ​+ i · sen 7 · ​ π__  ​  ​ =
7
Nesse caso, tem-se:
__
z7 = 128​  cos ​ 7π ( ___ ​ + i · sen ​ 7π
4
___ ​   ​
4 ) (2​√3 ​ i+ 2)6 = 46(cos 2p + i · sen 2p) = 4.096 (real positivo)

(7π
___
Assim, z = 128​  cos ​   ​ + i · sen ​   ​  .​
7 7π
___
)
5. Radiciação – raízes
4 4
Na forma algébrica, tem-se:
__ __
enésimas de números complexos
(
__
4
__
4 ) ( 
√2
z = 2​  cos ​ π__  ​+ i · sen ​ π__  ​  ​= 2​ ___
​ ​  
2

 ​ ​ + i · ​ ___
​ 2 ​ ​   ​ =
2 ) Dado um número complexo z e um número natural n, n > 1,
z=√
​ 2 ​ + i​√2 ​  definimos em C:

z7 = 128​  cos ​ 7π


__
4(
___ ​ + i · sen ​ 7π
__
___ ​   ​ =
4 ) Raiz enésima de z é um número complexo tal que xn = z.

​ ​  
z7 = 128​ ___
2 (  √
2 ​ ​ – i · ​ ___
​ 2 ​ ​   ​ =
2 )
z7 =
__
64​√2 ​ –
__
64​√2 ​i  Exemplos:
__ __ 1. 2, –2, 2i e –2i são as raízes quartas do número
Assim, z7 = 64​√2 ​ – 64​√2 ​i . complexo 16.

2. Determine o menor valor de n ∈ N*, para o qual 2, uma vez que 24 = 16


(2​dXX
3 ​ i + 2)n é real e positivo.
–2, uma vez que (–2)4 = 16
Resolução: 2i, uma vez que (2i)4 = 16
__
Ao passar o número z = 2 + 2​√3 ​i  para a forma trigono- –2i, uma vez que (– 2i)4 = 16
métrica, obtém-se:
_________
__ ______ Em C há, portanto, quatro raízes quartas de 16.
|z| = √
​ 22 + (2​√3 ​) 2 ​ 
=√
​ 4 + 12 ​ 
=4
2. i e – i são as raízes quadradas do número complexo –1.
​ a  ​  = __
§ cos q = __ ​ 2 ​ = __
​ 1 ​  i, uma vez que i2 = –1
|z| 4 2
dXX ​dXX –i, uma vez que (–i)2 = –1
​ 2​  ​3 ​   = ___
​ b  ​  = ____
§ sen q = __ ​  3 ​ ​   
|z| 4 2 Em C há, portanto, duas raízes quadradas de –1.
Assim, q = ​ π
__ ​ (60º).
3. 3 e –3 são as raízes quadradas do número complexo 9.
3
Ao usar a fórmula de De Moivre, obtém-se: 3, uma vez que 32 = 9
–3, uma vez que (–3)2 = 9
z = |z| (cos nq + i · sen nq) =
n n

Em C há, portanto, duas raízes quadradas de 9.

(
zn = 4n​  cos​ nπ
___ ​ + i sen​ nπ
3
___ ​   ​
3 ) 4. 1, –1, i e – i são as raízes quartas do número
complexo 1.

14
1, uma vez que 14 = 1 Qualquer número complexo z, não nulo, admite n raízes
enésimas distintas. Todas elas têm módulo igual a dn​ XXX
|z| ​  e
–1, uma vez que (–1)4 = 1
seus argumentos formam uma progressão aritmética de
i, uma vez que i4 = 1
​ nθ ​  e razão ___
primeiro termo __ ​ 2π
n ​.  
– i, uma vez que (–i)4= 1
Geometricamente, as n raízes são vértices de um polígono
Em C há, portanto, quatro raízes quartas de 1. regular de n lados.
5. A única raiz quinta de 0 é 0, uma vez que 0 é o único Assim, sabendo uma delas e sabendo quantas são no total,
número complexo tal que 05 = 0. é possível obter as n – 1 raízes desconhecidas.
A pergunta então é: Quantas são as raízes enésimas de um
número complexo z ≠ 0 e como podemos determiná-las?
Isso será analisado com a segunda fórmula de De Moivre.

5.1. A segunda fórmula de De Moivre


Considere o número complexo z ≠ 0 tal que z = |z|(cosq + i · senq).
Encontrar as raízes enésimas de z significa determinar to-
dos os números complexos distintos do tipo:
w = |w| (cosa + i · sena)
De modo que wn = z, para n > 1, isto é, procurar números
w tal que:
[|w|(cosa + i · sena)]n = |z|(cosq + i · senq)
Da igualdade: Aplicação do conteúdo
wn = |w|n (cos na + i · sen na)n = z = |z|(cosq + i · senq) 1. Determine as raízes cúbicas de –i e interprete-as
geometricamente.
Resulta:
§ |w|n = |z| Resolução:

§ cos na = cos q Ao escrever z na forma trigonométrica, obtém-se:

§ sen na = sen q z = –i
a=0
De |w|n = |z|, obtém-se |w| = dn​ XXX
|z| ​( sempre real e positivo).
b = –1
De cos na = cosq e sen na = senq, obtém-se: ________ __
|z| = √ =√
​ 02 + (–1)2 ​ ​ 1 ​ = 1
+ 2kπ
na = q + 2kp ⇒ a = ​ _______
n ​  (com k ∈ Z)
​ 0 ​ = 0
§ cos q = __
1
No entanto, para que 0 ≤ a < 2p, é necessário que
0 ≤ k ≤ n – 1. ​ –1 ​ = –1
§ sen q = ___
1
Em razão disso, conclui-se que: Assim, q = arg(z) = ​ 3π
___ ​ , pois 0 ≤ q < 2p.
2

(  (  + 2kπ
|z| ​ ​ cos​ ​ _______
wk = n​d XXX ) + 2kπ
( 
 ​+ i · ​ sen ​ _______
n ​   n ​  
 ​  ​ )) Portanto:

(segunda fórmula de De Moivre para k = 0, 1, 2, ..., (n –1)). (


z = 1​  cos ​ 3π
___ ​ + i · sen ​ 3π
2 )
___ ​   ​
2

Em seguida a k = n – 1, os valores repetem-se. De 0 a n – Ao empregar a segunda fórmula de De Moivre, obtém-se:


1, obtém-se n raízes distintas.
Observe que essa fórmula também pode ser escrita da se-
wk = n​d XXX ( + 2kπ
|z| ​ ​  cos ​ _______
n ​ 
+ 2kπ
 + i · sen ​ _______
n ​  
 ​ = )
guinte maneira:
3
__
(
= ​√ 1 ​  ​  cos​ 

​ 3π
___ ​ + 2kπ
2
________
3
 ​ 
​ 3π
___ ​ + 2kπ
 + i · sen​  2  ​  
________
3
 ​ )
    [ (
wk = ​d |z| ​ ​ cos​  ​  __n  ​ + k · ​ 2π
n XXX
n ) (
___ ​   ​+ i · sen​ ​  __  ​ + k · ​ 2π
n n )]
___ ​   ​  ​
3
__
​√ 1 ​ = 1 (real positivo)

15
Uma vez que n = 3, k poderá ser 0, 1 ou 2: Outro tipo muito comum de equação que compreende nú-
meros complexos é o que se pode reduzir à denominada
§ para k = 0
equação trinomial:
​ 3π
___ ​ + 2kπ ​  3π
___ ​ 
ax2n + bxn + c = 0
​  2
________
 ​  ___ ___ ​ = ​ π
 = ​  2 ​  = ​ 3π __  ​
3 3 6 2 (com a ∈ C, e b ∈ C, a ≠ 0, b ≠ 0 e n ∈ N)
§ para k = 1 Para resolvê-la, deve-se fazer uma mudança de variável
​  3π
___ ​ + 2kπ ​  3π___ ​ + 2π ​  7π
___ ​  xn = y e obter uma equação do segundo grau:
​  2
________
 ​   = ​  2
_______ ​  = ​  2 ​  = ​ 7π
___ ___ ​  ay2 + by + c = 0
3 3 3 6
As soluções são y’ e y’’.
§ para k = 2
Volta-se então para as equações anteriores, pois y’ = xn e
​ 3π
___ ​ + 2kπ ​ 3π ___ ​ + 4π ​  11π
____  
 ​ y’’ = xn.
​  2
________
 ​   = ​  2
_______ ​  = ​  2 ​  = ​ 11π
____ ____  
 ​
3 3 3 6 Ao resolvê-las, são obtidas as raízes da equação inicial.
Observe que ​ π
__ ​ = ​ 3π
___ ​,  ​ 7π
___ ​,  ​ 11π
____  ​  é uma PA de razão ​ 4π
___ ​. 
2 6 6 6 6
w0 = 0 + __ i·1=i
Aplicação do conteúdo
√ 1 1. Resolva a equação 2x3 – 16i = 0 em C.
w1 = ____ ​ –​  ​3 ​   – __ ​   ​i 
2__ 2
√ 1
Resolução:
w2 = ___ ​ ​ 3 ​ ​   – __
​   ​i 
2 2 2x3 – 16i = 0 ⇒ 2x3 = 16i ⇒ x3 = 8i
Interpretando geometricamente, as três raízes cúbicas es-
Calcule as raízes cúbicas de 8i:
tão sobre uma circunferência de raio |w| = 1 e dividem a
z = 8i
circunferência em três arcos congruentes de ___ ​ 4π ​  rad, for-
6
mando um triângulo equilátero de vértices P0, P1 e P2. Se a=0
fosse calculado w3, resultaria que w3 = w0 e P3 coincidiria b=8
com P0; e assim por diante: P4 = P1, P5 = P2 etc. _________
|z| = √
​ 02 + 82 ​ 
=8
§ cos q = __​ 0 ​ = 0
8
§ sen q = __ ​ 8 ​ = 1
8
Assim, q = arg(z) = ​ π __ ​ , pois 0 ≤ q < 2p.
2
Portanto:
( )
z = 8i = 8​  cos​ π__  ​+ i sen​ π__  ​  ​
2 2
Uma vez que n = 3, 0 ≤ k ≤ 2, ​ 8 ​ = 2 e q = __
d
3 XX
​ π ​,  obtém-se:
__ 2
w0 = ​ 3 ​ + i

__
w1 = – ​√3 ​ + i
6. Equações binomiais w2 = –2i

e trinomiais
Qualquer equação que possa ser reduzida à forma axn + b = 0
(com a ∈ C e b ∈ C, a ≠ 0 e n ∈ N) é denominada
equação binômial.
Para resolvê-la, deve-se isolar xn no primeiro membro e
aplicar a segunda fórmula de De Moivre:
​ –b
axn + b = 0 ⇒ xn = ___a ​  Portanto, o conjunto solução da equação 2x3 – 16i = 0 é:
__ __
Essa equação admite n raízes enésimas de ​ –b
___
a ​.  S = {​√3 ​ + i, –​√3 ​ + i, –2i}.

16
DIAGRAMA DE IDEIAS

NÚMEROS COMPLEXOS

FORMA TRIGONOMÉTRICA
Seja:
Z1 = ​ Z1 ​(cosθ1 + i · senθ1)
Im Z = a + bi Z2 = ​ Z2 ​(cosθ2 + i · senθ2)
b
ou
P(a, b) Multiplicação
Z1 Z2 = | Z1|​ |​ Z2|​ [cos(θ1 + θ2) + i·sen(θ1 + θ2)]
θ ​ Z ​= ρ
Divisão
O a R Z ​ Z1 ​
_________ ​  1  ​ = ​  ___
__   ​ [cos(θ1 – θ2) + i · sen (θ1 – θ2)]
• |Z ​= ρ = ​√a2 + b2   Z2 ​ Z2 ​
• arg (Z) = θ
Potenciação → fórmula de De Moivre
• a = ​ Z ​· cosθ
Zn = ​ Z n​ [cos(nθ) + i · sen(nθ)]
• b = ​ Z ​· senθ

Z = ​ Z ​(cosθ + i · senθ)
EQUAÇÕES

Binomiais Trinomiais
axn + b = 0 ax2n + bxn + c = 0
-b ​
xn = ​ __ Mudança de variável
a    xn = y
ay2 + by + c = 0

17
AULAS Polinômios
49 e 50
Competência: 5 Habilidades: 20, 21 e 23

1. Introdução E cujo volume é expresso por:


(x + 2)3 ou x3 + 6x2 + 12x + 8
Na resolução de problemas, é frequente a ocorrência de
situações em que a leitura e a compreensão dos enuncia-
dos levam à formulação de expressões que permitem resol-
vê-los por meio de uma equação oriunda das expressões
obtidas. Considere que os enunciados de determinados
2. Definição
Expressão polinomial ou polinômio na variável complexa x
problemas levem a estas figuras e suas dimensões:
é toda expressão da forma:
anxn + an-1xn-1 + an-2xn-2 + ... + a2x2 + a1x + a0
Em que:
§ an, an-1, an-2, ..., a2, a1­, a0 são números complexos deno-
minados coeficientes;
§ n é um número inteiro positivo ou nulo; e
§ o maior expoente de x, com coeficiente não nulo, é o
grau da expressão.

Observe as seguintes expressões polinomiais:


1. 4x + 6: expressão polinomial do primeiro grau (grau 1).
2. x2 + 3x: expressão polinomial do segundo grau (grau 2).
3. x3: expressão polinomial do terceiro grau (grau 3).
4. 6x2 + (1 – i)x + 5: expressão polinomial do segundo
grau (grau 2).
A primeira delas é uma região retangular de dimensões x e
Por definição, não são expressões polinomiais:
x + 3, cujo perímetro é indicado pela expressão:
§ x–2 + 3x–1 + 1, uma vez que o expoente da variável x
2x + 2(x + 3) ou 4x + 6
não pode ser negativo.
E cuja área é indicada por: ​ 1  ​ + __
§ x3 + __ ​ 1 ​,  uma vez que a variável x não pode apare-
x2 x
x(x + 3) ou x2 + 3x cer em denominador.

A segunda figura é um cubo com arestas de medida x, cuja § x + 5x + 6, uma vez que o expoente da variável x não
área total é indicada por: pode ser fracionário.
6x2 § 3​d XX  x ​+ 2, uma vez que a variável x não pode
x ​+ 6​dXX 
E cujo volume é expresso por: aparecer sob radical.
x3
A terceira figura é outro cubo com arestas x + 2, cuja área 3. Função polinomial
total é:
As funções complexas f: C é C definidas por expressões
6(x + 2) ou 6(x + 4x + 4) ou 6x + 24x + 24
2 2 2
polinomiais são denominadas funções polinomiais:

18
§ f(x) = 2x – 1 é uma função polinomial de grau 1. § se m = 1, o polinômio será do segundo grau;
§ g(x) = 3x2 – 2x – 1 é uma função polinomial de grau 2. § se m = –1, o polinômio será do primeiro grau.
§ h(x) = 3x3 – 6x2 + x – 1 é uma função polinomial de Calcule os valores de a, b e c para os quais o polinômio
grau 3.
p(x) = (a + b)x2 + (a – b – 4)x + (b + 2c – 6) seja nulo:
§ p(x) = x – ix é uma função polinomial de grau 4.
4 2

Assim, toda função definida por: Se p(x) = 0 ä

f(x) = anxn + an-1xn-1 + ... + a2x2 + a1x + a0


para todo x complexo, é denominada função polinomial de Ao reunir (I) e (II), obtém-se:
grau n, em que n é um número inteiro positivo ou nulo, e
an é diferente de 0.
Se o grau de uma função polinomial for 0, a função será Resolvido o sistema, obtém-se a = 2 e b = –2.
definida por f(x) = a0.
Substituído b por (III), obtém-se:
Exemplos: b + 2c – 6 = 0 ä –2 + 2c – 6 = 0 ä
1. f(x) = 5 ä 2c = 8 ä c = 4

2. p(x) = –2 Logo, a = 2, b = –2 e c = 4.

4. Polinômio 5. Valor numérico


A cada função polinomial associa-se um único polinômio de um polinômio
(ou expressão polinomial) e vice-versa. Por essa razão, é
possível se referir indistintamente às funções polinomiais Considere um polinômio p(x) e um número real a.
ou aos polinômios. O valor numérico do polinômio p(x) para x = a é o número
que se obtém ao substituir x por a e ao se efetuarem os
Exemplos: cálculos necessários. Indica-se p(a).
1. p(x) = 5 é um polinômio de grau 0 ou polinômio constante. Portanto, p(a) é o valor numérico de p(x) para x = a.
2. p(x) = 2x + 1 é um polinômio do primeiro grau.
3. p(x) = x2 – 5x + 6 é um polinômio do segundo grau. Exemplos:
1. O valor numérico de p(x) = 2x2 – 3x + 5 para x = 4 é:
4.1. Polinômio identicamente nulo
p(4) = 2(4)2 – 3(4) + 5 = 32 – 12 + 5 = 25
Define-se o polinômio identicamente nulo (Pin) como o
polinômio cujos coeficientes são todos nulos: p(x) = anxn + Assim, p(4) = 25.
an-1xn-1 + ... + a1x + a0 é um polinômio nulo se, e somente
se, an = an-1 = ... = a1 = a0 = 0. 2. Dado p(x) = 4x3 – 3x2 + 5x – 10, o valor de p(x) para
x = 3 é:

Aplicação do conteúdo p(3) = 4(3)3 – 3(3)2 + 5(3) – 10 =


p(3) = 108 – 27 + 15 – 10 = 86
1.Dado o polinômio p(x) = (m2 – 1)x3 + (m + 1)x2 – x + 4,
com m [ R, discuta o grau de p(x).
Assim, p(3) = 86.
Resolução:
3. Se p(x) = – 3x2 – 7, logo, para x = 1, o valor numérico
Reduza os coeficientes de x3 e x2 a 0: de p(x) será:
m2 – 1 = 0 ä m2 = 1 m =  +​–1​   p(1) = –3 – 7 = –10.
m + 1 = 0 ä m = –1
Portanto, de modo geral, dado o polinômio:
Analise-os:
§ se m ≠ 1 e m ≠ –1, o polinômio será do terceiro grau; p(x) = anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + ... + a1x + a0

19
o valor numérico de p(x) para x = a será: Resolução:
p(a) = anan + an – 1an – 1 + an – 2an – 2 + ... + a1a + a0 Se p(x) é um polinômio de segundo grau, sua forma é:

p(x) = ax2 + bx + c
Notas
Se a = 1, o valor numérico de p(x) Assim:
será a soma de seus coeficientes:
p(2) = 0 ä a(2)2 + b(2) + c = 0 ä
p(1) = an · 1 + an – 1 · 1
n n–1
+ an – 2 · 1
n–2
·1
n–2
+ ... +
+ a1 · 1 + a0 ä
ä 4a + 2b + c = 0  (I)

ä p(1) = an + an – 1 + an – 2 + ... + a1 + a0 p(–1) = 12 ä a(–1)2 + b(–1) + c = 12 ä


Se a = 0, o valor numérico de p(x)
ä a – b + c = 12  (II)
será o termo independente:
p(0) = 6 ä a(0)2 + b(0) + c = 6 ä
p(0) = an · 0n + an – 1 · 0n – 1 + an – 2 · 0n – 2 + ... +
ä c = 6   (III)
+ a1 · 0 + a0 ä p(0) = a0
Substituindo (III) por (I) e (II), obtém-se:

Aplicação do conteúdo
1. Dado o polinômio p(x) = 2x3 – x2 + x + 5, calcule
p(2) – p(–1).
Resolvido o sistema, obtém-se a = 1 e b = –5.
Resolução:
Sabendo que a = 1, b = –5 e c = 6, escreve-se:
Calculando p(2) e p(–1) separadamente, obtém-se:
p(x) = x2 – 5x + 6
p(2) = 2(2) – (2) + 2 + 5 = 16 – 4 + 2 + 5 = 19
3 2

Calculando p(5):
p(–1) = 2(–1)3 – (–1)2 + (–1) + 5 = –2 – 1 – 1 + 5 = 1
p(5) = (5)2 – 5(5) + 6 = 25 – 25 + 6 = 6
Assim:
p(2) – p(–1) = 19 – 1 = 18 Assim, p(x) = x2 – 5x + 6 e p(5) = 6.

2. Dado o polinômio, na forma fatorada, p(x) = (x2 + 2)2


(x3 – 2)5, determine o que se pede em cada item: 6. Igualdade de polinômio
a) a soma de seus coeficientes; Dois polinômios são iguais ou idênticos se, e somente se,
Resolução: seus valores numéricos forem iguais para todo a [ C:

Para se obter a soma dos coeficientes, basta fazer: p(x) = q(x) à p(a) = q(a)(? a [ C)

p(1) = (12 + 2)2 (13 – 2)5 = 32 · (–1)5 = –9


Para que isso ocorra, a diferença p(x) – q(x) deve ser
b) o termo independente. o Pin. Portanto, dois polinômios p(x) e q(x) são iguais
Resolução: se, e somente se, tiverem coeficientes respectivamente
iguais (os coeficientes dos termos de mesmo grau são
Para se obter o termo independente, basta fazer: todos iguais).

p(0) = (02 + 2)2 (03 – 2)5 = 22 · (–2)5 =


Exemplo
p(0) = 4(–32) = –128
Dados os polinômios p(x) = ax3 + bx2 + cx + d e
3. Um polinômio p(x) é do segundo grau. Sabendo que q(x) = 2x3 + 5x2 – 4x + 3, obtém-se:
p(2) = 0, p(–1) = 12 e p(0) = 6, escreva o polinômio e
determine p(5). p(x) = q(x) à a = 2, b = 5, c = –4 e d = 3

20
7. Raiz de um polinômio Ao resolver o sistema, obtém-se a = –7 e b = 6.
Assim, a = – 7 e b = 6.
Já foi visto que p(a) é o valor numérico do polinômio p(x)
para x = a.
8. Equações polinomiais
Se um número complexo (real ou imaginário) a for tal que
p(a) = 0, esse número a será denominado raiz do polinômio ou algébricas
p(x). Equação polinomial ou algébrica é toda equação que pode
ser escrita na forma:
Exemplos:
anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0 (com an ≠ 0)
1. Dado o polinômio p(x) = x2 – 7x + 10, obtém-se:

p(5) = 0 ä 5 é raiz de p(x). da qual os an (an, an­– 1, ..., a2, a1, a0) são elementos do
conjunto dos números complexos, n [ N* e n representa
p(3) = –2 ä 3 não é raiz de p(x).
o grau da equação.
2. Dado o polinômio p(x) = x3 – 3x2 + 2, obtém-se:

p(1) = 0 ä 1 é raiz de p(x).


Exemplos:
p(3) = 2 ä 3 não é raiz de p(x). 1. 3x + 1 = 0 é uma equação algébrica do primeiro grau.

3. O número i é raiz do polinômio p(x) = x2 + 1, pois 2. x2 – 3x – 4 = 0 é uma equação algébrica do segundo grau.
p(i) = –1 + 1 = 0.
3. x3 – 2x2 + x – 2 = 0 é uma equação algébrica do
terceiro grau.
Aplicação do conteúdo
4. x4 – 2x3 + x2 + 2x – 2 = 0 é uma equação algébrica
1. Sabendo que –3 é raiz de p(x) = x3 – 4x2 – ax + 48, do quarto grau.
calcule o valor de a.
5. 3x2 – 2ix + 1 = 0 é uma equação algébrica do segundo grau.
Resolução:

Se –3 é raiz de p(x), logo p(–3) = 0. 8.1. Raiz ou zero de uma equação


Portanto:
polinomial ou algébrica
p(–3) = (–3)3 – 4(–3)2 – a(–3) + 48 = 0 ä
anxn + an­– 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
–27 – 36 + 3a + 48 = 0 ä 3a = 15 ä
O valor a de x que satisfaz a igualdade, isto é, o valor tal que:
äa=5
Assim, a = 5. anan + an – 1an – 1 + ... + a1a + a0 = 0

2. O polinômio p(x) = x3 + ax2 + bx admite as raízes 6 e 1. Exemplos:


Calcule os coeficientes a e b. 1. x2 – 7x + 10 = 0 admite x = 5 como raiz:

Resolução: (5)2 – 7(5) + 10 = 25 – 35 + 10 = 0


Se p(x) admite a raiz 6, logo p(6) = 0.
2. x3 – 3 x2 + 2 = 0 admite x = 1 como raiz:
p(6) = 63 + a(6)2 + b(6) = 0 ä
ä 216 + 36a + 6b = 0 ä 36 + 6a + b = 0 (1)3 – 3(1)2 + 2 = 1 – 3 + 2 = 0

Se p(x) admite a raiz 1, logo p(1) = 0. 3. x4 + x3 – x2 – 4 = 0 admite x = –2 como raiz:


p(1) = 13 + a(1)2 + b(1) = 0 ä 1 + a + b = 0
(–2)4 + (–2)3 – (–2)2 – 4 = 16 – 8 – 4 – 4 = 0
Formando o sistema:
4. x2 + 1 = 0 admite x = i como raiz:

i2 + 1 = –1 + 1 = 0

21
8.2. Conjunto solução de De acordo com esse teorema, é possível mostrar que os
polinômios de grau n > 1 podem ser decompostos num
uma equação algébrica produto de fatores do primeiro grau.
Trata-se do conjunto das raízes da equação.
Exemplos:
Exemplos: 1. 2 é raiz de p(x) = x2 + 3x – 10, uma vez que p(2) = 0. De acor-
1. x – 7x + 10 = 0
2
3. x + x – 4x – 4 = 0
3 2 do com o teorema de D’Alembert, p(x) é divisível por x – 2:

S = {2, 5} S = {–2, –1, 2}


2. 3x – 5 = 0 4. x2 + 1 = 0

{}
S = ​ ​ __5 ​  ​
3
S = {–i, i}

q1(x) = x + 5
8.3. Determinação das raízes
de uma equação algébrica Portanto:
p(x) = (x – 2) ⋅ q1(x) = (x – 2)(x + 5)
O objetivo é determinar o conjunto solução formado pelas
raízes de uma equação algébrica, ou seja, resolver a equa- 2. –1 é raiz de p(x) = x3 – 2x2 – x + 2, uma vez que p(–1) = 0. De
ção da forma p(x) = 0, da qual p(x) é um polinômio. acordo com o teorema de D’Alembert, p(x) é divisível
Foi visto como resolver equações do primeiro e do segundo por x + 1:
graus por meio de fórmulas simples, além de algumas de
grau maior do que 2 por meio de fatoração ou outro artifício:
§ ax + b = 0 (como a ≠ 0) ä x = – __a​ b ​ (raiz da equação
de primeiro grau); q(x) = x2 – 3x + 2
§ ax2 + bx + c = 0 (com a ≠ 0) ä Portanto:
ä x = _______ ​dD 
​ –b ± ​
XX​ 

 (raízes da equação de segundo grau),
2a p(x) = (x + 1) ⋅ q(x) = (x + 1)(x2 – 3x + 2)
em que D = b – 4ac.
2

Resolvendo x2 – 3x + 2 = 0, de acordo com a fórmula de


Não faltaram esforços para encontrar fórmulas que permi- Bhaskara, obtém-se as raízes 1 e 2:
tissem resolver qualquer equação algébrica de grau maior
que 2, como estas: q(x) = x2 – 3x + 2 = (x – 1) (x – 2)
§ x4 – 6x2 – 7x + 60 = 0 Em razão disso, pode-se escrever:
§ x4 – 8x3 – 25x2 + 44 = 0 p(x) = (x + 1)(x – 2)(x – 1)
Por fim, concluiu-se que o melhor meio de resolver essas equa-
ções polinomiais é realizar estimativas de possíveis soluções. 8.5. Generalização
A seguir, serão examinados alguns métodos que permitem Dado o polinômio de grau n, do qual n > 1:
estimar uma ou mais raízes de uma equação polinomial e,
com isso, determinar todas elas. p(x) = anxn + an­– 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0

se x1, x2, …, xn são raízes de p(x), pode-se escrevê-lo desta


8.4. Decomposição em forma:
fatores de primeiro grau p(x) = (x – x1) (x – x2) (x – x3)... (x – xn) ⋅ qn(x), com
Em 1799, o matemático alemão Carl F. Gauss (1777-1855) q­n (x) = an
demonstrou o Teorema Fundamental da Álgebra:
Assim:
Toda equação algébrica p(x) = 0 de grau n (n > 1) tem pelo p(x) = an(x – x1) (x – x2) (x – x3)... (x – xn)
menos uma raiz complexa (real ou não).
da qual xn são as raízes de p(x) e an é o coeficiente de xn.

22
3. Determine os valores de a, b e c, sabendo que as raízes
Aplicação do conteúdo da equação 3x3 + ax2 + bx + c = 0 são 1, –1 e 5.

1. Uma das raízes da equação 2x3 – 4x2 – 2x + 4 = 0 é 1. Resolução:


Resolva a equação.

Resolução: Se 1, –1 e 5 são raízes da equação p(x) = 0, então p(x) é


divisível por x – 1, x + 1 e x – 5.
Se 1 é raiz de p(x) = 0: Assim, tem-se:
p(x) = (x – 1) ⋅ q1 (x) = 0 ä x – 1 = 0 ou q1 (x) = 0
-1
Se o grau de q1(x) é 2 e sabendo resolver uma equação
do segundo grau, pode-se dizer que q1(x) = 0 fornece as
demais raízes.
Uma vez que os restos devem ser iguais a zero:
Ao determinar q1(x), obtém-se:

q1(x) = 2x2 – 2x – 4 Ao substituir os valores de a e b na primeira equação, ob-


tém-se:
Ao determinar as raízes de q1(x) = 0, obtém-se:
a = –15, b = –3 e c = 15
2x – 2x – 4 = 0
2

D = 4 + 32 = 36
8.6. Multiplicidade da raiz
​ 2 ± ​
x = _____ 6 
 ä x’ = 2 e x” = –1
4
Na decomposição de um polinômio p(x) de grau n > 0 em
Assim, as demais raízes são 2 e –1 e o conjunto solução da um produto de n fatores do primeiro grau, são encontrados
equação é S = {–1, 1, 2}. dois ou mais fatores idênticos.
2. Resolva a equação x4 – x3 – 7x2 + x + 6 = 0, sabendo Numa equação algébrica de grau n, obtém-se n raízes, das
que –2 e 1 são raízes da equação. quais algumas podem ser iguais, ou seja, toda equação al-
Resolução: gébrica de grau n > 0 tem, no máximo, n raízes diferentes.
O número de vezes que uma mesma raiz aparece indica a
Se –2 e 1 são raízes de p(x), obtém-se: multiplicidade da raiz.
p(x) = (x + 2)(x – 1) ⋅ q1(x) = 0.
Exemplos:
Ao dividir p(x) por x + 2 e, em seguida, o coeficiente dessa
1. No polinômio p(x) = x2 – 6x + 9 = (x – 3)2 = (x – 3)
divisão por x – 1, obtém-se: (x – 3), há dois fatores idênticos a x – 3. Nesse caso,
afirma-se que 3 é raiz dupla ou de multiplicidade 2.

2. No polinômio p(x) = x3 – 3x – 2 = (x + 1) (x + 1) (x – 2)
= (x + 1)2(x – 2), afirma-se que –1 é raiz dupla ou de mul-
tiplicidade 2, e 2 é raiz simples ou de multiplicidade 1.
q1(x) = x2 – 2x – 3
3. No polinômio p(x) = x5 – 7x4 + 10x3 + 18x2 – 27x – 27
= (x – 3)3(x + 1)2 = (x – 3)(x – 3)(x – 3)(x + 1)(x + 1), há
Ao determinar as raízes de q1(x) = 0, obtém-se.
três fatores idênticos a (x – 3) e dois fatores idênticos a
x2 – 2x – 3 = 0 (x + 1). Nesse caso, afirma-se que 3 é raiz tripla ou de
multiplicidade 3 e –1 é raiz dupla ou de multiplicidade 2.
D = 16

​ 2 ± ​
x = _____ 4 
 ä x’ = 3 e x” = –1
Aplicação do conteúdo
2
1. Qual é a multiplicidade da raiz 2 do polinômio
Assim, S = {–2, –1, 1, 3}. p(x) = x4 – 5x3 + 6x2 + 4x – 8?

23
Resolução: Ao substituir a = –1 na equação (II), obtém-se:
–4 – 8 + b = 0 ä b = 12
Eliminando sucessivas vezes a raiz 2 do polinômio até que
isso não seja mais possível. Assim, a = –1 e b = 12.
4. Determine uma equação algébrica do quarto grau
que tenha –1 com raiz de multiplicidade 3 e 2 como
outra raiz.

Resolução:
O que resulta em:
De acordo com os dados do problema:
p(x) = (x – 2) (x + 1)
3
(x + 1) (x + 1) (x + 1) (x – 2) = 0 ä
Assim, 2 é raiz tripla ou de multiplicidade 3. ä (x + 1)3 (x – 2) = 0 ä
2. Resolva a equação x4 – 3x3 – 3x2 + 7x + 6 = 0, sabendo ä (x3 + 3x2 + 3x + 1) (x – 2) = 0 ä
que –1 é raiz dupla.
Resolução: ä x4 + x3 – 3x2 – 5x – 2 = 0

Se –1 é raiz dupla da equação, ela pode ser escrita na for- Assim, a equação procurada é
ma (x + 1)2 . q(x) = 0. x4 + x3 – 3x2 – 5x – 2 = 0, ou qualquer outra equivalente
Para determinar q(x), deve-se eliminar duas vezes sucessi- a ela, como
vas a raiz 1 da equação: 2x4 + 2x3 – 6x2 – 10x – 4 = 0.

Se for resolvida a equação

ax2 + bx + c = 0 (a ≠ 0).

Em R, ou seja, com variáveis e coeficientes reais, será


possível obter:
q1(x) = x2 – 5x + 6
§ D > 0 duas raízes reais distintas;
A equação transforma-se em x2 – 5x + 6 = 0.
§ D = 0 duas raízes reais iguais, isto é, uma raiz real
Ao resolvê-la, obtém-se x’= 3 e x” = 2.
de multiplicidade 2; e
Assim, S = {–1, 2, 3}.
§ D < 0 nenhuma raiz real.
3. Dada a equação x3 + ax2 – 8x + b = 0, calcule os valo-
res de a e b, de forma que 2 seja raiz dupla da equação. Em C, ou seja, com variável e coeficientes complexos,
será possível obter:
Resolução:
§ D = 0 uma raiz complexa de multiplicidade 2; e
Ao eliminar duas vezes sucessivas a raiz 2, obtém-se:
§ D ≠ 0 duas raízes complexas distintas.

8.7. Relações de Girard


Considere a equação algébrica do segundo grau.
Ao reduzir os restos a zero, obtém-se:
ax2 + bx + c = 0 (a ≠ 0)

Sendo x1 e x2 as suas raízes. A decomposição do primeiro


membro em fatores do primeiro grau é:
Da equação (I), obtém-se:
4a + 4 = 0 ä 4a = – 4 ä a = –1 ax2 + bx + c = a(x – x1)(x – x2)

24
Ao desenvolver o produto, obtém-se: 3. A soma dos produtos das raízes, quando tomadas:
a) duas a duas, é:
ax2 + bx + c = a[x2 – (x1 + x2) x + x1x2­]
a 2
Ao dividir todos os termos por a, obtém-se: x1x2 + x1x3 + ... + xn – 1xn = ____
​  an – ​
  
n

b) três a três, é:
​ ba ​  x + __
x2 + __ ​ ac  ​ = x2 – (x1 + x2) x + x1x2
a 3
x1x2x3 + x1x2x4 + ... + xn – 2xn – 1xn = – ____
​  an – ​
  
Pela igualdade de polinômios, obtém-se: n

c) quatro a quatro, é:
– (x1 + x2) = __ ​ ba ​  e x1x2 = __
​ ba ​ ä x1 + x2 = – __ ​ ac  ​
a 4
Conhecidas de estudos anteriores, essas relações se es- x1x2x3x4 + x1x2x3x5 + ... + xn – 3xn – 2xn – 1xn = ____
​  an – ​
  
n
tabelecem entre os coeficientes e as raízes de uma equa-
ção algébrica do segundo grau. A seguir, serão analisadas Essas relações entre as raízes e os coeficientes de uma
equações algébricas de grau maior que 2. equação algébrica são denominadas relações de Girard.
Considere a equação algébrica do terceiro grau. Aplicação do conteúdo
ax3 + bx2 + cx + d = 0 (a ≠ 0)
1. Escreva as relações de Girard para a equação algébri-
E sejam x1, x2 e x3 as suas raízes. ca x3 + 7x2 – 3x + 5 = 0, considerando x1, x2, e x3 as raízes
Ao decompô-la em fatores do primeiro grau: da equação.

ax3 + bx2 + cx + d = a(x – x1)(x – x2)(x – x3) Resolução:

Ao desenvolver o produto, obtém-se: De acordo com a equação:

ax3 + bx2 + cx + d = a3 = 1; a2 = 7; a1 = –3; a0 = 5

= a[x3 – (x1 + x2 + x3)x2 + (x1x2 + x1x3 + x2 x3)x – x1x2x3] Portanto, obtém-se:

Ao dividir todos os termos por a, obtém-se: ()


x1 + x2 + x3 = – ​ ​ __ 7 ​   ​= –7
1
​ ba ​ x2 + __
x3 + __ ​ ac  ​x + __
​ da ​ = ( )
x1x2 + x1x3 + x2x3 = + ​ ​ ___ –3 ​  ​= –3
1
= x3 – (x1 + x2 + x3)x2 + (x1x2 + x1x3 + x2 x3)x – x1x2x3 5
__
()
x1x2x3 = – ​ ​   ​   ​= –5
1
Pela igualdade de polinômios, obtém-se: 2. Uma equação algébrica do terceiro grau tem raízes
–1, 1 e 2. Sabendo que o coeficiente do termo de tercei-
– (x1 + x2 + x3) = __​ ba ​ ä x1 + x2 + x3 = – __
​ ba ​ 
ro grau é 2, determine os outros coeficientes e escreva
x1x2 + x1x3 + x2 x3 = __ ​ ac  ​ a equação.

​ da ​ ä x1x2x3 = – ​ __da ​ 


– x1x2x3 = __ Resolução:

De forma análoga, considerando a equação algébrica de Se a equação é de terceiro grau, a forma é:


grau n: ax3 + bx2 + cx + d = 0, com a = 2.
anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + … + a2x2 + a1x + a0 = 0
Portanto, obtém-se:
cujas raízes x1, x2, x3, x4, ..., xn, são válidas estas relações 2x3 + bx2 + cx + d = 0
entre as raízes e os coeficientes:
Da qual resulta:
1. A soma das n raízes é:
a 1
x1 + x2 + x3 + ... + xn = – ____
​  an – ​
  
b  ​  ​ ä
x1 + x2 + x3 = –1 + 1 + 2 = 2 = – ​ ​ __
2 ()
n ä b = –4

2. O produto das n raízes é: x1x2 + x1x3 + x2x3 = –1 – 2 + 2 = –1 = + ​ ​ __c  ​  ​ ()


2
ä c = –2
a
x1 ⋅ x2 ⋅ x3 ⋅ ... ⋅ xn (–1)n = __
​ a0 ​ 
n
x1x2x3 = (–1) · 1 · 2 = –2 = – ​ ​ __
2 ()
d  ​  ​ ä d = 4

25
Assim, os outros coeficientes são b = –4, c = –2 e d = 4, e 5. Resolva a equação x3 – 5x2 + 7x – 3 = 0, sabendo que
a equação pedida é uma raiz é dupla.

2x3 – 4x2 – 2x + 4 = 0. Resolução:


3. Sabendo que x1, x2 e x3 são as raízes da equação
x3 – 2x2 – 4x + 1 = 0, calcule x​2 1  ​+ x​2 2  ​+ x​2 3  ​. Uma vez que uma raiz é dupla, deve-se indicar as raízes
por x1, x1 e x2.
Resolução:
De acordo com as relações de Girard, obtém-se:
De acordo com as relações de Girard, sabe-se que: x1 + x1 + x2 = 5 ä 2x1 + x2 = 5  (I)
x1 + x2 + x3 = 2  (I) x1x1 + x1x2 + x1x2 = 7 ä x​ 21​ + 2x1x2 = 7  (II)
x1x2 + x1x3 + x2x3 = –4  (II) x1x1 x2 = 3 ä x​ 21x​  2 = 3  (III)
x1x2x3 = –1  (III)
Da relação (I), tem-se:
Considerando a relação (I), deve-se elevar ambos os mem- 2x1 + x2 = 5 ä x2 = 5 – 2x1
bros ao quadrado:
Ao substituir por (II), obtém-se:
(x1 + x2 + x3)2 = 22 ä
ä x​2 1​ + x​2 2​ + x​ 23​ + 2x1x2 + 2x1x3 + 2x2x3 = 4 ä x​ 21​ + 2x1x2 = 7 ä x​ 21​ + 2x1(5 – 2x1) = 7 ä

ä x​2 1​ + x​2 2​ + x​2 3​ + 2 (x1x2 + x1x3 + x2x3) = 4 ä x​ 21​ + 10x1 – 4x​ 21​ – 7 = 0 ä

Uma vez que x1x2 + x1x3 + x2x3 = –4, obtém-se: ä – 3 x​2 1​ + 10x1 – 7 = 0 ä 3x​12 ​ – 10x1 + 7 = 0

x​2 1​ + x​2 2​ + x​2 3​ + 2 (–4) = 4 ä D = 16


x​2 1​ + x​2 2​ + x​2 3​ = 12
​ 10 ± ​
x1 = ______ 4  ​ 7 ​ e x” = 1
 ä x’ = __
6 3
Assim, x​1 2​  + x​2 2​  + x​3 2​  = 12.
Verificando qual dos valores de x1 é raiz da equação inicial:
4. As raízes da equação x3 – 9x2 + 23x – 15 = 0 estão em
PA. Nessa condição, resolva a equação.

Resolução:
()
p​ ​ __
3 27
​ 32 ​ ä __
7 ​   ​ = ___ ​ 7 ​ (não é a raiz da equação) e
2
p(1) = 0 ä 1 (é a raiz dupla da equação)
Se x1, x2 e x3 são as raízes da equação, elas devem ser re-
presentadas por: Portanto, se x1 = 1, obtém-se:
x1 = a – r
x2 = 5 – 2(1) = 3
x2 = a
x2 = a + r Assim, S = {1, 3}.

De acordo com as relações de Girard, tem-se: 8.8. Pesquisa de raízes racionais


x1 + x2 + x3 = 9 ä a – r + a + a + r = 9 ä de uma equação algébrica
ä 3a = 9 ä a = 3 de coeficientes inteiros
Uma vez que x2 = a = 3 é uma das raízes, obtém-se: Foi visto que as equações polinomiais de grau maior que 2
não têm um processo determinado de resolução por meio
p(x) = (x – 3) · q(x) = 0 de fórmulas. Deve-se procurar, então, uma ou mais raízes e,
a partir delas, encontrar todas as raízes.
É possível demonstrar uma propriedade que auxilia a pes-
q(x) = x2 – 6x + 5 = 0 quisa das raízes racionais de uma equação algébrica de
coeficientes inteiros.
Ao resolver a equação, obtém-se x’ = 5 e x” = 1. p
Se o número racional __q​   ​,  com p e q primos entre si, for raiz
Assim, S = {1, 3, 5}. de uma equação algébrica de coeficiente inteiros:

26
anxn + an - 1xn - 1 + an - 2xn - 2 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0 2. Resolva a equação x4 + x3 – 7x2 – x + 6 = 0.

p é divisor de a0 e q é divisor de an. Resolução:

Pela equação dada, tem-se a0 = 6 e a4 = 1.


Aplicação do conteúdo p é divisor de 6 ä p [ {–1, 1, –2, 2, –3, 3, –6, 6}.
1. Pesquise as raízes racionais da equação
q é divisor de 1 ä q [ {–1, 1}.
3x3 + 2x2 – 7x + 2 = 0.

Resolução: Pela propriedade, as possíveis raízes racionais são:


__p
​ q ​ [ {–1, 1, –2, 2, –3, 3, –6, 6}
Na equação dada, a0 = 2 e a3 = 3.
p é divisor de 2 ä p [ {–1, 1, –2, 2}. Ao pesquisar, obtém-se:
q é divisor de 3 ä q [ {–1, 1, –3, 3}. p(–1) = 0 ä –1 é raiz

Pela propriedade, as prováveis raízes racionais são: p(1) = 0 ä 1 é raiz

p
__
{ ​ 1 ​ , __
​ q ​ [ ​ –1, 1, –2, 2, – __
3 3 3 3
​ 1 ​ , – __
​ 2 ​ , __
​ 2 ​   ​ } Considerando que –1 e 1 são raízes da equação, deve-se
obter as outras duas raízes:

Ao verificar, obtém-se:
p(–1) = 8 ä –1 (não é raiz)
p(1) = 0 ä 1 é raiz

A partir da raiz descoberta: p(x) = (x + 1)(x – 1) . q(x) = 0 e q(x) = x2 + x – 6

Ao fazer x2 + x – 6 = 0 e resolvendo a equação, obtém-se


x’ = 2 e x” = – 3.

3x2 + 5x – 2 = 0 Assim, S = {–3,–1, 1, 2}.

D = 25 + 24 = 49
8.9. Raízes complexas não
​ –5 ±7
x = _____
6
​ 2 ​ = __
 ä x’ = __
 ​ 
6 3
​ 1 ​   e  ​ –12 ​  = –2
x” = ____
6
reais numa equação algébrica
de coeficientes reais
{ 
​ 1 ​,  1  .​
Assim, S = ​ –2, __
3 } Considere a equação algébrica x2 – 2x + 2 = 0, que tem to-
dos os coeficientes reais e pode ser resolvida pela chamada
Nota fórmula de Bhaskara:
__
Como as outras duas raízes, além de 1, também são ±√
x = ​ 2_______
​  ​
–4 ​   2 ±  ​
2i 
 = ​ _____  ä x’ = 1 + i e x” = 1 – i
números racionais, elas seriam descobertas se a pesqui- 2 2
sa das raízes racionais prosseguisse:
S = {1 + i, 1 – i}
p(–2) = 0 ä –2 é raiz
Observe que a raiz 1 + i é um número complexo não real e
p(2) = 20 ä 2 não é raiz a outra raiz, 1 – i, é o seu conjugado.
Será demonstrado que, se uma equação polinomial de co-
( )
p​ – __
3
​ 40 ​ ä – __
​ 1 ​   ​ = ___
9
​ 1 ​  não é raiz
3 eficientes reais admitir como raiz o número complexo
p​( ​ __
3)
1 ​   ​= 0 ä __ ​ 1 ​  é raiz a + bi, com b ≠ 0, o complexo conjugado a – bi também
3
será raiz da equação.
p​( – __​ 2 ​  )​ = ___ ​ 20 ​ ä – __ ​ 2 ​  não é raiz
3 3 3 Para realizar essa demonstração, é preciso relembrar as
p​( ​ __
3)
2 ​   ​= – __ ​ 8 ​ ä – __​ 2 ​  não é raiz propriedades do conjugado de um número complexo es-
9 3 tudadas no capítulo anterior.

27
Dados os números complexos z1 e z2, dos quais —z1​e —
​  ​ 
z2​ são Calculando q(x), dividindo p(x) por x2 – 6x + 10:
seus respectivos conjugados, obtém-se:
x4 – 9x3 + 30x2 – 42x + 20 x2 – 6x + 10
— —
z1 = z2 à ​ 
z1​= ​ 
z2​ – x4 + 6x3 – 10x2 x2 – 3x + 2
———
​= —
​z1 + z2  ​  ​ —
z1+ ​ 
z2​ – 3x3 + 20x2 – 42x + 20

z1​ à z1 é número real
z1 = ​  + 3x3 – 18x2 + 30x
2x2 – 12x + 20
——
​z1z2 ​= — z1​ —
​  ​ 
z2​ – 2x2 + 12x – 20
— n —   n
​   ​​  (​​  ​ 
z​ 1= z1​​  )​ 0

Considerando a equação algébrica de grau n > 1, com to- q(x) = x2 – 3x + 2


dos os coeficientes reais:
Ao fazer x2 – 3x + 2 = 0 e resolvendo a equação, obtém-se
anx + an – 1x
n n–1
+ ... + a1x + a0 = 0 x’ = 2 e x” = 1.

Considere que o número complexo não real z seja raiz des- Logo, S = {3 + i, 3 –, i, 2, 1}.
sa equação. Observe que —​z​ também o é. b) x5 – 3x4 + 5x3 – 15x2 + 4x – 12 = 0,
sabendo que i e 2i são raízes.
z é raiz ⇒ anzn + an – 1zn - 1 +... + a1z + a0 = 0 ä
———————————— Resolução:
ä a​   
n
zn + an – 1zn – 1 + ... + a1z + a0​= 0
—— —— Se i e 2i são raízes, e como todos os coeficientes são nú-
ä ​anzn ​+ an – 1​zn – 1 ​+ ... + a1—​z​ + a0 = 0 é raiz
meros reais, pode-se garantir que seus conjugados –i e –2i
ä an​( ​— z​  )​ + an – 1(​ ​— z​  )​ + ... + a1—​z​ + a0 ∴ —​z​ é raiz
n n–1
também são raízes. Resta descobrir a quinta raiz, que é um
número real:
Aplicação do conteúdo i 1 –3 5 –15 4 –12
1. Resolva estas equações. –i 1 –3 + i 4 – 3i –12 + 4i –12i 0
a) x4 – 9x3 + 30x2 – 42x + 20 = 0, sabendo que 3 + i 2i 1 –3 4 –12 0
é uma raiz da equação. –2i 1 –3 + 2i –6i 0
Resolução: 1 –3 0

Se 3 + i é raiz da equação dada, seu conjugado 3 – i tam- x–3=0äx=3


bém é raiz da equação. Assim:
Assim, S = {i, –i, 2i, –2i, 3}.
p(x) = [x – (3 + i)][x – (3 – i)] . q(x) = [(x – 3) – i][(x – 3) + i] . q(x) ä

ä p(x) = [(x – 3)2 – i2] . q(x) ä

ä p(x) = (x2 – 6x + 10) . q(x)

VIVENCIANDO

Polinômios do segundo grau são polinômios muito simples quando comparados aos polinômios utilizados no cotidi-
ano. Em geral, são usados polinômios de graus muitos maiores que 2 para modelamento de funções, uma vez que,
quanto maior o grau, dependendo do modelo matemático utilizado, maior será a precisão da função modelada.

28
DIAGRAMA DE IDEIAS

POLINÔMIOS FUNÇÃO POLINOMIAL

f :C→ C

f(x) = anxn + an – 1xn – 1 + ... + a2x2 + a1x + a0


DEFINIÇÃO

POLINÔMIO
NULO (PIN)
anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + ... + a2x2 + a1x1 + a0

- an, an – 1, an – 2, ..., a2, a1, a0 → coeficientes Todos os coeficientes são nulos.


- n → número inteiro positivo ou nulo
- maior expoente de x → grau da expressão an = an – 1 = ... = a1 = a0 = 0

IGUALDADE

DETERMINAÇÃO
p(x) = q(x)
DAS RAÍZES

p(α) = q(α),
∀α ∈ C
1.º grau 2.º grau
ax + b = 0 ax2 + bx + c = 0
x= –b/a +- √ b2 - 4ac
(raiz) x = ​  -b__________ ​    RAIZ
2a
(raízes)
Decomposição em fatores de primeiro grau p(α) = 0
p(x) = an(x – x1)(x – x2)(x – x3) ... (x – xn) α → raiz do
polinômio p(x)

RELAÇÃO DE GIRARD

Equação do 2.º grau Equação de grau n


ax2 + bx + c = a(x – x1)(x – x2) anxn + an – 1xn – 1 + an – 2xn – 2 + ... + a2x2 + a1x + a0 = 0
an-1
x1 + x2 = - ​  b__a   ​ (soma) x1 + x2 + x3 + ... + xn = ​ ___a   ​
x1x2 = ​ c__a   ​ (produto)
n
a0
x1 · x2 · x3 · ... · xn(–1)n = ​ __
an   ​

29
AULAS Operações com polinômios
51 e 52
Competência: 5 Habilidades: 20, 21 e 23

1. Operações com polinômios Ao resolver o sistema, obtém-se a = 2 e b = 5.


2. Se os polinômios p, q e r têm, respectivamente, graus
A seguir, serão retomados exemplos de operações conheci- 3, 5 e 1, determine o grau de:
das no estudo de expressões algébricas: adição, subtração a) p + q
e multiplicação de polinômios e multiplicação de um nú-
mero real por um polinômio. Em seguida, será estudada Resolução:
detalhadamente a divisão de polinômios. Na soma de um polinômio de grau 3 com um de grau 5
1. Se p(x) = 3x2 + 2x – 1 e q(x) = –x3 + 4x2 – 2x – 5, prevalece o maior grau. Assim, o grau de (p + q) é 5.
obtém-se: b) p · q
p(x) + q(x) = –x + (3 + 4)x + (2 – 2)x + (–1 – 5) ä
3 2
Resolução:
p(x) + q(x) = –x3 + 7x2 – 6
No produto de um polinômio de grau 3 com um de grau 5
2. Se p(x) = 3x2 – 4x + 1 e q(x) = 5x2 – 3x + 4, obtém-se: o resultado terá grau 3 + 5 = 8.
p(x) – q(x) = 3x2 – 4x + 1 – 5x2 + 3x – 4 = –2x2 – x – 3
c) p · r – q
3. Dados p(x) = 2x3 – 4x2 + 5x – 3 e q(x) = 7, obtém-se: Resolução:
q(x) · p(x) = 7(2x3 – 4x2 + 5x – 3) = 14x3 – 28x2 + 35x – 21 O grau do produto p · r é 3 + 1 = 4. Na subtração p · r – q,
prevalece o maior grau, entre o grau 4 de p · r e o grau
4. Dados p(x) = 3x – 4 e q(x) = –2x + 5, obtém-se:
5 de q.
p(x) · q(x) = (3x – 4)(–2x + 5)= –6x2 + 15x + 8x – 20 ä
Assim, o grau de (p · r – q) é 5.
p(x) · q(x) = –6x2 + 23x – 20

Aplicação do conteúdo 2. Divisão de polinômios


a   
1. Sabendo que ​ _____ b   
 ​ + ​  ____ 7x + 8  
 ​ = ​  ________  ​, determine os Considerando dois polinômios p(x) e h(x), com h(x) não
x + 2 x – 1 x2 + x – 2
valores de a e b. nulo, dividir p(x) por h(x) significa encontrar dois polinô-
mios q(x) e r(x) que satisfaçam as seguintes condições:
Resolução:
1. p(x) = h(x) · q(x) + r(x)
Uma vez que (x + 2)(x –1) = x + x – 2, obtém-se:
2
2. o grau de r(x) não pode ser igual nem maior que o
a(x – 1) + b(x + 2) ________ grau de h(x) ou então r(x) = 0.
______________
​       ​ = ​  27x + 8  ​ 
ä
(x + 2)(x – 1) x +x–2
Portanto, afirma-se que:
ax  
– a + bx + 2b
ä _____________
​    ​  7x + 8  ​ 
 ​ = ________ ä § p(x) é o dividendo;
(x + 2)(x – 1) x2 + x –2
§ h(x) é o divisor;
(a + b)x + (–a + 2b) ________
ä ________________
​        ​ = ​  27x + 8  ​ 
(x + 2)(x – 1) x +x–2 § q(x) é o quociente;
Para que a igualdade se verifique, deve-se ter: § r(x) é o resto.
Para dividir o polinômio, utiliza-se o método da chave, se-
melhante ao empregado para números inteiros.

30
2.1. Método da chave Aplicação do conteúdo
Considerando a seguinte divisão de números inteiros:
1. Efetue a divisão de p(x) = 2x4 – 2x3 – 13x2 + 10x – 1 por
​»​ ​»​ h(x) = 2x2 + 4x – 3 e faça a verificação.
1º) 8 3º) 8
​33 ​7  ​33 ​7 
4 –32 42 Resolução:
17
33 : 8 é 4
17 : 8 é 2
2º) ​»​ 4º) ​»​
​33 ​7  8 ​33 ​7  8
–32 –32 42
1 17
–16
Subtraindo (ou
1
somando
com o sinal trocado): 2 · 8 = 16 Ao fazer a verificação, obtém-se:
33 – 32 = 1 17 – 16 = 1 q(x) · h(x) + r(x) = (x2 – 3x + 1)(2x2 + 4x – 3) + (–3x + 2)
q(x) · h(x) + r(x) = (2x4 – 2x3 – 13x2 + 13x – 3) + (–3x + 2)
Observa-se que:
p(x) = 2x4 – 2x3 – 13x² + 10x – 1

2. O polinômio p(x) = x3 – 4x2 – x + 4 é divisível por


h(x) = x2 – 3x – 4. Nessas condições, resolva a equação
x3 – 4x2 – x + 4 = 0.
Utilizando a mesma técnica para a divisão de polinômios.
1. Resolução:

x2 : x = x
2.

x(x – 3) = x2 – 3x x3 – 4x2 – x + 4 = (x2 – 3x – 4)(x – 1)


Trocando o sinal: –x2 + 3x
Uma vez que x3 – 4x2 – x + 4 = 0, obtém-se:
3.
(x2 – 3x – 4)(x – 1) = 0

Assim, a resolução da equação dada recai na resolução já


–2x : x = –2 conhecida de equações de graus menores:
4. (x2 – 3x – 4)(x – 1) = 0 ä x2 – 3x – 4 = 0 ou

x–1=0
Ao resolver a primeira equação, obtém-se:
x2 –3x – 4 = 0 ä x’ = 4 e x” = –1
–2(x – 3) = –2x + 6
Trocando o sinal: 2x – 6 Ao resolver a segunda, obtém-se:
Verificamos que: x–1=0äx=1

Assim, S = {–1, 1, 4}.

31
3. Divisão por x – a (dispositivo 5. Deve-se repetir o processo para se obter o novo ter-
mo do quociente:

prático de Briot-Ruffini)
Efetuando a divisão de p(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por
h(x) = x – 2 com o método da chave:

3 · 2 = 6 e 6 + (–2) = 4

De acordo com o quadro, obtém-se:


q(x) = 3x2 + x + 3

q(x) = 3x2 + x + 3 r(x) = 4


r(x) = 4 que é o mesmo resultado obtido pelo método da chave.
Contudo, há um dispositivo que permite que as divisões Assim:
por polinômios do tipo x – a sejam efetuadas de uma ma-
neira mais simples e rápida: é o denominado dispositivo 3x3 – 5x2 + x – 2 = (x – 2)(3x2 + x + 3) + 4
prático ou algoritmo de Briot-Ruffini.
Aplicação do conteúdo
1. Divida p(x) = 2x4 + 7x3 – 4x + 5 por h(x) = x + 3.

Resolução:

3.1. Roteiro desse dispositivo


prático na divisão de
p(x) = 3x3 – 5x2 + x – 2 por h(x) = x – 2
1.

Quociente: q(x) = 2x3 + x2 – 3x + 5


2.
Resto: r(x) = –10

Assim, 2x4 + 7x3 – 4x + 5 = (x + 3)(2x3 + x2 – 3x + 5) – 10.


3. Deve-se repetir (ou “baixar”) o primeiro coeficiente
do dividendo:
2. Determine o quociente e o resto da divisão de
p(x) = 2x2 – 5x + 2 por h(x) = 2x – 1.

Resolução:

Observe que, nesse caso, o coeficiente de x no binômio não


3 · 2 = 6 e 6 + (–5) = 1 é igual a 1. Para que sejam obtidos o quociente e o resto
4. Multiplica-se o termo repetido pelo divisor e soma-se pedidos, deve-se dividir todos os coeficientes de p(x) e de
o produto com o próximo termo do dividendo: h(x) por 2. O quociente procurado será q(x), e o resto tam-

( )
r(x)
bém ficará dividido por 2 · ​ ​ ___ ​   .​
2
p(x)
___ ​ 5 ​ x + 1
​   ​  = x2 – __
2 2
h(x)
___ ​ 1 ​ 
​   ​  = x – __
1·2=2e2+1=3 2 2

32
Ao aplicar o dispositivo prático, obtém-se: § Pelo dispositivo prático de Briot-Ruffini:

Ao verificar o teorema de D’Alembert:


p(–2) = (–2)3 – (–2)2 – 2(–2) + 3 = –8 – 4 + 4 + 3 = –5

Quociente: q(x) = x – 2 Observe a demonstração:


r(x)
Resto: ___
​   ​  = 0 ⇒ r(x) = 0 Considere que a divisão de p(x) por x – a resulta um quo-
2
ciente q(x) e um resto r:
Assim, 2x2 – 5x + 2 = (x – 2)(2x – 1).
p(x) = (x – a) . q(x) + r
3. Calcule o valor de m de modo que o polinômio Se x = a, obtém-se:
p(x) = 2x3 + 5x2 + mx + 12 seja divisível por h(x) = x + 3.
p(a) = (a – a) . q(a) + r = 0 · q(a) + r = 0 ⇒ r = p(a)
Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. Calcule o resto da divisão de p(x) = 2x3 – x2 + 5x – 3
por h(x) = x – 4.
Para que p(x) seja divisível por h(x), o resto deve ser nulo,
ou seja: Resolução:
–3m + 3 = 0 ⇒ 3m = 3 ⇒ m = 1
De acordo com o teorema de D’Alembert, o resto é igual a:
Assim, m = 1.
p(4) = 2(4)3 – (4)2 + 5(4) – 3 = 128 – 16 + 20 – 3 = 129
4. Efetue a divisão de p(x) por q(x) para
Assim, o resto dessa divisão é 129.
p(x) = x3 – (4 + 2i)x2 + 9ix + 2 e q(x) = x – 2i.
Resolução: 2. Determine o valor de a, de modo que o polinômio
p(x) = 2x3 + 5x2 – ax + 2 seja divisível por h(x) = x – 2.

Resolução:

Assim, p(x)= q(x) . (x² – 4x + i).


Se p(x) é divisível por h(x), o resto da divisão é 0. De acordo
com o teorema de D’Alembert:
4. Teorema de D’Alembert p(2) = 0 ⇒ 2(2)3 + 5(2)2 – a(2) + 2 = 0 ⇒
De acordo com o teorema de D’Alembert, o resto da divi- ⇒ 16 + 20 – 2a + 2 = 0 ⇒ 2a = 38 ⇒ a = 19
são de um polinômio p(x) por x – a é p(a).
Antes da demonstração, o teorema será verificado median- Assim, a = 19.
te um exercício.
O resto da divisão de p(x) = x3 – x2 – 2x + 3 por x + 2 será 5. Teorema do fator
determinado e comparado com p(–2). Se c é uma raiz de um polinômio p(x) de grau n > 0, x – c
§ Pelo método da chave: é um fator de p(x).
De acordo com o teorema de D’Alembert, a divisão de p(x)
+
-x - 2x
3 2 por x – c resulta um quociente q(x) e um resto p(c) tal que:
p(x) = (x – c)q(x) + p(c)

Se c é uma raiz de p(x), p(c) = 0, obtém-se:


p(x) = (x – c)q(x)

Assim, x – c é um fator de p(x).

33
Consequentemente, p(x) é divisível por (x – a) e por (x – b), Resolução:
com a ≠ b, se, e somente se, p(x) for divisível por (x – a)
Se p(x) é divisível por (x + 1)(x – 4), ele deve ser divisível por
(x – b).
(x + 1) e por (x – 4).
Aplicação do conteúdo Se p(x) é divisível por x + 1, obtém-se:

1. Dados p(x) = x3 + x2 – 10x + 8, determine p(x) para x = 3, p(–1) = 0 ⇒ (–1)3 + a(–1)2 + b(–1) + 20 = 0 ⇒
x = 2 e x = 0. Em seguida, escreva p(x) como produto
⇒ – 1 + a – b + 20 = 0 ⇒ a – b = – 19
de dois fatores.

Resolução: Se p(x) é divisível por x – 4, obtém-se:

p(3) = (3)3 + (3)2 – 10(3) + 8 = 27 + 9 – 30 + 8 = 14 p(4) = 0 ⇒ (4)3 + a(4)2 + b(4) + 20 = 0 ⇒

p(2) = (2)3 + (2)2 – 10(2) + 8 = 8 + 4 – 20 + 8 = 0 ⇒ 64 + 16a + 4b + 20 = 0 ⇒ 4a + b = –21


p(0) = (0)3 + (0)2 – 10(0) + 8 = 8
Portanto:
Como p(2) = 0, x – 2 é um fator de p(x).
a – b = –19
De acordo com Briot-Ruffini:
4a + b = –21

Ao resolver o sistema, obtém-se a = –8 e b = 11.


Assim, q(x) = x + 3x – 4.
2

p(x) = (x – 2)(x2 + 3x – 4)

2. Determine os valores de a e b para que o polinômio


p(x) = x3 + ax2 + bx + 20 seja divisível por (x + 1)(x – 4).

34
DIAGRAMA DE IDEIAS

OPERAÇÕES COM
POLINÔMIOS

SOMA, SUBTRAÇÃO
DIVISÃO Teoremas
E MULTIPLICAÇÃO

Considerando p(x) = h(x) ⋅ q(x) + r(x) D’ Alembert


p(x) = 3x – 4 O resto da divisão
q(x) = –2x2 – 4x + 2 de um polinômio p(x)
p(x) → dividendo por x – a é p(a).
h(x) → divisor Do fator
Adição → somam-se os termos de mesmo grau
q(x) → quociente Se c é raiz de um
p(x) + q(x) = (3x – 4) + (–2x2 – 4x + 2) =
r(x) → resto polinômio p(x)
p(x) + q(x) = –2x2 – x – 2
Subtração → subtraem-se os termos de mesmo grau
de grau n > 0, x – c
MÉTODO é um fator de p(x).
p(x) – q(x) = (3x – 4) – (–2x2 – 4x + 2) = DA CHAVE
p(x) – q(x) = 3x – 4 + 2x2 + 4x – 2 =
p(x) – q(x) = 2x2 + 7x – 6
I
Multiplicação → multiplicam-se todos os termos II
x – 5x + 6
2

p(x) · q(x) = (3x – 4) · (–2x2 – 4x + 2) = –x2 + 3x x–3 Resto


_____________
p(x) · q(x) = 3x · (–2x2 – 4x + 2) + (–4)(–2x2 – 4x + 2) = x–2 Terá SEMPRE
p(x) · q(x) = –6x3 – 12x2 + 6x + 8x2 + 16x – 8 = –2x + 6 III
p(x) · q(x) = –6x3 – 4x2 + 22x – 8 +2x – 6 o grau menor
_____________
que o divisor
0

1.º passo 2.º passo


Escolher o termo que Multiplicar III pelo
multiplica por I tem divisor. Não se
como resultado II esquecer de trocar o
sinal, quando passar
BRIOT-RUFFINI para o dividendo

Termo constante Coeficientes de Termo constante


do divisor com x do dividendo do dividendo
sinal trocado p(x) p(x)
Coeficientes do
Resto
quociente
x2 – 5x + 6 ÷ x – 3
- Repete-se o 1.º coeficiente
3+ –6 - Multiplica-se pela raiz
3 1 –5 6 - Soma-se com o próximo coeficiente
1 –2 0 Repetir até o final!

35
MATRIZES, DETERMINANTES E SISTEMAS LINEARES:
Incidência do tema nas principais provas

O Enem tem uma boa incidência para sistemas A prova abordará um ou até mesmo dois assun-
lineares e baixa para matrizes e determinantes. tos deste livro em sua primeira ou segunda fase.
Para todos os temas, sempre teremos questões Apresenta questões muito bem elaboradas, nas
aplicadas ao cotidiano do candidato. quais podem aparecer outras áreas da Matemá-
tica, como logaritmos e trigonometria.

Para ingressar na Unicamp, o candidato A prova apresentará questões muito bem A prova apresenta questões medianas sobre
pode se deparar com questões de matrizes e elaboradas e difíceis sobre os temas deste números complexos. Já os polinômios podem
determinantes na prova da primeira fase. Já livro. aparecer na forma gráfica ou abordando
na segunda fase, podemos encontrar questões assuntos de fatoração.
muito bem elaboradas sobre sistemas
lineares.

A prova apresenta matrizes associadas a Os temas abordados neste livro têm baixa A prova não deixará de lado os temas deste O candidato deve atentar-se aos conceitos
problemas do dia a dia. Os sistemas lineares incidência na prova. livro. abordados nas aulas de determinantes e
podem ser menos abordados nessa prova. levá-los com clareza para a prova.

UFMG

A prova pode trazer questões sobre matrizes Podemos encontrar nessa prova questões Questões difíceis apareceram nessa prova. O
e determinantes, considerando diversas muito bem elaboradas, de elevado grau de candidato deve estar atento à multiplicação de
propriedades. Para sistemas lineares, é comum dificuldade, com os temas deste livro e envol- matrizes e ao cálculo de determinantes.
aparecer alguma questão contextualizada. vendo outras áreas da Matemática.

A prova poderá trazer questões de Para essa prova, podemos esperar uma Por meio de uma prova muito bem elaborada
multiplicação de matrizes e propriedades de questão sobre os temas deste livro, de forma e contextualizada, o candidato deve ficar aten-
determinantes, todas com elevado grau de direta e sem contextualização. to às diversas propriedades dos determinantes
dificuldade. – sistemas lineares também deverão aparecer.

37
AULAS Matrizes e operações
45 e 46
Competência: 6 Habilidades: 24, 25 e 26

1. Introdução Exemplos:
§ 2 3 é uma matriz do tipo 2 × 2 (dois por dois).
Numa editora, a venda de livros de Matemática, Física e 5 1
Química, no primeiro trimestre de um ano, pode ser expressa
por esta tabela: ​ 1 ​  –5 1
__
§ 2 é uma matriz do tipo 2 × 3 (dois por três).
Janeiro Fevereiro Março 3 ​  0
2 d​ XX
Matemática 20 000 32 000 45 000

(  )
§ Se n = 1, a matriz é chamada matriz coluna. Por exemplo,​
Física 15 000 18 000 25 000 dXX
​ ​ 5 ​ ​   
___
Química 16 000 16 000 23 000 ​  2  ​  ​é uma matriz coluna do tipo 4 X 1.
___
–1
___
​   ​ 
0
Se quisermos saber:
§ Quantos livros de Matemática foram vendidos em fevereiro? Se as matrizes forem linha ou coluna, também são chama-
Basta olhar o número na primeira linha e na segunda das de vetores. Embora essa não seja uma denominação
coluna. comum no Ensino Médio, é bastante utilizada no Ensino
Superior, principalmente em Computação e Álgebra linear.
§ Quantos livros de Física foram vendidos em janeiro?
É muito comum uma matriz linha como [2 0 5] ser escrita
Basta olhar o número na segunda linha e na primeira coluna.
como (2, 0, 5), em se tratando de vetores.
§ Quantos livros de Química foram vendidos em março?
Basta olhar o número na terceira linha e na terceira coluna.
Uma tabela desse tipo, em que os números estão dispostos 3. Representação
em 3 linhas e em 3 colunas, denomina-se matriz 3 x 3 (lê-
-se três por três) e pode ser representada por: genérica de uma matriz
Os números da matriz são chamados elementos ou termos
da matriz.
Vamos analisar esta matriz:
ou
3 2 5 –1
–5 4 10 0
6 –2 1 ​dXX
2 ​ 
ou
Observe:
§ O elemento 3 na primeira linha e na primeira coluna é
indicado:
2. Definição a1,1 (lê-se a um, um) = 3.
Sejam m e n dois números naturais não nulos.
§ O elemento –5 na segunda linha e na primeira coluna
Denomina-se matriz m x n (lê-se m por n) uma tabela re- é indicado:
tangular formada por m · n números reais ou qualquer lista
ordenada, disposta em m linhas e n colunas. a2,1 (lê-se a dois, um) = –5.

38
§ O elemento 6 na terceira linha e na primeira coluna é A lista ordenada (ai1, ai2, ..., ain) chama-se a i-ésima linha ou
indicado: o i-ésimo vetor linha da matriz; e (a1j, a2j, ..., amj); a j-ésima
coluna ou j-ésimo vetor coluna da matriz.
a3,1 (lê-se a três, um) = 6.
Pode-se escrever abreviadamente a matriz A na forma:
§ O elemento 2 na primeira linha e na segunda coluna
é indicado: A = (aij)m × n com 1 ≤ i ≤ m, 1 ≤ j ≤ n e i, j [ N

a1, 2 (lê-se a um, dois) = 2. Lê-se matriz A, dos elementos aij, do tipo m X n.
§ O elemento d​ XX
2 ​ na terceira linha e na quarta coluna é
indicado: Aplicação do conteúdo
1. Escreva a matriz A = (aij)3 X 2, tal que aij = 3i – 2j + 4.
a3, 4 (lê-se a três, quatro) = d​ XX
2 ​. 
Resolução:
Portanto,
Pelos dados do problema, a matriz deve ter 3 linhas e 2
§ para representar o elemento de uma matriz, usa-se colunas:
uma letra com dois índices: o primeiro indica em que
linha o elemento encontra-se, e o segundo, em que a1,1 a1,2
coluna; por exemplo, a2, 3 é o elemento que está na A = a2,1 a2,2
segunda linha e na terceira coluna; a3,1 a3,2
§ o elemento genérico de uma matriz A será indicado
por ai,j , do qual i representa a linha e j representa a aij = 3i – 2j + 4 é a “lei de formação” da matriz. Cada ter-
coluna na qual o elemento encontra-se; ele é chamado mo da matriz é definido substituindo-se i e j pelos valores
de ij-ésimo elemento da matriz; e correspondentes.
§ a matriz A, do tipo m X n, será escrita, genericamente, a1,1 = 3 · 1 – 2 · 1 + 4 = 5
deste modo: a1,2 = 3 · 1 – 2 · 2 + 4 = 3
a1,1 a1,2 a1,3 ... a1,n
a2,1 = 3 · 2 – 2 · 1 + 4 = 8
a2,1 a2,2 a2,3 ... a2,n
a2,2 = 3 · 2 – 2 · 2 + 4 = 6
a3,1 a3,2 a3,3 ... a3,n
. . . . . a3,1 = 3 · 3 – 2 · 1 + 4 = 11
. . . . .
. . . . .
am,1 am,2 am,3 ... am,n a3,2 = 3 · 3 – 2 · 2 + 4 = 9
5 3
Portanto, a matriz pedida é A = 8 6 .
ou 11 9
a1,1 a1,2 a1,3 ... a1,n
2. Escreva a matriz X = (aij), com 1 ≤ i ≤ 3 e 1 ≤ j ≤ 3, tal
a2,1 a2,2 a2,3 ... a2,n
aij = 1 para i = j
a3,1 a3,2 a3,3 ... a3,n que ​      ​.
a     
= 0 para i ≠ j
. . . . . ij
. . . . .
. . . . . Resolução:
am,1 am,2 am,3 ... am,n
A matriz deve ter três colunas, tal que:
ou a11 = a22 = a33 = 1
a12 = a13 = a21 = a23 = a31 = a32 = 0
a1,1 a1,2 a1,3 ... a1,n 1 0 0
a2,1 a2,2 a2,3 ... a2,n Assim, X = 0 1 0 .
a3,1 a3,2 a3,3 ... a3,n 0 0 1
. . . . .
. . . . . Dependendo de certas características, algumas matrizes
. . . . .
recebem nomes especiais, como a matriz linha e a matriz
am,1 am,2 am,3 ... am,n
coluna, já vistas.

39
A seguir, vamos conhecer mais algumas matrizes. Numa matriz triangular, aij = 0 para i > j ou aij = 0 para i < j.

4. Matriz quadrada 6. Matriz diagonal


Consideremos uma matriz m X n.
A matriz quadrada de ordem n, em que todos os elemen-
Se m = n (o número de linhas é igual aos números de colunas), tos acima e abaixo da diagonal principal são nulos, é cha-
diz-se que a matriz é quadrada de ordem n. mada matriz diagonal.
Exemplos:
Exemplos:
§ 3 5 é uma matriz quadrada de ordem 2 (m = n = 2).
2 6
1 0 0 0
5 3 10
2 0 0 0 –1 0 0
§ –1 –4 6 é uma matriz quadrada de ordem 3 3 0
0 3 0 0 0 3 0
(m = n = 3).
​ 1 ​ 
2 ​  0 – __
​dXX 0 0 –5   0 0 0 4 ​ 1  ​
0 – __
2   3

Numa matriz quadrada de ordem n, os elementos a11, a22, Numa matriz diagonal, aij = 0 para i ≠ j.
a33, ..., ann formam a diagonal principal da matriz (são os
elementos aij com i = j).
7. Matriz identidade
1 3 10 A matriz quadrada de ordem n, em que todos os elemen-
3 2 –3 0 8 tos da diagonal principal são iguais a 1 e os outros ele-
–1 6 mentos são iguais a zero, é chamada matriz identidade,
     5 –1 6
cujo símbolo é In
diagonal principal diagonal principal

Exemplos:
A outra diagonal da matriz quadrada nomeia-se de dia-
gonal secundária (são os elementos aij com i + j = n + 1).

I3 =  I2 =
1 3 10
3 2 –3 0 8
–1 6
     5 –1 6
diagonal secundária diagonal secundária

5. Matriz triangular I5 =  I1 = [1]


Consideremos uma matriz quadrada de ordem r.
Se os elementos acima ou abaixo da diagonal principal
forem todos nulos, diz-se que a matriz é triangular.
aij = 1, para i = j
Exemplos: Numa matriz identidade,
   há ​ 
aij = 0, para i ≠ j
 ​. 
1 5 7 –9

2 0 0
0 3 ​ 2 ​ 
8 – __
3
8. Matriz nula
8 3 0 0 0 0 –1 No conjunto das matrizes, a matriz em que todos os ele-
3 0
7 9 –5 0 0 0 4 2 5 mentos são iguais a zero denomina-se matriz nula, que

matriz triangular matriz triangular matriz triangular
pode ser simbolizada como do tipo m × n por 0m × n matriz
inferior superior inferior nula quadrada de ordem n por 0n.

40
São exemplos de matriz nula: Exemplos:
§ as matrizes são quadradas
03 × 2 = 02 = O3 =

de ordem 2 e os elementos correspondentes são iguais.


01 x 4 = [0 0 0 0]

Na matriz nula do tipo m × n há aij = 0, ? i, j, com 1 ≤ i ≤ m § ∫ as matrizes são do


e 1 ≤ j ≤ n.
mesmo tipo 3 × 2 e os elementos correspondentes são iguais.

§ Se A = eB= , A ≠ B, uma vez que

A e B não têm o mesmo tipo.

Aplicação do conteúdo
1. Determinar x e y para que sejam iguais às matrizes

multimídia: vídeo e .

Fonte: Youtube Resolução:


Introdução aos polinômios | Algebra 1 |
As duas matrizes têm a mesma ordem (2).
Khan Academy
Para que as matrizes sejam iguais, é necessário que haja:

9. Igualdade de matrizes
Resolvido esse sistema de equação do primeiro grau:
Consideremos duas matrizes A e B, de mesmo tipo m × n,
no caso 3 × 2:

A=     B =
3x + 2y = 7 ä 3x + 2(2) = 7 ä 3x + 4 = 7 ä 3x = 3
äx=1
Em matrizes de mesmo tipo, os elementos que ocupam a Logo, x = 1 e y = 2
mesma posição são denominados elementos correspon-
dentes.
Portanto, nas matrizes A e B, são considerados elementos
10. Adição de matrizes
correspondentes: Consideremos duas matrizes A e B do tipo 2 X 3.

A=     B =

Vamos determinar uma matriz C, tal que cij = aij + bij:


    
c11 = a11 + b11 = 3 + 1 = 4
Duas matrizes A e B são iguais se, e somente se, tiverem o c22 = a22 + b22 = 8 + 0 = 8
mesmo tipo e seus elementos correspondentes forem iguais.
c21 = a21 + b21 = 2 + 7 = 9
Dada as matrizes A = (aij)m X n e B = (bij)m X n, simbolicamente há:
c13 = a13 + b13 = (–2) + (–1) = –3
A = B à aij = bij, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n c12 = a12 + b12 = 5 + (–4) = 1

41
c23 = a23 + b23 = (–6) + 2 = –4

ou seja:
A + B = C

+ = =

A matriz C assim obtida denomina-se soma da matriz A com a matriz B ou soma das matrizes A e B.
Portanto, dadas duas matrizes A e B do mesmo tipo m X n, denomina-se soma da matriz A com a matriz B, que são repre-
sentadas por A + B, a matriz C do tipo m X n na qual cada elemento é obtido, adicionando-se os elementos correspondentes
de A e B.
Se A = (aij) e B = (bij), são matrizes do tipo m X n, a soma A + B é a matriz C = (Cij) do tipo m x n tal que:
cij = aij + bij, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ j ≤ n

10.1. Propriedades da adição de matrizes


Já foram estudadas no Ensino Fundamental as propriedades da adição de números reais. Com a definição dada para adição
de matrizes, é possível confirmar que essas propriedades são válidas para a adição de matrizes.

Nota

Se A = (aij) m X n, logo –A = (–aij)m X n.

Números reais Matrizes m × n

Comutativa a+b=b+a A + B = B +A

Associativa (a + b) + c = a + (b + c) (A + B) + C = A + (B + C)

Elemento neutro a+0=0+a=a A + 0 = 0 +A =A

Elemento oposto a + (–a) = (–a) + a = 0 A + (–A) = (–A) + A = 0

Cancelamento a=bàa+c=b+c A = B àA + C = B + C

10.2. Matriz oposta de uma matriz A


Denomina-se matriz oposta de uma matriz A (representada por –A) a matriz que, somada com A, resulta uma matriz nula.

Exemplos:

§ Se A = , a matriz oposta de A é , uma vez que + = .

§ Se B = , a matriz oposta de B é , uma vez que + = .

42
11. Subtração de matrizes § Se A = :
Se A e B forem duas matrizes do tipo m X n, denomina-se
diferença entre A e B (representada por A – B) a soma da
matriz A com a matriz oposta de B.
A – B = A + (–B)

Por exemplo:
12.1. Propriedades
Se a e b forem números reais e A e B, matrizes de mesmo
tipo, a demonstração é esta:
(a + b) A = a · A + b · A a (b · A) = (a · b)A
a(A + B) = a · A + a · B 1 ·A =A

Pode-se também definir A – B assim:


Dadas as matrizes A = (aij)m × n e B = (bij)m × n, 13. Matriz transposta
A – B = C tal que cij = aij – bij para 1 ≤ i ≤ m e
1 ≤ j ≤ n.
de uma matriz dada
Seja A uma matriz m X n.
Denomina-se matriz transposta de A (indicada por At) a
12. Multiplicação de um matriz n X m cujas linhas são, ordenadas, as colunas de A.

número real por uma matriz Exemplos


Dada a matriz A =  , determinar A + A. § A =

A+A= + = § A =

Considerando que A + A = 2A:


§ A =
2A = 2 = =

Se A = (aij) é do tipo m × n, logo At = (bij) é do tipo n X m


2A = e bji = aij.

O produto de um número real pela matriz A é uma matriz 13.1. Propriedades da matriz transposta
obtida da multiplicação do número real pelos elementos Observe as propriedades com matriz transposta:
de A.
(At)t = A   (aA)t = aAt   (A + B)t = At + Bt
Portanto, se A é uma matriz m × n, de elementos aij, e a é

14. Matriz simétrica


um número real, aA é uma matriz m × n cujos elementos
são bij = a · aij.
Observe esta matriz A e sua transposta At.
Exemplos:
§ Se A =  , então: A=   At =

3A = = Se comparadas, observa-se que A = At, fato que permite


dizer que A é matriz simétrica.

43
Dada uma matriz quadrada A = (aij), diz-se que A é
Número de pontos
matriz simétrica se, e somente se, aji = aij, para todo
1 ≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ n. Vitória 3

Observe que os elementos da matriz simétrica A e At são Empate 1


simétricos em relação à diagonal principal. Derrota 0

15. Matriz antissimétrica B=


3
1
Observe estas matrizes quadradas: 0

Terminada a primeira fase, verificou-se o total de pontos


A=   At = feitos pelos países participantes, pontuação que pode ser
registrada numa matriz representada por AB (produto de A
por B). Como foi obtida a matriz da pontuação de cada país?
Se comparadas, observa-se que A = –At, fato que permite Brasil: 3 ⋅ 3 + 0 ⋅ 1 + 0 ⋅ 0 = 9
dizer que A é matriz antissimétrica. Note que cada elemen-
to aij é o oposto de aji. Croácia: 0 ⋅ 3 + 2 ⋅ 1 + 1 ⋅ 0 = 2

Por definição, dada a matriz quadrada A = (aij)n, di- Austrália: 1 ⋅ 3 + 1 ⋅ 1 + 1 ⋅ 0 = 4


z-se que A é matriz antissimétrica se, e somente se,
Japão: 0 ⋅ 3 + 1 ⋅ 1 + 2 ⋅ 0 = 1
aij = –aji, para todo 1 ≤ i ≤ n e 1 ≤ j ≤ n.

9
16. Multiplicação de Matrizes AB =
2
A multiplicação de matrizes não é uma operação tão sim- 4
ples como as já estudadas. No caso delas, não basta multi- 1
plicar os elementos correspondentes.
Suponhamos esta situação: durante a primeira fase da Esse exemplo sugere como deve ser feita a multiplicação de
Copa do Mundo de Futebol realizada na Alemanha, em matrizes. Observe a relação entre as ordens das matrizes:
2006, o grupo F era formado por quatro países: Brasil, Cro-
ácia, Austrália e Japão. Esta tabela registra os resultados A4 × 3  ⋅  B3 × 1  =  AB4 × 1
(números de vitórias, empates e derrotas) de cada um. Tra-
ta-se de uma tabela e uma matriz A, do tipo 4 × 3.

Vitória Empate Derrota


16.1. Definição matemática da
Brasil 3 0 0
multiplicação de matrizes
Dada uma matriz A = (aij) do tipo m × n e uma matriz
Croácia 0 2 1
B = (bij) do tipo n × p, o produto da matriz A pela matriz
Austrália 1 1 1 B é a matriz C = (cij) do tipo m × p, tal que o elemento cij
Japão 0 1 2 é calculado pela multiplicação ordenada dos elementos da
linha i, da matriz A, pelos elementos da coluna j, da matriz
B, e pela soma dos produtos obtidos.
3 0 0
0 2 1 Para dizer que a matriz C é o produto de A por B, ela será
A= indicada por AB.
1 1 1
0 1 2 Observe que só definimos o produto AB de duas matrizes
se o número de colunas de A for igual ao número de linhas
Pelo regulamento da Copa, cada resultado (vitória, empate de B; além disso, observe que o produto AB tem o mesmo
ou derrota) tinha pontuação correspondente a 3 pontos, 1 número de linhas de A e o mesmo número de colunas de B.
ponto ou 0 ponto, fato registrado nesta tabela e em uma
matriz B, do tipo 3 × 1. Am × n  ⋅  Bn × p  =  ABm × p

44
Aplicação do conteúdo
3 2
3 1
1. Dados A = 5 0 eB= , determine AB.
6 2
1 4

Resolução:
Uma vez que A é uma matriz 3 × 2 e B é uma matriz 2 × 2, o número de colunas de A é igual ao número de linhas de B.
Portanto, está definido o produto AB, que será matriz 3 × 2:
c11 c12 3 2 3⋅3+2⋅6 3⋅1+2⋅2 21 7
3 1
AB = c21 c22 = 5 0 = 5⋅3+0⋅6 5⋅1+0⋅2 = 15 5
6 2
c31 c32 1 4 1⋅3+4⋅6 1⋅1+4⋅2 27 9

3 × 2     2 × 2                           3 × 2

3 0
1 3 2
2. Dados A = eB= 4 –2 , determine o elemento c21 da matriz C = AB.
0 5 –1
1 6
Resolução:
A é uma matriz 2 × 3
AB será uma matriz 2 × 2
B é uma matriz 3 × 2
C11 C12
AB =
C21 C22
C21: usa-se a segunda linha de A e a primeira coluna de B:
0 ⋅ 3 + 5 ⋅ 4 + (–1) ⋅ 1 = 19
Portanto, c21 = 19.

1 1
3. Seja a matriz A = .
0 1

A soma dos elementos da matriz A100 é:


a) 102.   b) 118. c) 150. d) 175. e) 300.

Resolução:
Ao calcular algumas potências de A, percebe-se um padrão:
1 1 1 1 1 2
A2 = ⋅ =
0 1 0 1 0 1

1 2 1 1 1 3
A3 = ⋅ =
0 1 0 1 0 1

1 100
A100 =
0 1
Logo, a soma de seus elementos é: 1 + 100 + 0 + 1 = 102.

45
16.2. Propriedades da Conclusão: num produto de duas matrizes A e B, é essen-
cial a ordem em que os fatores aparecem, uma vez que a
multiplicação de matrizes multiplicação de matrizes não é comutativa, ou seja, AB
As propriedades da multiplicação dos números reais já são nem sempre é igual a BA.
conhecidas. Vamos estudar agora que apenas algumas de-
las são válidas para a multiplicação de matrizes.
Nota
A multiplicação de matrizes não é comutativa. Sempre que forem possíveis as multiplicações en-
volvidas, são válidas estas deduções:
Exemplos: § A = B ⇒ AC = BC (multiplicar a mesma matriz
2 5 –3 2 à direita)
§ Dadas as matrizes A = eB= ,
§ A = B ⇒ CA = CB (multiplicar a mesma matriz à
–1 3 4 6
esquerda)
calculemos AB e BA.
Atenção
A é uma matriz 2 × 2
AB existe e será uma matriz 2 × 2 Não
que aémultiplicação
valida a dedução A=B⇒
de matrizes nãoACé comutativa.
= CB, uma vez
B é uma matriz 2 × 2
Na multiplicação de matrizes não vale a propriedade
do cancelamento.
2 5 –3 2 14 34
AB = =
–1 3 4 6 15 16

B é uma matriz 2 × 2
BA existe e será uma matriz 2 × 2 1 2 3 0
A é uma matriz 2 × 2 § Dadas as matrizes A = ,B=
1 2 4 7
–3 2 2 5 –8 –9 11 2
BA = = eC= , calculemos AB e AC.
4 6 –1 3 2 38 0 6

Notamos que AB ≠ BA. 1 2 3 0 11 14


AB = =
§ Se A é uma matriz do tipo 2 × 3 e B uma matriz do tipo 1 2 4 7 11 14
3 × 4, pode-se calcular AB, mas não se pode calcular BA.
Trata-se de mais um caso em que AB ≠ BA. 1 2 11 2 11 14
AC = =
1 2 0 6 11 14
1 0 2 0 Note que é possível ter AB = AC, com B ≠ C.
§ A = eB= .
–1 1 1 2 Se A, B e C são matrizes, tal que AB = AC, não se pode
garantir que B e C sejam iguais.
A é de ordem 2 e B é de ordem 2. Logo, pode-se calcular
AB, bem como BA.
Na multiplicação de matrizes não vale
1 0 2 0 2 0 a propriedade do anulamento.
AB = =
–1 1 1 2 –1 2
1 –1 5 5
§ Dadas as matrizes A = eB= ,
2 0 1 0 2 0 –2 2 5 5
BA = =
1 2 –1 1 –1 2 não nulas, calculemos AB.

Nesse caso, AB = BA. Se isso ocorrer, diz-se que as ma- 1 –1 5 5 0 0


trizes A e B comutam, ou A comuta com B, ou A e B AB = =
são comutáveis. –2 2 5 5 0 0

46
Se A e B são matrizes, tal que AB = 0 (matriz nula), não se § se A é uma matriz do tipo m × n, com m ≠ n, logo
pode garantir que uma delas seja nula. Aln = lmA = A.

As propriedades associativa e distributiva


Nota valem para a multiplicação de matrizes.

A definição de multiplicação de matrizes e o fato de Na multiplicação de matrizes, pode-se demonstrar que


ela não ser comutativa obriga a análise cuidadosa sempre é possível efetuar as multiplicações envolvidas:
da propriedade do elemento neutro.
A (BC) = (AB)C
(A + B)C = AC + BC
Por exemplo, seja A uma matriz quadrada de ordem 3: A(B + C) = AB + AC
Escolha três matrizes A, B e C, e verifique essas propriedades.
2 –1 0
A= 3
–1 –2
4 2
5
17. Uma propriedade envolvendo
transposta de matriz produto
O que ocorre se for feito Al3 e l3A?
Caso haja produtos envolvidos, haverá mais uma proprie-
dade da multiplicação de matrizes:
2 –1 0 1 0 0 2 –1 0
(AB)t = BtAt
Al3= 3 4 2 0 1 0 = 3 4 2 =A
–1 –2 5 0 0 1 –1 –2 5
Aplicação do conteúdo
1 0 0 2
1 0 0 2 –1 0 2 –1 0
1. Dadas as matrizes A = 0 –1 2 eB= 3 ,
l3A = 0 1 0 3 4 2 = 3 4 2 =A
2 0 1 1
0 0 1 –1 –2 5 –1 –2 5
determine a matriz X na equação matricial AX = B.

Seja A uma matriz não quadrada, por exemplo, do tipo Resolução:


5 3 1 Pela definição de multiplicação de matrizes, a matriz X
2 × 3: A = .
–1 0 2 deve ter:

Pode-se fazer:  § número de linhas = número de colunas de A; e


§ número de colunas = número de colunas de B.
x
Logo, X é uma matriz 3 × 1, ou seja, X = y .
1 0 0 z
5 3 1 5 3 1
A2×3· I3 = 0 1 0 = =A Portanto:
–1 0 2 –1 0 2
0 0 1 1 0 0 x 2
0 –1 2 y = 3 ⇒
1 0 5 3 1 5 3 1 2 0 1 z 1
I2 · A2×3 = = =A
0 1 –1 0 2 –1 0 2
x 2
Pode-se escrever:
⇒ –y + 2z = 3
§ se A é uma matriz quadrada de ordem n, logo
Al n = lnA = A; e 2x + z 1

47
Com a igualdade de matrizes: Com a igualdade de matrizes:
x=2 2a + c = 1
–y + 2z = 3 2b + d = 0
2x + z = 1 3c = 0
§ x = 2 3d = 1
§ 2x + z = 1 ⇒ 2(2) + z = 1 ⇒ 4 + z = 1 ⇒ z = –3
​ 1 ​,  b = – ​ __1 ​,  c = 0 e d =  ​ __1 ​. 
Que resulta em a = __
§ –y + 2z = 3 ⇒ –y + 2(– 3) = 3 ⇒ –y – 6 = 3 ⇒ 2 6 3
⇒ –y = 9 ⇒ y = –9
​ 1 ​ 
__ 1 ​ 
– ​ __
2 6
2 Logo, a matriz pedida é X = .
Logo, a matriz procurada é X = –9 . 0 ​  1 ​ 
__
3
–3

2 1
2. Se A = , determine a matriz X tal que AX = I2.
0 3

Resolução:

X é uma matriz quadrada de ordem 2, ou seja,

a b
X= .
c d

Portanto:

2 1 a b 1 0
0 3 c d
=
0 1
multimídia: sites
2a + c 2b + d 1 0 https://pt.khanacademy.org/math/precalculus/
= precalc-matrices
0a + 3c 0b + 3d 0 1

VIVENCIANDO

Matrizes é um assunto que, no Ensino Médio, pode ser entediante, mas que, no Ensino Superior, é visto com fun-
damental importância. Podemos entender que as matrizes são vários sistemas lineares perfeitamente enfileirados,
sendo que cada linha traz uma informação.
No ramo das ciências tecnológicas, podemos destacar dois impressionantes usos:
1. Codificação e compressão de imagens e vídeos. Os algoritmos utilizados pelas máquinas são formados por ma-
trizes, sendo que cada linha e coluna da matriz simboliza um pixel da imagem a ser comprimida e descomprimida.
2. Google Pagerank. O Google, através de algoritmos também em forma de matrizes, ordena a “relevância” de cada
site e os deixa em forma de ranking, em que o site mais importante ocupa o topo da página de resultados da busca.

48
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.

A habilidade 25 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação proposta a partir da análise de gráficos e tabelas.

Modelo
(Enem) Um aluno registrou as notas bimestrais de algumas de suas disciplinas numa tabela. Ele observou que as en-
tradas numéricas da tabela formavam uma matriz 4×4, e que poderia calcular as medias anuais dessas disciplinas us-
ando produto de matrizes. Todas as provas possuíam o mesmo peso, e a tabela que ele conseguiu é mostrada a seguir.

1º bimestre 2º bimestre 3º bimestre 4º bimestre


Matemática 5,9 6,2 4,5 5,5
Português 6,6 7,1 6,5 8,4
Geografia 8,6 6,8 7,8 9,0
História 6,2 5,6 5,9 7,7

Para obter essas médias, ele multiplicou a matriz obtida a partir da tabela por:

a) d) e)
b) c)

Análise expositiva - Habilidade 25: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema do
E cotidiano e utilizar seus conhecimentos sobre operações com matrizes e aplicações para a sua resolução.
A média de cada matéria é a soma das notas dividido por 4, e a única matriz que possibilita esta condição é a da
alternativa [E], então para determinar a média devemos ter:

. =

Alternativa E

49
DIAGRAMA DE IDEIAS

MATRIZES

DEFINIÇÕES IGUALDADE DE MATRIZES

ELEMENTOS CORRESPONDENTES
Tabela retangular NAS MATRIZES SÃO IGUAIS
formada por m linhas DADO:
e n colunas A = (AIJ)M×N E B = (BIJ)M×N

a11 a12 ... a1j A = B ⇔ AIJ = BIJ, COM 1 ≤ I ≤ M E 1 ≤ J ≤ N


a21 a22 ... a2j A = (aij)m×n, com 1 ≤ i ≤ m,
1 ≤ j ≤ n e i, j ∈ N
...
...

...

ai1 ai2 ... aij

CLASSIFICAÇÃO

MATRIZ QUADRADA MATRIZ DIAGONAL MATRIZ TRIANGULAR

n.º de colunas = n.º de linhas MATRIZ QUADRADA NA QUAL Matriz quadrada na qual os
Diagonal principal: TODOS OS ELEMENTOS elementos acima ou abaixo da
Elementos aij com i = j ACIMA E ABAIXO DA DIAGONAL
diagonal principal são nulos.
PRINCIPAL SÃO NULOS.
a11 a12 a13
a21 a22 a23 aij = 0 para i ≠ j aij = 0 para i > j ou SUPERIOR

a31 a32 a33


aij = 0 para i < j INFERIOR
Diagonal secundária:
Elementos aij com i + j = n +1
a11 a12 a13
a21 a22 a23 MATRIZ IDENTIDADE (IN)
a31 a32 a33
Matriz quadrada na qual os
elementos da diagonal princi-
MATRIZ NULA pal são iguais a 1 e os outros
elementos são iguais a 0.
Todos os elementos da matriz são iguais a zero
aij = 1, para i = j
aij = 0, ∀i, j, com 1 ≤ i ≤ m e 1 ≤ i ≤ n aij = 0, para i ≠ j

50
MATRIZES

ADIÇÃO OPERAÇÕES MATRIZ TRANSPOSTA (AT)

Cm×n = Am×n + Bm×n Matriz cujas linhas são as


colunas de uma matriz dada.

cij = aij + bij A = (aij) m × n


Propriedades: At = (bji) n × m
- Comutativa tal que
- Associativa bji = aij

MATRIZ OPOSTA DE UMA MATRIZ MATRIZ SIMÉTRICA

Representação → –A Matriz simétrica de A, se, e somente


Matriz que somada com A se, aij = aji é verdadeira
resulta em uma matriz nula.

A–A=0

MATRIZ ANTISSIMÉTRICA
SUBTRAÇÃO
Matriz antissimétrica se, e somente
Dados : Am×n, Bm×n se, aij = –aji

A–B MULTIPLICAÇÃO
Cij = aij – bij
Am×n · Bn×p = ABm×p

MULTIPLICAÇÃO POR Propriedades:


UM NÚMERO NATURAL - Não é comutativa.
- Não vale a propriedade do cancelamento.
Matriz = Am×n - Não vale a propriedade do anulamento.
nº real = α - É associativa e distributiva.
αAm×n = Bm×n
α · aij = bij

Propriedades:
(α + β)A = αA + βA
α(A + B) = αA + αB
α(β · A) = (α · β)A
1·A=A

51
AULAS Matriz inversa e equações matriciais
47 e 48
Competência: 6 Habilidades: 24, 25 e 26

1. Matriz inversa de Aplicação do conteúdo


uma matriz dada 1. Verifique se existe a matriz inversa de A =
5 8
.
Considere uma matriz quadrada A, de ordem n. Se X é 2 3
Em caso afirmativo, determine-a.
uma matriz tal que AX = In e XA = In, ela é denominada
matriz inversa de A e é indicada por A–1. Resolução:
Caso exista a matriz inversa de A, afirma-se que A é uma
matriz inversível ou não singular. Seja X a matriz quadrada de ordem 2 procurada, isto é,

Exemplo X=
a b
.
1 –1 c d
§ A matriz A = é invertível e sua matriz
2 0 Por definição, é necessário que haja:

0 ​  1 ​ 
__ 5 8 a b 1 0
2 = ⇒
inversa é A = -1
. 2 3 c d 0 1
–1 ​  1 ​ 
__
2
Observe que: 5a + 8c 5b + 8d 1 0
⇒ =
2a + 3c 2b + 3d 0 1
0 ​  1 ​ 
__
1 –1 2 1 0
= e
2 0 0 1 Pela igualdade de matriz há os sistemas:
–1 ​  1 ​ 
__
5a + 8c = 1
2 (I) , que resulta em a = –3 e c = 2.
2a + 3c = 0
0 ​ 1 ​ 
__
5b + 8d = 0
2 1 –1 1 0 (II) , que resulta em b = 8 e d = –5.
= 2b + 3d = 1
2 0 0 1
–1 ​ 1 ​ 
__
a b –3 8
2 Resultado: X = = , para o qual
AX = I2. c d 2 –5

Nota Segue agora, se XA = I2:


Caso exista a possibilidade da matriz inversa, ela será
analisada nos exemplos de aplicação. Foi optado pela –3 8 5 8 1 0
=
obtenção da matriz inversa a partir da resolução de sis- 2 –5 2 3 0 1
temas lineares, método que se mostra não muito práti-
co com matrizes de ordens maiores do que 2. Existem –3 8
outros métodos de determinação da matriz inversa que Pode-se dizer, pois, que é a matriz inversa de
2 –5
empregam determinantes. Contudo, mesmo esses ou-
tros métodos não são práticos. A noção teórica da ma- 5 8 –3 8
triz inversa prepondera sobre sua determinação prática. , ou seja, A–1 = .
2 3 2 –5

52
Trocando os elementos da diagonal principal e invertendo
3 2
2. Determine a matriz inversa de A = , o sinal dos elementos da diagonal secundária, tem-se:
se existir. 6 4

(  ) ( )
Assim, dividindo todos os elementos pelo determinante de A:

Resolução: ​ 3 ​  – __
__ ​ 1 ​  ​ 3 ​  –​ __
__  1 ​ 
  8   8   8
A – 1 =​ ​  ​ ​  ​   ​= ​  ​  ​ ​  ​   ​   8
 ​ __2 ​   ​ __2 ​   ​ __1 ​   ​ __1 ​ 
Seja X a matriz quadrada de ordem 2 procurada, tal que 8 8 4 4

2. Equações matriciais
a b
X= .
c d
Dadas as operações de adição, subtração e multiplicação de
Por definição, é necessário que haja:
matrizes e de multiplicação de um número real por uma ma-
3 2 a b 1 0 triz, é possível resolver equações cujas incógnitas são matrizes.
= ⇒
6 4 c d 0 1 Essas equações são denominadas equações matriciais.

3a + 2c 3b + 2d 1 0 Aplicação do conteúdo
⇒ =
6a + 4c 6b + 4d 0 1 1 –3 –1 –3
1. Se A = 1 5 eB= 1 –5 , obtenha a matriz X,
Pela igualdade de matrizes, há os sistemas:
3a + 2c = 1 ⋅ (–2) –6a – 4c = –2 2 0 2 4
(I) ⇒ ⇒ 0 = –2 (impossível)
6a + 4c = 0 6a + 4c = 0 tal que X + A = B.

3b + 2d = 0 Resolução:
(II)
6b + 4d = 1
X + A = B ⇒ X + A + (–A) = B + (–A) ⇒
Se o sistema (I) é impossível, não há necessidade da reso-
lução do sistema (II). ⇒X+0=B–A⇒X=B–A
Pode-se afirmar que a matriz A não admite inversa ou que
–1 –3 1 –3
a matriz A não é invertível ou que é singular.
X= 1 –5 – 1 5 =
3. Há um método prático para obter a inversa de matrizes
2 x 2 utilizando o conceito de determinantes de matrizes: 2 4 2 0
a b
Seja uma matriz quadrada A = , sua inversa é –1 –3 –1 3 –2 0

( 
c d
X= 1 –5 + –1 –5 = 0 –10

)
d     
  ​ _____ b   ​  
​ – ​ _____
det(A)    
    det(A) 2 4 –2 0 0 4
dada por A = ​ ​ _____
-1
  ​​  
 ​    ​, ou seja, deve-se trocar
− ​  c     ​   a   ​  
 ​   _____
det(A) det(A) –2 0
os elementos da diagonal principal; em seguida, muda-se
Assim, a matriz pedida é X = 0 –10 .
o sinal dos elementos da diagonal secundária. Por fim, de-
vem ser divididos todos os elementos pelo determinante 0 4
da matriz A. Esse método somente é aplicável a matrizes
3 7
2 x 2. Veja também que se o determinante da matriz A é
2. Se A = 2 eB= 4 , resolva a equação matricial
nulo, a matriz não é inversível.

( )
 2​   1​ ​  ​
Obtenha a inversa da matriz A = ​ ​ 
-2 3
–1
2 X + A = 3B.
–3

Resolução:
Resolução:
Primeiro, deve-se calcular o determinante de A: 2X + A = 3B ⇒ 2X = 3B – A ⇒ __ ​ 1 ​ (2X) = __
​ 1 ​ (3B – A) ⇒
2 2
det(A) = 2 · 3 – 1 · (–2) = 8 ​ 1 ​ (3B – A)
⇒ X = __
2

53
§ Determinemos, inicialmente, 3B – A:
2 3 4 3
4. Dadas as matrizes A = eB= ,
7 3 21 –3 18
–1 0 –7 –3
3B – A = 3 4 – 2 = 12 + –2 = 10 resolva a equação matricial XA = B.
–3 –1 –9 1 –8
Resolução:
§ Determinemos, agora, a matriz X:
A ordem de X é 2 × 2, pois X2 × 2 ⋅ A2 × 2 = B2 × 2.
18 9
​ 1 ​    10
X = __ = 5 a b
2 Se X for representado por :
–8 –4 c d

9 a b 2 3 4 3
⋅ = ⇒
Logo, a matriz procurada é X = 5 . c d –1 0 –7 –3
–4
2a – b = 4 2c – d= –7
⇒ e ⇒
3. Resolva o sistema de equações matriciais, ou seja, 3a = 3 3c = –3
X + Y = A + 3B ⇒ a = 1, b = –2, c = –1, d = 5
determine as matrizes X e Y, tal que ,
2X – Y = 3A – 2B

da qual A =
3 0
eB=
1 –2
. Logo, X = ​___( 
​  1  ​ ​ 
–1 5
  ___ )
–2 ​   ​
–1 2 0 4
Resolução:

Considere, inicialmente, o sistema:


X + Y = A + 3B
⇒ 3X = 4A + B ⇒
2X – Y = 3A – 2B
​ 4A + ​B  
⇒ X = ______
3
 ​4A +
 ​B  
X + Y = A + 3B ⇒ ______ + Y = A + 3B ⇒ 4A + B + 3Y = 3A + 9B ⇒
3
⇒3Y = 3A + 9B – 4A – B ⇒ 3Y = 8B – A ⇒ Y = ______ ​ 8B – ​
A  
3
Cálculo da matriz X
​ 4A + ​
X = ______ B  ​ 4 ​ A + __
 = __ ​ 1  ​B  ⇒
3 3 3
3 0 1 –2
​ 4 ​ 
⇒ X = __ ​ 1 ​ 
+ __ ⇒
3 –1 2 3 0 4

4 0 ​  1 ​ 
__ 2 ​ 
– ​ __ ​  13 ​  – ​ __
___ 2 ​ 
X= + 3 3 = 3 3
4 ​ 
– ​ __ ​  8 ​ 
__
0 __4
​   ​  4
__
– ​   ​  4
3 3 3 3

Cálculo da matriz Y

1 –2 3 0
​ 8 ​ 
Y = __ ​ 1 ​ 
– __ =
3 0 4 3 –1 2

​ 8 ​ 
__ 16 ​ 
– ​ ___ 1 0 ​ 5 ​ 
__ 16 ​ 
– ​ ___
Y= 3 3 – = 3 3
32 1 ​ 
– ​ __ ​ 2 ​ 
__
0 ___
​   ​  3 3 ​ 1 ​ 
__ 10
3 3

54
DIAGRAMA DE IDEIAS

MATRIZ INVERSA FORMA DE EQUAÇÃO

AX = In
XA = In
Resoluções de equações cujas
X será matriz inversa (A ).
–1 incógnitas são matrizes.

A → matriz quadrada
X = A–1 → matriz inversa
In → matriz identidade Utilizamos as operações de
A será uma matriz inversível adição, subtração e multi-
ou não singular. plicação (por número real
ou por outra matriz).
A obtenção da matriz inversa
é dada a partir da resolução
de sistemas lineares.

55
AULAS Determinantes
49 e 50
Competência: 6 Habilidades: 24, 25 e 26

1. Introdução Por exemplo, o determinante da matriz A (det A), do qual


6 3
Toda matriz quadrada possui, associada a ela, um número de- A= é dado por:
nominado determinante da matriz, obtido por meio de opera- 2 –4
ções que envolvem todos os elementos da matriz. Os determi-
nantes surgiram há cerca de 300 anos (apesar de já existirem 6 3
det A = = 6 ⋅ (–4) – 3 ⋅ 2 = –24 – 6 = – 30
“esboços” do que seriam determinantes na Matemática chine- 2 –4
sa, há dois mil anos), associados à resolução de equações linea-
res. Atualmente, matrizes e determinantes são uma importante
ferramenta matemática, com aplicações em diversas áreas. 4. Determinante de matriz
Um detalhe importante sobre esse tema deve ser sempre lem-
brado: não existe determinante de matriz que não seja quadrada.
quadrada de ordem 3
Considere a matriz genérica de ordem 3:
2. Determinante de matriz a11 a12 a13

quadrada de ordem 1 A= a a a
21 22 23

a31 a32 a33


Considere a matriz quadrada de ordem 1, indicada por A = [a11].
Por definição, o determinante de A é igual ao número a11, Define-se o determinante da matriz de ordem 3 ao número:
que é indicado assim: det A = a11. a11 a12 a13
Dadas as matrizes A = [4] e B = [–2], escreve-se det A = 4; det A = a a a =
21 22 23
det B = –2;
a31 a32 a33
det A + det B = 4 + (–2) = 2.
=a11a22a33 + a12a23a31 + a13a32a21 – a13a22a31 – a12a21a33 – a11a32a23

3. Determinante de matriz Esses seis produtos podem ser obtidos de uma forma prá-

quadrada de ordem 2
tica, conhecida como regra de Sarrus, que consiste no se-
guinte.
Se A for uma matriz quadrada de ordem 2, deve-se cal- § Repetem-se as duas primeiras colunas à direita na ma-
cular seu determinante fazendo o produto dos elementos triz e efetuam-se as seis multiplicações como indicado:
da diagonal principal menos o produto dos elementos da
diagonal secundária. a11 a12 a13 a11 a12

a11 a12 a21 a22 a23 a21 a22


Dada a matriz A = , seu determinante é indi-
a31 a32 a33 a31 a32
a21 a22
cado assim:
–(a13 ⋅ a22 ⋅ a31) –(a11⋅ a23 ⋅ a32) –(a12 ⋅ a21 ⋅ a33) a11 ⋅ a22 ⋅ a33 a12 ⋅ a23 ⋅ a31 a13 ⋅ a21 ⋅ a32
det A = a11 ⋅ a22 – a12 ⋅ a21
ou § Os produtos obtidos na direção da diagonal principal
permanecem com o mesmo sinal.
a11 a12
det A = = a11 ⋅ a22 – a12 ⋅ a21 § Os produtos obtidos na direção da diagonal secundária
a21 a22
mudam de sinal.

56
§ O determinante é a soma desses valores obtidos.
2 6
det(A + B) = =2+6=8
Exemplo: –1 1
3 1 5
–3 14
A= 1 0 –2 b) Obtenção de AB = e, em seguida,
1 –7
–1 4 –3
det(AB) = 21 – 14 = 7.

c) Cálculo do det A = 6 + 1 = 7 e depois do


3 1 5 3 1

1 0 –2 1 0
–1 5 –7 35
(det A)B = 7 = .
–1 4 –3 –1 4 0 –1 0 –7

0 +24 +3 0 +2 +20 4. De acordo com a regra de Sarrus, calcule o determinante


2 3 –1
det A = 49 da matriz A = .
5 2 0

Aplicação do conteúdo 1 4 –3

d
​ XX
2 ​  –1 Resolução:
1. Calcule o determinante .
3 5​dXX
2 ​ 
det A = 2 ⋅ 2 ⋅ (–3) + 3 ⋅ 0 ⋅ 1 + 5 ⋅ 4 ⋅ (–1)
Resolução: – (–1) ⋅ 2 ⋅ 1 – 3 ⋅ 5 ⋅ (–3) – 0 ⋅ 4 ⋅ 2 ⇒
det A = –12 – 20 + 2 + 45 = 15
2 ​  –1
​dXX
2 ​ ⋅ 5​dXX
= d​ XX 2 ​ – 3 ⋅ (–1) = 10 + 3 = 13
3 5​dXX
2 ​  x 3 5
5. Resolva a equação x+1 2 1 = 0.
5 2
2. Resolva a equação = – 1.
x–1 x+3 3 2 4

Resolução: Resolução:

Cálculo do determinante: Pela regra de Sarrus:


5 2 x · 2 · 4 + 3 · 1 · 3 + (x + 1) · 2 · 5 – 5 · 2 · 3 – 3(x + 1) · 4 – x · 2 · 1 = 0 ⇒
= 5(x + 3) – 2(x – 1) = 5x + 15 – 2x + 2 = − 1
x–1 x+3 ⇒ 8x + 9 + 10x + 10 – 30 – 12x – 12 – 2x = 0

Equação a ser resolvida: ⇒ 4x – 23 = 0 ⇒ 4x = 23 ⇒ x = ___​ 23 ​ 


4
3x + 17 = – 1 ⇒ 3x = – 1 – 17 ⇒ 3x = –18 ⇒ x = –6 ___23
S = ​ ​   ​   ​
4 {  }
S = {–6}
1 –1 0
2 x
3 1 –1 5 6. Dadas as matrizes A = e B = 2 3 x ,
3. Dadas as matrizes A = eB= , 3 9
calcule: –1 2 0 –1 –1 2 1

a) det (A + B) determine o valor de x para que se tenha det A = det B.


b) det (AB)
c) (det A)B Resolução:

Resolução: § A é a matriz de ordem 2: det A = 2 ⋅ 9 – 3x = 18 – 3x


2 6
a) Inicialmente, obtém-se a matriz A + B = , § B é a matriz de ordem 3; de acordo com a regra de
para depois calcular: –1 1 Sarrus: det B = 3 + x + 0 – 0 – (–2) – 2x = –x + 5

57
§ Calcule det M de acordo com a regra de Chió:
​ 13 ​ 
det A = det B ⇒ 18 – 3x = –x + 5 ⇒ x = ___
2
13 1 6 10
Assim, x = ___
​   ​ . 2 – (–7) ⋅ 6 4 – (–7) ⋅ 10
2 –7 2 4 =
3–6⋅6 –6 – 6 ⋅ 10
5. Determinante de matriz 6 3 –6

quadrada de ordem maior que 3 =


44 74
= 44 (–66) – 74 (–33) =
Apesar da definição geral para o cálculo de determinantes –33 –66
de matrizes quadradas de qualquer ordem, foram prioriza-
das aqui regras práticas, uma vez que esse assunto tem um = –2904 + 2442 = –462
forte caráter de aplicação, principalmente no Ensino Médio. § De acordo com a regra de Sarrus:
Assim, a regra prática que será analisada a seguir tem o
objetivo de agilizar a resolução de um determinante, inde- 1 6 10
pendentemente de sua ordem, podendo até substituir as –7 2 4 = –12 + 144 – 210 – 120 – 252 – 12 = –462
regras já definidas para matrizes de ordens 2 ou 3.
6 3 –6
Conhecida como regra de Chió, essa regra consiste no
“rebaixamento” da ordem da matriz, mantendo-se cons-
tante o valor de seu determinante. Ou seja, a partir de 1 2 0 –1
determinadas operações, encontra-se uma nova matriz 1 3 69
de ordem um grau a menos que a anterior, cujo valor do Considere a seguinte matriz de ordem 4: .
determinante seja igual ao da matriz anterior. Aplicada Aplique a regra de Chió. 4 1 20
sucessivamente a regra, é possível encontrar outras ma- –2 2 3 –4
trizes de ordens cada vez menores, mantendo o valor do
determinante, até que se chegue a uma matriz de ordem 1 2 0 –1
3 ou 2, cujas regras práticas já são conhecidas. Se prefe-
1 3 6 9
rir, chega-se ao valor do determinante, uma vez que essa =
regra aplica-se a matrizes quadradas de qualquer ordem. 4 1 2 0
A conveniência de continuar ou não o processo manifes- –2 2 3 –4
ta-se ao longo dos exercícios.
A princípio, é necessário impor a condição de que o ele- 3–2⋅1 6–0⋅1 9 – (–1) ⋅ 1
mento que fica na primeira linha e na primeira coluna, isto = 1–2⋅4 2–0⋅4 0 – (–1) ⋅ 4
é, a11, seja igual a 1.
2 – (–2) ⋅ 2 3 – 0 ⋅ (–2) –4 – (–1)(–2)
Assim:
§ Se a11 = 1, a primeira linha e a segunda coluna da ma- 1 6 10
triz devem ser “isoladas”. = –7 2 4
§ Subtrai-se de cada elemento restante o produto dos
6 3 –6
dois elementos isolados, pertencentes à linha e à colu-
na desse elemento restante.
O valor desse determinante é –462, uma vez que a matriz
§ Com o resultado dessas subtrações, obtém-se uma associada a ele é a própria matriz M, dada anteriormente.
matriz de ordem menor que a anterior, mas com
O que ocorre com o cálculo do determinante de uma ma-
mesmo determinante.
triz de ordem 2 se o seu elemento a11 for igual a 1?
Observe a aplicação da regra a uma matriz de ordem 3,
§ Pela regra de Chió:
uma vez que, mediante a regra de Sarrus, pode-se verificar
o resultado obtido. 1 3
= | 2 – 12 | = |–10| = –10
1 6 10 4 2
Seja M = –7 2 4 . Obs.: não confunda as barras laterais com o símbolo de
6 3 –6 módulo, estamos trabalhando determinantes.

58
§ Pela regra prática:
1 3
6. Teorema de Laplace
= 1 ⋅ 2 – 3 ⋅ 4 = 2 – 12 = –10
4 2 Outro método que permite calcular determinantes de ma-
trizes é o teorema de Laplace, sendo útil para o cálculo de
As regras determinam o mesmo resultado. determinantes de ordem maior que 3. Em primeiro lugar,
será definido o conceito de cofator de um elemento de
uma matriz:
Aplicação do conteúdo
1 3 2 1 Dada uma matriz A, o cofator de um elemento aij é dado
por Aij = (-1)i+j . Dij , em que Dij é o determinante da matriz
0 1 2 3 restante ao eliminar a linha i e a coluna j da matriz A.
1. Encontre o valor do determinante .
3 4 –1 –2
–1 0 4 5
( )
 1  2  3
Exemplo: Dada a matriz A = ​ ​ 2​   3​ ​   1​ ​  ​, calcule o cofator do
elemento a12. 0 2 1

Resolução: Eliminando a primeira linha e a segunda coluna, obtém-se:


1 2 3
2 1
Como o elemento a11 é igual a 1, aplica-se a regra de Chió: 2 3 1 →
0 1
1 3 2 1 0 2 1
0 1 2 3
= Em que o determinante é 2 · 1 – 1 · 0 = 2. Assim:
3 4 –1 –2
2 1
–1 0 4 5 A11 = (–1)1+2 . = –1 · 2 = –2
0 1

1–0⋅3 2–0⋅2 3–0⋅1 Definido o conceito de cofator, é possível então enunciar o


teorema de Laplace:
= 4–3⋅3 –1 – 3 ⋅ 2 –2 – 3 ⋅ 1 =
Dada uma matriz A, seu determinante pode ser obtido
0 – (–1) ⋅ 3 4 – (–1) ⋅ 2 5 – (–1) ⋅ 1
escolhendo-se uma fila (linha ou coluna) qualquer e so-
1 2 3 mando seus elementos multiplicados pelos seus respec-
tivos cofatores.
–5 –7 –5
3 6 6 Aplicação do conteúdo
1 0 3 1
Ainda de acordo com a regra de Chió:
1 1 2 0
1 2 3 1. Calcule o determinante da matriz A = .
–7 – (–5) ⋅ 2 –5 – (–5) ⋅ 3 3 2 1 1
–5 –7 –5 = =
6–3⋅2 6–3⋅3 –1 0 2 1
3 6 6

3 10 Resolução:
= –9
0 –3 Para que o teorema de Laplace seja aplicado, deve-se
escolher uma fila qualquer, dando preferência a filas que
Ou, a partir desse ponto, pela regra de Sarrus: contenham maior quantidade de termos nulos. Assim, foi
escolhida a segunda coluna:
1 2 3 1 2
–5 –7 –5 –5 = 1 0 3 1
3 6 6 3 6
1 1 2 0
     
3 2 1 1
troca o sinal mantém o sinal

= – 42 – 30 – 90 + 63 + 30 + 60 = – 9 –1 0 2 1

59
Portanto, o determinante de A é dado por:
det(A) = a12 · A12 + a22 · A22 + a32 · A32 + a42 · A42
det(A) = 0 · A12 + 1 · A22 + 2 · A32 + 0 · A42
1 2 0 1 3 1 1 3 1 1 3 1
det(A) = 0 · (–1) 1+2
3 1 1 + 1 · (-1)
2+2
· 3 1 1 + 2 · (–1) 3+2
· 1 2 0 + 0 · (–1) 4+2
· 1 2 0
–1 2 1 –1 2 1 –1 2 1 3 1 1

cofator do elemento 0 cofator do elemento 1 cofator do elemento 2 cofator do elemento 0

Repare que nem precisamos calcular o primeiro e o último determinantes, pois serão multiplicados por zero, eis o motivo da
escolha da segunda coluna. Logo, calculando o segundo e o terceiro determinante apenas, temos:

1 3 1 1 3 1
det(A) = 1 3 1 1 – 2 1 2 0 = 1 · (–6) - 2 · (3) = –6 – 6 = –12
–1 2 1 –1 2 1

7. Propriedades dos zeros, cada parcela conterá pelo menos um fator igual a zero.
Assim, o determinante será nulo. Observe o exemplo:
determinantes
–1 –4 9 –1 –4
Ao longo da história, o estudo dos determinantes desper-
tou o interesse de vários matemáticos, o que fez com que 2 8 3 2 8 =0
muitas propriedades fossem descobertas. 0 0 0 0 0
Algumas são facilmente justificadas, pois são quase intui- 0 0 0 0 0 0
tivas durante a resolução dos exercícios. Outras, um pouco
mais complexas, requerem justificativas específicas. Mais
uma vez, priorizando a aplicação prática do conceito, serão 7.2. Segunda propriedade: filas
utilizados exemplos; em alguns casos, sempre que neces-
sário, serão utilizadas matrizes de ordens 2 ou 3, genéricas, paralelas proporcionais
para justificar as propriedades. O objetivo é oferecer condi-
ções para que se obtenha 1 na posição a11, para que seja Se uma matriz quadrada M tiver duas linhas ou duas
possível aplicar a regra de Chió e resolver determinantes colunas proporcionais, seu determinante será nulo, ou
de qualquer ordem. As propriedades serão apresentadas seja, detM = 0.
numa ordem considerada conveniente.

7.1. Primeira propriedade: Considere A = .


fila de zeros
Portanto:
Se todos os elementos de uma linha ou coluna de det A = = kab – kab = 0
uma matriz quadrada M forem iguais a zero, seu de-
terminante será nulo, ou seja, detM = 0. Ou, por exemplo (observe que os elementos da segunda
coluna são o triplo dos elementos correspondentes na pri-
Essa propriedade é facilmente reconhecida nos exemplos, meira coluna):
uma vez que todas as parcelas, resultantes da aplicação de
qualquer regra de resolução de determinantes, contêm sem-
pre um elemento de cada linha e de cada coluna da matriz. = =0
Por esse motivo, se uma linha (ou coluna) for formada por

60
7.3. Terceira propriedade: troca de filas paralelas

Se as posições de duas linhas ou duas colunas de


uma matriz quadrada M forem trocadas entre si, o
determinante da nova matriz obtida será o oposto do
determinante da matriz anterior.

Exemplo

§ A = eB=

A matriz B foi obtida a partir de A, trocando a primeira e a segunda colunas.

7.4. Quarta propriedade: multiplicação


Nota de uma fila por uma constante
Ao aplicar a regra de Chió, sem que o elemento a11
seja 1, mas desde que haja um elemento igual a 1 em
Se todos os elementos de uma linha (ou de uma colu-
algum lugar da matriz, é possível obter uma matriz
na) de uma matriz quadrada forem multiplicados por
com determinante equivalente, desde que se empreg-
um mesmo número real k, seu determinante ficará
ue no máximo duas vezes a terceira propriedade, isto
é, desde que se troque a posição de linhas e colunas. multiplicado por k.

Exemplo Exemplos
3 2 0 –1
2 3 6 9 §  , pois = 189 + 140 = 329,
4 1 2 0
–2 2 3 –4 e = 27 + 20 = 47 e 7 · 47 = 329.

4 1 2 0
2 3 6 9
§ Se A = eB= ​ 1 ​ 
 , o detB = __
3 2 0 –1 2
–2 2 3 –4
det A ou det A = 2 detB, uma vez que a segunda coluna
de A é o dobro da segunda coluna de B.
1 4 2 0
3 2 6 9
2 3 0 –1
Nota
2 –2 3 4 Essa propriedade pode ser empregada para criar o el-

A princípio, a primeira linha é trocada com a terceira linha; emento “1” na matriz, que, em seguida, vai ocupar a
em seguida, a “nova” segunda coluna é trocada com a posição a11 para a aplicação da regra de Chió.
“nova” primeira coluna.

61
Assim, det 2B = 23 ⋅ det B.
Exemplo:
4 6 2 0 2 3 1 0 7.6. Quinta propriedade:
3 –3 5 2
=2·
3 –3 5 2
= determinante da transposta
–4 5 –3 3 –4 5 –3 3
6 7 –2 4 6 7 –2 4

O determinante de uma matriz quadrada M é


quarta propriedade
igual ao determinante de sua transposta, ou seja,
det M = det (Mt).
1 3 2 0
= (–1) · 2 · 5 –3 3 2
–3 5 –4 3 Mais uma vez, existe a possibilidade de reordenar, por
–2 7 6 4
conveniência, os elementos da matriz sem alterar o valor
do determinante.
terceira propriedade
Na ordem 2, essa propriedade é quase intuitiva. Observe:

= ad – bc
7.5. Consequência: multiplicação
da matriz por uma constante = ad – bc
Se uma matriz quadrada M de ordem n for multipli-
cada por um número real k, seu determinante ficará
Ou seja, se A =  , também At = e det A = det At.
multiplicado por kn:

det (kMn) = kn · det Mn Observe que o emprego da regra de Chió é exatamente o


mesma, seja considerando uma matriz ou sua transposta:
Multiplicar uma matriz por um número real significa multi-
plicar todos os seus elementos por esse mesmo número. Por
isso, se uma matriz quadrada tiver todos os seus elementos det A = =
múltiplos de um certo número real k, ao calcular seu deter-
minante será possível aplicar a quarta propriedade para cada
uma de suas linhas (ou para cada uma de suas colunas).
= –48 – 90 = –138

Exemplos
§ A = ä det A = 15 – 8 = 7
det A = =

5A = ä det (5A) = 375 – 200 = 175 = 52 · 7


= –48 – 90 = –138
Assim, det (5A) = 52 ⋅ det A.

§ B = ä det B = 15 + 0 + 10 + 6 – 50 + 0 = –19 7.7. Sexta propriedade:


determinante da matriz triangular
2B = ä
O determinante de uma matriz triangular é igual ao
produto dos elementos da diagonal principal.
det (2B) = 120 + 0 + 80 + 48 – 400 + 0 = –152 = 2 (–19) 3

62
Exemplos

Como consequência dessa propriedade, pode-se ainda afirmar que:


§ o determinante de uma matriz diagonal é igual ao produto dos elementos da diagonal principal; e
§ se In é a matriz identidade, det In = 1, para qualquer n.

Exemplos 7.9. Oitava propriedade:


teorema de Jacobi
§ = 2 (–1) 5 = –10
Seja A uma matriz quadrada. Se todos os elementos
de uma linha (ou coluna) forem multiplicados pelo
mesmo número e se forem somados os resultados aos
§ I3 = ä det I3 = =1 elementos correspondentes de outra linha (ou colu-
na), forma-se a matriz B; assim, det A = det B.

7.8. Sétima propriedade: Exemplos


teorema de Binet
§ A = ä det A = 9 – 20 = –11
Se A e B são duas matrizes quadradas de mesma or-

dem, e AB é a matriz produto, det (AB) = (det A) (det B). Ao multiplicar a primeira linha por –2 e ao somarem-se os
resultados à segunda linha, obtém-se:

B= ä det B = –1 – 10 = –11, ou seja, det A = det B.


Considere:
O que pode ser indicado assim:
A=

§ det A = ad – bc
§ A =
§ det B = xw – yz
§ det A · det B = (ad – bc) (xw – yz) = adxw – adyz – bcxw + bcyz Para obter a matriz B, multiplica-se a segunda coluna por 3
§ det (AB) = (ax + bz)(cy + dw) – (cx + dz)(ay + bw) = e somam-se os resultados à terceira coluna:
acxy + adxw + bcyz + bdzw – acxy – bcxw – adyz – bdzw
= adxw + bcyz – bcxw – adyz
B=
Ao comparar, é possível observar que det (AB) = det A · det B.

63
Ao aplicar a regra de Sarrus, verifica-se:
Aplicação do conteúdo
1. Encontre o valor do determinante.

O que pode ser indicado assim:

Resolução:
Notas
De acordo com o teorema de Jacobi (oitava propriedade), de-
1. Pode-se empregar o teorema de Jacobi (oitava pro-
ve-se multiplicar a segunda coluna por 1 e somar o resultado
priedade) a fim de se permitir o emprego da regra de
à primeira coluna. Em seguida, aplica-se a regra de Chió:
Chió. Por exemplo: se o elemento a11 não for 1 e não
houver nenhum elemento igual a 1 na matriz, pode-se
empregar a oitava propriedade (teorema de Jacobi)
para criar elementos iguais a 1 na matriz:
3 2 0 –1 1 –1 –6 –10
–1
2 3 6 9 2 3 6 9
= Ao trocar as posições da linha 1 com a linha 2 (terceira
4 5 2 0 4 5 2 0
–2 2 3 –4 –2 2 3 –4
propriedade), emprega-se novamente a regra de Chió:

2. Pode-se também criar zeros na matriz, empregando


a regra de Jacobi, facilitando com isso os cálculos:

1 –1 –6 –10 1 0 –6 –10 1 0 –6 –10


+
2 3 6 9 2 5 6 9 3 5 0 –1
= =
4 5 2 0 4 9 2 0 4 9 2 0
–2 2 3 –4 –2 0 3 –4 –2 0 3 –4

+ Chió Chió Chió


2. Resolva a equação .
5 18 29 5 18 29 5 18 29
9 26 40 9 26 40 9 26 40
0 –9 –24 0 –9 –24 0 –9 –24

Resolução:
7.10. Nona propriedade:
determinante da inversa Ao empregar a quarta propriedade, coloca-se x em evidên-
cia na primeira linha e aplica-se a regra de Chió:

Seja A uma matriz quadrada invertível e A-1 sua inversa.


x.
​  1   ​. 
Assim, det A–1 = ____
det A

Ao empregar novamente a quarta propriedade, coloca-se (3 – x)


Essa propriedade é uma consequência do teorema de Binet.
em evidência na primeira linha e aplica-se a regra de Chió:
Se A é invertível, por certo existe A–1, e, por definição,
A · A–1 = I.

Assim: det (A · A–1) = det I det A · det A–1 = 1


​  1   ​. 
ä det A–1 = ____ Portanto:
det A
x(3 – x) = 0 ä x = 0 ou x = 3
Essa propriedade sugere o importante fato de que A é in-
vertível se, e somente se, det A ≠ 0. Assim, S = {0, 3}.

64
8. Teorema de Laplace 8.2. Cofator
O teorema de Laplace permite calcular determinantes de or- Se A é uma matriz quadrada de ordem n $ 2, ela é deno-
dens quaisquer a partir de uma linha ou coluna da matriz. Para minada cofator do elemento aij de A o número real:
enunciá-lo, são necessárias algumas definições preliminares. Aij = (–1)i + j · Dij, do qual Dij é o menor complementar de A
pelo elemento aij.
8.1. Menor complementar
Se A é uma matriz quadrada de ordem n $ 2, ela é deno- Exemplo
minada menor complementar de A pelo elemento aij, cujo
determinante é Dij, associado à matriz quadrada que se ob- § Se A = , tem-se:
tém de A, ao se suprimir a linha e a coluna que contêm o ele-
mento aij­considerado. Esse determinante é indicado por Dij.
Observe: § Cofator de a21:

A21 = (–1)2 + 1 · D21 = (–1)3 · = (–1)(–2) = 2

§ Cofator de a13:

A13 = (–1)1 + 3 · D13 = (–1)4 · = (+1)(+ 1) = 1


O menor complementar de A pelo elemento a23 é um nú-
mero indicado assim:
Nota
Observe que Aij = Dij, se i + j for par; e Aij = –Dij, se
i + j for ímpar.
Assim, o teorema de Laplace pode ser enunciado da
seguinte maneira:
O determinante associado a uma matriz quadrada
A de ordem n $ 2 é o número obtido da soma dos
produtos dos elementos de uma linha (ou de uma co-
Nota luna) qualquer pelos respectivos cofatores.
A = (aij) é uma matriz.
aij é um elemento da matriz A.
Dij é um número, uma vez que é um determinante. Exemplo:
§ Se A = é uma matriz de ordem 3, pode-se
Exemplo
calcular det A a partir de determinantes de ordem 2 e do
§ Se A = , tem-se:
teorema de Laplace. Observe:
§ Ao escolher os elementos da primeira linha, obtém-se:
§ menor complementar de A pelo elemento a21:
det A = a11 ⋅ A11 + a12 ⋅ A12 + a13 ⋅ A13 =
D21= = 50 + 3 = 53 (foram suprimidas a segunda
= 2(–1)1 + 1 ⋅ + 3 (–1)1 + 2 · + (–1) (–1)1 + 3 · =
linha e a primeira coluna de A)
= 2 (–6) –3 (–15) –1 (18) = –12 + 45 – 18 = 15
§ menor complementar de A pelo elemento a33:

D33 = = 12 – 5 = 7 (foram suprimidas a terceira


Assim, det A = .
linha e a terceira coluna de A)

65
O resultado será o mesmo se escolhida uma coluna. Observe que não há necessidade de calcular A14, uma vez
que ele será multiplicado por zero. Portanto:
§ Ao escolher os elementos da terceira coluna, obtém-se:
det A = 2(17) + 3(–44) + (–1)(–111) + 0 =
det A = a13 · A13 + a23 · A23 + a33 · A33 =

= (–1) (–1)1 + 3 · + 0 (–1)2 + 3 · + (–3) (–1)3 + 3 · = = 34 – 132 + 111 + 0 = 13

= –18 + 33 = 15
Assim, det A = 15.
2. Calcule det A para A = .

Nota
Se a linha escolhida para o cálculo do determinante tiver
elementos iguais a zero, não será necessário multiplicar Resolução:
os cofatores pelos zeros, uma vez que o produto será nulo,
independentemente do valor do cofator. Por isso, ao em-
pregar o teorema de Laplace, as melhores linhas ou colu- Escolhendo a terceira coluna de A, pois o valor do determi-
nas para o cálculo do determinante serão as que tiverem nante fica restrito ao cálculo de a33 ⋅ A33:
maior quantidade de zeros. Se não houver termos iguais
a zero, eles podem ser criados mediante o emprego da oi-
tava propriedade dos determinantes (teorema de Jacobi). det A = 2 (–1)3 + 3 ·

Aplicação do conteúdo Escolhendo a primeira coluna:


1. Calcule o determinante da matriz A empregando o
teorema de Laplace.
det A = 2 · 3 (–1)1 + 1 . =

= 6 (–8 + 6 + 6 + 2 – 24 – 6) = 6(–24) = –144.

Resolução:

Ao aplicar o teorema de Laplace, serão obtidos determi-


nantes de terceira ordem, que podem ser calculados pela
regra de Sarrus. Ao escolher a primeira linha, obtém-se:

det A = a11 · A11 + a12 · A12 + a13 · A13 + a14 · A14

A11 = (–1)1 + 1 · 1(–24 + 3 + 30 – 18 + 30 – 4) = 17

A12 = (–1)1 + 2 ·

A13 = (–1)1 + 3 ·

66
DIAGRAMA DE IDEIAS

MATRIZ QUADRADA
DETERMINANTES maior que três
DE ORDEM...

Regra de Chió
um
Para aplicação des-
det A = a11 sa regra, é necessário
que o elemento a11
DEFINIÇÃO
dois seja igual a 1.

det A = a11 a12 A ideia é fazer com


= a11 · a22 – a12 · a21 que a ordem seja redu-
Número obtido por meio de a21 a22
operações e que está associado zida para que se torne
a uma matriz. três ⇒ Regra de Sarrus mais simples a determi-
nação do determinante.

Repetir as duas
primeiras colunas
det B = a11 a12 a13 a11 a12
Produtos da diagonal
Produtos da diagonal a21 a22 a23 a21 a22
secundária mudam principal mantêm o sinal
de sinal a31 a32 a33 a31 a32
(a13 · a21 · a32)
-(a13 · a22 · a31) -(a12 · a21 · a33) (a12 · a23 · a31)
-(a11 · a23 · a32) (a11 · a22 · a33)

O determinante será a
quatro soma desses valores

Subtrair cada elemento restante da linha que deve


ser suprimida do produto dos dois elementos perten-
passo a passo centes à linha e à coluna desse elemento.
1.º elemento = 1
1 2 0 –1 1 6 10
3–2·1 6–0·1 9 – (–1) · 1
1 3 6 9
= 1–2·4 2–0·4 0 – (–1) · 4 = –7 2 4
4 1 2 0
–2 2 3 –4 2 – (–(2) · 2 3 – 0(–2) 4 – (–1)(–2) 6 3 –6

Pronto!
Agora é só resolver o determinante
das formas anteriores.

67
DETERMINANTES PROPRIEDADES

Se uma linha ou coluna de uma matriz


quadrada tiver todos os elementos iguais TEOREMA DE
a 0, seu determinante será nulo. LAPLACE
det A = 0
Permite calcular determinantes de
Se uma matriz quadrada tiver duas linhas qualquer ordem a partir de uma linha ou
ou colunas proporcionais, seu determi- coluna da matriz.
nante será nulo.
det A = 0 Menor complementar

Se houver a troca de posição entre duas A= a11 a12 a13 ... a1n
linhas ou duas colunas, o a21 a22 a23 ... a2n
determinante da nova matriz será o oposto a31 a32 a33 ... a3n
da matriz anterior.
...

...

...
...
an1 an2 an3 ... ann
Se uma matriz quadrada for multiplicada por
O menor complementar de A pelo a23
um número k real, seu determinante ficará
(pode ser qualquer elemento) é um
multiplicado por k também.
número indicado assim:
D23 = a11 a12 a13 ... a1n
Determinante da matriz transposta. a31 a32 a33 ... a3n
det A = det (At)
...

...
...
...

an1 an2 an3 ... ann

O determinante de uma matriz triangular A = (aij­) é uma matriz;


é igual ao produto dos elementos da Aij é um elemento da matriz A;
diagonal principal. Dij é um número determinante.

Cofator
Se A e B são matrizes quadradas de mes-
ma ordem,e AB é a matriz produto, Aij = (–1)i + j · Dij
det (AB) = det A · det B (teorema de Binet).
Aij → cofator de elemento aij

Se todos os elementos de uma linha ou Dij → menor complementar de A pelo


coluna de uma matriz quadrada forem elemento aij
multiplicados pelo mesmo número e se
forem somados os resultados aos elemen-
tos correspondentes de outra linha ou Determinante da matriz inversa.
coluna, torna-se uma nova matriz; assim: 1    ​
det A-1 = ​ ____
det A = det B det A

68
AULAS Sistemas lineares
51 e 52
Competência: 6 Habilidades: 21, 24, 25 e 26

1. Introdução Esses dois problemas revelam que seus dados podem re-
sultar em mais de uma solução e uma única solução.
Examinemos os seguintes problemas: Entretanto, existem casos em que não há solução alguma.
1. Em uma partida de basquete, dois jogadores marca-

2. Equações lineares
ram juntos 42 pontos. Quantos pontos marcou cada um?

Se x e y, respectivamente, são o número de pontos que cada


jogador marcou, há uma equação com duas incógnitas: § 3x + 2y = 7 é uma equação linear nas incógnitas x e y.

x + y = 42 § 2x + 3y – 2z = 10 é uma equação linear nas incógnitas


Nessa equação: x, y e z.
§ x – 5y + z – 4t = 0 é uma equação linear nas incógni-
§ Se x = 21, 21 + y = 42 ä y = 21.
tas x, y, z e t.
Assim, x = 21 e y = 21 constituem uma solução da equa-
§ 4x – 3y = x + y + 1 é uma equação linear nas incóg-
ção, indicada por (21, 21).
nitas x e y.
§ Se x = 30 e 30 + y = 42 ä y =12.
Assim, x = 30 e y = 12 constituem outra solução da equa- De modo geral, é denominada equação linear toda
ção, indicada por (30, 12). equação que pode ser escrita da seguinte maneira:
§ Se x = 16, 16 + y = 42 ä y = 26. a1x1 + a2x2 + a3x3 +...+anxn = b,

Assim, x = 16 e y = 26 constituem outra solução da equa- Em que:


ção, indicada por (16, 26).
§ x1, x2, x3, ..., xn são as incógnitas;
De fato, essa equação admite diversas soluções: x pode
§ a1, a2, a3, ..., são números reais denominados coe-
assumir um valor qualquer natural de 0 a 42, e y será igual
ficientes das incógnitas; e
à diferença entre 42 e o valor atribuído a x.
Portanto, os dados do problema não são suficientes para § b é o termo independente.
determinar o número de pontos marcados por jogador.
2. Um terreno de 8,0 mil m2 deve ser dividido em dois Pela definição, não são equações lineares:
lotes. O lote maior deverá ter 1,0 mil m2 a mais que o lote xy = 10
menor. Calcule a área que cada um deverá ter.
x2 + y = 8
Se x e y, respectivamente, são as áreas destinadas ao lote
maior e menor, tem-se um sistema de duas equações: x2 – xy – yz + 22 – 1

Observe as seguintes equações lineares:


1. 3x + 2y = 18
Ao resolver esse sistema por qualquer dos métodos já es-
§ o par (4, 3) é uma solução da equação, uma vez que
tudados, obtém-se x = 4.500 e y = 3.500, que é a única
solução do sistema e que é indicada por (4.500, 3.500). 3 · 4 + 2 · 3 = 18;

Assim, o maior lote terá uma área de 4.500 m2, e o menor, § o par (6, 0) é uma solução da equação, uma vez que
uma área de 3.500 m2. 3 · 6 + 2 · 0 = 18; e

69
§ o par (5, 1) não é uma solução da equação, uma vez
que 3 · 5 + 2 · 1 ≠ 18. 4. Solução de um
2. 3x + y – 2z = 8 sistema linear
§ o terno (2, 4 ,1) é uma solução da equação, uma vez Afirma-se que (a1, a2, a3,..., an) é solução de um sistema
que 3 · 2 + 4 – 2 · 1 = 8; linear, se (a1, a2, a3, ..., an) for solução de cada uma das
equações do sistema, isto é, se satisfizer, simultaneamente,
§ o terno (0, 6, –1) é uma solução da equação, uma vez todas as equações do sistema.
que 3 · 0 + 6 – 2 · (–1) = 8; e
Observe:
§ o terno (5, –2, 3), não é uma solução da equação, uma
1. (5, 1) é solução do sistema , uma vez que
vez que 3 · 5 + (–2) –2 · 3 i 8.
.
Generalizando, dada a equação linear:
a1x1 + a2x2 + a3x3 +...+anxn = b, 2. (2, 3) não é solução do sistema , uma vez
que .
a ênupla de números reais (a1, a2, a3,..., an) é solução da
equação se, e somente se:
3. (1, 3, –2), é solução do sistema .
a1a1 + a2a2 + a3a3 +...+anan = b

3. Sistemas de 4. (0, 2, 5) não é solução do sistema .

equações lineares
Denomina-se sistema linear m · n o conjunto S de m 5. A igualdade ax = b, com
equações lineares em n incógnitas, que pode ser repre- incógnita real x, a [ R e b [ R
sentado assim:
Observe igualdades desse tipo nos exemplos:
​ 6 ​  = 3, como o único valor real possível
Em 2x = 6, x = __
2
para x.
Em 0x = 7, não há valor real para x, uma vez que não há
número real que, multiplicado por 0, resulte 7.
Em 0x = 0, x pode assumir qualquer valor real, uma vez
que todo número real multiplicado por 0 dá 0.
Exemplos De modo geral:
1.   é um sistema linear 2 × 2 nas incógnitas. § ax = b, com a i 0 ä x = __a​ b ​,  é o valor único de x,

xey § ax = b, com a = 0 e b i 0 ä não existe valor real para x,


§ ax = b, com a = 0 e b = 0 ä x pode assumir qualquer
2.   é um sistema linear 2 × 2 nas in- valor real.
Sua aplicação vai ser estudada nas resoluções de sistemas
cógnitas x e y, uma vez que equivale a
lineares.

3.   é um sistema linear 3 × 3 nas incóg-


6. Sistemas lineares 2 x 2
nitas x, y e z. 6.1. Resolução pelo
4.   um sistema linear 2 × 3 nas incógnitas
método da adição
Resolver um sistema linear significa descobrir seu conjunto
x, y, e z. solução S, formado por todas as soluções do sistema.

70
A resolução dos sistemas lineares 2 × 2, em R × R, já
foi vista no Ensino Fundamental mediante métodos como 7. Interação geométrica dos
adição, substituição, comparação e outros.
sistemas lineares 2 x 2
R x R é conjunto de todos os pares ordenados de Os pares de números reais que são soluções de uma equa-
números reais. ção linear com duas incógnitas determinam uma reta (grá-
fico). A intersecção das duas retas das equações do sistema
determina uma solução, se ela existir.
Com os exemplos a seguir, será retomada a resolução pelo
método da adição: Representação gráfica dos três sistemas resolvidos por adição:

1.
1.

​ 51 ​ = 3 (valor único de x)


17x = 51 ä x = ___
17

2 x + 5y = 1

​ –17 ​  = –1 (valor único de y)


17 y – 17 ⇒ y = ____
17
Assim, (3, –1) é o único par de R × R que é solução do
sistema.
O sistema tem S = {(3, –1)} é um sistema possível e de-
terminado (tem uma única solução, ou seja, o conjunto
solução é unitário).
As retas concorrentes indicam que há um único par que
2. é solução do sistema (sistema possível e determinado).

2.
Se em 0y = –8, não há valor real para y; não há, portanto,
par de números reais que seja solução do sistema. O siste-
ma tem S = Ö é um sistema impossível (não tem solução
alguma, ou seja, o conjunto solução é vazio).
2x - 4y = 2
3.

x - 2y = 5
Se 0y = 0, a incógnita y pode assumir qualquer valor real.
Se y = a, com a, [ R, e se for substituída em uma das
equações do sistema, obtém-se: As retas paralelas e distintas indicam que não há par que
seja solução do sistema (sistema impossível).
2x – 6y = 8 ä 2x – 6a = 8 ä 2x = 8 + 6a ä
8 + 6a
ä x = ​ ______
 ​ 
 = 4 + 3a 3.
2
O par (4 + 3a, a), com a [ R, é a solução geral do siste-
ma. Para cada valor de a, há uma solução para o sistema,
como (7, 1), (4, 0), (1, –1), conforme a seja respectivamen-
te 1, 0 ou –1.
O sistema tem S = {(4 + 3a, a) | a [ R} e é um sistema
possível e indeterminado (tem infinitas soluções, ou seja, o
conjunto solução é infinito).

71
As retas coincidentes indicam que há infinitos pares que são
soluções do sistema (sistema possível e indeterminado).
( __​ 31 ​ i ___
​ –2 ​ ou 3(–4)
–4
  i 1(–2) )

2.

8. Classificação de um Nesse sistema, os coeficientes das mesmas incógnitas nas

sistema linear 2 x 2
duas equações são proporcionais. Contudo, essa propor-
cionalidade não se mantém nos termos independentes: 2
Os sistemas podem ser classificados de acordo com sua está para 3, assim como –6 está para –9, mas não como 5
solução da seguinte maneira: está para 1. Assim, o sistema é impossível:

( __​ 23 ​ = ___
–9 1 )
​ –6 ​ i __
​ 5 ​  

3.

Nesse caso, há proporcionalidade entre os coeficientes das


mesmas incógnitas, e essa proporcionalidade mantém-se
nos termos independentes: –6 está para 3, assim como –2
está para 1, assim como 4 está para –2 (ou, ainda, a se-
gunda equação é o oposto do dobro da primeira). Assim, o
sistema é possível e indeterminado:

Classificar um sistema linear 2 × 2 é simples. Basta obser- ( ​ ___


–6 –2 4 )
3  ​ = ___
​  1  ​ = ___
​ –2 ​  

var suas equações. Veja algumas condições para isso.


§ Caso exista proporcionalidade entre os coeficientes das 9. Discussão de um
sistema linear 2 x 2
mesmas incógnitas e essa proporcionalidade se mante-
nha nos termos independentes, o sistema será possível
e indeterminado (SPI). Equações assim são denomina-
das equivalentes. Nota
§ Caso exista proporcionalidade entre os coeficientes das O sistema linear pode ser escrito na
mesmas incógnitas e essa proporcionalidade não se man-
tenha nos termos independentes, o sistema será impossí-
vel (SI). Equações assim são denominadas incompatíveis. forma matricial .
§ Caso não exista proporcionalidade entre os coeficien-
tes das mesmas incógnitas, o sistema será possível e A partir dessa forma matricial, pode-se aplicar o de-
determinado (SPD). terminante da matriz dos coeficientes para saber se o
sistema é determinado ou não.
Resumindo:

No sistema , a matriz dos coeficien-

tes é  , cujo determinante é D = a1b2 – a2b1.


a1 b1
É fácil observar que, se a__
​   ​ i __
​   ​,  D = a1b2 – a2b1 i 0.
2 b2
Por isso, basta o sistema determinante da matriz dos co-
8.1. Exemplos de classificação eficientes não ser nulo para o sistema ser determinado.
de sistemas No entanto, se o determinante for nulo, não se pode
fazer afirmação alguma, uma vez que restarão duas
1. possibilidades, SPI e SI. É possível saber que o sistema
Os coeficientes das mesmas incógnitas nas duas equações não é determinado, mas não é possível classificá-lo
não são proporcionais: 3 é o triplo de 1 e –2 é metade de sem examinar os valores k1 e k2.
–4. Portanto, o sistema é possível e determinado:

72
Nessas condições, com k = 2, o sistema terá conjunto solu-
Observe o sistema ção vazio, uma vez que as duas equações são incompatíveis.
Nesse sistema de incógnitas x e y, o coeficiente a e o ter- Portanto:
mo independente b são chamados parâmetros, cujos valo- para k i 2, o sistema é possível e determinado
res não estão estabelecidos.
Discutir um sistema significa descobrir para que valores dos para k = 2, o sistema é impossível
parâmetros ele é possível e determinado, possível e inde-
terminado ou impossível. 2. Para que valores de a e b, o sistema é
Para saber em que condições o sistema é SPD, pode-se cal- possível e indeterminado?
cular o determinante da matriz dos coeficientes do sistema.
Resolução:
No sistema dado, tem-se:
Para que o sistema seja possível e indeterminado, deve ha-
ver inicialmente:
Se a i 6, D i 0, com a garantia de que o sistema é pos-
sível e determinado, independentemente do valor de b.
Se a = 6, D = 0, sem que seja possível classificar o sistema se Entretanto, apenas D = 0 não garante que o sistema seja
as duas equações não forem observadas. Substituindo a = 6 possível e indeterminado; ele também poderia ser impossí-
no sistema, tem-se: vel (que não é o caso desejado).
Deve-se substituir a = 2 no sistema e observar as equações:

Nesse caso, haverá proporcionalidade entre os coeficientes das


mesmas incógnitas. Para que ela se mantenha nos termos inde-
pendentes, é necessário que haja b = 2. Nessas condições, as Para que as duas equações sejam equivalentes, é preciso
equações serão equivalentes e o sistema será indeterminado. Se que b = 1 (desse modo, a primeira equação passa a valer
b i 2, as equações serão incompatíveis e o sistema será possível. o dobro da segunda).

§ para a i 6, o sistema é possível e determinado (SPD) Assim, o sistema é possível e indeterminado para a = 2 e
(para qualquer b [ R); b = 1.

§ para a = 6 e b = 2, o sistema é possível e indetermi-


nado (SPI); e 3. Determine os valores de a para que o sistema linear

§ para a = 6 e b i 2, o sistema é impossível (SI).


seja possível e determinado.

Aplicação do conteúdo Resolução:


1. Discuta o sistema linear .
Para que o sistema seja possível e determinado, deve haver:
Resolução:
Cálculo do determinante dos coeficientes das incógnitas
em função de k: Assim, o sistema será possível e determinado sempre que
a i 3 e a i – 3.

§ D i 0, ou seja, 2 – k i 0 ä k i 2: o sistema é pos- 10. Sistemas lineares 3 x 3


sível e determinado.
Considere o sistema de três equações com três incógnitas:
§ D = 0, ou seja, 2 – k = 0 ä k = 2: k = 2 deve ser subs-
tituído no sistema e as equações, observadas:

73
Analisando geometricamente, cada uma das equações de- 2. Segunda possibilidade: dois planos coincidem e o ter-
fine os planos p1, p2 e p3, respectivamente. O termo (x, y, ceiro é paralelo a eles
z) é solução desse sistema, se o ponto P(x, y, z) pertencer à
Nesse caso, o sistema é impossível, não tem solução (SI).
intersecção p1 > p2 > p3, isto é, se P estiver simultanea-
mente nos três planos. Prova de que isso ocorre: L2 é múltiplo de L1, ou seja, L2 = kL1,
o que resulta L3 = kl1, mas L3 não é múltiplo de L1 apesar de
Associadas a esse sistema, há duas matrizes: a incompleta
l3 = ml1.
(I) e a completa (II).

Exemplo:
Os vetores linha da matriz incompleta são l1 = (a1, b1, c1),
l2 = (a2, b2, c2) e l3 = (a3, b3, c3), e os vetores linha da matriz
completa são L1 = (a1, b1, c1, d1), L2 (a2, b2, c2, d2) e L3 = (a3,
b3, c3, d3). Todos não nulos.

Nesse caso, L2 = 2L1; l3 = 4l1; mas L3 não é múltiplo de L1.


10.1. Possibilidades para as posições Assim, o sistema não tem solução e é impossível.
relativas dos três planos no espaço 3. Terceira possibilidade: dois planos coincidem e o ter-
ceiro intersecta-os segundo uma reta
Existem oito possibilidades para as posições relativas dos
três planos, p1, p2 e p3, no espaço. Nesse caso, todos os pontos P(x, y, z) da reta são soluções.
Há, portanto, infinitas soluções. O sistema é possível e in-
1. Primeira possibilidade: os três planos coincidem
determinado (SPI). Prova de que isso ocorre: L2 = kL1
Nesse caso, todos os pontos P(x, y, z) de p1 são soluções (portanto, l2 = kl1); mas l3 não é múltiplo de l1.
do sistema. Há, portanto, infinitas soluções para o sistema:

O sistema é possível e indeterminado (SPI).


Prova de que isso ocorre: L1, L2 e L3 são múltiplos uns dos Exemplo:
outros.
Por exemplo:

p1 = p2, mas l3 = (4, 4, –1) não é múltiplo de l1 = (1,1, –1).


Por isso, p3 > p1 é a reta r. Essa reta é formada pelos
Nesse caso, L2 = 2L1, L3 = 4L1 e L3 = 2L2. pontos P(x, y, z), cujas coordenadas são as soluções
do sistema:
Da primeira equação x + y – z = 1, resulta que z = x
+ y – 1. Com isso, as soluções do sistema são todos
os pontos da forma (x, y, x + y – 1), da qual x e y
são números reais arbitrários.
Por exemplo, são soluções (1, 1, 1); (1, 2, 2); (2, 5,6); etc. Se z = 0, y = 1 – x.

74
Portanto, as soluções do sistema são todos os pontos da Exemplo:
forma (x, 1 – x, 0) para qualquer valor real de x. Por exem-
plo: são soluções (1, 0, 0); (2, –1, 0); (6, –5, 0) etc.
4. Quarta possibilidade: os planos são paralelos dois a dois

Nesse caso, o sistema não possui solução; é impossível (SI).


Prova de que isso ocorre: cada um dos vetores, l1, l2 e l3
Observe: l2 = 2l1, mas L2 não é múltiplo de L1; e l3 não
é múltiplo do outro, mas os vetores L1­, L2 e L3 não são
é múltiplo de l1.
múltiplos um do outro, dois a dois.
Assim, o sistema é impossível.
6. Sexta possibilidade: os três planos são distintos e
têm uma reta em comum

Nesse caso, todos os pontos P(x, y, z) da reta r são solu-


ções; portanto, há infinitas soluções.
O sistema é possível e indeterminado (SPI). Prova de que
isso ocorre: nenhum dos vetores l1, l2 e l3 é múltiplo do
outro e L3 pode ser escrito, L3 = kL2 + mL1.

Exemplo:
Nesse exemplo há: l1, l2 e l3 múltiplos um do outro, mas
L1, L2 e L3 não múltiplos um do outro, dois a dois.
Esse sistema não tem solução, é impossível.
5. Quinta possibilidade: dois planos são paralelos e o
outro os intersecta segundo retas paralelas r [ s

p1 e p2 são paralelos; logo, p1 > p2 = Ö. Resultado: p1


> p2 > p3 = Ö. Portanto, o sistema não tem solução; é
impossível (SI). p1 > p2 > p3 = r

Exemplo:

Observe: nenhum dos vetores l1, l2 e l3 é múltiplo do


outro, bem como L3 = 2L1 + L2:

2L1 é 2x + 2y + 2z = 2
L2 é 2x – y + z = 5
4x + y + 3z = 7 é L3

Prova de que isso ocorre: l2 = kl1, mas L2 não é múltiplo Assim, o sistema é indeterminado.
de L1, uma vez que p1 // p2; além disso, l3 não é múltiplo p1 > p2 > p3 = r. Essa reta é formada pelos pontos P(x,
de l1, uma vez que p3 // p1. y, z), cujas coordenadas são as soluções dos sistemas:

75
Portanto, as soluções do sistema são todos os pontos da
(  –4 + x  
forma ​ x, ​ ______
2
 ​, _____
2 )
​ 6 – ​ 
3x  
​para qualquer valor real de x. São
soluções do sistema: (0, –2,3), (2, –1,0), (–2, –3,6), etc.
7. Sétima possibilidade: os três planos intersectam-se
dois a dois, segundo retas paralelas umas às outras

Nesse caso, o sistema é impossível (SI). Para saber se os vetores (1, 2, –3), (2, 3, 4) e (4, 7, –1) são

Os vetores l1, l2 e l3 não são múltiplos um do outro, uma


LI, deve-se verificar se o determinante é dife-
vez que não há paralelismo nem coincidência entre ne-
nhum dos planos. Além disso, é possível provar que l3 = rente de zero.
kl1 + ml2 e que L3 i kL1 + mL2.
Uma vez que i 0, os vetores são LI. Portanto,

esse sistema é possível e determinado (SPD).

Os próximos itens demonstrarão como determinar a solu-


ção de um sistema como esse.

11. Escalonamento de
Exemplo sistemas lineares
O método do escalonamento é utilizado para classificar,
resolver e discutir sistemas lineares de quaisquer ordens.
A princípio, é necessário saber o que é um sistema linear
escalonado.
Observe: os vetores l1, l2 e l3 não são múltiplos um do
outro, bem como l3 = 2l2 – l1, mas L3 i 2L2 – L1. Considerando um sistema genérico m × n, afirma-se que
ele está escalonado se a matriz dos coeficientes tem em
Vejamos: L3 = (9, 3, 5, 5); 2L­2 = (10, 4, 2, 4); – L1 = (–1, –1,
cada uma de suas linhas o primeiro elemento não nulo
3, 1); logo, 2L2 – L1 = (9, 3, 5, 3) e L3 = (9, 3, 5, 5). Portanto,
situado à esquerda do primeiro elemento não nulo da li-
L3 i 2L2 – L1.
nha seguinte. Além disso, linhas com todos os elementos
Assim, esse sistema é impossível. nulos devem estar abaixo de todas as outras. Ao observar
as equações do sistema escalonado, percebe-se que, na li-
8. Oitava possibilidade: os três planos têm um único
ponto em comum nha considerada, a primeira incógnita com coeficiente não
nulo está sempre à esquerda da primeira incógnita com
Nesse caso, o sistema é possível e determinado (SPD). coeficiente não nulo da linha seguinte.
É possível provar que o sistema tem uma única solução São exemplos de sistemas escalonados:
se, e somente se, os vetores l1, l2 e l3 forem linearmente
independentes (LI).
§
Exemplo:

76
Se um sistema escalonado tiver mais incógnitas que equa-
ções e pelo menos um coeficiente não nulo em cada equa-
§ ção, ele será possível e indeterminado, uma vez que as
equações que faltam podem ser consideradas todas 0 = 0.
A incógnita que não aparece no começo das equações é
denominada incógnita livre.
12. Classificação e resolução de Nesse exemplo, z é a incógnita livre: z = k, com k [ R,
para descobrir a solução geral do sistema.
sistemas lineares escalonados
Da segunda equação, obtém-se 3y – 6k = 0 ä y = 2k.
Para classificar um sistema escalonado, basta observar a últi-
ma linha com bastante atenção, uma vez que a última linha Aplicando z = k e y = 2k, obtém-se x + 2k + k = 0 ä
num sistema de n incógnitas é a n-ésima linha; se não existir, x = –3k.
deve ser considerada totalmente nula (0x + 0y + 0z + ... = 0, Portanto, o sistema é possível e indeterminado e sua solu-
equivale a 0 = 0), como mostrado nos segundo e terceiro ção geral é (– 3k, 2k, k); k [ R.
exemplos anteriores.
Na última, é possível que haja: 4.

§ uma equação do primeiro grau com uma incógnita Nesse caso, o sistema é possível e indeterminado (escalo-
(2z = 4; 5w = 0; z = –1, ...): o sistema é SPD; nado, com duas equações e quatro incógnitas), e são duas
§ uma igualdade sem incógnita que é verdadeira (0 = 0; as incógnitas livres (y e t).
2 = 2; 5 = 5; ...): o sistema é SPI; e Deve-se fazer y = a e t = b, com a [ R e b [ R.
§ uma igualdade sem incógnita que é falsa (0 = 9; 0 = 2; Ao substituir nas equações:
0 = –4; ...): o sistema é SI. 1 – 3b
2z + 3b = 1 ä 2z = 1 – 3b ä z = ______ ​   ​  

2
Exemplo:
1 – 3b
2x – a + ______
​   ​   – b = 2 ä 4x = 2a – 1 + 3b + 2b + 4 ä
2
1. 2a + 5b + 3
ä 4x = 2a + 5b + 3 ä x = __________ ​   ​  

4

Sistema 3 x 3 já escalonado (número de equações = nú-


mero de incógnitas)
(  ​ 
2a + 5b + 3 ______
Solução geral: ​__________
4
 ​,   
1 – 3b
a, ​   ​,  
2
b  ​ )
Da terceira equação resulta z = 2.
13. Determinante da
Da segunda equação, z = 2, obtém-se 4y – 2 × 2 = 0.
Logo, y = 1. matriz incompleta
Na primeira equação, 3x – 2(1) + 2 = –6 e daí x = –2. Da mesma forma que ocorre com o sistema 2 × 2, é pos-
sível usar um determinante para separar sistemas SPD dos
Conclusão: o sistema é possível e determinado, com demais (SPI e SI).
S = {(–2, 1, 2)}. Isso serve para sistemas 3 × 3 e mesmo para sistemas n x
n quaisquer. Num sistema 3 x 3 genérico, tem-se

2.
 ,

Sistema 4 × 4 já escalonado.
A quarta equação permite dizer que o sistema é impossível, e o determinante da matriz incompleta seria .
logo, S = Ö. (matriz dos coeficientes)

3. Se D i 0, o sistema (3 × 3 ou n x n) é SPD.

Sistema 2 × 3 já escalonado. (número de equações < nú- Se D = 0, o sistema (3 × 3 ou n x n) não é SPD (portanto,
mero de variáveis) ou SPI ou SI).

77
É possível entender por que o determinante dos coeficien-
tes de um sistema n × n não é nulo se o sistema for deter-
14.1. Processo para escalonamento
minado; basta lembrar que o determinante de uma matriz de um sistema linear
com uma fila de zeros é sempre nulo (propriedade).
Caso o sistema linear não esteja escalonado, será possível
Observe que um sistema escalonado só não tem os coefi- obter, mediante algumas operações elementares, um siste-
cientes da última linha nulos se ele for determinado. ma equivalente a ele e que esteja escalonado. Para transfor-
mar um sistema não escalonado num sistema equivalente
escalonado, pode-se recorrer a alguns procedimentos.
Nota § Trocar a posição das equações:

Conhecida a classificação do sistema, será sempre


possível saber como será o determinante D:

SPD ∫ D i 0  SPI ∫ D = 0   SI ∫ D = 0 § Multiplicar todos os termos de uma equação pelo mes-
mo número real diferente de zero:
x2
3x – y + z = 5 ä 6x – 2y + 2z = 10
14. Sistemas lineares § Multiplicar os dois membros de uma equação por um
equivalentes mesmo número real diferente de zero e somar o resul-
Dois sistemas lineares serão equivalentes se tiverem o mes- tado aos membros correspondentes da outra equação:
mo conjunto solução.

Por exemplo, os sistemas e são

equivalentes, uma vez que, resolvidos, ambos apresentam § Se, no processo de escalonamento, resultar uma equação
S = {(6, 4)}. com todos os coeficientes nulos e o termo independen-
te diferente de zero, essa equação será suficiente para
Aplicação do conteúdo afirmar que o sistema é impossível, ou seja, tem S = Ö.
1. Calcule a e b para que os sistemas e 0x + 0y + 0z = 7 ä S = Ö
sejam equivalentes. Exemplos de sistemas que são escalonados e, posterior-
mente, classificados e resolvidos.
Resolução:
1.
Resolvendo o sistema .

Para anular os coeficientes de x na segunda e na terceira


equação:
§ multiplica-se a primeira por –2 e soma-se com a se-
gunda; e
Para que os sistemas sejam equivalentes, S = {(7, –2)}, § multiplica-se a primeira por 3 e soma-se com a terceira.
também deve ser equivalente o conjunto solução do outro
Em seguida, trocam-se as posições das duas últimas equa-
sistema dado:
ções para que o coeficiente de y seja 1 na segunda equação:
ax + y = 12 ä a(7) + (–2) = 12 ä 7a – 2 = 12 ä
7a = 14 ä a = 2
2x – by = 20 ä 2(7) –b(–2) = 20 ä 14 + 2b = 20
ä 2b = 6 ä b = 3
O sistema obtido está escalonado e é equivalente ao siste-
Assim, a = 2 e b = 3. ma dado. Para resolvê-lo:

78
​ –32 ​ = 2
§ z = ____ Portanto, S = Ö.
–16
§ y + 5 · 2 = 13 ä y = 3 6.

§ x + 2 · 3 + 2 = 7 ä x = −1
Sistema possível e determinado, cujo S = {(–1, 3, 2)}.
2. A incógnita y é livre.
Para y = a, com a [ R, tem-se: x – 3a = 2 e daí x = 2 + 3a.
Assim, o sistema é possível e indeterminado, com solução
geral (2 + 3a, a).
Sistema possível e indeterminado (escalonado é 2 × 3); do
qual z é uma incógnita livre, ou seja, o valor de z pode ser
qualquer número real: 15. Discussão de um
z = a ä –7y + 4a = –8 ä –7y = –8 – 4a ä
sistema linear
8 + 4a
ä y = ​ ______
 ​ 
  Caso seja conveniente, o processo de escalonamento
7
também pode ser empregado na discussão de siste-
8 + 4a
x + 2 · ​ ______
 ​   – a = 3 ä 7x + 16 + 8a – 7a = 21 mas lineares.
7 a 
5 –  ​
ä 7x = 5 – a ä x = ​ _____  
7
Exemplo
( 
Solução geral: ​_____
7
a  ______
​ 5 – ​,
7 )
​ 8 +  ​,
4a  a .​
Analisando o sistema empregando escalonamento.
3.

Sistema sem solução, portanto, S = Ö.


4.

Se 6b – 5 = 0, b = __ ​ 5 ​ , a terceira equação é eliminada


6
(0y = 0), e o sistema fica escalonado com duas equa-
ções e duas incógnitas: SPD com S = {(5, –5)}.
Esse sistema tem o número de equações maior que o nú- Se 6b – 5 i 0, b i __​  5 ​,  a terceira equação fica impossível
mero de variáveis (3 × 2). 6
(0y = 6b – 5 i 0), e o sistema será impossível (SI).
Observe com atenção cada passagem.
As duas primeiras equações obtidas formam um sistema Para discutir um sistema qualquer, n × n, é conveniente uti-
lizar o cálculo do determinante da matriz dos coeficientes
​ –11 ​  = 1 e
escalonado que, resolvido, corresponde ay = ____ aliado ao escalonamento.
–11
x = 2 – 3 × 1 = –1.
Em primeiro lugar, calcula-se o determinante, de modo que
O valor y = 1 satisfaz também a terceira equação (7y = 7). seu valor não seja nulo, obtendo com isso as condições dos
Assim, o sistema dado é possível e determinado e tem parâmetros para que o sistema seja SPD.
S = {(–1, 1)}.
Em seguida, com o mesmo determinante, impõe-se que
seu valor seja nulo para que sejam substituídos no sistema
5. os valores obtidos a partir dessa condição (se houver mais
de um valor para o mesmo parâmetro, haverá mais de um
sistema a ser considerado).
De 2y = –6, obtém-se y = –3, e de 3y = –24, obtém-se Em seguida, escalona(m)-se o(s) sistema(s) obtido(s) até a
y = –8.
última linha e, a partir dela, conclui-se a discussão do siste-
Assim, o sistema é impossível, pois não há, simultanea- ma de acordo com as classificações possíveis dos sistemas
mente, y = –3 e y = –8. lineares escalonados.

79
Aplicação do conteúdo 16. Resolução de sistemas
1. Discuta o sistema pela regra de Cramer
Uma das regras mais tradicionais na resolução de sistemas
Resolução: de equações lineares é a regra de Cramer, que apresenta
vantagens e desvantagens sobre outros métodos. A melhor
vantagem é que ela fornece os valores das incógnitas dire-
tamente como quociente de dois determinantes. Por outro
Se D i 0 ä a – 2 i 0 ä a i 2, será obtido SPD. lado, em comparação com o método do escalonamento,
ela apresenta duas desvantagens. A primeira delas é que a
Para D = 0 ä a = 2, é preciso escalonar ou, uma vez que regra de Cramer aplica-se tão somente se o determinante
esse sistema é 2 × 2, é preciso observar as duas equações. da matriz do sistema for diferente de zero; a segunda des-
Substituída a = 2, obtém-se . vantagem é que se trata de uma regra mais trabalhosa,
uma vez que pressupõe o cálculo de quatro determinantes
Os coeficientes da primeira equação são o dobro dos coefi- em vez do escalonamento de um único sistema 3 × 3.
cientes da segunda equação. Por isso, para que haja equações
Considere o sistema de três equações lineares com três
​ 1 ​;  para que sejam incompatíveis, b i __
equivalentes, b = __ ​ 1 ​.  incógnitas:
2 2
Portanto:
§ a i 2 ∫ SPD
​ 1 ​ ∫ SPI
§ a = 2 e b = __
2
​ 1 ​ ∫ SI
§ a = 2 e b i __ § A princípio, calcula-se D, o determinante da matriz dos
2
coeficientes do sistema (matriz incompleta):
2. Discuta o sistema em função dos

parâmetros a e b.

Resolução: Se D i 0, é possível prosseguir, uma vez que o sistema é


possível e determinado (SPD).
Se D = 0, não se aplica a regra de Cramer.
§ Em seguida, para cada incógnita a ser determinada,
calcula-se um novo determinante, que é o da matriz
Para D i 0 ä a i 2 (SPD). obtida, substituindo-se, na matriz dos coeficientes, a
Com a = 2, obtém-se D = 0. coluna dos coeficientes da incógnita a ser determinada
pela coluna dos termos independentes:

∫escalonando∫
Dx (para determinar x) =

Na última linha, vai haver uma igualdade verdadeira, se


b + 1 = 0; portanto, b = –1 (SPI).
Dy (para determinar y) =
A igualdade será falsa para b + 1 i 0 ou b i –1 (SI).
Portanto:
§ a i 2 ∫ SPD
§ a = 2 e b = –1 ∫ SPI Dz (para determinar z) =
§ a = 2 e b i –1 ∫ SI

80
D 76
§ O valor de cada incógnita é o quociente de cada um x = __
​  x ​ = ​ ___ ​ = 4
D 19
desses determinantes por D, ou seja:
Dy 38
D Dy D y = __
​   ​ = ___
​   ​ = 2
x = __
​  x ​   y = ​ __ ​   z = __
​  z ​  D 19
D D D
S = {(4, 2)}
A regra de Cramer pode ser aplicada para qualquer sistema
n x n, com D i 0.
b)
Demonstração dessa regra no sistema 2 × 2.
Considerando tratar-se de um sistema linear genérico, Resolução:
2 × 2, que seja determinado: com O sistema dado pode ser escrito como

__ a1 __ b1
a​  2 ​  i b​   ​,  ou seja, a1b2 i a2b1, ou ainda, a1b – a2b1 i 0. ​​ 3 ​ ​ 
D = __   ___ –1 ​ ​  = 11
2 5 2
Resolução por adição:

​ 1 ​ ​ 
Dx =  ​__   ___ –1 ​   = 6
4 2

3 ​ ​ 
Dy = ​ ​ __   __ 1 ​   = 7
5 4
D 6  ​ 
x = __ ​  x ​ = ​ ___
D 11
Determinantes de matrizes obtidas a partir do sistema: Dy 7
y = __ ​   ​ = ___
​    ​ 
D 11
a __ b
D = ​ __   1 ​   = a1b2 – a2b1 i 0
​  a1 ​ ​ 
2 b2 {( 6  ​ · ___
S = ​ ​  ​ ___
11 11 )}
​  7  ​  ​  ​
c1 __ b1
Dx = ​ ​ __
c2 b  ​   = b2c1 – b1c2
 ​ ​ 
  2. Resolva a equação matricial
2

a __ c aplicando a regra de Cramer.


Dy = ​ __
​  a1 ​ ​ 
  c1 ​   = a1c2 – a2c1
2 2
Resolução:
Comparadas as igualdades (I) e (II) com os valores de D, Dx
Essa equação matricial é equivalente ao sistema
e Dy, é possível escrever D · x = Dx e D · y = Dy.
, do qual é a matriz coeficiente das
Uma vez que D i 0, há uma única solução para o sistema
dada por: incógnitas. Portanto:
D Dy
x = __
​  x ​ e y = ​ __ ​  1 ​ ​  –1 ​   = 7
D D D = ​ ​ __  ___
2 5

Aplicação do conteúdo 4 ​ ​  –1 ​   = 21


Dx = ​ ​ __  ___
1. Resolva os sistemas pela regra de Cramer. 1 5

a)
​  1 ​ ​ 
Dy = ​  __   _ 4__  ​   = –7
2 1
Resolução:
D 21
–5 ​   = 19 i 0
​  2  ​ ​ ___
D =  ​___ x = __
​  x ​ = ​ ___
 ​ = 3
3 2 D 7
Dy –7
​  –2 ​ ​ 
Dx =  ​___   ___ –5 ​   = 76 y = __
​   ​ = ___
​   ​ = –1
16 2 D 7

​ 2 ​ ​ 
Dy =  ​__   ___ –2 ​   = 38
Assim, a solução é  , ou seja, x = 3 e y = –1.
3 16

81
D 9
x = __
​  x ​ = ​ __  ​ 
D 5
3. Resolva o sistema aplicando a regra Dy 12
de Cramer. y = __
​   ​ = ___
​   ​ 
D 5
Resolução: D 9
z = __
​  z ​ = __​   ​ 
D 5
O sistema dado não é sistema linear.
​ 1x ​ = m e __
Se __ ​ 1y ​ = n, o sistema toma a forma de um sistema ​ 9 ​,  ___
A solução do sistema é dada pela terna ​__
5 5 5 (  )
​ 9 ​  .​
​ 12 ​,  __
linear 2 × 2 nas incógnitas m e n:

17. Sistemas lineares


homogêneos
​  1 ​ ​ 
D = ​ __   ___ 1  ​  ​ = –5
Caso todos os termos independentes sejam nulos num
2 –3
sistema linear, o sistema será denominado sistema li-
​  3 ​ ​ 
Dm = ​ __   ___ 1  ​   = –10
near homogêneo.
1 –3
3 ​   = –5 São sistemas lineares homogêneos:
​  1 ​ ​ 
Dn = ​ __   __
2 1
D
m = ___ ​ –10 ​ = 2
​  m ​ = ____
D –5
D –5
n = __
​  n ​ = ___
​   ​ = 1
D –5
É importante observar que um sistema linear homogêneo
Portanto:
n x n (com n > 2) é sempre possível, uma vez que admite
pelo menos a solução (0, 0, 0), denominada solução trivial,
nula ou imprópria.
Esses sistemas homogêneos, sempre possíveis, são os úni-
cos que podem ser classificados apenas a partir do cál-
(  )
​ 1 ​,  1  ​é a solução do sistema inicial.
Assim, ​__
2
culo determinante. Como não há chance de o sistema
homogêneo ser SI, se o determinante for nulo, o sistema
homogêneo será SPI. Ainda assim, para resolver o sistema
4. Resolva o sistema
de D = 0, ele deve ser escalonado.

Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. Verifique se o sistema é determinado ou
indeterminado.
Uma vez que D = 5 i 0, o sistema é SPD, o que permite
prosseguir. Resolução:

§ Aplicando o determinante:

§ Aplicando o escalonamento:

O sistema é determinado; logo, S = {(0,0)}.

82
2. Resolva os sistemas:

a)

Resolução:

Se D = 0 e o sistema é homogêneo, ele só pode ser possível e indeterminado.


Determinando a solução geral:
Se y = k e se somada uma das equações, obtém-se

​ 6k ​ = __
4x – 6y = 0 ä 4x – 6k = 0 ä 4x = 6k ä x = __ ​ 3k ​ 
4 2

A solução x = 3​ __k ​ e y = k, tirada da primeira equação é também solução da segunda, uma vez que:
2
​ 3k ​ – 9k –9k = 0
6 · __
2

{( )
S = ​ ​  ​ __
2 }
3k ​,k 
  ​| k [ R  ​
b)

Resolução:

Se D i 0 e se o sistema é homogêneo, a única solução do sistema é a trivial, ou seja, S = {(0, 0)}.

3. Determine a para que o sistema admita outras soluções além da solução trivial (0, 0, 0).

Resolução:

Para que um sistema homogêneo 3 x 3 admita outras soluções além da trivial, deve haver D = 0, ou seja:

Assim, a = 1.

83
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM

Habilidade
21 Resolver situação-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algébricos.

Dentro do terceiro eixo cognitivo do Enem, a habilidade 21 exige do aluno a capacidade de resolver uma situação
proposta a partir de conhecimentos algébricos adquiridos.

Modelo
(Enem) Na aferição de um novo semáforo, os tempos são ajustados de modo que, em cada ciclo completo (verde-
-amarelo-vermelho), a luz amarela permaneça acesa por 5 segundos, e o tempo em que a luz verde permaneça acesa
igual a 2/3 do tempo em que a luz vermelha fique acesa. A luz verde fica acesa, em cada ciclo, durante X segundos e
cada ciclo dura Y segundos.

Qual a expressão que representa a relação entre X e Y?


a) 5X – 3Y + 15 = 0
b) 5X – 2Y + 10 = 0
c) 3X – 3Y + 15 = 0
d) 3X – 2Y + 15 = 0
e) 3X – 2Y + 10 = 0

Análise expositiva - Habilidade 21: O exercício exige que o aluno seja capaz de interpretar um problema
B do cotidiano e utilizar seus conhecimentos para modelar e resolver problemas a partir da aplicação de
expressões algébricas.
Seja Z o tempo que a luz vermelha fica acesa, tem-se:
2Z
X = ___ 3X
​   ​   ⇔ Z = ___
​   ​   e, portanto,
3 2
Y = 5 + X + Z ⇔ Y = 5 + X + ___ 3X
​   ​  
2
⇔ 5X – 2Y + 10 = 0

Alternativa B

84
DIAGRAMA DE IDEIAS

SISTEMAS LINEARES

EQUAÇÕES SISTEMAS SOLUÇÃO DE


LINEARES LINEARES UM SISTEMA

a1x1 + a2x2 + a3x3 + ... + anxn = b a11x1 + a12x2 + a13x3 + ... + a1nxn = b1 (α1, α2, α3, ..., αn)
a21x1 + a22x2 + a23x3 + ... + a2nxn = b2 α1, α2, α3, αn →
S=
................................................. solução de cada uma das
x1, x2, x3, xn → incógnitas
a1, a2, a3, an → coeficientes am1x1 + am2x2 + am3x3 + ... + amnxn = bm equações do sistema
b → termo independente

SISTEMA 2×2 SISTEMA 3×3 CLASSIFICAÇÃO

a1x + b1y = k1 a1x + b1y + c1z = k1


a2x + b2y = k2 a2x + b2y + c2z = k2 Possível Impossível
a3x + b3y + c3z = k3 (SI)
Resolução pelo método
de adição Nesse sistema existem Determinado Indeterminado
duas matrizes associadas:
Interação geométrica (SPD) (SPI)
Os pares de números que - Completa
solucionam o sistema deter- a1 b1 c1
minam uma reta.
a2 b2 c2
a3 b3 c3

- Incompleta
a1 b1 c1 k1
a2 b2 c2 k2
a3 b3 c3 k3

85
SISTEMAS LINEARES

REGRA DE SISTEMAS LINEARES


ESCALONAMENTO
CRAMER HOMOGÊNEOS

Método para: Método de resolução de um Quando todos os termos


- classificar sistema possível e determinado independentes das equações
- resolver a1x + b1y + c1z = k1 lineares forem nulos.
- discutir
um sistema linear. a2x + b2y + c2z = k3
Utilizamos determinantes a3x + b3y + c3z = k3
nesse método
SPD → det ≠ 0 a1 b1 c1
SPI → det = 0 det = a2 b2 c2
SI = det = 0 a3 b3 c3
Sistemas equivalentes
Calcular o determinante
- Possuem o mesmo
D ≠ 0 → SPD → Prosseguir
conjunto solução.
D = 0 → Parar, pois não se aplica à regra

Os coeficientes devem ser os elementos


da matriz.

Para determinar x:
k1 b1 c1
D
Dx = k2 b2 c2 ⇒ x = __
​  x  ​ 
D
k3 b3 c3

Para determinar y:
a1 k1 c1
Dy
__
Dy = a2 k2 c2 ⇒ x = ​ D  ​ 
a3 k3 c3

Para determinar z:
a1 b1 k1
D
Dz = a2 b2 k2 ⇒ x = __
​  z  ​ 
D
a3 b3 k3

86
GEOMETRIA ANALÍTICA: Incidência do tema
nas principais provas

O Enem não possui uma boa incidência para os O candidato encontrará em ambas as
temas de geometria analítica. Caso haja, a ques- fases questões com elevada dificuldade sobre
tão não terá um elevado grau de dificuldade. circunferência, envolvendo ou não equações
da reta. Sessões cônicas elípticas não possuem
incidência considerável na prova.

A prova pode apresentar questões muito bem A prova sempre apresentará uma questão so- Por apresentar uma prova contextualizada
elaboradas sobre circunferências. Além disso, bre os temas deste livro abordando também em grande parte, poderá apresentar questões
todos os conceitos de geometria analítica conceitos da geometria plana. medianas sobre distância de ponto à reta e
devem estar bem claros para os candidatos. circunferência, em ambas as fases.

A prova exigirá de seu candidato todas as três A prova abordará a geometria analítica, de A prova abordará as três primeiras aulas des- A prova apresentará questões de elevado grau
primeiras aulas deste livro. uma forma contextualizada e mediana. O te livro, com questões muito bem elaboradas aos seus candidatos. É fundamental associar
candidato deve atentar-se ao posicionamento e dentro de um grau mediano. todos os itens de geometrias plana e analítica.
relativo de uma circunferência.

UFMG

O candidato deve estar atento a todos os A prova exige de seu candidato a parte de A prova exigirá de seu candidato uma boa
temas abordados sobre geometria analítica. geometria analítica, com elevado grau em análise da geometria analítica com questões
suas questões. Secções cônicas têm baixa elevadas. Além disso, deve trazer todos os
incidência em seu vestibular. conceitos de geometria plana e espacial para
as questões.

As questões de geometria analítica da prova De forma objetiva, a prova abordará todos os A prova tem baixa incidência de geometria
apresentarão alta dificuldade e estão inclusas temas deste livro. Questões medianas e eleva- analítica, porém, as questões são muito bem
em todos os temas deste livro. das podem aparecer para os candidatos. elaboradas.

87
AULAS Distância de ponto à reta,
45 e 46 ângulos e áreas
6, 7, 8, 9, 11, 12, 14,
Competências: 2, 3 e 5 Habilidades:
19, 20, 21, 22 e 23

1. Distância de um A distância de A (–1, 5) a r é:


​ 3(–1) + 4 · 5 – 12 ​ ​ –3
d = ​  ______________
    ​  + 20 – ​
= ​  ___________ 12 ​  5 ​ = 1
= ​ __

ponto a uma reta d XXXXXX
​ 3 + 4  ​ 
2 2 d
​ 25 ​ 
XXX 5
A Geometria plana nos ensina que a distância de um ponto ​ 2 ​ (x + 1)
b) A(0, 0) e r: y – 4 = – __
3
A a uma reta r é a medida do segmento de extremidades
Resolução:
em A e na sua projeção ortogonal sobre r.
​ 2 ​ (x + 1) ä 3y – 12 = –2x – 2 ä
r: y – 4 = – __
3
ä 2x + 3y – 10 = 0
A(0, 0)
 3 · 0 – 10 ​ 
​ ​ 2 · 0 +dXXXXXX
d (A, r) = _______________
  
 ____​ ____
= ​ ​ –10  10​dXXX
13 ​
 ​ = ​  10  ​ = ​ ______
 ​ 


​ 22 + 32 ​  d​ XXX d
13 ​  ​ 13 ​ 
XXX 13
2. Um triângulo tem os vértices nos pontos A(1, 2), B(–3, –1)
e C(2, –5). Calcule a medida da altura do triângulo
relativa ao lado BC.
Portanto, para calculá-la podemos recorrer a uma aplica-
ção de perpendicularismo entre retas e, em seguida, calcu- Resolução:
lar a distância entre dois pontos.
A figura mostra que a medida da altura relativa ao lado
Se o processo for aplicado para o caso genérico de um BC é igual à distância entre o ponto A e a reta-suporte do
ponto P(xp, yp) e uma reta r de equação ax + by + c = 0, lado BC.
chegaremos a uma fórmula para o cálculo da distância d
Equação da reta suporte do lado BC:
de P a r:
​ axp + byp + c ​ x y 1
d = ​  __________  ​ 

d
​ XXXXXX
a2 + b2 ​  –3 –1 1 = 0 ä –x + 2y + 15 + 2 + 3y + 5x = 0
Exemplo: 2 –5 1
Observe a distância do ponto A(3, 5) à reta r de equação ä 4x + 5y + 17 = 0
x + 2y – 8 = 0, calculada no exemplo anterior:
dXX 
​ 5​ 5 ​
 · 3 + 2 · 5 – 8 ​ __________
 – 8 
d=​ ​ 1_____________
    ​ = 3 + 10  ​   5   ​ = ____
= ​ ___  ​  = ​dXX
5 ​   Cálculo da medida da altura:
d
​ XXXXXX
1 + 2  ​ 
2 2 d
​ XX
5 ​  5 ​  5
​dXX
| 4 . 1 + 5 . 2 + 17| ____ dXXX 
​ 31​ 41 ​
 
d = _______________
​    ______  ​  = ​ ​ 31  ​​ = ____
​  31  ​ = ______  ​ 

d d
​ 41 ​  ​ 41 ​  41
Aplicação do conteúdo ​√4 + 5  ​ 
2 2 XXX XXX

dXXX 
1. Calcule a distância do ponto A à reta r pedida nestes ​ 31​ 41 ​
Logo, a medida da altura é ______ ​.  
itens. 41
y
​ x  ​ + __
a) A (–1, 5) e r: __ ​    ​= 1 3. São dadas as retas r e s, de equações 2x + 3y – 10 = 0
4 3
e 2x + 3y – 6 = 0, respectivamente. Sabendo que essas
Resolução: retas são paralelas, calcule a distância entre elas.
A equação de r deve ser disposta na forma geral:
y
​  x  ​ + __
__ ​    ​= 1 ä 3x + 4y = 12 ä 3x + 4y – 12 = 0
4 3

88
Resolução:

A Geometria Plana mostra que a distância entre duas retas


paralelas é igual à distância de um ponto P qualquer de
uma delas a outra reta.
Cálculo das coordenadas de um ponto P qualquer da reta r:
2x + 3y – 10 = 0

Se, arbitrariamente, x = –1, obtemos:


2(–1) + 3y – 10 = 0 ä –2 + 3y – 10 = 0 ä 3y = 12
äy=4 u+b=aäu=a–bä
tg a – tg b m – m2
Portanto, P, (–1, 4). tg u = tg(a – b) = ____________
​      ​ = ________
​  1   ​ 
1 + tg a · tg b 1 + m1m2
Cálculo da distância de P à reta s Para u agudo:

  
m1 – m2
P (–1, 4) e s: 2x + 3y – 6 = 0 tg u = ​​ ________  ​  

1 + m1m2
|axp + byp + c| ​ 2(–1) + 3 · 4 –6 ​ |4|
d = ___________
​  _____ ​  = ______________
    
​  ______ ​  = ​ ____
___  ​ ä § Se r e s forem paralelas, m1 = m2 e u = 0º.
​√a2+b2 ​  ​√22 + 32 ​  ​√13 ​ 
§ Se r e s forem perpendiculares, m1 . m2 = –1 e u = 90º.
dXXX  § Se uma das retas for vertical:
d = ____ ​ 4​ 13 ​
​  4   ​ = _____  ​. 

d 13 ​  13
​ XXX
dXXX
​ 4​ 13 ​
Logo, a distância entre as retas é _____  
 ​.  
13

2. Ângulo formado por duas retas


Convém lembrar que duas retas concorrentes determinam
quatro ângulos e que, conhecido um deles, determinamos
os demais:
Observemos que:
§ r e s são concorrentes e determinam os ângulos de
u + a = 90º ä u = 90º – a ä
medidas a, b, g e d.
​  1    
ä tg u = tg (90º – a) = cotg a = ____ ​  1  ​ 
​ = __
§ a + b + g + d = 360º tg a m
§ a = g e b = d (opostos pelo vértice) Considerando q agudo, tg u = ​__
m   
​  1  ​  .​

§ a + b = d + g = 180º
Aplicação do conteúdo
1. Determine o valor do ângulo formado pelas retas
r: y – 4 = 3 (x – 5) e s: 2x + y – 7 = 0.

Resolução:

§ y – 4 = 3(x – 5) ä m1 = 3
§ 2x + y – 7 = 0 ä y = –2x + 7 ä m2 = –2

Consideremos duas retas concorrentes r e s oblíquas aos Logo:


eixos coordenados e não perpendiculares entre si, cujos
coeficientes angulares são m1 e m2, respectivamente. Elas
 
​ 
3 – (–2)
tg u = ​________
1 + 3(–2)
     
 ​   ​  5  ​  ​= ​ –1 ​= 1 ä
​= ​___
–5
formam entre si o ângulo agudo u. ∴ u = 45º

89
2. Determine o valor do ângulo agudo formado pelas Resolução:
retas: r: x = 4 e s: 2x + 6y – 1 = 0.
Cálculo da medida do lado BC:
Resolução:
d(B, C) = d​ XXXXXXXXXXXXXXX
(0
   + 3)2 + (–1 –1)2 ​= d​ XXXXX = d​ XXX
9 + 4 ​  13 ​ 
§ x = 4 ä r é paralela ao eixo Cálculo da distância entre o vértice A e a reta suporte do
§ 2x + 6y – 1 = 0 ä y = – __ ​ 1 ​ ä m = – __
​ 1 ​ x + __ ​ 1 ​  lado BC:
3 6 3
O ângulo agudo u formado por r e s é tal que: x y 1

  
​  1   ​  ​= 3 ä q ≈ 72º
tg u = ​___
​ 1 ​ 
– __
3
–3 1
0 –1 1
1 = 0 ⇒ x + 3 + 3y + x = 0 ä

ä2x + 3y + 3 = 0
3. Área de uma região triangular ​ ax + by + c ​ 
 · 1 + 3 · 2 + 3 ​
Como determinar a área de uma região triangular ABC a d = ____________
​  A _____
   A
 ​  = ​ ​ 2_____________
    ​  ä ​ 
​√a  +b  ​ 
2 2 d
​ XXXXXX
22 + 32 ​ 
partir dos pontos A, B e C?
 |11| 11
Pela Geometria plana sabemos que a área da região trian- d = ____  ​ = ____
​    ​ 
d 13 ​  ​dXXX
​ XXX 13 ​ 
gular da figura é dada por:
Cálculo da área da região triangular:
​ 1 ​  (BC) · (AH)
S = __
2 ​ 1 ​  · d​ XXX
S = __ ​  11  ​ = ___
13 ​ · ____ ​ 11 ​ ou 5,5
2 d 13 ​  2
​ XXX
Logo, a área da região triangular é ___ ​ 11 ​  ou 5,5 unidades
2
de área.
Considerando os pontos não alinhados A(x1, y1), B(x2, y2) e
C(x3, y3) e seguindo a sequência do exemplo anterior, che-
gamos a uma igualdade que facilita o cálculo da área da
região triangular ABC.
Se os vértices de um triângulo são os pontos A(x1, y1), B(x2, y2)
e C(x3, y3), a área dessa região triangular será dada por:
​ 1 ​ ​  D ​
S = __
2
Na Geometria analítica:
x1 y1 1
§ d(B, C), expressa a medida do lado BC; e da qual D = x2 y2 1
§ a distância de A à reta suporte do lado BC expressa a x3 y3 1
medida da altura a AH.
coluna das ordenadas

Aplicação do conteúdo coluna das abscissas

1. Se um triângulo ABC tem como vértices os pontos A(1,


2), B(–3, 1) e C(0, –1), calcule a área da região triangular. Cálculo da área da região triangular ABC com A(1, 2),
B(–3, 1) e C(0, –1), será:

1 2 1
D = –3 1 1 = 1 + 3 + 6 + 1 = 11
0 –1 1
​ 1 ​  ​ D ​ = __
S = __ ​ 1 ​ ​  11 ​= 5,5
2 2
Logo, a área da região triangular é de ___ ​ 11 ​ ou 5,5 unidades
2
de área.

90
2.Dado um paralelogramo de vértices A(0,0), B(1,3), Resolução:
C(4,6) e D(3,3), calcule a área da região interior da figura.
A diagonal AC divide o paralelogramo em dois triângulos
de mesma área, logo podemos calcular a área do triângulo
ABC e multiplicá-lo por 2:
0 0 1
1
__ 1
__
AABC = ​   ​  |D| = ​   ​  1 __1
2 2 3 1 = 2​   ​ |-6| = 3
4 6 1

Logo, a área do paralelogramo é igual a 6.

DIAGRAMA DE IDEIAS

GEOMETRIA ANALÍTICA

DISTÂNCIA DE UM ÂNGULO FORMADO ÁREA DE UMA


PONTO A UMA RETA POR DUAS RETAS REGIÃO TRIANGULAR

A y A
s
h
U
a
B r x B H C
b r
projeção ortogonal
de A em r m1 – m2 S = ​ 1__  ​ (BC) · (AH)
tgU =​________    ​ 2
A → ponto (xa, ya) 1 + m1 · m2
d(B, C) → medida do lado BC
r → reta ax + by + c = 0
r e s → retas concorrentes não perpendiculares
​ axa + bya + c ​ m1 e m2 → coeficientes angulares
d = ​  ___________   ​ 

√ a2 + b2 - r e s paralelas m1 = m2 e U = 0º
- r e s perpendiculares m1 · m2 = –1 e U = 90º
d → distância
- Se uma das retas for vertical:
y
r
s
1
tg U = __
U m  ​ 
a
x

91
AULAS Circunferência: equações
47 e 48 reduzida e normal
6, 7, 8, 9, 11, 12, 14,
Competências: 2, 3 e 5 Habilidades:
19, 20, 21, 22 e 23

1. Introdução
Na aula anterior, vimos como se representa uma reta por meio
de uma equação algébrica e a conveniência de se recorrer a
essa representação na resolução de problemas geométricos.
Vamos estudar, de maneira análoga, a circunferência, tam-
bém geométrica, por meio de sua representação algébrica.
A definição dela, diretamente associada ao conceito de
distância entre dois pontos, é nosso ponto de partida.
O ponto fixo é o centro da circunferência (ponto O da fi-
De acordo com a geometria plana euclidiana, assim como gura) e a distância constante é o raio da circunferência
dois pontos distintos determinam um reta, três pontos (AO = OB = OC = r).
não colineares determinam uma circunferência. “Dados os
pontos A(1, 2), B(0, 3) e C(–7, –4), determine a circunfe-
rência que passa por eles, geométrica e algebricamente” é 3. Equação da circunferência
o problema proposto. Considerando determinada situação em que a distância
Ao posicioná-los num sistema de eixos ortogonais, temos: entre os pontos P(x, y) e A(5, 3) é igual a 2, qual será a
relação que se pode estabelecer entre x e y?
Pela fórmula da distância, temos:
d(P, A) = ​d  
XXXXXXXXXXXXXX
(x – 5)2 + (y – 3)2 ​

É possível resolvê-lo geometricamente, desde que você re-


lembre as propriedades da geometria plana.
Uma vez que d(P, A) = 2, temos:
Em seguida, vamos resolver o problema algebricamente,
(x – 5)2 + (y – 3)2 ​= 2 ⇒ (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 ⇒
​d  
XXXXXXXXXXXXXX
isto é, encontrar uma equação da circunferência que passa
por esses pontos. ⇒ x2 + y2 – 10x – 6y + 30 = 0
Logo, a relação estabelecida é (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 ou
2. Definição x2 + y2 – 10x – 6y + 30 = 0.

De acordo com a geometria plana, a circunferência é o O conjunto dos pontos P(x, y) situados a uma distância 2
conjunto de todos os pontos de um plano equidistantes do ponto A(5,3) é a circunferência de centro A(5, 3) e raio 2.
de um ponto fixo. Portanto, a relação (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 é satisfeita por

92
todos os pontos P(x, y) da circunferência de centro A(5, 3) Vejamos como ele funciona com a equação normal
e raio 2. Dizemos, por isso, que (x – 5)2 + (y – 3)2 = 4 é a x2 + y2 – 2x + 4y – 4 = 0:
equação reduzida dessa circunferência. § Agrupam-se na equação normal os termos em x e os
Considerando genericamente O, (a, b) o centro, r o raio e termos em y, isolando no outro membro o termo inde-
P(x, y) um ponto da circunferência, obtemos: pendente. Deixe um espaço depois dos termos em x e
dos termos em y, e dois espaços no outro termo:
(x
   – a)2 + (y – b)2 ​= r ⇒ (x – a)2 + (y – b)2 = r2
d(P, O) = d​ XXXXXXXXXXXXXX
x2 – 2x + ____ + y2 + 4y + ___ = 4 + ___ + ___

§ Somam-se a ambos os termos da equação valores con-


venientes, de modo que ambos os termos em x e os
termos em y transformem-se em um quadrado perfeito.
Na prática, os espaços vagos são usados para escrever es-
ses números. O número que completa o quadrado perfeito
em x é o quadrado da metade do inverso do coeficiente
de x, se o coeficiente de x2 for 1. Portanto, uma vez que
o coeficiente de x é –2, metade do inverso de -2 é 1 e o
quadrado de 1 é 1, somamos a ambos os membros:
x2 – 2x + 1 + y2 + 4y + ___ = 4 + 1 + ___
Por isso, podemos escrever que uma circunferência do cen-
tro O(a, b) e raio r tem equação reduzida: Da mesma forma, o número que completa o quadrado perfei-
(x – a) + (y – b) = r equação reduzida da circunferência.
2 2 2 to em y é o quadrado da metade do inverso do coeficiente de
y, se o coeficiente de y2 for 1. Portanto, uma vez que o coefi-
ciente de y é 4, metade do inverso de 4 é −2 e o quadrado
Nota de −2 é 4, somamos 4 a ambos os membros:
No caso particular de o centro da circunferência estar x2 – 2x + 1 + y2 + 4y + 4 = 4 + 1 + 4
na origem, ou seja, a = b = 0, a equação da circun-
Obtemos, assim, os seguintes quadrados perfeitos:
ferência é x2 + y2 = r2.
x2 – 2x + 1 + y2 + 4y + 4 = 4 + 1 + 4
(x – 1)2 (y + 2)2 32

3.1. Equação normal da circunferência Portanto, a equação x2 + y2 – 2x + 4y – 4 = 0 representa


uma circunferência de centro (1, –2) e raio 3.
Ao desenvolver a equação da circunferência
(x – a)2 + (y – b)2 = r2, obtemos o que se chama de
equação normal ou geral da circunferência: Nota
x2 – 2ax + a2 + y2 – 2by + b2 – r2 = 0 ⇒ Se os coeficientes de centro de x2 e y2 não forem 1,
⇒ x2 + y2 – 2ax – 2by + (a2 + b2 – r2) = 0 basta dividir toda a equação normal por um número
conveniente, de forma a torná-los 1.
Na prática é muito comum que as circunferências sejam
representadas por sua equação normal, como a circunfe-
rência x2 + y2 – 2x + 4y – 4 = 0. À primeira vista, essa 2. Método da comparação
equação não nos permite identificar nem o centro nem o De acordo com este método, devemos comparar os coeficien-
raio da circunferência em questão. Precisamos, portanto, tes dos termos das duas equações: a equação dada e a teórica.
aprender a obter o raio e o centro de uma circunferência
x2 + y2 – 2ax – 2by + (a2 + b2 – r2) = x2 + y2 – 2x + 4y – 4
a partir de sua equação normal. Dois métodos podem nos
auxiliar nessa tarefa. –2a = –2 ⇒ a = 1
–2b = 4 ⇒ b = –2
1. Método completamento de quadrados
a2 + b2 – r2 = – 4 ⇒ 12 + (–2)2 – r2 = – 4 ⇒
O objetivo desse método é obter os quadrados perfeitos
(x – a)2 e (y – b)2 a partir das informações apresentadas ⇒ 1 + 4 – r2 = – 4 ⇒ r2 = 9 ⇒ r = 3 ( não há raio negativo)
na equação geral. Portanto, o centro da circunferência é (1, –2) e o raio é 3.

93
O método de completar quadrados é o melhor dos dois, De acordo com a equação (x – a)2 + (y – b)2 = r2, obtemos:
uma vez que não compreende a memorização da forma XXX) 2 ⇒ (x – 1)2 + (y + 2)2 = 26 ⇒
(x – 1)2 + (y + 2)2 = (​d26 ​
teórica da equação normal e oferece a possibilidade de
x + y – 2x + 4y – 21 = 0
2 2
trabalhar da mesma forma com outras equações (não só
com a da circunferência). Fica a seu critério, a escolha do Logo, a equação é (x – 1)2 + (y + 2)2 = 26 ou
método para resolver os exercícios. x2 + y2 – 2x + 4y – 21 = 0.
Generalizando: numa circunferência de centro C(a, b) e raio
3.2. Condições de existência r, seus pontos satisfazem a equação (x – a)2 + (y – b)2 = r2.
Reciprocamente, uma equação de variáveis x e y escrita nes-
Consideremos a equação genérica Ax2 + By2 + Cxy + Dx +
sa forma representa uma circunferência de centro C(a, b) e
Ey + F = 0. Para que ela represente uma circunferência, é
raio r > 0.
necessário que sejam atendidas três condições:
3. Verifique se a equação x2 + y2 – 4x – 8y + 19 = 0 re-
§ primeira condição: A = B ≠ 0, ou seja, o coeficiente presenta uma circunferência.
de x2 tem de ser igual ao coeficiente de y2;
Condição de existência:
§ segunda condição: C = 0, ou seja, não pode existir
o produto xy; e Em x2 + y2 – 4x – 8y + 19 = 0, temos A = B = 1, C = 0,
D = –4, E = –8 e F = 19.
§ terceira condição: D2 + E2 – 4AF > 0, ou seja, garan-
timos que o raio é raiz de um número positivo; portan- Ao atender as três condições da existência:
to, um número real. 1. A = B ≠ 0, pois A = B = 1
2. C = 0
3. D2 + E2 – 4AF > 0, pois (– 4)2 + (– 8)2 – 4 ⋅ 1 ⋅ 19 = 4
Aplicação do conteúdo
1. Determine a equação de uma circunferência com cen- Logo, a equação inicial representa uma circunferência.
tro no ponto o(–3, 1) e raio 3.
Resolução:
Resolução: Mediante o processo completamento de quadrados e
lembrando que x2 – 2ax + a2 = (x – a)2, obtemos:
Usando a equação reduzida, obtemos:
x2 + y2 – 4x – 8y + 19 = 0 ⇒
(x – a) + (y – b) = r ⇒ (x + 3) + (y – 1) = 3 ⇒
2 2 2 2 2 2
x2 – 4x + ___ + y2 – 8y + ___ = – 19 + ___ + ___ ⇒
⇒ x2 + y2 + 6x – 2y + 1 = 0 ⇒ x2 – 4x + 4 + y2 – 8x + 16 = –19 + 4 + 16
Logo, a equação é (x + 3)2 + (y – 1)2 = 9 ou (x – 2)2 (y – 4)2 1

x2 + y2 + 6x – 2y + 1 = 0. ⇒ (x – 2)2 + (y – 4)2 = 12
2. Determine a equação da circunferência com centro Logo, a equação inicial representa uma circunferência de
no ponto A(1, –2) e que passe pelo ponto P(2, 3).
centro C(2, 4) e raio 1.
4. Obtenha o raio e o centro da circunferência
x2 + y2 + 6x – 4y – 12 = 0.

Resolução:

Método de completamento quadrados:


x2 + 6x + __ + y2 – 4y + __ = 12 + __ + __
x2 + 6x + 9 + y2 – 4y + 4 = 12 + 9 + 4 ⇒
(x + 3)2 (y – 2)2 52

Portanto, a equação x2 + y2 + 6x – 4y – 12 = 0 representa


Resolução: uma circunferência de centro (–3, 2) e raio 5.
Método da comparação:
De acordo com a figura, r = d(P, A). Portanto:
x2 + y2 – 2ax – 2bx + (a2 + b2 – r2) = x2 + y2 + 6 x – 4 y – 12 = 0
d(P, A) = d​  
XXXXXXXXXXXXXXX
(2 – 1) + [(3 + 2)]  ​= d​ 1XXXXXX
2 2
+ 25 ​=
  d XXX ⇒ r = d
​ 26 ​ ​ 26 ​
XXX  (circunferência de centro (a, b) e raio r).

94
–2a = 6 ⇒ a = –3 Considerando que a equação da circunferência (reduzida
ou geral) é obtida a partir da condição d(P, C) = r, podemos
–2b = – 4 ⇒ b = 2
escrever:
a2 + b2 – r2 = –12 ⇒ (–3)2 + 22 – r2 = –12 ⇒
§ d(P, C) = r ⇔ (x1 – a)2 + (y1 – b)2 = r2 ⇔
9 + 4 – r2 = – 12 ⇒ r2 = 25 ⇒ r = 5 (não há raio negativo)
(x1 – a)2 + (y1 – b)2 – r2 = 0 ⇔ P ∈ λ
Portanto, o centro da circunferência é (–3, 2) e o raio é 5.
§ d(P, C) < r ⇔ (x1 – a)2 + (y1 – b)2 < r2 ⇔
(x1 – a)2 + (y1 – b)2 – r2 < 0 ⇔ P é interno a λ
4. Posições relativas de um § d(P, C) > r ⇔ (x1 – a)2 + (y1 – b)2 > r2 ⇔
ponto e uma circunferência (x1 – a)2 + (y1 – b)2 – r2 > 0 ⇔ P é externo a λ
Se tivermos um ponto P(x1, y1) e uma circunferência λ1 de
centro C(a, b) e raio r, as posições relativas de P e λ1 serão: Aplicação do conteúdo
1. o ponto pertence à circunferência: 1. Dê a posição do ponto P relativa à circunferência em
cada item:
a) P(3,2) e λ: x2 + y2 – 6x + 5 = 0
Resolução:
Substituindo:
32 + 22 – 6 ⋅ 3 + 5 = 9 + 4 – 18 + 5 = 18 – 18 = 0
Logo, P ∈ λ.
b) P(5, –1) e λ: x2 + y2 – 6x – 2y + 8 = 0

Nesse caso, as coordenadas do ponto devem satisfazer a Resolução:


equação da circunferência, e a distância entre P e C é igual a r.
Substituindo:
2. o ponto é interno à circunferência: 52 + (–1)2 – 6 ⋅ 5 – 2 (–1) + 8 = 25 + 1 – 30 + 2 + 8 =
= 36 – 30 = 6 > 0
Logo, P é externo a λ.
c) P(4, 3) e λ: x2 + y2 = 36

Resolução:

Substituindo:
42 + 32 – 36 = 16 + 9 – 36 = –11 < 0
Nesse caso, a distância do ponto ao centro é menor que
Logo, P é interno a λ.
o raio.
2. Neste exemplo, vamos resolver algebricamente o
3. o ponto é externo à circunferência: problema proposto na introdução da aula.
Determine uma equação da circunferência circunscrita ao
triângulo de vértices A(1, 2), B(0, 3) e C(–7, –4).

Resolução:

A equação da circunferência é
λ:(x – a)2 + (y – b)2 – r2.
§ A(1, 2) ∈ λ: (1 – a)2 + (2 – b)2 = r2 (I)
§ B(0, 3) ∈ λ: (–a)2 + (3 – b)2 = r2 (II)
Nesse caso, a distância do ponto ao centro é maior que
o raio. § C(–7, 2) ∈ λ: (–7 – a)2 + (–4 – b)2 = r2 (III)

95
Ao igualar (I) e (II), obtemos: Mediatriz do lado BC
1 – 2a + a2 + 4 – 4b + b2 = a2 + 9 – 6b + b2 ⇒ Analogamente ao cálculo anterior, denominamos a media-
triz de BC como reta s e obtemos:
⇒ –2a + 2b – 4 = 0 ⇒ - a + b – 2 = 0
​  – 4 – 3) ​ 
mBC = (_______ =1
Ao igualar (II) e (III), obtemos: (– 7 – 0)
a2 + 9 – 6b + b2 = 49 + 14a + a2 + 16 + 8b + b2 ⇒ ​  1  ​ = –1
___
mS = – m
BC
⇒ – 14a –14b = 56 ⇒ a + b = –4

Ao resolver o sistema
–a + b = 2
a + b = –4
, encontramos: (
Portanto, ponto médio de BC: N ​  – ​ __7 ​,  – __
2 2 )
​ 1 ​   ​
Logo, a reta que passa por N com coeficiente angular
λ: (x + 3)2 + (y +1)2 = r2 m­S = –1 é:
Para encontrar o valor de r, empregamos a equação (I): y + __
2 (  )
​ 1 ​ = –1 ​ x + __
​ 7 ​  ​ ⇒ 2y + 1 = –2x – 7 ⇒ 2x + 2y + 8 = 0 ⇒
2
(1 – a)2 + (2 – b)2 = r2 ⇒ (1 + 3)2 + (2 + 1)2 = r2 ⇒ r2 = 25 x+y+4=0
Portanto, a equação procurada é: Centro O da circunferência
(x + 3) 2 + (y + 1)2 = 25. A intersecção das duas mediatrizes (retas concorrentes) é
obtida pela resolução do sistema
x–y+2=0
Outra maneira de resolver
x+y+4=0
Lembramos que na geometria plana o centro da circunfe-
rência circunscrita a um triângulo é o circuncentro, ou seja, Ao resolver esse sistema, encontramos x = –3 e y = –1.
é o encontro das mediatrizes do triângulo. Vamos, portan-
Logo, O(–3, –1).
to, obter a equação de duas mediatrizes e o ponto de in-
tersecção delas. O centro da circunferência será esse ponto Raio da circunferência:
e o raio será a distância do centro a um dos três vértices. Distância do centro ao vértice B (poderia ser qualquer um
Mediatriz do lado AB dos três vértices);
Denominando a mediatriz do lado AB como reta r, pode- d(0, B) = d​  
XXXXXXXXXXXXXXX
(3 – 0)2 + (–1 – 3)2 ​= d​ XXXXXX
9 + 16 ​ 
=5
mos relacionar seus coeficientes angulares, que são per- Portanto, raio = 5.
pendiculares, da seguinte forma:
A equação procurada é (x + 3)2 + (y + 1)2 = 25.
​ 3 – 2 ​
mAB = ____  = –1   mr = m ​ –1  ​ = ___
___ ​ –1 ​ = 1
0 –1 AB –1
Ponto médio de AB: M ​ __ (  ) ​ 5 ​   ​
​  1 ​, __
22
Desse modo, a reta que passa por M com coeficiente an-
gular mr = 1 é:

y – __
2 (  )
​ 5 ​ = 1 ​ x – __
​ 1 ​   ​ ⇒ 2y – 5 = 2x – 1 ⇒
2
⇒ 2x – 2y + 4 = 0 ⇒ x – y + 2 = 0

96
DIAGRAMA DE IDEIAS

CIRCUNFERÊNCIA

DEFINIÇÃO EQUAÇÃO REDUZIDA

Conjunto de todos os pontos r


de um plano equidistantes de y
um ponto fixo b O (a, b)
B
r A
r
0 a x
r O
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
C
Centro da circunferência na
A, B, C → pontos sobre a circunferência origem, ou seja a = b = 0
r → raio x2 + y2 = r2
O → centro

CONDIÇÕES DE
EQUAÇÃO NORMAL
EXISTÊNCIA

Ax2 + By2 + Cxy + Dx + Ey + F = 0


x2 + y2 – 2ax – 2by + (a2 + b2 – r2) = 0
Equação genérica
Para obter o raio e as coordenadas do cen-
tro, precisamos completar quadrados 1ª condição
da equação dada.
A=B≠0
2ª condição
C=0

3ª condição
D2 + E2 – 4AF > 0

Garante que o raio seja


um número positivo e real.

97
AULAS Circunferência: posições relativas
49 e 50
6, 7, 8, 9, 11, 12, 14,
Competências: 2, 3 e 5 Habilidades:
19, 20, 21, 22 e 23

1. Posições relativas de uma Nesse caso, a distância do centro da circunferência à


reta é maior que o raio. A reta e a circunferência não
reta e uma circunferência têm ponto comum.

Consideremos as três possíveis posições de uma reta em A partir das equações, vejamos como identificar qual des-
relação a uma circunferência. ses casos existe.

1. A reta t é secante à circunferência:


Aplicação do conteúdo
1. São dadas a reta r, de equação 2x + y – 1 = 0, e a
circunferência de equação x2 + y2 + 6x – 8y = 0. Qual é a
posição da reta r em relação à circunferência?

Resolução:
Calculemos, inicialmente, as coordenadas do centro e o
raio da circunferência:

Nesse caso, a distância do centro da circunferência à reta x2 + y2 + 6x – 8y = 0 ⇒


é menor que o raio. A reta e a circunferência têm dois x2 + 6x + 9 + y2 – 8y + 16 = 9 + 16 ⇒
pontos comuns.
(x + 3)2 + (y – 4)2 = 25
2. A reta t é tangente à circunferência: Logo, C(–3, 4) e r = 5.

Vamos determinar, agora, a distância do centro à reta:


|2 (–3) + 1 (4) – 1| ___
______________ |–3| 3
d =  
​   ​  = ​   ​  = ___
​    ​  ≅ 1, 3
d XXXXXX
​ 2 + 1  ​  
2 2 d 5 ​  d​ XX
​ XX 5 ​ 

Comparando d e r, obtemos d < r (1,3 < 5).


Logo, a reta r é secante à circunferência

Outra maneira de resolver:


Nesse caso, a distância do centro da circunferência à reta
é igual ao raio. A reta e a circunferência têm um único
Se houver os pontos comuns à reta e à circunferência, eles
ponto comum.
serão as soluções do sistema formado por suas equações:
3. A reta t é exterior à circunferência: 2x + y – 1 = 0 ⇒ y = 1 – 2x
x2 + y2 + 6x – 8y = 0

Ao substituir y na segunda equação, obtemos:

x2 + y2 + 6x – 8y = 0 ⇒ x2 + (1 – 2x)2 + 6x – 8 (1 – 2x) = 0

⇒ x2 + 1 – 4x + 4x2 + 6x – 8 + 16x = 0 ⇒

⇒ 5x2 + 18x – 7 = 0

98

O cálculo de ∆ será suficiente para determinar quantos Determinamos a equação reduzida da reta CP​ ​  e dela tira-
pontos comuns têm a reta e a circunfêrencia e qual a po- mos o coeficiente angular (m1):
sição relativa:
 
​___
y

  __  ​ ​ __1 ​  ​= 0 ⇒ 3x + 5y – 2 – 15 + y – 2x = 0 ⇒
​  x  ​ ​ 
–1 3 1
∆ = 18 + 140 = 324 + 140 = 464 > 0
2
⇒ 6y = –x + 17 ⇒ – y = –1/6x + 17/6 ⇒ m1 = –1/6
O valor de ∆ > 0 indica que há dois valores reais e distintos
A reta t procurada passa por P(5, 2) e é perpendicular à
de x e, consequentemente, há dois pontos comuns à reta
e à circunferência.
reta CP. Logo, seu coeficiente angular é 6, pois ​__
6 (  )
​ 1 ​  ​6 = –1.
Portanto, a equação de t é y – 2 = 6 (x – 5) ou 6x – y – 28 = 0.
Logo, a reta é secante à circunferência.
3. A reta de equação x – y + k = 0 é tangente à circunfe-
Nota rência de equação x2 + y2 = 9. Calcule o valor de k.

A resolução completa do sistema permite descobrir quais Resolução:


são os dois pontos comuns à reta e à circunferência. Se a reta é tangente à circunferência, a distância do centro
até a reta é igual ao raio.
2. O ponto P(5, 2) pertence à circunferência de equação
x2 + y2 + 2x – 6y – 27 = 0. Determine a equação da reta Centro e raio da circunferência:
t tangente a essa circunferência em P.
x2 + y2 = 9 ⇒ (x – 0)2 + (y – 0)2 = 32
Resolução:
Lembre-se de que se uma reta t é tangente a uma circunfe- Portanto, C(0, 0) e r = 3.
​_____›
rência de centro C em P, t é perpendicular à reta suporte CP ​
​ .   Distância do centro (0, 0) à reta 1x – 1y + k = 0:

​ ​ 1 × 02–1 ×2  ​
 ​ ___
0 + k    
d = _____________
   = ​ ​ k  ​  ​
d
​ 1XXXXXX
+ 1  ​   d
​ XX2 ​ 

Cálculo de k, sabendo que d = r:


 
​ k ​  ​ = 3 = ​ k ​= 3​dXX
​  ___ 2 ​ = k = ±3​dXX
2 ​ 
d
​ XX
2 ​ 

Outra resolução:

Ao calcular as coordenadas do centro C e o raio r, obtemos: Se a reta é tangente à circunferência, o sistema formado
pelas duas equações tem uma única solução:
x2 + y2 + 2x – 6y – 27 = 0 ⇒
⇒ x2 + 2x + 1 + y2 – 6y + 9 = 27 + 1 + 9 ⇒ x–y+k=0⇒x=y–k

⇒ (x + 1)2 + (y – 3)2 = 37 x2 + y2 = 9

Portanto, C(–1, 3) e r = d​ 37 ​


XXX. 
Ao substituir x na segunda equação, obtemos:
Vamos determinar o coeficiente angular m1 da reta que x2 + y2 = 9 ⇒ (y – k)2 + y2 = 9 ⇒ y2 – 2ky + k2 xy2 – 9 =
passa pelos pontos C(–1, 3) e P(5, 2); 0 ⇒ 2y2 – 2ky + k2 – 9 = 0
​ 2 – 3 ​ 
m1 = _____ ​ 1 ​ 
= – __
5+1 6 Para que a solução seja única, devemos ter D = 0:
Calculemos, agora, a equação da reta t que passa pelo D = 4k2 – 8(k2 – 9) = 0 ⇒
ponto P (5, 2) e tem inclinação 6:
⇒ 4k2 – 8k2 + 72 = 0 ⇒
y – 2 = 6 (x – 5) ⇒ y – 2 = 6x – 30 ⇒ 6x – y – 28 = 0
​ 72 ​ = 18 ⇒
⇒ – 4k2 + 72 = 0 ⇒ k2 = ___
4
Logo, a equação pedida é 6x – y – 28 = 0. ⇒ k = ± ​ 18 ​ = ± 3​dXX
d XXX 2 ​ 

Outra maneira de resolver: 4. O ponto P(1, –2) é externo à circunferência de equa-


ção (x – 1)2 + (y – 2)2 = 8. Determine as equações das
Obtemos o centro C(–1, 3) como na primeira resolução. retas tangentes à circunferência que passam por P.

99
Resolução: Observamos na figura que o raio da circunferência pedida é
igual à distância entre o centro C e a reta t, portanto:
Pela equação dada, temos C(1, 2) e r = d​ XX
8 ​. 
|1(1) + 1(3) + 2| _________
|1 + 3 + 2| ___ |6| 6 ____ dXX
r =_____________
  
​   ​=  ​   ​  =
  ​    ​  = ​ 6​  ​
​   ​ = ___ 2 ​   = 3​dXX
2 ​  
d
​ 1XXXXXX
2
+ 1  ​  
2 d
​ XX
2 ​  d
​ XX 2 ​  2
2 ​  d​ XX
A equação da circunferência pedida, sabendo que a = 1, b = 3
e r = 3​dXX
2 ​,  é:
(x – a)2 + (y – b)2 = r2 ⇒ (x – 1)2 + (y – 3)2 = (3​d2 ​
XX) 2⇒

⇒(x – 1)2 + (y – 3)2 = 18 ⇒


⇒ x2 + y2 – 2x – 6y – 8 = 0

Considerando o coeficiente angular m das retas t1 e t2, po- 2. Posições relativas de


demos escrever a equação geral dessas retas, lembrando
que passam por P(1, –2):
duas circunferências
Duas circunferências distintas podem ter dois, um ou
y + 2 = m(x – 1) ⇒ y + 2 = mx – m ⇒
nenhum ponto comum.
mx – y – 2 – m = 0
A partir das equações das duas circunferências podemos
Uma vez que a distância entre o centro C(1,2) e a reta
descobrir quantos e quais são os pontos comuns e resolver
de equação mx – y – 2 – m = 0 deve ser igual ao raio r,
o sistema formado por elas; bem como podemos identificar
obtemos:
|m(1) – 1(2) – 2 – m| |m – 2 – 2 – m| __ a posição relativa usando os dois raios e a distância entre
________________
  
​      ​ = d​ XX 8 ​ ⇒ ____________
  ​   ​   ​ 8 ​ ⇒
=√
d XXXXXX d XXXXXX
os centros.
​m 2
+ 1 ​  ​m 2
+ 1 ​ 
|–4| __ Considere uma circunferência de centro C1 e raio r1 e outra de
⇒ _______
​  8 ​ ⇒ ______
= d​ XX
  ​  ​  _____ 4   ​ 
=√​ 8 ​ ⇒
d
​m XXXXXX
2
+ 1 ​  √
​ m2+1 ​  centro C2 e raio r2. A distância entre os centros será d(C1, C2).
​  16  ​ 
⇒ ______ = 8 ⇒ 8m2 + 8 = 16 ⇒ 8m2 – 8 = 0 ⇒ Observe as possíveis posições relativas das duas circunferências.
m2 + 1
⇒ m2 – 1 = 0 ⇒ m2 = 1 ⇒ m’ = 1 e m’’ = –1 1. Dois pontos comuns:
Calculemos, agora, as equações das retas t1 e t2, substituin-
do o valor de m na equação geral mx – y – 2 – m = 0.
Para m’ = 1, temos:
(1)x – y – 2 – 1 = 0 ⇒ x – y – 3 = 0
Para m” = –1, temos:
(–1)x – y – 2 – (–1) = 0 ⇒ –x – y – 1 = 0 ⇒ x + y + 1 = 0
Logo, as equações das retas tangentes t1 e t2 são x – y – 3 = 0
e x + y + 1 = 0. Secantes

5. Determine a equação da circunferência com centro |r1 – r­2| < d(C1,C2) < r1 + r­2
no ponto C(1, 3) e que é tangente à reta t de equação 2. Um ponto comum:
x + y + 2 = 0.

Resolução:

Tangentes exteriores

d(C1 , C2) = r1 + r2

100
b) x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0 e x2 + y2 – 2x – 2y – 98 = 0
Resolução:

x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0

x2 + y2 – 2x – 2y – 98 = 0 ∙ (–1)

x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0
Tangentes interiores

d(C1,C2) = |r1 – r­2| – x2 – y2 + 2x + 2y + 98 = 0
___________________
3. Nenhum ponto comum: –18x + 198 = 0 ⇒ 18x = 198 ⇒ x = ___ ​ 198 ​   ⇒ x = 11
18
Ao substituir x na primeira equação, obtemos:
x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0 ⇒
⇒ 112 + y2 - 20 ⋅ 11 – 2y + 100 = 0 ⇒
⇒ y2 – 2y + 1 = 0
D=0
​ 2 ± ​
0  
Circunferências externas
y = _____ =1
2
d(C1 , C2) > r1 + r2
(11, 1) é o único ponto comum às duas circunferências;
ou portanto, elas são tangentes.
As circunferências tangentes podem ser externas ou inter-
nas. É possível determinar sua posição relativa por meio da
distância entre os centros das circunferências e por meio de
seus raios (lembrando que os centros das circunferências e
o ponto de tangência estão sempre alinhados).

Circunferência interna à outra

0 ≤ d(C1 , C2) < |r1 − r2|

Aplicação do conteúdo
1. Verifique nestes itens a posição relativa das duas
circunferências dadas. Se forem secantes ou tangentes,
determine os pontos comuns:
Circunferências tangentes externamente
a) x2 + y2 = 30 e (x – 3)2 + y2 = 9
d(C1, C2) = r1 + r2
Resolução:
Ao resolver o sistema formado pelas duas equações, obtemos: ou

x2 + y2 = 30
(x – 3)2 + y2 = 9 ⇒ x2 + y2 – 6x = 0 ⇒
30 – 6x = 0 ⇒ 6x = 30 ⇒ x = 5
Ao substituir x na primeira equação, obtemos:

x2 + y2 = 30 ⇒ 52 + y2 = 30 ⇒ y2 = 5 ⇒ y = ± d​ XX
5 ​ 

Logo, as duas circunferências são secantes e seus pontos


Circunferências tangentes internamente
comuns são (5, d​ XX
5 ​)  e (5, –​dXX
5 ​) .
d(C1, C2) = |r1 – r2|

101
Consideremos a primeira equação: Se ∆ < 0, não há solução para o sistema e as circunferên-
cias não têm ponto comum. Vejamos qual das duas situa-
x2 + y2 – 20x – 2y + 100 = 0 ⇒
ções se verifica:
⇒ x2 – 20x + 100 + y2 – 2y + 1 = –100 + 100 + 1 ⇒
⇒ (x – 10)2 + (y – 1)2 = 12
C1(10, 1) e r1 = 1
Consideremos, agora, a segunda equação:
x2 + y2 – 2x – 2y – 98 = 0 ⇒
⇒ x2 – 2x + 1 + y2 – 2y + 1 = 98 + 1 + 1 ⇒
⇒ (x – 1)2 + (y – 1)2 = 102
C2(1, 1) e r2 = 10 d < r1 − r2 

Calculemos a distância entre os centros C1 e C2:

d(C1 , C2) = d​  


XXXXXXXXXXXXXXX
(10 – 12) + (1 – 12) ​= d​ 81 ​
XXX = 9

Uma vez que os raios medem r1 = 1 e r2 = 10 e 9 = |1 – 10|,


o resultado é d(C1, C2) = |r1 – r2|
Logo, as circunferências são tangentes internamente e o
ponto comum é (11, 1).
c) (x + 2)2 + (y – 2)2 = 1 e x2 + y2 = 1
d > r1 + r2
Resolução:
Ao calcular a distância entre os centros C1(–2, 2) e C2(0, 0),
Na circunferência (x + 2)2 + (y – 2)2 = 1, temos C(– 2, 2) obtemos:
e r = 1.
d(C1, C2) = d​  
XXXXXXXXXXXXXXX
(–2 – 0)2 + (2 – 0)2 ​= d​ XX
8 ​ 
Na circunferência x + y = 1, temos C (0 , 0) e r = 1.
2 2
Uma vez que os raios medem r1 = 1 e r2 = 1 e d​ XX
8 ​ > 1 + 1,
Ao esboçar o gráfico, vemos que as circunferências não obtemos d > r1 + r2.
têm ponto comum e são externas:
Logo, as circunferências são externas.
d) (x – 3)² + (y – 2)² = 9 e x² + y² – 6x – 4y + 12 = 0

Resolução:

A circunferência (x – 3)2 + (y – 2)2 = 9 tem C(3, 2) e r = 3.


x2 + y2 – 6x – 4y + 12 = 0 ⇒
Resolvamos analiticamente. ⇒ x2 – 6x + 9 + y2 – 4y + 4 = –12 + 9 + 4 ⇒
Pelo sistema, obtemos: ⇒ (x – 3)2 + (y – 2)2 = 1
(x + 2)2 + (y – 2)2 = 1 ⇒ Portanto, a circunferência (x – 3)2 + (y – 2)2 = 1 tem C(3, 2)
x2 + y2 + 4x – 4y + 4 + 4 – 1 = 0 ⇒ 4x – 4y = –8 e r = 1.
1
4x – 4y = –8 ⇒ x – y = –2
x2 + y2 = 1

Substituindo x na segunda equação:


x2 + y2 = 1 ⇒ (y – 2)2 + y2 = 1 ⇒
⇒ y2 – 4y + 4 + y2 – 1 = 0 ⇒ 2y2 – 4y + 3 = 0
∆ = 16 – 24 = –8 < 0

102
DIAGRAMA DE IDEIAS

POSIÇÕES RELATIVAS CIRCUNFERÊNCIA

PONTO E
CIRCUNFERÊNCIA

Ponto pertence à circunferência Ponto externo à circunferência Ponto interno à circunferência

P
P
d d
P
C C C d

d=r ⇒ d>r ⇒ d<r ⇒

⇒ (x – a)2 + (y – b)2 – r2 = 0 ⇒ (x – a)2 + (y – b)2 – r2 > 0 ⇒ (x – a)2 + (y – b)2 – r2 < 0

RETA E
Secante Exterior Tangente
CIRCUNFERÊNCIA
r r r
A
d A
d
d
O O
B

d<r d>r d=r

Secante Tangente exteriores

d d
C1 C2 C1 C2

​ r1 – r2 ​< d < r1 + r2 d = r1 + r2

103
POSIÇÕES RELATIVAS CIRCUNFERÊNCIA

CIRCUNFERÊNCIA E
CIRCUNFERÊNCIA

Tangentes interiores Internas Externas

d d d
C2
C1 C1 C2 C1 C2

d = |r1 – r2| O < d < |r1 − r2| d > r1 + r2

104
AULAS Secções cônicas: elipse
51 e 52
6, 7, 8, 9, 11, 12, 14,
Competências: 2, 3 e 5 Habilidades:
19, 20, 21, 22 e 23

1. Origem Ao construir o gráfico ponto a ponto, tem-se:


AF1 + AF2 = BF1 + BF2 = CF1 + CF2 = … = JF1 + JF2 = …
Considere um cone circular reto. Utilizando um plano incli- = LF1 + LF2 = … = 2a (constante), da qual 2a > 2c.
nado em relação ao eixo, que intersecte todas as geratrizes
do cone, monta-se um corte como este:

Se o plano for paralelo ao


plano da base, obtemos uma
circunferência, que também
é uma secção cônica.

Nesse caso, a secção cônica obtida é denominada elipse. A elipse é o conjunto de todos os pontos do plano que
satisfazem essa propriedade.

1.1. Definição e elementos


Considere, a princípio no plano do papel, dois pontos fixos
F1 e F2, tais que a distância entre eles seja 2c:

Suponha que será marcada uma série de pontos, de modo


que a soma das distâncias desses pontos aos pontos fixos
F1 e F2 seja sempre constante e maior que 2c. Na prática,
isso pode ser feito com o auxílio de um lápis, dois alfinetes
e barbante.

105
Portanto, a elipse é o lugar geométrico dos pontos de um Da qual a = OA1 = OA2, c = OF1 = OF2 e b tal que b2 =
plano, de modo que a soma de suas distâncias a dois pon- a2 – c2. Essa equação é denominada equação reduzida da
tos fixos, denominados focos F1 e F2, seja constante, igual a elipse de focos nos eixos x e centro na origem.
2a e maior que a distância entre os focos (2a > 2c).
Observe:
Na figura, tem-se:
§ F1 e F2,, focos da elipse, cuja distância entre eles é a
distância focal (2c);

§ A
​ 1A2​, eixo maior da elipse, cuja medida é a soma que
consta da definição (2a);

§ B​ 1B2​, eixo menor da elipse, cuja medida é 2b;
§ o centro da elipse (intersecção dos eixos da elipse e
  
ponto médio de F​ 1F2,​ A ​ 1A2​ e B​ 1B2)​ ; e
§ o número e = __a​ c ​ , denominado excentricidade da elipse
(0 < e < 1).

Nota Se os focos da elipse estiverem sobre o eixo y e o centro,


—— —— na origem, conforme a figura, a equação reduzida da elipse
1. B​ 1B2​  ≅ OA
​ 2​, uma vez que ambos têm medida a. será dada por:
y2
2. No DB1OF2 é possível observar que b2 + c2 = a2. ​  x2 ​ + __
2
__ ​  2 ​ = 1
Essa relação é fundamental na determinação dos el- b a
ementos da elipse. Por analogia, chega-se às equações da elipse com um cen-
tro qualquer, O(x0, y0), e os eixos paralelos aos eixos x e y:

1.2. Equação da elipse 1. F​ 1F2​ é paralelo ao eixo x, a = OA1, b = OB1 e a > b.

Considere a elipse com as extremidades do eixo maior nos


pontos A1(–a, 0) e A2(a, 0) do eixo menor em B1(0, b) e
B2(0, –b) e, consequentemente, centro em O(0, 0).
Considere um ponto P(x, y) qualquer da curva.

De acordo com a definição, observa-se que:


PF1 + PF2 = A1F1 + A1F2 = A1A2 = 2a

(x – x0)2 ______
______ (y – y0)2
​  2 ​   
+ ​  2 ​   
=1
a b

2. F​ 1F2​ é paralelo ao eixo x, a = AO1, b = OB1 e a > b.

Em razão disso, tem-se


PF2 + PF1 = 2a ⇒ ​d  
(x – c)2 + (y – 0)2 ​+ ​d  
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX
(x + c)2 + (y – 0)2 ​= 2a
Se essa igualdade for desenvolvida e se a2 – c2 for substitu-
ído por b2 (relação fundamental da elipse), obtém-se:
y2 (x – x0)2 ______
(y – y0)2
​  x2 ​ + __
2
__ ​  2 ​ = 1 ______
​  2 ​   
+ ​  2 ​   
=1
a b b a

106
Uma vez que a elipse passa pelo ponto P(3, 2), tem-se:
Aplicação do conteúdo
​  9  ​ + __
___ ​  4  ​ = 1 ⇒ __​ 1 ​ + __
​  4  ​ = 1 ⇒ __ ​ 3 ​ ⇒ b2 = ___
​  4  ​ = __ ​ 16 ​ 
36 b2 4 b2 b2 4 3
1. Determine a equação da elipse de focos F1(3, 0) e
F2(–3, 0) e vértice 2, que são as extremidades do eixo Ao substituir a equação original, obtém-se:
y2 3y2
​  x   ​ + ___ ​  x   ​ + ___
2 2
maior A1(5, 0) e A2(–5, 0). ___ ​    ​ = 1 ⇒ ___ ​   ​ = 1 ⇒ 4x2 + 27y2 = 144
36 ___ ​  16 ​  36 16
3
Resolução: 3y2
​  x   ​ + ___
2
Assim, a equação procurada é ___ ​   ​  = 1 ou 4x2+27y2 = 144.
36 16
De acordo com os dados, os focos estão no eixo x e tem-se:
4. A equação 5x2 + 9y2 – 20x – 18y – 16 = 0 representa
a=5ec=3 uma elipse de eixo maior paralelo ao eixo x. Determine
o centro e os focos dessa elipse.
a2 = b2 + c2 ⇒ 25 = b2 + 9 ⇒ b2 = 16
Nesse caso, a equação reduzida é:
Resolução:
y2 y2
​  x2 ​ + __ ​  x   ​ + ___
2 2
__ ​  2 ​ = 1 ⇒ ___ ​    ​ = 1
a b 25 16
Uma vez que A1A2 é paralelo ao eixo x, deve-se escrever a
y2
​ x   ​ + ___
2
Assim, a equação procurada é ___ ​    ​ = 1 equação na forma:
25 16
(x – x0)2 ______
______ (y – y0)2
​  2 ​   
+ ​  2 ​   
=1
a b
Ao desenvolver a equação dada, tem-se:
5x2 + 9y2 – 20x – 18y – 16 = 0 ⇒
⇒ 5x2 – 20x + 9y2 – 18y = 16 ⇒
⇒ 5(x2 – 4x + 4) + 9(y2 – 2y + 1) = 16 + 20 + 9 ⇒
⇒ 5(x – 2)2 + 9(y2 – 2y + 1) = 16 + 20 + 9 ⇒
(y – 1)2
(x – 2)3 ______
⇒ 5(x – 2)2 + 9(y – 1)2 = 45 ⇒ ______
​   ​   + ​   ​   =1
9 5
De acordo com a equação, conclui-se que:
2. Conhecendo os focos F1(0, d​ XX 3 ​ ) e F2(0, – d​ XX
3 ​ ) e a excen-
1
__
tricidade e = ​    ​, determine a equação da elipse. a2 = 9 ⇒ a = 3
2
b2 = 5 = b = d​ XX
5 ​ 
Resolução:

De acordo com os dados do problema, tem-se:


c = d​ XX 3 ​ 
c ​ 1 ​ ⇒ a = 2c = 2​dXX
e = __a​   ​ = __ 3 ​ 
2
a2 = b2 + c2 ⇒ (2​dXX 3 ​) 2 ⇒ 12 = b2 + 3 ⇒ b2 = 9
3 ​) 2 = b2 + (​dXX
Os focos estão localizados no eixo y. Em razão disso:
y2 y2
​  x2 ​ + __ ​ x  ​ + ___
2 2
__ ​  2 ​ = 1 ⇒ __ ​    ​ = 1 ⇒ 4x2 + 3y2 = 36 Ao fazer c2 = a2 – b2, obtém-se:
b a 9 12
y2
​ x  ​ + ___
2
Assim, a equação procurada é __ ​    ​ = 1 ou 4x2 + 3y2 = 36. c2 = 9 – 5 = 4 ⇒ c = 2
9 12
Portanto, tem-se:
3. Numa elipse, as extremidades do eixo maior são os
pontos A1(6, 0) e A2(–6, 0). Sabendo que a elipse passa F1(2 – 2, 1) ⇒ F1(0, 1)
pelo ponto P(3, 2), determine sua equação. F2(2 + 2, 1) ⇒ F2(4, 1)

Resolução: Assim, essa elipse tem centro O(2, 1) e focos F1(0, 1) e (4, 1).

De acordo com os dados do problema, tem-se a = 6.


Uma vez que o eixo maior está sobre o eixo x, tem-se:
y2 y2
​  x2 ​ + __ ​  x   ​ + __
2 2
__ ​  2 ​ = 1 ⇒ ___ ​  2 ​ = 1
b a 36 b

107
DIAGRAMA DE IDEIAS

ELIPSE

DEFINIÇÃO E RELAÇÃO
EQUAÇÃO
ELEMENTOS FUNDAMENTAL

B1
b2 + c2 = a2 Centro no eixo de origem
b a
y2
​  x 2  ​+ __
2
__ ​  2   ​= 1
a b
A1 F1 O c F2 A2
Foco paralelo ao eixo x com a > b

B2 (x - x0)2 ______
______ (y - y0)2
​   ​ 
  + ​   ​  
 = 1
a2 b2
F1 e F2 → focos
|F1 F2| = 2c Foco paralelo ao eixo y com a > b

A1A2 → eixo maior (x - x0)2 ______


(y - y0)2
______
​     
 + ​   ​  
 = 1
|A1 A2| = 2a b2 a2
B1B2 → eixo menor
|B1 B2| = 2b
O → centro
Excentricidade ⇒ e = ​ c__   ​(0 < e < 1)
b

108

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