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vestibular medicina
5ª edição • São Paulo
2019
C N
1
CIÊNCIAS DA NATUREZA
FÍSICA
e suas tecnologias
Caco Basileus, Herlan Fellini, Felipe Filatte e Kevork Soghomonian
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.
Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Claudio Guilherme da Silva Souza
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
ISBN: 978-85-9542-136-3
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
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Telefone: (11) 3259-5005
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CARO ALUNO
O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações
nos principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu
conteúdo enriquecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019.
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo comple-
mentar. Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais
abordados nos principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões
propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam
as explicações dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de
informações para o estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais aces-
sível e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar
o repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do
aluno. Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado
com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares
de hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e
química, história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações
que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante
consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando
o contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas”
de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção "Aplicação no Cotidiano". Como o próprio
nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm
contato em seu dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas
dessas habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expo-
sitiva, descrevendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurá-las na sua prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um
deles é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas
mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para
o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA
Aulas 1 e 2: Vetores 7
Aulas 3 e 4: Introdução ao estudo dos movimentos 25
Aulas 5 e 6: Movimento retilíneo uniforme 41
Aulas 7 e 8: Gráficos do MRU 57
Aulas 9 e 10: Movimento retilíneo uniformemente variado 71
ELETROSTÁTICA
Aulas 1 e 2: Princípios da eletrostática 175
Aulas 3 e 4: Lei de Coulomb 193
Aulas 5 e 6: Campo elétrico 203
Aulas 7 e 8: Força elétrica e campo elétrico 217
Aulas 9 e 10: Potencial elétrico 227
Abordagem de CINEMÁTICA nos principais vestibulares.
FUVEST
A cinemática sempre está presente nas provas da Fuvest, com enunciados curtos, bem elabora-
dos e objetivos, quase sempre havendo manipulação matemática das equações do MRU e MRUV.
LD
ADE DE ME
D
UNESP
U
IC
FAC
INA
BO
1963
T U C AT U A cinemática quase sempre está presente nas provas da Unesp, com questões bem elaboradas e
com bom nível de dificuldade em manipulação das equações matemáticas, além de também ser
frequente a leitura de gráficos.
UNICAMP
Com questões curtas e objetivas as provas da Unicamp quase sempre relacionam cinemática com
dinâmica em suas questões dissertativas.
UNIFESP
Com questões mais bem elaboradas, as questões de MRU e MRUV presentes na prova da Uni-
fesp sempre pedem uma análise que utilize
conhecimentos de matemática geométrica.
ENEM/UFMG/UFRJ
A cinemática possui grande incidência nas provas do ENEM, sempre relacionando com o cotidia-
no e em praticamente em todas as questões, e quase sempre possuem análise gráfica.
UERJ
Nas provas da UERJ, cinemática é um assunto constante, com enunciados bem elaborados e
objetivos, quase sempre havendo manipulação
matemática das equações do MRU e MRUV.
0 2
1 0 Vetores
Competência Habilidade
5 17
© Foto011/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Grandezas vetoriais
Existem dois tipos de grandezas físicas: as escalares e as vetoriais. Uma grandeza escalar é caracterizada
apenas pela sua intensidade, ou seja, o valor numérico, acompanhado de sua unidade de medida. O tempo, a mas-
sa e a temperatura de um corpo são exemplos de grandezas escalares. Já as grandezas vetoriais necessitam, além
da intensidade, da informação quanto à sua direção e seu sentido. Ao dizer, por exemplo, que um carro se move a
40 km/h, a informação sobre sua velocidade está incompleta. A velocidade é uma grandeza vetorial e, portanto,
é necessário informar a direção e o sentido de deslocamento do carro. Neste caso, poderia ser dito que o carro
trafega na Avenida Paulista (direção) em sentido à Rua da Consolação (sentido).
A tabela a seguir apresenta algumas grandezas vetoriais e algumas grandezas escalares:
Grandezas escalares Grandezas vetoriais
tempo velocidade
massa aceleração
temperatura deslocamento
trabalho posição
energia força elétrica
pressão campo elétrico
potência força magnética
potencial campo magnético
diferença de potencial força gravitacional
quantidade de mol campo gravitacional
carga elétrica força peso
intensidade da corrente elétrica força de reação normal
resistência elétrica força elástica
capacidade térmica força tensora
calor específico sensível força centrípeta
calor latente empuxo
fluxo magnético quantidade de movimento
vazão momento
capacitância impulso
Vetor
Vetor é um ente matemático representado por um segmento de reta orientado (flecha). A notação de um
vetor é dada por uma letra (maiúscula ou minúscula) com uma pequena flecha para a direita acima da mesma.
Representam-se algumas grandezas físicas (grandezas vetoriais) por meio de vetores.
N
NO NE Resumo:
O L
SO SE
§§ módulo ou intensidade: é dado pelo compri-
S mento do segmento orientado (nº + unidade).
r (reta suporte)
§§ direção: é dada pelo ângulo formado entre o
→
v ou v vetor e o eixo horizontal.
B (final ou extremidade: sentido)
“para onde” §§ sentido: é dado pela orientação do segmento.
→
v (vetor v)
θ (direção) linha
horizontal
A (origem)
9
§§ Vetores paralelos: diz-se que dois ou mais
Características de um vetor
vetores são paralelos entre si, quando suas dire-
Como vimos um vetor pode ser representado por ções (inclinações) forem idênticas, não importan-
uma letra e um segmento orientado (flecha) sobre a le- do os sentidos dos mesmos.
tra, conforme a figura.
___›
a
___›
b
Lembrando que as três características de um ve- §§ Vetores iguais: dois vetores são iguais se, e
tor são: módulo (ou intensidade), direção e sentido. somente se, tiverem o mesmo módulo, a mesma
A direção de dois vetores são iguais, caso eles direção e o mesmo sentido.
estejam sobre retas paralelas ou sobre a mesma reta §§ Vetores simétricos ou opostos: quando dois
(denominada reta suporte). Como exemplo, suponha que vetores possuem o mesmo módulo, a mesma
as retas r e s, na figura a seguir, sejam paralelas. Desse direção, porém sentidos opostos, diz-se que os
___› ___› _›_
modo, os vetores a _ ,__ b e c possuem a mesma direção, mesmos são simétricos ou opostos entre si.
_›_ ›
mas os vetores c e d têm direções diferentes.
Os sentidos de dois vetores são iguais quando
possuem a mesma direção e estiverem ___› orientados para Teoria na prática
___›
o mesmo lado. Os vetores a e b , na figura a seguir, 1. (UFB adaptado) Observe a figura a seguir e de-
estão orientados termine quais os vetores que:
___› __ em sentidos opostos, assim ___› __como
› ›
os vetores b e c . Entretanto, os vetores a e c têm
sentidos iguais.
Resolução:
a) Podemos
___ perceber pelo desenho que os ve-
› ___ › __
›
tores E , ___A e ___F estão na direção vertical, os
› ›
vetores C e D estão em uma direção oblí-
Observações › ___
___ ›
§§ Vetor nulo: denomina-se vetor nulo a todo ve- qua (inclinada) e os vetores B e G estão na
tor cujo representante é um segmento de reta horizontal. ___
› __ ›
orientado, nulo, isto é, o início e o fim deste seg- b) No desenho, os vetores ___ A ___
e F estão no senti-
› ›
mento de reta coincidem. A representação do do norte e os vetores C e D estão no sentido
vetor nulo é um ponto ( . ). Também pode ser nordeste.
representado pelo _número zero com uma flecha c) Para que um vetor seja igual ao outro, as três
__›
acima do mesmo ( 0 ) . características (módulo, direção e sentido) de-
vem ser iguais.
10
___› __› ___›
Pelo desenho, vemos que os vetores A e F O vetor d representa o deslocamento vetorial
são iguais, pois compartilham de um mó- realizado pela partícula.
dulo 2u,___direção vertical e sentido norte. Os Esse vetor une o ponto inicial P (chamado origem
› ___›
vetores C
e D
também são iguais por te- do vetor) ao ponto final Q (chamado extremidade do vetor).
__
rem módulo 2 √2 u, uma direção oblíqua e
sentido nordeste. Teoria na prática
1. (UEM) O desenho abaixo ilustra um trabalhador
A intensidade, módulo ou norma de uma gran-
deza vetorial, é o módulo do valor numérico do vetor. puxando por uma corda um carrinho que se des-
O módulo de um vetor, graficamente, é proporcional loca em linha reta.
ao seu comprimento. Suponha, por exemplo, que um O puxão da corda efetuado pelo trabalhador
automóvel esteja se deslocando com velocidade esca- pode ser descrito como uma força que:
lar de 80 km/h em sentido norte. Na figura, a flecha a) possui somente magnitude.
(apontando para o norte) representa o vetor velo- b) possui somente direção.
__›
cidade
__
v
do automóvel; o módulo desse vetor será c) possui direção e magnitude.
v › = 80 km/h. É importante destacar que todo vetor d) não possui nem direção nem magnitude.
que possuir mesma direção, mesmo sentido e mesma e) realiza um torque.
intensidade, representando, portanto, a mesma grande-
za, representa uma classe de equipotência. Resolução:
_›_ O puxão da corda é caracterizado como um ve-
v N
tor força, assim ele tem um módulo (magnitude),
O L uma direção e um sentido. Nesse caso, o módulo
S não é citado, porém a direção é oblíqua (inclina-
_›_
|v | = 80 km/h da) e o sentido é nordeste.
Uma grandeza pode ter valor numérico igual a
zero. Se um objeto estiver em repouso, por exemplo,
sua velocidade
___› será nula. Desse modo, o vetor nulo, de-
notado por 0 , pode ser utilizado para representar essa
grandeza. A direção e o sentido não são definidos para
o vetor nulo.
O deslocamento vetorial é o exemplo mais ele-
mentar de grandeza vetorial. Alternativa C
Na figura abaixo, suponha que uma partícula
desloca-se do ponto P até o ponto Q, seguindo a traje-
tória descrita pela figura. Surgimento do vetor
Q Foram os trabalhos de alguns matemáticos e
físicos que estudavam os números complexos que
originou o conceito formal de vetores, entre eles
podemos destacar Willian Rowan Hamilton (1805-
1865), Josian Willard Gibbs (1839-1903) e Carl
Friedrich Gauss (1777-1855). Porém, conceitos mais
P
intuitivos remontam a Aristóteles (385-322 a.C.) e a
Q Herão de Alexandria (século I).
___›
d
P
11
___› ___› _›_
Adição de vetores A soma de a e b , o vetor
___›
origem de a à extremidade de b
___›
.
s , é obtida ligando a
M
___
›
___›
b
a
N ___› ___›
a
b
_›_
___›
P s
s
M
___
›
b _›_ ___› ___›
___›
a s
= a
+ b
N Outro modo é fazer o seguinte: desenhamos ___›
um
___›
vetor igual a a
, a partir da extremidade de b .
_›_
Para obter o vetor___›
s
, que é a soma dos vetores,
O deslocamento final da partícula, que se mo- ___›
ligamos a origem de b à extremidade de a .
veu do ponto M ao ponto P, é indicada na figura pelo
_›_
vetor s . Desse modo, os dois deslocamentos anteriores
___›
podem ser substituídos por um deslocamento único,___o a
_›_ ___› ›
vetor s . Esse vetor é a soma (ou resultante) de a
e b
,
___›
e indicamos: b
_›_ ___› ___›
s = a + b
Regra do polígono
___› ___›
Dois vetores quaisquer (não nulos), a e b , são
somados, de modo geral, de acordo com os seguintes ___›
12
_›_
x
_›_ _›_
s _›_ y
s
3
___› ___›
b a
4
_ _ ›
s 2 = 32 +__ 42 = ___
9 + 16 _=_ 25
Logo, a adição de vetores apresenta a proprie- _›_ ›
s = 25 ä s = √ 25 ä s › = 5 unidades
2
dade comutativa:
___› ___› ___› ___› Esse processo realizado para obter a soma de
a + b = b + a dois vetores também pode ser aplicado para fazer a
soma de três ou mais vetores.
Caso um dos vetores seja nulo, temos:
Na figura a seguir, estão representados os veto-
___› ___› ___› ___› ___› ___› ___› _›_
a + 0 = 0 + a = a res a , b e c . Para obter a soma dos três vetores, isto é,
_›_
o vetor s , tal que:
No caso ilustrado, note que:
_›_ ___› _ __› _›_
_ _ ___ _ __›
s › < a › + b s = a + b + c
_›_ ___›
Ou seja, o___módulo de s
é menor que a soma dos Desenhamos um vetor igual ao vetor b a _partir
___› › __›
___›
módulos de a e b
. da extremidade de a, e a partir da extremidade de b de-
_›_
_›_
Assim, o módulo de s
_ __será necessariamente igual senhamos um vetor igual a c , como na figura. Unindo
___› ›
___› _›_ _›_
à soma dos módulos
___
de a
e b
, somente no caso em que a origem de a
à extremidade de c
, obtemos o vetor s .
___› ›
os vetores a e b
tenham direção e sentido iguais.
Teoria na prática
1. Na figura abaixo, vamos determinar o módulo da
__› _›_
resultante dos vetores x e y . Cada quadradinho
mede uma unidade.
_›_
x
_›_
y
Resolução:
__› _›_
A soma de x e y está efetuada na figura a seguir: A regra do polígono pode ser aplicada para qual-
_›_
O módulo de s é obtido aplicando o teorema quer quantidade de vetores, basta adicionar a origem
de Pitágoras ao triângulo retângulo sombreado de um vetor à extremidade do vetor anterior e, por fim,
na figura: traçar o vetor resultante.
13
Regra do paralelogramo
__› _›_
Para exemplificar a regra do paralelogramo, considere os vetores x
e y
representados na figura.
_›_ _›_
x y
_›_
M _›_
M M
_›_
x x x _›_
P P Q P s Q
_›_ _›_
y y
N N N
A seguinte relação pode ser usada para calcular o módulo da soma de dois vetores quaisquer.
___› ___›
a a
_›_
θ θ s
___› ___›
b b
A soma de vetores utilizando a regra do paralelogramo é uma prática comum, cujo autor é desconhecido.
b
1N
1N
14
___›
a) Represente na figura reproduzida
_____ a força R , Resolução:
_____
› ›
resultante das forças a e b , e determine o Devemos lembrar que o ângulo de 120° está no
valor de seu módulo, em newtons. segundo quadrante, no qual o cosseno é negati-
___›
b) Determine
___ o cosa formado entre os vetores a vo. O valor de cos(120°) é –0,5.
›
e b . Aplicando a regra do paralelogramo, temos
Resolução: (Fr)² = (3)² + (5)² + 2 · 3 · 5 · cos(120°) ⇔
⇔ (Fr)² = 9 + 25 + 30(–0,5) ⇔
a) Pela regra do paralelogramo, temos que ___
___
› ⇔ (Fr)² = 34 –15 ⇔ (Fr)² = 19 ⇔ Fr = √ 19 N.
|R | = 3 N.
Alternativa A
Oposto de um vetor
___›
Seja um vetor a não nulo. Um vetor com a mes-
___›
ma direção e o mesmo módulo de a
, mas com sentido
___›
contrário, é denominado oposto de a .
___› ___›
O vetor oposto de a é indicado por –a .
b) Os módulos dos vetores são: s
___
›
módulo de ___a : a = 2 N r
› ___›
módulo de b : b² = 2² + 3² ⇔ a
___
⇔ b² = 13 ⇔ b = √
13 N
Aplicando a regra do paralelogramo, temos: ___›
–a
R² = a² + b² + 2 · a · b · cosa ⇔
___ ___
⇔ 3² = 2² + (√13 )² + 2 · 2 · (√13 ) cosa ⇔
___
⇔ 9 = 4 + 13 + 4(√13 ) cosa ⇔
___
⇔ cosa = (9 – 4 – 13)/4 (√13 ) ⇔ Subtração de vetores
–2
⇔ cosa = ____
___
___› ___›
√13 A diferença de dois vetores a e b
é obtida de
modo semelhante ao que se faz com os números reais:
2. (UEM) Um corpo está sendo arrastado em uma
___› _ __› ___› _ __›
superfície lisa (atrito desprezível), tracionado a – b = a + (–b )
___› ___›
por duas cordas, conforme o diagrama de for-
Isto é, o vetor a
– b
é___obtido efetuando a adição
ças abaixo. Qual a intensidade da força resul- ___› ›
do vetor a com o oposto de b
.
tante Fr?
Exemplo ___›
___›
§§ Dados os vetores
___ a e b
_ __ da figura,
___ determinare-
› › ___› ›
mos o vetor d
tal que d
= a
– b
. Utilizando a
relação apresentada acima, temos:
___
a) Fr = √__19 N
b) Fr = √___
8 N
_ __› ___› _ __› ___› _ __›
c) Fr = √
___
34 N
d = a – b = a + (–b )
d) Fr = √
49 N
__
e) Fr = √2 N
15
___
› _____›
Então, fazemos a adição de a
com –b
: Resolução:
Teoria na prática
1. (UFPI) Os vetores mostrados na figura a seguir
representam quatro forças, todas de mesmo mó-
dulo F. Marque a alternativa que representa uma Resolução:
força resultante nula.
Para fazer a subtração vetorial, devemos somar o
___
› ___
›
vetor X
com o oposto do vetor Y
.
___› ___› ___› ___› ___› ___›
D = X ⇔ D
– Y = X
+ (–1) Y
___
›
Invertemos o sentido do vetor Y e aplicamos a
___›
regra da poligonal para encontrar o vetor D
.
16
Multiplicação e divisão de Teoria na prática _›_
1. Determine a resultante da soma dos vetores x
um vetor por um número _›_
e y nos casos a seguir, admitindo-se que cada
___› quadradinho tenha lados iguais a uma unidade.
um vetor não nulo e k um número real
Seja a
___›
pelo número k,
não nulo. Podemos multiplicar o vetor a a)
___› _›_
obtendo o vetor b
: x
___›
As características de b são: b)
___› ___› _›_
§§ b = k · a
x
___
› ___›
§§ b tem a mesma direção de a
.
___›
___› _›_
§§ Se k > 0, b tem o mesmo sentido de a
, caso seja y
___› ___›
k < 0, b tem sentido oposto ao de a
.
Como exemplos na Física, temos:
_____› ___› Resolução:
a) F = m?a (m escalar positivo)
_____
› _____
›
b) F = |q|?E (q > 0 ou q < 0) a) Neste caso, temos:
_›_ _›_
x y
Exemplo _›_
___› ___›
§§ Na figura, representamos os vetores a
, 2a e s
___› ___› ___› _ _ _ _ _ _
–2a . Note que tanto 2a como –2a têm módulos s › = x › + y › = 3 + 2 = 5 unidades
___› ___›
iguais ao dobro do módulo de a . O vetor 2a tem _›_ __› _›_
___› ___› b) O vetor s é a soma de x
e y
, isto é:
o mesmo sentido do vetor a e o vetor –2a tem
___›
sentido oposto ao do vetor a . _›_
x
___› _›_ _›_
___› 2a ___› s y
a –2a _›_ _ ›_ _›_
s = x + y
No entanto, neste caso, temos:
___›
Podemos também dividir o vetor a por k, obten- _ _ __ __
s = x – y = 5 – 3 = 2 unidades
› › ›
_›_
do o vetor c :
_›_ a ___›
__
c =
k
Sendo:
___
›
_›_ |
a |
c = __
k
__›
Quanto à direção e ao sentido de c
, valem as
mesmas considerações feitas para a multiplicação.
___›
Se k = 0, não podemos calcular a .
__
k
17
Observação
§§ Versor é um vetor unitário que possui a mesma direção e mesmo sentido do eixo que o contém.
y
y →
→
→ 1 j
i
1 j →
→ j =1u →
0 1 x j =1u →
→
i
→
i k =1u x
0 1
i =1u 0 1 x →
1
→ → i =1u
i =1u k
z
u ... unidade de medida
a
x cosθ = __
ax → ax = a · cosθ
___›
A projeção desse vetor a, no eixo (x) pode ser Os vetores unitários, quando indicarem sentido
___›
representada pelo vetor a x , bem como a projeção do oposto aos eixos considerados, serão representados por:
___› ___›
vetor a no eixo (y) pode ser representado pelo vetor a y . ___› ___›
– i e – j
18
Teoria na prática __› __› __› __› __› __›
1. Num ponto material P, estão aplicadas seis forças coplanares F
1 , F
2 , F
3 ,F 4 , F
5 e F
6 , representadas conforme
figura a seguir, cujas intensidades são, respectivamente, 12 N, 8,0 N, 15 N, 6,0 N, 8,0 N e 7,0 N.
Resolução:
__› __› __› __›
Primeiramente, vamos decompor os vetores F
2 e F
5 nos eixos i
e j :
__
› __
› __
› __
› __
› __
› __
› __
› __
›
O vetor F
será: __F
__ = (|F 2|__cos x) i __
+ (|F 2| senx) __ ⇔ __F
j = (8cosx)
__ i
+ (8senx)
__ j
(N) __
›2 ›2 › › › ›2 › › ›
O vetor __F
5 será: __F
5=(–1)(|
__ F 5| cosx)
__ __ i
+(–1)(|
__ ⇔ F
F 5| senx) j 5 =(–8cosx) i
+ (–8senx) j
(N)
› › › › › ›
O vetor __F
será: F i ⇔ F
= |__F 1| = 12 i __
(N)
›1 __
›1 › __ › __
›1 ›
O vetor F
será: __F
__ = |F 3| j __ ⇔__F = 15 j (N)__
›3 › 3 › › 3 __ › ›
O vetor F
4 será: F
__ __ 4 = (–1) |F __ i__ ⇔ __F
4| 4= –6 __i (N)
› › › › › ›
O vetor F
6 será: F
6 = (–1) |F 6| j ⇔ F 6= –7 j (N)
A resultante das forças é a soma vetorial de todas elas; assim, temos:
__
› __
› __
› __
› __
› __
› __
›
F r =__ F
1 + F
___
2 + F
3 + F
4 +
__ F
6 ⇔__
5 + F
__ __ __ __ __
› › › › › › › › ›
⇔ __F r = 12 i + (8cosx) i + (8senx)__j + 15 j
+ (– 6) i
+ (– 8cosx)__ i
+ (– 8senx) j ⇔
+ (– 7) j
› › ›
⇔ F
r = (12__– 6 + 8cosx
__ __ – 8cosx) i j ⇔
+ ( 15 – 7 + 8senx – 8senx )
› › ›
⇔ F
r = (6) i
+ (8) j
(N).
__›
Assim, o módulo do __vetor F r será: (Fr )²= (6)² + (8)² ⇔ (Fr )² = 36 + 64 ⇔
› ____ __›
100 N ⇔ |F r | = 10 N.
⇔ (Fr )² = 100 ⇔ |F r| = √
Alternativa A
19
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
20
ACESSAR
www.respondeai.com.br /resumos/1/capitulos/1
pt.khanacademy.org/math/precalculus/vectors-precalc
LER
tt
Livros
Leonard Mlodinow - A janela de Euclides
Livro que aborda de maneira simples, divertida e curiosa a evolução
de conceitos-chave de geometria e o modo com que o Homem
compreende o espaço.
21
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Apesar de algumas pessoas pensarem que a utilização de conceitos vetoriais está restrita aos campos da
Física e da Matemática, elas o fazem sem perceber. Atualmente, muitas pessoas utilizam GPS para se localizar ou
localizar um destino. Só no fato de localizar um ponto em relação a um referencial já temos um vetor, mas quando
localizamos um destino e seguimos os passos designados pelo GPS, cada passo trata-se de um vetor, e, a cada
instrução realizada, estamos compondo uma soma vetorial pela regra do polígono.
Se nos dias atuais pequenos deslocamentos nas cidades se dão através da utilização de aplicativos de locali-
zação como o WAZE, é possível imaginar a necessidade e a importância da localização em mapas cartográficos,
cartas de navegação e a revolução que foi a organização utilizando latitude e longitude.
INTERDISCIPLINARIDADE
Para a aplicação da noção de vetores, algumas ideias matemáticas são necessárias, utilizamos praticamen-
te conceitos de geometria espacial e geometria analítica. Noções de ponto, reta, espaço, segmento orientado e
as operações entre os vetores são conceitos puramente matemáticos. É sempre importante lembrar que existe
diferença nas operações entre grandezas escalares e operações entre grandezas vetoriais.
Da matemática de Euclides ficaram definidos os conceitos de ponto, reta, plano e segmento de reta. O
ponto, “o que não tem partes”, sendo um elemento desprovido de tamanho, sem dimensões, sem forma. A reta é
definida como um ente geométrico de apenas uma dimensão, de maneira simplista podemos dizer que uma reta é
formada por infinitos pontos “alinhados”; duas retas podem ser classificadas como paralelas, concorrentes,
perpendiculares, coincidentes ou ainda como reta tangente ou reta secante.
22
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Modelo
(Enem) Um foguete foi lançado do marco zero de uma estação e após alguns segundos atingiu a
posição (6, 6, 7) no espaço, conforme mostra a figura. As distâncias são medidas em quilômetros.
Considerando que o foguete continuou sua trajetória, mas se deslocou 2 km para frente na direção
do eixo-x, 3 km para trás na direção do eixo-y, e 11 km para frente, na direção do eixo-z, então o
foguete atingiu a posição:
a) (17, 3, 9).
b) (8, 3, 18).
c) (6, 18, 3).
d) (4, 9, –4).
e) (3, 8, 18).
23
Análise Expositiva
Habilidade 17
No ensino médio o contato inicial que se tem em física com vetores é em cinemática. A ideia
de representar a posição de um objeto no espaço é o exemplo mais clássico da utilização de
vetores, além de ser um dos motivadores de sua criação.
Adotando como referência “para trás” como sendo no sentido negativo e “para frente” como
um deslocamento no sentido positivo de cada eixo, devemos somar o número inteiro corres-
pondente ao deslocamento em cada coordenada, sendo assim temos que:
(6 + 2,6 – 3,7 + 11) = (8, 3, 18).
Alternativa B
Estrutura Conceitual
Processo
Módulo geométrico
Direção
Vetor
Processo
Sentido analítico
24
0 4
3 0 Introdução ao estudo
dos movimentos
Competências Habilidades
1e6 2 e 20
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
O ramo da mecânica que descreve os movimentos é a cinemática, que tem por objeto o estudo do movi-
mento dos corpos sem levar em conta os agentes que o produzem. Os conceitos de posição, velocidade e acelera-
ção ao longo do tempo são tópicos estudados por esse ramo. Os corpos serão considerados pontos materiais, isto
é, as dimensões dos corpos não interferem no estudo de determinado fenômeno.
Note que o marco zero, chamado origem dos espaços, foi escolhido arbitrariamente. A partir dessa posi-
ção, são medidos os comprimentos que indicam a posição do corpo. O marco zero é o referencial.
27
Deslocamento (grandeza vetorial) e
distância percorrida (grandeza escalar)
§§ Deslocamento escalar é a diferença entre as posições final e inicial ocupadas numa determinada trajetória.
+ ∆S = S - S0
0 S0 S
S0 .... posição inicial
S0 ∆S S ...... posição final
∆S ... variação de posição
S
ou deslocamento escalar
Teoria na prática
1. Um indivíduo parte de um ponto X de uma trajetória e caminha até uma posição Y e, em seguida, retorna
para o ponto Z. Verifique a figura dada e responda:
t0 t2 t1
28
2. Uma pessoa, partindo de X, efetua voltas em torno de uma praça retangular, como mostra a figura a seguir.
Calcule o deslocamento e a distância percorrida, desde o instante da partida, nas seguintes situações:
X 400
40
00 m Y
300
000 m
Z W
Resolução:
Referencial
Um corpo está em movimento se a sua posição é alterada ao longo do tempo em relação a um referencial.
Pode-se analisar o movimento de um corpo comparando sua posição em relação a outro corpo, que, nesse caso,
será o referencial. Assim, o estado de movimento ou repouso de um corpo depende do referencial escolhido. Um
mesmo corpo pode estar em repouso em relação a um referencial e em movimento em relação a outro. A trajetória
do corpo também é dependente do referencial. Os corpos, por sua vez, também possuem uma classificação. Se a
dimensão do corpo, comparada com a dimensão da trajetória for desprezível, esse será chamado de ponto material;
se ele não puder ser desprezado, será chamado de corpo extenso. Existem muitos casos em que o tamanho do
corpo deverá ser considerado. Veremos alguns casos em exercícios posteriores.
29
Definição de movimento e repouso
Um ponto material é considerado em movimento quando sua posição em relação a um referencial é alterada
durante o intervalo de tempo considerado.
É importante lembrar que a escolha do referencial é totalmente arbitrária. A escolha é feita de modo a
facilitar a resolução dos exercícios.
30
I. Cascão encontra-se em movimento em rela-
Teoria na prática ção ao skate e também em relação ao amigo
1. Um ônibus escolar está parado no ponto de ôni-
bus e um aluno está sentado em uma das pol- Cebolinha.
tronas. Quando o ônibus entra em movimento, II. Cascão encontra-se em repouso em relação
sua posição no espaço se altera, afastando-se do ao skate, mas em movimento em relação ao
ponto de ônibus. Nessa situação, podemos afir- amigo Cebolinha.
mar que a conclusão errada é que: III. Em relação a um referencial fixo fora da Ter-
a) o aluno sentado na poltrona acompanha ra, Cascão jamais pode estar em repouso.
o ônibus e, portanto, também se afasta do Estão corretas:
ponto de ônibus. a) apenas I.
b) podemos dizer que um corpo está em movimen- b) I e II.
to em relação a um referencial quando a sua po- c) I e III.
sição muda em relação a esse referencial. d) II e III.
c) o aluno está parado em relação ao ônibus e e) I, II e III.
em movimento em relação ao ponto de ôni-
bus, se o referencial for o próprio ônibus. Resolução:
d) se o referencial for o ponto de ônibus, o alu-
I. Incorreta, pois Cascão está em repouso em
no está em movimento em relação ao ônibus.
relação ao skate, mas em relação ao Ceboli-
e) para dizer se um corpo está parado ou em mo-
nha ele está em movimento.
vimento, precisamos relacioná-lo a um ponto
II. Correta.
ou a um conjunto de pontos de referência.
III. Correta, pois a Terra gira constantemente
Resolução: em torno de seu eixo e em torno do Sol; em
Observamos que o aluno está em movimento se relação a um referencial fixo fora da Terra,
o referencial adotado for o ponto de ônibus ou Cascão jamais poderia estar em repouso.
a rua; pois, como vimos, a escolha do referen-
Alternativa D
cial é arbitrária e é necessário escolher apenas
um único ponto como referencial. Porém, caso o
referencial escolhido seja o próprio ônibus, ou o
motorista do ônibus, a posição do aluno não irá
Velocidade escalar média
se alterar em relação ao motorista ou ao ônibus.
A velocidade escalar de um corpo determina
Alternativa D o quão rápido é o seu deslocamento. A velocidade
escalar média é definida como a razão entre a varia-
2. (PUC-SP) Leia com atenção a tira da Turma da
ção da posição do corpo e o intervalo de tempo decor-
Mônica mostrada a seguir e analise as afirma-
tivas que se seguem, considerando os princípios rido durante essa variação na posição.
da Mecânica Clássica. Na figura abaixo, um ponto material P descreve
uma certa trajetória em relação a um determinado refe-
rencial. No instante t1 sua posição é S1 e no instante pos-
terior t2 sua posição é S2. Durante o intervalo de tempo
Dt = t2 – t1, a variação espacial do ponto material é
DS = S2 – S1. A velocidade escalar média vm no inter-
valo de tempo Dt é expressa pela relação:
S –S
___ = _____
vm = DS 2 1
Dt t2 – t1
31
A unidade de velocidade escalar (média ou ins- Resolução:
tantânea) é expressa em unidade de comprimento por
De acordo com as informações fornecidas pelo
unidade de tempo: km/h (quilômetros por hora), m/s
enunciado, o deslocamento do elevador foi de
(metros por segundo), mi/h (milhas por hora), cm/s (cen-
DS = 380 m e o intervalo de tempo de Dt = 40 s.
tímetros por segundo) etc.
As unidades de velocidades podem ser conver- Assim, a velocidade média do elevador é calcula-
tidas umas nas outras, por exemplo, de km/h para m/s da da seguinte forma:
e vice-versa. vm = ___ 380 ä v = 9,5 m/s
DS = ___
Dt 40 m
1 km = 1.000 m
Sabemos que: 1 h = 60 min e 1 min = 60 s Alternativa C
1 h = 60 · 60 s = 3.600 s
2. (Cefet) Num shopping, há uma escada rolante
Então: 1 ___ 1.000 m
km = _______ 1 m
= ____
h 3.600 s 3,6 s de 6 m de altura e 8 m de base que transporta
km = ___
1 __ uma pessoa entre dois andares consecutivos num
Portanto: 1 ___ m e 1 m/s = 3,6 km/h
h 3,6 s intervalo de tempo de 20 s. A velocidade média
× 3,6 desta pessoa, em m/s, é:
km
___ : 3,6 m
__
h s a) 0,2.
b) 0,5.
Sendo assim, para converter km/h em m/s, divi- c) 0,9.
de-se o valor da velocidade por 3,6; para converter m/s d) 0,8.
em km/h, multiplica-se o valor da velocidade por 3,6. e) 1,5.
Resolução:
Teoria na prática Fazendo um desenho ilustrativo do problema,
1. O edifício Taipei 101 é um ícone de Taiwan e
temos:
combina tradição e modernidade.
Suas características de segurança permitem-lhe
suportar tufões e terremotos, que são frequen-
tes nessa região. O edifício possui 61 elevadores,
sendo dois de ultravelocidade.
Divulgação
32
3. (UFJF) O motorista de um caminhão pretende fazer uma viagem de Juiz de Fora a Belo Horizonte, passando
por Barbacena (cidade situada a 100 km de Juiz de Fora e a 180 km de Belo Horizonte). A velocidade má-
xima no trecho que vai de Juiz de Fora a Barbacena é de 80 km/h e de Barbacena a Belo Horizonte é de 90
km/h. Determine qual o tempo mínimo, em horas, de viagem de Juiz de Fora a Belo Horizonte, respeitando-
-se os limites de velocidades.
a) 4,25 h
b) 3,25 h
c) 2,25 h
d) 3,50 h
e) 4,50 h
Resolução:
Fazendo um desenho ilustrativo do exercício, temos:
Assim, o intervalo de tempo total será: Δttotal = Δt1 + Δt2 ⇔ Δttotal = 1,25 + 2
v>0 v<0
© Rafael Schaffer Gimenes/Schäffer Editorial
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5
t(s) 0 1 2 3 4 5
S(m) 20 17 14 11 8 5 Teoria na prática
1. A posição de uma partícula em função do tem-
a) Classifique o movimento dizendo se é pro-
po é mostrada no gráfico abaixo. A partícula se
gressivo ou retrógrado. desloca ao longo do eixo x. Calcule a velocidade
b) Calcule e velocidade escalar do móvel. média da partícula no intervalo entre t = 2 s e
c) Qual é o espaço inicial do móvel? t = 8 s, em m/s.
Resolução:
Função horária
Função horária da posição é a função que re-
laciona o espaço S com os instantes de tempo t corres-
pondentes, e é representada genericamente por S = f(t).
Essa expressão é lida: S é uma função de t.
Ao fornecer uma função horária, deve-se indicar
as unidades do espaço e do tempo: caso S esteja em
metros (m) e t em segundos (s), podemos apenas infor-
34
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
ACESSAR
pt.khanacademy.org/science/physics/one-dimensional-motion/displacement-velocity-time/a/
what-is-displacement
www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1288476-sao-paulo-tera-radar-que-multa-pela-
velocidade-media-do-veiculo.shtml
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/referenciais/intro/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/velocidade-escalar-media.htm
www.estudopratico.com.br/referencial-movimento-espaco-e-repouso/
35
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
O conceito de velocidade média tem importantes aplicações cotidianas, entre elas podemos citar o custo
no transporte de mercadorias, aplicações no cálculo da vazão de reservatórios, o cálculo do custo da energia elé-
trica no sistema metroviário. Na indústria, seu conceito é utilizado na produção. Atualmente, com a introdução da
matemática e estatística nos esportes, o conceito de velocidade média é amplamente utilizado na estratégia dos
esportistas, seja desde um maratonista, nadador ou mesmo um jogador de futebol (é possível analisar a velocidade
média do jogador durante uma partida, a distância efetivamente percorrida por ele, sua aceleração média e muito
mais). No filme ”Moneyball”, que foi baseado em fatos reais, Billy Beane emprega conceitos estatísticos para a
elaboração do seu time.
INTERDISCIPLINARIDADE
”Nada me produz tanta perplexidade como o tempo e o espaço. E, entretanto, nada me preocupa menos que o
tempo e o espaço, já que nunca penso neles.”
Charles Lamb
Muitos filósofos já discutiram sobre o tempo e para alguns é um conceito indefinível em palavras. Zenão de Eleia
(490-430 a.C.) foi um filósofo que se opôs à ideia de movimento, para ele o movimento era uma ideia que não poderia
existir: “Um móvel que está no ponto A e tenta atingir o ponto B. Isso é impossível, pois antes de atingir o ponto B, o
móvel tem que atingir o meio do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C, terá que primeiro atingir
o meio do caminho entre A e C, isto é, um ponto D. E assim, infinitamente”.
Ou seja, antes de atingir o destino final, o móvel teria que passar por sucessivos pontos intermediários infinita-
mente, jamais chegando ao seu destino. Seu paradoxo mais famoso trata de Aquiles, o velocista, e a tartaruga: “Imagine
uma corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Por questões de justiça, é dada para a tartaruga uma vantagem inicial, já
que ela é mais lenta, a tartaruga irá começar a disputa na metade do caminho. Aquiles jamais a alcançará, porque
quando ele chegar ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova distância; e quando ele atingir
essa nova distância, a tartaruga já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, infinitamente.”
Desse modo, a ideia de encontro entre dois móveis é impossível.
Platão (427-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) disseram que o tempo tem origem cosmológica. Devido a
inúmeros eventos periódicos na Natureza, a ideia de tempo cíclico foi sendo desenvolvida pela Humanidade (gregos,
egípcios, maias etc. tinham a ideia de ciclos). A cultura ocidental-cristã incorporou a ideia de tempo linear, sendo esse
uma grandeza absoluta. Para o filósofo Santo Agostinho (345-430), não seria correto definir o tempo em termos do
movimento periódico dos astros, pois na hipótese da ausência de movimento dos astros, automaticamente o tempo
desapareceria, o que seria um absurdo. Para filósofos mais modernos, como Immanuel Kant (1724-1804), o tempo é
uma criação da mente humana, assim como para Baruch Spinoza (1632-1677).
36
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
37
Modelo 1
(Enem) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da
velocidade média de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monó-
xido de carbono (CO) em dois tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas
em linha reta. Os resultados são apresentados nas duas figuras.
A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o
percurso é feito com o motor:
Análise Expositiva 1
Habilidade 2
Este é um excelente exercício pertencente ao modelo Enem, exemplo típico do que é exigido
neste exame. Além de solicitar que o aluno faça a leitura e compreensão correta dos gráficos
individualmente, permite ao aluno analisar dois diferentes gráficos da mesma situação-
-problema. Desse modo requer que o aluno saiba ligar problemas cotidianos, relacionados ao
transporte e saúde, ao mundo técnico-científico relacionado ao movimento do móvel.
A primeira figura nos permite concluir que para menores temperaturas (motor frio) e em
pista em aclive a emissão de CO é maior ao compararmos o gráfico de aclive (mais escuro)
com o gráfico de declive (claro e tracejado). Desse modo é interessante perceber que a emis-
são é maior para a temperatura mais baixa nos dois casos do movimento do veículo, dimi-
nuindo conforme aumenta a temperatura (funcionamento) do motor.
A segunda figura mostra que a emissão de CO é maior para baixas velocidades médias e em
pista em aclive. A análise acontece do mesmo modo que no primeiro gráfico, sendo que é
interessante notar que o veículo emite menos CO quanto maior é a velocidade média, fato
interessante nas grandes cidades aonde o congestionamento de veículos nas grandes vias, e
consequentemente a baixa velocidade média, aumenta a emissão de poluentes.
Alternativa D
38
Modelo 2
(Enem) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve
possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega.
Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas
permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a dis-
tância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade
máxima permitida é 120 km/h.
Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande con-
tinuamente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a
realização da entrega?
a) 0,7
b) 1,4
c) 1,5
d) 2,0
e) 3,0
Análise Expositiva 2
Habilidade 20
Atualmente, as provas do Enem cobram cada vez mais dos alunos, este é um claro exemplo,
no qual o aluno deve saber de antemão conceitos básicos de movimento e além de dominar a
manipulação matemática em equações e fórmulas.
Apesar dessa cobrança maior, esse exercício ainda produz uma situação-problema pertencen-
te ao cotidiano do aluno.
Primeiramente, temos os seguintes dados, o primeiro deslocamento ∆S1 = 80 km com a se-
guinte velocidade v1 = 80 km/h, já o segundo deslocamento é de ∆S2 = 60 km com a seguinte
velocidade média v1 = 120 km/h.
Lembrando a velocidade média é dada pela razão entre o deslocamento do móvel pelo inter-
valo de tempo correspondente.
∆S
v = ___
∆t
Uma vez que o tempo total é a soma dos dois tempos parciais, temos que:
∆S1 ____ ∆S2 ___
∆ = ∆t1 + ∆t2 ⇒ ∆t = ____
v
+ v
60
= 80 + ____ = 1 + 0,5 ⇒ ∆t = 1,5 h.
1 2 80 120
Alternativa C
39
Estrutura Conceitual
Espaço
A
B
Posição Deslocamento
inicial Posição km/h
final
Velocidade
min max
média
Tempo Rapidez
Intervalo
de tempo
40
0 6
5 0 Movimento retilíneo
uniforme
Competências Habilidades
1e6 3 e 20
© supergenijalac/Shutterstockk
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Movimento retilíneo uniforme (MRU)
O conceito de velocidade média é muito importante, porém, é pouco preciso. Por isso, a partir de agora,
iremos estudar alguns casos específicos de movimento.
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movimentos nos quais o vetor velocidade não se altera,
ou seja, direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa forma, em um estudo unidimensional, o módulo
da velocidade é constante, assim, em quaisquer instantes considerados a velocidade instantânea será equivalente
à velocidade escalar média:
DS = constante i 0
v = vm = ___
Dt
Sendo assim, no movimento uniforme, o corpo percorre distâncias iguais em intervalos de tempo iguais.
Função horária
Como visto anteriormente, a função horária de um movimento é a expressão matemática que fornece a
posição para um determinado instante de tempo t. A velocidade escalar instantânea, no movimento uniforme, é
constante e coincide com a velocidade escalar média, qualquer que seja o intervalo de tempo. Portanto:
DS DS
vm = ___ ä v = ___
Dt Dt
Fazendo DS = S – S0 e Dt = t – 0 = t, vem:
S – S0
v = ___
DS ä v = _____
Dt t
ä v · t = S – S0
S = S0 + v · t
Função horária do movimento uniforme
Sistema
Internacional
S0 → posição inicial
metro (m)
S → posição final
Desse modo, o espaço S é composto por duas parcelas: o espaço inicial S0 e o espaço percorrido após o
início da contagem do tempo, cujo valor é v · t. Adotamos, neste estudo, o instante inicial (t0 = 0) para que a função
horária evidencie o comportamento do corpo como se o estudo do movimento se desse a partir daquele instante.
Na expressão da função horária, S0 e v são constantes ao longo do tempo; a velocidade escalar do
movimento é v; se o movimento é progressivo, v > 0, e se o movimento é retrógrado, v < 0, ou seja, quando
v > 0, o movimento é a favor da orientação da trajetória, e quando v < 0, o movimento é contra a orientação
da trajetória.
43
A tabela ilustra alguns exemplos, sendo S em metros e t em segundos:
S = S0 + vt S0 v progressivo/retrógrado
S = 50 + 20 t S0 = 50 m v = + 20 m/s v > 0, progressivo
DS
S = S0 + v · t, onde v = constante i 0 v = vm = ___
Dt
Teoria na prática
1. (UC-GO) A figura mostra a posição de um móvel, em movimento uniforme, no instante t = 0.
Resolução:
a) A figura nos mostra que o móvel tem uma posição inicial de 30 m e movimenta-se no sentido contrário
da trajetória, logo, a sua velocidade constante é –5 m/s (movimento retrógrado).
Assim, a função horária do movimento será:
S = S0 + v · t ⇔ S = 30 + (–5)t ⇔ S = 30 – 5t
Resposta: A função horária é S = 30 – 5t.
b) Para encontrar o instante em que o móvel passa pela origem dos espaços, basta igualar a posição final
a 0. Assim, temos:
S = 30 – 5t ⇔ 0 = 30 – 5t ⇔ 5t = 30 ⇔ t = ___ 30 ⇔ t = 6 s.
5
Resposta: O tempo será de 6 segundos.
2. O espaço inicial de uma bicicleta que descreve um movimento retilíneo e uniforme é –5 m. Nesse movimen-
to, a bicicleta percorre a cada intervalo de tempo de 10 s uma distância de 50 m. Determine a função horária
do espaço para esse movimento, e considere-o progressivo.
Resolução:
44
3. (Ufgrs) Um caminhoneiro parte de São Paulo com velocidade escalar constante de módulo igual a 74
km/h. No mesmo instante, parte outro de Camaquã, no Rio Grande do Sul, com velocidade escalar constan-
te de 56 km/h.
Resolução:
O caminhão A tem posição inicial igual a 0 km, velocidade constante de 74 km/h e o sentido é o mesmo da
trajetória. A função horária do movimento do caminhão A será:
SA = S0, A + vA t ⇔ SA = 0 + 74 t ⇔ SA = 74 t
O caminhão B tem posição inicial de 1.300 km e movimenta-se contra a trajetória, logo sua velocidade será
de –56 km/h. A função horária do movimento do caminhão B será:
SB = S0,B + vBt ⇔ SB = 1300 + (–56)t ⇔ SB = 1300 – 56 t.
No ponto de encontro, temos que as posições finais dos caminhões são iguais, logo:
SA = SB ⇔ 74 t = 1300 – 56 t ⇔ 74 t + 56 t = 1300 ⇔ 130 t = 1300 ⇔ t = ____ 1300 ⇔ t = 10 h
130
Agora, basta aplicar o tempo igual a 10 horas em uma das duas funções horárias para encontrar a posição final.
SA = 74 t ⇔ SA = 74(10) ⇔ SA = 740 km
Os caminhões vão se encontrar na cidade de Garopaba.
Alternativa B
Galileu Galilei (1564-1642) foi um dos fundadores do pensamento científico moderno baseado na experi-
mentação, fazendo a transição da filosofia natural da antiguidade para a
ciência moderna. Empregando a matemática às suas observações experi-
mentais, Galileu deu importantes contribuições ao estudo do movimento
uniforme, percebendo ser impossível distinguir entre dois objetos isola-
dos, qual está parado ou qual está em movimento, formulou o princípio
da relatividade galineana.
Encontro – o encontro entre móveis significa que os mesmos
passam pela mesma posição na trajetória ao mesmo tempo.
Considere 2 móveis (1 e 2) em MRU com funções horárias de
posição S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t de modo que eles se encontrem
e, se você quiser descobrir o tempo de encontro é só igualar as duas fun-
ções e isolar o tempo. Se desejar encontrar a posição do encontro basta
substituir esse tempo numa das funções.
45
Determine:
Teoria na prática
a) o instante do encontro;
1. Dois móveis, 1 e 2, movem-se com movimento
b) a posição do encontro.
uniforme e no mesmo sentido num certo trecho
retilíneo. Suas velocidades escalares possuem Resolução:
intensidades respectivamente iguais a 20 m/s e
15 m/s. No tempo inicial zero, os móveis encon- A resolução deste exercício é similar ao anterior.
tram-se nas posições indicadas abaixo. a) Escreva as funções horárias da posição de A e B.
SA = S0A + vA t e SB = S0B + vB t
(m)
SA = 0 + 22 t e SB = 200 – 18 t
0 100
Nesse exercício a velocidade de B é –18 por-
Determine: que o veículo move-se no sentido oposto ao
a) o instante do encontro; da orientação da trajetória. Igualando as fun-
b) a posição do encontro. ções, temos:
0 + 22 t = 200 – 18 t ⇔
Resolução:
⇔ 22 t + 18 t = 200 ⇔
a) Antes de iniciarmos a resolução, vamos es- ⇔ 40 t = 200 ⇔
crever as funções horárias da posição de ⇔t=5s
cada móvel. Assim:
b) Para determinarmos a posição em que ocorre
S1 = S01 + v1 t e S2 = S02 + v2 t o encontro, basta substituir o valor do tempo
S1 = 0 + 20 t e S2 = 100 + 15 t em uma das funções. Assim:
Encontradas as funções horárias da posição, SA = 0 + 22 · 5 ⇔
devemos igualar as mesmas para determinar ⇔ SA = 110 m
o instante que 1 encontra 2. Temos que a posição do encontro é 110 m
da origem.
S1 = S 2 ⇔
0 + 20 t = 100 + 15 t ⇔
⇔ 20 t – 15 t = 100 ⇔
⇔ 5 t = 100 ⇔ Velocidade relativa
⇔ t = 20 s
Sejam duas partículas realizando movimentos
b) Para encontrarmos a posição do encontro, uniformes, em relação a um referencial qualquer, em
basta substituir o valor do tempo encontrado uma mesma trajetória ou em trajetórias paralelas. A ve-
no item anterior em qualquer uma das fun- locidade relativa das duas partículas pode ser calculada
ções horárias. Assim:
escolhendo uma das partículas como um novo referen-
S1 = 0 + 20 · 20 ⇔
cial. Como os módulos de suas velocidades são cons-
⇔ S1 = 400 m
tantes em função do tempo, o módulo da velocidade
Portanto, a posição do encontro fica a
relativa é dado por:
400 m da origem.
46
Dado que o movimento das partículas é realiza- Resolução:
do na mesma trajetória ou em trajetórias paralelas, as
a) O móvel A está na mesma direção e senti-
partículas podem se mover no mesmo sentido ou em
do que o corpo B, logo a velocidade relati-
sentidos opostos, como ilustrado na figura abaixo.
va será:
vAB = |vA| – |vB| ⇔ vAB = |5| – |8| ⇔
VA VA ⇔ vAB = –3 m/s.
Temos que o móvel A nunca irá encontrar o
VB VB móvel B, pois a sua velocidade relativa é de
afastamento (vAB < 0).
47
Resolução: mento de arrastamento e o movimento resultante.
A composição de movimento de um barco se
movimentando em um rio é um problema clássico. Abai-
xo, está sua descrição, onde:
§§ vRES é velocidade resultante (velocidade do bar-
co em relação à margem);
Temos que o móvel P está a favor do movimen- §§ vREL é velocidade relativa (velocidade do barco
to e o móvel Q está contrário. A velocidade de P em relação à água);
será +30 km/h e a de Q será –50 km/h. Como os §§ vARR é velocidade de arrastamento (velocidade
móveis estão em sentidos opostos, a velocidade da água em relação à margem).
relativa entre eles será:
1. Barco se move no mesmo sentido que as águas
vPQ = |vP| + |vQ| ⇔ vPQ = |30| + |–50| ⇔
do rio (θ = 0º).
⇔ vPQ = 80 km/h.
ΔS
400 ⇔ Δt = ___
vPQ = ___R ⇔ 80 = ___ 400 ⇔
Δt Δt 80
⇔ Δt = 5 h.
Alternativa B
Composição de movimentos
O movimento de uma partícula é definido ape- vRES = vREL – vARR
nas se for conhecida, ao longo do tempo, a variação da
sua posição e em relação a um determinado referencial.
De modo geral, o referencial não é especificado quando 3. Barco atravessa o rio, mantendo a proa perpen-
se fala em velocidade. Nesse caso, adota-se, implicita- dicular à margem (θ = 90º).
mente, que o referencial é a Terra.
48
4. Barco atravessando o rio, sendo que a trajetória resultante é perpendicular à margem.
Teoria na prática
1. (Unesp) Entre duas cidades X e Y, sopra um vento de 50 km/h na direção indicada na figura. Um avião, que
desenvolve 250 km/h em relação ao ar, faz em linha reta a trajetória XY. Qual das retas abaixo melhor indica
(no plano horizontal de voo), a inclinação do avião em relação à trajetória XY?
a) b) c) d) e)
Resolução:
O avião segue na direção vertical e, para que isso ocorra, ele deve estar com sua velocidade aplicada para
a direita, pois o vento aplica uma velocidade no avião. Segue o diagrama vetorial:
49
2. (PUC) Um barco sai de um ponto P para atravessar um rio de 4,0 km de largura. A velocidade da correnteza,
em relação às margens do rio, é de 6,0 km/h. A travessia é feita segundo a menor distância PQ, como mostra
o esquema representado a seguir, e dura 30 minutos.
→
→
O tempo é de 30 minutos (0,5 hora) e a distância percorrida pelo barco é a largura do rio; logo, a velocidade
resultante será:
vresultante = Δs
__ ⇔ v 4 ⇔ vresultante = 8 km/h
= ___
Δt resultante 0,5
Aplicando o teorema de Pitágoras nas velocidades, temos:
(vbarco)² = (vcorrenteza)² + (vresultante)² ⇔ (vbarco)² = 62 + 82 ⇔ (vbarco)2 = 100 ⇔ vbarco = 10 km/h
Alternativa D
3. (UFBA) Um pássaro parte em voo retilíneo e horizontal do seu ninho para uma árvore distante 75 m e volta,
sem interromper o voo, sobre a mesma trajetória.
50
Sabendo-se que sopra um vento de 5 m/s na direção e sentido da árvore para o ninho e que o pássaro
mantém, em relação à massa de ar, uma velocidade constante de 10 m/s, determine, em segundos, o tempo
gasto na trajetória de ida e volta.
Resolução:
Na ida, temos velocidades em mesma direção, porém em sentidos contrários; logo, a velocidade rela-
tiva será:
vrel = |vpassaro| – |vvento| ⇔ vrel = 10 – 5 ⇔ vrel = 5 m/s.
Na volta, temos velocidades em mesma direção e sentido; logo, a velocidade relativa será:
vrel = |vpássaro| + |vvento| ⇔ vrel = 10 + 5 ⇔ vrel = 15 m/s.
51
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
52
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Assim como o conceito de velocidade média, a velocidade escalar média instantânea é aplicada em diversos
casos, afinal quando queremos uma maior precisão ao descrever o movimento de um móvel a função velocidade
instantânea é muito mais reveladora. Um dos casos mais clássicos, de muito interesse, pois é aplicado em diversas
situações, é aquele em que a velocidade é constante.
A velocidade pode ser considerada constante em inúmeras situações, tal como a esteira de produção nas
indústrias, um carro que viaja numa estrada por um longo período de tempo sem mudar sua velocidade etc.
INTERDISCIPLINARIDADE
A função polinomial do primeiro grau com apenas uma variável independente e uma dependente chama-se
função afim, definida como f de em dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e
a ≠ 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante.
Nesse caso, a função posição é dada em termo dos coeficientes a, que será a velocidade do móvel, e b, que
será a posição inicial. Assim, teremos a posição S em função do tempo t.
53
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Não é raro encontrarmos verdades ditas com tanta certeza, frases feitas muito populares,
textos publicados em veículos de comunicações ou em mídias sociais que veiculam fatos,
fenômenos, explicações cientificamente inverídicas. Além disso, não é raro quando o sen-
so comum acaba levando a uma conclusão equivocada.
Neste contexto exercícios de cinemática levam o estudante ao confronto entre interpre-
tações baseadas no senso comum, em situações-problema contextualizadas, com a inter-
pretação técnica-científica. Problemas que envolvam referencial, movimento, velocidade
relativa são ótimos nesse quesito.
Tal como já foi dito anteriormente o movimento é objeto essencial da física e das ciên-
cias naturais, pertence ao cerne da construção do pensamento físico e filosófico. Fator
importante no desenvolvimento da física e do pensamento científico. Após o domínio dos
conceitos básicos como tempo, espaço, deslocamento, intervalo de tempo e velocidade
partimos para uma nova empreitada: a classificação dos diferentes tipos de movimento.
O primeiro e mais básico é aquele em que o móvel possui velocidade constante durante
todo o movimento numa trajetória retilínea, situação essa que é explorada em inúmeras
situações-problema em diferentes contextos dentro das ciências naturais: desde um au-
tomóvel, um trem, um avião que se deslocam com a mesma velocidade numa trajetória
retilínea ou mesmo o movimento de uma onda sonora, uma onda luminosa que também
trafegam com velocidade constante.
Deste modo sua aplicabilidade percorre todos os eixos cognitivos, desde compreender fe-
nômenos naturais como enfrentar situações-problema relevantes ao cotidiano, sendo co-
brado do estudante a capacidade de construir argumentação consistente com a realidade
das informações apresentadas como elaborar propostas através do conhecimento obtido.
54
Modelo 1
(Enem) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é ne-
cessária a instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados no
palco. Como a velocidade com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 × 102 m/s) é muito menor do
que a velocidade com que o sinal elétrico se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 × 108 m/s), é necessário
atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante no mesmo instante em que
o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse problema, um técnico de som pensou
em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para o sinal elétrico chegar
ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680 metros do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:
a) 1,1 × 103 km.
b) 8,9 × 104 km.
c) 1,3 × 105 km.
d) 5,2 × 105 km.
e) 6,0 × 1013 km.
Análise Expositiva 1
Habilidade 20
Outro exercício onde há o contraste entre o senso comum e aplicação da física. Mesmo sem
calcular a resposta, analisando somente as alternativas já é possível notar que o comprimen-
to do fio seria quilométrico. Sabendo que as contas se propagam com velocidade constante é
possível facilmente calcular o comprimento do fio para que o som chegue no mesmo instante.
O intuito é que o aluno perceba quão absurda seria a ideia proposta.
Primeiramente, deve-se perceber que o intervalo de tempo deverá ser o mesmo, tanto para o
sinal via cabo quanto para o som. Assim sendo, basta igualar as equações:
L Lcabo
∆tsinal = ∆tsom ⇒ ____
v cabo vd ⇒ _________
= ____ 680 ⇒ Lcabo = (2,6 3 108) ⇒ Lcabo = 5,2 3 108 m =
= ____
sinal som 2,6 3 108 340
5,2 3 10 km.
5
Alternativa D
Modelo 2
(Enem) Conta-se que um curioso incidente aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Quando
voava a uma altitude de dois mil metros, um piloto francês viu o que acreditava ser uma mosca
parada perto de sua face. Apanhando-a rapidamente, ficou surpreso ao verificar que se tratava de
um projétil alemão.
PERELMAN, J. Aprenda física brincando. São Paulo: Hemus, 1970.
Habilidade 3
Excelente aplicação da habilidade 3, colocando em xeque o senso comum que em muitas
vezes nos leva a respostas incorretas. Apesar de conceitualmente simples, a adoção de um
referencial traz conclusões corretas mais facilmente. Ao perceber que o projétil estava para-
do em relação ao piloto, o estudante compreende que o movimento depende do referencial
adotado, pois se estava parado em relação ao piloto, estava em movimento em relação ao
solo, por exemplo.
Uma vez que o projétil se encontra com velocidade nula em relação ao piloto, temos que o
projétil se encontra parado em relação ao mesmo. Logo, concluímos que ambos possuíam a
mesma velocidade, com o mesmo módulo, mesma direção e mesmo sentido.
Alternativa E
Estrutura Conceitual
80 km/h
km/h
Referencial Movimento
Posição Velocidade
inicial Função horária
constante
da posição
80
km/h
Referencial
Posição Movimentos
inicial Movimento
simultâneos
relativo
56
0 8
7 0 Gráficos do MRU
Competências Habilidades
5e6 17, 19 e 20
© Konstantin Tronin/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Gráfico horário do movimento retilíneo uniforme
O gráfico da função horária de um movimento em um sistema de coordenadas cartesianas é denominado
gráfico horário do movimento. No momento retilíneo uniforme (MRU), S (eixo das ordenadas) é uma função
do 1º grau em t (eixo das abscissas) e, por isso, o gráfico é uma reta não paralela ao eixo t.
Lembrando que:
S = S0 + v ∙ t
v≠0
S0 → posição inicial
S → posição final
v → velocidade constante e não nula
t → tempo
Como vimos anteriormente, em MRU, temos dois tipos de movimento:
§§ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula
movimenta-se a favor da trajetória.
§§ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
movimenta-se no sentido contrário da trajetória.
V<0
O gráfico da velocidade (eixo das ordenadas) em função do tempo (eixo das abscissas) será sempre uma
reta paralela ao eixo t.
Como no MRU a velocidade é constante ao longo do tempo, a ordenada terá o mesmo valor para todos os
pontos (instantes de tempo).
59
Se o movimento é progressivo, a velocidade é Assim, pela definição de tangente, temos:
positiva e está acima do eixo. Já em um movimento re-
cateto oposto
trógrado, a velocidade é negativa e está abaixo do eixo. ⇔ tgα = ∆S
tgα = ________________
__ ⇔
cateto adjacente ∆t
Progressivo Retrógrado
⇔ tgα = v.
v< 0
Corpo B Corpo A
t(s) S(m) t(s) S(m)
0 0 0 4
2 8 2 8
5 20 5 14
60
∆S S –S
vB = N tgβ ⇔ vB = ___
B ⇔ vB = ______
B 0B ⇔ Assim, o gráfico da velocidade do corpo A e B em
∆t tB – t0
função do tempo será:
20 – 8
⇔ vB = ______ ⇔ vB= 4 m/s
5–2
VB
Teoria na prática
1. (UFSC) Dois trens partem, em horários diferen-
tes, de duas cidades situadas nas extremidades
Exemplo de gráficos horário e de velocidade de uma ferrovia, deslocando-se em sentidos
para movimento retrógrado contrários. O trem azul parte da cidade A com
destino à cidade B, e o trem vermelho da cidade
B com destino à cidade A. O gráfico representa
as posições dos dois trens em função do horário,
tendo como origem a cidade A (d = 0).
Corpo A Corpo B
t(s) S(m) t(s) S(m)
0 12 0 6 Considerando a situação descrita e as informa-
4 0 1 0 ções do gráfico, assinale a(s) proposição(ões)
5 -3 2 -6 correta(s) e sua soma:
01) O tempo de percurso do trem vermelho é de
Podemos inferir que a velocidade do corpo B é
18 horas.
maior em módulo que a velocidade do corpo A. Isso
02) Os dois trens gastam o mesmo tempo no
pode ser dito, pois a tangente de ângulo obtuso dimi-
percurso: 12 horas.
nui, em módulo, à medida que o ângulo aumenta.
04) O módulo da velocidade média dos trens é
∆S S –S de 60 km/h.
vA = N tgα ⇔ vA = ___
A ⇔ vA = ______
A 0A ⇔
∆tA tA – t0A 08) O trem azul partiu às 4 horas da cidade A.
⇔ vA = _____ 0 –
12
– 0 ⇔ vA = –3 m/s 16) A distância entre as duas cidades é de 720 km.
4
32) Os dois trens se encontram às 11 horas.
∆S S –S
vB = N tgb ⇔ vB = ___ B ⇔ vB = ______
B 0B ⇔
∆tB tB – t0B
(-6) – 0
⇔ vB = ______
⇔ vB= –6 m/s
2–1
61
Resolução: c) A aceleração da partícula vale 20 m/s2.
d) A velocidade da partícula é nula no instante
01) Incorreto. O trem vermelho parte às 6 horas
10 s.
da cidade B e chega a cidade A às 18 horas;
e) A velocidade da partícula é constante e vale
logo, o intervalo de tempo será:
20 m/s.
∆tvermelho = tf – t0 ⇔ ∆tvermelho = 18 – 6 ⇔
Resolução:
⇔ ∆tvermelho = 12 h.
62
É possível demonstrar que o deslocamento
DS = S2 – S1 pode ser representado pela área de um
retângulo, definido pelo gráfico da velocidade em
função do tempo. Considere o seguinte gráfico da
velocidade do movimento.
63
Resolução: d) Tinha acabado de sair de casa quando o
pneu furou. Desci do carro, troquei o pneu e
I. Incorreta, pois o objeto se desloca em uma
finalmente pude ir para o trabalho.
reta indicando um movimento retilíneo e uni-
e) Saí de casa sem destino – estava apenas com
forme, onde a aceleração é nula.
II. Incorreta, pois o objeto entre os instantes vontade de andar. Após ter dado umas dez
t = 4 s e t = 6 s fica todo o tempo na posição voltas na quadra, cansei e resolvi entrar no-
de 50 metros. vamente em casa.
III. Correta. A velocidade média do objeto entre
Resolução:
os instantes 4 s e 9 s será:
(60 – 50) Pelo gráfico de posição em função do tempo,
vm = ΔS
__ ⇔ v = _______
10 ⇔
⇔ vm = ___
Δt m
(9 – 4) 5 temos que encontrar uma história na qual a pes-
⇔ vm = 2 m/s. soa saia de casa rapidamente por uma distância
considerável, pare por um tempo, volte, pare de
Alternativa C novo e vá diretamente ao seu destino sem parar.
s(m)
40
a) Assim que saí de casa, lembrei que deveria 30
20
ter enviado um documento para um cliente 10 x t(s)
por e-mail. Resolvi voltar e cumprir essa tare- 10 20 30
fa. Aproveitei para responder a mais algumas
mensagens e, quando me dei conta, já havia a) t = 5 s;
passado mais de uma hora. Saí apressada e b) t = 20 s.
tomei um táxi para o escritório.
b) Saí de casa e quando vi o ônibus parado no Resolução:
ponto corri para pegá-lo. Infelizmente, o mo- a) Entre os instantes t = 0 s, e t = 10 s o ho-
torista não me viu e partiu. Após esperar al- mem está em um MRU progressivo. Logo,
gum tempo no ponto, resolvi voltar para casa a velocidade será calculada pela tangente
e chamar um táxi. Passado algum tempo, o do gráfico.
táxi me pegou na porta de casa e deixou-me (40 – 0)
v = tgx ⇔ v= ΔS
__ ⇔ v = ______
no escritório. Δt (10 – 0)
c) Eu tinha acabado de sair de casa, quando to- 40 ⇔ v = 4 m/s
⇔ V = ___
10
cou o celular e parei para atendê-lo. Era meu
chefe, dizendo que eu estava atrasado para Resposta: a velocidade será 4 m/s.
uma reunião. Minha sorte é que, nesse mo-
b) Como o homem do instante t = 10 s em
mento, estava passando um táxi. Acenei para
diante não sai da posição de 40 metros; logo,
ele e poucos minutos depois, eu já estava no
sua velocidade no instante t = 20 s é 0 m/s.
escritório.
64
4. (Unesp) Considere o gráfico de velocidade em 5. (CFT-MG) Ana (A), Beatriz (B) e Carla (C) com-
função do tempo de um objeto que se move em binam um encontro em uma praça próxima às
trajetória retilínea. suas casas. O gráfico, a seguir, representa a posi-
ção (x) em função do tempo (t), para cada uma,
no intervalo de 0 a 200 s. Considere que a con-
tagem do tempo se inicia no momento em que
elas saem de casa.
65
6. O gráfico abaixo representa a velocidade do veículo numa viagem em função do tempo. Determine:
Resolução:
a)
Pelo gráfico, vemos que o veículo percorreu as primeiras três horas com velocidade constante de 90 km/h
e as duas últimas com velocidade de 60 km/h.
O primeiro deslocamento será numericamente igual à área 1.
∆S1 = A1 ⇔ ∆S1 = 90(3 – 0) ⇔ ∆S1 = 90 · 3 ⇔ ∆S1 = 270 km
vm = ∆S 390
__ ⇔ v = ______ 390 ⇔
⇔ vm = ___
∆t m
(5 – 0) 5
⇔ vm = 78 km/h.
66
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
INTERDISCIPLINARIDADE
Uma dada função do primeiro grau pode ser representada por um gráfico, sendo este uma reta. Existem
duas possibilidades para este gráfico: crescente (o valor da variável dependente cresce com os valores da variável
independente) ou decrescente (os valores da variável dependente diminuem quando os valores da variável inde-
pendente cresce). De maneira fácil, relacionamos a função crescente ao sinal positivo do coeficiente da variável e
a função decrescente ao sinal negativo do coeficiente da variável.
67
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que con-
tribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
Modelo 1
(Enem) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos
os veículos trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo 55
km/h a máxima velocidade permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar permi-
tiu a elaboração da distribuição percentual de veículos de acordo com sua velocidade aproximada.
68
A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de:
a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.
Análise Expositiva 1
Habilidade 17
Neste exercício, o aluno deve ser capaz de relacionar o conceito de velocidade média na
interpretação estatística do gráfico fornecido, sendo necessário no final afirmar qual é a
velocidade média dos carros que trafegam na avenida cuja velocidade média é de 55 km/h.
Típico exercício do Enem, contextualizado com os problemas sociais, necessita de muita in-
terpretação da tabela e noções de estatística.
Como o gráfico fornece a quantidade de carros que trafegam para cada velocidade média,
e calculá-la, basta calcular a média ponderada das velocidades, onde a quantidade de cada
carro corresponde ao peso. Assim, temos:
20 ∙ 5 + 30 ∙ 15 + 40 ∙ 30 + 50 ∙ 40 + 60 ∙ 6 + 70 ∙ 3 + 80 ∙ 1
Vm = ________________________________________________________
100
vm = 44 km/h
Alternativa B
Modelo 2
(Enem) O gráfico a seguir modela a distância percorrida, em km, por uma pessoa em certo período
de tempo. A escala de tempo a ser adotada para o eixo das abscissas depende da maneira como essa
pessoa se desloca.
Qual é a opção que apresenta a melhor associação entre meio ou forma de locomoção e unidade de
tempo, quando são percorridos 10 km?
a) carroça – semana
b) carro – dia
c) caminhada – hora
d) bicicleta – minuto
e) avião – segundo
69
Análise Expositiva 2
Habilidade 19
Neste exercício, o estudante deve interpretar e analisar o gráfico em questão, sendo neces-
sário que ele relacione qual forma de locomoção foi utilizada para percorrer o intervalo de
tempo para qual a unidade de tempo faria sentido. Além de interpretação, cobra-se do estu-
dante poder dedutivo analítico.
Uma carroça pode se locomover como uma pessoa andando, 3 km/h ou 4 km/h. Neste caso,
10 km são percorridos em menos de 4 horas, e não em uma semana.
Um carro pode se locomover a 60 km/h ou mais. A 60 km/h, a distância de 10 km é realizada
em 10 minutos, e não em um dia.
Uma caminhada a 4 km/h precisa de 2 horas e meia para 10 km. E, desta forma, o diagrama
é compatível com essa situação.
Para uma bicicleta realizar 10 km em 2,5 minutos sua velocidade deveria ser de 4 km/min =
240 km/h. Fórmula 1 tudo bem, bicicleta não.
10 km em 2,5 segundos corresponde a 4 km/s = 14400 km/h. Um avião comercial viaja pró-
ximo de 1000 km/h.
Alternativa C
Estrutura Conceitual
Espaço
v min max
Relações
S matemáticas
Velocidade
Gráfico
Descrição do
movimento
Tempo
70
0 0
9 1 Movimento retilíneo
uniformemente variado
Competências Habilidades
5e6 19 e 20
© HodagMedia/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Conceito de aceleração
Analisamos, inicialmente, que a velocidade é a rapidez com que um corpo muda sua posição ao longo do
tempo, e, em seguida, estudamos um caso especial em que a velocidade permanecia constante ao longo do tempo.
No nosso cotidiano, no entanto, percebemos que nós e os objetos que nos cercam não estão sempre necessaria-
mente com velocidade constante, pelo contrário, vemos que os objetos possuem uma determinada velocidade em
um instante e, em um instante posterior, possuem outra velocidade. Esse é o caso, por exemplo, de um carro ini-
cialmente em repouso que adquire velocidade, mas, ao se aproximar de um semáforo com o sinal vermelho, reduz
sua velocidade até o repouso.
Precisamos então definir uma nova grandeza que esteja relacionada com essa variação da velocidade. A
aceleração é definida como sendo a rapidez com que um corpo varia sua velocidade.
Suponhamos que a velocidade escalar de uma partícula, em um instante t1 seja v1, e em um instante poste-
rior, t2, a velocidade escalar seja v2. A aceleração escalar média (am) da partícula entre esses dois instantes de
tempo é definida como sendo a variação da velocidade dividida pelo tempo transcorrido:
v –v
am = Dv
___ = _____
2 1
Dt t2 – t1
Nessa definição, a unidade de aceleração é igual à razão entre a unidade de velocidade e a unidade de
tempo. No SI, temos:
m
__
m/s
___
s = __ s = __
m __ 1 __ m
s s ⋅ s = s2 = m ⋅ s
–2
__
1
Como o intervalo de tempo ∆t é sempre positivo, o sinal da aceleração escalar média é igual ao sinal da
variação de velocidade ∆v.
§§ Se vf > vi, temos (vf – vi) > 0 e a > 0.
§§ Se vf < vi, temos (vf – vi) < 0 e a < 0.
Observe que no caso de movimento retilíneo uniforme, vf = vi, e, portanto (vf – vi) = 0, ou seja, a = 0. Desse
modo, a aceleração é nula no movimento retilíneo uniforme.
73
Unidades de aceleração
A unidade de aceleração é a razão entre uma unidade de velocidade e uma unidade de tempo, por exemplo:
km/h
1 ____
s
Contudo, essa unidade não pertence ao SI. O seguinte exemplo ilustra a unidade de aceleração no SI e seu
significado: uma pedra cai de uma determinada altura e sua velocidade é de vi = 5 m/s; logo, após iniciar a queda.
Após um intervalo de tempo ∆t = 2 s, sua velocidade é de vf = 25 m/s. A aceleração da pedra é:
v f – vi
a = _____
25 m/s –
5 m/s
= ____________ 20 m/s
= ______ 10 sm/s
ou a = ______
Dt 2 s 2 s
Esse resultado mostra que a velocidade de pedra aumenta em 10 m/s a cada 1 s. Então, no SI, a unidade de
aceleração é 1 (m/s)/s, que se costuma escrever da seguinte maneira:
m/s = 1 __
1 ___ m ∙ __
1 m
___
s s s = 1 s2
Em geral, o resultado anterior é apresentado da forma a = 10 m/s2. Destacamos, então:
Por exemplo, se um carro tem velocidade v1 = 10 m/s em t1 e num instante posterior t2 sua velocidade é de
v2 = 30 m/s, dizemos que o movimento é acelerado. O mesmo ocorre se v1 = –10 m/s em t1 e num instante posterior
t2 sua velocidade é de v2 = –30 m/s. Porém, se em t1 sua velocidade é de v1 = 30 m e num instante seguinte t2 ela
diminui para v2 = 20 m/s, seu movimento é dito retardado.
§§ O movimento é acelerado, se o módulo da velocidade aumenta:
movimento acelerado ⇒ |v| aumenta
74
§§ O movimento é retardado, se o módulo da velocidade diminui:
movimento retardado ⇒ |v| diminui
Agora, podemos classificar o movimento como sendo progressivo acelerado, progressivo retardado, retró-
grado acelerado ou retrógrado retardado. Note ainda que o fato do movimento ser progressivo ou retrógrado é
devido a uma escolha da orientação, mas o movimento ser acelerado ou retardado não tem relação alguma com
a escolha da orientação.
Teoria na prática
1. Um automóvel se desloca por uma estrada, e sua velocidade aumenta ao longo do tempo. Em um determi-
nado instante, o automóvel tem velocidade escalar de 54 km/h e, após 2,0 segundos, sua velocidade passa
a ser 72 km/h. Vamos determinar a aceleração escalar média do automóvel nesse intervalo de tempo.
Resolução:
O intervalo de tempo é Dt = 2,0 s.
A variação de velocidade escalar nesse intervalo de tempo foi:
Dv = (72 km/h) – (54 km/h) ⇒ Dv = 18 km/h
Como o intervalo de tempo foi dado em segundos, façamos a transformação da unidade de velocidade:
18 m/s = 5 m/s
Dv = 18 km/h = ___
3,6
Então, calculamos a aceleração:
5,0 m/s
am = Dv
___ = ______
= 2,5 m/s2
Dt 2,0 s
Esse resultado mostra que, em média, a velocidade aumentou 2,5 m/s a cada segundo.
2. Um carro de corrida é acelerado de forma que sua velocidade em função do tempo é dada conforme a tabela:
t(s) 3 6 9
v(m/s) 20 30 60
Observação: vimos que a velocidade é a variação do espaço no tempo, também vimos que a aceleração
é a variação da velocidade no tempo. Não há nenhuma grandeza associada à variação da aceleração no tempo,
todos os exercícios de cinemática são resolvidos em função da posição, velocidade, aceleração e tempo.
75
Movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV)
Além da aceleração escalar média (am), define-
-se também a aceleração escalar instantânea (a), que é
a aceleração escalar em um instante de tempo bastante
curto. Vamos considerar o caso em que a aceleração es- v
v + v0
t (s) v (m/s) vm = _____
2
0 5
E a partir da definição de velocidade média:
1 7
S – S0
vm = DS
___ = _____
2 9 Dt t – t0
3 11 Podemos combinar ambas as equações de modo
4 13 que para t0 igual a zero, temos:
(v + v) (t – 0) ______
(v + v)t
DS = ___________
0 = 0
No caso em que a aceleração é constante e não 2 2
nula, temos um movimento uniforme. Utilizando a função horária da velocidade esca-
lar v = v0 + a ⋅ t e Ds = s – s0, obtemos:
se a = 0 → v é constante → o movimento é uniforme
(v0 + v0 + at)t 2v t + at2 at2
S – S0 = ___________
= ________
0
= v0t + ___
2 2 2
Funções horárias Assim:
76
horária do movimento retilíneo uniformemente
Teoria na prática
1. (Ufal) A velocidade de um móvel aumenta, de acelerado, temos:
maneira uniforme, 2,4 m/s a cada 3,0 s. Em certo
at
2
S = S0 + v0t + ___
instante, a velocidade do móvel é de 12 m/s. A 2
(8)²
partir desse instante, nos próximos 5,0 s a distân- 220 = 0 + 0 ∙ 8 + a ∙ ___
2
cia percorrida pelo móvel, em metros, é igual a:
64a
220 = ___
a) 10. 2
b) 30. 220 = 6,875 m/s2
a = ___
c) 60. 32
d) 70.
Nos mesmos 8 segundos, aplicaremos a função
e) 90.
horária da velocidade escalar para obter a velo-
Resolução: cidade final do corpo:
O enunciado nos diz que a velocidade aumenta
v = v0 + at = 0 + 6,875 ∙ 8 = 55 m/s
a uma taxa de 2,4 m/s em 3 s, assim a acelera-
ção do móvel será: No enunciado temos que esta velocidade per-
2,4 manece constante e ainda faltam 2780 metros
a = Δv
___ = ___
= +0,8 m/s2
Δt 3 para o corpo percorrer. Assim, o segundo inter-
Admitindo o início da trajetória o móvel com ve- valo de tempo será:
locidade de 12 m/s, após 5 s aplicaremos a fun-
∆S
v = __
ção horária da posição em MRUV para encontrar ∆t
a distância percorrida. 2780
55 = ____
∆t
at
2
S = S0 + v0t + ___
2 556 s
∆t = ___
0,8(5)2 11
S – S0 = 12 ∙ (5) + ______
= 60 + 0,4 ∙ (25) =
2
O tempo total será:
= 60 + 10 = 70 m
556 = 58,54 ≈ 58 s.
ttotal = 8 + ___
Altenativa D 11
Altenativa D
2. (UFBA) Um corpo que parte do repouso deve
percorrer uma distância de 3000 m. Os primei- 3. A figura abaixo ilustra uma partícula com movi-
ros 220 m ele os percorre em 8 s, sendo que o mento uniformemente variado, com aceleração
movimento é uniformemente acelerado. O res-
a = 6 m/s2. A partícula passa pelo ponto de posi-
tante é percorrido a velocidade constante igual
ção 10 m e velocidade escalar 4 m/s no instante
à atingida quando ele alcançou aqueles 220 m.
t0 = 0.
O tempo total aproximado para realizar todo o
percurso será de:
a) 20 s.
b) 30 s. s
c) 50 s.
d) 58 s.
a) No instante t = 5 s, qual é a posição e a ve-
Resolução:
locidade escalar da partícula?
Nos primeiros 8 segundos, o corpo percorre b) Determine a velocidade escalar média da
220 m partindo do repouso. Aplicando a função partícula entre os instantes t0 = 0 e t = 5 s.
77
Resolução:
a ⋅
t2
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
2
e para t = 5 s:
6 ⋅ (5)2
S = 10 + 4 ⋅ (5) + ______
⇒ S = 105 m
2
v = v0 + a ⋅ t
e para t = 5 s:
v = 4 + 6 ⋅ (5) ⇒ v = 34 m/s
Vf + V0
vm = ______
2
Logo, a velocidade média é:
34 + 4
vm = ______ 38 ⇒
= ___
2 2
vm = 19 m/s
4. Em uma autoestrada, um guarda (em uma motocicleta) persegue um automóvel, cujo motorista cometeu
uma infração e que se move com velocidade escalar constante de 20 m/s. A figura a seguir ilustra a situação
em um determinado instante.
Nesse instante o guarda tem velocidade escalar 8,0 m/s. Admitindo que ele se move com aceleração escalar
constante de 2,0 m/s2 e desprezando os comprimentos dos veículos:
a) a partir do instante representado na figura, quanto tempo o guarda levará para alcançar o automóvel?
b) qual a velocidade do guarda ao alcançar o automóvel?
c) determine a distância percorrida pelo guarda desde o instante representado na figura até o instante de
encontro.
Resolução:
a) Adotemos a posição inicial do guarda como a origem do eixo de coordenadas dos espaços (S0G = 0) e
64 m como a posição inicial do automóvel (S0A = 64 m).
64 s (m)
78
O movimento do guarda é uniformemen-
te variado com S0 = 0, v0 = 8,0 m/s e a
Equação de Torricelli
2,0 m/s2, e o automóvel se movimenta uni-
Os problemas de MRUV podem ser resolvidos
formemente com S0 = 64 m e v = 20 m/s.
com as funções horárias da velocidade e da posição.
Assim, as funções horárias das posições para No entanto, vamos mostrar abaixo uma equação que
o guarda e para o automóvel são: relaciona a velocidade e a posição, sem envolver o tem-
po. Essa equação será útil na solução de problemas que
guarda (MUV) automóvel (MU)
não envolvam a variável tempo no enunciado.
a t2
S = S0 + v0t + __ S = S0 + vt Para obter essa equação, isolamos tempo na
2
2,0 função horária da velocidade:
SG = 0 + 8,0 t + ___
t 2 SA = 64 + 20 t v – v0
2
v = v0 + at ⇒ at = v – v0 ⇒ t = _____
a
SG = 8,0 t + t 2
SG = SA
Efetuando os cálculos, obtemos uma equação
8,0 t + t² = 64 + 20 t
denominada de equação de Torricelli:
t² – 12t – 64 = 0
Resolvendo esta equação (de 2º grau), ob-
v² = v0² + 2a(S – S0)
temos:
t = 16 ou t = –4
esprezando a resposta negativa, obtemos
D Teoria na prática
t = 16 s, ou seja, após 16 segundos do ins- 1. Em uma rodovia, um automóvel viaja com velo-
tante representado na figura, o guarda alcan- cidade escalar constante de 30 m/s. Em deter-
ça o automóvel. minado instante, o motorista pisa no freio provo-
cando uma desaceleração constante de 3,0 m/s2
b) Como o movimento do guarda é unifor-
até o automóvel parar. Vamos calcular a distância
memente variado, substituindo t = 16 s na
percorrida durante a frenagem.
função horária de sua velocidade escalar,
obtemos: Resolução:
79
melhor equação a ser usada é a equação de b) Calcule a menor aceleração constante que o
Torricelli, então: carro deve ter para passar pelo cruzamento
v² = v0² + 2a (S – S0) sem ser multado. Aproxime (1,7)² ≈ 3,0.
0 = (30)² + 2(–3) ⋅ DS Resolução:
80
Resolução:
Aplicando a análise dimensional na velocidade inicial, temos:
1000 m
v0 = 54 km/h ∙ ______ 1 h
. ______
= 15 m/s
1 km 3600 s
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, temos:
O vetor aceleração é contra a trajetória; logo, temos uma desaceleração. Aplicando a equação de Torricelli, temos:
v² = v0² + 2aDS
0² = (15)² + 2 ∙ (–5) ∙ DS
0 = 225 – 10 DS
225 = 22,5 m
DS = ___
10
Alternativa D
Evangelista Torricelli (1608-1647) serviu como copista de Galileu nos últimos três meses de vida do mesmo.
A partir das equações de Galileu para o MUV, Torricelli deduziu a equação que carrega seu nome. Inventou o barô-
metro, instrumento que serve para medir a pressão atmosférica local.
Identificando as variáveis
Dada uma função horária de posição qualquer, é
possível por análise descobrir as variáveis de interesse v(t) = v0 + a · t
S0, v0 e a, afim de construir a função horária da posição.
E, assim, temos que:
Como sabemos, todo movimento uniformemente varia-
do tem a função da posição do seguinte modo: v(t) = –3 + 6 ∙ t
Do mesmo modo, podemos inferir a velocidade
a ⋅
t 2
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____
2 inicial e aceleração a partir da função da velocidade. Na
função da velocidade, o coeficiente independente trata-
A posição inicial sempre será o coeficiente in-
-se da velocidade inicial e o coeficiente que acompa-
dependente, isto é, aquele que não multiplica nenhu-
nha a variável t é a aceleração. Seja uma dada função
ma potência da variável t, caso não exista teremos que
da velocidade v(t) = 5 + 8 ∙ t, temos que v0 = 5 m/s e
S0 = 0. A velocidade inicial será o coeficiente que acom-
panha a potência de t que tem o expoente 1. Por fim, a = 8 m/s2. Porém não conseguimos escrever a função
a aceleração será o dobro do coeficiente que acompa- da posição, pois ainda falta a posição inicial, neste caso
nha a potência de t que está ao quadrado. Caso falte o enunciado irá fornecer a informação, por exemplo
alguma potência de t, isto deve-se ao fato de que o S0 = –3 m . Assim, poderemos substituir na função ge-
coeficiente é nulo. nérica da posição:
Se, por exemplo, for fornecido uma função a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
S(t) = 5 – 3 ∙ t + 3 ∙ t2, podemos comparar com a função 2
da posição genérica e identificar S0 = 5 m, v0 = –3 m/s e Assim, teremos que:
a = 6 m/s2. Assim, podemos escrever a função horária
S(t) = –3 + 5 · t + 4 ∙ t2
da velocidade, que de maneira genérica é dado por:
81
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
ACESSAR
pt.khanacademy.org/science/physics/one-dimensional-motion/acceleration-tutorial/a/
acceleration-article
www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20042/Luciano/cinematica.html
82
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Mudanças na velocidade são comuns no nosso dia a dia: um carro que trafega numa avenida e desacelera,
parando devido a um semáforo vermelho, ou o mesmo um carro que acelera, quando o semáforo está verde; tam-
bém na queda dos corpos, que veremos nas próximas aulas.
No geral, os móveis alteram entre diversos movimentos, o que tornaria o estudo completo algo mais difícil,
por isso “quebramos” o movimento em partes, das quais conseguimos estudar com facilidade, MU e MUV, saber
distinguir entre esses dois tipos de movimento, conhecer suas funções horárias, é fundamental para a resolução
de problemas.
INTERDISCIPLINARIDADE
Uma função polinomial do segundo grau em uma variável é do tipo f de em , onde f(x) = a ∙ x² + b ∙ x + c,
com a, b e c números reais e a ≠ 0.
Para determinar a solução de equação do segundo grau 0 = a ∙ x² + b ∙ x + c, utilizamos um algoritmo
desenvolvido por Bháskara, em que temos duas raízes dadas por:
∆
dXX
x = –b ± ___
2a
sendo:
∆ = b2 – 4ac
Onde se ∆ > 0 haverá duas soluções distintas, se ∆ = 0 haverá duas soluções idênticas e se ∆ < 0 não haverá
raiz real.
Para um corpo em MRUV, a função horária da posição é uma função polinomial do 2º grau, em uma variável.
83
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que con-
tribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
A habilidade 20 mais uma vez aparece, já que mais um passo é acrescentado ao estudo
do movimento dos corpos: agora os corpos podem possuir aceleração não nula. No coti-
diano mundano das pessoas, os móveis estão em constante alteração do seu movimen-
to, o exemplo mais clássico disto é um automóvel que após estar estacionado adquire
movimento, sendo freado posteriormente em algum semáforo e acelerado novamente
inúmeras vezes até chegar em seu destino. A mudança da velocidade é algo normal e se
faz presente em inúmeras situações-problema que o estudante irá encontrar.
Modelo 1
(Enem) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente
entre a cidade de Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando
uma nova tecnologia de frenagem eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a fre-
nagem cerca de 400 metros antes da estação. Atualmente, essa distância caiu para 250 metros, o
que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de
frenagem depois e antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2
b) 0,30 m/s2
c) 1,10 m/s2
d) 1,60 m/s2
e) 3,90 m/s2
84
Análise Expositiva 1
Habilidade 19
Neste exercício o aluno se depara na mesma situação com duas possibilidades de sistema de
frenagem e deve calcular o módulo da diferença entre elas, fazendo-se necessária a aplicação
e manipulação das fórmulas que regem o MRUV, o estudante deve repetir o mesmo procedi-
mento em ambas as situações.
Supondo essas acelerações constantes, aplicando a equação de Torricelli para o movimento
uniformemente retardado, vem:
v2 = vO2 – 2 a ∆S ⇒ O2 = v02 – 2 a ∆S ⇒
( 20
)
2
v 2 a1 = _______ ⇒ a1 = 0,5 m
a = _____
0
2 · 400
⇒ _____________________________ ⇒ |a1 - a2| = |0,5 - 0,8| ⇒ |a1 - a2| = 0,3 m/s3.
2 ∆S a2 = 20
_______2
⇒ a1 = 0,8 m/s
2
2 · 250
Alternativa B
Modelo 2
(Enem) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando a
possibilidade de acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois
motoristas, o primeiro atento e o segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus
carros inicialmente a 1,00 m/s2. Em resposta a uma emergência, freiam com uma desaceleração
igual a 5,00 m/s2. O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0 m/s enquanto o desaten-
to, em situação análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total
dos carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14,5 m
d) 15,0 m
e) 17,4 m
85
Análise Expositiva 2
Habilidade 20
Excelente exercício, traz para a realidade do estudante a aplicação direta das funções ho-
rárias do movimento uniformemente acelerado em uma situação-problema comum nos dias
atuais: motoristas imprudentes que utilizam celulares enquanto dirigem. Aplicando as fun-
ções e manipulando as equações o estudante será capaz de perceber qual a real diferença
entre dirigir com atenção e dirigir enquanto se manipula um celular.
Para o motorista atento, temos:
Tempo e distância percorrida até atingir 14 m/s a partir do repouso:
v = v0 + at
14 = 0 + 1 · t1 ⇒ t1 = 14 s
v2 = v02 + 2a∆S
142 = 02 + 2 · 1 · d1 ⇒ d1 = 98 m
Distância percorrida até parar:
02 = 142 + 2 · (–5) · d1' ⇒ d1' = 19,6 m
Distância total percorrida:
∆S1 = d1 + d1' = 98 + 19,6 ⇒ ∆S1 = 117,6 m
Para o motorista que utiliza o celular, temos:
t2 = t1 + 1 ⇒ t2 = 15 s
Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:
v2 = 0 + 1 · 15 ⇒ v2 = 15 m/s
152 = 02 + 2 · 1 · d2 ⇒ d2 = 112,5 m
Distância percorrida até parar:
02 = 152 + 2 · (–5) . d2' ⇒ d2' = 22,5 m
Distância total percorrida:
∆S2 = d2 + d2' = 112,5 + 22,5 ⇒ ∆S2 = 135 m
Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:
∆S = ∆S2 – ∆S1 = 135 – 117,6
∴∆S = 17,4 m
Alternativa E
86
Estrutura Conceitual
80
km/h
Referencial Movimento
Velocidade
inicial
Alteração da
velocidade
Velocidade
final
Aceleração
Funções Condições
horárias iniciais
87
Abordagem de GRANDEZAS ESCALARES e de CALORIMETRIA
nos principais vestibulares.
FUVEST
Com questões mais aprofundadas, as resoluções necessitam de grande manipulação das equa-
ções matemáticas.
LD
ADE DE ME
D
UNESP
U
IC
FAC
INA
BO
1963
T U C AT U Distribuição entre questões teóricas e questões numéricas de calorimetria.
UNICAMP
Questões que relacionam diferentes assuntos e amplo domínio das equações de calorimetria.
UNIFESP
Questões bem elaboradas que necessitam domínio das equações de calorimetria.
ENEM/UFMG/UFRJ
Questões práticas tanto teóricas quanto com manipulação matemática.
UERJ
Questões curtas e voltadas principalmente à manipulação das equações de calorimetria.
0 2
1 0 Grandezas físicas
Competência Habilidade
5 17
© nobeastsofierce/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Grandezas físicas fundamentais e derivadas
As três grandezas mecânicas – comprimento, massa e tempo – são grandezas físicas que independem
de outras grandezas e são denominadas grandezas fundamentais (ou primitivas).
Os símbolos dimensionais L, M e T serão atribuídos, respectivamente, ao comprimento, à massa e ao tempo.
A temperatura é a grandeza térmica fundamental – símbolo u –, e a grandeza elétrica fundamental é a
intensidade de corrente elétrica – símbolo dimensional I. Por conveniência, adotou-se a intensidade de corrente
elétrica como grandeza fundamental da eletricidade, em vez da escolha mais natural, que seria a carga elétrica.
As grandezas físicas, cujas definições dependem da relação entre outras grandezas, são denominadas
grandezas derivadas. Por exemplo, a velocidade e a aceleração dependem dos conceitos de comprimento e
de tempo.
tempo T
massa M
temperatura u
intensidade de corrente elétrica I
quantidade de matéria N
intensidade luminosa J
Equações dimensionais
Utilizando o produto de potências de bases M, L, T, u, N, J e I, pode-se representar qualquer outra grandeza
física. A potência de cada uma dessas bases diferencia as grandezas físicas relacionadas.
A equação dimensional é a denominação dada ao produto de potências para determinada grandeza física.
As fórmulas dimensionais para grandezas mecânicas (A), térmicas (B) e elétricas (C) são expressas, generi-
camente, da seguinte forma:
[A] = Ma Lb Tc
[B] = Md Le Tf ug
[C] = Mh Li Tl Ik
No estudo da Mecânica, as grandezas estão associadas às grandezas massa (M), comprimentos (L) e inter-
valos e/ou instantes de tempo (T). Logo, as dimensões de temperatura e intensidade de corrente elétrica não estão
relacionadas. De modo análogo, para a grandeza térmica (B), na fórmula dimensional, não aparece a potência de
base (I).
Dado que uma potência de zero é sempre igual a 1, se uma grandeza qualquer for independente da
massa, por exemplo, a potência M0 não precisará ser incluída na fórmula, uma vez que 1 (M0 = 1) é o elemento
neutro da multiplicação.
93
Para obtermos a fórmula dimensional de uma g) Impulso (I = FDt)
grandeza, partimos de sua fórmula física e expressamos Como [F] = MLT–2 e [Dt] = T,
todos os fatores que dela participam em função das temos [I] = MLT–2T ä [I] = MLT–1.
grandezas fundamentais. h) Quantidade de movimento (Q = mv)
A seguir, são apresentados alguns exemplos de Como [m] = M e [v] = LT–1,
fórmulas dimensionais: temos [Q] = MLT–1.
(
a) Velocidade v = ___
DS
Dt ) Nota
Como [DS] = L e [Dt] =T, §§ Quantidade de movimento e impulso tam-
bém têm a mesma equação dimensional e
temos [v] = _ L ä [v] = LT–1.
T são, portanto, grandezas medidas nas mes-
(
b) Aceleração a = ___ Dv
Dt ) mas unidades.
(
Como [m] = M e [a] = LT–2,
j) Pressão p = __
A )
F
temos [F] = MLT . –2
Como [F] = MLT–2 e [A] = L²,
MLT2
–2
d) Trabalho (t = Fdcosw) temos [p] = _____ ä [p] = ML–1T–2.
L
(
Como [F] = MLT–2 [d] = L e cosw é adimen-
sional (não tem dimensão física),
Q
k) Calor específico c = ____
mDθ
)
temos [t] = MLT L = ML T .
–2 2 –2
Como [Q] = ML T , [m] = M e [Du] = u,
2 –2
ML2T –2
temos c = _____ ä [c] = L2T–2u–1.
e) Energia cinética Ec = __
2 (
1 mv2 ) Mu
(
Notas
§§ Foi obtida a equação dimensional da energia
Q
m) Carga elétrica i = ___
ä Q = iDt
Dt )
cinética, mas essa fórmula também se aplica Como [i] = I e [Dt] = T, temos [Q] = IT.
(
a qualquer outra grandeza de energia, por E
exemplo, o calor (Q): [Q] = ML–2T–2. n) Potencial elétrico V = __
qP )
§§ Energia e trabalho têm a mesma fórmula di-
Como [Ep] = ML2T–2 e [q] = IT,
mensional, consequentemente são grandezas
ML T
2 –2
medidas nas mesmas unidades. temos [V] = _____ ä [V] = ML2T–3I–1.
IT
Se, para determinada grandeza, a sua fórmula
(
f) Potência Pot = ___
t
Dt ) dimensional for conhecida, pode-se obter diretamente
Como [t] = ML2T–2 e [Dt] = T, sua unidade de medida em termos das unidades de ou-
tras grandezas fundamentais.
ML T
2 –2
temos [Pot] = _____ ä [Pot] = ML2T–3.
T
94
No SI, a unidade de tempo é segundo (s), a de A homogeneidade dimensional exige que as fór-
temperatura é kelvin (K) e a de intensidade de corrente mulas dimensionais sejam:
é ampère (A). Como exemplos: Em I: [A] = [B] = [C]
§§ Para a pressão: Em II: [D] = [E] · [F]
[p] = ML1T–2 · unidade · SI (p): Como exemplo, seja uma equação física do tipo
kg · m · s = pascal (Pa)
1 –2 p = mAh, na qual p representa pressão, m represen-
ta densidade e h representa altura. Se a equação é
§§ Para a capacidade térmica:
dimensionalmente homogênea, qual é a unidade da
[C] = ML2T–2u–1 · unidade · SI (C): grandeza A?
kg · m2 · s–2 · K–1 As fórmulas dimensionais da pressão, densidade
§§ Para a resistência elétrica: e altura são:
[R] = ML2T–3I–2 · unidade · SI (R):
[p] = ML–1T–2, [m] = ML–3 e [h] = L
kg · m2 · s–3 · A–2 = ohm (V)
Tem-se, então:
Teoria na prática
1. Faça a análise dimensional para a grandeza mo- [p] = [m] · [A] · [h] ä ML–1T–2 = ML–3 [A]L
mento angular, cuja fórmula é dada por:
Onde:
[A] = LT–2
§§ r é a distância;
§§ p é o momento linear (ou quantidade de mo-
Pela fórmula dimensional obtida para A, pode-se
vimento); e
concluir que essa grandeza é uma aceleração.
§§ θ é o ângulo entre a distância e o momento
linear.
95
Existem sete unidades fundamentais no Sis- Acrescenta-se, simplesmente, a letra s para se
tema Internacional de Unidades (SI), e cada uma delas obter o plural das unidades, mesmo no caso de violar
corresponde a uma grandeza: as regras gramaticais. Consequentemente, escrevem-se
metros, ampères, pascals, decibéis. Algumas exceções
Unidade Símbolo Grandeza existem para as unidades que terminam por s, x e z.
metro m comprimento Essa unidades não variam no plural (siemens, lux, hertz).
quilograma kg massa Caso as unidades sejam palavras compostas por
multiplicação de elementos independentes, ambos são
segundo s tempo
flexionados: quilowatts-horas, newtons-metros, ohms-
ampère A intensidade da corrente elétrica
-metros etc. A flexão também ocorre quando as pala-
kelvin K quantidade de termodinâmica vras compostas não são ligadas por hífen: metros qua-
mol mol quantidade de matéria drados, milhas marítimas etc.
candela cd intensidade luminosa Nas unidades compostas por divisão, o deno-
minador não recebe a letra s: quilômetros por hora;
A medida de ângulos é feita por duas unidades newtons por metro quadrado etc. Em palavras compos-
suplementares: o radiano (rad), para ângulos planos, e tas, nas quais os elementos complementares de nomes
o esterradiano (sr), para ângulos sólidos. de unidades são ligados por hífen ou preposição, tam-
A partir das unidades fundamentais, pode-se re- bém não se acrescenta a letra s: anos-luz, quilogramas-
duzir ou derivar, direta ou indiretamente, as unidades -força, elétrons-volt, unidades de massa atômica etc.
derivadas. Por se tratar de um número bastante grande, Os símbolos nunca flexionam no plural. Então,
essas variáveis não serão reproduzidas aqui. 50 metros devem ser escritos 50 m e não 50 ms. Múlti-
Oficialmente, a norma estabelecida para a gra- plos e submúltiplos, que são obtidos pela adição de um
fia de todas as unidades, fundamentais ou derivadas, prefixo anteposto à unidade, são admitidos em todas as
quando escritas por extenso, é que se iniciem por letra unidades, derivadas ou fundamentais.
minúscula, incluindo o caso de unidades que recebem A unidade fundamental de massa, por razões
nomes de pessoas. Devem ser escritos, portanto, me- histórias, é o quilograma, obtida pelo acréscimo de pre-
tro, ampère, newton, coulomb, quilômetro, pascal etc. fixo “quilo” à unidade grama. Por conta disso, as unida-
A unidade de temperatura da escala Celsius é a única des de massa múltiplas e submúltiplas são obtidas pelo
exceção (escreve-se grau Celsius, símbolo °C). Quando acréscimo do prefixo ao grama, e não ao quilograma.
a frase é iniciada pelo nome da unidade, inicia-se tam-
bém com letra maiúscula. Prefixo Símbolo Base de 10
Os símbolos são grafados, usualmente, com le- yotta Y 1024
96
Operações com algarismos Teoria na prática
1. Calcule a soma a seguir e dê a resposta levando
significativos em conta o número de casas decimais.
O resultado de uma multiplicação ou uma di- A = 1,23 + 23,2
visão deve ser apresentado com um número de al-
Resolução:
garismos significativos igual ao do fator que possui
o menor número de algarismos significativos. Como se pede:
Por exemplo, ao realizar o produto 2,31 · 1,4, encon-
A = 1,23 + 23,2 = 24,43.
tramos 3,234. O primeiro fator tem três algarismos
significativos (2,31) e o segundo tem dois (1,4). Desse Porém, como a primeira parcela possui duas ca-
modo, o resultado é apresentado com dois algarismos sas decimais e a segunda parcela possui apenas
significativos, ou seja, 3,2. O arredondamento é feito uma casa decimal, devemos dar a solução com o
como se segue: após abandonar o primeiro algarismo menor número de casas decimais logo, a solução
(4), sendo menor do que 5, o valor do último algarismo deve apresentar uma casa decimal.
significativo (2) será mantido, se o segundo algarismo A = 24,4
a ser abandonado for menor do que 5, como neste
exemplo, que o valor é 3; se esse valor for maior ou 2. Um estudante está calculando a área superficial
igual a 5, acrescentamos uma unidade ao último al- de uma folha de papel. Ele mede o comprimento
garismo significativo. Portanto, no exemplo, o primeiro como sendo b = 27,9 cm e a largura como sendo
algarismo abandonado é o 4. Como o próximo algaris- h = 21,6 cm. O estudante deve expressar a área
mo tem valor 3, que é menor do que 5, mantém-se o do papel como:
número 2, que é o último algarismo significativo. a) 602,64 cm².
Seja o produto 2,33 ∙ 1,4. O resultado da ope- b) 602 cm².
ração é 3,262. Novamente, o resultado deve apre- c) 602,6 cm².
sentar dois algarismos significativos. Desse modo, o d) 603 cm².
resultado fica 3,3. Abandona-se o primeiro algarismo,
2, e, sendo o segundo algarismo, 6, maior do que 5, Resolução:
acrescentamos uma unidade ao número 2, que é o úl-
Para o cálculo da área, basta conhecermos a fór-
timo algarismo significativo.
mula da área do retângulo:
O resultado da adição e da subtração deve
A = comprimento ⋅ largura
conter um número de casas decimais igual ao da par-
A=b⋅h
cela com menos casas decimais. Por exemplo, a adi-
A = (27,9 cm) ⋅ (21,6 cm) = 602,64 cm2
ção 3,32 + 3,1. O resultado é 6,42. A primeira parcela
tem duas casas decimais (3,32) e a segunda somente Como o enunciado pede a solução com o nú-
uma (3,1), e, portanto, apresentamos o resultado com mero correto de algarismos significativos, temos
apenas uma casa decimal. Desse modo, o resultado é então que em 27,9 cm e 21,6 tem 3 algarismos
6,4. Já na operação 3,37 + 3,1 = 6,47, o resultado significativos. Como se trata de uma multiplica-
ção, devemos dar a resposta com o menor nú-
deve apresentar uma casa decimal. Levando em conta
mero de algarismos significativos que algum dos
a regra do arredondamento, obtemos como resultado
fatores possuir. Ou seja, daremos a resposta com
o valor 6,5.
3 algarismos significativos:
A = 603 cm2
Alternativa D
97
___
3. Uma estudante está calculando a espessura de se N for menor que √10 , usa-se a mesma potência da
uma folha de papel. Ela mede a espessura de notação científica, isto é, 10n.
uma pilha de 80 folhas de papel com um pa- Resumidamente:
químetro e descobre que a espessura é l = 1,27
___
cm. Ao calcular a espessura de uma folha, ela irá 10 ä ordem de grandeza: 10n + 1
N≥√
___
encontrar? Dê a resposta com o número correto 10 ä ordem de grandeza: 10n
N<√
de algarismos significativos.
Resolução: Exemplo: o raio da Terra é igual a 6,37 · 106 m e
Uma vez que as 80 folhas possuem juntas uma a distância da Terra ao Sol é igual a 1,49 · 1011 m. Qual
espessura de 1,27 cm, temos que, para encontrar a ordem de grandeza desses valores?
___
a espessura de cada uma, basta dividir a espes- No primeiro caso, N = 6,37 > √ 10 , e, portan-
sura total pela quantidade de folhas. to, a ordem de grandeza do raio da Terra é dada por:
___
1,27 106 + 1 m =107 m. No segundo caso, N = 1,49 < √10 ,
x = ____ cm = 0,015875 cm
80 e, consequentemente, a distância da Terra ao Sol tem
Como o enunciado pede a solução com o nú- ordem de grandeza de 1011 m.
mero correto de algarismos significativos, temos
que em 1,27 há 3 algarismos significativos; já
em 80, temos 2 algarismos significativos. Logo, Teoria na prática
a resposta final deve possuir apenas 2 alga- 1. (Cesgranrio) Um recipiente cúbico tem 3,000 m
rismos significativos, respeitando as regras de de aresta, n é o número máximo de cubos, de
aproximação. 3,01 mm de aresta, que cabem no recipiente. A
ordem de grandeza de n é:
x = 0,016 cm a) 109.
b) 102.
c) 104.
Notação científica d) 101.
e) 1010.
A notação científica é utilizada para apre-
Resolução:
sentar um número na forma N · 10n, na qual n é um
expoente inteiro e N é tal que 1 ≤ N < 10. Em notação Para encontrar o valor de n, basta dividir o volume
científica, o número N deve ser formado por todos os do recipiente pelo volume de cada cubo menor. Des-
algarismos significativos de uma grandeza. sa forma, temos:
Sejam os algarismos significativos das medidas
( 3000 mm
n = _______ )
3
= 990 ⋅ 106 cubos =
a seguir expressas corretamente: 360 s e 0,0035 m. Le- 3,01 mm
vando em conta o número de algarismos significativos, = 9,90 ⋅ 10 cubos
8
98
2. (UFU) A ordem de grandeza, em segundos, em um período correspondente a um mês, é:
a) 10.
b) 103.
c) 106.
d) 109.
e) 1012.
Resolução:
3. (Unirio)
”Um dia eu vi uma moça nuinha no banho
Fiquei parado o coração batendo
Ela se riu
Foi o meu primeiro alumbramento.”
(Manuel Bandeira)
Resolução:
Sabendo que a frequência cardíaca normal de uma pessoa saudável entre 15 e 20 anos pertence ao inter-
valo de 60 a 90 vezes por minuto, fica evidente que a ordem de grandeza é de 102.
Alternativa A
99
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
100
ACESSAR
pt.khanacademy.org/math/algebra/units-in-modeling/intro-to-dimensional-analysis/e/
working-with-units
macbeth.if.usp.br/~gusev/unidades.pdf
educacao.globo.com/matematica/assunto/matematica-basica/sistemas-de-unidades-de-
medidas.html
LER
tt
Livros
Introdução à Física – Aspectos históricos,
unidades de medidas e vetores
101
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
No dia a dia, referimo-nos de maneira equivocada a algumas unidades. Por exemplo, é muito comum uma
pessoa ir à padaria e pedir “meio quilo de queijo” e receber meio quilograma de queijo, mas quando pedimos meio
quilo de queijo, estamos pedindo 500 pedaços de queijo, e não a massa de 500 gramas. Outra situação que pode-
ria acontecer na mesma padaria seria a pessoa pedir “duzentas gramas de queijo” e acabar recebendo duzentos
gramas de queijo; a grama é uma planta e a unidade de massa pertence ao gênero masculino.
De maneira geral, sempre estamos nos referindo a diversas unidades, nem sempre tomando todos os cuidados
necessários. Saber converter diferentes unidades é uma tarefa importante, ainda mais quando visitamos outro país.
INTERDISCIPLINARIDADE
Como vimos, existem diversas unidades de medidas para a mesma grandeza física, sendo de suma impor-
tância conhecer as regras de conversão entre as diferentes unidades. Para tal, basta conhecer a razão de propor-
cionalidade entre as grandezas e realizar uma regra de três simples.
No caso das unidades de medidas, as grandezas serão diretamente proporcionais, isto é, aumentando uma
das duas, a segunda também aumentará.
O procedimento para a resolução de uma regra de três simples diretamente proporcional é simples.
Primeiramente, montamos uma tabela de duas colunas, em que na primeira coluna colocamos valores numa
unidade e o valor corresponde em outra unidade na segunda coluna. Após isso, basta igualar a razão obtida com
os valores na primeira coluna com a razão dos elementos da segunda coluna.
Exemplo:
___ 3600
1h = _______
x
s
5h
X = 18000 s
102
Disponível em <https://esportenamochila.files.wordpress.com>
FÍSICA
C N
3
0 40
6
Competência
Calor sensível
21
Habilidade
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Introdução
O estudo da termologia envolve muitos conceitos novos. A noção de equilíbrio, por exemplo, serve para
as mais diversas áreas do conhecimento humano, no entanto, nesta grande área que envolve as transferências de
calor, suas causas e consequências, definir adequadamente conceitos tornará a compreensão física dos fenômenos
algo mais sólido e duradouro. O próprio conceito de temperatura, que está associado às energias cinéticas médias
das moléculas que compõem o corpo, dá-nos a correta noção de que o calor é transferido do corpo de maior tem-
peratura para o corpo de menor temperatura, até que possam juntos atingir aquilo que conceituaremos como equi-
líbrio térmico. O termo energia cinética das moléculas refere-se à energia cinética de translação das moléculas.
Quando for necessário fazer referência à energia cinética de rotação das moléculas, será utilizado diretamente o
termo energia de rotação das moléculas. A grandeza termodinâmica relacionada à energia cinética média de
translação das moléculas é a temperatura.
Sendo assim, quando a temperatura de um corpo aumenta, a energia cinética de suas partículas também
aumenta. Quando a temperatura do corpo diminui, a energia cinética de suas partículas também diminui. Não nos
esqueçamos de que a energia de um sistema termodinâmico também é composta pela energia potencial das
moléculas, cujo somatório representa a energia necessária para desagregar as moléculas.
A estrutura física que caracteriza os sólidos indica que as moléculas que os compõem possuem uma organi-
zação tal que seu nível de agitação, e, portanto, sua energia cinética média, seja menor que a organização de um
gás em mesmas condições termodinâmicas. Assim, são percebidas as transferências de energias para as partículas
mais próximas. Chamamos de calor a energia térmica em trânsito.
Já os gases possuem moléculas com maior grau de energia cinética. As moléculas portadoras de maiores
energias cinéticas realizam colisões com outras moléculas menos energéticas. Nessas colisões, em geral, são per-
cebidas transferências energéticas de tal forma que, após um intervalo de tempo, em média, o grupo de moléculas
possuirá uma energia cinética média; nesta condição, podemos dizer que os corpos estarão em equilíbrio térmico,
ou seja, em mesma temperatura.
A transferência de energia, espontaneamente, de um corpo para outro devido à existência de diferença de
temperatura entre eles, recebe o nome de transferência de energia térmica. A energia térmica transferida nesse
processo é o calor.
Quando o equilíbrio térmico é atingido, ou seja, quando os corpos estão na mesma temperatura, a trans-
ferência de calor é cessada.
Observação
Por se tratar de um processo, a transferência de energia térmica, ou seja, calor, só é possível se entre os corpos
estudados houver diferença de temperatura. Justamente por se tratar de um processo, um corpo não pode estar,
ou possuir, calor, mas sim transferi-lo.
Escalas termométricas
A verificação do grau de agitação das partículas que compõem um corpo é feita de maneira indireta.
A temperatura de um corpo pode ser estimada pelo equilíbrio térmico entre dois ou mais corpos. Dessa forma,
existem estados termodinâmicos, nos quais os corpos se encontram, que servem como referência para a cons-
trução daquilo que chamaremos de escala termométrica. Todos os corpos possuem características térmicas; são
exatamente essas características termossensíveis que permitem a construção de aparelhos de medição, como os
termômetros de mercúrio.
105
A definição da escala está pautada na escolha adequada de pontos de referência. O ponto de gelo, condi-
ção em que se apresentam em equilíbrio térmico gelo e água em pressão normal, assim como o ponto de vapor,
condição em que se apresentam em equilíbrio água e vapor de água em condições normais de pressão, podem
ser escolhidos. Existe uma equação de conversão entre as escalas termométricas que pode ser utilizada para as
mais diversas conversões. Por exemplo, quando queremos converter um valor genérico de temperatura θc, medido
em grau Celsius, em seu respectivo valor θf , medido em grau Fahrenheit. Para tanto, comparando a razão entre os
segmentos a e b da figura a seguir, esta relação não depende das unidades de medida.
Dessa forma:
u – 0 _______
u – 32 u u – 32
a = ______
__ c = f ä ___
c = ______
f
b 100 – 0 212 – 32 100 180
u uf – 32
Simplificando: __c = ______
5 9
Essa é a equação de conversão entre graus Celsius e graus Fahrenheit. Da mesma forma, podemos converter
utilizando a unidade kelvin, onde T representa a temperatura em kelvin, obtendo:
u uf – 32 ______
__
c = ______
= T – 273
5 9 5
William Thomson (1824-1907), lorde Kelvin, estabeleceu, em 1848, a escala absoluta, que leva o seu nome.
Ele determinou a menor temperatura possível, cujo valor é 0 K (zero kelvin).
Caso seja necessário converter variações de temperatura, podemos trabalhar com as equações apresenta-
das anteriormente e chegarmos às seguintes equações de conversão para a variação de temperaturas:
Du DuF
___
c = ___
5 9
Duc = DT
Anders Celsius (1701-1744) foi um físico que propôs, em 1742, a escala de temperatura que leva o seu
nome, mas que originalmente era conhecido como sistema centígrado. Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736) foi,
além de físico e engenheiro, um vendedor de termômetros. Criou o termômetro de mercúrio, além, é claro, da escala
de temperatura que leva o seu nome e que é ainda muito utilizada em países anglo-saxões.
106
3. (ITA) O verão de 1994 foi particularmente quen-
Teoria na prática
te nos Estados Unidos da América. A diferença
1. O álcool, ou etanol, possui ponto de fusão igual
entre a máxima temperatura do verão e a míni-
a –114 °C e ponto de ebulição igual a +78,5 °C. ma do inverno anterior foi de 60 °C. Qual o valor
É por isso que, em temperatura ambiente (cerca dessa diferença na escala Fahrenheit?
de 20 °C), o álcool é um líquido. Passando para a) 108 °F
a escala kelvin, o ponto de fusão e o ponto de b) 60 °F
ebulição do etanol são, respectivamente, iguais a: c) 140 °F
a) –387 e –194,65. d) 33 °F
b) +159 e +351,5. e) 92 °F
c) +387,25 e +194,65. Resolução:
d) –159 e –351,5.
Primeiramente, devemos identificar que o exercí-
e) +159 e –351,5. cio não pede a transformação de uma dada tem-
Resolução: peratura de uma escala em outra, mas a trans-
formação de uma variação de temperatura numa
Sabemos que para transformar a temperatura de
escala em outra. Sabemos que a relação entre as
graus Celsius para kelvin basta somar 273:
escalas Fahrenheit e Celsius é:
TK = θC + 273
∆θC ___
____ ∆θ
Assim sendo, basta substituir cada temperatura = F
5 9
desejada para o ponto de fusão:
Substituindo o valor fornecido, temos:
TK = –114 + 273 = 159 K
∆θ
Para o ponto de ebulição, temos: 60 = ___
__ F
5 9
TK = 78,5 + 273 = 351,5 K θF = 108 ºF
Alternativa B Alternativa A
107
Diagrama de aquecimento de água
Se observarmos o fornecimento de calor a um bloco de gelo, inicialmente a –20 °C, verificaremos que ele:
§§ Inicialmente, aumenta de temperatura até atingir 0 °C (ponto de fusão), indicando que a entrada de calor
está aumentando a energia cinética das moléculas.
§§ A partir daí, permanece com a temperatura constante, apesar de receber calor, e passa a mudar de estado
físico. Isso ocorre porque as moléculas estão aumentando sua energia potencial, e não a cinética.
§§ Terminada a fusão, teremos apenas água a 0 °C, que, à medida que recebe mais calor, aumenta a tempera-
tura até 100 °C (ponto de ebulição).
§§ Durante a vaporização, a temperatura permanece constante mais uma vez, apesar do recebimento de calor,
porque as moléculas, à medida que se desagregam, aumentam a energia potencial, permanecendo a ener-
gia cinética constante.
§§ Finalmente, após a vaporização completa da água, o vapor, ao receber mais calor, volta a aumentar a ener-
gia cinética de suas moléculas, aumentando a temperatura.
Teoria na prática
1. (PUC) Uma forma de gelo com água a 25 ºC é colocada num freezer de uma geladeira para formar gelo. O
freezer está no nível de congelamento mínimo, cuja temperatura corresponde a –18 ºC.
As etapas do processo de trocas de calor e de mudança de estado da substância água podem ser identifi-
cadas num gráfico da temperatura x quantidade de calor cedida.
Qual dos gráficos a seguir mostra, corretamente (sem considerar a escala), as etapas de mudança de fase
da água e de seu resfriamento para uma atmosfera?
a) b) Temperatura
Temperatura
25 ºC 25 ºC
-18 ºC -18 ºC
108
c)
Estudo do calor sensível
Temperatura
25 ºC
0 ºC
Quantidade de calor Quando fornecemos a mesma quantidade de
calor a um balde com água e a um copo com água, ve-
-18 ºC
rificamos que, no primeiro, perceberemos uma pequena
variação de temperatura, ao passo que a variação da
d) temperatura do segundo é bem maior.
Temperatura
Isso acontece porque o balde com água tem
25 ºC
inércia térmica maior que o copo com água. Lembra-
Quantidade de calor
mos que inércia mecânica representa a resistência que
0 ºC
todos os corpos materiais têm à modificação do seu
estado de movimento. Assim, a inércia térmica é a re-
-18 ºC
sistência que todos os corpos materiais têm à modifi-
e) cação de sua temperatura.
Temperatura
Contudo, por tradição, faremos uso do termo ca-
25 ºC
pacidade térmica em vez de inércia térmica.
Quantidade de calor
0 ºC
109
No copo, com um número menor de molécu-
Teoria na prática
las (uma vez que a massa é menor), a energia é trans-
1. Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo,
ferida para um número menor de moléculas e, portanto,
verifica-se como consequência uma variação de
a evidência do aumento da energia de uma mo-
temperatura igual a 50 °C. Determine a capaci-
lécula é maior, tornando mais perceptível o aumento
dade térmica desse corpo.
da temperatura.
Resolução: A capacidade térmica é proporcional à massa
do corpo. Contudo, também depende do material de
Como por definição a capacidade térmica é dada
que é feito o corpo. Desse modo, pode-se relacionar a
pela razão entre o calor e a variação de tempe-
capacidade térmica, a quantidade de água e um fator
ratura, temos:
referente ao material:
Q 300 cal cal
C = ___ = ______ = 6 ___
∆θ 50 ºC °C C=m·c
Q = C · Du
110
Convenção de sinais 2. (Mackenzie) Em uma manhã de céu azul, um ba-
nhista na praia observa que a areia está muito
De acordo com as equações anteriores, podemos quente e a água do mar está muito fria. À noi-
inferir que: te, esse mesmo banhista observa que a areia da
§§ Se um corpo recebe calor (entrada de calor no praia está fria e a água do mar está morna. O
corpo), Q terá valor positivo e a variação de tem- fenômeno observado deve-se ao fato de que:
peratura será positiva. a) a densidade da água do mar é menor que a
§§ Se um corpo perde calor (saída de calor do cor- da areia.
po), Q terá valor negativo e a variação de tempe- b) o calor específico da areia é menor que o ca-
ratura será negativa. lor específico da água.
O nome da unidade caloria vem de uma teoria
c) o coeficiente de dilatação térmica da água é
abandonada. A teoria calórica propunha que existia o
maior que o coeficiente de dilatação térmica
fluido calórico que escorria de um corpo para outro, di-
da areia.
minuindo a temperatura do primeiro e aumentando a
d) o calor contido na areia, à noite, propaga-se
do segundo.
Historicamente, uma caloria é a energia necessá- para a água do mar.
ria para elevar de 14,5 °C, para 15,5 °C a temperatura e) a agitação da água do mar retarda seu res-
de 1 g de água. Desde 1948, por definição 1 caloria friamento.
equivale a 4,1868 joules. Resolução:
Alternativa B
111
3. Um amolador de facas, ao operar um esmeril, é Além do termômetro, temos um agitador e um
atingido por fagulhas incandescentes, mas não aquecedor, caso queiramos interferir mecânica ou ter-
se queima. Isso acontece porque as fagulhas: micamente com o conteúdo no recipiente.
a) têm calor específico muito grande. Quando colocamos corpos no calorímetro, eles tro-
b) têm temperatura muito baixa. cam calor apenas entre si. Pelo princípio da conservação da
c) têm capacidade térmica muito pequena. energia, todo calor cedido por um dos corpos será absorvi-
d) estão em mudança de estado.
do por outro dentro do calorímetro. Dessa forma, a equa-
e) não transportam energia.
ção de transferência de calor para os corpos no interior
Resolução: no calorímetro é dada por uma soma das quantidades de
Apesar de as fagulhas possuírem altas tem- calor igualada à zero, uma vez que toda a transferência de
peraturas, devido a sua pequena constituição, calor só ocorre entre os corpos em seu interior.
possuem pouca massa e, consequente, uma
capacidade térmica muito pequena. Como o
calor é proporcional à capacidade térmica, o
calor trocado entre o amolador e as fagulhas
é muito pequeno.
Alternativa C
Matematicamente:
Qrecebido = –Qcedido
Sistema termicamente isolado
Qrecebido + Qcedido = 0
Teoria na prática
1. Dentro de um calorímetro, cuja capacidade térmi-
ca é desprezível, colocou-se um bloco de chumbo
com 4 kg, a uma temperatura de 80 °C. O ca-
lorímetro contém 8 kg de água a uma tempe-
ratura de 30 °C. Considerando cchumbo = 0,0306
cal/g.°C e cágua =1 cal/g°C, determinar a tempe-
ratura final do sistema.
Resolução:
Para sistemas de trocas de calor, temos que:
Dizemos que um sistema está termicamente iso-
Qágua + Qchumbo = 0
lado, quando as partes do sistema (os corpos) trocam
mágua cágua ∆θágua + mchumbo cchumbo∆θchumbo = 0
calor apenas entre si, mas não com o exterior do sis-
tema. Para conseguir esse cenário, é necessário o uso 1 cal
8000 g · ____ · (θ – 30 ºC) +
de um recipiente que isole seu conteúdo termicamente gºC
0,0306 cal
do meio externo. Esse recipiente tem paredes isolantes + 4000 g ________
(θ – 80 ºC) = 0
gºC
térmicas, chamadas de paredes adiabáticas.
Para monitorar a temperatura do interior, faz-se θ ≈ 30,7 ºC
uso de um termômetro. Desse modo, construímos um Dessa forma, a temperatura final do sistema é de
equipamento que recebe o nome de calorímetro. aproximadamente 30,7 °C.
112
Calorímetro real Teoria na prática
1. (Epcar – AFA) Deseja-se aquecer 1,0 L de água
Um calorímetro real consegue impedir com que se encontra inicialmente à temperatura de
eficácia apenas a troca de calor entre os corpos em 10 ºC até atingir 100 ºC sob pressão normal,
seu interior e o meio externo, no entanto, participará em 10 minutos, usando a queima de carvão.
das trocas tendo como referência a própria capaci- Sabendo-se que o calor de combustão do car-
dade térmica. vão é 6000 cal/g e que 80% do calor liberado
Nesses casos, temos de considerar o calor troca- na sua queima é perdido para o ambiente, a
massa mínima de carvão consumida no proces-
do entre os corpos e o calorímetro.
so, em gramas, e a potência média emitida pelo
Se o problema fornecer a capacidade térmica do
braseiro, em watts, são:
calorímetro, use:
a) 15 e 600.
Qcalorímetro = Ccalorímetro · Du b) 75 e 600.
c) 15 e 3000.
Certos problemas também podem fornecer o d) 75 e 3000.
equivalente em água do calorímetro. Equivalente
em água corresponde à massa de água, cuja capa- Resolução:
cidade térmica é a mesma do calorímetro. Em outras O calor necessário Qnec para aquecer a água será
palavras, com o valor do equivalente em água (E), con- dado pelo calor sensível:
seguimos obter a capacidade térmica do calorímetro Qnec = m ⋅ c ⋅ Δθ =
da seguinte maneira: 1000 g ⋅ 1 cal/g °C ⋅ (100 – 10) °C = 9 ⋅ 104 cal
Q
P = ___
Dt
113
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
114
ACESSAR
www.sensacaotermica.com.br/
pt.khanacademy.org/science/chemistry/thermodynamics-chemistry/internal-energy-sal/a/heat
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/equacao-fundamental-calorimetria.htm
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/calorimetria-o-estudo-dos-fenomenos-de-
transferencia-de-calor.htm
pt.khanacademy.org/science/biology/water-acids-and-bases/water-as-a-solid-liquid-and-
gas/a/specific-heat-heat-of-vaporization-and-freezing-of-water
115
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
No dia a dia, é comum as pessoas observarem as tabelas nutricionais que existem nos alimentos. Elas con-
têm o equivalente mecânico em calorias e em joules que o alimento fornecerá àquele que o consumir.
Também é comum ouvirmos, principalmente em dias frios e em uma aula de física, que o frio não existe, que
ele é apenas uma questão psicológica. Quente ou frio são comparações que fazemos, entre a temperatura de um
determinado objeto e a nossa temperatura corporal, diferentemente de calor, que é a energia térmica em trânsito.
Por isso, deve-se tomar cuidado com o vocabulário, diferenciar o termo técnico, presente em um livro, do usual.
116
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 21 - Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou
tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.
Modelo 1
(Enem) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da água
até 70 °C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30 °C. Por isso, deve-se
misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se
encontra a 25 °C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à
temperatura ideal?
a) 0,111
b) 0,125
c) 0,357
d) 0,428
e) 0,833
Análise Expositiva 1
Habilidade 21
O Enem tem cobrado temas típicos dos principais vestibulares do país, entre eles a troca de
calor entre dois corpos. Nesse exercício, o estudante precisa dominar os conceitos básicos de
calorimetria e saber utilizar a fórmula.
Q1 + Q2 = 0 ⇒ mQ ∙ c ∙ (30 – 70) + mF ∙ c ∙ (30 – 25) = 0
___ m 50
mQ = ___
= 0,125
F 40
Alternativa B
117
Modelo 2
(Enem) As altas temperaturas de combustão e o atrito entre suas peças móveis são alguns dos fatores
que provocam o aquecimento dos motores à combustão interna. Para evitar o superaquecimento e
consequentes danos a esses motores, foram desenvolvidos os atuais sistemas de refrigeração, em que
um fluido arrefecedor com propriedades especiais circula pelo interior do motor, absorvendo o calor
que, ao passar pelo radiador, é transferido para a atmosfera.
Qual propriedade o fluido arrefecedor deve possuir para cumprir seu objetivo com maior eficiência?
a) Alto calor específico
b) Alto calor latente de fusão
c) Baixa condutividade térmica
d) Baixa temperatura de ebulição
e) Alto coeficiente de dilatação térmica
Análise Expositiva 2
Habilidade 21
Esse é um exercício típico do que é exigido pelo Enem. Nessa questão, é necessário que o
aluno saiba interpretar o problema e, principalmente, entender a propriedade do fluido que
está relacionada a este problema.
Da expressão do calor específico sensível: Q = –m ∙ c ∙ DU
O fluido arrefecedor deve receber calor e não sofrer sobreaquecimento. Para tal, de acordo
com a expressão acima, o fluido deve ter alto calor específico.
Alternativa A
Estrutura Conceitual
TERMÔMETRO
Não altera
Potência
o estado físico
TEMPERATURA
CALOR
VARIAÇÃO DE SENSÍVEL
TEMPERATURA
Escalas
Termométricas
Calor Massa
específico
Capacidade
térmica
Zero
absoluto
118
0 6
5 0 Mudanças de estado
Competências Habilidades
5e6 17 e 21
© Denis Burdin/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Estado físico da matéria
Em física básica são três os estados físicos da matéria: sólido, líquido e gasoso. O estado sólido é aquele
onde as moléculas estão mais fortemente ligadas e mais próximas, dando ao corpo uma forma fixa. Já no estado
líquido as moléculas estão relativamente próximas e com uma força de atração mediana, o corpo já não possui
uma forma fixa; a substância no estado líquido acaba por se adaptar ao formato do recipiente que a contém. Por
último, no estado gasoso a substância além de não ter forma fixa, acaba tendo uma grande variação em sua forma
e volume. A força de atração entre as moléculas é a menor entre os três casos citados.
Observação: em física avançada existem mais outros dois estados da matéria – o plasma e o condensado
de Bose-Einstein.
Cada processo de alteração de um estado físico para outro recebe um nome que o identifica. Ao passar do
estado sólido para o líquido acontece a fusão, do líquido para o gasoso acontece a vaporização. Já o oposto, passar
do gasoso para o líquido é chamado de condensação ou liquefação e passar do estado líquido para o sólido é
chamado de solidificação. Quando ocorre de a substância passar do estado sólido para o gasoso, sem passar para
o estado líquido, ou o oposto, passar do estado gasoso para o sólido é chamado de sublimação. Todo processo
endotérmico é aquele em que a substância recebe calor, já no exotérmico ela cede calor.
121
Assim, o calor necessário para efetuar a mudança de fase de um corpo é diretamente proporcional à sua
massa. Logo, matematicamente:
Q = mtransformada · L
§§ Unidades de L:
Usual: cal/g
S.I.: J/kg
122
Resolução:
Teoria na prática
1. (PUC) Podemos estimar quanto é o dano de Ao ser submetida ao aquecimento de uma subs-
uma queimadura por vapor da seguinte maneira: tância pura que esteja no estado sólido, teremos
considere que 0,60 g de vapor condense sobre a dois pontos em que a temperatura permanece
pele de uma pessoa. Suponha que todo o calor constante à pressão constante. Primeiramente,
latente é absorvido por uma massa de 5,0 g de há o aquecimento do sólido até o momento em
pele. Considere que o calor específico da pele é que alcançado o ponto de fusão, no qual encon-
igual ao da água. Considere o calor latente de tramos duas fases distintas (sólido e líquido) sem
vaporização da água como Lv = (1000/3) cal/g. que haja alteração da temperatura (região II do
Calcule o aumento de temperatura da pele devi- gráfico). Ao derreter todo o sólido, resta apenas
do à absorção do calor, em ºC. o líquido, que ao absorver mais calor, aumenta
a) 0,60 sua temperatura até que a pressão de vapor
b) 20 atinja a pressão atmosférica (região III), neste
c) 40 ponto estamos diante de mais uma mudança de
d) 80 fase (líquido para vapor) e a temperatura perma-
e) 333 nece constante até que todo o líquido vaporize
(região IV). No gráfico, temos líquido quando co-
Resolução:
meça a fusão até o término da vaporização, ou
A quantidade de calor trocada pelo vapor para seja, corresponde aos pontos II, III e IV.
condensar é igual ao calor sensível responsável
por aumentar a temperatura da pele. Alternativa C
Qlatente = Qsensível
mv ∙ Lv = mp ∙ c . ∆θ 3. (G1 – Ifsul) Sendo:
Como as massas das bolas são iguais e as variações de temperatura também, a massa de gelo fundida em cada
caso é diretamente proporcional ao calor específico do material que constitui a bola. Assim, analisando a expres-
são, vemos que funde menor quantidade de gelo a bola de material de menor calor específico, no caso, a de metal.
Alternativa C
124
5. (PUC) Um cubo de gelo de massa 100 g e temperatura inicial –10 °C é colocado no interior de um micro-
-ondas. Após 5 minutos de funcionamento, restava apenas vapor de água. Considerando que toda a energia
foi totalmente absorvida pela massa de gelo (desconsidere qualquer tipo de perda) e que o fornecimento de
energia foi constante, determine a potência utilizada, em W.
Pressão local = 1 atm
Calor específico do gelo = 0,5 cal∙g–1 ∙ ºC–1
Calor específico da água líquida = 1,0 cal ∙ g–1 ∙ ºC–1
Calor latente de fusão da água = 80 cal ∙ g–1
Calor de vaporização da água = 540 cal ∙ g–1
1 cal = 4,2 J
a) 1008
b) 896
c) 1015
d) 903
e) 1512
Resolução:
A quantidade de calor total é igual ao calor sensível do gelo de –10 °C até 0 °C, mais o calor latente de
fusão do gelo, mais o calor sensível da água de 0 °C a 100 °C e mais o calor de vaporização da água.
Equacionando:
Q = Qgelo + Qfusão + Qágua + Qvaporização ⇒
⇒ Q = m cgelo ∆θgelo + m Lfusão + m cágua ∆θágua + m Lvap ⇒
Q = 100 (0,5) [0 – (–10)] + 100 (80) + 100 (1) (100 – 0) + 100 (540) ⇒
Q = 500 + 8000 + 10000 + 54000 = 72500 cal
Transformando em joules:
Q = 72 ∙ 500 (4,2) = 304 ∙ 500 J
Calculando a potência:
Q
P = ___ 304500
= _______
300
= 1015 W
∆t
Alternativa C
6. (PUC) Dona Salina, moradora de uma cidade litorânea paulista, resolve testar o funcionamento de seu
recém-adquirido aparelho de micro-ondas. Decide, então, vaporizar totalmente 1 litro de água inicialmente
a 20 °C. Para tanto, o líquido é colocado em uma caneca de vidro, de pequena espessura, e o aparelho é
ligado por minutos. Considerando que D. Salina obteve o resultado desejado e sabendo que o valor do kWh
é igual a R$ 0,28. Calcule o custo aproximado, em reais, devido a esse procedimento. Despreze qualquer
tipo de perda e considere que toda a potência fornecida pelo micro-ondas, supostamente constante, foi
inteiramente transferida para a água durante seu funcionamento.
a) 0,50
b) 0,40
c) 0,30
d) 0,20
e) 0,10
125
Resolução:
Q = Q1 + Q2
Q = m · c · ∆θ + m · L
Q = 1000 · 1 · (100 – 20) + 1000 · 540
Q = 620000 cal = 2604 kJ
Como 1 kWh = 3,6 ∙ 106 J
Temos que Q = 0,72 kWh, dessa forma o custo C será de:
C = 0,28 ∙ 0,72 = R$ 0,20 aproximadamente.
Alternativa D
Sobrefusão ou superfusão
Durante o resfriamento de um líquido, eventualmente podem ser atingidas temperaturas abaixo da que
corresponde à de solidificação da substância, e ainda assim a substância se mantém líquida.
126
O estado de equilíbrio da sobrefusão é me-
Evaporação
taestável, ou seja, existe equilíbrio, aparentemente,
porém, ocorre a mudança muito lenta do estado fí-
sico da substância. A introdução de uma pequena
porção sólida ou uma agitação perturba o fenômeno
e provoca uma brusca solidificação, parcial ou total,
do líquido. A temperatura aumenta e atinge o ponto
de solidificação. Esse aumento de temperatura ocorre
porque a queda de energia potencial (característica da
solidificação) é compensada pelo aumento da energia
cinética das moléculas.
Vulgarmente, a perda de “calor erroneamente
sensível” torna-se perda de calor “latente”.
O processo de evaporação ocorre na superfície
O estado de superaquecimento, isto é, quan-
livre do líquido, onde as moléculas têm diferentes ener-
do a substância atinge temperaturas superiores à tem-
gias: algumas estão mais agitadas e outras menos. Ao
peratura de ebulição sem que ocorra a ebulição, pode
colidirem umas com as outras, as partículas mais agi-
ocorrer ao se aquecer uma substância no forno micro-
tadas perdem parte de sua energia para as partículas
-ondas. Se o aquecimento é feito por uma chama, exis-
menos agitadas. Desse modo, a energia cinética das
tem correntes de convecção no sistema e essas pertur-
moléculas da superfície aumenta e, então, acabam por
bam suficientemente o sistema, fervendo a substância
se libertar da superfície do líquido: evaporam.
quando a temperatura de ebulição for atingida.
As moléculas que conseguiram se vaporizar
O superaquecimento também é um estado me-
obtiveram energia cinética das demais moléculas do
taestável. Desse modo, qualquer perturbação no siste-
líquido. Assim, as moléculas restantes no líquido ficam
ma diminui seu estado de energia potencial.
com energia cinética menor, e assim, a temperatura do
líquido diminui.
Vaporização Portanto, o processo de evaporação resfria o lí-
quido remanescente.
A passagem do estado líquido para o estado Os fatores listados a seguir influenciam na velo-
gasoso de uma substância é denominada vaporiza- cidade de evaporação:
ção, e pode ocorrer de três modos: ebulição, evapo- §§ Quanto maior a pressão atmosférica, menor
ração e calefação. será a velocidade.
A ebulição é o processo de vaporização que §§ A atmosfera, pressionando a superfície do líqui-
acontece quando a substância atinge uma determinada do, dificulta a vaporização.
temperatura. Esse processo é turbulento. §§ Quanto mais o líquido for volátil, maior será a
A evaporação acontece em qualquer tempera- velocidade.
tura nos líquidos, no entanto, especificamente na sua §§ Como a área livre é maior, mais moléculas estão
superfície livre. A água líquida, por exemplo, quando nessa superfície, o que aumenta a probabilidade
colocada em um prato, desaparece após determinado de haver moléculas “escapando” da superfície
tempo, ou seja, a água é vaporizada (transforma-se em do líquido.
vapor) e misturada aos outros gases da atmosfera. §§ Quanto maior for a temperatura do líquido,
A calefação é um processo rápido de vaporiza- maior a velocidade.
ção e ocorre quando o aumento de temperatura é brus- §§ As moléculas, com temperatura maior, e, portan-
co. Esse processo acontece, por exemplo, ao colocarmos to, mais agitadas, têm maior velocidade e, con-
pequenas quantidades de água em uma frigideira bem sequentemente, maior facilidade de “escapar”.
quente. A vaporização da água, nesse caso, é bastante §§ Quanto mais úmido estiver o ar (maior a pres-
rápida, quase instantânea. são parcial do vapor), menor será a velocidade.
127
Com o ar mais úmido, poderá ocorrer de as mo-
Pressão e estado físico
léculas de vapor presentes no ar aderirem à superfície
do líquido, condensando-se. Para determinada pressão, a temperatura dos só-
lidos é menor do que dos líquidos, e a temperatura des-
mevaporação A · (F – f)
vevaporação = _______
= K _______
p ses, por sua vez, é menor do que a dos gases. Isso ocorre
Dt e
devido ao aumento da agitação das moléculas (aumento
da energia cinética de translação). O movimento é tal
Onde: que a interação entre as moléculas impede que se man-
§§ K representa a volatilidade do líquido. tenham agregadas.
§§ A representa área da superfície livre do líquido. Por outro lado, o estado de agregação das mo-
§§ pe representa a pressão externa a que o líquido léculas pode ser modificado alterando-se a pressão que
está submetido. é exercida pela vizinhança (geralmente a atmosfera) so-
§§ F representa a pressão máxima de vapor (que bre a substância. Comprimindo uma massa gasosa, por
depende da temperatura). exemplo, é possível aproximar as moléculas o suficiente
§§ f representa a pressão parcial de vapor na at- para que elas se agreguem, mudando de fase para o
mosfera (que caracteriza o grau de umidade). estado líquido (e até ao sólido).
Diagrama de fase
Vapor
128
Substâncias mais comuns
O comportamento normal do volume em função do estado físico está resumido na figura abaixo.
Como observamos na figura anterior, para a maior parte das substâncias, na passagem do estado ga-
soso para o líquido e do líquido para o sólido, ocorre a redução do volume. Observe, portanto, que é possível fazer
essa transição de fase reduzindo a temperatura ou aumentando a pressão exercida sobre a substância.
Conclui-se, assim, que o estado físico de uma substância não é determinado apenas pela temperatura, mas
também pela pressão.
129
Observe, a seguir, o diagrama de fases do dióxido de carbono:
130
Esse comportamento da água ocorre porque, ao se solidificar, as ligações entre as moléculas, que são pontes
de hidrogênio, formam cristais, cuja geometria afasta as moléculas. A figura, a seguir, ilustra a estrutura da água
no estado líquido e no estado sólido.
H2O líquida H2O sólida
Observando o diagrama de fases da água, é possível perceber que a curva de fusão é decrescente. Assim,
a temperatura de fusão diminui com o aumento da pressão. Logo, é possível derreter o gelo em uma temperatura
menor, caso ele esteja em uma pressão maior.
131
Com base nisto, pode-se concluir que:
Teoria na prática
1. Para que a água na xícara não seja vapori-
1. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
zada na produção do café, a temperatura TA
deve ser de 100 °C, pois após a redução de
pressão, esta estaria no limite da vaporização
da água na pressão de 1 atm.
2. Para que o líquido já saia da caldeira B como
um gás, TB = 180 °C, ou seja, a caldeira B terá
seu ponto de operação de 1 atm e 180 °C em
cima da curva de vaporização do líquido.
Dessa forma, pode concluir-se que a diferença
de temperatura entre TA e TB é de 80 °C. Como
a variação de temperatura em graus Celsius é
igual à variação de temperatura em kelvin, logo
Uma máquina de café expresso possui duas pe- a variação em kelvin é também igual a 80 K.
quenas caldeiras mantidas sob uma pressão de
Alternativa C
1,0 MPa. Duas resistências elétricas aquecem
separadamente a água no interior das caldeiras 2. (Ifsul) A panela de pressão permite que o cozi-
até as temperaturas TA ºC, na caldeira com água mento dos alimentos ocorra mais rapidamente
para o café, e TB ºC, na caldeira destinada a pro- que em panelas comuns.
duzir vapor d’água para aquecer leite. Assuma Se, depois de iniciada a saída de vapor pela vál-
que a temperatura do café na xícara, TC ºC, não vula, baixarmos o fogo, para economizar gás, o
deve ultrapassar o ponto de ebulição da água tempo gasto no cozimento:
e que não há perdas térmicas, ou seja, TC = TA. a) aumenta, pois a temperatura diminui dentro
Considerando o diagrama de fases no gráfico da panela.
acima, quanto vale, aproximadamente, o menor
b) diminui, pois a temperatura aumenta dentro
valor, em kelvins, da diferença TB – TA?
da panela.
Dado: 1,0 atm = 0,1 MPa
c) aumenta, pois diminui a formação de vapor
a) 180
dentro da panela.
b) 130 d) não varia, pois a temperatura dentro da pa-
c) 80 nela permanece constante.
d) 30
e) Zero Resolução:
132
Regelo da água
O volume da água aumenta quando se solidifica, devido à geometria de seus cristais. Desse modo, o au-
mento de pressão sobre o gelo (água sólida) “quebra” os cristais, tornando-a líquida. O efeito contrário, ou seja, a
redução da pressão, pode reverter o processo, e provocar o regelo.
© Pressmaster/Shutterstock
Do mesmo modo, um patinador ao usar patins aumenta a pressão
sobre a superfície do gelo, tornando o deslizar mais fácil.
A figura anterior exemplifica o experimento de Tyndall que demonstra o derretimento do gelo devido à
pressão aplicada sobre ele por um arame preso a dois pesos. O regelo da água ocorre acima do arame assim que
esse desce. Dessa forma, o arame atravessa o bloco inteiro e este permanece inteiro.
Teoria na prática
1. (G1 – Ifsul) Quando um patinador desliza sobre o gelo, o seu movimento é facilitado porque, enquanto ele
anda, o gelo transforma-se em água líquida, o que faz com que diminua o atrito entre os patins e o gelo.
Se o gelo encontra-se a uma temperatura inferior a 0°, por que a água líquida é formada pela passagem
do patinador?
a) A temperatura do gelo aumenta devido ao movimento relativo entre os patins e o gelo.
b) O aumento da pressão sobre o gelo imposta pela lâmina dos patins diminui o ponto de fusão do gelo.
c) O aumento da pressão sobre o gelo imposta pela lâmina dos patins aumenta o ponto de fusão do gelo.
d) A temperatura do gelo não varia devido ao movimento relativo entre os patins e o gelo.
Resolução:
A temperatura de mudança de fase de uma substância depende da pressão. Para a água, o aumento de
pressão diminui o ponto de fusão. No caso, o aumento de pressão devido aos patins diminui a temperatura
de fusão do gelo, ocorrendo o derretimento.
Alternativa B
133
Estado gasoso e temperatura crítica
O estado gasoso pode ser subdividido em dois tipos: vapor e gás. Toda substância possui uma temperatura
denominada temperatura crítica. Acima dessa temperatura, as moléculas estão tão agitadas que, por maior
que seja o aumento da pressão, não é possível forçar as moléculas a se agregarem, isto é, não é possível mudar o
estado físico da substância.
Abaixo da temperatura crítica, o estado gasoso é denominado vapor, e acima dessa temperatura, é deno-
minado gás.
O “gás” de cozinha é, na verdade, "vapor" de cozinha, pois coexiste com o estado líquido.
Sublimação
A sublimação de uma substância ocorre quando existe a mudança direta do estado sólido para o estado
gasoso. Esse processo ocorre em temperaturas e pressões abaixo dos valores do ponto triplo. A região no diagrama
de fases onde ocorre sublimação é ilustrada na figura a seguir.
134
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
136
ACESSAR
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/mudancas-de-estado.html
www.estudopratico.com.br/mudancas-de-estado-fisico-da-materia/
brasilescola.uol.com.br/quimica/graficos-mudanca-estado-fisico.htm
pt.khanacademy.org/science/chemistry/states-of-matter-and-intermolecular-forces
137
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Uma substância que constantemente tem seu estado físico alterado e é de suma importância para a manu-
tenção da vida no Planeta é a água. O ciclo da água é fundamental para o reabastecimento de água em rios, lagos,
nascentes e influencia o clima em todas as partes do globo.
O processo tem por início a vaporização da água dos oceanos, rios, mares etc. Sobe através da atmosfera até
alturas onde a temperatura é menor, sofrendo assim condensação, precipitando em outras regiões, pois as nuvens
que são formadas são carregadas pela atmosfera. Caso a temperatura seja ainda menor, a água pode solidificar e
precipitar na forma de granizo ou neve.
138
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
A Física, Química e Biologia têm como finalidade entender e descrever a natureza e seus fenô-
menos. Uma ferramenta essencial para a Física é a matemática. Por muito tempo, a física serviu
como fonte de inspiração para a matemática. Com ela, foi possível explicar de maneira gráfica os
fenômenos e até mesmo quantifica-los.
Modelo
(Enem) A Terra é cercada pelo vácuo espacial e, assim, ela só perde energia ao irradiá-la para o
espaço. O aquecimento global que se verifica hoje decorre de pequeno desequilíbrio energético,
de cerca de 0,3%, entre a energia que a Terra recebe do Sol e a energia irradiada a cada segundo,
algo em torno de 1 W/m2. Isso significa que a Terra acumula, anualmente, cerca de 1,6 × 1022 J.
Considere que a energia necessária para transformar 1 kg de gelo a 0 °C em água líquida seja igual
a 3,2 × 105 J. Se toda a energia acumulada anualmente fosse usada para derreter o gelo nos polos
(a 0 °C), a quantidade de gelo derretida anualmente, em trilhões de toneladas, estaria entre:
a) 20 e 40.
b) 40 e 60.
c) 60 e 80.
d) 80 e 100.
e) 100 e 120.
Análise Expositiva
Habilidade 17
O aluno precisa saber interpretar o problema e identificar as informações relevantes ao pro-
blema. Além disso, é necessário um conhecimento da fórmula de quantidade de calor latente
e de transformação de unidade.
Q = m ∙ L ⇒ 1,6 ∙ 1022 = m ∙ 3,2∙105 ⇒ m = 5 ∙ 1016 kg
m = 50 trilhões de toneladas
Alternativa B
139
Estrutura Conceitual
TEMPERATURA
CONSTANTE
CALOR
SÓLIDO
LATENTE
Estados da LÍQUIDO - Evaporação
matéria
- Ebulição
GASOSO - Calefação
AQUECIMENTO Processo
exotérmico - Solidificação
- Condensação
- Sublimação
DIAGRAMAS
RESFRIAMENTO
140
0 8
7 0 Transmissão de calor
Competências Habilidades
1e6 3 e 21
© vuttichai chaiya/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Vimos anteriormente que a energia térmica flui espontaneamente das regiões de maior temperatura para as
regiões de menor temperatura. Agora, vamos estudar como são as formas de propagação de calor.
Condução térmica
Experimente fazer brigadeiro utilizando uma colher completamente de inox (sem a proteção de madeira ou
de plástico). Com o tempo, não será possível segurar a colher devido à temperatura alta que terá atingido. O calor
é transferido para a colher pela extremidade em contato com o brigadeiro e é transferido para toda a colher. Isso
ocorre porque as moléculas do brigadeiro, aquecidas, colidem com as moléculas da extremidade da colher que
estão em contato com o brigadeiro.
A agitação das moléculas da extremidade é “transmitida” às moléculas vizinhas através da interação
(força) que existe entre elas e através das múltiplas colisões que ocorrem entre os elétrons ligados “mais fraca-
mente” aos átomos.
143
Embora a temperatura da madeira seja suficien- c)
temente alta, o pouco tempo de contato faz com que
haja pouco calor transferido da madeira para o pé, sen-
do insuficiente para queimá-lo.
d)
e)
144
Resolução: Observação: para uma parede, a lei é igual-
mente válida. Sendo e a espessura da parede e A a área
Nós, brasileiros, usamos lã, que é um isolante tér-
da secção transversal da parede, o fluxo de calor através
mico, para impedir que o calor se propague do
da parede é:
nosso corpo (mais quente) para o meio ambien-
k · A ∙ (θ1 – θ2)
te (mais frio). No caso dos povos do deserto, eles f = ____________
L
usam lã para impedir a passagem do calor do meio
ambiente (mais quente) para os próprios corpos
(mais frios). A cor branca apresenta maior índice de
refletividade de luz, diminuindo a absorção e, con-
sequentemente, o aquecimento do tecido.
Alternativa C
L
O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é dire- De acordo com a lei de Fourier, o fluxo de calor
tamente proporcional à diferença de temperatura entre (f) através de um sólido de comprimento L, de
os extremos (θ1 – θ2), à área de secção reta (A) e inver- secção transversal A, sendo ∆θ a diferença de
samente proporcional ao comprimento (L). temperatura entre suas extremidades, é dado
pela expressão:
145
Já um aparelho de ar-condicionado é instalado
Convecção na parte superior de um ambiente, pois seu funciona-
mento é o oposto do aquecedor. Ao retirar calor de uma
Convecção é o processo de transferência de calor camada superior, essa tem sua temperatura diminuída,
por meio do deslocamento de matéria do fluido de um lo- e, por convecção, tenderá a ocupar camadas inferiores.
cal para outro. Uma nova camada de ar acaba tomando o lugar mais
Essa movimentação da matéria é causada pela alto da antiga, porém, como o ar-condicionado continua
diferença de densidade criada pelo desequilíbrio térmi- em funcionamento, esta nova camada de ar também irá
co do sistema. ser resfriada e acabar descendo, e assim sucessivamen-
Em geral, as partes em maior temperatura são te resfriando todo o ar de um ambiente.
menos densas e tendem a subir, enquanto as partes em A convecção, juntamente com a diferença de
menor temperatura são mais densas e tendem a descer. calor específico entre areia e água, também explica o
Por causa desse comportamento da convecção,
sentido das brisas nas proximidades da praia:
os processos de aquecimento por condução devem ser
feitos de baixo para cima. É por isso que as panelas são
colocadas sobre o fogo e não abaixo dele.
146
Teoria na prática
1. (Ifsul) Em certos dias de inverno, é comum acontecer o fenômeno físico chamado inversão térmica, que
faz aumentar a concentração de poluentes no ar que a população respira, causando doenças respiratórias,
principalmente, em crianças e idosos.
Isso ocorre porque a:
a) densidade das camadas superiores do ar atmosférico é maior que a densidade das camadas inferiores.
b) temperatura das camadas inferiores do ar atmosférico é igual à temperatura das camadas superiores.
c) temperatura das camadas superiores do ar atmosférico é maior que a temperatura das camadas inferiores.
d) a temperatura das camadas superiores do ar atmosférico é menor que a temperatura das camadas inferiores.
Resolução:
A concentração de poluentes no ar aumenta porque a temperatura das camadas superiores do ar atmosférico
é maior que a temperatura das camadas inferiores, dificultando o fenômeno da convecção.
Alternativa C
Irradiação ou radiação
Sabemos que a condução ocorre preferencialmente em sólidos e que a convecção só pode ocorrer em flui-
dos (líquidos ou gases). Então, como a energia térmica do Sol chega à Terra?
A energia térmica do Sol é transmitida para a Terra através de ondas eletromagnéticas. Essa transmissão é de-
nominada radiação. Essa transferência é possível porque os campos elétricos e magnéticos podem existir em regiões
onde não há matéria (vácuo), ou seja, a energia radiante pode se propagar sem a necessidade de um meio material.
As ondas eletromagnéticas propagam-se no vácuo com velocidade de c = 3 · 108 m/s e são classificadas
de acordo com suas frequências ou comprimentos de onda.
Além das ondas de calor infravermelho, as ondas de rádio, as micro-ondas, a luz visível, a radiação ultravio-
leta, os raios X e os raios gama também são ondas eletromagnéticas.
147
turas bem menores, de modo que a energia radiante
Teoria na prática emitida está a frequências mais baixas que a luz visível:
1. (Uece) O uso de fontes alternativas de energia
radiações infravermelhas.
tem sido bastante difundido. Em 2012, o Brasil
As radiações infravermelhas, quando atingem
deu um importante passo ao aprovar legislação
nossa pele, causam-nos a sensação de calor, por isso,
específica para micro e mini, geração de energia
recebem o nome de radiação térmica.
elétrica a partir da energia solar. Nessa moda-
lidade de geração, a energia obtida a partir de
painéis solares fotovoltaicos vem da conversão Absorção de radiação
da energia de fótons em energia elétrica, sendo
esses fótons primariamente oriundos da luz so- Todo bom emissor de radiação também é um bom
lar. Assim, é correto afirmar que essa energia é absorvedor. Além disso, os corpos com cores mais escuras
transportada do Sol à Terra por: emitem e absorvem mais rapidamente a radiação.
a) convecção. Assim, os corpos escuros, quando expostos ao sol,
b) condução. aquecem-se mais rapidamente, e quando anoitece, res-
c) indução. friam-se também mais rapidamente.
d) irradiação. O comportamento oposto ocorre com os objetos de
superfícies claras.
Resolução: Superfícies espelhadas praticamente não absorvem
Irradiação é o processo de transmissão de calor a energia que as atinge, refletindo a maior parte dela.
através do espaço, por meio de ondas eletro- A regra seguinte é válida para todos os corpos: a
magnéticas. Esse é o único processo de trans- temperatura aumenta quando o corpo está absorvendo
missão de calor que ocorre no vácuo, ou seja, mais radiação do que está emitindo; e a temperatura dimi-
que não há necessidade de um meio material. nui quando o corpo emite mais radiação do que absorve.
Alternativa D
Emissão de radiação
Foi constatado experimentalmente que todas as
substâncias, a qualquer temperatura acima do zero ab-
soluto, emitem radiação e que a frequência de ondas
mais emitidas é proporcional à temperatura absoluta T: No fogão elétrico:
Baixa temperatura
Média
Alta temperatura
148
cujas superfícies interna e externa são espe-
Teoria na prática
lhadas para impedir a propagação do calor por
1. (Unicamp) Um isolamento térmico eficiente é
________. As paredes de vidro são más con-
um constante desafio a ser superado para que
dutoras de calor evitando-se a ________ tér-
o homem possa viver em condições extremas
mica. O vácuo entre as paredes da ampola difi-
de temperatura. Para isso, o entendimento
culta a propagação do calor por _________ e
completo dos mecanismos de troca de calor é
__________.
imprescindível.
Em cada uma das situações descritas a seguir, Marque a alternativa que completa o texto cor-
você deve reconhecer o processo de troca de ca- retamente:
lor envolvido. a) reflexão – transmissão – condução – irradiação
I. As prateleiras de uma geladeira doméstica são b) condução – irradiação – irradiação – convecção
grades vazadas, para facilitar fluxo de energia c) irradiação – condução – convecção – condução
térmica até o congelador por __________. d) convecção – convecção – condução – irradiação
II. O único processo de troca de calor que pode e) reflexão – irradiação – convecção – condução
ocorrer no vácuo é por __________.
Resolução:
III. Em uma garrafa térmica, é mantido vácuo en-
As paredes espelhadas refletem ondas eletro-
tre as paredes duplas de vidro para evitar que
magnéticas evitando propagação por radiação,
o calor saia ou entre por __________.
as paredes são más condutoras de calor para
Na ordem, os processos de troca de calor utiliza- evitar a propagação por condução e, finalmente,
dos para preencher as lacunas corretamente são: o vácuo entre as paredes impede a propagação
a) condução, convecção e radiação. por convecção e condução.
b) condução, radiação e convecção.
Alternativa C
c) convecção, condução e radiação.
d) convecção, radiação e condução.
3. (UFSM) As plantas e os animais que vivem num
Resolução: ecossistema dependem uns dos outros, do solo,
I. Convecção. Nas antigas geladeiras, as pra- da água e das trocas de energia para sobrevive-
teleiras são grades vazadas para que o ar frio rem. Um processo importante de troca de ener-
(mais denso), desça, enquanto o ar quente gia é chamado de calor.
(menos denso) suba. Nas modernas geladei- Analise, então, as afirmativas:
ras, existe o dispositivo que injeta ar frio em I. Ondas eletromagnéticas na região do infraver-
cada compartimento, não mais necessitando melho são chamadas de calor por radiação.
de grades vazadas. II. Ocorre calor por convecção, quando se esta-
II. Radiação. Esse processo se dá através da belecem, num fluido, correntes causadas por
propagação de ondas eletromagnéticas, não diferenças de temperatura.
havendo movimento de massa, ocorrendo,
III. Calor por condução pode ocorrer em sólidos,
portanto, também no vácuo.
líquidos, gases e, também, no vácuo.
III. Condução. Na verdade, condução e con-
Está(ão) correta(s):
vecção que são os processos que movimen-
a) apenas I.
tam massa.
b) apenas II.
Alternativa D c) apenas III.
2. (UTF-PR) A garrafa térmica tem como função d) apenas I e II.
manter seu conteúdo em temperatura pratica- e) apenas II e III.
mente constante durante um longo intervalo de
tempo. É constituída por uma ampola de vidro
149
Resolução:
I. Incorreta. Ondas eletromagnéticas quan-
do absorvidas transformam-se em energia
térmica.
II. Correta. Correntes convectivas formam-se
em fluidos, quando há diferenças de tempe-
raturas causando movimento de massas por
diferenças de densidades.
III. Incorreta. A condução dá-se molécula a Os gases de estufa dióxido de carbono (CO2),
molécula, não ocorrendo, portanto, no vácuo. metano (CH4), óxido nitroso (N2O), CFC (CFxCøx)
Alternativa B absorvem parte da radiação infravermelha emitida
pela superfície da Terra e irradiam novamente parte da
Efeito estufa
energia absorvida para a superfície do planeta. A super-
fície recebe maior quantidade de energia da atmosfera
do que a energia que recebe do Sol. A superfície fica,
O planeta Terra e sua atmosfera absorvem a então, com temperatura em cerca de 30 ºC mais quente
energia irradiada pelo Sol. Essa energia é composta por do que estaria sem a presença dos gases estufa.
ondas de frequências altas (luz visível, ultravioleta) por O metano, cerca de 20 vezes mais potente que
causa de sua temperatura alta. A atmosfera é transpa- o dióxido de carbono, é um dos piores gases. Esse gás
rente em relação à maior parte dessa radiação, princi- é produzido pela flatulência dos ovinos e bovinos.
palmente à luz visível, que atinge e é absorvida pela A pecuária representa 16% da poluição mundial. Um
superfície do nosso planeta. remédio está sendo desenvolvido para tentar resolver
O Sol emite ondas curtas, enquanto a Terra, em esse problema. Por exemplo, na Nova Zelândia, pensou-
baixa temperatura, emite ondas longas, a radiação ter- -se em adotar a cobrança de taxas para compensar o
restre. O vapor d’água, dióxido de carbono, e outros efeito dos gases emitidos pelas vacas.
“gases estufa” presentes na atmosfera refletem e/ou
absorvem as ondas longas que, de outra forma, seria
irradiado da Terra para o espaço exterior. Garrafa térmica
A superfície da Terra “reirradia” essas ondas, em
Uma garrafa térmica pode ser feita utilizando
frequências infravermelhas, por estar em uma tempera-
uma jarra envolvida por um material isolante, como o
tura menor. Para esse tipo de radiação, a atmosfera é
isopor (poliestireno). Por ser um condutor ruim de calor,
opaca, ou seja, os gases atmosféricos absorvem e ree-
o plástico da espuma dificulta a transferência de calor.
mitem essas radiações de volta para a Terra, mantendo
Além disso, o ar aprisionado nas cavidades da espuma
a superfície do planeta aquecida.
reduz a convecção, e, por ser também um condutor ruim
Isso é ótimo! Se não fosse o efeito estufa, a
temperatura média da superfície da Terra seria algo em de calor, diminui ainda mais a transferência de calor.
torno de –18 ºC. Por essa razão, a transferência de calor desse material
Contudo, os gases como o dióxido de carbono é bem pequena.
(emitido na combustão) intensificam esse efeito, cau-
sando um problema ambiental, aumentando demasia-
damente as temperaturas da superfície terrestre e cau-
sando o aquecimento global.
O efeito tem esse nome por ser semelhante ao
que ocorre nas estufas de flores, que usam vidros como
cobertura. O vidro é transparente à luz visível, mas opa-
ca às ondas de calor. Além disso, impede a subida do ar
quente por convecção, mantendo a temperatura interna
acima do convencional.
150
O vácuo, no entanto, é o isolante mais poderoso. O vácuo é a ausência de átomos, sendo que em um vácuo
perfeito, não haveria nenhum átomo. Porém, é impossível criar um vácuo perfeito. No entanto, pode-se atingir um estado
bem próximo da perfeição. A condução e a convecção são eliminados completamente sem a presença dos átomos.
Em uma garrafa térmica, o elemento principal é a ampola de vidro de parede dupla, que tem um espaço
entre as paredes evacuado. Essa ampola é frágil, e é, em geral, protegida por um invólucro externo de plástico ou
metal. Essa ampola pode ser desatarraxada e removida na maioria das garrafas,.
É comum que o vidro da ampola seja prateado. Dessa forma, por atuar como um espelho, reduz a radiação
infravermelha. Essa combinação, do vácuo e do prateamento, reduz significativamente a transferência de calor por
convecção, conduz e radiação.
Mas, mesmo na garrafa térmica, os líquidos quentes se resfriam. Por quê? A resposta é simples: não existem
isolantes perfeitos. Através da tampa, por exemplo, existe perda de calor, mesmo que seja feita de um bom isolante
térmico. Também ocorre perda de calor devido à condução de calor da ampola e ao revestimento externo, onde
ambos se encontram. Embora esfrie, o líquido quente colocado dentro da garrafa se resfria muito lentamente.
Existe alguma diferença se o líquido colocado na garrafa está quente ou frio?
Não. A garrafa apenas impede a transferência de calor através das paredes, evitando que a temperatura do
líquido no interior se altere.
Marshall Brain. HowStuffWorks – Como funcionam as garrafas térmicas.
Publicado em: 01 abr. 2000 (Atualizado em: 25 abr. 2007).
Disponível em: <www.casa.hsw.uol.com.br/garrafas-termicas2.htm>. Acesso em: 08 ago. 2010. Adaptado.
151
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
ACESSAR
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/propagacao-do-calor.html
parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/dilatacao-termica-o-que-e-o-que-causa.html
www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/dilatacao-termica.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/a-dilatacao-termica-no-cotidiano.htm
www.if.ufrj.br/~carlos/inic/luizfernando/monografiaLuizFernando.pdf
152
ACESSAR
educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/propagacao-do-calor.html
www.if.ufrgs.br/~leila/propaga.htm
midia.atp.usp.br/ensino_novo/termodinamica/ebooks/propagacao_calor.pdf
www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10688.shtml
www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm
noticias.terra.com.br/ciencia/sustentabilidade/meio-ambiente/-
quantidade-de-gases-do-efeito-estufa-na-atmosfera-bate-recorde-em-2015,8f51bca5
316de77e7c000ab9420cb66cg3lil8gl.html
LER
tt
Livros
Aquecimento Global – Frias contendas científicas
Apresenta um ensaio relacionando o aquecimento global à ação
humana, conforme constatações feitas pelo IPCC – Intergovernamen-
tal Panel on Climate Change; um segundo texto associando o aqueci-
mento global a um ciclo geológico do planeta (opinião defendida
pelos cientistas chamados 'céticos'); e, por fim, um terceiro ensaio
que procura conciliar argumentos das duas linhas de pensamento.
OUVIR
Músicas
Aquecimento Global – Mercado Negro
153
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
No dia a dia, temos inúmeras aplicações práticas de condução, convecção e irradiação. Desde a escolha correta
de materiais que favoreçam a condução térmica, como em panelas (o metal é um bom condutor), quanto em materiais
que sejam isolantes térmicos para construir casas em regiões que possuem temperaturas mais baixas ou na escolha de
plástico ou madeira para o cabo da panela. Nas roupas que utilizamos, em um beduíno que anda pelo deserto total-
mente coberto por roupas de lã (lembrando que a lã é um bom isolante térmico devido aos bolsões de ar que se formam
entre o tecido) ou nas plumagens das aves, que assim como a lã, retêm bolsões de ar, servindo de isolante térmico.
A convecção está presente nas geladeiras ou na escolha correta da posição do ar-condicionado (na parte su-
perior de uma sala) ou do aquecedor (na parte inferior de uma sala) a fim de otimizar o processo, na brisa marítima
e na terrestre. Infelizmente na inversão térmica, que ocorre quando o ar carregado de poluentes acaba ocupando
regiões mais baixas da atmosfera, causando prejuízos à saúde da população de uma cidade.
Aplicamos a irradiação térmica na construção de estufas para fins agrícolas. Coletamos energia solar e
transformamos em energia elétrica, que pode abastecer nossas casas e nossos eletrodomésticos. Na cozinha,
utilizamos micro-ondas para aquecer alimentos, embrulhamos um assado em papel alumínio, a fim de conservar o
calor, além, é claro, da garrafa térmica.
INTERDISCIPLINARIDADE
Propagação de calor está intimamente relacionada com o clima e suas mudanças. O clima é influenciado
pela latitude, longitude, relevo, maritimidade e massas de ar, todos esses fatores sofrem ação direta da radiação
solar ou da convecção térmica. A movimentação das massas atmosféricas e dos oceanos, que se dão através da
convecção, comanda principalmente o clima no globo; relevo, latitude e longitude influenciam pela quantidade de
radiação solar recebida em cada região.
A vegetação também tem um importante papel na determinação do clima em cada localidade, porém a
urbanização e outras ações do Homem vêm ganhando cada vez mais força. A comunidade científica internacional
admite que a principal causa do aquecimento global observado, evidenciado no aumento da temperatura nas
últimas décadas, se deve por influência humana. Os gases de efeito estufa, dióxido de carbono (CO2), o metano
(CH4), o óxido nitroso (N2O), perfluorcarbonetos (PFC) e também o vapor de água contribuíram para o aquecimento
entre 0,5 e 1,3 graus Celsius (ºC) no período entre 1951 e 2010.
Uma consequência direta da urbanização no clima das grandes cidades é a inversão térmica que ocorre
em grandes centros urbanos industrializados, quando o ar frio e mais denso é impedido de circular por uma camada
de ar quente e menos densa; como nessas localidades as camadas mais baixas de ar estão repletas de gases
poluentes, oriundos de carros e indústrias, a dispersão destes é prejudicada, o que agrava problemas respiratórios.
154
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Modelo
(Enem) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de refrigerante,
são mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo. Ao retirá-las do refrige-
rador com as mãos desprotegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais fria que a garrafa. É
correto afirmar que:
a) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica da garrafa é maior que a da lata.
b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade menor que o alumínio.
c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a mesma condutividade térmica, e a sensação
deve-se à diferença nos calores específicos.
d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do alumínio ser maior que a do vidro.
e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a condutividade térmica
do vidro ser maior que a do alumínio.
155
Análise Expositiva
Habilidades 3 e 21
Essa é uma questão que exige do aluno saber diferenciar conceitos que se misturam no co-
tidiano. Era necessário ao candidato, saber diferenciar temperatura de sensação térmica e
saber qual propriedade física é responsável pela situação apresentada na questão.
A condutividade térmica do alumínio é maior que a do vidro, logo o calor será transferido
mais rapidamente pelo alumínio.
Alternativa B
Estrutura Conceitual
Lei de Coeficiente de
condutividade
Condução Fourier
térmica
Sólido
Meio de
propagação Vácuo Irradiação
Fluido
GARRAFA
Convecção TÉRMICA
PROPAGAÇÃO
DE CALOR
156
0 0
9 1 Expansão térmica de
sólidos e líquidos
Competência Habilidade
6 21
Pimnana_01/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
A temperatura de um corpo está diretamente relacionada à energia cinética das moléculas, isto é, com a agita-
ção das moléculas que formam o corpo. O aumento da agitação molecular causa o aumento de temperatura do corpo.
Em geral, esse processo provoca um aumento na distância média entre as moléculas, o que faz com que o
corpo sofra uma expansão (ou dilatação).
O efeito oposto também ocorre, ou seja, a diminuição da agitação das moléculas é acompanhada por uma
redução de temperatura e diminuição de volume (contração) do corpo.
Nosso estudo estará limitado ao comportamento dos sólidos isotrópicos, isto é, sólidos cujas propriedades
físicas não dependem de uma direção privilegiada.
DL = L – L0
Dq = q – q0
A experiência mostra que a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dq são relacionadas por:
DL = aL0 ⋅ Dq
em que a é uma constante de proporcionalidade chamada de coeficiente de dilatação linear cujo valor
é dependente do material.
Da equação apresentada anteriormente, isolando o coeficiente de dilatação linear, obtemos:
a = DL 1
___ ⋅ ___
L0 Dq
Como DL e L0 têm a mesma unidade, concluímos que:
1
unidade de a = ___________ = (unidade de Dq) –1
unidade de Dq
Em geral, adotamos o ºC–1 como unidade de a, mas poderia ser K–1 ou ºF–1.
Substituindo DL por L – L0, obtemos a seguinte equação do comprimento final do corpo após a variação de
temperatura:
L – L0 = a ⋅ L0 ⋅ Dq ⇒ L = L0 + a ⋅ L0 ⋅ Dq ⇒
L = L0(1 + a ⋅ Dq)
159
A figura abaixo mostra o efeito da dilatação nos L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]
trilhos. Devido ao aumento em seu comprimento, os tri-
lhos acabaram por se curvar.
___
DL = α ∙ Dθ
L0
A tabela a seguir apresenta alguns materiais e
seus respectivos coeficiente de dilatação linear α. Per-
ceba que diferentes materiais possuem coeficiente Uma barra de aço tem comprimento de 5,000 m
de dilatação bem discrepantes, por exemplo o chumbo a 10 ºC. Qual será o comprimento da barra se
αchumbo = 27 ∙ 10–6 °C–1 e a porcelana αporcelana= 3 ∙ 10–6 °C–1, ela for aquecida até atingir a temperatura de
quase dez vezes maior. A escolha do material em situa- 60 ºC, sabendo-se que o coeficiente de dilata-
ções em que ocorram variações de temperatura é essen- ção linear do aço é a = 12 · 10–6 °C–1?
cial na construção civil, por exemplo. Resolução:
Material Coeficiente de dilatação linear em °C–1 As temperaturas inicial e final da barra são
Chumbo 27 ∙ 10 –6
q0 = 10 °C e q = 60 °C, respectivamente. Assim,
Zinco 26 ∙ 10–6 a variação de temperatura é:
Alumínio 22 ∙ 10–6 Dq = q – q0 ⇒ 60 °C – 10 °C = 50 °C
Prata 19 ∙ 10–6
Sendo o comprimento inicial L0 = 5,000 m,
Ouro 15 ∙ 10–6
calculamos a variação de comprimento:
Concreto 12 ∙ 10–6
DL = aL0 ⋅ Dq ⇒ (12 ∙ 10 –6) ∙ (5,000) ∙ (50) ⇒
Vidro comum 9 ∙ 10–6
⇒ 3,0 ∙ 10 –3
Granito 8 ∙ 10–6
DL = 3,0 ∙ 10 –3 m = 0,003 m = 3 mm
Vidro pirex 13,2 ∙ 10–6
Porcelana 3 ∙ 10–6 Portanto, o comprimento final é igual a:
L = L0 + DL ⇒
⇒ 5,000 m + 0,003 m = 5,003 m ⇒
Gráfico da dilatação linear ⇒ L = 5,003 m
Observe a equação deduzida anteriormente,
L = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)], podemos representar grafica-
mente o comprimento final L em função da temperatura
θ, isto é, uma função de L = L(θ).
160
2. (Cesgranrio) O comprimento ℓ de uma barra de latão varia, em função da temperatura é, segundo o gráfico a seguir.
161
Lâmina bimetálica
INVAR
ALUMÍNIO
θ = 0 ºC θ < 0 ºC θ > 0 ºC
A lâmina bimetálica é um dispositivo em que duas lâminas de materiais diferentes são soldadas e unidas
fortemente e são utilizadas, por exemplo, como chaveamento elétrico (abertura e fechamento de circuitos elétricos),
pois, quando atravessadas por uma corrente elétrica, têm sua temperatura aumentada, sofrendo assim, o conjunto,
uma dilatação térmica. Como são constituídas de materiais diferentes, dilatam diferentemente, forçando uma curva
na direção daquela que tem menor coeficiente de dilatação, desligando assim o chaveamento, interrompendo a
passagem da corrente elétrica. Contudo, se diminuirmos a temperatura, o conjunto também se curvará na direção
do material que possuir o maior coeficiente de dilatação linear.
Este equipamento é muito usado em ferros de passar roupa, torradeiras elétricas, estufas elétricas, termos-
tatos e etc. como chave de segurança.
LÂMINA BIMETÁLICA
Dilatação superficial
Agora abordaremos o caso em que a dilatação ocorre em duas dimensões. Esta situação ocorre em chapas
ou folhas de metal, na superfície de uma estrutura (uma ponte), na superfície da calçada ou na parede com azule-
jos. Do mesmo modo que para a dilatação linear, imagine um corpo cuja área inicial A0, em uma temperatura θ0 ,
sofra uma alteração de temperatura para θ. Experimentalmente temos que a variação da área DA é proporcional
à área inicial, à variação de temperatura e a um coeficiente que depende do material.
DA = A – A0
DA = b ∙ A0 ⋅ Dq
162
Dessa forma, temos que b = ______
DA , cuja unidade é definida por:
A0 ∙ Dq
1
(unidade de b) = _____________ = (unidade de Dq)–1
unidade de Dq
b é chamado coeficiente de dilatação superficial, é uma característica que depende do material e relaciona-
-se matematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela seguinte expressão:
b=2∙α
A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]
Observação: quando há um orifício em uma superfície de uma certa substância, e esta passa por um processo de
expansão, o orifício também aumenta, esse aumento ocorre na mesma proporção que a superfície, por isso podemos calcular o
aumento do orifício calculando como seria o aumento de uma superfície da mesma substância de mesmo tamanho deste orifício.
Como A em função de θ é uma função do primeiro grau, temos uma reta com uma certa inclinação, em
relação à horizontal formando um ângulo v. Temos que :
∆A = b ∙ A
tgv = ___
∆θ 0
163
Gráfico da dilatação volumétrica
Dilatação volumétrica
Observe a equação deduzida anteriormente,
Por fim, temos o caso em que a dilatação ocorre
V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]: podemos representar grafica-
em três direções: a dilatação volumétrica. Sendo rigoro-
mente o volume final V em função da temperatura θ,
so, todo corpo possui três dimensões, portanto, sempre
isto é, uma função de V = V (θ).
ocorre dilatação volumétrica. Os dois casos anteriores,
a dilatação linear e a dilatação superficial, são casos V (θ) = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]
particulares, ou aproximações, quando a dilatação ocor-
re preferencialmente em apenas uma ou duas direções. Cujo gráfico também é uma função do primei-
Iremos utilizar a dilatação volumétrica quando os cor- ro grau.
pos estudados sejam, por exemplo, sólidos geométricos
ou líquidos (estes apresentam unicamente dilatação
volumétrica em todos os casos). Imagine um corpo cujo
volume inicial V0, em uma temperatura q0, sofra uma
alteração de temperatura para q. Experimentalmente,
temos que a variação do volume DV é proporcional ao
volume inicial, à variação de temperatura e a um coefi-
ciente que depende do material. 0
1
(unidade de g) = _____________
= (unidade de Dq)–1 Teoria na prática
unidade de Dq
1. (Mackenzie) Uma chapa de alumínio
Coeficiente g é chamado coeficiente de dilata- (α = 2,2 · 10–5 °C–1), inicialmente a 20 °C, é
ção volumétrica, é uma característica que depende do utilizada numa tarefa doméstica no interior de
material e relaciona-se matematicamente com o coefi- um forno aquecido a 270 °C. Após o equilíbrio
ciente de dilatação linear pela seguinte expressão: térmico, sua dilatação superficial, em relação à
área inicial, foi de:
g=3∙α a) 0,55%.
b) 1,1%.
c) 1,65%.
Combinando ambas as expressões para a dilata-
d) 2,2%.
ção volumétrica, podemos escrever:
e) 4,4%.
V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]
Resolução:
Observação: quando há um espaço vazio em
um volume de uma certa substância, e este passa por Para calcularmos a dilatação superficial, precisa-
um processo de expansão, o espaço vazio também au- mos, antes de tudo, saber qual é o coeficiente de
menta, esse aumento ocorre na mesma proporção que dilatação superficial.
o volume, por isso podemos calcular o aumento do es-
Lembrando que:
paço vazio calculando como seria o aumento de um vo-
b=2∙a
lume com o mesmo volume deste espaço vazio.
164
Logo: Note que os valores dos coeficientes dados pela
b = 4,4 ∙ 10–5 ºC–1 tabela são válidos a 20 ºC. Na prática, os coeficientes a,
b e g dependem da faixa de temperatura que a variação
Aplicando na fórmula de dilatação superficial,
ocorre, por exemplo, se a temperatura varia de 10 °C
temos:
DA = b ∙ A0 ∙ Du a 100 °C, ou se varia de 2000 °C a 3000 °C. Porém,
essa variação é pequena, e, portanto, na resolução dos
Substituindo os valores temos: exercícios ela será desprezada.
DA = 4,4 ∙ 10–5 ∙ A0 ∙ (270 – 20) Normalmente, o coeficiente de dilatação vo-
Queremos uma relação de porcentagem entre o lumétrica dos líquidos é muito superior ao coeficiente
aumento e o tamanho inicial, isso matematica- de dilatação dos sólidos, isso implica que quando um
mente é: recipiente contém um líquido e ambos são aquecidos,
___ a dilatação do líquido será maior que a dilatação do
DA = 0,011
A0 recipiente. A tabela anterior apresenta o coeficiente de
dilatação volumétrica de algumas substâncias no esta-
Portanto:
do líquido.
___
DA = 1,1%
A0 Imagine a situação como da figura a seguir. Te-
mos um líquido dentro de um recipiente, ambos a uma
Alternativa B temperatura u0, aquecidos até uma temperatura final.
O líquido preenche totalmente o recipiente até a altura
onde se encontra o “ladrão”, uma abertura por onde o
Dilatação dos líquidos líquido pode escorrer.
165
Aplicando a expressão para a dilatação do recipiente e do líquido, temos:
DVlíquido = glíquido ∙ V0 líquido ∙ Du
e
DVrecipiente = grecipiente ∙ V0 recipiente ∙ Du
Sendo o volume inicial do recipiente igual ao volume inicial do líquido podemos dizer que a dilatação apa-
rente é dada por:
DVaparente = (glíquido – g recipiente) ∙ V0 ∙ Du
Como a densidade é calculada por d = __ m , o menor volume V ocupado pela massa de água m fornece a
V
maior densidade possível da água. Desse modo, a água tem densidade máxima (1 g/cm3) a 4 ºC (sob pressão de 1 atm).
V (cm3) d (g/cm3)
1,0000
0,0099
V0 0,0098
Vmin
0,0097
0,0096
0 4 θ (ºC) 0 2 4 6 8 10 θ (ºC)
Teoria na prática
1. (PUC) O tanque de gasolina de um automóvel, de capacidade 60 litros, possui um reservatório auxiliar de
retorno com volume de 0,48 litros, que permanece vazio quando o tanque está completamente cheio. Um
motorista enche o tanque quando a temperatura era de 20 °C e deixa o automóvel exposto ao Sol. A tempe-
ratura máxima que o combustível pode alcançar, desprezando-se a dilatação do tanque, é igual a:
Dados: gasolina = 2,0 · 10–4 °C–1
a) 60 °C.
b) 70 °C.
c) 80 °C.
d) 90 °C.
e) 100 °C.
166
Resolução: a)
Para descobrirmos a temperatura máxima, deve-
mos aplicar a fórmula de dilatação volumétrica:
DV = g V0 Du
Substituindo pelos valores dados, temos:
0,48 = 2 ∙ 10–4 ∙ 60 ∙ (u -20)
Isolando a temperatura final e realizando os cál-
b)
culos, obtemos:
u = 60 ºC
Alternativa A
167
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
ACESSAR
parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/dilatacao-termica-o-que-e-o-que-causa.html
www.if.ufrgs.br/~leila/dilata.htm
educacao.globo.com
mundoeducacao.bol.uol.com.br
www.if.ufrj.br
168
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
É comum observarmos juntas de dilatação ao passarmos numa ponte. Ao longo do dia, o concreto é banha-
do pelo calor proveniente do Sol, podendo, assim, expandir o seu tamanho. Sem levar este fator em conta, obras
de engenharia civil acabariam rachando e desmoronando.
Na imagem, vemos uma junta de dilatação, ela possibilita essa movimentação da estrutura, reduzindo a
ocorrência de fissuras na obra.
Pelo mesmo motivo, há uma separação entre os azulejos de uma cozinha, e/ou deixamos pequenos vãos nas
calçadas de cimento, caso contrário, devido à dilatação, elas rachariam.
Você sabia que a Torre Eiffel cresce todo verão? Isso mesmo, a torre feita de metal cresce 15 cm todo verão,
mas isto ocorre porque o metal dilata ao receber calor. Devido ao acréscimo de temperatura no verão, a Torre Eiffel,
símbolo da França, acaba aumentando de tamanho.
Até é possível notar que a torre se curva devido à dilatação.
169
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Modelo
(Enem) Durante uma ação de fiscalização em postos de combustíveis, foi encontrado um meca-
nismo inusitado para enganar o consumidor. Durante o inverno, o responsável por um posto de
combustível compra álcool por R$ 0,50/litro, a uma temperatura de 5 °C. Para revender o líquido
aos motoristas, instalou um mecanismo na bomba de combustível para aquecê-lo, para que atinja
a temperatura de 35 °C, sendo o litro de álcool revendido a R$ 1,60. Diariamente o posto compra
20 mil litros de álcool a 5 ºC e os revende.
Com relação à situação hipotética descrita no texto e dado que o coeficiente de dilatação volu-
métrica do álcool é de 1 × 10–3 ºC–1, desprezando-se o custo da energia gasta no aquecimento do
combustível, o ganho financeiro que o dono do posto teria obtido devido ao aquecimento do álcool
após uma semana de vendas estaria entre:
a) R$ 500,00 e R$ 1.000,00.
b) R$ 1.050,00 e R$ 1.250,00.
c) R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00.
d) R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
e) R$ 7.000,00 e R$ 7.950,00.
170
Análise expositiva
Habilidade 21
Neste exercício, o estudante é colocado para interpretar a situação proposta sendo necessário
que relacione a variação do volume do combustível com o lucro obtido pelo dono do posto.
O principal problema era interpretar se o volume dilatado foi ou não comprado pelo dono.
V0 = 20 ∙ 103 L; Dθ = 30 ºC, g = 10–3 ºC–1
DV = V0 ∙ g ∙ Dθ ⇒ DV = 20 ∙ 103 ∙ 10-3 ∙ 30 ⇒ DV = 600 L
$ = 600 ∙ 1,60 ∙ 7
$ = 6720,00
Alternativa D
Estrutura Conceitual
Dilatação Mudança do
linear comprimento
Dilatação Mudança da
SÓLIDOS superficial área
GRÁFICO
DILATAÇÂO
TÉRMICA Dilatação Mudança no
volumétrica volume
LÍQUIDOS
Dilatação
aparente
Dilatação
anômala da água
171
Abordagem de ELETROSTÁTICA nos principais vestibulares.
FUVEST
Diversificados assuntos dentro da eletrostática e com intensa manipulação matemática.
LD
ADE DE ME
D
UNESP
U
IC
FAC
INA
BO
1963
T U C AT U Questões com análise de gráficos ou situações teóricas.
UNICAMP
Variando dentro do conteúdo com questões mais objetivas do que teóricas.
UNIFESP
Questões com análise de gráficos ou situações teóricas.
ENEM/UFMG/UFRJ
Analisando gráficos e conceitos teóricos na prática.
UERJ
Questões curtas e diretas com necessidade de manipulação das fórmulas matemáticas.
0 2
1 0 Princípios da eletrostática
Competências Habilidades
1e5 3 e 17
© Roman Sigaev/Shutterstock
C N
BIOLOGIA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
A eletrostática é o ramo da Física que estuda as propriedades das cargas elétricas em repouso e suas
interações.
Vejamos os princípios que fundamentam a eletrostática.
Cargas elétricas
A observação e descrição dos fenômenos elétricos consta na história da humanidade há mais de dois mil
anos. O filósofo Tales de Mileto (640-548 a.C.) constatou que, após atritar âmbar com lã, os materiais se atraíam.
Da palavra âmbar originou-se a palavra elétron e eletricidade. Ao longo da história, inúmeros cientistas contribuí-
ram para o desenvolvimento da teoria da eletricidade, porém, para que houvesse uma profunda compreensão do
assunto, foi necessário o desenvolvimento do modelo atômico, sendo o átomo o bloco básico de toda matéria.
Atualmente, o modelo atômico mais difundido é modelo planetário.
Nesse modelo, o átomo é constituído de prótons, elétrons e nêutrons. O átomo pode ser divido em duas
partes: a primeira, o núcleo (composto de prótons e nêutrons); a segunda, a eletrosfera (composta de elétrons).
A atração elétrica descrita por Tales e por tantos outros físicos é justificada pela existência da carga elétrica. A
carga elétrica é uma propriedade intrínseca da matéria e existem dois tipos: as positivas e as negativas.
No modelo atômico, a carga elétrica dos prótons foi denominada de carga positiva e a carga elétrica dos
elétrons de carga negativa, e o nêutron, como o próprio nome sugere, não possui carga elétrica. As denomina-
ções de cargas positivas e negativas e sua associação com os prótons e elétrons são devidas a razões históricas.
A constatação do módulo e das características das cargas elétricas que prótons e elétrons portam só se mos-
trou possível empiricamente. A carga elétrica que cada umas dessas partículas porta é chamada carga elétrica
elementar, e este é o menor valor percebido livremente na natureza, assim, podemos dizer que a carga elétrica é
quantizada e seu valor em módulo é dado por: |e| = 1,6 · 10–19 C.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga elétrica é o coulomb, cujo símbolo é C, em
homenagem a Charles Coulomb.
177
Um corpo é dito neutro quando possui a mesma quantidade de prótons e elétrons. Por sua vez, um corpo
será chamado de corpo eletrizado se o número de cargas elétricas positivas for diferente do número de cargas
elétricas negativas. Sabemos que, em módulo, um próton possui a mesma quantidade de carga elétrica que um
elétron, desta forma, o excesso de carga elétrica que um corpo tem só pode ser múltiplo natural da carga elétrica
elementar, ou seja:
Q = n · |e|
na qual, a carga Q é positiva, se houver prótons em excesso, ou negativa, se houver elétrons em excesso. A
quantidade de elétrons ou prótons em excesso é dada por n.
Teoria na prática
1. Um corpo condutor inicialmente neutro perde 5 · 1013 elétrons. Considerando a carga elementar e = 1,6 · 10–19 C,
qual será a carga elétrica no corpo após essa perda de elétrons?
Resolução:
Sendo a carga do corpo igual a Q, temos que:
Q = n · |e|
Sendo n o número de elétrons ou prótons em excesso, nesse caso, prótons, portanto:
Q = 5 · 1013 · |1,6 · 10–19|
Terminando os cálculos, temos:
Q = 8 · 10–6 C
Isto é:
Q = 8 µC
Lembrando que Q > 0, pois o corpo tem prótons em excesso.
178
Porém, caso um dos bastões de vidro seja carregado positivamente e um dos panos de lã seja carregado
negativamente, haverá atração entre os corpos. Desse modo:
Cargas elétricas de sinais opostos se atraem e cargas elétricas do mesmo tipo se repelem.
Em um sistema isolado eletricamente (ou seja, não há transferências de cargas elétricas com o ambiente
externo), a quantidade de carga elétrica, em excesso, de que um sistema isolado se mostra portador, é constante.
Por exemplo, sejam o corpo A carregado com carga Q1 e B carregado com carga e Q2.
Suponha que, após haver troca de carga entre os corpos, as novas quantidades de carga sejam Q’1, para o
corpo A, e Q’2, para o corpo B.
Pelo princípio da conservação das cargas elétricas, a quantidade de carga elétrica total é igual antes e de-
pois da troca, ou seja:
179
Esses elétrons ocupam as posições mais afas-
Condutores e isolantes tadas do núcleo do átomo, e, por isso, estão ligados
fracamente a ele. Consequentemente, esses elétrons
Um bastão de vidro e um pano de lã, ao serem abandonam mais facilmente o átomo. Nos materiais
atritados um com o outro, evidenciam, em cada um dos isolantes, a forma como são distribuídos e como se dão
corpos, um excesso de cargas elétricas nas regiões atrita- as interações fazem com que esses elétrons não pos-
das. Isso ocorre porque o vidro é um material isolante suam os mesmos graus de liberdades que existem nos
ou dielétrico. As cargas elétricas, nesses materiais, se elétrons presentes em superfícies metálicas; os elétrons
conservam no local onde houve o processo de eletrização. estão fortemente ligados.
A denominação de materiais condutores ou iso-
lantes é apenas prática, pois não existem condutores e
isolamentos perfeitos. A melhor forma para a classifica-
ção é dada por bons condutores elétricos e maus
condutores elétricos.
Dessa forma, todos os corpos são condutores
elétricos, bons ou maus. Se o experimento anterior fosse
repetido sem o isolamento devido, ao segurar o bastão
diretamente com a mão, o corpo se comportaria como
um bom condutor, e não seriam percebidos quaisquer
excessos de cargas elétricas. Desse modo, o bastão não
se eletriza, pois suas dimensões são muito reduzidas em
relação às dimensões da Terra.
180
1. pele humana seca 11. alumínio 21. prata
Eletrização por atrito 2. couro 12. papel 22. ouro
3. pele de coelho 13. algodão 23. platina
Ao atritarmos dois corpos compostos por dife-
4. vidro 14. aço 24. poliéster
rentes materiais, podemos perceber, em ambos, aquilo
5. cabelo humano 15. madeira 25. isopor
que chamaremos de desequilíbrio eletrostático, ou seja,
corpos com excesso de um determinado tipo de car- 6. nylon 16. âmbar 26. filmes PVC
ga elétrica. Isso ocorre porque um dos dois materiais 7. lã 17. borracha dura 27. vinil
possui uma tendência maior em portar o excesso de 8. chumbo 18. níquel 28. silicone
elétrons. Da mesma forma, em relação ao primeiro, o 9. pele de gato 19. cobre 29. teflon
segundo corpo possui uma maior tendência em ceder 10. seda 20. latão
os elétrons de camadas mais externas, ficando com ex-
cesso de cargas elétricas positivas. Por exemplo, se atritarmos seda e isopor, a
Como exemplo, ao se atritar um pedaço de seda seda, que antecede o isopor na ordem da lista, fica-
e um bastão de vidro, inicialmente neutros, uma certa rá carregada positivamente, enquanto o isopor ficará
quantidade de elétrons do vidro é transferida para o pe- carregado negativamente. Já se atritarmos seda e lã,
daço de seda. Então, a seda adquire eletrização nega- como a seda sucede a lã na ordem da lista, esta fica-
tiva (excesso de elétrons) e o vidro adquire eletrização rá carregada negativamente, enquanto que a lã ficará
positiva (excesso de prótons). É importante destacar carregada positivamente.
que, ao final do processo de eletrização, devido à con-
servação da quantidade de cargas elétricas que com-
põem o sistema de corpos, a quantidade de carga que Teoria na prática
um dos dois corpos envolvidos terá em excesso será, em 1. Um aluno realiza um experimento que consiste
módulo, idêntica a do outro corpo. em atritar lã num bastão de vidro, fazendo, as-
sim, a lã ganhar elétrons e, por consequência,
fazendo o vidro perder elétrons. Após o experi-
mento, quando estes dois corpos forem aproxi-
mados, haverá atração ou repulsão?
Resolução:
Haverá atração, pois os corpos possuem cargas de
sinais opostos, isto é, a lã está com carga nega-
tiva, enquanto o vidro apresenta carga positiva.
Resolução:
A eletrização por atrito faz com que o corpos atritados adquiram cargas de sinais contrários, pois um dos
corpos irá retirar elétrons do outro, isto é, um corpo ficará com excesso de elétrons e o outro com excesso de
prótons, ficando, respectivamente, negativo e positivo. Além disso, pelo princípio da conservação das cargas
elétricas, ambos terão o mesmo valor absoluto de carga.
Alternativa D
A positivo e B neutro estão isolados e afastados; colocados em contato, durante breve intervalo de tempo,
elétrons livres vão de B para A; após o processo, A e B apresentam-se eletrizados positivamente.
Entretanto, se A estivesse carregado negativamente, parte de seus elétrons em excesso seriam transferidos
para o condutor B. Assim, o condutor A continuaria negativo (apesar de ficar com um menor número de elétrons
em excesso), e o condutor B, por adquirir mais elétrons, seria eletrizado negativamente.
182
A negativo e B neutro estão isolados e afastados: colocados em contato, durante breve intervalo de tempo,
elétrons vão de A para B; após o processo, A e B apresentam-se eletrizados negativamente.
Se os condutores A e B forem iguais, por exemplo, a duas esferas condutoras de mesmo material e dimen-
são, as cargas em quantidade e sinais serão idênticas para os dois corpos.
Nesse caso de condutores idênticos, a carga final para cada condutor pode ser calculada pela média arit-
mética das cargas:
Q1 + Q2 +
...+Qn
Q' = _____________
n
No processo de eletrização por contato, os corpos eletrizados, ao final do processo, ficam eletrizados com
cargas elétricas de mesmo sinal.
Teoria na prática
1. Um garoto que estava com os pés descalços, antes de sair do banheiro de sua casa, toca no interruptor
instalado incorretamente, com o objetivo de apagar a lâmpada, mas recebe um choque elétrico. O menino
então chama o seu pai, que averigua a situação e toca também no interruptor, mas, calçado com um par de
chinelos de borracha, não recebe choque. Explique conceitualmente por que o pai do garoto não recebeu o
choque elétrico.
Resolução:
A borracha é um material isolante, isto é, um mau condutor elétrico, por isso dificulta a transmissão e/ou
corrente de elétrons. Quando o pai usa o calçado de borracha, impede o contato elétrico entre o interruptor
e o solo, por isso não recebe o choque. Já o menino tinha seus pés como ligação entre o solo e o interruptor,
sabe-se que o corpo humano é um bom condutor de eletricidade, por isso recebeu o choque.
183
2. Um corpo eletrizado com carga Qa = –5 ∙ 10–9 C é colocado em contato com outro corpo com carga
Qb = 7 ∙ 10–9 C. Qual é a carga dos dois objetos após ter sido atingido o equilíbrio eletrostático?
Resolução:
Para sabermos qual é a situação final de equilíbrio, devemos aplicar a fórmula:
Q + Qb
Q' = __
a
2
Substituindo os valores, temos:
–5 · 10 + 7 · 10
-9 -9
Q' = __
2
Finalizando a conta, temos:
Q' = 1 · 10–9 C
Isto é:
Q' = 1 nC
Se o indutor for afastado, o induzido voltará à sua condição inicial, na qual as cargas elétricas não estavam
separadas. Pode-se realizar o seguinte procedimento para que o induzido se mantenha eletrizado:
1. Aproxima-se o indutor do induzido;
2. Conecta-se ao induzido um outro condutor, e este à Terra (fio Terra);
3. Retira-se o fio Terra;
4. Somente após os procedimentos acima, afasta-se o indutor.
No condutor induzido, os elétrons em excesso se espalham pela superfície do condutor. Caso o indutor
esteja carregado negativamente, os elétrons livres do induzido irão escoar para a Terra, quando a conexão do fio
Terra for feita. Desse modo, no final do processo, o induzido ficará carregado positivamente.
184
Condutor B, neutro e isolado; aproximando A de B, ocorre indução eletrostática; ligando B à Terra, elétrons de B
escoam para a Terra; a ligação de B com a Terra é desfeita; o indutor A é afastado e B está positivamente.
Na eletrização por indução, o induzido ficará eletrizado com cargas elétricas de sinais opostos às cargas
elétricas apresentadas pelo indutor. A carga do indutor não se altera.
Podemos explicar porque ocorre atração dos corpos ao aproximarmos um corpo eletrizado de um condutor
neutro, a partir do fenômeno da indução eletrostática.
Considere um condutor metálico B, neutro, suspenso por um fio isolante. Quando aproximamos de B um
corpo A com carga positiva, o condutor B é induzido e uma parcela de suas cargas elétricas negativas serão atraídas
pelo corpo A, e suas cargas positivas serão repelidas. As forças de atração e repulsão dependem das distâncias
entre as cargas e, nesse caso, como as cargas negativas do induzido estão mais próximas das cargas positivas do
indutor, a intensidade da força de atração é maior que a de repulsão, de modo que a força resultante é de atração.
Se um corpo eletrizado A atrair um condutor B, poderá B estar eletrizado com carga de sinal oposto ao de
A ou estar neutro.
Atenção: quando analisamos atração ou repulsão elétrica entre partículas, só existe um dos dois quando
se trata de partículas elétricas, isto é, prótons ou elétrons; não havendo força elétrica, trata-se de uma partícula
neutra, um nêutron por exemplo. Diferentemente, quando analisamos corpos extensos, onde um corpo neutro será
atraído por um corpo carregado, poderá haver atração ou repulsão se estiverem carregados.
185
um globo metálico não conseguiria manter eletricidade
Reprodução
no seu interior. Ainda Franklin relacionou o relâmpago
com descargas elétricas iguais às produzidas por uma
garrafa de Leiden. Foram os franceses Charles Augustin
Coulomb (1736-1806) e Charles Fraçois de Cisternay du
Fay (1698-1739) que perceberam que existiam apenas
dois tipos de fluidos elétricos, sendo que a designação
de positivo e negativo foi dada por Benjamin Franklin.
Teoria na prática
1. A figura abaixo representa um condutor A, eletri-
camente neutro, ligado à Terra. Aproxima-se de
Uma pequena esfera neutra de isopor é atraída quando aproximada da A um corpo B carregado positivamente. Pode-se
esfera metálica eletrizada de um gerador eletrostático.
afirmar que:
Reprodução
Resolução:
O filete de água desvia-se da vertical ao ser atraído por um bastão A Terra possui elétrons e prótons em abundância.
plástico previamente eletrizado por atrito com um pedaço de flanela.
Isso causa como consequência o fato de que todo
Como dito anteriormente, pertence a Tales de corpo carregado, quando conectado à Terra, fica
Mileto o primeiro registro de observações de fenômenos descarregado. Quando o corpo B, positivamente
carregado, é aproximado do corpo A, temos, pelo
elétricos. O estudo científico só foi ocorrer muito tempo
princípio da atração e repulsão, a tendência para
depois com William Gilbert (1544-1603). Em seus es-
atrair elétrons, logo, os elétrons da Terra serão
tudos sobre eletricidade estática, utilizou âmbar, que,
atraídos e irão migrar para a esfera A.
em grego, é chamado elektron, dando origem à pala-
vra eletricidade, cunhando, assim, entre outros termos, Alternativa A
a força elétrica. Inúmeros cientistas contribuíram para
o desenvolvimento da teoria da Eletricidade, entre eles
podemos citar Benjamin Franklin (1706-1790), inven-
Eletroscópios
tor do para-raios, que imaginou o fluido elétrico como Os eletroscópios são aparelhos utilizados para
sendo apenas um tipo de espécie, onde um corpo po- verificar a eletrização de um corpo. O pêndulo elétrico
deria ficar eletrizado positivamente ou negativamente. é um desses aparelhos e é constituído por uma esfera
Quando atritado, um corpo ganharia e outro perderia de material leve (isopor ou cortiça), recoberta por uma
a mesma quantidade do fluido, mantendo a soma líqui- camada metálica fina e suspensa por um fio isolante
da total das cargas constante. Percebeu, também, que (seda ou náilon) em uma haste-suporte.
186
Pode-se determinar a eletrização de um corpo A aproximando-o da esfera do pêndulo elétrico. Se a esfera
não se mover, o corpo A não está eletrizado. No entanto, se a esfera for atraída, o corpo A está eletrizado.
Teoria na prática
1. Uma esfera metálica, positivamente carregada, é aproximada, sem encostar, da esfera do eletroscópio. Em
qual das seguintes alternativas melhor se representa a configuração das folhas do eletroscópio, e suas car-
gas, enquanto a esfera positiva estiver perto de sua esfera?
Resolução:
Ao aproximarmos uma carga positiva, pelo princípio da atração e repulsão, atrairemos elétrons de todo o
eletroscópio a ficarem fixos na esfera, inclusive das folhas, ou seja, os elétrons das folhas irão migrar e se
concentrar na esfera. Com essa migração, as folhas ficarão com excesso de prótons e, assim, ficarão positi-
vas. Ficando ambas positivas, elas irão se repelir, logo, irão abrir.
Alternativa C
187
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
Fonte: Youtube
ACESSAR
188
ACESSAR
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/eletrizacao-eletrizacao-por-atrito-contato-e-inducao.htm
www.efeitojoule.com/2008/04/eletrizacao-condutores-e-isolantes.html
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/carga-eletrica-e-eletrizacao.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/processos-eletrizacao.htma
www.newtoncbraga.com.br/index.php/meio-ambiente-e-saude/415-ionizacao-ambiente-a-
eletricidade-ambiente-pode-melhorar-a-sua-saude
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-isolantes-eletricos.htm
189
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
INTERDISCIPLINARIDADE
Desde a antiguidade, o Homem se pergunta do que Após experiências, Ernest Rutherford percebeu que
é feita a matéria. Demócrito de Abdera foi um dos primei- na verdade o átomo era composto por um núcleo maciço
ros pensadores a postular a existência de um componente composto pelas cargas positivas, sendo orbitado pelas car-
básico para todas as coisas: o átomo. Muito tempo depois, gas negativas.
foi na química que a ideia atômica ressurgiu. Primeiramen- Por fim, o modelo atômico foi corrigido por Niels
te, com John Dalton, que no começo do século XIX rein- Henrick David Bohr, utilizando a mecânica quântica. Ele
ventou a ideia, postulando a existência de esferas maciças postulou que:
e indivisíveis, extremamente pequenas, onde cada elemen- I. Os elétrons descrevem ao redor do núcleo órbitas
circulares, chamadas de camadas eletrônicas, com
to químico distinto era composto de um átomo diferente,
energia constante e determinada. Cada órbita per-
com propriedades iguais ao elemento, mas diferente entre
mitida para os elétrons possui energia diferente.
os diferentes átomos; por fim, as reações químicas seriam
II. Os elétrons, ao se movimentarem numa cama-
apenas a união ou separação de diferentes arranjos atô-
da, não absorvem nem emitem energia espon-
micos. Seu átomo ficou conhecido como bolas de bilhar.
taneamente.
Após Dalton, Joseph John Thomson sugeriu outro
III. Ao receber energia, o elétron pode saltar para
modelo atômico, um que incluísse propriedades elétricas, outra órbita mais energética.
afinal a eletricidade já era conhecida e estudada. Seu Dessa forma, o átomo fica
modelo ficou conhecido como pudim de passas, pois o instável, pois o elétron tende
átomo seria constituído de um pudim, representando car- a voltar à sua órbita original.
ga elétrica positiva, e pequenas passas espalhadas, que Quando o átomo volta à sua
representariam a carga negativa, uniformemente distribu- órbita original, ele devolve a
ídas pelo pudim. energia que foi recebida em
forma de luz ou calor.
190
Estrutura Conceitual
Carga positiva CARGA FUNDAMENTAL
CARGA
ELÉTRICA
Atrito
Eletrização Indução
Contato
191
0 4
3 0 Lei de Coulomb
Competências Habilidades
5e6 17 e 20
© Ralwel/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Charles Augustin Coulomb (1736-1806) aplicou o método científico
sistematicamente em seus problemas, desmistificando a eletricidade. Para
a determinação da força elétrica, Coulomb utilizou da fórmula newtoniana
para atração gravitacional entre dois corpos, era de conhecimento geral a lei
m1· m2
da gravitação de Newton Fg a __ , isto é, que a atração era proporcional
d2
ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância
que as separava. Coulomb percebendo semelhanças entre essas forças, pois,
em ambas, atuavam a distância (ação fantasmagórica à distância), então aca-
bou utilizando-se dessa fórmula para supor a sua fórmula para força elétrica.
Para pôr à prova sua teoria, Coulomb utilizou da balança de torção, utilizada
por Henry Cavendish, fazendo algumas melhorias.
O físico francês Charles Coulomb determinou a relação que exprime o módulo da interação existente entre
dois portadores de cargas elétricas, conhecida como lei de Coulomb.
A intensidade da força de interação entre duas cargas elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas.
onde k é uma constante eletrostática que depende do meio físico em que estão inseridas as cargas elétricas
que compõem o sistema estudado. Para o vácuo, essa constante é denotada por k0 e é chamada de constante
eletrostática do vácuo, ou simplesmente constante eletrostática, e seu valor, determinado experimentalmente, é:
1
k0 = ____
4π«0
195
Logo:
Teoria na prática
1. Duas partículas de cargas elétricas Q1 = 4 · 10–16 C k0 · |Q1| · |Q2| = 9 · 10–2
e Q2 = 6 · 10–16 C estão separadas no vá-
cuo por uma distância de 3,0 · 10–9 m. Sendo
Achamos o valor do produto dos valores cons-
k0 = 9 · 109 N · m2/C2, a intensidade da força de
tantes; agora podemos achar o valor da força:
interação entre elas, em newtons, é de:
Resolução: k · |Q1| · |Q2|
F = __
0
.
Para calcularmos a força entre as partículas, de- d2
9 · 0,12
vemos aplicar a fórmula da lei de Coulomb: F = __ .
(5 · 10-1)2
k0 · |Q1| · |Q2|
F = __ . Finalizando, temos:
d2
Substituindo os valores do exercício, obtemos: F = 0,36 N
Resolução:
_____
› _____
› _____
›
Para calcular, vamos retirar alguns valores do Na carga Q1:
F = F _____ 2,1 + F_____ 3,1
_____
›e1 › ›
gráfico, como para d = 0,1 m, temos F = 9 N, Na carga Q2: F e2 = F _____ 1,2 + F_____ 3,2
_____
› › ›
logo: Na carga Q3: F e3 = F 1,3 + F 2,3
k · |Q1| · |Q2|
F = __
o Quanto maior for a quantidade de cargas elé-
d2
k · |Q1| · |Q2| tricas envolvidas, mais complicado será calcular a força
9 = __
o elétrica resultante. Por isso será importante detalhar
0,12
Por consequência, temos: cada força envolvida, representar geometricamente seu
vetor, prestando atenção se a força é de atração ou de
9 · 0,12 = k0 · |Q1| · |Q2| repulsão, para o cálculo vetorial da força resultante.
196
Considerações importantes o mesmo sinal de carga. Aplicando a lei de
Coulomb, a resultante será:
§§ Massa do elétron: 9,1 · 10–31 kg
* *
k · |Q1| · |Q3| __ k · |Q2| · |Q3|
§§ Massa do próton: 1,67 · 10–27 kg Fr = __
0 – 0
.
d2
d2
1 C é, em Eletrostática, uma carga enorme. Em
virtude disso, são muito utilizados os submúltiplos do Substituindo os valores, temos:
Coulomb:
§§ 1 milicoulomb = 1 mC = 10–3 C *
Fr = __9 · 109 · 2 · 10
9
-6
· 4 · 10-6 9 · 109 · 2 · 10
– __
9
-6
*
· 4 · 10-6
§§ 1 microcoulomb = 1 mC = 10–6 C
§§ 1 nanocoulomb = 1 nC = 10–9 C Observa-se que os valores das forças são os
§§ 1 picocoulomb = 1 pC = 10–12 C mesmos; logo, temos:
Resolução:
Essa expressão é usada para calcular a carga
elétrica de um corpo carregado positivamente, e, nesse Segue a representação do caso; temos, então:
caso, n é o número de prótons em excesso ou o núme-
ro de elétrons em falta no corpo. O excesso de cargas
elétricas que um corpo porta, em excesso, é múltiplo
natural da carga elétrica elementar.
Devemos lembrar que força é uma grandeza
vetorial, desta forma suas operações, causas e conse- __
› __›
quências devem respeitar os métodos e procedimentos * F
1 *= * F
2 *
inerentes aos estudos vetoriais.
Usando a lei de Coulomb, temos:
__ (0,6L)2 __ Q
= 2
Resolução: (0,4L)2 Q1
__Q
Se elas estão alinhadas, então teremos duas for- 2 = 2,25
Q1
ças aplicada em Q3, na mesma direção, contu-
do, em sentidos opostos, pois Q1 e Q2 possuem
197
3. Duas cargas elétricas puntiformes idênticas Q1 e Q2, cada uma com 1 · 10–7 C, encontram-se fixas sobre um
plano horizontal, conforme a figura abaixo. Uma terceira carga q, de massa 10 g, encontra-se em equilíbrio
no ponto P, formando, assim, um triângulo isósceles vertical. Sabendo que as únicas forças que agem em q
são as de interação eletrostática com Q1 e Q2 e seu próprio peso, o valor desta terceira carga é:
Resolução:
Para que o corpo de carga q fique em equilíbrio, é necessário que a força resultante seja nula, isto é, a soma
das forças elétricas com a força peso deve ser zero.
Sabendo que Q1 e Q2 são positivas, é fácil concluir que q deve ser positiva também, para que ocorra força
de repulsão, caso contrário, q nunca iria ficar em equilíbrio.
Logo, temos duas forças de repulsão aplicadas em q com direções diferentes, mas de mesmo módulo, F,
que vale:
k0 · |Q1| · |q|
F = __
d2
9 · 109 · 1 · 10-7 · q
F = _____________________
9 · 10-4
Simplificando, temos:
F = 1 · 106 · q
Agora que conhecemos o módulo da força, é interessante saber a direção e sentido; para somá-las vetorial-
mente, temos então:
Como sabemos que as forças têm mesmo módulo, é fácil concluir que na horizontal a soma das componen-
tes é nula, enquanto na vertical a soma das componentes será o dobro.
Retirando, por geometria, temos:
FQ1Y = F · sen(30º)
198
Logo, teremos como FER, a força elétrica resultante, de módulo:
FER = 2 · F · sen(30º)
Logo:
FER = 1 · 106 · q
Por fim, sabe-se que a deve anular a própria força peso do corpo q, logo:
FER = P
Substituindo:
1 · 106 · q = 10 · 10–3 · 10
Finalizando:
q = 1 · 10–7 C
199
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
ACESSAR
pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-electric-force-and-voltage#charge- electricforce
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-eletrica.htm
www.if.ufrgs.br/fis/EMVirtual/cap1/cargas.htm
educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/medindo-forca-eletrica-repulsao.htm
200
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
A força elétrica é uma das quatro forças fundamentais da Natureza, logo, está presente no dia a dia de
todos. Graças à força elétrica, há união entre os diferentes átomos, moléculas etc., proporcionando condições para
que a vida exista. A atração e a repulsão elétrica estão presentes quando um pente é capaz de atrair pequenos
corpos depois de ser atritado com o cabelo de uma pessoa. Também ocorre nos processos em que gotículas de
água são ionizadas a fim de atrair pequenas partículas de poeira ou sujeira, processo esse que ocorre nas chaminés
industriais ou em climatizadores.
201
Estrutura Conceitual
Depende do inverso
da distância ao quadrado
Naturezas
iguais Repulsão
CARGA
FORÇA ELÉTRICA
ELÉTRICA
Naturezas Atração
opostas
Grandeza Ação a
vetorial distância
202
0 6
5 0 Campo elétrico
Competências Habilidades
5e6 17 e 21
© sakkmesterke/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Conceito de campo elétrico
Em Física, é muito comum criarmos modelos que possam tornar nossa compreensão da natureza mais ade-
quada às nossas observações e aos dados coletados. Exatamente aqui se enquadra o conceito de campo elétrico.
Como vimos anteriormente, as interações entre portadores de cargas elétricas podem ser analisadas do ponto de
vista das forças existentes entre esses portadores. Uma carga elétrica puntiforme Q, ou uma distribuição de cargas,
origina um campo elétrico no _espaço ao seu redor. Ao colocamos uma carga de prova q, puntiforme, em um
_›
ponto P dessa região, uma força F e , de origem elétrica, age sobre a carga q.
De modo equivalente, a carga elétrica de prova q também produz um campo elétrico, a força de origem
elétrica também age sobre Q ou sobre as cargas da distribuição.
Michael Faraday (1791-1867) introduziu um novo conceito na física, as linhas de força, que, mais tarde,
originariam a ideia de campo. James Clerk Maxwell (1831-1879), aluno de Faraday, apoiou-se principalmente nos
trabalhos de seu professor e de Ampère para a formulação da sua teoria eletromagnética, descrevendo desde os
campos eletromagnéticos até a sua propagação em seu trabalho Treatise on Eletricity and Magnetism. Nesse tra-
balho, Maxwell consegue unificar as leis de Coulomb, Oersted, Ampère, Biot e Savart, Faraday e Lenz expressando
todas essas leis em apenas quatro equações.
205
Teoria na prática Teoria na prática
1. Um corpo esférico carregado com uma carga 1. Calcule o valor do campo elétrico produzido por
Q = 5 C positiva provocou em uma carga de pro- uma carga Q = 5 µC, num ponto que dista 5 cm
va q = 2 C uma força de repulsão de 20 N de dessa carga.
intensidade. Calcule qual foi o valor do campo Adote: k0 = 9 · 109 N · m2/C2
gerado pelo corpo.
Resolução:
Resolução:
Aplicando a fórmula do campo elétrico, temos:
Pela definição de campo elétrico, temos:
k0 · |Q|
E = __qF E = __ .
d2
20
E = __ Realizando os cálculos, obtemos:
2
E = 1,8 · 107 N/C
Terminando os cálculos, temos:
E = 10 N/C Direção:
__›
A direção do campo é a mesma da força F
e .
puntiforme Q fixa
§§ 1° caso: a carga Q é positiva (Q > 0)
Se em P for colocada a carga pontual q > 0,
as cargas se repelem (pois Q > 0 e q > 0).
___› __›
A seguir, são apresentadas
___
as características do
› Então E , em P, tem o mesmo sentido de F
e ,
vetor campo elétrico E em um ponto P, devido a uma
isto é, de Q para P.
carga puntiforme Q, fixa no ponto O.
Intensidade:
Igualando as equações Fe = |q| · E (definida aci-
|Q| . |q|
ma) e a lei de Coulomb, Fe = k0 · ______
, tem-se:
d²
|Q| · |q|
|q| · E = k0 · ______
d²
|Q|
E = k0 · ___
d²
206
___› ___›
O campo elétrico E
produzido por uma carga O campo elétrico E
produzido por carga ne-
positiva fixa é de afastamento (divergente), em
gativa fixa é de aproximação (convergente), em
qualquer ponto.
qualquer ponto.
Vetores campo elétrico produzido por Q > 0 fixa Vetores campo elétrico produzido por Q < 0 fixa
207
___› Lembrando que, para cargas positivas, o cam-
O campo elétrico resultante E R em P, devido po tem sentido divergente à carga; para cargas
a várias cargas
___ Q1, _Q__ 2, ..., Qn, é dado pela soma ve- negativas, o campo tem sentido convergente à
› ___› ›
torial de
E 1, E
2 , ..., E
n , na qual cada campo elétrico
carga, isto é:
parcial é determinado como se a carga correspon-
dente estivesse sozinha:
___› ___› ___› ___›
E
R = E
1 + E
2 + ... + E
n
Teoria na prática
1. Represente abaixo, separadamente, os vetores
campo elétrico produzidos por duas cargas
QA = 12 C e QB = –20 C, no ponto P, situado a
2 m de distância de ambos as cargas.
2. Sabendo-se que o vetor campo elétrico no ponto
A é nulo, a relação entre d1 e d2 é:
q
d
a) __1 = 4.
d2
Resolução: d__1
b) = 2.
d2
Calculando o valor do campo elétrico produzido d
c) __1 = 1.
pela carga A: d2
k · |Q| d 1
E = __
0 2 d) __1 = __
.
d d2 2
Substituindo os valores, temos: d 1
e) __1 = __ .
9 · 102 · 12
E = __
9
d2 4
2
Resolução:
Logo:
Para acharmos as distâncias, devemos analisar
E = 2,7 · 1010 N/C
os campos elétricos no ponto A gerado por cada
Calculando o valor do campo elétrico produzido carga. Se o campo no ponto A é nulo, isso signi-
pela carga B: fica que os campos de A e B possuem o mesmo
módulo e direção, porém, sentidos opostos.
9 · 102 · 20
9
E = __
2 Sendo Ed1 e Ed2, os campos produzidos pela car-
Logo: ga +4q e +q, respectivamente, temos:
208
Substituindo:
k · |+4q| ________
________ k · |+q|
0 2 = 0 2
d 1 d 2
Simplificando:
+4q +q
________
2 = ________2
d 1 d 2
Logo:
__ d 2
12 = 4
d 2
d
__1 = 2
d2
Alternativa B
3. Duas cargas puntiformes no vácuo, de mesmo valor Q = 125 µC e de sinais opostos, geram campos elétricos
no ponto P (vide figura). Qual o módulo do campo elétrico resultante, em P, em unidades de 107 N/C?
Resolução:
Para calcularmos o valor do campo elétrico resultante no ponto P, devemos somar, vetorialmente, os campos
produzidos por –Q e +Q .
Esquematizando os vetores, temos:
Sendo E-q o campo produzido pela carga –Q, e Eq o campo produzido pela carga +Q.
Se decompormos os campos, teremos:
209
Lembrando que: Um campo elétrico também pode ser representa-
Eq = 45 · 107 N/C
As linhas de força em uma determinada região
Calculando as componentes temos:
representam,
___
aproximadamente, a direção e sentido do
›
Eqy = E–qy = Eq · sen(a) e Eqx = E–qx = Eq · cos(a)
vetor E nessa região.
Analisando os sentidos, temos que as compo- As figuras a seguir mostram linhas de força de
nentes horizontais se anulam, enquanto as verti- alguns campos elétricos particulares:
cais são somadas, logo:
ER = 2 · Eqy
Substituindo:
ER = 2 · Eq · sen(a)
Linhas de força
A cada
___› ponto de um campo elétrico associa-se
um vetor E
.
Esse campo elétrico pode ser representado
___›
desenhando-se um número conveniente de vetores E ,
conforme indicado na figura.
210
de forças é maior e o campo elétrico é mais intenso. O
Teoria na prática
campo elétrico é mais intenso em A do que em B, por 1. Observe o desenho das linhas de força do campo
exemplo. No ponto N, o campo elétrico é nulo. eletrostático gerado pelas pequenas esferas car-
regadas com cargas elétricas e.
Duas cargas puntiformes de sinais opostos e módulos diferentes a) Qual é o sinal do produto QA · QB?
b) Em que ponto, C ou D, o vetor campo elétrico
resultante é mais intenso?
Resolução:
a) Observando a figura, é possível notar que as
linhas de campo saem de QA e entram em QB.
Logo, a carga QA é positiva e QB é negativa.
Portanto, o produto entre suas cargas resul-
tará num valor negativo. Assim, QA · QB < 0.
b) No ponto C, o vetor campo elétrico é mais
Duas cargas puntiformes de mesmo módulo e positivas.
Em N, o vetor campo elétrico é nulo. intenso, pois ele se encontra numa região em
que as linhas de campo são mais próximas
umas das outras.
211
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
212
212
ACESSAR
guiadoestudante.abril.com.br/estudo/resumo-de-fisica-campo-eletrico/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/campo-eletrico.htm
www.todamateria.com.br/campo-eletrico/
www.efeitojoule.com/2009/01/campo-eletrico-e-conceito-campo.html
www.rc.unesp.br/showdefisica/99_Explor_Eletrizacao/paginas%20htmls/Campo%20
el%C3%A9trico.htm
213
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Modelo 1
(Enem) Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e ge-
ram intensas descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como ates-
tam as faíscas (Figura 2) que ele produz. O experimento fica mais interessante quando se apro-
xima do gerador em funcionamento, com a mão, uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a
descarga atinge a lâmpada, mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por breves instantes.
Muitas pessoas pensam que é o fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo,
se a lâmpada for aproximada dos corpos da situação (Figura 2), no momento em que a descarga
ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará, apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.
A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a
uma descarga elétrica, é o(a):
a) carga elétrica.
b) campo elétrico.
c) corrente elétrica.
d) capacitância elétrica.
e) condutividade elétrica.
214
Análise Expositiva 1
Habilidade 21
Talvez pelo fato de ser um assunto mais abstrato em comparação a outros da Física, o ele-
tromagnetismo quando cobrado possui um viés mais teórico que outros assuntos abordados.
Esta questão no caso, é de rápida resolução e cobra do aluno a capacidade de identificar o
fenômeno físico corretamente.
O campo elétrico gerado pelos corpos eletrizados faz com que partículas existentes no inte-
rior das lâmpadas movam-se, chocando-se umas com as outras, emitindo luz.
Alternativa B
Modelo 2
(Enem) Durante a formação de uma tempestade, são observadas várias descargas elétricas, os
raios, que podem ocorrer: das nuvens para o solo (descarga descendente), do solo para as nuvens
(descarga ascendente) ou entre uma nuvem e outra. As descargas ascendentes e descendentes
podem ocorrer por causa do acúmulo de cargas elétricas positivas ou negativas, que induz uma
polarização oposta no solo.
Essas descargas elétricas ocorrem devido ao aumento da intensidade do(a):
a) campo magnético da Terra.
b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.
c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e o solo.
d) campo elétrico entre as nuvens e a superfície da Terra.
e) força eletromotriz induzida nas cargas acumuladas no solo.
Análise Expositiva 2
Habilidade 21
Excelente questão, cobra do aluno a explicação de um fenômeno natural, muito comum, diga-
-se de passagem, que é a ocorrência de relâmpagos. O estudante deve ser capaz de explicar
cientificamente o fato, utilizando-se dos seus conhecimentos em eletricidade.
O aumento do campo elétrico entre as nuvens e o solo favorece o deslocamento de partículas
carregadas (íons) que acarretam nas descargas elétricas.
Alternativa D
215
Estrutura Conceitual
Depende do inverso
da distância ao quadrado
Grandeza
vetorial
216
0 8
7 0 Força elétrica e
campo elétrico
Competências Habilidades
5e6 17 e 20
© worradirek/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Força elétrica e campo elétrico
Como vimos nas aulas anteriores, se houver uma distribuição de partículas, a força resultante que atua
sobre uma partícula é a soma vetorial de todas as forças individuais que atuam sobre a partícula. Assim como se
houver uma distribuição de partículas, o campo resultante é a soma vetorial dos campos individuais.
O módulo da força elétrica entre duas partículas é dado por:
O campo elétrico existe independentemente da carga de prova, ele só depende da carga Q que origina o
campo, porém só podemos perceber a existência dele quando colocamos uma carga de prova q e constatamos a
existência da força elétrica.
Porém, a relação entre força e campo elétrico tende a facilitar o processo. Se for conhecido o campo
resultante num determinado ponto, o cálculo para se conhecer a força resultante nesse ponto se torna muito
mais simples.
O campo elétrico é uma grandeza vetorial, assim como a força elétrica. Os dois sempre terão a mesma
direção, mas o sentido depende do sinal da carga de prova q.
219
Pode-se criar um campo uniforme com duas
Teoria na prática placas eletrizadas com cargas elétricas de sinais opos-
1. Uma partícula carregada com uma carga de 5 C
tos. Para que isso ocorra, a distância entre as placas
está imersa num campo elétrico de 10 N/C. Qual
deve ser muito pequena, quando comparada com suas
é o módulo da força que irá atuar na partícula?
dimensões.
Resolução:
Para calcularmos a força, basta usarmos a fórmula
de relação entre força elétrica e campo elétrico:
F=q·E
Substituindo, agora, pelos valores do exercício,
temos:
F = 5 · 10 Campo elétrico uniforme entre duas placas eletrizadas
Logo:
F = 50 N
Teoria na prática ___›
2. Uma carga elétrica puntiforme com carga de 1. Considere o campo elétrico uniforme, E , repre-
4,0 C é colocada em um ponto P do vácuo e sentado pelo conjunto de linhas de força na figura
fica sujeita a uma força elétrica de intensidade a seguir. Sobre o campo elétrico nos pontos A, B e
1,2 N. O campo elétrico nesse ponto P tem in- C, marcados com o sinal, é correto afirmar que:
tensidade de:
Resolução:
Para calcularmos o campo, basta usarmos a fórmu-
la de relação entre força elétrica e campo elétrico:
F=q·E
Substituindo pelos valores do exercício, temos:
1,2 = 4 · E
Logo: a) é mesmo em todos os pontos.
F = 0,3 N/C b) o campo elétrico do ponto A é igual ao do
ponto B.
Campo elétrico uniforme (CEU) c) o campo elétrico do ponto A é igual ao do
ponto C.
Campo elétrico uniforme é aquele em que o ve- d) o campo elétrico do ponto B é maior que o
___›
tor E é o mesmo em todos ___›
os pontos. Assim, em cada do ponto C.
ponto do campo, o vetor E tem a mesma intensidade, a e) o campo elétrico do ponto A é menor que o
mesma direção e o mesmo sentido. do ponto B.
As linhas de força de um campo elétrico unifor-
me são retas paralelas igualmente espaçadas e todas Resolução:
com o mesmo sentido. Por definição, um campo elétrico uniforme é um
E E E campo que tem a mesma intensidade em todos
E E E
os pontos.
E E Alternativa A
220
Movimento de uma carga 2º caso: a carga é lançada
elétrica puntiforme num CEU perpendicularmente às linhas de força
q + → → − q
F F
Seja uma partícula de massa m, eletrizada com
Neste caso a carga executará um lançamento
carga elétrica q, a partir do repouso ou lançada com
horizontal.
velocidade v0 do ponto A, como mostra a figura. Sobre
a carga atuará uma força F de intensidade F = IqI ∙ E.
3º caso: a carga é lançada
Pela segunda lei de Newton, FR = m ∙ a.
Então, IqI ∙ E = m ∙ a ⇒ a = ±IqI ∙ __E
m obliquamente às linhas de força
Analisando a fórmula acima, percebemos que a y
Resolução:
T T
a) Sendo a carga elétrica positiva, implica que
Fe Fe
a força elétrica tem o mesmo sentido que o A B
campo elétrico. O módulo da força elétrica A P P
B
que atua na carga elétrica q é dado por:
F = IqI ∙ E ⇒ F = 4 ∙ 10– 6 ∙ 2 ∙ 105 ⇒ Dessa forma, no equilíbrio temos que a soma
⇒ F = 8 ∙ 10–1 N ⇒ F = 0,8 N
das forças será nula e podemos dizer que o módulo da
b) Pelo Princípio Fundamental da Dinâmica, força tensora é igual ao módulo da soma vetorial da
FR = m ∙ a. Sendo a força elétrica a força re- força elétrica e da força peso.
sultante que atua na carga elétrica, temos:
E 105 ______
a = ± IqI ∙ __ –6 ___
m ⇒ a = 4 ∙ 10 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 10
6
T=√
P2 + Fe2
⇒ a = 4 ∙ 105 m/s2
c) Sendo o movimento da carga elétrica um No equilíbrio, o fio e a horizontal formam um ân-
MRUV, podemos aplicar a equação de gulo fixo θ. Utilizando as relações métricas no triângulo
Torricelli: retângulo, podemos escrever que:
vQ2 = vP2 + 2 ∙ a ∙ DS ⇒
⇒ vQ2 = 0 + 2 ∙ 4 ∙ 105 ∙ 0,2 ⇒ F
tgθ = __
e
P
⇒ vQ = 4 ∙ 102 m/s
Pêndulo eletrostático θ θ
P T
Vimos que dois corpos carregados com cargas
T
opostas se atraem. Imagine a situação em que dois
Fe
corpos esféricos idênticos (de mesma massa m) A e B, A
Fe
presos por fios ideais e isolantes carregados com cargas
A P
de mesmo módulo, mas de sinais opostos. Quando pró-
ximos a eles, passa a atuar em cada um uma força elé-
Esta relação trigonométrica entre a força elétri-
trica. Porém, já atuavam, e continuam atuando, a força
peso, uma vez que o corpo possui massa e está imerso ca e o peso é uma poderosa informação, simplifica em
no campo gravitacional terrestre, e a força tensora no muito a resolução dos exercícios. Um raciocínio análo-
fio, pois o fio está tencionado. go poderíamos fazer caso as cargas fossem de sinais
iguais e houvesse repulsão ou se fosse informado o
campo elétrico.
A B
A B
222
2. Duas bolinhas iguais, de material dielétrico, de
Teoria na prática
massa m, estão suspensas por fios isolantes de
1. Um pêndulo simples, cuja extremidade inferior é
comprimento L, presos no ponto P (ver a figura
composta por um corpo de massa “m“ e carga
a seguir).
elétrica positiva “q“, está imerso em um campo
elétrico uniforme de intensidade “E“, conforme
a ilustração a seguir. Considere como “g“ o mó-
dulo da aceleração da gravidade local.
F
tan(θ) = __
el
P
Logo:
E·q
tan(θ) = ____
m · g
Concluímos, então:
( )
E·q
θ = arctan ____
m · g
223
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
ACESSAR
Sites
224
ACESSAR
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/eletrizacao-eletrizacao-por-atrito-contato-e-inducao.htm
www.efeitojoule.com/2008/04/eletrizacao-condutores-e-isolantes.html
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/carga-eletrica-e-eletrizacao.html
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/processos-eletrizacao.htma
www.newtoncbraga.com.br/index.php/meio-ambiente-e-saude/415-
-ionizacao-ambiente-a-eletricidade-ambiente-pode-melhorar-a-sua-saude
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/condutores-isolantes-eletricos.htm
educacao.globo.com/fisica/assunto/eletromagnetismo/forca-eletrica-e-campo-eletrico.html
pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-electricforce-and-voltage/electric-
field/v/electric-field-directionm
225
Estrutura Conceitual
Dependem do inverso
do quadrado da distância
Grandeza
vetorial
226
0 0
9 1 Potencial elétrico
Competências Habilidades
5e6 17 e 20
© sakkmesterke/Shutterstock
C N
FÍSICA
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
H11
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Energia potencial elétrica
A seguir, estudaremos duas grandezas associadas a um campo vetorial conservativo: energia potencial
elétrica e potencial elétrico. Em um campo elétrico conservativo, o trabalho realizado ao se mover uma carga
de prova, independe da trajetória realizada pela carga, depende apenas da posição inicial e final da carga.
Considere um sistema formado por uma carga elétrica pontual Q (carga fonte) e uma carga de prova q,
separadas pelas distancia d.
A energia potencial elétrica para esse sistema formado pelo par de cargas é:
§§ proporcional ao produto das duas cargas, Q e q;
§§ inversamente proporcional à distância d entre as cargas.
Considerando que a energia potencial é zero no infinito, no referencial adotado, a energia potencial vale:
Q
Epot = k0 ∙ __
q
d
Informação
Recordemos da Mecânica que a unidade de energia no Sl é o joule (J).
Nesse sistema composto por apenas uma carga fonte (Q), a equação acima relaciona a energia potencial da
carga de prova q em relação à carga Q.
Teoria na prática
1. No vácuo, uma carga de prova q = +3,0 nC está a uma distância de 2,0 cm de uma carga fonte Q = +4,0 mC.
Determine a energia potencial da carga de prova. (k0 = 9,0 ∙ 109 unidades SI)
Resolução:
Para aplicar a equação, devemos ter todas as unidades no SI:
q = +3,0 nC = 3,0 ∙ 10–9 C Q = +4,0 mC = +4,0 ∙ 10–6 C d = 2,0 cm = 2,0 ∙ 10–2 m
k0 ⋅ Q ⋅ q 4,0 ∙ 10 –6 ⋅ 3,0 ∙ 10 –9
Epot = _______
= (9,0 ∙ 109) _________________
= 5,4 ∙ 10 –3 J.
d 2,0 ∙ 10 –2
A carga de prova tem energia potencial de 5,4 ∙ 10–3 J. Pode-se dizer também que a energia potencial elé-
trica associada ao par de cargas q e Q vale 5,4 ∙ 10–3 J.
Potencial elétrico
Uma carga elétrica isolada Q (chamada de carga fonte) gera à sua volta um campo elétrico. Seja um ponto P,
fixo próximo à carga fonte, como na figura abaixo. Considere que uma carga de prova q seja trazida do infinito até
o ponto P.
229
Como vimos, a energia potencial da carga de Essa equação representa o potencial elétrico ge-
prova é Epot. O potencial elétrico V associado ao pon- rado pela carga fonte no ponto P, distante d da carga
to P é a grandeza escalar dada por: fonte. Observe que a carga de prova q foi cancelada e
não aparece na equação. Assim, o potencial elétrico no
Epot ponto P não depende da carga de prova. Se o ponto
V = ___
q
P estiver no infinito, a distância d é infinita e então o
potencial no infinito é nulo.
A unidade de potencial elétrico, no SI, é o volt Devemos ressaltar que:
(homenagem a Alessandro Volta). §§ o potencial elétrico é definido para um ponto P
Desse modo, as unidades volt, joule e coulomb próximo a uma carga elétrica (carga fonte Q).
estão relacionadas por: §§ o potencial elétrico é uma grandeza escalar e
1 joule pode ser positivo ou negativo, conforme o sinal
1 volt = ________
1 coulomb da carga fonte Q.
Em geral, a grandeza física potencial é simboli-
Q>0⇔V>0
zada pela letra V. Fique atento para não confundir com Q<0⇔V<0
a respectiva unidade, o volt, também simbolizado por V.
Teoria na prática
Potencial elétrico gerado por 1. Considere uma carga elétrica Q = +8,0 µC no
uma carga elétrica pontual vácuo. Determine o potencial elétrico no ponto P
distante 4,0 cm da carga fonte.
Considere novamente o sistema de cargas for- Resolução:
mado por uma carga fonte Q e uma carga de prova q
Inicialmente, devemos deixar todas as unidades
separadas por uma distância d, como na figura. A car-
no SI:
ga de prova q possui energia potencial elétrica dada
Q = +8,0 µC = +8,0 ∙ 10–6 C
pela equação:
d = 4,0 cm = 4,0 ∙ 10–2 m
Substituindo na equação do potencial elétrico,
teremos:
Q +8,0 · 10-6
Vp = k0 __
= (9,0 ∙ 109) _________
= +18 ∙ 105
Q⋅q d 4,0 · 10-2
Epot = k0 ____
V ⇒ Vp = +1,8 ∙ 106 V
d
O potencial elétrico é uma grandeza escalar e,
O potencial elétrico no ponto P, pela definição,
portanto, basta dizer que no ponto P ele vale
é dado por:
1,8 ∙ 106 V. Não há direção e nem sentido para
Epot
V = ___
q ⇒
serem especificados. O potencial elétrico repre-
senta um nível de energia no ponto P.
Epot = q ⋅ V
2. (UEG) Uma carga Q está fixa no espaço; a uma
distância d dela existe um ponto P, no qual é co-
Igualando o termo da energia potencial das duas
locada uma carga de prova q0. Considerando-se
equações, obtemos:
esses dados, verifica-se que no ponto P:
q⋅Q
q ⋅ V = k0 ____
⇒ a) o potencial elétrico devido a Q diminui com
d
inverso de d.
Q
V = k0 __
b) a força elétrica tem direção radial e aproxi-
d
mando de Q.
230
c) o campo elétrico depende apenas do módulo §§ O potencial elétrico depende do sinal da carga ge-
da carga Q. radora (pode ser positivo ou negativo), mas o cam-
d) a energia potencial elétrica das cargas de- po elétrico só depende do módulo dessa carga.
pende com o inverso de d2. §§ O potencial elétrico varia com o inverso da dis-
( )
1 , e o módulo do campo elétrico varia
tância __
( )
Resolução: d
com o inverso do quadrado da distância __ 12 .
Com as expressões de força elétrica, campo elé- d
§§ O campo elétrico está relacionado com a força
trico, potencial elétrico e energia potencial elétri- elétrica, enquanto o potencial elétrico está rela-
ca abaixo podemos tecer algumas considerações cionado com a energia potencial elétrica.
sobre as alternativas expostas.
O potencial elétrico de uma carga puntiforme é
Teoria na prática
dado pelo produto do campo elétrico pela dis- 1. Uma partícula eletrizada com carga elétrica
Q
tância à carga geradora V = E ∙ d = k0 __2 ∙ d ⇒ Q = 8,0 pC está em um meio onde é feito vá-
d
__Q cuo. Adotando-se k0 = 9,0 ∙ 109 unidade SI,
V = k0 .
d determine:
A força elétrica, dada pela lei de Coulomb a) O potencial elétrico no ponto P distante
Q ∙ q0 2 mm da carga elétrica Q.
Fe = k0_____
2 tem a direção da reta que une os
d b) A energia potencial adquirida por uma se-
centros das duas cargas, podendo ter o sentido gunda partícula dotada de carga elétrica
de afastamento se as cargas forem de mesmo q = 5,0 ∙ 10–12 C colocada no ponto P.
sinal (repulsão) ou de aproximação (atração), se
Resolução:
as cargas forem de sinais contrários. Alternativa
a) Devemos ajustar as unidades:
[B] incorreta.
Q = 8,0 pC = 8,0 ∙ 10–12 C;
O campo elétrico é a razão entre a força e a car-
d = 2,0 mm = 2,0 ∙ 10–3 m.
Q
Fe = k __
ga de prova E = __
q0 , logo não depende
0 2
d Assim, pela equação do potencial, calcula-
apenas da carga Q e também da distância entre mos V:
as cargas. Alternativa [C] incorreta. Q 8,0 ∙ 10 –12
V = k0 __
= 9,0 ∙ 109 ∙ _________
⇒
d 2,0 ∙ 10 –3
A energia potencial elétrica é dada pelo produto
72 ∙ 10
–3
do potencial elétrico e a carga de prova, então ⇒ V = ________ ⇒ V = 36 V
k ∙ Qq0 2,0 ∙ 10 –3
Q
Ep = q0 ∙ V = q0 ∙ k0 __
⇒ Ep = ______
0 . A alterna- b) A energia potencial é dada por:
d d
tiva [D] está incorreta, pois a dependência é com Epot = q ⋅ V.
o inverso de d.
Sendo q = 5,0 ∙ 10–12 C, obtemos:
Alternativa A Epot = 5,0 ∙ 10 –12 ∙ 36 = 180 ∙ 10 –12 ⇒
⇒ Epot = 1,8 ∙ 10 –10 J
231
geram um campo elétrico nessa região. Considere tam- a) o potencial elétrico no ponto M gerado por
bém um ponto P fixo próximo a essas partículas. Vamos cada uma das cargas;
calcular o potencial elétrico resultante nesse ponto P, e b) o potencial elétrico resultante no ponto M.
para isso faremos o seguinte procedimento:
Resolução:
–2 ∙ 10
–7
V2 = 9,0 ∙ 109 ∙ _________ = –9 ∙ 104 ⇒
2 ∙ 10 –2
1. Calculamos o potencial que cada uma das car-
⇒ V2 = –9,0 ∙ 104 V
gas elétricas gera em P, isoladamente. Esse po-
tencial é dado pela equação do potencial vista
b) O potencial elétrico resultante no ponto M é
anteriormente:
dado pela soma dos dois valores anteriores:
Q VM = V1 + V2 (levando-se em conta os sinais).
V = k0 __
d Para facilitar a conta, expressamos os dois
valores na mesma potência 104:
A distância d é variável e corresponde à distân-
VM = (+18 ∙ 104) + (–9,0 ∙ 104) ⇒
cia de cada uma das cargas até o ponto P.
⇒ VM = +9,0 ∙ 104 V
2. Por ser uma grandeza escalar, o potencial re-
sultante no ponto P é “cumulativo”, ou seja, é
dado pela soma dos potenciais de cada uma das
cargas que o geram. Assim, somando todos os
Equipotenciais
potenciais obtidos pelo cálculo anterior, obtemos
As linhas ou superfícies imaginárias, cujos
o potencial resultante Vres:
pontos possuem o mesmo potencial, são denomina-
das de equipotenciais. Em geral, as representações
Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn de campo elétrico são feitas por um conjunto de su-
perfícies equipotenciais.
Teoria na prática
1. Duas partículas eletrizadas com cargas elétricas
Q1 = 4,0 ∙ 10–7 C e Q2 = –2,0 ∙ 10–7 C estão fixas
nos extremos do segmento AB, cujo ponto médio
é M.
232
Uma superfície equipotencial, em geral, é uma
superfície complicada. Para facilitar a visualização, de-
senharemos apenas sua intersecção dessa superfície
com o plano da folha, obtendo as linhas equipotenciais.
Para um carga puntiforme, as equipotenciais
são superfícies esféricas concêntricas. Desse modo, a
intersecção com o plano da folha resulta em círculos Campo elétrico de duas cargas elétricas opostas
concêntricos. Na figura a seguir, estão representadas as
equipotenciais em torno de uma carga elétrica pontual
Q. Os pontos A, B e C estão na mesma equipotencial, e,
portanto, seus potenciais são iguais:
VA = VB = VC = +10 V
Teoria na prática
1. (UFSC) O ato de eletrizar um corpo consiste em
Linhas de equipotenciais de uma carga pontual Q positiva
gerar uma desigualdade entre o número de car-
gas positivas e negativas, ou seja, em gerar uma
Quando as linhas de força aparecem juntamente
carga resultante diferente de zero. Em relação
com as linhas equipotenciais, ambas devem formar um
aos processos de eletrização e às características
ângulo reto em cada cruzamento, pois são sempre per-
elétricas de um objeto eletrizado, é correto afir-
pendiculares.
mar que:
As linhas de força de um campo elétrico unifor-
01) em qualquer corpo eletrizado, as cargas se
me são retas paralelas. As linhas equipotenciais são,
distribuem uniformemente por toda a sua
portanto, perpendiculares a cada uma delas. Nesse superfície;
caso, as equipotenciais são paralelas entre si. 02) no processo de eletrização por atrito, as car-
gas positivas são transferidas de um corpo
para outro;
04) em dias úmidos, o fenômeno da eletrização é
potencializado, ou seja, os objetos ficam facil-
mente eletrizados;
08) dois objetos eletrizados por contato são
Campo elétrico uniforme. As linhas de força estão representadas
afastados um do outro por uma distância D.
por linhas cheias e as linhas equipotenciais por linhas tracejadas
Nesta situação, podemos afirmar que existe
Nas figuras abaixo, dois casos particulares estão um ponto entre eles onde o vetor campo elé-
representados. O campo elétrico é gerado por duas car- trico resultante é zero;
gas elétricas do mesmo módulo. 16) o meio em que os corpos eletrizados estão
Em ambas as figuras, convencionamos que: imersos tem influência direta no valor do
§§ linhas cheias são linhas de força; potencial elétrico e do campo elétrico criado
§§ linhas tracejadas são linhas equipotenciais. por eles.
233
Resolução:
01) Falsa. As cargas somente se distribuem Gráfico do potencial elétrico
uniformemente pela superfície de um corpo
Dada a expressão para o potencial elétrico de
eletrizado se ele for de material condutor
carga puntiforme, seja o potencial uma função da dis-
perfeitamente esférico e estiver em equilíbrio
tância, V = V (d), temos que:
eletrostático.
02) Falsa. São as cargas negativas, ou seja, os k ∙Q
V(d) = _____
0
elétrons são transferidos de um corpo para d
outro através da eletrização por atrito.
04) Falsa. Pelo contrário, dias úmidos prejudi- Para uma carga positiva (Q > 0), temos que o
cam a eletrização dos corpos, devido ao ex- gráfico do potencial em função da distância à partícula
cesso de umidade do ar, que funciona como é da seguinte forma:
se fosse um fio terra, descarregando os cor-
pos mais rapidamente através das moléculas
polares da água na fase vapor.
08) Verdadeira. Quando se faz eletrização por
contato, temos as cargas depois de separa-
das com o mesmo sinal de carga elétrica;
com isso, o vetor campo elétrico se anula em
um ponto entre os dois corpos eletrizados.
16) Verdadeira. Tanto o potencial elétrico como
o campo elétrico são influenciados pelo meio
(Q > 0)
em que estão imersos, basta verificar a pre-
sença da constante eletrostática do meio (k) Analisando este gráfico, percebemos que quan-
nas equações de ambas. to mais próximo à carga positiva maior é o potencial
elétrico e quanto mais distante da carga, menor é o
Q Q
V = k __
e E = k __
2 potencial elétrico.
d d
Para uma carga negativa (Q < 0), todos os va-
2. (Udesc) Ao longo de um processo de aproxima-
lores do potencial elétrico serão negativos, temos que
ção de duas partículas de mesma carga elétrica, o gráfico da função do potencial elétrico em função da
a energia potencial elétrica do sistema: distância à partícula é da seguinte forma:
a) diminui.
b) aumenta.
c) aumenta inicialmente e, em seguida, diminui.
d) permanece constante.
e) diminui inicialmente e, em seguida, aumenta.
Resolução:
234
Linhas de força e potencial elétrico
Seja uma carga elétrica Q positiva (Q > 0), vimos que quanto mais próximo a ela maior é o valor do po-
tencial elétrico, enquanto que mais longe a carga menor o potencial elétrico. Logo, VA > VB > VC. Sabemos que no
campo elétrico a carga positiva puntiforme é divergente, isto é, o campo é de afastamento. Dessa forma, o sentido
da linha de força também é de afastamento, coincidentemente no mesmo sentido que o potencial diminui.
Carga Q > 0
Seja uma carga elétrica Q negativa (Q < 0), vimos que quanto mais próximo a ela menor é o valor do
potencial elétrico, enquanto que mais longe a carga maior o potencial elétrico. Logo, VA < VB < VC. Sabemos que
no campo elétrico a carga puntiforme negativa é convergente, isto é, o campo é de aproximação. Dessa forma, o
sentido da linha de força também é de aproximação, coincidentemente no mesmo sentido que o potencial diminui.
-
Carga Q < 0
235
INTERATIVI
A DADE
ASSISTIR
Fonte: Youtube
ACESSAR
pt.khanacademy.org/science/physics/electric-charge-electric-force-and-voltage
www.estudopratico.com.br/potencial-eletrico-historia-definicao-e-superficie-equipotencial/
www.tecnogerageradores.com.br/blog/saiba-o-que-e-diferenca-de-potencial-eletrico-e-
como-calcular/
236
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
A habilidade 17 é quase onipresente nos exercícios da prova de ciências da natureza, uma vez
que ela cobra do aluno a capacidade de relacionar os fenômenos naturais com diferentes formas
de linguagem, fórmulas matemáticas e a capacidade de interpretação gráfica.
Habilidade 21 – Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tec-
nológicos inseridos no contexto da termodinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Modelo
(Enem) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação,
e é uma estratégia eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa caracterís-
tica eletrofisiológica está presente na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado
por uma célula que compõe as fibras de Purkinje, responsáveis por conduzir os impulsos elétricos
para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca. Observa-se que existem quatro
fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
237
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+ a po-
laridade celular pode atingir valores de até +10 mV o que se denomina despolarização celular. A
modificação no potencial de repouso pode disparar um potencial de ação quando a voltagem da
membrana atinge o limiar de disparo que está representado na figura pela linha pontilhada. Con-
tudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte celular. Assim, ocor-
re a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial
de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular,
respectivamente?
a) Fases 0 e 2.
b) Fases 0 e 3.
c) Fases 1 e 2.
d) Fases 2 e 0.
e) Fases 3 e 1.
Análise Expositiva
Habilidades 17 e 21
Essa é uma excelente questão, onde o estudante é cobrado tanto na parte interdisciplinar,
quanto na interpretação gráfica do potencial de membrana em relação ao tempo. O estudante
deve relacionar conceitos, fenômenos com as fases destacadas no gráfico.
A despolarização ocorre na fase em que o potencial sobe, que é a fase 0. A repolarização
ocorre quando o potencial está voltando ao potencial de repouso, como acontece na fase 3.
Alternativa B
Estrutura Conceitual
Depende do inverso
da distância
Grandeza
escalar
238
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.
Herlan Fellini
1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor-editorial
Pedro Tadeu Vader Batista
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Imagens
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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
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2
SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA
Aulas 9 e 10: Movimento retilíneo uniformemente variado 6
Aulas 11 e 12: Gráficos do MRUV 17
Aulas 13 e 14: Queda livre e lançamento vertical 29
Aulas 15 e 16: Lançamento oblíquo 38
TERMODINÂMICA
Aulas 9 e 10: Lei geral dos gases 50
Aulas 11 e 12: Primeira lei da termodinâmica 57
Aulas 13 e 14: Segunda lei da termodinâmica 67
Aulas 15 e 16: Introdução à óptica geométrica 77
ELETROSTÁTICA
Aulas 9 e 10: Potencial elétrico 88
Aulas 11 e 12: Trabalho no campo elétrico 96
Aulas 13 e 14: Potencial elétrico no CEU e equilíbrio eletrostático 102
Aulas 15 e 16: Corrente elétrica 110
3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
4
CINEMÁTICA: Incidência do tema
nas principais provas
Dentre os temas abordados neste caderno, o Dentre os temas abordados neste caderno, Um dos temas deste livro muito cobrado na
de maior incidência no vestibular da Unicamp o de maior incidência no vestibular da prova da Unesp é o de lançamento obliquo. O
é o estudo do MRUV e a interpretação de Unifesp é o estudo da cinemática escalar, aluno deve saber interpretar imagens e coletar
gráficos (MRUV). com questões de MRUV, nas quais se exige informações, dedicando atenção às equações
do candidato a interpretação de gráficos. dos dois movimentos, vertical e horizontal.
Dentre os temas abordados neste caderno, A prova da FMABC tem uma grande variação A prova da Puc de Campinas tem uma grande A prova da Santa Casa tem uma grande
o de maior incidência no vestibular Albert de temas. No entanto, o tema cinemática es- variação de temas. No entanto, o tema cine- variação de temas. No entanto, o tema cine-
Einstein é o estudo da cinemática escalar, calar (MRUV) aparece com alguma frequência. mática escalar (MRUV) aparece com alguma mática escalar (MRUV) aparece com alguma
com questões de movimento uniformemente frequência, exigindo cuidado nas equações frequência, exigindo cuidado nas equações
acelerado (MRUV), exigindo do aluno conhe- horárias de movimento de lançamentos horárias de movimento acelerado.
cimento das equações. oblíquos.
UFMG
O tema cinemática sempre está presente na O tema cinemática sempre está presente A prova da CMMG tem uma grande variação
prova da UEL em questões que exigem um na prova da UFPR. As questões abordadas de temas. No entanto, o tema cinemática es-
alto nível de manipulações em equações exigem análise dos movimentos por meio de calar (MRUV) aparece com alguma frequência,
horárias de movimento. gráficos de velocidade por tempo e posição exigindo cuidado nas equações horárias de
por tempo. movimento de lançamentos oblíquos.
O tema cinemática sempre está presente na A prova da UNIGRANRIO tem uma grande O tema cinemática sempre está presente na
prova da UERJ. As questões abordadas exigem variação de temas. No entanto, o tema cine- prova da FTESM com questões que exigem
análise dos movimentos por meio de gráficos mática escalar (MRUV) aparece com alguma interpretações de gráficos e análise de
de velocidade por tempo e posição por tempo. frequência, exigindo cuidado nas equações figuras (MRUV e lançamento oblíquo) com
horárias de movimento acelerado em um manipulações em equações horárias de
plano inclinado. movimento.
5
AULAS Movimento retilíneo
9 e 10 uniformemente variado
Competências: 5e6 Habilidades: 19 e 20
3. Unidades de aceleração
A razão entre uma unidade de velocidade e uma unidade de
tempo é denominada unidade de aceleração. Por exemplo:
km/h
1 ____
multimídia: vídeo s
Entretanto, essa unidade não pertence ao SI. O exemplo
Fonte: Youtube
seguinte ilustra a unidade de aceleração no SI e seu sig-
Física - Aceleração (Khan Academy)
nificado: uma pedra cai de uma determinada altura e sua
velocidade é de vi = 5 m/s logo depois de iniciar a queda.
2. Aceleração escalar média Após um intervalo de tempo ∆t = 2 s, sua velocidade é de
vf = 25 m/s. A aceleração da pedra é:
v – vi
a = _____
f 25 m/s –
= ____________
5 m/s 20 m/s
= ______
Dt 2 s 2 s
ou
10 sm/s
a = ______
6
Esse resultado demonstra que a velocidade de pedra au- Em geral, o resultado anterior é apresentado da forma a =
menta em 10 m/s a cada 1 s. Assim, no SI, a unidade de 10 m/s2. Dessa forma:
aceleração é 1 (m/s)/s, que se convencionou escrever da
seguinte maneira: No SI, a unidade de aceleração é 1 m/s2. A velocidade
m/s = 1 __
1 ___ m ∙ __
1 m
___ varia de 1 m/s a cada 1 s.
s s s = 1 s2
VIVENCIANDO
Mudanças na velocidade são comuns no nosso dia a dia: um carro que trafega numa avenida e desacelera, parando
devido a um semáforo vermelho, ou o mesmo um carro que acelera, quando o semáforo está verde; também na
queda dos corpos, que veremos nas próximas aulas.
No geral, os móveis alteram entre diversos movimentos, o que tornaria o estudo completo algo mais difícil, por isso
“quebramos” o movimento em partes, das quais conseguimos estudar com facilidade, MU e MUV, saber distinguir
entre esses dois tipos de movimento, conhecer suas funções horárias, é fundamental para a resolução de problemas.
v>0 v>0
Aplicação do conteúdo
a>0 a>0
7
A variação de velocidade escalar nesse intervalo de tempo foi:
aceleração constante ⇒ a = am = Dv
___
Dv = (72 km/h) – (54 km/h) ⇒ Dv = 18 km/h Dt
Determine o valor da aceleração média desse carro entre A tabela abaixo mostra as velocidades escalares de uma
t1 = 3 s e t2 = 9 s. partícula em intervalos de 1 segundo. A velocidade varia
Resolução: de modo regular, ou seja, a cada 1 segundo, o aumento da
velocidade é 2 m/s. Assim, a aceleração escalar é constante
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
e dada por:
a = 2 m/s por segundo = 2 m/s2
t (s) v (m/s)
0 5
A variação de tempo e de velocidade entre os instantes t = 1 7
3 s e t = 9 s será: 2 9
Δt = 9 – 3 = 6 s 3 11
4 13
Δv = v3 – v1 = 60 – 20 = 40 m/s
Dessa forma, a aceleração média será: No caso em que a aceleração é constante e não nula, tem-
se um movimento uniforme.
40 = 6,67 m/s2
Δv = ___
am = ___
Δt 6 se a = 0 → v é constante → o movimento é uniforme
Resposta: A aceleração será de 6,67 m/s2.
Nota: Foi visto que a velocidade é a variação do espaço no
tempo; também foi vito que a aceleração é a variação da
velocidade no tempo. Não há nenhuma grandeza associa-
da à variação da aceleração no tempo. Todos os exercícios
de cinemática são resolvidos em função da posição, da ve-
locidade, da aceleração e do tempo.
5. Movimento retilíneo
uniformemente variado (MRUV) multimídia: sites
Além da aceleração escalar média (am), define-se também a pt.khanacademy.org/science/physics/one-
aceleração escalar instantânea (a), que é a aceleração esca- -dimensional-motion/acceleration-tutorial/a/
lar em um instante de tempo muito curto. Considere o caso acceleration-article
em que a aceleração escalar instantânea é constante. Assim, www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20042/Luciano/
em qualquer intervalo de tempo, a aceleração escalar média cinematica.html
possui o mesmo valor da aceleração escalar instantânea.
8
5.1. Funções horárias É possível demonstrar que a velocidade média no movi-
mento retilíneo uniformemente variado é dada por:
Considere uma partícula realizando um movimento uni-
v + v0
formemente variado em uma linha, como na figura se- vm = _____
guinte. No instante inicial (t = 0), a partícula passa pelo 2
ponto de posição S0 com velocidade escalar v0. Depois de A partir da definição de velocidade média:
algum tempo, em um instante qualquer t, a partícula pas-
S – S0
sa pelo ponto de posição S com velocidade escalar v. A vm = DS
___ = _____
aceleração escalar é constante ao longo de toda trajetória Dt t – t0
É possível combinar ambas as equações de modo que, para
t0 igual a zero, tem-se:
(v0 + v) (t – 0) ______
(v + v)t
DS = ___________
= 0
v 2 2
Utilizando a função horária da velocidade escalar v = v0 +
a ⋅ t e Ds = s – s0, obtém-se:
Pela definição da aceleração:
(v + v + at)t ________2v t + at2
at
2
v – v0 S – S0 = ___________
0 0 = 0 = v0t + ___
a = Dv
___ = _____
2 2 2
Dt t – t0
Assim:
Rearranjando a equação:
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
v – v0 = a ∙ t 2
Função horária da posição.
Assim:
Nota: Para t0 diferente de zero, temos as equações:
v = v0 + a ∙ t v = v0 + a ∙ (t – t0)
Uma função polinomial do segundo grau em uma variável é do tipo f de em , onde f(x) = a ∙ x² + b ∙ x + c,
com a, b e c números reais e a ≠ 0.
Para determinar a solução de equação do segundo grau 0 = a ∙ x² + b ∙ x + c, utilizamos um algoritmo desenvolvi-
do por Bháskara, em que temos duas raízes dadas por:
∆
dXX
x = –b ± ___
2a
sendo:
∆ = b2 – 4ac
Onde se ∆ > 0 haverá duas soluções distintas, se ∆ = 0 haverá duas soluções idênticas e se ∆ < 0 não haverá raiz real.
Para um corpo em MRUV, a função horária da posição é uma função polinomial do 2º grau, em uma variável.
9
Nos mesmos 8 segundos, aplica-se a função horária da ve-
Aplicação do conteúdo locidade escalar para se obter a velocidade final do corpo:
1. (Ufal) A velocidade de um móvel aumenta, de ma- v = v0 + at = 0 + 6,875 ∙ 8 = 55 m/s
neira uniforme, 2,4 m/s a cada 3,0 s. Em certo instante,
a velocidade do móvel é de 12 m/s. A partir desse ins-
O enunciado afirma que essa velocidade permanece cons-
tante, nos próximos 5,0 s a distância percorrida pelo
móvel, em metros, é igual a: tante e ainda faltam 2.780 metros para o corpo percorrer.
Assim, o segundo intervalo de tempo será:
a) 10
v = __ ∆S
b) 30 ∆t
c) 60 55 = 2780
____
∆t
d) 70
e) 90 556 s
∆t = ___
11
Resolução: O tempo total será:
O enunciado afirma que a velocidade aumenta a uma taxa 556 = 58,54 ≈ 58 s.
ttotal = 8 + ___
11
de 2,4 m/s em 3 s. Assim, a aceleração do móvel será:
Altenativa D
2,4
Δv = ___
a = ___ = +0,8 m/s2
Δt 3 3. A figura abaixo ilustra uma partícula com mo-
vimento uniformemente variado, com aceleração
Admitindo o início da trajetória o móvel com velocidade de
a = 6 m/s2. A partícula passa pelo ponto de posição 10 m
12 m/s, após 5 s aplica-se a função horária da posição em e velocidade escalar 4 m/s no instante t0 = 0.
MRUV para encontrar a distância percorrida.
at
2
S = S0 + v0t + ___
2
0,8(5)2 s
S – S0 = 12 ∙ (5) + ______
= 60 + 0,4 ∙ (25) =
2
= 60 + 10 = 70 m a) No instante t = 5 s, qual é a posição e a velocidade
escalar da partícula?
Altenativa D b) Determine a velocidade escalar média da partícula
entre os instantes t0 = 0 e t = 5 s.
2. (UFBA) Um corpo que parte do repouso deve percor-
rer uma distância de 3.000 m. Os primeiros 220 m ele Resolução:
os percorre em 8 s, sendo que o movimento é uniforme- a) Sabendo que a partícula está em MUV, e sendo
mente acelerado. O restante é percorrido a velocidade a = 6 m/s2, v0 = 4 m/s e S0 = 10 m, tem-se:
constante igual à atingida quando ele alcançou aqueles
220 m. O tempo total aproximado para realizar todo o a ⋅
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
percurso será de: 2
E para t = 5 s:
a) 20 s
6 ⋅ (5)2
b) 30 s S = 10 + 4 ⋅ (5) + ______
⇒ S = 105 m
2
c) 50 s
v = v0 + a ⋅ t
d) 58 s
E para t = 5 s:
Resolução:
v = 4 + 6 ⋅ (5) ⇒ v = 34 m/s
Nos primeiros 8 segundos, o corpo percorre 220 m partin- b) Foi visto que a velocidade média no MUV pode ser
do do repouso. Aplicando a função horária do movimento calculada como:
retilíneo uniformemente acelerado, tem-se:
V + V0
at
S = S0 + v0t + ___
2
vm = ______
f
2 2
(8)²
220 = 0 + 0 ∙ 8 + a ∙ ___ Assim, a velocidade média é:
2
64a
___
220 =
2 34 +
vm = ______ 4 38 ⇒
= ___
2 2
220
___
a = = 6,875 m/s2
32 vm = 19 m/s
10
4. Em uma autoestrada, um guarda (em uma motoci- Desprezando a resposta negativa, tem-se t = 16 s, ou seja,
cleta) persegue um automóvel cujo motorista cometeu depois de 16 segundos do instante representado na figura,
uma infração e que se move com velocidade escalar
o guarda alcança o automóvel.
constante de 20 m/s. A figura a seguir ilustra a situação
em um determinado instante. b) Como o movimento do guarda é uniforme-
mente variado, substituindo t = 16 s na função
8,0 m/s 20 m/s
horária de sua velocidade escalar, obtém-se:
v = v0 + at ⇒ v = 8,0 + 2,0 t
64 m
t = 16 s ⇒ v = 8,0 + (2,0)(16) ⇒ v = 40 m/s
esse instante, o guarda tem velocidade escalar 8,0
N
m/s. Admitindo que ele se move com aceleração escalar A velocidade do guarda no instante do encontro é de 40 m/s.
constante de 2,0 m/s2 e desprezando os comprimentos
c) Substituindo t = 16 s na equação
dos veículos:
horária da posição do guarda, resulta:
a) A partir do instante representado
na figura, quanto tempo o guarda le- SG = 8,0 t + t²
vará para alcançar o automóvel? t = 16 s ⇒ SG = 8,0(16) + (16)² ⇒ SG = 384 m
b) Qual a velocidade do guar-
da ao alcançar o automóvel? Isto é, o guarda se moveu da posição inicial S0G = 0 até a
c) Determine a distância percorrida pelo
posição SG = 384 m, e, portanto, percorreu a distância de
guarda desde o instante representado na
figura até o instante de encontro. 384 metros.
Resolução:
5.2. Equação de Torricelli
a) Adotemos a posição inicial do guarda como a ori-
gem do eixo de coordenadas dos espaços (S0G = 0), e Os problemas de MRUV podem ser resolvidos com as fun-
64 m como a posição inicial do automóvel (S0A = 64 m). ções horárias da velocidade e da posição. Entretanto, será
G A mostrada a seguir uma equação que relaciona a velocida-
8,0 m/s 20 m/s de e a posição sem envolver o tempo. Essa equação será
0 64 s (m) útil na solução de problemas que não envolvam a variável
tempo no enunciado.
O movimento do guarda é uniformemente variado com S0
= 0, v0 = 8,0 m/s e a 2,0 m/s2, e o automóvel se movimen- Para obter essa equação, o tempo é isolado na função ho-
ta uniformemente com S0 = 64 m e v = 20 m/s. Assim, rária da velocidade:
as funções horárias das posições para o guarda e para o v – v0
automóvel são: v = v0 + at ⇒ at = v – v0 ⇒ t = _____
a
guarda (MUV) automóvel (MU) Esse valor de t é substituído na equação horária da posição.
Assim:
a t2
S = S0 + v0t + __ S = S0 + vt
2
2,0
SG = 0 + 8,0 t + ___ t 2 SA = 64 + 20 t
S = S0 + v0t + ___
2
v–v
at ⇒ S = S0 + v0 _____
2
(
a 0 __
+ )2 ( v – v0 2
a ⋅ _____ )
a
2 Efetuando os cálculos, obtém-se uma equação denomina-
SG = 8,0 t + t 2
da equação de Torricelli:
SG = SA
8,0 t + t² = 64 + 20 t Evangelista Torricelli (1608-1647) serviu como copista de
Galileu durante os últimos três meses de vida do mestre
t² – 12t – 64 = 0 renomado. A partir das equações de Galileu para o MUV,
Torricelli deduziu a equação que carrega seu nome. Além
Resolvendo esta equação (de 2.º grau), obtém-se:
disso, Torricelli Inventou o barômetro, instrumento que ser-
t = 16 ou t = –4 ve para medir a pressão atmosférica local.
11
3. (Unicamp) Um automóvel trafega com velocidade
Aplicação do conteúdo constante de 12 m/s por uma avenida e se aproxima de
um cruzamento onde há um semáforo com fiscalização
1. Em uma rodovia, um automóvel viaja com velocidade eletrônica. Quando o automóvel se encontra a uma dis-
escalar constante de 30 m/s. Em determinado instante, tância de 30 m do cruzamento, o sinal muda de verde
o motorista pisa no freio provocando uma desacelera- para amarelo. O motorista deve decidir entre parar o
ção constante de 3,0 m/s2 até o automóvel parar. Cal- carro antes de chegar ao cruzamento ou acelerar o car-
cule a distância percorrida durante a frenagem. ro e passar pelo cruzamento antes do sinal mudar para
vermelho. Esse sinal permanece amarelo por 2,2 s. O
Resolução: tempo de reação do motorista (tempo decorrido entre
o momento em que o motorista vê a mudança de sinal e
A figura a seguir ilustra a situação: o momento em que realiza alguma ação) é 0,5 s.
a) Determine a mínima aceleração constante que o
carro deve ter para parar antes de atingir o cruzamen-
to e não ser multado.
b) Calcule a menor aceleração constante que o carro
deve ter para passar pelo cruzamento sem ser multa-
Considerando a velocidade escalar positiva (mesmo sen- do. Aproxime (1,7)² ≈ 3,0.
tido que a orientação da trajetória) e sendo o movimento Resolução:
retardado, a aceleração escalar é negativa: a = –3,0 m/s2. a) O tempo de reação do motorista é 0,5 s e sua veloci-
dade constante é de 12 m/s. Assim, o deslocamento do
A velocidade inicial é v0 = 30 m/s, e a velocidade final é
motorista em MRUV será:
nula (v = 0). Pelas informações fornecidas e devido à falta
de informação sobre o intervalo de tempo, é possível sus- DS
v = ___
Dt
peitar que, provavelmente, a melhor equação a ser usada é
a equação de Torricelli. Assim: DS
12 = ___
0,5
v² = v0² + 2a (S – S0) ∆S = 6 m.
0 = (30)² + 2(–3) ⋅ DS A distância quando o semáforo muda de verde para amarelo
é 30 m, e a distância na reação é 6 m. Assim, a distância em
Dessa forma:
MRUV é 24 m. Aplicando a equação de Torricelli, tem-se:
DS = 150 m
v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
2. (PUC) Ao iniciar a travessia de um túnel retilíneo de
200 metros de comprimento, um automóvel de dimen- (0)2 = (12)2 + 2 ∙ a ∙ 24
sões desprezíveis movimenta-se com velocidade de 25 a = –3 m/s2
m/s. Durante a travessia, desacelera uniformemente,
saindo do túnel com velocidade de 5 m/s. O módulo de Resposta: A mínima desaceleração é de 3 m/s2.
sua aceleração escalar, nesse percurso, foi de:
b) O tempo total é 2,2 s, e o tempo de reação é
a) 0,5 m/s². 0,5 s. Assim, o tempo do carro em MRUV será:
b) 1,0 m/s².
c) 1,5 m/s². ttotal = treação + tMRUV
d) 2,0 m/s². 2,2 = 0,5 + tMRUV
e) 2,5 m/s².
tMRUV = 1,7 s.
Resolução:
Aplicando a função horária da posição em MRUV, desco-
A velocidade inicial é 25 m/s e a final é 5 m/s. A variação de bre-se a aceleração do carro.
at
2
espaço é de 200 m. Aplica-se a equação de Torricelli para S = S0 + v0 t + ___
2
encontrar a desaceleração do corpo. (1,7)2
24 = 0 + 12 ∙ (1,7) + a ∙ _____
2
v² = v0² + 2aDS
a = 2,4 m/s2.
(5)² = (25)² + 2 ∙ a ∙ 200 Resposta: A aceleração será de 2,4 m/s2.
a = –1,5 m/s². 4. (UEL) Um motorista está dirigindo um automóvel a
Assim, o módulo da aceleração é 1,5 m/s . 2 uma velocidade de 54 km/h. Ao ver o sinal vermelho,
pisa no freio. A aceleração máxima para que o automó-
Alternativa C vel não derrape tem módulo igual 5 m/s2. Qual a menor
12
distância que o automóvel irá percorrer, sem derrapar e é possível escrever a função horária da velocidade, que de
até parar, a partir do instante em que o motorista acio- maneira genérica é dada por:
na o freio?
a) 3,0 m v(t) = v0 + a · t
b) 10,8 m
c) 291,6 m
d) 22,5 m E, assim, temos que:
e) 5,4 m v(t) = –3 + 6 ∙ t
Resolução:
Do mesmo modo, pode-se inferir a velocidade inicial e
Aplicando a análise dimensional na velocidade inicial, tem-se: aceleração a partir da função da velocidade. Na fun-
ção da velocidade, o coeficiente independente trata-se
1000
v0 = 54 km/h ∙ ______ m 1 h
. ______
= 15 m/s
1 km 3600 s da velocidade inicial e o coeficiente que acompanha
Fazendo um desenho ilustrativo do problema: a variável t é a aceleração. Seja uma dada função da
velocidade v(t) = 5 + 8 ∙ t, temos que v0 = 5 m/s e
a = 8 m/s2. Porém não conseguimos escrever a função
da posição, pois ainda falta a posição inicial, neste caso
o enunciado irá fornecer a informação, por exemplo
S0 = –3 m . Assim, poderemos substituir na função gené-
rica da posição:
O vetor aceleração é contra a trajetória; dessa forma, tem-
-se uma desaceleração. Aplicando a equação de Torricelli, a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
2
obtém-se:
Assim, teremos que:
v² = v0² + 2aDS
S(t) = –3 + 5 · t + 4 ∙ t2
0² = (15)² + 2 ∙ (–5) ∙ DS
0 = 225 – 10 DS
225 = 22,5 m
DS = ___
10
Alternativa D
a ⋅
S(t) = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
2
13
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar
19 problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
A habilidade 19 avalia a capacidade do estudante de avaliar métodos em solucionar problemas cotidianos, rela-
cionados também ao movimento de corpos acelerados. O exemplo mais comum disto são os exercícios que en-
volvem veículos de transporte (carros, motos, caminhões) que constantemente mudam sua velocidade ao trafegar
pelas vias públicas. Avaliar qual é a distância que um móvel percorre até frear em um semáforo, por exemplo, é
frequente nas avaliações do Enem, sendo esta uma situação-problema clássica.
Modelo 1
(Enem) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente entre a cidade de
Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando uma nova tecnologia de frenagem
eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a frenagem cerca de 400 metros antes da estação. Atual-
mente, essa distância caiu para 250 metros, o que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de frenagem depois e
antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2
b) 0,30 m/s2
c) 1,10 m/s2
d) 1,60 m/s2
e) 3,90 m/s2
Análise expositiva 1 - Habilidade 19: Neste exercício o aluno se depara na mesma situação com duas possibilida-
B des de sistema de frenagem e deve calcular o módulo da diferença entre elas, fazendo-se necessária a aplicação e ma-
nipulação das fórmulas que regem o MRUV, o estudante deve repetir o mesmo procedimento em ambas as situações.
Supondo essas acelerações constantes, aplicando a equação de Torricelli para o movimento uniformemente retardado, vem:
v2 = vO2 – 2 a ∆S ⇒ O2 = v02 – 2 a ∆S ⇒
( 20
)
2
v 2 a1 = _______ ⇒ a1 = 0,5 m /s2
a = 0 ⇒ 2 · 400
____________________________ ⇒ |a1 – a2| = |0,5 - 0,8| ⇒ |a1 – a2| = 0,3 m/s2.
2∆S a2 = 20 2
_______ ⇒ a1 = 0,8 m/s
2
2 · 250
Alternativa B
14
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 mais uma vez aparece, já que mais um passo é acrescentado ao estudo do movimento dos corpos: agora
os corpos podem possuir aceleração não nula. No cotidiano mundano das pessoas, os móveis estão em constante alter-
ação do seu movimento, o exemplo mais clássico disto é um automóvel que após estar estacionado adquire movimento,
sendo freado posteriormente em algum semáforo e acelerado novamente inúmeras vezes até chegar em seu destino. A
mudança da velocidade é algo normal e se faz presente em inúmeras situações-problema que o estudante irá encontrar.
Modelo 2
(Enem) Um motorista que atende a uma chamada de celular é levado à desatenção, aumentando a possibilidade de
acidentes ocorrerem em razão do aumento de seu tempo de reação. Considere dois motoristas, o primeiro atento e o
segundo utilizando o celular enquanto dirige. Eles aceleram seus carros inicialmente a 1,00 m/s2. Em resposta a uma
emergência, freiam com uma desaceleração igual a 5,00 m/s2. O motorista atento aciona o freio à velocidade de 14,0
m/s enquanto o desatento, em situação análoga, leva 1,00 segundo a mais para iniciar a frenagem.
Que distância o motorista desatento percorre a mais do que o motorista atento, até a parada total dos carros?
a) 2,90 m
b) 14,0 m
c) 14,5 m
d) 15,0 m
e) 17,4 m
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Excelente exercício, traz para a realidade do estudante a aplicação direta das
E funções horárias do movimento uniformemente acelerado em uma situação-problema comum nos dias atuais: moto-
ristas imprudentes que utilizam celulares enquanto dirigem. Aplicando as funções e manipulando as equações o estu-
dante será capaz de perceber qual a real diferença entre dirigir com atenção e dirigir enquanto se manipula um celular.
Para o motorista atento, temos:
Tempo e distância percorrida até atingir 14 m/s a partir do repouso:
v = v0 + at
14 = 0 + 1 · t1 ⇒ t1 = 14 s
v2 = v02 + 2a∆S
142 = 02 + 2 · 1 · d1 ⇒ d1 = 98 m
Distância percorrida até parar:
02 = 142 + 2 · (–5) · d1’ ⇒ d1’ = 19,6 m
Distância total percorrida:
∆S1 = d1 + d1’ = 98 + 19,6 ⇒ ∆S1 = 117,6 m
Para o motorista que utiliza o celular, temos:
t2 = t1 + 1 ⇒ t2 = 15 s
Velocidade atingida e distância percorrida em 15 s a partir do repouso:
v2 = 0 + 1 · 15 ⇒ v2 = 15 m/s
152 = 02 + 2 · 1 · d2 ⇒ d2 = 112,5 m
Distância percorrida até parar:
02 = 152 + 2 · (–5) . d2’ ⇒ d2’ = 22,5 m
Distância total percorrida:
∆S2 = d2 + d2’ = 112,5 + 22,5 ⇒ ∆S2 = 135 m
Portanto, a distância percorrida a mais pelo motorista desatento é de:
∆S = ∆S2 – ∆S1 = 135 – 117,6
∴∆S = 17,4 m
Alternativa E
15
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOVIMENTO
VELOCIDADE ALTERAÇÃO DA
REFERENCIAL
INICIAL VELOCIDADE
VELOCIDADE
FINAL
FUNÇÕES CONDIÇÕES
HORÁRIAS INICIAIS
ACELERAÇÃO
16
AULAS Gráficos do MRUV
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
1. Gráfico da aceleração
escalar em função do tempo
No Movimento Retilíneo Uniformemente Variado(M.R.U.V.),
a aceleração escalar a é uma constante e não nula. Em
consequência, o gráfico a x t, da aceleração (no eixo das
ordenadas) em função do tempo (no eixo das abscissas), é
uma reta paralela ao eixo dos tempos.
Existem duas possibilidades para o gráfico da aceleração.
Caso a aceleração seja favorável à orientação adotada, o
gráfico será uma reta paralela ao eixo horizontal e acima
dele. Entretanto, se a aceleração for contrária à orientação
adotada, o gráfico será uma reta paralela ao eixo horizon-
tal e abaixo do mesmo.
Nos gráficos acima foram assinalados dois triângulos
retângulos em que o cateto vertical corresponde à variação
da velocidade escalar (Dv), e o cateto horizontal representa
a variação do tempo (Dt). A aceleração escalar pode ser
obtida com base no gráfico. Calculando:
a = tg α = Dv
___
Dt
Gráficos da velocidade
escalar em função do tempo
A função horária da velocidade escalar v é uma função
do 1.° grau (v = v0 + at). Assim, o gráfico v × t, da velo-
cidade escalar em função do tempo, é uma reta incli-
nada. Quando a aceleração escalar for positiva (a > 0), a multimídia: vídeo
inclinação da reta será positiva, ou seja, o gráfico será
Fonte: Youtube
crescente; quando a aceleração escalar for negativa G1 - Saiba como interpretar gráficos de
(a < 0), a inclinação da reta será negativa, ou seja, o gráfico movimento
será decrescente. Observe as figuras a seguir.
17
Aplicação do conteúdo
1. Na figura a, está representado o gráfico da velocida-
de escalar em função do tempo de uma partícula. Como
o gráfico é retilíneo, o movimento é uniformemente va-
riado (MUV). A aceleração escalar do movimento, como
foi visto acima, pode ser calculada a partir de um triân-
gulo retângulo qualquer, cuja hipotenusa esteja sobre o Resolução:
gráfico, e os catetos horizontal e vertical, como o triân-
gulo retângulo sombreado na figura b. Para o cateto vertical desse triângulo, tem-se:
|Dv| = 27 – 9 = 18
Entretanto, é possível observar no gráfico que a velocidade
escalar diminui ao longo do tempo. Desse modo, a variação
da velocidade é negativa ∆v < 0, então:
Dv = –18 m/s
Calculando a aceleração:
a = Dv –18 m/s
___ = ______ = –3 m/s2
Dt 6 s
Ou seja, a aceleração escalar é negativa.
Do gráfico, obtém-se a velocidade inicial v0 = 27 m/s, e a
função horária da velocidade escalar é:
v = v0 + at ⇒ v = 27 – 3t
a = Dv 20 m/s
___ = ______
= 5 m/s2
Dt 4 s
Observando ainda a figura, no instante t = 0 a velocidade é
10 m/s, ou seja, a velocidade inicial é v0 = 10 m/s.
Assim, encontra-se a função horária da velocidade escalar:
1.1. Propriedade do gráfico a × t
v = v0 + at ⇒ v = 10 + 5t No gráfico da aceleração pelo tempo a = a(t), tem-se uma
propriedade de grande importância. A área compreendida
O gráfico da aceleração escalar em função do tempo para
entre a função e o eixo das abscissas é numericamente
esse movimento é representado na figura abaixo:
equivalente à variação da velocidade.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Gráficos do MRUV
18
Caso a função v(t) seja decrescente (a aceleração é negativa),
nos instantes em que a velocidade for negativa tem-se mov-
imento retrógrado acelerado, e nos instantes que a veloci-
dade for positiva tem-se movimento progressivo retardado.
19
VIVENCIANDO
As funções parabólicas são aplicadas de diversas maneiras na engenharia, como no uso para construção de antenas
parabólicas e faróis de carro. A construção dos gráficos possibilita a criação de modelos que ajudam a entender e a
prever os desenvolvimentos dos movimentos a serem estudados. Apesar de o universo possuir muitas dimensões,
é possível se deparar com movimentos unidimensionais ou que podem ser aproximados para esse modelo. A porta
automática que abre quando você avança ou o correr de uma cortina são exemplos disso.
O modelo matemático proporcionado pelos gráficos criados permite a compreensão de diversos movimentos acele-
rados, como um carro de Fórmula 1 acelerando em direção à linha de chegada na reta final de um Grand Prix.
Aplicação do conteúdo
1. Um automóvel se move com velocidade constante
de 20 m/s. Então o motorista pisa no freio de modo que
o automóvel adquire movimento uniformemente retar-
dado e para 4 segundos depois. Calcule a distância per-
corrida pelo automóvel durante a frenagem.
Resolução:
c) d)
(4,0)(20)
DS =_______
⇒ Ds = 40 m
2
Dessa forma, o automóvel percorreu 40 m durante a frenagem.
Resolução:
2. (UFLA) O diagrama abaixo, velocidade versus tempo,
representa o movimento de um corpo ao longo de uma Em um gráfico de velocidade em função do tempo no MRUV,
trajetória retilínea. a aceleração constante é o coeficiente angular (tg x).
20
Resolução:
Afirmativa I – Incorreta.
A distância percorrida pelo piloto nos primeiros 8 segundos
será:
(v – v ) ________
(–20 – (+ 20)
∆v = ______
a = tg x = ___ f 0
= =
– 20 m/s².
∆t (tf – t0) (2 – 0)
A velocidade inicial é 20 m/s, e a posição inicial é 10 m;
assim, a função horária do espaço será:
(80) ∙ (8)
DS0-8 = A1 =______
= 320 m
at
2
S(t)= S(0) + v(0) t + ___ 2
2
Afirmativa II – Correta.
S(t) = 10 + 20t –10t2
(80) ∙ (8)
Substituindo o tempo por 2 segundos, tem-se: DS0-9 =______
+ (80) ∙ (9 – 8) =
2
S(2) = 10 + 20 ∙ (2) – 10(2)² = 10 + 40 – 40 = 10 m. = 320 + 80 = 400 m.
A única resposta possível é a alternativa A. Afirmativa III – Correta.
Alternativa A A distância percorrida pelo piloto nos 14 segundos será:
2. (Unesp) No gráfico a seguir são apresentados os va- (80) ∙ (8)
lores da velocidade v, em m/s, alcançada por um dos DS0-14 = A1 + A2 + A3 + A4 = ______
+
2
pilotos em uma corrida em um circuito horizontal e fe- (80 + 20) ∙ (12 – 10)
chado, nos primeiros 14 segundos do seu movimento 80(10 – 8) + _____________
+
2
(20) ∙ (13 – 12)
_________
2
DS0-14 = 320 + 160 + 100 + 10
DS0,14 = 590 m.
Afirmativa IV – Incorreta, pois, como é possível observar no
gráfico, entre os instantes 8 e 10 s o movimento é uniforme,
e nos instantes 10 e 13 s o movimento é retardado (a < 0).
Alternativa A.
21
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Matemática e Física estão fundamentalmente relacionadas. O desenvolvimento das duas disciplinas tem diversas
conexões, e o uso de gráficos em experimentos científicos é um passo importante da construção do conhecimento
na Física, além de uma das formas de criar uma interpretação para os eventos e experimentos científicos. Gráficos
são uma técnica gráfica para representar um conjunto de dados, geralmente relacionando duas ou três variáveis.
A parábola, curva gráfica característica de funções polinomiais de equações do 2.º grau, aparece aqui como uma
forma de modelar matematicamente a relação entre espaço × tempo de um móvel em MRUV.
f(x) f(x)
x x
2. Gráfico da posição
em função do tempo
A função horária da posição do movimento retilíneo
uniformemente variado (M.R.U.V.) é uma equação do
segundo grau em t.
a ⋅
S = S0 + v0 ⋅ t + ____ t2
Resolução: 2
22
Observe que, à esquerda do ponto A, a posição aumenta
com o tempo, fator que indica uma velocidade positiva (v
> 0); como a aceleração é negativa (a < 0), tem-se um
movimento progressivo retardado. No ponto A, o móvel
tem velocidade nula e nele ocorre a inversão do sentido
do movimento. Por fim, à direita do ponto A, a posição
diminui com o tempo, fator que indica uma velocidade
negativa (v < 0); como a aceleração é negativa (a < 0),
tem-se um movimento retrógrado acelerado.
Aplicação do conteúdo
1. (UFB) O espaço (posição) de um móvel varia com o
tempo conforme o gráfico abaixo.
23
S(0) = 8 t v(t)
a + b(0) + c(0)² = 8 0 –6
a=8 3 0
S(2) = 0 f) A aceleração é uma constante durante todo o
a + b(2) +c(2)² = 0 tempo. Assim a sua função e o seu gráfico serão:
8 + 2b + 4c = 0 a(t) = 2 m/s²
b + 2c = –4 (equação 1)
S(3) = –1
a + b(3) + c(3)² = –1
8 +3b + 9c = –1
–b – 3c = +3 (equação 2)
Ao realizar a soma das equações 1 e 2, tem-se:
(b + 2c) + (–b –3c) = –4 + 3
b + 2c – b – 3c = –1
c=1
É preciso voltar à equação 1 para encontrar b.
b + 2c = –4
b = –6
Dessa forma, a função horária do móvel será:
S(t) = 8 + (–6)t + (1)t²
S(t) = 8 – 6t + 1t²
multimídia: sites
e) Comparando a função horária do móvel com brasilescola.uol.com.br/fisica/graficos-
a função horária da posição em MRUV, tem-se:
movimento-uniformemente-variado.htm
S(t) = 8 – 6t + 1t²
efisica.if.usp.br/mecanica/basico/mruv/
at²
S(t) = S0 +v0t + ___
2 intro/physics.tutorvista.com/motion/
Assim, segue: S0 = 8 m; v0 = –6 m/s; a = 2 m/s2. motion-graphs.html
Aplicando a velocidade inicial e a aceleração na função ho-
rária da velocidade em MRUV, tem-se: 3. (Unifesp)
v(t) = v0 + at
v(t) = (–6) + (2) ∙ t = –6 +2t .
v(t) = 0
–6 + 2t = 0
t=3s
O gráfico da velocidade é uma reta crescente, pois a ace-
leração é positiva.
24
Em um teste, um automóvel é colocado em movimento Calcule, em cm/s, a velocidade do corpo imediatamente
retilíneo uniformemente acelerado a partir do repouso até após esses 16 s.
atingir a velocidade máxima. Um técnico constrói o gráfico
Resolução:
em que se registra a posição x do veículo em função de sua
velocidade v. Através desse gráfico, pode-se afirmar que a As acelerações são: a1 = 4 cm/s² ; a2 = –3 cm/s² ; a3 = 4 cm/s² ;
aceleração do veículo é:
a) 1,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
b) 2,0 m/s2. locidade final no instante t = 6 s.
c) 2,5 m/s2. v6 = v0 + a1t = 2 + 4(6 – 0) = 26 cm/s.
d) 3,0 m/s2.
e) 3,5 m/s2. Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
locidade final no instante t = 10 s.
Resolução:
v10 = v6 + a2t = 26 + (–3) ∙ (10 – 6) = 14 cm/s.
É preciso encontrar dois pontos no gráfico e aplicar a Equa- Aplicando a função horária da velocidade acharemos a ve-
ção de Torricelli para encontrar a aceleração. locidade final no instante t = 10 s.
v16 = v10 + a3t = 14 + (4) ∙ (16 – 10) = 38 cm/s.
v S(t)
0 0
Resposta: A velocidade final será 38 cm/s.
6 9 De maneira mais rápida poderíamos fazer:
v² = v0 + 2 ∙ a ∙ (Sf – S0) ∆v = v – vi
(6)² = (0)² + 2 ∙ a ∙ (9 – 0) onde ∆v é dado pelas áreas A1, A2 e A3:
a = 2 m/s²
∆v = (6 · 4) + (–3 · 4) + (6 · 4) = 36 cm/s
Alternativa B
Logo: v = ∆v + vi
4. (UERJ) Um trem de brinquedo, com velocidade inicial v = 36 + 2 = 38 cm/s
de 2 cm/s, é acelerado durante 16 s.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Telecurso 2000 - Aulas 04/50 - Física - MRUV
25
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A habilidade 17 é constantemente acionada nas ciências exatas, e o aluno deverá ser capaz de interpretar fórmulas,
gráficos, tabelas e relações matemáticas traduzindo, interpretando ou colhendo informações conceituais de situações
contextualizadas.
Modelo 1
(Enem 2017) Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax e
abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na segurança do seu produto, um
fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes de cinto. Os testes simularam uma colisão de
0,30 segundo de duração, e os bonecos que representavam os ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse
equipamento registra o módulo da desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos
bonecos, dimensões dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para todos os
testes. O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
26
A habilidade 20 cobra do estudante que ele saiba compreender fenômenos mecânicos relacionados ao movimento
dos corpos: posição, velocidade e aceleração são conceitos fundamentais para essa compreensão.
Modelo 2
(Enem) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo entre estações. Para
isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte procedimento entre duas estações: a locomo-
tiva parte do repouso em aceleração constante por um terço do tempo de percurso, mantém a velocidade constante
por outro terço e reduz sua velocidade com desaceleração constante no trecho final, até parar.
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) em função do tempo (eixo horizontal) que representa o movimento desse trem?
a) d)
b) e)
c)
Análise expositiva: Em muitos casos, esse tipo de exercício é rápido e de fácil resolução. Apesar de cobrar concei-
C tos, a simplicidade do conteúdo facilita a interpretação da informação.
1.º trecho: movimento acelerado (a > 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavidade
para cima.
2.º trecho: movimento uniforme (a = 0)→o gráfico da posição em função do tempo é um segmento de reta
crescente.
3.º trecho: movimento desacelerado (a < 0)→o gráfico da posição em função do tempo é uma curva de concavida-
de para baixo.
Alternativa C
27
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACELERAÇÃO
GRÁFICOS MRUV
CONSTANTE
GRÁFICOS
POSIÇÃO VELOCIDADE
28
AULAS Queda livre e lançamento vertical
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
2. Queda livre
Ao serem soltas simultaneamente de uma mesma altura,
uma pedra e uma folha não atingem o solo ao mesmo
tempo: a pedra cairá com mais rapidez e atingirá o solo
primeiro. Galileu elaborou a hipótese de que o ar talvez
exercesse uma ação retardadora maior sobre a folha. Caso
isso acontecesse, a folha gastaria mais tempo do que a
pedra para cair.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tempos depois, foi possível comprovar experimentalmente
que a hipótese de Galileu estava correta: retirando o ar de Experimento: queda livre
um tubo fechado, isto é, fazendo vácuo nesse tubo, e reali-
29
Galileu conseguiu observar que a queda livre é um movi- _____
mento uniformemente acelerado, isto é, a velocidade
de um objeto qualquer em queda livre aumenta sempre
√ 2∙DS
tqueda = ____
g
|g| ⋅ t² Resolução:
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
a) Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se:
2
v=g·t
SS==99 m
m TÉRREO Vt = ?
|g| ∙ t
2
DS = _____
2
(+)
30
Aplicando a Equação de Torricelli do terceiro andar até o
térreo, tem-se: 3. Lançamento vertical
v² = v3² + 2 ∙ g ∙ DS O módulo da velocidade de um objeto com velocidade
vt² = (11)² +2 ∙ 10 ∙ 9 inicial v0, ao ser lançado para cima, diminui (movimento
_____ retardado) à medida que o objeto sobe. Ao atingir o ponto
Vt = √
301 = 17,3 m/s
mais alto de sua trajetória, sua velocidade é nula. Em se-
Resposta: A velocidade no térreo será aproximadamente guida, o objeto começa a cair e o módulo de sua velocida-
de 17,3 m/s. de aumenta (movimento acelerado). Entretanto, os sinais
b) Aplicando a Equação de Torricelli do andar inicial da velocidade e da aceleração dependem da orientação
até o térreo, tem-se: do sistema de coordenadas. Serão adotadas orientações
vt² = vx² + 2 ∙ g ∙ DS diferentes para ambas as situações.
(17,3)² = (0)² + 2 ∙ g ∙ (3x) 1.º caso – o objjeto é lançado para cima com velocidade
301 ≈ 5,0167
x = ___ inicial v0.
60
Resposta: O tênis caiu do 5.º andar da Vila Olímpica.
3. (PUC-RJ) Uma pedra, deixada cair de um edifício, leva
4 s para atingir o solo. Desprezando a resistência do ar
e considerando g = 10 m/s², escolha a opção que indica redução do
a altura do edifício em metros. módulo da
velocidade
a) 20.
b) 40.
c) 80.
d) 120.
e) 160.
Resolução: Nesse caso, será adotada orientação para cima, ou seja, os
A velocidade inicial é 0 m/s, a aceleração é a da gravidade valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim, a
(g = 10 m/s²) e o tempo de queda é 4 segundos. Assim, a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração será
altura do prédio será: negativa (a = –|g|). Tem-se um movimento progressivo re-
tardado. Adotando |g| = 10 m/s², tem-se:
at²
S= S0 + v0t + ___ v = v0 – |g| ∙ t
2
H = 5t² = 5 · (4)² = 80 m. 1 ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t – __
2
Alternativa C v2 = v02 – 2 ∙ |g| ∙ DS
VIVENCIANDO
Bungee jumping e saltos com paraquedas não podem ser considerados movimentos de queda livre, nem mesmo
antes de o elástico começar a puxar a pessoa ou o paraquedas se abrir. Isso porque existe a influência causada pelo
ar, que não pode ser ignorada. Devido à tensão causada pelo tamanho da corda, a pessoa em busca de adrenalina
cai, durante a primeira etapa do bungee jumping, com uma aceleração maior que g.
Os eventos de queda livre só ocorrem se o movimento dos objetos acontece quando a resistência do ar pode ser
desconsiderada, como nos experimentos realizados na Space Power Facility, a maior câmara de vácuo do mundo,
construída em Ohio para testar espaçonaves e para resistir à pressão atmosférica. Ela possui 37 metros de altura e
30 metros de diâmetro. São necessárias 3 horas para bombear o ar todo para fora e formar o vácuo.
31
Quando o objeto atinge sua altura máxima, a sua velocida- Nesse caso, será adotada orientação para baixo, ou seja, os
de instantânea é nula valores de posição aumentam de baixo para cima. Assim,
a velocidade inicial será positiva (v0 > 0), e a aceleração
será positiva (a = +|g|). Tem-se um movimento progressi-
vo acelerado. Adotando |g| = 10 m/s², segue:
v = v0 + |g| ∙ t
1 ∙ |g| ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
2
v2 = v02 + 2 ∙ |g| ∙ DS
Tanto no primeiro caso quanto no segundo caso, a escolha
da orientação é arbitrária; contudo, deve-se tomar cuida-
do com o sinal das variáveis envolvidas, evitando possíveis
confusões. Sempre teremos as equações do M.R.U.V. em
sua forma genérica:
v = v0 + a ∙ t
1 ∙ a ∙ t2
S = S0 + v0 ∙ t + __
Para encontrar o instante em que isso ocorre, é preciso 2
substituir v = 0 na equação da velocidade. Assim, tem-se: v2 = v02 + 2 ∙ a ∙ DS
v Se a orientação for para cima: a = – |g|
tsubida = __
0
|g| Se a orientação for para baixo: a = +|g|
É importante notar que, devido ao fato de a aceleração ser
constante, o tempo de subida e de descida são idênticos.
tsubida = tdescida
v>0
v<0
2
1 1 1
0 0 0
Figura
Figura a
a Figura
Figura b
b Figura
Figura c
c
32
Resolução: Observe que, ao se analisar um problema de queda livre ou
lançamento vertical para cima (livre da resistência do ar),
Como o módulo da aceleração da gravidade é |g| = 10
são utilizadas as equações do MUV fazendo a = + g ou a
m/s², conclui-se que, na subida, o módulo da velocidade
= – g, dependendo da orientação adotada para trajetória.
diminui 10 m/s a cada segundo, e, na descida, o módulo
Se a trajetória for orientada para baixo, tem-se a = + g,
da velocidade aumenta 10 m/s a cada segundo. Assim, é
e, se a trajetória for orientada para cima, tem-se a = – g.
possível construir a seguinte tabela da velocidade escalar
da bolinha em função do tempo.
t (s) v (m/s)
0 30
1 20
2 10
3 0
4 –10
5 –20
6 –30
multimídia: vídeo
Note que, algebricamente, a velocidade diminui 10 m/s a Fonte: Youtube
cada segundo, ou seja, tanto na subida quanto na descida Hammer X Feather - Física na Lua
a aceleração é a = g = –10 m/s².
Fonte: <http://spaceflight.nasa.gov/gallery/images/apollo/apollo15/html/s71-43788.html>
33
2. (PUC-MG) Um helicóptero está descendo vertical- v² = v0² + 2a(S – S0)
mente e, quando está a 100 m de altura, um pequeno
objeto se solta dele e cai em direção ao solo, levando 4 0 = (40)² + 2(–10)(S – 0)
s para atingi-lo. Assim:
Considerando-se g = 10 m/s², a velocidade de descida do S = 80 m
helicóptero, no momento em que o objeto se soltou, vale c) No instante em que o corpo retorna ao solo, sua
em km/h: posição é nula, ou seja, S = 0:
a) 25.
b) 144. s = 40t – (5,0)t²
c) 108.
0 = 40t – (5,0)t²
d) 18.
R esolvendo essa última equação, obtém-se dois valores
Resolução:
para t: t = 0 ou t = 8,0 s. O valor t = 0 corresponde ao ins-
A altura do objeto é 100 m, a sua aceleração é a gravidade
tante inicial (quando S = 0), e o valor t = 8,0 s, ao segundo
(g = 10 m/s²) e o seu tempo é 4 s. Assim, a velocidade
instante em que S = 0 novamente.
inicial será:
at²
S = S0 + v0t + ___ Assim, o intervalo de tempo total de subida e descida é
2
gt² 8,0 segundos. Como o tempo de subida foi 4,0 segundos,
H = v0t + ___
conclui-se que o tempo de descida é de 4,0 segundos, isto
2 (4)²
100 = v0 (4) + 10∙ ___ é, o tempo de subida foi igual ao tempo de descida.
2
100 = 4v0 + 80 É importante ressaltar que não se trata de uma coincidência.
v0= 5 m/s = 18 km/h. Em um lançamento vertical para cima, desprezada a resis-
Alternativa D tência do ar, o tempo de subida é sempre igual ao tempo que
3. Um corpo é lançado para cima a partir do solo, com a o corpo gasta na descida até atingir o ponto de lançamento.
velocidade de módulo 40 m/s. A resistência do ar pode d) Como foi visto acima, a equação horária da velo-
ser desprezada e o módulo da aceleração da gravidade cidade escalar é:
é |g| = 10 m/s². v = 40 – 10t
a) Qual o tempo gasto pelo corpo para atingir a altura
É sabido que o corpo retorna ao solo no instante t = 8,0 s.
máxima?
b) Qual o valor da altura máxima? Dessa forma, substituindo esse valor na equação, obtém-se:
c) Quanto tempo é gasto na descida, até o corpo v = 40 – 10(8,0)
atingir o solo?
v = –40 m/s
d) Qual a velocidade do corpo ao atingir o solo?
velocidade é negativa em decorrência da orientação da
A
Resolução:
a) Adotando uma trajetória orientada para cima com trajetória escolhida. Contudo, ao retornar ao ponto de lan-
origem no solo, tem-se: S0 = 0 e a = –|g| = –10 m/s². çamento, a velocidade do corpo, em módulo, é a mesma
A velocidade inicial tem o mesmo sentido da trajetó- que ele tinha ao ser lançado.
ria e, portanto, é positiva: v0 = 40 m/s.
4. (CFT) Da janela de um apartamento, uma pedra é lan-
A equação horária da velocidade escalar é:
çada verticalmente para cima, com velocidade de 20 m/s.
v = v0 + at
v = 40 – 10 ⋅ t
No ponto mais alto, a velocidade escalar é nula. Assim:
v=0
0 = 40 – 10t → t = 4,0 s
b) A equação horária da posição é:
S = s0 + v0t + __ a t²
2
10 t² = 40t – (5,0)t²
S = 0 + 40t – ___
2
Como calculado no item (a), a altura máxima ocorre quan-
do t = 4,0 s. Substituindo esse valor na equação acima: Após a ascensão máxima, a pedra cai até a rua, sem resis-
t = 4,0 s → S = 40(4,0) – (5,0)(4,0)² → S = 80 m tência do ar. A relação entre o tempo de subida e o tempo
Essa altura máxima também pode ser calculada pela Equa- 2 . Qual a altura dessa janela, em metros, em
de descida é __
3
ção de Torricelli: relação à rua? (g = 10 m/s2)
34
Resolução: Utilizando a razão entre os tempos de subida e descida,
Fazendo um desenho ilustrativo do problema, tem-se: temos:
t
Smáx = ? Vmáx = 0 m/s ____ 2
subida = __ tdescida = 3 s.
tdescida 3
V0
Assim o tempo total será:
S0 = 0 m V0 = 20 m/s
vmáxima = v0 + gtsubida
0 = –20 + (10)tsubida
tsubida = 2s.
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
É comum nas ciências exatas a aplicação da matemática como ferramenta básica para a tradução dos fenômenos
físicos. Por esse motivo ela está presente em inúmeras questões, sempre exigindo do aluno a compreensão de grá-
ficos, tabelas, fórmulas, etc.
Modelo 1
(Enem) Para medir o tempo de reação de uma pessoa, pode-se realizar a seguinte experiência:
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 cm) suspensa verticalmente, segurando-a pela extremidade superior, de modo
que o zero da régua esteja situado na extremidade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua mão, em forma de pinça, próximos do zero da régua, sem tocá-la.
III. Sem aviso prévio, a pessoa que estiver segurando a régua deve soltá-la. A outra pessoa deve procurar segurá-la o
mais rapidamente possível e observar a posição onde conseguiu segurar a régua, isto é, a distância que ela percorre
durante a queda.
O quadro seguinte mostra a posição em que três pessoas conseguiram segurar a régua e os respectivos tempos de reação.
Distância percorrida pela régua durante a queda (metro) Tempo de reação (segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
35
A distância percorrida pela régua aumenta mais rapidamente que o tempo de reação porque a:
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a faz cair mais rápido;
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua cair com menor velocidade;
c) aceleração de queda da régua varia, o que provoca um movimento acelerado;
d) força peso da régua tem valor constante, o que gera um movimento acelerado;
e) velocidade da régua é constante, o que provoca uma passagem linear de tempo.
Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício de fácil compreensão para o aluno que
D estudou o conteúdo.
Desprezando a resistência do ar, ocorre uma queda livre, que é um movimento uniformemente acelerado,
com aceleração de módulo a = g.
A distância percorrida na queda (h) varia com o tempo conforme a expressão h = 1/2gt2.
Dessa expressão, conclui-se que a distância percorrida é diretamente proporcional ao quadrado do tempo
de queda, por isso ela aumenta mais rapidamente que o tempo de reação.
Alternativa D
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 compreende o estudo dos movimentos dos corpos e abrange da cinemática à astronomia.
Modelo 2
(Enem) O Super-homem e as leis do movimento
Uma das razões para pensar sobre física dos super-heróis é, acima de tudo, uma forma divertida de explorar muitos
fenômenos físicos interessantes, desde fenômenos corriqueiros até eventos considerados fantásticos. A figura se-
guinte mostra o Super-homem lançando-se no espaço para chegar ao topo de um prédio de altura H. Seria possível
admitir que com seus superpoderes ele estaria voando com propulsão própria, mas considere que ele tenha dado um
forte salto. Nesse caso, sua velocidade final no ponto mais alto do salto deve ser zero, caso contrário, ele continuaria
subindo. Sendo g a aceleração da gravidade, a relação entre a velocidade inicial do Super-homem e a altura atingida
é dada por: v2 = 2gH.
A altura que o Super-homem alcança em seu salto depende do quadrado de sua velocidade inicial porque:
a) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar
ao quadrado;
b) o tempo que ele permanece no ar é diretamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é diretamente propor-
cional à velocidade;
c) o tempo que ele permanece no ar é inversamente proporcional à aceleração da gravidade e essa é inversamente pro-
porcional à velocidade média;
d) a aceleração do movimento deve ser elevada ao quadrado, pois existem duas acelerações envolvidas: a aceleração da
gravidade e a aceleração do salto;
e) a altura do seu pulo é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e esse
tempo também depende da sua velocidade inicial.
36
Análise expositiva 2 - Habilidades 17 e 20: Trata-se de um exercício que cobra do aluno conceitos mais fun-
E damentais em um nível de exigência maior.
Desprezando os efeitos do ar e orientando a trajetória para cima, a aceleração do Super-homem é a = –g.
O gráfico da velocidade em função do tempo até o ponto mais alto está dado a seguir.
A área acinzentada é numericamente igual ao espaço percorrido pelo Super-homem, no caso, a altura H. Assim:
H = área = v/2t
Mas v/2 é a velocidade média vm.
Então, H = vmt.
A equação da velocidade na subida é: v’ = v – gt.
Como no ponto mais alto a velocidade se anula, tem-se:
0 = v – gt ⇒ t = v/g
Assim:
H = vm t ⇒ H = vm (v/g)
Ou seja, a altura atingida é proporcional à sua velocidade média multiplicada pelo tempo que ele permanece no ar, e
esse tempo também depende da sua velocidade inicial.
Finalizando:
H = (v/2) (v/g) ⇒ v2 = 2gH
Alternativa E
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACELERAÇÃO DA MOVIMENTO
V0 0
GRAVIDADE VERTICAL
INDEPENDE LANÇAMENTO
V0 = 0
DA MASSA VERTICAL
VERTICAL
QUEDA LIVRE
PARA BAIXO
37
AULAS Lançamento oblíquo
15 e 16
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
Até o momento foram estudados os movimentos de corpos bolas estão sempre na mesma altura. Nota-se também que
que se deslocavam em apenas uma direção; agora serão a bola amarela se move para a direita com velocidade cons-
estudados os movimentos de corpos que variam em duas tante, como se esse movimento horizontal fosse indepen-
direções ao mesmo tempo. dente do movimento vertical.
Para simplificar a situação do lançamento horizontal, serão
utilizados os conteúdos vistos até aqui: em primeiro lugar,
é possível estudar separadamente o movimento em cada
direção, como Galileu observou; em segundo lugar, o mov-
imento na vertical se caracteriza como uma queda livre,
movimento que foi estudado anteriormente.
1. Lançamento horizontal
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Velocidade horizontal
38
Nessa situação, adota-se a orientação com sentido para
baixo. É importante ressaltar que os valores da posição au-
mentam de cima para baixo.
vy = |g| ∙ t
1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2
√
2 ∙ DSy
tqueda = ______
|g|
√
2 ∙ DSy
sendo o tempo de queda tqueda = ______
, pode-se
|g|
a distância horizontal percorrida pelo móvel.
calcular
Sx = S0x + vx ∙ t
______
√
2 ∙ DSy
DSx = vx ∙ ______
|g|
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial Como foi visto, o movimento é uniforme (M.U.) na direção
da componente horizontal e vertical. horizontal. Dessa forma, tem-se:
S = S0 + vt → x = v0t → x = 8t
v2 = vx2 + vy2
Na direção vertical, o movimento é uniformemente variado
(M.U.V.). A velocidade vertical inicial é nula, uma vez que no
Exemplo instante inicial a velocidade não é nula somente na horizontal.
Na situação da figura a seguir, uma pedra é lançada hori- S = S0 + v0t + __ a t2
zontalmente do topo de um edifício com velocidade inicial 2
___› 10
___
v0 . Desprezando
___ a resistência do ar, adotando g = 10 m/s2 y = 0 + 0 ⋅ t + t ⇒ y = 5t2
2
› 2
e supondo |v0 | = 8 m/s, é possível analisar o movimento da
vy = v0y + at
pedra. A distância A, do ponto P ao ponto Q, é denominada
alcance horizontal. vy = 0 + 10t ⇒ vy = 10 t
39
Quando a pedra atinge o solo, sua posição é y = 45 m. É preciso encontrar uma equação que descreva a trajetória
Substituindo na equação horária da posição, tem-se: do movimento. Para isso, elimina-se o tempo na equação
anterior da posição horizontal e se faz a substituição na
45 = 5t² ⇒ t² = 9 ⇒ t = 3 s
equação da posição vertical:
Assim, a pedra demora 3 segundos para atingir o solo. x = 8t ⇒ t = __x
Usando esse intervalo de tempo na equação do movimen- 8
to horizontal, obtém-se o alcance A:
Substituindo:
x=8t
y = 5t² = 5 __x ² ⇒ y = ___
() 5 x²
A = (8)(3) ⇒ A = 24 m 8 64
As aulas de Matemática ensinam que uma equação desse
A velocidade horizontal se mantém constante e igual a
tipo corresponde a uma parábola. Dessa forma, entre os pon-
8,0 m/s durante todo o trajeto, mas a velocidade vertical
tos O e Q, a trajetória da pedra é um arco de parábola.
vy aumenta. Substituindo os valores de t nos instantes da-
dos por t = 1 s, t = 2 s e t = 3 s, nas equações anteriores,
determinam-se os valores de x, y e vy: Aplicação do conteúdo
1. (FEI) Em uma competição de tiro, o atirador posiciona
t(s) x(m) y(m) vy(m/s) seu rifle na horizontal e faz mira exatamente no centro
do alvo. Se a distância entre o alvo e a saída do cano é d
1 8 5 10 = 30 m, a velocidade de disparo do rifle é 600 m/s, qual
a distância do centro do alvo que o projétil atingirá?
2 16 20 20
Considere g = 10 m/s² e despreze a resistência do ar.
3 24 45 30 a) 0,25 cm.
b) 0,5 cm.
c) 0,75 cm.
d) 1,00 cm.
e) 1,25 cm.
Resolução:
gt²
ΔSy = Voy · t + ___
⇒
2
(10)(0,05)²
⇒ ΔSy = (0) · (0,05) +_________________
⇒
2
⇒ ΔSy = 0 + 0,0125 ⇒ ΔSy = 0,0125 m.
40
2. (Unesp) Uma pequena esfera, lançada com velocida- Resolução:
de horizontal vo do parapeito de uma janela a 5,0 me-
tros do solo, cai num ponto a 10 metros da parede. Con- Na vertical, tem-se um M.R.U.V., e, na horizontal, tem-se
siderando g = 10 m/s² e desprezando a resistência do ar, um M.R.U.
podemos afirmar que a velocidade vo, em m/s, é igual a:
A velocidade inicial vertical é zero e a aceleração é a favor da
5 .
a) ___ trajetória. Aplicando a função horária do MRUV na vertical,
10
tem-se:
b) 10 .
___
5 gt² (10)t²
c) 5.
ΔSy = voy · t + ___
⇒ H = (0) · t + _________
⇒
2 __ __2
d) 10. ⇒ H = 5t² ⇒ t = __
5 √
H ⇒ t = __
5 √
D .
e) 15. A velocidade constante na horizontal é 10m/s. Assim, a
distância D será:
Resolução:
ΔS
D ⇒
vx= ___ x ⇒ 10.t = D ⇒ t = ___
A altura vertical é 5 m, sua velocidade inicial é zero e Δt 10
__
a aceleração é a favor da trajetória. Aplicando a função
√
D = ___ ( )
D = 10
D ⇒ __
2
ΔS Assim, tem-se:
10 ⇒ v0 = 10 m/s
v0= ___ x ⇒ v0= ___
Δt 1 D = 0 m ou D = 20 m
Alternativa D
Como D = 0 m não convém, a distância horizontal será
3. (Fuvest) Um motociclista de MotoCross move-se com 20 metros.
velocidade v = 10 m/s, sobre uma superfície plana, até
atingir uma rampa (em A), inclinada de 45º com a hori- Alternativa A
zontal, como indicado na figura.
2. Lançamento oblíquo
41
todo o movimento (até___a bola atingir o solo). Entretanto,
V0 ›
a componente vertical vy da velocidade varia sob a ação
da aceleração da gravidade (como___no lançamento vertical):
P ›
θ durante a subida, o módulo de vy diminui até se anular
no ponto mais alto M (denominado vértice). Nesse____ ponto,
›
somente a componente horizontal da velocidade v0x não
é nula. Em ___
seguida, a bola começa a cair, de modo que o
›
módulo de v y aumenta.
Sx = S0x + v0x ∙ t
onde v0x = v0 ∙ cos θ
___
› Na direção vertical, o corpo possui aceleração constan-
Diz-se, então,____
que v 0 foi decomposto nas componentes per-
› ____ › te (igual a aceleração da gravidade), realizando um mo-
pendiculares v 0x e v 0y . Considerando o triângulo retângulo
vimento uniformemente variado (M.U.V.). Adotando
sombreado na imagem anterior, tem-se da Trigonometria:
orientação vertical para cima (durante todo o movimento),
cateto oposto __ v0y tem-se que a = –|g|:
sen q = ___________
= v ⇒ v0y = v0 ⋅ sen q
hipotenusa 0
cateto adjacente v0x vy = v0y – |g| ∙ t
cos q = _____________
= __
v0 ⇒ v0x = v0 ⋅ cos q
hipotenusa
1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + v0y ∙ t – __
2
Assim, é possível fazer uma comparação: o movimento se-
ria o mesmo
____ se a bola fosse lançada para cima com veloci-
›
dade v 0y dentro de um vagão de trem que se desloca para vy2 = v20y – 2 ∙ |g| ∙ DSy
____›
a direita com velocidade v 0x . onde v0y = v0 ∙ sen θ
2 · v · senθ
2 · voy _________
A trajetória curva da bola____é mostrada na figura a seguir. A ttotal = tsubida + tdescida = ______ = 0
› |g| |g|
componente horizontal v0x se mantém constante durante
42
A velocidade em cada instante é dada pela soma vetorial v 2 ∙ sen(2θ)
da componente horizontal e vertical. A = _________
0
|g|
v2 = vx2 + vy2
Analisando a expressão do alcance horizontal, segue que
A será máximo quando θ = 45º. Nessa situação, tem-se a
Para se calcular a altura máxima atingida pelo móvel, po- seguinte relação:
de-se substituir o tempo total na equação da posição. No
entanto, substituindo vy = 0 na Equação de Torricelli, ob-
tém-se a altura máxima Hmáxima de maneira mais simples. A = 4 ∙ Hmáxima
Sx = S0x + vx ∙ t
2 ∙ v0y
Para o tempo total t = ttotal = _____
, tem-se
|g|
DSx = vx ∙ t
( 2 ∙ v0 ∙ senθ
A = (v0 ∙ cosθ)∙ _________
|g| )
VIVENCIANDO
O lançamento oblíquo é facilmente encontrado nos esportes. Nos saques de uma partida de tênis ou nos arremessos
para a cesta num jogo de basquete, estão presentes as trajetórias parabólicas, em que a altura máxima atingida
pela bola é o vértice da parábola, e a distância que separa o início e o final da jornada da bola é o alcance máximo.
Quando o jogador de futebol cobra uma falta próxima da grande área, é possível observar claramente a trajetória
parabólica da bola, caso a barreira ou o goleiro não atrapalhem o percurso até o gol. A trajetória parabólica também
pode ser identificada no salto em distância, como mostra a figura a seguir.
Fonte: <http://jornal.usp.br/ciencias/cientistas-desvendam-a-fisica-por-tras-da-performance-dos-atletas>
43
O ponto mais alto é atingindo no instante em que vy = 0:
vy = 0 ⇒ 60 – 10t = 0 ⇒ t = 6,0 s
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Física Total - Aula 10 - Lançamento
oblíquo no vácuo... t = 6,0 s ⇒ y = 60(6,0) – (5,0) ∙ (6,0)2
A figura ilustra uma bolinha lançada do ponto O, no solo, Portanto, a altura máxima é H = 180 m.
___
›
com velocidade inicial v0 , formando um ângulo θ com a Neste caso, como a bolinha foi lançada a partir do solo, o
horizontal. A bolinha atinge novamente o solo no ponto tempo de subida é igual ao tempo de descida, e, assim, a
P. Desprezando a resistência do ar e adotando o sistema bolinha atinge o ponto P no instante t = 12 s. Substituindo
de coordenadas mostrado na figura, serão determinados o esse valor na equação da posição horizontal, obtém-se o
alcance horizontal A e a altura máxima atingida pela bo- alcance máximo:
linha, supondo g = 10 m/s2, v0 = 100 m/s, sen θ = 0,60 e
cos θ = 0,80. t = 12 s ⇒ x = 80 (12) ⇒ x = 960 m ⇒A = 960 m
Como o eixo está orientado para cima, na vertical, a acele- v2y = v20y – 2(10) ∙ (H – 0)
ração escalar é a = – |g| = –10 m/s2.
0 = 602 – 2(10) ∙ (H – 0)
Inicialmente,
___ realiza-se a decomposição da velocidade ini-
›
cial v 0 , como mostrado na figura. Resolvendo essa equação, obtém-se H = 180 m.
§ A partir do gráfico da velocidade em função do tem-
po até o instante t = 6 s, que é o instante em que
a bolinha atinge a altura máxima. A área sombreada
na figura é numericamente igual à variação de posição
vertical entre t = 0 e t = 6,0 s, ou seja, à altura máxima:
Horizontal Vertical
S = S0 + vt a t2, vy = v0y + at
S = S0 + v0t + __
2
g
x = 0 + v0x ∙ t y = 0 + v0y t – __ t2, vy = v0y – gt
2
x = 80t y = 60t – 5,0t2, vy = 60 – 10 t
44
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
As guerras moldaram o mundo atual e foram decididas pelo poderio bélico. As primeiras catapultas apareceram na
Grécia, entre 400 e 300 a.C., e foram utilizadas por Alexandre, o Grande, em seus cercos e batalhas. Os romanos
aperfeiçoaram as catapultas, inventando o trabuco, que, em vez de usar energia elástica, utilizava energia potencial
gravitacional para lançar seus projéteis.
A utilização de canhões foi comum em guerras e, em certos momentos, foi fator decisivo. Durante a Segunda Guerra
Mundial, os obuseiros – canhões melhorados capazes de alcançar distâncias entre 11 km e 23 km – foram utilizados
em larga escala por ambos os lados. O obuseiro M-10,1, criado para a Segunda Guerra Mundial, foi utilizado pelos
norte-americanos contra os japoneses e por brasileiros contra os italianos.
O conhecimento a respeito do movimento balístico foi fundamental para a correta utilização de tal peça de artilha-
ria. Depois de ser fixado, é necessário ajustar a sua mira. Por meio de manivelas, o tubo pode ser movido tanto na
horizontal quanto na vertical. A posição correta é calculada a partir da distância do alvo.
Durante a Primeira Guerra Mundial, e principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, os aviões foram utilizados
para o lançamento de projéteis. Os pilotos lançavam seus projéteis sem a utilização dos modernos computadores,
que fazem todos os cálculos necessários para acertar o alvo. Nesse caso, tem-se um lançamento horizontal, e o
piloto deveria saber que não deveria abandonar o projétil quando estivesse exatamente acima do alvo, pois, se o
fizesse, o projétil não acertaria o alvo quando atingisse o solo.
45
04) Correto. O alcance (A) de um corpo será:
Aplicação do conteúdo
ΔSx = vx · Δttotal ⇒ A = v0 ∙ cosB ∙ t
1. (UEPG-PR) Um projétil quando é lançado obliqua-
mente, no vácuo, descreve uma trajetória parabólica. 08) Correto. Aplicam-se a função horária da velocidade
Essa trajetória é resultante de uma composição de dois
entre os instantes iniciais e o ponto de máximo para en-
movimentos independentes. Analisando a figura abai-
xo, que representa o movimento de um projétil lançado contrar o tempo de subida.
obliquamente, assinale o que for correto.
vy = v0 · senB – gtsubida ⇒
⇒ 0 = V0 ∙ senB – gtsubida ⇒
senB
⇒ tsubida = v0 ∙ _____g .
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:
Resolução: Resolução:
46
Sendo o tempo de subida igual ao tempo de descida, o
tempo total será:
( ) √ __
2 ⇒ ttotal = √
⇒ ttotal = 2 ∙ ___ 2 s.
2
Aplicando o tempo total na velocidade horizontal, temos:
ΔS __ ΔS
vx = ____x ⇒ 5 ∙ √
2 = ___
__x ⇒ ΔS = 5 ∙ 2 ⇒
Δttotal √
2 x
Habilidades
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 concentra um tema fundamental no ramo das ciências exatas: saber descrever o movimento dos corpos. O
aluno deve ser capaz de descrever qualitativamente o movimento do móvel: saber sua posição, sua velocidade e sua aceleração.
Nesse quesito, o estudo de lançamento horizontal e oblíquo necessita da junção de conceitos estudados anterior-
mente, pois se trata de um assunto mais complexo e que exige mais do estudante.
Modelo 1
(Enem 2.ª aplicação) Para um salto no Grand Canyon usando motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada,
sendo que uma delas possui massa três vezes maior. Foram construídas duas pistas idênticas até a beira do precipício,
de forma que no momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e ao mesmo tempo. No instante em que
saltam, os paraquedistas abandonam suas motos e elas caem praticamente sem resistência do ar.
As motos atingem o solo simultaneamente porque:
a) possuem a mesma inércia;
b) estão sujeitas à mesma força resultante;
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial;
d) adquirem a mesma aceleração durante a queda;
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Sendo desprezível a resistência do ar, durante a queda as duas motos
D adquirem a mesma aceleração, que é a aceleração da gravidade.
Alternativa D
47
Modelo 2
(Enem PPL) Na Antiguidade, algumas pessoas acreditavam que, no lançamento oblíquo de um objeto, a resultante das
forças que atuavam sobre ele tinha o mesmo sentido da velocidade em todos os instantes do movimento. Isso não
está de acordo com as interpretações científicas atualmente utilizadas para explicar esse fenômeno.
Desprezando a resistência do ar, qual é a direção e o sentido do vetor força resultante que atua sobre o objeto no
ponto mais alto da trajetória?
a) Indefinido, pois ele é nulo, assim como a velocidade vertical nesse ponto.
b) Vertical para baixo, pois somente o peso está presente durante o movimento.
c) Horizontal no sentido do movimento, pois devido à inércia o objeto mantém seu movimento.
d) Inclinado na direção do lançamento, pois a força inicial que atua sobre o objeto é constante.
e) Inclinado para baixo e no sentido do movimento, pois aponta para o ponto onde o objeto cairá.
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: No ponto mais alto da trajetória, a força resultante sobre o objeto é seu
B próprio peso, de direção vertical e sentido para baixo.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
LANÇAMENTO
OBLÍQUO
LANÇAMENTOS
MOVIMENTOS
SIMULTÂNEOS
LANÇAMENTO
V0Y = 0 HORIZONTAL
LANÇAMENTO
V0Y ≠ 0
OBLÍQUO
EM HMÁX ;
VY = 0
48
TERMODINÂMICA: Incidência do tema
nas principais provas
Os principais temas deste livro mais frequentes Dentre os temas abordados neste caderno, Os temas deste livro – lei geral dos gases e a
nas provas da Unicamp são o estudo da lei o de maior incidência no vestibular da 1.ª lei da termodinâmica – aparecem com fre-
geral dos gases e as leis da termodinâmica. Unifesp é a termodinâmica. quência na prova da Unesp. São questões que
São questões que exigem interpretações de exigem interpretações gráficas e manipulações
imagens e gráficos. em equações.
Dentre os temas abordados neste caderno, A prova da FMABC tem uma grande variação A prova da da Puc de Campinas tem uma A prova da Santa Casa tem uma grande
o de maior incidência no vestibular Albert de temas. No entanto, podem aparecer os te- grande variação de temas. Eventualmente variação de temas. No entanto, podem
Einstein é a óptica, relacionada com espelhos mas óptica (relacionando lentes ou espelhos) podem aparecer o tema óptica (relacio- aparecer os temas óptica (relacionando lentes
planos. e lei geral dos gases. nando lentes ou espelhos) e o estudo da ou espelhos) e a termodinâmica, exigindo
termodinâmica. interpretação de gráficos.
UFMG
A prova da UEL tem uma grande variação A prova da UFPR tem uma grande variação A prova da CMMG tem uma grande variação
de temas. Eventualmente podem aparecer de temas. Eventualmente pode aparecer o de temas. Eventualmente podem aparecer o
o estudo dos gases e da termodinâmica tema lei dos gases, exigindo manipulações tema óptica (relacionando lentes ou espelhos)
com questões que exigem um alto nível de das equações. e o estudo da 1.ª lei da termodinâmica.
manipulações matemáticas.
O tema dos gases sempre está presente na A prova da UNIGRANRIO tem uma grande A prova da FTESM tem uma grande varia-
prova da UERJ, apresentando questões mais variação de temas. Eventualmente pode ção de temas. Eventualmente pode aparecer
objetivas. aparecer o tema óptica (relacionando lentes o tema lei dos gases, exigindo manipulações
ou espelhos). das equações e interpretação de gráficos.
49
AULAS Lei geral dos gases
9 e 10
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 18 e 21
N
n = __
NA
50
2.1. Estado normal de um gás 3.1. Transformação isotérmica
Quando um gás se encontra nas condições normais de Durante a transformação do gás de um estado para outro,
temperatura e pressão (CNTP), afirma-se que ele está em caso a temperatura permaneça constante, a transformação
estado normal: será denominada isotérmica. Nesse caso, a Lei Geral dos
p = 1 atm = 760 mmHg e T = 273 K (0°C) Gases fica:
3. Transformações particulares ou
p ⋅ V _____
_____ p ⋅V
A A
= B B
TA TB
51
3.3. Transformação isocórica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, multimídia: vídeo
caso o volume permaneça constante, a transformação será Fonte: Youtube
denominada isocórica, isométrica ou isovolumétrica. Nesse Por que desodorante spray gela as coisas?
caso, a Lei Geral dos Gases fica:
__ p
= constante
3.4. Transformação adiabática
T A transformação de um gás pode acontecer muito rapid-
ou amente, e, nesse caso, a expansão ou compressão de um
gás pode ocorrer sem trocas de calor com o meio externo
__ p p (devido à rapidez da transformação).
1 = __2
T1 T2 Essa transformação é denominada transformação adiabáti-
ca. A relação que satisfaz essa transformação é dada por:
p ⋅ Vg = constante
ou
p1v1g = p2v2g
52
VIVENCIANDO
Apesar de ser útil na caracterização do estado de um gás, a lei geral dos gases pressupõe o comportamento ideal de
um gás, que é impossível de ser obtido na prática; contudo, pode ser considerada prática na maioria das situações.
Os fundamentos da lei geral são utilizados na produção de diversos produtos que presentes no cotidiano, como o
ar-condicionado, o spray aerossol e a geladeira.
O aerossol é constituído por um reservatório de metal e por uma válvula que se conecta a uma mistura entre o pro-
duto (desodorante, repelente, inseticida) e um gás propelente. O produto e o gás se encontram através de um tubo.
Quando a válvula é acionada, a mistura que estava pressurizada dentro da embalagem acaba entrando em contato
com a pressão atmosférica do ambiente, que é diferente da encontrada dentro da lata. A pressão interna do gás,
inicialmente alta, sofre uma diminuição. A diminuição brusca da pressão causa o aumento do volume da mistura, que
acaba sendo espalhada em forma gasosa pelo ambiente.
Note que o plural de mol é mols. M = MC + 2MO = (12 g/mol) + 2(16 g/mol) = 44 g/mol
A massa molar (M) de um elemento é definida como a Assim, calcula-se o número de mols (n) da amostra:
massa de 1 mol de átomos desse elemento. De modo se-
88 g
melhante, para uma substância, a massa molar é a massa m = _______
n = __
= 2 mols
M 44 g/mol
de 1 mol de moléculas dessa substância. Assim, é possível
calcular o número n de mols de átomos de um elemento de P ortanto, essa amostra é composta por 2 mols de moléculas
massa m, a partir da seguinte relação: de CO2, ou seja, existem 2(6,023 × 1023) moléculas de CO2.
2. (G1) Um gás perfeito está sob pressão de 20
m
n = __ atm, na temperatura de 200 K e apresenta um
M volume de 40 litros. Se o referido gás tiver sua
pressão alterada para 40 atm, na mesma tempera-
Note que essa relação também é válida para determinar o tura, isto é, transformação isotérmica, qual será o
número de mols de moléculas de uma substância de massa m. novo volume?
53
Resolução: Resolução:
Como a transformação é isotérmica, pode-se aplicar a fór- Como a transformação é isovolumétrica, ou seja, isocórica,
mula específica para esse tipo de transformação: segue que o volume é constante; assim:
__ p p2
p1 ⋅ V1 = p2 ⋅ V2 1 = __
T1 T2
Substituindo os valores na fórmula, obtém-se: Lembrando que, nessa fórmula, a temperatura deve ser
mantida em kelvin. Substituindo os valores na fórmula,
20 ⋅ 40 = 40 ⋅ V2
obtém-se:
Finalizando os cálculos: ________
2 = __ 4
20 + 273 T2
V2 = 20L
Finalizando os cálculos:
Assim, 20 litros será o novo volume. T2 = 586 K
3. (Unesp) Um gás ideal, inicialmente à temperatura de
Alternativa D
320 K e ocupando um volume de 22,4 L, sofre expansão
em uma transformação isobárica. Considerando que a 5. (UFRGS) Um gás monoatômico sofre uma transfor-
massa do gás permaneceu inalterada e a temperatura mação adiabática durante a qual sua pressão absoluta
final foi de 480 K, calcule a variação do volume do gás. passa de P para 4P. Sendo o volume inicial igual a 1 litro,
podemos afirmar que o volume final será o valor de?
Resolução:
Resolução:
Como a transformação é isobárica, segue que a pressão é
Como a transformação é adiabática, segue que não há tro-
constante; assim:
ca de calor com o meio externo; assim:
__ V V2
1 = __
p1 ⋅ V1 g = p2 ⋅ V2 g
T1 T2
Para um gás monoatômico, segue que a constante de
Substituindo os valores na fórmula, obtém-se:
5 :
transformação vale __
3
____22,4 V2
= ___
P ⋅ 15/3 = 4P ⋅ V25/3
320 480
Finalizando os cálculos: Finalizando os cálculos, obtém-se:
multimídia: sites
www.efeitojoule.com/2009/09/equacao-
de-clapeyron-equacao-clapeyron.html
www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/transf_
termodinamicas.htm
a) 273 K quantumfreak.com/derivation-of-pvnrt-
b) 293 K the-equation-of-ideal-gas/
c) 313 K mundoestranho.abril.com.br/saude/como-
d) 586 K se-forma-o-pum/
e) 595 K
54
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
55
DIAGRAMA DE IDEIAS
LEI GERAL
DOS GASES
VARIÁVEIS
TRANSFORMAÇÕES
DE ESTADO
• ISOTÉRMICA • PRESSÃO
• ISOBÁRICA • VOLUME
• ISOVOLUMÉTRICA • TEMPERATURA
• ADIABÁTICA
56
AULAS Primeira lei da termodinâmica
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 18 e 21
1. Máquinas térmicas
Durante a chamada Revolução Industrial, entre o final
do século XVIII e meados do século XIX, a economia
europeia foi alterada devido a uma série de transforma-
ções tecnológicas.
Um elemento fundamental para essa revolução foi a má- A força exercida pelo gás sobre o êmbolo e o deslocamen-
quina a vapor. Utilizando a força do vapor resultante da to têm o mesmo sentido; assim, o trabalho é dado por:
ebulição da água para produzir movimento, a máquina a τG = FG ⋅ d
vapor era utilizada inicialmente para retirar água do fundo
das minas; aos poucos, porém, passou a ser utilizada nas Chamando de pG a pressão exercida pelo gás sobre o
indústrias e nos transportes. êmbolo, temos:
FG = pG ⋅ A
As máquinas a vapor transformam calor em trabalho
(ou energia mecânica), e por isso são denominadas Substituindo na equação do trabalho, obtém-se:
máquinas térmicas. τG = FG ⋅ d = pG ⋅ A ⋅ d ⇒
57
É possível demonstrar que, mesmo quando a pressão não é Assim como o calor, o trabalho também está relacionado
constante, o trabalho ainda é numericamente igual à área com a transferência de energia. Entretanto, distingue-se pelo
sob o gráfico. A figura a seguir ilustra esse caso. fato de não causar a alteração de temperatura do corpo.
pG Resumidamente, é possível afirmar que, quando o gás rea-
liza trabalho (trabalho interno), seu valor é positivo; quan-
do o trabalho é realizado sobre o gás (trabalho externo),
seu valor é negativo. De modo geral, o módulo do trabalho
é numericamente igual à área abaixo da curva p x V que
caracteriza os estados termodinâmicos do gás. Na transfor-
mação isobárica, a relação é dada por:
τ = p ⋅ DV
Aplicação do conteúdo
1. O gráfico a seguir mostra a mudança de um gás
ideal do estado A para o estado B. Sabendo que
1 atm @ 105 Pa, determine o trabalho realizado pelo gás
na transformação.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Energia interna, calor, trabalho e sua relação...
3. Energia interna
A soma das energias de todas as moléculas de um corpo
determina sua energia interna (U). As energias cinéti-
Resolução: cas dos átomos e das moléculas, assim como as energias
potenciais correspondentes às forças elétricas existentes
gráfico representa a variação de pressão em função do
O entre os átomos ou moléculas, somam-se para compor a
volume do gás. Como foi visto, o trabalho realizado pelo gás, energia interna. No caso de um gás ideal, a energia interna
em módulo, é numericamente igual à área da figura sombre- é proporcional à temperatura absoluta (T) do gás. Assim:
ada no gráfico. Calculando a área do trapézio, segue:
§ Se T aumenta, U aumenta;
(2, 0 atm + 4, 0 atm) (8, 0 L)
|τG| = ______________________
= 24 atm ⋅ L § Se T é constante, U é constante;
2
Como 1 atm = 105 Pa e 1L = 10–3 m3, tem-se: § Se T diminui, U diminui.
No caso de um gás ideal constituído por apenas um átomo
|τG| = 24 ⋅ (105 Pa) ⋅ (10–3 m3) = 2,4 ∙ 103 Pa ⋅ m3 (gás monoatômico), a energia interna é dada por:
58
Lembrando da equação de Clapeyron, pV = nRT, a energia in- § se Q < 0, o sistema perde calor;
terna de um gás ideal pode ser reescrita da seguinte maneira:
§ se τ > 0, o sistema se expande, e o gás realiza trabalho;
3 pV
U = __ § se τ < 0, o sistema se contrai, e o trabalho é realizado
2 sobre o gás.
Sendo U0 a energia interna inicial do sistema, e Uf a energia
interna final, tem-se:
DU = Uf – U0
Assim:
DU > 0 ⇔ Uf > U0
DU < 0 ⇔ Uf < U0
Aplicação do conteúdo
multimídia: vídeo
1. Um gás é comprimido por um agente externo e, ao
Fonte: Youtube mesmo tempo, recebe 400 J de calor de uma chama.
Primeira Lei da Termodinâmica - Energia Sabendo-se que o trabalho do agente externo foi 700 J,
Interna determine a variação de energia interna do gás.
Resolução
59
VIVENCIANDO
As ciências que estudam as propriedades físicas e químicas de diversos elementos e materiais estão relacionadas
com a termodinâmica. Os processos de fabricação de novos componentes exige um conhecimento extenso de como
ocorre a transferência de calor nesses materiais e como eles são usados como matéria-prima para a elaboração de
novas ferramentas, como roupas mais confortáveis e aparelhos eletrônicos mais eficientes.
O desenho e a construção de habitações devem sempre considerar os aspectos de troca de energia, tema central da
termodinâmica. Os projetos residenciais e urbanos levam em conta os limites de conforto do organismo humano, que
acontecem numa pequena faixa de temperatura em torno dos 20 ºC. Assim, é necessário pensar como os materiais
se comportam com as situações climáticas da região. Um exemplo disso é o uso da energia solar em regiões onde se
encontra uma alta incidência de radiação solar para substituir aquecedores de água que funcionam com energia elétrica.
V = constante
__
R = CP – CV
T
Assim:
§ V aumenta ⇒ T aumenta ⇒ U aumenta ⇒ 5.3. Transformação adiabática
⇒ DU > 0 Foi visto que uma transformação adiabática ocorre
§ V diminui ⇒ T diminui ⇒ U diminui ⇒ quando, durante a transformação, o sistema não recebe
e nem cede calor ao meio ambiente (não existe troca de
⇒ DU < 0
calor com o meio).
Por outro lado:
Processos desse tipo ocorrem se o gás está contido em um
Q = τ + DU ⇒ DU = Q – τ recipiente de paredes feitas de um material isolante térmi-
Com isso, o calor e o trabalho se relacionam da seguinte co, ou em um processo em que o gás sofra uma compres-
maneira: são ou expansão muito rápida de modo que não receba ou
60
forneça calor ao meio no curto intervalo de tempo durante
a variação de seu volume. Aplicando a Primeira Lei da Ter- Aplicação do conteúdo
modinâmica a esse caso, tem-se: 1. Qual a energia interna de 3 m³ de gás ideal
Q = t + DU monoatômico sob pressão de 0,5 atm?
⇒ DU = –t
Q=0 Resolução:
Assim:
Para calcular a energia interna do gás, deve-se aplicar a fórmula:
§ Se o gás sofrer uma compressão adiabática:
DU = –t 3 · p · V
U = __
⇒ DU > 0 2
t<0
Substituindo os valores, obtém-se:
Ou seja, a energia interna aumenta e, portanto, sua tempe- 3 · 0,5 · 105 · 3
U = __
ratura também aumenta. 2
Finalizando os cálculos:
§ Se o gás sofrer uma expansão adiabática:
DU = – t U = 2250 J
⇒ DU < 0
t>0
2. (Unirio) Qual é a variação de energia interna de um
Ou seja, a energia interna do gás diminui e, em consequên- gás ideal sobre o qual é realizado um trabalho de 80J
cia, sua temperatura também diminui. durante uma compressão isotérmica?
a) 80 J
Em um gráfico de pressão pelo volume (p x V), uma trans-
b) 40 J
formação adiabática é uma curva denominada curva c) Zero
adiabática. A forma dessa curva é semelhante à de uma d) – 40 J
isoterma, mas com inclinação diferente, como mostrado na e) – 80 J
figura a seguir.
Resolução
Alternativa C
61
Sabe-se também que o calor foi fornecido para o ambiente; Substituindo os valores, obtém-se:
conclui-se que Q = – 10 cal, logo:
τ = 3p ⋅ (3V – V)
∆U = –10 cal Finalizando os cálculos:
Alternativa C
τ = 6 ⋅ p ⋅V
4. Um gás ideal, inicialmente no estado A, sofre uma Voltando à equação inicial, tem-se:
transformação termodinâmica:
Q = 6 ⋅ p ⋅ V + ∆U
A → B: expansão isobárica;
Assim:
O gráfico da pressão em função do volume mostra a trans-
∆U = Q – 6 ⋅ p ⋅ V
formação A → B desse gás:
62
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
63
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano. Como diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhe-
cimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e
das manifestações artísticas”.
Modelo 1
(Enem) O ar atmosférico pode ser utilizado para armazenar o excedente de energia gerada no sistema elétrico, diminu-
indo seu desperdício, por meio do seguinte processo: água e gás carbônico são inicialmente removidos do ar atmos-
férico e a massa de ar restante é resfriada até –198 ºC. Presente na proporção de 78% dessa massa de ar, o nitrogênio
gasoso é liquefeito, ocupando um volume 700 vezes menor. A energia excedente do sistema elétrico é utilizada nesse
processo, sendo parcialmente recuperada quando o nitrogênio líquido, exposto à temperatura ambiente, entra em
ebulição e se expande, fazendo girar turbinas que convertem energia mecânica em energia elétrica.
MACHADO, R. Disponível em: <www.correiobraziliense.com.br>. Acesso em: 09 set. 2013 (adaptado).
Análise expositiva 1: O aluno precisa entender as formas de possíveis transformações de energia, como
C calor e trabalho. É necessário Identificar quando o sistema se resfria por essas transformações e identificar
as informações que são relevantes no enunciado.
Alternativa C
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A Matemática é uma ferramenta fundamental para a interpretação e/ou construção de fenômenos no contexto da
Física. Assim, faz-se necessário conhecer o manuseio e a aplicabilidade, além da capacidade interpretativa, dessa
linguagem simbólica. Como afirma o terceiro eixo cognitivo da matriz de referência do ensino médio: “Selecionar,
organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e
enfrentar situações-problema”.
64
Modelo 2
(Enem) Um sistema de pistão contendo um gás é mostrado na figura. Sobre a extremidade superior do êmbolo, que
pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um objeto. Através de uma chapa de aquecimento é possível
fornecer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro, medir sua pressão. A partir de diferentes valores de calor for-
necido, considerando o sistema como hermético, o objeto elevou-se em valores ∆h como mostrado no gráfico. Foram
estudadas, separadamente, quantidades equimolares de dois diferentes gases, denominados M e V.
A diferença no comportamento dos gases no experimento decorre do fato de o gás M, em relação ao V, apresentar:
a) maior pressão de vapor;
b) menor massa molecular;
c) maior compressibilidade;
d) menor energia de ativação;
e) menor capacidade calorífica.
Análise expositiva 2: Para resolver o problema, o aluno precisa saber interpretar gráficos e retirar informações do
E enunciado para aplicar os seus conhecimentos de termodinâmica.
Alternativa E
65
DIAGRAMA DE IDEIAS
TERMODINÂMICA
TRANSFORMAÇÕES
ΔU = 0 ISOTÉRMICA
= P • ΔV ISOBÁRICA
=0 ISOVOLUMÉTRICA
Q=0 ADIABÁTICA
66
AULAS Segunda lei da termodinâmica
13 e 14
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 18 e 21
1. Transformação cíclica
Em um ciclo: DUciclo = 0
67
A quantidade de calor recebida pelos gás é totalmente
transformada em trabalho realizado pelo gás, isto é, todo o 2. Segunda lei da termodinâmica
calor é convertido em trabalho. A segunda Lei da Termodinâmica foi enunciada de maneiras
Em ciclo realizado no sentido anti-horário: diferentes, embora equivalentes. Uma delas é a seguinte:
tciclo < 0 e Qciclo < 0
“O calor não pode fluir espontaneamente de um cor-
O gás fornece calor devido a um trabalho realizado pelo po de temperatura menor para um outro corpo de
meio exterior sobre o gás, ou seja, o trabalho é convertido temperatura mais alta”.
em calor cedido pelo gás.
b ∙
t = ____ h
2
MÁQUINA τ
Substituindo os valores:
(5 – 1) ∙ (600 – 200)
t = ________________
2 Q2
t = 800 ou 8 ∙ 10 J 2
Esquema de uma máquina térmica
Além disso, numa transformação cíclica, a energia interna
Assim:
do gás não varia, ou seja, a variação da energia interna é
nula; assim: Q1 = τ + |Q2|
DU = 0 Ou:
Alternativa B τ = Q1 – |Q2|
68
Essa relação demonstra que a diferença entre o calor da
fonte quente e a fonte fria é igual ao trabalho realizado Aplicação do conteúdo
em cada ciclo. 1. Uma máquina térmica recebe, a cada ciclo, uma quan-
tidade de calor Q1 = 500 J da fonte quente, e fornece
O rendimento de uma máquina térmica h (lê-se “eta”) uma quantidade de calor Q2 = 400 J para a fonte fria.
define-se por: Cada ciclo é executado em um intervalo de tempo
Dt = 0,25 s. Determine:
t
h = __ a) o trabalho realizado pela máquina em cada ciclo;
Q1
b) o rendimento da máquina;
c) a potência útil da máquina.
Substituindo τ = Q1 – |Q2|, obtém-se:
Resolução:
t Q1 – | Q2 | |Q2|
h = __ = ________
⇒ h = 1 – __
a) t = Q1 – Q2 = 500 J – 400 J ⇒ t = 100 J
Q1 Q1 Q1
b) η = __
t = _____
100 J
⇒ η = 0,20 = 20%
Q1 500 J
Nessa expressão, nota-se que o rendimento seria de
100% caso todo o calor fosse convertido em traba- t = _____
c) Pu = ___ 100 J
= 400 J/s ⇒ Pu = 400 W
Dt 0,25 s
lho, nesse caso, Q2 = 0. Contudo, sempre há uma
quantidade de calor Q2 transferido à fonte fria e, por-
tanto, sempre t < Q1 e Q2 > 0. Por esse motivo, o
rendimento de uma máquina térmica é sempre me-
3. O ciclo de Carnot
Depois de as primeiras máquinas térmicas terem sido cons-
nor do que 100%. No caso das máquinas a vapor,
truídas no início do século XVIII, a primeira análise teórica
o rendimento é aproximadamente 0,15 (ou 15%).
dessas máquinas surgiu em 1824, em uma obra do físico
O rendimento de uma máquina térmica também é de-
francês Nicolas Leonard Sadi Carnot (1796-1832).
nominado eficiência.
Carnot nasceu em Paris e, apesar de ter morrido com ape-
A potência útil (Pu) de uma maquina térmica é a razão en-
nas 36 anos, foi de vital importância para o desenvolvimen-
tre o trabalho τ realizado por ela e o intervalo de tempo Dt
to da termodinâmica. Ele estudou as máquinas térmicas,
gasto para realizá-lo.
além de ter enunciado a Segunda Lei da Termodinâmica da
seguinte maneira: “Para haver conversão contínua de calor
t
Pu = __
Dt em trabalho, um sistema deve realizar ciclos entre fontes
No SI sua unidade é o watt (W), que representa a razão quentes e frias, continuamente. Em cada ciclo, é retirada
uma certa quantidade de calor da fonte quente (energia
entre joule e o segundo.
útil), que é parcialmente convertida em trabalho, sendo o
restante rejeitado para a fonte fria (energia dissipada)”.
Em seu trabalho de 1824, Carnot mostrou que uma máqui-
na térmica, operando com uma fonte quente à temperatu-
ra T1, e uma fonte fria à temperatura T2, tem rendimento
máximo quando executa um ciclo especial, denominado
ciclo de Carnot, representado na figura a seguir. Esse ci-
clo é formado pelas seguintes transformações (duas isotér-
micas e duas adiabáticas), na seguinte ordem:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Mauá - O Imperador e o Rei
O filme mostra o enriquecimento e a falência
de Irineu Evangelista de Sousa, mais conhecido
como barão de Mauá, considerado o primeiro
grande empresário brasileiro.
69
T
1. O gás recebe calor Q1 da fonte quente e sofre uma hmáx = 1 – __ 300 K
2 = 1 – _____ = 1 – 0,60 ⇒
expansão isotérmica AB à temperatura T1. T1 500 K
⇒ hmáx = 0,40 = 40%
2. Expansão adiabática BC; o gás atinge a temperatura T2.
4. Máquinas frigoríficas
3. O gás fornece o calor Q2 à fonte fria e sofre uma com-
pressão isotérmica CD à temperatura T2.
4. Compressão adiabática DA; o gás volta ao seu estado Diferentemente das máquinas térmicas, as máquinas frigo-
inicial à temperatura T1. ríficas retiram o calor de uma fonte fria e o fornecem para
uma fonte quente. Obviamente, esse processo não ocorre
A seguinte relação é válida para esse ciclo: espontaneamente, pois, de acordo com a Segunda Lei da
Termodinâmica, a tendência natural do calor é fluir de um
__|Q | T2
2 = __
corpo quente para um corpo frio. Assim, é necessário rea-
Q1 T1
lizar trabalho (por exemplo, por meio de um motor) que
faça com que o calor siga um percurso não natural. Essa
Já foi visto que o rendimento (ou eficiência) de uma máqui- é a base de funcionamento de aparelhos como o ar-condi-
na térmica qualquer é dado por: cionado e o refrigerador doméstico.
t = Q
h = __
1
– |Q2|
______
|Q2|
⇒ h = 1 – __
FONTE QUENTE T2
Q1 Q1 Q1
Q2
O rendimento de uma máquina realizando o ciclo de Car-
not pode ser calculado a partir das temperaturas das fontes
τ
quente e fria. Substituindo as variáveis Q1 e |Q2| pelos valo- MÁQUINA
T T1 – T2 Q1
h = 1 – __
2 = _____
T1 T1
FONTE FRIA T1
Aplicação do conteúdo
1. Uma máquina térmica funciona entre duas fontes
às temperaturas de 227 ºC e 27 ºC. Qual o rendimento
máximo possível para essa máquina?
Resolução:
Tem-se:
T1 = 227 °C = 500 K
T2 = 27 °C = 300 K multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O maior rendimento possível é obtido usando um ciclo de Noções de entropia
Carnot:
70
Nas máquinas frigoríficas é usado um fluido que, durante Q
parte do ciclo, é gás e, no restante do ciclo, permanece na e = __
1
|t|
forma líquida.
Dessa forma, a máquina térmica transforma calor em tra- Em que Q1 é o calor retirado da fonte fria, e τ é o trabalho
balho, fazendo com que o fluido (vapor) execute um ciclo realizado pelo motor. Considerando o calor Q2 enviado à
no sentido horário: fonte quente, reescreve-se a equação do ciclo, isolando
o trabalho:
Q1 + |t| = |Q2| ou |t| = |Q2| – Q1
VIVENCIANDO
Como foi visto ao longo das aulas sobre termodinâmica, o estudo dos gases foi fundamental na história da humani-
dade, não só pela construção de dirigíveis, mas principalmente como ferramenta para as revoluções industriais. As
máquinas térmicas, por sua vez, permitiram a construção de bombas de água, tornando possível a extração de carvão
a grandes profundidades, a criação de máquinas que aumentaram a produtividade nas indústrias (por exemplo, na
produção têxtil), o advento do motor a combustão, que está presente nos automóveis utilizados cotidianamente, e a
criação da geladeira, onde são guardados e conservados os alimentos.
71
rário. Nesse caso ele é denominado refrigerador de Carnot.
Aplicação do conteúdo Para o refrigerador de Carnot também vale a equação:
1. Tem-se uma máquina térmica frigorífica que realiza, Q |Q2|
durante um ciclo completo, um trabalho de 4 ∙ 104 J e __1 = __
cede, à fonte fria, 12 ∙ 104 J. Com essas informações, T1 T2
calcule a eficiência da máquina frigorífica. Assim, pode-se expressar o rendimento em função das
temperaturas das fontes fria e quente:
Resolução:
Q1 T
A eficiência de uma máquina frigorífica é dada pela eCarnot = ______
= _____
1
|Q2| – Q1 T2 – T1
seguinte equação:
Q
e = __
1
|τ|
Substituindo pelos valores, obtém-se:
12 ∙ 104
4
e = ______
4 ∙ 10
Logo:
e=3
72
Desse modo, pode-se definir processos irreversíveis como
aqueles processos que, por meios naturais, ocorrem apenas
7.1. Motor a combustão
em um sentido. Dessa forma, quando ocorre um processo De modo geral, o motor a combustão é uma máquina tér-
irreversível, a entropia do sistema sempre aumenta. Já os mica que transforma a energia da queima de certos gases
processos reversíveis são aqueles em que, depois de ocorrer em trabalho. Um motor padrão é composto por quatro fases.
uma pequena mudança, é possível reverter essa mudança, Na primeira, o gás preenche um cilindro à medida que um
de forma que o sistema volte às suas condições iniciais. pistão abre espaço, mantendo uma pressão constante. Na
Tecnicamente, processos reversíveis são uma idealização, fase 2, o pistão comprime a mistura gasosa numa transfor-
uma vez que na natureza todos os processos envolvem mação adiabática, de tal forma que, no final do processo, a
turbulência ou atrito, ou ainda algum outro aspecto que os temperatura e a pressão do gás estão com valores elevados.
torna irreversíveis. Na terceira fase, uma faísca faz com que o gás entre em
combustão devido a reações químicas entre o gás e o ar.
A definição de entropia para um sistema em que ocorre
Novas substâncias são produzidas, causando uma rápida ex-
uma transformação isotérmica é a razão entre a quantidade
de calor que o sistema troca pela temperatura do sistema pansão do gás e outra transformação adiabática. Por fim, na
última fase, os gases decorrentes da queima são expulsos do
durante a transformação reversível:
cilindro por meio de uma transformação isobárica.
Q
DS = __
T
A unidade de entropia S no SI é o joule por kelvin J/K.
Para o cálculo da entropia de uma transformação irreversí-
vel, devido ao fato de a entropia ser uma variável de esta-
do, basta escolher um processo reversível que interligue os
mesmos dois estados do processo irreversível. A entropia
calculada será equivalente à do processo irreversível.
Agora, é possível reescrever a Terceira Lei da Termodinâmi- 7.2. Ciclo de Otto
ca em termos da entropia:
Idealizado por Beau de Rochas (1815-1893), mas colocado
Quando ocorrem mudanças em um sistema fechado, sua en- em prática, em 1875, pelo engenheiro Nikolaus Otto (1832-
tropia nunca diminui; ela pode crescer para processos irrever- 1891), é o motor que se encontra na maioria dos automó-
síveis ou permanecer constante para processos reversíveis: veis atualmente. É composto dos seguintes processos:
DS ≥ 0 1. Admissão isobárica (0-1).
Nota: No ciclo de Carnot todas as transformações
2. Compressão adiabática (1-2).
são reversíveis.
3. Combustão isocórica (2-3).
multimídia: sites
cienciaetecnologias.com/demonio-de-
maxwell/
www.if.ufrgs.br/~dschulz/web/ciclo_
carnot.htm
coral.ufsm.br/gef/Calor/calor28.pdf
73
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A Revolução Industrial, que ocorreu na Europa entre os séculos XVIII e XIX, foi um conjunto de mudanças estruturais
no modo de produção, quando o trabalho artesanal foi substituído pelo trabalho assalariado e pelo uso das máquinas.
Até o final do século XVIII, a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. Nesse sentido,
um artesão conhecia todo o processo produtivo de seu produto. Com o passar do tempo, começaram a surgir grandes
oficinas, em que diversos artesãos, realizando manualmente todo o processo, fabricavam os produtos, mas eram subor-
dinados ao proprietário da manufatura.
Devido à sua localização, ao fato de possuir uma rica burguesia em expansão e ter sofrido um êxodo rural, a Inglaterra
possuía as características que fizeram com que estivesse na vanguarda da Revolução Industrial entre 1760 e 1860.
Com o desenvolvimento tecnológico, as oficinas se transformaram em pequenas fábricas; nas indústrias de tecidos
de algodão surgiu o tear mecânico. Nessa época, o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a contin-
uação da revolução, tanto para o transporte da mercadoria quanto para a produção. A Inglaterra possuía reservas
de minas de carvão mineral, mas máquinas de bombear água eram necessárias para a exploração das minas – com
a máquina a vapor foi possível explorar minas a grandes profundidades. O carvão era utilizado para movimentar a
locomotiva a vapor, aquecer os fornos das indústrias ou alimentar algumas máquinas a vapor.
No início da Revolução Industrial, as fábricas não eram um bom local de trabalho: condições de trabalho precárias,
longas jornadas de trabalho, baixo salário, péssima iluminação, falta de ventilação, muita sujeira e até mesmo cas-
tigos físicos por parte dos patrões forçaram revoltas e greves dos trabalhadores, que passaram a se organizar por
meio de sindicatos, exigindo melhores condições de trabalho, melhores salários e direitos trabalhistas.
74
Para achar o trabalho necessário, deve-se aplicar outra fórmula:
Aplicação do conteúdo Q
1. Quanto trabalho deve ser realizado por um refrigera- |t| = e____
1
carnot
dor Carnot para transferir 1,0 J sob a forma de calor de Substituindo, tem-se:
um reservatório a 7,0 ºC para um a 27 ºC?
1
|t| = ___
Resolução: 14
Assim:
Para calcular o valor do trabalho necessário, deve-se, ini-
cialmente, calcular a eficiência da máquina: |t| = 0,071 J
T
ecarnot = _____
1 2. O que é entropia?
T2 – T1
Substituindo os valores, tem-se:
Resolução:
(7 + 273)
_________________
ecarnot =
(27 + 273)–(7 + 273) Quantidade termodinâmica de um sistema físico associada
Finalizando os cálculos, tem-se: ao grau de desordem desse sistema. Quanto mais desorde-
nado o sistema, maior sua entropia.
ecarnot = 14
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos da Física, sua importância histórica e saber
aplicá-los no cotidiano. Como diz o segundo eixo cognitivo: “Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhe-
cimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e
das manifestações artísticas”.
Modelo
(Enem) Aumentar a eficiência na queima de combustível dos motores a combustão e reduzir suas emissões de poluen-
tes são a meta de qualquer fabricante de motores. É também o foco de uma pesquisa brasileira que envolve expe-
rimentos com plasma, o quarto estado da matéria e que está presente no processo de ignição. A interação da faísca
emitida pela vela de ignição com as moléculas de combustível gera o plasma que provoca a explosão liberadora de
energia que, por sua vez, faz o motor funcionar.
Disponível em: <www.inovacaotecnologica.com.br>. Acesso em: 22 jul. 2010 (adaptado).
No entanto, a busca da eficiência referenciada no texto apresenta como fator limitante:
a) O tipo de combustível, fóssil, que utilizam. Sendo um insumo não renovável, em algum momento estará esgotado.
b) Um dos princípios da termodinâmica, segundo o qual o rendimento de uma máquina térmica nunca atinge o ideal.
c) O funcionamento cíclico de todo os motores. A repetição contínua dos movimentos exige que parte da energia seja
transferida ao próximo ciclo.
d) As forças de atrito inevitável entre as peças. Tais forças provocam desgastes contínuos que com o tempo levam qualquer
material à fadiga e ruptura.
e) A temperatura em que eles trabalham. Para atingir o plasma, é necessária uma temperatura maior que a de fusão do
aço com que se fazem os motores.
75
Análise expositiva - Habilidade 21: Nessa questão, o aluno precisa se lembrar do enunciado da Segunda Lei
B da Termodinâmica e relacioná-la com o rendimento para a máquina de Carnot.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
TERMODINÂMICA
DEGRADAÇÃO
DE ENERGIA
RENDIMENTO
ENTROPIA
MÁXIMO
ANTI-HORÁRIO HORÁRIO
MÁQUINA MÁQUINA
FRIGORÍFICA TÉRMICA
76
AULAS Introdução à óptica geométrica
15 e 16
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 22
Os corpos luminosos são capazes de produzir e emitir Um feixe é divergente quando todos os raios que o consti-
luz própria, como o Sol, a chama de uma vela ou o fil- tuem são oriundos de um mesmo ponto.
amento de uma lâmpada incandescente acesa. Os cor-
pos iluminados, por sua vez, não produzem luz própria,
mas refletem a luz que incide sobre eles. Assim, apesar de
emitirem luz, a origem da luz não é o corpo, ela apenas foi
absorvida e reemitida pelo objeto. Feixe divergente
O exemplo da figura a seguir ilustra esses dois tipos de Por fim, um feixe é chamado de convergente quando todos
corpos. O Sol emite luz própria, e parte dessa luz atinge os raios se cruzam num determinado ponto.
a árvore que, por sua vez, reflete uma parte dessa luz em
direção aos olhos do observador, o que torna possível
enxergar a árvore. Os corpos luminosos são denominados
fontes primárias de luz, e os corpos iluminados são de-
Feixe convergente
nominados fontes secundárias de luz.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Faça um holograma para celular (muito
fácil!)
77
3. Classificação dos meios A figura a seguir apresenta o comportamento dos raios de
luz em meios transparente, translúcido e opaco.
A luz não se propaga somente no vácuo, mas também em
diferentes tipos de meios materiais.
Quando é possível observar claramente os objetos através
de um meio, como o vidro polido, o meio é denominado
transparente.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Princípios da óptica geométrica
Quando as propriedades de um material, como composi-
ção química, densidade, entre outras, são iguais, o meio
Conheça a seguir os princípios básicos da óptica geométrica:
é denominado homogêneo. O meio não homogêneo é
chamado de heterogêneo. § Lei da Propagação Retilínea da Luz
Quando as propriedades do meio são independentes da di- A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos e
reção, o meio é denominado isotrópico. No entanto, se as transparentes.
propriedades dependerem da direção, o meio é anisotrópi-
§ Reversibilidade dos Raios Luminosos
co. Por exemplo, a velocidade da luz atravessando um cristal
pode depender da direção em que a luz incide no cristal; as- A trajetória seguida pelo raio de luz em um sentido será
sim, esse meio é anisotrópico em relação à velocidade da luz. igual se o sentido do raio de luz for invertido.
78
§ Lei da Independência dos Raios Luminosos
A trajetória de um raio luminoso não é afetada por outro
que cruza essa trajetória. Os raios de luz seguem trajetórias
independentes, ainda que se cruzem.
Aplicação do conteúdo
1. Entre os princípios da Óptica Geométrica, talvez o
mais importante, seja o princípio da Propagação Retilí-
nea da Luz. Explique de forma sucinta esse princípio.
Resolução:
O Princípio da Independência dos Raios Iluminosos garante
que os raios que se cruzam ortogonalmente não alteram
suas trajetórias, isto é, cada raio segue sua trajetória nor-
malmente como se nada tivesse acontecido.
79
O eclipse lunar ocorre quando a Lua não recebe ne- Em que:
nhuma luz proveniente do Sol devido ao bloqueio da luz
o é o tamanho do objeto.
pela Terra, que é muito maior do que a Lua. Nesse eclipse,
não é possível observar a Lua. i é o tamanho da imagem.
p é a distância do objeto ao orifício.
Aplicação do conteúdo p' é a distância da imagem ao orifício.
1. Quando ocorre um eclipse solar parcial?
Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. (FEI) Um dos métodos para medir o diâmetro do Sol
O eclipse solar parcial ocorre quando a Lua se encontra
consiste em determinar o diâmetro de sua imagem
entre o Sol e a Terra, de modo que a Lua impeça total ou nítida, produzida sobre um anteparo, por um orifício
parcialmente que a luz solar atinja determinadas regiões pequeno feito em um cartão paralelo a esse anteparo,
da Terra. A Lua projeta na Terra uma região de sombra, na conforme ilustra a figura. Em um experimento realizado
qual o eclipse solar é total, e uma região de penumbra, na por esse método, foram obtidos os seguintes dados:
qual o eclipse solar é parcial. I. diâmetro da imagem = 9,0 mm
II. distância do orifício até a imagem = 1,0 m
2. O que é o eclipse lunar?
III. distância do Sol à Terra = 1,5 · 1011 m
Resolução: Qual é, aproximadamente, o diâmetro do Sol medido
O eclipse lunar ocorre quando a Terra se encontra entre o Sol por esse método?
e a Lua, de modo que a Lua não receba luz proveniente do
Sol, pois ela fica na região de sombra provocada pela Terra.
Uma vez que a Lua não recebe luz, não é possível vê-la.
A’ x'= 1
p y' = 9 ⋅10-3
p’
Substituindo na fórmula, obtém-se:
y
Através da semelhança de triângulos, é válida a seguinte 9 ⋅ 10
-3
________
= ______
11
relação: 1,5 ⋅ 10 1
p' i Resolvendo a expressão, tem-se:
__
p = __
o
y = 9 ⋅ 10-3 1,5 ⋅ 1011
80
Terminando os cálculos, resulta:
y = 13,5 ⋅ 108 = 1,35 ⋅ 109 m
Alternativa D
81
monocromático não existe na realidade, uma vez que não Quando se trata de feixes de luz, tem-se as seguintes co-
é possível criar um feixe com uma única frequência, mas res primárias: azul, vermelho e verde. Suas combinações
uma faixa de frequência. Um feixe é chamado de policro- produzem as cores secundárias: ciano, magenta e amarelo.
mático quando é composto por diferentes cores.
luz vermelha + luz verde = sensação visual de amarelo
Para que o olho humano tenha a sensação de branco, não
luz vermelha + luz azul = sensação visual de magenta
é necessário que todas as cores do arco-íris o atinjam. Um
cruzamento de um feixe de luz vermelha, um feixe de luz luz verde + luz azul = sensação visual de ciano.
azul e um feixe de luz verde atuando simultaneamente nos
olhos do observador é o suficiente para causar a sensação
visual de luz branca.
Aplicação do conteúdo
1. O que é refração da luz?
Resolução:
Magenta Refração da luz é o nome dado ao fenômeno da passa-
gem da luz para um meio diferente do meio proveniente.
Existem dois tipos: a refração regular e a difusa. Nos meios
transparentes, ocorre a refração regular; e nos meios trans-
lúcidos, ocorre a refração difusa.
O triângulo foi inventado ou foi descoberto pela Matemática? Na verdade, esse objeto matemático, amplamente utili-
zado no estudo dos fenômenos da propagação retilínea da luz, foi definido matematicamente. Definir é atribuir forma
e nome a um determinado objeto que apresenta determinadas características. Assim, a definição é arbitrária. O nome
triângulo foi atribuído à forma dos objetos que ocupam o espaço interno limitado por três segmentos de reta que con-
correm, dois a dois, em três pontos diferentes, formando três lados e três ângulos internos que somam 180°.
Na geometria plana, considera-se que dois triângulos são semelhantes quando guardam uma proporção entre eles,
de forma que seus ângulos sejam iguais, e os lados do primeiro triângulo sejam proporcionais aos lados do segundo.
Os triângulos semelhantes são usados em diversas áreas, como na arquitetura, para a estabilização de pontes, e na
fotografia, para determinação de amplas distâncias.
82
7.1. A cor de um corpo proveniente da fonte sem refletir nenhuma; assim, o corpo
apresentará a cor preta.
Como foi visto, os fenômenos de reflexão, transmissão e
Alternativa C
absorção da luz dependem das características do meio e
da cor da luz.
Por exemplo, se a luz branca incidir sobre um material que
reflete todas as cores, o objeto terá cor branca; caso o ma-
terial não reflita nenhuma cor, sua cor será preta. Entre-
tanto, pode acontecer de o meio refletir apenas uma cor.
Observe o exemplo a seguir:
multimídia: sites
brasilescola.uol.com.br/fisica/conceitos-
basicos-otica-geometrica.htm
fep.if.usp.br/~profis/arquivos/GREF/
optica08-1.pdf
spie.org/Documents/Publications/00%20
STEP%20Module%2003.pdf
O abacate absorve todas as cores da luz branca que inci-
de sobre ele, com exceção da luz verde, que é refletida de
modo difuso; dessa forma, a fruta é vista na cor verde. A
maçã absorve todas as cores, com exceção da luz verme-
lha, que é refletida de modo difuso; assim, a maçã é vista
na cor vermelha.
A cor de um corpo diante do olho humano depende da
luz que ele reflete. Contudo, por convenção, considera-se
a cor “principal” do corpo aquela que ele apresenta ao ser
iluminado por luz branca.
Aplicação do conteúdo
1. (Ufes) Um objeto amarelo, quando observado em
uma sala iluminada com luz monocromática azul, será
visto:
a) amarelo;
b) azul;
c) preto;
d) violeta;
e) vermelho.
Resolução:
Tem-se, nesse caso, um objeto amarelo. Isso significa que,
quando esse corpo é exposto à luz branca, constituída de
várias cores, ele absorve todas as outras cores e reflete a
cor amarela.
Se esse corpo for levado para uma sala que projeta uma
luz monocromática azul, o objeto absorverá a única cor
83
VIVENCIANDO
Os conceitos básicos de óptica geométrica são utilizados para iluminação em ambientes, em espetáculos de teatro
ou shows de música, em que a combinação de feixes de luzes distintos produz efeitos espetaculares de luz, cor e
sombra. A correta iluminação em estúdios de fotografia e cinema elimina sombras e penumbras que atrapalhariam
a imagem fotografada.
No cotidiano, a absorção da luz pode ser percebida nas vestimentas das pessoas. Em um dia claro e quente, não é
aconselhável a utilização de roupas escuras, uma vez que esse tipo de cor absorve mais radiação e, em consequência,
a roupa fica mais quente. Num dia quente e iluminado, é recomendável a utilização de roupas de cores claras. Em dias
frios, por outro lado, o oposto se torna verdade, e é recomendável a utilização de cores escuras, pois absorvem mais calor.
Habilidade
Habilidade 22 – Compreender fenômenos decorrentes da interação entre radiação e a matéria em suas manifesta-
22 ções em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
A habilidade 22 avalia a capacidade do estudante de entender conceitos de radiação, que são importantes para o
entendimento de óptica geométrica.
Modelo
(Enem) É comum aos fotógrafos tirar fotos coloridas em ambientes iluminados por lâmpadas fluorescentes, que
contêm uma forte composição de luz verde. A consequência desse fato na fotografia é que todos os objetos claros,
principalmente os brancos, aparecerão esverdeados. Para equilibrar as cores, deve-se usar um filtro adequado para
diminuir a intensidade da luz verde que chega aos sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se
o conhecimento da composição das cores-luz primárias: vermelho, verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo
= vermelho + verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
Disponível em: <http://nautilus.fis.uc.pt>. Acesso em: 20 de maio 2014 (adaptado).
Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a fotografia apresente as cores naturais dos objetos?
a) Ciano.
b) Verde.
c) Amarelo.
d) Magenta.
e) Vermelho.
84
Análise expositiva - Habilidade 22: Para resolver a questão, o aluno precisa ter domínio sobre introdução geomé-
D trica, em especial a parte que envolve os conhecimentos sobre cor de um corpo.
Alternativa D
DIAGRAMA DE IDEIAS
ÓPTICA GEOMÉTRICA
LUZ
PROPAGAÇÃO
INDEPENDÊNCIA REVERSIBILIDADE
RETILÍNEA
FORMAÇÃO
ECLIPSE CÂMARA ESCURA
DE SOMBRA
85
ELETROESTÁTICA: Incidência do tema
nas principais provas
Exige análise de gráficos e aplicação Os temas deste livro mais cobrados são corren-
prática de conceitos teóricos. te elétrica (exigindo atenção em cargas elétricas
relacionadas com outros temas da eletricidade)
e potencial elétrico.
Os temas deste livro mais cobrados são Dentre os temas abordados neste Um dos temas deste livro mais cobrado é o de
corrente elétrica (exigindo atenção em cargas caderno, corrente elétrica é o assunto mais corrente elétrica, com atenção aos conceitos
elétricas relacionadas com outros temas da frequente, ligando-se com outros temas da fundamentais de cargas elétricas relacionados
eletricidade) e potencial elétrico. eletricidade. com outros temas da eletricidade.
Dentre os temas abordados neste caderno, Dentre os temas abordados neste caderno, Dentre os temas abordados neste caderno, Dentre os temas abordados neste caderno,
corrente elétrica é o assunto mais frequente, corrente elétrica é o assunto mais frequente, corrente elétrica é o assunto mais frequente corrente elétrica é o assunto mais frequente
ligando-se com outros temas da eletricidade, ligando-se com outros temas da eletricidade, na prova da Puc de Campinas, ligando-se com na prova da Santa Casa, ligando-se com
como potência elétrica e campo magnético. como potência elétrica e circuitos elétricos. outros temas da eletricidade, como potência outros temas da eletricidade, como potência
elétrica e potencial elétrico. elétrica e circuitos elétricos.
UFMG
A prova da UEL tem uma grande variação A prova da UFPR tem uma grande variação de A prova da CMMG tem uma grande variação
de temas. Eventualmente pode aparecer o temas. Eventualmente podem aparecer os te- de temas. Eventualmente pode aparecer o
tema corrente elétrica relacionado com outros mas corrente elétrica e potencial elétrico, com tema corrente elétrica (com especial cuidado
assuntos da eletricidade em questões mais questões que exigem interpretação gráfica. na definição de corrente elétrica), com ques-
objetivas e que exigem um alto nível de tões mais objetivas.
manipulações matemáticas.
O tema corrente elétrica está presente na pro- Dentre os temas abordados neste caderno, Não há uma cobrança grande do tema
va da UERJ. Eventualmente aparece o assunto corrente elétrica é o assunto mais frequente eletrostática; eventualmente, porém,
trabalho do campo elétrico, com questões na prova da UNIGRANRIO, ligando-se com aparecem questões que exigem análise de
mais objetivas. outros temas da eletricidade, como potência figuras e manipulação matemática do tema
elétrica e circuitos elétricos. corrente elétrica relacionado com circuitos
elétricos.
87
AULAS Potencial elétrico
9 e 10
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 20
A seguir, serão estudadas duas grandezas associadas a um Q = +4,0 mC = +4,0 ∙ 10–6 C
campo vetorial conservativo: energia potencial elétrica
d = 2,0 cm = 2,0 ∙ 10–2 m
e potencial elétrico. Em um campo elétrico conservativo,
o trabalho realizado ao se mover uma carga de prova in- k ⋅Q⋅q 4,0 ∙ 10–6 ⋅ 3,0 ∙ 10–9
Epot =_______
0 = (9,0 ∙ 109)_________________
=
depende da trajetória realizada pela carga; com efeito, ele d 2,0 ∙ 10–2
depende apenas da posição inicial e final da carga. 5,4 ∙ 10–3 J.
Considere um sistema formado por uma carga elétrica A carga de prova possui energia potencial de 5,4 ∙ 10–3 J.
pontual Q (carga fonte) e uma carga de prova q, separadas É possível dizer também que a energia potencial elétrica
pelas distancia d. associada ao par de cargas q e Q vale 5,4 ∙ 10–3 J.
A energia potencial elétrica para esse sistema formado
pelo par de cargas é: 2. Potencial elétrico
§ proporcional ao produto das duas cargas, Q e q; Uma carga elétrica isolada Q (chamada de carga fonte)
§ inversamente proporcional à distância d entre as cargas. gera à sua volta um campo elétrico. Considere um ponto P,
fixo próximo à carga fonte, como na figura a seguir. Con-
Considerando que a energia potencial é zero no infinito, no
referencial adotado, a energia potencial vale: sidere também que uma carga de prova q seja trazida do
infinito até o ponto P.
Q
Epot = k0 ∙ __
q
d
Aplicação do conteúdo
A unidade de potencial elétrico no SI é o volt, homenagem
1. No vácuo, uma carga de prova q = +3,0 nC está a uma ao pesquisador italiano Alessandro Volta (1745-1827).
distância de 2,0 cm de uma carga fonte Q = +4,0 mC.
Determine a energia potencial da carga de prova. (k0 = Assim, as unidades volt, joule e coulomb estão relaciona-
9,0 ∙ 109 unidades SI). das por:
Resolução: 1 joule
1 volt = ________
Para aplicar a equação, é preciso ter todas as unidades 1 coulomb
no SI:
88
Em geral, a grandeza física potencial é simbolizada pela equação. Dessa forma, o potencial elétrico no ponto P não
letra V. Atente-se para não confundir com a respectiva uni- depende da carga de prova. Se o ponto P estiver no infinito,
dade, o volt, também simbolizado por V. a distância d é infinita e o potencial no infinito é nulo.
É importante ressaltar que:
§ O potencial elétrico é definido para um ponto P próxi-
mo a uma carga elétrica (carga fonte Q).
§ O potencial elétrico é uma grandeza escalar e pode ser
positivo ou negativo, conforme o sinal da carga fonte Q.
Q>0⇔V>0
Q<0⇔V<0
Resolução:
2.1. Potencial elétrico gerado Inicialmente, é necessário deixar todas as unidades no SI:
por uma carga elétrica pontual Q = +8,0 µC = +8,0 ∙ 10–6 C
Considere novamente o sistema de cargas formado por
d = 4,0 cm = 4,0 ∙ 10–2 m
uma carga fonte Q e uma carga de prova q, separadas por
uma distância d, como na figura a seguir. A carga de prova Substituindo na equação do potencial elétrico, tem-se:
q possui energia potencial elétrica dada pela equação: Q +8,0 · 10-6
Vp = k0 __
= (9,0 ∙ 109) _________
= +18 ∙ 105 V ⇒
d 4,0 · 10-2
Vp = +1,8 ∙ 106 V
89
Q Q
V = E ∙ d = k0 __
2 ∙ d ⇒ V = k0 __
. Q = 8,0 pC = 8,0 ∙ 10–12 C;
d d
Q ∙ q d = 2,0 mm = 2,0 ∙ 10–3 m.
A força elétrica, dada pela lei de Coulomb Fe = k0_____
2 ,0
d Então, pela equação do potencial, calcula-se V:
tem a direção da reta que une os centros das duas cargas,
podendo ter o sentido de afastamento, caso as cargas se- Q 8,0 ∙ 10–12
V = k0 __
= 9,0 ∙ 109 ∙ _________
⇒
jam de mesmo sinal (repulsão), ou de aproximação (atra- d 2,0 ∙ 10–3
ção), caso as cargas sejam de sinais contrários. Alternativa
72 ∙ 10
–3
⇒ V = ________ ⇒ V = 36 V
[B] incorreta. 2,0 ∙ 10–3
O campo elétrico é a razão entre a força e a carga de prova b) A energia potencial é dada por:
Fe Q Epot = q ⋅ V.
E = __ __
q 0 = k0 d 2 . Assim, ele não depende apenas da carga Q,
mas também da distância entre as cargas. Alternativa [C] Sendo q = 5,0 ∙ 10–12 C, tem-se:
incorreta.
Epot = 5,0 ∙ 10–12 ∙ 36 = 180 ∙ 10–12 ⇒
A energia potencial elétrica é dada pelo produto do po-
⇒ Epot = 1,8 ∙ 10–10 J
tencial elétrico e a carga de prova, então Ep = q0 ∙ V = q0 ∙
Q k ∙ Qq
k0 __
⇒ Ep = ______
0 .0 A alternativa [D] está incorreta, pois
d d 2.2. Potencial elétrico de
a dependência é com o inverso de d.
diversas cargas elétricas
Alternativa A
Foi visto como calcular o potencial elétrico de uma carga.
Agora, considere que, em uma certa região do espaço, esté
2. 1. 1. Comparações entre o campo um conjunto de n partículas eletrizadas com cargas elétricas
elétrico e o potencial elétrico Q1, Q2,..., Qn. Juntas, essas cargas geram um campo elétrico
§ Ambos são gerados por uma carga fonte Q e aplicam- nessa região. Considere também um ponto P fixo próximo a
-se a um ponto P, distante d da carga fonte. essas partículas. Calcule o potencial elétrico resultante nesse
ponto P. Para isso, siga o seguinte procedimento:
§ O potencial elétrico em P é uma grandeza escalar, en-
quanto o campo elétrico é vetorial, isto é, tem módulo,
direção e sentido.
§ O potencial elétrico depende do sinal da carga gera-
dora (pode ser positivo ou negativo); o campo elétrico,
porém, só depende do módulo dessa carga.
90
Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn
Aplicação do conteúdo
multimídia: vídeo
1. Duas partículas eletrizadas com cargas elétricas Q1 =
4,0 ∙ 10–7 C e Q2 = –2,0 ∙ 10–7 C estão fixas nos extremos Fonte: Youtube
do segmento AB, cujo ponto médio é M. Mapeamento de equipotenciais de terminais
Conjunto de superfícies equipotenciais
lineares
–2 ∙ 10
–7
V2 = 9,0 ∙ 109 ∙ _________ = –9 ∙ 104 ⇒
2 ∙ 10–2
⇒ V2 = –9,0 ∙ 104 V
b) O potencial elétrico resultante no ponto M é dado
pela soma dos dois valores anteriores: VM = V1 + V2
(levando-se em conta os sinais).
Para facilitar a conta, são expressados os dois valores na
mesma potência 104:
VM = (+18 ∙ 104) + (–9,0 ∙ 104) ⇒
Linhas de equipotenciais de uma carga pontual Q positiva
⇒ VM = +9,0 ∙ 104 V
Quando as linhas de força aparecem juntamente com as
linhas equipotenciais, ambas devem formar um ângulo
3. Equipotenciais reto em cada cruzamento, uma vez que são sempre per-
pendiculares.
São denominadas de equipotenciais as linhas ou superfí-
cies imaginárias cujos pontos possuem o mesmo potencial. As linhas de força de um campo elétrico uniforme são retas
Em geral, as representações de campo elétrico são feitas paralelas. As linhas equipotenciais são, assim, perpendicu-
por um conjunto de superfícies equipotenciais. lares a cada uma delas. Nesse caso, as equipotenciais são
paralelas entre si.
91
08) dois objetos eletrizados por contato são afasta-
dos um do outro por uma distância D. Nesta situa-
ção, podemos afirmar que existe um ponto entre eles
onde o vetor campo elétrico resultante é zero;
16) o meio em que os corpos eletrizados estão imer-
sos tem influência direta no valor do potencial elétri-
co e do campo elétrico criado por eles.
Campo elétrico uniforme. As linhas de força estão representadas Resolução:
por linhas cheias, e as linhas equipotenciais por linhas tracejadas
01) Falsa. As cargas somente se distribuem unifor-
Nas figuras abaixo, é possível identificar dois casos particu- memente pela superfície de um corpo eletrizado se
lares. O campo elétrico é gerado por duas cargas elétricas ele for de material condutor perfeitamente esférico e
do mesmo módulo. estiver em equilíbrio eletrostático.
02) Falsa. São as cargas negativas, isto é, os elétrons
Em ambas as figuras, convenciona-se que: são transferidos de um corpo para outro por meio da
§ linhas cheias são linhas de força; eletrização por atrito.
04) Falsa. Pelo contrário, dias úmidos prejudicam a
§ linhas tracejadas são linhas equipotenciais. eletrização dos corpos devido ao excesso de umidade
do ar, que funciona como se fosse um fio terra, des-
carregando os corpos mais rapidamente através das
moléculas polares da água na fase vapor.
08) Verdadeira. Quando se faz eletrização por conta-
to, depois de separadas as cargas assumem o mesmo
sinal de carga elétrica; com isso, o vetor campo elétrico
se anula em um ponto entre os dois corpos eletrizados.
16) Verdadeira. Tanto o potencial elétrico como o
campo elétrico são influenciados pelo meio em que
Campo elétrico de duas cargas elétricas opostas estão imersos, basta verificar a presença da constante
eletrostática do meio (k) nas equações de ambas.
Q Q
V = k __
e E = k __
2
d d
2. (Udesc) Ao longo de um processo de aproximação de
duas partículas de mesma carga elétrica, a energia po-
tencial elétrica do sistema:
a) diminui;
b) aumenta;
c) aumenta inicialmente e, em seguida, diminui.
d) permanece constante;
e) diminui inicialmente e, em seguida, aumenta.
Resolução:
Campo elétrico de duas cargas elétricas positivas
Sabendo que a energia potencial elétrica é dada por Ep
k∙Q∙q
= ______
,
se a distância entre as partículas diminui, a
Aplicação do conteúdo d
energia potencial Ep aumenta.
1. (UFSC) O ato de eletrizar um corpo consiste em gerar
uma desigualdade entre o número de cargas positivas e Alternativa B
negativas, ou seja, em gerar uma carga resultante dife-
rente de zero. Em relação aos processos de eletrização
e às características elétricas de um objeto eletrizado, é 4. Gráfico do potencial elétrico
correto afirmar que:
Dada a expressão para o potencial elétrico de carga pun-
01) em qualquer corpo eletrizado, as cargas se distri- tiforme, sendo o potencial uma função da distância, V = V
buem uniformemente por toda a sua superfície; (d), tem-se:
02) no processo de eletrização por atrito, as cargas
positivas são transferidas de um corpo para outro; k ∙Q
04) em dias úmidos, o fenômeno da eletrização é poten- V(d) = _____
0
d
cializado, ou seja, os objetos ficam facilmente eletrizados;
92
Analisando o gráfico, é possível observar que, quanto mais
próximo à carga negativa, menor é o potencial elétrico; por
outro lado, quanto mais distante à carga elétrica negativa,
maior é o potencial elétrico.
Para uma carga positiva (Q > 0), o gráfico do potencial em Sendo uma carga elétrica Q negativa (Q < 0), foi visto que,
função da distância à partícula é da seguinte forma: quanto mais próximo a ela, menor será o valor do poten-
cial elétrico; e, quanto mais distante da carga, maior será
o potencial elétrico. Assim, VA < VB < VC. É sabido que, no
campo elétrico, a carga puntiforme negativa é convergente,
ou seja, o campo é de aproximação. Dessa forma, o sentido
da linha de força também é de aproximação, coincidente-
mente na mesma direção em que o potencial diminui.
Carga Q < 0
(Q > 0)
De maneira geral, podemos dizer que:
Analisando o gráfico, é possível perceber que, quanto mais
próximo à carga positiva, maior é o potencial elétrico; e, O potencial elétrico diminui no mesmo sentido da li-
quanto mais distante da carga, menor é o potencial elétrico. nha de força.
Para uma carga negativa (Q < 0), todos os valores do po-
tencial elétrico serão negativos; Assim, o gráfico da função Por exemplo, analisando a figura a seguir:
do potencial elétrico em função da distância à partícula é
da seguinte forma:
93
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A habilidade 17 é quase onipresente nos exercícios da prova de ciências da natureza, uma vez que ela cobra do aluno a
capacidade de relacionar os fenômenos naturais com diferentes formas de linguagem, fórmulas matemáticas e a capaci-
dade de interpretação gráfica.
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
A habilidade 21 cobra do aluno a capacidade de interpretar os processos naturais ou tecnológicos relacionados ao eletro-
magnetismo e termodinâmica. De forma abrangente esta habilidade cobra do aluno conhecimento em duas grandes
áreas. Por isso, talvez questões relacionadas ao eletromagnetismo tenham aparecido um pouco menos em provas anteri-
ores, salvo é claro a prova de 2017, na qual esteve muito mais presente.
Modelo
(Enem) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação, e é uma estratégia
eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa característica eletrofisiológica está presente
na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado por uma célula que compõe as fibras de Purkinje,
responsáveis por conduzir os impulsos elétricos para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca.
Observa-se que existem quatro fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+ a polaridade celular pode
atingir valores de até +10 mV o que se denomina despolarização celular. A modificação no potencial de repouso pode
disparar um potencial de ação quando a voltagem da membrana atinge o limiar de disparo que está representado
na figura pela linha pontilhada. Contudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte
94
celular. Assim, ocorre a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial
de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular, respectivamente?
a) Fases 0 e 2.
b) Fases 0 e 3.
c) Fases 1 e 2.
d) Fases 2 e 0.
e) Fases 3 e 1.
Análise expositiva - Habilidade 17 e 21: Essa é uma excelente questão, onde o estudante é cobrado tanto na parte
B interdisciplinar, quanto na interpretação gráfica do potencial de membrana em relação ao tempo. o estudante deve
relacionar conceitos, fenômenos com as fases destacadas no gráfico.
A despolarização ocorre na fase em que o potencial sobe, que é a fase 0. A repolarização ocorre quando o potencial
está voltando ao potencial de repouso, como acontece na fase 3.
Alternativa B
DIAGRAMA DE IDEIAS
CARGA
ELÉTRICA
95
AULAS Trabalho no campo elétrico
11 e 12
Competências: 5e6 Habilidades: 17 e 21
1. Introdução Sendo tAB o trabalho total realizado pelas forças que atuam
na partícula entre os pontos A e B, pode-se demonstrar que:
O trabalho da energia elétrica será abordado a partir do
mv 2 mvA2
potencial e da energia potencial elétrica. Antes, porém, é τAB = ____
B - ____
2 2
necessário definir alguns conceitos, como trabalho, energia
cinética e energia mecânica. Tais conceitos vão ser revistos Note que, na equação acima, vB é o módulo da velocidade
mais detalhadamente em outra oportunidade. no fim do percurso, e vA é o módulo da velocidade no início
do percurso.
1.1. Trabalho de uma força Como será visto, a equação acima tem bastante utilidade,
Considere um corpo que se move _____ em trajetória
_____ retilínea, e, por esse motivo, os físicos decidiram definir a energia
› ›
efetuando um deslocamento d . Sendo F uma das forças cinética (Ec) de uma partícula de massa m e velocidade v
que atuam sobre corpo, suponha que essa força seja constan- do seguinte modo:
te (em módulo, direção e sentido) e forme_____› um ângulo u com
mv
2
_____› Ec = ____
o deslocamento d
. O trabalho da força F
é definido por: 2
3. Princípio da
conservação da energia
Todo movimento ou atividade ocorre por meio da transfor-
t = F · d · cos u
mação de um tipo de energia em outra forma de energia.
No SI, a unidade de trabalho é o joule, cujo símbolo é J.
1.2. O trabalho total “Energia não se cria, energia não se perde, en-
ergia apenas se transforma de um tipo em outro, em
Suponha que um corpo esteja sob a ação de várias forças. quantidades iguais”
O trabalho total ao longo de um deslocamento é definido
como a soma dos trabalhos de cada força:
ttotal = tF1 + tF2 + tF3 + tF4 + ... A soma de energia cinética com todas as energias poten-
___›
ciais de um corpo é denominada energia mecânica (EM):
das forças for F r , é possível demonstrar que
Se a resultante___
› EM = EC + EP
o trabalho de F r é igual ao trabalho total:
Assim: Ec é a energia cinética do corpo; e Ep é a energia
tFr = ttotal
potencial desse corpo (incluindo-se todas as energias po-
tenciais)
2. Teorema da energia cinética É possível demonstrar que:
Considere que uma partícula de massa m passe por um
ponto A com velocidade A e, em seguida, passe por um A energia mecânica do corpo será constante se, dentre
ponto B com velocidade B, movendo-se ao longo de uma todas as forças que atuarem sobre ele, as únicas que
trajetória qualquer. realizarem trabalho não nulo forem conservativas.
96
4. Trabalho da força elétrica Essa maneira de calcular o trabalho pode ser aplicada
apenas para campos ditos conservativos. Como o campo
elétrico é um campo conservativo, é possível utilizar esse
método para obter o trabalho.
Aplicação do conteúdo
1. Em uma região onde há campo elétrico, uma carga
elétrica negativa q = –4,0 nC é deslocada de um pon-
to A, de potencial +5,0 V, até um ponto B, de potencial
–5,0 V. Determine o trabalho da força elétrica.
multimídia: vídeo
Resolução:
Fonte: Youtube
TRABALHO FORÇA ELÉTRICA HD Calcule o trabalho usando a equação:
τAB = q(VA – VB).
Para determinar o trabalho da força elétrica sobre uma car-
ga de prova, considere a situação da figura a seguir. Uma Substituindo os valores dados, tem-se:
carga de prova q é movida do ponto A para o ponto B, em
τAB = –4,0 · 10–9 [(+5,0) – (–5,0)] = –4,0 · 10–9 · 10
uma região onde existe um campo elétrico. A carga elétrica
⇒ ⇒ τAB = –4,0 · 10–8 J
fonte que dá origem ao campo elétrico foi omitida por sim-
plificação. O movimento da carga de prova pode ocorrer
espontaneamente por ação de um agente externo (oper- sinal negativo do trabalho indica que ocorre uma re-
O
ador). Devido ao fato de estar em uma região de campo sistência ao movimento, isto é, na situação considerada, a
elétrico, uma força elétrica F atua sobre a partícula. força elétrica opõe-se ao deslocamento da carga.
97
Então: Uma carga puntiforme q > 0 abandonada livremente no
τAB = 3,0 · 10 –11
J ponto A sofrerá a ação exclusiva da força elétrica F e se
deslocará ao longo da linha de força que liga o ponto A e o
É importante saber: o trabalho da força elétrica é es-
ponto B. Nesse deslocamento, o trabalho será:
pontâneo. Uma carga livre deixada em um local onde há
campo elétrico vai se deslocar naturalmente e, por conse- ——
τAB = F ⋅ AB
⇒ τAB = F ⋅ d
quência, haverá trabalho da força elétrica. As cargas posi-
tivas se deslocam naturalmente no sentido decrescente do
potencial elétrico, enquanto as cargas negativas se deslo- Considerando que F = q ⋅ E, obtém-se:
cam no sentido crescente do potencial elétrico. Resumindo:
τAB = q ⋅ E ⋅ d
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Campo elétrico | Carga elétrica, energia
elétrica e voltagem
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Potencial elétrico, trabalho no campo elétrico
Carga puntiforme deslocada de A para B sob a ação - Fisica
de uma força elétrica
98
6. Diferença de potencial (d.d.p.) a) a velocidade dos elétrons ao atingirem a placa cole-
tora é a mesma dos elétrons no fio externo à ampola;
b) se quisermos saber a velocidade dos elétrons é
É chamada de d.d.p. entre dois pontos de um campo elétrico
necessário conhecermos a distância entre as placas;
a razão entre o trabalho realizado pela força elétrica para
c) a energia fornecida pela fonte aos elétrons coletados
deslocar uma carga entre esses pontos e o valor da carga: é proporcional ao quadrado da diferença de potencial.
τ
VA – VB = UAB = U = ___
AB d) a velocidade dos elétrons ao atingirem a placa co-
|q| letora é de aproximadamente 1,0 × 107 m/s;
Notas: e) depois de algum tempo a corrente vai se tornando
§ no SI, a d.d.p. é expressa em J/C = V(volt); nula, pois a placa coletora vai ficando cada vez mais
negativa pela absorção dos elétrons que nela chegam.
§ se q é + ⇒ VA – VB > 0 ⇒ VA > VB;
Resolução:
se q é – ⇒ VA – VB < 0 ⇒ VA < VB.
U = 250 V qe = – 1,6 ∙ 10-19 C
Aplicação do conteúdo i = 5 mA me = 9,11 ∙ 10-31C
1. Na figura a seguir, o campo elétrico tem intensidade
E = 4,5 N/C. No ponto A, é abandonada uma partícula Pelo teorema da energia cinética:
eletrizada de carga elétrica q = 4,0 pC. Despreze a ação
da força gravitacional. A partícula desloca-se espontan- DEc = DFR
eamente no sentido da linha de força. Determine o tra- mv02
m ∙
v
2
_____ – ____
= |q| U
balho da força elétrica no deslocamento AB. 2 2
9,11 · 10 ∙ v
____________
-31 2
= 1,6 ∙ 10-19 ∙ 250
2
v2 ≈ 87,82 ∙ 10-2
Resolução: Alternativa D
Tem-se:
q = 4,0 pC = 4,0 · 10–12 C
E = 4,5 N/C
d = AB = 20 cm = 20 · 10–2 m
99
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da ter-
21 modinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Nesse caso, a habilidade 21 exige que o aluno domine conceitos eletromagnéticos, especificamente a definição de po-
tencial elétrico, de polarização e despolarização. Como se trata de uma área mais abstrata, os exercícios são altamente
contextualizados com o intuito de mostrar ao aluno que, apesar de abstrato, o tema está presente no cotidiano.
Modelo
(Enem) As células possuem potencial de membrana, que pode ser classificado em repouso ou ação, e é uma estratégia
eletrofisiológica interessante e simples do ponto de vista físico. Essa característica eletrofisiológica está presente
na figura a seguir, que mostra um potencial de ação disparado por uma célula que compõe as fibras de Purkinje,
responsáveis por conduzir os impulsos elétricos para o tecido cardíaco, possibilitando assim a contração cardíaca.
Observa-se que existem quatro fases envolvidas nesse potencial de ação, sendo denominadas fases 0, 1, 2 e 3.
O potencial de repouso dessa célula é –100 mV, e quando ocorre influxo de íons Na+ e Ca2+, a polaridade celular pode
atingir valores de até +10 mV, o que se denomina despolarização celular. A modificação no potencial de repouso pode
disparar um potencial de ação quando a voltagem da membrana atinge o limiar de disparo que está representado
na figura pela linha pontilhada. Contudo, a célula não pode se manter despolarizada, pois isso acarretaria a morte
celular. Assim, ocorre a repolarização celular, mecanismo que reverte a despolarização e retorna a célula ao potencial
de repouso. Para tanto, há o efluxo celular de íons K+.
Qual das fases, presentes na figura, indica o processo de despolarização e repolarização celular, respectivamente?
a) Fases 0 e 2
b) Fases 0 e 3
c) Fases 1 e 2
d) Fases 2 e 0
e) Fases 3 e 1
Análise expositiva - Habilidade 21: Mesmo apresentando um texto acompanhado de um gráfico, o exercício possui
B rápida resolução. Cabe ao aluno saber reconhecer aquilo que é pedido e extrair a resposta do gráfico fornecido.
A despolarização ocorre na fase em que o potencial sobe, que é a fase 0. A repolarização ocorre quando o
potencial está voltando ao potencial de repouso, o que ocorre na fase 3.
Alternativa B
100
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRABALHO DE
FORÇA ELÉTRICA
VARIAÇÃO DE
ENERGIA CINÉTICA
TRABALHO TRABALHO
MOTOR RESISTENTE
101
AULAS Potencial elétrico no CEU
13 e 14 e equilíbrio eletrostático
V ___
1 __ 1N
m = C
Assim:
102
02) A diferença de potencial elétrico, na atmosfera,
entre um ponto A e um ponto B, situando 2 m abaixo
de A, é de 200 V.
04) Cátions existentes na atmosfera tendem a mov-
er-se para cima, enquanto que ânions tendem a mov-
er-se para a superfície terrestre.
08) O trabalho realizado pela força elétrica para des-
locar uma carga elétrica de 1 μC entre dois pontos, A
e C, distantes 2 m entre si e situados a uma mesma
altitude, é 200 μJ.
16) Este campo elétrico induzirá cargas elétricas em
uma nuvem, fazendo com que a parte inferior desta,
multimídia: vídeo voltada para a Terra, seja carregada positivamente.
Fonte: Youtube Resolução:
O elétron-volt 01) Verdadeira. A Terra é geralmente negativa.
02) Verdadeira. U = Ed ⇒ U = 100 ∙ 2 = 200 V
04) Falsa. O campo elétrico está orientado para baixo. As-
Aplicação do conteúdo sim, as cargas positivas tendem a se mover para baixo.
08) Falsa. Eles estão numa mesma superfície de
1. Dois planos equipotenciais, p1 e p2, são represen- equipotencial.
tados na figura abaixo. Os potenciais elétricos nesse
16) Verdadeira. Igual ao item 4.
planos são V1 = 40 V e V2 = 5,0 V, respectivamente. Sa-
bendo que a intensidade do campo elétrico é constan- 01 + 02 + 16 = 19
te e igual a 5 V/m , determine a distância (d) entre os
dois planos equipotenciais. 3. (Unirio)
Resolução:
Uma superfície plana e infinita, positivamente carregada, ori-
Aplica-se a equação da diferença de potencial em um campo gina um campo elétrico de módulo 6,0 · 107 N/C. Considere
elétrico uniforme: que os pontos B e C da figura são equidistantes da superfície
carregada e, além disso, considere também que a distância
U
E ⋅ d = U ⇒ d = __ entre os pontos A e B é de 3,0 m, e entre os pontos B e C é de
E
Mas: 4,0 m. Com isso, os valores encontrados para a diferença
de potencial elétrico entre os pontos A, B e C, ou seja: UAB,
U = V1 – V2 UBC e UAC são, respectivamente, iguais a:
a) Zero; 3,0 · 108 V; 1,8 · 108 V.
Substituindo os valores dos potenciais, obtém-se: b) 1,8 · 108 V; zero; 3,0 · 108 V.
V1 – V2 _______
40 – 5,0 ___ c) 1,8 · 108 V; 1,8 · 108 V; 3,0 · 108 V.
d = ______
= = 35 m ⇒ d = 7,0 m
d) 1,8 · 108 V; 3,0 · 108 V; zero.
E 5,0 5,0
e) 1,8 · 108 V; zero; 1,8 · 108 V.
2. (UFPR) Um físico realiza experimentos na atmosfera
Resolução:
terrestre e conclui que há um campo elétrico vertical e
orientado para a superfície da Terra, com módulo E = UAB = E ∙ dAB = 6 ∙ 107 ∙ 3 = 1,8 · 108 V
100 N/C. Considerando que para uma pequena região
da superfície terrestre o campo elétrico é uniforme, é UBC = 0 V, pois estão numa mesma superfície de equipotencial
correto afirmar:
UAC = UAB = 1,8 ∙ 108 V
01) A Terra é um corpo eletrizado, com carga elétrica
negativa em excesso. Alternativa E
103
2. O equilíbrio eletrostático No interior de um condutor eletrizado em equilíbrio
As cargas elétricas em um condutor se movimentam à eletrostático, o potencial não é nulo e tem o mesmo
procura de uma posição de equilíbrio. Quando as cargas valor em todos os pontos.
atingem essa posição, e não há mais movimento, afirma-se
que o condutor atingiu o seu equilíbrio eletrostático. Caso houvesse dois pontos, A e B, no interior do condutor
Depois de atingir o equilíbrio eletrostático, o condutor adquire tal que VA > VB, existiria trabalho da força elétrica que mov-
certas propriedades físicas que serão abordadas a seguir. imentaria espontaneamente os elétrons livres de B para
A, o que perturbaria o equilíbrio eletrostático do condutor.
Em um condutor eletrizado em equilíbrio eletrostá-
Dessa maneira, o potencial deve ser o mesmo em todos os
tico, as cargas elétricas em excesso se localizam na
pontos do interior do condutor.
sua superfície. O pesquisador inglês Michael Faraday (1791-1867)
elaborou um experimento interessante. Em um dia de
tempestades elétricas, permaneceu dentro de uma grande
As cargas em excesso possuem o mesmo sinal, isto é, ou são gaiola construída de arame metálico. Apesar de a gaiola ter
positivas ou são negativas. Por se repelirem mutuamente e sido atingida por raios (descargas elétricas), conta-se que
por não se movimentarem no condutor, ficam na superfície. Faraday, ao sair dela, relatou não ter sentido nenhum choque
No caso de um condutor esférico, a distribuição de cargas elétrico. Essa gaiola foi denominada Gaiola de Faraday.
é simétrica e uniforme, como é possível observar na figura.
O uso da Gaiola de Faraday se tornou consagrado, e, atu-
almente, uma malha de ferro, que não aparece externa-
mente, é construída em torno de grandes edifícios para
proteger as pessoas que estejam em seu interior contra
descargas elétricas provocadas por tempestades.
Fórmula da densidade
A Gaiola de Faraday
Condutor alongado com cargas elétricas Adiante, será estudado o que ocorre com uma esfera eletri-
aglomeradas nas suas extremidades zada isolada de outras cargas. A partir daqui, será admitido
que a esfera sempre está em equilíbrio eletrostático. Con-
Nos pontos internos de um condutor eletrizado em forme foi visto anteriormente, em uma esfera, as cargas
equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é sempre elétricas em excesso distribuem-se uniformemente pela
nulo, independentemente de sua forma geométrica. sua superfície, como mostra a figura a seguir.
104
Convém recordar duas propriedades importantes: Para qualquer ponto no interior da esfera, foi visto que o po-
tencial é constante e igual ao potencial na superfície. Assim:
§ Em todos os pontos internos o campo elétrico é nulo.
§ Em todos os pontos (internos ou da superfície da esfera) Q
Vint = Vsup = k0 __
o potencial elétrico é constante, ou seja, todos os pontos R
têm o mesmo valor de potencial elétrico, não nulo.
A seguir, será demonstrado como determinar o valor do po- 4. Cálculo do campo elétrico
tencial elétrico e a intensidade do campo elétrico e do po- Foi visto que, nos pontos internos da esfera, o campo elé-
tencial elétrico para os pontos externos e próximos da esfera. trico é nulo. Será determinado agora o campo elétrico nos
pontos externos. Nas figuras a seguir, foi representado o
campo elétrico em um ponto P, através do seu vetor E.
Lembre-se de que as cargas positivas geram um campo de
afastamento, e as negativas, um campo de aproximação.
3. Cálculo do potencial elétrico Note que essa equação não é válida para calcular o campo
elétrico em pontos na superfície da esfera.
Inicialmente, será calculado o potencial elétrico em um pon-
to P fora da esfera. Existe uma simetria na distribuição de
Aplicação do conteúdo
cargas na esfera, além da uniformidade na distribuição em
sua superfície. Assim, podemos admitir que toda a carga Q 1. Uma esfera metálica de raio R = 4,0 cm, no vácuo,
esteja concentrada no centro (ponto O) da esfera. Sendo d a tem a sua superfície uniformemente carregada com
uma carga elétrica de 12 nC. Adotando k0 = 9,0 · 109
distância do centro O ao ponto P, o potencial pode ser obtido
unidades do SI, determine:
pela seguinte equação, vista em aulas anteriores:
a) O potencial elétrico em um ponto da superfície da esfera.
b) O potencial elétrico em um ponto P distante 12 cm
do centro da esfera.
c) A intensidade do campo elétrico no ponto P do
item anterior.
Resolução:
a) Cálculo potencial elétrico é igual para qualquer
ponto da superfície da esfera:
Dessa forma, ajustando as unidades:
105
b) Como a esfera tem raio de 4,0 cm, e o ponto P está
a 12 cm do centro, o ponto P é externo à esfera.
4.1. Gráfico do Potencial Elétrico
Assim: d = 12 cm = 12 · 10–2 m
de um Condutor Carregado
Considere o potencial elétrico uma função da distância,
Então:
isto é, V = V (d). Seu gráfico é do tipo:
Q
12 · 10–2
–9
Vext = k0 __
⇒ VP = 9 · 109 · _______
d 12 · 10
= 9,0 · 102 ⇒ VP = 9,0 · 102 V
106
VIVENCIANDO
Os para-raios
De que maneira as indústrias fabricantes de para-raios costumam testar seus produtos antes de colocá-los à venda?
Um dos testes consiste em submeter o produto a descargas elétricas semelhantes aos raios. Para simular um raio
causado por uma nuvem eletrizada, uma esfera de cobre de aproximadamente 1 metro de diâmetro é suspensa, a
mais ou menos 10 metros do chão, e ligada a um gerador de cargas elétricas para ser eletrizada. Abaixo da esfera
é colocado o para-raios que será testado. A esfera, eletrizada, atinge potenciais de alguns milhões de volts e produz
uma descarga elétrica que salta e atinge o para-raios. Um engenheiro elétrico de operações verifica pessoalmente, a
poucos metros do local, o funcionamento correto do para-raios. Entretanto, o engenheiro se protege dentro de uma
Gaiola de Faraday contra as descargas elétricas que circulam no ambiente.
O efeito de blindagem eletrostática, conhecido como Gaiola de Faraday, é amplamente utilizado para proteger equi-
pamentos que não podem ser submetidos a influências elétricas externas, ou na proteção de passageiros de aviões
ou carros. Os veículos, ao serem atingidos por relâmpagos, protegem seus tripulantes, uma vez que as cargas elétricas
serão distribuídas pelas estruturas metálicas.
O forno de micro-ondas e a ressonância magnética são outras duas aplicações cotidianas da blindagem eletrostática.
No micro-ondas, a blindagem eletrostática não permite que escapem as ondas eletromagnéticas que esquentam
os alimentos, pois a casca metálica que reveste o interior do equipamento e
a malha metálica que cobre o visor de vidro funcionam como uma Gaiola de
Faraday. Para o exame de ressonância magnética, são necessárias salas de
exames equipadas com uma cabine de radiofrequência. Essa cabine consiste
numa caixa de alumínio ou outro material similar e serve para proteger o fun-
cionamento do equipamento, que pode sofrer alteração de ondas de radiof-
requência externas que causariam interferências nos resultados dos exames.
5. Equilíbrio eletrostático § As cargas das duas esferas passam a ser Q’1 e Q’2, res-
pectivamente, e por conservação da carga elétrica:
entre duas esferas interligadas
Na figura a seguir, duas esferas condutoras, 1 e 2, inicial- Q’1 + Q’2 = Q1 + Q2
mente isoladas uma da outra, foram carregadas com car-
gas elétricas Q1 e Q2, respectivamente. As esferas foram
interligadas por um fio condutor, mas foram mantidas u seja, a soma das cargas das duas esferas permanece
O
constante, uma vez que nenhuma carga foi inserida ou
afastadas a fim de evitar a indução eletrostática. Depois de
retirada do sistema.
serem conectadas, ocorreu uma troca de cargas elétricas
devido à diferença de potencial elétrico entre ambas. § Devido ao equilíbrio, os potenciais se igualam, V1 = V2,
assim:
Q’ Q’ Q’ Q’2
k0 ___
1 = k0 ___
2 ⇒ ___
1 = ___
R1 R2 R1 R2
107
Aplicação do conteúdo
1. Uma esfera de raio R1 = 2,0 cm e carregada com carga
Q1 = 6,0 pC e uma esfera de raio R2 = 6,0 cm carrega-
da com carga Q2 = –2,0 pC são conectadas por um fio e
mantidas afastadas uma da outra. Depois de atingirem o
equilíbrio eletrostático, qual é a carga de cada uma delas?
Resolução:
108
DIAGRAMA DE IDEIAS
CAMPO UNIFORME Ed = U
GAIOLA DE
FARADAY
CARGA NA DENSIDADE
EQ. ELETROSTÁTICO
SUPERFÍCIE SUPERFICIAL
CAMPO
INTERIOR NULO
POTENCIAIS
IGUAIS
109
AULAS Corrente elétrica
15 e 16
Competências: 2, 5 e 6 Habilidades: 5, 17 e 21
ELETRÓNS
110
Essa convenção não foi alterada, pois, sob o ponto de vista No SI, a unidade da intensidade de corrente elétrica é o
do eletromagnetismo, o movimento de cargas negativas ampère, de símbolo A, em homenagem ao físico francês
em determinada direção é equivalente ao movimento de André-Marie Ampère (1775-1836).
cargas positivas na direção oposta.
A unidade de carga elétrica, o Coulomb (C), é definida a
O sentido da corrente elétrica é indicado, também por con- partir da equação anterior: Q = i ⋅ Dt. Em unidades:
venção, por uma flecha com a letra i.
ampère · segundo = coulomb
i i
BATERIA
multimídia: vídeo
Assim, o valor absoluto da quantidade de carga elétrica Q
Fonte: Youtube
que atravessou a seção S é:
Física Total - Aula 61 - eletrod-
|Q| = n ⋅ |e| inâmica - corrente elétrica
111
para o ânodo e o cátodo, respectivamente. Esse efeito 2. Durante um intervalo de tempo ∆t = 16 s, uma quanti-
é aplicado na galvanização de metais (cromeação, dade de 2,0 · 1022 elétrons atravessou a seção transversal
de um condutor. Sendo e = 1,6 · 10–19 C o valor de carga
prateação, niquelação, etc.).
elétrica elementar, determine:
§ Efeito Magnético – quando um condutor é percorri- a) a carga elétrica que atravessa o condutor;
do por uma corrente elétrica e produz nas suas proxim- b) a intensidade média da corrente elétrica.
idades um campo magnético. Esse efeito é facilmente Resolução:
comprovado pela deflexão da agulha imantada de uma
a) Sendo |Q| = n ∙ e, obtém-se a carga elétrica:
bússola colocada próxima do condutor.
|Q| = (2,0 · 1022) ⋅ (1,6 · 10–19 C) ∴
§ Efeito Luminoso – quando a corrente elétrica Q = 3,2 · 103 C
atravessa um gás, sob baixa pressão, ocorre emissão de
b) A intensidade média (im) da corrente vale:
luz. Esse efeito é aplicado nas lâmpadas fluorescentes,
lâmpadas de vapor de sódio, etc. |Q| 3,2 · 10³ C _________
im = ___
= _________
= 32 · 10²
C
=
Dt 16 s 16 s
§ Efeito Térmico ou Efeito Joule – quando os elétrons
livres colidem com os átomos, ocorre o aquecimento do Cs
= 2,0 · 10² __
condutor. Esse efeito é aplicado em aparelhos que pro- = 2,0 · 10² A
duzem calor (aquecedores elétricos: chuveiros, tornei-
ras, ferros elétricos, etc.).
7. O gerador elétrico
6. O amperímetro Para se produzir uma corrente elétrica é necessário um gera-
dor elétrico. Os geradores elétricos mais comuns e conheci-
A intensidade da corrente elétrica que passa por um fio é dos são: pilha comum, bateria de automóvel, bateria de celu-
medida por um aparelho chamado amperímetro. lar, os grandes e potentes geradores das hidroelétricas, etc.
A figura a seguir mostra um amperímetro ligado a um cir-
cuito. No mostrador do aparelho é indicada a intensidade
da corrente elétrica que o atravessa.
|Q|
i = ___
⇔ |Q| = i ⋅ ∆t = 4,0 A ⋅ 120 s ⇒
Dt
⇒ |Q| = 480 C
112
É através do polo positivo que o gerador fornece corrente é uma relação entre energia elétrica e carga elétrica. Assim,
elétrica ao circuito. Depois de atravessar o circuito, a cor- a origem do termo, pensando-se que se tratava de uma
rente retorna ao gerador pelo polo negativo. Na figura aci- força aplicada às cargas elétricas, é equivocada.
ma é possível observar um circuito composto por uma ba-
As pilhas e baterias comuns indicam o valor de sua f.e.m.
teria e uma lâmpada. O sentido convencional da corrente
elétrica está indicado pelas setas.
Os polos de um gerador são, comumente, chamados de
ativos passivos. Isso significa que, mesmo em um circuito
desligado, existe potencial nos polos do gerador.
113
9. O Voltímetro
O aparelho utilizado para medir a diferença de poten-
cial (d.d.p.) entre os polos de um gerador é denomina-
do voltímetro. O voltímetro é comumente chamado
de medidor de voltagem.
a) Quais são os pontos de mesmo potencial elétrico?
b) Qual é a d.d.p. em cada lâmpada?
c) Quanto indicaria um voltímetro se fosse conectado
às extremidades dos fios 1 e 2?
Resolução:
a) Os pontos de um mesmo fio têm o mesmo potencial.
VA = VC = V1 e VB = VD = V2
Voltímetro
No entanto: V1 > V2
Para medir a d.d.p. de uma pilha, deve-se ligar o voltímetro
b) A ddp (tensão elétrica U) em cada lâmpada é a
em paralelo com a pilha, como ilustra a figura a seguir.
mesma, pois:
§ em L1 ⇒ U1 = VA – VB= U ∴ U1 = 6,0 V
§ em L2 ⇒ U2 = VC – VD = U ∴ U2 = 6,0 V
1,5V 1,5 volt c) O voltímetro indicaria a d.d.p. entre fios, ou seja:
d.d.p. = 6,0 V
Aplicação do conteúdo
1. Um gerador elétrico fornece às partículas elétricas
que o atravessam 6,0 J para cada 4,0 C de carga elétrica.
Quanto vale sua f.e.m.?
Resolução:
Eelétrica _____6,0 J
f.e.m. = _____
= = 1,5 J/C ⇒
Q 4,0 C
⇒ f.e.m. = 1,5 V multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
2. No circuito da figura a seguir, duas lâmpadas, L1 e L2, Novo Telecurso - Ensino Médio - Física -
estão ligadas a um gerador por meio de fios ideais. O Aula 41 (1 de 2)
gerador é ideal e sua f.e.m. é de 6,0 V.
114
11. Resistor e resistência No SI, a unidade de resistência elétrica é ohm, simboliza-
do por W (letra grega ômega), em homenagem ao físico
O resistor é um elemento cuja função exclusiva em um cir- George Simon Ohm.
cuito elétrico é transformar energia elétrica em energia tér- Assim, um resistor que, submetido à d.d.p. de 1 V, deixa-se
mica. Em geral, os resistores são condutores feitos de aço, atravessar por uma corrente elétrica de intensidade 1 A,
tungstênio ou carvão. Diversos aparelhos eletrodomésticos tem resistência elétrica de 1 W.
que requerem um aquecimento elétrico possuem resis-
unidade d.d.p.
tores, como o ferro elétrico de passar roupa, o chuveiro Unidade de resistência = _____________
= ______
volt V
= __
unidade corrente ampère A
elétrico, a torneira de água quente, o secador de cabelos, =Ω
os aquecedores elétricos de ambiente, as lâmpadas incan-
descentes, etc.
Aplicação do conteúdo
Embora conduza corrente elétrica, o resistor é feito de um
material que dificulta a passagem dos elétrons. A medida 1. Um resistor de resistência elétrica R = 6,0 Ω foi sub-
metido a uma d.d.p. 24,0 V. Determine a intensidade de
dessa dificuldade é denominada resistência elétrica.
corrente elétrica que atravessa o resistor.
Nos circuitos elétricos, o resistor será representado por uma
linha em ziguezague, como na figura a seguir. Resolução:
12. Primeira lei de OHM Os resistores que obedecem à Lei de Ohm são denomina-
dos resistores ôhmicos. Entretanto, nem todos os resistores
O físico alemão George Simon Ohm (1787-1854) descobriu, são ôhmicos, e os que escapam à Lei de Ohm são denomi-
em seus experimentos de eletricidade, que a intensidade da nados resistores não ôhmicos.
corrente elétrica em um condutor estava relacionada com a
d.d.p. em seus extremos. Ele percebeu que, ao variar a d.d.p., Os resistores fabricados com metais ou carbono são exem-
a intensidade da corrente elétrica também variava. plos de resistores ôhmicos. O gráfico da d.d.p. pela corrente
elétrica em um resistor ôhmico é uma reta. A tabela e o gráfi-
Usando um resistor metálico e mantendo-o a uma tem-
co a seguir ilustram o comportamento de um resistor ôhmico.
peratura constante, verificou que a razão entre a d.d.p. e a
corrente elétrica se mantinha constante:
Comportamento de um resistor ôhmico
d.d.p.
__________________
= constante ⇒ __
U = constante Diferença de Intensidade Resistência
intensidade de corrente i potencial d.d.p., de corrente do resistor
U (em V) i (em A) R (em Ω)
Essa constante é a resistência do resistor, indicada por R. 1,0 0,5 2,0
Assim, a relação entre corrente elétrica, d.d.p. e resistência 2,0 1,0 2,0
em um condutor é: 3,0 1,5 2,0
4,0 2,0 2,0
U = R
__
5,0 2,5 2,0
i
A propriedade acima é válida para diversos tipos de metais. 12.2. Curva característica de um resistor ôhmico
Essa é a Primeira Lei de Ohm:
Considerando um resistor ôhmico, ou seja, que obedeça
a relação de Ohm R = __ U , em que R é constante, pode-se
Para determinados resistores, mantidos a uma tempe- i
ratura constante, a intensidade de corrente i e a d.d.p.
escrever a d.d.p. em função da corrente. Plotando o gráfico,
são diretamente proporcionais: é possível notar que se trata de uma função linear com in-
clinação crescente, afinal a resistência sempre é um núme-
U=R∙i
ro constante e positivo.
115
U(i) = R ⋅ i A resistência elétrica do filamento da lâmpada é de 100 W.
Esse valor é bastante elevado; no entanto, se a temperatu-
ra do filamento aumentar ainda mais, o filamento pode se
fundir e a lâmpada deixa de funcionar.
Popularmente se diz que a lâmpada queimou.
Resolução:
U = _____
a) R = __ 60 V = 10 ohms ⇒ R = 10 Ω
i 6,0 A
b) Como a resistência elétrica se mantém constante:
R = 10 Ω
Aplicação do conteúdo
1. Uma lâmpada incandescente é um exemplo de resis-
tor presente no nosso cotidiano. O filamento aquecido
dessas lâmpadas atinge uma temperatura aproximada
de 1.300ºC. Submetido à tensão elétrica de 110 V, a cor-
rente elétrica no filamento tem intensidade de 1,1 A.
Determine a resistência elétrica desse filamento.
Resolução:
VIVENCIANDO
A corrente elétrica é um fenômeno que permite o uso da energia elétrica, a principal fonte de energia
do mundo moderno. A utilização em larga escala da eletricidade se deve à multiplicidade de efeitos pro-
duzidos pela corrente. Não é possível visualizar diretamente o fluxo de elétrons; no entanto, seus efeitos
são percebidos facilmente, como ao ligar o interruptor de uma lâmpada, o computador ou o smartphone.
No Brasil, a energia elétrica é gerada em sua maior parte por hidrelétricas, mas também é gerada por
meio de termelétricas e usinas nucleares. Obtida a partir da conversão de outros tipos de energia, a
eletricidade é transportada através de um sistema composto de quatro etapas: geração, transmissão, dis-
tribuição e consumo. A eletricidade é fundamental para tornar funcional os aparelhos criados para serem
utilizados no dia a dia. Celulares, televisores, computadores, máquinas de lavar roupa e muitos objetos
comuns nos lares brasileiros são movidos à base de energia elétrica.
116
3. O gráfico a seguir foi obtido para um resistor subme- Em que:
tido a diversas tensões elétricas.
R: é a resistência elétrica do resistor;
r (lê-se “rô”): é a resistividade do material;
A: é a área da secção transversal do material;
ø: é o comprimento do material.
Essa relação expressa o fato de que, quanto maior é o con-
dutor, maior é a dificuldade que as cargas elétricas têm
para atravessá-lo. A dificuldade de circulação das cargas
a) Calcule a resistência elétrica considerando os va- é menor à medida que for maior a área da secção trans-
lores do ponto 1. versal do material. Cada tipo de material também oferece
b) Calcule novamente a resistência elétrica consid- uma dificuldade diferente à circulação das cargas, que é
erando agora os valores do ponto 2. chamada de resistividade. Dessa forma, a resistência do
c) O resistor é ôhmico? resistor é diretamente proporcional ao comprimento (ø) e
inversamente proporcional à área (A).
Resolução:
A característica de resistividade (r) de cada material no SI
U
a) Sendo U = R ⋅ i ⇒ R = __ tem unidade V · m.
i
No ponto 1, tem-se U1 = 10 V e i1 = 2,5 A.
Georg Simon Ohm candidatou-se a uma vaga para
10 V = 4,0 ohms ⇒ R1 = 4,0 Ω
R1 = _____ professor em uma universidade; contudo, para tal, era
2,5 A necessária a produção de um trabalho de pesquisa inédi-
b) No ponto 2, tem-se U2 = 20 V e i2 = 5,0 A to. Realizando experiências com eletricidade, Ohm per-
cebeu experimentalmente relações matemáticas entre as
20 V A = 4,0 ohms ⇒ R2 = 4,0 Ω
R2 = ____ dimensões dos fios e as grandezas elétricas. Nascia então
5,0
seu conceito sobre resistência elétrica.
c) O resistor é ôhmico, pois R1 = R2. Esse resultado já
era esperado, uma vez que a curva características dos Em 1827, Ohm apresentou um trabalho defendendo que a
resistores ôhmicos é sempre uma reta oblíqua passando intensidade da corrente elétrica era diretamente proporcio-
pela origem. nal à diferença de potencial e inversamente proporcional a
essa nova grandeza física, a resistência elétrica. Somente
13. Segunda lei de OHM em 1849, cinco anos antes de falecer, Ohm conseguiu al-
cançar o seu tão sonhado cargo de professor universitário.
r∙ø R = R0 ∙ [1 + a (u – u0)]
R = ____
A
Em que R0 é a resistência a uma temperatura u0.
117
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
0
0,6 1 t(s)
Área do Fio 2 > Área do Fio 1
No intervalo de tempo entre zero e 0,6 s, a quantidade
de carga elétrica que atravessa uma seção transversal do Q2 > Q1
fio é maior para o fio ...... do que para o outro fio; no
intervalo entre 0,6 s e 1,0 s, ela é maior para o fio ...... do Desse modo, nesse intervalo de tempo, passou mais carga
que para o outro fio; e no intervalo entre zero e 1,0 s, ela pelo fio 2.
é maior para o fio ...... do que para o outro fio.
a) 1 – 1 – 2 Alternativa D
b) 1 – 2 – 1 2. (Acafe) A insegurança das pessoas quanto a assaltos
c) 2 – 1 – 1 em suas residências faz com que invistam em acessóri-
d) 2 – 1 – 2 os de proteção mais eficientes. A cerca elétrica é um
e) 2 – 2 – 1 adicional de proteção residencial muito utilizado hoje
em dia, pois tem como um de seus objetivos afugentar
Resolução: o invasor dando-lhe um choque de aproximadamente
10 mil volts de forma pulsante, com 60 pulsos por se-
Entre 0 s e 0,6 s, é possível observar que a área do gráfico gundo. Dessa forma, um ladrão, com perfeita condição
do fio 2 é maior; assim, a quantidade de carga no fio 2 foi de saúde, recebe o choque e vai embora, pois não che-
maior nesse intervalo. ga a ser um choque mortal.
118
Distância do quadro
Bitola 127V 220V
2,5 mm2 até 29 m até 70 m
4,0 mm2 30 a 48 71 a 116m
6,0 mm2 49 a 70 m -
10, 0 mm2 71 a 116 m -
119
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A habilidade 5, dentre todos os conteúdos abordados em Física 3, é a de maior frequência nas provas do Enem. Possui um
caráter muito mais concreto, pois faz com que o aluno saiba dimensionar circuitos elétricos, que naturalmente são muito mais
presentes no cotidiano da vida moderna. Saber calcular corrente, potência e resistência são os exemplos mais comuns dos
assuntos mais abordados. A leitura de tabelas, de gráficos e dos esquemas é naturalmente presente nesse tipo de exercício.
Modelo 1
(Enem) A resistência elétrica de um fio é determinada pela suas dimensões e pelas propriedades estruturais do
material. A condutividade (σ) caracteriza a estrutura do material, de tal forma que a resistência de um fio pode ser
determinada conhecendo-se L, o comprimento do fio e A, a área de seção reta. A tabela relaciona o material à sua
respectiva resistividade em temperatura ambiente.
Tabela de condutividade
Material Condutividade (S·m/mm2)
alumínio 34,2
cobre 61,7
ferro 10,2
prata 62,5
tungstênio 18,8
Mantendo-se as mesmas dimensões geométricas, o fio que apresenta menor resistência elétrica é aquele feito de:
a) tungstênio;
b) alumínio;
c) ferro;
d) cobre.
e) prata.
Modelo 2
Enem 2017) Dispositivos eletrônicos que utilizam materiais de baixo custo, como polímeros semicondutores, têm
sido desenvolvidos para monitorar a concentração de amônia (gás tóxico e incolor) em granjas avícolas. A polianilina
é um polímero semicondutor que tem o valor de sua resistência elétrica nominal quadruplicado quando exposta a
altas concentrações de amônia. Na ausência de amônia, a polianilina se comporta como um resistor ôhmico e a sua
resposta elétrica é mostrada no gráfico.
120
O valor da resistência elétrica da polianilina na presença de altas concentrações de amônia, em ohm, é igual a:
a) 0,5 × 100.
b) 0,2 × 100.
c) 2,5 × 105.
d) 5,0 × 105.
e) 2,0 × 106.
Análise expositiva - Habilidade 5: Trata-se de um exercício que possui uma rápida resolução e exige que o aluno
E saiba ler e interpretar o gráfico fornecido, além, é claro, de domínio do assunto.
Escolhendo o ponto (1, 2) do gráfico, tem-se:
U
r = __ 1
= ______ ⇒ r = 0,5 · 106 Ω
i 2·10-6
Como a resistência quadruplica nas condições dadas, obtém-se:
R = 4r = 4 · 0,5 · 106
∴ R = 2 · 106 Ω
Alternativa E
121
DIAGRAMA DE IDEIAS
CORRENTE ELÉTRICA
CONDUTOR E
LEIS DE 0hm CORRENTE ELÉTRICA
ISOLANTE
MOVIMENTO DE
DDP
CARGAS ELÉTRICAS
RESISTOR E
TENSÃO
RESISTÊNCIA
122
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.
Herlan Fellini
1
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
Kevork Soghomonian
Diretor-geral
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Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Imagens
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o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
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2
SUMÁRIO
FÍSICA
CINEMÁTICA E DINÂMICA
Aulas 17 e 18: Cinemática vetorial 6
Aulas 19 e 20: Movimento circular 12
Aulas 21 e 22: Transmissão de movimento circular 21
Aulas 23 e 24: Introdução às leis de Newton 28
Aulas 25 e 26: Forças peso, normal e de tração e sistema de corpos 38
ÓPTICA GEOMÉTRICA
Aulas 17 e 18: Espelhos planos 52
Aulas 19 e 20: Espelhos esféricos: estudo geométrico 62
Aulas 21 e 22: Espelhos esféricos: estudo analítico 72
Aulas 23 e 24: Refração da luz 78
Aulas 25 e 26: Refração da luz em prismas 87
ELETRODINÂMICA
Aulas 17 e 18: Associação de resistores em série 98
Aulas 19 e 20: Associação de resistores em paralelo 105
Aulas 21 e 22: Potência dissipada por efeito Joule 115
Aulas 23 e 24: Amperímetro, voltímetro e ponte de Wheatstone 125
Aulas 25 e 26: Estudo do gerador 136
3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
4
CINEMÁTICA E DINÂMICA: Incidência do tema nas
principais provas
O movimento circular é abordado nas transmis- A prova exige a aplicação da segunda lei
sões de movimento em engrenagens e polias. de Newton, relacionando, às vezes, com
Questões conceituais de dinâmica também cargas elétricas em um campo elétrico.
estão presentes.
Um dos temas mais cobrado é o movimento circular, Os temas mais cobrados são movimento Os temas mais cobrados são transmissão de
que exige a interpretação de imagens e coleta de in- circular e aplicação das leis de Newton, movimento circular e aplicação das leis de
formações, com atenção às equações do movimento exigindo interpretação de imagens e Newton, exigindo interpretação de imagens e
circular e leis de Newton. coleta de informações, tendo atenção às coleta de informações
equações do movimento circular e inter-
pretação dos tipos de força
envolvidas.
A prova diferencia os tipos de força em um A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
corpo, associando-as, às vezes, na transmissão porém, movimento circular aparece com temas, porém, movimento circular e porém, movimento circular e segunda lei de
de movimento, exigindo interpretação de ima- alguma frequência. segunda lei de Newton podem aparecer Newton aparecem com alguma frequência,
gens e coleta de informações, tendo atenção com alguma frequência. tendo atenção à manipulação das equações.
às leis de Newton.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas, A prova traz questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predomi-
porém, movimento circular e leis de Newton práticas, que exigem as leis de Newton nância de temas, porém, movimento circular e
aparecem com alguma frequência, com diferenciando os tipos de força envolvidas. segunda lei de Newton podem aparecer com
questões teóricas e que exigem um alto nível alguma frequência.
de manipulação nas equações.
A prova traz questões conceituais e práticas, A prova tem uma grande variação de temas, A interpretação das forças aplicadas em um
que exigem leis de Newton diferenciando os porém, segunda lei de Newton aparece com corpo e o estudo do movimento circular sem-
tipos de força envolvidas. alguma frequência, cobrando os tipos de força pre estão presentes na prova, com questões
envolvidas. que exigem interpretação de imagens.
5
AULAS CINEMÁTICA VETORIAL
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20
1. VELOCIDADE VETORIAL
___
MÉDIA
›
Uma partícula tem velocidade vetorial constante se o módulo,
a direção e o sentido do vetor velocidade forem constantes.
O deslocamento vetorial d entre dois pontos ___› ___›quaisquer
(S1 e S2) é dado pela diferença dos vetores r1 e r2 :
___› ___› ___›
d = r2 – r1 Se uma partícula estiver realizando um movimento retilí-
neo uniforme variado e acelerado, apesar de a direção e o
sentido do vetor velocidade serem constantes, o módulo da
velocidade aumenta.
2. VELOCIDADE VETORIAL
INSTANTÂNEA
__›
A velocidade vetorial instantânea v é um vetor de
módulo igual à velocidade escalar instantânea, com dire-
ção tangente à trajetória no instante considerado. A figura
a seguir representa o deslocamento de uma partícula entre
os pontos A e B.__Na __posição X e Y, a velocidade vetorial
› ›
instantânea vale v x e v y, respectivamente.
6
O módulo da velocidade vetorial não se altera, isto é, a
velocidade escalar é constante: 4. ACELERAÇÃO VETORIAL MÉDIA
__ __ __
u v›1 u = u v›2 u = u v›3 u Considere
__› uma partícula que, no instante t1, tenha veloci-
__›
dade v 1, e, no instante t2, tenha velocidade vetorial v 2. A
A direção e o sentido da velocidade vetorial são__dife- aceleração vetorial ___média dessa partícula entre os instan-
› __› ›
rentes
__› ao longo do tempo e, portanto, os vetores v 1, v 2 tes t1 e t2 é o vetor a m, dado por:
e v 3 são diferentes: __› __›
__› __› __› ___› › __
v1 Þ v2 Þ v3 v2 – v1
Dv = ______
a m = ___
Dt t2 – t1
__ __ Resolução:
uv›1 u = u v›2 u
A velocidade escalar é constante, então, o módulo da velo-
Assim, a aceleração escalar é nula, mas: cidade vetorial é constante:
__› __› __ __
(direção de v 1) Þ (direção de v 2) u v›1 u = u v›2 u = 6 m/s
Assim: __›
__› __› A variação de velocidade Dv é dada pela soma vetorial:
v1 Þ v2 __› __› __› __› __›
Dv = v 2 – v 1 = v 2 + (–v 1)
Portanto, no movimento circular e uniforme a aceleração
vetorial não é nula.
7
__› ___›
Como Dt > 0, a direção e o sentido dos vetores Dv e a m aceleração centrípeta (acp). Como foi visto, o módulo
são iguais, como ilustrado pela figura a seguir: da velocidade não se altera, mas a aceleração centrípeta
modifica a direção e o sentido do vetor velocidade.
A direção da aceleração centrípeta é perpendicular ao vetor
velocidade e com sentido para o centro da circunferência.
O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
__
ua m u = u D___
v u = ____
__› ›
6dXX
2 = 2dXX 2
2 m/s2 v ou a = v2R
acp = __
Dt 3 R cp
5. ACELERAÇÃO VETORIAL
TANGENCIAL E CENTRÍPETA
Há dois tipos de aceleração vetorial responsáveis por alter-
ar o vetor velocidade. A aceleração vetorial tangen-
cial altera o módulo e o sentido da velocidade vetorial. A
aceleração vetorial tangencial é sempre tangente ao vetor
velocidade. A outra aceleração vetorial altera a direção do __›
vetor velocidade e é denominada aceleração vetorial A velocidade v do ponto material é sempre tangente à tra-
centrípeta (ou normal). A aceleração vetorial centrípeta jetória descrita.
é sempre perpendicular (normal) ao vetor velocidade. Embora tenha módulo constante, varia em direção.
___›
total a é dado pela soma vetorial
Assim, o vetor aceleração ____ _____›
›
da aceleração tangencial at e a aceleração centrípeta acp :
___› ___› _____›
a = at + acp
a2 = at2 + acp2
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
t
Prova visual da fórmula da aceleração centrípeta
Aplicação do conteúdo
1. Em determinado instante, o módulo da aceleração
vetorial de um corpo é de 25 m/s². Se, nesse instante, o
6. A ACELERAÇÃO CENTRÍPETA módulo da aceleração tangencial é de 20 m/s², calcule:
a) A aceleração centrípeta.
No movimento circular uniforme, o módulo da velocidade b) O módulo da velocidade nesse instante,
linear de uma partícula é sempre o mesmo. Desse modo, sabendo que o raio da curva é de 60 m.
o deslocamento angular (arco) percorrido pela partícula é
Resolução:
sempre o mesmo para intervalos de tempo iguais. Contudo, a) Usando a equação da aceleração total:
por se tratar de uma grandeza vetorial, a velocidade não é
constante, pois sentido e direção variam ao longo do tempo. a2 = at2 + acp2
Devido à varição do vetor velocidade de uma partícula, (25)2 = (20)2 + acp2
existe uma aceleração agindo sobre ele. No movimento acp2 = 225
circunferencial uniforme, essa aceleração é denominada acp = 15 m/s2
8
b) Lembrando a relação entre a aceleração centrípeta uma circunferência de raio 5,00 m. Considerando S = 3,14
e o módulo da velocidade: a distância percorrida e o módulo do vetor deslocamento
v2
acp = __ são, respectivamente, iguais a:
R
2
a) 15,70 m e 10,00 m. c) 15,70 m e 15,70 m.
v
15 = ___ b) 31,40 m e 10,00 m. d) 10,00 m e 15,70 m.
60
v = 30 m/s Resolução:
VIVENCIANDO
A cinemática vetorial sintetiza a descrição de fenômenos cinéticos através de um espaço bidimensional. Velocidade e
aceleração são entidades geométricas, assim como qualquer grandeza vetorial. Sempre será possível criar um diagrama
vetorial para descrever adequadamente um evento cinemático. Os eventos cinemáticos estão presentes numa infinidade
de formas no cotidiano.
Centrípeto, do latim centripetus, é aquilo que atrai para o centro ou que se move em sua direção. A aceleração cen-
trípeta é a grandeza vetorial associada à mudança de direção da velocidade de um corpo que executa percurso de
tipo curvilíneo, seja ele uniforme ou não. Na máquina de lavar, na montanha-russa ou num brinquedo no parque de
diversão que executa um looping, a aceleração centrípeta está presente e pode ser descrita.
9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Vetor era o nome dado pelos romanos para quem carregava algo. Trata-se da junção de duas palavras: veho (levar)
+ or (aquele que faz). Historicamente, o vetor sempre carrega algo, e nas ciências o vetor carrega informação. Entre-
tanto, os vetores que informam direção, sentido e valor de uma grandeza só surgiram no século XIX. Na forma visual
utilizada na Física, eles apareceram pela primeira vez no livro The Barycentric Calculus, escrito pelo matemático ale-
mão August Ferdinand Möbius (1790-1868), no qual são apresentados diretamente segmentos de reta, denotados
por letras do alfabeto.
Muitos matemáticos se dedicaram à tarefa de conceber números complexos como pontos no plano bidimensional,
ou seja, como vetores bidimensionais. Entre eles está Carl Friedrich Gauss (1777-1855), conhecido como “príncipe
da matemática”, que fez um uso crucial de números complexos representados como vetores para provar o teorema
fundamental da álgebra (1799).
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Finalizando o estudo do movimento dos móveis e sendo requisitada novamente a habilidade 20, o aluno terá que
descrever o movimento dos móveis compreendendo o caráter vetorial. Assim, a compreensão do estudo do movi-
mento é dada em sua forma plena, e o aluno deverá utilizar todo o conhecimento acumulado até então.
Modelo
(Enem PPL 2017) Um longo trecho retilíneo de um rio tem um afluente perpendicular em sua margem esquerda, con-
forme mostra a figura. Observando de cima, um barco trafega com velocidade constante pelo afluente para entrar no
rio. Sabe-se que a velocidade da correnteza desse rio varia uniformemente, sendo muito pequena junto à margem e
máxima no meio. O barco entra no rio e é arrastado lateralmente pela correnteza, mas o navegador procura mantê-lo
sempre na direção perpendicular à correnteza do rio e o motor acionado com a mesma potência.
Pelas condições descritas, a trajetória que representa o movimento seguido pelo barco é:
10
c) e)
a)
b) d)
Análise expositiva - Habilidades 20: A componente vertical da trajetória do barco se mantém com velocidade
D constante, enquanto a componente horizontal vai perdendo intensidade a uma taxa constante ao longo do caminho.
Alternativa D
DIAGRAMA DE IDEIAS
CINEMÁTICA VETORIAL
VETORES DECOMPOSIÇÃO
11
AULAS MOVIMENTO CIRCULAR
19 E 20
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6,17 e 20
2. DESLOCAMENTO ANGULAR E
VELOCIDADE ANGULAR NO M.C.U.
Uma partícula semove sobre uma circunferência de raio R
e , durante o intervalo de tempo 't, percorre o arco PQ ,
p
DS = Du · R
p
arco AB = __S
T = ______ Aplicação do conteúdo
Raio R p
1. Uma partícula percorre um arco PQ , que corresponde
Na figura anterior, as distâncias OA e OB possuem a mes- a um ângulo central Du = 60°, sobre uma circunferência
p
ma medida R, e o arco que liga os pontos A e B tem valor de raio R = 30 cm. Calcule o comprimento do arco PQ .
12
A velocidade angular média (Zm) da partícula é calcu-
lada de modo similar. Contudo, em vez de usar a distância
'S percorrida, o cálculo é realizado com a distância an-
gular Du. Assim, a velocidade angular média da partícula
durante o intervalo de tempo Dt é:
Du
vm = ___
Dt
13
mento uniforme, ou seja, com a velocidade angular instan-
tânea constante, tem-se Zm = Z. Para os valores instantâ- 4. PERÍODO E FREQUÊNCIA
neos, vale uma equação semelhante à equação anterior: A seguir, serão estudados dois conceitos bastante impor-
tantes na Física e que estão relacionados a fenômenos que
v=v·R
se repetem com a mesma regularidade. Os exemplos a
seguir ilustram alguns desses fenômenos:
3. Um disco gira em torno de um eixo que passa por seu a alternância entre o dia e a noite devido à rotação da
centro O, com velocidade angular v = 1,5 rad/s. A figura
Terra em torno do seu eixo;
indica a posição dos pontos A e B sobre o disco.
a alternância das estações do ano decorrentes do mo-
vimento de translação da Terra em torno do Sol;
a alternância das fases da Lua durante as semanas.
Em todas essas situações, e também em outras, ocorre uma
alternância regular de eventos. O intervalo de tempo gasto
para que o evento volte a se repetir é o período T.
Observe:
Resolução:
a) O raio de trajetória do ponto A é a = 4,0 cm ILUSTRAÇÃO PRODUZIDA COM BASE EM ENCICLOPÉDIA DO ESTUDANTE:
CIÊNCIAS DA TERRA E DO UNIVERSO –
Assim: DA GEOLOGIA À EXPLORAÇÃO DO ESPAÇO. SÃO
PAULO: MODERNA, 2008. P. 241.
vA = v · R = v · a = (1,5 rad/s) (4,0 cm)
vA = 6,0 cm/s
b) O raio da trajetória do ponto B é b = 2,0 cm.
14
O período de rotação da Terra em torno do seu próprio
eixo é de 23,93 h. 5. MOVIMENTO
O período de translação da Terra ao redor do Sol é de CIRCULAR UNIFORME
365,25 dias.
Por motivos de segurança, o movimento de uma roda-gi-
O período de revolução da Lua é de 27,32 dias. gante ocorre sem trancos e sem solavancos. A roda-gi-
Uma segunda grandeza, intimamente relacionada com o gante gira de modo uniforme, sem aumentar ou diminuir
período, é a frequência f. A frequência é definida como a velocidade da rotação, com exceção do início e do final
o número n de vezes que um evento se repete em um in- do movimento.
tervalo de tempo (por exemplo, um segundo, um minuto,
uma semana, etc):
n
f = __
't
VIVENCIANDO
15
Depois de iniciarem seu funcionamento, os dispositivos Considerando o instante inicial como t0 = 0, a partir da
mencionados executam um movimento circunferen- fórmula da velocidade angular, segue que:
cial uniforme (M.C.U.). O estudo desse tipo de movi- Du
v = ___
mento é importante, pois é necessário nos projetos de di- Dt
versos equipamentos. Du = v · Dt
Uma partícula realiza movimento circunferencial unifor- u – u0 = v · (t – t0)
me se sua trajetória for uma circunferência e o movimen-
u = u0 + v · t
to for realizado com velocidade angular constante. Os
movimentos dos ponteiros de um relógio exemplificam Dessa forma, a posição angular u pode ser calculada para
perfeitamente esse tipo de movimento. A velocidade an- o instante de tempo t. Essa função horária angular do
gular do ponteiro dos minutos, por exemplo, pode ser cal- M.C.U. pode ser obtida a partir da função horária do MRU,
culada a partir do comprimento percorrido em uma volta dividindo-se todos os termos pelo raio R da circunferência:
completa igual a 2S radianos e o período T.
S = S0 + vt
S0 vt
__S = __ + __
R R R
u = u0 + v · t
6. ACELERAÇÃO DO M.C.U.
Como o movimento é circular e uniforme e possui velocida-
de tangencial constante (aT = 0), a aceleração resultante é
dada somente pela componente centrípeta.
v2 mas v = Z·R então a = a = Z2·R
a = aC = __
R C
16
Em que g representa a aceleração angular. 3p = pt t = 1,5 s
___
2
Fazendo t0 = 0
v = v0 + g · t 2. (Unicamp) Anemômetros são instrumentos usados
para medir a velocidade do vento. A sua construção
v + v0
Du = ______
Sendo vm = ___ , pode-se dizer que: mais conhecida é a proposta por Robinson em 1846,
Dt 2 que consiste em um rotor com quatro conchas hemisfé-
u = u0 + v0 · t + __1 · g · t2 ricas presas por hastes, conforme figura abaixo. Em um
2 anemômetro de Robinson ideal, a velocidade do vento
Assim como: é dada pela velocidade linear das conchas. Um anemô-
metro em que a distância entre as conchas e o centro
v2 = v02 + 2 · g · Du de rotação é r = 25 cm em um dia cuja velocidade do
vento é v = 18 km/h teria uma frequência de rotação de:
Aplicação do conteúdo
1. Uma moto percorre meia volta por segundo, em uma
trajetória circular com raio de 3 m. Sabendo que no
início da contagem dos tempos a moto se encontra na
origem dos arcos, determine:
a) a frequência e o período;
b) a velocidade angular do movimento;
c) a velocidade escalar linear;
d) o módulo da aceleração centrípeta;
e) as funções horárias do movimento sob as formas
linear e angular;
3p rad.
f) o tempo decorrido para descrever um ângulo de ___
2
Resolução:
a) Pela definição de frequência e período, tem-se:
1 volta
__
n
___
f= f= 2
______ 1 Hz
f = __
Dt 1s 2 THE ROSINSON ANENOMETER
1 T = __
1T=2s Se necessário, considere S|3.
T = __
f 1
__ a) 3 rpm.
2 b) 200 rpm.
b) A velocidade angular é dada por:
c) 720 rpm.
1 v = p rad/s
v = 2pf v = 2p · __ d) 1200 rpm.
2
c) A velocidade linear é: Resolução:
v = vR = p · 3 = 3p v = 3p m/s
Dados: v = 18 km/h = 5 m/s; r = 25 cm; S = 3
d) O módulo da aceleração centrípeta é dado por:
5
v = __________
v = 2 Srf f = ____ 5
= ___
(3p)2 ___
v2 = _____
acp = __
2
= 9p = 3p2 acp = 3p2 m/s2 2 Sr 2 ∙ 3 ∙ 0,25 1,5
R 3 3
5 ∙ 60 rmp f = 200 rpm
Hz = ___
e) 1,5
Forma linear: Forma angular:
Alternativa B
s = s0 + vt, u = u0 + Zt
como s0 = 0 e v como u0 = 0 rad e v = 3. (Uece) O ano de 2015 tem um segundo a mais. No
= 3S m/s = p rad/s dia 30 de junho de 2015, um segundo foi acrescido à
contagem de tempo de 2015. Isso ocorre porque a ve-
Substituindo-se: Substituindo-se:
locidade de rotação da Terra tem variações em relação
s = 0 + 3pt u = 0 + pt u = pt aos relógios atômicos que geram e mantêm a hora le-
s = 3pt gal. Assim, no dia 30 de junho, o relógio oficial registrou
a sequência: 23h 59min 59s - 23h 59min 60s para so-
3p rad
f) O tempo para descrever o ângulo Du = ___ mente então passar a 1º de julho. Como essa correção
2
será obtido pela função horária angular 'T = Z . t é feita no horário de Greenwich, no Brasil a correção
17
ocorreu às 21h, horário de Brasília. Isso significa que, centadas informações para algumas latitudes, sobre a
em média, a velocidade angular do planeta menor distância entre o eixo da Terra e um ponto P na
a) cresceu; superfície da Terra ao nível do mar, ou seja, R cos ) Con-
b) manteve-se constante e positiva; siderando que a Terra gira com uma velocidade angular
c) decresceu; ZT = S/12(rad/h), qual é, aproximadamente, a latitude de P
d) é sempre nula. quando a velocidade de P em relação ao centro da Terra se
aproxima numericamente da velocidade do som?
Resolução:
Dados: vsom = 340 m/s; S = 3.
Sabendo que as 24h contadas no relógio correspondem ao
tempo em que a terra completa uma volta em relação ao a) 0º.
sol e sabendo que: b) 20º.
Du c) 40º.
vm = ___
Dt d) 60º.
e) 80º.
Se foi acrescido 1 segundo no tempo total e o deslocamen-
to angular é o mesmo, logo a velocidade angular média Resolução:
decresceu. S rad/h. Para poder
Foi dado no enunciado que vT = ___
12
Alternativa C utilizar esse dado, é necessário fazer a conversão para uni-
dades do SI.
4. (Uece) Durante uma hora o ponteiro dos minutos de S rad/s
um relógio de parede executa um determinado deslo- vT = ________
12 · 3600
camento angular. Nesse intervalo de tempo, sua veloci-
dade angular, em graus/min é dada por: Para saber em qual latitude a Terra terá uma velocidade
igual a velocidade do som,
a) 360.
b) 36. v=v·R
340
v ________
R = __
Z=________
c) 6.
S
d) 1. 12 · 3600
Resolução:
R = 4896 km
Para uma volta completa, tem-se um deslocamento angu- Comparando com a ilustração fornecida no exercício, che-
lar de 2S radianos ou 360º. ga-se à conclusão de que esse fato será observado na La-
titude de 40º.
O tempo necessário para o ponteiro dar uma volta comple-
ta é de 60 minutos. Alternativa C
Assim:
Du = ___
v = ___ 360º
Dt 60 min
v = 6 graus/minuto.
Alternativa C
5. (Esc. Naval) Observe o gráfico a seguir.
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FONTE: YOUTUBE
Física Total - Aula 11 -
O gráfico da figura acima mostra a variação do raio da Introdução à cinemática angular
Terra (R) com a latitude ().Observe que foram acres-
18
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
O movimento circular é qualquer deslocamento que se desenvolve numa trajetória que não se configure como uma
reta, uma vez que, de forma abstrata, qualquer curva pode ser aproximada para um trecho de uma circunferência.
Em geral, os movimentos circulares são descritos em circunferências, que são o conjunto de pontos situados em
um plano e equidistantes de um ponto fixo, denominado centro da circunferência. A razão entre o perímetro de um
círculo e o seu diâmetro produz o número π (pi).
No caso do π, a principal curiosidade é a obtenção de um valor constante, não importando o tamanho do círculo analisa-
do. As civilizações antigas exigiam valores calculados precisos para π, por razões práticas de construções de veículos e es-
truturas arquitetônicas. Os chineses conseguiram descobrir 7 dígitos do π no século 5 a.C. A primeira fórmula exata para π,
baseada em séries infinitas, foi desenvolvida muito tempo depois, no século XVII, por meio da série de Madhava-Leibniz:
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A Habilidade 20 se faz presente na caracterização do movimento circular ou circunferencial. Relacionando com as gran-
dezas já definidas, como velocidade linear e aceleração tangencial, são apresentadas as grandezas velocidade angular e
aceleração centrípeta. O aluno passa a estudar os movimentos não retilíneos, sempre aplicados em situações cotidianas.
Modelo
(Enem) Um professor utiliza essa história em quadrinhos para discutir com os estudantes o movimento de satélites.
Nesse sentido, pede a eles que analisem o movimento do coelhinho, considerando o módulo da velocidade constante.
19
Desprezando a existência de forças dissipativas, o vetor aceleração tangencial do coelhinho, no terceiro quadrinho, é:
a) nulo.
b) paralelo a sua velocidade linear e no mesmo sentido.
c) paralelo a sua velocidade linear e no sentido oposto.
d) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para o centro da Terra.
e) perpendicular a sua velocidade linear e dirigido para fora da superfície da Terra.
Análise expositiva - Habilidades 20: Conceitualmente, o exercício possui alto nível de dificuldade. Apesar de
A trazer uma história em quadrinhos, o aluno deve conhecer e saber diferenciar as diferentes velocidades e
acelerações que o móvel possui.
Como o módulo da velocidade é constante, o movimento do coelhinho é circular uniforme, sendo nulo o
módulo da componente tangencial da aceleração no terceiro quadrinho.
Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
DESLOCAMENTO
ANGULAR
VELOCIDADE
ANGULAR
CONSTANTE PERÍODO
VARIÁVEL
MCU FREQUÊNCIA
MCUV
20
AULAS TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO CIRCULAR
21 E 22
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6,17 e 20
1. TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO
CIRCULAR UNIFORME
Em geral, os motores possuem uma frequência de rotação
fixa. Entretanto, diversos sistemas girantes acionados por
esses motores precisam de frequências de rotação dife-
rentes daquela do motor. Dessa forma, para modificar as
frequências de rotação, são utilizadas diversas polias co-
nectadas por correias ou engrenagens.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Transmissão de Movimento Circular -
Questão ENEM 2013
21
vãos Contudo, se as polias ou as engrenagens estiverem conecta-
dentes
das pelo mesmo eixo (polias coaxiais), ou seja, girarem fixa-
das em um mesmo eixo, a velocidade angular Z será igual.
POLIAS COAXIAIS.
ZA = ZB
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FONTE: YOUTUBE Assim, a relação entre as frequências de rotação é:
Engrenagem, correia e eixo ZA = ZB
(Vídeo 8.4 - Volume 1)
___ 2p __
2p = ___ 1 = __
1
TA TB TA TB
Aplicação do conteúdo fA = fB
1. Duas polias são ligadas por uma corrente. A menor 2. Duas polias são conectadas por um mesmo eixo. Uma
tem raio de 10 cm e a maior tem raio de 15 cm, girando das polias tem raio de 10 cm, a outra tem raio de 15 cm
com frequência de 30 rpm. e gira com frequência de 30 rpm.
a) Qual é a frequência da polia menor? a) Qual é a frequência da polia menor?
b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da b) Qual é a velocidade linear da polia maior? E da
polia menor? polia menor?
Resolução: Resolução:
a) Pela fórmula da relação entre raio e a) Ambas as polias estão conectadas por um mesmo
frequência apresentada, tem-se: eixo e, portanto, ambas possuem a mesma velocidade
angular e também a mesma frequência. Assim, a po-
R A · fA = RB · fB lia menor tem velocidade angular de 30 rpm.
10 · fA = 15 · 30 b) Para a polia menor segue que:
fA = 45 rpm
vA = 2p · fA · R A
b) Ambas as polias estão conectadas por uma vA = 2p · 0,5 Hz · 0,10 m
corrente, portanto, ambas possuem a mesma
velocidade linear (igual a velocidade da corren-
VA = 0,1p m/s
te). Desse modo, a velocidade pode ser calculada
usando qualquer uma das polias. Assim, usando Para a polia maior:
os dados da polia menor e lembrando-se de
vB = 2p · fB · RB
converter a frequência para o S.I., segue que:
vB = 2p · 0,5 Hz · 0,15 m
vA = 2p · fA · R A vB = 0,15p m/s
vA = 2p · 0,75 Hz · 0,10 m
vA = 0,15p m/s 3. A figura abaixo mostra um sistema de polias. Os raios das
polias estão relacionados de modo que Rw = Ry = Rz = 1 __ R ,
e 2 x
e a polia W gira com frequência de 2 Hz. Qual é a frequ-
vB = 0,15p m/s ência de rotação da polia Z?
22
Resolução: vyRy = vzRz
2pfyRy = 2pfzRz
Da figura, tem-se:
fy = fz = 1 Hz
Assim, a frequência da polia Z é fz = 1 Hz.
vw = vx vw Rw = vxRx
vx = vy (polias com o mesmo eixo) Nessas condições, quando o motor girar com frequência
2pfwRw = 2pfxRx fM as duas rodas do carrinho girarão com frequência fR.
Sabendo que as engrenagens A e C possuem 8 dentes,
2pfx = 2pfy
que as engrenagens B e D possuem 24 dentes, que não
2 · __1 Rx = fxRx há escorregamento entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto
2
fx = fy afirmar que fR em Hz é igual a
a) 1,5.
fx = 1 Hz b) 3,0.
se fx = 1 Hz fy = 1 Hz c) 2,0.
d) 1,0.
Como vy = vz e Ry = Rz, tem-se: e) 2,5.
VIVENCIANDO
23
Resolução: 5. (Uece) Em uma obra de construção civil, uma carga
de tijolos é elevada com uso de uma corda que passa
Os raios das engrenagens (R) e os números de dentes (n) com velocidade constante de 13,5 m/s e sem deslizar
por duas polias de raios 27 cm e 54 cm. A razão entre a
são diretamente proporcionais. velocidade angular da polia grande e da polia menor é:
Assim: a) 3. c) 2/3.
b) 2. d) 1/2.
R n 8 __1
RA __
__ = C = n___A= ___ = Resolução:
RB RD B 24 3
A velocidade linear é a mesma para as duas polias.
A e B estão acopladas tangencialmente: ZG __ R 27 ZG __1
vG = vM ZGRG = ZMRM Z ___ = M = ___ Z ___ =
M R 54 M 2
vA = vB 2 SfARA = 2 SfBRB fARA = fBRB G
Alternativa D
R f
Mas: fA = fM fMRA= fBRB FB = fM __A = fM __1 fB = __M
RB 3 3
f
fC = fB = __M
3
R f multimídia: sites
Mas: fD = fR fCRC = fRRD FR = fC __C = fR __M __1
RD 33
www.newtoncbraga.com.br/index.php/
f 110-mecatronica/robotica/12092-polias-e-
fR = __M
9 -engrenagens-mec189
osfundamentosdafisica.blogspot.com.
13,5
fR = ____ fR = 1,5 Hz br/2013/06/cursos-do-blog-mecanica_24.html
9
pt.wikihow.com/Mudar-a-Marcha-de-uma-
Alternativa A -Bicicleta
Parte importante de qualquer mecanismo que transfira movimento circular, a roda é uma das maiores invenções da
humanidade. A região de Ur, na Mesopotâmia, em 3500 a.C., é o local no tempo-espaço mais aceito como a primeira
representação de uma roda, que aparece como um artefato feito de madeira numa carroça. Com base em artefatos
encontrados por arqueólogos, aceita-se que os chineses teriam começado a usá-la em torno de 2000 a.C. Muitos sé-
culos depois, já na Idade Moderna, inovações no uso de materiais fizeram a invenção da roda adquirir novas funções
e ganhar eficiência, tornando-se um transporte mais acessível e veloz, contribuindo para transformar as primeiras
aglomerações humanas em cidades maiores, além de dinamizar as formas de geração de energia.
24
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.
A Habilidade 1 é trabalhada nessa aula, pois os movimentos são periódicos; grandezas como período e frequência
são fundamentais na caracterização da transmissão do movimento circular. Assim, é importante que o aluno saiba
como se dá a transmissão do movimento circular, quais são suas grandezas e como elas se relacionam.
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.
A Habilidade 6 se faz presente pois trata da leitura de manuais de instrução, fato necessário, por exemplo, para o
estudante relacionar as diferentes engrenagens numa bicicleta. O aluno deve ser capaz de identificar as informações
técnicas, a fim de compreender a situação-problema.
Modelo 1
(Enem) A invenção e o acoplamento entre engrenagens revolucionaram a ciência na época e propiciaram a invenção
de várias tecnologias, como os relógios. Ao construir um pequeno cronômetro, um relojoeiro usa o sistema de engre-
nagens mostrado. De acordo com a figura, um motor é ligado ao eixo e movimenta as engrenagens fazendo o pon-
teiro girar. A frequência do motor é de 18 rpm, e o número de dentes das engrenagens está apresentado no quadro.
engrenagem dentes
A 24
B 72
C 36
D 108
25
Análise expositiva 1 - Habilidades 1: Excelente exercício do Enem, muito bem contextualizado. Cabe ao
B aluno interpretar a situação-problema e identificar as passagens matemáticas que o levarão à resposta
rapidamente.
No acoplamento coaxial, as frequências são iguais. No acoplamento tangencial, as frequências (f) são
inversamente proporcionais aos números (N) de dentes.
Assim:
Modelo 2
(Enem) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui três polias e um
motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por questão de segurança, é necessário
que a serra possua menor velocidade linear.
Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade linear em um
ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver menor raio terá
maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver maior raio terá
menor frequência.
Análise expositiva 2 - Habilidades 6: Desde a restruturação da prova do Enem, ano após ano a prova tem
N sido mais carregada conceitualmente e até mais carregada nas operações matemáticas. Esse exercício
exemplifica muito bem isso.
Para resolvê-lo, é preciso identificar que a velocidade linear da serra é igual à velocidade linear (v) de um
ponto periférico da polia à qual ela está acoplada.
No acoplamento tangencial, os pontos periféricos das polias têm mesma velocidade linear; já no acoplamento
coaxial (mesmo eixo), são iguais as velocidades angulares (Y), as frequências (f) e os períodos (T) de todos os
pontos das duas polias. Nesse caso, a velocidade linear é diretamente proporcional ao raio (v = Y R).
Na montagem P:
– Velocidade da polia do motor: v1.
– Velocidade linear da serra: v3P.
26
Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSMISSÃO
DE MCU
VELOCIDADE INVERSÃO DO
MESMO SENTIDO
ANGULARES IGUAIS MOVIMENTO
FREQUÊNCIAS
VELOCIDADES
IGUAIS
LINEARES DE
MESMO MÓDULO
27
AULAS INTRODUÇÃO ÀS LEIS DE NEWTON
23 E 24
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 20
1. AS LEIS DE NEWTON
Os estudos de dinâmica e de mecânica clássica se desen-
volveram baseados principalmente nos trabalhos de Isaac
Newton. Em 1687, foi publicada a obra Princípios Mate-
máticos da Filosofia Natural, que resume toda a descrição
da natureza do movimento em três leis que hoje são co-
nhecidas como as Leis de Newton.
É importante destacar que a construção da Física se
deve à contribuição de diversos cientistas e não de tra-
balhos individuais específicos. As Leis de Newton serão multimídia: vídeo
discutidas a seguir, contextualizadas em situações que
ocorrem no cotidiano. FONTE: YOUTUBE
2. CONCEITOS PRELIMINARES
Inércia – Resistência que todo corpo material oferece à
modificação da sua velocidade. A inércia se manifesta pela
necessidade da ação de uma força para que a velocidade
se modifique em relação a um referencial, ou seja, para que
o móvel tenha uma aceleração diferente de zero.
3. LEI DA INÉRCIA
ISAAC NEWTON (1643-1727) A primeira Lei de Newton no movimento foi enunciada da
seguinte maneira:
Até aqui foi estudado o movimento de um móvel, mas sem
que fosse enfatizada a causa do movimento (ou de sua
alteração). Desde o início do curso, tem sido estudado o Todo corpo em estado de repouso ou de movimento
ramo da mecânica denominado cinemática. Agora, será retilíneo uniforme permanece nesse estado até que
analisado o motivo de um móvel estar em movimento (ou seja forçado a mudar seu estado por forças que atu-
de alterá-lo). As leis de Newton pertencem ao ramo da me- am sobre ele.
cânica que denominado dinâmica.
28
Assim, um corpo que esteja inicialmente em repouso entra- Caso o ônibus estivesse inicialmente em repouso, ocorreria
rá em movimento caso atue sobre ele uma força não nula. um efeito semelhante. Se o ônibus arrancasse e saísse em
Entretanto, caso sejam retiradas repentinamente todas as movimento acelerado, a sensação dos passageiros seria
forças que atuam em um corpo em movimento, o corpo a de serem “jogados” para trás, assim como na imagem
entrará em movimento retilíneo e uniforme até que alguma anterior (direita). Novamente, pela inércia dos corpos, os
força volte a atuar sobre ele. A ideia de que um corpo per- passageiros “tentariam” se manter em repouso em relação
ao solo, opondo-se à mudança de estado.
manecerá eternamente em movimento retilíneo uniforme é
estranha, pois essa situação não é observada no cotidiano,
uma vez que os eventos estão sujeitos às forças de resis- 3.2. Exemplo 2
tência ao movimento. Por outro lado, isso é válido para cor- Quando um automóvel inicia uma curva, os passageiros
pos em movimento na imensidão do espaço, em locais onde têm a sensação de serem forçados para fora do carro, o
não há influência gravitacional de outros corpos. que de fato aconteceria, caso a porta estivesse aberta e os
A inércia foi definida por Newton como “um poder de passageiros sem a proteção do cinto de segurança. Entre-
resistir, através do qual todo corpo, estando em um deter- tanto, não existe nenhuma força empurrando os passagei-
minado estado, manterá esse estado, seja ele de repouso ros para fora. Os corpos resistem durante a curva porque,
ou de movimento retilíneo uniforme”. A inércia de um cor- segundo a Lei da Inércia, tendem a continuar em movi-
po será maior quanto mais difícil for alterar seu estado de mento retilíneo uniforme.
movimento. A afirmativa acima, chamada de Primeira Lei
de Newton, também é conhecida como Lei da Inércia.
3.1. Exemplo 1
Considere um ônibus em movimento com velocidade cons-
tante e em linha reta. Apesar de estarem em repouso em
relação ao onibus, os passageiros estão em movimento re-
tilíneo uniforme em relação ao solo. Ao freiar bruscamen-
te, os passageiros se sentem “empurrados” para a frente, Uma situação no qual um corpo seja completamen-
como na figura a seguir (esquerda). Esse empurrão ocorre te livre da ação de forças é praticamente impossível.
por causa da tendência dos corpos de continuarem no Contudo, existem situações em que os efeitos de forças
mesmo estado de movimento, isto é, por causa da inércia atuantes sobre um corpo são cancelados mutuamente.
dos corpos.
29
A situação será anlisada a partir das seguintes experiências: O produto da massa pela aceleração é igual a valor cons-
__› __› __›
tante igual ao módulo da força aplicada.
Na figura acima, as forças resultantes F 1, F 2, ..., F n atuam
sobre o___mesmo corpo
___› e produzem, respectivamente, acele- Em consequência, o valor da constante k é a medida da
› ___›
rações a 1, a 2, ..., a n. resistência do corpo ao ser acelerado, ou seja, uma medida
de sua inércia. A constante k é denominada massa iner-
Calculando a razão entre a intensidade de cada força e a
cial do corpo (k = m).
respectiva aceleração, obtém-se:
F1 __
__ F2 Fn
__ __F Essas duas experiências estabelecem a Segunda Lei de
=
a1 a2 = ... = an = k a = k ka = F Newton: o Princípio Fundamental da Dinâmica:
Assim, a aceleração do corpo duplica quando o módulo da
força resultante é duplicado. Se o módulo da força resul- A aceleração de um corpo é diretamente proporcional
tante for triplicado, a aceleração também será duplicada.
à força resultante que atua sobre ele, inversamente
Portanto, se a massa de um corpo é constante, a acelera- proporcional à sua massa e tem a mesma direção e o
ção e o módulo da força resultante são diretamente pro- mesmo sentido da força resultante.
porcionais e têm a mesma direção e sentido.
__› Na figura a seguir, a força resultan-
te F atua em corpos com massas diferentes.
A Segunda Lei de Newton é expressa pela relação:
__› ___›
FR = m · a
a
m FR
Nesse caso, a aceleração do corpo cai pela metade ao du-
plicar a massa m do corpo. Se a massa for três vezes maior,
a aceleração será de um terço (1/3) da aceleração obtida
pela massa m. Considerando apenas os módulos:
Assim, se o módulo da força resultante é constante, a mas-
sa e a aceleração do corpo são inversamente proporcio- FR = m · a
nais, ou seja, a aceleração é menor quanto maior é a massa
do corpo: Em que:
m1a1 = m2a2 = ... = mnan = F FR: módulo da força resultante que atua sobre o corpo;
m: massa do corpo;
a: módulo da aceleração do corpo.
A unidade de força no SI é o Newton (N). O valor de 1 N
corresponde à força necessária para acelerar uma massa
de 1 kg a 1 m/s2.
F = ma 1 N = 1 kg · 1 m/s2
4.1. Exemplo 3
multimídia: vídeo Paulo e Francisco aplicam forças de 3 N e 4 N sobre uma
caixa de 50 kg em repouso sobre um chão liso. O que ocor-
FONTE: YOUTUBE re com a caixa?
Física - Segunda Lei de Newton
(Khan Academy) A resposta depende da direção e do sentido das forças so-
bre a caixa.
30
VIVENCIANDO
As leis da física newtoniana estão presentes no dia a dia. Automóveis e outros transportes motorizados são ótimos
exemplos das aplicações da física newtoniana, nos ganhos e perdas de velocidade, com a utilização de acelerador
e/ou freios. Quando um passageiro é jogado para trás no momento em que o ônibus acelera, é possível observar a
inércia atuando.
multimídia: vídeo
FR = 4 – 3 FR = 1 N FONTE: YOUTUBE
Telecurso 2000 - Aula 08/50 - Física -
Novamente, pela Segunda Lei de Newton, obtém-se a Leis de Newton
aceleração:
31
Aplicação do conteúdo
1. Em uma superfície lisa e horizontal, um corpo de
massa 4 kg move-se com velocidade de 12 m/s. Em
Caso as direções das forças aplicadas formem um ângulo determinado momento, uma força constante de 2 N
atua sobre o corpo, em sentido contrário à velocidade,
de 30°, por exemplo, o módulo da força resultante deverá retardando o movimento. Quanto tempo o corpo leva
ser obtido usando-se a lei dos cossenos modificada. para parar?
F = ma – 2 = 4 · a a = – 0,5 m/s2
v = v0 + at 0 = 12 – 0,5 t t = 24 s
32
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Galileu Galilei, considerado o primeiro físico no sentido moderno, foi um dos primeiros cientistas a reconhecer a
matemática como ferramenta principal para descrição dos fenômenos naturais. No entanto, foi Newton que sinteti-
zou em sua famosa obra, Princípios matemáticos da filosofia natural (1687), as duas grandes correntes metodológi-
cas da ciência moderna: a matematização e a experimentação. Newton acreditava que a natureza agia de modo a
simplificar ao máximo as suas ações. Nesse sentido, as consequências naturais teriam o mínimo de causas possíveis
e o Universo seria como uma máquina que está constantemente em funcionamento. Esse foi um importante passo
para a filosofia, por fundamentar a ciência que iria influenciar os pensadores iluministas.
33
força resultante, ou seja, o somatório de todas as forças dos no Brasil. Utilizando os conceitos da Primeira Lei de
que atuam sobre um corpo, seja nula. Newton, de impulso de uma força e variação da quanti-
dade de movimento, analise as proposições.
É possível classificar as forças em dois tipos: força de con-
I. O airbag aumenta o impulso da força média atuante
tato e força de ação à distância. sobre o ocupante do carro na colisão com o painel, au-
Forças de contato são aquelas em que, vistas de modo ma- mentando a quantidade de movimento do ocupante.
II. O airbag aumenta o tempo da colisão do ocupante
croscópico, os corpos estão literalmente em contato. Por
do carro com o painel, diminuindo assim a força mé-
exemplo, um garoto que chuta uma bola faz com que a dia atuante sobre ele mesmo na colisão.
bola altere seu estado de movimento aplicando-lhe uma III. O cinto de segurança impede que o ocupante do
força não nula. Existe contato entre as superfícies, isto é, carro, em uma colisão, continue se deslocando com
entre o garoto e a bola. um movimento retilíneo uniforme.
IV. O cinto de segurança desacelera o ocupante do
Forças de ação à distância, como o próprio nome sugere, carro em uma colisão, aumentando a quantidade de
atuam sem que haja contato entre as superfícies dos cor- movimento do ocupante.
pos. As forças desse tipo estão relacionadas à existência de
Assinale a alternativa correta.
campos de força. A força elétrica de atração ou repulsão
a) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
entre cargas elétricas é um exemplo desse grupo de forças.
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
Outro modo de classificação das forças em relação a um c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
sistema consiste em verificar se a força é externa ou inter- d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.
na. Se externa, a força é motivada pela ação de um corpo e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
externo ao sistema; se interna, é motivada por interações Resolução:
entre corpos que compõem o sistema.
I. Falsa. O airbag reduz a força média sobre o corpo
do ocupante do carro durante a colisão com o painel,
Aplicação do conteúdo pois aumenta o tempo de contato entre o sistema
corpo-airbag. O impulso permanece o mesmo, que
1. (Uece) Um trem, durante os primeiros minutos de sua equivale à diferença de quantidade de movimento.
partida, tem o módulo de sua velocidade dado por v =
II. Verdadeira.
2t, em que t é o tempo em segundos e v a velocidade
em m/s. Considerando que um dos vagões tenha massa III. Verdadeira.
3 · 103 kg, qual o módulo da força resultante sobre esse IV. Falsa. O cinto de segurança prende o passageiro
vagão, em newtons? ao banco evitando que o movimento do seu corpo
continue por inércia após o choque. A aceleração e a
a) 3.000. variação da quantidade de movimento dos ocupantes
b) 6.000. que utilizam o cinto de segurança serão as mesmas
c) 1.500. sofridas pelo automóvel no momento do acidente.
d) 30.000.
Alternativa B
Resolução:
3. (PUC-RJ) Duas forças perpendiculares entre si e de mó-
Sabendo que a massa do vagão a ser analisado é de 3.000 dulo 3,0 N e 4,0 N atuam sobre um objeto de massa 10 kg.
kg e que a velocidade é dada como uma função em relação Qual é o módulo da aceleração resultante no objeto, em m/s2?
ao tempo, v = 2t, existem duas soluções possíveis.
a) 0,13. d) 2,0.
Por comparação com a Função Horária da Velocidade: b) 0,36. e) 5,6.
v = v0 + a · t c) 0,50.
v=2·t
Resolução:
Disso, pode-se concluir que:
v0 = 0 m/s e a = 2 m/s2
Assim:
F = m · a = 3.000 · 2
F = 6.000 N
Alternativa B De acordo com o Teorema de Pitágoras, obtém-se a força
resultante sobre o corpo:
2. (Udesc) O airbag e o cinto de segurança são itens de ______ ___
segurança presentes em todos os carros novos fabrica- FR = √32 + 42 = √25 = 5 N
34
E com a força resultante e a massa, usando a 2.ª Lei de Resolução:
Newton, obtém-se a aceleração:
A 3.ª Lei de Newton é também chamada de Lei da Ação e
FR
FR = m · a a = __
m
Reação. Ela relaciona as forças de contato, tração em cordas
e demais forças de reação que surgem de uma ação, de igual
5 N = 0,50 m/s2
a = _____
10 kg intensidade e direção da ação, mas de sentido contrário, for-
Alternativa C ças sempre aplicadas em corpos diferentes e que, portanto,
não se anulam quando analisadas nos corpos isolados.
4. (Udesc) Com relação às Leis de Newton, analise as
proposições. Alternativa E
I. Quando um corpo exerce força sobre o outro, este Texto para a próxima questão:
reage sobre o primeiro com uma força de mesma in-
tensidade, mesma direção e mesmo sentido. Estudando-se o movimento de um objeto de massa 2 kg,
II. A resultante das forças que atuam em um corpo de obteve-se o gráfico velocidade x tempo a seguir. A veloci-
massa é proporcional à aceleração que este corpo adquire. dade está em m/s e o tempo, em segundo.
III. Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou
de movimento retilíneo uniforme, a menos que uma for-
ça resultante, agindo sobre ele, altere a sua velocidade.
IV. A intensidade, a direção e o sentido da força resultan-
te agindo em um corpo são iguais à intensidade, à dire-
ção e ao sentido da aceleração que este corpo adquire.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
6. (PUC-MG) Entre os instantes t = 0,4 s e t = 0,8 s o
d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
módulo da força resultante sobre o objeto foi aproxi-
e) Todas afirmativas são verdadeiras. madamente de:
Resolução: a) 2,0 N. c) 0,2 N.
b) 1,5 N. d) 0,8 N.
Analisando as alternativas, segue que: Resolução:
I. INCORRETA. Princípio da ação e reação (3.ª Lei de
Newton). O sentido da força de reação é oposto ao 'v = 2 · ________
F = m · a = m ___
(0,4 – 0,8)
= –2 N
sentido da força de ação. 't (0,8 – 0,4)
II. CORRETA. Pela 2.ª Lei de Newton, tem-se que a força re-
Alternativa A
sultante é proporcional à aceleração do corpo de massa m.
III. CORRETA. 1.ª Lei de Newton (Princípio da Inércia).
Um corpo que está em repouso ou em MRU tende a
permanecer nessa situação até que uma força resul-
tante não nula atue sobre o corpo.
IV. INCORRETA. A força resultante tem mesma dire-
ção e sentido da aceleração, não necessariamente o
mesmo módulo.
Alternativa D
5. (Unisc) Qual dessas expressões melhor define uma
das leis de Newton?
a) Todo corpo mergulhado num líquido desloca um multimídia: sites
volume igual ao seu peso.
b) A força gravitacional é definida como a força que educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/dina-
atua num corpo de massa. mica-as-leis-de-newton.htm
c) O somatório das forças que atuam num corpo é luznafisica.wikidot.com/leis-de-newton-for-
sempre igual ao peso do corpo. ca-e-movimento
d) A força de atrito é igual ao produto da massa de mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/forca-
um corpo pela sua aceleração. -movimento.htm
e) A toda ação existe uma reação.
35
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A partir dessa aula, o aluno, além de caracterizar o movimento, passará a descrevê-lo e a definir suas causas. Nesse
sentido, o conceito de força é peça fundamental, pois é ela a causadora da mudança do estado de movimento,
estando o corpo parado inicialmente ou em movimento retilíneo uniforme. As leis de Newton são peças essenciais
para a compreensão plena das causa da alteração do estado de movimento de um corpo. Nesse contexto, é aplicada
a Habilidade 20, caracterizando a causa do movimento dos corpos terrestres ou celestes.
Modelo 1
(Enem) No dia 27 de junho de 2011, o asteroide 2011-MD, com cerca de 10 m de diâmetro, passou a 12 mil quilômet-
ros do planeta Terra, uma distância menor do que a órbita de um satélite. A trajetória do asteroide é apresentada:
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: Exercício de rápida resolução para o aluno que possui conhecimentos
E mínimos em dinâmica. Ao analisar a trajetória do asteroide, o estudante deve perceber qual é a causa que
explica o movimento do mesmo.
Quando a força resultante tem a mesma direção da velocidade, o movimento é retilíneo, podendo ser ace-
lerado ou retardado, de acordo com os sentidos de ambas as grandezas.
No trecho em que o movimento é curvilíneo, há a componente centrípeta, não tendo a força resultante a
mesma direção da velocidade.
Alternativa E
36
Modelo 2
(Enem) Em 1543, Nicolau Copérnico publicou um livro revolucionário em que propunha a Terra girando em torno
do seu próprio eixo e rodando em torno do Sol. Isso contraria a concepção aristotélica, que acredita que a Terra é
o centro do universo. Para os aristotélicos, se a Terra gira do oeste para o leste, coisas como nuvens e pássaros, que
não estão presas à Terra, pareceriam estar sempre se movendo do leste para o oeste, justamente como o Sol. Mas
foi Galileu Galilei que, em 1632, baseando-se em experiências, rebateu a crítica aristotélica, confirmando assim o
sistema de Copérnico. Seu argumento, adaptado para a nossa época, é se uma pessoa, dentro de um vagão de trem
em repouso, solta uma bola, ela cai junto a seus pés. Mas se o vagão estiver se movendo com velocidade constante, a
bola também cai junto a seus pés. Isto porque a bola, enquanto cai, continua a compartilhar do movimento do vagão.
O princípio físico usado por Galileu para rebater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia;
b) de ação e reação;
c) a segunda lei de Newton;
d) a conservação da energia;
e) o princípio da equivalência.
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Exercício de baixa dificuldade, mas que requer do estudante conhecimento
A do assunto em questão, não sendo possível inferir somente da interpretação do texto base a resposta correta.
A Lei de Inércia afirma que um corpo tende sempre a manter seu estado de movimento ou de repouso (man-
terá se a resultante das forças sobre ele for nula). No caso da bola solta dentro do vagão, a resultante das
forças horizontais é nula, então, por inércia, ela mantém a componente horizontal de sua velocidade, caindo
junto aos pés da pessoa.
Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
LEIS DE NEWTON
EQUILÍBRIO ESTÁTICO
F1 = -F2 FR = m ∙ a
OU DINÂMICO
37
AULAS FORÇAS PESO, NORMAL E DE
25 E 26 TRAÇÃO E SISTEMA DE CORPOS
1. PESO DE UM CORPO
De acordo com a segunda Lei de Newton, um corpo em g
aceleração sofre ação de uma força. Um objeto abando-
nado próximo à Terra cai com movimento acelerado, o que P
indica que uma força age sobre o corpo. Essa força de atra- Solo
ção causada pela Terra sobre o corpo ___› é denominada peso
do corpo e é representada por P . A direção da força-peso A aceleração do corpo durante a queda e a aceleração da
é a reta que passa pelo centro da Terra e pelo centro do gravidade, cujo módulo é g, são aproximadamente cons-
corpo,___› com sentido para o centro
___› da Terra. Na figura a se- tantes; aplicando a segunda Lei de Newton:
guir, P A é o peso do corpo A, e P B é o peso do corpo B. ___› ___›
F = m a___
___
A › ›
P =mg
Observe que, na equação anterior, foi considerada a acele-
B
PA ração da gravidade vetorialmente. Em módulo:
P=m.g
PB
PA PB
Aplicação do conteúdo
Solo
1. Dado um corpo de massa m = 10 kg. Sabe-se que, próxi-
mo à superfície da Terra, a aceleração da gravidade vale
Considere um corpo de massa m solto a uma determinada gT = 9,8 m/s2 (aproximadamente) e, próximo à superfície
altura do solo. Desconsidere a ação da resistência do ar da Lua, a aceleração da gravidade vale gL = 1,6 m/s2
sobre o corpo. Nessa situação, a atração da ___Terra é a única (aproximadamente). Calcule o peso do corpo:
›
força que age sobre o corpo, ou seja, o peso P é a resultante a) Próximo da superfície da Terra.
das forças sobre o corpo. b) Próximo da superfície da Lua.
38
Resolução:
Então:
multimídia: vídeo
P= m g
FONTE: YOUTUBE p p p
Esclarecimento sobre os conceitos kgf = (1 kg) · (9,80665 m/s2)
de massa e peso ... 1 kgf = 9,80665 N ou 1 kgf #9,81 N
39
FN Por estar em repouso, a resultante das forças sobre o corpo
deve ser nula, e as forças atuantes devem se cancelar:
A FR = 0 o FN – P = 0
FN = P = 90 N
P Nesse caso, a intensidade do peso e da força normal é
- FN a mesma.
Considere, agora, que uma força vertical F de intensidade
-P
F = 40 N, dirigida para cima, seja aplicada sobre o corpo.
Terra Como F < P, essa força não é capaz de levantar o corpo, e,
desse modo, o corpo permanece em repouso. Novamente,
as forças devem se cancelar. A nova força normal sobre o
corpo é:
Entretanto,
___› o corpo exerce uma força de compressão sobre
a mesa -F N, e, do mesmo modo,___› pela Lei de Ação e Reação,
___› ___›
a mesa aplica uma força F N sobre o corpo. As forças P e -P
formam
___› um ___› par de forças de ação e reação, assim como o
par F N e -F N. FR = 0 o FN + F – P = 0
___›
A força F N é uma força de compressão chamada, em mui-
FN = 50 N
tos casos, de força normal, pois sua direção é perpendi-
cular à superfície de contato (ou “normal” à superfície). Em Conclui-se, portanto, que a força normal e o peso não têm,
geral, apenas as forças que atuam sobre o corpo A serão necessariamente, a mesma intensidade.
importantes, de modo que será adotado o esquema sim-
plificado de forças conforme a imagem anterior, em quel 2. A figura a seguir ilustra um corpo de massa m = 2,0 kg,
inicialmente em repouso, sobre uma superfície plana,
aparecem apenas a força-peso e a força normal aplicada
horizontal
___› e perfeitamente___› lisa, sob ação apenas de seu
pela mesa sobre o corpo. peso P e da força normal ___› F N. A partir de certo instante,
uma força horizontal F de intensidade F = 16 N é apli-
Aplicação do conteúdo cada sobre o corpo.
40
Determine a aceleração adquirida pelo corpo. T1 – T2 = 0
Resolução: ou
T1 = T2
Como
___› ___› não existe movimento na direção vertical, as forças
P e F N devem se cancelar,
___› ou seja, FN = P. Assim, a força Portanto, fazendo T1 = T2 = T, deve-se refazer o esquema inicial:
resultante é a força F .
F=ma
16 = (2,0) a a = 8,0 m/s2.
Na prática, o fio não é representado, e o esquema sim-
plificado mostra apenas as forças que atuam nos blocos:
1.4. Sistema de corpos
Nos exemplos estudados, as Leis de Newton foram apli-
cadas a um único corpo. Entretanto, é possível aplicá-las
em um conjunto de dois ou mais corpos. Em geral, esse
conjunto é denominado sistema de corpos.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
1.5. Força de tração ou Força de Tração (Bloquinhos) -
tensão em um fio Mãozinha em Física 004
Quando um fio é esticados por uma força, existe uma tensão
sobre o fio. Afirma-se que ocorre no fio uma força de tração.
Na figura a seguir, as forças que atuam no sistema de cor- Aplicação do conteúdo
pos foram separadas. 1. Como ilustrado na figura a seguir, dois blocos, A e B,
de massa mA = 5,0 kg e mB = 7,0 kg, estão sobre uma
superfície plana e horizontal sem atrito, ligados por um
fio ideal, isto é, que não estica e com massa desprezível.
___›
Quando o bloco B é puxado pela força F , o fio sofre uma
___›
força de tração de intensidade T1. Pela ação e reação, o fio
Sobre o bloco B é aplicada uma força horizontal F de inten-
aplica sobre o bloco B uma força de intensidade igual a T1.
sidade igual a 36 N. Determine a intensidade da aceleração
O fio também exerce sobre o bloco A uma força de inten-
do sistema e da força exercida pelo fio sobre o bloco A.
sidade T2, e o bloco A, pela ação e reação, exerce sobre o
fio uma força de intensidade igual a T2. Considerando que Resolução:
o fio tenha massa mf , pela segunda Lei de Newton, tem-se:
___›
T1 – T2 = mf |a |
Entretanto, como o fio é ideal, sua massa é desprezível, ou
seja, mf = 0 (é comum desprezar a massa do fio). Assim, a Aplicando a segunda Lei de Newton separadamentepara
equação se simplifica: cada bloco:
41
bloco A: T = mA a T = (5,0) a
Aplicação do conteúdo
bloco B: F – T = mB a 36 – T = (7,0) a
1. Considere a situação da figura a seguir, em que o bloco
Somando membro a membro das equações, a tração T é A, de massa mA = 3,0 kg, e o bloco B, de massa mB = 7,0 kg,
cancelada, e obtém-se: estão ligados por um fio ideal, através de uma polia
ideal e fixada pelo eixo. Considerando g = 10 m/s2,
36 = 12 a a = 3,0 m/s2 e que o sistema foi abandonado a partir do repouso,
Substituindo o valor da aceleração na equação original do calcule:
bloco A (por exemplo), obtém-se:
T = (5,0) (3,0) T = 15 N
A aceleração do conjunto de blocos (ou seja, a aceleração
do sistema) pode ser obtida considerando os dois corpos
como um único corpo, e aplicando a segunda Lei de New-
ton diretamente:
Resolução:
F = (mA + mB) a
36 = (5,0 + 7,0) a a = 3,0 m/s2 a) Em primeiro lugar, deve-se determinar os módulos
dos pesos dos blocos:
42
b) Para calcular o valor da força de tração T, deve-se além de girarem em torno do seu eixo, podem se mo-
substituir o valor do módulo da aceleração em qual- vimentar livremente.
quer uma das equações dos blocos. Aplicando para
o bloco A: A figura a seguir apresenta uma situação com duas polias,
uma fixa e uma móvel. No eixo da polia móvel, é preso um
T – 30 = (3,0) (4,0) bloco com peso, em módulo, igual a P. Na extremidade A
do fio, é aplicada uma força de módulo F. A função da polia
T – 30 = 12 T = 42 N. fixa é transferir a tração causada pela força sobre o fio para
c) Se o fio exerce força nos blocos, pela Lei da Ação a outra extremidade do fio. Observe que a tração também é
e Reação, os blocos exercem no fio forças de mesma transferida para a outra extremidade do fio, que está preso
intensidade e sentido oposto, como ilustrado na figu- ao teto. Desse modo, a força total (em módulo, para cima) na
ra a seguir. Portanto, a força total exercida pelos fios polia móvel é igual a 2F. Assim, se o peso do objeto for igual
sobre a polia é: a P = 2F, o sistema permanecerá em repouso.
2T = 2(42 N) = 84 N.
43
Pode-se observar que, quanto maior o número de polias Resolução:
móveis, maior é o peso do objeto que é possível manter em
equilíbrio, ou, de modo equivalente, menor é a força neces- A pessoa comprime o piso do elevador com força – FN. Pela
sária para manter em equilíbrio um objeto de determinado Lei de Ação e Reação, o piso aplica a força FN (força normal)
peso P. A relação entre a força e o peso, nesse sistema de na pessoa. Assim, as forças que estão aplicadas na pessoa
ligação de polias, é dada por: são o seu peso e a força normal, sendo o módulo do peso:
P = 2n F
Em que n é o número de polias móveis. Observe que para n = 1
e n = 2, são obtidos os casos estudados anteriormente.
As polias fixas não podem ser utilizadas para alterar a in-
tensidade da força que atua sobre os objetos presos ao fio.
Esse tipo de polia é utilizado apenas para alterar a direção
e o sentido da força aplicada no fio.
FN – P = m a
FN – 750 = (75) (4,0) FN = 1050 N
Nas situações envolvendo elevadores em movimento, é útil
fazer um esquema desenhando a pessoa fora do elevador,
como feito no exemplo anterior.
Aplicação do conteúdo
1. Uma pessoa de massa m = 75 kg está em um elevador. 1.9. Ação a distância e
Considere g = 10 m/s2 e calcule a força exercida pelo piso
do elevador sobre a pessoa nos seguintes casos: ação por contato
44
Foram estudados diversos casos em que existiam forças acordo com a ação e reação, o corpo B exercerá em A
aplicadas sobre os objetos. Contudo, existem diferenças uma força de mesmo módulo, mesma direção e sentido
com relação às forças e seus efeitos. Por exemplo, os imãs oposto FBA.
aplicam uma força a distância sobre objetos metálicos. É
Lembre-se de que FAB = FBA.
possível sentir essa força ao prender um imã na geladeira.
Quando uma pessoa salta, ela sempre retorna para o solo. 1.11. Efeitos de uma força
Essa pessoa pode ter a impressão de estar presa a algo. Um efeito da atuação de forças sobre um objeto, estudado
Entretanto, ela está sujeita à ação do campo gravitacional anteriormente, é a modificação do estado de movimento
terrestre, como tudo o que está sobre sua superfície. A for- do objeto, como define a segunda Lei de Newton. A ação
ça gravitacional é exercida a distância, de modo semelhan- da força causa uma aceleração do objeto.
te à força do imã. Esse tipo de força é denominado força
de campo. Entretanto, um possível efeito também causado por uma
força é a deformação do objeto. Se a força for muito in-
Nos exemplos anteriores, foram estudadas forças que
tensa, o limite de resistência do objeto será superado, de-
agiam sobre fios presos aos objetos. Todavia, existem for-
formando o objeto. Um exemplo disso ocorre quando uma
ças que atuam quando os objetos estão em contato entre
latinha de alumínio é amassada. Quando a força é aplicada
si, sendo puxados ou empurrados. As forças que existem
sobre a latinha, sua estrutura não resiste e se deforma. Pelo
nesse caso, quando os objetos se tocam, são denominadas
mesmo motivo, os carros se deformam quando colidem, .
forças de contato. Nos exercícios envolvendo esse tipo
de força, o tratamento é semelhante aos casos envolvendo Alguns objetos são especialmente projetados para sofre-
objetos ligados por fios. A diferença é apenas o tipo de rem a ação de forças muito intensas. É o caso dos amor-
força. Em vez da força de tração no fio, existirá uma força tecedores dos automóveis. Os amortecedores devem
de contato entre os objetos. suportar as forças causadas pelo solavanco, quando os
automóveis passam por buracos, ou mesmo a força exer-
1.10. Força de contato cida durante uma curva com velocidade alta. É importante
ressaltar que até mesmo esses equipamentos sofrem des-
Na situação em que dois corpos em contato são colocados
gastes e podem se deformar. Por essa razão, é importante
em aceleração, haverá um par ação-reação denominado
a manutenção do automóvel.
força de contato de um corpo em relação ao outro. Con-
sidere a seguinte situação: um corpo A e outro B estão
sujeitos a uma força F, horizontal e para a esquerda, que
atua somente no corpo A.
Equilíbrio
Observe a figura a seguir. Você deve ter a impressão de que
o equilibrista está prestes a se movimentar ou de que, se
uma das cadeiras se movimentar, o equilibrista vai cair. Tra-
Para efeito de representação, foram separados os corpos
ta-se de um conceito bastante comum sobre equilíbrio.
A e B da imagem acima e representadas todas as forças
envolvidas. A força F atuante no corpo A impõe um movi- Entretanto, em Física, o conceito de equilíbrio é mais am-
mento acelerado para a direita, que por sua vez empurra plo. Em geral, são identificados dois tipos de equilíbrio: es-
o corpo B. Afirma-se que o corpo A exerce uma força no tático e dinâmico. O caso do equilibrista da imagem é
corpo B, força que será chamada de FAB. Por sua vez, de um típico exemplo de equilíbrio estático.
45
tempo, ou seja, quando o ponto material está em movi-
mento retilíneo uniforme (MRU). A velocidade vetorial
é constante em módulo, direção e sentido.
__› ___›
v = constante z 0 equilíbrio dinâmico (MRU)
VIVENCIANDO
A forças estudadas nessa aula podem ser observadas em diversas situações do cotidiano. Uma brincadeira no ba-
lanço no parque só é possível graças à atuação da força-peso e da força de tração. Os elevadores e guindastes, com
um esquema de polia e contrapesos controlados eletronicamente, utilizam os conceitos compreendidos por essas
forças para funcionar. No elevador, os cabos de tração, feitos geralmente de aço, conectam a cabine ao contrapeso,
passando por uma polia que evita o desgaste do material. Em geral, são entre seis e oito cabos, para garantir a
segurança dos passageiros.
O movimento das marés resulta da força gravitacional do Sol e da Lua sobre a Terra. A massa da Lua atrai a massa
de água da Terra. Como a água é fluida, uma protuberância se forma e praticamente acompanha a trajetória da Lua
devido à força gravitacional. Quando a Lua desaparece, a maré desce.
46
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A Habilidade 20 trata das causas do movimento. NesSa aula, o aluno passou a compreender algumas forças mais
famosas, como a força-peso, a força normal e a força tensora em um fio, e passou a estudar como se comporta um
sistema de corpos quando sujeito à ação de uma ou mais forças. Cabe sempre ao aluno compreender a situação-
-problema e relacioná-la com o conteúdo estudado.
Modelo 1
(Enem) O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que iria
substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a 560 km
de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno”.
47
Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta:
a) se justifica, porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre da falta de
ação da aceleração da gravidade;
b) se justifica, ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada a dele próprio, e que o peso do telescópio é
pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena;
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de Kepler, que não
se aplicam a satélites artificiais;
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, nesse caso, sobre o telescópio e é a
responsável por manter o próprio telescópio em órbita;
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe naquele
ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.
Análise expositiva 1 - Habilidade 20: De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta por-
D que elas versam sobre forma da órbita, período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se
pelo princípio fundamental da dinâmica, pois o que está em questão são a massa e o peso do telescópio.
Como o astronauta e o telescópio estão em órbita, eles tão sujeitos apenas à força-peso e, consequente-
mente, à mesma aceleração (centrípeta), que é a da gravidade local, tendo peso aparente nulo.
R = P m∙a = m∙g a = g
É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse caso que os
corpos estão em estado de imponderabilidade.
Apenas para complementar, considerando R = 6400 km o raio da Terra, à altura h = 540 km, o raio da órbita do
telescópio é r = R + h = 6400 + 540 = 6940 km. De acordo com a lei de Newton da gravitação, a intensidade do
( )
2
( )
6400 2 = 8,5 m/s2.
campo gravitacional num ponto da órbita é g = g0 __Rr , sendo g0 = 10 m/s2. Assim, g = 10 ______
6940
Ou seja, o peso real do telescópio na órbita é 85% do seu peso na superfície terrestre.
Alternativa D
Modelo 2
(Enem) Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a ajudasse, deslocando um móvel para mudá-lo de lugar. Para
escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na escola que não poderia puxar o móvel, pois a terceira Lei de Newton
define que se puxar o móvel, o móvel o puxará igualmente de volta, e assim não conseguirá exercer uma força que
possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) A força de ação é um pouco maior que a força de reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mesmo corpo.
Análise expositiva 2 - Habilidade 20: Ótimo exercício para comparar conceitos científicos com o senso co-
E mum, habilidade muito cobrada pelo Enem.
Para a resolução do exercício, é preciso ter em mente que ação e reação são forças de mesma intensidade,
mesma direção e sentidos opostos, porém, não se equilibram, pois não atuam no mesmo corpo.
Alternativa E
48
DIAGRAMA DE IDEIAS
FORÇAS
PERPENDICULAR
VERTICAL P/ BAIXO SENTIDO DE PUXAR
À SUPERFÍCIE
49
ÓPTICA GEOMÉTRICA: Incidência do tema nas
principais provas
A óptica é abordada com enfoque mais conceitual. A prova exige a aplicação da segunda lei
de Newton, relacionando, às vezes, com
cargas elétricas em um campo elétrico.
Um dos temas mais cobrado é o movimento circular, Os temas mais cobrados são movimento Os temas mais cobrados são transmissão de
que exige a interpretação de imagens e coleta de in- circular e aplicação das leis de Newton, movimento circular e aplicação das leis de
formações, com atenção às equações do movimento exigindo interpretação de imagens e Newton, exigindo interpretação de imagens e
circular e leis de Newton. coleta de informações, tendo atenção às coleta de informações
equações do movimento circular e inter-
pretação dos tipos de força
envolvidas.
A prova diferencia os tipos de força em um A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
corpo, associando-as, às vezes, na transmissão porém, movimento circular aparece com temas, porém, movimento circular e porém, movimento circular e segunda lei de
de movimento, exigindo interpretação de ima- alguma frequência. segunda lei de Newton podem aparecer Newton aparecem com alguma frequência,
gens e coleta de informações, tendo atenção com alguma frequência. tendo atenção à manipulação das equações.
às leis de Newton.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas, A prova traz questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predomi-
porém, movimento circular e leis de Newton práticas, que exigem as leis de Newton nância de temas, porém, movimento circular e
aparecem com alguma frequência, com diferenciando os tipos de força envolvidas. segunda lei de Newton podem aparecer com
questões teóricas e que exigem um alto nível alguma frequência.
de manipulação nas equações.
A prova traz questões conceituais e práticas, A prova tem uma grande variação de temas, A interpretação das forças aplicadas em um
que exigem leis de Newton diferenciando os porém, segunda lei de Newton aparece com corpo e o estudo do movimento circular sem-
tipos de força envolvidas. alguma frequência, cobrando os tipos de força pre estão presentes na prova, com questões
envolvidas. que exigem interpretação de imagens.
51
AULAS ESPELHOS PLANOS
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 22
“Ao conjunto de superfícies refletoras (ou refratoras) dis- Nota: os pontos objeto e imagem, com relação a um mes-
postas de maneira a serem sucessivamente atingidas por mo sistema óptico, são denominados pontos conjugados.
um mesmo raio luminoso, denominamos sistema óptico”.
2. ESPELHOS PLANOS
1.1. Ponto objeto
É denominado ponto objeto, com relação a um sistema óp- O funcionamento dos espelhos pode ser compreendido por
tico, todo ponto de encontro de raios incidentes de um meio do estudo geométrico da luz. Serão estudados as leis
mesmo feixe luminoso. da reflexão da luz e os espelhos planos. Posteriormente,
são estudados os espelhos esféricos.
POR POV
POI
52
A reflexão é difusa quando a luz refletida não obedece à
2.1. Reflexão lei de Snell, sendo transmitida em várias direções. É devido
Reflexão é o fenômeno que ocorre quando uma onda atin- à difusão da luz que é possível enxergar os objetos, sob os
ge a interface que separa dois meios diferentes e retorna, mais diversos ângulos, pois sempre existirá um raio lumino-
parcial ou totalmente, para o meio inicial. so refletido que atingirá a vista.
O fenômeno ocorre com ondas de qualquer natureza, ele-
tromagnéticas (luz), elásticas, acústicas, e é consequência
da diferença de velocidade da onda nos dois meios. Superfície com rugosidade
Reflexão difusa (ou espalhamento)
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir ilustra um espelho plano, sobre o
qual, no ponto P, um raio de luz incide, formando um
ângulo de 25º com a superfície do espelho. Determine
A reflexão da luz se diz especular ou regular quando os ângulos de incidência e reflexão.
um raio incidente é refletido de acordo com as leis de Snell.
É o que ocorre nas superfícies polidas.
Resolução:
Superfície polida
Reflexão especulas É necessário traçar a reta n normal à superfície do espelho
e que passa pelo ponto P. O ângulo de incidência i é o
53
ângulo formado entre o raio incidente e a normal. Como n
é perpendicular ao espelho, deve-se ter:
i + 25° = 90° i = 65°
FM = XXX
XXX F’M = d
Resolução:
54
O ponto F também pode ser fotografado. encontra do espelho. Além disso, a imagem de um espelho
plano é enantiomorfa, nome dado à característica do es-
Na figura a seguir, o tamanho do espelho plano é AB. Todos
pelho de formar uma imagem que não sobrepõe o objeto.
os raios refletidos estão indicados pela região sombreada.
Apenas nessa região sombreada é possível ver a imagem Alternativa B
F’. Nesse caso, apenas o observador O1 consegue observar
a imagem F’. O observador O2 está fora da região sombrea- 2. Um raio de luz reflete-se em uma superfície plana e
polida (S), conforme mostra a figura a seguir. O ângulo
da e, portanto, não pode observar a imagem F’. Essa região entre os raios incidentes (AO) e refletido (OB) mede 90°.
sombreada é denominada campo visual.
Os seguintes passos sintetizam os procedimentos para de-
terminar se um observador pode ou não observar as ima-
gens refletidas por um espelho:
1. Determina-se a imagem F’ do objeto F.
Alternativa B.
3. (Unesp) A figura a seguir representa um espelho pla-
no, um objeto, O, sua imagem, I, e cinco observadores
em posições distintas, A, B, C, D e E.
Aplicação do conteúdo
1. (Cesgranrio) A imagem da figura a seguir obtida por
reflexão no espelho plano E é melhor representada por:
Resolução: Resolução:
A imagem formada por um espelho plano tem como carac- Foi dada no exercício a posição da imagem do objeto; em
terística sempre estar a mesma distância que o objeto se seguida, basta determinar a região do espaço na qual o
55
observador deve estar localizado para identificar em seu O observador verá as imagens de A e B superpondo-se
campo visual a imagem I. Desenhando, tem-se: uma à outra quando se colocar na posição:
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
Resolução:
Alternativa E
A invenção do espelho data de antes de 6000 a.C.. Os espelhos mais antigos foram encontrados na região onde
se encontra atualmente a Turquia. Feitos na Mesopotâmia e no Egito, eram produzidos a partir de cobre polido,
enquanto na China eram produzidos a partir do bronze. No Renascimento, alguns artesãos europeus aperfeiçoaram
um método que consistia em cobrir uma das faces de um vidro com um amálgama de mercúrio fino. No século XVI,
os espelhos já eram populares e excessivamente caros.
A criação de um espelho com um revestimento de prata é atribuída ao químico alemão Justus von Liebig (1803-
1873), no ano de 1835. Os métodos utilizados atualmente na fabricação de espelhos não sofreram muitas variantes
desde então, sendo os espelhos produzidos pela sobreposição de camadas finas de alumínio (ou prata) sobre o cristal
de vidro, tendo o seu preço diminuído significativamente, tornando-se mais acessível.
56
Aplicação do conteúdo
multimídia: vídeo 1. Um rapaz de altura H está de pé em frente a um es-
FONTE: YOUTUBE pelho vertical e regular. A distância do solo até o olho
Óptica - Espelho plano do rapaz é x. Qual é a menor altura h do espelho e a
distância y entre o espelho e o solo que permite que o
rapaz enxergue toda a sua imagem?
2.2.2. Imagem de um objeto extenso
Do mesmo modo como feito para uma fonte puntiforme,
pode-se obter a imagem de um objeto extenso. Como é
possível observar na figura a seguir, cada ponto do obje-
to tem uma imagem simétrica; desse modo, a imagem do
objeto extenso também é simétrica em relação ao espelho.
Resolução:,
Na figura a seguir, os pontos T, O e P são o topo da cabeça,
o olho e o pé do rapaz, respectivamente. A distância h foi
determinada ao serem traçados os raios que saem da cabe-
ça e dos pés e vão para o olho do rapaz. Essa é a distância
suficiente para que o rapaz enxergue toda a sua imagem.
Os triângulos OXY e OT’P’ são semelhantes, portanto:
Assim:
As distâncias do objeto ao espelho e da imagem ao
espelho são iguais.
O tamanho da imagem é igual ao tamanho do objeto.
Na câmara escura de orifício, as imagens produzidas no
anteparo dentro da câmara são imagens invertidas, ou
seja, de cabeça para baixo. Essa inversão não ocorre nos XXX
___ XX
XY = ___ d ou h = __
h = ___
PZ ou __ H
espelhos planos, que produzem imagens direitas. XXX PP’ H 2d
T’P’ XXX 2
57
A distância y, do ponto Y do espelho ao solo, é obtida pela Pode-se concluir que, quando o espelho se afasta com uma
semelhança dos triângulos OPP’ e YZP’. velocidade v, a imagem conjugada se afasta com uma ve-
locidade de 2v em relação ao objeto. De forma semelhante,
Portanto: __
XXX é possível afirmar que, quando o espelho se aproxima com
OP = ___
___ 2d ou y = __x
PP’ ou _x = ___
___
XX
YZ ZP’ y d 2 uma velocidade v, a imagem se aproxima com uma veloci-
dade de 2v em relação ao objeto.
2.2.3. Translação de um espelho plano
2.2.4. Associação de dois espelhos planos
Como foi visto, em um espelho plano, a distância entre o Na figura a seguir, uma caneta foi colocada entre dois espe-
objeto e o espelho é igual à distância entre a imagem e o lhos planos, que formam um determinado ângulo entre si.
espelho, sendo que objeto e imagens possuem o mesmo
tamanho. Seja P o ponto em que se encontra o objeto e
P’ o ponto em que se encontra a imagem, vamos chamar
a distância de P ao espelho E, e a distância de P’ ao es-
pelho, de d.
Para um referencial fixo no ponto P, o espelho é afastado
de uma distância x. A nova distância entre o ponto P e o
espelho E será igual à (d + x), assim como a distância entre
o espelho E e a nova posição P’’ da imagem conjugada. Sendo u o ângulo entre os espelhos, considerando que a
Observe a figura a seguir: 360º é um número inteiro, essa associação de espelhos
razão ____
u
produz uma quantidade de n imagens, dada pela relação:
360º – 1
n = ____
u
PP’=2d
PP”= 2(d+x) = 2d+2x
58
sição 1, fazendo um ângulo a com a N1. Quando o espelho
Aplicação do conteúdo vai para a posição 2, o raio incidente atinge o espelho no
1. No exemplo a seguir, determinaremos as imagens de ponto I2, fazendo com a N2 um ângulo b.
um objeto puntiforme P colocado entre dois espelhos
que formam ângulo u = 90º entre si.
Resolução:
multimídia: sites
www.super.abril.com.br/ciencia/o-que-faz-o-
2.2.6. Rotação de um espelho plano -espelho-refletir-imagens/
www.mundoestranho.abril.com.br/ciencia/
Considere o caso de um espelho plano rotacionado de um como-e-feito-o-espelho/
ângulo a. Inicialmente o espelho encontra-se na posição 1, www.educacao.globo.com/fisica/assunto/
e, depois da rotação, vai para a posição 2. O raio incidente ondas-e-luz/espelhos-e-reflexao-da-luz.html
atinge a posição I1 quando o espelho se encontrava na po-
59
VIVENCIANDO
No dia a dia, um indivíduo tem sua imagem refletida inúmeras vezes por múltiplos espelhos planos. A reflexão fornecida
pelos espelhos planos é útil para usos estéticos, pois a imagem fornecida é um reflexo exato da imagem apresentada.
Os espelhos também são amplamente utilizados na decoração, como em prédios espelhados ou na decoração de
interiores. Colocar um espelho que ocupe a parede toda é uma tática eficaz para criar a ideia de que o ambiente é
mais amplo. O uso em corredores, por exemplo, proporciona um efeito de profundidade.
60
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESPELHOS
PLANOS
LEIS DA
IMAGEM
REFLEXÃO
RR E RI SÃO PROLONGAMENTO
SIMÉTRICA
COPLANARES DOS RAIOS
REFLETIDOS
IMAGEM
i=r VIRTUAL
ENANTIMORFA
61
AULAS ESPELHOS ESFÉRICOS:
19 E 20 ESTUDO GEOMÉTRICO
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17, 18 e 22
1. INTRODUÇÃO
A seguir serão estudados os espelhos curvos. Um caso
particular de espelho curvo é o espelho esférico. Os
espelhos esféricos são calotas esféricas polidas. A super-
fície refletora pode ser interna à calota, caracterizando um
espelho côncavo, ou externa à calota, caracterizando um
espelho convexo. Observe as figuras a seguir.
ESPELHO CÔNCAVO: PARA UM OBJETO PRÓXIMO, A
IMAGEM VIRTUAL É DIREITA E AUMENTADA.
62
Eixo secundário: qualquer reta que passe por C e 1.2. Condições de Gauss para
intercepte o espelho em um ponto diferente de V, como
espelhos esféricos
as retas r e s na figura a seguir.
O raio de luz incidente deve ter uma pequena in-
clinação em relação ao eixo horizontal.
Os raios incidentes devem incidir no espelho numa
região próxima ao espelho.
Em geral, os espelhos esféricos serão analisados com base
nas condições de Gauss.
AS RESTAS R E S SÃO EIXOS SECUNDÁRIOS.
REPRESENTAÇÃO DE UM REPRESENTAÇÃO DE UM
ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Espelhos esféricos e imagens reais
O PONTO P’ É IMAGEM DO PONTO P.
63
Nos tópicos a seguir serão estudadas algumas caracterís- longamento do raio) passa pelo foco do espelho se o raio
ticas da reflexão nos espelhos côncavos e convexos que incide paralelamente ao eixo principal. Pela propriedade de
auxiliam na determinação das imagens. É importante ob- reversibilidade, caso o raio incida em direção ao foco, o raio
servar que, para objetos extensos, os raios refletidos não será refletido paralelamente ao eixo principal.
se cruzam exatamente no mesmo ponto. Desse modo, eles
definem uma região em que se cruzam, isto é, um pequeno
“borrão”. Assim, a imagem fica distorcida. É possível ten-
tar observar esse efeito usando uma colher de sopa como
espelho curvo.
As lentes também produzem imagens levemente distorci- ESPELHO CÔNCAVO ESPELHO CONVEXO
das. Os sistemas ópticos que produzem imagens distorci-
das são denominados astigmáticos. Quando a imagem O foco (F) dos espelhos esféricos é o ponto médio entre o
não apresenta distorção, como no caso do espelho plano, centro de curvatura do espelho (C) e o vértice (V).
o sistema é denominado estigmático. Se os espelhos
eféricos têm o ângulo de abertura pequeno, a imagem é
produzida com pouca distorção.
Aplicação do conteúdo
1. O que é um sistema óptico astigmático e qual a dif-
erença dele para um sistema óptico estigmático?
Resolução:
f = __R
3. FOCOS DE UM ESPELHO 2
multimídia: sites
www.estudopratico.com.br/espelhos-
esfericos/
www.ebah.com.br/content/ABAAAfi_
ESPELHO CÔNCAVO: FOCO REAL ESPELHO CONVEXO: FOCO VIRTUAL
wAA/espelhos-esfericos
Propriedade da reversibilidade da luz: o trajeto de um www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/
raio de luz no sentido inverso é o mesmo daquele feito no Reflexaodaluz/espelhoesferico.php
sentido normal. Como foi visto, o raio refletido (ou o pro-
64
Os raios de luz que incidem em direção ao centro de curva- ao ângulo entre o eixo principal e o raio incidente.
tura são refletidos nessa mesma direção:
ESPELHO CÔNCAVO
ESPELHO CÔNCAVO
ESPELHO CONVEXO
ESPELHO CONVEXO
Se um raio incidir sobre o vértice (V) de um espelho esféri-
co, o ângulo entre o eixo principal e o raio refletido é igual
Os espelhos esféricos também são estudados pelos artistas plásticos. O artista holandês Maurits Cornelis Escher,
famoso por suas representações de espaços impossíveis e transformações geométricas, tem entre suas obras mais
famosas autorretratos usando espelhos convexos. Já o artista britânico Anish Kapoor, um dos grandes escultores con-
temporâneos, é famoso pela grandiosidade de suas obras e pela exploração de dicotomias, como vazio/cheio, corpo/
espírito, céu/terra. Com a intenção de questionar a visão do público que circula pelos espaços, Kapoor tem diversas
obras usando espelhos esféricos espalhadas pelo mundo.
65
raio refletido tem a mesma direção e também passa pelo
Aplicação do conteúdo centro de curvatura.
1. Um espelho esférico côncavo possui um raio de Os prolongamentos dos dois raios refletidos traçados se
curvatura de 20 cm. Qual é, então, a distância focal interceptam em um ponto entre o vértice e o foco do espe-
desse espelho?
lho, no ponto B’. Esse ponto B’ é a imagem de B. A imagem
Resolução: do ponto A é o ponto A’, abaixo do ponto B’. Assim, a ima-
gem é direita, virtual e menor do que o objeto.
A relação entre distância focal e o raio de curvatura é dada
pela expressão:
f = __R
2
Substituindo o valor do raio de curvatura dado pelo exer-
cício, obtém-se na expressão:
20
f = ___
2
Finalizando os cálculos, resulta:
f = 10cm
2. Um espelho esférico convexo possui distância focal
de 25 cm. Qual é, então, o valor do raio de curvatura ESPELHO CONVEXO: IMAGEM DIREITA, VIRTUAL E MENOR DO QUE O OBJETO.
desse espelho?
66
4.2.4. Caso IV: Objeto entre
o foco e o vértice
Traçando os raios refletidos nesse caso, é possível observar
que eles se interceptam “atrás” do espelho. Assim, a ima-
gem é virtual, direita e maior do que o objeto.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Espelhos Esféricos - Experimento ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ENTRE O FOCO E O VÉRTICE:
IMAGEM VIRTUAL, DIREITA E MAIOR DO QUE O OBJETO.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Espelhos Esféricos - Experimento
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO SOBRE O CENTRO DE CURVATURA: 4.2.5. Caso V: objeto sobre o foco
IMAGEM REAL, INVERTIDA E DE MESMO TAMANHO QUE O OBJETO.
Quando o objeto está sobre o foco, os raios refletidos são
paralelos e não se encontram. A imagem é denominada
4.2.3. Caso III: Objeto entre o imagem imprópria e forma-se no infinito.
centro de curvatura e o foco
Nesse caso, a imagem do objeto é real e se forma antes do
centro de curvatura. A imagem é invertida e maior do que
o objeto. Repare que esse caso é o mesmo do caso I, mas
trocando a imagem pelo objeto. Isso ocorre por causa da
reversibilidade dos raios de luz.
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO SOBRE O FOCO: IMAGEM IMPRÓPRIA.
ESPELHO CÔNCAVO COM OBJETO ENTRE O CENTRO DE CURVATURA E Toda imagem real pode ser projetada num anteparo. Nun-
O FOCO: IMAGEM REAL, INVERTIDA E MAIOR DO QUE O OBJETO. ca uma imagem virtual pode ser projetada num anteparo.
67
Resolução:
68
VIVENCIANDO
Os espelhos esféricos são muito utilizados no cotidiano. Os espelhos convexos aumentam o campo de visão, per-
mitindo a visualização de ângulos que seriam inacessíveis pelos espelhos planos. Geralmente, esse tipo de espelho é
encontrado em corredores de supermercados, farmácias, saídas de estacionamentos e retrovisores de veículos – nos
ônibus nota-se que os espelhos situados acima das portas de saída são sempre espelhos convexos, possibilitando
que o motorista veja os passageiros que estão desembarcando.
Nos espelhos côncavos, as imagens formadas variam de acordo com a posição do objeto. Isso faz com que o seu
uso seja restrito. Os espelhos côncavos podem ser utilizados em alguns tipos de telescópios, projetores e também
em ferramentas nos consultórios odontológicos. Quando o objeto se situa bem próximo do espelho, entre o vértice
e o foco, a imagem resultante é virtual, direta e ampliada, o que resulta em uma melhor ampliação dos detalhes do
objeto refletido.
69
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Relacionar propriedades físicas, químicas e biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às fina-
18 lidades a que se destinam.
A Habilidade 18 avalia a capacidade do aluno de relacionar os seus conhecimentos na área de ciências da natureza
com a situação-problema apresentada na questão. Na óptica, é importante que o aluno conheça as características
das imagens formadas pelos diversos espelhos e suas aplicações.
Modelo
(Enem) Os espelhos retrovisores, que deveriam auxiliar os motoristas na hora de estacionar ou mudar de pista, muitas
vezes causam problemas. É que o espelho retrovisor do lado direito, em alguns modelos, distorce a imagem, dando a
impressão de que o veículo está a uma distância maior do que a real.
Este tipo de espelho, chamado convexo, é utilizado com o objetivo de ampliar o campo visual do motorista, já que no
Brasil se adota a direção do lado esquerdo e, assim, o espelho da direita fica muito mais distante dos olhos do condutor.
ADAPTADO DE: HTTP://NOTICIAS.VRUM.COM.BR. ACESSO EM: 3 NOV. 2010.
Sabe-se que, em um espelho convexo, a imagem formada está mais próxima do espelho que este está do objeto, o
que parece estar em conflito com a informação apresentada na reportagem. Essa aparente contradição é explicada
pelo fato de:
a) a imagem projetada na retina do motorista ser menor que o objeto;
b) a velocidade do automóvel afetar a percepção da distância;
c) o cérebro humano interpretar como distante uma imagem pequena;
d) o espelho convexo ser capaz de aumentar o campo visual do motorista;
e) o motorista perceber a luz vinda do espelho com a parte lateral do olho.
Análise expositiva - Habilidades 18: O espelho convexo forma uma imagem menor que causa no motorista
C a sensação de que a distância é menor do que realmente é.
Nossos olhos estão acostumados com imagens em espelhos planos, nos quais imagens de objetos mais
distantes nos parecem cada vez menores.
Esse condicionamento é levado para o espelho convexo: o fato de a imagem ser menor que o objeto é
interpretado pelo cérebro como se o objeto estivesse mais distante do que realmente está.
Essa falsa impressão é desfeita, por exemplo, quando o motorista está dando marcha a ré em uma garagem
e observando a imagem da parede pelo espelho convexo. Ele para o carro quando percebe pela imagem do
espelho convexo que está quase batendo na parede. Ao olhar para trás, por visão direta, ele percebe que
não estava tão próximo assim da parede.
Alternativa C
70
DIAGRAMA DE IDEIAS
ESPELHOS
ESFÉRICOS
CALOTAS
ESPELHADAS
ESPELHO ESPELHO
CÔNCAVO CONVEXO
CONVERGENTE DIVERGENTE
PONTOS
NOTÁVEIS
RAIOS NOTÁVEIS
CONSTRUÇÃO
DE IMAGENS
VIRTUAL REAL
71
AULAS ESPELHOS ESFÉRICOS: ESTUDO ANALÍTICO
21 E 22
COMPETÊNCIAS: 5e6 HABILIDADES: 17 e 22
1 = __
1 + __
1 e –p'
i ___
__ A = __
o= p
f p p’
COORDENADAS DO OBJETO E DA
Quando A < 0, a imagem será invertida.
IMAGEM EM UM ESPELHO CONVEXO.
Se |A| < 1, a imagem será menor que o objeto.
O vértice do espelho é a origem do sistema de coordena- Se |A| = 1, a imagem será do mesmo tamanho que o
das. O eixo das abscissas (x) coincide com o eixo principal objeto.
do espelho, e o sentido positivo é oposto ao sentido de Se |A| > 1, a imagem será maior que o objeto.
incidência dos raios de luz. O eixo das ordenadas (y) é per-
pendicular ao eixo principal e orientado para cima.
Assim, define-se:
Aplicação do conteúdo
1. Um objeto real, medindo 6 cm, é colocado perpendi-
p = posição do objeto no eixo das abscissas; cularmente sobre o eixo principal de um espelho esféri-
p’ = posição da imagem no eixo das abscissas; co convexo, a 36 cm do vértice do espelho. Sabendo que
o raio de curvatura do espelho mede 24 cm, determine
o = altura do objeto; as características da imagem.
72
Resolução: 2. Como mostra a figura a seguir, um objeto é colocado
a 60 cm da superfície refletora de um espelho esférico
Do enunciado, são obtidos os seguintes dados: o = 6 cm, côncavo, cujo raio de curvatura é de 30 cm.
p = 36 cm, R = 24 cm.
O módulo da distância focal é metade do raio:
24 cm o u f u = 12 cm
R = _____
u f u = __
2 2
Alternativa B
Resolução:
73
Isso significa que o valor de p’ deve ser infinito para a razão 5. (Mackenzie) Um objeto real é colocado sobre o eixo
1/p’ ser igual a zero. principal de um espelho esférico côncavo a 4 cm de seu
vértice. A imagem conjugada desse objeto é real e está
Alternativa E situada a 12 cm do vértice do espelho, cujo raio de cur-
vatura é:
4. A figura a seguir representa um espelho esférico côn- a) 2 cm.
cavo, de distância focal 60 cm e um objeto AB de largu- b) 3 cm.
ra desprezível e comprimento 30 cm, que está deitado c) 4 cm.
sobre o eixo principal do espelho. A distância do ponto
d) 5 cm.
B ao vértice do espelho (V) é de 80 cm.
e) 6 cm.
Resolução:
74
6. (PUC-MG) Uma pessoa, a 1,0m de distância de um Resolução:
espelho, vê a sua imagem direita menor e distante 1,2m
dela. Assinale a opção que apresenta corretamente o Retirando do enunciado os dados e informações necessá-
tipo de espelho e a sua distância focal:
rias, segue que:
a) côncavo; f = 15 cm;
b) côncavo; f = 17 cm; 0 = 2 cm.
c) convexo; f = 25 cm; P = 20 cm.
d) convexo; f = 54 cm;
e) convexo; f = 20 cm. i = 0,4 cm.
É possível notar que a imagem é menor. Além disso, o exer-
Resolução:
cício indica que a imagem é virtual. Assim, se a imagem
Retirando do enunciado os dados e informações necessá- é virtual e menor, então o espelho em questão é convexo,
rias, segue que: com a imagem direita; portanto, i é positivo.
P = 1m Utilizando a Equação do Aumento, tem-se:
(-P)
Lembrando que a distância entre a pessoa e sua imagem A = i/o = ___
P
vale 1,2 m, então:
Substituindo pelos valores, obtém-se:
P + P’ = 1,2m
(–P)
0,4 ____
___
Assim: = => P’ = 0,2 20
2 20
P’ = -0,2m Utilizando a fórmula da Equação de Gauss, segue que:
Alternativa C
7. (PUC) Um objeto, de 2,0 cm de altura, é colocado a 20
multimídia: sites
cm de um espelho esférico. A imagem que se obtém é
virtual e possui 4,0 mm de altura. O espelho utilizando é: www.fisicaevestibular.com.br/novo/
optica/optica-geometrica/estudo-
a) côncavo, de raio de curvatura igual a 10 cm;
b) côncavo e a imagem se forma a 4,0 cm de espelho;
analitico-dos-espelhos-esfericos/
c) convexo e a imagem obtida é invertida; www.coladaweb.com/fisica/
d) convexo, de distância focal igual a 5,0 cm; optica/equacao-de-gauss
e) convexo e a imagem se forma a 30 cm do objeto.
75
VIVENCIANDO
Em 2013, o inglês Martin Lindsay, depois de um dia cansativo de trabalho, foi buscar o seu Jaguar XJ preto, que
estava estacionado no distrito financeiro de Londres, quando percebeu que diversas partes do seu carro estavam der-
retidas. “Não é possível”, pensou Lindsay ao ver seu carro danificado. O estrago não foi causado por um flanelinha
enfurecido com a mesquinhez de Lindsay, mas pelo arranha-céu conhecido Walkie Talkie.
O design arquitetônico exótico de Walkie Talkie foi o responsável pelo derretimento do carro. O físico Chris Shepherd,
do Instituto de Física de Londres, diz: “É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e tem várias janelas
planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se convergem em um ponto, focando e concentrando a luz”. A
cor do carro também contribuiu para a absorção do calor e, consequentemente, para o derretimento. A
administração do prédio pagou o conserto do veículo, que custou 946 libras (R$ 3.738).
As antenas parabólicas funcionam seguindo o princípio inverso. Coloca-se a antena no foco, assim todos os raios que
incidirem paralelamente ao eixo serão refletidos passando pelo foco.
76
DIAGRAMA DE IDEIAS
REFERENCIAL DE GAUSS
A<0
INVERTIDA i<0
A>0
DIREITA i>0
CÔNCAVO f>0
ESPELHO
CONVEXO f<0
77
AULAS REFRAÇÃO DA LUZ
23 E 24
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 3, 17 e 22
Se o raio de luz incidir perpendicularmente na superfície de Em que vA é a velocidade de propagação da luz no meio A.
separação entre os meios, o raio transmitido também terá A partir da relação entre a frequência e o comprimento de
direção perpendicular à superfície. Entretanto, se o raio de onda da luz, vA = fA OA, é possível reescrever a expressão
luz incidir obliquamente na superfície, ou seja, com uma para o índice de refração como:
inclinação em relação à superfície, a direção do raio trans-
c
nA = _____
mitido será diferente da direção do raio incidente. Dessa fA OA
forma, um observador terá a impressão de que o raio se
quebrou ao atravessar a superfície de separação. Com Observe que sempre vA < c e, portanto, nA é maior do que 1.
efeito, a palavra refração deriva do latim refractus, que
significa “quebrar”. Aplicação do conteúdo
1. A velocidade de propagação da luz monocromática
violeta e da luz monocromática vermelha em certo tipo
de vidro é 1,96 108 m/s e 1,98 108 m/s, respectivamen-
te. Calcule o índice de refração desses dois raios de luz
nesse meio.
Resolução:
No entanto, foi constatado que o desvio do raio de luz era A luz violeta se propaga nesse vidro com velocidade v =
devido à mudança de velocidade de propagação da luz nos 1,96 108 m/s. Assim, o índice de refração do vidro para
diferentes meios. Essa constatação, e também o fato de a luz violeta é:
que nem sempre os raios se “quebram”, levou à definição 3,0 108 m/s
n = _vc = ___________ n = 1,53
moderna de refração: 1,96 108 m/s
78
Lembre-se de que o índice de refração é adimensional, v
pois é o quociente de duas grandezas de mesma unidade. nAB = v__B
A
nt1
Meio A
S
Meio B
Desvio
Frequência
violeta
amarelo
verm
anil
azul
verde
laranja
e
lho
do
O índice de refração entre dois meios, isto é, entre um A primeira lei da refração afirma que:
meio A em relação a um meio B, é indicado por nAB e
definido por: O raio incidente, o raio refratado e a normal, no
nA
nAB = __
nB
ponto de incidência, estão no mesmo plano.
Substituindo a expressão equivalente para cada um dos A normal é uma reta perpendicular à superfície de separa-
índices de refração, nAB também é dado por: ção entre os meios A e B, no ponto de incidência, TA é de-
79
nominado ângulo de incidência e TB é denominado ângulo Resolução:
de refração, como indicados na figura anterior.
A segunda lei da refração afirma: O índice de refração do vidro é maior que o da água, e,
portanto, o ângulo de refração é maior que o ângulo de
nA · sen TA = nB · sen TB incidência, como mostra a figura. Ao passar do vidro para
a água, o raio afasta-se da normal. Pela segunda lei de
refração (lei de Snell-Descartes), tem-se:
Em que nA é o índice de refração do meio A, e nB é o índice
de refração do meio B.
c e n = __
Sendo nA = v__ c
A
B vB, a expressão pode ser reescrita
como:
c
__ c
__ sen TA _____
_____ sen TB
vA · sen TA = vB · senTB vA = vB
3. FORMAÇÃO DE IMAGENS
como de Lei de Snell.
René Descartes (1596-1650) foi um filósofo, matemático
e físico francês e um grande estudioso dos fenômenos da Observe a seguir a imagem de um garoto observando uma
luz. É famoso pela criação da geometria analítica e autor moeda dentro de um aquário. Sabe-se que o raio de luz
do método cartesiano, além ter participado da revolução sofre um desvio quando o meio em que ele se propaga é
científica. alterado. Nesse caso, o raio de luz da moeda, ao deixar de
se propagar na água e passar a se propagar no ar, sofre
Aplicação do conteúdo um desvio, afastando-se da normal no ponto de refração.
Entretanto, a visão não compreende essa mudança de
1. Um raio de luz monocromático i propagando-se em
um vidro incide na água com ângulo Tv = 30º, como percurso do raio e entende como se o raio sempre tivesse
mostra a figura. Sabendo que para essa luz os ín- percorrido um trajeto retilíneo. Assim, é como se a moeda
dices de refração do vidro e da água são nv = 1,62 e estivesse na posição M’, indicada na figura, que é a conti-
nA = 1,33, respectivamente, determine o ângulo forma- nuação do raio refratado para dentro da superfície.
do entre a normal e o raio refratado.
80
da parte inferior da colher, que está submersa, sofrem um Agora, será determinada uma relação entre a posição real
desvio ao passarem da água para o vidro e depois do vidro e a posição aparente da imagem que é vista em um siste-
para o ar. Contudo, os raios da parte da colher que não está ma de dioptro plano.
submersa sofrem desvios apenas ao passar do ar para o
Considere um sistema ar–água, como um aquário, repre-
vidro e do vidro para o ar, e, desse modo, o observador tem
sentado na figura a seguir. Será analisada a situação de
a impressão de que esses raios vêm de diferentes posições
um objeto na água, um peixe, por exemplo, e um obser-
e de que a colher parece estar quebrada.
vador no ar. Anteriormente, foi constatado que a imagem
É importante lembrar o princípio da reversibilidade da luz. aparente do peixe forma-se em uma posição mais próxima
Na situação da figura a seguir, o raio de luz que sai do pei- da superfície da água do que a posição real do peixe.
xe (P) e atinge o olho do menino (M) percorre o caminho
XYZ. O menino tem a impressão de que o peixe está na
posição P’. Pelo princípio da reversibilidade da luz, o raio de
luz que vai do olho do menino para o peixe também per-
corre o mesmo trajeto, no sentido inverso, ZYX. Contudo,
para o peixe, o menino está na posição M’.
n______
observador p’
__
Assim, faz sentido o fato de que os índios mirem a flecha nobjeto = p
ou a lança em uma posição diferente da posição onde apa-
rentemente eles veem os peixes. A posição onde devem
mirar é um ponto um pouco mais abaixo da posição apa- Em que:
rente do peixe. Esse conhecimento foi adquirido de forma p: distância do objeto à superfície (distância real do ob-
empírica ao longo do tempo, isto é, na tentativa e no erro. jeto);
p’: distância da imagem à superfície (distância aparente
do objeto);
A indicação do significado de p e p’ é ilustrada na figura
a seguir:
Um sistema formado por dois meios transparentes de re- Dessa forma, se o observador estiver no meio menos re-
fringências diferentes (índices de refração diferentes) sepa- fringente, a imagem do objeto estará próxima da interface
rados por uma superfície plana é um dioptro plano. Os de separação dos meios. Se o observador estiver no meio
exemplos vistos anteriormente eram constituídos de diop- mais refringente, ocorrerrá o oposto, e a imagem estará
tros planos. mais distante.
81
de luz é absorvida, parte é refletida e parte é refratada. A
seguir, será analisado um caso particular muito interessan-
te: a reflexão total.
Um raio de luz é refratado, afastando-se da normal, ao
atravessar a interface de um meio mais refringente para
outro meio menos refringente. Como exemplo, considere o
caso da figura a seguir, em que um raio de luz atravessa a
interface entre a água (meio A) e o ar (meio B).
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
À medida que o ângulo de incidência aumenta, o ângulo
Como entortar raios de luz com açúcar de refração também aumenta, e mais o raio refratado se
afasta da normal. Para um determinado ângulo de incidên-
cia L, o ângulo de refração é de 90º. Esse valor, L, é deno-
minado ângulo limite de incidência.
Aplicação do conteúdo
A partir da Lei de Snell-Descartes:
1. Um tanque tem 6,0 m de profundidade e está cheio
de um líquido de índice de refração igual a 1,5. Uma nA · sen i = nB . sen r
pessoa observa o tanque em uma direção obliqua à su-
nA . sen L = nB . sen 90º
perfície do líquido. Determine a elevação aparente da
profundidade do tanque que a pessoa observa.
Como sen 90º = 1, tem-se:
Resolução:
nB n____
Substituindo os dados fornecidos pelo enunciado do pro- senL = __
n =n
menor
A maior
blema na equação anterior:
n1 __p‘ p‘ Se o ângulo de incidência for superior ao ângulo limite, não
__ 1 ___
___
n2 = p 1,5 = 6,0 p‘ = 4m haverá refração, e a luz incidente será totalmente refletida.
Esse fenômeno é denominado reflexão total.
Observe que as seguintes condições devem ser satisfeitas
para que ocorra reflexão total:
A propagação da luz deve ocorrer do meio mais refrin-
gente para o meio menos refringente.
O ângulo de incidência deve ser maior que o ângulo
limite, isto é, i > L.
5. ÂNGULO LIMITE –
REFLEXÃO TOTAL
Três fenômenos podem ocorrer quando um feixe de luz
atinge uma superfície: reflexão, refração e absorção.
A reflexão faz com que o raio não atravesse a superfície e
permaneça no mesmo meio em que estava se propagando. multimídia: vídeo
A refração permite que a luz atravesse a interface e conti-
nue se propagando no outro meio. A absorção impede que FONTE: YOUTUBE
a luz continue se propagando. Em geral, os três fenômenos Refração da luz - Revisão FUVEST #04
ocorrem em quantidades diferentes, ou seja, parte do feixe
82
Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. A fibra óptica é construída em uma estrutura cilíndri- Somente um feixe cônico de abertura angular 2L consegue
ca de vidro, composta basicamente por dois materiais passar para o ar, ou seja, os feixes cujo ângulo de incidên-
diferentes, sendo um interno, o núcleo, e outro externo, cia são menores do que o ângulo limite. Assim, a região
a casca. A figura mostra, esquematicamente, a estrutura circular luminosa tem raio 2r. No limite dessa região (con-
de uma fibra óptica. torno), os raios incidem com ângulo igual ao ângulo limite.
Os raios que incidem com um ângulo maior do que o limite
sofrem reflexão total.
Resolução:
83
VIVENCIANDO
Quando um canudo é colocado num copo de vidro com água, o canudo parece estar “quebrado”, certo? O fenôme-
no físico responsável por essa ilusão de óptica é a refração. A refração ocorre com a luz quando ela muda de meio
de propagação, como do ar para a água.
Por meio do fenômeno de refração, é possível explorar um fenômeno muito útil denominado reflexão total, atual-
mente usado por 90% das comunicações digitais, como telefonia móvel e fixa, internet banda larga e transferência
de dados em geral. A fibra óptica baseia-se no fenômeno de reflexão interna total, que ocorre quando a luz viaja num
meio mais refringente envolto em um meio menos refringente, sem que a luz consiga mudar de meio de propagação,
propagando-se por meio da reflexão na parte interna da fibra ótica.
A fibra óptica é um material feito de vidro ou de plástico (polímeros) e é capaz de transportar luz em seu interior
por meio da reflexão total da luz. Atualmente, na medicina, as fibras ópticas são utilizadas nos equipamentos en-
doscópios e em cirurgias. Por exemplo, o médico pode ter a visualização dos órgãos internos de um paciente através
do uso de um equipamento de endoscopia que faz uso de fibra óptica, e, assim, podem ser detectadas anormalidades
nos órgãos. Nas telecomunicações, a fibra óptica é utilizada para transmitir sinais por meio de pulsos eletromagnéti-
cos, ou seja, luz, radiação infravermelha ou qualquer outro tipo de radiação eletromagnética. A vantagem em relação
aos cabos de cobre é que a transmissão de dados é mais eficiente e econômica. O grande desafio tecnológico é
descobrir ou criar novos materiais para a confecção de fibras ópticas mais eficientes. No cotidiano, a fibra óptica
é pouco utilizada, mas pode ser encontrada em alguns artigos de decoração, em certos tipos de brinquedos e em
aparelhos de home theater.
ADAPTADO DE: HTTP://WWW.MUNDOEDUCACAO.COM/FISICA/A-UTILIZACAO-FIBRA-OPTICA.HTM
84
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre radiação e matéria em suas manifestações em processos
22 naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, ecônomicas ou ambientais.
É necessário que o aluno saiba utilizar seus conhecimentos de Física para interpretar e resolver situações-problema
apresentadas na questão.
Modelo 1
(Enem) Alguns povos indígenas ainda preservam suas tradições realizando a pesca com lanças, demonstrando uma
notável habilidade. Para fisgar um peixe em um lago com águas tranquilas, o índio deve mirar abaixo da posição em
que enxerga o peixe.
Ele deve proceder dessa forma porque os raios de luz:
a) refletidos pelo peixe não descrevem uma trajetória retilínea no interior da água;
b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua trajetória quando passam do ar para a água;
c) espalhados pelo peixe são refletidos pela superfície da água;
d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados pela superfície da água;
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória quando passam da água para o ar.
Análise expositiva - Habilidade 22: No exercício proposto, é necessário lembrar-se de que, no dioptro plano,
E a imagem e o objeto não coincidem na mesma posição.
A figura mostra um raio refletido pelo peixe que atinge o olho do observador. Ao refratar-se da água para o
ar, ele sofre desvio em sua trajetória. O observador vê a imagem do peixe acima de sua posição real.
Alternativa E
85
DIAGRAMA DE IDEIAS
DO - PARA O +
RAIO SE APROXIMA DE N
REFRINGENTE
DO + PARA O -
RAIO SE AFASTA DE N
REFRINGENTE
86
AULAS REFRAÇÃO DA LUZ EM PRISMAS
25 E 26
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22
87
Utilizando a tabela trigonométrica ou uma calculadora,
obtém-se: a > 27º.
O deslocamento d pode ser obtido do triângulo ACD. No
entanto, deve-se conhecer o valor de q. Assim:
50º = D + T o 50º > 27º + T o T > 23º
d
Pelo triângulo retângulo ACD, tem-se: sen T = ___
AC
e
Pelo triângulo retângulo ABC, tem-se: cos D = ___
AC
Dividindo membro a membro as equações, tem-se:
multimídia: vídeo sen u __d
____ sen 23º ___
______ d
cos a = e ou cos 27º > 6,0
FONTE: YOUTUBE
Os valores do seno e do cosseno na expressão acima são:
Refração da luz no prisma - parte 1
sen 23º > 0,39 e cos 27º > 0,89
Em que:
i: ângulo de incidência na primeira face;
r: ângulo de refração na primeira face;
Resolução: e: espessura da lâmina.
Aplicando a segunda lei da refração na face de incidência:
nar · sen 50º = nvidro · sen D 2. PRISMA ÓPTICO
Como nar = 1, Mvidro= __5 e sen 50º > 0,766 (usando uma Os prismas ópticos são utilizados, por exemplo, em
3 binóculos potentes e em periscópios de submarinos para
calculadora ou uma tabela trigonométrica), a equação fica:
desviar intencionalmente os raios de luz.
5 · sen D
1 · (0,766) = __
3 Um prisma óptico é um material homogêneo, transparente
e formado por duas superfícies planas não paralelas. Os
Assim:
prismas são utilizados para desviar os raios de luz, e o
sen D > 0,46 modo como esse desvio deve ocorrer depende da aplica-
ção para a qual o prisma foi projetado.
88
A figura a seguir resume os ângulos característicos de cada
prisma óptico:
i: ângulo de incidência na 1.ª face (S1);
r: ângulo de refração na 1.ª face (S1);
r’: ângulo de incidência na 2.ª face (S2);
i’: ângulo de refração na 2.ª face (S1) ou ângulo de emer-
gência;
D1: desvio angular na 1.ª face o D1 = i – r;
D2: desvio angular na 2.ª face o D2 = i’ – r’;
D: desvio angular total; é o ângulo formado pelas direções Aplicação do conteúdo
__
de incidência e de emergência da luz no prisma; 1. Um prisma de vidro tem índice de refração √2 e ân-
A: ângulo de abertura ou ângulo de refringência. gulo de abertura 75º. Um raio de luz monocromática
propagando-se no ar índice com ângulo de 45º sobre a
normal de uma das faces do prisma. Calcule:
__
√2
Dados: sen 30º = __1, sen 45º = ___
2 2
a) o ângulo de refração na 1.ª face;
b) o desvio angular na 1.ª face;
c) o ângulo de incidência na 2.ª face;
d) o ângulo de refração na 2.ª face;
e) o desvio angular na 2.ª face;
f) o desvio angular total.
Resolução:
__
Dados: A = 75º; n2 = √2 ; nar = 1; i= 45º
Substituindo:
d) n2· sen r’ = nar· sen i’
D1 = (i – r)
n2· sen 45º = nar· sen i’
__
D2 = (i’ – r’) __
√2
√ 2 · ___ = 1 · sen i’
2
O desvio angular total é: sen i’ = 1 , então i’ = 90º
D = i + i’ – (r + r’) e) D2 = i’ – r’ D2 = 90º – 45º D2 = 45º
f) D = i + i’ – A D = 45º + 90º – 75º,
D = i + i’ – A então D = 60º
89
2. O desvio angular de um prisma é mínimo quando um gulo limite e ocorre reflexão total. Assim, os raios refletidos
raio de luz incide, com ângulo de 45º normal, em uma emergem perpendicularmente na outra face. O desvio so-
das faces. Sabendo que a refringência do prisma é de
60º, determine:
frido pela luz entre a incidência e a emergência é de 90º.
90
Resolução:
4. DISPERSÃO DA LUZ
A decomposição da luz branca nas cores presentes no ar-
co-íris é denominada dispersão da luz. A luz branca (luz do
Sol), depois de atingir uma das faces de um prisma óptico
(ou, por exemplo, um dos cantos de um aquário), emerge
na face oposta do prisma como um pincel de luz colorido.
Essa faixa luminosa colorida foi nomeada por Isaac New-
ton de espectro visível.
Foi constatado experimentalmente que, de todas as cores, a luz
Observe que a orientação da imagem é diferente da vermelha sofre o menor desvio e a luz violeta, o maior desvio.
orientação do objeto. Essa diferença de desvios deve-se às diferentes velocidades de
propagação da luz de cada cor nos meios materiais transpa-
2. A figura ilustra uma reflexão total em um prisma. De- rentes. Assim, a luz vermelha sofre o menor desvio devido ao
termine, para o raio incidente esquematizado, o valor
fato de sua velocidade de propagação dentro do prisma ser
do índice de refração do prisma. A visão transversal do
prisma é um triângulo retângulo isósceles. maior que a da luz violeta. Lembrando que o índice de refração
n de um meio material transparente é inversamente proporcio-
nal à velocidade de propagação v da luz desse meio, conclui-se
que o índice de refração do material é maior para a luz violeta
do que para a luz vermelha, ou seja, o índice de refração de
um material depende da cor da luz incidente.
LUZ BRANCA
vermelho
laranja
vermelho
amarelo
verde
laranja
azul
anil violeta
amarelo
verde
azul
anil violeta
__
√2
Dados: sen 45º = ___
PRISMA
,n =1
2 ar
DISPERSÃO DA LUZ EM UM PRISMA
Resolução:
O ângulo de incidência na face oblíqua do prisma (hipote- v vermelha > v violeta nvermelha < nvioleta
nusa do triângulo) é de 45º. Como ocorre reflexão total da
O arco-íris é um fenômeno natural produzido pela disper-
luz, segue que 45º > sen 45º > sen L. Então:
__ são da luz. Ao penetrar em uma gota de água, parte da
nar √ 2 __
sen 45º > n > n1 , pois sen L = __
__ ___ 1
np. luz é refratada para o interior da gota, emergindo de novo
p 2 p
__ para a atmosfera depois de sofrer outra refração na interfa-
Assim: np > √2 ce da gota com o ar. Do modo como ocorre em um prisma,
a primeira refração dispersa a luz nas suas componentes
(espectro visível), e a segunda refração acentua a dispersão
ocorrida na primeira superfície da gota.
No arco-íris, é possível observar a cor vermelha no anel
mais externo e a luz violeta no anel mais interno. As outras
aparecem nos anéis intermediários.
LUZ BRANCA
91
As miragens possuem uma origem semelhante. O desvio
Isaac Newton foi um estudioso da luz e de seus da luz ocorre devido às camadas de ar com diferentes den-
fenômenos. Entre os anos de 1670 e 1672, ele demon- sidades. A diferença de densidade é causada pela diferença
strou, utilizando prismas, que a luz branca era forma- de temperatura do ar. Um caso comum é a observação apa-
da por todas as cores do arco-íris. rente da existência de água próxima ao solo muito quente.
Uma miragem é uma expressão genérica que designa
ilusões ópticas provocadas principalmente por efeitos at-
mosféricos. Em dias quentes, as camadas de ar nas pro-
ximidades do solo são mais quentes do que as camadas
superiores. Consequentemente, os raios de luz que vão em
direção ao solo atravessam camadas de ar do índice de
refração cada vez menores, afastando-se das normais.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
O Que São Miragens? | Ep. 38
DESERTO NO EGITO, ONDE SE OBSERVA AO FUNDO UMA MIRAGEM
DE SOLO MOLHADO.
5. REFRAÇÃO DA LUZ
NA ATMOSFERA
Em um determinado meio podem ocorrer diferenças de den-
sidade. Essas diferenças afetam a propagação da luz nesse
meio. Por exemplo, na atmosfera, as camadas de ar possuem
densidades diferentes entre si. Nesse caso, devido à variação
de densidade, a velocidade de propagação da luz se altera, e
o índice de refração do meio também se modifica.
Em relação ao aumento de altitude, o índice de refração Na figura anterior, o raio de luz do objeto P sofre inúmeras
das camadas de ar diminui. Assim, um raio de luz prove- reflexões totais. Um observador, ao olhar atenciosamente
niente do espaço, ao atravessar a atmosfera, segue uma para os raios refratados, tem a impressão de ver a imagem
trajetória curvilínea e, ao ser observado da Terra, é visto em invertida de P, o ponto P’. Devido ao fato de o observador
uma posição aparente – produzida pela refração da luz na ver o objeto e sua imagem ao mesmo tempo, ocorre a ilu-
atmosfera – diferente da sua posição real. são de que existe água no solo para refletir a luz do objeto.
Observe a ilustração desse processo na imagem a seguir. A Esse fenômeno também explica o porquê, em dias quentes,
situação é semelhante à observação de um objeto mergu- tem-se a impressão de que as estradas estão molhadas.
lhado na água.
92
Em 2015, chineses ficaram assustados ao ver uma ci-
multimídia: vídeo dade no céu. Tratava-se apenas de uma ocorrência de
Fata Morgana.
FONTE: YOUTUBE
Explicando o Efeito Fatamorgana - arquivo de
pesquisa...
6. FATA MORGANA
Fata Morgana é um efeito de ilusão óptica, uma miragem
que se deve a uma inversão térmica. Objetos que se encon-
tram no horizonte, como ilhas, falésias, barcos ou icebergs,
adquirem uma aparência alargada e elevada, similar aos
“castelos de contos de fadas”. Com tempo calmo, a se-
paração regular entre o ar quente e o ar frio (mais denso)
perto da superfície terrestre pode produzir uma imagem
invertida, sobre a qual a imagem distante parece flutuar.
multimídia: sites
www.super.abril.com.br/ciencia/por-que-o-
-ceu-e-azul/
www.alunosonline.uol.com.br/fisica/
dispersao-luz.html
Os efeitos Fata Morgana costumam ser visíveis de manhã, www.axpfep1.if.usp.br/~otaviano/
depois de uma noite fria. Comum nos mares árticos, com miragens.html
o mar muito calmo, é também habitual nas superfícies ge-
ladas da Antártica.
93
VIVENCIANDO
Os fenômenos de dispersão da luz estão presentes em diversos momentos do cotidiano. Algumas pessoas acreditam
que o mar é azul devido a uma reflexão do céu; no entanto, o mar não fica completamente acinzentado num dia
nublado. O mar só reflete a cor azul porque a absorção da luz é seletiva, e quando a luz penetra na água ela absorve
o espectro eletromagnético das radiações que correspondem à luz vermelha. O azul é a cor complementar à vermel-
ha; assim, a que consegue atravessar é o azul. Dessa forma, apesar da água no seu copo ser transparente, se você
fizer uma piscina branca, a água vai aparentar ser levemente azulada. Em resumo, quanto maior a quantidade de
água, mais azul ela vai parecer.
O céu é azul por outra explicação. Foi visto que a luz branca é formada por todas as cores do espectro visível e
que sofre refração ao ser transmitida de um meio para outro. Além disso, o ângulo de refração depende da cor da
luz. Na atmosfera, as cores são separadas devido à refração, e o céu é azul justamente devido à refração da luz
azul, que se espalha mais em comparação ao vermelho e laranja. Esse fenômeno é chamado de espalhamento
rayleigh, que explica a dispersão de ondas eletromagnéticas por átomos ou partículas menores que o comprimen-
to de onda das radiações. No caso do céu, o espalhamento da luz ocorre pelas moléculas das substâncias que
compõem a atmosfera.
94
ss DIAGRAMA DE IDEIAS
REFRAÇÃO
LÂMINA DE FACES
REFRAÇÃO TOTAL PRISMA ÓPTICO
PARALELAS
RAIO EMERGENTE
DISPERSÃO DE LUZ
PARALELO AO
RAIO INCIDENTE
DESLOCAMENTO ABERTURA
LATERAL DO
RAIO DE LUZ
DESVIO ANGULAR
95
ELETRODINÂMICA: Incidência do tema nas princi-
pais provas
A prova exige interpretar os circuitos elétricos, A prova exige interpretar os circuitos A prova exige interpretação dos circuitos elétri-
compreendendo a associação de resistores e sua elétricos, compreendendo a associação de cos, compreensão da associação de resistores
função, tendo atenção aos conceitos fundamentais resistores, tendo atenção aos conceitos e sua função, tendo atenção aos conceitos
de potência elétrica dissipada e interpretações de fundamentais de potência elétrica dissi- fundamentais de potência elétrica dissipada,
gráficos. pada e relacionando com outros temas relacionando com outros temas da Física.
da Física.
A prova exige atenção aos conceitos funda- Dentre os temas abordados, potência elétrica A prova tem uma grande variação de Dentre os temas abordados, associação de re-
mentais de potência elétrica dissipada em um é o assunto mais frequente, exigindo a aplica- temas, porém, pode aparecer potência elé- sistores é o assunto mais frequente, associado
circuito, relacionando, às vezes, com outros ção das equações. trica dissipada em questões bem objetivas. à potência elétrica dissipada.
temas da Física.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas, A prova traz questões conceituais e práti- A prova é bem objetiva e não há predominân-
porém, potência elétrica aparece com alguma cas, que exigem conceitos fundamentais de cia de temas, porém, pode aparecer potência
frequência, com questões teóricas e que circuitos elétricos e potência dissipada. elétrica.
exigem um alto nível de manipulações nas
equações.
A prova traz questões conceituais e práticas, A prova tem uma grande variação de temas, Há uma grande incidência de associação de
que exigem conceitos fundamentais de porém, pode aparecer potência elétrica resistores relacionada à potência elétrica, com
circuitos elétricos e potência dissipada. associada a outros temas da Física. questões objetivas.
97
AULAS ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE
17 E 18
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 17 e 21
2. ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES EM SÉRIE
Na associação em série, os resistores são ligados em sequ-
ência por apenas um de seus terminais. A figura a seguir
apresenta o caso da associação de dois e três resistores em
série, respectivamente.
98
A tensão em cada resistor, denominada tensão parcial, é
dada por:
U1 = R1 · i e U2 = R2 · 1
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
99
U o i = ___
b) iT = ___ 120 = 12 A
a) a resistência equivalente do circuito; Req T
10
b) a intensidade da corrente no circuito;
c) a d.d.p. entre os extremos de cada resistor.
Resolução:
a) A resistência equivalente do circuito (Req) é dada por:
Resolução:
a) Req = R1 + R2 o Req = 3 + 7 = 10 V
100
Outro método é analisando os potenciais. O gerador é Quando submetidos a uma diferença de potencial U (nos
a fonte de tensão (d.d.p.) que, ao longo do circuito, será terminais da associação), a corrente elétrica em cada re-
“consumida” pelos resistores; assim, cada resistor produz sistor será:
uma queda de tensão entre seus terminais. Considerando o
mesmo circuito anterior, proceda da seguinte maneira: an- U
a) _________
(mR1 + nR2)
tes e depois de cada resistor, insira uma letra representado
o potencial naquele ponto. Um
b) ________
n(R1 +R2))
U(m + n)
c) _______
(R1 + R2)
mnU
d) _______
(R1 + R2)
nU(R1 + R2)
e) _________
m
Resolução:
Em uma associação em série, a resistência equivalente será
a soma de todos os resistores envolvidos. Tem-se m resisto-
res R1 e n R2; assim, a resistência equivalente será:
Req = m · R1 + n · R2
Numa associação em série, as letras não se repetem. Aplicando a 1.ª lei de Ohm, a corrente elétrica será:
U i = __________
i = ___ U
Aplicação do conteúdo Req (mR1 + nR2)
Resolução:
A resistência elétrica da lâmpada é:
R1 = 10 V ; R2 = 100 V; a) 200 Ω
Assim a resistência equivalente será: b) 150 Ω
c) 120 Ω
Req = R1 +R2 Req = 10 + 100 Req = 110 V
d) 80 Ω
Aplicando a 1.ª Lei do Ohm, tem-se: e) 140 Ω
Utotal = Req ∙ i 220 = 110 ∙ i i = 2 A Resolução:
Tem-se uma associação em série; portanto,
a corrente é comum para os dois resistores. Para achar a resistência do reostato, aplica-se a 2.ª Lei de Ohm.
r.ø
Assim a d.d.p. do resistor de 10 Ω será: R = ____
A
U10 = R10 · i U10 = 10 · 2 U10 = 20 V. Assim, quando metade do comprimento do reostato é “cor-
Resposta: 20 V. tada”, resta somente metade da sua resistência total.
101
Aplicando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se: a) 6R b) 8R c) 9R d) 11R e) 12R
U 100 + R = ___
Req = __ 110
Resolução:
i 0,5
100 + R = 220 R = 120 Ω A relação da d.d.p. do aparelho é:
Alternativa C Utotal
U aparelho = ____ .
10
4. (UFPB) Dois resistores idênticos são associados em série.
Assim, a d.d.p. da resistência x será:
Se, ao serem percorridos por uma corrente de 2 A, produzem
no total uma queda de potencial de 252 V, qual o valor, em U +U
Utotal = Uaparelho + Ux U = ___
Ohms, da resistência de cada um desses resistores? 10 x
multimídia: sites
pt.wikihow.com/Calcular-Resist%C3%AAn-
Considere que a corrente que passa pelo aparelho seja cias-em-S%C3%A9rie-e-em-Paralelo
muito pequena e possa ser descartada na solução do pro- www.physicsclassroom.com/class/circuits/
blema. Se a tensão especificada no aparelho é a décima Lesson-4/Series-Circuits
parte da tensão da rede, então a resistência X deve ser: www.allaboutcircuits.com/textbook/direct-
-current/chpt-5/simple-series-circuits/
VIVENCIANDO
102
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
5 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais.
A habilidade 5 exige do aluno conhecimento técnico em montagem de circuitos elétricos. O aluno deve ser capaz
de decidir qual circuito possui determinadas características, isto é, além da contextualização, o exercício pode exigir
que o aluno escolha qual circuito cabe para cada situação.
Modelo
(Enem) Para ligar ou desligar uma mesma lâmpada a partir de dois interruptores, conectam-se os interruptores para
que a mudança de posição de um deles faça ligar ou desligar a lâmpada, não importando qual a posição do outro.
Essa ligação é conhecida como interruptores paralelos. Esse interruptor é uma chave de duas posições constituída por
um polo e dois terminais, conforme mostrado nas figuras de um mesmo interruptor. Na posição I, a chave conecta o
polo ao terminal superior e, na posição II, a chave o conecta ao terminal inferior.
a) b)
c) d)
e)
Análise expositiva - Habilidades 5: Rápido e prático, o exercício cobra do aluno rapidez na hora de tomar uma
E decisão. O único circuito que fecha tanto para a posição I como para a posição II é o circuito da alternativa E.
Alternativa E
103
DIAGRAMA DE IDEIAS
ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES
SÉRIE
104
AULAS ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO
19 E 20
COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17
105
Dividindo todos os numeradores da equação pela d.d.p. U, 1 + __
1 = __
___ 1 + __
1 + __
1
Req R1 R2 R3 R4
obtém-se:
Substituindo os valores de cada resistência:
___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1
Req R1 R2 R3 ___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1 + __
1 ___
1 = __
1 + __ 6 + __
2 + __ 3 = ___
12
Req 6 3 1 2 Req 6 6 6 6 6
A soma do inverso das resistências de resistores as- Note que a soma foi feita depois de encontrado o m.m.c. O re-
sociados em paralelo é igual ao inverso da resistência sultado da soma é o inverso da resistência equivalente; assim,
equivalente dessa ligação em paralelo. para encontrar o valor correto, deve-se inverter o resultado:
1 = ___
___ 12 [ R = 0,5 V
Req 6 eq
Observe que:
2. (Uece)
A expressão para o cálculo da resistência equivalente
é válida para n resistores associados em paralelo.
No cálculo da resistência equivalente, deve-se encon-
trar o m.m.c. dos denominadores e realizar uma soma
de frações; o inverso do resultado obtido é a resistência
equivalente.
Note que, numa associação em paralelo, a resistência A resistência equivalente R, entre os pontos P e Q, em
equivalente sempre terá um valor menor do que qualquer ohms, da combinação de resistores mostrada na figura é:
resistência individual que componha a associação. a) 0,15.
b) 6,67.
c) 9,33.
d) 15,00.
e) 22,5.
Resolução:
Aplicação do conteúdo
1. Determine a resistência equivalente do circuito for-
mado pela associação em paralelo de quatro resistores,
ilustrados na figura a seguir.
6Ω
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Resolução: Vídeo 27 Experiência com Física Leis de OHM
e Resistores Parte 2 2
A resistência equivalente é dada pela equação:
106
3. CASOS PARTICULARES Aplicação do conteúdo
Quando o circuito for formado por apenas dois resis- 1. Considere o circuito elétrico da figura, formado por
tores associados em paralelo, a expressão para calcular um gerador e dois resistores em paralelo.
a resistência equivalente poderá ser simplificada: a) Determine a resistência equiva-
lente entre os pontos A e B.
b) Calcule a intensidade da corren-
te em cada resistor e a intensidade total
da corrente fornecida pelo gerador.
1 = __
___ 1 + __ R2
1 = _____ R1 R2 + R1
1 = ______
+ _____ = ___
Req R1 R2 R1 · R2 R1 · R2 Req R1 · R2
R1 · R2
Req = ______
R1 + R2
Resolução:
produto a) Aplicando a equação para calcular a resistência
Req = ______
soma equivalente, tem-se:
1 = __
___ 1 + __
1 = ___
1 + ___
1 =
É importante destacar que essa regra é válida apenas para Req R1 R2 3,0 6,0
dois resistores em paralelo. Essa regra não é valida para 2,0 + 1,0 3,0 1
uma quantidade maior de resistores. = ________ = ___ = ___ Req = 2,0 V
6,0 6,0 2,0
Quando o circuito for formado por n resistores idênti- Nesse caso, existem apenas dois resistores em paralelo, o
cos, isto é, de mesma resistência R, então a resistência que permite o uso da regra prática:
equivalente será dada por: produto ______R1 . R2 __________
(3,0) . (6,0)
Req = ______
soma = = =
R R1 + R2 (3,0) + (6,0)
Req = __
n 18 = 2,0 Req = 2,0 V
= ___
9,0
As figuras a seguir ilustram circuitos de resistores idênticos b) Para cada um dos resistores, a d.d.p. é
associados em paralelo: igual a 12 V, igual à f.e.m. do gerador; assim,
a corrente elétrica em cada resistor vale:
12 [
U = R1 · i1 12 = 3,0 · i1 i1 = ___
3,0
i1 = 4,0 A
12 [ i = 2,0 A
U = R2 · i2 12 = 6,0 · i2 i2 = ___
6,0 2
A intensidade total i da corrente fornecida pelo
1 = __1 + __1 = __2 [ R = __R
___
Req R R R eq 2 gerador é igual à soma das correntes elétricas
DOIS RESISTORES IDÊNTICOS EM PARALELO em cada resistor. Dessa forma:
107
R1 · R2 __________
(3,0) · (6,0) ___
Req = ______ = = 18
R1 + R2 (3,0) + (6,0) 9,0
[ Req = 2,0 V b)
a) Alternativa A
O resistor, da forma encontrada hoje nos circuitos e processadores, foi patenteado pelo engenheiro e inventor amer-
icano Otis Bobby Boykin em 16 de junho de 1959. Os resistores inventados por Boykin, mais baratos e duráveis do
que os que existiam até então, foram inicialmente usados na fabricação de televisores e rádios. A criação de Otis foi
amplamente utilizada pelo exército dos Estados Unidos para o controle de mísseis guiados. Mais tarde, a patente foi
comprada pela empresa IBM, que usou os resistores para criar os processadores utilizados em seus computadores.
Otis também é famoso por outras invenções, como uma unidade de controle para marca-passos.
108
4. MÉTODO PARA IDENTIFICAR Numa associação em série, as letras se repetem. Na ima-
gem anterior, R1, R2 e R3 estão em associados em paralelo.
A ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Considere a associação da figura a seguir.
multimídia: vídeo
É posssível identificar a associação em paralelo de duas
maneiras: analisando a corrente elétrica ou analisando FONTE: YOUTUBE
os potenciais. Associação de Resistores - Agora eu aprendo!
Imagine uma corrente i que, saindo da fonte U, encontra
uma bifurcação onde se divide. Isso ocorre porque, natu-
ralmente, a resistência equivalente num circuito é sempre o 5. ASSOCIAÇÃO MISTA
menor valor possível. Assim, pode-se dizer que os resistores
Até aqui foram estudados dois casos distintos de ligação de
que são percorridos por correntes oriundas dessa divisão
resistores: em série e em paralelo. De um modo geral, porém,
estão associados em paralelo.
os circuitos elétricos são compostos por ambos os modos de
ligação de resistores. Esse tipo de associação é denominado
associação mista. Observe na figura a seguir um exemplo
simples de associação mista, em que dois resistores em para-
lelo são associados em série com outro resistor.
109
Resolução: Observe que foram considerados “dois” resistores,
mas, na verdade, um deles é fictício, pois se trata da
Em primeiro lugar, deve ser identificada a associação em resistência equivalente RS. Por fim, pode-se calcular a
paralelo dos resistores R2, R3 e R4. Como esses resistores resistência equivalente de toda a associação. O equi-
possuem o mesmo valor de resistência, a resistência equi- valente em paralelo, RP, está associado em série ao
valente é dada por: resistor de 5 V.
12 = 4 V
RP = ___
3 Req = RP + 5 = 5 + 10 V
Assim, os três resistores do circuito são substituídos por um
único resistor de resistência RP: Assim, a resistência equivalente dessa associação mista é
de 10 V.
Req = R1 + RP = 2 + 4 = 6 V
Assim, a resistência equivalente do circuito é de 6 ohm. Sabendo que R3 = R1/2, para que a resistência equivalente
entre os pontos A e B da associação da figura seja igual a
2. Calcule a resistência equivalente do circuito a seguir: 2R2, a razão r = R2/R1 deve ser:
a) 3/8.
b) 8/3.
c) 5/8.
d) 8/5.
e) 1.
Resolução:
Resolução:
Na parte mais superior do paralelo, há 2 resistores R3 em
série; assim, a resistência equivalente deles será:
O circuito é uma associação mista de resistores. Os resisto-
res de 4 V e de 6 V estão conectados em série, e ambos Req1 = R3 + R3 Req1 = 2R3
estão associados em paralelo ao resistor de 10 V. Por fim,
essa associação em paralelo está associada em série com Req1 = 2(R1/2) Req1 = R1.
o resistor de 5 V.
Essa resistência equivalente 1 está em paralelo com uma
Para encontrar a resistência equivalente da parte paralela
resistência R1.
do circuito, é preciso encontrar a resistência equivalente da
associação em série dos resistores 4 V e 6 V: 1/ Req2 = 1/ Req1 + 1/R1
1/ Req2 = 1/R1 + 1/R1 Req2 = R1/2 .
RS = 4 + 6 = 10 V
Essa resistência equivalente 2 está em série com uma re-
Dessa maneira, pode-se determinar a resistência equivalen- sistência R1.
te da associação em paralelo entre RS e o resistor de 10 V. Req3 = Req2 + R1
Como a resistência dos dois resistores têm o mesmo valor: Req3 = R1/2 + R1 Req3 = 3R1/2.
10 = 5 V Essa resistência equivalente 3 está em paralelo com outras
RP = ___
2 duas resistências R1,
110
1/ Req4 = 1/ Req14+ 1/R1 + 1/R1 1/ Req4
Reqtotal = 3R1/8 + R2
multimídia: sites
2R2 = 3R1/8 + R2 R2 = 3R1/8 .
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/
A razão r será: eletromagnetismo/associacao-de-resistores.html
www.efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/
r = R2/R1 r = (3R1/8)/R1 r = 3/8 . gerador/assoc_geradores/
Alternativa A www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/
fisica/associacao-resistores-paralelo.htm
VIVENCIANDO
Equipamentos eletrônicos são utilizados em diferentes aplicações, como comunicação, transporte, entretenimento,
etc. Os conversores analógico-digital (ADC) e os conversores digital-analógico (DAC) são componentes que utilizam
as associações de resistores em paralelo e mistas para gerar uma representação digital a partir de uma grandeza
analógica ou vice-versa. Esse sinal digital é representado por um nível de tensão ou intensidade de corrente elétrica.
Os conversores ADC e DAC são amplamente utilizados em dispositivos de medição, controle e digitalização de áu-
dio e vídeo. Como a maioria dos sinais captados, como temperatura ou som, é analógica, essas duas interfaces de
conversão são necessárias para permitir que equipamentos eletrônicos digitais processem os sinais analógicos. Nos
laboratórios e indústrias, esses conversores são utilizados para passar as indicações de um termômetro para a forma
digital; isso possibilita que o computador processe os dados e execute as ações necessárias.
111
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A Habilidade 5 exige do aluno a capacidade de dimensionar circuitos elétricos ou o uso cotidiano de dispositivos
elétricos. No caso específico dos temas tratados, o aluno será capaz de analisar a associação em paralelo e a asso-
ciação mista a fim de identificar, partindo de suas propriedades, quando cada uma deve ser utilizada.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
A Habilidade 7 requer do estudante a capacidade de selecionar parâmetros, a partir de testes de controle, e fazer a
comparação entre materiais. No caso específico dos temas tratados, a comparação se faz necessária para a escolha
correta do tipo de associação entre os resistores.
Modelo
(Enem) Fusível é um dispositivo de proteção contra sobrecorrente em circuitos. Quando a corrente que passa por esse
componente elétrico é maior que sua máxima corrente nominal, o fusível queima. Dessa forma, evita que a corrente
elevada danifique os aparelhos do circuito. Suponha que o circuito elétrico mostrado seja alimentado por uma fonte
de tensão U e que o fusível suporte uma corrente nominal de 500 mA.
112
Análise expositiva - Habilidades 5 e 7: Para resolver a questão, o estudante deve saber reconhecer cada
D componente do circuito e como eles se relacionam. Apesar de serem realizados pequenos cálculos, sua
complexidade do exercício se dá pela sequência de procedimentos necessários.
Para a resolução, é preciso começar redesenhando o circuito:
60 60
30
i F = 0,5 A
120 40
A C
F
60
i = 1,5 A
i’ = 1 A
Como uma corrente de 0,5 A deve passar pelo fusível, a corrente i’, que deve passar pelo resistor de 60 W em paralelo
com ele, deve ser de:
120 · 0,5 = 60 · i’ i’ = 1 A
Assim, por BC deve passar uma corrente de:
i = iF = i’ = 0,5 + 1 i = 1,5 A
Resistência equivalente no ramo AC:
120 · 60 + 40 R = 80 :
RAC = ________
120 + 60 AC
113
DIAGRAMA DE IDEIAS
ASSOCIAÇÃO DE
RESISTORES
RESISTOR
PARALELO
EQUIVALENTE
RESISTORES MESMA
DOIS RESISTORES TENSÃO
IGUAIS
SOMATÓRIA DAS
CORRENTES
114
AULAS POTÊNCIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE
21 E 22
COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17
1. REOSTATO 2. CURTO-CIRCUITO
O reostato é um dispositivo que permite controlar o val- A figura a seguir representa um circuito formado por uma
or da resistência de um resistor, isto é, são resistores cuja lâmpada ligada a uma pilha. No caso da figura da esquer-
resistência é variável. Observe no diagrama a seguir a rep- da, a ligação está correta e o circuito funciona, acendendo
resentação do funcionamento de um reostato. A corrente a lâmpada. No caso da figura da direita, uma ligação extra
elétrica percorre o circuito e atinge o resistor no ponto C foi feita, por meio dos pontos A e B. Nesse caso, a lâmpada
(ponto médio do resistor ligado entre A e B). Se o ponto C, deixa de acender. Mas atenção! Não realize esse experi-
chamado de cursor, for colocado próximo do ponto B, prati- mento na prática, pois os fios e a pilha se aquecerão, e a
camente não haverá nenhuma resistência; por outro lado, pilha poderá explodir, causando um acidente. Nesse caso,
se o cursor for colocado próximo do ponto A, a corrente o motivo para a lâmpada não acender é a ligação extra
elétrica percorrerá todo o resistor. entre A e B, permitindo que a corrente elétrica circule pelo
circuito através desse caminho (praticamente sem resistên-
cia), deixando de percorrer o caminho da lâmpada.
115
udica seu isolamento. Quando os fios entram em contato Um fusível é um dispositivo utilizado para a proteção,
entre si, ocorre o curto-circuito. evitando que uma corrente maior do que a suportada pelo
circuito danifique-o. Um fusível é formado por um filamen-
to de uma liga metálica com baixo ponto de fusão. Quan-
do a corrente ultrapassa um determinado valor, devido ao
efeito Joule, o filamento acaba fundindo, e o circuito abre.
Em geral, num esquema de um circuito, um fusível é repre-
sentado por um dos seguintes símbolos:
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Experiência do curto circuito
O disjuntor é outro aparelho utilizado para a proteção de
circuitos elétricos. A sua principal diferença em relação ao
fusível é sua capacidade manual de desligamento do cir-
Aplicação do conteúdo cuito. Além disso, depois do desligamento do circuito dev-
ido a uma corrente alta, o disjuntor é passível de rearma-
1. (Uespi) A resistência equivalente entre os terminais A
e B da bateria ideal no circuito elétrico a seguir é igual a: mento, pois ele não é danificado no processo.
a) R d) 4R
b) 2R e) 5R
c) 3R
Resolução:
multimídia: vídeo
As resistências mais externas da figura aos pontos A e B
entram em curto-circuito devido ao fio elétrico que une os FONTE: YOUTUBE
nós do circuito. Assim, a única resistência que funcionará O que é potência elétrica?
é a de 2R.
4. POTÊNCIA ELÉTRICA
No diagrama a seguir, um resistor, de resistência R, é sub-
Alternativa B metido a uma d.d.p. U. A corrente elétrica nesse circuito é
i. Durante um intervalo de tempo Dt, uma quantidade de
carga igual a DQ passa pelo circuito.
3. FUSÍVEL
116
isto é, o deslocamento das cargas entre os pontos A e B bateria de 12 V, será preciso colocar uma resistência elétri-
ocorreu devido à ação de uma força sobre as cargas. En- ca, em série, de aproximadamente:
tretanto, quando uma força age causando deslocamento, a) 0,5 Ω
existe a realização de trabalho, e, como já foi visto em b) 4,5 Ω
eletrostática, esse trabalho é dado por: c) 9,0 Ω
d) 12 Ω
t = DQ · U e) 15 Ω
Uresis = 120 V.
Utilizando a equação da potência, tem-se:
A especificação da lâmpada indica que a tensão de opera-
P = Uresis ∙ i P = 120 ∙ (5/6) P= 100W.
ção é 4,5 V e a potência elétrica utilizada durante a ope-
ração é de 2,25 W. Para que a lâmpada possa ser ligada à Alternativa B
117
3. (UFMA) A figura abaixo representa um circuito elétri-
E = P · Dt
co formado por associação de resistores, alimentados
através de uma bateria de 12 V. Determine a potência
dissipada pelo resistor de 9Ω. Observe que E é energia, P é potência e Dt é o tempo.
Substituindo a potência, pode-se então calcular a energia
dissipada por efeito Joule:
E = R · i2 · Dt
2
U · ∆t
E = R · i2 · ∆t ou E = i · U · ∆t ou E = __
R
Resolução: Em que:
Req,total = 1,9 + 6 + 2 + 0,1 Req,total = 10Ω. c........calor específico (é uma característica do material que
constitui o corpo)
Utilizando a 1.ª Lei de Ohm, tem-se:
Q=m.L
itotal = Utotal/Req,total i = 12/10 i = 1,2A.
Em que:
A ddp do paralelo será:
Uparalelo = itotal . Req1 Uparalelo = 1,2 ∙ 6 Q.....quantidade de calor latente ou calor latente
Ao utilizar algum equipamento elétrico, é possível perceber A energia de 1kWh equivale à energia dissipada por um
um aquecimento do aparelho depois de certo tempo de aparelho de mil watts de potência ligado durante uma
uso (no ferro de passar roupas o aquecimento é bastante hora, ou seja, equivale a 3,6 . 106 J.
rápido). Esse aquecimento é causado por um efeito que
ocorre nos resistores do circuito elétrico do equipamento. Aplicação do conteúdo
Quando uma corrente elétrica atravessa um resistor, parte
da energia elétrica é transferida para os átomos do resistor; 1. Um ferro elétrico consome uma potência de 1.100 W
em consequência, esses átomos ficam com uma energia quando ligado em 110 V. Calcule:
maior de oscilação (comumente afirma-se que esses áto- Dados: P = 1100 W; U = 110 V;
mos ficam “mais agitados”), e essa agitação aumenta a
energia térmica. Dessa forma, ao passar por um resistor, Dt = __1 h = 1 800 s.
2
a energia elétrica é transformada em energia térmica, e o a) a intensidade da corrente utilizada pelo ferro elétrico;
resultado é o aumento de temperatura. Esse efeito é deno- b) a resistência elétrica do ferro;
minado efeito Joule. c) a energia elétrica consumida pelo ferro elétrico em
0,5 hora de uso, em quilowatts-hora, e o gasto em
Como a potência é dada pela razão entre energia e tempo, reais sabendo que o preço do quilowatt-hora é de
pode-se escrever, de forma equivalente: R$ 0,40.
118
Resolução: 3. (Fuvest) Um chuveiro elétrico, ligado em média uma
hora por dia, gasta R$ 10,80 de energia elétrica por mês.
a) Utilizando a fórmula da potência, tem-se: Se a tarifa cobrada é de R$ 0,12 por quilowatt-hora, en-
tão a potência desse aparelho elétrico é:
P = Ui 1 100 = 110 i = 10 A
a) 90W d) 3000W
b) Pela 1.ª lei de Ohm, obtém-se a resistência elétrica:
b) 360W e) 10.800W
U = Ri 110 = R · 10 R = 11 V c) 700W
c) A energia elétrica consumida é medida pelo tra- Resolução:
balho realizado. Assim:
1 · 3 600 A energia gasta por mês desse chuveiro será:
W = P Dt W = 1 100 · __
2 1kWh ∙ R$10,80 E = 90 kWh
E = ____
W = 1,98 · 10 J 6 R$0,12
Em um dia, o chuveiro é ligado por uma hora; então, con-
Em kWh: siderando um mês com 30 dias, tem-se 30 horas de gasto
de energia. Aplicando a equação da potência, segue que:
1 kWh 3,6 . 106 J 90 P = 3 kW P = 3000 W
E P = ___
P = ___
x 1,98 . 106 J x = 0,55 kWh Dt 30
Alternativa D
Portanto, o gasto é de 0,55 · 0,40 = 0,22 reais. 4. (Fuvest) Um fogão elétrico, contendo três resistências
iguais associadas em paralelo, ferve uma certa quanti-
2. Uma resistência de imersão de 4 V, colocada dentro dade de água em 5 minutos. Qual o tempo que levaria
de um recipiente com água, foi ligada a uma fonte de se as resistências fossem associadas em série?
tensão de 110 V. Considerando que o recipiente tenha a) 3 min d) 30 min
80 kg de água, qual o tempo necessário para aumentar
b) 5 min e) 45 min
a temperatura da água de 20º C para 70º C? (Use: calor
específico da água = 1 cal/gº C; 1 cal = 4,2 J.) c) 15 min
Resolução:
Dados: R = 4 V; U = 110 V; m = 80 kg = 80 000 g;
c = 1 cal/gºC; uf = 70 ºC; Ti = 20º C. Em primeiro lugar, é preciso calcular as resistências equiva-
lentes em série e em paralelo, e, depois, as suas respectivas
Resolução:
potências.
É preciso saber quanto de energia será necessária para au- Req,s = R + R + R Req,s = 3R.
mentar a temperatura da água. Assim, calcula-se a quan- Req,p = R/n Req,s = R/3.
tidade de calor:
Ps=U²/Req,s Ps = U²/3R.
Q = mc (uf – ui) Q = 80 000 . 1 (70 – 20)
Pp=U²/Req,p Pp=U²/(R/3) Pp=3U²/R.
Q = 4 · 106 cal
Outra noção muito importante é a de que nos dois aqueci-
Transformando para Joule: mentos a mesma energia é gasta; assim, tem-se:
Q = 4 · 106 · 4,2 = 16,8 · 106 J Esérie = Eparalelo Ps · Dts = Pp ∙ Dtp
Assim, a resistência deve fornecer essa mesma quantidade (U²/3R) ∙ Dts
de calor (considerando que toda energia elétrica consumi- = (3U²/R) ∙ 5 Dts /3 =15
da pelo resistor é transformada em calor):
Dts = 45 min.
(110)2
U2 · Dt = Q _____
Q PDt = Q __ · Dt = 16,8 · 106
R 4 Alternativa E
Dt ù 5,55 · 103 s ou Dt ù 1h32min
6. LÂMPADA INCANDESCENTE
Thomas Edison (1847-1931) foi um dos inventores mais
famosos de todos os tempos. Ele registrou “apenas” 2.332
patentes em seu nome. Entre elas é possível citar: estra-
das de ferro eletromagnéticas (todas as grandes cidades
119
utilizam trem e metrô para a mobilidade urbana), câmera
cinematográfica, bateria de carro elétrico, fonógrafo, em- Aplicação do conteúdo
balagem à vácuo, máquina para voto eletrônico, rodas de 1. A seguir está ilustrado um chuveiro elétrico, com suas
borracha e aquela pela qual ele é famoso mundialmente, a especificações impressas e o esquema do circuito elétri-
lâmpada incandescente com filamento de carbono (atual- co da parte interna, destacando-se o resistor, a chave e
mente utiliza-se filamento de tungstênio), que foi inventa- os pontos onde ela se conecta para regular a tempera-
da em 1879. tura desejada da água, ou seja, inverno (água quente) e
verão (água morna).
A lâmpada incandescente é formada por um fio de tungstê-
nio em forma de espiral, denominado filamento, colocado
dentro de um bulbo de vidro para evitar a oxidação. O bul-
bo é preenchido por um gás inerte, como o nitrogênio ou
argônio, para evitar a sublimação do filamento. Ao ser per-
corrido por uma corrente elétrica, o filamento se aquece,
tornando-se incandescente e emitindo luz.
Resolução:
a) Na posição verão, o chuveiro opera com menor
potência (4.400 W), pois não se deseja água muito
quente.
A menor potência é obtida com uma maior resistência do
chuveiro (sendo que a tensão tem valor constante). Assim, a
chave deve ser conectada em B, e o valor da resistência será:
2 2
U 4 400 = ____
P = __ 220 R = 11 V.
R R
b) No inverno, o chuveiro opera com maior potência
(6.600 W), pois se deseja água muito quente.
A maior potência é obtida com uma resistência menor.
Desse modo, a chave deve ser conectada em A, e o valor
da resistência será:
2 2
U 6 600 = ____
P = __ 220 R = 7,3 V
R R
120
tensão e da resistência, deve-se substituir o valor da resis-
tência em função da área da seção transversal do filamen-
to (A), do comprimento (ℓ) e da resistividade (r):
2 2
U = _____
P = __ U ·A
R r·ℓ
Como r e ℓ são iguais para as duas lâmpadas A e B, a po-
tência será diferente devido à área A da seção transversal
dos filamentos. Devido ao filamento de B ser mais grosso,
a lâmpada B brilhará mais do que a lâmpada A.
multimídia: sites
www.efeitojoule.com/2008/04/efeito-joule.html
www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromag-
netismo/Eletrodinamica/potencia.php
www.mundoestranho.abril.com.br/tecnolo-
gia/como-funciona-o-chuveiro-eletrico/
VIVENCIANDO
Hoje em dia, a energia dissipada por efeito Joule é facilmente identificável. Estamos cercados por aparelhos eletrôni-
cos: smartphones, televisores, computadores, liquidificadores, geladeiras, lâmpadas, fogões elétricos, batedeiras,
chuveiros, etc. Todos acabam se aquecendo durante o funcionamento. Às vezes o seu aquecimento é utilizado de
maneira proveitosa: o chuveiro esquenta a água para o banho. Outro exemplo cotidiano da ação do efeito Joule é a
torradeira, esquematizada na imagem a seguir:
121
Entretanto, nem sempre esse aquecimento é benéfico, como no caso de smartphones e computadores. O supera-
quecimento pode fazer o computador começar a funcionar de uma forma não esperada. Com exceção da placa de
vídeo, os componentes de um computador ou smartphone devem funcionar a temperaturas menores que 55 ºC. Por
isso, é necessário estar atendo ao efeito Joule nos equipamentos.
Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Em relação à Habilidade 5, caberá ao aluno dimensionar a potência elétrica nos diferentes circuitos elétricos ana-
lisando as diferentes associações e suas implicações com a potência empregada em cada resistor, assim como a
potência total fornecida.
Relacionar informações para compreender manuais de instalação, utilização de aparelhos ou sistemas tecnológicos
6 de uso comum.
É muito frequente a leitura de informações técnicas de manuais elétricos a respeito da potência elétrica, e a Habili-
dade 6 cobra justamente isso, a capacidade de interpretação de manuais de instalação de aparelhos de uso comum.
Modelo 1
(Enem) As células fotovoltaicas transformam luz em energia elétrica. Um modelo simples dessas células apresenta
uma eficiência de 10%. Uma placa fotovoltaica quadrada com 5 cm de lado, quando exposta ao sol do meio-dia, faz
funcionar uma pequena lâmpada, produzindo uma tensão de 5,0 V e uma corrente de 100 mA. Essa placa encontra-se
na horizontal em uma região onde os raios solares, ao meio dia, incidem perpendicularmente à superfície da Terra,
durante certo período do ano.
A intensidade da luz solar, em W/m2, ao meio-dia, nessa região é igual a:
a) 1 u 102.
b) 2 u 102.
c) 2 u 103.
d) 1 u 106.
e) 2 u 106.
Análise expositiva 1 - Habilidades 5 e 6: No Enem não basta apenas interpretar o exercício. Apesar de mais
C carregado em passagens matemáticas, faz-se necessário um profundo conhecimento do assunto.
Para a sua resolução, separando o que é fornecido, tem-se:
Dados: U = 5 V; i = 100 mA = 0,1 A; L = 5 cm; K = 10% = 0,1.
122
A potência elétrica (útil) para acender a lâmpada é:
PU = Ui = 5 u 0,1 PU = 0,5 W.
Essa potência é 10% da potência (total) incidente na placa fotovoltaica.
P PU ___
0,5
K = ___U PT = ___
K = 0,1 PT = 5 W
PT
A área de captação de energia da placa é:
A = L2 = 5 u 5 = 25 cm2 A = 25 u 10-4 m2.
A intensidade da radiação incidente é:
P 5 = 0,2 u 104 W/m2 I = 2 u 103 W/m2.
I = __T = ________
A 25 u 10-4
Alternativa C
Modelo 2
(Enem) O manual de utilização de um computador portátil informa que a fonte de alimentação utilizada para carregar
a bateria do aparelho apresenta as seguintes características:
Qual é a quantidade de energia fornecida por unidade de carga, em J/C, disponibilizada à bateria?
a) 6
b) 19
c) 60
d) 100
e) 240
Análise expositiva 2 - Habilidades 5 e 6: Apesar de ser um exercício de rápida resolução matemática, cobra-
B -se que o estudante saiba ler e reconhecer o manual de um aparelho (uma fonte de alimentação, no caso),
fato muito comum em questões do Enem, sempre bem contextualizadas.
Para resolver, é preciso utilizar duas expressões para a potência:
W = U___
___
q
= U = 19 J/C
∆t ∆t
Alternativa B
123
DIAGRAMA DE IDEIAS
POTÊNCIA
POTÊNCIA
REOSTATO ENERGIA RENDIMENTO
ELÉTRICA
U2 PU
P= E = P ∙ ∆t =ؠ
R PT
U2
P=U∙i P= P = R ∙ i2
R
124
AULAS AMPERÍMETRO, VOLTÍMETRO
23 E 24 E PONTE DE WHEATSTONE
3. VOLTÍMETRO IDEAL
símbolos representados a seguir.
125
Então, define-se: Símbolos:
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Voltímetros e amperímetros
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra um trecho de um circuito
(ESQUERDA) RESISTORES EM SÉRIE ANTES DE SE INSERIR O VOLTÍMETRO. elétrico composto por três resistores em série. Uma am-
(DIREITA) DEPOIS DA LIGAÇÃO EM PARALELO DO VOLTÍMETRO COM perímetro ideal foi ligado em série entre os resistores
R2, NÃO HÁ ALTERAÇÃO DA D.D.P. E DA CORRENTE ELÉTRICA. R1 e R2, e um voltímetro ideal foi ligado em paralelo
com o resistor R2. Os valores das resistências elétricas
Galvanômetro – Trata-se de um componente básico do são: R1 = 2,0 V, R2= 2,5 V e R3 = 3,0 V. Sabendo que a
circuito de amperímetros e voltímetros capaz de detectar leitura no amperímetro foi de 4,0 A, determine a leitura
correntes elétricas por meio de dispositivos mecânicos que no voltímetro.
se movem pela ação da força eletromagnética produzida
pela corrente. É composto por uma agulha fixa a uma bo-
bina móvel entre os polos de um imã, estando a bobina
acoplada a uma mola espiralada. Quando uma corrente
atravessa a bobina, é estabelecido um torque que a faz
girar. A posição da agulha numa escala graduada, segundo
uma calibração, fornece a medição. Resolução:
126
2. Considere o mesmo trecho do circuito anterior. A fi- não existissem. Como os resistores estão em paralelo, em
gura a seguir mostra a nova posição dos medidores no ambos os resistores a d.d.p. vale 12,0 v. A corrente elétrica
circuito. O voltímetro foi conectado em paralelo com é dada por:
os resistores R1 e R2, e o amperímetro foi colocado em
série com R3. Sabendo que amperímetro acusou uma U
U = R · i i = __
corrente elétrica de intensidade 4,0 A, determine: R
Em R1, tem-se:
12 v = 6,0 A
i1 = _____
2,0 V
Em R2, tem-se:
12 v = 4,8 A
i2 = _____
2,5 V
a) A leitura no voltímetro.
A intensidade de corrente será i, dada por:
b) A resistência equivalente entre os pontos A e B. i = i1 + i2 i = 6,0 + 4,8 i = 10,8 A
Resolução:
No circuito elétrico dado na figura:
a) A intensidade de corrente que passa nos
três resistores é a mesma e é igual ao valor O amperímetro 1 indica a intensidade total da corrente
dado pelo amperímetro, valendo 4,0 A. elétrica: 10,8 A;
Como o voltímetro está ligado entre os pontos M e N, sua O amperímetro 2 indica apenas a intensidade da cor-
medida é a soma das tensões elétricas de R1 com R2. Sendo rente elétrica que passa por R2, ou seja, 4,8 A.
Uv essa soma de tensões:
4. (Fuvest) Considere a montagem abaixo, composta por
Uv = U1 + U2 Uv = R1 · i + R2 · i quatro resistores iguais R, uma fonte de tensão F, um
medidor de corrente A, um medidor de tensão V e fios
de ligação. O medidor de corrente indica 8,0 A e o de
Uv = 2,0 · 4,0 + 2,5 · 4,0 Uv = 18,0 V tensão 2,0 V. Pode-se afirmar que a potência total dissi-
b) O amperímetro é ideal e sua resistência elétrica é pada nos quatro resistores é, aproximadamente, de:
nula (RA = 0). Assim, o voltímetro não altera a resistên-
cia entre os extremos A e B. Assim, pode-se escrever:
Req = 7,5 V R R
R
127
A potência total será: ligado um amperímetro muito sensível, capaz de detectar
a passagem de corrente elétrica de baixíssima intensidade;
P = U²/Req P = U²/(3R/4) P = 36/(3/4)
em série com ele é ligado ainda uma resistência r. Nos vér-
P = (36 ∙ 4)/3 P= 48W
tices A e D é ligado um gerador elétrico, responsável pela
Alternativa D corrente elétrica no circuito.
5. (Mackenzie) No laboratório de Física, monta-se o cir-
cuito elétrico a seguir, com um gerador ideal e os inter-
ruptores (chaves) K1, K2 e K3.
História
Estando somente o interruptor K1 fechado, o amperímetro
O circuito descrito foi inventado em 1833 pelo físico
ideal acusa a passagem de corrente elétrica de intensidade
inglês Samuel Hunter Chritie (1784-1865), com a fi-
5 A. Fechando todos os interruptores, a potência gerada
nalidade de medir resistências elétricas. Contudo, foi
pelo gerador é
sir Charles Wheatstone (1802-1875) que ficou famoso
a) 300 W
com o invento, pois foi o responsável por sua divulga-
b) 350 W
ção, 10 anos mais tarde. Por esse motivo, o circuito
c) 400 W
leva hoje o nome de ponte de Wheatstone.
d) 450 W
e) 500 W
Resolução:
Alternativa D
5. EQUILÍBRIO DA PONTE
4. PONTE DE WHEATSTONE DE WHEATSTONE
A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico bastan- Um caso particularmente interessante da ponte de Whe-
te específico, formado por resistores. O diagrama a seguir atstone é aquele em que o amperímetro não acusa passa-
ilustra o circuito elétrico da ponte de Wheatstone. Quatro gem de corrente elétrica. Nesse caso, o circuito se encontra
resistores são ligados como um losango. Na diagonal BC é em equilíbrio ou balanceado.
128
Essa expressão indica que, quando a ponte de Wheatstone
5.1. Propriedades da ponte de está em equilíbrio, o produto das resistências dos resistores
Wheatstone em equilíbrio opostos é constante. Esse produto é denominado produto
A intensidade de corrente elétrica em R1 é igual à de cruzado entre as resistências.
R4, e a intensidade de corrente elétrica em R2 é igual A ponte de Wheatstone pode ser utilizada para medir o
à de R3: valor de uma resistência elétrica, pois, conhecendo os va-
i4 = i1 e i3 = i2 lores de R1, R2 e R3, é possível calcular o valor da quarta
resistência R4.
Por não haver corrente elétrica entre B e C, a d.d.p. nos De modo equivalente, se o produto cruzado dos resisto-
terminais do resistor r é nula, isto é, a d.d.p. entre B e res R1, R2, R3 e R4 de uma ponte de Wheatstone é igual,
C é nula. Assim, o potencial elétrico em B e C é igual: pode-se afirmar que a ponte está em equilíbrio. Em conse-
VB = VC quência, a corrente elétrica é nula no elemento ligado na
diagonal BC. Esse elemento poderá ser um amperímetro,
um resistor, uma lâmpada, etc.
UBD = UCD R4 · i4 = R3 · i3
Nota: Na prática, a ponte de Wheatstone é conhecida
Sendo i4 = i1 e ainda i3 = i2, resulta: como ponte de fio, em que os resistores de resistências
elétricas R3 e R4 são substituídos por um fio homogêneo de
R1 · i1 = R2 · i2 seção transversal constante.
R4 · i1 = R3 · i2 O cursor, que está ligado ao galvanômetro, desliza sobre
o fio homogêneo até encontrar uma posição de equilíbrio
Dividindo-se as duas expressões acima membro a membro, da ponte.
obtém-se:
R1 __
__ R
= 2
R4 R3
R1 · R3= R2 · R4
R1 · L3 = R2 · L4
129
3. (Unicamp) No circuito a seguir a corrente na resistên-
Aplicação do conteúdo cia de 5Ω é nula.
R1 · R3 = R2 · R4 R · R = R · R4 R4 = R
Resolução:
130
Resolução: Resolução:
No circuito, as correntes dos amperímetros ideais são nu-
Se o galvanômetro indica zero nas duas ocasiões, a relação
las; assim, tem-se duas pontes de Wheatstone.
cruzada das resistências na ponte de Wheatstone continua
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências válida independente da tensão. Assim, tem-se:
na ponte equilibrada do amperímetro A1, tem-se:
(10 + 5) · 15 = 5 · (20 + R) 20 + R = 225/5
10 · R1 = 20 · 20 R1 = 40Ω.
Agora, deve-se fazer a resistência equivalente da ponte do R = 45 – 20 R = 25Ω.
amperímetro A1.
1/Req = 1/(10+20) + 1/(20+40) 1/Req Alternativa A
= 1/30 + 1/60 1/Req = (2+1)/60
Req = 20Ω.
Aplicando a equação do produto cruzado das resistências
na ponte equilibrada do amperímetro A2, tem-se:
20 · R2 = 30 · 60 R2 = 90Ω.
Alternativa B
5. (Mackenzie) No circuito a seguir, a d.d.p. entre os ter-
minais A e B é de 60V e o galvanômetro G acusa uma
intensidade de corrente elétrica zero. Se a d.d.p. entre
os terminais A e B for duplicada e o galvanômetro con-
tinuar acusando zero, poderemos afirmar que:
multimídia: sites
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/ele-
tromagnetismo/medidores-em-circuitos.html
www.fisicaevestibular.com.br/novo/eletrici-
dade/eletrodinamica/aparelhos-de-medicao-
-eletrica-amperimetros-e-voltimetros/
a) a resistência R permanecerá constante e igual a 25 Ω;
b) a resistência R permanecerá constante e igual a 15 Ω; www.newtoncbraga.com.br/index.php/co-
c) a resistência R permanecerá constante e igual a 10 Ω; mo-funciona/8858-como-funciona-a-ponte-
d) a resistência R, que era de 25 Ω, será alterada para 50 Ω; -de-wheatstone-ins529
e) a resistência R, que era de 50 Ω, será alterada para 12,5 Ω.
131
VIVENCIANDO
Os amperímetros possuem diversos usos na indústria. Amperímetros com zero central, ou analógicos, são mais
utilizados, pois possuem alta durabilidade e medições precisas. Eles são usados em quadro de distribuição de baixa
tensão, monitorando toda a instalação elétrica. Um tipo especial de amperímetro analógico, que é utilizado para
medir altas correntes em carros e caminhões, possui um ímã de barra articulada que move o ponteiro e um ímã.
A capacidade de fornecer medições extremamente precisas é o principal benefício de uma ponte de Wheatstone.
Variações nas configurações da ponte de Wheatstone podem ser usadas para medir capacitância, indutância, im-
pedância e outras características físicas, como a quantidade de gases combustíveis em uma amostra. Existem algumas
variações famosas, como as chamadas ponte de Kelvin e ponte Carey Foster, desenvolvidas para medir resistências
muito baixas. Em muitos casos, o significado de medir a resistência desconhecida está relacionado com a avaliação
do impacto de algum fenômeno físico (como força, temperatura, pressão, etc.), o que permite a utilização da ponte
de Wheatstone na medição indireta desses fenômenos.
Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Nessa aula, o aluno deverá empregar a Habilidade 5 a fim de saber dimensionar os circuitos e dispositivos elétricos,
utilizando os aparelhos de medidas, como amperímetro, voltímetro, galvanômetro ou multímetro.
132
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a
7 defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Caberá ao aluno a capacidade de saber escolher qual tipo de associação é necessária para realizar as medições que
se fazem necessárias. Além disso, partindo das medidas, caberá ao aluno a tomada de decisão de qual circuito é
ideal para a utilização.
Modelo 1
(Enem) Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar medições de tensão e
corrente em uma cozinha. Nesse ambiente, existem uma geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpada (L), conforme
a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica aplicada à geladeira, a corrente total e a corrente na lâmpada.
Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e dois amperímetros (A).
Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses instrumentos está representado em:
a) d)
b) e)
c)
Análise expositiva 1 - Habilidades 5 e 7: Para a resolução desse exercício, o estudante deve saber como
E funciona os instrumentos de medidas, tanto o amperímetro quanto o voltímetro, e saber que tipo de asso-
ciação deve ser feita a fim de se ter a medição desejada.
Desse modo, o voltímetro deve ser ligado em paralelo com o trecho de circuito onde se quer medir a tensão
elétrica, isto é, entre os terminais fase e neutro.
Para medir a corrente total, o amperímetro deve ser instalado no terminal fase ou no terminal neutro.
Para medir a corrente na lâmpada, o outro amperímetro deve ser ligado em série com ela.
Alternativa E
133
Modelo 2
(Enem) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma pilha, de uma lâmpada
(L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a diferença de potencial entre dois pontos, e um
amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
b) e)
c)
Análise expositiva 2 - Habilidade 5 e 7: Trata-se de um exercício de rápida resolução, mas que necessita de
C conhecimento técnico prévio do assunto, característica das questões do Enem desde 2009.
Nesse exercício, é importante saber que o amperímetro deve ser ligado em série com a lâmpada, e o voltí-
metro, em paralelo.
Alternativa C
134
DIAGRAMA DE IDEIAS
MEDIDORES
PONTE DE
VOLTÍMETRO AMPERÍMETRO
WHEATSTONE
LIGADO EM ASSOCIAÇÃO
EQUILÍBRIO
PARALELO EM SÉRIE
IA = 0 RV = ∞ RA = 0
135
AULAS ESTUDO DO GERADOR
25 E 26
COMPETÊNCIAS: 2e5 HABILIDADES: 5, 6 e 17
isolante
bastão de
carbono Esses três exemplos ilustram a conversão de diferentes ti-
pasta pos de energia em energia elétrica. O gerador elétrico é
capa de zinco
utilizado basicamente para produzir a corrente elétrica em
um circuito elétrico.
isolante
proteção externa
contato metálico
com a capa -
2. GERADOR IDEAL
de zinco Um gerador é ideal quando é capaz de transferir para
as cargas elétricas toda a energia elétrica produzida. A
Em uma usina hidroelétrica, o movimento da água cau- tensão elétrica medida entre os polos de um gerador
sa a rotação de uma turbina. O movimento mecânico recebe o nome de força eletromotriz (f.e.m.) e é repre-
de rotação é transferido para um gerador, que transfor- sentada pelo símbolo H.
ma a energia mecânica em energia elétrica. A figura a
seguir ilustra esquematicamente os principais compo- A principal característica de um gerador ideal é manter
nentes em uma usina hidroelétrica: constante a d.d.p. (U) fornecida ao circuito, independente-
mente da intensidade da corrente.
gerador
turbina
GERADOR IDEAL (U = E)
136
(
No S.I., a unidade de medida de f.e.m. é volt lembre-se de
)
que V = __J .
C
Diferentemente dos geradores ideais, ocorre perda de
energia elétrica nos geradores reais. Essa perda deve-se
à resistência interna do gerador. Geradores elétricos reais
são representados pelo símbolo a seguir:
multimídia: vídeo
O simbolo r representa a resistência interna do gerador.
FONTE: YOUTUBE
Como fazer um gerador de energia com imã A figura a seguir é o gráfico da variação do potencial das
em casa cargas em um gerador real, desde o polo negativo até o
polo positivo. A diferença de potencial VB para VA corres-
ponde à f.e.m. « do gerador, levando em conta a queda de
t
« = ___
DQ
137
gia elétrica dissipada, maior será o rendimento do gerador.
Em geral, o rendimento é representado pela letra grega h
(eta). Assim, o rendimento h de um gerador elétrico real
é dado pelo quociente:
P U
h = __u = __
Pt «
FONTE: YOUTUBE
4. POTÊNCIA NO
GERADOR ELÉTRICO A BATERIA É A FONTE DE F.E.M. «, E R É SUA RESISTÊNCIA INTERNA.
O FAROL FAZ PARTE DO CIRCUITO EXTERNO (RESISTÊNCIA R).
Foi visto anteriormente que a potência elétrica em um tre-
cho de circuito é o produto da d.d.p. (U) entre as extremi-
dades desse trecho pela intensidade de corrente no mesmo Quando as cargas elétricas passam pelo farol, a energia po-
trecho do circuito. Assim, a potência de um gerador elétrico tencial das cargas é transformada em energia térmica (ca-
é obtida multiplicando-se a d.d.p. do gerador pela corrente lor), fazendo o filamento do farol se aquecer e emitir luz. A
elétrica no gerador: bateria fornece energia potencial às cargas no polo negati-
vo (menor potencial), enviando-as para o terminal positivo
U = « – ri Ui = ei – ri2 (potencial maior). Esse ciclo é repetido enquanto a bateria
conseguir transformar energia química em energia elétrica,
O primeiro termo, Ui, é a potência que o gerador fornece isto é, enquanto houver energia química disponível.
ao circuito externo, ou seja, a potência útil Pu. Essa é a
potência disponível para um circuito elétrico externo. Observe que a corrente elétrica no circuito é constante. Mes-
mo se os fios que ligam o farol à bateria fossem trocados
Pu = Ui por fios mais espessos, o funcionamento do circuito seria o
mesmo e a corrente se manteria constante. Isso ocorre por
No segundo termo da equação, o valor Hi corresponde à causa da conservação das cargas elétricas. Não pode haver
potência total do gerador Pt: acúmulo de cargas nos dispositivos do circuito. Se houvesse
acúmulo, a diferença de potencial seria variável com o tempo.
Pt = «i
Aplicação do conteúdo
Essa potência é o valor que seria fornecido ao circuito ex- 1. O gerador representado na figura a seguir é percorri-
terno caso não houvesse perda de energia elétrica. do por uma corrente de intensidade 1 A. Calcule:
O valor ri2 é a potência dissipada internamente Pd,
ou seja, é a perda de energia elétrica que ocorre e que não
pode ser utilizada pelo circuito externo:
138
gerador permanecer ligado por 20 s. UAB = « – ri e UAB = Ri
Resolução: Igualando as equações, segue que:
a) Pela equação do gerador, tem-se:
« – ri = Ri
Resolução:
139
Aplicando a Lei de Pouillet, tem-se: Substituindo r = 1 V na primeira equação, determina-se
o valor de «:
« = (3 + r) · 10
« = (3 + 1) · 10 « = 40 V
Para a situação com a chave fechada, deve-se determinar
a resistência equivalente das duas resistências do circuito:
3 R = 1,5 V
Req = __
2 eq
VIVENCIANDO
Os exemplos de geradores no cotidiano são diversos. Os geradores são a forma majoritária de proporcionar energia
elétrica para as redes urbanas. A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, teve a sua
maior produção anual estabelecida em 2016, com a geração de 103.068.366 MWh de energia.
Os geradores tambem são utilizados em automóveis e
em outras formas de transporte. Geradores de pequena
escala também fornecem um bom suporte para as
necessidades emergenciais de energia em hospitais,
prédios residenciais, estádios de futebol, shopping cen-
ters e pavilhões de exposições.
Na construção civil, principalmente em obras de grande
magnitude, a falta de energia elétrica causa a paral-
isações das obras, o que gera atrasos e prejuízos finan-
ceiros. Nesses casos, os geradores elétricos se apresentam
USINA DE ITAIPU, LOCALIZADA NO RIO PARANÁ
como uma solução para obtenção de energia temporária.
Em diversas indústrias são comuns as “paradas programadas”, que acontecem para que ocorra a manutenção da
rede elétrica. Assim, o suprimento de energia no decorrer desses processos acontece por meio de geradores elétricos.
140
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
Nessa aula, o aluno empregará a Habilidade 5 na montagem de circuitos com geradores, desde a utilização de um
gerador ideal até um gerador real, aprendendo a identificar suas diferenças e implicações.
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.
Faz-se necessária a interpretação correta de manuais de instalação de aparelhos elétricos. Além disso, o aludo deve
saber reconhecer a força eletromotriz fornecida e a resistência interna do gerador.
Modelo
(Enem) Em algumas residências, cercas eletrificadas são utilizadas com o objetivo de afastar possíveis invasores. Uma
cerca eletrificada funciona com uma diferença de potencial elétrico de aproximadamente 10.000 V. Para que não seja
letal, a corrente que pode ser transmitida através de uma pessoa não deve ser maior do que 0,01 A. Já a resistência
elétrica corporal entre as mãos e os pés de uma pessoa é da ordem de 1.000 :.
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca a cerca eletrificada, o gerador de tensão deve possuir uma
resistência interna que, em relação a do corpo humano, é:
a) praticamente nula;
b) aproximadamente igual;
c) milhares de vezes maior;
d) da ordem de 10 vezes maior;
e) da ordem de 10 vezes menor.
Análise expositiva - Habilidades 5 e 6: Ótimo exercício que apresenta características de interdisciplinaridade,
C condizente com a prova de Ciências da Natureza, mostrando que Física, Química e Biologia se relacionam
normalmente. Além do excelente diálogo com diferentes ramos da ciência, o conhecimento matemático e
físico do problema é de alto nível, exigindo do aluno o conhecimento da estrutura de um gerador elétrico.
Sendo r o valor da resistência interna do gerador, pela primeira Lei de Ohm segue que:
V = (r + R)i
10000 = (r + 1000)0,01
r = 99900 : ≈ 106 :
Em relação à resistência elétrica do corpo humano:
106 = 103
__r = ___
R 103
141
DIAGRAMA DE IDEIAS
GERADOR
r≠0 IDEAL
U=
POTÊNCIA POTÊNCIA
TOTAL ÚTIL
POTÊNCIA
DISSIPADA
142
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.
Herlan Fellini
1
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Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Caco Basileus
Herlan Fellini
Felipe Filatte
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Diretor-geral
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Diretor editorial
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Editoração eletrônica
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2020
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2
SUMÁRIO
FÍSICA
DINÂMICA
Aulas 27 e 28: Decomposição de forças e plano inclinado 6
Aulas 29 e 30: Forças de atrito 11
Aulas 31 e 32: Força elástica 21
Aulas 33 e 34: Dinâmica no movimento circular uniforme 29
ÓPTICA
Aulas 27 e 28: Lentes esféricas: estudo geométrico 40
Aulas 29 e 30: Lentes esféricas: estudo analítico 49
Aulas 31 e 32: Óptica da visão 55
Aulas 33 e 34: Instrumentos ópticos 63
ELETRODINÂMICA
Aulas 27 e 28: Estudo e associação de geradores 72
Aulas 29 e 30: Receptores 80
Aulas 31 e 32: Capacitores 85
Aulas 33 e 34: Associação de capacitores 93
3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
4
DINÂMICA: Incidência do tema nas principais provas
A prova possui grande incidência de dinâmica do Podem aparecer questões sobre força de A prova apresenta questões práticas e numé-
movimento circular, apresentando questões numéri- atrito e elástica, exigindo interpretação ricas, tendo com maior frequência a dinâmica
cas e que envolvam diferentes ramos da mecânica. de imagens e coleta de informações, do movimento circular e força de atrito, sempre
com atenção às equações do movimento envolvendo outros assuntos, como cinemática
circular. e energia.
Dentre os temas deste livro, plano inclinado e A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de temas,
força de atrito podem aparecer na prova. porém, dinâmica circular e força elástica mas, porém, força de atrito pode aparecer porém, dinâmica circular e força elástica
aparecem com alguma frequência. com alguma frequência. podem aparecer mais facilmente.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas, A prova apresenta questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predominân-
porém, dinâmica circular e as leis de Newton práticas que abordam as leis de Newton, cia de temas. Porém, movimento na dinâmica
aparecem com alguma frequência, em diferenciando os tipos de forças envolvi- circular pode aparecer com alguma frequência.
questões teóricas e que exigem manipulações das, como força elástica e atrito.
de equações.
A prova apresenta questões conceituais e A prova tem uma grande variação de temas, A prova aborda a interpretação das
práticas, que abordam as leis de Newton, porém, dinâmica circular aparece com alguma forças aplicadas em um corpo e o estudo da
diferenciando os tipos de forças envolvidas, frequência, cobrando os tipos de forças dinâmica circular, em questões que exigem
como força elástica e atrito. envolvidas. interpretação de imagens.
5
AULAS DECOMPOSIÇÃO DE FORÇAS
27 E 28 E PLANO INCLINADO
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20
___›
y
F
Fy
θ
x
Fx
Fy 5 e cosT = ___
Sabendo que senT = ___ 12, calcule:
13 13
a) o módulo da força normal exercida pela
superfície horizontal sobre o bloco;
b) o módulo da aceleração do bloco.
Fx
Resolução: ___› ___›
a) Sobre___o bloco atuam o peso P , a força normal N e
É preciso encontrar
___› duas forças perpendiculares, cuja soma ›
a força F (figura a seguir). O módulo do peso vale:
resulte na força F . Assim, um sistema de eixos
___› perpendicu-
lares é posicionado na origem do vetor F . A componente P = m g = (8,0 kg) (10 m/s2) P = 80 N
6
2. No sistema em equilíbrio representado a seguir, o
bloco A, de massa m = 4,0 kg, está ligado a três fios
ideais. Sabendo que senT = 0,80 e cosT = 0,60, calcule
as intensidades das trações nos três fios.
Considere g = 10 m/s2.
___›
A força___›F deve ser decomposta em uma
___› componente hori-
zontal F x e uma componente vertical F y. Assim, o esquema
de forças é refeito como na figura a seguir:
Resolução:
___› ___›
Os mólulos de F x e F y são obtidos a partir do triângulo sombreado:
Fy = 50 N
Fx = F cosT = (130) ___
13 ( )
12 = 120 N
Fx = 120 N
___›
Como P = 80 N e Fy = 50 N,ou seja,Fy < P,F y não tem intensida-
de suficiente para levantar o bloco, movimentando-se ape-
nas
___› na direção horizontal, sendo puxado pela componente O peso do corpo é:
F x. Assim, as forças devem se cancelar na direção vertical:
N + FY = P P = mg = (4,0 kg)(10 m/s2) = 40 N
7
aceleração adquirida por objetos em planos inclinados
perfeitamente lisos, isto é, desconsiderando o atrito cau-
sado pelo plano inclinado.
T3y = T1
T3 (0,80) = 40 T3 = 50 N
De modo equivalente, o equilíbrio na direção horizontal
fornece o valor de T2:
T2 = T3x
T2 = T3 (0,60)
T2 = (50 N)(0,60) T2 = 30 N
8
Do triângulo retângulo colorido da figura central, obtém-se É importante observar que a aceleração no bloco no plano
as componentes do peso: inclinado não depende da massa do bloco, ela depende
Px = P senT apenas da aceleração gravitacional e da inclinação do pla-
no em relação à horizontal.
Py = P cosT
Entretanto9, lembre-se de que o atrito foi desprezado e
Na direção y, as forças se cancelam, pois não há movi- que as únicas forças que agiam sobre o bloco eram o peso
mento: e a força normal. A aceleração terá outro valor, caso exis-
N = Py tam outras forças atuando sobre o bloco.
VIVENCIANDO
No livro The nature of light and color in the open air, o astrônomo holandês Marcel Minnaert apresenta a explicação
para diversos fenômenos ópticos interessantes, como o arco-íris, as sombras coloridas e as miragens. Uma das
questões abordadas por Minnaert é a de que as pessoas têm a tendência de superestimar inclinações. Às vezes,
quando uma pessoa está subindo uma grande ladeira, acredita que a pirambeira tem uma inclinação de 40º ou 50º
ou até mais. Mas isso é uma ilusão. Ao contrário dos exercícios propostos no Estudo Orientado, as inclinações da
grande maioria das ruas não ultrapassam 15º. As declividades máximas recomendadas pelo Departamento Nacional
de Infraestrutura de Transportes (DNIT) são de 9% (cerca de 5º), isso para vias com baixo volume de tráfego.
BALDWIN STREET
A Baldwin Street, localizada em Dunedin, na Nova Zelândia, é considerada a rua mais inclinada do mundo. Seu
comprimento é de 350 metros e ela possui uma inclinação de 19° nos trechos mais íngremes. A rua é pavimentada
com um concreto especialmente desenhado para garantir que os carros não deslizem.
9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
O plano inclinado está muito presente no cotidiano. Isso ocorre porque, para subir um plano com velocidade constan-
te, basta a aplicação de uma força de módulo igual ao peso, multiplicado pelo seno do ângulo do plano inclinado
(lembre-se de que, nesse caso, o ângulo é um número compreendido entre 0 e 1). Dessa forma, a força terá módulo
menor que o peso do próprio corpo; assim, é mais vantajoso elevar um móvel por meio de um plano inclinado do
que elevá-lo verticalmente. Devido a esse fato, é muito comum na construção civil a fabricação de rampas para o
deslocamento de materiais. Esse conhecimento já era utilizado na construção das pirâmides para o deslocamento dos
massivos blocos (que chegam a ter toneladas de massa).
DIAGRAMA DE IDEIAS
DECOMPOSIÇÃO
DE FORÇAS
FORÇA PLANO
INCLINADA INCLINADO
10
AULAS FORÇAS DE ATRITO
29 E 30
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20
1. FORÇA DE ATRITO CINÉTICO Coeficientes de atrito cinético para alguns pares de materiais
material μC
Considere um bloco deslizando
___› sobre uma superfície áspe-
madeira sobre madeira 0,2
ra. Uma força de atrito F A , exercida pela superfície, agirá
sobre o bloco em sentido oposto ao sentido de movimento aço sobre aço 0,6
do bloco. A força de atrito existe devido às imperfeições gelo sobre gelo 0,03
ou irregularidades da superfície. Às vezes, essas irregulari-
borracha sobre concreto seco 0,8
dades não podem ser vistas a olho nu, mas elas existem e
podem ser observadas através de uma lente de aumento
Observe que o coeficiente de atrito é um número adimen-
ou de um microscópio (instrumento que amplia a imagem
sional, ou seja, não tem unidade de medida. O coeficiente
de objetos).
de atrito é uma relação entre duas forças.
Da equação FA = PC N, pode-se obter o coeficiente de
atrito fazendo:
F
Pc = __A
N
Aplicação do conteúdo
___› 1. Um bloco de massa m = 4,0 kg está em repouso sobre
No exemplo da figura, a força de atrito (F A) é denominada uma superfície plana e horizontal.
___› A partir de certo ins-
___›
força de atrito cinético ou força de atrito dinâmico. tante, uma força vertical F 1 e uma força horizontal F 2
O módulo dessa força, determinado experimentalmente, é (como indica a figura), tais que F1 = 25 N e F2 = 20 N,
dado por: são aplicadas sobre o bloco. Sabendo que o coeficiente
8
de atrito cinético entre o bloco e a superfície é Pc = ___
2 15
e considerando g = 10 m/s , calcule o módulo:
FA = PC N
11
Resolução: 2. Um bloco de massa m é lançado sobre uma ___› superfície
plana e horizontal com velocidade inicial v 0. Depois de
a) Admite-se que ___ o bloco se movimenta para a direita, no percorrer a distância x, o bloco para devido a ação da
›
sentido da força F 2. No esquema a seguir, todas as for- força de atrito entre a superfície e o bloco.
ças ___que atuam
___› sobre o bloco foram
___› identificadas: além
›
de F 1 e F 2 , existem
___› o peso P , a força normal N e a
força de atrito F A , com sentido oposto ao do movimento.
___›
Sabendo que |v 0| = 12 m/s, g = 10 m/s2 e que o coeficiente de
atrito cinético entre o bloco e a superfície é PC = 0,40, calcule:
a) o módulo da aceleração do bloco durante o movimento;
b) a distância x percorrida pelo bloco.
Resolução:
( )
8 (15 N) F = 8 N
FA = ___
15 A
F2 – FA = m a N=mg
___›
20 – 8 = (4,0) a a = 3,0 m/s2 O módulo de F A é dado por:
d) Observe que a questão pede a força exercida pela FA = PC N = PC m g
superfície sobre o bloco, sem especificar se trata-se
Depois
___› do lançamento do bloco, apenas a força de atrito
da força de atrito ou da força normal. Nesse caso,
F A age sobre o bloco e, portanto, é a força resultante. Pela
deve-se considerar a resultante de todas ___as forças
___›
› segunda Lei de Newton, calcula-se a aceleração:
exercidas pela superfície, isto é, a soma de F A e N . ___›
___› FA = m |a |
N
Então:
___›
m |a | = PC m g
___›
|a | = PC g
Lembre-se de que o módulo da aceleração não depende
da massa. Substituindo PC = 0,40 e g = 10 m/s2, obtém-se:
___›
Aplicando o teorema de Pitágoras, tem-se: |a | = (0,40)(10 m/s2) = 4,0 m/s2
F2 = FA2 + N2 Considerando a velocidade escalar inicial (v0 = 12 m/s) positiva,
F2 = (8)2 + (15)2 a aceleração escalar a será negativa (movimento retardado):
____
F2 = 289 F = √289 N F = 17 N a = – 4,0 m/s2
12
b) Usando a equação de Torricelli, pode-se calcular a co permaneça ___em›
repouso. Desse modo, deve ___› existir uma
distância x. Então: força de atrito F
___› A1 , de sentido oposto ao de F , que anule
1
13
Em geral, Pe > PC. Contudo, há casos em que Pe = PC, Sabendo a intensidade da força normal, pode-se determi-
como o caso de teflon sobre teflon. nar a força de atrito estático máxima:
Quando o valor do coeficiente de atrito for fornecido sem FA máx = Pe N = (0,40) (200N) FA máx = 80 N
especificar se o valor se refere ao estático ou ao cinético,
A força de intensidade F = 40 não é suficiente para tirar o
admite-se que Pe = PC.
bloco do repouso, pois F < FA máx. Assim, tem-se:
FA = F = 40 N
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 10 c) Sendo F = 80 N, tem-se:
F = FA máx = 80 N
Aplicação do conteúdo
1. Considere um bloco de massa m = 20 kg em repouso
sobre uma superfície plana e horizontal, sob a ação Nessa situação, o bloco ainda permanece em repouso, embo-
exclusiva__› do peso e da força normal. Uma força ho- ra esteja na iminência
___› de movimento; qualquer aumento na
rizontal F é aplicada sobre o bloco a partir de deter- intensidade de F fará com que o bloco entre em movimento.
minado instante. Os coeficientes de atrito estático e
cinemático entre o bloco e a superfície são Pe = 0,40 e d) Sendo F = 100 N e FA máx = 80 N, F > FA máx, o bloco
PC = 0,30, respectivamente, e g = 10 m/s2. entrará em movimento. Entretanto, a força de atrito
___› ___› deve ser calculada usando o coeficiente de atrito
N N cinético, uma vez que o bloco está em movimento:
FA = PC FN = (0,30)(200 N) = 60 N
Não há movimento na direção vertical, então as forças se É importante observar que a força de atrito, depois que o
anulam nessa direção: bloco está em movimento, é constante (não depende da
N = P = 200 N força aplicada); a intensidade da força de atrito é menor
14
que a força de atrito estático máxima. O que acontece se, vez que a força de atrito cinético tem sentido oposto ao do
durante o movimento, a força aplicada sobre o bloco tem movimento. Entretanto, a afirmação pode não ser válida no
intensidade, por exemplo, de 70 N? Essa força não é capaz caso de atrito estático.
de retirar o bloco do repouso. Entretanto, com o bloco em
A figura a seguir ilustra uma pessoa que se movimenta
movimento, essa intensidade é superior à força de atrito
para a direita. Ao caminhar,
___› o chão é empurrado para a
cinético, sendo capaz de manter o bloco em movimento.
esquerda com a força – F 1. Pela lei de ação e___›reação, o
chão aplica sobre o pé da pessoa uma força F 1 , de in-
Nota: tensidade igual e sentido oposto. Essa força é responsável
pelo movimento da ___pessoa
›
e tem o mesmo sentido que o
Em geral, a intensidade máxima da força de atrito
movimento. A força F 1 é uma força de atrito estático (desde
estático máxima é maior do que a intensidade da
que o pé da pessoa não deslize).
força de atrito dinâmico. Essa diferença é causada
por algumas ligações entre as moléculas do bloco e
as moléculas da superfície de apoio, enquanto o bloco
permanece em repouso. Essas ligações devem ser des-
feitas para que se inicie o movimento, fenômeno que
exige uma força maior.
3. FORÇA DE ATRITO E MOVIMENTO Caso o atrito entre o pé da pessoa e o solo fosse muito peque-
É comum afirmarem o seguinte: “A força de atrito é sempre no, poderia haver deslizamento do pé da pessoa para a es-
contrária ao movimento”. querda. Dessa maneira, a afirmação inicial pode ser corrigida:
Quando se trata do movimento de deslizamento de um
A força de atrito estático se opõe à tendência de deslizamento.
corpo sobre uma superfície, essa afirmação é válida, uma
VIVENCIANDO
Diversos movimentos observados no cotidiano são possíveis graças à força de atrito. Quando alguém passeia pelo
bairro com seus queridos animais de estimação, os pés da pessoa e as patas dos animais comprimem o chão,
forçando o solo ligeiramente para trás. Como a força de atrito é contrária ao movimento (na direção contrária ao
movimento), ela surge nas patas e nos pés, impulsionando-os para frente.
A função dos pneus é tirar o máximo proveito possível da força de atrito. É por isso que as equipes de Fórmula 1 tro-
cam os pneus com frequência, para que o desgaste dos pneus não atrapalhe a aderência do carro ao solo, causando
diminuição da velocidade. O atrito também é responsável por frear um corpo, desde gotas de chuva em queda livre
até um ônibus espacial na reentrada na atmosfera.
3.1. Força de resistência dos fluidos semelhante,___›ao se movimentar, o peixe sofre uma força de
resistência F 2 , causada pela água.
Líquidos e gases são chamados genericamente de fluidos.
Ao se movimentar por um fluido, o objeto sofre a ação de
uma força de resistência ao movimento denominada força
F1
de resistência do fluido.
Na figura
___› a seguir, o automóvel sofre a força de resistência
do ar (F 1), de sentido oposto ao seu movimento. De modo
15
O valor de vL é:
R=P
k vL2 = mg
mg mg
F2
k dXXX
vL2 = ___ vL = ___
k
Supondo que a massa do paraquedista e do paraquedas
juntos seja m = 90 kg, g = 10 m/s2 e k = 25 unidades no
É impossível calcular precisamente a força de resistência SI, a velocidade limite vale:
exercida pelos fluidos. Entretanto, existem fórmulas aproxi- ______
FR = k v
Nota:
Em que k é uma constante. Para velocidades mais altas, a O coeficiente k aparece no denominador da fração.
expressão é: Assim, quanto menor o seu valor, maior será o valor vL.
16
Devido ao fato de resultar em aceleração que varia
com o tempo, a resistência do ar é desprezada em
problemas como esse.
Uma força vertical, chamada de empuxo, também
atua quando existe em problemas envolvendo flui-
dos. Entretanto, essa força é mais significativa no caso
de líquidos. Em geral, essa força pode ser desprezada
para o ar.
multimídia: sites
www.infoescola.com/mecanica/forcas-de-atrito/
O estudo das forças de atrito e de suas aplicações está entre os assuntos pesquisados pela tribologia (do grego
tribo, que significa “esfregar“, “atritar“, “friccionar“; e logos, que significa “estudo“). Em 1966, o termo foi usado
oficialmente pela primeira vez, quando o engenheiro mecânico H. Peter Jost escreveu um relatório para o comitê do
departamento inglês de educação e ciência. No relatório, a tribologia foi definida como a “ciência e tecnologia de
superfícies interativas em movimento relativo e dos assuntos e práticas relacionados”.
Leonardo da Vinci (1452-1519), considerado o pai da tribologia moderna, contribuiu significativamente para o de-
senvolvimento da descrição dos fenômenos de atrito e desgaste. Por meio de seus estudos, e utilizando planos
inclinados, da Vinci demonstrou que as forças de atrito são dependentes da força normal ao deslizamento dos
corpos e independentes da área de contato aparente. Ele propôs uma distinção entre atrito de escorregamento e de
rolamento, além de introduzir o coeficiente de atrito como sendo proporcional à força normal.
17
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas,
17 químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A Habilidade 17 exige do aluno a manipulação correta de fórmulas matemáticas e o domínio da leitura de gráficos,
tabelas, etc. Quase sempre, é figura obrigatória nos exercícios, visto que a matemática é a linguagem pela qual o
homem consegue compreender o Universo.
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A Habilidade 20 exige que o estudante compreenda não só como é o movimento, mas as suas causas; nesse
contexto, é necessário compreender como se dá a força de atrito entre os corpos (em movimento ou não). O atrito
está presente no dia a dia; sem ele não seria possível sair do lugar. Assim, estudar e compreender a força de atrito é
fundamental para um entendimento pleno do movimento de corpos.
Modelo 1
(Enem) Num sistema de freio convencional, as rodas do carro travam e os pneus derrapam no solo, caso a força exer-
cida sobre o pedal seja muito intensa. O sistema ABS evita o travamento das rodas, mantendo a força de atrito no seu
valor estático máximo, sem derrapagem. O coeficiente de atrito estático da borracha em contato com o concreto vale
μe = 1,0 e o coeficiente de atrito cinético para o mesmo par de materiais é μC = 0,75. Dois carros, com velocidades
iniciais iguais a 108 km/h, iniciam a frenagem numa estrada perfeitamente horizontal de concreto no mesmo ponto.
O carro 1 tem sistema ABS e utiliza a força de atrito estática máxima para a frenagem; já o carro 2 trava as rodas, de
maneira que a força de atrito efetiva é a cinética. Considere g = 10 m/s2.
As distâncias, medidas a partir do ponto em que iniciam a frenagem, que os carros 1 (d1) e 2 (d2) percorrem até parar
são, respectivamente:
a) d1 = 45 m e d2 = 60 m;
b) d1 = 60 m e d2 = 45 m;
c) d1 = 90 m e d2 = 120 m;
d) d1 = 5,8 u 102 m e d2 = 7,8 u 102 m;
e) d1 = 7,8 u 102 m e d2 = 5,8 u 102 m.
Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Esse exercício corresponde à nova temática do Enem, mais conteudista,
A cobrando do aluno não apenas a interpretação da questão, mas também a aplicação de fórmulas diversas.
Desconsiderando a resistência do ar, a resultante das forças resistivas sobre cada carro é a própria força
de atrito.
R = Fat m|a| = μ N
Como a pista é horizontal, a força-peso e a força normal têm mesma intensidade:
N = P = mg
18
Combinando as expressões obtidas:
m|a| = μ N m |a| = μ m g |a| = μ g
Como o coeficiente de atrito é constante, cada movimento é uniformemente retardado (MUV), com velocidade final nula.
Aplicando a equação de Torricelli:
V02 - O2 v02
v2 = v02 – 2|a| d d = _______ d = ______
2|a| 2 μg
Dados para as duas situações propostas:
v0 = 108 km/h = 30 m/s; μe = 1; μC = 0,75; g = 10 m/s2.
Assim:
Alternativa A
Modelo 2
(Enem) Os freios ABS são uma importante medida de segurança no trânsito, os quais funcionam para impedir o tra-
vamento das rodas do carro quando o sistema de freios é acionado, liberando as rodas quando estão no limiar do
deslizamento. Quando as rodas travam, a força de frenagem é governada pelo atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de atrito Fat entre os pneus e a pista, em função da pressão p aplicada no
pedal de freio, para carros sem ABS e com ABS, respectivamente, são:
a)
b)
c)
d)
e)
19
Análise expositiva 1 - Habilidades 17 e 20: Quando o carro não é provido de freios ABS, até um determi-
A nado valor de pressão no pedal, a força de atrito é crescente, até atingir o valor máximo (fat máx); a partir
desse valor de pressão, as rodas travam, e a força de atrito passa a ser cinética (fat cin), constante. Como o
coeficiente de atrito cinético é menor que o estático, a força de atrito cinética é menor que a força de atrito
estático máxima.
Para o carro com freios ABS, no limite de travar, quando a força de atrito atinge o valor máximo (fat máx),
as rodas são liberadas, diminuindo ligeiramente o valor da força de atrito, que novamente aumenta até o
limite de travar e, assim, sucessivamente, mesmo que aumente a pressão nos pedais.
Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
FORÇA DE ATRITO
CORPO EM
CORPO ESTÁTICO
MOVIMENTO
COEFICIENTE DE INTENSIDADE
ATRITO CINÉTICO VARIÁVEL
DEPENDE DA COEFICIENTE DE
FORÇA NORMAL ATRITO ESTÁTICO
20
AULAS FORÇA ELÁSTICA
31 E 32
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20
x = L0 – L
T
Foi determinado experimentalmente que, se a deformação
x for pequena em comparação__› com o comprimento natural
da mola L0, a intensidade de F será linearmente proporcio- Nos exemplos a seguir, por simplificação, a mola será con-
nal a x, ou seja: siderada ideal. Isso quer dizer que a mola tem massa nula
e sua deformação obedece à Lei de Hooke.
F=kx Observe que, se for calculada a tangente do gráfico da força
elástica, será obtida a constante da mola.
Em que k é uma constante de proporcionalidade chamada
k ∙ x= k
tgT = _xF = ____
de constante elástica da mola. O valor de k é específico x
para cada mola. A expressão acima é denominada Lei de
Hooke. É importante registrar que a força elástica é uma força res-
Rearranjando a equação acima e isolando a constante tauradora, ou seja, caso a mola seja deformada de modo
elástica, obtém-se: que seja esticada, a força elástica fará com que a mola
retorne ao seu estado natural; desse modo, sua orientação
k = _xF será para dentro da mola, conforme a figura a seguir:
21
a) o valor de L;
b) a intensidade da força que a mola exerce no teto
do aposento.
Resolução:
Fel Fel
a) Para calcular o valor de L, deve-se obter a força agin-
do na extremidade inferior da mola.
___›
A Terra atrai o bloco com uma força P , que é o peso do
Caso a mola seja comprimida, a força elástica, devido ao
bloco. O bloco, por sua vez, puxa a mola, e, pela lei de ação
seu carater restaurador, será orientada para fora da mola,
e reação, a mola também puxa o bloco. Assim, entre o
conforme a figura a seguir:
bloco e a mola existe um par de forças de mesma intensi-
dade F, como ilustra a figura. Sendo a massa do corpo m
= 0,40 kg e g = 10 m/s2, tem-se:
Fel Fel
T=F
22
Assim, pode-se adotar o esquema simplificado na figura, Considerando o referencial de energia na situação da mola
onde estão assinaladas as intensidades das forças, todas relaxada, determine o módulo da aceleração do rapaz nes-
iguais a F. A força que a mola exerce no teto, portanto, sa situação, quando a mola está distendida de 20 cm.
tem a mesma intensidade F da força que o corpo exerce
Dados:
na mola:
m = 50 kg; k = 25 N/m; x = 20 cm = 2 ∙ 10-1 m.
F = 4,0 N
Resolução:
A intensidade da força elástica que a mola exerce no carri-
nho é dada pela Lei de Hooke:
Fel = kx = 25 ∙ 2 ∙ 10-1 Fel = 5 N
Como o carrinho está em repouso, a força elástica exercida
pela mola para a direita tem a mesma intensidade da força
aplicada pelos pés do rapaz para a esquerda.
É importante observar que: Assim:
Caso o sistema não estivesse em equilíbrio, devido a Frap = Fel = 5 N
mola ser ideal (massa nula), as forças nas suas duas Pelo princípio da ação e reação, o rapaz recebe do carrinho
extremidades não deveriam ter a mesma intensidade. uma força de mesma intensidade para a direita, possibili-
Repare que: tando que ele acelere.
T – F = (massa da mola) · (aceleração) Pelo princípio fundamental da dinâmica:
e se a massa é nula, segue que: Frap = ma 5 = 50a a = 0,1 m/s2
T – F = 0 ou T = F
3. (Unicamp) Sensores de dimensões muito pequenas
As forças devem agir nas duas extremidades (forças de têm sido acoplados a circuitos microeletrônicos. Um
intensidades F e T na figura) para que a mola sofra exemplo é um medidor de aceleração, que consiste
deformação (esticar ou encolher). Se houver força em de uma massa m presa a uma micromola de constan-
te elástica ___k. Quando o conjunto é submetido a uma
apenas uma extremidade, a mola não se deformará. ›
aceleração
__› a , a micromola se deforma, aplicando uma
Portanto, na Lei de Hooke, F é a intensidade das duas força F el na massa (ver diagrama a seguir). O gráfico a
forças que atuam nas extremidades da mola ideal. seguir do diagrama mostra o módulo da força aplicada
versus a deformação de uma micromola utilizada num
2. (Unesp - Adaptado) Um rapaz de 50 kg está inicial-
medidor de aceleração.
mente parado sobre a extremidade esquerda da plata-
forma plana de um carrinho em repouso, em relação ao
solo plano e horizontal. A extremidade direita da pla-
taforma do carrinho está ligada a uma parede rígida,
por meio de uma mola ideal, de massa desprezível e de
constante elástica 25 N/m, inicialmente relaxada.
O rapaz começa a caminhar para a direita, no sentido da
parede, e o carrinho move-se para a esquerda, disten-
dendo a mola. Para manter a mola distendida de 20 cm e
o carrinho em repouso, sem deslizar sobre o solo, o rapaz
mantém-se em movimento uniformemente acelerado.
23
a) Qual é a constante elástica k da micromola? Se o dinamômetro assinalar, por exemplo, 7 N, significa que
b) O medidor de aceleração foi dimensionado de for- uma força de 7 N é exercida em cada extremidade da mola.
ma que essa micromola sofra uma deformação de
0,50 μm, quando a massa tem uma aceleração de O dinamômetro descrito considera que a força aplicada
módulo igual a 25 vezes o da aceleração da gravida- atua esticando a mola. Entretanto, também existem me-
de. Qual é o valor da massa m ligada à micromola? didores que atuam quando a força comprime a mola. Um
Resolução: exemplo familiar são as balanças comuns.
a) Pela Lei de Hooke e utilizando os valo-
res fornecidos pelo gráfico, segue que:
μN
___
F = k ∙ x 0,8 = k ∙ 0,8 k = 1,0 μm = 1,0 N/m
b) Pela segunda Lei de Newton:
FR = ma = k ∙ x m ∙ 25 ∙ 10 = 1,0 ∙ 0,5 ∙ 10-6
m = 2,0 ∙ 10-9 kg
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 06
3. ASSOCIAÇÃO DE MOLAS
Considere duas molas (1 e 2) com constantes elásticas k1 e k2.
Elas podem ser associadas de duas maneiras: em série ou em
24
paralelo. Em cada uma dessas associações, é possível subs-
tituir as duas molas por uma única que produza o mesmo
3.2. Associação em série
efeito. Trata-se da mola equivalente de constante elástica keq. Nesse caso, as molas 1 e 2 estão sujeitas à mesma força F
e sofrem deformações diferentes x1 e x2.
3.1. Associação em paralelo
Observe que, nesse caso, a deformação x sofrida por cada
uma das molas é a mesma.
K1 K2
K2
1 2
1 2
___› ___›
FF11 F22
F
VIVENCIANDO
Sempre que um corpo é sujeito a uma deformação e tende a restaurar o formato original, aparece a força elástica.
Caso o corpo não apresente a tendência de retornar ao estado original, ele apresenta uma característica de plastici-
dade. De maneira prática, a força elástica está presente no sistema de suspensão de um carro ou na corda esticada
de um arco, ou mesmo numa bola quando bate contra um obstáculo.
As teorias da força elástica são amplamente usadas nos projetos de estruturas na construção civil para calcular as
dimensões de vigas, colunas e lajes. É necessário considerar o peso que esses elementos vão suportar, além de seu
peso próprio, e dos materiais utilizados (concreto ou aço); as tensões sofridas pelas estruturas não podem ultrapassar
o limite que o objeto aguenta esticar sem se romper.
25
multimídia: sites
www.todamateria.com.br/lei-de-hooke/
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/
Dinamica/fe.php
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/
lei-hooke.htm
Aplicação do conteúdo
1. (Acafe) Um sistema com molas é montado como na
figura abaixo, onde a constante elástica de cada uma
delas é, alternadamente, 10 N/m e 20 N/m.
Alternativa D
2. (Acafe) Em um brinquedo infantil, um garoto está
suspenso por duas molas 1 e 2 verticais paralelas, onde
atuam as forças de módulos 100 N e 200 N, respecti-
vamente, como mostra a figura (a). O mesmo garoto é
suspenso agora com as mesmas molas 1 e 2 associadas
em série, como na figura (b).
a) 110.
b) 10.
c) 30.
d) 20.
Resolução:
Para associação de molas em série, a constante elástica
equivalente ke é calculada com a expressão:
1 = __
__ 1 + __
1
ke k1 k2
E para associação de molas em paralelo, a constante elás-
tica equivalente ke é dada por:
ke = k1 + k2
Então, simplificando a associação passo a passo, de acordo
com o esquema a seguir:
26
Em relação à segunda situação (figura b), analise as afir- Feq = F1 + F2 = 100 + 200
mações a seguir:
Feq = 300 N
I. O módulo da força aplicada na mola 2 é 200 N.
II. O módulo da força resultante na figura b é 300 N. Na segunda situação, as molas estão em série, e, devido a
lll. As molas possuem a mesma constante elástica k. isso, a força em cada uma das molas é igual à força equi-
lV. A mola 1 aplica uma força de módulo 300 N. valente do sistema de molas. Como o garoto é o mesmo,
Todas as afirmações corretas estão em: então a força equivalente é a mesma. Assim:
O físico inglês Robert Hooke (1635-1703), o cientista que postulou a lei física de deformação causada em um corpo,
ficou amplamente conhecido também por seu temperamento irascível e suas brigas com diversos cientistas ingleses.
Entre eles, Isaac Newton, com quem Hooke travou uma batalha intelectual que durou anos. A briga aconteceu por
causa de divergências entre os cientistas sobre a natureza da luz e os trabalhos de Newton sobre a gravidade.
Ambos eram membros da Royal Society, uma prestigiosa instituição inglesa destinada à promoção do conhecimento
proporcionado pelas ciências naturais. Quando Newton se tornou presidente da organização, ele não poupou es-
forços para obscurecer o trabalho de Hooke, que só foi redescoberto muito anos depois. Inclusive, nenhum retrato
autêntico de Hooke é conhecido atualmente. Diz a lenda que Newton mandou queimar todos assim que assumiu a
presidência da Royal Society.
27
DIAGRAMA DE IDEIAS
FORÇA ELÁSTICA
LEI DE HOOKE
DEFORMAÇÃO
DA MOLA
ASSOCIAÇÃO CONSTANTE
DINAMÔMETRO DE MOLAS ELÁSTICA
PARALELO SÉRIE
28
AULAS DINÂMICA NO MOVIMENTO
33 E 34 CIRCULAR UNIFORME
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 2, 17, 19 e 20
1. INTRODUÇÃO V3
V2
Até aqui, a segunda Lei de Newton foi aplicada aos movi-
mentos retilíneos. Por sua vez, a análise do movimento é F3
relativamente mais complexa quando a trajetória do mo-
V1 F2
vimento é curva.
© LIUSHENGFILM/Shutterstock
F1
V3
V2
trajetória
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FONTE: YOUTUBE
Física Total - Aula 12 - Cinemática angular -
movimento...
V1
2. MOVIMENTO CIRCULAR
UNIFORME (M.C.U.)
Pela Lei da Inércia, a trajetória de um corpo livre da ação
Na figura a seguir, é possível observar o movimento de uma
de forças é retilínea. Dessa forma, em um movimento cur- partícula de massa m em uma trajetória circular de raio R.
vilíneo (trajetória curva), deve existir uma força para modi- A resultante das forças que agem sobre a partícula, a partir
ficar a direção da partícula. Essa força deve apontar para da segunda Lei de Newton e das regras de cálculo vetorial,
“dentro” da curva, como ilustra a figura a seguir (não é é uma força cuja direção passa pelo centro do círculo e
necessário se precocupar, por enquanto, com a direção com sentido também para o centro. Essa resultante é de-
exata da força). nominada resultante centrípeta.
29
Em cada posição do movimento da partícula, no sentido V1
horário, estão representados a força resultante e o vetor
velocidade instantânea (tangente à trajetória). Como o a1
movimento é uniforme, embora sua direção varie, o módu- a2
lo da velocidade é constante. F1
V2
__› __› __› __›
|v 1 | = |v 2 | = |v 3 | = |v 4 | = v F2
V1
F1
R
F2
V2 Sabendo que a velocidade angular v é relacionada com a
velocidade escalar e que o raio da trajetória por v = vR, a
F4 aceleração centrípeta pode ser expressa em função de v.
F3 v2 = (vR)2
v2R2 = v2R
V4 ac = __ _____ = ____
R R R
V3
Aplicação do conteúdo
O módulo da força resultante (resultante centrípeta) tam- 1. A figura mostra um garoto brincando com um skate
bém é constante: dentro de um tubo cilíndrico de raio R = 1,5 m.
__› __› __› __› __›
|F 1 | = |F 2 | = |F 3 | = |F 4 | = F C Supondo que a massa do conjunto garoto + skate seja
m = 45 kg e que, ao passar pela posição mais baixa do
E é dado por: tubo, a velocidade do conjunto seja v = 2,0 m/s, calcule a
força normal exercida pelo tubo sobre o conjunto garoto
2 + skate nesse ponto. Considere g = 10 m/s2.
v
Fc = m · __
R
Disponível em <http://variedadesrap.blogspot.com.br>
__› ___›
Comparando a segunda Lei de Newton (F = m · a ) com a
v2 é o módulo de uma acele-
resultante centrípeta, o termo __
R ___›
ração denominada aceleração centrípeta (a c).
2
v
ac = __
R
De acordo
__› com a segunda Lei de Newton,___› a resultante cen-
trípeta F c e a aceleração centrípeta a c devem ter a mesma
direção e sentido:
__› ___›
Fc = m · ac Resolução:
___›
A resultante centrípeta e a aceleração centrípeta, em duas Na figura
___› a seguir, foram assinalados a força normal N e
posições distintas, para a partícula da figura são: o peso P que atuam no conjunto garoto + skate no ponto
2
mais baixo do tubo. Por ser um movimento curvilíneo (cir-
v
|a1 | = |a2 | = |ac | = __ cular), a resultante deve apontar para o cento C da__› traje-
__› __›
R
tória. Além disso, FN > P, e a resultante centrípeta F C tem
|F 1 | = |F 2 | = Fc = m · __v2
R módulo dado por:
30
Resolução:
A força resultante (centrípeta) e as forças verticais (normal
e peso) que atuam no automóvel, no ponto mais alto da
R trajetória, estão representados na figura a seguir:
C
N
FN
FC
C
P
FC = N – P
Assim:
2 2
v ou N – P = m · __
Fc = m · __ V
R R
Substituindo P = mg:
N
FN
v2
N – mg = m · __
R
(2,0)2
N – 45(10) = 45 · _____ P
1,5
N – 450 = 120 N = 570 N
C
R
C
__›
Como a resultante centrípeta F c deve apontar para o centro
__›
C da circunferência, deve-se ter P > N, e módulo de F c é
N
FC dado por:
FC = P – N
2. Na figura a seguir, o automóvel passa com veloci- Assim:
dade v = 15 m/s por um trecho em lombada de uma
2
estrada. Considerando que a lombada seja circular v
FC = m · __
com raio R = 150 m e que a massa do automóvel seja R
m = 1000 kg, calcule a intensidade da força normal v2
P – N = m · __
exercida pela estrada sobre o automóvel no ponto mais R
alto da trajetória. Considere g = 10 m/s2.
Substituindo P = mg:
2
v
mg – N = m · __
R
2
15
(1000)(10) – N = 1000 · ___
150
N = 8500 N N = 8,5 · 103 N
31
Então:
2
FC = m · __ v
___› R
P + N = m · __ v2
___› R
mg + N = m · __ v2
R
___› (9,0)2
(160)(10) + N = 160 · _____
3,6
___› ___›
N = 2000 N N = 2,0 . 103 N
32
Resolução: um carro completava uma curva. Agora, será analisado um
caso em que um carro não depende somente da força de
A figura___a seguir indica as ___forças que atuam no automóvel:
__›
› › atrito para completar uma curva. Essa situação acontece
o peso P , a força normal N e a força de atrito F A.
quando a pista é sobrelevada (inclinada) e é frequente em
N pistas de corridas ovais.
33
Em que R é o raio da curva. De maneira semelhante, se o carro reduzir a velocidade,
tenderá a cair para o centro da curva, porém, para com-
Em uma pista sobrelevada, para um carro que deseja re-
pensar essa queda rumo ao centro da curva, basta girar o
alizar a ultrapassagem sobre outro veículo pelo lado de
volante para fora da curva.
fora da curva, basta apenas acelerar o veículo, sem girar
o volante, com isso o raio aumenta e o carro “sobe” na Outro exemplo é o que acontece quando uma bolinha
pista inclinada. Entretanto, se o carro quiser aumentar a de gude é colocada dentro de um funil que passa a girar.
velocidade e permanecer no mesmo nível horizontal, basta Nesse caso, pode-se perceber que a bolinha descreve uma
que, simultaneamente, aumente a velocidade do veículo e curva horizontal. Caso a velocidade da bolinha de gude
gire o volante do carro para dentro da curva. Agindo dessa aumente, a bolinha “subirá” para a lateral do funil. Caso
maneira, o uso da força de atrito impedirá que o carro se a velocidade da bolinha diminua, ela “cairá” para o centro
dirija para fora da curva. do funil.
VIVENCIANDO
Em geral, forças centrípetas ocorrem sempre que um móvel descreve uma trajetória circular. A atração gravitacional
entre o Sol e a Terra ou a atração elétrica entre o próton e o elétron são exemplos clássicos. No dia a dia, a força
centrípeta está presente quando um automóvel passa por uma lombada. Lembre-se de que haverá uma velocidade
limite para que o carro não perca contato com o solo. O mesmo ocorre quando um automóvel percorre uma curva:
haverá uma velocidade máxima para que o carro não deslize para fora da curva e aconteça um acidente.
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Miniglobo da morte: a porca que grita!
Desprezando a resistência do ar e a massa do assento,
considerando g = 10 m/s2 e as informações contidas na
Aplicação do conteúdo figura, a maior velocidade, em m/s, com a qual a garota
pode passar pelo ponto A sem que o saco de areia perca
1. (Unesp) Uma garota de 50 kg está brincando em um
contato com o solo é igual a:
balanço constituído de um assento e de uma corda ideal
que tem uma de suas extremidades presa nesse assento a) 2.
e a outra, em um saco de areia de 66 kg, que está apoia-
do, em repouso, sobre o piso horizontal. A corda passa b) 5.
por duas roldanas ideais fixas no teto e, enquanto oscila, c) 3.
a garota percorre uma trajetória circular contida em um
d) 4.
plano vertical de modo que, ao passar pelo ponto A, a
corda fica instantaneamente vertical. e) 1.
34
Resolução: Resolução:
A maior velocidade é aquela para a qual a força normal No movimento circular uniforme, a velocidade tem o mó-
que o apoio exerce no saco de areia é nula, ou seja, a tra- dulo constante, mas direção e sentido estão mudando de-
ção na corda tem intensidade igual a do peso. vido à existência de força resultante centrípeta perpendicu-
lar ao vetor velocidade e ao vetor deslocamento. Assim, o
trabalho da força resultante será nulo, pois, quando a força
é perpendicular ao deslocamento, essa força não realiza
trabalho.
Alternativa B
3. (UPE-SSA 1) Em um filme de ficção científica, uma nave
espacial possui um sistema de cabines girantes que per-
mite ao astronauta dentro de uma cabine ter percepção
de uma aceleração similar à gravidade terrestre. Uma re-
presentação esquemática desse sistema de gravidade ar-
tificial é mostrada na figura a seguir. Se, no espaço vazio,
o sistema de cabines gira com uma velocidade angular Z
Dados: e o astronauta dentro de uma delas tem massa m, deter-
mine o valor da força normal exercida sobre o astronauta
R = L = 5 m; ms = 66 kg; mG = 50 kg; g = 10 m/s2 quando a distância do eixo de rotação vale R. Considere
que R é muito maior que a altura do astronauta e que
No saco: T = PST = 660 N existe atrito entre o solo e seus pés.
mGv2
Na garota: T – PG = Fcent 660 – 500 = ____
R
50v2 = 160 v2 = 16 v = 4 m/s
____
5
Alternativa D
a) mRv2
b) 2mRv2
c) mRv2/2
d) mRv2/R
e) 8 mRv2
Resolução:
A figura a seguir ilustra a força normal gerada na situação
de gravidade artificial.
35
Nesse caso, tem-se que essa força é a resultante das forças A força centrípeta que atua sobre o corpo é:
no movimento circular uniforme. a) 10,0 N. d) 40,0 N.
v 2 b) 20,0 N. e) 50,0 N.
N = FC = m ∙ __ c) 30,0 N.
R
Pode-se representar a velocidade tangencial em função da Resolução:
velocidade angular dada com a expressão: Observando o diagrama de corpo livre do corpo e decom-
v=v∙R pondo a tração na corda nas suas componentes ortogo-
nais, tem-se:
Substituindo na equação anterior, obtém-se uma relação
entre a força normal, o raio e a velocidade angular:
(v ∙ R)2
FN = m ∙ ______ [ FN = m ∙ v2 ∙ R
R
Alternativa A
Observa-se que:
m∙g
TY = P T ∙ cosu = m ∙ g T = ____
cosu
A resultante centrípeta FC é a componente horizontal da
tração Tx:
multimídia: sites Tx = T ∙ senu = FC
mg
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/ Tx = Tsenu Fc = ____ ∙ senu
cosu
Dinamica/fc.php
FC = 4 ∙
_____10 ∙ 0,6 = Fc = 30N
www.educacao.globo.com/fisica/assunto/me- 0,8
canica/forcas-em-movimentos-circulares.html
Alternativa C
www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/
42644-por-que-os-loops-das-montanhas-
-russas-nao-sao-exatamente-circulares-.htm
36
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A citocinese é a fase final dos processos de divisão celular das células eucarióticas, em que existe a efetiva sepa-
ração das duas células depois da formação completa dos dois novos núcleos. A citocinese pode ocorrer de duas
formas: centrípeta, realizada pelos animais, em que a célula “se estrangula” de fora para dentro, e a resultante da
força aponta para o centro da célula; e centrífuga, realizada pelos vegetais, em que a resultante da força aponta
para fora, e a separação das células acontece por uma força que afasta os dois núcleos.
DIAGRAMA DE IDEIAS
RESULTANTE CENTRÍPETA
37
ÓPTICA: Incidência do tema nas principais provas
Podem aparecer com alguma frequência ques- Podem aparecer questões que envolvam
tões que envolvam lentes esféricas, exigindo lentes esféricas, exigindo interpretações de
interpretações de imagens. imagens e estudo analítico das lentes.
Dentre os temas abordados neste livro, lentes Dentre os temas abordados neste livro, Podem aparecer com alguma frequência ques-
esféricas possui mais incidência na prova, exigindo lentes esféricas possui mais incidência na tões que envolvam lentes esféricas, exigindo
interpretação de geometria e domínio da equação prova, exigindo interpretação da geometria interpretações de imagens.
de Gauss. e domínio da equação de Gauss.
Dentre os temas deste livro, lentes esféricas A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de te- A prova tem uma grande variação de temas,
relacionadas a espelhos têm mais incidência porém, lentes esféricas podem aparecer mais mas, mas, eventualmente, podem aparecer porém, lentes esféricas podem aparecer mais
na prova. facilmente. lentes esféricas e espelhos em questões facilmente.
bem objetivas.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas, Não há predominância de temas deste A prova é bem objetiva e não há predominân-
porém, lentes esféricas aparecem com alguma livro, porém, lentes esféricas relacionadas cia de temas. Eventualmente, podem aparecer
frequência, em questões teóricas e que exigem com espelhos podem aparecer na prova. lentes esféricas e espelhos.
manipulações de equações.
Não há predominância de temas deste livro. A prova tem uma grande variação de temas, Lentes esféricas e espelhos esféricos têm gran-
Eventualmente, podem aparecer questões mas, eventualmente, pode aparecer óptica em de incidência na prova em questões objetivas.
sobre lentes esféricas. lentes esféricas.
39
AULAS LENTES ESFÉRICAS: ESTUDO GEOMÉTRICO
27 E 28
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22
2. CLASSIFICAÇÃO DAS LENTES lente for maior que o índice de refração do meio. Nesse
caso, as lentes de bordas espessas serão divergentes. Con-
Com relação à espessura, as lentes podem ter bordas finas tudo, se a relação dos índices de refração for invertida, ou
ou espessas. Cada uma das faces da lente pode ser plana, seja, se as lentes tiverem índices de refração menores que
40
os do meio, então as lentes de bordas finas serão divergen-
tes e as de bordas espessas serão convergentes.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
3. FOCOS PRINCIPAIS DE
UMA LENTE ESFÉRICA
Existem dois focos principais nas lentes: o foco principal
objetivo Fo e o foco principal imagem Fi. Os dois fo-
cos são simétricos em relação ao centro óptico, mesmo nas
lentes com raios de curvatura diferentes nas duas faces.
FEIXE DE RAIOS PARALELOS INCIDINDO EM UMA Considere os seguintes esquemas:
LENTE BICONVEXA (CONVERGENTE).
41
i
Definem-se:
Foco principal objeto Fo: ponto do eixo principal cuja
imagem é imprópria. Ao sairem desse foco e atravessa-
rem a lente convergente, os raios de luz emergem pa- O raio de luz que incide em uma direção que passa
ralelos ao eixo principal. Fo é real na lente convergente pelo foco principal objeto Fo emerge da lente paralela-
e virtual na lente divergente. mente ao eixo principal.
4. RAIOS LUMINOSOS
PARTICULARES
De maneira semelhante ao estudo dos espelhos esféricos,
será representado o comportamento de raios particulares O raio de luz que incide em uma direção que passa
que atravessam uma lente esférica delgada. pelo centro óptico da lente não sofre desvio ao atra-
O raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal vessar a lente.
emerge da lente em uma direção que passa pelo foco
principal imagem Fi.
42
5.1. Primeiro caso: lentes
convergentes
I. Um objeto extenso (vela) é posicionado em uma distân-
cia maior que o ponto antiprincipal objeto (A0).
Propriedades da imagem i:
real
invertida
Todo raio de luz que incide numa direção que passaria
pelo antiprincipal objeto A0 emerge da lente numa di- menor
reção que passaria pelo antiprincipal imagem Ai
5. CONSTRUÇÃO
GEOMÉTRICA DE IMAGENS
Os aspectos da imagem conjugada por uma lente esféri-
ca dependem da posição do objeto em relação à lente. A
construção (ou determinação) das imagens é realizada a
partir das propriedades dos raios particulares. III. Um objeto extenso (vela) é posicionado entre o ponto
antiprincipal objeto (A0) e o foco principal objeto (F0).
Propriedades da imagem i:
real
invertida
maior
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Lentes convergentes
43
IV. Um objeto extenso (vela) é posicionado sobre o foco Propriedades da imagem i:
principal objeto (F0). virtual
Propriedades da imagem i: direita
Imprópria menor
direita
maior
44
b) A lente é convergente porque a imagem é inverti- b)
da. Além disso, o segundo raio traçado aproxima-se
do eixo principal.
c)
Resolução:
Alternativa C
3. (UPE-SSA) Fotógrafos amadores e profissionais estão
utilizando cada vez mais seus smartphones para tirar
suas fotografias. A melhora na qualidade das lentes e
dos sensores ópticos desses aparelhos está populari-
zando rapidamente a prática da fotografia, e o número
de acessórios e lentes, que se acoplam aos aparelhos,
só cresce. Um experimento foi conduzido a fim de pro-
duzir um acessório que consiste de uma lente convexa. É possível observar que, à medida que se aumenta a dis-
A distância d da imagem real formada por um objeto tância do objeto D, a distância da imagem d fica menor,
posicionado sobre o eixo da lente, a uma distância D sendo as duas inversamente proporcionais.
até ela, foi anotada em um gráfico.
Assim, o gráfico correto entre essas duas distâncias apre-
A figura que representa, de forma CORRETA, o resultado senta uma curva chamada hipérbole e está representado
do gráfico desse experimento é na alternativa [E].
a)
Alternativa E
4. (Ifsul) No laboratório de Física de uma escola, um aluno
observa um objeto real através de uma lente divergente.
45
b) real, direita e menor; (Apenas a metade inferior da vela é vista, e com a mes-
c) virtual, invertida e maior; ma intensidade luminosa que a da imagem formada na
d) real, invertida e maior. montagem 1).
d)
Resolução:
Uma lente divergente, qualquer que seja a posição do ob-
jeto em relação à lente, produzirá imagens com as mes-
mas características, ou seja, a imagem será virtual, direita
e menor.
Alternativa A (Toda a vela é vista, e com a mesma intensidade luminosa
5. (PUC-RS) Analise a situação em que diferentes raios que a da imagem formada na montagem 1).
luminosos emanam de um mesmo ponto de uma vela e e)
sofrem refração ao passarem por uma lente.
Resolução:
Montagem 2: A metade inferior da lente foi obstruída por
uma placa opaca. A figura mostras dois raios, (a) e (b), saindo da chama da
vela e outros dois, (c) e (d), saindo da base da vela. Apenas
os raios refratados (a’) e (c’) atingem o anteparo. Vê-se,
assim, que forma-se a imagem da vela inteira, porém ela
fica mais tênue, pois os raios que são barrados pela placa
deixam de contribuir com sua luminosidade.
46
VIVENCIANDO
O estudo das lentes esféricas é um dos grandes avanços proporcionados pela óptica geométrica, que propõe o trata-
mento da luz como um conjunto de raios que cumprem o princípio de Fermat, utilizando-se no estudo da transmissão
da luz por meios homogêneos (lentes, espelhos), a reflexão e a refração. Os estudos da óptica geométrica permitiram
a invenção de equipamentos que proporcionaram avanços tecnológicos importantes para diversas áreas do conhec-
imento, como os microscópios e os telescópios.
As lentes esféricas estão presentes no cotidiano, muito em função da sua utilização para a correção de problemas de
visão, mas também devido ao seu uso em projetores, máquinas fotográficas, lupas, etc.
Habilidade
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em proces-
22 sos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Dentro do contexto da óptica geométrica, a luz, que é uma forma de radiação eletromagnética, pode ser refratada
por lentes esféricas de forma conveniente para uma dada situação. É o caso das lentes esféricas utilizadas em óculos
para correção de ametropias ou na utilização de telescópios, projetores, binóculos, etc.
Diante disso, a Habilidade 22 pode cobrar que o aluno saiba identificar como ocorre a interação da luz com a lente
e perceber se existe uma convergência ou uma divergência dos raios solares. Para tanto, é fundamental conhecer
quais são os tipos de lentes.
Modelo
(Enem) Um experimento bastante interessante no ensino de ciências da natureza constitui em escrever palavras em
tamanho bem pequeno, quase ilegíveis a olho nu, em um pedaço de papel e cobri-lo com uma régua de material
transparente. Em seguida, pinga-se uma gota d’água sobre a régua na região da palavra, conforme mostrado na
figura, que apresenta o resultado do experimento. A gota adquire o formato de uma lente e permite ler a palavra de
modo mais fácil em razão do efeito de ampliação.
47
Qual é o tipo de lente formada pela gota d’água no experimento descrito?
a) Biconvexa. c) Plano-convexa.
b) Bicôncava. d) Plano-côncava.
Análise expositiva - Habilidade 22: Esse exercício cobra que o aluno saiba reconhecer os diferentes tipos de lentes
C e relacionar aquela formada pela gota d’água. É fundamental que o aluno conheça os nomes e os tipos de lentes.
A figura mostra uma vista frontal da gota sobre a régua. Nota-se que a gota forma uma lente plano-convexa.
Alternativa C
DIAGRAMA DE IDEIAS
LENTES ESFÉRICAS
NO AR NO AR
CONVERGENTE DIVERGENTE
RAIOS NOTÁVEIS
CONSTRUÇÃO
IMAGEM REAL IMAGEM VIRTUAL
DE IMAGENS
48
AULAS LENTES ESFÉRICAS: ESTUDO ANALÍTICO
29 E 30
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22
O eixo das abscissas (eixo horizontal) é o eixo principal, e Por convenção, têm-se as seguintes relações:
a orientação é diferente em relação aos objetos e imagens. Em relação à lente:
Eixo dos objetos: orientação contrária ao sentido da luz lente convergente: f > 0;
incidente.
lente divergente: f < 0.
Eixo das imagens: orientação no mesmo sentido da luz
emergente. Em relação ao objeto e imagem:
O eixo das ordenadas (eixo vertical), perpendicular ao eixo i e o têm o mesmo sinal imagem direita em relação
principal, é orientado com sentido positivo para cima. ao objeto,
i e o têm sinais contrários imagem invertida em
A imagem real de um objeto fica do lado oposto ao relação ao objeto.
objeto, enquanto a imagem virtual fica do mesmo
lado que o objeto. Em relação à posição do objeto e da imagem:
objeto real: p > 0;
49
1 = __
__ 1 + __
f p p'
1 (equação de Gauss) 2. VERGÊNCIA DAS
LENTES ESFÉRICAS
p' ____ A convergência ou vergência (C) de uma lente é o in-
A = __oi = – __ f
p =f-p verso da distância focal:
Observe que: 1
C = __
f
se A > 0, oeitêm mesmo sinal, então a imagem é direita;
se A < 0, o e i têm sinais opostos, então a imagem Quanto maior o valor da vergência, mais potente é a lente,
é invertida; isto é, o desvio da luz incidente é maior.
Como a unidade de medida de f, no SI, é o metro (m), a
unidade de vergência é o inverso do metro (m-1), denomi-
nado de dioptria (di). A palavra “grau” é frequentemente
usada em Medicina em vez de “dioptria”.
multimídia: vídeo
Aplicação do contéudo
FONTE: YOUTUBE
Lente olho de peixe caseira para celular 1. Uma lente possui vergência igual a –4 di. Determine:
a) o tipo de lente;
b) a distância focal da lente.
O
A0 F O F A
multimídia: vídeo
p’ ___ 8 FONTE: YOUTUBE
b) __oi = – __ i ___
p 30 = – 24 i = –10 cm |i| = 10 cm Fantástico: a água encantada
p’ _____
10 cm que troca palavras
c) A = __oi = – __ 1
__
p = 30 cm A = – 3
50
3. ELEMENTOS GEOMÉTRICOS Assim, a equação dos fabricantes é simplificada (apenas
um termo para a face curva):
R1 e R2: raios de curvatura de cada uma das faces; face convexa: R > 0 (raio de curvatura positivo).
C1 V2 O V1 C2
R1 Aplicação do conteúdo
R2
1. Uma lente côncavo-convexa tem raios de 40 cm e 20 cm,
n1 respectivamente, e índice da refração igual a 2. Se a lente
estiver imersa no ar, determine:
a) a distância focal;
4. FÓRMULA DOS b) a convergência (em dioptrias);
c) a posição da imagem de um objeto colocado a 30
FABRICANTES DE LENTES cm da lente.
51
uma lente equivalente dada pela equação:
Ceq = C1 + C2
Em que a vergência da lente equivalente é dada pela soma
das vergências individuais.
Aplicação do conteúdo
1. Duas lentes, I e II, de distâncias focais 10 cm e 15 cm,
respectivamente, e eixos ópticos coincidentes, separa-
multimídia: vídeo das de 60 cm, formam um sistema óptico. Determine a
localização da imagem final de um objeto AB colocado
FONTE: YOUTUBE a 20 cm da lente I.
Ótica14 - vergência, associação de lentes
5. ASSOCIAÇÃO DE
LENTES ESFÉRICAS
Nos sistemas ópticos, a luz emergente de uma lente incide
sobre outra lente. Dessa forma, o sistema é uma associação
de duas lentes. Essas associações de lentes são utilizadas Resolução:
em microscópios ópticos, telescópios e outros aparelhos Inicialmente, determina-se a posição da imagem formada
destinados a aumentar a capacidade visual. pela lente I.
Observe na figura a seguir que, em ambos os casos, a ima-
gem A’B’ produzida pela lente L1, do objeto AB, comporta-
-se como um objeto para a lente L2. Assim, dependendo do
tipo de lentes associadas, a imagem final A”B” é maior ou
menor do que o objeto inicial.
1 = __
__ 1 + __
1 ___
1 = ___
1 + __
1
f p1 p’1 10 20 p’1
1 = ___
__ 1 __
1 – ___ 1 = ____
2 – 1 p’ = 20 cm
p’1 10 20 p’1 20 1
52
2. (UFPR) Sabe-se que o objeto fotografado por uma 4. (CEFET-MG) Um boneco é colocado em frente a uma
câmera fotográfica digital tem 20 vezes o tamanho da lente delgada convergente, de distância focal igual a
imagem nítida formada no sensor dessa câmera. A dis- 2,0 m.
tância focal da câmera é de 30 mm. Para a resolução
desse problema, considere as seguintes equações:
A = – p’/p = i/o e 1/f = 1/p + 1/p’.
Assinale a alternativa que apresenta a distância do ob-
jeto até a câmera.
a) 630 mm
b) 600 mm
c) 570 mm
d) 31,5 mm
e) 28, 5mm
Resolução:
O sensor da câmera capta uma imagem real. Assim, o aumento
-1
linear transversal é A = ___
20
Das equações dadas:
A = __f –__ 30 p = 630 mm
-1 = __
f–p 20 30 – p A posição da imagem sobre o eixo óptico e o fator de am-
pliação da imagem do boneco valem, respectivamente:
Alternativa A
a) 2,0 m à direita da lente e –2.
3. (UFRGS) Um objeto real está situado a 12 cm de uma b) 2,0 m à esquerda da lente e –1.
lente. Sua imagem, formada pela lente, é real e tem uma c) 4,0 m à direita da lente e –1.
altura igual à metade da altura do objeto. Tendo em vista d) 6,0 m à esquerda da lente e –1.
essas condições, considere as afirmações a seguir. e) 6,0 m à direita da lente e –2.
I. A lente é convergente.
Resolução:
II. A distância focal da lente é 6 cm.
III. A distância da imagem à lente é 12 cm. Para resolução da questão, foi dado que:
53
DIAGRAMA DE IDEIAS
LENTES ESFÉRICAS
EQUAÇÕES
ESTUDO ANALÍTICO
DE GAUSS
• REAL f>0
OBJETO
• VIRTUAL f<0
i<0
PARA UMA ÚNICA LENTE
• REAL INVERTIDA p’ > 0
IMAGEM PARA UMA ÚNICA LENTE
• VIRTUAL DIREITA p’ < 0
i>0
54
AULAS ÓPTICA DA VISÃO
31 E 32
COMPETÊNCIAS: 1, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 2, 17, 20 e 22
imagem
O órgão responsável pelo sentido da visão é o bulbo ocu- 1.1. Acomodação visual
lar. Esse órgão tem um formato aproximadamente esférico O bulbo ocular pode ser compreendido como um sistema
com diâmetro aproximado de 20 mm. Ao bulbo ocular se óptico formado por uma lente delgada convergente, na
prendem três pares de músculos destinados a orientá-lo. A qual o centro óptico se localiza a aproximadamente 20 mm
parede do bulbo é formada por três camadas: de distância da retina.
Esclerótica: camada exterior opaca e esbranquiça- A reta que passa pelo centro da pupila e pelo centro geo-
da. Na parte anterior, essa camada é mais abaulada e métrico do bulbo é o eixo óptico do bulbo ocular. Contudo,
transparente, formando a córnea. o eixo visual passa pelo centro da pupila e pela fóvea central
e não é o mesmo que o eixo óptico. O tamanho da imagem
Coroide: camada pigmentada e vascularizada, res-
projetada na retina depende do ângulo visual do objeto.
ponsável pela circulação sanguínea do órgão.
A visualização de um objeto, sem deformações, depende da
Retina: membrana nervosa de células sensitivas da formação nítida da imagem sobre a retina. Como a posição da
visão. Essas células se ligam ao centro da visão do cé- retina não se altera, a imagem sempre é formada na mesma
rebro pelo nervo óptico. posição. Assim, para que seja possível visualizar tanto objetos
A pupila, um diafragma regulável, e o cristalino, uma len- próximos quanto distantes, a distância focal da lente (cristali-
te convergente deformável, localizam-se atrás da córnea. no) deve variar. Com isso, os músculos ciliares movimentam a
lente para que a imagem seja focalizada corretamente.
A luz penetra nos olhos através da pupila. Esse orifício se
localiza em um disco denominado íris. É a íris que determi- Ao olhar objetos distantes, o anel muscular está relaxado e
na a cor dos olhos (azul, castanho, verde, etc.). a lente é esticada em função da tensão das fibras.
55
Ao olhar objetos próximos, o anel muscular é contraído, a lente ir perdendo sua flexibilidade. Além disso, a distância
diminuindo a tensão das fibras na lente. de ponto próximo também varia de pessoa para pessoa.
Para um olho normal (olho emetrope), a distância do ponto
próximo ao olho é de aproximadamente 25 centímetros.
d = 25 cm
2. DEFEITOS DA VISÃO
FORMAÇÃO DA IMAGEM SOBRE A RETINA DE UM OBJETO DISTANTE 25 CM DO OLHO. Os principais defeitos da visão são: miopia, hipermetropia,
A acomodação visual permite a observação nítida de objetos presbiopia, astigmatismo e estrabismo.
entre um intervalo máximo e mínimo de distância. Esse in-
tervalo é denominado intervalo de acomodação visual.
Ponto remoto – PR: distância máxima de visão ní-
tida. Nesse caso, o olho conjuga uma imagem nítida
sobre a retina sem esforço algum de acomodação. Os
músculos ciliares estão totalmente relaxados. O ponto
remoto pode ser real, virtual ou impróprio para um olho
emetrope o ponto remoto se situa no infinito.
Ponto próximo – PP: distância mínima de visão ní-
tida. Nesse caso, o olho conjuga uma imagem nítida multimídia: vídeo
sobre a retina com esforço máximo de acomodação. Os
músculos ciliares estão totalmente contraídos. FONTE: YOUTUBE
Biofísica do olho e problemas
A distância mínima da visão nítida aumenta (visão distinta) à de visão - Mundo Física
medida que um indivíduo envelhece. Isso se deve ao fato de
56
2.1. Miopia
© Rawpixel/Shutterstock
O olho míope é mais alongado do que o olho normal,
o que causa a convergência dos raios luminosos em uma
© Bublyk Tamara/Shutterstock
posição anterior à posição da retina. Assim, a imagem de
objetos distantes é formada antes da retina, e uma pessoa
com miopia não enxerga distintamente (nitidamente) ob-
jetos distantes. Entretanto, para objetos próximos, a nitidez
da imagem é perfeita.
Por não se tratar de um defeito na lente, a acomodação VISÃO DE UMA PESSOA COM MIOPIA
visual é realizada normalmente. O ponto próximo passa a
ocupar uma distância menor que 25 cm. Como o olho míope não consegue observar objetos dis-
tantes, afirma-se que o seu ponto remoto PR não é in-
A correção da miopia é realizada por meio de lentes
finito, ou seja, um valor finito. Desse modo, a miopia é
divergentes.
corrigida ao se utilizar uma lente divergente que traz a
imagem de um objeto localizado no infinito para o ponto
remoto da pessoa, formando uma imagem virtual. Apli-
cando a equação de Gauss para lentes esféricas, tem-se:
__1 = __1 + __
1
f p p’
__1 = __1 + ___ 1
f ∞ –PR
__1 = 0 + ____
1
f –PR
V = __1 = ___
1
f –PR
57
aumentar o esforço de acomodação, o olho hipermetrope A hipermetropia pode ser causada por dois motivos: o olho
é capaz de diminuir a distância focal e “trazer” a imagem hipermetrope é menos alongado do que o normal ou a cór-
sobre a retina. Com o máximo esforço de acomodação, o nea possui uma curva muito baixa, ou seja, uma baixa ver-
ponto próximo está além dos 25 cm. gência. Por isso, associa-se ao olho uma lente convergente.
A correção de hipermetropia é realizada por meio de
lentes convergentes.
bifocais.
© Bublyk Tamara/Shutterstock
2.4. Astigmatismo
O astigmatismo ocorre devido à imperfeição da simetria do
sistema óptico em torno do eixo óptico. Tanto imperfeições
na curvatura da córnea quanto da lente podem causar esse
problema da visão.
A correção do astigmatismo é realizada por meio de len-
VISÃO DE UMA PESSOA COM HIPERMETROPIA
tes cilíndricas, de modo que o raio de curvatura compen-
se a deficiência do diâmetro da córnea.
Como o olho hipermetrope não consegue observar objetos
© Rawpixel/Shutterstock
__1 = ____
1 + ____
1
f 0,25 -PP VISÃO DE UMA PESSOA COM ASTIGMATISMO
58
olho e o adesivo é de 3 m. Supondo que a distância en-
2.5. Estrabismo tre esse cristalino e a retina, onde se forma a imagem,
O estrabismo é causado pela impossibilidade de as retas é igual a 20 mm, o tamanho da imagem do adesivo for-
visuais de ambos os olhos terem a mesma direção, simul- mada na retina é:
taneamente, sobre o ponto visado.
A correção do estrabismo é realizada por meio de lentes
prismáticas. Essa lentes desviam os raios luminosos pro-
venientes dos objetos fazendo com que as imagens fiquem
sobre as linhas visuais dos dois olhos. a) 4 ∙ 10-3 mm
b) 5 ∙ 10-3 mm
c) 4 ∙ 10-2 mm
d) 5 ∙ 10-4 mm
e) 2 ∙ 10-4 mm
Resolução:
Por semelhança de triângulos:
p’ ____
__i = __ i 20 mm 6 mm ∙ 20 mm
= ________ i = ___________ [ i = 4 ∙ 10-2 mm
o p 6 mm 3000 mm 3000 mm
Alternativa C
3. A miopia é um problema de visão. Quem tem esse
problema, enxerga melhor de perto, mas tem dificulda-
multimídia: sites de de enxergar qualquer coisa que esteja distante. Três
alunos, todos eles totalmente contrários ao bullying,
www.educabras.com/vestibular/materia/fisica/ fizeram afirmações sobre o problema da miopia:
optica/aulas/optica_da_visao_defeitos_na_
Aluno 1: o defeito é corrigido com o uso de lentes convergentes.
visao_humana
Aluno 2: a imagem de objetos distantes é formada antes
www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/ da retina.
fisica/optica_visao
Aluno 3: ao observar uma estrela no céu, a imagem da es-
www.efisica.if.usp.br/otica/basico/visao/ trela será formada depois da retina, em função da distância.
Fizeram afirmações CORRETAS:
a) os alunos 1 e 3.
Aplicação do conteúdo b) os alunos 2 e 3.
c) apenas o aluno 2.
1. (Unifesp) Um estudante observa que, com uma das
duas lentes iguais de seus óculos, consegue projetar so- d) apenas o aluno 1.
bre o tampo da sua carteira a imagem de uma lâmpada Resolução:
fluorescente localizada acima da lente, no teto da sala.
Sabe-se que a distância da lâmpada à lente é de 1,8 m Para a correção da miopia são utilizadas lentes divergentes,
e desta ao tampo da carteira é de 0,36 m. pois a imagem se forma antes da retina e seu uso força os
a) Qual a distância focal da lente? raios luminosos a se encontrarem sobre a retina, possibi-
b) Qual o provável defeito de visão do estudante? litando a visão mais nítida. Com isso, apenas o aluno 2
Justifique. estava correto.
Resolução: Alternativa C
a) Da equação de Gauss, tem-se:
4. (Espcex-Aman) Um estudante foi ao oftalmologista
__1 = __1 + __
1 __1 = ___
1 + ____
1 f = 0,30 m reclamando que, de perto, não enxergava bem. Depois
f p p’ f 1,8 0,36 de realizar o exame, o médico explicou que tal fato acon-
tecia porque o ponto próximo da vista do rapaz estava a
b) Como a lente utilizada é convergente (f > 0), o pro- uma distância superior a 25 cm e que ele, para corrigir o
vável defeito de visão do estudante é a hipermetropia. problema, deveria usar óculos com “lentes de 2,0 graus“,
isto é, lentes possuindo vergência de 2,0 dioptrias.
2. (UPF) Uma pessoa com visão perfeita observa um
adesivo, de tamanho igual a 6 mm, grudado na parede Do exposto acima, pode-se concluir que o estudante deve
na altura de seus olhos. A distância entre o cristalino do usar lentes:
59
a) divergentes com 40 cm de distância focal;
b) divergentes com 50 cm de distância focal;
c) divergentes com 25 cm de distância focal;
d) convergentes com 50 cm de distância focal;
e) convergentes com 25 cm de distância focal.
Resolução:
Pelo descrito no enunciado, o estudante não enxergava
bem porque o seu ponto próximo era superior a 25 cm. De acordo com o texto, a miopia causada por essa doença
Esse tipo de problema é característico do problema de vi- deve-se ao fato de, ao tornar-se mais intumescido, o crista-
são denominado hipermetropia. Para correção do problma, lino ter sua distância focal:
é necessária uma lente convergente. a) aumentada e torna-se mais divergente;
b) reduzida e torna-se mais divergente;
Como é dado que a vergência da lente a ser usada é de 2
c) aumentada e torna-se mais convergente;
dioptrias, tem-se que:
d) aumentada e torna-se mais refringente;
V = __1 [ m-1]
f e) reduzida e torna-se mais convergente.
2= 1
__
f Resolução:
f = 50 cm Considerando o cristalino uma lente biconvexa simétrica e
Alternativa D que as duas faces estejam em contato com o mesmo meio,
pela equação do fabricante de lente, tem-se:
5. (Unesp) Dentre as complicações que um portador de
diabetes não controlado pode apresentar está a cata-
rata, ou seja, a perda da transparência do cristalino, a
f rel ( )
1 + __1 __1 = (n – 1) __2 f = ________
__1 = (n – 1) __
R R f rel
R
1
2(nrel – 1)
R
A distância focal é diretamente proporcional ao raio de
lente do olho. Em situações de hiperglicemia, o crista-
lino absorve água, fica intumescido e tem seu raio de curvatura. Assim, se o raio de curvatura diminui, o cristalino
curvatura diminuído (figura 1), o que provoca miopia tem sua distância focal reduzida.
no paciente. À medida que a taxa de açúcar no sangue
Da equação da vergência, V = __1 , a vergência é inversa-
retorna aos níveis normais, o cristalino perde parte do f
excesso de água e volta ao tamanho original (figura 2). mente proporcional à distância focal. Então, se a distância
A repetição dessa situação altera as fibras da estrutura focal é reduzida, o cristalino torna-se mais convergente.
do cristalino, provocando sua opacificação.
(WWW.REVISTAVIGOR.COM.BR. ADAPTADO.) Alternativa E
Habilidade
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em proces-
22 sos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
A Habilidade 22 exige que o aluno compreenda como ocorre a interação da luz, um tipo de radiação eletromagnéti-
ca, com a matéria. Essa habilidade pode ser inserida, por exemplo, dentro do contexto da óptica da visão, comparan-
do o funcionamento do olho humano com uma câmara escura, por exemplo; para isso, o aluno deve compreender
princípios básicos da óptica geométrica.
Assim, o estudante deve conhecer as diferentes doenças ligadas à visão: miopia, hipermetropia, astigmatismo e
presbiopia, além das correções para cada uma dessas doenças.
60
Modelo 1
(Enem) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (lbn al-Haytham, 965-1040 d.C.) escreveu sua principal obra, o Livro da
Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da visão e outros aspectos da óptica, por exem-
plo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi traduzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais
pelos europeus. Na figura, retirada dessa obra, é representada a imagem invertida de edificações em tecido utilizado
como anteparo.
Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao(à):
a) íris;
b) retina;
c) pupila;
d) córnea;
e) cristalino.
Análise expositiva 1 - Habilidade 22: Exercício de rápida resolução que cobra do aluno a capacidade de
B relacionar diferentes temas dentro da óptica geométrica.
A estrutura do olho análoga à imagem invertida utilizada na figura é a retina. Quando a imagem é formada
na retina, esta é reduzida e invertida. Ao chegar ao córtex cerebral, ela é processada.
Alternativa B
Modelo 2
(Enem) O avanço tecnológico da medicina propicia o desenvolvimento de tratamento para diversas doenças, como as
relacionadas à visão. As correções que utilizam laser para o tratamento da miopia são consideradas seguras até doze
dioptrias, dependendo da espessura e curvatura da córnea. Para valores de dioptria superiores a esse, o implante de
lentes intraoculares é mais indicado. Essas lentes, conhecidas como lentes fácicas (LF) são implantadas junto à córnea,
antecedendo o cristalino (C), sem que esse precise ser removido, formando a imagem correta sobre a retina (R).
O comportamento de um feixe de luz incidindo no olho que possui um implante de lentes fácicas para correção do
problema de visão apresentado é esquematizado por:
a) d)
b) e)
c)
61
Análise expositiva 2 - Habilidade 22: Exercício também de rápida resolução, que relaciona como a física é
B aplicada junto com a biologia dentro do olho humano.
No olho míope, a imagem de um objeto distante forma-se antes da retina. A função da lente é tornar o feixe
incidente mais largo (divergente) para que, após atravessar o cristalino, o feixe convergente tenha vértice
sobre a retina.
Alternativa B
ss DIAGRAMA DE IDEIAS
OLHO HUMANO
AMETROPIAS
• MIOPIA LENTE DIVERGENTE
• HIPERMETROPIA LENTE CONVERGENTE
• ASTIGMATISMO SENSOR NA VISÃO
62
AULAS INSTRUMENTOS ÓPTICOS
33 E 34
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 5 e 6 HABILIDADES: 1, 6, 17 e 22
1. INSTRUMENTOS DE PROJEÇÃO Além das lentes, uma máquina fotográfica possui outros
componentes importantes. Os principais componentes são:
Os instrumentos de projeção, como o projetor de filmes
lente ou objetiva: sistema convergente de lentes;
ou de slides, fornecem imagens reais, uma vez que as
imagens são projetadas sob um anteparo. Entretanto, o diafragma ou abertura: sistema regulador da quan-
tamanho da imagem pode ser maior ou menor do que o tidade de luz que entra na máquina fotográfica;
tamanho do objeto. Por exemplo, a imagem projetada por
obturador: bloqueia ou permite que os raios lumino-
uma máquina fotográfica é menor do que o objeto.
sos passem para o anteparo;
disparador: dispositivo para controlar o obturador e
permitir a exposição da película por um intervalo de
tempo suficiente para que seja sensibilizada;
película fotossensível: filme ou chapa.
A fotografia obtida é nítida quando a imagem se forma
exatamente sobre o plano do filme. Para regular a po-
sição da imagem, existe um mecanismo que controla a
distância entre a película fotossensível e a objetiva. As-
sim, é possível regular essa distância de modo a se obter
multimídia: vídeo fotografias nítidas.
FONTE: YOUTUBE Como o princípio do funcionamento da máquina fotográfi-
Instrumentos Ópticos - Física ca se baseia na formação de imagens com lentes, é válida
a equação de Gauss para as lentes.
obturador
Os projetores de slides ou filmes utilizam objetos transpa-
rentes, denominados slides ou diapositivos.
abertura
bobina de
bobina de alimentação
recolhimento
objeto obturador
lente
gate
filme
63
Um projetor de slides simples possui os seguintes compo-
nentes principais:
Espelho côncavo: reflete parte da luz de uma lâmpa-
da colocada sobre o foco do espelho para um sistema
de lentes.
Fonte de luz: lâmpada de alta potência.
Porta-slides: composto por uma lente convergente
que conjuga uma imagem real na tela.
1 = __
__ 1 + __
1 ___1 = __
1 + ___
1 __1 = 5 – ___
1
Tela ou anteparo: anteparo de projeção da imagem f p p’ 0,2 p 10 p 10
dos slides. 49
1 = ___
__ 10
___
p 10 p = 49 m
lâmpada tela
slide
2. INSTRUMENTOS DE OBSERVAÇÃO
Os instrumentos de observação são utilizados para aumentar
a imagem dos objetos. Nesses equipamentos, a imagem final
é virtual. A lupa e o microscópio são instrumentos de obser-
lente convergente
(objetiva) vação e ampliam a imagem de objetos que se encontram
espelho esférico próximos. No caso de lunetas, telescópios e binóculos, os ob-
côncavo
jetos se encontram distantes. Em ambos os cabos, indepen-
dentemente do sistema de lentes utilizado, a imagem final
formada dá a impressão de que o objeto está mais próximo.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Óptica - Aula 11 - Instrumentos Ópticos
LUPA
Aplicação do conteúdo
1. A distância focal de um projetor cinematográfico é de
20 cm. Uma tela está a 10 m de distância do projetor. A
qual distância da lente o objeto (slide) deve ser coloca-
do para se obter uma projeção nítida?
Resolução:
Dados: f = 20 cm = 0,2 m; p’ = 10 m.
Na figura, o filme foi colocado invertido no projetor para
que a imagem tenha orientação para cima no anteparo. A IMAGEM FORMADA PELA LUPA: VIRTUAL, DIREITA E MAIOR DO QUE O OBJETO.
64
Amicroscópio = Aobjetiva Aocular
multimídia: vídeo
2.2.1 Luneta
FONTE: YOUTUBE
Óculos, Lunetas, Telescópios, A luneta amplia a imagem dos objetos de modo semelhan-
Microscópios, Projetores e Lupas te ao microscópio composto. Entretanto, é utilizada para
a observação de objetos localizados a grandes distâncias,
como cometas, planetas e estrelas. O sistema óptico é com-
2.2. Microscópio composto posto por duas lentes convergentes: lente objetiva e lente
ocular. A lente objetiva, por sua vez, possui distância focal
O microscópio composto, diferentemente da lupa, fornece da ordem de alguns metros.
um aumento muito grande. Por isso, sua utilização é necessá-
ria para visualizar objetos de dimensões bastante pequenas. A figura a seguir representa a associação de lentes de uma
luneta. A imagem i do objeto forma-se no plano focal da
O sistema óptico do microscópio composto é formado por
objetiva, entre o foco objeto e o centro óptico da ocular,
duas lentes convergentes associadas sobre o mesmo eixo
principal (coaxialmente). Uma delas, denominada objetiva, pois o objeto está em uma posição muito distante da lente.
tem distância focal pequena (da ordem de milímetros) e é A lente ocular forma a imagem final (i2) utilizando a ima-
utilizada próximo ao objeto. A segunda lente, denominada gem da lente objetiva como objeto. A imagem final é virtu-
ocular, é utilizada para a observação da imagem e funciona al, invertida e maior do que o objeto.
como uma lupa. A imagem final formada é virtual, invertida
e maior do que o objeto.
foc fob
MICROSCÓPIO COMPOSTO
65
A luneta terrestre, ou luneta de Galileu, utiliza uma ocular
divergente em vez de convergente. Isso elimina o fato de
que, na luneta astronômica (com objetiva e ocular sendo
lentes convergentes), a imagem final é invertida. Com a
ocular divergente, tem-se uma imagem final direita em re-
lação ao objeto original.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Energia Mecânica - Sistema Dissipativo de Energia
Uma câmera Imax 3D acompanha os esforços
de sete astronautas, enquanto eles tentam
consertar o telescópio espacial Hubble.
Aplicação do conteúdo
1. Um observador, a 5 cm do centro óptico de uma lupa,
cuja distância focal é de 8 cm, observa um objeto, com
6 cm de altura, colocado a 2 cm da lupa.
Determine:
multimídia: vídeo a) a posição da imagem;
b) o tamanho da imagem;
FONTE: YOUTUBE
c) o aumento linear transversal.
TELESCÓPIO HUBBLE - A ÚLTIMA MISSÃO ...
Resolução:
Dados: f = 8 cm, o = 6 cm, p = 2 cm.
2.3. Telescópio a) A partir da equação de Gauss, a posição da imagem é:
O telescópio é um instrumento óptico utilizado para a ob- 1 = __
__ 1 + __
1 __
1 = __
1 + __
1 __
1 = __
1 – __ 8 cm
1 p’ = – __
servação de objetos distantes. A objetiva de um telescópio f p p’ 8 2 p’ p’ 8 2 3
é um espelho côncavo de grande distância focal (na luneta, b) O tamanho da imagem é obtido a partir da relação
a objetiva é uma lente convergente). O telescópio ainda entre as distâncias do objeto e da imagem:
utiliza outros espelhos, planos e convexos, para desviar os
raios de luz até o local de observação. p’ __i
__i = – __
8
3
____( )
– __
o p 6 = – 2 i = 8 cm
c) O aumento linear transversal é:
8 A = __
A = __oi = __ 4
6 3
2. Um microscópio tem objetiva com distância focal
de 8 mm e ocular com distância focal de 18 mm. Um
objeto de 2 mm de altura é disposto a 8,4 mm da ob-
jetiva e a distância entre as duas lentes é de 180 mm.
Determine:
a) a que distância da objetiva se formará a primeira
imagem do objeto;
NO TELESCÓPIO, OS RAIOS DE LUZ INCIDEM PRATICAMENTE PARALELOS SOBRE b) o tamanho da primeira imagem formada;
UM ESPELHO CÔNCAVO. OS RAIOS DE LUZ SÃO DESVIADOS PARA O OLHO
DO OBSERVADOR POR UM ESPELHO CONVEXO E DOIS ESPELHOS PLANOS.
c) a que distância da ocular se formará a imagem final;
66
d) o tamanho da imagem final; a) 6,0.
e) o aumento linear transversal do microscópio. b) 7,0.
c) 8,0.
Resolução: d) 9,0.
Dados: fob = 8 mm; foc = 18 mm; p1 = 8,4 mm; d = 180 mm. e) 10,0.
Então:
b) Tamanho da primeira imagem (i1):
__i1 = – ___
p’1 __i1 0,8 cm
168
___ i = 3 m ∙ ______= 0,6 cm = 6 mm
o p1 2 = – 8,4 i1 = – 40 mm 4m
c) Cálculo da distância da imagem final (p’2): Alternativa A
__i2 = – ___
p’2 ____
i (–36)
2 = – _____ i2 = –120 mm
i1 p 2 –40 12
e) Aumento linear transversal do microscópio (Amicroscópio)
é dado pelo produto do aumento linear transversal de
cada uma das lentes:
i1 __i2
Amicroscópio = Aobjetiva . Aocular = __
multimídia: sites
oi
1
efisica.if.usp.br/otica/basico/instrumentos/
Amicroscópio = –40 –120 = –60 ou |a| = 60
____ ____ mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/os-ins-
2 –40
trumentos-opticos.htm
3. (IFBA) A câmara de um celular, cuja espessura é de www.coladaweb.com/fisica/optica/instru-
0,8 cm, capta a imagem de uma árvore de 3,0 m de mentos-opticos
altura, que se encontra a 4,0 m de distância do orifí-
alunosonline.uol.com.br/fisica/instrumentos-
cio da lente, projetando uma imagem invertida em seu
interior. Para simplificar a análise, considere o sistema -opticos.html
como uma câmara escura. Assim, pode-se afirmar que
a altura da imagem, em mm, no interior da câmara é,
aproximadamente, igual a: 4. (Unesp) A figura a seguir mostra um objeto AB, uma
lente convergente L, sendo utilizada como lupa (lente
de aumento), e as posições de seus focos F e F’.
67
a) Copie essa figura. Em seguida, localize a imagem
A’B’ do objeto fornecida pela lente, traçando a tra-
jetória de, pelo menos, dois raios incidentes, prove-
nientes de A.
b) A imagem obtida é real ou virtual? Justifique sua resposta.
Resolução:
a) Observe a figura a seguir:
A utilização de instrumentos ópticos é muito presente no cotidiano. Os óculos, por exemplo, que datam do século I,
foram criados para corrigir problemas de visão. Existem também as lentes de contato, a máquina fotográfica, criada pelo
francês Joseph Nicérphore Niépce (1765-1833) no ano de 1826, o telescópio, criado pelo neerlandês Hans Lippershey
em 1608, que também inventou o binóculo, aperfeiçoado depois por Galileu, entre muitos outros intrumentos.
Satélites com potentes telescópios varrem não só o espaço fora da Terra, como a própria superfície da Terra.
68
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem
e explicarem fenômenos físicos.
Modelo
(Enem) A aquisição de um telescópio deve levar em consideração diversos fatores, entre os quais estão o aumento
angular, a resolução ou o poder de separação e a magnitude limite. O aumento angular informa quantas vezes mais
próximo de nós percebemos o objeto observado e é calculado como sendo a razão entre as distâncias focais da ob-
jetiva (F1) e da ocular (F2). A resolução do telescópio (P) informa o menor ângulo que deve existir entre dois pontos
observados para que seja possível distingui-los. A magnitude limite (M) indica o menor brilho que um telescópio pode
captar. Os valores numéricos de P e M pelas expressões: P = 12 ___ e M = 7,1 + 5(lod D), em que D é o valor numérico do
D
diâmetro da objetiva do telescópio, expresso em centímetro.
DISPONÍVEL EM: WWW.TELESCOPIOSASTRONOMICOS.COM.BR. ACESSO EM: 13 MAIO 2013 (ADAPTADO).
Ao realizar a observação de um planeta distante e de luminosidade, não se obteve uma imagem nítida. Para melhorar
a qualidade dessa observação, os valores de D, F1 e F2 devem ser, respectivamente:
a) aumentado, aumentado e diminuído;
b) aumentado, diminuído e aumentado;
c) aumentado, diminuído e diminuído;
d) diminuído, aumentado e aumentado;
e) diminuído, aumentado e diminuído.
Análise expositiva - Habilidade 17: Exercício que exige do estudante saber aplicar os conhecimento de ins-
A trumentos ópticos, constituídos por lentes esféricas, e uma relação matemática apresentada pela banca. Para a
resolução, o aluno precisará saber manobrar nessas equações para achar a relação entre os focos.
De acordo com as expressões de P e M, DEVE-SE aumentar o valor de D, de modo a diminuirmos o menor ângulo
necessário e aumentarmos a magnitude limite. E como o aumento angular é dado por F1/F2, DEVE-SE aumentar
F1 e diminuir F2.
Alternativa A
69
DIAGRAMA DE IDEIAS
INSTRUMENTOS
ÓPTICOS
IMAGEM REAL,
PROJETOR
INVERTIDA E MAIOR
LENTES OBJETIVA
LUNETA
E OCULAR
FOB
AN =
FOC
ASSOCIAÇÃO
TELESCÓPIO
DE ESPELHOS
70
ELETRODINÂMICA: Incidência do tema nas principais provas
A prova exige interpretação de circuitos elétricos, A prova exige interpretação de circuitos A prova exige interpretação de circuitos
compreendendo a função do gerador e receptor, elétricos, compreendendo a função do elétricos, com atenção à função do gerador
com atenção aos conceitos fundamentais de gerador e resistor, com atenção aos con- nesses circuitos e dos conceitos fundamentais
potência elétrica dissipada. ceitos fundamentais de potência elétrica de potência elétrica dissipada, relacionando
dissipada. com outros temas da Física.
A prova exige atenção aos conceitos Dentre os temas abordados neste livro, A prova tem uma grande variação de te- Dentre os temas abordados neste livro,
fundamentais de potência elétrica dissipada gerador associado com potência elétrica é o mas, mas, eventualmente, podem aparecer gerador associado com potência elétrica é o
em um circuito, interpretando a função do assunto mais frequente, exigindo aplicações geradores e potência elétrica dissipada em assunto mais frequente, exigindo aplicações
gerador no circuito, relacionado com outros das equações. questões bem objetivas. das equações.
temas da Física.
UFMG
A prova tem uma grande variação de A prova apresenta questões conceituais e A prova é bem objetiva e não há predominân-
temas, porém geradores elétricos e potência práticas que abordam conceitos fundamen- cia de temas. Eventualmente, podem aparecer
elétrica aparecem com alguma frequência, em tais de circuitos elétricos, com geradores geradores associados com potência elétrica.
questões teóricas e que exigem manipulações elétricos e potência dissipada.
de equações.
A prova apresenta questões conceituais e A prova tem uma grande variação de temas, Há uma grande incidência de associação de
práticas que abordam conceitos fundamentais porém, pode aparecer gerador com potência resistores, que relaciona geradores elétricos
de circuitos elétricos, geradores elétricos e elétrica, associando com outros temas da com potência elétrica, em questões objetivas.
potência dissipada. Física.
71
AULAS ESTUDO E ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
27 E 28
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
72
3. POTÊNCIA ÚTIL FORNECIDA Aplicação do conteúdo
É possível obter a potência elétrica fornecida ao circuito a par- 1. Para uma bateria de resistência interna 2 V e força
tir do gráfico da curva característica de um gerador elétrico. eletromotriz 10 V:
a) Calcule a diferença de potencial, entre os terminais
da bateria, para as diferentes intensidades de corren-
te elétrica indicadas na tabela.
i(A) 0 1 2 3 4 5
A = Pu U = « – ri u = 10 – 2i
A área destacada no gráfico, terminada por um valor de i, é
Substituindo i pelos valores da tabela, obtém-se:
igual à potência útil Pu fornecida ao circuito externo.
A potência também pode ser obtida a partir da equação do i (A) 0 1 2 3 4 5
gerador. Lembre-se de que a potência é o produto da d.d.p.
pela corrente elétrica: U (V) 10 8 6 4 2 0
Pu
Pu max
a) a f.e.m.;
b) a resistência interna;
c) a d.d.p. entre seus terminais para i = 3 A;
i
d) a intensidade da corrente de curto-circuito;
e) a potência elétrica fornecida para i = 2 A.
73
Resolução:
4.1. Associação em série
a) Sendo U = « – ri, para i = 0, obtém-se: A associação em série permite aumentar a potência útil
fornecida ao circuito, pois aumenta a diferença de poten-
35 = « – r · 0 cial entre os extremos da associação de geradores. Esse
« = 35 V tipo de ligação é comum em lanternas, rádios e diversos
aparelhos alimentados por pilhas. A ligação em série de
b) Para U = 0, tem-se:
geradores é realizada de modo que o polo positivo de um
0 = 35 – r · 5 gerador se conecte ao polo negativo de outro gerador..
r=7V + - + - + - + -
c) Para i = 3 A, calcula-se:
U = 35 – 7 · 3
U = 14 V A B
Pu = U · i
Pu = (« – ri) i
Pu = (35 – 7 · 2) · 2
Pu = 42 W
4. ASSOCIAÇÃO DE GERADORES
Assim como os resistores, os geradores podem ser asso-
ciados em série, em paralelo ou em uma combinação de
ambas as ligações. Cada associação pode ser representada
por um gerador equivalente. O efeito desse gerador equi- Essa combinação de geradores pode ser simplificada e re-
valente no circuito é como a associação real do conjunto presentada por apenas um gerador equivalente:
de geradores.
74
Us = U1 + U2 + ... + Un A figura a seguir ilustra a ligação em paralelo de gera-
dos elétricos:
A soma das potências fornecidas por cada um dos gerado-
+ -
res associados é a potência fornecida ao circuito externo.
Essa é a vantagem da associação de geradores em série:
Ps = P1 + P2 + ... + Pn
+ -
Da mesma maneira, a soma das resistências internas dos A B
geradores associados é igual à resistência interna do gera-
dor equivalente:
+ -
rs = r1 + r2 + ... + rn
75
A d.d.p. entre A e B é 4,5 V e 4,0 V quando a chave Ch está Resolução:
aberta e fechada, respectivamente. Calcule:
a) A f.e.m. e a resistência equivalente da associação
a) a f.e.m. de cada pilha;
em série são:
b) a intensidade de corrente no circuito com a chave fechada;
c) a resistência interna de cada pilha. «s = 1,5 + 1,5 «s = 3 V
Resolução:
rs = 0,5 + 0,5 = 1 V
a) Com a chave Ch aberta, tem-se:
i = 0 e UAB = «S = 3.«. Aplicando a Lei de Pouillet, calcula-se a intensidade da cor-
Assim: UAB = 3« 4,5 V = 3 « « = 1,5 V rente i1:
b) Com a chave Ch fechada, tem-se:
UAB = RLi 4 = 10i i = 0,40 A «s = (R + rs)i 3 = (2 + 1)i, i1 = 1 A
c) A partir da equação do gerador, para o circuito com
b) A f.e.m. e a resistência equivalente da associação
a chave fechada, tem-se:
em paralelo são, respectivamente:
UAB = «S – rSi UAB = 3 « – 3 ri
0,5
4 = 3 · 1,5 – 3r · 0,4 «p = 1,5V e rp = __r = ___ = 0,25 V
2 2
4 = 4,5 – 1,2r
5 V Aplicando a Lei de Pouillet, obtém-se:
r = ___
12
«p = (R + rs) i2 1,5 = (2 + 0,25)i
2. Duas pilhas iguais de f.e.m. « = 1,5 V e resistência
interna r = 0,5 V são associadas de modos diferentes e i = 0,67 A
ligadas a um resistor de 2 V, conforme as figuras. Cal-
cule a intensidade da corrente no resistor em cada uma
das associações.
a)
b)
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
G1 - Confira dica de física sobre
geradores elétricos
76
VIVENCIANDO
As associações de geradores são muito utilizadas no cotidiano, seja em brinquedos, seja em controles remotos de
televisores. Dependendo do aparelho, esses equipamentos utilizarão pilhas ou baterias associadas em série ou em
paralelo, de acordo com a necessidade.
Para aumentar a tensão, são utilizadas pilhas em série. É possível até mesmo ligar um aparelho que funciona com
tensão de 110 V; para isso, devem ser conectadas em série 73 pilhas de 1,5 V cada uma.
Para aumentar a corrente elétrica, as pilhas devem ser associadas em paralelo; desse modo, no entanto, não ocorre
aumento da tensão. Na associação em paralelo, a resistência interna do gerador equivalente é menor do que quando
os mesmos geradores são associados em série.
Habilidade
Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos ou sistemas tecnológi-
6 cos de uso comum.
A Habilidade 6 exige que o estudante compreenda manuais de instalação de aparelhos elétricos de uso comum.
A partir disso, ele deve saber relacionar circuito e fonte de tensão, sabendo reconhecer as diferentes associações
possíveis e suas consequências. Assim, é dever do estudante compreender como ocorre a associação de geradores
e suas particularidades.
77
Modelo
(Enem) Em um laboratório, são apresentados aos alunos uma lâmpada, com especificações técnicas de 6 V e 12 W e
um conjunto de 4 pilhas de 1,5 V cada.
Qual associação de geradores faz com que a lâmpada produza maior brilho?
a) d)
b) e)
c)
Análise expositiva - Habilidade 6: A lâmpada produzirá maior brilho para a associação que produzir a maior
C potência; como a potência é proporcional à tensão, o circuito com maior tensão elétrica equivalente pro-
verá o maior brilho.
Tensão equivalente para os circuitos:
[A]: VA = (1,5//1,5//1,5) + 1,5 VA = 3 V
[B]: VB = (1,5 + 1,5)//(1,5 + 1,5) VB = 3 V
[C]: VC = 1,5 + 1,5 + 1,5 + 1,5 VC = 6 V
[D]: VD = (1,5//1,5) + (1,5//1,5) VD = 3 V
[E]: VE = 1,5//1,5//1,5 VE = 1,5 V
Alternativa C
78
DIAGRAMA DE IDEIAS
GERADORES
FORÇA
FONTES DE TENSÃO ASSOCIAÇÃO
ELETROMOTRIZ
SÉRIE PARALELO
IDEAL r=0
CORRENTE DE
POTÊNCIA
CURTO-CIRCUITO
RENDIMENTO
79
AULAS RECEPTORES
29 E 30
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
80
O ponto de interseção da reta com o eixo da tensão total U A tensão de 127 V é a tensão total que o liquidificador rece-
(eixo das ordenadas) é a f.c.e.m. («). A inclinação da reta é re- be da rede elétrica. Entretanto, para girar o eixo do motor, fo-
lacionada com a resistência interna r’. Essa relação é dada por. ram utilizados apenas 100 V, pois 27 V foram dissipados nos
N seus condutores internos (em razão da resistência interna).
r’ = tg a
Ou seja, a resistência interna é numericamente igual à tan-
gente do ângulo de inclinação da reta. 3. CIRCUITOS ELÉTRICOS
A variação do potencial elétrico no receptor é representada COM RECEPTOR
pela figura a seguir.
O circuito elétrico da figura a seguir é formado apenas por
gerador e um receptor. O gerador deverá ter uma f.e.m.
suficiente para compensar as perdas de tensão dissipadas
nas duas resistências internas, r e r’.
Aplicação do conteúdo
1. Um liquidificador é ligado a uma tomada de tensão
127 V. O motor do liquidificador puxou da rede uma cor-
rente elétrica de intensidade 2,0 A. Sendo de 13,5 V a
resistência do motor, qual o valor da f.c.e.m. («’)?
parâmetros do gerador: « e r;
Resolução:
parâmetros do receptor: «’ e r’.
Os dados fornecidos são U = 127 V (dado pela rede elétri-
São válidas as equações vistas para o gerador e para o
ca; é a d.d.p. total), i = 2,0 A e r = 13,5 V.
receptor:
A equação do receptor se aplica aos motores elétricos: Gerador: U = « – r . i
U = «’ + r’ · i
Receptor: U = «’ + r’ . i
127 = «’ + 13,5 · 2,0
127 = «’ + 27 Nesse circuito, a d.d.p. U fornecida pelo gerador é a mesma
d.d.p no receptor, e a corrente elétrica no circuito, i, é cons-
«’ = 127 – 27
tante. Dessa forma, as equações acima podem ser igualadas:
«’ = 100 V
« – r · i = «’ + r’ · i
« – «’ = r · i + r’ · i
« – «’ = (r + r’) · i
Ou ainda:
« = «’ + (r + r’) · i
81
b) Nos terminais do gerador, a d.d.p. é dada por:
U = « – r · i U = 44 – 1,5 · 2,0 U = 41 V
c) Nos terminais do receptor, a d.d.p. é dada por:
U = «’ + r’ · i U = 28 + 1,5 · 2,0 U’ = 31 V
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Como fazer um gerador de energia
com imã em casa
Aplicação do conteúdo
1. O gerador do circuito elétrico da figura a seguir tem os
seguintes parâmetros: « = 44 V e r = 1,5 V. Os parâmetros multimídia: vídeo
do receptor, nesse circuito, são: «’ = 28 V e r’ = 1,5 V. As
resistências dos resistores são: R1 = 2,0 V e R2 = 3,0 V. FONTE: YOUTUBE
Determine: Telecurso – Ensino Médio – Física – Aula 42
« «´ 4. POTÊNCIA
Observe na figura a seguir o balanço energético do receptor,
tanto em termos de energia quanto em termos de potência:
82
P «‘i h = __
«‘ c) A d.d.p. é obtida pela equação do receptor:
h = __u h = ___
Pt U’i U’ U’ = «’ + r’i U’ = 50 + 5i U’ = 50 + 5 · 3
Se não houver resistência interna, ou seja, se r’ = 0 (recep- U’ = 65 V
tor ideal), o rendimento será máximo: h = 1 ou h = 100%. No caso em que «’ = 0 V, por exemplo, se as hélices de um
Na prática, sempre existe uma resistência interna; assim, é ventilador forem travadas, a potência total será integralmen-
impossível atingir o rendimento de 100%. te transformada em potência dissipada, e o receptor vai se
comportar como um resistor de resistência r’. Em tal situa-
Aplicação do conteúdo ção, a corrente elétrica tende a subir, e, consequentemente,
o valor da potência dissipada também subirá, o que pode
1. A curva característica de um receptor é mostrada na causar a queima do aparelho e a ocorrência de incêndios.
figura a seguir. A partir dos dados da figura, calcule:
a) a f.c.e.m. do receptor;
b) a resistência interna do receptor;
multimídia: sites
c) a d.d.p. entre seus terminais para i = 3 A. www.coladaweb.com/fisica/eletricidade/
Resolução: receptores-eletricos
a) Para i = 0 U’ = «’ «’ = 50 V www.educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/
b) A resistência interna é dada por tg a = r’. Assim: receptores-eletricos-ventiladores-liquidificadores-
60 – 50 r’ = 5V
r’ = ______ e-batedeiras.htm
2–0
VIVENCIANDO
Aparelhos eletrônicos que são receptores elétricos estão por toda parte: smartphones, geladeiras, ventiladores, televi-
sores, etc. A vida moderna foi drasticamente alterada e moldada por esses aparelhos. Os indivíduos são iniciados cada
vez mais cedo no uso desses aparelhos. É mais provável uma criança de 3 anos ter mais intimidade com smartphones
do que adultos com mais de 40 anos.
83
Como no caso da revolução feminina, em que uma simples máquina de lavar roupa foi capaz de mudar a percepção
que as mulheres tinham sobre si mesmas, libertando-as de trabalhos que eram relacionados com o gênero feminino.
DIAGRAMA DE IDEIAS
RECEPTORES
CIRCUITOS
POTÊNCIA
ELÉTRICOS
LEI DE
TOTAL ÚTIL DISSIPADA
POUILLET
RENDIMENTO
84
AULAS CAPACITORES
31 E 32
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
85
GRÁFICO DA CARGA EM FUNÇÃO DA D.D.P.
2. CARGA ELÉTRICA ou
Q
C = __
E CAPACITÂNCIA U
Como foi visto, as placas de um capacitor carregado apre- Na equação:
sentam valores opostos: +Q e –Q. Por definição, a carga C é aconstante de proporcionalidade denominada ca-
elétrica do capacitor é o módulo Q da carga de uma das pacitância ou capacidade do capacitor;
placas; assim:
Q é carga elétrica do capacitor;
u +Q u = u –Q u = Q (carga do capacitor)
U é d.d.p. ou tensão elétrica da bateria.
Para que as placas de um capacitor sejam eletrizadas, é A unidade de capacitância no SI é o farad (F), em home-
preciso ligá-lo a um gerador de corrente contínua (como nagem ao físico Michael Faraday. Assim:
uma bateria, por exemplo). Dessa maneira, uma das pla-
[unidade de carga] _______
unidade de _______________
cas é ligada ao polo positivo da bateria e recebe cargas : = coulomb = farad
capacitância [unidade de tensão] volt
positivas; a outra placa é ligada ao polo negativo e recebe
cargas negativas. À medida que o capacitor é carregado, a C=F
__
V
d.d.p. entre as placas vai aumentando, e, em determinado
momento, a d.d.p. do capacitor e do gerador tornam-se A capacitância de um capacitor depende da sua forma
iguais. Assim, atinge-se o equilíbrio eletrostático entre am- geométrica e do seu tamanho. Dessa maneira, para um
bos, e então o carregamento de cargas no capacitor cessa, capacitor de placas paralelas de área A separadas por
uma vez que o capacitor está completamente carregado. uma distância d, a capacitância é dada por:
A
C = k · «0 · __
d
Em que:
«0: é a permissividade do espaço;
A: é a área das placas;
GRÁFICO DA TENSÃO DURANTE O CARREGAMENTO DO CAPACITOR d: é a distância entre as placas;
k: é a constante dielétrica (se for vácuo k = 1).
De modo geral, os capacitores são peças muito pequenas
que resultam pequenos valores para a capacitância; por
outro lado, a unidade farad é muito grande. Para se ter
uma ideia dessa discrepância, considere como seria medir
o tamanho de uma caneta usando o quilômetro como uni-
GRÁFICO DA TENSÃO DURANTE O DESCARREGAMENTO DO CAPACITOR dade de comprimento. Assim, é muito comum aparecerem
86
nas medidas de capacitância os submúltiplos do farad: mi-
crofarad (mF) = 10–6 F; nanofarad (nF) = 10–9 F; picofarad
(pF) = 10–12 F.
Aplicação do conteúdo
1. Um capacitor de capacitância 2,0 nF foi conectado a
uma bateria de 12 V até ser carregado completamente.
Determine:
a) a carga elétrica adquirida;
b) a d.d.p. necessária para o capacitor ser carregado
com 60 nC. multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Resolução: Para que serve 03: Capacitores
a) Sendo C = 2,0 nF e U= 12 V:
Q = C · U Q = 2,0(nF) · 12(V) Q = 24 nC
Q
C
A B
A
Ainda que não haja passagem de corrente elétrica pelo
capacitor, ele fica polarizado, isto é, uma de suas placas
O U ddp
metálicas fica carregada positivamente, e a outra, nega-
Assim, tem-se que a energia W é dada pela área do triân- tivamente. Pode-se afirmar que o capacitor adquiriu certa
gulo hachurado, ou seja: quantidade de carga elétrica Q.
87
Desse modo, para a resolução de um circuito elétrico que b) Recolocando o ramo do capacitor novamente:
contenha um capacitor inserido em um de seus ramos, de-
M A
ve-se: = 12 V
retirar o ramo do capacitor; r = 1,0 R = 3,0 C = 5,0 nF
M A
Até o instante da abertura da chave CH, o circuito repre-
sentado na figura anterior se encontrava em regime per-
r C
i manente. Desde o instante da abertura da chave até a lâm-
pada se apagar completamente, observa-se que a energia
N B armazenada no capacitor de capacitância 2,0 F sofre uma
Determine: variação de 0,25 J. Considerando a lâmpada como uma
a) a intensidade de corrente elétrica que percorre resistência R, qual é o valor de R, em ohms?
o circuito; a) 1/2
b) a d.d.p. no capacitor e a carga elétrica nele acumulada. b) 1/3
Resolução: c) 1/4
d) 1/5
a) No capacitor não passa corrente elétrica devido
ao material isolante existente entre as placas. Assim, e) 1/6
pode-se retirá-lo temporariamente do circuito com a
finalidade de calcular a intensidade da corrente elé-
Resolução:
trica no circuito.
Se houve uma variação de energia de 0,25 J na descarga
i do capacitor, então:
U2
E = C ∙ __
2
= 12 V
0,25 ∙ 2
i R = 3,0 U2 = ______
r = 1,0 i 2
U = 0,5 V
i
Como o capacitor está em paralelo com a lâmpada (ou a
resistência R), sabe-se que a tensão em cima da lâmpada é
A intensidade da corrente pode ser calculada pela Lei de a mesma que a tensão em cima do capacitor.
Pouillet:
V0,5 + VR = 2
H= r · i + R · i H = (r + R) · i
V0,5 = 2 – 0,5
H i = ________
i = ____ 12 i = 3,0A
12 = ___
r+R 1,0 + 3,0 4,0 V0,5 = 1,5 V
88
Em regime permanente, não existe corrente circulando a) 100 J
pelo capacitor; assim: b) 150 J
i0,5 = iR c) 200 J
V0,5 __ V d) 300 J
___ = R
0,5 R e) 400 J
1,5 ___
___ 0,5 Resolução:
=
0,5 R
0,5 ∙ 0,5 A energia em um capacitor é dada por:
R = _______ Q∙U
1,5 E = ____
2
R = __1 Ω Analisando o ponto em que a tensão é 4 kV, a carga Q = 0,10 C.
6
Alternativa E Substituindo os valores na equação, segue que:
0,10 ∙ 4 ∙ 103
E = __________ E = 200J
2
Alternativa C
89
Em que:
C é a capacitância;
U é a diferença de potencial;
Q é a intensidade da carga elétrica (constante);
d é a distância entre as placas;
H0 é a permissibilidade absoluta no vácuo;
Desprezadas quaisquer resistências ao movimento do siste- A é a área da placas.
ma e considerando que as placas estão eletricamente isola-
das, o gráfico que melhor representa a ddp, U, no capacitor, Igualando as duas equações e explicitando U, tem-se:
Q
em função do tempo t contado a partir do lançamento é: U = ___ d
H0A
a)
Para o movimento uniformemente variado (MUV): d = v 0t = __a t2
2
Aplicando na equação anterior, fica-se com uma função qua-
drática entre U e t obtendo-se uma parábola com a concavi-
dade voltada para baixo, devido à aceleração negativa.
Q
b) U = ___ v0t + __a t2
( )
H0A 2
Alternativa A
c)
d)
multimídia: sites
www.mundodaeletrica.com.br/como-
funcionam-os-capacitores/
Resolução:
www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/
As duas placas carregadas com cargas contrárias consti- capacitores.htm
tuem um capacitor. Nele, existe uma força de atração entre
www.aulasdefisica.com.br/wp-content/uplo-
as placas que são lançadas em sentido contrário, consti-
ads/2011/09/Resumo-de-Capacitores.pdf
tuindo um movimento uniformemente variado. Essa força
será responsável por desacelerar cada placa até que elas
parem na máxima distância entre elas tendo a máxima di-
ferença de potencial. Em seguida, iniciam o movimento de
aproximação, diminuindo a diferença de potencial à medi-
da que se aproximam, de acordo com as equações:
Q H0 ∙ A
C = __ e C = _____
U d
90
VIVENCIANDO
Capacitores podem ser empregados em diversos circuitos. Os capacitores são encontrados em circuitos retificadores
e circuitos ressonantes, como no caso de um rádio, em que a antena capta ondas que são emitidas pelas estações
de transmissão com frequências diferentes. Como os capacitores são capazes de bloquear correntes contínuas e
alternadas de baixa frequência, eles são utilizados em alto-falantes para separar os sons agudos.
Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A Habilidade 5 se refere a circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano, dentre eles os capacitores. Nesta aula,
foi definido o que é um capacitor e qual é a sua utilidade em circuitos. A Habilidade 5 cobra justamente que o aluno
conheça os diferentes dispositivos e suas funcionalidades.
91
Modelo
(Enem) Atualmente, existem inúmeras opções de celulares com telas sensíveis ao toque (touchscreen). Para decidir
qual escolher, é bom conhecer as diferenças entre os principais tipos de telas sensíveis ao toque existentes no merca-
do. Existem dois sistemas básicos usados para reconhecer o toque de uma pessoa:
• O primeiro sistema consiste de um painel de vidro normal, recoberto por duas camadas afastadas por es-
paçadores. Uma camada resistente a riscos é colocada por cima de todo o conjunto. Uma corrente elétrica passa
através das duas camadas enquanto a tela está operacional. Quando um usuário toca a tela, as duas camadas
fazem contato exatamente naquele ponto. A mudança no campo elétrico é percebida, e as coordenadas do ponto
de contato são calculadas pelo computador.
• No segundo sistema, uma camada que armazena carga elétrica é colocada no painel de vidro do monitor. Quan-
do um usuário toca o monitor com seu dedo, parte da carga elétrica é transferida para o usuário, de modo que
a carga na camada que a armazena diminui. Esta redução é medida nos circuitos localizados em cada canto do
monitor. Considerando as diferenças relativas de carga em cada canto, o computador calcula exatamente onde
ocorreu o toque.
ADAPTADO DE: HTTP://ELETRONICOS.HSW.UOL.COM.BR. ACESSO EM: 18 SET. 2010.
O elemento de armazenamento de carga análogo ao exposto no segundo sistema e a aplicação cotidiana correspon-
dente são, respectivamente:
a) receptores e televisor; d) fusíveis e caixa de força residencial;
b) resistores e chuveiro elétrico; e) capacitores e flash de máquina fotográfica.
c) geradores e telefone celular;
Análise expositiva - Habilidade 5: Dispositivos que armazenam carga elétrica são denominados capacitores
E ou condensadores. A carga armazenada é descarregada num momento oportuno, como por meio do fila-
mento de uma lâmpada de máquina fotográfica, emitindo um flash.
Alternativa E
DIAGRAMA DE IDEIAS
• PLANO
ARMAZENA
• CILÍNDRICO CAPACITORES
CARGA ELÉTRICA
• ESFÉRICO
ENERGIA
ARMAZENADA
92
AULAS ASSOCIAÇÃO DE CAPACITORES
33 E 34
COMPETÊNCIAS: 2, 5 e 6 HABILIDADES: 5, 6, 7, 17 e 22
1. INTRODUÇÃO A
B
CAPACITOR EQUIVALENTE
2. CAPACITOR EQUIVALENTE
Uma associação de capacitores pode ser representada por
apenas um capacitor equivalente que se comporte com as
mesmas propriedades da associação. A capacitância do capa- multimídia: vídeo
citor equivalente é denominada capacitância equivalente.
FONTE: YOUTUBE
Para que haja equivalência entre o capacitor equivalente e a Capacitores em paralelo
associação, as seguintes propriedades devem ser satisfeitas:
93
3. ASSOCIAÇÃO DE Cada capacitor terá a sua própria carga elétrica. Assim:
Q1 = carga elétrica do capacitor C1
CAPACITORES EM PARALELO Q2 = carga elétrica do capacitor C2
As figuras a seguir ilustram a associação de dois ou
Q3 = carga elétrica do capacitor C3
mais capacitores.
Nesse tipo de associação, as placas de mesma polaridade
A
são ligadas entre si, isto é, as placas positivas são ligadas a
placas positivas, e as placas negativas são ligadas a placas
negativas . Assim, a carga elétrica da associação é igual à
soma das cargas elétricas parciais de cada capacitor:
C1 C2
Qeq = Q1 + Q2 + Q3 = Q
B Q1 + Q2 + Q3 = C1 · U + C2 . U + C3 · U
DOIS CAPACITORES EM PARALELO Q = (C1 + C2 + C3) · U
A
Pela definição de capacitância equivalente, tem-se:
Q = Ceq · U
C1 C2 C3
Ceq = C1 + C2 + C3
B Essa equação pode ser generalizada para n capacitores em
paralelo, e, assim:
TRÊS CAPACITORES EM PARALELO
+ + +
C1
-
C2
- -
Aplicação do conteúdo
1. Calcule a capacitância equivalente da associação de
-
3 capacitores ligados em paralelo.
B
A
CAPACITORES EM PARALELO LIGADOS AOS TERMINAIS DE UMA BATERIA
2,0 μF 5,0 μF 6,0 μF
A polaridade adquirida pelos capacitores é determinada
pela polaridade de ligação da bateria. As placas dos ca-
B
pacitores ligadas ao polo positivo da bateria adquirem
polaridade positiva (carga positiva). As placas conectadas Resolução:
ao lado negativo da bateria adquirem polaridade negativa
Nesse caso, a capacitância equivalente é dada pela soma
(carga negativa).
das capacitâncias de cada um dos capacitores:
A d.d.p. em cada capacitor é igual à d.d.p. da bateria:
Ceq = C1 + C2 + C3 Ceq = 2,0 mF + 5,0 mF + 6,0 mF
U = VA – VB Ceq = 13,0 mF
94
2. Calcule a carga elétrica acumulada por uma associa- C1
ção em paralelo, conhecidas as capacitâncias e a tensão A C2
C3
elétrica fornecida pela bateria. B
Dados: C1 = 2,0 mF e C2 = 3,0 mF. ASSOCIAÇÃO AB DE TRÊS CAPACITORES EM SÉRIE
Resolução:
4. ASSOCIAÇÃO DE
UAB = U1 + U2 + U3
95
Q
UAB = ___
Ceq 5. ASSOCIAÇÃO MISTA
Utilizando as equações de cada um dos capacitores, ob- A associação mista é a ligação de capacitores, tanto em
tém-se: série como em paralelo, em um mesmo circuito elétrico.
Por exemplo, um capacitor pode ser ligado em paralelo em
Q
___ Q Q Q 1 = __ 1 + __
1 + __ 1 uma associação em série incial. A figura a seguir ilustra
= __ + __ + __ ___
Ceq C1 C2 C3 Ceq C1 C2 C3 exemplos de associações mistas.
Generalizando essa equação para n capacitores associados
em série, encontra-se: A B A B
___ 1 = __
1 = __ 1 + __
1 + ... + __
1
Ceq C1 C2 C3 Cn EXEMPLOS DE ASSOCIAÇÃO MISTA DE CAPACITORES
Em uma associação de capacitores em série, o inverso Para determinar a capacitância equivalente de um circuito
da capacitância equivalente é igual à soma dos inversos de associação mista de capacitores, deve-se reduzir pro-
das capacitâncias parciais. gressivamente o circuito em combinações simplificadas de
associações em série ou em paralelo. Esse procedimento
varia de caso para caso.
Aplicação do conteúdo
1. Determine a capacitância equivalente da associação
multimídia: vídeo AB indicada na figura, adotando os seguintes valores
FONTE: YOUTUBE de capacitância: C1 = 5,5 mF; C2 = 6,5 mF; C3 = 4,0 mF:
Capacitores em série
C1
Aplicação do conteúdo
1. Calcule a capacitância da seguinte associação de ca- A B
pacitores em série:
C3
C2
6,0 μF 12 μF 4,0 μF
Resolução:
Resolução:
Como C1 e C2 estão em paralelo, as suas capacitâncias de-
Utilizando a expressão para a capacitância equivalente:
vem ser somadas para se obter Cp. Os capacitores Cp e C3
___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1 ___
1 = ______ 1 + ______
1 + ______ 1 compõem, então, uma associação em série:
Ceq C1 C2 C3 Ceq 6,0 mF 12 mF 4,0 mF
C1
2,0 1,0 3,0 6,0
= _____ + _____ + _____ = _____
12 mF 12 mF 12 mF 12 mF A B A
Cp C3
B
Ceq
C3 (3,0 μF)
12 mF C = 2,0 mF
Ceq = ___
(12,0 μF) (4,0 μF)
C2
6,0 eq
96
Cp = C1 + C2 = 5,5 mF + 6,5 mF Cp = 12,0 mF a) a capacitância equivalente;
1 + __
1 = __ 1 = _______ 1 = _______
1 + ______ 4 b) a carga de cada capacitor;
___
Ceq C1 C2 12,0 mF 4,0 mF 12,0 mF c) a d.d.p. em cada capacitor.
12 mF
Ceq = _____ Ceq = 3 mF Resolução:
4
a) A capacitância equivalente pode ser obtida pela
2. Considere a associação mista de capacitores mostrada associação de dois capacitores em série:
na figura a seguir, em que C1 = 3,0 mF está em série com
C2 = 6,0 mF. Essa associação, por sua vez, está em parale- C1 · C2 60 · 30 mF
Ceq = ______ Ceq = _______
lo com C3 = 7,5 mF. Determine a capacitância equivalente C1 + C2 60 + 30
entre os terminais A e B da associação mista.
Ceq = 20 mF
A
b) A carga da associação é calculada pela capacitân-
cia equivalente:
C1
Q = Ceq · U Q = 20 mF · 45 V
C3
C2
Q = 900 mC
B
Desse modo, o capacitor equivalente terá carga de 900 mC,
Resolução: assim como cada um dos capacitores associados em série:
97
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A Habilidade 5 se refere a circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano, dentre eles os capacitores. Nesta aula,
caberá ao aluno saber reconhecer e aplicar as diferentes associações entre os capacitores.
Modelo
(Enem) Um cosmonauta russo estava a bordo da estação espacial MIR quando um de seus rádios de comunicação que-
brou. Ele constatou que dois capacitores do rádio de 3 μF e 7 μF ligados em série estavam queimados. Em função da
disponibilidade, foi preciso substituir os capacitores defeituosos por um único capacitor que cumpria a mesma função.
Análise expositiva - Habilidade 5: Como os capacitores estavam ligados em série, a capacitância do capa-
C citor equivalente é dada por:
C1C2 3 ∙ 7 C = 2,1 μF
Ceq = _______ = _____ eq
C1 + C2 3 + 7
Alternativa C
98
DIAGRAMA DE IDEIAS
CAPACITORES
ASSOCIAÇÃO
SÉRIE PARALELO
CAPACITOR
EQUIVALENTE
CARGAS TENSÕES
IGUAIS IGUAIS
99
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A
seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol- Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas
o território nacional. para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em
teoria seu dia a dia.
Herlan Fellini
1
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Diretor-geral
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Coordenador-geral
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Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
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posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
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2020
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2
SUMÁRIO
FÍSICA
MECÂNICA
Aulas 35 e 36: Trabalho, potência e rendimento 6
Aulas 37 e 38: Energias cinética, potencial e mecânica 19
Aulas 39 e 40: Energia mecânica 29
Aulas 41 e 42: Impulso e quantidade de movimento 42
Aulas 43 e 44: Conservação da quantidade de movimento 49
ONDULATÓRIA
Aulas 35 e 36: Movimento harmônico simples 62
Aulas 37 e 38: Introdução à ondulatória 72
Aulas 39 e 40: Fenômenos ondulatórios 83
Aulas 41 e 42: Acústica 98
Aulas 43 e 44: Tubos e cordas 112
ELETROMAGNETISMO
Aulas 35 e 36: Leis de Kirchhoff 124
Aulas 37 e 38: Campo magnético: ímã 133
Aulas 39 e 40: Campo magnético gerado por uma corrente 140
Aulas 41 e 42: Força magnética em partículas 149
Aulas 43 e 44: Força magnética em fios 159
3
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
4
MECÂNICA: Incidência do tema nas principais provas
A prova sempre explora o tema energia e suas O tema energia mecânica é recorrente
aplicações, com questões interdisciplinares na prova.
que envolvem diversos tipos de energia, como
potencial e cinética.
Os temas conservação da quantidade de movimento Dentre os temas abordados neste livro, O tema energia mecânica é recorrente na prova,
e energia mecânica são recorrentes na prova. os de maiores incidência na prova são relacionado com outros temas da Física.
conservação da quantidade de movimento
e energia mecânica.
Dentre os temas abordados neste livro, pode A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
aparecer energia mecânica relacionada com porém, os conteúdos impulso de uma força e temas. Eventualmente, podem aparecer porém, conservação da quantidade de
movimento uniformemente acelerado (MRUV), conservação de energia podem aparecer. trabalho de uma força e conservação de movimento e energia aparecem com alguma
exigindo do candidato conhecimento das energia mecânica, com questões bem frequência.
equações. objetivas.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
Eventualmente, podem aparecer questões temas, porém, há certa frequência de porém, pode aparecer uma questão sobre
sobre problemas de mecânica que relacionam questões sobre energia mecânica, com conservação de energia.
energia, velocidade e posição dos corpos, questões que exigem análise dos movi-
exigindo um alto nível de manipulações em mentos por meio de gráficos.
equações horárias de movimento.
Eventualmente, podem aparecer questões A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de temas,
sobre quantidade de movimento e energia Eventualmente, podem aparecer trabalho de porém, podem aparecer questões sobre
cinética de corpos. uma força e energia mecânica, com questões conservação de energia mecânica e trabalho
bem objetivas. de forças em um corpo.
5
AULAS Trabalho, potência e rendimento
35 e 36
Competências: 3, 5 e 6 Habilidades: 8, 17 e 23
t = F ∙ d ∙ cos q
<
Para um ângulo q obtuso, ou seja, 90º < q < 180º, tem-se cos q < 0, e o trabalho será negativo.
Para os valores de q = 0, q = 90º e q = 180º, as situações são ainda mais simplificadas. Observe a imagem a seguir:
6
Em geral, quando 0 ≤ q < 90º, o trabalho é positivo, e a
força age sobre o corpo de modo a aumentar sua veloci-
dade, ou seja, a força “ajuda” o movimento. Nesses casos,
afirma-se que se trata de um trabalho motor. Quando
90º < q ≤ 180º, o trabalho é negativo, e a força atua di-
minuindo a velocidade do corpo, isto é, a força “se opõe”
ao movimento. Nesses casos, afirma-se que se trata de um
trabalho resistente.
Quando o trabalho é nulo, o que ocorre para q = 90º, a for-
ça não contribui para o movimento do corpo. Nesse caso, a
força é perpendicular ao deslocamento.
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra um bloco apoiado em uma su-
perfície
__› horizontal, sendo puxado para a direita por uma
força F de intensidade
___› F = 100 N. Sob o bloco ___› também
atuam o peso P , a normal e a força de atrito FA . Supondo
P = 90 N, FA= 20 N, sen q = 0,60___› e cos q = 0,80, e que o
deslocamento do bloco foi de d = 5 N, calcule o traba-
lho de cada força e o trabalho total.
7
2. Trabalho quando a
força é variável ou a
trajetória é curva
No tópico anterior, o trabalho de uma força constante foi
definido para o movimento de um corpo em uma trajetória
retilínea. Caso a força não seja constante, ou a trajetória
não seja retilínea, ainda em ambos os casos, faz-se a se-
guinte aproximação: a trajetória é dividida em diversos se-
guimentos bem pequenos, de modo que cada trecho possa
ser aproximado por uma trajetória retilínea, em que a força
é aproximadamente constante. Assim, para cada trecho,
obtém-se o trabalho pela expressão:
Fx = F ∙ cos q = (100N)(0,80) = 80 N
Fy = F ∙ sen q = (100N)(0,60) = 60 N
t = F ∙ d ∙ cos q
A força resultante é dada pelas duas componentes hori- O trabalho na força em questão, na trajetória curva, é obti-
zontais: do pela soma do trabalho em cada trecho.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Trabalho de um força - Mãozinha em Física
011
Ft = F ∙ cos q
8
tF = F ∙ d ∙ cos q = (F ∙ cos q) ∙ d = Ft ∙ d
_›_
Dessa forma,
_›_ o trabalho da força F
e o da sua componente
t são iguais. O produto Ft ⋅ d é numericamente
tangencial F
igual à área da região colorida na figura a seguir.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Trabalhar como área sob a curva | Trabalho
e energia |...
tFt = Ft ∙ d
_›_
variável, e qualquer formato de trajetória,
Para uma força F
o trabalho pode ser obtido se o gráfico da componente
2.2. Força-peso
tangencial da força pela posição for conhecido. Nesse caso, Como exemplo, considere o movimento da partícula na
a área da região entre S1 e S2 e a curva da componente figura a seguir, de um ponto A para um ponto B, próximo
tangencial são numericamente iguais ao trabalho da força à superfície da Terra, ao longo de uma trajetória qualquer.
(como no caso anterior). Devido ao movimento ser próximo ___› à superfície, pode-se
considerar que o valor do peso P da partícula é constante.
Nesse caso, é___›possível demonstrar que o módulo do traba-
lho do peso P
durante o deslocamento é dado por:
|tAB| = P ∙ h
9
das posições inicial e final que determinam o valor de h. As resistente. Para realizar o exercício, o elástico pode ser
forças que têm essa característica são denominadas for- puxado tanto pelas mãos quanto pelas pernas.
__
›
ças conservativas. Observe a seguir a razão disso.
Quando o elástico começa a ser esticado ____›
com uma força
F
, o elástico exerce uma força elástica Fel de resistência, ou
2.3.1. Força centrípeta e força normal seja, essa força de resistência tenta impedir que o elástico
No caso da força centrípeta (resultante ou não) que atua seja ainda mais distendido. Assim, à medida que a força
sobre uma partícula em movimento circular, o trabalho pode que puxa o elástico aumenta, maior é a força de resistência
ser obtido pelo método exemplificado anteriormente. A tra- causada pelo elástico. Dessa forma, é cada vez mais difícil
jetória é dividida em pequenos trechos que podem ser consi- estender o elástico. Caso a força aplicada sobre o elástico
derados como aproximadamente retilíneos (figura a seguir). diminua, a força elástica fará com que o elástico retorne à
configuração inicial sem deformação. No caso do elástico,
a constante elástica k é a propriedade relacionada à “resis-
tência” do elástico, isto é, ela determina o quanto de força
é necessário para esticá-lo de uma certa quantidade.
O gráfico da força aplicada pela deformação é dado pela
lei de Hooke (F = kx). Considerando o exemplo do alonga-
mento do elástico e adotando o sentido da esquerda para
a direita como positivo, tem-se o gráfico:
__
›
No exemplo do elástico, o trabalho realizado pela força
F
Em cada trecho, a força normal é perpendicular ao movi- exercida pela pessoa corresponde à energia que fica arma-
mento; portanto, o trabalho é nulo. zenada na mola sob a forma de energia potencial elástica,
como será visto adiante.
10
Em geral, pode-se dizer que o trabalho exercido por uma
mola durante um deslocamento, em que inicialmente sua
deformação é x1 e depois x2, é dado por:
1 ∙ k ∙ (x 2 – x 2)
tFel = – __
2 2 1
11
A potência média da força nesse intervalo de tempo é:
8. Potência e energia
Foi considerado anteriormente o cálculo da potência por
meio do trabalho de uma força. Entretanto, o conceito de
potência aplica-se, em geral, a qualquer processo em que
exista fluxo de energia. Se uma quantidade de energia DE
for fornecida ou recebida por um sistema no intervalo de
tempo Dt, a potência média fornecida (ou recebida) por
( )
esse sistema será:
Pm = ___ F ⋅ d ⋅
τ =_________ cos u
=
d ∙ cos q
F ∙ ___
t t t E
Pm = F ∙ vm ∙ cos u Pm = ___
t
Em que vm é o módulo da velocidade média. A potência instantânea também é definida do mesmo modo
No caso de valores instantâneos, sendo P a potência ins- para um instante de tempo específico. Como anteriormente,
tantânea e v a velocidade instantânea, tem-se: nos casos em que a potência é constante, a fórmula é válida.
A propriedade gráfica vista para potência também pode ser
P = F ∙ v ∙ cos q utilizada nesse caso mais geral da potência.
Quando a força é paralela à velocidade, tem-se q = 0°,
e, nesse caso particular, como cos 0° = 1, a potência é Aplicação do conteúdo
dada por:
1. Um ferro elétrico de passar roupas tem a especifica-
P=F∙v ção de potência igual a 2.000 W. Caso esse ferro seja
utilizado durante 3,0 horas, qual será a energia elétrica
7. Propriedade gráfica
consumida?
Resolução:
Considere o gráfico a seguir da potência em função do
tempo. Nesse caso, a potência é constante ao longo do A indicação 2.000 W significa que a potência consumida é
tempo. A área da região colorida é numericamente igual ao 2.000 W, ou seja, lembrando que:
trabalho t realizado no intervalo de tempo Dt: 1 W = 1J / 1 s
A cada segundo são consumidos 2.000 joules de energia
elétrica (que é transformada em calor). Então:
Dt = 3,0 horas = (3,0)(3.600 s) = 10.800 segundos
Assim:
12
1 kWh = (1 kW)(1 h) = (103 W)(3.600s) = 3,6 uma massa de 50 gramas pendurada, em repouso, em
⋅ 106 W ⋅ s = 3,6 ⋅ 106 joules = 3,6 ∙ 106 J sua outra extremidade. O trabalho realizado pela fibra
sobre a massa, ao se contrair 10% erguendo a massa
1 k Wh = 3,6 ∙ 106 J até uma nova posição de repouso, é:
Se necessário, utilize g = 10 m/s2.
No exercício do ferro de passar roupas, a energia em kWh a) 5 ∙ 10-3 J.
consumida pelo ferro de passar é: b) 5 ∙ 10-4 J.
c) 5 ∙ 10-5 J.
DE = P ⋅ (Dt) = (2.000 W) (3 horas) d) 5 ∙ 10-6 J.
= (2 kW)(3 h) = 6 kWh
Resolução:
10. Rendimento
cujo gráfico está descrito na figura a seguir.
1. (Unicamp) Músculos artificiais feitos de nanotubos Pela segunda Lei de Newton da dinâmica:
de carbono embebidos em cera de parafina podem su-
FR = m ∙ a
portar até duzentas vezes mais peso que um músculo
natural do mesmo tamanho. Considere uma fibra de O trabalho de uma força para um deslocamento retilíneo é:
músculo artificial de 1 mm de comprimento, suspensa
verticalmente por uma de suas extremidades e com τ=F∙d
13
Para a força resultante: P = F ∙ vm = F ∙ ___ ∆v
2
τ=m∙a∙d E pela segunda Lei de Newton:
De acordo com a figura a seguir, a área amarela é compos- F = m ∙ a = m ∙ ___ ∆v
∆t
ta de dois triângulos de mesma área, sendo uma negativa
Assim,
e outra positiva. Essas áreas correspondem ao desloca- (∆v)2
mento do objeto de massa m. ∆v ∙ ___
P = m ∙ ___ ∆v [ P = m ∙ ____
∆t 2 2∆t
Então, substituindo os valores:
(30 m/s)2
P = 1450 kg ∙_______
P = 163 ∙ 125 W = 1,63 ∙ 105 W
[
2∙4s
Alternativa B
4. (Enem) Para irrigar sua plantação, um produtor rural
construiu um reservatório a 20 metros de altura a par-
tir da barragem de onde será bombeada a água. Para
alimentar o motor elétrico das bombas, ele instalou um
painel fotovoltaico. A potência do painel varia de acor-
do com a incidência solar, chegando a um valor de pico
Assim, o trabalho da força resultante entre t0 e t1 (W1) será de 80 W ao meio-dia. Porém, entre as 11 horas e 30
nulo devido aos deslocamentos opostos: minutos e as 12 horas e 30 minutos, disponibiliza uma
potência média de 50 W. Considere a aceleração da gra-
τ1 = m ∙ (- a) ∙ (d – d) = 0 vidade igual a 10 m/s2 e uma eficiência de transferência
energética de 100%.
Em que cada deslocamento refere-se à área de um triân-
Qual é o volume de água, em litros, bombeado para o
gulo, com os valores iguais em módulo, mas de sinais di- reservatório no intervalo de tempo citado?
ferentes.
a) 150.
Já em relação à área azul, tem-se um movimento com ve- b) 250.
locidade constante, ou seja, a força resultante é nula e a c) 450.
aceleração também, resultando em trabalho nulo. d) 900.
e) 1.440.
τ2 = m ∙ (a) ∙ (d) = 0 (a = 0)
Resolução:
Portanto, em todo o trecho, o trabalho realizado pela força
resultante é nulo. A potência da bomba é usada na transferência de energia
potencial gravitacional para água.
Alternativa C Epot
Pm = ___
⇒ Epot = Pm∆t ⇒ mgh = Pm∆t ⇒
3. (IFBA) Uma campanha publicitária afirma que o veícu- ∆t
lo apresentado, de 1.450,0 kg, percorrendo uma distân- P ∆t ________
cia horizontal, a partir do repouso, atinge a velocidade m = _____
m
= 50 ∙ 3600
= 1800
____ ⇒ m = 900 kg ⇒
gh 10 ∙ 20 2
de 108,0 km/h em apenas 4,0 s. Desprezando as forças
dissipativas e considerando g = 10 m/s2, podemos afir- V = 900 L
mar que a potência média, em watts, desenvolvida pelo Alternativa D
motor do veículo, nesse intervalo de tempo é, aproxi-
madamente, igual a: 5. (UEL) Leia o texto a seguir.
Um dos principais impactos das mudanças ambientais
globais é o aumento da frequência e da intensidade de
fenômenos extremos, que quando atingem áreas ou re-
giões habitadas pelo homem, causam danos. Responsá-
veis por perdas significativas de caráter social, econô-
a) 1,47 ∙ 105. mico e ambiental, os desastres naturais são geralmente
b) 1,63 ∙ 105 . associados a terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas,
c) 3,26 ∙ 105. furacões, tornados, temporais, estiagens severas, ondas
d) 5,87 ∙ 105. de calor etc.
e) 6,52 ∙ 105. (Disponível em: <www.inpe.br>. Acesso em: 20 maio 2015.)
Resolução: É possível relacionar o caos de um desastre natural com
o fenômeno de um terremoto. O sismógrafo vertical,
A potência média é dada pelo produto entre o módulo da representado na imagem a seguir, é um dos modelos
força e a velocidade escalar média: utilizados para medir a intensidade dos tremores.
14
A massa que está na ponta da haste tem 100 g e o com-
primento da haste, da ponta até o pivô de articulação,
é de 20 cm. Durante um tremor, a haste se move para
baixo e isso causa um deslocamento de π__ rad entre a
6
sua posição de equilíbrio e a nova posição.
15
VIVENCIANDO
Antes da Primeira Revolução Industrial, o processo industrial era artesanal, exigindo gasto energético do homem para
produzir todos os objetos manufaturados. A revolução industrial impulsionou e foi impulsionada por invenções de
máquinas capazes de realizar trabalhos de forma muito mais eficiente.
A palavra “trabalho”, quando utilizada no cotidiano, não possui o mesmo significado de quando é utilizada dentro
do vocabulário técnico das ciências exatas. Os dicionários definem o trabalho como:
1. conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o homem exerce para atingir determinado fim; e
2. atividade profissional regular, remunerada ou assalariada.
Entretanto, na Física o trabalho é definido como “uma medida da energia transferida pela aplicação de uma força ao
longo de um deslocamento”. Por isso, deve-se tomar cuidado com a utilização das palavras a depender do contexto
em que é empregada.
16
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implica-
23 ções éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
A habilidade 23 é aqui empregada na identificação do tipo de trabalho, do cálculo da potência energética e do rendi-
mento, uma vez que potência e rendimento são grandezas relevantes no cotidiano moderno, repleto de equipamentos
eletrônicos.
Modelo
(Enem) Para reciclar um motor de potência elétrica igual a 200 W, um estudante construiu um elevador e verificou
que ele foi capaz de erguer uma massa de 80 kg a uma altura de 3 metros durante 1 minuto. Considere a aceleração
da gravidade 10,0 m/s2.
Qual a eficiência aproximada do sistema para realizar tal tarefa?
a) 10%
b) 20%
c) 40%
d) 50%
e) 100%
Análise expositiva - Habilidade 23: Essa é uma questão rápida para os moldes do Enem, mas nem por isso é
B fácil. O aluno deve ser capaz de encadear as passagens matemáticas para resolver a questão sobre rendimento.
Trabalho da força-peso realizado pelo motor:
t = mgh = 80 ⋅ 10 ⋅ 3 ⇒ t = 2400 J
Potência necessária para produzir o trabalho por 1 min:
t = _____
P = ___ 2400
⇒
P = 40 W
∆t 60
Portanto, a eficiência do sistema é de:
40
η = ____ = 0,2
200
∴ η = 20%
Alternativa B
17
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSFORMA A
TRABALHO
ENERGIA MECÂNICA
FORÇA CENTRÍPETA t =0
t = − kx2
2
FORÇA ELÁSTICA
RAPIDEZ DE REALIZAÇÃO
POTÊNCIA
DO TRABALHO
POTÊNCIA MÉDIA PM = t
Dt
POTÊNCIA
P = F · v · cos θ
INSTANTÂNEA
1 HP j 746 W
CONVERSÕES 1 CV j 735 W
PU
RENDIMENTO h=
PT
18
AULAS Energias cinética, potencial e mecânica
37 e 38
Competências: 3, 5 e 6 Habilidades: 8, 17 e 23
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Energia – nerdologia
19
vA
O trabalho total tAB realizado pelas forças sobre a partícula, Pela equação, pode-se observar que, no SI, a unidade de
entre os pontos A e B, é: energia cinética e trabalho é a mesma, o joule (J).
mv 2 mv A2
tAB = ___
B – ___
Aplicação do conteúdo
2 2
1. Um automóvel tem massa de 800 kg e se move a 10
m/s. A energia cinética Ec do automóvel é (utilizando a
Na equação, é importante observar que o trabalho depen-
equação anterior):
de das velocidades apenas do início e do fim do trajeto.
A energia cinética (Ec) de uma partícula de massa m e
velocidade v é dada por:
mv
2
EC = ___
2
vA vB
F F
Pela equação de Torricelli, a aceleração do corpo e as velocidades nos ponto A e B estão relacionadas por:
v B 2 = v A 2 + 2ad
20
Então: EC – EC = tP + tN + tFat
mv 2 mv A 2
B A
τAB = ___
B – ___
128 – 18 = 200 + 0 + tFat
2 2
Essa última expressão é a fórmula que foi vista anterior- tFat = – 90 J
mente do teorema da energia cinética.
3. A figura ilustra o movimento de um bloco e o gráfico
mv 2 mv A 2 da força que age sobre o bloco em _função
_› da distância.
Se o trabalho tAB for positivo, significa que ___ B > ___
, ou A massa do bloco é m = 6,0 kg e F é a resultante de
2 2
seja, a energia cinética aumentará entre os pontos A e B. todas as forças que atuam no bloco. No ponto s = 0, a
mv 2 mv A 2 velocidade do bloco é v0 = 5 m/s.
Se o trabalho tAB for negativo, então ___ B < ___
, e nesse
2 2 v0 v
caso a energia cinética entre os pontos A e B diminuirá.
2. Um bloco de massa m = 4,0 kg é abandonado do alto F
de um tobogã. Ao passar pelo ponto A, a velocidade do
bloco é vA = 3,0 m/s. No final do tobogã, no ponto B, a
velocidade do bloco é vB = 8,0 m/s. A força-peso, a força
normal e a força de atrito agiram sobre o corpo durante
o movimento. Sendo g = 10 m/s2, calcule o trabalho da 0 2 4 6 8 s (m)
força de atrito no trecho AB. F(N)
A
60
vA
30
h=5m
B
vB
2 4 6 8 s (m)
60
P
30
21
trabalho nesse percurso. Sendo Fm constante e paralela ao O valor exato da energia potencial depende da diferença
deslocamento, tem-se: de energia potencial entre dois pontos. Nesse caso, o va-
lor foi calculado em relação ao ponto A, distante de h em
Fm ∙ d = tF → Fm ∙ (8,0) = 300 → Fm = 37,5 N
relação à superfície (solo). Contudo, outro plano de refe-
rência poderia ter sido escolhido. Na análise de um mo-
vimento, depois que um plano de referência for escolhido,
ele deverá ser mantido até o fim da análise do movimento.
Aplicação do conteúdo
1. Uma partícula de massa m = 5,0 kg está 6,0 m acima
de um plano a paralelo ao solo. O plano a, por sua vez,
está distante 3,0 m do solo. Calcule a energia potencial
gravitacional da partícula.
m
multimídia: vídeo
g
Fonte: Youtube
O Brasil que o Brasil Quer – ENERGIA SUS- 6,0 m
TENTÁVEL
α
3. Energia potencial
3,0 m
gravitacional solo
v0 = 0
3,0 m
A
g solo
22
A energia potencial gravitacional de um corpo é cal-
culada pelo trabalho da força-peso sobre o corpo no
movimento de um certo ponto até um referencial.
Uma característica importante é que o trabalho inde-
pende da trajetóri; dessa forma, em um dado ponto,
o valor da energia potencial é único em relação a esse
referencial. Isso não ocorreria caso o trabalho do peso
dependesse da trajetória. Ao longo do curso, serão
analisadas outras forças, cujo trabalho entre dois
pontos também não depende da trajetória. Para cada
uma delas é possível definir uma energia potencial.
multimídia: livros
Geração de energia elétrica: fundamentos, de
Paulo Cesar Marques de Carvalho e Manuel
Rangel Borges Neto
O livro apresenta as formas de geração de Pela Lei de Hooke, a força elástica e a deformação se rela-
energia comuns ao mundo atual, dando ên- cionam por:
___›
fase aos impactos sociais e ambientais acu- |F E | = k|x|
sados pelas fontes de energia não renováveis
Assim, o trabalho da força elástica para ir de xA até O
e às vantagens do uso de fontes de energia
(tA → 0) é dado pela área da região colorida na figura a
não convencionais.
seguir. Sendo EP a energia potencial em A, tem-se:
A
23
coeficiente de atrito cinético entre os pneus e o asfal- Admita 1 cal = 4 J e a aceleração da gravidade = 10 m/s2.
to é de 0,5 e considerando a aceleração da gravidade Com base nos dados, julgue as afirmativas.
igual a 10 m/s2, os peritos concluíram que a velocidade
( ) Se a quantidade de energia solar absorvida por esse
do veículo antes da frenagem era de 108 km/h.
painel em 2 minutos for de 20 kcal/cm2, a potência ge-
Considerando o atrito dos pneus com o asfalto como rada por ele será inferior a 200 W.
sendo a única força dissipativa, o valor medido para as ( ) A energia necessária para que o barco, partindo do re-
marcas de pneus foi de: pouso, atinja a velocidade de 20 m/s é superior a 3 . 105 J.
a) 30 m. ( ) Supondo-se que o painel de células solares forne-
b) 45 m. cesse 200 W para que o barco fosse acelerado a partir
c) 60 m. do repouso até atingir a velocidade de 72 km/h seriam
d) 75 m. necessários mais de 15 minutos.
e) 90 m. ( ) Para uma potência de 400 W gerada pelas células
solares, teremos uma energia correspondente de 100
Resolução: cal por segundo.
Pelo teorema da energia cinética, sabe-se que o trabalho ( ) O rendimento do painel solar prevê que, para cada
10 J de energia solar, 2,5 J são convertidos em energia
realizado pela força de atrito é igual à variação da ener-
elétrica.
gia cinética desenvolvida pelo corpo. Nesse caso, a força
é resistiva, ou seja, é contrária ao movimento do corpo e, Resolução:
portanto, tem sinal negativo.
mv0 2 Falsa. A potência é dada pela razão entre a energia e o
mv – ___
2
τ = ∆EC ⇒ - Fat ∙ d = ___ tempo: P = __ E
2 2 t
Como a velocidade final é nula, vem: Assim:
mv 2 mv0 2 mv0 2
–Fat ∙ d = – ___ 0 ⇒ d = ________
[ d = ______
P = E/t ⇒
2 2µC∙ m ∙ g 2 µC ∙ g
( )
2
kcal2 ∙______
10 cal 10 cm 4 J
3 2
Utilizando os dados do problema com a velocidade no SI, 20 ____ ∙ ______
∙ 2m2 ∙ ____
tem-se que a distância medida da frenagem será: cm 1 kcal
_____________________________
P =
1 m ∙ 0,25 1cal
60s
2 min ∙ _____
d = _____
2
v
0
(
⇒ d = _________________
1 m/s
108 km/h ∙ _______
3,6 km/h
⇒
) 2
1 min
[ P = 3,33 ∙ 106 W
2µC ∙ g 2 ∙ 0,5 ∙ 10 m/s2
Falsa. Desconsiderando os atritos:
900 m /s2
2 2
d = _______
[ d = 90 m
10 m/s 1000 kg ∙ (20 m/s)2
Alternativa E EC = mv2/2 ⇒ EC = ______________
[ EC = 2 ∙ 105 J
2
2. (Fepar) Um barco movido à energia solar tem gran- Verdadeira. A velocidade final no SI será:
des limitações para transportar passageiros e cargas. O 1 m/s
v = 72 km/h ∙ _______
= 20 m/s
maior dos problemas é o baixo rendimento das células 3,6 km/h
solares, que em sua maioria atingem 25% – convertem Usando a energia para esse valor de velocidade já calcu-
em energia elétrica apenas 25% da energia solar que lado:
absorvem. Outro grande problema é que a quantidade
2 ∙ 10 J
5
de energia solar disponível na superfície da Terra de- t = E/P ⇒ t =_______
[ t = 1000 s
200 W
pende da latitude e das condições climáticas. = 16,67 min = 16 min 40s
Verdadeira. P = 400 W = 400 J/s ∙ ____ 1 cal
[ P = cal/s
4J
Verdadeira. 25% de 10 J é 2,5 J
3. (Unisc) Um corpo de massa m1 e animado de uma ve-
locidade V1 possui uma energia cinética EC1 = 1
__ m V2 . Se
1
2
a massa inicial for quadruplicada enquanto que a velo-
cidade inicial for reduzida pela metade, a nova energia
cinética EC2 em relação à primeira, vale:
a) o dobro;
b) o triplo;
Considere um barco movido a energia solar, com massa
c) a metade;
de 1.000 kg e um painel de 2 m2 de células solares, com
rendimento de 25% localizado em sua proa. Desconsi- d) a mesma;
dere as perdas por atrito de qualquer espécie. e) o quádruplo.
24
Resolução: a) mgL.
E
___
__
2
C2 = ________
( )
1 4 m __
V 2
1 E
2 ___
⇒
1 4 m __
__
2
C2 = _______
V 2
1 E
4 [ ___
C2 = 1
Resolução:
EC1 __1
mV E __1
m V1 E
2 C1 2 C1 Pelo teorema da energia cinética, tem-se que τ = ∆EC.
2 1 2
Alternativa D Analisando a questão, verifica-se que existem 3 forças atu-
ando no sistema: tração, peso e atrito.
A tração faz a função da força centrípeta, portanto, não
executa trabalho.
O peso realiza trabalho e o seu módulo é exatamente a
variação da energia potencial do movimento.
O atrito também realiza trabalho.
Assim:
25
Como a questão pede somente a variação, pode-se assu-
mir o módulo do valor encontrado.
Alternativa D
multimídia: sites
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/
Dinamica/energia2.php
multimídia: vídeo www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/
Fonte: Youtube Dinamica/energia.php
Como gerar energia só com água (Gerador www.coladaweb.com/fisica/mecanica/ener-
Termoelétrico) gia-cinetica-potencial-e-mecanica
VIVENCIANDO
A busca por fontes renováveis de energia é uma das grandes preocupações do século XXI e tema de discussão
entre os acadêmicos de todo o mundo, pois a obtenção de energia não renovável está relacionada ao alarmante
aquecimento global. Boa parte da matriz energética mundial funciona à base de combustíveis fósseis que, quando
utilizados, geram os chamados gases do “efeito estufa”.
Existe uma intensa pesquisa científica para a obtenção de uma matriz energética mais sustentável. O Brasil, em
comparação ao restante do mundo, possui uma matriz energética das mais sustentáveis.
26
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéti-
8 cos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
A habilidade 8 é empregada na identificação correta do tipo de energia envolvida, podendo tratar dos diferentes tipos
de energia, como mecânica, química, elétrica, magnética, eólica, solar, etc.
Modelo 1
(Enem) A energia elétrica nas instalações rurais pode ser obtida pela rede pública de distribuição ou por dispositi-
vos alternativos que geram energia elétrica, como os geradores indicados no quadro.
Análise expositiva - Habilidade 8: Somente há formação de resíduos poluidores nos processos em que
C ocorrem reações químicas como subprodutos da combustão, como no caso da queima da gasolina e do carvão.
Alternativa C
Modelo 2
(Enem) A usina termelétrica a carvão é um dos tipos de unidades geradoras de energia elétrica no Brasil. Essas usinas
transformam a energia contida no combustível (carvão mineral) em energia elétrica.
Em que sequência ocorrem os processos para realizar essa transformação?
a) A usina transforma diretamente toda a energia química contida no carvão em energia elétrica, usando reações de fissão
em uma célula combustível.
b) A usina queima o carvão, produzindo energia térmica, que é transformada em energia elétrica por dispositivos deno-
minados transformadores.
c) A queima do carvão produz energia térmica, que é usada para transformar água em vapor. A energia contida no vapor
é transformada em energia mecânica na turbina e, então, transformada em energia elétrica no gerador.
d) A queima do carvão produz energia térmica, que é transformada em energia potencial na torre da usina. Essa energia
é então transformada em energia elétrica nas células eletrolíticas.
27
e) A queima do carvão produz energia térmica, que é usada para aquecer água, transformando-se novamente em energia
química, quando a água é decomposta em hidrogênio e oxigênio, gerando energia elétrica.
Análise expositiva - Habilidade 8: Nas usinas termelétricas (a diesel ou a carvão), é usada a energia térmica
C produzida na queima do combustível para aquecer água, gerando vapor a alta pressão, movimentando as turbi-
nas acopladas aos geradores de energia elétrica.
Alternativa C
DIAGRAMA DE IDEIAS
PRINCÍPIO DE
ENERGIA CONSERVAÇÃO
DA ENERGIA
ASSOCIADA AO
ENERGIA CINÉTICA
MOVIMENTO
PODE SE
ENERGIA POTENCIAL TRANSFORMAR EM
ENERGIA CINÉTICA
INTERAÇÃO COM
ENERGIA
UMA MOLA OU
POTENCIAL ELÁSTICA
ELASTÔMERO
TEC – TEOREMA DA
ENERGIA CINÉTICA
28
AULAS Energia mecânica
39 e 40
Competências: 3, 5 e 6 Habilidades: 8, 17 e 23
29
2. Forças conservativas Assim, igualando as equações e manipulando, tem-se:
Ec – Ec = Epg – Ep
Uma força é conservativa quando o trabalho realizado por 0 0 g
A 3. Energia mecânica
A energia mecânica (EM) de um corpo é igual à soma da
energia cinética com todas as energias potenciais do corpo:
P
EM = EC + EP
h II
Na equação, Ec é a energia cinética do corpo e Ep é a ener-
I gia potencial desse corpo (incluindo-se todas as energias
potenciais).
B
Quando o corpo está sujeito apenas à ação de forças con-
servativas, pode-se afirmar que o trabalho da força resul-
tante é igual à variação da energia cinética. No caso ante-
rior, a única força que atua no corpo é a força-peso, então
o trabalho da resultante é o trabalho da força-peso.
τFr = Ec – Ec
0
τp= Ec – Ec
0
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Energia Mecânica - Sistema Dissipativo de
Energia
30
numa região onde g = 10 m/s2. Ao passar pelo ponto A, mecânica não se conserva, pois, nesse caso, ocorre defor-
a velocidade vA do bloco é 4,0 m/s. Calcule a velocidade mação permanente do chão ao ser penetrado pela estaca,
do bloco ao passar pelo ponto B, sabendo que a altura
e as superfícies que se chocam sofrem aquecimento, além
h, entre o pontos A e B é igual 0,60 m.
dos ruídos produzidos no instante do choque.
Resolução:
Como não existe atrito, as únicas forças que atuam no bloco
são o peso e a força normal. No entanto, a força normal
não realiza trabalho e, desse modo, o trabalho é realizado
apenas pela força-peso, que é uma força conservativa. Nessa
situação, pode-se aplicar o princípio da conservação da ener-
gia mecânica: a energia mecânica em A é igual à energia
mecânica em B.
Para calcular a energia potencial, pode-se usar tanto o gando por um tobogã, não ocorre conservação da energia
ponto A como o ponto B como referência. No entanto, esse mecânica. A energia potencial gravitacional é transforma-
é um caso em que é mais vantajoso considerar o referencial da em calor e em energia cinética. O calor é devido à dissi-
da figura (altura do ponto B). Em relação a esse referencial, pação, em forma de calor, da energia térmica pelo atrito do
as alturas dos pontos A e B são hA = 0,60 m e hB = 0, res- garoto com a superfície do tobogã.
pectivamente. Assim, aplicando o princípio da conservação Se as forças de atrito não existirem, a conservação da ener-
da energia mecânica: gia mecânica se torna possível. Nesse caso, afirma-se que
o sistema é conservativo, ou seja, a variação de energia
EC + EP = EC + EP
v__2A
A A B
v2B
B cinética deve-se apenas ao trabalho realizado por forças
__
⇒ m · + m · g · hA = m · + m · g · hB
2 2 conservativas.
⇒ (4,0)2 + 2 · (10)(0,60) = v2B + 2 · (10)(0) Por exemplo, no vácuo, um corpo em queda livre está sujeito
v = 28
2 apenas à ação da força-peso, que é uma força conservativa.
B
O trabalho da força-peso, no trecho AB da trajetória, indica-
⇒ vB = 2dXX
7 m/s do na figura a seguir, pode ser calculado em função da va-
riação da energia cinética e da variação potencial do corpo.
Para as forças conservativas, o trabalho entre dois pon-
tos não depende da trajetória. Quando essas forças são
as únicas que realizam trabalho sobre um corpo, a
energia mecânica do corpo se conserva.
31
tAB = EC – EC ou tAB = EP – EP
B A A B
32
2. Na figura a seguir, o carrinho de uma montanha russa
tem velocidade igual a zero na posição 1, e desliza pelo
trilho, sem atrito, até a posição 3, depois de passar pelo
círculo.
33
250 g, ao longo2 de uma trajetória que é descrita pela energia potencial diminuía ou aumentava, respectivamen-
x2 + y__ = 1, onde x e y são medidos em metros.
equação ___ te. Graficamente, é possível representar essa transforma-
25 4
Se no ponto A de coordenada horizontal x = RA = – 3,0 m ção de energia da seguinte maneira.
o carro foi arremessado com velocidade inicial de
módulo vA = 3,0 m/s, qual é a velocidade do carro
no ponto B de coordenada horizontal xB = 0,0 m?
Considere que o carro pode ser tratado como partí-
cula e despreze os efeitos do atrito.
√
yA = _______
100 – 4(-3)2
25
∴
yA = 1,6 m ou
EC
EC
Para o ponto B: ________
√
0A B C v 0C B A h
100 – 4(0)2
yB = _______
∴ yB = 2 m
25 Seja em função da velocidade ou da altura, a energia me-
Substituindo os valores de g, de yA e de yB na equação de cânica permanece constante durante toda a queda. A ener-
vB, tem-se: gia potencial gravitacional começa com seu valor máximo
________________ _____ __
vB = √2
. 10 . (1,6 - 2) + 32 = √–8 + 9 = √1 = VB = 1 m/s caindo até o mínimo, e a energia cinética começa com seu
Alternativa B valor mínimo até atingir seu máximo.
Nota: no primeiro diagrama, a energia cinética e a ener-
34
4.2. Segundo caso: energia cinética Em que:
Muito parecido com o caso anterior, tem-se a transforma- § EmF é a energia mecânica final;
ção de energia cinética em energia potencial elástica, mas § tFat é o trabalho da força de atrito.
de tal modo que a energia mecânica do sistema permane-
Repare que o trabalho da força de atrito tFat está sendo
ça constante.
somado com a quantidade de energia mecânica inicial.
E E
EM EM Lembre-se de que todo trabalho das forças dissipativas
EC EC
é negativo, e, dessa forma, ao se somar esse trabalho ao
termo de correspondência da energia mecânica inicial,
ou
retira-se a energia dissipada da energia que havia inicial-
EPEI EPEI mente. A energia restante será igual à energia mecânica
0A B C v 0C B A x
final. Geralmente, a energia dissipada acaba por se trans-
formar em energia térmica, o que causa um aquecimento
Nota: no primeiro diagrama, a energia cinética e a ener- dos corpos.
gia potencial elástica estão em função da velocidade v;
como a energia cinética varia com v², fica fácil perceber
que o diagrama corresponde a um trecho de uma pará-
bola. No segundo diagrama, as energias variam com a
deformação x; uma vez que a energia potencial elástica
varia com x², o diagrama também será um trecho de pa-
rábola.
multimídia: livros
Processos de energias renováveis, de Aldo Viei-
ra da Rosa
Os temas energia sustentável e segurança
estão na linha de frente dos discursos públi-
cos em todo o mundo. Por isso, há uma pres-
são para que seja encontrado um entendi-
mento sobre fontes limpas e alternativas de
multimídia: vídeo energia, como energia solar e energia eólica.
Fonte: Youtube Esse livro contém os detalhes técnicos neces-
Trabalho da Força Peso e da força elástica sários para a compreensão dos princípios de
engenharia que governam as aplicações da
energia renovável em diferentes níveis.
35
Dessa forma:
m·v2
_____ m · vF2
0 + tfat = _____
2 2
(5)2 1 · (2)2
1 · ___
– m · N · 3 = ______
2 2
21
m · N · 3 = ___
2
Nesse caso, como N = P, tem-se:
m · 10 · 1 · 3 = ___ 21
2
m = 0,35
Considere a existência de atrito entre o bloco e o plano
2. (UERN) Um objeto de 200 g é abandonado do alto inclinado e despreze quaisquer outras formas de resis-
de uma torre e, durante a sua queda, a dissipação de tência ao movimento. Sabendo que o bloco retorna ao
energia devido à resistência do ar é constante e igual a ponto A, a velocidade com que ele passa por esse pon-
20 J. Se a velocidade do objeto ao atingir o solo é de 30 to, na descida, em m/s vale:
m/s, então a altura dessa torre é de:
a) 4. __
(Considere: g = 10 m/s2) b) 2√2 .
a) 38 m c) 2.__
b) 46 m d) √3 .
c) 51 m
d) 55 m
Resolução:
36
Assim, a força de atrito será:
Fat = FR – Px
Fat = –16 – (–12) ∴ Fat = –4 N
Usando a conservação de energia entre os pontos A e B na
descida, pode-se calcular a velocidade que o bloco passa
em A, pois a energia potencial gravitacional em B somada
à energia dissipada pelo atrito no trajeto AB é igual à ener-
gia cinética em A.
Ep(B) + Ed = Ec(A)
Sabendo que a energia dissipada é:
Ed = Fat . Ds ∴ Ed = –4 J
E a energia potencial gravitacional em B:
Ep(B) = m · g · h ⇒ Ep(B) = 2 · 10 · 0,6 ∴ Ep(B) = 12 J
Portanto, a energia cinética em A é:
EC(A) = 12 – 4 ∴ EC(A) = 8 J
E, finalmente: ______
m .
EC(A) = _____v2
2 √ 2 . Ec(A)
⇒ v = ______
m ∴
__
v = 2√2 m/s
Alternativa B
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
AES Eletropaulo nas Escolas apresenta: Os
impactos da geração de energia elétrica
37
VIVENCIANDO
O conceito de energia em Física é fundamental, sendo capaz de relacionar diferentes conteúdos num mesmo exercí-
cio. Pode ocorrer transformação de energia mecânica em energia térmica ou em energia elétrica, e vice-versa. Histo-
ricamente, o conceito de energia foi fundamentado durante o desenvolvimento da termodinâmica. Assim, a segunda
lei da termodinâmica permeia toda a Física.
“A energia não é criada, a energia não é perdida, a energia apenas se transforma de um tipo em outro, em quanti-
dades iguais.”
A frase acima, que deriva da frase original de Lavoisier, abrange uma ideia que remonta desde Tales de Mileto, na
Antiguidade, passando por Galileu, Laplace, Joule e tantos outros. A partir dela é possível perceber a importância do
conceito de energia.
A transformação de um tipo de energia em outro é o que possibilita as mudanças que ocorrem no Universo. Mesmo
agora, enquanto você lê este texto, em seu corpo ocorre a transformação de energia química, contida nos alimentos
que você ingeriu, em energia mecânica, utilizada nos batimentos de seu coração, ou ainda em impulsos elétricos em
seus neurônios.
Em busca de praticidade, a humanidade constrói máquinas capazes de realizar trabalhos com mais eficiência do que
um homem comum. Isso foi importante para a transformação da humanidade. Assim como as máquinas elétricas
foram e ainda são responsáveis por mudanças na vida cotidiana.
38
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implica-
23 ções éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
A habilidade 23 é referente às transformações dos diferentes tipos de energia entre si, sendo o conceito de conversão
fundamental para esse tipo de relação.
Modelo 1
(Enem) Um garoto foi à loja comprar um estilingue e encontrou dois modelos: um com borracha mais “dura” e ou-
tro com borracha mais “mole”. O garoto concluiu que o mais adequado seria o que proporcionasse maior alcance
horizontal, D, para as mesmas condições de arremesso, quando submetidos à mesma força aplicada. Sabe-se que a
constante elástica kd (do estilingue mais “duro”) é o dobro da constante elástica km (do estilingue mais “mole”).
D
A razão entre os alcances ___
d, referentes aos estilingues com borrachas “dura” e “mole”, respectivamente, é igual a:
Dm
a) 1/4.
b) 1/2.
c) 1.
d) 2.
e) 4.
Considerando o sistema conservativo, toda essa energia potencial é transformada em cinética para o objeto lançado.
Assim:
Supondo lançamentos oblíquos, sendo q o ângulo com a direção horizontal, o alcance horizontal (D) é dado pela
expressão:
D = Vo² · sen(2θ)/2 · g
Dd/Dm = 1/2
Alternativa B
39
Modelo 2
(Enem) Um automóvel, em movimento uniforme, anda por uma estrada plana, quando começa a descer uma ladeira,
na qual o motorista faz com que o carro se mantenha sempre com velocidade escalar constante.
Durante a descida, o que ocorre com as energias potencial, cinética e mecânica do carro?
a) A energia mecânica mantém-se constante, já que a velocidade escalar não varia e, portanto, a energia cinética é constante.
b) A energia cinética aumenta, pois a energia potencial gravitacional diminui e quando uma se reduz, a outra cresce.
c) A energia potencial gravitacional mantém-se constante, já que há apenas forças conservativas agindo sobre o carro.
d) A energia mecânica diminui, pois a energia cinética se mantém constante, mas a energia potencial gravitacional diminui.
e) A energia cinética mantém-se constante, já que não há trabalho realizado sobre o carro.
Análise expositiva - Habilidade 23: Energia potencial: Ep = mgh. Sendo uma descida, a altura diminui, a energia
D potencial diminui.
mv
Energia cinética: EC =____
2
. Sendo constante a velocidade, a energia cinética também é constante.
2
Energia mecânica: EM = EC + Ep. Se a energia potencial diminui e a energia cinética é constante, a energia mecânica
diminui.
Alternativa D
40
DIAGRAMA DE IDEIAS
PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO
ENERGIA MECÂNICA
DA ENERGIA
ENERGIA MECÂNICA
FORÇAS CONSERVATIVAS
SE CONSERVA
41
AULAS Impulso e quantidade de movimento
41 e 42
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 20 e 23
___› __›
Q
= m · v
___› _›_
_›_ Q
= m · v
___› _›_
___› a massa m é uma grandeza positiva, os vetores v
Como
O vetor Q
tem a mesma direção e sentido de v
e seu mó-
e Q
sempre terão a mesma direção e o mesmo sentido.
dulo é:
A quantidade de movimento também é denominada mo-
mento linear. Q = m · v = 800 kg · 10 m/s = 8.000 kg · m/s
A unidade de quantidade de movimento não tem uma de-
nominação específica. No SI, tem-se:
___ __
2. Quantidade de
[Q › ]= [m] · [ v › ]
___› movimento de um sistema
[Q
]= kg · m · s–1 O conceito de quantidade de movimento é muito útil para
a análise de movimentos de um conjunto de corpos (ou
sistema), como será visto adiante.
A figura a seguir ilustra um sistema formado por n partícu-
las. No instante____t› qualquer,
____› ____› as____partículas
›
têm quantidades
de movimento Q 1 , Q 2 , Q
3 , ..., Q
n .
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Quantidade de movimento 1
Sistema formado por várias partículas.
42
A quantidade de _movimento
__› total do sistema, no
instante t, é o vetor Q
dado pela soma vetorial das quanti-
dades de movimento de cada partícula: ____
___ ____ ____ ____
› › › › ›
Q
= Q
1 + Q
2 + Q
3 + ... + Q
n
Aplicação do conteúdo
1. O sistema de partículas ilustrado na figura a seguir
é formado por duas partículas que se movem em ____ traje-
e perpendiculares. Supondo Q1 = 30
›
tórias retilíneas
____
kg · m/s e Q___2 = 40 kg · m/s, calcule a quantidade de
›
3. Impulso de uma
força constante
No estudo do conceito de impulso, considere inicialmente
Resolução: um caso particular de uma força constante agindo sobre
um corpo. Como exemplo, observe a situação representada
A quantidade de movimento do sistema é dada pela soma
na figura a seguir: um automóvel _›_ acelera em um trecho
das quantidades de movimento de cada partícula; assim,
retilíneo de uma estrada, sendo F a resultante das forças
deve-se ter:
___› ____› ____› que atuam no___›
automóvel. No instante t i , o automóvel
____› tem
Q
= Q
1 + Q
2 velocidade vi e quantidade de movimento Q i . Depois___de
____› ____› ›
A operação de adição dos vetores Q 1 e Q
2 está represen- um intervalo de tempo, no instante____› tf, a velocidade é vf e
a quantidade de movimento é Q i . Aplicando a segunda Lei
tada na figura a seguir.
___›
Pelo triângulo colorido, calcula-se o
de Newton nessa situação, obtém-se:
módulo do vetor Q :
_›_
___› ___› ____› ____› ___›
_›_ ___› m · v
– m · v Q
– Q
Q
Dv = ___________
D
F = m ___
= m · a f
i = ______
f i = ___
Dt Dt Dt Dt
Assim:
__› ___›
· Dt = DQ
F
_›_ ___›
Essa última equação relaciona o produto F · Dt com a variação da quantidade de movimento DQ .
_›_
Devido à importância
_›_
do conceito de quantidade de movimento, a quantidade dada pelo produto F · Dt recebeu o nome de
impulso da força F
durante o intervalo de tempo Dt. Assim:
_›_ _›_
O impulso (I ) de uma força constante F
, durante o intervalo de tempo Dt, é dado por:
_›_ __›
= F
I · Dt
_›_ _›_
Como o intervalo de tempo é positivo, Dt > 0, os vetores I
e F
devem ter a mesma direção e o mesmo sentido.
Com essa definição, a equação:
43
__› ___› _›_ ___›
·
F Dt = DQ ainda que o teorema do impulso I = DQ continua válido
Obtida acima, pode ser reescrita assim: quando a força é variável.
_›_ ___›
I = DQ
_›_
O impulso de uma força constante F
, em um intervalo
de tempo Dt, é igual à variação da quantidade de mo-
vimento, durante esse intervalo de tempo, produzida
por essa força.
44
____› ___›
Q
f = m · v f
Aplicação do conteúdo ____› ___›
0 = m · v 0
Q
1. Uma bola de beisebol de massa 150 gramas se apro-
xima do rebatedor, com velocidade de módulo v1 = 30 Assim, a equação anterior fica:
___ ___ _›_
m/s. Logo após a rebatida, o módulo da velocidade da _›_ m · v › – m · v › ___›
F = ___________
f
i
___v
= m · = m · a
D
bola é v2 = 50 m/s. Dt Dt
Nesse caso, considere que o tempo de contato entre a Portanto, a equação final é um caso particular da equação
bola e o taco foi de 0,002 s. Calcule o impulso da força
que o taco exerceu sobre a bola e o valor médio da
apresentada no início, valendo quando a massa do corpo
força exercida pelo taco sobre a bola. é constante. Entretanto, há situações em que a massa do
corpo é variável. O exemplo mais comum é o caso de um
Resolução: foguete. Durante seu movimento, a massa do foguete dimi-
Sendo Q1 e Q2 as quantidades de movimento da bola antes nui devido à queima de combustível. Nesse caso, o estudo
e depois da batida (considerando m = 150 gramas = 0,15 do movimento de um foguete deve ser feito utilizando-se a
kg), tem-se: equação dada pela quantidade de movimento.
____›
Q
1 = m · v1 = (0,15)(30) = 4,5 kg · m/s
____›
Aplicação do conteúdo
Q
2 = m · v2 = (0,15)(50) = 7,5 kg · m/s 1. (UPE-SSA) “Ao utilizar o cinto de segurança no ban-
Escolhendo o eixo orientado para a direita como referência, co de trás, o passageiro também está protegendo o
tem-se: motorista e o carona, as pessoas que estão na frente
do carro. O uso do cinto de segurança no banco da
frente e, principalmente, no banco de trás pode evitar
muitas mortes. Milhares de pessoas perdem suas vidas
no trânsito, e o uso dos itens de segurança pode re-
Q1 = 4,5 kg · m/s e Q2 = –7,5 kg · m/s duzir essa estatística. O Brasil também está buscando,
cada vez mais, fortalecer a nossa ação no campo da
Assim: prevenção e do monitoramento. Essa é uma discussão
I = DQ = Q2 – Q1 = (–7,5) – (4,5) = –12 kg · m/s que o Ministério da Saúde vem fazendo junto com ou-
tros órgãos do governo”, destacou o Ministro da Saú-
I = 12 kg · m/s de, Arthur Chioro.
Desprezando a ação do peso da bola, tem-se: Estudo da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego
(Abramet) mostra que o cinto de segurança no banco
I = Fm · Dt da frente reduz o risco de morte em 45% e, no banco
traseiro, em até 75%. Em 2013, um levantamento da
12 = Fm · 0,002
Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do ban-
Fm = 6 · 103 N co da frente deixariam de morrer, se os cintos do banco
de trás fossem usados com regularidade.
Lei de Newton
banco-detras Acesso em: 12 de julho de 2015.
45
Resolução: Admitindo que não há perdas no sistema, estime, em N ∙ s
a impulsão fornecida pela máquina no intervalo entre 5 e
Transformando a velocidade e o tempo para o Sistema In-
105 segundos.
ternacional de unidades:
1 m/s Resolução:
vi = 72 km/h · ________ = 20 m/s
3,6 km/h
No gráfico da força pelo tempo dado no enunciado, sa-
1 s
Dt = 400 ms · _______ = 0,4 s be-se que a área sob a curva é numericamente igual ao
1000 ms
impulso (I) gerado pela força (F) durante o tempo t.
Utilizando a definição de impulso e o teorema do impulso,
tem-se a relação entre a força média e a variação da quan- Como é pedido o impulso no intervalo de tempo compre-
tidade de movimento: endido entre 5 e 105 segundos, pode-se concluir que a
DQ m . (vf - vi) área do retângulo da figura a seguir é numericamente
I = DQ = Fm · Dt ⇒ Fm = ___ =________
Dt At igual ao impulso no mesmo intervalo de tempo.
80 kg . (0 – 20 m/s)
Fm =______________
∴ Fm = 4000 N
0,4s
E essa força média equivale a uma massa no campo gravi-
tacional terrestre de:
F
gm ⇒ m = 4000 N
m = ___ ______ ∴ m = 400 kg
10 m/s2
Alternativa B
2. (Mackenzie) Um móvel de massa 100 kg, inicialmente
em repouso, move-se sob a ação de uma força resultan-
te, constante, de intensidade 500 N, durante t = 4,00 s.
A energia cinética adquirida pelo móvel, no instante
t = 4,00 s em joule (J) é:
a) 2,00 ∙ 103. Assim, pode-se escrever:
b) 4,00 ∙ 103. I = área = 100 ∙ 100
c) 8,00 ∙ 103.
d) 2,00 ∙ 104. I = 10.000N ∙ s
e) 4,00 ∙ 104. 4. (FGV) Um brinquedo muito simples de construir, e que
Resolução: vai ao encontro dos ideais de redução, reutilização e
reciclagem de lixo, é retratado na figura.
Aplicando o teorema do impulso de uma força:
I = DQ
F ∙ Dt = m ∙ v
Assim, tem-se a velocidade ao final de 4 segundos: A brincadeira, em dupla, consiste em mandar o bólido
de 100 g, feito de garrafas plásticas, um para o outro.
v = F____
. Dt 500 N . 4s∴
________
m ⇒ v = 100 kg
v = 20 m/s Quem recebe o bólido, mantém suas mãos juntas, tor-
A energia cinética será, nando os fios paralelos, enquanto que, aquele que o
manda, abre com vigor os braços, imprimindo uma for-
100 kg ∙ (20m/s)2
Ec = m . v2
____
⇒ Ec = _____________
∴ Ec = 2,00 ∙ 104 J ça variável, conforme o gráfico.
2 2
Alternativa D
3. (UERJ) Observe o gráfico a seguir, que indica a força
exercida por uma máquina em função do tempo.
Considere que:
46
§ o tempo que o bólido necessita para deslocar-se de
um extremo ao outro do brinquedo seja igual ou su-
perior a 0,60 s.
Dessa forma, iniciando a brincadeira com o bólido em
um dos extremos do brinquedo, com velocidade nula,
a velocidade de chegada do bólido ao outro extremo,
em m/s, é de:
a) 16.
b) 20.
c) 24.
d) 28.
e) 32.
Resolução:
No gráfico da força pelo tempo apresentado no enunciado,
o impulso é numericamente igual à área do gráfico.
0,6(8)
I = _____
= 2,4 N ∙ s
2
Pelo teorema do impulso: o impulso da força resultante é
igual à variação da quantidade de movimento (DQ)
I = DQ = m Dv ⇒ 2,4 = 0,1 (v – 0) ⇒ v = 24 m/s.
Alternativa C
multimídia: sites
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/
Dinamica/impulso.php
www.sofisica.com.br/conteudos/Mecanica/
Dinamica/quantmov.php
brasilescola.uol.com.br/fisica/impulso.htm
47
DIAGRAMA DE IDEIAS
QUANTIDADE DE
MOMENTO LINEAR
MOVIMENTO
GRANDEZA VETORIAL
SOMATÓRIA DE QUANTIDADE
PARA UM SISTEMA
DE MOVIMENTOS
IMPULSO DE TEOREMA DO
UMA FORÇA IMPULSO
ALTERA A QUANTIDADE
DE MOVIMENTO
48
Conservação da quantidade
AULAS
de movimento
43 e 44
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 20 e 23
em um sistema de partículas
Foi visto anteriormente que a quantidade de movimento de
um corpo é dada___
›
pelo___produto de sua massa e sua veloci-
›
dade vetorial: Q
= m ∙ v ; agora, considere uma situação em
que, num dado sistema, existem várias partículas. A quanti-
dade de movimento total do sistema em um dado instante
será igual à soma vetorial da quantidade de movimento de
cada partícula individual até a enésima.
___
› ___
› ___
› ___
› ___
›
sistema =
Q
1 +
Q
2 +
Q
3 + ... +
Q
n
Q
___
› multimídia: vídeo
1
Q
Fonte: Youtube
1 2 ___ Impulso e quantidade de movimento
›
2
Q
3
___›
2. Princípio da conservação
3
Q da quantidade de movimento
Assim, pode-se aplicar, numa situação em que esse sistema
A análise do movimento de um sistema de corpos exige a
passe por mudanças, o teorema do impulso.
__› ___
› ___
› ___
› separação das forças que atuam nos corpos em dois con-
= DQ
I sistema
sistema
= Q
– Q
0 juntos: um conjunto das forças internas e um conjunto
___
›
F ∙ Dt = Dt = DQ
sistema
das forças externas. Uma força é chamada de interna
quando é exercida por um corpo do sistema sobre outro
Analisando o primeiro membro da equação, a força res- corpo do mesmo sistema. Uma força é denominada ex-
ponsável pela mudança na quantidade de movimento du- terna quando é exercida por um corpo fora do sistema.
rante o intervalo de tempo é a soma das forças externas
desse sistema. Dessa forma, pode-se reescrever a equação Numa situação em que não existe nenhuma força externa,
da seguinte maneira: ou seja, a resultante das forças externas é nula, afirma-se
___
› que o sistema é isolado de forças externas ou simples-
Fexterna ∙ Dt = DQ
sistema
mente que o sistema é isolado.
No caso em que a força externa é nula, ou a soma vetorial
de todas as forças externas resulta no vetor nulo, ou ainda Em um sistema isolado, a quantidade de movimento é
se for desprezível, pode-se dizer que Fexterna = 0, e, conse- constante.
quentemente, a variação da quantidade de movimento
também é. Esse enunciado constitui o princípio da conservação
___
›
DQ
sistema
=0 da quantidade de movimento.
Ou seja, a quantidade de movimento do sistema perma- Em um sistema isolado, como não existe força externa, o
nece constante. impulso também é nulo, e, consequentemente, a variação
49
da quantidade de movimento também é nula, ou seja, a com velocidades vA = 6,0 m/s e vB = 4,0 m/s sobre uma
quantidade de movimento é constante. superfície horizontal, sem atrito. Sendo vA > vB, após um
certo intervalo de tempo, o carrinho A colide com o car-
rinho B e, durante a colisão, um dispositivo de engate faz
Aplicação do conteúdo com que os __carrinhos permaneçam unidos. Determine a
›
velocidade (v ) do conjunto (carrinhos A e B unidos) de-
1. Como mostra a figura a seguir, dois carrinhos, A e B, de
pois da colisão.
massas mA = 7,0 e mB = 3,0 kg, movem-se inicialmente
Resolução:
____
› __
› ____
›
Os carrinhos
__
›
A e B formam o sistema. No carrinho A, atuam o peso P A e a normal F N ; no carrinho B, atuam o peso P B e a
A
normal F N .
B
__
›
Durante a colisão, além dessas forças, o carrinho __A exerce a força F
sobre o carrinho B, e, pela ação e reação, o carrinho B
__› › __›
aplica a força –F sobre o carrinho A. Essas forças F
e – F
são forças internas
____ exercidas entre os carrinhos. As forças externas
› ____
›
são as forças exercidas por corpos que estão fora do sistema: os pesos P A e P B e as forças normais FN e FN são exercidas
A B
pela Terra.
Como a resultante das forças externas é nula, uma vez que a força normal anula a força-peso, o sistema é isolado. Adicio-
nalmente, o atrito também foi desprezado.
Assim, pode-se aplicar o princípio da conservação da quantidade de movimento: a quantidade de movimento total antes da
colisão deve ser igual à quantidade de movimento depois da colisão:
___› ___› ___›
Q
A + Q
B =
Q
__
› __
› __
›
mA · v A + mB · v B = (mA + mB) · v
Como todos os vetores têm mesmo sentido, pode-se trabalhar com os módulos:
(7,0)(6,0) + (3,0)(4,0) = (7,0 + 3,0) · v
42 + 12 = 10 · v
v = 5,4 m/s
2. As bolas A e B de massas mA = 12 kg e mB = 5,0 kg, sobre uma mesa, movem-se inicialmente uma em direção à
outra, com as velocidades indicadas na figura.
50
Depois de colidirem, as duas bolas continuam a se mo- energia cinética total é a mesma antes e depois da colisão;
vimentar sobre a mesma reta, mas de modo que a bola essas colisões são denominadas colisões elásticas. Um
B vai para a direita com velocidade 3,0 m/s. Determine exemplo de colisão elástica é a colisão entre duas bolas de
o módulo e o sentido da velocidade da bola A depois
da colisão.
marfim (como as bolas de bilhar).
Resolução:
Como as velocidades têm a mesma direção, pode-se traba-
lhar utilizando os módulos das velocidades.
Escolhendo uma orientação para a reta da direção de mo-
vimento das bolas e atribuindo sinais às velocidades:
multimídia: vídeo
Situação inicial → vA = +2,0 m/s e vB = –6,0 m/s Fonte: Youtube
Colisão Elástica e Coeficiente de Restituição
Situação final → v’A = ? e v’B = +3,0 m/s
A quantidade de movimento do sistema antes da colisão
deve ser igual à quantidade de movimento depois da colisão: Na colisão elástica, os corpos necessariamente se separam
depois da colisão. Se, depois de uma colisão, os corpos se
unirem, ocorrerá obrigatoriamente perda de energia cinética.
Dependendo da conservação ou não da energia cinética,
as colisões podem ser classificadas em três tipos:
§ colisão elástica: a energia cinética se conserva e os
corpos se separam depois da colisão;
mAvA + mBvB = mAv’A + mBv’B
§ colisão parcialmente elástica: os corpos se sepa-
(12)(2,0) + (5,0)(–6,0) = 12 · v’A + (5,0)(+3,0)
ram depois da colisão, mas existe perda de energia
v’A = –1,75 m/s cinética;
Como a velocidade v’A é negativa depois da colisão, a bola § colisão inelástica: os corpos permanecem unidos
A se move para a esquerda, ou seja, no sentido oposto à depois de colidirem e existe perda de energia cinéti-
orientação do eixo, como ilustra a figura a seguir. ca; esse tipo de colisão também é denominado colisão
anelástica.
51
4. Conservação em
sistemas não isolados
O princípio da conservação da quantidade de movimento
também pode ser aplicado em algumas situações em que a
resultante das forças externas não é nula. O princípio pode
ser utilizado, por exemplo, no caso de explosões, pois as
explosões ocorrem em um intervalo de tempo muito cur-
to e envolvem forças internas muito mais intensas do que
as forças externas. Assim, um instante um pouco antes da
explosão, a quantidade de movimento total é aproximada-
multimídia: vídeo
mente igual à quantidade de movimento total um pouco Fonte: Youtube
depois da explosão. Colisões elásticas e inelásticas - Mãozinha
Um outro caso em que é possível utilizar o princípio ocorre em Física 020
quando o sistema não é isolado, mas, em uma certa direção,
a resultante das forças externas é nula. Para essa direção em
que a resultante da forças externas é nula, pode-se aplicar o
princípio da conservação da quantidade de movimento.
52
6. Esfera que incide 02) Pode-se dizer que esse tipo de colisão é uma co-
lisão perfeitamente inelástica.
04) Tomando-se o referencial do piloto Felipe Mas-
perpendicularmente em sa, pode-se dizer que a velocidade da mola era de
–270 km/h.
uma superfície fixa 08) Considerando que o intervalo de tempo do
A figura a seguir ilustra uma bolinha lançada contra uma impacto (a duração do impacto) foi de 0,5 s, a
aceleração média da mola foi de 150 m/s2.
parede
__› S. Ao atingir a superfície, a velocidade da bolinha é
v i , perpendicular a S. Supondo que a bolinha não grude na 16) Considerando que, após o final da colisão, a ve-
locidade da mola em relação ao piloto é nula, e to-
parede, em um instante imediatamente posterior à colisão,
__› mando o referencial do piloto Felipe Massa, pode-se
a velocidade da bolinha é v f . Experimentalmente, Newton afirmar que a função horária da posição da mola,
descobriu que existe uma relação entre essas velocidades, após o final da colisão, foi de segundo grau.
e essa relação depende dos materiais de que são feitos
os corpos que colidem. Essa relação é denominada coefi- Resolução:
ciente de restituição (e) e é dada por: Analisando as afirmações, tem-se:
|v | 01) Incorreta. Dados: m = 800 g = 0,8 kg; v0 = 0;
e = ___
f v = 270 km/h = 75 m/s
|vi|
Depois da colisão, a mola tem velocidade igual à do
capacete.
Q = m(v – v0) = 0,8(75 – 0) = 60 kg · m/s
02) Correta. A mola fica incrustada no capacete
após a colisão, caracterizando uma colisão perfeita-
mente inelástica.
__ __ 04) Correta. As velocidades relativas entre dois
› ›
No caso em que v i = v f , a colisão é elástica e tem-se e corpos têm mesma intensidade de sentidos opostos.
= 1. Se a colisão for parcialmente elástica, ocorrerá per- 08) Correta. Dados: v0 = 0; v = 270 km/h = 75 m/s;
__
› __
› Dt = 0,5 s
da de energia cinética e, como consequência, v i > v f , e, am = ___
Dv = 75/0,5 = 150 m/s2
__
› Dt
assim, 0 < e < 1. No caso de colisão inelástica, v f = 0, e,
16) Incorreta. A função somente seria do segundo
portanto, e = 0. grau se o módulo da aceleração da mola fosse cons-
Para o caso de colisão entre duas esferas A e B, o coefi- tante, e isso não se pode afirmar.
ciente de restituição pode ser calculado da seguinte forma: 2. (UPE) Na figura a seguir, observa-se que o blo-
co A de massa ma = 2,0 kg, com velocidade de 5,0
vf – vf v (afastamento) m/s, colide com um segundo bloco B de massa mb =
e = ______
B A
vi – vi
= _______________
rel
8,0 kg, inicialmente em repouso. Após a colisão, os
A B vrel (aproximação)
blocos A e B ficam grudados e sobem juntos, numa
rampa até uma altura h em relação ao solo. Despre-
ze os atritos.
Aplicação do conteúdo
1. (UEM) Durante o treino classificatório para o Gran-
de Prêmio da Hungria de Fórmula 1, em 2009, o pilo-
to brasileiro Felipe Massa foi atingido na cabeça por
uma mola que se soltou do carro que estava logo à sua
frente. A colisão com a mola causou fratura craniana,
uma vez que a mola ficou ali alojada, e um corte de 8
cm no supercílio esquerdo do piloto. O piloto brasileiro Analise as proposições a seguir e conclua.
ficou inconsciente e seu carro colidiu com a proteção de
pneus. A mola que atingiu o piloto era de aço, media 12 ( ) A velocidade dos blocos, imediatamente após a coli-
são, é igual a 1,0 m/s.
cm de diâmetro e tinha, aproximadamente, 800 g. Consi-
derando que a velocidade do carro de Felipe era de 270 ( ) A colisão entre os blocos A e B é perfeitamente
km/h, no instante em que ele foi atingido pela mola, e inelástica.
desprezando a velocidade da mola e a resistência do ar, ( ) A energia mecânica do sistema formado pelos blocos
assinale o que for correto. A e B é conservada durante a colisão.
01) A quantidade de movimento (momento linear) ( ) A quantidade de movimento do bloco A é conserva-
transferida do piloto para a mola foi de, aproximada- da durante a colisão.
mente, 75 kg ∙ m ∙ s-1. ( ) A altura h em relação ao solo é igual a 5 cm.
53
Resolução: 4. (Espcex) Dois caminhões de massa m1 = 2,0 ton e m2
= 4,0 ton, com velocidades v1 = 30 m/s e v2 = 20 m/s,
As figuras mostram as situações inicial e final dos blocos, respectivamente, e trajetórias perpendiculares entre si,
antes e após a colisão, perfeitamente inelástica, e colidem em um cruzamento no ponto G e passam a se
após terem subido a rampa. movimentar unidos até o ponto H, conforme a figura a
seguir. Considerando o choque perfeitamente inelásti-
co, o módulo da velocidade dos veículos imediatamen-
te após a colisão é:
{ }
Qa = 0 Dessa forma, é possível encontrar a velocidade dos dois
Q = mv
m .
Qc = 10 x 10-3 ∙ 20 ⇒ Qc = 0,2 kg __
s
caminhões após a colisão.
b) Considerando o sistema mecanicamente isolado, Qi = Qf
pela conservação da quantidade de movimento, vem:
Qi = Qf ⇒ mc vc = (ma + mc) · vf ⇒ vf 10(20) Qf = m · vf
Qi
200 ⇒ vf = 15,4 m/s
= 13vf ⇒ vf = ___ vf = ________
13 (m1 + m2)
54
100 . 10
3
vf =_______
6 . 10 3
100
vf = ___ m/s
6
ou
vf = 60 km/h
Alternativa C
5. (UFG) Uma experiência comum utilizando um acele-
rador de partículas consiste em incidir uma partícula
conhecida sobre um alvo desconhecido e, a partir da
análise dos resultados do processo de colisão, obter in- a) 3.000 km/h
formações acerca do alvo. Um professor, para ilustrar de b) 3.200 km/h
forma simplificada como esse processo ocorre, propôs a c) 34.000 km/h
seguinte situação em que uma partícula de massa m1 = d) 3.600 km/h
0,2 kg colide com um alvo que, inicialmente, estava em e) 3.800 Km/h
repouso, conforme a figura.
Resolução:
Pela conservação do momento linear, tem-se que:
Qfog = Qest + Qcap.
M ∙ vfog. = mest. ∙ vest. + mcap. ∙ vcap.
Em que:
vfog = 3.000 km/h
mest. = 0,75 ∙ M
vest. = V – 800
Após a colisão, obteve-se como resultado que as compo-
nentes y das velocidades são respectivamente v1y = 5m/s mcap. = 0,25 ∙ M
e v2y = –2 m/s. Nesse caso, a massa do alvo, em kg, é:
vcap. = v
a) 0,08.
b) 0,2. Assim:
c) 0,5. 3.000 ∙ m = 0,75 ∙ (v – 800) + (0,25 ∙ M) ∙ v
d) 0,8.
3.000 = 0,75 ∙ v – 600 + 0,25 ∙ v
e) 1,25.
v = 3.600 km/h
Resolução:
Alternativa D
Como o movimento, antes da colisão, era estritamente
sobre o eixo x, a componente da quantidade de movi- 7. (IFCE) Uma esfera A é largada, a partir do repouso, do
mento no eixo y é nula. Pela conservação da quantidade ponto mais alto de uma calha, cujo trilho possui uma
de movimento, tem-se, então: parte em forma de “looping” (círculo), como mostra a
figura 1.
Qyfinal = Qyinicial ⇒ m1v1y + m2V2y = 0 ⇒ 0,2 ∙ 5 + m2 (–2) =
0 ⇒ m2 = 0,5 kg
Alternativa C
6. (PUC-PR) Um foguete, de massa M, encontra-se no
espaço___
›e na ausência de gravidade com uma veloci-
dade (V 0) de 3.000 km/h em relação a um observador
na Terra, conforme ilustra a figura a seguir. Num dado
momento da viagem, o estágio, cuja massa representa
75% da massa do foguete, é desacoplado da cápsula.
Devido a essa separação, a cápsula do foguete passa a
viajar 800 km/h mais rápido que o estágio.
Qual a velocidade da cápsula do foguete, em relação a
um observador na Terra, após a separação do estágio?
55
A distância horizontal atingida pela esfera A até tocar o
solo é X0 = 1 m. Em seguida, a mesma esfera A é largada
do mesmo ponto anterior, a partir do repouso, e colide
frontalmente com uma segunda esfera B colocada em
repouso na extremidade horizontal da calha (ponto C
na figura 1). Ambas atingem as distâncias horizontais
XA = 0,3 m e XB = 0,6 m, respectivamente.
Desprezando-se a resistência do ar e considerando-se a
aceleração da gravidade g constante, o coeficiente de
restituição do choque, entre as duas esferas, vale:
a) 0,3.
b) 0,5.
c) 0,7.
multimídia: vídeo
d) 0,9. Fonte: Youtube
e) 1,0. Teorema do Impulso - Mãozinha em Física
Resolução: 018
O tempo de queda é o mesmo nos três casos, pois inde-
pende da massa e da velocidade inicial, como mostrado
a seguir: ___
1 g Dt2 ⇒ Dt = ___
h = __
2
2h
g √
Depois de abandonar a calha, a velocidade horizontal de
cada esfera permanece constante para os três lançamen-
tos, sendo igual a razão entre a distância horizontal percor-
rida e o tempo de queda.
Assim, tem-se:
{ }
X
v0 = ___
0 = ___
Dt
1 ;
Dt
multimídia: sites
X 0,3
va = ___
= ___
0
;
Dt Dt
guiadoestudante.abril.com.br/estudo/
X 0,6
vB = ___
0 = ___
resumo-de-fisica-quantidade-de-movimen-
Dt Dt
to-impulso-e-colisoes/
O coeficiente de restituição no choque é dado pela razão
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/teo-
entre velocidades relativas de afastamento (vB – vA) e de
rema-impulso.htm
aproximação (v0).
alunosonline.uol.com.br/fisica/teorema-im-
___ 0,6 0,3
v_____ – ___
– vA _______ 0,3 pulso.html
B
= Dt =
e = v Dt
___
⇒ e = 0,3 brasilescola.uol.com.br/fisica/colisoes.htm
0 __1
1
Dt www.infoescola.com/mecanica/colisoes/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/coli-
Alternativa A
soes-elasticas-inelasticas.htm
56
VIVENCIANDO
O estudo sistematizado de colisões não tem aplicabilidade somente na teoria de partículas. No “mundo macroscópi-
co”, a colisão entre veículos, infelizmente, é questão de utilidade e segurança pública.
Durante um impacto, a utilização do cinto de segurança passa a ser questão vital para a sobrevivência dos ocupantes
de um veículo. Sua utilização interfere na diminuição do impulso atuante no corpo dos passageiros.
57
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
No estudo de colisões entre os corpos, emprega-se a habilidade 20 tanto pela caracterização da causa quanto pela
descrição dos efeitos do movimento em si.
Modelo 1
(Enem) O trilho de ar é um dispositivo utilizado em laboratórios de física para analisar movimentos em que corpos de
prova (carrinhos) podem se mover com atrito desprezível. A figura ilustra um trilho horizontal com dois carrinhos (1
e 2) em que se realiza um experimento para obter a massa do carrinho 2. No instante em que o carrinho 1, de massa
150,0 g, passa a se mover com velocidade escalar constante, o carrinho 2 está em repouso. No momento em que o
carrinho 1 se choca com o carrinho 2, ambos passam a se movimentar juntos com velocidade escalar constante. Os
sensores eletrônicos distribuídos ao longo do trilho determinam as posições e registram os instantes associados à
passagem de cada carrinho, gerando os dados do quadro.
Carrinho 1 Carrinho 2
Posição (cm) Instante (s) Posição (cm) Instante (s)
15,0 0,0 45,0 0,0
30,0 1,0 45,0 1,0
75,0 8,0 75,0 8,0
90,0 11,0 90,0 11,0
58
Análise expositiva - Habilidade 20: A velocidade do carrinho 1 antes do choque é:
C
O carrinho 2 está em repouso: v2 = 0.
Depois da colisão, os carrinhos seguem juntos com velocidade v12, dada por:
:
Alternativa C
Modelo 2
(Enem) Durante um reparo na Estação Espacial Internacional, um cosmonauta, de massa 90 kg, substitui uma bomba
do sistema de refrigeração, de massa 360 kg, que estava danificada. Inicialmente, o cosmonauta e a bomba estão em
repouso em relação à estação. Quando ele empurra a bomba para o espaço, ele é empurrado no sentido oposto. Nesse
processo, a bomba adquire uma velocidade de 0,2 m/s em relação à estação.
Qual é o valor da velocidade escalar adquirida pelo cosmonauta, em relação à estação, após o empurrão?
a) 0,05 m/s
b) 0,20 m/s
c) 0,40 m/s
d) 0,50 m/s
e) 0,80 m/s
Análise expositiva - Habilidade 20: Quando se trata de um sistema mecanicamente isolado, ocorre conserva-
E ção da quantidade de movimento.
Assim:
Alternativa E
59
DIAGRAMA DE IDEIAS
CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE
DO MOVIMENTO
SE CONSERVA
QUANTIDADE DE
SISTEMA ISOLADO MOVIMENTO CONSTANTE
COLISÕES
ENERGIA CINÉTICA
ELÁSTICA
SE CONSERVA
PARCIALMENTE HÁ PERDA DE
ELÁSTICA ENERGIA CINÉTICA
60
ONDULATÓRIA: Incidência do tema nas
principais provas
O tema fenômenos ondulatórios pode aparecer na O tema ondulatória pode aparecer na O tema ondulatória é recorrente na prova,
prova com o estudo de tubos, exigindo a interpre- prova com questões objetivas sobre o exigindo a interpretação de figuras.
tação de figuras. estudo de cordas.
Dentre os temas abordados neste livro, o A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
de maior incidência é o estudo de cordas, porém, podem aparecer o estudo de tubos. temas. Eventualmente, podem aparecer porém, podem aparecer o conteúdo de tubos,
exigindo do candidato a base das equações questões básicas de ondulatória, exigindo exigindo do candidato a interpretação de
fundamentais da ondulatória. do candidato conceitos fundamentais da figuras e a base de equações fundamentais
ondulatória. da ondulatória.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
Eventualmente, podem aparecer questões temas. Eventualmente, podem aparecer porém, pode aparecer o conteúdo básico de
conceituais sobre introdução à ondulatória questões sobre tubos e cordas, exigindo fenômenos ondulatórios.
relacionando com Física moderna. manipulações das equações.
Eventualmente, podem aparecer questões A prova tem uma grande variação de temas. A prova tem uma grande variação de temas.
sobre ondulatória, exigindo do aluno as equa- Eventualmente, podem aparecer o estudo Eventualmente, podem aparecer questões
ções fundamentais e o conceito do tema. de cordas em movimento oscilatório, com fundamentais de ondulatória, exigindo do
questões bem objetivas. candidato o uso de equações e conceitos
fundamentais.
61
AULAS Movimento harmônico simples
35 e 36
Competências: 1, 5 e 6 Habilidades: 1, 17 e 22
1. Oscilações
O relógio na figura a seguir é um exemplo de um pêndulo,
cujo movimento é oscilatório (ou vibratório). Como é
possível observar na figura, o pêndulo se movimenta alter-
nadamente em torno de um ponto central (vaivém).
multimídia: sites
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulato-
ria/MHS/forcanomhs.php
www.sofisica.com.br/conteudos/Formu-
lasEDicas/formulas12.php
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/movi-
O pêndulo simples é formado por um corpo de pequenas mento-harmonico-simples.htm
dimensões preso à extremidade de um fio. A posição B é a brasilescola.uol.com.br/fisica/movimen-
posição de equilíbrio. Caso o corpo seja solto nessa posição, to-harmonico-simples.htm
nenhum movimento será realizado. Ao ser afastado dessa brasilescola.uol.com.br/matematica/fun-
posição, o corpo se movimenta em direção aos pontos A coes-trigonometricas-1.htm
e C, alternadamente, realizando o movimento oscilatório.
© www.BillionPhotos.com/Shutterstock
Afastando levemente a corda de sua posição de equilíbrio e soltando-a em seguida, a corda vibrará (oscilando) em torno da posição inicial.
62
As equações que determinam a posição, a velocidade e a de tempo do movimento de Y a W e de W a Y são iguais e
aceleração de um corpo em movimento oscilatório depen- T . Os intervalos de tempo do movimento nos traje-
valem __
dem de uma função periódica. Geralmente, essas funções 2
tos de Y a Z, de Z a W, de W a Z e de Z a Y também são
são o seno ou o cosseno, conhecidas como funções har-
iguais e valem __ T cada um.
mônicas. Por essa razão, os movimentos oscilatórios são 4
também denominados movimentos harmônicos. A frequência (f) da oscilação periódica é o número de
oscilações realizadas em cada unidade de tempo:
1.1. Oscilações periódicas número de oscilações
f = frequência = _____________________
N
= ___
tempo gasto nas oscilações t
Na prática, um movimento oscilatório não se mantém
indefinidamente. Devido aos atritos, a energia do sis- Pela definição de período, quando Dt = T, o intervalo de
tema diminui até parar na posição de equilíbrio. Por uma oscilação, N = 1, ou seja:
exemplo, a vibração da corda de um violão diminui até
parar devido à perda de energia por atrito, tanto interno 1
f = __
T
quanto do ar. Essas oscilações são denominadas amor-
tecidas. No entanto, as oscilações podem ser mantidas No SI, a unidade de frequência é s-1 (inverso do segundo),
continuamente. Para que isso ocorra, deve haver um denominada hertz (Hz).
suprimento contínuo de energia. A figura ilustra uma
A amplitude de uma oscilação é o deslocamento máxi-
criança em um balanço. É possível manter a energia me-
mo em relação à posição de equilíbrio. Na figura a seguir,
cânica do movimento oscilatório ao fazer movimentos
esse deslocamento máximo pode ser medido linearmen-
com o corpo (utilizando, nesse caso, a energia química
te, indicado pela letra A, ou pelo ângulo entre a posição
do corpo).
máxima em relação à posição de equilíbrio. No caso das
Quando o atrito é desprezível, as oscilações de um sis- oscilações periódicas, como não existe perda de energia,
tema podem permanecer por muito tempo. Nesse caso, a amplitude é constante. No caso das oscilações amorte-
o intervalo de tempo do movimento de ida e volta entre cidas, a amplitude do movimento diminui, pois a energia
as posições opostas da oscilação se mantém constante, é perdida (dissipada).
ou seja, esse intervalo de tempo é o mesmo para cada
oscilação completa.
A oscilação completa é o movimento que, ao partir de uma
das posições extremas, vai até a outra extremidade e volta
à posição inicial. Na figura a seguir, uma oscilação comple-
ta é realizada pelo pêndulo ao ir da posição Y até a posição
W e retornar à posição Y.
2. Movimento
harmônico simples
A figura a seguir ilustra um sistema mecânico massa-mo-
O intervalo de tempo de uma oscilação completa é deno- la já utilizado no estudo de Mecânica. O bloco tem massa
minado período (T). Quando o período não se altera (é m e está preso a uma mola de massa desprezível e cons-
constante), a oscilação é periódica. Além disso, os intervalos tante elástica k.
63
Na figura a seguir, o sistema massa-mola está na posição de
equilíbrio. Caso não exista atrito, se o corpo for deslocado e
abandonado na posição x = A, o corpo se movimentará os-
cilando entre as posições de abscissas x = -A e x = A, sendo
A a amplitude do movimento. Esse movimento oscilatório
em que a força resultante é do tipo F = -kx é denominado
movimento harmônico simples (MHS).
Fel = –k ⋅ x
64
O corpo também possui energia cinética, dada por: uma mola de constante elástica k = 18 N/m. Calcule a
mv2 velocidade máxima atingida por esse corpo.
Ec = ___
2
A energia mecânica é a soma da energia potencial e da Resolução:
energia cinética: A figura ilustra o movimento do corpo, oscilando entre as
kx + ___
mv posições de abscissas x = –0,40 m e x = 0,40 m. A energia
2 2
Em = Ep + Ec = ___
2 2 mecânica do corpo é:
O gráfico a seguir mostra a energia potencial (Ep), a cinética
(Ec) e a mecânica (Em) em função da posição. Nas posições
x = A ou x = –A, a velocidade é nula; assim, a energia
cinética é nula e a energia potencial é máxima. Na posição
de equilíbrio, x = 0, a energia potencial é nula e a energia
cinética é máxima.
18(0,40)2
k ⋅
Em = ____ A2 =_______
⇒ Em = 1,44 J
2 2
A velocidade máxima do corpo ocorre na posição de maior
energia cinética, ou seja, quando a abscissa é nula (x = 0).
Como, nesse ponto, a energia potencial também é nula, a
energia mecânica é igual à energia cinética:
(2,0)v2
mv = 1,44 ⇒ _____
2
A abscissa x é chamada também de elongação. Ec = Em ⇒ ___ = 1,44 ⇒ v = 1,2 m/s
2 2
Quando não há atrito, não ocorre dissipação de energia, e
a energia mecânica se mantém constante. Assim, a energia 2.1. Gráficos horários do MHS
mecânica tem o mesmo valor para qualquer posição. Para x
O MHS é um movimento periódico. Dessa forma, o gráfico
= A, ou seja, no extremo da trajetória quando a velocidade
da elongação em função do tempo deve ser uma curva
é nula, a energia mecânica é obtida por:
que se repete (possui a mesma forma) a cada período,
k ⋅ A
x = A ou x = -A Em = Ec + Ep = 0 + ____
2
2 isto é, deve se repetir periodicamente. Essa curva não
deve ter nenhum trecho retilíneo, pois a velocidade não
⋅ A
Em = k____
2
é constante em nenhum momento (lembre-se de que,
2
quando a velocidade é constante, a posição em função
do tempo é uma reta).
Aplicação do conteúdo No caso do MHS, o gráfico da elongação em função do
1. Um corpo de massa m = 2,0 kg realiza um movimento tempo é uma senoide (ou cossenoide), como é possível ob-
harmônico simples de amplitude A = 0,40 m, preso a servar na figura a seguir.
A posição varia entre + A e – A, sendo A a amplitude do movimento. O período T corresponde ao intervalo de tempo de
uma oscilação completa. Os pontos X, Y, Z, M e N correspondem a inversões no sentido do movimento. Nessas posições a
aceleração é máxima. Esse pontos também correspondem aos pontos em que a velocidade é nula. Assim:
65
instantes tx, ty, tz, tm e tn ⇒ velocidade nula
As posições determinadas pela intersecção da função com
o eixo das abscissas correspondem às posições em que a
velocidade é máxima.
A função que descreve a posição no MHS é dada por:
x(t) = A ⋅ cos(ω t + ϕ)
Em que A é a amplitude, ω é a velocidade angular e ϕ é o
ângulo inicial.
A função da velocidade é dada por:
v(t) = –A ω sen(ω t + ϕ) Aplicação do conteúdo
A aceleração é dada por: 1. Uma partícula executa MHS de período T = 4 s entre
os pontos de abscissas +5 m e –5 m, como ilustra a figu-
a(t) = –A ω² cos(ω t + ϕ) ra. Esboce o gráfico da elongação (abscissa) em função
de tempo em cada um dos casos a seguir:
Os gráficos de posição por tempo, velocidade por tempo e
aceleração por tempo, para ϕ = 0, são mostrados na figura
a seguir.
66
ou uma ponte, também oscilam, e essas vibrações ocorrem
em frequências denominadas frequências próprias.
Caso uma força externa periódica seja aplicada com frequ-
ência igual à frequência própria do sistema, a amplitude do
movimento não se manterá constante e aumentará cada
vez mais. Esse efeito é denominado ressonância entre o
É possível demonstrar que os gráficos da velocidade e da
sistema e a força externa. Um exemplo simples dessa situ-
aceleração em função do tempo também são senoides.
ação está ilustrado na foto anterior. A mulher exerce uma
força periódica sobre o balanço com a mesma frequência
3. Pêndulo simples de oscilação do balaço. Assim, por causa da ressonância,
a amplitude de oscilação do balanço será cada vez maior.
O pêndulo simples é formado por um corpo de pequenas
dimensões preso ao fio ideal (massa desprezível) e fixado
pela outra extremidade do fio, como é possível observar na
Aplicação do conteúdo
figura a seguir. A denominação pêndulo simples deve-se 1. (UPF) Um pêndulo simples, de comprimento de 100
ao fato de que as dimensões do corpo são pequenas em cm, executa uma oscilação completa em 6 s num deter-
relação ao comprimento L do fio. A figura também ilustra o minado local. Para que esse mesmo pêndulo, no mesmo
local, execute uma oscilação completa em 3 s, seu com-
movimento oscilatório do pêndulo entre as posições A e C.
primento deverá ser alterado para:
A posição B é a posição de equilíbrio do pêndulo.
a) 200 cm.
b) 150 cm.
c) 75 cm.
d) 50 cm.
e) 25 cm.
Resolução:
Para o pêndulo simples, a expressão que relaciona seu perí-
odo de oscilação T com o seu comprimento L é:
___
Quando a amplitude de oscilação de um pêndulo simples é T = 2π √
L/g
pequena, o período de oscilação é dado por: Usando os dados fornecidos e fazendo a razão entre as
expressões, tem-se:
T = 2p __ d
gL
XX
__T 2π √1
___
L /g T √1
__
L
__ T
__
2√ 1
L
1 =________
____ ⇒ __
1 = ___ L2 = _____
__ ⇒ √ ⇒
T2 2π √ L2/g T2 √L2 T1
Em que g é o módulo da aceleração da gravidade.
T 2L (3 s)2 ∙ 100 cm
L2 = ____
2 2 1 ⇒ L2 =___________
[ L2 = 25 cm
Aplicação do conteúdo T1 (6s)2
Alternativa E
1. Um pêndulo simples, de comprimento L = 2,5 m, os-
cila com pequena amplitude num local em que g = 10 2.
m/s2. Calcule:
a) o período do movimento;
b) a frequência do movimento.
Resolução:
d
XXX
2,5
d
XX
a) T = 2p __ gL = 2p ___ = 2p d XXXX =p⇒T=p
0,25
10
s ≅ 3,1 s
1 = __
b) f = __ 1 ≅ ___ 1 ≅ 0,32 ⇒ f = 0,32 Hz
T π 3,1
67
o período T e a frequência angular
____ v são relacionados A e B de mesma massa m que oscilam em MHS de igual
de forma que T = 2π/v = √ , em que g é a acele-
(L/g) amplitude.
ração da gravidade. Com o intuito de determinar o va-
lor da aceleração da gravidade em sua casa, um aluno
montou um pêndulo simples e mediu o período de os-
cilação para diferentes comprimentos do fio. Ele usou
uma régua graduada em centímetros e um sensor de
movimento para determinar a posição horizontal x do
pêndulo em função do tempo.
a) O gráfico a seguir mostra a posição horizontal do
pêndulo para dois experimentos, com comprimentos
de fios diferentes, em função do tempo. Com base
nesses resultados, calcule a razão entre os compri-
mentos dos fios para os dois experimentos.
Sendo ECA e ECB as energias cinéticas dos sistemas A e B,
respectivamente, no tempo t1; EPA e EPB as energias po-
tenciais dos sistemas A e B, respectivamente, no tempo
t2 é correto afirmar que:
a) ECA = ECB.
b) EPA > EPB.
c) ECA > ECB.
d) EPB > EPA.
Resolução:
a) Do gráfico: T1 = 0,4 s e T2 = 0,2 s Com isso, tem-se que |vB| > |vA| e, logicamente, ECB > ECA.
___ T1 2π ________ T1 ___
T = 2π √ L/g ⇒ __ = ___
√ ⇒ __
L1/g ∙ g/L2 = √
L1/L 2 Da observação do gráfico, tem-se que as relações entre os
T2 2π T2 períodos dos dois osciladores é:
{ } T1 2 L1
⇒ __ = __
T2 L2 TA = 2 TB
{ }
L 0,4 2 L1
__ =
___
⇒ __ Sabendo que a expressão do período de um oscilador em
1
= 4
L2 0,2 L2
MHS é:
b) Dado: π ___
= 3,14 ___
gL
L/g ⇒ T2 = 4π2 __
T = 2π = √ T = 2π √
m/k
____ _____
Do gráfico: L = 1m ⇒ T2 = 4 s2 2π √
m/kA = 2 ∙ 2π √m/kB =
4 kA ⇒ kB > kA
Substituindo esses valores na expressão:
Para um instante de mesma elongação da mola x, a ener-
4π
2
4 = ___g ⇒ g = π = 3,14 ⇒ g = 9,86 m/s
1 2 2 2
gia potencial elástica depende da constante da mola k,
sendo assim, EPB > EPA.
3. (Epcar (Afa)) A figura a seguir apresenta os gráficos da
posição (x) em função do tempo (t) para dois sistemas Alternativa D
68
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
As funções trigonométricas são denominadas funções circulares. Para compreendê-las, é necessário relacioná-las
com as demais voltas no ciclo trigonométrico. No círculo trigonométrico, cada número real é associado a um ponto
da circunferência.
A função cosseno é uma função periódica e seu período é 2π, expressada por f(x) = cos x.
No primeiro e no segundo quadrante, a função f é decrescente. Já no terceiro e no quarto quadrante, a função f é
crescente. O gráfico da função cosseno f(x) = cos x é uma curva denominada cossenoide.
y
M 1
x
A π
0 con(x) 0 x π 3π 2π x
2 2
-1
69
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.
É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do dia a dia os variados
fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.
Modelo
(Enem) A corrida dos 100 m rasos é uma das principais provas do atletismo e qualifica o homem mais rápido do mun-
do. Um corredor de elite foi capaz de percorrer essa distância em 10 s, com 41 passadas. Ele iniciou a corrida com o
pé direito.
O período de oscilação do pé direito desse corredor foi mais próximo de:
a) 1/10 s.
b) 1/4 s.
c) 1/2 s.
d) 2 s.
e) 4 s.
Análise expositiva - Habilidade 1: Essa questão exige que o aluno tenha assimilado muito bem os conceitos de
C período e de frequência de oscilação em um movimento oscilatório.
O tempo decorrido por passo é de aproximadamente:
10
T = ___ 10
≈ ___ T ≈ __1 s
⇒
41 40 4
Como foi perguntado o período de oscilação apenas do pé direito, pode-se obter esse resultado multiplicando o valor
de T por 2, uma vez que cada pé toca o solo num tempo que equivale ao dobro do período de cada passo. Assim:
Td = 2T = 2 ⋅ __1
4
Td = __1 s
2
Alternativa C
70
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOVIMENTO OSCILATÓRIO
MHS
E PERIÓDICO
SISTEMA
A: AMPLITUDE DO MHS
MASSA-MOLA
SISTEMA
EM = EP + EC
CONSERVATIVO
K ⋅ A2
Ep =
2
GRÁFICO MHS m ⋅ vMÁX
2
Ec =
2
FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS
—
m
PERÍODO = 2π ⋅
T
√ —
K
PÊNDULO SIMPLES
—
PERÍODO
L
= 2π ⋅ —
T
g √
71
AULAS Introdução à ondulatória
37 e 38
Competências: 1, 2, 5 e 6 Habilidades: 1, 6, 17 e 22
1. Pulsos e ondas
O desenvolvimento dos modelos físicos que descrevem a natureza e as propriedades dos fenômenos ondulatórios foi possí-
veis graças ao estudo das ondas. Uma onda realiza o transporte de energia na direção de sua propagação, mas
sem transportar matéria.
Considere, como na figura a seguir, duas pessoas segurando uma corda, cada uma em uma das extremidades. Se uma das
pessoas fizer um movimento brusco para cima e depois para baixo, uma perturbação será causada na corda. Essa perturba-
ção, uma sinuosidade, vai se deslocar ao longo da corda até a outra extremidade e, depois, retornará (por conta da reflexão).
Essa perturbação que se propaga pela corda é o transporte de energia fornecida pela pessoa ao movimentar bruscamente
a corda.
Nesse exemplo, a perturbação é denominada pulso. Uma composição de pulsos é chamada de onda. O braço da pessoa,
ao movimentar a corda, é a fonte da perturbação; e a corda é o meio de propagação dessa onda.
Como observado, na propagação do pulso e da onda pela corda, nenhum pedaço da corda foi transportado na direção de
propagação do pulso ou da onda.
As gotas de água, ao caírem e atingirem a superfície calma de um líquido, dão origem a um movimento que se propaga pela
superfície do líquido na forma de circunferências concêntricas, afastando-se do ponto de impacto da gota.
Caso um pedaço de cortiça (material flutuante) fosse colocado próximo ao local de impacto da gota na superfície, seria pos-
sível verificar que a onda, ao atingir a cortiça, faria com que ela oscilasse verticalmente, subindo e descendo, e lateralmente,
72
em um movimento de pequena amplitude, mas sem ser
carregada pela onda.
Esse exemplo mostra a característica das ondas de não
transportarem matéria. A cortiça recebe energia da onda
e, por isso, se movimenta para cima e para baixo, mas não
é arrastada pela superfície da água na direção de propa-
gação da onda.
Existem diferentes tipos de ondas, que se distinguem por
sua natureza, pela direção de propagação, por sua forma e
É importante observar que, devido à necessidade de um
pela direção da vibração.
meio material para se propagarem, as ondas mecânicas
não se propagam no vácuo.
73
2.3. Quanto à direção de vibração
§ Transversais são as ondas em que a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. As ondas em cordas
são transversais.
§ Longitudinais são as ondas cujas vibrações coincidem com a direção de propagação. As ondas sonoras, por exemplo,
são ondas longitudinais.
A figura a seguir ilustra a relação entre a direção de vibração e a direção de propagação para as ondas transversais e lon-
gitudinais.
direção de propagação -
direção de v
propagação
v
direção de
vibração
direção de
v vibração
v
T
Em que:
3. Velocidade de § v é velocidade de propagação de onda através da corda.
Nos meios homogêneos, as ondas mecânicas se propagam m é densidade linear da corda (em kg/m).
§ m = __
º
com velocidade constante. Apesar de não necessitarem
de um meio para se propagar, as ondas eletromagnéticas
também são capazes de se propagar em meios materiais.
4. Ondas periódicas
Assim como ocorre com as ondas mecânicas, se a propaga- O caso mais simples de propagação de onda é a propagação
ção ocorre em meios homogêneos, a velocidade de onda de uma onda unidimensional de velocidade constante. Nes-
eletromagnética é constante. sa situação, por se tratar de um movimento periódico, a onda
pode ser descrita empregando-se conceitos que já foram es-
Considere uma corda de massa m e comprimento º, fixada
tudados, como o Movimento Harmônico Simples (MHS).
em uma parede em uma das extremidades e sob a ação
de uma força de tração T. Suponha que a mão de uma A figura a seguir mostra uma pessoa executando periodi-
pessoa, agindo na extremidade livre da corda, realize um camente um movimento vertical de sobe e desce na extre-
movimento vertical, periódico, de sobe e desce. Uma onda midade livre de uma corda.
74
Obtém-se, então, a seguinte equação:
crista λ crista
v = †f
A
A
λ Essa é a equação fundamental da ondulatória e é
vale vale
valida para qualquer onda periódica (som, ondas na água,
luz, etc.).
Caso não exista dissipação de energia durante a propa-
A onda pode ser descrita a partir de suas características. gação da onda, a amplitude do MHS dos pontos da corda
A parte mais elevada da onda é denominada crista, e a será igual à amplitude do MHS produzido pela fonte.
cavidade, ou seja, a parte mais baixa entre duas cristas,
denomina-se vale.
O tempo necessário para que duas cristas consecutivas
passem pelo mesmo ponto da corda é o período (T) da
onda. A frequência (f) de uma onda é o número de cris-
tas consecutivas ou de vales consecutivos que passam por
um mesmo ponto da corda a cada unidade de tempo.
O período e a frequência se relacionam pela equação:
1
f = __
T
multimídia: vídeo
O comprimento de onda é a distância entre duas cristas Fonte: Youtube
ou entre dois vales consecutivos, em geral, representado Ondas 01 Conceitos Frequência, período e
pela letra grega l (lambda). A amplitude (A) da onda é velocidade exercícios
a distância máxima alcançada pela vibração. No SI, a uni-
dade de medida para o comprimento de onda e para a
amplitude é o metro (m). 5. Ondas eletromagnéticas
No caso de o pulso ou a onda se propagar com velocida- Uma onda eletromagnética é formada por dois campos
de constante, vale a expressão do movimento uniforme, perpendiculares entre si, um elétrico e outro magnético, e
∆s = v · ∆t. ambos também são perpendiculares à direção de propa-
Utilizando as características da onda, pode-se reescrever gação da onda. Uma carga elétrica em movimento pode
essa equação: gerar uma onda eletromagnética.
∆S = † No vácuo, a velocidade de propagação da onda eletromag-
nética é de 3 · 108 m/s. Essa velocidade é designada pela
∆t = T
letra c. Luz, ondas de rádio e de TV e raios–X são ondas
Substituindo: eletromagnéticas que diferem por suas frequências. O con-
junto de todas as ondas eletromagnéticas, baseado na fre-
quência e no comprimento de onda, constitui o espectro
eletromagnético.
campo
elétrico
campo
magnético
direção de
programação
da onda
1
∆S = v · ∆t ä † = v · T ä † = v · __ também à direção de propagação da onda.
f
75
O espectro eletromagnético caracteriza as ondas dependendo de suas frequências.
Cada intervalo recebe classificações diferentes, desde as ondas de rádio até os raios gama.
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir representa uma onda formada por um vibrador de 3.600 rpm.
76
A explicação desse fenômeno é simples. Ao atingir a ex- 2. Quando a densidade linear da primeira corda é maior
tremidade fixa na parede, a energia do pulso tende a fa- que a da segunda, ocorre refração e reflexão no momento
zer com que a parede execute o mesmo movimento dos em que o pulso atinge o ponto que une as cordas. Esse
pontos da corda (subir e descer). Entretanto, a parede tem ponto corresponde a uma extremidade livre; assim, o pulso
inércia muito maior do que a corda, o que faz com que a refletido retorna sem inversão de fase.
reação da parede à força aplicada pela corda cause uma
O pulso refratado sempre está na mesma fase que o
força para baixo, produzindo uma reflexão com inversão de
pulso original; no entanto, como parte da energia é car-
polaridade (denominada inversão de fase).
regada no pulso refletido, o pulso refratado tem menor
Se a extremidade for livre, ou seja, se a extremidade amplitude. Quando a força de tração é igual em ambas
puder oscilar de algum modo pela parede, o pulso sofrerá as cordas, e a velocidade é inversamente proporcional
reflexão e voltará sem inversão de fase. Se o “formato” do à densidade linear, o pulso refratado possui maior velo-
pulso incidente for para cima, a forma do pulso refletido cidade. A frequência sempre é a mesma que a do pulso
também o será. Observe a figura a seguir: original.
3. Quando a densidade linear da primeira corda é menor
que a da segunda, ocorre refração e reflexão no momento
em que o pulso atinge o ponto que une as cordas. Esse
ponto, por sua vez, corresponde a uma extremidade fixa, e
Reflexão sem inversão de fase.
o pulso refletido retorna com inversão de fase.
O pulso refratado sempre está em concordância de fase,
7. Refração de um pulso mas com menor amplitude. Dado que a segunda corda é
mais densa, a velocidade de propagação do pulso refra-
Foi estudada a propagação de ondas em cordas homogê- tado é menor. A frequência sempre é a mesma que a do
neas com a mesma densidade linear por toda sua exten- pulso original.
são. Mas o que aconteceria com um pulso propagando-se
numa corda não homogênea, ou seja, que não possuísse a 7.1. Equação da onda harmônica
mesma densidade linear em toda a sua extensão?
Como uma onda periódica é um Movimento Harmônico
Quando um pulso se propaga por uma corda de de- Simples, é possível utilizar as equações do MHS para des-
terminada densidade linear e, depois de certa posição, crever o movimento ondulatório.
passa a se propagar por uma corda ligada à primeira,
mas com outra densidade linear, afirma-se que o pulso y(cm)
sofreu uma refração. Devido à refração, ocorre a modi- 6
ficação da velocidade de propagação da onda de um 4
meio para o outro. 2
0
x(cm)
-2
-4
Contudo, ao sofrer refração, a frequência do pulso não se -6
modifica. No exemplo, (f1 = f2). Utilizando as equações an- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
teriores, pode-se relacionar a velocidade e o comprimento A equação da posição no MHS é chamada de equação da
de onda nas duas porções da corda: onda harmônica e fornece a posição da onda.
Algumas considerações:
1. Quando a densidade linear das cordas é a mesma, não Para cada ponto da corda, a abscissa x é fixa, e a ordenada
ocorre reflexão, e a onda transmitida mantém todas as y varia em função do tempo, de acordo com essa função,
suas características: frequência, amplitude, velocidade e em que A é amplitude, T é o período de oscilação e λ é o
comprimento de onda. comprimento de onda.
77
Aplicação do conteúdo
1. (Fatec) Com a descoberta de que um corpo aqueci-
do podia emitir calor em forma de radiação térmica,
Max Planck realizou pesquisas nessa área, sendo que
seu trabalho é considerado o marco do surgimento
da física quântica. Radiação é uma energia, sob for-
ma de onda, emitida pelos corpos devido à sua tem-
peratura. É dessa forma que o calor e a luz do Sol
chegam à Terra.
Alguns tipos de radiação atravessam nosso corpo, com-
multimídia: vídeo primento de onda por volta de 10-10 m. Outros não con-
seguem e são retidos na superfície, comprimento de
Fonte: Youtube onda por volta de 10-8m, tornando-se nocivos à nossa
Ondulatória - Os tipos de onda e os ele- saúde. A figura a seguir mostra uma escala de frequên-
cia e as radiações.
mentos de uma onda
78
3. (UFRJ) O gráfico a seguir registra um trecho de uma
corda esticada, onde foi gerada uma onda progressiva,
por um menino que vibra sua extremidade com um pe-
ríodo de 0,40 s.
multimídia: sites
www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulato-
ria/Ondas/classificacao.php
brasilescola.uol.com.br/fisica/ondas.htm
www.infoescola.com/fisica/ondulatoria-on-
das/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/on-
das-2.htm
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/on-
dulatoria.htm
79
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem e
explicarem fenômenos físicos.
Modelo
(Enem) A radiação ultravioleta (UV) é dividida, de acordo com três faixas de frequência, em UV-A, UV-B e UV-C, con-
forme a figura.
Para selecionar um filtro solar que apresente absorção máxima na faixa UV-B, uma pessoa analisou os espectros de
absorção da radiação UV de cinco filtros solares:
80
Análise expositiva - Habilidade 7: Questão muito bem elaborada pela banca. Cabia ao aluno saber aplicar a
B equação fundamental da onda para calcular os comprimentos de onda e interpretar o resultado ao retornar ao gráfico,
escolhendo a alternativa correta.
Usando a equação fundamental da ondulatória, calculam-se os comprimentos de ondas mínimo e máximo para a
faixa UV-B.
81
DIAGRAMA DE IDEIAS
PERTURBAÇÕES QUE
ONDAS
SE PROPAGAM
MECÂNICA
NATUREZA
ELETROMAGNÉTICA
UNIDIMENSIONAL
DIREÇÃO DE
BIDIMENSIONAL
PROPAGAÇÃO
TRIDIMENSIONAL
TRANSVERSAL
DIREÇÃO DE
VIBRAÇÃO
LONGITUDINAL
DEPENDE DO MEIO
VELOCIDADE
DE PROPAGAÇÃO
82
AULAS Fenômenos ondulatórios
39 e 40
Competências: 1, 2, 5 e 6 Habilidades: 1, 6, 17 e 22
1. Frente de onda
Uma perturbação em um meio material se propaga para
outros pontos desse meio. Um exemplo bastante simples
é a perturbação gerada na superfície de um lago pelo lan-
çamento de uma pedra. Nesse caso, a propagação tem
origem no ponto de impacto da pedra no lago. À medida
que essas ondas se propagam, elas se afastam da fonte
de modo concêntrico. Por convenção, pode-se considerar
a crista de uma dessas ondas circulares como uma frente
de onda que se desloca radialmente. Assim, o conjunto dos multimídia: vídeo
pontos localizados na crista dessa onda é considerado uma
frente de onda. Fonte: Youtube
Cuba de Ondas
2. Princípio de Huygens
O holandês Christian Huygens (1629-1695) propôs uma
teoria ondulatória para explicar os fenômenos luminosos
Ondas circulares geradas por uma pedra lançada na água.
nos primórdios do estudo moderno da Óptica. Um resulta-
do do seu modelo é que a luz tem a velocidade reduzida
A velocidade de movimento da crista, ou da frente de onda, em meios mais densos.
é a velocidade de propagação da onda. Se a trajetória for
acompanhada de certo ponto dessa frente de onda, será Huygens formulou um princípio para descrever a propaga-
ção das ondas. Esse princípio estabelece que cada ponto
possível observar que ela descreverá uma reta radial. Essa
da frente de onda, em certo instante, age como uma fonte
reta é justamente a trajetória que auxilia na definição de
pertubadora e gera novas ondas, transferindo a energia
raio de onda, como os raios de luz estudados em Óptica.
aos pontos vizinhos.
A direção de propagação da onda é dada pelos raios de
onda e também são perpendiculares às frentes de onda O princípio de Huygens pode ser enunciado da seguinte
em cada ponto. maneira:
Se uma pessoa bate periodicamente com uma régua na
superfície de uma piscina calma, é possível produzir frentes Cada ponto de uma frente de onda, em determinado
de ondas lineares. Desse modo, criam-se ondas retas, cujas instante, é fonte de ondas secundárias que têm carac-
frentes de ondas serão segmentos de reta. terísticas iguais às da onda inicial.
83
§ A direção de propagação da onda, representada pelo raio de onda, é sempre perpendicular à frente de onda.
3. Reflexão de ondas
Um modo de perceber a reflexão de ondas é observar as ondas produzidas pelos banhistas em uma piscina. Ao atingir a
borda da piscina, as ondas continuam se propagando em outro sentido, ou seja, são refletidas, mas mantêm suas caracterís-
ticas. Assim, quando ondas provenientes de uma fonte encontram um obstáculo plano que não absorve sua energia, ocorre
uma mudança de sentido de propagação denominada reflexão, mantendo-se constante sua velocidade. A reflexão ocorre,
por exemplo, quando a luz atinge um espelho plano.
84
A partir dessas leis, pode-se determinar as duas proprieda- IB: raio de onda refratado
des da reflexão: NI: normal
i: ângulo de incidência
1. A frequência, a velocidade e o comprimento de onda
r: ângulo de refração
não variam na reflexão.
†1: comprimento de onda no meio (1)
2. Na reflexão, a fase pode ou não variar. †2: comprimento de onda no meio (2)
O raio da onda incidente (AI), que se propaga no meio 1
com velocidade v1, depois de incidir na superfície S e sofrer
refração, passa a se propagar no meio 2 com velocidade v2.
Leis da refração:
1. Os raios de onda incidente e refratados e a normal são
coplanares.
2. Lei de Snell-Descartes:
n1 · sen i = n2 · sen r
Essa relação é uma constatação experimental de que o
multimídia: vídeo seno do ângulo da onda incidente e o seno do ângulo da
Fonte: Youtube onda refratada possuem uma relação direta com as velo-
Ondulatória - Fenômenos ondulatórios: A cidades nos meios (1) e (2). A constante n é o índice de
Reflexão refração do meio.
4. Refração de ondas
Em um meio homogêneo, um onda sempre tem a mesma
velocidade, a mesma frequência e o mesmo comprimento
de onda. Quando a onda atinge uma região em que as
características do meio são diferentes, a velocidade de pro-
pagação da onda se altera.
Como indicado na figura a seguir, considere que uma onda
esteja se propagando no meio 1 e incidindo na superfície S
que separa os meios 1 e 2. multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Tema 13 - Fenômenos Associados a Propa-
gação Ondulatória | Experimentos - Cuba
de ondas: refração
85
Para uma refração que ocorre em meios de índices de refra- Quando duas pessoas conversam separadas por um muro
ção n1 e n2, e de acordo com a relação de Snell-Descartes: alto, cada uma delas pode ouvir a outra falando do outro
lado, mesmo sem contato visual; isso ocorre por causa da
sen i
____ n † v difração das ondas na borda do muro. Nesse caso, o som
sen r = __
n2 = __1 = __
v1
1 † 2 2 parece estar sendo emitido de cima do muro, e não do
local em que a pessoa se encontra.
Analisando essas equações, encontram-se as seguintes
relações: Para visualizar esse fenômeno, considere as ondas produ-
zidas na água:
Se n2 > n1 é †2 < †1 é v2 < v1 é r < i
Se n2 < n1 é †2 > †1 é v2 > v1 é r > i
Aplicação do conteúdo
1. A figura a seguir mostra uma onda luminosa repre-
sentada pelo raio de onda e que se propaga do meio 1
para o meio 2. Sabe-se que a velocidade de propaga-
ção da onda no meio 1 é v = 2,50 · 108 m/s, a frequên-
d 3
XX
cia f1 = 5 · 1014 Hz, sen £2= 1
__ e sen £ = ___
. Determine o Difração de ondas ao contornar o barco.
2 1
2
comprimento de onda no meio 2.
5. Difração
Como foi visto, as ondas se propagam sempre em linha
reta nos meios homogêneos. Em determinadas circunstân-
cias, as ondas contornam bordas de aberturas e obstáculos.
Esse encurvamento das ondas é denominado difração.
Para que a difração ocorra, é preciso que as bordas de
obstáculos e de aberturas (fendas) tenham dimensão da
ordem de grandeza do comprimento de ondas.
86
d≤λ
6. Polarização
Qual é a função de uma lente polaroide? A seguir, será estudada a polarização das ondas transversais. Em seguida, será
analisado o papel das polaroides.
Considere novamente o caso simples de uma onda em uma corda gerada pela oscilação dos braços de uma pessoa. Se o
movimento realizado pela pessoa for um movimento vibratório em apenas uma direção, perpendicular ao eixo da corda,
movendo-a verticalmente para cima e para baixo, por exemplo, as partículas da corda vibrarão perpendicularmente à direção
de propagação da onda. Essa onda é denominada onda polarizada. Assim, polarizar uma onda significa que a vibração
estará orientada em uma única direção ou plano.
direção direção
de vibração de vibração
Uma situação diferente ocorre quando as ondas são produzidas pela vibração da corda em direções diferentes: na vertical,
em seguida na diagonal, depois na horizontal, depois em outra diagonal, e assim por diante. Nesse caso, a onda produzida
não é polarizada, pois não possui uma direção de vibração definida.
A polarização das ondas é realizada por dispositivos denominados polarizadores. As lentes polaroides de óculos ou de má-
quinas fotográficas são dispositivos polarizadores, utilizadas para polarizar as luzes emitidas pelo Sol e pelas lâmpadas, que
não são polarizadas.
Uma onda não polarizada, ao atravessar um meio em que as partículas possam vibrar somente numa direção, sofre uma
espécie de filtragem, que faz com que apenas as ondas que vibrem nessa direção privilegiada atravessem esse meio. Como
resultado desse processo, a onda incidente, inicialmente não polarizada, passa a ser uma onda polarizada.
y
y
z
z
x
x Polarização horizontal
Polarização vertical
Ao se colocar dois polaroides alinhados, de tal modo que um permita a vibração na direção vertical, e o outro, na direção
horizontal, não ocorre a passagem da luz. O conjunto dos dois polaroides se comporta como um meio opaco.
87
A superposição também ocorre se os deslocamentos verti-
cais forem invertidos, conforme a figura a seguir:
a₁
P
a a = a₁ - a₂
a₂
a₁
8. Interferência de
A orientação dos polarizadores parcialmente sobrepostos
determina a intensidade da luz que os atravessa. ondas bidimensionais
Quando duas fontes geram perturbações simultâneas de
7. Princípio da superposição mesma frequência, por exemplo, na superfície de um líqui-
do inicialmente em repouso, provocam ondulações que se
Observe a figura mostrando dois pulsos se propagando em propagam e se encontram em muitos pontos.
sentidos opostos. Ao se encontrarem, os pulsos se unem e,
Nas regiões em que ocorrem o encontro dos picos das on-
durante o intervalo de tempo em que os pulsos se cruzam,
das, ocorre interferência construtiva e a amplitude da onda
a forma do pulso na corda é determinado pelo príncipio
resultante nessas regiões aumenta. Quando uma crista se
de superposição.
sobrepõe a uma depressão de outra ondulação em um
“A perturbação resultante é a soma das perturbações ponto de encontro das ondas, a interferência é destrutiva
individuais de cada onda.” e a amplitude é mínima, podendo inclusive ser nula.
Depois de ocorrer o cruzamento, os pulsos voltam à sua
configuração inicial. Essa característica é denominada in-
dependência das ondas.
88
Os pontos escuros (pintados) representam regiões em que as ondas se reforçam positivamente (encontro de duas cristas) e
negativamente (encontro de dois vales). Nos pontos vazados, quando uma crista e um vale se encontram, a vibração resul-
tante é nula.
linhas de
linhas de interferência
interferência construtiva
destrutiva
N₃ N₂ N₁ N₁ V₁
V N₃
V₂
V₂
N₃
N₃
crista
vale
F₁ F₂
Quando os pontos de interferência construtiva são unidos ao longo de uma linha, encontram-se as linhas ventrais (V, V1, V2,
...). As linhas nodais são as linhas formadas pelos pontos de interferência destrutiva (N1, N2, N3 ...).
Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor absoluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as fontes emis-
soras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro par de meio comprimento de onda.
Nota:
No caso em que os fatores estejam em oposição de fase,
tem-se:
§ Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor ab-
soluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as
fontes emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro
par de meio comprimento de onda, sendo tais pontos
de interferência destrutiva.
( )
λ (n = 0, 2, 4, 6, ...)
Δd = n __
2
∆d = |d2 – d1| Para qualquer ponto N, o valor absoluto das distâncias en-
No caso em que os fatores estejam em concordância de tre as fontes emissoras F1 e F2 é um múltiplo ímpar de meio
fase, tem-se: comprimento de onda, sendo tais pontos de interferência
construtiva.
§ Para qualquer ponto V de uma linha ventral, o valor ab-
soluto da diferença das distâncias entre esse ponto e as
fontes emissoras F1 e F2 é nulo, ou um múltiplo inteiro
( )
Δd = n __ λ (n = 1, 3, 5, 7, ...)
2
( )
† (n = 0, 2, 4, 6, ...)
∆d = n __
2
visível sofra difração em duas fendas. Os padrões de inter-
ferência mostram regiões claras e escuras que correspon-
dem aos locais em que as ondas luminosas interferiram
§ Para qualquer ponto N, o valor absoluto das distâncias entre si, construtiva e destrutivamente.
entre as fontes emissoras F1 e F2 é um múltiplo ímpar
de meio comprimento de onda, sendo tais pontos de
interferência destrutiva.
( )
† (n = 1, 3, 5, 7, ...)
∆d = n __
2
89
A luz penetra pelo obstáculo A, que só possui uma fenda
S0, produzindo uma nova onda circular que, por sua vez, 10. Interferência em
chega ao obstáculo B, que possui duas fendas S1 e S2, so-
frendo uma outra difração e produzindo duas novas ondas,
lâminas delgadas
que irão se sobrepor, produzindo interferência construtiva Em lâminas delgadas, é possível observar figuras de in-
e destrutiva. terferência luminosa devido à superposição de ondas que
atravessam as lâminas e ondas que foram refletidas nas
As ondas que partiram das fendas S1 e S2 e atingiram o
faces da lâmina.
anteparo C descrevem trajetórias que:
A figura a seguir mostra uma lâmina de espessura d co-
§ são iguais ou diferem por um número par de meios
locada no ar, onde se incide uma luz monocromática de
comprimentos de ondas, determinam franjas claras,
comprimento de onda λ. No ponto P, dois raios luminosos
ou seja, ocorrendo interferência construtiva;
se sobrepõem, o raio 1, que penetrou na lâmina e sofre
( 2λ , ___
0, ___
2 2 2
4λ , ____)
6λ ,...
reflexão na segunda face dela, e o raio 2, que sofre reflexão
na primeira face.
§ são iguais ou diferem por um número ímpar de meios
comprimentos de ondas e determinam franjas escu- 1
ras, ou seja, ocorrendo interferência destrutiva. Ar Vidro Ar
___(
1λ , ___
2, 2 2
3λ , ___)
5λ ,...
2
P
Observador
2
1
d
90
Os raios luminosos 3 e 4 atravessam a lâmina, sendo que Qualquer material tem uma ou mais frequência natural de
o raio 3 penetra a lâmina na primeira face, onde ocorre vibração. Os rádios receptores de FM e AM, a partir de cir-
uma refração e, depois, na segunda face, em que ocorre re- cuitos elétricos específicos, permitem o ajuste das frequên-
flexão; em seguida, retorna à primeira face, onde também cias. Desse modo, ao selecionar uma estação de rádio, esse
ocorre reflexão, e sai pela segunda face. O raio 4 penetra circuito está sendo ajustado para oscilar na mesma frequ-
na primeira face, em que ocorre refração, e sai pela segun- ência da estação de rádio que emitiu o sinal. As pilhas ou a
da face. Não há inversão de face para nenhum dos raios; rede elétrica ampliam o sinal sintonizado que é enviado
logo, eles estão em concordância de face. Sendo assim: aos alto-falantes, que são postos a vibrar, gerando o som.
Na ressonância, tem-se um processo de transferência de
λ , sendo n = 0, 2, 4, 6,...
D = 2d = n __ energia entre uma fonte e um sistema receptor. Essa trans-
2
haverá interferência construtiva (franja clara).
ferência de energia é máxima quando a fonte emite ondas
numa das frequências naturais de oscilação do receptor.
λ , sendo i = 1, 3, 5, 7,...
D = 2d = i __
2 A ressonância é um fenômeno que pode ser desastroso
haverá interferência destrutiva (franja escura). se não for controlado, como ocorre em abalos sísmicos
(terremotos) de grande intensidade. Por outro lado, o co-
nhecimento do fenômeno permite o desenvolvimento de
aparelhos para ouvir rádio, falar ao telefone, afinar instru-
mentos musicais, fazer exames médicos (ressonância mag-
nética) e aquecer alimentos num forno de micro-ondas, por
exemplo.
Aplicação do conteúdo
1. As fontes, F1 e F2, da figura, em concordância de face,
emitem sinais que são detectados no ponto P.
Determine o maior valor do comprimento de onda das
fontes para que o ponto P seja:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
A acústica do Anfiteatro da Quebrada das
Conchas
11. Ressonância
O conceito de ressonância pode ser compreendido a partir
de um exemplo: se uma criança, sentada num balanço, es-
tender as pernas quando o balanço se mover para a frente e
encolher as pernas quando o balanço se mover para trás, mas
de modo que esses movimentos ocorram numa frequência
a) um ponto máximo de interferência;
que coincida com a frequência natural do balanço, a ampli-
b) um ponto mínimo de interferência.
tude do movimento da criança no balanço aumentará. Nesse
situação, o sistema balanço-criança entra em ressonância. Resolução:
a) Sendo d2 = 8 m e d1 = 10 m, deve-se aplicar o
teorema de Pitágoras no triângulo F1PF2 e determinar
Dd.
∆d = 2 m.
Na expressão ∆d = n · __ † , se n for um número par, a
2
interferência será construtiva e P, um ponto de máxi-
mo. Como d1 > d2, n = 2 corresponde ao menor nú-
mero par diferente de zero para o maior valor de †.
A amplitude do movimento no balanço aumenta quando
o sistema balanço-criança entra em ressonância. † ä 2 = 2 · __
∆d = n · __ † ä † = 2 m
2 2
91
b) Se n for ímpar, a interferência será destrutiva e P,
um ponto de mínimo. N = 1 corresponde ao menor
número ímpar para o maior valor de †.
† ä 2 = 1 · __
∆d = n · __ † ä † = 4 m
2 2
2. (Enem) Para obter a posição de um telefone celular,
a polícia baseia-se em informações do tempo de res-
posta do aparelho em relação às torres de celular da
região de onde se originou a ligação. Em uma região,
um aparelho está na área de cobertura de cinco torres, Com duas antenas, o aparelho pode estar em qualquer um
conforme o esquema.
dos pontos P1 ou P2.
92
que se dá essa incidência na atmosfera, a radiação pode Resolução:
sofrer, também, mudança em sua direção de propaga-
ção. Essa mudança na velocidade de propagação da luz, Justificando as afirmativas incorretas:
ao passar do vácuo para a camada gasosa da atmosfera I. A frequência depende somente da fonte do feixe lumino-
terrestre, é um fenômeno óptico conhecido como:
so. Quando um feixe passa de um meio para outro (refra-
a) interferência. ção), a fonte é a mesma e, por isso, a frequência permane-
b) polarização. ce constante.
c) refração.
d) absorção. III. O fenômeno da dispersão ocorre exatamente quando
e) difração. a velocidade de propagação de um meio depende da fre-
quência.
Resolução:
As afirmativas II e IV estão corretas; portanto, a resposta
O fenômeno que ocorre quando a luz passa de um meio é a B.
para outro é chamado de refração.
Alternativa B
Alternativa C
4. (UFPR) Considere as seguintes afirmativas relaciona-
das aos fenômenos que ocorrem com um feixe lumino-
so ao incidir em superfícies espelhadas ou ao passar de
um meio transparente para outro:
I. Quando um feixe luminoso passa do ar para a água, a
sua frequência é alterada.
II. Um feixe luminoso pode sofrer uma reflexão interna
total, quando atingir um meio com índice de refração
menor do que o índice de refração do meio em que ele
está se propagando.
III. O fenômeno da dispersão ocorre em razão da inde-
pendência entre a velocidade da onda e sua frequência. multimídia: sites
IV. O princípio de Huygens permite explicar os fenôme-
nos da reflexão e da refração das ondas luminosas.
www.coladaweb.com/fisica/ondas/fenom-
Assinale a alternativa correta. enos-ondulatorios
a) Somente a afirmativa I é verdadeira. www.sofisica.com.br/conteudos/Ondulato-
b) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. ria/Ondas/reflexao.php
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. educacao.globo.com/fisica/assunto/ondas-
d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. e-luz/fenomenos-ondulatorios.html
e) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
93
VIVENCIANDO
A ressonância já foi responsável pela queda de algumas pontes, como ocorreu no caso da ponte de Tacoma, nos EUA.
Ela também está presente no aparelho de micro-ondas, que, por sua vez, funciona na frequência natural da água. Por
esse motivo, ele esquenta tudo que possui água em sua composição.
Ponte de Tacoma
A polarização é utilizada, por exemplo, no cinemas 3D, em que são usados óculos que filtram a luz refletida da tela,
mas que, na verdade, são de duas imagens produzidas com um pequeno ângulo de diferença.
94
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.
É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em diversas ocasiões do cotidiano os diversos
fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem e
explicarem fenômenos físicos.
Modelo 1
(Enem) Certos tipos de superfícies na natureza podem refletir luz de forma a gerar um efeito de arco-íris. Essa
característica é conhecida como iridescência e ocorre por causa do fenômeno da interferência de película fina.
A figura ilustra o esquema de uma fina camada iridescente de óleo sobre uma poça d’água. Parte do feixe de luz
branca incidente (1) reflete na interface ar/óleo e sofre inversão de fase (2), o que equivale a uma mudança de meio
comprimento de onda. A parte refratada do feixe (3) incide na interface óleo/água e sofre reflexão sem inversão de
fase (4). O observador indicado enxergará aquela região do filme com coloração equivalente à do comprimento de
onda que sofre interferência completamente construtiva entre os raios (2) e (5), mas essa condição só é possível
para uma espessura mínima da película. Considere que o caminho percorrido em (3) e (4) corresponde ao dobro da
espessura E da película de óleo.
Expressa em termos do comprimento de onda (λ), a espessura mínima é igual a:
a) λ/4.
b) λ/2.
c) 3λ/4.
d) λ.
e) 2λ.
95
Análise expositiva - Habilidade 1: Excelente questão elaborada pela banca. O aluno deve saber interpretar um
A problema e reparar a presença de reflexão e interferência de ondas com inversão de fase.
A diferença entre os caminhos percorridos pelos dois raios que atingem o olho do observador é ∆x = 2E.
Como há inversão de fase numa das reflexões, a interferência ocorre com inversão de fase. Assim, a diferença de
( )
λ .
caminhos deve ser igual a um número ímpar (i) de semiondas __
2
Então:
λ (i = 1, 3, 5, 7, ...) = 2E
∆x = 1__
2
Como o enunciado pede a espessura mínima, i = 1. Assim:
λ ⇒ E = __
2Emín = 1 __ λ .
2 mín 4
Alternativa A
Modelo 2
(Enem) Ao sintonizarmos uma estação de rádio ou um canal de TV em um aparelho, estamos alterando algumas ca-
racterísticas elétricas de seu circuito receptor. Das inúmeras ondas eletromagnéticas que chegam simultaneamente
ao receptor, somente aquelas que oscilam com determinada frequência resultarão em máxima absorção de energia.
O fenômeno descrito é a:
a) difração;
b) refração;
c) polarização;
d) interferência;
e) ressonância.
Análise expositiva - Habilidade 17: Essa é uma típica questão da banca do Enem. Nela, é apresentada uma
E situação do cotidiano do estudante e cabe a ele saber a qual fenômeno ondulatório o caso descrito se refere.
Para ocorrer máxima absorção de energia, o circuito receptor deve oscilar com a mesma frequência das ondas emiti-
das pela fonte, a estação de rádio ou o canal de TV. Isso caracteriza o fenômeno da ressonância .
Alternativa E
96
DIAGRAMA DE IDEIAS
FENÔMENOS
ONDULATÓRIOS
CONJUNTO DE PONTOS
FRENTE DE ONDA
LOCALIZADOS NA CRISTA
REFLEXÃO i=r
seni λ1 v1
REFRAÇÃO ——— = —— = ——
senr λ2 v2
MUDANÇA CONTORNO DE
DIFRAÇÃO
NA FORMA OBSTÁCULOS
PRINCÍPIO DE
PULSOS
SUPERPOSIÇÃO
CONSTRUTIVA
INTERFERÊNCIA
DESTRUTIVA
EXPERIMENTO DE YOUNG
RESSONÂNCIA
LÂMINA DE FACES
PARALELAS
FREQUÊNCIAS IGUAIS
97
AULAS Acústica
41 e 42
Competências: 1, 2, 5 e 6 Habilidades: 1, 6, 17 e 22
1. Introdução
Por meio dos sentidos, o ser humano está em contato com
todo o ambiente ao seu redor. Um dos sentidos, em espe-
cial, será o tema do estudo a seguir: a audição. A audição
permite reconhecer os sons e obter um grande número de
informações sobre o meio circundante.
2. Produção do som
A figura representa uma lâmina muito fina de aço com
uma das extremidades fixada em um suporte. A patir desse O diapasão, instrumento de afinação dos instrumentos
exemplo, será possível compreender a natureza do som e musicais, funciona de acordo com esse princípio. O som
como ele é produzido. Se essa lâmina for colocada para produzido pelo diapasão, por ser ajustado na sua constru-
vibrar rapidamente, um som sibilante será produzido. ção, é a base para a comparação das notas ao ser usado
98
para afinar outros instrumentos musicais. Além disso, esse
mesmo princípio de funcionamento explica o modo como
3.1. Altura ou tom
o som é produzido pelas nossas pregas vocais, que são A altura, ou tom, permite qualificar os sons em graves e
membranas que oscilam com a passagem do ar. agudos. Quanto mais grave, mais baixo é o som. Em geral,
é chamado de tom grosso. Como exemplo, os sons graves
É importante registrar que o som é uma onda e, como
são produzidos pelas tubas ou pelos baixos e contrabaixos
tal, transmite energia sem transportar matéria. Assim,
de um coral. Os sons agudos são os sons altos, chamados
as ondas sonoras não são ondas no ar que se propa-
de tom fino. Exemplos de sons agudos são aqueles produ-
gam até as membranas timpânicas. Afinal, não existem
zidos por violinos e guitarras, ou por tenores e contraltos
“ventos sonoros” nas membranas. São as regiões de
em óperas e corais.
compressão e de rarefação que se propagam, ou seja,
a compressão e a rarefação do ar se deslocam no meio
material.
99
A unidade de intensidade sonora é denominada bel (B), em
Um mesmo som (mesma frequência) é mais forte ou homenagem ao cientista britânico Graham Bell, o inven-
mais fraco em função das amplitudes (maiores ou me- tor do telefone. Em geral, é utilizado o submúltiplo decibel
nores) das oscilações. (dB). Nesse caso, a expressão fica:
d© = 10 log __ I
I0
Embora a intensidade do som dependa da amplitude de
vibração da fonte, deve-se considerar o fato de as ondas
sonoras transportarem energia de uma região do espaço
para outra. A energia transportada por uma onda sonora
pode ser descrita por meio da intensidade física (I),
definida como a quantidade de energia que atravessa
perpendicularmente uma superfície de área unitária em
uma unidade de tempo. De modo geral, tem-se:
E
I = _____ P
= __
A · ∆t A
E é a potência da fonte sonora.
E é a energia e P = __
∆t
A unidade de intensidade física no SI é: _____ J W .
ou ___ multimídia: vídeo
m2 · s m2
A intensidade do som varia com a distância r entre a fonte Fonte: Youtube
e um determinado ponto. Para as ondas tridimensionais Escala decibel
esféricas, a intensidade é inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre o ponto considerado e a fonte
emissora. 3.3. Timbre
Os sons produzidos por fontes diferentes, mas de mesma
altura e de mesma intensidade, podem ser identificados e
diferenciados devido ao timbre. O timbre é, por analogia,
o “documento de identidade” dos instrumentos musicais.
A mesma nota, produzida por um piano ou por um violino,
pode ser distinguida porque produz sensações sonoras di-
ferentes, ou seja, timbres diferentes.
É possível identificar a voz de diferentes pessoas no telefone,
por exemplo, devido aos timbres diferentes. Essa diferença é
produzida pela forma da vibração das pregas vocais.
P
I = ____ O timbre depende da forma como ocorrem as vibrações na
4pr2
Existe uma intensidade física mínima (I0) ou limiar de fonte sonora, ou seja, do formato das ondas sonoras. São
audibilidade para cada frequência, que é de aproxima- poucas as fontes sonoras que produzem vibrações de ape-
damente 10– 12 W/m2. O som não é audível abaixo dessa nas uma frequência. Um exemplo já mencionado é o som
intensidade. Caso a intensidade física ultrapasse 1 W/m2, emitido por um diapasão, se percutido levemente.
a sensação auditiva é acompanhada de uma sensação do-
lorosa.
Como os intervalos dos valores de intensidade variam bas-
tante, são utilizados logaritmos e define-se intensidade
auditiva ou nível sonoro © de um som como:
I
© = log __
I0
Em que: Diapasão
§ © = intensidade auditiva ou nível sonoro; Entretanto, os sons produzidos pela maioria dos instrumen-
tos musicais são misturas do som fundamental e uma sé-
§ I = intensidade física do som considerado;
rie de outros sons de maior frequência, denominados sons
§ I0 = limiar de audibilidade. harmônicos, que não são perfeitamente audíveis, por terem
100
intensidades menores que as do som fundamental. Contu-
do, são os sons harmônicos que ajudam a distinguir o som
fundamental. Assim, o som (a nota) emitido por um piano
ou por um violino é diferenciado (distinguido) por conta do
número e da intensidade dos harmônicos que acompanham
o som fundamental de cada instrumento. Essa diferença pro-
porciona timbres diferentes ao mesmo som fundamental.
A presença dos harmônicos, em quantidades e intensida-
des diferentes, determina formas variadas de ondas do
mesmo som (nota) emitido por um instrumento.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
O que é Decibel (dB)? Usos e exemplos!
Nota Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si
f
Se duas frequências (f1 e f2) forem múltiplas de 2, ou seja, __
1 = 2, a nota da segunda frequência (f2) será igual à nota da
f2
primeira frequência (f1), mas uma oitava acima. Apesar de serem a mesma nota musical, a altura das notas é diferente. Por
exemplo, a nota Lá (440 Hz) uma oitava acima tem 880 Hz.
Aplicação do conteúdo
1. O gráfico da figura indica, no eixo das ordenadas, a intensidade de uma fonte sonora, I, em watts por metro
quadrado (W/m2), e o correspondente nível de intensidade sonora, ©, em decibéis (dB), percebido, em média, pelo
ser humano. Em escala logarítmica, no eixo das abscissas, estão representadas as frequências do som emitido. São
indicados na figura o limiar da dor (linha superior) – acima dessa linha, o som causa dor e pode provocar danos ao
sistema auditivo das pessoas – e o limiar da audição (linha inferior) – abaixo dessa linha, a maioria das pessoas não
consegue ouvir o som emitido.
101
Supondo que você está assessorando o prefeito de sua o som resultante será reforçado. Nesse caso, apesar de a
cidade em questões ambientais. intensidade ser maior, o entendimento da palavra livro será
a) Qual o nível de intensidade máximo que pode prejudicado devido à superposição das diferentes sílabas.
ser tolerado pela municipalidade? Que faixa de No entanto, se a onda refletida chegar ao aparelho auditi-
frequências você recomendaria ser utilizada para dar vo da pessoa exatamente no limiar dos 0,10 s, haverá pro-
avisos sonoros que sejam ouvidos pela maior parte
longamento da sensação auditiva e ocorrerá a reverbera-
da população?
b) A relação entre a intensidade sonora, I, em W/m2, e o
ção. A palavra livro será ouvida por mais 0,10 s, mas com
nível de intensidade, ©, em dB, é © = 10log __I , em que I0 intensidade menor do que a do som direto, uma vez que a
I0 quantidade de energia será menor do que a da onda direta.
= 10–12 W/m2. Qual a intensidade de um som, em W/
m , para o nível de intensidade de 50 dB? Consultan-
2
A reverberação corresponde, então, à persistência do som
do o gráfico, você confirma o resultado que obteve? ouvido após cessar a emissão. Nos auditórios fechados (te-
Resolução: atros, salas de música, etc.), ocorrem múltiplas reflexões do
som nas paredes, no teto, no piso e mesmo na plateia pre-
a) Supondo que o nível de intensidade sonora má-
sente, o que pode reforçar e/ou prolongar os sons durante
ximo que pode ser “tolerado pela municipalidade”
refere-se ao limiar da dor, o valor correspondente é um pequeno intervalo de tempo, mesmo depois de termi-
120 dB (curva do limiar da dor). nada sua emissão. A reverberação excessiva, que prejudica
O gráfico fornecido também permite perceber que a a qualidade do som (ambiente “sem acústica”), é evitada
faixa de frequência na qual o limiar da audição é mais pela adaptação de placas de plástico acima da orquestra
baixo corresponde às frequências entre 2.000 Hz e ou do palco e mesmo no teto. As paredes também recebem
4.000 Hz. um tratamento específico, apresentando relevos e reves-
b) A partir da expressão fornecida, tem-se: timento particular, com materiais especiais (de tapeçaria)
I , para © = 50 dB e I0 = 10–12 ___
© = 10 · log __ W2 que absorvem parte da energia da onda, possibilitando um
I0 m
equilíbrio entre a absorção e a reverberação. As condições
Assim:
acústicas do ambiente não devem permitir reverberações
50 = 10 · log ____ I–12 W2
ä I = 10– 7 ___
10 m que ultrapassem de um a dois segundos.
O valor encontrado para I está coerente com
os valores contidos no gráfico fornecido.
4. Fenômenos sonoros
A reflexão, a refração, a difração, a ressonância e a inter-
ferência são fenômenos que ocorrem com o som, que, por
ser um fenômeno ondulatório, obedece às mesmas leis e
condições obedecidas por qualquer tipo de onda. A po-
larização, no entanto, não ocorre, pois as ondas sonoras
são ondas longitudinais, e a polarização acontece somente
para as ondas transversais.
Dois fenômenos interessantes causados pela reflexão do
Na sala de concerto São Paulo, além do uso de materiais
som são a reverberação e o eco. A persistência auditiva que favorecem uma reverberação adequada e a absorção
humana, ou seja, o tempo necessário para ocorrer o acon- de sons indesejáveis, a altura do forro móvel do teto pode
ser modificada para melhorar a acústica do ambiente.
tecimento total do som no aparelho auditivo é, em média,
de 0,10 s. Assim, ao ouvir o som direto da fonte, o som se O eco é um fenômeno no qual o som direto e o som re-
extinguirá ao cabo de 0,10 s. Entretanto, caso um som re- fletido em algum obstáculo são captados separadamente.
fletido chegue ao ouvido antes desse tempo (∆t < 0,10 s), Por exemplo, uma pessoa pode produzir um som e ouvir
haverá um efeito de adição desse som com o som direto, e o eco se estiver localizada no mínimo a 17 m do ponto
a sensação auditiva será reforçada, dando uma percepção refletor. Essa distância mínima para a percepção dos dois
continuada em tempo e aumentada em intensidade. sons (direto e refletido) se deve ao intervalo de tempo igual
ou maior que 0,10 s. Nesse intervalo de tempo, a onda
Para exemplificar esse efeito, considere uma pessoa catan-
sonora percorre 34 m, 17 m na ida e 17 m na volta, pro-
do o som da palavra livro. Se, antes da extinção do som
pagando-se com velocidade de 340 m/s.
direto, o som refletido chegar ao ouvido da pessoa, haverá
mistura dos sons correspondentes – como da última sílaba O sonar, instrumento utilizado na navegação marítima, é
do som direto com a primeira sílaba do som refletido –, e um exemplo importante da aplicação do eco na medida da
102
profundidade dos oceanos e na localização de submarinos, Essa situação também ocorre na situação oposta, ou seja, se
de cardumes e de outros objetos nas profundezas do mar. o ouvinte estiver em movimento em relação à fonte sonora.
fonte sonora
5. Efeito Doppler
O efeito Doppler pode ser observado quando uma ambu-
lâncias com as sirenes ligadas passa velozmente. O som da λ'' < λ
sirene parece mais agudo quando a ambulância se aproxi- λ' > λ
ma e fica mais grave quando ela se afasta. Esse fenômeno
é causado pelo efeito Doppler.
Ao sair da fonte e chegar até certo ouvinte, ambos em re-
pouso (sem movimento relativo), a frequência do som não
se altera. Imagine que a fonte sonora emite ondas numa Nessa figura, a ambulância está se afastando
da moça e se aproximando do rapaz.
única frequência. Por exemplo, se uma sirene em repouso
em relação ao ouvinte toca a nota Ré, o ouvinte ouve a A relação entre a frequência emitida f pela fonte e a frequ-
nota Ré, pois a frequência com que as ondas sonoras o ência f’ captada pelo observador é dada pela relação:
( )
alcançam é a mesma da fonte. Assim, as distâncias entre v±v
as cristas das ondas sonoras se mantêm constantes e, por- f’ = f · v_____
± v 0
F
tanto, têm o mesmo comprimento de onda. Em que:
v = velocidade na onda
vF = velocidade da fonte
v0 = velocidade do observador
f = frequência emitida pela fonte
f’ = frequência aparente recebida pelo observador
Observador Observador
103
§ Se a fonte se afasta do observador, utiliza-se +vF; se a Observe que a velocidade do carro (vf ), em m/s, é igual a 68.
fonte se aproxima do observador, usa-se –vF.
Alternativa A
A trajetória é orientada positivamente no sentido de O para F.
3. (UFPR) Foram geradas duas ondas sonoras em um de-
terminado ambiente, com frequências f1 e f2. Sabe-se
Aplicação do conteúdo que a frequência f2 era de 88 Hz. Percebeu-se que essas
duas ondas estavam interferindo entre si, provocando
1. Uma ambulância tem uma sirene que emite um som
o fenômeno acústico denominado “batimento”, cuja
com frequência f = 1.000 Hz. Um observador, em um
frequência era de 4 Hz. Com o uso de instrumentos ade-
automóvel, está nas proximidades da ambulância. Sa-
quados, verificou-se que o comprimento de onda para
be-se que a velocidade de propagação do som, no ar,
a frequência f2 era maior que o comprimento de onda
é de 340 m/s. Para cada um dos casos, calcule a fre-
para a frequência f1. Com base nessas informações, assi-
quência aparente percebida pelo observador no au-
nale a alternativa que apresenta a frequência f1.
tomóvel:
a) 22 Hz.
a) A ambulância está parada e o carro do observador
b) 46 Hz.
se aproxima com a velocidade de 20 m/s.
c) 84 Hz.
b) A ambulância está parada e o carro do observador
se afasta com velocidade de 20 m/s. d) 92 Hz.
c) O carro do observador está parado e a ambulância e) 352 Hz.
se aproxima com velocidade de 20 m/s. Resolução:
e) O carro do observador está parado e a ambulância
se afasta com velocidade de 20 m/s. Como as duas ondas se propagam no mesmo meio, elas
têm a mesma velocidade.
Resolução:
v±v
Aplicando a expressão f’ = f · _____ (
v ± v 0F
)
utilizando os sinais
Como v = λf, a onda de maior comprimento possui menor
frequência. A frequência do batimento é igual à diferença
+ ou – de acordo com a convenção adotada.
(
v ± v0 de frequências. Assim:
a) f’ = f · _____
) F
340 +
v + v ä f’ = 1000 · ________
340
20
= 1059 Hz
λ2 > λ1 ⇒ f2 < f1
(
v ± v0
b) f’ = f · _____
) F
340 –
v + v ä f’ = 1000 · _______
340
20
= 941 Hz f1 – f2 =fb ⇒ f1 – 88 = 4 ⇒ f1 = 92Hz
(
v ± v0
)
v + v ä f’ = 1000 · 340
c) f’ = f · _____
F
________
340 – 20
ä f’ = 1063 Hz Alternativa D
(
v ± v0 4. (Fuvest) Miguel e João estão conversando, parados
d) f’ = f · _____
) F
340
v + v ä f’ = 1000 · ________
340 + 20
= 944 Hz em uma esquina próxima a sua escola, quando escutam
o toque da sirene que indica o início das aulas. Miguel
2. (UERN) O barulho emitido pelo motor de um carro continua parado na esquina, enquanto João corre em
de corrida que se desloca a 244,8 km/h é percebido por direção à escola. As ondas sonoras propagam-se, a par-
um torcedor na arquibancada com frequência de 1.200 tir da sirene, em todas as direções, com comprimento
Hz. A frequência real emitida pela fonte sonora, consi- de onda λ = 17 cm e velocidade Vs = 340 m/s em relação
derando que a mesma se aproxima do torcedor, é de: ao ar. João se aproxima da escola com velocidade de
(Considere a velocidade do som = 340 m/s) módulo v = 3,4m/s e direção da reta que une sua posi-
ção à da sirene. Determine:
a) 960 Hz.
a) a frequência fM do som da sirene percebido por
b) 1040 Hz.
Miguel parado na esquina;
c) 1280 Hz.
b) a velocidade VR do som da sirene em relação a
d) 1320 Hz. João correndo;
Resolução: c) a frequência fJ do som da sirene percebido por João
quando está correndo.
Sabendo que a fonte está aproximando-se do observador, Miguel, ainda parado, assobia para João, que conti-
tem-se que a relação entre frequência observada e frequ- nua correndo. Sendo o comprimento de onda do as-
ência emitida pela fonte (ff) é dada por: sobio igual a fA determine:
v . f d) a frequência fA do assobio percebido por João.
f0 = v___
- v f
f
Note e adote: considere um dia seco e sem vento.
Então:
Resolução:
340
1200 = _______ .f
340 - 68 f a) Dados: λ = 17cm = 0,17m; Vs = 340 m/s
ff = 960 Hz VS = λ fM ⇒ fM VS/λ = 340/0,17 ⇒ fM = 2.000 Hz
104
b) Dado: v = 3,4 m/s
Como as velocidades têm sentidos opostos, vem:
vR = VS + v = 340 + 3,4 ⇒ vR = 343,4 m/s
c) Usando a expressão do efeito Doppler:
vR 343,4
fJ = __
fM = _____
· 2.000 ⇒ fJ = 2.020 Hz
VS 340
d) Dado: λA = 10 cm = 0,1 m
VS 340
f = __
= ___
= 3.400Hz
λA 0,1
Aplicando novamente a expressão do efeito Doppler:
VS
fA = _____ 340
⇒ f = ________ · 3.400 ⇒ fA
VS + v 340 + 0,4
= 3.366,3 Hz
multimídia: sites
www.infoescola.com/fisica/acustica/
www.sofisica.com.br/conteudos/Formu-
lasEDicas/formulas14.php
brasilescola.uol.com.br/fisica/acustica.htm
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/quali-
dades-som.htm
macao.communications.museum/por/
exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_8_5_
SoundQuality.html
www.hinor.com.br/blog/2015/02/23/lei-do-
silencio-entenda-o-que-e-permitido-e-quais-
sao-os-niveis-em-decibeis-nocivos-a-saude/
mundoestranho.abril.com.br/ciencia/
qual-a-diferenca-entre-frequencia-e-decibeis/
105
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A ecolocalização é uma sofisticada capacidade biológica de detectar a posição e/ou distância de objetos ou animais
através de emissão de ondas ultrassônicas, no ar ou na água, e análise ou cronometragem do tempo gasto para
essas ondas serem emitidas, refletirem no alvo e voltarem à fonte sobre a forma de eco. O morcego emite ondas
ultrassônicas, isto é, com frequência muito alta, na faixa de 20 a 215 kHz, pelas narinas ou pela boca, dependendo
da espécie. Essas ondas atingem obstáculos no ambiente e voltam na forma de ecos com frequência menor. Esses
ecos são recebidos pelo morcego e, com base no tempo em que os ecos demoraram a voltar, nas direções de onde
vieram e nas direções de onde nenhum eco veio, os morcegos percebem se há obstáculos no caminho, as distâncias,
as formas e as velocidades relativas entre eles, no caso de insetos voadores que servem de alimento, por exemplo.
O golfinho possui um extraordinário sistema acústico de ecolocalização que lhe permite obter informações sobre ou-
tros animais e o ambiente, pois consegue produzir sons de alta frequência ou ultrassônicos, na faixa de 150 kHz, sob
a forma de “click’s” ou estalidos. Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente
no alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à
frente através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o espermatócito, que dirige as ondas sonoras
em feixe à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na
água cinco vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para
comunicações e é diferente para cada espécie.
106
VIVENCIANDO
A acústica arquitetônica é a área da acústica que se destina ao estudo do condicionamento acústico de ambientes
como salas de concerto, salas de aula, teatros, igrejas, salas de conferência, escritórios, etc. O estudo da acústica
de salas compreende tanto a caracterização acústica de ambientes já existentes, através de técnicas experimentais,
quanto o projeto e simulação acústica de novos recintos, através de modelos computacionais. Outra frente de pesqui-
sa é a avaliação subjetiva da acústica dos ambientes, feita através de entrevistas com os usuários de tais ambientes.
Tais entrevistas podem ainda ser combinadas com medições e simulações computacionais, de forma a correlacionar
dados objetivos com dados subjetivos.
Basicamente, é possível dizer que um ambiente pode ter suas características acústicas descritas por sua “resposta
ao impulso“. A resposta ao impulso de um ambiente, entre uma fonte sonora e um receptor, é composta pelo som
direto (caminho direto entre fonte sonora e receptor) e pelas reflexões que a onda sonora sofre (no palco, paredes
laterais, teto, piso, etc). Tais reflexões são distribuídas ao longo do tempo e sua densidade tende a aumentar, à medi-
da que o tempo passa. A amplitude de cada reflexão é controlada pela distância percorrida pelo raio sonoro e pelas
características de absorção das superfícies do ambiente que este encontra. Dessa forma, na distribuição temporal da
densidade de energia sonora, pode-se distinguir três regiões: som direto (composto pelo raio sonoro que percorre o
caminho direto entre fonte e receptor), primeiras reflexões (compostas pelas reflexões que chegam ao receptor em
até 50-80 [ms]) e a cauda reverberante (composta pelas reflexões finais).
Fonte: <www.eac.ufsm.br/pesquisa/areas-de-atuacao>.
Fonte: <www.google.com.br/search?biw=1366&bih=613&tbm=isch&sa=1&q=casa+de+show&oq=casa+de+show&gs_l=psy-
ab.3...9367.9367.0.9693.1.1.0.0.0.0.87.87.1.1.0....0...1.1.64.psy-ab..0.0.0.Bgoax-1-Og0#imgrc=xcHK6QOp0C7drM:>.
107
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidades
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.
É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de reconhecer em variadas ocasiões do dia a dia os diversos
fenômenos físicos aprendidos em sala de aula.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físi-
17 cas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
A matemática é uma forma de linguagem das ciências da natureza e é uma ferramenta para cientistas descreverem e
explicarem fenômenos físicos.
Modelo 1
(Enem) Uma ambulância A em movimento retilíneo e uniforme aproxima-se de um observador O, em repouso. A sirene
emite um som de frequência constante fA. O desenho ilustra as frentes de onda do som emitido pela ambulância.
O observador possui um detector que consegue registrar, no esboço de um gráfico, a frequência da onda sonora de-
tectada em função do tempo f0(f), antes e depois da passagem da ambulância por ele.
b)
108
c)
d)
e)
Análise expositiva - Habilidade 1: O aluno precisa se lembrar do conceito de efeito Doppler e saber como sua
D frequência varia com o tempo. É necessário entender que, inicialmente, a ambulância se aproxima do observador e,
em um determinado momento, ela começa a se afastar dele.
De acordo com o efeito Doppler para ondas sonoras, quando há:
§ aproximação relativa entre a fonte e o observador, a frequência detectada é maior do que a frequência emitida:
f0(t) > fA;
§ afastamento relativo entre a fonte e o observador, a frequência detectada é menor do que a frequência emitida: f0(t) < fA.
Alternativa D
Modelo 2
(Enem) A figura 1 apresenta o gráfico da intensidade, em decibels (dB), da onda sonora emitida por um alto-falante,
que está em repouso, e medida por um microfone em função da frequência da onda para diferentes distâncias: 3 mm,
25 mm e 60 mm. A figura 2 apresenta um diagrama com a indicação das diversas faixas do espectro de frequência
sonora para o modelo de alto-falante utilizado neste experimento.
109
Relacionando as informações presentes nas figuras 1 e 2, como a intensidade sonora percebida é afetada pelo au-
mento da distância do microfone ao alto-falante?
a) Aumenta na faixa das frequências médias.
b) Diminui na faixa das frequências agudas.
c) Diminui na faixa das frequências graves.
d) Aumenta na faixa das frequências médias altas.
e) Aumenta na faixa das frequências médias baixas.
Análise expositiva - Habilidade 17: É necessário que o aluno consiga retirar informações dos dois gráficos
C apresentados para resolver a questão proposta.
Analisando o gráfico da figura 1, nota-se que, até 300 Hz, o nível sonoro diminui com o aumento da frequência para
as quatro distâncias. Na tabela da figura 2, constata-se que sons nessas frequências são classificados como graves.
Alternativa C
110
DIAGRAMA DE IDEIAS
ACÚSTICA
ONDAS
LONGITUDINAIS
ONDAS SONORAS
OSCILAÇÕES
DE PRESSÃO
QUALIDADES
AMPLITUDE
INTENSIDADE
OU VOLUME
NÍVEL SONORO
FENÔMENOS
ECO E REVERBERAÇÃO
111
AULAS Tubos e cordas
43 e 44
Competência: 1 Habilidades: 1, 2, 3 e 4
Considere que as cristas de ambos os pulsos atinjam o ponto P da corda no mesmo instante. Pelo princípio da superposição,
a perturbação resultante será igual à soma algébrica das perturbações causadas por cada pulso, como se ambos tivessem
atingido individualmente o ponto P. Pelo princípio da independência das ondas, depois da superposição, os pulsos continu-
am a se propagar com as mesmas características iniciais. O princípio da conservação da energia também se verifica nessas
situações, caso não exista dissipação de energia por atrito durante a propagação de ambas as ondas.
§ Se, na superposição, a amplitude resultante é maior do que cada uma das amplitudes individuais, a interferência é
classificada como construtiva. A superposição construtiva ocorre quando os pulsos possuem a mesma face (ambos do
mesmo lado em relação à posição de equilíbrio da corda).
§ Se, na superposição, a amplitude resultante é menor do que pelo menos uma das amplitudes dos pulsos interferentes,
a interferência é classificada como destrutiva. A superposição destrutiva ocorre quando suas faces de propagação são
invertidas (uma de um lado e outra do lado oposto em relação à posição de equilíbrio da corda).
112
2. Onda estacionária o número de nós e de ventres, que pode ser alterado mu-
dando-se essa frequência de vibração.
A onda estacionária é um caso especial de superposi- Para as ondas estacionárias, a distância entre dois nós conse-
ção das ondas. Essa onda é o resultado da superposição cutivos e a distância entre dois ventres consecutivos vale __ † ,
de duas ondas de mesma frequência, mesma amplitude e 2
mesmo comprimento de onda que se propagam em senti- e a distância entre um nó e um ventre consecutivo vale __ † .
4
dos opostos na mesma direção.
Como ilustrado na figura a seguir, considere uma corda fi-
xada por uma das extremidades. Ao vibrar periodicamente
com a extremidade livre, originam-se perturbações regu-
lares que se propagam pela corda. Então, ao atingirem a
extremidade fixa, refletem-se e retornam com sentido de
deslocamento contrário ao inicial.
Aplicação do conteúdo
Em consequência, as perturbações produzidas em uma ex- 1. Na figura, duas cordas de diâmetros diferentes são
tremidade se superpõem às outras que estão retornando unidas pelas extremidades. A extremidade mais fina da
da parede, originando uma onda estacionária. corda é vibrada por uma pessoa, criando uma onda.
113
cordas do violão não vibrarem, os outros pontos das cor- Alguns modos de vibração de uma corda de comprimento
das vibram com maior ou menor amplitude. Os pontos das ℓ de um instrumento musical estão representados a seguir.
cordas que não vibram são denominados nós das cordas
Para se obter a frequência do som correspondente aos har-
vibrantes, e os pontos que vibram com amplitude máxima
mônicos, considere que:
são denominados ventres das cordas vibrantes. Os pontos
presos na extremidade das cordas serão sempre os nós, mas
também podem ocorrer outros nós nas cordas. A vibração de
cada uma das cordas do violão tem frequência natural de
vibração característica da corda.
2º é __
† = __ v = __
2º é f = n __
v
n fn n n 2º
114
o aumento de tensão na corda necessário para que a
nota Lá seja afinada. 3. Tubos sonoros
Resolução: Foi analisado anteriormente como as cordas podem pro-
duzir sons. Mas como funcionam os instrumentos de so-
a) A partir da curva tracejada (Lá desafinada) forneci-
da no gráfico, tem-se: pro? Como são produzidas as várias frequências nesses
2 oscilações completas — ∆t = 5 · 10 – 3 s instrumentos?
1 oscilação completa — T
π T = 2,5 · 10–3 s
Como f = __ 1 , segue: f = 400 Hz.
T
b) O modo fundamental de vibração de uma corda
corresponde ao esquema:
Flauta doce
† = º ä † = 2º
__
2
A velocidade de propagação de pulsos transversais
em corda é dada pela equação:
d XX
v = __F
m
Em que F é a intensidade da força de tração da corda
e m é a densidade linear da corda. Clarinete
Como v = †f, pode-se expressar a frequência de vi- O funcionamento desses instrumentos musicais de sopro,
bração da corda, no seu modo fundamental, por: como a flauta e o clarinete, está relacionado à vibração
v = __
f = __
† 2º m
d
1 · __
T
XX
longitudinal da coluna de ar no seu interior, denominado
tubo sonoro.
A partir dessa expressão, é possível obter a intensida-
de da força de tração na corda para as duas situações: A partir do sopro do instrumentista na embocadura, a
I. Corda afinada (f = 440 Hz): coluna de ar adquire vibração estacionária dentro dos
tubos sonoros. Se as duas extremidades do tubo são
d
1 · ______
XXXXXXX
440 = ____ T
2 · 1 5 · 10–3 abertas, o tubo é chamado de tubo aberto; se uma das
De onde obtém-se T = 3.872 N. extremidades é fechada, o tudo é chamado de tubo fe-
II. Corda desafinada (f’ = 400 Hz): chado.
d
1 · ______
XXXXXXX
400 = ____ T
a) Nos tubos abertos, a vibração é livre nas extremidades;
2 · 1 5 · 10–3 portanto, formam-se ventres em ambas as extremidades.
Nesse caso, T’ = 3.200 N.
Comparando os valores de T e T’, pode-se concluir
b) Nos tubos fechados, a vibração é livre apenas na ex-
que o aumento necessário na intensidade da tração, tremidade aberta (embocadura), onde se formam os ven-
para que a corda seja afinada, é de: tres; na extremidade fechada, não há vibração e forma-se
T – T’ = 3.872 N – 3.200 N = 672 N um nó.
115
frequência de vibração. Assim, os sons graves são produ-
zidos pelas colunas de maior comprimento, enquanto das
curtas produzirão os sons agudos.
Nos instrumentos de sopro, é possível alterar o comprimen-
to da coluna ao fechar ou abrir os orifícios ou as válvulas.
Assim, a frequência pode ser alterada, de modo a obter-se
a nota musical desejada.
2º é f1 = __
1.º harmônico: †1 = __ v = __
v
1 †1 2º
2º é f2 = __
2.º harmônico: †2 = __ v = __
v = __
2v é f2 = 2f1
2 †2 __ 2º
2º
2
2º é f3 = __
3.º harmônico: †3 = __ v = __ 3v é f2 = 3f1
v = __
3 †3 __ 2º
2º
3
: : : : : :
2º
n-ésimo harmônico: †n = __ __v __
n é fn = † = __
v = __
nv é f2 = nf1
n n 2º
2º
Todos os harmônicos existem em um tubo aberto, ou seja, f1, f2, f3,..., fn.
v = __
1.º harmônico: †1 = 4º é f1 = __ v
†1 4º
4º é f3 = __
3.º harmônico: †3 = __ v = __ 3v é f3 = 3f1
v = __
3 †2 __ 4º
4º
3
116
(3.º modo de vibrar)
4º é f5 = __
5.º harmônico: †5 = __ v = __ 5v é f5 = 5f1
v = __
5 †5 __ 4º
4º
5
: : :
4º
† 2n – 1 = _____ v ä f2n – 1 = (2n – 1) · f1
ä f2n – 1 = (2n – 1) · __
2n – 1 4º
No tubo fechado, apenas os harmônicos de frequências ímpares podem ser obtidos, ou seja, f1, f3, ..., f(2n – 1).
117
Analisando a 2.ª corda, tem-se:
nv2 n(2 · v1) · 2 · 704
f1 = _____
______
=
[ 880 = 1_________
[ I2 = 0,8 m
2 · I2 2 · I2 2 · I2
Alternativa C
3. (Udesc) Dois tubos sonoros de mesmo comprimento se diferem pela seguinte característica: o primeiro é aberto
nas duas extremidades e o segundo é fechado em uma das extremidades. Considerando que a temperatura ambiente
seja de 20ºC e a velocidade do som igual a 344 m/s, assinale a alternativa que representa a razão entre a frequência
fundamental do primeiro tubo e a do segundo tubo.
a) 2,0.
b) 1,0.
c) 8,0.
d) 0,50.
e) 0,25.
Resolução:
118
Em função do comprimento do tubo, qual o comprimento
de onda da oscilação que forma o próximo harmônico?
a) __L .
4
b) L .
__
5
L
__
c) .
2
d) __L .
8
6L
e) .
___
8
Resolução:
multimídia: sites
O próximo é o 4.º harmônico. No caso, a flauta comporta-
-se como um tudo aberto, sendo a ordem do harmônico www.mundoeducacao.bol.uol.com.br/
(n = 4) igual à do número de fusos. Se o comprimento de fisica/tubos-sonoros.htm
um fuso é igual ao de meio comprimento de onda, tem-se: www.if.ufrgs.br/~dschulz/cordas_vibrantes.
λ = L ⇒ λ = __
4 __ L pdf
2 2
www.brasilescola.uol.com.br/fisica/on-
Alternativa C
das-estacionarias.htm
www.respondeai.com.br/resumos/1/capit-
ulos/1
pt.khanacademy.org/math/precalculus/
vectors-precalc
multimídia: livros
Leonard Mlodinow - A janela de Euclides
Livro que aborda de maneira simples, diverti-
da e curiosa a evolução de conceitos chaves
de geometria e o modo com que o Homem
compreende o espaço.
119
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Existe uma equação que permite aos engenheiros e físicos compreender a frequência de qualquer tipo de sinal.
Essa equação é tão poderosa que, em 1867, o físico Lord Kelvin (o mesmo da escala termométrica) fez a seguinte
declaração sobre ela: “Não é apenas um dos mais belos resultados da análise moderna, mas podemos dizer que ele
fornece um instrumento indispensável no tratamento de quase todas as perguntas recônditas na física moderna”.
Essa equação em questão é a “transformada de Fourier“. Elaborada pelo físico e matemático Jean-Baptiste Joseph
Fourier, foi publicada pela primeira vez em seu livro Teoria analítica do calor, um marco nos estudos da físico-mate-
mática. A transformada de Fourier permite uma análise das frequências que compõem um sinal, de forma que é pos-
sível, por exemplo, diminuir drasticamente o tamanho de arquivos de música digital, deixando apenas as frequências
que aparecem mais e jogando fora as frequências menos importantes. Pode-se também usá-la para tirar a voz das
canções ou para a compressão de uma imagem, por exemplo.
Uma curiosidade sobre Fourier é que ele era próximo de Napoleão e foi junto com o então segundo-tenente do re-
gimento de artilharia de La Fère para uma expedição no Egito. Mais tarde, Fourier foi nomeado prefeito de Grenoble
por Napoleão, local onde pôde desenvolver a maioria dos seus trabalhos em física e matemática.
120
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos
1 em diferentes contextos.
É muito importante que o aluno saiba ser crítico a ponto de aplicar as características ondulatórias ao uso cotidiano.
Modelo
(UFRGS 2019) Uma onda sonora propagando-se no ar é uma sucessão de compressões e rarefações da densidade
do ar. Na figura abaixo, estão representadas, esquematicamente, ondas sonoras estacionárias em dois tubos, 1 e 2,
abertos em ambas as extremidades. Os comprimentos dos tubos 1 e 2 são, respectivamente, L e L/2
Sendo λ1 e λ2 os respectivos comprimentos de onda das ondas representadas nos tubos 1 e 2, e f1 e f2 suas frequências, as
razões entre os comprimentos de onda λ1 e λ2 e as frequências f1/f2 são, nessa ordem,
a) 1 e 1
b) 2 e 1
c) 2 e 1/2
d) 1/2 e 1
e) 1/2 e 2
Análise expositiva - Habilidade 1: Percebe-se que ambos os tubos estão representando o 1º harmônico,
C assim cada um deles apresenta meio comprimento de onda. Assim, a razão entre os comprimentos dos
tubos representa também a razão entre os comprimentos de onda.
A razão entre as frequências é obtida através da equação fundamental que relaciona também velocidade de propa-
gação e comprimentos de onda.
Alternativa C
121
DIAGRAMA DE IDEIAS
ONDAS ESTACIONÁRIAS
PRINCÍPIO DA
SUPERPOSIÇÃO
2ℓ 2ℓ 4ℓ
λn = n λn = n λn = n
V= T Ventres nas
Extremidades
extremidades
Aberta Fechada
Nós nas
extremidades Ventre Nó
122
ELETROMAGNETISMO: Incidência do tema nas
principais provas
A prova é bastante interligada entre as Físicas, Um dos temas deste livro mais cobrado é
relacionando eletromagnetismo com a mecânica o de campo magnético, com atenção aos
clássica, com questões que podem exigir inter- conceitos fundamentais de ímãs e força
pretação de figuras, como máquinas, dispositivos magnética em partículas.
ou equipamentos que funcionam à base do
eletromagnetismo.
Pode aparecer na prova a relação entre partícula Dentre os temas abordados neste livro, Um dos temas deste livro mais cobrado é o de
e campo magnético, fazendo o uso das equações força magnética em um fio é presente campo magnético, com atenção aos conceitos
fundamentais. na prova. O candidato precisa entender fundamentais de ímãs, relacionando com
as equações e regras que exigem nesse espiras e fios que passam corrente elétrica.
conteúdo.
Dentre os temas abordados neste livro, força A prova tem uma grande variação de temas, A prova tem uma grande variação de A prova tem uma grande variação de temas,
magnética entre fios pode aparecer na prova. porém, o conteúdo força magnética em temas. Eventualmente, podem aparecer porém, campo magnético gerado por fio
O candidato precisa entender as equações e partícula pode aparecer. questões conceituais sobre magnetismo, aparece com alguma frequência, exigindo do
regras que exigem nesse conteúdo. mesmo não aparecendo nos últimos anos. candidato interpretação de figuras, equações e
regras do eletromagnetismo.
UFMG
A prova tem uma grande variação de temas. A prova da UFPR tem uma grande variação A prova tem uma grande variação de temas.
Eventualmente, podem aparecer magnetismo de temas. Eventualmente podem aparecer Eventualmente, podem aparecer partículas
relacionado com assuntos da eletricidade, em partículas dentro do campo magnéti- dentro do campo magnético e ímãs, com
questões mais objetivas e que exigem um alto co e ímãs, com questões que exigem questões que exigem interpretação gráfica e
nível de manipulações matemáticas. interpretação gráfica e base nas equações base nas equações fundamentais.
fundamentais.
Eventualmente, podem aparecer questões Magnetismo não é tão cobrado na prova, Não há uma cobrança grande de eletrostática,
sobre magnetismo com partículas em movi- porém, pode aparecer alguma questão porém, podem aparecem questões que exigem
mento dentro de um campo magnético. relacionada à interação entre partícula e análise de figuras de campos magnéticos.
campo magnético.
123
AULAS Leis de Kirchhoff
35 e 36
Competências: 2e6 Habilidades: 5, 6, 7 e 17
A d.d.p entre A e B é determinada adicionando as variações de potencial de cada um dos elementos. Esse trecho do circuito
será percorrido, no sentido da corrente, adicionando algebricamente todas as variações de potencial que ocorrem em cada
um dos seus elementos. Lembre-se de que os receptores e resistores retiram energia das cargas elétricas, provocando a
queda do potencial, enquanto os geradores aumentam o potencial.
A partir do ponto A, de potencial elétrico VA, até o ponto B, de potencial elétrico VB,
VA – «1 + r1i – «2 + r2i + «‘1 + r’1i + «‘2 + r’2i + R1 · i + R2 · i = VB
Assim, a d.d.p. entre os pontos A e B é igual a:
VA – VB = + «1 + «2 – «‘1 – «‘2 – r1i – r2i – r’1i – r’2i – R1i – R2i
De forma geral, a d.d.p em um trecho AB de circuito contendo vários geradores, receptores e resistores é dada por:
VA – VB = S« – S«‘ - Reqi
Essa expressão corresponde à lei de Ohm generalizada.
Se o trecho do círculo for percorrido em sentido contrário ao da corrente, invertem-se os sinais da expressão acima.
VA – VB = 17, 35 V
Aplicação do conteúdo
2. Considere o circuito representado e calcule:
1. Calcule a d.d.p. entre os pontos A e B do circuto, sa-
bendo-se que a intensidade da corrente é 0,1 A.
Resolução:
Partindo do ponto A, de potencial VB e caminhado no sen-
tido da corrente, tem-se:
a) a intensidade da corrente no circuito;
VA – VB = S« – S«‘ – R i
b) a diferença de potencial entre os pontos X e Y.
VA – VB = 5 + 4 + 10 – 10 · 0,1 – 0,5 · 0,1 – 5 · 0,1 – 1 · 0,1
Dados: «1 = 30 V; «2 = 50 V; r1 = 1 V; r2 = 2 V; R3 = 3
VA – VB = 19 – 1,65 V; R4 = 4 V.
124
Resolução: os pontos X e Y:
a) Em primeiro lugar, deve-se adotar o sentido horário VX – «2 + r2i + R4i = Vy ⇒ Vx – 50 + 2(+
de percurso para a corrente elétrica (esse sentido é 8) + 4 (+ 8) = Vy ⇒ Vx – Vy = 2 V
arbitrário). A partir da lei de Ohm generalizada, de-
ve-se percorrer todo o circuito, adicionando algebri-
camente as diferenças de potencial que ocorrem em
cada um dos seus elementos. Assim, deve-se partir
do ponto x de potência V1 e percorrer o circuito no
sentido horário. Ao percorrer todo o circuito, deve-se
retornar ao mesmo ponto x de potencial V1. Assim:
multimídia: livros
Análise de circuitos em corrente contínua, de
Rômulo Oliveira Albuquerque
Apresenta os princípios e componentes
básicos usados em circuitos. Os principais
assuntos tratados são: bipolos, lei de Ohm,
V1 – «2 + r2i + R4i + R3i – «1 + r1i = V1 associação de resistores e geradores, resis-
–50 + 10i – 30 = 0 tividade, galvanômetros, medidas, ponte de
i=8A Wheatstone, Kirchhoff, Thévenin, Norton,
Como o ponto inicial e final é o mesmo, a soma dos Maxwell e superposição de efeitos. Além dos
potenciais é nula. tópicos teóricos, contém exercícios resolvidos
b) Mantendo o sentido de circulação da corrente indi- e propostos.
cado no início e percorrendo o trecho de circuito entre
Diminui VA VA – R · i R·i
Resistor
Aumenta VA VA + « – r · i –«+r·i
Gerador
Receptor
Ao atravessar um resistor R no sentido da corrente elétrica, ocorre uma queda de potencial igual a R.i. Em um gerador, ocorre
um aumento de potencial igual a (« – r · i), e, em um receptor, uma queda de potencial igual a (« + r · i).
125
3. As Leis de Kirchhoff
As Leis de Kirchhoff são importantes ferramentas para
calcular as correntes e tensões em circuitos elétricos mais
complexos, nos quais apenas a Lei de Pouillet não é sufi-
ciente. Essas leis se devem ao físico alemão Gustav Robert
Kirchhoff (1824-1887).
Observe o circuito a seguir:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Leis de Kirchhoff
4. Resolução de
circuitos elétricos
Circuito elétrico em duas malhas
126
6 + 3 – 1
i = ___________
= 1 A, sentido horário. O sinal negativo para a corrente indica que o sentido esco-
1+2+3+2
lhido para a corrente não é correto. Nesse caso, o sentido
da corrente elétrica é o sentido horário. Observe que o re-
sultado coincide com o resultado encontrado no primeiro
método, em que foi utilizada a Lei de Pouillet. Se o sentido
horário tivesse sido o escolhido, a corrente positiva teria
sido obtida diretamente.
127
negativo, o sentido escolhido estará incorreto e o sentido
real será oposto ao escolhido.
Essas correntes foram escolhidas de acordo com a figura
a seguir:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Leis de Kirchhoff – Eletrodinâmica
Representação das correntes nos circuitos
O somatório das correntes que chegam ao nó B (i1 e i2) i1 – 26 + 0,5 · i1 + 0,5 · i1 – 0,5 · i2 + 20 – 0,5 i2 = 0
deve ser igual ao somatório das correntes que saem desse 2 · i1 – 1 · i2 = 6
nó (i3).
Para a malha EBCDE, partindo do nó E, no sentido horário:
0,5 · i2 – 20 + 0,5 · i2 + 3 · i3 + 6 + 1 · i3 = 0
4 · i3 + i2 = 14
Assim, é obtido um sistema com três equações e três in-
cógnitas:
i1 + i2 = i3
2 · i1 – 1 · i2 = 6
4 · i3 + 1 · i2 = 14
Resolvendo esse sistema por substituição, segue que:
multimídia: vídeo
22 A; i2 = __
i1 = ___ 2 A e i3 = ___
24 A
Fonte: Youtube 7 7 7
Ou seja, os sentidos das correntes foram adequadamen-
Leis de Kirchhoff – Lei das tensões de
te escolhidos devido ao fato de que os sinais foram todos
Kirchhoff
positivos.
128
a) 2,0 A, 3,0 A, 5,0 A. A figura anterior apresenta um circuito composto por
b) –2,0 A, 3,0 A, 5,0 A. quatro baterias e três resistores. Sabendo-se que I1 é
c) 3,0 A, 2,0 A, 5,0 A. igual a 10 U
__ determine, em função de U e R:
R
d) 5,0 A, 3,0 A, 8,0 A. a) a resistência r;
e) 2,0 A, –3,0 A, –5,0 A. b) o somatório de I1,I2 e I3;
Resolução: c) a potência total dissipada pelos resistores;
d) a energia consumida pelo resistor 3R em 30 minutos.
Pela lei das malhas de Kirchoff:
Resolução:
Identificando os nós com as letras A, B, C e D na figura 1,
pode-se redesenhar um circuito de uma forma mais sim-
ples, como mostra a figura 2.
6 + 4 – 5 ∙ i1 = 0 ∴ i1 = 2A
8 + 4 – 4 ∙ i2 = 0 ∴ i2 = 3A
Pela lei dos nós de Kirchoff no ponto B, tem-se:
i1 + i2 = i3 ∴ i3 = 2 + 3 = 5A
Alternativa A
129
b) Aplicando a lei dos nós no ponto A. c) 80 ≤ R ≤ 100.
d) 55 ≤ R ≤ 65.
I1 + I2 + I3 = 0. Isso indica que ao menos uma das correntes
e) R ≤ 45.
tem sentido oposto ao indicado na figura dada. Esse fato
pode ser constatado ao se calcular a intensidade de cada Resolução:
uma dessas correntes. Novamente pela lei dos nós.
Dados: I = 20 A; iF = 1,5 A
§ Nó B:
No instante em que a chave é ligada, a ddp no capacitor
I2 + IDB + ICB = 0 ⇒ I2 + ___ 4U 5U
___ – 4U – ___
____
r + r ⇒ I2 = ____ 5U é nula. Então ele pode ser ignorado e trocado por um fio.
12R
3R
31 O resistor de 5 Ω fica em curto-circuito. A figura 1 ilustra a
(–31 – 15)U – 46U situação.
⇒__________
⇒ I2 = _____
3R 3R
§ Nó C:
(U + 15U
I3 = ICD + ICB ⇒ I3 + ___ U + ___
5U ⇒ __________
⇒ I3 = _____
16U
3R R 3R 3R
Então:
(30 – 46 + 16)U
10U
I1 + I2 + I3 ⇒ ____ –46U
+ _____ 16U ⇒ _____________
+ ____
R 3R 3R 3R
0U ⇒ I + I + I = 0
⇒ ___
3R 1 2 3
( )
Substituindo (I) em (II):
U
2 ∆t ⇒ ∆E = 3R ___
∆ECD = PCD ∆t = 3RI CD
3R 3 (3 i2) – 6i2 = 13,5 ⇒ 3 i2 = 13,5 ⇒ i2 = 4,5 A
U 1800 ⇒
2
1800 ⇒ 3R ____
2
9 R2 Voltando em (I):
600U
2
∆ECD = _____ i1 = 3(4,5) ⇒ i2 = 13,5 A.
R
3. (IME) Calculando as demais correntes pela lei do nós:
i’ = i1 + i2 = 13,5 + 4,5 ⇒ i’ = 18 A
i + i’ = I ⇒ i + 18 = 20 ⇒ i = 2 A
A figura 2 mostra os valores das correntes.
130
Calculando a ddp entre os pontos A e B: (I) em (II):
UAB = UAC + UCB ⇒ UAB = 4(3,5) + 3(12) = 90 V (i2 + i3) + i2 = 3 ⇒ 2 i2 + i3 = –1 (III)
Aplicando essa ddp no resistor R: Malha ABCDA:
UAB = Ri ⇒ 90 = R(2) ⇒ R = 45 Ω –10 i2 + 10 i3 – 10 = 0 ⇒ i2 – i3 = –1 (IV)
Esse é o máximo valor de R, pois se ultrapassar esse valor, a Somando (III) e (IV):
corrente i diminui aumentando a corrente i’ e, consequen-
2 i2 + i3 = 3 (III)
temente, a corrente iF no fusível, abrindo-o. Portanto:
i2 – i3 = –1 (IV)
R ≤ 45Ω
⇒ 3 i2 = 2 ⇒ i2 = __ 2 A
Alternativa E 3
Substituindo em (IV):
4. (ITA) Considere o circuito elétrico mostrado na figura
formado por quatro resistores de mesma resistência R i2 + 1 = i3 ⇒ __ 5
2 + 1 = i3 ⇒ i3 = __
3 3
= 10 Ω e dois geradores ideais, cujas respectivas forças
Malha CABC:
eletromotrizes são ε1 = 30V e ε2 = 10V. Pode-se afirmar
que as correntes i1, i2, i3 e i4 nos trechos indicados na 10 i4 – 10 – 30 = 0 ⇒ 10 i4 = 40 ⇒ i4 = 4 A
figura, em ampères, são, respectivamente, de:
Voltando em (I):
i1 + i2 + i3 ⇒ i1 = __ 5 ⇒ i1 = __
2 + __ 7 A
3 3 3
Alternativa B
a) 2, 2/3, 5/3 e 4.
b) 7/3, 2/3, 5/3 e 4.
c) 4, 4/3, 2/3 e 2.
d) 2, 4/3, 7/3 e 5/3.
e) 2, 2/3, 4/3 e 4.
Resolução:
Redesenhando o circuito, já com os dados. multimídia: sites
www.infoescola.com/eletricidade/leis-de-
kirchhoff/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/re-
gras-kirchhoff.htm
www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/
cap_04/leiskirc.htm
e-lee.ist.utl.pt/realisations/CircuitsElec-
triques/ApprocheCircuits/LoisKirchhoff/3_
cours.htm
131
DIAGRAMA DE IDEIAS
LEIS DE KIRCHHOFF
SOMATÓRIA DAS
TENSÕES É NULO
132
AULAS Campo magnético: ímã
37 e 38
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 20 e 21
133
2.1. Alguns formatos e algumas
montagens de ímãs
Os ímãs podem ter diversos formatos, como mostrado na
figura: barra retangular, barra cilíndrica, pastilha, lâmina no
formato de um losango, que é usada como agulha magné-
Quando o polo norte do ímã é aproximado do
tica das bússolas, em forma de U, etc.
polo sul da agulha, ocorre atração.
Como foi visto, todo ímã possui dois polos, sendo possível
combiná-los para se obter um ímã com quatro polos ou mais.
134
___›
O símbolo B
será___›usado para representar o campo mag-
nético, e o vetor B será usado para representar a direção
e o sentido num ponto. A ilustração a seguir descreve esse
procedimento:
135
3.2. Ímãs permanentes Esse grande ímã hipotético não tem os polos coincidindo
rigorosamente com os polos da Terra. O eixo desse ímã é
e temporários inclinado em relação ao eixo de rotação do planeta em
Existem dois tipos de ímãs: os permanentes e os temporá- aproximadamente 11º.
rios. Um ímã permanente é aquele que permanece mag- O campo magnético da Terra deve-se ao movimento de
netizado mesmo depois de ter sido removido o campo cargas elétricas em seu núcleo.
magnético responsável por sua imantação. Os ímãs tem-
eixo de rotação da Terra
porários, por sua vez, permanecem magnetizados somente sul magnético Norte geográfico
na presença de outro campo magnético. 11º
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Magnetismo e Eletromagnetismo
136
§ Imagine sua mão direita segurando o condutor, envol- representada por uma seta que se orienta na mesma di-
vendo-o com os dedos e com o polegar apontado no reção e no mesmo sentido do vetor campo magnético
sentido convencionado da corrente. associado ao ponto em que ela foi colocada, assinale a
alternativa que indica, correta e respectivamente, as con-
§ O sentido das linhas de força é dado pela indicação dos
figurações das agulhas das bússolas 1, 2, 3 e 4 na situa-
dedos que envolvem o condutor.
ção descrita.
§ Por fim, o campo magnético sempre é tangente à linha a)
de força.
b)
c)
d)
Resolução:
As agulhas das bússolas orientam-se tangenciando as
linhas de força que, por convenção, estão orientadas do
norte para o sul, conforme mostrado na figura.
Aplicação do conteúdo
1. (Unesp) Um ímã em forma de barra, com seus polos
norte e sul, é colocado sob uma superfície coberta com
partículas de limalha de ferro, fazendo com que elas se
alinhem segundo seu campo magnético. Se quatro pe-
quenas bússolas, 1, 2, 3 e 4, forem colocadas em repouso Alternativa C
nas posições indicadas na figura, no mesmo plano que 2. (IFSP) Dispõe-se de três ímãs em formato de barra,
contém a limalha, suas agulhas magnéticas orientam-se conforme mostra a figura a seguir:
segundo as linhas do campo magnético criado pelo ímã.
137
§ nomes contrários são de atração. com que sejam emitidas radiações que muitas vezes trafe-
gam em direção à Terra. A interação entre essa radiação e
Assim:
o campo magnético terrestre faz com que haja uma “de-
Se F é polo sul, E é polo norte. formação” no modelo básico (campo magnético gerado
A repele E → A é polo norte; por um imã) do campo magnético do planeta Terra. Essa
interação forma o que é chamado de magnetosfera.
A atrai C → C é polo sul.
Alternativa A
Alternativa D
3. (FGV) Desde tempos remotos, muito se especulou
acerca da origem e, principalmente, das característi-
cas do campo magnético terrestre. Recentes pesquisas,
usando sondas espaciais, demonstram que o campo
magnético terrestre:
a) limita-se a uma região de seu entorno chamada
magnetosfera, fortemente influenciada pelo Sol;
b) limita-se a uma região de seu entorno chamada
magnetosfera, fortemente influenciada pela Lua;
c) é constante ao longo de toda a superfície do plane-
ta, sofrendo forte influência das marés;
d) é constante ao longo de toda a superfície do plane-
ta, mas varia com o inverso do quadrado da distância
multimídia: sites
ao seu centro.
e) é produzido pela crosta terrestre a uma profundi- www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromag-
dade de 5 a 30 km e é fortemente influenciado pela netismo/CampoMagnetico/imasemagnetos.
temperatura reinante na atmosfera. php
Resolução: www.infoescola.com/fisica/ima/
mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/cam-
O planeta Terra comporta-se como um grande ímã, geran-
po-magnetico.htm
do em seu entorno um campo magnético. Contudo, não é
www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromag-
somente disso que depende o formato e intensidade desse
netismo/CampoMagnetico/campo.php
campo. O Sol, devido às interações existentes em suas par-
tículas (fusão entre partículas de hidrogênio e hélio), faz
138
DIAGRAMA DE IDEIAS
ÍMÃS MAGNETITA
ATRAEM FERRO
PERMANENTES OU TEMPORÁRIOS
REGRA DA MÃO
EM FIOS RETILÍNEOS
DIREITA
139
Campo magnético gerado
AULAS
por uma corrente
39 e 40
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 20 e 21
A seguir, será analisado como é feito o cálculo da intensidade desse campo magnético.
m
· _ ri
B = ___
2p
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Campo magnético de correntes elétricas A constante m é denominada permeabilidade magné-
tica do meio.
A permeabilidade magnética do vácuo tem valor igual a
1.1. Intensidade do m0 = 4p · 10–7 unidades do SI. Nos casos em que o meio
campo magnético for o ar, será considerado que μ = μ0.
No SI, a unidade de campo magnético é o tesla (T), nome
A intensidade do campo criado pela corrente elétrica va-
dado em homenagem ao cientista croata Nicola Tesla
ria com a intensidade da corrente i no condutor retilíneo
(1856-1943).
e com a distância r entre o ponto externo considerado
e o condutor. Essa variação foi observada experimental- A figura a seguir ilustra como é feita a representação
mente por Ampère. Para determinar a relação entre essas do campo magnético de um fio que está no plano da
variáveis, Ampère mediu a intensidade do campo em um página:
140
O símbolo de um círculo com ponto central ( ) é a representação do vetor campo magnético perpendicular ao plano da
folha do papel e orientado para fora, ou seja, do vetor que está “saindo da página” (simboliza a ponta da seta). A represen-
tação de uma corrente elétrica “saindo” da página também é feita utilizando esse mesmo símbolo.
O símbolo de um círculo com um “x” no interior ( ) é a representação do vetor campo magnético perpendicular ao plano
da folha do papel e orientado para dentro, ou seja, do vetor que está “entrando na página” (corresponde à cauda da seta).
Esse símbolo também é utilizado para representar uma corrente “entrando” na página.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Lei de Biot-Savart Regra da mão direita 2. Os dois fios metálicos longos (1) e (2) são percorridos
pelas correntes ii = 2 A e i2 = 6 A, respectivamente. Cal-
cule a intensidade do vetor indução magnética resul-
tante no ponto M. Considere que o meio é o vácuo, m0
Aplicação do conteúdo = 4p · 10–7 T · m/A.
1. Uma corrente de intensidade 2A percorre um con-
dutor reto e extenso. Determine a intensidade e o
sentido do vetor indução magnética no ponto P, loca-
lizado a 10 cm do condutor, como ilustrado na figura.
(Use m0 = 4p · 10–7 T · m/A.)
Resolução:
Dados: i1 = 2 A; r1 = 0,8 m; i2 = 6 A; r2 = 0,4 m;
m0 = 4p · 10–7 T · m/A
Resolução: Pela regra da mão direita, determina-se o sentido dos ve-
Dados: i = 2 A; r = 10 cm = 0,1 m; m0 = 4p · 10 T · m/A –7 tores B1 e B2 no ponto M: para o condutor da esquerda, o
campo magnético “sai” da página, enquanto que, para o
A intensidade é dada por:
m condutor da direita, o campo magnético “entra” na pági-
4p · 10
0 · _r i = _______ 2 = 4 · 10–6 T
–7
B = ___ · ___ na, ambos perpendicularmente ao plano da página.
2p 2p 0,1
141
___›
magnético B
, localizado no centro O da espira, é perpendi-
cular ao plano da espira e tem seu sentido obtido pela re-
gra da mão direita, uma vez que é dependente do sentido
da corrente.
mi
Calculando: B = ___
0
2pr
4p · 10 · 2
–7
B1 =__________ =
5 · 10–7 T
2p · 0,8
4p · 10 · 6
–7
B2 =__________ = 30 · 10–7 T
2p · 0,4
O
____› vetor
____› resultante
____› em M é dado pela soma vetorial:
BR = B 1 + B 2 . A intensidade do vetor campo magnético vale:
BR = B2 – B1 ä BR = 30 · 10–7 – 5 · 10–7 m
· _ri
B = __
2
BR = 25 · 10–7 T ou BR = 2,5 · 10–6 T
Para N espiras circulares iguais
___› e justapostas (bobina cha-
ta), a intensidade do vetor B
no centro da bobina vale:
multimídia: vídeo m
· _ri
B = N __
Fonte: Youtube 2
Exercício 5 Regra da mão direita Lei de
Biot-Savart A partir da regra da mão direita, pode-se estabelecer que,
na espira circular, o lado pelo qual entram as linhas de
campo magnético é associado ao polo sul, e o lado por
2. Campo magnético onde as linhas de campo saem é associado ao polo norte.
142
m i1 __________
= 4p · 10 · 3
–1
B1 = ___
0 · __ =
2 · 10–7 T
2 R1 2 · 3p
____›
B 1 “sai da página”.
____›
Cálculo da intensidade de B 2 :
p i2 __________
= 4p · 10 · 4
–7
B2 = ___
0 · __ =
1,6 · 10–7 T
2 R2 2 · 5p
Aplicação do conteúdo
1. Determine a intensidade, a direção e o sentido do ve- ___›
tor indução magnética no centro de uma espira circular B2 “entra na página”.
de raio 20 cm, percorrida por uma corrente de 12 A no Cálculo da intensidade do vetor indução magnética resul-
sentido horário (use m0 = 4p · 10–7 T · m/A).
tante:
____› ____› ____›
B R = B 1 + B 2 ä BR = B1 – B2 ä BR = 2 · 10–7 – 1,6 · 10–7
Resolução:
Dados: r = 20 cm = 0,2 cm; i = 12 A; m0 = 4p · 10–7 T ·
m/A; p = 3,14
A intensidade é dada pela expressão:
m
0 · _r i = 4p · 10–7 · _____
B = ___ 12
= 3,8 · 10–5 T
2 2 · 0,2
A direção é perpendicular ao plano da espira.
___›
O sentido é obtido pela regra da mão direita.
___› Nesse caso, B
está entrando na página, portanto, B . multimídia: vídeo
2. A figura mostra duas espiras circulares, concêntricas Fonte: Youtube
e coplanares, de raios 3p m e 5p m, e que são percorri- Campo Magnético – Espira circular – Eletro-
das por correntes de 3 A e 4 A, respectivamente. Calcule
a intensidade do vetor indução magnética no centro
magnetismo
das espiras.
Solenoide
143
Uma das aplicações industriais do solenoide deve-se ao fato
de que, quando percorrido por uma corrente elétrica, ele
apresenta o mesmo comportamento de um ímã na forma de
barra, no qual o polo sul é o lado por onde as linhas de in-
dução entram no solenoide, e o polo norte é o lado por onde
as linhas saem. O sentido do campo magnético no solenoide
também é determinado pela regra da mão direita.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
A configuração das linhas do campo magnético criado por um PH EM MF DEMO 70001A V1025 2D Mag-
solenoide é idêntica à de um ímã de barra com o mesmo formato.
netic...
A intensidade do vetor indução magnética no interior de
um solenoide, de características iguais aos do solenoide da
figura anterior, é dada pela expressão:
N · i
B = m __
4. Eletroímã
º O eletroímã é um ímã temporário formado por uma barra
de ferro doce envolvida por um solenoide. A magnetização
N é o número de espiras, º é o comprimento do solenoide dos ímãs temporários é possível graças à propriedade do
e i é a intensidade da corrente elétrica que percorre o fio ferro doce de magnetizar-se sob a influência de um cam-
condutor. po magnético externo. Esse campo é gerado pela corrente
O campo magnético tem direção perpendicular ao plano elétrica no solenoide. Ao cessar a corrente, o campo mag-
das espiras, e o sentido é determinado pela regra da mão nético também deixa de existir e o ferro doce perde a mag-
direita. Um modo de determinar o sentido é envolver o so- netização adquirida.
lenoide com a mão direita, de maneira que os dedos curva-___›
dos indiquem o sentido da corrente. Assim, o sentido de B
será aquele indicado pelo polegar.
144
exemplo, pode chegar a R$1.200,00, em média, se for feito
Aplicação do conteúdo sem material para contraste, e R$1.800,00 se essa subs-
1. Um solenoide retilíneo tem comprimento de 100 cm e tância para contraste for utilizada.
contém 2.000 espiras. Determine a intensidade do vetor
indução magnética na região central do solenoide ao ser
percorrido por uma corrente de intensidade 5 A. Consi-
dere a permeabilidade no vácuo m0 = 4p · 10–7 T · m/A.
Resolução:
Dados: º = 100 cm = 1 m; N = 2.000 espiras; i = 5 A; m0
= 4p · 10–7 T · m/A
A intensidade do vetor indução magnética no centro do
solenoide é dada por:
2000
B = m0 · N · _ i ä B = 4p · 10–7 · ____ · 5
º 1
ä B = 4p · 10–3 T
2. (PUC-RS) Para uma espira circular condutora, percor-
rida por uma corrente elétrica de intensidade i, é re-
gistrado um campo magnético de intensidade B no seu A ressonância nuclear magnética, ou simplesmente resso-
centro. Alterando-se a intensidade da corrente elétrica nância magnética, é um método de diagnóstico por ima-
na espira para um novo valor ifinal, observa-se que o mó- gem que usa ondas de radiofrequência e um forte campo
dulo do campo magnético, no mesmo ponto, assumirá magnético para obter informações detalhadas dos órgãos
o valor 5B. Qual é a razão entre as intensidades das cor- e tecidos internos do corpo, sem a utilização de radiação
rentes elétricas final e inicial (ifinal/i)?
ionizante. Essa técnica provou ser muito valiosa para o
1
a) __ diagnóstico de uma ampla gama de condições clínicas em
5
1
b) ___ todas as partes do corpo. O aparelho em que o exame é
25 feito consta de um tubo circundado por um grande eletro-
c) 5
d) 10 ímã, no interior do qual é produzido um potente campo
e) 25 magnético.
Custo e manutenção dos aparelhos de imagem en- Um dos motivos para os altos valores cobrados por exames
carecem exames de imagem sofisticados é o alto custo desses aparelhos,
dos custos de instalação e manutenção do equipamento,
É inegável que a evolução da medicina diagnóstica permi-
além da exigência de mão de obra extremamente qualifi-
tiu avanços sem precedentes na prevenção e no tratamen-
cada para operá-los.
to de vários tipos de doenças. Se por um lado a tecnologia
propiciou fidelidade cada vez maior nas imagens obtidas Um equipamento de ressonância magnética, por exemplo,
do interior do corpo humano, por outro ela também co- pode custar de U$ 2 milhões a US$ 3,5 milhões, dependen-
bra o seu preço. Um exame de ressonância magnética, por do da sua capacidade. Além disso, há um adicional anual
145
de cerca de 2 milhões em manutenção, incluindo o custeio
de procedimentos para arrefecer as bobinas magnéticas da
máquina.
(Disponível em: http://glo.bo/19JB2sB. Adaptado.)
( )
NTerra
Determine a razão ______ entre o número de espiras
Naparelho
das bobinas chatas da Terra e do aparelho, respectiva-
mente. Para simplificar os cálculos, adote o raio da Terra
igual a 6.000 km.
Resolução:
O campo magnético formado pela superposição de N es-
piras é dado por:
m.i
B = N · ____ B . 2R
→ N = _____
2R m.i
Assim, pode-se escrever:
N
______ B .R (5 . 10-5) . (6 . 106)
= ___________
Terra Terra Terra
= ______________
Naparelho Baparelho . Raparelho (3) . (1)
N
______
Terra
= 100
Naparelho
multimídia: sites
brasilescola.uol.com.br/fisica/a-reg-
ra-mao-direita.htm
educacao.uol.com.br/disciplinas/fisica/
campo-magnetico---condutor-retilineo-apli-
cacoes-da-lei-de-ampere.htm
www.infoescola.com/eletromagnetismo/lei-
de-biot-savart/
146
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termo-
21 dinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Dentro dos fenômenos eletromagnéticos, a passagem de corrente elétrica por uma bobina é capaz de gerar um campo
magnético no espaço ao seu redor. Saber reconhecer as características do campo magnético produzido faz parte da
habilidade 21, em que se cobra a interpretação dos fenômenos eletromagnéticos.
Modelo
(Enem) Um guindaste eletromagnético de um ferro-velho é capaz de levantar toneladas de sucata, dependendo da
intensidade da indução em seu eletroímã. O eletroímã é um dispositivo que utiliza corrente elétrica para gerar um
campo magnético, sendo geralmente construído enrolando-se um fio condutor ao redor de um núcleo de material
ferromagnético (ferro, aço, níquel, cobalto).
Para aumentar a capacidade de carga do guindaste, qual característica do eletroímã pode ser reduzida?
a) Diâmetro do fio condutor
b) Distância entre as espiras
c) Densidade linear de espiras
d) Corrente que circula pelo fio
e) Permeabilidade relativa do núcleo
Análise expositiva - Habilidade 21: Para aumentar a capacidade de carga do eletroímã, deve-se au-
B mentar a intensidade do campo magnético por ele gerado. A intensidade desse campo é dada pela
expressão B = µi __n , em que µ é a permeabilidade magnética do material, i é a corrente elétrica e __n é a
L L
densidade linear de espiras (número de espiras por metro de comprimento).
Assim, para aumentar a intensidade do campo magnético, deve-se aumentar o número de espiras por
unidade de comprimento, diminuindo a distância entre elas.
Alternativa B
147
DIAGRAMA DE IDEIAS
CAMPO MAGNÉTICO
GERADO POR
µ·i
FIO RETILÍNEO B = ——
2πr
µ·i
ESPIRA CIRCULAR B = ——
2r
µ·i
BOBINA CHATA B = N ——
2r
N ·µ· i
SOLENOIDE B = ——
148
AULAS Força magnética em partículas
41 e 42
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 20 e 21
_›_ ___›
1. Força magnética sobre § uma força magnética aparece, desde que v
e B
não te-
nham a mesma direção, ou seja, £ i £º ou £ i 180º;
cargas elétricas § a intensidade da força magnética depende da carga
elétrica da partícula, mas não da massa;
Considere que uma partícula eletrizada seja colocada em
repouso
___ em uma região onde exista um campo magnético § a intensidade da força magnética é diretamente propor-
›
B . Dessa forma experimental, os físicos verificaram que o cional ao valor do módulo da carga elétrica q, do módulo
campo magnético não atua sobre as partículas eletrizadas da velocidade de lançamento e do seno do ângulo £.
em repouso. Assim, quando uma partícula eletrizada em Assim:
repouso é colocada ao lado de um ímã, nenhuma força de
origem magnética atua sobre ela. F = k · |q| · v · sen £
Entretanto, outros experimentos mostraram que, se a par- Sendo que k é uma constante de proporcionalidade. ___› Ado-
tícula fosse___›lançada nessa região onde existe _um campo tou-se o valor da intensidade do campo magnético B como
›_ o valor dessa constante; portanto, fazendo k = B, tem-se:
magnético B , sob certas condições, uma força F
agiria so-
bre a partícula. Essa força foi denominada força magnética.
F = |q| · v · B · sen £
F
Utilizando a relação B = _________ e substituindo as uni-
q ⋅ v ⋅ senθ
dades, tem-se:
N
T = ______
C · m/s
149
O sentido da força magnética pode ser obtido a partir de
uma regra prática, denominada regra da mão esquer-
da. A seguir, será explicado como aplicar essa regra para o
caso de uma carga positiva:
1. A princípio, dispõem-se os dedos da mão esquerda como
na figura. O polegar, o indicador e o dedo médio devem
ficar perpendiculares uns aos outros.
__
›
F
__
›
multimídia: vídeo
B
Fonte: Youtube
Força magnética sobre cargas - Exercício 1
__
(UFSCar) ›
v
Geometricamente, se uma reta r tem direção perpendicular Exercício 1 Força magnética de Lorentz
a outras duas retas concorrentes, então a reta r é perpen-
dicular ao plano ™ que contém as duas retas concorrentes
(observe a figura a seguir). Assim, a força magnética tem Para as partículas de carga elétrica negativa, a situa-
direção perpendicular ao plano ™. ção é a mesma, a não ser pelo sentido da força mag-
nética, que será oposto ao sentido caso a carga seja
positiva. Assim, usa-se então a regra da mão esquer-
da, mas deve-se inverter o sentido obtido para a força
magnética.
A figura mostra a determinação do sentido da força mag-
nética nas duas situações.
150
S
a) o sentido do campo magnético do ímã; __›
b) a direção e o sentido da força magnética F
sobre
a partícula.
Resolução:
a) O sentido do campo magnético deve satisfazer a
condição de “nascer” no polo norte e “morrer” no
Carga positiva: aplica-se a regra da mão esquerda. polo sul do ímã. A figura indica a direção e o sentido
de suas linhas.
S
b) Para determinar o sentido da força magnética, usa-
-se a regra da mão esquerda. Como a carga é negati-
va, o sentido do vetor da força magnética é invertido.
Repare que o polegar tem o sentido de “sair” do pla-
no da página, mas a força magnética que age sobre
a partícula tem o sentido oposto, ou seja, de “entrar”
Carga negativa: aplica-e a regra da mão esquerda e no plano da página.
inverte-se o sentido do vetor F.
Aplicação do conteúdo
§ a intensidade do campo é constante em qualquer ponto;
1. A figura mostra uma partícula de carga elétrica nega-
tiva que foi lançada em direção ao interior de um ímã § o campo tem a mesma direção e o mesmo sentido em
em formato de U. Determine: qualquer ponto;
151
§ as linhas de campo são retas paralelas de mesmo
sentido, uniformemente distribuídas pela região que o
campo ocupa.
A representação de um campo magnético uniforme, cuja
direção é perpendicular ao plano da página, “entrando” Partícula lançada paralelamente às linhas de campo.
ou “saindo” dela, é realizada utilizando a convenção apre- Considere que a partícula seja lançada de modo que a di-
_›_
sentada na aula anterior. Veja as figuras: reção da velocidade ___› v
seja paralela à direção das linhas do
campo magnético B . Na figura da esquerda, tem-se £ = 0°
e, na figura à direta, £ = 180°. Em consequência, tem-se:
sen £ = sen 0° = sen 180° = 0
Pela equação da força magnética, a força que atua na
partícula é nula. Caso nenhuma outra força atue sobre a
partícula, o movimento da partícula será retilíneo e uni-
Campo magnético uniforme “entrando” no plano da página. forme, paralelo a uma linha de indução do campo.
3. Partícula em repouso
no campo magnético
No início da aula, foi visto que o campo magnético não
atua sobre uma partícula em repouso. Essa propriedade __› ___›
também pode ser verificada a partir da equação da força Lançamento de uma carga positiva: v ' B .
magnética: Nesse caso, tem-se £ = 90° e, portanto, sen £ = sen 90
F = |q| · v · B · sen £ ° = 1.
152
Partícula negativa em MCU no sentido horário.
153
v
c) v = ___ ∆s = ____
2pR 2pR
é T = ____
v aC = __
2 ⇒
∆t T R
(2 · 103)2 __
2 · 3,14 · 2,0 ‚ 10 a1 = aC = _______ = 4 · 109 ⇒ aC = 1,3 · 109 m/s2
–4
= _______________
≈ 2,0 · 10–9 s 1
3 · 10-3 3 1
6,4 · 105
(2 · 10 )
3 2
a2 = aC = _______ 4 · 109 ⇒ aC = 2,0 · 109 m/s2
= __
2. (UFJF-PISM) Em um laboratório de física experimental, 2 2 · 10-3 2 2
b) A partícula 3 realiza movimento retilíneo e unifor- 4. (Unesp) Em muitos experimentos envolvendo cargas
me, tendo aceleração nula. As partículas 1 e 2 reali- elétricas, é conveniente que elas mantenham sua ve-
zam movimento circular uniforme. Então, a acelera- locidade vetorial constante. Isso pode ser conseguido
ção é centrípeta. Assim: fazendo a carga movimentar-se em uma região onde
154
___› ___›
atuam um campo elétrico E e um campo magnético B ,
ambos uniformes e perpendiculares entre si. Quando as
magnitudes desses campos são ajustadas conveniente-
mente, a carga atravessa a região em movimento retilí-
neo e uniforme.
A figura representa um dispositivo, cuja finalidade é fa-
zer com que uma partícula eletrizada com carga elétrica
q > 0 atravesse uma região entre duas placas paralelas
P1 e P2 eletrizadas com cargas de sinais opostos, se-
guindo a trajetória indicada pela linha tracejada. O sím-
bolo x representa um campo magnético uniforme B =
0,004 T com direção horizontal, perpendicular ao plano,
que contém a figura e com sentido para dentro dele. As
linhas verticais, ainda não orientadas e paralelas entre
si, representam as linhas de força de um campo elétrico
uniforme de módulo E = 20 N/C.
Resolução:
Aplicando as regras práticas (da mão direita ou da mão es-
querda) do eletromagnetismo, conclui-se que a força mag-
nética é vertical e para cima. Para que a partícula eletrizada
não sofra desvio, a resultante das forças deve ser nula. As-
sim, a força elétrica tem direção vertical e para baixo. Como
a carga é positiva, a força elétrica tem o mesmo sentido
das linhas de força do campo elétrico, ou seja, as linhas
de força do campo elétrico dever sem orientadas
no sentido da placa P2, como indicado na figura.
155
VIVENCIANDO
Aurora polar
Um dos fenômenos mais bonitos da natureza, a aurora polar, é explicado com a ajuda do magnetismo. Quando ocor-
re no Polo Norte, é denominado aurora boreal; quando ocorre no Polo Sul, é chamado de aurora austral, podendo
acontecer em diversos formatos e cores. O fenômeno é causado por elétrons, prótons e partículas alfa alinhados com
o campo magnético terrestre. Quando colidem com a atmosfera terrestre, predominantemente formada por oxigênio
e nitrogênio, parte da energia ioniza os átomos da atmosfera, que, por sua vez, produzem o espetáculo de luzes.
156
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
A habilidade 20 é empregada tanto pela descrição do movimento como pela sua causa. Quando se trata de quantidade
de movimento, impulso e teorema do impulso, são estudadas simultaneamente causas e consequências.
Modelo
(UFJF-PISM 3 2020) A figura abaixo mostra um equipamento para detectar elétrons ejetados de átomos, através da mudan-
ça de trajetória dos elétrons sob ação de um campo magnético. Os elétrons podem ser acelerados até a velocidade inicial
v0 ao longo do eixo x. O detector e colocado a uma distância d ao longo do eixo vertical y. Um campo magnético uniforme
é aplicado sobre os elétrons, em toda a região abrangida pela figura. Observou-se que os elétrons chegaram numa posição
vertical d/2 abaixo do detector, seguindo a trajetória 1 mostrada na figura. Pode-se modificar a velocidade v0 dos elétrons,
o módulo do campo magnético e a sua direção de aplicação. Devido à alta velocidade dos elétrons, pode-se ignorar o efeito
da gravidade. Assinale a alternativa que descreve o que pode ser modificado no experimento para que os elétrons alcancem
o detector, ou seja, para que eles se desloquem com a trajetória 2 mostrada.
Análise expositiva - Habilidade 20: Devido à ação do campo magnético, o elétron descreve uma tra-
A jetória circular no plano da página, com a força magnética que atua sobre ele atuando como resultante
centrípeta. Logo:
mv 2
Fmag =Fcp ⇒ Bqv 0 = 0
R
mv 0
R=
Bq
Sendo assim, para que os elétrons passem da posição d/2 para a posição d, é necessário que se diminua
o raio de sua órbita. O que pode ser feito diminuindo-se v0.
Alternativa A
157
DIAGRAMA DE IDEIAS
FORÇA MAGNÉTICA
EM PARTÍCULAS
F = |Q| · V · B · SEN θ
→ →
v paralela a B: força nula
→ →
v perpendicular a B: MCU
158
AULAS Força magnética em fios
43 e 44
Competências: 5e6 Habilidades: 17, 20 e 21
159
2. Força magnética sobre F = B · i · L · sen £
§ O dedo indicador
___› coincide com a direção do campo No segundo caso, a direção da força magnética é perpen-
magnético B
. dicular ao plano da página e ao fio, e com sentido “saindo”
da página em direção ao leitor.
§ O dedo médio coincide com direção da corrente elé-
trica i.
Aplicação do conteúdo
§ O dedo polegar
_›_ indica a direção e o sentido da força
magnética F . 1. Em certa região, onde existe um campo magnético
uniforme de intensidade B = 2,0 T, um fio retilíneo mui-
É importante observar que, apesar de as cargas elétricas to comprido é percorrido por uma corrente elétrica de
serem negativas, o sentido da força obtida não é inverti- intensidade i = 12 A, como mostra a figura. Deseja-se
do, pois o sentido convencional da corrente elétrica, por determinar:
convenção, é o inverso do sentido real de movimento dos
elétrons.
A intensidade da força magnética que atua no trecho de
comprimento L do fio retilíneo é dada por:
160
a) a direção e o sentido da força magnética sobre o fio; Observe, nas figuras a seguir, o sentido de cada campo,
b) a intensidade da força que atua no trecho MN do separadamente, para cada um dos fios.
fio, de comprimento 50 cm.
Resolução:
a) Usando a regra da mão esquerda, determina-se
__› o
sentido da força magnética. Assim, obtém-se F , como
indicado na figura.
b) A intensidade da força magnética é dada por:
fio 1 campo gerado pelo fio 1
F = B · i · L · sen θ
Como o fio é perpendicular às linhas do campo mag-
nético, θ = 90º. Assim:
sen θ = sen 90º = 1
Substituindo os valores conhecidos na equação aci-
ma, tem-se:
F = (2,0) · (12) · (0,50) · (1) ä F = 12 N
161
Pelo princípio da ação e reação, as forças que um fio aplica gerado pelo fio 2 tem orientação anti-horária. Na região do
no outro são iguais, têm mesma direção e sentidos opos- fio 2, o campo gerado pelo fio 1 “sai” do plano da página.
tos. Uma outra característica é que a força de origem mag-
nética entre os dois fios paralelos percorridos por correntes
de mesmo sentido sempre será de atração.
fio1 campo gerado pelo fio 1
______› Por outro lado, na região do fio 1, o campo gerado pelo fio
F mag 2 também é orientado para fora do plano da página.
fio 1 fio 2
campo gerado pelo fio 2 fio 2
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Tema 10 - Cargas Elétricas em Movimento
| Experimentos - Força magnética entre fios
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Tema 11 - A Lei de Ampère | Experimentos
- Força magnética entre fio e ima
162
m·i
F1 é 2 = i2 · ____
1 · º
2pr
m · i ·i
F1 é 2 =_______
1 2 ·º
2pr
E o fio 1 está sujeito à força magnética:
F2 é 1 = i1 · B2 · º
i ·m·i
F2 é 1 =_______
1 2 ·º
2pr
m·i ·i
F2 é 1 =_______
1 2 ·º
N
2pr Dado: m0 = 4p · 10–7 __
A2
Novamente, a intensidade da força de um fio sobre o outro A força do campo magnético sobre o condutor 2 é de:
é a mesma. Esse resultado era esperado por se tratar de a) 8 · 10–7 N para a direita.
um par de forças ação e reação. Contudo, nessa situação, b) 6 · 10–5 N para a esquerda.
as forças são de repulsão entre os fios. Para dois fios re- c) 8 · 10–7 N para a esquerda.
tilíneos percorridos por correntes contrárias, sempre a força d) 12 · 10–4 N para cima.
magnética entre eles será de repulsão.
Resolução:
O condutor 2 ficará sujeito à força magnética dada por:
F1 é 2 = i2 · B1 · º2
O campo que o condutor 1 gera é dado por:
m·i
B1 = ____
1
2pr
A corrente do condutor 1 é:
U
i1 = __
R
______› ______› Substituindo na primeira expressão e utilizando os valores
F mag F mag
em unidades do SI, tem-se:
fio 1 fio 2
0,1 · 4p10–7 · 4 · 0,10
F1 é 2 = _________________
2p · 0,01
F1 é 2 = 8 · 10–7 N
Como a corrente no condutor 1 é contrária ao sentido da
corrente no condutor 2, a força magnética será de repul-
são. No condutor 2, o sentido é para a esquerda.
Alternativa C
2. (UFRRJ) Dois condutores metálicos homogêneos (1)
e (2), retos e extensos, são colocados em paralelo. Os
condutores são percorridos por correntes elétricas de
mesma intensidade.
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Aula 3.24 - Aplicação: interação magnética
entre duas correntes retilíneas paralelos
A partir das informações dadas, responda às perguntas
propostas:
Aplicação do conteúdo a) Qual a condição para que a força magnética entre
os condutores seja atrativa?
1. (PUC-MG) A figura representa um condutor retilíneo b) Qual a condição para que a força magnética entre
longo de resistência elétrica R = 3 V ligado a uma fonte os condutores seja repulsiva?
de 12,0 V. Próximo a esse condutor existe um segundo
condutor de comprimento 10 cm, que é percorrido por Resolução:
uma corrente de 0,1 A, paralelo ao primeiro. O sentido a) De acordo com a teoria vista anteriormente, quando
da corrente no condutor 2 está indicado na figura. as correntes têm o mesmo sentido, a força magnética
163
será de atração. Assim, a condição para a força ser de
atração é as correntes em (1) e (2) terem o mesmo
sentido.
b) Quando as correntes têm sentidos contrários, a for-
ça magnética será de afastamento (repulsão). Assim,
a força será de repulsão quando as correntes em (1) e
(2) tiverem sentidos opostos.
164
então, a intensidade do campo magnético resultante será: Assim:
m iL
B = __
0 . __
2 · Fel = P + Fmag
2π d2
e a intensidade da força magnética resulta: 2 · (k · x) = M · g + B · i · L
m qviL Mg + BiL
F = qvB → F = __ 0 . __
x = _______
2π d2 2k
Alternativa C Alternativa D
165
VIVENCIANDO
Motor elétrico
Os motores elétricos são um exemplo de aplicação do efeito causado pela força magnética em um fio. O prin-
cípio de funcionamento desse tipo de motor é ilustrado na figura abaixo. Um fio dobrado de forma circular é
colocado na região de um campo magnético. Ao passar corrente elétrica no fio, a espira fica sujeita a forças
magnéticas que a fazem girar. O anel comutador mostrado na figura tem a função de inverter o sentido da
corrente quando a espira estiver na posição horizontal, de modo que o movimento seja mantido. No motor,
usam-se várias espiras enroladas num núcleo de ferro.
Alto-falante
O alto-falante também utiliza o efeito da força magnética. Na figura a seguir, está esquematizado um dos tipos
de alto-falante usado em rádios, televisores e caixas acústicas de aparelhos de som. O som que se pretende emi-
tir é transmitido por uma corrente elétrica alternada (que aumenta, diminui e muda de sentido) com a mesma
frequência do som desejado. Essa corrente percorre uma bobina (solenoide) enrolada em volta de um cilindro
oco preso a um cone de papelão (figura abaixo).
O cilindro é colocado de modo que envolva um dos polos (figura abaixo) de um ímã de formato especial. A
corrente, ao passar pela bobina, causa uma força cuja intensidade e sentido dependem da intensidade e do
sentido da corrente elétrica. Consequentemente, o cone oscila, para a frente e para trás, na mesma frequência
da corrente (e do som), produzindo assim a oscilação do ar (som).
166
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Habilidade
Utilizar leis físicas e/ou químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termo-
21 dinâmica e/ou do eletromagnetismo.
Modelo
(Enem) Desenvolve-se um dispositivo para abrir automaticamente uma porta no qual um botão, quando acionado, faz
com que uma corrente elétrica i = 6 A percorra uma barra condutora de comprimento L = 5 cm, cujo ponto médio
está preso a uma mola de constante elástica k = 5 ∙ 10–2 N/cm. O sistema mola–condutor está imerso em um campo
magnético uniforme perpendicular ao plano. Quando acionado o botão, a barra sairá da posição do equilíbrio a uma
velocidade média de 5 m/s e atingirá a catraca em 6 milissegundos, abrindo a porta.
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Análise expositiva - Habilidade 21: Na direção do movimento, atuam na barra duas forças: a magnética
__› __›
A (F m ) e a elástica (F el ).
§ Força magnética:
Dados: i = 6 A; ℓ = 5 cm – 5 × 10–2 m; q = 90º.
Fm = B i ℓ sen q ⇒ Fm = B ∙ 6 ∙ 5 × 10–2 ∙ 1 ⇒ Fm = 0,3 B (I)
§ Força elástica:
Dados: k = 5 × 10–2 N/cm = 5 N/m. A mola deforma de x = 0 a x = C.
Fe = –k x ⇒ Fel = –k (C O) ⇒ Fe = –5 C (II)
O gráfico registra essas forças em função do deslocamento:
Considerando que a velocidade média (vm = 5 m/s) refere-se ao trecho OC (que não está claro no enunciado),
calcula-se o deslocamento no intervalo de tempo dado (∆t = 6 ms = 6 × 103 s):
__
›
Considerando, ainda, que no ponto C a resultante das forças (F r) é nula (o que também não é especificado
no enunciado), tem-se, de (I) e (II):
.
Alternativa A
168
DIAGRAMA DE IDEIAS
FORÇA MAGNÉTICA
EM FIOS
F = · B · I · L SEN θ
CONDUTOR RETILÍNEO
REGRA DA MÃO ESQUERDA
FIOS RETILÍNEOS µ · i1 · i2
F = ________ ·
2 → 1
E PARALELOS 2πr
CORRENTES COM
ATRAÇÃO
MESMO SENTIDO
CORRENTES COM
REPULSÃO
SENTIDOS OPOSTOS
169