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Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclu-
siva metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado.
O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares.
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de
forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo
complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades.
A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
HERLAN FELLiNi
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respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à
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SUMÁRIO
QUÍMICA
ATOMÍSTICA
Aulas 1 e 2: Modelos e estruturas atômicas 6
Aulas 3 e 4: Íons e distribuição eletrônica 15
Aulas 5 e 6: Tabela periódica 21
Aulas 7 e 8: Propriedades periódicas 27
QUÍMICA GERAL
Aulas 1 e 2: Propriedades da matéria 37
Aulas 3 e 4: Diagramas de mudanças de estados 44
Aulas 5 e 6: Sistemas 50
Aulas 7 e 8: Análise imediata 56
CÁLCULOS QUÍMICOS
Aulas 1 e 2: Grandezas químicas 67
Aulas 3 e 4: Fórmulas e leis ponderais 76
Aulas 5 e 6: Introdução à estequiometria 82
Aulas 7 e 8: Estequiometria – pureza, rendimento e excesso de reagente 88
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O tema de propriedades da tabela periódica é Esta frente é abordada de maneira bem Os assuntos abordados aparecem de maneira
cobrado de forma teórica ao comparar diferen- interdisciplinar, com assuntos como os bem contextualizada com as outras frentes de
tes elementos. modelos atômicos e as propriedades da Química. Nessa prova, ocorre com frequência
tabela periódica. o tema distribuições eletrônicas e como ele
se relaciona com as propriedades
da tabela periódica.
Entender a dinâmica da distribuição eletrônica O tema distribuição eletrônica e sua relação Os assuntos desta frente são cobrados O tema propriedades periódicas é cobrado em
e como ela se relaciona com as propriedades com as propriedades da tabela periódica são em conjunto com os assuntos das outras, conjunto com os assuntos das outras frentes.
periódicas são importantes para questões abordados de tal maneira que são necessários sendo o tema propriedades periódicas o
relacionadas à esta e as outras frentes. para o entendimento de diversas questões. mais recorrente.
UFMG
O assunto de propriedades da tabela periódica Distribuição eletrônica e propriedades O assunto abordado nesta frente se relaciona
é cobrado de forma teórica ao comparar da tabela periódica são os temas mais bastante com as outras pelo estudo de
diferentes elementos, assim como é necessário cobrados nesta frente. propriedades da tabela periódica.
para interpretar e entender outras questões.
Esta frente é abordada de maneira conceitual, O tema distribuição eletrônica e propriedades Interpretação e bom entendimento dos con-
com ênfase nos assuntos de tabela periódica e de tabela periódica são cobrados de maneira ceitos são importantes para a resolução das
distribuição eletrônica. teórica, a interpretação e o bom entendimento questões de distribuição eletrônica e proprie-
do conceito são importantes. dades da tabela periódica, que são cobrados
de maneira bem teórica.
ATOMÍSTICA
5. As reações químicas comuns não passam de uma reor-
AULAS 1 e 2 ganização dos átomos.
6. Os compostos são formados pela combinação de áto-
mos de elementos diferentes em proporções fixas.
As ideias de Dalton fizeram sentido à sua época, uma
vez que explicavam a conservação da massa durante
MODELOS E uma reação química (Lei de Lavoisier), bem como fun-
ESTRUTURAS ATÔMICAS damentava a Lei de Proust, conhecida também como lei
da proporção definida.
Lei de Lavoisier
(conservação da massa)
COMPETÊNCIAS: 1, 3 e 7
HABILIDADES: 3, 8, 17 e 24
ESTANHO + AR ÓXIDO DE ESTANHO
+ ESTANHO NÃO
REAGIDO + AR
DESOXIGENADO
2. Modelos atômicos
2.1. Modelo de Dalton (bola de bilhar)
Baseado em seus experimentos, o professor inglês John multimídia: vídeo
Dalton (1766-1844) propôs em 1808 uma explicação FONTE: YOUTUBE
para a natureza da matéria. Ampola de Crookes
Os principais postulados da teoria de Dalton são:
1. Toda matéria é composta por minúsculas partículas
denominadas átomos. 2.2. Modelo de Thomson
2. Os átomos de um determinado elemento são idênticos (pudim de passas)
em massa e apresentam as mesmas propriedades químicas. Utilizando uma ampola de Crookes, ou seja, um tubo de
vidro fechado contendo um eletrodo positivo (ânodo) e outro
3. Os átomos de elementos diferentes apresentam massa
negativo (cátodo), preenchida por gases a pressões extre-
e propriedades químicas diferentes.
mamente baixas, o cientista inglês Joseph John Thomson
4. Os átomos são maciços e indivisíveis. Não podem ser (1856-1940) fez uma descoberta essencial para a evolução
criados nem destruídos. do modelo atômico.
6
Thomson submeteu esses gases a voltagens elevadíssimas
(cerca de 10.000 volts); em consequência, surgiu uma lumi-
nescência na parede oposta ao cátodo (eletrodo negativo)
que recebeu o nome de raios catódicos. Em seguida, foi apli-
cado um campo elétrico externo e, por fim, verificou-se que o
feixe de raios catódicos era desviado, sempre indo na direção
e sentido da placa carregada positivamente. Thomson con-
cluiu que essas emissões possuíam cargas negativas. multimídia: site
Independentemente do tipo de gás utilizado no experimento,
o resultado era sempre o mesmo. Com isso, Thomson chegou https://phet.colorado.edu/sims/html/rutherford-scattering/
à conclusão lógica de que essas cargas negativas estavam latest/rutherford-scattering_pt_BR.html
presentes em toda e qualquer matéria e eram parte integran-
te delas. Assim, provou-se que, ao contrário do que Dalton
havia afirmado, o átomo não era indivisível, pois possuía uma
partícula subatômica negativa, que foi denominada elétron.
2.3. Modelo de Rutherford
Tubo de Crookes (sistema solar ou sistema planetário)
A Em 1911, Ernest Rutherford (1871-1937), ao estudar a tra-
jetória de partículas D (partículas positivas) emitidas pelo
C elemento radioativo polônio, bombardeou uma fina lâmina
de ouro.
Em seus experimentos, ele observou que a maioria das par-
tículas D atravessavam a lâmina de ouro sem sofrer desvio
em sua trajetória; de fato, algumas sofriam desvio, e outras,
C - CÁTODO (-) | A - ÂNODO (+)
em número muito pequeno, batiam na lâmina e voltavam.
O
LÂMINA
DE OURO
PARTÍCULAS ALFA
7
No entanto, havia uma questão a ser respondida: se o ouro modelo não poderia existir, pois, de acordo com o eletromag-
apresenta núcleos positivos, como explicar o fato de a lâ- netismo, os elétrons, como qualquer carga em movimento
mina de ouro ser eletricamente neutra? acelerado, ao girarem ao redor do núcleo emitiriam radiação
(energia) e, ao emitirem essa radiação, eles perderiam ener-
Rutherford, para completar o seu modelo, imaginou que
gia. Assim, o elétron deveria gradativamente emitir radiações
elétrons giravam ao redor do núcleo, uma vez que, se es-
e cada vez mais se aproximar do núcleo, em uma órbita espi-
tivessem parados, acabariam se chocando com o núcleo
ralada, até finalmente se chocar contra ele, “acabando” com
positivo devido à atração eletrostática. Em síntese, o átomo
o átomo. Entretanto, isso nunca foi observado (caso ocorresse,
seria semelhante ao Sistema Solar.
o átomo “duraria” aproximadamente 10-11 segundos).
Rutherford defendeu que o átomo era uma partícula mui-
O modelo atômico de Rutherford também não explica-
tíssimo pequena composta de duas regiões: uma interna,
va os espectros atômicos (ou descontínuos): os átomos,
o núcleo, onde estaria concentrada praticamente toda a
quando submetidos à baixa pressão e sob alta tensão (na
massa do átomo – de carga elétrica positiva, composta por
forma gasosa, dentro de uma lâmpada), não emitiam um
partículas denominadas prótons (nessa época ainda não
espectro contínuo, mas apenas algumas linhas coloridas,
sabiam da existência dos nêutrons); outra externa, de mas-
permanecendo o restante totalmente escuro, consideran-
sa desprezível, onde estariam os elétrons, diminutas partí-
do somente o espectro visível ao olho humano (lembran-
culas negativas em movimento ao redor do núcleo, região do que, na época, qualquer fonte luminosa – seja a luz
essa que foi denominada de eletrosfera. A eletrosfera (ou do Sol ou de lâmpadas incandescentes – apresentava es-
seja, o tamanho do átomo) seria cerca de 10 mil a 100 mil pectro contínuo; a Física Clássica não conseguia explicar
vezes maior que o núcleo. a existência do espectro descontínuo).
Lâmpada
2.4. Modelo clássico incandescente Espectro contínuo
8
Em 1913, o cientista dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) Os elétrons absorvem ou emitem uma quantida-
aprimorou o modelo atômico de Rutherford utilizando a de bem definida de energia (quantum de energia)
teoria quântica proposta por Max Planck, segundo a qual ao saltar de uma órbita estacionária para outra.
a energia não é emitida de forma contínua, mas em ”paco- Ao retornar à órbita de origem, o elétron emite ou
tes” denominados quantum de energia. Veja os principais absorve um quantum de energia (igual ao absor-
postulados de Bohr: vido em intensidade), na forma de luz de cor bem
Os elétrons descrevem na eletrosfera sempre órbitas definida ou outra radiação eletromagnética, como
circulares ao redor do núcleo, denominadas órbitas es- ultravioleta ou raios X (denominado fóton). Essa
tacionárias. Girando em uma órbita estacionária, o energia é exatamente igual à diferença de energia
elétron não emite nem absorve energia. entre as órbitas em questão. Esse salto é chamado
de salto quântico.
Os elétrons só podem ocupar os níveis que tenham uma
determinada quantidade de energia (quantum) e assumem Dessa forma, o modelo atômico de Rutherford, corrigido
valores bem determinados de energia em cada órbita esta- pelas ponderações de Bohr, ficou conhecido como modelo
cionária, sendo impossível ocupar estados intermediários. atômico de Rutherford-Bohr.
VIVENCIANDO
O uso de fogos de artifício é muito comum em festas de fim de ano, e a química exerce um papel essencial nessas
celebrações. Tudo começa com a teoria de Niels Bohr, que afirma que, quando um átomo recebe energia, seu elétron
é deslocado para um nível mais energético, que é o que chamamos de estado excitado. Quando esse elétron perde
energia e desce para o nível de origem, a energia é dissipada em forma de luz (fótons) no espectro visível. Como
cada elemento químico possui órbitas com níveis de energia com valores diferenciados, o fóton de energia emitido
será diferente para cada um. Assim, cada elemento químico emitirá uma cor característica. Dessa maneira, se for
utilizado, por exemplo, oxalato de estrôncio (SrC2O4) ou nitrato de estrôncio ((Sr(NO3)2), será fornecido o íon Sr2+, que
resultará na cor vermelha; ou se for usado cloreto ou nitrato de cobre (CuCℓ2 e NH4Cu(NO3)3), será produzido o íon
Cu2+, que fornecerá a cor verde ou azul. A seguir, uma tabela mostra as cores dos elementos ao sofrerem excitação
por uma chama:
Sódio Amarelo
Estrôncio Vermelho
Bário Verde
Ferro Dourado
Cálcio Amarelo
Alumínio Branco
Cobre Verde
9
Para o elemento sódio (Na, Z = 11), que possui massa
23
23: 11 Na ou 11Na23.
Observe que o número de nêutrons não está indicado, sen-
do necessário tirar a diferença entre o número de massa e
número atômico (N = A – P) para descobrir o número de
nêutrons existentes no átomo.
multimídia: site
3.1. Elemento químico
https://phet.colorado.edu/sims/html/build-an-atom/la-
test/build-an-atom_pt_BR.html Elemento químico é o conjunto de átomos com o
mesmo número atômico (Z).
17
Assim, temos como exemplos: 8 O 0,04
18
Para o elemento ferro (Fe, Z = 26), que possui massa 8 O 0,20
19
56: 56
Fe ou 26Fe56. 9 F 100
26
10
Nota: isótopos pertencem sempre ao mesmo elemento Como X e Y são isóbaros a = 137
químico, uma vez que possuem o mesmo Z. São, portanto,
Como Y e Z são isótopos c = 56
representados pelo mesmo símbolo.
Como X e Z são isótonos a – b = 138 – c
O único caso em que os isótopos possuem nomes e símbo-
los diferentes é o do elemento hidrogênio: Substituindo os valores de a e c, calculados anteriormente:
11H prótio ou hidrogênio leve (H) 137 – b = 138 – 56 b = 55
12H deutério ou hidrogênio pesado (D) b = número atômico de X.
H trítio ou tritério (T)
3
1 Alternativa C
2. O germânio (Ge) apresenta o número atômico 32 e o nú-
4.2. Isóbaros mero de massa 72. Qual das proposições seguintes é falsa?
a) Cada núcleo de germânio contém 32 prótons.
Isóbaros são átomos com o mesmo número de massa (A) b) É isóbaro do átomo de selênio, de número atômico
e números diferentes de prótons (P = Z) e nêutrons (N). 34 e número de massa 72.
c) Cada átomo de germânio contém 32 nêutrons.
Nota: isóbaros são sempre átomos de elementos químicos d) Um átomo de germânio contém 32 elétrons.
diferentes. e) O núcleo representa uma fração muito pequena no
volume do átomo de germânio.
146C e 147N A = 14
Resolução:
2657Fe e 2757Co A = 57
O átomo de germânio apresenta 32 prótons (logo, 32 elé-
4.3. Isótonos trons), 40 nêutrons e número de massa 72. Assim, as alter-
nativas a e d estão corretas, e a alternativa c está errada.
Isótonos são átomos com o mesmo número de nêutrons
O átomo de germânio e o átomo de selênio apresentam o
(N) e números diferentes de prótons (P = Z) e de massa (A).
número de massa 72; logo, eles são isóbaros. A alternativa
b está correta.
Nota: isótonos são sempre átomos de elementos químicos
diferentes. O tamanho do átomo é de 10 mil a 100 mil vezes maior do
que o núcleo, representando uma fração muito pequena. A
136C N = 13 – 6 = 7 e 147N N = 14 – 7 = 7 alternativa e está correta.
1737Cℓ N = 37 – 17 = 20 e 40
20Ca
Alternativa C
N = 40 – 20 = 20
3. O átomo de Rutherford (1911) foi comparado ao sistema
Aplicação do conteúdo planetário (o núcleo atômico representa o Sol, e a eletros-
fera, os planetas). Eletrosfera é a região do átomo que:
1. São dadas as seguintes informações relativas aos
átomos X, Y e Z: a) contém as partículas de carga elétrica negativa;
I. X é isóbaro de Y e isótono de Z. b) contém as partículas de carga elétrica positiva;
c) contém nêutrons;
II. Y tem número atômico 56, número de massa 137 e é
d) concentra praticamente toda a massa do átomo;
isótopo de Z.
e) contém prótons e nêutrons.
III. O número de massa de Z é 138.
Resolução:
O número atômico de X é:
a) 53 b) Incorreta – As partículas presentes na eletrosfera
b) 54 possuem carga negativa.
c) 55 c) Incorreta – A eletrosfera não contém nêutrons.
d) 56 d) Incorreta – A região central do átomo (núcleo) é
e) 57 que contém praticamente toda a massa do átomo,
não a eletrosfera.
Resolução: e) Incorreta – A eletrosfera comporta apenas partícu-
A partir do enunciado, pode-se montar o seguinte esquema: las de carga negativa (elétrons).
a 137 138
bX Y
56 Z
c Alternativa A
11
4. (ETF-SP) No fim do século XIX, começaram a aparecer
evidências de que o átomo não era a menor partícula
constituinte da matéria. Em 1897, tornou-se pública a
demonstração da existência de partículas negativas,
por um inglês de nome:
a) Dalton.
b) Rutherford.
c) Bohr. multimídia: livro
d) Thomson.
e) Proust.
Peter W. Atkins e Loretta Jones - Princípios de
Química – Questionando a Vida Moderna e o
Resolução: Meio Ambiente
O cientista que descobriu a existência de partículas nega- O livro encoraja estudantes a pensarem e a desenvolve-
tivas (elétrons) foi o Thomson, através da experiência com rem uma compreensão sólida da química, desafiando-os
tubo de raio catódico. a questionarem e a obterem um nível mais alto de enten-
dimento da matéria. A obra apresenta a química como
Alternativa D algo atual e dinâmico ao mostrar a relação entre ideias
químicas fundamentais e suas aplicações.
O Grande Colisor de Hádrons (em inglês Large Hadron Collider – LHC) foi inaugurado em 10 de setembro
de 2008. Trata-se do maior acelerador de partículas do mundo. Um dos principais objetivos do LHC é tentar
explicar a origem da massa das partículas elementares e encontrar outras dimensões do espaço. Uma dessas
experiências envolve a partícula bóson de Higgs. Essas informações podem ser obtidas por meio do choque
entre as partículas, como choques entre próton e elétron, próton e próton, próton e antipróton... Um feixe de
partículas é acelerado até atingir uma energia de aproximadamente 7 TeV (tera elétron-volt), e, a partir desse
choque, é possível obter as informações desejadas.
12
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 3
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo
ou em diferentes culturas.
MODELO 1
(Enem) Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento de parte da água de cozimento sobre a
chama azul do fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor pode suscitar interpretações
diversas, relacionadas às substâncias presentes na água de cozimento. Além do sal de cozinha (NaCℓ), nela se
encontram carboidratos, proteínas e sais minerais.
Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama ocorre pela
a) reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás cloro;
b) emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da chama;
c) produção de derivado amarelo, pela reação com o carboidrato;
d) reação do gás de cozinha com a água, formando gás hidrogênio;
e) excitação das moléculas de proteínas, com formação de luz amarela.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse tipo de exercício é típico para se trabalhar atribuições teóricas do Enem. Na questão, era necessário recordar
os conceitos básicos característicos dos modelos atômicos.
No caso da abordagem da questão, para se chegar a uma alternativa é necessário fazer a associação com o único
metal citado no enunciado, isto é, o sódio, pois não são citadas outras possibilidades para a mudança da cor da chama,
como a ocorrência de uma combustão incompleta do gás utilizado devido ao derramamento da água de cozimento.
Pressupõe-se então que, na água de cozimento, estejam presentes cátions Na+ dissociados a partir do NaCℓ.
O elemento metálico sódio, mesmo na forma iônica, libera fótons quando sofre excitação por uma fonte de energia
externa, e a cor visualizada é o amarelo.
RESPOSTA Alternativa B
13
DIAGRAMA DE IDEIAS
MODELO DE ÁTOMO
DALTON INDIVISÍVEL
MESMO
ELETROSFERA
ISÓTOPO NÚMERO ATÔMICO
(ELÉTRONS)
(PRÓTONS)
ÁTOMO
MESMO
NÚCLEO
+ ISÓTONO NÚMERO DE
ELETROSFERA NÊUTRONS
NÚCLEO MESMO
PRÓTONS ISÓBARO NÚMERO DE
+
NÊUTRONS MASSA
14
elétron, ele se transforma no ânion cloreto (Cℓ–) e
AULAS 3 e 4 passa a ter 17 prótons, 18 nêutrons e 18 elétrons.
ELÉTRON (e-)
e-
ÍONS E DISTRIBUIÇÃO
ELETRÔNICA
1. Íons
Como já foi visto, elétrons e prótons são partículas que
compõem o átomo e possuem, respectivamente, carga ne-
gativa e positiva. Assim, se houver o mesmo número de
elétrons e prótons, a carga total do átomo será nula, pois a
2. Camadas eletrônicas do
carga positiva de cada próton será compensada pela carga átomo: distribuição eletrônica
negativa do elétron correspondente. Afirma-se, então, que
um átomo nessa situação está eletricamente neutro. 2.1. Diagrama de Linus Pauling
Quando um átomo possui prótons e elétrons em igual
Um problema para os químicos era elaborar uma teoria
consistente que explicasse como os elétrons se distribuíam
quantidade, ele está eletricamente neutro.
ao redor dos átomos, dando-lhes as características de rea-
ção observadas em nível macroscópico.
Em certas situações, um átomo pode ganhar ou perder elé-
Foi o cientista americano Linus C. Pauling (1901-1994)
trons. Nesses casos, sua carga total deixa de ser zero, ele
quem apresentou a teoria mais aceita até o momento acerca
deixa de ser eletricamente neutro e passa a ter carga elétrica.
da distribuição eletrônica. Pauling foi pioneiro na aplicação
Afirma-se que o átomo se transformou em um íon.
da Mecânica Quântica em Química e, em 1954, recebeu o
Nobel de Química pelo seu trabalho relativo à natureza das
Quando um átomo eletricamente neutro perde ou re- ligações químicas e, em 1962, recebeu o Nobel da Paz devi-
cebe elétrons, ele se transforma em um íon. do a sua militância contra as armas nucleares.
Ele provou experimentalmente que os elétrons são dispos-
Um átomo neutro que recebe elétrons passa a ficar com tos nos átomos em ordem crescente de energia. De fato,
excesso de cargas negativas, isto é, transforma-se em um todas as vezes que um elétron recebe energia, ele salta para
íon negativo ou ânion. Por outro lado, se um átomo neu- uma camada mais externa em relação à qual ele se encon-
tro perde elétrons, ele passa a ter excesso de prótons e se trava. No momento da volta para sua camada de origem, o
transforma em um íon positivo ou cátion. elétron emite luz devido à energia absorvida anteriormente.
Para entender a proposta de Pauling, é necessário analisar o
Exemplo conceito de camadas eletrônicas. Esse princípio define que a
Um átomo de cloro eletricamente neutro tem 17 distribuição dos elétrons em torno do átomo se faz em sete
prótons, 18 nêutrons e 17 elétrons. Ao ganhar um camadas, identificadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q:
15
Na figura, as setas indicam a ordem crescente dos níveis
de energia:
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10
2 8 18 32 32 18 8 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d107p6
K
2.2. Distribuição eletrônica por subníveis
L H: 1s1
1
M N O P Q nível 1
Uma das principais características dessas camadas é que camada K
cada uma delas pode comportar um número máximo de
n.º de elétrons = 1
elétrons. Observe a tabela a seguir:
K=1
Camada (nível) K L M N O P Q
12
Mg: 1s2 2s22p6 3s2
Número máximo nível 1 nível 2 nível 3
2 8 18 32 32 18 8
de elétrons
camada K camada L camada M
n.º de elétrons = 2 n.º de elétrons = 8 n.º de elétrons = 2
Pauling apresentou essa distribuição dividida em níveis e
K=2 L=8 M=2
subníveis de energia. Os subníveis são divisões dos níveis ou
camadas, representados pelas letras s, p, d, f. Cada subnível
Sc: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d1
também comporta um número máximo de elétrons. 21
16
1s2 2s22p6 3s23p6 4s23d6 ou K = 2; L = 8; interações entre essas partículas; no entanto, parte de um
M = 14; N = 2 pressuposto muito exigente: o de que a posição e o mo-
4s2 = subnível mais externo mento de todas as partículas são, de fato, conhecidos.
3d6 = subnível mais energético Ao lidar com corpos muito pequenos, como os elétrons,
por exemplo, determinar valores como posição e momento
Quando o átomo de ferro perde 2 elétrons e se transforma torna-se uma tarefa um pouco mais complicada. Como co-
no íon Fe2+, ele passa a ter a seguinte distribuição eletrônica: nhecer a posição de um elétron?
1s2 2s22p6 3s23p6 3d6 ou K = 2; L = 8; M = 14 Para que seja possível medir a posição de um elétron, é
Com efeito, se o átomo de ferro perder 3 elétrons e se trans- preciso vê-lo e, para vê-lo, é necessário iluminá-lo. Além
formar no íon Fe3+, ele terá a seguinte distribuição eletrônica: disso, a medida será mais precisa quanto menor for o
comprimento de onda da luz utilizada. Nesse caso, a fí-
1s2 2s22p6 3s23p6 3d5 ou K = 2; L = 8; M = 13
sica quântica diz que a luz é formada por partículas (fó-
Considere, agora, a formação de um íon negativo, por tons) que têm energia proporcional à frequência dessa
exemplo: S2–. O enxofre (número atômico = 16) possui a luz. Assim, para medir a posição de um elétron, é preciso
seguinte distribuição eletrônica: incidir sobre ele um fóton bastante energético, pois quan-
1s2 2s22p6 3s23p4 ou K = 2; L = 8; M = 6 to maior for a frequência, menor será o comprimento de
ÚLTIMA CAMADA
onda do fóton.
ÚLTIMA CAMADA
VIVENCIANDO
Segundo um estudo realizado pela Unicamp, a cafeína pode colaborar para a descalcificação dos ossos por meio
da perda de íons Ca2+ presentes neles. De acordo com o estudo: “O consumo frequente de café e de refrigerante
à base de cola (Coca-Cola) promove alterações ósseas e pode aumentar o risco de fraturas, principalmente no
gênero feminino. A conclusão é da tese de doutorado do cirurgião-dentista Amaro Ilídio Vespasiano Silva, defen-
dida recentemente no programa de Pós-Graduação em Radiologia Odontológica da Faculdade de Odontologia de
Piracicaba (FOP), sob a orientação do professor Lourenço Correr Sobrinho. Embora a pesquisa tenha sido feita em
modelo animal (ratos), sustenta o autor, seus resultados podem ser extrapolados para os seres humanos. ‘Estudos
encontrados em literatura específica acompanharam populações (homens e mulheres) que consumiram refrige-
rante à base de cola e chegaram a resultados semelhantes aos encontrados na minha tese’, afirma o pesquisador.
17
Em seu trabalho, que teve a coorientação do professor Francisco Haiter Neto, Amaro Silva também analisou os efeitos
do consumo de refrigerante à base de guaraná (Antárctica) sobre os tecidos ósseos. De acordo com ele, a bebida
causa igualmente alterações na estrutura óssea, mas os resultados não foram determinantes a ponto de reduzir a
resistência do osso, assim como ocorreu com o café e o refrigerante à base de cola. A grande responsável por esse
efeito deletério, informa o pesquisador, é a cafeína, presente nas três bebidas consideradas, em proporções diferentes.
A substância, conforme o cirurgião-dentista, age sobre o metabolismo ósseo. ‘Ela induz a diferenciação de células
precursoras de tecido ósseo em osteoclastos, células responsáveis pela reabsorção óssea. Quando a cafeína está
presente em grande quantidade, ocorre um aumento na diferenciação de osteoclastos, e com isso um aumento
significativo na reabsorção óssea. Como consequência, temos uma redução da massa óssea e o aumento do risco
de fraturas’, detalha.
A ideia de desenvolver o trabalho, conforme o autor, veio da necessidade de saber se a cafeína interferiria na qua-
lidade do osso – estrutura e resistência. ‘Alguns estudos apresentam controvérsias a respeito. O fato de as bebidas
serem amplamente consumidas no Brasil, inclusive por crianças e adolescentes, foi determinante para a escolha do
tema’, diz. Amaro Silva esclarece que as alterações mais pronunciadas nos ossos das fêmeas apuradas na pesquisa
se dão provavelmente por causa de fatores hormonais.
Apesar de o estudo não ter avaliado os teores hormonais, afirma, a grande diferença entre machos e fêmeas está
na variação hormonal. ‘No caso dos seres humanos, a mulher possui um ciclo hormonal que influencia diretamente
sobre o metabolismo do osso. Ocorre que a cafeína interfere sobre esse ciclo, o que faz com que haja maior desmi-
neralização do tecido ósseo’, reforça. Questionado sobre a possibilidade de se fazer um consumo seguro das três
bebidas investigadas, Amaro Silva informa que até o momento a ciência não determinou um valor máximo nesse
sentido. ‘Os estudos apontam que a menor concentração de cafeína, consumida no menor intervalo de tempo, já é
capaz de produzir efeitos adversos sobre o metabolismo ósseo’, aponta.”
DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.UNICAMP.BR/UNICAMP/JU/602/CONSUMO-DE-CAFE-E-REFRIGERANTE-DE-COLA-CAUSA-ALTERACOES-OSSEAS
Resolução:
Quando o átomo de sódio (Na) perde 1 elétron e se transforma
Basta somar os expoentes que aparecem na distribuição no íon (11Na+), ele passa a ter a seguinte distribuição eletrônica:
eletrônica para descobrir o número atômico:
1s2 2s22p6 ou K = 2; L = 8
2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 = 20
Alternativa B 4. (Acafe – adaptado) Considerando-se um elemento M
genérico qualquer que apresenta configuração eletrô-
2. Um átomo que possui configuração 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3 nica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5, pode-se afirmar que:
apresenta na camada mais externa:
I. seu número atômico é 25;
a) 2 elétrons. d) 12 elétrons. II. possui 7 elétrons na última camada;
b) 3 elétrons. e) 15 elétrons. III. apresenta 13 elétrons na camada 3;
c) 5 elétrons. IV. pertence à família 7A.
Resolução: Estão corretas as afirmações:
a) I, II e III somente.
A camada mais externa é indicada pelo coeficiente maior,
b) I e III somente.
no caso, 3. Somando-se, então, os expoentes de 3s23p3,
c) II e IV somente.
temos: 2 + 3 = 5.
d) I e IV somente.
Alternativa C e) II, III e IV somente.
18
Resolução:
I. Correto, pois, para descobrir o número atômico, basta
somar o número de elétrons (o átomo M é neutro, logo
o número de prótons é igual ao número de elétrons):
2 + 2 + 6 + 2 + 6 + 2 + 5 = 25
A diferença da concentração intracelular e extracelular de substâncias e íons através da membrana plasmática pode
ser mantida por transporte passivo (sem gasto de energia, caso da difusão e da osmose) ou por transporte ativo (com
gasto de energia, caso da bomba de sódio e potássio).
O transporte ativo se caracteriza por ser o movimento de substâncias e íons contra o gradiente de concentração, isto
é, ocorre sempre de locais onde estão menos concentrados para os locais onde se encontram mais concentrados.
Esse processo é possível devido à presença de certas proteínas na membrana plasmática que, com o gasto de
energia, são capazes de se combinar com a substância ou íon e transportá-los para a região em que estão mais
concentrados. Para que isso ocorra, a proteína sofre uma mudança em sua forma a fim de receber a substância ou o
íon. É importante ressaltar que a energia necessária para essa mudança é proveniente da quebra da molécula de ATP
(adenosina trifosfato) em ADP (adenosina difosfato) e fosfato.
Um exemplo de transporte ativo é a bomba de sódio e potássio. A concentração de sódio é maior no meio extrace-
lular, enquanto a de potássio é maior no meio intracelular. A manutenção dessas concentrações é realizada pelas
proteínas transportadoras descritas anteriormente, que capturam íons sódio (Na+) no citoplasma e os bombeiam para
fora da célula. No meio extracelular, capturam os íons potássio (K+) e os bombeiam para o meio interno. Caso não
houvesse um transporte ativo eficiente, a concentração desses íons iria se igualar.
Assim, a bomba de sódio e potássio é importante, uma vez que estabelece a diferença de carga elétrica entre os
dois lados da membrana, fator que é fundamental para as células musculares e nervosas, e promove a facilitação da
penetração de aminoácidos e açúcares. Além disso, a manutenção de alta concentração de potássio dentro da célula
é essencial para a síntese de proteína e respiração, e o bombeamento de sódio para o meio extracelular permite a
manutenção do equilíbrio osmótico.
19
DIAGRAMA DE IDEIAS
1s2
2s2 2p6
3s2 3p6 3d10
DIVIDIDOS EM
4s2 4p6 4d10 4f14
NÚCLEO ELETROSFERA 5s2 5p6 5d10 5f14
6s2 6p6 6d10
NÍVEIS
7s2 7p6
SUBNÍVEIS
20
atômica), determinadas propriedades se repetiam diversas
AULAS 5 e 6 vezes, isto é, eram propriedades periódicas.
Então, Mendeleev organizou os elementos em linhas ho-
rizontais seguindo o seguinte critério: quando as proprie-
dades de um elemento eram semelhantes às de outro
da mesma linha, esse elemento era deslocado para uma
TABELA PERIÓDICA nova linha e posto na coluna do elemento com o qual
tinha semelhança. Assim, formaram-se colunas com ele-
mentos que possuíam propriedades químicas semelhan-
tes. As linhas horizontais foram denominadas períodos,
e as colunas, famílias ou grupos.
A tabela de Mendeleev foi eficiente ao demonstrar a perio-
dicidade das propriedades dos elementos. Restava, no en-
COMPETÊNCIAS: 1, 7 e 8 tanto, encontrar uma explicação para essas propriedades.
Em 1913, o químico inglês Henry Moseley (1887-1915)
HABILIDADES: 3, 17, 18, 24, 29 e 30 verificou que as propriedades dos elementos decorriam
da carga nuclear, denominada número atômico (Z). Com a
descoberta de Moseley, foi possível corrigir algumas ano-
malias que haviam sido observadas por Mendeleev.
1. Introdução
A Tabela Periódica ou classificação periódica dos ele-
mentos possibilita a verificação das características dos ele-
mentos e suas repetições, bem como fazer previsões.
Em 1869, Dimitri Ivanovich Mendeleev (1834−1907), pro-
fessor de Química da Universidade de São Petersburgo
(Rússia), escrevia um livro sobre elementos conhecidos na multimídia: vídeo
época, cujas propriedades havia anotado em fichas separa-
FONTE: YOUTUBE
das – cerca de 63.
Elementos Químicos mais perigosos do mundo
Analisando suas fichas, ele notou que, organizando os
elementos em função da massa de seus átomos (massa
21
VIVENCIANDO
Os elementos químicos possuem diversas funções no dia a dia. Na área da medicina, eles atuam como antidepressi-
vos, antipsicóticos, ansiolíticos, calmantes, barbitúricos, etc. Muitos artigos da literatura científica apresentam dados
históricos sobre a descoberta do lítio e seu desenvolvimento na psiquiatria, abordando sua descoberta na Austrália,
seu desenvolvimento primeiramente na Europa e, então, nos Estados Unidos. O grande marco na história do lítio
ocorreu em 1954, quando o pesquisador dinamarquês Mogens Schou e colegas publicaram seu primeiro estudo du-
plo-cego do lítio na mania, dando início a um trabalho de toda a vida de Schou na pesquisa do lítio. O uso do lítio no
transtorno bipolar (TB) causou uma revolução na psicofarmacologia, uma vez que forçou os psiquiatras a pensarem
em termos de diagnóstico, pois a utilidade do lítio nos quadros de mania clássica foi consagrada por diversos estudos
científicos e pela prática clínica.
Durante muitos anos, o lítio foi o único estabilizador do humor. Recentemente, outras medicações começaram a ser
utilizadas para esse fim, principalmente os anticonvulsionantes e os antipsicóticos atípicos. Essas medicações, com
características farmacológicas, posológicas e clínicas diferentes, colocaram em cheque o “reinado” do lítio e o seu
papel atual no arsenal terapêutico do TB. O que se observa na prática clínica é um declínio do uso do lítio. Diversos
motivos concorreram para isso: dificuldades posológicas, efeitos adversos graves (raros) e o investimento da indústria
farmacêutica no desenvolvimento de novas medicações.
Entretanto, depois de 50 anos, o carbonato de lítio continua sendo um tratamento de primeira linha para a maioria
dos pacientes bipolares. Os estudos e a prática clínica ainda consagram o lítio como o estabilizador de humor por
excelência. Diretrizes elaboradas por meio de uma abordagem baseada em evidências consagram o lítio como
primeira escolha terapêutica em praticamente todas as fases e apresentações do TB. Conclui-se que os psiquiatras
(principalmente aqueles em formação) devem ser estimulados a conhecer de forma precisa as indicações do lítio e
aprender a utilizar essa medicação, que tem auxiliado tantos pacientes.
22
Nas famílias A, o número do grupo indica a quantidade de
elétrons na camada de valência. Observe no quadro que
alguns grupos possuem nomes:
Nº de
Família Configuração
elétrons
ou Nome do último Componentes
no último
grupo nível
nível
IA – 1
metais
ns1 1
Li, Na, K, multimídia: vídeo
alcalinos Rb, Cs, Fr
metais
FONTE: YOUTUBE
Be, Mg, Ca,
IIA –2 alcalino- ns 2
2
Sr, Ba, Ra As 100 maiores descobertas da Química
-terrosos
família B, Aℓ, Ga,
IIIA – 13 ns2np1 3
do boro In, Tl, Nh
IVA – 14
família do
carbono
ns2np2 4
C, Si, Ge,
Sn, Pb, Fℓ
4. Metais, ametais,
VA –15
família do
nitrogênio
ns2np3 5
N, P, As, Sb,
Bi, Mc
semimetais e gases nobres
O, S, Se, Te, Outra classificação periódica importante é a que divide os
VIA – 16 calcogênios ns2np4 6
Po, Lv elementos em metais, não metais (ou ametais), semimetais
VIIA – 17 halogênios ns2np5 7 F, Cℓ, Br, I, At, Ts e gases nobres, como é possível observar a seguir.
VIIIA gases He, Ne, Ar, Kr, Metais: formam cátions (íons positivos) e geralmente
ns2np6 8
(Zero) – 18 nobres Xe, Rn, Og são sólidos à temperatura ambiente (exceto o mercú-
rio) com alto ponto de fusão. Eles não se quebram com
b) Famílias B facilidade, mas, na maior parte dos casos, são maleá-
veis – principalmente quando aquecidos à temperatura
Os elementos dessas famílias são denominados elementos adequada – e podem ser transformados em fios finos,
de transição. Uma parte deles ocupa o bloco central da Ta- isto é, são dúcteis. É por esse motivo que costumam ser
bela Periódica, de IIIB até IIB (10 colunas), denominados ele- usados para moldar chapas e fabricar panelas, utensílios
mentos de transição externa, e apresentam seu elétron domésticos, fios elétricos, etc. São também bons condu-
mais energético em subníveis d (de d1 a d10). tores de eletricidade e calor. Muitos metais se encon-
tram combinados a outros elementos, precisando pas-
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
sar por um processo de separação para serem isolados.
Ametais (não metais): cerca da metade dos não me-
3B 4B 5B 6B 7B 8B 1B 2B
tais são gases, com exceção do bromo, que é líquido. Os
d1 d2 d3 d4 d5 d6 d7 d8 d9 d10 demais são sólidos. Oxigênio, nitrogênio, cloro e flúor
são não metais gasosos; carbono, iodo, fósforo, enxofre,
A outra parte deles está deslocada do corpo central, for- selênio e astato são não metais sólidos. Entre eles, exis-
mando as séries dos lantanídeos e dos actinídeos deno- tem os halogênios: flúor, cloro, bromo, iodo e astato, que
minados elementos de transição interna. reagem com metais e formam sais. O sal comum, por
exemplo, é formado pela combinação de cloro e sódio.
Essas séries constituem 15 colunas. O elétron mais energé-
tico está localizado em subníveis f (de f1 a f14). Os não metais não são bons condutores de eletricidade
ou calor; os sólidos normalmente se quebram ao serem
O esquema a seguir apresenta o subnível ocupado pelo dobrados. Eles possuem ponto de fusão baixo (com ex-
elétron mais energético dos elementos da Tabela Periódica. ceção do carbono na forma de grafite ou diamante). Em
1 18
geral, não reagem com ácidos diluídos. O hidrogênio
1s 1 1s 2
2s 1
2
2s 2
13
2p1
14
2p2
15
2p3
16
2p4
17
2p5 2p6
deve ser deixado fora dessa classificação devido às suas
3s 1
3s 2
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
3p 1
3p 2
3p3
3p 4
3p 5
3p6
propriedades muito especiais. Por via de regra, os não
4s 1
4s 2
3d 1
3d 2
3d 3
3d 4
3d 5
3d 6
3d 7
3d 8
3d 9
3d10
4p 1
4p 2
4p3
4p 4
4p 5
4p6 metais possuem características opostas às dos metais.
1 2 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5
5s 5s 4d 4d 4d 4d 4d 4d 4d 4d 4d 4d 5p 5p 5p 5p 5p 5p6
6s 1
6s 2
4f 5d 2
5d 3
5d 4
5d 5
5d 6
5d 7
5d 8
5d 9
5d10
6p 1
6p 2
6p3
6p 4
6p 5
6p6 Semimetais: possuem propriedades intermediárias en-
7s 1 7s 2 5f 6d2 6d3 6d4 6d5 6d6 6d7 6d8 6d9 6d10 7p1 7p2 7p3 7p4 7p5 7p6 tre os metais e os não metais.
4f 1 4f 2 4f 3 4f 4 4f 5 4f 6 4f 7 4f 8 4f 9 4f 10 4f 11 4f 12 4f 13 4f 14 5d1
Gases nobres: possuem comportamento químico muito
5f 1 5f 2 5f 3 5f 4 5f 5 5f 6 5f 7 5f 8 5f 9 5f 10 5f 11 5f 12 5f 13 5f 14 6d1
particular, sendo usualmente inertes, ou seja, pouco reativos.
23
5. Períodos Características da
distribuição eletrônica
Localização e
classificação
Na tabela atual, há sete períodos (linhas horizontais), que
correspondem à quantidade de níveis (camadas) eletrôni- 4 camadas (K, L, M e N) 4.º período
Aplicação do conteúdo
1. Um átomo no estado fundamental apresenta normal-
mente 2 elétrons na primeira camada, 8 na segunda, 18
na terceira e 7 na quarta camada. A família e o período
em que se encontra esse elemento são, respectivamente:
a) família dos halogênios, sétimo período;
b) família do carbono, quarto período;
multimídia: site c) família dos halogênios, quarto período;
d) família dos calcogênios, quarto período;
super.abril.com.br/ciencia/os-elementos-da-morte/ e) família dos calcogênios, sétimo período.
Resolução:
O elemento é do 4.º período, pois apresenta quatro cama-
6. Localização na Tabela Periódica das eletrônicas. Por apresentar 7 elétrons na quarta cama-
A distribuição eletrônica de um elemento permite que seja da, o elemento estará na coluna 7A. Trata-se, portanto, do
determinada sua localização na tabela. halogênio situado no quarto período.
24
3. Um átomo T apresenta 2 prótons a menos que um áto- 5. Em 15 de março de 2012, o jornal O Estado de São Paulo
mo Q. Com base nessa informação, assinale a opção falsa: anunciou que uma “batalha planetária” estava sendo de-
T Q flagrada pelo comércio das chamadas “terras raras”. O mo-
tivo é que essas terras são indispensáveis às indústrias de
a) gás nobre alcalino-terroso
ponta. “Sem elas, não haveria smartphones, nem celulares,
b) halogênio alcalino trens que andam a mais de 500 quilômetros por hora, nem
c) calcogênio gás nobre veículos híbridos, fazendas eólicas, lâmpadas fluorescen-
d) enxofre silício tes”. Em relação às “terras raras”, é incorreto afirmar que:
e) bário cério a) Quase todos os elementos que compõem as “terras
raras” fazem parte do “bloco f” da Tabela Periódica, ou
Resolução:
seja, do conjunto de grupos cujos elementos possuem
Do enunciado, concluímos que, se Q tem x prótons, T terá (x – 2) o elétron de mais alta energia no orbital atômico f.
prótons. Isso equivale a dizer que Q está duas “casas” à b) São os elementos lantanídeos, aos quais se juntam
o escândio e o ítrio.
frente de T na Tabela Periódica. Assim, basta seguir a Tabela
c) Há 17 elementos considerados “terras raras”, e 15
Periódica para verificar a única opção incorreta (falsa). deles são classificados como metais de transição interna.
Alternativa D d) São os elementos alcalino-terrosos.
e) A maior parte desses elementos que compõem as “ter-
4. O elemento que, no estado fundamental, apresenta ras raras” faz parte do sexto período da Tabela Periódica.
a configuração eletrônica [Ar]4s23d6 é o quarto mais
abundante na crosta terrestre. Assinale a opção corres- Resolução:
pondente ao nome desse elemento. O grupo dos elementos conhecidos como “terras raras” é
a) Magnésio um grupo formado por metais. O termo “terra” foi usado
b) Alumínio durante o século XIX como referência aos óxidos produzidos
c) Oxigênio por esses metais. Nesse sentido, “terra rara” seria um termo
d) Níquel que designava óxidos metálicos de abundância reduzida.
e) Ferro
Os elementos terras raras são elementos do bloco de transi-
Resolução: ção, sendo a maioria (15 deles) pertencente ao grupo dos lan-
Conforme a Tabela Periódica, a distribuição eletrônica do tanídeos (transição interna), localizados no sexto período da
argônio (Ar) é igual a 1s22s22p63s23p6. O elemento desco- tabela. O escândio e ítrio não fazem parte do grupo dos lan-
nhecido será a parte do [Ar], acrescida de 4s23d6, como diz o tanídeos, embora apresentem características físico-químicas
semelhantes, fator que justifica sua inclusão na classificação.
enunciado da questão. Dessa forma, tem-se para o elemen-
to desconhecido [Ar]4s23d6, ou seja, 1s22s22p63s23p64s23d6. Os elementos alcalinos terrosos também formam óxidos
Somando os expoentes (números de elétrons), obtém-se 26, (por isso o termo terroso), mas são representativos, ou seja,
que é o número atômico do ferro. pertencem ao grupo A da Tabela Periódica.
Alternativa E Alternativa D
25
DIAGRAMA DE IDEIAS
NÚMERO DE
GRUPO (FAMÍLIA) DEFINIDO PELO ELÉTRONS NO
SUBNÍVEL MAIS
ENERGÉTICO
ELEMENTOS ELEMENTOS
REPRESENTATIVOS DE TRANSIÇÃO
26
Exemplos: calor específico, índice de refração, dureza e
AULAS 7 e 8 massa atômica. É válido ressaltar que a massa atômica
sempre aumenta com o número atômico do elemento.
2. Eletronegatividade e
PROPRIEDADES eletropositividade
PERIÓDICAS
Eletronegatividade é a tendência que um átomo
possui de atrair elétrons quando se encontra “ligado”
a outro átomo de elemento químico diferente numa
substância composta.
COMPETÊNCIAS: 1e7
Variação da eletronegatividade: cresce da esquer-
HABILIDADES: 17, 18, 24 e 29 da para a direita nos períodos e de baixo para cima nos
grupos (famílias).
PROPRIEDADE
4 F
Cl
3 Br
I
At
2 multimídia: vídeo
1 Ra
Li Na K Rb Cs Fr FONTE: YOUTUBE
10 20 30 40 50 60 70 80 90 Metais Alcalinos 2
NÚMERO ATÔMICO
27
11 prótons 11 prótons
28
Exemplo:13Aℓ (3 níveis de energia no estado fundamen- Representação do processo no qual o átomo ganha um
tal com 3 elétrons no nível mais externo 3s2 3p1) elétron e libera energia:
super.abril.com.br/ciencia/a-quimica-presente-nas-
-atividades-do-dia-a-dia/
29
Variação da densidade: Considerando que a escala no eixo das abscissas não co-
meça necessariamente do zero, os números atômicos dos
elementos A, B e C só podem ser, respectivamente:
a) A = 1; B = 9; C = 10.
b) A = 11; B = 18; C = 19.
c) A = 10; B = 19; C = 20.
Observe que os elementos mais densos situam-se no cen- d) A = 12; B = 17; C = 18.
tro e na parte inferior da Tabela Periódica. e) A = 2; B = 10; C = 11.
3
Exemplos: ósmio (d = 22,5 g/cm ) e irídio Resolução:
(d = 22,4 g/cm3).
Na sequência de oito elementos que vai de A até B, a ener-
2. Volume atômico:
gia de ionização, de modo geral, aumenta com o aumento
do número atômico. Isso indica que esses oito elementos
Volume atômico de um elemento é o volume
pertencem a um mesmo período da Tabela Periódica. Além
ocupado por 1 mol (6,02 ∙ 1023) de seus átomos
disso, a súbita redução da energia de ionização ao passar
no estado sólido.
de B para C indica uma mudança de período.
Os oito elementos de A até B devem pertencer, portanto,
Note que o volume atômico não é o volume de um átomo,
ao segundo ou ao terceiro período da tabela (períodos que
mas o volume de um conjunto de 6,02 ∙ 1023 átomos. Em con-
têm apenas oito elementos), com A sendo alcalino do pe-
sequência, no volume atômico influi não apenas o volume de
ríodo seguinte.
cada átomo como também o espaçamento existente entre eles.
Dessa forma, tem-se as seguintes possibilidades:
massa de 6,02 · 1023 átomos do elemento
V = _______________________________
densidade da substância simples 1.ª possibilidade: A é o lítio (Z = 3), B é o neônio (Z =
10) e C é o sódio (Z = 11).
Variação do volume atômico:
2.ª possibilidade: A é o sódio (Z = 11), B é o argônio (Z
= 18) e C é o potássio (Z = 19).
Dentre essas alternativas do teste, a única possível é a b,
que corresponde à segunda possibilidade.
Alternativa B
30
2. A tabela apresenta os valores para duas propriedades atômicas (X e Y) em função do número atômico (Z):
Número
3 4 5 6 7 8 9
Atômico (Z)
x 157 112 88 77 74 66 64
y 1,0 1,6 2,0 2,6 3,0 3,4 4,0
A propriedade X pode corresponder ao raio atômico, pois, com o aumento do número atômico (número de prótons), obser-
va-se diminuição nos valores dessa propriedade.
A propriedade Y pode corresponder à eletronegatividade, pois os valores aumentam com a elevação do número atômico.
Alternativa E
VIVENCIANDO
O flúor é muito utilizado em pastas de dente para proteger de forma mais eficiente os dentes contra cáries, e isso tem um
motivo muito lógico. Os dentes são protegidos por um esmalte que é basicamente constituído por um mineral denomi-
nado hidroxiapatita. A hidroxiapatita é formada por fosfato de cálcio cristalino Ca10(PO4)6(OH)2 e representa um depósito
de 99% do cálcio corporal e 80% do fósforo total. Esse mineral, muito pouco solúvel, dissolve-se em ácido, pois tanto o
P quanto o OH– reagem com H+:
Ca10(PO4)6(OH)2 + 20HCℓ o 10CaCℓ2 + 6H3PO4 + 2H2O
As bactérias que causam a deterioração aderem aos dentes e produzem ácido lático por meio do metabolismo
de açúcar. O ácido lático diminui o pH na superfície dos dentes para menos de 5. Num pH inferior a 5,5, a hidro-
xiapatita começa a dissolver e ocorre a deterioração dos dentes. O íon fluoreto inibe a deterioração dos dentes,
formando apatita fluoretada, Ca10(PO4)6F2, que é menos solúvel e mais resistente a ácidos do que a hidroxiapatita.
31
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Há vários tipos de componentes que são capazes de conduzir energia elétrica. No entanto, do ponto de vista comercial,
dois são os principais: alumínio e cobre. O cobre é mais caro e, comparativamente, mais pesado do que o alumínio. Então
por que usar cobre?
Basicamente, o tipo de condutor que se aplica melhor às condições impostas é o usado. Peso, custo, aquecimento
e capacidade de condução elétrica são alguns dos fatores físicos e químicos que são levados em consideração na
escolha. Dessa maneira, os condutores de alumínio são mais usados em grandes redes de transmissão, e o cobre, em
instalações domésticas, por exemplo.
Comparativamente, o alumínio já chegou a ser oito vezes mais barato do que um equivalente de cobre. Além dis-
so, o condutor de alumínio tem metade do peso do seu correspondente de cobre. A terceira maior vantagem
desses condutores é resistir melhor à deformação. Todas essas características reduzem os custos do uso desse material em
grandes transmissões, pois as torres podem ser menos robustas e o espaçamento entre elas pode ser maior.
O cobre, por sua vez, possui maior resistência aos fatores externos, como oxidação e corrosão galvânica. Essas ca-
racterísticas reduzem o risco de superaquecimento das fiações. Além disso, o cobre é mais maleável que o alumínio,
favorecendo o uso para aplicações e instalações em que fios flexíveis são necessários ou desejáveis. Outro ponto é o
fato de que a maioria das estruturas existentes já são de cobre, e as conexões cobre-cobre são muito mais confiáveis
que alumínio-cobre.Por fim, a legislação brasileira, por meio da ABNT NBR 5410, impõe restrições legais ao uso de
alumínio em locais com uma ocupação muito densa ou onde o acesso é um pouco mais difícil. Por isso, em hospitais
e hotéis, por exemplo, é proibido usar alumínio.
Cobre – Alumínio
Resistividade elétrica:
17,241 Ω · mm²/km – 28,264 Ω · mm²/km
Densidade: 8,89 g/cm³ – 2,703 g/cm³
Peso (densidade × resistividade):
(17,241 ∙ 8,89) – (28,264 ∙ 2,703)
Massa atômica: 63,6 u.a. – 27 u.a.
Preço (tonelada): US$ 5.800 – US$ 1.800
32
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Atualmente há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elemen-
tos são, de forma geral, tão eficientes quantos os recursos que estão aos poucos sendo exauridos.
Por causa disso, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com
técnicas diferenciadas e baratas, a fim de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra
pode conceder.
MODELO 1
(Enem) No ar que respiramos existem os chamados “gases inertes”. Trazem curiosos nomes gregos, que sig-
nificam “o Novo”, “o Oculto”, “o Inativo”. E de fato são de tal modo inertes, tão satisfeitos em sua condição,
que não interferem em nenhuma reação química, não se combinam com nenhum outro elemento e justamente
por esse motivo ficaram sem ser observados durante séculos: só em 1962 um químico, depois de longos e en-
genhosos esforços, conseguiu forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor ávido
e vivaz, e a façanha pareceu tão extraordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel.
LEVI, P. A TABELA PERIÓDICA. RIO DE JANEIRO: RELUME-DUMARÁ,1994 (ADAPTADO).
Qual propriedade do flúor justifica sua escolha como reagente para o processo mencionado?
a) Densidade.
b) Condutância.
c) Eletronegatividade.
d) Estabilidade nuclear.
e) Temperatura de ebulição.
ANÁLISE EXPOSITIVA
De acordo com o texto, foi somente em 1962 que um químico, depois de longos e engenhosos esforços, conseguiu
forçar “o Estrangeiro” (o xenônio) a combinar-se fugazmente com o flúor ávido e vivaz, e a façanha pareceu tão
extraordinária que lhe foi conferido o Prêmio Nobel. Essa informação descreve a elevada eletronegatividade do flúor,
capaz de formar XeF4.
RESPOSTA Alternativa C
33
DIAGRAMA DE IDEIAS
MENOR PRIMEIROS
MENOR
NÚMERO DE PERÍODOS
RAIO ATÔMICO
CAMADAS DA TABELA
MENOR
MAIOR INTERAÇÃO
ELETROPO-
NÚCLEO-ELÉTRON
SITIVIDADE
34
QUÍMICA GERAL
35
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O tema de mudanças de estado físico e suas O tema de mudanças de estado e Os temas se relacionam todos entre si, com
características são cobradas de maneira bem propriedades físicas são importantes para grande ênfase nos estudos das propriedades
conceitual e interpretativa. o melhor entendimento, no momento de físicas e suas mudanças de estado.
resolver as questões.
Temas como mudança de estado físico e os Os assuntos abordados nesta frente se Entender as mudanças de estado físico e Entender as mudanças de estado físico e
diagramas são assuntos que sempre incorpo- relacionam todos entre si, com grande ênfase suas propriedades é necessário para a melhor suas propriedades auxiliam na resolução e
ram questões mais embasadas. nos estudos das propriedades físicas e suas interpretação de diversas questões cobradas. entendimento de diversas questões.
mudanças de estado.
UFMG
Cobrados de maneira bem conceitual e O tema sobre mudanças de estados físicos são É necessário um bom entendimento das
interpretativa, o tema de mudanças de estado os mais cobrados nesta frente, podendo ser mudanças de estado físico e como elas se
físico e suas características são bastante abordado em diferentes tipos de questão. comportam, para resolver a maioria das
recorrentes. questões.
Nesta frente, os temas de propriedades físicas Os assuntos sobre diagrama de mudança Os temas assuntos de diagrama de mudan-
e as características das mudanças de estado de estado e as propriedades físicas caem de ça de estado e propriedades físicas são os
são cobradas para melhor entendimento das maneira que se tornam necessários para a mais recorrentes e abordados de tal manei-
informações dadas. resolução de diversas questões. ra que são necessários para a resolução
das diversas questões.
1.1. Sólido
AULAS 1 e 2
No estado sólido, as partículas da matéria estão em agita-
ção térmica mínima. É o estado com mais átomos concen-
trados em um mesmo espaço físico (volume). A sua forma
e seu volume são fixos.
Uma bola de boliche, por exemplo, pode ser colocada em
PROPRIEDADES qualquer tipo de recipiente e não assumirá a forma do reci-
DA MATÉRIA piente. Seu volume também não sofrerá alteração.
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 5, 6 e 7
HABILIDADES: 4, 7, 8, 9, 17, 21 e 24
1.2. Líquido
No estado líquido, as partículas apresentam maior agita-
1. Estados físicos da matéria ção térmica e estão um pouco mais dispersas. Nesse es-
tado, as substâncias possuem volume fixo, porém a sua
Estados físicos da matéria, estados de agregação forma pode variar.
ou fases são as diferentes formas como a matéria pode se
A água líquida, por exemplo, tem volume fixo, mas assume
apresentar. Forma e volume são alguns fatores que distin-
a forma do recipiente que a contém.
guem cada um dos estados físicos. O estado sólido apresen-
ta forma e volume constante; o líquido possui forma variável
e volume constante; e o gasoso, forma e volume variáveis.
As partículas que formam a matéria não apresentam li-
berdade de movimento no estado sólido, ocorrendo ape-
nas movimentos vibracionais, além de, nesse estado, a
matéria possuir maior densidade. No estado líquido, as
partículas apresentam liberdade de movimento, porém
não estão completamente livres. Por fim, na fase gasosa,
as partículas apresentam ampla liberdade de movimento,
além de a matéria possuir menor densidade.
As substâncias podem sofrer alterações em seu estado fí-
sico quando alguns fatores são alterados, como a tempe- 1.3. Gasoso
ratura e a pressão. O estado gasoso é o estado de maior agitação térmica.
Nele, as partículas estão muito afastadas, dispersas no
espaço. Substâncias no estado gasoso possuem forma e
volume variáveis.
O ar atmosférico, por exemplo, não possui forma e nem
volume fixos, adaptando-se ao recipiente (ou espaço)
que o contém.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Estados Físicos da Matéria - Completo - LENAQ
37
1.4. Plasma Ocorre na temperatura de ebulição da
substância. É rápida, visível, turbulenta
Plasma é o quarto estado da matéria e ocorre geralmente Ebulição
e, normalmente, demanda o aqueci-
em condições de altíssimas temperaturas, como no Sol. Lá, mento do líquido.
os átomos de hélio estão a uma temperatura e pressão
Ocorre quando o líquido entra em con-
muito elevadas, o que faz com que os elétrons se despren- tato com superfícies muito quentes, a
dam de seus átomos. Calefação
temperaturas acima do seu ponto de
ebulição. É instantânea e violenta.
Va
aç
po
im
ão
nd efa
aç
Su
aç
(
en çã
ão
sa o)
bl
çã
Su
38
modo que no ponto de fusão, quando se determina o ponto mas, quando você não o pode exprimir em números, seu
de ebulição de uma substância pura, não é admissível que conhecimento é pobre e insatisfatório”.
surjam variações superiores a 1 °C na temperatura. Caso isso
Dessa comparação surge o conceito de densidade, enten-
ocorra, é possível concluir que se trata de uma mistura.
dida como a quantidade de matéria (em massa) que ocupa
um determinado espaço (volume), uma propriedade espe-
3.2. Previsão do estado cífica para cada material. Matematicamente:
físico de um material
Considere uma tabela com cinco substâncias desconhecidas. Densidade é o quociente da massa pelo volume do
material (a uma dada temperatura).
Ponto de Ponto de
Substância
fusão (ºC) ebulição (ºC)
A –16 80
Essa definição é representada pela seguinte fórmula:
B 50 80
C –12 48
D –100 16 massa d = __
m
d = ______ v
E 25 55 volume
39
VIVENCIANDO
O combustível adulterado é, infelizmente, uma prática muito utilizada por muitos postos de combustíveis para que se tenha
menos gastos, mas é uma prática danosa para os motoristas. Esses componentes adicionados podem ser etanol à gasolina e
água ao álcool acima do permitido. Para se ter uma ideia, segundo a Portaria 678 de 31/08/2011, do Ministério de Estado da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a quantidade adicionada de álcool deve estar entre 20% e 25% em volume.
Se esse limite for ultrapassado, o resultado será que no motor de explosão interna haverá uma mistura “pobre” de
ar/combustível, levando a uma dirigibilidade menor, falhas de funcionamento do motor, diminuição do poder calorí-
fico da gasolina e perda de desempenho.
Além de etanol, pode-se adicionar também querosene, aguarrás, benzina industrial e até óleo diesel, por serem mais baratos
e perfeitamente miscíveis com a gasolina. Tais adições podem ser prejudiciais aos motoristas, levando a grandes prejuízos.
Para saber se a gasolina está com boa qualidade, pode ser feito um simples teste de densidade. Basta colocar 50 mL de
gasolina em uma proveta e adicionar 50 mL de solução de cloreto de sódio e misturar os dois sem agitar, apenas mistu-
rando por inversão e deixar em repouso por 15 minutos. A água irá retirar o álcool que estava misturado na gasolina, pois
o etanol possui uma parte polar e outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina, que
também são apolares, pela força de dipolo induzido. Mas a sua parte polar, caracterizada pela presença do grupo OH, é
atraída pelas moléculas de água, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio, que são bem mais fortes que
as ligações do tipo dipolo induzido. Como a água é mais densa, ela ficará na parte inferior, e a gasolina, na parte superior.
Para sabermos então se a quantidade de etanol que tinha na gasolina estava dentro dos parâmetros estabelecidos
por lei, basta ver quanto de álcool foi retirado dela e ver quanto em porcentagem isso corresponde à amostra inicial.
Temperatura Temperatura
sólido de Densidade
Substância de Fusão de Ebulição
formato irregular (g/cm3)
(ºC) (ºC)
Álcool –114,5 78,4 0,789
Acetona –94,8 56,2 0,791
volume Naftalina 80,2 218,5 1,145
água
inicial
40
b) Incorreta. A 60 °C, o álcool se encontra no es- d) Incorreta. De acordo com a tabela, a densidade do
tado líquido; a acetona, no gasoso; e a naftalina, álcool e da acetona são muito próximas, não sendo
no sólido. muito adequado para distinguir entre si.
c) Correta. Usando mesma quantidade das substân- e) Incorreta. A densidade da água à temperatura am-
cias (água e álcool), a água entra em ebulição a 100 biente é de 1,00 g/cm3, sendo a densidade da naf-
°C, enquanto o álcool entra em ebulição a 78,4 °C, talina maior. Assim, a naftalina vai afundar na água.
ambas à pressão de 1 atm. Alternativa C
A densidade é uma propriedade fundamental para a química. Ela serve para indicar o
porquê de os objetos afundarem ou flutuarem quando estão sob a água ou qualquer outro
líquido. O que tem de se levar em conta quando se trata de densidade não é simplesmente
a massa de certo material, mas a sua distribuição de massa pela quantidade total de volu-
me. Isso leva a uma assimilação matemática em que certos tipos de material têm uma certa
quantidade de massa para certa quantidade de volume. Se os compostos forem imiscíveis,
é possível obter uma coluna de densidade muito bonita para analisar como as diferentes
substâncias têm diferentes densidades. Observe a imagem:
3. (Enem) O controle de qualidade é uma exigência da A respeito das amostras ou do densímetro, pode-se afirmar que:
sociedade moderna na qual os bens de consumo são a) a densidade da bola escura deve ser igual a
produzidos em escala industrial. Nesse controle de qua- 0,811 g/cm3.
lidade, são determinados parâmetros que permitem b) a amostra 1 possui densidade menor do que
checar a qualidade de cada produto. O álcool combustí- a permitida.
vel é um produto de amplo consumo muito adulterado, c) a bola clara tem densidade igual à densidade da
pois recebe adição de outros materiais para aumentar bola escura.
a margem de lucro de quem o comercializa. De acor- d) a amostra que está dentro do padrão estabelecido
do com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o álco- é a de número 2.
ol combustível deve ter densidade entre 0,805 g/cm3
e) o sistema poderia ser feito com uma única bola de
e 0,811 g/cm3. Em algumas bombas de combustível, a densidade entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3.
densidade do álcool pode ser verificada por meio de um
densímetro similar ao desenhado abaixo, que consiste Resolução:
em duas bolas com valores de densidade diferentes e
verifica quando o álcool está fora da faixa permitida. A densidade do álcool combustível deve ser entre 0,805 g/
Na imagem, são apresentadas situações distintas para cm3 e 0,811 g/cm3. Na imagem, as duas bolas no combus-
três amostras de álcool combustível. tível da amostra 1 estão flutuando, indicando que a densi-
dade do combustível é maior do que a densidade das duas
bolas. Assim, a densidade do combustível 1 está acima de
0,811 g/cm3, ou seja, está fora do permitido.
Na amostra 3, ocorre o oposto da amostra 1, pois as duas
bolas estão afundadas, indicando que a densidade das
duas bolas é maior do que a do combustível. Assim, a den-
sidade do combustível 3 está abaixo de 0,805 g/cm3, ou
seja, está fora do permitido.
Na amostra 2, ocorre a situação intermediária às amos-
tras 1 e 3, sendo que a bola escura flutua e a bola clara
Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 afunda. Isso indica que a densidade do álcool combustível
41
está entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3, estando dentro do posições nas três amostras (posição determinada de
permitido. Ao mesmo tempo, é possível concluir que a bola acordo com a densidade da amostra), e isso não ocorre.
preta tem densidade de 0,805 g/cm3 (menos densa), e a d) Correta. As bolinhas possuem densidades diferentes,
sendo assim elas devem ocupar posições distintas den-
bola clara tem densidade 0,811 g/cm3 (mais densa).
tro da amostra, o que pode se verificar na amostra 2.
A partir dessas conclusões, as alternativas estão: e) Incorreta. Como o combustível considerado per-
a) Incorreta. A densidade da bola escura não pode as- mitido está dentro de uma faixa de valores, há uma
sumir esse valor, senão a adulteração não seria notada. necessidade de usar, no mínimo, duas bolas de densi-
b) Incorreta. A amostra 1 possui densidade maior do dades diferentes para verificar se o combustível está
que a permitida, de acordo com as posições das bolas. ou não fora do permitido.
c) Incorreta. Se considerarmos que as bolinhas possuam Alternativa D
a mesma densidade, elas deveriam ocupar as mesmas
HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em
vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
Muitas vezes é necessário realizar a fiscalização de postos de gasolina para conferir se não há adulteração do
combustível. Essa adulteração é feita por meio da adição de muita água.
Para verificar se a adulteração procede, é realizado o teste de densidade, propriedade físico-química importan-
tíssima para análises laboratoriais.
MODELO 1
(Enem) Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro (moringas ou potes de cerâmica
não esmaltada) para conservar água a uma temperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque
a) O barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma temperatura menor que a dele, como se
fosse isopor.
b) O barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição química. Na reação, a água perde calor.
c) O barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora, tomando calor da
moringa e do restante da água, que são assim resfriadas.
d) O barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da moringa. A água de fora sempre
está a uma temperatura maior que a de dentro.
e) A moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias higroscópicas que diminuem natu-
ralmente a temperatura da água.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Na questão é necessário o domínio das mudanças de estado da matéria, relacionando-o com o cotidiano. Trata-se
de uma ferramenta muito utilizada pelo Enem nos últimos vestibulares.
O barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa água evapora (H20(ℓ) + calor o H20(v)),
absorvendo calor da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas.
RESPOSTA Alternativa C
42
DIAGRAMA DE IDEIAS
ENERGIA CINÉTICA
PROCESSO EXOTÉRMICO DAS MOLÉCULAS
TEMPERATURA
S U B L I MA ÇÃ O
FUSÃO EVAPORAÇÃO
SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO
SOLIDIFICAÇÃO CONDENSAÇÃO
S U B L I MA ÇÃ O
43
Observe que, durante o aquecimento, a água sofre fusão a
AULAS 3 e 4 0 ºC e entra em ebulição a 100 ºC.
Outra experiência que pode ser realizada em um labora-
tório equipado é acompanhar a temperatura e o tempo
transcorrido durante o resfriamento de uma amostra de
água, partindo do estado gasoso (a 120 °C) até o estado
DIAGRAMAS DE sólido (a –40 °C). O gráfico que representa a temperatura
dessa amostra em função do tempo no resfriamento é cha-
MUDANÇAS DE ESTADOS mado de curva de resfriamento da água:
COMPETÊNCIAS: 1, 4, 5 e 7
44
Para representar substâncias puras ou misturas, os dia-
gramas de mudança de estado apresentam configurações Lembre-se: somente substâncias puras apresentam PF
bastante características. e PE definidos (constantes).
VIVENCIANDO
É muito comum ver em praias e festas as pessoas colocando sal em seus coolers com bebidas. Mas você sabe por
que as pessoas fazem isso?
A água tem uma temperatura de fusão em aproximadamente 0 °C, e a temperatura da água só começa a baixar a
partir do momento em que toda água vira sólido, caso contrário ela ficará em 0 °C sempre. Porém, ao adicionarmos
sal na água, seu ponto de fusão e de ebulição mudam. A sua temperatura de fusão abaixa. Assim, se você colocar
suas bebidas num recipiente onde a temperatura está abaixo de zero, será muito mais eficiente.
A mistura água + sal permite que as bebidas sejam resfriadas mais rapidamente, pois seu diagrama de fase agora
não é uma temperatura constante nos pontos de ebulição e de fusão, mas pode variar conforme o tempo.
45
Lembre-se: misturas comuns não apresentam PF e nem
PE definidos, isto é, a temperatura varia durante a mu-
dança de estado.
Material PF PE
X Constante Constante
Y Varia Varia
PE = 78,1 Z Constante Varia
T Varia Constante
46
Resolução:
Conforme o quadro, é possível classificar o material em substância pura ou mistura:
X – Substância pura.
Y – Mistura homogênea.
Z – Mistura eutética.
T – Mistura azeotrópica.
Alternativa A
A fase na qual uma substância se apresenta depende das condições de pressão e temperatura. Assim, para cada
substância, afirma-se que existem pares de valores dessas duas variáveis que correspondem à fase sólida, pares que
correspondem à fase líquida e pares que correspondem à fase gasosa.
Algumas substâncias ditas anômalas fogem da regra de que, quanto maior for a pressão, maior será a temperatura
de mudança de fase. No caso dessas substâncias, quanto maior for a pressão sobre elas, mais baixa será a tempera-
tura de fusão. Dessa forma, o diagrama de fases da água é representado da seguinte maneira:
É possível observar no diagrama que, quando a pressão é 1 atmosfera, a fusão do gelo ocorre a uma temperatura
de 0 ºC. No entanto, quando a pressão exercida é de 8 atmosferas, o gelo se funde a uma temperatura mais baixa,
cerca de –0,06 ºC.
Se você observar o diagrama da água e compará-lo com o de outra substância, perceberá que a linha delimitadora
entre as fases sólida e líquida apresenta uma inclinação para a esquerda.
A inclinação quer dizer que é possível fundir a água por meio de um simples aumento de pressão.
De acordo com a Física, a pressão nada mais é do que a força aplicada dividida pela superfície da área de contato.
Um exemplo claro de como a Física e a Química trabalham juntas são os patinadores de gelo. Como os patins são
muito finos, sua superfície é muito pequena e o seu peso é grande, a pressão exercida pela lâmina quando os patins
deslizam na superfície faz o gelo derreter. Na realidade, os patins deslizam sobre uma fina película de água líquida,
e não sobre a água sólida.
47
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 7
Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo
ou em diferentes culturas.
MODELO 1
(Enem) Em nosso cotidiano, utilizamos as palavras “calor” e “temperatura” de forma diferente de como elas
são usadas no meio científico. Na linguagem corrente, calor é identificado como “algo quente” e temperatura
mede a “quantidade de calor de um corpo”. Esses significados, no entanto, não conseguem explicar diversas
situações que podem ser verificadas na prática.
Do ponto de vista científico, que situação prática mostra a limitação dos conceitos corriqueiros de calor e temperatura?
a) A temperatura da água pode ficar constante durante o tempo em que estiver fervendo.
b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira do bebê para verificar a temperatura da água.
c) A chama de um fogão pode ser usada para aumentar a temperatura da água em uma panela.
d) A água quente que está em uma caneca é passada para outra caneca a fim de diminuir sua temperatura.
e) Um forno pode fornecer calor para uma vasilha de água que está em seu interior com menor temperatura
do que a dele.
ANÁLISE EXPOSITIVA
As referencias teóricas das mudanças de fase das substâncias são fundamentais para a resolução da questão. É de
extrema importância a padronização de experimentos e resultados para que se tenha uma noção do que acontece
com as substâncias durante as mudanças de fases.
Quando se aquece uma substância pura que estava inicialmente no estado sólido, a temperatura aumenta até atin-
gir o ponto de fusão (PF), em que começa a “derreter”; nesse ponto, a temperatura é constante.
Quando é alcançada a temperatura de ebulição, ou ponto de ebulição (PE), ocorre o mesmo: a temperatura perma-
nece constante. Isso acontece com qualquer substância pura. Veja a figura a seguir:
RESPOSTA Alternativa A
48
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIAS
MISTURAS
PURAS
PE E PF
EUTÉTICA AZEOTRÓPICA
CONSTANTES
PF CONSTANTE PE CONSTANTE
MISTURA “COMUM”
PF E PE
VARIÁVEIS
49
A formação dos materiais ocorre por meio de diferen-
AULAS 5 e 6 tes associações entre átomos iguais ou diferentes.
Essas associações formam os “átomos compostos”,
que hoje equivalem ao conceito de moléculas.
A hipótese de Dalton e o reconhecimento de que existem
diversos elementos químicos (átomos) diferentes na na-
tureza levam a uma pergunta muito importante: por que
SISTEMAS existe uma variedade tão grande de materiais na natureza?
Com efeito, os átomos, além de permanecerem isolados,
podem combinar-se de formas distintas, formando uma in-
finidade de agrupamentos diferentes que podem constituir
moléculas (“átomos compostos”) ou aglomerado de íons
(conceito que será explicado mais adiante).
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 5, 7 e 8
50
2.2. Molécula Exemplos: substância pura água (H2O); substância pura
gás oxigênio (O2).
Um agrupamento de átomos de um mesmo elemento ou
de elementos diferentes é denominado molécula (“áto-
mo composto” de Dalton), caracterizando, dessa forma,
uma substância. A substância pode ser representada
graficamente por uma fórmula molecular, que indica o Oxigênio
Água
número de átomos de cada elemento existente na molécu-
la da substância.
Por meio do modelo de Dalton, é possível compreender
Substância Fórmula
por que uma substância pura pode ser classificada como
água H2O simples ou composta.
álcool C2H6O 1. Substância (pura) simples – constituída por um úni-
açúcar (sacarose) C12H22O11 co elemento químico, isto é, um único tipo de átomo, inde-
pendentemente da sua quantidade.
ozônio O3
Exemplos: H2 (hidrogênio); O2 (oxigênio); Fe (ferro); S8
O número de átomos de cada elemento na molécula (enxofre), etc.
é indicado pelo índice (ou atomicidade). Os ín-
2. Substância (pura) composta ou composto – cons-
dices do hidrogênio e do oxigênio na molécula de
tituída por mais de um elemento químico, isto é, mais de
água são, respectivamente, 2 e 1 (o índice 1 sempre
um tipo de átomo.
é omitido). Isso demonstra que a molécula de água
é formada por 2 átomos de hidrogênio combinados Exemplos: H2O (água); CO2 (gás carbônico); C6H12O6 (gli-
com 1 átomo de oxigênio. cose), HCℓ (ácido clorídrico), etc.
3. Sistemas materiais
Uma porção de matéria é denominada sistema. Geralmente,
essa porção de matéria é isolada para análise ou estudo. Os
sistemas podem ser classificados de duas maneiras:
1. Quanto à constituição (composição) – substância
pura (ou simplesmente substância) ou mistura. multimídia: vídeo
2. Quanto ao aspecto visual (nem sempre confiável, caso FONTE: YOUTUBE
seja aplicada apenas a visão humana para análise) – ho- Concurso! - Torre de Líquidos
mogêneo ou heterogêneo.
É importante ressaltar que esses dois critérios não são mu-
tuamente excludentes; assim, é possível encontrar:
3.2. Mistura
substância pura com aspecto homogêneo (como água Mistura é a espécie de matéria constituída, literalmente,
pura líquida); pela mistura de duas ou mais substâncias puras.
substância pura com aspecto heterogêneo (como água As misturas têm composição química variável, ou seja, a
e gelo); proporção de cada uma das espécies que as compõem
é variável.
mistura homogênea (como água e sal de cozinha);
Algumas misturas são tão importantes que possuem
Mistura heterogênea (como água e óleo). nome próprio.
51
Álcool hidratado – mistura de 96% de álcool etílico Sistemas monofásicos: possuem uma única fase.
e 4% de água. Portanto, são homogêneos.
Matéria
https://www.soq.com.br/conteudos/ef/substancias/
Simples Composta Homogênea Heterogênea p3.php
52
O ozônio é uma forma alotrópica do elemento oxigênio Em 1985, foi divulgada em uma publicação cientí-
e possui propriedades muito diferentes das do oxigênio. fica a descoberta de uma molécula tridimensional
Enquanto que o gás oxigênio é inodoro e incolor, o gás de carbono, na qual 60 átomos formam uma esfera
ozônio tem coloração azul e odor característico. com 12 pentágonos e 20 hexágonos, como uma bola
de futebol. Em homenagem ao arquiteto e pensador
Nome da
Elemento
químico
substância Fórmula Atomicidade
Figura no
espaço
norte-americano Buckminster Fuller, a molécula foi
simples
chamada de buckminsterfulereno ou simplesmente
Fósforo “bucky-ball” ou fulereno.
P4 tetratômico
branco
Fósforo Além do C60, outras formas de fulereno também são en-
Fósforo
Pn ou P macromolécula contradas, como C70, C76, C84, C92 e C540.
vermelho
grafite Cn ou C macromolécula
Misturas são sistemas formados por duas ou mais substâncias puras e podem se classificar em homogêneas ou heterogêneas.
Mistura homogênea possui as mesmas propriedades ao longo de toda a sua extensão, independente da resolução
óptica usada para examiná-la. Já nas misturas heterogêneas, as propriedades de uma região ou amostra são diferen-
tes daquelas para outra região ou amostra.
A distinção entre os componentes das misturas heterogêneas pode ser vista a olho nu, mas em alguns casos são
necessários aparelhos microscópios, como é o caso do sangue. As diferentes porções constituintes do sangue podem
ser observadas ao microscópio.
O sangue é composto por glóbulos vermelhos (hemácias), que contêm hemoglobina, cuja função primária é o arma-
zenamento e transporte do oxigênio para os tecidos; glóbulos brancos, cujo principal papel é identificar, destruir e
remover qualquer produto estranho que tenha penetrado no organismo; e plaquetas, que atuam principalmente no
mecanismo de coagulação sanguínea.
53
Resolução:
6. Fenômenos
a) Correto. Tanto o óleo quanto o tetracloreto de car-
A ciência compreende qualquer acontecimento, fato ou bono são apolares e se misturam entre si.
ocorrência da natureza como um fenômeno. Quando ocor- b) Incorreto. Água e óleo não se misturam por serem
re um fenômeno, há uma alteração no sistema que está polar e apolar, respectivamente.
sendo estudado, ou seja, os estados inicial e final são di- c) Correto. A mistura terá parte polar (água + sacaro-
ferentes. se) e apolar (óleo + tetracloreto de carbono).
Os fenômenos geralmente são classificados de duas maneiras: d) Correto. A sacarose se dissolve em água, sendo um
composto polar.
1. Físico: quaisquer alterações sofridas por um material e) Correto. No sistema I, o óleo fica acima da água;
sem que haja alteração na sua composição. portanto, o óleo é menos denso que água.
Exemplo: suponha que você possua uma tábua (madeira)
Alternativa B
e a corte em partes para fazer uma estante. Essa fragmen-
tação da tábua é um fenômeno físico, uma vez que com- 2. Assinale a alternativa ERRADA.
posição química da tábua inicial e das partes obtidas não a) Tanto oxigênio gasoso como ozônio gasoso são
se altera. exemplos de substâncias simples.
Outros exemplos: a laminação de metais, o amassar do b) Um sistema monofásico tanto pode ser substância
pura quanto uma solução.
papel, a queda de uma pedra, etc..
c) Existem soluções gasosas, líquidas e sólidas.
d) Substância pura é aquela que não pode ser decom-
2. Químico: quaisquer alterações sofridas por um mate-
posta em outras mais simples.
rial de modo que ocorra mudança na sua composição.
e) No ar atmosférico, encontramos substâncias sim-
Exemplo: se um fósforo aceso for aproximado de um pi- ples e substâncias compostas.
res com álcool, o álcool começará a queimar. Essa combus-
tão é um fenômeno químico, uma vez que ocorre alteração Resolução:
da composição química do álcool, que, ao interagir com o a) Correto. Oxigênio (O2) e ozônio (O3) são substân-
oxigênio do ar, converte-se em gás carbônico e água, além cias simples.
de liberar energia. b) Correto. Um sistema monofásico pode ser tanto
C2H5 OH(") + 3O2 (g) o 2CO2(g) + 3H2O(") + calor uma substância pura (ex.: água pura) quanto uma
solução (ex.: água com açúcar).
Outros exemplos: a formação de ferrugem, a transfor- c) Correto. Solução é uma mistura de duas ou mais
mação do vinho em vinagre, a fabricação do pão, o apodre- substâncias, formando um aspecto homogêneo.
cimento de uma fruta, a decomposição de matéria orgâni- Existem soluções gasosas (ex.: ar, que é uma mistu-
ca, a fotossíntese, a respiração celular, etc. ra dos gases N2, O2, CO2, Ar etc.), soluções líquidas
(ex.: álcool + água) e soluções sólidas (ex.: bronze,
uma mistura de Cu e Sn).
Aplicação do conteúdo d) Incorreto. A substância pura é a espécie de ma-
1. Observando-se o comportamento das substâncias téria constituída por moléculas quimicamente iguais,
nos sistemas a seguir, é INCORRETO afirmar que: podendo ou não ser decomposta em outras mais sim-
ples. Por exemplo, o gás hélio (He) é monoatômico
e não pode ser decomposto em algo mais simples,
enquanto a molécula de água (H2O) pode ser decom-
posta em algo mais simples, como H2 e O2.
e) Correto. No ar encontramos tanto substância sim-
Óleo Água Água
+ + + ples (ex.: Ar, N2, O2) quanto substância composta (ex.:
Tetracloreto
Água Sacarose de carbono CO2, H2O(v)).
I II III Alternativa D
a) o óleo deve ser solúvel em tetracloreto de carbono;
3. (Mackenzie) Dadas as afirmações, à vista desarmada:
b) a água e o óleo não são miscíveis, por serem am-
bos apolares; I. Toda mistura heterogênea é um sistema polifásico.
c) juntando-se os conteúdos dos sistemas I, II e III, II. Todo sistema polifásico é uma mistura heterogênea.
obtém-se uma mistura heterogênea;
d) a sacarose é um composto polar; III. Todo sistema monofásico é uma mistura homogênea.
e) o óleo é menos denso que a água. IV. Toda mistura homogênea é um sistema monofásico.
54
São verdadeiras as afirmações: 4. (UFPA) O SISTEMA CONSTITUÍDO POR ÁGUA LÍQUIDA, FERRO SÓLIDO,
a) I e II. GELO E VAPOR D’ÁGUA APRESENTA:
sistema polifásico.
II. Falso. A maioria dos sistemas polifásicos é uma Gelo
mistura heterogênea. No entanto, um sistema que
contém água com gelo é polifásico, mas não se trata
Água líquida
de uma mistura heterogênea.
III. Falso. Sangue é um exemplo de um sistema mo- Ferro sólido
DIAGRAMA DE IDEIAS
AMOSTRA DE
MATÉRIA
SUBSTÂNCIA
MISTURA
PURA
COMPOSTA
SIMPLES HOMOGÊNEA HETEROGÊNEA
(2 OU +
(1 ELEMENTO) (1 FASE) (2 OU + FASES)
ELEMENTOS)
55
Alguns métodos de separação são tão comuns que não
AULAS 7 e 8 são percebidos como tais. A“escolha” dos grãos de feijão
(catação) e a separação de amendoim torrado das suas
cascas (ventilação) são alguns exemplos de separações
utilizadas no dia a dia.
A seguir, serão abordados os principais processos de separação.
ANÁLISE IMEDIATA
2. Misturas heterogêneas
1. Separação de misturas Como foi visto anteriormente, misturas heterogêneas são
Substâncias puras são raramente encontradas na natureza. sistemas formados por pelo menos dois componentes,
compondo ao menos duas fases distintas.
56
induzida por mudanças na concentração, na tempera- A separação das duas fases pode ser realizada de
tura, etc. duas maneiras:
Exemplo: obtenção de sais a partir da água do a mistura é vertida lentamente em um outro frasco;
mar, nas salinas. A evaporação da água possibilita a
cristalização de diferentes sais, sendo que o último a a fase líquida é transferida para um outro frasco com o
ser obtido é o cloreto de sódio (NaCℓ), conhecido como auxílio de um sifão (sifonação).
sal de cozinha.
Filtração simples: a fase sólida é separada com o au-
Dissolução fracionada: um dos componentes sóli- xílio de papéis de filtro. A preparação do café e o filtro
dos da mistura é dissolvido em um líquido. de água são exemplos do uso da filtração no cotidiano.
Exemplo: colocando-se uma mistura de sal e areia em
um recipiente com água, o sal vai se dissolver e a areia
vai se depositar no fundo do recipiente. Em seguida, uma Bastão
de vidro
filtração separa a areia (fase sólida) da água salgada Mistura
(fase líquida); evaporando-se a água, obtém-se o sal. (sólido + líquido)
Funil com
papel de filtro
DIVULGAÇÃO Sólido separado
Funil com
papel de filtro
Béquer
Líquido separado
INAUGURADA NO DIA 29 DE OUTUBRO DE 2011, A SALINA PEIXE-BOI ESTÁ
LOCALIZADA NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE PORTO DO MANGUE-RN,
A 90 KM DA CIDADE DE MOSSORÓ-RN. CONTA COM UMA ÁREA SALGADA
UTILIZADA DE 2.500 HECTARES. EM SUA PRIMEIRA COLHEITA, FORAM PRODUZIDAS Filtração a vácuo: o processo de filtração pode ser
CERCA DE 240 MIL TONELADAS DE SAL, O EQUIVALENTE A 35% DE SUA
CAPACIDADE. ATUALMENTE A SALINA OFERTA CERCA DE 90 EMPREGOS DIRETOS.
acelerado pela utilização de uma trompa de vácuo
que “suga” o ar existente na parte interior do kitas-
Peneiração ou tamisação: utilizada para separar só- sato, o que possibilita um escoamento mais rápido
lidos formados por partículas de dimensões diferentes. do líquido.
Exemplo: separação de areia e cascalho (pedras) nas sólido de
obras de construção civil. formato irregular
57
Líquido Filtração: a mistura passa através de um filtro, onde o
Sólido sólido fica retido.
Exemplos: esse processo é muito empregado nas
indústrias, principalmente para evitar o lançamento
de partículas sólidas na atmosfera. A filtração também
é utilizada nos aspiradores de pó, onde o sólido é retido
(poeira) à medida que o ar é aspirado.
Centrífuga
3. Misturas homogêneas
2.3. Misturas heterogêneas 3.1. Misturas homogêneas
[líquido-líquido] [sólido-líquido]
Nas misturas homogêneas sólido-líquido (soluções), o com-
Decantação: são separados líquidos imiscíveis com ponente sólido encontra-se totalmente dissolvido no líquido,
densidades diferentes; o líquido mais denso acumula-se fator que impede a sua separação por filtração.
na parte inferior do sistema. Em laboratório, é utilizado
Os métodos mais utilizados de separação dos componen-
o funil de decantação (funil de separação ou funil
tes desse tipo de mistura são baseados nas diferenças das
de bromo).
suas temperaturas de ebulição (pontos de ebulição):
Exemplo: no sistema composto por água e óleo, a água,
mais densa, desloca-se para a parte inferior do funil e é
escoada abrindo-se a torneira de modo controlado. A de- Termômetro
Condensador
Torneira
Balão de
destilação
Erlenmeyer
58
VIVENCIANDO
Quando o petróleo é extraído, ele vem cheio de impurezas que são separadas por meio de processos físicos. Por
exemplo, a decantação é utilizada para separar o petróleo da água salgada. Dado que a água é mais densa do que
o petróleo, ela fica na parte de baixo, e o petróleo fica na parte de cima, o que possibilita a separação. Também é
utilizada a filtração para remover impurezas maiores, como areia, argila e pedaços de rochas.
O petróleo é composto por uma mistura complexa de hidrocarbonetos; devido a isso, ele é enviado para as refina-
rias a fim de que seus componentes sejam separados e tenham um melhor aproveitamento. Entretanto, não é conhecido
até o momento nenhum método que consiga separar cada um desses hidrocarbonetos. Por isso, essa separação ocorre
em frações de substâncias, ou seja, separa-se a mistura complexa do petróleo em misturas bem mais simples.
A destilação fracionada é o primeiro método utilizado para esse fim e se baseia na diferença das faixas das tempe-
raturas de ebulição das frações do petróleo.
Para isso, é utilizada uma torre de destilação com uma fornalha na parte inferior, onde o combustível é aquecido. A
torre possui até 50 pratos ou bandejas, sendo que cada um apresenta uma temperatura diferente que vai diminuindo
à medida que a altura aumenta.
Quando o petróleo é aquecido na fornalha, seus componentes vão passando para o estado gasoso. Os componentes
mais pesados (de maior massa molar) não sobem, permanecem líquidos na parte inferior e são separados. As demais
frações no estado gasoso sobem pela torre, e, quando uma dessas frações atinge uma bandeja com uma temperatu-
ra menor que seu ponto de ebulição, ela se liquefaz e é coletada nessa altura da torre. As demais frações, que ainda
permanecem no estado gasoso, passam para a próxima bandeja, e esse processo vai se repetindo. Assim, cada uma
das frações se liquefaz em um dos pratos ou em uma das bandejas e é coletada separadamente.
Termômetro
Condensador
Coluna
de fracionamento
Balão
Saída de água
Entrada de água
Bico Bunsen
Exemplos: separação de misturas de água e álcool. A destilação é muito empregada em indústrias petroquímicas na sepa-
ração dos diferentes derivados do petróleo. Nesse caso, as colunas de fracionamento são divididas em bandejas ou pratos.
Esse processo também é muito usado na produção de bebidas alcoólicas (alambique).
59
3.3. Misturas [gás-gás]
Considerando que as misturas de gases sempre são homo-
Tacho de
aquecimento gêneas (soluções gasosas), tem-se:
Garapa fermentada Liquefação fracionada: a mistura de gases passa
em destilação
por um processo de liquefação e, em seguida, pela des-
Saída de água
Entrada de água
de resfriamento
Serpentina
tilação fracionada.
de resfriamento de resfriamento
Fogo Aguardente
Querosene
300ºC
Adsorção: consiste na retenção superficial de gases. Al-
Óleo diesel
370ºC gumas substâncias, como o carvão ativado, possuem
Petróleo
bruto Óleo a característica de reter, em sua superfície, substâncias no
lubrificante
estado gasoso. Uma das principais aplicações da adsor-
Fornalha
ção são as máscaras contra gases venenosos.
400ºC
60
2. Um copo contém uma mistura de água, acetona, 3. Na preparação do café, a água quente entra em con-
cloreto de sódio e cloreto de prata. A água, a acetona tato com o pó e é separada no coador. As operações
e o cloreto de sódio estão numa mesma fase líquida, envolvidas nessa separação são, respectivamente:
enquanto que o cloreto de prata se encontra numa
a) destilação e decantação;
fase sólida. Descreva como é possível realizar, em um
laboratório de química, a separação dos componentes b) filtração e destilação;
dessa mistura. c) destilação e coação;
d) extração e filtração;
Resolução: e) extração e decantação.
Primeira etapa: Filtração para separar o cloreto de Resolução:
prata (fase sólida) dos outros componentes.
Segunda etapa: Destilação fracionada para a ob- Quando a água quente entra em contato com o pó do café,
tenção da acetona a partir da coluna de fracionamen- ocorre uma extração, porque são dissolvidos somente os
to e do condensador. compostos solúveis em água, deixando o pó, que é insolú-
Terceira etapa: Destilação simples para separar a água vel, no filtro. Em seguida, ocorre uma filtração.
do cloreto de sódio que restará no balão de destilação.
Alternativa D
Como visto anteriormente, o sangue pode ser classificado como uma mistura homogênea a olho nu. No entanto, com
o auxílio de um microscópio, é possível observar uma mistura heterogênea, pois o sangue é constituído por outros
compostos. Além de tudo, há maneiras diferentes de separar os conteúdos do sangue.
“O sangue pode ser separado em diversos componentes sanguíneos para várias indicações clínicas. No entanto, muitos
países não possuem instalações para a separação de componentes, e o sangue total continua sendo o produto mais uti-
lizado na maioria dos países subdesenvolvidos. O uso de sangue total pode ser a mais segura e sustentável maneira de
cobrir as necessidades transfusionais mais urgentes. No entanto, quando há recursos disponíveis, o uso de componentes
sanguíneos oferece certas vantagens”, segundo a Organização Mundial de Saúde.
A centrifugação é uma das maneiras mais utilizadas na separação do sangue.
Para isso, coloca-se a mistura num aparelho chamado centrífuga, que gira em alta velocidade, depositando no fundo
as partículas sólidas, que são mais densas.
61
A centrífuga é utilizada em laboratórios de análises clínicas para separar os componentes do sangue, e, com ela, é
possível realizar a sedimentação dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas do sangue. A parte sólida do sangue
(glóbulos, plaquetas) é separada da parte líquida, que é o plasma.
Depois de ser centrifugado, o sangue apresenta três fases bem distintas: o plasma sanguíneo, os glóbulos brancos e
as plaquetas e os glóbulos vermelhos.
PLASMA (55%)
GLÓBULOS BRANCOS
E PLAQUETAS (1%)
GLÓBULOS VERMELHOS
(44%)
62
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Atualmente há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são,
de forma geral, tão eficientes quantos os recursos que estão, aos poucos, sendo exauridos.
Por causa disso, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas
diferenciadas e baratas, a fim de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
Meios de extração para purificação da água, dessalinização da água, formas de purificação de uma região
poluída por solventes orgânicos residuais de indústrias e meios de separação de substâncias imiscíveis em um
âmbito ambiental são algumas das principais questões desenvolvidas nesse tipo de habilidade.
MODELO 1
(Enem) Entre as substâncias usadas para o tratamento de água está o sulfato de alumínio que, em meio alcali-
no, forma partículas em suspensão na água, às quais as impurezas presentes no meio aderem.
O método de separação comumente usado para retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a
a) flotação;
b) levigação;
c) ventilação;
d) peneiração;
e) centrifugação.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Essa questão mostra a dinâmica do Enem em que sempre há uma abordagem relacionada ao cotidiano e
muitas vezes relacionada com problemas ambientais.
Nas estações de tratamento, a água que será consumida pela população precisa passar por uma série de
etapas que possibilite eliminar todos os seus poluentes.
Uma dessas etapas é a coagulação ou floculação, com o uso de hidróxido de cálcio, conforme a reação:
3Ca(OH)2 + Aℓ2(SO4)3 G 2Aℓ(OH) + 3CaSO
3 4
O hidróxido de alumínio (Aℓ(OH)3) obtido, que é uma substância insolúvel em água, permite reter em sua super-
fície muitas das impurezas presentes na água (floculação). O método de separação comumente usado para
retirar o sulfato de alumínio com as impurezas aderidas é a flotação (faz-se uma agitação no sistema e as
impurezas retidas sobem à superfície da mistura heterogênea).
RESPOSTA Alternativa A
63
DIAGRAMA DE IDEIAS
• VENTILAÇÃO
• CATAÇÃO
• LEVIGAÇÃO
• PENEIRAÇÃO
• DECANTAÇÃO (SIFONAÇÃO)
• FILTRAÇÃO
MISTURAS • CENTRIFUGAÇÃO
HETEROGÊNEAS
• DECANTAÇÃO (FUNIL)
SÓLIDO
• DECANTAÇÃO (CÂMARA DE POEIRA)
GASOSO
LÍQUIDO
• DESTILAÇÃO SIMPLES
MISTURAS
• DESTILAÇÃO FRACIONADA
HOMOGÊNEAS
• LIQUEFAÇÃO FRACIONADA
64
CÁLCULOS QUÍMICOS
65
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Cálculo estequiométrico sempre é cobrado, de Cálculo estequiométrico e o raciocínio para Ocorre grande incidência em cálculo estequio-
tal maneira que o raciocínio para a resolução a resolução das questões são cobrados na métrico e o raciocínio utilizado por trás das
é importante. maior parte da prova. resoluções é considerado.
O cálculo estequiométrico, assim como o O tema cálculo estequiométrico é cobrado de O tema cálculo estequiométrico e o bom O tema cálculo estequiométrico e o bom
raciocínio e a interpretação das informações, maneira bem direta, sendo necessários boa entendimento de como se relaciona com as entendimento de como se relaciona com as
são sempre cobradas em questões. interpretação e conhecimentos sobre as pro- informações são sempre necessários para a informações são sempre necessários para a
priedades físicas e químicas das substâncias. resolução das questões. resolução das questões.
UFMG
É necessário boa interpretação e conhe- Boa interpretação e conhecimentos sobre As questões abordam cálculos estequiométri-
cimentos sobre as propriedades físicas e as propriedades físicas e químicas das subs- cos, e todo o raciocínio envolvido na resolução
químicas das substâncias, já que o tema tâncias são necessário para a resolução das da questão é cobrado.
de cálculo estequiométrico é cobrado de questões de cálculo estequiométrico, que são
maneira bem direta. as mais recorrentes.
O tema cálculo estequiométrico é abordado O tema cálculo estequiométrico é abordado de Por ser abordado de maneira bem direta o
junto com as outras frentes, sendo necessários maneira que o aluno precise interpretar bem tema cálculo estequiométrico, o candidato
bom conhecimento em propriedades e os dados e relacioná-los corretamente. precisa interpretar bem os dados e relacio-
características das substâncias. ná-los da maneira correta.
66
AULAS 1 e 2 2. Massa atômica (MA)
2.1. Unidade de massa atômica (u)
Os átomos individuais são muito pequenos para serem vis-
tos e pesados. Contudo, pode-se determinar as massas re-
lativas de átomos diferentes, ou seja, é possível determinar
GRANDEZAS QUÍMICAS a massa de um átomo comparando-a com a massa de um
átomo de outro elemento escolhido como padrão.
Na Conferência da União Internacional de Química Pura
e Aplicada (IUPAC), em 1961, foi adotado como padrão
de massas atômicas o isótopo 12 do elemento carbono
(12C), ao qual se convencionou atribuir o valor exato de 12
COMPETÊNCIAS: 1e2 unidades de massa atômica.
HABILIDADES: 4e7
1. Introdução 1 da
Uma unidade de massa atômica (1u) corresponde a ___
Para se obter uma quantidade desejada de produtos, é preci- 12
massa de um átomo do isótopo 12 do elemento carbono.
so, tanto nas atividades laboratoriais quanto nas industriais,
conhecer a quantidade de reagentes que se deve usar. O valor de 1u é 1,66 ∙ 10–24 g, que equivale aproximada-
mente à massa de um próton ou de um nêutron.
É a partir do cálculo das massas e dos volumes das substâncias
envolvidas nas reações químicas que isso será possível. Muitas
vezes, é necessário determinar também o número de átomos
ou de moléculas das substâncias que reagem ou são produzi-
das. Para isso, é necessário conhecer a massa dos átomos.
A medida de uma grandeza é feita por comparação com
uma grandeza padrão convenientemente escolhida. Dessa
maneira, a medida da massa de um corpo é feita comparan-
do-a com a massa de um padrão adequadamente escolhido. multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Quando se afirma que uma pessoa possui uma massa de
65 kg, é possível interpretar esse resultado da seguinte ma- HAVE YOU EVER SEEN AN ATOM?
neira: a pessoa possui uma massa 65 vezes maior que o
padrão utilizado para medir a sua massa, isto é, 1 kg.
E qual será a grandeza utilizada para medir a massa de um 2.2. Massa atômica (MA)
átomo ou de uma molécula?
Massa atômica é o número que indica quantas vezes
a massa de um átomo de um determinado elemento é
1 da massa do átomo de 12C.
maior que 1u, ou seja, ___
12
67
a massa atômica de um átomo de 32S é igual a 32 u; A massa atômica será calculada pela expressão:
68
Exemplo 6,02 · 1023 átomos de Aℓ em 27 g de Aℓ (MA(Aℓ) = 27 u);
C6H12O6 (C = 12 u, H = 1 u, O = 16 u) 6,02 · 1023 átomos de Ca em 40 g de Ca (MA(Ca) = 40 u).
Massa molecular do C6H12O6: MM = (12 · 6) + (1 · 12) + É possível verificar que a massa de 6,02 · 1023 áto-
(16 · 6) = 180 u mos de qualquer elemento é numericamente igual a sua
Significado: cada molécula de C6H12O6 possui massa massa atômica.
1 do
igual a 180 u, ou seja, 180 vezes maior que ___
12
carbono-12. 4.1. Como foi determinado o
Assim: número de Avogadro?
Ernest Rutherford (1831-1937) determinou o número de
Massa molecular é a soma das massas atômicas dos Avogadro contando as partículas a (alfa) emitidas pelo ele-
átomos que compõem a molécula. Ou ainda, massa mento rádio. Cada partícula a se transforma em um átomo
molecular é o número que indica quantas vezes a de hélio. Essas partículas são emitidas com tanta energia,
massa de uma molécula é mais pesada que 1 u, isto que cada uma produz um sinal visível numa placa de sulfeto
1 da massa do átomo de carbono-12.
é, ___ de zinco (ZnS). Esse fator permite contá-las para se descobrir
12
quantos átomos de hélio a amostra de rádio produz em um
determinado intervalo de tempo.
Observe outro exemplo:
Rutherford verificou que 1 g de rádio produz, em um ano,
Quando se diz que a massa molecular da água H2O é 18 u, cerca de 7,7 · 10–6 g de hélio. Além disso, ele calculou
conclui-se que: que, nesse tempo, 1 g de rádio emitiria 11,6 · 1017 partí-
a massa de uma molécula H2O é igual a 18 u; culas a e, portanto, 11,6 · 1017 átomos de hélio.
1 Assim, temos:
a massa de uma molécula H2O é 18 vezes maior que ___
da massa do átomo de carbono-12;
12 7,7 · 10-6 g de He ———— 11,6 · 1017 átomos de He
4 g de He ———— NA
uma molécula de água é 1,5 vezes mais pesada que
um átomo de carbono-12. NA = 6,02 · 1023 átomos
Nota: A massa dos compostos iônicos é chamada de
massa-fórmula (MF).
Por exemplo: NaCℓ MF = 58,5 u
5. Conceito de mol
Para facilitar, é utilizada a expressão massa molecular tanto
para os compostos moleculares quanto para os iônicos. Segundo a União Internacional da Química Pura e Aplicada
(IUPAC), mol é a quantidade de matéria que contém tantas
entidades elementares (átomos, moléculas, elétrons, partí-
4. Constante ou número culas, etc.) quantos são os átomos de carbono-12 contidos
em 0,012 kg do carbono-12.
de Avogadro (Na)
Considere as seguintes amostras: 12 g de carbono, 27 g de Constante de Avogadro é o número de átomos de 12C con-
alumínio e 40 g de cálcio. tidos em 0,012 kg de 12C, e seu valor é 6,02 · 1023 mol–1.
Verifica-se experimentalmente que o número de átomos n
existentes em cada uma das amostras é o mesmo, embo- Assim:
ra elas possuam massas diferentes. No entanto, quantos Mol é uma quantidade de 6,02 · 1023 partículas quaisquer.
átomos existem em cada uma dessas amostras? Várias ex-
periências foram realizadas para determinar esse número,
conhecido como número de Avogadro (NA), e o valor en-
Exemplo
contrado foi 6,02 · 1023. 1 mol de átomos contém 6,02 · 1023 átomos.
Dessa forma, o número de Avogadro é o número de áto-
1 mol de moléculas contém 6,02 · 1023 moléculas.
mos em x gramas de qualquer elemento, sendo x a massa
atômica do elemento. Assim, existem: 1 mol de íons contém 6,02 · 1023 íons.
6,02 · 1023 átomos de C em 12 g de C (MA(C) = 12 u); 1 mol de elétrons contém 6,02 · 1023 elétrons, etc.
69
6. Massa molar (M) Exemplo: Aℓ = 27 u
27 g de Aℓ
É a massa que contém 6,02 · 1023 unidades. Sua unidade
contêm
é g/mol (grama/mol) ou g·mol–1.
VIVENCIANDO
Em uma indústria química, é indispensável saber o que significa um mol. Os químicos trabalham com soluções muitas
vezes perigosas e/ou corrosivas. Contudo, é possível analisar facilmente se um ácido vai trazer prejuízos a quem o estiver
manipulando. Uma solução de ácido sulfúrico muito diluída, com concentração de, por exemplo, 5 mmol/L, não causará
danos se entrar em contato com a pele. É claro que muito tempo de exposição pode causar prejuízos. Nesse sentido, por
precaução, mantenha-se longe de soluções perigosas e esteja sempre acompanhado de um responsável.
A quantidade de mol por litro de solução também influencia em processos industriais. Em condições nas quais há um
aumento na concentração de reagentes, a velocidade da reação pode ser acelerada. Essa técnica é muito usada em
indústrias, onde o aumento da concentração da solução evita desperdício e garante um maior rendimento.
Exemplos
CO2 (C = 12 u , O = 16 u)
MCO = (12 · 1) + (16 · 2) = 44 u
2
Assim, tem-se:
contêm
∙
∙
70
Assim, tem-se:
58,5 g de NaCℓ Aplicação do conteúdo
1. O elemento químico neônio apresenta-se na natureza
contêm
com a seguinte composição isotópica:
90% de 20Ne
6,02 · 1023 fórmulas de NaCℓ 1 mol de fórmulas de NaCℓ
Massa molar do NaCℓ = 58,5 g · mol-1 0,27% de 21Ne
9,73% de 22Ne
6.3. Massa molar de um íon (M)
Considerando as massas atômicas dos isótopos praticamen-
te iguais aos seus números de massa, pede-se para calcular
A massa molar de um íon é a massa em gramas de 1 a massa atômica do elemento neônio.
mol de íons e é numericamente igual à massa do íon
expressa em u. Resolução:
Exemplo
CO-23 (C = 12 u, O = 16 u)
MCO 2- = (12 · 1) + (16 · 3) = 60 u 2. Existem dois isótopos do rubídio que ocorrem na na-
3
tureza: 85Rb, que tem massa igual a 84,91 g/mol, e 87Rb,
Assim, tem-se: cuja massa é 86,92 g/mol. A massa atômica do rubídio é
85,47 g/mol. Qual é a porcentagem do 87Rb?
a) 72,1%.
b) 20,1%.
c) 56,0%.
d) 27,9%.
e) 86,9%.
71
88 · 6,02 · 1023
4. Determine o número de átomos de hidrogênio conti- x = _____________ moléculas
dos em 100,0 g de álcool etílico (C2H6O). 44
x # 1,2 · 1024 moléculas de CO2
(C = 12 u, O = 16 u, H = 1 u)
6. A massa de uma única molécula de ácido acético
Resolução: (C2H4O2) é:
6 · 1,3 · 1024 átomos de hidrogênio, ou seja: 7,8 · 1024 1 mol de moléculas C2H4O2 ––– 60 g — 6,02·1023 moléculas
átomos de hidrogênio.
x —— 1 molécula de CO2
5. Quantas moléculas existem em 88 g de dióxido de
carbono (CO2)? 60
x = _________ g x # 1 · 10–22 g
6,02 · 1023
(C = 12 u, O = 16 u) Alternativa B
Resolução:
Em 1811, quando Avogadro elaborou a tese de que, dadas as mesmas condições de temperatura e pressão, dois gases
diferentes ocuparão o mesmo volume e conterão o mesmo número de moléculas, o mundo da ciência foi revolucionado.
Entretanto, somente anos mais tarde que ele ganhou o reconhecimento (póstumo) que merecia por causa de sua tese.
Tal tese foi de extrema importância e vital no desenvolvimento de indústrias automotivas, farmacêuticas, químicas, etc.
Seu número, mais conhecido como 6,02 ∙ 1023, é responsável pela precisa relação matemática entre moléculas e átomos.
Pode-se dizer, por exemplo, que a cada 1 mol de água tem-se 6,02 ∙ 1023 moléculas, o que corresponde a 18 g.
Esse meio de medida é muito importante. Com esse numero pôde-se ter uma nova forma de unidade de concentração, co-
nhecida como concentração molar. O número de mol também é importante para evitar doses letais e na produção de antído-
tos. A dose letal do cianureto, por exemplo, é 5 mg/kg, se passarmos isso para mol obteremos aproximadamente 2 mmol/kg.
72
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 4
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de
conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.
A industrialização avançou de forma significante durante o século passado. A máquina movida a vapor foi um
dos maquinários responsáveis por um extraordinário progresso industrial e tecnológico.
Entretanto, houve consequências, como a poluição. Na habilidade 4 é possível interpretar em termos quantita-
tivos e mensurar a quantidade de gases poluentes lançados na atmosfera. É muito comum a aplicação desses
conhecimentos para cálculos da quantidade de substâncias causadoras da poluição no ambiente.
MODELO 1
(Enem) A eutrofização é um processo em que rios, lagos e mares adquirem níveis altos de nutrientes, especial-
mente fosfatos e nitratos, provocando posterior acúmulo de matéria orgânica em decomposição. Os nutrientes
são assimilados pelos produtores primários e o crescimento desses é controlado pelo nutriente limítrofe, que
é o elemento menos disponível em relação à abundância necessária à sobrevivência dos organismos vivos. O
ciclo representado na figura seguinte reflete a dinâmica dos nutrientes em um lago.
A análise da água de um lago que recebe a descarga de águas residuais provenientes de lavouras adubadas
revelou as concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e fósforo (0,2 mol/L).
Nessas condições, o nutriente limítrofe é o
a) C.
b) N.
c) P.
d) CO2.
e) PO4.
73
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa habilidade o aluno deve demonstrar domínio de problemas envolvendo proporcionalidade entre as subs-
tâncias de reações químicas e dominar a mudança de unidade de gramas para mol e vice-versa.
O nutriente limítrofe é aquele encontrado em menor quantidade. Conforme o enunciado, algas e outros
organismos fixadores de nitrogênio e outros fotossintéticos assimilam C, N e P nas razões atômicas
106:16:1.
A partir dos valores das concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e
fósforo (0,2 mol/L), é possível calcular a proporção deles na água do lago.
C N P
106 mol/L 16 mol/L 1 mol/L
21,2 mol/L 1,2 mol/L 0,2 mol/L
C N P
106 mol/L 16 mol/L 1mol/L
C N P
106 mol/L 16 mol/L 1 mol/L
106 mol/L 6 mol/L 1 mol/L
(limítrofe)
(menor quantidade)
RESPOSTA Alternativa B
74
DIAGRAMA DE IDEIAS
MASSA
MOLAR
(g.mol-1)
ÍONS
FÓRMULAS
PRESENTE EM:
SUBSTÂNCIA
IÔNICA
75
É por meio do conhecimento das fórmulas das substâncias
AULAS 3 e 4 que essas proporções são perceptíveis. Por esse motivo, ini-
cialmente serão abordados os diferentes tipos de fórmulas.
C: 16 ——— 100%
12 · 100% = 75%
1. Introdução 12 ——— x x = _________
16
Um químico, ao se deparar com um material desconhecido,
H: 16 ——— 100%
procura, utilizando diversas técnicas físicas e químicas, en-
contrar a composição desse material. 4 · 100% = 25%
4 ——— y y = ________
16
A primeira providência é realizar a análise imediata do ma-
terial, ou seja, separar por meio de processos puramente Logo, a fórmula percentual do CH4 é: C75%H25%.
físicos as diversas substâncias presentes na amostra. Es-
ses processos baseiam-se no fato de que o conjunto de
características, como ponto de fusão, ponto de ebulição, 2. Fórmula mínima ou empírica
densidade e solubilidade, é diferente para cada substância, O primeiro passo ao realizar a análise de uma substância
e, manejando criteriosamente essas diferenças, é possível desconhecida é determinar sua composição, ou seja, os
separá-las uma a uma. elementos que a compõem. O segundo passo consiste
Depois que as diversas substâncias da amostra estiverem na determinação das quantidades das massas de cada
separadas, a próxima providência é realizar uma análise elemento. A partir desses dados obtém-se a fórmula per-
elementar de cada uma delas. centual e, com ela, é possível determinar o “número de
mol” (n) de átomos de cada elemento e estabelecer uma
proporção entre esses valores.
76
Com base nesses dados, pode-se determinar a fórmula mí-
nima do composto:
3. Fórmula molecular
1.º passo: É recomendável, quando se trabalha com por- Fórmula molecular indica o número real de áto-
centagem em massa, considerar amostras de 100 g, o que mos de cada tipo na molécula.
possibilita que as porcentagens em massa correspondam
numericamente à massa em gramas de cada elemento:
Em certos casos, a fórmula molecular é idêntica à fórmula
75% em massa de carbono 75 g de carbono
100 g de amostra 25% em massa de hidrogênio 25 g de hidrogênio
mínima; em outros, porém, é um múltiplo inteiro da fór-
mula mínima.
2.º passo: A partir dessas quantidades em massa e co- Fórmula Mínima Fórmula Molecular
nhecendo as massas atômicas dos elementos, é possível H2O (×1) H2O
77
Fórmula Mínima Fórmula Molecular Cx + Hy + Oz
C3H4O3 C6H8O6 12 ∙ x 1∙y 16 ∙ y = 176
M = 88 g · mol-1 M = 176 g · mol-1 p p p p
Assim, temos que: 40,9% 4,55% 54,6% 100%
(C3H4O3)n = 176 88 · n = 176 n = 2 Cx: 176 —— 100%
Logo, (C3H4O3)2 a fórmula molecular da vitamina C é 12 ∙ x —— 40,9%
x=6
C6H8O6.
Hy: 176 —— 100%
2.º método: Relacionando as porcentagens em mas-
1 ∙ y —— 4,55%
sa com a massa molecular do composto.
y=8
C = 40,9%
Oz: 176 —— 100%
H = 4,55% M = 176 g · mol–1
16 ∙ y —— 54,6%
O = 54,6% z=6
Considerando que sua fórmula molecular seja CxHyOz, ago- Dessa maneira, temos que a fórmula molecular da vitami-
ra é necessário relacionar as porcentagens em massa com na C é C6H8O6.
as massas atômicas e a massa molecular:
VIVENCIANDO
As ideias de cientistas como Proust e Lavoisier são muito úteis até hoje para a indústria química. Em uma indústria,
podem ser produzidas toneladas de determinados materiais. Nessa produção são utilizados reagentes que nem
sempre são baratos. Nesse sentido, é fundamental que tudo o que seja comprado seja aproveitado. Em vista disso, a
lei das proporções definidas ajuda as indústrias químicas a realizarem o cálculo exato para que não ocorram gastos
além do necessário.
78
Esse experimento pode ser representado pela equação: Assim, pode-se enunciar a lei das proporções definidas:
∆
mercúrio + oxigênio óxido de mercúrio (II)
Toda substância apresenta uma proporção em mas-
(prateado) (incolor) (vermelho)
sa constante na sua composição.
massas dos reagentes massa do produto
*O SÍMBOLO Δ INDICA AQUECIMENTO
Essa mesma experiência foi repetida muitas vezes, sempre Aplicação do conteúdo
utilizando balanças e determinando as massas dos reagen-
tes e dos produtos, e permitiu que Lavoisier concluísse que: 1. Considerando que 200 g de mercúrio reagem com-
pletamente com 16 g de oxigênio para formar óxido
de mercúrio, qual seria a massa de oxigênio necessária
Em um sistema fechado, a massa total dos reagentes para produzir 135 g de óxido de mercúrio (II)?
é igual à massa total dos produtos.
Resolução:
Para uma reação genérica:
∆ Aplicando a Lei de Lavoisier, sabe-se que a reação comple-
A+B C+D
ta de 200 g de mercúrio com 16 g de oxigênio resulta em
mA mB mC mD 216 g de óxido de mercúrio (II), pois:
massas dos reagentes produto
Óxido de
Tem-se, então: Mercúrio + Oxigênio o
Mercúrio (II)
mA + mB = mC + mD 200 g + 16 g = 216 g
4.2. Lei das proporções Para produzir 135 g de óxido de mercúrio, é preciso rela-
cionar as proporções.
definidas – Lei de Proust
Pela Lei de Proust, tem-se:
Em 1799, Joseph Louis Proust (1754-1826), por meio da
análise da substância água, descobriu que a sua composi-
Mercúrio Oxigênio o Óxido de
ção era constante, independente de seu processo de obten- Mercúrio (II)
ção. Dessa maneira, a água, não importando sua origem ou
200 g + 16 g = 216 g
seu método de obtenção, sempre é formada por 11,1% em
massa de hidrogênio e 88,9% em massa de oxigênio: x = 135 g
79
Assim: 1 N2(g) 2 NH3(g)
3 H2(g)
16 y = 6,4 g de oxigênio
200 = ___ + o
___ Proporção
80 y
Óxido de
Mercúrio Oxigênio o
Mercúrio (II) Em volume 3 volumes 1 volume 2 volumes
200 g + 16 g = 216 g
z 6g O enunciado da lei de Gay-Lussac é:
Assim:
200 = ___
___ 16 z = 75 g de mercúrio Nas mesmas condições de pressão e temperatura,
z 6 os volumes dos gases participantes de uma reação
A massa de mercúrio que reagiu foi 75 g. Como a massa química têm entre si uma relação de números inteiros
de mercúrio presente era de 80 g, existem 5 g de mercúrio e pequenos.
em excesso.
Observe abaixo outro exemplo em que os resultados expe-
4.3. Lei volumétrica – Lei de Gay-Lussac rimentais confirmam essa lei. Para isso, considere sempre
todos os participantes no estado gasoso e nas mesmas
Uma das contribuições do cientista francês Gay-Lussac
condições de pressão e temperatura.
(1778-1850) à Química foi a lei da combinação de volu-
mes, publicada em 1808 e baseada em uma série de ex-
perimentos. Um desses experimentos envolvia a reação
entre o gás nitrogênio e o gás hidrogênio, cujo produto é
a amônia.
Nessa reação, 3 volumes de H2 reagem com 1 volume de
N2, formando 2 volumes de NH3.
“Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Essa célebre frase dita por Lavoisier revolucionou a
Química. Tido como o pai da Química moderna, Lavoisier teve uma morte trágica. Tudo ocorreu na época da Revo-
lução Francesa, quando o Iluminismo predominava e as classes operárias estavam se insurgindo contra a burguesia.
Lavoisier, além de químico, era também um coletor de impostos e banqueiro. A classe oprimida, ao derrubar a classe
dominante, acusou Lavoisier de extorquir dinheiro do povo favorecendo o governo da época. Lavoisier foi executado
em 1794, na guilhotina, em meio à Revolução Francesa.
Aplicação do conteúdo
1. Em determinadas condições de pressão e temperatura, verificou-se que 0,70 L de monóxido de nitrogênio reage com
0,35 L de oxigênio para formar 0,70 L de dióxido de nitrogênio. Mostrar que esses dados estão de acordo com a lei
volumétrica de Gay-Lussac.
80
Resolução:
DIAGRAMA DE IDEIAS
MASSA DOS
LEI DE LAVOISIER PRODUTOS IGUAIS
ÀS DOS REAGENTES
MESMA RELAÇÃO
ENTRE AS MASSAS
LEI DE PROUST
DOS ELEMENTOS
NUMA SUBSTÂNCIA
LEI DAS PROPORÇÕES DEFINIDAS
PROPORÇÃO
LEI DE GAY-LUSSAC
ENTRE VOLUMES
LEI VOLUMÉTRICA
81
amônia. Contudo, esse exemplo vai contra a Lei de Lavoisier,
AULAS 5 e 6 pois a soma dos átomos no lado dos reagentes é menor
do que no lado dos produtos. Como afirmou Lavoisier: “na
natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Nesse sentido, para que a equação possa obedecer à Lei
de Lavoisier, é necessário fazer o balanceamento da mesma
para mostrar que há a conservação de átomos no sistema.
INTRODUÇÃO À O balanceamento nada mais é do que o acerto dos co-
eficientes estequiométricos na equação. A equação
ESTEQUIOMETRIA balanceada é:
N2 + 3 H2 o 2 NH3
82
C2H6O + O2 o 2CO2 + H2O produtos há 7 átomos de oxigênio. Para que o oxigênio seja
balanceado no reagente, mexe-se no composto que ainda
Assim, serão 6 átomos de hidrogênio presentes no reagen-
não teve seu coeficiente alterado, isto é, o gás oxigênio.
te. Como o hidrogênio também se repete apenas uma vez,
é realizado o seu balanceamento: C2H6O + 3O2 o 2CO2 + 3H2O
C2H6O + O2 o 2CO2 + 3H2O A equação tem a mesma quantidade de átomos, ou seja,
ela está balanceada.
Para acertar a quantidade de oxigênio, é necessário obser-
var que, nos produtos, nenhum coeficiente estequiométrico Nota: Caso o balanceamento fosse iniciado pelo oxigênio,
pode ser mudado, pois isso alteraria o que já foi feito. Nos a equação não seria resolvida dessa forma.
VIVENCIANDO
A estequiometria está presente no dia a dia. Qualquer ação que remeta a uma proporção pode ser relacionada com
a estequiometria. Um exemplo claro é o ato de fazer café. O café nada mais é do que uma estequiometria em menor
escala. Se, por exemplo, for colocado muito açúcar em um café, será possível observar que nem todo açúcar vai ser
dissolvido. Esse tipo de situação é chamado de reagente em excesso. Desse modo, no momento de preparar um
produto ou mesmo um café, é muito importante ter em mente a estequiometria da reação.
2.2. Roteiro para resolução de Estabelecer uma regra de três entre as grandezas envolvi-
das (o que se pede e os dados), obedecendo aos coeficien-
problemas de estequiometria tes da equação (os coeficientes indicam a proporção entre
Escrever a equação química da reação envolvida no problema. o número de mol).
É preciso obedecer dois pontos básicos para escrever
Caso seja necessário, faça a transformação do número
corretamente uma equação:
de mol para outra grandeza (massa, volume, número de
a) deve-se representar realmente um fato experimental, moléculas, etc.).
conhecido e bem analisado;
Dadas as massas molares CO (28 g · mol-1), O2 (32 g · mol-1) e
b) é necessário obedecer à Lei de Lavoisier. CO2 (44 g · mol-1) e considerando condições ideais, observe
Acertar os coeficientes estequiométricos da equação. a tabela:
Proporção
No exemplo 2H2 + 1O2 o 2H2O, deve-se concluir o seguinte: em
2CO(g) + 1O2(g) o 2CO2(g)
A proporção mínima em que ocorre a reação é de duas mol 2 mol 1 mol 2 mol
massa 2 · 28 = 56 g 1 · 32 = 32 g 2 · 44 = 88 g
moléculas de hidrogênio para uma molécula de oxigênio,
volume 2 · 22,4 = 1 · 22,4 = 2 · 22,4
o que resulta em duas moléculas de água. (gases) 44,8 L 22,4 L = 44,8 L
Essa proporção sempre é mantida quando a reação se rea- 2 · 6 · 1023 = 1 · 6 ·1023 = 2 · 6 · 1023 =
moléculas
12 · 1023 6 · 1023 12 · 1023
liza. Ou seja, para 100 moléculas de H2, são necessárias 50
moléculas de O2 para produzir 100 moléculas de água (H2O). Além da Lei de Lavoisier, a Lei de Proust também merece
atenção especial. As duas leis respondem basicamente por
Desse modo, para 2 mol de moléculas de H2 precisa-se de
todo o cálculo estequiométrico.
1 mol de moléculas de O2 para formar 2 mol de moléculas
de água (H2O). A Lei de Proust afirma que “as substâncias reagem em pro-
porções fixas e definidas”. Por exemplo, no problema sobre
Mol é o número de Avogadro (6,02 · 1023) de par- a reação do hidrogênio com oxigênio para formar água,
tículas. Massa molar é a massa, em gramas, de um ficou claro que 4 g de H2 reagem sempre com 32 g de O2;
mol de moléculas e é numericamente igual à massa 8 g reagem com 64 g, e assim por diante.
molecular da substância. Um mol de qualquer gás, a
0 ºC e 1 atm (CNTP), ocupa o volume de 22,4 litros. O que aconteceria se 10 g de H2 fossem colocados para
reagir com 32 g de O2?
83
Com efeito, somente 4 g de H2 reagiriam e restariam 6 g n · R · T para 1 mol de
Assim, ao aplicar a equação V = ________
ao final, uma vez que o H2 foi colocado em excesso. Nesse P
moléculas do gás, encontra-se o valor:
caso, afirma-se que o O2 é o reagente limitante, pois é con-
sumido totalmente. V = 22,4 L/mol, quantidade chamada de Volume Molar
nas CNTP.
2.3. Cálculos envolvendo volumes As Condições Ambientais são P = 1 atm e T = 298 K,
de substâncias gasosas ou seja, 25 °C.
n · R · T aplicada a essa situação fornece
A equação V =________
Nos exemplos anteriores, os cálculos foram relacionados P
com massas, n.º de mol de moléculas, n.º de mol de áto- um volume molar próximo de 25 L/mol.
mos e n.º de moléculas. Todos eles se aplicam a qual-
quer reação química, independentemente do estado
de agregação (sólido, líquido ou gasoso) da substância.
Aplicação do conteúdo
No caso de substâncias gasosas, é possível estabelecer Relacionando massa com massa
relações entre volumes, tanto entre os reagentes quanto O ácido fosfórico, utilizado em refrigerantes do tipo “cola”
entre eles e os produtos da reação. e possível causador da osteoporose, pode ser formado a
O raciocínio envolve a Lei de Avogadro e é bastante simples: partir da equação não balanceada:
84
Resolução: 3(NH4)2CO3 + 2H3PO4 o 2(NH4)3PO4 + 3CO2 (g) + 3H2O
Acertar os coeficientes estequiométricos da equação. Qual o volume em litros de gás carbônico liberado quando
250 g de carbonato de amônio reagem com excesso de
ácido fosfórico?
Dados: Volume molar nas CNTP = 22,4 L · mol-1
Massas molares (g · mol-1): H = 1, C = 12, N = 14, O =
3 ∙ x = 2 ∙ 9 o x = 18
__ = 6 mol de H PO 16, P = 31.
3 3 4
g ∙ mol-1
de 2 mol de cálcio metálico com ácido clorídrico?
250
m = ___
n(NH ) CO = __
Dado: H2 = 2 g · mol-1 42 3 n 96 # 2,6 mol
Resolução:
Ca + HCℓ o H2 + CaCℓ2
Resolução:
ℓ ℓ
Considere a reação:
85
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a
implementação da saúde individual, coletiva ou do ambiente.
Hoje em dia há uma preocupação internacional relacionada aos recursos encontrados. Muitos elementos são,
de forma geral, tão eficientes quanto os recursos que estão aos poucos sendo exauridos.
Sendo assim, é importante encontrar meios alternativos para a obtenção desses elementos com técnicas diferen-
ciadas e baratas, com o intuito de garantir um melhor aproveitamento dos recursos que a Terra pode conceder.
A fim de produzir maior quantidade, é interessante utilizar técnicas que possibilitam o aumento da produção e
um maior rendimento nas reações químicas.
MODELO 1
(Enem) Em setembro de 1998, cerca de 10.000 toneladas de ácido sulfúrico (H2SO4) foram derramadas pelo
navio Bahamas no litoral do Rio Grande do Sul. Para minimizar o impacto ambiental de um desastre desse
tipo, é preciso neutralizar a acidez resultante. Para isso pode-se, por exemplo, lançar calcário, minério rico em
carbonato de cálcio (CaCO3), na região atingida.
A equação química que representa a neutralização do H2SO4 por CaCO3, com a proporção aproximada entre
as massas dessas substâncias é:
H2SO4 + CaCO3 o CaSO4 + H20 + C02
1 tonelada 1 tonelada sólido gás
reage com sedimentado
Pode-se avaliar o esforço de mobilização que deveria ser empreendido para enfrentar tal situação, estimando
a quantidade de caminhões necessária para carregar o material neutralizante. Para transportar certo calcário
que tem 80% de CaCO3, esse número de caminhões, cada um com carga de 30 toneladas, seria próximo de
a) 100. b) 200. c) 300. d) 400. e) 500.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse tipo de habilidade, os conhecimentos do aluno são testados ao se apresentar um problema encontrado em
muitas indústrias e mineradoras (quando elas desejam conter algum risco ambiental). É possível ter uma noção cor-
relacionada com o cotidiano, favorecendo a aproximação do aluno em relação aos temas estudados em sala de aula.
Utilizando a proporção aproximada fornecida no enunciado do teste, tem-se:
H2SO4 + CaCO3 o CaSO4 + H2O + CO2
1t – 1t
10.000 t – 0,80 ∙ m (pureza de 80%)
m = 12.500 t
30 t — 1 caminhão
12.500 t — x
x = 416,67 caminhões x # 400 caminhões
RESPOSTA Alternativa D
86
DIAGRAMA DE IDEIAS
CONTÉM
REAÇÃO QUÍMICA EQUAÇÃO QUÍMICA
NA QUAL HÁ
QUE EXPRESSAM
A PROPORÇÃO ENTRE COEFICIENTES
OS PARTICIPANTES ESTEQUIOMÉTRICOS
DA REAÇÃO
ENVOLVENDO
A QUANTIDADE
EM MOL PODE SER NÚMERO DE
RELACIONADO
• MASSA
• VOLUME
• MOLÉCULAS
• ÁTOMOS
• ÍONS
87
AULAS 7 e 8 Aplicação do conteúdo
1. Numa reação de neutralização, 10 g de ácido sulfú-
rico são adicionados a 7,4 g de hidróxido de cálcio, se-
gundo a equação:
H2SO4 + Ca(OH)2 o CaSO4 + 2H2O
ESTEQUIOMETRIA: Dados: Massas molares (g ∙ mol-1): H2SO4 = 98; Ca(OH)2
PUREZA, RENDIMENTO E = 74 e CaSO4 = 136.
EXCESSO DE REAGENTE Pede-se para calcular:
a) a massa de sulfato de cálcio formado;
b) a massa do reagente que “sobra” (em excesso) de-
pois da reação.
COMPETÊNCIAS: 1, 2 e 8 É preciso calcular a massa efetiva de ácido sulfúrico que vai
reagir com 7,4 g do hidróxido de cálcio.
HABILIDADES: 4, 7, 29 e 30
1. Casos particulares
7,40 ∙ 98
de estequiometria x = ________ = 9,8 g de H2SO4
74
Neste capítulo, serão estudados casos especiais de cálculo
estequiométrico: Como a massa de ácido sulfúrico adicionada é de 10 g, e só
vão reagir 9,8 g, é possível dizer que o ácido sulfúrico está
Excesso de reagente
em excesso e o hidróxido de cálcio é o reagente limitante.
Pureza Cálculo da massa em excesso de ácido sulfúrico: (10 – 9,8) =
Reações consecutivas 0,2 g, o que responde à pergunta (b) do problema.
88
seria falso. Isso porque os 10 g de H2SO4 não podem reagir Assim, o volume final da mistura resultante será (1 + 2 + 8) =
integralmente por falta de Ca(OH)2. 11 L.
Nota: É preciso insistir que as substâncias não reagem
na proporção em que são misturadas, mas sim na
proporção em que a equação – ou seja, a Lei de
3. Pureza
Proust – determina. Daí o cuidado ao resolver os proble- Em geral, os reagentes utilizados nas indústrias não são to-
mas que dão as quantidades de dois reagentes. É preciso talmente puros. Isso ocorre porque na forma impura esses
lembrar que é o reagente em falta ou reagente limi- reagentes são mais baratos; além disso, eles podem não ser
tante (fator limitante) que “comanda” toda a reação, pois, encontrados em sua forma pura na natureza.
no instante em que ele acaba, a reação é interrompida. Assim, ao se realizarem os cálculos estequiométricos da
quantidade de produto que será formada ou da quanti-
2.1. “Dica” dade de reagente que será preciso usar, é preciso levar em
consideração o seu grau de pureza.
Tome cuidado quando o exercício fornecer a quantidade
de duas (ou mais) substâncias na reação química, pois O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a massa de
uma das substâncias pode estar em excesso, isto é, não substância pura e a massa total da amostra.
será totalmente consumida. Nesse caso, para descobrir o
reagente em excesso e o reagente limitante, é preciso mul- mpura
________
p =m
tiplicar “cruzado” as massas molares pela massa fornecida total (impura)
das substâncias.
O produto maior da multiplicação indica o excesso, e o pro- Por exemplo, o calcário (carbonato de cálcio – CaCO3) é um
duto menor da multiplicação indica o limitante, ou seja, a minério utilizado para fabricar a cal virgem (óxido de cálcio
substância que reage completamente. – CaO). Contudo, além do carbonato de cálcio, esse minério
geralmente vem acompanhado de impurezas em sua consti-
tuição, como areia, carvão e outras substâncias.
Considere que, em 100 g de calcário, apenas 80 g são de
carbonato de cálcio e 20 g são de impurezas. Assim, segue
que o grau de pureza desse minério é 0,8 ou 80%, confor-
Como o produto 740 é maior que 725,2, conclui-se que o me mostrado abaixo:
mpura 80 = 0,8
H2SO4 está em excesso e o Ca(OH)2 é o limitante. Deve-se, p =m ________ = ___
portanto, realizar os cálculos por meio do reagente limitante. total (impura) 100
p% = p ∙ 100 = 0,8 ∙ 100 = 80%
Aplicação do conteúdo
Isso significa que o grau de pureza dessa amostra de cal-
1. A combustão completa do gás metano, CH4, dá como cário é de 80%
produtos CO2 e H2O, ambos na fase gasosa. Se 1 L de
metano for queimado na presença de 10 L de O2, qual
o volume final da mistura resultante? Suponha todos os
100% de pureza –––– 100 g de calcário
volumes medidos nas mesmas condições de temperatura x –––– 80 g de carbonato puro
e pressão e comportamento ideal para todos os gases.
x = 80%
Resolução:
A questão é de resolução simples, pois a proporção dos Dessa forma, quando for preciso calcular a massa de pro-
volumes gasosos (a P e T constantes) em uma reação quí- duto obtida a partir de um reagente impuro, é necessário
mica coincide com a própria proporção dos coeficientes da primeiro calcular qual é a parte pura da amostra e, em se-
equação correspondente. Tem-se: guida, efetuar os cálculos com o valor obtido.
Aplicação do conteúdo
1. Qual é a massa de óxido de cálcio (CaO) obtida na
decomposição de 250 g de calcário, contendo 80% de
carbonato de cálcio CaCO3?
89
Dados: Massas molares em g ∙ mol-1: Ca = 40, O = 16, C = 12. Qual é a massa de ácido sulfúrico produzida a partir de 8
toneladas (t) de enxofre?
Resolução:
(Massas atômicas: S = 32, H = 1, O = 16).
A reação é dada por:
Resolução:
CaCO3 o CaO + CO2
1. A fabricação industrial do ácido sulfúrico a partir do Observe que foi necessário multiplicar a 1.ª equação por
enxofre processa-se por meio das três reações consecu- três e a 2.ª por dois para podermos “cancelar” o CO que
tivas dadas a seguir: está presente tanto na 1.ª como na 2.ª equação.
5. Rendimento
Como, em indústrias e laboratórios, o rendimento da rea-
ção não é total na maioria das reações químicas realizadas,
90
a quantidade de produto obtido é menor do que a quanti- Entretanto, o enunciado afirma que o rendimento é de
dade esperada teoricamente. apenas 80%.
Isso significa que o rendimento da reação não é igual a É preciso então efetuar o cálculo envolvendo o rendimento
100%, uma vez que a massa total dos reagentes não foi percentual dado:
completamente convertida em produtos.
Isso pode ocorrer devido a diversos fatores. Observe os
mais comuns:
Aplicação do conteúdo
1. Num processo de obtenção de ferro a partir da hema-
tita (Fe2O3), considere a equação não balanceada:
∙ ∙
Fe2O3 + C o Fe + CO
Depois do balanceamento da equação, deve-se realizar o Para compensar essa perda, deve-se partir de uma quanti-
cálculo estequiométrico de forma usual: dade maior que os 19,05 g previstos.
Assim:
De cada 100 —— 50 g de Cu
∙ g de Cu realmente reagem
y —— 19,05 g de Cu
realmente reagem
100 ∙ 19,5
A massa de ferro (3,36 toneladas) seria obtida se a reação y = _________ = 38,1 g de Cu serão necessári-
50
tivesse aproveitamento ou rendimento total (100%). os (apenas 50% desse valor reagirá).
91
3. Uma massa de 32,7 g de zinco metálico reage com sendo que o nitrogênio é considerado inerte. Embora não
uma solução concentrada de hidróxido de sódio, produ- participe da reação, o nitrogênio faz parte do ar que reage
zindo 64,53 g de zincato de sódio (Na2ZnO2). e dos gases finais produzidos.
Qual é o rendimento dessa reação? Assim, quando uma reação se processa com a participação
Resolução: do ar, pode ser necessário identificar fatores como: a massa
de oxigênio que reagiu, o volume do ar utilizado, o volume
Diferente dos anteriores, a questão pede agora o rendi- dos gases finais da reação, a quantidade de nitrogênio que
mento da reação. estava presente no ar e nos gases finais e assim por diante.
É preciso realizar, inicialmente, um cálculo estequiométrico Observe o exemplo a seguir e verifique duas formas que
normal, sem pensar no rendimento: podem ser aplicadas para realizar esses cálculos.
Dados: Zn + 2NaOH o Na2ZnO2 + H2
Uma das formas é aplicando a “Regra de Três“, e a
Massas atômicas: Zn = 65,4; Na = 23; O = 16; H = 1. outra é aplicando a Proporção Estequiométrica citada
(1O2 : 4N2 : 5ar).
Aplicação do conteúdo
1. Um volume de 56 L de metano é completamen-
te queimado ao ar, produzindo gás carbônico e água.
Suponha todas as substâncias no estado gasoso e nas
Passemos, agora, para o cálculo do rendimento porcentual: mesmas condições de pressão e temperatura.
6. Volume de ar nas
reações químicas Observe que esse cálculo corresponde a multiplicar o volu-
me do O2 por 5, de acordo com a proporção já menciona-
O ar seco apresenta cerca de 78% de gás nitrogênio (N2), da: 1O2 : 4N2 : 5ar.
21% de gás oxigênio (O2) e 1% de outros gases, em volume.
b) Cálculo do volume total dos gases no final da reação
Isso quer dizer que temos uma proporção de aproximada-
mente 1 : 4 : 5 de gás oxigênio, gás nitrogênio e ar total, Pela equação, note que, no final, haverá:
respectivamente.
O ar participa de muitas reações, principalmente nas rea- ∙ ∙ ∙ ∙
ções de oxidação, como as combustões. Na verdade, po-
rém, o único componente do ar que reage é o oxigênio, No final da reação tem-se 56 L de
92
CO2 + 112 L de H2O(g) (vapor de água) + a sobra de N2 que Para o flúor:
existe no ar inicial e que não reage.
Ora, sabendo a composição volumétrica do ar, temos:
80 L de N2 ——— 100 L de ar
∙
x ——— 560 L de ar
x = 448 L de N2
80 L de N2 ——— 20 L de O2 ℓ ℓ
y ——— 112 L de O2
y = 448 L de N2
∙
Observe que todos esses cálculos são desnecessários, pois,
relembrando a proporção 1O2 : 4N2 : 5ar, percebe-se que
basta multiplicar o volume de O2 por 4 para descobrir o ℓ
volume do N2.
Por fim, o volume da mistura gasosa final será: A massa total dos produtos formados será:
Vfinal = 56 L de CO2 + 112 L de vapor de água + 448 L de mtotal = 200 g de HF + 730 g de HCℓ = 930 g de produtos.
N2 = 616 L de gases no final da combustão. Observe que não se pode somar as duas equações vistas
acima, pois a soma:
7. Misturas de reagentes 2H2 + 1F2 + 1Cℓ2 o 2HF + 2HCℓ
Apenas as substâncias puras possuem fórmulas químicas
e apenas com elas é possível escrever equações químicas. apresenta a proporção de 1 mol de F para 1 mol de Cℓ,
enquanto o enunciado do problema fala em 5 mol de F2 e
Numa mistura (composição variável), estão presentes duas 10 mol de Cℓ2.
ou mais substâncias puras.
Assim, em problemas com misturas de reagentes, o ideal é
Às vezes, deseja-se expressar sua composição (em peso ou resolver as equações químicas separadamente, realizando
em volume) ou mesmo saber quanto de cada componen- o cálculo estequiométrico também separadamente.
te deve ser misturado para formar outra mistura de com-
posição previamente fixada.
7.2. Segundo caso: quando a composição
Nesses problemas, a dificuldade fundamental é: as misturas
não são obrigadas a obedecer a uma proporção constante;
da mistura reagente não é conhecida -- pelo
entretanto, de acordo com a Lei de Proust, toda equação contrário, constitui a pergunta do problema
química deve obedecer a uma proporção constante. Uma massa de 24 g de uma mistura de H2 e CO queima
completamente produzindo 112 g de produtos finais.
7.1. Primeiro caso: quando a composição Pede-se para calcular as massas de H2 e de CO existentes
da mistura reagente é dada na mistura inicial (Massas atômicas: H = 1, C = 12, O = 16).
Considere que uma mistura composta por 5 mol de Resolução:
flúor e 10 mol de cloro reage completamente com
As reações mencionadas no problema são:
o hidrogênio.
Qual é a massa total dos produtos formados? (Massas atô- 2H2 + O2 o 2H2O
micas: H = 1; F = 19; Cℓ = 35,5).
2CO + O2 o 2CO2
Resolução:
Considere separadamente as reações do flúor e do cloro e Nesse caso, também não se pode somar as equações, pois
efetue dois cálculos estequiométricos separados. a proporção em que o H2 e o CO estão misturados não é
93
conhecida. Assim, o caminho é trabalhar com cada equa-
ção química separadamente, como foi feito no 1.° caso.
Inicialmente, é preciso adotar o seguinte raciocínio:
Uma vez que a massa total da mistura de H2 e CO (reagen-
tes) é igual a 24 g, se for chamada de x a massa de H2, a
massa de CO será igual a (24 – x) gramas.
De maneira semelhante, a massa total da mistura final
de H2O e CO2 (produtos) também foi dada, sendo igual a
112 g. Assim, se for chamada de y a massa de H2O forma-
da, a massa de CO2 formada será (112 – y) gramas.
Agora, as equações químicas devem ser retomadas separa-
damente, e os cálculos estequiométricos correspondentes
devem ser realizados:
Para o H2, temos:
94
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 29
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a
saúde, a produção de alimentos, matérias-primas ou produtos industriais.
Com o avanço dos estudos da Tabela Periódica, foi possível separar os elementos em grupos e períodos
e classificá-los como representativos e de transição. Muitos desses elementos têm extrema importância
na avaliação de métodos eficazes e práticos para preservação ambiental.
De forma geral, é importante identificar as características correspondentes desses elementos para que
se possa trabalhar de forma adequada em relação às propriedades específicas de cada elemento.
Para isso, utiliza-se a estequiometria, que leva em conta situações na qual um produto foi extraído
e tratado. Esse tratamento nem sempre acontece com o maior rendimento ou, muitas vezes, é uma
amostra impura. A habilidade 29 tem como objetivo consolidar o raciocínio lógico de forma quantitativa
nas reações químicas.
MODELO 1
(Enem) A composição média de uma bateria automotiva esgotada é de aproximadamente 32% Pb, 3% PbO,
17% PbO2 e 36% PbSO4. A média de massa da pasta residual de uma bateria usada é de 6 kg, onde 19% é
PbO2, 60% PbSO4 e 21% Pb. Entre todos os compostos de chumbo presentes na pasta, o que mais preocupa
é o sulfato de chumbo (II), pois nos processos pirometalúrgicos, em que os compostos de chumbo (placas das
baterias) são fundidos, há a conversão de sulfato em dióxido de enxofre, gás muito poluente.
Para reduzir o problema das emissões de SO2(g), a indústria pode utilizar uma planta mista, ou seja, utilizar o
processo hidrometalúrgico, para a dessulfuração antes da fusão do composto de chumbo. Nesse caso, a re-
dução de sulfato presente no PbSO4 é feita via lixiviação com solução de carbonato de sódio (Na2CO3) 1 M a
45 °C, em que se obtém o carbonato de chumbo (II) com rendimento de 91%. Após esse processo, o material
segue para a fundição para obter o chumbo metálico.
PbSO4 + Na2CO3 o PbCO3 + Na2SO4
Dados: Massas Molares em g/mol Pb = 207; S = 32; Na = 23; O = 16; C = 12
ARAÚJO, R.V.V.; TINDADE, R.B.E.; SOARES, P.S.M.
RECICLAGEM DE CHUMBO DE BATERIA AUTOMOTIVA: ESTUDO DE CASO.
DISPONÍVEL EM: HTTP://WWW.IQSC.USP.BR. ACESSO EM: 17 ABR. 2010 (ADAPTADO).
Segundo as condições do processo apresentado para a obtenção de carbonato de chumbo (II) por meio da
lixiviação por carbonato de sódio e considerando uma massa de pasta residual de uma bateria de 6 kg, qual
quantidade aproximada, em quilogramas, de PbCO3 é obtida?
a) 1,7 kg
b) 1,9 kg
c) 2,9 kg
d) 3,3 kg
e) 3,6 kg
95
ANÁLISE EXPOSITIVA
A estequiometria é uma das áreas mais importantes da Química. Por meio dela é possível aprender sobre a
proporcionalidade das reações químicas e a relação dos reagentes. Para que se tenha um melhor rendimento
possível, é necessário utilizar uma maior quantidade de reagente com maior pureza. Nessa habilidade, é colo-
cada em prova a capacidade do aluno de interpretar e avaliar as condições da estequiometria para um melhor
aproveitamento da reação e de colocar em termos quantitativos a resposta achada.
6 kg (pasta) — 100 %
m (PbSO4) — 60%
m (PbSO4) = 3,6 kg
Obtenção de PbCO3:
RESPOSTA Alternativa C
96
DIAGRAMA DE IDEIAS
CONTÉM
REAÇÃO QUÍMICA EQUAÇÃO QUÍMICA
NA QUAL HÁ
QUE EXPRESSAM
A PROPORÇÃO ENTRE COEFICIENTES
OS PARTICIPANTES ESTEQUIOMÉTRICOS
DA REAÇÃO
• RENDIMENTO 100%
NA QUAL
• RENDIMENTO MENOR QUE 100%
PODE SER UMA
• EXCESSO DE REAGENTE
REAÇÃO COM
• REAGENTES NÃO PUROS
97
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
HERLAN FELLiNi
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Diretor-geral
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lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
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SUMÁRIO
QUÍMICA
ATOMÍSTICA
Aulas 9 e 10: Ligação iônica 6
Aulas 11 e 12: Ligações covalente e metálica 12
Aulas 13 e 14: Geometria e polaridade moleculares 20
Aulas 15 e 16: Forças intermoleculares 29
GASES
Aulas 9 e 10: Leis físicas dos gases 76
Aulas 11 e 12: Transformações gasosas 81
Aulas 13 e 14: Misturas gasosas 87
Aulas 15 e 16: Densidade dos gases, efusão e difusão gasosa 92
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Questões que abordam geometria molecular, A prova apresenta questões bem diretas, Os assuntos neste caderno se relacionam de tal
polaridade e forças intermoleculares são recorrentes, mas também interdisciplinares; é neces- maneira que é necessário o entendimento de
assim como questões em que todos esses assuntos sário um bom entendimento de todos os todos os assuntos vistos até agora; na UNESP
estão relacionados; é importante entender que os assuntos abordados neste volume, uma vez os temas de geometria, polaridade e forças
temas das ligações e das forças intermoleculares que eles são totalmente interligados. intermoleculares são muito cobrados; podem
estão bem ligados um ao outro. aparecer questões interdisciplina-
res com Biologia.
Os assuntos deste volume podem ser cobra- Os assuntos principais são a polaridade e as As questões envolvem todos os assuntos O vestibular da Santa Casa aborda principal-
dos junto à outras matérias da química; é forças intermoleculares, mas é preciso ter em abordados neste volume; os temas de mente os assuntos de geometria, polaridade
importante entender como as ligações podem mente que todos os assuntos abordados neste geometria molecular, polaridade e forças e forças intermoleculares; assim, para uma
mudar a geometria e consequentemente sua volume se correlacionam. intermoleculares são muito cobrados. melhor interpretação das questões, é impor-
polaridade e força intermolecular. tante entender como esses três assuntos se
relacionam.
UFMG
Os assuntos de geometria, polaridade e forças Os temas de geometria molecular, Os assuntos principais são polaridade e forças
intermoleculares são muito cobrados; é preciso polaridade e forças intermoleculares são intermoleculares, mas é preciso ter em mente
entender a relação que existe entre os temas. muito cobrados, uma vez que são assuntos que todos os assuntos abordados neste
muito ligados. volume se correlacionam.
Geometria molecular e forças intermole- Todos os assuntos de Química 1 abordados Geometria molecular e forças intermoleculares
culares são assuntos recorrentes tanto nas neste volume são cobrados; além disso, eles são assuntos recorrentes nas questões; é
questões objetivas quanto nas dissertativas; é podem aparecer relacionados na mesma importante ter um bom entendimento da
importante compreender bem os temas, pois questão. dinâmica das ligações.
as questões são muito teóricas.
ATOMÍSTICA
AULAS 9 e 10 2. Teoria do octeto
Na metade do século XIX, os cientistas já haviam obser-
vado que alguns átomos fazem sempre o mesmo número
de ligações. Por exemplo, o átomo de hidrogênio nunca se
liga a mais de um átomo; o de oxigênio pode se ligar a dois
átomos de hidrogênio; o de nitrogênio, a três átomos de hi-
LIGAÇÃO IÔNICA drogênio; e o de carbono, a quatro átomos de hidrogênio.
Assim, surgiu a ideia de valência, compreendida como a
capacidade de um átomo se ligar a outros átomos. Afirma-
-se que o átomo de hidrogênio possui uma única valência
(monovalente); o oxigênio tem duas valências (bivalente); o
nitrogênio tem três valências (trivalente); e o carbono tem
COMPETÊNCIAS: 4, 5 e 7 quatro valências (tetravalente).
Contudo, somente em 1916 os cientistas Gilbert N. Lewis
HABILIDADES: 15, 17, 18, 24, 25 e 28 e Walter Kossel chegaram a uma explicação lógica para
as uniões entre os átomos, criando a teoria eletrônica
de valência.
Considerando as configurações eletrônicas dos gases nobres,
1. Ligação iônica ou eletrovalente tem-se:
Elemento K L M N O P
Hélio (He) 2
Neônio (Ne) 2 8
Argônio (Ar) 2 8 8
Criptônio (Kr) 2 8 18 8
Radônio (Rn) 2 8 18 32 18 8
Fonte: Youtube
What are Ionic Bonds? | The Chemistry Journey
6
Cada átomo de cálcio perde 2 elétrons e cada átomo de
Um átomo é estável se possuir 8 elétrons na camada de cloro só pode ganhar 1 elétron. São necessários 2 átomos
valência (ou 2 elétrons, se a camada de valência for a K). de cloro para receber os dois elétrons cedidos pelo átomo
de cálcio.
Os átomos tendem a adquirir uma configuração estável, ou seja,
3. Ligação entre o metal alumínio 13Aℓ e o ametal oxigênio 8O:
uma configuração semelhante à de um gás nobre. Para isso, os
átomos ligam-se através dos elétrons de valência. alumínio (13Aℓ) ä 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1 ä perde 3 e– ä
A formação do composto iônico pode ser representada Aℓ3+ (2, 8)
pela estrutura de Lewis e seu íon-fórmula. oxigênio (8O) ä 1s2 2s2 2p4 ä ganha 2 e– ä O2– (2, 8)
ä (Aℓ3+)2(O2–)3 ä Aℓ2O3
Exemplos
Cada átomo de alumínio perde 3 elétrons e cada átomo
1. Ligação entre o sódio 11Na e o cloro 17Cℓ.
de oxigênio ganha 2 elétrons. Para que o total de elétrons
perdidos seja igual ao total de elétrons recebidos, 2 alumí-
nios (perda de 6 elétrons) ligam-se a 3 oxigênios (ganho
de 6 elétrons).
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Retículo cristalino
7
3.1. Regra para formulação
das substâncias iônicas • •
•
Aplicação do conteúdo
1. Efetue a ligação iônica entre o cálcio e o flúor, dados
Ca (Z = 20) e F (Z = 9).
Resolução:
Ca: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 A estrutura cristalina do cloreto de sódio (NaCℓ) é cúbica.
• •
3. Possuem pontos de fusão e de ebulição elevados, uma
• vez que a atração elétrica entre os íons é muito forte; para
quebrá-la, é necessário fornecer uma grande quantidade
de energia; é o caso do cloreto de sódio, cujo ponto de
fusão é 801 °C e o ponto de ebulição é 1.413 °C.
2. Efetue a ligação entre o magnésio e o enxofre, dados 4. Em solução aquosa (dissolvidos em água) ou no estado
Mg (Z = 12) e S (Z = 16) líquido (fundidos), eles conduzem corrente elétrica, uma vez
que seus íons ficam com liberdade de movimento e fecham o
Resolução: circuito elétrico, permitindo que a corrente continue fluindo.
Mg: 1s2 2s2 2p6 3s2 5. Seu melhor solvente é a água, pois são polares como
K = 2 L = 8 M=2 ela; entretanto, apesar de polares, nem todos os compostos
iônicos dissolvem-se na água; é o caso do carbonato de
S: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p4 cálcio (CaCO3), de estrôncio (SrCO3), de bário (BaCO3) e do
K =2 L = 8 M=6 cloreto de prata (AgCℓ), praticamente insolúveis em água.
8
5. O tamanho dos íons
Quando um átomo perde elétron(s), o núcleo passa a atrair com maior intensidade os elétrons restantes; assim, o raio do cátion
é sempre menor que o raio do átomo original.
Quando um átomo ganha elétron(s), a carga total da eletrosfera (negativa) torna-se maior que a carga do núcleo (po-
sitiva), diminuindo a atração do núcleo sobre o conjunto de elétrons; assim, o raio do ânion é sempre maior que o
raio do átomo original.
O gráfico abaixo apresenta a comparação entre raios atômicos e iônicos:
Quando há vários íons, todos com o mesmo número de elétrons (íons isoeletrônicos), o raio iônico vai diminuir na
proporção em que a carga positiva do núcleo for maior que a carga negativa da eletrosfera:
Íons O2- F- Na+ Mg2+ Aℓ3+
Número atômico 8 9 11 12 13
Número total de elétrons 10 10 10 10 10
Número de camadas eletrônicas 2 2 2 2 2
Raio iônico (pm) 140 133 97 66 51
VIVENCIANDO
As ligações iônicas estão presentes no cotidiano em diversos compostos. É possível citar, por exemplo, o cloreto de
sódio, NaCℓ, ou sal de cozinha, e mais uma infinidade de compostos iônicos. É importante lembrar que, em química,
um composto iônico é um composto químico no qual existem íons ligados numa estrutura cristalina através de ligações
entre metais e ametais. O elemento metálico geralmente é um íon de carga positiva (cátion), e o elemento não metálico
é um íon de carga negativa (ânion).
Os íons que constituem um composto iônico podem ser simples átomos, como ocorre no sal de cozinha (composto
basicamente por Na+ e Cℓ–), ou grupos mais complexos, como ocorre no carbonato de cálcio (ou calcário, composto
por Ca2+ e CO32- ). O calcário é muito utilizado na construção civil. No revestimento de estradas ele atua como um
cimento natural, e misturado ao cal e à argila torna-se um bom cimento, como o que foi usado na construção de
cidades maias, como Chichen, Uxmal, Kabah, Labná, etc.
Em geral, os pedaços menores são utilizados como cascalho para construção em lajes e pisos; agregados maiores são
usados para construção de paredes de alvenaria e, em alguns casos, utilizados como enfeites nas fachadas das casas. O
calcário é uma rocha sedimentar porosa feita de carbonato, constituído principalmente de carbonato de cálcio. Quando
há alta proporção de carbonato de magnésio, ele é denominado dolomita, um tipo de mineral. O calcário possui uma alta
resistência ao intemperismo, o que permitiu que muitas esculturas e construções esculpidas com essas rochas antigas so-
brevivessem. Entretanto, a ação da água da chuva e dos rios provoca a dissolução do calcário, criando um tipo de erosão.
9
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Na matéria feita pela Mundo Estranho (mundoestranho.abril.com.br/ambiente/por-que-o-mar-e-salgado/), explica-se por
que o mar é salgado. Nesse sentido, é preciso compreender o ciclo da água e as regiões geográficas. De forma geral, a água
do mar contém sais, como NaCℓ e MgCℓ2, o que faz com que ela seja salgada, contribuindo para processos industriais.
HABILIDADE 28
Compostos iônicos estão presentes no cotidiano, sendo compostos que contêm pontos altos de fusão e ebulição. A
identificação desses compostos deve-se às classificações da tabela periódica já apresentadas em aulas anteriores.
Para o aluno, é fundamental poder definir o nome e a fórmula do sal e qual a sua classificação, pois se trata de
uma das matérias mais essenciais na química.
MODELO 1
(Enem) A fosfatidilserina é um fosfolipídio aniônico cuja interação com cálcio livre regula processos de trans-
dução celular e vem sendo estudada no desenvolvimento de biossensores nanométricos. A figura representa
a estrutura da fosfatidilserina:
Com base nas informações do texto, a natureza da interação da fosfatidilserina com o cálcio livre é do tipo:
Dado: número atômico do elemento cálcio: 20
a) iônica somente com o grupo aniônico fosfato, já que o cálcio livre é um cátion monovalente;
b) iônica com o cátion amônio, porque o cálcio livre é representado como um ânion monovalente;
c) iônica com os grupos aniônicos fosfato e carboxila, porque o cálcio em sua forma livre é um cátion divalente;
d) covalente com qualquer dos grupos não carregados da fosfatidilserina, uma vez que estes podem doar
elétrons ao cálcio livre para formar a ligação;
e) covalente com qualquer grupo catiônico da fosfatidilserina, visto que o cálcio na sua forma livre poderá
compartilhar seus elétrons com tais grupos.
10
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa questão, há uma exigência do domínio do conteúdo para a sua resolução. É preciso que se tenha
em mente os mecanismos para a realização de uma ligação iônica, as diferentes formas e as forças pre-
sentes nesse tipo de ligação.
A natureza da interação da fosfatidilserina com o cálcio livre é do tipo iônica devido às interações eletros-
táticas do cátion cálcio (Ca2+) com os grupos aniônicos fosfato e carboxila.
RESPOSTA Alternativa C
DIAGRAMA DE IDEIAS
DOAM ELÉTRONS
8 ELÉTRONS NA
ÚLTIMA CAMADA CÁTION ÂNION
RECEBEM ELÉTRONS
11
O hidrogênio tem um elétron na camada de valência. Para ficar
AULAS 11 e 12 idêntico ao gás nobre hélio (Z = 2), com 2 elétrons na última
camada, é necessário mais um elétron. Assim, 2 átomos de
hidrogênio compartilham seus elétrons para ficarem estáveis.
LIGAÇÕES COVALENTE
E METÁLICA
Fórmula:
COMPETÊNCIAS: 1, 2, 3, 5, 6 e 7
O traço (–) indica o par de elétrons compartilhado pelos
4, 7, 8, 12, 17, 18, 20, dois átomos de hidrogênio.
HABILIDADES:
24 e 25 Nesse caso, é como se cada átomo tivesse 2 elétrons em
sua eletrosfera. Com efeito, os elétrons pertencem aos dois
átomos, ou seja, ambos compartilham os 2 elétrons.
Como a menor porção de uma substância resultante de
1. Ligação covalente ligação covalente é denominada molécula, H2 é, portanto,
A ligação covalente ocorre entre átomos de ametais (não uma molécula ou substância molecular.
metais) – incluindo o hidrogênio – mediante compartilha- 2. Molécula de água, formada por átomos de hidrogênio
mento de pares de elétrons. e de oxigênio.
Os ametais são os elementos mais eletronegativos da tabela A ligação covalente também ocorre entre átomos de dife-
periódica. Quando dois ametais se aproximam, ambos atra- rentes elementos.
em os elétrons das suas camadas de valência, bem como os
elétrons do outro. Entretanto, a atração que eles exercem
sobre os elétrons não é suficiente para que ocorra transfe-
rência definitiva de elétrons de um átomo para outro. Por O oxigênio possui 6 elétrons na última camada de valência
esse motivo, eles acabam compartilhando pares de elétrons e precisa receber 2 elétrons para completar o octeto na
a fim de adquirirem estabilidade. Quando dois ou mais áto- camada de valência e ficar estável. O hidrogênio possui um
mos (iguais ou diferentes) de ametais se unem, formam-se elétron na camada de valência e precisa receber 1 elétron
os aglomerados denominados moléculas. para completar a camada de valência – configuração do
gás nobre hélio – para se estabilizar. Ao se ligarem median-
te compartilhamento de seus elétrons, os átomos estabili-
Moléculas são aglomerados atômicos formados por áto-
zam-se, uma vez que completam as respectivas camadas
mos ligados entre si por meio de ligações covalentes, isto
de valência de acordo com sua “necessidade”.
é, mediante o compartilhamento de pares de elétrons.
12
Fórmula Fórmula Pares § Outros exemplos:
Classificação
eletrônica estrutural eletrônicos
H2SO4
1 par ele- Ligação
A A A–A
trônico simples
2 pares
A A A=A Ligação dupla
eletrônicos
3 pares
A ;A Ligação tripla
A A eletrônicos
HCℓO4
c. Fórmula molecular
Mostra apenas quais e quantos átomos a molécula possui.
H3PO4
Fórmula Estrutural
13
Fórmula estrutural por escrito:
Colunas 14 15 16 17
Estrutura
eletrônica na
camada externa
Distribuição
VIVENCIANDO
No dia a dia, é possível encontrar com facilidade a ligação covalente. Substâncias de uso muito comum possuem em
sua estrutura átomos com essa característica de ligação, como a água, o gás oxigênio, a solução de vinagre, o álcool
etílico, o açúcar e o grafite.
Por outro lado, existem substâncias com átomos que possuem essa característica de ligação e que não são tão
evidentes no cotidiano.
O ozônio (O3), por exemplo, é o principal gás situado na atmosfera, responsável pela proteção do planeta Terra contra
os raios ultravioletas (UV) emitidos pelo Sol. Sem essa camada de gás existente na atmosfera, a vida na Terra não
seria possível.
Outro exemplo é o elemento carbono (C), que pode ser encontrado na forma de diamante, passando por processos
de formação diferentes do carbono encontrado no grafite, sendo essa a diferença fundamental entre essas substân-
cias constituídas por átomos desse mesmo elemento químico.
2. Exceções à teoria do octeto c. Número maior do que oito elétrons na última camada
Em alguns casos, os átomos de fósforo e enxofre (existem outros
Certos átomos não necessitam possuir oito elétrons na ca-
átomos) aparecem com mais de 8 elétrons na camada de va-
mada de valência para se estabilizarem; outros comportam
lência, que, em certas moléculas, possuem 10 e 12 elétrons, res-
mais do que oito elétrons na camada de valência. Por isso,
são considerados exceções à teoria do octeto: pectivamente. Esses casos só ocorrem quando o átomo central
é relativamente grande para que possa acomodar mais elétrons
a. Boro (B) ao seu redor. Essa camada de valência expandida só apare-
Forma compostos estáveis por meio de três ligações simples ce em elementos do 3º período da tabela periódica para baixo.
e se estabiliza com seis elétrons na camada de valência. d. Número ímpar de elétrons na última camada
b. Berílio (Be) Há casos em que a camada de valência é completada com
Forma compostos estáveis por meio de duas ligações sim- número ímpar de elétrons. Alguns exemplos são os
ples e se estabiliza com apenas quatro elétrons na camada compostos NO, NO2 e CℓO2, que apresentam 7 elétrons ao
de valência. redor do átomo central (nitrogênio e cloro).
14
e. Compostos dos gases nobres Retículo cristalino covalente: formado pela união de molé-
Embora os gases nobres não tenham ou tenham pouca culas mediante interações ou forças intermoleculares.
tendência de se unir a outros elementos, existem compos-
tos de gases nobres estáveis (eles reagem em condições
especiais). Alguns exemplos são o XeF2 e o XeF4.
Fórmula
Átomo Molecular Eletrônica Estrutural
B BF3
OXIGÊNIO HIDROGÊNIO
ℓ
ℓ Aplicação do conteúdo
P PCℓ5 ℓ
ℓ
1. O número total de elétrons em uma molécula de água
ℓ
é igual a:
a) 10.
b) 8.
S SF6
c) 6.
d) 4.
N NO e) 2.
Resolução:
Gás
nobre XeF4 Consultando os números atômicos na tabela periódica,
(Xe) obtém-se:
Hidrogênio (Z = 1) ä 1 elétron
15
Resolução: 3) A notação 79Au3+ representa um íon que tem 82
prótons e 79 elétrons.
O fósforo possui 5 elétrons na camada de valência e tende, 4) Os elevados pontos de fusão e de ebulição são justificados
portanto, a ganhar 3 elétrons. O flúor possui 7 elétrons na pelo fato de as ligações metálicas dos átomos do ouro serem
camada de valência e tende, portanto, a ganhar 1 elétron. muito fortes, mantendo os átomos intensamente unidos.
Assim, os dois elementos deverão formar um composto Resolução:
covalente com o fósforo (P) na posição central. 1) Falso. O ouro é mais facilmente convertido em fios,
pois é o metal mais dúctil (transformado em fios) e ma-
leável (transformado em lâminas ou chapas) dos metais.
2) Falso. N = A – Z → N = 198 – 79 → N = 119
3) Falso. A notação 79Au3+ indica que o átomo apre-
Alternativa D senta 79 prótons e 76 elétrons
4) Verdadeiro. A ligação metálica é estabelecida
3. Os metais, explorados desde a Idade do Bronze, são através da interação entre os prótons do núcleo e os
muito utilizados até hoje, por exemplo, na aeronáutica, elétrons do átomo vizinho.
na eletrônica, na comunicação, na construção civil e na
indústria automobilística.
Sobre os metais, pode-se afirmar que são: 4. Ligação metálica
a) Bons condutores de calor e de eletricidade, assim A condução fácil da eletricidade é uma das principais ca-
como os não metais. racterísticas dos metais. Considerando que a corrente elé-
b) Materiais que se quebram com facilidade, caracte-
trica é um fluxo de elétrons, foi criada a chamada teoria
rística semelhante aos cristais.
da nuvem eletrônica ou teoria do mar de elétrons.
c) Materiais que apresentam baixo ponto de fusão, tor-
nando-se sólidos na temperatura ambiente. Em princípio, os átomos dos metais possuem apenas 1, 2 ou
d) Encontrados facilmente na forma pura ou metálica, 3 elétrons na última camada eletrônica. Uma vez que essa
sendo misturados a outros metais, formando o mineral. camada fica afastada do núcleo, os elétrons sofrem pouca
e) Maleáveis, transformando-se em lâminas, por exem- força de atração. Em consequência, os elétrons escapam fa-
plo, quando golpeados ou submetidos a rolo compressor. cilmente do átomo e transitam livremente pelo retículo cris-
Resolução: talino metálico. Assim, os átomos que perdem elétrons trans-
formam-se em cátions; esses cátions podem receber elétrons
a) Falso, pois os não metais têm propriedades opostas
às dos metais, ou seja, não são bons condutores de e voltar à forma de átomo neutro, e assim sucessivamente.
calor nem de eletricidade. Conclusão: segundo essa teoria, o metal é um aglome-
b) Falso, pois os metais são resistentes à quebra, dife- rado de átomos neutros e cátions mergulhados em uma
rentemente dos cristais. nuvem (ou mar) de elétrons livres e mantidos unidos – afir-
c) Falso, pois os metais possuem alto ponto de fusão ma-se também que esses elétrons estão deslocalizados.
(exceto o mercúrio). Por isso, eles são sólidos à tem- ELÉTRON LIVRE
peratura ambiente.
d) Falso, pois a maioria dos metais não é encontra-
da pura ou na forma metálica na natureza (exceto
metais nobres, como ouro e platina), normalmente
estando na forma de óxidos metálicos. Podem vir
combinados com outros metais, mas não puros ou na
forma metálica.
e) Verdadeiro, pois os metais são dúcteis, podendo ser
transformados em fios, e maleáveis, transformando-
-se em lâminas, por exemplo, quando golpeados ou Agrupamento dos átomos dos metais dá origem ao retículo cristalino metálico.
submetidos a um rolo compressor.
Altenativa E
CÚBICO DE CORPO CENTRADO (CCC)
4. (UnB) O ouro é o mais maleável e dúctil dos metais.
Possui o número atômico 79, ponto de fusão igual a
1064,43 °C e ponto de ebulição igual a 2807 °C. Sobre
o ouro, julgue os itens abaixo em verdadeiro ou falso. CÚBICO DE FACES CENTRADAS (CFC)
16
4.1. Propriedades dos metais desses elementos é um metal. As características das li-
gas metálicas não coincidem com as características dos
As substâncias metálicas, ou simplesmente metais, são úteis metais puros. Por esse motivo, elas são muito utilizadas
ao ser humano graças às suas propriedades genéricas: na indústria.
1. Brilho característico – quando polidos, os metais refle- § Ouro 18 quilates – mistura formada por 75% de ouro
tem muito bem a luz; propriedade observada em bandejas e 25% de cobre e prata.
e espelhos de prata. § Amálgama – liga de Hg, Ag e Sn usada antigamente
2. Alta condutividade térmica e elétrica, graças aos elétrons em obturações.
livres. O movimento ordenado dos elétrons constitui cor- § Bronze – liga de Cu e Sn usada na produção de sinos,
rente elétrica que, se agitada, permite rápida propagação medalhas, moedas e estátuas.
de calor mediante substâncias metálicas. § Aço inox – liga de Fe, C, Cr e Ni usada em talheres,
3. Altos pontos de fusão e ebulição característicos dos peças de carros e brocas.
metais, à exceção do mercúrio, PF = –39 ºC; gálio, § Latão – liga de Cu e Zn usada na produção de tubos,
PF = 30 ºC; e potássio, PF = 63 ºC. Graças a essa pro- armas, torneiras e instrumentos musicais.
priedade e à boa condutividade térmica, alguns metais são
utilizados em panelas e radiadores de veículos.
4. Maleabilidade – os metais são facilmente maleáveis. O
ouro é o mais maleável dos metais e permite a obtenção
de lâminas muito finas.
5. Ductibilidade – os metais também são facilmente trans-
formados em fios. Esse também é o caso do ouro.
multimídia: site
5. Ligas metálicas
Existem materiais com propriedades metálicas formados alunosonline.uol.com.br/quimica/ligas-metalicas.html
por dois ou mais elementos, sendo que ao menos um
As ligações covalentes estão presentes em grande proporção na natureza; os elementos que são responsáveis por
essas ligações (os não metais) estão na composição de grande parte dos compostos orgânicos. Mas também é pos-
sível encontrá-los na forma de minerais em compostos inorgânicos. Ou seja, estudando-se a geomorfologia de uma
região, é possível inferir quais elementos possuem maior probabilidade de serem encontrados no solo daquela área;
assim, depois da extração desses minerais, eles são tratados para se obter os seus elementos constituintes da forma
mais proveitosa possível.
O elemento fósforo (P) é um exemplo de elemento que, em grande parte, vai ser encontrado no solo
através de seus fosfatos.
Os elementos metálicos, por sua vez, também passam por processos de purificação para se obter substâncias apenas
constituídas por átomos de um determinado elemento. Entretanto, metais podem passar por reações em que são
formadas ligas, misturas homogêneas resultantes da fundição de dois ou mais metais constituintes.
17
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 25
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais,
econômicas ou ambientais de sua obtenção ou produção.
A maneira como as substâncias são relacionadas e nomeadas é fundamental no ramo da Química. Com o
passar do tempo e com a descoberta e síntese de novos elementos, mais classificações foram necessárias para
se distinguir diferentes substâncias. Uma das classificações mais corriqueiras é a polaridade, considerando as
interações intermoleculares.
Essas interações intermoleculares regem as propriedades físico-químicas conhecidas e são de extrema impor-
tância para a compreensão do funcionamento da matéria no âmbito molecular.
MODELO 1
(Enem) Quando colocamos em água, os fosfolipídeos tendem a formar lipossomos, estruturas formadas por
uma bicamada lipídica, conforme mostrado na figura. Quando rompida, essa estrutura tende a se reorganizar
em um novo lipossomo.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa questão, são trabalhados os conceitos de interações intermoleculares e de polaridade.
Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídeos apresentarem uma natureza anfifílica, ou seja,
possuírem uma parte polar (hidrofílica) e outra apolar (hidrofóbica).
RESPOSTA Alternativa E
18
DIAGRAMA DE IDEIAS
LIGAÇÃO QUÍMICA
RETÍCULO RETÍCULO
CRISTALINO CRISTALINO
METÁLICO IÔNICO MOLÉCULAS
RETÍCULO
ELÉTRONS
ÍONS CRISTALINO
LIVRES
MOLECULAR
19
assumir é de 180°; se houver três nuvens, 120°, etc. É funda-
AULAS 13 e 14 mental analisar se a ligação é covalente ou iônica.
Assim:
§ a geometria das nuvens, ou seja, a orientação espa-
cial dessas nuvens (pares eletrônicos), depende do
número total de nuvens eletrônicas ao redor do áto-
GEOMETRIA E mo central A; e
POLARIDADE § a geometria molecular é determinada pela posição dos
MOLECULARES núcleos dos átomos ligados ao redor do átomo central.
H
Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso
conhecer a teoria da repulsão dos pares eletrônicos (TRPE) N
da camada de valência. B H H
H H
H
1.1. Teoria da repulsão dos BH3 NH3
BHTrigonal
Trigonal NH3 Piramidal
pares eletrônicos
plana
Plana
3 Piramidal
H
Essa teoria se fundamenta na ideia de que, estejam ou não
fazendo ligação química (sendo compartilhados), os pares
eletrônicos da camada de valência de um átomo central se
C
comportam como nuvens eletrônicas que se repelem, man-
H H
tendo a maior distância angular possível uns dos outros. H
Uma nuvem eletrônica pode ser formada por ligação sim- CH4
CHTetraédrica
Tetraédrica
ples, dupla, tripla ou mesmo por um par de elétrons não 4
ligantes (que não estão fazendo ligação química). 1.1.2. Roteiro para determinação
A teoria da repulsão dos pares eletrônicos funciona bem da geometria molecular
para moléculas do tipo ABx, em que A é o átomo central, e 1. Determinar a fórmula eletrônica da substância contando
B é denominado elemento ligante. Nessa molécula, os pa- os pares eletrônicos (nuvens eletrônicas) ao redor do áto-
res de elétrons (nuvens eletrônicas) da camada de valência mo central. Considere como par eletrônico:
do átomo central A se repelem, determinando o formato
da molécula ou íon. § cada ligação dupla, tripla ou coordenada/dativa (–, =,
≡, →);
Dessa forma, se houver duas nuvens eletrônicas ao redor de
um átomo central, a maior distância angular que elas podem § cada par de elétrons não ligantes.
20
2. Os pares eletrônicos repelem-se ao máximo.
Orientação
Número de nuvens
(geometria) das Disposição Geometria
ao redor do átomo Fórmula eletrônica
nuvens (pares dos ligantes molecular
central
eletrônicos)
Linear Sempre
O=C=O
2
H—C;N
Linear
Angular
3
2 átomos ligantes Trigonal plana Trigonal plana
(triangular)
2 átomos ligantes
Angular
N
4 Piramidal
3 átomos ligantes
Tetraédrica
Tetraédrica
4 átomos ligantes
Observação: existem ainda duas geometrias possíveis § Octaédrica: ocorre quando há seis nuvens eletrôni-
quando o átomo central ultrapassar os 8 elétrons na cas na camada de valência do átomo central e todas
21
fazem ligações químicas. Os átomos periféricos assu- a geometria das nuvens é trigonal plana. Como o átomo
mem os vértices de um octaedro, e o átomo central fica de nitrogênio está no centro de um triângulo com os três
no centro do octaedro. É possível citar como exemplo vértices ocupados por átomos de oxigênio, a geometria
a molécula SF6. molecular também é trigonal plana.
Como foi visto, átomos podem se transformar em íons ao Fórmula molecular Fórmula eletrônica Orientação das nuvens
Resolução:
3. Polaridade molecular
Fórmulas do ácido e do ânion:
3.1. Polaridade das ligações
O acúmulo de cargas elétricas em determinada região é
denominado polo, que pode ser de dois tipos:
No rompimento da ligação, o hidrogênio perde seu elétron + d = região de menor densidade eletrônica, que corres-
e o oxigênio recebe esse elétron. ponde ao átomo menos eletronegativo.
Ao redor do átomo central do ânion (N) há três nuvens – d = região de maior densidade eletrônica, que corres-
eletrônicas e três ligantes. Como há três nuvens eletrônicas, ponde ao átomo mais eletronegativo.
22
Exemplo: corrência do acúmulo de carga negativa (–d) em torno do
elemento de maior eletronegatividade. Essas ligações são
denominadas polares.
Cℓ2: não há diferença de polo; portanto, é uma molécula apolar. 4.1. Polaridade das ligações covalentes
Na ligação covalente entre átomos de eletronegatividades Para verificar a polaridade das ligações covalentes, é utili-
diferentes, ocorre deformação da nuvem eletrônica em de- zada a escala de eletronegatividade de Pauling:
23
Se a diferença de eletronegatividade entre os átomos li-
gados for diferente de zero (geralmente átomos diferen-
tes), o vetor μ estará definido (não é nulo) e a ligação será
polar, isto é, haverá distorção da nuvem eletrônica entre
os dois átomos envolvidos na ligação covalente. A nuvem
eletrônica ficará deslocada para o lado do elemento mais
eletronegativo. multimídia: vídeo
§ Se a diferença de eletronegatividade entre os átomos Fonte: Youtube
envolvidos na ligação for nula (geralmente átomos Misteriosa areia que tem medo de água...
iguais ou átomos com eletronegatividades muito pró-
ximas), o vetor μ também será nulo e a ligação será
apolar, isto é, não haverá distorção da nuvem eletrônica
entre os dois átomos envolvidos na ligação covalente.
4.2. Polaridade molecular
Quando o ∆ (diferença) for maior que 1,7, o composto
Como determinar a polaridade ou apolaridade de uma
terá caráter iônico (ou seja, a ligação é iônica); abaixo de
molécula?
1,7, o composto terá caráter covalente (ou seja, a ligação
será covalente). a) Experimentalmente
Se orientada na presença de um campo elétrico externo,
Exemplos: uma molécula é considerada polar; se não orientada, é
Ligação polar considerada apolar. O polo negativo da molécula é atraído
pela placa positiva do campo elétrico externo e vice-versa,
como é possível observar na figura a seguir:
Ligação apolar
b) Teoricamente
Pode-se determinar a polaridade _de
____›uma molécula pelo
vetor momento dipolar resultante m R , ou seja, pela soma
dos vetores de cada ligação polar da molécula.
24
c) Método alternativo para determinação da pola-
ridade molecular
Outra maneira – bem mais simples – de analisar a polari-
dade de uma molécula é comparar o número de nuvens
eletrônicas (pares eletrônicos) ao redor do átomo central
_____›
com o número de átomos iguais (de um mesmo ele-
Para determinar o vetor momento dipolo resultante, m
R , mento químico) ligados ao átomo central. Caso os valores
dois fatores devem ser considerados: sejam iguais, a molécula será apolar; se os valores não fo-
rem iguais, será polar.
§ a escala de eletronegatividade, que determina a orien-
tação dos vetores nas ligações polares; e
Número de nuvens eletrônicas ≠ do núme-
§ a geometria molecular,
_____›
que determina a disposição es- ro de átomos iguais ä molécula polar
pacial dos vetores m R .
Número de nuvens eletrônicas = ao núme-
ro de átomos iguais ä molécula apolar
Exemplos:
Fórmula Geometria/ ____›
mR Molécula Exemplos:
molecular Vetores
___
_____› ›
HCø mR ≠ 0
Polar
_____ ___›
›
CO2 R = 0
m Apolar
_____› ___›
H2O mR i 0
Polar
_____›
___›
NH3 mR i 0
Polar
multimídia: site
phet.colorado.edu/sims/html/molecule-shapes/latest/molecule-
-shapes_pt_BR.html
25
VIVENCIANDO
A principal causa da ação dos detergentes é a polaridade das moléculas. Tudo se deve ao caráter anfifílico desses
produtos, formando uma micela com a sujeira.
Caráter anfifílico: afirma-se que uma substância é anfifílica quando existem na mesma molécula regiões predomi-
nantemente polares (região hidrofílica) e regiões predominantemente apolares (região hidrofóbica).
Por exemplo:
Parte hidrofilica
H2O
Assim, quando um detergente entra em contato com uma gordura, a região apolar do detergente envolve a gordura,
que tem caráter apolar, e o detergente forma uma micela em torno da gordura, deixando exposta a sua região polar,
que terá contato direto com a água, arrastando a gordura da superfície em que estiver localizada.
Em Biologia, todas as reações ocorridas no aspecto celular só são possíveis graças à polaridade que existe em cada
uma das moléculas envolvidas.
Existem vitaminas que são lipossolúveis, como a vitamina A, e vitaminas como a vitamina C, que são hidrossolúveis,
isto é, o meio em que elas estão é fator determinante para que qualquer reação aconteça, permitindo que o organis-
mo se comporte normalmente ou de forma anômala.
Pare para pensar... Se o cabelo humano, que é composto de uma proteína denominada queratina, tivesse caráter
hidrofílico, ele seria dissolvido pela água! Você não iria querer isso, certo?
O cabelo umedece porque é poroso e permite a passagem da água por seus poros. Mas não se engane! Isso só é
possível porque o cabelo tem em sua estrutura molecular regiões de baixa polaridade, permitindo, assim, uma pe-
quena atração pelas moléculas de água.
26
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da Química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
Com o passar do tempo, foi necessária a criação de substâncias diversas para uso industrial, médico, farmacológico,
cotidiano, etc. Com isso, foi criada a nomeação e a nomenclatura dessas substâncias.
Os ácidos exercem função importantíssima em todas as áreas supracitadas e são os compostos responsáveis por
impactos ambientais gigantescos, como a chuva ácida. Seus precursores são os óxidos, que, em contato com a
água, causam a acidificação das chuvas, causando danos ambientais e ecológicos graves.
MODELO 1
(Enem) O processo de industrialização tem gerado sérios problemas de ordem ambiental, econômica e social, entre
os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos usualmente presentes em maiores proporções na água da chuva
são o H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com a água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3. Esses
quatro últimos são formados principalmente a partir da reação da água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre
gerados pela queima de combustíveis fósseis.
A formação de chuva mais ou menos ácida depende não só da concentração do ácido formado, como também do tipo
de ácido. Essa pode ser uma informação útil na elaboração de estratégias para minimizar esse problema ambiental. Se
consideradas concentrações idênticas, quais dos ácidos citados no texto conferem maior acidez às águas das chuvas?
a) HNO3 e HNO2.
b) H2SO4 e H2SO3.
c) H2SO3 e HNO2.
d) H2SO4 e HNO3.
e) H2CO3 e H2SO3.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Como de costume, as questões do Enem abordam situações-problemas, as quais apresentam a preservação do
meio ambiente como preocupação principal.
Os ácidos citados no texto que conferem maior acidez às águas das chuvas são o ácido sulfúrico e o nítrico,
pois são ácidos fortes.
Uma maneira de descobrir que esses ácidos são fortes é lembrando que:
D = quantidade de átomos de oxigênio – quantidade de átomos de hidrogênios ionizáveis.
Conforme o valor de D encontrado, obtém-se a seguinte classificação:
oxiácidos valor de D
fracos 0
semifortes ou moderados 1
fortes 2 ou 3
Assim:
H2SO4 ⇒ 4 – 2 = 2 (ácido forte)
HNO3 ⇒ 3 – 1 = 2 (ácido forte)
RESPOSTA Alternativa D
27
DIAGRAMA DE IDEIAS
NELA, ÁTOMOS
TEM UNEM-SE POR
MOLÉCULA
DEPENDE DA
TEORIA DA DIFERENÇA DE
REPULSÃO DOS PARES
ELETRÔNICOS DA ELETRONEGATIVIDADE
CAMADA DE VALÊNCIA
INFLUÊNCIA
MOMENTO DE DIPO-
A SOMA FORNECE
LO (DA LIGAÇÃO)
TRIGONAL EXPRESSA
LINEAR ANGULAR
PLANA
DEPENDE DA
MOLÉCULA
NULO
APOLAR
28
1.1. Forças de dipolo-dipolo
AULAS 15 e 16 ou de dipolo permanente
Se determinadas moléculas possuem dipolo permanente
(devido à polaridade de uma ou mais de suas ligações co-
valentes), então é possível observar como essas moléculas
se atraem: o lado positivo do dipolo de uma das moléculas
FORÇAS atrai o lado negativo do dipolo da outra molécula. Assim,
Exemplo:
§ Moléculas de cloreto de hidrogênio (HCℓ) no estado
gasoso.
COMPETÊNCIAS: 4, 5, 6 e 7
1. Forças intermoleculares
Forças ou interações intermoleculares são forças de
atração que ocorrem entre as moléculas das substâncias
(daí o termo “intermoleculares”, que significa “entre molé-
culas”), que as mantêm unidas no estado sólido e líquido.
Elas são bem mais fracas que as interações intramolecu-
Dipolo permanente entre duas moléculas de HCℓ
lares (dentro das moléculas) ou interatômicas (entre áto-
mos), que unem átomos (na ligação covalente) ou íons (na Outros exemplos: HBr, SO2, NH3, etc.
ligação iônica e na metálica).
1.2. Forças de dipolo instantâneo
As forças intermoleculares determinam os pon- + dipolo induzido ou forças de London
tos de fusão e de ebulição e a solubilidade das
Essas forças também têm natureza elétrica e ocorrem entre
substâncias umas nas outras; além disso, deter-
moléculas apolares. Numa molécula apolar como o H2, os
minam também a tensão superficial e a viscosidade
elétrons estão equidistantes dos núcleos. Entretanto, em de-
dos líquidos.
terminado instante (por isso o nome dipolo instantâneo), a
nuvem eletrônica pode se aproximar mais de um dos núcleos
§ Tensão superficial é uma propriedade que faz com que e estabelecer um dipolo instantâneo, o qual, por sua vez,
a camada superficial de um líquido se comporte como induz (por isso o nome dipolo induzido) as demais moléculas
uma membrana elástica. Os efeitos dela são as gotas a formarem novos dipolos, originando uma força de atração
de água, as bolhas de sabão ou a possibilidade de os elétrica de pequena intensidade entre elas.
insetos caminharem sobre a superfície da água.
29
que as interações de dipolo instantâneo-dipolo induzi- a) HF
do que as unem são fracas.
b) H20
As ligações de hidrogênio explicam uma propriedade mui-
to particular da água. Ao contrário da maioria das subs-
tâncias, a água sólida é menos densa que a água líquida.
Outros exemplos: H2, N2, O2, F2, Cø2, Br2, P4, S8, CH8 e todos
os hidrocarbonetos.
2. Ligações ou pontes
de hidrogênio água sólida
HF H2O NH3
30
A dupla hélice do DNA é estabilizada por pontes de hidrogênio entre as bases presas às duas cadeias.
Exemplos: C4H10 58
dipolo instantâneo-
-dipolo induzido
–1
Massa PE ligação de
Substância Interação (°C) CH3 – OH 32 +65
molecular (u) hidrogênio
31
Nota: apesar de possuir a mesma massa molecular e o
Diminui a ramificação. mesmo tipo de interação (dipolo instantâneo-dipolo indu-
Aumenta a área de contato entre as moléculas.
zido) entre suas moléculas, o metil-butano é ramificado. A
área de contato entre suas moléculas é menor do que no
Aumenta o ponto de fusão e o ponto de ebulição. butano, cuja cadeia é normal. Quanto maior a área de con-
tato entre as moléculas, mais intensas são as interações, e,
portanto, maior é o ponto de ebulição.
Exemplos:
Massa PE
Substância Interação
molecular (u) (°C)
Metilpropano dipolo
CH3 instantâ-
| 58 –12
neo-dipolo
H3C — CH — CH3 induzido
dipolo
Butano
instantâ-
58 –0,5
neo-dipolo
H3C — CH2 — CH2 — CH3
induzido
metil-butano butano
VIVENCIANDO
No dia a dia, é possível identificar facilmente a atuação de forças moleculares realizando rapidamente uma “mistura”
de água com óleo em um recipiente. Na verdade, não ocorrerá nenhuma mistura, uma vez que essas substâncias
possuem polaridades muito distintas e, portanto, não interagem bem entre si.
Outro aspecto do estudo das forças moleculares é o conhecimento dos pontos de fusão e ebulição de compostos;
isso pode ser observado em relação a óleos e gorduras.
Como é possível diferenciar essas duas substâncias?
Óleos e gorduras são basicamente lipídeos, diferenciando-se apenas por seus estados físicos.
Óleos são líquidos enquanto gorduras são sólidas.
Isso ocorre devido às interações intermoleculares existentes em suas cadeias moleculares. Em geral, gorduras pos-
suem menor quantidade de duplas, desencadeando, assim, uma cadeia mais retilínea que permite maior interação
de suas moléculas, aumentando seus pontos de fusão e ebulição. Os óleos, por sua vez, tendem a possuir mais
insaturações, produzindo o efeito reverso, distanciando suas cadeias e diminuindo os pontos de fusão e ebulição.
cadeias carbônicas saturadas e insaturadas
a presença de ligações duplas - insaturações - entre átomos de carbono diminui o ponto de fusão
Ácido Esteárico
18 átomos de carbono
Saturado
Ponto de fusão: 70ºC
Ácido Oleico
18 átomos de carbono
Monoinsaturado
Ponto de fusão: 13ºC
32
4. Solubilidade Aplicação do conteúdo
Por que o óleo não se dissolve na água? É necessário con-
1. As pontes de hidrogênio formadas entre moléculas
siderar que os processos de dissolução estão associados às de água HÖH podem ser representadas neste modelo.
interações moleculares. Com base nele, represente as pontes de hidrogênio en-
O tipo de força intermolecular da água deve ser diferente tre moléculas de amônia: NH3.
do tipo de força intermolecular do óleo.
Como a água é uma substância polar, conclui-se que as
moléculas do óleo devem ser apolares, mesmo sem conhe-
cer as estruturas delas.
A partir desse fato, é possível afirmar que:
Resolução:
Em (I) são rompidas as pontes de hidrogênio da água líqui-
da, o que lhe permite a passagem para o estado gasoso.
Em (II) são rompidas as ligações covalentes entre o hidrogê-
nio e o oxigênio (H – O – H), “quebrando” as moléculas de
água e dando origem ao hidrogênio e ao oxigênio atômicos.
3. (UFU) As substâncias SO2, NH3, HCℓ e Br2 apresentam as
seguintes interações intermoleculares, respectivamente:
a) forças de London, dipolo-dipolo, ligação de hidro-
gênio e dipolo induzido-dipolo induzido;
b) dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, dipolo-dipolo
multimídia: vídeo e dipolo induzido-dipolo induzido;
c) dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, ligação de hi-
Fonte: Youtube
drogênio e dipolo-dipolo;
Testamos o repelente de líquidos NeverWet d) dipolo instantâneo-dipolo induzido, dipolo-dipolo,
ligação de hidrogênio, dipolo-dipolo.
33
Resolução:
SO2: molécula angular e polar (dipolo-dipolo ou dipolo permanente-dipolo permanente)
NH3: molécula piramidal e polar (ponte de hidrogênio ou ligação de hidrogênio)
HCℓ: molécula linear e polar (dipolo-dipolo; em vários casos a atração intermolecular é classificada como ligação de hidro-
gênio)
Br2: molécula linear e apolar (dipolo induzido-dipolo induzido ou força de Van der Waals)
Alternativa B
4. (Unirio) Uma substância polar tende a se dissolver em outra substância polar. Com base nessa regra, indique como
será a mistura resultante após a adição de bromo (Br2) à mistura inicial de tetracloreto de carbono (CCℓ4) e água (H2O).
a) Homogênea, com o bromo se dissolvendo completamente na mistura.
b) Homogênea, com o bromo se dissolvendo apenas no CCℓ4.
c) Homogênea, com o bromo se dissolvendo apenas na H2O.
d) Heterogênea, com o bromo se dissolvendo principalmente no CCℓ4.
e) Heterogênea, com o bromo se dissolvendo principalmente na H2O.
Resolução:
Como o exercício fala que uma substância polar tende a se dissolver em outra substância polar, logo o seu oposto também
é válido – uma substância apolar tende a se dissolver em outra substância apolar.
Verificando a polaridade das moléculas, temos:
34
DIAGRAMA DE IDEIAS
MOLÉCULA
INTERAGE PONTO
POR MEIO DE DE EBULIÇÃO
DIPOLO DIPOLO
LIGAÇÃO DE
PERMANENTE-DIPOLO INDUZIDO-DIPOLO
HIDROGÊNIO
PERMANENTE INDUZIDO
35
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Mesmo com a baixa incidência do tema radiação, o O tema da radioatividade, mesmo com Em Química 2, os assuntos de radiação são
assunto principal é a parte de química orgânica, que baixa incidência, é importante, pois as suas cobrados de maneira simples, mas é importante
é abordada neste volume de maneira introdutória, questões são de nível médio ou baixo. O as- que o aluno os conheça bem. O tema principal é
servindo de base para toda a orgânica. sunto principal abordado é a orgânica, que a orgânica, que é trabalhada de forma introdu-
é estudada neste volume de maneira introdutória, tória neste volume, pois serve de base para o
servindo de base para para os as- entendimento correto da química
suntos posteriores. orgânica.
O assunto principal é a química orgânica, que O assunto mais recorrente é a química O assunto de radioatividade, mesmo com O assunto mais recorrente é a química
tem alta incidência; mesmo sendo apenas orgânica; por mais que seja abordada a baixa incidência, é importante. O assunto orgânica; por mais que seja abordada a
uma parte introdutória, ela serve como base parte introdutória, ela serve de base para os principal abordado é a orgânica, que é parte introdutória, ela serve de base para os
para assuntos posteriores. assuntos posteriores. estudada neste volume de maneira introdutória, assuntos posteriores.
servindo de base para para os assuntos
posteriores.
UFMG
Mesmo com baixa incidência na parte de A parte de química orgânica tem alta O assunto principal é a orgânica. Mesmo
radiação, o assunto principal é a parte de frequência na UFPR. Neste volume é apre- sendo apenas uma introdução, ela pode
química orgânica; sua parte introdutória serve sentada sua parte introdutória, que serve ser cobrada com assuntos relacionados à
de base para assuntos posteriores. de base para toda a orgânica. Química 1.
O assunto de radioatividade, mesmo com baixa O assunto principal é a orgânica. Mesmo Mesmo com baixa incidência na parte de
incidência, é importante, já que suas questões são sendo apenas uma introdução, ela pode radiação, o assunto principal é a parte de
de nível médio ou baixo. O principal assunto é a ser cobrada com assuntos relacionados à química orgânica; sua parte introdutória serve
orgânica, com nível de dificuldade geralmente alto. Química 1. de base para assuntos posteriores.
Mesmo sendo apenas a parte introdutória, ela
serve como base para os assuntos
posteriores.
RADIOATIVIDADE E
QUÍMICA ORGÂNICA
AULAS 9 e 10 1. Introdução
Radioatividade é o processo pelo qual um núcleo instável
emite espontaneamente radiação, transformando-se em
outro núcleo mais estável. Esse fenômeno deve-se exclu-
sivamente ao núcleo do átomo.
RADIOATIVIDADE:
EMISSÕES RADIOATIVAS
E ENERGIA NUCLEAR
COMPETÊNCIAS: 3e6
HABILIDADES: 11, 12, 22 e 23 Estado físico, fatores químicos, pressão e temperatura não
influem na radioatividade de um elemento, uma vez que
ela não depende da eletrosfera do átomo, mas apenas do
fato de seu núcleo ser instável.
É o caso da radioatividade do urânio, que é sempre a mesma. Não importa o estado físico do elemento ou as ligações que
ele faz, se o fizer.
Em 1896, o físico francês Antoine-Henri Becquerel (1852-1908) percebeu que um sal de urânio (o sulfato duplo de po-
tássio e uranila: K2(UO2)(SO4)2) era capaz de sensibilizar o negativo de um filme fotográfico recoberto com papel preto
e uma fina lâmina de metal. As radiações emitidas pelo material apresentavam propriedade semelhante à dos raios X.
Em 1897, a física Marie Sklodowska Curie (1867-1934) provou que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade
de urânio na amostra e concluiu que a radioatividade é um fenômeno atômico.
Nesse mesmo ano, o físico Ernest Rutherford (1871-1937) criou uma aparelhagem para estudar a ação de um campo ele-
tromagnético sobre as radiações.
(+)
bloco de chumbo
raios
raios
raios
substância radioativa (–)
campo magnético
O esquema mostra o comportamento das radiações , e em um campo eletromagnético.
38
VIVENCIANDO
Caso entre em contato com radiações, a fisiologia humana pode ser extremamente comprometida. Na matéria indi-
cada, há uma explicação para os casos mais comuns quando se é exposto à radiação.
http://veja.abril.com.br/saude/os-efeitos-da-radioatividade-no-corpo-humano/
–1 0
b
–1
9/10 c As equações nucleares obedecem a um balanço dos
0 0
g c
números de massa (A) e das cargas nucleares (Z), que
0
são conservados:
c = velocidade da luz no vácuo = 300 mil km/s
nêutron 1 nêutron 1u
Veja:
SAReagentes = SAProdutos ä 239 = 4 + 235
3. Leis das emissões SZReagentes = SZProdutos ä 94 = 2 + 92
radioativas
3.2. Segunda lei: lei de Soddy-Fajans-
3.1. Primeira lei: lei de Soddy – Russel – emissão de partículas b
emissão de partículas a
Caso um átomo X emita uma partícula a, seu núme- Caso um átomo X emita uma partícula b, seu número
ro de massa diminuirá em 4 unidades, e seu número de massa permanecerá inalterado, e seu número atô-
atômico diminuirá em 2 unidades: mico aumentará em 1 unidade:
AZX
0b
+ Z +A1 Y
.
a + Z
–1
A
Z
X 4
+2
A––42 Y.
39
Como ocorre alteração do número atômico (Z), o átomo Y ge-
rado pertence a um novo elemento químico, diferente do áto-
mo X original. Como o número de massa (A) permanece inal-
terado, na emissão beta, X e Y sempre serão átomos isóbaros.
Transmutação artificial por meio da qual Chadwick (1932)
As partículas b, também denominadas raios b ou radiação descobriu o nêutron:
b, são partículas negativas iguais aos elétrons. Elas apre-
sentam carga –1 e massa 0. A partícula b forma-se por
meio da desintegração de um nêutron no núcleo:
n 1 p + –1
+1 0 b +
0
0 n
1
0
nêutron próton beta neutrino Atualmente, a maioria dos radioisótopos utilizados na me-
dicina, na indústria, na agricultura, entre outras áreas, é
Exemplo: produzida a partir de transmutações artificiais.
§ Se um átomo de 146C emitir uma partícula b, ele se
transforma em 7N
14
. A reação nuclear pode ser repre- 5. Energia nuclear
sentada da seguinte maneira:
A partir da segunda metade do século XX, uma das grandes
C
14
–1 0b
+ 7N
14
6 preocupações da humanidade tem sido os meios de obtenção
Observe. de energia. Dentre as soluções encontradas, uma delas é a
energia proveniente dos núcleos atômicos, a energia nuclear,
SAReagentes = SAProdutos ä 14 = 0 + 14 obtida mediante reações de fissão e fusão nucleares.
B a e
4. Transmutações Em lugar de 140 Kr, podem formar-se outros núcleos,
94
56 36
cujos números de massa variam entre 72 e 158. Essa for-
O fenômeno em que um elemento químico emite esponta- mação pode chegar a dois, três ou mais neutros livres.
neamente uma radiação e se transforma em outro elemen-
to é denominado transmutação natural. U
235
+ 0 1 n
92
Sr + 2 01 n + energia
54 Xe + 38
140 94
40
Contudo, seus efeitos podem ser desastrosos. A energia pode dois átomos de urânio, que se quebram, formando quatro
ser útil caso seja controlada em um reator ou usina nuclear, nêutrons, que, por sua vez, atingirão mais quatro átomos
mas, caso seja aplicada sem controle, desenvolve-se uma rea- de urânio, que formarão oito nêutrons, e assim por diante,
ção em cadeia, acompanhada de explosão: a bomba atômica. sucessiva e incontrolavelmente.
Enrico Fermi (1901-1954) e Leo Szilard (1898-1964) cons-
truíram o primeiro reator. Hoje existem centenas deles em
funcionamento. O Brasil também iniciou seu programa de
energia nuclear construindo reatores em Angra dos Reis (RJ).
A primeira bomba atômica de teste foi detonada em 16
de junho de 1945, no deserto de Alamogordo, no Novo
México (EUA). A bomba foi usada militarmente no final da multimídia: livro
Segunda Guerra Mundial contra as cidades japonesas de
Hiroshima (bomba de 235
92 U, em 6 agosto de 1945) e Naga-
Peter W. Atkins e Loretta Jones - Princípios de Química
saki (bomba de 94 Pu, em 9 agosto de 1945).
239
– Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente
No processo de fissão ocorre uma reação em cadeia. Na
O livro encoraja estudantes a pensar e desenvolver com-
teoria, bastaria apenas um nêutron para iniciar o proces-
preensão sólida da Química, desafiando-os a questionar
so. Na prática, entretanto, exige-se uma massa mínima
e a obter nível mais alto de entendimento da matéria. A
acima da qual há denotação com reação em cadeia. Essa
obra apresenta a Química como algo atual e dinâmico, ao
massa mínima é denominada massa crítica. Um átomo de mostrar a relação entre ideias químicas fundamentais e
urânio (
92
235
U)
é atingido por um nêutron e se quebra para suas aplicações.
formar dois nêutrons. Esses dois nêutrons atingem outros
41
A energia liberada em uma reação de fissão nuclear é imen- A energia liberada na queima de um mol de etanol (46 g)
samente maior do que as liberadas em reações químicas. A consegue aquecer aproximadamente 4 kg de água de 20 a
fissão do urânio-235 libera na ordem de 2 ·1010 kJ/mol de 100 °C, enquanto que para aquecer a mesma quantidade
energia. Comparando com outra fonte de energia (ex.: eta- de água no mesmo intervalo de temperatura, é necessário
nol), a energia liberada na reação de combustão é de “ape- ”somente” 0,00003 gramas, isto é, de 0,03 mg de urânio.
nas” 1.360 kJ/mol.
Radiofármacos e radiotraçadores
Essas substâncias recebem esse nome porque, ao serem transportadas pelo corpo da pessoa, emitem radiações que
possibilitam seu monitoramento, indicando por onde passaram e onde se depositaram. Isso permite que o radiolo-
gista faça um mapeamento dos órgãos.
Um exemplo de radioisótopo é o iodo-131, que é usado no tratamento de câncer de tireoide, uma vez que, ao se
acumular nesse órgão, suas radiações gama destroem as células cancerígenas.
4 11 H
H
4
2 e + 2 + 2 0 0n + energia
- 10b
Essa reação não pode ser realizada artificialmente, uma vez que ela exige temperatura elevadíssima. Contudo, a partir de
1950 os cientistas iniciaram pesquisas para obter uma reação semelhante.
42
Em 1952, conseguiram realizar a primeira fusão não controlada, que gerou a primeira bomba de hidrogênio.
Algumas reações de fusão possíveis:
H
2
1 + 1 3 H
H
4
e + 0 1 n + energia
2
H
+ 1 1 H
3 e + energia
2 H
2
1
3 e + 3 H 4 e + 2 1 1 H
2 H 2 e 2 H + energia
Para iniciar esses processos de fusão, usa-se, como energia de ativação, a energia proveniente da explosão de uma bomba atô-
mica. Atualmente, são desenvolvidas pesquisas que visam a obter outros métodos de ativação. Até agora, essa fusão não pode
ser controlada a fim de obter-se energia útil.
Digamos que a bomba atômica é a “espoleta” da bomba de hidrogênio, que libera a energia necessária para a fusão. Ocorri-
da essa fusão, a energia liberada é extremamente intensa. Já foram detonadas bombas de hidrogênio de até 500 megatons.
Há alguns anos, sonha-se com a construção de um reator nuclear de fusão, que exigiria uma temperatura mínima de 300
milhões de graus Celsius para a fusão. Até agora só se conseguiu atingir 200 milhões de graus Celsius por uma fração ínfima
de tempo.
43
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Atualmente há uma grande preocupação em relação aos meios de produção de energia. Um dos assuntos mais
debatidos é a energia nuclear.
A habilidade 22 contempla os riscos causados pela radiação e quais os principais efeitos que a exposição às
partículas e à radiação podem causar no ser humano. Um caso muito citado como situação-problema é o caso
de Chernobyl.
MODELO 1
(Enem) A falta de conhecimento em relação ao que vem a ser um material radioativo e quais os efeitos, con-
sequências e usos da irradiação pode gerar o medo e a tomada de decisões equivocadas, como a apresentada
no exemplo a seguir.
“Uma companhia aérea negou-se a transportar material médico por este portar um certificado de esterilização por
irradiação”.
Física na Escola, v. 8, n. 2, 2007 (adaptado).
ANÁLISE EXPOSITIVA
Esse tipo de questão propõe ao aluno que seja realizada, utilizando-se os conceitos vistos em sala de
aula, uma análise crítica quanto à afirmação proposta.
O material médico não pode acumular radiação, isto é, não se torna radioativo por ter sido irradiado. A
decisão tomada pela companhia foi equivocada.
RESPOSTA Alternativa A
44
DIAGRAMA DE IDEIAS
LIBERA RADIAÇÃO
PARTÍCULAS
45
AULAS 11 e 12 Isótopo radioativo Meia-vida
Zr
95
40 65 anos
56 Ba
140 12,8 anos
I
131
53 8 dias
CINÉTICA DOS
Mo
99
42 67 horas
DECAIMENTOS U
235
92 710 milhões de anos
RADIOATIVOS
Na explosão de uma bomba atômica ou em um acidente
com vazamento numa usina nuclear, é liberado um número
COMPETÊNCIAS: 6e7 incalculável de isótopos radioativos. Muitos deles apresen-
tam uma meia-vida muito curta. Por esse motivo, seu de-
20, 21, 22, 23, 24, 25, caimento radioativo impede que eles sejam fixados no solo,
HABILIDADES:
26 e 27 na vegetação ou nas águas.
Entretanto, outros isótopos radioativos apresentam uma
meia-vida muito longa, permitindo que eles se fixem no
meio ambiente, contaminando-o e o tornando-o radioativo
1. Meia-vida ou período por longos períodos. Além disso, os nêutrons liberados no
de semidesintegração processo de fissão podem agir sobre os constituintes da
atmosfera, gerando espécies radioativas, como 14 3
6C
, 1 H
.
A Cinética Radioativa é a matéria da Química Nuclear que es-
tuda a velocidade de desintegração dos materiais radioativos. 1.1. Vida-média
A velocidade (v) com que ocorre a emissão de partículas Não é possível prever a duração de vida de determinado
(desintegração) é diretamente proporcional ao número de átomo; no entanto, pode-se calcular um tempo estatístico
núcleos radioativos (N), a cada instante considerado. de sua duração. Por exemplo, se o elemento rádio tem vi-
da-média de 2,3 mil anos, estatisticamente é possível con-
v=k·N cluir que um núcleo de rádio levará 2,3 mil anos para se
desintegrar. Esse fator não exclui a probabilidade de ele se
k = constante radioativa, característica de cada isótopo desintegrar antes ou depois desse tempo. É importante não
confundir vida-média com meia-vida.
Depois de certo intervalo de tempo, o número de núcle-
os radioativos de cada isótopo é reduzido à metade. Esse
intervalo, característico de cada isótopo, é denominado
meia-vida ou período de semidesintegração.
46
E o tempo total decorrido Dt, desde o valor inicial m0 até
se atingir o valor m, será de:
Dt = n · P
Na equação, P é o tempo de meia-vida.
Esquematicamente:
VIVENCIANDO
A datação de matéria orgânica é realizada por meio da constituição de carbono-14 (carbono com número de
massa 14) na matéria orgânica. O tempo de meia-vida do carbono 14 (14C) é de 5.730 anos. Isso significa que, se
um organismo morreu há 5.730 anos, ele possuirá a metade do conteúdo de 14C. Assim, é possível obter a idade
aproximada de qualquer matéria orgânica. Com o objetivo de ser o mais exato possível no trato com a história
da humanidade, dos animais e das plantas, essa técnica já foi utilizada de diversas formas por historiadores do
mundo todo. Essa técnica possibilitou descobertas importantes para os campos da biologia e da história, recons-
tituindo épocas e trajetórias dos seres vivos. Do ponto de vista da biologia, a datação da matéria orgânica é um
fator preponderante, uma vez que a evolução das espécies está diretamente relacionada ao período em que elas
viveram, às condições a que estavam submetidas e à fauna e à flora do ambiente naquele momento.
Aplicação do conteúdo
1. Numa amostra radioativa, a massa dos átomos radioativos é de 40 g. Depois de 63 h, a massa desses átomos radia-
tivos se reduz a 5 g. Calcule a meia-vida do elemento.
Resolução:
47
2. O tempo de meia-vida do criptônio-89 é igual a 3,16 Resolução:
minutos. Dispondo-se de uma amostra com 4,0 · 1023
Partindo-se de 100% como a quantidade inicial de carbo-
átomos desse isótopo, ao fim de quanto tempo restarão
1,0 · 1023 átomos?
no-11, depois de cinco meias-vidas, tem-se:
Alternativa B
multimídia: site
3. (PUC) Carbono-11 é utilizado na medicina para diag-
nóstico por imagem. Amostras de compostos contendo
carbono-11 são injetadas no paciente obtendo-se a ima- pt.energia-nuclear.net/acidentes-nucleares/
gem desejada após decorridas cinco “meias-vidas” do chernobyl
radiosótopo. Nesse caso, a porcentagem da massa de noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/
carbono-11, da amostra, que ainda não se desintegrou é:
redacao/2017/01/12/a-lua-e-mais-muito-mais-velha-do-
a) 1,1%. que-os-cientistas-imaginavam.htm
b) 3,1%. www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150808_
c) 12%. hiroshima_nagasaki_chernobil_rm
d) 50%. phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/radioactive-
e) 75%. dating-game
Em setembro de 2016, a Coreia do Norte realizou testes nucleares. Os testes foram realizados na base de Punggye-ri,
no nordeste do país, o mesmo lugar onde a Coreia do Norte detonou bombas atômicas em 2006, 2009, 2013 e em
janeiro do mesmo ano. Em 2016, em vez de uma bomba atômica, o teste foi feito com uma bomba de hidrogênio.
Embora ambas sejam muito destrutivas, elas apresentam reações diferentes.
Bomba atômica
1. O funcionamento da arma começa quando uma carga de explosivo convencional, como dinamite, é acionada à
distância e explode.
2. O choque da explosão impulsiona uma bala de urânio-235 sobre uma esfera feita do mesmo material. Esse impac-
to inicia as reações de fissão, ou seja, a quebra dos núcleos dos átomos que vão liberar energia.
3. Com o impacto, os instáveis e pesados átomos de urânio-235 arrebentam, liberando energia e nêutrons que dão
continuidade à reação. Cada átomo que se rompe solta novos nêutrons que quebram mais núcleos, gerando um
efeito em cadeia que desprende cada vez mais energia.
48
Bomba de hidrogênio
1. Na bomba de hidrogênio, a espoleta utilizada não é um explosivo convencional, mas uma bomba atômica como
a de Hiroshima. Novamente, o momento do estouro dessa carga é determinado por meio de um controle remoto.
2. Essa explosão atinge um compartimento cheio de composto de lítio, transformando essa substância em deutério
e trítio. Os átomos desses elementos são isótopos do hidrogênio. Todos possuem apenas um próton, mas com quan-
tidades diferentes de nêutrons.
3. Por serem muito leves e estarem submetidos a altíssima temperatura, os átomos de deutério e trítio tendem a se
unir, criando um átomo de hélio mais leve que os dois anteriores somados. A massa que resta dá origem à energia
colossal da bomba.
49
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em
processos naturais ou tecnológicos, ou em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Atualmente há uma grande preocupação em relação aos meios de produção de energia. Um dos assuntos mais
debatidos é a energia nuclear.
A habilidade 22 contempla os riscos causados pela radiação e quais os principais efeitos que a exposição às
partículas e à radiação podem causar no ser humano. O caso de Chernobyl, na Ucrânia, e o caso do Césio-137,
em Goiânia, são muito citados como situação-problema.
MODELO 1
(Enem) Glicose marcada com nuclídeos de carbono-11 é utilizada na medicina para se obter imagens tridimen-
sionais do cérebro, por meio de tomografia de emissão de pósitrons. A desintegração do carbono-11 gera um
pósitron, com tempo de meia-vida de 20,4 min, de acordo com a equação da reação nuclear:
6 C →
11 5 B + 10 e
11
(pósitron)
A partir da injeção de glicose marcada com esse nuclídeo, o tempo de aquisição de uma imagem de tomografia
é cinco meias-vidas.
Considerando que o medicamento contém 1,00 g do carbono-11, a massa, em miligramas, do nuclídeo restan-
te, após a aquisição da imagem, é mais próxima de
a) 0,200.
b) 0,969.
c) 9,80.
d) 31,3.
e) 200.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse tipo de questão, o aluno é convidado a raciocinar utilizando os conhecimentos adquiridos sobre decai-
mentos radioativos.
A partir da injeção de glicose marcada com esse nuclídeo, o tempo de aquisição de uma imagem de tomografia
é cinco meias-vidas.
Assim:
RESPOSTA Alternativa D
50
DIAGRAMA DE IDEIAS
NUCLÍDEO
PODE SER
INSTÁVEL
PARTICIPA DE
APLICAÇÕES
MEDICINAIS
TÊM
APLICAÇÕES
REAÇÕES BÉLICAS
NUCLEARES
POR EXEMPLO
MEIA-VIDA
DECAIMENTO TEM
(PERÍODO DE
RADIOATIVO
SEMIDESINTEGRAÇÃO)
51
Com o êxito da experiência de Wöhler, diversos cientistas vol-
AULAS 13 e 14 taram ao laboratório para obter outras substâncias orgânicas
(em 1862, foi obtido o acetileno e, em 1866, foi obtido o ben-
zeno). Assim, a teoria da força vital foi totalmente derrubada.
Com o tempo, os estudiosos perceberam que a definição de
Bergman para a Química Orgânica não era adequada; então,
o químico alemão Friedrich August Kekulé (1829-1896) pro-
INTRODUÇÃO À pôs uma nova definição, aceita até hoje: “Química Orgânica
QUÍMICA ORGÂNICA é o ramo da Química que estuda os compostos do carbono”.
De fato, essa afirmação está correta; entretanto, nem todo
composto que contém carbono é orgânico, como o dióxido de
carbono (CO2), o ácido carbônico (H2CO3), o grafite, etc.; mas
a maioria dos compostos orgânicos contém carbono (atual-
mente, já foram sintetizados compostos “orgânicos” que não
COMPETÊNCIAS: 5e7
contêm carbonos). Essa parte da Química estuda a estrutura,
as propriedades, a composição, as reações e a síntese de com-
HABILIDADES: 17, 18, 24 e 26 postos orgânicos que, por definição, contêm carbono, embora
possam conter também outros elementos, como o hidrogênio
(na sua maioria) e o oxigênio. Alguns deles contêm nitrogênio,
halogênios e, mais raramente, fósforo e enxofre.
NH4OCN
calor 2. Características gerais
das moléculas orgânicas
Cianeto de amônio ureia Quais são as inúmeras propriedades e a significativa di-
Reação de aquecimento do cianeto de amônio para obter a versidade dos compostos do carbono tão exploradas na
ureia. Essa reação ficou conhecida como síntese de Wöhler. biologia e na indústria?
52
§ Em primeiro lugar, deve-se distinguir compostos orgâ-
nicos de inorgânicos.
3. Características do
Os orgânicos são constituídos fundamentalmente por qua- átomo de carbono
tro elementos – carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) Em 1852, o químico inglês Edward Frankland (1825-1899)
e nitrogênio (N) – denominados elementos organógenos. publicou um trabalho em que apresentava a expressão
§ Os orgânicos são capazes de sofrer combustão, uma “valência”, relacionada à provável capacidade de ligação
vez que, em grande parte, são compostos de C e de H. dos átomos. Poucos anos depois, o químico alemão August
A queima completa dessas substâncias produz CO2 e Kekulé defendeu hipóteses extraordinárias que causariam
H2O; a queima incompleta produz CO; e a queima par- um grande avanço no estudo das substâncias orgânicas.
cial, apenas C (fuligem). Um composto orgânico que
contenha C e H ou C, H e O corresponde a: 3.1. Postulados de Kekulé
1. O carbono teria quatro valências.
§ Ponto de fusão e de ebulição. Em sua maioria mo- Os átomos de C possuem uma significativa capacidade de
leculares, os compostos orgânicos apresentam pontos se unir a outros átomos de C ou a átomos de diferentes
de fusão e de ebulição baixos, o que justifica a predo- elementos, formando sequências estáveis. Uma sequência
minância do estudo de compostos gasosos e líquidos de átomos ligados entre si é denominada cadeia.
pela Química Orgânica. Os sólidos, em grande parte, § Observa-se, em todas as cadeias carbônicas, que o nú-
são facilmente fusíveis. mero de ligações covalentes de um átomo de C é igual
§ Solubilidade. Em geral, os compostos orgânicos são a quatro. Contudo, dois átomos de C podem ligar-se
solúveis em solventes apolares e insolúveis em solven- entre si por ligações simples, duplas ou triplas.
tes polares, como a água.
53
§ A cadeia deve ser representada como um zigue-zague. § primário: ligado a 1 ou a nenhum átomo de carbono;
§ As pontas nas extremidades de uma cadeia correspon- § secundário: ligado a 2 átomos de carbono;
dem ao grupo CH3. § terciário: ligado a 3 átomos de carbono;
§ A junção de dois traços na extremidade de uma cadeia § quaternário: ligado a 4 átomos de carbono.
corresponde a um grupo CH2.
§ A junção de três traços na extremidade de uma cadeia
Exemplo:
indica um grupo CH.
P = primário
Exemplos: S = secundário
T = terciário
Q = quaternário
VIVENCIANDO
Quem nunca se pegou lendo a embalagem do refrigerante ou de outros produtos industrializados enquanto
se alimentava? Ou rótulos dos produtos enquanto tomava banho? Pois bem, qualquer pessoa que tenha
feito isso terá reparado que nos rótulos das embalagens estão descritas as misturas realizadas para se
chegar àquele determinado produto que está sendo consumido ou utilizado. As substâncias que constituem
esses produtos sempre estarão descritas de uma forma padrão, respeitando a “norma culta” da linguagem
química, para que não haja complicações durante a leitura de uma fórmula de um determinado produto. Isso
garante que, em qualquer lugar, seja possível saber, no caso de compostos químicos, do que determinado
produto é constituído.
54
5.2. De acordo com o tipo de ligação § Cadeia mista: quando um composto apresenta, ao
mesmo tempo, cadeia carbônica com uma parte cíclica
(sigma - s e pi - p) e com o tipo e outra parte acíclica na molécula em questão.
de hibridação (hibridização)
Ligação do Hibridação 3
6. Classificação das
cadeias carbônicas
A grande variedade de cadeias orgânicas exige que se faça
a classificação delas segundo determinados critérios.
§ Cadeia ramificada: se contiver átomos de carbono
1. Quanto ao fechamento da cadeia terciários e/ou quaternários.
3. Quanto à saturação
55
§ Insaturada: se entre átomos de carbono houver liga- 2. Compostos aromáticos polinucleares ou polinucle-
ções duplas e/ou triplas. ados: se contiver vários anéis benzênicos subdivididos em:
4. Quanto à natureza
§ polinucleares condensados: se os anéis tiverem
§ Homogênea: se entre átomos de carbono houver
átomos de carbono em comum.
apenas átomos de carbono.
8.Resumodascadeiascarbônicas
Esta cadeia é homogênea porque o oxigênio está fora da cadeia.
NORMAL ou RAMIFICADA
NORMAL ou RAMIFICADA
1. Compostos aromáticos mononucleares ou mono- A fórmula molecular da substância I, que apresenta sabor
nucleados: se contiver um único anel benzênico. de canela, é:
a) C9H8O. d) C8H7O.
b) C9H9O. e) C8H8O.
c) C8H6O.
56
Resolução: 3. (PUC-RS) O ácido etilenodiaminotetracético, conheci-
do como EDTA, utilizado como antioxidante em marga-
rinas, de fórmula:
A Química Orgânica é uma área de conhecimento muito vasta. Dessa forma, foi necessário criar e padronizar uma
“linguagem” para que tudo o que seja tratado nessa área possa ser entendido em qualquer parte do mundo.
A partir de várias reuniões internacionais, foi definida uma linguagem oficial e mundial para a química, denominada
nomenclatura IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), que deve ser padronizada e compreendida
por todos, com regras para organizar e descrever qualquer substância orgânica em qualquer parte do mundo.
Essa forma de nomeação dos compostos se assemelha à língua nativa dos países devido ao fato de poder ser enten-
dida em qualquer parte do mundo. Por exemplo, em países onde o português é a língua oficial, há comunicação entre
o falante e o ouvinte, desde que seja falada a língua padrão para aquele ambiente, isto é, um brasileiro consegue
transmitir tranquilamente sua mensagem a alguém que reside em Cabo Verde. Na química não é diferente. Esse
padrão é fundamental para a cooperação entre pesquisadores de todo o mundo, ajudando a proliferar bons frutos
na área da pesquisa.
57
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas
ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou
linguagem simbólica.
A linguagem na química é essencial, ainda mais se tratando de química orgânica. O composto representado na
questão a seguir é um clássico exemplo de por que a nomenclatura do composto é tão importante. Seu nome
oficial é dado como 2-(4-{2-[3,5-bis (pent-1-in-1-il)fenil]etinil}-2,5-bis(3,3-dimetilbut-1-in-1-il)fenil)-1,3-diox-
olano1,3-dioxolane, 2-[2,5-bis(3,3-dimetil-1-butin-1-il)-4-[2-(3,5-di-1-pentin-1-ilfenil)etinil]fenil], usualmente
conhecido como Nanokid. Por causa de nomes como esse é que as nomenclaturas na química orgânica foram
se aprimorando cada vez mais para a adequação e facilitação da pronunciação desses compostos.
MODELO 1
(Enem) As moléculas de nanoputians lembram figuras humanas e foram criadas
para estimular o interesse de jovens na compreensão da linguagem expressa em
fórmulas estruturais, muito usadas em química orgânica. Um exemplo é o NanoKid,
representado na figura:
Em que parte do corpo do NanoKid existe carbono quaternário?
ANÁLISE EXPOSITIVA
A química orgânica é uma das áreas com as maiores descobertas no mundo da química. Por esse motivo,
é de extrema importância uma padronização da nomenclatura dos compostos, além de uma caracteriza-
ção de algumas funções dela.
Carbono quaternário é aquele que se liga a outros quatro átomos de carbono. Isso ocorre nas mãos
do nanokid. Assim:
RESPOSTA Alternativa A
58
DIAGRAMA DE IDEIAS
RAMIFICADA
SUBSTÂNCIA
NÃO
PODE SER FECHADA
AROMÁTICA
PODE SER
ORGÂNICA MISTA AROMÁTICA
TEM
SATURADA
CADEIA
CARBÔNICA DUPLA TRIPLA
INSATURADA CONTÉM OU
C=C C=C
HOMOGÊNEA
59
AULAS 15 e 16 1. Introdução
Como na Química Inorgânica, a Química Orgânica agru-
pa as substâncias com propriedades químicas semelhan-
tes em razão das características estruturais comuns. Cada
função orgânica é caracterizada por um grupo funcional,
uma combinação específica de átomos que conferem suas
HIDROCARBONETOS propriedades químicas, como –COOH, grupo funcional que
caracteriza a função ácido carboxílico.
O desenvolvimento da Química Orgânica determinou o es-
tabelecimento de uma nomenclatura das funções orgânicas
padronizada internacionalmente.
Essa nomenclatura, criada para evitar confusões, vem
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 sendo desenvolvida pela União Internacional de Química
Pura e Aplicada (em inglês: International Union of Pure and
HABILIDADES: 18, 19, 23, 24 e 25 Applied Chemistry, IUPAC) e é considerada a nomencla-
tura oficial. Entretanto, algumas substâncias ainda são
identificadas pelos nomes consagrados pelo uso comum: é
a nomenclatura usual.
2. Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos são compostos formados unicamente por carbono e hidrogênio, que podem ser representados generica-
mente por CxHy, cuja nomenclatura leva o sufixo o.
Exemplos:
C3H8 ä CnH2n + 2
n = número de átomos de carbono = 3
2n + 2 = número de átomos de hidrogênio = 8
C4H10
n = número de átomos de carbono = 4
2n + 2 = número de átomos de hidrogênio = 10
60
2.1.1. Propriedades físicas dos alcanos Os alcanos são compostos apolares, apresentando interação
dipolo induzido-dipolo induzido entre as moléculas. Assim,
Os alcanos são pouco reativos, isto é, não reagem com os alcanos de até 4 átomos de carbono são gases em condi-
quase nenhuma substância. Por essa razão, são chamados
ções ambientes (de 25 °C e 760 mmHg); alcanos com 5 a 17
também de parafinas ou parafínicos.
átomos de carbono são líquidos, e os demais, sólidos.
Eles não são muito reativos porque as ligações entre C – H e
C – C são muito estáveis e difíceis de serem quebradas. Os al- Eles são insolúveis em água e solúveis em solventes apola-
canos são mais utilizados para a queima (combustão), ou seja, res, como o clorofórmio e o benzeno. Possuem densidades
são usados como combustíveis para o fornecimento de energia. menores que 1 g ∙ cm-3 e flutuam sobre a água.
C3H6 ä CnH2n
n = número de átomos de carbono = 3
2n = número de átomos de hidrogênio = 6
C4H8
n = número de átomos de carbono = 4
2n = número de átomos de hidrogênio = 8
C5H8 ä CnH2n – 2
n = número de átomos de carbono = 5
2n – 2 = número de átomos de hidrogênio = 8
61
2.3.1. Propriedades físicas dos alcinos
Os alcinos são compostos de baixa polaridade e apresentam basicamente as mesmas propriedades físicas dos alcanos e dos
alcenos: são insolúveis em água e solúveis em solventes apolares; são menos densos do que a água e possuem os pontos
de fusão e de ebulição crescentes com o aumento do número de carbonos na cadeia.
O acetileno (C2H2), diferentemente dos outros alcinos, possui cheiro agradável e é parcialmente solúvel em água (1,17
g/L a 20 °C). É a partir dele que se são obtidos outros compostos não inflamáveis (como cloreto de vinila, precursor do
polímero PVC). Uma vez que não se encontram livres na natureza, devido à sua tripla ligação, que é muito reativa, os
alcinos são preparados em laboratório.
Exemplo:
C4H6 ä CnH2n – 2
n = número de átomos de carbono = 4
2n – 2 = número de átomos de hidrogênio = 6
Exemplos:
C3H6 ä CnH2n
n = número de átomos de carbono = 3
2n = número de átomos de hidrogênio = 6
C4H8
n = número de átomos de carbono = 4
2n = número de átomos de hidrogênio = 8
62
2.6. Cicloalcenos, cicloalquenos, 1C MET 6C HEX 11C UNDEC
C3H4
Álcool -ol
C4H6
Aldeído -al
2.7. Aromáticos (não há fórmula geral)
São hidrocarbonetos de cadeia fechada que apresentam
pelo menos um anel benzênico (núcleo aromático). Cetona -ona
Exemplo:
Amina -amina
63
De forma inversa, é possível determinar a fórmula do com- 3.1.3. Alcinos (alquinos)
posto a partir de seu nome:
Seguem as mesmas regras usadas para os alcenos.
Exemplo:
Exemplo:
N.º de 5 4 3 2 1
Ligação Função Nome H3C — CH2 — C ; C — CH3
átomos
N.º de
H2C = CH — CH3 Ligação Função Nome
átomos
dupla entre
N.º de os carbonos
Ligação Função Nome hidrocar-
átomos 1 e 2;
4 C ä but boneto but–1,2–dieno
dupla entre
äo
os carbonos
3 C ä prop dupla ä en hidrocarboneto ä o propeno 2 e 3 ä 1,2–dien
64
N.º de átomos Ligação Função Nome 4. Grupos orgânicos ou radicais
3 C em cadeia hidrocar-
Na maioria das vezes, as ramificações são formadas por
cíclica ä simples ä an boneto ciclopropano
cicloprop äo radicais monovalentes orgânicos derivados de hidrocar-
bonetos. Esses radicais se formam por meio de cisão ho-
Analogamente: molítica, que é um rompimento de uma ligação covalente
(geralmente entre um carbono e um hidrogênio), em que
cada um desses átomos fica com um dos elétrons que an-
tes estava sendo compartilhado na ligação.
Exemplo:
CH4 → •CH3 + H•
A equação acima representa a cisão (quebra) de ligações
e a consequente formação do radical •CH3 (ou –CH3) de
N.º de nome metil.
Ligação Função Nome
átomos
Esses radicais livres são muito instáveis, isto é, possuem vida
3 C em
hidrocar- curta, pois os elétrons se agrupam em pares e, visto que eles
cadeia cíclica dupla ä en ciclopropeno
ä cicloprop
boneto ä o possuem elétrons livres ou elétrons desemparelhados dos ra-
dicais, reagem ativamente com qualquer molécula próxima,
formando novos compostos. Quando dois radicais orgânicos
3.1.7. Aromáticos se ligam, forma-se uma cadeia carbônica. Se o radical se
Esses compostos apresentam regras de nomenclatura dife- ligar a um carbono que não seja primário, formam-se as de-
rentes das regras de nomenclatura dos demais hidrocarbo- nominadas cadeias ramificadas.
netos. Além disso, não apresentam uma fórmula geral para
A nomenclatura de um radical é caracterizada pelos sufixos
todos os aromáticos.
-il ou -ila precedidos do prefixo que indica a quantidade
de carbonos.
3.1.8. Principais hidrocarbonetos
aromáticos não ramificados 4.1. Principais grupos ou radicais
Radical Nome
metil
etil
propil ou n-propil
isopropil
butil ou n-butil
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
sec-butil ou s-butil
Utilização do Petróleo Destilação Fracionada
65
Radical Nome
§ Quando dois ou mais substituintes, iguais ou diferentes,
estiverem presentes, deve-se atribuir a cada substituinte
um número que corresponda à sua localização na ca-
isobutil
deia principal.
§ Quando dois substituintes estiverem presentes no
mesmo átomo carbono, deve-se usar aquele número
terc-butil ou t-butil duas vezes.
§ Se houver dois ou mais substituintes idênticos, devem ser
vinil ou etenil usados os prefixos di-, tri-, tetra-, e assim por diante.
Cada substituinte deve possuir um número.
3. Para montar o nome do composto, deve-se colocar em
benzil
primeiro lugar o grupo substituinte, precedido pelo número
que designa a sua localização na cadeia (quando necessário);
o nome da cadeia principal é colocado em último lugar.
1. O prefixo iso- é empregado para identificar radicais que § O nome do composto deve ser escrito com uma úni-
apresentam a seguinte estrutura geral: ca palavra (antigamente, separavam-se os radicais da
cadeia principal por hífen, modelo ainda usado por
alguns autores e vestibulares).
Exemplo 1:
Da qual n = 0, 1, 2, 3, ...
2. Os prefixos sec- ou s- são empregados para indicar que Pelo passo 1, o composto acima é designado como sendo
a valência livre está situada em carbono secundário. um hexano, pois a cadeia mais comprida e contínua con-
tém seis átomos de carbono.
3. Os prefixos terc- ou t- são empregados para indicar que
a valência livre está localizada em carbono terciário. Pelo passo 2, deve-se numerar o alcano anterior, uma vez
que ele possui ramificação:
5. Nomenclatura de
hidrocarbonetos ramificados
A nomenclatura dos alcanos com cadeias ramificadas se-
gue as seguintes regras da IUPAC: Note que, caso a numeração começasse da esquerda, a ra-
mificação ficaria com número 5. Entre 2 e 5, deve-se esco-
1. Localizar a cadeia de átomos de carbono mais lher a menor numeração. Assim, nesse caso, a numeração
comprida (cadeia principal), pois essa cadeia determina deve começar pela direita, pegando o número 2.
o nome principal para o alcano. Nem sempre a cadeia princi-
O radical em questão é metil, a posição dele na cadeia é 2 e
pal será a que está representada em linha reta.
a cadeia principal é hexano. Portanto, a nomenclatura oficial
2. A numeração da cadeia principal começa onde o do composto, de acordo com o passo 3, é:
substituinte estiver mais próximo, isto é, deve-se nu-
merar a cadeia principal de modo a serem obtidos os me-
nores números possíveis para os substituintes. Em seguida,
deve-se identificar os substituintes.
66
Observe que, em primeiro lugar, vem o número que indica a No composto acima, há três formas possíveis de isolar a
posição do radical, seguido pelo nome do mesmo. Por fim, cadeia principal:
vem o nome da cadeia principal.
Exemplo 2:
67
Exemplos:
multimídia: vídeo
6. Nomenclatura de Fonte: Youtube
O que é o Petróleo? - Petrobras
hidrocarbonetos insaturados
(alcenos, alcinos e 6.1. Cadeias cíclicas ramificadas
dienos) ramificados 1. Cicloalcanos (ciclanos) – a nomenclatura de cicloalca-
A nomenclatura de alcenos e alcinos ramificados segue nos ramificados segue as mesmas regras que a dos alcanos
a mesma regra dos alcanos ramificados, com algumas ramificados, acrescentando o prefixo – ciclo na cadeia
diferenças: principal, seguindo os seguintes passos para a numeração
das ramificações:
1. A cadeia principal é a cadeia mais longa que deve con-
ter a dupla ou a tripla ligação, modificando o final do § Quando apenas um substituinte está presente, não é
nome da cadeia principal para –eno (para dupla ligação) necessário atribuir sua posição.
ou –ino (para tripla ligação).
§ Quando dois ou mais substituintes estão presentes, de-
2. A numeração da cadeia é sempre realizada a partir da ve-se numerar o anel começando pelo substituinte, pri-
extremidade mais próxima da ligação dupla ou tri- meiro em ordem alfabética, e o número na direção que
pla, independentemente das ramificações presentes na ca- dá aos substituintes o menor número possível.
deia (isto é, a dupla ou tripla ligação tem preferência frente
às ramificações). Exemplos:
3. É necessário indicar a localização da ligação dupla ou tri-
pla usando o menor número do átomo da ligação du-
pla ou tripla. Na nomenclatura, o número da localização
deve aparecer antes da palavra –eno (para dupla ligação)
ou –ino (para tripla ligação), indicando a posição da dupla
ou tripla ligação na cadeia principal, quando necessário.
4. Para dienos, as regras de nomenclatura dos alcanos e
acenos são válidas, sendo diferente somente na hora de
selecionar a cadeia principal, que deve conter as duas
duplas. A nomenclatura segue a mesma regra, modifican-
do, porém, o final do nome da cadeia principal para –dieno.
68
2. Cicloalcenos – a nomenclatura de cicloalcenos ra- Exemplos:
mificados segue as mesmas regras que a dos alcenos
ramificados (dupla leva a preferência, ficando nas posi-
ções 1 e 2), acrescentando-se o prefixo –ciclo na cadeia
principal e seguindo os mesmos passos dos cicloalcanos
para a numeração das ramificações. Não será necessá-
rio identificar a posição da dupla, pois sempre começará
com C1 e C2.
VIVENCIANDO
De modo geral, hidrocarbonetos são extraídos do petróleo diretamente do solo e em condições específicas.
Toda vez que uma empresa exploradora de petróleo deseja investir na extração de uma determinada região, significa
que essa região foi estudada por geógrafos, geólogos e geofísicos a fim de descobrir se realmente aquela área tem
potencial petrolífero. Portanto, conhecimentos sobre o solo e sua formação são indispensáveis.
Uma das técnicas utilizadas para a detecção de petróleo no solo é a de sonar, mesma técnica utilizada em navios
para identificar obstáculos e/ou outros navios em seu percurso. Essa técnica consiste no envio de um pulso sonoro
que se choca contra a mistura profundamente situada no solo e, com esse impacto, um retorno é recebido; esse sinal
de retorno é analisado e estatísticas são elaboradas sobre a disposição de petróleo na região.
69
multimídia: site
http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2012/05/
formacao-do-petroleo-requer-condicoes-espe-
ciais-de-temperatura.html
Atualmente, são muitas as aplicações para os hidrocarbonetos. Trata-se da fonte de combustíveis fósseis mais
utilizada e, por esse motivo, é altamente rentável; entretanto, seu poder destrutivo ao ambiente é proporcio-
nalmente grave.
Os hidrocarbonetos utilizados no dia a dia são muitos:
70
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
A química é uma área científica em que há um enorme desenvolvimento. Desde a Antiguidade, os povos antigos
utilizavam a química sem possuir o conhecimento formal dela. Para se ter uma ideia, em 1880, eram conhecidos
cerca de 12.000 compostos; em 1910, esse número era de 150.000; em 1940, o número de compostos conhe-
cidos aumentou para cerca de 500.000; atualmente, estima-se um número acima de 16.000.000.
Por esse motivo, normas e padronização dos compostos foram elaboradas pela International Union of Pure and
Applied Chemistry (IUPAC), que até hoje normaliza e atualiza as regras de nomenclatura.
MODELO 1
(Enem) O biodiesel não é classificado como uma substância pura, mas como uma mistura de ésteres derivados
dos ácidos graxos presentes em sua matéria-prima. As propriedades do biodiesel variam com a composição do
óleo vegetal ou gordura animal que lhe deu origem, por exemplo, o teor de ésteres saturados é responsável
pela maior estabilidade do biodiesel frente à oxidação, o que resulta em aumento da vida útil do biocombustí-
vel. O quadro ilustra o teor médio de ácidos graxos de algumas fontes oleaginosas.
MA, F.; HANNA, M. A. “Biodiesel Production: a review”. Bioresource Technology, Londres, v. 70, n. 1 jan. 1999 (adaptado).
Qual das fontes oleaginosas apresentadas produziria um biodiesel de maior resistência à oxidação?
a) Milho.
b) Palma.
c) Canola.
d) Algodão.
e) Amendoim.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Um dos recursos mais utilizados pelo Enem em sua prova é o uso de situações-problema. O objetivo é imergir o
candidato numa aplicação prática do que foi visto em sala de aula. Nessa questão, faz-se o uso das característi-
cas dos hidrocarbonetos.
Quanto menor a presença de insaturações (ligações duplas), maior a resistência à oxidação, isto é, quanto mais satu-
rado for o composto, mais ele resiste à oxidação.
71
Analisando a tabela:
Mirístico Palmítico Esteárico
(C14:0) (C16:0) (C18:0)
0 insaturação 0 insaturação 0 insaturação
Oleico Linoleico Linolênico
(C18:1) (C18:2) (C18:3)
1 insaturação 2 insaturações 3 insaturações
RESPOSTA Alternativa B
72
DIAGRAMA DE IDEIAS
CADEIA ABERTA
ALCANO
E SATURADA
CADEIA ABERTA
SUBSTÂNCIA ALCENO
E 1 DUPLA
CADEIA
INCLUEM AROMÁTICO
AROMÁTICA
PODEM SER
PETRÓLEO
OBTIDOS DO
DENOMINADOS
IUPAC
SEGUNDO REGRAS DA
CARBONO E
FORMADOS POR
HIDROGÊNIO
73
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
As questões da UNICAMP envolvendo gases são Os assuntos relacionados aos cálculos Os assuntos principais deste volume são os
de nível médio e fácil e podem facilmente ser com gases são muito interdisciplinares cálculos envolvendo gases. É importante uma
relacionadas com assuntos de Física. com a Fisica. É importante entender o boa fixação da matéria, uma vez que questões
comportamento dos gases, assim como suas interdisciplinares com Física podem aparecer
propriedades. com facilidade.
Os cálculos envolvendo gases, mesmo com Os cálculos envolvendo gases, mesmo com Os assuntos principais deste volume são os Os assuntos principais deste volume são os
baixa incidência, são importantes, uma vez baixa incidência, são importantes, uma vez cálculos envolvendo gases. É importante uma cálculos envolvendo gases. É importante uma
que podem ser facilmente contextualizados que podem ser facilmente contextualizados boa fixação da matéria, uma vez que questões boa fixação da matéria, uma vez que questões
com Física. É importante que suas proprieda- com Física. É importante que suas proprieda- interdisciplinares com Física podem aparecer interdisciplinares com Física podem aparecer
des e fenômenos estejam bem fixados. des e fenômenos estejam bem fixados. com facilidade. com facilidade.
UFMG
Os assuntos principais deste volume são os O assunto principal deste volume são os Os assuntos principais deste volume são os
cálculos envolvendo gases. É importante uma cálculos envolvendo gases. É importante cálculos envolvendo gases. É importante uma
boa fixação da matéria, uma vez que questões entender seu comportamento e suas boa fixação da matéria, uma vez que questões
interdisciplinares com Física podem aparecer propriedades. interdisciplinares com Física podem aparecer
com facilidade. com facilidade.
Os assuntos principais deste volume são os Os cálculos envolvendo gases, mesmo com Os cálculos envolvendo gases, mesmo com
cálculos envolvendo gases. É importante uma baixa incidência, são importantes, uma vez baixa incidência, são importantes, uma vez
boa fixação da matéria, uma vez que questões que podem ser facilmente contextualizados que podem ser facilmente contextualizados
interdisciplinares com Física podem aparecer com Física. É importante que suas proprieda- com Física. É importante que suas proprieda-
com facilidade. des e fenômenos estejam bem fixados. des e fenômenos estejam bem fixados.
GASES
O volume molar de qualquer gás possui sempre o mesmo
AULAS 9 e 10 valor se as condições de pressão e temperatura forem as
mesmas, ou seja, o volume molar independe da natureza
da substância gasosa. O número de partículas (moléculas
ou átomos) presente em um mol de substância é sempre o
mesmo; dessa forma, números iguais de partículas gasosas
ocupam o mesmo volume (hipótese de Avogadro).
LEIS FÍSICAS DOS GASES Um conjunto de valores de pressão e temperatura pa-
dronizados no estudo dos gases é: 1 atm e 0 ºC. Essas
condições experimentais são denominadas condições nor-
mais de temperatura e pressão (CNTP ou TPN). Reduzir às
condições normais significa efetuar uma transformação
gasosa em que o estado final encontre-se nas CNTP.
Experimentalmente verifica-se que o volume molar de
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 qualquer gás ou vapor, caso seja medido nas condições nor-
mais de temperatura e pressão, corresponde a 22,4 litros.
HABILIDADES: 17, 19, 21 e 24
Vmolar (CNTP) = 22,4 (L/mol) ou 22,4 (L · mol–1)
1. Hipótese de Avogadro
Considere três recipientes com volume de um litro cada
um. No primeiro, será adicionado gás carbônico (CO2); no
segundo, oxigênio (O2); e no terceiro, metano (CH4). Os três multimídia: vídeo
gases com pressão e temperatura iguais. Fonte: Youtube
Entenda de vez como funciona o motor do carro!
76
§ V é o volume ocupado pelo gás. Como um gás ocupa Assim:
todo o volume do recipiente, as unidades utilizadas
t (ºC) T (K)
para expressar o volume de um gás são: mililitro (mL);
litro (L); centímetro cúbico (cm3); decímetro cúbico –73 200
77
3. Determinar a massa molar de um gás, sabendo-se
que 3 gramas do referido gás ocupam um volume de 4
litros à pressão de 0,82 atm e à temperatura de 127 ºC.
Resolução:
3 ä M = 30 g · mol-1
m ä M = ___
n = __
M 0,1
Matematicamente:
78
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
A expansão e a combustão são algumas das aplicações mais comuns dos gases. Em geral, os gases estão
presentes no cotidiano, o que os torna uma das matérias mais abordadas no vestibular.
Como situação-problema, é comum observar situações em que há a combustão de gases poluentes, mas prin-
cipalmente de gases como o GLP e o GNV. Assim, é importante conhecer sua composição, seus produtos da
combustão e os processos de mudança segundo a lei geral dos gases.
MODELO 1
(Enem) As mobilizações para promover um planeta melhor para as futuras gerações são cada vez mais frequen-
tes. A maior parte dos meios de transporte de massa é atualmente movida pela queima de um combustível
fóssil. A título de exemplificação do ônus causado por essa prática, basta saber que um carro produz, em média,
cerca de 200 g de dióxido de carbono por km percorrido.
Revista Aquecimento Global. Ano 2, nº 8. Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.
Um dos principais constituintes da gasolina é o octano (C8H18). Por meio da combustão do octano é possível a
liberação de energia, permitindo que o carro entre em movimento. A equação que representa a reação química
desse processo demonstra que
a) no processo há liberação de oxigênio, sob a forma de O2;
b) o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1 do octano;
c) no processo há consumo de água, para que haja liberação de energia;
d) o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano;
e) o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 9 para 1 do octano.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa habilidade, é de extrema importância o domínio dos conteúdos anteriores, dessa forma será pos-
sível ter uma visão mais clara das reações químicas presentes no cotidiano e das proporções fixas e
definidas das reações químicas.
Combustão completa de 1 mol octano (C8H18):
RESPOSTA Alternativa D
79
DIAGRAMA DE IDEIAS
VARIÁVEIS DE
GÁS IDEAL
ESTADO
CONTÉM • VOLUME
• TEMPERATURA
• PRESSÃO
CONSTANTE
UNIVERSAL DOS
GASES PERFEITOS (R)
PERMITE
CALCULAR O VOLUME
VOLUME MOLAR MOLAR
DO GÁS (L · mol-1)
80
II. Quanto maior a temperatura, maior é a velocidade das
AULAS 11 e 12 partículas de um gás.
III. A força de atração entre as partículas gasosas é pratica-
mente nula, uma vez que são independentes umas das outras.
IV. Moléculas de gases apresentam a mesma energia ciné-
tica média quando submetidas à mesma temperatura.
TRANSFORMAÇÕES V. As partículas de um gás se movem em linha reta. A dire-
GASOSAS ção e o sentido do movimento se modificam apenas se as
partículas colidirem umas com as outras ou contra as pare-
des do recipiente que as contém. Não há perda de energia
cinética total nas colisões, embora possa haver troca de
energia entre as partículas que colidem.
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 VI. A distância entre as partículas gasosas é muito maior do
que o tamanho das partículas.
HABILIDADES: 8, 10, 12, 18, 24 e 25 A partir desses postulados, é possível explicar as proprie-
dades dos gases.
As substâncias em estado gasoso apresentam determina- § Os gases são altamente compressíveis. A distância en-
das propriedades: tre suas partículas é grande. Contudo, sob qualquer
aumento de pressão, elas se aproximam, reduzindo o
1. Os gases não possuem forma definida, ou seja, adqui- volume ocupado.
rem a forma do recipiente que os contém.
§ A pressão exercida pelos gases é determinada pelo
2. Não apresentam volume próprio, ou seja, ocupam todo
número de colisões, por unidade de tempo, entre as
o volume do recipiente que os contém. Possuem grande
partículas e as paredes do recipiente. Assim, depende
expansibilidade.
da quantidade de gás presente no recipiente, uma vez
3. Se as condições de pressão e temperatura a que es- que, quanto maior a quantidade de gás, maior será o
tão submetidos são alteradas, os gases sofrem grandes número de partículas. Em consequência, maior tam-
variações de volume. São altamente compressíveis e de bém será o número de colisões e a pressão. A pressão
alta dilatabilidade. exercida por um gás confinado num recipiente au-
menta com o aumento da temperatura. As partículas
4. Apresentam baixa densidade. Se comparado o volume gasosas aquecidas passam a se movimentar com mais
ocupado pela mesma massa de uma substância nos três velocidade, provocando mais colisões, por unidade de
estados físicos, verifica-se que o volume ocupado pelo gás tempo, contra as paredes do recipiente.
é muito maior do que o ocupado pelo líquido ou pelo sólido.
Do ponto de vista microscópico, o estado de um gás é ca-
5. Exercem pressão. Quanto maior a quantidade de gás em um racterizado por três variáveis: volume, temperatura e pres-
recipiente, maior a pressão por ele exercida. Alterações efetu- são, denominadas variáveis de estado.
adas na temperatura de um gás, sem alterar seu volume cons-
tante, causam grandes variações na pressão por ele exercida. Volume – espaço ocupado por uma substância. No caso
dos gases, o volume de uma dada amostra é igual ao volu-
me do recipiente que a contém.
2. Teoria cinética dos gases As unidades usuais de volume são litro (L), mililitro (mL), metro
Para explicar as propriedades dos gases, os cientistas ela- cúbico (m3), decímetro cúbico (dm3) e centímetro cúbico (cm3).
boraram um modelo denominado teoria cinética dos gases. 1 m3 = 1000 dm3; 1 dm3 = 1 L; 1 dm3 = 1000 cm3; 1 cm3 = 1 mL
Os postulados dessa teoria são os seguintes:
Temperatura – é a medida do grau de agitação das par-
I. As partículas de um gás estão em movimento constante tículas que formam uma substância. No estudo dos gases,
e desordenado. é utilizada a escala absoluta ou Kelvin (K). No Brasil, a
81
escala mais comum é a Celsius ou centígrada (°C). Ob- 3.1.1. Experiência de Boyle-Mariotte
serve a transformação de graus Celsius (ºC) em Kelvin:
VIVENCIANDO
O uso do gelo seco, muito comum em festas de aniversário e bailes noturnos, é um bom exemplo de transformações
físico-químicas.
O gelo seco não é feito de água, como o nome sugere, mas de gás carbônico (CO2), que é resfriado e comprimido
até sair do estado gasoso e ir para o estado sólido; então ele é realocado em um recipiente onde há uma pressão
constante. Quando ele é usado, devido à mudança brusca nas condições de temperatura e pressão exercidas sobre
o CO2, inicia-se um processo de sublimação.
82
Essa transformação gasosa, cuja pressão é mantida
constante, é denominada transformação isobárica.
As relações entre volume e temperatura estão representa-
das no esquema a seguir:
Graficamente:
Graficamente:
83
Transformação Volume Pressão Temperatura Lei Fórmula
3.3.1. Gás ideal × Gás real 3.3.2. Equação geral dos gases
Um gás ideal é aquele cujo comportamento experimen- A equação geral dos gases é aplicada quando ocorre uma
tal obedece às equações matemáticas vistas até aqui. transformação gasosa que altera simultaneamente as três va-
Para que isso ocorra, não devem existir interações en- riáveis de estado (P, V e T). Ela é obtida pela relação matemáti-
tre as partículas gasosas. Na prática, o comportamento ca entre as transformações gasosas estudadas anteriormente.
dos gases afasta-se do comportamento ideal. Verifica-se
experimentalmente que o comportamento de um gás A equação é expressa por:
aproxima-se do comportamento ideal à medida que sua P ·
____ V = cte ä (para determinada massa fixa de gás).
pressão diminui e a temperatura a que está submetido T
aumenta. Pressão baixa significa pouca quantidade de P V P2V2
ou ____
1 1 = ____
gás, e alta temperatura significa que as partículas gaso- T1 T2
sas estão em grande velocidade. Nessas condições, prati-
camente inexistem interações entre as partículas. Quanto A equação geral dos gases permite conhecer o volume de um
maior a pressão e menor a temperatura de um gás, mais gás em determinadas condições de temperatura e pressão e
ele se afasta do comportamento ideal. determinar seu novo volume em outras condições de tem-
peratura e pressão. Ela também é utilizada para determinar
Com efeito, na compressão dos gases é muito comum
temperaturas e pressões diferentes a partir de valores iniciais.
acontecer o seguinte (observe as setas no gráfico):
Se a pressão sobre o gás aumenta, seu volume diminui
gradativamente até o ponto A, e o gás se liquefaz. Aplicação do conteúdo
De A (gás) para B (líquido), seu volume reduz-se bruscamente. 1. Uma bolha de ar se forma no fundo de um lago, em
que a pressão é de 2,2 atm. A essa pressão, a bolha tem
Em seguida, o gás praticamente não varia mais (B = C), volume de 3,6 cm3.
uma vez que os líquidos são pouco compressíveis.
Que volume terá essa bolha quando subir à superfície,
Naturalmente, a partir de A, a lei de Boyle-Mariotte deixa na qual a pressão atmosférica é de 684 mmHg, admitin-
de ser válida. do-se que a massa de gás contida no interior da bolha e
a temperatura permanecem constantes?
Nos isqueiros a volume de corpo transparente é possível
observar esse fenômeno do gás liquefeito. Resolução:
84
Resolução:
·
multimídia: site
noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/
redacao/2013/05/28/clique-ciencia-por-que-o-vidro-e-
o-espelho-embacam.htm
phet.colorado.edu/sims/html/states-of-matter/latest/
states-of-matter_pt_BR.html
3. Certo gás ocupa um volume de 100 litros a dada pressão e temperatura. Qual o volume ocupado pela mesma
massa gasosa quando a pressão do gás se reduzir a 3
__ da inicial e a temperatura absoluta se reduzir em 2
__ da inicial?
4 5
Resolução:
85
DIAGRAMA DE IDEIAS
GÁS IDEAL
UMA AMOSTRA
PODE SOFRER
86
Na mistura representada temos:
AULAS 13 e 14 m m
nA = ___
A e nB = ___
B
MA MB
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
A mistura entre dois ou mais gases sempre constitui um Para uma mistura qualquer, contendo dois ou mais
sistema homogêneo. gases, a equação deve ser assim representada:
Inicialmente, considere dois recipientes: o primeiro deles
contendo gás A, e o segundo, gás B. Em seguida, os dois Sn = (n1 + n2 + n3 + ... + nn)
gases são misturados em um terceiro recipiente, como P1 ·
V1 _____
P2 · P3 ·
V2 _____ V3 Pn ·
Vn P · V
mostra o esquema: _____ + + + ... + _____ = ____
T1 T2 T3 Tn T
Em que P1, V1, T1, P2, V2, T2, ... representam a situação inicial
de cada gás.
Exemplo:
1. Um recipiente com N2 puro e outro com O2 puro, cujos vo-
lumes e pressões iniciais estão representadas neste esquema:
13
T = constante é 1 · 3 + 5 · 2 = P · (3 + 2) ä P = ___
5
ä P = 2,6 atm
87
VIVENCIANDO
Um aparelho de ar-condicionado funciona sob o princípio da troca de calor entre gases. Por isso, ele precisa ser
posicionado de maneira estratégica em qualquer ambiente para que o ar frio possa ter a maior circulação possível
trocando calor com o meio.
Se um ar-condicionado for colocado no chão de uma sala, ele não terá muita serventia, pois o ar frio não circulará
no ambiente e não trocará calor.
A composição dos gases também é importante quando se pensa na escolha de um gás para preencher os vazios em
uma embalagem de algum produto no supermercado. Se uma embalagem com um produto perecível for preenchida
por uma solução de ar atmosférico, provavelmente esse produto entrará em processo de decomposição. Como solu-
ção, as indústrias utilizam uma mistura de gases inertes para preencher as embalagens, evitando reações químicas
e a oxidação do alimento.
2. Pressão parcial pA · V = nA · R · T
pB · V = nB · R · T
Numa mistura gasosa, a pressão parcial de um gás cor- pC · V = nC · R · T
responde à pressão que esse gás exerceria caso estivesse
sozinho ocupando o mesmo volume e à mesma tempera- Somando as três equações acima, obtém-se a pressão total
tura da mistura. do sistema:
(pA + pB + pC) · V = (nA + nB+ nC) · R · T
O cientista inglês John Dalton (1766-1844) estudou de-
PTOTAL ∙ V = nTOTAL ∙ R ∙ T
tidamente o comportamento das misturas gasosas, como
nos casos de fenômenos meteorológicos e da composição Como é possível observar, a pressão total é diretamente pro-
do ar atmosférico. Em 1801, Dalton propôs uma lei basea- porcional à quantidade de matéria, mostrando que quanto
da em algumas conclusões referentes à pressão parcial que mais partículas de gases houver, maior será a pressão parcial
cada gás exerce dentro de uma mistura. de cada gás e, consequentemente, maior será a pressão total.
88
n
Observe que o que está escrito para o volume parcial é A razão n____
A é denominada fração molar (X), que cor-
TOTAL
idêntico ao que se escreve para a pressão parcial. Basta responde a um quociente entre uma quantidade de
trocar as palavras “pressão” por “volume” e vice-versa. mol e a quantidade total de mol da mistura. A fração
molar é adimensional e é sempre um número menor que
4. Fração molar 1. A soma das frações molares de cada gás numa mistura
é sempre igual a 1:
Relacionando a pressão parcial de um gás A com a pres-
são total da mistura e tirando a razão entre eles, tem-se: n n n n
XA + XB + XC + ... = ____
n A + ____
n B + ____
n C + ... = ____
nTOTAL = 1
TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
Para o gás A: PA · V = nA · R · T
V
Para a mistura: PTOTAL ∙ V = nTOTAL ∙ R ∙ T A razão ____
A é denominada fração volumétrica, que cor-
VTOTAL
responde a um quociente entre um volume do gás e o
P
____ n
A = ____
n A volume total da mistura. Essa razão também é adimen-
PTOTAL TOTAL
sional e a soma das frações volumétricas também é igual a 1.
Fazendo relação idêntica com o volume parcial, tem-se: A fração em quantidade de matéria (ou molar) pode ser
expressa em porcentagem, ou seja, quando o valor dela é
Para o gás A: P · VA = nA · R · T
multiplicado por 100.
Para a mistura: P ∙ VTOTAL = nTOTAL ∙ R ∙ T
Reunindo todas as relações anteriores, tem-se:
V
____ nA n P V
A = ____
XA = ____
n A = ____ ____
A = % em volume
A = ____
VTOTAL nTOTAL TOTAL P V 100%
TOTAL TOTAL
Sabe-se que toda a matéria é regida por leis da natureza. Com os gases não é diferente. Misturas gasosas estão
sujeitas a diferentes comportamentos de acordo com suas características físico-químicas, como a temperatura ou
a composição.
Nesse sentido, quando se conhecem informações importantes da matéria com a qual se está lidando, é possível
planejar seu uso de forma consciente. Por exemplo, o conhecimento de que gases em altas temperaturas possuem
tendência a subir em um plano e de que gases em baixas temperaturas têm tendência a descer explica muitos fatos
da natureza.
Aplicação do conteúdo
1. 0,15 mol de CO2, 0,25 mol de CH4 e 0,4 mol de O2 são colocados em um balão de 41 litros e mantidos a
–23 ºC. Calcule:
a) as frações molares de cada gás;
b) a pressão da mistura em atm;
c) as pressões parciais de cada gás em atm.
89
Resolução: b) Cálculo das pressões parciais
pi vi % volume
nT = 0,15 + 0,25 + 0,4 = 0,8 mol Lembrando que __ = __ = ________
pN P V 100
___
= ___ 78 ä pN = 592,8 mmHg
2
nco 0,15
a) xco2 = ____
n = ____ 760 100
2
= 18,75% 2
0,8 po
no 0,4
T
___
= ___
2 21
ä po = 159,6 mmHg
xo = ____
n = ___
2
= 50,0% 760 100 2
2 0,8 P
___ 1 ä pAr = 7,6 mmHg
= ___
T Ar
21 = 0,21
xo = ___
2 100
1 = 0,01
xAr = ___
100
90
DIAGRAMA DE IDEIAS
MISTURA GASOSA
APRESENTA
PORCENTAGEM
PRESSÃO PARCIAL EM MOL
A SOMA DE
TODAS OBEDECE À PORCENTAGEM
EM VOLUME
LEI DE DALTON
FORNECE A
VOLUME PARCIAL
A SOMA DE
TODOS OBEDECE À
LEI DE AMAGAT
FRAÇÃO EM MOL
TAMBÉM CHAMADA
FRAÇÃO EM QUAN-
TIDADE DE MATÉRIA
91
Observe que a relação entre as densidades de dois gases é
AULAS 15 e 16 igual à relação entre suas massas molares.
O conhecimento da densidade relativa de um gás em rela-
ção ao ar atmosférico permite prever se um gás tende a ficar
na parte inferior ou superior da atmosfera. Os gases com
densidades maiores que a densidade do ar tendem a ocupar
DENSIDADE DOS a parte inferior da atmosfera; os que apresentam densidades
menores tendem a ocupar as camadas superiores.
GASES, EFUSÃO E Como o ar é uma mistura de gases, ele apresenta uma mas-
DIFUSÃO GASOSA sa molar média cujo valor é de 28,9 g/mol. Portanto, a den-
sidade de um gás A em relação ao ar atmosférico é dada
pela expressão:
MA
COMPETÊNCIAS: 3e7 dA, Ar = ___________
28,9 g · mol–1
HABILIDADES: 8, 12, 25 e 26
92
de 546 K. Com relação à densidade inicial, a densidade Nas mesmas condições de temperatura e pressão, um gás
final é: com maior densidade possui velocidade menor que a de
a) 1,5 vezes maior. outro gás com menor densidade.
b) 3 vezes maior.
Comparados os dois gases A e B, em iguais condições de
c) 2 vezes maior.
temperatura e pressão, obtém-se a seguinte relação entre
d) 2,5 vezes maior.
e) 3,5 vezes maior.
suas velocidades:
Resolução:
d
V XXd
__
A = __B
VB dA
P · M ä di = ______
di = ____ 1 · M
R·T R · 273
df = ____ 3 · M
P · M ä df = ______ Da qual dB, A é a densidade relativa do gás B em relação
R·T R · 546
ao gás A.
3
______· M M
d R · 546 Se dB, A = ___
__
f = ______
ä df = __
3 di B , essa expressão pode ser escrita como:
MA
di ______ M 2
R · 273
V
d M
XXX
Alternativa A __
A = ___
B
VB MA
Resolução:
Lei de Graham:
d
V MCH
XXXX
___
HBr = ____4
VCH MHBr
4
MHBr = 81 g/mol
___
V V
___
36 √ 16 ä ___
HBr = ___
81 36 9 HBr
4 · 36
4 ä V = _____
HBr = __
9
VHBr = 16 mL/min
2. (Mackenzie) A velocidade de difusão do gás hidrogê-
nio é igual a 27 km/min, em determinadas condições de
pressão e temperatura (massas atômicas: H = 1; O = 16).
Nas mesmas condições, a velocidade de difusão do gás
oxigênio em km/h é de:
A efusão é o escoamento espontâneo das molé- a) 4 km/h.
culas gasosas através de orifícios, como um gás que b) 108 km/h.
atravessa paredes porosas ou tubos capilares na separa- c) 405 km/h.
ção de misturas gasosas ou que atravessa tubos de secção d) 240 km/h.
constante na passagem de um recipiente a outro. e) 960 km/h.
93
Resolução:
Usando a fórmula que relaciona a velocidade de difusão dos gases com as suas respectivas massas molares, tem-se:
____
√
VH MO ___
___
___
=
VO
2
2
2
MH
2
√ 27
VO
32 → ___
→ = ___
____
2 ___
2
2
27 = √
VO
2
27 = 4
16 → ___
VO
VO = 6,75 km/min
2
Alternativa C
VIVENCIANDO
Um aroma agradável e conhecido por muita gente é o cheiro de chuva. Esse odor agradável tem uma explicação quí-
mica. Aquela fragrância estranha que aparece depois de uma chuvarada, especialmente nas áreas rurais, é causada
por uma actinobactéria. Com o impacto dos pingos d’água, as partículas que repousam na faixa externa de terra são
impulsionadas para o ar e se misturam com o vapor em suspensão, gerando uma espécie de spray úmido. Além de
gotículas de água, esse spray também contém minúsculos grãos de terra e colônias de Streptomyces, um gênero de
bactéria que cresce naturalmente no solo com umidade. Nas épocas de seca, a Streptomyces entra em uma espécie
de hibernação, que os cientistas denominam estado de latência. “Nessa fase, a bactéria continua viva, mas não se re-
produz porque não há umidade suficiente”, afirma o engenheiro agrônomo Miguel Angelo Maniero, da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar). Quando chega a chuva, a água ativa a capacidade reprodutiva da Streptomyces,
fazendo com que ela libere no ar milhares de células reprodutoras, chamadas de esporos. Além de gerar novos seres,
o processo de reprodução faz com que os esporos exalem o característico odor da chuva.
Um fato curioso é que esses odores penetram com muito mais facilidade quando estamos em ambientes úmidos se
comparado com os ambientes secos, por isso a umidade relativa do ar é uma das grandes responsáveis pelos odores agra-
dáveis que sentimos. Abaixo, uma imagem do composto responsável pelo cheiro, também conhecido como Geosmina.
94
DIAGRAMA DE IDEIAS
GASES
CONTÊM
RELACIONADA COM A
QUE É
RELACIONADA COM A
VELOCIDADE DE EFUSÃO
95
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
HERLAN FELLiNi
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localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
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SUMÁRIO
QUÍMICA
FUNÇÕES INORGÂNICAS
Aulas 17 e 18: Ácidos 6
Aulas 19 e 20: Bases 15
Aulas 21 e 22: Sais 21
Aulas 23 e 24: Eletrólitos 28
Aulas 25 e 26: Óxidos iônicos 33
QUÍMICA ORGÂNICA
Aulas 17 e 18: Funções orgânicas: álcoois, fenóis e éteres 40
Aulas 19 e 20: Funções orgânicas: aldeídos, ácidos carboxílicos e cetonas 48
Aulas 21 e 22: Funções orgânicas: ésteres 53
Aulas 23 e 24: Outras funções orgânicas 58
Aulas 25 e 26: Isomeria plana 65
SOLUÇÕES
Aulas 17 e 18: Solubilidade 72
Aulas 19 e 20: Concentrações comum e molar 79
Aulas 21 e 22: Título e partes por milhão 86
Aulas 23 e 24: Diluição e mistura de soluções 93
Aulas 25 e 26: Mistura de soluções com reação 100
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
As substâncias inorgânicas ocorrem com frequência, Com questões bem diretas, mas também As substâncias inorgânicas ocorrem com
sendo importante entender suas utilidades e interdisciplinares, é necessário um bom frequência, sendo importante entender suas
propriedades. entendimento de todos os assuntos abor- utilidades e propriedades.
dados, já que eles são cobrados com base
nas suas propriedades e usos.
As substâncias inorgânicas ocorrem com As substâncias inorgânicas ocorrem com As substâncias inorgânicas servem como Na prova, aparecem questões que abordam
frequência, sendo importante entender suas frequência, sendo importante entender suas base para o melhor entendimento da principalmente as propriedades e usos das
utilidades e propriedades. utilidades e propriedades. Química em geral, e temas como proprie- substâncias inorgânicas.
dades e utilidades são bem recorrentes
nas questões.
UFMG
As substâncias inorgânicas ocorrem com As substâncias inorgânicas ocorrem com As substâncias inorgânicas ocorrem com
frequência, sendo importante entender suas frequência, sendo importante entender frequência, sendo importante entender suas
utilidades e propriedades. suas utilidades e propriedades. utilidades e propriedades.
De maneira ampla, a prova apresenta Neste caderno, todos os temas abordados As questões cobram, principalmente, as pro-
questões de substâncias inorgânicas, sendo são cobrados, sendo necessário entender seus priedades e usos das substâncias inorgânicas.
necessário entender suas propriedades e usos usos e propriedades.
no dia a dia.
FUNÇÕES INORGÂNICAS
5
AULAS 17 e 18 Ácidos são compostos que se ionizam em solução
aquosa e originam como único íon positivo o cátion
hidrogênio [H+].
COMPETÊNCIAS: 3, 4, 5, 6 e 7
HABILIDADES:
10, 14, 18, 20, 21, 24
e 25
1. Características dos ácidos Hoje, sabe-se que a teoria de Arrhenius não é comple-
tamente correta. O cátion H+ não fica em forma livre na
Os ácidos apresentam as seguintes características do pon- solução; esse cátion se une a uma molécula de água e
to de vista prático: forma o íon H3O+, conhecido como cátion hidrônio ou
Os ácidos possuem sabor azedo. O limão, o vinagre e a hidroxônio:
uva, por exemplo, contêm ácidos; por esse motivo, eles
são azedos. No entanto, é preciso ter cuidado: pratica- Assim, outras formas de escrever os quatro exemplos an-
mente todos os ácidos são tóxicos e corrosivos. Portan- teriores são:
to, não se deve ingeri-los nem inalá-los.
6
2.2. Número de hidrogênios ionizáveis Observação: a maioria dos hidrácidos é gasosa à
temperatura ambiente.
Número de
Classificação hidrogênios Exemplos
ionizáveis 2.4. Força
Monoácidos ou
1 HCø, HCN, HNO3
A força de um ácido é determinada pelo grau de ionização
monopróticos das suas moléculas.
Diácidos ou
2 H2S, H2SO4, H2CO3
dipróticos Dt 50% 5% < D< 50% Dd 5%
Triácidos ou
3 H3PO4, H3BO3 Forte Moderado (ou semiforte) Fraco
tripróticos
Tetrácidos ou
4 H4SiO4
tetrapróticos Classificação Hidrácidos Oxiácidos
Nas fórmulas estruturais dos ácidos oxigenados, os hidro- Fortes HCø, HBr, HI ' = 2 ou 3
gênios ionizáveis sempre se ligam ao átomo de Moderados HF '=1
oxigênio, que, por sua vez, liga-se ao átomo central. Con-
Fracos H2S, HCN '= 0
tudo, quando o átomo de hidrogênio se liga diretamente
ao átomo central, esse hidrogênio não é ionizável.
Das quais:
Dois exemplos importantes são:
' = número de oxigênios – número de hidrogênios ionizáveis
Ácido fosforoso (H3PO3) – apesar de possuir três hidro-
gênios em sua fórmula, trata-se de um diácido. Observe
na estrutura a seguir que um dos hidrogênios está ligado Exemplos:
diretamente ao átomo central, que não é ionizável.
H2SO4 ' = 4 – 2 = 2 forte
3. Formulação
A fórmula geral de um ácido é:
Voláteis Baixo
Os demais ácidos: HCø, Oxiácidos A = CøO, SO4, CO3, PO4, etc.
H2S, HCN, HNO3...
7
3.1. Hidrácidos O sufixo segue este padrão:
HF HCø HBr HI (todos ácidos muito conhecidos e importantes) -ico (o ácido H2SO4 ácido sulfúrico
com mais
Calcogênios (família 6A ou grupo 16) valência = 2 li- HNO3 ácido nítrico
oxigênios)
gações covalentes
Oxiácido
H2S H2Se H2Te H2Po (na prática, apenas o H2S é conhecido) -oso (o ácido H2SO3 ácido sulfuroso
com menos
Entretanto, o HCN não é uma molécula cuja fórmula possa oxigênios) HNO2 ácido nitroso
ser deduzida “intuitivamente”.
Observação:
Num oxiácido, não há regras para determinar/de-
duzir o número de oxigênios. A fórmula de um oxi- -per: acima de; -hipo: abaixo de
ácido não pode ser deduzida.
8
Sufixo Sufixo
concentrado tem acentuado poder desidratante. O
Classificação do do Exemplos ácido sulfúrico é produzido industrialmente a partir
ácido ânion de enxofre, oxigênio e água via processo de contato
HCø H+ + Cø–
(queima do enxofre). Na indústria, o ácido sulfúrico
é a substância química mais utilizada, tanto que o
ácido clorídrico ânion cloreto seu consumo constitui um importante indica-
Hidrácido -ídrico -eto
H2S 2 H+ + S2– dor do desenvolvimento industrial de um país.
ácido sulfídrico ânion sulfeto Entre as suas aplicações, pode-se citar seu uso nas
baterias de automóveis e na produção de fertilizan-
H2SO4 2 H+ + SO42–
tes, papel, corantes, fibras de raiom (seda artificial),
ácido sulfúrico ânion sulfato medicamentos, tintas, inseticidas, explosivos e outros
-ico -ato
HNO3 H+ + NO3– ácidos (como ácido nítrico e fosfórico), além de ser
usado nas indústrias petroquímicas para o refino de
ácido nítrico ânion nitrato
Oxiácido petróleo e a limpeza de ferro e aço.
H2SO3 2 H+ + SO32–
Observe que o caminho inverso também é possível: conhe- ÁCIDO SULFÚRICO CONCENTRADO CARBONIZANDO A
cido o ânion, determina-se facilmente o ácido do qual ele ESPONJA DEVIDO À SUA AÇÃO DESIDRATANTE.
é proveniente.
Ácido clorídrico (HCø) – é um ácido inorgânico forte,
Exemplos:
líquido, incolor ou levemente amarelado, não inflamá-
F – + H+ HF
vel, volátil, tóxico e corrosivo. Em sua forma pura, HCø
ânion fluoreto ácido fluorídrico
é um gás, conhecido como cloreto de hidrogênio ou
CO32– + 2 H+ H2CO3 gás clorídrico. Trata-se do ácido encontrado no estô-
ânion carbonato ácido carbônico mago humano, sendo um dos principais componentes
do suco gástrico que auxilia na digestão dos alimentos.
A obtenção industrial do HCℓ ocorre pela síntese direta
entre H2 e Cø2.
O ácido clorídrico é muito usado na limpeza e galvani-
zação de metais, no curtimento de couros e na fabri-
cação de vários produtos, como na produção de tintas
multimídia: vídeo e corantes e na formação de haletos orgânicos (como
cloreto de metila). É usado também na hidrólise de
FONTE: YOUTUBE
amidos e proteínas pelas indústrias alimentícias e na
Ação do ácido fluorídrico extração do petróleo, dissolvendo as rochas e facilitan-
do o seu fluxo até a superfície.
6. Principais ácidos e
suas aplicações
Ácido sulfúrico (H2SO4) – quando puro, trata-se
de um líquido denso (d = 1,84 g cm-3), incolor, tó-
xico, corrosivo e solúvel em água. É nocivo em ca-
sos de inalação e ingestão e pode causar irritação
ÁCIDO MURIÁTICO UTILIZADO NAS LIMPEZAS.
e queimaduras em contato com a pele. Quando em
solução aquosa é altamente ionizável, portanto a Na sua forma impura, o ácido clorídrico é denominado
solução assume caráter de ácido forte e caso esteja ácido muriático e é usado para a limpeza de pisos,
9
azulejos, paredes de pedras e superfícies metálicas antes O ácido é usado também na produção de sais fluora-
do processo de soldagem. Uma vez que o ácido muriático dos (como criolita e fluoreto de alumínio), agrotóxicos,
apresenta vapores tóxicos e irritantes quando aquecido, é detergentes, teflon, na purificação de minérios, na for-
preciso que a pessoa, ao manueseá-lo, tenha o cuidado de mação do UF6 (enriquecimento do urânio para fins de
utilizar máscara de respiração, luvas e óculos de proteção. geração de energia nuclear), entre outros.
Ácido nítrico (HNO3) – depois do ácido sulfúrico, o Ácido fosfórico (H3PO4) – também denominado
ácido nítrico é o mais produzido e usado pela indús- ácido ortofosfórico, é um líquido incolor, solúvel
tria. Trata-se de um ácido forte, de aparência viscosa, em água e etanol e capaz de absorver a umidade do
inodoro e incolor quando puro (os ácidos mais velhos ar e se dissolver (higroscópico). O processo de pro-
adquirem cor amarelada devido à decomposição do dução do ácido fosfórico ocorre por meio da via seca
ácido em óxidos de nitrogênio e água), muito volátil, (oxidação do fósforo elementar) ou via úmida (reação
forte oxidante, corrosivo e miscível em água. A produ- de fosfato de cálcio com o ácido sulfúrico).
ção industrial de ácido nítrico ocorre pelo processo de
Ostwald (oxidação da amônia).
O ÁCIDO NÍTRICO É MUITO USADO NA FABRICAÇÃO DE EXPLOSIVOS. O ácido fosfórico é utilizado na produção de refrigeran-
tes à base de cola. Ele é usado principalmente como
O ácido nítrico é muito utilizado pela indús-
acidulante (aditivo) da bebida, abaixando seu pH, re-
tria química, principalmente em processos de
gulando sua doçura, realçando o paladar e também
nitrificação de compostos orgânicos, na gal-
atuando como conservante.
vanoplastia, na fabricação de explosivos (TNT, nitrogli-
cerina, ácido pícrico, entre outros), fertilizantes agrícolas O ácido fosfórico também é utilizado na indústria de fer-
(como o NH4NO3), salitre (NaNO3 e KNO3), vernizes, celu- tilizantes, na indústria de produção de sal mineral para
loses, seda artificial, fibras sintéticas, nylon, entre outros. alimentação animal, na indústria de bebidas, na usina
de chocolate, na indústria farmacêutica (obtenção de
Ácido fluorídrico (HF) – é um líquido incolor e fu- insulina, produção de antibióticos, fortificantes, etc.), na
megante de odor penetrante; tem ponto de ebulição de formulação de detergentes, decapantes, no tratamento
20 °C sob pressão de 1 atm. Ao entrar em contato com biológico de efluentes e no polimento químico ou eletro-
a pele, além de poder causar queimaduras, pode pene- químico de peças de alumínio.
trar no organismo, enfraquecer e até corroer os ossos.
Sua reação de obtenção vem da reação entre o ácido Ácido carbônico (H2CO3) – é formado quando se di-
sulfúrico concentrado e a fluorita (CaF2). lui o gás carbônico (CO2) em água. É um ácido instável,
que se decompõe em água e gás carbônico:
10
Ácido bórico (H3BO3) – também conhecido como 2. Considere as seguintes soluções ácidas: HF, H2S, H3PO4,
ácido ortobórico, é um ácido existente na forma H4SiO4 e HNO3, todas com a mesma concentração e tempe-
ratura. Em um teste de condutividade, ao colocar uma lâm-
de pó branco. Geralmente é usado como antissépti-
pada em cada solução, qual delas apresentará maior brilho?
co (água boricada), inseticida (contra baratas, cupins,
formigas, pulgas e muitos outros insetos) e retardante a) HF
de chamas. Atua como desinfetante em situações de b) H2S
infecções por bactérias ou fungos. c) H3PO4
d) H4SiO4
Ácido sulfídrico (H2S) – conhecido como sulfeto
de hidrogênio na sua forma gasosa, é um composto e) HNO3
corrosivo e venenoso, caracterizado pelo odor de ovos Resolução:
podres. Esse gás pode ser produzido naturalmente pela Quanto mais forte for o ácido, mais ionizado ele estará,
decomposição de matéria orgânica por meio da ação mais íons livres estarão na solução, e, portanto, a lâmpada
bacteriana, dissolução de sulfetos minerais ou, ainda, apresentará maior brilho. Considerando as forças dos áci-
por atividade industrial. Pode ser encontrado também dos, segue que:
em redes de esgoto e em águas termais localizadas nas
HF – hidrácido moderada.
proximidades de vulcões.
H2S – hidrácido fraca.
Ácido cianídrico (HCN) – o ácido cianídrico é também
H3PO4 – oxiácido, ' = 4 – 3 = 1; portanto, moderada.
chamado de cianeto de hidrogênio na forma gasosa
ou ainda de ácido prússico. É um líquido incolor e um H4SiO4 – oxiácido, ' = 4 – 4 = 0; portanto, fraca.
composto extremamente volátil, tendo um odor carac- HNO3 – oxiácido, ' = 3 – 1 = 2; portanto, forte.
terístico de amêndoas amargas; trata-se de um ácido O ácido mais forte da lista é o HNO3; portanto, a solução de
muito tóxico, pois inibe os processos oxidativos celulares, HNO3 apresenta maior brilho.
causando a morte das células. É utilizado nas câmaras de
Alternativa E
gás para execução de criminosos condenados à pena de
morte, principalmente nos Estados Unidos. 3. (UECE) Considere os seguintes ácidos, com seus res-
pectivos graus de ionização, a 18 °C e usos:
I. H3PO4 (27%), usado na preparação de fertilizantes e
Aplicação do conteúdo como acidulante em bebidas e refrigerantes.
II. H2S (7,6 × 10–2 %), usado como redutor.
1. Admitindo-se 100% de ionização para o ácido clo-
rídrico em solução aquosa, pode-se afirmar que essa III. HCℓO4 (97%), usado na medicina, em análises quími-
solução não contém a espécie: cas e como catalisador em explosivos.
IV. HCN (8,0 × 10–3 %), usado na fabricação de plásticos,
a) HCℓ.
corantes e fumigantes para orquídeas e poda de árvores.
b) H3O+.
c) H2O. Podemos afirmar que é correto:
d) Cℓ-. a) HCℓO4 e HCN são triácidos.
b) H3PO4 e H2S são hidrácidos.
Resolução: c) H3PO4 é considerado um ácido semiforte.
d) H2S é um ácido ternário.
Ionizando o HCℓ, tem-se: e) O HCN é o mais forte de todos os ácidos citados.
HCℓ o H+ + Cℓ- Resolução:
11
e) Falso, o HCN possui um valor de grau de ionização Resolução:
(D) mais baixo de todos, sendo o mais fraco de todos os Ácido bórico – H3BO3
ácidos citados. Ácido clorídrico – HCℓ
Alternativa C Ácido carbônico – H2CO3
Ácido sulfídrico – H2S
4. (UFPB) Os ácidos são substâncias químicas sempre pre-
sentes no cotidiano do homem. Por exemplo, durante a Alternativa E
amamentação, era comum usar-se água boricada (solu-
ção aquosa que contém ácido bórico) para fazer a assep-
sia do seio da mãe; para limpezas mais fortes da casa,
emprega-se ácido muriático (solução aquosa de ácido
clorídrico); nos refrigerantes, encontra-se o ácido carbô-
nico; e, no ovo podre, o mau cheiro é devido à presença
do ácido sulfídrico.
VIVENCIANDO
No cotidiano, é possível encontrar a ligação covalente com facilidade. Substâncias de uso muito comum têm em sua
estrutura átomos com esse caráter de ligação, como a água, o gás oxigênio, a solução de vinagre, o álcool etílico, o
açúcar e o grafite.
Entretanto, também é possível abordar substâncias que não são tão evidentes, mas que são atuantes no dia a dia.
O gás ozônio (O3), por exemplo, é responsável pela proteção do planeta Terra contra os raios ultravioletas (UV) emitidos
pelo Sol. Sem essa camada de gás presente na atmosfera, a vida na Terra não seria possível.
O elemento carbono (C), por sua vez, pode ser encontrado na forma de diamante, depois de passar por processos de
formação diferentes do carbono encontrado no grafite, sendo essa a diferença fundamental entre essas substâncias
constituídas por átomos desse mesmo elemento químico.
12
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Ácidos sempre foram substâncias fundamentais para o desenvolvimento e manutenção da civilização. Desde as
primeiras civilizações, suas propriedades são conhecidas e utilizadas de forma proveitosa.
O termo”ácido” vem do latim acidum, que significa “azedo”, ou seja, uma referência direta ao sentido do
paladar para dar um significado à palavra.
Os ácidos podem ser encontrados em muitos segmentos da indústria. Observe a tabela a seguir:
13
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA QUÍMICA
PODE SER
INORGÂNICA
FORTES
COMO
ÁCIDOS MODERADOS
FRACOS
SOFREM
DIVIDEM-SE EM
ORIGINANDO
14
De modo geral, as bases são formadas por um metal, que
AULAS 19 e 20 constitui o cátion, ligado invariavelmente ao OH-. A única
base não metálica importante é o hidróxido de amônio
(NH4OH).
2.2. Força
1. Características das bases De maneira semelhante aos ácidos, a força de uma base
As bases (ou hidróxidos) apresentam as seguintes caracte- está ligada diretamente ao grau de dissociação de
rísticas do ponto de vista prático: suas fórmulas.
Possuem sabor adstringente, que “amarra” a boca, Se a maior parte (> 50%) das fórmulas de uma base disso-
como é possível perceber ao se comer uma fruta “ver- cia-se, ela é classificada uma base forte. Caso seja apenas
de”; no entanto, para saber se um composto é ou não uma pequena parcela (<5%), ela é fraca.
básico, provar não é a maneira mais indicada,
Classificação Caracterização
pois as bases são, em geral, tóxicas.
Hidróxidos de metais alcalinos (grupo 1 ou
Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade. família 1A).
Exemplos: NaOH, KOH, etc.
Mudam a cor dos indicadores (conforme os exemplos Hidróxidos de metais alcalino-terrosos
comparativos da função ácidos). Fortes (grupo 2 ou família 2A).
Exemplos: Ca(OH)2, Ba(OH)2, etc.
O químico Arrhenius definiu do ponto de vista teórico: Observação: O Mg(OH)2 é uma exceção à
regra, uma vez que constitui uma base fraca
Bases são compostos que, por dissociação iônica, origi- e praticamente insolúvel.
nam como o único íon negativo o ânion hidroxila [OH-]. Hidróxidos de todos os demais metais em
geral: metais das famílias 3A (grupo 13), 4A
Fracas (grupo 14) e das famílias B.
A base pode ser representada pela equação genérica: Aqui se incluem o Mg(OH)2 e o NH4OH.
15
Em geral, uma base que é bastante solúvel em água apre-
senta também um elevado grau de dissociação iônica e,
4. Indicadores ácido-base
consequentemente, é considerada uma base forte. En- Como já foi observado, tanto os ácidos como as bases alte-
tretanto, a solubilidade em água não deve ser encarada ram a cor de um indicador.
como um ponto confiável para se verificar a força da base. A maior parte dos indicadores utilizados em laboratório é
O hidróxido de amônio, por exemplo, é muito solúvel em artificial. No entanto, alguns indicadores são encontrados
água, mas é uma base fraca. As bases dos metais alcalino- na natureza, como o tornassol, extraído de certos líquens.
-terrosos, como é o caso do Ca(OH)2 (cal hidratada usada No dia a dia, esses indicadores são encontrados em diver-
em pinturas de caiação), são consideradas fortes, apesar de sas espécies: no repolho-roxo, na beterraba, nas pétalas de
serem pouco solúveis em água. rosas vermelhas, no chá-mate, nas amoras, etc.
Observe na tabela a seguir os indicadores mais usados em
3. Formulação e nomenclatura laboratórios e as cores que adquirem quando em presença
de um ácido ou de uma base.
3.1. Formulação Meio Tornassol Fenolftaleína
Alaranjado Azul de
de metila bromotimol
A fórmula geral de uma base é:
Ácido Rosa Incolor Vermelho Amarelo
C(OH)x Rosa/
Base Azul Amarelo Azul
Vermelho
Como bases são substâncias iônicas, sua formulação é sim-
ples e previsível:
Cx+ + (OH)– C(OH)x
Exemplos
Fe(OH)3 – hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico;
Fe(OH)2 – hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso.
Sn(OH)4 – hidróxido de estanho (IV) ou hidróxido estânico;
Sn(OH)2 – hidróxido de estanho (II) ou hidróxido estanoso. PASTILHAS DE HIDRÓXIDO DE SÓDIO
16
Ele é largamente utilizado na indústria, como na purifi-
cação de derivados de petróleo e de óleos vegetais, na
preparação de produtos orgânicos (como papel celofa-
ne, seda artificial, celulose, corantes e, principalmente,
sabão), na fabricação de produtos de uso doméstico
(como desentupidores de pias e ralos e removedores
de sujeiras pesadas), entre outros.
Outra aplicação da soda cáustica no dia a dia é na
produção de sabão. Isso ocorre por meio de uma rea-
ção de saponificação, que ocorre quando se coloca um
éster (óleo ou gordura) para reagir com hidróxido de
LEITE DE MAGNÉSIA
sódio, em meio aquoso e sob aquecimento, produzindo
sal orgânico (sabão). Uma aplicação farmacológica do hidróxido de mag-
nésio é na sua forma de suspensão, muito conhecida
Hidróxido de potássio (KOH) – também conhe-
como leite de magnésia (concentração próxima de
cido como potassa cáustica, trata-se de um sólido
7%). Por se tratar de uma base fraca, o leite de magné-
cristalino, de coloração branca opaca ou transparente.
sia é utilizado como antiácido e laxante, neutralizando
É extremamente perigoso, em virtude de ser tóxico e
o excesso de acidez estomacal e aliviando a prisão de
corrosivo. O hidróxido de potássio resulta da eletrólise
ventre. Também pode ser usado como desodorante de
aquosa do cloreto de potássio.
pés e axilas, pois alcaliniza a pele, impedindo a prolife-
ração de bactérias que causam mau cheiro.
17
ulcerações. Já a suspensão do hidróxido de cálcio é de- Seguindo a regra acima, tem-se que as bases formadas
nominada leite de cal. são, respectivamente:
Au3+ e OH- o Au(OH)3
Hidróxido de amônio (NH4OH) – o hidróxido de Fe2+
e OH -
o Fe(OH)2
amônio só existe em solução aquosa quando faz-se o Pb2+ e OH- o Pb(OH)2
borbulhamento de amônia (NH3) em água, ou seja, não Na+ e OH- o NaOH
existe isoladamente: Mn4+ e OH- o Mn(OH)4
NH3(g) + H2O(ℓ) o NH4OH(aq) o NH+4(aq) + OH(aq)
-
Alternativa E
O hidróxido de amônio é um composto altamente volátil, in- 3. A respeito das utilidades das substâncias químicas en-
color e de odor penetrante. Trata-se de uma substância extre- contradas no dia a dia, julgue as sentenças abaixo em
verdadeiro ou falso.
mamente nociva à saúde humana. Por liberar amônia, o hi-
a) O Mg(OH)2 é utilizado como medicamento.
dróxido de amônio é sufocante e bastante irritante aos olhos,
b) O NH4OH é usado na limpeza doméstica.
à pele, às mucosas e ao aparelho respiratório. O hidróxido
c) O Ca(OH)2 é usado para pintar parede.
de amônio é conhecido comercialmente como amoníaco.
d) O NaOH é usado para fabricar salitre.
É muito utilizado na produção de ácido nítrico, fertilizantes e Resolução:
explosivos. Outros usos do hidróxido de amônio pela indús- a) Verdadeiro. O hidróxido de magnésio Mg(OH)2 é usa-
tria química são: na produção de tinturas de cabelo, produ- do como antiácido estomacal e é conhecido como leite
tos branqueadores de tecidos, borracha, couro, lubrificantes, de magnésia.
cerâmicas, entre outros. É também usado em produtos de b) Verdadeiro. O NH4OH é usado em produtos de lim-
peza doméstica.
limpeza doméstica (sabão amoniacal, detergente) e na pro-
c) Verdadeiro. O Ca(OH)2 é usado para pintar as pare-
dução de compostos orgânicos, como o gás de refrigeração.
des, procedimento denominado caiação.
d) Falso. O que é usado para fabricar salitre (NaNO3)
é o hidróxido de amônio (NH4OH) ou amônia (NH3).
Aplicação do conteúdo
4. As bases são substâncias que, em solução aquosa, so-
1. Qual das alternativas abaixo indica a nomenclatura frem dissociação iônica, liberando como único ânion o OH-.
correta da base Sn(OH)4? Equacione as dissociações, em água, das seguintes bases:
a) Hidróxido de estanho II a) Hidróxido de sódio.
b) Hidróxido estanoso b) Hidróxido de alumínio.
c) Hidróxido estânico c) Hidróxido de lítio.
d) Base de estanho IV d) Hidróxido de estrôncio.
e) Hidróxido estanítico e) Hidróxido de ferro II.
f) Hidróxido de ferro III.
Resolução:
Resolução:
O estanho possui duas valências (número de oxidação) a) NaOH o Na+ + OH-
possíveis: 2+ e 4+. Como a base é Sn(OH)4, a base é do b) A,(OH)3 o A,3+ + 3 OH-
estanho de maior valência. c) LiOH o Li+ + OH-
Seguindo a regra da nomenclatura, tem-se que o nome da d) Sr(OH)2 o Sr2+ + 2 OH-
base é hidróxido de estanho (IV) ou hidróxido estânico (es- e) Fe(OH)2 o Fe2+ + 2 OH-
tanho + terminação ico). f) Fe(OH)3 o Fe3+ + 3 OH-
Alternativa C
2. Quais são as fórmulas das bases formadas pelos res-
pectivos cátions Au3+, Fe2+, Pb2+, Na+ e Mn4+?
a) Au3OH, Fe2OH, Pb2OH, NaOH, Mn4OH.
b) Au2(OH)3, Fe(OH)2, Pb(OH)2, NaOH, Mn(OH)4.
c) Au(OH)3, Fe(OH)2, Pb(OH)2, Na(OH)2, Mn(OH)4.
d) AuOH, FeOH, PbOH, NaOH, MnOH. multimídia: site
e) Au(OH)3, Fe(OH)2, Pb(OH)2, NaOH, Mn(OH)4.
Resolução:
drauziovarella.com.br/noticias/ades-toxicologista-expli-
De modo geral, as bases são formadas por um metal, que ca-efeitos-da-soda-caustica-no-organismo/
constitui o cátion, ligado invariavelmente ao OH-:
18
VIVENCIANDO
O leite de magnésia é um daqueles produtos que não costumam faltar nas prateleiras de muitos lares. Sobre ele é
comum afirmarem que serve para tudo. E é isso mesmo! O leite de magnésia pode ser usado como medicamento,
cosmético e até para melhorar o hálito.
O uso mais comum do leite de magnésia é como laxante e antiácido, uma vez que as suas propriedades básicas são
capazes de provocar uma neutralidade no estômago. Assim, ele é indicado no tratamento de azia e prisão de ventre.
Mas cuidado: o leite de magnésia não deve ser usado por pessoas com problemas renais ou que estejam usando
medicamento à base de poliestireno sulfonato de sódio, ibuprofeno, penicilamina, bifosfonatos, cetoconazol ou tetra-
ciclina. Nesses casos, é necessário procurar um médico para que ele possa indicar qual o melhor tratamento.
A antocianina é a substância presente no extrato de repolho-roxo que o faz mudar de cor em ácidos e bases. Esse in-
dicador está presente na seiva de muitos vegetais, como uvas, jabuticabas, amoras, beterrabas, bem como em folhas
vermelhas e flores de pétalas coloridas, como as flores de azaleia e quaresmeira.
As antocianinas são as responsáveis pela coloração rosa, laranja, vermelha, violeta e azul da maioria das flores.
Um fato interessante é que a cor das pétalas de muitas flores pode variar de acordo com a acidez do solo. Um exemplo
é a hortênsia, que, em solo ácido, produz flores azuis (quanto mais ácido, mais azul-escuro ficará); já em solos básicos,
suas flores são cor-de-rosa.
O tronco e as folhas de certas nogueiras também possuem outro tipo de substância que serve como indicador ácido-base
natural, que é a esculina. Entretanto, para observar a atuação dessa substância como indicador, é preciso iluminar com
uma luz ultravioleta.
Das raízes da planta curcuma-longa (da família do gengibre) pode ser extraído outro tipo de indicador natural, a curcumina.
Até mesmo em insetos é possível encontrar indicadores, como ocorre no caso da cochonilha, produzida por meio dos
corpos secos das fêmeas dos insetos que são conhecidos por esse mesmo nome. Contudo, esse não é o meio mais
indicado de se obter esse indicador, pois são necessários 70 mil insetos para preparar apenas meio quilo de cochonilha.
19
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA
QUÍMICA
PODE SER
INORGÂNICA
SOLÚVEIS COMO
FORTES
POUCO
BASES
SOLÚVEIS
FRACAS
PRATICAMENTE
INSOLÚVEIS SOFREM
HIDROXILA
DISSOCIAÇÃO ORIGINANDO
(OH−)
20
Com efeito, a reação entre um ácido e uma base de Ar-
AULAS 21 e 22 rhenius – denominada reação de neutralização ou de
salificação – forma um sal, além da água:
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
Sais são compostos iônicos que possuem, pelo menos,
12, 17, 18, 24, 25, 26 um cátion diferente de H+ e um ânion diferente de OH-.
HABILIDADES:
e 27
Exemplos:
NaCø oNa+ + Cø-
PERMANGANATO
Exemplos:
SULFATO DE COBRE (II) CLORETO DE NÍQUEL (II)
DE POTÁSSIO
HCø + KOH oKCø + H2O
H2SO4 + Mg(OH)2 oMgSO4 + 2 H2O
2 HNO3 + Sr(OH)2 oSr(NO3)2 + 2 H2O
SULFATO DE
3 H2S + 2 Aø(OH)3 oAø2S3 + 6 H2O
DICROMATO DE POTÁSSIO CARBONATO DE SÓDIO
FERRO (II)
3 NaOH + H3PO4 oNa3PO4 + 3 H2O
Sais são compostos formados juntamente com a água Na+ + Cø– o NaCø
na reação entre um ácido e uma base de Arrhenius. 2 Na+ + SO42– o Na2SO4
Ca2+ + SO42– o CaSO4
21
3.1. Nomenclatura 3.2. Hidrogenossais
Se o cátion possuir uma única valência: Os hidrogenossais são obtidos a partir da reação de neu-
tralização parcial do ácido, quando nem todos os H+
nome do ânion + de + nome do cátion
do ácido são neutralizados. Por isso, apresentam dois cá-
O nome de um sal normal deriva do ácido e da base que tions: um metal e o outro o cátion hidrogênio (H+).
lhe dão origem. Dessa forma, para obter o nome de um
sal, basta alterar a terminação do nome do ácido H2CO3 + 1 NaOH oNaHCO3 + H2O
hidrogenossal
correspondente, de acordo com a tabela a seguir (a no-
menclatura dos ânions foi vista na parte de ácidos): Observe que, na equação acima, se a proporção entre áci-
ácido sal do e base fosse de 1:2, a reação seria de neutralização to-
ídrico o eto tal, pois o H2CO3 possui dois hidrogênios ionizáveis; entre-
tanto, como “faltou” base para neutralizar completamente
oso o ito
o ácido, o sal formado é um hidrogenossal.
ico o ato
A nomenclatura desse sal é semelhante à dos sais normais.
Exemplos: A diferença está no fato de as quantidades de hidrogênios
HCø + LiOH o LiCø + H2O ionizáveis serem indicadas pelos prefixos mono (que pode
ácido hidróxido cloreto ser omitido), di, tri, etc., seguidas da palavra hidrogeno
clorídrico de lítio de lítio no começo do nome do sal ou da palavra ácido logo de-
pois do nome do ânion.
2 HNO2 + Mg(OH)2 o Mg(NO2)2 + 2 H2O
carbonato monossódico ou
ácido hidróxido de nitrito de
nitroso magnésio magnésio NaHCO3 carbonato (mono) ácido de sódio ou
(mono) hidrogenocarbonato de sódio
22
Observe que, na equação acima, se a proporção entre ácido Dizer que um sal é insolúvel quer dizer que sua solu-
e base fosse de 2:1, a reação seria de neutralização total, bilidade em água é mínima, uma vez que nenhuma
pois o HCø possui apenas um hidrogênio ionizável; entre- substância é totalmente insolúvel.
tanto, como “faltou” ácido para neutralizar completamente
a base, o sal formado é um hidroxissal. Todos os sais de metais alcalinos e amônio [NH4+] são
solúveis.
A nomenclatura segue a mesma regra dos hidrogenossais,
trocando a palavra hidrogeno por hidróxi ou a palavra Os sais insolúveis sofrem pequena dissociação iônica,
ácido por básico. por isso dão origem às soluções com pequena quanti-
cloreto básico de cálcio ou
dade de íons e são considerados maus eletrólitos.
CaOHCø
(mono) hidróxi-cloreto de cálcio
MgOHBr
brometo básico de magnésio ou 5. Principais sais e
(mono) hidróxi-brometo de magnésio
suas aplicações
nitrato básico de alumínio ou
AøOH(NO3)2
(mono) hidróxi-nitrato de alumínio Cloreto de sódio (NaCø) – trata-se de um dos mais
importantes e conhecidos sais da química inorgânica.
nitrato dibásico de alumínio ou
Aø(OH)2NO3 Conhecido como sal de cozinha ou simplesmente sal,
di-hidróxi-nitrato de alumínio
apresenta-se, em condições normais, como um sólido
sulfato básico de alumínio ou cristalino branco. Há duas formas de obtenção do sal
AøOHSO4
(mono) hidróxi-sulfato de alumínio de cozinha. Uma delas pelas minas subterrâneas (jazi-
das de sal-gema) e a outra pela evaporação da água do
3.4. Sal hidratado mar (que contém aproximadamente 35 g de sais para
cada litro de água, e a maior parte é NaCø).
No retículo cristalino, os sais hidratados apresentam mo-
léculas de água em proporção definida. Combinada des-
sa maneira, a água é denominada água de cristalização.
Na nomenclatura do sal, a quantidade de moléculas de
água é indicada por prefixos.
Exemplos:
CuSO4 · 5 H2O = [sulfato de cobre (II) penta-hidratado]
CaSO4 · 2 H2O = [sulfato de cálcio di-hidratado]
SALINAS, ONDE É PRODUZIDO O SAL DE COZINHA.
Sulfatos (SO2-4) Solúveis Ca+2, Sr2+, Ba2+, Pb2+ Bicarbonato de sódio (NaHCO3) – conhecido como
sal de Vichy, trata-se de um sólido de cor branca, so-
Sulfetos (S2-) Insolúveis Família IA e NH+4
lúvel em água, com um sabor ligeiramente alcalino. A
Outros ânions obtenção do bicarbonato de sódio é de origem princi-
Insolúveis Família IA e NH+4
(CO2-3 , PO3-4, etc.)
palmente sintética por meio do Processo Solvay.
23
Entre as principais aplicações do nitrato de sódio, pode-
-se citar a fabricação de fertilizantes nitrogenados, pro-
dução de explosivos (dinamite e pólvora negra, princi-
palmente), vidros, fogos de artifício, adesivos, aditivos
de pinturas, reativos fotográficos, etc. O nitrato de sódio
também é utilizado como conservante na fabricação de
derivados do leite, enlatados, embutidos e carnes pro-
cessadas. Além de atuar como conservante, serve para
BICARBONATO DE SÓDIO TEM USOS MUITO VARIADOS,
DESDE USOS MEDICINAIS A ALIMENTÍCIOS.
preservar a cor dos produtos.
O bicarbonato de sódio tem usos muito variados, mas Carbonato de sódio (Na2CO3) – também conheci-
seu uso mais comum é como antiácido estomacal, uma do como soda ou barrilha, trata-se de um sal branco e
vez que é capaz de neutralizar o excesso de ácido do translúcido. É produzido por meio do Processo Solvay,
suco gástrico; também é usado como fermento quími- utilizando sal marinho (NaCø), CaCO3, NH3 e coque.
co, pela liberação de gás carbônico, e na preparação de Sua principal aplicação é na produção do vidro comum,
pastas de dentes e agentes de limpeza dentária. especialmente aqueles utilizados em embalagens. Tam-
Outros usos desse composto são: como reagente de bém é utilizado na fabricação de sabões, detergentes,
laboratório, na eletrodeposição de ouro e platina, nos corantes, papéis, medicamentos e no tratamento da
curtumes, no tratamento de lã e seda, na nutrição de água de piscina.
animais, na cerâmica, na preservação de manteiga e de Carbonato de cálcio (CaCO3) – em seu estado puro,
madeiras, como componente de talcos desodorantes, na o carbonato de cálcio é um composto sólido, tem forma
fabricação de extintores de incêndio de espuma (extintor de pó fino e cristalino, de cor branca, é inodoro, está-
de pó químico), etc. vel, não inflamável, não corrosivo, não bioacumulativo,
Nitrato de sódio (NaNO3) – também conhecido atóxico e se decompõe a uma temperatura de 470 °C.
com salitre do Chile, o nitrato de sódio é um sal Possui características alcalinas e é resultado da reação
inorgânico que, em condições ambientes, tem forma do CaO (cal virgem) com CO2. Na natureza, o carbo-
nato de cálcio pode ser encontrado nos minerais e na
de pó ou cristais, é inodoro, incolor ou de cor branca e
forma cristalina: aragonita e calcita.
solúvel em água. Em geral, é encontrado na natureza.
Os territórios do Chile e do Peru possuem as principais
reservas naturais do nitrato de sódio. Esse sal pode ser
obtido artificialmente a partir da amônia ou da reação
de ácido nítrico com hidróxido de sódio ou carbonato
de sódio.
CARBONATO DE CÁLCIO É O PRINCIPAL CONSTITUINTE DAS CONCHAS.
O carbonato de cálcio é encontrado no mármore, no calcá-
rio, na casca do ovo e no esqueleto de conchas e corais. É
também formador das estalactites e estalagmites de caver-
nas calcárias. Utiliza-se o carbonato de cálcio na correção
da acidez de solos (calagem), na fabricação de vidro (assim
como os carbonatos em geral), cimento, aço, cremes den-
NITRATO DE SÓDIO É USADO PARA FABRICAR A PÓLVORA NEGRA.
tais, medicamentos, etc.
Aplicação do conteúdo
1. (UPE) O “celobar”, medicamento à base de sulfato de
bário, provocou, este ano, mais de duas dezenas de mortes,
pois constatou-se a presença de impurezas em quantida-
multimídia: vídeo des incompatíveis com a vida humana em sua composição.
Em relação ao sulfato de bário, pode-se afirmar que é:
FONTE: YOUTUBE
a) usado como antigripal, pois age eficientemente ini-
Reações de precipitação e íons espectadores bindo a oxigenação das células e, consequentemente,
extinguindo os vírus da gripe;
24
b) usado como laxante intestinal, por se tratar de um Resolução:
sal perfeitamente solúvel em água;
Na2B4O7 · 10 H2O – Sal hidratado, pois possui água
c) usado como contraste, quando se pretende submeter
de hidratação na sua molécula.
pacientes à radiografia do aparelho digestivo;
Mg(OH)Cø – Sal básico, pois possui hidroxila como
d) um poderoso diurético, por se tratar de um sal hidra-
um dos ânions (fora o cloreto).
tado que tem ação direta sobre os rins, hidratando-os;
NaKSO4 – Sal duplo, pois possui dois cátions e um
e) usado no combate à azia, pois, sendo um sal de
único ânion.
hidrólise alcalina, neutraliza a acidez estomacal.
NaHCO3 – Sal ácido, pois possui cátion hidrogênio
Resolução: como um dos cátions (fora o sódio).
O sulfato de bário (BaSO4) é um sal insolúvel, usado como Alternativa D
contraste no raio X do aparelho digestivo, devido a sua
4. Na reação de neutralização total do ácido sulfídrico
opacidade. Além disso, o sulfato de bário não reage com com o hidróxido de potássio, há formação de sal e água. A
o ácido do estômago, ou seja, não libera íons Ba2+, que é fórmula e o nome correto desse sal são, respectivamente:
tóxico para o ser humano. a) K2SO4 e sulfato de potássio.
Alternativa C b) K2SO3 e sulfito de potássio.
c) KS e sulfeto de potássio.
2. As fórmulas do carbonato de sódio e do nitrato de
amônio são, respectivamente, Na2CO3 e NH4NO3. Sendo d) K2S e sulfato de potássio.
assim, a fórmula do carbonato de amônio é: e) K2S e sulfeto de potássio.
a) (NH3)HCO3. d) (NH4)HCO3. Resolução:
b) (NH3)2CO3. e) (NH4)2CO3.
c) NH4CO3. Realizando a neutralização total do ácido com a base, tem-se:
Resolução: H2S + 2 KOH o K2S + 2 H2O
ácido hidróxido de sulfeto de
Dissociando os dois compostos citados acima, tem-se: sulfídrico potássio potássio
Na2CO3 o 2 Na+ + CO32-
carbonato de sódio sódio carbonato Assim, a fórmula do sal formado é K2S e o seu nome é
sulfeto de potássio.
NH4NO3 o NH+ 4 + NO3-
Alternativa E
nitrato de amônio amônio nitrato
Juntando os íons amônio e carbonato, tem-se:
2 NH+4 + CO2-3 o (NH4)2CO3
amônio carbonato carbonato de amônio
Alternativa E
25
VIVENCIANDO
O sulfato de bário é um agente radiopaco, isto é, é capaz de barrar os raios X. Apesar da grande toxicidade do íon
Ba2+, ele pode ser ingerido sem risco de ser absorvido, pois o sal em questão é muito pouco solúvel. Devido a essas
propriedades, o sulfato de bário é utilizado mundialmente como contraste nos exames radiológicos. A sua produção
pode ser realizada a partir da reação entre carbonato de bário e ácido sulfúrico. Contudo, o produto ainda pode
conter carbonato de bário que não reagiu, e, como o carbonato é solúvel, a sua ingestão pode causar a morte por
causa da absorção dos íons bário no corpo.
O carbonato de cálcio é um sal inorgânico, sólido e branco, cuja fórmula molecular é CaCO3(s). Esse sal é muito
comum na natureza, sendo encontrado em diversos lugares, como nas conchas, nos recifes de corais, nas cascas de
ovos, nas carapaças de seres marinhos, no calcário e no mármore.
Além disso, o carbonato de cálcio também está presente nas estalactites e estalagmites. O carbonato de cálcio é
insolúvel em água, mas é solúvel em água com gás carbônico (CO2(g)). Por causa das grandes pressões, a água subter-
rânea contém uma grande quantidade de gás carbônico. Assim, quando essas águas passam por solos que contêm
calcário, há a seguinte dissolução com formação de cavernas:
CaCO3(s) + H2O(ℓ) + CO2(g) o Ca2+(aq) + 2 HCO-3 (aq)
A disposição lenta e contínua de gotas dessa mistura dos tetos das cavernas vai escorrendo e, com o tempo, o gás
carbônico pode desprender-se, voltando a precipitar-se como carbonato de cálcio e formando as estalactites nos
tetos das cavernas. Isso é demonstrado pela reação:
Ca2+(aq) + 2 HCO-3(aq) o CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(ℓ)
Além disso, outras gotas de carbonato dissolvido depositam-se no solo da caverna, a água evapora e há liberação de
gás carbônico, formando as estalagmites.
26
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA
PODE SER INORGÂNICA
QUÍMICA
COMO
ÂNION
DERIVADO
SOLÚVEIS
DO ÁCIDO
PODEM
SOFREM SAIS
SER
CÁTION INSOLÚVEIS
DERIVADO
DA BASE PRODUZIDOS NA
DISSOCIAÇÃO NEUTRALIZAÇÃO
LIBERANDO
IÔNICA ÁCIDO-BASE
27
Qual a causa dessa diferença? De acordo com Arrhenius, as
AULAS 23 e 24 moléculas do açúcar, que antes estavam agrupadas, foram
separadas quando dissolvidas na água. Assim, como as
moléculas não contêm carga, não sentem o efeito do cam-
po elétrico; por isso, essa solução não conduz corrente elé-
trica. As soluções que não conduzem corrente elétrica são
denominadas soluções não eletrolíticas, e o composto
(nesse caso o açúcar) é denominado não eletrólito.
ELETRÓLITOS
Por outro lado, o sal (e demais eletrólitos), quando dissol-
vido na água, divide-se em partículas carregadas eletrica-
mente (íons). Os íons positivos (cátions) são atraídos pelo
polo negativo, e os íons negativos (ânions) são atraídos
pelo polo positivo; devido à presença desses íons, a cor-
COMPETÊNCIAS:
rente elétrica flui pela solução e, como o circuito elétrico
3, 5 e 7
não é interrompido, a lâmpada se acende. As soluções que
12, 17, 18, 24, 25, 26 conduzem corrente elétrica são denominadas soluções
HABILIDADES:
e 27 eletrolíticas, e o composto (nesse caso o NaCø) é deno-
minado eletrólito.
Pólo Pólo
Cl - Na+
Cl - Na+
Cl -
Cl -
Na+
28
Quando um composto iônico é dissolvido em água, ele
apenas provoca a separação dos íons existentes.
Por exemplo, quando o sal de cozinha (NaCø) é jogado
na água, os íons (Na+ e Cℓ-) que já estavam presentes
no estado natural do sal são separados:
O suor é um líquido produzido pelas glândulas sudoríparas que se localizam na derme. No corpo humano, há cerca
de dois milhões de glândulas sudoríparas distribuídas em todas as regiões, exceto nos mamilos, lábios e órgãos ge-
nitais, sendo que a maior parte delas se localiza no rosto, palma das mãos e planta dos pés. A glândula sudorípara
possui uma região espiralada, onde o suor é produzido; um longo ducto liga a glândula à abertura ou ao poro, na
superfície da pele. As células nervosas do sistema nervoso simpático se conectam às glândulas sudoríparas, que são
classificadas como glândulas écrinas e glândulas apócrinas.
O suor é composto principalmente de água, mas é possível encontrar outras substâncias retiradas do sangue pelas
glândulas sudoríparas, como ureia, ácido úrico e cloreto de sódio. Alguns alimentos e medicamentos, como alho,
cebola, antibióticos, vitaminas e algumas toxinas podem ser eliminados pelo suor. O suor é um eletrólito por conta
dos sais presentes nele.
29
O grau de ionização varia entre 0 e 1 (ou de 0% a 100%).
3. Solvatação Quando Dtem valor próximo de zero, significa que a subs-
O mecanismo de dissolução em que cátions e ânions ficam tância está pouco ionizada, sendo chamado de eletrólito
envoltos por moléculas de solvente é denominado solva- fraco. Quando Dse aproxima de 1, a substância está bas-
tação. Esse fenômeno ocorre quando um composto iônico tante ionizada, sendo chamada de eletrólito forte.
(ex.: NaCø) ou polar (ex.: HCø) é dissolvido num composto
O grau de ionização é útil principalmente para determinar
polar sem que haja a formação de uma nova substância.
a força dos ácidos (embora possa ser usado para outros
Por exemplo, quando o sal de cozinha (NaCø) é adiciona- tipos de substâncias) baseando-se no seu grau de ioniza-
do à água, os íons Na+ tendem a ser atraídos pela região ção: quanto mais forte for o ácido, maior será o seu grau
eletricamente negativa de moléculas de água que estão de ionização (D), sendo um eletrólito forte e vice-versa.
ao redor dos íons; ao mesmo tempo, os íons Cø- são atraí-
dos pela região eletricamente positiva de outras moléculas
de água. Por meio dessa atração, a água gradativamente Aplicação do conteúdo
desfaz o reticulado do cloreto de sódio, e os íons Na+ e 1. (Unicamp) Água pura é um mau condutor de corrente
Cø- são envolvidos por várias moléculas de água, sendo, elétrica. O ácido sulfúrico, H2SO4, também é mau con-
assim, dissolvidos. dutor. Explique o fato de uma solução diluída de ácido
Moléculas de água Íon cloreto [Cø-] sulfúrico H2SO4 (aq), em água, ser boa condutora de cor-
rente elétrica.
Resolução:
Íon sódio[Na+]
O grau de ionização, representado pela letra D (alfa), é defi- Álcool etílico (C2H6O) – composto molecular que somente
nido como a razão entre o número de moléculas ionizadas se dissolve na água, sem formação de íons.
(ou dissociadas) e o número total de moléculas dissolvidas. Sacarose (C12H22O11) – composto molecular que somente
número de partículas ionizadas (ou dissociadas) se dissolve na água, sem formação de íons.
D = ____________________________________
número de partículas dissolvidas
Ácido sulfúrico (H2SO4) – ácidos em meio aquoso apresen-
Usando como exemplos os ácidos HCø, HF e HCN: tam íons, pois sofrem ionização na água.
92 = 0,92 ou 92%
Para HCø: D = ___
100 Assim, as substâncias que apresentam íons em meio aquo-
8 = 0,08 ou 8%
Para HF: D = ___ so são cloreto de sódio (NaCø) e ácido sulfúrico (H2SO4).
100
0,00008 Alternativa D
Para HCN: D = _______ = 0,0000008 ou 0,00008%
100
Nota: os valores dos D para ácidos são tabelados, não 3. Qual dos itens a seguir representa o eletrólito mais
sendo necessário decorá-los. forte?
30
a) D = 40%. 4. O fato de uma solução permitir a passagem da cor-
b) D = 0,85%. rente elétrica nos permite concluir que o soluto:
c) Tem 40 moléculas dissociadas em cada 200 molé- a) também conduz a corrente elétrica quando puro;
culas totais. b) tem todas as suas moléculas ionizadas;
d) 3/4 de moléculas estão dissociadas. c) é iônico;
e) Metade das moléculas se dissociaram. d) é molecular;
Resolução: e) pode ser iônico ou molecular.
número de partículas ionizadas (ou dissociadas) Resolução:
Lembrando que D = ____________________________________ ,
número de partículas dissolvidas
a) Falso, porque a água pura não conduz corrente elé-
temos que os itens a) e b) já dão os valores de D em porcentagem. trica devido à ausência de íons livres.
Calculando no item c), tem-se D = ___ 40 = 0,2 = 20% b) Não necessariamente, pois, mesmo tendo poucas
200 moléculas ionizadas, permite a passagem da corrente
Para item d), __3 das moléculas estão dissociadas, elétrica. Portanto, falso.
4
c) Falso; pode ser um composto iônico, mas pode ser
logo D = __3 = 0,75 = 75%
4 também um ácido, que é um composto molecular.
No item e), metade das moléculas estão dissociadas, logo d) Falso; pelo mesmo motivo do item c), pode ser um
D= __1 = 0,5 = 50% ácido (molecular), mas pode ser um composto iônico.
2 e) Verdadeiro, pois pode ser um composto iônico ou
Quanto mais perto de 1 (ou 100%) é o valor do D, mais forte um ácido (molecular).
é o eletrólito. A alternativa que tem o maior valor de D é o
item d) (75%). Alternativa E
Alternativa D
VIVENCIANDO
Os eletrólitos são essenciais às várias funções corporais, e um desequilíbrio de eletrólitos pode ser perigoso e causar
risco de vida. O balanço de níveis de eletrólitos é mantido com cuidado no corpo e pode ser verificado pelo sangue
ou pela urina como uma medida da saúde. Esse balanço complexo e sutil precisa ser mantido entre os ambientes
intracelulares e extracelulares. Em particular, a inclinação osmótica dos eletrólitos deve ser mantida a fim de assegurar
um pH saudável do sangue e um nível adequado de hidratação, fatores essenciais para a função apropriada dos
músculos e dos nervos. Existem diversos mecanismos para ajudar a regular a concentração de eletrólitos no corpo.
Os músculos e os nervos são estimulados pela atividade dos eletrólitos no líquido intracelular, extracelular e in-
tersticial. Os canais do íon existem na superfície da membrana de pilha para transportar eletrólitos. Por exemplo, a
contração dos músculos depende da presença de potássio e dos íons do cálcio e do sódio; níveis insuficientes desses
íons podem causar fraqueza ou espasmos dos músculos.
Se um desequilíbrio de eletrólitos foi causado pela perda de eletrólitos por diarreia ou vômito, uma solução oral do
rehydration (ORS) que contenha eletrólitos e líquidos pode ser usada para reabastecer o corpo. Em casos severos
de perda de eletrólitos, uma rota da administração intravenosa pode ser necessária. Um desequilíbrio severo de
eletrólitos pode causar complicações neurológicas e cardíacas e, caso não seja tratado imediatamente, pode ser fatal.
31
DIAGRAMA DE IDEIAS
USUALMENTE
MISTURA NÃO CONDUZ
É
SÓLIDA E CORRENTE
ELÉTRICA
QUANDO
PODE SER
PURA SE LÍQUIDA
IÔNICA
SOLUÇÃO DISSOCIAÇÃO CONDUZ
EM SOFRE
AQUOSA IÔNICA CORRENTE
EM QUE HÁ ELÉTRICA
LIGAÇÃO
IÔNICA
QUANDO PURA
NÃO CONDUZ
MOLECULAR NÃO SOFREU
CORRENTE
IÔNIZAÇÃO
SOLUÇÃO ELÉTRICA
EM
AQUOSA CONDUZ
EM QUE HÁ SOFREU
CORRENTE
IÔNIZAÇÃO
LIGAÇÃO ELÉTRICA
COVALENTE
CONDUZ
SUBSTÂNCIA
SE PURA CORRENTE
METÁLICA
ELÉTRICA
EM QUE HÁ
LIGAÇÃO
METÁLICA
32
Na qual E é um metal: famílias 1A (grupo 1), 2A (grupo 2),
AULAS 25 e 26 3A (grupo 13) e B (grupos 2 a 12).
Exemplos:
Na1+ O2– Na2O1 Na2O
Ca2+ O2– Ca2O2 CaO (simplificam-se os índices 2 : 2
1 : 1)
2.2. Nomenclatura
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 óxido de + nome do elemento E
HABILIDADES:
12, 17, 18, 24, 25, 26
Exemplos:
e 27
Na2O CaO Aℓ2O3 ZnO
óxido de óxido de óxido de óxido de
sódio cálcio alumínio zinco
1. Óxidos
Se o metal formar cátions com cargas diferentes, é possível
Os óxidos são compostos binários (formados por dois ele- que seja formado mais de um óxido. Nesse caso, deve-se
mentos químicos) nos quais o oxigênio é o elemento mais indicar a carga do metal em numeral romano:
eletronegativo.
Exemplos: 1+ I 2+ II 3+ III 4+ IV
33
MgO + H2O o Mg(OH)2 4. Óxidos mistos (duplos ou salinos): são formados por
óxido de hidróxido de
dois óxidos diferentes a partir de um metal que apresenta a
magnésio magnésiO capacidade de formar dois ou mais cátions. São formados
K2O + 2 HC, o 2 KC, + H2O por dois óxidos diferentes do mesmo elemento e formam
óxido de ácido cloreto de sais inorgânicos. Em relação à reatividade, os óxidos duplos
potássio clorídrico potássio só formam sais quando reagem com ácidos ou bases. Sem-
Fe2O3 + 3 H2SO4 o Fe2(SO4)3 + 3 H2O pre que esses óxidos reagem com ácido ou base, eles for-
óxido de ácido sulfato de mam dois sais e molécula de água como produtos.
ferro (III) sulfúrico ferro (III)
Exemplos:
2. Óxidos ácidos: reagem com água, formando seu res- Tetróxido de triferro (Fe3O4) - formados por dois óxi-
pectivo ácido, ou reagem com bases, formando sal e água. dos: FeO + Fe2O3
Ocorrem quando o metal ligado ao oxigênio possui um nú-
mero de oxidação (Nox) elevado. Alguns exemplos são trió- Tetróxido de trichumbo (Pb3O4) - formados por três
xido de cromo (CrO3) e heptóxido de dimanganês (Mn2O7). óxidos: 2 PbO + PbO2
Exemplos: Reação:
o
utilizada na fabricação de sabões. Antigamente, em
A,2O3 + 2 KOH 2 KAIO2 + H2O
locais onde não havia o NaOH, usavam-se cinzas ve-
aluminato getais, que continham K2O, para reagir com gorduras e
óxido ácido Base forte
de potássio
produzir o chamado “sabão de cinza”.
ZnO + H2SO4 o ZnSO4 + H2O
sulfato de Óxido de cálcio (CaO): esse composto é conhecido
óxido básico ácido forte
zinCO como cal viva ou cal virgem. Ao reagir com a água,
ZnO + 2 NaOH o Na2ZnO2 + H2O forma-se o hidróxido de cálcio (cal hidratada, apaga-
da ou extinta), que é usado para pintar paredes, tron-
zincato de cos de árvores e outros materiais para repelir insetos,
óxido ácido base forte
sódio
preservar a vedação e evitar a infiltração de água. A
34
pintura com cal é denominada pintura de caiação
ou simplesmente caiação.
Os óxidos básicos são formados por metais com números de oxidação baixos (+1, +2 ou +3), elementos com alta
eletropositividade, e são sólidos iônicos com pontos de fusão e ebulição elevados.
Além disso, os óxidos básicos também podem reagir com óxidos ácidos, produzindo um sal, como no exemplo a seguir:
Um exemplo importante de óxido básico é o óxido de potássio (K2O), encontrado na cinza da madeira e do cigarro.
Quando esse composto entra em contato com a água, ele produz o KOH. É por isso que, antigamente, em locais
onde não havia hidróxido de sódio (NaOH) para produzir sabão, utilizavam-se cinzas de madeira para reagir com a
gordura, pois o KOH o substituía. Esse sabão era conhecido como “sabão de cinza”.
35
VIVENCIANDO
O peróxido de lítio é utilizado em purificadores de ar e em meios de regeneração para sistemas de suporte de vida
em naves espaciais e submarinos, pois absorve dióxido de carbono e libera oxigênio na reação:
2 Li2O2 + 2 CO2 o 2 Li2CO3 + O2
Nessa reação, um grama de peróxido de lítio absorve 490 mL de dióxido de carbono e libera aproximadamente 240
mL de oxigênio livre, resultando em carbonato de lítio como resíduo sólido.
DIAGRAMA DE IDEIAS
COMO
ÓXIDOS
AO REAGIR COM
IÔNICOS
ÁCIDOS OU
ÁGUA
BASES
ÁCIDOS OU
SAL + ÁGUA METAL
BASES
OXIGÊNIO
36
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Com foco nas funções orgânicas, é importante en- O assunto principal são as funções orgâni- O principal assunto abordado é o das funções
tender as diferentes propriedades que cada função cas, sendo importante saber diferenciá-las, orgânicas, sendo importante entender todas
possui, assim como diversos usos de determinadas assim como entender suas diferentes as propriedades envolvidas e a utilização
substâncias. propriedades e usos. das diversas substâncias com suas diferentes
funções orgânicas.
As funções orgânicas são cobradas de modo O assunto mais recorrente são as funções O assunto principal são as funções O assunto principal são as funções orgânicas,
que é necessário saber suas diferenças, orgânicas, sendo necessário entender suas orgânicas, sendo importante saber suas sendo essencial saber as diferenças de estrutu-
diferentes propriedades e utilidades. diferenças, assim como suas propriedades diferenças e entender suas propriedades, ras, propriedades e usos.
distintas. assim como seu uso.
UFMG
O assunto principal são as funções orgânicas, O assunto mais recorrente são as funções O assunto mais recorrente são as funções
sendo cobradas de modo que é necessário orgânicas, sendo necessário entender suas orgânicas, sendo necessário entender suas di-
saber suas diferenças, suas diferentes proprie- diferenças nas estruturas, nas propriedades ferentes estruturas, assim como suas distintas
dades e utilidades. e nos seus usos. propriedades.
O assunto mais recorrente são as funções Com foco nas funções orgânicas, é importante O tema mais cobrado é a orgânica, portanto,
orgânicas, sendo essencial saber diferenciá-las entender as diferentes propriedades que cada entender suas propriedades e seus usos é
e entender suas diferentes propriedades. função possui, assim como diversos usos de importante para as diferentes funções.
determinadas substâncias.
QUÍMICA ORGÂNICA
AULAS 17 e 18 2. Nomenclatura
oficial dos álcoois
A cadeia carbônica é nomeada de maneira análoga à no-
menclatura dos hidrocarbonetos, aos quais acrescenta-se o
sufixo -ol.
FUNÇÕES ORGÂNICAS: Exemplos:
ÁLCOOIS, FENÓIS CH3 – OH
terciário.
Exemplo: Nota: o nome usual do propan-1-ol (também denominado
1-propanol) é álcool propílico.
OH
| OH
H3C – C – CH2 – CH3 2-metil-butan-2-ol |
| H3C – CH – CH3
CH3 1 2 3
40
N.o de átomos Ligação Função Nome 2.1. Álcoois de cadeia ramificada
simples álcool com –OH na
3 C PROP propan-2-ol
AN posição 2 2-OL Nesse caso, deve ser seguido o seguinte roteiro:
1. Determinar a cadeia principal, a maior possível, que con-
Nota: nesse caso, é obrigatório indicar a posição do gru-
tenha o grupo –OH e as insaturações (ligações duplas ou
po –OH, que pode estar localizado nas posições 1 ou 2 da
triplas), caso existam.
cadeia. Não existe propano-3-ol, uma vez que a nume-
ração estaria errada: iniciou-se “distante“ da extremidade 2. Numerar a cadeia principal a partir da extremidade mais
em que se localiza o grupo –OH. próxima do grupo –OH.
O nome usual do propan-2-ol (também denominado 3. Determinar os grupos (ramificações), seus nomes e suas
2-propanol) é álcool isopropílico. respectivas posições na cadeia principal.
4. “Montar” o nome de acordo com este esquema:
OH OH OH
| | | (posição do grupo) – (nome do grupo) – (prefixo + infixo + sufixo)
H2C – CH – CH2
1 2 3 Exemplos:
N.o de
átomos
Ligação Função Nome
álcool com 3
grupos –OH, nas propan-
3 C PROP simples AN
posições 1, 2 e 3 1,2,3-triol
1 , 2 , 3 -TRIOL
Dupla
Álcool com grupo
METIL em 3; entre os
6 C HEX -OH na posição
METIL em 4 carbonos 4
1 1-OL
e 5 4-EN
Nome: 3,4-dimetil-hex-4-en-1-ol
N.o de átomos Ligação Função Nome
6 C prop cadeia
cíclica CICLO HEX
simples AN álcool OL ciclo-hexanol A função ENOL
A função enol não deve ser confundida com os ál-
Nota: como a cadeia é cíclica (não tem começo nem fim) coois, que apresentam o grupo –OH (hidroxila) ligado
e o único grupo a ela anexo é a hidroxila, não é necessário a carbono saturado (4 ligações simples).
indicar sua posição.
41
realizam ligações de hidrogênio com as moléculas de água.
OH Monoálcoois com até 3 carbonos são solúveis em qual-
| quer proporção na água; os de 4 carbonos têm solubilida-
–C–
| de mais baixa (entre 8,3 a 26 g/100 mL), e a solubilidade
dos álcoois diminui gradualmente à medida que cresce a
Num enol, o grupo –OH está ligado a um carbono ins- porção apolar da molécula (5 em diante).
taurado com a dupla ligação.
OH
|
—C=C—
| |
A nomenclatura dos enóis segue exatamente as mes-
mas regras da nomenclatura dos álcoois, o que pode
acarretar mais confusão entre as duas funções. multimídia: vídeo
Exemplos de enóis: FONTE: YOUTUBE
Os álcoois de cadeia curta, que possuem maior tendência Nomenclatura trivial – aceita pela IUPAC, denomi-
polar, são bastante solúveis em água, pois suas moléculas na simplesmente a molécula de fenol.
42
FENOL
1-HIDROXI-4-METIL-BENZENO
Nomenclatura alternativa – muito empregada, OU
indica as posições dos grupos –OH (hidróxi) no anel 4-METIL-FENOL
OU
aromático.
PARA-METIL-FENOL
Exemplos:
Não é preciso memorizar tantas versões de nomencla-
tura. É preferível saber “construir” a molécula a partir
das informações oferecidas sobre sua estrutura.
1-HIDROXI-2-METIL-BENZENO 1-HIDROXI-3-METIL-BENZENO
multimídia: site
OU OU
2-METIL-FENOL 3-METIL-FENOL
OU OU super.abril.com.br/saude/eter/
ORTO-METIL-FENOL META-METIL-FENOL
43
4. Éteres menos CH3 – CH2 – O – CH2 – CH3
éter dietílico
Os éteres são compostos orgânicos derivados dos álcoois difundida ETIL ETIL
devido à substituição do hidrogênio do grupo –OH (hidro-
xila) por um grupo carbônico (metil, etil, etc.). usual (não CH3 – CH2 – O – CH2 – CH3
dietil éter
ofcial) ETIL ETIL
grupo funcional: R – O – R’
Do qual R e R’ são grupos carbônicos não necessariamen- usual (não éter dietílico
CH3 – CH2 – O – CH2 – CH3
te iguais. oficial) ETIL ETIL ou éter etílico
4.1. Nomenclatura dos éteres Nota: melhor que memorizar as várias formas de nomear os éte-
Segundo a IUPAC, há duas maneiras de nomear os éteres. res, é preferível saber identificar o grupo (metil, etil, etc.) de cada
Mais utilizada: “lado” do heteroátomo de oxigênio que caracteriza os éteres.
44
VIVENCIANDO
Em sua maior parte, os fenóis são sólidos à temperatura ambiente. Eles são utilizados na produção de vernizes, co-
rantes, perfumes, resinas, etc. Contudo, são utilizados principalmente como germicidas e antissépticos devido a sua
ação coagulante de proteínas de bactérias. O benzenol foi utilizado durante muito tempo, até sua potencialidade
cancerígina ser descoberta, uma vez que é altamente tóxico.
Quando se é necessário um solvente apolar, uma boa escolha para isso são os éteres, em sua maioria os éteres de
cadeia pequena são bastante voláteis e bons solventes.
Uma cena clássica de uso de éteres é comum em filmes de suspense ou thriller policial, em que o bandido surpreende sua
vítima com um pano encharcado de um líquido que é pressionado contra o rosto da pessoa a fim de fazê-la desmaiar.
Nesses casos, o líquido em questão é um éter; por terem essa característica de alta volatilidade, eles podem desmaiar
as pessoas por sufocamento devido a suas propriedades anestésicas.
Hoje em dia, é muito fácil encontrar notícias relacionadas ao uso e obtenção do etanol. Pelo fato de ser renovável e
advir principalmente do plantio da cana-de-açúcar, esse composto orgânico da classe dos álcoois está em alta em
relação a seu uso como combustível.
Entretanto, há um inconveniente. Ainda que o etanol seja uma alternativa “verde” mais viável que seu parente mais
querido, a gasolina, o etanol não é, levando em conta aspectos geográficos, um combustível fácil de ser obtido. São
necessários solo e condições climáticas propícias para a produção de vegetais que possam dar origem ao etanol. Regiões
da Ásia e da Europa, quase em sua totalidade, não possuem clima e solo favoráveis para o plantio desse tipo de vege-
tação, delimitando, assim, um certo monopólio de algumas regiões que apresentam condições mais favoráveis.
45
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
Diversos compostos na química orgânica não são feitos apenas de carbono e hidrogênio, como foi visto ante-
riormente. Há também os chamados compostos oxigenados, que recebem esse nome por conterem átomos de
oxigênio em sua molécula.
Um dos mais apreciados e utilizados no mundo é o álcool, função orgânica que apresenta sempre um oxigênio
ligado a um hidrogênio e pertencente a uma cadeia carbônica.
MODELO 1
(Enem 2.ª aplicação) A curcumina, substância encontrada no pó amarelo-alaranjado extraído da raiz da cúrcu-
ma ou açafrão-da-índia (Curcuma longa), aparentemente, pode ajudar a combater vários tipos de câncer, o mal
de Alzheimer e até mesmo retardar o envelhecimento. Usada há quatro milênios por algumas culturas orientais,
apenas nos últimos anos passou a ser investigada pela ciência ocidental.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa questão, era importante relembrar as duas funções orgânicas: o fenol e o éter.
RESPOSTA Alternativa B
46
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA ORGÂNICA
PERTENCE A (UMA
OU MAIS DE UMA)
CONTÉM EXEMPLO
ÁLCOOL CH3CH2OH
POR
EXEMPLO EXEMPLO
OXIGÊNIO FENOL C6H5OH
EXEMPLO
ÉTER CH3CH2OCH2CH3
47
O metanal, também conhecido como aldeído fórmico ou
AULAS 19 e 20 formaldeído, é o principal aldeído.
FUNÇÕES ORGÂNICAS:
ALDEÍDOS, ÁCIDOS
Nas condições ambientes, o metanal é um gás incolor
CARBOXÍLICOS E CETONAS e extremamente irritante para as mucosas. Se dissolvido
em água, forma uma solução, cuja concentração pode ser
no máximo de 40% em massa, conhecida como formol
ou formalina.
COMPETÊNCIAS: 5e7
O formol possui a propriedade de desnaturar proteínas e
HABILIDADES: 17, 24, 25, 26 e 27 de torná-las resistentes à decomposição por bactérias. Por
esse motivo, é usado como fluido de embalsamamento, na
conservação de espécies biológicas e como antisséptico.
48
2.1. Classificação dos ácidos Ácido metanoico (H–COOH) – também conhecido
como ácido fórmico, uma vez que é obtido historica-
2.1.1. Alifáticos e aromáticos mente a partir da maceração de formigas: líquido in-
ácido acético color e de cheiro incômodo; se injetado nos tecidos do
CH3 – COOH organismo, é doloroso e irritante.
alifático
Aplicação: fixador de pigmentos e corantes em tecidos,
ácido benzoico
COOH como algodão, lã e linho.
aromático
Ácido acético (CH3–COOH) – líquido incolor, de chei-
monocarboxílicos (monoácidos), dicarboxílicos ro penetrante, sabor azedo e solúvel em água, álcool
(diácidos), etc., de acordo com o número de carboxi- e éter; é responsável pelo sabor azedo do vinagre (do
las presentes na molécula: latim acetum: vinagre).
CH3 – COOH HOOC – COOH Puro (e isento de água), o ácido acético congela a 16,7
ácido acético (monoácido) ácido oxálico (diácido) ºC, tomando o aspecto de gelo e justificando o nome
ácido acético glacial (ácido acético puro). É obtido por
2.1.2. Nomenclatura dos ácidos oxidação do álcool etílico (etanol).
carboxílicos: com sufixo –oico (IUPAC) CH3–CH2–OH + O2 (ar) o CH3–COOH + H2O
A cadeia principal é a mais longa e inclui a carboxila. A nu-
Na indústria, essa oxidação é obtida com auxílio de
meração parte do carbono da própria carboxila (bem como
catalisadores (V2O5), bem como por fermentação, com
uma antiga nomenclatura com as letras D, E, J, ... a partir auxílio do Mycoderma aceti, para se obter o vinagre,
do primeiro carbono depois da carboxila). que contém de 6% a 10% de ácido acético.
Exemplo:
CH3 — CH — COOH
|
CH3
Cadeia Grupos ou
Ligação Função
principal ramificações
simples
ácido multimídia: vídeo
3C PROP METIL em 2 carboxílico
AN FONTE: YOUTUBE
OICO
49
a extremamente desagradável nos ácidos butírico (butanoi- O
co), valérico (pentanoico) e caproico (hexanoico). Os ácidos H3C CCH
2 – CH2 – CH – CH3 5-metil-hexan-2-ona
maiores (acima de 6C), por serem pouco voláteis, não exalam CH3
muito odor. Acetona (propanona ou dimetil cetona) à tempera-
Os três primeiros ácidos (metanoico, etanoico e propanoico) tura ambiente é um líquido com odor irritante, solúvel
são totalmente miscíveis em água. A solubilidade vai dimi- em água e em solventes orgânicos; por isso, é muito
nuindo com o aumento da cadeia carbônica, e os acima de 6 utilizada como solvente de tintas, vernizes e esmaltes.
carbonos são insolúveis. Os seus pontos de fusão e ebulição
Na indústria de alimentos, sua aplicação mais importante
são maiores que os dos alcanos, haletos de alquila, aldeídos,
é associada à extração de óleos e gorduras de sementes,
cetonas e álcoois de peso molecular similar, devido à forma-
como soja, amendoim e girassol.
ção de maiores quantidades de ligações de hidrogênio.
3. Cetonas
3.1. Propriedades das cetonas
As cetonas são compostos orgânicos que apresentam o gru-
po funcional carbonila (C = O) ligado a 2 átomos de carbono.
O
grupo funcional:
C C C
As cetonas menores possuem odor agradável e são impor-
tantes constituintes dos aromas das flores e das frutas. As
cetonas de cadeias menores, com até 10 átomos de carbono,
apresentam-se no estado líquido em condições ambientes;
as demais são sólidas. As cetonas possuem pontos de fusão
e ebulição mais baixos que os dos álcoois (não fazem ligação
de hidrogênio entre si) e mais elevados que os dos aldeídos
de massa molecular próxima (por ser mais polar).
Em relação à solubilidade, os primeiros membros de cetonas
são completamente solúveis em água. Aumentando o com-
primento da cadeia, rapidamente diminui a solubilidade em
água. Assim, cetonas de cadeia linear com 8 ou mais átomos
de carbono são praticamente insolúveis em água. Contudo,
são altamente solúveis em solventes orgânicos não polares,
como éter etílico, benzeno, etc. Além disso, a própria acetona
é um solvente orgânico excelente, amplamente utilizado por
sua particular capacidade de dissolver tanto os compostos
polares (álcoois, aminas, água, etc.) quanto não polares (hi-
drocarbonetos, éteres, gorduras, etc.).
O
propanona; nomenclatura usual acetona;
H3CCCH
3 dimetilcetona
O
pentan-2-ona
H3C – CH2 – CH2CCH
3
50
VIVENCIANDO
No Egito Antigo, todos os nobres (faraó, sacerdotes, famílias influentes) tinham seus corpos preparados para alcançar
séculos de conservação após a morte. É claro que as técnicas usadas naquela época eram bem diferentes das atuais.
Estudos revelam que o embalsamento era feito a partir do natrão (mistura salina encontrada às margens do rio Nilo).
A alcalinidade presente combatia a proliferação de bactérias, e o clima seco do norte da África teve lá suas contribui-
ções, uma vez que a umidade acelera a decomposição. Assim, o Egito se tornou a Terra das Múmias.
Com o passar dos anos e o avanço da ciência, surgiram técnicas modernas de conservação: a chamada tanatopraxia,
por meio da desinfecção e conservação, permite que um defunto permaneça em bom estado durante o velório.
A técnica consiste em injetar uma mistura de formol e fenol no cadáver, forçando o sangue a sair do sistema circu-
latório. O fenol possui a propriedade de matar todos os microrganismos presentes, enquanto o formol, por sua vez, é
um fixador de células que impede a decomposição. Esse processo químico estabelece um ambiente asséptico capaz
de resistir a uma invasão microbiana.
Muita gente já viu um amigo de ascendência asiática ficar vermelho depois de tomar cerveja. O rubor é causado por
uma enzima inativa no fígado. O que poucas pessoas sabem é que, além do efeito cromático, o consumo de álcool
por quem possui a mutação aumenta cem vezes o risco de câncer do esôfago.
Diante do problema, o NIH – agência estadunidense de saúde – resolveu investir um bom dinheiro para descobrir
alguma substância capaz de reativar a enzima ALDH2. A revista científica Nature Structural and Molecular Biology
publicou um artigo para descrever a estrutura do composto tão esperado, batizado de Alda-1.
Kenneth Warren, do NIH, afirma que a agência continuará apoiando pesquisas para levar a descoberta das bancadas
do laboratório às estantes das farmácias.
“Terá um grande impacto na saúde pública”, afirma Warren. Cerca de um bilhão de pessoas no mundo têm a forma
inativa da ALDH2. A maioria vive no leste asiático, onde 40% da população possui a enzima inativa.
Depois de ingerido, o álcool desce ao intestino, de onde passa para o sangue. Chega a quase todos os tecidos do
corpo e, por fim, é filtrado no fígado. O órgão transforma-o em acetaldeído e, depois, em ácido acético.
HTTP://WWW.ESTADAO.COM.BR/NOTICIAS/GERAL,CIENCIA-TEM-SAIDA-PARA-RUBOR-DE-ORIENTAIS-AO-BEBER,493540).
51
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA PERTENCE A
PODE SER ORGÂNICA
QUÍMICA UMA OU MAIS
CLASSE
FUNCIONAL
POR
EXEMPLO
POR O
ALDEÍDO EXEMPLO
CH3 C
H
POR O
ÁCIDO EXEMPLO
CH3 C
CARBOXÍLICO
OH
POR O
CETONA EXEMPLO
CH3 C CH3
52
1. Utiliza-se o nome proveniente do ácido, substituindo a
AULAS 21 e 22 terminação ICO por ATO (e retirando a palavra ácido):
etanoico o etanoato
2. Observe que o hidrogênio do ácido etanoico foi trocado
por um grupo metil. Esse grupo que está ligado ao oxigê-
nio deve ter o sufixo –ILA.
metil o metila
FUNÇÕES ORGÂNICAS: Assim, o nome do composto em questão é etanoato de
ÉSTERES metila (ou acetato de metila).
Observe a seguir que a nomenclatura segue a ordem: pri-
meiro o nome da cadeia que está ligada à carbonila (lem-
bre-se que o carbono da carbonila também conta) e depois
COMPETÊNCIAS: 5e7 o grupo que está ligado ao oxigênio por ligação simples.
Exemplo 2:
1. Ésteres
Ésteres são compostos que apresentam o grupo funcional:
1.1. Nomenclatura
De acordo com a IUPAC, a nomenclatura de ésteres se ba-
seia no ácido que levou à sua origem. É realizada a partir
do ácido correspondente, trocando-se o ICO por ATO. A se- Exemplo 3:
guir, deve-se colocar a preposição DE mais o grupo ligado
ao oxigênio terminada em ILA.
53
Assim, o nome do composto em questão é metanoato
de isopropila.
VIVENCIANDO
Em geral, os ésteres que apresentam massas moleculares menores são líquidos voláteis, incolores e de odor agra-
dável; aqueles que apresentam massas moleculares maiores são sólidos com aspecto de cera. São insolúveis em
água, mas solúveis em álcool. Como não apresentam ligações de hidrogênio, possuem pontos de fusão e ebulição
inferiores aos dos ácidos carboxílicos e álcoois de mesma massa molecular.
Muitos ésteres são usados como flavorizantes pelas indústrias de alimentos e aromas, isto é, são substâncias utiliza-
das como aditivos químicos que conferem ou intensificam o aroma e o sabor de determinados alimentos, perfumes
e outros produtos.
Observe os nomes de alguns desses ésteres:
54
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
55
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
Ao longo da história da química, a padronização de nomenclaturas foi essencial para seu desenvolvimento.
Com o passar dos anos, mais compostos foram sendo sintetizados; daí veio a ideia de se criar uma linguagem
para os novos compostos químicos sintetizados na época.
MODELO 1
(Enem) A própolis é um produto natural conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes.
Esse material contém mais de 200 compostos identificados até o momento. Dentre eles, alguns são de estrutu-
ra simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3, cuja estrutura está mostrada a seguir.
O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o éster em apreço por meio da reação de esterificação são, respecti-
vamente:
a) ácido benzoico e etanol;
b) ácido propanoico e hexanol;
c) ácido fenilacético e metanol;
d) ácido propiônico e cicloexanol;
e) ácido acético e álcool benzílico.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesse tipo de questão, o aluno é convidado a raciocinar utilizando os conhecimentos adquiridos em éster.
Tem-se:
RESPOSTA Alternativa A
56
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA PERTENCE A
PODE SER ORGÂNICA
QUÍMICA UMA OU MAIS
CLASSE
FUNCIONAL
POR
EXEMPLO
POR O
ÉSTER EXEMPLO
CH3 C
O CH3
VEM DA REAÇÃO
ENTRE
ÁCIDO
CARBOXÍLICO
ÁLCOOL
57
AULAS 23 e 24 1. Aminas
As aminas são consideradas bases orgânicas e são obti-
das da substituição de um ou mais hidrogênios da amônia
(NH3) por radicais (grupos orgânicos).
OUTRAS FUNÇÕES
ORGÂNICAS
COMPETÊNCIAS: 5e7
pentan-2-amina 4,5-dimetil-hexan-3-amina
Finalmente, é possível também nomear aminas primárias considerando o grupo –NH2 (nesse caso, denominado grupo ami-
no) como um mero substituinte (ramificação), juntamente com os outros grupos substituintes carbônicos (metil, etil, etc.).
Essa outra maneira de nomear aminas é especialmente útil quando a cadeia carbônica é complexa.
58
Exemplos: 1.4.2. Estado físico
As aminas mais simples são gasosas, com até 12 átomos
de carbono, e líquidas; as demais são sólidas.
As aminas de menores cadeias carbônicas são solúveis em
CH3 CH3
1 2 3 4 5 água e formam com ela ligações de hidrogênio. A solubilidade
H3C – C – CH – CH – CH3
NH2
em água diminui com o aumento da massa molar, uma vez que,
quanto maior a cadeia carbônica, maior será a parte apolar da
2 - amino - 4 - feni l- 2,3 - dimetil-pentano molécula – hidrocarbonetos são essencialmente apolares.
(Na ordem alfabética, fenil vem antes de metil.) 1.4.3. Caráter ácido-base
Como a amônia (NH3), as aminas possuem caráter básico,
Não é necessário memorizar as várias formas de nomear
o que pode ser comprovado pelas reações muito seme-
as aminas; é importante saber “montar” as moléculas de
lhantes às reações das duas moléculas com o HCø.
acordo com as informações, sempre muito claras e preci-
sas, que cada tipo de nomenclatura fornece. NH3 (g) + HCø (aq) o NH4Cø(aq)
AMÔNIA CLORETO DE AMÔNIO
Nas aminas aromáticas, o nitrogênio liga-se diretamente O caráter básico da amônia e das aminas deve-se ao par
ao anel benzênico, Ar–NH2 (Ar = grupo ou cadeia aromáti- de elétrons não ligante do nitrogênio, capaz de aceitar o
ca, geralmente o anel benzênico). Em geral, são nomeadas íon H+ gerado pelos ácidos.
como se fossem derivadas da amina aromática mais sim- A substância responsável pelo cheiro de peixe podre é a
ples: a fenilamina ou anilina. trimetilamina – N(CH3)3 –, um composto volátil de caráter
básico. Depois de manusear um peixe, recomenda-se lavar
as mãos com limão ou vinagre, que contêm ácidos e reagem
com a trimetilamina, neutralizando-a e eliminando o odor.
Nota: diversos compostos importantes, assim como vá-
rios nutrientes encontrados no organismo humano, são
aminas. A palavra vitamina vem de “vital amina”, uma
vez que as primeiras vitaminas descobertas pertenciam
Observe que, na nomenclatura das aminas, N significa que à função amina – a maioria delas pertence a diversas
o grupo metil (–CH3) está ligado diretamente ao nitrogênio funções. Observe os exemplos a seguir:
e não ao anel aromático.
59
2. Amidas 2.4. Classificação
As amidas se caracterizam pela presença do nitrogênio li- A classificação das aminas é realizada de acordo com o
gado diretamente ao carbono da carbonila (C = O). número de grupos acila (R – CO –) ligados ao nitrogênio.
O
——
—C
—
N
Exemplos:
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Como o Café Afeta o Seu Corpo |
autoridadefitness.com
3. Nitrilas
As nitrilas são obtidas da substituição do hidrogênio do
gás cianídrico/cianeto de hidrogênio (HCN) por um grupo
orgânico.
–H
Nota: a numeração da cadeia (como no caso dos aldeídos H—C{N +R
R — C { N ou R { CN
e ácidos carboxílicos) deve começar pela extremidade em
que se localiza o grupo funcional amida.
3.1. Nomenclatura
2.2. Importância Existem duas nomenclaturas para as nitrilas.
As amidas estão presentes nas proteínas, moléculas que
apresentam a estrutura: 3.1.1. Oficial
nome do hidrocarboneto correspondente + nitrila
Exemplos:
Em que R é um grupo que varia de acordo com a proteína, H3C — C ; N H3C — CH2 — CH2 — C ; N
etanonitrila butanonitrila
e n é um número muito grande, isto é, as proteínas são
polímeros naturais.
3.1.2. Usual
2.3. O agrupamento cianeto de + (nome do grupo ligado ao grupo –CN)
Exemplos:
H3C — C ; N H3C — CH2 — CH2 – C ; N
Constitui a famosa ligação peptídica, também denomi- cianeto de metila cianeto de propila
nada ligação amídica.
60
haletos de arila (Ar – X): se o halogênio estiver ligado
4. Nitrocompostos diretamente a um anel aromático (benzênico).
Os nitrocompostos se caracterizam pela presença do grupo
funcional nitro –NO2.
61
Exemplos: fluoreto
nome do ácido,
O clorofórmio (CHCø3) começou a ser utilizado como cloreto
brometo + DE + substituindo –ICO
anestésico em 1847, na Inglaterra. No entanto, foi por –ILA
iodeto
abandonado gradativamente em razão de sua toxidez.
6. Ácidos sulfônicos
Os ácidos sulfônicos são compostos com o grupo funcional
sulfônico –SO3H.
ácido + (nome do hidrocarboneto correspondente) + sulfônico
Exemplos:
CH3 — SO3H CH3 — CH — CH2 — CH3
|
SO3H
ácido metano sulfônico ácido butano-2-sulfônico
ácido benzeno-sulfônico
7. Haletos de acila
Conhecidos como haletos de ácido, são compostos carac-
terizados por grupo –COX, em que X representa átomo de
halogênio (F, Cℓ, Br, I).
É possível considerar que os haletos de ácido são prove-
nientes da substituição da hidroxila (–OH) presente em um
ácido carboxílico por um átomo de halogênio.
62
VIVENCIANDO
Johann Sebastian Bach adorava um cafezinho. Assim como Voltaire, Balzac e muitos outros grandes artistas e pensa-
dores. Entretanto, o tipo de trabalho que eles realizavam não era necessariamente beneficiado por um elevado con-
sumo de café – a não ser que eles fossem gênios tão grandes a ponto de encarar a construção das suas obras como
um trabalho simples, natural, como se estivessem em uma linha de montagem realizando tudo sem muita reflexão.
O consenso geral nos estudos sobre cafeína afirma que ela pode melhorar a produtividade, mas em determinados
tipos de atividade. Para pessoas cansadas que estão realizando um trabalho relativamente direto, que não exige
muito pensamento abstrato ou raciocínio, o café demonstrou aumentar a quantidade e a qualidade dos resultados.
A cafeína também demonstrou ajudar na criação e retenção de “memória declarativa”, que é mais usada por estu-
dantes para a memorização de listas ou para decorar respostas de questões para provas.
Anfetaminas são drogas sintéticas que estimulam a atividade do sistema nervoso central. Edellano, em 1887, foi quem
primeiro obteve essa substância em laboratório, que só foi utilizada em larga escala durante a Segunda Guerra Mundial,
para manter os soldados acordados e mais ativos no esforço de guerra. Ficou evidente também que as anfetaminas, que
se mostraram eficazes para deixá-los mais atentos e confiantes, diminuíam a sensação de fome e fadiga.
Passado algum tempo, porém, as autoridades médicas da Inglaterra verificaram que, sob o efeito dessas drogas, o
desempenho dos pilotos da RAF ficava seriamente comprometido, e proibiram seu uso.
Mais tarde, quando a ação das anfetaminas como inibidoras do apetite foi comprovada, elas passaram a ser usadas
nas dietas alimentares pelas pessoas que queriam perder peso. Embora esse tenha sido o uso que as tornou extrema-
mente populares mundo afora, não é o único.
São anfetaminas o “rebite” que o caminhoneiro toma para não dormir ao volante, a “bolinha” que deixa o estudante
aceso nas vésperas das provas e os comprimidos de ecstasy, usados por jovens para varar a noite nas baladas.
O Brasil é o maior consumidor mundial de anfetaminas, dado que preocupa as autoridades de saúde pública. Para
cada mil habitantes, são consumidos nove comprimidos de anfetamina por dia, uma droga que produz tolerância e
causa prejuízos indiscutíveis à saúde.
63
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA PERTENCE A
PODE SER ORGÂNICA
QUÍMICA UMA OU MAIS
CLASSE
FUNCIONAL
POR
CONTÉM EXEMPLO
POR O
AMIDA EXEMPLO
CH3 N C CH3
H
NITROGÊNIO
POR
EXEMPLO
AMINA CH3 N CH3
CH3
PODE SER
64
O estudo da isomeria será dividido em duas partes: plana
AULAS 25 e 26 e espacial (estereoisomeria).
COMPETÊNCIAS:
a) álcool × éter
5e7
fórmula molecular: C2H6O
HABILIDADES: 17, 24, 26 e 27 CH3 – CH2 – OH e CH3 – O – CH3
etanol metóxi-metano
b) aldeído × cetona
fórmula molecular: C3H6O
1. O que é isomeria?
O
Caso um átomo de hidrogênio do etano seja substituído O ||
||
por um átomo de cloro, pode-se obter uma substância H3C – CH2 – C e H3C – C – CH3
apenas. Seja qual for o hidrogênio substituído, a estrutura | H
obtida será sempre a mesma.
H H H H c) ácido carboxílico × éster
| | | |
H – C – C – H H – C – C – Cℓ fórmula molecular: C3H6O2
| | | |
H H H H O
O ||
Entretanto, caso dois átomos de hidrogênio sejam substituí-
||
dos por dois átomos de cloro, serão obtidas duas substâncias H3C – CH2 – C e H3C – C – O –CH3
|
65
c) homogênea × heterogênea a) éteres
fórmula molecular: C4H10O
fórmula molecular: C2H7N
CH3 – O – CH2 – CH2 – CH3 e CH3 – CH2 – O – CH2 – CH3
CH3 – CH2 – NH2 e CH3 – NH – CH3
metóxi-propano etóxi-etano
a) posição do grupo (“radical” ou “ramificação”) Nota: tanto no caso dos éteres quanto no das aminas, os
fórmula molecular: C6H14 nomes não são semelhantes e não há um número indicando
a posição do heteroátomo. Por isso, não é possível diferen-
CH3 – CH – CH2 – CH2 – CH3
| ciar as moléculas somente mudando um número no nome,
CH3 como acontece no caso da isomeria de posição “comum”.
2-metil-pentano
1.2.2. Tautomeria ou isomeria dinâmica
e
Trata-se de um caso particular de isomeria de função. Os
CH3 – CH2 – CH – CH2 – CH3 isômeros coexistem em equilíbrio dinâmico em solução e di-
|
CH3 ferem pela posição de um átomo de hidrogênio na molécula.
3-metil-pentano Os principais casos de tautomeria (tautos, dois de si mesmos)
compreendem compostos carbonílicos (que apresentam o
Nota: fica bem claro no próprio nome que a única dife- grupo carbonila, C = O). Ocorre em aldeídos e cetonas,
rença entre as duas moléculas é a posição da ramificação cujo hidrogênio em carbono é vizinho à carbonila (C = O).
(grupo) –CH3.
a) cetona × enol (tautomeria ceto-enólica)
b) posição da insaturação Exemplo:
fórmula molecular: C4H8
CH3 – CH – CH3
CH3 – CH2 – CH2 – OH |
e OH
propan-1-ol
propan-2-ol
Nota: fica bem claro no próprio nome que a única diferença
entre as duas moléculas é a posição do grupo funcional –OH. Em um frasco com acetona há moléculas de propanona e
de prop-1-en-2-ol em equilíbrio.
b) aldeído × enol (tautomeria aldo-enólica)
1.2. Casos particulares de isomeria plana
Exemplo:
1.2.1. Metameria ou isomeria
plana de compensação
Trata-se de um caso especial de isomeria de posição. Na metame-
ria, ocorre uma diferença na posição de um heteroátomo.
66
Aplicação do conteúdo
1. (PUC-RJ) Indique, entre as alternativas a seguir, a que
apresenta um hidrocarboneto isômero do 2,2,4-trime-
tilpentano.
a) Octano
b) Pentano
c) Propano
d) Butano
e) Nonano
Resolução: Resolução:
O composto 2,2,4-trimetilpentano apresenta a seguinte
fórmula estrutural: a) Pentano e 2-metilbutano são isômeros de cadeia (pen-
tano é cadeia normal e 2-metilbutano é ramificado).
CH3 CH3
| | b) 1-penteno e 2-penteno são isômeros de posição (a posi-
CH3 — C — CH2 — CH — CH3 ção da dupla é diferente).
|
CH3 c) 1-propanamina e etilmetilamina são isômeros de cadeia
(1-propanamina possui cadeia homogênea e etilmetilami-
E apresenta a fórmula molecular C8H18. O hidrocarboneto na possui cadeia heterogênea).
que contém 8 carbonos será o octano, portanto, é isômero d) Ácido butanoico e etanoato de etila são isômeros de
do octano. função (ácido butanoico é ácido carboxílico e etanoato de
Alternativa A etila é éster).
Alternativa C
67
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
Entender a forma como as moléculas se dispõem no espaço é de suma importância em química orgânica.
Quando um composto é analisado, algumas de suas propriedades físicas podem ser a chave para saber qual
é o seu tipo. Contudo, muitas fórmulas químicas apresentam isômeros, isto é, mesma fórmula molecular, com
diferença nas fórmulas estruturais. Tal diferença causa mudança de propriedades físicas, como temperatura de
ebulição, temperatura de fusão, densidade, etc.
MODELO 1
(Enem) Motores a combustão interna apresentam melhor rendimento quando podem ser adotadas taxas de
compressão mais altas nas suas câmaras de combustão, sem que o combustível sofra ignição espontânea.
Combustíveis com maiores índices de resistência à compressão, ou seja, maior octanagem estão associados
a compostos com cadeias carbônicas menores, com maior número de ramificações e com ramificações mais
afastadas das extremidades da cadeia. Adota-se como valor padrão de 100% de octanagem o isômero do
octano mais resistente à compressão.
Com base nas informações do texto, qual dentre os isômeros seguintes seria esse composto?
a) n-octano
b) 2,4-dimetil-hexano
c) 2-metil-heptano
d) 2,5-dimetil-hexano
e) 2,2,4-trimetilpentano
ANÁLISE EXPOSITIVA
A química orgânica é uma das áreas com as maiores descobertas no mundo da química. Por causa disso,
é de extrema importância a caracterização de suas funções e a padronização da nomenclatura dos com-
postos. Além disso, a descoberta de novos combustíveis que possam substituir os combustíveis fósseis é
extremamente importante para futuros abastecimentos energéticos.
Os isômeros de cadeia citados no texto apresentam a mesma fórmula molecular:
C8H18 (octano)
C8H18 (2,2,4-trimetilpentano)
RESPOSTA Alternativa E
68
DIAGRAMA DE IDEIAS
HÁ OS QUE HÁ OS QUE
ISÔMEROS
ISÔMEROS TAUTÔMEROS DE CADEIA
FUNCIONAIS
ISÔMEROS METÔMEROS OU
DE POSIÇÃO ISÔMEROS DE
COMPENSAÇÃO
69
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Cálculos com soluções são abordados de maneira O assunto principal são cálculos com Cálculos envolvendo soluções têm uma alta
direta, onde se deve entender o raciocínio e o soluções, sendo importante entender como frequência, principalmente na segunda fase, e é
processo que a questão descreve. se deve interpretar o enunciado para me- importante entender o raciocínio e a lógica por
lhorar o raciocínio e resolver as questões. trás dos processos.
Os cálculos envolvendo soluções são Os cálculos envolvendo soluções são um tema Em cálculos com soluções, entender o O assunto principal são os cálculos com
trabalhosos e exigem interpretação e bom com baixa incidência, mas é importante que as processo e as características das soluções soluções que cobram, principalmente, inter-
entendimento dos dados fornecidos pelo propriedades e seu comportamento estejam é muito importante para um melhor pretação e compreensão do que é proposto
enunciado. fixados na mente. entendimento das questões. nas questões.
UFMG
O tema principal são os cálculos com soluções, Os cálculos envolvendo soluções exigem Em cálculos com soluções, entender como se
sendo importante entender o raciocínio por interpretação e bom entendimento dos deve interpretar o enunciado é importante
trás dos cálculos, assim como os processos dados fornecidos pelo enunciado. para melhorar o raciocínio e resolver as
envolvidos. questões.
As questões de cálculo com soluções necessi- Cálculos com soluções são um tema recorren- Cálculos com soluções são abordados de
tam de atenção e boa interpretação dos dados te, por isso, torna-se importante entender o maneira direta, onde se deve entender o racio-
fornecidos. raciocínio por trás dos cálculos, assim como os cínio e o processo que a questão descreve.
processos envolvidos.
SOLUÇÕES
Representação da dissolução:
AULAS 17 e 18 H2O
HCø(g) HCø(aq)
ou
H2O
HCø(g) H+(aq) + Cø–(aq)
(CONSIDERANDO A IONIZAÇÃO DO ÁCIDO)
SOLUBILIDADE H2O
CH3CH2OH (ø) CH3CH2OH(aq)
H2O
NaCø(s) Na+(aq) + Cø–(aq)
b. Substâncias apolares se dissolvem melhor em
outras substâncias apolares.
COMPETÊNCIAS: 5e7
Exemplo:
HABILIDADES: 17, 24, 25, 26 e 27 I2 (iodo) e CCø4 (tetracloreto de carbono)
são ambos apolares. Por isso, o iodo se dissolve em tetra-
cloreto de carbono.
72
padrão de um solvente. Ou seja, sob determinadas tem- 36 g de
NaCℓ
peratura e pressão, é a máxima quantidade de soluto que
pode ser dissolvida numa quantidade fixa de solvente.
100 g de água
A 20 °C, por exemplo, a quantidade máxima de sal de co- a 20 ºC
zinha (cloreto de sódio, NaCø) que se dissolve em 100 gra- Solução saturada
mas de água é de 36 g. Assim, o coeficiente de solubilidade
36 g NaCø
do NaCø a 20 °C é igual a ___________. 50 g
de NaCℓ
100 g de água
100 g de água
Corpo a 20 ºC Solução saturada + corpo
de fundo de fundo
73
Nota: a solubilidade da maioria das substâncias aumenta Com base no diagrama, responda:
com a elevação da temperatura. São substâncias com uma a) Qual das substâncias tem sua solubilidade diminuída
dissolução endotérmica, que ocorre com absorção de calor. com a elevação da temperatura?
b) Qual a máxima quantidade de A que conseguimos
Já para o Ce2(SO4)3, a solubilidade diminui com o aumento dissolver em 100 g de H2O a 20 ºC?
da temperatura; assim, trata-se de uma dissolução exotér- c) Considerando apenas as substâncias B e C, qual
mica, que ocorre com liberação de calor. delas é a mais solúvel em água?
d) Considerando apenas as substâncias A e B, qual
delas é a mais solúvel em água?
Aplicação do conteúdo e) Qual é a massa de C que satura 500 g de água a
100 ºC? Indique a massa da solução obtida (massa
1. Com base nesse gráfico anterior, responda:
do soluto + massa do solvente).
a) Considerando apenas as substâncias NaNO3 e f) Uma solução saturada de B com 100 g de água, prepa-
Pb(NO3)2, qual delas é a mais solúvel em água, a qual- rada a 60 ºC, é resfriada até 20 ºC. Determine a massa de
quer temperatura? B que irá precipitar, formando o corpo de fundo a 20 ºC.
b) Aproximadamente, a qual temperatura as solubili-
dades do KCø e do NaCø são iguais? Resolução:
c) Qual das substâncias apresenta maior aumento de a) A única curva descendente é a da substância A, o
solubilidade com o aumento da temperatura? que indica que sua solubilidade diminui com a eleva-
d) Compare as solubilidades das substâncias KCø e ção da temperatura.
K2Cr2O7 a 70 ºC, abaixo e acima dessa temperatura. b) Observando o gráfico, percebe-se que a 20 ºC é
e) Qual a massa de uma solução saturada de NaNO3 possível dissolver 60 g de A em 100 g de água, uma
a 20 ºC obtida a partir de 500 g de H2O? vez que esse é o seu coeficiente de solubilidade.
c) Em qualquer temperatura, a substância B é a mais
Resolução: solúvel (a curva de B está sempre acima da curva de C).
a) NaNO3 d) As curvas de A e B cruzam-se aproximadamente a
b) a 28 ºC 40 ºC, indicando que, a essa temperatura, essas subs-
c) CaCø2 tâncias apresentam a mesma solubilidade.
d) t = 70 ºC solubilidade KCø = K2Cr2O7 Para temperaturas inferiores a 40 ºC, a solubilidade
t > 70 ºC solubilidade KCø < K2Cr2O7 de A é maior que a de B. Para temperaturas superiores
a 40 ºC, a solubilidade de B é maior que a de A.
t < 70 ºC solubilidade KCø > K2Cr2O7
e) A 100 ºC Cs = 80 g/100 g H2O
e) A 20 ºC, Cs NaNO3 = 88 g / 100 g de água.
80 g de C –––––– 100 g de H2O
Como o coeficiente de solubilidade indica uma proporção x –––––– 500 g de H2O
entre soluto e solvente, tem-se: x = 400 g de C
88 g NaNO3 _______ A solução contém 400 g de C dissolvidos em 500 g
________ = x de H2O. Portanto, sua massa é 400 + 500 = 900 g
100 g H2O 500 g H2O de solução.
x = 440 g de NaNO3 estão dissolvidos em 500 g de água. f) A 60 ºC é possível dissolver 80 g de B em 100 g de
H2O, ao passo que a 20 ºC a quantidade máxima de B
A solução é formada por 440 g de NaNO3 dissolvidos em dissolvida em 100 g de H2O é 20 g. Portanto, se resfriada
500 g de H2O. Portanto, sua massa é: uma solução saturada de B a 60 ºC até 20 ºC em 100 g de
água, ocorrerá uma precipitação de 80 – 20 = 60 g de B.
m = 500 + 440 = 940 g.
3. (Unifesp) Uma solução contendo 14 g de cloreto de
2. O gráfico representa as curvas de solubilidade das sódio dissolvidos em 200 mL de água foi deixada em
substâncias A, B e C. um frasco aberto, a 30 ºC. Após algum tempo, começou
a cristalizar o soluto.
Qual volume mínimo e aproximado, em mL, de água que
deve ter evaporado quando se iniciou a cristalização?
Dados:
Solubilidade, a 30 ºC,
do cloreto de sódio = 35 g /100 g de água.
Densidade da água a 30 °C = 1,0 g/mL.
a) 20 d) 100
b) 40 e) 160
c) 80
74
Resolução: O volume de água que evaporou corresponde à diferen-
ça entre o volume inicial 200 mL, que era suficiente para
Como d = 1 g/mL 100 mL de água equivalem a 100 dissolver “com folga”os 14 g de sal e o volume final, que
mL de água. consegue dissolver exatamente 14 g do sal.
35 g de NaCø –––––– 100 mL de água V = 200 mL – 40 mL = 160 mL de água evaporada
14 g de NaCø –––––– x
Alternativa E
x = 40 mL de água
VIVENCIANDO
A dissolução do pó de suco industrial em água para se fazer um refresco é a aplicação mais corriqueira do princípio
da solubilidade. Esse procedimento é simples e muitas pessoas o realizam todos os dias.
Já em relação ao ar atmosférico não é tão simples assim pensar que também se trata de uma solução gasosa. Se for
analisada essa questão pela óptica da definição química de soluções, o ar atmosférico apresenta, no geral, aspecto
homogêneo. Além disso, em toda sua constituição esse gás possui as mesmas propriedades físico-químicas.
Simultaneamente, é possível inferir que ligas metálicas são soluções sólidas, em que é possível se ter dois ou mais
metais fundidos em uma mesma matéria; essa matéria, por sua vez, apresentará em toda a sua extensão o mesmo
aspecto visual e as características físico-químicas bem definidas. Um exemplo desse processo é a produção de ligas
de bronze, que são constituídas de cobre e estanho.
75
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Na natureza, o bário está sempre combinado com outros elementos, sendo que cerca de 0,45% da crosta terrestre
possui esses compostos, principalmente sob a forma dos minerais barita e viterita. Entre os compostos de bário, é
possível destacar o sulfato (BaSO4) e o carbonato (BaCO3). O carbonato de bário é extremamente venenoso aos
mamíferos. Se for ingerido, dissolve-se rapidamente no ácido clorídrico do estômago. Uma vez absorvido, ele se
deposita nos pulmões, músculos, ossos e órgãos internos.
A ingestão desse composto extremamente tóxico, mesmo que em pequena quantidade, causa dificuldades respiratórias,
aumento da pressão arterial, alteração no ritmo cardíaco, irritação no estômago, enfraquecimento dos músculos, mudan-
ças nos reflexos nervosos, edema cerebral e alterações prejudiciais ao fígado, aos rins, ao coração e ao baço, provocando
sintomas agudos de envenenamento, como salivação excessiva, vômitos, diarreia, falta de ar, paralisia e taquicardia.
Doses de cerca de 0,8 g de carbonato de bário são consideradas letais, e a morte em seres humanos ocorre rapidamente
por falência cardíaca ou respiratória. Nessas circunstâncias, como antídoto, pode-se utilizar uma solução de sulfato de só-
dio ou de magnésio, que reage rapidamente com o carbonato de bário, formando o sulfato de bário, insolúvel e inofensivo.
Portanto, o sulfato de bário é bem diferente! Sua utilização mais importante consiste em permitir radiografias e
radioscopias de órgãos moles, que normalmente são transparentes aos raios X. Ele constitui o que se denomina um
agente radiopaco, ou seja, opaco aos raios X e utilizado clinicamente para diagnosticar certas doenças.
Como é insolúvel em água e em gordura, o sulfato de bário forma, ao ser misturado com água, uma suspensão densa
que bloqueia os raios X. Em consequência, as áreas do corpo em que estiver localizado aparecerão brancas na radiografia.
Isso cria uma distinção que é necessária, entre um órgão e os demais tecidos, ajudando o radiologista a perceber qualquer
condição especial existente no órgão ou parte do corpo analisada. Quando administrado por via oral ou retal, permite
exames do trato gastrointestinal e a detecção de câncer, tumores, úlceras e outras condições inflamatórias, como hérnias.
76
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
Um dos compostos mais utilizados em radiografias é o sulfato de bário. É um sal insolúvel responsável pelo
contraste. É um composto muito pouco solúvel que é excretado na urina. Seu uso médico faz desse composto
um aliado em diversos exames, porém sua propriedade radiopaca é perigosa, pois a mínima absorção de íons
bário pelo organismo pode causar morte. Ocorre que, como o bário é um átomo muito maior que o cálcio, ele
toma seu lugar nos processos biológicos, podendo ocasionar falta de cálcio no organismo, levando a óbito.
MODELO 1
(Enem) Devido ao seu alto teor de sais, a água do mar é imprópria para o consumo humano e para a maioria
dos usos da água doce. No entanto, para a indústria, a água do mar é de grande interesse, uma vez que os sais
presentes podem servir de matérias-primas importantes para diversos processos. Nesse contexto, devido a sua sim-
plicidade e ao seu baixo potencial de impacto ambiental, o método da precipitação fracionada tem sido utilizado
para a obtenção dos sais presentes na água do mar.
Tabela 1: Solubilidade em água de alguns compostos presentes na água do mar a 25 ºC
Soluto Fórmula Solubilidade g/kg de H2O
Brometo de sódio NaBr 1,20 · 103
Carbonato de cálcio CaCO3 1,30 · 10-2
Cloreto de sódio NaCℓ 3,60 · 102
Cloreto de magnésio MgCℓ2 5,41 · 102
Sulfato de magnésio MgSO4 3,60 · 102
Sulfato de cálcio CaSO4 6,80 · 10-1
PILOMBO, L. R. M.; MARCONDES, M.E.R.; GEPEC. GRUPO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO QUÍMICA. QUÍMICA
E SOBREVIVÊNCIA: HIDROSFERA FONTE DE MATERIAIS. SÃO PAULO: EDUSP, 2005 (ADAPTADO).
Suponha que uma indústria objetiva separar determinados sais de uma amostra de água do mar a 25 °C, por
meio da precipitação fracionada. Se essa amostra contiver somente os sais destacados na tabela, a seguinte
ordem de precipitação será verificada:
a) Carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio e, por
último, brometo de sódio.
b) Brometo de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, sulfato de cálcio e, por último,
carbonato de cálcio.
c) Cloreto de magnésio, sulfato de magnésio e cloreto de sódio, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e, por último,
brometo de sódio.
d) Brometo de sódio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio e, por último,
cloreto de magnésio.
e) Cloreto de sódio, sulfato de magnésio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de magnésio e, por último,
brometo de sódio.
77
ANÁLISE EXPOSITIVA
Os sais apresentam diferentes solubilidades em água. Nessa questão, são abordados diferentes sais em
relação a uma mesma quantidade de água para saber quais sais serão precipitados primeiro.
De acordo com os valores de solubilidade fornecidos na tabela, tem-se:
1,20 · 103 (NaBr) > 5,41 · 102 (MgCℓ2) > 3,60 · 102 (NaCℓ e MgSO4) > 6,80 · 10-1 (CaSO4) > 1,30 · 10-2
(CaCO3). Os sais com menor solubilidade precipitarão antes, ou seja, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio,
cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio e, por último, brometo de sódio.
RESPOSTA Alternativa A
DIAGRAMA DE IDEIAS
MISTURA
HOMOGÊNEA HETEROGÊNEA
É UMA TEM
DUAS OU
SOLUÇÃO TEM SOLUTO
MAIS FASES
TEM COMO
SOLVENTE
PRECIPITADO
OU CORPO
EXEMPLO ÁGUA DE FUNDO
LIMITE DE OCASIONADO
CONTÉM PELO
SOLUBILIDADE
78
A concentração indica os gramas de soluto dissolvidos em
AULAS 19 e 20 cada litro de solução.
Exemplo
CONCENTRAÇÕES
COMUM E MOLAR Interpretação
Em cada 1 L da solução existem 10 g de NaOH dissolvido.
Observe que o símbolo (aq) indica que o NaOH está ne-
cessariamente dissolvido em água.
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
Resolução:
1. Introdução
É denominada concentração de uma solução toda e qualquer I. Pelo próprio significado de concentração, tem-se:
maneira de expressar a proporção entre as quantidades de so- Solução contém Soluto
luto e de solvente ou as quantidades de soluto e de solução. Es- 300 mL ––––––––– 60 g de KNO3
sas quantidades podem ser expressas em grama, mol, litro, etc.
1 L = 1000 mL ––––––––– x
Observe a convenção usual para indicar cada componente
da solução: x = 200 g de soluto dissolvidos em 1000 mL = 1 L de
solução C = 200 g / L = 200 g · L–1
Índice 1 o quantidades relativas ao soluto
Índice 2 o quantidades relativas ao solvente II. Diretamente pela fórmula:
m 60 g
Sem índice o quantidades relativas à solução C = ___1 = ____ C = 200 g/L = 200 g · L–1
V 0,3 L
Dissolvidos 30 gramas de sal de cozinha (soluto) em 495 Escolha o método mais conveniente.
mL de água pura (solvente), obtém-se 500 mL de solução
(sal + água), que pode ser representado: 2. Ao dissolver 100 g de NaOH em 400 mL de água, ob-
tiveram-se 410 mL de solução. A concentração comum
m1 = 30 g (soluto), V2 = 495 mL (solvente), dessa solução será igual a:
V = 500 mL (solução). a) 0,2439 g/L.
b) 0,25 g/L.
2. Concentração comum ou c) 250 g/L.
d) 243,90 g/L.
concentração em grama por litro (c) e) 4,0 g/L.
79
Ou seja, teremos 243,9 g para cada 1.000 mL (1 L) de É possível associar a equação anterior à conhecida fórmula práti-
solução, isto é, C = 243,9 g/L. ca para o cálculo da quantidade de matéria (“número de mol”).
m
II. Utilizando a fórmula, tem-se: n1 = ___1
m M1
100 o C = 243,9 g ∙ L-1
C = ___1 o C = _____ Obtém-se:
V 0,410
m1
Como é possível notar, usando ou não a fórmula, chega-se M = _____
ao mesmo resultado. M1 · V
Alternativa D Do qual:
3. Dissolvem-se 20 g de sal de cozinha em água. Qual M – concentração em mol por litro, mol/L ou mol ∙ L–1
será o volume da solução, sabendo-se que a sua con-
centração é de 0,05 g/L? m1 – massa de soluto em gramas, g
a) 400 L M1 – massa molar do soluto em gramas por mol, g/mol
b) 0,0025 L ou g ∙ mol–1
c) 1,0 L
d) 0,25 L V – volume da solução em litros, L
e) 410 L Nota: a unidade mol/L ainda é (apesar de ser considera-
Resolução: da ultrapassada e não oficial pela IUPAC), frequentemente,
denominada molar e representada por M:
A concentração (C) é 0,05 g/L e a massa do soluto (m1) é 20 g.
M = 0,5 mol/L = 0,5 molar = 0,5 M.
I. Não utilizando a fórmula, tem-se:
80
2. (Cesgranrio – Adaptada) O metal mercúrio (Hg) é Resolução:
tóxico, pode ser absorvido, via gastrointestinal, pelos
animais e sua excreção é lenta. A análise da água de Nessa questão, tem-se a massa do soluto
um rio contaminado revelou uma concentração de (m1) = 120 g, massa da solução = 120 + 1000 = 1120 g,
5,0 10-5 M de mercúrio. Qual é a massa aproximada
em mg de mercúrio que foi ingerida por um garimpei- densidade da água = 1,044 g/cm3 (g/mL) e MHCø = 1 + 35,5 =
ro que bebeu um copo contendo 250 mL dessa água? = 36,5 g/mol.
(Dado: Hg = 200 gmol-1)
I. Não utilizando a fórmula, deve-se calcular qual o volume
a) 250 d) 2,5 da solução através da densidade:
b) 25 e) 0,025
c) 0,25 massa volume da solução
Resolução: 1,044 g ––––––– 1 mL
Tem-se que a concentração molar (M) é 5,0 ∙ 10-5 M 1120 g ––––––– x
(mol/L), e o volume em questão (V) é 250 mL. x # 1073 mL = 1,073 L
I. Não utilizando a fórmula, deve-se calcular quantos mol
de mercúrio há em 250 mL (1 copo): Calcula-se também o número de mol de HCø contido em
120 g de soluto:
número de mol volume
5,0 ∙ 10-5 mol ––––––––– 1000 mL massa número de mol
x ––––––––– 250 mL 36,5 g ––––––– 1 mol
x = 1,25 ·10-5 mol
120 g ––––––– y
Em seguida, deve-se passar para a massa de mercúrio uti- y # 3,3 mol
lizando a massa molar do mercúrio:
Agora, é possível calcular a concentração molar (M) da
número de mol massa solução:
1 mol ––––––––– 200 g
número de volume da
-5
1,25 ∙ 10 mol ––––––––– y mol solução
y = 0,0025 g ·2,5 mg 3,3 mol –––––––– 1,073 L
Assim, a massa de mercúrio contida em um copo (250 mL) z –––––––– 1L
é de 2,5 mg. z # 3,075 mol
II. Utilizando as fórmulas, tem-se: Ou seja, em 1 L de solução haverá 3,075 mol; assim, a
M = __n o 5 · 10-5 = ____n o n = 1,25 · 10-5 mol concentração molar M = 3,075 M (mol/L).
V 0,25
m m II. Utilizando as fórmulas, tem-se:
n = ___1 o 1,25 · 10-5 = ___1 o m1 = 0,0025 g
M1 200
= 2,5 mg d = ____ 1120 o V # 1072,80 mL = 1,0728 L
m o 1,044 = _____________
V V
III. Utilizando uma única fórmula, tem-se: m 120 o n # 3,29 mol
n = ____1 o n = _____________
m1 m1 M1 36,5
M = ___ o 5 · 10-5 = ___
M1· V 200 · 0,25 3,29
om1 = 0,0025 g = 2,5 mg M = ____n o M = _____________ o M = 3,064 mol/L
V 1,0728
Alternativa D III. Utilizando uma única fórmula, tem-se:
81
4. Relações entre
concentração comum e
concentração em mol por litro
Das equações anteriormente definidas:
m m1 multimídia: vídeo
C = ___1 (1) M = ______ (2)
V M1 ? V
Dividido (1) por (2), obtém-se: FONTE: YOUTUBE
Preparação e diluição de uma solução
C = M1 M.
Do qual:
C – concentração em grama por litro, g/L 5. Concentração para
M1 – massa molar do soluto em grama por mol, g/mol soluções iônicas
M – concentração em mol por litro, mol/L As soluções cujo soluto encontra-se dissociado em íons são
denominadas iônicas.
Aplicação do conteúdo Monta-se a equação da dissociação do eletrólito (soluto)
e calcula-se a quantidade em mol do cátion e do ânion
1. Qual é a concentração molar (mol/L) de uma solução
produzidos para cada mol do soluto.
aquosa de etanol (C2H6O) de concentração igual a 4,6 g/L?
(massa molar do etanol = 46 g/mol) Obtém-se uma relação estequiométrica em mol/L entre o
a) 4,6 soluto e os íons produzidos.
b) 0,20
Exemplos:
c) 1,0
d) 0,10 o
1 NaCℓ(aq) 1 Na+(aq) + 1 Cℓ–(aq)
e) 0,50
82
Aplicação do conteúdo
1. Calcule a concentração em quantidade de matéria dos íons Ca2+ e Cℓ– numa solução 0,5 mol/L de CaCℓ2 cujo sal está
seguramente 100% dissociado.
Resolução:
Portanto:
MCa2+ = 0,5 mol/L e MCℓ– = 1,0 mol/L
VIVENCIANDO
Os sucos são uma das aplicações mais corriqueiras das concentrações em soluções. Soluções são misturas homogê-
neas, isto é, que apresentam apenas uma fase. O suco pode ser feito de forma muito concentrada ou de forma muito
diluída. Quando um suco está aguado, significa que ele possui muito mais solvente (água) do que soluto (pó do suco
ou polpa); quando um suco está muito forte, significa que há mais soluto necessário do que solvente.
Muitas vezes, com o intuito de identificar uma gravidez, são utilizados testes de farmácia. Esses testes se baseiam
numa reação química que capta a presença do hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana) na urina. Esse
hormônio só aparece durante a gravidez e tem como principal função manter o corpo lúteo, uma formação no ovário
toda vez que a mulher ovula.
O teste é baseado na concentração desse hormônio presente na corrente sanguínea. Quando o excremento urinário
entra em contato com a tira do teste, os anticorpos presentes na fita procuram uma das duas subunidades do HCG,
conhecida como beta. Se ela for encontrada na urina, os anticorpos entram em contato com ela, provocando a mu-
dança de cor por meio de uma reação química.
83
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
Uma das formas de controle de substâncias em um sistema é o cálculo de sua concentração. A concentração
é uma forma de medida que pode ser determinada em diversas unidades. As mais comuns são grama por litro
(g/L) e mol por litro (mol/L). Nessas formas de concentração, é analisada a quantidade do soluto em gramas
por litro de solução, e, a partir dessa informação, é possível analisar a quantidade de moléculas ou espécies
químicas presentes na amostra estudada.
MODELO 1
(Enem) A cafeína é um alcaloide, identificado como 1,3,7-trimetilxantina (massa molar igual a 194 g/mol), cuja estru-
tura química contém uma unidade de purina, conforme representada. Esse alcaloide é encontrado em grande quan-
tidade nas sementes de café e nas folhas de chá-verde. Uma xícara de café contém, em média, 80 mg de cafeína.
Considerando que a xícara descrita contém um volume de 200 mL de café, a concentração, em mol/L, de cafeí-
na nessa xícara é mais próxima de:
a) 0,0004. d) 2.
b) 0,002. e) 4.
c) 0,4.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A concentração é um fato que depende tanto do seu soluto como do seu solvente. Ela é muito importante
para a avaliação de níveis glicêmicos no sangue, quantidade de hemoglobina e concentração de ferro
para análises de anemia, em química forense, etc.
Uma xícara de café contém 80 mg de cafeína.
Mcafeína = 194 g·mol-1
V = 200 mL = 0,2 L
m = 80 mg = 0,08 g
0,08 g
m = ___________
n = __
M 194 g·mol-1
0,08 g
___________
194 g·mol-1
n = ___________
Concentração (mol/L) = __ = 0,0020615 mol/L
V 0,2 L
Concentração (mol/L) # 0,002 mol/L
RESPOSTA Alternativa B
84
DIAGRAMA DE IDEIAS
É UMA
SOLUÇÃO
TEM
TEM
CONCENTRAÇÃO SOLUTO
EXPRESSA EM SOLVENTE
CONCENTRAÇÃO
COMUM (g/L)
CONCENTRAÇÃO
MOLAR (mol/L)
PERMITE
CALCULAR A
QUANTIDADE DE
MOL DO SOLUTO
ÚTIL EM
CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS
PARA REAÇÕES QUE TENHAM UM
OU MAIS REAGENTES EM SOLUÇÃO
POR EXEMPLO
CONCENTRAÇÃO
TITULAÇÃO
(g/L)
85
AULAS 21 e 22
TÍTULO E PARTES
POR MILHÃO O rótulo indica que d = 1,2 g/cm3.
Interpretação: cada 1,2 g de solução ocupa 1 cm3 (1mL)
ou cada 1 cm3 (1 mL) de solução “pesa” 1,2 g.
Essa densidade pode ser expressa também em outras
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 unidades:
1,2 g
m = ______ 1,2 g
d = __ = _____ = 1,2 g/mL
1. Densidade (d) V 1,0 cm3 1,0 mL
Inicialmente, é importante ressaltar que a densidade Ou seja, as unidades g/cm3 e g/mL são numericamente
não é um tipo de concentração, mas uma proprieda- equivalentes.
de específica inerente a toda matéria. Todos os materiais –
substâncias puras ou misturas – têm densidade. Por outro 1,2 g
m = ______ 1,2 g 1,2 · 10–3 kg
lado, a concentração, independentemente da forma em d = __ = ______ = ___________ = 1,2 kg/L
V 1,0 cm 1,0 mL 1,0 · 10–3 L
3
86
Nota: o título da solução é
2. Título (t) e porcentagem 20 = 0,2.
20% = ___
em massa (%m) 100
Da qual:
V
%V = __1 ·100 = tV ·100
m1 – massa do soluto, em gramas, quilogramas, etc. V
m – massa da solução, em gramas, quilogramas, etc.
0 % < tV < 100 %
Nota: o título sempre será um número adimensional (sem
Exemplo:
unidades) com valores dentro do intervalo:
Considere uma embalagem de álcool hidratado (etanol
0 < t < 1,0 com água).
O título pode ser expresso em porcentagem, por isso pode
ser chamado de porcentagem em massa do soluto.
m1
%m = ___
m ·100 = t ·100
Exemplo:
Interpretação: cada 100 mL (ou 100 L) da solução con-
Considere uma solução aquosa de NaOH com o rótulo in- tém 96 mL (ou 96 L) de etanol.
dicando 20%.
multimídia: site
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/05/
Interpretação: a solução apresenta 20% em massa de concentracao-de-co2-na-atmosfera-bate-recorde-e-
NaOH, ou seja, cada 100 g (ou 100 kg) de solução contém preocupa-diz-agencia.html
20 g (ou 20 kg) de NaOH dissolvidos.
87
VIVENCIANDO
A guerra às drogas tem sido um problema mundial. Uma pesquisa publicada pela London School of Economics, “Acaban-
do com a guerra das drogas”, aponta que a redução do consumo de drogas será mais eficiente por meio da redução de
danos e da mudança no foco das políticas públicas, sendo necessário buscar alternativas, como fez José Mujica no Uruguai.
Nesse sentido, não se trata de um problema apenas de saúde pública, mas também de economia. A estimativa é que já te-
nha sido gasto US$ 1 trilhão nessa guerra, e que 40% da população carcerária mundial esteja presa por causa das drogas.
Além disso, os dados mostram que, em média, 21% dos usuários morrem por causa do uso exagerado, de remédios de
farmácias a entorpecentes lícitos e ilícitos, onde essas substâncias têm uma margem de concentração que os usuários não
devem ultrapassar, pois tal ato implica na chamada overdose. Indivíduos que abusam das concentrações precisam fazer
lavagens intestinais para se livrar totalmente do produto, pois uma overdose pode levar ao coma e à morte.
O álcool de 100 oGL contém 100% de etanol e é deno- Qual é a concentração dessa solução em gramas de H2O2
minado álcool anidro. por litro de solução?
88
É necessário recorrer ao seguinte cálculo estequiométrico: 2. (PUC-RS) O Ministério da Saúde recomenda, para
prevenir as cáries dentárias, 1,5 ppm (mg/L) como limi-
2 H2O2 o 2 H2O + 1 O2 (g) te máximo de fluoreto em água potável. Em estações
2 ∙ 34 g ———— 1 ∙ 22,4 L (CNTP) de tratamento de água de pequeno porte, o fluoreto
é adicionado sob forma do sal fluorsilicato de sódio
m ———— 10 L
(Na2SiF6; M = 188 g/mol). Se um químico necessita fa-
m ù 30,4 g de H2O2 zer o tratamento de 10.000 L de água, a quantidade do
sal, em gramas, que ele deverá adicionar para obter a
Como o volume da solução é 1 litro, a concentração de concentração de fluoreto indicada pela legislação será,
H2O2 é 30,4 g/L. aproximadamente, de:
a) 15,0.
b) 24,7.
Aplicação do conteúdo c) 90,0.
1. (Mackenzie) No tratamento de madeira usada em d) 148,4.
cercas, dentre várias substâncias, usa-se uma solução e) 1500,0.
aquosa a 25% de ácido bórico (d = 1,25 g/cm3). A con-
centração molar dessa solução é aproximadamente
Resolução:
igual a (H =1, B = 11, O = 16):
A quantidade de fluoreto necessária para 10.000 L de
a) 5,0 M.
água na concentração de 1,5 mg/L é de:
b) 3,0 M.
c) 5,4 M.
massa de F- volume
d) 2,0 M.
e) 4,6 M. 1,5 mg ––––––––– 1L
x ––––––––– 10.000 L
Resolução:
x # 15.000 mg = 15 g F-
Ácido bórico = H3BO3 = 3 ∙ 1 + 11 + 3 ∙ 16 = 62 g/mol
Supondo dissociação completa do Na2SiF6, tem-se:
I. Não usando as fórmulas, tem-se:
Na2SiF6 o 2 Na+ + Si4+ + 6 F–
Considere um volume qualquer da solução. Por exemplo, 1
litro da solução.
Para cada 1 mol de fluorssilicato de sódio, são liberados 6 mols
Deve-se calcular a massa da solução que pesa em 1 L des- de fluoreto (M = 19 g/mol). Assim, segue que:
sa solução por meio da densidade:
m 1,25 = ____
d = __ m m = 1250 g Massa de Na2SiF6 Massa do fluoreto
V 1000
A massa da solução é de 1.250 g; desses, 25% correspon- 188 g ––––––––– 114 g
dem à massa de ácido bórico. Assim: y ––––––––– 15 g
1.250 ∙ 0,25 = 312,5 g. y # 24,7 g
Conhecendo a massa de ácido bórico contido na solução, é
Ou seja, a massa necessária de Na2SiF6 é de aproximada-
possível calcular o número de mols:
mente 24,7g.
312,5
m n = _____
n = __ n # 5,0 mol
M 62 Alternativa B
Dividindo-se esse valor pelo volume da solução considera-
da no começo (1 L), tem-se a concentração molar: 3. (UFMG) O rótulo de um produto usado como desin-
fetante apresenta, entre outras, a seguinte informa-
5,0
M = __n M = _____ M 5,0 M ção: cada 100 mL de desinfetante contém 10 mL de
V 1 solução de formaldeído 37 % v/v (volume de formal-
II. Usando as fórmulas, tem-se: deído por volume de solução). A concentração de for-
maldeído no desinfetante, em porcentagem volume
C = M1 ∙ M = 1000 ∙ d ∙ W por volume, é:
M1 ∙ M = 1000 ∙ d ∙ W 62 ∙ M = 1000 ∙ 1,25 ∙ 0,25 a) 1,0%.
b) 3,7%.
M = 5,0 mol/L ou 5,0 M
c) 10%.
Alternativa A d) 37%.
89
Resolução:
A cada 10 mL é feito de formaldeído 37 % v/v. Realizando os cálculos, tem-se:
10 ∙ 0,37 = 3,7 mL
Ou seja, de cada 100 mL da solução, somente 3,7 mL é formaldeído. A concentração do formaldeído em porcentagem de
volume é de:
3,7
___ ∙ 100 % = 3,7 %
100
Alternativa B
Por conveniência, a concentração de poluentes do ar e da água é frequentemente expressa em ppm, já que se trata
de um valor que, se expresso em título ou porcentagem, é muito pequeno. Apesar da concentração relativamente
“baixa”, poluentes são suficientemente tóxicos para, com a exposição prolongada, produzirem sérios problemas de
saúde. A elevação da concentração de CO2 nos últimos anos mostra que a emissão desse gás está aumentando devi-
do à grande industrialização e ao crescimento industrial. Desde a Revolução Industrial, quando foram produzidas as
máquinas a vapor, a concentração de gases nocivos foi crescendo. Atualmente, enfrenta-se um problema mais grave
decorrente desse aumento significativo de gás: o efeito estufa. O derretimento das geleiras indica que o planeta teve
sua temperatura média elevada, e isso é ocasionado principalmente pelo CO2, que aprisiona os raios UV, fazendo com
que a energia não se disperse e haja uma aumento significativo da temperatura.
90
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
A forma mais comum de se medir a concentração, quando se trata de soluções prontas em estoque, é a por-
centagem. Essa porcentagem pode ser dada em volume, massa, mol, etc. Nessa forma de medida, é possível ter
como base quanto de porcentagem aquele soluto representa daquela solução em específico, podendo, assim,
tirar informações importantes, como concentração comum, concentração molar, número de moléculas, etc.
MODELO 1
(Enem) O soro fisiológico é uma solução aquosa de cloreto de sódio (NaCℓ) comumente utilizada para higie-
nização ocular, nasal, de ferimentos e de lentes de contato. Sua concentração é 0,90% em massa e densidade
igual a 1,00 g/mol.
Qual massa de NaCℓ, em grama, deverá ser adicionada à água para preparar 500 mL desse soro?
a) 0,45
b) 0,90
c) 4,50
d) 9,00
e) 45,00
ANÁLISE EXPOSITIVA
Para a resolução da questão, o aluno precisa relacionar as informações disponibilizadas na prova e traba-
lhar com as diferentes unidades para achar o valor correto da massa presente nessa amostra. Para isso,
sabe-se que:
d = 1,00 g/mL = 1.000 g/L
Em 1 litro (1.000 mL):
1.000 g __________ 100 %
mNaCℓ ___________ 0,90 %
0,90 % u 1000 g
mNaCℓ = _______________ = 9,0 g
100 %
9,0 g ________ 1.000 mL
m’NaCℓ _________ 500 mL
9,0 g u 500 mL
m’NaCℓ = ______________ = 4,50 g
1000 mL
RESPOSTA Alternativa C
91
DIAGRAMA DE IDEIAS
MISTURA
PODE SER
HOMOGÊNEA
SOLUTO
É UMA 1 mg, 1 μg
L L
TEM SOLUÇÃO
EXPRESSO
SOLVENTE
TEM EM M/V
SE A SOLUÇÃO
CONCENTRAÇÃO PPM, PPB
FOR MUITO DILUÍDA
EXPRESSO EM
92
m1i = Ci · Vi
AULAS 23 e 24 m1f = Cf · Vf
Ci · Vi = m1i = m1f = Cf · Vf
Ci · V i = C f · V f
di · ti · Vi = df · tf · Vf
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
Observações:
HABILIDADES: 17, 24, 26 e 27 a) Na diluição, o volume final da solução é a soma do
volume inicial da solução com o volume de solvente
puro adicionado.
Vf = Vi + V solvente adicionado
1. Diluição b) A operação inversa da diluição é o aumento de con-
Diluir uma solução consiste em adicionar uma quantidade centração, graças à remoção do solvente por evaporação,
de solvente puro a uma solução preexistente. Isso altera desde que o próprio soluto não seja volátil. As fórmulas são
apenas a quantidade do solvente sem modificação na exatamente as mesmas.
quantidade de soluto. Como o volume da solução é altera-
do, sua concentração (g/L, mol/L, título etc.) diminui.
Aplicação do conteúdo
m
Cp = ___1 um aumento no volume diminui a con-
Vn 1. Diluindo-se 100 mL de uma solução de cloreto de só-
centração. dio de concentração igual a 15 g/L até que o volume
final seja 300 mL, qual será a nova concentração?
A quantidade de soluto sempre permanece constante na Resolução:
diluição de uma solução.
Ci · Vi = Cf · Vf
Considere uma solução inicial que sofre adição de mais 15 g/L · 100 mL = Cf · 300 mL
solvente puro e resulta numa solução final: Cf = 5 g/L
Resolução:
m
Pela definição de concentração: C = ___1 m1 = C · V (1). Ci · Vi = Cf · Vf
V
Como foi adicionado apenas solvente, a quantidade de so- 60 g/L · 50 cm3 = 5 g/L · Vf
luto não se altera. Assim, m1i = m1f = constante. Vf = 600 cm3
Aplicada a relação (1) para a solução inicial (i) e para a Vf = Vi + Vsolvente adicionado Vsolvente adicionado = Vf – Vi
solução final (f), obtém-se: 600 – 50 = 550 cm3
93
3. Qual é o volume de solução aquosa de sulfato de só- Título em massa
dio a 0,6 mol/L, que deve ser diluído por adição de água
para obter 750 mL de solução a 0,4 mol/L? df · tf · Vf = dA · tA · VA + dB · tB · VB
Resolução:
· Vi = · Vf Lembre-se: na mistura de soluções de mesmo soluto,
i f
a concentração final da mistura (Cf) sempre terá um
0,6 mol/L · Vi = 0,4 mol/L · 750 mL valor intermediário aos valores das concentrações ini-
ciais (CA e CB).
Vi = 500 mL
2. Mistura de soluções
com mesmo soluto
Uma solução também pode ser preparada a partir da mis-
tura de outras soluções, procedimento muito comum em
indústrias e laboratórios.
multimídia: vídeo
FONTE: YOUTUBE
Considere duas soluções A e B de um mesmo soluto, cujas
Experimento 3 Preparação e diluição de soluções
concentrações são diferentes. Se misturadas, observa-se que:
a) o volume da solução final obtido é a soma dos
volumes misturados:
Vf = VA + VB (Eq. I)
3. Mistura de soluções
b) a massa de soluto na solução final é a soma das
massas de soluto na solução inicial: com solutos diferentes
m1f = m1A + m1B (Eq. II) Nesse caso, o que ocorre é uma simples diluição dos dois
solutos. Suas quantidades permanecem constantes, se bem
dispersas num volume maior. Por isso, as concentrações fi-
nais dos dois solutos serão menores que as iniciais.
Considere esta mistura:
m
Uma vez que C = ___1 m1 = C · V
V
Se aplicada essa útima relação às soluções A, B e final, ob-
tém-se:
m1f = Cf · Vf m1A = CA · VA m1B = CB · VB
94
VIVENCIANDO
Como o exemplo citado na aula de concentração, podemos fazer um paralelo com a aula de diluição. Quando dize-
mos diluição, significa que estamos colocando maior quantidade de solvente para suprir uma quantidade grande e
desnecessária de soluto. Ao se preparar um suco muito forte, é recomendado que se coloque água para que haja uma
diluição de sua concentração e, assim, ele se torne mais suave. Da mesma forma, podemos traçar um paralelo com
venenos. Muitos venenos são encontrados na natureza e suas concentrações letais variam de substância para subs-
tância. Nesta matéria, é feita uma relação dos venenos mais letais conhecidos hoje e suas faixas de concentração:
HTTP://MUNDOESTRANHO.ABRIL.COM.BR/SAUDE/QUAL-E-O-VENENO-MAIS-VENENOSO-DO-MUNDO/
Portanto, obtém-se:
Aplicação do conteúdo · Vf = · VA + · VB
f A B
95
Resolução: Resolução:
M1 = 0,5 M M2 = 0,3 M M3 = 0,25 M Mf = ? Abaixo, seguem as dissociações dos dois sais na solução:
0,5 ∙ 25 + 0,3 ∙ 35 + 0,25 ∙ 10 = Mf ∙ (25 + 35 + 10) Calculando a concentração do Mg2+ na solução final:
12,5 + 10,5 + 2,5 = 70 Mf M1V1 + M2V2 = MfVf
70 Mf = 25,5 0 ∙ 200 + 0,2 ∙ 100 = Mf ∙ (200 + 100)
Mf # 0,36 M Observe que a concentração do Mg2+ na solução de NaCø
Alternativa B é zero. Por causa disso, parte da equação fica zerada.
96
7. Como devemos misturar três soluções de Aℓ2(SO4)3 M1 = 1 M M2 = 2 M M3 = 4 M Mf = 2,67 M
0,5 M, 1 M e 2 M, a fim de que:
V1 = ? V2 = ? V3 = 2 ∙ V1 Vf = V1 + V2 + 2V1 = 9L
De acordo com a equação acima, para cada mol de Aℓ2(SO4)3 V1 + 18 – 6V1 + 8V1 = 24,03
são liberados 2 mol de íons Aℓ3+.
3V1 = 6,03
Considerando as concentrações das soluções M1 = 0,5 M,
V1 = 2,01L
M2 = 1 M e M3 = 2 M, teremos:
Sabendo o V1, é possível, agora, descobrir os valores de V2 e V3:
M1 = 2 ∙ 0,5 M M2 = 2 ∙ 1 M M3 = 2 ∙ 2 M Mf = 2,67 M
97
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
A diluição é uma técnica corriqueira muito utilizada na química; como exemplo, um suco que tem sabor
muito forte e acrescenta-se água para que sua acidez seja amenizada. A esse processo dá-se o nome de
diluição. Além disso, a diluição está presente em muitas soluções e análises químicas, pois, muitas vezes, um
valor de pH muito baixo pode acabar não catalisando uma reação química do jeito que se deseja; então, é
feita uma diluição da solução a fim de obter um valor de pH mais alto e, consequentemente, ter uma chance
de êxito maior na análise química ou experimento.
MODELO 1
(Enem) O álcool comercial (solução de etanol) é vendido na concentração de 96%, em volume. Entretanto, para
que possa ser utilizado como desinfetante, deve-se usar uma solução alcoólica na concentração de 70%, em
volume. Suponha que um hospital recebeu como doação um lote de 1000 litros de álcool comercial a 96%,
em volume, e pretende trocá-lo por um lote de álcool desinfetante.
Para que a quantidade total de etanol seja a mesma nos dois lotes, o volume de álcool a 70% fornecido na
troca deve ser mais próximo de:
a) 1042 L.
b) 1371 L.
c) 1428 L.
d) 1632 L.
e) 1700 L.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Na questão, temos uma diluição; então, é essencial que se compreenda o mecanismo para o cálculo da
nova concentração, a partir de uma solução concentrada.
Na diluição, teremos:
W u V = W’ u V’
0,96 u 1000 L = 0,70 u V’
V’ ≈ 1371 L
RESPOSTA Alternativa B
98
DIAGRAMA DE IDEIAS
MISTURA
PODE SER
HOMOGÊNEA
É UMA
SOLUÇÃO
PODE SER
CONCENTRADA DILUÍDA
ISSO TORNA
A SOLUÇÃO
ADIÇÃO DE
SOLVENTE
À SOLUÇÃO
99
Resolução:
AULAS 25 e 26
NaOH(aq) HCl(aq)
Segundo
a equação 0,12 + 0,12 o 0,12 + 0,12
reagem
1. Misturas de soluções Após a
reação zero zero 0,12 0,12
(reação química) restam
Nos casos de misturas de soluções, os exercícios são resol- Considerando que as quantidades do NaOH e do HCℓ es-
vidos como na estequiometria. tão na proporção correta, todo ácido e toda base vão reagir
Primeiro passo – montar a equação compreendida na (não haverá excesso) e vão produzir 0,12 mol de NaCℓ,
mistura, balanceá-la e relacionar os coeficientes com quan- devidamente dissolvidos em 0,5 L de solução (volume da
solução final).
tidades em mol de reagentes e produtos.
a) MHCℓ = 0
Segundo passo – determinar a quantidade em mol de b) MNaOH = 0
cada soluto nas soluções que vão ser misturadas. 0,12
c) MNaCℓ = ____ = 0,24 mol/L
0,5
Terceiro passo – verificar se a quantidade de cada rea-
gente (em mol) está na proporção indicada pela equação 2. Um tablete de antiácido contém 0,29 g de hidróxido
de magnésio. Qual o volume de solução de HCℓ 0,1 mol/L
do problema. que corresponde à neutralização total do ácido pela
base?
100
A proporção entre o ácido e o hidróxido de magnésio é de HCℓ + NaOH o NaCℓ + H2O
2:1, de acordo com a equação. Vamos calcular agora, a quan-
Calculados
tidade em mol de ácido necessário para neutralizar a base: 0,12 0,16
acima
101
Segundo a equação mostrada no item a), a proporção en-
tre carbonato de lítio e hidróxido de cálcio é de 1:1. Pelos
valores calculados, carbonato de lítio está em excesso; ou
seja, o hidróxido de cálcio é o limitante.
Calculando a massa de hidróxido de lítio, tem-se:
1 mol Ca (OH)2 — 2 × 24 g LiOH
multimídia: site
0,01 mol — z
VIVENCIANDO
Na indústria química, é de extrema importância saber se haverá impurezas nos produtos e se elas podem ser ou
não solubilizadas em um solvente. O sulfato de bário, por exemplo, é um sal usado como contraste em exames de
ressonância magnética. Entretanto, a sua produção pode oferecer riscos aos pacientes. O sulfato de bário é um sal
insolúvel, isto é, não ocorre a formação de íons em nosso corpo. A ingestão de íons bário interfere nos canais recepto-
res de íon cálcio, o que pode levar à morte. A produção desse sal pode ser realizada com sulfato de cálcio e carbonato
de bário. Contudo, há a possibilidade de a reação não ter rendimento de 100%, gerando um resquício de carbonato
de bário. Esse carbonato de bário, por ser solúvel em nosso organismo, pode liberar íons Ba2+ e ocasionar problemas
graves. Por esse motivo, uma diluição fracionada desse produto é produzida, separando o composto nocivo ao corpo
humano do que será usado no contraste.
102
DIAGRAMA DE IDEIAS
MISTURA
PODE SER
HOMOGÊNEA
É UMA
HÁ OS QUE
DILUIÇÃO TITULAÇÃO
103
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientí-
fico-tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
104
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
HERLAN FELLiNi
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lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
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SUMÁRIO
QUÍMICA
FUNÇÕES INORGÂNICAS E PROPRIEDADES COLIGATIVAS
Aulas 27 e 28: Óxidos moleculares 6
Aulas 29 e 30: Reações inorgânicas 12
Aulas 31 e 32: Pressão do vapor 21
Aulas 33 e 34: Efeitos coligativos 30
QUÍMICA ORGÂNICA
Aulas 27 e 28: Isomeria geométrica 40
Aulas 29 e 30: Isomeria óptica 45
Aulas 31 e 32: Reações de adição 51
Aulas 33 e 34: Reações de substituição 56
Propriedades coligativas podem ser relacionadas As propriedades coligativas vão agregar O tema de maior incidência são as propriedades
facilmente com qualquer assunto que aborde um entendimento maior nas propriedades coligativas, principalmente a pressão de vapor.
propriedades físicas das substâncias. A pressão de físicas das substâncias e são cobradas É cobrado junto de outros temas relacionados
vapor é o tema mais cobrado; por isso, é importante de um jeito que se deva entender como com as análises das propriedades físicas das
boa interpretação de gráficos e de enunciados. essas propriedades influenciam em certas substâncias, como volatilidade e temperatura
características das substâncias. de ebulição.
Propriedades coligativas têm alta incidência, Propriedades coligativas são cobradas de As propriedades coligativas são sempre Pressão de vapor é o tema mais cobrado e
principalmente quando se trata de questões modo que o candidato deva relacionar da ma- recorrentes e a pressão de vapor acaba pode se relacionar com forças intermolecu-
que cobram um melhor entendimento de neira correta a sua influência nas propriedades sendo frequente; por isso, é importante lares, geometria da molécula, polaridade e
como elas influenciam nas propriedades físicas físicas dos compostos em geral. entender como ela influencia na volatilida- como ela afeta a temperatura de ebulição
dos compostos. de e temperatura de ebulição. e volatilidade.
UFMG
As propriedades coligativas são um dos As propriedades coligativas são um dos O tema mais exigido são as propriedades
temas favoritos. É cobrado de maneira um temas favoritos. É cobrado de maneira um coligativas, em que é possível fazer uma
pouco mais aprofundada com previsão de pouco mais aprofundada com previsão de relação com boa parte da matéria que está
temperatura de ebulição e como a pressão de temperatura de ebulição e como a pressão de relacionada às análises das propriedades
vapor pode influenciar as características das vapor pode influenciar as características das físicas das substâncias.
substâncias ou informar sobre substâncias ou informar sobre
elas. elas.
As propriedades coligativas são cobradas As propriedades coligativas são o tema mais O tema mais recorrente são as propriedades
principalmente na forma de pressão de vapor, recorrente quando se trata de questões que coligativas, que vão agregar um entendimento
e é importante entender o conceito e o que cobram um melhor entendimento de como maior nas propriedades físicas das substâncias.
ele afeta, assim como uma boa interpretação elas influenciam nas propriedades físicas Pressão de vapor ocorre com frequência, sendo
de gráficos e boa análise da situação descrita dos compostos. importante entender como ela trabalha com a
no enunciado. volatilidade e temperatura
de ebulição.
FUNÇÕES INORGÂNICAS E
PROPRIEDADES COLIGATIVAS
5
SO3 N2O
AULAS 27 e 28 trióxido de enxofre monóxido de dinitrogênio
N2O4 P2O5
tetróxido de dinitrogênio pentóxido de difósforo
ÓXIDOS MOLECULARES
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 Tudo sobre gelo seco
Óxidos moleculares ou covalentes são óxidos formados por 1. Óxidos ácidos: reagem com água, formando o seu
ametais e oxigênio. respectivo ácido; reagem com bases, formando sal e água.
São denominados óxidos ácidos devido à sua propriedade
ácida, similar a ácido.
1.1. Fórmula geral Exemplos:
ExOy SO3(g) + H2O(ℓ) → H2SO4 (aq)
trióxido de
ácido sulfúrico
Na qual E é um ametal: C , Si , N , P , S , Cℓ , Br , I. enxofre
Nota: Se o ametal E for o flúor, não haverá óxidos, mas P2O5 (g) + 3 H2O (ℓ) → 2 H3PO4 (aq)
compostos denominados fluoretos de oxigênio: OF2, O2F2. pentóxido
ácido fosfórico
de difósforo
De modo geral, não se determina a fórmula de um óxido
CO2 (g) + 2 NaOH(aq) → Na2CO3 (aq) + H2O(ℓ)
molecular somente pelo conhecimento do ametal, uma vez
que é muito comum que ele dê origem a mais de um óxido. dióxido de hidróxido carbonato
carbono de sódio de sódio
É o caso, por exemplo, do carbono, que pode dar origem a
dois óxidos: CO e CO2. N2O5 (g) + Ba(OH)2 (aq) → Ba(NO3)2 (aq) + H2O(ℓ)
pentóxido de hidróxido
nitrato de bário
dinitrogênio de bário
1.2. Nomenclatura
São empregados prefixos para indicar as quantidades de 2. Óxidos anfóteros: os óxidos anfóteros se comportam
átomos do ametal e do oxigênio: tanto como óxido básico quanto como óxido ácido, apresen-
tando um caráter intermediário entre os dois óxidos (como
foi explicado na parte de óxidos iônicos). Alguns óxidos de
1 mono 2 di 3 tri 4 tetr 5 pent 6 hex
semimetais possuem características anfóteras, como óxido
de arsênio (Ex: As2O3) e de antimônio (Ex: Sb2O3).
Exemplos: 3. Óxidos neutros: também denominados óxidos indi-
CO CO2 ferentes, são óxidos que não reagem com água, nem com
monóxido de carbono dióxido de carbono ácidos e nem com bases. Os mais comuns são monóxido
6
de carbono (CO), monóxido de nitrogênio (NO) e monóxi- H–O–O–H
do de dinitrogênio (N2O).
Em termos de reatividade, os peróxidos reagem com água
Nota: O fato de serem “neutros” ou “indiferentes” não ou com ácidos diluídos, produzindo água oxigenada (H2O2).
significa que eles não possam participar de outras reações.
Exemplos:
O CO, por exemplo, pode sofrer combustão:
2 CO (g) + O2 (g) → 2 CO2 (g) Na2O2(s) + 2 H2O (ℓ) → 2 NaOH (aq) + H2O2 (ℓ)
5. Chuva ácida
1. O enxofre é uma impureza frequente nos combustíveis fósseis, principalmente no carvão mineral e no petróleo, que, ao
serem queimados, promovem a combustão desse elemento de acordo com as seguintes reações químicas:
S(s) + O2(g) → SO2(g)
2 SO2(s) + O2(g) → 2 SO3(g)
7
O enxofre e os óxidos de enxofre também podem ser lan- As evidências do aumento nos níveis de chuva ácida vêm
çados na atmosfera pelos vulcões. da análise das camadas de gelo oriundas dos glaciares.
Desde a Revolução Industrial, vem se verificando uma re-
Os óxidos ácidos formados reagem com água para formar
pentina diminuição do pH da chuva de 6 para 4,5 ou 4.
o ácido sulfúrico (H2SO4), de acordo com a equação:
Também vem sendo observado um aumento das emissões
SO3(g) + H2O(,) → H2SO4(aq)
de óxidos de enxofre e nitrogênio na atmosfera. As indús-
Pode ocorrer também a seguinte reação, da qual se forma trias e as centrais termoelétricas queimam combustíveis
o ácido sulfuroso (H2SO3): fósseis, principalmente carvão mineral, cuja combustão é a
principal origem desses gases.
SO2(g) + H2O(,) → H2SO3(aq)
2. O nitrogênio (N2) é um gás pouco reativo e muito
abundante na composição da atmosfera. Para reagir com
o oxigênio do ar, precisa de grande quantidade de energia,
como a liberada numa descarga elétrica ou no funciona-
mento de um motor de combustão. Esses motores são os
maiores responsáveis pela reação de oxidação do nitro-
gênio. Ao reagirem com água, os óxidos formam ácido
nitroso (HNO2) e ácido nítrico (HNO3). multimídia: livro
Na câmara de combustão dos motores, ocorre a seguinte reação:
N2(g) + O2(g) → 2 NO(g) Química Ambiental, 4.ª ed., 2011, de Colin Baird
O monóxido de nitrogênio sofre oxidação: Essa edição oferece um capítulo específico sobre o ge-
2 NO(g) + O2(g) → 2 NO2(g) renciamento de resíduos, uma abordagem ampliada da
toxicologia elementar, dos combustíveis alternativos e da
O dióxido de nitrogênio (NO2) formado, em contato com a disposição de resíduos, além de novas informações sobre
água proveniente da chuva, forma ácidos de acordo com a tópicos muito importantes: o uso da energia, a toxico-
seguinte equação: logia, os hormônios ambientais, o tratamento de águas
subterrâneas e residuais e a disposição do lixo tóxico.
2 NO2(g) + H2O(,) → HNO3(aq) + HNO2(aq)
VIVENCIANDO
A chuva ácida é a designação dada à chuva ou a qualquer outra forma de precipitação atmosférica cuja acidez seja
substancialmente maior que a resultante do dióxido de carbono (CO2) atmosférico dissolvido na água precipitada.
A principal causa da acidificação é a presença na atmosfera terrestre de gases e partículas ricas em enxofre e azoto
reativo, cuja hidrólise no meio atmosférico produz ácidos fortes. Assumem particular importância os compostos azo-
tados (NOx) gerados pelas altas temperaturas de queima dos combustíveis fósseis e os compostos de enxofre (SOx)
produzidos pela oxidação das impurezas sulfurosas existentes na maior parte dos carvões e petróleos.
Chuva ácida não seria uma expressão quimicamente adequada, pois, para a Química, toda chuva é ácida devido à
presença do ácido carbônico (H2CO3); no entanto, para a Geografia, toda chuva com pH abaixo do NT (nível de tole-
rância pH), igual a aproximadamente 5,5, é considerada ácida.
A chuva ácida pode acarretar sérios danos às trutas, por exemplo, uma vez que, caso caia em um ambiente lacustre
de trutas, abaixo ou acima do NT, os peixes morrerão. Os efeitos ambientais da precipitação ácida levaram diversos
países a tomarem medidas legais restritivas à queima de combustíveis ricos em enxofre, exigindo a adoção de tecno-
logias de redução das emissões de azoto reativo na atmosfera.
8
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Todas as pessoas e animais correm risco de envenenamento por monóxido de carbono. Os sintomas mais comuns do
envenenamento são: dores de cabeça e no peito, tonturas, confusão, fraqueza, náuseas e vômitos. Esses sintomas podem
facilmente ser confundidos com outras enfermidades, como constipação ou intoxicação alimentar. Em casos mais graves,
podem ocorrer perda de consciência e morte. A longo prazo, podem surgir sequelas cardíacas e neuronais.
Depois de inalado e difundido para os vasos sanguíneos, o monóxido de carbono combina com a hemoglobina,
formando carboxi-hemoglobina, com muito mais afinidade que o oxigênio (200 a 240 vezes superior), diminuindo a
quantidade de hemoglobina disponível para o transporte de oxigênio. Assim, caso os mecanismos compensatórios
falhem em manter o fornecimento do oxigênio, pode ocorrer o desenvolvimento de hipoxia tecidular.
O monóxido de carbono também inibe a citocromo C oxidase mitocondrial, que tem efeitos de nível inflamatório,
aumentando o estresse oxidativo perivascular.
Os recém-nascidos, crianças pequenas, idosos e pessoas com doenças cardíacas crônicas, problemas respiratórios ou
anemia fazem parte do grupo de risco devido a sua maior suscetibilidade aos efeitos desse gás.
A exposição a doses relativamente elevadas em pessoas saudáveis pode provocar problemas de visão, redução da
capacidade de trabalho, redução da destreza manual, diminuição da capacidade de aprendizagem, dificuldade na
resolução de tarefas e até mesmo levar à morte.
Concentrações abaixo de 400 ppm no ar causam dores de cabeça e, acima desse valor, são potencialmente fatais,
tanto para plantas e animais quanto para alguns microrganismos.
O monóxido de carbono está associado ao desenvolvimento de doença isquêmica coronária, resultado da interferência
com a oxigenação do miocárdio e do aumento da adesividade das plaquetas e dos níveis de fibrinogênio, o que ocorre
principalmente com os fumantes.
9
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
Uma das formas de controle da chuva ácida é a diminuição da emissão de gases responsáveis pela formação
da chuva ácida, como o SO2, o SO3, etc. Conforme o avanço tecnológico foi se expandido, mais indústrias foram
criadas para aguentar o ritmo acelerado de desenvolvimento, gerando um aumento dos poluentes. Assim, é
importante saber interpretar meios de formação da chuva ácida.
MODELO 1
(Enem) Muitas indústrias e fábricas lançam para o ar, através de suas chaminés, poluentes prejudiciais às plan-
tas e aos animais. Um desses poluentes reage quando em contato com o gás oxigênio e a água da atmosfera,
conforme as equações químicas:
Equação 1: 2 SO2 + O2 → 2 SO3
Equação 2: SO3 + H2O → H2SO4
De acordo com as equações, a alteração ambiental decorrente da presença desse poluente intensifica o(a):
a) formação de chuva ácida;
b) surgimento de ilha de calor;
c) redução da camada de ozônio;
d) ocorrência de inversão térmica;
e) emissão de gases de efeito estufa.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A análise das alternativas permite chegar à conclusão de que a única alternativa correta é a A, pois nela
se confirma o conceito de óxidos ácidos que, ao reagirem com a água, formam seu respectivo ácido,
danificando o ecossistema.
RESPOSTA Alternativa A
10
DIAGRAMA DE IDEIAS
COMO
FORMAM
BASES SAL + ÁGUA
FORMAM
ÁGUA ÁCIDO
11
§ Combustão de substâncias simples – reação com
AULAS 29 e 30 o oxigênio (O2) produzindo óxidos:
2 Mg (s) + O2 (g) → 2 MgO (s)
2 Ca (s) + O2 (g) → 2 CaO (s)
S (s) + O2 (g) → SO2 (g)
C (s) + O2 (g) → CO2 (g)
REAÇÕES INORGÂNICAS
combustão completa do carbono
§ Síntese de hidrácidos:
H2 (g) + Cℓ2 (g) → 2 HCℓ (g)
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 H2 (g) + F2 (g) → 2 HF (g)
12
3. Reações de análise § Decomposição do ácido carbônico (instável):
H2CO3 (aq) → H2O (ℓ) + CO2 (g)
ou decomposição H2SO3 (aq)* → H2O (ℓ) + SO2 (g)
Ocorrem quando um único reagente dá origem a dois ou *O ácido sulfuroso (H2SO3) também se decompõe.
mais produtos:
A→B+C § Decomposição do hidróxido de amônio (instável):
NH4OH (aq) → H2O (ℓ) + NH3 (g)**
Exemplo:
**Essa base só existe em solução aquosa.
O NaN3(s) decompõe-se em Na (s) e N2(g) (gás que infla os air
bags dos automóveis).
2 NaN3 (s) → 3 N2 (g) + 2 Na (s) 4. Reações de simples
troca ou deslocamento
3.1. Reações importantes
Ocorrem quando uma substância simples reage com uma
§ Pirólise – decomposição térmica (D, aquecimento). composta, dando origem a uma nova substância simples e
Exemplos importantes são as decomposições térmicas dos a uma nova substância composta.
carbonatos e bicarbonatos: A + XY → AY + X
D
CaCO3 (s) → CaO (s) + CO2 (g) Exemplo:
decomposição térmica do calcário que produz cal virgem
Quando uma lâmina de zinco é mergulhada numa solução
D
aquosa de ácido clorídrico, ocorrem formação de cloreto de
MgCO3 (s) → MgO (s) + CO2 (g) zinco e liberação de gás hidrogênio:
Zn (s) + 2 HCℓ (aq) → ZnCℓ2 (aq) + H2 (g)
D
2 NaHCO3 (s) → Na2CO3 (s) + CO2 (g) + H2O (g)
fermento químico à base de bicarbonato de sódio
Para que essas reações ocorram, é necessário que as subs-
tâncias simples sejam mais reativas do que o elemento da
D substância composta que será deslocado.
(NH4)HCO3 (s) → NH3 (g) + CO2 (g) + H2O (g)
fermento químico à base de bicarbonato de amônio A + XY → AY + X
§ Fotólise – decomposição provocada pela luz: Se A é mais reativo que X, logo ele será deslocado por A.
Essa substância simples, denominada simplificadamente
Luz
2 H2O2 (ℓ) → 2 H2O (ℓ) + O2 (g) de A, pode ser um metal ou um ametal.
decomposição da água oxigenada
Luz
2 AgCℓ (s) → 2 Ag (s) + Cℓ2 (g)
sal de prata em filme fotográfico
2 H2O (ℓ) corrente elétrica 2 H2 (g) + O2 (g) Reação entre ácido clorídrico e alumínio metálico.
eletrólise da água
corrente elétrica
2 NaCℓ (ℓ) 2 Na + Cℓ
(s) 2 (g)
processo industrial de obtenção de sódio metálico e gás cloro
corrente elétrica
2 Aℓ2O3 (ℓ) 4 Aℓ + 3 O
(ℓ) 2 (g)
processo industrial de obtenção de alumínio
13
VIVENCIANDO
O principal componente dos antiácidos é o bicarbonato de sódio. Conhecido quimicamente como NaHCO3, é um pó
branco que constitui uma mistura cristalina solúvel em água. Esse composto é classificado como alcalino solúvel e é
denominado hidrogenocarbonato de sódio.
O bicarbonato de sódio, quando diluído, libera gás carbônico, segundo a equação:
NaHCO3 + HC, → NaCℓ + H2O + CO2
Como é possível observar, os produtos da reação são: cloreto de sódio, água e dióxido de carbono (gás carbô-
nico), respectivamente.
Note que, na presença de água, o NaHCO3 reage com ácidos, liberando CO2(g), responsável pela efervescência. Ao
ingerir o antiácido, o indivíduo percebe a presença do dióxido de carbono por causa da liberação de gás pela boca.
Os antiácidos estomacais neutralizam o excesso de HCℓ (ácido clorídrico, que auxilia na digestão dos alimentos)
do suco gástrico presente no estômago. O desconforto estomacal pode ser ocasionado por má alimentação, que
estimula o estômago a produzir mais ácido clorídrico para auxiliar na digestão, ou ainda por ansiedade e nervosismo.
Essas duas situações ocasionam o desequilíbrio da acidez estomacal.
No entanto, o antiácido possui o seu lado negativo. Como tudo em excesso é prejudicial, se for feita a neutralização do
ácido gástrico diariamente, ocorrerá um aumento de gases no estômago em razão da liberação de CO2 dos efervescentes.
4.1. Reatividade dos metais Consultando a fila de reatividade, é possível prever a ocor-
rência ou não de uma reação de deslocamento.
Quando uma lâmina de zinco é mergulhada numa solução
aquosa de sulfato de cobre, a solução descolore-se e um de-
pósito avermelhado de cobre recobre a lâmina de zinco. Tra-
4.1.1. Reações típicas
ta-se de uma reação que equivale à seguinte representação: § Reações de ataque de ácidos a metais – ocorrem
Zn (s) + CuSO4 (aq) → ZnSO4 (aq) + Cu (s) tão somente nos metais mais reativos que o hidrogênio:
Como os sais em solução aquosa se encontram dissociados, Mg (s) + 2 HCℓ (aq) → MgCℓ2 (aq) + H2 (g)
a representação dessa reação na forma iônica equivale a:
2 Aℓ (s) + 6 HCℓ (aq) → 2 AℓCℓ3 (aq) + 3 H2 (g)
Zn (s) + Cu2+ (aq) + SO42– (aq) → Zn2+ (aq) + SO42– (aq) + Cu (s)
ou Fe (s) + 2 HCℓ (aq) → FeCℓ2 (aq) + H2 (g)
Zn (s) + Cu2+ (aq) → Zn2+ (aq) + Cu (s)
Magnésio, alumínio e zinco (mais reativos) deslocam o hi-
O que comprova que o zinco é mais reativo que o cobre. drogênio (menos reativo).
Mediante uma série de reações, foi possível estabelecer Cu (s) + HCℓ (aq) → não há reação
uma fila de reatividade comparativa dos metais, que Au (s) + HCℓ (aq) → não há reação
pode ser representada genericamente por:
Cobre e ouro (menos reativos) não deslocam o hidrogênio
K > Na > Li > Ca > Mg > Aℓ > Zn > Fe > Ni > Pb > H > (mais reativo).
Cu > Hg > Ag > Pt > Au
§ Reações de ataque de soluções aquosas de sais
Os metais menos reativos do que o hidrogênio – Cu, Hg, a metais:
Ag, Pt, Au – são denominados metais nobres.
Zn (s) + CuSO4 (aq) → Cu (s) + ZnSO4 (aq)
A fila de reatividade pode ser representada de maneira
simplificada: Zinco (mais reativo) desloca cobre (menos reativo).
metais alcalinos e alcalino-terrosos > outros metais > H > Ag (s) + FeCℓ2 (aq) → não há reação
metais nobres
Prata (menos reativa) não desloca o ferro (mais reativo).
14
4.2. Reatividade dos ametais AB + XY → AY + XB
Ao misturar uma solução aquosa de C,2 (água de cloro)
a uma solução aquosa de KI, nota-se o aparecimento de Exemplo:
uma coloração castanha característica da formação de I2. Pb(NO3)2 (aq) + 2 KI (aq) → 2 KNO3 (aq) + PbI2 (s)
sais incolores sal pouco
A reação ocorrida pode ser representada de algumas ma-
solúvel amarelo
neiras. Primeiramente da reação de forma geral:
Cℓ2 (aq) + 2 KI (aq) → 2 KCℓ (aq) + I2 (aq)
Exemplo:
A reação entre NaC, e AgNO3 ocorre graças à formação de
um composto insolúvel/pouco solúvel (AgC,).
A representação da reação na forma iônica entre NaC, e
AgNO3 segue a seguinte regra:
“Separar os íons dos compostos solúveis e cancelar os íons
que não formam o composto insolúvel”.
Na+ (aq) + Cℓ– (aq) + Ag+ (aq) + NO3– (aq) → AgCℓ(s) + Na+(aq) + NO3– (aq)
ou
C,–
(aq)
+ Ag+
(aq)
→ AgCℓ (s)
Reação entre água de cloro (Cℓ2) e iodeto de potássio (KI). O aparecimento
da cor castanha ocorre devido à formação de I2, deslocada pelo cloro.
A equação iônica simplificada mostra que os íons Ag+ com-
binam-se com os íons C,– e precipitam-se como cloreto de
5. Reações de dupla troca prata, AgC,.
15
Exemplos:
NaCℓ (s) + H2SO4(aq) → Na2SO4 (aq) + 2 HC,(aq)
ácido fixo ácido volátil
Na2CO3 (aq) + H2SO4 (aq) → Na2SO4 (aq) + H2O(,) + CO2 (g)
gás
Substâncias instáveis que se decompõem e formam gás:
H2CO3(aq) H2O() + CO2(g)
H2SO3 (aq) H2O(,) + SO2(g)
NH4OH (aq) NH3 (g) + H2O(,)
16
Equação Global: O ânion CℓO- sofre hidrólise, liberando OH- para o meio
(ânion de ácido fraco). Assim, mesmo o NaOH reagindo, o
Aℓ2(SO4)3 (aq) + 3 Ca(HCO3)2 (aq) + 6 H2O(ℓ)
meio ainda continua básico, não fazendo a cor da fenolfta-
→ 2 Aℓ(OH)3(s) + 3 CaSO4(s) + <CO2 + H2O> leína desaparecer.
Alternativa E Logo, a reação que ocorreu foi:
2. A adição de glicose sólida (C6H12O6) a clorato de po- C6H12O6(s) + 3 KCℓO4(,) → 6 CO2(g) + 6 H2O(g) + 3 KCℓ(s)
tássio (KCℓO3) fundido, a 400°C, resulta em uma reação
que forma dois produtos gasosos e um sólido cristalino. Alternativa B
Quando os produtos gasosos formados nessa reação,
e resfriados à temperatura ambiente, são borbulha-
dos em uma solução aquosa 0,1 mol/L de hidróxido de
sódio, contendo algumas gotas de fenolftaleína, veri-
fica-se a mudança de cor dessa solução de rosa para
incolor. O produto sólido cristalino apresenta alta con-
dutividade elétrica, tanto no estado líquido como em
solução aquosa. Assinale a opção CORRETA que apre-
senta os produtos formados na reação entre glicose e
clorato de potássio:
multimídia: livro
a) C,O2(g), H2(g), C(s).
b) CO2(g), H2O(g), KC,(s).
c) CO(g), H2(g), KC,O4(s). Química Inorgânica, 4.ª ed., de Shriver & Atkins
d) CO(g), CH4(g), KC,O2(s). A química inorgânica é um tema importante e amplo,
e) C,2(g), H2O(g), K2CO3(s) abrangendo mais de 100 elementos. Esse livro trata
dos fundamentos químicos e dos fatos relevantes sobre
Resolução:
compostos inorgânicos de uma maneira precisa e clara.
De acordo com a questão, a reação entre glicose sólida O conteúdo foi selecionado para oferecer uma visão equili-
e clorato de potássio fundido formou três produtos, dos brada do tema, enfatizando os aspectos mais importantes.
quais dois são gasosos e um sólido. Os fenômenos químicos são interpretados de maneira con-
textualizada. As reações e as estruturas estão inseridas em
O produto sólido formado apresenta alta condutividade elé-
modelos e conceitos químicos abrangentes.
trica, tanto no estado líquido como em solução aquosa. Isso
é uma característica de um composto iônico; ou seja, um O texto é enriquecido por inúmeras ilustrações, os
dos produtos formados é um composto iônico, podendo ser exemplos esclarecem questionamentos fundamentais, e
o item b, c, d ou e (carbono sólido não é composto iônico). os exercícios e problemas no fim dos capítulos reforçam
a importância da Química no cotidiano.
Os gases formados foram borbulhados na solução de hi-
dróxido de sódio (NaOH) e foi verificada a mudança de cor,
de rosa (meio básico) para incolor (meio neutro/ácido). Isso
mostra que algum dos gases formados reagiu com a base,
neutralizando-o. Ou seja, o gás formado tem propriedades
ácidas. Dentre as alternativas, somente o item b possui um
gás com propriedades ácidas, o CO2 (CO, H2 e CH4 não re-
agem com a base; Cℓ2 reage com a base, mas não acidifica
o meio a ponto de fazer a cor rosa desaparecer):
C,2 (g) + 2 NaOH(aq) → NaCℓ(aq) + NaCℓO(aq) + H2O(ℓ)
NaCℓO (aq) → Na+ (aq) + CℓO-(aq)
CℓO-(aq) + H2O(,) → HCℓO(aq) + OH-(aq)
17
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
O titânio e suas ligas são utilizados principalmente devido às suas propriedades mecânicas, adequadas para muitas
aplicações, entre as quais se sobressai uma elevada razão de resistência mecânica/peso. Por outro lado, para algumas
outras aplicações, a principal propriedade do titânio e suas ligas é a elevada resistência à corrosão, que possibilita
seu uso numa ampla variedade de aplicações, como em componentes aeronáuticos, navais e para a utilização na
indústria química.
O titânio comercialmente puro é altamente resistente à corrosão nos ambientes naturais, incluindo água do mar,
fluidos corpóreos e sucos de frutas e de vegetais em geral. O titânio submetido à exposição contínua à água do mar
por cerca de 18 anos apresenta somente uma descoloração superficial. Cloro úmido, enxofre fundido, muitos com-
postos orgânicos (incluindo ácidos e compostos cloretados) e a maioria dos ácidos oxidantes não apresentam efeito
significativo nesse metal. O titânio é usado com frequência na manipulação de soluções salinas (incluindo cloretos,
hipocloretos, sulfatos e sulfetos), gás cloro úmido e soluções de ácido nítrico.
Por outro lado, sais concentrados em temperaturas mais altas, como solução fervente de 30% de AℓCℓ3 em água ou
solução fervente de 70% de CaCℓ2 em água, provocam corrosão no titânio. Soluções quentes ou concentradas de
HCℓ, H2SO4, H3PO4 e ácido oxálico também representam alto risco de corrosão no titânio. Em geral, soluções ácidas
e redutoras corroem o titânio, a não ser que seja realizado o uso de inibidores de corrosão. Contudo, substâncias
fortemente oxidantes, como ácido nítrico com fumaça vermelha e 90% H2O2, podem causar ataque corrosivo no
titânio. Compostos fluoretados ionizáveis, como NaF e HF, ativam a superfície e podem causar corrosão rápida. Nesse
aspecto, o gás cloro seco é especialmente nocivo.
O titânio apresenta limitada resistência à oxidação ao ar em temperaturas superiores a cerca de 650 ºC e interage
com o oxigênio, que se dissolve intersticialmente em temperaturas tão baixas quanto a 427 ºC. Cloretos e hidró-
xidos depositados na superfície do titânio podem acelerar a oxidação. A exposição ao oxigênio líquido ou gasoso,
ao tetróxido de nitrogênio e ao ácido nítrico com fumaça vermelha pode causar reação violenta com o titânio sob
carregamento em impacto.
O titânio pode ser usado como recipiente de hidrogênio líquido ou supercrítico em temperaturas criogênicas, mas,
acima de –100 ºC, o hidrogênio pode ser absorvido e se difundir numa liga, o que pode fragilizar severamente o
titânio. O potencial de fragilização aumenta quando as taxas de difusão do hidrogênio são altas ou quando ocorrem
danos ao revestimento protetor do titânio.
No titânio comercialmente puro e em muitas de suas ligas, zonas de solda são tão resistentes à corrosão quanto o
metal base. Outros processos de fabricação (como o dobramento e a usinagem) também parecem não influenciar
significativamente a resistência à corrosão desse tipo de material.
O titânio comercialmente puro (CP) é o material preferido para a construção de equipamentos usados para o pro-
cessamento de salmouras, na fabricação de bombas, tubulações, fontes de calor, trocadores de calor, cristalizadores,
evaporadores, condensadores e muitos outros dispositivos submetidos à ação corrosiva das salmouras. De modo
geral, as ligas de titânio são menos resistentes à corrosão que o titânio comercialmente puro.
18
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 19
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou
solucionar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
A partir de reações inorgânicas, é possível reverter processos inesperados ou inconvenientes em reações quí-
micas. Por exemplo, a neutralização é uma técnica muito empregada para diminuir ou aumentar o pH de
substâncias que são acidentalmente derramadas em lugares movimentados.
MODELO 1
(Enem) Os tubos de PVC, material organoclorado sintético, são normalmente utilizados como encanamento
na construção civil. Ao final da sua vida útil, uma das formas de descarte desses tubos pode ser a incineração.
Nesse processo libera-se HCℓ(g), cloreto de hidrogênio, dentre outras substâncias. Assim, é necessário um trata-
mento para evitar o problema da emissão desses poluentes. Entre as alternativas possíveis para o tratamento,
é apropriado canalizar e borbulhar os gases provenientes da incineração em:
a) água dura;
b) água de cal;
c) água salobra;
d) água destilada;
e) água desmineralizada.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nessa questão, espera-se que o aluno compreenda a relação de neutralização entre um ácido e uma base.
Além disso, é de extrema importância o domínio das matérias anteriores, como bases e ácidos, pois, dessa
forma, será possível chegar à conclusão de que a água de cal, Ca(OH)2, é uma base e, portanto, capaz de
neutralizar o ácido clorídrico.
RESPOSTA Alternativa B
19
DIAGRAMA DE IDEIAS
CONHECIDAS
ADIÇÃO SÍNTESE
COMO
POR EXEMPLO
CONHECIDAS
DECOMPOSIÇÃO ANÁLISE
COMO
POR EXEMPLO
CaCO3 →
Δ
CaO + CO2 2 H2O2 → 2 H2O + O2
CONHECIDO
DESLOCAMENTO SIMPLES TROCA
COMO
POR EXEMPLO
FILA DE
NÃO METAL 1 SAL 1 NÃO METAL 2 SAL 2 REATIVIDADE
OBEDECE A DE AMETAIS
REAGENTE PRODUTO
SAL 1 SAL 2 SAL 3 SAL 4
NÃO VOLÁTIL VOLÁTIL
REAGENTES PRODUTO
BASE 1 SAL 2 BASE 2 SAL 2
SOLÚVEIS INSOLÚVEL
20
éter H3C – CH2 – O – CH2 – CH3
AULAS 31 e 32
→
fracamente
éter H3C – CH2 – O – CH2 – CH3
2. Evaporação em recipiente
fechado – pressão de vapor
PRESSÃO DO VAPOR Considere 1 L de água a 20 ºC em um recipiente fechado.
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
HABILIDADES:
17, 18, 21, 24, 25, 26
e 27
1. Evaporação de um líquido
em recipiente aberto
Quando os líquidos estão em recipientes abertos, nota-se
que seu volume diminui.
líquido e vão para a atmosfera. Em outras palavras, a Nessa temperatura (20 ºC), o ponteiro do manômetro não
evaporação é um fenômeno físico que ocorre na super- mais se altera (17,5 mmHg). Esse vapor exerce pressão
fície do líquido. nas paredes e na superfície da água, pressão denominada
pressão de vapor (PV).
Se a temperatura aumentar, eliminando a fase líquida, não
haverá mais a pressão de vapor, mas uma pressão do vapor
de água.
21
Conclusão:
3. A pressão de vapor depende
H2O(ℓ) H2O(v) Pv = 17,5 mmHg a 20 ºC
somente da natureza do
Se o sistema for aberto, o equilíbrio H2O(ℓ) H2O(v) nunca
será alcançado. Por isso as roupas secam no varal. líquido e da temperatura
Comparando com o éter: A pressão de vapor depende da natureza do líquido. Se
as forças intermoleculares forem de grande intensidade, a
vaporização será difícil e a pressão de vapor será baixa. Se,
ao contrário, as moléculas estiverem presas fracamente ao
líquido, a vaporização ocorrerá facilmente e a pressão de
vapor será alta.
Assim, a 20 °C, a pressão máxima de vapor de água é
17,5 mmHg, e a pressão máxima de vapor do álcool etílico
(etanol), na mesma temperatura, é 44 mmHg. O álcool,
éter(ℓ) éter(v) Pv = 442 mmHg a 20º C
portanto, é mais volátil do que a água.
A uma mesma temperatura, o éter evapora mais facilmente
do que a água, pois as forças intermoleculares que atraem A pressão de vapor não depende da quantidade de
as moléculas do éter são mais fracas do que as forças inter- líquido nem do espaço ocupado pelo vapor.
moleculares que atraem as moléculas de água.
Velocidade
22
6. Influência da pressão
externa sobre a
temperatura de ebulição
6.1. Altitude e pressão de vapor
Altitude Temperatura
em relação Pressão aproximada
Localidade
ao nível do (mmHg) de ebulição
mar (m) da água (ºC)
Ponto de ebulição é a temperatura na qual a pressão
Rio de Janeiro 0 760 100
de vapor do líquido se iguala à pressão que existe so-
bre a superfície do líquido. São Paulo 750 700 97,7
Cidade do
2.240 540 92
México
Monte Everest 8.848 230 70
5. Diagrama da pressão de
vapor versus temperatura
23
alimentos; aos poucos, com o calor ambiente, o CO2 sólido
sublima-se – em vez de se liquefazer, como acontece com
o gelo comum –, razão pela qual é chamado de gelo-seco.
Gasoso
24
Entre os dois tipos de interação, a ligação de hidrogê-
nio é a interação mais forte.
e) Falsa, pois o etanol entra em ebulição a 60 °C, de
acordo com o gráfico.
Alternativa B
No topo de uma certa montanha, a água ferve a 80 °C. § fecha-se, imediatamente, o balão; e, em seguida,
Nesse local, dentro dos limites de erro de leitura dos dados, § molha-se o balão com água fria; então,
pode-se afirmar que:
a) a pressão atmosférica é igual a 800 mmHg; § a água, no interior do balão, volta a ferver por
b) o clorofórmio, em sua temperatura de ebulição, alguns segundos.
apresenta pressão de vapor igual à do etanol a 60 °C;
c) o etanol entrará em ebulição a uma temperatura Assim sendo, é CORRETO afirmar que, imediatamente após
menor que a do clorofórmio; o balão ter sido molhado, no interior dele:
d) a água apresenta forças intermoleculares mais fra- a) a pressão de vapor da água aumenta;
cas que a dos outros dois líquidos; b) a pressão permanece constante;
e) o etanol entrará em ebulição a 78 °C. c) a temperatura da água aumenta;
Resolução: d) a temperatura de ebulição da água diminui.
25
Considerando-se as informações contidas nesse gráfico e ou- a) Incorreta, pois a curva 1 representa a de ebulição.
tros conhecimentos sobre o assunto, é CORRETO afirmar que: Isso pode ser verificado comparando as curvas 1 e 2
a) a temperatura de fusão das quatro substâncias no ponto do Br2, que é líquido, à temperatura am-
está indicada na curva 1; biente (25 °C).
b) as interações intermoleculares no Cℓ2 são dipolo b) Incorreta, pois a interação intermolecular no Cℓ2 é
permanente-dipolo permanente; dipolo induzido-dipolo induzido, porque é uma mo-
lécula apolar.
c) as interações intermoleculares no F2 são menos in-
tensas que no I2; c) Correta, pois apesar de ambas as moléculas serem
apolares (interação intermolecular é dipolo induzi-
d) o Br2 se apresenta no estado físico gasoso, quando
do-dipolo induzido), apresentam intensidades dife-
a temperatura é de 25 °C.
rentes na sua interação intermolecular. Por isso, o F2
entra em ebulição a temperaturas mais baixas.
Resolução:
d) Incorreta, pois, à temperatura de 25 °C, o Br2 se
apresenta no estado líquido (de acordo com o gráfico
Considerando a temperatura ambiente a 25 °C e a pressão ou pelo considerado).
de 1 atm, os compostos F2 e Cℓ2 são gasosos, Br2 é líquido
Alternativa C
e I2 é sólido. A partir disso, tem-se que as alternativas estão:
VIVENCIANDO
Como o próprio nome diz, a osmose reversa ocorre em sentido contrário ao da osmose. Nela, o solvente se desloca
no sentido da solução mais concentrada para a menos concentrada, isolando-se, assim, o soluto.
O processo de osmose reversa tem sido usado com o intuito de tornar potável a água por meio da dessalinização. A os-
mose reversa acontece por influência da pressão osmótica que se aplica sobre a superfície na qual se encontra a solução
hipertônica, o que impede o solvente, no caso a água, de ser transportado para o meio mais concentrado. Isso permite
que a água vá sendo isolada do sal. Tal processo passou a ser usado pelos cientistas por volta da década de 1960.
Atualmente, a osmose reversa é considerada uma saída para o problema previsto da escassez de água. A ausência
de água potável em diversas regiões do globo estimula a utilização dessa técnica.
§ Na dessalinização de águas salobras, tem sido usada, no Nordeste do Brasil, como solução para a problemática
da seca nessa região.
§ Na indústria, é utilizada na fabricação de alguns tipos de bebidas, como certas águas minerais.
Na década de 1950, os estudos sobre osmose reversa foram iniciados pelos cientistas Reid e Breton, na Flórida. Loeb e
Sourirajan deram continuidade aos estudos acerca desse assunto. Estes últimos desenvolveram a primeira membrana de
acetato de celulose assimétrica. Em meados da década de 1980, foi desenvolvida a primeira membrana de composto
poliamídico, que facilitava o processo de osmose reversa por ter maior absorção de solvente e menor de soluto.
26
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Engenheiros anunciaram um novo método para tornar a água dos oceanos potável. O procedimento, que utiliza um
novo tipo de material de filtragem, conhecido como perforene, é bem mais econômico que a dessalinização tradicional.
Até hoje, a demanda por água potável tem levado alguns países a realizarem o procedimento de osmose reversa a
partir da água do mar. Nesse procedimento, um solvente, a água, é separado de um soluto, o sal, por uma membrana
permeável ao solvente e impermeável ao soluto. Isso ocorre quando se aplica uma grande pressão sobre esse meio
aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Contudo, trata-se de um processo complicado e caro, que demanda
uma intensa quantidade de energia durante a operação, o que torna a prática restrita a países muito ricos.
Entretanto, engenheiros da Lockheed Martin anunciaram um novo filtro que reduz em 99% o custo da dessalinização. A
redução ocorre porque o novo material encontrado para ser utilizado, o perforene, é composto de grafeno e tem orifícios
de praticamente um nanômetro de tamanho.
Esses oríficios permitem a passagem da água do mar, mas são tão pequenos que conseguem reter os íons de sal. De acor-
do com a equipe, folhas de filtro de grafeno possuem praticamente um átomo de espessura e despendem menor quan-
tidade de energia para que a água as atravesse. Além disso, aponta-se que o material é 500 vezes mais fino e mil vezes
mais forte do que o melhor filtro disponível, o que faz com que a energia exigida para o processo também seja cem vezes
menor. Para os cientistas, a perspectiva é otimista e pode auxiliar países subdesenvolvidos na realização do processo.
27
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 18
Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológi-
cos às finalidades a que se destinam.
As propriedades coligativas são fundamentais no cotidiano. Cada vez que são utilizados conceitos físico-quí-
micos, é importante ter a noção do que está acontecendo no mundo molecular e subatômico. A principal
aplicação está diretamente ligada ao uso de substâncias corriqueiras, como álcool, água, acetona, etc., em que
é possível analisar e observar a forma com que essas substâncias evaporam com facilidade.
MODELO 1
(Enem) Se, por economia, abaixarmos o fogo sob uma panela de pressão, logo que se inicia a saída de vapor
pela válvula, de forma simplesmente a manter a fervura, o tempo de cozimento:
a) será maior, porque a panela “esfria”;
b) será menor, pois diminui a perda de água;
c) será maior, pois a pressão diminui;
d) será maior, pois a evaporação diminui;
e) não será alterado, pois a temperatura não varia.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Na Habilidade 18 é importante entender os processos de mudança de fases das substâncias. Se determi-
nada massa de água está se vaporizando, sob pressão normal, o fenômeno está ocorrendo a 100 ºC e,
se você aumentar o tamanho da chama, a temperatura da água continuará sendo de 100 °C, apenas a
vaporização será mais rápida.
RESPOSTA Alternativa E
28
DIAGRAMA DE IDEIAS
SOLUÇÃO
LÍQUIDA
TEM
SOLVENTE
LÍQUIDO
TEM
CURVA DE PRESSÃO
DE VAPOR
PERMITE
AVALIAR A
FAZ PARTE DO
DIAGRAMA INFLUÊNCIA DA
DE FASES PRESSÃO SOBRE O
PONTO DE EBULIÇÃO
GRÁFICO
RELATIVO ÀS
MUDANÇAS
DE FASES
INFLUENCIADAS POR
VARIAÇÕES DE VARIAÇÕES DE
TEMPERATURA PRESSÃO
29
moléculas do solvente. Essas interações dificultam tanto a
AULAS 33 e 34 passagem do solvente para o estado de vapor como seu
congelamento (solidificação).
EFEITOS COLIGATIVOS
2. Classificação da
natureza das soluções
2.1. Soluções moleculares
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
Nas soluções moleculares, todas as partículas dissolvidas
HABILIDADES: 17, 21, 24, 25, 26 e 27 são moléculas, uma vez que o soluto não sofre dissociação
ou ionização, dissolvendo-se sem sofrer alterações.
Exemplo
Ao se dissolver um mol de sacarose (C12H22O11) em água,
obtém-se como resultado um mol (6,0 × 1023) de partícu-
las dissolvidas em solução, uma vez que não há alteração
nas moléculas do composto.
Efeitos coligativos são alterações observadas num sol- O número de partículas de soluto na solução depende:
vente que dissolve um soluto não volátil. Regularmente, esse a) do número de íons presentes em cada fórmula do com-
soluto é um açúcar (glicose, sacarose), um sal (NaCℓ, CaCℓ2, posto: o NaCℓ (1 Na+ e 1 Cℓ–) pode liberar até 2 íons para
Na2SO4, etc.) ou outra substância solúvel e não volátil. cada fórmula dissolvida; o CaCℓ2 pode liberar até 3 íons
A dissolução de um soluto não volátil em um solvente provoca: por fórmula dissolvida (1 Ca2+ e 2 Cℓ–);
1. diminuição da pressão de vapor do solvente; b) do grau de ionização ou do grau de dissociação desse
2. elevação do ponto de ebulição (temperatura de ebuli- composto a uma dada temperatura: considere o ácido sul-
ção) do solvente; fúrico, H2SO4(aq), com grau de ionização a = 61% a 18 ºC. A
ionização de uma molécula de H2SO4 é dada pela expressão:
3. diminuição do ponto de congelamento (temperatura de
fusão) do solvente; e 1 H2SO4(aq) + 2 H2O(ℓ) → 2 H3O+(aq) + 1 SO42–(aq)
1 molécula 3 partículas em solução
4. aumento da pressão osmótica do solvente.
Se forem consideradas 100 moléculas de H2SO4 nas condi-
A intensidade com que as propriedades coligativas ocorrem de-
ções descritas, será obtido:
pende especificamente da quantidade de partículas presentes
na solução, mas não depende da natureza dessas partículas. 2 · 61(H3O+) + 1 · 61(SO42–) = 183
Esses fenômenos podem ser explicados a partir das in- 100 moléculas (total de partículas na solução)
terações que ocorrem entre as partículas do soluto e as 100 – 61 = 39 (moléculas não ionizam)
30
Significa que cada 100 moléculas de H2SO4 dissolvidas em A pressão máxima de vapor de uma solução formada por
água dão origem a 222 partículas em solução. um soluto não volátil é menor do que a de um solvente
puro, pois as interações entre as partículas do soluto e as
2.3. O fator de Van’t Hoff moléculas do solvente reduzem a evaporação das molécu-
las do solvente.
O cientista holandês Jacobus Henricus Van’t Hoff (1852-
1911) detectou que o número de partículas numa solução Quanto maior for o número de partículas de soluto não
poderia ser calculado pelo produto do número de partícu- volátil em solução, maior será a diminuição absoluta da
las dissolvidas por um certo fator i que, em sua homena- pressão máxima de vapor. Essa variação (Δp) é chamada
gem, é conhecido como fator de Van’t Hoff. de abaixamento absoluto da pressão máxima de vapor
Van’t Hoff demonstrou que o fator de correção (i) podia ser (Δp = p0 – p2).
calculado pela relação: No diagrama ELV, esse fenômeno fica bem evidente:
i = 1 + α × (q – 1)
Em que:
a = grau de ionização ou dissociação; e
q = total de íons liberados na ionização ou dissociação.
No exemplo anterior, i = 1 + 0,61 · (3 - 1) = 2,22
Assim, o número de partículas dissolvidas na solução de
H2SO4 será:
N = 100 · i = 100 ⋅ 2,22 = 222 partículas (mistura de mo-
léculas de H2SO4 não ionizadas, cátions H+ e ânions SO42–)
Em que:
nsolvente
xsolvente = fração molar do solvente = ___________
n soluto + nsolvente
(b)
31
VIVENCIANDO
A pressão exercida por um vapor quando ele está em equilíbrio termodinâmico com o líquido que lhe deu origem é
denominada pressão de vapor, ou seja, a quantidade de líquido (solução) que evapora é igual à quantidade que se
condensa. A pressão de vapor é uma medida da tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior for a pressão
de vapor, mais volátil será o líquido, e menor será sua temperatura de ebulição em relação a outros líquidos com
menor pressão de vapor à mesma temperatura de referência.
A pressão de vapor é uma propriedade física que depende do valor da temperatura. Qualquer que seja a tempe-
ratura, a tendência é a de o líquido se vaporizar até atingir o equilíbrio termodinâmico com o vapor; em termos
cinéticos, esse equilíbrio se manifesta quando a taxa de líquido vaporizado é igual à taxa de vapor condensado. Uma
substância líquida entra em ebulição quando a pressão do sistema do qual faz parte atinge a pressão de vapor dessa
substância. Esse ponto é denominado ponto de ebulição ou temperatura de ebulição. O ponto de ebulição normal é
a temperatura de ebulição da substância à pressão de uma atmosfera.
Em locais com maior altitude, onde a pressão atmosférica é menor, as temperaturas de ebulição das substâncias
líquidas são mais baixas, uma vez que sua pressão de vapor precisa se igualar a um valor menor (considerando que
o sistema é aberto).
Água pura 0 ºC
Solução aquosa de
–1,86 ºC
Solução aquosa de glicose 1 mol/L
100,52 ºC
glicose 1 mol/L
32
congelamento TF de soluções aquosas de 0,5 mol/L de
NaCℓ e 0,5 mol/L de Aℓ2(SO4)3, a 1 atm.
Resolução:
Para a solução de glicose, nota-se que 0,5 mol/L de glicose elevou
a temperatura de ebulição em 0,26 ºC (DtE = 0,26 ºC) e diminuiu
a temperatura de congelamento em 0,93 ºC (DtC = -0,93 ºC).
multimídia: site Para a glicose:
1 C6H12O6(aq) → 1 C6H12O6(aq)
educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/dimi-
0,5 mol/L 0,5 mol/L
nuindo-tensao-superficial-agua.htm
No caso do NaCℓ, há o dobro da concentração de partícu-
las, uma vez que ele se dissocia:
a) Correta, pois a água do mar contém sais dissolvidos, o DtE = 5 × 0,26 °C = 1,30 °C ⇒
que aumenta a sua densidade em relação à agua pura. ⇒TE = 100 + 1,30 = 101,30 °C
b) Incorreta, pois, como a água do mar contém sais DtF = 5 × 0,93 °C = 4,65 °C ⇒
dissolvidos (solutos não voláteis), a sua pressão de va- ⇒ TF = 0 – 4,65 = –4,65 °C
por é menor (ou seja, inferior) do que a da água pura.
Em resumo:
c) Correta. Exemplo de composto iônico dissolvido:
NaCℓ. Exemplo de compostos moleculares dissolvidos: Concentração
gás oxigênio (O2). Solução de partículas DtF (ºC) TE (ºC) DTF (ºC) TF (ºC)
do soluto
d) Correta, pois, como a água do mar contém sais dis-
água
solvidos (solutos não voláteis), a temperatura de con- pura
0 — 100 — 0
gelamento é mais baixa (mais negativa) do que a da
água pura. C6H12O6 0,5 mol/L 0,26 100,26 0,93 –0,93
Alternativa B
NaCℓ 1,0 mol/L 0,52 100,52 1,86 –1,86
33
3. (PUC-MG) Das soluções a seguir, aquela que ferve em Estão corretas apenas as afirmativas:
temperatura mais alta é a solução 0,1 mol/L de: a) I e IV. d) I, II e III.
a) glicose (C6H12O6) b) II e IV. e) I, III e IV.
b) ácido clorídrico (HCℓ) c) II e III.
c) hidróxido de sódio (NaOH)
Resolução:
d) sulfato de sódio (Na2SO4)
Como o volume das soluções é igual para todos, a solução que vai
Resolução: ferver à temperatura mais alta é a que tem maior quantidade em
mol de partículas. A solução A tem quantidade menor de mol de
Como a concentração das soluções é igual para todos, a NaCℓ do que a solução B. Assim, segue que as afirmativas estão:
solução que vai ferver à temperatura mais alta é a que tem I. Correta, uma vez que a solução B tem quantidade maior de
maior quantidade de partículas. mol de NaCℓ do que a solução A, o que diminui mais a pressão
de vapor em relação à solução A.
Calculando a quantidade de partículas de cada solução,
II. Incorreta, pois ambas as soluções contêm sais dissolvidos
tem-se:
(solutos não voláteis), fazendo com que a temperatura de ebu-
a) Glicose (C6H12O6) – como é um composto molecu- lição seja maior que a da água pura.
lar que não ioniza, não há formação de novas partícu- III. Incorreta, pois o aumento da temperatura de ebulição depende
las. Assim, a quantidade de partículas é 1. da quantidade (em mol) do composto dissolvido na água.
b) Ácido clorídrico (HCℓ) – considerando que o grau IV. Correta, uma vez que a solução B tem quantidade maior
de ionização (α) seja de 100%, serão formadas duas de mol de NaCℓ do que a solução A, tendo temperatura de
partículas ionizadas: H+ e Cℓ-. Assim, a quantidade de ebulição mais alta que a solução A.
partículas formadas é 2.
c) Hidróxido de sódio (NaOH) – composto iônico Alternativa A
que se dissocia totalmente, formando duas partícu-
las: Na+ e OH-. Assim, a quantidade de partículas
formadas é 2.
d) Sulfato de sódio (Na2SO4) – composto iônico que se
dissocia totalmente, formando três partículas: 2 Na+ e
SO2-. Assim, a quantidade de partículas formadas é 3.
Nesse caso, a solução que vai ferver à temperatura mais
alta é a solução de sulfato de sódio (Na2SO4), por formar o
maior número de partículas. multimídia: livro
Alternativa D
Química: meio ambiente, cidadania, tecnologia
4. (UEL) A adição de um soluto não volátil a um solven-
te dificulta sua ebulição e seu congelamento. Isso pode
- Vol. 1 – Martha Reis
ser útil na prática quando, por exemplo, se pretende A coleção Química, de autoria de Martha Reis, traz tex-
cozinhar um ovo mais rápido ou então quando é ne- tos que relacionam conceitos com o cotidiano e discutem
cessário evitar o congelamento da água do radiador de temas atuais, com riqueza de exercícios e questões de
carros em países muito frios. Considere as duas solu-
vestibulares. A obra desenvolve de forma sistemática os
ções aquosas de NaCℓ, conforme o quadro, e analise as
afirmativas a seguir. conteúdos segundo a divisão clássica, comumente utili-
zada na disciplina, iniciando com Química Geral, seguida
Massa do Volume de de Físico-Química e finalizando com Química Orgânica.
Solução
soluto (g) água (L)
A 117 1,0
B 234 1,0
34
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Os detergentes são substâncias tensoativas, ou seja, diminuem a tensão superficial e a capacidade das moléculas de
se manterem fortemente unidas. Com as ligações, as moléculas enfraquecidas são umedecidas pela água, facilitando
a lavagem do objeto. Em outras palavras, o detergente se torna um solvente mais potente porque, em pequenos
grupos de moléculas, a água penetra melhor na superfície suja. Isso ocorre porque as longas moléculas do detergente
contêm dois grupos de átomos: uns que se dissolvem facilmente em gordura, mas não em água; e outros que se
dissolvem em água, mas não em gordura. Por isso, a solução água-detergente consegue emulsionar a gordura, isto
é, quebra as películas de gordura em uma infinidade de gotículas microscópicas, que ficam dispersas na solução. A
espuma tem um efeito mecânico na limpeza: mantém as partículas de sujeira sólida em suspensão, evitando que se
redepositem na superfície lavada.
35
DIAGRAMA DE IDEIAS
SOLUÇÃO
SOLVENTE
SOLUTO
LÍQUIDO
A PROPORÇÃO DE
AMBOS DETERMINA A
ATENÇÃO AO
CÁLCULO SE FOREM
PROPRIEDADES
COLIGATIVAS
SÃO
ÉO ÉO ÉO
REGIDO PELA
LEI DE
RAOULT
36
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
No Enem, temos uma abordagem em que é É importante saber como diferentes isome-
observada como os estudos da isomeria desen- rias afetam determinadas propriedades. O
volveram diversos produtos do dia a dia. tema de reações orgânicas é cobrado de
modo a analisar e interpretar as informa-
ções que o enunciado fornece.
As reações orgânicas exigem reconhecer suas O tema isomeria é tratado de forma que O tema isomeria é cobrado de um modo que
diferentes características, já os assuntos de isomeria se deve reconhecer algumas diferentes exige se aprofundar em relação às propriedades
sempre são cobrados de maneira que se deva identi- propriedades que as substâncias adquirem. Em físico-químicas das substâncias. As reações
ficar suas diferenças e suas diferentes propriedades. relação às reações orgânicas, deve-se analisar orgânicas são trabalhadas de maneira que se
as informações dadas pela questão para deve saber determinadas características das
relacionar de maneira correta o reações.
que se pede.
Reações orgânicas têm grande incidência, Isomeria é cobrada de uma forma que se O assunto abordado em reações orgânicas A abordagem de reações orgânicas cobra o
sempre cobradas de maneira que o candidato deve entender as diferentes características é trabalhado de modo que se deve conhe- conhecimento das peculiaridades das reações.
deve reconhecer as características das reações, físico-químicas que podem surgir com a cer as condições e entender a formação Em isomeria, temos cobrança com as caracte-
para que seja possível determinar qual é o mudança do tipo de isômero. Em relação a do produto. Em relação à isomeria, temos rísticas físico-químicas das substâncias.
tipo de reação, assim como a formação dos reações orgânicas, é necessário saber as abordagem mais relacionada às carac-
produtos ou possíveis reagentes características das reações. terísticas físico-químicas das
utilizados. substâncias.
UFMG
Reações orgânicas exige interpretação O tema isomeria é tratado de forma que O principal assunto são as isomerias óptica
das informações dadas no enunciado para se deve reconhecer algumas diferentes e geométrica. É necessário reconhecer as
que seja identificado o tipo de reação e propriedades físico-químicas que as subs- condições para que ocorram, assim como
suas características. Isomeria é cobrada de tâncias possuem. As reações orgânicas são é importante entender as diferenças nas
maneira que se deve reconhecer as diferentes trabalhadas de modo que se deve saber propriedades físico-químicas de cada tipo de
propriedades físico-químicas das determinadas características isomeria.
substâncias. das reações.
Reações orgânicas cobram identificar algumas A abordagem de isomeria é focada nas As reações orgânicas exigem reconhecer
características das reações, assim como iden- características físico-químicas das substâncias. suas diferentes características. Em relação
tificar os reagentes utilizados e os produtos Em reações orgânicas, é necessário boa inter- à isomeria, temos uma abordagem mais
formados. Em isomeria, deve-se compreender pretação para captar as diferenças entre cada relacionada às características físico-químicas
as diferenças físico-químicas características condição e característica da reação. das substâncias.
de determinados tipos.
QUÍMICA ORGÂNICA
39
“opostos”), os ligantes de maior massa molecular
AULAS 27 e 28 ficam em lados opostos do plano da dupla ligação.
Se dois átomos de hidrogênio, por exemplo, um de cada
carbono do eteno (etileno), forem substituídos por dois
átomos de cloro, serão formadas duas estruturas diferentes
com a mesma fórmula molecular, C2H2Cℓ2. As fórmulas
estruturais podem ser representadas da seguinte maneira:
ISOMERIA GEOMÉTRICA
Cℓ Cℓ
plano imaginário
Note que os dois átomos
C C
H H (em perfil) de cloro estão do
mesmo lado do plano
Cis-1,2-dicloroeteno ou Z-1,2- imaginário, disposição
dicloroeteno denominada CIS.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Pontociência - Isomerização cis-trans do ácido maleico
2. Isomeria geométrica
(cis-trans ou z-e) Condições necessárias para ocorrer
isomeria geométrica (cis-trans)
Isômeros geométricos ou cis-trans são moléculas que
possuem a mesma fórmula molecular e a mesma Dupla ligação entre dois átomos de carbono.
fórmula estrutural plana, mas cujas estruturas es- Ligantes diferentes entre si em cada um dos dois áto-
paciais diferem. mos de carbono que compõem a dupla ligação:
A D
No isômero cis (do latim, “próximo a”) ou Z (inicial da pa-
C C plano imaginário
lavra alemã zusammen, “juntos”), os ligantes de maior (em perfil)
B E
massa molecular ficam do mesmo lado do plano da
dupla ligação ou do ciclo. No isômero trans (do latim, Com A ≠ B e D ≠ E
“através de”) ou E (inicial da palavra alemã entgegen,
40
Exemplos:
CH2
§ Apresentam isomeria geométrica:
H3C – C = C – CH3 H3C – C = C – CH2 – CH3 H3C – C = C – CH3 Cℓ Cℓ
| | | | | |
C C
H H H CH3 Cℓ H H H
multimídia: site
multimídia: livro
manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/isomeria-
-geometrica-ou-cis-trans.htm Química Orgânica 1, de John Mcmurry
Obra editada em dois volumes e em uma versão com-
bo, apresenta um texto claro e legível, com a preocu-
2.1. Isomeria geométrica em compostos pação básica de mostrar a beleza e a lógica da Química
de cadeia cíclica (fechada) Orgânica, tornando um assunto considerado complexo
Nas cadeias cíclicas também pode ocorrer isomeria geométrica. em algo simples de ser entendido pelos leitores. O au-
tor privilegia, entre outras características, a organização
e a estratégia de ensino, a apresentação dos tópicos de
Condições necessárias para ocorrer maneira modular e o reforço dos principais conceitos
isomeria geométrica (cis-trans) em por meio de inúmeros problemas. O livro é destinado a
compostos de cadeia cíclica (fechada) disciplinas relativas à Química Orgânica dos cursos de
São encontrados dois ligantes diferentes entre si em pelo Química, Farmácia e Engenharia Química.
menos dois átomos de carbono consecutivos do ciclo:
ciclo com pelo
menos 3 átomos
A D
B E
Com A ≠ B e D ≠ E
41
VIVENCIANDO
A gordura trans é um tipo de gordura (ácido graxo) que difere em sua ligação química de outros ácidos graxos insatura-
dos. Ela contém ácidos graxos na configuração trans devido a um processo de hidrogenação que ocorre naturalmente (a
partir da fermentação de bactérias em animais ruminantes) ou artificialmente (a partir da indústria alimentícia).
Os alimentos derivados de animais ruminantes, como o leite e a carne, possuem gorduras trans, mas em quantidades
insignificantes. Atualmente, o maior consumo dessa gordura está relacionado aos alimentos industrializados, em que
a gordura trans também pode ser reconhecida como gordura hidrogenada.
Um óleo encontrado na natureza, por exemplo, possui os átomos distribuídos em posição paralela. Entretanto, quando é
submetido ao tratamento industrial de hidrogenação, a estrutura química do óleo é alterada, fazendo com que os ácidos
graxos fiquem com os átomos em alinhamento transversal, sendo parte da ocorrência da gordura trans.
O governo dos Estados Unidos determinou que o uso de gordura trans nos alimentos não é seguro e exigiu que
os produtos que apresentassem esse componente fossem retirados do mercado. A decisão foi da Administração de
Remédios e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) do país.
“Os óleos vegetais parcialmente hidrogenados, principal fonte de gordura trans nos alimentos processados, não são
geralmente considerados seguros para serem utilizados na alimentação humana”, indicou a FDA em comunicado.
Diversas provas científicas já mostraram que o consumo de gordura trans eleva o nível do chamado colesterol ruim,
assinalou a entidade. Segundo o comunicado da agência, a determinação vai reduzir significativamente o uso de
fósforo nos alimentos.
Desde 2006, os fabricantes foram obrigados a incluir informações de conteúdo de gordura trans nos rótulos. Entre
2003 e 2012, a FDA estimou que o consumo de gordura diminuiu 78% no país e que a nova regra de rotulagem foi
um dos fatores a puxar a queda.
A gordura trans é utilizada pela indústria alimentícia para aumentar o sabor e o tempo de conservação dos produtos.
Ela é prejudicial à saúde por elevar os níveis de colesterol ruim, a lipoproteína de baixa densidade (em inglês, LDL), e
diminuir o colesterol bom, a lipoproteína de alta densidade (em inglês, HDL). Essas alterações nas taxas aumentam o
risco de doenças, como infarto e acidente vascular cerebral.
42
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
A padronização de nomenclaturas, ao longo da história da Química, foi essencial para seu desenvolvimento.
Com o passar dos anos, mais compostos foram sendo sintetizados, originando a ideia de se criar uma lingua-
gem para os novos compostos químicos sintetizados na época.
MODELO 1
(Enem) Em algumas regiões brasileiras, é comum se encontrar um animal com odor característico, o zorrilho.
Esse odor serve para proteção desse animal, afastando seus predadores. Um dos feromônios responsáveis por
esse odor é uma substância que apresenta isomeria trans e um grupo tiol ligado à sua cadeia.
A estrutura desse feromônio, que ajuda na proteção do zorrilho, é:
a) d)
b) e)
c)
ANÁLISE EXPOSITIVA
A análise de modelos tridimensionais nas moléculas é de extrema importância na Química. Para analisar a mo-
lécula de forma adequada, é necessário traçar um plano em relação à dupla ligação e, com isso, estabelecer uma
posição aos grupos mais pesados, no caso desse exercício, em posição trans.
Trans
H3C H
C C
H CH2 SH
Grupo tiol
RESPOSTA Alternativa B
43
DIAGRAMA DE IDEIAS
PODEM TER
MESMA FÓRMULA
ESTRUTURAL PLANA
DIFERENTES
CONFIGURAÇÕES
ESPACIAIS
ISÔMEROS
GEOMÉTRICOS
(CIS-TRANS)
A CONDIÇÃO É A CONDIÇÃO É
R1 R3 R1 R3
C C C C
R2 R4 R2 R4
R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4 R1 ≠ R2 e R3 ≠ R4
44
com exceção das ondas de um desses planos. Essas subs-
AULAS 29 e 30 tâncias transformam a luz natural em luz polarizada e
são denominadas polarizadoras.
Na prática, o polarizador mais utilizado é o prisma de Nicol,
constituído por dois cristais de calcita colados com “bálsa-
mo de Canadá”.
Observe o esquema a seguir:
ISOMERIA ÓPTICA
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
luz polarizada
luz natural
HABILIDADES:
12, 17, 18, 24, 25, 26
e 27
prisma de
Nicol
c1 c
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
ISOMERIA ÓPTICA (optic isomerism)
b1 d
a1
2. Isomeria óptica
Em que aa1, bb1, cc1 e dd1 seriam os planos de vibração da Isomeria óptica é o caso de isomeria espacial em que os
luz natural “vistos de frente”. isômeros apresentam mesma fórmula molecular e
Luz polarizada é uma luz cujas ondas vibram em um úni- mesma fórmula estrutural plana, ou seja, são por elas
co plano (aa1, bb1, cc1, dd1 ou em qualquer outro plano indistinguíveis, mas diferem pela atividade óptica.
não representado na figura). Casos de isomeria óptica:
Existem substâncias que, quando atravessadas pela luz na- § Isomeria óptica em compostos com carbono
tural, absorvem as ondas que vibram em todos os planos, assimétrico (C*)
45
Carbono assimétrico ou quiral (C*) é o que se liga a qua-
H OH NH2
tro ligantes diferentes entre si. Esses ligantes podem ser áto- | | |
mos, grupos (metil, etil, etc.) ou grupos funcionais. H3C – C – C* – CH3 H3C – C* – CH2 – Cℓ
| | |
H H H
Condição necessária para ocorrer isomeria óptica butan-2-ol 1-cloro-2-amino-propano
Carbono assimétrico ou quiral com quatro ligantes diferentes:
A § Número de isômeros opticamente ativos
Uma vez que conhecemos n, ou seja, o número de carbo-
C nos assimétricos (C*) diferentes numa molécula, é possível
B E calcular o número de isômeros opticamente ativos e o nú-
mero de racêmicos (misturas opticamente inativas), a partir
D
do emprego das fórmulas de Van´t Hoff:
Com A ≠ B ≠ D ≠ E
Número de isômeros
Número de racêmicos
opticamente ativos
Toda molécula formada por um carbono assimétrico é as- 2n 2n – 1 = (2n) / 2
simétrica, ou seja, não possui um plano de simetria. Essa
molécula sempre é dotada de dois isômeros opticamente
Nota: Essas fórmulas permitem concluir que o número de racê-
ativos, um dextrogiro e outro levogiro, cujas moléculas
micos é a metade do número de isômeros opticamente ativos.
funcionam como objeto e imagem em relação a um espe-
lho plano. Exemplo:
Espelho plano
O O
C
número de carbonos as-
C
HO A
A OH
OH Cℓ
simétricos (C*) = n = 2
| | número de isômeros optica-
H3C – C* – C* – CH3
| | mente ativos = 2n = 22 = 4
H H H
H OH OH número de racêmicos = 2n – 1 =
H3C3
CH = (2n) / 2 = (22) / 2 = 2
CH3
ácido láctico dextrogiro
dextrógiro ácido láctico levogiro
levógiro
“objeto” “imagem”
2.1. Isomeria óptica em
A todo isômero dextrogiro corresponde um levogiro. Am- compostos cíclicos
bos desviam o plano de vibração da luz polarizada do mes-
mo ângulo para lados opostos. Dessa forma, o primeiro Em compostos cíclicos também pode ocorrer isomeria ópti-
isômero desviará de +α, e o segundo, de –α. Um dos isô- ca. Deve-se considerar a existência do carbono quiral para
meros é antípoda óptico ou enantiomorfo do outro. que a quantidade de isômeros possa ser determinada.
O composto cíclico com assimetria molecular deve ter car-
Racêmico ou mistura racêmica bono com ligantes diferentes. Considere o composto 2-me-
til-1-cloro-ciclopropano.
Quando são misturadas quantidades iguais dos dois
antípodas ópticos (levogiro + dextrogiro), obtém-se
H H
o racêmico, que é uma mistura opticamente inativa,
isto é, não causa desvio no plano de vibração da luz. C
Essa mistura é inativa por compensação externa, ou 3
seja, o desvio que o levogiro causa é compensado/ H 1 2
CH3
anulado pelo dextrogiro.
C C
Cℓ H
Observe a seguir exemplos de compostos que apresentam um Observe que há dois carbonos no anel (1 e 2) que podem
carbono assimétrico na molécula e, em razão disso, são repre- ser considerados como quirais. A quantidade de isômeros
sentados por um par de antípodas ópticos e por um racêmico: opticamente ativos é: 2n = 22 = 4.
46
Talidomida: o maior desastre
da história da medicina
A talidomida foi desenvolvida em 1957 pela compa-
nhia farmacêutica alemã Chemie-Grünenthal. No fim
da década de 1950, a substância passou a ser comer-
cializada na Europa como sedativo para aliviar náu- multimídia: site
seas em mulheres grávidas. O medicamento era feito
e vendido na forma de sua mistura racêmica (optica- manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/isomeria-
mente inativa). Os isômeros da talidomida possuem -geometrica-ou-cis-trans.htm
atividade óptica, sendo que o dextrogiro ou enantiô-
mero (R) desvia o plano de luz polarizada para a direi-
ta, e o levogiro ou enantiômero (S) desvia o plano de
luz polarizada para a esquerda.
Entretanto, essa diferença na conformação espacial
dos átomos acaba por resultar em diferentes proprie-
dades biológicas, ou seja, diferentes atividades exer-
cidas em um organismo vivo. Com o tempo, desco-
briu-se que somente o isômero dextrogiro ou (R) era multimídia: livro
responsável pelas propriedades analgésicas, sedativas
e hipnóticas, enquanto a talidomida levogira (S) é te-
Química Orgânica – Volume 2, de T. W.
ratogênica, isto é, provoca mutações no feto.
Graham Solomons e Craig B.Fryhle
Química Orgânica mostra a importância da matéria no
cotidiano, como a criação de materiais que otimizam o
dia a dia e a invenção de métodos químicos que ajudam
a suprir recursos no limitado planeta Terra. Os aspectos
estruturais do texto enfatizam o que é a Química Or-
gânica. O livro apresenta inúmeras ferramentas visuais,
como mapas conceituais, detalhes de mecanismo de re-
Por esse motivo, nasceram muitas crianças com má- ações e resumos temáticos de revisão de mecanismos,
-formação. Entre os efeitos colaterais da talidomida conexões sintéticas, dicas de estudo, ilustrações esclare-
estavam: desenvolvimento incompleto ou defeitu- cedoras e problemas.
oso dos membros, má-formação do coração (como
a ausência de aurículas), do intestino, dos rins, do
útero e da vesícula biliar, defeitos na tíbia e no fêmur,
entre outros.
A partir daí, a mistura racêmica dos medicamentos
sintéticos foi banida pela Indústria farmacêutica. Des-
de então, foi aprimorada a produção de medicamen-
tos quirais, que têm em sua estrutura os átomos (na
maioria carbonos) com orientação tridimensional bem
definida. Uma modificação dessa orientação ocasiona
diminuição ou mudanças dos efeitos biológicos, como
ocorreu no caso da talidomida.
47
VIVENCIANDO
Quando se trata de moléculas com imagens especulares não superponíveis (enantiômeros), fala-se em termos de
quiralidade. Um objeto que possui a propriedade de “lateralidade” é um objeto quiral, ou seja, é um objeto que não
pode ser colocado sobre a sua imagem especular de forma que todas as partes coincidam. Em outras palavras, um
objeto quiral não é superponível à sua imagem especular. Exemplos comuns são as mãos, que guardam a relação
de imagem especular entre si (esquerda e direita), mas não podem ser sobrepostas. A mão é, portanto, um objeto
quiral. A quiralidade é fundamental no cotidiano. Muitos medicamentos são quirais. Em geral, apenas uma forma de
imagem especular de uma droga fornece o efeito desejado. A outra forma de imagem especular é geralmente inativa,
menos ativa ou mesmo nociva à saúde, provocando efeitos colaterais sérios ou toxicidade.
A mistura racêmica (racemato) foi descrita pela primeira vez em um trabalho de Louis Pasteur, que utilizou um sal de ácido
tartárico. Em uma análise realizada com luz polarizada, ele percebeu que o referido sal, a princípio opticamente inativo,
isto é, sem causar desvio no plano da luz polarizada, formava dois compostos opticamente ativos ao ser recristalizado.
Contudo, havia um problema referente à observação de Pasteur: uma recristalização, por se tratar de um método de
purificação, não pode resultar em um composto químico diferente; assim, ao purificar o sal de ácido tartárico, deveria
ser obtido o mesmo sal com menos impurezas. Nesse sentido, não seria possível formar dois compostos quirais (que
desviam a luz polarizada) a partir de um composto aquiral (que não tem atividade óptica), pois esse fenômeno só
ocorreria a partir de uma reação química envolvendo quebra de ligações e formação de novas.
Excluindo a possibilidade de se tratar de um composto aquiral, Pasteur concluiu que o composto que ele havia pu-
rificado era uma mistura com proporções iguais de dois enantiômeros, sendo 50% dextrogira e 50% levogira, pois,
embora ambos os enantiômeros provoquem rotação no plano da luz polarizada, por serem espelho um do outro e
estarem na mesma proporção, as rotações ocorrem em direções opostas, sendo canceladas.
48
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
Entender a forma com que as moléculas se dispõem no espaço é de suma importância, ainda mais se tratando
de Química Orgânica. Quando é analisado um composto, algumas de suas propriedades físicas podem ser a
chave para saber qual é o composto. Contudo, muitas fórmulas químicas apresentam isômeros, isto é, a mesma
fórmula molecular, com diferença nas fórmulas estruturais. Essa diferença provoca a mudança de propriedades
físicas, como temperatura de ebulição, temperatura de fusão, densidade, etc.
MODELO 1
(Enem) A talidomida é um sedativo leve e foi muito utilizada no tratamento de náuseas, comuns no início da
gravidez. Quando foi lançada, era considerada segura para o uso de grávidas, sendo administrada como uma
mistura racêmica composta pelos seus dois enantiômeros (R e S). Entretanto, não se sabia, na época, que o
enantiômero S leva à malformação congênita, afetando principalmente o desenvolvimento normal dos braços
e pernas do bebê.
Adaptado de: COELHO, F.A.S. “Fármacos e quiralidade”.
Cadernos temáticos de química nova na escola. São Paulo, n. 3, maio 2001.
ANÁLISE EXPOSITIVA
O exercício exige que o aluno conheça a teoria por trás da isomeria espacial óptica. Os dois enantiômeros
possuem propriedades iguais, e o que difere um do outro é o desvio do plano da luz polarizada, sendo o
R um dextrogiro (desvio da luz para a direita) e o S um levogiro (desvio da luz para a esquerda). Assim,
eles interagem de maneira distinta com o organismo.
RESPOSTA Alternativa D
49
DIAGRAMA DE IDEIAS
MESMA FÓRMULA
ESTRUTURAL PLANA
DIFERENTES
CONFIGURAÇÕES
ESPACIAIS
POR EXEMPLO
ISÔMEROS
ÓPTICOS
OCORREM AO SATISFAZER
CONDIÇÃO CONDIÇÃO
NECESSÁRIA SUFICIENTE
QUE É É A PRESENÇA DE
ACARRETA EM OCORRE SE
ATIVIDADE R1
ÓPTICA R2 C R4
R3
R1 ≠ R2 ≠ R3 ≠ R4
50
D/Ni
AULAS 31 e 32
H2C = C = CH2 + 1H2 H2C = CH — CH3
propadieno propeno
HABILIDADES:
12, 17, 18, 24, 25, 26 Cℓ Cℓ
e 27 | |
H3C — C ; C — CH3 + Cℓ2 → H3C — C = C — CH3
but-2-ino 2,3-dicloro-but-2-eno
51
Cℓ H
| |
1.5. Reações de hidratação
H3C — C ; CH + HCℓ → H3C — C = CH de alcenos e alcinos
carbono mais hidrogenado da insaturação
Essas reações consistem na adição de água (H2O ou HOH),
na presença de catalisadores e em meio ácido, aos hidro-
1.4. Adição em aromáticos carbonetos alcenos e alcinos, bem como obedecem à regra
de Markovnikov, isto é, o hidrogênio liga-se ao carbono
Por causa da ressonância, os aromáticos regularmente mais hidrogenado da insaturação.
sofrem reações de substituição. Entretanto, em condições
altamente energéticas ou em condições especiais, podem H OH
| |
sofrer reações de adição.
H2C = CH — CH3 + HOH H2C — CH — CH3
propeno propan-2-ol
Exemplos:
OH H O
| | ||
a) hidrogenação total do benzeno
H3C — C ; CH + HOH → H — C = CH H3 C — C — CH3
propino propen-2-ol propanona
multimídia: site
manualdaquimica.uol.com.br/quimica-organica/reaco-
es-adicao.htm
VIVENCIANDO
O benzeno é líquido, inflamável, incolor e possui um aroma doce e agradável. Trata-se de um composto tóxico, cujos
vapores, se inalados, causam tontura, dores de cabeça e até mesmo inconsciência. Quando inalados em pequenas
quantidades por longos períodos, causam sérios problemas sanguíneos, como leucopenia.
O benzeno também é conhecido por ser carcinogênico. É uma substância usada como solvente (de iodo, enxofre,
graxas, ceras, etc.) e matéria-prima básica na produção de muitos compostos orgânicos importantes, como fenol,
anilina, trinitrotolueno, plástico, gasolina, borracha sintética e tintas. A benzina é uma mistura de hidrocarbonetos
obtida principalmente da destilação do petróleo, que possui faixa de ebulição próxima ao benzeno.
52
O nome benzeno deriva do ácido benzoico, que foi descoberto no século XVI e que recebeu esse nome por ter sido
obtido, pela primeira vez, a partir da essência do benjoeiro. A destilação seca de goma de benjoim primeiramente foi
descrita por Nostradamus (1556) e, posteriormente, por Aleixo Pedemontanus (1560) e Blaise de Vigenère (1596). O
nome inicial do composto, benzine, foi dado pelo químico alemão Eilhardt Mitscherlich, em 1833.
Em 1825, o benzeno foi descoberto por Michael Faraday (1791-1867) no gás de iluminação usado em Londres.
Faraday é o mesmo cientista que descobriu vários fenômenos elétricos e determinou as leis da eletrólise. Em 1834, o
químico Edilhardt Mitscherlich determinou a fórmula molecular do benzeno como sendo C6H6.
Durante muitos anos, os químicos se esforçaram para descobrir como os seis átomos de carbono e os seis de hidrogênio
estavam dispostos dentro da molécula do anel benzênico. Já na metade do século XIX, vários cientistas haviam propos-
to diferentes fórmulas estruturais para essa molécula. Entretanto, nenhuma dessas proposições conseguia explicar as
reações apresentadas pelo benzeno. Foi então que Friedrich August Kekulé von Stradonitz, mais conhecido apenas por
Kekulé (1829-1896), em 1865, depois de um sonho, propôs a ideia do anel hexagonal, completada no ano seguinte
com a hipótese da existência de um par de estruturas em equilíbrio, com a alternância de ligações duplas.
A Química Orgânica é uma divisão da Química que foi proposta, em 1777, pelo químico sueco Torbern Olof
Bergman. A Química Orgânica era definida como um ramo químico que estudava os compostos extraídos dos or-
ganismos vivos. Em 1807, Jöns Jacob Berzelius formulou a teoria da força vital. Ela se baseava na ideia de que os
compostos orgânicos precisavam de uma força maior (a vida) para serem sintetizados.
Em 1828, Friedrich Wöhler, discípulo de Berzelius, a partir do aquecimento de cianato de amônio, produziu a ureia,
dando início à queda da teoria da força vital. Essa obtenção ficou conhecida como síntese de Wöhler. Mais tarde,
Pierre Eugene Marcellin Berthelot realizou uma série de experiências a partir de 1854 e, em 1862, sintetizou o ace-
tileno. Em 1866, Berthelot obteve, por aquecimento, a polimerização do acetileno em benzeno e, assim, foi derrubada
definitivamente a teoria da força vital.
A definição de Bergman para a Química Orgânica não era adequada. Então, o químico alemão Friedrich August
Kekulé propôs a nova definição aceita atualmente: “Química Orgânica é o ramo da Química que estuda os compos-
tos de carbono”. Embora a afirmação esteja correta, nem todo composto que contém carbono é orgânico, como o
dióxido de carbono, o ácido carbônico, o grafite, etc., mas todos os compostos orgânicos contêm carbono.
Essa parte da Química estuda a estrutura, propriedades, composição, reações e síntese de compostos orgânicos que,
por definição, contêm carbono, mas que podem também conter outros elementos, como o oxigênio e o hidrogênio.
Muitos deles contêm nitrogênio, halogênios e, mais raramente, fósforo e enxofre.
Resolução:
Aplicação do conteúdo Respeitando a regra de Markovnikov, a reação entre prope-
1. A hidratação do propeno dará origem a qual dos no e água se dá por:
compostos abaixo?
a) Propano
b) Propan-1-ol
c) Propan-2-ol
Assim, o produto formado é o propan-2-ol (ou 2-propanol)
d) Propanona
e) Ácido propanoico Alternativa C
53
2. Ao realizar a reação de adição do composto metil- 4. (UFSC) Assinale as proposições CORRETAS.
ciclobutano com o ácido bromídrico (HBr), qual será o
composto formado? Encontre, na relação a seguir, os produtos da adição de 1 mol
a) 2-bromopentano de HBr a 1 mol de cada um dos seguintes reagentes:
b) 1-bromopentano a) propeno
c) 2-bromobutano b) propino
d) 1-bromo-2-metilciclobutano 01) 1,2-dibromopropano
e) 1-bromo-1-metilciclobutano 02) 2-bromopropano
Resolução: 04) 1,2-dibromopropeno
08) 2-bromopropeno
Respeitando a regra de Markovnikov, a reação entre metil- 16) 1-cloro-2-bromopropano
ciclobutano e HBr se dá por: 32) 1,2,3-tribromopropano
64) 1,1,1-tribromopropano
Soma ( )
Resolução:
Reagindo 1 mol de propeno com 1 mol de HBr, forma-se
Nessa reação de adição, ocorre abertura do anel, uma vez 2-bromopropano:
que os compostos cíclicos de três ou quatro carbonos pos-
suem anéis instáveis. Assim, o produto formado é o 2-bro-
mopentano.
Alternativa A
3. Qual é o produto da reação entre 1 mol de 1,3-butadieno Reagindo 1 mol de propino com 1 mol de HBr, forma-se
com 1 mol de gás cloro? 2-bromopropeno:
a) 3,4-diclorobut-1-eno
b) 1,2-diclorobut-3-eno
c) 2,3-diclorobut-2-eno
d) 1,4-diclorobut-2-eno
e) 1,2,3,4-tetraclorobutano
Resolução: Assim, os itens corretos são os números 2 e 8.
Soma: 10
A reação de adição a um dieno conjugado (dupla e simples
alternado, como 1,3-butadieno) se dá por adição nos car-
bonos da ponta de cada dupla, e as duplas migram para
onde estava a ligação simples (chamada de adição 1,4):
54
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA QUÍMICA
PODE SER
ORGÂNICA
POR EXEMPLO
HIDROCARBONETOS
PARTICIPAM DE
REAÇÕES
TAIS COMO
REAÇÕES
ADIÇÃO DE ADIÇÃO DE
ENVOLVENDO
ALCENOS ALCINOS
CICLANOS
INCLUI
ADIÇÃO
HIDROGENAÇÃO (COM QUEBRA
CATALÍTICA DE CICLO)
ADIÇÃO DE TÍPICA DE
HALOGÊNIO (X2)
CICLO DE 3C CICLO DE 4C
ADIÇÃO
DE H2O
TEM
ADIÇÃO DE HX
X = HALOGÊNIO ALTA TENSÃO
ANGULAR
QUE
SEGUEM A
REGRA DE
MARKOVNIKOV
55
§ Nessa reação, o H do C5H10 foi substituído pelo Br.
AULAS 33 e 34
Nas reações de substituição, ao menos um átomo de hidro- b) Propagação da cadeia – um átomo de cloro (Cℓ)
gênio da molécula de um hidrocarboneto é substituído por reage com um átomo de hidrogênio do metano, produ-
outro átomo ou grupo de átomos. Essas reações podem ser zindo HCℓ e um radical livre (H3C, metil), que reage com
representadas genericamente da seguinte maneira: outra molécula de cloro, formando o haleto (H3C — Cℓ) e
liberando um átomo de cloro.
R — H + A B → R — B + HA
H H
| |
A notação R – H representa um hidrocarboneto que pode Cℓ • + H • • C •• H → H •• Cℓ + •C — H (H3C•)
pertencer a uma das seguintes classes: alcanos, aromá- | |
ticos ou ciclanos, com cinco ou mais carbonos. H H
radical metil
As principais reações de substituição são halogenação,
nitração, sulfonação, alquilação e acilação. H3C• + Cℓ • • Cℓ → H3C •• Cℓ + Cℓ •
cloreto de metila
(cloro metano)
1.1. Halogenação
c) Término da cadeia – os átomos de cloro se recombi-
Na halogenação ocorre a substituição de átomo(s) de hidrogê- nam, restaurando a molécula de cloro.
nio por átomo(s) de halogênio provenientes das suas substân-
cias simples: F2, Cℓ2, Br2 e I2; as mais comuns são a cloração 2 Cℓ• → Cℓ2
(Cℓ2) e a bromação (Br2), pois as reações com F2, em razão
Reação global: Cℓ2 + CH4 HCℓ + H3C — Cℓ
de sua grande reatividade, são explosivas, enquanto as reações
com I2 são extremamente lentas. A halogenação de um alcano Experimentalmente, verifica-se que:
produz um haleto orgânico (hidrocarboneto halogenado).
§ Misturas de gás cloro (Cℓ2) e gás metano (CH4) podem
Exemplo: ser armazenadas indefinidamente no escuro, sem que
§ Monocloração do metano. ocorra reação.
H § A exposição momentânea da mistura à luz inicia uma re-
| ação violenta. Estudos mostraram que a absorção de luz
H—C—H + Cℓ — Cℓ H3C — Cℓ + HCℓ
pelas moléculas de cloro provoca a dissociação das mo-
| clorometano
H léculas, produzindo radicais livres de cloro. Esses radicais
metano são muito reativos e atacam o metano, retirando átomos
56
de hidrogênio e produzindo cloreto de hidrogênio e radi- CH3 — H + HO — NO2 → CH3 — NO2 + H2O
cais metil. Esses radicais reagem com moléculas de cloro, nitrometano
hidrocarbonetos aromáticos
metilbutano
Cℓ
|
H3C — CH — CH — CH3 + HCℓ (9 %)
|
CH3
A seguir, serão indicadas as reações mais comuns e impor-
Cℓ tantes nos hidrocarbonetos aromáticos.
|
H3C — CH — CH2 — CH2 + HCℓ (0,3 %)
2.1. Halogenação
|
CH3
1.2. Nitração
Nitração é a reação de um alcano com ácido nítrico, HNO3,
que produz um nitroalcano, um nitrocomposto.
57
2.5. Acilação de Friedel-Crafts
Trata-se da substituição de um ou mais hidrogênios de um
anel aromático por um ou mais radicais derivados de áci-
dos carboxílicos (R — C = O).
c) Eliminação de próton (H+):
VIVENCIANDO
O Biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do petróleo. Ele pode ser utilizado em automóveis e em
qualquer outro veículo com motor a diesel. Fabricado a partir de fontes renováveis (óleo de soja, gordura animal, óleo
de algodão), trata-se de um combustível que emite menos poluentes do que o diesel.
O preço da gasolina, do diesel e dos derivados de petróleo tendem a subir cada vez mais. A cada ano, o consumo
aumenta e as reservas diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada ameaça de guerra ou crise
internacional, o preço do barril de petróleo dispara.
Para aumentar sua competitividade, os custos de produção do biodiesel podem ser minimizados pela venda dos
subprodutos gerados durante o processo de transesterificação, como a glicerina, o adubo e a ração proteica vegetal.
Devido à importância do biodiesel e da futura regulamentação para sua utilização no país, o estabelecimento de
padrões de qualidade para o biodiesel se constitui como um fator fundamental para o sucesso de sua adoção.
A história do biodiesel começa junto com a história do século XX. Embora a ideia de utilização de combustíveis de ori-
gem orgânica só tenha se tornado viável mais tarde, principalmente depois da explosão do preço do petróleo na década
de 1970, desde o início do funcionamento dos motores a diesel há relatos do uso de óleo vegetal para movê-los.
58
Quando os pesquisadores calculam o balanço energético líquido para um biocombustível, eles consideram a energia
exigida para produzir a colheita (coisas como fertilizantes, pesticidas e diesel de trator) e então somam a energia
necessária para processar a planta colhida em etanol ou biodiesel. Eles subtraem a quantia de energia que entra no
processo da quantia de energia que sai.
Reações químicas envolvendo compostos orgânicos são denominadas reações orgânicas. Os tipos básicos de reações
da Química Orgânica são reações de adição, reações de eliminação, reações de substituição, reações pericíclicas, rea-
ções de rearranjo ou transposição e reações redox. Em síntese orgânica, reações orgânicas são usadas na construção
de novas moléculas orgânicas. A produção de muitas substâncias pelo homem, como drogas e plásticos, depende
de reações orgânicas.
A combustão de combustíveis orgânicos e a saponificação de gorduras para fazer sabão são as mais antigas reações
orgânicas. A moderna química orgânica inicia-se com a síntese de Wöhler em 1828. Na história do Prêmio Nobel
de Química, há premiados pela invenção de reações orgânicas específicas, como a reação de Grignard, em 1912, a
reação de Diels-Alder, em 1950, a reação de Wittig, em 1979, e a metátese de olefina, em 2005.
Resolução:
59
3. Aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio, dividi- Pelas posições dos carbonos, é possível observar que os car-
dos em cinco grupos, foi dado o seguinte problema: que bonos de números 1 e 4 são simétricos. Assim, substituindo
substâncias orgânicas serão obtidas da reação de mo- em qualquer um dos dois, resulta em compostos iguais. En-
nocloração da substância 2-metil-butano, na presença
de aquecimento e luz?
tão, as possibilidades dos compostos monoclorados são:
Resolução:
Estrutura do 2-metilbutano:
60
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA QUÍMICA
PODE SER
ORGÂNICA
POR EXEMPLO
HIDROCARBONETOS
PARTICIPAM DE
REAÇÕES
TAIS COMO
REAÇÕES
SUBSTITUIÇÃO SUBSTITUIÇÃO
ENVOLVENDO
EM ALCANOS EM AROMÁTICOS
CICLANOS
SUBSTITUIÇÃO
(SEM QUEBRA
DE CICLO)
TÍPICA DE
CICLO DE 5C CICLO DE 6C
TEM
BAIXA TENSÃO
ANGULAR
61
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
A termoquímica requisita boa interpretação de Cálculos termoquímicos exigem boa O candidato deve compreender as informações
dados, identificar o cálculo de energia correto a ser interpretação do fenômeno e é necessário dadas para utilizar o cálculo correto das
utilizado frente às informações que são dadas e identificar o processo ocorrido, assim como energias. É importante também analisar o tipo
identificar os processos que ocorrem com base na as energias envolvidas nas reações. de processo que ocorre com base nas energias
energia envolvida. envolvidas na reação.
O tema mais abordado é termoquímica, sendo A termoquímica tem como base a interpreta- Na termoquímica, o candidato deve iden- O tema mais cobrado engloba a termoquímica
que o candidato deve interpretar as infor- ção para que seja possível utilizar o método tificar as diferenças de cálculo para utilizar como um todo, sendo importante identificar
mações para realizar o cálculo pelo método correto de cálculo da energia da reação, sendo o método correto e também relacionar a o modelo que deve ser usado parar resolução
correto e também diferenciar o processo que interessante entender os processos que ocor- quantidade de energia envolvida na reação com base nas informações encontradas no
ocorre com base nas energias envolvidas rem devido aos diferentes valores de energia com os diferentes tipos de processos que enunciado.
na reação. que são encontrados. ocorrem.
UFMG
A termoquímica é cobrada de maneira a saber Na termoquímica, é importante salientar os Em termoquímica, é necessário que se
as diferenças nos métodos de cálculo para a diferentes métodos de cálculo logo, é neces- compreenda as diferentes formas de cálculo
energia da reação com base nas informações sário saber utilizar cada método na situação que terão base nos dados fornecidos, e é
dadas, e é importante identificar os processos correta, tudo isso com base nas informações importante saber reconhecer os processos
envolvidos analisando as diferentes quanti- dadas, e também relacionar os processos envolvidos para evitar qualquer erro.
dades de energia envolvidas. com as quantidades de energia
envolvidas.
Termoquímica é cobrada de maneira bem O tema termoquímica é cobrado de forma Os cálculos termoquímicos são cobrados de
conceitual. Portanto, é importante conhecer os bem direta. É necessário identificar o método maneira que se deve identificar os processos
diferentes processos e suas implicações, assim correto de cálculo a ser utilizado com base nas envolvidos, assim como o método correto para
como utilizar o método certo no cálculo com informações dadas. o cálculo, tudo isso com base na interpretação
base nas informações dadas. e dados que são fornecidos.
TERMOQUÍMICA E
CINÉTICA QUÍMICA
63
Endotérmica Exotérmica
AULAS 27 e 28
Sistema
sistema Sistema
sistema
Energia
energia Energia
energia
Ambiente
ambiente Ambiente
ambiente
TERMOQUÍMICA:
1.1.1. Mudanças de estados físicos
VARIAÇÃO DE ENTALPIA
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
HABILIDADES:
12, 17, 18, 24, 25, 26
e 27
com absorção
• Fotossíntese (absorve luz solar)
de energia; o
• Fusão, ebulição e sublimação (ab-
§ As dissoluções em água da maioria dos ácidos tam-
sistema ganha
(recebe) energia
sorvem calor) bém são exotérmicas, como a reação abaixo da disso-
• Carregamento de bateria para celu-
do ambiente
lar (absorve energia elétrica) lução de ácido sulfúrico em água.
que o envolve.
• Eletrólise (absorve energia elétrica).
H2SO4(ℓ) + H2O(ℓ) → H3O+(aq) + HSO4–(aq) + calor
b) Reações endotérmicas ocorrem com absorção
Reação química
• Combustão (libera luz e calor) de calor.
• Solidificação e condensação (libe-
Exotérmicas
com liberação de
ram calor)
energia; o sistema
• Explosão de uma bomba (libera
Exemplos
perde energia
calor)
para o ambiente
que o cerca.
• Funcionamento de uma pilha (libera § Síntese do monóxido de nitrogênio:
energia elétrica).
Calor + __1 N + __1 O → NO
2 2(g) 2 2(g) (g)
64
§ Decomposição do carbonato de cálcio: De onde vem essa energia em forma de calor?
Calor + CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) Essa energia liberada em forma de calor estava contida nos
As reações endotérmicas ocorrem exclusivamente median- reagentes (grafita e oxigênio). Quando os reagentes se trans-
te absorção de calor do meio ambiente. Para que elas se formaram em produto (gás carbônico), a energia foi liberada.
realizem, é necessário que os reagentes sejam aquecidos. Com isso, pode-se concluir que cada substância deve apre-
sentar certo conteúdo de energia denominado entalpia e
2. Medida do calor representado pela letra H.
É possível medir em laboratório, com o auxílio de aparelhos O valor numérico do calor é proveniente da diferença:
denominados calorímetros, a quantidade de calor des- Hfinal – Hinicial.
pendida numa reação. Calor = Hfinal – Hinicial
Agitador elétrico
Recipiente e
Termômetro
4. Variação de entalpia (DH)
de precisão
tampa isolantes Não é conhecido nenhum método que determine a ental-
pia de uma substância. Na prática, por meio do uso de
calorímetros, é possível medir a variação de entalpia (DH)
de um processo.
O DH corresponde ao calor liberado ou absorvido durante
o processo à pressão constante. O cálculo da variação da
entalpia é dado pela expressão genérica:
Béquer com massa de água conhecida DH = Hfinal – Hinicial
DH = calor liberado ou absorvido em qualquer processo
O calor despendido na reação faz aumentar ou diminuir a
físico e/ou químico (pressão constante).
temperatura da água. Assim, pode-se concluir que:
Qreação = Qágua § DH nas reações químicas
Qágua = m ⋅ c ⋅ Dt Em uma reação química, o estado inicial é dado pelos rea-
Q = quantidade de calor gentes, e o estado final, pelos produtos.
m = massa em gramas
( )
Reagentes → Produtos
cal
c = calor específico da água 1_____
g ⋅ ºC (Hinicial = Hreagentes = HR) (Hfinal = Hprodutos = HP)
Dt = variação da temperatura
Calor da reação = DH = HP – HR
Joule é a unidade de energia no Sistema Internacional (SI).
É simbolizado pela letra J, unidade oficial no Brasil.
Outra unidade muito usada no Brasil é a caloria, equiva-
lente a 4,186 J. Portanto:
1 cal = 4,186 J; 1 J = 0,238 cal
Em cálculos, é comum empregar-se a quilocaloria, que cor-
responde a 1000 calorias, e o quilojoule, que corresponde multimídia: vídeo
a 1000 joules. Portanto: Fonte: Youtube
1 kcal = 10 cal = 4 186 J; 1 kJ = 10 J
3 3 Reação exotérmica
65
A → B + calor ⇒ DH = HP – HR
HR > HP ⇒ DH < 0 Entalpia (H)
Assim, a reação pode ser representada por: Produtos
HP
A → B DH < 0
ΔH
H>0
H<0
ΔH
Exemplo:
Produtos 2 NH3(g) → N2(g) + 3 H2(g) ΔH = + 92,2 kJ
HP
6.1. Interpretação
Exemplo: Quando 2 mol de NH3(g) decompõem-se em um 1 mol de N2(g)
C(graf.) + O2(g) → CO2(g) DH = – 394 kJ e em 3 mol de H2(g), a reação absorve 92,2 kJ do ambiente.
Outra maneira de representar uma equação química de
5.1. Interpretação uma reação endotérmica é:
Quando 1 mol de C(grafita) reage com 1 mol de O2(g), a fim de 2 NH3(g) + 92,2 kJ → N2(g) + 3 H2(g)
dar origem a 1 mol de CO2(g), a reação libera 394 kJ para
Entalpia (H)
o ambiente.
N2(g) + 3 H2(G)
Outra maneira de representar uma equação química de HP
uma reação exotérmica é:
C(graf.) + O2(g) → CO2(g) + 394 kJ ∆H = + 92,2 kJ
§ Graficamente: 2 NH3(g)
HR
Entalpia (H)
C(Graf) + O2(g)
HR
∆H
H ==- -394
394kJkJ 7. Equação termoquímica
CO2(g) Uma equação termoquímica descreve uma reação quí-
HP mica representando seus reagentes, seus produtos, seus
estados físicos e a energia envolvida. Essa energia é repre-
sentada por DH e é denominada variação de entalpia,
entalpia da reação ou calor de reação.
6. DH em reações Se nada for mencionado, considera-se que a reação ocorre
endotérmicas a 1 atm e 25 °C (condições ambiente).
Nas reações endotérmicas, como ocorre a absorção de ca- § Reações endotérmicas ( DH > 0 )
lor, a entalpia dos produtos (HP) é maior do que a entalpia Reagentes → Produtos DH = + calor
dos reagentes (HR). ou
A + calor → B ⇒ DH = HP – HR Reagentes + calor → Produtos
Assim, a reação pode ser representada por: H2O (ℓ) → H2 (g) + ½ O2 (g) DH = + 68,3 kcal
ou
A → B DH > 0
H2O (ℓ) + 68,3 kcal → H2 (g) + ½ O2 (g)
66
Interpretação: o zero indica o estado padrão (a 25 °C e 1 atm), e o índice
f indica que se trata de entalpia de formação.
Quando 1 mol de H2O em estado líquido absorve 68,3 kcal,
ela se decompõe formando 1 mol de hidrogênio e 1/2 mol
de oxigênio, ambos gasosos. 9. Fatores que influenciam
§ Reações exotérmicas ( DH < 0 ) nas entalpias (ou calores)
Reagentes → Produtos DH = – calor
ou das reações
Reagentes → Produtos + calor 1. Quantidade de reagentes e de produtos
Exemplo: C(Graf.) + O2(g) → CO2(g)
C(s) + O2 (g) → CO2 (g) DH = – 394 kJ 1 mol 1 mol 1 mol
ou DH = – 94 kcal (25 ºC, 100 kPa)
C(s) + O2 (g) → CO2 (g) + 394 kJ
2 C(graf.) + 2 O2(g) → 2 CO2(g)
Interpretação: 2 mol 2 mol 2 mol
Quando 1 mol de carbono sólido reage com 1 mol de O2 ga- DH = – 188 kcal (25 ºC, 100 kPa)
soso, forma-se 1 mol de CO2 gasoso e são liberados 394 kJ
para o ambiente.
A quantidade de calor de um processo (DH) é dire-
tamente proporcional à quantidade de matéria (mol)
Ferro
1 O → H2O(,)
H2(g) + __ DH = -286,6 kJ/mol Fe (ℓ) → Ho f ≠ 0 Fe (g) → Ho ≠ 0
2 2(g)
N2 (g) → Ho f = 0 (nitrogênio é gasoso)
Nitrogênio
Nesse caso, os reagentes são duas substâncias simples no N2 (ℓ) → Ho f ≠ 0 N2 (s) → Ho ≠ 0
–286,6 = HH O – 0
2 H2O (s) → Ho f ≠ 0 CO2 (s) → Ho f ≠ 0 NaCℓ (s) → Ho f ≠ 0
HH O = DH 0f = – 286,6 kJ H2O (ℓ) → H o
≠0 CO2 (ℓ) → H f ≠ 0
o
NaCℓ (ℓ) → Ho f ≠ 0
2 f
67
Atenção! Para uma mesma substância: Conclusões idênticas valem para as formas alotrópicas de ou-
tros elementos químicos. Por esse motivo, é possível afirma que:
Ho f (sólido) < Ho f (líquido) < Ho f (gás)
A síntese da água sólida libera mais calor do que a síntese § o enxofre rômbico é mais estável (menos reativo) do
da água gasosa e da água líquida. que o monoclínico;
H2O(g) DH: –58 kcal § o fósforo vermelho é mais estável (menos reativo) do
que o branco; e
1 O → H O DH: – 68 kcal
H2(g) + __
2 2(g) 2 (ℓ)
§ o oxigênio (O2) é mais estável (menos reativo) do que
H2O(s) DH: –70 kcal
o ozônio (O3).
3. Forma alotrópica 4. Temperatura e pressão
Se o elemento formar alótropos (substâncias simples Em geral, a pressão não influi nos calores de reação que
diferentes), a forma mais estável (menos energética) tem envolvem sólidos e líquidos. Mesmo em reações com ga-
entalpia igual a zero. ses, a influência da pressão é mínima. Reações perceptíveis
são as que ocorrem sob pressões elevadíssimas (da ordem
Exemplos:
de 1.000 atm). Por isso, não se preocupe com a influência
Forma alotrópica Forma alotrópica da pressão em seus cálculos.
Elemento
mais estável menos estável
O2 (g) → H o
f
=0 O3 (g) → Ho f ≠ 0 Aplicação do conteúdo
Oxigênio O2 (ℓ) → H o
f
≠0 O3 (ℓ) → H o
f
≠0
1. (UNIRIO) Os romanos utilizavam CaO como argamas-
O2 (s) → H o
≠0 O3 (s) → H o
≠0
f f
sa nas construções rochosas. O CaO era misturado com
Carbono C (grafite / s) → Ho = 0 C(diamante /s) → Ho ≠ 0 água, produzindo Ca(OH)2, que reagia lentamente com
o CO2 atmosférico, dando calcário:
C(grafita) + O2(g) → CO2(g) ΔH = – 94 kcal
Ca(OH)2(s) + CO2(g) → CaCO3(s) + H2O(g)
C(diamante) + O2(g) → CO2(g) ΔH = – 94,5 kcal
Substância ΔHf (kJ/mol)
Uma vez que a combustão da substância simples diamante
Ca(OH)2 -986,1
libera mais calor, seu conteúdo energético é maior do que o
CaCO3 -1206,9
da substância simples grafita.
CO2 -393,5
Isso acontece porque a estrutura cristalina do diamante pos- A partir dos dados da tabela anterior, a variação de ental-
sui maior quantidade de entalpia “acumulada” do que a da pia da reação, em kJ/mol, será igual a:
grafita. Quando o diamante é queimado, essa quantidade a) +138,2 d) + 69,1
adicional de conteúdo de calor é liberada, o que explica o
b) -69,1 e) -220,8
maior ΔH dessa reação. O que está em funcionamento é
a contabilidade de energia, ou balanço energético, exigida c) -2828,3
pelo princípio da conservação da energia. Resolução:
A forma alotrópica de entalpia maior é a mais reativa, e a for- Para calcular a variação de entalpia (ΔH), será utilizada
ma alotrópica de entalpia menor é a mais estável – por isso a fórmula:
mais abundante na natureza. No exemplo, a grafita é mais ΔH = Hprodutos - Hreagentes
estável e mais abundante na natureza do que o diamante. ΔH =(HCaCO3 + HH2O) - (HCa(OH)2 + HCO2)
Hoje, é possível fabricar diamantes sintéticos. Consideran-
Substituindo os valores da tabela, tem-se:
do que a entalpia do diamante é elevada, sua produção
é muito cara, exigindo altas temperaturas (da ordem de ∆H = [(-1206,9) + (-241,8)] - [(-986,1) + (-393,5)]
3.000 ºC) e altas pressões (acima de 100 mil atm). Entre- ∆H = -1448,7-(-1379,6)
tanto, existe um tipo de diamante sintético ultracristalino ∆H = -1448,7+1379,6
que vem sendo produzido a uma temperatura menor que
∆H = -69,1 kJ/mol
800 ºC. Ele é usado para auxiliar no transplante de retinas
artificiais em pessoas que ficaram cegas. Alternativa B
68
2. O etanol é um composto orgânico cuja ebulição ocor- Assim, a quantidade de calor liberada na queima de 115 g
re a uma temperatura de 78,4 °C. Pode ser obtido a par- de etanol é de 817,5 kcal.
tir de vários métodos. No Brasil, é produzido através
da fermentação da cana-de-açúcar, já que a sua dispo- Alternativa D
nibilidade agrícola é bastante ampla no nosso país. A
reação química da combustão completa do etanol e o
seu valor da entalpia são dados a seguir:
VIVENCIANDO
Atualmente, uma das grandes preocupações da humanidade é a poluição do ar, pois, reconhecidamente, trata-se de
um fator de risco para a saúde. O nível de poluição do ar aumenta a cada ano, principalmente nas cidades indus-
triais, onde a emissão de gases tóxicos e partículas pelas indústrias soma-se à poluição provocada pela circulação de
veículos, gerando situações críticas à saúde humana, além de prejudicar as plantas e os animais. Um dos fatores da
poluição do ar é o smog fotoquímico.
A palavra smog é uma combinação dos termos do inglês smoke (fumaça) e fog (neblina). O smog fotoquímico possui
esse nome porque causa na atmosfera uma diminuição da visibilidade. O desenvolvimento desse processo, no qual
um grande número de reações acontece simultaneamente, está geralmente associado à ocorrência de picos de ozô-
nio nas grandes cidades, quando a concentração de ozônio ultrapassa os padrões estabelecidos.
69
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
A respiração celular pode ser de dois tipos: respiração anaeróbia (sem utilização de oxigênio) e respiração aeróbia
(com utilização de oxigênio).
A respiração celular é o processo de obtenção de energia mais utilizado pelos seres vivos. Na respiração, ocorre a
liberação de dióxido de carbono, energia e água e o consumo de oxigênio e glicose, ou outra substância orgânica,
como lipídios.
Do ponto de vista da fisiologia, o processo pelo qual um organismo vivo troca oxigênio e dióxido de carbono com o
seu meio ambiente é denominado ventilação. No caso específico das células, a operação é executada pela mitocôndria.
Do ponto de vista da bioquímica, respiração celular é o processo de conversão das ligações químicas de moléculas
ricas em energia que poderão ser usadas nos processos vitais.
O processo básico da respiração celular é a quebra da glicose ou glicólise, que pode ser representado pela seguinte
equação química:
Nutrientes (energia química) + O2 → CO2 + H2O + energia (alguma parte que se perde sob a forma de calor e outra
parte que é armazenada na forma de ATP).
A respiração aeróbia requer oxigênio. Na glicólise, é formado o piruvato (também denominado ácido pirúvico), bem
como 2 ATP. Cada piruvato que entra na mitocôndria é oxidado a um composto com dois carbonos (acetato) que,
depois, é combinado com a coenzima-A, produzindo NADH e liberando CO2.
Em seguida, inicia-se o ciclo de Krebs. Nesse processo, o grupo acetil é combinado com compostos com quatro carbo-
nos, formando o citrato (6 C). Por cada ciclo que ocorre, libera-se 2 CO2, NADH e FADH2. No ciclo de Krebs, obtém-se
2ATP. Numa última fase – cadeia transportadora de elétrons (ou fosforilação oxidativa) –, os elétrons removidos da
glicose são transportados ao longo de uma cadeia transportadora, criando um gradiente protônico que permite a
fosforilação do ADP. O aceptor final de elétrons é o O2, que, depois de se combinar com os elétrons e o hidrogênio,
forma água.
70
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
A forma mais comum de se medir a energia gerada numa reação química é por meio da entalpia. Essa entalpia
normalmente é expressa em kJ/mol, isto é, há uma correlação direta entre o número de mol e a energia liberada
ou absorvida. Essa energia pode ser decorrente de um processo endotérmico ou exotérmico e tudo está ligado
ao tipo de reação que acontece naquele sistema.
MODELO 1
(Enem) Um dos problemas dos combustíveis que contêm carbono é que sua queima produz dióxido de carbo-
no. Portanto, uma característica importante, ao se escolher um combustível, é analisar seu calor de combustão
(∆Hco), definido como a energia liberada na queima completa de um mol de combustível no estado padrão. O
quadro seguinte relaciona algumas substâncias que contêm carbono e seu ∆Hco.
Substância Fórmula ∆Hco (kJ/mol)
Benzeno C6H6(ℓ) – 3268
Etanol C2H5OH(ℓ) – 1368
Glicose C6H12O6(s) – 2808
Metano CH4(g) – 890
Octano C8H18(ℓ) – 5471
Nesse contexto, qual dos combustíveis, quando queimado completamente, libera mais dióxido de carbono no
ambiente pela mesma quantidade de energia produzida?
a) Benzeno b) Metano c) Glicose d) Octano e) Etanol
ANÁLISE EXPOSITIVA
Para a resolução, é necessário ter conhecimento de algo muito pedido nas provas em geral: a relação entre número
de mol e entalpia. O primeiro passo para resolver a questão é calcular a quantidade de CO2 produzida quando se
obtém 1.000 kJ de energia (por exemplo), utilizando uma regra de três simples.
n.° de moléculas de C —— energia liberada (kJ/mol)
X moléculas de C —— 1.000 kJ
Esse cálculo deverá ser feito para todas as substâncias.
Cálculo para a glicose:
6 —— 2.808
X —— 1.000
X = 2,13 mol de CO2
Para as outras substâncias, você encontrará os seguintes valores:
Benzeno = 1,83 mol de CO2 Metano = 1,12 mol de CO2
Etanol = 1,46 mol de CO2 Octano = 1,46 mol de CO2
RESPOSTA Alternativa C
71
DIAGRAMA DE IDEIAS
REAÇÃO
QUÍMICA
EXEMPLOS
TRANSFORMAÇÃO
MUDANÇA DE
FASE
PODE ENVOLVER
MEDIDO
PARA FORA POR UM PARA DENTRO
DO SISTEMA DO SISTEMA
O QUE CALORÍMETRO O QUE
CARACTERIZA A CARACTERIZA A
TRANSFORMAÇÃO TRANSFORMAÇÃO
PERMITE
EXOTÉRMICA ENDOTÉRMICA
DETERMINAR
VARIAÇÃO DE
ENTALPIA (ΔH)
ΔH < 0 ΔH > 0
PODE SER PODE SER
TERMOQUÍMICA
72
AULAS 29 e 30 2. Lei de Hess
Em 1849, o químico suiço Germain Henri Hess (1802-1850), ao
efetuar inúmeras medidas dos calores de reação, verificou que:
LEI DE HESS
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
1.1. Reações endotérmicas (DH > 0) III. CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(<) DH = –889,5 kJ
73
for exotérmica, com o sentido invertido passará a ser S(S) + O2(g) → SO2(g) DH1 = – 296,8 kJ
endotérmica e vice-versa; e
SO2(g) + __ 1 O → SO3(g) DH2 = – 48,9 kcal
§ somar algebricamente as equações e os DH. 2 2(g)
______________ ______________
I. C(graf) + O2(g) → CO2(g) DH1 = – 393 kJ 3 O → SO3(g)
S(s) + __ DH = DH1 + DH2 =
2 2(g)
II. 2 H2(g) + O2(g) → 2H2O(<) DHII = – 571 kJ DH = – 296,8 + (– 48,9)
Resolução:
Soma:
Aplicação do conteúdo C(grafite) → C(diamante) DH = DH1 + DH2 ⇒
DH = – 393,3 + 395,2 = + 1,9 kJ
1. Considere as seguintes equações termoquímicas:
2 SO2(g) + O2(g) → 2 SO3(g) DH2 = – 97,8 kcal Fe2O3(s) + 3 C(grafite) → 2 Fe(s) + 3 CO2(g) ΔH0 = + 489 kJ
FeO(s) + C(grafite) → Fe(s) + CO(g) ΔH0 = + 155,9 kJ
Calcule o calor de formação de um mol de SO3 gasoso,
em kJ. C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ΔH0 = - 393 kJ
CO(g) + __ 1
O → CO2(g) ΔH0 = - 282,69 kJ
Resolução: 2 2(g)
A equação que representa a formação de um mol de Calcule o valor de ΔH0 para a reação:
trióxido de enxofre é:
1 O → FeO(s)
Fe(s) + __
2 2(g)
3 O → SO3(g)
S(s) + __ a) -266,21 kJ.
2 2(g)
b) +266,21 kJ.
Para aplicar a Lei de Hess a fim de calcular o calor de for- c) -30,79 kJ.
mação do SO3, é necessário dividir as duas equações por 2 d) +222,79 kJ.
e somá-las em seguida. e) -222,79 kJ.
74
Resolução: Não se usa a equação Fe2O3(s) + 3 C(grafite) → 2 Fe(s) + 3 CO2(g),
porque há Fe2O3, composto que não há na reação global.
Pela Lei de Hess, segue que:
Alternativa A
Fe(s) + CO(g) → FeO(s) + C(grafite) ΔH = − 155,9 kJ (inverte)
C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ΔH = − 393 kJ (mantém)
CO2(g) → CO(g) + 1/2 O2(g) ΔH = + 282,69 kJ (inverte)
_________________________________________
Fe(s) + 1/2 O2 → FeO(s) ΔH = - 266,21 kJ
VIVENCIANDO
A usina termoelétrica é uma instalação industrial que produz energia a partir do calor gerado pela queima de com-
bustíveis fósseis, como carvão mineral, óleo, gás, entre outros, ou por outras fontes de calor, como a fissão nuclear
em usinas nucleares.
Essas usinas funcionam do seguinte modo: primeiramente, aquece-se uma caldeira com água que será transformada
em vapor, cuja força movimentará as pás de uma turbina que, por sua vez, movimentará um gerador.
Uma maneira de se aquecer o caldeirão é pela queima de combustíveis fósseis. Depois da queima, eles são soltos na
atmosfera e causam grandes impactos ambientais. Outra maneira de aquecimento é utilizando a energia nuclear por
meio de reações nucleares como a quebra (fissão) do urânio.
Depois do vapor ter movimentado as turbinas, ele é enviado a um condensador para ser resfriado e transformado
em água líquida. Em seguida, para iniciar um novo ciclo, é enviado de volta ao caldeirão. O vapor pode ser resfriado
por água de um rio, lago ou mar, mas esse processo causa danos ecológicos devido ao aquecimento da água, que
provoca uma diminuição do oxigênio. Outra maneira de resfriar o vapor é utilizando água armazenada em torres;
essa água, por sua vez, é enviada em forma de vapor à atmosfera, alterando o regime de chuvas.
Um dos maiores problemas das usinas termoelétricas é o papel que elas desempenham no aquecimento global, por
meio do efeito estufa, e na formação de chuvas ácidas devido à queima de combustíveis. No caso das usinas termo-
elétricas de Angra dos Reis, que usam energia nuclear como fonte de calor, além da poluição térmica ainda existe o
problema do lixo atômico.
No entanto, essas usinas não apresentam apenas desvantagens. Uma de suas vantagens é o fato de que elas podem
ser construídas próximo a centros urbanos, diminuindo as linhas de transmissões e desperdiçando menos energia.
Também são usinas que produzem uma quantidade constante de energia elétrica durante o ano inteiro, ao contrário
das hidrelétricas, que têm a produção dependente do nível dos rios. No Brasil, as térmicas complementam a matriz
energética de hidrelétricas, sendo ligadas apenas quando há necessidade (como em períodos de estiagem).
75
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Na física nuclear, o processo de fissão nuclear é a quebra do núcleo de um átomo instável em dois átomos menores
pelo bombardeamento de partículas como nêutrons. Os isótopos formados pela divisão possuem massa parecida,
mas geralmente seguem a proporção de massa de três para dois. O processo de fissão é uma reação exotérmica
em que ocorre liberação de energia. A fissão é considerada uma forma de transmutação nuclear, uma vez que os
fragmentos gerados não são do mesmo elemento que o isótopo gerador.
A energia liberada no processo de fissão nuclear é resultado da conversão de parte da massa nuclear em energia,
prevista pela ideia relativística de massa-energia; essa massa nuclear, que se transforma em energia, não é composta
por quarks, mas é o resultado da força forte, uma das quatro forças fundamentais, cuja partícula mensageira é o
glúon (do inglês glue, “cola”). A força forte, nas distâncias subatômicas, é a mais forte de todas as quatro e é o que
mantém quarks, nêutrons e prótons coesos no núcleo do átomo. A energia que essa força dispensa é percebida como
massa e é parte da massa total do núcleo (razão pela qual a massa do núcleo é ligeiramente maior do que a massa
de todos os seus componentes somada, pois o glúon não possui massa).
A força forte é menor quanto menos numerosas são as partículas componentes do átomo. Dessa forma, parte da massa
resultante da energia dispensada pela força forte é convertida em energia. A maior parte da energia liberada nesse
processo, conhecido como fissão (em que normalmente um átomo de urânio-235 recebe um nêutron, tornando-se urâ-
nio-236, oscilando e ficando instável até se fragmentar em criptônio e bário), é do tipo luminosa; no entanto, uma parte
considerável é convertida em partículas fundamentais mais raras, como o neutrino do elétron, o múon ou o pósitron.
A formação de antipartículas, como o pósitron ou o antimúon, é geralmente seguida pela interação com suas partícu-
las, o que também libera energia; assim, é comum a energia liberada da fissão, que é também um tipo de conversão
massa-energia, ser confundida com esse outro tipo de conversão massa-energia.
76
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
A forma mais comum de se medir a energia gerada numa reação química é por meio da entalpia. Essa entalpia
normalmente é expressa em kJ/mol, isto é, há uma correlação direta entre o número de mol e a energia liberada
ou absorvida. Essa energia pode ser decorrente de um processo endotérmico ou exotérmico e tudo está ligado
ao tipo de reação que acontece naquele sistema.
MODELO 1
(Fuvest) A energia liberada na combustão do etanol de cana-de-açúcar pode ser considerada advinda da ener-
gia solar, uma vez que a primeira etapa para a produção do etanol é a fotossíntese. As transformações envolvi-
das na produção e no uso do etanol combustível são representadas pelas seguintes equações químicas:
6 CO2(g) + 6 H2O(g) → C6H12O6(aq) + 6 O2(g)
Com base nessas informações, podemos afirmar que o valor de ∆H para a reação de fotossíntese é:
a) –1305 kJ/mol.
b) +1305 kJ/mol.
c) +2400 kJ/mol.
d) –2540 kJ/mol.
e) +2540 kJ/mol.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Aplicando a Lei de Hess, tem-se:
RESPOSTA Alternativa E
77
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSFORMAÇÃO
PODE ENVOLVER
TRANSFERÊNCIA
DE CALOR
HÁ
VARIAÇÃO DE
ENTALPIA (ΔH)
ENTALPIA: ENTALPIA:
LEI DE
PADRÃO DE PADRÃO DE
HESS
COMBUSTÃO FORMAÇÃO
REFERE-SE À REFERE-SE À
REAÇÃO DE REAÇÃO DE
COMBUSTÃO FORMAÇÃO
A PARTIR DOS
ELEMENTOS NO
ESTADO PADRÃO
78
AULAS 31 e 32 Energias de ligação (kcal/mol) medidas a 25 ºC
N—N 39 C—C 85,5
79
Dados:
Ligação Energia (kJ)
C—H 413,4
C — Cℓ 327,2
Exemplo 2: Resolução:
Conhecidas as energias de ligação no estado gasoso: A reação de cloração do etano é:
H — H DH = 104 kcal/mol Cℓ
Cℓ — Cℓ DH = 58 kcal/mol
H3C — CH3 + Cℓ — Cℓ → H3C — CH2 + H — Cℓ
H — Cℓ DH = 103 kcal/mol
Para o reagente: energia absorvida (sempre positiva,
Calcule o DH da reação:
independentemente do sinal dos valores fornecidos). Nos
H2(g) + Cℓ2(g) → 2 HCℓ(g) reagentes, tem-se o etano com a ligação C – H seis vezes
Resolução: e com a ligação C – C uma vez, e o reagente Cℓ2 com a
ligação Cℓ – Cℓ uma vez. Assim, tem-se:
De acordo com as fórmulas estruturais para escrever a equação:
ER = 6 ∙ EC – H + EC – C + ECℓ – Cℓ
H — H + Cℓ — Cℓ → 2 H — Cℓ
Para que a reação ocorra, é preciso romper 1 mol de liga- ER = 6 ∙ 105 + 368 + 58 = + 1056 kcal
ções H — H e 1 mol de ligações Cℓ — Cℓ e formar 2 mol Para o produto: energia liberada (sempre negativa, inde-
de ligações H — Cℓ. pendentemente do sinal dos valores fornecidos). Nos pro-
Em termos energéticos, obtém-se: dutos, tem-se 1 mol do cloroetano, que apresenta a ligação
C – H cinco vezes, a ligação C – C uma vez e a ligação
Energia consumida na quebra das ligações dos reagentes
C – Cℓ uma vez, além de 1 mol do produto HCℓ, que apre-
= + (104 + 58) = +162 kcal
senta a ligação H – Cℓ uma vez. Assim, tem-se:
Energia liberada na formação das ligações dos produtos
= – (2 ∙ 103) = –206 kcal Ep = 5 ∙ Ec – H + E C – C + EC - Cℓ + EH – Cℓ
DH = + 162 – 206 → DH = –44 kcal EP = 5 ∙ 105 + 368 + EC – Cℓ + 103 – (996 + EC – Cℓ) kcal
80
Portanto, segue que: Dados:
∆H = ER + EP Energia de ligação N ≡ N : 950 kJ ∙ mol–1;
−35 = 1056 + (−996 − ECℓ – Cℓ)
Energia de ligação O = O : 500 kJ ∙ mol–1;
Portanto:
Entalpia de formação do NO: 90 kJ ∙ mol–1.
ECℓ − Cℓ = +95 kcal ∙ mol-1
A partir dessas informações, é possível concluir que a ener-
Alternativa E
gia de ligação entre os átomos de nitrogênio e oxigênio no
2. (Uncisal) No processo de Haber-Bosch, a amônia é óxido nítrico é:
obtida em alta temperatura e pressão, utilizando fer-
ro como catalisador. Essa amônia tem vasta aplicação N2(g) + O2 (g) → 2 NO(g)
como fonte de nitrogênio na fabricação de fertili-
zante e como gás de refrigeração. Dadas as energias a) 90 kJ ∙ mol–1. d) 1360 kJ ∙ mol–1.
de ligação, H – H = 436 kJ/mol, N ≡ N = 944 kJ/mol e b) 680 kJ ∙ mol–1. e) 1530 kJ ∙ mol–1.
H – N = 390 kJ/mol, a entalpia de formação de 1 mol c) 765 kJ ∙ mol–1.
de amônia é:
Resolução:
1 N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)
Em primeiro lugar, deve-se determinar a quantidade de
a) –88 kJ/mol. d) +88 kJ/mol. energia absorvida no reagente (ER) e liberada no produto
b) –44 kJ/mol. e) +600 kJ/mol. (EP) da reação:
c) +44 kJ/mol.
Para o reagente: tem-se 1 mol do N2 com a ligação N ≡ N
Resolução: e 1 mol do O2 , que apresenta a ligação O = O. Assim, tem-se:
Em primeiro lugar, é importante reescrever a equação química
ER = EN = N + EO = O
demonstrando todas as ligações existentes em cada molécula:
ER = 950 + 500 = + 1450 kJ
1N≡N+3H−H→2H−N−H
I
H Para o produto: tem-se 2 mols do NO:
Em seguida, deve-se determinar a quantidade de energia ab- Ep = −2 ∙ EN = 0
sorvida no reagente (ER) e liberada no produto (EP) da reação:
Para o reagente: tem-se o N2 com uma ligação N ≡ N e 3 mol Com esses dados, basta utilizar a expressão para o cálculo
de H2 , que apresenta uma ligação H – H. Assim, tem-se: do ΔH envolvendo a energia de ligação:
ER = EN ≡ N + 3 ∙ EH − H ∆H = ER − Ep
ER = 944 + 3 ∙ 436 = + 2552 kJ +90 = 1450 − 2 ∙ EN = O → EN = O = 680 kJ ∙ mol-1
Para o produto: tem-se 2 mol de NH3, que possui três
ligações N − H. Assim, tem-se: Alternativa B
EP = 3 ∙ 2 ∙ EN - H
4. (Mackenzie) O gás propano é um dos integrantes do
EP= 6 ∙ 390 = 2340 kJ GLP (gás liquefeito de petróleo) e, dessa forma, é um
gás altamente inflamável. A seguir está representada
Portanto, segue que:
a equação química NÃO BALANCEADA de combustão
∆H = ER + EP completa do gás propano.
∆H = +2252 − 2340 = −88 kJ ∙ mol -1
C3H8 (g) + O2 (g) → CO2 (g) + H2O (v)
Como a questão quer energia para a formação de 1 mol de
amônia, tem-se que: Na tabela, são fornecidos os valores das energias de ligação, todos
nas mesmas condições de pressão e temperatura da combustão.
88 = − 44 kJ ∙ mol-1
∆H = – ___
2 Ligação Energia de ligação (kJ ∙ mol-1)
Alternativa B C−H 413
81
Assim, a variação de entalpia da reação de combustão de ∆H = ER − Ep
um mol de gás propano será igual a: ∆H = 6490 − 8160
a) –1670 kJ. d) – 4160 kJ.
∆ = − 1670 kJ
b) – 6490 kJ. e) + 4160 kJ.
Alternativa A
c) +1670 kJ.
Resolução:
Balanceando a equação de combustão do propano, tem-se:
C3H8 (g) + 5 O2 (g) → 3 CO2 (g) + 4 H2O (v)
Agora, é possível determinar a quantidade de energia absor-
vida no reagente (ER) e liberada no produto (EP) da reação:
Para o reagente: multimídia: livro
ER = 8 ∙ EC − H 2 ∙ EC − C + 5 ∙ EO = O
ER = 8 ∙ 413 + 2 ∙ 348 + 5 ∙ 498 = 6490 kJ Completamente Química –
Química Orgânica, de Martha Reis
Para o produto:
Esse livro da coleção Completamente Química desenvolve
EP = 3 ∙ 2 ∙ EC = O + 4 ∙ 2 ∙ EO - H a teoria com rigor científico e auxilia no entendimento,
EP = 6 ∙ 744 + 8 ∙ 462 = 8160 kJ partindo do que é palpável e do que pode ser sentido,
Com esses dados, basta utilizar a expressão para o cálculo tocado e observado. O livro traz também atividades
do ΔH envolvendo a energia de ligação: distribuídas de forma sistemática, organizada e graduada.
VIVENCIANDO
A energia solar é proveniente da luz e do calor do Sol. É utilizada em diferentes tecnologias, como o aquecimento solar, a
energia solar fotovoltaica, a energia heliotérmica, a arquitetura solar e a fotossíntese artificial. Dependendo da forma como
capturam, convertem e distribuem a energia solar, as tecnologias solares são caracterizadas como ativas ou passivas. Entre
as técnicas solares ativas estão o uso de painéis fotovoltaicos, concentradores solares térmicos das usinas heliotérmicas e os
aquecedores solares. Entre as técnicas solares passivas estão a orientação de um edifício para o Sol, a seleção de materiais
com massa térmica favorável ou propriedades translúcidas e a projeção de espaços que façam o ar circular naturalmente.
Na geração fotovoltaica, a energia luminosa é convertida diretamente em energia elétrica. Nas usinas heliotérmicas,
a produção de eletricidade ocorre em duas etapas: primeiro, os raios solares concentrados aquecem um receptor; em
seguida, o calor (350 °C-1.000 °C) é utilizado para iniciar o processo convencional da geração de energia elétrica
por meio da movimentação de uma turbina. No aquecimento solar, a luz do Sol é utilizada para aquecer a água de
casas e prédios (≈80 °C), sem o objetivo de gerar energia elétrica.
No seu movimento de translação ao redor do Sol, a Terra recebe 1.410 W/m² de energia, medição feita numa superfí-
cie normal (em ângulo reto). Cerca de 19% dessa energia é absorvida pela atmosfera e 35% é refletida pelas nuvens.
Ao passar pela atmosfera terrestre, a maior parte da energia solar está na forma de luz visível e luz ultravioleta. As
plantas utilizam diretamente essa energia no processo de fotossíntese. As pessoas usam essa energia quando quei-
mam lenha ou combustíveis minerais. Existem técnicas experimentais para criar combustível a partir da absorção da
luz solar em uma reação química de modo similar à fotossíntese vegetal, mas sem a presença desses organismos.
A radiação solar, juntamente com outros recursos secundários de alimentação, como a energia eólica, a energia das
ondas, a hidroeletricidade e a biomassa, são responsáveis por grande parte da energia renovável disponível na Terra.
Apenas uma minúscula fração da energia solar disponível é utilizada.
82
Em 2011, a Agência Internacional de Energia afirmou que “o desenvolvimento de tecnologias de fontes de energia
solar acessíveis, inesgotáveis e limpas terá enormes benefícios a longo prazo. Ela vai aumentar a segurança energéti-
ca dos países através da dependência de um recurso endógeno, inesgotável e, principalmente, independente de
importação, o que aumentará a sustentabilidade, reduzirá a poluição, reduzirá os custos de mitigação das mudanças
climáticas e manterá os preços dos combustíveis fósseis mais baixos. Essas vantagens são globais. Sendo assim, entre
os custos adicionais dos incentivos para a implantação precoce dessa tecnologia devem ser considerados investimen-
tos em aprendizagem; que devem ser gastos com sabedoria e precisam ser amplamente compartilhados”.
O processo no qual dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam outro núcleo de maior número atômico é
denominado fusão nuclear. A fusão nuclear requer muita energia e geralmente libera muito mais energia do que
a energia consumida. Quando ocorre com elementos mais leves que o ferro e o níquel (que possuem as maiores
forças de coesão nuclear de todos os átomos, sendo, portanto, mais estáveis), ela geralmente libera energia, e, com
elementos mais pesados, ela consome. Ainda não foi encontrada uma maneira de controlar a fusão nuclear, como
acontece com a fissão.
O principal tipo de fusão que ocorre no interior das estrelas é o de hidrogênio em hélio, em que dois prótons se fun-
dem em uma partícula alfa (um núcleo de hélio), liberando dois pósitrons, dois neutrinos e energia. Contudo, dentro
desse processo, ocorrem várias reações individuais, que variam de acordo com a massa da estrela. Para estrelas do
tamanho do Sol ou menores, a cadeia próton-próton é a reação dominante. Em estrelas de massa elevada, predo-
mina o ciclo CNO.
É importante destacar que há conservação da energia. Assim, pode-se calcular a massa dos quatro prótons e do
núcleo de hélio e subtrair a soma das massas das partículas iniciais daquela soma do produto dessa reação nuclear
para calcular a energia produzida.
Utilizando a equação E = mc², é possível calcular a energia liberada, oriunda da diferença de massas. Uma vez que
o valor de c é muito grande (cerca de 3 ∙ 108 m/s), mesmo uma massa muito pequena corresponde a uma enorme
quantidade de energia. Esse fato levou muitos engenheiros e cientistas a iniciarem projetos para o desenvolvimento de
reatores de fusão (tokamaks), de modo a gerar eletricidade (por exemplo, a fusão de poucos cm³ de deutério, um isótopo
de hidrogênio, produziria uma energia equivalente àquela produzida pela queima de 20 toneladas de carvão).
83
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSFORMAÇÃO
PODE ENVOLVER
TRANSFERÊNCIA
DE CALOR
HÁ
VARIAÇÃO DE
ENTALPIA (ΔH)
ENERGIA DE
LIGAÇÃO
E CONSIDERANDO QUE
QUEBRA DE FORMAÇÃO DE
LIGAÇÕES LIGAÇÕES
É PROCESSO É PROCESSO
QUE QUE
ABSORVE LIBERA
CALOR CALOR
84
quantidade final menos a inicial. Para evitar o surgimen-
AULAS 33 e 34 to de velocidade negativa, utiliza-se o sinal negativo na
expressão ou a variação em módulo sempre que se fizer
referência aos reagentes.
Exemplo:
CINÉTICA QUÍMICA: N2(g) + 3 H2(g) → 2 NH3(g)
VELOCIDADE MÉDIA DE D[N ] _____D[N2]
Vm de consumo de N2 = – _____
2 ou
UMA REAÇÃO QUÍMICA Dt Dt
D[H2] _____ D[H ]
Vm de consumo de H2 = – _____
ou 2
Dt Dt
D[NH ]
Vm de formação de NH3 = + ______
3
Dt
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
Os reagentes são consumidos durante a reação e sua
HABILIDADES:
12, 17, 18, 24, 25, 26 quantidade diminui com variação do tempo, enquanto
e 27 os produtos são formados e suas quantidades aumentam
com o tempo. É possível representar graficamente:
[ ]
1. Cinética química
Existem transformações em que os sinais de mudança são
percebidos apenas depois de um longo tempo. Em outras NH3
transformações, os sinais aparecem rapidamente.
Os gases tóxicos CO e NO, que existem nos escapamentos dos HN22
automóveis, combinam-se formando os inofensivos CO2 e N2. H22
N
CO(g) + NO(g) → CO2 + __ 1 N tempo
2 2 (g)
Com relação à velocidade média de consumo ou formação,
Entretanto, sob condições normais, a velocidade dessa re-
pode-se afirmar que ela diminui com o passar do tempo,
ação é muito baixa, demorando muito tempo para o CO
pois a quantidade que reage torna-se cada vez menor.
e NO serem convertidos totalmente em CO2 e N2. Por sua
vez, quando um comprimido efervescente é dissolvido em Vm
85
variação da concentração molar do NH3 (mol/L)
Vm = ___________________________________
intervalo de tempo
5 20,0
Tempo (h) 0 1,0 2,0 3,0
10 32,5
No intervalo de tempo entre 0 h e 1 h, serão calculadas as ve-
15 40,0 locidades de consumo de NH3(g) e de formação de N2(g) e H2(g):
|4,0 – 8,0|
20 43,5
Consumo de NH3: Vm = – _______
= 4,0 mol · L–1 · h–1
1,0 – 0
2,0 – 0
Utilizando os dados dessa tabela, obtém-se, de acordo com Formação de N2: Vm = ______
= 2,0 mol · L–1 · h–1
1,0 – 0
a definição, as seguintes velocidades médias: 6,0 – 0
Formação de H2: Vm = ______
= 6,0 mol · L–1 · h–1
20,0 – 0 1,0 – 0
§ No intervalo de 0 a 5 min: Vm = _______
⇒
5–0
Vm = 4,0 mol/L · min Observe que esses valores guardam entre si as proporções
dos coeficientes estequiométricos da equação:
32,5 – 20,0
§ No intervalo de 5 a 10 min: Vm = _________
⇒
10 − 5 2 NH3(g) → 1 N2(g) + 3 H2(g)
Vm = 2,5 mol/L · min
2 : 1 : 3
40,0 – 32,5
§ No intervalo de 10 a 15 min: Vm = _________
⇒
15 – 10
4,0 mol · L–1 · h–1 : 2,0 mol · L–1 · h–1 : 6,0 mol · L–1 · h–1
Vm = 1,5 mol/L · min
43,5 – 40,0 Define-se como rapidez ou velocidade média de uma rea-
§ No intervalo de 15 a 20 min: Vm = _________
⇒
20 – 15 ção, no intervalo de tempo em questão, o seguinte resultado:
Vm = 0,7 mol/L · min 4,0 mol · L–1 · h–1 __________
2,0 mol · L–1
Vm da reação = _____________
= =
Observe que esse cálculo é muito semelhante ao cál- 2 1
culo de velocidade média realizado em Física. De fato, 6,0 mol · L–1 · h–1
= _____________
= 2,0 mol · L–1 · h–1
caso constasse, na segunda coluna da tabela anterior, 3
“quilômetros rodados por um automóvel” em vez de
§ Os denominadores são os coeficientes estequiométricos
“concentração molar”, o mesmo cálculo teria fornecido
a velocidade média do automóvel em cada um dos in- De modo geral, define-se velocidade média de uma reação
tervalos de tempo. da seguinte maneira:
86
Para a reação genérica aA +bB → cC + dD, a rapidez Resolução:
ou velocidade média (sem especificação de se referir a
13 O(g) → 4 CO2(g) + 5H2O(g)
C4H10(g) + ___
reagente ou produto) é dada por: 2
V VB __ V VD 1 mol 4 mol
Vm da reação = __
A = __
= C = __
4 mol nCO2
a b c d
nCO2 = 16 mol de CO2
Aplicação do conteúdo Assim, em 1 hora (60 min):
1. Num dado meio em que ocorre a reação N2O5 → 20 min 16 mol de CO2
N2O4 + 1
__ O , observou-se a seguinte variação na con- 60 min (1 h) nCO2
2
2
centração de N2O5 em função do tempo: nCO2 = 48 mol de CO2
Alternativa A
N2O5 (mol/L) 0,233 0,200 0,180 0,165 0,155
Calcule a velocidade média da reação no intervalo de 3 a 5 min. Na reação acima equacionada, observou-se a variação na
concentração de X em função do tempo, segundo a tabela
Resolução: a seguir:
|DN2O5| |0,180 – 0,200|
Vm = – _____ ⇒ Vm = – ___________
Dt 300 – 180 tempo (s) 0 120 240 360 720
Vm = 0,000167 mol/L · s-1
[x] mol/litro 0,255 0,220 0,200 0,190 0,100
Vm = 1,67 · 10-4 mol/L · s-1
2. A amônia é um produto básico para a produção de No intervalo de 4 a 6 minutos, a velocidade média da rea-
fertilizantes. Ela é produzida cataliticamente, em altas ção em mol/litro∙min é:
a) 0,010.
pressões (processo Haber), conforme a equação:
b) 0,255.
N2 + 3 H2 → 2 NH3 c) 0,005.
Se a velocidade de produção de amônia foi medida como: d) 0,100.
D[NH3] e) 0,200.
velocidade = ______
= 2,0 · 10–4 mol · L–1 · s–1, a velocida-
Dt Resolução:
de da reação em termos de consumo de N2 será:
Resolução: De acordo com a tabela, a velocidade média da reação
(para o X) no intervalo de 4 a 6 min (240 a 360 s) é:
A proporção estequiométrica da equação nunca pode ser
| | |– (0,190 – 0,200)|
desobedecida. Assim, para produzir 2,0 · 10− 4 mol/L de ∆n → ∆V = ______________
∆V = – ____
∆t 6–4
NH3 por segundo, a reação deverá consumir 1,0 · 104 mol/L
∆V = 0,005 mol · L-1 min-1
de N2 por segundo (basta olhar para a equação).
N2 + 3 H2 → 2 NH3 ∆V = 5 · 10-3 mol · L-1 · min-1
1 mol 2 mol Alternativa C
VN2 2,0 · 10–4 mol · L–1 · s–1
VN2 = 1,0 · 10–4 mol · L–1 · s–1
3. A combustão do butano é representada pela equação:
13 O(g) → 4 CO2(g) + 5 H2O(g)
C4H10(g) + ___
2
Se houver um consumo de 4 mols de butano a cada 20 mi-
nutos de reação, o número de mols de dióxido de carbono
produzido em 1 hora será:
a) 48 mol/h d) 16 mol/h
b) 4 mol/h e) 8 mol/h
c) 5 mol/h
87
VIVENCIANDO
Como o próprio nome indica, os catalisadores biológicos são produtos biológicos (produzidos pelas células) e atuam
nas reações metabólicas do organismo. As enzimas são os principais catalisadores biológicos. Em geral, são proteínas
(embora nem toda proteína seja uma enzima), mas há exceções, como é o caso das ribozimas, que não são molé-
culas proteicas, mas moléculas de ácido ribonucleico (RNA). Exemplos de enzimas: amilase, lipase e desidrogenase.
É interessante destacar que a atividade normal de cada enzima depende de pH, temperatura, especificidade (cada
enzima atua sobre um determinado substrato), etc.
Os catalisadores não biológicos são substâncias químicas, geralmente inorgânicas, que aumentam a velocidade de
reações químicas. Por exemplo: o sulfato de manganês (que é uma substância inorgânica) catalisa positivamente a
reação entre ácido oxálico e permanganato de potássio em meio ácido. Os catalisadores químicos são importantes em
diversos processos e alguns são utilizados industrialmente. Os automóveis, por exemplo, possuem conversor catalítico
no sistema de escapamento com o objetivo de acelerar a conversão de gases poluentes em substâncias menos tóxicas.
A catálise heterogênea, por sua vez, é utilizada na produção de margarinas, na síntese de fertilizantes, etc.
As enzimas são substâncias orgânicas, geralmente proteínas, que catalisam reações biológicas pouco espontâneas e muito len-
tas. O poder catalítico de uma enzima relaciona a velocidade das reações com a energia despendida para que elas aconteçam.
Na presença de uma enzima catalisadora, a velocidade da reação é mais rápida e a energia utilizada é menor. Por
essa razão, as enzimas praticamente controlam todo o funcionamento celular interno favorecendo o metabolismo
anabólico (construção) e catabólico (degradação). Elas também atuam no funcionamento celular externo por meio
de sinalizadores catalíticos estimulantes ou inibitórios atuantes em outras células (hormônios, por exemplo).
No organismo, existem diferentes tipos enzimáticos, reguladores das diversas vias metabólicas, estendendo-se por
todo o corpo humano, embora em pequenas quantidades.
A grande especificidade de uma enzima é determinada pelo tamanho e pela forma tridimensional, formando regiões
de afinidade com os reagentes (substratos). Essa complementaridade é denominada combinação chave-fechadura.
Alguns fatores influenciam na atividade catalítica das enzimas, como: concentração enzimática, concentração do
substrato, potencial hidrogeniônico (pH) e temperatura.
Considerando a concentração das moléculas de enzimas, quanto maior o seu teor, maior será a velocidade da reação,
seguindo proporcionalmente a quantidade suficiente de substratos para reagir com as enzimas. Conforme a deman-
da no consumo de reagentes vai ocorrendo, a velocidade da reação decai gradativamente.
Quando a concentração do substrato aumenta, a velocidade tende a um limite determinante de acordo com a quan-
tidade de enzimas no sistema. A partir desse ponto, o substrato não terá nenhuma influência sobre a velocidade, pois
todas as enzimas já se encontram ocupadas.
Cada enzima possui um pH ótimo para desempenhar suas funções, seja no estômago, no caso das pepsinas em pH
ácido (por volta de 2 – muito baixo), ou em qualquer outro órgão ou tecido. Cada enzima requer condições favoráveis
para potencializar sua atuação.
88
Para a otimização das reações biológicas mediadas por catalisadores, é necessária uma temperatura adequada, que
varia de acordo com o tipo de enzima. Baixas temperaturas podem causar inativação, e altas temperaturas podem
causar desnaturação enzimática.
DIAGRAMA DE IDEIAS
TRANSFORMAÇÃO
TEM
ESTUDADA
PELA
RAPIDEZ DE
CINÉTICA QUÍMICA
REAÇÃO
HÁ
GRÁFICO DE
QUANTIDADE × TEMPO
PODE TER
CURVA CURVA
DECRESCENTE CRESCENTE
TÍPICA DE TÍPICA DE
REAGENTE PRODUTO
POIS É POIS É
CONSUMIDO FORMADO
89
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científ-
ico-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científ-
ico-tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
90
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
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lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
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localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
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SUMÁRIO
QUÍMICA
PROPRIEDADES COLIGATIVAS E ELETROQUÍMICA
Aulas 35 e 36: Propriedades Coligativas: osmometria 6
Aulas 37 e 38: Eletroquímica: oxirredução 12
Aulas 39 e 40: Eletroquímica: introdução a pilhas e processos espontâneos 20
Aulas 41 e 42: Eletroquímica: pilha de Daniell e célula de combustível 29
Aulas 43 e 44: Eletroquímica: eletrólise ígnea 35
QUÍMICA ORGÂNICA
Aulas 35 e 36: Reações de substituição em aromáticos e de eliminação 44
Aulas 37 e 38: Reações de oxidação 51
Aulas 39 e 40: Oxidação de alcenos 57
Aulas 41 e 42: Esterificação, hidrólise e condensação amídica 62
Aulas 43 e 44: Transesterificação e saponificação 65
Os principais temas estão ligados aos números de Os principais assuntos estão relacionados a
oxidação, principalmente assuntos que envolvem pilhas e eletrólise, de maneira bem concisa.
pilhas e eletrólise em situações do cotidiano e que É necessário interpretar as informações e
podem envolver, inclusive, funcionamento de uma entender as diversas aplicações que podem
pilha como produção de insumos na indústria. ser feitas.
É importante reconhecer processos de oxirredu- Cobrado de maneira objetiva, exige Os tópicos relacionados à eletroquímica
ção, mas com ênfase na parte de pilhas e eletróli- conhecimento das principais diferenças entre podem ser cobrados de maneira
se, principalmente relacionados a funcionamento os processos eletroquímicos. interdisciplinar, tornando necessário entender
e aplicações. sua base, principalmente diferenças e
utilidades entre uma pilha e um processo
eletrolítico.
O tópico que aborda os números de oxidação Com questões teóricas, é importante que os Os temas de pilhas e eletrólise são os mais O tema que envolve oxirredução pode ser
é necessário para assimilar os conteúdos conceitos de oxirredução estejam fixados para cobrados, sendo necessário entender as cobrado de maneira interdisciplinar com
de eletroquímica, seus diferentes processos, que seja mais fácil identificar os diferentes diferenças de cada processo e aplicações. Biologia. Assim, é importante diferenciar
aplicações e diferenças. processos eletroquímicos que existem, assim processos de oxidação e redução, bem
como suas aplicações. como entender os diferentes processos
eletroquímicos.
UFMG
É importante a última parte de propriedades É importante que toda a parte de proprieda- O assunto que abrange oxirredução pode ser
coligativas, assim como atentar-se aos pro- des coligativas esteja fixada, assim como é exigido de modo interdisciplinar. É necessário
cessos de oxirredução, pilhas e eletrólise, que muito relevante o tópico de oxirredução, pois é entender os processos de oxidação e redução,
focam em suas diferenças e aplicações. uma das bases da eletroquímica. assim como compreender os diversos proces-
sos eletroquímicos mostrados.
Os assuntos predominantes estão relacionados O tópico principal envolve oxirredução, que O assunto mais cobrado envolve os proces-
aos processos eletroquímicos. É fundamental serve de base para melhor compreensão sos eletroquímicos. É importante dominar
que os conceitos que envolvem oxirredução dos processos eletroquímicos. É impor- o assunto de oxirredução, assim como as
estejam fixados, assim como dominar as tante compreender as diferenças e suas diferenças e aplicações de pilhas e eletrólise.
diferenças entres pilha e eletrólise e suas aplicações.
aplicações.
PROPRIEDADES COLIGATIVAS
E ELETROQUÍMICA
5
AULAS 35 e 36 1. Osmose
A osmose é um processo físico-químico espontâneo de
movimentação do solvente entre dois meios com concen-
trações diferentes de soluto, separados por uma membrana
semipermeável.
PROPRIEDADES A capacidade que cada solvente apresenta de atravessar
uma membrana semipermeável está relacionada com a
COLIGATIVAS: sua pressão de vapor: quanto maior a pressão de vapor
OSMOMETRIA da solução, menor será a capacidade de seu solvente de
atravessar uma membrana semipermeável.
A osmose também é uma propriedade coligativa das
soluções, uma vez que depende somente do número de
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 partículas dissolvidas, e não da natureza dessas partículas
(moléculas ou íons).
HABILIDADES: 17, 21, 24, 25, 26 e 27
Observe o fenômeno da osmose nas figuras:
Observe que a movimentação das moléculas do solvente ocorre do meio hipotônico (menos concentrado em soluto) para o
meio hipertônico (mais concentrado em soluto) com o objetivo de que a mesma concentração seja atingida em ambos os
meios, tornando-os isotônicos.
A membrana semipermeável é seletiva, visto que ela permite a passagem do solvente, mas não das partículas de soluto. O
papel celofane, a bexiga animal, certos tipos de gelatina e a membrana celular funcionam como membranas semipermeáveis.
Alguns exemplos de osmose no dia a dia:
§ Salgar a carne para conservá-la é uma prática muito comum. Nesse caso, o meio externo está mais concentrado (por
causa do sal), e o meio interno (interior das células da carne) está menos concentrado. Por esse motivo, ocorre a saída de
água das células da carne e dos microrganismos que poderiam causar a deterioração da carne. Como os microrganismos
não conseguem viver em meio muito concentrado de sal, a carne permanece conservada por mais tempo.
6
§ Quando saladas que contêm alface são temperadas,
pode-se verificar que, depois de algum tempo, a alface
3. Leis da osmometria
murcha e ocorre acúmulo de água no recipiente. Isso As leis da osmometria foram descobertas pelo químico
ocorre porque a água difunde das células vegetais da holandês Jacobus H. Van’t Hoff (1852-1911), laureado em
alface (meio menos concentrado) para o meio mais 1901 com o prêmio Nobel de Química. Van’t Hoff desco-
concentrado, que é a solução de vinagre e sal. briu que, em soluções diluídas de solutos não iônicos, a
pressão osmótica independe do soluto e obedece, funda-
mentalmente, a duas leis:
p=K⋅M
p=M⋅T
Em que:
p = pressão osmótica
2. Pressão osmótica (p) R = constante universal dos gases perfeitos
Pressão osmótica é a pressão exercida sobre a solução
para impedir que a osmose ocorra de maneira espontânea. T = temperatura absoluta (K)
Quanto maior a concentração de uma solução, maior será M = concentração molar (mol/L)
a pressão osmótica.
n1 = número de mols do soluto
É interessante notar que, se a pressão mecânica sobre a
solução for maior que a pressão osmótica, o fenômeno
normal se inverterá, ou seja, o solvente passará da solução 3.1. Classificação das soluções
para o lado do solvente puro. Esse processo é denomina-
Considerando duas soluções à mesma temperatura, com
do osmose reversa e é empregado na dessalinização da
pressões osmóticas pA e pB:
água do mar para a obtenção de água potável.
membrana § a solução A é hipertônica em relação à B quando
semipermeável p
pA > pB;
7
VIVENCIANDO
É comum a sensação de sede depois da ingestão de doces, como chocolates e balas. Isso ocorre porque os doces
aumentam o nível de glicose extracelular no organismo e geram a hiperglicemia.
Quando uma pessoa ingere muitos doces, o pâncreas libera o hormônio glucagon, que é responsável por interagir
com a glicose e levá-la do meio extracelular para o meio intracelular.
Durante esse processo e depois de consumir muito açúcar, a água é necessária para ajudar na osmose ou difusão
simples da glicose para dentro das células. O responsável por esse processo é o hipotálamo.
Vale lembrar que o açúcar é importante para o organismo, pois garante energia para as funções vitais e atividades
diárias do ser humano.
A necessidade por doces é natural, mas é preciso consumir esse tipo de alimento com muita responsabilidade. Doces
em excesso prejudicam a saúde e podem até levar ao desenvolvimento de diabetes.
Como a osmose é uma propriedade coligativa, o fator de (R = 62,3 mmHg ⋅ L ⋅ mol–1 ⋅ K–1)
Van’t Hoff (i) também é válido para a equação fundamen-
tal da osmometria, uma vez que, para as concentrações Resolução:
idênticas, as soluções eletrolíticas apresentam efeitos coli-
gativos maiores do que as soluções não eletrolíticas: m
p ⋅ V = M R T ⇒ p = _______ R .T ⇒
M ⋅ V(ℓ)
p = M . R .T . i m R . T
M = ______
π ⋅ V(ℓ)
1 ⋅ 62,3 ⋅ (273 + 20)
Em que: i = 1 + α ⋅ (q – 1); M = ___________
⇒
2,75 ⋅ 0,1
i = fator de Van’t Hoff;
M = 6,63 ⋅ 104 g/mol
a = grau de ionização (ou de dissociação iônica);
q = número de mols de íons originados por mol de soluto; 3. No que se refere a efeitos coligativos, a água do mar
se comporta como uma solução 0,6 M de NaCℓ, com
M = concentração do soluto na solução (mol . L-1). i = 2. Determine a pressão osmótica do mar, a 20°C.
8
Dado R = 0,082 atm ∙ L ∙ mol-1 ∙ K-1 c) Aℓ(NO3)3 → Aℓ3+ + 3 NO 3- ; logo, o valor de q para
nitrato de alumínio é 4.
Resolução: i = 1 + α ∙ (q – 1) → 3,41 = 1 + α ∙ (4 – 1) → α
= 0,803 ou 80,3%.
Usando a equação fundamental da osmometria, tem-se: d) Pelos cálculos do item c, o grau de dissociação não
é 100%.
π = M . R .T . i ⇒
Calculando a pressão osmótica para α = 100%:
⇒ π = 0,6 ∙ 0,082 ∙ (20 + 273) ∙ 2
Como i = 1 + a(q - 1), considerando a = 1, tem-se:
π = 28,83 atm
i = 1 + 1.(4 - 1) = 4
4. São dissolvidos 0,06 mol de nitrato de alumínio Assim:
[Aℓ(NO3)3] em água suficiente para 1.200 mL de
solução. Sabendo que a solução, a 27 °C, apresenta π = M . R .T . i ⇒
pressão osmótica de 4,2 atm, determine: ⇒ π = 0,05 ∙ 0,082 ∙ (27 + 273) ∙ 4
⇒ π = 4,92 atm.
Dado: R = 0,082 atm ∙L ∙ mol-1 ∙ K-1.
a) A molaridade da solução.
b) O fator de Van’t Hoff.
c) O grau de dissociação do sal.
d) O grau de dissociação do nitrato de alumínio é
100%? Qual seria a pressão osmótica, considerando
que o grau de dissociação do nitrato de alumínio é
de 100% e mantendo todas as condições descritas?
multimídia: site
Resolução:
n1 0,06 mol
a) M = __
⇒ M = _______
⇒ M = 0,05 M.
g1.globo.com/bemestar/noticia/2014/05/medicos-ex-
V 1,2 L
plicam-o-que-pode-causar-sede-e-os-beneficios-de-be-
b) π = M . R . T . i ⇒ ber-agua.html
4,2 = 0,05 ∙ 0,082 ∙ (27 + 273) ∙ i ⇒ i = 3,41.
Por que a pressão sanguínea aumenta com a ingestão de sal? Isso tem tudo a ver com a biologia. Com a ingestão de
sal, ocorre um aumento na pressão osmótica, um aumento da quantidade de água nos líquidos extracelulares (san-
gue e tecido entre as células) e um aumento da pressão arterial. A consequência é uma maior entrada de água nas
células devido à osmose. Se não houver um sistema para remover essa água, a célula inchará progressivamente até
estourar (provocando sua morte). O mecanismo fisiológico para a retirada dessa água, e inclusive dos íons produzidos
dentro da própria célula, é o sistema bomba de sódio e potássio.
9
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
A osmose é um processo muito importante presente na natureza. Por isso, é de extrema importância conhecer
seus fundamentos principais e seus mecanismos de funcionamento.
MODELO 1
(Enem) A lavoura arrozeira na planície costeira da região sul do Brasil comumente sofre perdas elevadas devido
à salinização da água de irrigação, que ocasiona prejuízos diretos, como a redução de produção da lavoura.
Solos com processo de salinização avançado não são indicados, por exemplo, para o cultivo de arroz. As plantas
retiram a água do solo quando as forças de embebição dos tecidos das raízes são superiores às forças com que
a água é retida no solo.
WINKEL, H.L.; TSCHIEDEL, M. Cultura do arroz: salinização de solos em cultivos de arroz. Disponível
em: http//agropage.tripod.com/saliniza.hml. Acesso em: 25 jun. 2010 (adaptado).
A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a absorção de água pelas plantas, o que
provoca o fenômeno conhecido por seca fisiológica, caracterizado pelo(a):
a) aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração de sais maior que a das células
das raízes das plantas, impedindo, assim, que a água seja absorvida;
b) aumento da salinidade, em que o solo atinge um nível muito baixo de água, e as plantas não têm força
de sucção para absorver a água;
c) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas não têm força de sucção, fazendo com
que a água não seja absorvida;
d) aumento da salinidade, que atinge um nível em que as plantas têm muita sudação, não tendo força de
sucção para superá-la;
e) diminuição da salinidade, que atinge um nível em que as plantas ficam túrgidas e não têm força de
sudação para superá-la.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A presença de sais na solução do solo faz com que seja dificultada a absorção de água pelas plantas
(devido ao processo de osmose), o que provoca o fenômeno conhecido por seca fisiológica, caracterizado
pelo aumento da salinidade, em que a água do solo atinge uma concentração de sais maior do que a das
células das raízes das plantas, impedindo, assim, que a água seja absorvida.
RESPOSTA Alternativa A
10
DIAGRAMA DE IDEIAS
TEM
SOLUÇÃO SOLVENTE LÍQUIDO
PODE ATRAVESSAR
ESSA PASSAGEM
É DENOMINADA MEMBRANA PERMEÁVEL
SOMENTE AO SOLVENTE
IMPEDIDA QUANDO
APLICA-SE A ÉA
PRESSÃO NECESSÁRIA
OSMOSE PRESSÃO OSMÓTICA
PARA IMPEDIR A OSMOSE
PRESSÃO SUPERIOR
A ELA ACARRETA
OSMOSE RESERVA
USADA NA
DESSALINIZAÇÃO DA
ÁGUA DO MAR
11
Semirreação de redução
AULAS 37 e 38 2 Ag+ + 2 e– → 2 Ag0
ganho de elétrons
Reação Global
+1
perda de elétrons
12
Nota: apesar de o zinco (Zn) pertencer às famílias B (me-
tais de transição), os compostos dele também apresentam
Nox = +2.
c) Alumínio, Aℓ (família 3A / grupo 13)
Fonte: Youtube
Árvore de Prata - Oxirredução Exemplos:
+3 +3
Aℓ(OH)3 Aℓ2(SO4)3
3. Cálculo do Nox d) Hidrogênio
1. Substâncias simples (formadas por apenas um ele-
mento químico) Se combinados com ametais, os átomos de hidrogê-
nio apresentam número de oxidação +1 (possuem
Os átomos apresentam número de oxidação zero. menos eletronegatividade que os ametais).
+1 +1
Se combinados em compostos, os átomos de oxigênio
NaCℓ K2SO4 apresentam número de oxidação –2.
Nota: apesar de a prata (Ag) pertencer às famílias B (me-
tais de transição), os compostos dela também apresentam Exemplos:
Nox = +1.
b) Metais alcalino-terrosos (família 2A / grupo 2): –2 –2 –2 –2 –2
Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra
CaO Na2O H2O Fe2O3 H2SO4
Se combinados em compostos, os átomos da família
dos metais alcalino-terrosos apresentam número de Nos peróxidos, cada átomo de oxigênio apresenta
oxidação +2. número de oxidação –1.
Exemplos:
+2 +2 +2 –1 –1 –1
13
Nota: quando combinado com o flúor, que é mais eletrone-
gativo, no fluoreto, portanto, o oxigênio apresenta número
4. Variação do Nox nas
de oxidação +2, uma vez que perde dois elétrons para o flúor. reações de oxirredução
+2 Retomando o exemplo da reação entre o cobre e a solução
aquosa de nitrato de prata e associando-o ao conceito de
OF2 Nox, obtém-se:
4. Halogênios (família 7A / grupo 16): F, Cℓ, Br, I
0 +2
+1 x –2
5. Variação do Nox nos
H4P2O7
compostos orgânicos
Os números de oxidação usuais dos elementos químicos que
4 . (+ 1) + 2x + 7 . (– 2) = 0 ⇒ x = +5
aparecem mais frequentemente nos compostos orgânicos são:
6. O somatório de todos os números de oxidação de um Hidrogênio: Nox = +1
íon composto é igual à carga desse íon.
Halogênios (F, Cℓ, Br, I): Nox = –1
Exemplos: Oxigênio (O) e enxofre (S): Nox = –2
x –2 Nitrogênio (N) e fósforo (P): Nox = –3
(MnO4)1–
x + 4 . (–2) = –1 ⇒ x = +7
x –2
(PO4)3–
x + 4 . (–2) = –3 ⇒ x = +5 multimídia: site
x +1
https://www.quimicalimentar.com.br/por-que-alimen-
(NH4)1+ tos-estragam/
x + 4 . (+1) = +1 ⇒ x = –3
14
Foi visto que a soma dos números de oxidação de todos
os átomos num composto é igual a zero. Observe alguns O número total de elétrons cedidos é igual
exemplos de cálculos que mostram o número de oxidação ao número total de elétrons recebidos.
do carbono, representado pela letra x:
–3 –2 –3 –3 0 –3
§ Para o SO2 (sofre oxidação ⇒ agente redutor):
total de elétrons doados
= 1 átomo × 2 elétrons/átomo = 2 elétrons doados
–1
De acordo com a regra, os números totais de elétrons
recebidos e cedidos serão os coeficientes “trocados” na
equação:
6. Balanceamento pelo 6 SO2 ⇒ 2 elétrons cedidos
método de oxirredução
O processo de balanceamento se baseia no princípio 2 Cr2O3 ⇒ 6 elétrons recebidos
de que: CrO3 + 6 SO2 → 2 Cr2O3 + SO3
15
Como os coeficientes são múltiplos entre si, podem ser a) NO e H2O.
simplificados: b) Fe e HNO3.
2 : 6 ⇔ 1 : 3 c) Fe e Fe(NO3)2.
d) HNO3 e NO.
Que resulta em: e) HNO3 e Fe
CrO3 + 3 SO2 → 1 Cr2O3 + SO3
Resolução:
Balanceada a equação pelo método das tentativas, final-
mente obtém-se: Calculando os Nox de cada elemento, tem-se:
− +
Aplicação do conteúdo
1. (UFF) Uma das principais impurezas que existem
nos derivados de petróleo e no carvão mineral é o
enxofre. Quando esses combustíveis são utilizados,
a queima do enxofre produz SO2 de cheiro irritável e
esse, por sua vez, na atmosfera, reage com o oxigê-
nio e se transforma lentamente no SO3. Essa reação
É possível observar que quem reduziu (agente oxidante) foi
é acelerada pela presença de poeira na atmosfera. O o HNO3 e quem oxidou (agente redutor) foi o Fe.
SO3 reage com a água da chuva produzindo o H2SO4, Alternativa E
que é um ácido forte. Durante esse processo, o enxofre
passa por diferentes estados de oxidação. Em relação
às substâncias SO2, SO3 e H2SO4, o número de oxidação 3. (Mackenzie) Um estudante, após ler que o ouro reage
do enxofre é, respectivamente: com água régia, segundo a equação
a) +4, +6, +6.
Au + HCℓ + HNO3 → AuCℓ3+ H2O + NO
b) –4, +4, +6.
c) +2, –3, 0.
afirma que:
d) –2, +3, +6.
e) –4, +6, 0. I. A água régia consiste na mistura de HCℓ com HNO3
na proporção de 3:1, respectivamente.
Resolução: II. O HNO3 é o agente oxidante.
O número de oxidação (Nox) do hidrogênio é +1 e do III. Na reação de 1 mol de ouro, obtém-se dois mols
oxigênio é –2. A partir disso, é possível calcular o Nox do de água.
enxofre em cada composto. Sendo x o Nox do enxofre, IV. O ouro é reduzido a Au3+.
tem-se: Das afirmações feitas, são corretas:
SO2 → x + [2 ∙ (–2)] = 0 x – 4 = 0 → x = +4 a) I , II e III, somente.
SO3 → x + (3 ∙ (–2)] = 0 → x – 6 = 0 → x = +6 b) I e III, somente.
c) II e IV, somente.
H2SO4 → [2 ∙ (+1)] + x + [4 ∙ (–2)] = 0
d) II e III , somente.
→ 2 + x – 8 = 0 → x = +6 e) I, II, III e IV.
Assim, o número de oxidação do enxofre nos compostos Resolução:
SO2, SO3 e H2SO4 será +4, +6 e +6.
Balanceando a equação da reação de ouro com água ré-
Alternativa A
gia, tem-se:
2. (Unitau) Na reação: 1 Au + 3 HCℓ + 1 HNO3 → AuCℓ3 + 2 H2O + 1 NO
16
II. Correta, pois o nitrogênio do HNO3 (Nox = +5) Resolução:
reduziu a NO (Nox = +2), sendo um agente oxidante.
III. Correta, pois formaram-se dois mols de água de De acordo com a equação, o composto KMnO4 (Nox
acordo com a reação balanceada. do Mn = +7) reduz a MnCℓ2 (Nox do Mn = +2) e o
IV. Incorreta, pois o ouro foi oxidado a Au+3. HCℓ (Nox do Cℓ = –1) oxida a Cℓ2(Nox do Cℓ = 0).
x KMnO4 + y HCℓ → p KCℓ + q MnCℓ2 + r H2O + s Cℓ2 Assim, as incógnitas serão: x = 2, y = 16, p = 2, q = 2, r =
8 e s = 5. O agente oxidante é o KMnO4 e o agente redutor
Ajuste-a com números inteiros menores possíveis e escolha é o HCℓ.
a proposição CORRETA.
Alternativa E
a) O valor de y é 8.
b) O KMnO4 é o agente redutor na reação.
c) O HCℓ é o agente oxidante na reação.
d) O potássio e o hidrogênio se oxidam durante a reação.
e) O manganês se reduz durante a reação.
VIVENCIANDO
O ferro não existe de forma livre na natureza. Ele existe na forma de seus minérios, ou seja, compostos que contêm
ferro. Os principais são hematita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4), siderita (FeCO3), limonita (Fe2O3H2O) e pirita (FeS2).
Para se obter o ferro metálico, é possível realizar transformações nesses minerais. A área que faz a extração de um
metal por meio de seus minerais é a metalurgia, e o ramo que trata apenas da produção de ferro a partir dos minerais
mencionados é a siderurgia, palavra que vem do grego e significa “trabalho feito sobre o ferro”.
Em geral, o mineral utilizado nas siderúrgicas é a hematita, e o processo de produção do ferro é feito em altos-fornos. A princípio,
colocam-se nesses altos-fornos o carvão coque que será queimado para produzir calor. Depois, adiciona-se uma mistura de
hematita, calcário (CaCO3) e carvão coque.
Uma corrente de ar favorece a queima do carvão coque, produzindo-se monóxido de carbono (CO), que reage com a hematita
em uma reação de oxirredução.
Queima do carvão coque:
2 C + O2 → 2 CO
Redução da hematita pelo CO:
O óxido de ferro (II) (FeO) reage com o monóxido de carbono, formando ferro metálico (Fe0) e dióxido de carbono:
FeO + CO → Fe + CO2
Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/quimica/producao-ferro.html>.
17
Metais como o ouro e a prata são considerados nobres, ou seja, são metais resistentes à corrosão e à oxidação, diferen-
temente da maioria dos outros metais. A maioria dos metais é encontrada em combinação com outros materiais, como os
minérios. Existem pouquíssimos metais que são encontrados na forma simples.
Entretanto, deve-se ter cautela ao dizer que metais como ouro e prata não sofrem corrosão ou oxidação. A maioria dos
metais está sujeita à oxidação de sua superfície, isto é, a superfície reage com o oxigênio ou com outros componentes do ar.
As maiores exceções são os metais de cunhagem e os metais do grupo da platina – e mesmo estes reagem com compostos
sulfurados e escurecem em ambientes industrialmente poluídos. Todos os outros metais reagem com a umidade e o oxigênio
do ar, mas, enquanto alguns sofrem forte corrosão, outros parecem ser inertes. Na verdade, todos se oxidam, mas, em muitos
casos, a fina camada de óxido adere firmemente à superfície do metal, evitando o prosseguimento da reação, como é o caso
do alumínio e do titânio. Já o ferro forma óxidos porosos que permitem que a corrosão prossiga. Os aços inoxidáveis são
produzidos através de uma liga de ferro com cromo ou níquel, formando um óxido protetor sobre a superfície, cuja espessura
é tão pequena que o brilho e o aspecto metálico da superfície se conservam.
No caso da prata, por exemplo, ela escurece com o tempo, devido à formação de uma película superficial de sulfeto de prata
(Ag2S), que é de cor preta. Esse fenômeno é causado pelo sulfeto de hidrogênio (H2S) do ar e também pelos compostos
sulfurados existentes nos alimentos que entram em contato com talheres de prata.
Além disso, o fato de algumas pessoas exalarem muito ácido úrico escurece a prata rapidamente. Existem pessoas que, se
colocarem uma corrente de prata, ela escurecerá em questão de horas. Essas pessoas devem utilizar somente prata banhada
a ródio. Produtos à base de cloro (água sanitária, por exemplo), água oxigenada e ácidos (produtos de limpeza de pedras, por
exemplo) são grandes responsáveis pelo escurecimento da prata.
Ambientes carregados de ácidos ou sulfatos (salas de revelação de filmes e fotos, salas de impressoras a laser, etc.) são muito
agressivos à prata.
O ouro, por sua vez, é um metal relativamente inerte e que sobrevive com uma corrosão mínima. São as ligas à base de cobre
e/ou prata que corroem facilmente, resultando em compostos da corrosão da prata e do cobre, que deixam uma enriquecida
e possivelmente enfraquecida superfície de ouro.
Até mesmo o ouro está sujeito a ataques corrosivos, podendo apenas ser oxidado em contato com água régia
(mistura 3 HCℓ : 1 HNO3).
18
DIAGRAMA DE IDEIAS
NÚMERO DE
OXIDAÇÃO
RELACIONA-SE PROPRIEDADE
AO CONCEITO DE DE UM
ELEMENTO GERALMENTE
ELETRONEGATIVIDADE ÍONS
QUÍMICO
QUE PODEM
É UMA NA QUAL
PARTICIPAR DE UMA
REAÇÃO
PROPRIEDADE PERIÓDICA QUÍMICA A SOMA DE TODOS
OS NÚMEROS DE
PODE SER OXIDAÇÃO
SERÁ
REAÇÃO DE CARGA
OXIRREDUÇÃO ZERO (NULA)
DE ÍON
SE A ESPÉCIE FOR SE A ESPÉCIE FOR
ELETRICAMENTE ELETRICAMENTE
NEUTRA CARREGADA (ÍON)
NELA HÁ UM
NA QUAL HÁ
N.º TOTAL DE N.º TOTAL DE
ELÉTRONS ELÉTRONS
VARIAÇÃO DO NOX DE
PERDIDOS RECEBIDOS
UM OU MAIS ELEMENTOS
COM DOIS OU MAIS AMBOS SÃO
REAGENTES NA OXIRREDUÇÃO, IGUAIS
PODE SER
UM DELES É
SOFRE
AGENTE REDUTOR AUMENTO DIMINUIÇÃO
DO NOX DO NOX
DENOMINADO DENOMINADA
19
AULAS 39 e 40 1. Introdução
A Eletroquímica é o segmento da Química que estuda os
fenômenos envolvidos na produção de corrente elétrica a
partir da transferência de elétrons em reações de oxirredu-
ção. Além disso, estuda a utilização de corrente elétrica na
ELETROQUÍMICA: produção dessas reações.
INTRODUÇÃO A Esse estudo pode ser dividido em duas partes: pilhas/bate-
PILHAS E PROCESSOS rias e eletrólise.
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
2. Pilhas
A primeira pilha elétrica foi criada em 1800 pelo cientista
HABILIDADES:
5, 17, 18, 21, 24, 25, 26 italiano Alessandro Volta (1745-1827). Era constituída por
e 27 um conjunto de duas placas metálicas de zinco e cobre,
denominadas eletrodos (do grego, “percurso elétrico”), e
por algodão embebido em solução eletrolítica, que conduz
corrente elétrica. Cada conjunto de placas e algodão forma uma célula ou cela eletrolítica.
Nessa cela, os elétrons fluem da lâmina de zinco (Zn) para a de cobre (Cu), mantendo a lâmpada acesa durante um pequeno
intervalo de tempo.
A pilha
de Volta
Terminal
Terminal
Positivo
positivo
Disco
Disco
dedeprata
prata
Terminal
Terminal ou cobre
ou cobre
negativo
negativo Cartão
Cartão ou
ou tecido
Tecido
DDisco
isco
de zinco
de zinco
Pilha de volta
Em 1836, essa descoberta foi aperfeiçoada pelo inglês John Frederick Daniell (1790-1845), que dividiu a cela eletrolítica da
pilha em duas partes, ou seja, em duas semicelas. É essa pilha, denominada pilha de Daniell, que será estudada a seguir.
3. Potencial das pilhas Considere os metais de zinco (Zn) e cobre (Cu). Tanto os
íons Zn2+ como os íons Cu2+ têm uma certa tendência
de receber elétrons; no entanto, os íons Cu2+ são os que
3.1. Potencial de redução e sofrem redução.
potencial de oxidação Assim, é possível concluir que a tendência do Cu2+(aq) de
Anteriormente, foi estudado o fenômeno da oxirredução. sofrer redução é maior que a do Zn2+(aq).
20
Por esse motivo, afirma-se que os íons Cu2+ possuem maior
potencial de redução (Ered).
A tabela a seguir mostra as semirreações de redução de Li+(aq) + 1 e– Li (s) E0red = –3,04 V
vários elementos e seus respectivos potenciais de redução, redução
F2 (g) + 2 e– 2 F–(aq) E0red = +2,89 V
obtidos, experimentalmente, a 25 ºC e 1 atm (condições
padrão), tomado o hidrogênio como padrão zero. Como o F2(g) apresenta o maior potencial de redução, ele é
o melhor oxidante.
K+ Cℓ-
Cℓ2 (s) + 2 e– → 2 Cℓ–(aq) +1,36 Ânodo Aℓ Cátodo Cu
Aℓ2(SO4)3(aq)
F2(g) + 2 e– → 2 F–(aq) +2,89 CuSO4(aq)
21
O valor indicado em volt (V) pelo voltímetro corresponde à e recebidos nas semirreações:
força eletromotriz da pilha. Nas pilhas comuns, esse valor
Semirreação de redução:
aparece indicado na embalagem externa da pilha.
3 Cu2+ (aq) + 6 e– → 3 Cu (s) E0red = +0,34 V
A diferença de potencial ou ddp (ΔE) de uma pilha depen-
de das espécies envolvidas, das suas respectivas concentra- Semirreação de oxidação:
ções e da temperatura. Por esse motivo, o ΔE é medido na
denominada condição-padrão, que corresponde a espécies 2 Aℓ (s) → 2 Aℓ3+(aq) + 6 e– E0oxi = +1,68 V
com concentração 1 mol/L e possíveis gases envolvidos _________________________________________
com pressão de 1 atmosfera a 25 ºC. Nessas condições, a
diferença de potencial da pilha será representada por ΔEº. Reação global:
O ΔE0 de uma pilha corresponde à diferença entre os po- 2 Aℓ (s) + 3 Cu2+ (aq) → 2 Aℓ3+(aq) + 3 Cu (s) ΔE0 = +2,02 V
tenciais de redução ou de oxidação das espécies envolvidas:
Nota
ΔE0 = (E0red maior) – (E0red menor) ou
Os valores dos E0 não dependem do número de mol
ΔE0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor)
das espécies envolvidas; eles são sempre constantes
nas condições padrão para cada espécie. Em outras
Considere, como exemplo, uma pilha formada por eletro-
dos de alumínio e cobre, cujos E0red são: palavras, ao multiplicar uma semirreação por uma
constante, o valor do E0 não se altera!
E0 (Aℓ3+ / Aℓ0) = –1,68 V E0 (Cu2+ / Cu0) = +0,34 V
Para calcular o ΔE0 dessa pilha, recorra à equação:
Observando os potenciais, é possível perceber que o cobre,
com maior potencial de redução, reduz-se, ao passo que o ΔE0 = (E0 red maior) – (E0 red menor)
alumínio se oxida:
ΔE0 = (+0,34 V) – (–1,68 V)
VIVENCIANDO
É muito provável que você já tenha observado que as pilhas têm certas classificações, como AA ou AAA. Essas identi-
ficações indicam os tamanhos de cada uma delas. “De início, as letras eram uma notação usada apenas entre os es-
pecialistas para dar uma ideia do comprimento, do diâmetro e do formato da pilha”, afirma o químico José Maurício
Rosalen, da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto (SP). Com o tempo, o procedimento aca-
bou sendo aceito pelo American National Standards Institute, a instituição que cuida de normas técnicas nos Estados
Unidos, e se tornou popular para classificar as pilhas que usamos em casa. A primeira a surgir foi a bateria usada em
lanternas pequenas. “Ela foi chamada arbitrariamente de C. Depois, quando surgiu uma pilha para lanternas maiores,
ela foi batizada com a letra seguinte do alfabeto, o D”, diz outro químico, Henrique Eisi Toma, também da USP.
Com a diminuição do tamanho dos aparelhos, as pilhas menores foram batizadas de A. Ficou definido que ela mediria
17 mm de diâmetro por 50 mm de comprimento. “Depois, a cada redução de tamanho, ocorreu uma repetição da letra.
O modelo AA, a pilha pequena utilizada em teclados ópticos para computadores, tem 14,2 mm por 50 mm. Já a pilha
22
palito, a AAA usada em controles remotos, mede 10,5 mm por 44,5 mm”, afirma Henrique. Você pode estar se per-
guntando: existe alguma pilha B? A resposta é não! Como os fabricantes não seguiram à risca a sequência do alfabeto
na denominação das baterias, essa letra foi deixada de lado nesse batismo elétrico.
23
produzido anualmente sejam utilizados, ao custo de bi- oxida-se e evita a corrosão do ferro, motivo pelo qual é
lhões de dólares, para a reposição de equipamentos que denominado metal de sacrifício.
sofreram corrosão.
Um metal utilizado com essa finalidade é o magnésio, cujo
Por que ocorre a formação da ferrugem? potencial de redução é menor – e, consequentemente, cujo
potencial de oxidação é maior – do que o do ferro:
O ferro, por exemplo, enferruja porque se estabelece uma
diferença de potencial (ddp) entre um ponto e outro do E0red Mg = –2,36 V < E0 red Fe = –0,44 V
objeto de ferro. ou
§ Corrosão do ferro E0oxi Mg = +2,36 V > E0 oxi Fe = +0,44 V
O ferro contém pequenas quantidades de impurezas (den- De acordo com a equação:
tre elas, outros metais). Admite-se, por isso, que o ferro, de
Mg(s) → Mg2+ + 2 e–
um lado, e as impurezas, de outro, funcionem como dois
polos de uma pilha, possibilitando reações do tipo: Observe que, ao se oxidar, o magnésio perde elétrons para
Reação no ânodo: o ferro, que permanece protegido. As placas de magnésio
deverão ser periodicamente substituídas por outras, uma
2 Fe → 2 Fe3+ + 6 e–
vez que sofrerão corrosão “ao proteger” o ferro.
Reação no cátodo:
§ a presença do ar e da umidade são fundamentais, uma Se o potencial de oxidação for superior ao do ferro, como é
vez que fazem parte da reação (sem água e oxigênio, o o caso do magnésio, ele será corroído mais depressa, retar-
ferro não enferruja); dando, assim, a corrosão do ferro ou do aço. Afirma-se, nesse
caso, que o magnésio funcionou como metal de sacrifício.
§ a presença, no ar, de CO2, SO2 e de outras substâncias
Superfície O solo agindo
ácidas acelera a corrosão, uma vez que deslocam a rea-
do solo como eletrólito
ção catódica para a direita (princípio de Le Chatelier); a Cano
corrosão também é acelerada por várias bactérias que de ferro
Fio de cobre
tornam mais ácido o meio; isolado
ou metal de sacrifício
Para proteger o metal – ferro ou aço – da corrosão, convém
Aplicação do conteúdo
utilizar um metal que apresente maior tendência para a 1. Considere o seguinte quadro, que mostra o resultado
perda de elétrons (maior potencial de oxidação). Esse metal de reações entre metais e soluções aquosas de íons
24
metálicos. O sinal + indica que a reação ocorreu, e o O potencial da pilha formada pela junção dessas duas se-
sinal – indica que não se observou reação. mirreações será:
a) +1,25 V. d) –1,75 V.
Metal
Pb Cu Zn Ag b) –1,25 V. e) +3,75 V.
Solução
c) +1,75 V.
Pb2+ – + –
Cu2+ + + – Resolução:
Zn2+ – – –
Para calcular o potencial da pilha, usa-se a equação:
Ag + + + +
DE = EOmaior – EOmenor, sendo o potencial maior a reação de
redução do Au e o menor a de Ni. Assim, o potencial da
Da análise do quadro, conclui-se que a afirmativa errada é: pilha será:
a) Dentre os metais, o zinco é o que se oxida mais
facilmente. DE = EOmaior – EOmenor
b) Dentre os íons, Ag+ é o que se reduz mais facilmente.
c) Os íons metálicos não são capazes de oxidar a prata. DE = 1,50 – (–0,25)
d) O chumbo é um redutor mais forte que o cobre. DE = 1,75 V
e) O íon Cu2+ é um oxidante mais fraco que Zn2+.
Resolução: E a reação que ocorre é:
25
4. (FUVEST) Considere os potenciais padrões de redução: maior que a reação de redução do Ce4+ e menor que a do
Sn4+. As equações das semirreações, bem como a reação
Semirreação (em solução aquosa) Potencial (Volt) global, são:
Ce4+ + e- → Ce3+ +1,61
Semirreação (em
Sn + 2 e → Sn
4+ - 2+
+0,15 Potencial (Volt)
solução aquosa)
Qual das reações deve ocorrer espontaneamente?
a) Ce4+ + Sn4+ → Ce3+ + Sn2+ 2 Ce4+ + 2 e- → 2 Ce3+ + 1,61
Resolução:
Reação global ΔE (Volt)
Você já deve ter presenciado alguém dizendo que ao se colocar a pilha no congelador sua carga é restituída. Mas
será que realmente dá para recarregar a pilha com esse simples método caseiro? A resposta é não! Esse macete
caseiro rende, no máximo, alguns minutos de sobrevida às pilhas. Elas funcionam convertendo energia química em
energia elétrica, pela reação entre duas substâncias. Esse processo acaba liberando gases como hidrogênio e amô-
nio, por exemplo, em bolhas que se movimentam, dificultando a passagem de corrente elétrica no interior da pilha.
Quando há formação de muitas bolhas na pilha, a resistência do sistema aumenta e, consequentemente, abaixa a
força eletromotriz. “Tudo o que a baixa temperatura faz é congelar esses gases, imobilizando-os em bolhas menores.
Isso desobstrui o trânsito daquela carga elétrica que ainda resta, fazendo uma pilha gasta voltar a funcionar mais um
pouquinho, nada além disso”, diz o físico Cláudio Hiroyuki Furukawa, da Universidade de São Paulo.
26
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 5
Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
A importância da eletroquímica está expressa no cotidiano. Cada vez que são utilizados conceitos físico-químicos, é
importante ter a noção do que está acontecendo no mundo molecular e subatômico. A principal aplicação está dire-
tamente ligada ao uso de aparelhos como carros, pilhas, baterias e qualquer produto que forneça corrente elétrica.
MODELO 1
(Enem) A calda bordalesa é uma alternativa empregada no combate a doenças que afetam folhas de plantas. Sua
produção consiste na mistura de uma solução aquosa de sulfato de cobre (II) (CuSO4) com óxido de cálcio (CaO) e
sua aplicação só deve ser realizada se estiver levemente básica. A avaliação rudimentar da basicidade dessa solu-
ção é realizada pela adição de três gotas sobre uma faca de ferro limpa. Após três minutos, caso surja uma mancha
avermelhada no local da aplicação, afirma-se que a calda bordalesa ainda não está com a basicidade necessária. O
quadro apresenta os valores de potenciais padrão de redução (E0) para algumas semirreações de redução.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Tem-se a aplicação de uma solução de CuSO4(Cu2+(SO4)2–) em uma placa de ferro (Fe0), concluí-se que
Cu2+ e Fe0 estão envolvidos no processo. A partir do quadro, devem ser selecionadas as equações envol-
vidas, ou seja, aquelas que apresentam Cu2+ e Fe0.
Semirreação de redução E0(V)
Fe3+ + 3 e– → Fe – 0,04
Cu2+ + 2 e– → Cu + 0,34
+0,34 V > -0,04 V
Fe3+ + 3 e- → Fe (×2; inverter)
Cu2+ + 2 e- → Cu (×3; inverter)
Semirreação de Oxidação do Ferro: 2 Fe → 2 Fe3+ + 6 e-
Semirreação de Redução do Cobre: 3 Cu2+ + 6 e- → 3 Cu
Equação Global: 3 Cu2+(aq) + 2 Fe(s) → 3 Cu(s) + 2 Fe3+(aq)
RESPOSTA Alternativa E
27
DIAGRAMA DE IDEIAS
CELA ELETROQUÍMICA
PODE SER
CELA GALVÂNICA
FORMADA
POR DUAS
EXPRESSO
ONDE HÁ
NA UNIDADE
QUE USA
METAL DE PROTEÇÃO
SACRIFÍCIO CATÓDICA
28
AULAS 41 e 42 Outra função da ponte salina é manter a neutralida-
de elétrica das soluções nas semicélulas: no ânodo,
a contínua oxidação produz um excesso de carga
positiva; no cátodo, a redução provoca excesso de
carga negativa. Os ânions presentes na ponte salina
1. A pilha de Daniell Cu2+(aq) são os que sofrem redução. Portanto, pode-se con-
cluir que a tendência do Cu2+(aq) de sofrer redução é maior
Na pilha de Daniell, os dois eletrodos metálicos são unidos que a do Zn2+(aq). Por isso, afirma-se que os íons Cu2+ têm
externamente por um fio condutor, e as duas semicelas são maior potencial de redução (Ered).
unidas por uma ponte salina que contém uma solução sa-
Cu(aq)
2+
+ 2 e– → Cu Ered Cu > Ered Zn
2+ 2+
turada de KCℓ(aq).
De início, o sistema apresentava este aspecto: Nessa pilha, como os íons Cu2+ sofreram redução, o zinco
sofrerá oxidação, o que permite concluir que ele apresenta
maior potencial de oxidação (Eoxi).
Fio condutor Zn → Zn(aq)
2+
+ 2 e– Eoxi (Zn) > Eoxi (Cu)
Ponte salina (KCℓ(aq))
Zn Cu
Numa pilha, a espécie que apresenta maior potencial
Algodão ou Algodão ou de redução sofre redução. Assim, a outra espécie, de
lã de vidro lã de vidro
menor potencial de redução e, consequentemente, de
maior potencial de oxidação, sofre oxidação.
SO42- Zn2+ SO42- Cu2+
29
O que é possível observar?
1. No eletrodo de zinco:
O eletrodo em que ocorre a redução é o cátodo. ΔE0 = (E0red maior) – (E0red menor) ou
Pela análise dessas duas semirreações, é possível concluir ΔE0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor)
que os elétrons fluem do circuito externo do eletrodo de
zinco para o eletrodo de cobre, isto é, os elétrons, uma vez
dotados de carga negativa, migram para o eletrodo posi-
tivo (polo positivo), que, nesse caso, é a lâmina de cobre.
Aplicação do conteúdo
A equação global dos processos ocorridos nessa pilha
pode ser obtida pela soma das duas semirreações: 1. Sabendo que o cobalto pode ceder elétrons espon-
taneamente para os íons Au3+ e considerando a pilha:
ânodo: Zn → Zn2+(aq) + 2e–
Co0 | Co2+ || Au3+ | Au0
cátodo: Cu + 2e → Cu(s)
2+ –
Resolução:
3. Representação da pilha a) reação global: 3 Co0 + 2 Au3+ → 3 Co2+ + 2 Au0
2+ 2+
(aq) (aq) 3 Co0 → 3 Co2+ + 6 e–
2 Au3+ + 6 e– → 2 Au0
Lado esquerdo Lado direito
Ânodo Cátodo b) O Co0 se oxida; o Au3+ se reduz.
Polo - Polo + c) Cátodo é o Au0; ânodo é o Co0.
Oxidação Redução d) Os elétrons fluem pelo fio externo do Co para o Au.
30
e) O Co0 será gasto; portanto, a massa do eletrodo de Pode-se afirmar que esse novo potencial:
ouro será aumentada.
a) permaneceu constante;
f) A solução de Au3+ se diluirá; a solução de Co2+ será
concentrada. b) aumentou;
g) Cátions Co2+ vão em direção ao eletodo de ouro c) diminuiu;
(Au0); Au+3 e o ânion que o acompanha vão em di- d) ficou zero;
reção oposta.
e) não pode ser calculado.
2. Considere o esquema a seguir, que representa uma pi-
lha formada de metal cobre em solução aquosa de sulfato Resolução:
de cobre e metal cádmio em solução de sulfato de cádmio.
A pilha é um gerador químico e, dependendo da sua com-
Voltímetro (ddp) posição, pode ocorrer uma diferença de potencial (ddp).
Como todo gerador, à medida que a pilha vai sendo utiliza-
Ponte salina (KCℓ(aq)) da, o seu ddp vai diminuindo até a capacidade de um dos
Ânodo Cátodo
Cd
Cu eletrodos se esgotar.
A ddp de uma pilha depende de vários fatores, como:
3. Uma pilha de Daniell opera em condições padrões óleo combustível + O2 → CO2 + H2O + calor
com soluções aquosas de ZnSO4 e CuSO4, com diferença
de potencial nos terminais de ΔEº. Cristais de CuSO4 são
adicionados na respectiva solução, alterando o poten- Quando esse calor (energia) obtém um rendimento da or-
cial para ΔE, na mesma temperatura. dem de 40%, ele pode ser usado em usina termoelétrica
31
para produzir eletricidade. Considerando que as combustões A acidez também influi no caráter oxirredutor da água.
são reações de oxirredução, o objetivo das pilhas de combus- De acordo com o princípio de Le Chatelier, um aumento
tão é obter a energia liberada pela combustão diretamente da [H+] deslocará o equilíbrio no sentido do H2O, dimi-
na forma de energia elétrica, o que eleva o rendimento para nuindo, portanto, o teor de oxigênio na água.
cerca de 55%.
Na área da odontologia, reações de oxirredução e fenô-
Pilhas desse tipo foram usadas nas espaçonaves Gemini e menos de formação de pilhas também geram consequên-
Apolo e nos ônibus espaciais. Elas funcionam pela reação de
cias importantes. O amálgama usado em obturações, por
combustão entre o hidrogênio e o oxigênio, produzindo água.
exemplo, é preparado da seguinte maneira: mistura-se 1
e– parte de mercúrio com 1 parte de uma liga em pó con-
ânodo cátodo tendo prata, estanho, cobre e zinco; em poucos segundos,
o amálgama torna-se suficientemente maleável para ser
H2
moldado na obturação; em mais alguns minutos, ele se so-
O2
lidifica o suficiente para suportar a mastigação dos alimen-
eletrodos de tos. Com esse tipo de obturação, é possível que alguém, ao
carbono (grafite)
contendo catalisadores morder acidentalmente um pedaço de papel de alumínio,
2H+
H2(excesso) metalíticos usado para embrulhar bombons e chocolates, sinta um
H 2O choque no dente.
solução aquosa
Esse fenômeno ocorre porque o alumínio fecha o circuito
quente de KOH
de uma pilha e provoca reações do tipo:
6. As reações de oxirredução
e os fenômenos biológicos multimídia: site
As formas de vida vegetal e animal na água dependem do
caráter oxidante ou redutor dela, que é dado pela equação:
mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/qual-e-a-
O2 + 4 H+ + 4 e– → 2 H2O diferenca-entre-a-pilha-comum-e-a-alcalina/
32
VIVENCIANDO
A Estátua da Liberdade não era originalmente verde. A escultura tem uma camada externa bem fina feita de cobre
que, apesar de ter a espessura de apenas duas moedinhas de um centavo, é bem forte. Para se ter uma ideia da
dimensão da estátua, o cobre utilizado seria suficiente para fazer 30 milhões de moedas.
O cobre não é verde, mas você já viu aquelas moedas de um centavo antigas que ficavam meio esverdeadas com
o tempo? Não acontecia com as que estavam em uso porque elas iam sendo polidas dentro do bolso, da carteira,
etc. Isso porque o cobre sofre um processo de oxidação quando exposto ao oxigênio do ar e da água, quando uma
reação química desenvolve uma crosta geralmente esverdeada em um processo chamado pátina.
Obviamente, o processo era conhecido pelos responsáveis pelo projeto, mas não foi uma preocupação porque a oxi-
dação não gera danos à estrutura. Pelo contrário, a camada verde/azul protege o cobre do processo de corrosão. De
qualquer maneira, é interessante pensar que a estátua foi mudando de cor aos poucos até chegar à sua estética atual
– o processo demorou cerca de trinta anos.
Em 1786, o anatomista italiano Luigi Galvani (1737-1798) dissecou uma rã sobre sua mesa, na qual se encontrava
uma máquina eletrostática. Galvani observou contrações nos músculos do animal no momento em que seu assisten-
te, por acaso, tocou com a ponta de seu bisturi no nervo interno da coxa da rã. Ou seja, isso acontecia no momento
em que os tecidos da rã eram tocados por dois metais diferentes.
Galvani passou a defender, a partir de tal momento, uma teoria que tentava explicar esse fato: a teoria da
“eletricidade animal”. Segundo ele, os metais eram apenas condutores da eletricidade, que, na realidade, estaria
contida nos músculos da rã.
Entretanto, sua teoria estava errada e isso foi constatado pelo físico italiano Alessandro Volta (1745-1827), que
realizou vários experimentos e notou que, quando a placa e o fio eram constituídos do mesmo metal, as convulsões
não apareciam, mostrando que não havia fluxo de eletricidade. Assim, ele passou a defender o conceito (correto)
de que a eletricidade não se originava dos músculos da rã, mas sim dos metais e que os tecidos do animal é que
conduziam essa eletricidade.
Para provar que estava correto, Volta fez um circuito formado por uma solução eletrolítica, ou seja, uma solução com
íons dissolvidos, que ele chamava de condutor úmido ou condutor de segunda classe, colocados em contato com dois
eletrodos metálicos. Esses últimos, Alessandro Volta designava de condutores secos ou condutores de primeira classe.
Ele fez isso por colocar um condutor úmido (que era uma solução aquosa salina) entre dois condutores secos (que eram
metais ligados por um fio condutor). Nesse momento, ele observou que se despertava o fluxo elétrico. Ele passou a
entender também que, dependendo dos metais que ele utilizava, o fluxo da corrente poderia ser maior ou menor. Desse
modo, podemos admitir que a ideia do que é uma pilha já estava sendo entendida e explicada por Volta.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/historia-das-pilhas.htm>.
33
DIAGRAMA DE IDEIAS
TAMBÉM
PILHA CHAMADA DE CELA
ELETROQUÍMICA
ONDE ONDE
OCORRE HÁ
OXIRREDUÇÃO CELA CELA OXIRREDUÇÃO
ESPONTÂNEA GALVÂNICA ELETROLÍTICA NÃO
ESPONTÂNEA
USADA FORMADA
PARA POR DUAS É
GERAÇÃO DE FORÇADA PELA
SEMICELAS
CORRENTE CORRENTE
ELÉTRICA ELÉTRICA
UMA
ATUA
COMO
ÂNODO CÁTODO
ONDE ONDE
OCORRE OCORRE
SEMIRREAÇÃO SEMIRREAÇÃO
DE OXIDAÇÃO DE REDUÇÃO
QUE É QUE É
POLO POLO
NEGATIVO POSITIVO
POIS POIS
DOA RECEBE
ELÉTRONS ELÉTRONS
PARA A DA
PONTE
METÁLICA
DO CIRCUITO
ONDE
HÁ FLUXO DE CORRENTE
ELÉTRONS ELÉTRICA
34
Trata-se de uma reação espontânea, extremamente fácil e
AULAS 43 e 44 violenta, uma vez que permite ao sódio e ao cloro atingi-
rem a configuração eletrônica estável.
Como sempre, o fenômeno também pode ser traduzido por
duas semirreações:
35
Assim: cátodo e polo (–) (redução): 2 Na+ + 2 e– → 2 Na
a) caso não exista um eletrólito na célula, a corrente
ânodo e polo (+) (oxidação): 2 Cℓ → Cℓ + 2 e
– –
elétrica não passará; e 2
_________________________________________________________________
b) caso exista um eletrólito, cada um de seus íons
migrará para o eletrodo de sinal contrário ao seu e lá reação global (eletrólise): 2 Na+ + 2 Cℓ– → 2 Na + Cℓ2
perderá ou ganhará elétrons; fato esse que causará:
§ passagem de corrente elétrica; e A partir da análise da reação global, é possível concluir que
a eletrólise ígnea do cloreto de sódio produz sódio metálico
§ alterações químicas nos íons.
(Na) e gás cloro (Cℓ2), duas substâncias puras indispensá-
Para que tudo isso ocorra, é necessário que: veis na indústria química.
a) a corrente elétrica seja contínua e a voltagem sufi-
ciente para provocar a eletrólise; e Lembre-se: polo positivo “atrai” ânions e polo negativo
b) os íons tenham “liberdade de movimento”: “atrai” cátions.
§ por fusão, ou seja, a substância a ser eletrolisada deve
estar em estado líquido (eletrólise ígnea); ou 2.1. Aplicações da eletrólise
§ por dissolução em um “solvente ionizante”, em geral a ígnea na indústria
água (eletrólise aquosa). Anualmente, a eletrólise ígnea é muito utilizada no pre-
paro de milhões de toneladas de metais que não existem
2. Eletrólise ígnea isolados na natureza (como lítio, sódio, potássio, magnésio,
alumínio, etc.) e que servem como matéria-prima para a
fabricação de medicamentos, alimentos, produtos têxteis
Na eletrólise ígnea, a substância pura está em esta- e derivados do petróleo. Esse processo é realizado a partir
do líquido (fundida), sem que haja água no sistema. da neutralização das cargas dos íons para se obter as subs-
tâncias simples.
Um exemplo desse tipo de eletrólise é a que ocorre com o clo-
reto de sódio (NaCℓ), em que são utilizados eletrodos de plati- 2.1.1. Produção do sódio metálico
na, que são inertes, isto é, não reagem nas condições utilizadas. A obtenção do sódio metálico é feita pela eletrólise ígnea
Cátodo Ânodo do cloreto de sódio (NaCℓ). O composto é aquecido até
801 °C aproximadamente, para que a eletrólise comece.
Além do sódio, obtém-se gás cloro, que é usado no tra-
tamento de água, na produção de PVC e na produção de
Na+()
compostos orgânicos como CCℓ4, CHCℓ3, etc.
C–()
A célula da eletrólise ígnea do NaCℓ tem de ser fechada e
NaC (fundido)
isenta de ar (contém O2) e umidade, pois a água pode reagir
^
violentamente com sódio metálico, podendo causar acidentes.
Fusão do cloreto de sódio: NaCℓ(s) → Na+ (ℓ) + Cℓ– (ℓ)
C2 gasoso
Na Fundido
As semirreações que ocorrem nos eletrodos são: Cátodo de aço
cilíndrico
2 Na+() + 2 e- 2 Na ()
Cátodo Ânodo
Ânodo de grafite
(Redução) (Oxidação) 2 C- () C2(g) + 2 e-
36
Eletrodos de
grafite (ânodo)
Fe
(cátodo)
Bolhas de
multimídia: vídeo gás
Fonte: Youtube carbônico Aℓ(ℓ)
Fabricação e obtenção do alumínio
Mistura fundida de Aℓ(ℓ)
criolita e alumina
Célula de eletrólise para a produção de alumínio metálico.
2.1.2. Produção do alumínio metálico
O recipiente de aço atua como cátodo, em que ocorre a re-
O alumínio é um metal bastante utilizado em estruturas e dução dos cátions alumínio, e eletrodos de carbono atuam
em objetos de vários setores da sociedade, como na cons- como ânodos, em que há a oxidação dos ânions oxigênio;
trução civil, nos transportes, em eletroeletrônica, na indús- esse gás oxigênio formado reage com o carbono do eletro-
tria petroquímica e metalúrgica, etc. do e forma o gás carbônico.
O alumínio formado permanece no estado líquido, porque o seu
ponto de fusão é menor que o da mistura “criolita + alumina”,
sendo igual a 660 °C. No entanto, como sua densidade é
maior que a densidade da mistura, ele desce para o fundo
do recipiente, onde é coletado por escoamento.
Aplicação do conteúdo
1. Com relação à eletrólise ígnea do iodeto de magnésio,
MgI2, indique:
a) A semirreação de redução.
b) A semirreação de oxidação.
Minério de bauxita c) A reação global.
d) A substância produzida no cátodo.
O alumínio não aparece na sua forma elementar na natu-
reza, apenas combinado com outros elementos formando e) A substância produzida no ânodo.
compostos como os minérios. O principal minério que pos- Resolução:
sui o alumínio é a bauxita, que contém óxido de alumínio
hidratado (Aℓ2O3 · xH2O) e diversas impurezas. As semirreações que ocorrem são:
Antigamente, o processo realizado para se obter o alumí- Onde ocorre Reação
nio a partir da alumina (Aℓ2O3) da bauxita era caro e ine-
ficiente. Além do mais, a alumina possui ponto de fusão Cátodo Mg2+ + 2 e– → Mg0
em cerca de 2.000 °C, uma temperatura muito elevada.
Ânodo 2 I- → I2 + 2 e–
Contudo, o norte-americano Charles M. Hall (1863-1914)
e o francês Paul Héroult (1863-1914) descobriram que a Global Mg2+ + 2 I– → Mg0 + I2
criolita (Na3AℓF6) atua como fundente da alumina, ou seja,
a criolita consegue baixar o ponto de fusão da alumina a) Semirreação de redução do magnésio:
para cerca de 1.000 °C. Esse método é chamado de Pro- Mg2+ + 2 e– → Mg0
b) Semirreação de oxidação do iodo:
cesso Hall-Héroult ou simplesmente de Processo Hall.
2 I– → I2 + 2 e–
O processo Hall-Héroult consiste em colocar a mistura fun- c) A reação global é:
dida da alumina com a criolita (Aℓ2O3 + Na3AℓF6) num re- Mg2+ + 2 I– → Mg0 + I2
cipiente feito de ferro ou de aço com eletrodos de carbono d) A substância produzida no cátodo é o Mg0.
mergulhados nessa mistura. e) A substância produzida no ânodo é o I2.
37
2. Analise as seguintes afirmações a respeito da eletró- 4. (Unitau) Assinale a alternativa incorreta:
lise ígnea do CaF2 e indique a única que está incorreta: a) Eletrólise ígnea é a reação química provocada pela
a) A redução ocorre no polo negativo com formação passagem de corrente elétrica através de um compos-
de cálcio. to iônico fundido.
b) A oxidação ocorre no polo positivo com formação b) Eletrólise aquosa é a reação química provocada
de gás flúor. pela passagem de corrente elétrica por meio de uma
c) O cálcio deposita-se no cátodo. solução aquosa de um eletrólito.
d) O gás flúor deposita-se no cátodo. c) Com a eletrólise podemos produzir substâncias na
e) O gás flúor deposita-se no ânodo. indústria química como a soda cáustica e hipocloritos.
d) A ddp negativa indica que a reação é espontânea
Resolução: e que poderá ser usada para gerar corrente elétrica.
e) Na eletrólise de uma solução aquosa de KI, o íon
A reação da eletrólise ígnea do CaF2 é: iodeto, quando volta a ser átomo, perde um elétron.
CaF2(ℓ) → Ca(ℓ) + F2(g)
Resolução:
A redução do cálcio ocorre no cátodo (polo negativo) e a
a) Correta. Na eletrólise ígnea, funde-se o composto
oxidação do flúor ocorre no ânodo (polo positivo). Assim,
iônico primeiro para depois passar uma corrente elé-
as alternativas estão: trica através de eletrodos.
a) Correta, a redução ocorre no polo negativo com b) Correta. Na eletrólise aquosa, passa-se corrente
formação de cálcio metálico. elétrica numa solução aquosa contendo íons.
b) Correta, a oxidação ocorre no polo positivo com c) Correta. Podem ser produzidos soda cáustica
formação de gás flúor. (NaOH) pela eletrólise aquosa de NaCℓ e hipocloritos
c) Correta, o cálcio é formado no cátodo. pela reação entre gás cloro com água ou com soda
d) Incorreta, pois o flúor é formado no ânodo. cáustica em meio aquoso.
e) Correta, o flúor é formado no ânodo. d) Incorreta. A ddp negativa indica que a reação não
é espontânea e tem de fornecer corrente elétrica para
Alternativa D
que a reação ocorra.
3. Qual é a reação que ocorre no ânodo da eletrólise e) Correta. Cada íon perde um elétron quando o iode-
ígnea do NaOH, sabendo-se que o OH– descarrega-se e to sofre oxidação formando iodo molecular.
produz água e oxigênio?
Alternativa D
a) 2 OH– → H2 + ½ O2 + 2 e–.
b) 2 OH– → H2O + ½ O2 + 2 e–.
c) 3 OH– → CO2 + ½ O2 + 1 e–.
d) 2 Na+ + 2 e– → 2 Na.
e) 2 Na+ + 2 OH– → H2O + ½ O2 + 2 Na.
Resolução:
Sabendo que no cátodo ocorre a redução e no âno-
do ocorre a oxidação, segue que:
Ânodo 2 OH → H O + 1 O
2
+ 2 e
2 2
2 Na + 2 OH– →
+
Global
1 O2
2 Na0 + H2O + __
2
Assim, a reação que ocorre no ânodo é:
2 OH– → H2O + __ 1 O + 2 e–
2 2
Alternativa B
38
VIVENCIANDO
A obtenção do alumínio é um processo caro e, por isso, é economicamente importante reciclar latas de alumínio. Sua
obtenção começa pela bauxita, de onde é retirada a alumina que, por meio do processo de redução, é transformada
em alumínio. A produção é constituída por uma série de reações químicas. Até mesmo a bauxita é formada por um
processo químico natural, proveniente da infiltração de água em rochas alcalinas em decomposição. Esse minério
pode ser encontrado próximo à superfície com uma espessura média de 4,5 metros. Sua extração é geralmente
realizada a céu aberto com o auxílio de retroescavadeiras. Antes de iniciar a mineração da bauxita, é necessário ter
o cuidado de remover a terra fértil sobre as jazidas, juntamente com a vegetação, e reservá-la para o futuro trabalho
de recomposição do terreno. Esse trabalho, que acontece após a extração, é muito importante para a preservação
do meio ambiente.
Depois de minerada, a bauxita é transportada para a fábrica, onde chega ainda em seu estado natural. Lá, é iniciada
a primeira de muitas reações químicas. A bauxita é moída e acrescida de uma solução de soda cáustica, que a trans-
forma em pasta. Aquecida sob pressão e recebendo novas quantidades de soda cáustica, essa massa se dissolve e
forma uma solução que passa por processos de sedimentação e filtragem. Nessa etapa, são eliminadas todas as
impurezas e a solução restante fica pronta para que dela seja extraída a alumina. Em equipamentos chamados de
precipitadores, a alumina contida na solução é precipitada pelo processo de ”cristalização por semente”. O material
resultante precisa ser lavado e seco por aquecimento. Assim, é obtido o primeiro estágio da produção de alumínio: a
alumina, que se apresenta sob a forma de pó branco e refinado, de aspecto semelhante ao açúcar. Nessa fase, o pro-
cesso químico denominado Bayer é o mais utilizado. Nele, a bauxita é dissolvida em soda cáustica e, posteriormente,
filtrada para separar todo o material sólido, concentrando-se o filtrado para a cristalização da alumina. Esses cristais
são secos e calcinados a fim de eliminar a água. Então, a alumina é finalmente transformada em alumínio por meio
de um processo de eletrólise.
Disponível em: <www.ufpa.br/getsolda/docs_graduacao/Trab_obt_aluminio.pdf>.
O Brasil é um dos maiores produtores de alumínio do mundo e uma das maiores reservas gemológicas do planeta.
Um dos principais minerais presentes é a bauxita. Para a produção de metais em geral, há sempre um impacto
ambiental envolvido, principalmente em relação ao solo e às matas. Três características do solo são principalmente
afetadas com a degradação: perda da camada superficial, alteração da estrutura e perda da matéria orgânica. A
extração de minério, a exemplo de algumas outras atividades de exploração de recursos da natureza, causa o ônus,
evidenciando em seus canteiros de obras um rastro da intensa alteração do ambiente, tanto com referência à paisa-
gem local como em profundidades física e temporal. Os solos das áreas degradadas pela extração de bauxita cos-
tumam ter como característica níveis baixos de nutrientes e apresentam propriedades físico-químicas diferenciadas,
quando comparadas ao solo original. A exploração da bauxita gera derrogação da vegetação, realizando alterações
radicais na paisagem, o que prejudica todo o ecossistema. No processo de identificação dos impactos ambientais,
é preciso levar em conta que todos os trabalhos envolvendo mineração possuem relação direta com escavação e
movimentação de terra. Resultante dessas atividades estão o desflorestamento, a mudança da superfície topográfica
da paisagem, a destruição ou deterioração das camadas superficiais do solo, a instabilização de encostas e terrenos
em geral, a erosão e o assoreamento.
39
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 8
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais,
energéticos ou matérias-primas, considerando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
A reutilização de produtos naturais tem sido uma das principais preocupações do século XXI. Com matérias-pri-
mas cada vez mais escassas, foi necessário começar a pensar mais em fontes renováveis e, consequentemente,
as ciências da natureza se encarregaram de tornar possível novos processos para a preservação desses materiais.
MODELO 1
(Enem) A obtenção do alumínio dá-se a partir da bauxita (Aℓ2O3∙3H2O), que é purificada e eletrolisada numa
temperatura de 1.000 ºC. Na célula eletrolítica, o ânodo é formado por barras de grafita ou carvão, que são
consumidas no processo de eletrólise, com formação de gás carbônico, e o cátodo é uma caixa de aço coberta
de grafita.
A etapa de obtenção do alumínio ocorre no:
a) ânodo, com formação de gás carbônico;
b) cátodo, com redução do carvão na caixa de aço;
c) cátodo, com oxidação do alumínio na caixa de aço;
d) ânodo, com depósito de alumínio nas barras de grafita;
e) cátodo, com fluxo de elétrons das barras de grafita para a caixa de aço.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A etapa de obtenção do alumínio ocorre no cátodo, com fluxo de elétrons das barras de grafita (ânodo)
para a caixa de aço (cátodo).
RESPOSTA Alternativa E
40
DIAGRAMA DE IDEIAS
CELA ELETRÓLISE
ELETROQUÍMICA
PODE CHAMADA
SER ONDE
OCORRE OXIRREDUÇÃO
CELA
NÃO
ELETROLÍTICA
ESPONTÂNEA
TEM
É
MEIO CONDUTOR
IÔNICO FORÇADA PELA
CORRENTE
PODE
ELÉTRICA
SER
SUBSTÂNCIA
IÔNICA FUNDIDA
(DERRETIDA)
NESSE CASO
É UMA
ELETRÓLISE
ÍGNEA
41
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Transesterificação e saponificação são os tópicos Os conteúdos que abordam as reações de Os temas mais abordados são referentes às
principais abordados. É importante entender suas transesterificação e saponificação são de gran- reações de transesterificação e saponificação,
aplicações, como elas ocorrem e a importância de relevância, já que tratam de assuntos que pois envolvem alguns conceitos de Química
que essas reações têm frente ao ideal ecológico. envolvem algumas áreas da Química verde. verde, a qual é cobrada cada vez mais em
diversos vestibulares.
Os temas mais tratados são aqueles relacio- Os tópicos relacionados às reações de oxirre- Os temas de transesterificação e sapo- As reações orgânicas de oxirredução exigem
nados à Química orgânica, logo, é essencial dução são cobrados de maneira bem direta. Já nificação são cobrados de tal maneira que o aluno compreenda as diferenças nos
entender as reações de oxirredução, suas os assuntos relacionados à transesterificação e que exigem fundamentos baseados nas processos de oxidação e redução, assim
diferenças e aplicações no cotidiano. saponificação exigem conhecimentos referen- diferenças e aplicações práticas. como suas aplicações no cotidiano.
tes às suas diferenças, aplicações e métodos
de obtenção.
UFMG
É relevante entender os diferentes tipos de É comum que sejam cobradas as diferenças Os assuntos que abordam as reações de tran-
reações orgânicas que envolvem oxirredução, que existem nas reações de oxirredução, sesterificação e saponificação são cobrados
porém, é importante também que se entenda porém, torna-se necessário compreender a de modo a identificar as diferenças entra cada
as reações de transesterificação e saponifica- importância das reações de transesterificação reação, assim como suas diferentes aplicações
ção, principalmente suas diferenças. e saponificação. e obtenções.
O tópico que aborda as reações orgânicas Transesterificação e saponificação são As reações orgânicas de oxirredução são
de oxirredução é cobrado de maneira bem assuntos com alta incidência. Por isso, cobradas de maneira bem direta, porém, os
sucinta, porém, é necessário compreender as é necessário entender suas diferenças, temas que abordam transesterificação e sapo-
informações dadas para identificar de maneira reconhecer os padrões das reações e suas nificação exigem o domínio das diferenças e
correta cada tipo de reação. aplicações. aplicações de cada uma das reações.
QUÍMICA ORGÂNICA
43
AULAS 35 e 36
REAÇÕES DE
SUBSTITUIÇÃO EM
AROMÁTICOS E DE Nesse caso, forma-se um produto na posição meta.
ELIMINAÇÃO
1.1.1. Grupos orto-para-dirigentes
Facilitam a reação e orientam a entrada de um segundo
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 grupo para as posições orto e para. É o caso, por exemplo,
do grupo CH3 (metil) no tolueno (metil-benzeno):
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27
1. Reações de substituição
em aromáticos
1.1. Dirigência em aromáticos Outro exemplo: monobromação do fenol
44
ácido m-nitrobenzoico
2. Reações de eliminação
Em geral, uma reação de eliminação é o inverso de uma
Principais grupos meta-dirigentes
reação de adição. É necessário o uso de uma substância
– NO2 ; – SO3H ; – COOH ; – CHO ; – CN (agente) que remova os átomos desejados. O produto
orgânico obtido será uma molécula insaturada.
São grupos de átomos em cuja estrutura há pelo me-
nos uma ligação dupla, tripla ou dativa.
calor
álcool alceno
Exemplos:
Por fim, observe uma diferença importante:
butan-2-ol but-2-eno
45
Nesse exemplo, R e R’ são grupos metil, etil, etc.
2-metil-ciclohexanol 1-metil-ciclohexeno
Exemplo:
Nas reações de eliminação em que há saída de HX (HCℓ, HBr,
H2O), dependendo do tamanho da cadeia, pode haver mais
de uma opção para a formação dos produtos. Um exemplo
etanol etanol etoxi-etano
é a eliminação de 2-bromobutano: teoricamente, ela poderia
formar tanto o 1-buteno quanto o 2-buteno, observe:
2 KOH
Álcool
2-bromobutano but-1-eno but-2-eno
KOH
Álcool
2-bromobutano but-2-eno
VIVENCIANDO
O trinitrotolueno (TNT) é um explosivo. Ele possui coloração amarela e sofre fusão a 81 °C. O TNT faz parte de diver-
sas misturas explosivas, como o amatol, uma mistura de TNT com nitrato de amônia. É preparado pela nitração do
tolueno (C6H5CH3), tendo a fórmula química C6H2CH3(NO2)3.
Na sua forma refinada, o trinitrotolueno é completamente estável e, ao contrário da nitroglicerina, é relativamente
insensível à fricção, impacto ou agitação. Isso significa que é necessário o uso de um detonador para provocar sua
explosão. O TNT não reage com os metais nem absorve a água, podendo ser armazenado por longos períodos de
tempo, ao contrário da dinamite.
O TNT é usado como base de uma grandeza escalar para medir a energia liberada em explosões (ver equivalente em
TNT), especialmente explosões nucleares, assim como hipotéticos eventos de impacto de asteroides, que liberariam
quantidades comparadas a milhares ou milhões de toneladas de trinitrotolueno.
46
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
O abuso de bebidas alcoólicas causa muita sede no dia seguinte. Isso ocorre porque, quando o álcool é ingerido, a
tendência é de que a substância seja eliminada por meio da urina, podendo levar à desidratação do organismo. A
sede é uma resposta à necessidade corpórea de repor o líquido perdido.
Como é um composto prejudicial ao bom funcionamento das células, o álcool se torna altamente diurético. “Por isso,
o organismo tenta eliminá-lo de alguma forma“, explica o gastroenterologista da Fundação Riograndense Universi-
tária (Furg), Antônio Silva.
De acordo com o especialista, as bebidas com maior teor alcoólico agravam a desidratação. O médico afirma que
tomar água com a bebida diminui os efeitos da ressaca no dia seguinte.
“Ao tomarmos água intercalada com bebida, ajudamos o organismo a se hidratar. Ao mesmo tempo, bebemos
menos, pois reduzimos a capacidade do estômago de receber líquidos“.
Como a reação ocorre na ausência da luz, a substituição A partir disso, segue que:
ocorrerá no núcleo e não na cadeia carbônica. Como o I. Falso, pois a reação é de hidrogenação parcial.
grupo metil é orto-para-dirigente, serão formados dois pro- II. Falso, pois a reação é de eliminação.
dutos diferentes: III. Verdadeiro.
IV. Falso, pois o composto formado é aromático.
V. Verdadeiro, pois o comprimento de uma ligação
simples é maior do que o de uma ligação dupla.
Resposta: F, F, V, F, V
47
a) o hidrocarboneto A é o pentano;
b) o hidrocarboneto B é o 1-penteno;
c) o álcool é o 2-metil-2-butanol;
d) o hidrocarboneto A é o 2,2-dimetil propano;
e) o álcool é o 2-pentanol.
Resolução:
Para descobrir os compostos A e B, é necessário fazer uma reação do fim para o começo. Fazendo uma reação de desidrata-
ção desse álcool, obtém-se o composto B:
Composto B
2-metilbut-2-eno
Em seguida, deve-se hidrogenar o composto B para se obter o hidrocarboneto A:
Composto B Composto A
2-metilbut-2-eno 2-metilbutano
Alternativa C
48
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
A padronização de nomenclaturas ao longo da história da química foi fundamental para seu desenvolvimento.
Com o tempo, mais compostos foram sendo sintetizados, surgindo a ideia de se criar uma linguagem para os
novos compostos químicos.
MODELO 1
(Enem) O trinitrotolueno (TNT) é um poderoso explosivo obtido a partir da reação de nitração do tolueno, como
esquematizado.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A síntese do TNT é um exemplo de reação de substituição.
RESPOSTA Alternativa C
49
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA
PODE SER
ORGÂNICA
POR EXEMPLO
HIDROCARBONETO
PARTICIPA DE
REAÇÕES
TAIS COMO
SUBSTITUIÇÃO EM
AROMÁTICOS
INCLUI
ALQUILAÇÃO DE ACILAÇÃO DE
HALOGENAÇÃO NITRAÇÃO SULFONAÇÃO
FRIEDEL - CRAFTS FRIEDEL - CRAFTS
PRODUZ PRODUZ
NITROCOMPOSTO HIDROCARBONETO
50
AULAS 37 e 38 2. Outras oxidações dos álcoois
Diante de oxidantes enérgicos, como KMnO4 (permanga-
nato de potássio) ou K2Cr2O7 (dicromato de potássio) em
presença de H2SO4 (ácido sulfúrico), os álcoois se oxidam,
e os produtos obtidos serão diferentes, conforme o álcool
reagente seja primário, secundário ou terciário:
1. Álcool primário (grupo hidroxila ligado a um car-
REAÇÕES DE OXIDAÇÃO bono primário)
Pode sofrer duas oxidações consecutivas, formando primei-
ramente aldeído e, depois, ácido carboxílico.
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
álcool primário aldeído ácido carboxílico
etanol etanal ácido etanoico (ácido acético)
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27
§ Essa reação é responsável pelo fato de o vinho azedar.
O sabor azedo é devido ao ácido acético (etanoico).
O composto intermediário etanal é responsável pela
“ressaca” causada pela ingestão de bebidas alcoólicas.
1. Combustão 2. Álcool secundário (grupo hidroxila ligado a um car-
A combustão é a mais completa das oxidações. Observe a bono secundário)
equação que representa a oxidação completa do metanol: Pode sofrer uma oxidação, formando cetona.
51
de hidrogênio. Isso possibilita as desidrogenações cata-
líticas, usadas na indústria (a 300 ºC e utilizando o cobre Diferenciação entre aldeídos e cetonas
como catalisador).
Em laboratório, para diferenciar aldeídos de cetonas
por meio de reações de oxidação, são utilizadas algu-
Exemplo: mas misturas oxidantes:
CH3 — CH2 — OH CH3 — C = O + H2
1. Reagente de Tollens – solução aquosa amoniacal
|
de nitrato de prata.
H
álcool aldeído
R – CHO + 2[Ag(NH3)2]OH → R – COONH4 + 2Ag↓ + 3NH3 + H2O
aldeído
3. Redução
espelho de prata
(adere à parte interna
do tubo de ensaio)
2. Redução de cetonas
É possível generalizar uma equação:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Teste de Tollens
52
VIVENCIANDO
O bafômetro é um aparelho muito utilizado em fiscalizações policiais para averiguar se os motoristas não estão sob
o efeito de álcool no organismo. Ele serve para estimar, por meio de uma reação química, o nível de embriaguez. O
motorista deve soprar com força em um canudinho ligado ao aparelho, que conduz o ar expirado para um dispositivo
que analisa a concentração de álcool presente nessa amostra de ar expelido.
Um dos tipos de bafômetro existentes contém uma solução de dicromato de potássio (K2CrO7) em meio ácido. É esse
composto que reage com o ar assoprado pelo motorista.
O etanol presente no ar expirado é convertido em ácido acético em uma reação de oxirredução, equacionada a seguir:
Nessa reação, o etanol é oxidado em ácido acético. O cromo alaranjado, inicialmente presente no ânion dicromato,
é reduzido ao íon cromo (III), verde. Medindo a alteração da intensidade da cor da solução (feito por um medidor
contido no bafômetro), é possível estimar o nível de álcool no sangue do motorista.
Muita gente já viu um amigo de ascendência asiática ficar vermelho depois de tomar cerveja. O rubor é causado por
uma enzima inativa no fígado. O que poucas pessoas sabem é que, além do efeito cromático, o consumo de álcool
por quem possui a mutação aumenta cem vezes o risco de câncer do esôfago.
Diante do problema, o NIH – agência estadunidense de sáude – resolveu investir um bom dinheiro para descobrir
alguma substância capaz de reativar a enzima ALDH2. A revista científica Nature Structural and Molecular Biology
publicou um artigo para descrever a estrutura do composto tão esperado, batizado de Alda-1.
Kenneth Warren, do NIH, afirma que a agência continuará apoiando pesquisas para levar a descoberta das bancadas
do laboratório às estantes das farmácias.
“Terá um grande impacto na saúde pública“, afirma Warren. Cerca de um bilhão de pessoas no mundo têm a forma
inativa da ALDH2. A maioria vive no leste asiático, onde 40% da população possui a enzima inativa.
Depois de ingerido, o álcool desce ao intestino, de onde passa para o sangue. Chega a quase todos os tecidos do
corpo e, por fim, é filtrado no fígado. O órgão transforma-o em acetaldeído e, depois, em ácido acético.
Disponível em: <www.estadao.com.br/noticias/geral,ciencia-tem-saida-para-rubor-de-orientais-ao-beber,493540>.
53
d) a quantidade de gás carbônico produzida na com- Resolução:
bustão da gasolina é menor; O composto metálico LiAlH4 é chamado de hidreto de lítio
e) o volume de vapor de água produzido nas duas e alumínio (um poderoso agente redutor usado em reações
reações é o mesmo.
orgânicas) e é usado para reduzir praticamente qualquer
Resolução: composto orgânico oxigenado a álcool. Assim, a reação de
redução da 2-butanona é:
Montando as equações de combustão do C8H18 e C2H5OH
e balanceando, tem-se:
LiAlH4
Alternativa B
Alternativa C
54
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
Entender a forma com que as moléculas se dispõem no espaço é fundamental, ainda mais quando se trata de
química orgânica. Quando um composto é analisado, algumas de suas propriedades físicas podem ser a chave
para a identificação do composto.
MODELO 1
(Enem) A maioria dos alimentos contém substâncias orgânicas, que possuem grupos funcionais e/ou ligações
duplas, que podem ser alteradas pelo contato com o ar atmosférico, resultando na mudança do sabor, aroma
e aspecto do alimento, podendo também produzir substâncias tóxicas ao organismo. Essas alterações são
conhecidas como rancificação do alimento.
Essas modificações são resultantes de ocorrência de reações de:
a) oxidação;
b) hidratação;
c) neutralização;
d) hidrogenação;
e) tautomerização.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Essas modificações são resultantes de ocorrência de reações de oxidação.
RESPOSTA Alternativa A
55
DIAGRAMA DE IDEIAS
REAÇÕES ORGÂNICAS
INCLUEM
É O OPOSTO DE
OXIDAÇÃO REDUÇÃO
PODEM ENVOLVER
ÁLCOOL
ALDEÍDO CETONA
OXIDA A
NÃO É OXIDADA
OU SOFRE
ÁCIDO QUEBRA DE
CARBOXÍLICO CADEIA
56
§ Teste de Bayer
AULAS 39 e 40 Alcenos e ciclanos (cicloalcanos) possuem a mesma fórmu-
la geral CnH2n. Por isso, é frequente a ocorrência de alcenos
e ciclanos isômeros.
Para diferenciá-los em laboratório, o químico alemão Adolf
Von Baeyer (1835-1917) elaborou um teste baseado na
oxidação branda com KMnO4 (de cor violeta).
OXIDAÇÃO DE ALCENOS alceno
[O] brando/H2O
reage
[O] brando/H2O
ciclano não reage
1. Oxidação de alcenos
Alcenos (alquenos) sofrem reações de oxidação de três tipos: multimídia: vídeo
§ oxidação branda; Fonte: Youtube
§ ozonólise; Teste de Baeyer
§ oxidação enérgica.
Cada caso ocorre de acordo com o meio reacional, que
compreende os reagentes utilizados, o pH e a temperatura. 3. Ozonólise
2. Oxidação branda O agente oxidante [O] é o ozônio (O3) na presença de
água e zinco metálico (Zn).
O agente oxidante, representado como [O], é o perman-
ganato de potássio (KMnO4) em meio neutro ou ligeira-
mente básico, diluído e “a frio” (a baixas temperaturas). Os átomos de oxigênio do ozônio se ligam aos carbonos
da dupla ligação do alqueno, originando um composto
intermediário instável denominado ozoneto ou ozonida, o
O KMnO4 é denominado reativo de Bayer, cuja solução
qual, por sua vez, hidrolisa-se, dando origem a aldeídos e/
aquosa apresenta coloração violeta.
ou cetonas.
Exemplos: O zinco reage com o H2O2 que é produzido na reação, evi-
tando que ele oxide o aldeído produzido e transformando-
OH OH
| | -o em ácido carboxílico. A presença de água é fundamental
[O] brando/H O
H3C – CH = CH2 H3C – CH – CH2
2
para evitar as explosões que poderiam ocorrer caso a ozo-
propeno diálcool vicinal
nólise fosse realizada na sua ausência.
OH OH Exemplo:
| |
[O] brando/H O [O]/H2O/Zn
H3C – C = C – CH3
2
H3C – C – C – CH3 H3C – C = CH – CH3 H3C – C = O + O = C – CH3 + H2O2
| | | | | | |
H CH3 H CH3 CH3 CH3 H
metil-but-2-eno diálcool vicinal cetona aldeído
57
4. Oxidação enérgica H3C – C = CH2
[O] enérgico
H3C – C = O + CO2 + H2O
| |
H OH
O agente oxidante é o KMnO4 (permanganato de potás-
sio) ou o K2Cr2O7 (dicromato de potássio) concentrados,
2. Carbono secundário (ligado a dois outros carbonos) pro-
em meio ácido e “a quente” (com aquecimento).
duz ácido carboxílico:
[O] enérgico
H3C – C = C – CH3 H3C – C = O + O = C – CH3
O alceno reage com um agente oxidante capaz de quebrar | | | |
a molécula na ligação dupla; além disso, caso seja formado H H OH HO
aldeído, é capaz de oxidá-lo a ácido carboxílico. ácido carboxílico
Se a ligação dupla encontrar-se na extremidade da cadeia, A importância dessa reação consiste na quebra da molécu-
o − CH2 terminal vai se transformar em ácido carbônico, la do alceno em moléculas menores, as quais, se identifica-
que se decompõe em CO2 e H2O. das, permitem a identificação do alceno inicial. É possível
determinar a posição da ligação dupla inicial antes de a
[O] enérgico
oxidação enérgica ocorrer.
H3C – HC = CH2 H3C – C = O + O = C – OH
| |
OH OH
H2CO3
Os alcenos reagem com uma solução de permanganato de potássio (KMnO4) em meio básico, a frio, ocorrendo a oxi-
dação do alceno (o Nox dos carbonos da insaturação aumenta) e a formação de um diol vicinal (um diálcool em que
os grupos OH encontram-se em carbonos vizinhos). Além disso, a solução, que era violeta, fica descorada e aparece
um precipitado castanho, que é o MnO2 – óxido de manganês (IV).
Decomposição da solução de permanganato de potássio:
58
Oxidação branda de um alceno:
[O]/H2O
H2C CH2 H2C CH2
||
|
| |
OH OH
Essa reação é importante, pois permite verificar visualmente se ocorreu a reação química. Os alcenos formam isôme-
ros com muitos cicloalcanos, isto é, possuem a mesma fórmula molecular, mas estruturas e propriedades diferentes.
Os ciclanos não reagem com o reagente de Baeyer, sendo que a solução permanece na cor violeta. Assim, se o
objetivo for identificar se determinada substância é um alceno ou um cicloalcano, basta colocá-la para reagir com
o permanganato: se formar o precipitado castanho, é um alceno; se permanecer violeta, é um ciclano. Esse é o cha-
mado teste de Baeyer.
Resolução:
I. Como na oxidação enérgica ocorreu a produção de gás
carbônico (CO2), o alqueno deve apresentar uma dupla li-
gação na extremidade da cadeia.
[O], enérgica 2-butanol:
= CH2 CO2 + H2O
II. Como o outro produto obtido é um ácido carboxílico, o
alqueno deve apresentar cadeia normal, e o ácido formado
deve ter 3 carbonos.
[O], enérgica
H3C — CH2 — C = H3C — CH2 — C = O
| |
H OH Nota: na desidratação do 2-butanol, o produto majoritário
Conclusão: o alceno em questão é o H 3C – CH2 – CH = CH2 é o 2-buteno.
(but-1-eno) Conclusão: apesar de formarem produtos diferentes, o pro-
cedimento I não é útil para distinguir os dois álcoois, pois o
2. Para distinguir o 1-butanol do 2-butanol foram propostos
dois procedimentos:
produto da desidratação de ambas as reações descoram a
solução de bromo, não sendo possível distinguir a olho nu.
I. Desidratação por aquecimento de cada um desses compos-
Item II. Fazendo a oxidação parcial dos compostos e pos-
tos com ácido sulfúrico concentrado e isolamento dos produ-
terior adição de reagente de Tollens (solução amoniacal de
tos formados. Adição de algumas gotas de solução de bromo
nitrato de prata utilizada para diferenciar aldeídos de ceto-
em tetracloreto de carbono (solução vermelha) aos produtos
nas) nos produtos formados, tem-se:
isolados e verificação da ocorrência ou não de descoramento.
1-butanol:
II. Oxidação parcial de cada um desses compostos com
dicromato de potássio e isolamento dos produtos forma-
dos. Adição de reagente de Tollens aos produtos isolados e
verificação da ocorrência ou não de reação (positiva para
aldeído e negativa para cetona). Como forma aldeído, positivo para reagente de Tollens.
59
2-butanol:
4. A e B são dois compostos orgânicos de mesmo peso molecular que, por oxidação com permanganato de potássio
em meio ácido, geram como produtos, respectivamente, butanona e o ácido butanoico.
a) Qual o tipo de isomeria existente entre os compostos A e B? Justifique sua resposta.
b) Qual o produto orgânico resultante da desidratação do composto B?
Resolução:
Para identifcar quais são os compostos A e B, deve-se realizar uma reação inversa, ou seja, redução dos produtos: butanona
provém do 2-butanol, e ácido butanoico provém do 1-butanol.
a) A isomeria que tem entre 1-butanol e 2-butanol é de posição.
b) A reação de desidratação do composto B (1-butanol) é:
Intermolecular:
Intramolecular:
60
DIAGRAMA DE IDEIAS
REAÇÕES
ORGÂNICAS
INCLUEM
OXIDAÇÃO
PODE ENVOLVER
ALCENO
PODE SOFRER
CAUSA
TESTE DE BAEYER ROMPIMENTO DA
MOLÉCULA NA DUPLA
61
AULAS 41 e 42
O O
|| ||
R – C – OH + H – N – R' R – C – N – R' + H2O
| |
H H
ESTERIFICAÇÃO,
ácido carboxílico amina amida água
HIDRÓLISE E
CONDENSAÇÃO AMÍDICA
2.1. Aminoácidos
Os aminoácidos importantes apresentam estrutura típica:
COMPETÊNCIAS: 3, 5, 6 e 7
→
Verifica-se experimentalmente que, se essas reações ocor-
rerem entre um ácido carboxílico e um álcool primário, a
água será formada pela hidroxila (OH) do ácido e pelo hi-
drogênio do grupo OH do álcool.
+ H2O
Exemplo
62
Exemplos:
VIVENCIANDO
O compositor Johann Sebastian Bach adorava um cafezinho. Assim como os escritores Voltaire e Balzac e muitas outras
grandes mentes. Contudo, o tipo de trabalho que eles realizavam não necessariamente era beneficiado por um elevado
consumo de café – a não ser que eles fossem gênios tão grandes a ponto de encarar a construção das suas obras como
um trabalho simples, natural, como se estivessem em uma linha de montagem, fazendo tudo sem pensar demais.
O consenso geral nos estudos sobre cafeína indica que ela pode melhorar a produtividade, mas principalmente em
certos tipos de atividade. Para pessoas cansadas que estão realizando um trabalho relativamente direto, que não
exige muito pensamento abstrato ou raciocínio, o café demonstrou aumentar a quantidade e a qualidade dos resul-
tados. A cafeína também demonstrou ajudar na criação e na retenção de “memória declarativa”, o tipo que é mais
usado por estudantes para lembrar de listas ou decorar respostas de questões para provas.
Os ésteres essenciais de flores e frutas são normalmente formados por cadeias de carbono pequenas e médias (até
oito carbonos), possuem aroma agradável e estão presentes em flores e frutos. Eles podem ser obtidos artificialmente
e empregados em alimentos, como refrigerantes, sorvetes, doces, balas e em xaropes diversos. Um exemplo é o formi-
ato de etila (HCOOC2H5), empregado como extrato artificial para xaropes de groselhas, rum, etc.
Alguns ésteres são utilizados isoladamente, como o acetato de amila, com forte aroma de banana (comercialmente
chamado, inclusive, de essência de banana). O acetato de octilo é usado como essência artificial de laranja. São
usados outros compostos com outras substâncias, para formular essências diversas, como o acetato de etila, que
participa de formulações de essências artificiais de maçã, pera, framboesa, pêssego, groselha, etc.
Os lipídios e gorduras e as ceras orgânicas ou cerídeos também são ésteres.
63
c)
Aplicação do conteúdo
1. (PUC-SP) A partir do etanol, podemos obter muitos
compostos orgânicos, como, por exemplo, o eteno, o d)
acetato de etila, o etanal e o etano.
e)
Alternativa A
Resolução:
a)
b)
64
Como na estrutura do lipídeo existem três grupos, ele é
AULAS 43 e 44 classificado como um triéster e também denominado trigli-
cérido ou triglicerídeo.
Um triglicérido pode ser obtido a partir de diferentes ácidos
graxos e apresentar até três radicais diferentes (R, R’ e R”).
Exemplos:
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 O O
C15 H31 – C – O – CH2 C17 H33 – C – O
O O
C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O
O O
1. Óleos e gorduras C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O
Os ésteres são substâncias muito abundantes na natureza O triglicerídeo 1,2 –Odipalmitato
triglicério
-3-oleato1,2 - dipalmitato-
de flicerila apresenta dois O triglicério
e podem ser classificados em três grupos: essências de fru-
3-oleato de glicerila apresenta
radicais saturados
glicerila o
tas, lípides e ceras. (C15H31–) e um radical insaturado (C17H33 –).
Portanto, trata-se de umasaturados
dois radicais gordura.
(C15H31– apresenta os
a. Essências de frutas ) e um radical insaturado insaturados; po
O (C17H33 O– ); portanto, trata-se de um ó l e o .
Os ésteres de ácidos e álcoois com pequeno número de áto- de uma g o r d u r a .
mos de carbono compõem o grupoCdas 15 H31 – C – O – CH2
essências de frutas. C17 H33 – C – O – CH2
O O
Exemplos:
C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O – CH
O O
C15 H31 – C – O – CH C17 H33 – C – O – CH
butanoato de etila (um dos componentes
O triglicério
da essência de abacaxi) 1,2 - dipalmitato- O trioleato
O triglicerídeo triglicério
de gliceria ou ttroleína
r i o l eapresenta
a t o osdtrês e
3-oleato de glicerila apresenta g linsaturados
radicais i c e r i l a. Portantoou, trata-se de tumr o l e.í n a
óleo
65
um éster proveniente de um ácido graxo numa reação des-
se tipo, o sal formado receberá o nome de sabão.
Como a principal fonte natural de ácidos graxos são os óleos
e as gorduras (triglicerídeos), suas hidrólises alcalinas consti-
tuem o principal processo para a produção de sabões.
A equação genérica a seguir representa a hidrólise alcalina
de um óleo ou de uma gordura:
66
Se, por exemplo, o álcool utlizado for o metanol, obtém-se: Observe o esquema:
Fonte: Youtube
Faça sabão com óleo de cozinha usado ...
parte
apolar
(hidrofóbica) detergente
parte polar
(hidrofílica)
Tanto os sabões quanto os detergentes são derivados
de ácidos sulfônicos, uma vez que apresentam, respec-
Os detergentes são compostos orgânicos sintéticos, cuja
tivamente, os grupos COO– e SO3–, denominados aniô-
estrutura assemelha-se à dos sabões, e apresentam o
mesmo tipo de ação sobre óleos e gorduras. Os deter- nicos. Atualmente, utiliza-se um terceiro tipo, denomi-
gentes mais comuns são sais de ácidos sulfônicos com nado catiônico, no qual a parte ativa da molécula é um
longas cadeias. cátion (NH4+).
Em geral, esse tipo de composto é denominado sal de
amônio quaternário, uma vez que apresenta quatro grupos
ligados ao nitrogênio com carga positiva. Embora esses de-
tergentes catiônicos não sejam tão eficientes na remoção
apolar polar
de sujeiras, o uso deles é muito difundido, pois têm elevado
poder germicida.
As moléculas do sabão e do detergente têm uma parte
apolar (hidrofóbica), que se liga à gordura (cujas molécu- Tanto os detergentes quanto os sabões diminuem a ten-
las são apolares) e uma parte com carga polar (hidrofílica), são superficial da água e são chamados genericamente de
que se liga à água (molécula polar). surfactantes.
67
VIVENCIANDO
O biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do petróleo. Ele pode ser usado em carros e em qualquer
outro veículo com motor a diesel. Fabricado a partir de fontes renováveis (óleo de soja, gordura animal, óleo de
algodão), é um combustível que emite menos poluentes do que o diesel.
Os preços da gasolina, do diesel e dos derivados de petróleo tendem a subir cada vez mais. A cada ano, o consumo
aumenta e as reservas diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada ameaça de guerra ou crise
internacional, o preço do barril de petróleo dispara. Para aumentar sua competitividade, os custos de produção do
biodiesel podem ser minimizados por meio da venda dos coprodutos gerados durante o processo de transesterifica-
ção, como glicerina, adubo e ração proteica vegetal. Em função da importância do biodiesel, o estabelecimento de
padrões de qualidade se constitui como um fator primordial para a sua adoção ser bem-sucedida.
A história do biodiesel começa junto com a história do século XX. Embora os combustíveis de origem orgânica só
tenham surgido como uma ideia viável bem mais tarde, principalmente depois da explosão do preço do petróleo,
na década de 1970, no início do funcionamento dos motores a diesel, já há relatos do uso de óleo vegetal para
movê-los.
No processo de produção do biodiesel, a molécula de óleo vegetal é formada por três moléculas de ácidos graxos
ligadas a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. O processo para a transformação do óleo vegetal
em biodiesel chama-se transesterificação. Quando os pesquisadores calculam o balanço energético líquido para um
biocombustível, eles consideram a energia exigida para produzir a colheita (coisas como fertilizantes, pesticidas e
diesel de trator), e então somam a energia necessária para processar a planta colhida em etanol ou biodiesel. Eles
subtraem a quantia de energia que entra no processo da quantia de energia que sai.
A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a produção de biodiesel. O processo se inicia juntando o
óleo vegetal com um álcool (metanol, etanol, propanol, butanol) e catalisadores (que podem ser ácidos, básicos ou enzimáti-
cos). Para o exemplo mais comumente empregado, em que se utiliza o metanol e, como catalisador, a soda cáustica, tem-se:
Nesse processo, obtém-se um éster metílico de ácido graxo (biodiesel) e glicerina como subproduto, que é removida
por decantação. O éster metílico de ácido graxo formado possui uma viscosidade menor que o triacilglicerol utilizado
como matéria-prima.
A glicerina formada é usada por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos. O preço da glicerina era alto
quando começou-se a produzir biodiesel em grande quantidade (por volta de 2002), mas caiu bastante em regiões
como a Europa, onde havia mais produção que consumo.
Adaptado de: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Transesterifica%C3%A7%C3%A3o>.
Aplicação do conteúdo
1. O biodiesel é um combustível obtido a partir de fontes renováveis, complementar ao óleo diesel mineral, que
apresenta uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos. No Brasil, a partir do lançamento do Programa
Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), em dezembro de 2004, pelo Governo Federal, o biodiesel avançou
significativamente, tornando-se um valioso instrumento de geração de riqueza e inclusão social. Atualmente, sua
adição ao diesel mineral é obrigatória numa proporção de 11%, aumentando a importância desse produto. Sua ob-
68
tenção pode ser feita a partir de um processo chamado Resolução:
transesterificação, que consiste na reação química de:
a) um álcool, como metanol, com um triglicerídeo de
A reação de transesterificação é:
origem vegetal, como óleo de pinhão-manso;
b) um álcool, como butanol, com um triglicerídeo de
origem animal, como sebo bovino;
c) um álcool, como etanol, com um ácido graxo de
origem vegetal, como óleo de soja;
d) um álcool, como isopropanol, com um triglicerídeo
de origem vegetal, como óleo de milho;
3. (Enem) Metade do volume de óleo de cozinha con-
e) um álcool, como etanol, com um ácido graxo obti- sumido anualmente no Brasil, cerca de dois bilhões de
do de óleos residuais, como óleo de fritura. litros, é jogada incorretamente em ralos, pias e bueiros.
Estima-se que cada litro de óleo descartado polua mi-
Resolução: lhares de litros de água. O óleo no esgoto tende a criar
uma barreira que impede a passagem da água, causa
A transesterificação é uma reação entre um triglicerídeo e entupimentos e, consequentemente, enchentes. Além
um álcool, como o metanol, conforme mostra a equação disso, ao contaminar os mananciais, resulta na mortan-
dade de peixes. A reciclagem do óleo de cozinha, além
química a seguir. Em geral, o álcool empregado é o me- de necessária, tem mercado na produção de biodiesel.
tanol ou o etanol, pois, dessa forma, forma-se também o Há uma demanda atual de 1,2 bilhão de litros de biodie-
glicerol, de grande valor comercial. sel no Brasil. Se houver planejamento na coleta, trans-
porte e produção, estima-se que se possa pagar até
R$ 1,00 por litro de óleo a ser reciclado.
“Programa mostra caminho para uso do óleo de fritura na
produção de biodiesel”
Disponível em: <http://www.nutrinews.com.
br>. Acesso em: 14 fev. 2009 (Adaptação).
B
De acordo com o texto, o destino inadequado do óleo de
Alternativa A cozinha traz diversos problemas. Com o objetivo de contri-
buir para resolver esses problemas, deve-se:
2. O biodiesel é um combustível renovável (biocom- a) utilizar o óleo para a produção de biocombustíveis,
bustível) e biodegradável, obtido, comumente, a como etanol;
partir da reação de transesterificação entre um tria-
b) coletar o óleo devidamente e transportá-lo às em-
cilglicerol, de origem animal ou vegetal, e um álco-
presas de produção de biodiesel;
ol, na presença de um catalisador ácido ou básico.
Óleos vegetais de residências e de estabelecimentos c) limpar periodicamente os esgotos das cidades para
comerciais, como bares e restaurantes, têm sido utili- evitar entupimentos e enchentes;
zados como uma fonte viável de triacilglicerol, que é d) utilizar o óleo como alimento para os peixes, uma
quimicamente constituído, principalmente, de ácidos vez que preserva seu valor nutritivo após o descarte;
graxos insaturados: o linoleico (2 insaturações) e o e) descartar o óleo diretamente em ralos, pias e buei-
oleico (1 insaturação). ros, sem tratamento prévio com agentes dispersantes.
Resolução:
a) O etanol é um biocombustível derivado da cana-
-de-açúcar, portanto, não é produzido por meio do
processamento do óleo de cozinha.
b) A coleta e o devido transporte do óleo para as
empresas destinadas à produção de biodiesel é uma
solução ecologicamente correta, principalmente por
estar reciclando e evitando a poluição de mananciais
Com base nessas informações, faça o que se pede: e morte de animais.
c) A limpeza periódica dos esgotos evitaria apenas o
Indique os produtos da reação química de formação de
problema de enchentes causadas pelo entupimento
biodiesel a partir do triacilglicerol com o metanol, em dos mesmos. No entanto, não resolveria os problemas
meio básico. causados pelo destino inadequado do óleo.
69
d) O óleo causa contaminação de mananciais e, portanto, é tóxico para os peixes.
e) O descarte do óleo diretamente nos ralos, pias e bueiros só contribuirá para o entupimento dos mesmos, provocando
enchentes nos períodos chuvosos.
Alternativa B
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
Uma das maneiras mais ecológicas de uso de automóveis e outros veículos movidos por um motor de combus-
tão interna é por meio do uso do biodiesel, que consiste em uma reação de transesterificação.
MODELO 1
(Enem) Pesquisadores avaliaram a qualidade da água potável distribuída em cidades brasileiras. Entre as várias
substâncias encontradas, destacam-se as apresentadas no esquema. A presença dessas substâncias pode ser
verificada por análises químicas, como uma reação ácido-base, mediante a adição de hidróxido de sódio.
Apesar de não ser perceptível visualmente, por causa das condições de diluição, essa análise apresentará re-
sultado positivo para o(a):
a) cafeína; d) benzo[a]pireno;
b) atrazina; e) dipirona sódica.
c) triclosan;
ANÁLISE EXPOSITIVA
Apesar de não ser perceptível visualmente por causa das condições de diluição, essa análise apresentará resulta-
do positivo para o triclosan, pois esse composto apresenta a função fenol, que tem caráter ácido.
RESPOSTA Alternativa C
70
DIAGRAMA DE IDEIAS
REAÇÕES
ORGÂNICAS
INCLUEM
SAPONIFICAÇÃO
O O
R C +NaOH R C +R' OH
O R' O–Na+
TRANSESTERIFICAÇÃO
O R' OH
O
R OH + R' O R" +
R O R"
PRODUÇÃO DO BIODIESEL
O O
H2C O C R1 3R2 O C R1
O +
OH- H2C OH
HC O C R1 + 3R2 OH
O HC OH
H2C O C R1
H2C OH
71
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Todos os assuntos deste livro se conectam: o Os tópicos que abordam cinética química
tema sobre ordem de reação é cobrado de ma- ocorrem em questões bem concisas,
neira bem direta, já os que abrangem equilíbrio porém, ao ser abordada cinética química,
químico exigem a compreensão da importância deve-se levar em consideração o entendi-
de cada variável e propriedade que pode ser mento do comportamento que pode ser
mudada. adquirido ao mudar algumas
variáveis.
As questões levantadas frente aos tópicos de O tema que envolve os equilíbrios quími- De maneira interdisciplinar, o assunto de
cinética química sempre são bem diretas e su- cos são bem recorrentes e cobrados de equilíbrios químicos trata das alterações
cintas, porém, em relação ao tema de equilíbrios tal maneira que exige o entendimento de decorrentes das variações e alguns fatores. É
químicos, deve-se ter plena compreensão das todas as variáveis que podem ser manipu- importante interpretar essas alterações, assim
possíveis variações que podem ser causadas e ladas e quais as consequências. como os resultados disso.
seus resultados.
Os assuntos que abordam cinética química Os assuntos mais cobrados são aqueles O tema principal abordado é dos A cinética química é tratada de maneira bem
são cobrados de maneira bem sucinta, porém, relacionados aos equilíbrios químicos. É equilíbrios químicos. É necessário que se direta. É importante entender as influências
ao entrarmos no âmbito do equilíbrio químico, importante interpretar bem os comandos das tenha um bom entendimento da base da que uma reação pode sofrer; em relação aos
é necessário que se tenha pleno entendimento questões, assim como as informações dadas, matéria, para que seja possível reconhecer equilíbrios químicos, é importante interpretar
das variações de alguns fatores e interpretar para que se possa analisar os efeitos na os efeitos causados pela mudança de os dados e as condições, para entender o
os resultados. mudança de alguns fatores. algumas variáveis. resultado de qualquer variação.
UFMG
É interessante entender que a cinética química Temos como tema principal o equilíbrio quí- A matéria de cinética química é tratada de for-
é a base para o equilíbrio químico, logo, é mico, logo, é preciso que se tenha consciência ma bem direta; já em relação aos equilíbrios
importante conhecer as possíveis alterações das possíveis alterações nas variáveis, assim químicos, é importante que todas as condições
nas variáveis, para que se possa compreender como os resultados obtidos. e suas alterações sejam avaliadas, para que se
os efeitos causados. possa concluir o efeito da maneira correta.
O conteúdo que contempla os equilíbrios Os equilíbrios químicos necessitam de boa É importante perceber que cinética química e
químicos é cobrado de maneira que exige uma interpretação e entendimento da base do equilíbrio químico estão diretamente ligados.
boa interpretação e conhecimento da matéria, assunto, já que é comum as questões cobra- É necessário também que se entenda todo o
visto que é necessário entender as diversas rem o entendimento de diversas mudanças tipo de perturbação que pode ser causado nas
mudanças de alguns fatores que podem levar de variáveis e como elas influenciam o variáveis, como elas vão se comportar frente
a resultados distintos. resultado final. a isso e qual será o resultado final.
CINÉTICA QUÍMICA E
EQUILÍBRIO QUÍMICO
73
AULAS 35 e 36 1. Condições para
ocorrência de reações
Diversos fatores são responsáveis pela ocorrência de uma
CINÉTICA QUÍMICA: reação química, desde que entre eles haja uma tendência à
CONCEITOS DE VELOCIDADE reação (afinidade química). Também é necessário que exis-
ta contato, o que vai permitir a colisão entre as moléculas,
INSTANTÂNEA, LEI possibilitando a quebra de ligações e a formação de novas
CINÉTICA DA VELOCIDADE ligações.
DAS REAÇÕES
2. Teoria da colisão
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 Em todas as reações, os átomos que formam os reagentes
se reordenam, originando produtos. Entretanto, nem todos
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 os choques entre as partículas que compõem os reagentes
dão origem a produtos (choques não eficazes). Os choques
eficazes ou efetivos são os que resultam em quebra e for-
mação de novas ligações.
No momento em que ocorre o choque em uma posição favorável, forma-se uma estrutura intermediária entre os reagentes
e os produtos denominada complexo ativado.
Complexo ativado é o estado de transição entre reagentes e produtos, em cuja estrutura há ligações enfraquecidas (que
existem nos reagentes) e formação de novas ligações (que existem nos produtos).
Para que ocorra a formação do complexo ativado, as moléculas dos reagentes devem apresentar energia suficiente e colisão
em geometria favorável. Essa energia é denominada energia de ativação (Ea).
Energia de ativação (Ea) é a energia mínima que as moléculas devem ter para reagir ao se chocarem, ou seja, para que
haja colisão efetiva.
74
Esse fato ocorre tanto para as reações exotérmicas intensifica a velocidade da reação, mas não a quantidade
quanto para as endotérmicas. O diagrama delas que do produto formado.
indica o caminho da reação e a entalpia pode ser repre-
Considere estas duas fogueiras abaixo e assuma que são
sentado por:
feitas com o mesmo tipo e quantidade de lenha.
Entalpia
entalpia
Complexo ativado ativado
complexo
Prod.
Hp
Reag Ea H 1 2
Hr
A rapidez da combustão da lenha será maior na fogueira 2,
Caminho
caminhoda
dareação
reação
uma vez que a superfície de contato com o ar será maior.
DH > 0 (reação endotérmica)
Entalpia
entalpia
Complexo ativadoativado
complexo
Ea
Reag.
Hr multimídia: vídeo
H
Prod. Fonte: Youtube
Hp
Caminho
Experimentoteca - Velocidade de reação
caminhodada
reação
reação
3.1. Superfície de contato De acordo com a regra de Van’t Hoff, os alimentos devem
deteriorar quatro vezes mais rapidamente à temperatura
Quando um reagente está no estado sólido, a reação ocor- ambiente (25 °C) do que em uma geladeira a 5 °C.
re na superfície dele.
§ Regra de Van’t Hoff
Assim, quanto mais fragmentado (disperso) for esse re-
agente, maior será o número de choques e maior será a Se houver um acréscimo de 10 °C na temperatura, a velo-
velocidade da reação. cidade da reação poderá dobrar ou triplicar.
Exemplo:
Quanto maior for a superfície de contato dos reagen-
tes, maior será a velocidade da reação. temperatura 5 ºC 15 ºC 25 ºC
velocidade V 2V 4V
75
velocidade média das moléculas (devido ao aumento da
Catalisadores são substâncias capazes de acelerar energia cinética) e a velocidade da reação (consequência
uma reação sem sofrer alteração permanente, ou seja, do aumento da energia cinética). A única grandeza que
não são consumidas durante a reação. não muda é a energia de ativação, que depende de cada
reação. O que muda a energia de ativação é o catalisador.
Os catalisadores criam um caminho alternativo que exige Alternativa A
menos energia de ativação, fazendo com que a reação se
processe mais rapidamente. 2. (UFSCar-SP) Não se observa reação química visível
com a simples mistura de vapor de gasolina e ar atmos-
energia férico, à pressão e temperatura ambientes, porque:
Ea reação sem catalisador
a) a gasolina não reage com o oxigênio à pressão ambiente;
Ea reação com catalisador
b) para que a reação seja iniciada, é necessário o for-
H
necimento de energia adicional aos reagentes;
c) a reação só ocorre na presença de catalisadores
caminho da reação
heterogêneos;
d) o nitrogênio do ar, por estar presente em maior
Notas quantidade e ser pouco reativo, inibe a reação;
§ Um catalisador acelera a reação, mas não au- e) a reação é endotérmica.
menta seu rendimento, ou seja, ele produz a Resolução:
mesma quantidade de produto num período
A reação entre gasolina e ar atmosférico não é visível de-
menor de tempo.
vido à energia de ativação da reação. Por isso que é neces-
§ O catalisador não altera o DH da reação. sária uma faísca ou alguma fonte de energia para que a
§ Um catalisador acelera tanto a reação direta reação entre gasolina e ar atmosférico ocorra. Assim, é ne-
quanto a inversa, uma vez que diminui a ener- cessário fornecer uma energia adicional aos reagentes para
gia de ativação de ambas. que eles atinjam a energia de ativação e ocorra a reação.
Alternativa B
3.4. Concentração dos reagentes 3. (Fuvest) NaHSO4 + CH3COONa → CH3COOH + Na2SO4
A velocidade de uma reação depende também da concen- A reação representada pela equação acima é realizada se-
tração dos reagentes, uma vez que ela está relacionada gundo dois procedimentos:
com o número de choques entre as moléculas. I. Triturando reagentes sólidos.
Quanto maior for a concentração dos reagentes, maior será II. Misturando soluções aquosas concentradas dos
reagentes.
a velocidade da reação.
Utilizando mesma quantidade de NaHSO4 e mesma quan-
Em reações com reagentes gasosos, se a pressão for aumen- tidade de CH3COONa nesses procedimentos, à mesma
tada, ocorrerá uma diminuição de volume, e, consequente- temperatura, a formação do ácido acético:
mente, haverá aumento nas concentrações dos reagentes. a) é mais rápida em II porque em solução a frequência de
colisões entre os reagentes é maior;
b) é mais rápida em I porque no estado sólido a concen-
Aplicação do conteúdo tração dos reagentes é maior;
c) ocorre em I e II com igual velocidade porque os reagen-
1. Na cinética de uma reação, o aumento da temperatura
tes são os mesmos;
provoca aumento de todas as seguintes grandezas, exceto:
d) é mais rápida em I porque o ácido acético é liberado na
a) energia de ativação; forma de vapor;
b) energia do sistema; e) é mais rápida em II porque o ácido acético se dissolve
c) número de colisões entre as moléculas dos reagentes; na água.
d) velocidade média das moléculas;
Resolução:
e) velocidade da reação.
Os fatores que influenciam a velocidade da reação são
Resolução:
superfície de contato (I), temperatura, concentração dos
Quando a temperatura da reação se torna mais elevada, reagentes (II) e catalisador. Assim, os itens estão:
a energia do sistema aumenta (porque tem mais calor), a) Correto, pois em solução os reagentes têm uma fre-
ocorre um número maior de colisões entre as moléculas quência de colisão muito maior do que os reagentes em
reagentes (aumento da energia cinética), elevam-se a estado sólido.
76
b) Incorreto, pois se ambos estiverem no estado sóli- b) ESCREVA o fator responsável por essa diferença
do, a reação ocorrerá muito devagar, ou não ocorrerá, de velocidade.
pois não há meio para poder haver a troca de íons. c) COMPARE os complexos ativados formados nos
c) Incorreto, pois não tem como garantir que ambos os dois caminhos da reação.
itens ocorrerão na mesma velocidade. No item I, depende d) A reação ocorre pelos dois caminhos no mesmo
de quanto os reagentes sólidos estão triturados e, no item sistema? JUSTIFIQUE sua resposta.
II, depende de quão concentrado as soluções estarão. Resolução:
d) Incorreto, pois o estado em que o produto é forma- a) A curva I é o caminho mais rápido, pois tem a me-
do não interfere na velocidade da reação. nor energia de ativação.
e) Incorreto, pois a solubilidade do(s) produto(s) não b) O fator responsável é o catalisador.
afeta a velocidade da reação.
c) O complexo ativado da curva I é diferente da curva
Alternativa A II. A energia do complexo ativado II é maior do que o
complexo ativado I.
4. (UFMG) As curvas I e II representam caminhos possí-
d) Não, pois apesar de partir dos mesmos reagentes
veis para a reação de hidrogenação do propeno.
e o produto ser igual nas duas curvas, a curva I é
catalisada e a curva II não é catalisada.
CURVA II
∆H
CURVA I
H3C = CHCH3
+ H3CCH2CH3
H2
coordenada da reação
multimídia: site
a) INDIQUE a curva que corresponde ao caminho da
reação mais rápida.
www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/enzimas.htm
A manutenção da vida depende da ocorrência ininterrupta de uma série de reações químicas. No entanto, a tempe-
ratura de aproximadamente 36 °C e o pH próximo da neutralidade (7,0), condições apresentadas pelo organismo
humano, não são favoráveis ao desenvolvimento de todas essas reações. Como exemplo, a digestão das proteínas
em aminoácidos é um processo que ocorre diariamente no trato digestório. Essa “quebra“ de proteínas também
ocorre normalmente em laboratórios que desejam obter os aminoácidos em sua forma livre. A diferença está no fato
de que, para conseguir romper as ligações peptídicas fora do organismo humano, os cientistas precisam submeter as
proteínas a processos de fervura em meio ácido ou básico.
Então, seria possível concluir que uma reação que precisa de fervura e condições extremas de pH não ocorrerá facil-
mente no interior do organismo humano, onde a temperatura é muito mais baixa e o pH nem sempre é o ideal para
a ocorrência dessa reação, mas ela acontece.
Será que existe algum mediador, algum mecanismo que acelere essas reações dentro do organismo? A resposta é
sim. As enzimas é que fazem esse papel atuando como catalisadores biológicos.
Catalisadores são substâncias com a capacidade de acelerar reações químicas, sem participar delas como reagentes,
isto é, eles participam da reação, aumentam sua velocidade, mas são recuperados inalterados ao final dela.
Na maioria das vezes, as velocidades das reações catalisadas por enzimas têm um aumento da ordem de 106 a 1012
vezes em relação às velocidades das reações não catalisadas. As enzimas são classificadas de acordo com o tipo de
reação que catalisam.
77
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
A química é a disciplina que estuda a transformação da matéria. Para que essas transformações ocorram,
é necessário que ocorra uma reação química através do choque entre duas substâncias. Uma energia é
necessária para formar a nova substância. O ramo que estuda o movimento das moléculas em uma reação
química é denominado cinética química.
MODELO 1
(Enem) A hematita (a-Fe2O3), além de ser utilizada para obtenção do aço, também é utilizada como um catali-
sador de processos químicos, como na síntese da amônia, importante matéria-prima da indústria agroquímica.
MEDEIROS, M.A.F. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 32, n. 3, ago. 2010 (adaptado).
ANÁLISE EXPOSITIVA
O uso do catalisador provoca a diminuição da energia de ativação da reação.
RESPOSTA Alternativa B
78
DIAGRAMA DE IDEIAS
REAÇÃO QUÍMICA
TEM
RAPIDEZ DE REAÇÃO
INFLUENCIA POR
FIGURA NA
O VALOR DA EXEMPLO
OBTIDA POR
EXPERIMENTOS
CINÉTICOS
79
AULAS 37 e 38 1. Equação da velocidade
1.1. Lei de Guldberg-Waage
V = velocidade da reação
k = constante da velocidade (a uma dada temperatura)
V = k · [A]x · [B]y = [A] e [B] = concentrações em mol/L dos reagentes
x e y = expoentes determinados experimentalmente,
denominados ordem da reação
Quando a reação ocorre em uma única etapa, trata-se de uma reação elementar; nesse caso, os expoentes x e y correspon-
dem aos coeficientes estequiométricos a e b.
Assim: v = k [ A ]a [ B ]b
80
[A] mol/L [B] mol/L V mol/L × min
Considere a seguinte reação:
2 H2 + 2 NO → N2 + 2 H2O
primeira
0,3 0,1 0,5
experiência Em que a lei experimental da velocidade é:
segunda v = k [H2]1 · [NO]2
0,6 0,1 1,0
experiência Essa reação é de terceira ordem, que é equivalente à ordem
terceira
0,6 0,2 4,0
de reação com referência a uma espécie determinada.
experiência
Essa reação é de primeira ordem em relação ao hi-
drogênio e de segunda ordem em relação ao monó-
Segundo a lei de Guldberg Waage, a equação da ve- xido de nitrogênio.
locidade, baseada na equação global (portanto, inade-
quada), seria:
v = k [A]2 · [B]3
5. Interpretação do conceito
No entanto, considerando a tabela experimental de varia- de ordem de reação
ção de velocidade, deve-se deduzir a equação da velocida- A ordem de uma reação significa uma dependência entre a
de na qual x e y serão determinados, uma vez que não concentração do reagente e a velocidade da reação.
são necessariamente 2 e 3.
Exemplo:
Comparando a primeira com a segunda experiência, no-
v = k [X]2
ta-se que a concentração de B é a mesma e que Reação de segunda ordem: se dobrada a concentração de
a concentração de A dobrou; consequentemente, a X, quadruplica-se a velocidade da reação.
velocidade também dobrou. Por esse motivo, é evidente que a ordem de uma reação só
pode ser determinada experimentalmente.
Mediante um exemplo, é possível determinar a ordem
Comparando a segunda com a terceira experiência, de reação.
verifica-se que a concentração de A é a mesma e
que a de B dobrou; consequentemente, a velocida- Exemplo:
de quadruplicou. A reação química entre cloreto de mercúrio (II), HgCℓ2, e
oxalato de potássio, K2C2O4:
2 HgCℓ2(aq) + K2C2O4(aq) → 2 KCℓ(aq) + 2 CO2(g) + Hg2Cℓ2(s)
Conclusão
A velocidade varia com a primeira potência de [A] e com a Foi estudada em solução aquosa, sendo determinada a
segunda potência de [B]. quantidade de matéria de Hg2Cℓ2 que precipita. Foram re-
alizados três experimentos, modificando as concentrações
v = k [A]1 · [B]2 iniciais (mol/L) dos reagentes:
Quantidade
Tempo/
Experimento [HgCℓ2] [K2C2O4] de matéria
min
Hg2Cℓ2/mol
81
§ Experimento 2: a) permanece constante;
b) duplica;
0,0016
______ c) fica quatro vezes maior;
= k(0,0836)a (0,202)b (II)
60 d) fica 16 vezes maior;
§ Experimento 3: e) fica 8 vezes maior.
______ 0,0032
= k(0,0418)a (0,404)b (III) Resolução:
60
Dividindo (I) por (II): A equação da velocidade é dada por v = k1 [A2] [B2]3.
______0,0064
k(0,0836)a (0,404)b Duplicadas as concentrações molares de A e de B, obtém-se:
60 = _______________
______
V’ = k1[2A2][2B2]3 ⇒
0,0016
______ k(0,0836)a (0,202)b
60 ⇒ v’ = k1 · 2 · 23 · [A2][B2]3 ⇒
Obtém-se: 4 = 2b ou 22 = 2b [ b = 2 ⇒ v’ = 16 k1 [A2] [B2]3
E dividindo (I) por (III): Dividindo v’ por v, obtém-se:
______0,0064
k(0,0836)a (0,404)b 16k1[A2][B2]3
60
______ _______________
=
v’
__ __________ ⇒ v’ = 16 v
v = v = k1[A2][B2]3
0,0032
______ k(0,0418)a (0,404)b
60 Alternativa D
Obtém-se: 2 = 2a ou 21 = 2a [ a = 1 3. Num laboratório, foram realizados diversos experi-
mentos para a reação:
A ordem em relação ao HgCℓ2 é 1; em relação ao K2C2O4 é
2; e a ordem total é 3. 2 H2(g) + 2 NO(g) N2(g) + 2 H2O(g)
Com os resultados das velocidades iniciais obtidos, mon-
Aplicação do conteúdo tou-se a seguinte tabela:
[H2] [NO] V
1. A reação genérica “A + 2 B → produtos” que se pro- Experimento
(mol/L) (mol/L) (mol/L · s)
cessa em uma única etapa tem velocidade constante
de 0,3 L·mol-1·min-1. Qual a velocidade da reação em 1 0,10 0,10 0,10
(L·mol-1·min-1), se as concentrações de A e B forem, res- 2 0,20 0,10 0,20
pectivamente, 2,0 e 3,0 mol/L?
3 0,10 0,20 0,40
82
Comparados os experimentos 1 e 5, a concentração de H2 [CℓO-] [corante] Velocidade
(0,10 mol/L) permanece constante e a concentração de NO Experimento
(mol/L) (mol/L) inicial (mol/L . s)
triplica, passando de 0,10 mol/L para 0,30 mol/L. Conse- 1 1,7 ∙ 10-3 1,7 ∙ 10-2 1,7 ∙ 10-4
quentemente, a velocidade torna-se 9 vezes maior. Essas 2 3,4 ∙ 10-3 1,7 ∙ 10-2 3,4 ∙ 10-4
duas comparações (1 com 3 e 1 com 5) indicam que a 3 1,7 ∙ 10 -3
3,4 ∙ 10-2
3,4 ∙ 10-4
velocidade depende do quadrado da concentração de NO.
a) A reação é de primeira ordem em relação ao hipo-
Assim, a fórmula da velocidade é:
clorito e de segunda ordem em relação ao corante.
v = k [H2] [NO]2 b) A reação é de primeira ordem em relação a ambos
os reagentes.
Alternativa E c) A reação é de segunda ordem em relação a ambos
os reagentes.
4. A reação NO2(g) + CO(g) → CO2(g) + NO(g) é de segunda d) A constante de reação é 121 mol-1 · L · s-1.
ordem em relação ao NO2(g) e de ordem zero em relação e) A constante de reação é 121 mol · L-1· s-1.
ao CO(g). Em determinadas condições de temperatura e
pressão, essa reação ocorre com velocidade V. Se a con- Resolução:
centração de NO2(g) for triplicada e a concentração de
CO(g) for duplicada, a nova velocidade de reação V’ será
igual a: Comparando o experimento 1 com o 2, a [corante] mante-
ve constante e [CℓO-] dobrou; nisso, a velocidade da reação
a) 3v. d) 12v.
dobrou. Isso mostra que a ordem em relação à [CℓO-] é um.
b) 6v. e) 18v.
c) 9v. Comparando o experimento 1 com o 3, a [CℓO-] mante-
ve constante e a [corante] dobrou; nisso, a velocidade da
Resolução:
reação dobrou. Isso mostra que a ordem em relação à [co-
De acordo com o enunciado, a lei da velocidade da reação é: rante] é um.
V = k · [NO2]2 · [CO]0 ou V = K · [NO2]2 Assim, a equação da velocidade da reação é:
Quando a concentração de NO2(g) é triplicada e a concen- V = K ∙ [CℓO-]1 ∙ [corante]1
tração de CO(g) é duplicada, tem-se:
Para calcular o valor da constante, utilizam-se os valores do
V’ = K ∙ [3 ∙ NO2]2 ∙ [2 ∙ CO]0
experimento 1:
V’ = K ∙ 32 ∙ [NO2]2 ∙ 1
V = K ∙ [CℓO-]1 ∙ [corante]1
V’ = 9 ∙ k ∙ [NO2] → V’ = 9V
2
1,7 ∙ 10-4 = k ∙ 1,7 ∙ 10-3 ∙ 1,7 ∙ 10-2
Alternativa C
K = 5,88 L ∙ mol-1 ∙ s-1
5. O íon hipoclorito é o principal ingrediente da água Alternativa B
sanitária, que é amplamente empregada como alvejan-
te. A reação de hipoclorito com corantes produz subs-
tâncias incolores. Analise os resultados abaixo, obtidos
para a reação de um corante com hipoclorito, e assinale
a alternativa correta.
83
VIVENCIANDO
As enzimas são substâncias orgânicas, geralmente proteínas, que catalisam reações biológicas pouco espontâneas
e muito lentas. O poder catalítico de uma enzima relaciona a velocidade das reações com a energia despendida
para que elas aconteçam. Assim, na presença de uma enzima catalisadora, a velocidade da reação é mais rápida, e
a energia utilizada é menor. Por esse motivo, as enzimas praticamente regem todo o funcionamento celular interno,
favorecendo o metabolismo anabólico (construção) e catabólico (degradação), bem como externo, por meio de sina-
lizadores catalíticos estimulantes ou inibitórios atuantes em outras células (hormônios, por exemplo).
Existem no organismo diferentes tipos enzimáticos, reguladores das diversas vias metabólicas, estendendo-se por
todo o corpo humano, mas em pequenas quantidades. A grande especificidade de uma enzima é determinada pelo
tamanho e pela forma tridimensional, formando regiões de afinidade com os reagentes (substratos). Essa comple-
mentaridade é denominada combinação chave-fechadura. Alguns fatores influenciam na atividade catalítica das
enzimas, como concentração enzimática, concentração do substrato, potencial hidrogeniônico (pH) e temperatura.
Considerando a concentração das moléculas de enzimas, quanto maior o seu teor, maior será a velocidade da reação,
seguindo proporcionalmente a quantidade suficiente de substratos para reagir com as enzimas. Conforme a demanda no
consumo de reagentes vai ocorrendo, a velocidade da reação decai gradativamente. Quando a concentração do substrato
aumenta, a velocidade tende a um limite determinante, de acordo com a quantidade de enzimas no sistema. A partir
desse ponto, nenhuma influência terá o substrato sobre a velocidade, pois todas as enzimas já se encontraram ocupadas.
Cada enzima também possui um pH ótimo para desempenhar suas funções, seja no estômago, no caso das pepsinas em
pH ácido (por volta de 2 – muito baixo), ou em qualquer outro órgão ou tecido, na boca ou na corrente sanguínea, e cada
uma em seu local requer condições favoráveis para potencializar sua atuação. Para a otimização das reações biológicas,
mediadas por catalisadores, é necessário uma temperatura adequada, que varia de acordo com o tipo de enzima. Baixas
temperaturas podem causar inativação, e altas temperaturas podem causar desnaturação enzimática.
Os catalisadores biológicos são produzidos pelas células e atuam nas reações metabólicas do organismo. As enzimas
são os principais catalisadores biológicos. Em geral, são proteínas (embora nem toda proteína seja uma enzima), mas
há exceções – como é o caso das ribozimas, que não são moléculas proteicas, mas moléculas de ácido ribonucleico
(RNA). São exemplos de enzimas a amilase, a lipase e a desidrogenase.
Os catalisadores não biológicos, por sua vez, são substâncias químicas, geralmente inorgânicas, que promovem o
aumento da velocidade de reações químicas. Um exemplo é o sulfato de manganês (substância inorgânica), que
catalisa positivamente a reação entre ácido oxálico e permanganato de potássio em meio ácido.
Os catalisadores químicos são importantes em vários processos, sendo alguns utilizados industrialmente. Exemplos: auto-
móveis têm conversor catalítico no sistema de escapamento com o objetivo de acelerar a conversão de gases poluentes
em substâncias menos tóxicas; a catálise heterogênea é usada na produção de margarinas, síntese de fertilizantes, etc.
84
DIAGRAMA DE IDEIAS
REAÇÃO QUÍMICA
OCORRE POR
MEIO DE UM
MECANISMO
PODE TER
CARACTERIZANDO CARACTERIZANDO
85
estes reagem entre si formando novamente moléculas de
AULAS 39 e 40 reagentes. Uma reação reversível nunca é completa num
único sentido.
Depois de 15 minutos de reação, observa-se que as concen-
trações PCℓ3 e Cℓ2, que vinham aumentando, não se alteram
mais, bem como a concentração de PCℓ5, que vinha dimi-
EQUILÍBRIO QUÍMICO: nuindo, também não se altera mais. Parece que a reação
EQUILÍBRIOS QUÍMICOS “parou”. Na verdade, a reação alcançou o equilíbrio. Em
outras palavras, a velocidade de reação (v) no sentido direto
HOMOGÊNEOS igualou-se à velocidade no sentido inverso:
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27 O equilíbrio químico é um estado dinâmico. Isso não sig-
nifica paralisação da reação. Como as velocidades direta e
inversa são iguais, as concentrações dos reagentes e dos
produtos permanecem constantes (mas não iguais). A re-
ação continua se processando, sem, no entanto, alterar as
1. Reações reversíveis concentrações em quaisquer sentidos.
Considere um recipiente de 1 L com 2,0 mol de PCℓ5(g) A maioria das reações químicas é reversível e alcança um
a uma certa temperatura, a ponto de dar início ao pro- equilíbrio químico a uma certa temperatura e depois de
cesso de decomposição de PCℓ5(g), cujo mecanismo de certo tempo.
reação provoca o aparecimento de PCℓ3(g) e Cℓ2(g), con-
forme a equação: Considere ao alcançar o equilíbrio:
Depois de três minutos, haverá uma quantidade significativa Mede-se a concentração de PCℓ5 e encontra-se: [PCℓ5] =
de moléculas de PCℓ3(g) e de Cℓ2(g), que naturalmente vão 0,4 mol/L (concentração no equilíbrio).
se chocar entre si. Dependendo da temperatura, da energia De fato, reagiram até o equilíbrio 2,0 – 0,4 = 1,6 mol/L
cinética das moléculas, pode ocorrer a reação inversa: (concentração inicial) e formaram-se, simultaneamente 1,6
PCℓ3(g) + Cℓ2(g) PCℓ5(g) mol de PCℓ3 e 1,6 mol de Cℓ2, uma vez que os coeficientes
da equação são 1 : 1.
Com efeito, as duas reações vão ocorrer simultaneamen-
te, com a decomposição e a formação do PCℓ5 numa re-
ação reversível. Reação PCℓ5 (g) PCℓ3 (g) + Cℓ2 (g)
86
As concentrações no equilíbrio são: 1,6
O grau de equilíbrio, portanto, é: a = ___
= 0,8 ou seja, 80%.
2,0
[PCℓ5] = 0,4 mol/L; [PCℓ3] = 1,6 mol/L e [Cℓ2] = 1,6 mol/L
Nota
3. Constante de equilíbrio
Num sistema reversível genérico:
Numa reação reversível, os catalisadores influenciam
1
igualmente na reação direta e na inversa. Eles não aA + bB cC + dD
2
aumentam o rendimento da reação, apenas influem
no tempo para que o sistema alcance o equilíbrio, que É possível escrever as expressões da lei da ação das massas
será sempre menor na presença dos mesmos. para os dois sentidos (desde que se admita que a reação
seja elementar, que ela ocorra em uma única etapa):
87
2.000 °C, a reação direta foi mais favorecida. Se a temperatura Se estabelecida uma relação entre QC e KC, obtém-se:
for mais alta, haverá maior produção no sentido direto.
__Q
C = 1 ä o sistema está em equilíbrio.
KC
4. Interpretação do valor de Q
__C ≠ 1 ä o sistema não está em equilíbrio.
KC
kc e extensão da reação
Considere as seguintes situações de equilíbrio e as respec- Considere este outro equilíbrio a 100 ºC, cujo valor da
tivas constantes: constante (Kc) é igual a 0,2:
N2O4 (g) 2 NO2 (g)
1. Kc > 1
A concentração dos produtos (indicados no numerador) é Considerando três experimentos realizados à temperatura
maior que a dos reagentes (indicados no denominador), in- de 100 ºC, obtém-se:
formação que permite observar que a reação direta preva-
lece sobre a inversa. Ou seja, em equilíbrio, as quantidades [NO2] [N2O4]
dos produtos são maiores do que as dos reagentes.
Experimento 1 2 mol/L 2 mol/L
É o caso da reação:
Experimento 2 0,2 mol/L 0,2 mol/L
2 NO(g) + O2 (g) 2 NO2 (g)
Experimento 3 0,1 mol/L 0,1 mol/L
[NO ]2
KC = ________ ä KC = 6,45 · 105
2 2
[NO] [O2]
Ao analisar os experimentos, calcula-se o quociente de
equilíbrio:
2. Kc < 1
[NO ]2
A concentração dos reagentes (denominador) é maior que QC = _____
2
[N2O4]
a dos produtos (numerador), o que indica que a reação
inversa prevalece sobre a direta. Ou seja, as quantidades Em seguida, relacionam-se seus valores com Kc::
dos produtos são menores do que as dos reagentes.
É o caso da reação:
Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3
N2 (g) + 3 H2 (g) 2 NH3 (g)
[NH3]2
KC = _______
ä KC = 2,37 · 10–3
(2)2
QC = ___
= 2
(0, 2)2
QC = _____
= 0,2
(0, 1)2
QC = _____
= 0,1
[N2] [H2]3 2 0,2 0,1
KC = 0,2 KC = 0,2 KC = 0,2
Conclusão
Q Q 0,2 Q 0,1
Quanto maior for o valor de Kc maior será a extensão __ 2 =
C = ___ 10 __
C = ___
= 1 __
C = ___
= 0,5
KC 0,2 KC 0,2 KC 0,2
da ocorrência da reação direta.
Quanto menor for o valor de Kc maior será a extensão
da ocorrência da reação inversa.
É possível concluir que:
1. no experimento I, o sistema não está em equilíbrio;
para atingi-lo, o valor de Qc = 2 deve igualar-se ao
do Kc, o que ocorrerá com a diminuição da [NO2] e o
5. Quociente de equilíbrio (Qc) aumento da [N2O4];
2. no experimento II, o sistema está em equilíbrio (Kc = Qc); e
Quociente de equilíbrio (QC) é a relação entre as con- 3. no experimento III, o sistema também não está em
centrações em mol/L dos participantes em qualquer situação, equilíbrio; para ser alcançado, o valor de Qc = 0,1 deve
mesmo que o equilíbrio não esteja estabelecido. É expresso igualar-se ao do Kc = 0,2, o que ocorrerá com o au-
da mesma maneira que a constante de equilíbrio (Kc). mento da [NO2] e a diminuição da [N2O4].
88
VIVENCIANDO
A perda de biodiversidade de ecossistemas marinhos causa a erosão de plataformas continentais, que não apresen-
tarão mais corais, que, por sua vez, ajudam a fixar os sedimentos. Estima-se que até 2100, cerca de 70% dos corais
de águas frias estarão expostos a águas corrosivas.
Por outro lado, outras pesquisas apontam para a direção oposta, afirmando que alguns microrganismos se benefici-
am com esse processo. Isso se deve ao fato de que a acidificação dos oceanos possui também uma consequência que
é, para alguns microrganismos marinhos, positiva. A diminuição do pH altera a solubilidade de alguns metais, como
o ferro (III), que é um micronutriente essencial para o plâncton, tornando-o, assim, mais disponível, favorecendo um
aumento da produção primária, que causa maior transferência de CO2 para os oceanos.
Além disso, o fitoplâncton produz um componente chamado dimetilssulfeto, que, ao ser lançado para a atmosfera,
contribui para a formação de nuvens que refletem os raios solares, controlando o aquecimento global. Esse efeito é
positivo até que sejam reduzidas as absorções de CO2 pelo oceano devido à saturação desse gás nas águas, situação
sob a qual o fitoplâncton, pela menor oferta de ferro (III), produzirá menos dimetilssulfeto.
6.1. Constante de equilíbrio em Os reagentes em fase líquida não são incluídos na constan-
te Kp, uma vez que os líquidos não são significativamente
termos de pressões parciais (Kp) influenciados pela pressão.
Considere a seguinte reação genérica:
Cℓ2(g) + H2O(ℓ) HCℓ(aq) + HCℓO(aq)
aA(g) + bB(g) cC(g) + dD(g)
1 (atm
Kp = ____ –1)
pCℓ
Para equilíbrios gasosos, pode-se exprimir a constante de
2
89
Observe que Dn = 3 – 3 = 0; portanto, (R · T)Dn = 1. Resolução:
Nesse caso, o valor correspondente às constantes é um
número adimensional. Montando a tabela, tem-se:
Reação A + BC + D
Início 1 1 0 0
ä Kc = 1,0 × 107 (mol/L)–1 sob pressão de 6 atm e constituído por 0,4 mol de SO2, 1,6
mol de O2 e 2,0 mol de SO3.
2. Em um recipiente de 1 litro, um mol de um composto A
reage com um mol de composto B conforme a equação:
Determine o valor da constante de equilíbrio do sistema
em termos de pressões parciais.
3 de mol
Quando se estabelece o equilíbrio, verifica-se que __ Quantidade total de gases presentes no equilíbrio:
4
de cada um dos reagentes A e B foram transformados em n = 0,4 + 1,6 + 2,0 = 4,0 mol
C e D. pSO nSO
___ 0,4
2 = ____ ä pSO2 = ___
n
2
· 6 = 0,6 atm
Determine a constante de equilíbrio. P 4,0
90
Analogamente, tem-se: a) 0,030. d) 0,430.
nO 1,6 b) 0,046. e) 1,150.
PO2 = ___
n 2 · P ä PO2 = ___ · 6 = 2,4 atm c) 0,230.
4,0
nSO3 2,0 Resolução:
pSO3 = ___
n · P ä pSO3 = ___ · 6 = 3,0 atm
4,0
(p )2 CO(g) + H2O(g) ∫ CO2(g) + H2(g) K1 = 0,23
(3,0)2
Kp = __________
SO3
= ________
(pSO ) · PO
2
(0,6)2 · 2,4 [CO ][H ]
2 2 K1 = ________
2 2
ä Kp = 10,4 atm [CO][H2O]
CH4(g) + H2O(g) ∫ CO(g) + 3 H2(g) K2 = 0,20
5. (UFRGS) Abaixo estão mostradas duas reações em fase
gasosa, com suas respectivas constantes de equilíbrio. [CO][H2]3
K2 = ________
[CH4][H2O]
CO(g) + H2O(g) ∫ CO2(g) + H2(g) K = 0,23
CH4(g) + 2 H2O(g) ∫ CO2(g) + 4 H2(g)
CH4(g) + H2O(g) ∫ CO(g) + 3 H2(g) K = 0,20 [CO ][H ]4
Keq = _________
2 2 2
Pode-se concluir que, nessas mesmas condições, a cons- [CH4][H2O]
tante de equilíbrio para a reação: [CO2][H2] ________
[CO][H2]3 _________
[CO2][H2]4
________
·
=
CH4(g) + 2 H2O(g) ∫ CO2(g) + 4 H2(g) [CO][H2O] [CH4][H2O] [CH4][H2O]2
Qualquer tipo de alteração, por menor que seja, pode mudar drasticamente o meio ambiente. As alterações de tem-
peratura, do clima, do nível de chuva ou até do número de animais podem causar o total desequilíbrio ambiental. O
mesmo pode ser dito sobre a alteração do pH (índice que indica o nível de alcalinidade, neutralidade ou acidez de
uma solução aquosa) dos oceanos.
Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como
alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons e moluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando
ao seu desaparecimento. Em quantidades normais de absorção de CO2 pelo oceano, as reações químicas favorecem
a utilização do carbono na formação de carbonato de cálcio (CaCO3), utilizado por diversos organismos marinhos
na calcificação. O aumento intenso das concentrações de CO2 na atmosfera e a consequente diminuição de pH das
águas oceânicas acabam por alterar o sentido dessas reações, fazendo com que o carbonato dos ambientes marinhos
se ligue com os íons H+, ficando menos disponível para a formação do carbonato de cálcio, essencial para o desen-
volvimento de organismos calcificadores.
A diminuição das taxas de calcificação afeta, por exemplo, o estágio de vida inicial desses organismos, bem como sua
fisiologia, reprodução, distribuição geográfica, morfologia, crescimento, desenvolvimento e tempo de vida. Além dis-
so, afeta também a tolerância a mudanças na temperatura das águas oceânicas, tornando-os mais sensíveis, interfe-
rindo na distribuição de espécies. Ambientes que naturalmente apresentam altas concentrações de CO2, como regiões
vulcânicas hidrotermais, são demonstrações dos ecossistemas marinhos futuros, apresentando baixa biodiversidade
e elevado número de espécies invasoras.
91
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 27
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
As principais reações químicas que acontecem no cotidiano são reações de equilíbrio. No corpo humano, ocorre
o equilíbrio entre oxigênio e hemoglobinas, que constantemente transportam o oxigênio para os pulmões.
MODELO 1
(Enem) Vários ácidos são utilizados em indústrias que descartam seus efluentes nos corpos d’água, como rios e
lagos, podendo afetar o equilíbrio ambiental. Para neutralizar a acidez, o sal carbonato de cálcio pode ser adi-
cionado ao efluente, em quantidades apropriadas, pois produz bicarbonato, que neutraliza a água. As equações
envolvidas no processo são apresentadas:
I. CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l) Ca2+(aq) + 2 HCO3(aq)
–
ANÁLISE EXPOSITIVA
[I]
[II]
[III]
K2 = [Ca2+][CO32-]
[IV]
92
Observa-se que:
RESPOSTA Alternativa B
93
DIAGRAMA DE IDEIAS
É
EQUILÍBRIO QUÍMICO EQUILÍBRIO DINÂMICO
CONSTANTE DE CONSTANTE DE
REAÇÃO REAÇÃO EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO EQUILÍBRIO EM FUNÇÃO
DIRETA INVERSA DAS CONCENTRAÇÕES (KC) DAS PRESSÕES (KP)
COM
REPRESENTADA POR
VELOCIDADES IGUAIS
QUE
K
NADA INFORMA SOBRE A
VELOCIDADE DA REAÇÃO
SEU VALOR
DEPENDE DA
PODE TER PODE
TER
TEMPERATURA VALOR MUITO VALOR MUITO
E DA REAÇÃO ALTO BAIXO
NO CASO DE NO CASO DE
REAÇÃO REAÇÃO
MUITO POUCO
ESPONTÂNEA ESPONTÂNEA
94
AULAS 41 e 42
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7
2. Efeito da concentração
Considere o seguinte equilíbrio:
HABILIDADES: 12, 17, 18, 24, 25, 26 e 27
C(s) + CO2(g) 2CO(g)
§ concentração; Nota
§ pressão; A adição de sólidos não altera o equilíbrio químico.
Em outras palavras, afirma-se que a adição de sólidos
§ temperatura. não desloca o equilíbrio.
O princípio de Le Chatelier é fácil de ser compreendido se
for considerado que a constante de equilíbrio depende so-
mente da temperatura. 2. Adição de CO
A seguir, será analisada a influência de cada um dos fatores Se for adicionado CO ao equilíbrio, imediatamente ocor-
que podem afetar o equilíbrio. rerá o aumento na concentração desse composto ([CO]↑).
95
Com isso, uma parte desse CO será transformada em CO2
([CO2]↑) e em C. Nesse caso, o equilíbrio se deslocará para
3. Efeito da pressão
a esquerda (ê). Se a pressão sobre um equilíbrio gasoso aumentar, em
temperatura constante, esse equilíbrio se deslocará no sen-
Dos casos 1 e 2, chega-se à importante conclusão:
tido da reação capaz de diminuir esse aumento da pressão.
Para que isso ocorra, o equilíbrio se deslocará para onde
A adição de substâncias a um sistema em equilíbrio exista o menor número de moléculas gasosas.
favorece a reação que o consome. Em outras pala-
De forma semelhante, se a pressão sobre um equilíbrio ga-
vras, se uma substância for adicionada a um equilíbrio
químico, esse equilíbrio se deslocará para o sentido
soso diminuir, esse equilíbrio se deslocará para onde exista
em que a substância é consumida. o maior número de moléculas gasosas.
Para uma reação genérica: Considere o seguinte equilíbrio a uma temperatura constante:
Conclusão
Conclusão
A remoção de substâncias para um sistema em
equilíbrio favorece a reação que a produz. Em outras O aumento da pressão desloca o equilíbrio para o
palavras, se uma substância de um equilíbrio químico lado com menor volume gasoso (menor número de
for removida, esse equilíbrio se deslocará para o sen- moléculas gasosas).
tido em que a substância é formada.
A diminuição da pressão desloca o equilíbrio para o
Para uma reação genérica: lado com maior volume gasoso (maior número de
moléculas gasosas).
reagentes é produtos
96
Aumentar a pressão vai deslocar o equilíbrio para a esquer- 2. N2(g) + O2(g) 2 NO(g) DH > 0
da, o lado com menor volume gasoso – de fato, o volume é
A reação direta (é) é endotérmica.
igual a zero, uma vez que os reagentes são sólidos.
Portanto:
Se um gás inerte (um gás que não reage) for adicionado a
um sistema em equilíbrio, ocorrerá um aumento da pressão § o aumento da temperatura ä desloca o equilíbrio no
total do sistema. Entretanto, como não há variação da con- sentido da reação endotérmica (para a direita); e
centração nem das pressões parciais de cada gás compo-
nente do equilíbrio, a adição do gás inerte não vai provocar § a diminuição da temperatura ä desloca o equilíbrio no
deslocamento de equilíbrio. sentido da reação exotérmica (para a esquerda).
Em relação à constante de equilíbrio (Kc), há aumento da
reagentes é produtos
Exemplos:
1. N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) DH < 0 § Se a reação for endotérmica (DH > 0) ä Kc au-
A reação direta (∫) é exotérmica (DH < 0). menta com o aumento da temperatura.
(direta)
5. Efeito de catalisadores
Catalisadores são substâncias que aumentam a velocida-
de das reações químicas graças à diminuição da energia
97
de ativação. Numa situação de equilíbrio, a diminuição da c) Como variam as concentrações de N2 e H2 em t3?
energia de ativação produzida pelo catalisador tem o mes- d) Como variam as concentrações de NH3 e de H2 em
mo valor para a reação direta e para a inversa. t4, quando N2 é retirado?
98
Com relação a esse processo, é CORRETO afirmar que: 4. No estado gasoso, ocorre a reação representada pela
a) quando abaixarmos a temperatura, o equilíbrio equação 3 H2 + N2 → 2 NH3
será deslocado para a direita;
b) quando adicionarmos uma pequena quantidade de
As porcentagens de conversão dos reagentes em NH3, em di-
hidrogênio, o equilíbrio será deslocado para a esquerda. ferentes condições de temperatura e pressão, estão resumidas
c) quando retirarmos uma parte do iodo, o equilíbrio na tabela.
será deslocado para a direita.
Porcentagens de conversão
d) quando adicionarmos um catalisador, o equilíbrio Pressão
em três temperaturas
será deslocado para a direita.
(atm) 200 ºC 400 ºC 600 ºC
Resolução: 1 15,3% 0,44% 0,05%
100 80,6% 25,1 4,47%
a) Correto. Como a reação de formação de HI é exo-
1.000 98,3% 80,0 31,5%
térmica, a diminuição da temperatura favorece o sen-
tido que libera calor, ou seja, no sentido de formação a) A reação de síntese da amônia é exotérmica ou
do HI. endotérmica? Justifique a resposta.
b) Incorreto. Quando adicionarmos uma pequena b) Justifique a relação que existe, a uma dada tempe-
quantidade de hidrogênio, ou seja, aumentarmos a ratura, entre o aumento da pressão e a porcentagem
concentração de H2, a reação será deslocada para o de conversão dos reagentes em NH3.
sentido de formação do HI.
c) Incorreto. Quando retirarmos uma parte do iodo, ou Resolução:
seja, diminuirmos a concentração de I2, a reação será
deslocada no sentido de formação do H2 e I2. a) Mantendo a pressão constante e variando a tempe-
d) Incorreto. Quando é adicionado um catalisador, o ratura, é possível perceber na tabela que, à medida que
equilíbrio é atingido mais rapidamente, mas não se aumenta a temperatura, a porcentagem de conversão di-
desloca para nenhum lado. minui. Assim, a reação de síntese da amônia é exotérmica.
b) Quando a pressão no sistema aumenta, o equi-
Alternativa A líbrio é deslocado para o sentido de menor número
de mol de gases. Nos reagentes, tem-se 4 mol de
gases (3 mol de H2 + 1 mol de N2), e, nos produtos,
tem-se 2 mol de gases; portanto, para temperatura
constante, com aumento da pressão, aumenta-se a
porcentagem de conversão da amônia.
Quando alguém sofre uma parada respiratória, é conveniente a realização de uma respiração boca a boca. As para-
das respiratórias podem ser causadas por algum trauma ou acidente na região do bulbo. O bulbo, região do tronco
encefálico, apresenta o centro do comando respiratório. Ele percebe a acidose por meio da ação de prótons sobre
quimiorreceptores. Isso induz o aumento da frequência respiratória, uma forma de expulsar o dióxido de carbono e
deslocar o equilíbrio no sentido de redução de prótons. Em alcaloses, ao contrário, a frequência respiratória é reduzi-
da. Assim, o sistema respiratório, sob coordenação do bulbo, participa do controle de pH sanguíneo.
Uma pessoa não pode prender sua respiração por muito tempo, pois a acidose ocasionada aumenta o estímulo
respiratório bulbar. Esse é o motivo de afogamentos, já que o pH sanguíneo diminui ao longo do mergulho, e o bulbo
induz a respiração debaixo d’água. Isso justifica o mergulhador hiperventilar antes do mergulho, para aumentar o pH
e, com isso, aumentar o tempo de mergulho.
99
O bulbo faz parte do sistema nervoso e se encontra entre a ponte e a medula espinhal.
Nele se encontra o centro de controle respiratório.
100
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energé-
ticos ou minerais, identificando transformações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
As principais reações químicas que acontecem no cotidiano são reações de equilíbrio. No corpo humano, ocorre
o equilíbrio entre oxigênio e hemoglobinas, que constantemente transportam o oxigênio para os pulmões. Os
corais, por exemplo, estão sendo ameaçados devido ao aumento da temperatura do planeta, pois, dessa forma,
há mudanças no equilíbrio, fazendo com que eles sejam, aos poucos, “dissolvidos” em água.
MODELO 1
(Enem) A formação de estalactites depende da reversibilidade de uma reação química. O carbonato de cálcio
(CaCO3) é encontrado em depósitos subterrâneos na forma de pedra calcária. Quando um volume de água rica
em CO2 dissolvido infiltra-se no calcário, o minério dissolve-se formando íons Ca2+ e HCO3-. Numa segunda
etapa, a solução aquosa desses íons chega a uma caverna e ocorre a reação inversa, promovendo a liberação
de CO2 e a deposição de CaCO3, de acordo com a equação apresentada.
Ca2+(aq) + 2 HCO3(aq)
–
CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l) ∆H = +40,94 kJ/mol
Considerando o equilíbrio que ocorre na segunda etapa, a formação de carbonato será favorecida pelo(a):
a) diminuição da concentração de íons OH– no meio;
b) aumento da pressão do ar no interior da caverna;
c) diminuição da concentração de HCO–3 no meio;
d) aumento da temperatura no interior da caverna;
e) aumento da concentração de CO2 dissolvido.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A formação de carbonato será favorecida pelo aumento da temperatura, ou seja, o equilíbrio será deslocado para a direita.
RESPOSTA Alternativa D
101
DIAGRAMA DE IDEIAS
EQUILÍBRIO
QUÍMICO
PODE DE ACORDO
SOFRER COM O
DESLOCAMENTO PRINCÍPIO DE
LE CHATELIER
NÃO É PROVOCADO
POR
PRINCÍPIO DE
LE CHATELIER
POR
VARIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA VARIAÇÃO DA
CONCENTRAÇÃO PRESSÃO TOTAL TEMPERATURA
DE UM
PARTICIPANTE QUE
VARIAÇÃO DA POIS HÁ
POIS HÁ
PRESSÃO TOTAL CASOS
CASOS
EM QUE
EM QUE
ISSO OCORRE
COM REAÇÃO K É FUNÇÃO K É FUNÇÃO
ENDOTÉRMICA CRESCENTE DA DECRESCENTE
EXOTÉRMICA
TEMPERATURA DA
TEMPERATURA
102
Assim:
AULAS 43 e 44 HNO2 H+ + NO2–
HNO2 H+ + NO2–
No início 0,02 0 0
Quantidade inicial de BA = n
Quantidade ionizada = a · n
BA
B+ A– BA(aq) B+(aq) + A–(aq)
[B+] · [A-]
Forma-se — a·n a·n
Ki = ________
[BA]
No equilíbrio n–a·n a·n a·n
Para ácidos, pode-se anotar Ka e, para bases, Kb em vez Concentração
de Ki.
n – an
_____
an
___ an
___
no equilíbrio V V V
Exemplo:
Assim, as concentrações no equilíbrio são:
Considere que na solução 0,02 mol/L de ácido nitroso a 25 °C
haja 15% de moléculas ionizadas (que é o grau de ionização). n – an
[BA] = ______
V
103
Ao fatorar n, obtém-se: § Terceira etapa:
n(1 – a)
[BA] = _______
HPO2–4 + H2O H3O+ + PO3–4
V
ou abreviadamente: HPO2–4 H+ + PO3–
As concentrações dos íons são: 4
[H+] · [PO3–4]
+
an ; [A–] = ___
[B ] = ___ an Do qual obtém-se: Ki = _________
V V 3 [HPO2–
4
]
Ki = M _____
2
a Observe na tabela a constante de ionização de alguns áci-
(1 - a) dos fracos em soluções aquosas de mesma molaridade:
Ki = a2 · M
2. Efeito do íon comum
O efeito do íon comum corresponde a uma aplicação do
De acordo com essa equação, quanto maior for a constan- princípio de Le Chatelier aos equilíbrios iônicos.
te de ionização Ki, mais ionizado estará o ácido (maior é a), Considere, por exemplo, um ácido fraco (HCN) em solução
ou seja, maior será sua força. aquosa:
Se a ionização ocorrer em etapas, será necessário escrever HCN H+ + CN–
tantas constantes quantas forem as etapas.
[H+][CN–]
Ka = _______
[HCN]
Exemplo:
Se o sal NaCN (derivado do próprio ácido) for adicionado
Ionização do ácido fosfórico H3PO4 à solução de HCN:
§ Primeira etapa:
NaCN é Na+ + CN–
H3PO4 + H2O H3O+ + H2PO–4
Essa dissociação é total, uma vez que todo sal de sódio é
ou abreviadamente: H3PO4 H+ + H2PO–4 eletrólito forte e libera o ânion CN–, que é comum ao ácido.
[H+] · [H2PO4–] O aumento de [CN–] desloca o equilíbrio:
Do qual obtém-se: Ki = __________
1 [H3PO4]
HCN H+ + CN–
§ Segunda etapa:
no sentido de formação do HCN (princípio de Le Chatelier),
H2PO–4 + H2O H3O+ + HPO2–4 ou seja, diminui a ionização do ácido HCN.
ou abreviadamente: H2PO–4 H+ + HPO2–4 O mesmo aconteceria a uma solução de base fraca se a ela
[H ] · [HPO ]
+ 2– fosse adicionado um sal da própria base.
Do qual obtém-se: Ki = __________
4
2 [H2PO4–] É o caso, por exemplo, de NH4OH e NH4Cℓ, respectivamente.
104
Resolução:
O efeito do íon comum é o deslocamento da posição
de equilíbrio de um eletrólito (um ácido ou base geral- HCℓ H+ Cℓ–
mente fracos), causado pela adição de um segundo Início 2,0 mol — —
eletrólito (geralmente mais forte, como um sal muito
solúvel), que tem um íon em comum com o primeiro. Variação 1,8 mol 1,8 mol 1,8 mol
Concentração
3. Efeito de íons não comuns no equilíbrio
0,07 mol 0,60 0,60
0,001
Variação 0,001 mol 0,001 mol
mol
Se algumas gotas de solução concentrada de NaOH forem
adicionadas a esse equilíbrio, a solução consumirá os H+ do se- 0,001
gundo membro, e o equilíbrio se deslocará no sentido do CrO42–. Equilíbrio 0,049 mol 0,001 mol
mol
105
3. O ácido nitroso (HNO2) apresenta em uma solução 5 ∙ M = 0,1 mol/L = 10–1 mol/L
10–3 mol/L, grau de ionização igual a 5%.
0,9
a = 0,9 % = ___
= 9 · 10–3
100
Determine sua constante de ionização.
[H+] = a · M = 9 · 10–3 · 10–1
Resolução:
[H+] = 9 · 10–4 mol/L
De acordo com a lei da diluição de Ostwald, como se trata
de um ácido fraco (a << 1), obtém-se: A constante de ionização pode ser calculada por:
2
Ki = a² · [HNO2] = (5%)2 · (5 · 10–3) Ki = _____
a · M
1–a
= (5 · 10–2) 2 · (5 · 10–3) = 1,25 · 10–5.
(9 · 103)2
ä Ki = _________
· 10–1 j 8 · 10–6 mol/L
1 – 9 · 10–3
4. Calcule a concentração hidrogeniônica ([H+]) e a cons-
tante de ionização do ácido acético (H3CCOOH) numa
solução 0,001 M com grau de ionização de 2%. Outra resolução:
de Ostwald “simplificada”:
(
[H+][CH3COO–]
nº moléculas
V
dissolvidas
__________________ )
Ki = ___________
[CH3COOH]
(9 · 10–4)2
Pela equação da ionização, o número de moléculas ä Ki = ________
j 8 · 10–6 mol/L.
0,1
ionizadas corresponde ao número de íons H+ for-
mados. Portanto: 6. O ácido nitroso (HNO2) é um ácido fraco; sua constan-
te de ionização vale 2,5 · 10–4. Calcule, no equilíbrio, a
[H+] concentração de íons H+ numa solução 0,10 M de ácido.
a = _________
ä [H+] = a · [H3CCOOH]
[H3CCOOH]
Resolução:
Substituídos os valores, obtém-se:
Resolução: Forma-se — x x
106
[H+][NO–2] do como fertilizante em plantações de cana-de-açúcar.
Ki = ________
ä
Para tornar o vinhoto um fertilizante melhor, propõe-se
[HNO2]
diminuir a sua acidez e acrescentar nitrogênio.
X · X
ä 2,5 ·10–4 = _______ a) Das seguintes substâncias (NaOH, NH4OH, NH4NO3
0,10 – X e NaC), escolha aquela a ser adicionada à solução de
vinhoto para torná-la um melhor fertilizante. Justifique.
Como se trata de ácido fraco, X é pequeno e 0,10 – X j
b) Sabendo-se que o vinhoto é ácido, explique por
0,10 que a solubilidade da amônia em vinhoto é maior do
X
2
2,5 · 10–4 = ____ que em água pura.
0,10
ä X2 = 2,5 · 10–5 = 25 · 10–6 Resolução:
a) O NH4OH, uma vez que, das substâncias relacio-
X = dXXXXXXXX
25 · 10–6
= 5 · 10–3 nadas, apenas ela e o NaOH são básicas e podem,
ä [H+] = 5 · 10–3 mol/L. portanto, diminuir a acidez, bem como, das duas, só o
NH4OH contém nitrogênio.
Outra resolução: b) Ao solubilizar-se em água, a amônia reage com a
água, formando o cátion amônio e o ânion hidroxila
É o caso de também aplicar a lei de diluição de Ostwald: em um equilíbrio ácido-base (equação 1). Com o au-
mento da concentração de H+ – no caso do vinhoto
Ki = a2 · M –, a hidroxila é protonada (equação 2), deslocando o
equilíbrio da equação 1 no sentido da formação do
2,5 · 10–4
ä a2 = ________
= 2,5 · 10–3 = 25 · 10–4 produto, ou seja, ela consome mais amônia se com-
0,10 parada com a água pura.
ä a = 5 · 10–2 (ou seja, 5 %)
NH3(g) + H2O(ℓ) NH4+(aq) + OH(aq) eq. 1
Em seguida, obtém-se a concentração em mol/L dos íons H+:
[H+] = a · M = (5 · 10–2) · 10–1 OH-(aq)+ H+(aq) H2O(ℓ) eq. 2
107
DIAGRAMA DE IDEIAS
QUE
TEM ALTO Kb
K INDICA
Ka
ALTA
SEU VALOR
DISSOCIAÇÃO
ALTO Ka DEPENDE DE
INDICA REAÇÕES
CARACTERIZANDO
ALTA IONIZAÇÃO
TEMPERATURA BASES FORTES
CARACTERIZANDO
ÁCIDOS FORTES
108
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções cientí-
fico-tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
110
Caro aluno
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva
metodologia em período integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material
didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos
livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e trans-
versal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar
a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A seguir, apresentamos cada seção:
MULTiMÍDiA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidado-
sa seleção de conteúdos multimídia para complementar o reper-
tório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreen-
ÁREAS DE
são, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc.
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o apro- CONHECiMENTO DO ENEM
fundamento nos temas estudados – há obras de arte, poemas, Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao
imagens, artigos e até sugestões de aplicativos que facilitam os fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o
estudos, com conteúdos essenciais para ampliar as habilidades aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas
de análise e reflexão crítica, em uma seleção realizada com finos na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm,
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso aluno. a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia.
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resol-
CONEXÃO ENTRE DiSCiPLiNAS vê-las com tranquilidade.
HERLAN FELLiNi
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lação, tendo por fim único e exclusivo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do
qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição para
o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e
localizar os titulares dos direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição
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SUMÁRIO
QUÍMICA
ELETROQUÍMICA E QUÍMICA DESCRITIVA
Aulas 45 e 46: Eletroquímica: eletrólise aquosa 6
Aulas 47 e 48: Eletroquímica: eletrólise quantitativa 12
Aulas 49 e 50: Titulação 18
Aulas 51 e 52: Química descritiva ambiental 23
EQUILÍBRIOS QUÍMICOS
Aulas 45 e 46: Equilíbrios iônicos: pH e pOH 66
Aulas 47 e 48: Equilíbrios iônicos: hidrólise salina 72
Aulas 49 e 50: Equilíbrios heterogêneos 80
Aulas 51 e 52: Equilíbrios heterogêneos: produto de solubilidade 86
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
O principal tópico é o da Química descritiva O assunto de eletrólise é cobrado de Os assuntos de eletrólise e Química
ambiental, em que são exigidos conhecimentos uma maneira bem direta. Por isso, é descritiva ambiental são os principais. Por
de diversas propriedades químicas de diversos importante que os conteúdos relacionados à serem cobrados de maneira bem objetiva,
compostos correlacionados com a temática do eletroquímica estejam bem fixados. é importante uma boa interpretação para
meio ambiente. organizar todo o raciocínio.
Titulação e eletrólise são recorrentes, portanto, O tema da Química descritiva é o mais cobra- O tópico mais cobrado está relacionado Os assuntos mais cobrados estão relacionados
é importante que estejam bem fixados os do, sendo necessário que todo o conteúdo com a titulação, por isso, é importante que com titulação e eletrólise. Assim, é importante
conteúdos relacionados a cálculos estequio- relacionado às propriedades de compostos esse assunto seja trabalho com calma, já que os dados fornecidos sejam bem
métricos, soluções e pH para titulação, além de esteja fixado, principalmente aquelas que são que se faz necessário que os conteúdos de interpretados, para que os tópicos de cálculo
toda a eletroquímica. nocivas ao meio ambiente. cálculo estequiométrico, soluções e pH estequiométrico, soluções e todo o conteúdo
estejam bem definidos. de eletroquímica estejam bem
fixados.
UFMG
São mais recorrentes os assuntos de eletrólise São recorrentes titulação e eletrólise aquosa, O assunto de titulação é bem recorrente,
e Química descritiva ambiental, por isso, é tonando-se importante que os conteúdos rela- tornando-se necessário que os conteúdos
importante que todo o conteúdo relacionado cionados a cálculos estequiométricos, soluções referentes a cálculos estequiométricos e
com eletroquímica esteja fixado e ter uma e eletroquímica estejam bem fixados. soluções estejam bem fixados para interpretar
boa compreensão das propriedades de os diversos dados fornecidos.
compostos químicos.
Titulação e Química descritiva ambiental são O tema de eletrólise é cobrado de maneira Eletrólise tem uma incidência alta, então, é
recorrentes, por isso, os assuntos referentes direta, porém, é importante que os concei- muito importante que os conteúdos sobre
a cálculos estequiométricos, soluções e pro- tos referentes ao assunto de eletroquímica eletroquímica estejam bem fixados, já que as
priedades químicas dos compostos tornam-se estejam fixados para que se tenha melhor questões são bem interpretativas.
importantes para a melhor interpretação dos interpretação do enunciado.
fenômenos que podem afetar o
meio ambiente.
ELETROQUÍMICA E
QUÍMICA DESCRITIVA
5
§ Os ânions movimentam-se em direção ao ânodo e so-
AULAS 45 e 46 frem descarga elétrica (reação anódica).
Bx– → x.e– + B0
Estabelecida a igualdade entre o número de elétrons perdi-
dos (x) e o número de elétrons recebidos (y) e somadas as
semirreações, obtém-se a reação global da eletrólise:
HABILIDADES:
17, 18, 21, 24, 25, 26 reação global (eletrólise): x.Ay+ + y.Bx– → x.A0 + y.B0
e 27
Observe que, para igualar os números de elétrons doados
e recebidos, aplica-se o princípio do “mínimo múltiplo co-
mum”: x . y = y . x
1. Eletrólise em solução aquosa A eletrólise em solução aquosa pode promover a formação
dos gases H2 ou O2 pela redução ou oxidação da água,
respectivamente, de acordo com as equações químicas:
Na eletrólise aquosa, a substância pura está dissol-
vida e dissociada em água (solução aquosa). Descarga no ânodo – oxidação:
1 O + 2 H+(aq) + 2 e-
H2O(ℓ) → __
A eletrólise é um processo que transforma energia elétrica 2 2(g)
em energia química.
Descarga no cátodo – redução:
Na eletrólise aquosa as espécies que sofrem descarga
2 H2O(ℓ) + 2 e- → H2(g) + 2 OH-(aq)
elétrica estão presentes em solução aquosa. Note que as
reações químicas promovidas pela eletrólise não são es- Somando as equações anteriores, temos:
pontâneas, então será necessário o fornecimento de uma
certa quantidade de energia para que o processo ocorra, 1 O + (2 H+(aq) + 2 OH(aq)
3 H2O(ℓ) + 2 e- → __ -
) + 2 e- + H2(g)
2 2(g)
geralmente se utiliza uma fonte de corrente contínua, veja: 2H2O(ℓ)
Fonte de corrente contínua Simplificando a equação anterior:
1 O
H2O(ℓ) → H2(g) + __
2 2(g)
6
4.1. Eletrólise aquosa do cloreto de sódio NaCℓ
Na solução há:
NaCℓ → Na+(aq) + Cℓ–(aq)
H2O → H+(aq) + OH–(aq) (autoionização da água)
multimídia: vídeo
Cátodo Ânodo
Fonte: Youtube
Eletrólise Aquosa
3. Exemplos de
reações catódicas Facilidade de
H+ > Na+ Cℓ– > OH–
descarga
No cátodo ocorre redução:
2 H+(aq) + 2 e– → H2(g)
Semirreação Redução: Oxidação:
Aℓ3+
(aq)
+ 3 e– → Aℓ(s)0 (íons que sofrem
2 H + 2 e → H2
+ –
2 Cℓ– → Cℓ2 + 2 e–
Cu2+(aq) + 2 e– → Cuº(s) descarga)
7
Somadas as quatro equações, obtém-se a reação global
Cloro líquido do processo:
VIVENCIANDO
O hidróxido de sódio é um composto químico muito utilizado na indústria de papel, para se fazer sabão, salitre, corantes
e produtos de limpeza doméstica. Suas aplicações na indústria são diversas e, para isso, um método muito comum é feito
para sua obtenção. Como se sabe, a água do mar contém NaCℓ, e este sal, em meio aquoso, será o responsável pela
obtenção de hidróxido de sódio na indústria química. A partir do processo de eletrólise, é possível obter esse composto
por causa da formação de cloro gasoso e hidrogênio molecular nos eletrodos. Com isso, na solução, ficam na forma
dissociada os íons Na+ e OH−, conferindo ao sistema o caráter básico.
8
Nessa eletrólise:
Aplicação do conteúdo I. no polo negativo, ocorre redução da água com for-
mação de OH¯ e de H2;
1. (Unicamp) Observe o esquema representativo da ele-
II. no polo positivo, o iodeto ganha elétrons e forma iodo;
trólise da água.
III. o grafite atua como condutor de elétrons.
Ânodo 2 KI → I2 + 2 K+ + 2 e-
reação global: H2O(ℓ) → H2(g) + ½O2(g)
Global 2 KI + 2 H2O → H2 + I2 + 2 K+ + 2 OH-
Lembrando que n.º de e– cedidos = n.º de e– recebidos,
Analisando as afirmativas, temos que os itens estão:
são produzidos 2 H2(g) para 1 O2(g); logo, o volume de H2
I. Correta, pois no polo negativo (cátodo) ocorre a
produzido será maior que o de O2.
redução da água, formando OH- e H2.
gás A = H2 e gás B = O2 II. Incorreta, pois no polo positivo (ânodo), iodeto per-
de elétrons (oxida), formando iodo (I2).
b) Observando a equação da reação global, nota-se III. Correta, grafite atua como eletrodo, ou seja, con-
que a quantidade (concentração) de H+ é igual à de dutor de elétrons.
OH–. Portanto, pela equação 4 H+ → 4 OH–, a solução
final é neutra. Alternativa D
2. Uma solução aquosa de iodeto de potássio (KI) foi ele- 3. (Fuvest) Para pratear eletroliticamente um objeto
trolisada, usando-se a aparelhagem esquematizada na de cobre e controlar a massa de prata depositada no
figura. Após algum tempo de eletrólise, adicionaram-se objeto, foi montada a aparelhagem esquematizada na
algumas gotas de solução de fenolftaleína na região do figura a seguir, onde I, II e III são, respectivamente:
eletrodo A e algumas gotas de solução de amido na região
do eletrodo B. Verificou-se o aparecimento da cor rosa na
região de A e da cor azul (formação de iodo) na região de B.
KI
9
a) o objeto de cobre, uma chapa de platina e um amperímetro;
b) uma chapa de prata, o objeto de cobre e um voltímetro;
c) o objeto de cobre, uma chapa de prata e um voltímetro;
d) o objeto de cobre, uma chapa de prata e um amperímetro;
e) uma chapa de prata, o objeto de cobre e um amperímetro
Resolução:
O item I é polo positivo, logo é o ânodo (onde ocorre oxidação); deve-se colocar uma chapa de prata, de onde ocorre a oxidação
da prata. No item II é polo negativo, logo é o cátodo (onde ocorre a redução); deve-se colocar o objeto de cobre que deseja ser
recoberto pela prata, que é onde a prata da solução será reduzida. No item III deve ir o amperímetro, pois o item III está ligado
em série com o circuito (sendo que o amperímetro deve ser ligado em série para medir a corrente e o voltímetro deve ser ligado
em paralelo para medir a tensão, do contrário, não irá medir nenhum valor).
Alternativa E
Uma das preocupações ambientais é a presença de metais pesados na água. Os metais pesados podem ser considerados
quaisquer metais de transição, se presentes em excesso na água. É, muitas vezes, um processo natural decorrente do
acúmulo de minérios que acabam por se concentrar ou de ações humanas displicentes. Ingerir água com esses metais
pode causar problemas funcionais decorrentes do acúmulo do metal no organismo, trazendo como consequências, por
exemplo, o cálculo renal, o acúmulo de metais no sistema nervoso central causando debilitação de movimentos, insani-
dade ou até mesmo a morte. Para retirar esses metais da água, é necessário passar por um processo de eletrólise aquosa,
no qual serão separados os metais dessa solução. Uma das dificuldades desse processo é a energia gasta e a quantidade
de água que tem para se desinfectar, o que, muitas vezes, torna o processo inviável.
10
DIAGRAMA DE IDEIAS
OXIRREDUÇÃO NÃO
CELA ELETROLÍTICA
ESPONTÂNEA
TEM É
PODE SER
SOLUÇÃO AQUOSA
DE ELETRÓLITO
ELETRÓLISE AQUOSA
NA QUAL HÁ
ORDEM DE FACILIDADE
DE DESCARGA
11
de experimentos e percebeu que, quando uma corrente elé-
AULAS 47 e 48 trica (eletrólise) passa em uma solução de determinado íon
metálico, o metal desse íon se deposita no fundo do recipien-
te. Desse modo, ele concluiu que a massa de uma substância
formada na eletrólise é diretamente proporcional à quanti-
dade de carga elétrica do sistema. Isso significa que, quanto
maior for a intensidade da corrente elétrica usada na eletró-
ELETROQUÍMICA: lise, maior será a quantidade formada de massa do produto.
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7 Em que:
Q = quantidade de carga elétrica (coulomb – C)
HABILIDADES:
17, 21, 23, 24, 25, 26
e 27 i = intensidade da corrente elétrica (ampère – A);
t = tempo decorrido na eletrólise (segundos – s).
Ag+ + 1 e– → Ag0
Assim, se a carga utilizada no processo for dada em fa-
raday (ou em quantidade de cargas), então será possível
Nesse caso, sabe-se que:
utilizar relações estabelecidas por regras de três e calcular
108 g de prata —— 1 mol de elétrons a quantidade de massa que será depositada na eletrólise.
O físico e químico Michael Faraday (1791-1867) contribuiu Ou seja, a quantidade de carga necessária será de 8.935
decisivamente para identificar esse fato. Ele realizou uma série coulombs. Ressaltando que, para um valor de intensidade
12
da corrente elétrica e tempo decorrido na eletrólise, quando
a quantidade de carga chegar ao valor de 8.935 C, 10 g de
prata serão depositados no polo negativo do sistema.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube Pelo esquema, é possível observar que as quantidades de
Galvanização do anel - Super química cargas envolvidas nas duas cubas são iguais.
Q1 = Q2
2. Carga de 1 mol de
elétrons (faraday)
Em 1909, Millikan determinou que a carga elétrica de um
elétron é igual a 1,6 · 10–19 C. Sabe-se que 1 mol de elétrons
corresponde a 6,02 · 1023 elétrons. Em função disso, é pos- multimídia: vídeo
sível calcular a carga de 1 mol de elétrons pela regra de três:
Fonte: Youtube
1 elétron —— 1,6 ·10–19 C
conheça o processo para banhar
6,02 · 10 elétrons —— x
23
a ouro suas joias
13
CuSO4 é Cu2+ + SO42– 01. A massa de Ni depositada, no mesmo tempo, na cuba
2, é de aproximadamente 7,4 .
Cu2+ + 2 e– é Cu0
ç ç 02. Na superfície do ânodo da cuba 1, forma-se cloro gasoso.
2 mol e– 1 mol 04. Na superfície do polo negativo da cuba 2, forma-se H2(g).
ç ç 08. Na superfície do ânodo da cuba 2, forma-se cloro gasoso.
2 (96.500 C) —— 64 g
16. A equação da reação global referente à cuba 2 é Ni-
9.650 C —— x Cℓ2(aq) → Ni0(s) + Cℓ2(aq), e o que resta no meio eletrolíti-
Resolução: co, após uma eletrólise completa, é apenas água.
Zn é Zn2+ + 2 e-
ç ç
1 mol 2 mol e-
ç ç
65 g —— 2 (96.500 C)
Cuba 2 :
x —— 965
H2O(ℓ) → H+(aq) + OH-(aq)
Resolução: NiCℓ2(s) → Ni(aq)
2+
+ 2 Cℓ(aq)
-
14
Q —— 3 g
Q = 24.125 C
Ni2+ + 2 e- → Ni0
2 · 96.500 C —— 58,7 g
24.125 C —— mNi
multimídia: site
mNi = 7,34 g ≈ 7,4 g
Resposta: icz.org.br/galvanizacao.php
01 + 02 + 08 +16 = 27.
VIVENCIANDO
A galvanização ou eletrodeposição é o processo de revestimento de superfícies metálicas com outros metais por um
meio eletrolítico. Processos como douração, prateação, niquelação, cromeação, entre outros, são realizados industrial-
mente. Esses processos são de deposição eletrolítica ou galvanoplastia. O objeto metálico que será revestido com outro
metal é utilizado como cátodo e ligado ao polo negativo do gerador. A solução eletrolítica contém os cátions do metal
que se deseja aplicar como revestimento. É possível, por exemplo, pratear um anel de cobre por meio de uma eletrólise
de um sal de prata, ligando o anel ao polo negativo (cátodo). O ânodo pode ser inerte a um eletrodo de prata.
O ferro galvanizado é revestido por uma camada de zinco. Ele é obtido mergulhando-se chapas de ferro no zinco fundi-
do e retirando-as logo a seguir. O zinco solidifica sobre a superfície do ferro, constituindo o revestimento. O nome “ferro
galvanizado” sugere que o processo de obtenção é a galvanoplastia ou eletrodeposição e, por isso, é inconveniente.
15
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 23
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, consideran-
do implicações éticas, ambientais, sociais e/ou econômicas.
O reino vegetal é abordado no Enem principalmente com enfoque nos quatro grandes grupos e suas interações
com o ambiente, assim como suas relações evolutivas. A fisiologia vegetal, que abrange também a atuação dos
fito-hormônios, é fundamental por ter aplicação direta no aprimoramento da agricultura.
MODELO 1
(Enem) A eletrólise é muito empregada na indústria com o objetivo de reaproveitar parte dos metais suca-
teados. O cobre, por exemplo, é um dos metais com maior rendimento no processo de eletrólise, com uma
recuperação de aproximadamente 99,9%. Por ser um metal de alto valor comercial e de múltiplas aplicações,
sua recuperação torna-se viável economicamente.
Suponha que, em um processo de recuperação de cobre puro, tenha-se eletrolisado uma solução de sulfato de
cobre (II) (CuSO4) durante 3 h, empregando-se uma corrente elétrica de intensidade igual a 10 A. A massa de
cobre puro recuperada é de aproximadamente:
Dados: constante de Faraday (F = 96.500 C/mol); massa molar em g/mol: Cu = 63,5.
a) 0,02 g. b) 0,04 g. c) 2,40 g. d) 35,5 g. e) 71,0 g.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Tem-se:
Q = i · t ⇒ 10 · 3 · 3.600 s = 108.000 C
Cu2+ + 2 e– → Cu
2 · 96.500 C ____ 63,5 g
108.000 C ____ m
m = 35,5 g
RESPOSTA Alternativa D
16
DIAGRAMA DE IDEIAS
CELA ELETROQUÍMICA
PODE SER
CELA ELETROLÍTICA
MASSA DE SUBSTÂNCIA
GASTA OU FORMADA EM
UMA SEMIRREAÇÃO
DEPENDE DA
CALCULADA A
PARTIR DE
AMPERE (A)
INTERVALO CORRENTE
DE TEMPO ELÉTRICA
AMPERÍMETRO
17
Erlenmeyer início ä
AULAS 49 e 50
ä erlenmeyer final
Solução de concentração
bureta conhecida (ácido ou base)
Volume gasto na titulação
Solução de concentração
desconhecida (ácido ou base)
erlenmeyer
Volume conhecido
Algumas gotas de indicador
18
2. Titulação entre HC e NaOH Casos possíveis de titulação:
a) Titulação de ácido forte com base forte
NaOH + HC é NaC + H2O
O sal formado produz solução neutra. Assim, no ponto fi-
nal, o meio será neutro.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Titulação de vinagre
Alaranjado
vermelho amarelo
de metila
Azul de bro-
amarelo azul
motimol HC(aq) + NH4OH(aq) é NH4C(aq) + H2O()
19
Deve ser usado um indicador que vire em meio ácido. O Desse vinagre, retirou-se uma amostra de 5 mL, que foi ti-
indicador mais usado é o alaranjado de metila, cujo pH de tulada com uma solução 0,6 mol/L de NaOH da qual foram
viragem está entre 3,1 e 4,4. gastos 8,5 mL. Qual é o título da solução?
Dado: massa molar do ácido acético = 60 g/mol.
Aplicação do conteúdo Primeira resolução: emprego das relações de titulação
Serão examinados os típicos casos de problemas com NaOH + CH3COOH é NaCH3COO–Na+ + H2O
titulação. nNaOH
______ 1 ä nNaOH = nCH3COOH
= __
nCH3COOH 1
§ Titulação ácido-base
Uma vez que M = n / V ä n = M · V:
1. Para titular 150 mL de hidróxido de sódio, foram gas-
tos 200 mL de ácido sulfúrico 0,3 mol/L. Qual a concen- MNaOH · VNaOH = MCH3COOH · VCH3COOH
tração, em mol/L, de NaOH? 0,6 mol/L · 8,5 mL = MCH3COOH · 5 mL
Primeira resolução: emprego das relações de titulação ä MCH3COOH = 1,02 mol/L
Relação entre concentrações:
2 NaOH + 1 H2SO4 é Na2SO4 + 2 H2O
n mNaOH · VNaOH M · M = d · t · 1000
____
nNaOH 2 ou __________
= __
1 m · VH SO 1,02 · 60
H2SO4 H SO
2 4 2 4 ä t = _________
m · 150 __ 1,02 · 1000
_________
NaOH = 2
0,3 · 200 1 ä t = 0,06 ou 6 % (porcentagem em massa de ácido
ä MNaOH = 0,8 mol/L acético no vinagre)
Cálculo da quantidade de H2SO4 empregado para neutra- n = M · V ä n = 0,6 · 0,0085 ä n = 0,0051 mol de NaOH
lizar o NaOH: Para o CH3COOH:
0,3 mol H2SO4 –—— 1 L de solução n = 0,0051 mol de CH3COOH (proporção 1:1)
x –—— 0,2 L de solução
Concentração molar do ácido acético:
ä x = 0,06 mol H2SO4 (presente em 200 mL de sua solução) 0,0051
M = ______
0,005
Cálculo da quantidade de NaOH neutralizada pelo H2SO4
utilizado - estequiometria: ä M = 1,02 mol/L
20
Quantidade de NaOH em 2:
amostra inicial
25 g de NaOH impuro; 50 mL de solução em 3 ——— 0,05 mol
% de pureza?
500 mL de solução 2 ——— y
H2O
ä y = 0,5 mol de NaOH
A quantidade de NaOH em 1 é igual à existente em 2, uma
vez que de 1 para 2 ocorreu somente a adição de água;
traço de referência
Portanto, em 1 há:
1 mol de NaOH ——— 40 g
500 mL de solução 0,5 mol de NaOH ——— y
ä y = 20 g de NaOH puro
Se a massa da amostra inicial são 25 g:
25 g de NaOH impuro ——— 100 %
20 g de NaOH puro ——— p
ä p = 80 %
Segunda resolução:
Concentração molar de NaOH em 3:
solução titulada;
nH SO
25 mL de H2SO4 (1 M)
____ 1
n 2 4 = __
NaOH 2
MH SO ⋅ 25
⇒________
2 4 = 1
__
MNaOH ⋅ 50 2
⇒ MNaOH = 1 mol/L
Concentração molar NaOH em 2 = concentração molar de
NaOH em 3
21
VIVENCIANDO
Caso um laboratório químico possua um grande estoque de uma solução aquosa de NaOH, mas o rótulo tenha
sido danificado, impossibilitando saber a concentração da solução, seria possível determinar essa concentração? A
técnica de titulação ácido-base consiste em adicionar lentamente uma solução ácida (solução titulante) à solução da
base (solução titulada). Muitas vezes, pode ocorrer o contrário. Com o auxílio de uma bureta, é possível identificar
o volume gasto da solução titulante e encontrar a concentração da solução titulada. No entanto, como saber que a
reação chegou ao final e se deve parar de adicionar a solução titulante? Para isso, existe o ponto de equivalência,
ou seja, o ponto em que a reação acabou de se completar. Toda substância foi titulada pelo titulante por meio de
um indicador. Numa titulação, a viragem do indicador permite avaliar o instante em que foi atingido o ponto final da
titulação e em que momento se deve parar de adicionar a solução.
DIAGRAMA DE IDEIAS
MISTURA CONCENTRAÇÃO
HOMOGÊNEA g/L
É UMA
TÍTULO EM
SOLUÇÃO
MASSA
COM DUAS OU MAIS SOLUÇÕES,
PODE-SE FAZER
MISTURA DE CONCENTRAÇÃO EM
SOLUÇÕES QUANTIDADE DE
MATÉRIA (mol/L)
HÁ CASOS EM QUE
UTILIZADA EM
HÁ REAÇÃO
TITULAÇÃO
ENTRE OS SOLUTOS
POR EXEMPLO
22
Nestas aulas, vamos estudar a ocorrência dos elementos
AULAS 51 e 52 na natureza, onde eles podem ser encontrados, o estado
físico e suas combinações químicas mais comuns.
É bastante interessante estudar os processos usados para
obtenção dos elementos, a partir de fontes naturais, e
como são fabricadas algumas substâncias de grande inte-
resse industrial e comercial.
QUÍMICA DESCRITIVA
Vamos agora conhecer algumas noções sobre a consti-
AMBIENTAL tuição da Terra.
1. Constituição da Terra
Para efeitos de estudos, o planeta Terra é dividido basica-
COMPETÊNCIAS: 3, 5, 6 e 7
mente em três partes: litosfera, hidrosfera e atmosfera.
10, 12, 17, 18, 24, 25, ATMOSFERA é a camada gasosa ao redor da Terra.
HABILIDADES:
26 e 27
Sete elementos gasosos podem ser obtidos industrialmente
a partir do ar atmosférico, com exceção do gás hélio (He),
que é extraído do gás natural de certos poços no Kansas,
Oklahoma e Texas, onde sua concentração é bem superior à encontrada no ar atmosférico.
Dependendo do local, do clima e da altitude, a composição da atmosfera pode variar. Em geral, no entanto, ela é apresentada
em ordem decrescente de porcentagem em volume:
Nitrogênio N2 28 78
Oxigênio O2 32 20,9
Argônio Ar 40 0,93
Neônio Ne 20 0,0018
Hélio He 4 0,00052
Criptônio Kr 84 0,00015
Hidrogênio H2 2 0,00005
23
Os elementos obtidos da água dos oceanos apresentam a A formação de grande parte dos minerais conta com elemen-
seguinte abundância: tos metálicos, cuja extração é desejada. Tratando-se de um
mineral que apresenta fácil extração, condições de transporte,
Forma em Porcentagem baixo custo de mercado, ele passa a ser chamado de minério.
Componentes
que aparece (em massa)
Minério é todo o mineral do qual se pode extrair elemento
Hidrogênio H2O 10,74 %
químico de forma econômica viável.
Oxigênio H2O 85,95 %
Principais minérios e seus elementos químicos extraídos:
Cloro Cℓ–(aq) 1,9 %
Minério Metal
Sódio Na+(aq) 1,1 %
Fe2O3 (hematita) – Fe3O4(magnetita) – FeS2 (Pirita) Fe
Magnésio Mg2+(aq) 0,13 %
MnO2(pirolusita) Mn
Cálcio Ca2+(aq) 0,04 %
Aℓ2O3 . 2H2O (bauxita) Aℓ
Potássio K+(aq) 0,03 %
Cu (cobre nativo) – Cu2O (cupri-
Bromo Br–(aq) 0,0065 % ta) – Cu2S (calcocita) – CuFeS2 (pirita Cu
de cobre) – FeO . Cu2S (calcoprita)
LITOSFERA é a parte sólida da Terra, com cerca de 6,5 Hg (mercúrio nativo) – HgS (cinábrio) Hg
mil km de raio, e mais externa, que corresponde a uma PbS (galena) Pb
espessura de aproximadamente 30 km, chamada de crosta
terrestre. Dela se extraem estes elementos, que, em ordem ZnS (blenda) Zn
decrescente de abundância, são: FeO . Cr2O3 (cromista) Cr
Porcentagem
Componentes Símbolo TiO2 (rutilo) Ti
(em massa)
Oxigênio O 49,20
Au (ouro nativo) Au
Silício Si 25,67
Ag (prata nativa) – Ag2S (argentita) Ag
Alumínio Aℓ 7,50
24
2. Substâncias simples e Cl2(g) + H2O(ℓ) → HCℓO–(aq) + 2 H+(aq) + Cℓ–(aq)
O cloro é encontrado combinado na forma de cloreto,
compostas importantes como o mineral halita (NaCℓ) e silvina (KCℓ), em depósitos
HALOGÊNIOS são elementos da família VIIA (atual 17), subterrâneos e nos oceanos.
conhecidos como halogênio (formadores de sal), altamente Germicida poderoso, é usado na purificação da água de beber.
reativos, não são encontrados livres na natureza e ocorrem
como íons halogenetos: F–, Cℓ–, Br– e I–. É obtido industrialmente pela eletrólise, mediante solução
aquosa de cloreto de sódio.
2.1. Flúor (F2) 2 NaCl + 2 H2O → 2 NaOH + H2 + Cl2
Gás amarelo pálido que ocorre em minerais, como fluorita Em laboratórios, mediante reação do ácido clorídrico com
(CaF2), criolita (Na3AℓF6) e flúor apatita [Ca5F(PO4)3]. A molécu- dióxido de manganês:
la de flúor F2 é, em princípio, o mais forte dos agentes oxidantes: MnO2 + 4 HCl → MnCl2 + H2O + Cl2
F2(g) + 2 e– → 2 F–(aq) E0red = + 2,87 V
Também é usado como alvejante industrial no tratamento
Na prática, o flúor raramente é utilizado como agente oxi- da celulose para a fabricação de papel e na obtenção de
dante, uma vez que o manuseio dele é extremante perigo- compostos, como o ácido clorídrico, o inseticida BHC (ben-
so. A molécula de F2 retira elétrons de praticamente todas zeno hexaclorado), etc.
as espécies, incluindo a água, mediante violenta explosão.
Se o cloro for borbulhado em solução de hidróxido de sódio
O flúor (F2) é obtido pela eletrólise de uma mistura fundida à temperatura ambiente, ocorre a reação:
de HF e KF, que usa ânodo de carbono. Nele se produz F2,
e um cátodo de prata ou aço inoxidável, no qual se forma Cl2(g) + 2 OH-(aq) → Cl-(aq) + ClO-(aq) + H2O(l)
o H2. Os produtos devem ser mantidos separados porque
reagem explosivamente. cuja solução é comercializada como água sanitária e desin-
fetante para uso doméstico.
O F2 pode ser armazenado tão somente em recipientes de
aço, de cobre ou de certas ligas, uma vez que ele forma ra-
pidamente uma película de fluoreto na superfície do metal 2.3. Bromo (Br2)
que impede o prosseguimento da reação. É um líquido castanho-avermelhado, de cheiro repugnante
O flúor reage violentamente com o hidrogênio, formando o e tóxico. Parcialmente solúvel em água, reage com ela e
fluoreto de hidrogênio (HF). produz água de bromo:
F2(g) + H2(g) → 2 HF(g) Br2 + H2O → H+ + Br– + HBrO
O HF, apesar de ser um ácido fraco, tem propriedades que É obtido industrialmente pela oxidação em meio ácido de
tornam difícil seu manuseio. O HF(g), ou em solução aquosa, Br- das águas do mar, do qual o cloro é seu agente oxidante:
ataca o vidro. Cl2(g) + 2 Br –(aq) → 2 Cl– + Br2(g)
As soluções de HF devem ser guardadas em recipientes de O bromo gasoso é arrastado por uma corrente de ar e con-
plástico como o polietileno, pois interagem com o vidro, densado em seguida ao estado líquido.
corroendo-o.
No laboratório, o bromo pode ser obtido pela oxidação de
O HF tem outras propriedades que o tornam extremamen- bromo (Br –) por manganato (MnO4) em meio ácido ou ou-
te perigoso, causa queimaduras extremamente dolorosas tro agente oxidante. Causa queimaduras dolorosas que di-
que custam vários meses para cicatrizarem. ficilmente cicatrizam. Em razão disso, deve ser manuseado
Os íons fluoretos (F-) são usados em prevenção de cárie com extremo cuidado.
dentária, cuja fonte pode ser SnF2 (fluoreto estanoso), en- É usado na fabricação de desinfetantes, corantes e na in-
contrado no creme dental, ou NaF, adicionado à água po- dústria fotográfica, principalmente na forma de brometo
tável, na proporção de 1 ppm. de prata (AgBr).
25
insolúvel em água. Solúvel em etanol, forma a tintura de O hidrogênio é usado na hidrogenação de óleos vegetais
iodo utilizada como desinfetante e antisséptico. para a produção de margarina, combustível e na formação
de vários compostos, como NH3 e HCl.
É produzido industrialmente pela oxidação de I– com gás Cl2:
gás d'água como minerais, uma vez que a maioria é solúvel em água.
O nitrogênio é encontrado em compostos orgânicos em
b) pelo processo Lane:
todos os seres vivos, animais e plantas.
3 Fe + 4 H2O ⎯⎯→
1000º C
Fe3O4 + 4 H2 Certas bactérias no solo e raízes de algumas plantas, espe-
cialmente os legumes, convertem o nitrogênio atmosférico
c) por eletrólise: em nitrogênio orgânico, que é transformado por outras
2 H2O → 2 H2 + O2 bactérias em nitrato, a forma de nitrogênio mais usada pe-
las plantas na síntese de proteínas.
2 NaCl + 2 H2O → 2 NaOH + H2 + Cl2
(eletrólise aquosa) O nitrogênio é obtido industrialmente por liquefação e pos-
terior destilação fracionada do ar atmosférico.
d) em laboratório, pela reação de ácidos com metais mais Em laboratório, é obtido pela decomposição do nitrito de
reativos que o hidrogênio: amônia (NH4NO2):
26
Uma vez inerte, é usado na forma gasosa no empacotamen- 1 O → NO2
Torre de oxidação: NO + __
2 2
to de alimentos e no interior de lâmpadas incandescentes.
Torre de absorção: 3 NO2 + H2O → 2 HNO3 + NO
Na forma líquida, é usado na conservação de alimentos e
↓
de sêmen para inseminação artificial. reciclado para
torre de oxidação
É usado também na síntese da amônia e na do ácido nítrico.
O HNO3 é um líquido incolor, mas adquire coloração Se aquecido lentamente, transforma-se na forma cristalina
castanha quando exposto à luz, em razão da reação de monoclínica, acima de 95,5 ºC.
fotodecomposição: Se o enxofre líquido (ponto de fusão = 119 ºC) for resfria-
2 HNO3 ⎯⎯→ 2 NO2 + __
do rapidamente e despejado em água, forma-se o enxo-
1 O2 + H2O
Luz
2 fre plástico ou amorfo, bem parecido com uma goma de
incolor castanha
mascar. Aparentemente consiste em cadeias muito longas
O HNO3 é obtido industrialmente a partir do NH3, do O2 e e entrelaçadas.
da água.
O enxofre é usado na vulcanização da borracha, na fabrica-
5 O ⎯⎯→
Reator: 2 NH3 + __ Pt
2 NO + 3 H2O ção de pólvora e em fogos de artifício.
2 2
27
Em Medicina, é empregado em pomadas e sabonetes, no Sua baixa densidade torna-se útil na construção de aero-
combate a certas moléstias da pele. naves e vem sendo cada vez mais utilizado nas indústrias
É usado na síntese do ácido sulfúrico. automobilísticas para obter veículos mais leves. É utilizado
na fabricação de utensílios domésticos – panelas, bacias,
formas, etc., bem como na produção de fios elétricos.
2.11. Ácido sulfúrico (H2SO4)
O H2SO4 é um líquido viscoso, corrosivo, denso e de alto 2.13. Ferro (Fe)
ponto de ebulição (338 °C). O contato com a pele provoca Ocorre na natureza sob a forma de minérios, como hema-
queimadura e ulceração. A dissolução em água ocorre com tita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4) e pirita (FeS2).
grande liberação de calor, o que pode provocar ebulição vio-
O ferro é obtido industrialmente pela redução da hemati-
lenta, explosiva e espirros quentes e corrosivos da solução.
ta num alto-forno, mediante a siderurgia do ferro.
O alto-forno funciona continuamente e tem a parte supe-
rior carregada, periodicamente, com minério de ferro, cal-
cário (CaCO3) e coque (carbono). O ferro fundido e a escó-
ria, um material semifundido e constituído principalmente
de silicatos, são drenados por aberturas de separação na
parte inferior do forno.
O ar quente injetado na parte inferior do alto-forno queima
o carbono que está ali e dá origem ao monóxido de carbo-
no (CO), principal agente redutor no forno:
O ácido sulfúrico é fabricado a partir das matérias-primas
enxofre mineral, oxigênio do ar e água. 2 C(s) + O2(g) → 2 CO(g)
S(s) + O2(g) ⎯⎯→ SO2(g)
V2O5
Se o minério for Fe2O3, ele é reduzido pelo CO a Fe3O4 na
parte superior do forno (300 ºC):
1 O2(g) → SO3(g)
SO2(g) + __
2
CO(g) + 3 Fe2O3(s) → 2 Fe3O4(s) + CO2(g)
SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq)
O Fe3O4 vai aos poucos descendo para a parte inferior do
É utilizado como eletrólito de bateria de autos, na fabri- forno onde é reduzido a FeO (600 ºC):
cação de outros ácidos, na produção de fertilizantes e na CO(g) + Fe3O4(s) → 3 FeO(s) + CO2(g)
fabricação de explosivos.
Na parte mais baixa do forno, FeO é reduzido a ferro (Fe)
2.12. Alumínio (Al) (de 800 a 1600 ºC):
CO(g) + FeO(s) → Fe(l) + CO2(g)
É o metal mais abundante da litosfera. Ocorre nos alumi-
nossilicatos, argilas, micas e feldspatos. O calcário introduzido no forno sofre uma decomposição
É obtido industrialmente pelo processo Hall, que consiste térmica:
na eletrólise ígnea da alumina (Al2O3) proveniente da bau- CaCO3(g) → CaO(s) + CO2(g)
xita. O mineral de alumínio é bauxita, óxido de alumínio e
hidrato impuro Al2O3 . n H2O. Depois de produzido, CaO(s) reage com as impurezas de sí-
lica e silicato, formando uma escória de silicato que é muito
Inicialmente, a bauxita é purificada pelo processo de Bayer, menos densa que o ferro, de modo que flutua e pode sair
que dá origem à alumina (Al2O3). separadamente:
A alumina é dissolvida em criolita (Na3AlF6), fundida e ele- CaO(s) + SiO2(s) → CaSiO3(s)
trolisada a cerca de 1.000 ºC: escória
28
A purificação parcial fornece o ferro fundido, que ainda Por essa razão, a chuva ácida é também considerada
contém quantidades consideráveis de carbono. uma forma de poluição transfronteiriça; regiões que
não poluem podem ser severamente prejudicadas por
O aço é o ferro que contém de 0,1% a 1,5% de carbono.
sua precipitação.
Aços inoxidáveis são ligas resistentes à corrosão e apresen-
tam geralmente crômio e/ou níquel. Outros metais, incluin-
do o vanádio, o titânio e o manganês, também podem ser
3.1. Como se formam as chuvas ácidas?
usados em aços. Os dois principais compostos originários desse problema ambien-
tal desencadeiam processos diferentes de formação de ácidos.
29
As evidências de um crescente aumento nos níveis de chu- anos; o dióxido de carbono é proveniente da quei-
va ácida são resultado da análise das camadas de gelo ma de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo,
oriundas dos glaciares. gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que
destroem reservatórios naturais e sumidouros, cuja
Verifica-se uma repentina diminuição do pH a partir da
propriedade é absorver o CO2 do ar. De acordo com o
Revolução Industrial: de 6 para 4,5 ou 4. Desde então, as
IPCC (1995), as emissões globais de CO2 hoje são da
emissões de óxidos de enxofre e nitrogênio na atmosfera
ordem de 7,6 Gt por ano. E a natureza não tem capa-
aumentaram.
cidade de absorção de todo esse volume, o que vem
As indústrias e as centrais termoelétricas que queimam resultando em aumento da concentração atmosférica
combustíveis fósseis, principalmente o carvão, são a prin- mundial desses gases.
cipal fonte desses gases. Já chegaram a ser registrados
§ CH4, responsável por 15 % a 20 % do efeito estufa, é
valores de pH abaixo de 2,4 em algumas áreas indus-
componente primário do gás natural, também produzi-
triais. O setor dos transportes, de veículos movidos a com-
bustíveis fósseis, juntam-se às duas fontes de poluição do por bactérias no aparelho digestivo do gado, aterros
mencionadas, que, somados, são considerados os gran- sanitários, plantações de arroz inundadas, mineração e
des responsáveis pelo aumento dos óxidos de nitrogênio. queima de biomassa.
Com o crescimento populacional e industrial, o problema § N2O participa com cerca de 6 % do efeito estufa, o
das chuvas ácidas aumentou e espalhou-se. óxido nitroso é liberado por micro-organismos no solo
(processo denominado nitrificação, que libera igual-
A utilização de grandes chaminés, a fim de reduzir a po- mente nitrogênio – NO). A concentração desse gás teve
luição local, contribuiu para a disseminação da chuva um vultoso aumento em razão do uso de fertilizantes
ácida, liberando gases na atmosfera circulante da região. químicos, da queima de biomassa, do desmatamento e
Há uma significativa relação entre baixos níveis de pH e perda das emissões de combustíveis fósseis.
de populações de peixes em lagos. Com o pH abaixo de 4,5,
§ CFCs são responsáveis por até 20 % do efeito estufa; os
praticamente nenhum peixe sobrevive, ao passo que níveis
clorofluorcarbonos são utilizados em geladeiras, aparelhos
iguais ou superiores a 6 promovem populações saudáveis.
de ar condicionado, isolamento térmico e espumas, como
O baixo pH também faz circular nos lagos metais pe- propelentes de aerossóis (até 1978), além de outros usos
sados, como o alumínio. Ele faz com que alguns peixes comerciais e industriais. Como se sabe, esses gases reagem
produzam muco em excesso, nas guelras, que prejudica com o ozônio na estratosfera, decompondo-o e reduzindo a
muito a respiração. O crescimento do fitoplâncton é ini- camada de ozônio que protege a vida na Terra dos nocivos
bido pelos grandes níveis de acidez e os animais que se raios ultravioletas. Estudos recentes sugerem que as pro-
alimentam dele também são bastante prejudicados. priedades de reter calor, próprias do CFCs, podem ser com-
As árvores são prejudicadas pelas chuvas ácidas de vários pensadas pelo resfriamento estratosférico resultante do seu
modos. A superfície cerosa das folhas é rompida e os nu- papel na destruição do ozônio. Ao longo das últimas duas
trientes perdem-se, tornando as árvores mais susceptíveis décadas, um ligeiro resfriamento, de 0,3 ºC a 0,5 ºC, foi me-
ao gelo, a fungos e a insetos. O crescimento das raízes tor- dido na baixa estratosfera, onde a perda do ozônio é maior.
na-se mais lento e, consequentemente, menos nutrientes
§ O3 contribuindo com 8 % para o aquecimento global;
são transportados. Os lixos tóxicos acumulam-se no solo
o ozônio é um gás formado na baixa atmosfera, sob
e os minerais valiosos para essas espécies são dispersados
estímulo do sol, a partir de óxidos de nitrogênio (Nox)
ou tornam-se próximos à argila (caso dos fosfatos).
e hidrocarbonetos produzidos em usinas termoelétricas,
Os lixos tóxicos libertados pelas chuvas ácidas constituem a pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas.
maior ameaça aos humanos. O cobre mobilizado foi implica-
do nas epidemias de diarreia em crianças e acredita-se que § O vapor de água presente na atmosfera também ab-
existam ligações entre o abastecimento de água contaminado sorve parte da radiação emanada pela Terra e é um dos
com alumínio e a ocorrência de casos da doença de Alzheimer. maiores contribuintes para o aquecimento natural do
mundo. Apesar de não ser produzido em quantidade sig-
nificativa por atividades antrópicas, considera-se que, com
3.2. Principais gases mais calor haverá mais evaporação de água e, por conse-
Os principais gases que contribuem para o aumento do guinte, aumento de sua participação para o efeito estufa.
efeito estufa e suas respectivas fontes antropogênicas são:
O Protocolo de Quioto também menciona os gases: hidro-
§ CO2, responsável por cerca de 60 % do efeito estu- fluorocarbonos (HFCs), perfluorocarbonos (PFCs) e hexa-
fa, cuja permanência na atmosfera é de centenas de fluoreto de enxofre (SF6).
30
a) No processo de respiração, é liberada uma quan-
tidade de CO2 na atmosfera, mas os seres vivos não
contribuem para a eliminação do CO2 na atmosfera.
b) A grande parte da energia que sustenta as indústrias
provém da queima de carvão ou de derivados de pe-
tróleo, ou seja, da combustão dos compostos citados,
liberando uma grande quantidade de gás carbônico no
ar, contribuindo para o aquecimento do planeta.
multimídia: vídeo c) O gás carbônico obtido como subproduto no pro-
Fonte: Youtube cesso de fermentação de açúcares não é derivada da
combustão, e sim da fermentação.
Consequências das chuvas ácidas
d) As águas naturais (ou minerais) carbonatadas ou
bicarbonatadas contém CO2, mas não exemplifica
uma reação de combustão.
e) Os extintores a base de gás carbônico contém gás car-
Aplicação do conteúdo bônico, mas não exemplifica uma reação de combustão.
Alternativa E Resolução:
2. (ETE) A presença do gás carbônico na atmosfera ter- As pilhas e baterias são classificadas como resíduo domés-
restre resulta, dentre outras coisas, de reações químicas tico perigoso devido a sua composição (no caso, níquel,
do tipo combustão. Aponte a alternativa que exemplifi- cádmio, mercúrio e chumbo). Esses metais são classificados
ca uma reação de combustão e que tenha relação com como metais pesados, ou seja, são tóxicos tanto para seres
o aquecimento do planeta.
vivos como para o ambiente.
a) No processo de respiração, os seres vivos colaboram
para a eliminação do gás carbônico da atmosfera. Nas pilhas e baterias não são usados solventes orgânicos e
b) A grande parte da energia que sustenta as indús- no mercado existem tanto as ácidas (secas) como alcalinas;
trias provém da queima de carvão ou de derivados as pilhas e baterias podem explodir em certas condições,
de petróleo. como aquecimento ou recarregar uma pilha não recarregá-
c) Na indústria do álcool, o gás carbônico pode ser vel; as pilhas e baterias não contêm elementos radioativos,
obtido como subproduto no processo de fermentação logo não emitem radiação.
de açúcares.
d) As águas naturalmente carbonatadas ou bicarbo- Alternativa E
natadas, em geral classificadas no grupo de águas
minerais, contêm gás carbônico.
4. (UEMG) Monumentos históricos da cidade de Congo-
e) Os extintores de gás carbônico são empregados nhas são constituídos principalmente por pedra sabão,
para apagar focos de fogo em líquidos inflamáveis. um tipo de rocha calcárea, rica em carbonato de cálcio,
Resolução: CaCO3. Os óxidos de enxofre SO3, e de nitrogênio NO2,
são os principais causadores da chuva ácida que pode
A combustão consiste na reação química entre dois ou danificar esses monumentos. Pesquisadores têm identi-
mais reagentes (combustíveis e comburentes) com grande ficado cada vez mais a presença de ranhuras nos monu-
liberação de energia na forma de calor. A partir dessa defi- mentos provocadas pela ação da chuva sobre eles. Sobre
nição, podemos analisar os itens acima: o fenômeno descrito acima é INCORRETO afirmar que:
31
a) a diminuição da poluição nos grandes centros urbanos ajudaria na preservação dos monumentos históricos;
b) as ranhuras nos monumentos são provocadas pela dissolução da pedra sabão;
c) os ácidos presentes na chuva ácida apresentam as fórmulas H2SO4 e HNO3;
d) os óxidos citados apresentam características ácidas.
Resolução:
a) Correto, pois os principais poluentes emitidos no ar são os óxidos de enxofre SO3, e de nitrogênio NO2.
b) Incorreto, pois as ranhuras são provocadas pela formação do CaSO4, produto formado na reação entre pedra sabão e
H2SO4.
c) Correto, H2SO4 é o ácido formado da reação entre SO3 e água; HNO3 é o ácido formado entre NO2 e água.
d) Correto, pois os óxidos citados (SO3 e NO2) reagem com água para formar ácidos.
Alternativa B
VIVENCIANDO
Cobre
Ocorre na natureza tanto em estado nativo, Cu, como em forma de minérios, Cu2S (calcocita), Cu2O (cuprita), CuFeS2
(cacoprita), etc.
A obtenção do cobre pode ser feita a partir de sulfetos, aos quais se faz a ustulação do minério concentrado por flotação:
2 CuFeS2 + 5 02 ⎯⎯→ 2 Cu + 2 FeO + 4 SO2
D
32
Casas, prédios e demais edifícios
A chuva ácida também ajuda a corroer materiais utilizados nas construções, danificando estruturas, como as barra-
gens, as turbinas de geração de energia, etc.
Desflorestamento
A chuva ácida provoca clareiras ao matar árvores a cada ocorrência delas. Imagine uma floresta progressivamente
dizimada ou mesmo destruída pelas ocorrências de chuvas ácidas.
Agricultura
A chuva ácida afeta as plantações, assim como as florestas; no entanto, essa destruição é mais rápida, uma vez que
as plantas são mais uniformes e são igualmente atingidas pelas chuvas ácidas.
No século XVIII, a revolução industrial inglesa associou-se diretamente ao aumento do uso de combustíveis fósseis,
como carvão, gás natural e derivados de petróleo – gasolina, óleo diesel, óleos combustíveis, entre outros. A queima
desses combustíveis significa a emissão de gases do efeito estufa para a atmosfera. Da mesma forma, o desmatamento
ocorrido com a expansão agrícola em todo o mundo também tem como consequência a transferência de carbono,
da forma sólida para a forma gasosa, pela queima da biomassa representada pela vegetação.
33
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 10
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e/ou destino dos poluentes ou prevendo
efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
É de enorme importância reduzir o uso de combustíveis fósseis, pois seus produtos apresentam malefícios para
o meio ambiente, como efeito estufa, chuva ácida, etc.
MODELO 1
(Enem) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a
atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos entre esses reser-
vatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renováveis, por exemplo, o petróleo,
são limitados, sendo de grande relevância que se perceba a importância da substituição de combustíveis fósseis
por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca:
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra;
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores;
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal;
d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera;
e) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.
ANÁLISE EXPOSITIVA
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca aumento na quantidade de
carbono presente na atmosfera.
RESPOSTA Alternativa D
34
DIAGRAMA DE IDEIAS
PROBLEMAS AMBIENTAIS
POLUIÇÃO DA ATMOSFERA
BURACO NA
EFEITO ESTUFA CHUVA ÁCIDA
CAMADA DE OZÔNIO
CAUSADO CAUSADA CAUSADO
POR POR POR
35
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Polímeros são cobrados de modo a identificar as Os conceitos mais importantes estão relacio-
diferenças de tipos de polímero com base em sua nados aos conceitos de acidez e basicidade
estrutura. Os conceitos de acidez e basicidade e suas teorias, visto que eles são importantes
e suas teorias são importantes para determinar para questões mais complexas que podem
diferentes tipos de propriedades dos compostos. aparecer na segunda fase.
Em polímeros, é necessário compreender as Os conceitos que relacionam acidez Os assuntos relacionados com a produção
diferentes propriedades com base na estrutura. e basicidade são importantes, pois de polímeros são cobrados relacionados aos
Para acidez e basicidade é importante entender conseguem explicar algumas peculiaridades conceitos de Química ambiental. É importante
os diversos tipos de propriedades, principalmente relacionadas a alguns tipos de propriedades, também identificar as diferentes propriedades
aqueles relacionados aos compostos orgânicos. principalmente de compostos orgânicos. de cada polímero, frente às suas diferentes
estruturas.
Os tópicos que abordam os conceitos de Os tópicos que abordam os polímeros são Os conceitos que abordam as teorias É importante que os conceitos e teorias de
acidez e basicidade e suas teorias são cobra- cobrados de maneira bem sucinta. Assim, é de ácido e base são importantes para ácido e base sejam bem compreendidos, visto
dos de maneiras bem diretas, tornando-se importante identificar suas propriedades com entender diferentes propriedades, que são necessários para que se entendam
importante entender e saber identificar essas base nas diferentes estruturas. principalmente de compostos orgânicos. diferentes propriedades, principalmente de
diferenças. compostos orgânicos.
UFMG
É necessário entender as diferentes proprieda- Os conceitos relacionados com os polímeros Os temas principais são aqueles relacionados
des dos polímeros causadas pelos diferentes são cobrados de maneira bem direta. É com os conceitos e teorias de ácido e base.
tipos de estrutura, além dos conceitos e teo- importante identificar e entender as diferentes É importante entender as diferenças, assim
rias de ácido e base, já que com eles pode-se propriedades que estão diretamente relaciona- como são consideradas para determinado tipo
compreender melhor algumas propriedades das com as diferentes estruturas. de composto.
de compostos orgânicos.
Os assuntos que abordam os conceitos e teorias Para os conceitos que envolvem polímeros, Os assuntos que envolvem toda a parte de
de ácido e base são importantes, visto que eles é importante identificar as suas diferentes conceitos e teorias de ácidos e bases são co-
contribuem para compreender diversos tipos propriedades com base nas distintas brados, de maneira a entender as diferenças
de propriedades de compostos, principalmente estruturas. de cada um, assim como em qual situação
os orgânicos. devem ser aplicados.
QUÍMICA ORGÂNICA E
CONCEITOS MODERNOS
DE ÁCIDOS E BASES
37
Essas moléculas são formadas por repetição de unidades
AULAS 45 e 46 menores, os monômeros, que, por reações de polimeriza-
ção, ligam-se covalentemente uns aos outros, formando
os polímeros. Essas reações podem ser esquematizadas de
forma bem simplificada:
monômeros polímero
A +A +A +A + → [ -A -A -A -A - ]
POLÍMEROS DE ADIÇÃO n · A → (A)n
O número de unidades de monômeros repetidas na cadeia
de uma macromolécula é chamado grau de polimerização.
As macromoléculas dos polímeros apresentam massa mo-
lecular que vai de 1.000 u a 1.500 u e podem atingir, nos
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 altos-polímeros, valores da ordem de 106 u.
Celulose, amido e glicogênio são exemplos de polímeros
12, 17, 18, 24, 25, 26
HABILIDADES: formados pelo monômero glicose (C6H12O6), representados
e 27
pela fórmula (C6H10O5)n. A massa molecular da celulose varia
de 250.000 u a 1.000.000 u, e suas cadeias poliméricas são
formadas a partir de cerca de 1.500 unidades de glicose.
38
Os polímeros do etileno (eteno) chamam-se polietilenos.
Os de massa molecular relativamente baixa são ótimos
óleos lubrificantes. Os com massa molecular média asse- P,t
melham-se às ceras. Os de cadeia maior são duros e resis- catalisador
Se empregados catalisadores especiais, consegue-se a poli- O poli-isopreno formado tem exatamente a mesma estru-
merização em uma pressão próxima à atmosférica. tura da borracha natural. Evidentemente, nas árvores que
produzem a borracha, as reações são muito mais comple-
O polietileno é insolúvel, isolante elétrico e inatacável por
xas do que nessa equação.
ácido ou base. É usado no recobrimento de cabos para ve-
las de ignição, em fios telefônicos, na fabricação de tubos No entanto, os químicos conseguiram realizar essa reação
plásticos, recipientes domésticos, etc. demonstrada e uma série de reações análogas, como estas:
P,t
b. Teflon (politetrafluoretileno)
n CH2 = CH – CH = CH2 catalisador (– CH2 – CH = CH – CH2 –)n
A polimerização do monômero tetrafluoretileno (CF2 = CF2, buta-1,3-dieno
P,t
polibutadieno
tetrafluoreteno) sob 50 atmosferas de pressão e em presen- n CH2 = C – CH = CH2 catalisador (– CH2 – C = CH – CH2 –)n
ça de catalisadores à base de peróxido, resulta em um polí- | |
mero conhecido como teflon (massa molecular de 500.000
Cℓ Cℓ
a 2.000.000 u). cloropreno policloropreno
P,T
n (CF2 = CF2) catalisador (— CF2 — CF2 —)n Esses polímeros são denominados polímeros diênicos
porque seus monômeros têm a estrutura de um dieno
tetrafluoretileno politetrafluoretileno
conjugado (CH2 = CH – CH = CH2). Todos eles têm pro-
O teflon caracteriza-se por sua extrema inércia química, o priedades elásticas semelhantes às da borracha natural,
que o torna resistente ao ataque de todos os materiais rea- razão pela qual são denominados borrachas sintéticas
tivos, com exceção dos materiais alcalinos fundidos. A super- ou elastômeros.
fície é extremamente lisa e é resistente a altas temperaturas f. Polimetacrilato de metila (plexiglás ou lucite)
sem fundir. Graças a essas qualidades, o teflon é usado como
É o vidro plástico comum, usado em óculos, anúncios lumi-
revestimento antiaderente de panelas, frigideiras, etc.
nosos, globos para lâmpadas, domos de iluminação, etc. É
c. PVC produzido pela reação:
O cloreto de vinila (CH2 = CHCℓ, cloro-eteno), é um gás
que polimeriza rapidamente em presença de peróxido e CH3 CH3
resulta em uma resina (polímero) chamada cloreto de po- | P,t |
livinila (PVC). n CH2 = C catalisador
(– CH2 – C –)n
| |
n (CH2 = CHCℓ) catalisador (– CH2 – CH Cℓ –)n COOCH 3
COOCH 3
cloreto de vinila (cloro-eteno) cloreto de polivinila meta-acrilato de metila polimetacrilato de metila
39
VIVENCIANDO
3. Copolímeros
São polímeros formados por mais de um tipo de monôme-
ro, cuja estrutura é variada.
a. Buna–S
É obtido pela copolimerização do 1,3-butadieno com o
vinil-benzeno, usando como catalisador o sódio metálico.
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube
Polimerização
40
Uma vez que é muito resistente ao atrito, esse polímero é usado nas bandas de rodagem dos pneus.
b. Buna–N
É obtido pela copolimerização do 1,3-butadieno (buta-1,3-dieno) com o propeno-nitrilo, na qual o catalisador é o sódio
metálico.
Os polímeros são uma parte importante da nossa vida, aparecendo em muitos processos biológicos dos seres vivos.
Por exemplo, nas células animais há o amido, que funciona como reserva energética; nessa macromolécula, consti-
tuída de 250 a 300 resíduos de d-glicopiranose, as suas ligações são feitas por pontes glicosídicas α-1,4, as quais
conferem à molécula uma estrutura helicoidal, formando um grande polímero no nosso organismo. Também há a ce-
lulose, que é um polímero de cadeia longa composto de um só monômero (glicose), classificado como polissacarídeo
ou carboidrato. É um dos principais constituintes das paredes celulares das plantas, em combinação com a lignina,
com a hemicelulose e a pectina, e não é digerível pelo homem, constituindo uma fibra dietética. Alguns animais,
particularmente os ruminantes, podem digerir celulose com a ajuda de micro-organismos simbióticos.
Aplicação do conteúdo
1. Complete as seguintes reações de polimerização por
adição:
c)
a)
d)
b)
41
Resolução: d) Correta, o polímero do cloreto de vinila é clore-
a) to de polivinila (PVC) e a sua fórmula molecular é
(– CHCℓ – CH2–)n.
e) Incorreta, a fórmula molecular do poliestireno é
(– CH(C6H5) – CH2–)n
Alternativa E
b)
3. (UFMG) Considere estas fórmulas de dois polímeros:
c)
d)
Os monômeros correspondentes aos polímeros I e II são,
respectivamente:
a) propano e cloroetano;
b) propano e cloroeteno;
c) propeno e cloroetano;
2. Os polímeros sintéticos estão presentes em nossa so- d) propeno e cloroeteno.
ciedade de forma bastante intensa. Atualmente, os po-
límeros de adição dominam a economia das indústrias Resolução:
químicas. Cinco deles, cujos monômeros estão listados
na tabela abaixo, estão envolvidos em mais da metade Fazendo a reação inversa para obter o monômero, temos:
da produção mundial de plásticos. I.
Monômeros
Nome Fórmula
Eteno H2C = CH2
Cloreto de vinila H2C = CHCℓ
II.
Estireno HC(C6H5) = CH2
Acrilonitrila CH2 = CH(CN)
Tetrafluoreteno F2C = CF2
42
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 27
Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos
ou benefícios.
Uma das principais preocupações é o uso sustentável de nossos recursos e a economia no uso de materiais
descartáveis, como plástico, papel, etc. Para isso, são necessárias novas formas de produção de polímeros que
sejam tão resistentes quanto os plásticos já inventados, mas que apresentem um tempo de degradação menor.
MODELO 1
(Enem) Com o objetivo de substituir as sacolas de polietileno, alguns supermercados têm utilizado um novo tipo
de plástico ecológico, que apresenta em sua composição amido de milho e uma resina polimérica termoplásti-
ca, obtida a partir de uma fonte petroquímica.
ERENO, D. “Plásticos de vegetais”. Pesquisa Fapesp, n. 179, jan. 2011 (adaptado).
ANÁLISE EXPOSITIVA
Nesses plásticos, a fragmentação da resina polimérica é facilitada porque os carboidratos presentes são digeridos
por organismos decompositores, ou seja, o polímero é biodegradável.
RESPOSTA Alternativa D
43
DIAGRAMA DE IDEIAS
POLÍMERO ÉO
PRODUTO
DA
CUJO REAGENTE
PODE SER É CHAMADO DE PODE SER
MONÔMERO POLIMERIZAÇÃO
SOFRE POLIMERIZAÇÃO
VINÍLICO (C = C)
POR ADIÇÃO
POR EXEMPLO
H2C = CH2 F2C = CF2 H2C = CH - C6H5 H2C = CCℓH H2C = CH - CH3
H2C = C - CH = CH2 Cℓ
POLI-ISOPRENO
POLIBUTADIENO NEOPRENO
(BORRACHA NATURAL)
44
2. Náilon (poliamida)
AULAS 47 e 48 Esse polímero é obtido da condensação do ácido adípico
HOOC – (CH2)4 – COOH (hexanodioico) e da hexameti-
lenodiamina H2N – (CH2)6 – NH2 (1,6-hexanodiamina).
Foi a primeira fibra têxtil sintética produzida. Trata-se de
um polímero que queima com dificuldade e é bastante re-
sistente aos agentes químicos, à água quente e aos óleos.
POLÍMEROS DE
Por estiramento, os fios de náilon adquirem grande re-
CONDENSAÇÃO sistência à tração. Dos fios desse polímero fabricam-se o
velcro e os tecidos usados em meias femininas, roupas
íntimas, maiôs, biquínis, bermudas, shorts e outras roupas
esportivas. Além de fios, o náilon e as demais poliamidas
também podem ser moldados sob outras formas para a
COMPETÊNCIAS: 3, 5 e 7 confecção de parafusos, engrenagens, pulseiras para
relógios, etc.
HABILIDADES:
12, 17, 18, 24, 25, 26
e 27 O náilon também é muito utilizado para suturas em ferimen-
tos, uma vez que é um material inerte ao organismo e não
provoca reação inflamatória como outros fios de sutura.
1. Polímeros de condensação
Em geral, os polímeros de condensação são formados da
reação entre dois monômeros diferentes, com a eliminação
de moléculas pequenas, como a água. Nesse tipo de poli-
náilon 66
merização, os monômeros não precisam apresentar duplas
ligações entre carbonos, mas é necessária a existência de 3. Baquelite (polifenol)
duas unidades de grupos funcionais. É preparada por condensação de aldeído fórmico (meta-
Observe a condensação da glicose com produção de amido: nal) com fenol comum (hidroxibenzeno). É bastante usada
Clorofila como isolante na fabricação de materiais elétricos (pinos,
n (C6H12O6) (C6H10O5)n + n H2O tomadas, plugues, etc.).
Luz
4. Silicones
etilenoglicol (etanodiol) ácido tereftálico São polímeros com silício, obtidos a partir da condensação
(ácido 1,4-benzoldicarboxílico) do dimetilsiloxana.
45
São usados em lubrificação de moldes, borrachas, lamina- Quando aquecida com enxofre, essa massa viscosa produz
dos, resinas, agentes antiespumantes, cirurgias plásticas. a borracha vulcanizada, material bastante elástico que não
sofre alteração significativa com pequenas variações de
temperatura e é bastante resistente ao atrito.
Esta estrutura corresponde a um fragmento da cadeia da
borracha vulcanizada utilizada na fabricação de pneus:
multimídia: vídeo
Fonte: Youtube Vulcanização
Produzindo Plástico
Cadeia polimérica
de borracha
46
2.3. Proteínas ou polipeptídeos
As proteínas são polímeros formados a partir condensação
de –aminoácidos presentes em todas as células vivas. Al-
gumas proteínas fazem parte da estrutura dos organismos,
como fibras musculares, cabelo e pele; outras funcionam
como catalisadores nas reações orgânicas; nesse caso, são
denominadas enzimas.
Existem também proteínas que atuam como reguladores
do metabolismo (os hormônios) e as que fazem parte do
sistema imunológico.
Os –aminoácidos podem ser representados genericamente por:
VIVENCIANDO
O PET também é conhecido por outros nomes, como drácon, terilene ou tergal. Esse polímero de condensação é um poliéster,
sendo que sua reação de formação ocorre entre o álcool etilenodiol (etileno-glicol) e o ácido tereftálico (ácido p-benzenodioico):
H2O
n água
Polietilenotereflato
Esse polímero é usado principalmente em garrafas plásticas, mas ele também é utilizado na fabricação de tecidos,
cordas, filmes fotográficos, fitas de áudio e vídeo, guarda-chuvas, gabinetes de fornos e em embalagens.
47
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Proteínas são macromoléculas biológicas formadas por uma ou mais cadeias de aminoácidos. As proteínas estão
presentes em todos os seres vivos e participam de praticamente todos os processos celulares, desempenhando um
amplo conjunto de funções no organismo, como a replicação de DNA, a resposta a estímulos e o transporte de molé-
culas. Muitas proteínas são enzimas que catalisam reações bioquímicas vitais para o metabolismo. As proteínas têm
também funções estruturais ou mecânicas, como é o caso da actina e da miosina, nos músculos, e das proteínas no
citoesqueleto, que formam um sistema de andaimes que mantém a forma celular. Outras proteínas são importantes
na sinalização celular, na resposta imunitária e no ciclo celular. As proteínas diferem entre si fundamentalmente na
sua sequência de aminoácidos, que é determinada pela sua sequência genética e que, em geral, provoca o seu eno-
velamento numa estrutura tridimensional específica que determina a sua atividade.
Uma proteína contém pelo menos uma cadeia polimérica linear derivada da condensação de aminoácidos, chama-
da de polipeptídeo. Os resíduos individuais de aminoácidos estão unidos entre si por meio de ligações peptídicas.
A sequência dos resíduos de aminoácidos em cada proteína é definida pela sequência de um gene, a qual está
codificada no código genético. Durante ou após o processo de síntese, os resíduos de uma proteína são, muitas
vezes, alterados quimicamente por meio de modificação pós-traducional, a qual modifica as propriedades físicas e
químicas das proteínas, o seu enovelamento, a estabilidade, a atividade e, por fim, a sua função. Em alguns casos, as
proteínas apresentam anexados grupos não peptídicos, os quais são denominados cofatores ou grupos prostéticos.
As proteínas podem também trabalhar em conjunto para desempenhar determinada função, agrupando-se em com-
plexos proteicos. As proteínas podem ser purificadas a partir de outros componentes celulares recorrendo a diversas
técnicas, como a precipitação, ultracentrifugação, eletroforese e cromatografia. Entre os métodos usados para estudar
a estrutura e as funções das proteínas estão a imuno-histoquímica, a mutagênese sítio-dirigida, a ressonância mag-
nética nuclear e a espectrometria de massa.
48
Trata-se de uma reação de condensação. Resolução:
b)
a) Náilon - amida
Dexon = éster
b)
amida
O Náilon é uma poliamida
éster
2. (Vunesp) Estão representados a seguir fragmentos O Dexon é um poliéster
dos polímeros Náilon e Dexon, ambos usados como fios
de suturas cirúrgicas.
Náilon
álcool ácido carboxílico
Dexon
49
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 27
Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos
ou benefícios.
Atualmente, uma das principais preocupações é o uso sustentável dos recursos naturais e a economia no uso
de materiais descartáveis, como plástico, papel, etc. Para isso, são necessárias novas formas de produção de
polímeros que sejam tão resistentes quanto os plásticos já inventados, mas que apresentem um tempo de
degradação menor.
MODELO 1
(Enem) O uso de embalagens plásticas descartáveis vem crescendo em todo o mundo, juntamente com o
problema ambiental gerado por seu descarte inapropriado. O politereftalato de etileno (PET), cuja estrutura é
mostrada, tem sido muito utilizado na indústria de refrigerantes e pode ser reciclado e reutilizado. Uma das op-
ções possíveis envolve a produção de matérias-primas, como o etilenoglicol (1,2-etanodiol), a partir de objetos
compostos de PET pós-consumo.
Com base nas informações do texto, uma alternativa para a obtenção de etilenoglicol a partir do PET é a:
a) solubilização dos objetos; d) hidrólise dos objetos;
b) combustão dos objetos; e) fusão dos objetos.
c) trituração dos objetos;
ANÁLISE EXPOSITIVA
A reação de hidrólise do PET produz o etilenoglicol:
RESPOSTA Alternativa D
50
DIAGRAMA DE IDEIAS
POLÍMERO
ÉO
PRODUTO DA
CUJO REAGENTE
É CHAMADO DE
MONÔMERO POLIMERIZAÇÃO
POLIMERIZAÇÃO
MAIS DE UM TIPO
POR CONDENSAÇÃO
É CHAMADO DE FORMA
POLÍMERO DE
COPOLÍMERO
CONDENSAÇÃO
POR EXEMPLO
51
O efeito indutivo pode ser transmitido pela cadeia car-
AULAS 49 e 50 bônica e diminui à medida que a distância aumenta.
Em geral, o efeito indutivo torna-se fraco a partir do
segundo carbono.
Grupos eletroatraentes produzem efeito indutivo negativo.
1. O caráter ácido-base Radicais alquila: R3C– > R2HC– > RH2C– > H3C– > H ,
De acordo com as definições mais clássicas de ácidos e ba- do qual R = radical saturado.
ses (Brönsted-Lowry), a força de um ácido está associada à
sua tendência de doar prótons (H+), e a força de uma base CH3
associa-se à sua tendência de receber prótons. Nesse senti- |
do, um ácido será mais forte quanto mais fraca for a ligação CH3 – C – > CH3 – CH – > CH3 – CH2 – > CH3 – > H –
entre o próton (H+) e a molécula do ácido. Uma base, por sua | | etil metil
vez, será mais forte quanto maior for a densidade eletrônica CH3 CH3
terc-butil isopropil
em torno do átomo que recebe o próton (H+).
Por exemplo, existem substituintes (átomos ou grupos
atômicos) que, quando presentes na estrutura de um ácido Quanto maior o número de carbonos e hidrogênios
carboxílico, tornam a ligação (O – H) mais fraca, aumen- em ligações simples, mais eletrorrepelente será o ra-
tando o caráter ácido da molécula. Outros substituintes dical. Em consequência, maior será o efeito indutivo
elevam a densidade eletrônica em torno do átomo de ni- positivo produzido.
trogênio nas aminas, aumentando o caráter básico delas.
52
As constantes de ionização Ka revelam que a substituição CH3–COOH > CH3–CH2–COOH > CH3–CH2–CH2–COOH
de um H por um –Cl aumenta a força ácida (o Ka aumen- etanoico propanoico butanoico
tou), ao passo que a substituição por um –CH3 diminui a 2. quanto maior o número de grupos eletroatraentes,
força ácida (o Ka diminuiu). em compostos com o mesmo número de carbonos,
Pelo fato de o –Cl ser um elemento muito eletronegativo, maior a acidez:
ele atrai a nuvem eletrônica da molécula em sua direção,
enfraquecendo a ligação O–H, que se quebra mais facil- Cl Cl
mente, liberando o H+. Por esse motivo, o cloro torna o áci- | |
do mais forte. Essa acidez do cloro é denominada efeito Cl – CH2 – COOH < Cl – CH – COOH < Cl – C – COOH
indutivo eletroatraente. |
Se o H for substituído pelo –CH3, ocorrerá o inverso: a ten- Cl
dência para atrair elétrons do grupo CH3 é menor do que a cloro-etanoico dicloro-etanoico tricloro-etanoico
do H; o CH3 fortalece a ligação O–H e torna mais difícil a saí- 3. se o grupo eletroatraente estiver em carbono (carbono
da do H+. Em razão disso, o –CH3 faz o ácido ficar mais fraco. adjacente ao grupo –COOH), a acidez deverá aumentar muito:
Trata-se do denominado efeito indutivo eletrodoador.
CH2 – CH2 – COOH < CH3 – CH – COOH
| |
Cl Cl
3-cloro-propanoico 2-cloro-propanoico
(-cloro-propanoico) (-cloro-propanoico)
3. Acidez e basicidade em
compostos orgânicos
3.1. Acidez de ácidos carboxílicos, multimídia: vídeo
fenóis e álcoois Fonte: Youtube
O ácido carboxílico, o fenol e o álcool são compostos orgâ- ÁCIDOS ORGÂNICOS
nicos com caráter ácido:
A acidez é diretamente proporcional ao efeito indutivo.
3.3. Fenol
Ordem decrescente de força ácida:
O fenol, também denominado ácido fênico, é considera-
ácido carboxílico > fenol > H2O > álcool
velmente ácido em razão do radical arila (aromático), que
Em geral, os ácidos orgânicos são mais fracos do que os é eletroatraente.
ácidos inorgânicos.
ou C6H5 – O–
3.2. Ácidos carboxílicos
ânion fenóxi
Devido à presença do radical acila (R – COO–), os ácidos
carboxílicos são as substâncias mais ácidas. O ácido pícrico (2,4,6 – trinitro – fenol) é um ácido forte.
53
3.4. Álcool CH3 – NH – CH3 > CH3 – NH2 >
(CH3)3N > NH3 > C6H5 – NH2
Em geral, os álcoois são compostos de pouquíssima acidez, que,
por sua vez, diminui à medida que aumenta a cadeia carbônica. Em geral, o aumento da cadeia carbônica provoca o au-
Isso ocorre devido ao efeito eletrorrepelente dos radicais alquila: mento da alcalinidade, uma vez que radicais alquila (–R)
são eletrorrepelentes.
CH3 – OH > CH3 – CH2 – OH
CH3 – CH2 – NH2 > CH3 – NH2
Síntese da força ácida dos compostos orgânicos.
A presença de ligações próximas ao nitrogênio diminui a
Ordem decrescente de força ácida basicidade, uma vez que aumenta a acidez.
Ar – COOH > C6H5OH > R – COOH > H2O > R – OH CH3 – CH2 – NH2 > CH2 = CH – NH2
fenol ácido
ácido água álcool
Nota:
carboxílico carboxílico
aromático a. Em geral, as bases inorgânicas são mais fortes do que as
bases orgânicas.
Em que R = radical alquila e Ar = radical arila (aromático). b. As amidas têm caráter anfótero e são bases muito fracas.
Nota:
a. Ácidos carboxílicos e fenóis reagem com NaOH, mas
álcoois não reagem.
5. Resumo dos fatores
b. Ácidos carboxílicos reagem com NaHCO3, liberando CO2 que influenciam o
(efervescência), mas fenóis e álcoois não reagem.
caráter ácido-base
Acidez Basicidade
4. Basicidade das aminas
Aumento do tamanho
A basicidade (alcalinidade) de uma amina é diretamente da cadeia carbônica
diminui muito aumenta muito
proporcional ao efeito +I .
As aminas são as substâncias orgânicas com maior caráter Presença de radicais
aumenta muito diminui muito
básico (bases de Lewis). eletronegativos
VIVENCIANDO
Por que a picada de uma formiga pode causar dor e ardência? Para responder a essa pergunta é preciso recorrer
a uma explicação química. A formiga produz em seu organismo o ácido fórmico, oficialmente conhecido como
ácido metanoico. O ácido fórmico pode ser tóxico ao homem e ao meio ambiente e exige manipulação cuidadosa.
Em contato com o ser humano, esse ácido pode ser absorvido pelas vias oral, dérmica e inalatória, apresentando
potencial para irritação local e, possivelmente, o desenvolvimento de sintomas desagradáveis. No meio ambiente,
o ácido fórmico ocorre naturalmente como produto de biotransformação de reações metabólicas nos organismos
vivos. O ácido é facilmente biodegradável, tanto na água quanto no solo. Ele é nocivo para organismos aquáticos,
54
como peixes e plânctons. Esse efeito prejudicial se deve principalmente ao fato de o ácido fórmico alterar o pH
do meio.
O ácido fórmico pode ser irritante e corrosivo para a pele e as mucosas, dependendo de sua concentração. Depois da expo-
sição dérmica, pode ocorrer acidose metabólica. Sintomas após a ingestão aguda (50 g ou mais) podem incluir salivação,
vômito com sangue, sensação de dormência na boca, diarreia e dores severas. Também podem ocorrer colapso circulatório,
depressão do sistema nervoso central e morte. A exposição constante (ocupacional) pode causar albuminúria e hematúria.
O ácido fórmico apresenta-se mutagênico para Escherichia coli e células germinativas de Drosophila, mas não apre-
senta evidências de causar alterações no DNA de Bacillus subtilis em concentrações acima de 0,46%.
O vinagre é um dos produtos mais consumidos ao redor do mundo. Sua composição é basicamente ácido acético, um
ácido orgânico fraco. Na Bíblia, há referências ao vinagre. A passagem mais conhecida talvez seja a da crucificação,
em que os romanos oferecem para Jesus uma esponja embebida em vinagre.
Para Hipócrates, na Grécia Antiga, a substância continha propriedades medicinais. Era conhecida como porca, uma
mistura de galinha e vinagre. Entretanto, apesar de ser conhecido desde os tempos remotos, a indicação técnica é
propriedade de Geber, alquimista árabe, que o destilou. Prega-se uma fermentação por leveduras para a produção
do álcool. A concentração alcoólica é ajustada entre 10% e 13%, sendo, então, exposta às bactérias do ácido acético
(é um processo aeróbio), que vai oxidar a solução alcoólica até que se produza o vinagre na concentração desejada.
A fermentação, em que se deseja um aroma bom, é obtida pela ação de cultura pura de Saccharomyces cerevisi-
ae, ou S. cerevisiae da variedade ellipsoideus. Para fermentação acética, são empregados organismos mistos do
gênero Acetobacter.
Com o aumento da produção de bebidas em embalagens plásticas, as bactérias acéticas não fermentativas tor-
naram-se mais importantes. Diversas razões contribuíram para esse fato, como a resistência de Gluconobacter a
sanitizantes (empregados na indústria engarrafadora de bebidas), sua habilidade de crescer na presença de ácido
ascórbico e benzoico e os altos níveis que caracterizam as bebidas em recipientes plásticos.
55
c) Correta, fenol possui valor de Ka mais baixo do que Atribua corretamente os dados experimentais apresenta-
o 2-nitrofenol. dos aos seguintes compostos:
d) Correta, o ácido acético é o ácido mais forte da
tabela, pois possui maior valor de Ka. 2-nitroanilina, 2-metilanilina, 2-bromoanilina, metilamina
e) Correta, o etanol é o ácido mais fraco da tabela, e dietilamina. Justifique a sua resposta.
pois possui menor valor de Ka.
Resolução:
Alternativa A
A e B são aminas alifáticas, pois possuem as maiores cons-
2. (UFSCar) O caráter ácido dos compostos orgânicos
tantes de basicidade.
difere bastante um dos outros. Uma comparação da
acidez pode ser feita por meio das estruturas e das C, D e E são aminas aromáticas, pois possuem as menores
constantes de ionização, Ka. Os valores das constantes constantes de basicidade.
ao redor de 10–42, 10–18 e 10–10 podem ser atribuídos,
respectivamente, a: A presença de radicais eletrorrepelentes aumenta a basici-
a) fenóis, álcoois e alcanos; dade de um composto, ou seja, o caráter básico:
b) fenóis, alcanos e álcoois; H3C – NH2 < H3C – H2C – NH – CH2 – CH3
c) álcoois, fenóis e alcanos;
(B) (A)
d) alcanos, fenóis e álcoois;
e) alcanos, álcoois e fenóis. A presença de radicais eletroatraentes diminuem a basici-
dade de um composto, ou seja, o caráter básico:
Resolução:
56
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA ORGÂNICA
PERTENCE À
CLASSE FUNCIONAL
CARACTERIZADA POR
GRUPO FUNCIONAL
CARACTERÍSTICA CARACTERÍSTICA
ÁCIDA BÁSICA
É O CASO DE
É O CASO DE
ÁCIDO
FENOL AMINA
CARBOXÍLICO
EM ÁGUA SOFREM EM ÁGUA
É RECEPTOR
IONIZAÇÃO
DE ÍONS H+
QUE PRODUZ
H+ OU H3O+ TORNANDO O
MEIO COM
TORNANDO O MEIO COM
pH < 7
pH > 7
57
AULAS 51 e 52 2. Teoria ácido-base de
Brönsted-Lowry
De forma independente, Johannes Nicolaus Brönsted
(1879-1947) e o inglês Thomas Martin Lowry (1874-1936)
propuseram no mesmo ano a teoria ácido-base conhecida
CONCEITOS MODERNOS como Teoria Brönsted-Lowry, que diz o seguinte:
DE ÁCIDOS E BASES Ácido é a espécie química que doa prótons (H+). Base
é a espécie química receptora de prótons.
À luz de seus experimentos com condutividade elétrica em HCℓ + H2O H3O+ + Cℓ–
meio aquoso, o químico, físico e matemático sueco Svante
August Arrhenius (1859-1927) propôs, em 1884, estas de- A reação no sentido direto (→) mostra que:
finições de ácidos e bases:
HCℓ doa H+ (próton) a H2O ⇒ HCℓ é o ácido.
H2O recebe H+ (próton) do HCℓ ⇒ H2O é a base.
Ácidos são compostos que em solução aquosa ioni-
A reação no sentido inverso (←)
zam, produzindo como íon positivo apenas o cátion
hidrogênio (H+) ou, mais corretamente, o íon H3O+, H3O+ doa H+ (próton) ao Cℓ– ⇒ H3O+ é o ácido.
denominado íon hidrônio ou hidroxônio.
Cℓ– recebe H+ (próton) do H3O+ ⇒ Cℓ– é a base.
Portanto:
Portanto, o que existe genericamente são:
HCℓ + H2O H3O+ + Cℓ–
H+ + H2O → H3O+ ácido base ácido base
NaOH → Na+ + OH– Ácidos e bases conjugados são os que diferem entre
si por um H+.
Ca(OH)2 → Ca2+ + 2 OH–
58
3. Teoria ácido-base de Lewis CH3OH não é base de Arrhenius, uma vez que não libera OH−.
CH3OH é base de Brönsted, uma vez que recebe H+.
Em 1923, Lewis propôs um novo conceito de ácido-ba-
se, mais amplo que o de Brönsted-Lowry e o de Arrhe- CH3OH é base de Lewis, uma vez que fornece par de
nius, uma vez que compreendeu pares de elétrons da elétrons para o H+.
base e do ácido.
3.
Base de Lewis: espécie química que fornece pares de
elétrons (agente nucleófilo) para um ácido.
Ácido de Lewis: espécie química que recebe pares de
elétrons (agente eletrófilo) provenientes de uma base.
ácido de lewis
base de Lewis
A + :B → A:B
ácido base complexo coordenado Nesse exemplo, os conceitos de Arrhenius e Brönsted não
podem ser aplicados.
Quadro resumo
Arrhenius Brönsted Lewis
recebe par
Ácido libera H+
doa H+
de elétrons
doa par de
Base libera OH– recebe H+
elétrons
Zn2+ + 4 :NH3 → [Zn(NH3)4]2+
ácido base
Mg + 6 :OH2 → [Mg(H2O)6]2+
4. Forças de ácidos e
2+
ácido base
HCℓ não é ácido de Arrhenius, uma vez que o meio não é H+ H+
aquoso.
HCℓ + H2O H3O+ + CN– K > 1
HCℓ é ácido de Brönsted, uma vez que doa H+.
H+ é ácido de Lewis, uma vez que recebe o par de elétrons
do oxigênio do álcool. pares conjugados ácido-base
59
2. K < 1, a transferência de H+ é mais intensa entre o ácido2 H+ H+
e a base1 do que entre o ácido1 e a base2; logo, o ácido2 é
mais forte que o ácido1 e a base1 é mais forte que a base2. HCOOH + CN– HCN + HCOO–
ácido1 + base2 ácido2 + base1 K < 1 K = 2 ·10–4 K = 6 · 10–10
mais fraco mais fraca mais forte mais forte ácido mais forte ácido mais fraco
VIVENCIANDO
É possível encontrar a ligação covalente com facilidade em nosso dia a dia. Substâncias de uso muito comum têm
em sua estrutura átomos com esse caráter de ligação, como a água, o gás oxigênio, a solução de vinagre, o álcool
etílico, o açúcar e o grafite.
Contudo, também podemos abordar substâncias que não estão tão evidentes em nosso cotidiano, mas que estão
ligadas diretamente à nossa vida.
O gás ozônio (O3) é o principal gás situado na atmosfera, responsável pela proteção do planeta Terra contra os raios
ultravioletas (UV) emitidos pelo Sol. Sem essa camada de gás existente na atmosfera, a vida na Terra não seria possível.
Bem como o elemento carbono (C), que pode ser encontrado na forma de diamante, passado por processos de
formação diferentes do carbono encontrado no grafite, sendo essa a diferença primordial entre essas substâncias
constituídas por átomos do mesmo elemento químico.
Ácidos sempre foram substâncias primordiais para o desenvolvimento e manutenção da civilização. Desde as primei-
ras civilizações, suas propriedades são conhecidas e utilizadas de forma proveitosa. Do latim, ácido vem de acidum,
que significava azedo, ou seja, uma referência direta ao sentido do paladar para dar um significado à palavra.
60
Ácidos podem ser encontrados em muitos segmentos da indústria e em nossa vida; vide a tabela abaixo:
61
De acordo com a teoria de Brönsted-Lowry, pode se afirmar que:
a) HCℓ, NH3 e H2O são ácidos.
b) NH3, Cℓ−, NH4+, H2O e HCℓ são ácidos.
c) H3O+, H2O, HCℓ e NH3 são ácidos.
d) NH3, Cℓ− e OH− são bases.
e) H3O+, OH−, Cℓ− e são bases.
Resolução:
Temos que:
HCℓ + H2O → H3O+ + Cℓ-
Ácido de Brönsted Base de Brönsted Ácido conjugado Base conjugada
NH3 + H2O → NH - + OH-
4
Base de Brönsted Ácido de Brönsted Ácido conjugado Base conjugada
NH3 + HCℓ → NH4- + Cℓ-
Base de Brönsted Ácido de Brönsted Ácido conjugado Base conjugada
Alternativa D
62
DIAGRAMA DE IDEIAS
SUBSTÂNCIA
PODE SER
INORGÂNICA
COMO
DIVIDIDOS ÁCIDOS
EM DIFERENTES
DEFINIÇÕES, COMO
ARRHENIUS LEWIS
ÁCIDO
BASE ÁCIDO BASE DOA PAR
RECEBE PAR
PRODUZ OH- PRODUZ H+ DE ELÉTRONS
DE ELÉTRONS
BRÖNSTED-LOWRY
63
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Os conceitos mais abordados são pH e pOH, Temos como assuntos principais pH e pOH,
visto que são importantes para entender diversas visto que são necessários para interpretar
propriedades das substâncias descritas. Torna-se diversos dados fornecidos nos enunciados.
importante também entender como seu cálculo É importante que os conceitos relacionados
é realizado, assim como a relação que existe com os equilíbrios estejam fixados para
entre eles. melhor compreensão da parte
de produto de solu-
bilidade.
Temos os temas pH e pOH cobrados de maneira Os temas mais cobrados envolvem pH e Os principais conteúdos cobrados são pH e
que se deve interpretar e organizar todos os pOH, pois podem aparecer na forma de dado pOH, pois servem para melhor compreensão
dados fornecidos. É importante também entender fornecido, assim como o assunto central da de diversos dados que são fornecidos em
como esses valores são calculados e o que o questão. diferentes tipos de questão.
resultado significa.
O assunto principal está relacionado com pH Para melhor entendimento dos dados Como imprescindível temos pH e pOH, Os assuntos mais importantes são pH e
e pOH, de maneira que é necessário entender fornecidos em diversas questões, é importante sendo importante entender como são pOH, visto que são importantes para ajudar
como seu cálculo é feito e como um se rela- entender o significado e como são calculados calculados e como é a relação entre eles. na interpretação de diversas informações
ciona com o outro, assim como interpretar e os valores de pH e pOH. É interessante compreender e interpretar fornecidas em diversas questões. Porém, é
organizar todos os dados que são fornecidos os dados que são fornecidos, para uma importante entender como esses valores são
no enunciado. melhor organização da calculados, assim como a relação
resolução. entre eles.
UFMG
Os conceitos que abordam pH e pOH são Os assuntos principais são pH e pOH, Os conteúdos relacionados com pH e pOH
importantes, pois são necessários para melhor necessários para interpretação de diversos são os mais importantes, pois ajudam na
interpretar dados fornecidos. É importante dados fornecidos nas questões. É importante melhor compreensão e interpretação de
compreender todo o propósito relacionado entender como esses valores são calculados, diversas questões. É necessário entender como
com equilíbrio para assimilar o conteúdo de assim como suas variações afetam o sistema. estão relacionados, assim como devem ser
produto de solubilidade. calculados.
As questões que abordam os conceitos de pH e Os temas pH e pOH são cobrados de Os assuntos mais recorrentes são pH e pOH,
pOH cobram como esses valores são calculados, maneira que é importante entender como tornando-se importante compreender como
assim como devem ser interpretados quando as informações estão relacionadas com esses valores são calculados, assim como
aparecem na forma de dados. É importante as propriedades das substâncias. É neces- estão relacionados.
que os conceitos de equilíbrio estejam fixados sário entender como esses valores são
para compreender produto de calculados e como devem ser
solubilidade. interpretados.
EQUILÍBRIOS QUÍMICOS
[H+] = [OH–]
AULAS 45 e 46 a 25°C, Kw = 1,0 · 10–14 ä [H+] = [OH–] = 1,0 ·10–7 mol/L
2. Solução ácida
Ao adicionar um ácido em água, haverá aumento da con-
centração hidrogeniônica; portanto, a concentração hidro-
geniônica será maior que a hidroxiliônica:
HABILIDADES:
7, 17, 18, 21, 24, 25, 26 Ao adicionar uma base em água, haverá aumento da con-
e 27 centração hidroxiliônica; portanto, a concentração hidroge-
niônica será menor que a hidroxiliônica.
66
3. Solução básica
a 25°C, [H+] < 10–7 ⇒ pH > 7
[OH–] > 10–7 ä pOH < 7
OH– 10–14 10–13 10–12 10–11 10–10 10–9 10–8 10–7 10–6 10–5 10–4 10–3 10–2 10–1 1
soluções neutras
Quanto menor é o pH de uma solução, mais ácida ela é. A da solução. Uma ou duas gotas delas são suficientes para
acidez crescente é representada pelos valores de pH < 7. que haja mudança de coloração.
Quanto maior é o pH de uma solução, mais básica ela é. A
Os indicadores mais comuns são:
basicidade crescente é representada pelos valores de pH > 7.
A título de curiosidade, observe alguns valores de pH de Faixa de
soluções líquidas a 25 °C em ordem de acidez crescente: viragem Cor em pH Cor em pH
Indicador
de cor inferiores superiores
Soda cáustica 1 M 14,0 (pH)
Água de lavanderia
12,0
(solução de NaCO) fenolftaleína 8–9 incolor vermelho
Sangue 7,4
Refrigerante 5,0
vermelho de
Suco de tomate 3,5 – 5,0
clorofenol
4,8 – 6,4 amarelo vermelho
Cerveja 4,5
Em laboratório, é possível observar o clássico papel tornas-
Suco de laranja 4,0 sol em tiras. É um método muito prático para determinar
Vinho 3,0 – 4,0 unicamente se a solução é ácida ou básica. Sua faixa de
viragem, no entanto, é mal definida, em torno de 7:
Vinagre 3,0
67
pH = 9 ä pOH = 5 ä [H–] = 10–5 mol/L na solução
inicial.
O novo pH é:
Aplicação do conteúdo
pH = 14 – 5,3 = 8,7
1. Qual é o pH e o pOH de uma solução, cuja concen-
tração de íons H+ é 10–3 mol/L? A solução é ácida, básica 4. Dissolveram-se 3,65 g de HC e 6,0 g de NaOH em
ou neutra? água suficiente para 1 L de solução. Calcule o pH da
solução resultante a 25 °C.
Resolução:
A 25°C, [H+] · [OH–] = 10–14, obtém-se: Resolução:
[H+] = 10–3 é [OH–] = 10–11 mol/L MHC = 36,5 g/mol; MNaOH = 40 g/mol
Como KOH é uma base forte, considera-se a = 100 %. Deixe claro os cálculos efetuados, bem como eventuais
Como se trata de uma base, opta-se por [OH–]: hipóteses simplificadoras.
68
Resolução: [H+] ∙ [Ac–]
Kc = ________
[HAc]
Sendo – log [H+] = pH, [H+] = 10-4 mol/L no equilíbrio para
Substituindo os valores, temos:
pH = 4. Como a proporção de H+ e Ac–1 é igual, a [Ac–]
10 ∙ 10 10
–4 –4 –8
é igual a [H+] = 10-4 mol/L no equilíbrio. Sabendo disso, 1,8 ∙ 10–5 =________ 1,8 ∙ 10-5 = ___
[HAc] [HAc]
montaremos a tabela abaixo: 10–8
[HAc] = _______
1,8 ∙ 10–5
HAc H+ Ac–
[HAc] = 5,6 ∙ 10–4 mol · L–1
Equilíbrio n 10–4 10–4
Já que o volume é de 1 litro, o número de mol de ácido
acético que deve ser adicionado será de 5,6 ∙ 10–4 mol.
Montando a equação da constante de ionização da água,
temos:
VIVENCIANDO
Praticamente todas as substâncias do nosso cotidiano apresentam, muitas vezes, um pH básico ou ácido. A seguir,
estão listados alguns produtos encontrados corriqueiramente e seu pH correspondente:
14,0 12,0 8,0 7,7 7,4 7,0 a 7,2 6,5 a 7,5 6,3 a 6,6
O pH é uma medida do grau de acidez ou alcalinidade da água, sendo 7 o pH neutro. Valores acima de 7 (até 14)
indicam o aumento do grau de alcalinidade e, abaixo de 7 (até 0), o aumento do grau de acidez do meio.
Algumas substâncias têm seus efeitos tóxicos atenuados ou magnificados em pH extremos, como aquelas presentes
em despejos de produtos químicos.
Com a diminuição do pH da água (por exemplo, por meio do despejo de ácidos), os peixes apresentarão uma maior
frequência respiratória, passando a abocanhar o ar na superfície; em pH extremamente baixo, têm morte imediata.
Com o aumento do pH (por exemplo, pelo despejo de soda), há formação de óxido de cálcio, que provoca corrosão do epitélio
branquial e das nadadeiras, levando os peixes à morte. A amônia, por exemplo, quando presente no meio em pH acima de 9
e altas temperaturas, tende a ser altamente tóxica. Já alguns metais em pH menor que 4 apresentam uma maior toxicidade.
69
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo
em vista a defesa do consumidor, a saúde do trabalhador ou a qualidade de vida.
O uso de substâncias ácidas usadas como conservantes é muito grande. Por conta disso, é de extrema importância
testes com indicadores ácido-base para a identificação de um produto com uma acidez muito alta, para assim
evitar danos irreparáveis.
MODELO 1
(Enem) O pH informa a acidez ou a basicidade de uma solução. A escala a seguir apresenta a natureza e o pH
de algumas soluções e da água pura, a 25 ºC.
Uma solução desconhecida estava sendo testada no laboratório por um grupo de alunos. Esses alunos decidi-
ram que deveriam medir o pH dessa solução como um dos parâmetros escolhidos na identificação da solução.
Os resultados obtidos estão na tabela a seguir.
Aluno Valor de pH
Carlos 4,5
Gustavo 5,5
Simone 5,0
Valéria 6,0
Paulo 4,5
Wagner 5,0
Renata 5,0
Rodrigo 5,5
Augusta 5,0
Eliane 5,5
Da solução testada pelos alunos, o professor retirou 100 mL e adicionou água até completar 200 mL de
solução diluída. O próximo grupo de alunos a medir o pH deverá encontrar para o mesmo:
a) valores inferiores a 1,0; d) valores entre 5 e 3;
b) os mesmos valores; e) sempre o valor 7.
c) valores entre 5 e 7;
70
ANÁLISE EXPOSITIVA
De acordo com a tabela, o pH da solução é inferior a 7, varia entre 4,5 e 6,0 (solução ácida).
O professor fez uma diluição da solução ao retirar 100 mL e adicionar água até completar 200 mL.
Com a adição de água, a concentração de cátions H+ diminui e, consequentemente, o pH aumenta, nesse
caso ficando acima de 5 (pH = –log[H+]).
Devido à existência de ácido na solução, o pH não poderá ficar acima de 7 (água pura).
RESPOSTA Alternativa C
DIAGRAMA DE IDEIAS
AO SOFRER
AUTOIONIZAÇÃO
FORMA
H2O H+ + OH-
UMA SOLUÇÃO
PODE SER
pH < 7 pH = 7 pH > 7
POTENCIAL POTENCIAL
HIDROGENIÔNICO (pH) HIDROXILIÔNICO (pOH)
71
C. NaCℓ é um sal de ácido forte e base forte. Ocorre
AULAS 47 e 48 um “empate” entre caráter ácido e caráter básico, e
a solução de NaCℓ é neutra.
D. NH4CN é um sal de ácido fraco e base fraca.
Nesse caso, para decidir se o meio é ácido ou básico
deve-se consultar Ka e Kb:
HIDRÓLISE SALINA Como Kb > Ka, isso significa que a base é mais forte (me-
nos fraca) que o ácido, e a solução do sal será básica.
Caso Ka > Kb a solução seria ácida. E se Ka e Kb fossem
iguais, a solução seria neutra.
COMPETÊNCIAS: 5, 6 e 7
Assim, os 4 casos possíveis são:
HABILIDADES:
17, 18, 21, 24, 25, 26
e 27
Resumindo:
Sal de ácido forte e de base fraca ⇒ solução ácida
Sal de ácido fraco e de base forte ⇒ solução básica
Sal de ácido forte e de base forte ⇒ solução neutra
Sal de ácido fraco e de base fraca:
1. Hidrólise salina se Ka > Kb solução ácida
É denominada hidrólise salina a reação entre um sal e a se Ka < Kb solução básica
água que produz o ácido e a base correspondentes. Portan- se Ka = Kb solução neutra
to, a hidrólise do sal é a reação inversa da neutralização.
hidrólise salina
sal + água ácido + base 1.2. O conceito de hidrólise salina
neutralização ou salificação
Por que razão aparece H+? Quando a solução salina é ácida
ou de OH– é básica?
Voltando aos exemplos:
1.1. Previsão do caráter ácido-básico a) sal de ácido forte e base fraca:
de uma solução de sal
NH4Br + H2O HBr + NH4OH
O pensamento de que a solução aquosa de um sal é neutra
iônico molecular forte fraca
é muito frequente. Entretanto, isso nem sempre é verda-
Logo:
deiro, como indicam três dos quatro experimentos A, B, C e
NH4+ Br– + H2O H+ + Br- + NH4OH
D mostrados a seguir:
Em resumo:
A. NaCN(aq) (solução básica)
NH4+ + H2O H+ + NH4OH
B. NH4Cℓ(aq) (solução ácida)
íons livres responsáveis pelo
C. NaCℓ(aq) (solução neutra) caráter ácido da solução
D. NH4CN(aq) (solução básica) Observe: O que sofre a hidrólise não é o sal, mas o íon
Observe um modo de prever se a solução de um sal é neu- NH4+ (da base fraca), que libera íons H+, os quais conferem
tra, ácida ou básica. à solução caráter ácido com pH menor que 7.
b) sal de ácido fraco e base forte:
Perceba que os sais escolhidos como exemplos são deriva-
dos dos ácidos HCℓ (ácido forte) e HCN (ácido fraco) e das NaCN + H2O HCN + NaOH
bases NaOH (base forte) e NH4OH (base fraca): iônico molecular fraco forte
(quase não ioniza) (portanto dissocia muito)
A. NaCN é um sal de ácido fraco e de base forte. Há pre-
domínio do caráter básico e a solução de NaCN é básica. Assim:
B. NH4Cℓ é um sal de ácido forte e base fraca. Há pre-
domínio do caráter ácido e a solução de NH4C é ácida. Na+ + CN– + H2O HCN + Na+ + OH–
72
Em resumo:
Uma vez que tanto o ácido como a base são fracos, vai A esse produto denomina-se constante de hidrólise, que
ocorrer a hidrólise do sal e não apenas de um dos íons – representa-se por Kh.
como nos dois casos anteriores. Portanto:
[H+][NH4OH]
Conclusão: O que sofre hidrólise são os íons correspon- Kh =__________
[NH4+]
dentes ao ácido e/ou à base fracas.
Retomando o segundo caso:
Nesse caso, o meio pode ficar ácido, básico ou neutro.
CN– + H2O HCN + OH–
O meio será ligeiramente ácido se a ionização do ácido
for maior que a da base (Ka > Kb), ligeiramente básico se a Por raciocínio análogo, nessa equação tem-se:
ionização do ácido for menor que a da base (Ka < Kb) ou [HCN][OH–]
Kh =_________
neutro se forem iguais (Ka = Kb). [CN–]
73
Para o terceiro caso, tem-se: 2.1. Solução tampão
NH4+ + CN– + H2O HCN + NH4OH Trata-se de soluções que mantêm o pH aproximadamente
[HCN][NH OH] constante, mesmo que elas venham a receber ácidos ou
Kh =___________
+ 4–
bases fortes. As soluções tampão são geralmente forma-
[NH4 ][CN ]
das por um ácido fraco e um sal desse ácido ou por uma
Observe que a constante de hidrólise é escrita regularmen- base fraca e um sal dessa base. As soluções tampão são
te e não aparece na fórmula o valor de [H2O], que já está usadas sempre que um químico necessita de um meio com
incluído no Kh. pH aproximadamente constante. Elas são preparadas com
a dissolução dos solutos em água.
Essas relações entre a constante de hidrólise e as constan-
tes do ácido e/ou da base fracos podem ser demonstradas
matematicamente.
2.1.1. Solução de ácido acético (H3CCOOH)
e acetato de sódio (H3CCOONa):
Para um sal de ácido forte e base fraca:
k H3CCOONa Na+ + H3CCOO–
Kh = __
w
Kb
H3CCOOH H+ + H3CCOO–
Para um sal de ácido fraco e base forte:
k Observe que a solução terá muitos íons Na+ + H3CCOO– e
Kh = __
w muitas moléculas H3CCOOH não ionizadas.
Ka
O pH dessa solução não varia, pois a base adicionada rea-
Para um sal de ácido e base fracos:
ge com o CH3COOH formando CH3COO–.
kw
Kh = _____
O ácido adicionado, por sua vez, reage com o CH3COO–
Ka ⋅ Kb formando CH3COOH.
Observe que nas três últimas fórmulas sempre há: Exemplos de outros sistemas tamponantes:
§ no numerador: Kw, que é o produto iônico da água
(Kw = 10–14); e NH4OH / NH4Cℓ; H2CO3 / NaHCO3;
VIVENCIANDO
Um sistema-tampão é formado por um ácido fraco e o seu sal. Em condições normais, o ácido fraco e o sal do siste-
ma-tampão existem em uma relação constante que o organismo tende a preservar. Se ácido clorídrico for gotejado
continuamente em água durante um intervalo de 90 minutos, será possível verificar que o pH da água passará de 7
para 1,84. Já se for administrada proporcionalmente a mesma quantidade de ácido clorídrico a um cão no mesmo
período de tempo, será possível verificar que o pH do sangue do animal passará de 7,44 para 7,14. A diferença
de comportamento diante da mistura com o ácido clorídrico reflete a atuação dos sistemas-tampão do plasma do
animal, que impedem a variação mais acentuada do pH. O sistema-tampão do bicarbonato e ácido carbônico cor-
responde a cerca de 64% do total de tampões. Esse sistema é essencial à regulação do equilíbrio ácido-base, pois o
metabolismo celular gera muito ácido como produto final sob a forma de ácido carbônico.
74
3. Mediu-se o pH de soluções aquosas de NaCℓ,
Aplicação do conteúdo C6H5COONa (benzoato de sódio) e NH4Cℓ.
1. Para se obter uma solução aquosa de pH maior que 7,
Os resultados obtidos indicaram que a solução NaCℓ é
deve-se dissolver em água pura:
neutra, a de C6H5COONa é básica e a de NH4Cℓ é ácida.
a) bicarbonato de sódio; a) Explique por que as soluções apresentam essas
b) ácido bromídrico; características.
c) brometo de sódio; b) Escreva a equação química correspondente à dis-
d) álcool metílico; solução de cada substância em água dos casos em
e) brometo de amônio. que ocorre hidrólise. Escreva a expressão da constan-
te de equilíbrio em cada um desses casos.
Resolução:
a) NaHCO3 ⇒ sal de ácido fraco e base forte ⇒ meio Resolução:
básico, pH > 7.
a) NaCℓ – sal de ácido e base forte não sofre hidró-
b) HBr H+ + Br– meio ácido, pH < 7. lise, pH = 7.
c) NaBr ⇒ sal de ácido forte e base forte não hidro-
C6H5COONa – sal de ácido fraco e base forte, pH > 7.
lisa, pH = 7.
d) H3C – OH ⇒ meio neutro, pH = 7. NH4Cℓ – sal de ácido forte e base fraca, pH < 7.
e) NH4Br ⇒ sal de ácido forte e base fraca meio áci-
b) C6H5COO– + H2O C6H5COOH + OH–
do, pH < 7.
Alternativa A [C6H5COOH][OH–]
Kh = _____________
[C6H5COO–]
2. As propriedades de um indicador ácido-base estão
esquematizadas na equação e na figura a seguir: NH4+ + H2O NH4OH + H+
75
Resolução: Substituindo os valores dos pKa e pH, tem-se:
Pela mesma ideia do pH, pKa = - log Ka; então, segue que: [HPO 2-4]
6,86 = 7,0 – log______
[H2PO 4 -]
H3PO4 H+ + H2PO4- Ka1 = 10–2,14 [HPO 2-4] [HPO 2-4]
–0,14 = -log ______
⇒ 0,14 = log ______
H2PO 4- H+ + HPO42- Ka2 = 10–6,86 H2PO 4 -] [H2PO 4 -]
[HPO 2-4]
–log(Ka) = – log [H+] ∙ ______
[H2PO 4 -]
( )
[HPO 2-4]
–log(Ka) = –log[H+] + – log ______
[H PO 4 -] 2
[HPO 2-4]
pKa = pH – log ______
[H PO 4 -]
2
Um dos sistemas-tampão mais importantes é o do sangue, que permite a manutenção das trocas gasosas e das
proteínas (ver desnaturação). O pH do sangue é de 7,4, e o principal sistema-tampão é um equilíbrio entre o ácido
carbônico e o íon a ele associado, o bicarbonato. Esse sistema evita variações de 0,3 unidades de pH, as quais po-
deriam trazer graves consequências ao ser humano. Os tampões, denominação traduzida do original inglês buffer
(amortecedor), são as substâncias que limitam as variações do pH do sangue e demais líquidos orgânicos ao se
combinarem com os ácidos ou as bases que alcançam aqueles líquidos. As substâncias que constituem os tampões
agem aos pares ou, menos comumente, em grupos, constituindo um sistema protetor.
76
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
É necessário o uso de uma linguagem universal para nomear os compostos químicos existentes. Esses compos-
tos podem ser de natureza ácida, básica ou neutra. Para isso, é importante conhecer suas diferentes formas de
interação enquanto soluções aquosas.
MODELO 1
(Enem) Visando minimizar impactos ambientais, a legislação brasileira determina que resíduos químicos lan-
çados diretamente no corpo receptor tenham pH entre 5,0 e 9,0. Um resíduo líquido aquoso gerado em um
processo industrial tem concentração de íons hidroxila igual a 1,0 · 10-10 mol/L. Para atender a legislação, um
químico separou as seguintes substâncias, disponibilizadas no almoxarifado da empresa: CH3COOH, Na2SO4,
CH3OH, K2CO3 e NH4Cl.
Para que o resíduo possa ser lançado diretamente no corpo receptor, qual substância poderia ser empregada
no ajuste do pH?
a) CH3COOH
b) Na2SO4
c) CH3OH
d) K2CO3
e) NH4Cl
ANÁLISE EXPOSITIVA
Para um resíduo líquido aquoso gerado em um processo industrial com concentração de íons hidroxila igual a
1,0 · 10-10 mol/L, tem-se:
[OH-] = 10-10 mol/L
pOH = -log 10-10 = 10
pH = 14 – 10 = 4
pH = 4 (meio ácido)
Fazendo a hidrólise dos compostos fornecidos nas alternativas, têm-se:
diminuirá.
77
CH3OH
Não sofre hidrólise. Meio neutro.
O pH do meio não sofrerá alteração.
O pH do meio diminuirá.
RESPOSTA Alternativa D
78
DIAGRAMA DE IDEIAS
SAIS
PODEM SER
PH = 7
PH < 7 PH > 7
EXEMPLO
EXEMPLO NaCℓ + H2O → EXEMPLO
Na+ + OH- + H+ + Cℓ-
NH4Br + H2O OU NaCN + H2O
NH4OH + H+ + Br – Na+ + OH– + HCN
NH4S + H2O
NH4OH + H2S
PARA CALCULAR pH PARA CALCULAR pH
PARA CALCULAR pH
Kh = 10
____ 10-14
Kh = ______ Kh = 10
____
-14 -14
Kb Ka · Kb Ka
79
aplicá-la a cada uma das fases (porções homogêneas) que
AULAS 49 e 50 constituem um sistema heterogêneo.
Em geral, a fase que melhor se presta à aplicação da Lei da
Ação das Massas é a fase gasosa, pois ela reúne o maior
número de substâncias – gases e vapores dos sólidos e
dos líquidos existentes no equilíbrio, casos em que é mais
frequente o uso de KP do que o de Kc.
EQUILÍBRIOS Por exemplo: a dissociação (decomposição) térmica do car-
HETEROGÊNEOS bonato de cálcio num recipiente fechado:
CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
80
Assim:
[CO]2
2 C(s) + O2(g) 2 CO(g) ⇒ Kc = ____
[O2]
3. Relação entre KP e KC
KP = KC . (RT)Dn
Para que ela possa ser aplicada a equilíbrios heterogêneos,
é necessário considerar apenas os gases no cálculo de
multimídia: vídeo
Dn, uma vez que apenas eles participam de KP. Fonte: Youtube
1.000 2.942
Na equação dada, observa-se que, partindo de 2 mols de
NaHCO3(s) puro, chega-se a 1 mol de CO2(g) e 1 mol de H2O(g).
O aumento de temperatura desloca o equilíbrio para a di-
Em consequência, as pressões parciais desses dois gases, reita, sentido que faz aumentar a quantidade de CO2, ou
no equilíbrio, serão iguais (x atmosferas). Substituídos os seja, sentido endotérmico.
valores na expressão KP = p(CO2) ⋅ p(H2O), obtém-se:
2. Influência da pressão total sobre o sistema
0,36 = x ⋅ x
⇒ x2 = 0,36 Considerando que a influência da pressão sobre os sólidos
____
⇒x=√ e os líquidos é desprezível, pode-se concluir que, ao aplicar
0,36
o princípio de Le Chatelier a um sistema heterogêneo,
⇒ x =0,60 atm
deve-se considerar apenas a presença das substâncias ga-
Alternativa C sosas, empregando o que foi estudado anteriormente.
81
Exemplo:
O aumento de pressão desloca o equilíbrio CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
no sentido de menor volume (menor número CaCO3 e CaO são sólidos, a pressão pouco influi;
de mols). CO2 é gasoso, a pressão influi no volume.
A diminuição de pressão desloca o equilíbrio Na reação, um aumento de pressão desloca o equilíbrio para
no sentido de maior volume (maior número a esquerda, favorecendo a reação inversa, que é o sentido de
de mols). menor volume. Assim, forma-se maior quantidade de CaCO3,
que, sendo sólido, escapa do aumento de pressão.
VIVENCIANDO
A perda de biodiversidade de ecossistemas marinhos causa diversas consequências, uma delas é a erosão de plata-
formas continentais, que não apresentarão mais corais, que ajudam a fixar os sedimentos. Estima-se que até 2100,
cerca de 70 % dos corais de águas frias estarão expostos a águas corrosivas.
Por outro lado, outras pesquisas apontam para a direção oposta, afirmando que alguns microrganismos se beneficiam
com esse processo. Isso ocorre porque a acidificação dos oceanos pode ser positiva para alguns microrganismos ma-
rinhos. A diminuição do pH altera a solubilidade de alguns metais, como o ferro III, que é um micronutriente essencial
para o plâncton, tornando-o, assim, mais disponível, favorecendo um aumento da produção primária, que acarreta em
uma maior transferência de CO2 para os oceanos. Além disso, o fitoplâncton produz um componente denominado di-
metilssulfeto, que, ao ser lançado para a atmosfera, contribui para a formação de nuvens, que refletem os raios solares,
controlando o aquecimento global. Esse efeito é positivo até que sejam reduzidas as absorções de CO2 pelo oceano,
devido à saturação desse gás nas águas, situação sob a qual o fitoplâncton, pela menor oferta de ferro III, produzirá
menos dimetilssulfeto.
3.2. Influência da adição ou retirada Nesse caso, a adição ou a retirada (não total) – seja de
CaCO3, seja de CaO – não deslocam o equilíbrio. No en-
de um participante do equilíbrio tanto, a adição ou a retirada de CO2 afetam o equilíbrio:
A adição ou retirada de um participante sólido ou líquido
§ adição de CO2: o equilíbrio desloca-se para a esquerda;
não afeta o equilíbrio (desde que, evidentemente, esse
participante continue existindo no sistema). Apenas a § retirada de CO2: o equilíbrio desloca-se para a direita.
adição ou a retirada de um participante gasoso é que Outro exemplo:
desloca o equilíbrio.
FeO(s) + CO(g) Fe(s) + CO2(g)
Nesse caso, o deslocamento obedece aos mesmos critérios
Nesse caso, a adição ou a retirada (não total) de FeO ou Fe
que foram vistos para o equilíbrio homogêneo.
não deslocam o equilíbrio; apenas as variações nas quanti-
dades de CO e CO2 afetam-no:
A adição de uma substância desloca o equilíbrio no § adição de CO: o equilíbrio desloca-se para a direita;
sentido que irá consumi-la. § retirada de CO: o equilíbrio desloca-se para a esquerda;
A retirada de uma substância desloca o equilíbrio § adição de CO2: o equilíbrio desloca-se para a esquerda;
no sentido que irá refazê-la. § retirada de CO2: o equilíbrio desloca-se para a direita.
Essas conclusões podem também ser obtidas da análise da
fórmula de Kp:
Exemplo: p(CO2)
Kp = _____
CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g) P(CO)
82
Quando adicionado CO, sua pressão parcial (p(CO)) au- e a formação do CaO, cal virgem, muito usada em constru-
menta. Para manter KP constante, deve-se aumentar ções, na agricultura e na indústria.
p(CO2), o que significa deslocar o equilíbrio para a direita.
De acordo com o princípio de Le Chatelier, a produção da
A partir de raciocínio análogo é possível interpretar: cal virgem pode ser aumentada pelo calor e pela rápida
retirada de CO2 que se forma durante o aquecimento.
§ retirada de CO;
A segunda reação (FeO + CO Fe + CO2) é uma das re-
§ adição de CO2; ações mais importantes que ocorrem no interior de um al-
to-forno siderúrgico que produz ferro-gusa, matéria-prima
§ retirada de CO2.
da produção de aço. Também de acordo com o princípio de
Sob o ponto de vista industrial, as reações do primeiro e do Le Chatelier, a produção de ferro pode ser ampliada se for
segundo exemplos são bastante relevantes. aumentada a concentração de CO no forno. Entretanto, a
De fato, a primeira (CaCO3 CaO + CO2) representa a pressão total não influi nesse equilíbrio.
decomposição do calcário (CaCO3, abundante na natureza)
Por menor que seja uma mudança, ela pode alterar drasticamente o meio ambiente. As mudanças de temperatura, do
clima, do nível de chuva ou até do número de animais podem causar o total desequilíbrio ambiental. O mesmo pode
ser dito sobre a alteração do pH (índice que indica o nível de alcalinidade, neutralidade ou acidez de uma solução
aquosa) dos oceanos.
Estudos preliminares apontam que a acidificação dos oceanos afeta diretamente organismos calcificadores, como
alguns tipos de mariscos, algas, corais, plânctons e moluscos, dificultando sua capacidade de formar conchas, levando
ao seu desaparecimento. Em quantidades normais de absorção de CO2 pelo oceano, as reações químicas favorecem
a utilização do carbono na formação de carbonato de cálcio (CaCO3), utilizado por diversos organismos marinhos na
calcificação. O aumento intenso das concentrações de CO2 na atmosfera e consequente diminuição de pH das águas
oceânicas acaba por alterar o sentido dessas reações, fazendo com que o carbonato dos ambientes marinhos se ligue
com os íons H+, ficando menos disponível para a formação do carbonato de cálcio, essencial para o desenvolvimento
de organismos calcificadores.
A diminuição das taxas de calcificação afeta, por exemplo, o estágio de vida inicial desses organismos, bem como
sua fisiologia, reprodução, distribuição geográfica, morfologia, crescimento, desenvolvimento e tempo de vida. Além
disso, afeta também a tolerância a mudanças na temperatura das águas oceânicas, tornando-os mais sensíveis, in-
terferindo na distribuição de espécies mais sensíveis. Ambientes que naturalmente apresentam altas concentrações
de CO2, como regiões vulcânicas hidrotermais, são demonstrações dos ecossistemas marinhos futuros, apresentando
baixa biodiversidade e elevado número de espécies invasoras.
83
ÁREAS DO CONHECIMENTO DO ENEM
HABILIDADE 24
Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações
químicas.
É fundamental o uso de uma linguagem universal para nomear os compostos químicos existentes. Para isso, é
importante conhecer suas diferentes formas de interação enquanto soluções aquosas.
MODELO 1
(Enem) Os refrigerantes têm-se tornado cada vez mais o alvo de políticas públicas de saúde. Os de cola apre-
sentam ácido fosfórico, substância prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que é o principal componente da
matriz dos dentes. A cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio do processo de desmineralização dentária,
perda de minerais em razão da acidez. Sabe-se que o principal componente do esmalte do dente é um sal
denominado hidroxiapatita. O refrigerante, pela presença da sacarose, faz decrescer o pH do biofilme (placa
bacteriana), provocando a desmineralização do esmalte dentário. Os mecanismos de defesa salivar levam de 20
a 30 minutos para normalizar o nível do pH, remineralizando o dente. A equação química seguinte representa
esse processo:
Considerando que uma pessoa consuma refrigerantes diariamente, poderá ocorrer um processo de desminera-
lização dentária, devido ao aumento da concentração de:
a) OH-, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a direita;
b) H+, que reage com as hidroxilas OH-, deslocando o equilíbrio para a direita;
c) OH-, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a esquerda;
d) H+, que reage com as hidroxilas OH-, deslocando o equilíbrio para a esquerda;
e) Ca2+, que reage com as hidroxilas OH-, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
ANÁLISE EXPOSITIVA
Considerando que uma pessoa consuma refrigerante diariamente, poderá ocorrer um processo de des-
mineralização dentária, devido ao aumento da concentração de H+, que reage com as hidroxilas OH-,
deslocando o equilíbrio para a direita.
vmineração = K[Ca2+]5 [PO4-3]3 [OH-]
Como H(aq)
+
+ OH(aq)
-
→ H2O(l), os íons OH- são consumidos e a velocidade de mineralização diminui, ou seja, o
equilíbrio desloca-se para a direita.
RESPOSTA Alternativa B
84
DIAGRAMA DE IDEIAS
É UM
EQUILÍBRIO QUÍMICO EQUILÍBRIO DINÂMICO
TEM
SE RELACIONAM
PELA EXPRESSÃO
KC = KP · (R · T)∆n
85
1. escreva a equação de equilíbrio devidamente balan-
AULAS 51 e 52 ceada; e
2. escreva a expressão da constante de equilíbrio sem con-
siderar o sólido precipitado.
Observe estes exemplos:
Expressão do
EQUILÍBRIOS Equilíbrio produto de
solubilidade
HETEROGÊNEOS: PRODUTO
BaSO4(s) Ba2+ KPS = [Ba2+] [SO2– ]
DE SOLUBILIDADE (aq)
+ SO42(aq)
-
4
solubilidade (KPS)
Como todo o equilíbrio, esse também deve obedecer à lei: É a quantidade da substância que se dis-
[A3+]2 ⋅ [B2–]3 solve para formar uma solução saturada.
Ki = __________
Corresponde à concentração de uma É a constante de equilíbrio
[A2B3] solução saturada. do processo sólido iônico
Ki ⋅ [A2B3] = [A3+]2 ⋅ [B2–]3 íons dissolvidos
Pode ser expressa em gramas de soluto /
Como a concentração de um sólido tem valor constante, o 100g de H2O ou g/L ou em mol/L.
produto Ki.[A2B3] da fórmula mencionada também é cons- A solubilidade (S) e o produto de solubili-
tante e é chamado de produto de solubilidade. dade (KPS) variam com a temperatura.
KPS = [A3+]2.[B2-]3
Para um equilíbrio genérico, em 1,0 L:
Portanto, o produto de solubilidade (KPS ou Ps) é o produ-
to das concentrações molares dos íons existentes em (C+)x (A–)y x⋅C+ + y⋅A–
uma solução saturada, da qual cada concentração é eleva- S mol x⋅S mol y⋅S mol
da a um expoente igual ao respectivo coeficiente do íon na
A expressão de Kps, é dada por:
correspondente equação de dissociação.
Kps = [C+]x ⋅ [A–]y
1.1. Como achar a expressão de Kps? Uma vez que:
Nas considerações que faremos sobre o produto de so- [C+] = x ⋅ S mol/L e [A–] = y ⋅ S mol/L
lubilidade (Kps), é fundamental que seja analisada a ex-
Logo:
pressão matemática correta, facilmente obtida mediante
estes passos: KPS = [x ⋅ S]x ⋅ [y ⋅ S]y
86
A expressão do KPS é utilizada apenas para soluções sa-
turadas de eletrólitos considerados insolúveis, porque a
concentração de íons em solução é pequena, o que resulta
soluções diluídas.
O KPS é uma grandeza que só depende da temperatura.
Quanto mais solúvel o eletrólito, maior a concentração de
multimídia: vídeo íons em solução e, consequentemente, maior o valor de KPS.
Quanto menos solúvel o eletrólito, menor o valor de KPS, des-
Fonte: Youtube
de que as substâncias comparadas apresentem a mesma
Como fazer cristais com vinagre
proporção entre íons.
(experiência de química fácil)
Exemplo:
Exemplo: BaCO3(s) Ba2+(aq) + CO23 –(aq) Kps = 2 · 10–9
Cloreto de prata sólido, AgCℓ adicionado em água pura a CaCO3(s) Ca2+(aq) + CO32–(aq) Kps = 5 · 10–9
25 ºC. Como apresenta a mesma proporção em íons (1:1), o CaCO3
O sistema é deixado em repouso por alguns dias para que é mais solúvel que o BaCO3 porque tem valor maior de KPS.
se tenha certeza de que foi alcançado o equilíbrio entre o Se as substâncias comparadas tiverem proporção em íons
sólido e os íons Ag+ e Cℓ– em solução. diferentes, a mais solúvel será a que apresenta maior solu-
Uma análise mostra que a concentração de Ag+ é de bilidade. Por exemplo:
1,34 · 10–5 mol/L. Ag2CrO4(s) 2 Ag+(aq) + CrO42–(aq)
Qual é o Kps do cloreto de prata? Solubilidade: x 2x x
Dados: Kps,AgCrO4 = 4 · 10-12
Portanto:
Kps = [Ag+]2 ⋅ [CrO2–
4
]
4 · 10–12 = (2 x)2 ⋅ x
⇒ 4 ⋅ 10–12 = 4 x3
⇒ x3 = 10–12
A concentração de íons prata corresponde à concentração
existente na solução saturada, ou seja, corresponde à con- ⇒ x = 10–4 mol/L (solubilidade do Ag2CrO4)
centração de íons que existe no equilíbrio de solubilidade. Logo, em 1 L de solução é possível dissolver até 10–4 mol
Observe: de Ag2CrO4.
BaSO4(s) Ba2+
(aq)
+ SO42–(aq) KPS = 1 x 10–10
AgCℓ(s) Ag+
(aq)
+ Cℓ (aq)
–
[Ag+] = [Cℓ–] porque a proporção dos coeficientes é 1 : 1. Logo, em 1 L de solução é possível dissolver até 10–5 mol
de BaSO4.
Portanto, a expressão de Kps é:
Conclusão: Ag2CrO4 é mais solúvel que BaSO4.
KPS = [Ag+] ⋅ [Cℓ–]
Substituídos na expressão os valores apresentados na ta-
bela, obtém-se:
2. Previsão de precipitação
Se 2 eletrólitos diferentes forem misturados em solução,
KPS = [1,34 · 10–5] ⋅ [1,34 · 10–5]
é possível saber quando o precipitado vai começar a se
⇒ KPS = 1,8 · 10–10 formar, a partir de dois íons desses eletrólitos.
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Exemplo: Resolução:
Foram misturados volumes iguais de Pb(NO3)2 0,2 mol/L e CaF2 (s) Ca2+(aq) + 2 F–(aq)
KI 0,2 mol/L. S mol/L S 2S
Dado: KPS do PbI2 = 1,4 · 10–8 De acordo com o enunciado, S = 2,0 ⋅ 10–4 mol/L.
Solução: concentração de cada íon em solução: Substituído esse valor na expressão de KPS:
S S S
Na solução saturada, [ Ba2+ ] · [ SO2–4] = S · S.
O produto de solubilidade é dado por:
KS = [ Ba2+ ] · [ SO42– ] = S . S = S2
⇒ S = d KXXS = d 1,0 ⋅ 10 –10
XXXXXXXXX = 1,0 · 10–5 mol/L
multimídia: site
Observe: Também é possível saber qual é a solubilidade
em gramas por litro. Como a massa de BaSO4 vale 233
https://portal.ufpa.br/quimicanalitica/pdesolubilidade.htm g/mol, obtém-se:
S = 1,0 · 10–5 mol/L = 1,0 · 10–5 (233) g/L = 2,33 · 10–3 g/L
Esse cálculo corresponde a esta proporcionalidade:
Aplicação do conteúdo 1 mol de BaSO4––––––233 g
1. A solubilidade do CaF2 é igual a 2,0 ⋅ 10–4 mol/L. 1,0 · 10–5 mol de BaSO4––––––x
Qual é o valor da KPS? ⇒ x = 1,0 · 10–5 ⋅ (233) = 233 · 10–5 g = 2,33 · 10–3 g
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VIVENCIANDO
Alguns produtos químicos presentes no cotidiano tem seus Kps definidos. A tabela a seguir mostra a solubilidade de
cada composto. É uma boa forma de relembrar a solubilidade de sais e de bases e agora entender por que elas são
tão insolúveis. Lembre-se, porém, que não é necessário decorar nenhum destes valores para a realização da prova.
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CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
O oxalato de cálcio é um composto químico que forma cristais monoclínicos aciculares que ocorrem em diferentes quan-
tidades na generalidade dos seres vivos. As pedras nos rins ou cálculos renais são formados por depósitos de oxalato de
cálcio. A pedra nos rins ou areia na urina ocorre devido a um desequilíbrio entre líquidos e substâncias sólidas dissolvidas
na urina, que fica sobrecarregada, formando cristais monoclínicos aciculares que não se dissolvem.
Mudando alguns aspetos nos seus hábitos alimentares e na sua rotina, poderá prevenir a pedra nos rins. Sementes
de tomates, por exemplo, contêm uma quantidade significativa de íons oxalato, facilitando o aparecimento de pedras
indesejadas no organismo. Para se ter uma ideia, o oxalato de cálcio apresenta um Kps de 2,6 · 10-9 e, portanto, é um
composto muito pouco solúvel.
DIAGRAMA DE IDEIAS
PODEM SER
SAIS INSOLÚVEIS
TEM
PRODUTO DE
SOLUBILIDADE (KPS)
CALCULADO DE
DUAS MANEIRAS
SE
EXEMPLO
> KPS ⇒ PRECIPITAÇÃO
Aℓ(OH)3 Aℓ3+ + 3 OH- = KPS ⇒ SOLUÇÃO SATURADA,
S 3S SEM PRECIPITAÇÃO
< KPS ⇒ SOLUÇÃO INSATURADA
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Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável
H4
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do
H7
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando
H8
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar alterações
H9
nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnológi-
H11
cos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade,
H14
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto
H17
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica
H19
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científi-
co-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletromagnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas
H22
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou
H23
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científ-
ico-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou
H25
produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações
H26
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
tecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em
H28
ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas
H29
ou produtos industriais.
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do
H30
ambiente.
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