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04 05
Resultados e Considerações
Discussões Finais e Conclusão
01
Introdução
“Os modelos atômicos nos livros
didáticos são, em geral,
apresentados como ampliações
do átomo, ou seja, como os
cientistas “conseguiam vê-lo” e
não como uma teoria científica.”
(PIRES, 2001)
Introdução
● Grande influência do livro didático sobre a prática
docente.
● Visão ingênua:
O conteúdo do livro didático é correto, verdadeiro
e supostamente imutável.
Os cientistas trabalham de forma individual.
Competição pelo melhor modelo.
*
Objetivos
● O cientista não abandona sua teoria apenas porque ela foi falseada, mas reorganiza e
amplia, abandonando-a apenas quando ela apresenta sinais de degeneração.
Elementos dos programas de pesquisa científica - Modelos atômicos
Incorporação dos programas de pesquisa -
modelos atômicos nos LDs de Química
● Os acontecimentos da história da ciência passam também sob o crivo da normatização dos
sistemas de ensino;
● LDB em 1961 - maior autonomia dos estados para divulgar propostas curriculares.
Os acordos MEC-USAID
● Tradução de materiais estadunidenses;
● 2008:
○ Critério 31 - Criação de condições para aprendizagem de ciências, particularmente da
Química, como processo de produção cultural do conhecimento, valorizando a história
e a filosofia das ciências.
○ Critério 32 - Tratamento da história da ciência integrado à construção dos conceitos
desenvolvidos, evitando resumí-la a biografias de cientistas ou a descobertas isoladas.
● 2012:
○ Há uma discussão mais profunda sobre o objetivo desses temas;
● 2015:
○ A história da ciência ganha destaque junto de uma contextualização;
PNLD e os Guias do Livro Didático de Química
● 2015:
○ É preciso lembrar que as teorias científicas são construídas no âmbito de disputas
entre grupos e na relação das demandas sociais configuradas por diferentes
momentos históricos. Assim, poder-se-ia perguntar: por que os modelos atômicos mais
estudados na Química escolar são oriundos do trabalho de pesquisadores membros de
uma mesma comunidade científica? Ou ainda, em outro exemplo, o que dizer da
produção em torno da Química no período pós-guerra na Europa? E, no Brasil, como a
Química se estabeleceu no decorrer de sua história?
● 2018:
○ a história da Química é outra maneira de auxiliar na melhor compreensão da natureza
da ciência, da relação dos cientistas com a produção do conhecimento químico, das
influências políticas para o desenvolvimento da Química e para o entendimento da
construção coletiva da ciência e de sua provisoriedade.
Até a próxima…
METODOLOGIAS
Caracterização da Pesquisa
“O átomo foi considerado por muito tempo como indivisível. Esta certeza está seriamente
abalada. É hoje geralmente aceito que os átomos podem ser modificados e divididos, resultando a
mudança de um tipo de átomo em outro. É a ideia de materia una, isto é, que todas as substâncias
têm por base uma unica especie de materia. As tentativas feitas para a transmutação do mercúrio
em ouro foram baseadas nesta ideia.” (Chimica Theorica e Prática, A. Valente do Couto, 1931)
“Muito embora a palavra átomo signifique indivisível, somos conduzidos atualmente, graças
sobretudo aos trabalhos de Rutherford (Sir Ernest Rutherford, Inglaterra, 1871-1937), a
admití-lo como constituído de um núcleo central, eletrizado positivamente, em torno do qual
gravitam corpúsculos menores, os eléctrons planetários, carregados de eletricidade
negativa. A soma das cargas elétricas negativas dos eléctrons planetários é igual, em valor
absoluto, à carga positiva do núcleo, razão pela qual o átomo se nos apresenta
eletricamente neutro.” (Química - Primeira série - Curso Colegial, Costa & Pasquale, 1953)
Os modelos atômicos predominantes e sua
abordagem nos livros didáticos analisados
● Década de 1960:
○ Chemical Bond Approach e Chem Study;
○ Descrição de experimentos históricos para ilustrar o contexto de proposição dos
modelos atômicos;
○ Padronização;
○ Modelo da mecânica quântica (~40 anos mais tarde).
● Década de 1980:
○ O modelo quântico se estabelece como predominante e mais atual;
○ Livros mais atraentes ao leitor;
○ Uso de analogias e animismo para explicar conceitos.
(Fundamentos de Química,
Ricardo Feltre, 1980)
Os modelos atômicos predominantes e sua
abordagem nos livros didáticos analisados
● Década de 1990:
○ Uniformização dos modelos atômicos trabalhados em todos os livros analisados;
○ Surgiu nessa década uma ênfase nas questões cotidianas dos alunos;
○ O modelo da mecânica quântica não foi apresentado em todos os livros didáticos;
○ Movido para apêndices e removidos de tópico, como nas obras 1995-C, 1995-D,
1996-A e 1999-C entre outras.
Os modelos atômicos predominantes e sua
abordagem nos livros didáticos analisados
● Décadas de 2000 e 2010:
○ Ideias para o átomo e o modelo de Dalton num capítulo introdutório e os demais no
capítulo de estrutura atômica;
○ Discussão sobre os cientistas envolvidos, os experimentos realizados e a relação
destes com as características dos modelos;
○ Facilmente relacionados com questões do cotidiano.
1936-A
1949-A
1958-A 1968-B
1978-A
1987-B
1997-A 2010-C
A incorporação dos modelos históricos
aos materiais didáticos
Lapso temporal - Modelo de Bohr
● Modelo de Bohr ● Bohr → adaptar seu ● Empecilhos:
(1913) modelo aos Aceitação pela
● Citação em livro espectros atômicos comunidade científica
didático em 1936 . ● Proposta, que a Multiplicidade de
princípio divergia de outros modelos (Jeans,
resultados Nagaoka, Rayleigh)
experimentais. ● Transposição didática
A incorporação dos modelos históricos
aos materiais didáticos
Lapso temporal - Modelo Quântico
● Modelo Quântico (1925) ● Influência norte-americana →
● Citação em livro didático em progresso da mecânica
1964. quântica (2° Guerra Mundial)
● Produção didática brasileira a —> sem essa influência, lapso
partir de traduções do acordo poderia ser maior.
MEC-USAID.
Viés Historiográfico dos Textos Didáticos
Viés Positivista
(1930-1940)
● Ênfase no
método científico;
Viés Historiográfico dos Textos Didáticos
Viés Positivista
(1930-1940)
● Exaltação da
figura do
cientista.
● A imagem da
ciência como
infalível.
Viés Historiográfico dos Textos Didáticos
Viés Positivista
(1930-1940)
● A visão da ciência
pela própria
ciência
Viés Historiográfico dos Textos Didáticos
Tendência à
Humanização (a
partir de 1960)
● Construção do conhecimento
(considerar contribuções
anteriores)
● Questionamentos e
Aperfeiçoamentos;
● Desconstrução do cientista
solitário.
Viés Historiográfico dos Textos Didáticos
Kuhniano
(1980-1990)
● Abertura democrática.
● Revolução científica.
● Crise envolvendo modelos
anteriores → experimento
como ponto de ruptura entre
um modelo e outro.
Viés Historiográfico dos Textos Didáticos
Década de 2000
● Guia do PNLD;
● Autores adaptam materiais
● Incorporação da história da
ciência.
Década de 1990
● Melhoria gráfica;
● Inserção de conteúdo histórico;
● “Química do cotidiano”
CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÃO
O livro didático e o nosso papel como
professores de Química
● Atuação do professor: ativa e crítica:
- “[...] articulando a realidade imposta com defesa de um ensino humanizado e
adaptado à realidade do professor.”
● Os LDs devem abordar a Química como uma ciência “produzida por pessoas com
corpos, situadas no tempo, no espaço, na cultura e na sociedade e que se
empenham por credibilidade e autoridade” (Shapin, 2013, iii).
O livro didático e o nosso papel como
professores de Química
● Desafio - desvincular da visão positivista de ciência:
- cientista como gênio, figura incomum na sociedade (imagem do alquimista);
- a imagem de ciência e de cientista vista nos LDs não desperta o interesse do
aluno -> trabalho para “poucos”;
● Também faz parte da “Química do cotidiano” -> relação desses conceitos com
a realidade (mídia, eventos, etc.): notícia sobre o funcionamento de um
acelerador de partículas;
● Visão de ciência europeizada nos LDs - A revisão feita da história dos modelos
atômicos se concentrou na Europa e nos Estados Unidos pós 2ª G.M. - estímulo a
busca pela história da ciência africana, asiática que não é contemplada nos
materiais.
OBRIGADO!