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Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB

CCHC – Centro de Ciências Humanas e da Comunicação

Departamento de História e Geografia

Filosofia e Epistemologia da Educação

Professor: Dr. Celso Kraemer

Alunos: Ana Rodrigues, Eduardo da Silva Jr., Gui Carvalho, Lara Mingotti.

A História Factual e o ensino de História: análise dos livros didáticos do ensino básico
no Brasil.

1) Problema: A narrativa factual presente nos livros didáticos de História


2) Causas do problema:

Tendo em vista que as narrativas históricas têm sua própria historicidade, é de


fundamental importância olhar para a escrita da história com um olhar crítico e
analítico, a fim de compreender as problemáticas presentes no discurso histórico. O
objeto de pesquisa desse trabalho – os livros didáticos – passam por uma série de
processos até chegarem ao aluno do ensino básico nas escolas brasileiras. Assim, a
escolha dos conteúdos presentes nos livros didáticos de história é realizada visando
atender a um grupo de pessoas ou instituições, de modo que, no processo de seleção
temática, inúmeras questões são deixadas de lado, pois há interesses sociais diferentes, e
até mesmo contraditórios, na produção científica da memória, e estes interesses mudam
com o passar do tempo.

Em um primeiro momento, é possível afirmar que a utilização do livro didático nas


aulas de História do ensino básico justifica-se por se tratar de um recurso pedagógico,
que auxilia o professor a transmitir os conteúdos para os alunos, de acordo com os
parâmetros estabelecidos pelas escolas convencionais. Assim, sua utilização é frequente
porque contém informações consideradas essenciais ao ensino, com textos que visam a
apresentar conteúdos sobre determinado assunto. Entretanto, nem sempre os textos
apresentados estimulam a reflexão crítica do aluno, fator fundamental para a construção
do conhecimento histórico. Ao observar os livros didáticos, é possível notar a presença
de uma narrativa histórica linear, que dá ênfase na história da Europa, esquecendo-se os
povos da América, da África e da Oceania. No currículo da BNCC, também se nota
muita fatualidade nos temas, priorizando a quantidade massiva de conteúdos a serem
trabalhados, e desvalorizando a abordagem crítica das temáticas.

3) Perspectivas acerca da educação:

Em nossa concepção, a educação pode ser pensada, em síntese, como um meio


para a emancipação, reconhecendo a autonomia do sujeito racional, que tem
conhecimento e liberdade, e que coletivamente, pode romper com a estrutura social
opressora e construir uma sociedade emancipada. Desse modo, a educação representa
uma tarefa propriamente emancipatória, de construir coletivamente a conscientização do
inacabamento e a inconclusão do sujeito oprimido, criando possibilidades para ser mais
e superar os condicionamentos históricos, alcançando assim a humanização.
Concebemos a educação também como a possibilidade de transformação de existências
dominadas e marginalizadas, bem como uma prática constante apta não somente a
observação da realidade, mas à sua modificação revolucionária.
A conscientização do ser humano leva a necessidade da educação. A educação
que parte da consciência do inacabamento do ser humano é uma educação que tem
como principal função formar esse ser humano.  Assim, educação também seria um
processo, a saber, um processo permanente de “esperançosa busca”. Não seria um
processo inconstante, mas estável, persistente, no qual o ser humano estaria inserido.
Nesse processo (educação) haveria busca e esperança de se alcançar o que é buscado.
Portanto, a educação, isto é, a criação do conhecimento como processo social resultante
da ação-reflexão humana para a transformação da realidade seria um processo constante
de busca com esperança.
4) Plano de Aula:
Aula 1:

Objetivos: Identificar as principais características do contexto social de cada estudante.


Conhecer as visões que os estudantes carregam consigo a respeito de sua própria
existência como sujeitos históricos.

Conteúdo: A realidade e as vivências cotidianas dos estudantes de acordo com suas


falas, percepções e interações com o professor e os demais colegas.

Procedimentos e/ou atividades: Roda de conversa visando conhecer o pensamento dos


estudantes acerca de questões como história, cidadania, educação, democracia etc.
Avaliação: Participação ativa acerca do debate proposto.

Cronologia: 45 min/aula.

Aula 2:

Objetivos: Identificar os pré-conceitos que os estudantes possuem a respeito do


Governo Goulart, do golpe de 1964 e da ditadura militar no Brasil, com base no
contexto social em que estão inseridos.

Identificar quais as compreensões que os estudantes possuem a respeito de fontes


históricas.

Estimular o pensamento crítico dos estudantes, bem como sua capacidade de


compreender a importância das fontes para a construção do conhecimento histórico e
para o combate às fake news e ao negacionismo.

Conteúdo: A realidade e as vivências cotidianas dos estudantes de acordo com suas


falas, percepções e interações com o professor e os demais colegas, em consonância
com o panorama contextual do golpe civil-militar de 1964.

Procedimentos e/ou atividades: Os estudantes serão divididos em equipes. Supondo que


a turma possua 30 alunos, serão organizadas 6 equipes de 5 alunos cada. Assim, o
professor irá destinar uma fonte para cada equipe, podendo ser um recorte de jornal, um
documento escrito, uma fotografia, uma letra de música etc. A fonte deverá ser
analisada e interpretada pelos estudantes. Após esse momento, ocorrerá a socialização
da análise.

Nessa aula, o professor também irá explicar a atividade final da disciplina, que consiste
na análise dos estudantes, a partir de suas percepções e de todo o debate construído ao
longo da disciplina, de um capítulo de livro didático que trata a respeito da ditadura
militar no Brasil. A análise dos estudantes poderá ser socializada por meio de slides,
cartazes, vídeos etc., evidenciando as principais problemáticas presentes na narrativa do
livro, bem como as possíveis sugestões para a melhoria de sua elaboração.

Avaliação: Debate e participação nas equipes e na socialização.

Cronologia: 45 min/aula.

Aula 3:
Objetivos: Identificar os conceitos como democracia, ditadura, memória, censura,
exílio, direitos humanos, resistência, tortura etc. construídos pelos estudantes a partir de
sua realidade social.

Conteúdo: Os anos de chumbo e as resistências ao regime autoritário, em consonância


com o conhecimento prévio dos estudantes.

Procedimentos e/ou atividades: Em um primeiro momento, a turma irá assistir o relato


de memória escolhido pelo professor. Na sequência, a turma será organizada em um
círculo e o professor irá mediar disponibilizar recortes de jornais/revistas com notícias
que tratam a respeito de manifestações atuais a favor da intervenção militar e do retorno
do AI- 5. O professor irá mediar o debate a respeito das temáticas apresentadas,
estimulando os estudantes a pensar criticamente a respeito do período que está
trabalhado e a relacioná-lo com o atual panorama político do país.

Nessa aula, o professor também irá tirar possíveis dúvidas em relação à elaboração da
atividade final.

Avaliação: Participação ativa acerca do debate proposto.

Cronologia: 45 min/aula.

Aula 4:

Identificar quais são os conhecimentos dos estudantes a respeito do “milagre


econômico”, assim como suas percepções, de acordo a realidade social em que estão
inseridos, a respeito de temas como crescimento econômico, desigualdade social,
concentração de renda etc.

Conteúdo: O governo Médici, o milagre econômico e as interações dos estudantes com


os demais colegas e o professor a respeito da temática.

Procedimentos e/ou atividades: O professor irá dividir a turma em 6 equipes de 5


alunos. Cada equipe irá receber uma charge, produzida no período histórico que está
sendo trabalhado, a qual deverá ser interpretada e analisada pelos estudantes. Em
seguida, as análises serão socializadas com os demais colegas e com o professor.

Avaliação: Participação ativa nas equipes e na socialização.

Cronologia: 45 min/aula.
Aula 5:

Objetivos: Identificar as percepções dos estudantes a respeito de questões relacionadas à


Constituição de 1988 com base em suas vivências e em sua realidade social.

Conteúdo: O processo de transição democrática vivenciado pelo Brasil e a elaboração


da Constituição Cidadã, juntamente com as percepções dos estudantes a respeito dessa
temática.

Procedimentos e/ou atividades:

Avaliação: Participação ativa no debate proposto.

Cronologia: 45 min/aula.

Aula 6:

Objetivos: Identificar as compreensões dos estudantes a respeito das temáticas


estudadas em sala, juntamente com o professor e com os demais colegas, buscando
construir uma relação entre o aluno e a ditadura militar brasileira.

Conteúdo: A fala dos estudantes de acordo com sua realidade social e com a temática
histórica estudada.

Procedimentos e/ou atividades: Nessa aula, ocorrerá a socialização da atividade final da


disciplina, que consiste na análise de um capítulo de livro didático que trata a respeito
da ditadura militar no Brasil.

Avaliação: Participação na elaboração da atividade e na socialização dos resultados.

Cronologia: 45 min/aula.

Considerações finais:

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