Você está na página 1de 7

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE-UFCG


CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES- CFP
UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS- UACS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
DOSCENTE: ISAMARC GONCALVES LOBO
DISCENTE: RAYNARA BERNARDO DE SOUSA
MATRICULA- 219230487

Diário de Bordo (DiaBo)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi desenvolvido na disciplina de Tópicos Especiais em


Filosofia, do curso de Licenciatura em História da Faculdade Federal de Campina Grande
(UFCG), o trabalho foi realizado entre os meses Março e Junho de 2023, na UFCG campos
de Cajazeiras. O presente estudo é um relato de experiência das aulas da disciplina de
Tópicos Especiais em Filosofia. Este trabalho tem por objetivo relatar experiências vividas
em sala de aula que possam contribuir com a perspectiva de formação identitária do docente.
Ressalta-se que os temas trabalhados foram debatidos em sala, onde cada aluno iria contribuir
com sua fala, assim como também os mapas mentais que foram solicitados como tarefa de
casa, para auxiliar o nosso entendimento. A partir desse ponto, as contribuições podem ser
entendidas como um conjunto de conhecimentos adquiridos de modo prático e ativo que
utiliza o intelecto e o emocional em percepções subjetivas, e interpretações próprias. Através
do presente trabalho busca-se avaliar as experiências e os conhecimentos adquiridos durante a
vivência da disciplina de Tópicos Especiais em Filosofia, através de um relato pessoal em um
diário de bordo.

DIÁRIO DE ESTUDO

As aulas realizadas na turma ocorreram da seguinte maneira; no primeiro dia de aula


teve a apresentação do plano de aula do docente sobre o que iria ser trabalho em sala, como
2

também foram apresentados os métodos avaliativos tais como: A disciplina contará com 4
momentos interligados entre si, mas autônomos por princípio. No primeiro instante os
discentes serão levados a ler os textos indicados na bibliografia e a produzir Mapa Mental de
cada um deles. No início teremos um Intervalo Produtivo de forma que os discentes tenham
tempo para adiantar esta tarefa e administrar as leituras ao longo do semestre. No segundo
momento, os textos lidos e mapeados serão postos para o debate coletivo de forma que todos
possam apresentar um ou mais aspectos dos textos lidos de forma a construirmos
coletivamente os sentidos, as análises e interpretações dos temas de estudo.
O terceiro momento da disciplina será marcado pela produção de um texto sobre
temática de escolha individual. O quarto e último momento da disciplina será a reflexão das
trilhas percorridas individual e coletivamente, que no caso será esse presente trabalho, o
diário de bordo.
Em toda disciplina tem seus contratempos ali vividos, isso não foi o contrario da
disciplina de Tópicos Especiais em Filosofia. De início, os mapas mentais foram sendo
entregues de forma correta de acordo com as datas, mas, acredita-se que no decorrer da
disciplina alguns trabalhos ficaram pendentes.
Analisando todos os textos que foram debatidos, percebe-se que todos são de
extremo valor para a minha formação acadêmica, são temas que aborda diferentes questões,
diferentes pontos de vista, mas, que servirá de alguma forma para minha carreira como
docente, pode não servi no momento, mas, sei que mais a diante no decorrer do curso irá
servir como um ponto positivo.

DIÁRIO DOS DEBATES

Os debates da disciplina foram feitos por todos os alunos, onde eles deveriam apresentar
uma ideia sobre o texto lido, após apresentá-la o professor faria suas observações e analisaria
o texto a partir das ideias dos alunos. Foi iniciada os debates no dia 27/03 com o texto de
Michel Montaigne “A educação das crianças” considerando a obra como um todo, o mesmo
se preocupa com a formação humana, e além de entregar-se ao conhecimento e formação de
si, perceptível em todo o capitulo, escreve um ensaio especial sobre como formar um ser
humano, um jovem que chegue ao mundo. Além disso, o texto traz uma reflexão acerca da
filosofia moral na formação dos jovens, abordando alguns assuntos de uma forma pessoal
como um ponto de vista sobre algumas questões importantes acerca da educação passada
pelos adultos para as crianças, e vice-versa, assim como também o autor vem nos mostrar a
3

maneira de como pensar sobre essa educação. Diante disso, o texto apresenta as frustrações
do autor, assim como suas reflexões, abordando a maneira que lidamos com as concepções
educacionais e como isso afeta nosso conhecimento.

O texto seguinte foi o texto “A civilidade pueril” de Erasmo, debatido em 10/04, nos
mostra um pouco como é retratada a educação na infância, assim como também essa
educação afeta o crescimento da criança. O enfoque recai sobre as elaborações de Erasmos
quanto à importância da instrução infantil para a formação do homem moderno, civilizado,
racional e sobre os métodos educativos do autor que deveriam ser empregados por pais e
preceptores nesse processo.

No dia 17/04 o texto discutido fora o “O método pedagógico dos jesuítas” de Leonel
Franca, nele o autor aborda como um todo a metodologia que se era aplicada de forma restrita
pelos jesuítas, justamente para aqueles que formavam. As técnicas utilizadas pelos jesuítas,
tudo girava em torno da fé e da religiosidade, pois, a importância desse ensino para eles era
de persistir os ensinamentos da cristandade.

Já o texto de Martinho Lutero chamado “Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha


para que criem e mantenham escolas cristãs” que foi debatido no dia 24/04. O texto em si traz
algumas concepções de educação de Lutero no movimento de Reforma Protestante. Lutero
questionou as práticas do ensino, sugerindo, logo de início, que a escola fosse pública e para
todos. O texto crítica e desenvolve um diálogo sobre a vinculação que as escolas e a igreja
católica tinham, e como isso pode ter afetado o desenvolvimento das crianças nesse processo
de ensino-aprendizagem. Lutero propõe alterações tanto no que se refere à organização de um
sistema educacional, quanto aos princípios e fundamentos da educação, defendendo que esta
seja para todos, de frequência obrigatória e mantida pelo Estado.

. O próximo texto intitulados como, “Escritos sobre a nova arte de ensinar” de Wolfgang
Ratke, nos trás as suas propostas e práticas educacionais expressam o pensamento
pedagógico dos Tempos Modernos, sobretudo, os ideais da pedagogia humanista do século
XVI e sua preocupação e o cuidado do bem educar dedicado às crianças. É possível perceber
que a problemática do texto em questão gira torno de uma nova proposta de ensino baseada
na fé, através da ordem, do método e demais instrumentos da natureza.

O texto de João Amós Coménio chamado “Didáctica magna” marca o início da


sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao
longo de sua vida, tinha grande ambição. Comenius chama sua didática de ‘magna’ porque
4

ele não queria uma obra restrita, localizada. No livro, o pensador realiza uma racionalização
de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de
aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza.

Diante disso, ambos os textos não foram debatidos pelos alunos em decorrência ao atraso
que estavam os debates, e para voltar as programações estabelecidas fora necessário que o
professor fizesse uma aula expositiva sobre ambos os textos no dia 08/05.

Voltando a programação inicial após a discursão do professor, no dia 15/05 foi debatido
em sala o texto de John Lock intitulado como “Alguns pensamentos sobre a educação”, o
texto aborda como a educação nos primeiros anos da educação de uma criança importa muito
nos seus hábitos e decisões futuras, ele aborta a necessidade e relevância de uma educação
comunicativa, esse pensador expressou ideias acerca da educação para seu tempo e, no
entanto, ainda influencia o ensino da escola contemporânea brasileira. Uma das grandes
contribuições de John Locke para o pensamento liberal é a sua concepção de libertar o
homem para ações de diversas ordens, desde que esse tenha conhecimento, disciplina mental
e física para responder às exigências da sociedade burguesa. Conclui-se que o ideário liberal
de Locke está presente nos diversos segmentos de nossa sociedade que atribuem à educação
contemporânea uma possibilidade de alcançar o mérito e a ascensão social.

No entanto, o próximo texto é do autor Jean-Jacques Rousseau chamado “livro primeiro”,


fora debatido no dia 22/05 A obra aborda um tratado pedagógico que une educação, política e
ética, orientando pais e mestres sobre como educar naturalmente o homem ideal, que seria
uma espécie de ser humano em seu potencial de virtudes, educado para viver bem consigo,
com sua esposa e com os outros em uma sociedade livre e democrática.

No dia 29/05, ocorreu a discursão acerca do texto chamado “discursos preliminares dos
editores- Enciclopédia ou dicionário racionalista das ciências, das artes e dos ofícios por uma
sociedade de letrados.” do autor Diderot que busca expor o máximo possível, a ordem e o
encadeamentos dos conhecimentos humanos, onde trás o saber sobre cada Ciência e sobre
cada arte, seja liberal, mecânica, onde baseiam seus princípios gerais nos detalhes mais
essenciais que formam seu corpo e sua alma.

Na data de 05/06 foi-se discutido o texto “Instrução pública e organização do ensino” de


Condorcet, que é um autor que expõe com clareza a atualidade da matéria da instrução
pública, laica e gratuita na pauta da política contemporânea, com um exemplo de construção
5

revolucionária e com uma dívida histórica nos países como o Brasil que, ainda, estão em vias
de universalizar todos os graus de sua educação básica.

O próximo e último debate foi de dois textos que se complementam, um deles foi “A
concepção bancária da educação como instrumento de opressão” de Paulo Freire, onde retrata
que a educação bancária é uma forma de opressão, pois ela reforça as desigualdades sociais e
econômicas existentes. Ele argumenta que essa abordagem educacional não permite que os
estudantes desenvolvam sua criatividade, sua capacidade de questionar e sua compreensão
crítica do mundo ao seu redor.

O outro texto tem como título “Crise da pedagogia nova e a articulação da pedagogia
tecnicista” de Dermeval Salviani, onde apresenta à educação brasileira, suas implicações e
conquistas, reflexões e interpretações relativas às ideias pedagógicas existentes
principalmente na década de 60, como também analisa de uma forma geral todas as
campanhas e institutos que foram criadas em prol da educação brasileira. Ambos os textos
foram discutidos no dia 12/06.

AUTO-ANÁLISE DA INTERAÇÃO NA DISCIPLINA

Analisando a minha experiencia diante da disciplina, em alguns momentos fiquei um


pouco confusa com alguns temas, em outros momentos não compreendia. A dinâmica da
disciplina nos fez sair um pouco do comodismo, de sempre preferir atividades escritas em vez
de atividades orais, pois o medo de se expor em frente a turma e falar é muito grande.
Portanto, concluo a disciplina com certo orgulho, não apenas de modo particular, mais em
todo o conjunto diante de tudo que fizemos.

ANÁLISE QUALITATIVA DA DISCIPLINA

Tendo em vista nosso desempenho perante os debates em sala de aula como também
de forma virtual nas entregas dos trabalhos, percebe-se que o método utilizado pelo professor
facilitou bastante o desenvolvimento do aluno, da percepção de que a comunicação oral exige
o aprimoramento de competências, como foi o caso desta disciplina todos interagindo de
forma adequada a uma dada situação sendo ela formal ou informal. Embora tenha ocorrido
alguns contratempos, como a falta de se expressar com segurança, claro há alguns alunos que
6

tem certa facilidade em oralidade como também há outros que tem uma maior dificuldade de
se expressa, como também a dificuldade na leitura de textos volumosos.

CONCLUSÃO
A disciplina de Tópicos Especiais em Filosofia pode nos proporcionar esta grande
oportunidade de conhecer a História da educação e seus diferentes métodos de ensinamento
visto então como um todo, como também ao buscar a valorização das novas metodologias de
ensino história e suas nações, conectando-as em função dos laços do passado e presente,
fortalecendo-os em função das necessidades que lhes são comuns. Conclui-se então que a
disciplina foi bem aproveitada de forma coletiva como também de forma individual, nos
ajudando a melhorar a nossa perspectiva de vista diante dos textos e temas trabalhados.

BIBLIOGRAFIA

COMÉNIO, João Amós. Didáctica magna. 3. ed. Tradução de Joaquim Ferreira Gomes. São
Paulo: Fundação Calouste Gulbenkian, s/d.
CONDORCET. Instrução Pública e organização do ensino. Porto: Livraria educação
nacional, 1943. p. 05-108.
DIDEROT. Discurso preliminar dos editores. In.: Enciclopédia ou dicionário racionalista das
ciências, das artes e dos ofícios por uma sociedade de letrados. S/l: s/ed, s/d. p. 21-109.
ERASMO. De pueris (dos meninos). A civilidade pueril. e ed. Tradução de Luiz Ferracini.
São Paulo: Escala, 2008.
FRANCA, Leonel. O método pedagógico dos jesuítas. Rio de Janeiro: Agir, 1952.
LOCKE, John. Alguns pensamentos sobre a educação. Tradução de Madalena Requixa. São
Paulo: Almedina, s/d.
LUTERO, Martinho. Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha para que criem e
mantenham escolas cristãs. In.: Obras selecionadas. Porto Alegre: Sinodal, Concordia, 1995.
Volume 5. p. 302-363.
MONTAIGNE, Michel. Da educação das Crianças. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 31-
53.
RATKE, Wolfgang. Escritos sobre a nova arte de ensinar (1571-1635). Tradução: Sandino
Hoff. São Paulo: Autores associados, 2008.
7

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da Educação. 3 ed. Tradução de Sérgio Milliet. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

Você também pode gostar