Você está na página 1de 11

Eduardo Alberto Mbiza

Licenciatura em Ensino de Física.

Universidade Rovuma
Extensão de Nampula
1

2021
Eduardo Alberto Mbiza

Tema: Síntese sobre surgimento da Didáctica

Trabalho de carácter avaliativo a


ser apresentado no Departamento
de Ciências Naturais e Matemática,
na cadeira de Didáctica Geral, 1̊
ano leccionada pela:

MA: Marta João Machava

Universidade Rovuma
2

Extensão de Nampula
3

Índice
Introdução....................................................................................................................................3
Origem da didáctica.....................................................................................................................4
Conclusão.....................................................................................................................................7
Referências bibliográficas.............................................................................................................8
4

Introdução
O presente trabalho e de carácter avaliativo para a cadeira de Didáctica Geral, e tem
como tema: Síntese sobre surgimento da Didáctica, sendo que a didáctica é um ramo da
pedagogia especializado em técnicas e métodos de ensino destinado a registar um
padrão para as teorias pedagógicas.

Foi possível a elaboração deste trabalho, recorrendo a consulta de obras bibliográficas


de vários autores que versam sobre o tema e de apanhado da cadeira de Didáctica Geral.
Integra na estrutura deste trabalho a introdução, desenvolvimento, conclusão e
bibliografia.
5

Origem da didáctica
Desde os primórdios do aparecimento da civilização existem indícios de formas
elementares de instrução. Na antiguidade clássica, gregos e romanos, e no período
medieval se observa o desenvolvimento de acções didácticas em escolas, igrejas e
universidades. Também, se observa a mesma situação em outras culturas.

Amélia de Castro faz um resgate histórico da constituição da Didáctica, procurando


enfocar o papel da Didáctica nos períodos relevantes da história. Ela afirma que na
longa fase que se poderia chamar de didáctica difusa, ensinava-se intuitivamente e/ou
seguindo-se a prática vigente. Pode-se dizer que havia uma didáctica implícita em
Sócrates quando perguntava aos discípulos: "pode-se ensinar a virtude?". (CASTRO,
A. 2008)

Ainda que nas grandes obras dos filósofos da antiguidade existam referências às formas
que deveriam ser seguidas no ensino na escola, com grandes contribuições ao Desenho
Curricular como parte importante da Didáctica, é com a obra Didáctica Magna do
eminente checo João Amós Comênio, que surge a Didáctica, como uma incipiente área
de conhecimento. Não é que surja já como uma ciência autónoma, com essa obra em
questão. Didáctica Magna dignifica esta área de conhecimento e sintetiza um pouco nela
já outros trabalhos nos quais o próprio Comênio refere em sua obra.
Não obstante, o termo Didáctica tinha sido utilizado, anteriormente, pelo alemão
Wolfgang Ratke, que foi o primeiro a utilizar a palavra "didáctica" e quem também,
abordou as duas partes dela: Desenho Curricular e a Dinâmica do Ensino. Ele não
utilizou esta terminologia propriamente. Ratke utilizou a palavra "ensinos", para o que
posteriormente vêem a ser o Desenho Curricular, e utilizou a expressão "arte de ensinar"
para o que posteriormente vêem a ser Dinâmica do Ensino. Sandino Hoff, Professor
Doutor da Universidade do Contestado, explicitou:
Em seus princípios teóricos, captados do período de trabalho em Cöthen, Ratke fez
distinção entre "ensinos" e "arte de ensinar": os primeiros incluem conteúdos extraídos
de uma totalidade enciclopedicamente organizada de conhecimentos, e a segunda, de
uma teoria que configura o processo pedagógico.

Esse termo, “didáctica” foi estabelecido por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua
obra Didáctica Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”. Durante
séculos, a didáctica foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da
pedagogia a responsável por “como” ensinar.

Os manuais de didáctica detalhavam sobre como os professores deveriam se portar em


sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da acção didáctica são: professor, aluno,
conteúdo, contexto e estratégias metodológicas.
A Didáctica pode ser organizada nas seguintes fases, de acordo com a Didáctica Magna
6

de Comenius:

1. FASE NATURALISTA-ESSENCIALISTA: fase em que se procura determinar a


finalidade da Educação e os conteúdos culturais a serem dominados pelos homens.
Nesta fase a metodologia se caracteriza por se referir a toda uma prática pedagógica,
não se limitando ás regras e formas de ensinar. A Didáctica preferencialmente se
preocupa com os problemas relacionados com a finalidade da Educação e com
conteúdos culturais a serem dominados pelos homens.
2. FASE PSICOLÓGICA: aqui a ênfase é dada às questões metodológicas e tem seu
marco inicial nos trabalhos desenvolvidos por Pestalozzi. A Educação fundamentada na
psicologia aparecerá mais tarde com Locke, Rousseau e Herbart.
3. FASE EXPERIMENTAL: esta fase é marcada pela utilização do método
experimental e pela discussão em torno das relações entre a Didáctica e a Psicologia.

Dentre os três estudiosos, Tavares (2011) descreve que Herbart foi quem deu um passo
decisivo para a delimitação da Didáctica, destacando-se ao mencionar a instrução e o
ensino dentro de sua doutrina geral da Educação.

A doutrina herbartiana apresenta carácter intelectualista e a instrução adquire


importância central (TAVARES, 2011):
• O sentir e o querer são resultantes da representação de ideias.
Portanto analisemos:
• PESTALOZZI dava ênfase no ensino intuitivo.
• HERBART valorizava as ideias dos sujeitos.
Ambos os sistemas favorecem o mesmo resultado: o conhecimento de um mundo que se
acredita passível de compreensão tal como é na realidade.
Tavares (2011) aponta que se conclui que:
• As características da fase psicológica da Didáctica se fundamentam na Psicologia e se
delimitam em relação à Pedagogia.
• Os métodos e procedimentos de ensino tornam-se, pouco a pouco, caracterizadores
desse ramo do conhecimento que se distingue, em sua fase contemporânea, por seu
“metodologismo”.
Relataremos a aqui um pouco como se deu o surgimento da Didáctica no campo
educacional:
• Entre os anos 20 e 50 - a didáctica praticada era a da Escola Nova, que se diferenciava
da escola tradicional, foi o marco da reforma interna do ensino. Foi na fase do "aprender
fazendo", momento em que os jogos educativos passaram a ter um papel fundamental
no dia-a-dia das escolas. Entre os principais defensores dessa nova escola encontram-se
Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles.
• Entre os anos 60 e 80 – surge a didáctica denominada tecnicista, que deixa a visão
humanista centrada no processo interpessoal, para uma dimensão técnica do processo
ensino-aprendizagem. A era industrial fez-se presente na escola, e a didáctica era vista
como uma estratégia objectiva, racional e neutra do processo. O referencial principal do
7

ensino era a fábrica, e sobre ela se construíram as práticas educativas e as


conceitualizações referentes à educação.

• Dos anos 90 até a actualidade - a didáctica tornou-se um instrumento para a


cooperação entre docente e discente, proporcionando assim uma evolução na educação,
sendo importante nessa fase o comprometimento, o esforço e o exercício de suas
técnicas em ambos os lados, visando realmente a transmissão do conhecimento do
professor para o aluno.
Ao final do Século XIX, a Didáctica oscila entre diferentes paradigmas.
Interpreta-se o ensino de diversas maneiras: havendo diferenças entre posições teóricas
e directrizes metodológicas ou tecnológicas: A dialéctica professor-aluno causa
discussões; O inter-relacionamento da Didáctica com outras áreas do conhecimento é
intenso e constante.
De acordo com Tavares (2011, p. 24) a educação na Década de 30 no Brasil foi marcada
pelo conservadorismo, onde, o sistema de ideias estava baseado nos conteúdos
tradicionais, o foco estava no professor e no conteúdo ministrado, sabendo-se que a
exigência da aprendizagem era apenas do aluno, sendo que o foco do ensino estava na
memorização e as provas eram aplicadas somente para dar notas.
Assim, hoje os cursos de pedagogia e de formação de professores, devem através do
estudo dos paradigmas educacionais ampliar a visão de conhecimento em relação à
didáctica, onde, se deve ter claro que cada tendência pedagógica diferem a visão de
homem e de mundo modificando assim a finalidade da educação, onde se muda o papel
do professor, do aluno, da metodologia, da avaliação, e, consequentemente, muda-se a
forma de ensinar (TAVARES, 2011).
A didáctica enquanto disciplina deve desenvolver a capacidade crítica dos académicos
dos cursos de pedagogia e professores em constante formação profissional para que os
mesmos analisem de forma objectiva a realidade do ensino.

Resumindo essa evolução, se destacam em ordem cronológica:


Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um pensador que procurou interpretar essas
aspirações, propondo uma concepção nova do ensino, baseado nas necessidades e
interesses imediatos da criança.
Henrique Pestalozzi (1746-1827) deu grande importância ao ensino como meio de
educação e desenvolvimento das capacidades humanas.

Johann Friedrich Herbart (1766-1841) pedagogo alemão com grande influencia e


relevância na didáctica e na pratica docente. Para ele, o fim da educação é a moralidade.
A instrução é introduzir ideias corretas na mente do homem.
A.Diesterweg (1790-1866) didacta alemão que trabalho sobre o desenvolvimento do
professor.
John Dewey (l859 - l952) foi um destacado representante de uma das tendências do
pragmatismo didáctico. Na didáctica, sua maior contribuição está no ensino laboral e a
8

relação do ensino com a vida.


9

Conclusão

Em termos conclusivo, gostaria de frisar que o trabalho constitui um momento


importante de estudo e de aprendizagem. Com enfeito este conteúdo permitiu-me
envidar mais esforços no que diz respeito a pesquisa consultando outras fontes para
além do módulo. Ao terminar pude concluir que a didáctica trata especialmente do
estudo das formas mais eficazes e satisfatórias nas quais os professores podem
transmitir conhecimentos aos alunos. Dentro da educação, a didáctica é uma ferramenta
essencial, pois contribui com os educadores para enfrentar o processo de ensino com
maior segurança e garantia e, assim, cumprir com os propósitos planejados. No entanto,
deve-se destacar, como em muitas outras áreas da vida, que na didáctica também há
diferentes versões e propostas para garantir a aprendizagem.
10

Referências bibliográficas
CASTRO, Maria Amélia (1991). A trajectória histórica da Didáctica. São Paulo:
FDE, p. 15-25. (Série Ideias, n. 11.)
HOFF, S. Fundamentos filosóficos dos livros didácticos elaborados por Ratke, no
século XVII. Em Revista Brasileira de Educação pág. 147.
TAVARES, Rosilene Horta. Didáctica geral. Belo Horizonte: UFMG, 2011, p. 18.

COMÊNIO: o pai da Didáctica moderna. Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2010.
COMENIUS, Johannes Amos. Didáctica Magna. Disponível em: . Acesso em: 25 out. 2010
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/estetica/didatica/54314

Você também pode gostar