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AULA 1 – RAÍZES DA
DIDÁTICA
Olá,
A didática está presente na vida de qualquer professor: estratégias de
sala de aula, formação teórico-prática, metodologias, posturas e atividades
diversificadas. Esses e tantos outros fatores importantes constituem o fazer
pedagógico e desenham os caminhos do conhecimento, que procura
realizar a mediação entre as teorias educacionais e as práticas em sala de
aula.
Nessa aula, você terá a oportunidade de navegar e construir
conhecimentos sobre a trajetória histórica da didática, bem como conhecerá
diferentes pensadores e as suas teorias educacionais. Nessa perspectiva,
poderá reconhecer os principais marcos históricos de constituição da didática
e, ainda, ponderar sobre as transformações e os avanços dos estudos e das
práticas didáticas na atualidade.
Bons estudos!
Ao final desta aula, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
• aula,
Nesta você vaiaconferir
Reconhecer os contextos
trajetória conceituais
histórica da didática, da psicologia entenderá
observando os
como ela alcançou o seu estatuto
seus diferentes de cientificidade.
pressupostos teóricos,Além disso,eterá
filosóficos a oportunidade
sociais.
• as
de conhecer três grandes
Identificar doutrinas da
os principais psicologia,
marcos behaviorismo,
históricos psicanálise
fundamentais na e
Gestalt, e as áreas de atuação
constituição do psicólogo.
da didática.
• Analisar as mudanças e os avanços da didática nos dias atuais.
▪ Compreender o conceito de psicologia
▪ Identificar as diferentes áreas de atuação da psicologia
▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo.
1. A TRAJETÓRIA A HISTÓRICA DA DIDÁTICA: PRESSUPOSTOS
TEÓRICOS, FILOSÓFICOS E SOCIAIS
Nós ousamos prometer uma didática magna, ou seja, uma arte universal de
ensinar tudo a todos: de ensinar de modo certo para obter resultados; de
ensinar de modo fácil, portanto sem que docentes e discentes se molestem
ou enfadem, mas ao contrário, tenham grande alegria; de ensinar de modo
sólido, não superficialmente, de qualquer maneira, mas para conduzir à
verdadeira cultura, aos bons costumes, a piedade mais profunda
(COMENIUS, 2001).
• Abordagem tecnicista;
• Construção de planejamentos rígidos;
• Domínio da sala de aula;
• Enorme valorização das técnicas;
• Valorização enfática nos recursos didáticos, etc.
De várias maneiras, a didática pode ser vista nas práticas sociais: como
disciplina, como campo de conhecimento, como ação humana, como organização
institucional, etc. Segundo Araújo (2008), a didática como disciplina é desenvolvida
nos cursos de graduação, formação de professores e licenciaturas com o objetivo de
fornecer as ferramentas teóricas e práticas necessárias para que um futuro professor
possa ensinar em sala de aula. Como campo de conhecimento, indica os grupos que
investigam e criam conhecimento especializado naquele campo. A didática, como
ação humana, traduz a preocupação do ser humano em planejar o ensino, montar
aulas e selecionar estratégias de ensino adequadas para determinado conteúdo. A
didática busca técnicas e metodologias que organizem os processos institucionais de
aprendizagem e ensino como forma de facilitar o processo de construção do
conhecimento.
É importante compreender que, apesar de muitos filósofos terem discordado
uns dos outros sobre a educação em geral, os primeiros tratamentos sistemáticos dos
processos de ensino e aprendizagem não apareceram até o século XII. Isso é
importante para entender os principais precedentes históricos que serviram de base
para o desenvolvimento da didática. Segundo Araújo (2008), são exemplos de
relevantes:
• “Eruditio didascalia”, de Hugo de San Victor, no século XII;
• “De disciplinis”, de Juan Luis Vives, no século XVI;
• “Aporiam didactici principio”, de Wolfgang Ratke, no século XVII.
Seguramente, cada uma dessas obras serviu de base para entendimentos,
mudanças e evoluções em suas respectivas épocas. Mas é importante reiterar que
nenhuma delas exibe a fama e a grandeza da “Didática Magna” de João Amós
Comenius, publicada em 1657. Tal impacto pode ser atribuído à complexidade e
ousadia da proposta, bem como a abordagem que sugere de ensinar tudo a todos,
que ali se apresenta.
Comenius, através de seus estudos, refletiu sobre a divisão social do trabalho,
que se tornou uma marca forte de sua época. Segundo ele, existem quatro tipos
diferentes de escolas: a escola do regaço materno, a escola da língua nacional, a
escola latina e a academia ou universidade.
As teorizações de Rosseau, sem dúvida, também devem ser elencadas como
marco histórico para a formação da didática. O pensador deu uma contribuição
significativa para definir os rumos da didática ao propor algo que influenciaria todos
os estudos posteriores. Ele defendia que o valor da infância tem implicações de longo
alcance para a pesquisa e a ação educacional, mas que ainda levarão décadas para
se materializar.
Em contraste com Comenius, que acreditava em "dominar as paixões das
crianças ", Rousseau partiu da premissa da bondade natural do homem corrompido
pela sociedade. Ele discute como a reforma social é tão necessária quanto a reforma
da educação em seu livro “O contrato social”. Ele participou da renovação ideológica
que antecedeu a Revolução Francesa como resultado desse aspecto de seu
pensamento. Para Damis (1988, p. 13):
MASETTO, M. Didática: a aula como centro. 4. ed. São Paulo: FTD, 1997.
MORANDI, F. Introdução à pedagogia. São Paulo: Ática, 2008.