DISCIPLINA - ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA E LITERATURA
RESUMO: CONTEÚDOS TRABALHADOS
Roteiro de aprendizagem para a Semana 1
Estudos introdutórios sobre Ensino e Aprendizagem de Língua e Literatura Os autores Newton Duarte e Agnela da Silva Giusta propõem, a partir de distintas narrativas e enfoques, um exercício ainda em processo de reconhecimento e de amadurecimento no âmbito escolar brasileiro: considerar as competências do aluno enquanto parte integrante das práticas educacionais cotidianas, adaptando as abordagens e respeitando as diferenças dos estudantes. Para os autores que tratam desse tema e que foram abordados na primeira semana, as pedagogias construtivistas, inclusive a do “aprender a aprender” (tema central do roteiro em questão), estimulam os alunos a mobilizar os seus conhecimentos e afetos, percebendo-se a si mesmo como ser de Razão e de Imaginação. Para isso, como sugerem os autores, os educadores devem atuar enquanto uma pedagogia ativa, cooperativa e aberta para a realidade do aluno. A partir dessa reflexão, portanto, foi descortinado como tais competências podem ser construídas desde a escola, exercitando-as, sobretudo a partir de situações ditas complexas no dia a dia do aluno (complexidade referida nos textos ao pensamento crítico e reflexivo). A partir de tais experiências de conhecimento, enquanto futuros educadores, Newton Duarte e Agnela da Silva Giusta sugerem a compreensão do caráter adaptativo da pedagogia e do ensino, levando em conta a realidade educacional brasileira e dos seus alunos, entendendo como o “aprender a aprender” também faz parte da aprendizagem e do trabalho do professor: é o aprender fazendo (learning by doing), como reforça a pedagogia de John Dewey, abordado no artigo de Newton Duarte.
1. “As pedagogias do ‘aprender a aprender’ e algumas ilusões da assim chamada
sociedade do conhecimento” Newton Duarte O autor defende a tese de que a assim chamada pedagogia das competências é integrante de uma ampla corrente educacional contemporânea, chamada por ele de pedagogias do “aprender a aprender” ou learning by doing (nos termos da pedagogia de John Dewey). Newton Duarte discorre sobre tais pedagogias e os seus métodos ativos (do aprender fazendo) a partir da ideia construtivista de formação de competências (desde a escola), muitas delas construídas, como explica Philippe Perrenoud, uma das referências desse nosso autor-base, em “situações complexas”. Para tanto, a pedagogia ativa, cooperativa e aberta para a realidade do aluno deve incitá-los a mobilizar os seus conhecimentos. Segundo Duarte, são quatro os posicionamentos valorativos contidos no lema “aprender a aprender”: 1. educação que fomente a autonomia intelectual e moral através justamente da transmissão das formas mais elevadas e desenvolvidas do conhecimento socialmente existente; 2. o incentivo ao aluno para que desenvolva por si só um método de aquisição, elaboração, descoberta e construção de conhecimentos, e não aprender os conhecimentos que foram descobertos e elaborados por outras pessoas; 3. a atividade do aluno, para ser verdadeiramente educativa, deve ser impulsionada e dirigida pelos interesses e necessidades da própria criança; 4. a educação deve preparar os indivíduos para acompanharem a sociedade em acelerado processo de mudança.
2. “Concepções de aprendizagem e práticas pedagógicas”
Agnela da Silva Giusta A produção do conhecimento psicológico também é marcada por contradições, e isso se dá nas mais diversas práticas pedagógicas. Para tratar das concepções de aprendizagem que comumente auxiliam e dão folego às práticas pedagógicas, a autora recorre à problematização dos conceitos behavioristas em torno do pressuposto de que todo conhecimento provém da experiência. Para tanto, a metodologia de abordagem de Giusta tem a intenção de suscitar a reflexão sobre as consequências da adoção das diferentes linhas analisadas, bem como sobre a impropriedade das formas de ecletismo tão amplamente exercidas no campo pedagógico, em situações complexas do cotidiano do aluno.
Roteiro de aprendizagem para Semana 4
A pluralidade dos letramentos e letramento literário No quarto roteiro, mantivemos a reflexão e a problematização propostas nas semanas anteriores, acerca da importância de se colocar em prática na sala de aula uma leitura engajada e que requer um posicionamento ativo e afetivo dos seus alunos leitores. Dos autores que selecionamos para esse roteiro de aprendizagem, uma evidência fez-se transversal no debate: a literatura, no âmbito escolar brasileiro (com ênfase no público infanto-juvenil), tornou-se escolarizada e instrumentalizada. Isto é, e assim vimos, ler literatura significa, ainda hoje, corresponder às expectativas e objetivos pedagógicos da escola e/ou suporte “privilegiado” para o ensino da gramática. Ao operar o letramento no sentido oposto, possibilitamos a formação política, ideológica, cultural e a emancipação do ser humano, como vimos em um dos textos- base. A partir dessa reflexão, os textos-base da Semana 4 propuseram a construção e o fortalecimento desse input para o conhecimento, buscando trabalhar a importância da articulação de diferentes níveis de conhecimento prévio dos seus alunos, instrumento facilitador do processo de letramento.
1. “O letramento literário e a escolarização da literatura infantojuvenil”
Renan Marques Isse Embora a responsabilidade pela qualidade do ensino seja do Estado, o autor propõe uma rica discussão em torno do papel do professor em estabelecer um diálogo com seus alunos e com suas leituras. Nesse sentido, reflete sobre o trabalho de alicerce do letramento literário, mesmo que diante de todos os enfrentamentos sociais, políticos e econômicos dos alunos, vai além: no “aprender a aprender” cotidiano, nas práticas sociais, acolher e amparar as diferenças dos seus alunos e adaptar a linguagem em sala de aula para reconhecerem a literatura como um diálogo com o mundo e com a história deles. O artigo traz uma leitura crítica acerca de como o “letramento” pode significar apropriar-se de si mesmo na literatura, primeiro passo para o aluno apropriar-se de si mesmo no mundo.
2. “O letramento literário: a literatura escolarizada”
Alyne De Souza Jardim, Juliano Casimiro de Camargo Sampaio e Irma Galhardo O artigo pretendeu responder à questão: Quais as prováveis implicações para as iniciativas com foco no letramento, se o aceitarmos enquanto prática cultural, cotidiana, histórica e socialmente contextualizada? O percurso teórico empreendido nos levou a supor como resposta(s) possível(is): A literatura como fruição estética ou linguística é um meio de formação política, ideológico, cultural e emancipatória. Para tanto, deve-se explorar o conhecimento local e regional em que está inserido o leitor, com o intuito de que ele possa reconhecer a si mesmo e reconhecer-se no outro, humanizando-se. Partindo de particularidades de cada contexto para aspectos mais universais. Assim, “É por possuir essa função maior de tornar o mundo compreensível transformando sua materialidade em palavras de cores, odores, sabores e formas intensamente humanas que a literatura tem e precisa manter um lugar especial nas escolas” (COSSON, 2006, p. 17).
3. “Ainda sobre a formação do professor de Língua Portuguesa no Brasil”
Maria Rosa Petroni, Agameton Ramsés Justino e Edsônia de Souza Oliveira Melo As considerações apresentadas pelos autores centram-se, sobretudo, na promoção do diálogo no processo de ensino-aprendizagem, permitindo: a análise das práticas pedagógicas e a concretização do ensino regido por tais práticas, sempre alicerçadas em bases interacionais, adquiridas na formação inicial e aprofundadas nos cursos de atualização e aperfeiçoamento – a formação docente deve privilegiar a teoria enunciativo-discursiva, estabelecida sobre a base dialógica, que institui professor e aluno como interlocutores. O artigo enfatiza que a formação docente deve oferecer ao professor conhecimentos outros que não apenas o gramatical, sendo os cursos de Pós-Graduação lato e strictu senso, como relembram as autoras, alternativas viáveis e necessárias na formação docente, atualizando e permitindo a verticalização desse processo, constituindo-se em espaços de descobertas que ajudam a promover a melhoria do ensino.
Roteiro de aprendizagem para a Semana 5
Práticas Pedagógicas de Leitura e Produção Textual Dando sequência às conexões estabelecidas entre os saberes, o quinto roteiro de aprendizagem mantém em diálogo e consonância com a formação dos formadores no âmbito de Língua Portuguesa e Literatura, colocando em perspectiva tanto o seu processo formativo dos sujeitos-professores para uma avaliação de qualidade quanto o protagonismo e a autonomia dos alunos, não perdendo de vista o seu saber fazer, a realidade no qual está inserido, logo, a sua potência de vida para as suas futuras leituras. Para tanto, os autores que compõem a leitura de base desse nosso roteiro revisitam cânones da pedagogia libertária, intrinsecamente vinculada à produção de linguagem e aos seus propósitos comunicacionais, como Bakhtin e Paulo Freire, que desde sempre valorizaram o empoderamento dos alunos por meio da linguagem.
1. “Formando formadores: ensino e avaliação de produção textual em rede municipal”
Lílian Ghiuro Passarelli O primeiro texto-base propõe uma reflexão sobre a própria prática mediada pelo formador em escuta ativa, estimulando-o a apre(e)nder um exercício autocrítico e de aprimoramento de práticas e percepções de suas pedagogias. O aspecto da formação dos professores – ou “formadores”, como prefere denominar Passarelli – enquanto mediador em favor do aprimoramento da escrita autônoma, protagonista e emancipatória dos seus alunos, é sempre um ponto importante a ser levantado quando se tem em conta o contexto socioeducacional brasileiro. Nessa problematização em torno do “ensinar implica avaliar”, Passarelli trata de dois conceitos importantes: 1) higienização da produção do estudante e 2) o ensino- aprendizagem. Ambos os conceitos dialogam sobre a intervenção mediadora do professor em favor da construção de um sujeito-autor de textos e do objeto de ensino. Aprender, para Passarelli, é também reverberar, o mais autonomamente possível, na construção dos saberes dos próprios formadores. É importante reforçar que tal higienização, numa espécie de “limpeza” da produção do aluno, restringe-o a um burocratismo utilitarista, inclusive cumprindo os objetivos mercadológicos e metodológicos de parte do atual ensino brasileiro. Indo além: esse tipo de intervenção bloqueia quaisquer possibilidades de ajustar o processo de ensino- aprendizagem por parte dos formadores, reconhecendo as mudanças que devem, progressivamente, ser introduzidas no processo. Nesse sentido, o artigo problematiza sobre como a educação emancipatória e transformadora também pode ser levada para os processos de produção textual numa visão interacionista. Um movimento que estimula o aluno, mais uma vez, a ser o protagonista da sua própria escrita, da sua própria leitura, como temos vindo a estudar. É ler para escrever bons textos, sem deixar de “conhecer mais sobre o processo de aprendizagem dos estudantes, bem como sobre suas estruturas de pensamento, a ponto de entender por que eles estão (ou não) aprendendo”, como propõe Passarelli.
2. “Produção de textos em material didático para o ensino médio: questões sobre
subjetividade e gêneros” Marina Célia Mendonça A partir das categorias de análise do texto-produto sugeridas por Passarelli, bem como as contribuições do ensino da produção textual na visão sociointeracionista, vem o segundo texto-base da quinta semana. O artigo de Marina Célia Mendonça reforça a fundamental importância do desenvolvimento do protagonismo social a partir e com o uso da linguagem. Aprender a ajustar o processo de ensino-aprendizagem e de reconhecimento das mudanças que devem, progressivamente, ser introduzidas no processo também estão presentes nesse segundo texto-base, mais voltado à análise da produção textual em Língua Portuguesa em material didático brasileiro direcionado ao Ensino Médio e aprovado no Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2018. Nesse contexto, o que Mendonça reforça é a necessidade de observar a intersubjetividade no discurso sobre essa produção textual, relacionando essa presença (ou ausência) com as práticas de escrita de gêneros. A partir da perspectiva dos estudos bakhtinianos, a autora propõe então a análise da produção escrita da coleção didática selecionada e do Manual do Professor que acompanha cada volume da coleção. Na análise, são consideradas as noções de autoria, indícios de autoria, protagonismo e gênero.
Roteiro de aprendizagem para a Semana 6
Produção textual e reescrita: propostas e desafios para o professor O sexto roteiro de aprendizagem propõe investigar como se dá o diálogo entre professor e aluno no processo de reescrita de gêneros discursivos em sala de aula, bem como os desafios inerentes ao sistema de ensino e às propostas pedagógicas das unidades escolares. A reescrita de texto, de tão importante para a apropriação da língua padrão e para a reflexão interativa/dialógica sobre o discurso, é textualmente indicada pelos PCNs de Língua Portuguesa do 3º e 4º ciclos (MEC, 1998, p. 80), como aponta Maria Aparecida Pacheco, uma das autoras desse sexto roteiro: “[...] um dos aspectos fundamentais da prática de análise linguística é a refacção de textos produzidos pelos alunos. Tomando como ponto de partida o texto produzido pelo aluno, o professor pode trabalhar tanto os aspectos relacionados às características estruturais dos diversos tipos textuais como também os aspectos gramaticais que possam instrumentalizar o aluno no domínio da modalidade escrita da língua”. Nesse contexto de reflexão e dando sequência às conexões estabelecidas entre os saberes, o sexto roteiro de aprendizagem propõe uma discussão mais efetiva no que se refere à escrita e à reescrita de textos em sala de aula, investigando como acontece esse processo e os papéis dos alunos e professores que são envolvidos nessa atividade e propondo o caráter emancipatório dessa ação. Para tanto, os autores que compõem a leitura de base desse nosso roteiro revisitam cânones amplamente citados nas nossas últimas semanas, como Mikhail Bakhtin, além de outros nomes que dialogam sobre a temática relacionada ao gênero discursivo e o contexto da escrita e reescrita em sala de aula: Coelho e Palomanes (2016), Geraldi (2012), Passarelli (2012), Riolfi et al. (2012) e Gomes-Santos et al. (2010). Ambos os textos buscam compreender como se dá o processo de reescrita do aluno a partir das práticas escolares e, nesse sentido, estimular os nossos educandos a compreender, no decurso da elaboração de um texto, para quem estão escrevendo, os motivos que os levaram a escrever e a forma discursiva adequada à situação comunicativa – não deixando de dialogar com todas as etapas que envolvem o processo dissertativo, como planejamento, escrita, revisão e reescrita. Para os autores-chave deste nosso sexto roteiro, os processos de revisão e de reescrita, embora configurem-se como processos relativamente novos na prática de alfabetização, são decisivos na formação de futuros sujeitos reflexivos e produtores eficientes e críticos de textos. Ambas as autoras consideram que essa tarefa implica uma grande complexidade para o escritor iniciante e, por essa razão, o trabalho de reescrita/revisão deve ser realizado em coparceria entre professor e aluno. Sendo assim, o mais importante para o aprendiz é a percepção de que a primeira versão escrita do texto apresenta caráter provisório, por isso, exige uma maior reflexão sobre o que precisam dizer e sobre como organizar textualmente esse dizer. Daquilo que foi escrito, surge a necessidade de reescrever o texto, para adequá-lo, segundo os apontamentos realizados na etapa de revisão, à situação de produção. Sendo assim, as práticas de ensino da escrita devem contribuir para que ela seja compreendida como uma forma de “expressão de si e de criatividade”. Por isso, a reescrita de texto não é uma atividade solitária e isolada, pelo contrário, é um processo multifacetado que deve ser compreendido como dialógico e não pode ser visto apenas como uma atividade metodológica.
1. “Escrita e reescrita de textos em sala de aula no ensino fundamental”
Cícera Janaína Rodrigues Lima O primeiro texto-base tem especial foco nos gêneros discursivos (primários e secundários) e busca compreender como a escola encara a produção de texto e, principalmente, a reescrita como uma ferramenta necessária para se construir produtores de textos eficientes e sujeitos reflexivos. A autora entende a reescrita de texto não como uma atividade solitária e isolada, pelo contrário, é “um processo multifacetado que deve ser compreendido como dialógico e não pode ser visto como apenas uma atividade metodológica”. É então importante que nesse percurso, para que os alunos sejam eficientes no que se refere à produção textual, perceba-se a linguagem como uma atividade sócio-histórica construída com os seus pares e que os significados construídos não podem ser analisados abstratamente, mas enunciativamente. As marcas bakhtinianas estão evidentes na análise de Lima ao propor a reflexão da reescrita em sala de aula a partir da análise do Círculo de Bakhtin, que compreende a linguagem como um processo dialógico, no qual os sujeitos são participantes ativos do processo de interação.
2. “A reescrita de textos no 7º ano do ensino fundamental: reflexões e intervenção
didática” Maria Aparecida Pacheco Gusmão Assim como em Lima, a reflexão proposta por Maria Aparecida Pacheco Gusmão sobre o ensino/aprendizagem do processo da escrita de texto, tendo como objeto de pesquisa os anos intermediários do Ensino Fundamental, também lança mão de uma perspectiva interacionista e dialógica acerca da escrita. O trabalho faz parte da pesquisa “Escrita e reescrita de textos no ensino básico: relação dialógica e interativa”, vinculado ao Grupo de Pesquisa Linguagem e Educação, GPLEd, do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, e promove uma reflexão sobre o ensino/aprendizagem do processo da escrita de texto nos anos intermediários do Ensino Fundamental. A reflexão do trabalho da autora, sobre o processo de escrita, centra-se em três objetivos metodológicos: 1) promover uma reflexão sobre o ensino/aprendizagem do processo da escrita de texto nos anos intermediários do Ensino Fundamental; 2) analisar numa perspectiva interacionista e dialógica da linguagem dois textos de alunos do sétimo ano de Ensino Fundamental; 3) apresentar propostas de intervenção didática para os textos em análise, de modo a assegurar algumas aprendizagens necessárias à formação de um escritor proficiente. Nesse contexto e na esteira da reflexão sobre o ensino/aprendizagem da produção textual como processo interlocutivo, Gusmão sugere melhorá-lo em sala de aula, na perspectiva interacionista e dialógica, uma vez que esse trabalho é norteado pela concepção interacionista/dialógica da linguagem. Ela defende que a linguagem é uma atividade, que tem como foco ações partilhadas, dinamismo na construção do conhecimento e a produção de sentidos, emitindo opiniões, discordando, concordando por meio da língua em uso. Roteiro de aprendizagem para a Semana 7 O ensino de Língua e Literatura e as tecnologias digitais de informação e comunicação na sala de aula É a partir do contexto de mediação da aprendizagem dos alunos com a realidade tecnológica enquanto prática pedagógica e na esteira das reflexões propostas ao longo das últimas semanas, que o presente roteiro de aprendizagem, o sétimo da nossa sequência de estudo, abre para o debate sobre como é possível criar, desenvolver e instaurar ações pedagógicas não determinísticas e de coparticipação dos recursos tecnológicos na atividade cotidiana do educador, democratizando o acesso do aluno. Para as autoras e os autores que trouxemos para este sétimo roteiro de aprendizagem, uma das preocupações mais prementes e urgentes, desenrola-se tanto na inadequação entre as necessidades educacionais dos alunos quanto no descompasso com a formação de professores.
1. “As Tecnologias na Educação: uma questão somente técnica?”
Elaine Conte e Rosa Maria Martini O artigo propõe uma discussão mais efetiva a respeito tanto do exercício como da formação, muitas vezes descompassada, da docência diante das necessidades emergentes da época. É então que esse primeiro texto-base dá visibilidade, sobretudo, à necessidade de um diálogo mais amplo e contextualizado da educação diante das transformações científicas e tecnológicas, de modo que a pedagogia desse discurso permita que professores e alunos sejam convidados a aprender juntos. As autoras propõem-se a investigar os usos das tecnologias na educação e na constituição do discurso pedagógico, e como as relações sociopolíticas e culturais das tecnologias fazem parte da realidade fora das salas de aula, mas, muitas vezes, dentro delas. Ao vislumbrarem um modelo de formação sensível à prevenção da incorporação ingênua das tecnologias na educação, as autoras, com claras bases freirianas, revisam concepções a fim de reconhecer a pluralidade e a objetividade que têm alicerçado as práticas pedagógicas. Nesse processo, as autoras elucidam como os elementos tecnológicos promovem a curiosidade e interferem diretamente na formação cultural, aprendizagem, linguagem e em todas as dimensões da racionalidade humana. Por outro lado, Conte e Martini promovem outro debate fundamental no exercício da docência num contexto de crise gerado pelas pressões e transformações do mundo do trabalho: o dilema da inadequação entre as necessidades emergentes da época e o descompasso com a formação de professores. Nesse sentido, as autoras defendem, enquanto desafio epistemológico das tecnologias, que o exercício da docência requer a tomada de consciência do tempo presente, percebendo também o fluxo de acontecimentos que advém do passado.
2. “TIC’s e literatura: inovações e desafios para o ensino na era digital”
Juliana de Oliveira, Amanda de Oliveira e Anselmo Alós No artigo em questão, tem-se contato com o ensino de línguas e literatura no contexto de tecnologias de informação e comunicação, nos quais lançam os desafios e as inovações para o ensino na era digital. Juliana de Oliveira, Amanda de Oliveira e Anselmo Alós, refletem acerca da implementação das tecnologias de informação e comunicação em sala de aula, mais concretamente no ensino da Literatura. São muitas as propostas nesse novo processo de ensino-aprendizagem, sobretudo o de se ter em conta o papel social da escola. Diante dessas diferentes formas de narrar que se lança uma problematização vital no processo de constituição dos sujeitos na era da internet: a dimensão transformadora do educador na sua tarefa de inserir os sujeitos no mundo, de se responsabilizar. Tendo em vista a ambivalência econômica e culturalmente criada pelo sistema capitalista, que coloca o ser humano numa condição de falsa autonomia e ingerência sobre as suas próprias decisões, a tecnologia configura-se então como um dos maiores enfrentamentos dos educadores: por um lado, estimula e liberta os alunos das amarras arcaicas do ensino positivista e tecnicista, de outro, aprisiona-o numa linguagem instrumental e hermética das tendências de pensamento em curso, adaptando-os, às “interpretações desviantes do mercado.
Roteiro 8 Revisão dos temas propostos nos sete roteiros de aprendizagem.