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ISBN: 978-85-7797-708-6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
Apresentação
Inúmeros estudos no campo da Linguística e a sociedade nos últimos anos desse período,
da Linguística Aplicada — além da própria rea- impulsionadas sobretudo pela globalização, e
lidade, avaliada oficialmente pelo Saeb e pelo a impressionante capacidade de multiplicação
Enem, entre outros instrumentos — têm impos- do conhecimento decorrente das novas tecnolo-
to um grande desafio aos professores e pes- gias da informação e da comunicação geraram
quisadores da área da educação linguística: re- a necessidade de novos parâmetros para a for-
pensar o ensino voltado para a metalinguagem mação dos cidadãos2.
gramatical1, que, devido a vários fatores, não se Assim, consensualmente o objetivo maior está
mostra mais suficiente para atender às inúme- definido já faz algum tempo: desenvolver a com-
ras demandas comunicativas que envolvem os petência linguística do aluno de forma a ampliar
aprendizes neste grande ambiente multimodal sua habilidade comunicativa e facilitar seu trân-
em que estão inseridos: a sociedade densa- sito entre as mais diferentes situações de uso
mente semiotizada em que vivemos (BRASIL, efetivo da língua. Em outras palavras, é nossa
2000). Como bem lembram Dionísio e Vascon- missão, enquanto agentes de socialização, pro-
celos (2013, p. 19), “nossa história de indivíduos mover o letramento dos nossos alunos, levá-los
letrados começa com nossa imersão no univer- a compreender como essa competência funciona
so em que o sistema linguístico é apenas um e como podem fazer para que funcione melhor.
dos modos de constituição dos textos que ma- Entre os imperativos dessa “nova realidade”
terializam nossas ações sociais”. está a indispensável necessidade de trabalhar a
Segundo Rojo (2009, p. 87), entre os anos leitura e a escrita com ênfase na multiplicidade
1970 e 1990, com a chamada virada pragmá- de gêneros textuais. Mas não só isso. É funda-
tica, “propostas, programas e materiais didáti- mental abrir espaço nas nossas aulas para ativi-
cos passaram a se pronunciar decisivamente dades de reflexão sobre a língua e a linguagem,
em favor da presença do texto, e mais, de uma que visam não à metalinguagem técnica, mas à
diversidade de textos, em especial das mídias concepção de que um ensino eficaz se proces-
de grande circulação, em sala de aula”. Assim, sa por meio do percurso
os currículos de Língua Portuguesa se descen-
tralizaram dos conteúdos gramaticais e passa- uso reflexão uso
ram a se caracterizar como centrados em pro-
cedimentos — eixos procedimentais de leitura Ou seja: esse trânsito não é possível se não
e de produção de textos (ROJO, 2009). Desse for feito a partir dos textos. Como não existe tex-
modo, nas últimas décadas do século passado to sem gramática, o grande desafio é conseguir
começaram a se configurar os atuais paradig- unir toda essa teoria, as gramáticas e as boas
mas para o ensino da língua materna. As trans- intenções e transformar tudo em prática — cla-
formações sociopolíticas pelas quais passou ra, interessante e eficiente.
1 Não identificamos essa prática com o ensino tradicional. Percebemos a tradição como um conjunto de práticas pedagógicas cristalizadas ao longo
dos anos, o que não implica, portanto, um posicionamento pejorativo. Como bem lembra Mendonça (2009: 201), “aspectos dessa tradição podem ser
hoje questionados com o devido distanciamento, que nos possibilita um olhar menos envolvido e mais objetivo, mas isso não significa desprezar todo
o trabalho feito em determinados momentos da nossa educação. Por exemplo, na escola tradicional, também há práticas de letramento significativas,
algumas das quais deveriam ser resgatadas, mesmo com outra roupagem. É o caso da recitação de poemas, dos saraus na escola, em que os alunos
eram solicitados a conhecer textos poéticos, memorizá-los e declamá-los, para uma audiência de colegas, professores e pais. Era, enfim, um evento
de letramento significativo dentro da vida escolar”.
2 Cf. Brasil (2000) e Rojo (2009).
III
Lécio Cordeiro
leciocordeiro@editoraconstruir.com.br
IVIV
O que
ensinar?
No que se refere ao ensino de língua, um cuschi (2008), isso seria substituir uma metodo-
questionamento é inevitável: por que ensinar o logia inadequada por outra. Na verdade, essa
português aos brasileiros, que o têm como lín- sistematização envolverá uma série de estraté-
gua materna? É aparentemente uma contradi- gias que, por meio da epilinguagem, levarão os
ção: há utilidade em ensinar o que o aluno já alunos a perceber que a língua é perpassada
sabe? Se aprofundarmos ainda mais esta ques- por uma infinidade de saberes, crenças, práti-
tão, podemos nos fazer outra pergunta, conse- cas, papéis sociais, intenções, relações de po-
quência natural da primeira: então, quando se der, etc. Esse conhecimento lhes mostrará que
ensina língua, o que se ensina de fato? a língua não é neutra, e essa consciência permi-
Ora, todos os falantes refletem em algum mo- tirá que, de posse dos recursos que ela mesma
mento sobre a língua que falam. O que ensinar? lhes oferece, eles possam alcançar efeitos de
Em várias ocasiões ela é alvo de avaliações posi- sentido muito mais amplos.
tivas, negativas, estéticas, críticas. É essa a base É claro que muito disso eles já sabem. Não
da atividade epilinguística. Cabe a nós, como é na escola, por exemplo, que eles aprendem
agentes de letramento e socialização, ajudar os que devem se dirigir a determinadas pessoas
alunos a sistematizar essas avaliações para que por meio de senhor, senhora, e que com outras
ampliem a sua competência comunicativa. podem usar você. Mas há uma infinidade de co-
Na prática, isso não quer dizer que as aulas nhecimento que lhes é revelado apenas no am-
de análise sintática devem ser substituídas por biente escolar. Ou seja, devemos levá-los não
aulas de linguística, análise do discurso, filoso- a aprender a língua, mas a ampliar sua compe-
fia da linguagem, etc. Como bem lembra Mar- tência comunicativa.
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1 O mito de Sísifo narra a trajetória de um homem ardiloso que, tendo enganado a morte e meia dúzia de deuses, foi condenado a rolar uma rocha
imensa até o cume de uma escarpada montanha. Mas sempre que chegava ao alto, a pedra despencava, e ele era obrigado a recomeçar a estafante
e ininterrupta tarefa.
2 “O funcionamento da linguagem está tão distante de nossa consciência quanto os fundamentos lógicos da postura de ovos para as moscas”
(Pinker, 2004:13).
VIVI
Leitura, produção e
análise linguística
A proposta de língua que norteia a coleção dão. Feito isso, passamos a gramática tradicio-
deixa clara nossa visão acerca da leitura, da pro- nal em revista e procuramos ao máximo fazer
dução de textos e do trabalho com a gramática. uma abordagem teórico-prática que consideras-
Dessa forma, esses três pilares são trabalhados se as demandas comunicativas da nossa so-
de maneira interligada. Há uma influência recí- ciedade e, sobretudo, observasse nuanças im-
proca entre eles: um repercute no outro e todos portantes do português brasileiro que até então
são importantes para a produção de sentido. têm sido veementemente ignoradas pelos livros
Tendo isso em vista, procedemos a uma aná- didáticos. Como dissemos, é uma continuação,
lise bastante criteriosa de textos: literários e revista e ampliada, do estudo iniciado em Con-
não literários, verbais e não verbais, etc. Nosso textualizando a gramática. O professor que tra-
critério sempre se pautou na escolha de textos balhou com este livro encontrará aqui bastantes
cuja leitura e análise despertasse o interesse do subsídios para renovar sua prática de ensino de
aluno e, concomitantemente, contribuísse efe- língua portuguesa.
tivamente para a sua formação enquanto cida-
VII
VIII
VIII
A produção textual
e a leitura
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Em substituição às denominadas “aulas de junto destes), desde a observação analítica de
redação”, o professor de Língua Portuguesa um acontecimento ou leitura atenta de um artigo
atualmente lida com o desafio de trabalhar a lei- científico ou cartum, por exemplo, até a seleção
tura e a escrita sob um termo mais maduro e das palavras e da organização estrutural que ca-
abrangente: “produção textual”. Maduro porque racterizarão o produto final.
implica as diversas etapas da construção do De acordo Bortone e Braga Martins (2008),
conhecimento envolvidas na confecção de um saber escrever é hoje, mais do que nunca, uma
texto; abrangente porque não mais se restringe necessidade de sobrevivência em sociedades
à composição escrita metódica baseada em es- como a nossa, em que tudo, ou quase tudo,
quemas limitados. é intermedia do pela escrita. A escola, infeliz
Nesse caso, os conceitos de texto também mente, costuma ensinar a produção textual de
têm recebido, na escola, significados plurais e forma inadequada, e isso, em vez de contribuir
mais firmados nas práticas cotidianas, quando para que o sujeito adquira proficiência na es
se aplicam aos textos verbais e não verbais e crita, ajuda a promover bloqueios e temores em
ao serem levados para a sala de aula exemplos relação a essa prática. O sistema escolar, ao
reais de gêneros e tipos textuais. Essa nova avaliar a redação do aluno, preocupa-se em ver
prática pedagógica com certeza representa um somente os erros gramaticais, como ortografia,
avanço na educação de alunos críticos e ca acentuação e pontuação. Embora todos esses
pazes de bem lidar com os recursos disponíveis elementos gramaticais possam incidir sobre a
de sua língua, para proveito próprio e da socie- coerência e coesão textual, por si só não são
dade. elementos suficientes para organizar a tessitura
Sim, quando falamos em produção textual, do texto. Nessa perspectiva, a prática da escrita
nos referimos a todas as atividades necessárias escolar não observa a autoria do aluno, a cria-
para que se construa um enunciado (ou um con- tividade, a progressão temática, a função social
IX
XX
XI
XII
XII
XIII
XIV
XIV
Competências específicas
de língua portuguesa para
o ensino fundamental
1. Compreender a língua como fenômeno cultu- 6. Analisar informações, argumentos e opiniões
ral, histórico, social, variável, heterogêneo e manifestados em interações sociais e nos
sensível aos contextos de uso, reconhecen- meios de comunicação, posicionando-se
do-a como meio de construção de identida- ética e criticamente em relação a conteúdos
des de seus usuários e da comunidade a que discriminatórios que ferem direitos humanos
pertencem. e ambientais.
2. Apropriar-se da linguagem escrita, reconhe- 7. Reconhecer o texto como lugar de manifes-
cendo-a como forma de interação nos dife- tação e negociação de sentidos, valores e
rentes campos de atuação da vida social e ideologias.
utilizando-a para ampliar suas possibilidades 8. Selecionar textos e livros para leitura integral,
de participar da cultura letrada, de construir de acordo com objetivos, interesses e proje-
conhecimentos (inclusive escolares) e de se tos pessoais (estudo, formação pessoal, en-
envolver com maior autonomia e protagonis- tretenimento, pesquisa, trabalho etc.).
mo na vida social.
9. Envolver-se em práticas de leitura literária
3. Ler, escutar e produzir textos orais, escritos que possibilitem o desenvolvimento do senso
e multissemióticos que circulam em diferen- estético para fruição, valorizando a literatu-
tes campos de atuação e mídias, com com- ra e outras manifestações artístico-culturais
preensão, autonomia, fluência e criticidade, como formas de acesso às dimensões lúdi-
de modo a se expressar e partilhar informa- cas, de imaginário e encantamento, reconhe-
ções, experiências, ideias e sentimentos, e cendo o potencial transformador e humaniza-
continuar aprendendo. dor da experiência com a literatura.
4. Compreender o fenômeno da variação lin- 10. Mobilizar práticas da cultura digital, diferen-
guística, demonstrando atitude respeitosa tes linguagens, mídias e ferramentas digitais
diante de variedades linguísticas e rejeitando para expandir as formas de produzir sentidos
preconceitos linguísticos. (nos processos de compreensão e produ-
5. Empregar, nas interações sociais, a varieda- ção), aprender e refletir sobre o mundo e rea-
de e o estilo de linguagem adequados à si- lizar diferentes projetos autorais.
tuação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e
ao gênero do discurso/gênero textual.
XV
XVI
XVI
promover uma sensibilidade para com os fatos seus contextos de produção, o que contextualiza
que afetam drasticamente a vida de pessoas e e confere significado a seus preceitos. Trata-se
prever um trato ético com o debate de ideias. de promover uma consciência dos direitos, uma
Como já destacado, além dos gêneros jorna- valorização dos direitos humanos e a formação
lísticos, também são considerados nesse campo de uma ética da responsabilidade (o outro tem
os publicitários, estando previsto o tratamento direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).
de diferentes peças publicitárias, envolvidas em Ainda nesse campo, estão presentes gêne-
campanhas, para além do anúncio publicitário e ros reivindicatórios e propositivos e habilidades
a propaganda impressa, o que supõe habilidades ligadas a seu trato. A exploração de canais de
para lidar com a multissemiose dos textos e com participação, inclusive digitais, também é pre-
as várias mídias. Análise dos mecanismos e per- vista. Aqui também a discussão e o debate de
suasão ganham destaque, o que também pode ideias e propostas assume um lugar de desta-
ajudar a promover um consumo consciente. que. Assim, não se trata de promover o silen-
No campo de atuação da vida pública ga- ciamento de vozes dissonantes, mas antes de
nham destaque os gêneros legais e normativos explicitá-las, de convocá-las para o debate,
– abrindo-se espaço para aqueles que regulam analisá-las, confrontá-las, de forma a propiciar
a convivência em sociedade, como regimentos uma autonomia de pensamento, pautada pela
(da escola, da sala de aula) e estatutos e có- ética, como convém a Estados democráticos.
digos (Estatuto da Criança e do Adolescente e Nesse sentido, também são propostas análises
Código de Defesa do Consumidor, Código Na- linguísticas e semióticas de textos vinculados
cional de Trânsito etc.), até os de ordem mais a formas políticas não institucionalizadas, mo-
geral, como a Constituição e a Declaração dos vimentos de várias naturezas, coletivos, produ-
Direitos Humanos, sempre tomados a partir de ções artísticas, intervenções urbanas etc.
XVII
XVIII
XVIII
de firmar pactos de leitura. Para tanto, as habi- ser e estar no mundo e, pelo reconhecimento do
lidades, no que tange à formação literária, en- que é diverso, compreender a si mesmo e de-
volvem conhecimentos de gêneros narrativos senvolver uma atitude de respeito e valorização
e poéticos que podem ser desenvolvidos em do que é diferente.
função dessa apreciação e que dizem respeito, Outros gêneros, além daqueles cuja aborda-
no caso da narrativa literária, a seus elementos gem é sugerida na BNCC, podem e devem ser
(espaço, tempo, personagens); às escolhas incorporados aos currículos das escolas e, assim
que constituem o estilo nos textos, na configu- como já salientado, os gêneros podem ser con-
ração do tempo e do espaço e na construção templados em anos diferentes dos indicados.
dos personagens; aos diferentes modos de Também, como já mencionado, nos Anos Fi-
se contar uma história (em primeira ou tercei- nais do Ensino Fundamental, os conhecimen-
ra pessoa, por meio de um narrador persona- tos sobre a língua, sobre as demais semioses
gem, com pleno ou parcial domínio dos acon- e sobre a norma-padrão se articulam aos de-
tecimentos); à polifonia própria das narrativas, mais eixos em que se organizam os objetivos
que oferecem níveis de complexidade a serem de aprendizagem e desenvolvimento de Lín-
explorados em cada ano da escolaridade; ao gua Portuguesa. Dessa forma, as abordagens
fôlego dos textos. No caso da poesia, desta- linguística, metalinguística e reflexiva ocorrem
cam-se, inicialmente, os efeitos de sentido pro- sempre a favor da prática de linguagem que
duzidos por recursos de diferentes naturezas, está em evidência nos eixos de leitura, escrita
para depois se alcançar a dimensão imagética, ou oralidade.
constituída de processos metafóricos e meto- Os conhecimentos sobre a língua, as de-
nímicos muito presentes na linguagem poética. mais semioses e a norma-padrão não devem
Ressalta-se, ainda, a proposição de objeti- ser tomados como uma lista de conteúdos
vos de aprendizagem e desenvolvimento que dissociados das práticas de linguagem, mas
concorrem para a capacidade dos estudantes como propiciadores de reflexão a respeito do
de relacionarem textos, percebendo os efeitos funcionamento da língua no contexto dessas
de sentidos decorrentes da intertextualidade práticas. A seleção de habilidades na BNCC
temática e da polifonia resultante da inserção está relacionada com aqueles conhecimen-
– explícita ou não – de diferentes vozes nos tos fundamentais para que o estudante possa
textos. A relação entre textos e vozes se ex- apropriar-se do sistema linguístico que organi-
pressa, também, nas práticas de compartilha- za o português brasileiro.
mento que promovem a escuta e a produção Alguns desses objetivos, sobretudo aque-
de textos, de diferentes gêneros e em diferen- les que dizem respeito à norma, são transver-
tes mídias, que se prestam à expressão das sais a toda a base de Língua Portuguesa. O
preferências e das apreciações do que foi lido/ conhecimento da ortografia, da pontuação, da
ouvido/assistido. acentuação, por exemplo, deve estar presen-
Por fim, destaque-se a relevância desse cam- te ao longo de toda escolaridade, abordados
po para o exercício da empatia e do diálogo, conforme o ano da escolaridade. Assume-se,
tendo em vista a potência da arte e da literatura na BNCC de Língua Portuguesa, uma pers-
como expedientes que permitem o contato com pectiva de progressão de conhecimentos que
diversificados valores, comportamentos, cren- vai das regularidades às irregularidades e dos
ças, desejos e conflitos, o que contribui para usos mais frequentes e simples aos menos ha-
reconhecer e compreender modos distintos de bituais e mais complexos.
XIX
Efeitos de sentido
XX
XX
HABILIDADES
Vários são os gêneros possíveis de serem contemplados em atividades de leitura e produção de textos para além
dos já trabalhados nos anos iniciais do ensino fundamental (notícia, álbum noticioso, carta de leitor, entrevista
etc.): reportagem, reportagem multimidiática, fotorreportagem, foto-denúncia, artigo de opinião, editorial, resenha
crítica, crônica, comentário, debate, vlog noticioso, vlog cultural, meme, charge, charge digital, political remix,
anúncio publicitário, propaganda, jingle, spot, dentre outros. A referência geral é que, em cada ano, contemplem-
se gêneros que lidem com informação, opinião e apreciação, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do
impresso e gêneros multissemióticos e hipermidiáticos, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
Diversos também são os processos, ações e atividades que podem ser contemplados em atividades de uso e
reflexão: curar, seguir/ser seguido, curtir, comentar, compartilhar, remixar etc.
Ainda com relação a esse campo, trata-se também de compreender as formas de persuasão do discurso
publicitário, o apelo ao consumo, as diferenças entre vender um produto e “vender” uma ideia, entre anúncio
publicitário e propaganda.
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo
de discurso e vislumbrando possibilidades de denúncia quando for o caso.
(EF69LP02) Analisar e comparar peças publicitárias variadas (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e
propagandas em diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber a articulação entre elas em
campanhas, as especificidades das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao público-alvo, aos
objetivos do anunciante e/ou da campanha e à construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como
forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos pertencentes a esses gêneros.
(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em
reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os
principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em
tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.
(EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que fortalecem a persuasão nos textos publicitários,
relacionando as estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados,
como imagens, tempo verbal, jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar práticas de
consumo conscientes.
(EF69LP05) Inferir e justificar, em textos multissemióticos – tirinhas, charges, memes, gifs etc. –, o efeito de
humor, ironia e/ou crítica pelo uso ambíguo de palavras, expressões ou imagens ambíguas, de clichês, de
recursos iconográficos, de pontuação etc.
XXI
XXII
XXII
HABILIDADES
(EF69LP07) Produzir textos em diferentes gêneros, considerando sua adequação ao contexto produção e
circulação – os enunciadores envolvidos, os objetivos, o gênero, o suporte, a circulação -, ao modo (escrito
ou oral; imagem estática ou em movimento etc.), à variedade linguística e/ou semiótica apropriada a esse
contexto, à construção da textualidade relacionada às propriedades textuais e do gênero), utilizando estratégias
de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação de textos, para, com a ajuda do
professor e a colaboração dos colegas, corrigir e aprimorar as produções realizadas, fazendo cortes, acréscimos,
reformulações, correções de concordância, ortografia, pontuação em textos e editando imagens, arquivos sonoros,
fazendo cortes, acréscimos, ajustes, acrescentando/ alterando efeitos, ordenamentos etc.
(EF69LP08) Revisar/editar o texto produzido – notícia, reportagem, resenha, artigo de opinião, dentre outros –,
tendo em vista sua adequação ao contexto de produção, a mídia em questão, características do gênero, aspectos
relativos à textualidade, a relação entre as diferentes semioses, a formatação e uso adequado das ferramentas de
edição (de texto, foto, áudio e vídeo, dependendo do caso) e adequação à norma culta.
(EF69LP09) Planejar uma campanha publicitária sobre questões/problemas, temas, causas significativas para a
escola e/ou comunidade, a partir de um levantamento de material sobre o tema ou evento, da definição do público-
alvo, do texto ou peça a ser produzido – cartaz, banner, folheto, panfleto, anúncio impresso e para internet, spot,
propaganda de rádio, TV etc. –, da ferramenta de edição de texto, áudio ou vídeo que será utilizada, do recorte e
enfoque a ser dado, das estratégias de persuasão que serão utilizadas etc.
(EF69LP10) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos, podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários,
vlogs, jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis, relativos a fato e temas de interesse pessoal, local
ou global e textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos, culturais e de opinião, orientando-se
por roteiro ou texto, considerando o contexto de produção e demonstrando domínio dos gêneros.
(EF69LP11) Identificar e analisar posicionamentos defendidos e refutados na escuta de interações polêmicas em
entrevistas, discussões e debates (televisivo, em sala de aula, em redes sociais etc.), entre outros, e se posicionar
frente a eles.
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/ redesign (esses
três últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua
adequação aos contextos em que foram produzidos, à forma composicional e estilo de gêneros, a clareza,
progressão temática e variedade linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais como modulação
de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura corporal,
movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.
(EF69LP13) Engajar-se e contribuir com a busca de conclusões comuns relativas a problemas, temas ou questões
polêmicas de interesse da turma e/ou de relevância social.
(EF69LP14) Formular perguntas e decompor, com a ajuda dos colegas e dos professores, tema/questão polêmica,
explicações e ou argumentos relativos ao objeto de discussão para análise mais minuciosa e buscar em fontes
diversas informações ou dados que permitam analisar partes da questão e compartilhá-los com a turma.
(EF69LP15) Apresentar argumentos e contra-argumentos coerentes, respeitando os turnos de fala, na
participação em discussões sobre temas controversos e/ou polêmicos.
(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como
notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também
pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como
artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas:
apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.
XXIII
Efeito de sentido
CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA – Trata-se, neste Campo, de ampliar e qualificar a participação dos
jovens nas práticas relativas ao debate de ideias e à atuação política e social, por meio do(a):
• compreensão dos interesses que movem a esfera política em seus diferentes níveis e instâncias, das
formas e canais de participação institucionalizados, incluindo os digitais, e das formas de participação não
institucionalizadas, incluindo aqui manifestações artísticas e intervenções urbanas;
• reconhecimento da importância de se envolver com questões de interesse público e coletivo e compreensão
do contexto de promulgação dos direitos humanos, das políticas afirmativas, e das leis de uma forma geral em
um estado democrático, como forma de propiciar a vivência democrática em várias instâncias e uma atuação
pautada pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho);
• desenvolvimento de habilidades e aprendizagem de procedimentos envolvidos na leitura/escuta e produção de
textos pertencentes a gêneros relacionados à discussão e implementação de propostas, à defesa de direitos e a
projetos culturais e de interesse público de diferentes naturezas.
Envolvem o domínio de gêneros legais e o conhecimento dos canais competentes para questionamentos,
reclamação de direitos e denúncias de desrespeitos a legislações e regulamentações e a direitos; de discussão
de propostas e programas de interesse público no contexto de agremiações, coletivos, movimentos e outras
instâncias e fóruns de discussão da escola, da comunidade e da cidade.
XXIV
XXIV
HABILIDADES
(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os
aspectos relativos ao tratamento da informação em notícias, como a ordenação dos eventos, as escolhas lexicais,
o efeito de imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos noticiosos e argumentativos, reconhecendo
marcas de pessoa, número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros textuais (por exemplo, as formas
de pretérito em relatos; as formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as formas de imperativo em
gêneros publicitários), o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do
título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as
estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal,
jogos de palavras, metáforas, imagens).
(EF69LP18) Utilizar, na escrita/reescrita de textos argumentativos, recursos linguísticos que marquem as relações
de sentido entre parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento
e à forma de composição de textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a coerência e a progressão
temática nesses textos (“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/segundo/terceiro lugar, finalmente, em
conclusão” etc.).
(EF69LP19) Analisar, em gêneros orais que envolvam argumentação, os efeitos de sentido de elementos típicos
da modalidade falada, como a pausa, a entonação, o ritmo, a gestualidade e expressão facial, as hesitações etc.
Trata-se também de possibilitar vivências significativas, na articulação com todas as áreas do currículo e com
os interesses e escolhas pessoais dos adolescentes e jovens, que envolvam a proposição, desenvolvimento e
avaliação de ações e projetos culturais, de forma a fomentar o protagonismo juvenil de forma contextualizada.
Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros já considerados em outras
esferas – como discussão oral, debate, palestra, apresentação oral, notícia, reportagem, artigo de opinião, cartaz,
spot, propaganda (de campanhas variadas, nesse campo inclusive de campanhas políticas) – e de outros, como
estatuto, regimento, projeto cultural, carta aberta, carta de solicitação, carta de reclamação, abaixo-assinado,
petição online, requerimento, turno de fala em assembleia, tomada de turno em reuniões, edital, proposta, ata,
parecer, enquete, relatório etc., os quais supõem o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como
se organizam e dos recursos e elementos linguísticos e das demais semioses envolvidos na tessitura de textos
pertencentes a esses gêneros.
Em especial, vale destacar que o trabalho com discussão oral, debate, propaganda, campanha e apresentação
oral podem/devem se relacionar também com questões, temáticas e práticas próprias do campo de atuação
na vida pública. Assim, as mesmas habilidades relativas a esses gêneros e práticas propostas para o Campo
jornalístico/midiático e para o Campo das práticas de ensino e pesquisa devem ser aqui consideradas: discussão,
debate e apresentação oral de propostas políticas ou de solução para problemas que envolvem a escola ou a
comunidade e propaganda política. Da mesma forma, as habilidades relacionadas à argumentação e à distinção
entre fato e opinião também devem ser consideradas nesse campo.
(EF69LP20) Identificar, tendo em vista o contexto de produção, a forma de organização dos textos normativos
e legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e suas partes: parte inicial (título – nome e data
– e ementa), blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção), artigos (caput e parágrafos e incisos) e
parte final (disposições pertinentes à sua implementação) e analisar efeitos de sentido causados pelo uso de
vocabulário técnico, pelo uso do imperativo, de palavras e expressões que indicam circunstâncias, como advérbios
e locuções adverbiais, de palavras que indicam generalidade, como alguns pronomes indefinidos, de forma a
poder compreender o caráter imperativo, coercitivo e generalista das leis e de outras formas de regulamentação.
XXV
Oralidade Registro
Modalização
XXVI
XXVI
HABILIDADES
XXVII
Apreciação e réplica
XXXXVIII
VIII
HABILIDADES
Essas habilidades mais gerais envolvem o domínio contextualizado de gêneros como apresentação oral,
palestra, mesa-redonda, debate, artigo de divulgação científica, artigo científico, artigo de opinião, ensaio,
reportagem de divulgação científica, texto didático, infográfico, esquemas, relatório, relato (multimidiático) de
campo, documentário, cartografia animada, podcasts e vídeos diversos de divulgação científica, que supõem
o reconhecimento de sua função social, a análise da forma como se organizam e dos recursos e elementos
linguísticos das demais semioses (ou recursos e elementos multimodais) envolvidos na tessitura de textos
pertencentes a esses gêneros.
Trata-se também de aprender, de forma significativa, na articulação com outras áreas e com os projetos e
escolhas pessoais dos jovens, procedimentos de investigação e pesquisa. Para além da leitura/escuta de textos/
produções pertencentes aos gêneros já mencionados, cabe diversificar, em cada ano e ao longo dos anos, os
gêneros/produções escolhidos para apresentar e socializar resultados de pesquisa, de forma a contemplar a
apresentação oral, gêneros mais típicos dos letramentos da letra e do impresso, gêneros multissemióticos, textos
hipermidiáticos, que suponham colaboração, próprios da cultura digital e das culturas juvenis.
(EF69LP29) Refletir sobre a relação entre os contextos de produção dos gêneros de divulgação científica – texto
didático, artigo de divulgação científica, reportagem de divulgação científica, verbete de enciclopédia (impressa
e digital), esquema, infográfico (estático e animado), relatório, relato multimidiático de campo, podcasts e vídeos
variados de divulgação científica etc. – e os aspectos relativos à construção composicional e às marcas linguística
características desses gêneros, de forma a ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção) de textos
pertencentes a esses gêneros.
(EF69LP30) Comparar, com a ajuda do professor, conteúdos, dados e informações de diferentes fontes,
levando em conta seus contextos de produção e referências, identificando coincidências, complementaridades
e contradições, de forma a poder identificar erros/imprecisões conceituais, compreender e posicionar-se
criticamente sobre os conteúdos e informações em questão.
(EF69LP31) Utilizar pistas linguísticas – tais como “em primeiro/segundo/terceiro lugar”, “por outro lado”, “dito de
outro modo”, isto é”, “por exemplo” – para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo
dos textos.
(EF69LP32) Selecionar informações e dados relevantes de fontes diversas (impressas, digitais, orais etc.),
avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, e organizar, esquematicamente, com ajuda do professor, as
informações necessárias (sem excedê-las) com ou sem apoio de ferramentas digitais, em quadros, tabelas ou
gráficos.
(EF69LP33) Articular o verbal com os esquemas, infográficos, imagens variadas etc. na (re)construção dos
sentidos dos textos de divulgação científica e retextualizar do discursivo para o esquemático – infográfico,
esquema, tabela, gráfico, ilustração etc. – e, ao contrário, transformar o conteúdo das tabelas, esquemas,
infográficos, ilustrações etc. em texto discursivo, como forma de ampliar as possibilidades de compreensão
desses textos e analisar as características das multissemioses e dos gêneros em questão.
(EF69LP34) Grifar as partes essenciais do texto, tendo em vista os objetivos de leitura, produzir marginálias (ou
tomar notas em outro suporte), sínteses organizadas em itens, quadro sinóptico, quadro comparativo, esquema,
resumo ou resenha do texto lido (com ou sem comentário/análise), mapa conceitual, dependendo do que for
mais adequado, como forma de possibilitar uma maior compreensão do texto, a sistematização de conteúdos e
informações e um posicionamento frente aos textos, se esse for o caso.
XXIX
Estratégias de produção
Estratégias de produção
XXX
XXX
HABILIDADES
(EF69LP35) Planejar textos de divulgação científica, a partir da elaboração de esquema que considere as
pesquisas feitas anteriormente, de notas e sínteses de leituras ou de registros de experimentos ou de estudo
de campo, produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados
de pesquisas, tais como artigo de divulgação científica, artigo de opinião, reportagem científica, verbete
de enciclopédia, verbete de enciclopédia digital colaborativa , infográfico, relatório, relato de experimento
científico, relato (multimidiático) de campo, tendo em vista seus contextos de produção, que podem envolver a
disponibilização de informações e conhecimentos em circulação em um formato mais acessível para um público
específico ou a divulgação de conhecimentos advindos de pesquisas bibliográficas, experimentos científicos e
estudos de campo realizados.
(EF69LP36) Produzir, revisar e editar textos voltados para a divulgação do conhecimento e de dados e resultados
de pesquisas, tais como artigos de divulgação científica, verbete de enciclopédia, infográfico, infográfico
animado, podcast ou vlog científico, relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, dentre
outros, considerando o contexto de produção e as regularidades dos gêneros em termos de suas construções
composicionais e estilos.
(EF69LP37) Produzir roteiros para elaboração de vídeos de diferentes tipos (vlog científico, vídeo-minuto,
programa de rádio, podcasts) para divulgação de conhecimentos científicos e resultados de pesquisa, tendo em
vista seu contexto de produção, os elementos e a construção composicional dos roteiros.
(EF69LP38) Organizar os dados e informações pesquisados em painéis ou slides de apresentação, levando
em conta o contexto de produção, o tempo disponível, as características do gênero apresentação oral, a
multissemiose, as mídias e tecnologias que serão utilizadas, ensaiar a apresentação, considerando também
elementos paralinguísticos e cinésicos e proceder à exposição oral de resultados de estudos e pesquisas, no
tempo determinado, a partir do planejamento e da definição de diferentes formas de uso da fala – memorizada,
com apoio da leitura ou fala espontânea.
(EF69LP39) Definir o recorte temático da entrevista e o entrevistado, levantar informações sobre o entrevistado
e sobre o tema da entrevista, elaborar roteiro de perguntas, realizar entrevista, a partir do roteiro, abrindo
possibilidades para fazer perguntas a partir da resposta, se o contexto permitir, tomar nota, gravar ou salvar a
entrevista e usar adequadamente as informações obtidas, de acordo com os objetivos estabelecidos.
(EF69LP40) Analisar, em gravações de seminários, conferências rápidas, trechos de palestras, dentre outros, a
construção composicional dos gêneros de apresentação – abertura/saudação, introdução ao tema, apresentação
do plano de exposição, desenvolvimento dos conteúdos, por meio do encadeamento de temas e subtemas
(coesão temática), síntese final e/ou conclusão, encerramento –, os elementos paralinguísticos (tais como: tom e
volume da voz, pausas e hesitações – que, em geral, devem ser minimizadas –, modulação de voz e entonação,
ritmo, respiração etc.) e cinésicos (tais como: postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão
facial, contato de olho com plateia, modulação de voz e entonação, sincronia da fala com ferramenta de apoio
etc.), para melhor performar apresentações orais no campo da divulgação do conhecimento.
(EF69LP41) Usar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos
e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens,
inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, dimensionando a
quantidade de texto (e imagem) por slide, usando progressivamente e de forma harmônica recursos mais
sofisticados como efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados etc.
XXXI
Marcas linguísticas
Intertextualidade
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO – O que está em jogo neste campo é possibilitar às crianças, adolescentes e
jovens dos Anos Finais do Ensino Fundamental o contato com as manifestações artísticas e produções culturais
em geral, e com a arte literária em especial, e oferecer as condições para que eles possam compreendê-las e
frui-las de maneira significativa e, gradativamente, crítica. Trata-se, assim, de ampliar e diversificar as práticas
relativas à leitura, à compreensão, à fruição e ao compartilhamento das manifestações artístico-literárias,
representativas da diversidade cultural, linguística e semiótica, por meio:
• da compreensão das finalidades, das práticas e dos interesses que movem a esfera artística e a esfera literária,
bem como das linguagens e mídias que dão forma e sustentação às suas manifestações;
• da experimentação da arte e da literatura como expedientes que permitem (re)conhecer diferentes maneiras de
ser, pensar, (re)agir, sentir e, pelo confronto com o que é diverso, desenvolver uma atitude de valorização e de
respeito pela diversidade;
• do desenvolvimento de habilidades que garantam a compreensão, a apreciação, a produção e o compartilhamento
de textos dos diversos gêneros, em diferentes mídias, que circulam nas esferas literária e artística.
Para que a experiência da literatura – e da arte em geral – possa alcançar seu potencial transformador e
humanizador, é preciso promover a formação de um leitor que não apenas compreenda os sentidos dos textos,
mas também que seja capaz de frui-los. Um sujeito que desenvolve critérios de escolha e preferências (por
autores, estilos, gêneros) e que compartilha impressões e críticas com outros leitores-fruidores.
Leitura Reconstrução das condições de produção, circulação e recepção
Apreciação e réplica
XXXII
XXXII
HABILIDADES
(EF69LP42) Analisar a construção composicional dos textos pertencentes a gêneros relacionados à divulgação
de conhecimentos: título, (olho), introdução, divisão do texto em subtítulos, imagens ilustrativas de conceitos,
relações, ou resultados complexos (fotos, ilustrações, esquemas, gráficos, infográficos, diagramas, figuras,
tabelas, mapas) etc., exposição, contendo definições, descrições, comparações, enumerações, exemplificações
e remissões a conceitos e relações por meio de notas de rodapé, boxes ou links; ou título, contextualização
do campo, ordenação temporal ou temática por tema ou subtema, intercalação de trechos verbais com fotos,
ilustrações, áudios, vídeos etc. e reconhecer traços da linguagem dos textos de divulgação científica, fazendo
uso consciente das estratégias de impessoalização da linguagem (ou de pessoalização, se o tipo de publicação
e objetivos assim o demandarem, como em alguns podcasts e vídeos de divulgação científica), 3ª pessoa,
presente atemporal, recurso à citação, uso de vocabulário técnico/especializado etc., como forma de ampliar suas
capacidades de compreensão e produção de textos nesses gêneros.
(EF69LP43) Identificar e utilizar os modos de introdução de outras vozes no texto – citação literal e sua
formatação e paráfrase –, as pistas linguísticas responsáveis por introduzir no texto a posição do autor e dos
outros autores citados (“Segundo X; De acordo com Y; De minha/nossa parte, penso/amos que”...) e os elementos
de normatização (tais como as regras de inclusão e formatação de citações e paráfrases, de organização de
referências bibliográficas) em textos científicos, desenvolvendo reflexão sobre o modo como a intertextualidade e a
retextualização ocorrem nesses textos.
A formação desse leitor-fruidor exige o desenvolvimento de habilidades, a vivência de experiências significativas
e aprendizagens que, por um lado, permitam a compreensão dos modos de produção, circulação e recepção das
obras e produções culturais e o desvelamento dos interesses e dos conflitos que permeiam suas condições de
produção e, por outro lado, garantam a análise dos recursos linguísticos e semióticos necessária à elaboração da
experiência estética pretendida.
Aqui também a diversidade deve orientar a organização/progressão curricular: diferentes gêneros, estilos, autores
e autoras – contemporâneos, de outras épocas, regionais, nacionais, portugueses, africanos e de outros países –
devem ser contemplados; o cânone, a literatura universal, a literatura juvenil, a tradição oral, o multissemiótico, a
cultura digital e as culturas juvenis, dentre outras diversidades, devem ser consideradas, ainda que deva haver um
privilégio do letramento da letra.
Compete ainda a este campo o desenvolvimento das práticas orais, tanto aquelas relacionadas à produção de
textos em gêneros literários e artísticos diversos quanto as que se prestam à apreciação e ao compartilhamento
e envolvam a seleção do que ler/ouvir/assistir e o exercício da indicação, da crítica, da recriação e do diálogo, por
meio de diferentes práticas e gêneros, que devem ser explorados ao longo dos anos.
(EF69LP44) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de mundo, em textos
literários, reconhecendo nesses textos formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as identidades, sociedades e
culturas e considerando a autoria e o contexto social e histórico de sua produção.
(EF69LP45) Posicionar-se criticamente em relação a textos pertencentes a gêneros como quarta-capa, programa
(de teatro, dança, exposição etc.), sinopse, resenha crítica, comentário em blog/vlog cultural etc., para selecionar
obras literárias e outras manifestações artísticas (cinema, teatro, exposições, espetáculos, CD´s, DVD´s etc.),
diferenciando as sequências descritivas e avaliativas e reconhecendo-os como gêneros que apoiam a escolha do
livro ou produção cultural e consultando-os no momento de fazer escolhas, quando for o caso.
XXXIII
XXXXXIV
XIV
HABILIDADES
XXXV
XXXXXVI
XVI
HABILIDADES
(EF69LP53) Ler em voz alta textos literários diversos – como contos de amor, de humor, de suspense, de terror;
crônicas líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais capituladas (compartilhadas ou não com o
professor) de livros de maior extensão, como romances, narrativas de enigma, narrativas de aventura, literatura
infanto-juvenil, – contar/recontar histórias tanto da tradição oral (causos, contos de esperteza, contos de animais,
contos de amor, contos de encantamento, piadas, dentre outros) quanto da tradição literária escrita, expressando
a compreensão e interpretação do texto por meio de uma leitura ou fala expressiva e fluente, que respeite o
ritmo, as pausas, as hesitações, a entonação indicados tanto pela pontuação quanto por outros recursos gráfico-
-editoriais, como negritos, itálicos, caixa-alta, ilustrações etc., gravando essa leitura ou esse conto/reconto, seja
para análise posterior, seja para produção de audiobooks de textos literários diversos ou de podcasts de leituras
dramáticas com ou sem efeitos especiais e ler e/ou declamar poemas diversos, tanto de forma livre quanto de
forma fixa (como quadras, sonetos, liras, haicais etc.), empregando os recursos linguísticos, paralinguísticos e
cinésicos necessários aos efeitos de sentido pretendidos, como o ritmo e a entonação, o emprego de pausas
e prolongamentos, o tom e o timbre vocais, bem como eventuais recursos de gestualidade e pantomima que
convenham ao gênero poético e à situação de compartilhamento em questão.
(EF69LP54) Analisar os efeitos de sentido decorrentes da interação entre os elementos linguísticos e os
recursos paralinguísticos e cinésicos, como as variações no ritmo, as modulações no tom de voz, as pausas,
as manipulações do estrato sonoro da linguagem, obtidos por meio da estrofação, das rimas e de figuras
de linguagem como as aliterações, as assonâncias, as onomatopeias, dentre outras, a postura corporal e
a gestualidade, na declamação de poemas, apresentações musicais e teatrais, tanto em gêneros em prosa
quanto nos gêneros poéticos, os efeitos de sentido decorrentes do emprego de figuras de linguagem, tais como
comparação, metáfora, personificação, metonímia, hipérbole, eufemismo, ironia, paradoxo e antítese e os efeitos
de sentido decorrentes do emprego de palavras e expressões denotativas e conotativas (adjetivos, locuções
adjetivas, orações subordinadas adjetivas etc.), que funcionam como modificadores, percebendo sua função na
caracterização dos espaços, tempos, personagens e ações próprios de cada gênero narrativo.
XXXVII
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Leitura Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção
de textos
Apreciação e réplica
Estratégia de leitura
Distinção de fato e opinião
Estratégia de leitura: identificação de teses e argumentos
Apreciação e réplica
Efeitos de sentido
Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
XXXXXVIII
XVII
HABILIDADES
6o ano 7o ano
XXXIX
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Produção de textos Estratégias de produção: planejamento de textos informativos
XL
XL
HABILIDADES
6o ano 7o ano
(EF67LP09) Planejar notícia impressa e para circulação em outras mídias (rádio ou TV/vídeo), tendo em vista as
condições de produção, do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir
da escolha do fato a ser noticiado (de relevância para a turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados
e informações sobre o fato – que pode envolver entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a
fontes, análise de documentos, cobertura de eventos etc.–, do registro dessas informações e dados, da escolha de
fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc. e a previsão de uma estrutura hipertextual (no caso de publicação em
sites ou blogs noticiosos).
(EF67LP10) Produzir notícia impressa tendo em vista características do gênero – título ou manchete com verbo
no tempo presente, linha fina (opcional), lide, progressão dada pela ordem decrescente de importância dos fatos,
uso de 3ª pessoa, de palavras que indicam precisão –, e o estabelecimento adequado de coesão e produzir
notícia para TV, rádio e internet, tendo em vista, além das características do gênero, os recursos de mídias
disponíveis e o manejo de recursos de captação e edição de áudio e imagem.
(EF67LP11) Planejar resenhas, vlogs, vídeos e podcasts variados, e textos e vídeos de apresentação e
apreciação próprios das culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado
etc.), dentre outros, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos
e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha de uma produção ou evento cultural para analisar – livro, filme,
série, game, canção, videoclipe, fanclipe, show, saraus, slams etc. – da busca de informação sobre a produção
ou evento escolhido, da síntese de informações sobre a obra/evento e do elenco/seleção de aspectos, elementos
ou recursos que possam ser destacados positiva ou negativamente ou da roteirização do passo a passo do game
para posterior gravação dos vídeos.
(EF67LP12) Produzir resenhas críticas, vlogs, vídeos, podcasts variados e produções e gêneros próprios das
culturas juvenis (algumas possibilidades: fanzines, fanclipes, e-zines, gameplay, detonado etc.), que apresentem/
descrevam e/ou avaliem produções culturais (livro, filme, série, game, canção, disco, videoclipe etc.) ou evento
(show, sarau, slam etc.), tendo em vista o contexto de produção dado, as características do gênero, os recursos
das mídias envolvidas e a textualização adequada dos textos e/ou produções.
(EF67LP13) Produzir, revisar e editar textos publicitários, levando em conta o contexto de produção dado,
explorando recursos multissemióticos, relacionando elementos verbais e visuais, utilizando adequadamente
estratégias discursivas de persuasão e/ou convencimento e criando título ou slogan que façam o leitor motivar-se a
interagir com o texto produzido e se sinta atraído pelo serviço, ideia ou produto em questão.
(EF67LP14) Definir o contexto de produção da entrevista (objetivos, o que se pretende conseguir, porque aquele
entrevistado etc.), levantar informações sobre o entrevistado e sobre o acontecimento ou tema em questão,
preparar o roteiro de perguntar e realizar entrevista oral com envolvidos ou especialistas relacionados com o fato
noticiado ou com o tema em pauta, usando roteiro previamente elaborado e formulando outras perguntas a partir
das respostas dadas e, quando for o caso, selecionar partes, transcrever e proceder a uma edição escrita do texto,
adequando-o a seu contexto de publicação, à construção composicional do gênero e garantindo a relevância das
informações mantidas e a continuidade temática.
XLI
Textualização
XLII
XLII
HABILIDADES
6o ano 7o ano
(EF67LP15) Identificar a proibição imposta ou o direito garantido, bem como as circunstâncias de sua aplicação, em
artigos relativos a normas, regimentos escolares, regimentos e estatutos da sociedade civil, regulamentações para o
mercado publicitário, Código de Defesa do Consumidor, Código Nacional de Trânsito, ECA, Constituição, dentre outros.
(EF67LP16) Explorar e analisar espaços de reclamação de direitos e de envio de solicitações (tais como
ouvidorias, SAC, canais ligados a órgãos públicos, plataformas do consumidor, plataformas de reclamação),
bem como de textos pertencentes a gêneros que circulam nesses espaços, reclamação ou carta de reclamação,
solicitação ou carta de solicitação, como forma de ampliar as possibilidades de produção desses textos em casos
que remetam a reivindicações que envolvam a escola, a comunidade ou algum de seus membros como forma de
se engajar na busca de solução de problemas pessoais, dos outros e coletivos.
(EF67LP17) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas de solicitação
e de reclamação (datação, forma de início, apresentação contextualizada do pedido ou da reclamação, em
geral, acompanhada de explicações, argumentos e/ou relatos do problema, fórmula de finalização mais ou
menos cordata, dependendo do tipo de carta e subscrição) e algumas das marcas linguísticas relacionadas à
argumentação, explicação ou relato de fatos, como forma de possibilitar a escrita fundamentada de cartas como
essas ou de postagens em canais próprios de reclamações e solicitações em situações que envolvam questões
relativas à escola, à comunidade ou a algum dos seus membros.
(EF67LP18) Identificar o objeto da reclamação e/ou da solicitação e sua sustentação, explicação ou justificativa,
de forma a poder analisar a pertinência da solicitação ou justificação.
(EF67LP19) Realizar levantamento de questões, problemas que requeiram a denúncia de desrespeito a direitos,
reivindicações, reclamações, solicitações que contemplem a comunidade escolar ou algum de seus membros e
examinar normas e legislações.
(EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e
abertas.
(EF67LP21) Divulgar resultados de pesquisas por meio de apresentações orais, painéis, artigos de divulgação
científica, verbetes de enciclopédia, podcasts científicos etc.
(EF67LP22) Produzir resumos, a partir das notas e/ou esquemas feitos, com o uso adequado de paráfrases e citações.
(EF67LP23) Respeitar os turnos de fala, na participação em conversações e em discussões ou atividades
coletivas, na sala de aula e na escola e formular perguntas coerentes e adequadas em momentos oportunos em
situações de aulas, apresentação oral, seminário etc.
(EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e
hierarquizando as informações principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões
pessoais ou outros objetivos em questão.
(EF67LP25) Reconhecer e utilizar os critérios de organização tópica (do geral para o específico, do específico
para o geral etc.), as marcas linguísticas dessa organização (marcadores de ordenação e enumeração, de
explicação, definição e exemplificação, por exemplo) e os mecanismos de paráfrase, de maneira a organizar mais
adequadamente a coesão e a progressão temática de seus textos.
(EF67LP26) Reconhecer a estrutura de hipertexto em textos de divulgação científica e proceder à remissão a
conceitos e relações por meio de notas de rodapés ou boxes.
XLIII
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Leitura Relação entre textos
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Reconstrução da textualidade
Efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos
linguísticos e multissemióticos
Produção de textos Construção da textualidade
Relação entre textos
Morfossintaxe
XLIV
XLIV
HABILIDADES
6o ano 7o ano
(EF67LP27) Analisar, entre os textos literários e entre estes e outras manifestações artísticas (como cinema,
teatro, música, artes visuais e midiáticas), referências explícitas ou implícitas a outros textos, quanto aos temas,
personagens e recursos literários e semióticos
(EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura
adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes –, romances infanto-
juvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras,
narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e
fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto
lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF67LP29) Identificar, em texto dramático, personagem, ato, cena, fala e indicações cênicas e a organização do
texto: enredo, conflitos, ideias principais, pontos de vista, universos de referência.
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais, tais como contos populares, contos de suspense, mistério, terror, humor,
narrativas de enigma, crônicas, histórias em quadrinhos, dentre outros, que utilizem cenários e personagens
realistas ou de fantasia, observando os elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero pretendido, tais
como enredo, personagens, tempo, espaço e narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de fatos
passados, empregando conhecimentos sobre diferentes modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos
direto e indireto.
(EF67LP31) Criar poemas compostos por versos livres e de forma fixa (como quadras e sonetos), utilizando
recursos visuais, semânticos e sonoros, tais como cadências, ritmos e rimas, e poemas visuais e vídeo-poemas,
explorando as relações entre imagem e texto verbal, a distribuição da mancha gráfica (poema visual) e outros
recursos visuais e sonoros.
(EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo as convenções da língua escrita.
(EF67LP33) Pontuar textos adequadamente.
(EF06LP03) Analisar diferenças de sentido entre (EF07LP03) Formar, com base em palavras primitivas,
palavras de uma série sinonímica. palavras derivadas com os prefixos e sufixos mais
produtivos no português.
(EF67LP34) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação.
(EF67LP35) Distinguir palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.
(EF06LP04) Analisar a função e as flexões de (EF07LP04) Reconhecer, em textos, o verbo como o
substantivos e adjetivos e de verbos nos modos núcleo das orações.
Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e
negativo.
(EF06LP05) Identificar os efeitos de sentido dos modos (EF07LP05) Identificar, em orações de textos lidos ou
verbais, considerando o gênero textual e a intenção de produção própria, verbos de predicação completa e
comunicativa. incompleta: intransitivos e transitivos.
XLV
Sintaxe
Semântica
Coesão
Coesão
XLVI
XLVI
HABILIDADES
6o ano 7o ano
XLVII
Sequências textuais
Modalização
Figuras de linguagem
XLXLVIII
VIII
HABILIDADES
6o ano 7o ano
XLIX
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Leitura Reconstrução do contexto de produção, circulação e recepção
de textos
Caracterização do campo jornalístico e relação entre os
gêneros em circulação, mídias e práticas da cultura digital
Efeitos de sentido
Efeitos de sentido
Exploração da multissemiose
LL
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP01) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os efeitos das novas tecnologias no campo e
as condições que fazem da informação uma mercadoria, de forma a poder desenvolver uma atitude crítica frente
aos textos jornalísticos.
(EF08LP01) Identificar e comparar as várias editorias (EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de
de jornais impressos e digitais e de sites noticiosos, de notícias falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias
forma a refletir sobre os tipos de fato que são noticiados para reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do
e comentados, as escolhas sobre o que noticiar e veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL,
o que não noticiar e o destaque/enfoque dado e a da análise da formatação, da comparação de diferentes
fidedignidade da informação. fontes, da consulta a sites de curadoria que atestam a
fidedignidade do relato dos fatos e denunciam boatos etc.
(EF89LP02) Analisar diferentes práticas (curtir, compartilhar, comentar, curar etc.) e textos pertencentes a
diferentes gêneros da cultura digital (meme, gif, comentário, charge digital etc.) envolvidos no trato com a
informação e opinião, de forma a possibilitar uma presença mais crítica e ética nas redes.
(EF89LP03) Analisar textos de opinião (artigos de opinião, editoriais, cartas de leitores, comentários, posts de blog
e de redes sociais, charges, memes, gifs etc.) e posicionar-se de forma crítica e fundamentada, ética e respeitosa
frente a fatos e opiniões relacionados a esses textos.
(EF08LP02) Justificar diferenças ou semelhanças no (EF09LP02) Analisar e comentar a cobertura da
tratamento dado a uma mesma informação veiculada imprensa sobre fatos de relevância social, comparando
em textos diferentes, consultando sites e serviços de diferentes enfoques por meio do uso de ferramentas de
checadores de fatos. curadoria.
(EF89LP04) Identificar e avaliar teses/opiniões/posicionamentos explícitos e implícitos, argumentos e contra-
argumentos em textos argumentativos do campo (carta de leitor, comentário, artigo de opinião, resenha crítica
etc.), posicionando-se frente à questão controversa de forma sustentada.
(EF89LP05) Analisar o efeito de sentido produzido pelo uso, em textos, de recurso a formas de apropriação textual
(paráfrases, citações, discurso direto, indireto ou indireto livre).
(EF89LP06) Analisar o uso de recursos persuasivos em textos argumentativos diversos (como a elaboração do
título, escolhas lexicais, construções metafóricas, a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e seus
efeitos de sentido.
(EF89LP07) Analisar, em notícias, reportagens e peças publicitárias em várias mídias, os efeitos de sentido
devidos ao tratamento e à composição dos elementos nas imagens em movimento, à performance, à montagem
feita (ritmo, duração e sincronização entre as linguagens – complementaridades, interferências etc.) e ao ritmo,
melodia, instrumentos e sampleamentos das músicas e efeitos sonoros.
(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias (rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as
condições de produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. – a partir da
escolha do fato a ser aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a turma, escola ou comunidade),
do levantamento de dados e informações sobre o fato ou tema – que pode envolver entrevistas com envolvidos
ou com especialistas, consultas a fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos etc. -, do
registro dessas informações e dados, da escolha de fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de
infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no caso a publicação em sites ou blogs noticiosos
ou mesmo de jornais impressos, por meio de boxes variados).
LI
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Produção de textos Estratégia de produção: textualização de textos informativos
LII
LII
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP09) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina (optativa), organização composicional (expositiva,
interpretativa e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos linguísticos compatíveis com as escolhas
feitas e reportagens multimidiáticas, tendo em vista as condições de produção, as características do gênero, os
recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o manejo adequado de recursos de captação e
edição de áudio e imagem e adequação à norma-padrão.
(EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto – objetivo, leitores/
espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da
relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de
argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas
a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e
argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.
(EF08LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em vista (EF09LP03) Produzir artigos de opinião, tendo em
o contexto de produção dado, a defesa de um ponto vista o contexto de produção dado, assumindo posição
de vista, utilizando argumentos e contra-argumentos diante de tema polêmico, argumentando de acordo
e articuladores de coesão que marquem relações de com a estrutura própria desse tipo de texto e utilizando
oposição, contraste, exemplificação, ênfase. diferentes tipos de argumentos – de autoridade,
comprovação, exemplificação princípio etc.
(EF89LP11) Produzir, revisar e editar peças e campanhas publicitárias, envolvendo o uso articulado e
complementar de diferentes peças publicitárias: cartaz, banner, indoor, folheto, panfleto, anúncio de jornal/revista,
para internet, spot, propaganda de rádio, TV, a partir da escolha da questão/problema/causa significativa para a
escola e/ou a comunidade escolar, da definição do público-alvo, das peças que serão produzidas, das estratégias
de persuasão e convencimento que serão utilizadas.
(EF89LP12) Planejar coletivamente a realização de um debate sobre tema previamente definido, de interesse
coletivo, com regras acordadas e planejar, em grupo, participação em debate a partir do levantamento de
informações e argumentos que possam sustentar o posicionamento a ser defendido (o que pode envolver
entrevistas com especialistas, consultas a fontes diversas, o registro das informações e dados obtidos etc.), tendo
em vista as condições de produção do debate – perfil dos ouvintes e demais participantes, objetivos do debate,
motivações para sua realização, argumentos e estratégias de convencimento mais eficazes etc. e participar de
debates regrados, na condição de membro de uma equipe de debatedor, apresentador/mediador, espectador (com
ou sem direito a perguntas), e/ou de juiz/avaliador, como forma de compreender o funcionamento do debate, e
poder participar de forma convincente, ética, respeitosa e crítica e desenvolver uma atitude de respeito e diálogo
para com as ideias divergentes.
(EF89LP13) Planejar entrevistas orais com pessoas ligadas ao fato noticiado, especialistas etc., como forma
de obter dados e informações sobre os fatos cobertos sobre o tema ou questão discutida ou temáticas em
estudo, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, partindo do levantamento de informações
sobre o entrevistado e sobre a temática e da elaboração de um roteiro de perguntas, garantindo a relevância
das informações mantidas e a continuidade temática, realizar entrevista e fazer edição em áudio ou vídeo,
incluindo uma contextualização inicial e uma fala de encerramento para publicação da entrevista isoladamente ou
como parte integrante de reportagem multimidiática, adequando-a a seu contexto de publicação e garantindo a
relevância das informações mantidas e a continuidade temática.
LIII
CAMPO JORNALÍSTICO/MIDIÁTICO
Análise linguística/semiótica Argumentação: movimentos argumentativos, tipos de
argumento e força argumentativa
Estilo
Modalização
LIV
LIV
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e normativos de importância universal, nacional ou local
que envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e jovens – tais como a Declaração dos Direitos
Humanos, a Constituição Brasileira, o ECA -, e a regulamentação da organização escolar – por exemplo, regimento
escolar -, a seus contextos de produção, reconhecendo e analisando possíveis motivações, finalidades e sua
vinculação com experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma de ampliar a compreensão dos
direitos e deveres, de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade
(o outro tem direito a uma vida digna tanto quanto eu tenho).
(EF89LP18) Explorar e analisar instâncias e canais de participação disponíveis na escola (conselho de escola,
outros colegiados, grêmio livre), na comunidade (associações, coletivos, movimentos, etc.), no munícipio ou no
país, incluindo formas de participação digital, como canais e plataformas de participação (como portal e-cidadania),
serviços, portais e ferramentas de acompanhamentos do trabalho de políticos e de tramitação de leis, canais de
educação política, bem como de propostas e proposições que circulam nesses canais, de forma a participar do
debate de ideias e propostas na esfera social e a engajar-se com a busca de soluções para problemas ou questões
que envolvam a vida da escola e da comunidade.
(EF89LP19) Analisar, a partir do contexto de produção, a forma de organização das cartas abertas, abaixo-
assinados e petições on-line (identificação dos signatários, explicitação da reivindicação feita, acompanhada ou
não de uma breve apresentação da problemática e/ou de justificativas que visam sustentar a reivindicação) e a
proposição, discussão e aprovação de propostas políticas ou de soluções para problemas de interesse público,
apresentadas ou lidas nos canais digitais de participação, identificando suas marcas linguísticas, como forma de
possibilitar a escrita ou subscrição consciente de abaixo-assinados e textos dessa natureza e poder se posicionar
de forma crítica e fundamentada frente às propostas
(EF89LP20) Comparar propostas políticas e de solução de problemas, identificando o que se pretende fazer/
implementar, por que (motivações, justificativas), para que (objetivos, benefícios e consequências esperados),
como (ações e passos), quando etc. e a forma de avaliar a eficácia da proposta/solução, contrastando dados e
informações de diferentes fontes, identificando coincidências, complementaridades e contradições, de forma a
poder compreender e posicionar-se criticamente sobre os dados e informações usados em fundamentação de
propostas e analisar a coerência entre os elementos, de forma a tomar decisões fundamentadas.
LV
Oralidade Escuta
Apreender o sentido geral dos textos
Apreciação e réplica
Produção/Proposta
Análise linguística/semiótica Movimentos argumentativos e força dos argumentos
Textualização
Modalização
LVI
LVI
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF89LP21) Realizar enquetes e pesquisas de opinião, de forma a levantar prioridades, problemas a resolver ou
propostas que possam contribuir para melhoria da escola ou da comunidade, caracterizar demanda/necessidade,
documentando-a de diferentes maneiras por meio de diferentes procedimentos, gêneros e mídias e, quando for
o caso, selecionar informações e dados relevantes de fontes pertinentes diversas (sites, impressos, vídeos etc.),
avaliando a qualidade e a utilidade dessas fontes, que possam servir de contextualização e fundamentação de
propostas, de forma a justificar a proposição de propostas, projetos culturais e ações de intervenção.
(EF89LP22) Compreender e comparar as diferentes posições e interesses em jogo em uma discussão ou
apresentação de propostas, avaliando a validade e força dos argumentos e as consequências do que está sendo
proposto e, quando for o caso, formular e negociar propostas de diferentes naturezas relativas a interesses
coletivos envolvendo a escola ou comunidade escolar.
LVII
CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO
Leitura Relação entre textos
Estratégias de leitura
Apreciação e réplica
Léxico/morfologia
Morfossintaxe
LVIII
LVIII
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF08LP04) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos (EF09LP04) Escrever textos corretamente, de acordo
linguísticos e gramaticais: ortografia, regências e com a norma-padrão, com estruturas sintáticas
concordâncias nominal e verbal, modos e tempos complexas no nível da oração e do período.
verbais, pontuação etc.
(EF08LP05) Analisar processos de formação de
palavras por composição (aglutinação e justaposição),
apropriando-se de regras básicas de uso do hífen em
palavras compostas.
(EF08LP06) Identificar, em textos lidos ou de produção (EF09LP05) Identificar, em textos lidos e em produções
própria, os termos constitutivos da oração (sujeito e próprias, orações com a estrutura sujeito-verbo de
seus modificadores, verbo e seus complementos e ligação-predicativo.
modificadores).
(EF08LP07) Diferenciar, em textos lidos ou de (EF09LP06) Diferenciar, em textos lidos e em
produção própria, complementos diretos e indiretos produções próprias, o efeito de sentido do uso dos
de verbos transitivos, apropriando-se da regência de verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e
verbos de uso frequente. “permanecer”.
LIX
Semântica
Coesão
LX
LX
HABILIDADES
8o ano 9o ano
(EF08LP08) Identificar, em textos lidos ou de produção (EF09LP07) Comparar o uso de regência verbal e
própria, verbos na voz ativa e na voz passiva, regência nominal na norma-padrão com seu uso no
interpretando os efeitos de sentido de sujeito ativo e português brasileiro coloquial oral.
passivo (agente da passiva).
(EF08LP09) Interpretar efeitos de sentido de
modificadores (adjuntos adnominais – artigos definido
ou indefinido, adjetivos, expressões adjetivas) em
substantivos com função de sujeito ou de complemento
verbal, usando-os para enriquecer seus próprios textos.
(EF08LP10) Interpretar, em textos lidos ou de produção
própria, efeitos de sentido de modificadores do
verbo (adjuntos adverbiais – advérbios e expressões
adverbiais), usando-os para enriquecer seus próprios
textos.
(EF08LP11) Identificar, em textos lidos ou de produção
própria, agrupamento de orações em períodos,
diferenciando coordenação de subordinação.
(EF08LP12) Identificar, em textos lidos, orações (EF09LP08) Identificar, em textos lidos e em
subordinadas com conjunções de uso frequente, produções próprias, a relação que conjunções (e
incorporando-as às suas próprias produções. locuções conjuntivas) coordenativas e subordinativas
estabelecem entre as orações que conectam.
(EF08LP13) Inferir efeitos de sentido decorrentes do
uso de recursos de coesão sequencial: conjunções e
articuladores textuais.
(EF09LP09) Identificar efeitos de sentido do uso de
orações adjetivas restritivas e explicativas em um
período composto.
(EF08LP14) Utilizar, ao produzir texto, recursos de
coesão sequencial (articuladores) e referencial (léxica
e pronominal), construções passivas e impessoais,
discurso direto e indireto e outros recursos expressivos
adequados ao gênero textual.
(EF08LP15) Estabelecer relações entre partes do texto, (EF09LP10) Comparar as regras de colocação
identificando o antecedente de um pronome relativo pronominal na norma-padrão com o seu uso no
ou o referente comum de uma cadeia de substituições português brasileiro coloquial.
lexicais.
LXI
Modalização
Figuras de linguagem
Variação linguística
LXII
LXII
HABILIDADES
8o ano 9o ano
LXIII
io
Ár Histórias do cotidiano
su M Capítulo
Crônica
3 Primeiro momento – No meu tempo ---------------------------92
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------94
• Análise linguística ----------------------------------------------------98
– Revisando os verbos -------------------------------------------98
Capítulo
Conto
1 Lá vem história...
Primeiro momento – Isso é coisa de menino amarelo --12
• Os modos verbais ---------------------------------------------------99
• Aspecto verbal --------------------------------------------------------101
• Prática linguística ----------------------------------------------------102
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------18 • É hora de produzir ---------------------------------------------------105
• Análise linguística ----------------------------------------------------21 Segundo momento – O “jeitinho brasileiro” é inimigo
– Os nomes: substantivo e adjetivo ---------------------------21 da prevenção ---------------------------108
• Prática linguística ----------------------------------------------------24 • Desvendando os segredos do texto ----------------------------110
• É hora de produzir ---------------------------------------------------28 • Análise linguística ----------------------------------------------------113
Segundo momento – A luz é como a água ------------------30 – Os advérbios ------------------------------------------------------113
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------34 • Prática linguística ----------------------------------------------------114
• Análise linguística ----------------------------------------------------37 • É hora de produzir ---------------------------------------------------116
– As preposições ---------------------------------------------------37 • A escrita em foco -----------------------------------------------------118
• Prática linguística ----------------------------------------------------39 – Uso das consoantes s, z e x----------------------------------118
• É hora de produzir ---------------------------------------------------42 • A escrita em questão ------------------------------------------------120
• A escrita em foco -----------------------------------------------------44
– Uso do x e do ch ------------------------------------------------44
Por dentro dos fatos
4
• A escrita em questão ------------------------------------------------45
Capítulo
Primeiro momento – Internet e mídias sociais: O Universo
reportagem numa janela ------------------------------128
Capítulo
Mito e lenda
2 De volta às origens
Primeiro momento – Eco e Narciso ----------------------------52
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------133
• Análise linguística ----------------------------------------------------136
– Formas nominais dos verbos ---------------------------------136
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------57 – A estrutura dos verbos------------------------------------------138
• Análise linguística ----------------------------------------------------60 – Conjugação verbal ----------------------------------------------139
– Os pronomes e a coesão --------------------------------------60 – As vozes dos verbos --------------------------------------------145
• Prática linguística ----------------------------------------------------62 • Prática linguística ----------------------------------------------------146
• É hora de produzir ---------------------------------------------------65 • É hora de produzir ---------------------------------------------------151
Segundo momento – O uapé -------------------------------------68 Segundo momento – Religiões africanas são alvo
• Desvendando os segredos do texto ----------------------------70 de intolerância--------------------------154
• Análise linguística ----------------------------------------------------72 • Desvendando os segredos do texto ----------------------------158
– Pronomes possessivos, indefinidos e relativos ----------72 • Análise linguística ----------------------------------------------------161
• Prática linguística ----------------------------------------------------76 – O modo imperativo ----------------------------------------------161
• É hora de produzir ---------------------------------------------------80 • Prática linguística ----------------------------------------------------163
• A escrita em foco -----------------------------------------------------83 • É hora de produzir ---------------------------------------------------168
– Os ditongos ei, eu e oi -----------------------------------------83 • A escrita em foco -----------------------------------------------------170
• A escrita em questão ------------------------------------------------83 – Verbos regulares e irregulares -------------------------------170
• A escrita em questão ------------------------------------------------171
LXIV
LXIV
Os pontos fortes
desta coleção
Ao aliar as três bases do ensino de língua portuguesa (leitura, produção e análise
linguística) de maneira contextualizada, esta coleção possibilita um trabalho eficiente e
divertido em sala de aula. Conheça os principais pontos da nossa proposta:
LXV
Leitura Complementar
18
1818
Manual do Educador
Conto
33
Capítulo
1
Diálogo com
o professor
capacidade de inferir.
33
Para os pais de Totó e Joel,
o que seria maturidade?
Manual do Educador
Anotações
Conto
29
Capítulo
1
Elovich | Shutterstock
Photographee.eu | Shutterstock
Vasilyev Alexandr | Shutterstock
Anotações
o
1
ul
p ít
Ca 10
Objetivos Pedagógicos
Objetivos pedagógicos
• Demonstrar conhecimento bá-
sico sobre o gênero e suas fun-
ções sociais: o que é um con- 1. Os textos estão por todos os lados.
Conhecimentos prévios
to? Para quem é escrito? Por E, no nosso dia a dia, utilizamos uma
quantidade enorme deles. Você já
quê? Para quê? E como é feito? percebeu isso?
2. Os textos são muito variados. Uns
• Expressar-se de forma oral e compartilham algumas característi-
Anotações
alcançar. Esses tópicos ajudarão
bastante a elaboração do seu
1010
LXVI
LXVI
o
1
Diálogo com o professor
ul
p ít
Ca 40
Texto 1
Aprenda
mais! A raposa e as uvas
auxílio da grafia para saber se a Você prefere sorvete Um gato, certa vez, ouviu que as aves de um aviário es-
EF69LP44
EF69LP53
EF69LP56
Anotações
sobre controvérsias teóricas e deixar
claros os motivos que nos levaram a
ser outra que exige a colocação
do acento em uma ou em outra BNCC – Habilidades específicas
sílaba ou que não haja nenhum
EF67LP28 EF07LP06
acento gráfico. EF67LP36 EF07LP12
4040
Manual do Educador
Sugestão de abordagem
Conto
31
Capítulo
1
— Parabéns — disse o pai. — E agora?
— Agora, nada — disseram os meninos. — A única coisa
que a gente queria era ter o barco no quarto, e pronto. Sugestão de
Na noite de quarta-feira, como em todas as quartas-feiras, os
pais foram ao cinema. Os meninos, donos e senhores da casa, Abordagem
fecharam portas e janelas e quebraram a lâmpada acesa de um
31
pode relatar como lidava, na in-
fância, com o mundo a sua volta.
2. Festival de cinema ou de
teatro: dividindo a turma em
ao tema trabalhado, procuramos trazer
sugestões úteis para a sua prática
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap1.indd 31 29/03/18 07:30
31
o
1 Leitura complementar
ul
p ít
Leitura Complementar
18
LXVII
li v
às origens
1. Quando falamos em um lugar fechado e
Conhecimentos prévios
amplo, ouvimos nossa voz repercutir no
ambiente. É o que chamamos de eco.
Você sabe por que isso ocorre?
2. Imagine-se na Grécia Antiga, por volta
ck
to
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do século VI a.C. Como você acha que
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os gregos naquele tempo entendiam o
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ar
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que é o eco?
lia
ta
na
3. Ao longo da História, os seres humanos
sempre procuraram entender a nature-
za. Qual seria a fonte de conhecimento
dos primeiros seres humanos sobre os
fenômenos da natureza?
Caracterizando o gênero
O que estudaremos neste capítulo:
• Características e funções dos mitos
Os mitos são histórias que narram, de modo fantasioso, a origem dos misté-
rios, da vida, dos fenômenos da natureza, do homem. Essas histórias foram • Os pronomes e o mecanismo da coesão
• Pronomes possessivos, indefinidos e
Abertura de
criadas pelos povos para satisfazer sua necessidade de encontrar explica-
ções para esses elementos. Como o conhecimento científico é produ- relativos
zido lentamente através dos tempos, nem sempre esses povos dis- • Os ditongos ei, eu e oi
punham de dados concretos para explicá-los. A solução? Bem, a
Capítulo
solução foi recorrer à fantasia, ao misticismo, à imaginação…
O MOMeNTO Mito
e ir Eco e Narciso
iM
Pr
Antes de começar a ler
— Não aguento mais essa tagarela da Eco — segredou um
dia a deusa dos bosques a uma das suas ninfas.
De fato, não era só Diana que não suportava mais o falatório
da ninfa; nenhuma das suas amigas podia mais vê-la pela fren-
te sem fugir de sua língua incansável. Apesar de ser tão bela
quanto a mais bela das ninfas, Eco tinha a mania incontrolável
de falar pelos cotovelos.
O objetivo aqui é
Antes de — Por que não se cala de vez em quando? — diziam-lhe as
começar a ler amigas.
O texto que você vai — Homem algum suportará uma mulher que fale sem parar,
ler agora foi retirado do mesmo sendo tão bela como você.
apresentar informações
livro As 100 melhores Mas Eco não se corrigia e prosseguia falando até a exaus-
histórias da mitologia,
uma excelente coletânea tão. Um dia, porém, meteu-se com Juno, a esposa de Júpiter, e
de mitos greco-romanos isso foi a sua ruína.
organizada por Carmen O deus dos deuses tinha dado mais uma de suas escapadas,
Seganfredo e A. S.
Franchini. Neste texto, é e Juno andava por perto, farejando o seu rastro. A própria Eco
importantes para a
narrada a história da ninfa já gozara dos favores de Júpiter e prometera ocultar, a pedido
Eco e de Narciso, um do grande deus, os amores que ele agora mantinha com outra
jovem e vaidoso caçador.
ninfa. A deusa dos bosques não queria saber de fofocas e, por
isso, fazia vistas grossas ao namoro. Afinal, meter-se com o
deus supremo podia trazer-lhe problemas funestos.
Certo dia, porém, Juno, tomada pela cólera, chegou quase
a tempo de flagrar o esposo nos braços da tal ninfa. Eco, após compreensão do texto
que será lido. Mais uma
alertar o casal, dissera a Júpiter:
segundo momentos
No Natal, os meninos tornaram a pedir um barco a remo.
52 — De acordo — disse o pai —, vamos comprá-lo quando
exemplificam o gênero
sextante e uma bússola se ganhassem os louros do terceiro
Em 1967, o escritor publicou
seu livro mais importante,
Cem anos de solidão. Nessa ano primário, e tinham ganhado. Assim sendo, o pai comprou
obra, ele narra a trajetória
tudo sem dizer nada à esposa, que era a mais renitente em
dos Buendía na cidade
imaginária de Macondo, pagar dívidas de jogo. Era um belo barco de alumínio com um
desde a sua fundação até a fio dourado na linha de flutuação.
— O barco está na garagem — revelou o pai na hora do
sétima geração. Essa obra
ganhou destaque mundial
desde as primeiras semanas
de sua publicação, sendo
considerada um marco da
literatura latino-americana.
almoço. — O problema é que não tem jeito de trazê-lo pelo ele-
vador ou pela escada, e na garagem não tem mais lugar.
No entanto, na tarde do sábado seguinte, os meninos con-
trabalhado. Procuramos
No início deste capítulo, vimos vidaram seus colegas para carregar o barco pelas escadas e
que, muitas vezes, um escritor
se inspira para escrever um
conto a partir de um mote. Foi
o que aconteceu com Gabriel
conseguiram levá-lo até o quarto de empregada.
sempre selecionar
textos interessantes que
García Márquez. Veja como
ele explica a origem desse
conto:
“Esta aventura fabulosa foi o
resultado de uma leviandade
minha quando participava de
um seminário sobre a poesia
dos utensílios domésticos.
Totó me perguntou como
era que a luz acendia só
com a gente apertando um
botão, e não tive coragem
pudessem contribuir para
para pensar no assunto duas
Para discutir
vezes. — A luz é como a
água — respondi. — A gente
abre a torneira, e sai.” a formação/consolidação
30
Aprenda
mais!
O conto faz parte do
1. Qual a ideia central do texto?
2. O que Pincelo acha sobre comer comidas esquisitas?
3. No início do conto, Aquarelita tem desejos de comer comidas
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do hábito da leitura.
universo da literatura em
diferentes devido à gravidez. Ela queria comer giz de cera. Se
que seres fantasiosos
ou situações ficcionais ela não comesse, o que poderia acontecer? É possível isso
interagem com o leitor. acontecer?
Assim como vários 4. Como você pode ver, nesse texto a autora explora o sentido
gêneros literários, o
conto apresenta narrador,
da expressão coisa de menino amarelo. Você já ouviu essa
personagens e enredo. expressão? O que ela significa no conto?
Tradicionalmente, o
conto se define como
uma estrutura fechada,
em que o conflito se
desenvolve em direção
a um desenlace claro.
Essa é uma das principais Desvendando os segredos do texto
diferenças entre o conto
e gêneros narrativos mais
Para discutir
extensos, como o romance,
que possui conflitos
1. O texto Isso é coisa de menino amarelo faz alusão ao mun-
secundários. do das artes, particularmente à pintura. Como é possível dedu-
zir tal informação?
O nome da mãe, Aquarelita, de aquarela, e o nome do pai, Pincelo,
que faz referência ao pincel.
18
LXVIII
LXVIII
Desvendando os
Capítulo
2
Para discutir
segredos do texto
1. Com que finalidade os gregos criaram o mito de Eco e Narciso?
2. Numa de suas mais conhecidas canções, Caetano Veloso faz
a seguinte afirmação: “Narciso acha feio o que não é espe-
lho”. O que ele quis dizer?
3. Como vimos, as ninfas eram criaturas cuja única ocupação
era cuidar de sua própria beleza. Na tela de J. W. Waterhouse,
Nas questões de
a ninfa Eco está retratada segundo os padrões de beleza do
século XIX. Esse padrão mudou muito em relação ao que
temos hoje?
4. Com base nessa leitura e no que vimos no capítulo anterior,
aponte duas diferenças básicas que podemos estabelecer
entre o mito e o conto.
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57
29/03/18 06:42
segredos…
podemos fazer referência aos seres, falar sobre eles) e outras
com grande potencial qualificativo. Daí o fato de os nomes es-
tarem divididos tradicionalmente em dois grandes grupos: os
substantivos e os adjetivos.
Na verdade, como não
A força referencial, no entanto, não é exclusiva dos substan-
tivos. É o que acontece com o pronome ele no primeiro quadri-
nho da tirinha. Observe:
existe texto sem gramática,
Ele não morde.
Prática linguística
A origem do mundo
Prática linguística
Na origem, nada tinha forma no universo. Tudo se confundia,
e não era possível distinguir a terra do céu nem do mar. Esse
abismo nebuloso se chamava caos. Quanto tempo durou? Até
hoje não se sabe.
Uma força misteriosa, talvez um deus, resolveu pôr ordem
nisso. Começou reunindo o material para moldar o disco ter-
restre, depois o pendurou no vazio. Em cima, cavou a abóbada
celeste, que encheu de ar e de luz. Planícies verdejantes se es-
tenderam então na superfície da Terra, e montanhas rochosas
se ergueram acima dos vales. A água dos mares veio rodear as
terras. Obedecendo à ordem divina, as águas penetraram nas
bacias para formar lagos, torrentes desceram das encostas, e
É hora de praticar os
rios serpearam entre os barrancos.
Assim, foram criadas as partes essenciais do nosso mundo.
Elas só esperavam seus habitantes. Os astros e os deuses logo
iriam ocupar o céu, depois, no fundo do mar, os peixes de esca-
conhecimentos estudados
na seção Análise linguística.
mas luzidias estabeleceriam domicílio, o ar seria reservado aos
pássaros e a terra a todos os outros animais, ainda selvagens.
Era necessário um casal de divindades para gerar novos
deuses. Foram Urano, o céu, e Gaia, a Terra, que puseram no
mundo uma porção de seres estranhos.
Pouzadoux, Claude. Contos e lendas da mitologia grega. São Paulo: Companhia das
Letras, 2001. p. 12.
Lembre-se: nada de decorar
regras! O mais importante é
entender como funciona a
estrutura da nossa língua e
76
É hora de produzir
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap2.indd 76 29/03/18 06:42
usá-la em nosso favor.
Antes de começar a escrever
Mitos pertencem a uma tradição oral, ou seja, são passados
Proposta
de geração para geração sem registro escrito, oralmente. Por
isso, é muito comum encontrarmos vários mitos que propõem
Dicionário
explicações para os mesmos fenômenos.
Várias foram as civilizações encontradas pelos europeus
Conhecida comumente
pelo nome de onze-horas
quando chegaram ao continente americano. Com uma tradição
(Portulaca grandiflora), bastante rica, essas civilizações dispunham de uma infinidade
essa bela planta é de mitos.
Todo o trabalho
tipicamente brasileira. Seu
nome é uma referência
a uma particularidade
sua muito especial: suas
Proposta
flores se abrem, como se
A seguir, você encontrará um parágrafo introdutório (A e B)
acordassem, sempre às
Capítulo
2
onze horas e se fecham no
decorrer do dia.
de dois mitos indígenas e algumas informações sobre seus
personagens. Seu trabalho será dar continuidade a um desses
parágrafos introdutórios utilizando as informações disponíveis realizado com a leitura
A escrita em foco
para produzir a sua versão do mito. Sim, sua história deverá
A escrita em foco
propor uma explicação para o surgimento da onze-horas.
Depois do trabalho, o professor reunirá todas as histórias
produzidas pela turma em um livro, que será doado à biblioteca e a análise linguística Os ditongos ei, eu e oi
conduz às propostas de
da escola.
A Cuca
guarani, muduruku, etc.),
emprego de letras
as lendas se relacionam
a determinadas regiões
A Cuca é, sem dúvida, um dos principais seres do folclore (algumas são contadas
brasileiro, principalmente pelo fato de o personagem ter sido apenas na Região
específicas e a ortografia
Nordeste, outras apenas na
descrito por Monteiro Lobato em seus livros infantis e de ter
Região Sul) e fazem parte
sido adaptado para a televisão no programa Sítio do Pica-Pau do seu folclore. Os mitos
Amarelo. A Cuca se originou de outra lenda: a Coca, uma tradi- abordam temas ligados aos
deuses, à origem de tudo,
ção trazida para o Brasil na época da colonização.
à finalidade da vida, etc. Já
83
rA
M
En
To Capítulo
1
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap2.indd 83 29/03/18 06:42
costumam nos confundir.
CE r
En
1. Neste capítulo, conhecemos um pouco das características do conto, um gêne-
ro textual marcado pela narração. Podemos perceber muitas dessas característi-
Encerramento
cas nas histórias em quadrinhos, ou simplesmente HQs. Nelas, cada quadrinho
cria um efeito temporal, mostrando ao leitor a passagem do tempo e a sequência
de ações praticadas pelos personagens. Por esse motivo, dizemos que as HQs
são narrativas sequenciais. Observe esses aspectos no exemplo a seguir, de
Orlandeli.
revisamos os principais 1. O tema central da história em quadrinhos Peixe Grande é a relação de dominação que
o Peixe Grande exerce sobre os peixinhos. Essa relação está baseada na admiração que
Mídias em contexto
os peixinhos têm pelo grandalhão, justamente por serem menores. Sabendo disso, o Pei-
xe Grande se exibe com exuberância e imponência. No entanto, no final da HQ, quando
conteúdos trabalhados vemos que a história não se passa no oceano, mas em um pequeno aquário, percebemos
que essa dominação não faz sentido. Pensando nisso, discuta com os seus colegas e o seu
professor:
a) Vocês conhecem algum filme cuja temática se assemelha a essa? Qual?
realizando atividades b) Em que situações do cotidiano podemos perceber uma relação de dominação como
essa? Nesse contexto, quem é o Peixe Grande e quem são os peixinhos?
Finalizamos o capítulo
bastante reflexivas e
2. Um filme muito interessante em que podemos perceber uma relação temática com a
HQ de Orlandeli é o famoso Vida de Inseto, lançado em 1998 pela Pixar. Apesar de ser um
filme claramente voltado para o público infantil, Vida de Inseto apresenta em seu enredo
abordagens próprias dos adultos, com uma narrativa intensa que o transforma em um filme
mais sobre a natureza humana que sobre a vida dos insetos. A base do enredo é a relação
Aprenda mais! contextualizadas. A de dominação que os gafanhotos exercem sobre as formigas, que são escravizadas por
eles para juntar comida.
a) No enredo do filme, o gafanhoto Hopper, o vilão, é um
o universo virtual. A
intenção aqui é refletir e
Walmir Americo Orlandeli é cartunista, quadrinista e ilustrador, formado no curso de Publicidade e Propaganda.
Atua na área de cartum e ilustração desde 1994. Nas HQs “Sic”, Orlandeli apresenta algo bem diferente do padrão personagem bastante parecido com o Peixe Grande.
literário, tendo como principal base o formato de tira dupla e uma narrativa com formato mais curto. Seus textos
possuem influência na linguagem literária, tendo como resultado final algo bem próximo de pequenos “contos
Indique o que há em comum entre esses personagens.
gráficos”. b) Hopper odeia novas ideias. Em uma cena do filme,
47
ele assassina três gafanhotos de sua gangue sem de-
monstrar qualquer sinal de remorso somente porque
intenção é levar você
opinar. tiveram a ideia de que talvez não fosse mais necessá-
rio voltar ao formigueiro para aterrorizar as formigas.
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap1.indd 47 29/03/18 07:30 Em outra cena, quando faz um discurso incisivo para
as formigas, ele diz exatamente o que pensa sobre ter
ideias:
compreender melhor
Divulgação.
esse ambiente e
Ideias são coisas muito perigosas. Vocês são furado-
ras de terra desmioladas colocadas neste mundo para
nos servir.
Nesse contexto, explique por que Hopper considera as
ideias “coisas muito perigosas”.
c) No filme, que personagem representa as ideias novas,
uma ameaça ao domínio de Hopper? perceber como ele útil
49
LXIX
Capítulo
Conto
1 Lá vem história...
Primeiro momento – Isso é coisa de menino amarelo---12
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------18
• Análise linguística-----------------------------------------------------21
– Os nomes: substantivo e adjetivo----------------------------21
• Prática linguística-----------------------------------------------------24
• É hora de produzir----------------------------------------------------28
Segundo momento – A luz é como a água-------------------30
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------34
• Análise linguística-----------------------------------------------------37
– As preposições----------------------------------------------------37
• Prática linguística-----------------------------------------------------39
• É hora de produzir----------------------------------------------------42
• A escrita em foco------------------------------------------------------44
– Uso do x e do ch-------------------------------------------------44
• A escrita em questão-------------------------------------------------45
Capítulo
Mito e lenda
2 De volta às origens
Primeiro momento – Eco e Narciso-----------------------------52
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------57
• Análise linguística-----------------------------------------------------60
– Os pronomes e a coesão---------------------------------------60
• Prática linguística-----------------------------------------------------62
• É hora de produzir----------------------------------------------------65
Segundo momento – O uapé--------------------------------------68
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------70
• Análise linguística-----------------------------------------------------72
– Pronomes possessivos, indefinidos e relativos-----------72
• Prática linguística-----------------------------------------------------76
• É hora de produzir----------------------------------------------------80
• A escrita em foco------------------------------------------------------83
– Os ditongos ei, eu e oi------------------------------------------83
• A escrita em questão-------------------------------------------------83
4
Por dentro dos fatos
Capítulo
Primeiro momento – Internet e mídias sociais: O Universo
Reportagem numa janela-------------------------------128
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------133
• Análise linguística-----------------------------------------------------136
– Formas nominais dos verbos----------------------------------136
– A estrutura dos verbos-------------------------------------------138
– Conjugação verbal-----------------------------------------------139
– As vozes dos verbos---------------------------------------------145
• Prática linguística-----------------------------------------------------146
• É hora de produzir----------------------------------------------------151
Segundo momento – Religiões africanas são alvo
de intolerância---------------------------154
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------158
• Análise linguística-----------------------------------------------------161
– O modo imperativo-----------------------------------------------161
• Prática linguística-----------------------------------------------------163
• É hora de produzir----------------------------------------------------168
• A escrita em foco------------------------------------------------------170
– Verbos regulares e irregulares--------------------------------170
• A escrita em questão-------------------------------------------------171
5
Fontes de informação
Capítulo
Primeiro momento – Um barato de inseto--------------------182
Artigo de • Desvendando os segredos do texto-----------------------------185
divulgação • Análise linguística-----------------------------------------------------188
científica – Sujeito e predicado-----------------------------------------------188
Texto expositivo • Prática linguística-----------------------------------------------------190
em livro didático • É hora de produzir----------------------------------------------------195
Segundo momento – Vários “Brasis” dentro do Brasil--198
• Desvendando os segredos do texto-----------------------------200
• Análise linguística-----------------------------------------------------202
– Sujeito simples, composto e desinencial-------------------202
• Prática linguística-----------------------------------------------------204
• É hora de produzir----------------------------------------------------209
• A escrita em foco------------------------------------------------------211
– Uso dos porquês-------------------------------------------------211
• A escrita em questão-------------------------------------------------212
Capítulo
Editorial
8 Defendendo opiniões
Primeiro momento – Inteligências------------------------------300
Desvendando os segredos do texto-------------------------------303
Análise linguística------------------------------------------------------306
– Tipos de predicado-----------------------------------------------306
Prática linguística-------------------------------------------------------308
É hora de produzir------------------------------------------------------312
Segundo momento – A violência das torcidas--------------314
Desvendando os segredos do texto-------------------------------316
Análise linguística------------------------------------------------------320
– Concordância nominal-------------------------------------------320
Prática linguística-------------------------------------------------------324
É hora de produzir------------------------------------------------------327
A escrita em foco-------------------------------------------------------330
– Uso de sc, sç e xc-----------------------------------------------330
A escrita em questão--------------------------------------------------330
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
to? Para quem é escrito? Por E, no nosso dia a dia, utilizamos uma
quantidade enorme deles. Você já
quê? Para quê? E como é feito? percebeu isso?
2. Os textos são muito variados. Uns
•• Expressar-se de forma oral e compartilham algumas característi-
Anotações
1010
Conto
11
Diálogo com
o professor
om
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ck
da língua. O conto é um gê-
to
rs
tte
hu
|S
nero narrativo cuja riqueza
oz
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lia
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na
Anotações
Sugestão de Abordagem
11
1212
Conto
13
Capítulo
1
reito o pacote. Meteu uma porção de frutinhas na boca. Comeu logo de cinco em
cinco. Muito gulosa ela era!
Houve outro dia em que ela acordou querendo comer um negócio que nin-
guém vai adivinhar... Foi o desejo mais louco de todos! E não foi que Dona
Aquarelita teve vontade de engolir uma caixa de giz de cera todinha de lápis
amarelo?!?!?!
Seu esposo ficou doido. Não conseguiu ficar calado dessa vez:
— Mulher, isso não pode! Você vai ficar doente! Não se pode comer giz de
cera, lápis de cor, borracha, papel, régua, tesoura... Quem já viu uma trela
dessas? Isso lá é comida de gente!
E ela respondeu:
— Que conversa, Pincelo! Grávida pode comer tudo! Se eu não comer essa
comidinha gostosa, meu menino vai nascer com cara de lápis de cera.
Aquarelita foi dizendo isso e começando a mudar de cor. Foi ficando verde,
vermelha, roxa... E, para evitar um problema dos grandes, seu esposo prome-
teu que iria até a livraria mais perto de casa para comprar a desejada caixa de
lápis!
Quando Pincelo chegou, sua esposa quase que engoliu os lápis com caixa
e tudo... Pois não é que ela devorou quatro lápis de cera amarelos!
Não se passou nem uma hora e a gritaria começou:
— Pincelo! Pincelo! Pincelo! O menino está chutando muito! Socorro! Ou ele
vai nascer agora ou ele queria mesmo era ter comido giz de cera azul!
Pincelo deu um pulo agoniado, feito bode brabo, e saiu arrastando a esposa
para ir à maternidade.
Você não sabe o que aconteceu! A cidade inteira ficou agitada com a notícia
que estava se espalhando:
— Aquarelita deu à luz um bebê amarelo! Amarelo de verdade! Da cor da
gema do ovo!
No começo era tudo novidade. A casa dessa família ficou muito movimenta-
da. Todo mundo queria ver o tal bebê amarelo. Até gente da televisão tinha ido
conhecer o menino. Até gente do Japão tinha ido conhecer o menino! Até avião
pousava na janela do quarto para conhecer o menino amarelo!
Colocaram o nome dele de Raul. E Raul foi crescendo todo cheio de direito
e... amarelo! Só porque era diferente e conhecido por todo mundo, o menino
ficava ainda mais cheio de direito — como dizia sua mãe.
E ele gostava de uma novidade, de um papo comprido, de umas mentiri-
nhas aqui, de umas baguncinhas ali... Raul sempre fazia seus pais passarem
vergonha na rua: falava alto, esperneava, fazia escândalos, trelas e muitas
mugangas...
Tudo o que ele aprontava, as pessoas comentavam:
— Que amostração! Isso só pode ser coisa do menino amarelo!
13
13
Sugestão de
Abordagem
Tipos de conto
O conto, após ter adquirido identi-
dade própria, vem se manifestan-
do das mais diversas maneiras,
de modo que dificilmente é fiel a
uma classificação fixa, devido, jus-
tamente, a essa liberdade que os
autores têm de imprimir novas ca-
racterísticas a cada conto que pro-
duzem. Além disso, não existem,
mesmo dentro de qualquer classi-
ficação, contos puros. Todo conto
apresenta múltiplas características,
porém com predominância de uma
que lhe dá sua localização em de-
terminada categoria.
Conto fantástico ou de fantasia:
é uma das formas mais livres de es-
crever, pois permite à imaginação
um vasto desenvolvimento. Tome-
mos como exemplo as histórias de
Harry Potter, que é a representação 14
de um mundo fruto da imaginação.
Conto de ação: é o tipo mais co- LPemC_2018_BNCC_7A_Cap1.indd 14 29/03/18 07:30
mum; começou com As mil e uma Assombramento, que abre o volu- Conto de efeitos emocionais:
Noites. Nos dias atuais, os contos me Pelo Sertão, de Afonso Arinos. visa simular uma sensação no lei-
policiais e de mistério lhe dão con- É uma extensa narrativa em torno tor, de terror, de pânico, de surpre-
tinuidade. de um mal-entendido. sa, etc., como nas histórias de Hoff-
Conto de ideia: veículo de doutri- mann, Poe e outros. Em geral, vem
Conto de cenário ou atmosfe-
nas filosóficas, estéticas, políticas, mesclado com o conto de ideia.
ra: nele predominam o cenário e o
ambiente sobre o enredo e os pro- etc., é mais utilizado e frequente
Disponível em: www.recantodasletras.com.br/
tagonistas. Na Literatura Brasileira, que o de ambiente e atmosfera. teorialiteraria/382403. Acesso em 16/06/2015.
1414
Conto
15
Capítulo
1
Assim, a fama de Raul foi crescendo e se espalhando pelo bairro, pela cida-
de, pelo estado, pelo país... E, quando qualquer menino não queria obedecer à
mãe, logo ouvia:
— Vini, que coisa tão boba! Isso é coisa de menino amarelo!
— Laura, que coisa mais feia! Isso é coisa de menino amarelo!
— Rafaela, que coisa cabulosa! Isso é coisa de menino amarelo!
— Manu, que coisa mais chata! Isso é coisa de menino amarelo!
Nenhuma criança gostava de ouvir essas frases porque coisa de menino
amarelo era igual a coisa boba, coisa feia, coisa mal-educada, coisa chata...
Foi uma pena, mas foi bem assim que o menino amarelo começou a ficar
conhecido.
Quando ele completou dez anos de idade, ganhou uma caixa enorme e cheia
de lápis amarelo. Do jeito que ele queria.
E Raul saiu riscando e pintando de amarelo tudo o que encontrava pela fren-
te. Ninguém segurava mais esse menino!
Certa vez, numa festa de São João, no meio de uma praça cheia de gente,
ele aprontou uma bagunça das grandes. Mergulhou numa poça d’água e encheu
a boca de barro! O menino amarelo comeu barro e ficou totalmente lambuzado.
— Rauuuuuul! Pelo amor de Deus, menino! Por que você fez isso? Por que
você sujou sua roupa nova de barro? Quer me deixar zangada, é?! — perguntou
Aquarelita!
— Não, mãe! Eu só queria comer um pouquinho de barro! Eu estava com
muita vontade — respondeu o garoto, sorrindo meio desconfiado.
Pois foi exatamente aí que uma menina gritou para a praça inteira ouvir:
— Pronto! Agora a desculpa do menino amarelo é comer barro!
E esse acontecimento também caiu na boca do povo. Toda criança que fazia
alguma baderna e tentava dar explicação inventada aos pais escutava essa
piadinha:
— Sei... Desculpa de menino amarelo é comer barro!
Mas... E o que aconteceu depois? O que aconteceu depois foi bem triste...
O menino amarelo não tinha mais amigos, não tinha mais colegas e quase que
não tinha mais nome! Ninguém nem se lembrava de que seu nome era Raul.
Todo mundo só o chamava de Menino Amarelo. Nenhum menino e nenhuma
menina queriam brincar com Raul. Nenhum menino queria ser chamado de me-
nino amarelo. Até os bichos da natureza olhavam meio de banda para o menino.
O menino amarelo, quer dizer, Raul foi ficando triste, tão triste que até o seu
amarelo foi clareando. Depois ele resolveu que não ia sair de casa nunca mais.
Trancou-se no quarto sozinho e ligou a televisão. Começou a chorar baixinho.
De repente, apareceu na TV o desenho de um menino vermelho. Ele era
alegre, educado e muito querido pelas pessoas e pelos animais. Então, Raul
15
15
16
1616
Conto
17
Capítulo
1
manhã seguinte... VERMELHO, que nem um tomate maduro!
— Viva! Viva! Viva! Eu agora sou vermelho! — saiu gritando
pela casa, pela rua, pela cidade, pelo país, pelo mundo...
Sugestão de Abordagem
Os pais de Raul acordaram surpresos e felizes com a notícia
que estavam ouvindo e seguiram o menino na sua corrida es-
tabanada. Aquarelita não suportou a tremenda estripulia que Seria interessante utilizar o con-
Raul estava fazendo e, aflita, segurou o menino pelo braço:
— Calma, Raul! Você vai acabar sendo atropelado por um teúdo do boxe Dicionário — com
Dicionário
carro. Ande devagar!
E o menino prontamente respondeu:
palavras extraídas do texto Isso
— Mãe! Eu não faço uma coisa dessas... Não vê que isso é
Mugangas – Expressão
facial cômica. é coisa de menino amarelo —
como mote para trabalhar o dicio-
coisa de menino amarelo? Cabulosa – Chata,
E todo mundo ao redor caiu na maior gargalhada. complicada.
17
18
Leitura Complementar
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap1.indd 18 29/03/18 07:30
Uma forma de entretenimento indis- Na revista Língua Portuguesa isso, ele expõe as opiniões de
sociável da vida dos seus alunos é (Editora Segmento) de outubro estudiosos e de escritores.
o video game. E essa mídia, com de 2010, há uma reportagem de O modelo mais simples é o do jo-
o avanço da tecnologia, oferece Edgard Murano sobre o assunto: gador que dá vida, pelo joystick,
jogos cada vez mais sofisticados, Os video games viram arte nar- a um ou mais personagens que
que tecem tramas tão complexas rativa. Lá, o autor escreve: “Re- têm desafios a serem superados,
que já há quem os tome por expe- sultado da interatividade aliada dentro de um roteiro bem defini-
riências tão realistas quanto o cine- ao enredo, os games começam do, com direito a clímax, come-
ma e tão imersivas quanto a litera- a sedimentar uma forma própria ço, meio e fim.
tura. de contar histórias”. Para provar
1818
Conto
19
Capítulo
1
4. Conforme o texto, “Raul foi crescendo todo cheio de direito
e... amarelo”. Retire do texto o fato que explica o senso de au-
toridade do menino amarelo.
BNCC – Habilidades gerais
Porque era diferente e conhecido por todo mundo.
EF69LP44 EF69LP49
5. O conto Isso é coisa de menino amarelo foi escrito a par- EF69LP47 EF69LP54
tir de uma expressão popularmente conhecida. Não é possível
definir precisamente a origem da maioria das expressões e dos
ditados populares. Isso porque eles são transmitidos oralmente
Anotações
de geração para geração. No texto, a autora utiliza um dita-
do popular relacionado à expressão coisa de menino amarelo.
Que ditado é esse?
Desculpa de menino amarelo é comer barro.
19
19
do de Assis, no Brasil.
meios narrativos. Essa preferên- O espaço físico da narrativa nor-
Na estrutura do conto, normal- cia pela concisão e a concen- malmente não varia muito devido
mente há um só drama, um só tração dos efeitos torna o conto à própria dimensão do conto. A
conflito. Rejeitam-se as digres- uma narrativa curta. Uma carac- variação temporal em geral não
sões e as extrapolações, pois terística importante é que ele ter- importa: o passado e o futuro
busca-se um só objetivo, um só mina justamente no clímax, ao do fato narrado são irrelevantes.
efeito. Com isso, a dimensão do contrário do romance, em que o Caso seja necessário, o contista
conto é reduzida: o autor usa a clímax aparece em algum ponto condensa o passado e o expõe
contração, isto é, a economia dos antes do final. ao leitor em poucas linhas.
2020
Conto
21
Capítulo
1
Análise linguística
Sugestão de
Os nomes: substantivo e adjetivo Abordagem
Leia a tirinha a seguir:
XAXADO/Antonio Cedraz
Para as questões discur-
21
Com um limite de 140 ca- Simples! Porque a vontade passa. Mas, para entender
por que ela passa, é preciso, antes, saber que o espirro é
racteres, milhares de au- um mecanismo de defesa do nosso nariz contra partícu-
las ou substâncias que causem irritação da mucosa na-
tores, conhecidos ou não, sal […]. Poeira, pólen, pelo de animais, ácaros ou subs-
veiculam, através do site, tâncias voláteis, como perfumes e produtos de limpeza,
são alguns dos agentes causadores do espirro. Quando
contos, poemas, crônicas, essas substâncias entram em contato com a mucosa do
notícias, enfim, todo tipo de nariz, provocam irritação e acionam no organismo um
mecanismo de defesa para expulsá-las […].
conteúdo, literário ou não. http://mundoestranho.abril.com.br/saude/vezes-nosso-espirro-foge-611510.
shtml. Acessado em 16/12/2010
2222
Conto
23
Capítulo
1
Outro exemplo interessante de palavras que determinam os substantivos ocorre quando,
em algumas regiões, os falantes utilizam artigo antes de nomes de pessoas para indicar
Anotações
maior afetividade, como em:
Essas palavras que acompanham os substantivos delimitando seu sentido são chama-
das de determinantes. Várias classes de palavras podem desempenhar esse papel:
23
Prática linguística
Repensando o
Leia a charge a seguir:
Ensino da Gramática
Aprenda
mais!
O ensino de gramática na es-
A charge é um gênero
cola deve surgir paralelo ao textual por meio do qual o
rias enunciativas têm possi- 2. Para produzir esse quadrinho, podemos afirmar que Duke
de regularidades linguísticas 3. Na frase “Leia esta notícia para mim”, podemos identificar
constituídas historicamente. um ato de fala, isto é, uma ação verbal realizada pelo idoso.
2424
Conto
25
Capítulo
1
4. Que palavra da frase expressa claramente esse ato de fala?
Explique. Compartilhe
ideias Sugestão de Abordagem
O verbo ler, que está flexionado no modo imperativo.
25
O menino, olhando uma foto na parede, pergunta ao pai:— Pai, por que a
mamãe foi pro céu?
Diálogo com Enquanto apertava forte a mão do menino, ele respondeu:
— Pra não deixar teu irmãozinho sozinho lá, filho.
o professor Marcelo Spalding. In: CHAFFE, Laís; SPALDING, Marcelo. Minicontos e muito menos. Porto Alegre: Casa
Verde, 2009.
Acreditamos que o mo- Baseado nos seus conhecimentos sobre o tipo textual narrativo e o gênero conto, responda
às questões a seguir.
mento de produção tex- a. Que tipo de narrador identificamos nesse microconto?
tual, seja em sala, seja em Narrador-observador.
casa, é especial e deve ser b. Apesar do tamanho minúsculo, esse conto apresenta conflito, nó e desenlace. Identifique
ze a ideia de que eles são b. Dizemos que a conotação diz respeito a uma maneira pessoal de ver o mundo, as pes-
soas, as situações. Pensando nisso, avalie o uso da expressão identificada no item A. Esse
autores e, por isso, respon- uso foi adequado? Justifique.
sáveis pelo que escrevem. A expressão foi empregada adequadamente, pois simula a fala de uma criança e a maneira
consultar o dicionário e a 11. As narrativas comumente apresentam uma sucessão de fatos, que caracterizam a
gramática. Por fim, consi- passagem do tempo. No enredo do microconto, percebemos a referência a dois fatos ocor-
ridos antes da cena principal.
dere nossas propostas de a. Que fatos são esses?
não um limitador.
26
2626
Conto
27
Capítulo
1
b. Esses fatos ocorreram ao mesmo tempo? Explique.
Não. A morte do irmão ocorreu primeiro.
13. Costuma-se falar que substantivo é a palavra que dá nome aos seres, mas esse é um
conceito um tanto incompleto, dado que existem também palavras que originalmente per-
tencem a outras classes gramaticais, mas que, em algumas situações, comportam-se como
substantivos, quando colocamos um artigo antes delas, por exemplo. A esse fenômeno
dá-se o nome de substantivação. Logo, é muito mais lógico conceituar substantivo como
toda palavra que pode ser antecedida por um determinante (artigo, pronome possessivo/
demonstrativo, numeral cardinal/ordinal). Agora, leia as frases a seguir:
Resposta pessoal.
27
27
sistemática e, ao mesmo tem- No início do conto Da utilidade dos animais, você percebeu
po, mais completa, Norman Compartilhe que duas vozes se cruzam: a do narrador e a da professora. O
narrador é a voz utilizada pelo autor para fazer sua narração,
ideias
Friedman levanta as princi- por isso não podemos confundir autor e narrador.
Trata-se de um narrador em os fatos narrados. Por essa razão, esse foco narrativo determi-
na o que chamamos de narrador-personagem.
primeira ou terceira pessoa? Foco narrativo em terceira pessoa – o narrador não par-
2828
Conto
29
Capítulo
1
Elovich | Shutterstock
rstock
Photographee.eu | Shutte
Vasilyev Alexandr | Shutterstock
Sugestão de
Abordagem
2.
Anotações
29
dias, uma belíssima cidade por- ano primário, e tinham ganhado. Assim sendo, o pai comprou
Cem anos de solidão. Nessa
obra, ele narra a trajetória
tudo sem dizer nada à esposa, que era a mais renitente em
tuária ao norte da Colômbia, elei-
dos Buendía na cidade
imaginária de Macondo, pagar dívidas de jogo. Era um belo barco de alumínio com um
fio dourado na linha de flutuação.
ta patrimônio histórico e cultural
desde a sua fundação até a
EF67LP28 EF67LP38
Pôr do sol em Cartagena de Índias.
3030
Conto
31
Capítulo
1
— Parabéns — disse o pai. — E agora?
— Agora, nada — disseram os meninos. — A única coisa
que a gente queria era ter o barco no quarto, e pronto. Sugestão de
Na noite de quarta-feira, como em todas as quartas-feiras, os
pais foram ao cinema. Os meninos, donos e senhores da casa, Abordagem
fecharam portas e janelas e quebraram a lâmpada acesa de um
lustre da sala. Um jorro de luz dourada e fresca feito água co-
meçou a sair da lâmpada quebrada, e deixaram correr até que
No segundo momento deste ca-
o nível chegou a quatro palmos. Então desligaram a corrente, Dicionário pítulo, o texto principal, de García
Márquez, traz a riqueza da litera-
tiraram o barco e navegaram com prazer entre as ilhas da casa.
E assim continuaram navegando nas noites de quarta-feira, Louros – Folhas do
aprendendo a mexer com o sextante e a bússola, até que os loureiro arrumadas em
formato de grinalda, tura fantástica para a sala de aula.
pais voltavam do cinema e os encontravam dormindo como an-
jos em terra firme. Meses depois, ansiosos por ir mais longe,
usadas pelos gregos e
pelos romanos para coroar Partindo do pressuposto de que a
pediram um equipamento de pesca submarina. Com tudo: más-
sua literatura é feita com elemen-
os vencedores de torneios.
Renitente – Teimoso.
caras, pés de pato, tanques e carabinas de ar comprimido.
tos do dia a dia, como ele pró-
Gardênia – Flor grande e
— Já é ruim ter no quarto de empregada um barco a remo aromática nativa de regiões
que não serve para nada — disse o pai. — Mas pior ainda é
prio afirma em Cheiro de goiaba
tropicais e subtropicais,
31
Sugestão de
Abordagem
se conto?
por baixo dos móveis e das camas e resga- de luz até o teto.
taram do fundo da luz as coisas que durante O sofá e as poltronas forradas de pele
de leopardo flutuavam na sala a diferentes
Aproveite para realçar a
anos tinham-se perdido na escuridão.
Na premiação final, os irmãos foram acla- alturas, entre as garrafas do bar e o pia-
construção insólita em “do mados como exemplo para a escola e ga- no de cauda com seu xale de Manilha que
nharam diplomas de excelência. Dessa vez, agitava-se com movimentos de asa a meia
fundo da luz” e refletir com não tiveram que pedir nada, porque os pais água como uma arraia de ouro. Os utensí-
eles sobre como isso con- perguntaram o que queriam. E eles foram
tão razoáveis que só quiseram uma festa
lios domésticos, na plenitude de sua poesia,
voavam com suas próprias asas pelo céu
tribui para a construção da em casa para os companheiros de classe. da cozinha. Os instrumentos da banda de
guerra, que os meninos usavam para dan-
imagem poética e do argu-
O pai, a sós com a mulher, estava radiante.
— É uma prova de maturidade — disse. çar, flutuavam a esmo entre os peixes co-
mento. 32
3232
Conto
33
Capítulo
1
Diálogo com
o professor
33
namos para o vocabulário, seria 2. Quando os pais negaram o barco a remo, os filhos disse-
ram em coro: “Precisamos dele agora e aqui”. Como se trata de
interessante trabalhar o sentido um ato de fala, podemos afirmar que essa frase expressa:
de outras: a) Um pedido urgente.
b) Um lamento.
Aprenda
Sextante é um instrumento de mais! c) Uma ordem impensada.
d) Um grito de socorro.
navegação que permite medir a Sempre que falamos ou
escrevemos para alguém,
e) Um pedido de paciência.
tabilidade do observador. Seria um perigo, pedir licença, barco a remo, a mãe argumentou: “Para começar, aqui não há
outras águas navegáveis além da que sai do chuveiro”. Nessa
prometer algo, agradecer
Totó segurava os remos, e Joel ou aborígenes, são povos autóc- terra firme realça a caraterística
se orientava por estrelas. tones, sociedades nativas de um de um povo acostumado a viver
O narrador termina assim: “Em determinado lugar. num lugar “sem mar nem rio”?
Madri de Espanha, uma cidade A pesquisa sobre essas palavras Será que a força da palavra abo-
remota de verões ardentes e ven- e a reflexão sobre seus usos no rígine contribui para isso? É uma
tos gelados, sem mar nem rio, e texto irão enriquecer a intepreta- boa pergunta para eles.
cujos aborígines de terra firme ção dos seus alunos. Por exem-
nunca foram mestres na ciência plo, o texto nos permitiria pensar
de navegar na luz”. Aborígines, que a expressão aborígine de
3434
Conto
35
Capítulo
1
mum o emprego da conotação nos textos narrativos. Que figura de linguagem percebemos
nesse trecho?
A ironia. BNCC – Habilidades gerais
6. Identificamos o uso de uma figura de linguagem no titulo do texto.
EF69LP47
a) Que figura é essa?
EF69LP49
Comparação.
9. O realismo mágico está muito presente nesse conto. A esse respeito, analise as afirma-
ções a seguir.
I. A luz é vista como fantástica somente pelos meninos, que navegam nela quando estão
sozinhos.
II. O fantástico é visto naturalmente como real, por isso a luz é, de fato, líquida como a água.
III. O conto revela uma realidade em que não há distinção entre o possível e o impossível.
35
35
ganhado.”
d) Afirmação verdadeira. “Na noi- LPemC_2018_BNCC_7A_Cap1.indd 36 29/03/18 07:35
3636
Conto
37
Capítulo
1
Análise linguística
Diálogo com
o professor
As preposições
Leia a tirinha: Optamos por uma defini-
SILVESTRE/Eudson de Paula ção mais simples de pre-
posição, mesmo sabendo
que tal simplicidade po-
deria gerar problemas de
ordem didática. Como ain-
da não trabalhamos com a
1. Para Silvestre, por que é impossível jogar no campo?
sintaxe propriamente dita,
2. Ao que parece, a placa colocada pelo homem na árvore à preferimos seguir por esta
beira do campo está com o sentido incompleto, o que des-
perta o aborrecimento de Silvestre. Como poderíamos des- linha para não confundir os
fazer esse problema de sentido? alunos. No entanto, depen-
3. Na tira, qual é a relação de sentido expressa pela palavra em?
dendo do nível de conheci-
Nesse contexto, a palavra em é classificada como uma pre-
posição. As preposições são palavras invariáveis que unem mentos prévios da turma,
Aprenda
dois termos e contribuem para a construção de sentido entre
eles. Assim, elas podem indicar posse (Aquele carro é de Jor- mais! evidentemente podemos
ge), lugar (Paula está em casa), companhia (Moro com meus O conceito de preposição aprofundar a abordagem e
pais), instrumento (Ela se cortou com a faca), meio (Viajamos
ampliar a definição. Segun-
vem do latim praepositione
de avião), origem (Viemos do Recife), tempo (Vou esperá-los e quer dizer “ato de colocar
37
Repensando o
Ensino da Gramática
O uso das preposições tem ge- Você sabe qual é o melhor amigo do homem?
3838
Conto
39
Capítulo
1
É possível ver o suspeito através do vidro.
(locução prepositiva = combinação)
Prática linguística
39
39
auxílio da grafia para saber se a Você prefere sorvete Um gato, certa vez, ouviu que as aves de um aviário es-
4040
Conto
41
Capítulo
1
va. Temos um exemplo desse tipo de locução em:
a) Ela disse aos amigos que estava ocupada.
b) Confio em todos que me ajudaram.
c) Ela esperou a encomenda com alegria.
d) Joice passou por aqui.
e) Eu gosto de você.
Atentando para as relações de sentido, leia as alternativas a seguir e marque a(s) incorreta(s).
a) A costureira se feriu com a tesoura. (Valor semântico de instrumento.)
b) A mala que encontramos na sala é de Marina. (Valor semântico de posse.)
c) Irei com meus primos ao acampamento. (Valor semântico de companhia.)
d) Os turistas vinham do Pará. (Valor semântico de lugar.)
e) Alice viveu de ilusão por muito tempo. (Valor semântico de meio.)
f) Após o diagnóstico, o paciente saiu transtornado do hospital. (Valor semântico de tempo.)
g) Faz 10 anos que tenho uma casa de praia em Paratibe. (Valor semântico de lugar.)
h) Joana todos os dias vem de Camaragibe pro centro do Recife a trabalho. (Valor semân-
tico de companhia.)
i) Gostaria de saber até quando as pessoas ficarão caladas diante de tanta impunidade.
(Valor semântico de tempo.)
j) Fernanda sempre esteve com as amigas nos momentos difíceis. (Valor semântico de
conteúdo.)
k) O tomate está a R$ 3,00. (Valor semântico de preço.)
5. Sabendo que em “Nada se compara ao amor de mãe” o termo em destaque é uma lo-
cução adjetiva, podemos afirmar que:
a) Na locução adjetiva, a preposição deve concordar em gênero e número com o substan-
tivo ao qual se refere.
b) As locuções adjetivas são formadas, necessariamente, por uma preposição e um subs-
tantivo, conforme o exemplo acima.
c) As locuções adjetivas sempre atribuem aos substantivos uma qualidade positiva.
d) Locução adjetiva é a união de duas palavras que, juntas, possuem valor de adjetivo.
e) No exemplo acima, temos uma locução formada por uma preposição e um adjetivo.
41
41
42 É hora de produzir
Os verbos dicendi são • Discurso indireto – O próprio narrador reproduz, com suas
usados para demonstrar palavras, as falas dos personagens. Nesse caso, a fala não
um comportamento do
personagem ou uma é indicada com travessão ou aspas e não é seguida de um
característica de sua fala. verbo dicendi. Ex.: Quando chegou apressada ao consultó-
Comumente, eles vêm rio, Vanina tratou logo de perguntar quanto tempo deveria
empregados depois da
fala: esperar.
Proposta
Agora, você escreverá um conto com foco narrativo em ter-
ceira pessoa baseando-se em uma destas cenas:
42
4242
Conto
43
Capítulo
1
| Shuttestock
filmlandscape | Shuttestock
André Klaassen
Sugestão de
Abordagem
Cena 3
Para realizar a roda de lei-
Cena 1
tura, é interessante instruir
os alunos a ler pelo menos
Robert Adrian Hillman | Shuttestock
uma vez seu conto em voz
stock
Everett Historical | Shutte
Anotações
BNCC – Habilidades específicas
EF67LP28 EF67LP33
EF67LP30 EF07LP10
EF67LP32
43
44 Avaliação
1. Você trabalhará com um colega para avaliarem o texto um do outro. Avalie o texto do
seu amigo considerando os seguintes aspectos:
3. Finalizados os trabalhos, o professor organizará com a turma uma roda de leitura para
que cada um possa apresentar seu conto.
A escrita em foco
Uso do x e do ch
Utilizamos x
44
4444
Conto
45
Capítulo
1
• Após en- no início de palavras:
2. Escreve-se com x:
a) __ileno. Anotações
b) Bai__ela.
c) __in__ila.
d) __inelo.
e) __inês.
45
45
46
4646
Conto
47
nTo Capítulo
1
E
A M
r
CE r
En
1. Neste capítulo, conhecemos um pouco das características do conto, um gêne-
ro textual marcado pela narração. Podemos perceber muitas dessas característi-
cas nas histórias em quadrinhos, ou simplesmente HQs. Nelas, cada quadrinho
cria um efeito temporal, mostrando ao leitor a passagem do tempo e a sequência
de ações praticadas pelos personagens. Por esse motivo, dizemos que as HQs
são narrativas sequenciais. Observe esses aspectos no exemplo a seguir, de
Orlandeli.
Divulgação.
Aprenda mais!
Walmir Americo Orlandeli é cartunista, quadrinista e ilustrador, formado no curso de Publicidade e Propaganda.
Atua na área de cartum e ilustração desde 1994. Nas HQs “Sic”, Orlandeli apresenta algo bem diferente do padrão
literário, tendo como principal base o formato de tira dupla e uma narrativa com formato mais curto. Seus textos
possuem influência na linguagem literária, tendo como resultado final algo bem próximo de pequenos “contos
gráficos”.
47
47
c) Reflita: por que em alguns quadrinhos a fala aparece dentro de uma caixa, mas em ou-
tros não?
A caixa é utilizada em alguns quadrinhos para possibilitar uma melhor leitura do texto.
48
4848
Conto
49
Capítulo
1
Mídias em contexto
Sugestão de
1. O tema central da história em quadrinhos Peixe Grande é a relação de dominação que Abordagem
o Peixe Grande exerce sobre os peixinhos. Essa relação está baseada na admiração que
os peixinhos têm pelo grandalhão, justamente por serem menores. Sabendo disso, o Pei-
xe Grande se exibe com exuberância e imponência. No entanto, no final da HQ, quando
vemos que a história não se passa no oceano, mas em um pequeno aquário, percebemos
Ao abordar o filme Vida
que essa dominação não faz sentido. Pensando nisso, discuta com os seus colegas e o seu de Inseto, nosso objetivo
traçar um paralelo entre o
professor:
a) Vocês conhecem algum filme cuja temática se assemelha a essa? Qual?
b) Em que situações do cotidiano podemos perceber uma relação de dominação como seu enredo e o enredo da
essa? Nesse contexto, quem é o Peixe Grande e quem são os peixinhos?
HQ Peixe Grande. Para as
2. Um filme muito interessante em que podemos perceber uma relação temática com a
HQ de Orlandeli é o famoso Vida de Inseto, lançado em 1998 pela Pixar. Apesar de ser um
questões propostas, pode-
filme claramente voltado para o público infantil, Vida de Inseto apresenta em seu enredo mos trabalhar com as res-
abordagens próprias dos adultos, com uma narrativa intensa que o transforma em um filme
mais sobre a natureza humana que sobre a vida dos insetos. A base do enredo é a relação postas a seguir.
de dominação que os gafanhotos exercem sobre as formigas, que são escravizadas por
eles para juntar comida. a) Do mesmo modo que
a) No enredo do filme, o gafanhoto Hopper, o vilão, é um o Peixe Grande, o ga-
fanhoto Hopper, o vilão
personagem bastante parecido com o Peixe Grande.
Indique o que há em comum entre esses personagens.
b) Hopper odeia novas ideias. Em uma cena do filme, da história, exerce do-
minação sobre criaturas
ele assassina três gafanhotos de sua gangue sem de-
monstrar qualquer sinal de remorso somente porque
tiveram a ideia de que talvez não fosse mais necessá-
rio voltar ao formigueiro para aterrorizar as formigas.
que considera inferiores.
Em outra cena, quando faz um discurso incisivo para Entretanto, seu domínio
as formigas, ele diz exatamente o que pensa sobre ter
ideias: se limitar ao âmbito do
formigueiro, exatamente
Divulgação.
49
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
é um mito? Para quem são amplo, ouvimos nossa voz repercutir no
ambiente. É o que chamamos de eco.
escritos/narrados? Por quê? Você sabe por que isso ocorre?
balhados no capítulo. ções para esses elementos. Como o conhecimento científico é produ-
zido lentamente através dos tempos, nem sempre esses povos dis-
punham de dados concretos para explicá-los. A solução? Bem, a
solução foi recorrer à fantasia, ao misticismo, à imaginação…
Anotações
5050
Mito
51
Diálogo com
o professor
Anotações
51
guém.
As coisas foram assim até o dia
em que a ninfa Eco o viu e ime-
diatamente se apaixonou por ele.
Ela era linda, mas não falava.
O máximo que conseguia era re-
petir as últimas sílabas das pala-
vras que ouvia.Narciso, fingindo-
-se desentendido, perguntou:
— Quem está se escondendo
aqui perto de mim? 52
5252
Mito
53
Capítulo
2
— Deixem comigo, eu a distrairei en- — ...adeus, idiota... — repetiu Eco e
quanto vocês escapam. tapou rapidamente a boca com as duas
E assim fez realmente. Tão logo Juno mãos. BNCC – Habilidades gerais
chegou, Eco apoderou-se dela com uma A notícia da maldição de Juno espalhou-
longa conversa, repleta de digressões e -se ligeiro por entre as ninfas:
subterfúgios. Mas Juno, acostumada às — Bem feito, sua ordinária — disse um EF69LP44 EF69LP53
desculpas esfarrapadas do marido, com- dia uma rival a Eco. EF69LP47 EF69LP54
preendeu logo a intenção da ninfa, que se — ...sua ordinária... — respondeu Eco,
achava mais esperta do que realmente era: que ao menos podia, às vezes, responder EF69LP49
— Cale a boca! — disse empurrando-a. à altura os desaforos que escutava.
— Pensa que me engana com sua conver- Assim vagou a ninfa por entre os bos-
sa mole, sua atrevida? ques durante muitos anos, até que, um dia,
Eco, assustada e com as mãos da furio- caminhando pelas montanhas, encontrou BNCC – Habilidades específicas
sa deusa impressas nos ombros, calou-se. Narciso, um jovem caçador que havia se
Mas era tarde demais. extraviado de seus colegas. Eco, ao colo-
— Porque pretendeu me fazer de boba, car os olhos sobre a beleza do jovem, to- EF67LP28
a punirei fazendo com que nunca mais mou-se imediatamente de amores por ele. EF67LP38
possa dizer nada a não ser as últimas pa- Seguiu-o por um longo tempo imaginando
lavras que escutar — amaldiçoou Juno. qual o melhor meio de se aproximar dele,
— ...as últimas palavras que escutar... até que, ao pisar num galho solto, desper-
Anotações
— repetiu Eco, em cuja boca o feitiço já tou finalmente a atenção do moço.
começava a atuar. — O que foi isto? — perguntou o rapaz.
— Aí está o que ganhou com seu atre- — Há por aqui mais alguém?
vimento — disse Juno, vingada. — Adeus, — ...mais alguém... — repetiu Eco.
idiota!
53
seu próprio rosto, Narciso ime- dias e dias sem comer nem be- volveu. Ao despertar, Eco viu que
diatamente se apaixonou pela ber, ficando cada vez mais fraco. Narciso não estava mais ali, mas
imagem. Quando se abaixou Assim, acabou morrendo ali em seu lugar havia uma bela flor
para beijá-la, seus lábios se en- mesmo, com o rosto pálido volta- perfumada. Hoje, ela é conheci-
do para as águas serenas do lago. da pelo nome de narciso, a flor
costaram na água e a imagem
da noite.
se desfez. A cada nova tentativa, Esse foi o castigo do belo Narciso,
Narciso ia ficando cada vez mais cujo destino foi amar a si próprio. ABREU, Ana Rosa et al. (2000). Contos
tradicionais, fábulas, lendas e mitos. Brasília:
desapontado e recusando-se a Eco ficou chorando ao lado do Fundescola/SEF-MEC.
sair de perto da lagoa. Passou corpo dele, até que a noite a en-
53
54
— Chegue mais perto — disse Narciso, — ...quero o seu amor... — repetiu a
sem ver ninguém. ninfa, vendo Narciso dar-lhe as costas e
— ...mais perto... — disse Eco e mos- escapar rapidamente por uma vereda do
trou-se, finalmente, tendo antes o cuidado bosque.
de ajeitar os cabelos. Mas, em matéria de amor, Eco era um
Decepcionado por ver que não era ne- desastre. Consciente de seu fracasso, a
nhum de seus companheiros, Narciso sim- pobre ninfa recolheu-se para o interior de
plesmente perguntou: uma caverna no bosque. Ali, após enfadar
— Diga-me, ninfa, como faço para sair durante longos anos as paredes da gruta
daqui? com seus lamentos e lágrimas, viu seu cor-
— ...sair daqui — replicou Eco, agonia- po, aos poucos, dissolver-se na escuridão
da, pois a última coisa que desejava era da caverna até passar a fazer parte dela.
que ele fosse embora. Da pobre ninfa, só restou sua voz cava e
Não podendo expressar com suas pró- profunda a repetir sempre as últimas pala-
prias palavras o seu amor, sem que antes o vras que os passantes pronunciassem.
estranho o declarasse para ela, a ninfa de- Narciso prosseguiu com suas caçadas
sesperou-se e resolveu tomar uma medida e a tratar com rudeza as ninfas que o per-
drástica. Estendendo os braços, lançou-se seguiam. O jovem caçador era pretensioso
para ele num frenético abraço. “Talvez ele e arrogante, e mulher alguma parecia bas-
entenda os meus sentimentos”, pensou. tar à sua vaidade. Inclusive havia um mito
— O que está fazendo? — exclamou que dizia que, quando Narciso nasceu, um
Narciso, atirando-a ao solo com um empur- oráculo teria anunciado que ele poderia vi-
rão. — Não quero o seu amor! ver muito tempo se jamais enxergasse a si
54
5454
Mito
55
Capítulo
2
próprio. Seu pai, por via das dúvidas, que- árvores, nas margens, inclinavam-se para
brou todos os espelhos da casa. Temendo longe do espelho cristalino de suas águas,
que o filho procurasse o próprio reflexo em como que tentando escapar de seu intenso
alguma outra parte, adquiriu um espelho reflexo.
mágico, no qual Narciso via sua imagem Narciso, chegando à margem, debru-
sempre distorcida. Mesmo assim, sua be- çou-se para tomar alguns goles da límpida
leza era tal que o arrogante rapaz não des- água. Ao fazê-lo, percebeu que alguém o
grudava do bendito espelho. observava de dentro da água. Fascinado
— Como sou lindo... — dizia sempre com a beleza daquele semblante iniguala-
que tinha o espelho nas mãos. velmente belo, Narciso teve de admitir que
Um dia, porém, durante uma caçada era mais perfeito ainda do que o seu pró-
mais agitada, o espelho que trazia sempre prio rosto.
em seu bolso partiu-se. Juntando os cacos, — Quem é você, rosto adorável, que me
pôde ver apenas, com lágrimas nos olhos, contempla deste jeito? — perguntou à efí-
o reflexo estilhaçado da própria beleza. gie encantadoramente bela, que o mirava
— Que lindos pedaços! — ainda se ad- apaixonadamente nos olhos.
mirou, numa vaidade residual e fragmen- O rosto lindo, porém, não lhe respondia,
tária. nem a essa nem às outras solicitações.
Abalado e cansado da caça, Narciso me- Por várias vezes, Narciso tentou, sem su-
teu-se dentro das profundezas do bosque, cesso, seduzir aquele rosto magnífico. Um
próximo da gruta onde Eco vivia. Ali per- dia, debruçou-se a ponto de encostar os
to, havia um pequeno lago, absolutamente lábios à liquefeita boca da imagem. Po-
deserto e silencioso. Sobre suas plácidas rém, ao fazê-lo, viu o belo estranho turvar-
águas, nem um único cisne deslizava. As -se, o que o encheu de pânico.
55
55
Não existe “o oral”, mas “os orais” Apesar de o jovem erguer cada vez mais a voz, Eco, que ou-
via tudo, excepcionalmente não lhe repetia as últimas palavras.
em múltiplas formas, que, por ou- Vítima da crueldade de Narciso, gozava agora, secretamente, a
reprodução
plástica da imagem de
do continuidade, diversificando e
especificando uma velha tradição
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap2.indd 56 29/03/18 06:42
5656
Mito
57
Capítulo
2
Para discutir Sugestão de
1. Com que finalidade os gregos criaram o mito de Eco e Narciso? Abordagem
2. Numa de suas mais conhecidas canções, Caetano Veloso faz
a seguinte afirmação: “Narciso acha feio o que não é espe-
lho”. O que ele quis dizer? Para as questões da seção Para
3. Como vimos, as ninfas eram criaturas cuja única ocupação discutir, sugerimos estas respostas:
era cuidar de sua própria beleza. Na tela de J. W. Waterhouse,
a ninfa Eco está retratada segundo os padrões de beleza do 1. Para explicar a origem do eco
e da flor roxa de folhas bran-
século XIX. Esse padrão mudou muito em relação ao que
temos hoje?
4. Com base nessa leitura e no que vimos no capítulo anterior,
aponte duas diferenças básicas que podemos estabelecer
cas, o narciso.
entre o mito e o conto.
2. Caetano quis dizer que, por se
achar tão belo, Narciso achava
tudo o mais feio. Na nossa co-
Desvendando os segredos do texto municação, a expressão quer
dizer, portanto, que só achamos
1. No primeiro parágrafo do texto, como Diana é identificada? bonito o que é nosso.
A deusa dos bosques. 3. Mudou bastante, principalmen-
2. No mito, a ninfa Eco apresenta uma característica que a tor- te no que se refere ao ideal de
na insuportável. Responda qual era essa característica e trans-
creva do texto três expressões utilizadas pelos autores para se
beleza feminina da nossa socie-
referir a esse traço negativo da ninfa. dade. Hoje, com a superexpo-
Falar demais. As expressões utilizadas: tagarela; língua incan- sição na mídia, para boa parte
sável; falar pelos cotovelos; prosseguia falando até a exaustão.
das pessoas a mulher bonita
tem seios, pernas e glúteos bem
3. Analise o terceiro parágrafo do mito e responda às ques- contornados, cintura fina, pele
bronzeada, corpo malhado, etc.,
tões.
“— Por que não se cala de vez em quando? — di- sendo muito diferente da mulher
ziam-lhe as amigas. — Homem algum suportará
uma mulher que fale sem parar, mesmo sendo tão bela do século XIX.
4. O mito tem a finalidade didáti-
bela como você.”
A propósito da questão 2, na ção, o que significa “quando eu te hipóteses. Você pode também,
seção Para discutir, não deixe encarei frente a frente não vi o meu junto aos seus alunos, analisar
de levar a canção de Caeta- rosto/ chamei de mau gosto o que se há algo em comum entre
no para seus alunos. Por mais vi, de mau gosto o mau gosto/ é essa canção e os tipos narrati-
simples que pareça a resposta, que Narciso acha feio o que não vos e descritivos.
será sempre melhor fazer uma é espelho”? O texto oferece pistas
análise contextualizada. Na can- suficientes que permitirão levantar
57
um olho, bem redondo, no meio da d) Nesse trecho, podemos perceber que a deusa Juno perse-
testa, e os Cem-Braços, monstros guia Júpiter como um animal. Que palavra permite essa inter-
5858
Mito
59
Capítulo
2
6. Para se proteger de Juno, que andava “farejando o seu ras-
tro”, Júpiter recorria a subterfúgios. Transcreva do texto a expres-
são que os autores utilizaram para classificar esses subterfúgios.
Sugestão de
Desculpas esfarrapadas.
Abordagem
7. Para proteger Júpiter da ira de Juno, Eco utiliza subterfú-
Os filmes 300, Troia e A
gios e digressões. Transcreva do texto a expressão que a deu-
sa utiliza para se referir à divagação da ninfa. odisseia possuem fortes ce-
Conversa mole. nas de violência, o que os
8. Como você certamente percebeu, o mito é um texto narrati- classifica como impróprios
vo em que há o desenrolar progressivo de ações, isto é, a nar- para a média de idade da
rativa segue o tempo cronológico. Isso fica claro no seguinte
parágrafo: turma. Antes de trabalhar
“Assim vagou a ninfa por entre os bosques durante mui- Aprenda
com eles, é importante ava-
tos anos, até que, um dia, caminhando pelas montanhas,
encontrou Narciso, um jovem caçador que havia se ex-
mais! liar a maturidade de seus
traviado de seus colegas. Eco, ao colocar os olhos sobre Nos textos míticos, o
tempo cronológico diz
alunos.
a beleza do jovem, tomou-se imediatamente de amores
respeito ao desenrolar
por ele. Seguiu-o por um longo tempo imaginando qual o
dos fatos ao longo do
melhor meio de se aproximar dele, até que, ao pisar num tempo. Ou seja, na
galho solto, despertou finalmente a atenção do moço.” narrativa, percebemos
que a passagem do tempo
segue uma ordem linear
Identifique as expressões utilizadas pelos autores para marcar (passado – presente –
a passagem do tempo. Essas expressões deixam claro qual é futuro). Essa passagem
o momento histórico? é apresentada ao leitor
por meio dos marcadores
Durante muitos anos; por um longo tempo. Essas expressões temporais.
Anotações
59
www.dukechargista.com.br.
mos estas respostas:
1. Não, pois o filho dela
se transformou em um
“monstro”.
2. Porque a mãe o criou
desde a infância com
muita liberdade, ela nun-
ca lhe disse “não”.
1. No cartum, a mãe afirma que seu filho é “um adolescente muito
3. a) Pronome pessoal. bem-criado”. É isso que a linguagem não verbal sugere?
2. Para responder à questão acima, você teve de analisar a
b) “Meu filho”. imagem, isto é, a linguagem não verbal, e percebeu que o
jovem de quem as mulheres falam não se transformou em
um adolescente, digamos, comum. Por que isso aconteceu?
3. No primeiro balão do cartum, encontramos a seguinte fala:
BNCC – Habilidades gerais “Nunca disse ‘não’ para meu filho. Sempre deixei
ele ter o que queria e fazer o que queria.”
EF69LP05 EF69LP56
a) Como se classifica a palavra destacada nessa fala?
EF69LP55 b) Muitas palavras desempenham o papel de fazer referên-
cia às coisas do mundo, que transformamos em assunto
de nossas comunicações. No texto, qual é o referente da
BNCC – Habilidades específicas palavra ele?
EF67LP36 EF07LP13 60
EF07LP12
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Anotações
6060
Mito
61
Capítulo
2
Na língua portuguesa, a palavra ele é classificada como pro-
nome pessoal, pois exerce a função de identificar a pessoa
do discurso. Nesse caso, ele representa a terceira pessoa, Leitura
isto é, a pessoa de quem se fala. Complementar
Nos textos, os pronomes desempenham uma função mui-
to importante: eles são uma ferramenta que contribui bastante
para a coesão textual. A coesão é um recurso textual que nos
Para Perini (2009), as condi-
auxilia na expressão de nossas ideias, tornando nosso texto Dicionário
mais claro, direto e atraente para nosso leitor/ouvinte. E os ções que governam a corre-
ferência de pronomes com
pronomes entram nesse jogo para possibilitar a indicação das Nos atos comunicativos,
pessoas do discurso, dos objetos de que falamos, dos nossos podemos identificar,
sentimentos, ou seja, eles funcionam como elementos de refe- por meio dos pronomes
pessoais, a pessoa do os demais sintagmas nomi-
renciação e nos ajudam a não repetir palavras e expressões
nais da oração são surpreen-
discurso:
de maneira desnecessária. Observe: A primeira pessoa –
A pessoa que fala. É
identificada por meio dos dentemente complexas, e a
tentativa de explicitá-las tem
pronomes pessoais eu e
O pronome ele retomou nós.
o termo meu filho.
sido um dos grandes temas
A segunda pessoa – A
pessoa com quem se fala.
de pesquisa em sintaxe e
É identificada por meio
dos pronomes pessoais
Anotações
61
Prática linguística
Aprenda
mais! 1. Leia o trecho a seguir, retirado do mito Eco e Narciso, e
BNCC – Habilidades gerais responda às questões:
A reiteração
Chamamos de reiteração
EF69LP47 EF69LP56 a relação por meio da “Mas Eco não se corrigia e prosseguia falando até
qual retomamos de algum a exaustão. Um dia, porém, meteu-se com Juno, a
EF69LP53 modo os elementos do
esposa de Júpiter, e isso foi a sua ruína.”
texto. Os pronomes são um
dos recursos que temos à
disposição para reiterar os a) Antes da forma verbal meteu-se, houve a omissão de um
elementos textuais. Assim,
termo. Indique qual foi o termo omitido.
BNCC – Habilidades específicas cada vez que substituímos
um termo por um pronome,
Eco.
estamos promovendo a
continuidade do texto, sua
b) Indique a ação que o pronome demonstrativo isso reitera.
EF67LP36 EF07LP13 coesão.
Meteu-se com Juno.
EF07LP12
c) A palavra sua também se refere a um termo expresso ante-
riormente. Qual é esse termo?
Eco.
Posêidon
O palácio dourado do deus marinho cintilava nas águas pro-
fundas e calmas de uma ilha. Posêidon vivia ali em companhia
da rainha Anfitrite. Às vezes, saía do fundo arenoso; o mar en-
tão se abria para deixar seu carro passar. E, ao lado dele, se
viam as ninfas e os monstros pulando de alegria.
Seus passeios nem sempre eram de bom agouro. O deus
era muito irritadiço.
Quando sua raiva chegava ao auge, ele surgia das águas
brandindo seu tridente. Podia desencadear tempestades e pro-
mover a subida da água dos rios, que transbordavam. Também
sabia fazer o chão tremer, provocando os terremotos. Por isso,
os homens o temiam e tomavam a precaução de lhe oferecer
esplêndidos sacrifícios antes de iniciar uma viagem no mar.
ABREU, Ana Rosa et al. (2000). Contos tradicionais, fábulas,
lendas e mitos. Brasília: Fundescola/SEFMEC.
62
6262
Mito
63
Capítulo
2
a) Por que Posêidon era um deus muito temido?
Ele era temido devido ao seu temperamento irritadiço e ao seu
poder.
63
Diálogo com
Ele – cervos – ajudou-a – ele – Um dia – selvagem – uma mulher –
o professor Imediatamente – pelagem – gêmea – dele – A deusa – ela – armas –
a partir da perspectiva de carro puxado por dois cervos . Gostava de viver nos lugares
é o de Azeredo (2008), para se preparava para banhar o corpo cansado nas águas claras
1. um modo de significar;
Sem suas armas , Ártemis não podia reagir. Com um
gesto rápido, tapou a nudez e jogou água na cabeça do caça-
2. um conjunto de aspectos dor, enfeitiçando-o. Imediatamente , surgiram chifres
6464
Mito
65
Capítulo
2
A deusa se mostrou cruel porque não suportou a ideia de ser vista nua por um
homem. Mas também sabia ser uma deusa prestativa e oferecer sua proteção, em particu-
lar às grávidas. De fato, desde pequena ela se revelara hábil na arte de auxiliar uma
Sugestão de
mulher a dar à luz. Mal saíra da barriga da mãe, Letó, ajudou-a no parto de
Apolo, o irmão gêmeo.
Abordagem
ABREU, Ana Rosa et al. (2000). Contos tradicionais, fábulas, lendas e mitos.
Brasília: Fundescola/SEFMEC.
65
EF67LP27 EF67LP32
EF67LP28 EF67LP33
Anotações EF67LP30 EF07LP10
65
Skylines | Shutterstock
O processo de escrita requer
a observação de uma sequên-
cia de etapas. Nas seções de
peresanz | Shutterstock
produção de texto, seria inte-
ressante discutir essas etapas
com os seus alunos. 1. Neve
ock
Reforce e valorize a ideia de
gar necessárias.
Nesta proposta, comece mente, de se delinear suas Anotações
pela ideia de como iniciar posturas comportamentais
uma narrativa. Dialogue com e de desenvolver o enredo
eles acerca de expressões tendo em vista a explicação
que, geralmente, anunciam o para os fenômenos naturais
início de uma narração, fale representados na proposta.
da importância de se pen- Vale lembrar a importância
sar os personagens previa- do clímax e do desfecho.
6666
Mito
67
Capítulo
2
Planejamento
Para produzir seu texto, pense nos seguintes aspectos: Leitura
1. Planeje a sequência narrativa, criando uma cena introdutó-
Complementar
ria, um conflito, um clímax e um desenlace.
2. Identifique quais são as características do elemento que
você escolheu. Qual a sua importância para o homem?
Será que ele teve origem em uma desgraça ou em uma feli-
cidade? Foi criado por algum deus ou surgiu naturalmente? Aprenda
3.
mais!
A quais valores ou comportamentos humanos esse elemen-
to poderia ser associado? Mitologias africanas
4. Descreva bem o espaço mítico e siga o tempo cronológico, Como vimos, os mitos
fazem parte da cultura
indicando, quando necessário, a sua passagem. Ex.: Mui- de diferentes povos, que
tos anos depois… Algum tempo depois… buscaram, através dos
tempos, explicações
5. Crie um título para seu mito. para os fenômenos
incompreensíveis do seu
dia a dia. As culturas
Avaliação africanas são bastante ricas
nesse tipo de narrativa, em
geral de fundo sagrado,
1. Para avaliar o seu texto, sente ao lado de um colega. Cada que procura explicar as
um lerá o texto do outro, avaliando os seguintes aspectos: origens ou transformações
da natureza, dos seres
Aspectos analisados Sim Não humanos ou de uma BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia
sociedade. Para conhecer grega. Volumes. I, II e III. Vozes:
A sequência narrativa está bem estruturada? um pouco mais esse
universo fantasioso, vale a
Petrópolis, 2009.
O mito apresenta uma versão para a origem pena conferir:
de um dos elementos apresentados nas fotos? Xangô,
terizado?
África (Global),
de Joel Rufino
de Souza Bandão. Uma co-
dos Santos.
O texto apresenta um título coerente com a letânea aprofundada sobre
narração?
mitologia grega, essencial
2. Agora, com base na avaliação do seu colega, procure aper-
feiçoar o seu mito para apresentá-lo ao seu professor e aos a qualquer estudante ou
colegas em uma roda de leitura.
pesquisador do assunto.
67
Anotações
67
dos mitos pesquisados, se- primitivos por ser a origem água. Depois, voltando-se para Pitá, que, como bom guerreiro
de tudo, a fonte da vida. guarani, era um excelente nadador, pediu-lhe que mergulhasse
ria interessante questionar
Vimos, também, que os para buscar o bracelete. E assim foi.
mitos nos mostram como
Em vão esperaram que Pitá retornasse à superfície. Moroti
os alunos a respeito das
esses povos explicavam o
mundo, os fenômenos da e seus acompanhantes, alarmados, puseram-se a gritar… Mas
Em seguida, solicite aos — Agora Pitá é prisioneiro de I Cunhã Pajé. No fundo das
águas, Pitá foi preso pela própria feiticeira e conduzido ao
alunos que leiam o mito do seu palácio. Lá, Pitá esqueceu-se de toda a sua vida anterior,
EF67LP28 EF67LP38
6868
Mito
69
Capítulo
2
rico dos quartos do palácio de I Cunhã Pajé. E, se o palácio
é todo de ouro, o quarto onde Pitá se encontra agora, nos
braços da feiticeira, é todo feito de diamantes. E dos lábios
da formosa I Cunhã Pajé, que tantos belos guerreiros nos tem
roubado, ele sorve esquecimento. É por isso que Pitá não
volta. É preciso ir buscá-lo.
— Eu vou! — exclamou Moroti. — Eu vou buscar Pitá!
— Você deve ir, sim — disse Pegcoé. — Só você pode res-
gatá-lo do amor da feiticeira. Você é a única e, se de fato o ama,
é capaz de vencer, com esse amor humano, o amor maléfico da
feiticeira. Vá, Moroti, e traga Pitá de volta!
Moroti amarrou uma pedra aos seus pés e atirou-se ao rio.
Durante toda a noite, a tribo esperou que os jovens apare- Dicionário
cessem — as mulheres chorando, os guerreiros cantando, e os
anciãos esconjurando o mal. Instigou – Do verbo
Com os primeiros raios da aurora, viram flutuar sobre as águas instigar; estimular, induzir,
as folhas de uma planta desconhecida: era o uapé. E viram apare- incitar.
Desolação – Grande
cer uma flor muito linda e diferente, tão grande, bela e perfumada sofrimento causado por
como jamais se vira outra na região. As pétalas do meio eram uma desgraça; tristeza,
brancas; e as de fora, vermelhas. Brancas como o nome da don- consternação.
Sorve – Do verbo sorver;
zela desaparecida: Moroti. Vermelhas como o nome do guerreiro: beber aspirando, fazendo
Pitá. A bela flor exalou um suspiro e submergiu nas águas. ruído.
Então, Pegcoé explicou aos seus desolados companheiros Esconjurando – Do
verbo esconjurar; fazer
o que ocorria: desaparecer (males,
— Alegria, meu povo! Pitá foi resgatado por Moroti! Eles se perigos, azares) por meio
amam de verdade! A malévola feiticeira, que tantos homens já de preces.
Exalou – Do verbo exalar;
roubou de nós para satisfazer o seu amor, foi vencida pelo amor lançar, emitir.
humano de Moroti. Nessa flor que acaba de aparecer sobre as
águas, eu vi Moroti nas pétalas brancas, que eram abraçadas
e beijadas, como num rapto de amor, pelas pétalas vermelhas.
Estas representam Pitá.
E são descendentes de Pitá e Moroti esses belos uapés que
enfeitam as águas dos grandes rios. No instante do amor, as
belas flores brancas e vermelhas do uapé aparecem sobre as
águas, beijam-se e voltam a submergir. Elas surgem para lem-
brar aos homens que, se para satisfazer um capricho da mulher
amada um homem se sacrificou, essa mulher soube recuperá-lo,
sacrificando-se também por seu amor. E, se a flor do uapé é tão
bela e perfumada, isso se deve ao fato de ter nascido do amor e
do arrependimento.
ABREU, Ana Rosa. Alfabetização. V. 2. Brasília:
Fundescola/SEF – MEC, 2000. pp. 123–125.
69
69
Na questão 5, buscamos
guerreiros da tribo e excelente nadador; e ela, a mais gentil e
foi dada à realização das 3. Retire do primeiro parágrafo os termos utilizados pelo nar-
70
Anotações
7070
Mito
71
Capítulo
2
6. Qual é a função desse mito?
Narrar o surgimento do uapé, a vitória-régia.
71
71
72
corrente do português brasilei-
ro (Azeredo, 2008: 176), pois o
pronome vosso (e variações)
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7272
Mito
73
Capítulo
2
Os pronomes possessivos concordam em número e gênero
com a coisa possuída: sua casa, seus relógios, minhas ami-
gas, meu amigo, nossas obrigações. Apenas as formas dele,
dela, deles, delas e de vocês concordam com o possuidor: a Repensando o
Aprenda
casa dele, os livros dela.
No português brasileiro, os pronomes possessivos podem
mais! Ensino da Gramática
É preciso atenção
ser agrupados em dois subsistemas: o primeiro é mais ade-
No subsistema I, restrito aos re-
quanto à utilização dos
quado para quando escrevemos ou falamos em contextos mais pronomes possessivos,
formais, e o segundo é mais apropriado em situações de co- pois eles podem causar
municação menos formais, como na conversação espontânea. ambiguidade durante a
leitura ou na construção de
gistros escritos formais e ritualiza-
Observe: uma narrativa. Observe:
dos, os pronomes seu, sua, seus,
Subsistema I (contextos formais) Pedro e Silvana
choraram quando seu suas se referem à terceira pessoa.
• Primeira pessoa do singular (eu): meu, minha, meus, minhas
Já no subsistema II, de uso mais
brinquedo quebrou.
73
adjetivo
numeral
74
7474
Mito
75
Capítulo
2
• Invariáveis – cada, demais, mais, menos, que, quem, algo,
alguém, nada, ninguém, outrem, quanto, tudo e as locuções Compartilhe
o que quer que e quem quer que. ideias
Que susto!
Qual não foi meu desgosto quando ela morreu!
Quanta sorte!
Quem diria!
Pronomes relativos
Como o próprio nome sugere, esses pronomes relacionam
termos de uma oração. Observe:
75
75
A origem do mundo
Na origem, nada tinha forma no universo. Tudo se confundia,
e não era possível distinguir a terra do céu nem do mar. Esse
abismo nebuloso se chamava caos. Quanto tempo durou? Até
hoje não se sabe.
Uma força misteriosa, talvez um deus, resolveu pôr ordem
nisso. Começou reunindo o material para moldar o disco ter-
restre, depois o pendurou no vazio. Em cima, cavou a abóbada
celeste, que encheu de ar e de luz. Planícies verdejantes se es-
tenderam então na superfície da Terra, e montanhas rochosas
se ergueram acima dos vales. A água dos mares veio rodear as
terras. Obedecendo à ordem divina, as águas penetraram nas
bacias para formar lagos, torrentes desceram das encostas, e
rios serpearam entre os barrancos.
Assim, foram criadas as partes essenciais do nosso mundo.
Elas só esperavam seus habitantes. Os astros e os deuses logo
iriam ocupar o céu, depois, no fundo do mar, os peixes de esca-
mas luzidias estabeleceriam domicílio, o ar seria reservado aos
pássaros e a terra a todos os outros animais, ainda selvagens.
Era necessário um casal de divindades para gerar novos
deuses. Foram Urano, o céu, e Gaia, a Terra, que puseram no
mundo uma porção de seres estranhos.
Pouzadoux, Claude. Contos e lendas da mitologia grega. São Paulo: Companhia das
Letras, 2001. p. 12.
76
7676
Mito
77
Capítulo
2
1. Esse mito narra a origem do mundo. Quando se passam os Leitura
acontecimentos narrados?
Complementar
A época não é especificada pelo narrador, mas pode-se dizer
que se passou há muito tempo, no início de tudo.
Exclusivas das variedades
2.
formais da língua, as formas
cujo, cuja, cujos e cujas
Como era o formato das coisas antes da origem do mundo?
Nada possuía forma, era um caos.
são as únicas que o prono-
me relativo apresenta na po-
3. No primeiro parágrafo, podemos identificar dois pronomes
indefinidos que se opõem semanticamente. Identifique-os. sição de determinante. Seu
Nada e tudo. valor semântico é equivalen-
4. Podemos afirmar com certeza que foi um deus que decidiu
te ao de pronomes posses-
ordenar o caos? Justifique sua resposta com uma passagem sivos, mas, do ponto de vista
sintático, é um conectivo de
do texto.
77
78
8. Transcreva, do terceiro parágrafo, o referente do pronome pessoal elas.
“Foram Urano, o céu, e Gaia, a Terra, que puseram no mundo uma porção
de seres estranhos.”
10. Para criar um tom de proximidade com o leitor, o autor do mito A origem do mundo usa
um recurso bem interessante: colocar o leitor como seu interlocutor. Isso fica claro no(s)
parágrafo(s):
a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 2 e 4.
11. Como o próprio nome sugere, os pronomes possessivos são utilizados para expres-
sar uma relação de posse. No entanto, outras palavras e expressões podem desempe-
nhar também essa função. Pensando nisso, entre as opções abaixo, assinale aquela em
que a palavra destacada indica essa relação de sentido.
a) No início, não era possível diferenciar a terra do céu nem do mar.
b) Uma força misteriosa começou a pôr ordem no caos.
c) Montanhas rochosas se ergueram acima dos vales.
d) Era necessário um casal de divindades para gerar novos deuses.
e) Urano e Gaia eram pais de seres estranhos.
78
7878
Mito
79
Capítulo
2
João finalmente parou de comer carne vermelha.
Pressuposto: Demorou algum tempo para João parar de comer carne vermelha.
BNCC – Habilidades gerais
Os subentendidos não possuem marcas linguísticas, por isso são sugeridos pelo contex-
to. Cabe ao interlocutor usar seu conhecimento de mundo e as informações presentes no EF69LP05
contexto para poder interpretá-los. Veja:
EF69LP56
Quando sair de casa, não se esqueça de levar um casaco.
Subentendido: Está frio lá fora.
BNCC – Habilidades específicas
Já estou com a garganta seca de tanto falar.
Subentendidos: Quero beber um copo de água ou quero parar de falar
neste momento. EF67LP08
EF67LP36
Agora, leia a tirinha a seguir.
Para perceber o humor da tirinha, é preciso ler o que está implícito no primeiro quadrinho.
Essa leitura nos permite entender que:
I. O menino está conversando com um adulto, provavelmente seu pai.
Anotações
II. Há uma conversa entre os personagens anterior ao primeiro quadrinho.
III. O menino está pedindo algo que não tem, mas seus amigos sim.
13. Outro recurso utilizado na tira para despertar o humor foi o uso dos pronomes indefini-
dos. Sobre esse uso, podemos afirmar que:
a) A expressão todo mundo representa, literalmente, todas as pessoas do mundo.
b) Há uma gradação no uso dos pronomes indefinidos.
c) O pronome alguns tem sentido mais definido que vários.
d) A expressão a maioria é sinônima de alguns.
79
79
complementar a história.
na verdade, eram cobras: um menino, Hono-
rato, ou Norato, e uma menina, Maria Cani-
do clímax e do desfecho, que • Norato era bom, mas sua irmã era perversa.
trará, necessariamente, uma • Para que Norato se transformasse definitivamente em hu-
mano, era necessário fazer a serpente beber leite e feri-la na
versão para o surgimento da cabeça até sair sangue.
onze-horas. 80
EF67LP30 EF07LP10
EF67LP33 EF07LP12
EF67LP32
8080
Mito
81
Capítulo
2
A gruta dos amores
Compartilhe
shutterstock I DSdesign
ideias Sugestão de
Abordagem
Caso prefira, em acordo di-
dático com a turma, pode-
ríamos realizar também a
contação das histórias pro-
duzidas. Seria interessante
convidar a família dos alu-
nos para vir à escola, uma
boa oportunidade para es-
treitar laços. Como estamos
Parágrafo B trabalhando elementos da
cultura popular, podería-
mos promover um grande
Itanhantã era um valente jovem índio tamoio,
responsável pela caça para alimentar sua tribo.
Todas as manhãs, ele saía com sua canoa na banquete após a contação,
com muitos pratos típicos
direção da Ilha de Paquetá, onde caçava ani-
mais enormes com suas flechas certeiras. Na
ilha, vivia a bela índia Poranga…
da nossa culinária.
• Poranga ajudava o amado nas caçadas, mas ele não corres-
pondia.
• Depois das caçadas, Poranga e Itanhantã descansavam
numa gruta, sempre separados: ela ficava do alto da pedra Leitura
que formava a gruta observando-o descansar embaixo.
Complementar
Planejamento CASCUDO, Câmara. Litera-
Antes de começar seu trabalho, planeje suas ideias: tura oral no Brasil. São Pau-
1. Em que lugar mítico se desenvolverá a sua história? lo: Global.
81
LISPECTOR, Clarice. Como
nasceram as estrelas. Rio
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap2.indd 81 29/03/18 06:42
de Janeiro: Rocco.
Anotações
81
82
2. Quem serão os outros personagens que contracenarão
com a Cobra Norato ou com Poranga e Itanhantã?
3. Qual será o conflito pelo qual passarão os seus protagonis-
tas?
4. Procure definir previamente o surgimento da onze-horas.
Avaliação
1. Agora, você mesmo avaliará seu texto. Para isso, considere
a tabela abaixo:
82
8282
Mito
83
Capítulo
2
A escrita em foco
Os ditongos ei, eu e oi
Devemos acentuar a vogal dos ditongos abertos éi, éu e ói
quando tônicos em palavras oxítonas e monossílabas.
As principais diferenças
entre esses gêneros dizem
respeito à sua identificação
A escrita em questão cultural e aos temas
abordados. Enquanto
os mitos pertencem
a uma civilização, um
1. Leia a lenda a seguir e responda às questões: povo (mitologia grega,
nórdica, romana, iorubá,
A Cuca
guarani, muduruku, etc.),
as lendas se relacionam
a determinadas regiões
A Cuca é, sem dúvida, um dos principais seres do folclore (algumas são contadas
brasileiro, principalmente pelo fato de o personagem ter sido apenas na Região
Nordeste, outras apenas na
descrito por Monteiro Lobato em seus livros infantis e de ter
Região Sul) e fazem parte
sido adaptado para a televisão no programa Sítio do Pica-Pau do seu folclore. Os mitos
Amarelo. A Cuca se originou de outra lenda: a Coca, uma tradi- abordam temas ligados aos
deuses, à origem de tudo,
ção trazida para o Brasil na época da colonização.
à finalidade da vida, etc. Já
Segundo a lenda, a Cuca é uma velha feia que tem forma de as lendas falam de fatos
jacaré e que rouba as crianças desobedientes, sendo usada, históricos, personagens
reais, heróis populares,
muitas vezes, como uma forma de fazer medo a crianças que
santos, etc.
não querem dormir.
83
83
84
8484
Mito
85
TO Capítulo
2
eN
M
rrA
Ce 1. Neste capítulo, estudamos, entre outros objetos de apren- BNCC – Habilidades gerais
eN dizagem, o que é um mito. É dessa palavra que vem o verbo
mitar, que provavelmente você já utilizou em alguma conver-
sa ou mesmo compartilhou nas suas redes sociais um meme EF69LP01 EF69LP24
Aprenda com ele. EF69LP05 EF69LP30
mais!
EF69LP13 EF69LP44
PARABÉNS!
Henk Bogaard/Shutterstock.com
Meme é um termo criado
em 1976, por Richard EF69LP14 EF69LP56
Dawkins, para denominar
a unidade mínima da
EF69LP15
memória humana. Os
usuários da Internet
tomaram emprestado
o termo para criar um
personagem, de traços
BNCC – Habilidades específicas
toscos, a partir de editores
de imagem simples,
para a elaboração de EF67LP08 EF89LP02
charges, tirinhas, entre
outros gêneros, sobre EF67LP20 EF89LP22
VOCÊ MITOU!
acontecimentos e reflexões
do dia a dia.
Anotações
nar-se mito”, “destacar-se de maneira positiva”, “mandar bem
em algo”.
85
85
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TasfotoNL/Shutterstock.com
Na Grécia Antiga, os poetas-rapsodos
eram as autoridades responsáveis por
narrar todos os acontecimentos, tudo
o que havia acontecido em outros
tempos — tão antigos que remetem
ao surgimento do Universo. Nesse
contexto, faça uma pesquisa na Inter-
net ou em livros e revistas para res-
ponder às questões a seguir.
a) De onde vinha a autoridade desses poetas? Por que eles eram credenciados a narrar os
mitos?
Acreditava-se que a autoridade desses poetas havia sido atribuída pelas divindades, o que
fortalecia a legitimidade do que estava sendo narrado.
b) Os poetas não podiam alterar parte alguma das narrações míticas. Explique por quê.
A sociedade grega acreditava que, todas as vezes em que um mito era narrado, a história
acontecia novamente, como se o Universo e tudo o mais fossem sempre reiniciados, re-
criados. Assim, havia grande preocupação com a verdade da narrativa mitológica, pois a
alteração da narrativa alteraria o que estava sendo criado.
O aviso dado pelo diéli africano adverte para o perigo de falsear a palavra, que foi conce-
dida ao poeta-rapsodo e ao próprio diéli pelas divindades, sob o risco de se autodestruir
86
8686
Mito
87
Capítulo
2
ao desvirtuar a narrativa em sua verdade original. Nesse contexto, analise as afirmações
abaixo.
I. Tanto o poeta-rapsodo como o diéli eram escritores que registravam os mitos em livros a
fim de evitar alterações nas narrativas.
II. Sempre que ocorria algo muito grandioso, como a erupção de um vulcão ou uma tempes-
tade, a causa poderia ser interpretada como resultado de alterações nas narrativas míticas.
III. A preocupação com a narrativa mitológica não fazia sentido para as civilizações antigas,
pois sabiam que o Universo e tudo que o compõe não poderiam ser recriados.
87
87
88
6. Atualmente, a mitologia grega é muito mais conhecida por nós. De alguma maneira,
já tivemos contato com ela na nossa vida. Desenhos animados, filmes, seriados, cader-
nos escolares, decorações de festas de aniversário com inspiração na mitologia grega são
exemplos de sua presença no nosso imaginário cotidiano. Por outro lado, as mitologias
africana e indígena são bem pouco conhecidas. Muitas vezes, quando conhecemos al-
guma narrativa, especialmente de nativos brasileiros, ela é tratada como lenda do folclore,
sem conteúdo filosófico, existencial, ou mesmo como infantis, primitivas ou representações
“do mal”. Discuta com os seus colegas e o seu professor: por que conhecemos tão pouco
as mitologias africanas e indígenas? De onde vem a maneira preconceituosa com que co-
mumente são vistas? Convidem o professor de História para fazer parte desse debate.
Muitos dos mitos que se perpetuaram com o tempo, como o do Minotauro (acima), ficaram na
História por terem sido contados pelos povos dominantes.
o
Mídias em context
1. Neste capítulo, vimos que os mitos não são meras historinhas contadas ao redor da fo-
gueira dos povos antigos, mas, sim, conhecimentos que dizem respeito a uma forma espe-
cífica de ver o mundo, forma que não divide, que agrega e procura relacionar tudo o que há
no Universo. Vimos, também, que existem narrativas mitológicas em todo o mundo e que
cada povo tem seu conjunto de mitos que compõem sua cosmovisão, o seu entendimento
88
8888
Mito
89
Capítulo
2
sobre a origem de tudo, a finalidade da vida, etc. E ampliamos o
nosso conhecimento sobre mitos tratando de narrativas herda-
das de povos africanos e indígenas do Brasil. Pensando nisso,
Aprenda
vamos criar agora um portfólio com ilustrações referentes às mais!
mitologias estudadas neste capítulo.
Você deverá reunir imagens interessantes para postar no Você sabia que o Pinterest
Pinterest, uma rede social para compartilhamento de proje- foi criado para funcionar
como um assistente
tos visuais criativos autorais ou não. Para isso, caso não tenha pessoal de ideias, como
uma conta no aplicativo, será necessário abrir uma. O cadastro um quadro (board) para
“inspiração”? O que
é rápido e gratuito. Veja o passo a passo:
ele faz, basicamente, é
ajudar o usuário a criar
1. Acesse a página do Pinterest (www.pinterest.com). Feito seu próprio board virtual
para organizar todas as
isso, coloque um e-mail e uma senha. Digite o nome e so- suas coisas favoritas e
brenome e idade. tê-las sempre à disposição
(vídeos, fotos, memes,
2. Em seguida, configure seu perfil com áreas de seu interesse. tirinhas, músicas, etc.).
89
89
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
nica? Para quem é escrita? Por dia a dia nos surpreendem. Que fatos
costumam chamar mais a sua atenção?
quê? Para quê? E como é feito? 2. Esses fatos normalmente despertam em
você reflexões?
•• Expressar-se na forma oral e 3. Muitos escritores costumam escrever
•• Empregar adequadamente as
dia na corte, as histórias dos reis, seus rencia do conto), argumentativo (defesa
atos, etc. Somente a partir do século XIX, de pontos de vista) ou expositivo (apre-
letras s, z e x em palavras que escritores famosos começaram a utilizar sentação de informações). Seus temas
a crônica para refletir criticamente sobre são bastante diversificados, mas, em sua
as utilizam para identificar o fo- o cotidiano, os costumes, a vida social, a maioria, pertencem ao cotidiano imediato.
Um cronista tem pouquíssimo tem- das crônicas de Ruy Castro. O li- ditam repetir o processo em seres
po para atrair o leitor. Um flash, vro é do tipo que pula os muros humanos. Ruy parte daí para falar
tempo traduzido em uma linha, a da escola, provoca inquietação sobre o excesso de informação a
resumir-se a uma palavra. O tem- e riso. A abrangência dos temas que estamos submetidos, enquan-
po de um título. Por isso, o cronista permite tirar leite até de notícias to nos tornamos seres desprovidos
tem de ser um sujeito arguto. bizarras. Em Rãs sem cabeça, por da capacidade de pensar.
Em Crônicas para ler na escola exemplo, traz a experiência de clo- Revista Língua Portuguesa nº 65. Março de
(Editora Objetiva, 2010), Formigas nagem em que cientistas criaram 2011. São Paulo: Segmento
9090
Crônica
91
Diálogo com
o professor
em sala.
s
to
ho
itp
Anotações
91
92
9292
Crônica
93
Capítulo
3
Todos os Apagadores eram Certinhos, mas nem todos os
Certinhos eram Apagadores, e os Bundas de Aço não eram ne-
cessariamente Certinhos. Muitos Bundas de Aço, por exemplo,
eram excêntricos, introvertidos, ansiosos — enfim, esquisitos.
Já os Certinhos autênticos se definiam pelo que não eram. Não
eram nem puxa-sacos como os Apagadores, nem estranhos
como os Bundas de Aço, nem medíocres como a Massa, nem
bagunceiros como as Criaturas do Abismo, que sentavam no
fundo. Sua principal característica eram os livros encapados
com perfeição.
Atrás dos Apagadores, dos Certinhos e dos Bundas de Aço,
ficava a Massa, dividida em núcleos, como o Núcleo do Nem Dicionário
Aí, formado por três ou quatro meninas que ignoravam as au-
las, davam mais atenção aos próprios cabelos e, já que tinham Reincidente – Que se
esse interesse em comum, sentavam juntas; o Clube de De- repete.
Destratada – Maltratada.
bates, algumas celebridades (a garota mais bonita da turma, o Protodark – O prefixo
cara que desenhava quadrinho de sacanagem) e seus respec- proto significa primeiro de
tivos círculos de admiradores; e nós do Centrão Desconsolado, todos; e uma pessoa dark
era aquela que se vestia
que só tínhamos em comum a vontade de estar em outro lugar. inteiramente de preto, uma
E, no fundo, sentavam as Criaturas do Abismo, cuja única moda da época.
comunicação com a frente da sala eram os ocasionais mísseis
que disparavam lá de trás e incluíam desde o gordo que arrota-
va em vários tons até uma protodark, provavelmente a primei-
ra da história, com tatuagem na coxa.
Mas isso tudo, claro, foi na Idade Média.
VERISSIMO, Luis Fernando. Rio de Janeiro: O Globo, Opinião, p. 7 , 10 jan. 2008.
93
93
Sugestão de Abordagem
Para as questões da seção Para tudava, era mau aluno. consolado, que só tínhamos
discutir, propomos estas res- 3. Sim, a última frase do texto em comum a vontade de estar
postas: prova isso: “Mas isso tudo, em outro lugar.”
1. Resposta pessoal. claro, foi na Idade Média”.
2. Provavelmente porque não es- 4. Não. “…e nós do Centrão Des-
9494
Crônica
95
Capítulo
3
4. A descrição dos personagens pode ser feita de várias ma-
Compartilhe
neiras, desde a simples atribuição de adjetivos até a indicação
da maneira de agir, das reações, etc. que o personagem apre-
ideias Diálogo com
senta. Nessa crônica, Verissimo apresenta alguns personagens o professor
não individualmente, mas em grupo. Pensando nisso, indique
os adjetivos ou as expressões adjetivas que poderíamos atri-
buir a cada um dos grupos a seguir (atenção: é possível mais Do ponto de vista da for-
mação de leitores, é funda-
de uma resposta).
– Turma do Apagador
a) ( ) Era uma elite.
mental chamar a atenção
b) ( ) Queridinha da tia. dos alunos para o fato de
c) ( ) Teimosa.
d) ( ) Excêntrica.
as crônicas depositarem
e) ( ) Prestativa. um olhar sobre o cotidiano.
– Os Bundas de Aço Um bom modo de introduzi-
a) ( ) Dedicados.
-las em sala de aula é tra-
b) ( ) Alguns eram solitários.
c) ( ) Comunicativos. balhar a leitura da coleção
d) ( ) Queridinhos da tia.
e) ( ) Esquisitos.
Para gostar de ler, com suas
coletâneas de crônicas de
grandes escritores, como
– Os Certinhos
a) ( ) Não eram sempre Apagadores.
b) ( ) Nunca eram Bundas de Aço. Carlos Drummond de An-
c) ( ) Bajuladores.
d) ( ) Comportados. drade, Rubem Braga, Paulo
e) ( ) Cuidadosos.
Mendes Campos, Fernando
5. De que modo os Certinhos se definiam? Sabino e Luiz Fernando Ve-
a) Por não serem puxa-sacos como os Apagadores nem estra-
nhos como os Bundas de Aço. rissimo. Outros autores de
b) Por serem idênticos aos alunos da Turma do Apagador. referência são João do Rio,
c) Por não desejarem ser excêntricos e estranhos como os
Bundas de Aço. Stanislaw Ponte Preta e Má-
d) Por serem puxa-sacos e excêntricos como os Bundas de Aço.
rio Prata.
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Anotações
95
Anotações
9696
Crônica
97
Capítulo
3
12. Ao ocuparem fileiras da frente da sala, os Bundas de Aço Leitura
tinham que finalidades?
a) Estar mais perto do quadro e não perder nada. Complementar
b) Estar ao lado dos Certinhos e não perder nada.
c) Estar mais perto do quadro e ao lado dos Certinhos.
d) Estar mais perto da professora e do quadro.
Contar fatos banais de
13. No penúltimo parágrafo, foi empregada a palavra cuja, pro-
nome cujo em sua forma feminina. A que termo do parágrafo
forma interessante
esse pronome se refere?
a) Às Criaturas do Abismo.
b) À única comunicação. O trunfo de inspirar-se no
c) À frente da sala.
d) A uma protodark. cotidiano é saber extrair
14. Como vimos, a crônica é um gênero textual que tem relação uma ideia original de uma
com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidia- situação que parece, mui-
tas vezes, banal. Fernando
no em linguagem literária, conotativa. A crônica pode receber
diferentes classificações: a lírica, em que o autor é nostálgico
e sentimental; a humorística, em que o autor faz graça com o
cotidiano; a crônica-ensaio, em que o cronista, ironicamente,
Sabino escreveu uma crô-
tece uma crítica ao que acontece nas relações sociais e de
Aprenda
nica na qual ele está num
poder; a filosófica, que reflete sobre um fato ou evento; e a
jornalística, que apresenta aspectos particulares de notícias
mais! restaurante e entram três
ou fatos, podendo ser policial, esportiva ou política. Nessa A crônica e a realidade
pessoas de origem humil-
crônica, temos a predominância de qual classificação? No nosso dia a dia,
Classificação humorística.
várias cenas passam
despercebidas por nós:
de: um homem, uma mulher
15. A palavra crônica é derivada do grego chrónos (tempo).
uma criança brincando,
um jardim florido, um
e uma criança. Eles se sen-
No Brasil, esse gênero ficou associado aos jornais impressos,
pássaro se banhando em
uma fonte, etc. Imagens tam à mesa com um bolo
e o cronista utiliza a realidade como matéria-prima, inspiran-
do-se nos fatos do cotidiano e apresentando-os sob um ponto
sublimes como essas, que
fazem parte da realidade, pequeno, e descobrimos
que se trata do aniversário
são captadas pelo olhar
de vista pessoal e geralmente poético ou humorístico. Nesse certeiro do cronista. Mas
na ao cronista um comen-
texto: com seu talento,
notícias? Explique. o cronista se apropria
97
Leitura
Revisando os verbos
Complementar
Leia, a seguir, o início do conto As formigas, de Luiz Vilela:
Amanhã bem cedo eu te tele- Todas as palavras destacadas nesse trecho são classificadas
como verbos. Do ponto de vista da significação, os verbos são
fono. Esse uso não vale para palavras que denotam ações, estado ou fenômenos da natureza.
eventos previstos como muito Já do ponto de vista estrutural, a expressão do tempo é a principal
característica dos verbos, pois é muito clara a associação que po-
remotos no futuro. Assim, po- demos fazer entre suas formas — como precisei, preciso, preci-
sarei — e as noções cronológicas de passado, presente e futuro.
de-se dizer O Sol vai se extin- Assim, gramaticalmente, os verbos variam, isto é, flexionam-
guir dentro de dois bilhões de -se: além de indicar essas noções de tempo, eles indicam o
modo, o número e a pessoa do discurso nos enunciados atra-
anos, mas não O Sol se extin- vés das suas desinências.
minutos.
Precisei
Número – singular
expressando o passado
O presente simples é usado 98
9898
Crônica
99
Capítulo
3
Os modos verbais Sugestão de
Dependendo dos nossos interesses, quando nos comunica- Abordagem
mos podemos expressar diferentes posicionamentos em nos-
sos enunciados: certeza, condição ou ordem.
Para as questões introdu-
O modo indicativo Aprenda
mais! tórias da seção Análise lin-
O modo indicativo é utilizado quando se deseja expressar algo
que aconteceu, acontece ou acontecerá, independentemente Variações no uso do
presente
guística, propomos estas
de condições. É, portanto, o modo pelo qual expressamos cer-
teza. O indicativo pode ser flexionado da seguinte forma:
Em algumas situações, a
forma verbal relacionada
respostas:
Presente – Expressa eventos ou estados que ocorrem no
1. Indicam as ações que
ao presente pode
expressar um evento
momento em que falamos ou que se estendem a esse mo-
eles desempenharam.
futuro, como ocorre em:
mento. São, portanto, eventos ou estados atuais. Exemplos:
Chego amanhã bem cedo.
Eu gosto de caminhar.
2. Indica um estado.
Em outros casos, o
São sete horas. presente pode ser usado
em expressões que
Pretérito – Expressa eventos já ocorridos, podendo se pro-
3. Passado.
indicam tempo decorrido:
cessar de três maneiras básicas: Ema mora em Brasília desde
1980.
Anotações
as bagagens, mas o que
acontece? Filas dando voltas
no saguão.
99
99
Futuro composto
Com o verbo estar
Vou cantar Forma mais usual que o futuro
ria uma sequência de dois verbos a textos cultos escritos. Geralmente, o futuro é indicado por meio
do verbo ir + infinitivo, formando o chamado futuro composto:
iguais: *a porta está estando fecha-
Tenho certeza de que vou gostar dela.
da. Igualmente, não se faz o futuro Nós vamos ser os padrinhos.
de ir usando o mesmo verbo como Ela vai chegar amanhã à tarde.
auxiliar: em vez de *eu vou ir, se diz Já o futuro condicional (também chamado de futuro do
eu vou. No entanto, tenho tido, tinha pretérito) é utilizado para indicar um evento que poderia acon-
tecer sob algumas condições:
tido ocorrem normalmente. Ele viajaria se tivesse tempo.
Eu comeria cinco pães se pudesse.
O presente progressivo (estar + O modo subjuntivo é utilizado para expressar uma suposi-
ção, um evento que se realizaria, dependendo de algumas con-
gerúndio) se usa para exprimir um dições. Exemplos:
100
100
Crônica
101
Capítulo
3
O subjuntivo pode se flexionar de três maneiras:
Presente – Indica um desejo ou evento provável, mas ainda
incerto. Geralmente, ocorre depois de expressões como é
possível que, talvez, tomara que, etc.
Aspecto verbal
Como relembramos ainda há pouco, cada tempo de um
modo revela algum sentido. Dizer que alguém “partiu” ou al-
guém “partia” nos informa que, no primeiro caso, a ação foi
completamente concluída, enquanto no segundo apresentou
uma continuidade no passado. Essa compreensão acerca da
duração de uma dada ação é o que chamamos de aspecto
verbal. Além disso, é possível perceber a atitude do falante em
relação ao que está sendo dito. Veja este exemplo:
101
101
A propósito da canção A
banda, de Chico Buarque, Prática linguística
é interessante notar a apro-
ximação entre o gênero crô-
Texto 1
Horóscopo
nica e letra de música. Mui- ÁRIES: de 21/3 a 20/4
ros. Pensando nisso, vale a d) Pressão para fazer tudo funcionar bem.
e) Cautela para tomar decisões com segurança.
pena conferir a letra de Alu-
2. No trecho “[…] se não tiver pressa nem se afobar”, qual é o
cinação e Paralelas, ambas tempo e o modo em que está flexionada a forma verbal destacada?
de Belchior. Essas canções Futuro do subjuntivo.
se aproximam bastante do 3. Sobre as formas verbais poderá haver e pode funcionar,
formato da crônica. podemos afirmar que:
a) Expressam incerteza sobre eventos futuros.
b) Expressam certeza sobre eventos futuros.
c) Fazem referência a eventos passados.
BNCC – Habilidades específicas d) Estão flexionadas no pretérito mais-que-perfeito composto.
e) Exprimem referência ao presente progressivo.
102
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Anotações
102
102
Crônica
103
Capítulo
3
4. Identifique o tempo, o modo, a pessoa e o número referen-
Compartilhe Repensando o
tes ao verbo ter no trecho: “Terá a proteção de pessoas pode-
ideias Ensino da Gramática
rosas […]”.
Tempo: futuro simples; modo: indicativo; pessoa: terceira pessoa;
número: singular. Seria interessante observar
com os alunos que a prin-
5. Identifique a palavra que, no trecho destacado na questão cipal diferença entre o pre-
anterior, determina a flexão do verbo ter.
térito perfeito e o pretérito
imperfeito é que o primeiro
Você.
Anotações
103
gulada entre morros, nós, a infân- coisas de amor […]”, tem-se o seguinte:
a) Passar como ação posterior a cantando.
cia, teríamos de andar muito para b) Passar como ação anterior a cantando.
arranjar um campo de futebol; e, c) Passar como ação simultânea a cantando.
d) Ver como ação anterior a passar.
portanto, o nosso campo natural e) Ver como ação posterior a passar.
para chutar uma bola de borracha 11. Leia os versos abaixo e responda às questões propostas:
ou de meia era a rua mesmo. A moça triste que vivia calada sorriu.
Jogávamos descalços, a rua A rosa triste que vivia fechada se abriu.
era calçada de pedras irregulares a) Quais são os termos que determinam a flexão do verbo viver
nessas duas ocorrências?
(só muitos anos depois vieram os A moça triste e a rosa triste.
paralelepípedos, e eu me lembro b) Nesses versos, o verbo viver denota uma ação que aconte-
que os achei feios, com sua cor ceu uma única vez ou uma ação que acontecia frequentemente?
dras polidas entre as quais me- c) Qual tempo verbal expressa esse tipo de ação?
da humanidade residia nessa pa- daço do “campo” que era melhor, ro contando coisas de Cachoeiro,
lavra imensa e antipática — para- era do lado da extrema direita de isto é uma injustiça; a prova aqui
lelepípedos); mas, como eu ia di- quem jogava de baixo para cima, está: eu reconheço que o Está-
zendo, a gente dava tanta topada tinha uma pedra grande, lisa, e dio do Maracanã é maior que o
que todos tínhamos os pés esca- depois um meio metro só de ter- nosso campo, até mesmo o Pa-
lavrados: as plantas dos pés eram ra com capim, lugar esplêndido caembu é bem maior. Só que
de couro grosso, e as unhas eram para chutar em gol ou centrar. nenhum dos dois pode ser tão
curtas, grossas e tortas, principal- Tenho horror de contar vanta- emocionante, nem jamais foi dis-
mente do dedão e do vizinho dele. gem, muita gente acha que eu putado tão palmo a palmo ou pé
Até ainda me lembro de um pe- quero desmerecer o Rio de Janei- a pé, topada a topada, canelada
104
104
Crônica
105
Capítulo
3
É hora de produzir
BNCC – Habilidades gerais
Antes de começar a escrever
No início deste capítulo, vimos que a crônica é um texto re- Aprenda
EF69LP47 EF69LP53
lativamente curto e com poucos personagens, linguagem sim- mais! EF69LP49
ples, normalmente publicado em jornais e revistas. Seus temas
são colhidos do cotidiano. Fatos inusitados, imagens interes- Como as crônicas trazem
um trabalho especial com
santes, cenas absurdas são retratados pela sensibilidade ou as palavras, que são
criticidade do cronista a partir de sua ótica. Nesta atividade,
você será um cronista. No entanto, antes disso, leia o trecho de
carregadas de sentido
pelos autores, dizemos BNCC – Habilidades específicas
que são textos produzidos
uma das crônicas escritas por Rubem Braga: entre a linguagem
jornalística e a literária. EF67LP27 EF67LP33
Os Teixeiras moravam em frente
Diversos escritores, como
o capixaba Rubem Braga EF67LP28 EF07LP10
(1913–1990), produziram
Para não dar o nome certo, digamos assim: os Teixeiras mo- crônicas para serem EF67LP30
ravam quase defronte lá de casa. publicadas regularmente
em jornais e revistas.
Não tínhamos nada contra eles: o velho, de bigodes brancos, Aproveitando a qualidade
era sério e cordial e, às vezes, até nos cumprimentava com defe- artística desses textos,
rência. O outro homem da casa tinha uma voz grossa e alta, mas as editoras costumam
reuni-los e republicá-los em
nunca interferiu em nossa vida e passava a maior parte do tempo livros.
Anotações
em uma fazenda fora da cidade; além disso, seu jeito de valen-
tão nos agradava, porque ele torcia para o mesmo time que nós.
Mas havia as Teixeiras. Quantas eram, oito ou vinte, as ir-
mãs Teixeiras? Sei que era uma casa térrea muito, muito longa,
cheia de janelas que davam para a rua, e, em cada janela, ha-
via sempre uma Teixeira espiando. Havia umas que eram boa-
zinhas, mas, em conjunto, as irmãs Teixeiras eram nossas ini-
migas, acho que principalmente as mais velhas e mais magras.
Capa do livro Crônicas, de
[…] Rubem Braga, publicado
pela editora Autêntica.
BRAGA, Rubem. Casa dos Braga: memória de infância. 2. ed.
Rio de Janeiro: Record, 1997. p. 45.
Proposta
Agora, leia as duas propostas abaixo, escolha uma e produ-
za seu texto:
1. Primeira proposta – Por que as Teixeiras eram inimigas
das crianças do bairro? Produza uma continuação para
essa crônica, com um final humorístico. Depois disso, o
professor lerá o desfecho original para que você entenda
por que as Teixeiras eram odiadas.
105
a canelada, às vezes tapa a tapa. zes jogavam cinco contra seis, pois
Não consigo me lembrar se a a gente punha dois menores para
marcação naquele tempo era em equilibrar um vaca-brava maior.
diagonal ou por zona; em todo Eu disse que as partidas eram
caso a técnica do futebol era dife- emocionantes; até hoje não com-
rente, o jogo era ao mesmo tem- preendo como as Teixeiras jamais
po mais cavado e mais livre, por se entusiasmaram pelos nossos
exemplo: não era preciso ter onze prélios.
jogadores de cada lado, podia ser
qualquer número, e mesmo às ve-
105
106
2. Segunda proposta – Como vimos, fatos corriqueiros po-
dem ser captados pelo cronista e desenvolvidos segundo
sua interpretação. Assim, uma fonte interessante de temas
para crônicas são os jornais. A seguir, reproduzimos algu-
mas capas de jornais. Leia as manchetes e selecione uma
para ser o tema de sua crônica. Se quiser, você poderá es-
colher uma manchete de um jornal da sua cidade. Use sua
imaginação para desenvolver suas ideias. Importante: seu
texto deverá propor uma reflexão crítica ao leitor.
Planejamento
Para produzir seu texto com mais facilidade, pense nisto:
106
106
106
Crônica
107
Capítulo
3
Durante a produção do seu texto, procure utilizar uma lin-
guagem simples e clara, adequada ao seu público leitor: seus Compartilhe
colegas da escola. No final dessa atividade, sua turma e seu ideias
BNCC – Habilidades gerais
professor poderão reunir todas as crônicas produzidas e con-
feccionar um livro para ser doado à biblioteca da escola.
EF69LP05
Avaliação EF69LP56
1. Para avaliar seu trabalho, procure responder às seguintes
questões:
BNCC – Habilidades específicas
Aspectos analisados Sim Não
Caso você tenha escolhido a primeira propos- EF67LP07 EF07LP01
ta, a continuação que você produziu está coe-
rente com o texto inicial de Rubem Braga? Sua EF67LP30 EF07LP10
crônica traz um desfecho humorístico? EF67LP32 EF08LP01
Caso você tenha escolhido a segunda propos- EF67LP33
ta, há coerência entre a manchete que você
escolheu e o seu texto?
Ainda em relação à segunda proposta, seu tex-
Anotações
to traz uma reflexão crítica para seu leitor?
A linguagem que você utilizou está simples e
clara?
Os elementos da narrativa (personagens, es-
paço, tempo) estão bem caracterizados? É
necessário esclarecer alguma ideia? Todas as
partes do texto estão claras?
107
107
108
108
Crônica
109
Capítulo
3
Anotações
a ponto de me chamar a atenção. Não precisei muito tempo
para descobrir o motivo: o seguro de vida feito por executivos
estrangeiros exige a estrutura para pagar indenização em caso
de acidente. A obsessão pela prevenção que nos causa incô-
modo é obrigatória em países da Europa e nos Estados Uni-
dos. Por isso, enquanto no Brasil tanto faz como tanto fez, nos
prédios americanos as portas abrem para fora. É para a rua
que se vai quando há situação de risco, e o acesso tem de ser
facilitado.
Precisamos implantar a cultura da prevenção, e as escolas se-
rão importantes nesta iniciativa. Não defendo a criação de uma
matéria específica para o assunto, a grade escolar já está com- Dicionário
pletamente ocupada. Podemos, porém, discutir o assunto com os
alunos de forma interdisciplinar, em palestras, atividades extracur- Provisório – Passageiro,
riculares e campanhas internas. Que escola realiza treinamento temporário.
Puxadinho – Construção
de fuga, preparando seus estudantes para casos de risco? […].
irregular.
Os governos — União, estados e municípios — devem usar Galhofa – Gracejo, piada.
as verbas publicitárias, desperdiçadas em propaganda política, Brigadistas – Funcionários
de indústrias responsáveis
para mobilizar a sociedade. São Paulo, ano passado, incenti-
por zelar pela prevenção
vou o respeito à faixa de segurança e diminuiu os acidentes nos de acidentes de trabalho.
pontos em que a campanha se concentrou.
Em casa, na empresa, na igreja, na sociedade em que atua,
é sua a responsabilidade. Com seus filhos, pais, parentes, ami-
gos e colegas, insista na ideia de que o “jeitinho brasileiro” é
inimigo da cultura da prevenção.
Disponível em: http://colunas.cbn.globoradio.globo.com/platb/miltonjung/2013/01/29/o-
-jeitinho-brasileiro-e-inimigo-da-prevencao/. Acesso em 11/02/2015.
109
109
O autor procu-
Não. Ele é contra, porque o jeitinho brasileiro é inimigo da cultura da prevenção.
3. Como vimos no início deste capítulo, a crônica é um texto cujo tema é retirado do co-
ra combinar os tidiano normalmente com o objetivo de divertir ou de propor uma reflexão a partir de um
instrumentos da enfoque crítico. Nessa crônica, qual foi o tema escolhido por Milton Jung e qual foi o seu
Sociologia, do Di-
objetivo ao produzir esse texto?
O seu tema foi o fato de o brasileiro, segundo ele, recorrer ao jeitinho para tentar burlar uma
reito, da História lei ou ter privilégios sobre os demais membros da sociedade. Seu objetivo foi criticar esse
e da Ciência Polí- comportamento.
tica para elaborar 4. “Somos o país do jeitinho e nos orgulhávamos disso, pois
um estudo que vai desde a co- sinalizava nossa capacidade de improvisar, encarar as situa-
para a construção de um Estado Aprenda orgulho do cidadão sobre o jeitinho para tudo. Baseado nisso,
mais! no seu dia a dia quais são os outros “jeitinhos” que você obser-
Moderno, baseado nos preceitos Como vimos, o
va? Discuta com o professor o que foi pesquisado.
cas da realidade que Raymundo construir seu texto. Nessa c) Pesquise em dicionários o que é malandragem e, em segui-
construção, ele lança sobre da, relacione o seu significado ao tema da crônica.
Faoro pretende analisar nesta o tema um ponto de vista
particular, dando relevo a Resposta pessoal.
obra, em busca de suas origens
detalhes que normalmente
passariam despercebidos
5. A corrupção é uma ação exclusiva dos políticos? Justifique
e especificidades.
do leitor. Para construir
essa visão peculiar, é sua resposta a partir do texto.
comum que o cronista
recorra a figuras de Não. A corrupção também está atrelada ao dia a dia da popula-
linguagem, como a ironia.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder. Globo, ção quando esta burla as leis.
2001.
110
Resultado de uma
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110
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Crônica
111
Capítulo
3
6. No dia a dia, quando alguém burla regras ou até leis para obter alguma vantagem, isso
também é corrupção? Descreva situações que exemplifiquem essa afirmativa.
Resposta pessoal, mas espera-se que o aluno veja esse comportamento como uma forma
BNCC – Habilidades gerais
de corrupção.
EF69LP13 EF69LP44
7. “Precisamos implantar a cultura da prevenção, e as escolas serão importantes nesta ini- EF69LP14 EF69LP47
ciativa. Não defendo a criação de uma matéria específica para o assunto, a grade escolar já
está completamente ocupada. Podemos, porém, discutir o assunto com os alunos de forma
EF69LP16 EF69LP49
interdisciplinar, em palestras, atividades extracurriculares e campanhas internas.” Proponha, EF69LP21
juntamente com seu professor e seus colegas de turma, campanhas que podem ser desen-
volvidas tanto na sala de aula quanto na escola para acabar com o “jeitinho brasileiro”.
Resposta pessoal.
8. “Jeitinho” é uma expressão tipicamente brasileira, é um modo de agir usado para driblar Anotações
normas e convenções sociais. Pensando nisso, marque a alternativa que não apresenta
esse “jeitinho”.
a) Ceder um lugar no ônibus.
b) Furar a fila do cinema.
c) Comprar produtos falsificados.
d) Copiar as respostas do colega na prova.
Introdução
Apresentação do fato que servirá de tema.
Desenvolvimento
Abordagem do fato apresentando a visão do cronista.
Conclusão
a) Considerando o sentido da palavra conclusão, explique com suas palavras o que é essa
etapa do texto.
Resposta pessoal. Esperamos que o aluno perceba que a conclusão corresponde ao fecha-
mento do texto, o encerramento da discussão.
b) Escreva, de forma resumida, o argumento que Milton Jung utilizou para concluir a sua
crônica.
Em todos os lugares, ao falar com as pessoas, devemos defender que o “jeitinho brasileiro”
é inimigo da cultura da prevenção.
111
111
rio, para as abordagens lin- sa descontraída, para conquistar a simpatia do leitor e prender
Renda.
• Tentar subornar o guarda
sua atenção. Para criar esse tom de conversa e se aproximar
guísticas. Como exemplo,
para evitar multas.
• Falsificar carteirinha de do leitor, Milton Jung utiliza um recurso que fica bastante claro
na flexão de vários verbos. Que recurso é esse?
há a crônica esportiva, a
estudante.
• Dar/Aceitar troco errado.
• Roubar TV a cabo.
crônica social, a política, a
Ele emprega vários verbos na primeira pessoa do plural, o que
• Furar fila.
• Comprar produtos significa que ele, o leitor e os brasileiros são cúmplices do “jei-
policial, etc. Peça para seus falsificados.
• No trabalho, bater o tinho”.
alunos selecionarem crôni- ponto pelo colega.
• Falsificar assinaturas.
12. Leia a tira abaixo:
cas para ler em sala, dis- PREÁ/Eudson e Lécio
2. Significa começar bem o A tira mostra, por meio da atitude de Preá, que ele não entende o sentido da palavra corrupção,
dia. que pode acontecer nas situações mais banais do dia a dia. Por esse motivo, ele decide colar
da prova do colega para conseguir uma nota melhor. Ou seja, ele dá um “jeitinho” para obter
3. Sempre. uma vantagem.
EF67LP08 EF67LP18
EF67LP15
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112
Crônica
113
Capítulo
3
Análise linguística
Os advérbios
Leia a tirinha a seguir: XAXADO/Antonio Cedraz
© 2015 King Features Syndicate/Ipress.
A palavra sempre, como você percebeu, indica a frequência com que ocorrem a ação de
levantar (levanto) e o estado de bom humor do Saci (estar). Assim, dizemos que sempre
atua sobre esses verbos modificando-os semanticamente. Para que isso fique claro, basta
confrontarmos os seguintes enunciados:
Nesses enunciados, nunca e sempre modificam o verbo levantar. Além dessa função
modificadora, essas palavras guardam ainda outras duas características típicas:
113
113
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114
Crônica
115
Capítulo
3
b) Um dos fenômenos linguísticos mais interessantes é a intertextualidade: o “diálogo”
entre os textos. Podemos dizer que essa charge “dialoga” com outro texto. Você saberia
dizer qual é?
Essa charge dialoga com placas informativas instaladas em grandes corredores de pedes- Repensando o
tres com a finalidade de orientá-los sobre sua localização. São muito comuns em grandes Ensino da Gramática
shoppings, avenidas muito movimentadas, cruzamentos em grandes cidades, etc.
c) Como se classifica a palavra aqui, que aparece na charge?
Normalmente, a tradição grama-
tical tem dividido os advérbios
Advérbio de lugar.
d) Podemos observar que o autor da charge quis fazer uma crítica ao problema da dengue
no País. De acordo com o desenho, onde está o mosquito da dengue, na verdade? de tempo em dois subgrupos:
Está em todo o País.
Primeiro subgrupo – ontem, hoje
2. Leia a estrofe: e amanhã. Esses advérbios são
Eu marco o tempo na base da embolada, utilizados em relação ao dia em
da rima bem ritmada, do pandeiro e do ganzá. que ocorre a enunciação, sendo,
VALENÇA, Alceu. Na embolada do tempo. Indie Records/Universal Music, 2005.
portanto, um caso típico de dêi-
a) Como se classifica a palavra destacada no texto acima?
xis. Ex.: Hoje é feriado; Ontem
foi feriado; Amanhã será feriado.
Advérbio.
b) Indique uma palavra que poderia substituir bem nessa estrofe.
Bastante/Muito. Segundo subgrupo – agora, an-
Horas para gastar
tes, depois e então. Esses advér-
Eu mesma me surpreendo ao perceber quantas horas por ano tenho para gastar. Capa-
bios são utilizados em ocasiões
cito-me de que, na realidade, tenho mais tempo do que penso — e isso significa que vivo arbitrárias, relativas ao momen-
mais do que imaginei. Isso se fizermos as contas das horas do dia, da semana, do mês, do
ano. Quem fez o cálculo foi um inglês, não sei seu nome. to em que ocorre a enunciação
Um ano tem 365 dias — ou seja, 8.760 horas. Não é enganoso não, são oito mil se-
(função dêitica) ou a um ponto
tecentas e sessenta horas. Deduzam-se oito horas por dia de sono. Agora, deduzam-se
cinco dias de trabalho por semana, a oito horas por dia, durante 49 semanas (descontando, de referência localizado dentro
digamos, o mínimo de duas semanas de férias e mais uns sete dias de feriado). Deduza
duas horas diárias empregadas em condução, para quem mora longe do local de trabalho.
do próprio discurso (função ana-
Nessa base, sobram-lhe 1.930 horas por ano. Mil novecentas e trinta horas para se fazer fórica). Exemplos: Agora / An-
tes / Depois vamos ao cinema
o que se quiser ou puder. A vida é mais longa do que a fazemos. Cada instante conta.
LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo: crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. pp. 433–434.
Sugestão de Abordagem
Professor, talvez se faça ne- encontramos outra saída senão capítulo 7). Assim, poderemos
cessário levar os alunos a dife- enveredar pelos caminhos da mostrar-lhes que os advérbios
renciar locuções adverbiais de sintaxe, observando que certos não são necessários à estrutura
lugar dos objetos diretos loca- verbos exigem necessariamen- sintática, enquanto os comple-
tivos. Embora signifique certa te um complemento locativo (cf. mentos verbais o são.
antecipação no conteúdo, não noção de transitividade verbal,
115
116
a) Não existe vida sem cálculo.
b) Na vida, é importante aproveitar cada segundo do nosso tempo.
c) Temos mais tempo para gastar do que imaginamos.
d) Podemos usar nossas horas para fazer o que quisermos.
4. (Colégio de Aplicação – UFPE) Qual das alternativas abaixo apresenta sinônimos res-
pectivos, no contexto do texto, para capacito-me de, deduzam-se e condução?
a) Descubro, subtraiam, metro.
b) Reflito, adivinhem, ônibus.
c) Penso, concluam, veículo.
d) Dou-me conta de, retirem, transporte.
5. No penúltimo parágrafo do texto, encontramos o seguinte trecho:
“Deduza duas horas diárias empregadas em condução, para quem mora longe
do local de trabalho.”
a) Como se classifica a palavra longe?
Advérbio de lugar.
b) Nesse trecho, qual é a palavra modificada por longe?
O verbo morar.
É hora de produzir
116
116
116
Crônica
117
Capítulo
3
Proposta Sugestão de
Agora, você produzirá uma crônica com o objetivo de levar
seu leitor a refletir sobre um problema muito comum hoje em
Abordagem
dia. Leia o cartum a seguir e identifique qual será o tema da
sua crônica:
No trecho da crônica da
seção Antes de começar a
escrever, Mário Prata suge-
re uma reflexão sobre o fato
de muitas pessoas não es-
creverem mais à mão.
www.dukechargista.com.br Leitura
Planejamento Complementar
Antes de começar seu trabalho, planeje suas ideias:
117
mória. Nem sempre, para acertar 2. Agora, finalizados os textos, o professor organizará a turma
118
118
Crônica
119
Capítulo
3
• Depois de ditongos.
Compartilhe
ideias
lousa coisa faisão causa
Usamos a letra z
Usamos a letra x
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119
120 Compartilhe
ideias A escrita em questão
Texto
Assista hoje,
na Band,
à grande final
entre Brasil
e África do Sul.
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120
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Crônica
121
Capítulo
3
4. (Ipad) O elemento de apelo usado na mensagem está evi-
dente, principalmente, nos segmentos:
a) Assista hoje/na Band.
b) Brasil/África do Sul.
c) Este amistoso/vai ter.
d) Grande final/clima de uma decisão.
e) Se depender/da nossa transmissão.
a) E x istir h) Catequi z ar
b) Camponê s i) Cateque s e
c) Duque s a j) Industriali z ação
d) Pau s a k) Urbani z ação
e) Estabili z ar l) E x igência
f) Fiscali z ação m) E x onerar
g) Náu s ea n) Ê x ito
121
121
Ce r
BNCC – Habilidades gerais eN O império do silicone
Ando espantado com o número de pessoas que vêm fazen-
EF69LP06 EF69LP14 do plástica e lipoaspiração. Conheço uma senhora que deve
Aprenda ter sido a pioneira das operações. Pelos meus cálculos, tem
EF69LP07 EF69LP16 mais! uns 70 anos. A aparência é absolutamente indefinível:
EF69LP08 EF69LP44 A crônica que você vai — Quando sua família veio do Japão? — perguntei gentil-
ler agora foi escrita por mente.
EF69LP11 EF69LP47 Walcyr Carrasco, escritor
e jornalista, autor de — Não há nenhum oriental na minha família!
vários livros de literatura Seus olhos são tão puxados que eu juraria... Faz parte da épo-
infantojuvenil, peças ca em que se esticava tudo. Os olhos chegavam às orelhas. Uma
teatrais, crônicas e roteiros
atriz, certa vez, ficou sem fechar os olhos seis meses. De tão es-
BNCC – Habilidades específicas
para a televisão. Suas
histórias são geralmente ticada, não conseguia. Dormia com máscara. Atualmente, a plás-
muito criativas, divertidas tica avançou. Mas, no passado, tudo isso era feito discretamente.
e relacionadas ao
Senhoras de mais idade se recusam a confessar as plásticas.
EF67LP05 EF67LP34 cotidiano. Entre os seus
livros de crônicas, é muito — Nunca precisei — garante uma conhecida, embora suas
EF67LP07 EF07LP14 interessante O golpe do orelhas, de tão puxadas, já estejam se encontrando atrás da
aniversariante e outras
cabeça.
EF67LP32 EF89LP02 crônicas, editado pela
Ática. Walcyr Carrasco Tornou-se chique falar em pôr silicone, fazer lipo. As mais
EF67LP33 também escreveu famosas anunciam aos quatro ventos:
inúmeras novelas para a
televisão, como Amor à — Vou fazer o peito, o braço, os joelhos...
vida (2013), Êta mundo Meu vizinho já entrou na lipo umas seis vezes. Arranca as
bom! (2016) e O outro lado gorduras. Mal se recupera, vai à churrascaria. Dali a pouco, a
do paraíso (2017).
calça não fecha de novo.
— Está na hora de fazer uma recauchutagem — avisa.
Aconselho:
— Lipo não é para emagrecer. Só deve ser feita depois do
regime!
Ele concorda, sorrindo. E se interna no dia seguinte.
Anotações
Dicionário Claro que não resisti. Fui fazer uma consulta. Tirei a camisa
e mostrei a barriga. Parecia um barril. Mas a plástica não faz
Lipoaspiração – Um
milagres?
processo cirúrgico para O médico me observou. Por um instante, pensei que fosse
extração de gorduras prescrever uma camisa de força. Apalpou-me.
superficiais.
Pioneira – A primeira; a
— Bem que eu gostaria de tirar sua barriga — explicou. —
precursora. Nesse caso, saberia o que fazer com a minha, que é bem pior.
Recauchutagem – Abriu a camisa. O umbigo derramou-se para fora. Explicou
Restauração de algo
desgastado pelo uso.
que temos o mesmo tipo de abdome, com gordura espalhada.
Lipo não adiantaria. Só uma operação. A barriga ficaria estica-
122
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122
Crônica
123
Capítulo
3
díssima. Eu teria de ficar dobrado em dois durante alguns meses, até a barriga recuperar
a flexibilidade.
— Tem garantia contra torresmos? — perguntei.
Olhou-me dolorosamente. Não, não havia. Bastavam algumas picanhas bem gordurosas
para eu voltar a ser o que sou!
Fui visitar uma amiga, conhecida pelos decotes. Estava murcha.
— Tirei o silicone — revelou.
— Por quê?
— É mais ou menos como mudar o corte de cabelo. Uma hora a gente põe, outra hora
tira. Na semana que vem, faço o rosto.
Fiquei pensando: será que daqui a alguns anos vamos esquecer como eram os narizes,
as orelhas, o jeito do rosto, antes de todo mundo querer atingir determinado padrão de bele-
za? Orelhas grandes não têm charme? Nariz torto? Tudo bem querer ficar mais bonito. Mas
ainda não consigo entender por que as pessoas andam fazendo tanta plástica.
CARRASCO, Walcyr. Pequenos delitos e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2004 (adaptado).
1. Como vimos no início deste capítulo, a crônica é um texto cujo tema é retirado do co-
tidiano, normalmente com o objetivo de divertir ou de propor uma reflexão a partir de um
enfoque crítico. Nessa crônica, qual foi o tema escolhido por Walcyr Carrasco e qual foi o
seu objetivo ao produzir esse texto?
O seu tema foi o fato de as pessoas recorrerem cada vez mais a cirurgias estéticas em
busca de determinado padrão de beleza. Seu objetivo foi criticar esse comportamento.
2. Podemos afirmar que o autor é contra as cirurgias plásticas? Justifique sua resposta.
Não. Ele é contra à prática indiscriminada desse tipo de cirurgia em busca exclusivamente
da beleza.
3. De acordo com o texto, podemos afirmar que o autor foi ao médico com que objetivo?
Ele queria diminuir a barriga.
4.O vizinho citado no texto tinha o costume de fazer lipoaspiração. O que ele fazia logo
depois?
Ele tornava a comer alimentos gordurosos.
5. Identifique, no texto, qual foi o adjetivo utilizado pelo autor para caracterizar a aparência
da senhora de 70 anos depois da plástica.
Indefinível.
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124
6. Nas crônicas, os fatos narrados podem não ser necessariamente reais. Eles podem ser
imaginários ou ser parte verídicos, parte ficção. Muitas vezes, esses fatos nem acontece-
ram com o cronista, mas com alguém que ele conhece. Sendo verídicos ou não, na crônica,
os fatos ganham uma aparência de realidade, ou seja, são verossimilhantes. Identifique,
no texto, ao menos dois recursos que o cronista utilizou para levar o leitor a acreditar que
os fatos narrados realmente aconteceram.
Sugestão de resposta: O uso do narrador em primeira pessoa e a linguagem simples do
texto, que lembra uma conversa.
8. Na frase “Ando espantado com o número de pessoas que vêm fazendo plástica […]”,
a palavra espantado pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a) Indiferente. b) Feliz.
c) Assustado. d) Satisfeito.
e) Conformado.
9. No trecho reproduzido na questão anterior, podemos dizer que o verbo andar denota:
a) Uma ação.
b) Um estado.
c) Uma ação ainda não concluída.
d) Um fenômeno da natureza.
e) Um evento que ainda não aconteceu.
10. “Atualmente, a plástica avançou.” O verbo avançou tem sentido contrário ao de:
a) Adiantou. b) Regrediu.
c) Evoluiu. d) Prosseguiu.
e) Progrediu.
11. Na frase “Quando sua família veio do Japão?”, a palavra quando apresenta sentido de:
a) Tempo. b) Oposição.
c) Comparação. d) Conclusão.
e) Finalidade.
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124
124
Crônica
125
Capítulo
3
o
mídias em context
Neste capítulo, vimos que a crônica é um gênero textual que pretende apreender os
fatos da vida social contemporânea do seu autor fazendo uma reflexão sobre os costumes
e o cotidiano do “agora”. Na crônica O império do silicone, por exemplo, Walcyr Carrasco
propõe uma interessante reflexão sobre uma questão muito marcante nos dias de hoje: até
onde somos capazes de ir em busca de um padrão de beleza?
Vimos, também, que o local mais típico para a circulação de uma crônica é a imprensa,
espaço privilegiado para abordar os últimos acontecimentos. Comumente, com os autores
mais populares, há uma posterior compilação das crônicas para a composição de um livro-
-coletânea.
Mas, com a facilidade de acesso à In-
ternet, esse gênero passou a ser veiculado
em diferentes serviços do ambiente digital
— blogs, jornais digitais, posts em redes
sociais, etc. —, revolucionando a figura do
autor, de modo que hoje é muito mais fácil
divulgar material na rede. Esse cenário pro-
moveu uma considerável democratização
dos espaços de divulgação de texto, dando
voz àqueles que não estão amparados pe-
las grandes instituições midiáticas. O blog
“para não jogar fora”, do cineasta e publici-
tário Victor Brunetti, é um exemplo de pági-
na destinada à publicação de crônicas.
Hoje, qualquer um de nós pode criar e manter uma página na Internet. Com a facilidade
de acesso às plataformas de criação de blogs, por exemplo, é possível criar uma página
sobre qualquer assunto. Pensando nisso, você e um colega criarão um blog no qual publi-
carão as crônicas que produziram neste capítulo.
Normalmente, a criação de um blog é bastante simples. A seguir, listamos o passo a
passo mais comum para realizar essa tarefa:
1. Juntamente com o professor, você e seus colegas deverão escolher uma plataforma
para se registrar ou fazer o login caso o professor já possua uma conta.
2. Escolham um template, isto é, o modelo do blog.
3. Organizem-se de forma que cada um possa abrir o gerenciador do blog e criar o seu
próprio post.
4. Criem categorias e organizem os posts da forma que desejarem.
5. Publiquem seus posts.
6. Publiquem o blog e o conectem ao respectivo domínio.
7. Divulguem o blog em outras turmas da escola e nas suas redes sociais.
125
125
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
jornalista. Você concorda com essa afir-
reportagem? Para quem é? Por mação?
ção da linguagem.
vidos de juízos de valor, opiniões, etc.
Discuta com os seus colegas e o seu
Sugestão de
Abordagem
Antes de iniciar o trabalho com o de um indivíduo, ou mesmo de portagens feitas para um pú-
capítulo, é importante checar os uma comunidade inteira? blico específico? Afinal, não é
conhecimentos prévios dos alunos todo mundo que se interessa,
•• Quais as características da
a respeito do gênero. Alguns ques- por exemplo, por pesca ou
linguagem ao se compor um
por economia. Chame aten-
tionamentos podem ser feitos: texto que alcança diferentes
ção para outros pontos funda-
•• De que forma uma reportagem classes sociais?
mentais, como a importância
pode mudar o comportamento •• E como é a linguagem das re- das fontes, da precisão dos
126
126
Reportagem
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Anotações
s
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realidade imediata.
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EF67LP05 EF07LP14
EF67LP07
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Reportagem
129
Capítulo
4
lhos a usar o computador chega a ser algo Um dia, cheguei na sala e o vi digitando o
fascinante. Caso do engenheiro eletrônico nome de um desenho animado de que ele
Fabiano Falvo. Ele colocou seu filho Felipe, gosta no Google Images. Eu não fazia ideia
de 5 anos, em contato com o computador de que ele sabia usar essa ferramenta.”
quando ele mal conseguia ficar em pé sozi- Mas tanta desenvoltura com a máquina
nho, e, em poucos dias, o garotinho já ma- exigiu medidas de segurança. Os dois com-
nuseava o mouse como se tivesse nascido putadores da casa de Fabiano ficam nos
para aquilo. A aprendizagem na escola es- cômodos de uso comum, protegidos com
tendeu-se para a tecnologia: Felipe apren- senha. “Se ele quer usar, pede-nos para
deu a digitar as palavras no Paintbrush an- desbloquear o acesso. Isso evita que ele en-
tes de saber como escrevê-las com o lápis tre na internet quando nós não estivermos
no papel. Tinha 5 anos recém-completos e olhando.” O tempo de uso também é contro-
já dominava todo o vocabulário da rede. “A lado. Em média, duas horas por semana são
alfabetização dele foi no computador. Digi-
tava as frases, apertando o espaço para se-
reservadas somente para os sites de jogui-
nhos infantis e para assistir a desenhos no
Para despertar nos alunos o in-
parar as palavras, e o nome das pessoas YouTube. “Daqui a dois anos, quando ele teresse pela leitura de jornais e
revistas, é preciso aproximá-los
da família. Hoje, tão novinho, ele ensina a estiver com 7 e começar a precisar do com-
avó a usar o computador. É engraçado vê- putador para trabalhos escolares, também
-lo falar ‘Vó, o seu browse está minimizado. penso em instalar bloqueadores de conteú- fisicamente desse material de
leitura.
Maximiza!’”, conta o pai, cheio de orgulho. do inadequado”, conta Fabiano.
As descobertas não pararam aí. Um dia, Fa- Mas montar estratégias para evitar si-
biano o flagrou pesquisando no Google. “Eu
Além da hemeroteca de sala, é
tuações de risco é coisa para os pais que
nunca o ensinei a entrar em sites de busca. falam a linguagem do computador. Tatiane
possível criar um vínculo de lei-
tura com os alunos a partir da
associação de conteúdos estu-
dados em sala e nos livros di-
dáticos às matérias, notícias e
reportagens publicadas perio-
dicamente na mídia impressa.
Essa associação é muito impor-
tante para entender aspectos
da nossa realidade e, com isso,
compreender melhor o mundo
pela leitura de jornais e revistas
Estudos mostram que as gerações Y e Z já O contato com o computador e o mundo que ele
consideram o e-mail uma coisa antiquada. proporciona começa cada vez mais cedo.
129
[...].
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130
130
Reportagem
131
Capítulo
4
#Você abriria a porta para um estranho?
O mesmo cuidado que os pais têm com os filhos em qualquer espaço público, eles devem ter em relação à internet.
Impedir o acesso dos pequenos ao in- Claro, sem usar de autoritarismo, afir-
finito mundo de conexões da Internet é o ma o psicólogo. “Proibir não resolve. O
mesmo que querer segurar uma represa mais importante é construir uma relação de
com uma só mão. Agora, cuidar para que confiança. Da mesma forma como os en-
eles não se machuquem nesse processo de sinamos a irem à escola sozinhos e a não
conhecimento não só é possível, como ne- conversar com estranhos, assim devemos
cessário. As dicas são de quem entende do apresentar os passos para que eles na-
assunto: Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor veguem na rede com responsabilidade”,
de prevenção da ONG Safernet Brasil, orga- porque, apesar de os jovens entenderem
nização sem fins lucrativos que discute os tudo de computador, ainda há muito o que
graves problemas relacionados ao uso inde- aprender. “Ética, cidadania e responsabi-
vido da Internet. “Você deixaria o seu filho lidade, por exemplo. Os adolescentes su-
sozinho no meio do centro da cidade? Ou perconectados entendem da parte técnica,
permitiria que ele saísse de carro com uma mas apenas os pais dominam a educação
pessoa desconhecida? Esse mesmo cui- para a vida”, explica Rodrigo Nejm. “O de-
dado que um pai tem com as crianças e os safio é manter a proteção sem ferir a priva-
adolescentes em qualquer espaço público, cidade do jovem.”
ele deve ter em relação à Internet.” […]
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131
132
132
Reportagem
133
Sugestão de
Abordagem
133
Ao reproduzir a fala de alguém é comum o repórter do texto, indique aquela que não se refere diretamente a essa
recorrer a depoimentos. velocidade.
em conversas informais, muitas Durante a produção do
texto escrito ou a edição
a) A velocidade com que as redes sociais na Internet conquista-
ram adeptos é, no mínimo, assustadora. (primeiro parágrafo)
vezes mudamos o tom da nos-
de imagens ou sons, o
repórter seleciona os b) Twitter, MySpace, YouTube, Facebook, Flickr, LinkedIn e
134
134
Reportagem
135
Capítulo
4
7. No corpo dessa reportagem, encontramos o subtítulo #Pe-
quenos gênios. Transcreva o termo que o repórter utiliza para
identificar quem são esses pequenos gênios.
As gerações Y e Z.
135
135
Infinitivo
O verbo se apresenta com valor de um substantivo. A marca
do infinitivo é a terminação -r. Veja o exemplo a seguir:
Particípio
O particípio apresenta o valor de adjetivo. A marca do parti-
cípio é a terminação -do. Observe:
Gerúndio
Apresenta o valor de adjetivo ou de advérbio. Observe:
advérbio
Você já passou muito tempo jogando videogame.
Eu vi muitos carros correndo.
adjetivo
136
136
136
Reportagem
137
Capítulo
4
Agora, leia a tirinha a seguir:
CAFÉ/Eudson e Lécio
137
Abordagem
2. Em que o ônibus imergiu? Sabemos que essas palavras são verbos, principalmente
porque denotam ações. Sabemos também que, nos dois ca-
No primeiro questionamento, es- sos, essas ações foram executadas no passado. Isso fica claro
devido à terminação -iu, que indica o modo (indicativo), o tem-
peramos que os alunos obser- po (passado), a pessoa (terceira pessoa – ele) e o número
(singular). Gramaticalmente, essa terminação é chamada de
vem a sequência narrativa dos desinência verbal. Na prática, é ela quem varia para adaptar
quadrinhos da tira, que mostra o verbo à pessoa do discurso pela qual é regido (executando
o mecanismo da concordância) e indicar o modo e o tempo
o ônibus em um ambiente sau- verbal. Veja:
dável, o campo (primeiro quadri-
nho), e em um ambiente poluído,
Terceira pessoa do plural = Eles
a cidade (último quadrinho). Ou
seja, o sentido é o de aparecer
Modo - indicativo
Os alunos imergiram na poluição.
na cidade (emergir) e desapare-
Tempo - passado
Já no segundo questionamento,
Número - plural
138
138
Reportagem
139
Capítulo
4
Conjugação verbal
Conjugar um verbo é mudar sua terminação (desinência)
para adaptá-lo à pessoa, ao número, ao tempo e ao modo. Ob-
serve, nos exemplos abaixo, as desinências (em negrito) ligan- Dicionário
do-se ao radical do verbo (sublinhado):
Em uma palavra, o menor
elemento com significado é
Eu gosto
o morfema. Observe:
Tu gostas Gatos
A palavra gatos apresenta
Ele gosta Desinências três morfemas: gat- (radi-
cal), -o (desinência de gê-
Nós gostamos
nero) e -s (desinência de
Vós gostais (vocês gostam) número). Esses elemen-
tos são morfemas, porque
Eles gostam agregam sentido: indicam
que se trata de uma espé-
cie de mamífero, masculino
Radical e plural, respectivamente.
Portanto, um termo só é um
Nesses exemplos, conjugamos o verbo gostar no presente morfema se conferir senti-
do. Por isso, se isolásse-
do indicativo. Observe que há um termo de sua estrutura que mos a letra g, por exemplo,
não muda, o radical. O radical é o elemento portador do sen- não teríamos um morfema,
tido básico do verbo. pois ela por si só não é por-
tadora de significado.
Além das desinências e do radical, os verbos apresentam
também a vogal temática, uma vogal que aparece depois do
radical e indica a qual conjugação o verbo pertence. Por exem-
plo: em entender, a vogal temática é e (segunda conjugação);
já em partir, a vogal temática é i (terceira conjugação).
entend + e + r part + i + r
Aprenda
radical mais!
radical vogal desinência desinência
vogal O verbo pôr e seus
temática do infinitivo do infinitivo
temática derivados pertencem
à segunda conjugação
devido à sua origem latina:
ponere > poner > poer >
Verbos terminados em
pôr.
-ar -er(-or) -ir
Primeira conjugação Segunda conjugação Terceira conjugação
pular comer sair
marcar pôr sentir
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139
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140
140
Reportagem
141
Capítulo
4
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
(terminada em ar) (terminada em er) (terminada em ir)
Presente
Que eu pul – e com – a part – a
Que tu pul – es com – as part – as
Que ele pul – e com – a part – a
Que nós pul – emos com – amos part – amos
Que vós pul – eis com – ais part – ais
Que eles pul – em com – am part – am
Modo subjuntivo
Pretérito imperfeito
Se eu pul – asse com – esse part – isse
Se tu pul – asses com – esses part – isses
Se ele pul – asse com – esse part – isse
Se nós pul – ássemos com – êssemos part – íssemos
Se vós pul – ásseis com – êsseis part – ísseis
Se eles pul – assem com – essem part – issem
Futuro
Quando eu pul – ar com – er part – ir
Quando tu pul – ares com – eres part – ires
Quando ele pul – ar com – er part – ir
Quando nós pul – armos com – ermos part – irmos
Quando vós pul – ardes com – erdes part – irdes
Quando eles pul – arem com – erem part – irem
141
141
Modo indicativo
Ter
Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
imperfeito perfeito -que-perfeito presente pretérito
Eu tenho tinha tive tivera terei teria
Tu tens tinhas tiveste tiveras terás terias
Ele tem tinha teve tivera terá teria
Nós temos tínhamos tivemos tivéramos teremos teríamos
Vós tendes tínheis tivestes tivéreis tereis teríeis
Eles têm tinham tiveram tiveram terão teriam
Ser
Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
imperfeito perfeito -que-perfeito presente pretérito
Eu sou era fui fora serei seria
Tu és eras foste foras serás serias
Ele é era foi fora será seria
Nós somos éramos fomos fôramos seremos seríamos
Vós sois éreis fostes fôreis sereis seríeis
Eles são eram foram foram serão seriam
Haver
Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
imperfeito perfeito -que-perfeito presente pretérito
Eu hei havia houve houvera haverei haveria
Tu hás havias houveste houveras haverás haverias
Ele há havia houve houvera haverá haveria
Nós havemos havíamos houvemos houvéramos haveremos haveríamos
Vós haveis havíeis houvestes houvéreis havereis haveríeis
Eles hão haviam houveram houveram haverão haveriam
Estar
Pretérito Pretérito Pretérito mais- Futuro do Futuro do
Presente
imperfeito perfeito -que-perfeito presente pretérito
Eu estou estava estive estivera estarei estaria
Tu estás estavas estiveste estiveras estarás estarias
Ele está estava esteve estivera estará estaria
Nós estamos estávamos estivemos estivéramos estaremos estaríamos
Vós estais estáveis estivestes estivéreis estareis estaríeis
Eles estão estavam estiveram estiveram estarão estariam
142
142
142
Reportagem
143
Capítulo
4
Modo subjuntivo
Ter Ser Haver Estar
Presente
Que eu tenha seja haja esteja
Que tu tenhas sejas hajas estejas
Que ele tenha seja haja esteja
Que nós tenhamos sejamos hajamos estejamos
Que vós tenhais sejais hajais estejais
Que eles tenham sejam hajam estejam
Pretérito imperfeito
Se eu tivesse fosse houvesse estivesse
Se tu tivesses fosses houvesses estivesses
Se ele tivesse fosse houvesse estivesse
Se nós tivéssemos fôssemos houvéssemos estivéssemos
Se vós tivésseis fôsseis houvésseis estivésseis
Se eles tivessem fossem houvessem estivessem
Futuro
Quando eu tiver for houver estiver
Quando tu tiveres fores houveres estiveres
Quando ele tiver for houver estiver
Quando nós tivermos formos houvermos estivermos
Quando vós tiverdes fordes houverdes estiverdes
Quando eles tiverem forem houverem estiverem
Modo imperativo
Ter Ser Haver Estar
Afirmativo
Tem (tu) sê (tu) há (tu) está (tu)
Tenha (você) seja (você) haja (você) esteja (você)
Tenhamos (nós) sejamos (nós) hajamos (nós) estejamos (nós)
Tende (vós) sede (vós) havei (vós) estai (vós)
Tenham (vocês) sejam (vocês) hajam (você) estejam (vocês)
Negativo
Não tenhas (tu) não sejas (tu) não hajas (tu) não estejas (tu)
Não tenha (você) não seja (você) não haja (você) não esteja (você)
Não tenhamos (nós) não sejamos (nós) não hajamos (nós) não estejamos (nós)
Não tenhais (vós) não sejais (vós) não hajais (vós) não estejais (vós)
Não tenham (vocês) não sejam (vocês) não hajam (vocês) não estejam (vocês)
Formas nominais
Infinitivo impessoal Gerúndio Particípio
ter ser tendo sendo tido sido
haver estar havendo estando havido estado
143
143
Leitura ter
teres
haver
haveres
ser
seres
estar
estares
Complementar ter
termos
haver
havermos
ser
sermos
estar
estarmos
terdes haverdes serdes estardes
terem haverem serem estarem
dos (já) desregrados costumes da anexar anexado, anexo inserir inserido, inserto
que furta para comer não vai nem expulsar expulsado, expulso submergir submergido, submerso
maior calibre e de mais alta esfe- gastar gastado, gasto tingir tingido, tinto
144
144
Reportagem
145
Capítulo
4
As relações entre os tempos verbais
Anotações
Os tempos e os modos verbais se inter-relacionam nos pe-
ríodos. Veja:
Voz reflexiva – indica que a ação verbal não tem outro ser
como alvo. Nesse caso, a ação pode:
145
de seus auxiliares; e a terceira, e furtarão, e haveriam de mais aceitar o fato de não só vermos os
para os de seu interesse. Furtam furtar se mais houvesse. Ao final ladrões conservados nos lugares
em todos os tempos: no presen- da conjugação em voz ativa, ten- onde roubam senão depois de
te; no passado, porque perdoam do as províncias miseráveis su- roubarem serem promovidos a
dívidas que interessa; no futuro, portado toda a passiva, os chefes postos mais altos?” A indagação
porque empenham rendas, ante- retornam mais ricos que antes, e que, há mais de quatro séculos,
cipam contratos. as províncias ficam consumidas”. Vieira fez para a Corte de Lisboa
Não escapam os tempos perfei- Conclui com uma pergunta que continua atual.
to, imperfeito, mais-que-perfeito, não quer calar, que ecoa do sécu-
pois furtam, furtaram, furtavam lo XVI até os nossos dias: “Como
145
Prática linguística
te, falando conosco. Dois afetiva. Que consegui transformar em desenhos, livros, peças
de teatro, logotipos, cartazes e ilustrações — tudo a preços mó-
questionamentos: dicos (pelo menos no início. Agora, depois da fama, a preços
mais condizentes. Com a fama...).
•• Por que isso ocorre? Minha segunda professora marcante foi Dona Glorinha d’Ávila,
mãe do poeta e escritor mineiro João Ettiene Filho. Ela era dis-
•• Provavelmente, qual é a cípula de Helena Antipoff, que revolucionou o Ensino Básico de
Minas na década de 1940. Dona Helena percebeu logo que não
sua intenção ao escrever dava pra mudar a cabeça das professoras mineiras, que tinham
dessa forma?
ainda penduradas na parede da sala de aula as assustadoras pal-
matórias. Então, formou 150 jovens idealistas e as espalhou por
Minas Gerais, com a missão de mudar a escola por dentro. Uma
•• Essa aproximação com dessas jovens era a Dona Glorinha, que, entre outras coisas e
o informal no texto de Zi- contra a vontade das velhas professoras do Grupo Escolar e de
sua rabugenta diretora, retirou a palmatória furadinha da parede
raldo se dá, por exemplo, de minha classe. Só mais tarde foi que percebi a luta de Dona
Glorinha. Que ela venceu. Descobrindo — bem mais tarde — que
em “[...] sua presença sua presença em minha vida tinha sido fundamental para que não
em minha vida tinha sido a perdesse por aí. A vida, digo. Um domingo, fiz a primeira comu-
tionamentos: 146
final da oração?
•• Você acha que Ziraldo BNCC – Habilidades gerais
Anotações
escreve errado? EF69LP47 EF69LP53
•• Como podemos reescre- EF69LP49 EF69LP54
ver a declaração de Ziral-
do de forma que não seja
necessário escrever “A
vida, digo”, no final?
146
146
Reportagem
147
Capítulo
4
tinha catedral...) Ela aí perguntou: “Você ganhou um santinho de recordação?” Não havia ga-
nho, não. Aí, ela abriu a gaveta, tirou um santinho lindo e escreveu uma dedicatória onde li as
palavras brilhante e futuro, que, na hora, não fizeram o menor sentido para mim. Somente um
pouco mais tarde descobri que ela sabia tudo da minha vida, vinha me observando no meio de
centenas de alunos do velho grupo e até já havia mandado chamar meu pai pra conversar...
Engraçado, agora, remoendo essas lembranças, descubro que tive uma professora ma- Sugestão de
luquinha, sim. Foi a Dona Glorinha d’Ávila, tão pequenininha, tão frágil, tão bonitinha... Abordagem
Ziraldo. Nova escola, set./98, p. 58
1. Podemos dizer que esse texto se enquadra em qual gênero? Seria interessante traba-
Crônica.
lhar o sentido da palavra
2. Indique três características formais que esse texto apresenta para se enquadrar no gê- maluquinha. O que é ser
nero que você apontou na questão anterior.
“maluquinho(a)” no imagi-
nário de Ziraldo? Por que
É um texto narrativo, literário, curto, a linguagem é simples, etc.
4. (Colégio Militar) A primeira professora de Ziraldo foi inesquecível para ele porque:
ve este trecho: “[...] 150 jo-
a) Ela transmitiu a ele uma visão da realidade, das atividades humanas em geral e da vida. vens idealistas e as espa-
b) Fez com que ele se transformasse em um brilhante escritor.
c) Veio a inspirar futuramente um de seus livros. lhou por Minas Gerais, com
d) Ela deixou marcas negativas, ou seja, más impressões na vida dele. a missão de mudar a esco-
e) Fez com que ele valorizasse o fato de o patrão do pai pagar as mensalidades.
la por dentro”. Qual o sen-
5. (Colégio Militar) Em “Botava todos os meninos branquinhos no colo [...]” (primeiro pa-
rágrafo), a expressão em destaque informa que a professora:
tido da palavra idealista?
a) Botava várias crianças branquinhas no colo. O que é ser um idealista e
b) Botava algumas crianças branquinhas no colo.
c) Botava uns alunos branquinhos no colo. que relação essa palavra
d) Botava somente os meninos branquinhos da sala de aula no colo. tem com o verbo mudar?
e) Botava a maioria das crianças da sala de aula no colo.
147
2. “Ele não perdeu a vida por aí”, ele fala dos sentimentos de todos os personagens.
b) É narrativo-descritivo, porque apresenta trechos descritivos,
que é consequência de (1). com narrativas de alguns episódios da vida do narrador.
c) O texto é essencialmente narrativo, pois apresenta as partes
Não ter “perdido a vida por aí” é estruturais: apresentação, complicação, clímax e desfecho.
d) O tempo da narrativa é cronológico, porque todo o texto se-
um fato, na linha do tempo, mais gue uma ordem sequencial.
próximo do autor do que a “pre- e) O narrador usa estritamente a linguagem formal em suas
recordações.
sença da professora”: dois mo-
mentos diferentes no passado, 148
deixar mais clara a ordem, o pri- subjuntivo: “para que não a per-
meiro fica no mais-que-perfeito: desse por aí”. Ora, como o sub-
sua presença tinha sido (fora) juntivo nos ajuda a tratar de hipóte-
fundamental. O segundo, mais ses, o fato concreto, consequência
recente, no perfeito: “eu não per- da presença da professora na vida
di minha vida por aí”. de Ziraldo, é ele ter “dado certo”
Mas, no texto, o verbo perder na vida. Mas Ziraldo prefere falar
não está no pretérito perfeito do do contrário, do que “não aconte-
indicativo, está no imperfeito do ceu”, de uma hipótese.
148
148
Reportagem
149
Capítulo
4
9. (Colégio Militar) Assinale a única opção incorreta.
a) As palavras destacadas no trecho “Então, formou 150 jovens
idealistas e as espalhou por Minas Gerais, com a missão de
mudar a escola por dentro” (terceiro parágrafo) não perten-
cem à mesma classe gramatical.
b) Em “[...] tenho muitos professores inesquecíveis” (primeiro
parágrafo), a expressão destacada funciona como modifica-
dor do nome.
c) Os verbos botava (primeiro parágrafo), tinham (terceiro pa-
rágrafo), sabia (final do terceiro parágrafo) estão no pretérito
perfeito do indicativo.
d) A oração “[...] por causa dela, vim vindo pela vida curtindo
uma enorme carência afetiva” (segundo parágrafo) dá uma
ideia de causa.
e) Em “Devia ter esquecido o nome dela, mas não esqueci”
(primeiro parágrafo), o verbo destacado está no pretérito
perfeito.
149
149
BNCC – Habilidades específicas no interior de uma locução verbal e indicando uma ação que es-
taria ocorrendo no momento da leitura do aviso em seu contexto
EF67LP33 EF89LP09
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EF07LP01 EF08LP14
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Anotações
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Reportagem
151
Capítulo
4
É hora de produzir
Aprenda mais!
O passo a passo da reportagem
Há algumas instruções fundamentais que todos os repórteres podem seguir para que suas
reportagens atendam às expectativas do leitor:
1. Escolha uma abertura atraente, que prenda o leitor.
2. Mesmo que a reportagem seja sobre um assunto já conhecido, procure iniciar o texto com
algum fato novo ou que tenha passado despercebido.
3. Se sua reportagem tiver começo, meio e fim, será muito maior a possibilidade de que o
leitor consiga acompanhá-la sem esforço e sem largá-la no meio.
4. Ordene os fatos. Eles são muitos numa reportagem e, por isso, deverão ser agrupados
em blocos que tenham relação entre si.
5. Não confie na memória: anote tudo que vir ou ouvir. Na hora de escrever o texto final,
será sempre preferível ter material em excesso a faltar informações para completar a
reportagem.
6. Seja rigoroso na apuração dos fatos e na seleção dos dados. Confira e verifique todos
os detalhes. Em caso de dúvida, faça consultas posteriores com especialistas, vá ao ar-
quivo. Tudo se justifica para que a reportagem não contenha nenhum erro ou informação
incompleta.
7. Informações sobre o ambiente, quando relacionadas com os fatos descritos na reporta-
gem, contribuem para enriquecê-la e torná-la mais viva e completa.
8. Sempre que possível, procure saber o máximo sobre o assunto que vai transformar em
reportagem. Você se sentirá muito mais seguro dessa forma.
151
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No item 2 do Planejamen- você tenha instruções determinantes para não se desviar do assunto); sua sensibilida-
de dirá quando você pode dirigir a reportagem para caminhos jornalisticamente mais
to, orientamos os alunos a compensadores.
12. Colha todas as versões que puder para o mesmo fato, confronte-as e, a partir daí, se-
definirem quem serão as lecione as mais verossímeis. Se for absolutamente impossível optar por algumas delas,
os funcionários da esco- sulta ao arquivo, antes de você começar a preparar a reportagem, o ajudará a buscar
ângulos novos e a não repetir aquilo que o jornal já explorou exaustivamente.
la. Seria interessante para MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo de O Estado de S. Paulo. São Paulo: Moderna, 2006. p. 255–256.
152
152
Reportagem
153
Capítulo
4
2. Definam quem serão as pessoas que poderão dar depoimentos para aumentar a credi-
bilidade da reportagem e entrem em contato com elas para marcar um encontro.
3. Elaborem previamente um roteiro de perguntas a serem feitas aos seus entrevistados.
4. Façam uma pesquisa aprofundada em livros, revistas e na Internet para ficar por dentro
da pauta.
5. Realizem as entrevistas. Para não perderem nenhuma informação relevante, é impor-
tante anotar (e, se possível, gravar) as respostas dos entrevistados.
6. Agora, mãos à obra. Comecem a escrever a reportagem. Nessa etapa:
• Procurem utilizar uma linguagem adequada a seus leitores.
• É importante seguir uma sequência de abordagem com começo, meio e fim, para fa-
cilitar tanto a escrita quanto a leitura.
• Apresentem a pauta já no lide, procurando produzir uma abertura atraente para seus
leitores.
• Selecionem os trechos mais importantes dos depoimentos e procurem encaixá-los no
texto. Nesse ponto, observem o uso das aspas e dos verbos dicendi.
• Pesquisem imagens ou tirem fotografias para enriquecer a sua reportagem. Não se
esqueçam das legendas e de citar as fontes consultadas.
• Produzam uma manchete e um lide adequados aos seus objetivos.
• Valorizem a diagramação do texto, isto é, a sua apresentação gráfica (imagens, boxes
explicativos, tabelas, cores, tipos de fonte, etc.). A diagramação contribui muito para
que uma reportagem se torne atraente.
Avaliação
1. Agora, os grupos trocarão as reportagens para que cada um seja avaliado pelo outro.
Nessa avaliação, analisem os seguintes pontos:
2. Feita a avaliação, os grupos devolverão os textos uns aos outros para que sejam feitas
as adaptações necessárias. Depois, o professor os recolherá.
153
153
u N
G Religiões africanas são
Se
Diálogo com alvo de intolerância
o professor O número de denúncias referentes à intolerância religiosa
no Brasil, feitas pelo Disque 100 da Secretaria de Direitos Hu-
Leitura Complementar
154
154
Reportagem
155
Capítulo
4
dação de casas, espancamento de pessoas e até mesmo as-
sassinatos. “Recebemos denúncias de norte a sul do País, e de
forma crescente”, diz Euclenio. Sugestão de
Abordagem
Mercado religioso
EF69LP03 EF69LP16
155 EF69LP13 EF69LP18
EF69LP14
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155
casa da Mãe Gilda foi invadida, da comunidade de internautas de querer utilizar a rede para
essa finalidade. A impunidade é o combustível da criminalida-
seu marido foi agredido verbal de”, declarou Tavares, afirmando ainda que percebe um cresci-
Judaísmo
Catolicismo der a questões humanas, que são
“O judaísmo nasce como uma tra-
comuns” (Padre Marcus Barbosa,
dição em direção ao diálogo. Isso “Desde 1965, com o Concílio Va-
Comissão da Conferência Nacio-
não significa, no entanto, que ao ticano II, a Igreja Católica iniciou
nal dos Bispos do Brasil (CNBB).
longo de tantos anos a postura uma forma mais clara de busca de
sempre tenha sido tolerante. Mas, comunhão e diálogo com as igre- Religiões islâmicas
de maneira geral, temos vários jas cristãs e grandes tradições reli- e muçulmanas
exemplos de tolerância e de diálo- giosas. Para os católicos, vivenciar “Nossa religião é clara: quem mata
go” (Sergio Napchan, Confedera- o Evangelho é reconhecer que to- uma alma, mata a humanidade
ção Israelita do Brasil). das as religiões procuram respon- inteira. Nossa educação é que
156
156
Reportagem
157
Capítulo
4
Tecnologia esbarra na falta de infraestrutura
Depois que a denúncia é recebida pela CNDCC, um sistema
é acionado para coletar informações disponíveis na rede, como
texto, fotos e demais informações do provedor onde a página
está hospedada. Essas informações são compiladas em um
banco de dados ao qual apenas a Polícia Federal e o Ministério
Público (MP) têm acesso.
Assim, o MP pode iniciar uma investigação para descobrir
quem foi o autor do crime. O poder judiciário notifica o provedor
que hospeda a página para fornecer dados e indícios que pos-
sam ajudar os investigadores a identificar o usuário. “Mas isso
nem sempre é possível. Aí o caso fica impune”, diz Tavares.
Ele explica que muitas pessoas usam a retórica de que os Dicionário
crimes da Internet não são punidos por causa da falta de uma
lei específica. Mas na verdade serve para mascarar o principal Intolerância – Falta de
Espiritismo
problema: a falta de estrutura. “De todos os 27 estados brasilei- compreensão.
ros, há somente oito delegacias especializadas. E elas funcio- Antissemita – Que é
contrário especialmente
“Entendemos que todas as re-
ligiões devem ser tratadas com
nam de forma precária”, frisa. aos judeus.
A Polícia Federal tem duas divisões que cuidam de crimes Homofóbico – Que tem
cibernéticos. Uma é a contra crimes financeiros, que tem boa preconceito contra os
homossexuais. respeito e reconhecimento às
condições e à liberdade de culto
estrutura e é bem aparelhada, sendo responsável por mais de Retórica – Fala clara
1.200 prisões nos últimos oito anos. Já a divisão relacionada e atraente que visa
com os direitos humanos tem estrutura muito deficiente. “É clara
e pensamento. O mundo em que
convencer o interlocutor.
vivamos em paz com outras reli- rumo para as pessoas, esclarecer. protestantismo tem sua fé pauta-
giões. Quem vai julgar as pessoas Tenho grandes amigos de outras da na Bíblia Sagrada e entende
é Deus. É preciso tratar o próximo religiões. Com a tolerância, ganha- que algumas coisas são boas e
com amor e carinho” (Sheikh Kha- mos a união. Todos ficam mais outras coisas são ruins” (Pastor
led Taky El Din, Conselho de Teólo- fortes. O ideal seria que se tives- Carlos Oliveira, Conselho Fede-
gos Islâmicos no Brasil). se um problema na minha casa, ral de Pastor).
fosse conversar com um pastor
Candomblé
ou um padre para saber a opinião Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
humanos/noticia/2015-01/no-dia-de-combate-
“O candomblé tem por princípio o deles” (Iyalorixá Dora Barreto, do intolerencia-religiosa-lideres-alertam-sobre.
acolhimento, receber bem, dar um terreiro Ilê Axé T’Ojú Labá). Acesso em 04/02/2015t
157
des de modo a estimular a par- A conscientização das pessoas contra atos de intolerância.
porcionar aulas com conteúdos a) Nesse trecho, a palavra feitiçaria foi empregada com senti-
significativos. do positivo ou negativo? Explique.
A palavra feitiçaria corresponde a práticas incomuns, realiza-
Visto isso, pode-se destacar, as- das para conseguir algo por meios sobrenaturais. Assim, o seu
sim, a importância de se abordar sentido é negativo.
a temática da pluralidade cul- b. A partir de uma breve pesquisa, explique: qual é a diferença
tural, especialmente durante a de religião de matriz africana e religião afro-brasileira?
formação dos indivíduos na es- Religiões de matriz africana são aquelas cuja essência teo-
lógica e filosófica é oriunda das religiões tradicionais africanas.
cola. O tema diz respeito ao co-
nhecimento e à valorização das
Religiões afro-brasileiras são as religiões que foram trazidas
para o Brasil pelos africanos, na condição de escravos, e que
características étnicas e culturais absorveram ou adotaram costumes e rituais brasileiros.
dos diferentes grupos sociais
3. “O Brasil tem um histórico de negação das tradições não
que convivem no Brasil. Assim, cristãs. Essa negação não é exatamente da religião, mas do
é fundamental o papel da escola valor de todas as tradições de matriz africana.” Sobre isso, res-
158
indivíduos que serão atuantes no
cenário da sociedade, pois cabe
especialmente à escola o papel
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Reportagem
159
Capítulo
4
a) Juntamente com seu professor, faça uma pesquisa sobre a
influência do continente africano sobre o Brasil.
Resposta pessoal.
5. Leia:
159
160
Sugestão de Abordagem
Comente que o imperativo é um de necessidade. Por exemplo, sair”, “não jogue lixo no chão”,
recurso da língua muito presente como eles se sairiam ao compor etc.? São infinitas as possibilida-
no nosso cotidiano: em receitas, um texto publicitário? Ou mesmo des. A realidade da sala de aula,
instruções de uso, em propagan- simplesmente escrevendo uma e fora dela, está cheia de deman-
das, etc. Antes de simplesmente lista de instruções comportamen- das textuais que podem ser usa-
conceituar, é importante colo- tais para a sala de aula, ou para das para flagrar o aluno no uso
car os alunos em uma situação a escola, como “apague a luz ao de todos os recursos.
160
160
Reportagem
161
Capítulo
4
Análise linguística
O modo imperativo
Leia a receita abaixo:
Ingredientes B o lo d e
c h o c o la te
Depositphotos | livfriis
Bolo:
• 1 colher (sopa) de fermento em pó
• ½ colher (chá) de baunilha
• 1 e ½ xícara (chá) de farinha de trigo
• ½ xícara (chá) de chocolate em pó
• ¾ de xícara (chá) de café com leite
• 2 xícaras (chá) de açúcar
• 4 ovos
Creme de chocolate:
• 200 gramas de chocolate em barra
• 2 colheres (sopa) de licor de laranja
• 4 colheres (sopa) de açúcar
• 2 colheres (sopa) de água
• 1 xícara (chá) de creme de leite
• ½ xícara (chá) de nozes moídas
• 2 claras de ovo
Modo de preparo
Bolo: Bata as gemas com o açúcar até obter uma gemada clara. Misture a
farinha, o chocolate, o fermento, a baunilha e o café com leite. Bata até levan-
tar bolhas na massa. Junte, por fim, delicadamente, as claras em neve firme,
misturando com uma colher em movimentos de baixo para cima. Leve ao forno
médio durante 50 minutos. Espete um palito na massa. Se sair limpo, o bolo
está assado. Caso contrário, deixe mais um pouco. Espere esfriar e vire sobre
um prato de vidro. Cubra com o creme de chocolate.
Creme de chocolate: Dissolva o chocolate em banho-maria com a água e
o licor. Bata as claras em neve firme. Coloque o açúcar e bata até obter um
merengue espesso. Misture delicadamente o chocolate, incorporando-o bem.
Adicione o creme de leite bem gelado. Corte o bolo ao meio, recheie-o e
cubra-o com o creme de chocolate. Polvilhe com as nozes moídas e leve à
geladeira durante 4 horas antes de servir.
http://www.livrodereceitas.com/doces/doce1123.htm
Acessado em 11/01/2011.
161
161
o modo imperativo e os outros Aprenda zamos o modo imperativo para expressar conselhos, pedidos,
mais! convites. No entanto, essas ações verbais só podem ficar claras
modos verbais (indicativo e sub- O imperativo é usado
dentro de contextos comunicativos, que consideram, entre ou-
tros elementos, os papéis sociais dos interlocutores, o ambien-
juntivo): comumente em textos
instrucionais, que têm te em que se encontram e a entonação com que os enunciados
como objetivo mostrar são proferidos. Por exemplo: se uma mãe surpreender o filho
•• No indicativo e no subjuntivo, formas de realizar algo
por meio de um passo a
pequeno saindo para a rua movimentada e gritar Venha para
cá!, sua fala será entendida pelo menino como uma ordem. Já
o verbo se flexiona para situar passo, como nas receitas
culinárias e nos manuais em outra situação, se o menino estiver com dificuldade para
os fatos em intervalos de tem-
de usuário. dormir, ela poderá convidá-lo, com uma voz suave, para dormir
em seu quarto: Venha para cá! Nesse caso, o enunciado seria
po diferentes. No imperativo, compreendido não como uma ordem, mas como um convite.
não há flexão de tempo. Assim, é preciso ter atenção para o fato de que o imperativo
é caracterizado pela desinência verbal, não pelo sentido global
•• Considerando as funções da
dos enunciados. Devido à grande riqueza expressiva da nossa
língua, é possível expressarmos ordens, pedidos, conselhos,
linguagem propostas por Ro- etc. de diferentes formas, inclusive por meio dos outros modos
Ensino da Gramática
O valor semântico dos atos de fala de maneira diferente. No Sudeste, “A forma de primeira pessoa
sobre os quais comentamos aqui por exemplo, a forma mais comum do plural, dada nas gramáticas
pode ser melhor aprofundado no do imperativo é igual à terceira como façamos, é formada no
Capítulo 2 do livro do 6o ano. pessoa do singular no presente do português brasileiro com uma
É importante frisar para os alunos indicativo: Faz um favor pra mim. forma de ir: Vamos fazer um san-
que, na fala espontânea, eviden- Já no Nordeste, o imperativo mais duíche!” (Cf. Perini, 2010: 309).
temente o imperativo se processa usual é idêntico ao subjuntivo:
Faça um favor pra mim.
162
162
Reportagem
163
Capítulo
4
• A segunda pessoa do singular (tu) e do plural (vós).
• A terceira pessoa do singular e do plural, quando a pessoa
com quem se fala é tratada por meio de um pronome: se- Sugestão de
nhor, você… Abordagem
• A primeira pessoa do plural (nós), indicando que quem fala
também cumprirá a ordem, a orientação, o pedido, etc. ex-
presso pelo verbo.
Para as questões da seção
No imperativo afirmativo, a segunda pessoa do singular
(tu) e a segunda pessoa do plural (vós) têm origem na segunda Análise linguística, propo-
pessoa do presente do indicativo (singular e plural), sem o s. mos estas respostas:
Já as outras formas do imperativo afirmativo correspondem às
formas do presente do subjuntivo.
1. Receita.
No imperativo negativo, as formas verbais correspondentes
a todas as pessoas são as mesmas do presente do subjuntivo.
No quadro abaixo, observe a conjugação do verbo tentar no
2. 1º - Apresentar os ingre-
modo imperativo: dientes; 2ª - Ensinar a
Presente do Imperativo Presente do Imperativo preparar.
indicativo afirmativo subjuntivo negativo
eu tento ––––––
tenta tu
eu tente
tu tentes
––––––
não tentes tu
3. Eles se dirigem ao leitor.
tu tentas -S
ele tenta
nós tentamos
tente você
tentemos nós
ele tente
nós tentemos
não tente você
não tentemos nós
4. Ordens, orientações.
vós tentais -S tentai vós vós tenteis não tenteis vós
eles tentam tentem vocês eles tentem não tentem vocês
163
Anotações
163
teúdo?
É por meio do modo imperativo que normalmente formulamos
ordens.
Texto
À caça de novidades
Crianças descobrem o sabor do consumo e
desestabilizam orçamento familiar
é imperativo.
dos. O pequeno Rafael vai direto aos biscoitos. No lar de Maria
de Fátima e Fernando Teixeira Guimarães, os filhos determi-
nam os gastos do mês. Dia de compras é dia de festa. Caio é o
164
Repensando o
Ensino da Gramática
Enfatize para seus alunos que súplica, ordem. Não é à toa que em tom de súplica, porque elas
o imperativo não é somente um ele é muito usado nas propagan- envolvem sentimentos fortes. Por
tempo verbal, é um modo de se das, que falam diretamente com exemplo, o Pai Nosso, para quem
comunicar. Tempo diz respeito ao as pessoas: “Beba Coca-Cola!”. é cristão: “perdoai (vós) as nos-
passado, ao presente e ao futuro. Nas rezas, principalmente nas sas ofensas”.
O imperativo pressupõe um diá- ladainhas, também é comum o
logo, por que expressa pedido, emprego do modo imperativo
164
164
Reportagem
165
Capítulo
4
que mais consome. Recebe R$ 20,00 por semana, mas gasta
tudo em três dias. Quando se depara com uma novidade na TV,
inferniza a vida de Maria de Fátima e Fernando até obtê-la. O
que é bonito e está na moda se torna objeto de desejo.
Com 11 anos, Victor Lima Abrão recebe R$ 10,00 do avô por
semana. Gasta-os imediatamente. “Dinheiro não é para ficar no
bolso”, diz. Há 2 anos, convenceu os familiares a presenteá-lo
com dinheiro em datas festivas. “Ele quer sempre o mais caro,
está sempre pedindo”, reclama Maria Rita Abrão, a financiado-
ra do filho. “É difícil ensinar-lhe o valor do dinheiro.” Dizer não
exige mais dos pais. Mas os resultados compensam. Na edu-
cação e no bolso.
165
165
166
6. (Colégio de Aplicação – Uerj) Copie do primeiro parágrafo do texto uma frase com-
pleta que indique o grande entusiasmo dos três irmãos — Caio, Tainá e Rafael — com o
consumo.
Uma dentre as frases:
• Dia de compras é dia de festa.
• Caio, de 6 anos, Tainá, de 4, e Rafael, de 2, espalham-se no supermercado como se per-
corressem quartos e salas da casa onde vivem em Brasília.
a) Esse conselho poderia ajudar a mãe de Victor Lima Abrão, de 11 anos. Explique por quê.
Porque a mãe está sempre atendendo às vontades do filho, que não se preocupa com os
gastos.
8. Vimos que o modo verbal imperativo é aquele que emite uma ordem, um comando ou
um pedido. As formas verbais que o representam são facilmente identificáveis, pois são
bastante expressivas. Mas há diferentes maneiras de se apresentar uma ordem sem que
se perceba a carga hierárquica de quem proferiu o comando. Sabendo disso, identifique os
enunciados que manifestam o imperativo de maneira camuflada, mas que obtenha o mes-
mo efeito, e, em seguida, assinale a alternativa correta.
I. Parados!
II. Vem pessoal, vem moçada!
III. Por favor, não sentar nos lugares reservados.
IV. Sem problemas! Você me traz o prometido amanhã.
V. Fique na sua!
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166
166
Reportagem
167
Capítulo
4
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, IV e V.
e) Todas estão corretas.
Texto
Evite a contaminação
• Quando tossir ou espirrar, cubra sua boca e nariz com lenço descartável.
Caso não o tenha, utilize o antebraço. Se utilizar as mãos, lave-as
rapidamente com água e sabão.
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10. (Enem) O texto tem o objetivo de solucionar um problema social:
a) Descrevendo a situação do país em relação à gripe suína.
b) Alertando a população para o risco de morte pela Influenza A.
c) Informando a população sobre a iminência de uma pandemia de Influenza A.
d) Orientando a população sobre os sintomas da gripe suína e procedimentos para evitar a
contaminação.
e) Convocando toda a população para se submeter a exames de detecção da gripe suína.
11. (Enem) Os principais recursos utilizados para envolvimento e adesão do leitor à campa-
nha institucional incluem:
a) O emprego de enumeração de itens e apresentação de títulos expressivos.
b) O uso de orações subordinadas condicionais e temporais.
c) O emprego de pronomes como você e sua e o uso do imperativo.
d) A construção de figuras metafóricas e o uso de repetição.
e) O fornecimento de número de telefone gratuito para contato.
É hora de produzir
168
168
168
Reportagem
169
Capítulo
4
Como vimos, em uma reportagem, tanto a linguagem quanto a diagramação devem se
adequar ao suporte em que ela será publicada e aos leitores aos quais ela se destina. Isso
fica bastante claro na manchete.
Nesta atividade, imagine que você é repórter de todas as revistas descritas abaixo: Sugestão de
Revista 1
É comprometida com a informação. Seu público-alvo são pessoas Abordagem
cultas, interessadas em informações sérias.
EF67LP04 EF89LP08
EF67LP33 EF89LP09
EF07LP01 EF08LP14
EF07LP10
169
o programa”. O redator se
esqueceu de que o verbo
A escrita em foco
mediar é um dos irregula-
res entre os geralmente re-
Verbos regulares e irregulares
gulares terminados em -iar.
Dizemos que um verbo é regular quando ele se flexiona normalmente, seguindo o seu
São quatro irregulares com padrão de conjugação. Assim, o radical permanece invariável enquanto ele se flexiona. Já
tal terminação: mediar, an- os verbos irregulares são aqueles que, quando se flexionam, sofrem variações no radical.
Devido a essas mudanças, alguns desses verbos geram dúvidas quanto à sua grafia em
siar, incendiar e odiar. situações de uso formal da língua. Conheça a conjugação de dois deles (de acordo com a
norma-padrão) na tabela a seguir.
Então o redator da notícia
Verbo ir Verbo caber
teria escrito melhor: “Bon- INDICATIVO INDICATIVO
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texto.
Esse é um exemplo interes- LPemC_2018_BNCC_7A_Cap4.indd 170 29/03/18 06:47
170
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Reportagem
171
Capítulo
4
foras irás irias couberas caberás caberias
fora irá iria coubera caberá caberia
fôramos iremos iríamos coubéramos caberemos caberíamos
fôreis ireis iríeis coubéreis cabereis caberíeis
foram irão iriam couberam caberão caberiam
SUBJUNTIVO SUBJUNTIVO
Presente Imperfeito Futuro Presente Imperfeito Futuro
vá fosse for caiba coubesse couber
vás fosses fores caibas coubesses couberes
vá fosse for caiba coubesse couber
vamos fôssemos formos caibamos coubéssemos coubermos
vades fôsseis fordes caibais coubésseis couberdes
vão fossem forem caibam coubessem couberem
A escrita em questão
1. Entre as alternativas abaixo, aponte aquela que expressa o sentimento do eu lírico dian-
te da nova realidade.
a) Esperança. b) Coragem.
c) Desolação. d) Indiferença.
e) Alegria.
171
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soa (ex.: perder, que apre- Ela mandou Coxinha escrever não coube cem vezes em um papel.
zer, que apresenta dizes e Como vimos, os verbos ao terminar o exercício, o menino conjugou o verbo do mesmo
irregulares sofrem
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172
Reportagem
173
TO Capítulo
4
EN
M
RRA Texto 1
Anotações
íntegra. vam cansados e famintos.”
http://www.ebc.com.br/ Trecho do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
especiais-agua/vidas-
secas/
Os infelizes estão nas primeiras palavras de Vidas Secas e
não são apenas personagens do olhar de Graciliano Ramos,
em meio ao sertão, no ano de 1938. Oito décadas depois da
descrição dura de um dos gênios da literatura brasileira, o ca-
minho tem outras curvas de dor e de luta em busca de um mes-
mo bem: a água.
As principais secas brasileiras da história ocorreram no Nor-
deste oriental: Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do
Norte e Ceará. São roteiros repetitivos em cenários sertanejos,
Capa da primeira edição da
agrestinos, semiáridos. “Essa é a área de maior irregularidade
obra de Graciliano Ramos,
publicada em 1938.
173
173
174
lares’, por exemplo, as secas são mais intensas. Esse fato já
Aprenda vem sendo estudado desde o início do século XX. Quando se
mais! fala em ‘episódios mais graves de secas’, em geral, nos referi-
Vidas secas acompanha a mos àqueles anos em que as consequências socioeconômicas
vida miserável do vaqueiro foram mais intensas”, explica o professor de climatologia Lu-
Fabiano e sua família, civânio Jatobá, pesquisador da Universidade Federal de Per-
que se veem obrigados
a se deslocar de tempos nambuco (UFPE).
em tempos para áreas A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) Kênia
menos castigadas pela Rios ressalta que “a seca não é apenas regida por dados plu-
seca. O estilo narrativo de
Graciliano Ramos é “seco”. viométricos. Trata-se de uma rede de relações políticas e cultu-
Ele é econômico no uso rais. A gente teve o reconhecimento do imperador Dom Pedro
de adjetivos, as frases são II. Ele veio ao Nordeste para conhecer a situação”.
curtas e os personagens
são retratados como Histórias áridas passadas e tão presentes. A rotina das se-
resultado da aridez do cas e a busca por água é enredo de desastres socioambientais,
ambiente em que vivem. registrado nos livros, em documentos, no número incontável
de vítimas e na luta pela sobrevivência. Também não há como
contabilizar os personagens gracilianos, “Fabianos” e outras
tantas famílias não nomeadas espalhadas pelo País.
Dicionário
174
174
174
Reportagem
175
Capítulo
4
1. A seca vem sendo monitorada desde o início século XX, e há momentos mais tensos do
cenário agrestino e menos graves. Mas como determinar se a seca foi mais danosa para a
população?
Devido à seca, as atividades econômicas ficam reduzidas. Com isso, todo o fluxo de ge-
ração de renda torna-se mais lento, chegando a provocar a escassez de itens para suprir as
necessidades básicas da população.
4. Ao buscar uma relação intertextual com o romance Vidas secas, o repórter utiliza
termos característicos dos textos narrativos. Nesse contexto, identifique na reportagem as
relações que o autor faz entre o romance e a realidade.
No romance Na realidade
5. Além da relação intertextual com a obra de Graciliano Ramos, o autor utilizou a intertex-
tualidade também para dar mais credibilidade às informações passadas pela reportagem.
Explique.
O autor utilizou a fala de estudiosos para dar credibilidade às informações passadas. Essas
falas vieram certamente de uma entrevista prévia que o repórter fez com eles.
175
175
176 formal ou formal. A opção entre uma maneira ou outra de expressão é o que chamamos
de registro da linguagem. Apesar de parecerem antagônicas, essas formas são variáveis.
Assim, em um texto pode predominar, por exemplo, a formalidade, mas dependendo de
certas intenções comunicativas do autor é possível utilizar também termos informais. Que
opção de registro da linguagem o autor usou nessa reportagem?
O autor usou a formalidade.
7. Sabendo que essa reportagem foi publicada no site da Empresa Brasil de Comunicação
(EBC), do Governo Federal, você considera que o autor utilizou a forma de registro mais
adequada?
Espera-se que o aluno perceba que, tendo em vista o contexto comunicativo, a opção pela
formalidade foi adequada.
Texto 2
Depois de três anos seguidos de seca, a Cidade do Cabo, na África do Sul, pode se tor-
nar a primeira metrópole moderna do mundo a ficar sem água.
O gotejamento marca uma regressiva.
Os quatro milhões de habitantes da Cidade do Cabo estão vendo o “Dia Zero” chegar.
É quando as torneiras seriam fechadas e a água só pingaria em 200 pontos espalhados
pelas ruas. É a área urbana mais populosa da África do Sul, e cada um passaria a ter
direito a 25 litros por dia. Só para dar uma noção, um banho de cinco minutos gasta em
média 45 litros d’água.
A turista alemã acha que tudo bem não tomar banho por um ou dois dias. “Isso não de-
veria ser motivo para deixarem de conhecer um lugar tão bonito”, diz.
Mas a indústria de turismo tem medo que as ruas fiquem desertas como os reservatórios.
Os níveis de barragens estão perto de 20%. Se chegarem a 13,5%, o “Dia Zero” vai virar
uma realidade. Caso isso se confirme, seria um baque para um setor que representa quase
10% da economia do País.
O que chama a atenção nesse caso é o problema acontecer numa metrópole. A Cidade
do Cabo é conhecida por ter fortes políticas ambientais, assim como Londres, que vai in-
176
176
176
Reportagem
177
Capítulo
4
vestir mais em fontes e bebedouros públicos. A ideia é estimular as pessoas a usarem me-
nos garrafas plásticas. Em Londres chove com frequência, mas na antiga colônia britânica
a seca já dura três anos.
A Cidade do Cabo reduziu a quantidade de água de 87 litros para 50 litros por dia para
cada um. A especialista em gestão de águas lembra que poucas cidades chegaram perto
dessa crise e cita São Paulo como exemplo. Ela sugere que as pessoas se ajudem para
saírem do aperto. Mas o próprio governo não está confiante. Muita gente vem ignorando
o racionamento. A prefeitura então resolveu disponibilizar um mapa polêmico, que mostra
quais casas vêm respeitando o limite.
Em vez de bisbilhotar os vizinhos, moradores prometem fiscalizar melhor os projetos do
governo e sem nenhum pingo de cerimônia.
Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/02/apos-3-anos-de-seca-cidade-do-cabo-na-africa-do-sul-pode-
-ficar-sem-agua.html. Acesso em 14/02/2018.
Texto 3
Muito antes da seca na Cidade do Cabo, que poderia privar a urbe sul-africana de água
corrente a partir de maio, e inclusive antes da entrada em cena da mudança climática, o
mundo já vivia uma crise hídrica.
Os sinais de que as reservas de água doce estavam em perigo eram evidentes: grandes
rios bloqueados por represas exploradas até a última gota, lençóis freáticos milenares va-
zios, águas atingidas por diversos tipos de contaminação.
No entanto, a segunda cidade sul-africana não sofria com esses problemas. Em 2014, a
meia dúzia de depósitos que fornecia água para seus quatro milhões de habitantes estava
cheia. Mas, depois de três anos de uma seca histórica, as reservas estão em seu nível mais
baixo e o governo sul-africano teve que declarar nesta terça-feira o estado de “desastre
natural”.
Os especialistas climáticos haviam previsto isso, mas não tão cedo. “A mudança climá-
tica deveria ter nos atingido em 2025 [...] Os serviços meteorológicos da África do Sul fala-
ram comigo que seus modelos já não funcionam”, declarou a responsável da província do
Cabo ocidental, Helen Zille.
Em escala global, a crise hídrica se desenhava há décadas. O Fórum Econômico Mun-
dial inclui a cada ano esse fenômeno entre as ameaças mundiais potencialmente mais
graves, à frente de catástrofes naturais, migrações em massa e ciberataques.
Os lençóis subterrâneos fornecem água potável a ao menos metade da humanidade,
assim como 40% da água usada para a agricultura. Mas os aquíferos não enchem tão fa-
cilmente como um depósito após uma tempestade: na escala do tempo humano, não são
um recurso renovável.
177
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178
chama de “o teto da água”. “As pessoas vivem em lugares onde utilizam toda a água reno-
vável, o que é pior, vivem precariamente bombeando excessivamente as águas subterrâ-
neas não renováveis”, explica à AFP.
Uma superexploração gera ao mesmo tempo infiltrações de água salgada e desmoro-
namento de terrenos, afundando a cada ano um pouco mais dezenas de metrópoles como
México, Jacarta e Tóquio. E “a mudança climática vem se somar a tudo isso”, adverte [...].
Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2018/02/13/interna_internacional,937486/mudanca-climatica-o-
-fenomeno-que-acabou-com-as-reservas-mundiais-de-a.shtml.
Acesso em: 14/02/2018.
8. O Texto 2 foi produzido para ser falado pelo jornalista na matéria que foi ao ar em um
telejornal de grande abrangência nacional. Além disso, o texto também foi publicado no site
da emissora de televisão. Já o Texto 3 foi produzido para circular no jornal impresso e na
Internet.
a) Qual dos textos apresenta marcas de informalidade?
O Texto 2 apresenta marcas de informalidade.
c) A notícia é o texto jornalístico mais ágil e dinâmico, responsável por informar as pes-
soas sobre os fatos e, assim, contribuir para que elas conheçam melhor a realidade que
as cerca. Com base nessas informações, que diferenças você apontaria entre esse gênero
textual e a reportagem?
As principais diferenças entre esses gêneros estão na profundidade de abordagem do tema
e na presença ou não da defesa de pontos de vista, argumentação. Desse modo, enquanto
a notícia é, em maior parte, um texto breve e impessoal, restringindo-se à apresentação
resumida dos fatos, a reportagem é mais longa, pois apresenta a abordagem do tema de
forma mais detalhada e comumente contém a defesa de pontos de vista.
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178
178
Reportagem
179
Capítulo
4
o
mídias em context
1. Vimos que, para dar mais credibilidade às informações passadas na reportagem Vidas
secas: catástrofes atravessaram os séculos, o repórter se apoiou na fala de professores
universitários que são referência para o tema reportado. Releia este trecho do texto que
apresenta a fala da professora Kênia Rios, da Universidade Federal do Ceará (UFC):
“a seca não é apenas regida por dados pluviométricos. Trata-se de uma rede de
relações políticas e culturais [...]”.
d) Diante das causas, que soluções você e seus colegas conseguem visualizar para o pro-
blema?
Resposta pessoal.
179
179
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
neros textuais em que predomina o tipo
textual expositivo. O que isso significa?
tigos de divulgação científica 2. Se você fosse escrever um livro didático
e os artigos expositivos em li- como este, que cuidados você teria com
o seu texto?
vros didáticos? Para quem são 3. O conhecimento científico muitas vezes
não é acessível ao público em geral, fi-
escritos? Por quê? Para quê? cando restrito a ambientes específicos,
Como são feitos? como as universidades. Por que será
que isso acontece?
•• Ler, compreender, avaliar e
produzir um artigo de divulga-
ção científica e um texto expo-
sitivo didático. Caracterizando o gênero
•• Identificar o sujeito, o predica- Desde sempre, o grande “motor” para O artigo de divulgação científica bus-
do e suas respectivas funções a produção de conhecimento é o fluxo de ca informar seus leitores sobre o resulta-
informações e a necessidade de se chegar do de uma pesquisa. Com uma linguagem
no uso da língua. a novas respostas. No Capítulo 2, vimos clara e direta, ele procura esclarecer o
que, na falta de conhecimentos científicos grande público a respeito de temas com-
•• Identificar o sujeito simples, suficientes, os povos primitivos procura- plexos ou desconhecidos. Por essa razão,
esse gênero textual se aproxima muito do
composto e desinencial e suas
ram satisfazer essa necessidade produ-
zindo mitos e lendas. Neste capítulo, es- texto expositivo em livro didático. Pro-
funções no uso da língua. tudaremos dois gêneros textuais — muito curando utilizar uma linguagem aces-
parecidos, inclusive — cuja função é divul- sível aos alunos, esse artigo tam-
•• Valer-se corretamente dos gar os conhecimentos científicos adquiri-
dos pelo homem.
bém tem a finalidade básica de
veicular informações.
porquês no uso da língua, de-
monstrando compreensão so-
bre a função de cada um. LPemC_2018_BNCC_7A_Cap5.indd 180 29/03/18 07:08
Anotações
180
180
181
Diálogo com
o professor
u.
cé
do
plicidade. O obstáculo: não ser
s
aí
Ip
s
to
ho
itp
superficial a ponto de prejudicar
os
ep
D
a compreensão. Albert Einstein,
certa vez, assim explicou a sua
teoria da relatividade: “Quando
você está cortejando uma moça
simpática, uma hora parece um
segundo. Quando você se senta
sobre carvão em brasa, um se-
gundo parece uma hora. Isso é a
relatividade”.
O que estudaremos neste capítulo:
Albert Einstein foi um gênio, e a
• Características e funções dos artigos de
divulgação científica e dos textos expositi-
ciência que ele fez foi resultado
vos em livros didáticos de muito trabalho. Se parece sim-
• Sujeito e predicado
• Sujeito simples, composto e desinencial ples, é por que ele, como se não
• Uso dos porquês bastasse, também sabia esco-
lher as palavras.
Anotações
181
kurt_G | Shutterstock
no meio científico e ajuda a des-
mistificar conceitos equivocados e
mitos sobre o papel do cientista [...].
Não é um trabalho simples, mas
todos envolvidos com ciência de-
veriam fazê-lo. Um trabalho bem
apresentado ao público pode ren-
der reconhecimento e fundos para
continuar as pesquisas. A popula- Um exemplo de barata que vive fora do ambiente urbano.
daquela pesquisa.
Outro papel importante do divul- LPemC_2018_BNCC_7A_Cap5.indd 182 29/03/18 07:08
182
182
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Capítulo
5
smuayc | Depositphotos
EF69LP29 EF69LP33
EF69LP31 EF69LP34
EF69LP32 EF69LP42
A barata-de-esgoto é muito
comum nas cidades.
Anotações
183
183
As baratas colocam seus ovos em uma cápsula protetora chamada ooteca, que parece uma
bolsa fechada e que pode abrigar até cinquenta ovos de uma só vez.
184
184
184
185
Capítulo
5
Para discutir Sugestão de
1. Por que alguns animais despertam um sentimento de repulsa Abordagem
em muitas pessoas?
2. Faça uma pesquisa no dicionário para conhecer o significado
da palavra barato. Para as questões da seção Para
discutir, propomos estas res-
3. Qual é o sentido que essa palavra tem no título desse artigo?
4. Aponte uma informação presente no texto que justifique que
a barata é um barato. postas:
1. Por causa de sua aparência,
cheiro, perigo que oferecem,
Desvendando os segredos do texto Aprenda
mais! etc.
1. Qual é a intenção comunicativa desse artigo? Como vimos, a intenção
comunicativa dos artigos
2. Adjetivo: que se vende por
Apresentar as baratas como insetos importantes para o meio de divulgação científica é
apresentar conhecimentos baixo preço; que cobra ou em
que se cobra preço módico;
ambiente e mudar, portanto, a maneira negativa como muitas científicos para leitores não
especializados. Por esse
pessoa: nossas.
que, antecipadamente, já
é de conhecimento dos
coisa boa, bonita, ou que se
interlocutores.
admira, curtição; aquilo que
está na moda; detalhe, aces-
185
sório; reação psicológica e/
ou física, podendo ou não ser
agradável, provocada pelo
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap5.indd 185 29/03/18 07:08
185
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186
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Capítulo
5
7. Retire do texto uma frase que indique que, quando o pes-
quisador foi entrevistado pela autora do artigo, ele estava no
País. Leitura
“Aqui no Brasil, existem muitas espécies silvestres, com formas Complementar
e hábitos curiosos.”
Por que divulgar ciência?
8. Qual foi a palavra que possibilitou a resposta à questão Um pesquisador tem de explo-
anterior e como ela se classifica?
rar um modo de divulgar o seu
Aqui; advérbio de lugar.
trabalho de maneira clara e pre-
9. Como nas reportagens, nos artigos de divulgação científica
é muito comum o autor fundamentar as informações apre-
cisa. É igualmente bem-vindo
sentadas. Nesse caso, que recurso a autora utilizou explicita- que ele compartilhe o seu conhe-
cimento em ciência básica com
mente para dar credibilidade a algumas das informações apre-
sentadas nesse artigo?
Aprenda
Ela utilizou o depoimento de Roberto Eizemberg, do Instituto de mais! jovens em idade escolar, assim
Bioquímica Médica da UFRJ. Os artigos de divulgação como um atleta divide o seu tem-
científica precisam ser
187
Análise linguística
Repensando o
Ensino da Gramática Sujeito e predicado
Leia a tirinha:
LUÍZA E PREÁ/Eudson e Lécio
188
188
189
Capítulo
5
Observe que, por estar estruturado em torno de um verbo
(pulou), esse enunciado é uma oração. O verbo, portanto, é o
termo básico de uma oração. Como tem uma estrutura comple-
ta e termina em um ponto-final, essa oração também poderia
ser chamada de período. Mas isso é uma conversa que tere- Aprenda
mos mais para frente… mais!
A oração básica em português poderia ser esquematizada
Cuidado: nem sempre
assim:
o esquema da oração
básica se completa. Às
VERBO vezes, não existe o lugar
A; noutras, é o lugar B que
não existe; noutras ainda,
Lugar A Lugar B só existe o verbo.
Lugar A Lugar B
189
189
• Pronomes
Vícios de classificação po- Eles merecem uma oportunidade na empresa.
dem ofuscar um dos grandes
• Numerais
papéis da análise de frases Dos quinze convidados, apenas dois chegaram no horário.
e orações: entender como
• Oração
a combinação de palavras
Os moradores que pagaram a taxa já estão liberados.
cria efeitos de sentido. Muita
gente se limita a identificar as
funções das palavras – se te-
Prática linguística
mos diante de nós um sujeito,
complemento nominal, objeto Astrologia: escrito nas estrelas
direto, etc. Mas a análise sin- Houve um tempo em que todo bom cientista sabia fazer um
mapa astral. Esta é uma exposição de como a astrologia foi
tática tem de descrever os decisiva para a origem da ciência moderna
tos sintáticos no processo de saber, estaria uma estatueta de marfim de mamute, com mais
de 30 mil anos de idade, encontrada na Alemanha. Segundo um
comunicação: como formas especialista em arqueoastronomia (os conhecimentos astronô-
micos dos povos antigos), essa estatueta, com forma humana
de articular as palavras ge- estilizada e cabeça de leão, seria uma das representações da
ram variações de significado. constelação de Órion. De qualquer forma, as constelações são
reconhecidas como tais há vários milhares de anos.
Exercitar a análise sintática
pode ajudar as pessoas a 190
190
190
191
Capítulo
5
Quase tão antiga quanto esse conhecimento é a percepção
de que o Sol traça um caminho (que hoje sabemos ser apenas Diálogo com
aparente, pois quem se move é a Terra) pelo céu ao longo do
ano, e que esse trajeto determina as estações, e que algumas o professor
estrelas, chamadas hoje de planetas, movimentam-se também
Anotações
191
alguns casos, no entanto, essa […] enquanto outras permanecem aparentemente para-
das ali o tempo todo […] (segundo parágrafo).
ordem é evitada. Isso ocorre
Considerando-se o contexto, a palavra grifada substitui qual ex-
quando o verbo pode ter ob- pressão?
jeto: *Come demais o meu ca- Na abóbada celeste.
chorro. É importante notar que, 5. (FCC) “Isso se tornou ainda mais importante com o avan-
em apenas um caso, a ordem ço da agricultura […]” (terceiro parágrafo). O pronome grifado
refere-se corretamente no texto à possibilidade de:
verbo-sujeito ocorre na pre- a) Juntar o conhecimento sobre as constelações.
sença de um objeto: em frases b) Ter certeza sobre os fenômenos cósmicos.
c) Prever mudanças relevantes no clima e na natureza.
imperativas em que o sujeito é d) Plantar e colher no tempo certo.
fortemente enfatizado: Chame e) Seguir os sinais do céu.
•• A ordem verbo-sujeito é
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comum com verbos intran-
sitivos.
Nesse caso, a inversão é feita b) Quando um sintagma ad- d) Em construções com o ver-
nas seguintes situações: verbial inicia o período: Aqui bo ser: Quem chamou o táxi?
a) Quando há intenção de des- estão os documentos; Naque- Foi ela?; É ela quem vai apre-
tacar o sujeito ou quando ele é le mês nasceu meu filho. sentar o trabalho.
muito longo: Nasceu a primei- c) Em sequências de verbo
ra ninhada da minha cadela; causativo + infinitivo: Fred fez
Existem algumas dúvidas a entrar o grupo todo (sujeito do
serem respondidas. infinitivo).
192
192
193
Capítulo
5
6. Considerando as informações apresentadas nesse artigo
de divulgação científica, assinale V, para as afirmações verda- Compartilhe
ideias
deiras, ou F, para as afirmações falsas.
193
193
rem nesse resultado como, por céu [...]” (terceiro parágrafo). O verbo flexionado no mesmo
tempo e modo que o do grifado acima está também grifado na
exemplo, a distância percorrida, o frase:
tempo embaixo d’água, a intensi- a) “[...] a percepção de que o Sol traça um caminho [...]”
dade da chuva e a área do corpo. b)
c)
“[...] os povos antigos passaram a contar [...]”
“[...] que os ajudava a prever [...]”
“Os elementos que determinam a d) “[...] era seguir os sinais do céu.”
e)
quantidade de água que uma pes-
“[...] que associavam as mudanças no céu [...]”
soa vai receber são a velocidade 10. (FCC) Conclui-se corretamente do texto que:
a) A curiosidade do homem antigo sobre o movimento dos as-
resultante da chuva e a superfície tros permitiu-lhe conhecer e até mesmo prever aspectos da
de contato. Mas o que importa é o natureza importantes para sua vida.
b) A ausência de técnicas de observação levou os homens a
ângulo que gotas fazem ao atingir imaginarem coisas absurdas e inteiramente equivocadas,
o corpo. Quanto maior o ângulo de em todos os tempos, sobre o movimento dos astros no céu.
c) A inexistência de documentos escritos por povos primitivos
inclinação na vertical, mais chuva dificulta os estudos sobre a astrologia, pois não há dados
confiáveis que levem à origem desse conhecimento.
o cara vai tomar. E isso aumenta à d) As dúvidas existentes ainda hoje a respeito dos conheci-
medida que a velocidade da pes- mentos sobre a abóbada celeste se justificam pela dificul-
dade de interpretação do significado de monumentos pré-
soa fica maior”, explica Cláudio -históricos.
194
194
195
Capítulo
5
11. Leia o trecho a seguir, transcrito do último parágrafo do texto:
Compartilhe
“[…] Cerca de mil anos antes de Cristo, os assírios e os ideias
babilônios já sabiam prever com precisão eclipses do
Sol e da Lua. E iam além disso. Nas tabuletas de argila
usadas como livros por esses povos do atual Iraque, ar-
queólogos encontraram predições que associavam as
mudanças no céu a calamidades na Terra […]”
É hora de produzir
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Andrey Pavlov | Shutte
Michael Pettigrew |
fato científico abordado.
2. Aedes aegypti: Um
bichinho perigoso!
ock
onandia | Shutterst
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ck
mipstudio | Shuttersto
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Anotações
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Capítulo
5
Gwoeii | Shutterstock
tterstock
Sofia Santos | Shu
5. A riqueza que vem do lixo.
quina perfeita!
Planejamento 6. Com vocês, a má
Avaliação
Para avaliar seu texto, sente-se ao lado de um colega. Cada
1.
um lerá o texto do outro procurando fazer sugestões que o tor-
nem mais claro e organizado. Assim que receber as sugestões
feitas pelo seu colega, avalie-as e, se necessário, reescreva
seu texto.
197
197
u N
g Vários “Brasis” dentro do Brasil
Se
Sugestão de
Abordagem Antes de
começar a ler
198
198
199
Capítulo
5
bitação, previdência social, migração, fe- cípios superior à natural, isto é, 54,2% das
cundidade, nupcialidade, saúde, nutrição, pessoas dessa região não haviam nasci-
etc.) para suprir as necessidades de infor- do no município de moradia. Nas demais
mação sobre o perfil do Brasil, consideran- regiões, os percentuais foram de 43,3%
do diversos aspectos. A pesquisa é feita no Norte, 31,8% no Nordeste, 41,3% no
em todas as regiões do País, incluindo as Sudeste e 44% no Sul. Quanto à taxa de
áreas rurais de Rondônia, do Acre, do Ama- analfabetismo, na faixa etária de 10 a 14
zonas, de Roraima, do Pará e do Amapá. anos, as regiões Sudeste, Sul e Centro-
Com base nos dados da Pnad 2008, po- -Oeste apresentavam um indicador infe-
demos citar alguns exemplos de desigual- rior a 1,5%; enquanto no Norte e Nordeste
dade entre as regiões do Brasil. Quanto ficava em 3,5% e 5,3%, respectivamente.
à estrutura etária, a Região Norte apre- Enfim, esses são apenas alguns dos inú-
sentou maior concentração de jovens, ao meros dados que mostram as diferenças
contrário das regiões Sul e Sudeste, onde regionais de nosso país.
se concentraram os mais velhos. Quanto à Apesar disso, temos de reconhecer
população, enquanto nas regiões Norte e que, pela primeira vez na história do Bra-
Nordeste as pessoas se declaravam pre- sil, começamos por reverter uma situação
dominantemente pardas e pretas, na Re- de desigualdades em vários campos, pro-
gião Sul, 78,7% das pessoas se classifica- longada por séculos, desde nossa forma-
ram como brancas; e a população parda ção colonial até o século XX, sem perder-
cresceu em todas as regiões, menos na mos, contudo, a consciência de que ainda
Centro-Oeste, que, além disso, apresen- temos um longo caminho a percorrer.
tou uma população não natural dos muni- LINHARES, Francisco. Geografia contextualizada – 7º ano.
Recife: Construir, 2010. pp. 171–172.
Member | Shutterstock
Dicionário
Exuberante – Que há em
abundância; viçoso.
Nupcialidade – Número de
casamentos realizados em
determinado período.
Etária – Relativa à idade.
A infraestrutura das cidades brasileiras ainda sofre bastante com o problema
de esgotos, mas apresentou uma ligeira melhora. Segundo dados da Pnad, em
2008 o Brasil tinha 30,2 milhões de domicílios ligados à rede de esgoto, uma
participação 1,4% maior que em 2007.
199
199
tros propósitos, vamos tratar do Sugestão de resposta: diversidade climática e de vegetação, por eles lecionadas. O
livro didático é conhecido,
objetivo de “ler para aprender” desigualdade social entre as regiões, migração entre regiões, também, como livro-texto,
ou livro de texto.
pode ter sido indicado por ou- 3. O que, segundo o texto, permite a existência de vários “Brasis”?
também pode ser fruto de uma Divulgar informações sobre o nosso país.
decisão pessoal, isto é, lemos 5. Para tornar seu texto mais acessível aos alunos, muitos autores de livros didáticos
para aprender um texto selecio- utilizam uma linguagem bastante simples e direta, por vezes próxima de uma conversa,
exatamente como ocorre nos artigos de divulgação científica. Isso fica bastante claro com
nado depois de ler para obter o uso da primeira pessoa, geralmente empregada no plural. Observe:
uma informação geral sobre vá-
No aspecto físico-natural, encontramos aqui diversos tipos de clima, relevo, solo
rios textos. e vegetação (segundo parágrafo).
De qualquer forma, quando por a) Em que modo, tempo e pessoa está empregado o verbo desse período?
decisão pessoal ou para acatar Modo indicativo, presente, primeira pessoa do plural (nós).
200
200
201
Capítulo
5
b) Quando o autor se inclui no texto, por meio do uso da primeira pessoa, dizemos que o
texto é pessoal. Ao contrário, se ele não se inclui, o texto é impessoal. Transcreva o trecho BNCC – Habilidades gerais
citado tornando-o impessoal.
Sugestão: No aspecto físico-natural, encontram-se aqui diversos tipos de clima, relevo, solo EF69LP29 EF69LP32
e vegetação. EF69LP30 EF69LP43
c) Que outra palavra nesse período, além do verbo, é usada de forma pessoal? EF69LP31
O advérbio aqui.
201
1. Artigo de divulgação
cadores de doenças, também são mundialmente consumidos
na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e
científica. o champignon. Pioneiros entre as formas de vida na Terra, são
tão diversos entre si e diferentes de todos os outros seres do
2. A importância dos fun- Planeta que, depois de muita controvérsia sobre sua classifica-
ção, acabaram considerados um reino à parte na natureza. Os
gos no controle de quali- fungos começam a ser cobiçados para ajudar empresas bra-
EF69LP55
Africa Studio | Shutterstock
EF69LP56
Anotações
202
202
203
Capítulo
5
1. Em que gênero textual poderíamos enquadrar esse texto?
2. Qual é o tema desse texto? Dicionário
3. Qual é o sujeito do verbo mofar no primeiro período do texto?
4. Por que o verbo tornar-se está flexionado no plural (torna- O núcleo é a palavra mais Leitura
importante do sujeito e do
ram-se) no último período do texto? Complementar
predicado. Essa importân-
5. Indique o sujeito do verbo ser no segundo período do texto. cia se deve ao fato de o nú-
cleo concentrar o significa-
do básico desses termos.
No primeiro período desse texto, o pronome eles funciona sin-
taticamente como sujeito do verbo mofar. Como esse sujeito apre-
A elipse ou omissão de
senta apenas um núcleo, é classificado como sujeito simples: qualquer constituinte da
Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes [...] frase é um fato gramatical
relacionado ao princípio ge-
ral da economia linguística,
Sujeito simples – apresenta apenas um núcleo.
segundo o qual cada uni-
Já no último período, observe que o sujeito do verbo tornar- dade de informação requer
-se é formado de dois núcleos: bolores/mofos. Logo, temos
um sujeito composto: apenas uma unidade de
expressão, e a informação
Dicionário
previsível sequer necessita
Os bolores e mofos tornaram-se mais um instrumento dos
cientistas.
Sujeito composto – apresenta mais de um núcleo. Observe que o sujeito de algum material linguís-
desinencial existe; ele
apenas foi ocultado por tico que a expresse. No
Agora observe:
enunciado “Houve ano em
uma questão de economia
linguística. Como a
ocultação dos termos
“Ao mesmo tempo fonte de remédios e da oração é chamada
de elipse, o sujeito
que estranhei tanto roxo
provocadores de doenças, também são
mundialmente consumidos na forma de
desinencial pode ser
identificado também como e o pai logo me rebateu,
pratos nobres [...]” sujeito elíptico, ou oculto.
Observe: deixando-me perplexo”, a
Para identificar o sujeito do verbo ser nesse período, tivemos Eu preciso descansar. forma verbal estranhei in-
de buscá-lo no período anterior: o pronome eles. Como essa
identificação foi possível? Analisando-se a flexão do verbo, isto Sujeito simples dica, pela desinência, que
é, sua desinência. Por essa razão, esse verbo apresenta o que seu sujeito é eu, a pessoa
chamamos de sujeito desinencial.
que fala. Por outro lado, em
[ ] Vou pedir minhas férias!
Elipse do pronome eu –
sujeito oculto
“Cansado eu dormia logo,
embalado pela estranheza
203
de que, nos próximos dias e
noites, ficaria ao lado dele
ajudando-o nos balões”,
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203
Prática linguística
Texto 1
Anotações
204
204
205
Capítulo
5
1. O que é exploração sustentável?
Compartilhe
É não retirar do ambiente mais do que ele pode repor natural- ideias
mente.
205
205
206
206
206
207
Capítulo
5
8. “[...] ou seja, um corte selecionado e controlado” (última fra-
se). Considerando o contexto, a frase reproduzida acima con-
tém uma noção de:
a) Causa.
b) Condição.
c) Concessão.
d) Explicação.
e) Finalidade.
Texto 2
A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi adota-
da em 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (com
abstenção dos seis países do antigo bloco soviético, da Arábia
Saudita e da África do Sul). Nela consta que todos os seres
humanos nascem livres e iguais em direitos e dignidade e que
as liberdades e os direitos especificados na declaração devem
ser garantidos a todos, sem discriminação de raça, cor, sexo,
língua, opinião política e religião. Os direitos enumerados in-
cluem os direitos civis (tais como liberdade de expressão, de
consciência, de movimento, de se reunir e associar pacifica-
mente) e os direitos econômicos e sociais (direito ao trabalho,
a um padrão de vida adequado, à educação e à participação
na vida cultural). O exercício dos direitos e das liberdades indi-
viduais só é limitado pelo respeito aos direitos e às liberdades
de outrem.
Direitos do Homem. Nova Enciclopédia Ilustrada Folha. São Paulo:
Folha da Manhã, 1996.
207
207
qual se declara alguma coisa ou 13. Após a leitura do texto e com base em seus conhecimentos,
identifique o trecho em que o sujeito da oração é composto.
o que está em ralação de con- a) “A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi adotada
em 1948 […]”
cordância com o verbo, o sujeito b) “Todos os seres nascem livres.”
deve ser estabelecido a partir do c) “O exercício dos direitos e das liberdades só é limitado pelo
208
208
209
Capítulo
5
14. “Os seres humanos nascem livres e iguais em direitos e dig-
nidade [...]” A afirmativa acima é reforçada no seguinte trecho
do texto:
Sugestão de
a) “A Declaração Universal dos Direitos do Homem foi adotada Abordagem
em 1948 [...]”.
b) “[...] (com abstenção dos seis países do antigo bloco soviéti-
co, da Arábia Saudita e da África do Sul)”. Seria interessante que os
c) “[...] (direito ao trabalho, a um padrão de vida adequado, à
educação e à participação na vida cultural)”. alunos pesquisassem em
d) “O exercício dos direitos e das liberdades individuais só é li-
mitado pelo respeito aos direitos e às liberdades de outrem”.
outros livros didáticos e em
e) “[...] sem discriminação de raça, cor, sexo, língua, opinião gramáticas a forma como o
sujeito é ensinado. Além de
política e religião”.
EF67LP20 EF67LP33
EF67LP21 EF07LP10
209
Anotações
209
Planejamento
1. Para produzir seu artigo, revise bem a noção de sujeito
abordada neste capítulo. Se julgar necessário, estenda a
sua pesquisa a outros livros.
2. Como foi dito na proposta, seu texto deverá ter como ponto
de partida a tirinha.
3. Explique por que a definição de sujeito apresentada no primei-
ro quadrinho é problemática.
4. Procure ilustrar seu texto com exemplos.
5. Elabore um título adequado.
6. Enriqueça sua reportagem com gráficos, tabelas, imagens,
boxes explicativos, etc.
Avaliação
1. Para avaliar seu artigo, releia-o, observando os seguintes
pontos:
210
210
210
211
Capítulo
5
A escrita em foco
Sugestão de
Abordagem
Uso dos porquês
Aprenda
A nossa língua oferece quatro possibilidades de construção
Podemos introduzir o estudo dos
mais!
do famoso porquê, cada uma por motivos diferentes. Por essa
porquês a partir da letra Oito
razão, é muito comum se confundir. Conheça agora as regras Para evitar confusão
no uso dos porquês e
que determinam o uso de cada forma:
anos, de Adriana Partimpim (Cal-
agilizar a escrita, é muito
comum o emprego da
• Por que – É utilizado com o sentido de por qual razão ou por sua abreviação (pq) em
qual motivo. Essa forma pode ser empregada também em aplicativos de mensagens canhoto).
substituição a pela qual, pelo qual, pelas quais e pelos quais. instantâneas. Apesar
Durante a leitura/audição da
disso, é importante avaliar
o contexto em que ocorre
Não sei por que aceitei aquele convite.
música, seria interessante pe-
a troca de mensagens
(por qual razão) a fim de identificar o
nível de formalidade
Por que ela não aceitou o presente? (por qual razão)
As alegrias por que passei são minhas melhores lem-
mais adequado para o
uso da língua. Assim,
dir aos alunos explicações para
branças. (pelas quais) em mensagens trocadas
com amigos, por
os questionamentos feitos pela
A rua por que passei ontem estava deserta. (pela qual) exemplo, as abreviações
são adequadas; mas,
criança, o que possibilitaria a re-
• Por quê – É utilizado da mesma forma que por que (no sen- em situações formais
em que se tratam
lação com o gênero estudado no
tido de por qual razão), sendo diferenciado apenas pelo
acento circunflexo. É empregado no final das frases ou antes
temas profissionais, as
abreviaturas e erros de capítulo. Neste trabalho, explore
a relação com o gênero estuda-
de pausas, em geral indicadas por vírgulas: digitação ou gramaticais
normalmente não são bem
respostas).
a abreviação não ocorre
somente no português.
Ela não veio porque estava trabalhando. Nos países de língua
O jogador foi expulso porque agrediu o adversário. hispânica, por exemplo,
o nosso pq torna-se xq,
pois em espanhol o sinal
• Porquê – É utilizado como um substantivo, indicando a cau- de multiplicação (x) é lido
sa, a razão, o motivo. Nesse caso, deve ser precedido de um como por, como em dos
determinante (artigo, adjetivo, pronome ou numeral). por dos (2 x 2) ou xq te
vas ahora?
211
Anotações
211
212
Tome nota
A escrita em questão
1 Por que
2 Por quê
3 Porque
4 Porquê
212
212
212
213
Capítulo
5
3. Leia as frases a seguir:
I. Afinal, chegou o momento porque tanto esperei.
II. Não sei o porquê de seu entusiasmo.
III. Você está feliz assim, por quê?
IV. Sou feliz porque me ouves.
V. Então por quê não falas claramente?
Estão certas:
a) II, III, IV.
b) I, II e III.
c) I, III e IV.
d) I, II e V.
e) II, IV, V.
Estão certas:
a) I, II, III e V.
b) I, III, IV e V.
c) I, II, IV e V.
d) III, IV e V.
e) Todas.
213
213
Antes da
Revolução
Industrial,
o lixo era
majoritariamente
composto de
resíduos agrícolas
e animais. Após
a Revolução e
com o aumento
populacional,
tornou-se algo
complexo e
extremamente
preocupante.
A partir de 1980, a ideia de lixo como material desprezível e sem possibilidade de ser
reaproveitado sofreu uma notável mudança, pois a humanidade se deu conta de que as
fontes de petróleo e de matérias-primas não renováveis estavam se esgotando e, com elas,
o espaço para receber tanto resíduo.
A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) principiou a distinção entre
resíduos e rejeitos, reconhecendo o resíduo sólido “como um bem econômico e de valor
social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania”. Já os rejeitos são definidos
como os “resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de trata-
mento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e tecnicamente viáveis, não
apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada”
(artigo 3º, inciso XV).
O lixo é um fenômeno exclusivamente humano, não existe na natureza, pois tudo no am-
biente acresce elementos de renovação e reconstrução dele. Na realidade, na natureza não
214
214
214
215
Capítulo
5
existe nada que não se transforme e não possa ser reutilizado.
É o Princípio da Conservação da Massa, citado por Antoine-
-Laurent Lavoisier, por volta de 1777, em sua célebre frase: “Na
natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Des-
sa maneira, podemos aprender com a natureza a tratar nossos
resíduos de forma mais adequada. Seguir seu exemplo é mos-
trar respeito com o nosso hábitat e com as futuras gerações.
O acúmulo de lixo em local inadequado não traz apenas
um aspecto visual negativo, comprometendo a paisagem na-
tural; traz também diversos problemas, como a formação de
chorume, líquido proveniente do processo de decomposição
de matéria orgânica que, além de produzir um odor desagra-
dável, é absorvido pelo solo, causando a poluição das águas
subterrâneas. Outro grande problema relacionado ao lixo con-
siste no acúmulo de resíduos no fundo dos rios, ou seja, o as-
soreamento não natural, diminuindo a capacidade de volume Lavoisier é considerado o pai da
química moderna e reconhecido
de água desses rios, o que resulta em enchentes e possíveis por ter enunciado o Princípio da
Conservação da Massa.
deslizamentos de encostas.
CARVALHO, Patrícia. A riqueza que vem do lixo. Recife: Prazer de Ler, 2018.
pp. 6-7. (Adaptado).
a) O texto O que é lixo? faz parte do livro paradidático A riqueza que vem do lixo. Conside-
rando o processo de formação das palavras acima, explique o que é um livro paradidático.
É um livro relacionado ou complementar ao didático. Segundo o Dicionário Houaiss, diz-se
do que, não sendo exatamente didático, é empregado com esse objetivo.
b) Com base no texto lido e no título do livro, escreva em uma frase qual é, para você, o
objetivo do paradidático A riqueza que vem do lixo.
Espera-se que o aluno perceba que o objetivo do livro é levar o leitor a entender o que é o
lixo e que este pode ter utilidade, inclusive como fonte de renda.
c) Qual é o público-alvo do livro paradidático?
Crianças e adolescentes que estão nas escolas.
215
215
Sugestão de 44%
Economias de alta
Abordagem renda (OCDE*) 21%
Ásia Oriental
e Pacífico
com o texto, ampliando o 5% África do Norte (*) Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
5%
Econômico. Reúne os 29 países mais desenvolvidos, excluídas
África Sul da
de forma clara e objetiva. ... e produzem resíduos bem diferentes daqueles produzidos nos países mais pobres.
Outros
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216
216
217
Capítulo
5
4. Debata com os seus colegas e o professor: por que os países mais ricos respondem
por quase metade do lixo produzido no mundo e geram resíduos bem diferentes daqueles
produzidos nos países mais pobres? BNCC – Habilidades gerais
5. Copie o esquema a seguir no seu caderno e procure responder às perguntas feitas a
partir da comparação entre o texto O que é lixo? e o infográfico.
EF69LP05 EF69LP33
EF69LP13 EF69LP34
Texto expositivo
O que é lixo? Qual é o tema? Qual é o objetivo? Que recursos verbais e não verbais utilizou?
EF69LP16 EF69LP35
EF69LP29 EF69LP43
Texto expositivo EF69LP30
Infográfico Qual é o tema? Qual é o objetivo? Que recursos verbais e não verbais utilizou?
217
217
Objetivos Pedagógicos Ca
p í tu 6 Palavras
as
ar
ot
ot
IF
lo
k
toc
rs
te
ut
Sh
Ao final deste capítulo, o aluno
deve ser capaz de:
carregadas de
•• Demonstrar conhecimento bá- significado
sico sobre os gêneros e suas
funções sociais: o que é um
poemae uma letra de música?
Para quem são escritos? Por 1. Promova com os seus colegas um recital
quê? Para quê? Como se es-
Conhecimentos prévios
poético em sala de aula.
truturam?
2. Entre as poesias recitadas, qual delas
chamou mais a sua atenção? Por quê?
3. Como você definiria o que é a poesia?
•• Expressar-se sobre os temas 4. Para você, em que medida letras de mú-
abordados. sica e poemas se parecem?
218
218
219
Leitura
Complementar
Leitura Complementar
Interessante o ponto de vista do não sabe que o verbo escutar / Nascimentos — / O verbo tem
poeta Manoel de Barros a respei- não funciona para cor, mas para que pegar delírio.”
to do que é a poesia: “é a infân- som. / Então se a criança muda a BARROS, Manoel de (2000). Livro das
cia da língua”. função de um verbo, ele / Delira ignorãças. Rio de Janeiro: Record.
219
220
220
221
Capítulo
6
Para discutir
1. Podemos romper com o preconceito de várias formas. Con-
Diálogo com
forme o texto, como é possível acabar com ele?
Dicionário o professor
2. Preconceito é uma forma de violência? Justifique.
3. O eu lírico da letra se comunica com quem? Singular – Único,
4. Aponte algumas características presentes no gênero letra de individual, exclusivo.
Manifestar – Dar a
O filme Billy Elliot retrata
a vida de um garoto de 11
música.
conhecer, expressar.
5. Nesse texto, há o predomínio de qual tipo textual: descrição,
narração, exposição, injunção, argumentação ou relato? anos que vive em uma pe-
quena cidade mineradora
da Inglaterra. Mesmo obri-
shutterstock I Franzi
221
Nos poemas, os versos podem ser caracterizados pela sua musicalidade, conseguida pela
A linguagem politicamente cor- recorrência da posição de sílabas fortes e fracas, alternadas, no verso (metrificação, versi-
ficação). Já nas letras de música, há mais flexibilidade formal, pois o mais importante é a
reta é a expressão do apareci- musicalidade e o ritmo.
mento na cena pública de iden- As estrofes variam de acordo com o número de versos e podem ser:
discriminatórias. 2. Leia:
eufemismos para designar certos ção social. Isso ocorre porque as como a conotação negativa é uma
grupos sociais revela a existên- condições de produção de dis- questão de grau, não é irrelevan-
cia de preconceitos arraigados cursos sobre a mulher, o negro, o te deixar de usar os termos mais
na vida social... Em segundo lu- homossexual etc. são aquelas de fortemente identificados com ati-
gar, os defensores da linguagem existência de fortes preconceitos tudes racistas, machistas etc.
politicamente correta acreditam em nossa formação social. Isso Há, porém, duas posições de
que existam termos neutros ou significa que não basta mudar a defensores da linguagem politi-
objetivos, o que absolutamente linguagem para que a discrimi- camente correta que contrariam
não é verdade. Todas as palavras nação deixe de existir. Entretanto, a natureza do funcionamento da
são assinaladas por uma aprecia-
222
222
223
Capítulo
6
b) Com o verso “Tá na hora de ir em frente”, o que o eu lírico
quis dizer?
O eu lírico quis dizer que está na hora de vencermos os pre-
Aprenda Sugestão de
conceitos. mais!
Letra de música e poema:
Abordagem
3. Na primeira estrofe da letra de música, qual é o sujeito da uma parceria para ficar
b) Seu jeito.
a importância da
musicalidade se dava Poema, composta por Fre-
c) Os olhos.
jat e Cazuza e interpretada
principalmente em razão
d) Orientais. da necessidade de
link https://www.youtube.com/
e literatura estivessem
aliadas na difícil tarefa de
Os direitos humanos são os direitos essenciais a todos
watch?v=5VwnB6z6W1g.
contornar a precariedade
os seres humanos, sem que haja discriminação por raça, dos registros.
a) I e III apenas.
podemos observar
resquícios dessas
b) I apenas. tradições na atuação dos
c) I, II e III. repentistas, músicos
d) II e III apenas.
populares que, muitas
vezes sem instrução
5. A musicalidade é uma das principais características das
formal, conseguem tecer
improvisos poéticos sobre
letras de música e dos poemas em geral. Ela põe em evidência variados temas utilizando
o caráter oral desses gêneros. Daí o fato de muitos poemas estratégias musicais
semelhantes às dos
serem musicados. trovadores medievais.
linguagem e que, portanto, são denotam racismo. Por exemplo, cômicos, para fazer uma designa-
irrelevantes para a causa que dizer que há racismo na expres- ção que é vista como preconcei-
defendem. A primeira é a crença são “nuvens negras no horizonte tuosa: por exemplo, dizer “pessoa
de que a palavra isolada carrega do país” é um equívoco, porque verticalmente prejudicada” em lu-
sentido e apreciação social. Na o sentido conotativo de “situação gar de anão. Isso gera descrédito
verdade, um termo funciona num preocupante”, que aparece no para os que pretendem relações
discurso e não isoladamente. Por discurso político ou econômico, mais civilizadas entre as pessoas.
isso, nem todos os usos do vo- está relacionado à meteorologia, (José Luiz Fiorin. A linguagem politica-
cábulo negro com valor negativo nada tendo a ver com raças ou mente correta. In Linguasagem - UFSCar)
223
224
224
225
Capítulo
6
Sugestão de
Análise linguística
Abordagem
Sujeito indeterminado Para as questões da seção Aná-
Leia a tirinha:
COXINHA/Eudson e Lécio lise linguística, propomos estas
respostas:
1. Esta é uma boa oportunidade
para discutir com os alunos
noções importantes para o
ensino de língua, como a va-
1. No primeiro quadrinho, a professora condena a forma de riação de registro e a dicoto-
falar do aluno. Discuta com os seus colegas e o professor mia certo x errado que pauta
a gramática normativa, cujos
esse posicionamento. Ela está certa?
2. No último quadrinho, a professora afirma que não tem pre-
conceito. Isso é verdade?
3. Nesse contexto, é possível determinar qual é o sujeito da
preceitos não correspondem,
forma verbal podem? necessariamente, às normas
Muitas vezes, proferimos enunciados em que o sujeito não de uso empregadas nas inú-
pode ser determinado, como em Porque podem vê-lo com pre-
conceito. meras variantes que com-
A indeterminação do sujeito pode acontecer por várias ra- põem o português brasileiro.
zões. Uma delas, a que ocorre na tirinha, se deve ao fato de
a professora não querer identificar as pessoas que olhariam a
fala do menino de maneira preconceituosa, inclusive ela.
2. Não. Ela tem preconceito con-
Outra razão, certamente a mais comum, ocorre quando não tra o modo de falar do aluno,
sua classe social e as línguas
sabemos realmente quem é o ser a quem o sujeito da oração
se refere, ou seja, o ser de quem se fala é desconhecido. Por
exemplo: indígenas.
Bateram na porta ontem de madrugada.
3. Como não é possível determi-
Chamaram você na secretaria da escola.
Roubaram o meu carro! nar o sujeito da forma verbal
podem, temos aqui um caso
de sujeito indeterminado.
225
EF69LP05 EF69LP56
Anotações EF69LP55
EF07LP06
EF07LP07
225
Pode ser romântica, engraça- verbo, essas expressões funcionam como sujeito determina-
do simples em frases como:
da, de amizade... Você manda!
Muitas pessoas parcelam as compras no Natal.
Todo mundo sabe que ele vai jogar no Flamengo.
2. Soltando as palavras Muita gente desconfia de que o inverno será rigoroso.
Alguém sabe onde deixei minha chave?
Pegue um papel e vá anotan- Aprenda
mais! Algum aluno conseguiu boa nota?
do várias palavras que tenham A indeterminação do
Miaram no telhado. zemos que o verbo ser é pessoal, pois apresenta sujeito. Veja
Relincharam no estábulo. outro exemplo:
3. A primeira frase Trabalhamos juntos desde 2005.
226
226
227
Capítulo
6
Agora, analisando a desinência verbal, identificamos que,
nessa oração, temos um sujeito desinencial (nós), com traços
de primeira pessoa do plural.
[Nós] Trabalhamos juntos desde 2005.
Sujeito desinencial
Aprenda
Assim, por apresentar sujeito, o verbo trabalhar também é mais!
pessoal.
Por outro lado, existem verbos que, empregados literalmen- Em frases imperativas,
227
227
Prática linguística
Leitura
Complementar Texto 1
Formas do nu
O truque para deixar mais legal O homem é o animal Para evitar a terra,
uma poesia é procurar palavras mais vestido e calçado. calça nos pés sapatos,
Primeiro, a pano e feltro, nos sapatos, tapetes,
de tipos diferentes para rimar. se isola do ar abraço. e, nos tapetes, soalhos.
ótimo. […] Além disso, inventar Formas do nu. In: A educação pela pedra, de João Cabral de Melo Neto. Rio de Janeiro: Alfaguara.
© by herdeiros de João Cabral de Melo Neto.
228
228
229
Capítulo
6
b) Qual é o sujeito do verbo destacado?
gunda? Faça o seguinte: sua
poesia não “encaixou” direito?
O homem.
229
230
Releia a estrofe:
Texto 2
Memória
Há pouco tempo atrás, Uma farmácia,
aqui havia uma padaria. uma quitanda.
Pronto — não há mais. Pronto — não há mais.
10. (Colégio Militar – Adaptada) Acerca do texto Memória, é correto afirmar que:
a) O eu lírico se mostra muito preocupado com a destruição da cidade, dos estabelecimen-
tos comerciais, das casas, da natureza, mas tem o consolo de que tudo isso poderá ser
reconstruído um dia.
b) O eu lírico tem consciência de que toda a destruição da cidade se faz necessária para o
progresso.
c) Apesar de a mensagem estar impregnada de melancolia com a destruição de tudo, per-
cebe-se, na última estrofe, que o otimismo se presentifica, transmitindo a ideia de que há
uma solução para tudo o que foi destruído.
d) A principal preocupação do eu lírico não é com a destruição arquitetônica da cidade, pois
ele tem consciência de que essa arquitetura será reconstruída um dia.
e) O título do poema relaciona-se com as lembranças do eu lírico e demonstra que ele re-
lembra hoje a destruição ocorrida durante a infância dele.
230
230
230
231
Capítulo
6
11. (Colégio Militar) Com base na leitura e análise do texto Memória, assinale a única opção
lavras com estruturas totalmen-
correta.
a) Se substituirmos o verbo haver (terceiro verso da primeira estrofe) pelo verbo existir, te diferentes. Aí o nome é rima
teremos, de acordo com a norma culta, “Pronto — não existe mais”. preciosa (vê-lo com cabelo, por
b) No primeiro verso da segunda estrofe, identificamos um verbo pessoal.
c) Comparando a primeira e a terceira estrofes, conclui-se que a padaria é bem mais im- exemplo).
portante que a farmácia e a quitanda, pois, na terceira estrofe, os estabelecimentos são
enumerados sem qualquer referência de tempo e lugar. 7. Desenhando com palavras
d) No segundo verso da primeira estrofe, o sujeito do verbo haver é uma padaria.
e) Não há nenhuma diferença de significado no emprego do verbo haver nos versos “Há Veja só isso:
pouco tempo atrás” (primeiro verso da segunda estrofe) e “Pronto — não há mais” (ter-
ceiro verso da terceira estrofe).
12. (Colégio Militar) O poema de Roseana Murray mostra como o crescimento rápido das
cidades vem destruindo os recantos outrora cercados de paz e quietude nos quais as pes-
soas, em especial as crianças, viviam despreocupadamente. O verso em que o eu lírico
expressa a quebra dessa sensação de paz e quietude é:
a) “Há pouco tempo atrás.”
b) “Pronto — não há mais.”
c) “Aqui havia uma casa.”
d) “A cidade destrói, constrói.”
e) “Reconstrói.” As palavras podem formar
desenhos que tenham a ver
13. (Colégio Militar) Sob o ponto de vista do eu lírico, o poema deixa claro que o homem:
a) Aos poucos, vai mudando a estrutura física do lugar onde vive. com o sentido! Não é legal? O
b) Lentamente, vai modificando o meio ambiente em que vive.
c) Ao destruir a flora e a fauna, tem consciência de que nunca mais serão recuperadas.
nome para isso é poesia con-
d) Nas ações de destruir, construir e reconstruir, não se preocupa com a natureza. creta. Concreto é algo que
e) É o principal agente da mudança na vida urbana e nunca mais reconstruirá os prédios
que outrora destruiu. existe mesmo. Você também
pode tentar criar suas poesias
14. (Colégio Militar) Na segunda estrofe, a casa aparece associada à ideia de:
a) Bagunça, pois havia muitas crianças nos corredores. concretas. É divertido!
b) Barulho, pois havia muita gente cantando.
c) Felicidade, pois nela havia encanto. 8. Outras figuras
d) Riqueza, pois era muito grande, cheia de corredores.
e) Desilusão, pois o encanto da casa acabou quando a infância se foi. E tem mais! Em qualquer poe-
sia, também dá para usar figu-
ras sem desenhar nada. Como
assim? São figuras para imagi-
231
nar. Por exemplo:
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap6.indd 231 29/03/18 07:19 Um mar azul e calmo em minha
alma.
Leitura
Complementar Pode ser o mesmo que Estou
em paz, me sinto bem. Perce-
beu? Existe uma matéria, em
6. Treinando os ouvidos
feita com palavras do mesmo Português, que se chama figu-
Comece a prestar mais aten- tipo (mesma classe gramatical) ras de linguagem. Tem uma
ção às letras de músicas que chama-se rima pobre? Já ou- porção de tipos e com elas po-
ouve. Veja porque algumas ri- tra, feita com palavras de tipos demos brincar com os sons das
mas parecem melhores que ou- diferentes, chama-se rima rica. letras, com a gramática, com os
tras. Você sabia que uma rima Melhor ainda se você rimar pa- sentidos das palavras...
231
O carteiro e
as consequências da
urbanização desenfreada Drummond de Andrade.
o poeta é um
no modo de vida das
pessoas inseridas nas
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da
belíssimo fil-
rotinas caóticas das “selvas
de pedra”. tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
me que conta
No poema A flor e
a náusea, de Carlos Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas
a história da
Drummond de Andrade, em pânico.
o contraste entre as
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e
amizade entre
frustrações humanas e
a vertigem dos grandes o ódio.
o poeta chile-
centros urbanos
comparando-as a outra.
a preocupação de situar
o castelo no centro
— Dê-me um exemplo.
Continua...
232
— Bem, quando tu dizes que o
céu está a chorar, o que é que LPemC_2018_BNCC_7A_Cap6.indd 232 29/03/18 07:19
queres dizer?
— Que fácil! Que está a cho-
coisas. Segundo a tua teo- Anotações
ver, pois.
ria, uma coisa pequena que
— Bem, isso é metáfora.
voa não devia ter o nome tão
— E por que sendo tão fácil se
complicado como maripo-
chama uma coisa tão compli-
sa. Pensa que elefante tem
cada?
o mesmo número de letras, é
— Porque os nomes não têm
muito maior e não voa.
nada a ver com a simplici-
dade ou complicação das
232
232
233
Continuação
Capítulo
6
b) Ao realizar a mudança imagética do tédio da cidade para pai-
de São Paulo, com a
sagens naturais, nos versos “Do lado das montanhas, nuvens intenção de aproximar as
maciças avolumam-se./ Pequenos pontos brancos movem-se temáticas abordadas no
no mar, galinhas em pânico”, quais as possíveis intenções do programa da realidade Sugestão de
de seus telespectadores,
autor? construindo relações entre
o mundo fantasioso do
Abordagem
O recurso pode ser entendido como uma fuga da realidade pro-
jovem Nino e a realidade
vocada pelo contato momentâneo com a flor, que apesar de urbana de Pedro, Biba e
Zequinha.
Na questão 16, item a, ob-
“feia” soa suficientemente frágil para comover a voz lírica do
servamos que, no poema
Dentre as variadas histórias
entrelaçadas na trama do
poema, causando então esse deslocamento lírico espacial. castelo, uma das principais
girava em torno das
tentativas do especulador
de Cabral, a descrença
17. Quais tipos de rima podem ser notados no trecho do poema
de Drummond e no texto de Cabral (Formas do nu)?
imobiliário Dr. Abobrinha em
convencer o Dr. Victor, o
diante da urbanização as-
Em Formas do nu, presenciamos a ocorrência das rimas toan-
dono do castelo, a permitir
a demolição do imóvel, sume uma abordagem
mais generalizada, a fim de
com a intenção de construir
tes, como em “calçado” e “abraço”; “trajado” e “espaço”, etc. um prédio de cem andares
233
Diálogo com
o professor
19. De acordo com o contexto da tira, Preá se considerou um sujeito inexistente porque:
a) Ele se considera um aluno ruim.
b) Discordou da professora.
c) Não entendeu o que a professora ensinou.
d) Acredita que a professora ensina errado.
e) Não gosta de estudar português.
20. Considerando as frases que a professora Norma escreveu no quadro, podemos imagi-
nar que ela:
a) Vê os alunos de forma positiva.
b) Acredita que seus alunos são importantes.
c) Ensina o conteúdo com paciência.
Sugerimos o filme Socie- d) Acha que seus alunos já sabem o conteúdo.
e) Vê todos os alunos da mesma maneira.
dade dos poetas mortos,
belíssima obra que mostra
um incomum professor de
literatura mudando as vidas
dos alunos de uma esco- É hora de produzir
la tradicionalista. Para ele
“não lemos e escrevemos Antes de começar a escrever
poesia porque é bonitinho. Na linguagem poética, a seleção cuidadosa e a posição das palavras no verso com
Lemos e escrevemos poe- a intenção de se transmitir uma ideia contribuem bastante para a beleza do poema. Por
essa razão, diz-se que a poesia está em tudo, em todos os lugares, basta, apenas, saber
sia porque somos membros percebê-la e transformá-la em linguagem.
administração e engenharia
BNCC – Habilidades gerais
são objetivos nobres e ne-
cessários para manter-se EF69LP46 EF69LP51 Anotações
vivo. Mas poesia, beleza, EF69LP48 EF69LP53
romance, amor, é para isso
que vivemos”. BNCC – Habilidades específicas
EF67LP28 EF67LP33
EF67LP31 EF07LP10
EF67LP32
234
234
235
Capítulo
6
Proposta
O poema que você produzirá agora terá como assunto a
infância, um tema muito recorrente na poesia. Durante a pro- Aprenda
dução, você poderá fazer comparações entre como era sua mais!
vida quando criança e como ela é hoje. Você poderá também
Criança não trabalha
escrever um poema baseando-se num fato que marcou sua
memória. Fique à vontade para soltar sua imaginação e criar. Na letra de música Criança
não trabalha, Sandra
Os poemas produzidos deverão ser apresentados em um sarau Peres e Paulo Tatit (que
organizado pela turma. compõem o Palavra
Cantada), em parceria
Planejamento com o músico e poeta
Arnaldo Antunes, resgatam
diversos brinquedos e
Para produzir seu texto, siga o planejamento:
brincadeiras da infância
1. Defina o tema do seu poema e, em seguida, anote todas as de várias faixas etárias
e condições sociais. A
ideias, os pensamentos, que vierem à sua mente a respeito intenção é não somente
dele. Algumas dessas ideias, se trabalhadas em linguagem defender o direito à
poética, poderão ser aproveitadas. infância para todas as
crianças, mas também
2. Utilize versos livres para expor suas ideias e escolha se denunciar a desumanidade
dividirá ou não os versos em estrofes. do trabalho infantil.
Há brincadeiras citadas
3. Observe o ritmo, a sonoridade. na música que trazem
4. Dê um título ao seu poema.
boas memórias para
você? Que tal rememorar
passatempos e programas
235
235
u N Texto 1
g
Sugestão de Se Sinal fechado
— Olá! Como vai?
Abordagem — Eu vou indo. E você, tudo bem?
— Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no
A persistência da memória, de
futuro… E você?
— Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo…
Salvador Dalí, e o Princípio da Antes de
começar a ler
Quem sabe?
— Quanto tempo!
Teoria da Relatividade, de Eins- Agora, você vai ler dois
— Pois é, quanto tempo!
tein, podem ser um bom começo textos muito interessantes: — Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios!
a letra Sinal fechado, — Qual, não tem de quê! Eu também só ando a cem!
para debater o tema abordado uma canção do excelente
músico, poeta e compositor
— Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por aí!
delável”?
BNCC – Habilidades gerais
•• O homem da grande cidade Anotações
tem uma sensação de passa- EF69LP44 EF69LP53
gem do tempo diferente do ho- EF69LP48 EF69LP54
mem do campo? EF69LP49
236
236
237
Capítulo
6
Texto 2
Sugestão de Abordagem
Não tenho pressa
Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o Sol e a Lua: estão certos. Podemos enriquecer as aulas
apresentando outros tipos de
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas
ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não tenho pressa. poemas, como os de cunho mais
popular. A literatura de cordel usa
Se estendo o braço, chego exatamente onde o meu braço chega —
nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não onde penso.
Só me posso sentar onde estou.
uma linguagem despreocupada
E isso faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras, com o português-padrão, valori-
zando o regionalismo e a oralida-
mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
e somos vadios do nosso corpo.
PESSOA, Fernando. Poesia completa de Alberto Caeiro.
São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 143.
de para fazer arte de um modo
peculiar e especial. Com temas
sobre amor, desventuras pelo
sertão, humor e ficção, a literatu-
ra de cordel começa a ganhar o
mundo.
Para auxiliar o seu trabalho com
cordéis, sugerimos o site da Aca-
demia Brasileira de Cordel, onde
você encontrará materiais muito
interessantes:
•• http://www.ablc.com.br/
Além disso, você pode apresen-
tar aos alunos animações de cor-
déis disponíveis no YouTube. Se-
237 guem algumas sugestões:
•• ht tps:// w w w.youtube.com/
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap6.indd 237 29/03/18 07:19
watch?v=2p7gMAPwcaU
•• ht tps:// w w w.youtube.com/
Anotações watch?v=Y3nUM08IR3g
•• ht tps:// w w w.youtube.com/
watch?v=PXa3eYOh96I
•• ht tps:// w w w.youtube.com/
watch?v=Tj_fBdhtSLw
•• ht tps:// w w w.youtube.com/
watch?v=CYzTSjH2b6k
237
Abordagem Porque trata do encontro entre duas pessoas no trânsito. Elas se reconhecem e se falam
enquanto o sinal está fechado.
As pessoas têm comumen- 2. No verso 8 de Sinal fechado, o que significa a expressão andar a cem?
te a percepção de que o Significa viver sempre com pressa devido à falta de tempo.
gênero poema se constitui, 3. No verso 10 de Sinal fechado, há uma promessa de reencontro: o verbo prometer
obrigatoriamente, de lingua- flexionado no presente do indicativo expressa certeza. No entanto, uma palavra no verso
esvazia essa certeza. Qual é essa palavra e como ela se classifica?
gem formal. Seria interes- Talvez. Advérbio de dúvida.
sante mostrar aos alunos
4. Analise as afirmativas seguintes, sobre a letra Sinal fechado, assinalando V, para ver-
que isso não é uma regra. dadeira, ou F, para falsa.
Para comprovar isso, pode- a) ( V ) O título do texto faz referência ao local onde se passa o fato.
b) ( F ) O tempo em que ocorre o encontro é longo.
mos solicitar que pesqui- c) ( V ) As pessoas que se encontraram não se viam havia muito tempo.
sem textos de poetas po- d) ( V ) No quarto verso, a expressão sono tranquilo tem o sentido de viver sem preocupações.
e) ( F ) Os dois personagens comumente se encontravam.
pulares e relembrar o que f) ( V ) Não há certeza de que as pessoas se reencontrarão.
g) ( V ) As pessoas tinham muito para dizer uma à outra, mas a pressa as impediu.
vimos sobre Lourival Batis-
ta, o conhecido Louro do 5. Analisando o Texto 1, é correto afirmar que:
a) Trata-se de um monólogo — uma conversa pronunciada por uma única pessoa.
Pajeú, no capítulo 1 do livro b) É um monólogo interior — um pensamento de um personagem (ou seja, transcorre em
do 6º ano, onde desenvol- sua mente).
c) É um diálogo — fala articulada do pensamento de um personagem.
vemos um trabalho interes- d) É um diálogo — uma conversa estabelecida entre duas ou mais pessoas.
e) É um diálogo interior — uma conversa consigo mesmo.
sante sobre a importância
dos fonemas para a cons- 6. Observe o trecho seguinte, analise quanto aos sinais de pontuação e assinale a alter-
nativa incorreta.
trução do sentido. Outro
poeta que lhe dará muitas — Olá! Como vai?
— Eu vou indo. E você, tudo bem?
possibilidades de aborda- — Tudo bem! Eu vou indo correndo pegar meu lugar no futuro…
gem é Zé da Luz.
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238
238
239
Capítulo
6
a) Os travessões foram utilizados para representar falas diretas.
b) As interrogações foram usadas para fazer perguntas.
c) As exclamações foram usadas para expressar ordens. Aprenda
mais!
d) A vírgula foi usada para indicar uma pequena pausa.
A passagem do tempo na
e) As reticências foram utilizadas para indicar uma ideia que poesia popular
ficou por terminar. Em seu poema Amanhã,
o poeta popular cearense
7. De acordo com o uso das palavras e expressões sublinha- Patativa do Assaré
das no Texto 1, é correto afirmar que: (1909–2002) retrata a
passagem do tempo de
a) A palavra tranquilo é usada para caracterizar o tipo de sono forma bilateral: ao passo
que se quer, isto é, a expressão sono tranquilo representa que a sucessão dos dias
pode nos trazer realizações
a busca por paz. e boas aventuranças, ela
b) O adjetivo tranquilo em relação à flexão de gênero (mascu- também nos aproxima do
lino e feminino) é invariável. derradeiro dia de nossa
morte. Historicamente,
c) A palavra pressa é um substantivo concreto por não designar tal argumento tem sua
ser com existência própria. origem na expressão latina
memento mori (“lembre-se
d) A expressão a cem foi usada com a intenção de afirmar que da morte”), que era usada
o falante só dirige a 100 quilômetros por hora. por artistas de diversas
modalidades a fim de
e) A palavra o em o sinal indica que se trata de um sinal de abordar a efemeridade
trânsito qualquer. da vida. Observe como
Patativa abordou o tema da
8. Analisando o poema Não tenho pressa, podemos afirmar que: morte nos versos a seguir:
tempo.
ilude a gente,
Cada qual anda alegre e
b) É um poema escrito em versos rimados. sorridente,
c) Seu tema se diferencia de Sinal fechado exatamente pelo Como quem vai atrás de
um talismã.
fato de o eu lírico viver em profunda tranquilidade.
d) Trata do desejo do eu lírico de encontrar a paz.
Com o peito repleto de
esperança,
e) O eu lírico aparece inconformado com o pouco tempo que Porém, nunca nós temos a
tem, exatamente como as duas pessoas que se encontram lembrança
239
1. Quer dizer que a vida Resposta pessoal. Sugestão: Na ausência de rimas ao fim dos versos, a repetição da pala-
vra pressa seria útil na construção de uma constante, isto é, um ponto marcante que fosse
das pessoas não mudou
nada, elas continuam en-
capaz de conduzir a música, dando margem para a construção — por exemplo — de um
refrão.
frentando a fome, a seca,
etc.
12. Você se recorda de textos que tratam de assuntos semelhantes a esses? Lembra de
momentos que o memento mori apareceu em filmes, músicas e outras manifestações artís-
2. Não, pois ele não cum- ticas? Comente com seus amigos e seu professor.
explicitá-los.
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EF07LP06
240
240
241
Capítulo
6
2. O deputado da tirinha é um homem honesto? Explique.
3. Qual é o sujeito do verbo estar no primeiro quadrinho?
4. Como podemos, formalmente, identificar o sujeito de um verbo?
Como vimos, para identificar o sujeito de um verbo, basta Aprenda
analisar a desinência verbal, pois o verbo concorda em pessoa mais!
e número com o sujeito ao qual se refere. Esse é o princípio
básico da concordância verbal. Observe: 3a do plural
Na música 3a do plural, dos
Como estão as coisas aqui no Sertão, Arturzinho? Engenheiros do Hawaii,
há uma crítica em relação
aos indivíduos “ocultos”
que controlam a sociedade,
O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. engenhosamente
construída a partir de um
recurso gramatical.
Assim, podemos formular as regras básicas da concordância
verbal: No decorrer da letra, o
pronome eles é usado em
1. O verbo vai à primeira pessoa do singular se o sujeito é ou várias afirmativas acerca
pode ser representado pelo pronome eu: Espero vocês na das problemáticas geradas
estação. pelo sistema capitalista;
havendo o ápice das ideias
2. O verbo vai à segunda pessoa do singular se o sujeito é ou resumidas no refrão “Quem
pode ser representado pelo pronome tu: Queres sorvete? são eles? / Quem eles
3. O verbo vai à terceira pessoa do singular se o sujeito é ou pensam que são?”. Apesar
pode ser representado pelos pronomes eles, elas ou vo- Eles querem te vender
cês: Vocês são muito importantes! Eles querem te comprar
Querem te matar (de rir)
Maria e Mariá (= elas) são minhas filhas gêmeas. Querem te fazer chorar
Quem são eles?
Quem eles pensam que
241
241
Texto 1
BNCC – Habilidades gerais
Gato que brincas na rua
EF69LP48 EF69LP53
Gato que brincas na rua
EF69LP49 EF69LP54 Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama. És feliz porque és assim,
Anotações
Todo o nada que tens é teu.
Bom servo das leis fatais Eu vejo-me e estou sem mim
Que regem pedras e gentes Conheço-me e não sou eu.
Que tens instintos gerais PESSOA, Fernando. Poesias. Nota explicati-
E sentes só o que sentes. va de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.
Lisboa: Ática, 1942.
O eu lírico se sente perdido, insatisfeito com sua própria vida, enquanto o gato parece ser
autossuficiente, imperturbável e cheio de confiança.
3. Que característica do gato o eu lírico quis indicar com os versos “E sentes só o que
sentes” e “Todo o nada que tens é teu”?
A simplicidade da vida felina.
4. Identifique no poema e copie abaixo as formas verbais que o eu lírico usa para se dirigir
ao gato, depois responda: em que modo, tempo e pessoa estão flexionadas?
As formas verbais são brincas, tens, sentes, és, flexionadas no modo indicativo, tempo pre-
sente, segunda pessoa do singular.
242
242
242
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Capítulo
6
Texto 2
Retrato de época
Dicionário
Houve um tempo, acreditem, em que não havia televisão;
houve tempo até em que não havia sequer rádio ou cinema. As A silepse é uma figura de
linguagem que representa
pessoas se distraíam lendo, contando histórias, fazendo a sua
a concordância ideológica,
própria música. Iam ao teatro, quando havia teatro, e às apre- ou seja, a concordância
sentações das bandas nos coretos. Praticamente não havia ci- que se faz com a ideia,
com o elemento que se
dade digna do nome sem uma banda e um coreto.
tem em mente, não com
Mas a grande diversão, a festa que transformava a paisa- o elemento expresso
gem e alegrava os corações, era o circo. É difícil imaginar, no na frase. A silepse pode
ocorrer de três maneiras:
nosso mundo de entretenimento instantâneo e ininterrupto, o
Silepse de gênero – A
que representava a chegada do circo, sobretudo nas pequenas concordância entre os
cidades do interior. A verdade é que já não há espetáculo, por nomes se dá tendo em
grandioso que seja, capaz de superar, em impacto, a presença vista a ideia de gênero.
Ex.: Sua Excelência, o
alegre da lona, que atraía igualmente a todos. O circo era a deputado, está cansado.
quebra da rotina, o grande assunto, a mágica que superava a Nesse caso, o adjetivo
imaginação. Não era à toa que o palhaço era ladrão de mulher cansado concordou com
a ideia de masculino
e que tanta gente fugia com o circo. expressa pelo termo o
[...] deputado, e não com o
Como tantos outros circos de cavalinhos, o Nerino — circo feminino do termo sua
excelência.
muito conhecido que, durante 52 anos, percorreu o Brasil —
Silepse de número – A
nasceu da associação de meia dúzia de artistas, todos aparen- concordância se dá tendo
tados. Na época, circo ainda não era profissão que se apren- em vista a ideia de plural.
desse em escola especializada, mas destino de família. Ex.: Muita gente não gosta
de ópera; as vozes lhes
Cora Rónai. O Globo. Caderno Prosa & Verso. (adaptado).
aborrecem.
Nesse caso, o pronome lhe
5.Apresentando uma escrita autoficcional, o Texto 2 possui as foi flexionado no plural para
características básicas de que gênero textual? concordar com a ideia de
grupo expressa pelo termo
Crônica. ao qual se refere (muita
gente).
Silepse de pessoa – A
6. Considerando o gênero textual em que se enquadra o Texto concordância se dá pela
2, podemos dizer que o Texto 1 dele se aproxima: ideia de pessoa. Ex.:
a) Por se apresentar em prosa. Os brasileiros somos
um povo miscigenado.
b) Por se originar de um fato do cotidiano. Nesse caso, o falante
c) Por ser escrito em versos. fez a concordância na
d) Por apresentar musicalidade. primeira pessoa (nós), e
não na terceira pessoa
(os brasileiros), porque
se incluiu no termo os
brasileiros.
243
243
Autoficção: há limites
9. Ainda sobre o primeiro período do Texto 2, a autora suspei-
para a escrita?
ta de que o que diz pode parecer:
Aproximando-se
esteticamente de a) Confiável.
elementos da crônica b) Inconcebível.
(a abordagem de temas
c) Indiscutível.
relativos aos causos
do cotidiano, reflexões d) Verossímil.
embasadas em “humor e) Verdadeiro.
ácido”, etc.), a escrita
autoficcional se apresenta
como uma tendência cada
10. No segundo parágrafo do Texto 2, a autora ressalta as pe-
vez mais relevante para um culiaridades do circo. Marque o que não caracteriza o circo.
entendimento mais amplo
a) Itinerante.
das propostas literárias
contemporâneas. b) Popular.
As controvérsias que c) Sedutor.
rondam esse estilo vão d) Rotineiro.
desde a relação entre e) Surpreendente.
autor, leitor e realidade, a
questões sobre até onde a
escrita autobiográfica pode 11. (Cesgranrio) Quando escreve “[...] entretenimento instantâ-
ser considerada literária, neo e ininterrupto [...]” (segundo parágrafo), a autora faz uma
em razão da carga emotiva
exacerbada que textos com alusão ao(à):
aspectos mais pessoais a) Teatro.
costumam apresentar. b) Circo.
c) Show.
d) Bandinha.
e) Televisão.
244
244
244
245
Capítulo
6
13. (Cesgranrio) Na frase “houve tempo até em que não havia
sequer rádio ou cinema” (primeiro parágrafo), as palavras em Compartilhe
ideias
destaque significam, respectivamente:
a) Ainda – talvez.
b) Ainda – todavia.
c) Não só – mas também.
d) Também – ao menos.
e) Apenas – pelo menos.
245
245
Aprenda
mais! Antes de começar a escrever
Empoderamento social por No texto Sinal fechado, que você leu neste capítulo, o poeta
meio da literatura aborda um tema muito atual na nossa sociedade: a pressa. A
Com mais de 16 anos poesia, como outras formas de arte, pode ser entendida como
de atuação na periferia
de São Paulo, o Sarau
uma maneira de compreensão da realidade, seja partindo de
da Cooperifa é um forte uma perspectiva individual — os sentimentos, as paixões, as
exemplo de empoderamento lembranças —, seja partindo de uma perspectiva coletiva — o
social por meio da literatura.
Através de eventos como
mundo que nos cerca, os problemas sociais, a convivência.
Cinema na laje, Sarau nas
escolas, Natal com livros
e Canja poética, o projeto Proposta
tem como base a difusão da
literatura como instrumento Nesta atividade, nós trabalharemos simultaneamente dois
de luta contra os principais gêneros textuais, a reportagem e o poema, para produzir um
problemas enfrentados
jornal de poesia. Para isso, você fará uma pesquisa sobre os
pelos moradores das
comunidades. principais problemas que afligem a sua cidade, como violên-
Criada pelo poeta Sérgio cia, transporte público precário, pobreza, uso de drogas, polui-
Vaz, a cooperativa almeja ção, risco de catástrofes, etc. Depois disso, você selecionará
a desconstrução da visão
tradicional da literatura como
um desses problemas e produzirá uma reportagem, de acordo
manifestação artística restrita com o que vimos no Capítulo 4. Em seguida, você trocará a sua
a parcelas intelectuais da reportagem com um colega, e cada um produzirá um poema
sociedade. Segundo ele,
a necessidade de resistir
baseado no texto um do outro. Quando terminarem, organizem
e persistir na proposta as reportagens lado a lado com os respectivos poemas, enca-
surgiu ao perceber que, dernem o conjunto de produções e promovam, na escola, um
com o advento de iniciativas
inclusivas voltadas para a
evento de lançamento do jornal de poesia para que cada dupla
arte local, os moradores apresente seu trabalho.
sentiriam orgulho de fazer
parte da comunidade e
poderiam ser motivados a Planejamento
contribuir de forma ativa
para o crescimento desses Para planejar bem a reportagem, é importante atentar para
movimentos, construindo
os seguintes pontos:
uma rede orgânica de
ações voltadas para o poder 1. Antes de começar a escrever a reportagem, faça uma boa
transformador social da pesquisa sobre o tema que você escolher. Faça um levanta-
literatura.
mento dos pontos mais importantes da pauta, observando as
Para conhecer mais
a iniciativa, assista à informações que deverão ser necessariamente utilizadas.
reportagem disponibilizada 2. Procure colher depoimentos de pessoas que possam falar
no link: https://www.youtube.
com/watch?v=yBFeiZhRDyQ sobre o tema da reportagem, como moradores, autorida-
des, trabalhadores da região, etc. Isso dará mais credibili-
246
246
246
247
Capítulo
6
dade ao seu texto.
3. Procure utilizar uma linguagem adequada para seus leitores (pais, professores, colegas
da escola, etc.).
Leitura
4. Utilize os trechos mais importantes dos depoimentos colhidos. Para isso, observe o uso Complementar
dos verbos dicendi.
5. Procure enriquecer sua reportagem visualmente. Fotos, boxes, gráficos, legendas, etc.
ajudam o leitor a construir sentido durante a leitura. Em Análise de textos:
6. Produza uma manchete e um lide adequados aos seus objetivos.
fundamentos e práticas,
7. Assim que terminar, releia sua reportagem procurando identificar pontos em que há
falhas, como falta de sentido, trechos confusos, linguagem inadequada, etc. Irandé Antunes traz bons
8. Feito isso, passe a sua reportagem para um colega. Baseado nela, ele produzirá um exemplos de análises. Nas
páginas 109 a 114, ela fez
poema de temática social. Logicamente, você também produzirá um poema, mas com
base na reportagem do seu colega.
Avaliação
1. Agora, as duplas avaliarão o próprio trabalho. A avaliação deverá ser feita pela dupla,
que analisará os trabalhos relacionados (reportagem de um e poema do outro) simul-
taneamente. Depois, avaliem os outros dois trabalhos relacionados (reportagem e poe-
ma) seguindo o mesmo roteiro. Durante a avaliação, pensem nisto:
EF67LP28 EF67LP33
EF67LP31 EF07LP10
EF67LP32
247
A escrita em foco
Sugestão de
Abordagem Uso de ç, s e ss
Leia o poema:
Mostre aos seus alunos que A namorada
os poemas podem apresen- Havia um muro alto entre nossas casas.
tar diferentes formas. Apre- Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
sente a estrutura do soneto O pai era uma onça.
(pequena composição poé- A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão
e pinchava a pedra no quintal da casa dela.
tica composta de 14 versos, Se a namorada respondesse pela mesma pedra,
em voga, composta de três a) A palavra onça está empregada no sentido real ou figu-
versos com cinco, sete e rado?
b) Qual é o sentido da palavra onça em cada verso?
cinco sílabas); rememore-os
acerca do que são estrofes,
versos, tercetos, quartetos,
rimas, etc. 248
EF67LP28
EF67LP32
248
248
249
Capítulo
6
5. Agora, confronte as palavras a seguir:
Uso de ç
• Em palavras de origem indígena, africana ou árabe: açúcar
(árabe), caiçara (indígena), açaí (indígena).
• Em substantivos, na terminação -ção, quando estes se ori-
ginam de verbos terminados em -ter, -tir, -der, -mir, e que
mantêm essas terminações: contenção (conter), abstenção
(abster).
• Na terminação -ção em substantivos originados a partir de
verbos que não terminam em -ter, -tir, -der, -mir: disposição
(dispor), composição (compor), reparação (reparar), escova-
ção (escovar).
Uso de ss
• Na terminação -ssão em substantivos originados de verbos
terminados em -der, -dir, -ter, -tir, -mir, nos casos em que
essas terminações desaparecem na formação dos substan-
tivos: cessão (ceder), agressão (agredir), intromissão (intro-
meter), transmissão (transmitir), compressão (comprimir).
• Sempre antes de vogais e nunca depois de consoantes: as-
sado, amassado, necessário, passar.
Uso de s
• Nos substantivos originados de verbos terminados em -der,
-dir, -ter, -tir, nos casos em que essas terminações desapa-
recem na formação do substantivo e o s aparece depois de n
ou r: ascensão (ascender), conversão (converter), diversão
(divertir).
• Na terminação -ense: cabo-friense, recifense, paranaense,
fluminense.
249
249
250 Compartilhe
ideias
gue uma regra específica. Na verdade, o que determina a forma
escrita de uma palavra é a sua origem. Por exemplo, a palavra
felicidade é escrita com c devido à sua origem latina. Assim,
como nem sempre é possível conhecer a origem das palavras,
na prática o emprego dessas letras é determinado pelo nosso
conhecimento, adquirido ao longo dos anos por meio da leitura e
da escrita. Por essa razão, é muito mais fácil escrever palavras
cotidianas, como solução, do que palavras de uso mais restrito,
como sucção.
A escrita em questão
3. (Cesgranrio) Pre__ão/in__êndio/e__emplo.
a) ç – ç – z.
b) ss – c – x.
c) ss – c – z.
d) s – c – s.
e) c – ç – x.
250
250
250
251
NTO 6 Capítulo
e
rAm
C e r 1.
eN Neste capítulo, trabalhamos com dois gêneros textuais intimamente rela-
cionados: letra de música e poema. Sobre o gênero letra de música, é corre-
to afirmar que:
a) É um gênero predominantemente argumentativo, e sua função é convencer
o leitor sobre as qualidades de determinado produto.
b) Apesar de ser estruturado em versos, com recursos de ritmo e métrica, é um
gênero diferente do poema principalmente por sua função social.
c) É um gênero oral literário cuja função é trazer temas que reflitam sobre as
desigualdades sociais.
d) Apresenta como tipo textual predominante o dissertativo, pois pode tratar
sobre qualquer tema.
e) Sempre traz o tema do amor como algo idealizado e inalcançável.
251
251
reto”. O poema pode ser en- Disponível em: http://www.ablc.com.br/ai-se-sesse/. Acesso em: 17/02/2018.
contrado no link http://www. a) O poema foi composto em uma norma não padrão da lín-
gua portuguesa. Isso fica claro na ortografia de certas palavras,
jornaldepoesia.jor.br/zedaluz1.
Capa do livro de Zé da Luz.
252
252
253
Capítulo
6
pessoa. Essa regra pode ser verificada nos versos do poema? Explique.
Não. No poema, os verbos são empregados na terceira pessoa do singular, independente-
mente da pessoa gramatical representada pelo sujeito.
d) Caso todos os verbos fossem empregados conforme a norma culta, o que aconteceria sente, de indicação de senti-
com a musicalidade do poema?
A musicalidade seria inteiramente prejudicada.
mento presente no ato da fala:
e) A maneira como o autor empregou os verbos prejudicou a construção do sentido do texto
“[…] diz a ela que sem ela não
por parte do leitor? Explique. pode ser / diz-lhe numa prece
Espera-se que o aluno observe que a construção do sentido não é prejudicada pelo empre- / que ela regresse / porque eu
go dos verbos. Como o poeta segue regras gramaticais (ainda que diferentes da norma-pa-
não posso mais viver […]”.
drão), a expressividade do poema é garantida tanto pela sintaxe quanto pela musicalidade.
Logo mais, o eu lírico conti-
nua: “Mas se ela voltar […] /
que coisa linda, que coisa lou-
ca/ pois há menos peixinhos a
mídias em contexto nadar no mar / do que os bei-
jinhos que darei na sua boca
1. Neste capítulo, vimos também que é possível perceber na / dentro dos meus braços os
abraços hão de ser milhões de
literatura regional nordestina a presença de elementos típicos
de outras tradições, como a musicalidade medieval, a herança
lusitana do cordel e até mesmo o uso de versos heroicos (de-
Aprenda abraços […]”.
cassílabos). Nos conteúdos escolhidos, também há diversida- mais!
de: desde adaptações de clássicos da literatura mundial, como
Os miseráveis e As mil e uma noites, até causos que misturam Elemento bastante usado
2. A mudança provocada pela
elementos da cultura regional nordestina com personagens da na poesia popular, o
mote consiste em versos
palavra mas.
cultura pop, provocando situações cômicas e improváveis.
3. O sentido de possibilidade
(geralmente dois, a serem
recitados ao fim do poema)
Grandes responsáveis pela preservação da cultura popular, as apresentados como desafio
famosas mesas de glosa, intensamente difundidas na região nas mesas de glosa para
real que pode ser depreendi-
nordeste do Brasil, são desenvolvidas em torno de um mote e os poetas, que devem
253
4. Logo após, os verbos no pre-
sente e no futuro do indicativo
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produzem mais veemência no
discurso: há/ darei/ hão...
Depois, seria interessante com-
Sugestão de Abordagem
parar os dois textos, o de Zé da
Luz e o de Tom Jobim, e destacar
Outro texto interessante para se Nas suas primeiras estrofes, você como eles nos permitem supor
trabalhar é a letra de Chega de pode abordar: que, no primeiro, há um discur-
saudade, de Tom Jobim, que 1. O presente do indicativo e o so mais distante do objeto dese-
pode ser encontrada neste link modo imperativo (de súplica), jado, mais platônico; enquanto o
http://letras.terra.com.br/tom-jo- e de que forma ele permite segundo parece estar mais próxi-
bim/49028/. expressar a ideia de fato pre- mo do realizável.
253
Nesta atividade, vamos conhecer mais um pouco a poesia popular e os desafios realizados
entre os poetas do improviso.
a) Pesquise na Internet textos da literatura de cordel e escolha dois motes para levar para
a sala de aula.
b) Entre os motes levados por você e pelos seus colegas para a sala de aula, eleja um para
produzir um poema.
A partir desse exercício de produção, espera-se que o aluno se sinta apto a experimentar
componentes estudados durante o capítulo, com a finalidade de aplicar o conhecimento
adquirido de forma autoral e sem receios. A avaliação dos poemas deve acontecer de modo
a valorizar sua capacidade de gerar abordagens criativas para os motes, observando suas
escolhas tanto de estilo quanto de conteúdo.
c) Pesquise vídeos de mesas de glosa e analise o desempenho dos participantes: as per-
formances acontecem sempre no mesmo ritmo? Os autores hesitam durante o improviso?
O que podemos aprender com a visualização prática desse evento? Aproveite, também,
para pesquisar apresentações de rap freestyle.
Ao estabelecer contato com situações práticas de ocorrência das mesas de glosa e de
rap freestyle, espera-se que o aluno compreenda a natureza orgânica da modalidade, isto
é, que tome ciência das eventualidades que podem acontecer em propostas que envolvem
o improviso e não se intimide nas práticas de oralidade.
d) Podemos dizer que há diferenças entre um improviso dessa natureza e um rap freestyle?
Quais elementos embasariam esse argumento?
Diferentemente da mesa de glosa, o freestyle não segue uma métrica específica, tampouco
conta com um mote. Ambas manifestações são ricas em detalhes e atendem com maestria
à mensagem a que se propõem, representando importantes movimentos de resistência
cultural.
254
Sugestão de Abordagem
254
254
255
Capítulo
6
e) Você já havia vivenciado situações de contato com literatura popular no seu cotidiano?
Em sua opinião, quais seriam as soluções plausíveis para promover o respeito ao potencial
artístico e inventivo dessas produções? sugestão de mesclar influências
Espera-se que o aluno, independentemente do contato prévio com manifestações de arte da cultura popular a movimentos
popular, desenvolva uma consciência acerca dos obstáculos sociais que dificultam a pre-
como o hip-hop, escolha o nome
servação da cultura popular, como o pre-conceito causado pelo distanciamento firmado en-
do evento por meio de votação e
organize uma playlist que agre-
tre aquilo que é validado como arte e a recepção pejorativa conferida à literatura de cordel
e afins.
gue ritmos de vários gêneros,
2. Traduzido livremente como “poesia de batida”, o movimento da poetry slam se originou
em Chicago, nos Estados Unidos, no ano de 1984 com um estilo semelhante aos das bata-
trazendo desde instrumentais
lhas. Por meio de propostas que visam à clareza e à concisão, essa modalidade vem cada regionais remetentes à música
do repente até batidas melódi-
vez mais conquistando espaço nas agendas culturais do nosso país.
Nesta atividade, você e seus colegas terão de realizar uma performance de poetry slam
em um dia marcado pelo professor. A seguir, listamos quatro dicas para auxiliar vocês na cas oriundas da cultura dos DJs.
Com suporte nos chamados
exploração desse universo, conhecendo suas regras e peculiaridades.
255
Objetivos Pedagógicos
7
Ca
O que
pí
t ul
Ao final deste capítulo, o aluno
penso sobre...
o
deve ser capaz de:
ABORTO
•• Demonstrar conhecimento bá-
sico sobre o gênero e suas
funções sociais: o que é? Para
quem é escrito? Por quê? Para 1. Você já leu algum artigo de opinião?
Conhecimentos prévios
2. Que elementos textuais caracterizam o EXPLORAÇÃO
quê? E como é feito? gênero artigo de opinião?
3. Tendo em vista os acontecimentos que
•• Expressar-se sobre os temas viraram notícia ultimamente, você gosta-
abordados.
ria de opinar sobre algum? Qual seria o
seu posicionamento?
na língua.
•• Perceber as diferenças de uso
das palavras mas / mais, a /
há, mal / mau.
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Anotações
256
256
Artigo de opinião
257
LIXO Diálogo com
o professor
TRABALHO
257
258
258
258
Artigo de opinião
259
Capítulo
7
Durante o encontro em que recebi a nacionalizemos todos os arsenais nucleares
pergunta, as Nações Unidas reuniam o dos EUA. Até porque eles já demonstraram
Fórum do Milênio, mas alguns presidentes que são capazes de usar essas armas, pro- Sugestão de
de países tiveram dificuldades em compa- vocando uma destruição milhares de vezes Abordagem
recer por constrangimento na fronteira dos maior do que as lamentáveis queimadas fei-
EUA. Por isso, eu disse que Nova York, tas nas florestas do Brasil.
como sede das Nações Unidas, deveria Nos seus debates, os atuais candidatos à
Presidência dos EUA têm defendido a ideia
Durante a leitura do texto, pode-
ser internacionalizada.
Pelo menos Manhattan deveria pertencer de internacionalizar as reservas florestais do mos discutir com a turma alguns
pontos cruciais para a constru-
a toda a humanidade. Assim como Paris, Ve- mundo em troca da dívida. Comecemos usan-
neza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Bra- do essa dívida para garantir que cada criança
sília, Recife, cada cidade, com sua beleza do mundo tenha possibilidade de ir à escola. ção do sentido:
específica, sua história do mundo, deveria Internacionalizemos as crianças, tratan-
pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA que- do-as, todas elas, não importando o país
onde nasceram, como patrimônio que me-
•• Quem sabe o que é ser um hu-
rem internacionalizar a Amazônia, pelo risco
de deixá-la nas mãos de brasileiros, inter- rece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais manista?
do que merece a Amazônia. Quando os diri-
gentes tratarem as crianças pobres do mun- •• Quem não sabe será que
pode, só pelo texto de Cris-
do como um patrimônio da humanidade,
eles não deixarão que elas trabalhem quan-
do deveriam estudar; que morram quando
deveriam viver.
tovam Buarque, se arriscar a
Como humanista, aceito defender a inter- explicar?
nacionalização do mundo. Mas, enquanto
o mundo me tratar como brasileiro, lutarei •• O que é olhar algo pela “ótica
humanista”?
para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
BUARQUE, Cristovam. Os instrangeiros: a aventura da opi-
nião na fronteira dos séculos. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
EF67LP05 EF07LP14
EF67LP07
259
de cunho pessoal.
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Anotações
260
260
Artigo de opinião
261
Capítulo
7
2. Nesse texto, o autor adota uma posição pessoal ou impes-
soal? Leitura
Pessoal.
Aprenda Complementar
mais!
O artigo A
3. Analisando a estrutura textual do segundo parágrafo do tex- internacionalização do
mundo foi publicado pela
O Instituto Brasileiro do Meio
to, responda:
a) Que expressões o autor utilizou para se referir à Amazônia?
primeira vez em 2000,
no jornal O Globo. O Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Iba-
texto rapidamente se
Esse patrimônio/ele. popularizou, ganhando o
•• http://www.oeco.com.br/
it
p os
De
tenham cuidado […]
c) Por mais que nossos governos não tenham o cuidado neces-
sário […] •• http://portaldomeioam-
d) Por mais que o governo brasileiro não tenha nenhum cuida-
do […] biente.org.br/
e) Mesmo que nossos governos não tenham nenhuma preocu-
pação […]
261
261
Abordagem
262
262
Artigo de opinião
263
Capítulo
7
d) Que palavra lhe permitiu identificar, no trecho que você trans-
creveu, que o autor falava pelos cidadãos do mundo? Explique.
A forma verbal podemos, flexão de primeira pessoa do plural
(nós).
263
263
Análise linguística
Diálogo com
o professor
Transitividade verbal
Nos exemplos Paulo é curio- LUÍZA E LUZIA/Eudson e Lécio
O sistema do português tem as Tendo por base a tirinha acima, nesse exemplo poderíamos
suas regras internas, por isso preencher o lugar A com o termo Luíza, que funcionaria sintati-
264
264
Artigo de opinião
265
Capítulo
7
o show do cantor canadense Justin Bieber. Dessa forma, o lu-
gar B poderia ser completado de duas maneiras distintas: Leitura Complementar
um bebê
tivos. Na língua portuguesa, existe um número bem restrito de 2. O show de Justin Bieber.
próprio autor, sinalizando a
visão do brasileiro.
verbos intransitivos. Veja alguns exemplos:
265 3. Um bebê.
Anotações
265
ma adverbial)
•• Estou sobre você. (sintag-
ma preposicional)
es
Dizemos que o adjetivo bonito exerce a predicação porque,
A característica dos verbos de
oli
s|
ph
oto na oração, é ele quem faz exigências quanto à natureza do ter-
sit
po mo ao qual se refere. Por exemplo: o adjetivo bonito não seria
ligação de não fazerem exi-
De
266
266
Artigo de opinião
267
Capítulo
7
Prática linguística
A água pede água
Aqui no planeta Terra, a terra, isto é, os continentes e as
ilhas, ocupa apenas a quarta parte da superfície. Tudo o mais é
água: doce, salgada, sólida, líquida e gasosa.
É nos oceanos e mares que fica a maior parte da água
(97,5%). Mas precisamos mesmo é de água doce para viver.
Só que a maior parte dela está congelada. Resta, então, a água
das reservas subterrâneas, dos lagos, dos pântanos e dos rios.
E ela está acabando no mundo todo!
O Brasil concentra 14% da água doce do Planeta. Por isso,
esbanjá-la é como cometer um crime. O pior é que a maioria
das pessoas desperdiça água sem perceber, deixando a tornei-
ra aberta ao escovar os dentes e em banhos demorados, por
exemplo.
Mas, se cada um fizer a sua parte, com pequenas ações in-
dividuais, podemos ter um grande resultado coletivo.
Você já ouviu a expressão pedir água? É quando alguém
Depositphotos | stockwagon
pede socorro. Chegou a vez de a natureza, ou melhor, de a
água pedir água.
Folha de S.Paulo, 22/03/2008 (adaptado).
267
267
Diálogo com 2. Esse texto é um exemplo de artigo de opinião, por isso ex-
sobre os verbos de ligação diz de que, se cada um fizer a sua parte economizando água, po-
Sugestão de
Abordagem
Anotações
268
268
Artigo de opinião
269
Capítulo
7
6. Assinale a alternativa que apresenta o mesmo significado
da palavra em destaque no trecho: “[…] com pequenas ações
individuais, podemos ter um grande resultado coletivo”.
a) Em particular.
b) Em conjunto.
c) Em quantidade.
d) Em produção.
e) Individualmente.
269
269
270
270
270
Artigo de opinião
271
Capítulo
7
d) Como vimos, a língua nos oferece várias possibilidades co-
municativas, que variam de acordo com nossas intenções. Fa-
zemos escolhas que nos ajudam a alcançar nossos objetivos. Leitura
Para que isso fique claro, analise a seguinte situação: Complementar
Com pequenas ações individuais, podemos ter
I. resultados excelentes.
EF69LP16 EF69LP18
EF69LP17
g
EF67LP05 EF06LP01
on
IP
.C
hin
nap
EF67LP07 EF07LP14
ck
sto
tter
hu
S
271
Anotações
271
É hora de produzir
Sugestão de
Antes de começar a escrever
Abordagem
Na nossa sociedade, é muito importante termos uma postura
crítica. Saber expressar bem nossas opiniões tendo em vista
Para ampliar a discussão melhorias sociais é fundamental para o nosso país. Faz parte
nico, reciclável, etc.? por exemplo, podemos utilizar a água da chuva, e, na limpeza,
usar os produtos na medida certa, para não gastar tanta água
•• E a escola, como um todo, no enxágue. No entanto, embora as medidas sejam muito sim-
é mantida limpa?
ples, poucas pessoas se preocupam em segui-las. Num mundo
em que a água potável é um recurso cada vez mais escasso,
•• Seu lixo é separado? economizá-la é dever de todos.
•• Há desperdício de água,
de energia, alimentos?
Os alunos devem produzir
Depositphotos | fisher.photostudio
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272
Artigo de opinião
273
Capítulo
7
Proposta
Agora, continuando a introdução da página anterior, você
produzirá um artigo de opinião para ser exposto no mural da
sua escola. Seu artigo deverá responder à seguinte pergunta: Aprenda
Por que devemos economizar água?. mais!
Baseado nos conhecimentos que você adquiriu ao longo de
Um por todos e todos
sua formação e nos textos que você leu até aqui, procure en- por um
riquecer seu artigo com informações importantes. Se necessá-
Você sabia que, segundo
rio, faça uma pesquisa sobre o tema. a CPRM, 1% da vazão
do Rio Amazonas seria
o suficiente para acabar
Planejamento com a falta de água no
Nordeste e Sudeste do
1. Escolha as informações que você utilizará para convencer Brasil? Se nós buscamos
meios de propagar a
seu leitor a economizar água. Boas informações ajudam a sustentabilidade ambiental,
fundamentar seu posicionamento a respeito do tema. como poderíamos erradicar
2. Procure utilizar uma linguagem adequada aos seus leitores. tais problemas de forma
eficaz? Pesquise sobre
3. Seja claro e direto. o assunto e reflita com
4. Evite frases muito longas. Elas podem deixar o seu texto
seus amigos e professor
sobre as possíveis causas
confuso. que inviabilizam essas
5. Procure apresentar suas opiniões com clareza. tentativas de solução,
assim como os interesses
6. Produza um título interessante para seu artigo. econômicos por trás
desses paradoxos.
Avaliação
1. Agora, para avaliar seu texto, faça uma releitura analisando
os seguintes aspectos:
273
273
u N
g Para que serve a celebridade?
Se James Cameron é uma celebridade. Concorreu ao Oscar de
melhor diretor com o filme Avatar. Como celebridade, veio ao
Brasil. Não veio filmar. Foi ao Amazonas. Veio protestar contra
Diálogo com a hidroelétrica de Belo Monte. Mobilizou as mídias nacional e
o professor internacional. A cada relato contra a construção da hidroelétri-
ca, murmurava “Washington precisa saber disso. Vou avisar a
Washington”, conforme relato de pessoas que estavam lá.
Antes de
Os seguintes pontos no tex- começar a ler James Cameron não é especialista em Ecologia, hidroelétri-
cas ou mesmo Amazônia. Sua especialidade é filmes de Holly-
to podem ser trabalhados: O artigo a seguir foi
publicado num blog de
wood. Nem mesmo é ativista político e ecologista. Nada em
sua biografia revela anterior engajamento. Na sua biografia no
•• O que é Belo Monte?
opinião muito conhecido no
País, o Blog do Noblat, do Google e no Wikipédia, nada consta. Como não consta nenhu-
jornalista Ricardo Noblat. ma sugestão ou nenhum protesto sobre o fato de o governo
Quais os seus prós e Partindo de um fato do
cotidiano, o autor propõe
americano não ter assinado o Protocolo de Kyoto. Nem se
seus contras? Se você uma discussão sobre o pronuncia sobre o maior desastre ecológico mundial, o vaza-
papel dos famosos na mento provocado pela explosão da plataforma americana de
não encontrou oportuni- sociedade. Até que ponto a
opinião de uma celebridade
perfuração no Golfo do México.
274
274
Artigo de opinião
275
Capítulo
7
Depositphotos | londondeposit.
275
convencer um fumante de que o
cigarro faz mal à saúde, e, ape-
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap7.indd 275 29/03/18 07:21
sar disso, ele continuar fumando.
Algumas vezes, uma pessoa já
Leitura está persuadida a fazer alguma
Complementar coisa e precisa apenas ser con-
vencida. Precisa de um empur-
Argumentar é a arte de conven- (com + vencer) e não contra o rãozinho racional de sua própria
cer e persuadir. Convencer é sa- outro. Persuadir é saber geren- consciência ou da de outra pes-
ber gerenciar informação, é falar ciar relação, é falar à emoção soa, para fazer o que deseja.
à razão do outro, demonstrando, do outro. A origem dessa pala- ABREU, Antônio Suárez (2009).A arte de
provando. Etimologicamente, sig- vra está ligada à preposição per argumentar: gerenciando razão e emoção.Cotia:
Ateliê Editorial, pp. 25-26.
nifica vencer junto com o outro (por meio de) e a Suada (deusa
275
276 Dicionário
não são de responsabilidade do Brasil, mas de todo o
mundo. Mais ainda, ontem mesmo na CNN, declarou-
Murmurava – Falava em
-se uma ecologista apenas pós-Avatar e defendeu que
um tom de voz baixo, para o Brasil deveria substituir Belo Monte por projetos de
ninguém ouvir. energia eólica ou solar… Como também ninguém pode
Ativista – Aquele que
trabalha por alguma causa,
retirar-lhe o direito de ir se queixar a Washington sobre
defensor, militante. Belo Monte.
Engajamento – Mas não custa lembrar que a matriz energética do
Participação ativa em
assuntos importantes.
Brasil não dispensa e recomenda o uso de hidroelétri-
Midiático – Relativo cas. Que o Brasil é um país soberano. Aliás, o primeiro
à mídia, aos meios de dever de casa para sua boa causa seria ler o clássico
comunicação.
Granjear – Conquistar,
artigo de Cristovam Buarque sobre a internacionaliza-
atrair. ção da Amazônia.
Cunho – Marca, traço de O uso vazio da celebridade às vezes acaba se vol-
identificação.
Pautar – Direcionar.
tando contra a própria celebridade e a causa que de-
Legítimo – Que pertence a fende. Desinforma em vez de ajudar a informar a opi-
alguém por direito. nião pública. Revela que não detém o conhecimento
Como bem aprouver –
Como bem entender, como
mínimo para propor o que propõe. Ilegitima a si mes-
bem quiser. mo. A opinião pública não se move por atos de fé em
Sensatez – Bom senso. celebridades. Há limites. Como dizia o jurista e diplo-
mata brasileiro Gilberto Amado: querer ser mais do que
se é é ser menos.
Outro dia, um apresentador de televisão no auditório
lotado de audiência magnífica perguntou a uma jovem
artista de novelas da Globo o que ela achava de de-
terminado assunto. Assunto complexo e que nada ti-
nha a ver com sua arte de representar. Contrariando
a tentação das celebridades de em tudo opinarem, ela
respondeu: “Eu sou apenas uma artista. Minha opinião
sobre esse assunto não deve ter importância maior”.
Rara sensatez.
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/05/04/para-que-serve-celebrida-
de-288630.asp. Acessado em 17/02/2011.
276
276
276
Artigo de opinião
277
Capítulo
7
Desvendando os segredos do texto Sugestão de
1.
Abordagem
Por que James Cameron veio ao Brasil?
Para protestar contra a construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte.
Comente com os alunos
que ler sobre um assunto
2.Quais foram as respostas que o autor utilizou para responder à pergunta feita no título
do artigo?
A celebridade serve para dar um cunho de autoridade com base na experiência a uma deter- e poder comparar a infor-
minada opinião. Impõe respeito. A celebridade serve, também, para pautar a mídia, influen- mação com outras fontes
ciar e mobilizar a opinião pública em volta dessa mesma opinião. Impõe atenção. de notícia é muito importan-
3. Transcreva, do segundo parágrafo do texto, um argumento que o autor utiliza para des- te para ajudá-los a formar
qualificar a opinião de James Cameron sobre a construção da Usina Hidroelétrica de Belo melhor sua opinião sobre o
mundo e os fatos.
Monte.
Sugestão: James Cameron não é especialista em Ecologia, hidroelétricas ou mesmo Amazônia.
5. No primeiro parágrafo do texto, o autor afirma que o cineasta James Cameron murmu- EF67LP01 EF67LP05
rava “Washington precisa saber disso”. O que o cineasta quis dizer com essa afirmação?
EF67LP03 EF67LP07
Ele quis dizer que o governo dos EUA precisava tomar conhecimento da construção da
Usina Hidroelétrica de Belo Monte.
277
277
278 A favor.
278
278
Artigo de opinião
279
Capítulo
7
11. Além da polêmica visita de James Cameron à usina de Belo Monte, outros episódios a
respeito repercutiram na mídia nacional de forma igualmente opinativa. Na Internet, pode-
mos encontrar diversos vídeos em que celebridades manifestam opiniões sobre a constru-
ção da hidrelétrica. Com base no artigo Para que serve a celebridade? reflita e opine:
a) Podemos considerar sensata a atitude de pessoas famosas em fazer uso do “efeito ce-
lebridade” para causar mobilização?
b) Você se recorda de outras situações dessa natureza?
c) Pesquise casos em que celebridades “compraram brigas” contra polêmicas alheias ao
seu campo de atuação. Você considera válida essa interferência?
d) Como os assuntos que você pesquisou passaram a ser tratados pelo público após a in-
tervenção opinativa de celebridades?
12. Durante a fase inicial do projeto, o Movimento Gota D’água produziu um vídeo em que
atores famosos apresentam argumentos contrários à construção da usina de Belo Monte.
a) Assista ao vídeo e identifique os principais argumentos apresentados para fundamentar
o posicionamento defendido. O vídeo está disponibilizado no YouTube no link a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=OjkjHMPxbNs
https://www.youtube.com/watch?v=Cpm42ucptJk
c) Famoso pela produção de conteúdos bem embasados e críticos, o biólogo Pirula man-
tém o Canal do Pirula no YouTube, onde posta vídeos sobre divulgação científica e temas
relacionados à biologia, mas sempre com muita opinião. Em seu vídeo Belo Monte é a
gota d’água?, o youtuber argumenta sobre os principais pontos da polêmica construção
da usina. Assista ao vídeo atentando para as estratégias argumentativas que o youtuber
utiliza para defender seu ponto de vista. Confira o vídeo no link:
https://www.youtube.com/watch?v=xnitmB22JtQ
d) Como você certamente percebeu ao longo deste capítulo, para defender uma opinião
sobre qualquer tema, é fundamental reunir informações sobre ele a fim de embasar seu
posicionamento. Pensando nisso, escolha um problema que está afetando o local em
que você vive e procure reunir bastante informação sobre ele. Esse levantamento será
necessário para a produção do artigo de opinião que você fará na página 288.
279
279
Análise linguística
Diálogo com
o professor
Objeto direto e objeto indireto
Como dissemos, o predicati- Na primeira parte deste capítulo, estudamos as relações de
vo é o adjetivo ou equivalente
regência. Vimos que, na estrutura da oração, alguns verbos
exigem, obrigatoriamente, um complemento, tradicionalmente
que, na oração, exerce predi- chamado de objeto. Os verbos intransitivos, como vimos, não
exigem objeto.
cação, delimitando o conteú- Na prática, o objeto pode se ligar ao verbo de duas maneiras
distintas: ou ele se liga diretamente ao verbo (objeto direto) ou
do e a classe do sujeito ou do se liga de maneira indireta, isto é, por meio de uma preposição
objeto. A relação entre sujei- (objeto indireto). Observe:
280
280
Artigo de opinião
281
Capítulo
7
É importante notar que, na prática, o emprego de um verbo
como transitivo direto, indireto ou bitransitivo depende do uso. Compartilhe
Verbos que frequentemente exigem complemento muitas ve- ideias Diálogo com
zes podem ser utilizados sem ele. Exemplo disso é o que ocor-
re com os verbos ler e rir nas frases abaixo:
o professor
281
mente na realidade ou em
outros textos. Daí a impor- verbo de ligação
282
282
Artigo de opinião
283
Capítulo
7
Observe que, nesses exemplos, o predicativo qualifica o sujei-
to. Por essa razão, é classificado como predicativo do sujeito.
Em outros casos, o adjetivo pode se referir ao núcleo do obje-
to. Por esse motivo, recebe o nome de predicativo do objeto
Leitura Complementar
(veja mais sobre isso na página 279). Observe:
283
284
284
284
Artigo de opinião
285
Capítulo
7
5. “[…] é a que separa o líquido por meio de um plástico po-
roso que barra os sais.” (segundo parágrafo). No plural, o seg- Compartilhe
mento sublinhado será, corretamente:
ideias
a) Uns plásticos poroso que barra os sais.
b) Um plástico porosos que barra os sais.
c) Um plástico poroso que barram os sais.
d) Uns plásticos porosos que barra os sais.
e) Uns plásticos porosos que barram os sais.
285
285
1. O chão é sujo.
2. O chão está sujo.
Sugestão de 3. O chão ficou sujo.
4. O chão continua sujo.
Abordagem
a) Como se classificam esses verbos?
Anotações
286
286
Artigo de opinião
287
Capítulo
7
Compartilhe
Diálogo com
É hora de produzir ideias o professor
EF67LP07 EF67LP33
EF67LP32 EF07LP10
287
Avaliação
e planeja organizar um
endereço virtual que possa
servir de intermédio para
denúncias de precariedade 1. Releia o seu texto e avalie-o baseando-se nas seguintes
de escolas da rede pública questões:
nacional.
288
288
288
Artigo de opinião
289
Capítulo
7
A escrita em foco
Repensando o
Uso de mas e mais, a e há, mal e mau
Ensino da Gramática
A língua portuguesa nos oferece uma variedade muito grande de palavras para poder-
mos nos expressar. No entanto, apesar de serem pronunciadas da mesma forma, muitas Para expandir o emprego
palavras expressam sentidos completamente diferentes. Ao escrevê-las, é preciso ficar
muito atento. Nesta seção, vamos conhecer algumas delas. de mas e mais, seria inte-
ressante chamar a atenção
Leia a frase abaixo, procurando observar o uso das palavras mas e mais:
dos alunos para as situa-
Sei que preciso me dedicar mais, mas não tenho tempo.
ções em que mas marca
• Mais – Expressa quantidade ou intensidade. Neste caso, é o oposto de menos. um ponto de intensidade
• Mas – Expressa uma relação de oposição, adversidade. Seu uso equivale a porém,
contudo, no entanto, etc. que corrobora acentua-
Agora leia: damente uma informação,
Eu não o vejo há muitos anos. como em O jogador está
Há situações em que é preciso ter calma.
Daqui a dois meses, estaremos de férias.
machucado. Mas muito ma-
A cidade mais próxima fica a 20 quilômetros. chucado!
As palavras destacadas também costumam confundir bastante.
Mas é simples perceber a diferença entre elas. Observe:
• Há – Expressa tempo passado ou é aplicada como equivalente a BNCC – Habilidades gerais
existir. Nas duas situações, é uma das flexões do verbo haver.
EF69LP13 EF69LP31
Há dias venho trabalhando nisso (passado).
Há um problema aqui (existir). EF69LP29 EF69LP43
EF69LP30
• A – Expressa um tempo futuro ou é aplicada para indicar distância.
Anotações
289
Pode indicar também que uma ação foi feita de modo rápido, quase imperceptível.
A escrita em questão
As palavras destacadas nas frases acima ilustram o fato de que, conforme a Gramática Nor-
mativa, podem existir diferenças na grafia das palavras, mas a pronúncia pode ser a mesma.
Assinale a opção em que a palavra sublinhada foi empregada de maneira incorreta.
a) Quero um pouco mais de sorvete.
b) Ele gosta muito de sorvete, mais não pode tomar frequentemente.
c) Eles saíram há pouco tempo.
d) Meu irmão retornará daqui a alguns meses.
e) Ela nunca falou mal de você.
290
290
290
Artigo de opinião
291
Capítulo
7
Indique a opção que preenche corretamente as lacunas:
a) I-mas, II-mas, III-mais, IV-mais.
b) I-mas, II-mais, III-mais, IV-mas.
c) I-mais, II-mais, III-mas, IV-mas.
d) I-mais, II-mas, III-mais, IV-mais.
e) I-mais, II-mais, III-mais, IV-mas.
4. (Consulplan) “Longe se vai, sonhando demais, mas onde se chega assim.” A palavra
em destaque pode ser substituída sem alteração do sentido por:
a) Também.
b) Nem.
c) Como.
d) Entretanto.
e) Logo.
291
292 6. Indique o item em que a lacuna deve ser preenchida com mau.
a) Calção _____ feito.
b) Não disse isso para o seu _____.
c) Este menino é _____-educado.
d) Não vou lhe dar um _____ conselho!
e) Nunca devemos praticar o _____.
292
292
292
Artigo de opinião
293
NTO Capítulo
7
e
A m
r
C e r Texto
eN
Amazônia não está à venda
293
293
1. No artigo de opinião que acabamos de ler, é possível notar recursos estilísticos que
aproximam o autor de seu leitor. Destaque palavras e expressões que fogem do rigor formal
e acentue os possíveis efeitos causados por elas na interpretação da mensagem do texto.
Tais características podem ser observadas por meio do uso de expressões de tom coloquial, como “vivinhos
da silva” e “de olho nas áreas públicas, meu senhor?”, além do trecho em que o autor compara a circulação
de notícias referentes ao tema do artigo com o mau desempenho de um jogador de futebol. Os efeitos vão
desde a adesão das ideias no texto por meio dessas simbólicas aproximações até a eficácia da ironia como
ferramenta de crítica à gravidade dos assuntos abordados.
294
294
294
Artigo de opinião
295
Capítulo
7
2. Diferentemente do autor de A internacionalização do mundo, o autor do artigo nos apre-
senta dados que refletem sua formação de jornalista e ambientalista. Quais elementos
usados no texto podem reforçar essa afirmação? Como essas especificações podem in-
fluenciar a recepção de seus leitores?
A presença de estatísticas voltadas para a área dos estudos ambientais e as diversas cita-
ções a órgãos e episódios de caráter político são exemplos de recursos que, além de dar
mais credibilidade ao texto, suscitam no leitor a sensação de estarem em contato com um
autor experiente, apto a discorrer sobre tais problemáticas.
3. Após a leitura dos textos de Paulo Adário e Cristovam Buarque, reflita e opine: quais
são as suas conclusões acerca das estratégias disponíveis para a construção de um artigo
de opinião? É possível a coexistência entre pontos de vista congruentes, mas não neces-
sariamente semelhantes? Como lidar com as noções de certo e errado com um gênero que
visa à reflexão transitória entre esses pilares?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno conclua que, por trás de cada discurso, além da pessoa-
lidade ideológica de cada autor, há diferenças entre o foco e a intenção. Aqui, apesar de ambos de-
fenderem a mesma alternativa em diferentes níveis, é perceptível como a distinção entre os modos
escolhidos para isso surte efeito na recepção do leitor, que pode ou não simpatizar com as noções
de internacionalização conforme o ceticismo (ou a sua ausência) com que filtra aquilo que lê. Para
a) Nesse período, a palavra destacada atua como complemento do verbo mexer, que ex-
pressa uma ação. Considerando o emprego do pronome se, qual é o alvo da ação?
O pronome se indica a voz reflexiva. Assim, o alvo da ação é o próprio sujeito (o governo
brasileiro).
b) Como vimos na questão 1, nesse artigo o autor opta por empregar certas palavras e ex-
pressões que contribuem para cativar o leitor, chamar sua atenção. Esse é um recurso tex-
tual que contribui, em certos contextos, para o fortalecimento da argumentação. Exemplo
disso é o emprego do verbo mexer, nesse contexto com sentido conotativo. Pensando
295
295
EF67LP07 1. Neste capítulo, vimos que uma forma muito comum atualmente de defender opiniões está
EF67LP08 na Internet. Seja por meio das redes sociais, seja por vídeos, essa liberdade de expressão
é bastante democrática, mas, por esse motivo, traz à tona uma questão importante:
Os memes a seguir abordam, sob perspectivas diferentes, a postura de pessoas que sen-
tem necessidade de opinar sobre qualquer tema. Utilizem esses textos como base para a
discussão.
296
296
296
Artigo de opinião
297
Capítulo
7
2. Na página 279, vimos que, por meio dos vídeos, várias pessoas (incluindo “celebri-
dades”!) expressaram opiniões diversas sobre um mesmo tema: a construção da usina
hidroelétrica de Belo Monte. Naquela atividade, observamos a argumentação apresentada
em cada um dos vídeos. Com base no que vimos neste capítulo sobre a argumentação,
discutam as questões abaixo.
a) O que é necessário para defender uma opinião com propriedade?
Espera-se que os alunos percebam que, para opinar com propriedade sobre um assunto, é
fundamental buscar informações, caso contrário a argumentação se torna frágil e, por esse
motivo, facilmente questionável.
3. Uma das ferramentas mais comuns para divulgar pontos de vista atualmente é o You-
Tube, onde qualquer um de nós pode criar um canal e postar vídeos sobre os mais va-
riados temas. Essa facilidade de acesso e divulgação de conteúdo audiovisual criou uma
ocupação improvável alguns anos atrás: a de youtuber. Considerados webcelebridades, os
maiores astros do YouTube conseguem milhões de inscritos, têm bilhões de visualizações
e faturam muito alto com isso. Pensando nisso, reflita e opine:
a) Muito se fala sobre os youtubers como “formadores de opinião”, mas até onde o conteú-
do produzido por esses usuários pode ser consumido como um artigo de opinião virtual?
b) Que semelhanças podemos perceber entre o artigo de opinião e as formas de expressão
digitais contemporâneas, como os vídeos e os “textões do Facebook”?
c) Será que as opiniões que consumimos são a verdade absoluta sobre os fatos? Como
enxergar os outros lados da situação?
d) É possível identificar se um artigo de opinião (“tradicional” ou virtual) foi redigido sob a
influência direta de algum terceiro a ser favorecido com tal produção? Ainda é viável ex-
trair leituras produtivas em casos como esses?
297
297
Objetivos Pedagógicos
Conhecimentos prévios
jornalístico é imparcial, isto é, adota um
tica básica em concordância Neste capítulo, vamos estudar mais um gênero textual
nominal. caracterizado pela defesa de pontos de vista: o editorial.
Da mesma forma que o artigo de opinião, o editorial cir-
•• Utilizar adequadamente sc, sç cula no meio jornalístico. No entanto, diferentemente do
artigo, que apresenta a opinião do articulista, o editorial
e xc. traz a opinião do jornal ou da empresa jornalística. Por
representar, então, o ponto de vista de um grupo, normal-
mente o editorial não é assinado ou, caso seja, quem o
assina é o diretor de redação.
Anotações
298
298
Editorial
299
Diálogo com
o professor
Anotações
299
Anotações
300
300
300
Editorial
301
Capítulo
8
espacial e visual: habilidade de pintar, tirar ótimas fotos ou es-
culpir. Inteligência corpóreo-cinestética: habilidade de utilizar Diálogo com
as próprias mãos ou o corpo. Inteligência musical: habilidade
de compor canções, cantar e tocar instrumentos. Inteligência o professor
interpessoal: habilidade de se relacionar com os demais. In-
teligência intrapessoal ou intuitiva: habilidade de acessar os Dicionário
próprios sentimentos. Esse trabalho de autoco-
Como afirma Jeannette Voss, uma das grandes especialis-
nhecimento da turma é
Convencionais – Que são
tas em Psicologia Cognitiva na atualidade, todos somos poten- comuns, sem originalidade.
Anotações
301
301
shutterstock
tro do Reino Unido durante a Segunda
Guerra Mundial, tendo se destacado,
Para as perguntas da seção entre outras coisas, por sua grande atua-
gências.
2. Há, sim. O editorial é, na Em 2009, os cem físicos mais reno-
mados do mundo elegeram Albert Eins-
verdade, um comentário
mutzer
tein o mais memorável físico de todos os
Ferdinand Sch
dessa reportagem. É inte-
tempos. Ele era simplesmente um gê-
nio. Como cientista, desenvolveu uma
ressante frisar que, além das mais importantes teorias da Física
modo imperativo.
302
Leitura
Complementar
Anotações
KOCH, Ingedore
G. Villaça (2002).
Argumentação e
linguagem.
São Paulo:
Cortez.
302
302
Editorial
303
Capítulo
8
Para discutir
3. Nesse editorial, há uma frase em que o autor convida o leitor Apesar de parecerem
produtos obsoletos devido
para ler a reportagem de capa. Transcreva essa frase.
ao excessivo consumo
4. Que mecanismo linguístico é responsável por despertar no diário de informações
leitor a compreensão de que se trata de um convite? por meio das mídias
digitais, jornais e revistas
impressos ainda ocupam
um importante espaço
no cenário de leitores
nacional.
Assim como o espaço
reservado para cartas
e sugestões, a seção
Desvendando os segredos do texto do editorial serve para
estabelecer um vínculo
com o leitor de modo
a buscar abordagens
1.No primeiro parágrafo do texto, como o autor iniciou a abor- mais personalizadas
para a experiência da
dagem do tema?
leitura. Dessa maneira,
Ele apresentou exemplos de grandes personalidades que, apesar os assinantes se sentem
contemplados pelo
de terem tido problemas na escola quando crianças, tornaram-se tratamento recebido e os
profissionais envolvidos
grandes exemplos de genialidade. encontram um modo
dinâmico de expor opiniões
e se dirigir ao seu público
de forma coletiva.
303
303
A silepse é um recurso de
um resumo do primeiro.
euforia do gol vem a um só b) Para o autor, a falta de sintonia entre os alunos e os métodos
dispersão depende da rea- c) Que palavra no trecho justifica a sua resposta ao item anterior?
ção particular de cada indi- Talvez.
víduo. A dicotomia entre o 304
sentimento coletivo e o sen-
timento individual é revelada LPemC_2018_BNCC_7A_Cap8.indd 304 29/03/18 07:23
304
304
Editorial
305
Capítulo
8
7. No terceiro parágrafo, observe as construções que seguem:
Compartilhe
ideias
Todos somos inteligentes, todos possuímos algum
tipo de inteligência […]
305
305
Análise linguística
Sugestão de
Abordagem Tipos de predicado
Leia a tirinha a seguir:
CAFÉ/Eudson e Lécio
Para as questões da seção
Análise linguística, propomos
estas respostas:
1. Verde, nesse caso, signi-
fica não maduro.
2. a) Sugestão: manchar. / 1. Essa tirinha explora, de maneira muito inteligente, o signi-
306
Anotações
306
306
Editorial
307
Capítulo
8
Nos dois períodos que você analisou, podemos identificar dois
tipos distintos de predicado. O primeiro deles está estruturado Compartilhe
em torno do verbo sujar, que é transitivo, isto é, exerce predica- ideias
ção. Como esse verbo é o termo mais importante do predicado
(núcleo), temos aí um exemplo de predicado verbal. Logica-
mente, o núcleo do predicado verbal é o próprio verbo.
Já na segunda situação, o adjetivo amarela é que desempe-
nha a predicação, ou seja, é ele quem exerce o papel de núcleo.
O verbo estar não exerce predicação, ou seja, é um verbo de
ligação. Assim, como o núcleo do predicado é um nome (o ad-
jetivo amarela), temos aí um exemplo de predicado nominal.
Para ficar mais fácil, podemos dizer que o predicado nominal é
construído por meio de um verbo de ligação e um predicativo.
Há períodos, porém, em que ocorrem os dois tipos de predi-
cado. Trata-se do predicado verbo-nominal. Esse tipo de pre-
dicado é formado por um verbo transitivo e por um predicativo.
Observe:
307
307
Prática linguística
Sugestão de
“Por que não pensei nisso antes?” Sempre que nos depara-
Abordagem mos com essa indagação, estamos diante de uma ideia criativa.
A espontaneidade para solucionar problemas é uma capacidade
ma da escola e realizar uma Einstein, parecem raros na atualidade, porque é normal, dentro
do processo criativo, que muitos só sejam reconhecidos depois
entrevista com o editor-che- de mortos.
308
308
Editorial
309
Capítulo
8
1.Podemos enquadrar esse texto como um exemplo de que Aprenda
mais!
gênero textual?
Quando os vários tipos de
Artigo de opinião.
inteligência se encontram
Leonardo Da Vinci (1452–
1519) é também conhecido Leitura
por habitar o imaginário
2. Nesse texto, o autor segue uma tática muito parecida com cultural de várias gerações, Complementar
a que seguiu o autor do texto Inteligências. Explique. tendo sua vida usada como
referência em obras de
trabalho de personalidades
próprio Leonardo não se
Mozart a se tornarem tão célebres? restringia a uma modalidade
artística específica para
Eles souberam trabalhar os elementos que tinham à disposição exprimir suas visões de
mundo, sendo considerado
nacionais e estrangeiras
de uma forma que não havia sido pensada anteriormente. um dos polímatas (que
estuda diversas ciências)
com profundidade.
O programa realizou mais
mais famosos do Planeta.
Consequentemente,
suas obras continham
influências de várias áreas
de conhecimento além das
de mil entrevistas em seus
5. Segundo o texto, criatividade é:
modalidades artísticas que
dominava.
23 anos. Tem um acervo
a) Tudo o que se pensa. Conheça um pouco mais
sobre a vida e a obra de Da
precioso que revela muito
b) A produção dos grandes gênios do passado.
c) Fazer algo inusitado.
Vinci neste vídeo-ensaio do
canal Quadro em branco: além do que o perfil do en-
d) Um dom divino. https://www.youtube.com/
watch?v=3R8htiDy0rs trevistado. Retrata momen-
309 tos e fatos importantes das
mais diversas áreas do co-
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap8.indd 309 29/03/18 07:23 nhecimento: artes, política,
economia, cultura, espor-
tes, educação e saúde. Os
Anotações convidados que participam
do programa colocam-se
diante de jornalistas e es-
pecialistas convidados para
expor suas opiniões e es-
clarecer questões relevan-
tes para a sociedade.
309
310
310
Editorial
311
Capítulo
8
11. No segundo parágrafo do texto, qual é a função sintática do
adjetivo raros? Compartilhe
a) Predicativo do sujeito.
ideias Diálogo com
b) Predicativo do objeto. o professor
c) Objeto direto.
d) Objeto indireto.
O processo de escrita requer
12. O adjetivo raros, empregado no segundo parágrafo, poderia
ser substituído por qual outro adjetivo para acentuarmos a rari- a observação de uma sequên-
dade dos grandes inventores a que o autor se referiu?
a) Normais.
cia de etapas. Nas seções de
b) Extraordinários. produção de texto, seria inte-
c) Interessantes.
d) Anormais. ressante discutir essas etapas
como os seus alunos.
13. Todas as alternativas contêm predicado nominal, exceto:
a) Aquele amor não parava de crescer.
Acreditamos que o momento
b) Ultimamente andava muito nervoso.
c) Eu não sou você. de produção textual, seja em
d) O tempo está chuvoso, sombrio.
sala, seja em casa, é especial
14. Assinale a única frase com predicado nominal: e deve ser contínuo e muito
a) Os alunos voltaram para a escola.
b) O tempo voa. bem planejado. Se for realiza-
c) O menino continuou a leitura. do em sala de aula, reserve
d) Infelizmente, o professor continua doente.
um tempo adequado para que
eles possam trabalhar bem.
15. Indique a frase com predicado verbal:
a) Pedro acusou Marcos de covarde.
b) Gostei do passeio ciclístico. Reforce e valorize a ideia de
c) O professor entrou preocupado em sala.
d) Os amigos ficaram surpresos com sua reação. que são autores e, por isso,
16. Assinale a opção com predicado verbo-nominal:
responsáveis pelo que es-
a) Os alunos estudiosos normalmente são aprovados. crevem. Deixe-os à vontade
b) Todos ficaram estáticos diante da paisagem.
c) O espetáculo está anunciado há cerca de dois meses.
para consultar o dicionário e a
d) O médico julgou a cirurgia muito difícil. gramática. Por fim, considere
nossas propostas de trabalho
como um guia, e não um limi-
311
tador. Fique à vontade para fa-
zer as modificações que julgar
LPemC_2018_BNCC_7A_Cap8.indd 311 29/03/18 07:23 necessárias.
Anotações
311
É hora de produzir
312 Compartilhe
ideias
Proposta
Imagine que vocês são os jornalistas responsáveis pelo edi-
torial do jornal, da revista ou do site que publicou a reportagem
escolhida. Agora, a missão de vocês será escrever um editorial
que motive as pessoas a lerem essa reportagem.
Planejamento
1. Leiam com bastante atenção a reportagem que servirá de
base para o texto de vocês.
2. Selecionem as informações mais interessantes na reporta-
gem e utilizem-nas no seu texto para ajudar na sua argu-
mentação.
3. Vocês poderão acrescentar informações extras (dados es-
tatísticos, argumentos de autoridade, exemplos de fatos,
etc.) para embasar melhor seu posicionamento.
4. Uma tática que pode ajudá-los nesta produção é fazer com
que seu texto tente responder à seguinte pergunta: por que
as pessoas devem ler essa reportagem?
5. Procurem deixar claro para os leitores qual é o tema do edi-
torial.
6. Procurem adequar a sua linguagem ao seu público-alvo.
7. Produzam um título para o texto de vocês.
312
312
312
Editorial
313
Capítulo
8
Avaliação
1. Para avaliar o editorial que vocês produziram, antes de
entregá-lo ao professor, façam uma releitura dele procurando
BNCC – Habilidades gerais
analisar estes aspectos:
EF69LP06 EF69LP08
Aspectos analisados Sim Não
Vocês acham que os leitores perceberão com
EF69LP07 EF69LP18
facilidade o objetivo do texto produzido?
O texto está apoiado na reportagem escolhida?
As ideias apresentadas estão ajudando na BNCC – Habilidades específicas
defesa de que a reportagem deve ser lida?
Suas ideias estão se repetindo ou fugindo do
assunto?
EF67LP07 EF07LP01
Há algum dado estatístico, argumento de au- EF67LP32 EF07LP10
toridade ou exemplo conferindo mais credibi- EF67LP33
lidade à argumentação?
A linguagem empregada está de acordo com
o público-alvo?
O título está adequado ao texto?
Anotações
313
313
u N
g A violência das torcidas
SE
Leitura Diante dos atos de vandalismo e de violência criminosa que
voltam a ser praticados por delinquentes que se fazem passar
Complementar por torcedores de futebol em São Paulo, o major da PM Mar-
cos Marinho de Moura, responsável pelo policiamento dos es-
Antes de tádios, lamenta a falta de legislação específica e rigorosa para
começar a ler
Segundo Vogt, todo enun- puni-los.
ciado diz algo, mas o diz de O texto que você vai ler Verdadeiras gangues de marginais estão, novamente, trans-
agora é um editorial do formando as imediações dos estádios e as vias que levam a eles
um certo modo. Ao dizer, o
jornal O Estado de S.
em campos de batalha nos dias de jogos importantes. Além de
Paulo. Esse texto traz
enunciado representa um
como tema um problema atirarem bombas, pedras e de se “animarem” graças ao consu-
social muito grave que, mo de drogas, esses bandidos passaram a usar armas de fogo.
estado de coisas do mun- Preparam-se para os confrontos levando o “material” bélico em
infelizmente, tem se
repetido no nosso país:
veículos de apoio que vão seguindo os ônibus que os trans-
do — tem-se aqui o que se
a violência entre torcidas
de times de futebol. Leia portam até que um grupo rival cruze seus caminhos. Descem,
agora e confira a opinião
pode chamar de significa-
então, dos ônibus, armam-se e partem para o “combate”.
do jornal a respeito desse
tema. Foi o que aconteceu no último sábado, no quilômetro 52 da
ção ou de sentido 1. Por Via Anchieta, no choque entre as gangues infiltradas nas tor-
cidas do São Paulo e do Santos. Pelo estado em que ficaram
outro lado, ele mostra (e o os veículos que levavam torcedores da capital para a Baixada
faz por meio de marcas lin- Santista, percebe-se que ali havia facínoras dispostos a tudo.
O resultado foi a morte do são-paulino Alan de Almeida, de 22
guísticas) o modo como o anos. O assassino continua foragido e, segundo testemunhas,
linguagem é representa-
acabar com a impunidade das gangues é indispensável.
Hoje, quando a polícia consegue deter os participantes des-
ção 2 de representação 1, sas guerrilhas, as punições mais frequentemente impostas,
conforme a Lei nº 9.099, de 1995, são prestação de serviços à
representação 2 utilizada comunidade, multas, reparação de danos ou proibição de aces-
numa acepção teatral, para so aos estádios — raramente cumpridas, aliás, pela dificuldade
314
314
Editorial
315
Capítulo
8
que a Justiça tem de fiscalizar a execução dessas “penas”. As
diretorias dos times de futebol e as associações de clubes es-
portivos precisam também se integrar no combate a esse tipo de Aprenda
criminalidade, como já fizeram quando apoiaram o banimento
mais!
das violentas torcidas uniformizadas, que hoje ressurgem com Contra a impunidade,
outros nomes. Apesar de o presidente da Federação Paulista pela paz nos campos
de Futebol [...] ter declarado que “a Federação não tem nada a Em Futebol, violência
e impunidade, o jornal
ver com a morte do torcedor; estrada é assunto da PM”, acha- paranaense Gazeta
mos que ela poderia estimular e coordenar uma campanha, por do Povo aponta para
parte dos clubes, que levasse à identificação e expulsão dos um fator importante no
combate à violência
maus torcedores, pois é evidente que fatos como esse afastam no futebol: reverter os
dos estádios boa parte do público pagante, que comparece aos casos de impenitência
jogos para assistir a futebol, e não para dar vazão a instintos ocorridos diante de
vandálicos.
dirigentes esportivos que
ainda prestigiam torcidas
Enfim, além de lei e de punições rigorosas contra os maus organizadas, a fim de
elementos, é preciso voltar a orientar e educar os verdadeiros tornar mais rígidas as
punições estabelecidas
torcedores, para que eles também colaborem para a extinção pelo Estatuto do Torcedor,
desse tipo de crime, pelo bem do esporte e pela segurança da que já apresentam
população. soluções coerentes aos
atos de vandalismo, se
O Estado de S. Paulo. Editorial, 17/05/2000.
cumpridas com a devida
rigorosidade.
Depositphotos I katatonia82
A partir desse editorial,
poderemos notar as
possibilidades de defesa
de um mesmo ponto que
partem de diferentes
argumentos, um mais
enfocado na rivalidade
entre as torcidas
organizadas e a polícia
e outro tratando do
sentimento de impunidade
expandido a níveis
estruturais, expondo
problemas internos que
contribuem para tais
práticas. Leia o editorial no
link a seguir e reflita sobre
esses posicionamentos.
http://www.gazetadopovo.
com.br/opiniao/editoriais/
futebol-violencia-e-impunidade-
c7vqpk3ehd7pq6ihiww2n2nqu
315
315
316
316
316
Editorial
317
Capítulo
8
c) Como o editorial classifica os torcedores que vão aos está-
dios apenas para tumultuar? Compartilhe
ideias
Segundo o editorial, eles nem sequer são torcedores. São vân-
dalos, delinquentes, marginais, facínoras que se fingem de tor-
cedores.
d) Para dar maior força aos nossos argumentos, uma boa es-
tratégia é utilizar exemplos que ilustrem o nosso posicionamen-
to. Nesse texto, para mostrar a gravidade do problema aborda-
do, o autor utilizou alguns fatos como exemplos e, no terceiro
parágrafo, citou o fato que desencadeou a opinião expressa no
texto. Que fato foi esse?
O choque entre as gangues infiltradas nas torcidas do São Paulo
e do Santos (terceiro parágrafo).
317
317
Leve para sala de aula jor- delinquentes presos pela polícia em atos de vandalismo e vio-
lência são punidos por uma lei que não funciona. Por que essa
nais e revistas e explique aos lei não serve?
alunos que existem diversos Porque as punições impostas são leves — normalmente são
deles se localiza em uma esses textos não são destinados primeiramente aos leitores “co-
sessão do jornal. Por últi- muns”, mas aos poderosos (políticos, governantes, empresários,
mo, chame a atenção para etc.), que podem efetivamente interferir nesses problemas.
318
318
Editorial
319
Capítulo
8
11. Após os primeiros contatos com as possibilidades do gênero editorial em outras plata-
formas para além da escrita, confira um vídeo do Band News sobre o tema da violência nas Leitura
torcidas de futebol e reflita sobre as diferenças entre o texto escrito e a matéria audiovisual.
O vídeo está disponível no link:
Complementar
http://videos.band.uol.com.br/bandnews/13037022/editorial-escalada-de-violen-
cia-transforma-futebol.html
12. Com a popularização das redes sociais, ocorreu em escala a inevitável saturação das
chamadas bolhas sociais. Se hoje grande parte das interações humanas acontece com
o intermédio da Internet, é por meio de algoritmos que esta conduz a nossa rotina na rede ABREU, Antônio Suarez. A arte
cruzando interesses em comum com outros usuários. Desse modo, é normal que os inter- de argumentar. São Paulo,
nautas se sintam imersos em uma espécie de zona de conforto em que o conteúdo consu- Ateliê Editorial, 2003.
mido é fruto dessa invisível ferramenta de manipulação, que também pode funcionar a favor
de empresas investidoras em propaganda virtual e seus respectivos aplicativos de suporte, Devido ao seu caráter altamen-
te didático e funcional, A arte de
como o Facebook e o Google, comuns na rotina virtual dos usuários mundiais.
Portanto, não só a propaganda que chega até nós é filtrada por meio desses artifícios,
mas também o conteúdo crítico e as ideologias vinculadas a eles: se compactuamos com argumentar: gerenciando razão
determinadas posições políticas, é provável que as timelines de nossas redes sociais es-
tejam sendo moldadas para se adequar àquilo que foi previamente estabelecido por nós e emoção é endereçado a todos
mesmos, criando uma realidade “filtrada” e livre de atritos. Em função disso, presenciamos
um momento social marcado por intolerância e discursos de ódio, não sobrando espaço
aqueles que desejam melhorar
para debates equilibrados e consensos. seu relacionamento profissional,
aumentando, criativamente, sua
O vídeo a seguir, do Canal Nostalgia, questiona: você está em uma bolha social?
pessoais.
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319
Análise linguística
Leitura
Complementar
Concordância nominal
Ao contrário da concordân-
Leia a tirinha:
PREÁ E CAFÉ/Eudson e Lécio
cia verbal, a concordância
nominal não parece ser re-
dutível a fatores semânticos,
principalmente porque o gê-
nero dos nominais não tem
correlato semântico coeren-
te: computador é masculi- 1. Onde a avó de Café esqueceu a agulha?
2. No último quadrinho, Preá faz uma pergunta a Café que se-
no, impressora é feminino, ria, na verdade, um pedido. Explique.
por razões idiossincráticas. 3. No primeiro quadrinho, observe o uso da palavra meio. O
que ela significa nesse contexto?
PERINI, Mário (2010). Gramática 4. Agora, explique: a palavra meio em meio esquecida tem
do português brasileiro. São Paulo: o mesmo sentido quando usada em Comi meio pacote de
Parábola, p. 279. biscoito?
320
320
Editorial
321
Capítulo
8
substantivo
Compartilhe
ideias
Minha avó está meio esquecida.
Meio/meia
Quando você leu a tirinha da página anterior, certamente ob-
servou que nela meio equivale a um pouco (Minha avó está
um pouco esquecida), por isso é advérbio de intensidade. E
os advérbios, como vimos, não se flexionam. Já na frase Comi
meio pacote de biscoito, a palavra meio equivale a metade, ou
seja, é um numeral fracionário e, por essa razão, flexiona-se.
Por isso, dizemos: Comi meia maçã.
Como dissemos, nem sempre essa concordância se verifica
na prática. Principalmente em situações de conversação espon-
tânea, é muito comum ouvirmos Estou meia preocupada, Ela
está meia confusa. Mas, em situações formais, seria mais ade-
quado falar Estou meio preocupada, Ela está meio confusa.
Anexo/em anexo
A palavra anexo concorda em gênero e número com a pala-
vra determinada, isto é, com o que é anexado. Já a expressão
em anexo é invariável. Veja:
321
321
tem gênero inerente — ele é Antes das refeições, Andreia sempre agradece a Deus:
masculino ou feminino. — Senhor, obrigada por esta comida.
322
322
Editorial
323
Capítulo
8
Bastante/bastantes
Há situações em que a palavra bastante funciona como pronome indefinido e situações
em que funciona como advérbio de intensidade. Em ambos os casos, bastante pode ser
substituído por muito, mas, somente quando funciona como pronome equivale a muito,
muitos, muita, muitas. Assim, quando advérbio, bastante não tem plural, é invariável;
mas, quando pronome, tem plural (bastantes). Observe:
Possível
Nas construções o mais possível, o menos possível, o melhor possível, etc., o adje-
tivo possível fica invariável.
Com o plural (os mais, os menos, os melhores, etc.), o adjetivo possível vai ao plural.
323
323
Prática linguística
Sugestão de
Abordagem 1. Tente explicar a diferença de sentido que há entre estes
pares de frases:
Colégio de Aplicação da UFPE. Se- Em 1, a palavra irmãos, por estar no plural, refere-se a Pedro
gue o texto completo: e a João. Nesse caso, os dois são irmãos. Já em 2, a palavra
irmão refere-se apenas a Pedro, funcionando como adjetivo.
Prezada autora:
b)
Li o texto Missão dos preda- I. Trazia a calça e a camisa suja.
dores, que você escreveu no II. Trazia a calça e a camisa sujas.
tão animados que resolveram, I - Músicos e bandas ____________ tocavam no coreto. (co-
Anotações
324
324
Editorial
325
Capítulo
8
3. (Colégio de Aplicação – UFPE) Uma leitora de um jornal escreveu uma carta para a
autora de um artigo intitulado Missão dos predadores. Mas, como estava em dúvida a res-
peito da concordância de algumas palavras, deixou alguns espaços em branco. Ajude-a,
completando as lacunas com as palavras fornecidas entre parênteses. Não se esqueça de
fazer a concordância adequada nem repita palavras.
Recife, 28 de setembro de 2011.
Prezada autora:
Li o texto Missão dos predadores, que você escreveu no suplemento infantil da Folha de
S.Paulo. Adorei. O pessoal daqui de casa também adorou . Meu filho e minha
filha ficaram tão animados que resolveram , eles mesmos ,
fazer uma carta de uma página e meia ao dono do supermercado daqui do bairro,
porque esse homem destruiu o jardim para construir seu mercado.
Depois disso, eu espero que as pessoas do nosso bairro fiquem inte-
ressados em começar uma campanha de preservação da natureza.
Muito obrigada pela sua atenção.
Roseana
4. Você já sabe que a concordância nominal diz respeito à harmonia entre o substantivo e
seus modificadores: os artigos, adjetivos, numerais e pronomes. A regra geral, segundo a
norma-padrão, é a de que estes concordam em gênero e número com o substantivo, mas
existem os casos específicos de concordância. Relembre as leis de concordância nominal
que você estudou e marque a alternativa que reúne as frases em que há inadequações
quanto à norma-padrão.
I. Eu mesmo não sou a melhor da sala, mas sei que não sou das piores.
II. Ontem Marta estava meia tonta, mas hoje ela se sente melhor.
III. Minhas filhas próprias arrumam seu quarto.
IV. Comprei os tomates e o coentro fresquinho.
V. Os funcionários foram juntos comigo ao protesto.
a) II, IV e V.
b) II, III e IV.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) I, II e V.
325
325
d) Os alunos comentaram que naquele dia mesmo falaram com a professora sobre a nota,
mas ainda estavam bastantes preocupados.
Os alunos comentaram que naquele dia mesmo falaram com a professora sobre a nota,
mas ainda estavam bastante preocupados.
7. “Muito _____”, disse ela. “Vocês explicaram as regras de maneira _____ clara. Eu _____
entendi tudo.”
a) obrigada, bastante, mesma.
b) obrigado, bastante, mesma.
c) obrigada, bastantes, mesmo.
d) obrigados, bastante, mesma.
e) obrigada, bastantes, mesmo.
326
326
326
Editorial
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Capítulo
8
É hora de produzir
Carência e incerteza
Em Goiânia, dois garotos de 14 anos bri- e alta entrevistados revelaram esses dois
gam por causa de uma partida de futebol. componentes em suas histórias de vida.
Um bate tanto no outro que acaba por matá- “Antigamente, os filhos da classe média ti-
-lo. Os colegas que queriam apartar foram nham destino certo no mundo inteiro. Hoje,
contidos por outros meninos, todos de clas- a competição é maior, e os postos de tra-
se média, extasiados com a briga. No Rio, balho foram reduzidos. Seja em Londres,
adolescentes do subúrbio digladiam-se com Paris ou Nova York, o jovem é igual nesse
pedras e barras de ferro nas estações ferro- aspecto”, diz Júlio Jacobo, coordenador da
viárias. A violência, que até há pouco tem- pesquisa da ONU na capital federal.
po tinha os jovens apenas como vítimas, os Os membros do Judiciário que acompa-
tem agora como protagonistas. Por trás des- nham o caso dos jovens da classe média
sa realidade, que pela primeira vez começa brasiliense que atearam fogo no índio pata-
a ser desnudada em uma pesquisa mundial xó Galdino dos Santos tiveram uma prova
da Organização das Nações Unidas, está cabal de que o pouco caso dos pais contri-
a sensação de abandono. Atrás da cultura bui muito para o desajuste dos jovens. “To-
da violência, está, na maioria das vezes, um dos os envolvidos têm pais ausentes. Um,
pedido de socorro e de atenção. inclusive, quando o filho foi detido, estava
A ONU está entrevistando simultanea- de férias em outra cidade e, mesmo avisa-
mente adolescentes do Brasil, da Inglater- do, não retornou para estar ao lado do rapaz
ra, da França e dos Estados Unidos. Em em um momento tão doloroso”, revela um
todos esses lugares, a sensação de aban- participante do processo.
dono é relatada por adolescentes que rou- Pais separados e em permanente confli-
baram, mataram, se drogaram, traficaram. to, pais que moram sob mesmo teto, mas
Não importa a classe social. Em Brasília, vivem em desarmonia, ou simplesmente
por exemplo, cidade que abriga políticos, pais ausentes por imperativos profissionais
empresários, altos funcionários públicos e encabeçam as estatísticas das famílias que
profissionais liberais bem-sucedidos, muitos geram filhos com desajustes.
dos quatrocentos jovens de classes média Leila Magalhães, revista Manchete, Bloch Editores.
327
327
Proposta
Agora, imagine que você trabalha como repórter em uma
revista cujos leitores são, prioritariamente, adolescentes. Você
sempre produz reportagens que abordam como tema a juven-
tude, seus conflitos, seus interesses, suas paixões. Mas, por
328
328
328
Editorial
329
Capítulo
8
alguma razão, você foi convidado pelo diretor de redação para
escrever o editorial para uma edição da revista cujo tema será Compartilhe
a violência entre os jovens. Seu texto deverá responder à se-
ideias
guinte pergunta: de onde vem a violência? Antes de começar a
escrever, faça uma pesquisa sobre o tema para colher informa-
BNCC – Habilidades gerais
ções e exemplos que o ajudarão a defender sua opinião. O tex-
to Carência e incerteza também poderá ajudá-lo a criar ideias. EF69LP06 EF69LP08
EF69LP07 EF69LP18
Planejamento
1. Estruture seu editorial em introdução, desenvolvimento e
conclusão.
BNCC – Habilidades específicas
2. Na introdução, procure deixar claro qual é o tema do seu
texto.
EF67LP07 EF07LP01
3. No desenvolvimento, procure apresentar fatos, dados nu-
méricos, argumentos de autoridade. Eles são úteis para EF67LP32 EF07LP10
tornar forte o seu posicionamento e dificultam a contra-ar- EF67LP33
gumentação.
4. Na conclusão, procure propor soluções para o problema.
5. Como seus leitores serão adolescentes, é fundamental que
você utilize uma linguagem apropriada a eles.
6. Dê um título ao seu texto.
Avaliação
Anotações
1. Para avaliar seu texto, leia-o novamente, procurando iden-
tificar possíveis problemas. Pense nisto:
329
329
330
330
Editorial
331
Capítulo
8
3. Indique as palavras em que o par sc forma dígrafo:
4.Com base no que você viu na questão anterior, as letras sc formam dígrafo antes de
quais letras?
Antes de e ou i.
331
Wikipédia
EF69LP08 EF69LP33
EF69LP10 EF69LP37
EF69LP12
EF67LP33 EF07LP02
EF07LP01 EF07LP10
Jornalistas, policiais e serviços de emergência na rua do tiroteio, duas horas após o ataque.
Anotações
Caso a publicação das charges tivesse ocorrido no Brasil, você imagina a pos-
sibilidade de reações violentas semelhantes ao que ocorreu na França?
332
332
332
Editorial
333
Capítulo
8
a) Pesquise na Internet esses jornais para conhecer um pouco mais sobre a nossa História
e sobre as estratégias comunicativas que utilizaram para atrair seus leitores.
b) A partir da sua pesquisa, tendo como base as características desses jornais antigos,
você conseguiria apontar jornais atuais que possuem uma proposta similar? É possível
estabelecer semelhanças entre a linha editorial do Charlie Hebdo e jornais nacionais de
contracultura que circulam hoje? Explique.
3.Repercutindo o Massacre do Charlie Hebdo, campanhas como Je suis Charlie (“Eu sou
Charlie”) e variadas manifestações de comoção mundial ocorreram tanto em eventos pre-
senciais quanto — principalmente — nas redes sociais.
Wikipédia
Homenagens aos cartunistas mortos em frente à sede do Charlie Hebdo, na rua Nicolas-Appert.
333
333
334 sociais. Nesse contexto, foi comum a circulação de opiniões infundadas, que demonstra-
vam desconhecimento sobre o assunto. No capítulo anterior, na página 297, fizemos uma
reflexão interessante sobre a liberdade de expressão: devemos respeitar qualquer opinião
ou respeitar o direito de opinar?
Com seus colegas e o seu professor, reflita e opine:
a) O que leva usuários da Internet a aderirem a causas que não conhecem a fundo e com-
partilharem notícias lidas superficialmente?
b) Que consequências vocês percebem que interpretações distorcidas dos fatos nesse ce-
nário virtual podem causar?
4. No editorial da sua edição de número 1.178, assinado pelo editor-chefe, Gérard Biard,
o Charlie Hebdo comenta o atentado e agradece o apoio recebido, enfatizando a postura
laica com que o jornal é conduzido. A fim de esclarecer que as sátiras possuem um intuito
provocativo firmado nos princípios básicos da sátira, o editorial salienta que, independen-
temente, do conteúdo exposto em suas edições, não haveria argumento que justificasse o
assassinato de seus integrantes. A partir desse pensamento, pesquise matérias de jornais
nacionais que na época noticiaram o massacre e analise o modo como a postura editorial
de cada um contribuiu para o desenvolvimento da empatia tanto em seus leitores quanto na
mídia especializada.
Diante da delicadeza do assunto, é importante conduzir as reflexões de modo a não repro-
duzir leituras tendenciosas do ocorrido. Recomende que os alunos atentem para escolhas
de materiais diversos a fim de construir uma visão panorâmica sobre o tema.
o
mídias em context
1. Agora que você está familiarizado com o gênero editorial e suas possibilidades de abor-
dagem, vamos combinar os conhecimentos adquiridos e expandir nossas produções para
o meio virtual. Como vimos, o gênero trabalhado possui flexibilidade suficiente para ser
convertido em plataformas audiovisuais. A partir disso, produza com seus amigos um edi-
torial imaginando que será apresentado em um telejornal da sua cidade ou de abrangência
nacional. O tema do editorial será este:
334
334
334
Editorial
335
Capítulo
8
Utilizem a reflexão proposta pela tirinha a seguir para enriquecer a produção e considerem
as informações colocadas no planejamento.
Planejamento
Antes de produzir o editorial, os grupos deverão considerar as seguintes orientações:
1. Definam qual será o telejornal que vocês gostariam que veiculasse o editorial pro-
duzido. Atentem para a sua linha editorial e seu público-alvo. O vídeo deverá ter, no
máximo, dois minutos de duração.
2. Sabendo das referências estruturais do gênero, organizem o editorial a partir de notícias
pesquisadas na Internet. Importante: o tema das notícias, logicamente, deverá con-
vergir para a temática da violência virtual. Assim, reúnam crimes de ódio e intolerância
cometidos na Internet e analisem como as plataformas virtuais viabilizam esses tipos de
discurso e quais as consequências dessas práticas para a perpetuação de nocividades.
3. É importante, primeiro, escrever o editorial, mas tenham em mente que esse texto
será falado. Assim, atentem para a colocação de palavras e expressões que contri-
buam para a fluência do texto ao ser falado. Na gravação, observem a gesticulação e
a entonação de que falará o texto.
4. Será necessário dispor de algum software de edição de vídeo. Caso não tenham, é
possível conseguir gratuitamente na Internet.
5. Formulem o editorial buscando reflexões concisas e impactantes sem recorrer a sen-
sacionalismos. Lembrem-se de se adequar ao seu público-alvo, transitando entre o
registro formal e o informal.
Pesquisa e reflexão
Para auxiliar na pesquisa das notícias e facilitar a reflexão, sugerimos alguns direciona-
mentos:
1. Avaliem os comentários
Como o anonimato virtual contribuiu para a naturalização dos discursos de ódio nas
seções dos comentários de matérias de jornais, postagens no Facebook, vídeos no
YouTube, etc.?
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335
336
2. Quem são os haters
Como agem? Onde se reúnem? O que os motiva e até que ponto podemos subestimar
suas ações?
3. Senso de justiça
Quando a denúncia/exposição virtual deixa de ser um instrumento legítimo de defesa e
se torna uma forma de linchamento? Há casos de morte que foram inicialmente motiva-
dos por linchamentos virtuais?
4. A zoeira
Como a “cultura do meme” está moldando o imaginário virtual em torno da ideia de que
tudo é permitido quando diz respeito a conteúdos humorísticos? O que costuma acon-
tecer com as pessoas que “viram meme” por acaso? Quais as consequências da fama
momentânea e como esse fenômeno pode ser manipulado de forma prejudicial por
pessoas mal intencionadas?
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ino
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o Ano
7
Licenciado em Letras pela UFPE e pós-graduado em Linguística e Ensino.
Autor de Contextualizando a Gramática e da coleção Língua Portuguesa em Contexto.
É editor do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio da Editora Construir.
CDU 806.90-5
PeR – BPE 15- 338 CDD 469.5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
2a edição
338
338
Apresentação
Os textos permeiam os mais diversos aspectos da nossa vida. No
enredo daquele filme, no noticiário, naquele blog ou em uma revista de
história em quadrinhos, ele está lá, a serviço da nossa comunicação e
facilitando a nossa vida para que possamos entender uns aos outros.
Se formos analisar a quantidade de gêneros textuais presentes desde
o livro didático até o smartphone, passando pela bula do remédio, encon-
traremos uma infinidade deles. Isso é um dificultador? De jeito nenhum!
Isso mostra o quanto dispomos de uma riqueza enorme de meios para
expressar opiniões, sentimentos, dúvidas, novidades...
A coleção Gênero, Leitura e Análise buscou disponibilizar um pouco
desse universo — um pouco mesmo, pois ele é imenso! — para que pos-
samos não só exercitar a nossa compreensão de textos como o nosso
conhecimento da Língua Portuguesa. Nada melhor do que exercitar com
exemplos práticos, com aquilo que vivenciamos. Para isso, cada texto foi
cuidadosamente selecionado para que você leia, compreenda e, sobre-
tudo, reflita. Para trazer novos conhecimentos e novos questionamentos
também. Porque, à medida que conhecemos mais, mais curiosidades e
dúvidas desenvolvemos e, portanto, maior torna-se a nossa vontade de
aprender.
E esse processo não acaba nunca, isso é apenas o começo. Portan-
to, esperamos que para você seja um bom começo.
Boa leitura, boa reflexão, boa análise e bom trabalho!
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1
Conto ---------------------------------------------------------------------------- 6
Capítulo
Texto 1 – A árvore de Natal na casa de Cristo ------------------------ 6
Texto 2 – Da utilidade dos animais --------------------------------------- 10
É hora de produzir --------------------------------------------------------- 14
Capítulo
2 Mito e lenda ------------------------------------------------------------------ 16
Texto 1 – Perseu, o Argiano ------------------------------------------------ 16
Texto 2 – Como a noite apareceu ---------------------------------------- 21
É hora de produzir --------------------------------------------------------- 24
Crônica ------------------------------------------------------------------------- 26
Capítulo
3 Texto 1 – A última crônica -------------------------------------------------- 26
Texto 2 – O padeiro --------------------------------------------------------- 30
É hora de produzir --------------------------------------------------------- 34
4
Reportagem ------------------------------------------------------------------ 36
Capítulo
Texto 1 – Qual o motivo da ida de Marcos Pontes ao espaço?--- 36
Texto 2 – Como o aquecimento global vai afetar o Brasil ---------- 40
É hora de produzir ---------------------------------------------------------- 44
340
340
Capítulo
6 Poema ----------------------------------------------------------------------- 54
Texto 1 – Soneto ---------------------------------------------------------- 54
Texto 2 – Poesia cinética ---------------------------------------------- 56
Texto 3 – Dedicatória --------------------------------------------------- 58
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 60
Capítulo
7 Artigo de opinião -------------------------------------------------------- 62
Texto 1 – O preconceito linguístico deveria ser crime ----------- 62
Texto 2 – Tem que ter atitude ------------------------------------------ 64
Texto 3 – Geografia e sala de aula ---------------------------------- 66
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 70
8
Editorial--------------------------------------------------------------------- 72
Capítulo
Texto 1 – Próximos passos -------------------------------------------- 66
Texto 2 – Quem paga a conta dos acidentes de trânsito? ----- 74
É hora de produzir ------------------------------------------------------ 78
341
Havia num porão uma criança, um ga- para se aproveitarem também da festa,
rotinho de seis anos de idade, ou menos e o único tapeceiro que tinha ficado cozi-
ainda. Esse garotinho despertou certa nhava a bebedeira há dois dias: esse nem
manhã no porão úmido e frio. Tremia, en- mesmo tinha esperado pela festa. No outro
volvido nas suas pobres roupas. Seu háli- canto do quarto, gemia uma velha doente
to formava, ao se exalar, uma espécie de que outrora tinha sido babá e que morria
vapor branco, e ele, sentado num canto agora sozinha, soltando suspiros, queixas
em cima de um baú, com fome, ocupava- e pragas contra o garoto, de maneira que
-se em soprar esse vapor da boca, pelo ele tinha medo de se aproximar da velha.
prazer de vê-lo no ar. Bem que gostaria No corredor, ele tinha encontrado al-
de comer alguma coisa. Diversas vezes, guma coisa para beber, mas nem a me-
durante a manhã, tinha se aproximado nor migalha para comer e mais de dez
da cama simples, onde num colchão de vezes tinha ido para junto da mãe para
palha, chato como um pastelão, com um despertá-la. Por fim, a obscuridade lhe
saco sob a cabeça, como uma almofada, causou uma espécie de angústia: há
vivia a mãe doente. Como se encontra- muito tempo tinha caído a noite e nin-
va ela nesse lugar? Provavelmente tinha guém acendia o fogo. Tendo apalpado o
vindo de outra cidade e subitamente caí- rosto de sua mãe, admirou-se muito: ela
ra doente. A patroa, que alugava o porão, não se mexia mais e estava tão fria como
tinha sido presa no dia anterior pela po- as paredes. “Faz muito frio aqui”, refletia
lícia; os locatários tinham se dispersado ele, com a mão pousada inconsciente-
342
342
Capítulo
1
mente no ombro da morta; depois de um ins- to; põe-se a chorar, corre para mais longe, e eis
tante, soprou os dedos para esquentá-los, pe- que, através de uma vidraça, avista ainda um
gou o seu gorrinho abandonado no leito e, sem quarto, e neste outra árvore, mas sobre as me-
fazer ruído, saiu do cômodo, tateando. Por sua sas há bolos de todas as qualidades, bolos de
vontade, teria saído mais cedo, se não tivesse amêndoa, vermelhos, amarelos, e eis sentadas
medo de encontrar, no alto da escada, um cão quatro formosas damas que distribuem bolos a
enorme que latira o dia todo, nas soleiras das todos os que se apresentem. A cada instante,
casas vizinhas. Mas o animal não se encontra- a porta se abre para um senhor que entra. Na
va ali, e o menino já ganhava a rua. ponta dos pés, o menino se aproximou, abriu a
Senhor! Que grande cidade! Nunca tinha vis- porta e bruscamente entrou. Hu! Com que gritos
to nada parecido. De lá, de onde vinha, era tão e gestos o repeliram! Uma senhora se aproxi-
negra a noite! Uma única lanterna para iluminar mou logo, meteu-lhe furtivamente uma moeda
toda a rua. As casinhas de madeira são baixas e na mão, abrindo-lhe ela mesma a porta da rua.
fechadas. Desde o cair da noite, não se encontra Como ele teve medo! Mas a moeda rolou pelos
mais ninguém fora, toda gente permanece bem degraus com um tilintar sonoro: ele não tinha po-
dentro em casa, e só os cães, às centenas e aos dido fechar os dedinhos para segurá-la.
milhares, uivam, latem, durante a noite. Mas, em O menino apertou o passo para ir mais longe
compensação, lá era tão quente; davam-lhe de — nem ele mesmo sabe aonde. Tem vontade de
comer... ao passo que ali... Meu Deus! se ele ao chorar; mas, dessa vez tem medo e corre. Cor-
menos tivesse alguma coisa para comer! E que re soprando os dedos. Uma angústia o domina,
desordem, que grande algazarra ali, que clarida- por se sentir tão só e abandonado, quando, de
de, quanta gente, cavalos, carruagens... e o frio, repente: Senhor! Que poderá ser ainda? Uma
ah! Este frio! Meu Deus, como gostaria de comer multidão que se detém, que olha com curiosida-
qualquer coisa, e como de repente seus dedinhos de. Em uma janela, através da vidraça, há três
lhe doem! Um agente de polícia passa ao lado da grandes bonecos vestidos com roupas verme-
criança e se volta, para fingir que não vê. lhas e verdes e que parecem vivos! Um velho
Eis uma rua ainda: como é larga! Como sentado parece tocar violino, dois outros estão
todo mundo grita, vai, vem e corre, e como em pé junto dele e tocam violinos menores, e to-
está claro, como é claro! Que é aquilo ali? Ah! dos movimentam em cadência as delicadas ca-
uma grande vidraça, e atrás dessa vidraça um beças, olham uns para os outros, enquanto seus
quarto, com uma árvore que sobe até o teto; lábios se mexem; falam, devem falar — de ver-
é um pinheiro, uma árvore de Natal onde há dade — e, se não se ouve nada, é por causa da
muitas luzes, muitos objetos pequenos, frutas vidraça. O menino julgou, a princípio, que eram
douradas, e em torno bonecas e cavalinhos. No pessoas vivas, e, quando finalmente compreen-
quarto há crianças que correm; estão bem ves- deu que eram bonecos, pôs-se de súbito a rir.
tidas e muito limpas, riem e brincam, comem e Nunca tinha visto bonecos assim, nem mesmo
bebem alguma coisa. Eis ali uma menina que suspeitava que existissem! Certamente, deseja-
se pôs a dançar com um rapazinho. Que bonita ria chorar, mas era tão cômico, tão engraçado
menina! Ouve-se música através da vidraça. A ver esses bonecos! De repente pareceu-lhe que
criança olha, surpresa; logo sorri, enquanto os alguém o puxava por trás. Um moleque gran-
dedos dos seus pobres pezinhos doem e os das de, malvado, que estava ao lado dele, deu-lhe
mãos se tornaram tão roxos, que não podem se de repente um tapa na cabeça, derrubou o seu
dobrar nem mesmo se mover. De repente o me- gorrinho e passou-lhe uma rasteira. O menino
nino se lembrou de que seus dedos doem mui- rolou pelo chão, algumas pessoas se puseram
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Capítulo
1
1.O que ocorreu na passagem “Sentou-se e encolheu-se, sem poder retomar fôlego, de
tanto medo, e bruscamente, pois foi muito rápido, sentiu um grande bem-estar, as mãos
e os pés tinham deixado de doer, e sentia calor, muito calor, como ao pé de uma estufa”?
O menino acabara de morrer.
que têm família, alimento, higiene, etc., sendo inacessível às crianças carentes. O Natal B acon-
tece no céu, e lá as crianças que nunca puderam participar no Natal da terra têm sua árvore de
3.
No trecho “[...] pegou o seu gorrinho abandonado no leito e, sem fazer ruído, saiu do
cômodo”, a palavra destacada é um substantivo ou adjetivo? Qual o significado? Ela tem
a mesma função na frase “Como é cômodo aqui!”? Por quê?
Substantivo; significa “aposento”, “acomodação”. Não, nessa frase é adjetivo e significa “confortável”.
4. No conto, uma criança passa sua curta existência privada de sua dignidade e seus di-
reitos fundamentais. A árvore de Natal da casa de Cristo foi construída por Ele para aqueles
que não tiveram a sua na terra. Você acha justo que, conforme o texto, somente após a
morte uma criança tenha direito à dignidade?
Resposta pessoal.
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346
Capítulo
1
— E o castor? — Apanha peixe pra gente.
— Pois quando voltar a moda do cha- — Apanha e entrega, professora?
péu para homens, o castor vai prestar — Não é bem assim. Você bota um
muito serviço. Aliás, já presta, com a pele anel no pescoço dele, e o biguá pega o
usada para agasalhos. É o que se pode peixe, mas não pode engolir. Então você
chamar um bom exemplo. tira o peixe da goela do biguá.
— Eu, hem? — Bobo que ele é.
— Dos chifres do rinoceronte, Belá, — Não. É útil. Ai de nós se não fossem
você pode encomendar um vaso raro para os animais que nos ajudam de todas as
o living de sua casa. Do couro da girafa, maneiras. Por isso que eu digo: devemos
Luís Gabriel pode tirar um escudo de ver- amar os animais, e não maltratá-los de jei-
dade, deixando os pelos da cauda para to nenhum. Entendeu, Ricardo?
Teresa fazer um bracelete genial. A tarta- — Entendi. A gente deve amar, respei-
ruga marinha, meu Deus, é de uma utili- tar, pelar e comer os animais e aproveitar
dade que vocês não calculam. Comem-se bem o pelo, o couro e os ossos.
os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia. Da utilidade dos animais. In: De Notícias &
não-notícias faz-se a crônica, de Carlos Drummond de
O casco serve para fabricar pentes, cigar-
Andrade. São Paulo: Companhia das Letras.
reiras, tanta coisa... O biguá é engraçado. Carlos Drummond de Andrade
© Graña Drummond. www.carlosdrummond.com.br
— Engraçado, como?
11
347
2. No conto, durante o desenrolar da cena, algumas falas expressas pelos alunos mos-
tram que a professora contradiz o argumento que você transcreveu na questão anterior.
Copie uma dessas falas.
Mas, se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele? (quarto parágrafo); A senhora disse
que a gente deve respeitar. (18º parágrafo); Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer
4. Algumas obras literárias, como os poemas e até mesmo os contos, podem ser escri-
tas a partir de um mote. O mote é um provérbio, um pensamento, uma frase retirada de
algum livro, etc. que serve a um artista como ponto de partida para o desenvolvimento de
sua obra. Por essa razão, o mote muitas vezes resume toda a obra. Dentre as alternativas
a seguir, indique aquela que poderia ter servido de mote a Carlos Drummond de Andrade
para escrever o conto Da utilidade dos animais.
a) Os animais são muito úteis ao ser humano.
b) Como podemos amar os animais se os violentamos e matamos?
X
c) Muitos animais devem ser amados e respeitados.
d) As pessoas sempre protegem os animais.
e) Quando respeitamos os animais, eles não nos fazem mal.
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Capítulo
1
5. Analise o trecho:
“Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que
é ótimo.” (quinto parágrafo)
feito de texugo, que ele é que produz o pincel ou que apenas fornece o pelo, interpretação que
prevalece.
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Proposta
Agora você vai criar um conto com foco narrativo na 3ª pessoa, ou seja, o narrador não
participa da história. Para tanto, escreva seu conto baseado em uma das imagens abaixo.
Tenha em mente que seu texto será lido por colegas e professores de sua escola, por fami-
liares e amigos, pois você e seus colegas vão produzir, ao final do capítulo, um livro com a
reunião dos textos de todos da turma.
Imagem 1
Vasilyev Alexan
dr | Shutterstock
Imagem 2
l | Shutterstock
Dudarev Mikhai
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Capítulo
1
Imagem 3
tock
Matt Jeppson | Shutters
Planejamento
Antes de começar a escrever, planeje seu texto. Leve em consideração os seguintes
aspectos:
1. Narrador-observador – Não participa da história, apenas observa o desenrolar dos
fatos narrados, mantendo certo distanciamento destes.
2. Fatos narrados – Selecione os fatos que você desenvolverá no conto, procurando
colocá-los em ordem crescente de tensão até atingir o clímax.
3. Espaço – Onde se passa o conto?
4. Personagens – Quais são os participantes do conto?
Avaliação
1.
Procurando desenvolver um trabalho de parceria, você e seu colega avaliarão o texto
um do outro. Para isso, preencham a tabela abaixo.
Após a avaliação, discuta com seu colega sobre os comentários que ele fez do seu
2.
conto. Que sugestões ele tem para melhorar seu texto?
3. Agora, no seu caderno, reescreva os trechos que julgar necessários.
15
351
Perseu, o Argiano
Desde o seu nascimento, Perseu foi exposto tervenção divina. Persuadido da cumplicidade
a perigos. O avô dele, o rei Acrísio, tentou impe- da babá, ordenou que a executassem. As lágri-
dir sua existência porque um oráculo lhe anun- mas da filha impediram que o rei eliminasse o
ciara que seria morto pelo filho da filha. E olhem menino, mas ele o trancou com a mãe num baú
que o rei fez tudo o que pôde para evitar o nas- de madeira e jogou o baú no mar.
cimento dessa criança maldita! O destino se mostrou mais clemente do
Mandou construir um quarto de bronze numa que Acrísio. O baú foi jogado pelas ondas no
alta torre do palácio de Argos e lá aprisionou a litoral da ilha de Serifo, onde, naquela tarde,
filha Dânae. Somente sua velha babá podia vê- Dicte recolhia suas redes. Como estavam pe-
-la para lhe levar comida. As paredes e as por- sadas! Também, pudera, com aquele baú de
tas eram intransponíveis para os homens, mas, madeira! Abriu-o imediatamente, pensando
para Zeus, aquilo era brincadeira. Ele entrou no que ali encontraria um tesouro, mas, em vez
quarto por uma fresta do telhado, sob a forma de moedas e joias, deu com uma linda moça
de uma chuva de ouro. A moça o recebeu e lhe e um bebê faminto. No mesmo instante lhes
ofereceu seu amor. ofereceu sua casa e sua proteção.
Dessa união clandestina nasceu um menino. Um dia, Polidectes, seu irmão, que reinava
Conseguiram esconder do rei a existência de na ilha, foi visitá-lo. Assim que viu Dânae, apai-
Perseu por algum tempo... mas, um dia, alerta- xonou-se loucamente por ela. Mas Perseu, que
do pelo choro da criança, Acrísio foi até a torre. crescera, agora tomava conta da mãe, e o rei
Sua surpresa e, depois, sua fúria foram compreendeu que, enquanto o filho estivesse
imensas! Ele se recusou a crer na fábula da in- junto dela, não poderia tentar nada. Para sorte
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Capítulo
2
de Polidectes, apresentou-se uma oportunida- ceira, Medusa. No entanto, a tarefa não era
de de afastar o rapaz. fácil: com um olhar, ela transformava qual-
O rei organizou em seu palácio uma gran- quer um em pedra.
de festa, para a qual convidou o filho de Dâ- O rapaz foi se aconselhar com as filhas
nae. Todos prometeram ao rei presentes sun- de Fórcis, que também eram feiíssimas, mas
tuosos. Perseu propôs lhe oferecer a cabeça pelo menos eram úteis. Perseu não obteve fa-
de uma górgona. Polidectes não disse nada cilmente as informações que queria, porque
no momento, mas no dia seguinte foi falar a princípio elas se recusaram a dá-las. Preci-
com ele: sou empregar muita esperteza. Como as três
“Parece-me que ontem o ouvi me prometer um velhas possuíam, juntas, um só olho e um só
presente excepcional. Quando vou recebê-lo?” dente, que usavam uma de cada vez, Perseu
Vítima de suas próprias palavras, Perseu os arrancou e ameaçou atirá-los ao mar. Elas
teve que cumprir a promessa. Despediu-se da logo lhe contaram:
mãe, que o beijou ternamente recomendando- “É com as ninfas que você vai encontrar os
-lhe prudência, e partiu em busca da górgona. instrumentos necessários à sua vitória. Elas
Esse nome causava arrepios. Designa- têm sandálias aladas que o farão correr mais
va três criaturas horrendas: Esteno, Euríale depressa, um saco para pôr a cabeça da gór-
e Medusa. Centenas de cobras infestavam gona e um capacete, oferecido por Hades, que
suas enormes cabeças, e uma careta pavoro- torna invisível quem o usa. Se você se compro-
sa lhes deformava o rosto. Duas delas eram meter a devolver esses objetos, elas vão lhe
imortais. Perseu decidiu então atacar a ter- emprestar todos.”
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Capítulo
2
“Estou pagando pelo orgulho da minha depois, casou-se com ele, e seus pais tive-
mãe. Ela se gabou de ser mais bonita do ram a alegria de celebrar ao mesmo tempo
que as ninfas marinhas, filhas de Posei- a libertação e o casamento da filha única.
don. O deus respondeu mandando um Após a cerimônia, o casal voltou para Seri-
monstro assolar a costa, e fui eu que os fo, onde a desordem tinha se instalado du-
habitantes do litoral ofereceram em sacri- rante a ausência do herói. Polidectes ten-
fício para aplacar sua cólera.” tara violentar Dânae, e Perseu quis puni-lo:
Perseu prometeu libertá-la se ela acei- pôs diante dele a horrível cabeça da Medu-
tasse casar com ele. sa, e o rei foi imediatamente transformado
Mal obteve seu consentimento, ouviu em pedra. Quando a calma se restabele-
uma onda gigantesca quebrar nos roche- ceu, o rapaz rumou para sua cidade natal
dos. O mar tinha se aberto ante o peito com a esposa.
enorme de um bicho monstruoso que avan- No trajeto, pararam numa cidade em
çava direto para sua vítima, com a bocarra festa, e como Perseu era um excelente
escancarada. Perseu se virou para intervir. atleta, participou dos jogos. Entre os es-
No mesmo momento, os raios do sol poen- pectadores estava Acrísio, que, sabendo
te projetaram sua sombra nos rochedos. O da volta do herói, saíra de Argos. Che-
monstro se distraiu com o novo agressor, gando sua vez, Perseu arremessou um
que tentou pegar em vão. Esgotava-se disco que foi acertar o ancião na cabeça,
perseguindo uma simples imagem, quando matando-o. A funesta profecia acabava de
Perseu o atacou e cravou a espada entre se realizar, apesar dos esforços do rei. O
as escamas do réptil. herói se entristeceu com o acidente e ofe-
Foi um golpe mortal, e o monstro de- receu esplêndidos funerais ao avô, antes
sapareceu nas profundezas, enquanto o de se instalar no trono de Argos.
herói vencedor libertava Andrômeda. Disponível em: www.botucatu.sp.gov.br/Even-
A pobre moça, que desmaiara, voltou tos/2007/contHistorias/bauhistorias/Contos%20e%20
Lendas%20da%20Mitologia%20Grega.pdf. Acessado em
a si nos braços de Perseu. Pouco tempo 17/12/2014 (Adaptado).
19
355
O rei ficou sabendo por um oráculo que sua filha lhe daria um neto, pelo qual o rei seria morto.
Assim, para evitar a realização da profecia, Acrísio mandou prender Dânae num quarto de bronze
2. Por que o rei Polidectes fez questão de exigir de Perseu o presente que este prometera
ao governante durante a festa no palácio?
O rei Polidectes, sabendo que todos que se aproximavam das górgonas eram transformados em
pedra, esperava que Perseu tivesse o mesmo destino. Assim, poderia casar-se com Dânae.
4. O que indicava a Perseu que ele estava no caminho certo para chegar às górgonas?
Num primeiro momento, homens e animais de pedra ladeando a estrada, e, em seguida, uma grande
5. Que fato facilitou a vitória de Perseu sobre o monstro que procurava devorar Andrômeda?
A projeção da sombra de Perseu sobre os rochedos, provocada pelos raios do sol poente, fazendo
o monstro se cansar de tanto perseguir uma imagem apenas. Com isso, Perseu matou a criatura
Não, pois a morte do rei se deu por acaso, quando Perseu participava dos jogos que estavam sendo
realizados numa cidade em festa. Ao arremessar o disco, Perseu acertou acidentalmente a cabeça
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Texto 2
Capítulo
2
No princípio não havia noite — dia somente — Aqui está; levem-no. Mas cuidado: não
havia em todo tempo. A noite estava adorme- abram, senão todas as coisas se perderão.
cida no fundo das águas. Não havia animais; Os servos foram-se, e estavam ouvindo
todas as coisas falavam. barulho dentro do coco de tucumã, assim:
A filha da Cobra Grande — contam — casa- tem, tem, tem… xi… Era o barulho dos grilos
ra-se com um moço. Esse moço tinha três ser- e dos sapinhos que cantam de noite. Quan-
vos fiéis. Um dia, ele chamou os três servos e do já estavam longe, um dos servos disse a
disse-lhes: seus companheiros:
— Vão passear, porque minha mulher não — Vamos ver que barulho será este?
quer dormir comigo. O piloto disse:
Os servos foram-se, e então ele chamou sua — Não, do contrário nos perderemos. Va-
mulher para dormir com ele. A filha da Cobra mos embora, remem!
Grande respondeu-lhe: Eles foram e continuaram a ouvir aquele ba-
— Ainda não é noite. rulho dentro do coco de tucumã e não sabiam
O moço disse-lhe: que barulho era. Quando já estavam muito lon-
— Não há noite, somente há dia. ge, ajuntaram-se no meio da canoa, acenderam
A moça falou: fogo, derreteram o breu que fechava o coco e
— Meu pai tem noite. Se queres dormir comi- abriram-no. De repente, tudo escureceu.
go, manda buscá-la lá, pelo grande rio. O piloto então disse:
O moço chamou os três servos; a moça — Nós estamos perdidos; e a moça, em sua
mandou-os à casa de seu pai, para trazerem casa, já sabe que abrimos o coco de tucumã!
um caroço de tucumã. Os servos foram, che- Eles seguiram viagem. A moça, em sua
garam à casa da Cobra Grande, esta lhes en- casa, disse então a seu marido:
tregou um caroço de tucumã muito bem fecha- — Eles soltaram a noite; vamos esperar a
do e disse-lhes: manhã.
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Capítulo
2
1. O que caracteriza esse texto como uma lenda?
A utilização de uma narrativa fantástica para explicar um fenômeno natural (no caso, o surgimento
3. Por que o moço pediu que seus criados fossem buscar a noite?
Por que ele gostaria de dormir com a sua mulher e ela só aceitaria dormir com ele ao cair da noite.
Qual foi a ordem descumprida pelos servos e de que forma eles foram punidos por
4.
descumpri-la?
A ordem era não abrir o coco de tucumã. Como punição, foram transformados em macacos.
5.Essa lenda tem algo em comum com um mito grego: um objeto fechado de conteúdo
desconhecido entregue a alguém que não pode abrir. Pesquise e escreva uma síntese des-
se mito com suas palavras. Em ambos os casos, o que moveu os personagens a ignorarem
a recomendação recebida?
A caixa de Pandora. Em ambos os personagens abriram o objeto movidos pela curiosidade.
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359
Vitória-régia
A lenda da vitória-régia é muito popular no Brasil, principalmente na Região Norte. Diz a
lenda que a Lua era um deus que namorava as mais lindas jovens índias e, sempre que se
escondia, escolhia e levava algumas moças consigo. Em uma aldeia indígena, havia uma
linda jovem, a guerreira Naiá, que sonhava com a Lua e mal podia esperar o dia em que o
deus iria chamá-la.
Os índios mais experientes alertavam Naiá dizendo que, quando a Lua levava uma moça,
essa jovem deixava a forma humana e virava uma estrela no céu. No entanto, a jovem não
se importava, já que era apaixonada pela Lua. Essa paixão virou obsessão no momento em
que Naiá não queria mais comer nem beber nada, só admirar a Lua.
Numa noite em que o luar estava muito bonito, a moça chegou à beira de um lago, viu a
lua refletida no meio das águas e acreditou que o deus havia descido do céu para se banhar
ali. Assim, a moça se atirou no lago em direção à imagem da Lua. Quando percebeu que
aquilo fora uma ilusão, tentou voltar, porém não conseguiu e morreu afogada.
Comovido pela situação, o deus Lua resolveu transformar a jovem em uma estrela dife-
rente de todas as outras: uma estrela das águas — Vitória-régia. Por esse motivo, as flores
perfumadas e brancas dessa planta só abrem no período da noite.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/folclore/vitoria-regia.htm. Acessado em 20/01/2015.
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Capítulo
2
Proposta
Chegou o momento de você criar uma lenda para ser lida por seus colegas e pelo pro-
fessor. Baseie-se na história da Vitória-régia e produza um texto que envolva também uma
planta que, um dia, foi uma bela índia. Procure não copiar a história de Naiá, mas, sim,
inspirar-se nela para produzir uma narrativa que explique o surgimento de uma determinada
planta.
Planejamento
Para planejar o texto que você vai escrever, observe os seguintes aspectos:
1. Em que lugar mítico se desenvolverá sua lenda?
2. Qual será o conflito pelo qual passará o seu protagonista?
3. Se necessário, indique a passagem do tempo. Algumas expressões podem ajudá-lo
nesse propósito, como pouco depois, dias depois e muitos anos se passaram.
4. Algum deus terá participação na sua lenda, como acontece na história da Vitória-régia?
5. Quando a narrativa atingir o clímax, como se dará o desfecho?
6. Crie um título para a sua lenda.
Avaliação
1. O objetivo, neste momento, é avaliar seu texto. Para isso, preencha a tabela abaixo.
2.Agora, baseado na sua avaliação, aperfeiçoe a sua lenda para apresentá-la ao seu
professor. Sua turma pode compor uma coletânea de lendas e disponibilizá-la aos outros
alunos na biblioteca da escola.
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Capítulo
3
çar as perninhas curtas ou correr os olhos ralidade de sua presença ali. A meu lado o
grandes de curiosidade ao redor. Três seres garçom encaminha a ordem do freguês. O
esquivos que compõem em torno à mesa homem atrás do balcão apanha a porção
a instituição tradicional da família, célula da do bolo com a mão, larga-o no pratinho —
sociedade. Vejo, porém, que se preparam um bolo simples, amarelo-escuro, apenas
para algo mais que matar a fome. uma pequena fatia triangular.
Passo a observá-los. O pai, depois de A negrinha, contida na sua expectativa,
contar o dinheiro que discretamente retirou olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho
do bolso, aborda o garçom, inclinando-se que o garçom deixou à sua frente. Por
para trás na cadeira, e aponta no balcão que não começa a comer? Vejo que os
um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe três, pai, mãe e filha, obedecem em torno
limita-se a ficar olhando imóvel, vagamen- à mesa um discreto ritual. A mãe remexe
te ansiosa, como se aguardasse a apro- na bolsa de plástico preto e brilhante, reti-
vação do garçom. Este ouve, concentra- ra qualquer coisa. O pai se mune de uma
do, o pedido do homem e depois se afasta caixa de fósforos e espera. A filha aguar-
para atendê-lo. A mulher suspira, olhando da também, atenta como um animalzinho.
para os lados, a reassegurar-se da natu- Ninguém mais os observa além de mim.
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Capítulo
3
1. O narrador aponta os assuntos que costumam aparecer nas crônicas. Cite-os.
De acordo com o narrador, as crônicas tratam do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada
um, do circunstancial e do episódico, “quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma
membros negros, o pai, a mãe e uma criança, que comemoravam, humildemente, o aniversário de
O que provavelmente levou o narrador a descrever a família de negros como “três seres
3.
esquivos”?
O narrador provavelmente faz uma crítica social, procurando mostrar ao leitor a exclusão social
sofrida pelo negro em nosso país, refletida na “compostura da humildade, na contenção de gestos
e palavras”.
4. Por que a mãe da criança suspira depois de o garçom ter se afastado de sua mesa?
Porque ela passou a ter certeza de que o dinheiro que o marido trazia daria para pagar a fatia de
bolo desejada.
5. No trecho “A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a
comê-lo”, a palavra destacada chama a atenção do leitor para que circunstância da criança?
O verbo agarra está indicando para o leitor que a criança está com fome, o que é reforçado pelo fato
6. Por que a crônica apresentada, segundo o narrador, deveria ser sua última?
Já que a crônica se baseia em fatos do cotidiano, aspectos da vida de cada um de nós, o narrador
gostaria de que seu último texto retratasse apenas as coisas boas da vida, como o sorriso puro de
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O padeiro
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer
café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No
mesmo instante, me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera
sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out,
greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigan-
do o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei
bem o quê do governo.
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.
E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que co-
nheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento, ele
apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava
gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?
“Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Mui-
tas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido
por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá
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Capítulo
3
de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para
dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que
não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu
não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que me-
nos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho
noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre
depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão
um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina,
como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E, às vezes, me julgava impor-
tante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que
eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e
o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu
recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre;
“Não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.
BRAGA, Rubem. Para gostar de ler, Vol. 1., 5ª Edição. São Paulo: Ática, 1980. p. 63.
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2. Inicialmente, as crônicas eram feitas para serem veiculadas em jornais e revistas. Hoje,
são comuns na Internet também. Por isso, elas constantemente fazem alusões a ocorrên-
cias sociais e/ou políticas quase em tempo real. Rubem Braga escreveu O padeiro mais de
quarenta anos atrás, e nela cita a “greve do pão dormido”. Explique com suas palavras o
que você entendeu sobre isso.
Resposta pessoal.
3. Como você acha que o narrador se sente em relação ao padeiro? Mais ou menos im-
portante? Justifique sua resposta.
Nem mais, nem menos. O narrador entende que todas as pessoas são igualmente importantes.
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Capítulo
3
4. Em sua opinião, existem profissões mais importantes do que outras? Reflita e responda.
Resposta pessoal.
6. Antigamente era comum os padeiros deixarem o pão e o leite à porta das casas. Con-
verse sobre isso com um parente, um vizinho, alguém mais velho. Pergunte, anote e/ou
grave os relatos. É bom conhecermos as histórias das pessoas. Por trás de coisas simples
pode haver experiências e pontos de vista extraordinários. Compartilhe!
Resposta pessoal.
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A aliança
Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer
jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira, o
apartheid, a situação na América Central ou no Oriente Médio ou a grande aventura do ho-
mem sobre a Terra. Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média.
Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro.
Ele estava voltando para casa como fazia, com fidelidade rotineira, todos os dias à mes-
ma hora. Um homem dos seus 40 anos, naquela idade em que já sabe que nunca será o
dono de um cassino em Samarkand, com diamantes nos dentes, mas ainda pode esperar
algumas surpresas da vida, como ganhar na loto ou furar-lhe um pneu. Furou-lhe um pneu.
Com dificuldade ele encostou o carro no meio-fio e preparou-se para a batalha contra o
macaco, não um dos grandes macacos que o desafiavam no jângal dos seus sonhos de
infância, mas o macaco do seu carro tamanho médio, que provavelmente não funcionaria,
resignação e reticências...
Conseguiu fazer o macaco funcionar, ergueu o carro, trocou o pneu e já estava fechando
o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão. Ele
deu um passo para pegar a aliança do asfalto, mas sem querer a chutou. A aliança bateu
na roda de um carro que passava e voou para um bueiro. Onde desapareceu diante dos
seus olhos, nos quais ele custou a acreditar. Limpou as mãos o melhor que pôde, entrou no
carro e seguiu para casa. Começou a pensar no que diria para a mulher. Imaginou a cena.
Ele entrando em casa e respondendo às perguntas da mulher antes de ela fazê-las.
Disponível em: www.releituras.com/lfverissimo_alianca. Acessado em 17/12/ 2014.
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Capítulo
3
Proposta
Crie uma crônica para ser lida por seus colegas e pelo professor. Para tanto, você terá
de dar continuidade ao texto de Luís Fernando Verissimo, apontando que história o marido
contou à esposa sobre o que aconteceu com a aliança e a reação dela diante do que es-
cutou. Depois disso, o professor lerá o desfecho original para que você entenda melhor a
preocupação do esposo com a perda de sua aliança.
Planejamento
É necessário planejar seu texto. Para tanto, dê atenção aos seguintes aspectos:
1. Quais elementos farão parte da sua história? Como serão os personagens, o espaço e
o tempo?
2. Observe que a continuação da crônica deverá trazer necessariamente um narrador-
-personagem.
3. Procure imprimir um tom pessoal, particular, ao seu texto.
4. Elabore um rascunho das suas ideias procurando estruturá-las.
5. Tenha em mente que a crônica geralmente é um texto breve.
Avaliação
1. Chegou a hora de avaliar seu texto. Assim, preencha a tabela seguinte.
Com base em sua avaliação, aprimore a sua crônica para apresentá-la ao seu professor
2.
e aos seus colegas. Uma sugestão interessante é que vocês realizem o Festival de Jovens
Cronistas, no qual a escola poderá ter acesso aos textos produzidos.
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Capítulo
4
O custo da viagem
Para colocar Marcos Cesar Pontes em órbita, o governo (e nós, o povo)
brasileiro desembolsou 10 milhões de dólares, além de abrir espaço para que
a Rússia participe da construção de futuros satélites brasileiros. Por isso, in-
dependentemente de todo o aspecto pioneiro e aventuresco que a missão do
astronauta brasileiro evoca, a questão que se coloca é se ela vale realmente o
quanto pesa. Se saímos ganhando, na relação custo-benefício.
Não há dúvida de que o Brasil não pode ficar à margem do desenvolvimento
científico e tecnológico que ocorre no mundo. Nem que os investimentos em
alta tecnologia são, também, essenciais para garantir o bem-estar das futuras
gerações. Os experimentos de microgravidade, por exemplo, têm grande po-
tencial de auxílio à medicina. Mas não é exatamente essa a questão.
Vale a pena?
Embora dividida, as opiniões dos especialistas brasileiros em questões ae-
roespaciais apontam um pequeno saldo positivo a favor de Pontes, embora seja
quase uma unanimidade que a viagem do astronauta está longe de ser o prato forte
do programa espacial brasileiro. Para a Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC), o dinheiro deveria ter sido gasto em pesquisa e desenvolvimento
espaciais dentro do País. Sem falar no fato de que os voos tripulados por brasileiros
estão longe de se transformar em algo frequente.
Já a Agência Espacial Brasileira (AEB) acha que o valor do investimento re-
side na visibilidade que ele traz para nosso programa espacial. É o que pensa
também José Monserrat Filho, advogado, jornalista e vice-presidente da As-
sociação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial (SBDA), que considera
secundários a viagem propriamente dita e os experimentos.
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Capítulo
4
1. Qual é o principal questionamento relacionado à missão do astronauta brasileiro?
Se a relação custo-benefício compensa o investimento, que é muito alto.
2. Por que, para José Montserrat Filho, a viagem e os experimentos são secundários?
Pois o valor da viagem reside na visibilidade que ela pode trazer para o programa espacial do Brasil,
Por que, segundo o autor, não podemos desprezar o potencial publicitário dos astro-
4.
nautas?
Porque expedições pioneiras, como a de Gagarin e Armstrong, funcionam como uma espécie de
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Capítulo
4
te o carbônico — regula a quantidade de calor cientistas divergem ao especular sobre seus
do Sol absorvida pela Terra. A queima de com- impactos. Apesar do grau de incerteza, essas
bustíveis fósseis e das florestas vem lançando pesquisas vão nortear as adaptações necessá-
quantidades inéditas desses gases na atmosfe- rias para sobrevivermos nesse novo mundo. A
ra. Hoje, sua concentração é duas vezes maior seguir, apresentamos as principais ameaças ao
que a dos últimos 650 mil anos. Nesse inter- Brasil e um levantamento inédito do que deve
valo de tempo, a Terra atravessou meia dúzia ser feito para reduzir seu impacto.
de eras glaciais e esquentou entre elas. Mas o
calor que virá agora pode ser maior que o de Meia Floresta Amazônica
qualquer desses períodos. O aquecimento já O desaparecimento completo da floresta está
começou. Em 1905, quando a atividade indus- entre as previsões mais pessimistas. Isso pode
trial era menor, a temperatura média do planeta acontecer se a temperatura média da região au-
era de 13,78 graus Celsius. Hoje, está em torno mentar mais de 5 graus. E essa elevação pode
de 14,50 graus. Até o fim do século, vai crescer chegar a 8 graus. “Seria um caminho sem retor-
para algo entre 16,50 e 19 graus — numa esti- no”, diz Carlos Nobre, climatologista do Instituto
mativa conservadora. Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A pre-
O prognóstico oficial sobre as consequências visão mais aceita para a região é um aumento
práticas de um mundo mais quente será divulga- de temperatura de cerca de 3 graus até 2100.
do na semana que vem por um painel de cien- Nobre afirma que, nessa simulação, a floresta
tistas, o IPCC. Coordenado pela Organização perderia mais da metade de sua cobertura origi-
nal. “Pode acontecer uma união entre a grande
das Nações Unidas (ONU), ele concentra uma
savana da Venezuela e a parte central do Bra-
elite de 2.500 dos principais pesquisadores de
sil”, diz. Seria um campo com algumas árvores,
mudanças climáticas. Esse comitê, formado em
mas dominado por arbustos e capim, bem me-
1988, atualiza as informações sobre o clima e
nos imponente que a floresta atual.
suas consequências. Ele avalia milhares de es- Um estudo realizado em dez anos pelo
tudos e deles extrai o que há de consenso cien- Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazô-
tífico. No início de fevereiro, o IPCC divulgou nia (Ipam) encontrou algumas pistas sobre
as previsões sobre aumento de temperatura da como a floresta desapareceria. Segundo o
Terra. Na semana que vem, um grupo de pes- biólogo Daniel Nepstad, coordenador do
quisadores representantes dos 130 países que estudo, a temperatura elevada aumenta os
integram o painel, reunido em Bruxelas, na Bél- períodos de estiagem. A queda na umidade
gica, vai descrever como essas mudanças cli- natural da floresta acaba com o vapor de
máticas afetam cada país. água da transpiração das plantas, que prote-
O Brasil deverá sofrer bastante. Estudos ge as árvores das queimadas. A vegetação fica
realizados por pesquisadores nos últimos me- mais exposta ao fogo. Como o fogo agrava a
seca, cria-se um ciclo de destruição. O baixo ní-
ses já revelam o que pode acontecer com nos-
vel dos cursos da água pode deixar grande parte
so país. Época ouviu 12 dos principais cientis-
da população local com problemas de transporte
tas que descrevem os impactos sobre nossa
e alimentação. O desaparecimento de metade
geração e a de nossos filhos. Não são previ-
da Floresta Amazônica também pode reduzir em
sões infalíveis. Se há praticamente consenso até 35% a umidade nas regiões Sul e Sudeste do
sobre a gravidade do aquecimento global, os País, afetando os ciclos de chuvas.
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Capítulo
4
A autora compara o aquecimento da Terra ao de um corpo humano febril. Em ambos os
1.
casos, o que pode acontecer se houver um aumento de 5°C?
O corpo humano pode convulsionar, e o indivíduo pode até morrer; já na Terra o clima pode entrar
em colapso, a agricultura e a pecuária das regiões tropicais podem ser exterminadas, cidades litorâ-
neas podem desaparecer devido às inundações e furacões podem se tornar frequentes em todos
os oceanos.
4. De acordo com a reportagem, que ações preventivas podem salvar a Floresta Amazônica?
A criação de unidades de conservação para conter a devastação e o reflorestamento das áreas
5.Que impacto o desaparecimento de metade da Floresta Amazônica pode ter nas re-
giões Sul e Sudeste do País?
Pode reduzir a umidade dessas regiões em 35% e afetar o regime de chuvas.
6. Qual é o principal gás que está envolvido com o aquecimento global? Por que sua con-
centração na atmosfera tem aumentado?
O gás carbônico. Por causa da queima de combustíveis fósseis e das florestas.
7.Na reportagem, a frase Como o aquecimento global vai afetar o Brasil é o lide, isto é, o
subtítulo do texto. Sua função é fornecer ao leitor uma informação básica sobre o tema. A
autora usou esse artifício de forma clara? Justifique.
Sim, ela usou de forma clara, pois podemos perceber que o lide está conciso que prende a atenção
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Proposta
Para produzir esta reportagem, forme um grupo com mais dois colegas. Vocês serão os
repórteres; e o professor, o editor-chefe. Os grupos decidirão a pauta que levarão para o
editor, que, em reunião com cada um, orientará o trabalho para adequar o texto aos leitores
(os próprios alunos da escola, os pais, os professores, etc.). Se a escola já possui seu pró-
prio jornal, as reportagens podem ser publicadas nele. Se não, que tal elaborar o jornal de
sua turma ou de sua escola?
Para essa reportagem, a pauta deverá seguir dois critérios:
1. Ser relevante para a comunidade.
2. Estar inserida em um destes campos:
• Esportes
• Educação
• Cidades
• Lazer
• Cultura
• Saúde
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Capítulo
4
Planejamento
Uma vez selecionada a pauta, sigam os seguintes passos:
1. Façam um levantamento dos pontos mais importantes da pauta. O que a reportagem
de vocês deve abordar?
2. Definam quem serão as pessoas que poderão dar depoimentos para aumentar a credi-
bilidade da reportagem e entrem em contato com elas para marcar um encontro.
3. Elaborem previamente um roteiro de perguntas a serem feitas aos seus entrevistados.
4. Façam uma pesquisa aprofundada em livros, revistas e na Internet para ficar por dentro
da pauta.
5. Realizem as entrevistas, para não perderem nenhuma informação relevante. É impor-
tante anotar (e, se possível, gravar) as respostas dos entrevistados.
6. Agora, mãos à obra. Comecem a escrever a reportagem. Nessa etapa:
• Procurem utilizar uma linguagem adequada a seus leitores.
• É importante seguir uma sequência de abordagem com começo, meio e fim, para
facilitar tanto a escrita quanto a leitura.
• Produzam uma manchete e um lide adequados aos seus objetivos.
• Apresentem a pauta já no lide, como uma abertura atraente para seus leitores.
• Selecionem os trechos mais importantes dos depoimentos e os encaixe no texto.
Nesse ponto, observem o uso das aspas e dos verbos dicendi.
• Pesquisem imagens ou tirem fotografias para enriquecer a sua reportagem. Não se
esqueçam das legendas e das fontes consultadas.
• Valorizem a diagramação do texto, isto é, a sua apresentação gráfica (imagens, bo-
xes explicativos, tabelas, cores, tipos de fonte, etc.). A diagramação contribui muito
para que uma reportagem se torne atraente.
Avaliação
1.Nessa etapa, os grupos trocarão as reportagens para que cada um seja avaliado pelo
outro. Na avaliação, analisem os seguintes aspectos:
2.Feita a avaliação, os grupos devolverão os textos uns aos outros para que sejam feitas
as adaptações necessárias. Em seguida, o professor os recolherá.
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Capítulo
5
soas sem a mutação benéfica apon- de memória em pessoas muito idosas.
tada pelo estudo quebram a proteína Antes, acreditava-se que a doença
de maneira “errada”, por meio de uma não tivesse relação com o declínio de
enzima (chamada Bace-1). É como se capacidades cognitivas no envelheci-
os pedaços da proteína ficassem indi- mento. Eram duas situações diferen-
gestos e acabassem se acumulando. tes e desconectadas. No entanto, os
cientistas viram que a mutação do
Mutação protetora
gene que protege contra o Alzheimer
(5) Quem tem a mutação protetora também ajuda as pessoas com pro-
é resistente a essa enzima. E é justa- blemas de memória em idade avan-
mente disso que a indústria farmacêuti- çada.
ca estava atrás. (8) “Nossos resultados sugerem
(6) “A busca de drogas contra a que a doença de Alzheimer com iní-
Bace-1 [a enzima que quebra de ma- cio tardio seria o lado extremo do de-
neira inadequada as fibras, causando clínio de funções cognitivas ligadas à
o Alzheimer] já vinha ocorrendo nos idade”, afirma Stefánsson. Segundo o
últimos 10 a 15 anos, mas de forma cientista, estudar portadores da muta-
lenta”, disse à Folha de S.Paulo kári ção também pode ajudar na criação de
Stefánsson, presidente da deCODE e tratamentos. “Podemos medir o nível
cientista coordenador do estudo. “Não de beta-amiloides – as moléculas que
havia uma prova de princípio mostran- podem se acumular nos neurônios –
do que essa estratégia iria funcionar. no sangue dessas pessoas para saber
Essa mutação fornece a prova que fal- quão longe é preciso ir em um trata-
tava”, conclui. mento antes de se verificar um efeito
(7) Outra descoberta embutida nes- terapêutico.”
se estudo é um mecanismo biológico Rafael Garcia. Disponível em: http://www1.folha.
que liga o mal de Alzheimer à demência uol.com.br/ciencia/1118787-mutacao-da-nova-pista-
-contra-mal-de-alzheimer.shtml. Acesso em 21/05/2015
senil generalizada, que provoca falhas (Adaptado).
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1. Amostras
1.795 pessoas tiveram seus
genomas sequenciados na Islândia,
pela empresa deCODE Genetics.
2. Estudo
Cientistas compararam o DNA de
pacientes com o mal de Alzheimer
3. Proteção
com o de pessoas sem sintomas.
O estudo mostrou que, em
Pessoas idosas que apresentavam
um gene batizado de APP,
demência senil, sem possuir
uma mutação oferecia
Alzheimer, também foram
proteção contra a doença.
examinadas.
Resultado
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Capítulo
5
Entenda o Alzheimer
Produção de Acúmulo de fibras
Gene APP Morte de neurônios
proteínas APP no cérebro
Acúmulo Perigo
Em pacientes de Alzheimer, a amiloide se acu- O cérebro não consegue processar a beta-
mula, porque a proteína APP se fragmenta em -amiloide, e ela se acumula em fibras que “en-
forma difícil de ser “digerida” pela célula beta- tulham” os neurônios e acabam por matá-los.
-amiloide.
1.O infográfico é um desenho ou uma imagem que procura informar, de modo didático, so-
bre um determinado assunto que, somente com o texto, não ficaria tão bem compreendido
pelos leitores. No caso do infográfico acima, que assunto está sendo informado?
O infográfico procura informar sobre uma pesquisa desenvolvida pela empresa deCODE, da Islândia,
que, ao estudar informações genéticas por meio de sequenciamento de DNA de 1.795 nativos do país-ilha,
descobriu uma mutação genética específica que protege os neurônios contra o mal de Alzheimer.
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Capítulo
5
receitas, ou melhor, de um único óvulo fecundado os seus filhos, não só fisicamente, mas também
por um único espermatozoide. pelo comportamento. Essas diferenças existem
Seres que têm a mesma receita, isto é, o mes- por que nem todas as nossas características es-
mo DNA, são considerados idênticos. E, na natu- tão nas receitas de nossas células. Há também as
reza, isso ocorre no caso de gêmeos que tiveram influências do meio em que vivemos.
como origem as mesmas células reprodutivas. Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira. Centro de Estudos do
Mas pergunte a qualquer mãe ou pai de gêmeos Genoma Humano, Instituto de Biociências, Universidade de São
Paulo. In: Revista CHC, edição 121.
idênticos se eles não conseguem diferenciar bem
desses óvulos é fecundado por um espermatozoide, surgindo, assim, duas novas células diferentes
multiplica-se e forma um aglomerado de células que se separam em dois grupos distintos que continuam
Por que, segundo o texto, embora os gêmeos sejam idênticos, podemos encontrar dife-
5.
renças não só físicas como comportamentais?
Apesar de os gêmeos serem idênticos, o meio onde vivem promove diferenças entre eles.
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Proposta
Agora, você produzirá um artigo expositivo sobre a dengue, partindo da imagem apre-
sentada logo abaixo. Para tanto, faça uma pesquisa prévia em livros, revistas, em jornais ou
na Internet, procurando abordar contágio, prevenção, sintomas e controle. Seu texto pode
ser apresentado na Feira de Ciências da sua escola.
t
Shutterstock I nopphara
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Capítulo
5
Planejamento
1. Pesquise em livros, jornais, revistas, na Internet ou em qualquer material disponível
que possa ajudá-lo em seu texto.
2. Utilize uma linguagem acessível ao seu público-alvo.
3. Ilustre seu texto com exemplos esclarecedores.
4. Enfoque as formas de contágio, os sintomas, a prevenção e o controle da dengue.
5. Elabore um título adequado.
Avaliação
1. Peça a um colega para avaliar seu texto. Ele deverá analisar os seguintes aspectos:
2.Agora, a partir das observações feitas por seu colega, reescreva seu texto, se neces-
sário, empreendendo as modificações sugeridas. Depois, entregue seu texto ao professor.
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Capítulo
6
1.O poema que você acabou de ler corresponde a uma forma livre ou fixa? O que o ca-
racteriza?
Corresponde a uma forma fixa, o soneto, caracterizado pelas duas primeiras estrofes contendo
quatro versos e pelas duas estrofes seguintes com apenas três versos.
2.No trecho “Se males faz amor, em mim se veem”, identifique o sujeito dos verbos des-
tacados. A concordância correta não seria “Se males fazem amor”? Justifique.
faz: amor.
veem: males.
Enganoso com rigoroso; desconhecido com merecido; piedoso com odioso; tido com crido; veem
4.Segundo o eu lírico, devemos acreditar que o amor não é brando, doce, nem piedoso?
Indique o verso que justifica sua resposta.
Não. “Quem o contrário diz não seja crido.”
5.De acordo com o poema, quem afirma que o amor é mau, enganoso e ingrato merece
algum tipo de punição? Justifique.
Sim. Essas pessoas merecem que o amor seja para com elas cruel ou rigoroso.
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e
d
á
l
ass
i
m.
As casas passavam em volta
Numa procissão sem fim
As coisas todas rodando
Assim as
si
m
assim as
a ss
m
sim
assim assi
im assim
assim
assim
assim
as
im
s sim
assim as
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Capítulo
6
1. Explique o título do poema.
O título Poesia cinética está relacionado à disposição das palavras no texto, que passa a ideia de
movimento.
O fato de o poema ter apresentado “um homem bem vestido” pode ser interpretado de
3.
que forma quando lemos o texto todo?
A presença de “um homem bem vestido”, no início do poema, pode indicar que a bebida iguala as
classes sociais, isto é, provoca os mesmos inconvenientes em alguém que não é mais capaz de
conduzir a si mesmo.
4. Por que “As casas passavam em volta / Numa procissão sem fim”?
Os versos em questão criam a imagem de alguém demasiadamente tonto, o que está representado
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CUNHA, Euclides da. Ondas e outros poemas esparsos. In: Obra completa.
Edição organizada por Afrânio Coutinho. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. 2 v.
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Capítulo
6
1. De acordo com o poema, a fotografia é capaz de captar a essência do indivíduo?
Não, pois ela não consegue captar os ideais, as emoções, os sonhos, etc., apenas a imagem do
2.Se pudesse a fotografia captar a emoção e o coração dos indivíduos, que constatação
surpreenderia as pessoas?
Sugestão: A constatação de que aquelas pessoas mais dotadas fisicamente seriam justamente as
mais pobres de dons interiormente. / A de que nem sempre a aparência corresponde ao estado
3. Nos versos “Se a emoção que nasce em nós, também nas chapas se gravasse”, o eu
lírico remete à técnica da fotografia, que se utiliza da luz para gravar imagens em chapas.
Essa é a mesma técnica utilizada hoje em dia?
Resposta pessoal. Mas é importante que o aluno perceba que, mesmo com a utilização da fotogra-
5.Observe o seguinte verso, de Anos Dourados, obra de Chico Buarque e Tom Jobim: “Na
fotografia estamos felizes”. Agora responda: na sua opinião, a fotografia é capaz de captar
as emoções das pessoas? Justifique.
Resposta pessoal.
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Proposta
O poema que você produzirá deve apresentar uma estrutura que una conteúdo e apelo
visual. Com esse objetivo, parta da construção sugerida no texto abaixo, de Millôr Fernandes.
Poesia cinética II
A pertados no balanço
Margarida e Serafim
Se beijam com tanto ardor
Que acabam ficando assim.
ele
vem
embora.
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Capítulo
6
Planejamento
Para produzir seu texto, siga o planejamento:
1. Defina o tema do seu poema e, em seguida, anote todas as ideias que vierem à sua
mente a respeito dele. Algumas dessas ideias, se trabalhadas em linguagem poética,
poderão ser aproveitadas.
2. Você pode agrupar os versos em estrofes. Nesse caso, é necessário que os versos
agrupados mantenham uma unidade temática ao longo do texto.
3. Não se esqueça de que você deve trabalhar o conteúdo aliado ao efeito visual do texto.
4. Dê um título ao seu poema.
Avaliação
1. Para avaliar seu poema, releia-o, procurando analisá-lo com base nas seguintes questões:
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Capítulo
7
fica contra esse tipo de preconceito, apenas sar, sem constrangimento, na forma em que é
para ficar mais claro que qualquer pessoa tem senhor, em que tem fluência, em que é capaz
o direito de buscar a justiça quando for vítima de expressar seus sentimentos, de persuadir,
de qualquer iniciativa contra o seu modo de se de manifestar seus conhecimentos. Enfim, de
expressar. falar a sua língua ou a sua variante dela.
Sei que muitos devem achar que isso é bo- Marta Scherre. Disponível em: http://revistagalileu.globo.
bagem, que todos devem deixar de falar erra- com/Revista/Common/0,,EMI110515-17774,00-O+PRECONCEI
TO+LINGUISTICO+DEVERIA+SER+CRIME.
do. Mas todo mundo tem direito de se expres- Acessado em 29/12/2014.
1.O sistema de comunicação dos animais pode ser comparado ao nosso sistema linguís-
tico? Justifique.
Não, pois, segundo a autora, só a língua permite o diálogo (“troca por meio das formas linguísticas”),
Que argumento a autora utilizou para embasar sua ideia de que “Não existe homem
2.
sem língua”?
A ideia de que não há homem sem língua é respaldada pelo fato de que, a partir da necessidade de
comunicação que todos nós temos, acabamos criando sistemas de comunicação, por exemplo, a
4.Em que dispositivo legal a autora fundamentou sua ideia de pedir a criminalização do
preconceito linguístico? Por quê?
Na própria Constituição brasileira, que diz que “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante’’. Segundo a linguista, torturar moralmente uma pessoa por causa da
forma como esta fala é um tratamento desumano e degradante, o que seria um crime perante a
Constituição.
Segundo a autora, o preconceito linguístico não atinge apenas a forma como as pes-
5.
soas falam. Por quê?
Porque as formas linguísticas representam o indivíduo, sua identidade e sua forma de ver o mundo.
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Capítulo
7
1.De acordo com a autora, ter inglês fluente e uma boa formação universitária é garantia
de uma boa colocação no mercado de trabalho? Por quê?
Não, é importante ter atitude.
2. O que significa no texto a afirmação “O que vale é ser protagonista de sua vida”?
Significa que é importante o jovem fazer suas próprias escolhas e conduzir sua carreira, e não es-
Na oração “[...] hoje o conteúdo já não é diferente”, podemos classificar o termo desta-
3.
cado como objeto direto? Por quê?
Não. Trata-se de um predicativo do sujeito, uma vez que “é” corresponde a um verbo de ligação e
5. A palavra workaholic é utilizada para se referir a profissionais que têm uma dedicação
exagerada a seu trabalho, chamados, muitas vezes, de “viciados em trabalho”. Você acha
que as empresas valorizam esse tipo de profissional? Vale a pena ser um workaholic? Pes-
quise sobre o assunto, reúna suas opiniões e escreva um pequeno artigo de opinião.
Resposta pessoal. Professor(a), a escrita do artigo pode ser antecedida de um pequeno debate;
pode-se discutir os riscos à saúde advindos da dedicação exagerada ao trabalho e pode-se enfatizar
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Capítulo
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Capítulo
7
1.Por que a educação não pode mais se limitar a oferecer aos alunos “pacotes informa-
tivos”?
Porque as mudanças ocorrem numa velocidade muito grande, e esses conhecimentos terminam se
De acordo com o texto, o talento está vinculado apenas ao especto racional? Justifique
2.
com uma passagem do artigo.
Não. “Quantas pessoas talentosas não vieram a perder oportunidades de trabalho porque ‘perderam
a cabeça’, pois lhes faltou o devido equilíbrio em determinada situação? Assim, cabe um equilíbrio
No trecho “se olharmos para um computador, veremos que seu preço não está propria-
3.
mente apoiado no volume bruto de matéria-prima utilizada para fazer o aparelho”, o verbo
destacado requer complemento? Classifique o verbo e, caso haja, seu complemento.
Sim. O verbo é transitivo indireto e o complemento é objeto indireto.
4.De acordo com o autor, o que torna um computador valioso é a quantidade de matéria-
-prima empregada?
Não, são seus programas, a quantidade de informação que permite ao usuário ler, escrever,
5. Para ele, qual é a importância da Geografia no cenário descrito? Você concorda? Jus-
tifique.
Seu estudo permite ao estudante ter uma compreensão do mundo, partindo do lugar onde se
encontra e abrindo para horizontes mais amplos. Assim, ele dispõe de um guia para entender
organização espacial e relações de poder que pode orientar seus primeiros passos.
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Capítulo
7
Proposta
É a sua vez de produzir um artigo de opinião, expondo suas ideias sobre a questão do
preconceito linguístico. Para tanto, baseado no que disse o linguista Sírio Possenti, procure
responder à seguinte pergunta: Existe o erro linguístico?
Fazendo uso de seus conhecimentos e dos textos que você leu até aqui, enriqueça seu
artigo com informações importantes. Se necessário, faça uma pesquisa sobre o tema.
Planejamento
Antes de começar a produzir seu artigo de opinião, observe os seguintes aspectos:
1. Escolha as informações que você utilizará para convencer seu leitor de suas ideias.
Boas informações ajudam a fundamentar seu posicionamento a respeito do tema.
2. Observe os pontos levantados e a forma como Sírio Possenti discutiu o tema.
3. Apresente uma linguagem adequada ao seu público-alvo.
4. Seja claro e direto.
5. Evite frases muito longas. Elas podem deixar o seu texto confuso.
6. Crie um título interessante para o seu artigo.
Avaliação
Agora, para avaliar seu texto, faça uma releitura analisando os seguintes aspectos:
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Capítulo
8
De acordo com o que você leu nesse editorial, é possível identificar o assunto que a
1.
Você S/A costuma explorar? Em caso positivo, qual é? Identifique um trecho que justifique
sua resposta.
Sim. Gestão da carreira e finanças pessoais. “Todo mês, nossa equipe encara o desafio de identifi-
car e esmiuçar os assuntos mais relevantes para a gestão da sua carreira e do seu dinheiro.”
Na intenção de atrair o seu leitor e criar um clima de mais intimidade, a jornalista que
2.
assinava esse editorial prefere utilizar uma linguagem formal ou informal?
Informal.
No segundo parágrafo, o adjetivo quentes poderia ser substituído, sem alterar o senti-
4.
do do texto, por:
a) rápidas.
b) responsáveis.
c) promissoras.
d) escolhidas.
e) novas.
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Capítulo
8
o Sistema Único de Saúde (SUS), para no Brasil sabem muito bem disso.
as famílias, para os moradores das vilas Trata-se de moralismo dos que
e cidades a beira das estradas em troca apoiam a proibição? Autoritarismo de
de alguns centavos de lucro. um Estado que quer ser paternalista?
O cinismo destes empresários grita Nada disso. Trata-se da demanda de
ainda mais alto, pois estes mesmos uma sociedade que não aguenta mais
empresários sempre fazem compara- ver os seus morrendo nas estradas e
ções com os Estados Unidos ou com ruas. Trata-se da mais fria lógica eco-
a Europa em questões fiscais para re- nômica, pois resgates, enterros, trata-
duzir impostos (das bebidas), mas es- mento dos acidentados que sobrevi-
quecem os exemplos de controle le- vem (muitos dos quais ficam para ou
gal de venda de bebidas ou de saúde tetraplégicos) têm um custo alto e con-
de lá. Não existe um restaurante na tínuo. Estimativas colocam na casa de
beira de uma estrada americana ou R$ 20 bilhões anuais os custos da fal-
na Europa Ocidental que venda bebi- ta de autocontrole dos donos dos ba-
da alcoólica, e os nobres hospedeiros res de estradas e postos de gasolina.
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Capítulo
8
1.A que o autor se refere quando fala em mandar a conta dos acidentes para o SUS e para
as famílias vizinhas à estrada em troca de alguns centavos de lucro?
Os donos de bares em estradas admitem que a venda de bebida alcoólica é responsável por um
percentual maior do seu lucro. Por outro lado, não estão dispostos a abrir mão deste percentual,
mesmo sabendo da quantidade de acidentes causados pela combinação de bebida e direção que
ocorre. Quem arca com o prejuízo são as famílias, que sofrem transtornos, e o Sistema Único de
Saúde, que tem seus gastos aumentados substancialmente para prestar assistência ao grande
2.A que o autor se refere com “custos da falta de autocontrole dos donos de bares de es-
tradas e postos de gasolina”?
Aos custos advindos dos acidentes causados por bebida alcoólica combinada com direção.
tido da responsabilidade compartilhada, na qual cada um tem o dever de fazer sua parte.
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A sociedade do sedentarismo
A pesquisa inédita que apontou um pa- aliado a uma má alimentação, que são fa-
norama sobre como anda a saúde do brasi- tores de risco que ou desencadeiam ou pio-
leiro revelou um retrato que merece alerta: ram o quadro de doenças crônicas.
quase 40% dos brasileiros sofrem algum Outro problema, e não menos grave, é o
tipo de doença crônica. consumo de álcool, que está maior e se inicia
São doenças não transmissíveis, como cada vez mais cedo. Mais próximo ainda da
asma, insuficiência renal, câncer, depres- nossa realidade é que os gaúchos lideram os
são, colesterol, diabetes, problemas car- índices nacionais no consumo de álcool.
diovasculares e Acidente Vascular Cerebral Os dados são preocupantes na medida em
(AVC), que já são responsáveis por 70% que implicam diretamente na saúde pública,
das mortes no País. ou melhor, no Sistema Único de Saúde. A de-
Independentemente do tipo de patologia, manda cresce, aumentam as filas, os gastos
cresce a cada dia o número de brasileiros públicos assumem patamares de dívida, e os
que colaboram para ter a doença, ou seja, investimentos se tornam irrisórios diante das
através de um comportamento sedentário, necessidades reais da população.
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Capítulo
8
Sem consciência da gravidade da situa- nal, são eles que pagam a conta. Mas assu-
ção, os brasileiros estão cada vez mais aco- mir uma rotina com mais qualidade de vida
modados. A falta de atividade física deixa depende da conscientização de cada brasi-
sequelas e atinge quase a metade da popu- leiro, que precisa entender os limites físicos
lação. O conceito básico de que a preven- e psicológicos de sua saúde.
ção é o melhor remédio parece não estar Dar um ritmo equilibrado para aliar o
sendo levado a sério. Muitos acabam ade- trabalho e a vida pessoal é um tratamento
rindo a uma atividade física regular somente a longo prazo que pode garantir uma boa
depois de muita insistência médica. saúde. Os brasileiros precisam se dar conta
O governo até investe em campanhas de de que a cultura do consumismo de medica-
prevenção, mas o efeito não tem sido defini- mentos deve ser evitada. O remédio precisa
tivo para a solução do problema. voltar a ser a exceção, e a prevenção da
O sedentarismo é, hoje, uma questão de doença, sim, deve ocorrer todos os dias.
saúde pública. Estimular hábitos saudáveis Disponível em: http://www.jmijui.com.br/publicacao-16514-
-A_sociedade_do_sedentarismo. Acessado em 02/01/2015.
é um grande desafio para os governos, afi-
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Proposta
Agora, imagine que você trabalha como editor-chefe em uma revista cujos leitores são,
em sua maioria, pessoas que trabalham sentadas a maior parte do tempo. Leia, com bas-
tante atenção, o editorial que aparece na seção Antes de começar a escrever, livros que
tratam do assunto, bem como reportagens e outros materiais que discutem a questão do
sedentarismo e suas consequências para a saúde dos indivíduos.
Planejamento
Para produzir seu texto, você deve estar atento aos seguintes passos:
1. Estruture seu editorial em introdução, desenvolvimento e conclusão.
2. Na introdução, deixe claro qual é o tema do seu texto.
3. No desenvolvimento, apresente fatos, dados numéricos, argumentos de autoridades.
Eles são úteis para tornar forte o seu posicionamento e dificultam a contra-argumentação.
4. Na conclusão, procure propor soluções para o problema.
5. Faça uma segunda leitura. Dessa vez, você grifará as principais informações do texto-
-base.
6. Garanta que a linguagem está apropriada para o público-alvo.
7. Dê um título adequado ao seu texto.
Avaliação
Para avaliar o editorial que você produziu, antes de entregá-lo ao professor, releia-o e
leve em conta os seguintes aspectos:
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