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ISBN: 978-85-7797-912-7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
Página do manual
A imprecisão dos pontos cardeais .................37 Universo ................................................... 86
Cenário 2 – A prática do dia a dia ........... 37 Fazemos parte de um sistema.........................86
Conhecer o espaço para se localizar .............37 O surgimento do Universo ............................87
Cenário 3 – Quando o céu se esconde ..... 38 Os primeiros estudos sobre o Sistema
Orientação artificial .........................................38 Solar ....................................................................88
Sugestão de
Cenário 4 – Ruas e avenidas .................... 43 A forma da Terra ..............................................88
abordagem
Ao lado de cada abertura do capítulo há boxes com
A criação do sistema de coordenadas ...........43 Cenário 2 – Os movimentos da Terra Cenário 1 Dessa forma, várias sociedades perceberam que o Sol aparecia
todas as manhãs numa determinada posição no horizonte e, depois
Geografia em cena
successo images/Shutterstock.com
Sol
Geografia em cena
S L
Zênite é um termo
34
III
A dificuldade de Cada capítulo é dividido em Cenários para melhor entendimento do texto explicativo e são acom-
encontrar o rumo panhados por mapas, imagens, gráficos, fotos, tabelas e charges que facilitam a compreensão dos aspec-
Referenciais
Um dos principais desafios dos seres humanos ao longo da sua
tos fundamentais dos conteúdos dos capítulos. As imagens (fotos, mapas, tabelas, etc.) contidas no tex-
existência foi a localização e orientação sobre a superfície terrestre.
Inicialmente, os seres humanos utilizavam elementos do espaço em
que viviam como referenciais. Uma montanha, um riacho ou uma
grande árvore poderiam servir como base ou ponto de referência
to não têm apenas o propósito de ilustrá-lo, tornando-o mais agradável, são utilizadas visando suscitar
indagações, reflexões e interpretações sobre o espaço geográfico.
para identificar o rumo que deveriam ou queriam tomar.
Contudo, esses referenciais serviam para pequenos percursos
dentro do espaço geográfico, uma vez que os indivíduos depen-
diam da sua visibilidade e, quando precisavam deslocar-se sobre
espaços maiores, como oceanos ou desertos, a tarefa se tornava ex-
tremamente difícil. A infinita capacidade de observação e criação
dos seres humanos os fez perceber que alguns astros, como a Lua, o
Sol e determinadas estrelas, “apareciam” e, depois de certo tempo,
“desapareciam” sempre em lugares aproximados no céu, podendo,
portanto, ser utilizados para orientação.
Ensaio geográfico
a curiosidade dos seres humanos. Várias sociedades antigas, como
incas, astecas, egípcios, gregos e mesopotâmicos, procuraram nos
cometas, nas estrelas, constelações, no Sol e na Lua explicações
para fenômenos que ocorriam na Terra.
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nível, ou terraceamento.
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Geografia em cena
As florestas temperadas foram quase totalmente devastadas,
restando apenas poucas reservas, na Europa ou América, restritas
quase sempre a áreas de difícil acesso ou de pouco interesse econô-
mico. Nos países asiáticos, a extensão da Floresta Temperada, mes-
mo que tenha sofrido redução ao longo do tempo, apresenta um
percentual remanescente maior que o da Europa e o da América.
Em meio ao texto referencial, são apresentadas informações adicionais ao conteúdo estudado. Po-
Estepes dem ser curiosidades, definições/explicações de termos possivelmente desconhecidos dos alunos ou,
simplesmente, esclarecimentos a respeito de um item específico do tema tratado.
Trata-se de uma vegetação tipicamente rasteira predominante
em áreas frias e secas numa faixa de transição entre regiões desérti-
cas e regiões florestais. Sofrem os efeitos da continentalidade, apre-
sentando verões quentes e invernos muito frios. Localizam-se na
Mongólia, nos Estados Unidos e na Sibéria russa.
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Estepe na Mongólia.
Pradarias
São formações vegetais herbáceas (gramíneas rasteiras) situa- Geografia em cena
das em ambientes muito semelhantes aos das estepes, porém com
Pequeno dicionário
mais umidade. Na América do Sul, onde a pluviosidade é maior, A pecuária extensiva
recebe o nome de Pampa, compreendendo as regiões austrais do é a prática criatória de gado
Brasil, da Argentina e do Uruguai; Pradaria é o nome que essa for- sem tantos investimentos.
mação recebe na América do Norte, e lá compreende uma área que Nela, o gado é destinado ao Os países que se situam entre os trópicos, em sua maioria em
vai do Canadá até o sul dos Estados Unidos, passando pelas planí-
geográfico e cultural
corte. Essa prática necessita desenvolvimento (como o Brasil), possuem um fator positivo para
cies centrais desse país. de alguns cuidados, princi- a utilização dessa fonte de energia, visto que essa região apresenta
As pradarias e estepes são ocupadas ou com pecuária extensiva palmente com alimentação uma taxa de insolação relativamente elevada o ano todo. Por outro
e semiextensiva ou com agricultura. e o espaço. lado, a precária (ou inexistente) tecnologia de geração de energia e
os baixos investimentos em pesquisa para sua obtenção inviabili-
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Sinopse: Em um passeio pela história da energia elétrica, o filme mostra a transformação da sociedade
rural para a sociedade urbana no século XX, a partir de dez ícones eletroeletrônicos representativos
dessa progressiva transformação e da criação dos conceitos de cidade moderna, conforto e diversão.
IV
Sinopse: O lorde Cuttler Beckett, da Companhia das Índias Orientais, detém o comando do navio-
-fantasma Flying Dutchman. O navio, agora sob o comando do almirante James Norrington, tem por
missão vagar pelos sete mares em busca de piratas e matá-los sem piedade. Na intenção de deter Beckett,
Will Turner, Elizabeth Swann e o capitão Barbossa precisam reunir os Nove Lordes da Corte da Irman-
Encerramento
dade. Porém, falta um dos Lordes, o capitão Jack Sparrow. O trio parte para Cingapura na intenção de
conseguir o mapa que os conduzirá ao fim do mundo, o que possibilitará que Jack seja resgatado. Mas,
para conseguir o mapa, eles precisarão enfrentar um pirata chinês, o capitão Sao Feng.
Encerramento
Piratas do Caribe: navegando em águas misteriosas
Direção: Rob Marshall.
Ano: 2011.
1 No quadro abaixo, cite impactos ambientais produzidos pelas matrizes energéticas apresentadas. Nessa obra contém, ao final de cada capítulo, exer-
Carvão Eólica
Sinopse: O capitão Jack Sparrow vai até Londres para resgatar Gibbs, integrante de sua tripulação Efeito estufa Uso da terra
cícios variados, desde questões discursivas a questões de
no Pérola Negra. Lá ele descobre que alguém está usando seu nome para conseguir marujos em uma
viagem rumo à Fonte da Juventude. Sparrow investiga e logo percebe que Angelica, um antigo caso
que balançou seu coração, é a responsável pela farsa. Ela é filha do lendário pirata Barba Negra, que
está com os dias contados.
Aquecimento global
Chuva ácida
Ruído das turbinas
Interferência eletromagnética
múltipla escolha, algumas de exames vestibulares e do
Capítulo 3 – Letramento cartográfico 81
Poluição atmosférica Mortalidade de aves
Enem, com adaptações pertinentes a cada ano do Ensi-
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2 Existem várias formas não poluentes de se gerar energia; dentre estas, destaca-se a energia geotér-
mica. Por qual motivo nem todos os países podem utilizá-la?
Apenas países que possuem atividades vulcânicas ou sísmicas, onde o vapor de água ou as pedras quen-
no Fundamental.
tes atingem temperaturas superiores a 200 °C.
3 Por que podemos afirmar que a energia solar é a que provoca menos impactos ambientais?
Ela depende unicamente da luz solar para funcionar. Suas instalações ocorrem geralmente no topo de
construções já existentes.
4 O petróleo é uma das matrizes energéticas mais poluentes do Planeta. Contudo, cientistas afirmam
que o petróleo é insubstituível na atualidade. Explique tal afirmação.
Ele é a principal fonte de matéria-prima das indústrias, e cerca da metade da energia consumida no
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significado à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência dos indiví-
duos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos costu-
mes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e na
consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros
e, por isso, convictos das nossas diferenças.
Para fazer a leitura do mundo em que vivem, com base nas apren-
dizagens em Geografia, os alunos precisam ser estimulados a pensar
espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geográfico. O pensamento
espacial está associado ao desenvolvimento intelectual que integra co-
nhecimentos não somente da Geografia, mas também de outras áreas
(como Matemática, Ciência, Arte e Literatura). Essa interação visa à
resolução de problemas que envolvem mudanças de escala, orientação
e direção de objetos localizados na superfície terrestre, efeitos de dis-
tância, relações hierárquicas, tendências à centralização e à dispersão,
efeitos da proximidade e vizinhança, etc.
Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros
Conexão
fenômenos próximos ou distantes.
É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o
Diferenciação
clima), resultando na diferença entre áreas.
Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida
Localização por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais
topológicas ou por interações espaciais).
Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educa- conceitos da Geografia contemporânea, diferenciados por níveis de
ção Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocí- complexidade. Embora o espaço seja o conceito mais amplo e comple-
nio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente xo da Geografia, é necessário que os alunos dominem outros conceitos
transformação e relacionando componentes da sociedade e da nature- mais operacionais e que expressam aspectos diferentes do espaço geo-
za. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o gráfico: território, lugar, região, natureza e paisagem.
domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimen- O conceito de espaço é inseparável do conceito de tempo e ambos
tos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e precisam ser pensados articuladamente como um processo. Assim como
para o exercício da cidadania. para a História, o tempo é para a Geografia uma construção social, que se
Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos, mobilizando o associa à memória e às identidades sociais dos sujeitos. Do mesmo modo,
pensamento espacial e aplicando procedimentos de pesquisa e análise os tempos da natureza não podem ser ignorados, pois marcam a memó-
das informações geográficas, os alunos podem reconhecer: a desigual- ria da Terra e as transformações naturais que explicam as atuais condi-
dade dos usos dos recursos naturais pela população mundial; o impac- ções do meio físico natural. Assim, pensar a temporalidade das ações hu-
to da distribuição territorial em disputas geopolíticas; e a desigualdade manas e das sociedades por meio da relação tempo-espaço representa um
socioeconômica da população mundial em diferentes contextos urba- importante e desafiador processo na aprendizagem de Geografia.
nos e rurais. Desse modo, a aprendizagem da Geografia favorece o re- Para isso, é preciso superar a aprendizagem com base apenas na
conhecimento da diversidade étnico-racial e das diferenças dos grupos descrição de informações e fatos do dia a dia, cujo significado restrin-
sociais, com base em princípios éticos (respeito à diversidade e comba- ge-se apenas ao contexto imediato da vida dos sujeitos. A ultrapassa-
te ao preconceito e à violência de qualquer natureza). Ela também es- gem dessa condição meramente descritiva exige o domínio de concei-
timula a capacidade de empregar o raciocínio geográfico para pensar e tos e generalizações. Estes permitem novas formas de ver o mundo e
resolver problemas gerados na vida cotidiana, condição fundamental de compreender, de maneira ampla e crítica, as múltiplas relações que
para o desenvolvimento das competências gerais previstas na BNCC. conformam a realidade, de acordo com o aprendizado do conhecimen-
Nessa direção, a BNCC está organizada com base nos principais to da ciência geográfica.
VI
VII
2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a com-
preensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do
espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecno-
logias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e
o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem
conhecimentos científicos da Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a cons-
ciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as
questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
VIII
IX
Formas de representação e pensamento espacial Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras
(EF06GE01) Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.
(EF06GE02) Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.
(EF06GE03) Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões
climáticos.
(EF06GE04) Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais
componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.
(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
(EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e
do processo de industrialização.
(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.
(EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.
(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos
e estruturas da superfície terrestre.
(EF06GE10) Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etc.) e de apropriação dos recursos
hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.
(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais,
incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.
(EF06GE12) Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as
transformações nos ambientes urbanos.
(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).
XI
O sujeito e seu lugar no mundo Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil
Conexões e escalas
Mundo do trabalho
XII
(EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação
territorial do Brasil.
(EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil,
compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
(EF07GE03) Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de
quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais
dessas comunidades.
(EF07GE04) Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana,
europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras.
(EF07GE05) Analisar fatos e situações representativas das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo.
(EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como
influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.
(EF07GE07) Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro.
(EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do
território brasileiro.
(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e
econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.
(EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões
brasileiras.
(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade
(Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
(EF07GE12) Comparar unidades de conservação existentes no Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na
organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
XIII
Mundo do trabalho
XIV
(EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da
história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.
(EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a
diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.
(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário,
crescimento vegetativo e mobilidade espacial).
(EF08GE04) Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de
expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.
(EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na
contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do
pós-guerra.
(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e
africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
(EF08GE07) Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário
internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.
(EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem
mundial do pós-guerra.
(EF08GE09) Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados,
tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
(EF08GE10) Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros
movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.
(EF08GE11) Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos
internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.
(EF08GE12) Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA,
OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).
(EF08GE13) Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos
espaços urbanos e rurais da América e da África.
(EF08GE14) Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital
estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.
(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da America Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata,
do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e
comercialização da água.
(EF08GE16) Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à
distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.
(EF08GE17) Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas,
alagados e zona de riscos.
(EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais,
ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.
(EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África
e América.
XV
Geografia – 9º ano
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO
Conexões e escalas
A divisão do mundo em Ocidente e Oriente
Mundo do trabalho
XVI
HABILIDADES
(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações
de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.
(EF09GE02) Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao
consumo, à cultura e à mobilidade.
(EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na
escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
(EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e
interculturalidades regionais.
(EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes
interpretações: globalização e mundialização.
(EF09GE06) Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.
(EF09GE07) Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.
(EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na
Europa, na Ásia e na Oceania.
(EF09GE09) Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos,
políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.
(EF09GE10) Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na
Oceania.
(EF09GE11) Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em
diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.
(EF09GE12) Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao
papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.
(EF09GE13) Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial de
acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.
XVII
XVIII
XIX
Capítulo 1
O ser, o ter e o estar ...................... 9 Cenário 5 – As coordenadas geográficas ... 52
O endereço certo de qualquer ponto
Cenário 1 – O ser ..................................... 10 da Terra...............................................................52
A consciência de que sou igual Localização ........................................................52
aos outros ...........................................................10 Encerramento ...................................................54
Cenário 2 – O estar.................................. 14
Sou responsável pelo espaço construído e Capítulo 3
pelo espaço natural...........................................14 Letramento cartográfico............... 59
Paisagem e a constante modificação do
espaço .................................................................17 Cenário 1 – Como apresentar a Terra?.... 60
Cenário 3 – O lugar geográfico ............... 20 Do todo ao particular......................................60
Com afeto e com carinho, este é Um grande instrumento de informação
o meu lugar ........................................................20 chamado mapa ..................................................62
Cenário 4 – A natureza inquieta e Os mapas antigos e o norte ............................64
transformadora ................................................24 Cenário 2 – Detalhando os mapas .......... 67
Cenário 5 – O aprendizado por meio Elementos de um mapa ...................................67
do olhar .................................................... 25 Cenário 3 – Tentativas de representação ... 76
Encerramento ...................................................27 Como representar em um plano o que
é irregular? .........................................................76
Capítulo 2 Cenário 4 – Tecnologia em favor dos
O estar e o orientar-se................... 33 mapas ....................................................... 79
Mapas digitais ...................................................79
Cenário 1 – A dificuldade de Encerramento ...................................................82
encontrar o rumo ..................................... 34
Referenciais ......................................................34 Capítulo 4
Orientação pelos astros ...................................34 Nosso planeta ............................... 85
Orientação pelo Sol .........................................35
Orientação pelo Cruzeiro do Sul ..................36 Cenário 1 – Nossa localização no
A imprecisão dos pontos cardeais .................37 Universo ................................................... 86
Cenário 2 – A prática do dia a dia ........... 37 Fazemos parte de um sistema.........................86
Conhecer o espaço para se localizar .............37 O surgimento do Universo ............................87
Cenário 3 – Quando o céu se esconde ..... 38 Os primeiros estudos sobre o Sistema
Orientação artificial .........................................38 Solar ....................................................................88
Cenário 4 – Ruas e avenidas .................... 43 A forma da Terra ..............................................88
A criação do sistema de coordenadas ...........43 Cenário 2 – Os movimentos da Terra
Nossos paralelos ...............................................45 e suas consequências ................................ 93
Por que Greenwich? ........................................46 O movimento de rotação................................93
Latitudes e longitudes das ruas......................48 Sucessão dos dias e das noites ........................94
As latitudes da Terra ........................................49 Fusos horários ...................................................94
As longitudes da Terra ....................................51 Caminho aparente do Sol...............................96
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CG
Capítulo 1
no capítulo
Objetivos
pedagógicos
Anotações
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maxstockphoto/Shu
58
O ser
A consciência de que
sou igual aos outros
Três perguntas ao longo da história sempre foram constantes no
pensamento dos seres humanos: quem sou? Onde estou? O que pos-
suo? Com certeza, você já deve ter pensado nisso pelo menos uma vez
ao longo da sua vida. Então, você já deve ter algumas respostas ou, no
mínimo, imaginar algumas respostas para esses enigmas.
Certamente, você já deve ter reparado que as pessoas que você vê
nas ruas, nos livros, nas revistas ou na televisão são muito diferentes.
Em outros momentos, ao olhar as pessoas, você deve ter notado que
elas são muito semelhantes a você. As perguntas que povoam a sua ca-
beça nesse momento devem ser: afinal de contas, somos iguais ou so-
mos totalmente diferentes? Se somos iguais, onde está essa igualdade?
Se somos diferentes, onde está essa diferença?
As respostas para essas questões são bastante claras e comple-
mentares: somos iguais, uma vez que os humanos possuem traços
morfológicos que os distinguem de outros mamíferos (número de
membros, dentição, andar bípede), além de ser uma espécie reco-
nhecidamente racional, o que é considerado uma diferença funda-
mental com relação aos outros animais. Portanto, somos iguais na
medida em que somos membros de uma mesma espécie.
Observe a figura abaixo e tente identificar os diferentes perso-
nagens de acordo com a sua origem. Qual deles é africano? Qual
deles é asiático? É impossível responder. Porém, se perguntássemos
quais deles são seres humanos, responderíamos sem hesitar: todos.
Nowik Sylwia/Shutterstock.com
Pablo Rogat/Shutterstock.com
rsfatt/Shutterstock.com
ChameleonsEye/Shutterstock.com
Mike Richter/Shutterstock.com
Konstantin Shevtsov/Shutterstock.com
Nelas, as pessoas estão vestidas com muita roupa. Explique, com as suas palavras, por que cada ambien-
te faz com que elas se vistam dessa forma.
Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: Em ambas as fotos, as pessoas se vestem dessa forma para se proteger das condi-
2 Somos semelhantes e, ao mesmo tempo, diferentes. Parece confuso, mas não é. As nossas semelhan-
ças e diferenças são bastante claras. As imagens abaixo representam duas etnias. Aponte as característi-
cas que as tornam iguais e as que fazem com que sejam diferentes.
Resposta pessoal. Espera-se que o
paul prescott/Shutterstock.com
Anna Om/Shutterstock.com
Andy-pix/Shutterstock.com
Filipe Frazao/Shutterstock.com
ostill/Shutterstock.com
Casal de gaúchos em Porto Alegre, Rio Dançarino de frevo no Recife, Pernam- Dançarinas do bumba meu boi em São
Grande do Sul. buco. Luís, Maranhão.
Resposta pessoal.
Espera-se que o aluno, em sua resposta, não faça distinção das pessoas das imagens por causa de sua
origem e da sua cor, mas que faça uma distinção dos aspectos culturais das diferentes regiões do Brasil.
4 A comida é uma parte da cultura de um povo que está associada diretamente ao ambiente e ao
modo de vida de cada comunidade. Observe as imagens abaixo e associe-as ao grupo cultural de que
fazem parte.
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DK samco/Shutterstock.com
a. b. c.
5 A alimentação é uma das manifestações típicas da cultura de um povo. Sendo assim, relacione os
grupos humanos abaixo ao prato típico da sua cultura.
1 Árabes 3 sushi
2 Italianos 5 bacalhoada
3 Japoneses 4 feijoada
4 Brasileiros 1 quibe
5 Portugueses 2 pizza
O estar
Sou responsável pelo
espaço construído e
pelo espaço natural
Imagine-se nas férias escolares viajando com sua família pelas
estradas do Brasil e do mundo. Passarão pela janela do carro uma
série de lugares e pessoas diferentes. Talvez, atento à beleza dos lu-
gares e das pessoas, você não tenha notado que as formas de habi-
tação, os tipos de animais criados, o tipo de agricultura, as formas
de se vestir, a flora e a fauna existentes podem ser bastante diferen-
tes de um lugar para o outro. Por acaso você já parou para pensar
que, por mais estáticas que as paisagens possam parecer, elas estão
em constante transformação? Será que aquelas pessoas habitam há
muito tempo aquele lugar? Será que aquele lugar sempre foi daque-
la forma? Quais as relações entre as pessoas e a natureza daquele
lugar? Como as pessoas transformaram aquele lugar em que vivem?
É essa interação entre seres humanos e natureza que a Geografia
tenta esclarecer, com o objetivo de construir uma relação mais res-
peitosa e menos predatória.
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O plantio de cana-de-açúcar é um exemplo de paisagem transformada. Ilha Maurícia, Oceano
Índico.
Leitura pela força desse imaginário. Temas relaciona- vado pela dificuldade de inserção nos novos
complementar dos com a produção e o consumo dos espaços lugares. Quando se migra, leva-se o imaginá-
no campo ou na cidade e dos movimentos mi- rio do lugar de origem. Com o seu trabalho,
A conquista do lugar como gratórios poderão abrir perspectivas de estu- os homens constroem estradas, edifícios, cam-
do do espaço atrelado ao conceito de cidada- pos cultivados, redes de esgotos, áreas de lazer,
conquista da cidadania nia, dentro de uma nova versão geográfica. Ao escolas, hospitais, teatros, mas nem sempre se
[...] O professor poderá trabalhar o coti- construírem os seus lugares, os homens cons- apropriam dessas construções. Embelezam
diano do aluno com toda a carga de afetivida- troem também representações sobre eles. Seu os espaços públicos com as obras que cons-
de e com seu imaginário, que nasce com a vi- nível de permanência na vivência com as coi- troem e povoam seu imaginário. Porém, são
vência dos lugares. A nova abordagem poderá sas e nas relações com as pessoas vai estabele- em grande parte excluídos deles. [...]
ajudar o aluno a pensar a construção do espa- cendo sua aderência a esses lugares. Por isso, as
ço geográfico não somente como resultado de migrações significam rupturas que, muitas ve- Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
forças econômicas e materiais, mas também zes, deixam traumas. Esse fato pode ser agra- pdf/geografia. pdf. Acesso em: 04/12/2017.
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A partir de diferentes dimensões, moradores
do Morro da Providência, considerada a pri-
meira “favela” brasileira, e do bairro Caju, são
destaque no documentário, que aborda os pri-
meiros grandes aterros, a atividade portuária,
o surgimento da capoeira, o cotidiano de pes-
cadores da região, dentre outros pontos.
Rio Juma, Amazonas, Brasil. Tundra no Alasca, Estados Unidos.
Disponível em: https://www.youtube.com/
Espaços naturais com ambientes preservados como na imensi- watch?v=Wd1kX1mPdss. Acesso em: 04/12/2017.
dão verde da Amazônia ou da isolada e gelada Tundra do Alasca,
mostrados nas fotografias acima, estão diminuindo numa veloci-
dade cada vez maior, uma vez que os seres humanos, em seu contí-
nuo processo de aperfeiçoamento produtivo, foram desenvolvendo
uma relação com a natureza em que ela é vista, de início, como for-
Anotações
necedora de bens e produtos para a sobrevivência e, posteriormen-
te, como fonte de lucro e enriquecimento de alguns.
De uma forma ou de outra, todas as sociedades planetárias em
um determinado momento da sua história passaram a dominar e
transformar a natureza. Contudo, a partir do século XV, os euro-
peus, ao conquistar os continentes africano, asiático e americano,
além da Oceania, impuseram esse modo de se relacionar com a na-
tureza aos habitantes dessas regiões, modificando completamente a
forma como esses povos interagiam com o espaço de vivência.
Contudo, cabe aqui um pequeno esclarecimento: como era
essa interação antes da chegada dos europeus?
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Os temas abordados neste capítulo exigem
uma profunda reflexão, pois o espaço é com-
preendido pelos sentidos. Lembre-se de que
cada espaço é fruto da história de quem o habi-
tou e de quem o habita e que o seu entendimen-
to em plenitude produz saberes que podem
tornar o aluno protagonista da construção/
transformação do próprio espaço de vivência.
É uma boa oportunidade para orientar o Assentamento indígena na África do Sul. Povo hmong, Vietnã.
Indígena do povo kamayurá. Mato Gros-
so, Brasil.
aluno a aprender a olhar, a perceber. O olhar A maior parte dos nativos da África, bem como os da Ásia e da
é fundamental para compreender o espaço. América, possuíam uma relação de respeito para com a natureza,
Somente uma visão bem treinada poderá, na retirando desta apenas o necessário para sua sobrevivência, respei-
tando, portanto, sua capacidade. Viviam em harmonia com a natu-
diversidade de elementos e fenômenos en- reza, pois tinham consciência de que a sobrevivência das gerações
contrados no espaço, desvendar os processos futuras dependia da preservação do espaço que habitavam. As ima-
gens retratam sociedades em processo de apropriação dos recursos
e ações que o criaram, bem como projetar o
naturais para sua sobrevivência.
futuro em novas transformações. Com a conquista/apropriação dos diferentes espaços mundiais
pelos europeus ocidentais e a imposição do seu modo de vida, os espa-
ços naturais foram sofrendo modificações cada dia mais profundas.
Suas técnicas e seus instrumentos de produção, mais aprimorados
Sugestão de que os dos nativos da terra, possuíam um maior poder de transforma-
ção, degradando rapidamente as florestas, ao mesmo tempo que sur-
leitura giam outros elementos de uma cultura diferente, tais como estradas,
pontes, casas, campos de agricultura, pastagens, usinas hidrelétricas.
Surgiram agrupamentos de casas, abriram-se estradas e ruas para a
• CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no comunicação; surgiram vilas, que velozmente se transformaram em
cidades. E, assim, o espaço natural foi sendo combinado com as
mundo. São Paulo: Labur, 2007. ações humanas para formar o espaço geográfico. Observe o exem-
• SANTOS, Milton. O trabalho do geógrafo plo na fotografia abaixo.
no terceiro milênio. São Paulo: Edusp, 2009.
rocharibeiro/Shutterstock.com
• ANDRADE, Manuel C. de. Uma geografia
para o século XXI. Campinas: Papirus, 2002.
• LACOSTE, Yves. Isso serve, em primeiro
lugar, para fazer a guerra. Campinas: Papirus,
2002.
Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro, Brasil.
Sugestão de
abordagem
16
17
Donatas Dabravolskas/Shutterstock.com
dado na sala de aula. Peça para que os alunos
reflita sobre a existência de diferentes territó-
rios no estado e no município onde ele vive
e aponte os elementos que os caracterizam
como territórios diferentes. O mesmo traba-
lho pode ser utilizado com países.
Sugerimos a música Eu sou favela, de Be-
zerra da Silva, para servir como ilustração de
uma das percepções do espaço. É interessante
que você contextualize a música, explicando
o ano em que foi feita a composição, a com-
preensão e a realidade da favela naquele tem-
po, a produção cultural, principalmente musi-
Vista de Copacabana. Ao fundo, no morro, podemos visualizar a comunidade de Cantagalo.
cal, existente naquele período e, depois disso,
peça para os alunos compararem com o que Já um observador que tenha uma visão panorâmica do mesmo
bairro, como a apresentada acima, compreenderá que, no mesmo re-
entendemos hoje por favela. Solicite que os corte de espaço geográfico, são visíveis ainda elementos naturais em
estudantes tragam outras músicas que tratem conjunto com elementos da ação humana, por exemplo, as habitações.
desse assunto ou que retratem outros espaços
e, com isso, sugira que eles façam as mesmas Ensaio geográfico
comparações desenvolvidas nessa discussão.
1 Como acabamos de aprender no Cenário 2 deste capítulo, o espaço está em constante transfor-
mação. Contudo, devemos diferenciar o espaço natural e o espaço geográfico, uma vez que o primeiro
apresenta apenas elementos da natureza primitiva e o segundo apresenta as transformações que o ser
Anotações humano realizou sobre essa base da natureza, resultando no espaço geográfico. Observe as fotos abai-
xo. Em todas, é muito claro o predomínio da natureza, porém algumas podem ser denominadas como
espaço geográfico. Marque um X nessas fotos e justifique sua escolha de onde há a combinação de
elementos naturais com a ação humana.
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X
a. b. c.
C
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X
d. e. f.
A paisagem representada na figura “b” apresenta interferência da ação do ser humano por meio da
construção de canteiros agrícolas. Já a paisagem representada na figura “d” mostra árvores perfiladas
em um jardim.
2 O espaço é transformado pelo ser humano de acordo com as suas necessidades e os seus interes-
ses. Contudo, essa transformação depende do nível de desenvolvimento de cada sociedade. Sobre
isso, observe as duas imagens abaixo e aponte qual delas representa a sociedade mais desenvolvida
na transformação do espaço, bem como as necessidades e/ou os interesses que a obrigaram a trans-
formar o espaço.
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a b
Ponte Juscelino Kubitschek em Brasília (DF). Ponte de madeira em área rural do Vietnã.
A imagem representada na figura “a” é um exemplo de uma sociedade de economia desenvolvida, devi-
do aos investimentos e às técnicas realizadas para a construção da ponte. As pontes foram construídas
para interligar dois pontos separados, para serem usadas no transporte de passageiros e cargas.
5:01
3 Transformar o espaço não significa devastar a natureza, mas explorar os recursos naturais respei-
tando os limites e a sua capacidade de recuperação, conservando-a. Indique três atitudes que você pode
praticar no seu dia a dia para que não ocorra destruição ou esgotamento do espaço.
O aluno deve levar em conta conceitos apreendidos na escola e nas aulas de ciências, como preservação
e conservação da natureza e dos seus recursos, reciclagem, economia de água e energia, etc.
Fred S. Pinheiro/Shutterstock.com
Sinopse: A trama acompanha os passos de um
adolescente palestino recrutado por um agen-
te secreto israelense para atuar como informan-
te. Ações terroristas e o Hamas estão presentes
na narrativa que busca equilibrar diferentes pon- Avenida Paulista. Pintura Jules Martin, Avenida Paulista. Fotografia Guilherme Avenida Paulista. Fotografia Fred S.
tos de vista. 1891. Gaesly, 1902. Pinheiro, 2015.
Ruas, pontes, casas, edifícios, carros, praças, bondes, fiação elétrica, entre outros.
Intervenção divina.
Diretor: Elia Suleiman.
Sinopse: O próprio diretor interpreta um mo-
rador de Jerusalém que namora uma mulher re- Cenário 3
sidente no lado palestino. A dificuldade dela em
cruzar o posto militar israelense atrapalha a rela-
ção, entre outras situações inusitadas.
O lugar geográfico
Com afeto e com
Cinco câmeras quebradas.
Diretor: Emad Burnat.
carinho, este é o meu
Sinopse: Indicado ao Oscar de melhor docu- lugar
mentário em 2013, exibe material registrado
Você algum dia já escutou estas frases: “Ponha-se no seu lu-
pelo agricultor palestino Emad Burnat (codire- gar!”, “Qual é o seu lugar?”? Provavelmente sim, e certamente em
tor do filme com o israelense Guy Davidi) des- um contexto de discussão em que alguém, julgando-se superior ou
de 2005, quando ele comprou uma câmera de ví- com mais poder, utilizou-as para coordenar as coisas ao seu modo.
Talvez você tenha escutado a frase de seu treinador de vôlei ou fute-
deo para acompanhar o crescimento do filho na bol quando queria organizar a estrutura do time em um treinamen-
Cisjordânia. Suas gravações, no entanto, capta- to. Ou ainda de seu professor quando, naquela confusão de início
ram os violentos confrontos da população local de aula, com vários estudantes em pé, tentava estruturar a sala para
o começo de mais uma lição. A palavra lugar pode significar posi-
com militares israelenses destacados para prote- ção espacial, mas também posição social, econômica, cultural, etc.
ger um assentamento de colonos judeus. Contudo, para a Geografia, lugar é uma porção do espaço ter-
restre onde os seres humanos estabelecem relações diretas entre si
e com a natureza que os cerca, com o objetivo de promover sua so-
brevivência. É sobre essa porção do espaço que despejamos todos
Anotações os nossos sentimentos, nossas expectativas e atitudes. Sentimos o
lugar como espaço vivo, onde percebemos as constantes transfor-
mações, já que a ele estamos ligados de forma direta e indireta.
20
Geografia em cena
professor
Nunca um lugar foi tão disputado como Jerusalém. Inva-
dida diversas vezes por babilônicos e romanos, a “Cidade da Os conceitos de território e territorialidade,
Paz” passou a ser alvo de disputa entre cristãos e muçulmanos no sentido de espaço ou área definidos e carac-
e, mais recentemente, entre judeus e muçulmanos. Embora
Jerusalém seja sagrada para três grupos religiosos, a paz lá está terizados por relações de poder, estão interliga-
sempre ameaçada. dos. A noção de poder, domínio ou influência de
vários agentes (políticos, econômicos e sociais)
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no espaço geográfico expressa a territorialidade,
ou seja, o território é o espaço que sofre o domí-
nio desses agentes, e a territorialidade é a forma
como eles moldaram a organização desse territó-
rio. Daí a afirmação “entrar em território alheio”
significar uma afronta ao poder do outro, uma
invasão à área que ele domina.
Muitos vivem no mesmo local durante toda sua vida e conhe- Anotações
cem todos os seus segredos — e, por isso, sabem as transformações
pelas quais ele passou. No lugar, sabemos a posição dos elementos
naturais e culturais pelo contato direto. Uma mata, para determi-
nada criança, pode não ser um mero elemento natural, mas o local
onde, em clima de diversão, ela e seus amigos catavam sementes e
brincavam de acampar. Nessa perspectiva, uma casa deixa de ser um
mero elemento cultural transformando-se na casa de Dona Caro-
lina, que todos os domingos distribuía doces e bombons para as
crianças.
Vivendo o lugar, durante sua existência, é possível compreen-
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não se restringem à escala técnica, ou tão so- da existência do mundo estabelecido. Mundo
mente à dialética de possuidores dos meios de este que, admirado por nossos olhos e traduzi-
produção ou negociadores da capacidade fí- do por nossas leituras, pode viabilizar, legitimar
sica e intelectual de trabalho. No conceito de ou desestruturar as lógicas vigentes. Juntamente
espaço também se deve considerar os aspectos com a delimitação do espaço como objeto de es-
históricos e culturais que favoreceram esta es- tudo geográfico, surgem questões escalares que
truturação socioprodutiva, além da conjuntu- buscam demarcar a abrangência das relações que
ra na qual se dão estas relações e as possibilida- dão forma ao espaço, embora nem sempre evi-
des de reestruturação. As relações de produção, dentes. [...]
que neste texto são tomadas como máxima ex-
plicitação do espaço geográfico em questão, de- Disponível em: GREGOLE, Danielle; MAGNO,
vem ser — para quem catalisa e sintetiza tal rea- Marcus. Espacialidades e territorialidades: conceituação e
lidade — as relações de produção e reprodução exemplificações. UFMG, 2011. Acesso em: 04/12/2017.
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O debate sobre o processo de aqueci-
mento do Planeta está dividido em dois po-
los de ideias. Ambos concordam que a Terra,
de fato, está passando por um período inter-
glacial, mas um acredita que o aquecimento
global é um fenômeno totalmente natural, e
outro acredita que é implicado pelas ações hu-
As transformações no lugar consequentemente modificarão a forma de as pessoas utilizarem o
manas. Realize um debate sobre a temática. espaço e se relacionarem com ele. Ponte Maurício de Nassau, Recife, Brasil.
C
22
Designua/Shutterstock.com
Álava Soule por
Navarra chuva
ácida
O L Espanha Mar
S
Mediterrâneo
Formação da chuva ácida.
ricos circula pela atmosfera e seus efeitos atingem outros países, tra-
zendo prejuízos econômicos e de saúde. A chuva ácida, resultante
da industrialização desenfreada em alguns países, acaba gerando
5:02 consequências danosas para outros países, como mostra a imagem
acima, à direita, com destruição da vegetação.
Outro exemplo claro dessa relação negativa entre os lugares é
o aquecimento global, pois a industrialização, a queima de com-
bustíveis derivados do petróleo e do carvão mineral e a queima das
florestas fazem subir a temperatura na Terra. Isso acontece porque Efeito estufa: dos raios de Sol que chegam
o efeito estufa, apesar de ser um fenômeno natural, está aumentan- à Terra diariamente, parte é refletida de
volta ao espaço, mas outra parte (em vermelho)
do a sua capacidade de aprisionar o calor na Terra, causando secas, fica aprisionada pela atmosfera terrestre, con-
enchentes, avanço do mar sobre as cidades, etc. centrando energia térmica.
Ruth Lawton/Shutterstock.com
neta para promover uma discussão sobre nos-
sas atitudes individuais em relação ao meio. O
objetivo desta etapa é buscar relacionar a Geo-
grafia física com atividades humanas.
Solicite um texto de poucas linhas, de
modo que cada um exponha suas ideias a par-
tir dos últimos noticiários e reportagens sobre Ilha Urupukapuka, Baía das Ilhas, Nova Zelândia.
AMA /Shutterstock.com
cação, sem deixar de lado os exemplos positi-
vos e negativos do seu dia a dia.
Sugestão de
leitura
Lagoa de Sete Cidades e Santiago de São Miguel, Açores, Portugal.
Anotações
C
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O aprendizado por
meio do olhar
Marat Dupri/Shutterstock.com
5:04
Madagascar
Direção: Eric Darnell e Tom McGroth.
Ano: 2005.
Sinopse: O leão Alex é a grande atração do zoológico do Central Park, em Nova York. Ele e seus
melhores amigos, a zebra Marty, a girafa Melman e a hipopótamo Gloria, sempre passaram a vida em
cativeiro e desconhecem o que é morar na selva. Curioso em saber o que há por trás dos muros do zoo-
lógico, Marty decide fugir e explorar o mundo. Ao perceberem, Alex, Gloria e Melman decidem partir
à sua procura. O trio encontra Marty na estação Grand Central do metrô, mas, antes que consigam
voltar para casa, são atingidos por dardos tranquilizantes e capturados. Embarcados em um navio rumo
à África, eles acabam na ilha de Madagascar, onde precisam encontrar meios de sobrevivência em uma
selva verdadeira.
Os sem-floresta
Direção: Tim Johnson e Korey Kirkpatrick.
Ano: 2006.
Sinopse: A primavera chegou, o que faz com que os animais da floresta despertem da hibernação. Ao
acordar, eles logo têm uma surpresa: surgiu ao redor de seu hábitat natural uma grande cerca verde.
Inicialmente, eles temem o que há por detrás da cerca, até que o guaxinim RJ revela que foi construída
uma cidade ao redor da floresta em que vivem, que agora ocupa apenas um pequeno espaço. RJ diz ain-
da que, no mundo dos humanos, há as mais diversas guloseimas, convencendo os demais a atravessar a
cerca. Entretanto, essa atitude desagrada o cauteloso jabuti Verne.
Encerramento
1 Descreva o seu lugar, destacando os ambientes mais importantes para você, e depois explique por
que cada um é importante.
O aluno deverá levar em consideração o conceito de lugar abordado no Cenário 3.
2 Cite quatro formas de você ter contato com pessoas que vivem em lugares distantes do seu.
O estudante pode utilizar de sua experiência com aplicativos de mensagens instantâneas, chats em jo-
artiomp/Shutterstock.com
Para a questão de número 5 da página 29, a. Denomine o fenômeno apresentado e descreva-o.
você pode aprofundar o tema sobre as cons- Efeito estufa. Fenômeno natural responsável pelo armaze-
truções humanas feitas na antiguidade, como namento de parte da energia solar recebida no planeta Ter-
as Pirâmides do Egito; as estátuas da Ilha de
ra pela sua atmosfera. O efeito estufa é um dos responsáveis
Páscoa, no Chile; Stonehenge, no Reino Uni-
do e mostrar a importância destas construções pela manutenção das condições ideais ao desenvolvimento
para a história da humanidade. da vida no nosso planeta.
Anotações levando ao aumento rápido na temperatura, desde a segunda metade do século XX. As causas do aque-
cimento global são o aumento da quantidade de gases estufa, como o dióxido de carbono e o metano,
combustíveis fósseis.
4 Nem sempre o lugar onde vivemos é o que escolhemos ou o ideal para nossa sobrevivência. As ima-
gens abaixo mostram dois lugares que oferecem riscos para as pessoas que neles vivem. Observe-as.
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a b
Agora, indique os principais problemas que podem ocorrer para cada um dos moradores desses lugares.
Na figura “a”, os moradores poderão sofrer com deslizamento de barreira; na figura “b”, com possíveis
inundações.
C
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Mikadun/Shutterstock.com
Janelle Lugge/Shutterstock.com
X
totajla/Shutterstock.com
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X
5:05
b. Você modificaria esse espaço? Se sim, de que
forma?
O aluno pode optar por desfazer a constru-
tar pelo verde da relva, pela majestade da montanha ou pela leveza do rio.
Daniel Wiedemann/Shutters-
tock.com
Avik/Shutterstock.com
Songquan Deng/Shutterstock.com
a b c
Cataratas do Iguaçu, Brasil. Tríplice fron- Mosteiro de Taktsang (Ninho dos Ti-
teira. gres), Butão. Nova York, EUA.
voado prosperou tanto, que em 1537, já esta- riquecendo a tal ponto que disputava com a vadiu Olinda e conquistou Pernambuco. Toma-
va elevado à categoria de vila. Em 12 de março Corte portuguesa em luxo e ostentação. O da a cidade, os holandeses se estabeleceram no
de 1537, Duarte Coelho enviou ao rei de Por- traçado urbano da vila configurou-se, ainda povoado e ilhas junto ao porto e abandonaram
tugal, D. João III, o Foral, carta de doação que no século XVI, com a definição dos cami- Olinda. Em 24 de novembro de 1631, os holan-
descrevia todos os lugares e benfeitorias exis- nhos e com a ocupação dos principais pro- deses incendeiam Olinda, após retirar os mate-
tentes na Vila de Olinda. Nas praias, a vila foi montórios pelos religiosos. Com a chegada riais nobres das edificações para construir suas
fortificada para a defesa e do alto das colinas se das primeiras ordens religiosas — carmeli- casas no Recife, que começa a prosperar sob a
expandiu em direção ao mar, ao porto e ao inte- tas, em 1580; jesuítas, em 1583; francisca- administração holandesa. Em 27 de janeiro de
rior onde ficavam os engenhos de açúcar. nos, em 1585; e beneditinos, em 1586, foi 1654, os holandeses foram expulsos e iniciou-se
Com o extrativismo do pau-brasil e o feita também a catequização dos indígenas, a lenta reconstrução da Vila de Olinda. [...]
desenvolvimento da cultura da cana-de- de fundamental importância para a con-
-açúcar, Olinda tornou-se um dos mais im- quista definitiva das terras. Disponível em: https://www.olinda.pe.gov.br/a-cidade/
portantes centros comerciais da colônia, en- Em 16 de fevereiro de 1630, a Holanda in- historia/. Acesso em: 16/02/2018.
C
30
Library of Congress
Reprodução
Fred S. Pinheiro/Shutterstock.com
Agora, aponte as principais transformações que você identificou.
Resposta pessoal.
Ita Pritsch/Shutterstock.com
conceito de paisagem vai além de um
simples olhar.
Observe a imagem, ao lado, da cidade
de Olinda, em Pernambuco. Ela foi
fundada por Duarte Coelho, em 1537.
Diz a lenda que, ao chegar a esse ponto
mais alto, teria dito: “— Oh! Linda!”
Por isso, a cidade passou a se chamar
Olinda. Releia o conceito de paisagem
na página 17 e no pequeno dicionário
geográfico e cultural da página 26,
coloque-se no lugar do fundador de
Olinda e tente imaginar as suas sensa-
ções num belo dia de verão, em 12 de
março de 1537, ao olhar essa vista.
O aluno deverá entender o conceito de paisagem a partir da leitura da página 17 e do conceito de pai-
5:06
sagem dado no glossário da página 26.
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separa ricos e pobres
As diferentes formas de ocupação de um espaço
revelam a relação de uma sociedade com o meio am-
biente e, principalmente, as relações sociais entre as
pessoas de um mesmo espaço geográfico, chegando
até a explicitar as desigualdades de renda e padrão de
vida entre elas.
Ao observar as construções, é comum perceber-
mos os contrastes sociais e econômicos, como na foto
ao lado. As construções apresentam diferenças de ta-
manho, modelo e material. A organização dos bairros e
seus contrastes exibem a relação do espaço com o poder
aquisitivo de seus moradores. Em alguns locais, a po-
pulação dispõe de infraestrutura, como ruas pavimen-
tadas, água potável, rede de esgoto, rede elétrica e se-
gurança. Denominamos esses locais de cidade formal.
Em outros, a população carece de quase tudo — o
transporte público é precário, falta água, luz, sanea-
mento básico e não há espaços de confraternização
coletivos, como praças, quadras de esporte, dentre
outros. Esses locais são denominados de cidade in-
formal. É interessante observar ainda que esses locais
podem coexistir numa mesma paisagem e conviver
harmonicamente ou em constante conflito.
Os alunos podem definir cidade formal como aquele local onde existe infraestrutura e cidade informal
13 Ao longo deste capítulo, aprendemos juntos a identificar as diferentes paisagens, bem como a en-
tender de que forma o espaço é construído. Diferencie o conceito de espaço geográfico do conceito
de paisagem.
Paisagem é tudo aquilo que podemos ver ou o que os demais sentidos podem captar. Já o espaço geográ-
fico corresponde a uma porção da superfície terrestre identificada por elementos naturais e humanos.
Objetivos
pedagógicos
Yevgenia Gorbulsky
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quer se perder no espaço
planetário. Anotações
33
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successo images/Shutterstock.com
34 Capítulo 2 – O estar e o orientar-se
Diálogo com o
professor CG_6ºano_02.indd 34 07/03/2018 13:37:22 CG
34
Dessa forma, várias sociedades perceberam que o Sol aparecia Geografia em cena
professor
todas as manhãs numa determinada posição no horizonte e, depois
de descrever um “caminho” no céu, desaparecia em uma posição A observação de astros,
oposta, ao entardecer. Depois de certo tempo, também perceberam como o Sol, para o uso da lo- O objetivo principal deste capítulo é que
que a Lua e algumas estrelas e constelações também poderiam ser- calização de pessoas cria a fal-
vir como base para a orientação sobre o espaço.
os alunos consigam ler os mapas e compreen-
sa sensação de que ele está se
movendo em torno da Terra. der suas informações. Não é interessante tor-
Orientação pelo Sol Esse movimento ilusório é nar o ensino de Cartografia puramente um
chamado de Aparente.
exercício de construção ou uma atividade ma-
Ao observar que o Sol nasce aproximadamente a Leste (ou
Este) e põe-se a Oeste, os seres humanos criaram os pontos car- temática por meio de longos exercícios com
deais, ou rumos cardeais, desenvolvendo a base de todo o sistema escalas. O fundamental é compreender o es-
de orientação.
paço geográfico, suas dinâmicas e dimensões a
Os pontos ou rumos cardeais são quatro e foram determinados
da seguinte maneira: partir de uma leitura consciente do mapa.
a. A direção onde o Sol nasce todos os dias passou a ser deno-
minada de Nascente, Leste, ou Oriente.
b. Em oposição à nascente, está o Poente, ou posição no hori-
zonte onde o Sol se põe, denominado de Ocidente, ou Oeste. Sugestão de
Esses dois pontos serviram de base para a criação de outros abordagem
dois: o Norte, que também pode ser chamado de Boreal, ou Se-
tentrional, e o Sul, também denominado Meridional, ou Austral.
Zênite É importante lembrar aos alunos que a
aplicação prática dos pontos de orientação
em espaços pequenos depende de um ponto
de referência. Utilize elementos presentes no
cotidiano deles: num espaço como o bairro,
por exemplo, escolha diferentes pontos de re-
Horizonte ferência (padaria, igreja, praça, rio, cerca, ár-
O N
vore, etc.) para demonstrar como funcionará
essa aplicação.
Sol
Geografia em cena
S L
Zênite é um termo
Anotações
criado pela astronomia para
Portanto, para orientar-se pelo Sol, basta de manhã cedo esten- estabelecer o ponto imagi-
der o braço direito para o Sol nascente, onde está o Leste. A partir nário em que o Sol passa a
desse ponto, fica muito fácil identificar os outros pontos, ou rumos, incidir de forma vertical em
cardeais: o braço esquerdo estendido em oposição ao direito indi- cima da cabeça de um de-
cará o ponto onde o Sol se põe, ou seja, o Oeste; à frente, estará o terminado observador.
rumo Norte e, às suas costas, o rumo Sul.
35
Anotações Oeste
(Ocidente)
Leste
(Oriente)
Orientação pelo
Cruzeiro do Sul
Retratado como um dos símbolos do nosso país, o Cruzeiro do
Sul é uma constelação que pode ser vista a olho nu praticamente o
ano inteiro pelas populações do Hemisfério Sul. Utilizada desde
tempos remotos como referência para apontar o rumo sul, já que é
de fácil identificação nos céus, apresenta a forma de cruz.
Aqueles que querem utilizar essa constelação para orientar-se
devem primeiramente localizar o Cruzeiro e então identificar sua
estrela mais brilhante (estrela de Magalhães, ou Alfa); em seguida,
prolongar quatro vezes e meia o madeiro maior da cruz formado
pela constelação e, a partir do seu final, traçar uma linha vertical em
direção ao solo. Essa linha indicará aproximadamente o rumo Sul,
como mostra a figura.
Leitura
complementar LESTE SUL
OESTE
NORTE
tral) na bandeira brasileira, em brasões oficiais precessão. Devido a esse movimento, os dois O Cruzeiro do Sul é a menor (a que ocupa
da república, etc.; e também por dar nome e pontos no céu para os quais o eixo de rotação uma menor área no céu), de todas as 88 cons-
aparecer no escudo de um conhecido time de da Terra aponta (os polos celestes sul e norte) telações. Antigamente o Cruzeiro do Sul fa-
futebol do país. não são fixos em relação às estrelas. zia parte da constelação do Centauro (que hoje
O Cruzeiro do Sul encontra-se bem pró- O Polo Sul Celeste tem se aproximado o envolve). No século XVI, porém, com um
ximo do Polo Sul Celeste, o que faz com que gradativamente, através dos séculos, do Cru- maior fluxo de europeus ao Hemisfério Sul, o
ele só seja visto do Hemisfério Sul ou de re- zeiro do Sul, fazendo com que cada vez mais Cruzeiro do Sul foi separado de Centauro, pas-
giões do Hemisfério Norte bem próximas a essa constelação seja vista predominantemen- sando a ser considerado uma constelação pró-
Linha do Equador. te do Hemisfério Sul. pria, devido à disposição característica e brilho
Mas isso não foi sempre assim. A Terra, Em 3000 a.C., o Cruzeiro do Sul podia intenso de suas mais brilhantes estrelas.
além de seus movimentos mais conhecidos ser visto da região onde hoje se encontra Lon-
de translação e rotação, realiza vários outros dres. No século I de nossa era, pela última vez Disponível em: http://www.observatorio.ufmg.br/
movimentos menos notáveis, entre eles o de o Cruzeiro do Sul pôde ser visto de Jerusalém. pas12.htm. Acesso em: 05/12/2017.
C
36
Norte
No
ste
rte
de
-
r
No
No
No
ro te
ro
te-
es es
es
rd
Pontos cardeais Pontos colaterais
r
te
No
No
te
Oes
te-N te
N – Norte, Boreal, ou Setentrional. NE – Nordeste
oroe -No rdes
ste Leste S – Sul, Meridional, ou Austral. SE – Sudeste
E – Leste, Oriente, ou Nascente. SO – Sudoeste
Oeste Leste W – Oeste, Ocidente, ou Poente. NO – Noroeste
te Le
do
es ste
-S
Pontos subcolaterais
Su ud
te- es NNE – Norte-Nordeste ENE – Leste-Nordeste
O es te
ESE – Leste-Sudeste SSE – Sul-Sudeste
Su
te
oeste
de
Sul-S
do
st
Sud
udeste
Sul-
Sul
Cenário 2
A prática do dia a
dia
7:23
Conhecer o espaço para
se localizar
Para que você possa localizar-se precisamente sobre o espaço
terrestre, não basta apenas ter o conhecimento da rosa dos ventos.
É necessário ter conhecimento do espaço de onde se quer deslo-
car, do local aonde se quer chegar e dos elementos naturais e cultu-
rais que se podem utilizar como pontos de referência para traçar o
rumo que o orientará no deslocamento.
C
38
Brian Maudsley/Shutterstock.com
gua. Uma pessoa suspendia
o astrolábio na altura dos
olhos, alinhando a régua
com o Sol, enquanto outros
liam os graus marcados no
círculo.
Reprodução
ou a profundidade de um poço.
O primeiro astrolábio foi criado pelo filósofo Hiparco e era
formado por um disco de latão graduado na sua borda, um anel de
suspensão e uma mediclina (espécie de ponteiro).
Posteriormente, foi desenvolvido pelos árabes islamitas no
século IX e readaptado pelos portugueses para a navegação, com
a criação do astrolábio náutico. Este era uma versão simplificada
do tradicional e tinha a possibilidade apenas de medir a altura dos
astros para ajudar na localização em alto-mar.
No século XVIII, um oficial da marinha inglesa desenvolveu
um novo instrumento de orientação para a navegação: o sextan-
te. Trata-se de um instrumento elaborado para medir a abertura
7:23
angular da vertical de um astro e o horizonte com o objetivo de
encontrar o posicionamento global aproximado para a navegação.
Serve também para calcular as distâncias a partir da comparação
do tamanho aparente dos objetos. Por permitir medições angulares
com grande exatidão, o sextante foi, a partir das grandes navega-
ções, considerado o instrumento de maior importância para a his-
tória da navegação e, por esse fato, foi reconhecido como símbolo
Homem do século XVIII utilizando o
da navegação marítima durante mais de dois séculos, até a criação sextante, instrumento de navegação re-
do Sistema de Posicionamento Global (GPS). cém-inventado.
Arne Bramsen/Shutterstock.com
Sugestão de
abordagem
Inicialmente, é necessário que o aluno Navegador medindo o ângulo entre o horizonte e um astro, que pode ser o Sol ou a Lua.
compreenda que desde a utilização da bússola
pelos europeus é o norte, e não o leste, o ponto
Ensaio geográfico
básico para a orientação sobre o espaço.
Uma atividade interessante para a fami- 1 Observe o mapa abaixo.
liarização dos alunos é a construção de uma Identifique os estados que estão a norte, sul e
bússola. Outra sugestão é desenhar no pá- oeste do Estado de Pernambuco.
tio do colégio uma rosa dos ventos, ou rosa Maranhão Ceará Rio Grande
Norte: Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
dos rumos, a partir da posição do Sol nascen- do Norte
Sul: Alagoas, Sergipe e Bahia.
Paraíba
te. Observe, logo abaixo, um passo a passo de Piauí
Pernambuco
Oeste: Piauí e Maranhão.
como fazer uma bússola em sala de aula, com Alagoas
Sergipe
a supervisão do seu professor. Bahia
Bússola N
O L
0 300 km 600 km
Materiais: S
• Agulha de costura.
• Rolha de cortiça. 40 Capítulo 2 – O estar e o orientar-se
• Faca.
• Vasilhame (ou prato) com água.
• Ímã. CG_6ºano_02.indd 40 07/03/2018 13:37:24
• Cola. • A bússola foi o instrumento mais importan- uma agulha magnetizada, colocada num plano
te da “Era dos Descobrimentos” da navegação. horizontal e suspensa por seu centro de gravida-
Procedimento: Ela consegue indicar os polos magnéticos da de, de maneira que possa girar livremente, e cuja
Corte uma rodela da rolha de cortiça com Terra. Para que os alunos entendam melhor ponta imantada aponta sempre para o polo norte
aproximadamente um centímetro de altura. como ela funciona, explique primeiro o que magnético e, dessa maneira, de modo aproxima-
Raspe a ponta da agulha, por cerca de um mi- são os polos magnéticos. do, para o norte geográfico. Dessa maneira, os na-
nuto, no ímã. Fixe a agulha na parte superior • Os polos geográficos são determinados em vegadores podiam utilizá-la para ajudar a determi-
da cortiça utilizando a cola e ponha para flu- função do movimento de rotação da Terra, nar o curso a tomar.
tuar no vasilhame com água. enquanto os polos magnéticos são o resultado
A agulha irá girar até que sua ponta iman- do campo magnético gerado pelo movimento Disponível em:
tada aponte para o norte. Alguns pontos in- do metal fundido do núcleo externo em torno http://eurekacienciaquevocemesmopodefazer.blogspot.
teressantes de reflexão após a realização desse do núcleo metálico sólido da Terra. com.br/2013/05/ na-direcao-certa-fazendo-uma-
experimento são: • As bússolas são, geralmente, compostas por bussola.html. Acesso em: 25/11/014.
C
40
Norte–Noroeste.
A
c. Qual é o ponto subcolateral à esquerda de A?
Sul–Sudeste.
3 Observe a rosa dos ventos abaixo e complete os espaços com os pontos cardeais, colaterais e subco-
laterais respectivos.
N
NNE NNO
NO NE
ONO ENE
O L
OSO ESE
SO SE
SSO SSE
S
4 O texto abaixo nos conta um pouco da influência dos astros na orientação geográfica dos índígenas
brasileiros. Leia-o e, em seguida, responda às perguntas.
7:24
“A vida social e religiosa dos tupis-guaranis é guiada, principalmente, pela presença do Sol. O
astro tem um nome espiritual, Nhamandu, diferente do termo usado para denominá-lo no cotidiano,
Kuaray. O próprio calendário guarani é ligado à trajetória solar, dividido em tempo novo (primavera e
verão) e tempo velho (outono e inverno). O meio-dia solar, os pontos cardeais e as estações do ano são
determinados de acordo com um relógio solar vertical, a exemplo de como faziam povos no Egito, na
China, na Grécia e em diversas outras partes do mundo.”
(Fonte: http://www.almanaquebrasil.com.br/curiosidades-cultura/7291-o-ceu-segundo-os-indios.html. Acessado em
27/09/2012.)
lizando-se de um relógio solar vertical. Dessa forma, conseguiam identificar os pontos cardeais e as
b. Que exemplo da importância dos astros na vida dos índígenas você achou mais interessante? Por quê?
Resposta pessoal. É importante que o aluno destaque características ligadas ao capítulo, tais como a
percepção de variação do dia solar, a rosa dos ventos e a utilização de astros no cotidiano desses povos.
Equador Macapá
dro, em Brasília.
rosa dos ventos, da bússola (Pontos cardeais, colaterais e subcolaterais).
Porto Velho
Salvador
Peru
Brasília
Bússola de Bússola de Bússola de Bolívia
Antônio Luís Pedro
Oceano
Pacífico
Oceano
Atlântico
ção Nordeste (NE); Pedro: de Brasília seguirá na
Argentina
0 460 km 920 km
direção Norte (N). Uruguai
Anotações
Equador
A data de 11 de Agosto de 1675 corres-
ponde à fundação do Observatório Astronô-
mico de Greenwich, instituição que se torna-
ria importante na consolidação de um método
BlueRingMedia/Shutterstock.com
Eclíptica
rigoroso para estabelecer a longitude terrestre,
coordenada pela qual é possível saber se um
determinado lugar (em terra ou no mar) se en-
contra a Leste ou a Oeste de um ponto (ou li-
nha) considerado como referência.
Na verdade, a preocupação já era antiga, Polo Sul
julgando-se terem sido Eratóstenes e, poste- Foi pensando nessa dificuldade que, para localizar com pre-
riormente, Hiparco (cerca de 150 anos antes cisão qualquer ponto sobre a superfície da Terra, os cartógrafos
criaram um conjunto de linhas imaginárias denominadas de meri-
do início da nossa era) os primeiros a propo- dianos e paralelos, que se cruzam formando a base de um sistema
rem o uso de duas coordenadas para definir de localização denominado de coordenadas geográficas.
Agora, vamos compreender de que forma os cartógrafos cria-
um lugar na superfície terrestre. Considerada
ram esse minucioso sistema de orientação.
a Terra como um globo, era relativamente fá- Inicialmente, os cartógrafos imaginaram o planeta Terra como
cil conhecer a latitude pela elevação da estre- uma grande esfera (você já deve saber que o nosso planeta é uma qua-
se esfera) e traçaram uma linha que, em sentido Norte-Sul (de um
la polar, mas, quanto à longitude, para além polo a outro), atravessava toda a esfera de uma extremidade à outra,
de imaginar um conjunto de linhas (meridia- como mostra a figura acima. Nesse momento, recriaram o eixo de
nos) indo de um ao outro polo, era indispen- rotação da Terra em dois hemisférios diferentes: o Leste e o Oeste.
Posteriormente criaram, de forma imaginária, uma circunfe-
sável tomar um desses meridianos como refe- rência contornando toda a esfera terrestre a uma distância igual
rência e possuir um método de, em um local entre os dois polos. Nesse momento, criaram a Linha do Equador,
a Leste ou a Oeste de tal referência, conhecer a maior das circunferências, que, com aproximadamente 40.076
km, abraça todo o Planeta de forma imaginária, como um cinturão,
o deslocamento em relação a esse meridiano. criando dois novos hemisférios: Norte e Sul.
No entanto, demorou algum tempo até se ob- A partir dessa delimitação, em todas as representações do
ter concordância acerca de tal referência, ten- globo terrestre são traçadas circunferências paralelas ao Equador.
Contudo, em virtude da forma da Terra, elas apresentam dimen-
do sido ultrapassado um período em que cada sões menores quando vão se aproximando dos polos.
país produzia as suas cartas de navegação com Essas linhas são os paralelos marcados por graus, que variam de
0º (Equador) até 90º (polos) tanto para o Norte quanto para o Sul.
base no seu meridiano zero, razão por que ele
Desses noventa paralelos, apenas quatro, além da Linha do Equa-
foi admitido na Ilha do Ferro (a mais ociden- dor, têm denominação específica: Trópico de Câncer, Trópico de
tal do arquipélago das Canárias), na Ilha de
Cabo Verde, em Londres, Lisboa, Paris e na 44 Capítulo 2 – O estar e o orientar-se
Madeira, tendo até a Ilha do Pico sido sugeri-
da para tal função.
Mais importante do que obter consen- CG_6ºano_02.indd 44 07/03/2018 13:37:26 CG
so quanto à localização da linha de “origem” a grandes diferenças de temperatura e a altos no, realizada em Washington, em 1884, 26 paí-
da contagem da longitude, era conseguir um graus de humidade. ses concordaram em usar o meridiano que passa
método rigoroso de conhecer o que gerou al- Acreditava-se, então, que bastaria, em por Greenwich como referência, embora alguns,
guns esforços, nomeadamente o estabeleci- alto-mar, conhecer a hora de referência e — como França e Portugal, continuassem — por
mento de prêmios. Em 1598, Filipe III de Es- pela determinação do meio-dia solar (o mo- mais algum tempo — a usar os seus próprios me-
panha propõe uma generosa quantia, à qual mento em que o Sol atingia a sua altura máxi- ridianos, Paris e Lisboa, respectivamente. Só em
Galileu se candidata, oferecendo-se para tra- ma) — estabelecer a diferença de horas entre 1911 se estabeleceu, em Portugal, a subordina-
balhar em Lisboa, e, mais de 100 anos de- o local de referência e o local de observação. ção da hora legal ao Meridiano de Greenwich.
pois, é o governo inglês a tomar iniciativa A correspondência entre uma hora e 15 graus
idêntica, de que viria a surgir o primeiro cro- daria a diferença de longitude entre os dois lu- Disponível em: http://www.superinteressante.pt/index.
nômetro de marinha, instrumento capaz de gares e, consequentemente, o valor correspon- php?option=com_ content&view=article&id=51:o-
manter a hora (com rigor) à custa da sua ca- dente ao local onde a avaliação era efetuada. meridiano-de-greenwich&catid=33:cacadores-de-
pacidade de resistir aos balanços dos navios, Na Conferência Internacional do Meridia- estrelas&Itemid=124. Acesso em: 25/11/2014.
44
Anotações
Brasil: político
Venezuela Guiana
Francesa
Colômbia Suriname N
RR Guiana
AP O L
Equador
S
AM
MA CE
PA RN
PI PB
PE
AC
TO AL
RO SE
Peru MT BA
DF
Bolívia
GO
MG
MS ES
SP
de Capricó
rnio Paraguai RJ
Trópico
PR Oceano
Chile
SC Atlântico
Pacífico
Oceano
Argentina
RS 0 525 km 1.050 km
Uruguai
45
Maksim Budnikov/Shutterstock.com
dir o Planeta em sentido Norte-Sul, ligando um polo a outro? Essa
linha recebeu a denominação de Meridiano Principal, Meridiano
Inicial, ou Meridiano de Greenwich. Esse nome vem do fato de
que essa linha, que foi escolhida para ser o meridiano de referência
(0º), passa pela torre do observatório astronômico de Greenwich,
localizado no bairro de Greenwich, em Londres, Inglaterra.
180º
150º 150º
de Mudança de Data
Linha Internacional
60º
30º 90º 120º 120º
0º 30º 60º
60º 60º
30º 30º
0º
Planisfério
o o o o o o o o o o o o o
180 150 120 90 60 30 0 30 60 90 120 150 180
o 0 2.663 km 5.326 km
60
Círculo Polar Antártico
Planisfério: paralelos e meridianos. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 65. Ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009, p. 34.
Norte
60
40
20
N
Equador
0 O L
S
20
Meridiano de Greenwich
Sul
40
60
0 2.747 km 5.494 km
80
90
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Oeste Leste
Latitudes e longitudes
Leitura das ruas
complementar Destinatário:
Observe que, nas correspondências que chegam à sua casa, exis-
Vanderlei Pernambucano da Silva tem referenciais específicos para que o carteiro possa chegar até seu
Rua Cais do Apolo, nº 925 endereço com exatidão. Além dos nomes da cidade e do bairro, tam-
O problema da determinação Recife – PE
CEP – 50030-908 bém estão na correspondência o número da casa e o Código de Ende-
reçamento Postal (CEP). Esses dois últimos são fundamentais para a
da longitude Av
localização da sua casa.
N
.N
or
te Vamos supor que você more em João Pessoa, na Paraíba, e
As linhas de latitude e longitude come- queira mandar uma carta à Prefeitura do Recife. Na sua carta, deve
Av. Alfredo Lisb
O L
constar o nome da rua, do bairro, o número do imóvel e o CEP.
çaram a entrecruzar a nossa visão do mundo S
Observe a carta ao lado.
oa
já na Antiguidade, pelo menos trezentos anos Com tais informações, utilizando um mapa como o que está
a
or
ur
aA
Av
r
do Recife
Para nos deslocarmos sobre a superfície terrestre, seguimos uma
150 d.C., o cartógrafo e astrônomo Ptolomeu orientação semelhante, na medida em que as linhas de paralelos, de-
as havia marcado nos 27 mapas de seu primei- nominadas latitudes, e as de meridianos, denominadas longitudes,
olo Ap
viajantes. Ptolomeu tinha uma visão apenas por cima do Equador. Da mesma maneira, os los cartógrafos como passando pelas ilhas dos
remota da amplidão do mundo. Em sua épo- Trópicos de Câncer e de Capricórnio, dois ou- Açores e de Cabo Verde e também por Roma,
ca, era comum a concepção errônea de que tros famosos paralelos, assumiam suas posições Copenhague, Jerusalém, São Petersburgo, Pisa,
qualquer ser vivo vivendo abaixo do Equador ao comando do Sol. Esses dois trópicos mar- Paris e Filadélfia, entre outros locais, até se fixar
se deformaria, derretido pelo terrível calor. cam os limites norte e sul do movimento apa- em Londres. À medida que o mundo gira, qual-
O Equador, dentro dos conceitos de Pto- rente do Sol ao longo do curso do ano. quer linha traçada de polo a polo pode servir
lomeu, marcava o paralelo com grau zero de la- Ptolomeu, porém, tinha liberdade para tão bem quanto qualquer outra como ponto de
titude. Essa não foi uma escolha arbitrária por posicionar seu meridiano primo, a linha de zero referência. A localização do meridiano primo é
parte desse astrônomo da Antiguidade, mas a grau de longitude, onde bem entendesse. O es- uma decisão puramente política.
posição assumida pelas autoridades superiores tudioso resolveu passá-lo pelas Ilhas Fortuna-
que o precederam, derivada da natureza pela te (hoje chamadas Ilhas Canárias e da Madei- Disponível em: https://www.companhiadasletras.com.
observação dos corpos celestes. O Sol, a Lua ra), situadas a noroeste da costa da África. Mais br/detalhe/trecho.php?codigo=80076. Acesso em:
e os planetas passavam quase que diretamente tarde, foi localizado o primeiro meridiano pe- 05/12/2017.
C
48
70
60 1
50
40
30
20 Norte
Equador
10
0
Sul
10
20
2
30
Meridiano de Greenwich
40
50
60
70
7:29
0 2.511 km 5.022 km
80
90
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
GustavoDantas/Shutterstock.com
cer e Capricórnio). Correspondem àquelas situadas próximas à Li-
nha do Equador, entre o Trópico de Câncer 23º26’14”(Norte), e o
Trópico de Capricórnio 23º26’14”(Sul).
Médias latitudes: Localizam-se entre os trópicos e os cír-
culos polares. Correspondem àquelas localizadas entre os trópicos
(Câncer ou Capricórnio, 23º26’14”, Norte e Sul, respectivamente)
e os círculos polares (Ártico ou Antártico, com a latitude em 66º
33’44” Norte e Sul, respectivamente).
Altas latitudes: Situadas acima dos círculos polares. Loca-
Países como o Brasil estão localizados em
áreas de baixa latitude. Na foto, Praia dos
lizam-se entre 66º33’44” e 90º de latitude, tanto no Norte quanto
Carneiros, em Pernambuco. no Sul.
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
0 2.663 km 5.326 km
O L
70
60 S
50
40
1
2
30
20
Equador
10
0
10
20
30 Oeste Leste
Meridiano de Greenwich
40
50
60
70 0 2.511 km 5.022 km
80
90
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
:30
51
CG_6ºano_02.indd 51 07/03/2018 13:37:30
As coordenadas
geográficas
O endereço certo de
qualquer ponto da
Terra
Agora que você já sabe o que são latitudes e longitudes e como
encontrá-las, fica fácil compreender e encontrar a coordenada geo-
gráfica de qualquer lugar.
Coordenada geográfica é o encontro de uma linha paralela
com uma meridiana, assinalando com total exatidão qualquer pon-
to sobre a superfície da Terra, ou seja, as linhas paralelas e meridia-
nas são como ruas que mostram o endereço de nossa casa. Portanto,
Leitura todos os pontos da superfície do Planeta possuem uma coordenada
complementar geográfica, ou seja, uma latitude e uma longitude como endereços
definidos. A partir de agora, você está apto a encontrar qualquer
ponto sobre a superfície da Terra.
posicionamento da navegação civil as coorde- tituição do GPS. Pelo menos do seu compo- íntegra: 24 satélites cobrem completamente
nadas de dois navios que não existiam na rea- nente militar. Entretanto, a Rússia e a União todas as regiões do Planeta, vários aparelhos
lidade. Ainda antes, no verão, alunos da Uni- Europeia acreditam que cada país deve ter orbitais estão em reserva. O sistema europeu
versidade do Texas desviaram de sua rota um seu próprio sistema autônomo de navegação Galileo foi inicialmente concebido para as
moderno iate oceânico, imitando sinais de sa- e controle de geolocalização. Qualquer siste- necessidades do mercado civil. No segmen-
télites GPS em seu laptop e transmitindo-os ma vinculado a um controle externo de ou- to militar, ele atende aos padrões do sistema
ao sistema de bordo, bloqueando os sinais ver- tros países é um “cavalo de Troia” não só em norte-americano Navstar.
dadeiros. Nem o capitão nem os equipamen- caso de guerra, mas em qualquer situação. É
tos perceberam a falsificação. Aparentemente, por essa razão que, apesar do monopólio glo- Fonte: Sputniknews.ru com adaptação de Francisco
existem exemplos mais graves de tais “brin- bal do GPS, vários estados e grupos de paí- Linhares. Disponível em: http:// br.sputniknews.com/
cadeiras”, porque representantes do Departa- ses criam seus próprios sistemas de navega- portuguese.ruvr.ru/2013_11_15/Estados-Unidos-
mento de Defesa dos EUA começaram a falar ção por satélite. O sistema russo Glonass, foram-apanhados-numa armadilha-de-navegacao-0693/.
do início do desenvolvimento de uma subs- por exemplo, está agora implementado na Acesso em: 22 /04/ 2015.
52
A Era do Gelo
Direção: Chris Wedge, Carlos Saldanha.
Ano: 2002.
As aventuras de Tintim
Direção: Steven Spielberg.
Ano: 2011.
Sinopse: Tintim é um jovem repórter que está sempre atrás de boa matéria. Um dia, ele vê à venda
na rua o modelo de um galeão antigo e resolve comprá-lo. Logo dois outros interessados o abordam,
querendo adquirir o objeto, mas Tintim não o vende. Ele leva o galeão à sua casa, onde o coloca em
destaque. Só que a entrada de um gato faz com que Milu, seu cachorro, o persiga dentro de casa e, por
acidente, derrube o galeão. Ele fica danificado e um pequeno cilindro sai de seu interior. Tintim e Milu
vão à biblioteca, onde tentam encontrar mais informações sobre o navio retratado no modelo. Ao re-
tornar, percebem que o galeão foi roubado.
53
30
Ponto 1
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
90
N
Latitude – 10º S
80
70 O L
Longitude – 60º O
60
4 3 S
50
Ponto 2
40
Latitude – 50º S
140º E
30
20
Longitude –
Equador
10
1
0
10
Ponto 3
60º N
20
30
Latitude –
Meridiano de Greenwich
40
Longitude – 80º E
50
60
2
Ponto 4
50º N
70
0 3.822 km 7.644 km Latitude –
80
Longitude – 100º O
90
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
3 Sobre coordenadas geográficas, marque V, para as verdadeiras, e F, para as falsas, nas alternativas abaixo:
a. V Paralelamente ao Equador, ficam dispostos círculos que diminuem de tamanho à proporção que
se aproximam dos polos.
b. F A latitude de um lugar é medida em quilômetros e representa a distância entre dois pontos na
superfície do Planeta.
c. V As coordenadas geográficas compreendem a latitude e a longitude, que indicam com exatidão a
localização de qualquer lugar sobre a superfície da Terra.
d. F A longitude é o afastamento, medido em metros, de um meridiano em relação ao Meridiano de
Greenwich.
0º S 0º
A
5º 5º
10º 10º
B
15º 15º
20º 20º
25º 25º
C
30º 0 446 km 892 km 30º
5 João deve viajar para uma cidade localizada a 15º de latitude Sul e a 45º de longitude Leste. De
acordo com as informações:
a. João estará acima ou abaixo da Linha do Equador?
Estará abaixo.
Estará à direita.
40
o
D Europa
B
Trópico de Câncer
Oceano
o
20
0 2.930 km 5.860 km
Oceano Glacial Antártico
Antártida
o
Círculo Polar Antártico
60
o
80 o o o o o o o o o o o o o
180 150 120 90 60 30 0 30 60 90 120 150 180
Agora, responda:
a. Se o grupo se deslocar em sequência de A para B, de B para C e de C para D, quantas vezes passarão
do Hemisfério Boreal para o Hemisfério Austral?
Uma vez.
Oceania.
c. Para se deslocar do ponto C para o ponto D, qual é o rumo que deverá seguir?
d. Quando o grupo chegar ao continente africano, no ponto B, qual será sua coordenada?
Oceano 16º
17º
Belo Horizonte Atlântico 18º
19º
20º
Rio de Janeiro N 21º
São Paulo O L 22º
S 23º
24º
9 No século XXI, a ciência atinge um elevado grau de sofisticação, principalmente no que diz res-
peito à transmissão de informações. Um batalhão de satélites circula ao redor da Terra mandando
constantemente informações precisas sobre diversos fenômenos naturais. Indique de que maneira esses
satélites e novas tecnologias podem ajudar na orientação.
Espera-se que o aluno entenda que é por meio das informações emitidas pelos satélites que consegui-
mos utilizar o GPS, aparelho que nos ajuda na localização em que estamos ou que queremos.
N
75º
O L Oceano Glacial Ártico
60º 56º
S Europa 52º
48º
Londres Moscou
Ásia 45º
43º
42º
43º Paris
Nova York 36º
Roma Tóquio 30º
Trópico de Cânc
er Cairo Oceano 19º
Objetivos
pedagógicos
Anotações
terstock.com
Jacob Lund/Shut
59
EcoPrint/Shutterstock.com
a ler/compreender o espaço reproduzido car-
tograficamente e identificar os interesses e as Desde épocas muito antigas, o ser humano possui a necessida-
necessidades neles contidos. de de modificar o espaço em que vive. Como forma de localizar-se
e deixar registros sobre o lugar de vivência, os seres humanos dese-
nhavam de forma livre aquilo que compreendiam no espaço.
Diálogo com o
Natali Glado/Shutterstock.com
professor Pintura rupestre – Parque Nacional da
Serra da Capivara, Brasil.
uma bola. Pegue uma bola de plástico flexível, Inicialmente, foram as pinturas rupestres que decoraram o in-
corte-a ao meio e tente planificá-la sobre uma terior das cavernas em que os humanos habitavam. Posteriormente,
começaram a surgir desenhos do espaço em pedaços de argila, peles
mesa. A dificuldade de torná-la plana levará o de animais e, em seguida, pedaços de papel.
aluno a compreender as distorções causadas.
Sergey Mikhaylov/Shutterstock.com
Sugestão de
leitura
Geografia e política
Autor: Iná Elias de Castro
Sinopse: Mais do que abordar o problema Antigo mapa do Mar do Norte, entre a Inglaterra e o noroeste do continente europeu. 1570.
ferentes dimensões do mundo contemporâneo don, fruto do trabalho de diversos pesquisa- tre si, o espaço adquire condição de território;
e nos coloca diante da necessidade de estudar dores, faz uma análise dos movimentos sociais dessa forma, a ação política de grande parte da
como a Geografia hoje é informada pela polí- sob a perspectiva geográfica, com base na for- classe trabalhadora envolve a conquista do es-
tica. Para isso, propõe-se ir além da perspectiva mulação de movimentos socioespaciais e mo- paço — e, portanto, a delimitação de seu po-
dos grandes modelos explicativos, agora postos vimentos socioterritoriais. Quando ainda era der manifestado na forma de território amplia
em causa pelas suas limitações, e recorre a um estudante de Geografia, o pesquisador deci- suas capacidades, permitindo maior controle
pluralismo teórico-conceitual mais adequado diu investigar a forma como os moradores de sobre os processos que condicionam sua vida.
à análise das muitas dimensões dos fenômenos um bairro da periferia se organizavam para, A partir dessa formulação e de pesquisas sobre
aparentemente contraditórios da atualidade. em busca de soluções para os problemas lo- reivindicações populares junto a uma associação
cais, chamar a atenção do poder público. Ele de moradores, o autor estabeleceu a relação en-
Geografia e movimentos sociais então deu início à sistematização de ideias que tre topografia, condições de vida e participação
Autor: Nelson Rodrigo Pedon o induziram a propor uma hipótese: nas rela- política, imprescindível para que ele pudesse re-
Sinopse: Esse livro de Nelson Rodrigo Pe- ções de poder que os homens estabelecem en- fletir sobre a importância da Geografia na com-
60
steve estvanik/Shutterstock.com
61
Um grande instrumento
de informação chamado
mapa
Observe os dois mapas a seguir. É claro que você notou que
eles são diferentes, representam parte da realidade de espaços
diferentes. Um apresenta os pontos turísticos do Estado de Ala-
goas; o outro mostra as Unidades de Conservação ambiental no
Brasil.
BR
316 Garanhuns Calvo Maragogi
Joaquim
lo
Gomes Japaratinga
Q
Carié Palmares s
Jatobá
Água Branca
o do Passo do
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BR
104 Camaragibe
São Miguel is
BR
BR 316
423
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Viçosa AL
Co
101
Paulo Delmiro Gouveia Ipanema dos Índios do Quitunde
Barra de
BR
101
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220
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Atlântico
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O L 0 331 km 662 km
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10º
Fred Cardoso/Shutterstock.com
N
O L
Oceano
S
Atlântico
0º
Equador
10º
O arquipélago de Fer-
nando de Noronha, em
Pernambuco, foi declarado
pela Organização das Na-
ções Unidas para a Educa-
ção, a Ciência e a Cultura
Parques nacionais
(Unesco) um Patrimônio
Reservas biológicas nacionais
20º
Natural da Humanidade. É
Parques estaduais
Fonte: IBGE.
Diálogo com o
professor
Theatrum Orbis Terrarum (Abraham Ortelius, 1570, Antuérpia, Bélgica) é considerado um dos
Temos uma boa oportunidade para dis- primeiros atlas modernos a utilizar o eixo Norte-Sul como referencial para orientação espacial
e navegação.
cutir a visão do mundo através do poder e rea-
firmar para o aluno que para compreender o 64 Capítulo 3 – Letramento cartográfico
que se vê em um mapa é fundamental iden-
tificar a lógica política e econômica embuti-
da na sua elaboração. Para isso, você pode tra- CG_6ºano_03.indd 64 07/03/2018 13:39:35
C
64
Planisfério japonês
O L
Japão
9:35
0 2.663 km 5.326 km
Antártica
0 2.663 km 5.326 km
Austrália
América Oceania
do Sul
África
Ásia América
Europa do Norte
Agora, responda.
a. Ele está correto? Justifique sua resposta.
Sim. Está correto. Como a Terra não tem um lado de cima, embaixo ou do meio, os países podem va-
riar a sua posição no planisfério de acordo com a vontade do cartógrafo. Os mapas são elaborados para
alunos pesquisem na Internet mapas-múndi to colaborativo ou dos esforços de algumas ins- nomeadas e sinalizadas como “favelas”, mas
diferentes dos que são utilizados em sala de tituições não governamentais, ainda existem suas ruas e vielas não eram demarcadas. Porém,
aula. Você pode levar para sala de aula mapas- áreas da cidade que são representadas como “va- recentemente, à pedido da Prefeitura do Rio de
-múndi diferentes e questionar qual socieda- zios cartográficos”. “Existe uma população que Janeiro, a palavra “favela” foi substituída por
de os elaborou. é invisível, porque nem no documento que de- “morro” nos mapas do Google, o que sugere
veria reconhecer a cidade, os moradores da fa- que tais regiões não são habitadas. Estamos fa-
Sugestão de vela fazem parte disso. A importância para lando de favelas como a Rocinha, Santa Marta,
filme a gente é… primeiro tem esse lado político,
né?” esclarece Eliana Sousa, presidente da Rede
Maré, entre outras, que já são, inclusive, regis-
tradas como bairros.
de Desenvolvimento da Maré. As favelas do
Todo mapa tem um discurso. Rio de Janeiro não são representadas nem nos
Diretor: Francine Albernaz e Thaís Inácio mapas oficiais do Instituto Pereira Passos, nem
Sinopse: Apesar das tentativas de mapeamen- nos mapas digitais do Google. Eram apenas
66
67
Biomas e vegetações
N
O L
Oceano
Me
Trópico de Câncer
rV
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Pacífico
o
Oceano
Pacífico
Equador
Oceano Oceano
Trópico de Capricórnio Atlântico Índico
0 2.663 km 5.326 km
Fonte: Mapa elaborado pelo autor com base no Atlas IBGE e em outros.
Legenda
Legenda, ou índice, é um conjunto de símbolos e cores que
identificam qualquer elemento natural ou social que conste no mapa.
A legenda deve ser clara, legível e não pode apresentar dois elementos
diferentes com o mesmo símbolo ou cor. Algumas cores são conven-
cionais, como o azul na representação de elementos hidrográficos
(rios, mares, por exemplo) e o verde na representação de elementos
de vegetação. Essas cores permitem uma rápida associação (azul à
água, verde às plantas), convenção que facilita o entendimento.
Símbolos cartográficos
Saara Argélia
Ocidental
(Marrocos) Líbia Egito
Trópico de Câncer
Mauritânia
Mali Níger
Senegal Chade Eritreia
Gâmbia er
Níg
Guiné Sudão
Burkina Fasso Djibuti
Bissau Guiné
Benin Nigéria
Serra Leoa Costa Gana
do Sudão Etiópia
Marfim Rep. Centro-africana do Sul
Libéria Togo Camarões
Somália
Guiné Equatorial Uganda
Gabão Rep. Quênia Equador
go
Democrática
Con
do Congo Ruanda
Congo Burundi
Cabinda
(Angola) Oceano Índico
Tanzânia
Comores
Angola
Malauí
Zâmbia
Petróleo Estanho
Zimbábue Moçambique
Gás Ferro Madagáscar
Namíbia
Bauxita Fosfato Botsuana Trópico de Capricó
rnio
Carvão Manganês
Cobre Ouro Suazilândia
Oceano Lesoto
Cromo Urânio Atlântico África
do Sul
Diamante Chumbo
N
0 814 km 1.628 km O L
Escala
Observe a situação a seguir. Suponha que lhe seja dada a tarefa
de representar, numa folha de papel, um campo de futebol. E que
este meça 100 m de comprimento por 60 m de largura. Desenhar
esse campo de futebol seria uma tarefa descomunal. Imagine o ta-
manho da folha de papel para representá-lo! No mínimo, ela deve-
ria medir 105 m de comprimento por 65 m de largura.
1 cm: 1 m
60 m
60 m
100 m 100 m
O L
Oceano
Atlântico
Sem a identificação da escala, não sabemos a proporção entre o mapa e a área real que ele re-
presenta.
1 cm = 277.000.000 cm
1 cm = 2.770.000 m
1 cm = 2.770 km
Canudos Jeremoabo
Senhor do Bonfim Monte Santo
Euclides
SE
Xique-Xique Campo Formoso
TO
da Cunha
BAHIA
Entre Rios
Ipirá Santana
Itaberaba Alagoinhas
Catu
Cruz das Almas Santo Amaro
Macaúbas Candeias Camaçari
Salvador
Santa Maria da Vitória Santo Antônio
de Jesus
Bom Jesus da Lapa Maragogipe
GO
Serra do Ramalho Jaguaquara Valença
Jequié
Caetité
Brumado
Guanambi
Camamu
Ariagé
N Camacan Oceano
Atlântico
Itapetinga
O L
S
MG
Eunápolis
Porto Seguro
Guaratinga
Capital Itamaraju
Itanhém Prado
Cidade principal Teixeira de Freitas
Cidade importante Caravelas
ES
Arq. de Abrolhos
km hm dam M dm cm mm
Escala 1:11.000.000
1 cm = 11.000.000 cm
1 cm = 110.000 m
1 cm = 110 km
ESCALA GRÁFICA
0 20 40 60 80 100 km
PI PE
MA
Casa Nova
Juazeiro
AL
Remanso
Paulo Afonso
Canudos Jeremoabo
Senhor do Bonfim Monte Santo
Euclides
SE
Xique-Xique Campo Formoso
TO
da Cunha
GO
Serra do Ramalho Jaguaquara Valença
Jequié
Caetité
Brumado
Guanambi
Camamu
Ariagé
Camacan Oceano
Atlântico
Itapetinga
MG
Eunápolis
Porto Seguro
Guaratinga
Itamaraju
Itanhém Prado
Teixeira de Freitas
N
Caravelas
O L
0 160 320 480 km Nova Viçosa
S
ES
Arq. de Abrolhos
Mapa 1
Londres 1:22.000.000
Reino
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O L
Mar do Norte
S
Dublin
Unido
Irlanda Reino
Belfast
Manchester
Mar do Norte
Unido
Inglaterra
País
Amsterdã
Dublin
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Irlanda
Birmingham
Holanda
Manchester
Cardiff
País Inglaterra Amsterdã
de Gales Londres Bruxelas
Birmingham
Bé
Holanda
lgi
ca
Oceano
Cardiff
Londres Bruxelas
Luxemburgo
Bé Este mapa mostra a localização do Reino
Atlântico lg
Paris ica
Unido em relação ao resto da Europa.
Oceano FrançaLuxemburgo Poucos aspectos geográficos podem ser vistos
— somente grandes rios, litoral e fronteiras
Atlântico Paris
políticas.
França
MapaGaleria
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Londresfotógrafos
1:13.000
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Cleopatra’s
a
N
E
S d y
k
A Embankment vo
hn Needle
Neste mapa, o nome de quase todas as
Sa
n
Jo Gardens
a
O L St. Martin-in-the-fields
ruas aparece. Certos pontos específicos,
b
m
Victoria
S Cleopatra’s como algumas atrações turísticas e estações
E
Embankment
Needle
Gardens
ferroviárias, também podem ser identificados.
:37
75
CG_6ºano_03.indd 75 07/03/2018 13:39:37
Tentativas de
representação
Como representar
Sugestão de
abordagem em um plano o que é
irregular?
Como você já deve ter percebido, a superfície do nosso planeta
Mostre aos alunos alguns mapas atuais
não é perfeitamente lisa como a casca de um ovo, pois, ao longo da
com imagens elaboradas a partir de satélites sua formação, diversos processos, como veremos mais adiante, con-
e também exemplares de mapas meteorológi- tribuíram para torná-la irregular. Algumas áreas se tornaram eleva-
das, como planaltos, chapadas, morros, colinas, montanhas, serras
cos que costumam ser publicados nos jornais. e cordilheiras, que convivem ao lado de áreas planas e rebaixadas.
Estabeleça paralelos entre a forma da Améri- A esse conjunto de formas, damos o nome de relevo.
ca do Sul ou do Brasil nas fotos e nos mapas.
Leitura
complementar
O que significa “ler mapas”?
bolos iconográficos e que tinham por obje- minham paralelamente para que as informa-
A importância do mapa tivo melhorar a sobrevivência. Eram mapas ções colhidas sejam representadas de forma
topológicos, sem preocupação de projeção e sistemática e, assim, se possa ter a compreen-
O mapa, um modelo de comunica- de sistema de signos ordenados, mas os sím- são “espacial” do fenômeno.
ção visual, é utilizado cotidianamente por bolos pictóricos eram de significação dire- O mapa, portanto, é de suma importân-
leigos em suas viagens, consulta de rotei- ta, sem legenda, pois era a própria lingua- cia para que todos os que se interessam por
ros, localização de imóveis e por geógra- gem deles, a iconográfica. deslocamentos mais racionais, pela compreen-
fos, principalmente, de forma específica. O Uma vez que a Geografia é uma ciência são da distribuição e organização dos espaços
mapa já era utilizado pelos homens das ca- que se preocupa com a organização do espa- possam se informar e se utilizar desse modelo
vernas para expressar seus deslocamentos e ço, para ela o mapa é utilizado tanto para a in- e tenham uma visão de conjunto.
registrar as informações quanto às possibili- vestigação quanto para a constatação de seus
dades de caça, problemas de terreno, matas, dados. A Cartografia, a Geografia e outras Disponível em: http://www.conteudoseducar.com.br/
rios, etc. Eram mapas em que se usavam sím- disciplinas, como a Geologia e a Biologia, ca- conteudos/arquivos/3976.pdf. Acesso em : 05/12/2017.
C
76
80
60
40
20
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40
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Exemplo de perfil topográfico.
Oceano
1.456m Cabo Orange
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Pico da Neblina rima
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Morro C
Altitude
em metros
400
300
200
Cenário 4
Tecnologia em
favor dos mapas
Mapas digitais
O avanço da ciência e da tecnologia possibilitou o desenvolvi-
mento de diversos instrumentos e técnicas que fornecem dados a
serviço da ciência cartográfica para que esta elabore mapas cada vez
mais recheados de informações sobre a superfície da Terra, os deno-
minados mapas digitais. Todos os dias, satélites artificiais e aviões
fotografam e mandam imagens que contribuem para que os seres
humanos conheçam e identifiquem climas, queimadas, áreas devas-
tadas, expansão de cidades, etc. e, dessa forma, possam melhorar Imagem de Belo Horizonte, (MG), capta-
a sua atuação no processo de transformação do espaço geográfico. da pelo satélite Ciber 1.
Existe uma forma de representar os diferentes fenômenos naturais ou sociais sem compromisso
com formas ou escalas cartográficas: as anamorfoses cartográficas. Essa técnica busca representar te-
maticamente determinada região e, a partir da variável escolhida, ampliar ou reduzir diferentes porções
do Planeta de acordo com o volume ou a intensidade de cada fenômeno, de forma proporcional. Por
exemplo, se optarmos pela variável “riqueza dos países”, aqueles que possuem uma maior concentração
de riqueza figuram com dimensões maiores e aqueles com menores concentrações aparecem reduzidos,
na proporção da diferença dessa variável entre os países representados. No mapa abaixo, por exemplo,
você pode observar que, apesar de o Brasil ser bem maior que o Japão em extensão territorial, este últi-
mo é representado com muito mais que o dobro do tamanho em relação ao nosso país. Ao utilizar uma
variável (índice de natalidade, volume de exportações, população economicamente ativa, etc.), e não a
dimensão territorial como escala, as anamorfoses possibilitam análises comparativas. Nos planisférios
abaixo, os países aparecem na posição em que tradicionalmente são vistos no mapa-múndi, no entanto
com seus formatos e dimensões territoriais alterados, possibilitando-nos visualizar as diferenças entre
os países quanto à concentração de riqueza e população, respectivamente, e facilitando as comparações.
Egito Paquistão
Venezuela Bangladesh
Argentina Filipinas
Indonésia
Sugestão de
filme
Os Goonies.
Diretor: Richard Donner
Sinopse: Com os prédios de seu bairro es-
tando prestes a ser demolidos, o que forçará a
mudança de todos os residentes do local, um Terra Brasilis, 1519, mapa de Pedro Reinel e Lopo Homem. Atlas Miller, Biblioteca
Nacional de Paris.
grupo de garotos resolve organizar uma ceri-
Que título você daria a ele?
mônia de despedida do local. Quando desco-
Sugestão: Brasil no início da sua exploração por Portugal.
brem um legítimo mapa do tesouro, capaz de
torná-los ricos e evitar a destruição de suas ca-
sas, os Goonies resolvem partir em uma gran-
2 Imagine que você seja um engenheiro do trânsito e precise verificar a orientação de uma rua. Para
de aventura.
essa tarefa, foram-lhe oferecidos três mapas para você escolher.
• O primeiro tem a escala 1:10.000.
C
82
50 m
50 m
100 m
100 m
150 m
150 m
200 m
A B
250 m
200 m
Fonte: UFRJ
1:50.000
sentados no mapa.
5 No mapa abaixo, estão faltando alguns elementos que obrigatoriamente todo mapa deve ter. Um
desses é o título. Observe bem o que está sendo retratado e crie um título para este mapa.
Sugestão de resposta:
Regiões brasileiras – IBGE
Rainer Lesniewski/Shutterstock.com
Distrito Federal
do Brasil BRASÍLIA
GOIÁS
9:41
0 424 km 848 km
O L
des subutilizadas nas escolas. Hoje se trans- Meu primeiro GPS Mapas, gráficos e redes – elabore você mesmo
formaram em preocupação fundamental Autor: André C. Gurgel Autor: Marcello Martinelli
para o ensino de Geografia. Importantes Sinopse: Uma obra inédita que consegue fa- Sinopse: A obra, inédita e importante para a
noções, como a própria localização espacial, zer com que qualquer pessoa entenda o que área da Cartografia Temática, aborda os prin-
são tratadas com o auxílio de mapas. Car- é e o que pode ser feito com um aparelho cipais fundamentos sobre a elaboração, análi-
tografia escolar tem como objetivo fomen- de GPS sem precisar ser um cientista espa- se e interpretação de mapas, gráficos e redes,
tar a produção e o uso de mapas com jovens cial. Esse livro é para quem quer iniciar o uso desde os conceitos básicos de representação
e crianças na sala de aula. Renomados de um GPS de forma divertida e inteligen- gráfica e sistemas de coordenadas até a estru-
especialistas tratam da metodologia, da te, proporcionando mais informação e segu- tura metodológica das representações em ma-
teoria e da prática da construção do espaço rança durante viagens de passeio, aventura pas e a coleta, o processamento e a apresenta-
geográfico, assim como da sistematização ou pesquisa. ção de dados.
da cartografia temática.
84
Objetivos
pedagógicos
Anotações
CG_6ºano_04.indd 85 07/03/2018 13:44:57
85
Nossa localização
no Universo
Aphelleon/Shutterstock.com
Fazemos parte de um
sistema
A Terra é um dos bilhares de astros que constituem o imenso
Universo. Localizado na periferia de uma das incontáveis galáxias,
o nosso planeta se movimenta ao redor do Sol, de quem recebe luz e
calor, junto com outros sete planetas, que formam o Sistema Solar.
Nossa galáxia é a Via Láctea, cujo nome, dado pelos gregos na
Antiguidade, significa caminho de leite, numa alusão à sua colora-
Plutão é um planeta-anão no Cinturão de
Kuiper. ção e ao seu formato quando avistada da Terra.
A ordem dos planetas, do mais próximo para o mais distante
do Sol, é: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano
e Netuno. Até pouco tempo, essa lista era composta de nove pla-
Diálogo com o netas, pois contemplava o corpo celeste chamado Plutão, situado
professor após Netuno. Contudo, desde 2006, uma convenção estabeleceu
que esse corpo, na verdade, enquadra-se na categoria dos planetas-
-anões, em decorrência da descoberta de diversos corpos celestes
com dimensões iguais ou maiores que Plutão. Além deste, Ceres e
O capítulo trata de temas que dizem res- Éris também são planetas-anões.
peito ao Sistema Solar e como sua dinâmica O Sol é uma estrela que fornece luz e calor a esses planetas,
bem como a outros corpos celestes, que gravitam em torno dele. As
interfere na existência e ação do nosso planeta. estrelas, por emitirem luz própria, são chamadas astros luminosos.
Dentro deste contexto, ascendência do Já os corpos celestes que não possuem luz própria, apenas refletem
a luz do astro em torno do qual gravitam, são chamados astros ilu-
nosso planeta, a Terra, seus movimentos e a
minados, tais como os planetas e os satélites naturais.
interferência exercida pelos outros astros do Dentro da Via Láctea, a Terra é o terceiro planeta em proximidade
Sistema Solar sobre ele, como sentimos ou ve- do Sol, e é justamente essa posição que dá ao globo terrestre condições,
dentre os planetas conhecidos atualmente, para a existência de diferen-
mos essas interposições. tes formas de vida. Apesar disso, pode ser precipitado afirmar que só
Para tornar a dinâmica de sala de aula existe vida em nosso planeta. O mais coerente seria afirmar que as for-
mais interessante e o conteúdo significativo, a mas de vida que conhecemos atualmente existem apenas aqui na Terra,
levando em consideração duas evidências: em primeiro lugar, a Terra,
abordagem deve levar em consideração os sa- além de Marte, Vênus e Mercúrio, pertence a um grupo chamado de
beres construídos por outros campos de co- planetas telúricos, ou seja, constituídos por rochas, solos e minerais; e,
nhecimento, como História e Filosofia, que em segundo lugar, a relação Sol-Terra propicia a existência de água em
estado líquido, temperaturas ideais, além de oxigênio e outros gases, o
podem apresentar outras teorias sobre o sur- que favorece as formas de vida que conhecemos.
gimento do Universo e da Terra. A Física, por
sua vez, pode explicar a dinâmica celeste, as re- 86 Capítulo 4 – Nosso planeta
lações de ação, retroação e velocidade;a Mate-
mática pode tratar da relação das distâncias; e
a Biologia, da questão do ambiente terrestre CG_6ºano_04.indd 86 07/03/2018 13:44:57
em diferentes eras, etc. pelo seu conteúdo e qualidade literária, Cosmos Sugestão de
é um clássico, isto é, um livro que se torna mais
importante com a experiência de cada nova lei-
abordagem
Sugestão de tura. Não é apenas um livro sobre o conheci-
leitura mento científico e a história da ciência. É um
livro sobre o melhor da nossa humanidade: a
Seria muito interessante a construção
de uma maquete do Sistema Solar para que
aventura da descoberta, o inconformismo do es- o aluno tenha compreensão de como a mas-
Cosmos pírito humano, a tolerância, a possibilidade e o sa e as distâncias de cada membro desse siste-
Autor: Carl Sagan impulso humaníssimos da solidariedade, sobre a ma interferem sobre a Terra ou recebem in-
Sinopse: Cosmos é um poderoso antídoto para o consciência moral e a responsabilidade que essa terferências dela.
fundamentalismo, a intolerância, a superstição, consciência impõe na nossa relação com os ou-
o racismo, o nacionalismo. Podendo ser con- tros, com o Planeta e o Universo, mostrando
siderada uma das grandes obras do século XX, como a ciência e a civilização cresceram juntas.
86
C
Plutão
4.880 km 12.756 km 930 km Urano Netuno Caronte
58 150 414
NOVO
120 mil km “Xena”
12.106 km 6.800 km 1.420
108 228 (2003 UB313)
Plútons NOVO
Terra 143 mil km “Xena”
Marte 778 (2003 UB313)
Vênus Júpiter Plutão
Saturno Caronte
Sol
Urano
Mercúrio
Netuno
Ceres
O surgimento do
Universo
Existem várias teorias científicas sobre o surgimento do Univer-
so, mas a mais aceita é a do big bang, ou Grande Explosão — ideia
proposta por estudiosos do início do século XX. Entre eles, o padre
italiano Georges Lemaître, considerado o pai da teoria, o físico russo
George Gamow, e o astrônomo norte-americano Edwin Hubble, que
foi homenageado com seu nome num importante telescópio.
Segundo essa teoria, toda matéria que existia há bilhões de anos
estava concentrada num ponto do tamanho de uma cabeça de alfinete.
Tamanha concentração provocou a sua explosão, liberando a matéria
e dando início à expansão do Universo. Apesar do nome da teoria,
não houve barulho no momento da explosão, pois não havia ar. Para
4:57
os cientistas adeptos desse modelo, o Universo continua em expansão.
Geografia em cena
87
CG_6ºano_04.indd 87 07/03/2018 13:45:00
Mercúrio
A forma da Terra
Marte O nosso planeta não apresenta uma forma totalmente esférica,
Júpiter
e sim abaulada, ou seja, achatada nos polos e mais larga na região
do Equador.
Nasa
O modelo heliocêntrico, ou copernicano,
foi proposto em 1514, após 30 anos de
trabalho, e defendia, além da presença do Sol
no centro do Universo, sua dimensão infinita.
Esta visão da Terra foi observada pela equipe do Apollo 17, 1972.
3
tic
o 2 Sol
r Ár
ola
Círculo P
1
er
Trópico de Cânc
Equador 2
rnio
ricó o
Trópico de Cap r tic
A ntá
olar
Círculo P
3
1 Zona Intertropical 2 Zonas Temperadas 3 Zona Polar
Maio Fevereiro
Movimento de rotação da Terra de oeste
para leste.
Junho Janeiro
Julho Dezembro
Agosto Novembro
Geografia em cena
Nasa
1
Esses exoplanetas (como
são chamados aqueles que estão
fora do Sistema Solar) orbitam
em torno de uma estrela pare-
cida com o Sol. Localizam-se a
950 anos-luz da Terra e, confor-
me relatos de François Fressin,
Sugestão de
líder da equipe dos astronautas,
abordagem
Nasa
2
eles acreditam que os planetas
possam ter composição parecida
com a do nosso, com o manto e o
núcleo ferroso. Ainda de acordo
Para que o aluno entenda as mudanças da com os astronautas, acredita-se
posição do planeta em relação ao Sol ao longo que o 20-f tenha uma atmosfera
do ano, pode-se fazer uma atividade prática: com vapor de água.
colocar uma haste de 1m de altura e, ao longo
do ano, identificar a projetação da sua sombra 90 Capítulo 4 – Nosso planeta
no início da manhã (a haste deve estar coloca-
do em uma área onde os raios do Sol nascen-
te incidam diretamente sobre ele. Marque as CG_6ºano_04.indd 90 07/03/2018 13:45:03 CG
projeções da sombra). Kant (1724–1804) e Pierre Simon de La- da nebulosa solar, a matéria se concentrou tão
place (1749–1827). Eles fundaram a chama- fortemente e com isso alcançou temperaturas
da Teoria da Nebulosa, segundo a qual o Sol tão altas que, na parte mais interna à fusão de
Leitura e os planetas surgiram simultaneamente de núcleos, a transformação de hidrogênio para
complementar uma nebulosa em processo de colapso e acha- hélio pôde acontecer. Esse processo caracte-
tamento. A partir dessa representação, o Sol riza uma estrela e lhe proporciona energia ao
se formou há cerca de cinco bilhões de anos longo de sua vida. Afinal, nós também depen-
O nascimento do Sistema
a partir da concentração de massas no centro demos disso: sem a energia do Sol não haveria
Solar da nebulosa, e os grandes planetas se origina- nenhuma vida no Planeta.
O fundamento para a representação ram no disco da mesma, a partir de fragmen-
atual do surgimento do Sistema Solar já foi tos que colidiram e se amalgamaram. Os pla- Disponível em: O fascinante mundo da Astronomia.
estabelecido nos séculos XVII e XVIII por netoides e cometas representam os resíduos Tradução de Constantino Kouzmin-Korovaeff. São
René Descartes (1596–1650), Immanuel da fase primitiva do Sistema Solar. No centro Paulo: Editora Escala, 2010. p. 116.
90
A harmonia do mundo
Autor: Marcelo Gleiser
fluidworkshop/Shutterstock.com
3 Explique, com suas palavras, por que Plutão foi rebaixado a planeta-anão.
Anotações
Plutão foi descoberto em 1930 e, até o ano de 2006, era considerado o nono planeta do Sistema So-
lar. No entanto, as constantes descobertas de novos corpos celestes com características e propriedades
muito similares aos dos planetas existentes fizeram com que a União Astronômica Internacional modi-
91
Os 13 bilhões de anos
Christos Georghiou/Shutterstock.com
seguintes
Muito aconteceu no primeiro segundo
do Big Bang. Mas esse foi apenas o começo
da história. Depois de 100 segundos, a tem- 1 2 3 4 7 8
5 6
peratura do Universo se resfriou para cer-
ca de 1 bilhão de graus Celsius. As partícu-
las subatômicas continuaram a se combinar.
Em termos de massa, a distribuição dos ele- 1. Mercúrio. 5. Júpiter.
A temperatura do Universo continua- 5 Use as palavras abaixo para completar o gráfico. Situe-as na ordem correta e reescreva cada uma
va alta demais para que os elétrons se li- delas na porção interior de sua respectiva faixa circular.
gassem aos núcleos. Em vez disso, eles co-
lidiam com outras partículas subatômicas
Via Láctea — Terra — Sistema Solar
conhecidas como pósitrons, criando mais Via Láctea
fótons. Mas o Universo ainda era denso de- Sistema Solar
mais para que a luz pudesse brilhar em seu Terra
interior.
O Universo continuou a se expandir
e a se refrigerar. Depois de cerca de 56 mil
anos, ele havia se refrigerado a 9.000 Kelvin
(8.726 graus Celsius). Naquele momento,
a densidade da distribuição de matéria do
Universo se equiparava à densidade da ra-
diação. Depois de mais 324 mil anos, o Uni-
verso havia se expandido o suficiente para se
refrigerar a 3.000 Kelvin (2.727 graus Cel-
sius). Enfim, havia chegado o momento em
que prótons e elétrons se tornaram capazes
de se combinar para formar átomos neutros 92 Capítulo 4 – Nosso planeta
de hidrogênio.
Foi nesse momento, 380 mil anos após
o evento inicial, que o Universo se tornou CG_6ºano_04.indd 92 07/03/2018 13:45:04
transparente. A luz podia brilhar através 200 milhões de anos depois da criação ini- Hoje, a temperatura do Universo é de
dele. A radiação que os humanos mais tarde cial do Universo, estrelas se formaram a par- 2.725 Kelvin (-270 graus Celsius), ou seja,
identificariam como a radiação cósmica de tir desses bolsões de gás. apenas dois graus acima do zero absoluto. A
fundo em micro-ondas ocupou o seu lugar. As estrelas começaram a se aglomerar seção homogênea do Universo sobre a qual
Pelos 100 milhões de anos seguintes, para formar galáxias e, com o tempo, al- podemos teorizar tem cerca de 1 x 1029
aproximadamente, o Universo continuou a gumas se tornaram supernovas. Com a ex- centímetros de extensão. É uma área maior
se expandir e a se resfriar. Diversas peque- plosão das estrelas, matéria era ejetada no do que a que podemos observar fisicamente
nas flutuações gravitacionais fizeram com Universo. Essa matéria incluía todos os ele- usando os mais avançados instrumentos as-
que partículas de matéria formassem aglo- mentos mais pesados que encontramos na tronômicos que existem.
merados. A gravidade levou os gases do natureza (todos os elementos, até o urânio).
Universo a se contrair em bolsões aperta- As galáxias, por sua vez, uniam-se em aglo-
dos. Com a contração, os gases se tornaram merados. Nosso Sistema Solar se formou
mais densos e mais quentes. Cerca de 100 a cerca de 4,6 bilhões de anos atrás.
C
92
Os movimentos
da Terra e suas
consequências
O movimento de
rotação
Como dissemos no Cenário 1, a Terra realiza “danças”, movi-
mentando-se no espaço celestial. São vários movimentos, porém
dois deles destacam-se por provocar consequências sensíveis e visí-
veis no espaço natural e geográfico — são os movimentos de rota-
ção e de translação.
O movimento de rotação é um dos mais importantes que a
Terra executa. Corresponde ao giro que ela faz em torno do seu
próprio eixo, como se fosse um pião.
Polo
Perpendicular norte
à órbita celeste
Inclinação
axial ou
obliquidade
Eixo de
rotação
Equador celeste
Direção da órbita
5:04
Polo
sul
celeste
Diálogo com o
professor
O L
S
Anchorage São Petersburgo
60º Londres Moscou
Toronto
Paris
Chicago Nova York Pequim Seul
Roma
Los Angeles Teerã Tóquio
30º
Miami Cairo Délhi Xangai
Cidade do Oceano
México
Calcutá Oceano
Atlântico Lagos Manila Pacífico
Oceano Manaus
0º
Nairóbi
Pacífico
Lima Brasília Oceano Jacarta
Rio de Janeiro Índico
a ta
30º São Paulo Sydney
eD
Santiago
Cidade
ad
Buenos Aires Adelaide
do Cabo
nç
Sentido da rotação da Terra
da
u
M
0 2.663 km 5.356 km
de
Movimento aparente do Sol
60°
al
cion
na
ter
a In
180º 165º 150º 135º 120º 105º 90º 75º 60º 45º 30º 15º 0º 15º 30º 45º 60º 75º 90º 105º 120º 135º 150º 165º 180º
h
-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12 Lin
O L SC
RS 0 471 km 942 km
S
complementar fazendo com que tenhamos a sensação de que o Sol está passando
sobre a nossa cabeça, quando na verdade somos nós que estamos
girando sobre nosso próprio eixo em relação ao Sol.
fera celeste, em virtude do movimento de ro- movimento faz com que o observador terres- nutos e 46 segundos. A eclíptica é inclinada
tação da Terra no sentido direto (para leste), tre tenha a impressão de que o Sol, em um ano, em relação ao equador celeste, ou seja, o pla-
parece girar ao redor do eixo do mundo no realiza uma volta em torno da Terra. O movi- no da eclíptica forma com o plano do equa-
sentido retrógrado (para oeste). Esse movi- mento anual de translação da Terra é real; o do dor celeste um ângulo de 23°27’, aproximada-
mento da esfera celeste, que é aparente, cha- Sol, aparente. Nesse movimento anual aparen- mente. Esse ângulo representa a obliquidade
ma-se movimento diurno. te, de translação pelo Zodíaco, o Sol percorre eclíptica. Como a eclíptica e o equador celes-
• Translação, ou movimento anual – Ao a linha denominada eclíptica. te são oblíquos entre si, esse dois círculos má-
mesmo tempo que gira sobre seu eixo em um • Eclíptica – Trajetória do Sol no seu mo- ximos da esfera celeste cortam-se em dois pon-
dia sideral no sentido direto, a Terra se deslo- vimento anual de deslocamento aparente ao tos chamados pontos equinociais.
ca em torno do Sol, também no sentido dire- redor da Terra. A eclíptica representa a li- O Sol, percorrendo a eclíptica em um
to, completando uma volta em um ano de 365 nha central do Zodíaco. O Sol, deslocando- ano, passa por um ponto equinocial em mar-
dias, aproximadamente. É o chamado movi- -se para oeste, percorre a eclíptica em um ano, ço e por outro ponto equinocial em setem-
mento anual da Terra em volta do Sol. Esse que tem a duração de 365 dias, 5 horas, 58 mi- bro. O ponto equinocial por onde passa o Sol
96
Vitoriano Junior/Shutterstock.com
Sugestão de
abordagem
em março de cada ano chama-se ponto ver- do Hemisfério celeste Sul para o Hemisfério
nal, ponto gama ou primeiro ponto de Áries celeste Norte, e, em setembro, o Sol torna a
(y’). A passagem do Sol pelo ponto gama dá cruzar o equador celeste, dirigindo-se agora
lugar ao equinócio de outono (21 de março), do Hemisfério celeste Norte para o Hemisfé-
para o Hemisfério Sul da Terra. Quando o Sol rio celeste Sul. Entre os equinócios, situam-se
passa pelo ponto Libra, tem lugar, no Hemis- os solstícios.
fério Sul, o equinócio de primavera (23 de Em junho, no dia 21 ou 22, o Sol, sempre
setembro). sobre a linha da eclíptica, encontra-se em seu
O atual calendário está organizado de tal afastamento máximo (23°27’) para o norte do
modo que o Sol passa pelo ponto gama, quase equador celeste: é o solstício de inverno para
todos os anos, no dia 21 de março e pelo pon- o Hemisfério Sul da Terra. O solstício de ve-
to Libra em 21 ou 23 de setembro. Em mar- rão tem lugar em 21 ou 22 de dezembro, épo-
ço, o Sol cruza o equador celeste, dirigindo-se ca em que o Sol atinge o seu afastamento má-
97
NoPainNoGain/Shutterstock.com
20/21 de março
cativa, é importante mostrar ao aluno como
as estações do ano modificam os hábitos das
pessoas, como as diferentes sociedades se
organizam para receber a chegada de cada
uma das estações do ano, mesmo em lugares
em que essas passagens não são perceptíveis.
20/21 de 20/21 de
Utilize fotografias e filmes sobre paisa- junho dezembro
gens mundiais ao longo de cada uma das es-
tações. É também interessante mostrar o com- 22/23 de setembro
portamento de determinados animais na
Movimento de translação e as datas de mudanças de estação.
previsão da chegada das estações, por exem-
plo, as migrações das aves, dos gnus, a hiber- Os solstícios ocorrem nos dias 20/21 de junho e 20/21 de de-
zembro. Em 20/21 de junho começa o inverno no Hemisfério Sul
nação dos ursos, etc. e o verão no Hemisfério Norte. Em 20/21 de dezembro começa o
verão no Hemisfério Sul e o inverno no Hemisfério Norte. Ao lon-
go dessa trajetória, a duração dos dias e das noites varia. A palavra sols-
Leitura tício significa parada do Sol e remete a uma crença dos gregos antigos
complementar de que, no dia 21 de dezembro, o Sol parava por um tempo maior para
aquecê-los. Nessa data, a diferença de duração entre dias e noites atinge
o seu máximo. Já a palavra equinócio significa noite igual ao dia e se
Movimentos da Terra refere ao fato de que, nesses dias, a noite e o dia têm a mesma duração
em todo o Planeta: 12 horas.
Observando novamente a figura, veremos que no dia 20/21 de
junho, em virtude da inclinação do eixo da Terra e de sua posição em
A Terra tem dois movimentos principais: relação ao Sol na órbita, o Hemisfério Norte está mais voltado para
rotação e translação. A rotação em torno de o Sol. Nesse momento, os raios solares incidem perpendicularmente
seu eixo é responsável pelo ciclo dia-noite. A sobre a linha do Trópico de Câncer, marcando o solstício de verão
(começo do verão) para o Hemisfério Norte e o solstício de inverno
translação se refere ao movimento da Ter- (começo do inverno) para o Hemisfério Sul. Nessa data, os dias se-
ra em sua órbita elíptica em torno do Sol. A
posição mais próxima ao Sol, o periélio (147 98 Capítulo 4 – Nosso planeta
x 106 km), é atingida, aproximadamente, em
3 de janeiro, e o ponto mais distante, o afélio
(152 x 106 km), em, aproximadamente, 4 de CG_6ºano_04.indd 98 07/03/2018 13:45:06 CG
julho. As variações na radiação solar recebida do Sol durante o nosso inverno e em direção Leitura
devido à variação da distância são pequenas. a ele durante o nosso verão. Isso significa que
a altura do Sol, seu ângulo de elevação acima
complementar
Relações entre o Sol e a Terra do horizonte, para uma dada hora do dia (por
exemplo, meio-dia) varia no decorrer do ano. As estações do ano
As estações são causadas pela inclinação No hemisfério de verão, as alturas solares são Você sabe que a Terra translada em torno do
do eixo de rotação da Terra em relação à per- maiores, os dias, mais longos e há mais radia- Sol em uma órbita plana quase circular, com pe-
pendicular ao plano definido pela órbita da ção solar. No hemisfério de inverno, as alturas ríodo definindo o ano. Enquanto isso, ela vai gi-
Terra (plano da eclíptica). do Sol são menores, os dias, mais curtos e há rando em torno de si mesma, originando os dias.
Essa inclinação faz com que a orienta- menos radiação solar. Você sabe que a orientação espacial do eixo
ção da Terra em relação ao Sol mude conti- de rotação da Terra é fixa? De um lado (Hemis-
nuamente enquanto a Terra gira em torno do Disponível em: http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/ fério Norte), ele “aponta” para uma estrela bem
astro. O Hemisfério Sul se inclina para longe cap2/ cap2-1.html. Acesso em 29.09.2011. brilhante, conhecida como Estrela Polar; do
98
As mudanças nas paisagens são visíveis nas quatro estações no Hemisfério Norte.
outro lado (Hemisfério Sul), aponta para uma meses depois, é o outro hemisfério que está
estrela bem “fraquinha”, perto do limite huma- voltado para o Sol.
no de visualização a olho nu, a Sigma da cons- Essas posições da Terra em relação ao as-
telação do Octante. Durante a sua volta anual tro são conhecidas como solstícios: solstício
em torno do Sol, o eixo de rotação da Terra está de verão, para o hemisfério voltado para o Sol;
sempre apontando para essas estrelas. solstício de inverno, para o hemisfério voltado
Outra particularidade muito importante contra o Sol (note que um mesmo solstício é
do movimento Terra-Sol, além de ter direção chamado de solstício de inverno em um he-
fixa, o eixo de rotação da Terra é inclinado de misfério enquanto é chamado de solstício de
23,5° em relação à normal ao plano da trans- verão no outro hemisfério; e vice-versa).
lação da Terra. Entre os solstícios, temos posições interme-
Como consequência disso, em um perío- diárias, conhecidas como equinócios, em que os
do um hemisfério está voltado para o Sol; seis dois hemisférios estão simetricamente dispos-
99
Leitura que a Lua. Mas o efeito de cada um depende Ou seja, as marés podem subir ou descer
complementar da intensidade da força de atração do Sol e da
Lua sobre o nosso planeta.
por influência da gravidade exercida pela Lua
e pelo Sol. O que determina a época em que
Acontece da seguinte forma: a Terra atrai elas estarão mais ou menos cheias é a posição
Como a Lua influencia as a Lua, fazendo-a girar ao seu redor, através da desses dois astros em relação à Terra. Quanto
marés? gravidade. Mas a Lua também atrai a Terra, só mais alinhados estiverem o Sol, a Lua e a Terra
que de um jeito bem mais “suave”. O “puxão” (ou como dizem os astrônomos, em oposição
A Lua, com suas quatro fases, pode deter- gravitacional lunar afeta consideravelmente a ou conjunção) maior será o efeito na massa
minar o nível de elevação das marés, mas a pri- superfície dos oceanos devido à fluidez, com marítima, causando, consequentemente, uma
meira coisa que você deve saber é que ela não grande liberdade de movimento da água. Mas alta nas marés como é o caso da Lua Nova.
faz isso sozinha. As mudanças dos níveis marí- dependendo da posição do Sol e da Lua em re- Já na Lua Minguante, a influência do Sol
timos também sofrem influência do Sol, mes- lação ao nosso planeta, as marés têm compor- e da Lua nas marés oceânicas diminuem, e é
mo estando 390 vezes mais distante da Terra tamentos diferentes. quando estas se equilibram. Na fase Cheia da
100
Procedimentos:
Luz do Sol
• Corte e dobre o arame, deixando 25 cm de
comprimento em posição quase vertical para
representar os eixos de rotação da Terra e da
Lua
Nova
Lua
Cheia
Lua. Insira as esferas de isopor no fio e coloque
o conjunto sobre uma mesa, juntamente com
a luminária.
Quarto Crescente • Para demonstrar a ocorrência de um eclip-
se lunar, mova as esferas sobre os arames de
Movimento de translação da Lua em volta da Terra.
modo que a distância entre os seus centros e a
mesa seja igual à distância entre a lâmpada da
luminária e a mesa.
As fases da Lua e seus • Coloque alinhadas a luminária (represen-
efeitos nas marés tando o Sol), a esfera maior (representando a
Terra) e a esfera menor (representando a Lua).
Se você passar muitas horas na praia, vai perceber que o nível do
mar se modifica algumas vezes, como se suas águas subissem e desces-
Nessa configuração, a Terra projetará sua som-
sem. Pois é, esse movimento ocorre quatro vezes a cada 24 horas, e o bra numa região do espaço na qual a Lua pe-
chamamos de maré. Vamos entender por que ele acontece. netrará ao percorrer sua órbita. Observe que
A Lua exerce uma força de atração sobre a Terra. É essa mesma
força, presente no Universo, que faz com que a Lua gire em tor- eclipses lunares ocorrem somente na fase de
no do nosso planeta. É como se um astro tentasse puxar o outro. Lua Cheia.
Como não se chega a esse ponto, a força de atração da Lua sobre a
Terra provoca alguns efeitos que não percebemos nos continentes,
• Para demonstrar a não ocorrência de um
mas conseguimos perceber nos oceanos, que, devido à sua fluidez, eclipse lunar, desloque verticalmente a esfera
movem-se com mais facilidade. que representa a Lua (para cima ou para bai-
Ao girar ao redor do nosso planeta, há dois momentos em que xo) e alinhe novamente a luminária, a esfera
a Lua se alinha com o Sol e a Terra. Nesses momentos, a força de
atração da Lua sobre a Terra é acrescida da força de atração do Sol, maior e a menor.
influenciando o movimento dos mares. Esse fenômeno correspon- • Nessa configuração, a Lua não penetrará ou
de às fases da Lua Cheia e da Lua Nova. Nesses períodos é que ocor-
penetrará apenas parcialmente na sombra da
rem as marés mais altas do mês, chamadas de sizígias, ou vivas.
Há ainda duas fases em que a força de atração entre a Lua e a Terra. Se o deslocamento vertical aplicado for
Terra exerce menor influência nas marés: da Lua Quarto Minguan- grande, não há a existência de eclipse, mesmo
te e da Lua Quarto Crescente. É quando ocorrem as marés mortas,
ou mínimas. A cada dia, ocorrem duas marés altas e duas baixas.
o parcial.
1Maré forte
Maré de águas vivas (amplitude máxima)
Terra
Lua Nova
Conjunção Lua-Sol
Terra
3 Maré forte
Maré de águas vivas (amplitude máxima)
Terra
Lua
Cheia Oposição Lua-Sol
4 Maré fraca
Maré de águas mortas (amplitude mínima)
Terra
Lua
Cenário 4
Os eclipses
O que é um eclipse?
O eclipse é o encobrimento total ou parcial de um astro, ou
seja, quando um astro se desloca para a sombra de outro. Daqui da
Terra, podemos observar os eclipses lunar e solar.
ESA
Eclipse lunar
Quando a Terra fica perfeitamente alinhada entre a Lua e o Sol,
ocorre o eclipse lunar, fazendo com que a Lua desapareça momen-
taneamente. Nesse caso, ocorrido apenas em noites de Lua Cheia,
a sombra da Terra é total ou parcialmente projetada na superfície
lunar. Esse fenômeno acontece duas ou três vezes por ano.
Luz Solar
Anotações Sinopse: Em 1868, relatos alarmantes sobre um monstro marinho, que destruía navios facilmente, gera
um temor nas companhias de navegação. Em virtude disso, vários navios não levantam âncora, pois não
há tripulação. Em São Francisco, um professor francês, especialista em vida marinha, precisa ir à Shangai
e enfrenta o mesmo problema, pois a tripulação do seu navio desertou. Mas ele e seu assistente são convi-
dados pelo governo americano para uma viagem que pretende confirmar ou negar esses boatos. Após três
meses e meio de buscas, o capitão decide abandonar sua empreitada. No entanto, na mesma noite, o navio
é atacado pelo monstro, e o professor, seu assistente e um arpoador são lançados ao mar. Enquanto o navio
danificado fica à deriva, os três encontram o “monstro”, que na verdade é um submarino (algo inconcebível
para a época). Após alguma hesitação, o capitão da embarcação os acolhe. É claro que se trata de um gênio,
mas o professor quer saber quais os motivos que fizeram aquele homem se isolar do mundo, se podia con-
tribuir com seu enorme conhecimento. Gradativamente revelações estarrecedoras vão surgindo.
Encerramento
1 Diferencie um equinócio de um solstício.
No equinócio, há uma distribuição da luz solar de forma igual para os hemisférios. No solstício, o Sol
incide com mais frequência em apenas um dos hemisférios, onde dias e noites variam: os dias e a noites
têm duração desiguais, pois, se for verão, as noites são mais curtas e os dias mais longos; no inverno, é
o inverso.
C
104
O L
S
Anchorage São Petersburgo
60º Londres Moscou
Toronto
Paris
Chicago Nova York Pequim Seul
Roma
Los Angeles A Teerã Tóquio
30º
Miami Cairo Délhi Xangai
Cidade do Oceano
México
Calcutá Oceano
Atlântico Lagos Manila Pacífico
Oceano Manaus
0º
Nairóbi
Pacífico
Lima Brasília Oceano Jacarta
Rio de Janeiro Índico B
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30º São Paulo Sydney
eD
Santiago
Cidade
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Buenos Aires Adelaide
do Cabo
nç
Sentido da rotação da Terra
da
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M
de
Movimento aparente do Sol
60° 0 2.663 km 5.326 km
nal
io
ac
ern
180º 165º 150º 135º 120º 105º 90º 75º 60º 45º 30º 15º 0º 15º 30º 45º 60º 75º 90º 105º 120º 135º 150º 165º 180º
Int
ha
-12 -11 -10 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12 Lin
João está na localidade indicada pela letra A às 10 horas da manhã e atende a um telefonema do seu amigo
Pedro, que está na localidade indicada pela letra B. Que horas são na localidade de Pedro quando ele ligou
para João?
Sugestão de resposta: Identificamos a diferença de horas em relação a Greenwich
Somamos 15 horas a partir da origem A para a direita, pois o destino B está a leste.
10:00 – 11:00 – 12:00 – 13:00 – 14:00 – 15:00 – 16:00 – 17:00 – 18:00 – 19:00 – 20:00 – 21:00 –
5:08
O L
60º S
A
30º Pequim
Oceano Oceano
Atlântico Pacífico
0º Oceano
Pacífico
Manaus Oceano
Índico
ata
30º
eD
d
B
n ça
da
0 3.140 km 6.280 km u
60° M
e
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c
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I nte
ha
Lin
Dois amigos, Manoel e Carlos, moram em países diferentes. Manoel, que está indicado pela letra A, mora
no Canadá; e Carlos, indicado pela letra B, mora na Argentina. Em 30 de dezembro, Carlos liga para
desejar feliz Ano Novo, e eles decidem falar um pouco da sua vida. Um deles diz estar triste por estar no
inverno com tudo coberto de neve e sem poder sair de casa pelo frio. Qual dos dois fez essa afirmação?
Quem fez a afirmação foi Manoel. Em 21 de dezembro, é início de inverno no Hemisfério Norte. A
localidade da letra A já é próxima às altas latitudes, onde as médias térmicas são as mais baixas entre as
zonas térmicas.
0 2.930 km 5.860 km
N
dalmingo/Shutterstock.com
O L
b. Depois de almoçar, como de costume, Eric foi tirar uma soneca e só acordou às 17 horas. Entrou no-
vamente na Internet e começou a conversar com Adenilson, que mora em Nova Délhi, na Índia. Qual
foi a hora exata, na cidade em que Adenilson mora, em que ele fez contato com Eric?
Sugestão de resposta: – 3h – (+ 5h) = 8h
Somamos 8 horas a partir da origem (Eric) para a direita, pois o destino (Adenilson) está a leste.
Quando Eric fez contato com Adenilson, era 01h em Nova Délhi.
6 Hérica mora em Palmas, capital do Estado do Tocantins, e, em uma viagem de férias, fez um roteiro
para visitar sua irmã Helma, que mora em Fernando de Noronha, Pernambuco. Antes de entrar no
avião, Hérica ligou para sua irmã exatamente às 7 horas. Qual foi a hora em que Helma atendeu ao
telefone em Fernando de Noronha?
Sugestão de resposta: Hérica estava em Palmas (Tocantins) — horário de Brasília de - 3 horas em rela-
ção a Greenwich — às 7 horas da manhã quando ligou para Helma. Só que em Fernando Noronha já
Para sabermos a diferença das horas entre Fernando de Noronha (-2h) e Palmas (-3h) → -3h - (-2h) =1h.
7 O avião que Hérica tomou em Palmas para o arquipélago de Fernando de Noronha levantou voo
às 07h30, e a duração do percurso até a aterrissagem foi de 3 horas. Qual foi a hora da sua chegada em
Fernando de Noronha?
Sugestão de resposta: Para sabermos a diferença das horas entre Fernando de Noronha (-2h) e Palmas
Quando eram 07h30 em Palmas, em Fernando de Noronha já eram 08h30. Se a viagem levou 3 horas,
- 4h – ( -2h) = - 2 h
Quando em Fernando de Noronha eram 12h, em Boa Vista eram 10h. Se a viagem levou 5 horas, as
o o o o o o o o o o o o o
N
180 150 120 90 60 30 0 30 60 90 120 150 180
80
o
Oceano Glacial Ártico
O L
Círculo Polar Ártico
60 o
S
Ásia
Europa
o Paris
Nova York
40
Trópico de Câncer
o
Oceano
20
América África
Pacífico
o
Equador Oceano
Pacífico
0
Recife Oceano
Oceania
20
o
Trópico de Capricórnio
Índico
0 2.663 km 5.326 km
Círculo Polar Antártico Oceano Glacial Antártico
A
o
60
Antártida
o
80
180o 150o 120o 90o 60o 30o 0o 30o 60o 90o 120o 150o 180o
Antônio é um homem de negócios que precisa viajar constantemente. Em 2012, Antônio passou
quase todo o ano viajando pelo mundo. Saiu do Brasil em janeiro, levando na bagagem roupas leves,
b. Antônio chegou a Nova York no dia 11 de janeiro. Qual estação do ano ele encontrou nesse local?
Inverno.
c. Antônio chegou a Paris, capital da França, às 5 horas da manhã e precisou ligar para casa, pois fazia
um tempo que não dava notícias à sua família. Lembrando que o horário de Paris é uma hora mais
adiantada que o de Londres, a que horas sua mãe, no Recife, atendeu ao telefone?
Às 2 horas.
d. Em todo o percurso, em quais lugares Antônio precisou usar roupas mais pesadas por causa do frio?
Nova York, Paris e a Antártica.
e. Na Cidade do Cabo, Antônio chegou no dia 22 de março. Qual era a estação do ano nessa época?
Outono.
12 Ao longo do ano, nem sempre as noites e os dias têm a mesma duração. Marque a alternativa que
indica a estação do ano caracterizada pelas noites mais longas que os dias.
a. X Inverno. b. Verão.
c. Primavera. d. Outono.
2
Afinal de contas, a Lua tem
movimento de rotação?
Observadores atentos provavelmente
já notaram que a Lua mantém sempre exa-
tamente o mesmo lado voltado para a Terra. 3 1
Isso pode gerar o questionamento: a lua gira?
A resposta é sim, embora possa parecer que
não em um raciocínio mais simplista.
A Lua orbita a Terra uma vez a cada
27,322 dias. Também leva, aproximadamente,
27,3 dias para girar uma vez em torno do seu 4
eixo. Como consequência, temos a impressão Baseando-se no estudo que fizemos no Cenário 3 deste capítulo, numere cada uma das fases da Lua,
de que a Lua não gira, mas que seu eixo está pela ordem que aparecem no mês lunar e pela sua posição em relação à Terra e ao Sol.
perfeitamente imóvel quando visto da Terra. 14 (UFV – Adaptada) Um avião sai do Rio de Janeiro, às 14 horas, com destino a Fernando de Noro-
O lado da Lua que está sempre de fren- nha. O voo é de 3 horas.
Que horas serão na ilha quando esse avião aterrissar?
te para a Terra é conhecido como lado pró-
ximo, enquanto o lado oposto é chamado de a. 16 h.
lado distante. O lado distante também é cha- b. 17 h.
mado de lado escuro da Lua, mas a denomi- c. X 18 h.
nação é imprecisa. Quando a Lua está entre a d. 19 h.
Terra e o Sol (fase da Lua Nova), o lado distan- e. 20 h.
te é iluminado pelo Sol.
15 (UFRGS – Adaptada) A Copa do Mundo de 2002 mudou a rotina dos brasileiros em virtude da
No entanto, a órbita e a rotação não são diferença de fuso horário entre o Brasil e os países que a sediaram, a Coreia do Sul e o Japão. O jogo
perfeitamente compatíveis. A Lua viaja em entre Brasil e Inglaterra foi realizado na Coreia do Sul no dia 21 de junho, às 15h30min, horário local.
torno da Terra em uma órbita elíptica. Quan- Então, a transmissão direta do jogo no Brasil ocorreu:
do a Lua está mais próxima da Terra, sua rota- a. X no dia 21 de junho, às 3h30min.
ção é mais lenta do que sua viagem pelo espa- b. no dia 21 de junho, às 15h30min.
ço, permitindo que os observadores vejam 8 c. no dia 20 de junho, às 3h30min.
graus a mais no lado oriental. Quando a Lua d. no dia 22 de junho, às 3h30min.
está mais distante, a rotação é mais rápida e ve- e. no dia 22 de junho, às 21h30min.
mos os mesmos 8 graus no lado ocidental.
Se você pudesse viajar para o lado distan-
te da Lua como os astronautas da Apolo 8 fi- 110 Capítulo 4 – Nosso planeta
zeram, você veria uma superfície muito dife-
rente da que está acostumado a ver da Terra.
Enquanto o lado próximo é mais planificado, CG_6ºano_04.indd 110 07/03/2018 13:45:10
110
Princípios de Geologia
Autores: Charles Pomerol, Yves Lagabrielle,
Maurice Renard e Stéphane Guillot
Sinopse: Esse verdadeiro manual de todas as
áreas da Geologia apresenta conceitos e pro-
cessos e detalha como as principais teorias e
modelos dessa ciência se relacionam com as
técnicas e os métodos de teste e experimenta-
ção. O leitor aprenderá sobre o funcionamen-
to da Terra, como são obtidos os dados que
sustentam as teorias geológicas e mergulhará
na tradição da geologia francesa, conhecen-
do lugares onde foram formulados muitos dos
conceitos que hoje são correntes nos cursos e
nas práticas geológicas.
Vulcão_alasca - Nasa
.tif/Shutterstock.com
(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos,
tipos de solo, relevo e formações vegetais.
111
Terra: um pouco de
História e Geologia
História de formação da
Terra
Diferentes sociedades antigas criaram, ao longo da sua histó-
ria, distintos mitos para tentar explicar quando e de que maneira o
nosso planeta, a Terra, foi formado. Um claro exemplo é o Gênesis,
primeiro livro do Velho Testamento. Contudo, o desenvolvimento
de diversas ciências dedicadas ao estudo da Terra, como a Geolo-
gia, levou a outro entendimento de quando começou a formação
de nosso planeta, bem como de que maneira aconteceu.
É fato que vários mitos de criação produzidos pelos povos an-
tigos apresentam semelhanças com aquilo que a ciência, contando
Diálogo com o com o apoio de tecnologias, descobriu sobre a origem e formação
professor do nosso planeta.
Reprodução
O centro da questão neste capítulo é o en-
tendimento do processo de formação do pla-
neta Terra a partir da sua origem e evolução,
utilizando conhecimentos e teorias produzi-
dos por diversos campos do saber. Por outro
lado, é apropriado não se perder da dimensão
social, objeto central da disciplina. Portanto,
ao analisar a formação da Terra, é importan-
te pontuar de que forma e em que contextos
surgiram as teorias sobre a dinâmica da forma-
ção do Planeta e de suas camadas; como essas
dinâmicas podem afetar as diferentes socieda-
des; e, principalmente, onde se situa o surgi-
mento do ser humano dentro desse processo.
Detalhe da pintura A Criação de Adão, de Michelangelo, 1508–1512. Capela Sistina, Vaticano.
Leitura
complementar 112 Capítulo 5 – A Terra por dentro e por fora
112
Anotações
fundir a maior parte do que restou da Terra. ção de 23°. Tudo isso há cerca de 4,5 bilhões de
Muitos cientistas agora pensam que tal ca- anos, entre o início do período de acrescimento
taclismo de fato ocorreu durante os estágios da Terra (4,56 bilhões de anos) e a idade das ro-
tardios de acrescimento da Terra. O grande chas mais antigas da Lua (4,47 bilhões de anos)
impacto criou uma chuva de detritos tanto da trazidas pelos astronautas da Apollo.
Terra como do corpo impactante, que se pro- Além do impacto colossal, uma outra for-
palou para o espaço. A Lua agregou-se a par- ça de calor teria causado a fusão nos primórdios
tir desses detritos. A Terra teria se reconstituído da história da Terra. Vários elementos (urânio,
como um corpo em grande parte fundido. Esse por exemplo) são radioativos, o que significa
monumental impacto acelerou a velocidade de que se desintegram espontaneamente com a
rotação da Terra e mudou seu eixo rotacional, emissão de partículas subatômicas. Como essas
golpeando-o da posição vertical em relação ao partículas são absorvidas pela matéria do entor-
plano orbital da Terra para sua atual inclina- no, sua energia de movimento é transformada
113
NoPainNoGain/Shutterstock.com
continente. Com continuidade do movimento
de distensão, a crosta se rompeu, o que deu iní-
cio à separação das duas margens continentais.
Iniciado o processo de separação das mar-
gens continentais da América do Sul e da Áfri-
ca, o vale que havia entre as duas margens pas-
sa a ficar cada vez mais profundo, permitindo
que as águas oceânicas entrem nessa depressão,
dando origem a um oceano primitivo, raso e
restrito (sem comunicação com o oceano aber-
to. Esse cenário ocorreu, aproximadamente, Representação do ciclo hidrológico.
dos evaporitos, atualmente são encontrados cimento. Atualmente, Brasil e África se dis-
abaixo das margens continentais da América tanciam um do outro cerca de 3 cm por ano. Anotações
do Sul e da África, a conhecida camada pré-sal. A oceanografia geológica busca entender deta-
Com o contínuo afastamento das margens lhadamente o processo de formação dos ocea-
continentais da América do Sul e da África, o nos, pois sua história geológica pode fornecer
Oceano Atlântico fica cada vez mais profun- fortes indícios sobre a existência de novos re-
do, permitindo assim uma maior comunica- servatórios de fontes energéticas como o petró-
ção com o oceano aberto e uma circulação livre leo e de matéria-prima (minerais) para o supri-
de águas marinhas. Esse cenário interrompeu a mento das necessidades do homem no futuro.
precipitação de sal no fundo marinho e estabe-
lecendo condições de oceano profundo. Disponível em: https://descobrindoomar.wordpress.
O Atlântico é considerado hoje um ocea- com/2010/05/20/a-historia-de-formacao-do-nosso-
no jovem, pois ainda está em processo de cres- oceano/. Acessado em: 02/03/2018.
C
114
A água dos primeiros oceanos reuniu condições materiais que, Australopithecus signifi-
junto com as condições energéticas do ambiente terrestre, fizeram ca macaco do Sul. Recebe
surgir os primeiros seres vivos. No início, há aproximadamente 3,8 essa denominação porque
bilhões de anos, esses seres vivos eram minúsculos e bastante simples, foi no Sul do continente
porém, à medida que os anos avançavam, foram evoluindo, se mul- africano que seus fósseis fo-
tiplicando nas águas e, posteriormente, nas terras emersas. Peixes, ram encontrados. É consi-
depois anfíbios, insetos, répteis, aves e mamíferos passaram a povoar derado um dos mais antigos
a Terra e os oceanos, dando origem ao que denominamos biosfera, ancestrais, tendo aparecido
palavra que vem do grego bio (vida) e sfera (esfera). por volta de 3,5 milhões de
anos.
Somos os mais
importantes?
De um ramo dos mamíferos, o primata, entre 3 e 7 milhões de
anos, surgiu e começou a evoluir para o nosso ancestral. No início,
esses primeiros hominídeos, do gênero Australopithecus, eram muito
semelhantes aos chimpanzés. Porém, com o passar do tempo, foram
evoluindo em virtude das necessidades do acaso e dos ambientes em
que viviam, até surgir o Homo sapiens sapiens.
Paranthropus boisei
Paranthropus robustus
Australopitecus afarensis
Australopitecus africanus
Australopitecus garhi
Homo habilis
Homo erectus
Australopitecus sediba
2:25
H. neanderthalensis
Homo ergaster
Homo sapiens
5 4 3 2 1 Hoje
Milhões de anos atrás
Cenário 2
Um mutante
chamado Terra
Tempo geológico
Ao longo desses 4,56 bilhões de anos, o nosso planeta sofreu
várias modificações, fruto de diversas mudanças climáticas, que al-
ternaram momentos de resfriamento e aquecimento da atmosfera.
Vastas áreas da crosta terrestre foram se modificando pelo tempo e
pela combinação de diversos fatores. A pressão do manto, em vir-
tude das suas elevadas temperaturas, produziu eventos geológicos
como terremotos e rachaduras, criando vulcões e levantamento
de porções da litosfera, o que gerou a formação dos continentes e,
dentro destes, das montanhas. Nesse verdadeiro “caos organizado”,
muitas espécies de animais e vegetais surgiram e outras foram desa-
parecendo nos bilhões de anos das eras geológicas.
Fotos593/Shutterstock.com
Geografia em cena
LuFeeTheBear/Shutterstock.com
condições. Nesse contexto, é importante que
seja utilizado o saber produzido por todas as
disciplinas do campo das ciências naturais, pois
são os conhecimentos pertencentes a esse cam-
po que permitem a compreensão das transfor-
mações que criaram as condições essenciais
para a origem da vida sobre o planeta Terra.
Andrea Obzerova/Shutterstock.com
Fenômenos geológicos na Caverna de Fingal, na ilha desabitada de Staffa, na Escócia.
C
118
Holoceno 11 mil
Origem de grandes cordilheiras de montanhas.
Glaciações no Hemisfério Norte. Configuração
Plantas como as
Quaternário Seres humanos
de hoje
dos atuais continentes e oceanos.
Plioceno 12 milhões
Mamíferos
Mioceno 23 milhões
Pássaros
Terciário Oligoceno 35 milhões Pinheiros Insetos
Répteis
Eoceno 55 milhões Primatas
Paleoceno 70 milhões
Peixes
petróleo. Era em que os dinos-
Intensa atividade vulcânica e
Pássaros
MESOZOICA
Primeiros répteis e
mineral. Ocorrência de glaciações no
Primeiros insetos
Hemisfério Sul.
Proterozoica Algonquiano
PRÉ-CAMBRIANA
formas de vida.
3,9 bilhões
2:28
Arqueozoica
Formação dos
primeiros oceanos Arqueano Primeiros seres vivos
e de reservas de
minérios de ferro.
Cenário 3
Radiografia da
Terra
Diálogo com o
A litosfera
professor Nos capítulos anteriores, analisamos a representação do plane-
ta Terra, bem como sua estrutura interna e sua relação com o espaço
sideral. Neste momento, percorreremos as profundezas do nosso
planeta desvendando o que existe no seu interior.
O tema é uma boa oportunidade para dis- Se nos fosse possível fazer uma viagem da superfície externa
cutir a relação de equilíbrio que existe entre as da Terra até o seu centro, percorreríamos, se saíssemos das proxi-
midades da Linha do Equador, 6.367 km em linha reta. Contudo,
diferentes camadas externas do Planeta. Levar essa viagem é impossível, dada a dureza das rochas, a diversidade de
o aluno à compreensão de que existem relações gases e a temperatura, que vai se tornando cada vez mais elevada à
capitais e um elo entre a atmosfera, hidrosfera, medida que vamos nos aprofundando.
Reprodução
litosfera e biosfera é fundamental, pois, se em
qualquer uma delas houver uma ação depreda-
tória, todo o sistema entrará em agonia
Sugestão de
abordagem
Poço de Kola, Rússia. A escavação mais profunda feita pelo homem.
Para que o aluno compreenda de forma
A dificuldade é tão grande que até hoje, com todo o avanço
clara a dinâmica do manto e sua relação com a alcançado pela ciência e tecnologia, a maior profundidade atingida
litosfera, é necessário trabalhar com imagens, foi na Rússia, onde, com objetivos científicos, perfurou-se o poço
principalmente animadas. Existem vários fil- de Kola (imagem acima), com uma profundidade de 12.261 km.
Vale destacar que o projeto foi abandonado após a descoberta de
mes e documentários que mostram o deslo- um enorme depósito de hidrogênio, que ameaçava explodir caso se
camento de magma, vulcanismos, etc. Na In- tentasse ir mais fundo.
A pergunta que você deve estar fazendo agora é: então como é
ternet, você pode encontrar animações em
que se conhece o interior da Terra?
PowerPoint sobre o tema. A verdade é que a maioria do conhecimento que os cientistas
têm sobre o interior do Planeta é fruto de estudos indiretos, além
da perfuração de alguns poços e da observação direta dos vulcões e
terremotos.
Leitura
complementar 120 Capítulo 5 – A Terra por dentro e por fora
120
Capítulo 5 – A Terra por dentro e por fora 121 • Litosfera: camada mais externa da Terra, de
comportamento rígido. Inclui a crosta e a por-
ção superior do manto, com cerca de 100 km
2:28 CG_6ºano_05.indd 121 07/03/2018 13:42:28 de profundidade.
de 5.200 km até o centro da Terra, a cer- sólida da Terra, uma fina camada externa com • Astenosfera: camada situada logo abaixo da
ca de 6.400 km. O núcleo interno é sóli- cerca de 40 km de espessura. A crosta contém litosfera, que se encontra parcialmente fundida
do porque a pressão no centro é muito alta materiais relativamente leves, com temperatu- (menos de 10% de fusão) e apresenta compor-
para o ferro fundir-se (a temperatura em ras de fusão baixas. A maioria desses materiais, tamento plástico. Estende-se de 100 a 250 km
que qualquer material se funde eleva-se que facilmente se fundem, é composta de ele- de profundidade, aproximadamente, estando
com o aumento da pressão). mentos de silício, alumínio, ferro, cálcio, mag- totalmente situada no interior do manto.
nésio, sódio e potássio, combinados com oxi- • Mesosfera: camada rígida, de tempera-
Crosta da Terra gênio. Todos eles, com exceção do ferro, estão turas e pressões muito elevadas, que com-
entre os elementos sólidos mais leves. preende o restante do manto, estendendo-
Outros materiais líquidos e menos den- Recentemente, no oeste da Austrália, um -se do limite inferior da astenosfera ao limite
sos separaram-se das substâncias geradoras, flu- fragmento do mineral zircão foi datado com a manto-núcleo.
tuando em direção à superfície do oceano de idade de 4,3 a 4,4 bilhões de anos, constituin- • Núcleo externo: corresponde à porção
magma, onde se resfriaram para formar a crosta do-se no mais antigo material terrestre já des- externa do núcleo que é líquida. Estende-se da
121
IndianSummer/Shutterstock.com
N
Dados%20fisicos.htm. Acesso em: 27/02/2010. O L
Diálogo com o
professor
Anotações
C
122
Deriva continental
América do Norte a
Sinus Borealis á s i
Eurásia u r
a Eurásia
P a n g e i
L
Pantalassa Tetid
G
e
Tetide
o
d África
n
Sinus w
África Australis an
América do Sul a
Índia
a
Austrália
Antártida
2:29
África
América do Sul África
Oceania América do Sul Índia
Austrália
Antártida Antártida
Placas tectônicas
N
O L
0 2.663 km 5.326 km
Magmáticas Magmáticas
Fluxo de vecção
Fluxo de
materiais materiais
n
co
e
ed
Corrent
A força gerada pela corrente de convecção do manto direciona a forma de movimento que será
efetuada por cada placa tectônica.
Expansão do Expansão do
fundo marinho fundo marinho
Plano de
Geração de Astenosfera
deslizamento
Astenosfera
crosta oceânica
das placas
zonas de dorsais submarinas podem provocar a formação de ilhas. Já no caso das fos-
Destruição da crosta oceânica
sas oceânicas, a profundidade pode superar os 10 mil m.
2 O Homo sapiens sapiens foi o último estágio da escala evolutiva dos hominídeos. Devido à sua capa-
cidade de modificar a natureza, o homem pode se considerar mais importante que os demais elementos
da natureza. Esse pensamento é correto? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal.
3 De que forma o uso do Carbono 14 e Urânio 235/238 são importantes para o estudo do passado
geológico da Terra?
A datação dos vestígios de animais, vegetais e minerais permite reconstruir o passado geológico e o
4 “Dinossauro é a denominação comum para qualquer grupo de criaturas répteis, já extintas, que an-
daram pela Terra por mais de 160 milhões de anos. A palavra deriva do grego deinos (terrível) e sauros
(lagarto). Contrariando as imagens exibidas no cinema, os dinossauros jamais comeram os homens.
De fato, nenhum humano jamais viu um dinossauro. Eles desapareceram há mais de 60 milhões de
anos, e o Homo sapiens data de aproximadamente 40 mil anos.”
(Fonte: http://discoverybrasil.uol.com.br/dino/dinosaur_facts/dinosaur_era.shtml?cc=U. Acessado em 09/10/2012.)
a. Aponte as características de maior destaque das eras geológicas citadas no texto acima.
Além dos dinossauros, a Era Mesozoica ficou marcada pelo aparecimento de anfíbios, peixes, répteis
restas e a intensa atividade vulcânica também se destacam nessa era. Já o Cenozoico detém, como ca-
racterística fundamental, o aparecimento da espécie humana, além da origem das grandes montanhas
recentes.
5 Já aprendemos que tempo histórico é diferente de tempo geológico. A seguir, temos algumas imagens.
Associe-as ao tempo que devemos empregar para compreendê-las e justifique suas respectivas respostas.
ocorram.
As rochas
Ciclo das rochas
Como vimos nos cenários 2, 3 e 4, o nosso planeta consolidou
a sua camada externa, que passou a ser denominada de litosfera
(esfera de pedra). Essa camada é composta principalmente de di-
versos minerais sólidos que se originaram naturalmente ao longo
de milhares de anos. Esses minerais formaram agregados naturais
chamados rochas, ou seja, um conjunto constituído por um ou
mais minerais, geralmente endurecidos. Contudo, em virtude da
variedade de ambientes, as rochas desenvolveram cores, texturas,
formatos e tamanhos diferentes.
Resfriamento Soerguimento
e cristalização e erosão
Mar
Soerguimento Resfriamento
e recristalização
e erosão
Resfriamento
e cristalização Rocha
Soterramento e
reinstalação metamórfica
Magma
derretimento
CG
Rochas magmáticas, ou
ígneas
Na história geológica da Terra, as primeiras rochas formaram-
-se no exato momento em que a crosta do Planeta começou a se
Características do granito
quartzito mármore
com a estética. Já na Idade Média, o grani- 130 Capítulo 5 – A Terra por dentro e por fora
to passou a ser usado largamente nas casas e
nas igrejas. Atualmente, é muito utilizado na
construção civil como ornamento e na deco- CG_6ºano_05.indd 130 07/03/2018 13:42:32 CG
ração de interiores. Diferença entre o granito e o mármore risca enquanto o granito, devido à
mármore sua resistência, não pode ser riscado.
Extração de granito no Brasil O granito é mais duro e resistente que
o mármore, uma vez que é composto basi- Curiosidades
O Brasil é um dos principais produtores camente de três minerais (mica, feldspato e
de granito e está entre os maiores exportadores quartzo), enquanto o mármore é formado por O termo granito é derivado do italiano e
do mundo. Cada estado brasileiro possui extra- um mineral e a calcita. Ademais, o granito não significa granulado. A palavra mármore pro-
ção da rocha e, dependendo do local, o granito possui tantos veios, sendo menos poroso que vém do latim marmor e do grego marmaros
varia de tonalidade. Assim, entre o granito mais o mármore. Em relação à coloração, o granito que significa pedra branca, ou pedra que brilha.
valorizado do Brasil está o baiano, no qual as é mais mesclado e apresenta pontos pretos, en-
rochas são azuis (azul-Bahia). Já em Minas Ge- quanto o mármore possui uma cor mais uni- Disponível em: https://www.cristaisdecurvelo.com.br/
rais são lilases (lilás-Gerais) e no Estado de São forme. Uma maneira de identificar se a rocha pages/GRANITO-%252d-Aprenda-Mais-Sobre-Este-
Paulo são verdes (verde-Ubatuba). é mármore ou granito é riscar a superfície: o Mineral.html. Acesso em : 07/12/2017.
130
131
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e 30.000 anos atrás. Comentando o estudo, a
sedimentar, para produção de energia; o mármore, rocha metamór-
antropóloga Sally McBrearty, da Universida- fica originada do calcário, para a decoração. Esses são exemplos do
de de Connecticut, afirmou que, ao fazer es- emprego das rochas na era atual. Observe a imagem ao lado.
sas armas, os humanos arcaicos teriam usado Geografia em cena
lascas de pedras cuidadosamente selecionadas
por sua textura e com uso do calor para po- O mármore mais valorizado
der trabalhar com elas mais facilmente. Eles do mundo
teriam moldado as lâminas em formas geomé- Revestimento em mármore. Carrara é uma comuna italiana da região da Toscana, com cer-
tricas, provavelmente para o uso de flechas ati- ca de 65.560 habitantes. Estende-se por uma área de 71 km2, desde
radas de arcos. as montanhas até o mar, por uma largura média de 8.940 km.
O mármore de Carrara é famoso desde a Roma Antiga,
Isso, por outro lado, implicaria que aque- quando foi utilizado para construir o Panteão. Muitas escul-
les homens teriam de coletar outros materiais turas do Renascimento, como, Davi, de Michelangelo, foram
feitas de mármore.
como madeira, fibras, penas, osso e tendões
A produção de mármore da cidade é exportada para todo
por um período de dias, semanas ou meses, o o mundo. Ali também é esculpido e trabalhado o mármore de
que teria sido interrompido por outras tare- outras partes do mundo de forma comercial.
fas mais urgentes. “A habilidade de preservar e
Asier Villafranca/Shutterstock.com
alexandre zveiger/Shutterstock.com
manipular operações e imagens de objetos na
memória, e depois executar procedimentos, é
um componente essencial da mente moderna”,
escreveu McBrearty.
peerasak kamngoen/Shutterstock.com
homens-da-caverna-produziam-armas-antes-do-que-se-
imaginava/ Acesso em: 07/12/2017.
Anotações
132
Sinopse: Trevor Anderson é um cientista cujas teorias não são bem aceitas pela comunidade cientí-
Sugestão de
fica. Decidido a descobrir o que aconteceu com seu irmão Max, que simplesmente desapareceu, ele
parte para a Islândia juntamente com seu sobrinho Sean e a guia Hannah. Entretanto em meio à ex-
filme
pedição eles ficam presos em uma caverna e, na tentativa de deixar o local, alcançam o centro da Terra.
Lá eles encontram um exótico e desconhecido mundo perdido.
Os Flintstones
Diretor: Brian Levant
A árvore da vida Sinopse: O executivo Cliff Vandercave e sua
Direção: Terrence Malick. secretária promovem um teste de aptidão na
Ano: 2011.
Pedregulho & Cia., onde Fred Flintstone aca-
ba levando a melhor. Ele troca seu trabalho
Sinopse: Os O’Brien tiveram três filhos, criados com grande rigidez pelo pai. O mais velho deles, Jack, como operador de bronto-escavador por um
sempre teve atritos com o pai, em parte por reconhecer em si mesmo um pouco dele. Além disto, já
adulto, Jack enfrenta um forte sentimento de culpa devido à morte de seu irmão. cargo de vice-presidente. Mas a coisa não é tão
boa quanto parece: os dois estão planejando
Encerramento usar Fred como bode expiatório num grande
1 Leia o texto abaixo. esquema de fraude.
Se a história geológica da Terra fosse condensada nas 24 horas de um dia, o homem moderno só
surgiria quando faltassem três segundos para a meia-noite. À primeira vista, seria um obscuro coadju- Sugestão de
vante numa movimentada trama de mais de 4,5 bilhões de anos. Mas esse modesto personagem revo-
lucionou o seu roteiro: sobreviveu a glaciações, espalhou-se da África para outros continentes, tomou abordagem
conta do mundo e interferiu em praticamente todos os ecossistemas.
Capítulo 5 – A Terra por dentro e por fora 133 Recomendamos o uso do longa-metra-
gem os Flintstones por abordar o uso das pe-
dras como suporte para o dia a dia, fazendo re-
2:33 CG_6ºano_05.indd 133 07/03/2018 13:42:33 ferência às necessidades do homem moderno
mano, como herdeiros dessa grande civili- mentais para a construção de prédios, palácios, adaptadas ao tempo em que o filme se passa.
zação, construíram enormes prédios, mo- castelos, igrejas, monumentos, esculturas, pra-
numentos, túmulos, esculturas, estradas, ças, estradas, viadutos, portos, etc. A Itália usa- Anotações
viadutos, portos, etc., com vários tipos de ro- va mármore e travertino; a Espanha, mármore;
cha ornamental, como os mármores, calcários, a França, arenito; a Finlândia e a Suíça, granito
travertinos, brechas, arenitos, porfírios, gra- e assim por diante, iniciando-se novamente um
nitos, etc., na Europa, África e Ásia, e muitos grande comércio dessas rochas. Por exemplo,
perduram até hoje, apesar de terem sido cons- para a construção da igreja em São Petersburgo,
truídos antes do nascimento de Cristo. Nessa a Rússia comprou da Finlândia grande quantida-
época já começava o comércio intensivo de vá- de de blocos de rapakivi-granito, até hoje muito
rias rochas extraídas nos três continentes. conhecido no mundo inteiro. O transporte era
Durante a Idade Média, a humanidade feito por navios e depois pela neve e gelo. Nessa
volta a usar grande quantidade de rochas orna- época, temos um aumento do uso de mármores
133
cessidades.
www.sandatlas.org/Shutterstock.com
Ela apresenta uma fotografia de uma rocha magmática. Analisando a rocha da foto, ela é do tipo intru-
siva ou extrusiva? Que evidências o levaram a essa resposta?
Do tipo intrusiva. A presença de cristais visíveis a olho nu.
Coluna 1 Coluna 2
1 Litosfera 3 É o centro da Terra. É composto principalmente de ferro e ní-
2 Manto terrestre quel. Sua temperatura é acima de 6.000 °C.
a. O fóssil citado na reportagem foi encontrado em que tipo de rocha? Justifique como você chegou a
essa conclusão.
Rochas sedimentares. Animais e vegetais mortos podem ser soterrados por sedimentos e, após milhares
Resposta pessoal.
Horizontais
1
1. Situado entre a crosta e o núcleo.
2 N Ú C L E O 2. Camada interna da Terra com temperaturas
2
mais elevadas.
I M 3. Camada superior da litosfera.
4. Período que marca o início do tempo histórico,
T A ou seja, o período de surgimento dos seres huma-
nos (de baixo para cima).
O G
S 1 M A N T O
F A
3 C R O S T A
4 Q U A T E R N Á R I O
Verticais
1. Camada exterior sólida da superfície da Terra que
abrange a parte superior do manto e a crosta terrestre.
2. Massa pastosa que origina as rochas ígneas.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Anotações
tterstock.com
Daniel Prudek/Shu
137
David P. Smith/Shutterstock.com
abordagem
Sugestão de
filme
Planalto
Planalto é uma forma de relevo relativamente elevada delimi-
tada por escarpas ou rampas e com o topo mais ou menos plano.
Esse tipo de relevo, como veremos no próximo capítulo, é construí-
do por agentes internos, que, por meio de uma força muito grande
vinda do interior do Planeta, elevam uma grande porção da crosta
terrestre. O planalto apresenta um predomínio muito grande da
ação de desgaste e erosão das suas rochas e do seu solo como conse-
quência da ação do vento, da chuva e das geleiras, portanto desloca
materiais para as áreas mais baixas, acarretando nessas deposições
de sedimentos.
wildzero/Shutterstock.com
7:25
Montanha
São as formas do relevo terrestre que apresentam as maiores
elevações, geralmente de cume pontiagudo, vertentes muito incli-
Mapa hipsométrico
O L
0 2.511 km 5.022 km
CG
ANDRE DIB/Shutterstock.com
Para uma aula que estimule a criativida-
de e as percepções espaciais, recomendamos a
feitura de trabalhos manuais com papel, cola e
tinta guache na qual os alunos, com o auxílio
do professor, poderão elaborar maquetes com
Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, Brasil.
os principais tipos de relevos vistos neste ce-
nário. Sempre com a orientação do educador e
A Serra da Mantiqueira estende-se por três estados do Brasil:
a referenciação com os conteúdos abordados.
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na foto, parte da Serra da
Mantiqueira em Passa-Quatro, Minas Gerais.
Depressão Anotações
Não é difícil compreender uma depressão. Basta imaginar uma
Nasa
área baixa localizada entre áreas mais altas, ou seja, depressão se
constitui numa grande área rebaixada pela erosão provocada no de-
correr de vários dos milênios. Existem dois tipos de depressão:
Depressão absoluta: Área cujo rebaixamento do relevo está
abaixo do nível do mar. As maiores depressões absolutas co-
nhecidas são o Mar Morto, entre a Jordânia e Israel, que está
a 392 m abaixo do nível do mar; o Vale da Morte, no Deserto
de Mojave, Estados Unidos, a 86 m abaixo do nível do mar; e
o Mar Cáspio, na divisa entre a Europa e a Ásia, a 28 m abaixo
do nível do mar. No Brasil, não existem depressões absolutas.
Depressão relativa: Áreas localizadas em altitudes mais bai-
xas do que as terras que a circundam, porém acima do nível
do mar. No Brasil, podemos citar a Depressão da Amazônia
Ocidental, a Depressão Norte-Amazônica e a Depressão
Sul-Amazônica, todas no Estado do Amazonas.
Depressão absoluta do Mar Morto. Entre
Israel, Jordânia e Palestina.
No Nordeste temos a depressão Sertaneja–São Francisco, na
região do semiárido.
Chapada
Em algumas regiões, surge, nos planaltos, uma unidade do re-
levo bastante diferente, com topo de grande extensão e superfícies
horizontais, de topo plano e limites escarpados, denominada de
chapada. Para compreender o que é uma chapada, imagine uma
mesa alta e bem comprida, e você terá desvendado a forma de um
relevo de origem sedimentar (rochas pouco resistentes).
:25
141
Nível do mar
Depressão absoluta
Planície
Equador
Depressão Norte-amazônica
onas Pl
an
az ície
Am s e tabuleiros
c i e do Rio Ama
zônia Oriental lit
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a
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Planaltos e
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Depress e Parnaíba
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Depressão
cis Sertaneja do
Plan are São Francisco
a lto e Chapada dos P
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De
Planaltos Trópico
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Em bacias sedimentares órnio
Em estruturas cristalinas e
dobramentos antigos
Depressões
Em estruturas sedimentares N
Em estruturas cristalinas 0 326 km 652 km
O L
Planícies
Em estruturas sedimentares antigas S
Anotações
:26
143
Photomaxx/Shutterstock.com
rampa, área contínua por onde há escoamen-
to das águas das chuvas, e, com isso, dimi-
nuir a velocidade de escoamento da água su-
perficial. Ademais, contribui para a recarga de
aquíferos.
Em solos com plantio direto, a presença O plantio de arroz em terraços nas Filipinas é um exemplo de adaptação dos grupos humanos
de palha contribui para aumentar a rugosida- a áreas montanhosas.
de do terreno, estabilizar os agregados do solo Algumas sociedades, porém, desenvolveram em diversas épo-
cas da história tecnologias e formas de ocupar regiões cujo relevo
e impedir a desagregação das partículas pelo apresenta-se demasiadamente montanhoso. Sociedades como a dos
contato direto com as gotas de chuvas, o que incas desenvolveram técnicas agrícolas fabulosas para solucionar os
resulta em maiores taxas de infiltração e dimi- problemas que as áreas montanhosas impõem à prática da agricul-
tura. Como aprendemos, essas áreas apresentam encostas bastante
nuição do volume de escoamento da água pela inclinadas, o que acarreta um aumento da velocidade das águas da
enxurrada. Mesmo em solos com plantio di- chuva, provocando erosão. Portanto, qualquer plantio que fosse
realizado seria levado pela enxurrada. No caso dos incas, seria, pois
reto, a enxurrada pode ser expressiva, princi-
esses americanos pré-colombianos foram os responsáveis por de-
palmente com chuvas de alta intensidade e é senvolver a técnica de terraceamento, cortando degraus nas encos-
agravada em terrenos com rampas longas ou tas das montanhas para facilitar a preparação do solo e impedir a
erosão provocada pelas enxurradas. A técnica é tão eficiente que até
de declividade acentuada. Nessas situações, a atualidade é utilizada por diversas sociedades.
pode até mesmo ocorrer a remoção da pa-
lhada pela enxurrada, o que agrava a perda de 144 Capítulo 6 – As formas e os agentes internos do relevo
água e de matéria orgânica, mesmo que se per-
ca pouco solo. Por isso, há um grande equí-
voco em se afirmar que lavouras sob sistema CG_6ºano_06.indd 144 07/03/2018 13:47:27
plantio direto não necessitam de terraceamen- raços em lavouras sob sistema de plantio direto. A maior rugosidade do
to. Argumenta-se, erroneamente, que a palha terreno e menor desagregação dos agregados do solo sob sistema plantio
que recobre o solo retém a enxurrada, quando direto contribuem para o maior espaçamento entre terraços, mas não para
na verdade, a palha aumenta a velocidade de sua eliminação. Adicionalmente, o terraceamento contribui para o mane-
infiltração e diminui a desagregação do solo, jo das águas das estradas e para o retardamento e a contenção do aporte
mas não reduz completamente a enxurrada. A de agroquímicos aos mananciais hídricos. Em sistema de plantio direto,
eliminação dos terraços em sistema de plantio isso é ainda mais relevante, já que os corretivos, fertilizantes e herbicidas
direto também é motivada pela maior facili- tendem a permanecer um maior tempo na superfície do solo, e os tornam
dade na operação de implementos agrícolas mais predispostos à movimentação pela enxurrada e, dessa forma, aumen-
destinados à semeadura, pulverização de agro- tam o risco de poluição de rios e lagos.
tóxicos e colheita dos grãos. Contudo, não há
dados científicos que auxiliem no estabeleci- Disponível em: https://www.embrapa.br/documents/10180/13599347/ID01.pdf.
mento de critérios para a retirada total de ter- Acesso em: 07/12/2017.
C
144
Andrevruas
Geossistemas
Autor: Robert W. Christopherson
Sinopse: Essa obra tem o propósito de defi-
nir toda a geografia física fazendo a cobertu-
ra dos seguintes tópicos: sistemas, atmosfera,
energia, água, clima e sistema meteorológico,
a interface Terra–atmosfera, solos, ecossiste-
mas e biomas. Utiliza imagens por satélite e Fossa marinha
de sensoriamento remoto detalhadas, infor-
Bloco-diagrama representando o relevo submarino e da crosta terrestre.
mação estatística, ilustrações, cartografia, fo-
tografias coloridas e quadros com explicações O bloco-diagrama é a representação gráfica de uma determi-
nada porção da superfície do Planeta elaborada com técnicas de
adicionais sobre os temas principais. Ao fi- perspectiva. Por meio dele, ao observar o relevo, podemos com-
nal de cada capítulo, a seção Resumo e Revisão preendê-lo de forma tridimensional, ou seja, profundidade (altu-
agrupa cada conceito de aprendizagem do ca- ra), largura (lateralidade) e comprimento.
Todo bloco-diagrama tem sua feitura baseada em um mapa
pítulo de forma narrativa, seguida de pergun- da área que se deseja representar. No início, eram apenas técnicas
tas relacionadas. gráficas e de desenho; contudo, o desenvolvimento de novas e mo-
dernas tecnologias tem qualificado essa forma de representação do
relevo, tornando cada vez mais fácil o seu entendimento.
Gênese e evolução das formações superficiais
nos trópicos 146 Capítulo 6 – As formas e os agentes internos do relevo
Autor: Carlos Roberto Espindola
Sinopse: A presente obra pode ser credita-
do um enfoque agrogeológico, ao inserir o CG_6ºano_06.indd 146 07/03/2018 13:47:27
solo e o relevo na história do globo terres- Processos erosivos e recuperação de áreas degradadas
tre, em seus processos evolutivos nas suces- Organizadores: Antonio José Teixeira Guerra e Maria do Carmo Olivei-
sivas mudanças das paisagens ao longo do ra Jorge
tempo geológico. O agrupamento das dife- Sinopse: O livro explica conceitos, métodos e aplicações com a preocupa-
rentes categorias de solos em classes taxo- ção de desenvolver o estudo, o controle e a prevenção da erosão acelerada,
nômicas é apresentado, com destaque para escorregamentos e quedas de barreiras. Entre os temas abordados, estão:
o mundo intertropical, a elas sendo atribuí- geotecnologias no estudo de feições erosivas e movimentos de massa; mo-
dos mecanismos genéticos em nível hierár- delagens; ação do homem e do clima nos processos geomorfológicos; bioen-
quico elevado. Ainda que mecanismos natu- genharia na recuperação de áreas degradadas; e erosão costeira.
rais devastadores.
C
146
Ensaio geográfico
1 Em uma viagem de férias, você percebeu que alguns agricultores realizam seus plantios em áreas de
encostas de morro, como no desenho abaixo.
nível, ou terraceamento.
C D E
B
A
7:27
mTaira/Shutterstock.com
do da ação combinada de diversos atores que acontecer. Elas fazem parte do ciclo natural do clima e, com o aque-
esculpem, desgastam e esculturam o relevo le- cimento global, deverão ficar ainda mais intensas. Nessa área, como
a ação humana potencializou a ação da natureza?
vantado ou rebaixado pelo vulcanismo, tecto-
nismo ou abalos sísmicos. A retirada da vegetação natural das encostas potencializou a ação
Por meio de um trabalho em conjun- da natureza. A atuação das águas das chuvas costuma ser intensa
to com Física, pode-se identificar a força que
nas regiões de clima tropical. No caso das águas pluviais, é comum
provoca a quebra e modelagem do relevo em
warmer/Shutterstock.com
áreas secas, quer seja pelo movimento de di- nas áreas com relevo em declive formarem-se as enxurradas, que,
Anotações
148 Capítulo 6 – As formas e os agentes internos do relevo
C
148
Os agentes internos
da formação do
relevo
Os fatores que
modificam o relevo
Você já estudou que o interior de nosso planeta não está para-
Naeblys/Shutterstock.com
do. Muito pelo contrário, em virtude do calor proveniente do nú-
cleo e do manto (magma), o interior do Planeta está em constante
movimentação (você já deve ter visto em filmes que vulcões entram
em erupção e que terremotos de vez em quando acontecem). É jus-
tamente essa movimentação que acarreta elevações e rebaixamen-
tos na crosta terrestre.
Por outro lado, você já deve também ter percebido como a for-
ça destruidora das chuvas, dos rios e do mar pode provocar desgaste
na superfície da Terra.
Cruzando as informações dos dois últimos parágrafos, tran-
Limite de placas tectônicas convergentes.
quilamente, você chegará à conclusão de que o relevo pode ser
explicado como o resultado da relação complementar entre o que
chamamos de agentes internos, como vulcanismo e terremotos, e
agentes externos, como a chuva, os ventos e os rios — além, é claro,
daulon/Shutterstock.com
dos tipos de rocha que estão espalhados pela litosfera.
As rochas, dependendo da sua dureza, podem facilitar ou difi-
cultar o trabalho dos agentes internos ou externos.
Mopic/Shutterstock.com
7:28
Origem de um tsunami.
Limites entre as placas tectônicas. Círculo do Fogo do Pacífico e Dorsal mesoatlântica, respec-
tivamente.
Dutourdumonde Photography/Shutterstock.com
Estabeleça comparações entre as zonas
climáticas da Terra com a climatologia desen-
volvida pela altimetria montanhosa. Indique
Terremoto em Katmandu, Nepal (2015).
as diferenças de ambientes naturais existentes Milhares de pessoas morreram nessa tra-
gédia.
a partir da altitude
Os atores ou agentes internos são forças que se originam da ativi-
Este é um conteúdo que exige uma abor- dade do magma e que, impulsionados contra a litosfera, acarretam fenô-
dagem interdisciplinar. É fundamental que menos de contração, deslocamento, quebra ou encurvamento da crosta
terrestre. Podemos dividi-los em três tipos: tectonismo, vulcanismo e
haja essa interação entre Geografia, Química abalos sísmicos, ou terremotos. Convém salientar que a maioria desses
e Física, pois assim os alunos poderão apren- eventos ocorre nas áreas de choque entre placas tectônicas.
der, com propriedade, questões como a va-
riação da pressão, umidade, temperatura; já Cenário 4
a Biologia tem sua atenção voltada para ex-
plicar a formação de ecossistemas diferentes
em virtude dessas variações. Por isso, é im-
Tectonismo
portante manter sempre uma boa comuni- Movimentos na crosta
cação com os professores das outras discipli-
nas para que a integração do conteúdo ocorra terrestre
de maneira natural e enriqueça o processo de É a atividade consequente do deslocamento das placas tectô-
nicas impulsionadas aleatoriamente pelo magma. Dessa atividade,
ensino-aprendizagem.
podem resultar fenômenos geológicos, como a formação de dobra-
mentos e falhas.
Anotações
Falhamentos
Falhas são quebras nas estruturas rochosas por causa do des-
locamento do magma. O processo de formação das falhas ocorre
da seguinte maneira: as placas tectônicas, ao se deslocar, provocam
grandes pressões nas rochas, acarretando modificação de suas es-
truturas. Esse movimento chega a quebrá-las, o que gera as falhas.
Nessas áreas, ocorrem deslocamentos de grandes blocos ro-
chosos, modificando a paisagem de acordo com a direção destes
deslocamentos. Dessa forma, onde um bloco foi levantado e outro
rebaixado, pode surgir uma escarpa de montanha. Já em uma área
onde dois blocos são levantados e um rebaixado, pode surgir um
vale, uma garganta, um cânion ou, genericamente, uma depressão.
Observe, nas imagens a seguir, os principais tipos de falha, suas des-
crições e consequências.
C
150
Placa
Placa
Astenosfera
Limite
convergente
Limite Limite Limite
transformante divergente convergente Zona de rachadura continental
Arco de
ilhas
Fossa Vulcão Fossa
escudo
Cone compacto Expansão do fundo oceânico
Crosta
Litosfera
oceânica Crosta
Astenosfera continental
Ponto quente
Zona de
subducção
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Falha normal.
7:29
Vista aérea das linhas de falhas geológicas provocadas pela movimentação das placas tectônicas
no Uzbequistão oriental, Ásia.
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As macroformas estruturais
Ikluft
sempre se mostram com relevos muito diver- horizontais que provocam a quebra e o deslocamento de blocos,
paralelamente, em sentidos opostos. É muito comum na área onde
sos e de longas fases erosivas. São terrenos que as placas tectônicas se deslocam paralelamente. O exemplo mais
guardam características de baixos planaltos conhecido é o da Falha de San Andreas, nos Estados Unidos, apre-
sentada na imagem ao lado.
ou, ainda, que assumem aspectos de depres-
sões posicionadas às margens de bacias sedi-
mentares ou dos cinturões de cadeias orogê-
Dobramentos
nicas antigas. Aprendemos que o Planeta é formado pelas placas tectônicas e
que estas se movimentam. Pois bem, nesse deslocamento, algumas
Os grandes domínios estruturais da Terra
placas chocaram-se, e esse deslocamento horizontal, no qual duas
estão assim distribuídos: no continente ameri- placas se comprimem, acarretou a formação de grandes encurva-
cano, aparecem o Escudo das Guianas, o Bra- Falha de San Andreas. Califórnia, Estados
mentos de forma côncava ou convexa em estruturas rochosas da
crosta. Essas formações são denominadas dobramentos.
sileiro e o Canadense; no continente africano, Unidos.
Contudo, nem sempre que dois blocos se encontram e compri-
o Saariano; na Europa, o Russo-fenorsândico; mem-se horizontalmente ocorre a formação de dobramentos. Se a
na Ásia, o Siberiano, o Chinês e o Indiano; e, rocha não for maleável, ou seja, se não houver plasticidade da rocha,
esta se quebrará, formando o que geologicamente se chama falha.
na Austrália, o Escudo Australiano. Na natureza, as rochas plásticas são aquelas que apresentam
No território brasileiro, o Escudo das capacidade de ser modeladas, moldadas, sem se romper ou quebrar.
Guianas é caracterizado preferencialmen- Essa característica é encontrada nas rochas sedimentares de super-
fície, que são leves e frágeis.
te por rochas metamórficas muito antigas do
Pré-cambriano Médio a Inferior, ocorrendo
ainda rochas intrusivas e vulcânicas bastante A formação dos grandes
velhas, e alguns trechos apresentam cobertura dobramentos
sedimentar antiga.
Ao olhar o planisfério com as placas tectônicas, você notará
O mesmo ocorre com a Plataforma Sul-
que, nas áreas de choque ou encontro de duas dessas placas, surgem
-amazônica e a do São Francisco, que recebem as mais elevadas cadeias de montanhas. Essas regiões são denomi-
a denominação de Escudo Brasileiro. Ambas nadas de dobramentos modernos, pois, geologicamente, esse en-
contro que gerou tais dobramentos ocorreu no Período Terciário
correspondem a terrenos relativamente bai- da Era Cenozoica. Contudo, existem outras áreas de dobramentos
xos (400–600 metros), ocorrendo algumas
áreas com coberturas sedimentares residuais, 152 Capítulo 6 – As formas e os agentes internos do relevo
como a Chapada do Cachimbo e o Planalto
dos Parecis. Observando-se as eras geológi-
cas da Terra, verifica-se que as plataformas, ou CG_6ºano_06.indd 152 07/03/2018 13:47:32 CG
crátons, enquadram-se na Era Pré-cambriana, tados Unidos; as do Tchad, Congo e Zambe- ocupando 75% da superfície emersa da Terra,
cujas idades estão entre 900 milhões e 4,5 bi- se, na África; a do centro-norte da Europa; embora, em volume, as rochas sedimentares
lhões de anos, caracterizando-se por serem os a do centro-sul da Austrália; a Amazônica, sejam bem menos representativas do que as íg-
terrenos mais trabalhados pelos processos ero- a do Parnaíba e a do Paraná, na América do neas e metamórficas.
sivos e também os mais estáveis do ponto de Sul, são exemplos de grandes bacias, cujas ori- 3. As cadeias orogênicas, ou cinturões
vista tectônico. gens e idades são posteriores ao Pré-cambria- orogênicos, correspondem aos terrenos mais
2. As bacias sedimentares constituem no. São chamadas de bacias fanerozoicas, ou elevados da superfície terrestre. São áreas de
outra estrutura de grande representatividade seja, que se formaram ao longo do Paleozoico, grande complexidade rochosa e estrutural,
territorial ao longo dos continentes. Essas ba- do Mesozoico e do Cenozoico, por meio de geradas por efeito de dobramentos acompa-
cias são formadas por espessos pacotes de ro- diferentes fases de deposição marinha, glacial nhados de intrusões, vulcanismo, abalos sís-
chas sedimentares que chegam a ultrapassar 5 ou continental. micos e falhamentos. Correspondem aos ter-
mil metros. Bacias sedimentares, como as do As bacias sedimentares recobrem parcial- renos mais instáveis, nos quais prevalece forte
Colorado e do Mississippi-Missouri, nos Es- mente as áreas cratônicas, ou de plataformas, atividade tectônica. As cadeias orogênicas en-
152
Oceano
Índico
N
Placa Indo-australiana Placa Euro-asiática
O L
contram-se preferencialmente nas bordas dos cionada com a Tectônica de Placas. Os proces-
continentes, nos limites com os Oceanos Pa- sos de geração das cadeias orogênicas sempre
cífico e Índico e no Mar Mediterrâneo. As ca- ocorrem na superfície terrestre, à semelhança
deias orogênicas que mais se destacam são os do que acontece com a formação das bacias se-
Andes, na América do Sul; as Montanhas Ro- dimentares. As sucessivas movimentações das
chosas/Serra Nevada, na América do Norte; placas tectônicas, ciclos erosivos pelos quais a
os Pirineus e os Alpes, na Europa; os Cárpa- crosta terrestre passou ao longo de sua histó-
tos/Cáucaso/Himalaia na Ásia; e os Montes ria, fizeram surgir e desaparecer bacias sedi-
Atlas, no norte da África. mentares e cadeias montanhosas e até mesmo
As cadeias orogênicas são os terrenos mudar a configuração geográfica dos conti-
mais recentes produzidos pela atividade tectô- nentes e oceanos. No Brasil, há registros da
nica. Sua idade está entre o fim do Mesozoico existência de antigas bacias sedimentares pré-
e o Cenozoico, sendo que sua gênese está rela- -cambrianas que encobriam parcialmente as
153
Epicentro
Foco ou
hipocentro
NoPainNoGain/Shutterstock.com
sos ocorre na crosta oceânica, bem abaixo do nível da água, pro-
vocando fortes sismos denominados maremotos, ou tsunamis,
palavra japonesa que designa as gigantescas e destrutivas ondas
formadas que avançam sobre as ilhas e os continentes, provocando
forte destruição.
daulon/Shutterstock.com
Onda
Designua/Shutterstock.com
Epicentro de um terremoto.
Tsunami atinge a costa.
O tsunami ocorre por liberação de energia resultante da colisão entre placas tectônicas. Essa energia
se propaga no oceano. Quando essa onda de energia se aproxima da plataforma continental forma
ondas gigantescas.
Antonio Nardelli/Shutterstock.com
Como funciona a Escala
Richter
Você já deve ter ouvido falar que no
Brasil não existem terremotos. Na verdade,
pequenos tremores de terra acontecem por
aqui de vez em quando, mas raramente têm
vítimas ou efeitos graves. A força de um ter-
remoto é estimada pela sua magnitude, que
está relacionada com a energia sísmica libe-
rada no foco e também com a amplitude das
ondas registradas pelos sismógrafos. Terremoto em Amatrice, Itália, foi tão devastador que as autoridades disseram: “metade da ci-
dade já não existe mais”.
Tanto no nosso país quanto no mundo,
a magnitude desses tremores pode ser medi- 156 Capítulo 6 – As formas e os agentes internos do relevo
da pela chamada Escala Richter, desenvolvi-
da em 1935 pelo pesquisador norte-ameri-
cano Charles F. Richter e pelo alemão Beno CG_6ºano_06.indd 156 07/03/2018 13:47:36
Gutenberg. De acordo com a quantidade de feita a partir da observação dos danos Não existe correlação direta entre mag-
energia liberada por um tremor, há um nú- nas construções, nas pessoas ou no meio nitude e intensidade de um sismo. Um terre-
mero correspondente na escala. Sismos com ambiente. Esses efeitos podem ser maiores moto forte pode produzir intensidade baixa
mais de 4,5 graus, por exemplo, já costu- ou menores, de acordo com fatores como a ou vice-versa. Fatores como a profundidade
mam provocar estragos. Não há um limite distância do foco do terremoto, com a área, de foco, distância do epicentro, geologia da
matemático para os tremores, mas o terre- se habitada ou não, com as construções, se área afetada e qualidade das construções ci-
moto mais intenso da história alcançou 9,5 bem-construídas ou não. vis são parâmetros que acabam por determi-
pontos e foi registrado no Chile em 1960. Assim como as escalas de magnitu- nar o grau de severidade do terremoto. Já a
É possível calcular também a força de, existem diferentes escalas de intensida- magnitude independe destes fatores.
de um terremoto por meio da intensidade de sísmica. A mais usada é a que foi criada
sísmica, que é uma medida dos efeitos por Giuseppe Mercalli em 1902 e modifica- Disponível em: http://www.ebc.com.br/infantil/
produzidos pelos terremotos em locais da posteriormente, chamada Escala de Mer- voce-sabia/2013/01/como-funciona-a-escala-richter.
da superfície terrestre. A classificação é calli Modificada (MM). Acesso em: 07/12/2017.
C
156
Escala de Mercalli
Destruição total: “ondas” na superfície do solo, cursos de rios alterados e
XII visão distorcida.
Trilhos ferroviários dobram-se; estradas abrem fendas; grandes fendas
XI aparecem no solo; caem rochas.
A maioria dos edifícios destruída, grandes desabamentos e água
X lançada para fora dos rios.
1 2 3 4 5 6 7 8 8.9
Escala Richter
Sugestão de
leitura CG_6ºano_06.indd 158 07/03/2018 13:47:36
Vulcanismo
A força “destruidora”
dos vulcões
Geologicamente, o vulcanismo é o nome do conjunto de pro-
cessos pelos quais o magma ou a lava chega até a superfície da crosta
terrestre. Letais, os vulcões foram, em épocas primitivas, associados
à atividade dos deuses, que em momentos de ira despejavam fogo e
materiais ferventes como forma de punir os mortais.
Hoje sabemos que as manifestações vulcânicas, como a erup-
ção, nada têm a ver com sentimentos divinos, e sim com as pressões
no manto. Este impulsiona, para a superfície, magma, cinzas, lapíli
(pedaços sólidos de rocha), e gases, que se espalham tanto pela su-
perfície, resfriando-se posteriormente, quanto pela atmosfera, alte-
rando temporariamente as condições meteorológicas.
A imagem de um vulcão em atividade é semelhante a um co-
losso incandescente, contudo você não deve imaginar que aque-
la montanha já começou da forma que você a vê atualmente. Na
verdade, o edifício vulcânico foi sendo construído ao longo de
milênios a partir de uma rachadura no solo e da solidificação do
magma que chegou à superfície, camada após camada. Observe
a figura abaixo, que mostra o esquema de um bloco-diagrama de
um vulcão.
snapgalleria/Shutterstock.com
Nuvem de erupção
Chuva ácida Coluna de
erupção
Fluxo
Cone da cratera piroclástico
7:36
Deslizamento de lava
Deslizamento de terra Deslizamento
de terra
Respiradouro
Câmara de magma
Byelikova Oksana/Shutterstock.com
sustadores, porém, quando adormecem, legam para a humanidade
formas de relevo majestosas, como ilhas, montanhas e lagos em an-
tigas crateras. A lava expelida, ao se acumular, resfria-se formando
magníficos planaltos rochosos, bem como edifícios.
Eduard Kyslynskyy/Shutterstock.com
Vulcão Krakatoa, Indonésia.
pcruciatti/Shutterstock.com
Lagos de crateras. Vulcão Kelimutu, na Indonésia.
Gretar Ívarsson
perspectivestock/Shutterstock.com
dade romana, situada próxima
área denominada Cinturão de Fogo do Pa- ao vulcão Vesúvio (arredores de
cífico, para que o aluno compreenda e identi- Nápoles, sul da Itália). No ano
fique espacialmente a região do Planeta onde de 79, esse vulcão entrou em
erupção violenta, provocando
é mais frequente a ocorrência de terremotos um forte terremoto e expelindo
e vulcanismos. Após essa compreensão, apre- grandes quantidades de pedras
incandescentes, lava vulcânica,
sente materiais jornalísticos com reportagens
poeira e fumaça tóxica.
de ocorrência de terremotos em áreas distan- A cidade de Pompeia foi
tes do Cinturão de Fogo e discuta sobre quais totalmente coberta, e quase
toda população morreu soterra-
os motivos que acarretam esses fenômenos. da. As cidades vizinhas de Her-
culano e Stabia também foram
atingidas. No final do século
Anotações XVIII, a cidade foi redescober-
ta por um agricultor que, ao trabalhar na região, localizou um
Ruínas da cidade de Pompeia, sul da Itália.
muro da cidade. Nos dois séculos seguintes, as ruínas da cidade
foram escavada por arqueólogos. Casas, prédios públicos, aque-
dutos (sistema de condução de água), teatros, termas, lojas e ou-
tras construções foram encontrados. Os arqueólogos acharam
também objetos e afrescos (pinturas em paredes) que revelaram
importantes aspectos do cotidiano de uma cidade típica do Im-
pério Romano. Porém, o que mais impressionou os pesquisado-
res foram os corpos atingidos pelas lavas vulcânicas, encontrados
petrificados em posição de proteção.
Atualmente, as ruínas do sítio arqueológico de Pompeia
são visitadas por milhares de turistas do mundo todo.
(Disponível em: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/pompeia.htm.
Acessado em: 25/02/2015. Adaptado.)
Porojnicu Stelian/Shutterstock.com
Corpos petrificados no sítio arqueológico de Pompeia.
C
162
Placa Eurasiana S
Placa
Norte-Americana
Himal
aia
Trópico de Câncer
Placa das Placa Arábica
Placa Caraíbas Oceano
Placa do Placa
Pacífico de Cocos Oceano Filipina Pacífico
Equador Atlântico
An Oceano
Oceano Placa Africana Índico
Placa de
de
Pacífico
Nazca
s
Trópico de Capricórnio
Placa Indiana
Placa
Sul-Americana
Placa Antártica
Vulcões ativos
O impossível
Direção: Juan Antonio Bayona.
Ano: 2012.
Sinopse: Baseado em fatos reais, o filme acompanha a trajetória de uma família que tenta sobreviver
e se reencontrar após um tsunami de proporções devastadoras atingir a costa da Tailândia.
Limite vertical
Direção: Martin Campbell.
Ano: 2000.
Sinopse: Uma avalanche prende uma equipe de esquiadores no K2, a segunda montanha mais alta do
mundo. A 8 mil metros de altitude e com temperaturas muito baixas, sua única esperança de sobrevi-
vência é a expedição de resgate liderada pelo jovem alpinista Peter Garrett.
2 A partir do que estudamos sobre os agentes internos do relevo, observe a imagem a seguir e responda
às questões.
3 “O Brasil é um país muito tranquilo. Em nosso território, não existem maremotos, terremotos,
vulcões e furacões.” Essa frase foi muito repetida durante vários anos para justificar a tranquilidade
existente em nosso país. Reescreva a frase retirando os erros contidos nela e tendo em vista os conheci-
mentos adquiridos neste capítulo.
Em nosso território não existem maremotos, terremotos e furacões, mas temos vulcões extintos.
Reprodução
Ela apresenta uma das 33 xilogravuras da série Fuji, elaboradas entre 1823 e 1829, e mostra um tsuna-
mi. Sobre esse fenômeno, responda às seguintes perguntas:
a. Em que áreas geológicas do Planeta ele pode acontecer?
Em áreas de instabilidades tectônicas.
Anotações
0º
0 2.663 km 5.326 km
Zonas sujeitas a abalos sísmicos
Em maio de 2008, um terremoto de 7,8 graus na Escala Richter atingiu severamente a Província de
Sichuan (China), matando milhares de pessoas. Em janeiro de 2009, um tremor de terra, de 6,2 graus,
atingiu a Costa Rica, causando prejuízos materiais, além de ceifar vidas. Em setembro de 2009, tremo-
res de terra, de 7,6 graus, atingiram a Indonésia, provocando mortes e danos materiais.
Considerando o mapa, os fatos acima citados e seus conhecimentos, responda:
contato entre a Placa Sul-americana e a Placa de Nazca, com frequentes sismos de grande intensidade.
168
Objetivos
pedagógicos
169
Aleksandr Sadkov/Shutterstock.com
Neste primeiro momento, várias ferra-
mentas e procedimentos metodológicos po-
dem ser utilizados, como imagens que apresen-
tem a origem e evolução do relevo do Planeta,
ocupação de morros e encostas, barreiras, áreas
de drenagem, etc. Fazer isto é importante para
mostrar tanto a adaptação das sociedades às di-
ferentes formas de relevo como as consequên-
cias visíveis e possíveis dessas ações.
Anotações
Ilha de pedra calcária em Beirute, Líbano.
C
170
Reprodução
quentes e úmidos. Está ligado, principalmente, à água da chuva, de
rios, de lagos e oceanos, que acarreta decomposição ou alteração
dos minerais e das rochas, transformando-os em minúsculos frag-
mentos, comprometendo a sua composição química.
Por outro lado, o intemperismo biológico diz respeito à ação
de organismos vivos, como vegetais e animais, inclusive seres huma-
nos, sobre as rochas.
lesma orelha-de-pau
milípede
caramujo larva
centopeia
Alteração química em bloco rochoso.
tatuzinho
larva de
besouro
0:28
bactérias
Reprodução
ta-vento. Assim, é possível simular a força do
vento e exercitar a criatividade.
Leitura
complementar
tras estruturas em escala reduzida (maquetes). Vento de Camada Limite Atmosférica. mosférica do IPT – afirma Padovezi – é uma fer-
Esta é uma ferramenta estratégica, capaz de “Esse equipamento permite realizar en- ramenta necessária e, ao mesmo tempo, eficaz
gerar subsídios para projetos arquitetônicos saios que reproduzem as diferentes condições para atender à demanda do governador Geraldo
de porte, especialmente no caso de constru- de escoamento do ar próximo à superfície. Alckmin por estudos técnicos visando ao refor-
ções sujeitas ao impacto das mudanças climá- Desta forma, é possível assegurar a confiabi- ço estrutural das edificações que possam ser sub-
ticas. “Estamos falando de um túnel de vento lidade de equipamentos, estruturas e com- metidas a fortes ventanias. “A competência mul-
com características especiais”, explica Carlos ponentes submetidos a cargas de ventos de tidisciplinar, técnica e laboratorial do Instituto
Padovezi, diretor de operações e negócios do grandezas variáveis. Podemos determinar os estará à disposição de São Paulo na busca de so-
Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). efeitos das cargas de vento sobre estruturas luções de projetos que contribuam para minimi-
Segundo Padovezi, para atender às de- de edifícios, casas, pontes, telhados e viadutos zar os impactos das mudanças climáticas”.
mandas crescentes por testes de segurança es- para dar mais confiabilidade aos respectivos
trutural em setores como o da construção ci- projetos construtivos”. Disponível em: www.ipt.br/notícias_interna.php?id_
vil, o IPT construiu e opera um Túnel de O Túnel de Vento de Camada Limite At- noticia=732. Acesso em: 20/02/2018.
C
172
0:29
Como os ventos
moldam o relevo
Atuando principalmente em áreas secas, semiáridas e litorâ-
neas, o vento destaca-se por produzir um incessante trabalho não
apenas destrutivo. Esculpe e modela formas antigas, pois também
transporta sedimentos (fragmentos rochosos ou detritos) e depois
os acumula, criando novas e únicas formas de relevo.
ronnybas/Shutterstock.com
ronnybas/Shutterstock.com
Pichugin Dmitry/Shutterstock.com
Leitura
complementar Parque Nacional Bryce Canyon, Utah,
EUA.
A onda, formação rochosa de Coyote
Buttes, Utah, EUA.
Formações de Arenito, Tassili n’Ajjer,
Argélia.
Por outro lado, a deflação atua sobre o solo como se fosse uma
Bons ventos e a garantia de um verdadeira lixadeira, desenvolvendo um trabalho de desgaste a par-
tir dos fragmentos de rochas transportados. Em algumas áreas de
futuro limpo clima árido, os fragmentos maiores são depositados, criando am-
plos desertos pedregosos denominados reg. Já em outras áreas de-
sérticas, a deflação, ao retirar constantemente areia de um único
A produção global de energia eólica pode local, pode provocar escavação de depressões que acabam expondo
atingir 2.000GW (gigawatts) até 2030, suprir o lençol subterrâneo, criando os oásis.
entre 17 e 19% da necessidade elétrica mun-
Pascal RATEAU/Shutterstock.com
Patrick Poendl/Shutterstock.com
dial, gerar dois milhões de empregos e redu-
zir a emissão de dióxido de carbono (CO2) em
três bilhões de barris por ano. Esses são dados
obtidos a partir de uma análise divulgada hoje
pelo GWEC (Conselho Global de Energia
Eólica, na sigla em inglês) e o pelo Greenpeace
Internacional. Para 2050, estima-se que a ener-
gia eólica seja responsável por 25% a 30% do
abastecimento mundial.
A análise leva em consideração dados Deserto do Saara na Líbia, norte da África. Lago de Umm al-Ma, deserto do Saara, Líbia.
apresentados pela AIE (Agência Internacio-
nal de Energia), levantados especialmente 174 Capítulo 7 – Os agentes externos do relevo
para este relatório. A ideia é mostrar como a
geração de energia eólica pode oferecer, em
nível de produção global, redução das emis- CG_6ºano_07.indd 174 07/03/2018 13:50:30 CG
sões de CO2, geração de empregos e redução “As políticas de incentivo e as lideran- drelétricas, ou pese no bolso do consumidor,
de custos e investimentos. ças devem estar alinhadas nesse processo para como as térmicas”, afirma Barbara Rubim, da
A queima de combustíveis fósseis faz o que a produção de energia a partir de fontes campanha de energia do Greenpeace Brasil.
setor energético responsável por mais de 40% limpas se fortaleça cada vez mais, visando al- No Brasil, estima-se que a energia eólica
das emissões de CO2 e 25% das emissões to- cançar um acordo climático na Conferência seja responsável por 11,6% da produção ener-
tais de gases que causam o efeito estufa. Para do Clima em 2015, em Paris”, disse Sven Tes- gética e pela criação de 17 mil empregos em
cumprir as metas de proteção climática, um ke, da campanha de energia do Greenpeace 2030. O caminho para chegar a esses núme-
dos principais focos deve ser a produção de Internacional. ros começou a ser traçado em 2009, com o pri-
energia. O potencial energético que a geração “Investir em energias renováveis, como as meiro leilão exclusivo para a fonte.
eólica apresenta é ideal para iniciarmos o pro- eólica e a solar, é o único caminho que temos
cesso de redução das emissões de carbono para para garantir que nossa crescente demanda Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
manter o aumento da temperatura global a 2 ºC por energia vá ser atendida sem que isso cau- Blog/bons-ventos-e-a-garantia-de-um-futuro-limpo/
ou menos. se danos socioambientais, como as grandes hi- blog/51037//. Acesso em: 11/12/2017.
174
marchello74/Shutterstock.com
Denis Burdin/Shutterstock.com
Entre 1901 e 2010, o nível médio dos
mares ao redor do Planeta subiu, em média,
19 centímetros. O período de maior elevação
é recente, de 1993 a 2010, quando a taxa de
elevação correspondeu a mais de 3,2 milíme-
tros por ano.
As projeções são do quinto relatório
(AR5) do Painel Intergovernamental sobre
Duna na praia de Ponta Negra, Natal-RN. Dunas do Deserto do Saara. Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em in-
glês), que indicam que o nível do mar vai su-
Após destruir e desgastar vastas porções do relevo, o vento
transporta os fragmentos a grandes distâncias pelas tempestades de bir, globalmente, entre 26 centímetros e 98
areia ou suspensos na atmosfera e depois finaliza temporariamente centímetros até 2100.
sua obra a partir da deposição ou acumulação de sedimentos — por O climatologista José Marengo, coorde-
exemplo, construindo formas de relevo que são verdadeiras monta-
nhas de areia denominadas dunas. nador-geral de Pesquisa e Desenvolvimen-
to do Centro Nacional de Monitoramento
Cenário 3 e Alertas de Desastres Naturais (Cema-
den), alerta que uma das consequências da ele-
175
FotoRequest/Shutterstock.com
-praia provocaram uma redução da linha de
praia em mais de 20 metros em Boa Viagem,
segundo os autores do estudo.
Leitura
complementar
Como o derretimento de Falésias de Moher, no Condado de Clare, Irlanda.
byvalet./Shutterstock.com
que penetram no mar.
Já faz mais de um século que temos os Após a ação destrutiva das ondas, pela ação de outros fatores
— como as correntes oceânicas e os organismos vivos —, o mar
antibióticos, desde que Alexander Fleming pode realizar um trabalho de acumulação e posterior sedimentação
descobriu a penicilina. Mas as bactérias não nas áreas litorâneas.
deixaram por menos: elas responderam evo- Continuando o seu trabalho, o mar atua de forma construtiva
a partir da acumulação de sedimentos (areia, cascalho, etc.) trans-
luindo sua resistência aos antibióticos. A bata- portados pelas ondas e correntes marinhas. Dessa forma, surgem
lha parece sem fim: nós passamos tanto tempo as chamadas costas de acumulação, das quais destacamos praias,
com patógenos, que às vezes desenvolvemos tômbolos e restingas.
Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.
As praias são formas de relevo baixas construídas pelo acúmu-
um tipo de impasse natural. lo de sedimentos depositados pela ação das águas dos oceanos, ma-
Anna Hoychuk/Shutterstock.com
No entanto, o que aconteceria se nós, de res e rios. Uma praia é formada por sedimentos de quartzo, restos
repente, ficássemos expostos a bactérias e ví- de conchas de animais e sedimentos rochosos. Já os tômbolos são
formas litorâneas construídas pela acumulação de sedimentos em
rus mortais que ficaram ausentes por milha- forma de “cordão” que ligam uma ilha ao continente. Por seu turno,
res de anos ou então que nunca vimos antes? as restingas são feições litorâneas constituídas por uma linha de
sedimentos formando um cordão paralelo ao litoral. Esse cordão
É possível que estejamos perto de desco-
arenoso é depositado pela ação das correntes marinhas e começa
brir que aconteceria. As mudanças climáti- a ser formado na área terminal de uma saliência litorânea, como
cas estão derretendo o solo da região do ártico um cabo. Em alguns casos, as restingas podem fechar baías e ensea-
das, formando lagoas costeiras, como as dos Patos e Mirim, no Rio
que existia ali por milhares de anos e, confor- Cabo de São Lucas, México. Grande do Sul, e a de Araruama, no Rio de Janeiro.
me o solo derrete, ele vai liberando antigos ví-
rus e bactérias que, depois de ficarem tanto 176 Capítulo 7 – Os agentes externos do relevo
tempo “dormentes”, voltam à vida.
Em agosto de 2016, em uma região remo-
ta da tundra da Sibéria, chamada Península Ia- CG_6ºano_07.indd 176 07/03/2018 13:50:31 CG
mal no Círculo Ártico, um garoto de 12 anos mil renas nasceram infectadas ali, e houve um anos. Isso significa que o derretimento das gelei-
morreu e pelo menos 20 pessoas foram hospi- número menor de casos em humanos. ras pode abrir a caixa de pandora das doenças.
talizadas após terem sido infectadas por antraz. O medo agora é que esse não tenha sido A temperatura no Círculo Ártico está au-
A teoria é que, há mais de 75 anos, uma rena um caso isolado. mentando rapidamente, cerca de 3 vezes mais
infectada com antraz morreu e sua carcaça con- Conforme a Terra vai aquecendo, mais ca- rápido do que no resto do mundo. Conforme
gelada ficou presa sob uma camada de solo tam- madas do permafrost vão derretendo. Sob cir- o permafrost derrete, outros agentes infeccio-
bém congelado, chamado de permafrost. Lá, ela cunstâncias normais, cerca de 50cm das camadas sos podem ser liberados.
ficou até a onda de calor que invadiu a região no mais superficiais derretem no verão. Mas com o “O permafrost é um bom lugar para pre-
verão de 2016 e derreteu o permafrost. aquecimento global, camadas mais profundas e servar micróbios e vírus, porque ele é frio,
Isso expôs a carcaça da rena infectada e li- antigas têm derretido também. não tem oxigênio e é escuro”, explica o biólo-
berou o vírus para a água e para o solo do local O permafrost congelado é o lugar perfeito go evolucionista Jean-Michel Claverie da Uni-
e, consequentemente, para os alimentos que para as bactérias se manterem vivas por um lon- versidade Aix-Marseille, na França.
as pessoas que viviam lá comiam. Mais de 2 go período de tempo, talvez até um milhão de “Vírus patogênicos que podem infectar
176
Tramont_ana/Shutterstock.com
infecções foram enterradas.”
Por exemplo, na década de 1890, hou-
ve uma epidemia grande de varíola na Sibé-
ria. Uma cidade perdeu praticamente 40% de
sua população. Seus corpos foram enterrados
sob o permafrost nas margens do rio Kolyma.
Cerca de 120 anos depois, a enchente do rio
começou a erodir as margens e o derretimento
do permafrost acelerou o processo de erosão.
Em um projeto que começou nos anos
1990, cientistas do Centro Estadual de Pesqui-
sa de Virologia e Biotecnologia em Novosibirsk
analisaram os restos de pessoas da Idade da Pe-
Tômbolo na Baía de Biscaia, Espanha.
dra que foram encontrados no sul da Sibéria, na
região de Gorny Altai. Eles também testaram
Cenário 4 amostras de cadáveres de homens que haviam
morrido durante epidemias virais no século
Ação do gelo, ou XIX e foram enterrados no permafrost russo.
Os pesquisadores dizem que eles encon-
glacial traram corpos com feridas características das
marcas deixadas pela varíola. Eles não chega-
A transformação do ram a encontrar o vírus da varíola em si, mas
detectaram fragmentos de seu DNA.
relevo pelas geleiras Certamente, não é a primeira vez que
Em regiões frias, polares, semipolares e até temperadas, a água uma bactéria congelada voltou à vida.
Andreea Dragomir/Shutterstock.com
177
Nicram Sabod/Shutterstock.com
microscópios. Eles foram encontrados a 30
metros de profundidade na tundra costal.
Uma vez “vivos” de novo, esses vírus se
tornaram rapidamente infecciosos. Para a
nossa sorte, esses vírus em particular somen-
te infectam seres monocelulares, como ame-
bas. No entanto, o mesmo estudo sugere que
outros vírus que podem infectar humanos po-
dem ser ressuscitados da mesma forma.
E não é só o aquecimento global que pode
derreter diretamente o permafrost para termos Fiorde na Noruega.
uma ameaça. Isso porque o gelo do Mar Ártico Já as geleiras de montanha, constituídas pelo acúmulo de neve
em depressões do terreno, formam, pelo desgaste no terreno, pro-
está derretendo, então a costa norte da Sibéria
fundos e arredondados vales, chamados de circo glacial. A neve,
se tornou mais acessível pelo oceano. Como re- ao congelar, aumenta o seu volume, criando uma “língua de gelo”,
sultado disso, a exploração industrial, incluin- chamada língua glacial, que se projeta no sentido da descida da
montanha. Essa língua, ao deslocar-se lentamente ano após ano,
do a exploração de minas por ouro e minerais, acarreta erosão, transporte e acumulação de detritos. Essas forma-
e a própria exploração de petróleo e gás natural ções são denominadas morainas.
estão se tornando agora mais lucrativas.
Fedor Selivanov/Shutterstock.com
pedrosala/Shutterstock.com
“Neste momento, essas regiões estão de-
sertas e as camadas mais profundas de perma-
frost são deixadas em paz”, explicou Claverie.
“No entanto, essas camadas mais antigas po-
dem ser expostas por escavações de minas ou Picos del Infierno, Espanha.
No entanto, entre os vírus conhecidos, o vírus rus de um Neandertal há muito tempo extin- rias têm um DNA que codifica fatores de vi-
gigante tende a ser mais resistente e quase im- to sugere que a ideia de que um vírus pode rulência: moléculas que produzem bactérias e
possível de quebrar.” ser erradicado do Planeta é errada, e nos dá vírus patogênicos, o que aumenta sua capaci-
Claverie afirma que vírus dos primeiros um falso senso de segurança”, pontua Clave- dade de infectar um hospedeiro.
humanos a habitarem o Ártico podem ressur- rie. “E é por isso que deveríamos manter es- A equipe de Claverie também encontrou
gir. Poderíamos até mesmo ver vírus de espé- toques de vacina, para caso voltemos a preci- algumas sequências de DNA que pareciam vir
cies humanas há muito tempo extintas, como sar delas um dia.” de vírus, inclusive da herpes. No entanto, eles
o Neandertal e Denisovan, que se estabeleceram Desde 2014, Claverie analisa os DNAs ainda não encontraram nenhum traço de va-
na Sibéria e foram infectados com várias doen- de camadas de permafrost, buscando carac- ríola. Por razões óbvias, eles não tentaram rea-
ças virais. Restos do homem de Neandertal de terísticas genéticas de vírus e bactérias que vivar nenhum dos patógenos.
30-40 mil anos atrás foram encontrados na Rús- poderiam infectar humanos. Ele encontrou
sia. Populações viveram ali por milhares de anos. evidências de muitas bactérias que provavel- Disponível em: www.bbc.com/
“A possibilidade de nós pegarmos um ví- mente são perigosas para humanos. As bacté- portuguese-earth-39905298
C
178
3 6
9
2 7 8
1
4
5
2 Na mesma imagem da atividade anterior, identifique pelo número e denomine as formas do relevo
litorâneo produzidas pela ação acumuladora, construtiva ou sedimentar das águas marinhas.
Prais, restinga e tômbolo.
transformador?
Formação de arenito, oriundo da ação dos ventos.
0:31 4 Na imagem abaixo, é bastante clara a ação do intemperismo sobre o relevo. Observe, identifique e
descreva-a.
As rochas estão sofrendo com a ação do intemperismo
Jorge Moro/Shutterstock.com
biológico.
ChameleonsEye/Shutterstock.com
Trabalhador rodoviário interrompe o tráfego devido a deslizamento. Cable Bay, Nova Zelândia.
C
180
Cenário 6
Ação humana, ou
antrópica
As sociedades humanas, em seu incessante trabalho de apro-
priação e transformação do espaço natural, são os principais atores
no processo de transformação do
relevo — sobretudo em um mo-
mento histórico no qual as tec-
nologias disponíveis são inúme-
ras e cada vez mais eficientes. Isso
pode ocorrer de forma consciente
ou inconsciente; ao cortar a ve-
getação primitiva, mudar cursos
0:32
fluviais, construir habitações, en-
tre outros, acarreta, por um lado,
a transformação direta do relevo
e, por outro, uma aceleração ou
Ronaldo Almeida/Shutterstock.com
um retardamento do processo de
transformação do relevo terrestre
pelos atores naturais.
Exemplo da intervenção humana na nature-
za. Urbanização no morro. Rio de Janeiro.
2012
Direção: Roland Emmerich.
Ano: 2009.
Sinopse: Em 2008, o presidente americano convoca uma reunião de emergência com as principais po-
tências para conversar sobre um grande perigo para a humanidade. Os anos passam e, já perto de 2012,
as autoridades decidem que não é mais possível conter o grande perigo que pode ser o fim do mundo.
Sinopse: O cineasta Werner Herzog, de O homem urso — considerado um dos melhores documentá-
rios de todos os tempos —, mais uma vez flerta com o gênero e agora faz uma viagem à gélida Antár-
tida para capturar umas das mais belas imagens já vistas — sobre e debaixo do gelo.
2 Observe a imagem abaixo e depois marque V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas.
b. Identifique as áreas onde você não construiria uma casa. Por quê?
Sugestão de resposta: O aluno deve considerar que as áreas íngremes são mais suscetíveis aos processos
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno identifique que, nesse tipo de relevo, há mais vulnerabilidade
4 (Ufal)
A imagem mostra um dos maiores
Jose Reynaldo da Fonseca
Nessas áreas, todas as vezes que há a ameaça de chover, as pessoas entram em pânico. Sobre essas áreas,
responda às perguntas abaixo.
c. Quais medidas devem ser tomadas para proteger as pessoas que moram nessas áreas?
Não cortar vegetação primitiva e não realizar construção sem a devida orientação técnica.
Capítulo 8
cias deste processo.
• Compreender a distribuição da água em
suas diferentes formas no contexto planetário.
• Descrever um rio depreendendo a sua im-
As águas do planeta portância para as diferentes sociedades.
• Identificar analiticamente os problemas
Terra O Deserto da Judeia é delimitado pelas montanhas a
oeste e pelo Mar Morto a leste. Existem muitas reser-
vas naturais fascinantes, sítios históricos e mosteiros e ambientais gerados pela utilização incorreta
panoramas primitivos que o tornam um lugar singular
e emocionante para visitar. dos rios e apontar possíveis soluções.
• Caracterizar as bacias hidrográficas, desta-
cando suas formas de utilização e os princi-
pais impactos ambientais provocados por essa
utilização.
• Descrever os diferentes componentes de
uma bacia hidrográfica.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
185
Sugestão de
Pulmão Cérebro
abordagem 83% 73%
Fígado Coração
Utilize fotografias e filmes sobre a Antár- 79% 73%
tida e o Ártico para introduzir os estudos e de-
senvolver a temática. Músculos Rins
79% 79%
Anotações
Sangue
79%
C
186
O L 0 2.663 km 5.326 km
Nela, fica claro o predomínio do azul das águas oceânicas sobre Planisfério físico ilustra a proporção de
água em relação às terras continentais. São
as terras emersas, isso levando-se em consideração apenas as águas 3/4 de água sob a superfície terrestre.
salgadas; se contabilizarmos as águas doces continentais dos rios,
lagos, geleiras, lençóis e águas subterrâneas, fica evidente por que a
denominação de Planeta água.
Cenário 2
Ciclo natural da
água
A origem do ciclo
hidrológico e a
interferência do homem
Na natureza, a água está em constante movimentação e trans-
formação dentro de um sistema chamado ciclo hidrológico, ou
2:43
ciclo da água.
Todo o processo teve início há milhões de anos, quando o Pla-
neta começou a se resfriar e consolidar sua crosta, liberando o va-
por e os gases que criaram a atmosfera primitiva. Nessa atmosfera,
formaram-se as primeiras nuvens e, destas, as primeiras chuvas, que
preencheram as depressões da litosfera, criando os mares, os lagos
e as lagoas. Ao escoarem sobre a superfície, essas águas escavaram
canais por onde seguiriam criando os rios, bem como, ao infiltrar-
-se pelo solo, fizeram surgir os lençóis subterrâneos.
Armazenamento
Armazenamento de
de água no gelo
água na atmosfera
Condensação
Precipitação Evapotranspiração
Evaporação
Escoamento
Escoamento superficial superficial
proveniente do gelo
Nascente Armazenamento
de água doce
De
sc
arg Armazenamento de
ad
oa água nos oceanos
quíf
ero
Armazenamento de
água subterrânea
Cenário 3
Recursos hídricos
do Planeta
Distribuição das águas
no planeta Terra
A água na Terra é distribuída da seguinte forma: 97,5% é sal-
gada, e 2,5% é doce. Do volume de água doce, nem tudo está dis-
ponível para o consumo: 68,9% está localizado em geleiras e calo-
tas polares; 30,79%, no subsolo; 0,3%, em lagos, rios e pântanos; e
0,01%, na atmosfera.
Essa quantidade de 2,5% é suficiente para abastecer a deman-
da de toda a humanidade se utilizada de maneira racional. Porém,
a distribuição de água doce em nossa superfície é desigual. Por
exemplo, o Brasil possui a maior reserva de água doce superficial e
subterrânea do mundo, enquanto que países como a Austrália de-
senvolveram tecnologia para tratar a água do esgoto a fim de rea-
proveitá-la para o consumo humano em algumas de suas cidades.
Legenda
até 500
entre 500 e 1.000
N entre 1.000 e 1.700
0 2.663 km 5.326 km
O L
entre 1.700 e 5.000
mais 5.000
S
97,5%
Mares e oceanos
(água salgada)
0,04% 0,36%
Atmosfera Lagos, rios
e pântanos
77,2% 22,4%
Geleiras e calotas polares Subsolo
Relevo submarino
N
Oceano Glacial Ártico
O L
CG
Diálogo com o
professor
Estabelecer a diferença entre o oceano
e os mares é fundamental. Explique que ma-
res são as porções de um oceano que estão em
contato com as terras emersas.
Anotações
no globo terrestre.
Geografia em cena
:46
191
Pinguins
(Aptenodytes forsteri e
Pygoscelis adeliae)
Vivem ao pé das barreiras de
Plâncton gelo ou em ilhotas. Alimentam-se
de cefalópodes, peixes e krill.
Foca caranguejeira
(Lobodon
carcinophagus)
Vive sobre o
gelo marinho
e se alimenta
especialmente de
krill.
Europa: mares
Mar da Noruega
N
(aberto)
O L
Mar Cáspio S
(fechado)
Mar Mediterrâneo
(interior)
N Oceano
O L
RR AP
Atlântico
S Equador
AM
Aquífero Alter do Chão
MA CE
PA RN
PI PB
PE
AC
TO AL
RO
BA SE
MT
DF
GO
MG
MS ES
Aquífero Guarani
SP RJ
Paraguai PR
Pacífico
Oceano
SC
Oceano
RS
Argentina Atlântico
Uruguai 0 446 km 892 km
Gbuglok/Shutterstock.com
Anotações
Bernhard Staehli/Shutterstock.com
mostrar o balanço de quanto gelo
foi derretido e quanta água ga-
nharam os oceanos nos últimos
vinte anos foi publicado pela re-
vista científica Science em 2012.
Segundo o estudo, entre 1992 e
2011, as geleiras da Groenlân-
dia perderam, em média, 152
bilhões de toneladas de gelo por
ano. O calor não foi tão rigoroso
no outro polo, mas, ainda assim,
as geleiras da Antártida derrete-
ram 71 bilhões de toneladas de
gelo. O resultado é que as geleiras
contribuíram com o aumento de
11,1 milímetros no nível do mar
desde 1992. Estima-se que o ní-
vel dos oceanos deve aumentar
Geleiras antárticas em processo de derretimento.
mais de um metro até 2100.
:48
195
EVAPORAÇÃO
EVAPORAÇÃO
INFILTRAÇÃO
2 Os gráficos abaixo nos mostram alguns valores importantes sobre a quantidade e o consumo de
água no mundo. Observe-os atentamente e responda.
disponível 20%
30,5%
Lavagem de roupa
35%
10% Cozinha e Higiene
água de beber pessoal
5% Lim
peza
69,5% 30%
ind l
isponíve
Descarga em
vaso sanitário
21%
industrial
69% Fonte: CLARKE, Robin T.; KING, Jannet. O atlas da água. São Pau-
agrícola lo: Publifolha, 2005.
o consumo, pois grande parte está concentrada em geleiras, no subsolo, na atmosfera, etc.
b. Qual o setor de atividades que mais consome água? Pesquise as causas e consequências desses dados.
O setor agrícola. Recomenda-se que a pesquisa seja conduzida pelo professor. Sugira que os alunos pes-
quisem por notícias recentes e textos que tratem com ceticismo os impactos ambientais desse consumo.
c. No gráfico sobre consumo doméstico, vemos que se gasta mais água em higiene pessoal. Que medi-
das cada um de nós pode tomar para reduzir nosso consumo em casa?
Sugestão de resposta: Manter a torneira fechada enquanto escovamos os dentes, passar menos tempo
3 Mar interior S
4
a. 3 Mar Mediterrâneo – 1.
b. 2 Mar Cáspio – 2. 3
c. 3 Mar Báltico – 3. 6
d. 1 Mar da Noruega – 4.
e. 1 Mar Cantábrico – 5. 5 2
f. 2 Mar de Aral – 6.
Ebla Asur
Ugarit Rio
Chipre Síria Mari
Eu
fra
Qadesh t es
Biblos
Mar Sídon Acádia
Eshnunna
Mediterrâneo Tiro
Babilônia
Nipur
Susa
Palestina Deserto Kish Suméria
Sírio Larsa Umma Elam
Uruk Lagash
Tânis
Baixo Egito Ur
Caldeia
Mênfis
Península
do Golfo
Rio Nilo
Sinai Pérsico
Egito Deserto da Arábia
Ma
r
Ve
Alto Egito
rm
elh
N
Crescente Fértil
O L
o
A Mesopotâmia, que significa entre rios, localizava-se na faixa entre os rios Tigre e Eufrates.
Os regimes fluviais
O volume das águas do rio sofre variações ao longo do ano. Os
rios não são abastecidos apenas pelas suas nascentes, eles possuem
três tipos de regime: pluvial, nival e misto.
O regime pluvial de abastecimento é caracterizado pela ali-
mentação das águas dos rios por meio das chuvas. Assim, de acordo
com os índices pluviométricos, as águas dos rios terão ou não uma
maior vazão (volume). É por isso que, ao longo do ano, o nível do
rio varia de acordo com a estação. No Brasil, a maior parte das ba-
cias hidrográficas depende das chuvas para manter seus níveis de
água elevados.
As águas dos rios também podem ser alimentadas pelo dege-
lo encontrado no topo das montanhas, no chamado regime nival.
Com a chegada da primavera e do verão, o aumento da temperatura
média faz o gelo derreter. A água que escoa
ESB Professional/Shutterstock.com
Iuliia Timofeeva/Shutterstock.com
res usando água sem saber que estão com altos
níveis de ferro e manganês. Em geral, a mesma
para a irrigação é usada também para beber.
Belo Oriente apresentou 5 pontos de co-
leta com valores de ferro e manganês acima do
permitido pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama). Em Governador Va-
ladares houve 12 pontos e, em Colatina, 10
pontos com os valores acima do permitido.
De acordo com o estudo, a água desses locais
Usina Hidrelétrica de Itaipu, Tríplice fronteira. (Brasil/Argentina/Paraguai).
não é adequada para consumo humano, e em
alguns casos, também não se recomenda a ir- Por outro lado, nas regiões do médio e do baixo curso, onde a
inclinação do relevo e a velocidade das águas são mais suaves, os rios
rigação das plantas – situação de alguns pon-
se prestam para a navegação, favorecendo a circulação de pessoas e
tos de Governador Valadares e Colatina. “Os mercadorias. Porém, existe, ao longo do seu trajeto em direção ao
resultados não são animadores. É preocupan- mar, uma área de grande esplendor no sentido da utilização. Nessa
região, a profundidade é muito pequena e a erosão se dá nas mar-
te a falta de informação das autoridades em re- gens (áreas de contato do rio com a terra firme), criando amplos
lação a questões fundamentais para a saúde da
população”, afirma Fabiana Alves, da Campa- 200 Capítulo 8 – As águas do planeta Terra
nha de Água do Greenpeace.
Para saúde, o risco é de acumulação des-
ses metais no organismo ao longo do tempo, CG_6ºano_08.indd 200 07/03/2018 13:52:50 CG
considerando as altas doses a que as pessoas es- sam ser levadas a sério. Será que essas pessoas trevistados afirmaram terem alterado o tipo
tão expostas. O manganês pode causar proble- não se envergonham do que fizeram?”, ques- de cultivo e/ou criação realizada pela família
mas neurológicos, com sintomas da Síndrome tiona o coordenador do estudo, João Paulo após o incidente.” A produção, principalmen-
de Parkinson. Já o ferro, em quantidades acima Machado Torres. te de peixes e cabras, foi extremamente afeta-
das permitidas, está relacionado a problemas da pelo desastre, sendo que a criação de peixes
enzimáticos que danificam rins, fígado e o siste- Agricultura comprometida ou pesca praticamente desapareceu na Bacia.
ma digestivo. “Após o desastre, a lama se trans- As culturas e produções afetadas necessitam
formou numa poeira muito fina, que também Em curto prazo, o grande impacto tem de altas concentrações de água. “O rio foi feri-
pode ser inalada. A absorção pulmonar acaba sido na agricultura. Os pesquisadores apli- do de morte”, diz Torres.
sendo mais eficiente para o manganês”, diz o caram questionários com os pequenos pro- O estudo ainda demonstra que antes de
pesquisador André Pinheiro de Almeida. dutores rurais dessas localidades para anali- romper a barragem, 98% dos entrevistados
“O quadro dessa tragédia deixa uma cica- sar como seus modos de vida foram atingidos utilizavam água do Rio Doce para atividades
triz. As questões de água e saneamento preci- pela lama. Segundo o relatório, “88% dos en- econômicas do dia a dia. Após o desastre, ape-
200
Nasa
Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
Blog/rio-doce-guas-subterrneas-tambm-esto-contamin/
blog/59171/. Acesso em: 11/12/2017.
Anotações
nas 36% continuam utilizando a mesma água. porque não conseguem mais produzir com o
Destes, 87% utilizam a água para irrigação. solo e a água que têm. Os mais afetados são
Quase 60% dos entrevistados considera a água aqueles localizados nas ilhas da região.
imprópria para uso, o que demonstra as incer- Fica constatado, portanto, que a empre-
tezas e falta de informação que ameaça o di- sa Samarco e suas controladoras Vale e BHP
reito das populações que vivem à beira do rio. necessitam arcar de maneira responsável com
“É uma água de péssima qualidade, com os estragos feitos. Ainda que a barragem te-
gosto e cheiro ruins, que inviabiliza o plan- nha se rompido em novembro de 2015, os da-
tio de muitas espécies. Elas morrem logo após nos continuam afetando a população até hoje.
as regas ou não se desenvolvem bem”, infor- Deve haver um esforço conjunto entre muni-
ma Almeida. Segundo ele, muitos agricultores cípios e a empresa responsável para monitorar
entrevistados têm passado dificuldades finan- o nível de contaminação da água e a saúde das
ceiras, quando não abandonaram suas terras, pessoas que dependem do Rio Doce.
201
HVL
ceba a distribuição da água no Planeta e desta-
que a disponibilidade da água doce.
Anotações
C
202
Desperdício e
poluição das águas
do Planeta
A poluição dos oceanos é um grande problema ambiental. Ao
longo de muitos anos, pensou-se que o ser humano poderia conta-
minar as águas oceânicas sem acarretar prejuízos acentuados, por
conta da dimensão dessas extensões de água. Assim, ocorreu grande
lançamento de resíduos, dejetos e outros materiais diretamente no
oceano, ou seja, sem tratamento.
Outro fator que promove a poluição oceânica é a utilização
dessas águas como áreas de extração de recursos (pesca, recursos
minerais, etc.) e de navegação. Durante os séculos XV e XVI, a hu-
manidade vivenciou o período das Grandes Navegações, no qual os
oceanos se tornaram as vias para o escoamento de matérias-primas e
especiarias e para a descoberta, por parte dos europeus, de terras além
do Velho Mundo. Com o passar do tempo, o ser humano aprimorou
as técnicas da navegação e da engenharia naval, construindo grandes
embarcações capazes de transportar milhões de toneladas de merca-
dorias. Com isso, surgiu também a poluição dos mares. As principais
rotas comerciais de navios cargueiros são extremamente poluídas.
Trong Nguyen/Shutterstock.com
2:51
Rio poluído por esgoto em Hanói, Vietnã.
Arve Bettum/Shutterstock
Avise aos pais se encontrar alguma torneira pingando ou Ao tomar banho, passe menos tempo no chuveiro. Se um
encanamento vazando e peça que consertem. Uma torneira banho de 10 minutos passar a durar 5 minutos, serão econo-
que goteja desperdiça 45 litros em um dia. mizados mais de 50 litros de água por banho.
Semmick Photo/Shutterstock
Rozhkova Irina/Shutterstock
Horten/Shutterstock
No banheiro, evite dar descarga sem Se na sua casa tiver plantas, use um
Para limpar a calçada, não use água. necessidade e jamais jogue lixo no vaso regador para molhá-las, em vez de uma
Utilize apenas a vassoura. sanitário. mangueira.
C
204
2:53
Rango
Direção: Gore Verbinski.
Ano: 2011.
Sinopse: Rango é um camaleão da cidade grande que vai parar, após um acidente, em pleno velho
oeste, na cidade de Poeira no deserto do Mojave, na Califórnia. De uma hora para outra, sua rotina de
animal de estimação mudou radicalmente e agora ele precisa deixar a vida “camuflada” para enfrentar
os perigos existentes no mundo real.
Sinopse: O filme é baseado no livro homônimo escrito por João Cabral de Melo Neto, publicado em
1966, em forma de poesia dramática, que conta a saga de um migrante nordestino, por nome Seve-
rino, em busca de uma vida melhor no litoral. No decorrer da viagem, encontra diversas vezes com a
morte e com a miséria nos povoados por onde passa. E, por isso, Severino de Maria não sabe se ainda
vale a pena continuar vivo.
Encerramento
1 (Uespi–Adaptada) Em face da crescente demanda, a água vem se tornando uma preocupação para
os governos de diversos países do mundo. Com relação a esse tema, considere as afirmações a seguir.
1. Governos devem estabelecer políticas e começar a realizar investimentos em infraestrutura para a
conservação da água.
2. A falta de acesso à água poderá constituir-se num grave problema, pois gerará fome e doenças.
3. Na ausência de uma ação organizada para economizar água, as mudanças climáticas e o crescimento
populacional criarão uma enorme escassez desse recurso natural.
Estão corretas:
a. 1 e 3.
b. 2 e 4.
c. 2 e 3.
d. 3 e 4.
e. X 1, 2 e 3.
2 Escreva, com suas próprias palavras, sobre a importância da água para as diferentes sociedades.
Sugestão de resposta: O aluno deve considerar que toda atividade humana é dependente das fontes de
3 (PUC–Rio) Um rio é a corrente líquida da concentração do lençol de água num vale. As sinuosi-
dades descritas por ele, formando, por vezes, amplos semicírculos em zonas de terrenos planos ou em
outros cujo vale se acha profundamente escavado são chamadas de quê?
São chamadas de meandros.
assoreamento
transporte
5 Observe os dois desenhos abaixo. Eles mostram o mesmo espaço: um rio e suas áreas marginais.
Contudo, a primeira imagem apresenta o espaço natural sem a intervenção da sociedade. Já a segunda
imagem mostra o espaço modificado pela sociedade: a vegetação foi cortada, e o rio foi aterrado.
Utilizando o conhecimento produzido em sala e a sua sabedoria, aponte que problemas irão ocorrer
nessa área após a transformação.
Essa área estará sujeita a inundações, haverá um aumento de temperatura da região além da possível
poluição do rio.
6 (Enem) Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasileiros, uma grave crise de água em nosso
país poderia ser motivada por:
a. reduzida área de solos agricultáveis.
b. ausência de reservas de águas subterrâneas.
c. escassez de rios e de grandes bacias hidrográficas.
d. falta de tecnologia para retirar o sal da água do mar.
e. X degradação dos mananciais e desperdício no consumo.
3
Anotações 4
5 1
Com base nos dados acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa que apresenta a relação
correta dos elementos e das características identificados na figura.
a. (4) Nascente, (3) Afluente, (2) Meandro, (1) Foz em Delta, (5) Margem esquerda e (6) Margem
direita.
b. X (6) Nascente, (2) Afluente, (4) Meandro, (1) Foz em Delta, (5) Margem esquerda e (3) Margem
direita.
c. (4) Nascente, (2) Afluente, (5) Meandro, (1) Foz em Delta, (6) Margem esquerda e (3) Margem
direita.
d. (6) Nascente, (3) Afluente, (2) Meandro, (4) Foz em Delta, (5) Margem esquerda e (1) Margem
direita.
e. (2) Nascente, (1) Afluente, (4) Meandro, (3) Foz em Delta, (6) Margem esquerda e (5) Margem
direita.
C
208
Coluna 1
1 A água das chuvas.
2 A água dos mares.
3 A água dos rios.
4 O gelo.
5 O vento.
Coluna 2
As águas carregam os sedimentos e a matéria orgânica da vegetação, que vão se acumulando e
formando as planícies. A ação erosiva da água pode escavar o leito formando vales.
A ação constante da água sobre o relevo provoca desgastes nas rochas e transporta partículas de
áreas mais altas para as áreas mais baixas.
O deslizamento das altas montanhas carrega sedimentos de uma parte elevada e deposita-os em
áreas mais baixas.
É responsável pelo desgaste das rochas e transporte de sedimentos. Pode fazer buracos e modelar
formas curiosas nas rochas.
As forças das águas podem quebrar partículas de rochas e depositá-las nas regiões costeiras, for-
mando as praias.
a. X 3, 1, 4, 5, 2. b. 1, 2, 3, 4, 5.
c. 1, 2, 5, 4, 3. d. 5, 3, 4, 1, 2.
e. 4, 3, 1, 2, 5.
10 O texto abaixo nos conta um pouco da importância dos rios durante as primeiras épocas do nosso
país, quando os portugueses dominavam o Brasil. Leia-o com atenção para, em sequência, responder
aos itens.
2:55
“No princípio, os rios serviam apenas como ponto de referência para que os aventureiros empe-
nhados em meter-se mata adentro não se perdessem. Os vilarejos eram construídos sempre perto de
algum rio ou córrego. Dessa maneira haveria água suficiente para se banhar, matar a sede e cozinhar. A
água também servia para fazer funcionar engenhocas, como o moinho e o monjolo. Movidas pela força
física das águas, elas eram usadas para moer a mandioca, o milho e outros alimentos. Além disso, nas
margens dos rios também é mais comum encontrar animais para caçar e grande fartura de peixes, o que
completava a alimentação daquelas pessoas.”
(Fonte: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/a-historia-do-brasil-vista-das-margens-de-um-rio/. Acessado em 26/10/2012.)
b. Pesquise o rio mais importante de sua região e cite alguns benefícios dele para sua comunidade.
Resposta pessoal. Professor, auxilie os alunos na pesquisa. Se possível, trabalhe com mapa como forma
11 (Unirio) Os conflitos em torno da utilização das águas da Bacia do Rio Jordão e da Bacia dos rios
Tigre e Eufrates reforçam a previsão de alguns de que, no Oriente Médio, as futuras disputas não es-
tarão centradas no petróleo, mas na água, valorizada como elemento estratégico. A preocupação em
torno da água enquanto recurso se justifica, pois:
I. A água potável, além de não se distribuir igualmente pela superfície terrestre, é um recurso que
apresenta um ciclo natural renovável, mas exibe reservas limitadas.
II. Além do aumento de seu consumo devido ao crescimento populacional e das superfícies agrícolas irri-
gadas, intensifica-se a poluição dos mananciais, o que compromete as reservas hídricas do Planeta.
III. Apesar de a água doce representar mais da metade da massa líquida do Planeta, mais de 60% dessa
água não está disponível, pois está nas geleiras, calotas polares e nos lençóis profundos.
É(São) correta(s) a(s) afirmativa(s):
a. I apenas.
b. II apenas.
c. X I e II apenas.
d. II e III apenas.
e. I, II e III.
Objetivos
pedagógicos
211
C
212
As camadas
atmosféricas
A atmosfera é composta de cinco camadas:
6:26
Troposfera: é a camada mais próxima da Terra, onde vivemos
e respiramos. É nela que ocorrem os chamados fenômenos meteo-
rológicos, como relâmpagos e tempestades.
Estratosfera: é a camada posterior à troposfera e nela locali-
za-se a camada de ozônio, responsável por proteger o Planeta dos
raios ultravioleta advindos do Sol.
Mesosfera: situada após a estratosfera, é uma camada bastante
fria e cujas temperaturas reduzem à medida que a altitude aumenta.
Termosfera: situada após a mesosfera, é a camada mais exten-
500 km
Ônibus espacial
Termosfera
sa. Nela, o ar é bastante rarefeito, e as temperaturas
ondas de rádiosão as mais ele-
Reflexão das
Manamana/Shutterstock.com
80 km
Mesosfera
5 ºC
50 km Nevens
geradas
Balões por
Aviões supesônicos explosões
meteorológicos
Estratosfera
atômicas
Nuvens nimbus
Fenômenos
Camada de ozônio de precipitação
Aviões de
60 ºC
12 km
Radiotelescópio do Observatório Nacio-
passageiros
800 km
1.000 ºC
Exosfera/
800 km
magnetosfera Sonda espacial
6.738 km
500 km
Ônibus espacial
Composição do ar Termosfera
até cerca de 100 km
Reflexão das
ondas de rádio
de altitude
Nitrogênio 78,0084%
Argônio 0,934% 80 km
Outros 0,036% Mesosfera
5 ºC
CG
50 km Nevens
geradas
Balões por
Aviões supesônicos explosões
meteorológicos
Estratosfera
atômicas
Nuvens nimbus
Fenômenos
Camada de ozônio de precipitação
Aviões de
60 ºC
12 km
passageiros
Composição do ar
até cerca de 100 km
ME_CG_6ºano_09.indd 214 de altitude 29/03/2018 11:45:32
Diálogo com o
professor
Cenário 2
Urso-polar e filhote procurando blocos de gelos maiores no Oceano Ártico ao norte da Norue-
ga. Derretimento provocado pelas mudanças climáticas.
:27
215
meunierd/Shutterstock.com
estudantes, explore-os no decorrer do capítulo.
Anotações
Geleira localizada no Parque Nacional Los Glaciares, na província de Santa Cruz, Argentina. É
uma das atrações turísticas mais importantes da Patagônia Argentina.
C
216
Elementos
climáticos
fundamentais
A temperatura
A temperatura média em nosso planeta é de 14 graus Celsius. Geografia em cena
Como é gerada e mantida essa temperatura? Aprendemos que a
radiação solar atravessa a atmosfera em forma de luz. Quando re- É importante lembrar
fletida pela superfície terrestre, essa luz promove geração de calor, que as variações de tempe-
aquecendo a troposfera de baixo para cima. Dessa forma, temos o ratura existentes no Planeta
calor por conta da irradiação (ou reflexão) dos raios solares. Esse são ocasionadas pela órbi-
fato tem relação direta com a esfericidade da superfície que reflete ta-elipse dos polos e pela
a radiação solar. inclinação do eixo da Terra.
A variação da temperatura pode ocorrer dependendo da locali-
zação geográfica e da circulação atmosférica, podendo ser registra-
da por meio de um instrumento conhecido por termômetro.
A temperatura é medida por meio de escalas. Entre elas, as
escalas Fahrenheit (°F), Kelvin (K) e Celsius (°C), esta última
adotada no Brasil.
Precipitação
atmosférica
A radiação solar aquece a superfície terrestre e as massas líqui-
das do Planeta, provocando a evaporação da água. As partículas de
vapor sobem em direção à atmosfera terrestre e se aglomeram com
as demais partículas em suspensão, formando, assim, as nuvens.
A quantidade de partículas de água em estado gasoso na atmos-
6:28
fera determina a umidade do ar. Esse é um indicador importante
para se prever possibilidades ou não de chuvas, visto que, quanto
maiores forem esses percentuais, maiores serão as chances de ocor-
rências pluviométricas (chuvas).
As nuvens, quando carregadas de grande volume de umidade, po-
dem precipitar-se (lançar-se) de três formas, de acordo com a tempera-
tura: chuva, granizo e neve. A precipitação faz parte do ciclo hidroló-
gico e é fundamental para a devolução da água evaporada da superfície
da Terra, pela radiação solar, para o ponto inicial do ciclo.
C
218
manfredxy/Shutterstock.com
muito comum em ambientes quentes (equatoriais e tropicais). A
alta temperatura faz o ar, carregado de umidade, subir para altas
altitudes da troposfera. Ao ganhar altitude, essa umidade é conden-
sada devido à baixa temperatura das camadas mais altas da atmosfe-
ra, provocando a chuva convectiva. Esse tipo de chuva é muito co-
mum na Amazônia, pois as florestas transpiram bastante, processo
chamado de evapotranspiração.
O pluviômetro é um instrumento utilizado para registrar o
volume de chuva ocorrido em um determinado espaço. Cada cen-
tímetro preenchido por água, no pluviômetro, representa um litro
de chuva por metro quadrado.
Ilustração de chuva convectiva. Chuvas de convecção também são chamadas de chuvas de ve-
rão na Região Sudeste do Brasil.
Granizo
Stockimo/Shutterstock.com
Vadym Lavra/Shutterstock.com
tor em Física, dedicou-se à Ecologia no fim dos
seus estudos, tendo se especializado em Micro-
meteorologia e Ecofisiologia Vegetal. Estuda as
trocas gasosas (gás carbônico e vapor-d’água)
entre a vegetação e a atmosfera.
C
220
Andrei Mayatnik/Shutterstock.com
medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui, por-
que diminui a coluna de ar sobre o corpo. Já nas áreas próximas do
nível do mar, a pressão atmosférica é bem maior, devido à coluna de
ar que aumenta, exercendo maior pressão sobre o corpo.
Em 1643, o cientista italiano Evangelista Torricelli criou um
instrumento para medir a pressão atmosférica, o barômetro. A me-
dição é feita pelos efeitos da pressão que impulsiona um líquido
dentro de uma coluna. Quanto maior for a pressão, mais o líquido
irá subir dentro do cilindro e vice-versa. Barômetro.
Cenário 4
Interferência dos
fatores geográficos
sobre o clima
Latitude
Para compreender o clima, é preciso saber que entre os fatores
mais importantes para a determinação de um clima está a quantida-
de de luz solar que cada região do Planeta recebe ao longo do ano,
ou fator latitude.
fluidworkshop/Shutterstock.com
Inclinação
axial Eixo de rotação
Cír
cul
oP
ola
rÁ
rtic
Tró o
p ico Luz do Sol
de
Câ
nce Plano elíptico
Eq r
uad
or
Tró
pico
Cír de
Ca
cul pri
cór
oP nio
ola
rA
ntá
rtic
6:29
Inclinação orbital
Altitude
40
30 metros
20
Baixa pressão
Baixa temperatura Como já aprendemos, altitude é a distância em metros de
10
4.800
qualquer ponto da superfície da Terra em relação ao nível médio
0
40
dos oceanos.
Seu efeito sobre o clima ocorre da seguinte maneira: quanto
30 4.000
10
0 3.100 perceber isso se algum dia for à cidade de Triunfo, em Pernambu-
co, que está a 1.200 m de altitude, e comparar a temperatura dessa
cidade com a da cidade vizinha, Serra Talhada, cuja altitude é em
torno de 400 m. O mesmo ocorre em cidades como Gramado, no
40 2.400
30
20 Rio Grande do Sul; São Joaquim, em Santa Catarina; e São José dos
Alta pressão
10 1.600
Campos, em São Paulo.
Alta temperatura O normal é que, para cada 180 m de altitude, a temperatura
0
As massas de ar
Essas mudanças dependem do deslocamento das massas de ar,
que nada mais são do que porções do ar atmosférico com diferentes
características de umidade e temperatura e que, ao se deslocarem
junto com os ventos, podem provocar alterações nas regiões pelas
quais passa. Por exemplo: no litoral nordestino, durante o outono
e o inverno, a passagem de uma massa de ar fria, a Polar atlântica,
acarreta diminuição da temperatura e chuvas, pois, ao entrar em
contato com os ventos quentes e úmidos vindos do oceano, provo-
ca condensação do vapor. De forma geral, as massas de ar carregam
as características de temperatura e umidade das áreas onde foram
Brasil – Massas de ar
Influência das
mEa massas de ar no
território brasilei-
Alí
si os do
Nordeste
ro no inverno e no mEa
verão.
mEc
mEc
O L
S
Equatorial
atlântica
Equatorial Equatorial
continental atlântica
mTc
Tropical Equatorial
atlântica continental
Tropical Alísios de
sudeste Tropical
continental
atlântica
mPa
Polar
Tropical
atlântica
continental
Correntes marítimas
Assim como as massas de ar, as águas oceânicas estão em cons-
tante circulação, deslocando-se entre os oceanos. Ao fazerem isso,
elas conduzem as características climáticas do ponto de origem, in-
fluenciando também o clima da região que recebe sua atuação. As
correntes marítimas podem ser quentes ou frias.
Deserto de
Atacama
Corrente fria
de Humboldt
Correntes marítimas
o
150o 120o
o
60o 30o 0o 30o 60o
o
120o 150o
o
180 90 90 180
90
o
N
O L
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a
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C. do Labrador
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o
60 A
C. da t e
C.
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C. C.
o
30
as
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te Equatorial C
C. Nor
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l
C. Norte Equatoria
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C. Nor te Equator C.
d aG
ui a C. da
nas Guiné C.
0
o C. das Monções Su
C. Sul Equatorial l Eq
C. S uato
atorial ul E rial
l Equ q uat
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C a sc al CG
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30
C.
u
lkl
C. A
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C. d o A t
lântico Sul
C.
C.
C. Ant
ár tica
C. Antá C. Antár tica
60
o
r tica
o
90
Correntes marítimas 0 2.663 km 5.326 km
Correntes quentes Correntes frias
:30
225
Luciano Queiroz/Shutterstock.com
Mostre que os deslocamentos dos ventos
planetários seguem a lógica das diferenças de
pressão e são constantes, ao contrário dos ven-
tos locais. Dentro desse contexto, destaque
a dinâmica dos alísios e contra-alísios e suas Aridez da Caatinga. Semiárido nordesti-
consequências específicas (chuvas constantes no, Brasil.
Portanto, uma floresta mais densa retém mais calor no am-
e abundantes na região próxima ao Equador biente e sua evapotranspiração é capaz de aumentar a umidade re-
e a formação de manchas desérticas nas proxi- lativa do ar intensificando as nuvens e chuvas na região, como na
midades dos trópicos). Amazônia. As áreas de pouca vegetação têm menor capacidade de
retenção de calor e evapotranspiração, como na Caatinga.
Sugestão de Cenário 5
abordagem
Formação do vento
Utilize um mapa-múndi para ilustrar a di-
nâmica dos ventos alísios e contra-alísios para
e das brisas
depois delimitar as regiões desérticas formadas.
O vento
O vento, que tem o poder de modelar a superfície terrestre, é o
ar atmosférico em movimento.
Brisas marítima e
terrestre
Em regiões costeiras, há uma variação constante de tempera-
tura e pressão, desencadeando mudanças na direção dos ventos.
Sabendo que os ventos se originam em zonas de alta pressão at-
mosférica e que esses locais se caracterizam por apresentar baixas
C
226
Dia Noite
Ventos Ventos
+ Temperatura – Temperatura
– Pressão + Pressão
– Temperatura + Temperatura
+ Pressão – Pressão
Geografia em cena
a. “Calor durante o ano todo e presença constante de Sol são importantes atrativos para o turismo no
Nordeste brasileiro. As praias mais populares, como a de Boa Viagem, no Recife, ficam cheias quase o
ano todo. A estação das chuvas é em julho e agosto, mas o Sol brilha muito nos outros meses.”
(Fonte: Atlas National Geographic: Brasil, vol. 2. São Paulo: 2008.)
Clima. Refere-se às condições gerais, não se detendo ao processo de alterações constantes de estados
atmosféricos.
Distrito Federal.
c. “No triângulo entre São Joaquim, Urupema e Urubici, temperaturas abaixo de zero e neve ocasional
fazem a alegria dos turistas. A disputa pelo título de cidade mais fria do Brasil é acirrada (com dezenas
de pretendentes), mas Urubici se destaca por um centrinho agradável, boas opções gastronômicas,
pousadas de qualidade e uma natureza de recortes deslumbrantes.”
(Fonte: Site Viaje aqui, 19/10/2012.)
Clima. Determina as condições fixas da região, incentivando o turismo por suas condições climáticas.
L A T I T U D E Ç O N A T U R A L G
E S P A M A R I T I M I D A D E P T
C O N T I N E N T A L I D A D E F T
N C B V H F T T E R R I T O R I O P
A L T I T U D E G V H R T K H L O P
Vadim Sadovski/Shutterstock.com
Fesus Robert/Shutterstock.com
5 “Todos os seres vivos participam, de alguma forma e constantemente, do ciclo da água na natureza
porque consomem água do meio e liberam depois em decorrência de suas atividades vitais.”
Assinale:
2.
3. T E M P E R A T U R A
R
1. Verticais
B E 1. Processo em que o vento parte do continente
em direção ao oceano.
R S 2. É inversamente proporcional à altitude: é me-
nor nas áreas de grandes altitudes.
I S 3. É formado nas nuvens e cai na terra em forma
de pedras de gelo de diferentes tamanhos.
S Ã
A O
T A
3.
2. G A S E S E S T U F A
R R M
A R O
N E S
I S F
Z T É
O R R
4. N E V E I
1. G L A C I A Ç Ã O
A diversidade
climática mundial
Os tipos de clima
Tipos de clima no mundo
o o o
180 150 120 90o 60o 30o 0o 30o 60o 90o 120o 150o 180o
90o
N
O L
60o
S
30o
0o
0 2.930 km 5.860 km
Semiárido Frio de montanha
60o
90o
Clima
equatorial Precipitações
500
Sumatra Temperaturas
100
90
Típico das regiões próxi-
450
80
Clima semiárido
0 0
J F M A M J J A S O N D
Meses
Clima tropical
Vista do Valle de la Muerte (Vale da Morte) sobre os vulcões Licancabur e Juriques, deserto de
Meses
Clima desértico
Atacama, Chile.
500
Porto Alegre Temperaturas
40
des 30º e 35º Norte e Sul, caracteriza-se por possuir temperaturas 400 30
geadas e, em alguns invernos mais rigorosos, pode cair neve nas re-
150
10
100
giões mais elevadas. 50
0 0
J F M A M J J A S O N D
Meses
Clima subtropical
Vista panorâmica do campo coberto de neve, em São Joaquim, Santa Catarina. 100 50
80 40
Clima temperado
60 30
40 20
20 10
00 10
J F M A M J J A S O N D
Meses
Clima continental
Clima polar
15
20
30 25
30
35
Típico das regiões polares, apresenta temperaturas abaixo de
50 40
45
70
J F M A M J J A S O N D
50
0 ºC durante quase todo o ano. A temperatura média do mês mais
Meses
Clima frio quente é inferior a 10 ºC. Os invernos são muito longos, e a queda
de neve é um fenômeno constante.
icarmen13/Shutterstock.com
Precipitações Eismitte (Groenlândia) Temperaturas
200 100
180 90
160 80
140 70
120 60
100 50
80 40
60 30
40 20
20 10
0 0
10
20
30 Casas coloridas em Ilulissat, norte da Groenlândia, Dinamarca.
40
são eternas.
90 45
Marcia Moreno/Shutterstock.com
60 30
30 15
0 0 CG
15
J F M A M J J A S O N D
Meses
Clima de altas montanhas
:33
235
Stephane Bidouze/Shutterstock.com
Em áreas de clima temperado, a vegetação predominante é a caducifólia. Isso significa que as
plantas perdem suas folhas nos meses mais frios.
(alta latitude)
As zonas polares, situadas a partir dos Círculos Polares Árti-
co e Antártico, possuem as mais baixas temperaturas da Terra. Na
Antártida, já se registrou -89,2 ºC. O frio predomina o ano inteiro,
podendo, no verão, chegar a -10 ºC e diminuir para -40 ºC durante
o inverno. Por conta das médias térmicas, a umidade relativa do ar
também é muito baixa.
Reprodução
as equações processadas se desviem da realida-
de à medida que avançam para o futuro.
“A previsão para o dia seguinte é quase
100% segura, mas prever o clima para um mês
inteiro é um tiro no escuro”, afirma Ricardo de
Camargo, professor de Meteorologia da Uni-
versidade de São Paulo (USP).
Diálogo com o
professor
Capítulo 9 – A atmosfera e o clima 237
O climograma
Chamamos de climograma o gráfico que registra a temperatu-
ra e a precipitação, geralmente ao longo de um ano. Por meio dele,
podemos identificar a variação de chuvas e temperaturas durante os
meses do ano. No exemplo do climograma de Cuiabá (MT), a linha
vermelha refere-se à variação de temperatura ao longo dos meses,
indicados na porção inferior do gráfico por letras. Já as barras em
azul representam o volume de chuvas em seu respectivo período. A
soma pluviométrica total é de 1.434 mm de chuva anual.
Climograma
Cuiabá
(Brasil)
o mm
C
40 450
30 400
20 350
10 300 CG
0 250
–10 200
–20 150
–30 100
–40 50
–50 0
J F MA MJ J A S ON D
O efeito estufa é um fenômeno natural que faz parte de uma O fenômeno do efeito
das funções da atmosfera. O termo estufa se refere a um local cons- estufa também é provocado
truído para cultivar espécies vegetais que necessitam de maiores pela ação do homem?
cuidados. Ele pode ser de vidro ou de plástico — materiais que são
isolantes térmicos —, e o agricultor pode controlar a temperatura
de dentro do local por meio da abertura ou do fechamento de jane-
las. O termo se aplica muito bem ao nosso planeta.
Ao atravessar a atmosfera, a radiação solar se torna calor quan-
do refletida pela superfície da Terra. Isso explica o fato de a tropos-
fera ser aquecida de baixo para cima. Em outras palavras, o papel da
troposfera é absorver o calor gerado pela reflexão da radiação solar
pela superfície terrestre.
Na troposfera, existem gases que possuem a propriedade de ab-
sorver calor, funcionando como o vidro ou o plástico de uma estufa.
Os chamados gases estufa retêm o calor nas baixas altitudes, onde
se concentram. Os principais deles são: dióxido de carbono (CO2),
metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e dióxido de enxofre (SO2).
Efeito estufa
A A radiação Atmo
sfe
solar atravessa ra
a atmosfera.
A maior parte
da radiação
é absorvida
pela superfície
terrestre e
aquece-a.
6:35
O aquecimento global
Por conta da intervenção do ser humano na atmosfera por
meio da emissão de gases poluentes, o efeito estufa está aumentan-
do a sua capacidade de absorver calor. Isso ocorre porque as ativida-
des poluidoras humanas são carregadas de gases estufa. O aqueci-
mento global é o aumento da temperatura atmosférica ocasionado
pela intensificação do efeito estufa.
Atualmente, as principais fontes emissoras de poluentes at-
Angela Crimi/Shutterstock.com
Turbinas de energia eólica na Província de Catania, Itália. É uma das possibilidades de energia
limpa.
Ilhas de calor
Em cidades muito urbanizadas, o excesso de prédios e de asfal-
to faz com que o calor que chega à cidade por intermédio do Sol
não consiga se dissipar e, mais ainda, se intensifique com o tempo,
formando as chamadas ilhas de calor.
Menor Maior
Transpiração
das plantas e
evaporação da
água do solo
Solo
impermeável
Penetração
de água no
solo
Chuva ácida
Alguns dos gases que são lançados na atmosfera podem rea-
gir com a água em forma de vapor ou com a água da chuva e for-
mar compostos que apresentam propriedades corrosivas (ácidos).
Quando esses ácidos participam do ciclo da água, precipitando-se
com a chuva, ocorre um fenômeno que chamamos de chuva ácida.
Roman Sigaev/Shutterstock.com
Recife Frio
Direção: Kleber Mendonça Filho.
Ano: 2009.
Sinopse: A cidade do Recife sofre uma estranha mudança climática. Famosa por seu clima tropical,
agora a cidade é fria, chuvosa e triste. Uma emissora de televisão estrangeira envia uma equipe ao
Brasil para examinar e entender os efeitos dessa mudança em uma cultura que sempre viveu em um
clima quente.
Sinopse: A Terra sofre alterações climáticas que modificam drasticamente a vida da humanidade.
Com o norte se resfriando cada vez mais e passando por uma nova era glacial, milhões de sobreviven-
tes rumam para o sul. Porém, o paleoclimatologista Jack Hall segue o caminho inverso e parte para
Nova York, já que acredita que seu filho Sam ainda está vivo.
a. Segundo a notícia, a produção de feijão para o período citado estaria comprometida por conta
do volume de precipitação previsto.
b. X A notícia é um exemplo da importância da meteorologia na agricultura.
c. O setor agrícola é o único caso em que as informações climáticas são importantes.
d. Apesar da notícia de maiores volumes pluviométricos na região citada, as condições do tempo
são basicamente as mesmas todo o ano.
c. Pesquise, na Internet ou em jornais, impressos ou da TV, a previsão do tempo para sua cidade e/ou
região para o dia de amanhã. Escreva, abaixo, as principais informações.
Resposta pessoal.
Reprodução
estudados no decorrer do capítulo, identifique
a que clima brasileiro a imagem está associada e
descreva as características que provocam o fenô-
meno que está representado na obra.
O clima é o semiárido. Sucessivas secas, alta
4 Os climas desérticos e semiáridos, apesar de muito parecidos, apresentam grandes diferenças. Des-
creva-as.
O clima semiárido possui umidade e um regime de chuva superior a de desertos, e uma enorme ampli-
tude térmica.
40 40
Buenos Aires 40 40
Córdoba
35 35 300 300
35 35 300 300
30 30 30 30
Precipitação média (mm)
25 25 250 250
25 25 250 250 CG
20 20 20 20
15 15 200 200
15 15 200 200
10 10 10 10
5 5 150 5
150 5 150 150
0 0 0 0
5 5 100 5
100 5 100 100
10 10 10 10
15 15 50 150
5 15 50 50
20 20 20 20
25 25 0 205 25 0 0
J F MJ AF MMJA JMAJ SJ OA NS DO N D J F MJ AF MMJA JMAJ SJ OA NS DO N D
Fonte: Atlas National Geographic: América do Sul (vol. 1). – São Paulo: Fevereiro, 2008.
8 (Furg–Adaptada) O clima subtropical úmido, no Sul do País, é caracterizado por invernos relativa-
mente rigorosos, com a ocorrência esporádica de precipitação de neve em determinadas áreas. Assinale
a alternativa que apresenta os fatores climáticos que influenciam na precipitação de neve em determi-
nadas áreas do sul do País.
:36
247
9 O clima apresenta três elementos: temperatura, altitude e pressão. No que diz respeito à temperatu-
ra, ela varia de acordo com a altitude de um lugar (para cada 180 m de altitude, a temperatura diminui
1 ºC em média). Naturalmente existem diferenciações de temperatura por causa da altitude de alguns
lugares. Observando o desenho, calcule a temperatura dos locais indicados sabendo que a temperatura
geral do Brasil é de 25 ºC.
Triunfo
Garanhuns Araripina
Gravatá
Recife
10 (Ufes) A altitude é um fator que influencia nas condições ambientais e, por isso, é levada em consi-
deração na prática esportiva. É correto afirmar que o aumento da altitude causa:
a. aumento da longitude.
b. diminuição da latitude.
c. aumento da densidade do ar.
d. X diminuição da pressão atmosférica.
e. diminuição dos valores de insolação.
11 (Osec) O deslocamento das massas de ar, que dão origem aos ventos, faz-se sempre:
a. das áreas mais elevadas para as mais baixas.
b. das áreas de temperatura mais alta para as de temperatura mais baixa.
c. X das áreas de alta pressão para as de baixa pressão.
d. das áreas mais úmidas para as mais secas.
e. de oeste para leste.
Capítulo 10
geográfica dos espaços.
• Diferenciar os principais elementos de des-
taque de cada domínio morfoclimático.
• Compreender a participação humana no
As grandes paisagens processo de degradação ambiental ocorrente
em cada domínio morfoclimático.
vegetais Cada região do mundo carrega consigo riquezas
naturais com características únicas que estão rela-
cionadas com o clima.
• Identificar as similaridades locais com os
domínios naturais globais.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Anotações
ock.com
ebrom/Shutterst
249
Diferentes
formações vegetais
Para que você compreenda a distribuição das diferentes forma-
ções vegetais sobre a superfície, é necessário entender que ela re-
sulta da combinação de diferentes fatores, como o solo, o relevo e
principalmente o clima.
Por outro lado, uma formação vegetal reflete, sobretudo, as
condições climáticas do ambiente. É por isso que podemos afirmar
que uma formação vegetal é o espelho do clima.
De maneira genérica, formação vegetal é a denominação dada
a um conjunto de vegetais que criam um tipo de cobertura preva-
lente numa região geográfica. Portanto, formação vegetal é muito
diferente de agricultura, que diz respeito à plantação de espécies
vegetais pelas diferentes sociedades.
O mapa abaixo apresenta, de forma geral, a distribuição das
principais formações vegetais do Planeta antes da apropriação
progressiva da natureza, que gerou a devastação das matas primiti-
vas e sua substituição por atividades agropecuaristas, além da cons-
trução de cidades.
N 0 2.663 km 5.326 km
180º 150º O 120º O 90º O 60º O 30º O 0º 30º L 60º L 90º L 120º L 150º L 180º
90º N
S 60º N
30º N
Trópico de Câncer
Oceano Oceano
Atlântico Pacífico
Equador
CG
Oceano
0º
Meridiano de Greenwich
Oceano
Pacífico Índico
Trópico de Capricórnio
30º S
Nicram Sabod/Shutterstock.com
vegetação em si, as boreais possuem grandes
quantidades de gases do efeito estufa no solo
congelado e nas áreas de turfas.
A explicação para esse fato é que, com o
frio, a biomassa se decompõe lentamente e,
assim, o solo acumula carbono com o tempo.
Cientistas já teriam encontrado carbono ar-
mazenado intacto por mais de oito mil anos.
Leitura
complementar tas boreais, localizadas em nações geladas,
como Rússia e Canadá, armazenam o dobro
do dióxido de carbono (CO2) das tropicais
Estudo alerta para descaso e, por isso, deveriam ser também objeto de
com as florestas boreais interesse das autoridades climáticas.
Chamado de O carbono que o mundo es-
Quando se fala em preservação de flo- queceu (The Carbon the World Forgot), o re-
restas, principalmente no contexto das mu- latório foi produzido pelo Canadian Boreal
danças climáticas, logo vêm à mente ima- Initiative com apoio do Boreal Songbird Ini-
gens da Amazônia e de grandes matas tiative, entidades que reúnem grupos de con-
tropicais em países como a Indonésia. Po- servação, empresas e instituições financeiras.
rém, um estudo demonstra que as flores- Segundo o documento, as florestas boreais do
:40
251
Nikitin Victor./Shutterstock.com
minação por fazer parte da
da vegetação local, associando-a ao clima pre- família do gênero Abies.
dominante na área identificada. Lembre à
turma de separar, por meio da legenda, a ve-
getação nativa da vegetação decorrente de ati-
vidades econômicas regionais. Solicite pre-
viamente a coleta de imagens e informações
importantes para acompanhá-las.
Taiga na Sibéria. Leste das montanhas de Sayan, Rússia.
Objetivos da atividade:
• Conhecer os diferentes tipos de vegetação Floresta temperada e
do País. subtropical
• Associar, em cada região, o clima
Associada ao clima temperado oceânico, constitui-se numa flo-
predominante e a vegetação que se formou resta homogênea, isto é, com pouca variedade de espécies vegetais
por sua influência. e com predomínio de espécies que perdem as folhas (caducifólias,
• Analisar a presença de vegetação nativa ou decíduas) no outono, a fim de diminuir a evapotranspiração,
uma vez que, no inverno, a água do solo fica estocada na forma sóli-
e de vegetação decorrente de atividade da. Nas áreas mais úmidas, encontramos árvores de porte bastante
econômica para mostrar a ação do homem elevado, como a sequoia, nos Estados Unidos, e o eucalipto gigante,
como elemento modificador da paisagem. na Austrália, porém são o abeto, a faia e o carvalho as suas princi-
pais espécies vegetais.
Florin Mihai/Shutterstock.com
Desenvolvimento da atividade:
• Etapa teórica
Pesquisa e coleta de imagens e de textos infor-
mativos sobre o clima e a vegetação típica de
cada região do País.
• Etapa prática
Montagem dos painéis com mapas, imagens e Floresta Temperada no outono, Romênia.
legendas explicativas.
252 Capítulo 10 – As grandes paisagens vegetais
• Material necessário
Cartolina, pincel, figuras, cola, tesoura, etc.
CG_6ºano_10.indd 252 07/03/2018 13:58:40
Anotações
C
252
Estepes
Trata-se de uma vegetação tipicamente rasteira predominante
em áreas frias e secas numa faixa de transição entre regiões desérti-
cas e regiões florestais. Sofrem os efeitos da continentalidade, apre-
sentando verões quentes e invernos muito frios. Localizam-se na
Mongólia, nos Estados Unidos e na Sibéria russa.
Allocricetulus/Shutterstock.com
Estepe na Mongólia.
Pradarias
São formações vegetais herbáceas (gramíneas rasteiras) situa- Geografia em cena
das em ambientes muito semelhantes aos das estepes, porém com
mais umidade. Na América do Sul, onde a pluviosidade é maior, A pecuária extensiva
recebe o nome de Pampa, compreendendo as regiões austrais do é a prática criatória de gado
Brasil, da Argentina e do Uruguai; Pradaria é o nome que essa for- sem tantos investimentos.
mação recebe na América do Norte, e lá compreende uma área que Nela, o gado é destinado ao
vai do Canadá até o sul dos Estados Unidos, passando pelas planí- corte. Essa prática necessita
cies centrais desse país. de alguns cuidados, princi-
As pradarias e estepes são ocupadas ou com pecuária extensiva palmente com alimentação
e semiextensiva ou com agricultura. e o espaço.
8:40
Jason Patrick Ross/Shutterstock.com
Mer
Ver
mel
Pacífico
ho
Oceano
Pacífico
Oceano Oceano
passa muito tempo coberta por
Atlântico Índico
N
Artazum/Shutterstock.com
Sharon Day/Shutterstock.com
Floresta Temperada. Domínio de Taiga, Boreal, ou Tundra.
de Conífera.
3 (Ucpel) Um dos biomas terrestres caracteriza-se por clima muito frio, ambiente seco e precipitação
baixa, geralmente em forma de neve. O solo permanece congelado durante a maior parte do ano, dege-
lando só na camada superficial nos 3 meses de verão. É habitado por plantas herbáceas, como o capim
e o junco, e por animais, como renas, raposas, lebres e lobos, que, no inverno, migram para regiões mais
quentes ou se refugiam em túneis e tocas. Esse tipo de bioma recebe o nome de:
a. Deserto.
b. Taiga.
c. X Tundra.
d. Campos.
e. Floresta Tropical.
Vegetação de altitude
A variação de altitude provoca mudanças climáticas, o que im-
plica em adaptações tanto da fauna como da flora. É interessante
observar, nas encostas de uma montanha, a mudança da cobertura
vegetal original à medida que o clima varia.
Em áreas de alta altitude, é possível encontrar animais adapta-
dos ao ar rarefeito, como é o caso da lhama, da alpaca e do condor,
encontrados nos Andes.
8.000
7.000
Neve
perpétua
6.000
Tundra alpina
5.000
4.000
Taiga, ou vegetação
de coníferas
3.000
Floresta Temperada de
folhas caducas
2.000
Floresta Tropical e
zonas agrícolas
1.000
Altitude (m)
Vegetação de desertos
Tom Roche/Shutterstock.com
Savana
Vegetação que surge nas áreas de climas tropicais menos úmi-
dos, com duas estações distintas: uma seca e outra chuvosa. Situa-se
entre as florestas tropicais e os desertos. A origem das savanas é dis-
cutida: relaciona-se tanto ao clima quanto ao tipo de solo (arenoso
e pobre). São formações vegetais constituídas por arbustos de 2 a 3 CG
ludo/Shutterstock.com
Em geral, a desertificação ocorre em zonas ári-
das, semiáridas e subúmidas secas.
Esse processo provoca três tipos de im-
pactos: ambientais, sociais e econômicos.
Como costuma ocorrer em áreas pertencen-
tes a países subdesenvolvidos, a perda de solo
agricultável vem aumentando significativa-
mente, agravando ainda mais a situação das
Cerrado. Chapada dos Veadeiros, nordeste do Estado de Goiás, Brasil. economias desses países, o que tem chamado a
atenção de autoridades de todo o mundo.
Floresta equatorial No entanto, o processo de desertifica-
ção só ganhou relevância a partir de um gran-
Localizada nas proximidades da Linha do Equador, apresenta
grande densidade florestal, árvores muito juntas (as copas se tocam), de processo de degradação do solo, ocorrido
dispostas em andares sucessivos (estratificadas) e a presença de ci- nos estados americanos de Oklahoma, Kan-
pós que se entrelaçam em seus troncos e galhos. Apresenta também
sas, Novo México e Colorado.
a maior variedade de espécies vegetais (biodiversidade) do Planeta:
espécies de folhas largas (latifoliadas), que ao mesmo tempo captam Entre as principais causas responsáveis pela
energia da radiação solar e ajudam a eliminar o excesso de umidade desertificação estão: o desmatamento de áreas
do ambiente. As folhas são perenes (perenifólias) porque não existe
estação desfavorável que condicione a queda total das folhas.
com vegetação nativa; o uso intenso do solo, tan-
to na agricultura quanto na pecuária; e as práti-
Jan Mastnik/Shutterstock.com
Anotações
:42
257
Kletr/Shutterstock.com
formando uma espessa camada de húmus, que fertiliza os solos
e ajuda a diminuir o impacto das gotas de chuva no chão, ame-
Construa, com os alunos, um mural foto- nizando os efeitos da erosão pluvial. Apesar do grande volume
de massa biológica, os solos das florestas equatoriais são pobres.
gráfico sobre o domínio amazônico, com ima- Dessa forma, a própria floresta cria e mantém, com os seus resí-
gens de revistas, jornais e da própria Internet, duos biológicos, o solo de que vive. Os principais exemplos são as
tratando de elementos positivos e elementos florestas do Congo, na África; da Indonésia, na Ásia; e principal-
mente a Floresta Amazônica.
negativos encontrados na atualidade. Faça do Essas áreas são mais favoráveis ao extrativismo vegetal, desde que
Extrativismo vegetal. Retirada de madeira
processo de colagem um momento interativo, da floresta. praticado de forma racional, permitindo a recuperação da floresta. O
explicando, gradativamente, cada imagem in- desmatamento indiscriminado expõe o solo à erosão e o empobrece
por causa da lavagem do solo e consequente perda de nutrientes.
serida no painel. A biodiversidade das florestas equatoriais desperta o interesse
de cientistas pelas inúmeras possibilidades de produção de remé-
dios e outras substâncias, além do melhoramento dos cultivos agrí-
Leitura colas, pela introdução de espécies nativas mais resistentes.
complementar
Floresta tropical
Biodiversidade É comum nos climas tropicais, onde predominam solos argi-
losos, a retenção de maior umidade que nas florestas equatoriais,
A Amazônia concentra 53% da área to- onde o solo é arenoso. A floresta tropical é semelhante à equatorial,
tal ocupada pelas florestas tropicais da Terra, com árvores de médio e grande porte e uma das mais ricas biodi-
nada menos que três vezes mais que as matas versidades do Planeta, proporcionalmente mais rica que a Floresta
Amazônica.
do Congo e oito vezes mais que as da Nova Como situavam-se em áreas de conquista e ocupadas por dife-
Guiné. A Floresta Amazônica abriga o equi- rentes sociedades (como o litoral brasileiro, a América Central con-
tinental e insular e o Sudeste asiático), essas florestas praticamente
valente a cerca de 13% de todas as plantas co-
desapareceram, restando apenas áreas descontínuas, manchas, ou
nhecidas do mundo. Só ali há mais de 40 mil argueiros, de áreas conservadas e protegidas.
espécies de planta, das quais 30 mil são endê-
vitormarigo/Shutterstock.com
micas, ou seja, só existem nesse bioma e em
nenhum outro lugar.
A formação dominante é chamada pe-
los estudiosos de floresta ombrófila densa,
expressão que poderia ser traduzida como
“mata fechada que gosta de chuva”. É com-
posta por árvores de médio e grande porte,
que podem ultrapassar 40 m de altura e for-
mam um dossel (cobertura) contínuo, que
deixa passar pouca luz. As plantas de porte Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, Brasil.
as chuvas são bem distribuídas ao longo do te de Mato Grosso e do Maranhão. Nas regiões onde há períodos secos ainda mais prolon-
ano, acompanhando a calha do Rio Amazo- gados, de quatro a sete meses, ocorrem florestas estacionais semideciduais (20% a 50% das
nas e de seus afluentes. árvores perdem folhas na seca) e deciduais (mais de 50% das árvores perdem folhas). As flo-
O bioma amazônico comporta também restas estacionais semideciduais são encontradas no sul de Rondônia e no sudoeste de Mato
outros tipos de floresta. A ombrófila aberta Grosso. As deciduais ocorrem no sudoeste do Pará.
cresce em áreas onde se observa uma estação Nas áreas permanentemente inundadas, encontram-se as matas de igapó, e, nas inundadas
mais seca, em torno de quatro meses do ano, periodicamente, as matas de várzea. Em Roraima e no norte do Amazonas, ao longo dos rios Ne-
e tem árvores mais espaçadas, com concen- gro e Branco, a combinação de clima superúmido com solos muito arenosos faz surgir a forma-
trações locais de palmeiras, cipós, bambus ção conhecida como campinarana. Ela se caracteriza por árvores de tronco fino e esbranquiçado,
e sororocas (parentes das bananeiras). Essa com no máximo 20 m de altura, e pela presença ocasional de palmeiras.
formação está presente no Acre, em Rondô-
nia, no leste e no sul do Amazonas, no nor- Fonte: LEITE, Marcelo. Brasil: paisagens naturais. São Paulo: Ática, 2007. p. 24-25
C
258
8:43
Sinopse: O filme conta as emocionantes aventuras de uma jovem indígena órfã que vive com seu avô
Tigê, em um belo recanto do Rio Negro, na Amazônia. Com Tigê, ela aprende as lendas e histórias
de seu povo, convivendo intimamente com a floresta e os animais.
Sinopse: O filme acompanha diferentes famílias de felinos na luta pela sobrevivência em um dos
lugares mais selvagens do mundo, a Savana africana.
260
4 Dentre as proposições abaixo, marque a que indica a formação vegetal típica de climas tropicais
com uma estação seca bem definida e que se constitui basicamente de arbustos e plantas rasteiras,
com a presença de poucas árvores.
a. Tundra.
b. Floresta Temperada.
c. Pradarias.
d. X Savana.
e. Floresta Tropical.
261
“Ocorre em climas com períodos frios e quentes bem marcados. As temperaturas de inverno podem
chegar a abaixo do ponto de congelamento. As plantas são úmidas, com estrutura e composição dife-
rentes conforme a área de ocorrência. A queda das folhas nas estações secas equilibra as plantas para
que elas, transpirando menos, consigam atravessar os períodos de escassez de água. É uma das vegeta-
ções mais destruídas do mundo.”
(CONTI, J. B. e FURLAN, S.A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. São Paulo: Edusp, 1996. Adaptado.)
6 No mapa abaixo, estão indicadas áreas que apresentam o mesmo ambiente natural. Marque a alter-
nativa que indica corretamente o seu nome.
N
O L
a. Florestas tropicais.
b. Vegetação mediterrânea.
c. Tundra.
d. X Desertos.
e. Taiga.
N V T B F G T R N H B A T S V D F T E N
M B A H A B S G V D E Q U A T O R I A L
W B I G V C R G E T H J N N M K P L E V
M C G G S F D V W P Q Ç D M S D N H G T
P L A M A Z Ô N I C A R R C H D F M L Ô
A B S G V D F E T B G N A K P L D B C G
b. Essa vegetação, devido às suas características principais, pode ser comparada a que outro tipo de
vegetação?
A Caatinga pode ser comparada à Estepe.
fotografie4you/Shutterstock.com
CREATISTA/Shutterstock.com
“Espécies ameaçadas são aquelas cujas populações e hábitats estão desaparecendo rapidamente,
de forma a colocá-las em risco de tornarem-se extintas. [...] Ao longo do tempo, o homem vem acele-
rando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter se tornado, atualmente, o principal agente
do processo de extinção. Em parte, essa situação deve-se ao mau uso dos recursos naturais, o que tem
provocado um novo ciclo de extinção de espécies, agora sem precedentes na história geológica da Terra.
Atualmente, uma das principais causas de extinção é a degradação de ambientes naturais.”
(Fonte: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/esp%C3%A9cies-amea%C3%A7adas-de-extin%C3%A7%C3%A3o
(adaptado). Acessado em 31/10/2012.)
populações.
b. Quem é o principal responsável pelo processo de extinção dos animais? E qual é a principal causa
desse processo?
O homem é o principal responsável, por degradar ambientes naturais. O interesse econômico é a prin-
cipal causa.
c. Faça uma pesquisa para descobrir em quais domínios morfoclimáticos do Brasil as espécies das figu-
ras podem ser geralmente encontradas.
O lobo-guará pode ser encontrado no Cerrado, na Caatinga, na Mata Atlântica, no Pantanal e nos
Anotações
Anotações
C
266
T photography/Shutterstock.com
Central Park, Nova York. O parque está rodeado por arranha-céus, caracterizando um ambien-
te artificializado.
Os elementos fixos e
fluxos
O ser humano cria objetos técnicos, que podem ser uma praça
pública, um shopping center, um aeroporto, uma avenida, etc. Todos
esses objetos são criados com um objetivo próprio e se relacionam
no espaço geográfico.
Segundo o professor Milton Santos, um importante geógrafo
brasileiro, o espaço geográfico é constituído de objetos fixos e flu-
xos. Os objetos fixos se referem às estruturas físicas, como casas,
avenidas, prédios, edifícios governamentais, tribunais. Esse conjun-
to faz com que haja os fluxos: as pessoas que vivem ou visitam o
espaço, as informações que nele circulam, o dinheiro e todos os ou-
0:35
tros elementos que fazem os objetos fixos cumprirem suas funções.
Cada vez mais, os fluxos são volumosos e rápidos, na medida
em que a tecnologia avança e permite sua maior fluidez. Podemos
citar, como exemplo desse fenômeno, as telecomunicações. Hoje,
as notícias podem ser divulgadas praticamente em tempo real, pois,
em questão de segundos ou minutos, a informação de determinado
acontecimento circula pela rede mundial de computadores, a Inter-
net, e torna-se disponível para pessoas do mundo inteiro.
Kingarion/Shutterstock.com
Leitura
complementar
Capitalismo e espaço
geográfico
Trabalhador colhendo tomates em estufa.
ChameleonsEye/Shutterstock.com
Na medida em que tornaram as comunidades
sedentárias, surgiram as noções de proprieda-
de da terra. A partir de então, o progresso téc-
nico tornou-se cada vez mais frequente. O uso
da metalurgia e da cerâmica constituiu outro
passo decisivo para o desenvolvimento das co-
munidades. O comércio foi outra importante
atividade humana que contribuiu para apro- Trabalho em fábrica de alimentos processados. Só no Brasil são, aproximadamente, 1,6 milhão
de trabalhadores.
fundar as transformações espaciais.
268 Capítulo 11 – As relações econômicas no cotidiano
Capitalismo e renascimento
comercial
CG_6ºano_11.indd 268 07/03/2018 14:00:36
A partir dos séculos XV e XVI, a expan- nado produto, possibilitando o intercâmbio cionais europeus. Ao mesmo tempo que se de-
são da rede comercial incorporou e provocou de diferentes mercadorias. O capitalismo co- senvolvia o comércio em larga escala, ocorria
o desenvolvimento tecnológico. A invenção mercial inaugurou, assim, o comércio em lar- o desenvolvimento da manufatura, em substi-
da caravela, da bússola e do astrolábio cria- ga escala e intercontinental, integrando Amé- tuição às corporações de ofício remanescentes
ram novas possibilidades de navegação a lon- rica, África, Europa e Ásia. O uso da pólvora do período feudal.
ga distância. Foi o momento da transição do foi fundamental para a submissão dos povos
feudalismo para o capitalismo. O feudalismo que, compulsoriamente, viram-se integrados
apoiava-se numa relação social definida pela à nova ordem econômica da Europa. O mer- Anotações
dependência entre senhores e vassalos, no tra- cantilismo, doutrina econômica e política do
balho servil, numa economia rural que ten- capitalismo comercial, criou as bases de uma
dia à autossuficiência e num sistema político nova geografia europeia e mundial. Fortaleceu
descentralizado. No capitalismo, as empresas a unificação territorial a partir de um governo
especializam-se na produção de um determi- centralizado, dando origem aos Estados Na-
C
268
Mudanças
históricas na
economia
A origem e a circulação
do dinheiro
No período da História em que o ser humano deixou de ser
nômade, ou seja, começou a praticar a agricultura e pecuária e pas-
sou a habitar um lugar fixo, sua produção era voltada para o seu
abastecimento, garantindo, assim, a sua manutenção. O excedente
(a sobra) do que era produzido começou a ser utilizado para a tro-
ca por outros bens, como sal, carne, couro, etc. Esse processo deu
origem à primeira manifestação do comércio, o escambo, a troca
direta de mercadorias. No escambo, a mercadoria era avaliada de
acordo com a quantidade de tempo ou força de trabalho utilizada
para a sua produção ou pela necessidade do comprador.
kuruneko/Shutterstock.com
0:36
Songquan Deng/Shutterstock.com
professor e geógrafo Milton Santos no que se trata
dos fixos e fluxos de uma determinada área ou re-
gião. Dessa forma, analise atentamente a imagem
ao lado da Times Square, uma das avenidas mais
movimentadas e dinâmicas do mundo, e liste, nas
linhas disponíveis, alguns elementos fixos e fluxos
visualizados por você.
Sugestão de resposta: Fixos: Prédios, lojas, postes de
MS
MG
ES
a. A partir de quantos anos uma pessoa pode tra-
De 4% a 6% SP
RJ
balhar legalmente no Brasil?
De mais de 6% a 8% PR
De mais de 8% a 10%
SC
N
Aos 14 anos, na condição de menor aprendiz.
De mais de 10% a 12%
RS O L
Acima de 12%
S
b. Segundo o mapa, a lei sobre a idade mínima para trabalhar é totalmente cumprida no Brasil? Explique.
Não. O mapa revela que, em todo o País, crianças e jovens a partir dos 5 anos de idade trabalham de
alguma forma.
c. Você já observou alguma criança trabalhando? O que achou? Conte para seus colegas e seu professor
e escreva sua experiência em seu caderno. Resposta pessoal.
seu trabalho que excede o próprio consumo tas. Ou seja, ao mesmo tempo exclusivamente cesso de desenvolvimento — ou seja, uma es-
pelo produto do trabalho de outros que lhe autônomos (visto que proprietários privados trutura socioeconômica caracterizada por um
seja necessário incentiva cada homem a se de- do produto do seu trabalho e dos seus meios conjunto de produtores privados unidos sim-
votar a uma ocupação específica e a cultivar e de produção) e dirigidos apenas pelo raciocínio plesmente por um sistema de relações comer-
aperfeiçoar tudo o que ele pode ter de talen- do interesse pessoal na sua mútua dependência. ciais. Observa-se que, se isso fosse natural da
to e inteligência para essa espécie de trabalho.” Em se tratando de um mito, no sentido de sociedade, o capitalismo teria nascido quase
Para Adam Smith, a troca comercial e a um relato fabuloso, que deveria explicar as ori- imediatamente no fim da pré-história humana.
divisão do trabalho que ela implica — como gens e os fundamentos do mundo em geral e
condição e resultado ao mesmo tempo — são das instituições humanas em particular, nota-se Disponível em: diplo.org.br/2006-11,a1427. Acesso em:
consideradas um estado natural (em todos os com facilidade, de início, o caráter propriamen- 07/02/2018.
sentidos do termo) da sociedade, com base na te tautológico da explicação fornecida. Adam
suposição de que esta é apenas a reunião de Smith pressupõe como estado natural da so-
uma multidão de indivíduos meramente egoís- ciedade o que deveria explicar a gênese e o pro-
272
Macroeconomia e professor
microeconomia Comente que os novos processos de pro-
O estudo da economia pode ser dividido em duas áreas. A ma- dução e as grandes mudanças nas relações de
croeconomia tem como princípio relacionar os agentes econômi- trabalho dentro das empresas capitalistas, com
cos e indicadores que refletem na economia mundial ou regional
como taxa de juros e câmbio, balança comercial e inflação, entre a Terceira Revolução Industrial, desenvolveram
outros indicadores econômicos. novos métodos de produção, mais ágeis e flexí-
Já a microeconomia se volta para o estudo das unidades indivi-
veis, em que as características das mercadorias
duais, ou agentes produtivos: as empresas e os donos dos recursos de
produção. A microeconomia está preocupada com as relações entre podem ser modificadas com rapidez em fun-
os consumidores e os agentes de produção — para quem produzir, ção das exigências do mercado de consumo.
em que volume, a que preço vender, etc. Nesse estudo, observa-se
o seguinte processo: de um lado, as pessoas que fornecem trabalho
Esse sistema de produção, conhecido por just
(mão de obra) e necessitam de bens de consumo (produtos) para in time, além da eficiência, está diretamente re-
atender às suas necessidades; do outro, as empresas que necessitam lacionado à capacidade do mercado.
de trabalhadores e são fornecedoras de produtos ou serviços.
think4photop/Shutterstock.com
Anotações
Os setores da economia
Os setores da atividade econômica são conjuntos de ativida-
des diferenciados pelos bens que produzem e que, juntos, formam
a economia de uma região.
Existem três setores:
Setor primário: está ligado à produção de bens por meio da
exploração de recursos da natureza. Como exemplos de atividades
econômicas desse setor, podemos citar a agricultura, a mineração
sem o uso de equipamentos de alta tecnologia, a pesca, pecuária, o
extrativismo vegetal e a caça.
273
Setor secundário
Transformação de bens
naturais em produtos aca-
Setor primário
bados ou semiacabados
Extração e
produção de bens
Setor quaternário
Serviços e atividades de alta
tecnologia
Setor terciário
Prestação de serviços
O que é inflação?
Se existe quem consome os produtos, existem também aque-
les que produzem e vendem mercadorias. Quando a procura dos
produtos é maior que a oferta deles, há o aumento do preço das
mercadorias. Elas se tornam mais caras porque faltam no mercado,
ocasionando o que chamamos de inflação de oferta.
Outra forma é a inflação por demanda: quando as pessoas
estão comprando muito, dizemos que o mercado está aquecido e,
por isso, há aumento dos preços, pois a procura está maior que a
O que é lucro?
Chamamos de lucro o retorno de um investimento que se fez
ao construir um determinado negócio. Existem vários tipos de lu-
cro, mas vamos estudar apenas dois: o lucro bruto e o lucro líqui-
do. O primeiro se refere a tudo que a empresa faturou ou vendeu
em determinado período, sem deduzir seus gastos. Já o lucro líqui-
do é o que restou do lucro bruto após a empresa ter pago taxas,
impostos, despesas e o salário dos empregados.
Por exemplo: imagine que uma fábrica de chocolate teve um lucro
bruto de R$ 500.000,00 no mês de dezembro de 2013. No mesmo pe-
ríodo, essa empresa teve gastos e despesas no valor de R$ 200.000,00.
Para sabermos o lucro líquido, subtraímos o valor dos gastos e das des-
pesas. Então, seu lucro líquido naquele mês foi de R$ 300.000,00.
mano. Aqueles que criam riqueza para alguns, Propriedade privada: as empresas — padarias, escolas, hos-
produzem pobreza para a maioria, em nível pitais, lojas, supermercados, etc. — devem pertencer a investidores,
e não ao Estado.
nacional e internacionalmente. Eu acho que é
Livre-iniciativa: todos os cidadãos são livres para tomar a
uma falácia estabelecer tal objetivo: não existe iniciativa de atuar em qualquer área da economia.
o ‘melhor do capitalismo’, como se o capitalis- Livre concorrência: a competição estimula a inovação e a
criação de novas tecnologias.
mo pudesse ser refinado, como se um bom ca- Lei da oferta e da procura: quanto maior for a procura de
pitalismo fosse viável. Há versões muito ruins, um produto, maior será seu preço; se houver abundância de deter-
como o neoliberalismo ou o fascismo, mas minada mercadoria no mercado, os preços diminuem.
Acumulação de capital: a principal meta do sistema, para
não sei de nenhuma que seja boa. O capitalis- gerar o acúmulo de riqueza.
mo é sempre selvagem.
View Apart/Shutterstock.com
Por outro lado, o socialismo, diferente-
mente do capitalismo, não é um todo orgâ-
nico, uma realidade já construída, mas sim
um caminho que não deixa para trás total-
mente o sistema que está tentando superar.
Testamos aqui e ali, adotamos novas for-
mas, avançamos e recuamos, eliminamos o
que não der, corrigimos os erros uma e ou-
tra vez; um caminho para outro mundo, no A McDonald’s é considerada um dos símbolos do capitalismo. Loja localizada em Rimini, Itália.
tabelecido? No sistema eleitoral capitalista, como um cliente, porque as eleições fun- lhor de ambos os sistemas. Na verdade, provo-
supostamente, há uma esquerda e uma direi- cionam como se fosse um mercado — está ca uma alternatividade de métodos, não de es-
ta, mas essa esquerda, cuja matriz ideológi- cansado de que os partidos da direita e da sências. Sem falarmos de casos muito isolados,
ca é a social-democracia, que originalmente esquerda se revezem e apliquem políticas se- como poderia ter sido Olof Palme, na Suécia,
era marxista e tencionava reformar o capi- melhantes e o sistema, então, constrói uma que viveu em um país muito rico, que ainda
talismo, até que desaparecesse gradualmen- terceira maneira falsa. sem ter colônias, como parte do sistema capi-
te, hoje é funcional para o sistema e repudia Mas os polos reais não estão dentro de talista, também se beneficiou do sistema colo-
o marxismo, e difere dos partidos conserva- um sistema, são opostos: eles são o capitalis- nial e neocolonial.
dores em suas políticas sociais e sua com- mo e o socialismo. Não existe um centro, um A social-democracia, que parecia ser a
preensão sem preconceitos da diversidade. espaço neutro entre os dois sistemas. A social- vencedora, deixou de fazer sentido quando a
A fórmula centrista funciona dentro do sis- -democracia encontra-se dentro do capitalis- União Soviética entrou em colapso e desapa-
tema capitalista como um recurso de propa- mo, mas finge ser um centro, tentando fazer receu o bloco socialista. Nem mesmo foi ca-
ganda eleitoral. O eleitor — que é tratado aquilo que declaramos impossível: tirar o me- paz de ficar na Suécia (Olof Palme foi assas-
276
Denys Turavtsov/Shutterstock.com
O sistema misto
Esse é o modelo de sistema econômico vivenciado pela China.
Ele funciona da seguinte forma: na esfera política, o país é socia-
lista, pois ainda mantém um partido único, o Partido Comunista
Chinês. A liberdade de expressão é controlada pelo Estado: o aces-
so à Internet, por exemplo, é fiscalizado pelo governo. Mas, na esfe-
ra econômica, o país é capitalista, pois há a propriedade privada, o
mercado é quem determina os preços, a concorrência é acirrada e a
livre-iniciativa é permitida.
Hoje, a China é o centro das atenções na economia capitalista
global devido a seu acelerado crescimento, sua abundância de maté-
ria-prima, sua mão de obra barata e um vasto mercado consumidor
— o maior do mundo; fatores de atração de milhares de empresas
estrangeiras para o país, em busca dos baixos custos de produção.
277
Everett Historical/Shutterstock.com
papel preponderante do dinheiro, difun-
de a cultura do consumismo exacerbado, da
competição exagerada e do desperdício. As-
sim procede para ampliar cada vez mais o lu-
cro, sem se importar com o destino do consu-
midor ou até mesmo com a boa qualidade do
produto ou do serviço.
Diante da assertiva de que o povo é guiado
pelo poder das imagens, o marketing agressivo
força a venda dos produtos e envolve o consu-
midor de tal forma que fica difícil fugir do cha- Fábrica de tecido na Primeira Revolução Industrial.
do obtenção de vantagens; as facilidades para gum e 15% os que se arrependem do que foi ad-
empréstimos consignados, pensando na con- quirido, porque não necessitam. Anotações
quista de juros baixos para o dinheiro que será [...] Na continuação da vida capitalista, sur-
aplicado na compra de produtos supérfluos, gem os bancos como maiores responsáveis pela
mas que se vai perceber já tarde. estabilização de uns e desestabilização de outros.
O consumidor tem de evitar a crença de O consumidor consciente que busca recursos
status social avançado em função do consu- bancários com objetivos definidos ganha com o
mismo que, na verdade, o homem de suces- sistema; todavia, a maioria é enganada e só con-
so não é aquele que tem maior capacidade de tribui para seu próprio empobrecimento e para o
consumo, apesar da repercussão no grupo so- enriquecimento ilícito dos banqueiros. [...]
cial ao qual se pertence.
Calcula-se em 35% o percentual de con- Disponível em: http://www.ibrajus.org.br/revista/
sumidores que compram sem planejamento al- artigo.asp?idArtigo=193 . Acesso em: 12/12/2017.
C
278
Sinopse: Uma análise de como o capitalismo corrompeu os ideais de liberdade previstos na Consti-
tuição dos Estados Unidos, visando gerar lucros cada vez maiores para um grupo seleto da sociedade,
enquanto a maioria perde cada vez mais direitos.
Os estagiários
Direção: Shawn Levy.
0:38
Ano: 2013.
Sinopse: Billy e Nick são grandes amigos e trabalham juntos como vendedores de relógios. Eles são
pegos de surpresa quando seu chefe fecha a empresa, por acreditar que o negócio esteja ultrapassado.
Com problemas financeiros, eles conseguem a inscrição em uma seleção de estágio no Google. Mes-
mo sem terem a garantia que serão contratados, eles partem para a sede da empresa e lá precisam lidar
com a diferença de idade entre eles e os demais competidores.
Eu, etiqueta
Em minha calça está grudado um nome [...] Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
que não é meu nome de batismo ou de cartório. minha gravata e cinto e escova e pente [...]
um nome... estranho. Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
Meu blusão traz lembrete de bebida são mensagens,
que jamais pus na boca nesta vida. letras falantes,
Em minha camiseta, a marca de cigarro gritos visuais,
que não fumo, até hoje não fumei. ordens de uso, abuso, reincidência,
Minhas meias falam de produto costume, hábitos, premência,
que nunca experimentei, indispensabilidade,
mas são comunicados a meus pés. E fazem de mim homem-anúncio itinerante [...].
(Carlos Drummond de Andrade)
A descrição acima trata de um conceito econômico que preocupa bastante os líderes dos governos. De
que conceito o texto trata?
a. PIB.
b. PNB.
c. Lucro líquido.
d. X Inflação.
“O Banco Central é o banco mais importante do País, não só porque apenas ele emite as cédulas e
as moedas que usamos, mas também porque se encarrega de controlar a quantidade de dinheiro que
circula e de manter o dinheiro em circulação em boas e seguras condições de uso. Sua principal missão
é cuidar para que esteja em circulação somente a quantidade de dinheiro de que o País precisa para o
desenvolvimento da economia, pois, quando há muito dinheiro circulando, podem surgir problemas
na economia que afetam a todos, como a inflação. E, por outro lado, quando há pouco dinheiro em
circulação, podem surgir outros problemas, como o desemprego e a pobreza.”
(Fonte: Banco Central do Brasil. Caderno BC — Série Educativa. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/Pre/educacao/
cadernos/bancocentral.pdf. Acessado em 06/11/2012.)
oferta, o que gera uma desvalorização da moeda e aumento do preço dos produtos.
O real.
Com a crise, 42% dos brasileiros trocaram marca cara por mais
barata
De acordo com os consumidores, essa foi a saída número um para adequar o consumo à crise.
Dois anos seguidos de recessão mudaram a forma de o brasileiro consumir itens de alimentação,
higiene e limpeza. Em 2016, 42% das famílias trocaram marcas caras pelas mais baratas e essa foi a saída
apontada pelos consumidores para adequar o consumo à crise.
Os dados fazem parte da pesquisa de painel de consumo da consultoria Nielsen, apresentados na
terça-feira, 2, na 33ª edição da feira da Associação Paulista de Supermercados, a Apas Show. A consul-
toria visita quinzenalmente 8,2 mil lares no País.
Disponível em: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2017/05/03/internas_economia,702066/
com-a-crise-42-dos-brasileiros-trocaram-marca-cara-por-mais-barata.shtml. Acesso em 22/08/2017.
Microeconomia. O texto noticia um fato referente à relação dos agentes produtivos com os consumi-
dores.
b. De acordo com a tabela, que estado do Brasil gera mais riquezas para a economia do País?
São Paulo.
c. Indique quais regiões brasileiras estão totalmente representadas por seus estados no gráfico do PIB
disponível na questão.
Regiões Sudeste e Sul.
8 (UFRN – Adaptada)
A população mundial ultrapassou os sete bilhões e está projetada para alcançar nove bilhões até
2050. Em termos gerais, o crescimento populacional é maior nos países mais pobres, onde as prefe-
rências de fecundidade são mais altas, onde os governos carecem de recursos para atender à crescente
demanda por serviços e infraestrutura, onde o crescimento dos empregos não está acompanhando o
número de pessoas que entram para a força de trabalho e onde muitos grupos populacionais enfrentam
grandes dificuldades no acesso à informação e aos serviços de planejamento familiar.
Fonte: Population Reference Bureau, 2011.
Capítulo 12
tos da agropecuária do Brasil.
• Explicar o funcionamento das relações de
trabalho no campo, abordando a agricultura
familiar e o arrendamento de terras.
As atividades econômicas • Discutir o papel dos posseiros, dos grilei-
ros, dos grandes proprietários rurais e do go-
do setor primário A agropecuária é responsável pela produção de ali-
mentos e matéria-prima para a humanidade. verno nos conflitos por terras, comentando a
atuação da Organização Mundial do Comér-
cio (OMC).
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
285
C
286
Extrativismo
como atividade de
sobrevivência
Atualmente, diversas comunidades nativas da Amazônia, da
África, da Ásia e da América praticam a coleta de forma integrada
com a natureza, respeitando suas capacidades e seus limites, como
forma de complementar a prática da agricultura e criação. Açaí, cas-
tanha-do-pará, pupunha e outros vegetais são retirados da natureza
para complementar a dieta junto ao feijão, à farinha de mandioca,
ao peixe e à caça ou para serem vendidos.
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Açaí. Castanha-do-pará.
Extrativismo como
atividade lucrativa
Já vai longe o tempo em que o ser humano olhava para a natu-
reza simplesmente para admirá-la ou para retirar dela apenas o ne-
bikeriderlondon/Shutterstock.com
tal na economia rural. A concentração da pro-
priedade da terra é um dos traços marcantes
da economia rural brasileira, cujas origens re-
montam ao modelo de colonização aplicado
ao território lusitano na América.
De acordo com os dados do Censo Agro-
pecuário de 1995, os estabelecimentos ru-
rais com menos de 10 hectares somam mais
Pesca industrial em Queensland, Austrália.
da metade do total, mas representam cerca de
Um dos principais ramos da atualidade é a pesca industrial,
2% da área agrícola cadastrada no País. No ou-
ou indústria extrativa pesqueira. Nesse modelo de extrativismo
tro extremo, os estabelecimentos rurais com moderno, não se utiliza caniço, vara de pescar ou samburá. A tarefa
1.000 hectares ou mais representam pouco é realizada por grandes navios, que utilizam tecnologia ultrassofis-
ticada, como radares e sonares para localizar cardumes e grandes
mais de 1% do total, mas controlam cerca de redes de arrasto para retirá-los do mar. Todos dispõem de câmaras
45% da área agrícola. frigoríficas para conservar o pescado e muitos já beneficiam o pro-
O sistema das sesmarias, do século XVI, duto no próprio navio, transformando-os em conservas, como no
caso da sardinha em lata.
gerou esse padrão concentrador que se repro- A pesca artesanal, apesar de não representar grande impor-
duziria ao longo da história do País. Já naque- tância comercial, promove a subsistência da mão de obra familiar
la época, surgiram os dois personagens básicos entre comunidades ribeirinhas. Essa prática, quando é regulada, é
menos agressiva ambientalmente, o que propicia a recuperação da
da economia rural brasileira: de um lado, o la- biodiversidade oceânica e a permanência de determinadas espécies.
tifundiário (sesmeiro), que detinha vasta ex-
tensão de terras e geralmente empregava um O extrativismo da
contingente numeroso de escravos para a pro-
dução de gêneros tropicais exportáveis; de ou-
madeira e a indústria
tro, o posseiro, que ocupava as terras devolu- moveleira
tas mais afastadas do litoral, dedicando-se à
Fazer móveis, como mesas e cadeiras, bem como utilizar ma-
produção de subsistência e também a culturas deira para construção de casas, sempre foi uma prática do homem.
alimentares consumidas nos latifúndios. Percebendo que algumas das espécies de madeira utilizadas eram
mais resistentes e mais belas, algumas empresas passaram a explorá-
No século XIX, a introdução do traba- -las de forma brutal e indiscriminada.
lho livre na economia cafeeira assinalou um
momento decisivo na evolução da estrutura 288 Capítulo 12 – As atividades econômicas do setor primário
fundiária brasileira. A extinção do sistema de
sesmarias, em 1822, originou uma expansão
descontrolada do apossamento de terras. Em CG_6ºano_12.indd 288 07/03/2018 14:02:50 CG
1850, a Lei de Terras veio frear esse processo, Os trabalhadores rurais expulsos das eles são precedidos pelos grileiros, que, subor-
determinando que a única via para o acesso à áreas agrícolas mais antigas funcionam como nando funcionários governamentais e contra-
terra seria a compra. vanguarda de expansão das fronteiras da eco- tando jagunços e pistoleiros, forjam títulos de
A modernização da economia rural teve nomia rural. Instalam-se, como posseiros ou propriedade de terras e expulsam os ocupan-
como consequência a valorização monetária pequenos proprietários, em regiões distan- tes. Outras vezes, grileiros e fazendeiros são
da terra. A valorização da terra, por sua vez, tes, onde são abertas novas estradas e existem um único personagem. Os conflitos entre gri-
implica o aprofundamento da concentração terras devolutas em abundância. Nessas áreas leiros e posseiros são os principais represen-
da propriedade. A transformação da produção novas, a estrutura fundiária costuma exibir tantes da violência das regiões de fronteira.
agrícola nas áreas mais prósperas do Centro- intensa fragmentação, e a paisagem predomi- Assim, o crescimento contínuo da área agrí-
Sul, por exemplo, realizou-se paralelamente nante é a dos sítios e das roças familiares. cola total se realiza através de ciclos de desconcen-
ao englobamento dos sítios pelas fazendas, Depois da instalação dos camponeses po- tração e reconcentração da estrutura fundiária.
com a expulsão dos camponeses pobres para bres, as fronteiras agrícolas assistem à chega- Na década de 1960, quando se intensifi-
as cidades ou para as fronteiras agrícolas. da dos grandes proprietários. Muitas vezes, cava a ocupação dos atuais Estados de Goiás
288
Val Thoermer/Shutterstock.com
campo brasileiro.
tas tropicais atingem elevado valor no mercado mundial. Grandes
empresas, na sua corrida desenfreada por lucro, devastam grandes
áreas, provocando o risco de extinção de diversas espécies. Fonte: ARAÚJO, Regina Célia. Geografia – Manual do
O que hoje ocorre com as nossas florestas já ocorreu com as
Candidato Instituto Rio Branco. Ministério das Relações
florestas temperadas, subtropicais e boreais da Europa, Ásia, Aus-
trália, América do Norte e até da América do Sul, pois o desmata- Exteriores. 2. ed. Brasília: Funag, 2000. p.79–81.
mento para o uso na agricultura, pecuária e mineração tem coloca-
do em risco a flora e a fauna.
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Anotações
Extrativismo mineral ou
indústria de mineração
Revolver a terra com a bateia ou com a peneira era a forma de
o homem extrair dela minerais que eram importantes para sua so-
brevivência direta: ferro para criar lanças e arados, ouro para criar
taças e adornos. Com o desenvolvimento, a sociedade descobriu
novos usos para diferentes minerais, bem como novos minerais, o
que acarretou uma superexploração desses recursos no subsolo.
e Mato Grosso do Sul, os pequenos estabele- -se através da expropriação dos posseiros e
cimentos aumentavam a sua participação na da implantação de grandes estabelecimen-
área total enquanto regredia a participação tos pecuaristas ou madeireiros.
dos estabelecimentos maiores. Nas fronteiras agrícolas amazônicas, o
Durante toda a década de 1970, ocor- predomínio do pequeno estabelecimento
ria um movimento inverso, de reconcentra- camponês ficou praticamente restrito a cer-
ção fundiária. Naquela fase, a moderniza- tas regiões de Mato Grosso, de Rondônia e do
ção agrícola em São Paulo (principalmente Acre, onde se estabeleceram migrantes prove-
com a expansão canavieira) e no Paraná nientes da Região Sul.
(com a expansão da soja) eliminava os sítios O processo cíclico de expansão das fron-
e expulsava os camponeses pobres. Ao mes- teiras agrícolas e concentração da estrutura
mo tempo, a ocupação das franjas amazôni- fundiária gera conflitos permanentes e cres-
cas (Maranhão, Pará e Tocantins) realizava- centes pela posse da terra. Tais conflitos vêm
289
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Mina a céu aberto, pedreira.
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N 0 314 km 628 km
O L
Equador
Alumínio – Al (bauxita)
Chumbo – Pb
Cobre – Cu
Estanho – Sn (Cassiterita)
Ferro – Fe
Manganês – Mn
Nióbio – Nb
Níquel – Ni
Ouro – Au
Titânio – Ti Trópico de C
Tungstênio – W apricórnio
Zinco – Zn
Amianto – Amt
Calcário – ca Oceano
Diamante – di
Fosfato – P
Atlântico
Quartzo – qz
Sal marinho
Carvão – cv
Petróleo e gás – pg
Tório – Th
Urânio – U
Xisto betuminoso
Fonte: IBGE.
2 Complete os espaços abaixo com exemplos de produtos obtidos por cada modalidade de extra-
tivismo.
Extrativismo
folha platina
diamante
biente. Caso contrário, ele causará desmatamento, poluição, esgotamento do solo e extinção de espécies.
Minério de ferro
150o 120o 90o 60o 30o 0o 30o 60o 90o 120o 150o 180o
Trópico de Capricórnio
N
0 3.820 km 7.640 km
Círculo Polar Antártico
O L
“Há cerca de 4.500 anos, o ferro metálico usado pelo homem era encontrado in natura em meteoritos
recolhidos pelas tribos nômades nos desertos da Ásia Menor. [...] Aos poucos, o ferro passou a ser
usado com mais frequência, a partir do momento em que se descobriu como extraí-lo de seu minério.
[...] Com o avanço tecnológico dos fornos e a crescente demanda por produtos feitos de ferro e aço,
as indústrias siderúrgicas aumentaram a produção. [...] O aço é, hoje, o produto mais reciclável e mais
reciclado do mundo. Carros, geladeiras, fogões, latas, barras e arames tornam-se sucatas, que alimen-
tam os fornos das usinas, produzindo novamente aço com a mesma qualidade. Além disso, as empresas
siderúrgicas (que utilizam ferro e aço como matéria-prima) participam de acordos internacionais para
preservar o meio ambiente.”
(Fonte: Instituto Aço Brasil. Disponível em: http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/aco/siderurgia-no-mundo--in-
troducao.asp. Adaptado. Acessado em 12/11/2012.)
c. Conforme o mapa, quais são os dois países que mais produzem minério de ferro no mundo?
China e Brasil.
Dirk Ott/Shutterstock.com
Extrativismo vegetal. Essa atividade consiste na retira-
ças sociais e políticas dos últimos tempos,
no Brasil, foi a imperceptível transforma- da vegetal da natureza para a realização de práticas de
ção da luta pela reforma agrária numa dis- transformação do material in natura.
puta pela reforma agrária. O que decorre
de sua redução aos compreensíveis e limi-
tados objetivos fundiários e antilatifun-
diaristas da luta pela terra e, não raro, da
economia mercantil simples. A peleja hoje Homem utilizando motosserra no corte de árvore.
EcoPrint/Shutterstock.com
Extrativismo animal. A caça, como representada na
verno quanto os partidos de oposição e os
grupos de ação deles dependentes ou com imagem, revela que essa prática já era realizada há mi-
eles alinhados, como os sindicatos, o Mo- lhares de anos por povos pré-históricos.
vimento Sem-Terra (MST) e a Igreja, es-
tão de acordo quanto ao fato de que ela é
necessária e inadiável. Sem contar, eviden-
temente, que uma reforma agrária está em
andamento desde a aprovação do Estatu- Pintura rupestre localizada na África do Sul representa a
caça de um leopardo por povos pré-históricos.
to da Terra e tem sido acelerada e diversi- Christopher Halloran/Shutterstock.com Extrativismo mineral. Essa atividade econômica do se-
ficada nos últimos anos. Portanto, já não
tor primário, assim como as anteriores, responde por
se luta por reforma agrária, ou, ao menos,
essa já não é a luta principal dos necessita- grande volume de exploração na atualidade. O Brasil,
dos e dos descontentes. por exemplo, atende a grande parte do Planeta com a
A peleja agora é pela forma da refor-
exportação do minério de ferro.
ma. Estamos em face de uma luta pelo con-
trole político da reforma agrária que vem
sendo feita pelo controle dos procedimen- Caminhões transportando cerca de 250 toneladas, cada, de
rochas e sedimentos de uma mina.
tos relativos a ela, por seu resultado e por
seu formato final. O que, ao fim e ao cabo, 294 Capítulo 12 – As atividades econômicas do setor primário
representa a consagração da reforma agrá-
ria, pelas partes em litígio, como solução
do problema da pobreza rural. [...] CG_6ºano_12.indd 294 07/03/2018 14:02:53
Nos impasses que aponto, há uma in- perigoso abismo que vai se abrindo entre quem tem lutado pela terra de trabalho e quem
compreensão da grande distância existente diz lutar pela reforma agrária, ou mesmo quem de fato luta pela reforma agrária lutan-
entre o problema social dos pobres do cam- do pela terra de trabalho. O desencontro aqui não é meramente conceitual. É um desen-
po, que é um problema imediato, e a ques- contro de projetos sociais e históricos cuja pertinência não está sendo claramente deba-
tão agrária. Essa é uma questão histórica, tida com a sociedade.
regulada por outra temporalidade que não É também um desencontro entre a consciência social dos trabalhadores da terra e a
a das urgências cotidianas da vida e certa- consciência social da classe média militante que captura e define hoje os projetos sociais
mente não apenas pelo drama dos pobres. de todos os nossos partidos de esquerda. Mesmo as igrejas, que em anos não muito recua-
O fato de a terra distribuída ou regu- dos haviam adotado uma rica perspectiva antropológica na compreensão das demandas
larizada não ser recusada por quem dela sociais dos pobres, vêm se rendendo às simplificações maniqueístas que os setores médios
precisa com urgência para viver com dig- tendem a adotar quando eventualmente se preocupam com a pobreza.
nidade, como tem acontecido, mostra o
Fonte: MARTINS, José de Souza. Reforma Agrária: o impossível diálogo. São Paulo: Edusp, 2004. p. 39–50.
C
294
A passagem do noma-
O desenvolvimento da dismo para o sedentarismo
representa a chegada de uma
agricultura fase na Pré-História deno-
minada de Neolítico. Nessa
Há aproximadamente 12 mil anos, diferentes sociedades plane- fase, o homem se fixou na
tárias desenvolveram, de forma separada, as atividades que permiti- terra, dominou a agricultura
ram ao ser humano deixar o nomadismo para se tornar sedentário. e domesticou os animais.
De caçadores e coletores, os seres humanos passaram a trabalhar a
terra para depositar sementes, que depois seriam colhidas na forma
de frutos, individualmente ou de forma coletiva, com a ajuda de
alguns animais.
Universidade de Winsconsin
2:53
O homem do Período Neolítico descobriu a agricultura e passou a criar animais, o que determinou sua sedentarização.
formação, os senadores aprovaram um reque- “Praticamente 70% do crescimento da produção agropecuária se deve à tecnologia, não se
rimento solicitando ao governo federal que deve mais ao trabalho e muito menos à terra”, afirmou o sociólogo.
envie à comissão os dados sobre a produção A concentração de renda foi outro aspecto destacado pelo pesquisador.
agrícola nos assentamentos rurais. “Hoje, 0,62% dos estabelecimentos rurais respondem pela metade da renda bruta da agrope-
Para Navarro, a ampliação da produção cuária, e 0,5% do total dos contratos de crédito ficam com um terço do valor investido”, explicou.
agropecuária brasileira está diretamente liga- A presidente da CRA, Ana Amélia (PP-RS), questionou o convidado quanto ao papel do
da a investimentos em tecnologia. associativismo e do cooperativismo como caminho para a inserção produtiva de pequenos e mé-
O novo padrão produtivo, segundo Navar- dios agricultores no mercado. “É a única saída para milhões de famílias rurais de tamanho mé-
ro, revela uma “inédita e crescente monetariza- dio e pequeno. Não há outra”, opinou Navarro.
ção das regiões rurais”, onde investimentos finan-
ceiros têm importância maior do que a terra e a Disponível em: http://www.codigoflorestal. com/2016/02/tempo-da-reforma-agraria-passou-diz. html. Adaptado.
mão de obra entre os fatores de produção. Acesso em: 03/06/2016.
C
296
2:54
Vitoriano Júnior
com um volume 1300% maior do que a média
encontrada para a espécie!
A Agropecuária Santa Efigênia, situada
no município de Uruará-PA, superestimou a
presença de ipê no inventário florestal da área
com o objetivo de gerar créditos excedentes
para esquentar madeira ilegal. Os créditos ex-
cedentes podem ser utilizados para legalizar
madeira extraída, no caso ipês, de áreas sem
autorização, como terras indígenas e unidades
de conservação, ou podem ser vendidos para
as serrarias da região que utilizam esses crédi-
tos com a mesma finalidade. Nos dois casos, é
crime ambiental previsto em lei.
Em 2014, uma autorização de explora- Sistemas de produção
ção florestal (Autef ) emitida pela Sema para
a Santa Efigênia aprovou cerca de 12 mil me- agrícola
tros cúbicos de ipê, o equivalente a cerca de A produção da atividade agrícola vai depender da maior ou
600 caminhões de madeira. De acordo com menor utilização destes fatores. Por exemplo, quando uma fazenda
agrícola baseia a sua produção na área plantada (terra) e no traba-
um parecer técnico da Universidade de São
lho braçal do agricultor, estamos diante de uma prática agrícola ex-
Paulo, que analisou o inventário do plano, o tensiva. Porém, se outra fazenda agrícola investe maciçamente na
número de indivíduos de ipê encontrados na compra de máquinas e equipamentos, além de utilizar mão de obra
qualificada, podemos afirmar que se trata de uma prática agrícola
área licenciada foi de 1,01 árvores por hecta- intensiva, pois se baseou em capital.
re, e, em relação ao volume, o valor foi de 5,75
m³/hectare. A literatura científica aponta, no 298 Capítulo 12 – As atividades econômicas do setor primário
entanto, que a densidade média de indivíduos
desta espécie na Amazônia fica entre 0,2 e 0,4
árvores por hectare, e, em termos de volume CG_6ºano_12.indd 298 07/03/2018 14:02:54 CG
por hectare, esse valor dificilmente supera 0,4 nejo Santa Efigênia. Em outubro, uma in- (Semas-PA) a realizar uma fiscalização no pla-
m, valores bem mais baixos do que o inventa- vestigação que contou com a utilização de no de manejo que confirmou as irregularida-
riado no plano. rastreadores por GPS monitorou rotas de des na área. Na ocasião, a equipe não apenas
“A exploração ilegal de madeira causa caminhões transportando madeira de áreas concluiu que houve fraude no inventário flo-
grave degradação da floresta e abre caminho sem autorização até as serrarias de cidades restal – especialmente para o ipê – como tam-
para a destruição da biodiversidade e violência do oeste do Pará, como Santarém, Uruará e bém recomendou a suspensão do plano e au-
contra a população local. As florestas não po- Placas. Uma dessas serrarias que receberam tuou a empresa.
dem mais ser destruídas se queremos reduzir a madeira ilegal foi a Comercial de Madei- A vistoria e as multas não impediram a
as mudanças climáticas e garantir água para ras Odani Ltda, de Placas, no Pará, que rece- Agropecuária Santa Efigênia de continuar
nosso futuro”, diz Marina Lacôrte, da campa- beu parte dos créditos justamente do plano movimentando os créditos excedentes, o que
nha da Amazônia do Greenpeace. de manejo da Agropecuária Santa Efigênia. indica que madeira ilegal “lavada” com esses
Desde o ano passado, a campanha tem A denúncia levou a Secretaria Estadual créditos entrou no mercado nacional e inter-
revelado fraudes como a do plano de ma- de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará nacional: 99% do volume de ipê autorizado
298
Plantation ou tropical
A plantation é a grande devoradora de matas nativas em várias
regiões dos chamados países em desenvolvimento, ou seja, parte da
América, África, sul e sudeste da Ásia.
Está assentada sobre o latifúndio, a monocultura e exploração
de mão de obra não qualificada, e sua produção de gêneros tropicais
tem por objetivo principal a exportação. A plantation foi amplamen-
te utilizada pelas nações europeias durante o período em que estas
dominaram a América Latina, Ásia e África. Nesse período de apro-
fundamento e ampliação do capitalismo mercantil, utilizava-se, em
foi comercializado. Essa madeira foi desti- freu e continua sofrendo inúmeras invasões
nada a diversas serrarias localizadas nos mu- por parte de madeireiros. Imagens de satéli-
nicípios de Uruará e Placas, onde o moni- te registram nessas áreas um intenso proces-
toramento por satélite mostra uma enorme so de degradação típico desse tipo de explora-
quantidade de áreas degradadas no entorno. ção. Fotografias realizadas durante sobrevoo
Inclusive, os alertas de degradação foram de- do Greenpeace em há poucas semanas confir-
tectados na mesma época em que ocorreu a mam a retirada de madeira de dentro do terri-
comercialização dos créditos: de junho a de- tório indígena.
zembro de 2014.
A Fazenda Santa Efigênia é cortada por Disponível em: http://amazonia.org.br/2015/06/o-
uma estrada que adentra a Terra Indígena (TI) misterioso-caso-da-plantacao-de-ipe/ . Acesso em :
Cachoeira Seca, do povo Arara. Boa parte da 12/12/2017.
TI, inclusive os arredores dessa estrada, já so-
299
T photography/Shutterstock.com
Colheita manual de cana-de-açúcar,
Martinica, Mar do Caribe.
C
300
2:55
Agricultura moderna
Denominação dada às atividades agrícolas que empregam insu-
mos e inovações tecnológicas desenvolvidas desde a Revolução In-
dustrial. Utilizam maciçamente fertilizantes, pesticidas, sementes se-
lecionadas e mecanização nas atividades agrícolas, principalmente na
segunda metade do século XX em diante, com a Revolução Verde.
Esse tipo de prática agrícola é predominante nos Estados Uni-
dos, na Europa Centro-Ocidental e em alguns trechos da América
brickrena/Shutterstock.com
da fome?
Empresas agrícolas
São típicas de países desenvolvidos, como o Canadá, os Estados
Unidos, a Austrália e os integrantes da União Europeia, e de peque-
nos trechos da Argentina e do Brasil. Utilizam grandes proprieda-
des e maciços investimentos de capital em tecnologia e mão de obra
qualificada, gerando grande produtividade. Essa produtividade foi
consequência da utilização de sementes selecionadas e melhoradas
geneticamente, do uso intensivo de fertilizante, do elevado grau de
mecanização em todas as etapas do processo produtivo (preparo do
solo, plantio e colheita), da utilização de silos para o armazenamen-
to da produção e, principalmente, do sistemático acompanhamen-
to de todas as etapas de produção e comercialização por técnicos,
engenheiros e administradores. Funcionam como empresas cuja
produção é voltada ao abastecimento tanto do mercado interno
quanto do externo, dependendo da demanda e do valor comercial.
B Brown/Shutterstock.com
Leitura
complementar
Tecnologia e inovação Processamento industrial de batata em American Falls, estado de Idaho, EUA.
promovem transformação na
agricultura brasileira 302 Capítulo 12 – As atividades econômicas do setor primário
blico da Organização Mundial de Co- mação dos solos do cerrado, a tropicalização vez mais complexo, com grandes desafios
mércio (OMC), em Genebra, na Suíça , de culturas de animais, além do desenvolvi- como mudanças climáticas globais, substi-
o presidente da Embrapa, Maurício Lo- mento de uma base de práticas sustentáveis tuição das fontes de carbono fóssil. Na opi-
pes, apresentou o papel da tecnologia e da como os principais conjuntos de tecnologias nião dele, para enfrentar essas questões será
inovação na transformação da agricultura responsáveis pela transformação do campo necessário atuar em conjunto, ampliando a
brasileira. no Brasil. Ele também citou como fatores sinergia entre os governos, o setor de pes-
Maurício Lopes abordou a trajetória da fundamentais dessa transformação a adoção quisa e a iniciativa privada, pois nenhuma
agropecuária brasileira nos últimos quaren- de políticas públicas e o treinamento de pes- organização será capaz de, isoladamente, fa-
ta anos, que tiraram o País de uma condição quisadores, que foram capazes de desenvol- zer frente a esses temas.
de insegurança alimentar para transformá-lo ver um modelo único no mundo de agricul-
em um dos maiores produtores e exportado- tura em regiões tropicais. http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-
res mundiais de alimentos. O presidente da Sobre o futuro, Maurício Lopes des- tecnologia/2013/10/tecnologia-e-inovacao-promovem-
Embrapa citou inovações como a transfor- tacou que o mundo está se tornando cada tranformacao-na-agricultura
302
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do País usam algum tipo de tecnologia, seja na
área de gestão dos negócios ou nas atividades
de cultivo e colheita da produção. A estimati-
va é do coordenador da Secretaria Executiva
da Comissão Brasileira de Agricultura de Pre-
6a etapa: O produto é etiquetado e emba- 5a etapa: Elevação da temperatura em 80 ºC
lado para a venda. por 20 minutos e depois resfriamento. 4a etapa: Filtragem e envase. cisão (CBAP), Fabrício Juntolli.
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“Nossa meta para os próximos dois anos
é fazer um levantamento sobre o panorama de
agricultura de precisão no Brasil”, diz Juntolli.
Segundo ele, a tecnologia contribui para a me-
lhoria da gestão da propriedade e para a toma-
da de decisão dos produtores.
Agricultura e tecnologia “Ela ajuda os agricultores a plantar na
Com o avanço tecnológico, foram elaboradas formas de reali- hora certa e com a utilização de insumos na
zar o cultivo das mais variadas espécies vegetais, permitindo tam- quantidade exata.” Segundo ele, a agricultura
bém a implantação de espécies típicas de países de climas tempe-
rados ou frios em climas tropicais ou equatoriais, como a uva em de precisão está em crescimento no País, prin-
pleno semiárido nordestino com duas safras e meias por ano. Nos cipalmente nos estados do Centro-Sul (RS,
países temperados se consegue uma safra apenas. SC, PR, SP, MG, GO, MS, MT) e em Rorai-
A tecnologia também propiciou desenvolver alterações que
provocam mudanças genéticas nas espécies vegetais. Atualmente, ma e Tocantins, no Norte.
existem pesquisas que buscam os melhoramentos de espécies, al- Neste ano, destaca Juntolli, duas novas
terando sua composição genética, deixando-as mais resistentes a entidades passaram a fazer parte da CBAP: a
pragas e acelerando seu crescimento.
A principal técnica utilizada é a que produz os alimentos trans- Associação Brasileira dos Prestadores de Ser-
gênicos. Os transgênicos são organismos geneticamente modifica- viços em Agricultura de Precisão e a Associa-
dos (OGMs), pois a manipulação do DNA destas plantas em labo-
ção Brasileira de Agricultura de Precisão.
ratório permite que incorporem genes de outras espécies de plantas,
bactérias ou vírus que permitem maior resistência aos agrotóxicos
e doenças, aumentando a produtividade. Há um intenso debate en- http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2017/04/
tre cientistas e agricultores sobre as possíveis consequências desses
mais-de-67-das-lavouras-usam-tecnologia-na-producao-
organismos para o meio ambiente e para a vida humana.
agricola.
Capítulo 12 – As atividades econômicas do setor primário 303
Anotações
303
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(Fiocruz), que analisou dados do Siste-
ma Único de Saúde (SUS). Os dados fo-
ram compilados pela pesquisadora Larissa
Bombardi no Atlas dos Agrotóxicos.
Levando em conta as mais de 25 mil ocor-
rências de contaminação registradas de 2007 a
2014, estima-se que nesse período mais de um
milhão de brasileiros foram intoxicados pelos
pesticidas – sendo que um quinto das vítimas
é criança ou adolescente. Especialista em transgênicos examina espiga de milho na plantação.
mas de fiscalização mesmo com a lei atual, que saúde das pessoas, muitos agentes da saú-
confere alguma proteção. Se aprovado o Pa- de ignoram os sintomas da contaminação e Anotações
cote do Veneno, um conjunto de medidas a não conectam a agricultura e sua forma pre-
favor do uso de pesticidas, isso só vai piorar. dominante de produzir – uso intensivo de
Não há uso seguro dessas substâncias, é urgen- agrotóxicos – com os danos causados na saú-
te e necessário reduzir a utilização de agrotó- de pública. Boa parte dessa população não
xicos no Brasil, proteger a saúde da população consegue sequer um diagnóstico adequado,
e o meio ambiente”, alerta Marina Lacôrte, da quem dirá tratamento.
campanha de Agricultura e Alimentação do
Greenpeace Brasil. Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/
Vale lembrar que por conta da falta de pt/Noticias/Nao-basta-usar-veneno-tem-que-estar-
estudos sobre os efeitos dos agrotóxicos da vencido/. Acesso em: 12/12/2017.
C
304
Geografia em cena
2:56
Pecuária
A criação de animais
A pecuária consiste na criação, domesticação e reprodução
de animais para atender a interesses domésticos ou comerciais. No
Brasil, utiliza-se o termo agropecuária para tratar das relações en-
tre a agricultura e a pecuária.
Existe uma grande variedade de criação de animais, como bo-
vinos (bois), equinos (cavalos), asininos (jumento ou jegue), suínos
(porcos), ovinos (ovelhas), caprinos (cabras).
A origem da atividade
Leitura
pecuarista
complementar A domesticação de animais ocorreu praticamente ao mesmo
tempo que diferentes sociedades começavam a praticar a agricultura.
Domar, domesticar animais assegurava para os seres humanos solu-
ções para diversos problemas, como alimentação, transporte, vestuá-
O abate de frangos, suínos e bovinos au- rios e utilização como força de tração para arados, moinhos, etc.
mentou no Brasil no primeiro trimestre de Nos primórdios, era comum a prática do pastoreio, em que o
gado era criado solto, alimentando-se de pastagens naturais e vivia
2017 em comparação com o mesmo período
deslocando-se constantemente. Ainda hoje encontramos essa for-
do ano passado. O resultado foi divulgado pelo ma de criação de animais em várias partes do mundo, porém de-
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vemos dividi-la em duas práticas semelhantes: a transumância e o
nomadismo pastoril.
(IBGE) no relatório das Pesquisas Trimestrais
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do Abate de Animais, Trimestral do Leite, Tri-
mestral do Couro e Produção de Ovos.
O abate de frangos, que totalizou 1,48
bilhão de cabeças, foi 5,1% acima do regis-
trado no 4º trimestre de 2016. Na compara-
ção com o mesmo trimestre do ano anterior,
houve aumento de 0,3%. Esse resultado ocor-
reu devido ao crescimento nos abates em 16 A transumância é uma forma de pastoreio na qual o criador
das 24 unidades da Federação que participa- migra periodicamente com o seu rebanho de acordo com o clima.
Geralmente, ocorre entre áreas de pastagens na planície e em re-
ram da pesquisa. giões montanhosas. Quando a época de seca ocorre nas planícies,
Em relação aos suínos, a pesquisa mostra
que foram realizados 10,46 milhões de aba- 306 Capítulo 12 – As atividades econômicas do setor primário
tes, aumento de 2,6% na comparação com o
mesmo período de 2016. O abate de 269,64
mil cabeças de suínos a mais foi impulsionado CG_6ºano_12.indd 306 07/03/2018 14:02:57
por 12 das 25 unidades da Federação partici- Tocantins (+27,53 mil cabeças), Rondônia nicipal) foi de 5,87 bilhões de litros. O volu-
pantes da pesquisa. Entre os estados com par- (+25,43 mil cabeças), Pará (+16,72 mil cabe- me foi 0,1% maior que o alcançado no 1º tri-
ticipação acima de 1%, registraram aumento ças) e Bahia (+15,67 mil cabeças). mestre de 2016.
Santa Catarina (+228,56 mil cabeças), Mato Na Pesquisa Trimestral do Couro, foram
Grosso (+54,70 mil cabeças), Paraná (+38,40 Ovos, leite e couro declarados o recebimento de 8,25 milhões de
mil cabeças), Minas Gerais (+29,61 mil cabe- peças inteiras de couro cru de bovinos. Essa
ças), Mato Grosso do Sul (+20,30 mil cabe- A produção de ovos de galinha foi de quantidade foi semelhante à registrada no tri-
ças), Goiás (+10,22 mil cabeças). 788,26 milhões de dúzias no 1º trimestre de mestre imediatamente anterior e 1,7% menor
Já o abate de bovinos foi de 7,37 milhões 2017. Comparando com o mesmo período de que a apurada no 1º trimestre de 2016.
de cabeças. Na comparação com o primei- 2016, houve aumento de 4,1%.
ro trimestre de 2016, houve alta de 0,7%. Fo- A aquisição de leite cru feita pelos esta- Disponível em: http://www.brasil.gov.br/economia-
ram 49,62 mil cabeças a mais impulsionadas belecimentos que atuam sob algum tipo de e-emprego/2017/06/pecuaria-brasileira-cresce-no-
pelos estados de Goiás (+97,26 mil cabeças), inspeção sanitária (federal, estadual ou mu- primeiro-trimestre-deste-ano. Acesso em: 12/12/2017.
C
306
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Sistemas de criação
pecuarista
A pecuária engloba, como vimos, a criação de animais, como
bois (bovinocultura), cavalos (equinocultura), cabras (caprino-
cultura), porcos (suinocultura), búfalos (bufalinocultura), aves
(avicultura), ovelhas (ovinocultura), peixes (piscicultura), além de
muares, mulas, burros, jumentos, jegues ou asnos (asininocultura).
Da mesma forma que a agricultura, podemos dividir a pecuária, de Habitante local com seu traje típi-
acordo com o investimento de capitais e tecnologias, em extensiva, co. Os lapões praticam a pecuária de
renas há centenas de anos.
semiextensiva e intensiva.
Pecuária extensiva
Prática de produção com baixa aplicação de capital e técnicas
rudimentares de criação. A produtividade é baixa, pois os animais
não recebem cuidados com veterinários, vacinação, alimentação,
currais adequados, etc. É criado solto em pequenas ou médias pro-
priedades alimentando-se da vegetação existente no pasto, que ge-
ralmente é pobre em nutrientes. Esse tipo de prática se dá tanto
para abate quanto para a produção de leite.
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2:57
Gado rastreado por chips nas orelhas. O chip possui todas as informações sobre o animal desde
o nascimento até o abate.
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Geografia em cena
Pecuária intensiva
Baseada no capital, na pecuária intensiva o produtor pode con-
tar com técnicas avançadas de produção e insumos, como rações,
vacinas e equipamentos modernos. Do nascimento até o momento
O menino da porteira
Direção: Jeremias Moreira.
Ano: 2009.
Sinopse: No vilarejo de Rio Bonito, o peão Diogo conduz uma grande boiada até a Fazenda Ouro Fino.
Ao passar pelo sítio Remanso, ele conhece Rodrigo, um garoto que sonha em ser boiadeiro. Logo eles
se tornam amigos, sendo também testemunhas das injustiças que ocorrem na região devido à ganância
do major Batista, dono da Fazenda Ouro Fino. O major ordena que seus capangas chantageiem os mo-
radores locais, de forma que vendam o gado pelo preço que deseja. A situação muda quando Otacílio
Mendes, pai de Rodrigo, decide se rebelar, contando com a ajuda do farmacêutico Dr. Almeida.
A carne é fraca
Direção: Nina Rosa Jacob.
Ano: 2004.
Sinopse: Alguma vez você já pensou na trajetória de um bife antes de chegar ao seu prato? Nós pes-
quisamos isso para você e contamos nesse documentário aquilo que não é divulgado. Saiba os impac-
tos que esse ato — de comer carne — representa para a sua saúde, para os animais e para o Planeta.
Com depoimentos dos jornalistas Washington Novaes e Dagomir Marquezi, entre outros.
1 Por qual motivo a agricultura de subsistência, ou roça, também pode ser chamada de agricultura
itinerante?
A prática da queimada e o desmatamento provocam o esgotamento do solo, fazendo com que as famí-
4 Relacione as colunas.
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7 (UPE) Tomates de amadurecimento lento, frutas cítricas resistentes à geada, soja resistente à her-
bicida e com mais proteína, batatas maiores e com polpa mais densa são alguns dos produtos que estão
disponíveis no mercado ou estarão nos próximos anos. Esses produtos referidos fazem parte do que se
poderia designar como uma nova revolução na agricultura, decorrentes mais especificamente de um
fato mencionado a seguir. Assinale a alternativa correta.
“Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA, 2005), esse tipo de agricultura produz
hoje 40% da riqueza gerada no campo no Brasil, correspondente a, aproximadamente, R$ 57 bilhões.
São cerca de 4 milhões de agricultores (84% dos estabelecimentos rurais brasileiros) que vivem em
pequenas propriedades e produzem a maior parte da comida que chega à mesa dos brasileiros. Quase
70% do feijão vêm dessa atividade, assim como 84% da mandioca, 58% da produção de suínos, 54%
do leite bovino, 49% do milho e 40% das aves e dos ovos. Além disso, é um importante instrumento
para manter os trabalhadores no campo. Em 2003, o PIB do setor cresceu 14,31% em relação ao ano
anterior. Além de ser a base de importantes cadeias de produtos proteicos de origem animal, sendo
majoritária no caso do PIB da Cadeia Produtiva dos Suínos (58,8% do PIB total dessa cadeia), do Leite
(56%) e das Aves (51%).”
(Fonte: www.mda.gov.br.)
11 (Uneal) A pecuária em que o rebanho é criado obedecendo a métodos modernos que permitem
uma seleção do gado para o corte, reprodução ou leite, utilizando pasto plantado e rações suplementa-
res, é denominada de:
a. X Pecuária intensiva.
b. Pecuária extensiva.
c. Pecuária nômade.
d. Pecuária pouco extensiva.
e. Pecuária de espaços semiáridos.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
tock.com
Anotações
Zapp2Photo/Shutters
313
Artesanato
Forma primitiva de transformação de elementos da natureza,
mas que ainda hoje é realizada por diversas pessoas. Nessa forma de
produção milenar, elementos naturais são transformados em bens e
objetos que podem ser utilizados pelos seres humanos.
Inicialmente, o artesanato tinha como objetivo atender às ne-
cessidades do artesão e da sua família. Em uma época em que não
havia indústrias e o comércio de utensílios era pouco, era a família
a encarregada de produzir os instrumentos que utilizava em casa.
Panelas, jarras, colheres, cadeiras, mesas, bancos, sandálias e até ins-
trumentos de trabalho e roupas eram produzidos pelo núcleo fa-
miliar, por isso essa forma de produção pode também ser chamada
de produção artesanal familiar ou produção para o autoconsu-
mo. Com o passar do tempo, essa produção foi se aperfeiçoando,
o que gerou um aumento quantitativo de produtos, além daqueles
necessários à subsistência do núcleo familiar. Isso fez com que a ati-
vidade comercial passasse a ser praticada com maior intensidade.
Aperfeiçoando-se a produção artesanal, essa atividade de transfor-
mação passou a ser desempenhada por uma única pessoa usando
suas próprias ferramentas.
C
314
Manufatura
Os melhores artesãos passaram a reunir um número maior de
clientes e ampliaram sua produção contratando ajudantes. Nor-
malmente, um artesão contratava um jornaleiro, auxiliar ou com-
panheiro, que trabalhava em troca de um salário. Abaixo desse, es-
tava o aprendiz, um jovem que trabalhava e vivia com o artesão para
aprender o ofício. Quando isso ocorria, poderia abrir sua própria
oficina, se tivesse juntado algum dinheiro para isso, ou tornar-se
jornaleiro, continuando a trabalhar com o mesmo artesão que lhe
4:56 ensinou o ofício em troca de um salário.
Dessa forma, o produto/mercadoria deixa de ser produzido indi-
vidualmente e passa a ser elaborado por várias pessoas que são contrata-
das. Diferentemente do artesanato, em que uma pessoa elabora o bem
do início ao fim, esse novo modelo de produção caracteriza-se pela
divisão do trabalho, ou seja, cada trabalhador realiza uma única etapa
dentro do processo produtivo, e o trabalho passa a ser assalariado. Es-
ses fatos combinados acarretam a redução do tempo gasto no processo
produtivo e um aumento na quantidade de mercadorias produzidas.
Reprodução
Corporações de ofício.
Cenário 2
As revoluções
industriais
A Primeira Revolução
Industrial
A era industrial foi inaugurada por volta do século XVIII,
quando um conjunto de novas tecnologias, como a máquina a va-
por (1765), a máquina de fiar (1767) e o tear mecânico (1785), foi
introduzido no sistema de produção fabril inglês.
Reprodução
C
318
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de esteira, técnica produtiva desenvolvida por Henry Ford que
eliminava do processo produtivo, por meio da distribuição dos
operários ao longo de uma esteira móvel, os gestos desnecessários,
ampliando de forma grandiosa a produtividade industrial.
Essa Segunda Revolução Industrial gerou duas consequên-
cias completamente diferentes: de um lado, houve uma melhora
na qualidade de vida das populações dos países onde ela acon-
teceu. Contudo, os países que não participaram desse processo
se tornaram dependentes dessas potências industriais, pois passa-
ram, necessariamente, a comprar seus produtos industrializados.
Nesse momento, o Planeta passa a ser dividido em dois grupos
de países: de um lado, os industrializados e, do outro, países não
industrializados. Homem operando máquina em 1920,
EUA.
Reprodução
A Terceira Revolução
Industrial
A Terceira Revolução Industrial, também chamada de revo-
lução técnico-científica, começa a transformar a face do antigo
mundo industrial, baseado na siderurgia, metalurgia e na indústria
mecânica. Isso acontece quando, por volta dos anos 1970, começam
4:57
a emergir novas tecnologias, como a telemática, a microeletrônica
(informática), a biotecnologia e a química fina, ao lado de novos
processos produtivos, como a automação e a robótica, que tornam
o ser humano cada vez mais “dispensável” no processo produtivo.
Essas novas tecnologias e processos produtivos criam um novo
conjunto de ramos industriais que produzem fábricas de mercado-
rias revolucionárias, deslocando o núcleo de acumulação de rique-
za, que, até o final da década de 1970, estava nas mãos das indús-
trias tradicionais.
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no entanto, contínua negativa e fechou agos-
to em -0,1%, prosseguindo com a redução no
ritmo de queda iniciada em junho de 2016,
quando o setor fechou com queda de -9,7%.
da do índice, seguido por máquinas e equipa- pação da moagem da cana, em decorrência do “O ganho de ritmo observado na produ-
mentos (3,8%); coque, produtos derivados do clima seco que predominou nas regiões Cen- ção a partir de novembro de 2016 contribuiu
petróleo e biocombustíveis (1,6%) e indús- tro-Oeste e Sudeste nos últimos meses”. para recuperar apenas uma parcela das perdas
trias extrativas (1,1%). dos últimos anos. É bom lembrar que ainda
A produção de açúcar foi determinan- Abaixo do nível recorde estamos 17,8% abaixo do nível recorde alcan-
te para a retração do setor alimentício em çado em junho de 2013”, explicou.
agosto, como explicou o gerente da pesqui- O gerente da Pesquisa Industrial Mensal Os dados divulgados pelo IBGE indicam
sa, André Macedo. Para ele, o produto foi de- do IBGE, André Macedo, ressalta o fato de que que a queda da atividade industrial na passa-
terminante tanto para as altas registradas an- mesmo com o crescimento acumulado de 1,5% gem de julho para agosto alcançou duas das
teriormente na indústria de alimentos quanto nos primeiros oito meses do ano, a indústria quatro grandes categorias econômicas e oito
para a queda de agosto. brasileira ainda encontra-se muito abaixo do dos 24 ramos pesquisados.
“O açúcar é um produto com peso nesse nível recorde do parque fabril do país, que foi Entre as grandes categorias econômicas,
setor. Sua produção foi favorecida pela anteci- 17,8%, registrado em junho de 2013. as quedas foram verificadas em bens interme-
320
Anotações
diários, que ao retrair (1%), interrompeu qua- tou o quinto mês seguido de crescimento na
tro meses consecutivos de crescimento na pro- produção, com ganho acumulado de 10,2%.
dução, período em que acumulou expansão de Pelo lado dos ramos de atividade, além
3,6%; e em bens de consumo semi e não durá- da queda expressiva registrada pelo segmen-
veis, que com a retração de 0,6% voltou a re- to alimentício que ao retrair 5,5% de julho
cuar após mostrar ganho de 3,2% entre os me- para agosto interrompeu três meses consecu-
ses de maio e julho. tivos de expansão na produção, período em
A expansão mais significa foi 4,1% regis- que acumulou ganho de 9,3% também deram
trada pelo segmento de bens de consumo du- contribuições importantes para a retração da
ráveis, que intensificou o crescimento de 2,9% indústria em agosto o segmento de máquinas
verificado no mês anterior. O setor produtor e equipamentos (3,8%), coque, produtos deri-
de bens de capital, ao crescer 0,5%, também vados do petróleo e biocombustíveis (1,6%) e
registrou resultado positivo em agosto e apon- de indústrias extrativas (1,1%).
321
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em setembro
A indústrias de bens de capital e de con-
sumo duráveis tiveram as maiores altas em se-
tembro em relação a agosto, segundo o Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A primeira cresceu 1,9%, e a segunda
registrou expansão de 8%. As duas, no entan-
to, cresceram a partir de um patamar mais bai-
xo, pois acumulam as maiores quedas em 12
meses e durante 2014, além de registrar que- Planta industrial para fornecimento de aço.
das expressivas na comparação com o mesmo
Quanto à tonelagem de matéria-prima empregada e à quan-
mês de 2013. tidade de energia aplicada na produção, as indústrias podem ser
Quando analisadas as categorias econômi- classificadas em:
cas, a queda registrada em setembro na compa-
Indústrias leves: aquelas de produtos alimentares, têxteis, de
ração com agosto foi concentrada nos bens in- fumo, de bebida, de produtos farmacêuticos, confecções e calçados.
termediários, que tiveram retração de 1,6% na Indústrias pesadas: a metalurgia, a siderurgia, a fabricação
produção. Os bens de consumo registraram ex- de navios, de máquinas e veículos automotores.
pansão de 1%. Os bens de consumo semidurá- Quanto aos fins ou à destinação dos produtos, as indústrias po-
veis e não duráveis tiveram alta de 0,8%. dem ser classificadas em:
Na comparação com o mesmo mês de
Indústrias de bens de consumo não duráveis: aquelas que
2013, os resultados foram negativos para pra- produzem bens a serem rapidamente consumidos. Exemplo: pro-
ticamente todas as categorias, com a exceção dutos alimentares, bebidas, cigarros, calçados, medicamentos.
dos bens de consumo semiduráveis e não du- Indústrias de bens de consumo duráveis: aquelas que pro-
duzem bens com um longo tempo de duração, para o constante
ráveis, que subiram 1,6%. O pior resultado aproveitamento da sociedade. Exemplos: eletrodomésticos, máqui-
nesta base de comparação ocorreu entre os nas, veículos e motores.
Indústrias de bens de capital: também chamadas de indús-
bens de capital, de -7,9%, seguido dos bens de
tria de bens de produção, são a mais importante de todas as moda-
consumo duráveis, com -7,3%. lidades de indústrias, pois produzem as condições necessárias à reali-
Em 2014, a produção de bens de consumo zação de outras atividades industriais e aos transportes fundamentais
à execução dessas atividades. Exemplo: indústrias de máquinas e fer-
duráveis acumula queda de 9,6%, a maior en- ramentas.
tre todas as categorias, enquanto os bens de ca-
pital registram retração de 8,2%. Novamente, 322 Capítulo 13 – A indústria, os serviços e a tecnologia
os semiduráveis e não duráveis foram exceção e
apresentaram taxa positiva, de 0,2%, que se re-
pete no resultado acumulado em 12 meses. CG_6ºano_13.indd 322 07/03/2018 14:04:57
Revolução Industrial
4:57
3 “Hoje somos 7 bilhões de pessoas no Planeta. [...] Nossa espécie existe há cerca de 130 mil anos,
mas, de uns tempos pra cá, a população vem aumentando em um ritmo acelerado. [...] Podemos dizer
que o grande estouro populacional começou no século XVIII, com a Revolução Industrial. [...] O uso
do vapor e da energia elétrica permitiu que a industrialização avançasse, facilitando a vida das pessoas
daquela época e favorecendo o aumento da população.”
(Fonte: http://chc.cienciahoje.uol.com.br/sete-bilhoes-e-crescendo/. Acessado em 13/11/2012.)
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a mais grave recessão da história, a moderniza-
ção da legislação trabalhista é necessária para
facilitar novas contratações e dar amparo legal
à nova realidade do trabalho.
Atualmente, a CLT não alcança situações
corriqueiras desse novo mercado de trabalho.
Por exemplo, até que nova lei entre em vigor,
Bem de consumo não durável. Bem de consumo não durável.
não há regulamentação para a jornada inter-
mitente, nem regras claras para: negociar ban-
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co de horas, dividir férias ou trabalhar de casa,
modo de trabalho já adotado por quase 20 mi-
lhões de trabalhadores que, hoje, estão em si-
tuação incerta.
Para evitar a atual avalanche de processos
trabalhistas nos tribunais, que por vezes ado-
tam interpretações subjetivas da legislação, o
projeto dá mais rigor aos pressupostos de uma Bem de consumo durável. Bem de consumo durável.
ação trabalhista. Por exemplo, passa a ser exi-
gida maior proporcionalidade na criação ou 324 Capítulo 13 – A indústria, os serviços e a tecnologia
mudança de súmulas na legislação trabalhista.
Além disso, passa a ser punido o empregado
ou empregador que ingressar com uma ação CG_6ºano_13.indd 324 07/03/2018 14:05:00
trabalhista por má-fé. limites constitucionais –, banco de horas anual, prêmios de incentivo, participação nos lu-
O Projeto não limita o acesso de traba- cros e resultados da empresa, entre outros pontos, diretamente com o empregador, sem
lhadores à justiça, mas busca evitar abusos e a intermediários.
redução de ações trabalhistas infladas ou des- Ao mesmo tempo, a nova legislação, que ainda precisa passar pelo crivo do Senado Federal,
necessárias. Afinal, uma Justiça do Trabalho prevê salvaguardas para proteger o trabalhador e garantir a boa relação trabalhista. Um exemplo
lenta pelo volume de ações, significa prejuízos disso é a terceirização. O texto aprovado pela Câmara dos Deputados determina uma quarente-
àqueles trabalhadores que realmente têm di- na de 18 meses caso o empregador decida demitir o trabalhador para terceirizá-lo.
reitos trabalhistas a receber. Outra medida proposta para proteger o trabalhador se refere ao combate à informalidade. A
Mais importante, com o aprimoramen- nova legislação atualizou a multa para o empregador que não registrar seu empregado. Esta mul-
to da lei trabalhista, o acordo coletivo en- ta não é reajustada há cerca de 20 anos.
tre trabalhadores e empresas terá força de
lei. O empregado poderá negociar o forma- Disponível em: http://www.brasil.gov.br/trabalhista/textos/nova-legislacao-se-adapta-a-realidade-atual-do-mercado-
to da jornada de trabalho – observados os de-trabalho. 12/12/2017. Adaptado.
C
324
A industrialização
reorganiza a
sociedade
Novas relações de
trabalho
De fato, como afirmamos no início deste capítulo, a indústria Geografia em cena
mudou completamente a face do Planeta. O ser humano começou a
conseguir aquilo pelo qual procurou ao longo de toda a sua existên- Podemos afirmar que
cia: ficar livre do fardo do trabalho e dedicar-se ao ócio produtivo. o surgimento da indústria
Contudo, devemos salientar que a riqueza não é para todos, apenas e o processo de urbanização
para alguns poucos, aqueles que detêm os meios de produção. aumentaram a desigualda-
Ao longo do processo de desenvolvimento, a industrialização de social?
criou duas classes sociais completamente diferentes: no topo do
poder, surgiu a burguesia industrial, proprietária das indústrias e
que disputa o poder político e econômico com a burguesia comer-
cial; e, na base, a classe dos trabalhadores, denominada de opera-
riado, ou proletariado.
Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com
5:00
Reprodução
bém a mudança nos padrões de consumo e
comportamentais dos habitantes das comuni-
dades rurais, que passam a adquirir com maior
frequência produtos industrializados, não só
bens duráveis, mas também alimentos, roupas,
cosméticos e outros itens que caracterizavam
um estilo de vida urbano.
Por outro lado, o urbano também passa a
visualizar o mundo rural com outros olhos. Em
meio à agitação das metrópoles, valoriza-se cada
vez mais o estilo de vida camponês, associado à
tranquilidade e ao contato com a natureza. Isso A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, as cidades sofreram mudanças drásticas
em sua paisagem.
pode ser percebido no crescente desenvolvimen-
Bancos, escolas, hospitais, sistemas de transporte, de abasteci-
to de empreendimentos imobiliários que trazem mento de água, esgotos e eletricidade se multiplicam, e, da mesma
como proposta condomínios repletos de bos- forma como ocorria dentro da indústria, as cidades passam a se es-
pecializar, o que também acontece com os seus trabalhadores, pois
ques, lagos e até áreas de preservação. surgem empregos específicos por profissão.
Também é cada vez mais marcante a pre-
sença de feiras ecológicas nos centros urba- 326 Capítulo 13 – A indústria, os serviços e a tecnologia
nos, que oferecem produtos livres de agrotó-
xicos, como só eram encontrados nas mesas
dos mais tradicionais agricultores, além de CG_6ºano_13.indd 326 07/03/2018 14:05:00 CG
práticas mais saudáveis de lazer, intimamen- do passado, e a agricultura familiar pode es- tes na formulação dos projetos profissionais.
te ligadas ao rural (pesca esportiva, caminha- tar seriamente ameaçada pela evasão juvenil. Por tal razão, os jovens e as mulheres, nos úl-
das em trilhas, arborismo, rafting, rappel, esca- Dados de pesquisas recentes revelam um flu- timos anos, passaram a fazer parte da pauta de
ladas, etc.). xo migracional predominantemente juvenil e gestores públicos preocupados com o proble-
feminino, o que tem gerado os fenômenos da ma da evasão juvenil e feminina, o que rendeu
Migração juvenil masculinização e do envelhecimento das co- a elaboração de políticas públicas específicas
munidades rurais. para esses segmentos, como o Programa Na-
Se o distanciamento entre os estilos de Há algum tempo, os jovens filhos de agri- cional de Fortalecimento da Agricultura Fa-
vida rurais e urbanos tem diminuído, os jo- cultores veem reduzidas as suas perspectivas miliar, voltado aos jovens (Pronaf-Jovem), e
vens das comunidades agrícolas ainda se veem de permanência nessa atividade. Os baixos o Pronaf-Mulher, voltado às mulheres. Entre-
obrigados a lançar mão da profissão de agri- rendimentos, a exaustividade do trabalho e a tanto, o investimento material não tem sido
cultor em busca de melhores condições de dificuldade de acesso a recursos materiais são suficiente para barrar a migração. A condição
vida. A migração rural-urbana não é coisa fatores de desmotivação amplamente influen- juvenil na agricultura, apesar das transforma-
326
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lor e do efeito estufa.
Anotações
A relação campo-cidade
A partir da Revolução Industrial, as zonas urbanas passam a
concentrar poder e riqueza, atraindo para dentro de seu espaço
grande parte da população das zonas rurais em busca de empregos
ofertados pelas crescentes cidades.
Do século XVIII ao momento atual, o campo foi submetido
à cidade. De certa forma, foi afastado da nossa vida. Contudo, por
mais distante que esteja, o campo sempre estará acessível, na forma
dos vegetais e da carne que você consome, na madeira dos bancos e
das cadeiras da sua sala, etc. Vários produtos industrializados, como
refrigerantes e alimentos enlatados, são produzidos na zona rural e
deslocados até as zonas urbanas.
Por sua vez, as zonas urbanas produzem máquinas, fertilizantes,
caminhões e outros bens destinados a atender à necessidade das zo-
nas rurais, pois grande parte da população deslocou-se para as cida-
des à procura de emprego, em um movimento chamado êxodo rural.
Dessa forma, o campo esvaziado populacionalmente precisa de má-
quinas para produzir os bens que serão consumidos nas cidades.
A zona rural está subordinada aos interesses urbanos e orienta
sua produção para a satisfação direta ou indireta da população e das
empresas que habitam na cidade. Atualmente, as zonas rurais estão
organizadas para:
ções do rural, caracteriza-se ainda pela elevada baixa autonomia e o baixo reconhecimento da
carga horária de trabalho, pelo baixo reconhe- participação juvenil para a manutenção da ati-
cimento da participação na produção, pelo vidade familiar. Presenciamos ainda uma edu-
baixo acesso a recursos materiais e a atividades cação formal que está muito distante das ne-
de lazer e a socialização após trabalho. cessidades que se impõem à prática agrícola.
De forma equivocada, a escolarização pare-
Educação rural ce estar atrelada ao investimento na formação
para o mercado de trabalho urbano e, por isso,
Para reverter esse quadro, faz-se necessá- deve-se com urgência priorizar a educação dos
rio o investimento em alternativas de lazer e jovens de forma contextualizada com a reali-
de atividades culturais e desportivas que pro- dade rural, instrumentalizando os jovens para
movam o bem-estar nos locais onde residem. o empreendedorismo.
Além disso, realizar medidas efetivas contra a Talvez assim o saber juvenil se torne efeti-
327
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econômicos
Ao final do século XIX e início do século XX, o sistema capi-
talista se aperfeiçoou, e as empresas mais fortes, que possuíam por-
te maior e reservas de capital, passaram a reduzir o preço dos seus
produtos, destruindo as empresas de menor porte. Gradualmente,
as pequenas indústrias foram desaparecendo da paisagem: alguns
poucos haviam vencido a competição pelo mercado, e o capital pas-
sou a centralizar-se em poucas mãos.
Surgiram, nos países industrializados, grandes conglomerados
econômicos, industriais, comerciais e bancários, que passaram a
Logos das principais empresas transna-
cionais. dominar a economia mundial.
Após a Segunda Guerra Mundial, apareceram as primeiras em-
presas transnacionais, aquelas que têm a sede ou matriz em um
país, mas que se espalham pelo mundo, na forma de filiais. Essas
empresas passaram a explorar os recursos naturais de vários países
africanos, latino-americanos e asiáticos e, com seu poder científico
e de capitais, começaram a influenciar decisivamente os destinos da
economia e da política planetária.
Cenário 5
Leitura
complementar Indústria e meio
A industrialização começou a aconte-
ambiente
cer na Inglaterra, na segunda metade do sécu- Inegavelmente, a ampliação do modo de produção capitalista,
lo XVIII. Houve uma grande mudança no pro- voltado para o consumismo de uma parte diminuta da sociedade
planetária, tem provocado graves e progressivas alterações na na-
cesso de produção. O que antes era produzido tureza global. A modernidade industrial tem acarretado pressões
em pequena escala e de forma artesanal, come- sobre o meio ambiente, cada vez mais devastado pela mineração,
çou a ser fabricado em grande escala. As máqui- agropecuária e extração de madeira.
Nesse mesmo instante em que você está lendo este livro, tre-
nas começaram a fazer os trabalhos humanos. chos gigantescos de florestas primitivas estão tombando para em
Não se consumia mais só porque se precisa- seu lugar serem erguidos condomínios de luxo. Carros velozes cru-
va, a partir desse momento a população passou zam ruas e avenidas das grandes metrópoles, lançando ao ar monó-
xido e dióxido de carbono, provocando mudanças climáticas glo-
a consumir porque queria ter mais. Atualmen- bais, que desembocam no grave problema do aquecimento global.
te é por meio desse processo que compramos a Diversas fábricas lançam para a atmosfera suas fumaças negras,
contaminando o ar, enquanto alguém se perfuma com um deso-
maior parte do que possuímos. Mas esse pro-
dorante aerossol ou dorme no frescor de um condicionador de ar.
cesso trouxe alguns impactos ambientais.
Após a industrialização o problema da 328 Capítulo 13 – A indústria, os serviços e a tecnologia
poluição que antes era restringida a alguns lo-
cais, passou a se tornar global. Essa poluição
global não é só em decorrência dos gases po- CG_6ºano_13.indd 328 07/03/2018 14:05:01
luentes eliminados pelas indústrias, mas tam- A industrialização é um processo que ser- É a Lei 6.938, chamada de Política
bém porque após a Revolução Industrial o ca- viu para o desenvolvimento urbano da popu- Nacional de Meio Ambiente e foi criada
pitalismo passa a ser o modelo econômico lação mundial, mas por ter acontecido muito em 17 de janeiro de 1981. Considerando
adotado pela maior parte do mundo. Com rapidamente tornou-se desorganizada e trou- essa Lei, quem quiser construir ou aumen-
esse modelo econômico o consumo passou a xe alguns sérios problemas ambientais. tar a capacidade de uma indústria, deve
aumentar e como consequência a produção de Animais que antes moravam nas ma- primeiramente consultar um órgão am-
lixo aumentou, as indústrias foram tomando o tas ficaram sem lugar para viver, peque- biental para que o mesmo defina se há ou
lugar da natureza, córregos foram canalizados nos vilarejos foram removidos e deram lu- não a necessidade de uma licença ambien-
para a passagem de asfalto, o homem passou a gar a indústrias. No Brasil existe uma lei tal para as reformas.
interferir na natureza para que o seu desenvol- que obriga os poluidores a indenizarem os
vimento acontecesse. A natureza passou por danos ambientais causados por ele ao meio Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/
muitas alterações para que a indústria pudes- ambiente, independentemente se ele tem conteudo/artigos/biologia/a-industrializacao-e-o-meio-
se se desenvolver. culpa ou não. ambiente/48473. Acesso em: 12/12/2017.
C
328
TTstudio/Shutterstock.com
Indústria lançando gases poluidores na atmosfera.
5:01
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o esperado na China
A China alcançou um crescimento de
setor terciário
7,4% no Produto Interno Bruto (PIB), ig- A atividade terciária diz respeito à prestação de serviços,
norando uma ampla especulação de 7,3% no como comércio, escolas, bancos e hospitais.
O setor terciário é o mais antigo na história da civilização hu-
menor compreendido. Aqueles que manifes- mana. Muito antes de o ser humano domesticar os animais ou pra-
tavam dúvidas sobre a cifra fracassaram por ticar a agricultura, ele já realizava trocas de produtos e, de alguma
Comércio. Atividade do setor terciário.
completo em entender o significado crescen- forma, oferecia serviços em troca de algo. Porém, a expansão desse
setor, que promove uma diversidade de serviços, aconteceu com a
te do setor terciário da China no impulso eco- explosão industrial e sua ramificação pelo Planeta.
nômico do país.
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A parte que representa o setor terciário
no PIB expandiu em 49% e superou o setor
secundário em 2013 como o maior suporte do
PIB. Uma mudança profunda e de grande al-
cance se revela na estrutura da segunda maior
economia do mundo.
No passado, o desempenho do setor
Saúde. Serviço essencial para a sociedade. Vendedor ambulante. Terciário informal. Koh Samui, Tailândia.
secundário cumpriu um papel decisivo
Devemos salientar que o setor em questão, em virtude dos avan-
no impulso da economia, porém não mais ços tecnológicos, requer mão de obra qualificada, dificultando seu
como atualmente. Se os observadores ain- desenvolvimento rápido nas regiões mais pobres. Isso resulta numa
divisão em duas ramificações: o setor terciário formal, constituído
da persistirem em ver situações novas atra-
por empregos qualificados e trabalhadores com boa formação, e o
vés de uma perspectiva ultrapassada, os er- setor terciário informal, constituído na maioria de empregos com
ros serão inevitáveis. pouca qualificação e trabalhadores com baixa formação.
É inegável que o valor agregado das maio-
Um setor terciário vigoroso cria um gran- tárgica pode gerar igual ou mais empregos Um setor terciário em expansão também
de número de novos empregos e explica o por- desde que mantenha um setor terciário robus- significa um desenvolvimento mais verde e de
quê da China, com um setor secundário em to. Esta é exatamente a situação da China. alta qualidade já que as fábricas poluem me-
baixa, se desenvolver de forma positiva, garan- Comparado com a sobrecarga que amar- nos, melhorando diretamente o bem-estar das
tindo o emprego das pessoas. ga o setor secundário, o terciário registra um pessoas comuns.
Nos últimos anos, novos empregos gera- grande potencial que a China pode impulsio- As mudanças na economia da China
dos no setor secundário sofreram uma baixa, nar ainda mais. pedem por uma perspectiva renovada. Uma
entretanto estes consideram-se vinculados ao Com uma rápida urbanização, uma ampla avaliação ampla e detalhada do papel do se-
setor terciário criar um emprego novo em uma população estabelecida em cidades e vilas neces- tor terciário é a chave para entender a econo-
fábrica implica um maior investimento e re- sita de serviços cotidianos. A falta de educação, mia da China.
cursos do que o necessário em um restaurante cuidados em saúde, enfermarias e outros serviços
ou salão de beleza. criam enormes oportunidades para diferentes ti- Disponível em: http://br.china-embassy.org/por/szxw/
Como consequência, uma economia le- pos de investimentos, inclusive os privados. t1151246.htm. Acesso em: 12/12/2017. Adaptado.
330
331
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ral, que quando as urnas exageram o mercado
equilibrava e quanto o mercado exagerava, as
urnas equilibravam. O risco é que o mercado
– que tem fins lucrativos, financia campanhas
eleitorais e mantém algumas organizações não
governamentais – hegemonize e conduza o
governo e a sociedade civil, colocando a com-
petição e o lucro acima do interesse público,
num verdadeiro “salve-se quem puder”.
Portanto, do ponto de vista dos gover-
nantes, apesar de o Estado deixar de ser o úni-
co lócus de poder na sociedade, as vantagens Bank of America. Banco privado com fins lucrativos.
vas. É preciso inovar com criação ou reestru- pregos gerados e prestação de serviços sociais para um conjunto da
turação de instituições públicas que impeçam população que não teria acesso porque não tem renda suficiente.
O voluntariado também mobiliza milhões de pessoas que utilizam
a corrupção, garantam a participação, a repre-
parte do seu tempo para ajudar a sociedade.
sentação e o controle dos interesses públicos e A sociedade civil engajada tem, no empreendedorismo social,
dos direitos do cidadão. um potencial de crescimento para os próximos anos que influencia
O Greenpeace é uma ONG que trabalha
a economia no mundo todo, gerando mais renda, serviços e uma
pela conservação do meio ambiente. sociedade mais fraterna e comprometida com o coletivo.
Disponível em: http://www.vermelho.org.br/coluna.
php?id_coluna_texto=5716&id_coluna=9. Acesso em: 332 Capítulo 13 – A indústria, os serviços e a tecnologia
12/12/2017. Adaptado.
Anotações
C
332
O setor econômico
quaternário
Esse setor abrange as atividades econômicas altamente quali-
ficadas, que exigem, da mão de obra, um alto nível de formação,
agregando ao produto conhecimentos de várias áreas. Merecem
destaque as atividades de pesquisa, tecnologia e inovação, como a
informática e a telecomunicação.
As áreas de atividade desse setor recebem atenção das grandes
empresas transnacionais, pois as pesquisas e novas ideias possibili-
tam a abertura de novos mercados. Os grandes centros tecnológi-
cos estão localizados nos países centrais e são chamados de tecno-
polos. Vale destacar o tecnopolo do Vale do Silício, na Califórnia,
região caracterizada pela presença de indústrias de alta tecnologia
e de informática nos arredores de grandes universidades. As prin-
cipais tendências e avanços no campo da informática surgem nessa
região, na qual podemos encontrar a sede de algumas das maiores
empresas desse setor.
Alguns centros de tecnologia menores podem ser encontrados em
países periféricos, porém os lucros obtidos provindos dessa atividade
econômica são enviados às nações-sede da empresa, assim como acon-
tece com a maior parte das multinacionais espalhadas pelo Planeta.
Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com
5:04
Tempos modernos
Direção: Charles Chaplin.
Ano: 1939.
neftali/Shutterstock.com
que testou uma máquina revolucionária para evitar a
hora do almoço, é levado à loucura pela monotonia
frenética do seu trabalho. Após um longo período
em um sanatório, ele fica curado de sua crise nervosa,
mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar
sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e
equivocadamente é preso como um agitador comunis-
ta, que liderava uma marcha de operários em protes-
to. Simultaneamente, uma jovem rouba comida para
salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas.
Elas não têm mãe, e o pai delas está desempregado,
mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um
conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas, enquanto as
menores são levadas, a jovem consegue escapar.
Germinal
Direção: Claude Berri.
Ano: 1991.
Sinopse: O filme retrata o processo de gestação e maturação de movimentos grevistas e de uma atitu-
de mais ofensiva por parte dos trabalhadores das minas de carvão do século XIX na França em relação
à exploração de seus patrões. Baseado na obra de Émile Zola, o filme é um das mais belas adaptações
literárias da história do cinema.
2 No quadro abaixo, preencha os espaços com atividades ligadas aos segmentos do setor terciário.
Setor terciário
Formal Informal
3 Nem todos os países apresentam o mesmo nível de industrialização. De que forma a industrializa-
ção dividiu os países?
Dividiu em países de economia industrializada e países não industrializados de economia frágil e de-
pendente.
N
Boa Vista
AP
Oceano
L
Atlântico
O
S
RR Macapá
Belém
Fortaleza
Teresina
AM PA MA
CE RN Natal
João
PB Pessoa
PI
PE Recife
AC
Porto Palmas
Rio AL Maceió
Branco Velho
SE Aracaju
MT TO
RO BA
Salvador
Cuiabá DF
Brasília
GO
Goiânia
MG
Belo
Campo Horizonte
Oceano Grande ES
Vitória
Pacífico MS SP
RJ
Rio de Janeiro
Número de empresas PR São Paulo Oceano
100 a 500
501 a 1.000
Curitiba
Atlântico
1.001 a 7.600
SC Florianópolis
10.120
RS 0 326 km 652 km
Porto Alegre
45.536
a. Observando o mapa, compare o estado em que você mora com outro estado e diga qual dos dois
possui mais indústrias.
Espera-se que o aluno consiga quantificar as empresas do seu estado e de outro estado a partir da inter-
pretação do mapa.
b. Que dois estados brasileiros apresentam a maior quantidade de empresas industriais no País?
São Paulo e Rio de Janeiro.
c. Pesquise duas indústrias presentes no seu estado e identifique a que tipo de produção industrial elas
pertencem.
O aluno deverá diferenciar empresas do setor de serviços de indústria a partir do produto que fabricam.
6 (UFPI) De acordo com o tipo de mercadoria que produzem, pode-se classificar as indústrias em de
bens de produção e de bens de consumo. A esse respeito, analise as seguintes assertivas:
I. As indústrias de bens de produção são aquelas que produzem matérias-primas e equipamentos,
cujo mercado são as próprias indústrias.
II. As indústrias de bens de consumo podem ser divididas em dois tipos: bens de consumo duráveis
e bens de consumo não duráveis.
III. São exemplos de bens de consumo duráveis: os automóveis, os produtos eletrodomésticos e eletrô-
nicos, entre outros.
Da análise das assertivas acima, é verdadeiro afirmar que:
a. apenas I está correta.
b. apenas I e II são corretas.
c. apenas I e III estão corretas.
d. apenas II e III são corretas.
e. X I, II e III estão corretas.
7 Observe o esquema abaixo sobre a relação entre o campo e a cidade e complete os espaços com o que
é produzido no campo e enviado para as cidades e o que é produzido nas cidades e enviado para o campo.
Cidade Campo
8 Pense e responda: que produtos utilizados em sua casa são produzidos na zona rural?
O enunciado do exercício propõe que o aluno reconheça as atividades do campo (agricultura, pecuá-
10 O que é indústria?
Indústria é um processo produtivo que conjuga o capital e o trabalho com o objetivo de transformar
matérias-primas em bens de produção, bens de capital e bens de consumo. Ou, ainda, indústria é a ati-
em produtos acabados. A indústria fornece a maior parte dos empregos de um país, além de produzir
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
339
De onde vem a
energia?
O que são fontes
energéticas
Fontes de energia são substâncias ou elementos que podem
ser submetidos a um processo de transformação, do qual o ser hu-
mano retira força, calor ou eletricidade para promover diversos em-
preendimentos necessários à sua sobrevivência.
10% 1%
2%
5% 32%
Diálogo com o
professor 21%
solina, querosene, óleo diesel, álcool, etc.), as Em todos os momentos da história, o ser humano buscou na
tecnologias de geração (mecânica, térmica, natureza elementos que o pudessem poupar do esforço e gasto de
energia. Nesse sentido, as fontes de energia foram fundamentais.
nuclear, eólica, etc.) e as formas e os setores
Contudo, na sociedade atual, a sua importância deve ser ressalta-
de consumo (eletricidade, combustíveis para da, pois, com a constante evolução do processo produtivo, além do
transporte, indústria, comércio e residências). crescimento populacional e urbano, houve uma crescente utiliza-
ção desses elementos, fato que pode levar algumas fontes existentes
ao esgotamento.
Leitura
complementar 340 Capítulo 14 – Os desafios da produção de energia
Para se ter uma ideia dos desafios à frente, por habitante que nos separa do mundo de-
Quando se observa o histórico de energia o Brasil possui a quarta maior população mun- senvolvido. No cenário mais provável para o
no Brasil, é de destacar que, não por acaso, o dial, mas o consumo energético foi de apenas estudo, o consumo brasileiro per capita deve
País foi batizado a partir do nome do famoso 1,29 tep/hab. ao ano, enquanto a média mun- subir para 2,33 tep*/hab. em 2030.
pau-brasil e que, como numa premonição his- dial é de 1,7 tep/hab. ao ano, e a média dos
tórica, esse nome deriva da palavra brasa (alu- países ricos é de 4,7 tep/hab. Ainda temos de tep* – tonelada equivalente de petróleo.
são à coloração avermelhada da madeira). So- ampliar muito a nossa oferta de energia.
mos ricos em recursos renováveis de energia, e, Segundo previsão oficial deste ano, nos- Fonte: Extraído de Paulo Montóia. Guia do estudante
por isso mesmo, a queima de lenha, a opção de sa população poderá chegar a 2030 consumin- – atualidades e vestibular 2009. São Paulo: Abril, 2009.
energia mais simples e acessível ao ser humano, do cerca de 40% a mais do que o registrado Disponível em: http://planetasustentavel.abril. com.
foi a que mais persistiu no tempo. Ainda recen- no Censo de 2000. É preciso, portanto, gerar br/noticia/energia/conteudo_394752.shtml?func=2.
temente a queima de madeira era um recurso energia para esse crescimento de uso, além de Acesso em: 2 abr. 2010.
energético importante na matriz brasileira. buscar cobrir a defasagem de consumo médio
C
340
Cenário 2
As diferentes
fontes de energia
Termeletricidade
A termeletricidade é bastante utilizada, praticamente, em to-
dos os países do mundo atual, independentemente do seu desen-
volvimento econômico, sobretudo por aqueles que não apresentam
grande potencial hidráulico.
Esse modelo de geração de energia, que pode ser produzido
pela queima do carvão, do gás natural, do petróleo, do biogás ou
do biodiesel, apresenta algumas características positivas, como a
possibilidade de instalação em locais estratégicos e próximos aos
grandes centros consumidores, reduzindo os gastos com a instala-
ção de linhas de transmissão, além de que os custos de instalação,
o tempo de construção e o início de operação são relativamente
menores.
Carvão mineral
oorka/Shutterstock.com
6:40
100%
Nessas regiões, as depressões formadas por lagos recebem res-
tos de vegetação, que se acumulam no fundo, transformando-as em
90
100%
90
80
Água
70
60
50 Materiais
voláteis
40
30
20
Carbono
10 fixo
Petróleo
É um combustível fóssil formado a partir da decomposição da
matéria orgânica animal ou vegetal em ambientes marinhos geolo-
gicamente muito antigos.
Sua formação ocorre a partir da deposição progressiva do plânc-
ton (seres vivos aquáticos com pouco poder de locomoção, que flu-
tuam à deriva) no fundo de leitos oceânicos com pouca profundida-
de ou em pântanos de água doce. Em virtude da baixa oxigenação, a
ação destrutiva das bactérias aeróbicas (que necessitam do oxigênio
Gás
Petróleo
Antigo
1 Petróleo e gás
formados por
2 Camada de rocha
impermeável dobrada
fundo reações químicas, Rocha permeável
marinho calor e pressão saturada de água
3 que forma um depósito de
petróleo e gás
Formado ao longo das eras Mesozoica e Cenozoica (terciária), Fonte:Produzido pelo autor.
o petróleo pode ser encontrado em regiões ocupadas atualmente
pelo oceano e em bacias sedimentares intracontinentais que já te-
nham sido fundo de mares rasos e que, graças a um processo de
soerguimento, em virtude do tectonismo ou por uma regressão ma-
rinha ao longo da Era Cenozoica, foram expostas.
Dentre todas as matrizes energéticas, nenhuma até o presente
momento conseguiu superar o petróleo em grau de importância
e utilização. Isso se deve a dois fatos complementares: além de ser
uma fonte de energia fácil de ser encontrada, transportada, armaze-
nada e utilizada, o petróleo é fonte de matéria-prima para a produ-
ção de diversos bens industriais, como querosene, parafina, solven-
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12º
S
9º 4º
15º
2º
1º 5º 13º
173 10º 6º
155
Países da Opep
141 (Organização dos Países
Exportadores de Petróleo) 14º
7º
Indonésia
104 98
80
48
37 30 26
25 13 12
Emirados
Arábia Iraque Nigéria Cazaquistão Argélia
Venezuela Canadá Irã Kuwait Árabes Rússia Líbia China Qatar Brasil
Saudita
Unidos
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º
Gás natural
É associado às jazidas petrolíferas, pois resulta do processo de
decomposição lenta da matéria orgânica, que se acumula em cama-
das rochosas sedimentares acima dos depósitos de petróleo. O gás
natural é a segunda matriz energética mais utilizada no Planeta e a
que mais cresce em consumo atualmente.
Assim como o petróleo e o carvão mineral, apresenta inúme-
ras utilidades, servindo como fonte de matéria-prima para diver-
sos produtos das indústrias químicas, siderúrgicas, de fertilizantes,
além da sua utilidade doméstica e como substituto eficiente para a
gasolina, o diesel e o álcool em veículos e máquinas.
Energia termonuclear
Dentre todas as formas de geração de energia elétrica, a atô-
mica, ou nuclear, é a que apresenta as maiores dificuldades à sua
implantação e utilização. Seu combustível, o urânio, quando enri-
r.classen/Shutterstock.com
de radioatividade, podendo contaminar
áreas imensas e provocar desastres terrí-
veis às populações em um raio de dimen-
sões regionais, como os acidentes na Rús-
sia e nos EUA, nas duas últimas décadas.
Além disso, os resíduos desse com-
bustível não têm tratamento e devem ser
acondicionados em contêineres reves-
tidos de materiais isolantes (chumbo) e
enterrados em local específico para não
gerar contaminação. Os países desenvol-
vidos, como a França, que possuem mui-
tas usinas atômicas, enviam seu lixo para
suas colônias e países subdesenvolvidos,
que aceitam, mediante pagamento, a de-
Torre de resfriamento de uma usina nuclear em Tihange, Bélgica.
posição desse material em seu subsolo.
Hidroeletricidade
Dentre as diversas formas de se produzir energia elétrica, a hi-
droeletricidade é a que oferece o maior potencial de produção. Os
gastos com a instalação (construção das barragens e equipamentos
para produção) e a distribuição (estação alimentadora, linhas de
transmissão, etc.) são bastante elevados, mas, ao ser implantada,
eles diminuem rapidamente.
Para se obter energia pela hidroeletricidade, são necessárias
algumas condições especiais de hidrografia e topografia da re-
gião que tornem viável sua implantação e distribuição com me-
nores custos. Onde a geração de hidroeletricidade é possível, ou
seja, quando o custo de produção é bem menor que as demais
formas de geração de energia, essa fonte é instalada mesmo que
possa causar impactos ambientais, como a destruição da biodi-
versidade e o deslocamento das populações locais para outras
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3 Em
3 Em que áreas que áreaspodem
geológicas geológicas podem ser encontrados
ser encontrados petróleo
petróleo e carvão e carvão mineral?
mineral?
Em bacias sedimentares.
Leitura
complementar
Biomassa 4 Cite impactos ambientais provocados pela utilização de combustíveis fósseis.
Poluição atmosférica, chuva ácida, doenças respiratórias, aquecimento global.
Do ponto de vista energético, para fim
de outorga de empreendimentos do setor
elétrico, biomassa é todo recurso renová-
vel oriundo de matéria orgânica (de origem 5 No quadro abaixo, coloque o nome de fontes energéticas não fósseis e de combustíveis fósseis nos
animal ou vegetal) que pode ser utilizada na seus respectivos lugares.
produção de energia. Assim como a energia
Fontes de energia
hidráulica e outras fontes renováveis, a bio-
Não fósseis Fósseis
massa é uma forma indireta de energia solar.
A energia solar é convertida em energia quí- vento petróleo
mica, através da fotossíntese, base dos pro-
urânio carvão mineral
cessos biológicos de todos os seres vivos.
Embora grande parte do planeta este- água gás
ja desprovida de florestas, a quantidade de
biomassa existente na terra é da ordem de
dois trilhões de toneladas; o que significa
cerca de 400 toneladas per capita. Em ter- 346 Capítulo 14 – Os desafios da produção de energia
mos energéticos, isso corresponde a mais ou
menos 3.000 EJ por ano, ou seja, oito vezes
o consumo mundial de energia primária (da CG_6ºano_14.indd 346 07/03/2018 14:06:42 CG
ordem de 400 EJ por ano). sa em 30% dos empreendimentos de cogera- possa representar até cerca de 14% de todo
Uma das principais vantagens da bio- ção em operação no País. A médio e longo o consumo mundial de energia primária.
massa é que, embora de eficiência reduzi- prazo, a exaustão de fontes não renováveis e Em alguns países em desenvolvimento, essa
da, seu aproveitamento pode ser feito dire- as pressões ambientalistas poderão acarretar parcela pode aumentar para 34%, chegan-
tamente, por intermédio da combustão em maior aproveitamento energético da biomas- do a 60% na África. Atualmente, várias tec-
fornos, caldeiras etc. Para aumentar a eficiên- sa. Atualmente, a biomassa vem sendo cada nologias de aproveitamento estão em fase
cia do processo e reduzir impactos socioam- vez mais utilizada na geração de eletricidade, de desenvolvimento e aplicação. Mesmo as-
bientais, tem-se desenvolvido e aperfeiçoa- principalmente em sistemas de cogeração e sim, estimativas da Agência Internacional
do tecnologias de conversão mais eficientes, no suprimento de eletricidade para deman- de Energia (AIE) indicam que, futuramen-
como a gaseificação e a pirólise, também das isoladas da rede elétrica. te, a biomassa ocupará uma menor propor-
sendo comum a cogeração em sistemas que Embora grande parte da biomassa seja ção na matriz energética mundial – cerca de
utilizam a biomassa como fonte energética. de difícil contabilização, devido ao uso não 11% em 2020 (AIE, 1998). Outros estudos
Pode-se observar a participação da biomas- comercial, estima-se que, atualmente, ela indicam que, ao contrário da visão geral que
346
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Cadeia do biodiesel
Energia Recursos Extração
do Sol renováveis de óleo
Óleo
reciclado
Produção de
CO2 biodiesel
Uso em
veículos Combustível
renovável
Energia geotérmica
É um tipo de energia ainda pouco utilizado e difundido. As
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com gases estufa. Países como Suíça, Islândia e Itália, entre dezenas
de outros, aproveitam o potencial geotérmico desde o começo do
Estação de energia geotérmica. século XX, quando a primeira usina foi instalada na Itália.
Energia eólica
Energia de baixíssimo impacto ambiental, é uma das grandes
opções para a geração de energia elétrica em várias regiões do Pla-
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manutenção, aliando-se a certas condições essenciais para a gera-
ção desse tipo de energia, como a existência de ventos constantes
e de boa intensidade, grandes áreas disponíveis para instalação das BNDES aprova primeiro
usinas, bem como problemas com a baixa produção energética por
turbina, o que encarece sua comercialização. financiamento para geração de
Por depender muito das condições naturais, a energia eólica não
é tão confiável quanto outras formas de geração de energia. Esse tipo
energia solar, no valor de R$
tem reduzido os custos de produção desde a última década e já é 529,039 milhões
considerado a segunda fonte de energia renovável mais barata no
Brasil, só perdendo para a hidrelétrica. Apesar do barateamento, O Banco Nacional de Desenvolvimen-
contribui apenas com 1,2% da matriz energética brasileira. to Econômico e Social (BNDES) apro-
vou financiamento de R$ 529,039 milhões
Energia maremotriz Usina eólica – renovável e barata.
para implantação do Complexo Solar Pi-
É uma alternativa energética produzida pelo movimento das rapora, em Minas Gerais, com cinco usi-
águas marinhas. Ainda é pouco utilizada, em virtude da pequena nas fotovoltaicas e potência instalada total
potência geradora. Atualmente, só é utilizada em faróis e boias de de 150 megawatts (MW) e potência fo-
sinalização ao longo de alguns litorais.
tovoltaica instalada de 191 megawatts pi-
Energia solar cos (MWp). O empreendimento é da EDF
Energies Nouvelles, filial do grupo estatal
É na energia solar que muitos cientistas apostam estar a solu-
ção energética para o mundo, pois se trata de um recurso renovável
francês Électricité de France S.A. EDF e da
(visto que não se esgotará facilmente) e que poderá ser utilizado Canadian Solar CSI, fabricante de módu-
em diversas modalidades. Na geração desse tipo de energia, o estu- los solares instalada no Brasil e que forne-
do está ainda pouco evoluído, com baixo potencial econômico de
aproveitamento. Os painéis fotovoltaicos, que captam a luz solar
cerá equipamentos ao projeto.
e a transformam em energia, ainda não são capazes de efetuar essa O Complexo Solar Pirapora é o pri-
conversão em grande quantidade. Por serem relativamente caras a meiro projeto de geração de energia solar
instalação e a manutenção desses equipamentos, o custo final de
transmissão e distribuição de energia elétrica ainda é elevado. financiado pelo BNDES. Segundo a secre-
tária da presidência do BNDES, em con-
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Sinopse: Em um passeio pela história da energia elétrica, o filme mostra a transformação da sociedade
rural para a sociedade urbana no século XX, a partir de dez ícones eletroeletrônicos representativos
dessa progressiva transformação e da criação dos conceitos de cidade moderna, conforto e diversão.
C
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Carvão Eólica
2 Existem várias formas não poluentes de se gerar energia; dentre estas, destaca-se a energia geotér-
mica. Por qual motivo nem todos os países podem utilizá-la?
Apenas países que possuem atividades vulcânicas ou sísmicas, onde o vapor de água ou as pedras quen-
3 Por que podemos afirmar que a energia solar é a que provoca menos impactos ambientais?
Ela depende unicamente da luz solar para funcionar. Suas instalações ocorrem geralmente no topo de
construções já existentes.
4 O petróleo é uma das matrizes energéticas mais poluentes do Planeta. Contudo, cientistas afirmam
que o petróleo é insubstituível na atualidade. Explique tal afirmação.
Ele é a principal fonte de matéria-prima das indústrias, e cerca da metade da energia consumida no
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é canalizado para motores que geram energia elétrica ou para produzir calor.
7 A energia nuclear é uma das formas de energia mais perigosas dentre as que são utilizadas atualmen-
te. Aponte os riscos que ela pode gerar.
Pode gerar terríveis explosões, liberando radiação, contaminando pessoas e a natureza.
8 A hidroeletricidade é uma alternativa viável para lugares onde o relevo é inclinado. Apresenta bai-
xos índices de poluição, porém pode acarretar alguns impactos ambientais. Cite três impactos provo-
cados pela hidroeletricidade.
Sugestão de resposta: Deslocamento da população local, inundações, desaparecimento de espécies de
9 O carvão mineral pode ser encontrado na natureza em quatro formas distintas, variando conforme
seu poder, que é resultante da quantidade de carbono no material. Marque, dentre as alternativas abai-
xo, a que indica o estágio inicial na formação do carvão.
a. Antracito.
b. Hulha.
c. Linhito.
d. X Turfa.
10 Quando uma fonte de energia não polui o ambiente, ela é chamada de fonte de energia limpa.
Dentre as alternativas abaixo, qual gera menos poluentes? Marque-a.
a. Nuclear.
b. Petróleo.
c. X Solar.
d. Gás natural.
e. Carvão mineral.