Você está na página 1de 16

ão

roteç

1
p
s de
re
Fato
Noçõe
·
a a sg
en
çã
o uto era
ne M Q m
Andrea
ev

u is
A
Josian maro
pr
l da

t
a ue
rtin sa
ape

s d da

so ç
eO ,C
·Op

liv arl

ila
br ão
e

os e Ma
O que fazer? · Como ajudar?

ira

e
He rin
nr a S
iqu ar
e d aiva
eA
rag arcia
ão N
G
eto,
Pr to
Au

en
e v

m ção
u d tila a
ção

MINISTÉRIO DA
MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SAÚDE
Copyright © 2020 Fundação Demócrito Rocha

MINISTÉRIO DA SAÚDE Edição de Design


COORDENAÇÃO GERAL Andrea Araujo e Kamilla Damasceno
Ministro interino da Saúde Design e Diagramação
Eduardo Pazuello Karla Saraiva
Secretária da Secretaria de Gestão do Trabalho Arte finalização
e da Educação na Saúde Miqueias Mesquita
Mayra Isabel Correia Pinheiro Ilustração
Diretor do Departamento de Gestão da Educação em Saúde Rafael Limaverde
Vinícius Nunes Azevedo Coordenação de Produção
Coordenadora-Geral de Ações Estratégicas, Gilvana Marques
Inovações e Avaliação em Saúde Produção
Musa Denaise de Sousa Morais de Melo Rebeca Saboia e Beth Lopes
Equipe Técnica Marketing e Estratégia
Adriana Fortaleza Rocha da Silva, Bethânia Ramos Wanessa Lugoe
Meireles, Cidália Luna Alencar Feitosa de Oliveira, Daniele Performance Digital
Alencar Neves Bremgartner, Janaínna Nogueira da Silva, Natércia Melo, Fernando Diego e Isadora Colares
Juliana Ferreira Lima Costa, Priscila Neves Dalcin,
Rosanna Rocha Amazonas e Rosany Ferreira Rios Fonseca Assessoria de Comunicação
Joelma Leal
OPAS/OMS Estratégia e Relacionamento
Coordenação Geral Alexandre Medina, Adryana Joca e Juliana Menezes
Monica Padilla
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Equipe técnica
Maria Alice B. Fortunato, Cristiane Gosch Scolari Presidência
e Catarina Magalhães Dahl João Dummar Neto
Direção Administrativo-Financeira
CURSO PREVENÇÃO DA AUTOMUTILAÇÃO André Avelino de Azevedo
Concepção e Coordenação Geral Gerência Geral
Cliff Villar Marcos Tardin
Coordenação Executiva Gerência Editorial e de Projetos
Ana Cristina Barros Raymundo Netto
Coordenação Adjunta Análise de Projetos
Patrícia Alencar Aurelino Freitas, Fabrícia Gois, Emanuela Fernandes
Coordenação de Conteúdo
Renata Nayara da Silva Figueiredo UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Coordenação Pedagógica Gerência Pedagógica
Patrícia Brun Viviane Pereira
Consultoria Técnica de Psicologia Coordenação de Cursos
Carlos Henrique de Aragão Neto Marisa Ferreira
e Andrea Amaro Quesada Designer Educacional
Editorial e Revisão Joel Bruno
Thaís Brito Mendonça
Projeto Gráfico
Amaurício Cortez

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

Q54n Quesada, Andrea Amaro


Noções gerais sobre a automutilação / Andrea Amaro Quesada, Carlos Henrique de Aragão Neto,
Josianne Martins de Oliveira e Marina Saraiva Garcia. – Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 2020.
15 p. : il. color.
(Curso Prevenção da Automutilação; fascículo 1).
ISBN 978-65-86094-35-0
1. Transtornos mentais e emocionais. 2. Automutilação. 3. Autolesão. I. Aragão Neto, Carlos
Henrique de. II. Oliveira, Josianne Martins de. III. Garcia, Marina Saraiva. IV. Título.

CDD 616.89

Elaborado por Francisco Edvander Pires Santos - CRB-3/1212

Esse fascículo é parte integrante do projeto “Ações Inte-


gradas de Educomunicação para prevenção ao Suicídio
Todos os direitos desta edição reservados à:
e da Automutilação” que entre si celebram a Organização
Fundação Demócrito Rocha Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
e a Fundação Demócrito Rocha, através da Carta Acordo
CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará
nº SCON2020-00088.
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148
fdr.org.br | fundacao@fdr.org.br
Sumário
Introdução 4

1. Abordagem inicial 6
1.1. Definição e noções preliminares 6
1.2. Entenda quando e como surgiu o termo 7
1.3. Classificação 8

2. Entendendo melhor a automutilação 9


2.1. Como identificar o comportamento autolesivo 9
2.2. Recomendações 10
2.3. O que deve ser avaliado? 11
2.4. Como prevenir? 11
2.5. Tratamento 13

Referências bibliográficas 15
INTRODUÇÃO
automutilação, termo mais
comumente conhecido no
Brasil, é um fenômeno antigo
e representa um comporta-
mento humano complexo,
intrigante e pouco compreen-
dido (ARAGÃO NETO, 2019).
A despeito de ser reportado
por séculos, os estudos sobre
automutilação — mais preci-
samente, estudos sobre automutilação sem
intenção suicida — ganharam importância-
apenas a partir do final da década de 1980
(CIPRIANO; CELLA; COTRUFO, 2017). Autole-
são, lesão autoprovocada ou lesão autoin-
fligida também são termos encontrados
para caracterizar este comportamento.

4 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


O presente fascículo foi elaborado com
base em pesquisa bibliográfica, tendo
como objetivo nortear o leitor para uma
tomada de decisão acertada quando se
deparar com um caso de automutilação.
A automutilação é um fenômeno com- Para isso, foi produzido conhecimento
plexo e multideterminado, fruto da inte- voltado para a identificação, prevenção e
ração de fatores biológicos, psicológicos, redução da automutilação.
culturais e sociais, com maior prevalência A estrutura do documento é dividida em
entre os adolescentes (WALSH, 2012). Se- dois capítulos. O primeiro traz uma abor-
gundo Brown et al. (2017), as taxas inter- dagem inicial sobre a automutilação, apre-
nacionais de prevalência para pelo menos sentando sua definição e algumas noções
um evento autolesivo ao longo da vida é iniciais sobre a prática, além de apresentar
de cerca de 18% em amostras comunitá- a divergência em torno de sua classificação
rias. Trata-se, portanto, de um problema nos sistemas CID-10 e DSM-51, bem como
de saúde pública e uma realidade cada vez seu contexto histórico. O segundo capítulo,
mais preocupante. por sua vez, traz uma análise para uma com-
Apesar de ser um problema de saú- preensão mais aprofundada do assunto, ca-
de pública, o comportamento autolesivo racterísticas importantes para reconhecer o
sempre foi silenciado, ora por quem pra- comportamento autolesivo, bem como o que
tica, ora pela sociedade. Contudo, o tema se deve fazer e o que se deve evitar diante de
tem ganhado destaque, passando a figurar sua identificação, quais são as medidas para
nas discussões conjuntas entre autorida- prevenir sua prática e quais são as formas
des estatais, especialistas em saúde públi- para se obter ajuda e tratamento.
ca e a sociedade civil, além de participar da
pauta de audiências públicas, de seminá-
rios e de eventos de uma forma geral.
Como um problema interdisciplinar, a
automutilação relaciona profissionais das
mais diversas áreas, como psicologia, peda- 1. A sigla CID-10 significa Classificação
gogia, serviço social, medicina e enferma- Internacional de Doenças, estando em sua
décima edição. Já o DSM-5, Diagnostic and
gem. Como um problema social, a automu- Statistical Manual of Mental Disorders,
tilação entrelaça pais e professores, família recentemente lançado, encontra-se em sua
e comunidade, sociedade e governo. quinta edição.

Prevenção da Automutilação 5
1.
ABORDAGEM
INICIAL
1.1. DEFINIÇÃO E NOÇÕES
PRELIMINARES
termo automutilação com-
preende a autolesão com in-
tenção suicida e a autolesão
sem intenção suicida. O foco
deste fascículo é a automuti-
lação sem intenção suicida.
Adiante, será utilizado exclu-
sivamente o termo automu-
tilação, mais amplamente disseminado e
compreendido pela população brasileira.
Neste sentido, define-se este comporta-
mento como o ato de ferir a si mesmo delibe-
radamente, resultando em dano imediato a
uma parte do corpo, sem intenção suicida, e
não aprovado socialmente dentro da própria
cultura, nem mesmo para exibição (GIUSTI,
2013; ISSS, 2017; MUEHLENKAMP et al., 2013;
WHITLOCK; LLOYD-RICHARDSON, 2019). Essa
definição exclui comportamentos autolesivos
acidentais e indiretos, por exemplo: transtor-
nos alimentares ou abusos de drogas, bem
como comportamentos socialmente aceitos,
como tatuagem, piercing ou rituais religiosos
(BROWN, 2017).
Manuila L. et al. (2000), no Dicionário Mé-
dico, definem a automutilação como muti-
lação espontânea cometida em si mesmo,
designada de “alienação mental” em alguns
casos. Já Campbell (2009), no Dicionário de
Psiquiatria, conceitua o fenômeno como o
ato de deformar ou maltratar a si mesmo,
com a motivação de aliviar sentimentos.
Plener et al. (2016) identificaram 22 métodos
diferentes na prática da automutilação. Den-
tre eles, os mais frequentes, com seus res-
pectivos percentuais foram: cortes (94,7%),

6 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


queimaduras (78,9%), autogolpes (73,7%), (3) crise de orientação sexual; (4) abuso de 1.2. ENTENDA QUANDO E
coçar até ferir (58,9%), mordidas (50,5%), álcool e drogas; (5) uso excessivo e indevi-
interferência na ferida (arrancar a casca) do de tecnologia; (6) isolamento social; (7) COMO SURGIU O TERMO
(48,4%) e bater a cabeça (46,3%). transtornos alimentares, de humor, de per-
O primeiro artigo a tratar sobre autole-
Na prática, a automutilação é uma alter- sonalidade e transtornos de ansiedade.
são na literatura médica, de acordo com
nativa encontrada pela pessoa para aliviar Visando prevenir e reduzir os casos de au-
Turner (2002), foi publicado em 1846. O do-
momentaneamente o sofrimento e esque- tomutilação, deve-se considerar fatores de
cumento descreve o caso de uma senhora
cer a situação que o provocou — situação proteção, tais como: bom vínculo mãe-bebê
maníaco-depressiva de 48 anos.
essa na qual não foram encontradas alterna- nos primeiros anos de vida; relacionamento
Já o primeiro livro a abordar este tema
tivas para lidar com tamanha dor psíquica. saudável com família e amigos; prática re-
foi o Man Against Himself, escrito por Men-
Trata-se de um fenômeno complexo e gular de esportes; boa qualidade de sono;
ninger em 1938. Desde essa época, já há
multideterminado. Ocorre em função de contato com a natureza; orientações acerca
uma perspectiva da prática de autolesão
uma complexa interação entre fatores gené- de autonomia e limites, habilidade de pedir
como uma forma de alívio da dor emocio-
ticos, cognitivos, interpessoais, ambientais e ajuda quando necessário; desenvolvimento
nal (GIUSTI, 2013).
afetivos. Dentre os fatores de risco, pode-se das habilidades socioemocionais (ARAGÃO
citar: (1) maus-tratos na infância e adoles- NETO; TAVARES, 2018).
cência, como abuso sexual, emocional e/ou
físico, negligência; (2) bullying e cyberbulling;

Prevenção da Automutilação 7
Posteriormente, por volta dos anos 60,
a automutilação ganhou uma conotação
científica, e os estudos sobre a prática se
voltaram ao âmbito da Psiquiatria. Nessa
época, a concepção de autolesão se res-
tringia a cortes nos punhos, fazendo sur-
gir a expressão “síndrome do cortador de
punhos”. Como consequência, a expressão
acabou por ser confundida com as tentati-
vas de suicídio, que também tinham como
uma das manifestações características o
cortar dos punhos.
Atualmente, a distinção entre a autole-
são sem intenção suicida e o suicídio ainda
é muito tênue, devendo ser analisada caso
a caso, de acordo com as circunstâncias
concretas, além de prescindir de um estudo
mais rigoroso e aprofundado (GIUSTI, 2013).

1.3. CLASSIFICAÇÃO
A classificação da automutilação é um
tema controverso. Há autores que defen-
dem que ela é, por si só, um transtorno
mental. Outros autores entendem que ela
é apenas um sintoma de algum transtorno
mental, não um transtorno propriamente. E
há, ainda, quem adote um critério eclético,
defendendo ser a automutilação tanto um Parece mais acertado o entendimento
sintoma de um transtorno quanto um trans- de que a automutilação é apenas um sinto-
torno autônomo, a depender de cada caso. ma de uma patologia preexistente, pois ela
O Manual Diagnóstico e Estatístico de A Classificação Estatística Internacional se apresenta associada a vários transtornos
Transtornos Mentais – DSM –, na sua quinta de Doenças e Problemas Relacionados à Saú- psiquiátricos, está frequentemente presen-
edição, enquadra a automutilação como um de – CID 10 –, por sua vez, não identifica a au- te em indivíduos que não têm diagnóstico
sintoma decorrente de diversos transtornos tomutilação como transtorno, enquadrando- de transtorno de personalidade borderline
conhecidos, dentre eles os Transtornos do -a em determinadas classificações, como no e também porque, na maioria dos afetados,
Neurodesenvolvimento (APA, 2014, p. 78-80), transtorno de personalidade com instabilida- este comportamento parece cessar no final
os Transtornos Dissociativos de Identidade de emocional, subdividido em transtorno da da adolescência ou no início da idade adulta
(APA, 2014, p. 294-299) e o Transtorno de Per- personalidade agressiva, borderline e explosi- — quando normalmente são diagnosticados
sonalidade Borderline (APA, 2014, p. 664). va (OMS, 2008; REIS, 2018). os transtornos da personalidade.

8 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


irritabilidade e agressividade.
• Baixa autoestima, com autocrítica

2.
exacerbada.
• Autocobrança excessiva.
• Falta de motivação.
• Presença de algum transtorno
ENTENDENDO alimentar.
• Alterações de sono.
MELHOR A • Falta ou diminuição da higiene pessoal.
AUTOMUTILAÇÃO Fatores externos e alheios à vontade da
pessoa podem ser citados:
2.1. COMO IDENTIFICAR • Bullying ou cyberbullying.
O COMPORTAMENTO • Falta de afeto e atenção familiar.
AUTOLESIVO • Falta de reconhecimento
em sempre é fácil a identi- e valorização.
ficação dos sinais de com-
portamento autolesivo e Alguns questionamentos são essenciais
das lesões provocadas, para a identificação desses sinais e da pos-
uma vez que estes são fre- sibilidade de automutilação:
quentemente escondidos,
seja por vergonha ou por Alguma vez você se machucou de
tal comportamento não ser propósito?
aprovado pela sociedade.
Se sim, havia intenção de tirar a própria
Por isso, é importante ob-
vida?
servar:
Esse episódio de automutilação foi
• Uso de vestimentas para cobrir
planejado?
partes lesionadas do corpo, mesmo
em ambientes quentes. Se sim, quanto tempo você gastou com
• Resistência a atividades físicas que planejamento?
anteriormente eram praticadas pela
pessoa, especialmente naquelas em Alguma vez você sentiu alívio por se ferir?
que as partes lesionadas poderão
Se sim, por que necessitava de alívio? Há
ficar à mostra.
algum problema ou questão que te inco-
Na mesma linha, é preciso estar atento a moda, angustia ou aflige atualmente?
fatores psicossociais, tais como:
Se sim, você já dividiu essa situação e/ou
• Frequente isolamento social. esses sentimentos com alguém?
• Quadros reiterados de impulsividade,

Prevenção da Automutilação 9
2.2. RECOMENDAÇÕES
Algumas condutas devem ser seguidas
e são esperadas diante de uma situação de tros meios para a resolução de conflitos,
automutilação. Nesse ponto, a família ou o como a procura de tratamento psicológico
responsável legal e os amigos exercem um e psiquiátrico.
papel crucial. A rede de apoio, compreendida pelo con-
Em primeiro lugar, deve-se proporcionar junto de todos os envolvidos diretamente
ao indivíduo um ambiente acolhedor, tran- com o problema (familiares/responsáveis,
quilo e afetivo. Além disso, deve-se compre- profissionais de saúde, profissionais de edu-
ender que a pessoa que se automutila o faz cação, dentre outros) é muito importante
porque tem dificuldades em lidar com confli- para o tratamento e recuperação do jovem
tos emocionais, e a automutilação foi a forma que se automutila. A partir do momento em
encontrada para se obter alívio da situação que este indivíduo é acolhido, ouvido e co-
angustiante. Portanto, deve-se proporcionar meça a dividir suas preocupações, ele passa
acolhimento, compreensão e apoio, evitando consequentemente a se sentir mais seguro e
julgamentos, críticas e rejeição. confiante, e isso influencia substancialmente
Assim sendo, é importante estabelecer na melhora de seu estado clínico.
uma relação de confiança e respeito, ba- É fato que a pessoa busca o comporta-
seada em um bom diálogo, com demons- mento autolesivo porque esta parece ser a
tração de atenção, preocupação e carinho. única saída para o alívio da sua dor emo-
Nesse momento, o que a pessoa mais cional; seja por se sentir incompreendida
precisa é afeto e suporte social. É preciso — e assim ela não externaliza seu sofrimen-
compreender os sentidos da prática da to —, seja por se sentir negligenciada. Por-
automutilação, considerando o contexto tanto, não se deve deixar de dar atenção a
social no qual o indivíduo está inserido. alguém que se encontre em um quadro de
Outra conduta esperada de quem presta automutilação, ainda que se trate de lesão
auxílio é mostrar à pessoa que existem ou- leve e superficial.

10 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


2.4. COMO PREVENIR?
2.3. O QUE DEVE SER Primeiramente, deve-se saber que as
ações de prevenção do comportamento
AVALIADO? autolesivo devem ser implantadas tanto
Na avaliação, deve-se observar, sobre- por meio de contato direto como por in-
tudo, os aspectos envolvidos no compor- termédio de ambientes virtuais. Tais ações
tamento autolesivo, tais como: histórico e precisam abordar estratégias para o reco-
evolução do comportamento autolesivo, nhecimento de pedidos de ajuda e oferta
motivação e funções, frequência dos epi- de tratamentos psiquiátrico e psicológico.
sódios, métodos utilizados, se há ou não Nesse sentido, destaca-se a importân-
planejamento de rituais, severidade das fe- cia da psicoeducação, de grupos de apoio,
ridas, uso de internet e risco de suicídio. presenciais ou remotos, que ofereçam su-
Segundo Toledo (2019), é preciso evitar porte à pessoa em estado de vulnerabilida-
reagir ao episódio de comportamento au- de e contribuam para o desenvolvimento
tolesivo com pânico, exagero, repulsa ou de habilidades socioemocionais (COSTA;
espanto. É um equívoco imaginar que essas SILVA; VEDANA, 2019). O objetivo é reduzir
questões se resolvam através de comporta- ao máximo os fatores de risco e aumentar
mentos bruscos e violentos (gritos, chanta- os fatores de proteção (ver tópico 2.2. Re-
gens e ameaças). Além disso, não se deve comendações). Para isso, é importante que
expor publicamente quem se automutila. escolas elaborem e implementem proto-
A pessoa que se machuca tem consci- colos de prevenção e promoção da saúde
ência do que faz e sente extrema vergonha, mental, com ênfase no desenvolvimento
constrangimento e medo de que outras do autocontrole, empatia, relações inter-
pessoas venham a descobrir sua situação. pessoais e estratégias para lidar com as
Aliás, este é um dos motivos pelos quais ela emoções e frustrações. Além disso, como
esconde as marcas da autoagressão. Não se os jovens passam boa parte do seu tempo
deve demonstrar interesse excessivo pelo no ambiente escolar/acadêmico, é funda-
comportamento autolesivo nem curiosidade mental que escolas, faculdades e univer-
para ver as feridas. Possibilitar que a pessoa sidades estejam preparadas para detectar
reviva com detalhes os episódios de autole- sinais de automutilação e acolher estes
sões pode acarretar o efeito reverso e desen- alunos, encaminhando-os para os devidos
cadear outros episódios (TOLEDO, 2019). centros de saúde, quando necessário.

Prevenção da Automutilação 11
Giusti (2013, p. 38) apresenta um quadro
com uma visão mais ampla desses fatores:

Quadro 1. Fatores de risco da autolesão Quadro 2. Fatores de proteção à automutilação

Área Fatores de risco Área Fatores de proteção


• Falta de mecanismos de adaptação; • Flexibilidade cognitiva;
• Pessimismo; • Confiança em si mesmo;
• Insegurança; • Disposição para pedir ajuda;
Características • Distorção da imagem corporal; • Tolerância às diferenças;
pessoais • Baixa autoestima; • Habilidades de comunicação;
• Instabilidade emocional; • Capacidade para lidar com as emoções,
• Impulsividade; Características frustrações e realidade;
• Autodepreciação. pessoais • Habilidade para solucionar problemas
cotidianos;
• Transtorno de Personalidade Borderline; • Resiliência;
• Ansiedade; • Lidar bem com a imagem corporal;
Transtornos • Depressão; • Empatia;
psiquiátricos • Transtornos Alimentares; • Habilidade interpessoal;
• Transtornos de Uso de Substâncias; • Motivação e valorização da vida.
• Outros transtornos de personalidade.
• Ambiente familiar acolhedor e aberto ao
• Negligência; diálogo;
Problemas • Abusos (sexual, físico, emocional); • Senso de responsabilidade em relação à
relacionados • Dificuldade de apego; Familiar
família;
à infância • Doença grave ou cirurgias na infância; • Suporte familiar;
• Estresse emocional precoce. •Respeito mútuo.
• Bullying;
• Informações sobe automutilação pela mídia • Bons relacionamentos;
Social (TV, internet); • Adesão a valores e normas compartilhadas
• Colegas que se automutilam; socialmente;
• Dificuldade de relacionamento. • Integração social: trabalho, grupos esporti-
Social e
vos e culturais, igreja;
Culturais
• Dependência de álcool; • Rede de suporte social;
• Ausência de algum dos pais; • Acesso aos serviços de saúde mental;
• Separação precoce dos pais; • Fazer bom uso da internet;
Familiar • Desvalorização por parte da família; • Prática de esportes e/ou atividades físicas.
• Violência familiar;
• Relação familiar disfuncional;
• Bom padrão de sono;
• Depressão em algum dos pais.
Ambientais • Contato com a natureza;
• Meditação.
Fonte: Giusti (2013, p. 38)

Fonte: Adaptado de BOTEGA (2015); KRESS et al. (2015); TALIAFERRO;


MUEHLENKAMP (2016).

12 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


Assim, devem ser examinadas as habilida- A intenção é que o indivíduo desenvolva O normativo torna obrigatória “a educa-
des do indivíduo, desde seu relacionamento uma resiliência emocional e social, aprenda ção permanente de gestores e de profissio-
com sua família, passando pela escola até a lidar com conflitos (os próprios e até os nais de saúde em todos os níveis de atenção
a sua vida adulta, em seu meio acadêmico, alheios, como intermediador) e desenvol- quanto ao sofrimento psíquico e às lesões
profissional e social. É fundamental o acom- va estratégias de enfrentamento para lidar autoprovocadas” (Art. 3º, IV), além de prever a
panhamento de ambientes extraescolares, in- com situações de estresse. Um dos exem- criação e implantação de “um serviço telefô-
cluindo os virtuais, tais como reunião, encon- plos práticos da importância dessas habi- nico para recebimento de ligações, destinado
tros esportivos, dentre outros. Tão importante lidades é justamente saber lidar com uma ao atendimento gratuito e sigiloso de pessoas
quanto avaliar os fatores de risco é fortalecer situação de bullying e/ou cyberbullying, evi- em sofrimento psíquico” (Art. 4º, caput). Tam-
os fatores de proteção: bom relacionamento tando comportamentos autodestrutivos. bém tem como propósito “obrigar os planos
familiar e suporte social, boas habilidades so- A Política Nacional de Prevenção da Auto- de saúde a incluírem, em sua cobertura, o
ciais, estilos de vida saudáveis e as boas rela- mutilação e do Suicídio foi criada pela Lei nº atendimento à violência autoprovocada”. A
ções interpessoais e grupais. 13.819/19. Teve como finalidade promover a Lei nº 13.819/19 acrescentou o Art. 10-C à lei
saúde mental, prevenir a violência autopro- dos planos de saúde (Lei nº 9.565/98), obri-
vocada, fornecer informações e sensibilizar a gando-os a prestar assistência a casos de vio-
sociedade sobre a relevância das lesões auto- lência autoprovocada: “Os produtos de que
provocadas como problema de saúde pública. tratam o inciso I do caput e o § 1º do art. 1º
desta Lei deverão incluir cobertura de atendi-
mento à violência autoprovocada e às tentati-
vas de suicídio” (acesse http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/
L13819.htm).

2.5. TRATAMENTO
Em qualquer episódio de comporta-
mentos de automutilação, é necessária a
intervenção em crise. O tratamento deve
ser realizado de forma multidisciplinar e
interprofissional, e a solução deve ser apre-
sentada como resultado de um conjunto
integrado de ações pelos mais variados pro-
fissionais de saúde e educação.
Ressalta-se que o comportamento autole-
sivo ainda não apresenta um diagnóstico pré-
-constituído, ou seja, não existe um conjunto
prévio de critérios para se diagnosticar a prá-
tica. Como resultado, o tratamento se torna
mais longo e complexo, uma vez que os casos
devem ser analisados individualmente, com a
utilização de critérios distintos para cada um.
Não há medicamentos aprovados e
indicados para o tratamento da automu-
tilação em adolescentes (BROWN, 2017).

Prevenção da Automutilação 13
Contudo, há evidências que corroboram a achados de McCauley et al. (2018) enfatizam são é um fenômeno multideterminado, fru-
eficácia de alguns medicamentos, de uso a efetividade da terapia comportamental to da interação de diversos fatores ao longo
off-label2, para o controle desse comporta- dialética na redução de comportamentos de de um processo.
mento autolesivo. No entanto, a medica- automutilação e suicídio. Esta terapia tem É importante ressaltar que o terapeu-
ção sedativa pode ser usada quando um como foco o trabalho da atenção plena, a ta precisa ter uma postura isenta de juízo
paciente apresenta ansiedade muito alta regulação emocional, a tolerância ao estres- moral, proporcionando ao indivíduo e sua
em ambiente hospitalar. se e a eficácia das relações interpessoais. família um espaço seguro para que to-
Na prática, diversas terapias são usadas Entretanto, não se pode negligenciar a efeti- dos falem e expressem suas dificuldades.
para a recuperação do paciente. Conforme vidade de outras abordagens no tratamento É preciso voltar o olhar para o indivíduo e
Saraiva, Peixoto e Sampaio (2014), as Tera- de pessoas com comportamento autolesi- sua família. Nesse ponto, a psicoeducação
pias Cognitivo-comportamental, Dialética vo. De acordo com Trinco e Santos (2017), orientada para ambos é fundamental. Além
e Famíliar têm mostrado resultados signifi- a abordagem escolhida para o tratamento disso, a família deve receber suporte psico-
cativos, principalmente quando se trata de não pode ser focada apenas nos sintomas lógico e psiquiátrico, caso necessário, para
intervenção em adolescentes e adultos. Os ou nos comportamentos, visto que a autole- que tenha estrutura emocional para lidar
com a situação.
2 O medicamento chamado off-label é aquele
cuja indicação do profissional assistente diverge
do que consta na bula.

14 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. GIUSTI, Jackeline Suzie. Automutilação: REIS, Maurício de Novais. Automutilação: o
DSM-5: manual diagnóstico e estatístico características clínicas e comparação encontro entre o real do sofrimento e o
de transtornos mentais. 5. ed. Porto com pacientes com transtorno obsessivo- sofrimento real. Polêmica: revista eletrônica
Alegre: Artmed, 2014 compulsivo. Tese de Doutorado, Faculdade da Uerj, v. 18, n. 1, p. 50-67, janeiro, fevereiro
ARAÚJO, J. F. B et al. O corpo na dor: de Medicina, Universidade de São Paulo, São e março 2018. Disponível em: <http://www.e-
automutilação, masoquismo e pulsão. Paulo. doi:10.11606/T.5.2013.tde-03102013- -publicacoes.uerj.br/ojs/index.php/polemi-
Estilos Clin., São Paulo, v. 21, n. 2, p. 497- 113540. Recuperado em 2020-08-18, de ca/article/download/36069/25688>. Acesso
515, 2016. Disponível em: <http://pepsic. www.teses.usp.br em: 15 mai. 2020.
bvsalud.org /pdf/estic/v21n2/a12v21n2. INTERNATIONAL SOCIETY FOR THE STUDY SARAIVA, C. B.; PEIXOTO, B; SAMPAIO, D.
pdf>. Acesso em: 13 mai. 2020. OF SELF-INJURY. Definition of nonsuicidal Suicídio e Comportamentos Autolesivos
ARAGÃO NETO, C.H; TAVARES, M. self-injury. Orlando, 2017. Recuperado de: – Dos conceitos à prática clínica. Edição e
Automutilação sem intenção suicida. http://www.itriples.org/isss-aboutself-i.html Distribuição LIDEL. Lisboa 2014.
In: Meleiro, A. Psiquiatria: Estudos KRESS, V.E. et al. Spirituality/religiosity,life TOLEDO, Edson. Compreendendo e
Fundamentais. Rio de Janeiro: Ed. satisfaction, and life meaning as protective Trabalhando à Automutilação. Instituto
Guanabara Koogan, 2018. factors for nonsuicidal self-injury in college de Psiquiatria, IPq – HC – FMUSP. São Paulo.
ARAGÃO NETO, C.H. Autolesão sem students. J Coll Cous, v.18, p.160-174, 2015. 2019. Disponível em <http://www.justica.
intenção suicida e sua relação com Doi: 10.1002/jocc12012. sp.gov.br/wp-content/uploads/2019/02/
ideação suicida. 2019. Tese (Doutorado MANUILA, L. et al. Dicionário Médico. PALESTRA-CRAVI-AUTOMUTILACAO-2019.
em Psicologia Clínica e Cultura) – Instituto Lisboa: Ed. CLIMEPSI, 2000. pdf> . Acesso em: 16 mai. 2020.
de Psicologia, Universidade de Brasília, MCCAULEY, E. et al. Efficacy of dialectical TRINCO, M. E.; SANTOS, J. C. O adolescente
Brasília-DF. behavioral therapy for adolescente at high com comportamento autolesivo sem
BOTEGA, N. Crise suicida: avaliação e risk for suicide: a randomized clinical trial. intenção suicida no internamento do
manejo. Porto Alegre. Editora Artmed, JAMA Psychiatry, v. 75, n.8, p. 777-785, 2018. serviço de urgência de um hospital
2015. 302p. pediátrico da região centro.  Revista
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: Portuguesa de Enfermagem de Saúde
BROWN, R. C., PLENER, P. L. Nonsuicidal Classificação Estatística Internacional Mental, Porto, n. spe5, p. 63-68, ago.  2017.
Self-Injury in Adolescence. Current de Doenças e Problemas Relacionados Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/
psychiatry reports, v.19, n.3, 20. Disponível à Saúde. 10a rev., 2008. Disponível em: scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-
em: <https://doi. org/10.1007/s11920-017- <http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/ 21602017000200011&lng=pt&nrm=iso>.
0767-9>. Acesso em: 23 jun. 2020. cid10.htm>. Acesso em: 15 mai. 2020. Acesso em: 15 mai. 2020.
CAMPBELL, Robert J. Tradução Cristina MUEHLENKAMP, J. et al. Interpersonal TURNER, V.J. Secret scars: uncovening and
Monteiro. Dicionário de Psiquiatria. 8 features and functions of nonsuicidal self- understanding the addiction of self-injury.
Edição. Porto Alegre. Artmed, 2009 injury. Suicide and Life-Threatening Center City, Minnesota: Hazelden, 2002.
CIPRIANO A, CELLA S, COTRUFO P. Behavior, v.43, n. 1, p. 67-80, 2013. doi:
101111/j.1943-278X.2012.00128.x. WHITLOCK, J.; LLOYD-RICHARDSON, E.
Nonsuicidal Self-injury: A Systematic Healing self-injury: A compassive guide
Review. Front Psychol. v.8:1946, 2017. PLENER, P. L. ALLROGGEN, M., KAPUSTA, N. for parents and other loved ones. New
doi:10.3389/fpsyg.2017.01946 D., BRAHLER, E., FEGERT, J. M.; GROSCHWITZ, York: Oxford University Press, 2019.
COSTA, J. S; SILVA, A. C, VEDANA, K.G.G. C. The prevalence of nonsuicidal self-injury
Postagens sobre autolesão não suicida (NSSI) in a representative sample of the
na internet. Adolesc Saude. 2019;16(1):7-12 german population. BMC Psychiatry, v.16,
353, 2016. doi: 10.1186/s12888-016-1060-x

Prevenção da Automutilação 15
AUTORES
Andrea Amaro Quesada Josianne Martins de Oliveira
PhD em Neurociências e Cognição pela Ruhr-Universität Bochum. Médica formada pela Universidade Federal de Goiás. Psiquiatra
Mestre em Psicologia e Psicóloga pela Universidade de Brasília Titular da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e Residência
(UnB). Docente do Curso de Psicologia na Universidade de Médica em Psiquiatria pela Pax Clínica – Instituto de Neurociência.
Fortaleza (UNIFOR). Professora do curso de Especialização em Residência Médica em Psiquiatria da Infância e Adolescência
Neurociências e Reabilitação (UNIFOR). Professora do curso pelo Hospital São Vicente de Paulo. Diretora Secretária Adjunta
de pós-graduação em Neuropsicologia e Terapia Cognitiva da Associação Psiquiátrica de Brasília no período de 2017 a 2019,
Comportamental na Unichristus. Trabalhos apresentados em quando atuou como Coordenadora Regional da Campanha de
Congressos Nacionais e Internacionais (Alemanha, EUA, Japão, Prevenção ao Suicídio do Setembro Amarelo. Trabalhou no Instituto
Argentina). Artigos publicados nos periódicos internacionais do Câncer Infantil e Pediatria Especializada (Hospital da Criança de
Psychoneuroendocrinology, Stress. Pesquisadora nas áreas Brasília José Alencar) no período de 2016 a 2018, atuando como
de estresse, maus-tratos, Síndrome Congênita do Zika vírus médica psiquiatra assistente e preceptora voluntária na Residência
e Fenilcetonúria (PKU). Autora do livro infanto-juvenil A Caixa Médica de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Centro de
Mágica e a Busca do Tesouro Escondido. Orientação Médico-Psicopedagógica. Trabalhou na Saúde BRB
Caixa de Assistência, atuando como médica psiquiatra assistente
Carlos Henrique de Aragão Neto no período de 2014 a 2020 e como coordenadora da equipe médica
Psicólogo e Psicoterapeuta, Especialista em Tanatologia. e da psiquiatria no período de 2018 a 2019. Atualmente, é membro
Formação em Estudos do Luto. Mestre em Antropologia (UFPI), da Câmara Técnica de Psiquiatria do Conselho Regional de Medicina
com a dissertação “Os Aspectos Socioantropologicos da do Distrito Federal (CRM-DF), Diretora-Tesoureira da Associação
Tentativa de Suicídio”. Doutor em Psicologia Clínica e Cultura Psiquiátrica de Brasília e atua na rede privada como médica
(UnB), com a tese “A Relação entre Autolesão sem Intenção psiquiatra assistente e diretora técnica médica da Clínica EKIP – Emil
Suicida e Ideação Suicida”. Membro da Associação Brasileira Kraepelin Instituto de Psiquiatria.
para Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS). Membro da
International Society for the Study of Self-Injury (ISSS). Membro
da International Association for Suicide Prevention (IASP). ILUSTRADOR
Rafael Limaverde
Marina Saraiva Garcia Nascido em Belém/PA, naturalizado cearense, formado em Artes
Psicóloga, formação em Terapia Cognitivo Comportamental Visuais pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE), é xilogravurista e
pelo Beck Institute (EUA), especialista em Psicologia Clínica pelo ilustrador. Possui mais de 40 livros ilustrados em diversas editoras do
Conselho Federal de Psicologia (CFP), neuropsicóloga, Mestre em País. É um dos organizadores do “Festival de Ilustração de Fortaleza”,
Medicina Molecular pela Universidade Federal de Minas Gerais evento realizado dentro da Bienal do Livro do Ceará. É curador das
(UFMG). Foi conselheira do Conselho Regional de Psicologia do seguintes exposições: “Eco Barroco”, no Centro Cultural Banco do
Distrito Federal (CRP-DF) na gestão 2016-2019 e vice-presidente Nordeste – Fortaleza/CE (2011); “Bestiário Nordestino”, na Multigaleria
no período de 2017 a 2019. Diretora Secretária da Associação do Centro de Arte e Cultura Dragão do Mar – Fortaleza/CE (2016); “III
Brasileira de Impulsividade e Patologia Dual (ABIPD) desde Festival de Ilustração de Fortaleza”, que ocorreu durante a XII Bienal
2016. Atua como psicóloga na Secretaria de Saúde do Distrito Internacional do Livro no Centro de Eventos do Ceará (2017).
Federal (SES-DF) desde 2005 e trabalha no Centro de Referência,
Pesquisa e Capacitação e Atenção ao Adolescente em Família
(Adolescentro) desde 2006. Atua na rede privada em Marina
Saraiva - Clínica de Psicologia.

MINISTÉRIO DA
MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS SAÚDE

Você também pode gostar