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ISBN: 978-85-7797-914-1
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Impresso no Brasil
Página do manual
A imprecisão dos pontos cardeais .................37 Universo ................................................... 86
Cenário 2 – A prática do dia a dia ........... 37 Fazemos parte de um sistema.........................86
Conhecer o espaço para se localizar .............37 O surgimento do Universo ............................87
Cenário 3 – Quando o céu se esconde ..... 38 Os primeiros estudos sobre o Sistema
Orientação artificial .........................................38 Solar ....................................................................88
Sugestão de
Cenário 4 – Ruas e avenidas .................... 43 A forma da Terra ..............................................88
abordagem
Ao lado de cada abertura do capítulo há boxes com
A criação do sistema de coordenadas ...........43 Cenário 2 – Os movimentos da Terra Cenário 1 Dessa forma, várias sociedades perceberam que o Sol aparecia
todas as manhãs numa determinada posição no horizonte e, depois
Geografia em cena
successo images/Shutterstock.com
Sol
Geografia em cena
S L
Zênite é um termo
34
III
A dificuldade de Cada capítulo é dividido em Cenários para melhor entendimento do texto explicativo e são acom-
encontrar o rumo panhados por mapas, imagens, gráficos, fotos, tabelas e charges que facilitam a compreensão dos aspec-
Referenciais
Um dos principais desafios dos seres humanos ao longo da sua
tos fundamentais dos conteúdos dos capítulos. As imagens (fotos, mapas, tabelas, etc.) contidas no tex-
existência foi a localização e orientação sobre a superfície terrestre.
Inicialmente, os seres humanos utilizavam elementos do espaço em
que viviam como referenciais. Uma montanha, um riacho ou uma
grande árvore poderiam servir como base ou ponto de referência
to não têm apenas o propósito de ilustrá-lo, tornando-o mais agradável, são utilizadas visando suscitar
indagações, reflexões e interpretações sobre o espaço geográfico.
para identificar o rumo que deveriam ou queriam tomar.
Contudo, esses referenciais serviam para pequenos percursos
dentro do espaço geográfico, uma vez que os indivíduos depen-
diam da sua visibilidade e, quando precisavam deslocar-se sobre
espaços maiores, como oceanos ou desertos, a tarefa se tornava ex-
tremamente difícil. A infinita capacidade de observação e criação
dos seres humanos os fez perceber que alguns astros, como a Lua, o
Sol e determinadas estrelas, “apareciam” e, depois de certo tempo,
“desapareciam” sempre em lugares aproximados no céu, podendo,
portanto, ser utilizados para orientação.
Ensaio geográfico
a curiosidade dos seres humanos. Várias sociedades antigas, como
incas, astecas, egípcios, gregos e mesopotâmicos, procuraram nos
cometas, nas estrelas, constelações, no Sol e na Lua explicações
para fenômenos que ocorriam na Terra.
Evannovostro/Shutterstock.com
successo images/Shutterstock.com
nível, ou terraceamento.
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Geografia em cena
As florestas temperadas foram quase totalmente devastadas,
restando apenas poucas reservas, na Europa ou América, restritas
quase sempre a áreas de difícil acesso ou de pouco interesse econô-
mico. Nos países asiáticos, a extensão da Floresta Temperada, mes-
mo que tenha sofrido redução ao longo do tempo, apresenta um
percentual remanescente maior que o da Europa e o da América.
Em meio ao texto referencial, são apresentadas informações adicionais ao conteúdo estudado. Po-
Estepes dem ser curiosidades, definições/explicações de termos possivelmente desconhecidos dos alunos ou,
simplesmente, esclarecimentos a respeito de um item específico do tema tratado.
Trata-se de uma vegetação tipicamente rasteira predominante
em áreas frias e secas numa faixa de transição entre regiões desérti-
cas e regiões florestais. Sofrem os efeitos da continentalidade, apre-
sentando verões quentes e invernos muito frios. Localizam-se na
Mongólia, nos Estados Unidos e na Sibéria russa.
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Estepe na Mongólia.
Pradarias
São formações vegetais herbáceas (gramíneas rasteiras) situa- Geografia em cena
das em ambientes muito semelhantes aos das estepes, porém com
Pequeno dicionário
mais umidade. Na América do Sul, onde a pluviosidade é maior, A pecuária extensiva
recebe o nome de Pampa, compreendendo as regiões austrais do é a prática criatória de gado
Brasil, da Argentina e do Uruguai; Pradaria é o nome que essa for- sem tantos investimentos.
mação recebe na América do Norte, e lá compreende uma área que Nela, o gado é destinado ao Os países que se situam entre os trópicos, em sua maioria em
vai do Canadá até o sul dos Estados Unidos, passando pelas planí-
geográfico e cultural
corte. Essa prática necessita desenvolvimento (como o Brasil), possuem um fator positivo para
cies centrais desse país. de alguns cuidados, princi- a utilização dessa fonte de energia, visto que essa região apresenta
As pradarias e estepes são ocupadas ou com pecuária extensiva palmente com alimentação uma taxa de insolação relativamente elevada o ano todo. Por outro
e semiextensiva ou com agricultura. e o espaço. lado, a precária (ou inexistente) tecnologia de geração de energia e
os baixos investimentos em pesquisa para sua obtenção inviabili-
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Sinopse: Em um passeio pela história da energia elétrica, o filme mostra a transformação da sociedade
rural para a sociedade urbana no século XX, a partir de dez ícones eletroeletrônicos representativos
dessa progressiva transformação e da criação dos conceitos de cidade moderna, conforto e diversão.
IV
Sinopse: O lorde Cuttler Beckett, da Companhia das Índias Orientais, detém o comando do navio-
-fantasma Flying Dutchman. O navio, agora sob o comando do almirante James Norrington, tem por
missão vagar pelos sete mares em busca de piratas e matá-los sem piedade. Na intenção de deter Beckett,
Will Turner, Elizabeth Swann e o capitão Barbossa precisam reunir os Nove Lordes da Corte da Irman-
Encerramento
dade. Porém, falta um dos Lordes, o capitão Jack Sparrow. O trio parte para Cingapura na intenção de
conseguir o mapa que os conduzirá ao fim do mundo, o que possibilitará que Jack seja resgatado. Mas,
para conseguir o mapa, eles precisarão enfrentar um pirata chinês, o capitão Sao Feng.
Encerramento
Piratas do Caribe: navegando em águas misteriosas
Direção: Rob Marshall.
Ano: 2011.
1 No quadro abaixo, cite impactos ambientais produzidos pelas matrizes energéticas apresentadas. Nessa obra contém, ao final de cada capítulo, exer-
Carvão Eólica
Sinopse: O capitão Jack Sparrow vai até Londres para resgatar Gibbs, integrante de sua tripulação Efeito estufa Uso da terra
cícios variados, desde questões discursivas a questões de
no Pérola Negra. Lá ele descobre que alguém está usando seu nome para conseguir marujos em uma
viagem rumo à Fonte da Juventude. Sparrow investiga e logo percebe que Angelica, um antigo caso
que balançou seu coração, é a responsável pela farsa. Ela é filha do lendário pirata Barba Negra, que
está com os dias contados.
Aquecimento global
Chuva ácida
Ruído das turbinas
Interferência eletromagnética
múltipla escolha, algumas de exames vestibulares e do
Capítulo 3 – Letramento cartográfico 81
Poluição atmosférica Mortalidade de aves
Enem, com adaptações pertinentes a cada ano do Ensi-
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2 Existem várias formas não poluentes de se gerar energia; dentre estas, destaca-se a energia geotér-
mica. Por qual motivo nem todos os países podem utilizá-la?
Apenas países que possuem atividades vulcânicas ou sísmicas, onde o vapor de água ou as pedras quen-
no Fundamental.
tes atingem temperaturas superiores a 200 °C.
3 Por que podemos afirmar que a energia solar é a que provoca menos impactos ambientais?
Ela depende unicamente da luz solar para funcionar. Suas instalações ocorrem geralmente no topo de
construções já existentes.
4 O petróleo é uma das matrizes energéticas mais poluentes do Planeta. Contudo, cientistas afirmam
que o petróleo é insubstituível na atualidade. Explique tal afirmação.
Ele é a principal fonte de matéria-prima das indústrias, e cerca da metade da energia consumida no
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significado à medida que, ao observá-la, nota-se a vivência dos indiví-
duos e da coletividade; nas relações com os lugares vividos; nos costu-
mes que resgatam a nossa memória social; na identidade cultural; e na
consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros
e, por isso, convictos das nossas diferenças.
Para fazer a leitura do mundo em que vivem, com base nas apren-
dizagens em Geografia, os alunos precisam ser estimulados a pensar
espacialmente, desenvolvendo o raciocínio geográfico. O pensamento
espacial está associado ao desenvolvimento intelectual que integra co-
nhecimentos não somente da Geografia, mas também de outras áreas
(como Matemática, Ciência, Arte e Literatura). Essa interação visa à
resolução de problemas que envolvem mudanças de escala, orientação
e direção de objetos localizados na superfície terrestre, efeitos de dis-
tância, relações hierárquicas, tendências à centralização e à dispersão,
efeitos da proximidade e vizinhança, etc.
Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros
Conexão
fenômenos próximos ou distantes.
É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o
Diferenciação
clima), resultando na diferença entre áreas.
Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida
Localização por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais
topológicas ou por interações espaciais).
Essa é a grande contribuição da Geografia aos alunos da Educa- conceitos da Geografia contemporânea, diferenciados por níveis de
ção Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocí- complexidade. Embora o espaço seja o conceito mais amplo e comple-
nio geográfico para representar e interpretar o mundo em permanente xo da Geografia, é necessário que os alunos dominem outros conceitos
transformação e relacionando componentes da sociedade e da nature- mais operacionais e que expressam aspectos diferentes do espaço geo-
za. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o gráfico: território, lugar, região, natureza e paisagem.
domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimen- O conceito de espaço é inseparável do conceito de tempo e ambos
tos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e precisam ser pensados articuladamente como um processo. Assim como
para o exercício da cidadania. para a História, o tempo é para a Geografia uma construção social, que se
Ao utilizar corretamente os conceitos geográficos, mobilizando o associa à memória e às identidades sociais dos sujeitos. Do mesmo modo,
pensamento espacial e aplicando procedimentos de pesquisa e análise os tempos da natureza não podem ser ignorados, pois marcam a memó-
das informações geográficas, os alunos podem reconhecer: a desigual- ria da Terra e as transformações naturais que explicam as atuais condi-
dade dos usos dos recursos naturais pela população mundial; o impac- ções do meio físico natural. Assim, pensar a temporalidade das ações hu-
to da distribuição territorial em disputas geopolíticas; e a desigualdade manas e das sociedades por meio da relação tempo-espaço representa um
socioeconômica da população mundial em diferentes contextos urba- importante e desafiador processo na aprendizagem de Geografia.
nos e rurais. Desse modo, a aprendizagem da Geografia favorece o re- Para isso, é preciso superar a aprendizagem com base apenas na
conhecimento da diversidade étnico-racial e das diferenças dos grupos descrição de informações e fatos do dia a dia, cujo significado restrin-
sociais, com base em princípios éticos (respeito à diversidade e comba- ge-se apenas ao contexto imediato da vida dos sujeitos. A ultrapassa-
te ao preconceito e à violência de qualquer natureza). Ela também es- gem dessa condição meramente descritiva exige o domínio de concei-
timula a capacidade de empregar o raciocínio geográfico para pensar e tos e generalizações. Estes permitem novas formas de ver o mundo e
resolver problemas gerados na vida cotidiana, condição fundamental de compreender, de maneira ampla e crítica, as múltiplas relações que
para o desenvolvimento das competências gerais previstas na BNCC. conformam a realidade, de acordo com o aprendizado do conhecimen-
Nessa direção, a BNCC está organizada com base nos principais to da ciência geográfica.
VI
VII
2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importância dos objetos técnicos para a com-
preensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos da natureza ao longo da história.
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação humana e produção do
espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem.
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais e das geotecno-
logias para a resolução de problemas que envolvam informações geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo natural, social, econômico, político e
o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem
conhecimentos científicos da Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a cons-
ciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, propondo ações sobre as
questões socioambientais, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
VIII
IX
Formas de representação e pensamento espacial Fenômenos naturais e sociais representados de diferentes maneiras
(EF06GE01) Comparar modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.
(EF06GE02) Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos originários.
(EF06GE03) Descrever os movimentos do planeta e sua relação com a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões
climáticos.
(EF06GE04) Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais
componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.
(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e formações vegetais.
(EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e
do processo de industrialização.
(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza a partir do surgimento das cidades.
(EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e numéricas dos mapas.
(EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos
e estruturas da superfície terrestre.
(EF06GE10) Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação de terras, terraceamento, aterros etc.) e de apropriação dos recursos
hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.
(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza, com base na distribuição dos componentes físico-naturais,
incluindo as transformações da biodiversidade local e do mundo.
(EF06GE12) Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as
transformações nos ambientes urbanos.
(EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).
XI
O sujeito e seu lugar no mundo Ideias e concepções sobre a formação territorial do Brasil
Conexões e escalas
Mundo do trabalho
XII
(EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação
territorial do Brasil.
(EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação socioeconômica e territorial do Brasil,
compreendendo os conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.
(EF07GE03) Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de
quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras, entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais
dessas comunidades.
(EF07GE04) Analisar a distribuição territorial da população brasileira, considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana,
europeia e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões brasileiras.
(EF07GE05) Analisar fatos e situações representativas das alterações ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo.
(EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a circulação e o consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como
influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.
(EF07GE07) Analisar a influência e o papel das redes de transporte e comunicação na configuração do território brasileiro.
(EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do
território brasileiro.
(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas e
econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais, regionalizações e analogias espaciais.
(EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões
brasileiras.
(EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade
(Florestas Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
(EF07GE12) Comparar unidades de conservação existentes no Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na
organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
XIII
Mundo do trabalho
XIV
(EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da
história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.
(EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a
diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.
(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário,
crescimento vegetativo e mobilidade espacial).
(EF08GE04) Compreender os fluxos de migração na América Latina (movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de
expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.
(EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na
contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do
pós-guerra.
(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e
africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.
(EF08GE07) Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário
internacional em sua posição de liderança global e na relação com a China e o Brasil.
(EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem
mundial do pós-guerra.
(EF08GE09) Analisar os padrões econômicos mundiais de produção, distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados,
tendo como referência os Estados Unidos da América e os países denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
(EF08GE10) Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros
movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.
(EF08GE11) Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos
internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.
(EF08GE12) Compreender os objetivos e analisar a importância dos organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA,
OEI, Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).
(EF08GE13) Analisar a influência do desenvolvimento científico e tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos
espaços urbanos e rurais da América e da África.
(EF08GE14) Analisar os processos de desconcentração, descentralização e recentralização das atividades econômicas a partir do capital
estadunidense e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.
(EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da America Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata,
do Amazonas e do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e discutir os desafios relacionados à gestão e
comercialização da água.
(EF08GE16) Analisar as principais problemáticas comuns às grandes cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à
distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e trabalho.
(EF08GE17) Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas,
alagados e zona de riscos.
(EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais,
ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.
(EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África
e América.
XV
Geografia – 9º ano
UNIDADES TEMÁTICAS OBJETOS DE CONHECIMENTO
Conexões e escalas
A divisão do mundo em Ocidente e Oriente
Mundo do trabalho
XVI
HABILIDADES
(EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações
de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.
(EF09GE02) Analisar a atuação das corporações internacionais e das organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao
consumo, à cultura e à mobilidade.
(EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na
escala mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
(EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e
interculturalidades regionais.
(EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes
interpretações: globalização e mundialização.
(EF09GE06) Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.
(EF09GE07) Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.
(EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na
Europa, na Ásia e na Oceania.
(EF09GE09) Analisar características de países e grupos de países europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais, urbanos,
políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.
(EF09GE10) Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na
Oceania.
(EF09GE11) Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em
diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.
(EF09GE12) Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao
papel crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para o Brasil.
(EF09GE13) Analisar a importância da produção agropecuária na sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial de
acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.
XVII
XVIII
XIX
Capítulo 1 Capítulo 3
A formação do território Fronteiras do Brasil ...................... 73
brasileiro ...................................... 7
Cenário 1– Terra Brasilis ......................... 74
Cenário 1 – A organização político- Nosso lugar no mundo ....................................74
-administrativo no Brasil colônia ............ 8 Consequências da nossa localização.............76
O sistema de capitanias hereditárias ............8 Uma ilha chamada Brasil ................................78
O sistema de governo–geral...........................9 Cenário 2 – Um gigante chamado Brasil .....82
Cenário 2 – A organização político- Terras a perder de vista ....................................82
-administrativa no Brasil império............ 11 Pontos extremos do Brasil ..............................84
O sistema imperial monárquico ....................11 Fuso horário do Brasil .....................................86
Cenário 3 – Organização político- Encerramento ...................................................90
-administrativa do Brasil do início da
República aos dias atuais ......................... 13 Capítulo 4
O sistema federativo republicano .................13 Indígenas do Brasil ....................... 97
Questão do Acre...............................................13 Cenário 1 – Terras de Ibirapitanga...............98
Questão da zona de Palmas ............................15 O indígena brasileiro .......................................98
Questão do Amapá ..........................................15 Povos que andam nus ......................................101
Questão do Pirara ............................................16 O choque de culturas ......................................105
O Brasil após o Estado Novo .........................17 Terra de “índio” ou terra de branco? ............106
Cenário 4 – Planejamento regional no Como garantir a terra? ....................................108
Brasil ........................................................ 18 Encerramento ...................................................112
Conceito e utilidade da regionalização........18
Regionalizações oficiais e não oficiais ..........24 Capítulo 5
Encerramento ...................................................34 Brasil: herança cultural ................ 119
Cenário 1 – Um mulato chamado Brasil .....120
Capítulo 2 Quem é a nação brasileira? .............................120
Os brasileiros e o seu espaço ......... 41 Grupos formadores da população
brasileira .............................................................121
Cenário 1– Um lugar chamado Brasil ..... 42 Negro afro-brasileiro e desigualdade............125
A conquista do espaço brasileiro...................42 Diversidade étnica e questão racial no
Onde tudo começou .......................................42 Brasil ...................................................................126
O espaço em constante Encerramento ...................................................129
ampliação ...........................................................45
Um loteamento chamado Brasil ...................46 Capítulo 6
Cenário 2 – Redes de transporte e Brasil: movimentos migratórios ... 133
comunicação ............................................ 56 Cenário 1 – As andanças e a construção do
Transporte de carga por muares – espaço brasileiro.............................................134
O Tropeirismo ..................................................58 Migrações e a construção do espaço
Brasil: o país das rodovias ...............................60 brasileiro ............................................................134
O transporte aéreo brasileiro .........................62 Migrações internas anteriores ao
Encerramento ...................................................65 século XX ..........................................................134
Capítulo 1
capitalismo.
(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas te-
máticos e históricos, inclusive utilizando tec-
nologias digitais, com informações demográ-
A formação do território ficas e econômicas do Brasil (cartogramas),
identificando padrões espaciais, regionaliza-
brasileiro A formação do território brasileiro está ligada
ao desenvolvimento de atividades econômicas ções e analogias espaciais.
para exportação, como o café.
Objetivos
pedagógicos
55
A organização
político-
-administrativa no
Brasil colônia
O sistema de capitanias
hereditárias
N
O L
Maranhão João de Barros e Aires da Cunha (2º Quinhão)
S
Maranhão Fernando Álvares de Andrade
João de Barros e
Rio Grande Aires da Cunha
(1º Quinhão)
Itamaracá
Meridiano de Tordesilhas
Oceano Atlântico
Estado do
Diálogo com o
Grão-Pará
professor Olinda
Recife
Estado
Recomendamos sempre a conexão com do Brasil Salvador
(capital até 1763)
assuntos paralelos ao que estamos apresen- Vila Real
(Cuiabá)
Sabará
déssemos abarcar mais temas dentro da Geo- Vila Rica (Ouro Preto) Vitória
Vila do Desterro
Oceano
Tratado de Madri, 1750
com tantas outras ilhas de conhecimento. 4 Tratado de Santo Idelfonso, 1777
42
Porto
Alegre
5 Tratado de Badajoz, 1801
5 Atlântico
Anotações 3
Área disputada por Portugal e Espanha
Áreas em litígio com os países Vila de São Pedro
vizinhos no decorrer do séc. XIX
Colônia do Sacramento
C
10
A organização
político-
-administrativa no
Brasil império
O sistema imperial
monárquico
Tratado de Limites (1713–1801)
Bogotá a
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São Joaquim o
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São Paulo
Rio de Janeiro
Iguatemi
Tratado de Utrecht (1713) Assunção
Santos
2:56
Tratado de Madri (1750) Vice-Reinado Oceano
do Rio Desterro
Atlântico
Laguna
Tratado de Santo Idelfonso (1777)
da Prata
i
Urugua
Fortes
Uruguai
Reprodução
em vigor a Constituição de 1824, seguindo os padrões
das monarquias liberais europeias. No enxerto a seguir,
Sugestão de
os cinco primeiros artigos dessa Constituição.
abordagem
“DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRA-
ÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos,
Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do
Recomendamos o uso do teatro para Brazil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos,
aproximação dos alunos com o Período Co- que tendo-Nos requeridos o Povos deste Imperio,
lonial. Por isso, indicamos uma peça que re- [...] como Constituição, que dora em diante fica
sendo deste Imperio a qual é do theor seguinte: Dom Pedro I outorgou a primeira Constituição do Brasil.
trata o período Joanino no Brasil. Se necessá-
rio, peça ajuda aos professores de História e de CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL.
Língua Portuguesa para montar a peça. EM NOME DA SANTISSIMA TRINDADE.
TITULO 1º
O link a seguir traz um breve resumo so- Do Imperio do Brazil, seu Territorio, Governo, Dynastia, e Religião.
bre o teatro para o ensino de História. Art. 1. O IMPERIO do Brazil é a associação Politica de todos os Cidadãos Brazileiros.
Elles formam uma Nação livre, e independente, que não admitte com qualquer outra laço al-
gum de união, ou federação, que se opponha á sua Independencia.
http://historianochaodasaladeaula.blogspot. Art. 2. O seu territorio é dividido em Provincias na fórma em que actualmente se acha, as
com.br/2015/01/teatro-e-ensino-de-histo- quaes poderão ser subdivididas, como pedir o bem do Estado.
Art. 3. O seu Governo é Monarchico Hereditario, Constitucional, e Representativo.
ria.html
Art. 4. A Dynastia Imperante é a do Senhor Dom Pedro I actual Imperador, e Defensor
Perpetuo do Brazil.
Art. 5. A Religião Catholica Apostolica Romana continuará a ser a Religião do Imperio.
Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto domestico, ou particular em casas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm
C
12
Organização
político-
-administrativa do
Brasil do início da
República aos dias
atuais
O sistema federativo
republicano
Esse sistema, que começou a existir em 1889, com um ato de
proclamação liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, e teve
como seu principal embasamento a Constituição promulgada de
1891, apresentava uma forma de administração que, com algumas
modificações, seguimos até hoje, a exemplo da autonomia parcial
das unidades político-administrativas (Estados) que compõem a
federação (país). Federação é a união política entre províncias ou
estados que se associam sob um governo central, sem perder, con-
tudo, a soberania.
Aos poucos, os diversos regimes republicanos que passaram
pelo Brasil foram moldando a divisão político-administrativa até
chegar à situação atual. Em um primeiro momento, o governo
republicano adotou a denominação de Estado, abandonando a
antiga denominação de província, para identificar as unidades da
federação. Esse período, porém, é bastante proveitoso em confli-
2:57 tos fronteiriços e criação de territórios federais, o que passaremos a
descrever a seguir.
Questão do Acre
A disputa por esta região foi a primeira e mais complicada
questão da nascente República. Começou com a invasão da área
dos seringais bolivianos por brasileiros, no final do século XIX.
Questão do Acre
N
O L A m a z o n a s
S 0 120 km 240 km
Cruzeiro do Sul
Ferrovia Madeira-Mamoré
A c r e
Sena
Madureira Porto Velho
Rio Branco
Guajará-Mirim
Rio Acre
Território cedido à Bolívia
Peru Bolívia
Questão de Palmas
Paraná
Lapa
Argentina
Itajaí
Território disputado pela Argentina Blumenau
incorporado ao Brasil
Santa
Catarina
Florianópolis
Erechim
Rio Grande
do Sul N
O L Oceano
0 57 km 114 km
S
Atlântico
Questão do Amapá
A disputa por este território envolveu o Brasil e a França, pois
o litígio se deu entre a nossa República e a Guiana Francesa, então
colônia da República da França. O conflito se arrastava desde a épo-
ca colonial com os guianenses, reivindicando uma área além do Rio
Oiapoque, no extremo norte brasileiro. Novamente, a questão foi a
julgamento internacional e, em 1º de janeiro de 1900 o presidente
suíço Walter Hauser, que havia sido designado juiz presidente da co-
missão de arbitragem, deu ganho de causa ao Brasil, que incorporou
a região inicialmente ao Estado do Pará, com o nome Araguari (em
virtude da fixação do limite entre as terras dos dois contendores estar
entre os rios Oiapoque e Araguari). Em 1943, esta área foi transfor-
mada em território federal pelo governo Getúlio Vargas.
u
oq
Oceano
ap
N
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Atlântico
Rio
O L
Ilha de Maracá
Ri
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pela França e Ar
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anexado ao Brasil uari
(Amapá)
Rio
0 79 km 158 km
Ja
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Macapá
Questão do Pirara
Ilha de
Marajó
Pará
Esse conflito
zona diplomático envolveu o Brasil e a Guiana Inglesa,
s
ma
na época
io colônia da Grã-Bretanha, pela posse das terras no entor-
A
QuestãoRio do
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Guiana
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Rio Ne gro
Pará
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io
Rio Amazonas
gr
Rio Tapajós
Território
do Rio Branco Território
do Amapá
Equador
Território
de Fernando
de Noronha
Amazonas
Pará Maranhão Rio Grande
Ceará
do Norte
Piauí Paraíba
Território
do Acre Pernambuco
Alagoas
Território
do Guaporé Sergipe
Bahia
Goiás
Mato Grosso
Estados Minas
Gerais
Territórios federais
Território Espírito Santo
de Ponta Porã São
Paulo
Rio de Janeiro
Pacífico
Oceano
Território Trópico de
Capricórn
de Iguaçu Paraná io
Santa Oceano
Catarina
Rio Grande
Atlântico
do Sul
0 314 km 628 km O L
Pedro Moraes/Shutterstock.com
sileiro: 21 estados, cinco territórios e um Dis-
trito Federal. Em 1962, em virtude da elevação
Como funciona o processo de da sua arrecadação e da sua população — em
torno de 200.000 habitantes, limite mínimo
criação de novos estados? previsto pela Constituição de 1946 para qual-
quer território federal —, o Acre transformou-
A divisão do Brasil começou em 1534, -se em Estado.
Em 1974, o Estado da Guanabara desa-
quando ainda era uma colônia. Nessa época, foi pareceu ao ser fundido com o Estado do Rio
dividido em 15 faixas, chamadas de capitanias de Janeiro, cuja capital passa a ser a Cidade
hereditárias. Já em 1709, foi segmentado em do Rio. Três anos depois (1977), o Estado do
Mato Grosso foi dividido, e foram criados, do
sete províncias: Grão-Pará, São Paulo, Mara- Palmas, foi fundada em 1989, após a cria- antigo território, os Estados de Mato Grosso (porção norte do anti-
nhão, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São ção do Estado de Tocantins pela Consti-
tuição de 1988, e passou a ser a capital do Es-
go Estado) e Mato Grosso do Sul. Em 1981, quando sua população
Pedro. De lá para cá, aumentou sua extensão e tado em 1990. atingiu a casa dos 500.000 habitantes, o Território Federal de Ron-
dônia foi transformado em Estado.
foi redividido por várias vezes. O mapa atual A atual divisão político-administrativa do Brasil (26 estados
do país é resultado da Constituição de 1988, e um Distrito Federal) foi instituída a partir da Constituição de
1988, com a criação do Estado de Tocantins, a partir do desmem-
que manteve a definição de territórios federais,
bramento do Estado de Goiás, e a transformação dos Territórios de
mas acabou com aqueles que existiam. Com a Roraima e do Amapá em Estados.
nova legislação, Roraima e Amapá foram trans-
formados em estados, Fernando de Noronha Cenário 4
foi incorporado a Pernambuco e Goiás foi des-
membrado, dando origem a Tocantins.
Todas essas mudanças no mapa estão pre-
Planejamento
vistas na Constituição, que diz o seguinte: “os regional no Brasil
Estados podem incorporar-se entre si, subdi-
vidir-se ou desmembrar-se para se anexarem Conceito e utilidade da
a outros, ou formarem novos Estados ou Ter-
ritórios Federais, mediante aprovação da po-
regionalização
pulação diretamente interessada, por meio de Todas as áreas da superfície do Planeta apresentam característi-
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei cas como cultura, história, economia, sociedade e natureza, que as
individualizam. Essas características, mesmo particularizando cada
complementar”. Ou seja, para que um novo es- área com relação às demais, apresentam complexas relações entre si.
tado seja criado, é necessário que seja apresen- Por exemplo, áreas naturais diferentes implicam atuações sociais di-
ferentes, com o intuito de melhorar a vida dos seus habitantes. Por
tada uma proposta ao Congresso, que pode
sua vez, as modificações impostas pela sociedade sobre o espaço natu-
aprovar a realização de uma consulta popular. ral podem determinar o modelo de desenvolvimento econômico da
Se a população votar pelo sim, o documento região, e as relações entre os seus membros e o meio, e mesmo entre
os próprios homens, são determinantes na construção da história de
volta para o órgão legislativo, onde precisa re- uma determinada porção do espaço geográfico.
ceber a maioria absoluta dos votos (metade
mais um da Casa) para ser aprovado. Depois, 18 Capítulo 1 – A formação do território brasileiro
o projeto ainda dever passar pelo presidente
da República, que poderá sancioná-lo para en-
tão entrar em prática. CG_7ºano_01.indd 18 29/03/2018 13:52:59 CG
Atualmente, 22 projetos para a criação exemplo, o Pará seria dividido ao meio, já que Anotações
de novos estados ou territórios federais trami- seu tamanho dificulta a administração.
tam na Câmara dos Deputados. Mas, como al- Enquanto isso, os territórios de Solimões,
guns deles tratam do mesmo assunto (três de- Juruá e Rio Negro serviriam para garantir mais
les dizem respeito ao território do Rio Negro), fiscalização e controle sobre a Amazônia. Al-
no total, há propostas para dez novos esta- guns desses projetos foram apresentados ain-
dos (Araguaia, Triângulo, Carajás, Rio Doce, da na década de 1990 e até hoje não consegui-
Guanabara, Mato Grosso do Norte, Rio São ram ser aprovados. Mas, se saírem do papel,
Francisco, Maranhão do Sul, Tapajós e Gur- podem mudar o mapa do Brasil mais uma vez.
gueia) e cinco territórios (Pantanal, Oiapo-
que, Rio Negro, Solimões e Juruá). As justifica- Disponível em: https://novaescola.org.br/
tivas para mudar a divisão territorial brasileira conteudo/2259/como-funciona-o-processo-de-criacao-
são as mais variadas. No caso do Tapajós, por de-novos-estados. Acesso em: 13/12/2017.
18
Reproduções
1907 1966 Novos Estados e a divisão territorial do Bra-
sil: uma visão geográfica
Autor: José Donizete Cazollato
Sinopse: Países e Estados já foram criados no
recesso de um gabinete, usando um mapa e
uma régua, sem respeito à Geografia ou aos po-
vos que ali habitavam, com desastrosas conse-
1990 atual
quências: basta ler a história moderna. A cria-
ção de novos Estados é assunto polêmico, que
diz respeito não apenas a pesquisadores e políti-
cos, mas a toda a população, na medida em que
tem profundas implicações econômicas e so-
Transformação do espaço geográfico.
ciais. Às vésperas do plebiscito, marcado para
11 de dezembro de 2011, quando será votada
Essa verdadeira “Torre de Babel” é o que chamamos de região,
área de extensão variável onde os aspectos naturais, históricos, cul-
a proposta de dividir o estado do Pará em três,
turais, sociais e econômicos entrelaçam-se de maneira ímpar, do- formando os novos Estados de Carajás e Tapa-
tando-a, portanto, de uma feição bastante particular em relação às jós, José Donizete Cazollato analisa a questão
demais áreas.
Para fazer a delimitação e discriminar uma região, podem ser
e propõe critérios técnicos para a mais adequa-
enfocados um ou mais aspectos. Por exemplo, quando indicamos da divisão territorial do País, apostando num
a região amazônica, o destaque está centrado no aspecto natural: arranjo mais igualitário, sem unidades gigan-
área constituída por uma densa e diversificada vegetação, tempe-
raturas elevadas, altas taxas de umidade, etc. Por outro lado, quan- tescas ao lado de outras que mal se sustentam.
do citamos a região nordeste dos Estados Unidos, estamos dando Aplicando os critérios geográficos propostos
destaque à economia, pois essa região é bastante industrializada, e contemplando alguns dos projetos atuais de
apresentando uma economia forte e altamente dinâmica.
Existem delimitações de regiões nas quais são enfocados forte- criação de outros estados — além de Carajás e
mente os aspectos históricos e sociais, como as divisões da América Tapajós — o autor constrói um possível cená-
Anglo-Saxônica, formada por países que apresentam aspectos his- rio com 37 Unidades da Federação, dos quais
tóricos, culturais, sociais e econômicos em comum, uma vez que
foram colonizados por ingleses; e América Latina, constituída, 33 são Estados e 3 são Territórios Federais.
principalmente, por países que apresentam aspectos sociais, histó-
ricos, culturais e econômicos em comum, uma vez que a maioria
foi conquistada e “colonizada” por povos neolatinos (portugueses
e espanhóis na maioria) e que apresentam muitos e, praticamente,
os mesmos problemas sociais e econômicos (elevada dívida externa, Anotações
dependência tecnológica, fome, elevada taxa de mortalidade, baixo
consumo de calorias per capita, etc.).
19
S (EUA) (DIN)
mero de idosos passará de 6 para cada 10 pessoas
em até 15 anos, em 2010, para 12, em 2030, che- América do Norte
Guatemala Honduras
to populacional é resultante da interação entre América Central El Salvador Nicarágua Guiana
Suriname
acentuada queda da fecundidade, aumento da Possui o menor território do conti- Costa Rica
Panamá
Venezuela
Guiana Francesa
nente, apenas 2%, mas com grande
longevidade e taxas negativas de migração. quantidade de países continentais e Colômbia
insulares.
A queda da fecundidade destaca-se entre os Equador
principais fatores para a desaceleração do cresci-
mento populacional e as mudanças ocorridas em Oceano Peru Brasil
sua estrutura etária. O número médio de filhos Pacífico
por mulher paulistana caiu de 3,2 para 1,7 filho, América do Sul
Bolívia
entre 1980 e 2010, situando-se, portanto, abaixo Com 43% do território do continen- Paraguai
te, essa parte da América é formada
do nível de reposição. A expectativa é de que, no por doze países, entre eles o Brasil. Chile
ele deverá variar de 7 idosos para cada 10 jovens, As projeções para 2030 indicam que 30 distri- tos. No âmbito dos distritos, deverá ocorrer uma
em Parelheiros, até 37 idosos para 10 jovens. tos apresentarão saldos vegetativos (nascimentos generalização espacial do crescimento vegetativo
As taxas de fecundidade abaixo do nível de menos óbitos) negativos. A previsão é de que o negativo, consolidando, assim, esse novo regime.
reposição geram volume de nascimentos cada crescimento vegetativo passe a ser cada vez mais
vez menor. Por outro lado, a população mais en- negativo, pressionando incisivamente o decrés- Disponível em: http://www.seade.gov.br/cidade-de-sao-
velhecida determina volume de óbitos crescente, cimo populacional da capital e de seus distritos. paulo-registra-rapido-envelhecimento-e-reduz-o-ritmo-
apesar da diminuição dos níveis de mortalidade As projeções populacionais para o municí- de-crescimento-da-populacao/. Acesso em: 13/12/2017.
e do consequente aumento da longevidade. A re- pio de São Paulo, realizadas pela Fundação Sea-
sultante é um crescimento vegetativo decrescen- de, antecipam a vigência de um novo regime de-
te, tendendo a valores inferiores a zero. mográfico que se caracteriza pelo decréscimo
Esta situação se reproduz de forma diferen- populacional. Ele é resultante do rápido pro-
ciada no âmbito dos distritos, influenciando a cesso de envelhecimento, que passa a produzir
distribuição da população no interior da cidade. um volume de óbitos superior ao de nascimen-
C
20
Celso Diniz/Shutterstock.com
3:00
Na foto, o bairro do Morumbi, em São Paulo, considerado bairro nobre, cercado por habitações populares.
O L
RR
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Equador
AM
PA
MA CE
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Pacífico
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e Capricórnio PR RJ
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Trópi
Número de empresas SC Oceano
100 a 500
501 a 1.000
RS Atlântico
1.001 a 7.600
10.120
45.536
CG
Anotações
:01
23
S
mediada pela Associação Nacional das Insti-
tuições de Planejamento, Pesquisa e Estatís-
tica (Anipes). A Divisão Regional do Brasil
em Regiões Geográficas 2017 pretende sub-
sidiar o planejamento e a gestão de políticas
públicas em nível Federal e Estadual e dispo-
nibilizar recortes para divulgação dos dados
estatísticos e geocientíficos do IBGE para os
Setentrional
Norte Oriental
Histórico
A divisão do Brasil em regiões é uma As divisões regionais oficiais do Brasil estão enraizadas na centra-
lização do poder político na esfera federal e na política desenvolvimen-
preocupação que esteve presente desde a cria-
tista, assentada na industrialização nacionalista e de cunho econômico
ção do IBGE. A necessidade de um conheci- de integração das diversas unidades do território nacional implantada
mento aprofundado do Território Nacional, por Getúlio Vargas após a Revolução de 1930. A política varguista
tentava romper com a estrutura econômica isolacionista, que trans-
visando, na década de 1940, mais diretamen- formava o espaço econômico brasileiro em um mosaico separado de
te à sua integração e, nas divisões posteriores, à
própria noção de planejamento como suporte 24 Capítulo 1 – A formação do território brasileiro
à ideia de desenvolvimento, passou a deman-
dar a elaboração de divisões regionais mais
detalhadas do País, isto é, baseadas no agru- CG_7ºano_01.indd 24 29/03/2018 13:53:01 CG
pamento de municípios, diferentemente das Intermediárias 2017 resgata também o con- ritório brasileiro, em seus mais variados for-
divisões até então realizadas pelo agrupamen- texto político-institucional das regionaliza- matos, pode ser visualizado em vários estudos
to dos estados federados. No século XX, fo- ções feitas pelo IBGE no século XX, a con- desenvolvidos no IBGE. O recurso metodo-
ram elaboradas pelo IBGE divisões regionais cepção metodológica que baseou cada uma lógico utilizado na elaboração da presente
contemplando os conceitos de zonas fisiográ- delas bem como artigos publicados na Revis- Divisão Regional do Brasil valeu-se dos dife-
ficas (década de 1940), microrregiões e mesor- ta Brasileira de Geografia. rentes modelos territoriais oriundos de estu-
regiões homogêneas (1968 e 1976) e mesor- dos pretéritos, articulando-os e interpretan-
regiões e microrregiões meográficas (1989). Metodologia do a diversidade resultante. A região torna-se,
Além disso, diversos artigos foram publicados O recorte das Regiões Geográficas Ime- por meio dessa opção, uma construção do co-
na Revista Brasileira de Geografia tratando da diatas e Intermediárias de 2017 incorpora as nhecimento geográfico, delineada pela dinâ-
regionalização do país. mudanças ocorridas no Brasil ao longo das úl- mica dos processos de transformação ocorri-
A Divisão Regional do Brasil em Regiões timas três décadas. O processo socioespacial dos recentemente e operacionalizada a partir
Geográficas Imediatas e Regiões Geográficas recente de fragmentação/articulação do ter- de elementos concretos (rede urbana, classifi-
24
O L
tutos de Planejamento das Unidades da Fe-
S deração. Essa etapa buscou incorporar novos
atores ao processo de delimitação das Regiões
Geográficas, incluindo o conhecimento local
das diferentes formas de organização do espa-
ço brasileiro.
Anotações
Capítulo 1 – A formação do território brasileiro 25
cação hierárquica dos centros urbanos, detec- mento do Instituto Nacional do Seguro Social
ção dos fluxos de gestão, entre outros), capa- (INSS), do Ministério do Trabalho e de servi-
zes de distinguir espaços regionais em escalas ços judiciários, entre outros.
adequadas. As Regiões Geográficas Intermediárias
As Regiões Geográficas Imediatas têm na correspondem a uma escala intermediária
rede urbana o seu principal elemento de re- entre as Unidades da Federação e as Regiões
ferência. Essas regiões são estruturas a partir Geográficas Imediatas. Preferencialmente,
de centros urbanos próximos para a satisfação buscou-se a delimitação das Regiões Geográ-
das necessidades imediatas das populações, ficas Intermediárias com a inclusão de metró-
tais como: compras de bens de consumo durá- poles ou capitais regionais do estudo de re-
veis e não duráveis; busca de trabalho; procura des e hierarquia urbana Regiões de Influência
por serviços de saúde e educação; e prestação das Cidades (REGIC-2007). Em alguns ca-
de serviços públicos, como postos de atendi- sos, principalmente onde não existiam metró-
25
SC
Legenda RS
Legenda
Limite regional Limite
Terr.
Terr.
do Rio
do Rio Terr.
Terr.do
do
Branco
Equador
0º Branco Amapá
Amapá Equador
Equador
0º
Terr.
0º
Arq. Terr.
de Fernando
de Fernando de Fernando
de Noronha
de Noronha MA de Noronha
AM PA AM
AM PA MA CE
CE
MA CE RN RN
RN
PI PB
PB
PI PB PI PE
Terr. PE Terr. PE Terr.
do Acre AL do Acre Terr. do AL
AL do Acre
SE Terr. do
Guaporé SE
SE
BA Guaporé BA
BA
MT GO
MT GO MT GO
Oceano Oceano
Oceano
Atlântico MG Atlântico
Atlântico
MG
MG
Oceano ES Oceano
Oceano ES Oceano Terr. de ES
acífico Pacífico
Pacífico Pacífico
SP DF Ponta Porã SP DF
DF RJ
RJ
RJ
PR
Trópico de
PR PR
Trópico de Guanabara Tr ópico de Capric
Terr. do
Guanabara Capricó Rio de Janeiro órnio
Capricór
rnio nio
Capital do país
Capital do país
os dados estatísticos regionais. São exemplos de microrregiões
homogêneas o Vale do Jequitinhonha, o Vale do Paraíba e o
Médio São Francisco.
República Federativa do Brasil – 1980
Macrorregiões: Formavam o nível hierárquico mais elevado,
modificaram de forma profunda a divisão estabelecida em 1945:
Terr.
de
Roraima •Terr. faziam parte da Região Leste
Osdoestados de Sergipe e Bahia, Equador
Amapá
Setentrional, foram anexadosTerr.pela Região Nordeste.
0º
de Fernando
• Houve a eliminação da subdivisão
de Noronha
que existia dentro da Re-
AM PA
gião Nordeste (Nordeste
MA CE
RN Ocidental e Nordeste Oriental).
PI PB
AC • Foi criada, com base PE nos fatores de natureza social (urbani-
AL
Terr. de
Rondônia
zação) e econômica SE (industrialização), a Região Sudeste,
GO BA
MT em substituição à Região Leste. A Região Sudeste é cons-
DF Oceano
tituída por Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo,
Atlântico
que faziam parte da Região Leste Meridional, além de São
Brasília
Mato MG
Oceano Grosso Paulo, que foi desmembrado
ES da Região Sul.
Pacífico do Sul
SP RJ
Atualmente,
PR a divisão regional
Trópico de
Cado Brasil
pricórn apresenta as mesmas
cinco regiões propostas pelo IBGE em 1969 e instituídas em 1970,
io
SC
Legenda apenas incluindo o Estado de Tocantins, criado com a Constitui-
RS
Limite regional
ção de 1988, na Região Norte, além da subdivisão do Estado do
Capital do país Mato Grosso. Essa divisão, porém, ainda não condiz plenamente
com a realidade bastante diversificada, do ponto de vista geográfico
do espaço brasileiro. Ela apresenta graves distorções e um grande
problema: a separação entre as regiões brasileiras é definida pelos li-
mites dos estados, não coincidindo, portanto, com a diversificação
natural, social e econômica.
Terr.
de
Roraima Terr. do Equador
Amapá
0º
Terr.
de Fernando
de Noronha
AM PA MA CE
RN
PI PB
PE
AC
Terr. de AL
Rondônia SE
GO BA
MT
DF Oceano
Atlântico
Brasília
MG
Oceano ES
Pacífico
SP RJ Trópico de
Capricór
PR
nio
SC
Legenda
RS N
0 550 km 1.100 km
Limite regional
O L
Capital do país
S
Geografia em cena
Sesmaria
A palavra sesmaria derivou-se do termo “sesma”, corres-
pondente a 1/6 do valor estipulado para um terreno que foi de-
volvido ou abandonado. “Sesmo” ou “sesma” também poderia
ter sua origem na época do Brasil Colônia, quando o verbo “ses-
mar” significava avaliar, estimar, calcular; ou ainda pode signifi-
car território repartido em seis lotes, nos quais, durante seis dias
da semana, exceto domingo, trabalhariam seis sesmeiros.
RR
AP
Equador
Fernando de
Noronha
AM PA MA – PE
CE
RN
PI PB
PE
AC AL
RO TO SE
MT BA
DF
GO
Pacífico
Oceano
MG
MS
Oceano
ES
Atlântico
SP
RJ
nio
e Capricór
Trópico d
PR
Região Norte
SC
0 338 km 676 km
Região Nordeste
RS Região Centro-Oeste
N Região Sudeste
O L Região Sul
S
O L
Roraima
Amapá
Oceano
0º
Equador
Atlântico
Mato Grosso
Nordeste
Goiás DF
20º
Mato Grosso São Santo
do Sul Paulo
Rio de
Janeiro Trópico
Paraná de Cap
ricórni
o
Santa
Catarina
Rio Grande
do Sul
30º
0 314 km 628 km
0 403 km 806 km N
S
Forte S. José de Macapá (1687-1764)
a
Cap. do Maranhão 1 Forte S. Luís (1612)
Daniel de La Touche
a
Cap. do Maranhão 2
Forte Tabatinga (1766) Cap. do Ceará Forte N. Sra. do Amparo (1612)
Martim Afonso Soares
Cap. do Maranhão 3a
Cap. de Itamaracá Igarassu
Olinda
Cap. de Pernambuco
Salvador (1549)
Vila Bela (1752) Tomé de Souza
Cap. de Ilhéus
Oceano Vila Maria (1779)
S. Jorge dos Ilhéus
Pacífico
S. Pedro del Rei (1780)
Cap. de Porto Seguro Porto Seguro
Oceano
Porto dos Casais (1752)
Fronteira de 1750 - Tratado de Madri
Viamão
Fronteira de 1717 - Tratado de Sto. Idelfonso S. José do Monte
R. Grande de S. Pedro (1737) Atlântico
Caminhos históricos (entradas e bandeiras) Forte de Sta. Teresa
Colônia do Sacramento (1680) - Manuel Lôbo
A invasão de estrangeiros no litoral brasileiro pode ser considerada um dos motivos para a implantação
:04
31
CG_7ºano_01.indd 31 29/03/2018 13:53:04
J.K. – Eu vou para MARACANGALHA eu vou! Eu vou com chapéu de palha, eu vou. Se Anália não
quiser ir eu vou só, eu vou só, eu vou só, mas eu vou!
THÉO. Sem título. Careta, Rio de Janeiro, ano XVIX, n. 2.535, p. 40, 26 jan. 1957.
A charge retrata o deslocamento do homem do campo, quando muitos saíram da Região do Nordeste
4 No final do século XIX, a extração de látex gerou conflitos envolvendo seringueiros brasileiros e
autoridades bolivianas. Para solucioná-los, o Brasil e a Bolívia assinaram, em 1903, um tratado que
ocasionou o surgimento do Estado do Acre. Como é chamado esse tratado?
Tratado de Petrópolis.
Paulo
Resposta pessoal.
Rio de Janeiro
0 550 km 1.100 km Paraná
Santa Catarina N
Rio Grande
do Sul O L
Geografia em cena
professor
É verdade que o Brasil comprou o Acre por um cavalo?
Conceitos de autonomia política, Esta-
Não. A versão mais aceita é a de que o Brasil deu terras, prometeu construir uma estrada e
do-nação, constituição, democracia, devem
pagou uma grana à Bolívia pelo Acre. O cavalo — na verdade, dois cavalos — teria sido um presen-
tinho extra dos brasileiros aos bolivianos [...] “Apesar de alguns historiadores fazerem referência à
ser trabalhados de forma enfática neste capí-
doação, por parte do Brasil, de dois cavalos brancos como símbolo da amizade entre os dois povos, tulo. Um trabalho em conjunto com os pro-
não consta do Tratado de Petrópolis qualquer referência ao fato levantado por Evo Morales”, afirma fessores de Filosofia e História pode contri-
o historiador Oscar Medeiros Filho, da Universidade de São Paulo. buir para um melhor desenvolvimento desses
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/e-verdade-que-o-brasil-comprou-o-acre-por-um-cavalo assuntos.
Anotações
Aprenda com arte
Sinopse: As dificuldades da vida num imenso canteiro de obras, o ritmo vertiginoso com que se
abriam ruas e se levantavam prédios, as formas da arquitetura de Oscar Niemeyer e as festividades
de inauguração, em 1960, são algumas das passagens que se encontram misturadas às observações de
uma garota que assistiu a tudo bem de perto.
:06
33
2 (Unaerp) Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria
através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território brasileiro.
Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
a. criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
b. criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c. X criação das capitanias hereditárias.
d. montagem do sistema colonial.
e. criação e distribuição de sesmarias.
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3 (UFC – Adaptada) Nos primórdios do sistema colonial, as concessões de terras efetuadas pela
filme
metrópole portuguesa pretendiam tanto a ocupação e o povoamento como a organização da produção
do açúcar, com fins comerciais.
O Tratado de Tordesilhas – 1494: A divisão
Identifique a alternativa correta sobre as medidas que a Coroa portuguesa adotou para atingir esses
objetivos. do mundo
a. X Dividiu o território em capitanias hereditárias, cedidas aos donatários, que, por sua vez, distri-
buíram as terras em sesmarias a homens de posses que as demandaram. Sinopse: Duas nações, Portugal e Espanha
b. Vendeu as terras brasileiras a senhores de engenho já experientes, que garantiram uma produção vão protagonizar um feito insólito numa
crescente de açúcar. época governada a sangue e fogo. Essa é a his-
c. Dividiu o território em governações vitalícias, cujos governadores distribuíram a terra entre os tória do Tratado de Tordesilhas, a história dos
colonos portugueses.
homens e das mulheres que protagonizaram a
d. Armou fortemente os colonos para que pudessem defender o território e regulamentou um uso
equânime e igualitário da terra entre colonos e indígenas aliados.
maior divisão do mundo. O Tratado de Tor-
e. Distribuiu a terra do litoral entre os mais valentes conquistadores e criou engenhos centrais que
desilhas, assinado na povoação castelhana de
garantissem a moenda das safras de açúcar durante o ano inteiro. Tordesilhas em 7 de Junho de 1494, foi cele-
brado entre o Reino de Portugal e o recém-
4 O mapa abaixo está destacando uma unidade federativa do Brasil.
-formado Reino da Espanha para dividir as
N
terras “descobertas e por descobrir” por am-
O L
Equador
S
bas. Este tratado surgiu na sequência da con-
testação portuguesa às pretensões da Coroa
espanhola resultantes da viagem de Cristóvão
Colombo, que um ano e meio antes chegou ao
chamado Novo Mundo.
Anotações
rnio
de Capricó
Trópico
Oceano
Atlântico
Pacífico
Oceano
0 440 km 880 km
35
ções territoriais. a. Localizado na Região Norte, o território do Amapá é “cortado” pela linha do Equador, possuin-
do porções nos Hemisférios Setentrional e Meridional.
b. O único estado brasileiro que faz fronteira terrestre com o Amapá é o Pará.
c. Com extensão territorial de 142.814,585 quilômetros quadrados, o Estado do Amapá é o me-
Anotações d.
nor da Região Norte.
O clima predominante no Estado do Amapá é o equatorial, fato justificado pela sua localização.
e. X A floresta Amazônica é o principal tipo de cobertura vegetal no território amapaense, que tam-
bém abriga áreas de mangues e mata de araucárias.
8 (Unirio) A colonização brasileira no século XVI foi organizada sob duas formas administrativas,
Capitanias Hereditárias e Governo-Geral. Assinale a afirmativa que expressa corretamente uma carac-
terística desse período.
a. X As capitanias, mesmo havendo um processo de exploração econômica em algumas delas, garan-
tiram a presença portuguesa na América, apesar das dificuldades financeiras da Coroa.
b. As capitanias representavam a transposição para as áreas coloniais das estruturas feudais e aris-
tocráticas europeias.
c. As capitanias, sendo empreendimentos privados, favoreceram a transferência de colonos euro-
peus, assegurando a mão de obra necessária à lavoura.
d. O governo-geral permitiu a direção da Coroa na produção do açúcar, o que assegurou o rápido
povoamento do território.
e. O governo-geral extinguiu as donatárias, interrompendo o fluxo de capitais privados para a
economia do açúcar.
36
9 Por meio da Constituição de 1824, foi instituído o Poder Moderador. Entre as características desse
abordagem
poder, estava:
a. Nomear apenas os membros do Poder Judiciário.
Traga para a sala de aula a Constituição
b. X Nomear e destituir os ministros do Poder Executivo.
Brasileira e oriente a pesquisa sobre a relação
c. Não interferir na composição e na dissolução da Câmara dos Deputados. da Federação com os Estados e as competên-
d. Garantir toda autonomia aos três poderes. cias da União.
e. Não interferir em nenhuma das esferas legislativas do poder.
11 (Cesgranrio) O controle das fronteiras brasileiras, sobretudo norte e sul, sempre foi motivo de
preocupação dos principais governos republicanos. Acordos de limites, por exemplo, foram vários na
República Velha. Durante o Governo Vargas, porém, este controle foi efetivamente definido com a
criação de Territórios Federais na região, entre eles:
a. X Rio Branco, atual Estado de Roraima, e Guaporé, atual Estado de Rondônia.
b. Acre, atual Estado do Acre, e Guaporé, atual Estado de Rondônia.
c. Ponta Porã, atual Estado de Tocantins, e Rio Branco, atual Estado de Roraima.
d. Iguaçu, atual Estado de Roraima, e Acre, atual Estado do mesmo nome.
e. Amapá e Palmas, atualmente Estados do mesmo nome.
12 Os quatro Brasis
Poderíamos, grosseiramente, reconhecer a existência de quatro Brasis, ou seja, regiões específicas
dentro do País. Num desses Brasis, verifica-se a implantação mais consolidada dos dados da ciência,
da técnica e da informação, além de uma urbanização importante, com um padrão de consumo das
empresas e das famílias mais intenso. Nele se produzem novíssimas formas específicas de terciário supe-
rior, um quaternário e um quinquenário ligados à finança, à assistência técnica e política e à informação
em suas diferentes modalidades.
SANTOS, M. e SILVEIRA, M. O Brasil. Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001, p.
268-269. Adaptado.
37
Os novos municípios
Leve mapas para a sala de aula e mos-
tre aos alunos quais estados fazem fronteira 0 440 km 880 km
14 (UERJ)
Faroeste caboclo
— Não tinha medo o tal João de Santo Cristo. Neste país lugar melhor não há.
Era o que todos diziam quando ele se perdeu. [...]
Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda
[...] E João aceitou sua proposta
E num ônibus entrou no
Ele queria sair para ver o mar Planalto Central
E as coisas que ele via na televisão Ele ficou bestificado com a cidade
Juntou dinheiro para poder viajar [...]
De escolha própria, escolheu a solidão
E João não conseguiu o que queria quando veio
[...] pra
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar Brasília, com o diabo ter
[...] Ele queria era falar pro presidente
Pra ajudar toda essa gente
Dizia ele: − Estou indo pra Brasília Que só faz sofrer.
C
38
O L
Equador
0º
Amazônia
10º
Nordeste
Centro-Sul
Pacífico
Oceano
20º
Trópico
de Capricó
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Oceano
Atlântico
0 488 km 976 km
30º
a. A figura destaca as três macrorregiões naturais do Brasil, segundo o IBGE (1960), que dividiu o
país em Amazônia, Nordeste e Centro-Sul.
b. A Amazônia corresponde à Região Norte, incluindo os estados de Tocantins, Mato Grosso e
40º
3:07 Maranhão.
c. A Região Centro-Sul corresponde às Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito
Federal e do vale do rio São Francisco.
d. A Região Nordeste do país compreende nove estados brasileiros, excetuando-se apenas o Esta-
do do Maranhão e incluindo o norte de Minas Gerais.
e. X A figura representa as três grandes regiões geoeconômicas, ou complexos regionais, que obedecem
a critérios ligados aos aspectos naturais e ao processo de formação socioespacial do território bra-
sileiro. Trata-se de uma proposta não oficial difundida entre os pesquisadores e na mídia em geral.
(PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1978. p. 271-272.)
a. A pobreza atinge principalmente os moradores da Região Nordeste, chamada por ele de “Brasi
de baxo”.
b. Na origem da pobreza está o domínio do acaso e do azar, predominando a riqueza em regiões
privilegiadas como o Rio de Janeiro.
c. A pobreza deve-se às diferenças de características pessoais (físicas, psíquicas e raciais, entre ou-
tras) que existem entre os brasileiros do sul e os do norte.
d. X No Brasil, a pobreza atinge tanto a população nordestina como a do sul do País, dividindo os
brasileiros em duas categorias de pessoas.
e. A pobreza no Nordeste e na Região Sul do País decorre do mau aproveitamento dos seus recur-
sos naturais e humanos.
40
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
41
42
Reprodução
co, o filme cita trechos extraídos da Carta de
Pero Vaz de Caminha. Para a cena da primeira
missa no Brasil, o diretor reproduziu o famo-
so quadro de Victor Meirelles. A trilha sonora
foi composta por Heitor Villa-Lobos, mas, na
versão em vídeo, lançada em 1997 pela Funar-
te, foi completamente adulterada.
Anotações
43
O L 0 258 km 516 km
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Natal
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São Cristóvão
Meridiano de Tordesilhas
Terras pertencentes
Terras pertencentes
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Atlântico
Nossa Senhora da Vitória
Espírito Santo
São Paulo
São Sebastião do Rio de Janeiro
Santos
N. Sra. da Conceição
São Vicente
de Itanhaém
Cananeia
Cana-de-açúcar
Pecuária
Reprodução
história de Diogo Álvares, artista português,
pintor talentoso, responsável por uma das len-
das que povoam a mitologia brasileira − a do
Caramuru. Antes, porém, Diogo é responsável
por uma confusão envolvendo os mapas que se-
riam usados nas viagens de Pedro Álvares Ca-
bral. Contratado por Dom Jaime, o cartógra-
fo do rei, para ilustrar o precioso documento,
ele acaba sendo joguete de uma francesa, Isa-
Estudo da Partida da Monção, 1897. Pintura de Almeida Júnior.
belle, que vive na corte em busca de ouro, po-
Foi dessa “civilização” litorânea que surgiu a expressão Civili- der e bons relacionamentos. Ela rouba-lhe o
zação de Caranguejos, comparando o processo de povoamento do mapa, e o artista é deportado. Na viagem, Dio-
País, que se iniciou pelas praias, com o hábitat natural das espécies
típicas dessa região. Logo em seguida apareceram, como fruto do go conhece Heitor, um degredado cult, quase
povoamento litorâneo, as expedições oficiais denominadas de en- precursor do que hoje em dia se conhece como
tradas, com a finalidade de encontrar ouro, pedras preciosas, além mochileiro. Como muitas caravelas que se ar-
da caça ao ameríndio brasileiro. Essas expedições resultaram no
povoamento de diversas zonas no interior. riscavam, a de Vasco de Athayde naufraga. Mas
Diogo consegue chegar ao Brasil e o infortúnio
O espaço em constante acaba sendo um auxílio para dar início à histó-
ria de amor entre ele e Paraguaçu, a índia que
ampliação conhece ao chegar ao Novo Mundo, ao paraíso
Ao se estabelecerem ao longo do litoral, os portugueses bíblico sonhado. Mais tarde, a história do náu-
criaram um intenso comércio com os nativos, verdadeiros do- frago iria se espalhar, assim como a lenda de que
nos da terra. Mas a ganância de Portugal era maior do que o
ele foi o primeiro rei do Brasil.
compromisso assumido perante o Papa em respeitar o limite do
Tratado de Tordesilhas, e, utilizando-se de portugueses e mesti-
ços, o império lusitano rompeu essa linha em busca das drogas
do sertão. Ao mesmo tempo, outras duas correntes invasoras
penetraram o espaço espanhol, ampliando o espaço luso brasi-
Anotações
leiro: os bandeirantes, que, partindo de São Paulo, penetravam
pelos sertões à caça de indígenas para posteriormente vendê-los
como escravos; e as boiadas, que lentamente ocuparam regiões a
oeste da linha divisória.
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Mineração
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0 314 km 628 km
Sertanismo de contrato
Região de Palmares
Missões
Buenos Aires Montevidéu
Um loteamento
chamado Brasil
Nessa época, o reino português já havia ocupado efetivamente
as terras brasileiras, porém, como estava financeiramente desgasta-
do, em virtude das várias guerras internas, além dos elevados gastos
com grandes conquistas ultramarinas, o Rei de Portugal decidiu
transformar o espaço brasileiro em uma imensa empresa colonial
doando a terceiros grandes levas de terras.
O Brasil foi dividido em 15 gigantescas faixas de terra com
mais de 300 km de largura e que chegavam a ter mais de 1.000 km
de comprimento, partindo do litoral para o interior.
João de Barros e
Rio Grande Aires da Cunha
(1º Quinhão)
Itamaracá
Meridiano de Tordesilhas
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0 488 km 976 km
Sabará
Vila Rica V. do Ribeirão do Carmo
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Área não conhecida pelos
colonizadores Rio de Janeiro
Exploração do pau-brasil Castro São Paulo Trópico De Cap
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Drogas do sertão
Atlântico
Sentido da ocupação
Domínio espanhol
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São Luís
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Recife
Tratado de Tordesilhas
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São Cristóvão
Salvador
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Cana-de-açúcar
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Mineração
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Drogas do sertão São Paulo Rio de Janeiro
Itanhaém Angra dos Reis
Rota da expansão pecuária Cananeia Santos
São Vicente
Divisão política atual Paranaguá
Pacífico
Oceano
Oceano Atlântico
Noppadon stocker/Shutterstock.com
Yakov Oskanov/Shutterstock.com
CG
Extração do látex da seringueira, na Região Norte do Brasil. O Estado da Bahia se destacou pelo cultivo e comercialização do cacau.
50
CG_7ºano_02.indd 50 29/03/2018 13:52:30
Geografia em cena
abordagem
A história do feijão tropeiro
Prato típico dos estados de Minas Gerais, Goiás e São Pau- Sugerimos uma atividade que será exe-
lo, o feijão tropeiro foi criado ao longo do período colonial cutada em duas partes: na primeira os alunos
pelos tropeiros, homens que transportavam as mais diversas irão pesquisar quais os alimentos que são na-
mercadorias em tropas a cavalo ou em lombos de burros. Ao
longo do tempo, as tropas de cavalos ou burros foram perdendo turalmente brasileiros e quais, que hoje estão
espaço para modernos caminhões, mas até o século XIX eles presentes em nosso dia a dia, foram trazidos
cortaram ainda boa parte do Estado de São Paulo, conduzin- durante o Período Colonial. Depois em sala,
do gado. Hoje, a figura do tropeiro já não existe, porém o prato
substancioso composto de uma mistura de feijão, farinha de o professor apresentará aos alunos um ma-
mandioca, torresmo, linguiça, ovos, alho, couve, cebola e tem- pa-mudo para que seja colocado, no mapa, o
peros tornou-se um prato básico do cardápio desses homens,
nome dos alimentos que são produzidos em
daí o nome feijão tropeiro.
cada região do Brasil.
rocharibeiro/Shutterstock.com
No link a seguir há o mapa-mudo para
que cada aluno possa fazer suas devidas mar-
cações. https://mapas.ibge.gov.br/escolares/mapas-
-mudos.html. Acesso em: 21/12/2017.
Anotações
O feijão tropeiro é um prato típico das culinárias mineira, paulista e goiana.
51
:30
Filipe Frazao/Shutterstock.com
do produto, fato que possibilita atender às dife-
rentes demandas mundiais, referentes ao paladar
e até aos preços. Essa diversidade também permi-
te o desenvolvimento dos mais variados blends,
tendo como base o café de terreiro ou natural, o
despolpado, o descascado, o de bebida suave, os
ácidos, os encorpados, além de cafés aromáticos, Inaugurado em 1896, o Teatro Amazo-
nas é a expressão da riqueza de Manaus
especiais e de outras características. durante o Ciclo da Borracha.
Maior produtor e exportador de café e se- Em resumo, podemos dizer que a história econômica do nosso
país foi marcada pelos chamados ciclos: o Ciclo do Açúcar, res-
gundo maior consumidor do produto no mun-
ponsável pelas primeiras unidades efetivas de povoamento; o Ciclo
do, o produto, no Brasil, figura entre os dez prin- da Mineração, impulsionado pelo declínio da cana-de-açúcar e
cipais setores exportadores, estando na 5ª posição. cuja queda teve início na segunda metade do século XVIII; o Ci-
clo do Cacau, cultivado desde o século XVIII, cujo apogeu deu-se
Segundo o Balanço Comercial do Agronegócio, no século XX; o Ciclo da Borracha, que compreende a segunda
em dezembro de 2016, o produto representou metade do século XIX e a primeira década do século XX; e o Ciclo
9,8% das exportações brasileiras, movimentando do Café, cujo ápice deu-se no início do século XX.
Por meio dessas atividades, o espaço geográfico brasileiro foi
o montante de US$ 600,74 milhões. significativamente ampliado. No início do século XX, o território
O parque cafeeiro está estimado em 2,22 brasileiro assumiu as feições atuais; contudo, se conseguimos, atra-
milhões de hectares. São cerca de 287 mil pro- vés da obra de homens de fibra, desbravar parte da natureza e, atra-
vés de acordos diplomáticos com outros países, construir o espaço
dutores, predominando mini e pequenos pro- geográfico atual, ainda sobram vários espaços inexplorados, resul-
dutores, em aproximadamente 1.900 muni- tado das dificuldades de conquista impostas pelo meio natural.
cípios, que, fazendo parte de associações e
Marc Ferrez
cooperativas, distribuem-se em 15 Estados:
Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás,
Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernam-
buco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Pau-
Os escravos sempre foram a mão de obra
lo. Com dimensões continentais, o país pos- principal no cultivo do café. Com as
pressões inglesas para abolir o tráfico, o Brasil
sui uma variedade de climas, relevos, altitudes usou a mão de obra dos imigrantes europeus.
Terr. Terr.
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Limite regional 0 733 km 1.466 km
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Capital do país Capital do país
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Estados
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Estados
Unidos
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Legenda
Legenda SC SC Legenda
Legenda SC SC
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0 733 km 1.466 km 0 733 km 1.466 km
Limite regional
Limite regional Limite regional
Limite regional
Capital do país
Capital do país Capital do país
Capital do país
República
República
Federativa
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do Brasil
do Brasil
– 1969– 1969 República
República
Federativa
Federativa
do Brasil
do Brasil
– 1980– 1980
SC SC SC SC
Legenda
Legenda Legenda
Legenda
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0 733 km 1.466 km 0 733 km 1.466 km
Limite regional
Limite regional Limite regional
Limite regional
Capital do país
Capital do país Capital do país
Capital do país
hiroyamomota/Shutterstock.com
Ensaio geográfico
1 Sobre a construção do espaço territorial brasileiro, descreva a importância do bandeirantismo para
a conquista das áreas a oeste do Tratado de Tordesilhas.
Os bandeirantes foram muito importantes para o processo de ocupação do interior do País. Essas ex-
pedições particulares tinham como objetivo buscar as principais riquezas, como pedras preciosas, ouro
C
54
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0 488 km 976 km
S
3 Durante o breve período de 24 anos, entre 1630 e 1654, a Companhia de Comércio das Índias
Ocidentais holandesas administrou a parte economicamente mais promissora do Brasil de então, a
Zona da Mata pernambucana, onde o plantio de cana-de-açúcar e a produção de açúcar geravam eleva-
dos ganhos para a Coroa portuguesa. Expulsos do território brasileiro, os holandeses levaram com eles
o conhecimento e a tecnologia do plantio da cana e produção do açúcar e, rapidamente, implantaram
empreendimento semelhante nas ilhas da América Central, denominadas de Antilhas Holandesas.
Sobre o tema, responda, de acordo com o conhecimento produzido neste capítulo: qual o efeito sobre
o Brasil da produção de cana-de-açúcar nas Antilhas Holandesas?
Nesse contexto, a saída dos holandeses gerou uma grande deficiência para quem aqui ficou com essa
responsabilidade. Dessa forma, a economia da colônia açucareira entrou em colapso, originando o fe-
chamento de diversas áreas produtoras e início de um longo processo de decadência que se reflete nos
2:32
dias atuais.
fabricação do açúcar que aprenderam na colônia portuguesa. Como já eram detentores dos meios de
56
C
0 314 km 628 km
O L
2:32
Legenda
Cabotagem
Trecho de navegação inexpressível
Trecho navegável nas cheias
Trecho navegável principal
Com a maior rede fluvial do mundo e um litoral de quase 8.000 km de extensão, o Brasil não utiliza plenamente seu potencial hidroviário.
57
CG_7ºano_02.indd 57 29/03/2018 13:52:32
governadores de Santa Catarina, Paraná e São ros soltos e gado bovino, levando carne seca rigiam para fazer negócios. Esta feira durava
Paulo se opuseram em fazer a estrada por te- das charqueadas de Rio Grande do sul para três meses e devido a ela Sorocaba, que tinha
mor de que os assaltantes argentinos, que vi- Minas Gerais, onde estavam as minas de ex- uma população inicial de 3.500 habitantes,
viam assaltando os tropeiros, invadissem o tração de ouro, era a época da febre do ouro. chegou a ter acima de 40.000 moradores, 200
Brasil. Posteriormente veio ao Porto de Lagu- Cristóvão Pereira de Abreu inaugurou o anos depois. Assim, Sorocaba se tornou o cen-
na um português, Cristóvão Pereira de Abreu, ciclo do tropeirismo do Rio Grande do Sul tro do tropeirismo. Os animais vinham da Ar-
que se interessou pelo caminho proposto por até São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, gentina, Uruguai e Rio Grande do Sul até So-
Francisco Farias de Sá, melhorou o traçado Espírito Santo e algumas tropas foram até o rocaba, sendo tocados pelos próprios donos,
original e conseguiu convencer os governado- norte e o nordeste. Como as distâncias eram tropeiros, e por ajudantes ou peões. As tropas
res em fazer a estrada. Em 1727, Cristóvão Pe- grandes e a demanda de burros também cres- vinham soltas e os burros cargueiros transpor-
reira de Abreu iniciou a construção, que levou cia, em 1757 foi estabelecida uma Feira de tavam carne seca, feijão e farinha.
seis anos e, em 1733 saiu a primeira tropa de Gado Muar em Sorocaba, onde os vendedo- Ao sair do Rio Grande do Sul, os tropei-
dois mil animais entre burros cargueiros, bur- res e compradores de diferentes regiões se di- ros pegavam uma guia para a viagem, em Rio
58
S
dos são referências econômicas para todo País.
Mariana
Diamantina
59
10º
rodovias
Rodovias federais do Brasil
N
Oiapoque
O L
Boa Vista
RR S
AP
0º
Equador Macapá
Belém
Santarém São Luís
Parnaíba
Manaus
Letícia Caseiro Altamira Fortaleza
AM
Itaituba Marabá Teresina
Benjamin Constant MA CE
PA
Carajás Natal
RN
Cruzeiro
do Sul Humaitá PB João
Boca Araguaína PI Picos Salgueiro Pessoa
do Acre Cachimbo
Porto Velho PE
AC Recife
Rio Branco Juazeiro
AL Maceió
10º
Assis Brasil Guajará-Mirim TO
RO Barreiras SE Aracaju
MT
BA
Vitória da Salvador
Cuiabá Conquista
Brasília
DF Ilhéus
Cáceres GO
Rondonópolis
Goiânia
Corumbá Uberlândia Belo
Campo Santa Fé MG
Grande do Sul Horizonte
MS ES
Pacífico
Oceano
20º Panorama
Vitória
Ponta Porã
SP Rio de Janeiro
RJ
São Paulo
Trópico
PR Santos de Cap
ricórni
Foz do Iguaçu Curitiba o
São Francisco do Sul
SC
Florianópolis
Santa Maria
RS
Porto Alegre
Oceano
30º
Atlântico
0 338 km 676 km Rio Grande
60
CG_7ºano_02.indd 60 29/03/2018 13:52:33 C
BR–1
20
gando Brasília às principais capitais do Brasil, como Belo Horizonte,
–0
BR–153
BR–1
BR–1
BR
74
20
20
–0
–0
101BR–153
BR–153
74
74
BR–070
101
BR
BR–
BR–070 BR–070
em conjunto com as rodovias longitudinais, transversais, diagonais.
101
–0
BR
BR
BR–
40
BR–
–0
–0
O L
Norte, Nordeste e Centro-Oeste. De acordo com o Plano Nacional As rodovias radiais ligam Brasília a uma
de Viação (PNV), de 1973, as rodovias estaduais devem seguir a capital estadual ou a pontos periféricos
importantes.
mesma estrutura de organização que as rodovias federais.
BR
19
–2 BR–304
–3
30
BR BR
19
BR–304 BR–304 BR
19
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–3
30
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–3
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74
24
BR
24
–3
64 65
BR BR –3
BR–070 BR 81
101
–3 –3 65
6–43 65 BR–282 3
64 –3 –
BR
BR
BR–
BR 81 BR 81
BR–282 BR–282
–0
R –3 R –3
4
B B
0
BR–290
N N N
BR–290 BR–290
O L O L O L
S S S
As rodovias transversais seguem a direção As rodovias diagonais seguem tanto na di- As rodovias longitudinais são vias de
Leste-Oeste. reção Noroeste-Sudeste quanto Nordeste- ligação nacional com direção Norte-Sul.
-Sudoeste.
–2 BR–304
–3
30
BR
B
R
–3
24
BR
–3 65
61
:33 CG_7ºano_02.indd 61 64 –3 29/03/2018 13:52:33
BR 81
BR–282 – 3
BR
BR–290
O transporte aéreo
brasileiro
Desde a segunda metade da década de 1920, quando iniciaram
os voos comerciais no Brasil, o transporte aéreo cumpre a função
importantíssima de integrar, de maneira rápida e eficiente, as mais
diversas localidades dos mais de 8,5 milhões de quilômetros qua-
drados do quinto maior país do mundo. O modal aeroviário tem
vantagens e desvantagens, mas, cada vez mais, tem sido a preferên-
cia das pessoas na hora de viajar e de enviar cargas leves e de alto
valor para o Brasil e o mundo.
As vantagens do avião como meio de transporte são: a alta ve-
locidade; a eficiência e confiabilidade; a eficiência para entregas ur-
gentes; o baixo custo das taxas de seguro; a proximidade dos aero-
portos dos centros populacionais e industriais; a grande cobertura
geográfica; e mais conforto para o transporte de passageiros devido
ao tempo de viagem ser o mais curto entre todos os modais.
As desvantagens ficam por conta: dos preços mais elevados;
da menor capacidade de transportar cargas; dos altos custos para
implantação e manutenção de aeroportos e terminais; dos impedi-
mentos de tráfego devido às condições do tempo atmosférico; do
alto índice de poluição dos combustíveis de aviação; da poluição
sonora próxima aos aeroportos; da estrutura saturada dos aeropor-
RR AP Equador
0º
AM RN
PA MA CE
PB
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AC PE
TO AL
RO
10º
SE
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GO MG
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20º
SP
RJ Trópico
0 488 km 976 km PR de Capricó
rnio
SC
N
RS Oceano
O L Atlântico
30º
Ensaio geográfico
40º
1 Sobre a formação das redes de transporte no Brasil até o início do século XX, aponte verdadeiro
(V) ou falso (F).
F Foram formadas para atender às necessidades do mercado interno.
V Foi responsável pela criação de cidades litorâneas, as cidades portuárias, para exportação de pro-
dutos primários.
V Não tinha como objetivo integrar o território nacional.
V As hidrovias, as mulas dos tropeiros e as ferrovias foram os modais de transporte mais utilizados.
2 O sistema ferroviário brasileiro expandiu-se até a década de 1930 e, nas décadas de 1950 e 1960, foi
deixado em segundo plano pelas autoridades. Cite as causas principais.
As diferenças das bitolas, o privilégio dado ao modal rodoviário, necessidade de altos investimentos
O Caçador de Esmeraldas
Direção: Osvaldo Oliveira.
Ano: 1979.
Sinopse: A saga do bandeirante Fernão Dias Paes e sua obsessão pelas esmeraldas. No século XVII,
Portugal, envolvido em profunda crise financeira, resolve estender a ocupação do território brasi-
leiro, à procura de ouro e pedras preciosas. Fernão Dias Paes, fiel servidor, tomou a si a tarefa de
descobrir riquezas para manter o luxo da corte. Rico, 65 anos, deixou a mulher e filhas, montou uma
bandeira e saiu em busca do Eldorado. Durante sete anos, percorreu os sertões, enfrentando ataques
de indígenas, doenças, animais selvagens, deserções. Obstinado, mandou enforcar o próprio filho,
acusando-o de traidor. Dos 800 homens que levara consigo na bandeira, apenas 15 retornaram a São
Paulo, trazendo turmalinas que julgavam ser esmeraldas.
Sinopse: No Brasil de 1594, um aventureiro francês prisioneiro dos Tupinambás escapa da morte
graças aos seus conhecimentos de artilharia. Segundo a cultura tupinambá, é preciso devorar o ini-
migo para adquirir todos os seus poderes: no caso, saber utilizar a pólvora e os canhões. Enquanto
aguarda ser executado, o francês aprende os hábitos dos Tupinambás, une-se a uma indígena, toma
conhecimento através dela de um tesouro enterrado e decide fugir. A indígena se recusa a segui-lo e,
após a batalha com a tribo inimiga, o chefe Cunhambebe marca a data da execução: o ritual antro-
pofágico será parte das comemorações pela vitória.
64
Encerramento
1 O desenvolvimento de algumas atividades econômicas, entre os séculos XVI e XIX, foi importante
para a ocupação efetiva de grande parte do território nacional. Em cada recanto do Brasil, uma vila que
posteriormente foi transformada em cidade tornava-se o centro do dinamismo e do poder. Utilizando
os conhecimentos produzidos ao longo desse capítulo, associe as cidades da coluna 1 à atividade a que
esteve historicamente ligada.
2 Julgue a importância dos tratados e acordos internacionais para a formação do espaço territorial
brasileiro.
Os tratados que contribuíram para formação do espaço territorial brasileiro foram muito importantes
por fazê-lo um dos maiores países do mundo, com forte presença regional no continente americano e
de destaque na economia mundial. O Tratado de Tordesilhas (1494) foi importante por conceder aos
portugueses o vasto litoral com acesso ao Oceano Atlântico e de quase a metade do território atual do
Brasil. Com o Tratado de Madri (1750) se teve o reconhecimento, por parte da Espanha, da posse do
Brasil sobre quase todo território atual. Por fim, tivemos o Tratado de Petrópolis (1903), com a cessão
do Acre ao Brasil pela Bolívia, definindo o território atual.
65
Equador
Belém
São Luís
Manaus
Fortaleza
Natal
Paraíba
Recife
Maceió
Aracaju
Salvador
Cuiabá
Goiânia
Oceano
Ouro Preto Atlântico
Café
Pacífico
Vitória
Oceano
Niterói
Rio de Janeiro
São Paulo
Trópico de C
Curitiba apricór nio
Desterro
N Porto Alegre
O L
0 440 km 880 km
S
5 Realize uma pesquisa sobre a importância da União das Coroas Ibéricas para a formação do terri-
tório brasileiro.
Sugestão de resposta: Podemos dizer que a União Ibérica contribuiu para extinção dos limites do trata-
Boa
Vista
Amapá
Roraima
Equador
Macapá
Arquipélago
Belém Fernando de
São Luís Atol das Noronha
Manaus Rocas (Distrito de PE)
Fortaleza
Amazonas Pará Ceará Rio Grande
Maranhão do Norte
Teresina
Natal
Paraíba João Pessoa
Piauí
Pernambuco Recife
Acre
Rio
Porto Palmas Alagoas
Velho
Sergipe
Maceió
Rondônia Tocantins
Branco
Aracaju
Santa Catarina
Florianópolis
O L
0 338 km 676 km
S
Supondo que você more em Salvador, na Bahia, trace um roteiro ligando as cidades de acordo com a
sequência das seguintes atividades: cafeicultura – mineração – monocultura canavieira – extrativismo
da borracha.
Salvador – São Paulo – Belo Horizonte – Recife – Manaus.
8 Entre as imagens abaixo, uma não faz parte do conjunto das atividades econômicas que foram de vi-
tal importância para a construção do espaço territorial brasileiro. Identifique-a e justifique sua escolha.
Reproduções
A B C
D E F
A figura representada pela letra E corresponde ao modelo industrial. A indústria representou uma
mudança na dinâmica econômica do País a partir da década de 1940. Apesar disso, a definição do ter-
10 Quais os dois países que mais se destacaram no período das Grandes Navegações e Descobrimentos
Marítimos dos séculos XV e XVI?
a. Inglaterra e França.
b. Holanda e Itália.
c. X Portugal e Espanha.
d. Alemanha e Noruega.
11 (Fuvest – Adaptada) Qual destas definições expressa melhor o que foram as Bandeiras?
a. Expedições financiadas pela Coroa que se propunham exclusivamente a descobrir metais e pe-
dras preciosas.
b. Movimento de fundo catequético, liderados pelos jesuítas para a formação de uma nação indí-
gena cristã.
c. X Expedições particulares que apresavam os indígenas e procuravam metais e pedras preciosas.
d. Empresas organizadas com o objetivo de conquistar as áreas litorâneas e ribeirinhas.
e. Incursões de portugueses para atrair tribos indígenas para serem catequizadas pelos jesuítas.
12 (Fuvest) A exploração dos metais preciosos encontrados na América Portuguesa, no final do século
XVII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia quanto para a metrópole. Entre elas:
a. O intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento da pro-
dução açucareira do Nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na capitania.
b. X A solução temporária de problemas financeiros em Portugal, alguma articulação entre áreas
distantes da colônia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o Centro-Sul.
c. A separação e autonomia da capitania das Minas Gerais, a concessão do monopólio da extração
dos metais aos paulistas e a proliferação da profissão de ourives.
d. A proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento generalizado
da população e o êxito no controle do contrabando.
e. O incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxamento do sistema de arrecadação de im-
postos e a importação dos produtos para a subsistência diretamente da metrópole.
14 A exploração da atividade mineradora e sua fiscalização na região de Minas Gerais geraram algumas
revoltas da população contra a administração portuguesa. Qual das alternativas abaixo indica uma
revolta que não se refere à atividade mineradora?
a. Revolta de Felipe dos Santos.
b. Revolta de Vila Rica.
c. Inconfidência Mineira.
d. X Revolta de Beckman.
e. Guerra dos Emboabas.
a. as ferrovias são, em sua grande extensão, utilizadas, sobretudo, para o escoamento da produção
mineral e subutilizadas no transporte interurbano e inter-regional de passageiros.
b. as hidrovias tornariam o preço do produto agrícola brasileiro mais competitivo no mercado
internacional, mas têm sua implementação dificultada pelo custo e pelos impactos ambientais
decorrentes de seus projetos.
c. as rodovias, principal modalidade de transporte do País, assumem, com alto custo, elevada tone-
lagem no deslocamento de mercadorias diversas e maior percentual de tráfego de passageiros.
d. X o transporte aéreo registra um uso mais intenso nas regiões do País onde há grandes distâncias
entre os principais centros urbanos e fraca densidade das redes rodoviária e ferroviária.
O L
Transversais Diagonais S
20 (Ibmec) O transporte rodoviário é o principal sistema de transporte no Brasil. Por ele passam apro-
ximadamente 56% das cargas movimentadas no País, contra 21% por ferrovia e 18% por hidrovia, con-
forme dados do Ministério dos Transportes. Analisando o sistema de transporte rodoviário no Brasil:
a. X pode-se afirmar que, durante a década de 1950, houve grandes investimentos no setor.
b. não é possível concluir que o Estado diminuiu sua participação no setor após o processo de
concessões à iniciativa privada nas últimas duas décadas.
c. conclui-se que, devido aos baixos investimentos privados, passou por um processo de estatiza-
ção durante a década de 1990.
d. é correto dizer que o País tem uma distribuição equitativa entre rodovias e hidrovias, dado o seu
reduzido potencial hidroviário.
e. é incorreto afirmar que seu potencial está esgotado, já que não existem novos investimentos na
área desde os governos militares.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Anotações
73
Terra Brasilis
Nosso lugar no mundo
Quando da conquista das terras que futuramente seriam
chamadas de Brasil, o Planeta estava dividido ao meio por um
meridiano de referência muito diferente do atual, Meridiano de
Greenwich, duas principais potências daquela época, Portugal e
Espanha, lutavam pelo domínio dos espaços da Terra já conquis-
tados e decidiram, através do55ºTratado de Tordesilhas, dividir a
esfera terrestre ao meio através de uma linha imaginária chamada
75º 65º 35º
e
0 338 km 676 km
qu
po
Oia
O L
nco
Bra
Equador S
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0º gro
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Parnaíba
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Meridiano de Tordesilhas
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10º
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20º
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Trópico
de Cap
ricórni
Terras pertencentes a Espanha o
Atlântico
30º
40º
Guiana
Venezuela Suriname
Guiana Francesa
Colômbia
RR
AP
Equador
Equador
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MS
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de Capricórn
SP
Trópico Paraguai
Chile PR RJ
Pacífico
SC
Oceano
Sul
Argentina
RS
Oceano
Uruguai
Atlântico
O L
0 628 km 1.256 km
S
O L
fronteiras.
Explique também aos alunos que uma
das grandes potencialidades do Brasil é a pos- Oceano
Trópico de Câncer
Atlântico Oceano
Pacífico
sibilidade de ser ponto para a integração polí- Equador Oceano
tica, econômica e social entre todos os países Pacífico
Brasil Oceano
Índico
da América do Sul — projeto inovador e am- Trópico de Capricórnio
Sugestão de
leitura
76
Trópico de
constitui o território brasileiro.
Cerrado Capricór
n io
Caatinga
Campos sulinos
Oceano Atlântico
Pantanal
Costeiros
Anotações
Capítulo 3 – Fronteiras do Brasil 77
ma a facilitar o entendimento da história de uma trajetória que conjuga olhares que enxer-
uma ciência — a Cartografia — e da forma- garam o País pelo mar, pela terra e pelo céu.
ção desse imenso território brasileiro, ambos Dos mapas do século XVI ao Google, a tec-
tão fascinantes. O livro traz textos de Max Jus- nologia, forma, definição e precisão muda-
to Guedes, Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, ram. E a forma de se desenhar os mapas tam-
Márcia Maria Duarte dos Santos e Antônio bém. Este livro visa apresentar essa evolução e
Gilberto Costa. discutir esse olhar sob várias perspectivas — a
partir do oceano, da terra e do céu — para que
Brasil: uma Cartografia o leitor possa conhecer os caminhos do Bra-
Autores: Paulo Knauss, Claudia Ricci e Ma- sil, seu desenvolvimento, suas delimitações e
ria Pace Chiavari sua história.
Sinopse: Este livro procura atravessar o tem-
po apresentando, com uma seleção de mapas,
77
As três Américas
Alasca Groenlândia N
(EUA) (DIN) O L
Canadá
Estados Unidos
Oceano
Tróp
ico d
Atlântico
e C ân
cer Bahamas
Rep. Dominicana
Haiti
México Cuba
Porto Rico
Belize Jamaica
Guatemala Honduras
Colômbia
Equador
Chile
Uruguai
América do Norte
Argentina
América Central
América do Sul
0 1.133 km 2.266 km
78
CG_7ºano_03.indd 78 29/03/2018 13:52:06 C
Alasca Groenlândia
(EUA) (DIN)
Canadá
Estados Unidos
Oceano
Tróp
ico d
Atlântico
e C ân
cer Bahamas
Rep. Dominicana
Haiti
México Cuba
Porto Rico
Belize Jamaica
Guatemala Honduras
Colômbia
Equador
Chile
Uruguai
América Anglo-Saxônica
Argentina
América Latina
O L
0 1.133 km 2.266 km
S
79
:06 CG_7ºano_03.indd 79 29/03/2018 13:52:07
Ensaio geográfico
1 De acordo com o que aprendemos, localize o Brasil:
a. No mundo.
O Brasil está localizado inteiramente na parte ocidental, tendo também parte de suas terras no hemis-
Sul.
Sugestão de
filme 80 Capítulo 3 – Fronteiras do Brasil
do Mundo sas coroas e não a guerra.” Nos Códices Mi- fins do Planeta. Duas nações, Portugal gover-
Sinopse:“Escrevo-vos Senhora, dois anos neados é uma das figuras menores, uma des- nado pelo hábil D. João II e Espanha, recém-
depois de Cristóvão Colombo ter regressa- sas personagens relegadas para segundo plano -criada depois da união entre Isabel de Castela
do da sua primeira viagem às Índias, pela Gra- na História. Juan Rodríguez Fonseca é, em e Fernando de Aragão, vão protagonizar um
ça de Deus. Após esses meses de árduos traba- 1494, conselheiro pessoal em assuntos marí- feito insólito numa era governada a sangue
lhos, chegou o momento de mostrar ao vosso timos dos Reis Católicos de Espanha, Isabel e e fogo, um tratado internacional que evitará
primo, João II de Portugal, que são vãs as suas Fernando. E vai ser um dos artífices da revo- uma grande guerra por causa da descoberta
aspirações naquelas terras. Eu, Juan Rodríguez lução geográfica dos finais do século XV. Até da América, por Cristóvão Colombo. Esta é
de Fonseca, bispo de Badajoz e servo de vos- este momento, o mundo conhecido na Pe- a história do Tratado de Tordesilhas, um exér-
sa Católica Majestade, creio humildemente nínsula Ibérica abarca pouco mais que a Eu- cito de diplomacia e espionagem sem prece-
que estamos na disposição de assinar um tra- ropa e o Mediterrâneo. Mas graças aos nave- dentes. É a história dos homens e das mulhe-
tado de paz entre Castela e Portugal, para que gadores portugueses e espanhóis, as fronteiras res que protagonizaram a maior divisão do
no oceano reine o entendimento entre as nos- da civilização ocidental vão alcançar os con- mundo.
80
C
da Guiana Francesa. Essa área fronteiriça se estende por 15.719 km, sendo difícil o controle e a fisca-
lização. Nesse sentido, vários problemas ocorrem nas fronteiras do Brasil: entrada ilegal de migrantes,
encontra a Oeste do meridiano e dos europeus, porém a dimensão do território brasileiro não é a mes-
ma. O tratado de Tordesilhas, criado para delimitar as áreas entre Portugal e Espanha, foi descumprido
81
CG_7ºano_03.indd 81 29/03/2018 13:52:07
Um gigante
chamado Brasil
Terras a perder de vista
Você, por certo, já deve ter escutado diversas vezes pessoas se
referirem ao nosso país utilizando a expressão: “Brasil, País Conti-
nente”. Por outro lado, há pouco relembramos juntos que o Planeta é
constituído por seis continentes: Europa, Ásia, África, Oceania, An-
tártida e América, que são imensas massas de terra acima da superfí-
cie do oceano. Destes, o maior de todos é a Ásia, com 44,33 milhões
de km2, e os menores são a Europa, com 10,58 milhões de km2, e a
Oceania, com 8,93 km2.
O Brasil, possui nada menos que 8.515.759 km2, o que justifica a
expressão comumente utilizada para representar nosso gigantismo. Em
relação aos 194 países independentes e aos 45 territórios que compõem
o mundo atual, apenas a Rússia, o Canadá, a China e os Estados Unidos
possuem área territorial maior que a do Brasil, como mostra a figura.
Canadá Rússia N
17.098.240 km2 O L
9.984.670 km2
S
Estados Unidos China
9.632.030 km2 9.598.089 km
2
Oceano Oceano
Atlântico Pacífico
Equador
Oceano Brasil
Pacífico 8.515.759.090 km2 Oceano Austrália
Índico 7.741.220 km2
0 2.467 km 4.934 km
C
82
CG_7ºano_03.indd 82 29/03/2018 13:52:07
Século XVI
Equador
Olinda
O L Salvador
Porto Seguro
0 488 km 976 km
Oceano Nossa Senhora
Pacífico da Vitória
Exploração do pau-brasil
Oceano
Cana-de-açúcar
Sentido da ocupação Atlântico
Domínio espanhol
Século XVII N
O L
Equador
S
Belém
São Luís
Fortaleza
Natal
Paraíba
Recife Olinda
Salvador
Ilhéus
0 488 km 976 km
Porto Seguro
Oceano
Drogas do sertão
Atlântico
Sentido da ocupação
Domínio espanhol
Pontos extremos do
Brasil
Por possuir dimensões continentais, o Brasil apresenta dimen-
sões entre seus pontos extremos norte-sul e leste-oeste quase iguais,
bem como uma grande área de fronteiras (15.179 km), limitando-se,
por conta disso, com quase todos os países da América do Sul, com
exceção do Chile e do Equador.
84 C
10º
RR
AP
Equador
0º
AM
MA CE
PA
RN
PI PB
PE
AC
AL
10º
RO TO SE
Serra
Contamana MT
BA Ponta
73º 59 O do Seixas
34º 47 O
DF
GO
MG
MS ES
20º
km
SP
Pacífico
Oceano
RJ
67 Trópico
PR 7.3 de Cap
ricórni
o
SC
Oceano
RS Atlântico
N
Vitoriano Jr.
produzir a passagem dos dias e das noites,
causa uma diferença de horário entre pon-
tos da superfície terrestre posicionados a
uma distância significativa um do outro.
Para padronizar essa diferença, foram cria-
dos os fusos horários. A padronização foi
A Ponta do Seixas, em João Pessoa, Pa-
feita considerando-se que a Terra, vista de raíba, é considerada a parte mais oriental
das Américas além de ser um dos pontos extre-
um dos polos, é uma circunferência perfei- mos do Brasil.
res para acompanhar as fronteiras dos países, deste, Sul e Sudeste, além dos estados do De 2008 a 2013, o Brasil possuiu ape-
evitando confusão de horários dentro de um Amapá, Pará, de Tocantins e Goiás. Por nas três fusos horários devido a uma lei san-
mesmo país. Entretanto, países com território ser o fuso onde se localiza a Capital Fede- cionada pelo então presidente Lula. Só volta-
extenso, como é o caso do Brasil, podem con- ral, sua hora é adotada como a oficial do mos a ter quatro fusos em 10 de novembro de
ter mais de um fuso horário. País, a chamada hora de Brasília. O tercei- 2013, quando o referendo realizado para sa-
O primeiro dos quatro fusos que o ro fuso horário do Brasil abrange os Esta- ber a aceitação popular da mudança de horá-
Brasil possui atualmente tem duas horas a dos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, rio foi feito. 56,8% dos cidadãos do Acre e de
menos que a hora de Greenwich e abran- Roraima, Rondônia e parte do Amazonas e parte do Amazonas decidiram pela volta do
ge o arquipélago de Fernando de Noronha possui quatro horas a menos que a hora de antigo fuso horário.
e outras ilhas oceânicas pertencentes ao Greenwich. O quarto, e último fuso brasi-
território brasileiro. O segundo tem três leiro, engloba o Estado do Acre e 13 cida- Disponível em: http://www.sedec.mt.gov.br/-/
horas a menos que Greenwich. Nele, es- des do Amazonas e tem cinco horas a me- distancia-das-cidades?ciclo=cv_turismo. Acesso em:
tão contidos os Estados das Regiões Nor- nos que o meridiano de Greenwich. 3/5/2016. (Adaptado).
C
86
RR AP Penedos de
São Pedro
e São Paulo
Fernando
Manaus
de Noronha
AM
PA MA CE
RN
PB
PI
PE Recife
AC
Rio Branco
TO AL
RO
SE
MT BA
Brasília Trindade e
Martim Vaz
Limite teórico
GO
Limite prático
MG
MS
ES
Oceano
Pacífico SP
Oceano
RJ
PR
São Paulo
Atlântico
SC
RS
L 0 338 km 676 km
O
O Brasil, devido à sua grande extensão territorial, possui quatro fusos horários.
tinente.
com o tratado de Tordesilhas, como também o estabelecimento de novos acordos, como o Tratado de
3 Segundo relatos históricos, qual foi o tratado assinado entre Brasil e Bolívia, que culminou com
anexação de terras ao território brasileiro dando origem ao Estado do Acre?
Tratado de Petrópolis.
4 Antônio saiu do Acre às 19 h do dia 31 de dezembro para passar o réveillon em Fernando de Noro-
nha. O voo durou quatro horas. Sobre a viagem de Antônio, responda:
horas.
Sinopse: Em 1º de janeiro de 1500, um novo mundo é descoberto pelos europeus, graças aos grandes
avanços técnicos na arte náutica e na elaboração de mapas. É nesse contexto que vive em Portugal o
jovem Diogo, pintor que é contratado para ilustrar um mapa e, enganado pela sedutora Isabelle, aca-
ba sendo punido com a deportação na caravela comandada por Vasco de Athayde. A caravela acaba
naufragando, mas ele, por milagre, consegue chegar ao litoral brasileiro. Lá conhece a bela indígena
Paraguaçu, com quem logo inicia um romance, temperado posteriormente pela inclusão de outra
indígena, Moema, irmã de Paraguaçu.
Sinopse: A minissérie é de autoria de Glória Perez, exibida em janeiro de 2006 na TV Globo. Retrata a
história do Acre, com seus conflitos e heróis, ao longo de 100 anos. Baseada em dois romances de autores
acrianos, O Seringal, de Miguel Ferrante, e Terra Caída, de José Potyguara, a trama ficcional começa em
1899 e mostra sob pontos de vistas opostos a vida do seringal. A minissérie revela ainda detalhes da história
real do Acre, que para muitos poderá parecer ficção, já que é riquíssima em aventuras, romances e emoções,
além de homenagear seus três heróis, Galvez, Plácido de Castro e Chico Mendes.
Encerramento
1 Sobre a posição geográfica do Brasil, analise as afirmações a seguir.
I. O território brasileiro está totalmente ao sul da Linha do Equador. Portanto, o País pertence
somente ao Hemisfério Meridional.
II. Os extremos do território do Brasil no sentido leste-oeste são: Monte Caburaí (Roraima) e Ar-
roio Chuí (Rio Grande do Sul).
III. O Brasil pertence ao Hemisfério Ocidental, visto que está situado a oeste do Meridiano de
Greenwich.
IV. O Trópico de Capricórnio “corta” o território brasileiro na sua porção sul.
V. “Cortado” ao norte pelo Trópico de Câncer, o Brasil possui 7% do seu território no Hemisfério
Setentrional e 93% no Hemisfério Meridional.
b. Na América do Sul.
Localizado na porção centro-oriental da América do Sul.
4 Observe o mapa.
Chile e Equador.
O L
0 1.190 km 2.380 km
S
Leste-Oeste: 4.319 km
6 Houve uma época em que o Brasil tinha quatro fusos horários, depois passou a ter três e hoje são
quatro novamente. Sobre os fusos horários brasileiros, julgue os motivos que levaram à mudança de 4
para 3 fusos.
A mudança se deu por causa da necessidade de maior integração de espaços com o sistema financeiro
do país, o que de certa forma facilitaria também as indústrias de comunicações e o transporte aéreo.
7 Em 2014, o Brasil sediou a Copa do Mundo da Fifa. Vamos supor que na final, ocorrida em 13 de
julho de 2014, praticamente todas as televisões do Brasil estivessem sintonizadas no evento. O jogo
corria empatado quando, aos 90 minutos, ocorreu o gol da vitória. Sabendo que o jogo começou às 19
horas, horário de Geenwich, em que horário João, que estava no Rio de Janeiro; Dandara, que estava
em Fernando de Noronha; e Ana, que mora no Acre, vibraram, respectivamente?
João: 20h30
Dandara: 19h30
Ana: 18h30
8 Cite as obrigações assumidas pelo Brasil como consequência da assinatura do Tratado de Petrópolis.
O Brasil entregaria à Bolívia áreas do Mato Grosso, como também efetuaria o pagamento de 2 milhões
de libras, além de assumir o compromisso de construir uma estrada de ferro para que a Bolívia pudesse
Menor: Suriname
Maior: Bolívia
0 1.098 km 2.196 km
O L
10 (Cesgranrio)
11 A partir da observação do mapa do Brasil, onde estão colocadas as dimensões e os pontos extremos,
coloque V para a(s) proposição(ões) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
10º
0 450 km 900 km
Monte Caburaí
(Roraima)
5º 16’ N 19”
0º
Equador
Serra de Contamana
(Acre)
73º 59’ 32” 4.319,4 km
Ponta do
Seixas
(Paraíba)
10º
4.394,
7
km
Pacífico
Oceano
20º
Trópico d
e Capri
córnio
Oceano
N Atlântico
O L Arroio Chuí
30º
a. F Como consequência das dimensões leste-oeste, o Brasil apresenta apenas dois fusos horários,
40º
12 (Esal) “Gostaria que espanhóis e portugueses mostrassem onde está o testamento de Adão, que
dividiu o mundo entre Portugal e Espanha.”
A diferença entre o horário de Brasília e os dos estados do Acre e do Amazonas foi reduzida.
A mudança no fuso horário contribuiu para o processo de integração nacional favorecido pelas
tecnologias da informação, especialmente em relação ao Acre.
A mudança do fuso horário brasileiro também atendeu à solicitação das emissoras de televisão,
depois que o Estado determinou a exibição dos programas em horários de acordo com a classificação
indicativa por faixa etária.
Essas modificações auxiliam o trabalho dos meteorologistas, que deixam de ficar sob o comando
do horário Zulu (Z) e passam a fazer as medições meteorológicas tendo o horário universal do Meri-
diano de Greenwich, na Inglaterra, como referência.
14 (UCS) Devido à grande extensão territorial, nosso país se diferencia de outros pela diversidade climá-
tica, pela posição geográfica, pela latitude, pela configuração do território e pelos sistemas atmosféricos.
75º 65º 55º 35º
Observe o mapa do Brasil abaixo e identifique os tipos de clima característicos das regiões indicadas
10º
pelas letras A, B e C.
Assinale a alternativa abaixo em que os
0 640 km 1.280 km
climas listados correspondem, correta e
0º
Equador
respectivamente, às letras A, B e C, loca-
lizadas no mapa.
a. Tropical úmido, tropical semiári-
do, tropical de altitude.
b. Equatorial, tropical, subtropical.
10º
40º
Capítulo 3 – Fronteiras do Brasil 95
150o 120o 90o 60o 30o 0o 30o 60o 90o 120o 150o 180o N
O L
Círculo Polar Ártico
S
Trópico de Câncer
Equador
Trópico de Capricórnio
A
0 2.563 km 5.126 km
Em geografia, chama-se hemisfério a uma metade da superfície da Terra limitada por um círculo máxi-
mo. A divisão da Terra pelo Equador forma dois hemisférios, assim como sua divisão pelo Meridiano
de Greenwich. O ponto A no mapa encontra-se no hemisfério:
a. Norte oriental.
b. Boreal austral.
c. Meridional oriental.
d. Austral leste.
e. X Sul ocidental.
16 (PUC-PR – Adaptada) A Copa do Mundo de Futebol de 2014 atraiu, para o Brasil, os olhares de
milhões de pessoas. Curitiba sediou alguns jogos desse torneio. Um desses jogos estava marcado para
o dia 23 de junho, às 13 h. Assinale a alternativa que indica o horário que um telespectador que se
encontrava na cidade de Nova York, localizada no fuso de 75º W, e outro que se encontrava em Paris,
localizada no fuso 15º E, assistiram a esse jogo respectivamente. Considere os seguintes fatos:
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
97
Terras de
Ibirapitanga
O indígena brasileiro
Não existe uma definição exata da origem do indígena brasilei-
ro. Por mais que você procure, não há de encontrar consenso entre
os pesquisadores. Atualmente, existem três hipóteses que tentam
explicar a chegada dos povos indígenas às terras da América e, espe-
cificamente, ao Brasil.
A hipótese mais aceita pela comunidade científica internacio-
nal é a de que os primeiros seres humanos que aqui chegaram eram
pequenos grupos de caçadores e coletores nômades originários do
continente asiático e que de lá se deslocaram em busca de caça, atra-
vessando o Estreito de Bering na época das últimas glaciações, pi-
sando esta terra há cerca de 20 mil anos.
0 2.563 km 5.126 km
to de Berin
Alasca
Sibéria
Europa Ásia
Estrei
América
do Norte Oceano
Atlântico
Deserto do Saara
Filipinas
África Terra de Sunda
Nova Guiné
América
Oceano do Sul
Polinésia
Índico Oceania
Oceano
Pacífico N
Vitoriano Júnior
suas contribuições para a construção da histó-
ria da humanidade. Se for viável recomenda-
mos a união com a disciplina de História para
uma abordagem completa do tema.
Anotações
Estima-se que o Homem de Lagoa Santa, descoberto em 1840 por Peter Lund, viveu há apro-
ximadamente 12 mil anos.
Vitoriano Júnior
A reconstituição dos traços fisionômicos de Luzia surpreendeu a muitos por apresentar caracte-
rísticas físicas das populações da Oceania.
C
100
Os “brasileiros” pré-Cabral
Venezuela Guiana
Suriname
Colômbia Guiana Francesa
Equador
0
0
100
Peru Salvador
N
O L Bolívia
S
200
Tupi-Guarani
Jê Paraguai
Capricórnio
Trópico de
Aruaque
Caraíba
Cariri Oceano
Pano
Argentina Atlântico
Tucano 0
0 400 km 800 km
30
Charrua
Outros grupos Uruguai
Oeste de Greenwich
0 0 0 0 0
70 60 50 40 30
Reprodução
complementar
Rituais indígenas
Uma grande parte dos rituais realiza-
dos pelos diversos grupos indígenas do Bra-
sil pode ser classificada como ritos de passa-
gem. Os ritos de passagem são as cerimônias
que marcam a mudança de um indivíduo ou
de um grupo de uma situação social para ou-
tra. Como exemplo, podemos citar aque-
les relacionados à mudança das estações, aos
ritos de iniciação, aos ritos matrimoniais,
Dança Tapuia, óleo sobre tela, de Albert Eckhout, 1641.
aos funerais e outros, como a gestação e o
nascimento. Nas aldeias, viviam animais e homens livres. Um cenário
multicolorido composto de araras, tucanos, macacos, micos, qua-
Entre os Tupinambás — grupo indíge- tis, gatos, patos e papagaios, que, junto a homens e mulheres pin-
na extinto que habitava a maior parte da fai- tados e adornados com penas coloridas, formavam uma paisagem
nunca vista em nenhum cenário do Planeta pelo homem euro-
xa litorânea que partia da foz do rio Amazo-
peu. Segundo a tradição, entre os indígenas não existiam roubos,
nas à ilha de Cananeia, no litoral paulista —, traições, adultério, alcoolismo, vandalismo, ganância, inveja, po-
quando nascia uma criança do sexo masculi- breza e outros males tão comuns na nossa sociedade, dita “civili-
zada”. Todos se ajudavam: mulheres plantavam, homens caçavam
no, o pai levantava-se do chão e cortava-lhe o e pescavam, e tudo era dividido igualitariamente entre todos os
umbigo com os dentes. A seguir, a criança era membros da aldeia.
banhada no rio, logo após o pai lhe achatava Nada pertencia exclusivamente a alguém, tudo era de todos.
A terra era um bem comum, não existiam cercas nem propriedades
o nariz com o polegar. Em seguida, a criança privadas, todos a utilizavam com o objetivo de gerar alimentação
era colocada numa pequena rede, onde eram para a coletividade. Não existia trabalho regular, com jornada con-
amarradas unhas de onça ou de uma ave. Co- tada por horas, dias, semanas, etc.; havia a divisão do trabalho por
gênero: às mulheres, cabia a preparação da terra, o plantio e a co-
locavam-se, ainda, penas da cauda e das asas lheita, enquanto os homens encarregavam-se da caça, da pesca e da
dessa ave e, também, um pequeno arco e algu-
mas flechas, para que a criança se tornasse va- 102 Capítulo 4 – Indígenas do Brasil
lente e disposta a guerrear contra os inimigos.
O pai, durante três dias, não comia car-
ne, peixe ou sal, alimentando-se apenas de fa- CG_7ºano_04.indd 102 29/03/2018 13:51:47 CG
rinha. Não fazia, também, nenhum trabalho fe de família. O pai também colocava aos pés ritual de passagem. O reconhecimento da gra-
até que o umbigo da criança caísse, para que da criança um molho de palha, que simboli- videz da mulher colocava o pai e a mãe num es-
ele, a mãe e a criança não tivessem cólicas. Três zava os inimigos. Quando todas essas práti- tado de cuidados especiais, separando-os dos
vezes por dia punha os pés no ventre da espo- cas tinham sido realizadas, a aldeia por intei- demais habitantes da aldeia. Ficavam, assim, se-
sa. Nesses dias, o pai fazia pequenas arapucas ro se entregava às comemorações. Nesses dias, gregados até que a criança nascesse e os ritos de
e nelas fazia a tipoia de carregar a criança; to- era escolhido um nome para o recém-nascido. sua incorporação fossem realizados, momento
mava, também, o pequeno arco e as flechas e Por meio desse rito de incorporação, o em que eles eram reintegrados à vida normal,
atirava sobre a tipoia, pescando-a depois com pai assumia a paternidade e se reconhecia ao desempenhando um novo papel social: pai e
o anzol, como se fosse um peixe. Assim, no fu- recém-nascido, um lugar na sociedade Tupi- mãe de um novo membro da sociedade.
turo, a criança caçaria ou pescaria. Quando o nambá, como homem ou mulher.
umbigo caía, o pai partia-o em pedacinhos e Cabe destacar que nesses rituais ligados Disponível em: http://www.museudoindio.gov.br/
pregava-os em todos os pilares da oca, a fim à gestação e ao nascimento não só a criança, educativo/pesquisa-escolar/239-rituais-indigenas.
de que o filho fosse, no futuro, um bom che- como também seus pais, eram submetidos ao Acesso em: 22/12/2017. Adaptado.
102
103
em locais remotos, só era possível quando aten- Sabe-se, por intermédio de algumas fon- da, da tribo Arapoá-Assu, nas margens dos
dia aos interesses dos criadores e não era assegu- tes, que nos séculos XVIII e XIX uma quanti- rios Jaboatão e Gurjaú; a aldeia do Brejo dos
rada aos indígenas a posse de suas terras. dade indeterminada de indígenas foi aldeada Padres, dos nativos Pankaru ou Pankararu; al-
Durante os dois primeiros séculos do no território pernambucano, mas aparente- deamentos em Taquaritinga, Brejo da Madre
Brasil Colônia, as missões religiosas jesuíti- mente não há registros de sua procedência. de Deus, Caruaru e Gravatá.
cas eram a única forma de proteção com que Existiam os aldeamentos dos Garanhuns, No século XIX, a região do atual municí-
os nativos contavam. Com a expulsão dos je- próximo à cidade do mesmo nome; dos Cara- pio de Floresta e diversas ilhas do rio São Fran-
suítas, em 1759, os aldeamentos permanece- patós, Carnijós ou Fulni-ô, em Águas Belas; cisco se destacavam pelo grande número de al-
ram sob a orientação de outras ordens reli- dos Xucurus, em Cimbres; dos Argus, espa- deias, onde habitavam os indígenas Pipiães,
giosas, sendo entregues, posteriormente, a lhados da serra do Araripe até o rio São Fran- Avis, Xocós, Carateus, Vouvês, Tuxás,
órgãos especiais, porém as explorações e in- cisco; dos Caraíbas, em Boa Vista; do Li- Aracapás, Caripós, Brancararus e Tamaqueús.
justiças contra os povos indígenas continua- moeiro na atual cidade do mesmo nome; as O desaparecimento da maioria das tri-
ram acontecendo. aldeias de Arataqui, Barreiros ou Umã, Esca- bos deve-se às diversas formas de alienação
104
105
Reprodução
Leitura
complementar Indígenas sendo escravizados. Gravura
de Jean-Baptiste Debret.
Geografia em cena
Terras Indígenas combatem o A Fundação Nacional do Índio — Funai —, criada em 5
desmatamento e a emissão de de dezembro de 1967, dedica-se à elaboração e coordenação de
políticas públicas visando proporcionar cidadania e autonomia
gases de efeito estufa aos indígenas. Para tanto, realiza estudos, delimitação, demar-
cação e regularização fundiária das terras indígenas; monitora-
Recentemente, estudos vêm revelando que ção e fiscalização; promoção de políticas de desenvolvimento
as Terras Indígenas são bastante eficientes em sustentável; prevenção ou reversão de impactos ambientais cau-
sados por agentes externos às reservas indígenas; buscar acesso
evitar o desmatamento, e consequentemente as
diferenciado aos direitos sociais pelos indígenas (articulando,
emissões de gases de efeito estufa. Isso é especial- para isso, várias instituições); entre outras.
mente importante quando se pensa na mitiga- Adaptado de: http://www.funai.gov.br/index.php/quem-somos e http://
ção dos impactos da mudança do clima, como o www.funai.gov.br/index.php/servico-de-protecao-aos-indios-spi.
aquecimento global.
Em todo o mundo, terras sob gestão de co- Terra de “índio” ou
munidades tradicionais guardam cerca de 24%
do carbono estocado na superfície, de acordo terra de branco?
com estudo de autoria da Rights and Resources Observando o número da população nativa atual, temos a com-
Initiative (RRI), Woods Hole Research Center preensão da dominação do homem branco sobre as diversas socie-
dades indígenas, pois, quando aqui chegaram, os portugueses en-
(WHRC) e World Resources Institute (WRI). contraram diversas nações indígenas espalhadas ao longo do litoral.
Climate Benefits, Tenure Costs (2016), ou-
tro estudo do WRI, revela que, no caso brasilei- 106 Capítulo 4 – Indígenas do Brasil
ro, as Terras Indígenas têm o potencial de evitar
a emissão de 31,8 milhões de toneladas anuais de
CO2. Isso equivale a tirar de circulação cerca de CG_7ºano_04.indd 106 29/03/2018 13:51:49 CG
6,7 milhões de carros por um ano. caráter permanente, as utilizadas para suas ati- metros quadrados. A maior parte delas, 419, fica
Os autores dessa pesquisa também obser- vidades produtivas, as imprescindíveis à preser- na Amazônia Legal, e corresponde a 23% da área
varam que, nas Terras Indígenas, os serviços vação dos recursos ambientais necessários a seu dessa região e 98,3% da área de todas as Terras
ecossistêmicos fornecidos pela conservação flo- bem-estar e as necessárias a sua reprodução físi- Indígenas no País.
restal, como o ciclo da água ou a possibilida- ca e cultural, segundo seus usos, costumes e tra-
de de atividades turísticas, equivaleriam, em 20 dições” (artigo 231). Ainda pela constituição, as Atitude sustentável e
anos, a recursos entre US$ 523 bilhões e US$ Terras Indígenas pertencem ao Governo Fede- interdependência com a natureza
1,165 bilhões para o Brasil. ral, à União (artigo 20).
Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), Apesar de não serem “naturalmente eco-
Mas o que são Terras Indígenas? hoje, no Brasil, existem 705 Terras Indígenas em logistas”, já que pode haver tantas percep-
diversos estágios de demarcação, que abrigam ções do meio ambiente pelos nativos quan-
Elas são definidas na Constituição de 1988 253 etnias. Elas equivalem a 13,8% do territó- to há nações indígenas, elas tendem a ter em
como sendo aquelas habitadas pelos nativos “em rio nacional ou cerca de 1,173 milhão de quilô- comum uma visão sistêmica da existência, o
106
54% 14/12/2017.
que faz com que, no geral, os povos indíge- da de floresta dentro das Terras Indígenas foi in-
nas percebam mais facilmente sua relação de ferior a 2%, enquanto a média de área desmatada
interdependência com a natureza. No site do na Amazônia foi de 19%.
Instituto Socioambiental (ISA), são apresen- Ainda segundo o estudo, o desmatamen-
tadas algumas explicações para uma atitude to que ocorre no interior dessas áreas está geral-
mais conservadora no uso dos recursos natu- mente associado às atividades desenvolvidas por
rais por parte dos indígenas. não indígenas, como a invasão para a retirada ile-
Essa atitude é evidenciada por dados apre- gal de madeira e atividade garimpeira, além da
sentados no trabalho Terras Indígenas na Ama- invasão de terras para o uso agropecuário.
zônia Brasileira: Reservas de Carbono e Barreiras Para se entender a pressão a que estão sub-
ao Desmatamento, publicado pelo Instituto de metidas essas áreas, é interessante a leitura de
Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O es- dois trabalhos do ISA. O primeiro é o Atlas de
tudo mostra que, no período 2000-2014, a per- Pressões e Ameaças às Terras Indígenas na Ama-
107
complementar Esse procedimento pode durar anos e às vezes sequer sai do pa-
pel. É por este e outros motivos que ainda hoje aproximadamente 55
tribos indígenas vivem isoladas sem contato algum com o branco.
tivo era evangelizar, respeitando alguns aspectos e coisas ruins assomaram nesse período e foi um memória. Era o tempo de criarem entidades or-
culturais e a vida. Mais tarde, já no século XX, lento aprendizado para os povos nativos. ganizadas e dirigidas por eles mesmos. E assim,
atuando como parceira no trabalho de manuten- Mas, desde há algum tempo houve uma vi- nos anos 80 do século XX começou — devagar
ção da cultura e divulgação das denúncias neces- ragem. A caminhada em comunhão com as igre- — essa mudança de rumo. Associações, coorde-
sária por meio do Conselho Indigenista Missio- jas e as ONGs proporcionou muitos saberes nações, confederação, termos já conhecida desde
nário (Cimi). sobre como lidar e viver no mundo dos não na- antes da chegada de Cabral.
Também houve um momento na história do tivos. E nesse caminhar, os indígenas foram des- Assim, os povos indígenas passaram a atuar
século XX em que uma série de organizações não cobrindo que já tinham todas as condições de no campo da luta por direitos e território, em
governamentais (ONGs) brasileiras e estrangei- atuarem por eles mesmos. Não precisavam de instituições constituídas à maneira não índia,
ras, se uniram ao trabalho que já vinha sendo feito mediações. Parceiros na luta sim, mas não mais capaz de dialogar e compreender o intrincado
pelo Cimi e passaram a atuar no processo de orga- de mediações. E, assim, do seio dos povos ainda mundo dos brancos, com suas leis e o falso esta-
nização das comunidades para que a cultura fos- existentes, foi brotando outra vez a velha forma do de direito. Se fosse necessário o combate no
se preservada e as terras demarcadas. Coisas boas de organização da vida, que estivera sempre na campo da lei, para ele deveriam marchar com ar-
108
109
[...] A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes,
Iracema bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas [...]
Autor: José de Alencar In: Carta de Pero Vaz de Caminha.
Sinopse: Iracema, a virgem tabajara consagra-
Dentre as alternativas abaixo, existe uma que explica por que o indígena não tinha vergonha de andar nu.
da a Tupã, apaixona-se por Martim, guerrei-
a. Os indígenas brasileiros gostavam de se exibir.
ro branco, inimigo de seu povo. Por esse amor
b. Nossos nativos sentiam muito calor e por isso andavam nus, mesmo sabendo que era errado.
abandona a tribo, tornando-se sua esposa. Ao
c. X Eles desconheciam o artefato do vestuário e não sentiam a necessidade de se cobrir.
perceber, mais tarde, que Martim sente sauda-
des de sua terra e talvez de alguma mulher, co- d. Nossos nativos se vestiam, porém naquele momento queriam chocar os portugueses.
meça a sofrer. Tem o filho, Moacir, enquan- 4 De acordo com o que aprendemos, o indígena foi aos poucos sofrendo as consequências do contato
to Martim está lutando em outras regiões. com o branco europeu. Aponte três consequências desse contato que você julgue positivas e negativas
Quando ele volta, Iracema está prestes a mor- tanto para o branco quanto para o indígena.
rer. A virgem dos lábios de mel tornou-se sím- Resposta pessoal/sugestão de resposta.
bolo do Ceará, e seu filho, Moacir, represen- Positivas: A utilização da medicina moderna, o conhecimento de novas técnicas de produção e o co-
ta o primeiro cearense, fruto da integração das
nhecimento da língua portuguesa.
duas etnias.
Negativas: O desaparecimento da língua original, a falta de interesse em resgatar seus valores culturais,
Anotações
5 De acordo com o seu conhecimento de mundo, por que a legalização das terras onde vivem as na-
ções indígenas são tão demoradas e difíceis?
Sugestão de resposta: Muitas vezes a legalização das terras que deveriam ser dos indígenas é impedida
devido aos interesses particulares de grandes latifundiários, garimpeiros, seringueiros, etc. A maioria
das terras são altamente produtivas e compostas de diversas riquezas, sendo dessa forma objeto de in-
teresse.
110
Geografia em cena
professor
O indígena, na literatura bra-
Reprodução
sileira, inicialmente foi reprodu- Professor, orientamos usar a literatura
zido de forma romântica, como
como aporte para complementar suas aulas.
um elemento dócil e valoroso,
como nos romances indigenistas Por isso recomendamos a leitura do romance
O Guarani e Iracema, de José de indianista Iracema, de José de Alencar, assim,
Alencar, e na Poesia I-Juca-Pira-
ma, de Gonçalves dias.
o aluno poderá contemplar como eram des-
critas as características dos nativos segundo a
Representação de Iracema por José Maria
de Medeiros, 1884. visão literária da época, se for necessário peça
ajuda ao professor de Literatura para que am-
bos trabalhem juntos essa proposta.
A seguir, segue o link de acesso à obra:
Aprenda com arte http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/
Livros_eletronicos/iracema.pdf. Acesso em:
18/12/2017.
A Floresta das Esmeraldas
Direção: John Boorman.
Ano: 1985. Anotações
Sinopse: Bill Markham é um engenheiro norte-americano que viaja ao Brasil com sua família para
trabalhar na construção de uma grande represa hidrelétrica na floresta amazônica. Para isso, será ne-
cessário devastar diversas áreas verdes e desabitar todas as comunidades que trabalham e moram na
região. Como uma forma de vingança, uma tribo indígena conhecida como “os índios invisíveis”, por
usar um pó à base de esmeraldas, rapta o filho de Bill, Tommy, de apenas 7 anos, que passa a ser criado
como um grande guerreiro de costumes indígenas. Dez anos depois, pai e filho, que agora atende por
Tommé, reencontram-se, e as fortes diferenças culturais tornam a situação constrangedora. Baseado
em uma história real.
Sinopse: Guardiã do segredo do licor da Jurema, Iracema é filha do pajé da tribo Tabajara. Virgem,
seu corpo pertence a Tupã, poderosa divindade indígena, e, caso ela se entregue a alguém, será castiga-
da com a morte. Mas a chegada do guerreiro Martim, em missão de reconhecimento, desperta o amor
de Iracema. Irapuã, cacique dos Tabajaras, apaixonado por Iracema, não contém o ciúme e decide
eliminar o estrangeiro. Mas o amor entre Martim e Iracema é mais forte que a intolerância e as leis de
Tabajara, e o casal, para defender a união, decide fugir.
111
Encerramento
1 Mesmo que não percebamos, a influência da cultura indígena no nosso dia a dia é muito grande.
Sobre esse tema, cite:
b. Dez palavras originárias de línguas indígenas que fazem parte do nosso dia a dia.
Abacaxi, gambar, canga, pipoca, caboclo, caipira, capivara, Goiás, jaciara e sapo.
112
3 A preservação da natureza é de suma importância para todo o Planeta. Contudo, para o indígena,
manter a natureza assume uma importância capital. Com o que você aprendeu e os seus conhecimen-
tos, aponte a importância da preservação da natureza para os indígenas.
Os indígenas precisam de uma reposição imediata da natureza para sobreviverem. Por essa razão, sua
utilização deverá ser extremamente cautelosa em função de suas necessidades alimentares. Apesar da
mudança do perfil indígena, boa parte do que se consome e produz é oriunda da natureza.
4 Cite pelo menos três fatores que impedem a legalização das terras indígenas.
Burocracia, pressão dos latifundiários, falta de profissionais na Funai.
113
5 Ao ler o texto da oração acima ficam bastante claros os objetivos daqueles que lutam pela causa
indígena: o reconhecimento à liberdade, o respeito à cultura e o direito à terra.
Crie agora uma oração ou um poema que sensibilize a sociedade para a causa indígena.
Resposta pessoal
6 Como aprendemos, existem três hipóteses para o surgimento do nativo americano. Duas afirmam
que o nativo americano nasceu em áreas distantes da América e para cá migrou, e uma afirma que este
nasceu no Brasil. Sobre esse tema, responda:
a. Quais as diferenças existentes entre as duas hipóteses que afirmam que o nativo americano não nas-
ceu na própria América?
A hipótese asiática diz que o homem chegou à América por meio da travessia do Estreito de Bering, por
onde se formava uma extensa ponte de gelo que ligava a Ásia à América do Norte; já a malaio-polinésia
afirma que essa travessia se deu por meio de canoas no Oceano Pacífico, realizando paradas em ilhas
estratégicas.
brimento de que o fóssil possui características negroides em vez de mongóis levanta uma enorme
inquietação.
7 De acordo com diversos historiadores, existiam mais de 2 milhões de indígenas habitando o ter-
ritório brasileiro quando os portugueses chegaram. Porém, atualmente, segundo a Funai, não passam
de 900 mil. Sobre esse tema, avalie por que as doenças trazidas pelos europeus foram responsáveis pela
morte de milhares de indígenas.
Os indígenas não possuíam uma sistema imunológico que reconhecesse e combatesse as doenças como
gripe, varíola e hanseníase, muito menos existia o conhecimento de como evitá-la. Inevitavelmente,
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: A antropofagia era praticada pelos Tupinambás e se iniciava a
partir da captura do inimigo, que era levado para o convívio social na tribo, podendo casar-se e algumas
vezes morar por longos anos, mas sempre era reconhecido como inimigo. Até que um dia ele era leva-
do para um ritual em que era morto e tinha seu corpo devorado pela comunidade. Existiam também
9 (Mackenzie – Adaptada) “Enquanto os portugueses escutavam a missa com muito prazer e de-
voção, a praia encheu-se de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que
observavam ao longe. Quando D. Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram
a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando [...]”
Náufragos, Degredados e Traficantes. Eduardo Bueno.
10 Eram características dos indígenas nativos do Brasil na chegada dos portugueses, em 1500:
O trecho acima se refere ao impacto que a figura de certos indígenas canibais brasileiros teve sobre os
europeus no século XVI e, em especial, sobre o pensador francês Michel de Montaigne. Os indígenas
canibais de que Montaigne teve notícia à época eram:
a. X Os nativos da tribo tupinambá.
b. Os nativos do Alto do Xingu.
c. Os nativos Tupi-Guarani, do litoral paulista.
d. Os nativos da fronteira entre Brasil e Bolívia.
e. Os nativos da tribo xavante.
12 (Enem) “A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha
nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa ma-
neira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida”.
GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil.
Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (Adaptado).
13 (FGV – Adaptada) Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que:
a. Os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa paleolítica do desenvolvimento humano.
b. Os nativos brasileiros não aceitaram trabalhar para os colonizadores portugueses na agricultura,
não por preguiça, e sim porque não conheciam a agricultura.
c. Os indígenas brasileiros falavam todos a chamada “língua geral” tupi-guarani.
d. Os tupis do litoral não precisavam conhecer a agricultura porque tinham pesca abundante e
muitos frutos do mar de conchas, que formaram os “sambaquis”.
e. X Os nativos brasileiros, como um todo, não tinham homogeneidade nas suas variadas culturas e
nações.
15 Sobre a organização econômica, social e política das comunidades indígenas brasileiras, no período
inicial da conquista do território pelos portugueses, é correto afirmar que:
I. Os nativos viviam em regime de comunidade primitiva, em que a terra era de propriedade privada
dos casais e os instrumentos de trabalho eram de propriedade coletiva.
II. A divisão das tarefas era por sexo; as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, plantavam e
colhiam; os homens participavam de atividades guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da
floresta para fazer a lavoura.
III. A sociedade era organizada em classes sociais, sendo o excedente da produção controlado pelos
chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição dos bens entre os indígenas.
IV. Os indígenas brasileiros não praticavam o comércio, pois tudo que produziam destinava-se à sub-
sistência, realizando apenas trocas rituais de presentes.
Está(ão) correta(s):
a. Apenas I e II.
b. Apenas I e III.
c. Apenas III.
d. Apenas IV.
e. X Apenas II e IV.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Anotações
119
Jelica Videnovic/Shutterstock.com
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram
os mais influenciados.
No início do século XIX, as manifes-
tações, rituais e costumes africanos eram
proibidos, pois não faziam parte do univer-
so cultural europeu e não representavam sua
prosperidade. Eram vistas como retrato de
uma cultura atrasada.
Mas, a partir do século XX, começaram
a ser aceitos e celebrados como expressões ar-
tísticas genuinamente nacionais e hoje fazem
parte do calendário nacional com muitas in-
fluências no dia a dia de todos os brasileiros.
Em 2003, a lei nº 10.639 passou a exigir 120 Capítulo 5 – Brasil: herança cultural
que as escolas brasileiras de ensino fundamen-
tal e médio incluíssem no currículo o ensino
da história e cultura afro-brasileira. CG_7ºano_05.indd 120 29/03/2018 13:51:29 CG
moçambique. Sons e ritmos que percorrem e Durante décadas, a capoeira foi proibi-
Música conquistam o Brasil de ponta a ponta. da no Brasil. A liberação da prática aconte-
A principal influência da música africa- ceu apenas na década de 1930, quando uma
na no Brasil é, sem dúvidas, o samba. O esti- Capoeira variação (mais para o esporte do que ma-
lo hoje é o cartão-postal musical do País e está Inicialmente desenvolvida para ser uma nifestação cultural) foi apresentada ao en-
envolvido na maioria das ações culturais da defesa, a capoeira era ensinada aos negros ca- tão presidente Getúlio Vargas, em 1953,
atualidade. Gerou também diversos subgêne- tivos por escravizados que eram capturados e pelo Mestre Bimba. O presidente adorou e
ros e dita o ritmo da maior festa popular bra- voltavam aos engenhos. a chamou de “único esporte verdadeiramen-
sileira, o Carnaval. Os movimentos de luta foram adaptados te nacional”.
Mas os tambores de África trouxeram às cantorias africanas e ficaram mais parecidos A capoeira é hoje Patrimônio Cultu-
também outros cantos e danças. Além do sam- com uma dança, permitindo assim que trei- ral Brasileiro e recebeu, em novembro de
ba, a influência negra na cultura musical bra- nassem nos engenhos sem levantar suspeitas 2014, o título de Patrimônio Cultural Ima-
sileira vai do maracatu à congada, cavalhada e dos capatazes. terial da Humanidade.
120
121
Filipe Frazao/Shutterstock.com
igarapé, capim, guri, caju, maracujá, abaca-
xi, canoa, pipoca e pereba.
Mas não foi só na língua portugue-
sa que tivemos influência indígena. Sua he-
rança para a formação da cultura brasileira
vai além: passa da comida à forma como nos
curamos de doenças. Os nativos, por meio
de sua forte ligação com a floresta, descobri-
ram nela uma variedade de alimentos, como Curumim, como são chamadas as crianças pelos vários povos indígenas.
a mandioca (e suas variações como a farinha, Os portugueses se maravilharam com os nativos, que revela-
o pirão, a tapioca, o beiju e o mingau), o caju ram uma diversidade cultural atordoante. Eram certamente hábi-
tos muito estranhos a um português, dada a riqueza de crenças,
e o guaraná, utilizados até hoje em nossa ali- costumes, hábitos alimentares, vestimentas, organizações sociais,
mentação. Esse conhecimento das popula- mitos, arquitetura, etc.
Segundo a Funai, existem aproximadamente 900 mil nati-
ções indígenas em relação às espécies nativas
vos, que vivem distribuídos por 586 áreas indígenas, perfazendo
é fruto de milhares de anos de conhecimento
da floresta. Lá, eles experimentaram o cultivo 122 Capítulo 5 – Brasil: herança cultural
de centenas de espécies como o milho, a ba-
tata-doce, o cará, o feijão, o tomate, o amen-
doim, o tabaco, a abóbora, o abacaxi, o ma- CG_7ºano_05.indd 122 29/03/2018 13:51:29
mão, a erva-mate e o guaraná. O artesanato também não fica de fora. mos todas essas contribuições dos nativos,
Outro benefício que herdamos da in- Bolsas trançadas com fios e fibras, enfeites e com a influência na toponímia (nome dos
tensa relação dos nativos e a floresta é em ornamentos com penas, sementes e escamas lugares), na onomástica (nomes próprios),
relação às plantas e ervas medicinais. O co- de peixe são utilizados em diversas regiões na culinária e no tratamento de saúde uti-
nhecimento da flora e das propriedades das do País, que sequer têm proximidade com lizando as ervas medicinais. Portanto, não
plantas os fez utilizá-las nos tratamento de uma aldeia indígena. devemos fazer essa dissociação”, explica.
doenças. Por exemplo, a alfavaca que tem Segundo Chang Whan, pesquisadora e
função antigripal, diurética e hipotenso- curadora do Museu do Índio do Rio de Ja- Disponível em: http://progdoc.museudoindio.gov.br/
ra, ou o boldo que é digestivo, antitóxico, neiro, embora nós tenhamos o costume de noticias/retorno-de-midia/66-influencia-da-cultura-
combate a prisão de ventre e pode ser usado separar a cultura indígena da cultura brasi- indigena-em-nossa-vida-vai-de-nomes-a-medicina.
também nas febres intermitentes (que ces- leira, essa dissociação não está correta. “A Acesso em: 26/12/2017.
sam e voltam logo) são descobertas dos na- cultura brasileira resulta da conjunção de
tivos utilizadas no nosso dia a dia. muitas influências culturais, inclusive te-
C
122
10º
Povos indígenas do Brasil atual
Yanomami Makuxi
9.000 15.287 N
Baniwa O L
4.197 Wapixana
5.122 S
Tukano Mawé
2.631
RR
3.000
Apurinã AP
Guajajara
Equador
3.000
0º
6.776
Kulina Potiguara
2.437 4.000
Tikunas Xucuru
18.000 AM 3.000
MA CE
PA RN
PI PB
PE
AC
AL
RO TO SE
10º
Fulni-ô
MT BA 3.500
Kaxinawá (AC e AM)
1.987
DF
Pankararu
Bororo
GO
4.000
4.413
Kamba MG
ES Xakriabá
MS
2.000
20º
3.500
Terena (MS e SP)
Tronco Tupi SP
RJ
9.848
Tronco Jê
PR
Trópico
Kaiowá de Cap
Família Karib 12.000
ricórni
Kaingang (RS, SC, PR e SP)
o
Família Aruak 10.428
Nhandeva
Família Tukano 4.900 SC
RS
Família Pano
Família Bororo
30º
Família Yanomami Oceano
Atlântico
Grupo Tikuna
Yanomami Grupos mais numerosos
0 314 km 628 km
9.000
e número de indivíduos
1:29
O branco
Entre
40º
os grupos culturais brancos que compõem a população
brasileira, predominam os de origem europeia, principalmente os
atlanto-mediterrâneos (portugueses, italianos e espanhóis), germa-
nos (alemães e holandeses), eslavos (poloneses e russos) e asiáticos
do Oriente Médio (turcos, árabes, judeus e libaneses).
Reprodução
de do estado do Rio de Janeiro (Iesp/UERJ). Os
dados indicam que as mulheres negras estão em
desvantagem em relação a outros grupos.
Carla Lima é a primeira da família a concluir
o ensino superior. Ela, assim como muitas mu-
lheres negras, considera que ainda tem que traba-
lhar a mais para provar a competência e se man- Quadro de Benedito Calixto retrata a
ter na profissão que escolheu. “Esse acúmulo de fundação da Vila de São Vicente, em São
Paulo, primeiro núcleo europeu na terra dos
trabalho, essa [necessidade] de mostrar eficiên- “índios”.
nos mais baixos patamares. O rendimento de- “Pretos e pardos que nascem, ou melhor, que lho já atinge de maneira mais severa a população
las era o menor da pesquisa, R$ 800, enquanto as estão no alto, que têm os melhores empregos, têm preta, depois a parda e, por fim, a branca. “A ten-
mulheres brancas obtinham, por mês, R$ 1.496. mais dificuldade de manter esse status social, ten- dência histórica em sociedades marcadas pela de-
Já homens brancos alcançaram quase o dobro do dem a cair mais do que os brancos que nascem sigualdade, como a nossa, é de as elites perderem
rendimento médio das mulheres pretas e pardas, nessa condição”, explicou o cientista político João menos em tempos de crise e ganharem mais em
R$ 1.559. Feres Júnior, que é coordenador do Gemaa e do le- tempos de bonança”, conclui o documento, defen-
No quesito educação, as desigualdades per- vantamento com base na Pnad. Ele também afir- dendo a manutenção de políticas públicas especí-
manecem, mostrando que o caso da advogada mou que os negros que nascem pobres têm mais ficas para negros.
Carla Lima é exceção. O estudo do Gemaa afir- dificuldade de subir para as ocupações mais altas
ma que entre as raças, não há mobilidade social. ou médias do que os brancos que nascem pobres. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
Ou seja, é muito difícil para uma pessoa negra A pesquisa alerta que, em tempos de crise, a humanos/noticia/2017-08/desigualdades-raciais-e-
ascender socialmente e melhorar de vida ou se tendência é que as desigualdades se aprofundem, de-genero-se-mantem-no-pais-constata. Acesso em:
manter lá. como é o caso do desemprego. A falta de traba- 18/12/2017.
C
124
Grandes Lagos
M ar
M a r Neg r o
Cá
spio
Ma
r Mediterrâneo
0 1.255 km 2.510 km
Oceano
Atlântico África
Costa Costa Costa
do do do Área
Escravo Ouro Marfim islamizada
Equador
Brasil
Recife Área Índico
Oriental
Salvador
e
Angola qu
Oceano
bi
am
Pacífico
Moç
Rio de Janeiro
Os negros trazidos escravizados do continente africano para o Brasil pertenciam a diferentes culturas e áreas geográficas.
Negro afro-brasileiro e
desigualdade
Quando a abolição do trabalho escravo dos negros foi alcança-
da, o afro-brasileiro foi jogado à própria sorte, visto que não houve
preparação para que estes ganhassem a tão pretendida liberdade.
1999 2009
Entre 1% mais rico Entre 1% mais rico
88,4
82,5
90 90
80 Entre 10% mais pobres 80 Entre 10% mais pobres
64,8
70 70 70 70
62,9
60 60 60 60
50 50 50 50
1:30
40 40 40 40
30 30 28,7 30 30
20 20 20 14,2 20 25,4
8 8 9,4
1,1
10 10 10 10
1,8
0 0 0 0
Branca Preta Parda Branca Preta Parda Branca Preta Parda Branca Preta Parda
bem como os seus desdobramentos em diver- Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010.
sos níveis e contextos. Discriminação racial é o ato de apartar, separar, segregar pes-
soas de origens raciais diferentes. Parte-se do princípio de que exis-
tem raças inferiores a outras. No Brasil, a Constituição não permite
Anotações que nenhum cidadão seja preterido em virtude de sua cor, sexo, re-
ligião, orientação sexual ou condição social. Isso faz com que essa
discriminação ocorra de forma velada, sem se mostrar claramente.
Diversidade étnica e
questão racial no Brasil
Como vimos, o Brasil não apresenta uma etnia homogênea.
Brancos europeus, negros africanos e indígenas estão na base ge-
nética dos mais de 205 milhões de habitantes do País. Segundo es-
tudos recentes, tendo como base o Projeto Genoma Brasil, mais de
60% dos que se julgam “brancos” têm genes de indígenas ou negros.
Somos majoritariamente mestiços, apesar de o Censo brasi-
leiro operar com categorias margeadas pela cor da pele — branco,
negro ou pardo —, que se fundamentam no contexto social e na
autopercepção.
Um panorama interessante da nossa constituição étnica está
sendo encontrado por um conjunto de pesquisas comandadas pelo
126
Link: https://www.youtube.com/
watch?v=LWBodKwuHCM. Acesso em: 18/12/2017.
Anotações Xingu
Direção: Cao Hamburguer
Sinopse: Três jovens irmãos decidem vi-
ver uma grande aventura. Orlando, Cláudio
e Leonardo, os Irmãos Villas-Bôas, alistam-
-se na Expedição Roncador-Xingu e partem
numa missão desbravadora pelo Brasil Cen-
tral. A saga começa com a travessia do Rio das
Mortes, e logo eles se tornam chefes da em-
preitada, envolvendo-se na defesa dos povos
indígenas e de suas diversas culturas, regis-
trando tudo num diário batizado de A Mar-
cha para o Oeste.
127
Reprodução
Em 6 de fevereiro de 1694, caía, depois de resistir por 65 anos, a
“Troia” negra, símbolo de resistência e liberdade negra. Na manhã da-
quele 6 de fevereiro, as tropas de Domingos Jorge Velho romperam as
muralhas de Palmares. Zumbi e seus homens lutaram ferozmente para
proteger a cidadela, mas o armamento das tropas inimigas garantiu a
derrota do povo palmarino. Após a perda de 400 homens e o aprisiona-
mento de inúmeros outros, a tomada do Mocambo do Macaco pôs fim
ao Quilombo de Palmares. Os 65 anos de luta garantiram a Palmares o
título de “reduto da liberdade”, e a força e o vigor desse povo foram imor-
talizados na figura de Zumbi.
Palmares caiu, mas o ideal de luta e afirmação do povo negro ecoou
para a eternidade.
Quilombo
Direção: Cacá Diegues.
Ano: 1984.
Sinopse: Por volta de 1650, um grupo de escravos se rebela num engenho de Pernambuco e ruma
ao Quilombo dos Palmares, onde uma nação de ex-escravos fugidos resiste ao cerco colonial. Entre
eles, está Ganga Zumba, príncipe africano e futuro líder de Palmares. Seu herdeiro e afilhado, Zumbi,
contestará as ideias conciliatórias de Ganga Zumba, enfrentando o maior exército visto na história
colonial brasileira. Quilombo foi inspirado nos livros Ganga Zumba, de João Felício dos Santos, e
Palmares, de Décio de Freitas.
128
Encerramento
1 A população brasileira é resultante da miscigenação entre etnias brancas, negras e indígenas. Se-
gundo o Censo brasileiro realizado pelo IBGE, a etnia brasileira em maior quantidade no conjunto da
população é a branca, com pouco mais de 50% do total. Marque a alternativa que indica o segundo
maior contingente étnico que constitui a população brasileira.
a. Negro, com aproximadamente 40% do total.
b. Indígena, com aproximadamente 30% do total.
c. X Pardos, com aproximadamente 40% do total.
d. Japoneses, com aproximadamente 20% do total.
e. Mulato, com aproximadamente 35% do total.
129
Anotações II. Cafuzo, caldeamento do indígena com o negro; e caipira, cruzamento do indígena com o branco.
III. Criolo, caldeamento do branco com o indígena; e caboclo, cruzamento do indígena com o negro.
A alternativa correta é:
a. III.
b. I, II e II.
c. II e III.
d. I e II.
e. X I.
6 (Enem) Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os
próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguís-
tico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os
africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre
si de elos culturais mais profundos.
(SLENES, R. Malungu, ngoma vem: África coberta e descoberta do Brasil. Revista USP. n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 –
Adaptado.)
Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência
da escravidão no Brasil tornou possível a:
C
130
7 (Enem) “A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio da ascensão social e fre-
quentemente procurou fazê-lo por rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte,
sobretudo o futebol, música, sobretudo o samba, e dança, sobretudo o Carnaval, foram os princi-
pais canais de ascensão social dos negros até recentemente. A libertação dos escravos não trouxe
consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada nas leis, mas negada na prática. Ainda
hoje, apesar das leis, aos privilégios e arrogâncias de poucos correspondem o desfavorecimento e
a humilhação de muitos.”
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. Adaptado.
Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia racial, o autor demonstra que:
“Às vezes eu acho, Que todo preto como eu, Só quer um terreno no mato, Só seu. Sem luxo, descalço
nadar num riacho, Sem fome, Pegando as fruta no cacho. Aí truta, é o que eu acho, Quero também,
Mas em São Paulo, Deus é uma nota de 100, Vida loka” (Racionais Mc’s – Vida Loka – Parte II).
b. Devido ao processo de miscigenação que apresenta a atual sociedade brasileira, tanto a etnia
branca quanto a etnia negra está diminuindo proporcionalmente para dar espaço à população
parda ou mestiça.
c. Sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do
Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navega-
dores, bandeirantes, líderes militares, entre outros, foram sempre considerados heróis nacionais.
Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos que em breve outros
9 Muitas vezes usamos as palavras sociedade, povo, nação e país como sinônimos. Apesar de parecidas,
essas palavras não significam exatamente a mesma coisa. Portanto, é necessário saber o significado de
cada uma delas.
Assinale a alternativa incorreta:
a. Entende por povo os grupos de pessoas que falam a mesma língua e possuem as mesmas tradi-
ções. Por exemplo: o povo brasileiro, o povo judeu, o povo cigano etc.
b. X Um povo precisa ter necessariamente território próprio, para ser considerado assim.
c. Nação é o mesmo que povo, isto é, um conjunto de pessoas com língua e tradições comuns, e
que possuem um território com governo e leis próprias. Além disso, a ideia de nação tem um
sentido mais amplo de um vínculo que une os indivíduos por meio de uma identidade nacional.
d. Um agrupamento de indivíduos que vive num certo espaço geográfico e se relaciona de acordo
com determinadas regras é uma sociedade. Em Geografia, nosso interesse é a sociedade humana,
pois é ela que modifica profundamente a natureza e constrói o espaço geográfico.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
133
Migrações internas
anteriores ao século XX
Até o início do século XX, a população brasileira deslocou-se
por diferentes ciclos econômicos, pois, como resultado da cons-
trução histórica, a nossa economia esteve voltada para atender os
interesses dos centros de poder, fato que desenvolveu uma econo-
mia na qual, periodicamente, um produto despontava como mais
importante, gerando uma área momentaneamente rica e próspera,
tornando-se polo de atração populacional.
Inicialmente, nos séculos XVI e XVII, a Zona da Mata nordes-
tina, em virtude do desenvolvimento do Ciclo do Açúcar, tornou-
-se a primeira área de povoamento efetivo do Brasil, atraindo para
ela toda sorte de aventureiros, trabalhadores livres e pequenos co-
merciantes (mascates).
Foi a partir da metade inicial do século XVII, com o impedi-
mento da criação bovina na região açucareira, que ocorreu o pri-
meiro deslocamento populacional para o interior do Brasil, com a
penetração da pecuária para o agreste e sertão do Nordeste.
O século XVIII apresenta uma mudança do eixo econômico.
A quebra da economia do açúcar e a descoberta do ouro nas Minas
134
Geografia em cena
135
Migrações entre as
Os fluxos migratórios no décadas de 1930 e 1960
Brasil
A quebra da economia cafeeira não diminuiu o poder de
Revisitando o histórico dos fluxos migra- atração da Região Sudeste sobre outras áreas brasileiras, pois essa
porção do espaço brasileiro construiu um parque industrial para
tórios, é possível compreender que eles se es- substituição de produtos importados e, após o término da Segunda
gotam com o tempo. A marcha para o Oes- Guerra Mundial, com o acelerado desenvolvimento econômico de
te do País, em 1970, era formada, sobretudo São Paulo, o Sudeste cresceu economicamente, ao mesmo tempo
em que o Nordeste padecia com a estagnação agroindustrial.
por sulistas em busca de fronteiras agríco- Lá estavam os nordestinos novamente, na estrada, lotando paus de
las e a fim de colonizar estados como Rondô- arara. Vários dos que foram atraídos pela oferta de empregos nas indús-
trias terminaram trabalhando como peões na construção civil ou como
nia, mas perdeu força gradualmente. “E, com
subempregados, fazendo pequenos biscates. Outros grupos de nordesti-
a concentração de terras e a organização de nos, denominados candangos, foram seduzidos
Agência Brasil
pastagens, estados como Mato Grosso deixa- pelo “canto da sereia” e seguiram para construir
Brasília, entre 1956 e 1960. Muitos ficaram por
ram de representar boas oportunidades de- lá, dando origem às cidades-satélites.
pois de 1980”, conta José Marcos da Cunha, Os desencantados com o Planalto Cen-
demógrafo da Universidade Estadual de Cam- tral iniciaram, timidamente, uma migração em
direção às novas áreas de fronteiras no Mato
pinas (Unicamp). O volume de ida para o es- Grosso e em Rondônia, em busca da riqueza
tado de São Paulo também diminuiu conside- nos garimpos de ouro e pedras preciosas.
ravelmente entre 1995 e 2000: os imigrantes Originalmente, a palavra candango era usada para referir-se
(assim denominados os que chegam) eram 1,2 aos trabalhadores vindos principalmente da Região Nordeste
do Brasil para a construção de Brasília.
milhão e, entre 1999 e 2004, passaram a so-
mar 870 mil, segundo dados obtidos na Pnad. 136 Capítulo 6 – Brasil: movimentos migratórios
Mas muitas pessoas também fizeram o cami-
nho inverso no mesmo período: foram 105
mil emigrantes (assim denominados os que CG_7ºano_06.indd 136 29/03/2018 13:56:03
saem) a mais que imigrantes. Cunha. As hipóteses apresentadas para justi- ginários do Nordeste e de estados nortistas.
Conforme explica Fausto de Brito, de- ficar esse movimento estão relacionadas à re- Outra mudança é a do perfil de quem sai.
mógrafo da Universidade Federal de Minas dução e terceirização do emprego na indústria Brito explica que antes a família toda migra-
Gerais (UFMG), o movimento de pessoas faz no Sudeste, aos novos focos de crescimento va. Agora, quem deixa sua terra tende a ir sozi-
parte da dinâmica das sociedades. É normal, econômico no Nordeste e aos programas de nho. “Problemas de moradia, oferta de empre-
portanto, surgirem novos fluxos . Atualmen- transferência de renda do governo federal. go e violência contribuem para isso”, comenta.
te, o movimento que mais chama a atenção é o A lista de novidades inclui movimentos E as intenções também mudaram: o emigran-
de volta aos locais de origem. Muita gente, por que ocorrem dentro de alguns estados, como te de agora almeja ficar fora o tempo suficien-
exemplo, está deixando o Sudeste e voltando o Paraná: sua atratividade está concentrada te para ganhar um bom dinheiro.
para o Nordeste: o crescimento do volume na área metropolitana de Curitiba. E, quanto
de migrantes nesse fluxo foi de 19% entre os aos deslocamentos interestaduais, vale desta- Disponível em: https://novaescola.org.br/
períodos de 1995 – 2000 e 1999 – 2004. “É car o Pará, o único na Região Norte que man- conteudo/2323/os-fluxos-migratorios-no-brasil. Acesso
um retorno expressivo, nunca visto antes”, diz tém um volume crescente de imigrantes ori- em: 18/12/2017. Adaptado.
C
136
Migração – 1950–1970
Oceano
RR
AP
Atlântico
Equador
AM
CE
MA RN
PA
PI PB
PE
AC
AL
RO
TO SE
MT
BA
N DF
GO
O L
MG
S MS
ES
SP
RJ
Principais fluxos
migratórios no
PR Trópico de
Capricó
período de 1950–1970 rnio
Fonte: SANTOS, R. B., 1994.
SC
0 488 km 976 km
Oceano
RS
Atlântico
1990
O período que compreende as décadas de 70 e 90 continua
a apresentar, como movimento migratório mais forte, o clássico
fluxo de nordestinos para a Região Sudeste. Contudo, essa década
revela ocorrências de fluxos migratórios bem menores: segundo a
Migração – 1970–1990
Oceano
Equador
RR
AP Atlântico
AM
CE
MA RN
PA
PB
PI
TO PE
AC
AL
BA SE
RO
MT
DF
GO
MG
MG
MS ES
0 488 km 976 km
SP RJ
Trópico de
Principais fluxos PR Capricór
nio
migratórios no
período de 1970–1990
Elaboração: SIMIELLI, 1999, com dados de
SC
SANTOS, R. B., 1994, e OLIVEIRA, A. V., 1996.
Oceano
N
RS
Atlântico
O L
Migrações a partir da
década de 1990
A partir da década de 1990, com a implantação de novas téc-
nicas de produção, surge um novo tipo de migração, denominada
migração de retorno: trata-se de movimentos populacionais de
volta às origens. O migrante retorna a sua terra depois de ter pas-
sado, pelo menos, um ano em outra região. No Brasil, a partir da
década de 1990, esse movimento passou a destacar o retorno de
nordestinos, tanto de aposentados quanto daqueles que voltaram
atraídos pelo crescimento econômico das capitais e cidades médias
do Nordeste, no processo de desmetropolização ou desindustriali-
zação do Sudeste.
AM
MA CE RN
PA
PI PB
PE
AC
TO
AL
RO SE
MT
BA
DF
MG
GO
0 488 km 976 km ES
MS
RJ
O L RS
Sugestão de
leitura 10º
Anotações
Principais fluxos
migratórios na
década de 2000 SC
RS
O L
140
Vitoriano Junior/Shutterstock.com
ção, com forte apelo didático, na perspectiva
tensa mecanização da agricultura, acarretando uma modernização
do processo produtivo, onde o elemento humano é, progressiva- das ciências humanas e do ideal de cidadania.
mente, substituído por máquinas e equipamentos, como tratores,
colheitadeiras, arados mecânicos e ceifadoras.
Por outro lado, a estrutura fundiária sofre um processo ace- Sugestão de
lerado de ampliação de concentração, a partir da capitalização dos
grandes proprietários, pois estes podiam comprar as novas tecno-
filme
logias ou receber empréstimos públicos para adquiri-las e passaram Fugindo da seca e da miséria, a imigração
a comprar as terras dos pequenos e médios proprietários que, por nordestina é muito forte na Região Su-
não ter acesso às novas tecnologias, faliram. deste, principalmente em São Paulo. Acima,
quarteto de forró pé de serra, que representa a
O menino e o mundo
O campo esvaziou-se; em contraposição, a cidade inchou, a cultura do Nordeste se apresentando em bairro
comercial da capital paulista.
comunidade cresceu, e a zona urbana passou a apresentar uma série
de problemas, como hipertrofia do setor terciário, que se entope Direção: Alê Afreu
de subempregados, biscateiros e vendedores ambulantes. Uma vez Sinopse: O filme conta a história de uma
que a industrialização não gerou empregos suficientes para todos, o criança que vive no campo com seus pais. No
cinturão de miséria cresce a cada dia, deixando expostos os proble-
mas do êxodo rural. entanto, logo no início ela passa por uma si-
tuação que é responsável por marcar toda a
Geografia em cena sua vida: seu pai parte em busca de melhores
O maior ponto de concentração de nordestinos no Sudeste condições sociais. Assim como retratado no
é atualmente chamado de Centro Luiz Gonzaga de Tradições filme, o êxodo rural (abandono do campo por
Nordestinas, também conhecido como Feira de São Cristó-
melhores condições de vida) era um dos des-
vão, um pedaço do Nordeste no Rio de Janeiro. São cerca de
700 barracas fixas, semelhante à Feira de Caruaru, onde se pode tinos de grande parte da população do Nor-
encontrar praticamente tudo a respeito da cultura nordestina. deste brasileiro, principalmente. O índice de
Para quem deseja matar a saudade do Nordeste são oferecidas
comidas típicas, como tapioca, carne de sol, sarapatel e bucha-
migrações campo-cidade foi maior nas dé-
da; além de outras atrações, como artesanato, trios e bandas de cadas de 1960 e 1980 e teve como alguns de
forró, dança, cantores, repentistas e literatura de cordel. A feira seus motivos a urbanização das médias e gran-
está localizada no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.
des cidades (que gerou grande oferta de em-
Tomaz Silva/ABr
Anotações
141
imigrações europeia e japonesa, que contribuiu Durante todo esse período as migrações no Brasil estavam condicionadas aos ciclos econômicos.
cada 100 brasileiros 16 residiam em estados que nho Baptista, docente da Pontifícia Universi- Região Metropolitana da capital paulista, cons-
não lhes serviram de berço. Ceará, Bahia, Minas dade Católica (PUC) de São Paulo. “Dadas as tituída de 38 municípios onde moram 18 mi-
Gerais, Paraíba e Pernambuco são as unidades precárias condições de vida no lugar de origem, lhões de pessoas (censo de 2000). “É difícil ter
da Federação de onde mais partem grandes levas eles continuam correndo atrás de uma vida me- números precisos sobre o caminho de volta,
de migrantes, segundo Luiz Bassegio, secretário lhor, alimentados pela ilusão de que São Paulo mesmo porque há muita gente que se vai por
do Serviço Pastoral dos Migrantes da Conferên- é a resposta a seus desafios”, diz. Isso está crista- conta própria e não é contabilizada nas rodo-
cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do lino nos números do último censo do IBGE e viárias”, diz Bassegio. Dados tabulados pelo
Grito dos Excluídos Continental. nos registros dos estudiosos do assunto. A mi- IBGE mostram que, de 1991 a 2000, teriam
O destino preferencial dessas pessoas, gração continua ativa, mas seu padrão mudou saído do estado rumo a outros pontos do ter-
como se sabe, foi e continua sendo São Paulo. na década passada: segundo pesquisas realiza- ritório nacional 468 mil pessoas (os nordesti-
“A industrialização e a urbanização da capital das, São Paulo está mandando mais gente em- nos puxam a lista) e chegado, no mesmo perío-
paulista sempre atraíram os brasileiros do Nor- bora do que recebendo. O fenômeno se ma- do, 400 mil.
deste”, observa a socióloga Dulce Maria Touri- nifesta em todo o estado, com destaque para a A Pesquisa Nacional por Amostra de Do-
142
do campo para cidade, que teve como consequência o inchaço urbano e a formação de habitações irregulares
RR
AP
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MT
TO BA SE
do Brasil, devido a uma nova dinâmica da economia
MS ES
N
SP RJ
O L PR
S SC
RS
0 628 km 1.256 km
micílios (Pnad), do IBGE, também indica o parece que está havendo um processo de ‘circula-
abrandamento da migração. José Marcos Pinto ridade’ da migração”, explica ele.
da Cunha, demógrafo e pesquisador do Núcleo Fato é que, apesar de todos os problemas, o
de Estudos de População (Nepo) da Universida- Sudeste persiste exercendo um fascínio sobre os
de Estadual de Campinas (Unicamp), diz que, migrantes. Isso se explica por uma série de fatores,
com base nos números da Pnad de 2004, divul- como a continuada preferência pela cidade de São
gados no final de 2005, é possível concluir que a Paulo, onde, em relação a algumas outras capitais,
migração recuou em torno de 29%. “Não se trata o migrante tem mais chances de sobreviver.
de uma redução calculada em função do aumen-
to do retorno, embora ambos os fenômenos pos- Disponível em: https://www.sescsp.org.br/online/
sam ter relação (ou seja, se mais pessoas voltam artigo/compartilhar/399 7_OS+ RETIRANTES
talvez isso implique diminuição da ida). Não é +DE+VOLTA+AO+NORDESTE. Acesso em:
possível fazer uma associação direta, até porque 18/12/2017.
143
Para compreender melhor a saga do nordestino, como principal elemento migrante do Brasil,
Com crise, mais brasileiros indicamos duas leituras: O Quinze, de Rachel de Queiroz, e Morte e Vida Severina, de João Cabral
de Melo Neto.
passaram a trabalhar por conta
própria
Cenário 2
tratar. “Aí, a reação deles ante a dificuldade O fotógrafo Fernando Azevedo, do Rio te não contribui para a Previdência Social.
de encontrar emprego é buscar algum tipo de de Janeiro, é um desses trabalhadores. Depois Já o professor de educação física Pedro
renda por meio de um microempreendimen- de atuar por 18 anos em várias editoras e asses- Copelli, também autônomo, começou recen-
to ou alguma atividade que se configura como sorias de imprensa, resolveu dar uma guinada temente a contribuir para o INSS como forma
por conta própria, e continuar contribuindo total na vida. Ele se tornou criador de móveis, de se preparar para a aposentadoria. Embora
para a Previdência Social, mas agora não mais só fotografa suas criações e há cerca de um mês tenha curso superior e não enfrente dificul-
como um empregado formal”. abriu uma loja em Maricá, na Região dos La- dades em arranjar emprego, ele preferiu tra-
No entanto, segundo Foguel, dependen- gos, para venda de seus produtos. balhar por conta própria, mas não descarta a
do da restrição orçamentária e da oferta de tra- O empreendimento está dando tão certo possibilidade de retorno ao mercado formal.
balho na nova fase profissional, alguns deixam que Azevedo está se preparando para contra- “Se aparecer algum emprego legal com cartei-
de pagar o Instituto Nacional do Seguro So- tar uma funcionária para a loja, além dos dois ra assinada eu pego porque, na nossa área, é di-
cial (INSS) porque não podem ou não que- marceneiros que já trabalham com ele. O fo- fícil você trabalhar em um só lugar”, disse.
rem bancar essa despesa. tógrafo e agora designer de móveis atualmen- Copelli dá cursos de exercícios funcio-
144
Alena Zharava/Shutterstock.com
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
economia/noticia/2016-01/crise-eleva-trabalho-por-
conta-propria-no-brasil-indica-economista-do-ipea.
Acesso em: 19/12/2017.
Sugestão de
A cidade de Olinda foi um dos primeiros núcleos de povoamento do Brasil, iniciado em 1535.
abordagem
Com a implantação das Capitanias Hereditárias, começou
efetivamente o processo de colonização do Brasil, em 1534, com A reflexão sobre o papel do ser humano
a chegada de Duarte Coelho, para assumir a capitania de Pernam-
dentro da sociedade onde vive é importante.
buco, e de Martim Afonso de Souza, em São Vicente, no litoral
paulista, gerando a onda dos primeiros imigrantes portugueses que Leve os alunos à reflexão de que eles são se-
vieram povoar e explorar a terra. A prosperidade das duas capita- res socialmente ativos e modificadores do seu
nias se deu a partir do cultivo da cana-de-açúcar para produção do
açúcar, de alto valor comercial no mercado europeu. A exportação
meio. Use os textos da leitura complementar
do ouro branco foi parte de um ciclo econômico que trouxe mais para enriquecer suas aulas.
colonos portugueses e também mão de obra africana para trabalhar
em todas as etapas da produção do açúcar, desde o plantio até a ex-
portação, que deu origem a núcleos de povoamento no Nordeste,
como Olinda e Salvador, bem como Sergipe e o recôncavo baiano.
O Agreste e o Sertão nordestinos foram ocupados pela pecuária,
pois não era admitido outra atividade produtiva na Zona da Mata
Anotações
que não fosse relacionada com o açúcar. Dessa maneira, o forne-
cimento de carne, queijo e couro era feito pelas fazendas de gado
do Sertão e do Agreste, tendo consequência no povoamento des-
sas regiões. Os africanos imigraram como escravos, e os indígenas
foram dizimados e suas terras ocupadas, pois não se adaptaram ao
trabalho nas lavouras de cana.
Com a invasão holandesa, tivemos a chegada de mais uma leva
de imigrantes, como os novos cristãos (judeus convertidos), por
causa das perseguições religiosas, além dos próprios holandeses.
Claro que a motivação sempre foi econômica, pois o Brasil seria
uma terra de novas oportunidades tanto para os portugueses e ho-
landeses como para os judeus. Com a retirada dos holandeses, em
nais e aulas de futebol feminino há seis anos O avanço do trabalho por conta própria
em um clube em Botafogo, zona sul do Rio de também pode ter impacto sobre os números
Janeiro. No mesmo bairro, dá aulas de futsal da informalidade no Brasil, de acordo com o
em um colégio e está pensando em ampliar o economista do Ipea. Segundo ele, consideran-
trabalho, com a abertura de turmas de futevô- do que os trabalhadores por conta própria se
lei, na praia. Segundo ele, trabalhar por conta subdividem entre os que contribuem para a
própria está sendo compensador e, até agora, Previdência Social e os que não contribuem,
a crise econômica não afetou suas atividades. alguns analistas associam o aumento desse
“Tenho um número razoável de alunos tipo de trabalho como um indicador de cres-
porque não tenho muito concorrente. Com cimento da informalidade, já que nem todos
o fechamento das escolas de futebol feminino pagam o INSS.
do Fluminense e do Flamengo, muitas meni- “Se a gente considerar que esse trabalha-
nas migraram para nós”, disse o professor. dor por conta própria que contribui para a
145
Cassandra Cury/Shutterstock.com
sa época, também, que o poder da cafeicultu-
ra começa a surgir.
Anotações
146
Anotações
147
Filipe Frazao/Shutterstock.com
porta mais de uma interpretação. A primeira
delas, repetida à exaustão em livros de auto-
res desatentos e em salas de aula, sustenta que
naquele período se revezaram na presidência,
um sucedendo ao outro, políticos paulistas e
mineiros. Como São Paulo detinha a hege-
monia na produção do café e Minas Gerais a
do leite e dos laticínios, eis a engrenagem café Teatro Amazonas em Manaus – um dos
símbolos do período de riqueza do Ciclo
com leite se impondo ao resto do País. Ora, da Borracha.
apenas duas vezes — na sucessão de Rodrigues Na Região Sudeste, a atividade econômica começou a ganhar
Alves por Afonso Pena e na de Artur Bernar- força com a diversificação dos setores da economia, pois o setor ter-
ciário começava a ganhar força para atender às necessidades da região
des por Washington Luís — ocorreu uma tro- mais próspera do País, onde a renda das famílias era maior e o con-
ca de político paulista por mineiro, ou minei- sumo de serviços em maior escala e de melhor qualidade também. O
ro por paulista. surto de industrialização, devido à Primeira Guerra Mundial, foi ou-
tro fator de diversificação da economia do Sudeste, que tinha o maior
mercado consumidor do Brasil. O café ainda era a principal riqueza,
mas já mostrava sinais de perda de força e era muito dependente das
ações do Governo Federal para manter a sua estrutura produtiva. Na
Anotações década de 1930, após a crise de 1929, toda a cadeia produtiva do café
ruiu, deixando um vazio econômico no Brasil, que perdeu seu prin-
cipal produto de exportação desde a década de 1830. No entanto,
houve uma migração dos capitais do café para a implantação daquela
que viria a ser a principal atividade econômica a atrair fluxos de imi-
grantes para a região: a industrialização.
O governo Vargas passou a incentivar a indústria com a políti-
ca da substituição das importações. Com isso, o Brasil, a partir da
década de 1940, iniciou um irreversível processo de industrializa-
Diálogo com o
professor
148
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
de Humberto Mauro; Jubiabá, de Nelson Pe-
reira dos Santos; e obras como O Lavrador de
Café, de Cândido Portinari.
Sugestão de
filme
149
Mas a Polícia Federal já mapeou que não “Os haitianos não tinham visto para entrada, baixou a Resolução Normativa nº 97/12, que
se trata apenas de uma migração espontânea. mas chegavam à fronteira e solicitavam refú- criou o visto por razões humanitárias para os
Os haitianos são trazidos para o Brasil por gio. Somos obrigados a dar entrada em pedi- imigrantes do Haiti.
uma máfia de facilitadores (os “coiotes”), que dos de refúgio, mas essas regiões não estavam Desde então, 1.300 vistos humanitários
cobram caro por isso. Nessa rota, os imigran- preparadas para receber um fluxo tão grande foram autorizados, de um total de mais de
tes haitianos seguem de avião do Haiti até o de estrangeiros”, disse Souza. 4.500 imigrantes haitianos que ingressaram
Equador, onde não precisam de visto, e atra- Porém, o Comitê Nacional para Refugia- no Brasil desde 2010. Porém, o conselho limi-
vessam de ônibus o Peru, por onde chegam ao dos (Conare) concluiu não haver fundamen- tou o número de vistos desse tipo a 1.200 por
Brasil. A viagem chega a levar três meses. tos para a concessão do status de refúgio para ano. Cada visto pode incluir os familiares do
O diretor do Departamento de Imigra- os haitianos no Brasil, já que refúgio pressupõe beneficiado. O visto especial tem validade de
ção e Assuntos Jurídicos do Ministério de Re- que a pessoa seja vítima de perseguição em cinco anos e, para obtê-lo, o interessado preci-
lações Exteriores do Brasil, Rodrigo do Ama- seu país. Assim, o Conare enviou o caso sa apresentar apenas passaporte e negativa de
ral Souza, conta o que acontece nas fronteiras: para o Conselho Nacional de Imigração, que antecedentes criminais.
150
Ensaio geográfico
1 Faça uma relação entre o apogeu e a decadência dos ciclos econômicos e migrações entre as diversas
regiões do Brasil.
As migrações obedeceram aos fluxos produtivos e ajudaram na formação das diferentes regiões brasilei-
ras, como os ciclos econômicos. Uma região em seu apogeu econômico atrai imigrantes, mas, quando
2 O ciclo da mineração foi muito importante para o povoamento do Brasil. Apresente duas justifica-
tivas para essa afirmação.
O fluxo de migração acelerado povoou rapidamente partes do Mato Grosso, Goiás e principalmente
151
maior parte da população não teve acesso a terra e, num contraste com as elites enriquecidas, cresceu e
condições de educação e saúde porque uma população é mais capaz e produtiva quando tem acesso a esses
serviços. Ou seja, quanto maior os níveis educacionais e de saúde de uma população, maior será a sua renda.
Sinopse: Decidido a mudar seu destino, Gonzaga sai de casa ainda jovem e segue para cidade
grande, em busca de novos horizontes e para apagar uma tristeza amorosa. Lá, ele conhece uma
bela mulher, Odaleia, por quem se encanta. Após o nascimento do filho e complicações de saúde da
esposa, ele decide voltar para a estrada para garantir os estudos e um futuro melhor para o herdeiro.
Para isso, deixa o pequeno aos cuidados de amigos no Rio de Janeiro e sai pelo Brasil afora. Só não
imaginava que essa distância entre eles faria crescer uma complicada relação, potencializada pelas
personalidades fortes de ambos. Baseada em conversas realizadas entre pai e filho, esta é a história
do cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, também conhecido como O Rei do Baião, ou Gonzagão, e
de seu filho, popularmente chamado de Gonzaguinha.
Central do Brasil
CG
Sinopse: Central do Brasil é um filme comovente e emocionante. Dora escreve cartas para analfabetos
na estação Central do Brasil. Uma das clientes de Dora é Ana, que vem escrever uma carta com o seu
filho, Josué, um garoto de nove anos, que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Na saída da esta-
ção, Ana é atropelada, e Josué fica abandonado. Mesmo a contragosto, Dora acaba acolhendo o menino
e envolvendo-se com ele. Termina por levar Josué para o interior do Nordeste, à procura do pai. À medida abordagem
que vão País adentro, esses dois personagens, tão diferentes, vão-se aproximando. Começa, então, uma
viagem fascinante ao coração do Brasil, à procura do pai desaparecido.
Com a atividade 1 da seção Encerramen-
Pequeno dicionário geográfico e cultural to, peça para que os seus alunos façam uma re-
flexão sobre o quadro de Portinari , o qual re-
Aventureiro: Aquele que se aventura. duto ou uma atividade comanda a economia. trata o êxodo rural. Peça para que eles narrem
Biscates: Pequenos trabalhos temporários. Contingente: Quantitativo populacional.
Brasiguaios: São imigrantes brasileiros ou Estrutura fundiária: Organização das pro- fatos ou situações que conhecem de pessoas
seus descendentes que vivem no Paraguai. priedades rurais. que saíram de sua terra-natal para buscar uma
Canto da sereia: Sedução. Diz-se de oportunida- Paus de arara: Tipo de veículo, caminhão
situação de vida melhor.
des aparentemente muito vantajosas, numa alu- adaptado para transporte de pessoas.
são ao poder de sedução que elas exercem sobre Saga: Destino, aventura.
as pessoas, tais como o canto das lendárias sereias. Veios auríferos: Depósitos de ouro injetado Diálogo com o
Ciclos econômicos: Fases em que um pro- nas rochas por processos metamórficos.
professor
Encerramento
Use a seção do Encerramento para sanar
1 Observe a imagem abaixo.
as possíveis dúvidas dos alunos. Se for neces-
Agora, responda: sário volte alguns temas para que todo o con-
Reprodução
:07
153
a. Por quais motivos São Paulo tornou-se a maior área de atração populacional do Brasil ao longo do
século XX?
Devido ao momento econômico representado pela industrialização desde a década de 1940.
b. Quais os tipos de empregos nos quais os nordestinos se ocuparam quando chegaram a São Paulo?
Construção civil e em várias atividades do setor terciário, como o comércio.
4 Observe:
Houve um momento na história do Brasil em que diversos intelectuais e jovens “rebeldes” foram expul-
sos ou deixaram o país, caracterizando um pequeno movimento de emigração. Sobre o tema, responda:
CG
7,7
Anotações
S
ES 7,1
0 488 km 976 km
SP
6,4 6,4 6,4 5,4
RJ
Sul
Mulheres Homens Total
(UFBA — Adaptada) Com base na análise do infográfico e nos conhecimentos sobre as migrações no
Brasil, com destaque para as nordestinas, é correto afirmar que:
a. a seca, a pobreza e a atração econômica exercida pelas outras regiões brasileiras foram os princi-
pais motivos dos fluxos migratórios extrarregionais dos nordestinos.
b. o Estado de São Paulo, nas últimas décadas, tem recebido um pequeno número de migrantes,
porém, é perceptivo aos nordestinos como no passado, em virtude, sobretudo, da saturação do
mercado de trabalho para a mão de obra não qualificada.
c. a “migração de retorno” é formada por pessoas de mais de 50 anos, com alta escolaridade, que
são atraídas pela boa qualidade de vida do Nordeste.
d. a migração realizada entre os estados do Nordeste é relativamente baixa, porque os benefícios
fiscais dos governos estaduais atraíram inúmeras indústrias, cujo mercado de trabalho absorveu
toda a mão de obra disponível em seus estados.
e. X as migrações internas no Brasil, ao longo da sua história, sempre ocorreram no sentido Centro-
-Oeste/Sul.
:08
155
Minas Gerais
Norte e Centro- Goiás
-Oeste Mato Grosso
(Planos de (Mineração – século
colonização) XVIII)
1970-1980
Centro-Oeste
Amazônia
(Construção de
Borracha
Brasília)
1860-1910
Década de 1960
São Paulo
Rio de Janeiro
Indústria
Após 1930
nômicas, tendo como o migrante nordestino um papel fundamental no processo de construção do Bra-
sil. É importante atentar para a caracterização do migrante não se encontrar caracterizado pela figura
Centro-Oeste
418.143
281.553 Sudeste
656.386
668.801
Sul N
O L
252.947 Legenda
S
154.094 Imigrante
Emigrante
10 (Uneal) A expressão “brasiguaios” vem sendo empregada pela geografia dapopulação para designar:
a. os proprietários de terra paraguaios que vivem no Brasil, dedicando-se ao cultivo, em larga esca-
la, de soja e milho, particularmente no Centro-Sul do País.
b. X os camponeses, “sem-terra”, arrendatários e proprietários de terra, provenientes do Brasil, que
ultrapassam a fronteira com o Paraguai e se estabelecem em áreas agrícolas desse país.
c. os camponeses paraguaios que se dedicam às atividades artesanais, nas cidades fronteiriças com
o Brasil.
d. os traficantes de drogas que se instalam em cidades brasileiras e paraguaias, alternando-se ao
longo do ano.
e. os arrendatários paraguaios que se dedicam à pecuária extensiva no Mato Grosso do Sul, mas
que obtiveram a cidadania brasileira.
A restituição da passagem
As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos,
sendo agricultores e destinando-se à lavoura do Estado de São Paulo, como colonos nas fazendas ou esta-
belecendo-se por conta própria em terras adquiridas ou arrendadas de particulares ou do governo, fora dos
subúrbios da cidade, podem obter a restituição da quantia que tiverem pago por suas passagens.
Adaptado de O imigrante, nº 1, janeiro de 1908.
A publicação da revista O imigrante fazia parte das ações do governo de São Paulo que tinham como
objetivo estimular, no final do século XIX e início do XX, a ida de imigrantes para o Estado. Para isso,
ofereciam-se inclusive subsídios, como indica o texto.
Essa diretriz paulista era parte integrante da política nacional da época que visava à garantia da:
a. X oferta de mão de obra para a cafeicultura.
b. ampliação dos núcleos urbanos no interior.
c. continuidade do processo de reforma agrária.
d. expansão dos limites territoriais da federação.
12 (Fuvest) Segundo dados do IBGE (2006), o Estado de São Paulo tem-se caracterizado por um
número maior de pessoas que dele saem. Segundo estudiosos, tal fenômeno é relativamente novo e diz
respeito, principalmente, à:
a. “migração de retorno” de estrangeiros radicados no Estado, os quais, por motivos de ordem econômica,
estão voltando a seus países de origem, cujas economias demonstram, na atualidade, maior dinamismo.
b. emigração de paulistas para os Estados Unidos, atraídos por melhores condições de trabalho e
de vida, bem como pela possibilidade de remeter valores às suas famílias que aqui permanecem.
c. X “migração de retorno” de brasileiros, sobretudo nordestinos, que, ao buscarem melhores condi-
ções de vida, e por não as encontrarem, retornam a seus estados de origem.
d. migração de paulistas para outros estados do país, em busca de novas frentes de emprego e qua-
lidade de vida, dada a estagnação do setor terciário paulista.
e. emigração de um grande número de paulistas descendentes de japoneses, para o Japão (decassé-
guis), devido às excelentes condições de vida a eles oferecidas naquele país.
13 (UFRN) “O Ministério da Justiça brasileira, entre 2009 e o primeiro semestre de 2011, regulari-
zou a permanência no Brasil de 18.004 bolivianos. De acordo com as estatísticas, os bolivianos são a
comunidade estrangeira que mais cresce em São Paulo, e a principal motivação para esse deslocamento
é a busca por emprego.”
Disponível em http://bolivianosnobrasil.blogspot.com.br/2012/05/bolivianos-sao-comunidade-estrangeira.html. Aces-
so: 21/03/2018.
Pau de Arara
Luiz Gonzaga
17 (UFV) De acordo com diversas estatísticas, inclusive as do próprio governo, mais de 30% da população
brasileira vive abaixo da “linha de pobreza”, isto é, não consegue satisfazer condições mínimas de alimenta-
ção, saúde, transporte, moradia etc. Assinale a opção abaixo que aponta uma causa correta dessa situação.
a. O modelo de desenvolvimento industrial centrado na produção de bens de capital.
b. O elevado crescimento populacional nos centros urbanos.
c. As longas secas que afetam a Região Nordeste.
d. O processo de migração do campo para a cidade, intensificado na década de 70.
e. X A excessiva concentração de renda.
18 (UERJ) “Em 1989, quase todos os 407 operários da cidade de Pacajus (CE) estavam na fábrica de
suco e castanha-de-caju Jandaia. Hoje, a cidade abriga a fábrica de jeans da Vicunha, a Rigesa, produto-
ra de papel, e uma cadeia de fornecedores. O número de empregos chegou a 5.188, um salto de 1.147%.
‘São Paulo já foi o Eldorado de todo cearense’, diz o mecânico de tecelagem Genival Soares da Silva, que
morou nove anos na capital paulista. ‘Mas hoje o futuro está aqui’, completa o operário, que ganha R$
550,00, metade do que recebia em São Paulo.”
Adaptado de Folha de S.Paulo, 19 set. 99.
A partir do texto, as mudanças na relação entre a economia paulista e algumas áreas do Nordeste, no
que tange ao emprego, podem ser traduzidas pela seguinte afirmação:
Triste Partida
Patativa do Assaré
I. As regiões abordadas na composição são o agreste e a Zona da Mata nordestina, onde a ocorrência
de chuvas é no outono/inverno, predominante entre os meses de março e agosto.
II. A seca é um fenômeno natural, suas consequências sobre a população camponesa pobre é de cunho
puramente socioeconômico. Enquanto os pobres são duramente penalizados com as secas, os ri-
cos, donos de terras, até chegam a ser favorecidos com a estiagem.
III. O migrante nordestino, além das questões econômicas e sociais, também sofre problemas de
ordem afetiva e psicológica com o choque cultural, o preconceito do qual é vítima, a baixa
autoestima, a perda de referenciais de identidade e a necessidade de adaptação a outro estilo
de vida.
Está(ão) correta(s).
a. Apenas as proposições I e III.
b. X Apenas as proposições II e III.
c. Apenas as proposições I e II.
d. Apenas a proposição I.
e. Todas as proposições.
Capítulo 7
natural e social.
• Compreender os motivos das migrações.
BNCC
Habilidades trabalhadas
A população brasileira no capítulo
A Rua 25 de Março é uma região de comércio po-
pular muito grande e perto do centro de São Paulo,
Brasil.
Anotações
Conheceremos, no
decorrer deste capítulo,
os principais conceitos que
estruturam o estudo da população
brasileira. Examinaremos a dinâmica de
crescimento populacional de nosso país
e os índices que precisam ser revistos
pelos governantes a fim de melhorar
a qualidade de vida da populção
brasileira.
hutterstock.com
Diego Grandi/S
Capítulo 7 – A população brasileira 163
Quantos somos e
onde estamos
População gigantesca e
mal distribuída
Número de habitantes no Brasil
205.041.421
200 milhões
190.732.694
169.799.170
150 milhões 146.825.475
119.002.706
100 milhões
93.139.037
70.070.457
51.941.767
50 milhões
30.635.605
14.333.915
10.112.061 41.165.289
17.318.556
0
1870 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2015
China O L
1.387.977.982 habitantes
S
Paquistão
193.200.000 habitantes
Estados Unidos
323.100.000 habitantes
Indonésia
261.120.000 habitantes
Índia
1.324.100.000 habitantes
C
164
CG_7ºano_07.indd 164 29/03/2018 13:55:42
Região Norte
População (em
Área (em km²) milhões de Rio Grande
Maranhão Ceará
habitantes*) do Norte
3.869.637,9 15,9
Paraíba
Piauí
Pará
Acre Pernambuco
Alagoas
Tocantins Sergipe
Rondônia
Bahia
Mato Grosso
Peru
N
Brasília 0 314 km 628 km L
O
Região Centro-Oeste
Goiás
População (em
Bolívia
S
Área (em km²) milhões de
habitantes*) Minas Gerais
Mato Grosso
1.612.077,2 14,1 Espírito Santo
do Sul
São Paulo
Rio de Janeiro
nio Paraguai
de Capricór
Trópico
Paraná
Chile
Oceano
Região Sul Atlântico
Pacífico
Oceano
Santa Catarina
População
Argentina (em Região Sudeste
Rio Grande
Área (em km²) milhões de
do Sul
habitantes*) População (em
Área (em km²) milhões de
575.316 27,5 habitantes*)
Uruguai 927.286 80,4
Fonte: Elaborado pelo autor. Dados do Censo demográfico do IBGE, 2010.
Crescimento da
população brasileira
O crescimento vegetativo é o resultado da subtração entre a
taxa de natalidade e a taxa de mortalidade, TN – TM. Quando
esse valor é positivo, ou seja, quando a natalidade é superior à mor-
talidade, significa que houve crescimento. Já quando a mortalidade
é superior à natalidade, significa que a população está em declínio.
Para entendermos o que é crescimento vegetativo, precisamos com-
preender antes dois conceitos: taxa de natalidade e taxa de morta-
lidade, que serão abordados mais detalhadamente logo em seguida.
Diálogo com o
Mudanças na natalidade
professor e fecundidade
A taxa de natalidade diz respeito ao número de nascidos vi-
vos a cada 1.000 habitantes de um país, estado, cidade ou região
Os temas deste capítulo podem ser traba- ao longo de um ano. Para encontrar a natalidade, divide-se esta
lhados fazendo um corte transversal por todos quantidade de nascidos vivos pelo total de habitantes existente no
mesmo período. O resultado é multiplicado por mil. Seu resultado
os campos de conhecimento, mas, para que é acompanhado pelo símbolo ‰, que significa por mil.
isso desemboque num ensino realmente signi-
ficativo, é preciso elaborar um projeto em que 166 Capítulo 7 – A população brasileira
estejam descritos os papéis a serem desempe-
nhados pelos diversos componentes curricula-
res, as metas de cada um e os objetivos que se CG_7ºano_07.indd 166 29/03/2018 13:55:42 CG
166
Anotações
Bahia (15.344.447), Rio Grande do Sul 2042 e 2043), a população vai atingir seu li-
(11.322.895) e Paraná (11.320.892). mite máximo (228,4 milhões), e passará a de-
O Distrito Federal que, no ano passado, crescer nos anos seguintes.
tinha 2,98 milhões de habitantes, agora tem
mais de 3,039 milhões de pessoas. Acre (829,6 Cidades
mil), Amapá (797,7 mil) e Roraima (522,6 As estimativas de população dos municí-
mil) são os estados que registram população pios mostram que quase um quarto dos 5.570
inferior a 1 milhão de habitantes. municípios brasileiros (1.378 municípios)
A taxa de crescimento populacio- teve redução populacional. Além disso, em
nal (0,77%), entretanto, vem desacelerando mais da metade deles (2.986), as taxas de cres-
nos últimos anos, em razão principalmente cimento populacional foram inferiores a 1%,
da queda na taxa de fecundidade. A projeção e em apenas 258 municípios (4,6% do total) o
demográfica prevê que daqui a 26 anos (entre aumento foi igual ou superior a 2%.
167
6,0
5,0
4,3 filhos
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940/2000 e resultados preliminares da amostra do Censo Demográfico 2010.
0
2001
2002
40/50
50/60
60/70
70/80
2000
2004
1996
1997
1998
1999
2003
1985
1995
Melhoria na qualidade
de vida e queda na
mortalidade
Tecnicamente, a taxa de mortalidade corresponde ao número
de óbitos por 1.000 habitantes de uma região. É calculada a partir
da divisão do número de óbitos em um determinado período pela
população total e a multiplicação desse resultado por mil.
168
CG_7ºano_07.indd 168 29/03/2018 13:55:42 C
Expectativa de vida
1980 1991
80 e + 80 e +
70 a 79 70 a 79
Faixa etária (anos)
60 a 69 60 a 69
50 a 59 50 a 59
40 a 49 40 a 49
30 a 39 30 a 39
20 a 29 20 a 29
10 a 9 10 a 9
0a9 0a9
15 10 5 0 5 10 15 15 10 5 0 5 10 15
Percentual da população Percentual da população
2000 2010
80 e + 80 e +
70 a 79 70 a 79
Faixa etária (anos)
60 a 69 60 a 69
50 a 59 50 a 59
40 a 49 40 a 49
30 a 39 30 a 39
20 a 29 20 a 29
10 a 9 10 a 9
0a9 0a9
15 10 5 0 5 10 15 15 10 5 0 5 10 15
Percentual da população Percentual da população
169
:42 CG_7ºano_07.indd 169 29/03/2018 13:55:43
0,69
0,70
0,68
0,66 0,65
0,64
0,62 Fonte: Programa das
2000 01 02 03 04 05 06 07 08 09 2010 Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
guentermanaus/Shutterstock.com
RS
Santa Catarina 4,1
Distrito Federal 3,5
:43
CG_7ºano_07.indd 171 29/03/2018 13:55:43
171
rodrigues/Shutterstock.com
é um instrumento importante, pois permite o desdobramento de
um indicador global em indicadores específicos, com os quais po-
demos analisar em que aspectos houve um melhor desempenho,
como saúde ou educação, por exemplo.
Essas mudanças na dinâmica demográfica, que apontam redu-
ção da natalidade, da fecundidade e da mortalidade, bem como a
ampliação da expectativa de vida, projetam, para um futuro próxi-
mo, alterações profundas na estrutura etária do país: ampliação na
proporção de idosos (acima de 65 anos), enquanto a população de
jovens está diminuindo.
Em sua última fase de um longo processo de mudanças, que
como vimos começou nos anos 1950-1960, a população brasileira
continua crescendo, porém de forma cada vez mais lenta; apresen-
Em breve, o Brasil se tornará um país com
alto número de idosos, segundo dados do tamos uma taxa de crescimento vegetativo de 1,2%, como mostra-
IBGE. do nos gráficos a seguir:
169,8 2,48
2,39
146,8
1,93
119 1,64
93,1
70,1 1,02
51,9
41,2
30,6
10,1 14,3 17,4
1872 1890 1900 1920 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 1940–50 1950–60 1960–70 1970–80 1980–91 1991–00 2000–10
Taxas %
50
45 44 44 Natalidade
45
40 38
35 19 Mortalidade
24
30 Crescimento natural 26
25 26 29
25 20
20
20 19 15
15 13
10 9
9
5 7 7 6
0
1920 1940 1960 1980 2000 2020
Década
C
172
CG_7ºano_07.indd 172 29/03/2018 13:55:43
11,1 11,3
10
9,7 9,9 10,2 10,5
5
0
2004 2005 2006 2007 2008 2009
Fonte: IBGE
Geografia em cena
Cerca de 107 bilhões – mais ou menos 16 vezes mais do que a população atual do Planeta. O
cálculo foi feito pelos pesquisadores do site Population Reference Bureau (www.prb.org), que reúne
dados sobre demografia. Os números obviamente são bem aproximados, a começar pelo primeiro ano
de vida humana na Terra: por falta de opção melhor, eles assumem que, no ano 50.000 a.C., havia dois
habitantes no planeta — o primeiro homem e a primeira mulher. Daí em diante, a conta é dividida
por períodos e se baseia na média de natalidade de cada um. Por exemplo, de 50000 a.C., pulamos
para 8000 a.C., quando o homem descobriu a agricultura e a natalidade explodiu. Nesse intervalo,
a população passou de 2 para 5 milhões de habitantes, seguindo uma taxa média de natalidade de
80 nascimentos a cada mil habitantes. Nos períodos seguintes, a taxa de natalidade foi caindo até
chegar aos atuais 23 nascimentos por milhar. Somando todos os períodos, o prb.org chegou, em
2002, ao resultado de 106,4 bilhões de pessoas. Acrescentamos a esse número os dados mais recen-
tes da ONU, que dá conta de que, em 2007, atingimos a marca de 6,7 bilhões de habitantes, ou seja,
485 milhões de pessoas a mais do que os 6,215 bilhões que existiam em 2002. Assim, chegamos ao
total de 106,941 bilhões de habitantes.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantas-pessoas-ja-viveram-no-mundo. Acessado em: 21/03/2018.
35 19 Mortalidade
24
30 Crescimento natural 26
25 26 29
25 20
20
20 19 15
15 13
10 9
9
5 7 7 6
0
1920 1940 1960 1980 2000 2020*
Década * Estimativa
Alceu V.W. de Carvalho. A população brasileira: estudo e interpreta-
ção. Rio de Janeiro, IBGE, 1960./Anuário Estatístico do Brasil. Rio
de Janeiro, IBGE, 1998.
Com base na análise do gráfico e nos conhecimentos sobre a população brasileira, defina crescimento
natural, ou vegetativo, e explique a evolução demográfica do País, no século XX, indicando as causas
da queda do crescimento vegetativo brasileiro
ções de moradia, educação de qualidade são alguns dos fatores que contribuíram para essa baixa.
3 Por que é correto afirmar que o Brasil é um país populoso e pouco povoado?
O Brasil é um país de uma população que ultrapassa os 205 milhões de habitantes. Isso o torna um país
populoso. Porém, sua densidade demográfica não ultrapassa a marca de 22,4 hab./Km2, fazendo com
200
escravidão
180
Industrialização
160
140
Regime Militar
100
80
60
40
20
0
1850
1884
1890
1900
1910
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1973
1808
1895
1905
1915
1925
1935
1945
1955
1965
uma vez que a lei estabelecia uma cota anual de 2% do total de cada
nacionalidade que havia imigrado nos últimos 50 anos.
Mais recentemente, como consequência do crescimento eco-
nômico brasileiro, correntes de imigrantes de países pobres têm
afluído para o Brasil em busca de emprego e qualidade de vida.
Muitos são latino-americanos, como bolivianos e haitianos;
outros, vêm livremente da África fugindo da fome e das guerras,
como nigerianos e angolanos. Os anos de 2015 e 2016 foram
Ensaio geográfico
1 Descreva o motivo pelo qual Getúlio Vargas implantou a Lei de Cotas de Imigração.
Proteger o mercado de trabalho para os brasileiros e garantir a estabilidade econômica.
Além de ocupar determinadas áreas que deram origem a grandes centros urbanos, a mistura entre eles
:44
177
Lei de Terras
Lei de Cotas
60 a 64
55 a 59
50 a 54
Idade
180 45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
140
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
100
10 8 6 4 2
Po
60
Homens
20
80 ou +
75 a 79
70 a 74
0
1960
1970
1808
1850
1890
1900
1910
1920
1930
1940
1950
1975*
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
Idade
45 a 49
* Dados do IBGE.
40 a 44
35 a 39
Fonte: Azevedo, Aroldo de. Brasil: a terra e o homem. São Paulo: Nacional/Edusp, vol. II, 1970. [s. p., tabela 4.] 30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
Analisando os dados do gráfico, verifica-se que a oscilação de maior expressão representada decorre:
10 a 14
5a9
0a4
10 8 6 4 2
a. da promulgação das leis que proibiram o tráfico de escravos, facilitando o afluxo de imigrantes. Po
Cenário 3
Estruturas
da população
brasileira
Estrutura etária
Para começar, precisamos entender o conceito de pirâmide
etária. Uma pirâmide etária é a representação gráfica que mostra a
quantidade de pessoas de uma área de acordo com a idade e o gêne-
ro. Qualquer pirâmide etária explica as alterações sobre a evolução
e o crescimento populacional de um país, ou seja, as mudanças na
fecundidade, natalidade, mortalidade e expectativa de vida.
Para compreendermos as mudanças que a população brasileira
vem sofrendo ao longo da sua história, observe a sequência evolu-
tiva da pirâmide etária brasileira apresentada nos gráficos a seguir.
C
178
CG_7ºano_07.indd 178 29/03/2018 13:55:44
Idade
Idade
Idade
Idade
Idade
45 a 49 45 a 49
45 a 49 45 a 4945 a 49 45 a 49
40 a 44 40 a 44
40 a 44 40 a 4440 a 44 40 a 44
35 a 39 35 a 39
35 a 39 35 a 3935 a 39 35 a 39
30 a 34 30 a 34
30 a 34 30 a 3430 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
25 a 29 25 a 2925 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
20 a 24 20 a 2420 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19
15 a 19 15 a 1915 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14
10 a 14 10 a 1410 a 14 10 a 14
5a9 5a9 5a9 5a9 5a9 5a9
0a4 0a4 0a4 0a4 0a4 0a4
10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 10 10
8 86 64 42 20 02 24 46 68 810 10 10 810 86 64 42 20 2
0 4
2 6
4 8
6 10
8 10 10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10
Porcentagem Porcentagem
Porcentagem Porcentagem
Porcentagem Porcentagem
2000 2007
2000 2007
1996
Homens Mulheres Homens
Homens Mulheres
Mulheres Homens
Homens Mulheres
Mulheres
100 +
80 ou + 80 ou 80
+ ou + 80 ou + 95 a 99
75 a 79 75 a 7975 a 79 75 a 79 90 a 94
70 a 74 70 a 7470 a 74 70 a 74 85 a 89
80 a 84
65 a 69 65 a 6965 a 69 65 a 69 75 a 79
60 a 64 60 a 6460 a 64 60 a 64 70 a 74
55 a 59 55 a 5955 a 59 55 a 59 65 a 69
50 a 54 50 a 5450 a 54 50 a 54 60 a 64
Idade
Idade
Idade
Idade
Idade
55 a 59
45 a 49 45 a 4945 a 49 45 a 49
50 a 54
40 a 44 40 a 4440 a 44 40 a 44 45 a 49
35 a 39 35 a 3935 a 39 35 a 39 40 a 44
30 a 34 30 a 3430 a 34 30 a 34 35 a 39
25 a 29 25 a 2925 a 29 25 a 29 30 a 34
25 a 29
20 a 24 20 a 2420 a 24 20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 1915 a 19 15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 1410 a 14 10 a 14 10 a 14
5a9 5a9 5a9 5a9 5a9
0a4
0a4 0a4 0a4 0a4
10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10 10 10
8 86 64 42 20 02 24 46 68 810 10 10 810 68 46 24 0
2 2
0 4
2 46 8
6 10
8 10
Porcentagem Porcentagem
Porcentagem Porcentagem
Porcentagem
90 a 94 anos
80 a 84 anos
70 a 74 anos
60 a 64 anos
50 a 54 anos
40 a 44 anos
30 a 34 anos
20 a 24 anos
10 a 14 anos
0 a 4 anos
Homens Mulheres
A pirâmide
em 1960
49% 51%
Homens Mulheres
Homens Mulheres
C
180
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Geografia em cena
Nolte Louren/Shutterstock.com
envelhece?
O principal motor do envelhecimento
humano fica dentro de nossas células. Lá,
as mitocôndrias fazem a respiração celular
para produzir energia, mas acabam gerando
como resíduos radicais livres, moléculas com
um elétron a menos e que reagem facilmente,
danificando a própria célula. Com o tempo,
os danos se acumulam, fazendo o corpo en-
velhecer. Além disso, a divisão celular desor-
denada também ajuda a envelhecer. Ao lon-
go da vida, algumas células se multiplicam
constantemente. A cada divisão, fragmentos
de DNA são perdidos, causando pequenos
erros genéticos que são passados para as cé-
lulas-filhas. Isso acontece até que a célula não
consegue mais se dividir ou é destruída pelo
próprio organismo por conter muitos erros.
O envelhecimento do ser humano é, no final das contas, uma série de
Aí, game over. “erros” cometidos pela nossa estrutura molecular.
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
Construção em Osasco, São Paulo. Como
é uma atividade transformadora, ela é con-
siderada uma atividade secundária.
182
Matyas Rehak/Shutterstock.com
“Essa massa de rendimento de trabalho
serviços e comércio, como educação, transportes, administra-
ção pública e privada, bancos, etc. Contudo, esse setor deve maior movimenta a economia, pois você vai
ser dividido em formal e informal. O setor terciário formal é ter mais pessoas consumindo e, com isso, o
constituído por uma maioria de trabalhadores legais, ou seja,
que possui carteira assinada. Por outro lado, o setor terciário
mercado de trabalho pode entrar em um pro-
informal é composto na sua maioria de trabalhadores que não cesso virtuoso, diferente do que a gente viu
apresentam qualquer vínculo empregatício. nos meses anteriores”, comenta.
Segundo dados do IBGE, a população economicamente ati- Trabalho informal: no Brasil, milhares de
va (PEA) do Brasil chegou, em 2010, a 79,3 milhões de pessoas, pessoas trabalham sem carteira assinada.
Desemprego permanece maior que
56,5% do total de habitantes do país. Desse total, porém, cerca de
71,6 milhões apresentavam alguma ocupação e aproximadamente em 2016
7,6 milhões (9,6%) estavam desempregados em busca de emprego.
Convém salientar que muitos desses trabalhadores estão inseridos Ainda de acordo com a Pnad Contínua,
no setor terciário informal, pois, em virtude da urbanização, que não
foi acompanhada por uma geração compatível de emprego, um verda- na comparação anual, a taxa de desemprego se
deiro exército de “vendedores de semáforos”, “guardadores de carros” e mantém acima da apresentada no mesmo tri-
ambulantes invadiu as ruas das cidades brasileiras, acarretando o que se mestre de 2016 (11,6%) e o número de empre-
denomina hipertrofia ou inchação do setor terciário.
Quanto à sua distribuição por setor, identifica-se um claro gados com carteira assinada caiu 2,9%, passando
esvaziamento do setor primário, que em 1980 ocupava aproxima- de 34,3 milhões para 33,3 milhões de pessoas.
damente 30% da PEA brasileira e, segundo o Censo 2010, passou
Cimar ressalta que nesse tipo de compa-
a ocupar 22,5%. Essa redução dos empregados do setor primário
pode ser explicada pela modernização/mecanização que a ativida- ração também é possível observar a tendência
de agropecuária vem sofrendo desde a década de 1970, liberando à informalidade no mercado de trabalho. Se-
grande quantidade de mão de obra, que passou a procurar emprego
na zona urbana, inicialmente no setor secundário; este, por sua vez,
gundo o coordenador, o aumento de 15,2%
não conseguiu absorver todos aqueles que foram liberados pelo no número de pessoas trabalhando com ali-
setor primário. Até o setor secundário passa atualmente por certo mentação é um dos indícios.
esvaziamento, em virtude da introdução de tecnologias sofisticadas
em diversas etapas do processo produtivo, como robôs, compu-
“Em um ano, o grupamento alojamento e
tadores e braços mecânicos gerados. Segundo a Pesquisa Nacional alimentação teve um aumento de 683 mil pes-
por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2009, predomina no Brasil soas. Esse acréscimo foi, mais especificamen-
o setor terciário, que emprega 61% da população economicamen-
te ativa (em 1940, o mesmo setor empregava apenas 19,8% e, em te, relacionado à alimentação. Esse é um gru-
1960, 33,3%); os outros 39% da nossa PEA estão distribuídos da pamento voltado, principalmente, às pessoas
seguinte maneira: 22% estão empregados no setor secundário e que, para fugir da desocupação, estão fazendo
apenas 17% executam atividades do setor primário.
No Brasil atual, o número de empregados com carteira assinada comida em casa e vendendo na rua”, explica.
sofre fortes oscilações segundo estudos realizados pelo Departamen-
to Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.
Os principais fatores de elevação do número de pessoas ocupadas e,
principalmente, com carteira assinada foram as obras estruturadoras gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os novos em- noticias/16155-trabalho-informal-faz-desemprego-cair.
preendimentos industriais que entraram no Brasil. O Porto de Sua-
html. Acesso em: 26/12/2017.
pe, as novas áreas industriais nordestinas, construção de estádios para
183
de Informações Sociais (Rais), do Ministério sivamente aquelas nas quais não há a presença gos de chefia e gerência nas empresas e orga-
do Trabalho. De acordo com o IBGE, entre masculina: em 34% delas, havia a presença de nizações, ainda é preciso avançar. Isso porque
2012 e 2016, o total de homens empregados um cônjuge. entre 5% e 10% dessas instituições são chefia-
sofreu redução de 6,4%, contra 3,5% entre as Apesar dessas melhoras, as mulheres ain- das por mulheres no Brasil, de acordo com um
mulheres. da ganham em média menos do que os ho- estudo da Organização Internacional do Tra-
A renda dessas trabalhadoras também mens, mesmo tendo mais tempo de estudo e balho (OIT).
tem ganhado cada vez mais importância no qualificação. No total, a diferença de remune-
sustento das famílias. Os lares brasileiros es- ração entre homens e mulheres em 2015, ano Setores da economia
tão sendo chefiados por mulheres. Em 1995, com os dados mais recentes do indicador, era O levantamento aponta um crescimen-
23% dos domicílios tinham mulheres como de 16%. O rendimento médio do homem era to na ocupação formal por mulheres entre
pessoas de referência. Vinte anos depois, esse de R$ 2.905.91, e o pago às mulheres, de R$ 30 e 39 anos (43,8%) e entre 50 e 64 anos
número chegou a 40%. Cabe ressaltar que as 2.436,85. (64,3%). Os setores em que o percentual de
famílias chefiadas por mulheres não são exclu- Contudo, quanto à participação em car- mulheres ocupadas é superior ao dos homens
184
5 Observe a charge abaixo e responda a qual setor na economia ela representa como tema.
professor
Anotações
Cenário 5
Desigualdade na
estrutura social
Participação das
mulheres na PEA
O Censo 2010 registrou que, no Brasil, o número de mu-
lheres é maior que o número de homens. Do total da população,
98.223.155 são mulheres, enquanto que 93.576.015 são homens,
ou seja, 50,8% são mulheres, enquanto 49,2% são homens.
A taxa de masculinidade indica que, para cada grupo de 96,9
homens, existem 100 mulheres. Esses dados são resultantes de uma
maior longevidade feminina, que, segundo biólogos, tem origem
em fatores biológicos, mas que se acentuam em virtude de aciden-
tes de trânsito, homicídios e estresse, fatores aos quais os homens
estão mais expostos. Como resultado, a diferença na expectativa de
vida entre homem e mulher é de aproximadamente oito anos de
vida a mais para as mulheres.
Acontece que esse fato não é uniforme sobre todo espaço bra-
sileiro, sendo maior a proporção de mulheres nas áreas de emigra-
ção, onde o homem parte em busca da melhoria de vida deixando a
mulher e os filhos, fato típico de vastas áreas do Nordeste semiárido.
Por outro lado, as regiões de novas fronteiras agropecuaristas, como
Roraima, Acre, Amapá, Mato Grosso, Tocantins etc., apresentam um
maior quantitativo de homens, uma vez que são áreas de imigração.
185
Distribuição da população ocupada, por grupos de idade, segundo o sexo (%) – (2003 e 2011)*
65,2
62,7
63,9
61,0
22,9
20,9
14,3 13,6
C
186
CG_7ºano_07.indd 186 29/03/2018 13:55:47
Rendimento médio real do trabalho das pessoas ocupadas, por sexo (em R$ e preços de
dezembro de 2011) – 2003 – 2011*
1.857,63
1.808,39
1.741,41
1.696,82
1.643,43
1.590,77
1.524,27
1.519,07
1.500,46
1.343,81
1.308,06
1.259,19
1.204,97
1.158,89
1.122,61
1.084,59
1.076,04
1.065,90
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego 2003–2011. * Média das estimativas mensais.
Mulheres Homens
77,8% 62,7% 40
Homens Homens 31,7 31,3
30
20 18,6
9
22,2% 37,3% 10
Mulheres Mulheres 0
2000 2010
Fonte: IBGE Total 40,7 49,9
2 Que tipo de educação as mulheres recebiam em épocas históricas mais antigas que as atuais no
Brasil?
As mulheres, durante muito tempo, recebiam uma educação voltada ao trabalho doméstico e aos cui-
3 Segundo a tabela da página 187, qual a relação salarial entre os homens e as mulheres no Brasil atual?
As mulheres recebem 30% a menos que os homens.
188
Reprodução
Seu nome verdadeiro era João Rubinato. Nasceu na
cidade de Valinhos, São Paulo, em 6 de agosto de 1910. paço geográfico e leve-os a perceber que cada
Filho de Ferdinando e Emma Rubinato, imigrantes italia- região estudada apresenta uma forma específi-
nos da localidade de Cavárzere, província de Veneza. Era ca de construção e transformação desse espa-
cantor, compositor, ator e humorista. Encarnou a alma
do paulistano descendente de imigrante, vivendo em uma ço. Aborde detalhadamente os aspectos envol-
São Paulo em constante transformação. vidos nesse processo: a exploração das riquezas
Cantou e mostrou com alegria as dificuldades de minerais, o desenvolvimento de atividades agrí-
imigrantes que viviam em bairros como Brás, Bexiga
e Mooca. São inesquecíveis obras-primas como Trem colas e comerciais e a criação de animais.
das Onze, Saudosa Maloca, Tiro ao Álvaro e Samba do
Arnesto.
Escute suas músicas e aprenda um pouco mais.
Anotações
Aleluia, Gretchen
Direção: Sylvio Beck.
Ano: 1976.
Sinopse: Uma família foge da Alemanha nazista, desembarcando no Brasil por volta de 1937. Ao
chegar, compra um hotel no interior do Paraná, que se torna ponto de simpatizantes do nazismo, ape-
sar de o chefe da família ter ideias mais liberais. Só que seus integrantes encontram muitos problemas
de adaptação a essa nova terra, além de terem de enfrentar os traumas da guerra.
Leila Diniz
Direção: Luiz Carlos Lacerda.
Ano: 1987.
Sinopse: Biografia da estrela lendária Leila Diniz, nascida em 1945, filha de um casal de comunistas.
Leila foi criada para ser única e indefinível. Causou escândalo e polêmica (teve vários namorados),
quebrou tabus (surgiu grávida na praia) e brilhou como artista. Sempre provocando, foi diversas
vezes presa pelo governo militar, que a considerava subversiva. Aos 26 anos, logo após ter tido uma
filha, morreu num trágico acidente de avião quando voltava de um festival de cinema na Austrália,
em 1972.
189
Quem quiser conhecer mais de perto os encantos, as alegrias e as tristezas dos imigrantes que
Professor, utilize a seção Encerramento vieram para o Brasil, dois livros são recomendados: Anarquistas, Graças a Deus, de Zélia Gattai, e
O Vento do Oriente, de Licius Bossolan, Roberto Lobato Correa, André Uesato e Martha Werneck.
como forma de avaliar a compreensão dos seus
Boa Leitura!
alunos. Verifique se houve dúvidas quanto ao
entendimento deles e tente saná-las.
Pequeno dicionário geográfico e cultural
Demógrafo: Profissional que estuda o cresci- Iniciativa privada: Iniciativa própria, empresa
Leitura mento da população. particular.
complementar Estrutura etária: Estrutura de idades.
Etapas do processo produtivo: Fases da pro-
Imigração: Movimento de entrada de pessoas em
países ou região diferente do seu local de origem.
dução de um bem. Longevidade: Vida longa.
Hipertrofia: Inchamento do setor terciário. Métodos contraceptivos: Técnicas e instru-
Taxa de fecundidade caiu Histerectomia: Técnica que consiste obstru- mentos que evitam a gravidez.
18,6% em 10 anos no Brasil ção das tubas uterinas para impedir irreversi-
velmente a passagem das células reprodutivas
Miscigenação: Mistura de etnias diferentes.
Taxa de masculinidade: Indica a relação entre
femininas e, consequentemente, a gravidez. o número de homens e mulheres.
As mulheres brasileiras têm menos fi- Inclusão social: Melhoria da qualidade de vida Transição: Mudança, modificação.
lhos hoje do que há 10 anos. É o que indica pela concessão de oportunidades a grupos his-
toricamente privados delas.
levantamento do Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE). A taxa de fecundi-
dade brasileira passou de 2,14 filhos por mu- Encerramento
lher, em 2004, para 1,74, em 2014, queda de
1 Observe a figura.
18,6%, aponta a Síntese de Indicadores So-
ciais 2015.
A taxa de natalidade despencou – em total de filhos por mulher
A faixa etária de maior fecundidade em Em 1960, a brasileira Em 1980, passou Em 2000, Em 2020, a
tinha em média 6 filhos para 4 crianças eram 2 filhos média será 1,5
2014 era a das mulheres de 20 a 24 anos (91,9
filhos por mil mulheres), correspondendo a
26,5% do que era registrado em 2004. Esse re-
corte da pesquisa indica uma taxa de fecundi-
dade específica, ou seja, razão entre o número 1960 1980 2000 2020
de filhos nascidos vivos no ano e o número de Indique os motivos que levaram o Brasil a vivenciar o que está apresentado na figura acima.
mulheres em cada grupo etário. Participação das mulheres no mercado de trabalho, melhorias no setor educacional e planejamento
Nesses dez anos, a fecundidade adoles-
familiar.
cente (de 15 a 19 anos) caiu de 78,8 para
60,5 filhos por mil mulheres, mas a partici-
pação desse grupo na fecundidade total per-
maneceu alta (17,4%). Dentre as jovens de 190 Capítulo 7 – A população brasileira
15 a 19 anos que tiveram algum filho nasci-
do vivo, 35,8% residiam na Região Nordeste,
65,9% tinham 18 ou 19 anos, 69% eram pre- CG_7ºano_07.indd 190 29/03/2018 13:55:48
tas ou pardas e a média de anos de estudo foi Houve uma grande diminuição na razão
de 7,7 anos, sendo que somente 20,1% ainda de dependência dos jovens, passando de 43,0, Anotações
estavam estudando e 59,7% não estudavam e em 2004, para 33,5, em 2014. Já para o grupo
não trabalhavam. dos idosos, o indicador teve elevação de 15,3
No Brasil, a razão de dependência to- para 21,2, reflexo da redução da fecundidade
tal caiu de uma proporção de 58,3, em 2004, e do envelhecimento populacional (a partici-
para 54,7, em 2014, por cem pessoas em ida- pação das pessoas de 60 anos ou mais na po-
de potencialmente ativa. Esse indicador do pulação passou de 9,7% em 2004 para 13,7%
estudo mede a proporção de pessoas econo- em 2014).
micamente dependentes, ou seja, de jovens
de até 15 anos e idosos com 60 anos ou mais, Disponível em: http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-
em relação àquelas potencialmente ativas, de justica/2015/12/taxa-de-fecundidade-caiu-18-6-em-10-
15 a 59 anos. anos-no-pais. Acesso em: 19/12/2017
C
190
82 73
78 77
81 59
Total
66
Crianças e
idosos
53 52
Crianças 46
31
45
Somente
28
idosos
(65 anos ou mais)
33
13 24
28
6 7 8 Somente
4 5 5 crianças
Idosos
(0 a 14 anos)
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050
Projeções
Notamos o crescimento do grupo de idosos com mais de 65 anos. Sobre esse fenômeno, responda:
b. Que medidas os governos devem tomar com relação a esse crescimento de idosos?
Inclusão dos idosos no mercado de trabalho, melhorias na acessibilidade urbana, a eficácia das leis ela-
boradas ao seu favor e programas que venham consolidar o respeito para com eles.
5:48
3 (Unifesp) No Brasil, a presença feminina em postos de trabalho cresceu, mas ainda não é elevada
em cargos de chefia, quando comparada a dos homens. Isso se deve à:
a. baixa taxa de desemprego.
b. X dupla jornada de trabalho e barreiras culturais.
c. elevada taxa de fertilidade do País.
d. escolaridade superior entre as mulheres, maior que entre os homens.
e. contratação da mulher em atividades domésticas.
Entre as alternativas abaixo, assinale aquela que indica o motivo que leva a população brasileira a cres-
cer atualmente, em números reais, mais do que antes.
a. As medidas tomadas pelos governos para melhoria das condições de higiene e saneamento
(água e esgotos tratados).
b. A grande quantidade de estrangeiros (imigração) que entram no País com a finalidade de aqui
permanecer.
c. As melhores condições de vida e da evolução da ciência médica, que vêm permitindo a sobrevi-
vência de um maior número de crianças.
d. X A taxa de crescimento vegetativo, que, embora seja mais baixa, incide sobre uma população
muito maior do que na década de 60.
e. O país haver atingido um alto grau de qualidade de vida, existindo, em decorrência desse fato,
um número muito maior de pessoas idosas.
5 Observe o mapa abaixo.
O L
S
+ 80
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
+ 80
55 a 59
50 a 54 Homens Mulheres 75 a 79
Idade
70 a 74
45 a 49
65 a 69
40 a 44
60 a 64
35 a 39
55 a 59
30 a 34
50 a 54 Homens Mulheres
25 a 29
Idade
45 a 49
20 a 24
40 a 44
15 a 19
35 a 39
10 a 14
30 a 34
4a9
25 a 29
0a4
20 a 24
9 6 3 0 3 6 9 15 a 19
Porcentagem
10 a 14
4a9
0a4
9 6 3 0 3 6 9
Porcentagem
+ 80
75 a 79
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54 Homens Mulheres
Idade
45 a 49
40 a 44 0 314 km 628 km
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
4a9
0a4
9 6 3 0 3 6 9 SILVA, B.C.N.; SILVA, S.B. de M.; COELHO,
Porcentagem A.S.;SILVA, M;P; Estruturas etárias da população
do Brasil e dos estados brasileiros. In: RDE – Revis-
ta de Desenvolvimento Econômico, ano IX, n.16,
p.93–97, dez., 2007. (Adaptado).
70, com altas taxas de natalidade e baixa esperança de vida. Já a pirâmide da Região Centro-Sul, apre-
senta um estreitamento em sua base e um alargamento do cume, caracterizada por uma diminuição
6 (UERJ)
10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000
O Globo, 25/04/2010.
Nas duas últimas décadas, o Governo Federal vem propondo ações no sentido de oferecer uma resposta
às transformações na composição etária da população brasileira.
Essas ações têm seguido uma tendência que se manifesta mais diretamente em qual das iniciativa abaixo:
a. Revisão das bases da legislação sindical.
b. X Alteração das regras da previdência social.
c. Expansão das verbas para o Ensino Fundamental.
d. Ampliação dos programas de prevenção sanitária.
7 Marque a alternativa que apresenta dois dos maiores grupos de imigrantes que deram uma grande
contribuição populacional para o conjunto da população brasileira.
a. Portugueses e japoneses.
b. Italianos e alemães.
c. Alemães e espanhóis.
d. Japoneses e espanhóis.
e. X Portugueses e italianos.
mas existem, e diz que tem buscado superá-los. Nilzarete, “a gente vem trabalhando com uma ções da sociedade civil, objetiva estudar a rede
Um problema central é a diversidade de pa- política de inclusão dos idosos à comunidade existente e propor esse reordenamento. Finan-
drões adotados nas instituições, o que está rela- e de reordenamento dessas unidades, para que ciamento, estrutura dos locais e características
cionado ao fato de 70% a 80% delas serem liga- seja adotada uma nova visão, como política de dos serviços ofertados são algumas das questões
das a instituições filantrópicas ou outros tipos Estado, de direito e de proteção social”. Em analisadas. “Queremos que as famílias tenham
de organizações da sociedade civil, explica Nil- vez de um lugar onde os idosos são abando- a segurança de que vão deixar alguém no servi-
zarete. O governo federal participa dessa políti- nados ou de um hospital permanente, ela pro- ço de atendimento, mesmo o temporário, e de
ca por meio do cofinanciamento das ações e do põe que as instituições sejam as casas dessas que esse parente vai ser cuidado”, afirma.
estabelecimento de regras de funcionamento. pessoas e ofereçam atendimento humanizado.
Nos últimos anos, o governo atua para Para promover essa visão, ela ressalta que Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
reordenar a prestação dos serviços. Superando o Ministério do Desenvolvimento Social par- geral/noticia/2017-09/brasil-tem-desafio-de-garantir-
a antiga concepção assistencialista rumo à afir- ticipa de uma câmara técnica que, junto com envelhecimento-populacional-com-qualidade. Acesso
mação da assistência social como direito, diz outras pastas, conselhos de direitos e organiza- em: 26/12/2017
194
1960 Porcentagem
de idosos
2000 Porcentagem
de idosos
2010 Porcentagem
de idosos
Professor, esclareça aos alunos que o nú-
mero de idosos ativos é um dado importante
Acima de 70 Acima de 70 Acima de 70
65 a 69 4,7% 65 a 69 8,5% 65 a 69 10,8%
60 a 64 60 a 64 60 a 64
55 a 59 55 a 59 55 a 59
Com base na evolução da pirâmide etária no Brasil em 1960, 2000 e 2010 e nos conhecimentos sobre Sugestão de
dinâmica populacional, considere as afirmativas a seguir. abordagem
I. A transição demográfica brasileira está se concretizando na atualidade devido às altas taxas de
natalidade e de fecundidade da população.
Reflita junto com seus alunos a relação
II. A pirâmide de 1960 apresenta um aspecto triangular, indicando que o percentual de jovens no
conjunto da população era alto nessa década. entre a pirâmide etária e suas projeções com
III. O envelhecimento de uma população representa a diminuição proporcional da população mais as possíveis causas de suas variações. Reco-
jovem do país, por isso, na pirâmide de 2010, a diferença da base para o topo foi reduzida. mendamos usar dois países com grandes dis-
IV. Os dados revelam a necessidade de maior investimento das políticas públicas nos setores da previ- crepâncias para fazer as análises, direcione os
dência e da saúde pública voltados para a terceira idade. alunos em seus argumentos para que juntos
elaborem motivos plausíveis para esses dados.
Assinale a alternativa correta.
A seguir disponibilizamos um link que con-
a. Somente as afirmativas I e II são corretas.
tém informações dos países. Você pode ficar
b. Somente as afirmativas I e IV são corretas. livre para escolhê-los, pois apenas você sabe a
c. Somente as afirmativas III e IV são corretas. realidade de suas turmas.
d. Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e. X Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. Link: https://www.populationpyramid.net/pt/
mundo/2016/.
12 (Unicentro) Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, os fatores que explicam o envelhe-
cimento da população brasileira.
a. Aumento da taxa de fecundidade e declínio do crescimento vegetativo.
b. Aumento da taxa de natalidade e redução da mortalidade infantil. Anotações
c. X Decréscimo da taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida.
d. Crescimento vegetativo acelerado e densidade demográfica elevada.
e. Combinação entre aumento da fecundidade e declínio da mortalidade infantil.
195
ONU diz que população Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Brasil é de 190.755.799 habitantes.
mundial chegará a 8,6 bilhões
de pessoas em 2030
Novas projeções demográficas da ONU
mostram que a população mundial chegará a
Stephen Finn/Shutterstock.com
8,6 bilhões até 2030, um aumento de 1 bilhão
de pessoas em 13 anos. A organização fez uma
atualização de seus cálculos que confirmam as
tendências apontadas no último relatório des-
te tipo, publicado em 2015. As informações
são da agência EFE e da ONU News.
As Nações Unidas esperam que a popula-
ção mundial chegue a 9,8 bilhões de pessoas em A partir do texto, o Brasil é definido como um país:
2050 e que, para 2100, o mundo tenha quase a. Povoado, pois é populoso.
11,2 bilhões de habitantes. Os dados constam b. Povoado, pois a densidade demográfica é baixa.
do relatório Perspectivas da População Mundial: c. Populoso, pois a densidade demográfica é alta.
Revisão de 2017, lançado pelo Departamento d. X Populoso, devido à população absoluta.
dos Assuntos Econômicos e Sociais da ONU.
Mais da metade do crescimento popu- 14 (UERJ) A proporção entre a população e a superfície territorial é um dos elementos que define a
lacional entre hoje e 2050 se concentrará em relação entre sociedade e espaço. Observe os dados informados abaixo:
nove países: Índia, Nigéria, República Demo- País População absoluta (habitantes em 2008) Superfície (km2)
crática do Congo, Paquistão, Etiópia, Tanzâ- China 1.313.000.000 9.572.900
nia, Estados Unidos, Uganda e Indonésia.
França 61.000.000 543.965
Entre os dez países mais populosos do
Holanda 16.300.000 41.528
mundo, a Nigéria é onde a população cresce
Argentina 38.700.000 2.780.403
a um ritmo mais forte. Atualmente, o sétimo
De acordo com a tabela, o país mais povoado é a:
país por população, as projeções dizem que a
Nigéria superará os EUA como o terceiro país a. China.
mais populoso antes de 2050. b. França.
c. X Holanda.
sil está entre os 10 países que registraram me- te todas as regiões, inclusive em lugares onde Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
nor fertilidade em relação ao nível de reposi- segue sendo muito alta, como na África. internacional/noticia/2017-06/onu-diz-que-populacao-
ção entre 2010 e 2015. De fato, nos últimos anos a Europa foi o mundial-chegara-86-bilhoes-de-pessoas-em-2030.
Enquanto isso, a Índia — que atualmente único continente onde o número de filhos por Acesso em: 19/12/2017.
tem 1,3 bilhão de habitantes ou 18% da popu- mulher aumentou, passando de 1,4 no período
lação mundial — passará em aproximadamen- 2000–2005, para 1,6 no período 2010–2015.
te sete anos a China — que agora tem cerca de Apesar disso, a Europa será a única região onde
1,4 bilhão de habitantes — como o país mais o número de habitantes se reduzirá entre 2017 e Anotações
populoso do Planeta. 2030, passando de 742 milhões para cerca de 739.
Apesar da população do mundo seguir Em comparação, a população da África
aumentando, isso acontecerá a um ritmo mais aumentará nesse período, passando de 1,256
lento do que nos últimos anos devidos a uma bilhão para cerca de 1,7 bilhão e a da Ásia de
redução da taxa de fertilidade em praticamen- 4,5 bilhões para 4,94 bilhões.
196
Capítulo 8
mento, etc.
• Abordar o conceito de megalópole e apre-
sentar os principais centros urbanos brasileiros.
• Compreender que o processo de urbaniza-
O espaço urbano brasileiro ção não pode ser caracterizado apenas como
A população de Belo Horizonte é estimada em 2,5 milhões de habi-
tantes, sendo o 6º município mais populoso do País, segundo dados
crescimento das cidades, mas que se trata de
de 2017, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). algo mais amplo, envolvendo modificações
significativas no território, na sociedade e na
economia.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Shutterstock.com
Ronaldo Almeida/
Capítulo 8 – O espaço urbano brasileiro 197
197
Maciej Bledowski/Shutterstock.com
Cidade de São Paulo.
198
66%
74% 81% 84% Anotações
56%
36% 45%
31%
com mais de 350 mil habitantes abrigam 50% lém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Hori-
das pessoas em situação urbana no País e detêm, zonte, Curitiba, Porto Alegre e Goiânia.
aproximadamente, 65% do Produto Interno
Bruto (PIB) nacional. No outro extremo, estão Interiorização
4.295 municípios com menos de 25 mil habitan-
tes, que respondem por 12,9% do PIB. O Atlas revela ainda que o Brasil teve sua
Na evolução da rede urbana brasileira, geografia alterada na última década no senti-
observa-se a predominância de 12 centros que do de aprofundar o processo de interioriza-
reforçam sua atuação e se mantêm como as ção, o que se expressa pela expansão das ca-
principais cabeças de rede do sistema urbano deias produtivas de carne, grãos e algodão em
brasileiro entre 1966 e 2007. No topo, além direção ao Centro-Oeste e ao Norte, a exem-
de São Paulo, figuram Rio de Janeiro e Brasí- plo dos municípios de Sorriso e Lucas do Rio
lia. O quadro é completado com Manaus, Be- Verde, ambos em Mato Grosso.
199
Histórico da
Leitura
complementar urbanização no Brasil
Nossa urbanização aconteceu tardiamente, na década de 1950,
em virtude do atraso histórico da nossa industrialização. Foi apenas
No Brasil e em outros países a partir desse momento, em que o Brasil começou a deixar de ser
emergentes, a urbanização um país predominantemente agrário e rural, passando a se tornar
amplamente industrial, que o urbano passou a comandar a nossa
ainda é um desafio a vencer espacialidade.
Com a industrialização das principais cidades da Região Su-
deste, entre as décadas de 1950 e 1960, a população urbana come-
Nos países desenvolvidos, a urbaniza- çou crescer progressivamente. Cidades como São Paulo e Rio de
ção ocorreu gradualmente. As cidades se ex- Janeiro tornaram-se o centro de atração para correntes de êxodo
pandiram ao longo dos últimos 100 anos rural que saíam de outros estados, principalmente nordestinos, em
busca de emprego nas indústrias e qualidade de vida nessas cidades.
(ou mais), à medida que os empregos saíam Por volta da primeira metade da década de 1970, a população ur-
dos campos para as fábricas. Esse ritmo per- bana passava a contar com 56% do contingente e do País, e o cam-
mitiu uma série de tentativas e erros nas po- po brasileiro já não dominava mais o espaço geográfico nacional: a
partir da industrialização, as cidades passavam a monopolizar os
líticas e nos padrões de crescimento. interesses econômicos.
Já os países em desenvolvimento não É nessa porção do espaço que estão as maiores fatias de inves-
têm essa vantagem. Eles enfrentam uma mi- timento e a maior quantidade da força de trabalho. De forma pro-
gressiva, o campo vê-se subordinado à cidade, fornece a ela cada vez
gração rápida, que mexerá na proporção da mais mão de obra, e sua produção, ao contrário de épocas anterio-
população urbana do mundo. Em algumas res, quando era primordialmente para exportação, visa abastecer a
sociedades, o percentual passará de menos cidade com gêneros alimentícios.
As cidades brasileiras passam a ser fornecedoras de máquinas,
de 20% (hoje) a mais de 60% em apenas 30 equipamentos e diversos produtos utilizados pelas atividades agrí-
anos. colas. Cria-se uma nova estrutura no espaço brasileiro: o campo e
a cidade não estão mais totalmente desvinculados, como acontecia
As lideranças urbanas agora precisam
até o final do século XIX, quando o campo produzia para atender
descobrir como oferecer lares acessíveis,
transporte público, empregos, infraestrutu- 200 Capítulo 8 – O espaço urbano brasileiro
ra básica e serviços necessários para apoiar
as crescentes populações urbanas. E, ao mes-
mo tempo, como fazer isso causando o míni- CG_7ºano_08.indd 200 29/03/2018 13:55:17
mo impacto ambiental e preparando-se para cas a identificar os impedimentos à urbani- o bem da economia, da igualdade e da sus-
vulnerabilidades e mudanças climáticas. zação e traçar políticas viáveis do ponto de tentabilidade das cidades. A maneira como
Acertar esse processo de urbanização vista técnico, político e fiscal. eles se preparam para a urbanização impor-
é essencial para conquistar um crescimen- O relatório ajuda a pensar sobre ques- ta não só para o futuro das próprias cidades,
to sustentável. E o desafio vai muito além tões como: o que é preciso ser feito para mas também para o progresso econômi-
do planejamento: os governos precisam en- criar empregos e expandir serviços básicos? co global”, diz Somik Lall, autor do estu-
contrar maneiras inovadoras de financiar a O que falta para melhorar as condições de do e economista (da área urbana) do Ban-
infraestrutura. vida em favelas e áreas sujeitas a desastres? co Mundial.
Um novo estudo do Banco Mundial O que é necessário para gerenciar as formas
traz uma série de noções importantes para da cidade? Disponível em: http://www.worldbank.org/pt/news/
o planejamento e o financiamento urbanos. “Lideranças urbanas em todos os ní- feature/2013/01/28/What-city-leaders-Brazil-Latin-
Esses conceitos são apoiados por estudos de veis têm de começar a agir agora. Precisam America-need-to-know-as-countries-urbanize. Acesso
caso, que ajudam os formuladores de políti- planejar cuidadosamente o uso do solo para em: 20/12/2017.
C
200
O L
Boa Vista
Oceano
Macapá
Atlântico
Equador
0º
Belém
São Luís
Manaus
Fortaleza
Teresina
Natal
João Pessoa
Recife
Rio
Branco Porto
Velho Palmas Maceió
10º
Aracaju
Salvador
DF
Cuiabá
Brasília
Goiânia
Legenda
Densidade demográfica
2 Belo Horizonte
(Habitantes por km ) Campo
Grande
20º Menos de 1 Vitória
1 a 10
Rio de Janeiro
São Paulo
10 a 50 Trópico
de Cap
ricórni
50 a 200 o
Curitiba
Mais de 200
Florianópolis
5:17
Redes urbanas
A rede
40º urbana é um conjunto de cidades que mantêm relações
comerciais, industriais, culturais, financeiras e políticas entre si, em
escalas globais, regionais e locais. Essas relações são comandadas
por uma cidade que, dentro do espaço, apresenta a maior diversida-
de e o desenvolvimento do setor de serviços.
C
202
MT BA
Salvador
Vitória da
Cuiabá Brasília Conquista Ilhéus
Anápolis Itabuna
Rondonópolis Goiânia
GO MG Montes Claros
Rio Verde Teófilo Otoni
5:18
0 314 km 628 km
Thiago Leite/Shutterstock.com
la não tiver laboratório de informática, peça
para que seus alunos pesquisem em casa ou até
mesmo em seus aparelhos celulares. Aprenda a
usar as ferramentas disponíveis para fazer com
que, de fato, seus alunos sejam seres reflexivos
e saibam usar a Internet como ferramenta de
enriquecimento intelectual.
Geografia em cena
O ABCD Paulista, ou
Sugestão de região do ABCD, é uma
abordagem área formada pela sigla de
quatro cidades industriais
da Região Metropolitana
de São Paulo. São elas:
O IBGE dispõe de uma ferramenta cha- Santo André, São Ber-
mada Atlas do Desenvolvimento Humano no nardo do Campo, São Cae- São Paulo se destaca como a capital financeira do Brasil.
tano do Sul e Diadema.
Brasil, que permite acessar os dados demográ-
ficos, etários, e o IDH numa escala de proje-
Disponível em: http://www2.
santoandre.sp.gov.br/index.php/ Regiões metropolitanas
ção de 10 anos. Recomende que seus alunos cidade-de-santo-andre/historia.
C
204
RR O L
AP
S
Macapá Equador
AM
PA MA Fortaleza
Sudoeste CE
RN
Maranhense Teresina
Natal
Cariri Campina PB
AC PI Grande João Pessoa
PE
AL
Recife
RO TO Petrolina/Juazeiro Maceió
SE
MT BA
Vale do Rio Cuiabá e
entorno metropolitano GO Salvador
DF
Goiânia
Vale do aço e
MG colar metropolitano
MS Belo Horizonte e ES
colar metropolitano
SP Vitória
RJ
Região metropolitana Campinas
Maringá São
Paulo
Rio de Janeiro
Baixada Santista Tróp
Colar metropolitano, entorno Londrina
ico de Capr
5:18
metropolitano e área de PR Curitiba ic órnio
SC
expansão
Região integrada de
RS
desenvolvimento (RIDE)
Porto Alegre
Aglomeração urbana (A.U.)
Oceano
0 338 km 676 km
Atlântico
A megalópole brasileira
N
Minas Gerais
O L
Rio de Janeiro
S Volta Redonda Petrópolis
Teresópolis
Atibaia Parati
São José dos Campos
Jundiaí 0 314 km 628 km
Jacareí
Itu Guarulhos Ubatuba
206
CG_7ºano_08.indd 206 29/03/2018 13:55:19
sFred Cardoso/Shutterstock.com
Assim, formaremos um jovem ciente do seu
papel social, comprometido com sua realida-
de e responsável para com a sociedade.
Anotações
207
:19
Jales Valquer/Shutterstock.com
tório é preenchido por favela, e se nós formos
refletir sobre isso, poderíamos pensar:
• Quais parâmetros usamos para definir o Como a urbanização de áreas pobres foi
que vem a ser periferia urbana? feita de forma desordenada, na maioria
Ensaio geográfico
Anotações
1 Diferencie urbanização de crescimento urbano.
A urbanização ocorre quando a população da cidade cresce em um ritmo mais acelerado que a popu-
lação do campo. Já o crescimento urbano está intimamente ligado a questões estruturais, onde devido
ao aumento da população haverá necessidade de mais educação, habitação, segurança e outros serviços.
C
208
Cidade Categoria
Recife Metrópole Nacional
Cenário 2
Problemas
5:19
ambientais urbanos
As cidades são por si só um local de problemas devido às altas
concentrações populacionais, como, por exemplo, as megacidades
de Tóquio, com 37 milhões de habitantes, ou de São Paulo, com 12
milhões. As fontes poluidoras próprias das atividades industriais,
dos serviços e do consumo encontram nas cidades grandes e médias
uma produção de rejeitos tão grandes que ultrapassam a capacida-
de da natureza de reciclar e renovar os sistemas naturais dos rios,
córregos e lagos, do solo, do ar, prejudicando a própria estrutura,
Poluição urbana
As grandes cidades brasileiras, em virtude da concentração in-
dustrial, de veículos, além da transformação do espaço natural em
artificial, apresentam uma série de transtornos ambientais. Poluição
sonora; por rejeitos industriais, que, por não terem tratamento espe-
cífico, terminam contaminando a água dos rios e lagos; por dejetos
químicos, que, pela infiltração no solo, contamina rios, mananciais e
lençóis subterrâneos, envenenando e matando a vida, etc. Contudo,
a forma de poluição urbana que mais tem causado danos às cidades é
a atmosférica, provocada pela contínua emissão de gases oriundos da
humanização do espaço. Suas principais consequências são:
Frontpage/Shutterstock.com
Leitura
complementar
com grandes desafios, tais como o crescimen- estão sendo implementadas, incluindo um sis- Cerca de 80% dos curitibanos vão ao tra-
to do número de veículos, frotas antigas, com- tema rápido de ônibus, com novas linhas que balho utilizando o sistema de ônibus mais rá-
bustível sujo, pouca condução pública, o Bra- estão sendo adicionadas para os Jogos Olímpi- pidos, contribuindo para uma redução de
sil tem apresentado avanços. cos de 2016, bem como a expansão do metrô. aproximadamente 27 milhões no número to-
A agência da ONU destaca que, como re- Em Curitiba, corredores de trânsito de tal de viagens dos veículos por ano. O con-
sultado dos protestos de junho de 2013, o go- alta densidade foram integrados no plano da junto de pessoas que usam transporte públi-
verno federal aumentou os investimentos em cidade para promover o desenvolvimento re- co aumentou 50 vezes nos últimos 20 anos, na
transporte por meio do Pacto de Mobilida- sidencial e industrial em algumas áreas. cidade.
de — iniciativa que tem por objetivo oferecer Como resultado dessa ação e de outras
maior qualidade ao transporte público e desa- decisões de planejamento de trânsito inteli- Disponível em: https://nacoesunidas.org/poluicao-
fogar o trânsito nas cidades. gente, Curitiba usa cerca de 30% menos com- do-ar-nas-cidades-aumenta-8-e-mata-7-milhoes-de-
O levantamento do Pnuma ressalta tam- bustível per capita em comparação a outras pessoas-por-ano-alertam-agencias-da-onu/. Acesso em:
bém que, no Rio de Janeiro, uma série de ações oito cidades brasileiras de tamanho similar. 20/12/2017.
210
Maiores
temperaturas
Menores
temperaturas
A formação de ilhas de calor está associada às temperaturas mais elevadas à medida que se aproxima
dos centros urbanos, onde há concentração de prédios que utilizam concreto e vidro e de asfalto.
Geografia em cena
Ler é fundamental. Um
dos romances mais interes-
santes para compreender
os sentimentos, as ideias, as
sensações e os momentos
da vida de um paulistano
é Paulicea Desvairada, de
Mário de Andrade.
Efeito da chuva ácida em uma construção antiga na Europa.
Diálogo com o
professor
211
tem no País, são semelhantes a lixões, por ve- de aterro gira em torno de R$ 90 a R$ 100 por A coleta seletiva no Brasil estava pre-
zes cercados, com cobertura de terra para es- tonelada. “É uma economia burra, pois deixa sente em 69,3% em 2015, e registrou ligei-
conder os resíduos, mas sem captação de gás de pagar o aterro, mas, automaticamente, vai ro aumento em 2016, passando a 69,6%.
e chorume. Houve ligeiro aumento, passando contaminar o meio ambiente e a pessoas, vai Entre as regiões brasileiras, o Sul foi o que
de 24,1% em 2015 para 24,2% no ano passa- pagar mais no Sistema Único de Saúde”, disse mais implementou coleta seletiva (89,8%),
do. O tratamento de lixo ideal, em aterro sa- o presidente da Abrelpe. seguido pelo Sudeste (87,2%), Norte
nitário, feito em ambiente confinado para re- Segundo o panorama, 96 milhões de pes- (58,4%), Nordeste (49,6%) e Centro-Oes-
duzir o volume de resíduos conforme os anos, soas terão a saúde afetada por contaminação te (43,3%).
caiu de 58,7% para 58,4%. dos lixões. “São doenças como alergias, infec-
Sete municípios, não revelados pelo pa- ções estomacais, doenças causadas por vetores Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/
norama, abandonaram o uso de aterros sani- que se proliferam no lixo como dengue, zika, noticia/2017-08/crise-economica-diminui-geracao-
tários e passaram a usar lixões, em razão da re- chikungunya, câncer, pressão arterial. Bastan- de-lixo-pela-primeira-vez-em-13-anos. Acesso em:
dução de receitas municipais. O custo do uso te preocupante.” 20/12/2017.
212
Kawin168/Shutterstock.com
de material reciclável. Conscientize-os tam-
bém que a rede de reciclagem produz empre-
go e renda, tanto em cooperativas quanto nas
indústrias que reciclam o material recolhido.
Pois, além das pessoas cooperadas receberem
salário pelo trabalho que realizam, a poluição
pode ser reduzida, beneficiando a sociedade e
Lixão a céu aberto. o meio ambiente. E, com o auxílio do profes-
sor de Ciências, relembre os alunos a política
Poluição hídrica: A degradação dos recursos hídricos por
resíduos sólidos, esgoto doméstico ou rejeitos industriais com dos 3Rs: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.
redução da qualidade da água (água com altos índices de coli-
formes fecais, produtos químicos e baixa disponibilidade de oxi-
gênio dissolvida na água), perda de biodiversidade, produção de
gases, como o gás sulfídrico e metano, e o assoreamento carac-
terizam a poluição das águas dos rios, córregos, lagos, lagoas, do Anotações
lençol freático e das águas litorâneas oceânicas. Os agentes con-
taminantes do esgoto doméstico, como bactérias, vírus, vermes
e protozoários, causam doenças associadas à diarreia que matam
milhões de crianças no mundo todo e os rejeitos industriais quí-
micos que contaminam e exterminam a flora e a fauna marinha.
A poluição hídrica é mais prejudicial para os países em desenvol-
vimento, já que não têm recursos e tecnologia para dar soluções a esse
problema, fazendo com que a população sofra com a baixa qualidade
de vida. O agravante para os países em desenvolvimento é a falta de
saneamento básico e de acesso à água encanada, levando as pessoas a
utilizarem água de rios poluídos.
A coleta e tratamento de esgotos e do lixo, o acesso à água po-
tável, além do tratamento de efluentes das indústrias — que são os
principais poluidores dos recursos hídricos — são soluções aponta-
das para a poluição hídrica.
213
reciclagem economiza recursos naturais e gera Fonte: Agência Nacional das Águas. http://atlasesgotos.ana.gov.br/
renda para os catadores de lixo. O Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas revela que menos da metade (42,6%)
Segundo a última pesquisa nacional de sa- dos esgotos do País é coletada e tratada. Apenas 39% da carga orgânica gerada diariamente no País
(9,1 mil T) é removida pelas 2.768 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) existentes no Brasil
neamento básico do Instituto Brasileiro de Geo-
antes dos efluentes serem lançados nos rios, lagos e mares.
grafia e Estatística (IBGE), são recolhidas no O restante, 5,5 mil toneladas, pode alcançar os corpos hídricos. A Resolução Conama 430 (2011)
Brasil cerca de 180 mil toneladas diárias de resí- prescreve o tratamento de pelo menos 60% do DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), antes do
lançamento. Do total de municípios, 70% não possuem uma estação de tratamento de esgotos.
duos sólidos. O rejeito é resultante de atividades
Fonte: Agência Nacional das Águas (ANA).
de origem urbana, industrial, de serviços de saú-
de, rural, especial ou diferenciada. Esses mate- Poluição atmosférica: Se caracteriza pela presença excessiva de
riais gerados nessas atividades são potencialmen- gases e partículas em suspensão no ar atmosférico, que tem origem
na ação antrópica, como os gases dióxido e monóxido de carbono,
te matéria prima e/ou insumos para produção de dióxido de azoto ou de nitrogênio, dióxido de enxofre, ozônio e
novos produtos ou fonte de energia. partículas de amianto, tolueno, cádmio, cromo, além das partícu-
Mais da metade desses resíduos é joga- las do solo, fuligem e poeira.
da, sem qualquer tratamento, em lixões a céu Esse é um problema apontado como uma das principais cau-
sas de mortes em ambientes urbanos, porque causa doenças respi-
aberto. Com isso, o prejuízo econômico pas- ratórias de todos os tipos, sendo responsável por 5,5 milhões de
sa dos R$ 8 bilhões anuais. No momento, ape- óbitos em todo o mundo. Além das doenças respiratórias, outros
nas 18% das cidades brasileiras contam com distúrbios como pneumonia, bronquite, acidente vascular cerebral
(AVC), diabetes, doenças do coração, câncer e até infertilidade hu-
o serviço de coleta seletiva. Ao separar os re- mana, também ocorrem. As crianças, com 1,7 milhões de óbitos, e
síduos, estão sendo dados os primeiros passos os idosos, com 3 milhões de mortos somente na China e Índia, são
para sua destinação adequada. Com a separa-
ção, é possível: a reutilização; a reciclagem; o 214 Capítulo 8 – O espaço urbano brasileiro
melhor valor agregado ao material a ser reci-
clado; as melhores condições de trabalho dos
catadores ou classificadores dos materiais re- CG_7ºano_08.indd 214 29/03/2018 13:55:21 CG
cicláveis; a compostagem; menor demanda jornais, revistas, caixas, papelão, garrafas PET, micas, porcelana. Pilhas e baterias de celular
da natureza; o aumento do tempo de vida dos recipientes de limpeza, latas de cerveja e re- devem ser devolvidas aos fabricantes ou depo-
aterros sanitários e menor impacto ambiental frigerante, canos, esquadrias, arame, todos os sitadas em coletores específicos.
quanto à disposição final dos rejeitos. produtos eletroeletrônicos e seus componen-
tes, embalagens em geral e outros. E as embalagens mistas: feitas de
O que é reciclável? plástico e metal, metal e vidro e
O que não vai para o lixo reciclável? papel e metal?
É reciclável todo o resíduo descartado
que constitui interesse de transformação de Papel-carbono, etiqueta adesiva, fita cre- Nas compras, prefira embalagens mais
partes ou o seu todo. Esses materiais poderão pe, guardanapos, fotografias, filtro de cigarros, simples. Mas, se não tiver opção, desmon-
retornar à cadeia produtiva para virar o mes- papéis sujos, papéis sanitários, copos de papel. te-a separando as partes de metal, plástico
mo produto ou produtos diferentes dos origi- Cabos de panela e tomadas. Clipes, grampos, e vidro e deposite-as nos coletores apropria-
nais. Por exemplo: Folhas e aparas de papel, esponjas de aço, canos. Espelhos, cristais, cerâ- dos. No caso de cartelas de comprimidos, é
214
Curiosidades:
215
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Mikadun/Shutterstock.com
kaband/Shutterstock.com
de chance de incentivar a agricultura orgâ-
nica em relação àqueles onde o problema
não existiu.
Do total dos municípios onde há fiscali-
zação e/ou controle do uso de agrotóxicos e
fertilizantes, 61,5% incentivaram a prática de
agricultura orgânica. Esse percentual para o
grupo de municípios que não fiscaliza o uso
de agrotóxico é de apenas 28,6%.
Esgoto a céu aberto com patógenos. Resíduos químicos e petroquímicos. Lixo direto no solo: chorume e gases tó-
dos municípios brasileiros Poluição sonora: Tem como definição o excesso de sons e
ruídos no ambiente urbano que excedem os níveis suportados
Dentre os problemas de degradação pelos seres humanos, no curto ou longo prazo, além de pertur-
bar o sossego da população, a lei e a ordem pública. Os seus
ambiental, a falta de saneamento básico é efeitos para a saúde humana são nocivos, podendo provocar
o que afeta a qualidade de vida das pessoas perda de audição, problemas comportamentais e psicológi-
cos que agravam patologias como gastrite, úlcera, aumento da
na maior parte dos municípios brasileiros.
pressão arterial, etc.
De acordo com a Munic, a presença de esgo-
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o nível de pres-
to a céu aberto prejudica comunidades em são sonora a partir de 50 dB é considerável como o fim do conforto
1.031 municípios (46%), seguido pelo des- auditivo e o nível de 55 dB, como o início do estresse; acima de
matamento, em 1.009 municípios (45%),
as queimadas, em 948 municípios (42%), 216 Capítulo 8 – O espaço urbano brasileiro
e a presença de vetores de doenças, em 896
municípios (40%). Informaram pelo me-
nos um problema ambiental com impacto CG_7ºano_08.indd 216 29/03/2018 13:55:21 CG
negativo sobre a vida das pessoas, 41% dos dos municípios de Santa Catarina tinham es- Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Guaru-
municípios. goto a céu aberto. lhos, Porto Alegre, São Gonçalo, Sorocaba
No Nordeste, o estado com mais muni- Entre os municípios com até 100 mil e Uberlândia.
cípios com pelo menos um impacto ambien- habitantes, esgoto a céu aberto (44%) e
tal relevante foi Pernambuco, onde 82% deles desmatamento (44%) empataram como Inundações, deslizamentos, secas
têm esgoto a céu aberto. No Norte, destacou- alterações ambientais que interferem na e erosão são os desastres mais
-se o Amapá, onde 81% dos municípios ti- qualidade de vida. Já entre os municípios frequentes
nham doença endêmica ou epidemia. No com mais de 100 mil habitantes, a ocupa-
Centro-Oeste, 68% dos municípios do Mato ção desordenada (47%) e os esgotos a céu No Brasil, os desastres mais comuns são
Grosso do Sul tinham “lixões” próximos a aberto (42%) foram mais apontados. Nove inundação, deslizamentos de encostas, secas
ocupações humanas. No Sudeste, 66% dos dos 33 municípios com mais de 500 mil e erosão. Entre 2000 e 2002, 2.263 municí-
municípios do Rio de Janeiro relataram conta- habitantes relataram não ter alterações pios brasileiros (41% do total) declararam
minação de rios e baías; enquanto no Sul, 41% ambientais afetando a população: Belém, ter sofrido algum tipo de alteração ambien-
216
Entre rios
Direção: Caio Silva Ferraz
217
nas, propagandas com carros de som, etc.; vi- Um dos grandes problemas da poluição visual está na descarac-
sual — por exposições de cartazes, folhetos, terização da cidade, pois esconde a arquitetura e a beleza de edi-
fícios e casas, causando deformação de ruas e avenidas, pois não
etc., e ainda a poluição atmosférica causada respeita um planejamento urbano que valorize a qualidade de
pelos gases de veículos, decomposição de ma- vida e não somente a produção de riqueza. Ao tratar dos aspec-
téria orgânica, etc. tos arquitetônicos da poluição visual, temos ainda o abandono
de imóveis nas cidades, que entram em processo de degradação
Contudo, a poluição urbana pode ser devido à falta de manutenção, o que colabora para uma paisa-
encontrada também em forma de lixo, fu- gem urbana distorcida em prejuízo do bem-estar das pessoas.
maça, mau cheiro e outras formas facilmen- O aperfeiçoamento da legislação com fiscalização e leis efeti-
te identificáveis. vas, além da contratação de pessoal com qualificação e em quan-
tidade suficiente para resolver o problema, seria capaz de dar uma
maior qualidade de vida no ambiente urbano.
Poluição visual
Concentrada principalmente em out- 218 Capítulo 8 – O espaço urbano brasileiro
doors, cartazes, e diversos outros meios de co-
municação, imperceptivelmente, o uso exa-
gerado e desnecessário de tanta propaganda CG_7ºano_08.indd 218 29/03/2018 13:55:22 CG
é que vem aumentando o problema da polui- trole da sinalização e publicidade em diver- simultaneamente, alcança elevados decibéis
ção visual. Mesmo sendo pouco conhecida, sas categorias de vias, mas o problema ainda (dB), apesar de muitas vezes passar desper-
ela já é bastante prejudicial, começando por é grande. cebido, causando problemas de saúde, como
paredes pinchadas, ruas cheias de placas de neurose e a perda gradativa da audição.
propagandas, “camadas” de cartazes, faixas Poluição sonora Segundo a OMS (Organização Mundial
nos postes. Mesmo não causando problemas São vários os fatores responsáveis pela de Saúde) o limite máximo tolerável para a
à saúde, a poluição enfeia o meio ambien- poluição sonora nos fluxos urbanos, os prin- saúde humana é de 65 dB. O efeito sobre a
te, deixando-o sujo. E, além disso, a grande cipais são os barulhos emitidos pelos veícu- saúde humana dependerá, contudo, do nível
preocupação em relação à poluição visual, los automotores (caminhão, ônibus, carros e de ruído e do tempo de exposição, por exem-
principalmente em vias públicas, é que esse motos), e também na construção civil, onde plo, uma pessoa que trabalhe 8 horas por
tipo de poluição pode ser um colaborador são produzidos o tempo todo e em grande al- dia, todos os dias, com ruídos do nível de 85
para acidentes automobilísticos. Muitos paí- tura. O que causa tanto problema é que, o dB, após dois anos, apresentará, com certe-
ses contêm legislações específicas para o con- conjunto de emissores de sons, funcionando za, problemas auditivos causados pela polui-
218
2 O lixo, a poluição hídrica e a poluição do solo têm impacto muito grande sobre a saúde humana.
Cite os agentes contaminantes que resultam na poluição urbana e rural.
Anotações
Os agentes contaminantes são os patógenos presentes no esgoto doméstico, como bactérias, vírus, ver-
mes e protozoários; o chorume, que é rico em substâncias tóxicas, da decomposição de produtos quí-
micos e materiais orgânicos; os produtos químicos (chumbo, arsênico, cádmio e organoclorados, como
os desvios da lei.
industriais, dos serviços e do consumo encontradas nas cidades grandes e médias. Uma produção de
rejeitos tão grande ultrapassa a capacidade da natureza de reciclar e renovar os sistemas naturais dos
rios, córregos e lagos, do solo, do ar, prejudicando a própria estrutura, manutenção e qualidade de vida
das cidades.
ção sonora. Uma forma de amenizar a polui- • As construções que utilizam máquinas ba-
ção sonora é a utilização de equipamentos de rulhentas.
segurança (fones de ouvido, por exemplo) e a • Casas noturnas que deixam o volume do
aplicação de tecnologias menos ruidosas ou som muito alto.
que abafem os ruídos.
Esse tipo de poluição, como já mencio- Disponível em: http://www.educacao.cc/ambiental/
nado no decorrer do texto, pode causar mui- tipos-de-poluicao-urbana-visual-e-sonora/. Acesso em:
tos danos ao organismo, principalmente 20/12/2017.
porque nós não nos preocupamos com ele,
alguns causadores da poluição sonora são:
A_Lesik/Shutterstock.com
Aprenda com arte
Sinopse: Um filme em cinco episódios escrito, dirigido e realizado por jovens cineastas moradores de
favelas do Rio de Janeiro e produzido por Carlos Diegues e Renata de Almeida Magalhães. Os temas
dos episódios tratam sempre do convívio humano e social em cada comunidade abordada. Eles falam
de ética e educação, amizade e amor, solidariedade e tolerância, família e comunidade, sem ignorar a
violência e as dificuldades cotidianas que sofrem os moradores dessas comunidades.
C
220
Encerramento
1 Observe a imagem abaixo.
monotoomono/Shutterstock.com
Trânsito intenso na maior cidade da Índia, Mumbai. Julho de 2016.
5:22 2 (Furg) Nas grandes cidades brasileiras, a falta de moradia e o aumento do desemprego estão direta-
mente relacionados à existência de que tipos de habitação?
a. Favelas e condomínios.
b. X Favelas e cortiços.
c. Mansões e vilas.
d. Vilas e bairros.
e. Lugarejos e condomínios.
Estágio 3
4 (UFV) De acordo com o que se considera, no Brasil, como área de influência urbana, Manaus se
classifica como:
a. X metrópole regional.
b. centro regional.
c. metrópole nacional.
d. centro local.
e. vila.
5 (PUC–Camp – Adaptada) Leia a história em quadrinhos apresentada a seguir e responda o que se pede.
222
CG_7ºano_08.indd 222 29/03/2018 13:55:23 C
6 Cite os municípios que fazem parte da região metropolitana da capital do seu estado.
Sugestão de resposta: A região metropolitana do Estado de Pernambuco é Itamaracá, Itapissuma,
Abreu e Lima, Igarassu, Paulista, Olinda, Araçoiaba, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe,
33º
32º
Temperatura 31º
no final 30º
da tarde (ºC)
luição de determinadas cidades, devido à concentração de fatores geradores de calor, como materiais
retentores (asfalto, concreto, vidro), falta de vegetação, produção de calor em motores automotivos e
223
:23 CG_7ºano_08.indd 223 29/03/2018 13:55:23
80
70
60
50
30
20
10
0
01.07.1950 01.09.1960 01.09.1970 01.09.1980 01.09.1991 01.08.2000 01.08.2000
(1)
Urbana Rural
(1) Para o cálculo de taxa, foi utilizada a população presente em 1950, en-
quanto para os anos seguintes foi utilizada a população presente.
9 (UCS) A produção do espaço geográfico tem gerado várias paisagens, entre elas a urbana. Analise
as afirmações e marque (V) para a s verdadeiras e (F) para as falsas quanto à urbanização.
No estudo das interações da sociedade com o meio físico devem-se considerar fatores sociais, econômi-
cos, tecnológicos e culturais estudados na dimensão do tempo e do espaço. Ao analisar a representação
da paisagem urbana apresentada na imagem, conclui-se que:
a. as formas de organização do espaço consideram a dinâmica natural das áreas de várzeas e de
terra firme.
b. os aspectos da poluição das águas, como o depósito de resíduos sólidos, são de responsabilidade
da população do entorno.
c. o modo de vida ribeirinho apresenta resistência diante da pressão da modernização urbana.
d. a população urbana encontra diferentes formas de adaptação na adversidade do ambiente urbano.
e. X o contraste de formas revela as desiguais condições de vida da população da cidade.
11 (Fuvest)
Situação I A recente urbanização brasileira tem características
parcialmente representadas nas situações I e II dos
esquemas ao lado. Considerando essas situações, é
Momento 1 Momento 2
São Vicente
Santos
Ilha de São
Vicente Guarujá
Praia Grande
Oceano Atlântico
A análise da imagem permite reconhecer a ocorrência da qual processo socioespacial comum em cida-
des de áreas metropolitanas?
a. Favelização. b. X Conurbação.
c. Gentrificação. d. Verticalização.
13 (UERJ)
A zona portuária do Rio de Janeiro vem recebendo muitos investimentos públicos e privados com o
objetivo de promover sua renovação física e funcional.
Considerando a charge, a nova dinâmica espacial pode ter qual consequência sobre o processo de urba-
nização nessa região da metrópole carioca?
a. X Mudança do perfil social.
b. Degradação do setor comercial.
c. Aumento da atividade industrial.
d. Redução da acessibilidade viária.
A partir do excerto acima, pode-se concluir corretamente que os problemas ambientais globais residem:
17 (Enem) Um dos grandes problemas das regiões urbanas é o acúmulo de lixo sólido e sua disposição.
Há vários processos para a disposição do lixo, entre eles o aterro sanitário, o depósito a céu aberto e a
incineração.
Cada um deles apresenta vantagens e desvantagens. Considere as seguintes vantagens de métodos de
disposição do lixo:
I. diminuição do contato humano direto com o lixo.
II. produção de adubo para agricultura.
III. baixo custo operacional do processo.
IV. redução do volume de lixo.
A relação correta entre cada um dos processos para a disposição do lixo e as vantagens apontadas é:
18 (Enem) A falta de água doce no Planeta será, possivelmente, um dos mais graves problemas deste
século. Prevê-se que, nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada habi-
tante será drasticamente reduzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas
interferem no ciclo da água, alterando:
Capítulo 9 BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
ck.com
photography/Shuttersto
Atividades não
urbanas no Brasil
Extrativismo brasileiro
Estamos na segunda década do século XXI, e, em nosso terri-
Leitura tório, diversas comunidades continuam praticando o extrativismo
complementar como forma de sobrevivência direta ou como atividade comple-
mentar. Contudo, essas comunidades coletoras convivem com gi-
gantescas empresas, que enxergam a natureza como fonte de lucro,
e não de sobrevivência, pouco se importando com as consequên-
Região Norte lidera cias que essa atividade produz.
extrativismos vegetal e mineral
Frontpage/Shutterstock.com
Extrativismo vegetal
O extrativismo vegetal é mais intenso na
Região Norte do País. O Pará é o estado brasi-
leiro com a maior produção de madeira em to-
ras, segundo o IBGE.
A produção florestal ganha força com a Sem se importar com os danos causados
à natureza, muitas indústrias extrativistas
tendência de aumento da participação da sil- devastam florestas para a fabricação de papel ou
para a criação de gado, o que intensifica ainda
vicultura, ou seja, da manutenção, aproveita- mais o efeito estufa. Imagem de desmatamento
no Brasil.
mento e uso racional das florestas ou criação
de uma área para cultivo de determinada plan-
ta, por exemplo, o eucalipto.
Extrativismo brasileiro
Atualmente, o Brasil é o grande exporta- como atividade de
dor de produtos florestais e aparece como o
maior produtor e exportador de celulose de
coleta
madeira de eucalipto. Diversas são as comunidades brasileiras que retiram das matas
nativas elementos que são para promover o sustento direto e indire-
Além da extração de madeira, a Região to. Dessa forma, nativos da floresta amazônica utilizam diversos ve-
Amazônica também é responsável pela pro- getais para alimentação, cura de doenças, construção de canoas, etc.
dução nacional de castanha do Pará, látex No Maranhão e no Piauí, comunidades interioranas complemen-
tam sua renda a partir da extração dos cocos de babaçu e carnaúba,
(retirado da seringueira), babaçu entre outras de onde tudo se utiliza: da quenga, para produção de botões, ao
sementes e frutas tipicamente brasileiras, ma-
nufaturadas pelas indústrias alimentícia, far- 230 Capítulo 9 – Recursos naturais e exploração do espaço brasileiro
macêutica e até de combustíveis.
Essas atividades garantem a subsistên-
cia de famílias e movimentação dos mercados CG_7ºano_09.indd 230 29/03/2018 13:54:49 CG
locais. Outro local de grande potencial é o esta- ce destaque. A Bacia de Campos, no Rio de Ja-
do de Minas Gerais – o maior produtor de mi- neiro, é responsável pela maior parte da pro-
Extrativismo mineral nério de ferro do Brasil, segundo o Instituto dução de petróleo nacional. Segundo maior
O extrativismo mineral, com destaque Brasileiro de Mineração (Ibram). produtor na América do Sul, o Brasil vive em
para o ouro, ferro bauxita e cassiterita, tam- O Brasil tem também a maior reserva constante crescimento da produção diária de
bém concentra sua produção na Região Nor- mundial de nióbio, mineral misturado ao aço barris de petróleo.
te, desde a década de 1960. e usado na fabricação de produtos, como tur- Já o extrativismo animal concentra-se
Com rico potencial mineral, a Amazônia binas de avião. principalmente na pesca e na aquicultura (cul-
tem atualmente grandes projetos de explora- O potencial hídrico do Brasil está entre tivo de animais aquáticos).
ção como: Carajás e Rio Trombetas no Pará os cinco maiores do mundo: o País tem 12%
(ferro e bauxita); Serra do Navio no Amapá da água doce superficial do planeta e condi- Disponível em: http://www.brasil.gov.br/economia-e-
(manganês); Serra Pelada no Pará (ouro); em ções adequadas para exploração. emprego/2012/04/regiao-norte-lidera-extrativismos-
Porto Velho (cassiterita). A exploração de petróleo também mere- vegetal-e-mineral. Acesso em: 20/12/2017.
230
guentermanaus/Shutterstock.com
para confirmar a riqueza do subsolo do País.
Faça questionamentos sobre as áreas que ain-
da não foram exploradas. Questione quais mi-
nerais não estão presentes no mapa. Mostre
a importância estratégica da localização do
quadrilátero ferrífero — próximo aos gran-
des centros industriais do Sudeste. Aproveite
para fazer um debate sobre o que é mais im-
portante: os recursos minerais e energéticos
O extrativismo vegetal ilegal é uma das
causas do desmatamento. Na imagem, ou a industrialização.
área na Amazônia brasileira.
231
O L
Manganês, Serra do Navio/AP
Década de 1940 S
Equador
Região
Ouro no rios Tapajós e salineira/RN
Teles Pires/AM e MT Projeto Grande Século XIX
Década de 1950
Carajás/PA
Década de 1970
Serra Pelada/PA
Década de 1990
Cassiterita em RO
Década de 1940
Chapada
Ouro, Vale do Guaporé/MT
Século XVIII Diamantina/BA
e MG
Séculos XVII e XVIII
Ouro e diamantes, Cuiabá/MT
Século XVIII
Quadrilátero ferrífero
N
O L
Belo João Monlevade
Horizonte Sabará
Caeté S
Barão de Cocais
Nova Lima
Santa Bárbara
A
D
Brumadinho
Grupo Itacolomi B
Itabirito
Supergrupo Minas
Supergrupo Rio das Velhas Mariana
Embasamento C Brasil
Ouro Preto
Cidade
Capital do Estado Minas
Gerais
Bacias investigadas Quadrilátero
A - Fechou Ferrífero
B - Carta Branca Conselheiro Lafaiete
C - Maracujá
D - Caroço
Projeto Carajás
Projeto Carajás
N Oceano
Amapá
Atlântico
O L Macapá
Equador
S
Belém
Santarém Transamazônica
(BR-230)
Amazonas Represa de
jás
0 192 km 384 km
Transamazônica
(BR-230)
Conceição do Araguaia
Inaugurada em 1985, a Estrada de Ferro Carajás não é só grande: ela também lidera o ranking
das ferrovias mais eficientes do Brasil graças ao constante investimento em tecnologia.
Lábrea
Vale do Rio Trombetas Humaitá
Cruzeiro do Sul
Essa região começou a ser explorada a partirBoca de 1966, quando
do Acre
Porto Velho
ricas jazidas de bauxita foram descobertas pela mineradora estran-
Acre
geira Alumínio Canadense (Alcan). Após essa fase,Branco
Rio os governos mi- A
litares brasileiros, entre as décadas de 1970-1980, passaram a pro- Ariquemes
Equador
Almeirim
Oriximiná Belém
e Ca p ri c ó rnio
Vila do Conde
d
Trópico
Alunorte São Luís
Tucuruí Paragominas
Albras
ás
raj
ia Ca
rov
Fer Alumar
Rio X ing
Marabá
MA
PA Chile Imperatriz
u
Tocantinópolis
rém
nica
azô
Pacífico
Oceano
Rodovia Cuiabá-Santa
Ro am
dovia Trans
ia
Bel -Brasíl
ém
Rio Tocantins
ia
gua
N
TO Argentina
ia
ov
Ara
Ro d
O L
Rio
Ferro Exportação
Manganês Hidrovia
Níquel
Indústria
Bauxita
Humaitá O Projeto
Novo
Carajás-Trombetas provocou um duplo efeito so-
Progresso
Paraíba
bre as realidades nacional e regional. Do ponto de vista nacional, Piauí
Conceição
rto Velho colocou as empresas estatais na economia globalizada;
do Araguaiapor outro
lado, em esfera regional, acarretou a devastação de imensas áreas Pernambuco
Cotriguaçu
Aripuanã pela exploração dos recursos naturais, provocando impactos am-
Ariquemes Alta Floresta
bientais Palmas
de consequências catastróficas para o meio ambiente e as Alagoas
Porto
Ji-Paraná sociedades nativas.
Sorriso Nacional
Juína São Félix do
Araguaia
Sergipe
Rondônia Maciço do Urucum
Sinop Gurupi
0 163 km 326 km
Goiás
Coxim
Corumbá
Mato Grosso Paranaíba
Minas
do Sul Gerais
Aquidauana Espírito Santo
Campo Grande
Bauru
Bela Vista Dourados
São Paulo
Paraguai Ponta Porã
Paraná
N
Maciço do Urucum
O
S
L
E. F. Brasil-Bolívia
Oceano
Serra do Navio
Atlântico
Área extrativa localizada na região central do Estado do Ama-
pá, às margens do Rio Amapari (afluenteLagesdo Araguari), que apre-
ntina sentava ricas jazidas de manganês. A década de 1940 marcou o
Rio Grande
início da exploração regional através da Indústria e Comércio de
Minérios (Icomi), empresa domineradora
Sul nacional vencedora da lici-
tação para o processo de exploração da área promovido pelo gover-
no de Eurico Gaspar Dutra, que lhe concedeu a área por 50 anos.
Posteriormente, a Icomi associou-se a duas outras empresas de ex-
ploração: a Bethlehem Steel, estadunidense, e a brasileira Caemi, do
grupo Azevedo Antunes.
Uruguai
Capítulo 9 – Recursos naturais e exploração do espaço brasileiro 237
Guiana
Francesa
O L
Oceano
Atlântico
Amapá
Amazonas
Pará
0 71 km 142 km
Geografia em cena
50
0
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Total 261,44 296,02 334,33 322,15 335,01 383,08 410,93 458,57 476,22 479,07
Lavouras Pecuária
2015 10,96 2015 36,06 2015 78,58 2015 79,99 2015 81,05
14,92 12,37 44,71 57,66 47,22
O L
Fotokostic/Shutterstock.com
professor
(1,93%) e México (1,46%). “Ao longo dos últimos 50 anos, o cres- um expressivo exportador de uma pauta diver-
Os pesquisadores americanos usaram o cimento da produtividade permitiu ofer- sificada de produtos agropecuários.
indicador expresso em Produtividade Total tas mais abundantes de alimentos a preços
dos Fatores (PTF), que considera todos os mais baratos”, assinala Gasques. “No Bra- Crescimento da produção
produtos das lavouras e da pecuária e os re- sil, isso pode ser verificado pela redução A taxa média de crescimento da produti-
laciona com os insumos usados na produção. dos preços reais de grãos relevantes na ali- vidade agropecuária no Brasil foi de 3,58% ao
De acordo com o coordenador-geral de mentação humana, por exemplo, arroz, mi- ano entre 1975 a 2015. Na década de 2000, a
Estudos e Análises da Secretaria de Política lho, soja e trigo.” média foi de 4,08% ao ano. “Isso mostra que a
Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuá- Com ganhos de produtividade obtidos agricultura tem crescido principalmente com
ria e Abastecimento, José Garcia Gasques, o nos últimos anos na agricultura, destacou o base na produtividade. No Brasil, essa variável
aumento da produtividade agrícola tem sido coordenador da SPA, o Brasil deixou de ser é responsável por cerca de 90% do crescimen-
a forma mais segura de suprir as necessidades país importador de alimentos, com enormes to da produção, enquanto que 10% se deve
crescentes de alimentos em todo o mundo. crises de abastecimento, e se transformou em aos insumos”, salienta Gasques.
240
Reprodução
Ciências, mostre aos alunos as propriedades
do solo, vegetação a qual favorece o desenvol-
vimento das produções agrícolas. Em contra
partida, evidencie o alto índice de fertilizante
e agrotóxico usado para, cientificamente, fa-
zer com que as frutas e verduras alcancem um
estado de maturação mais rápido e fora do pe-
ríodo natural.
As péssimas condições das estradas do
Oeste da Bahia, agravadas pelas chuvas,
estão ameaçando a produção e o escoamento
dos produtores locais.
A sua prática “comercial” é extremamente prejudicial ao pro-
dutor, de quem compra o produto extremamente barato, e também Anotações
ao consumidor, que compra o mesmo produto extremamente caro.
Muitas vezes, o produto ao sair das mãos do produtor passa pelas
mãos de 4, 5 ou até 6 intermediários até chegar ao consumidor.
Cenário 2
Agricultura
brasileira
O Centro-Sul, o coração
da agricultura brasileira
Em algumas áreas desta região, a agricultura atingiu o mais alto
grau de modernização e eficiência. Apresenta, no conjunto, uma
grande produtividade por hectare, pois a maioria das unidades
agrícolas utiliza técnicas modernas em todas as fases do processo
produtivo. Um batalhão de máquinas, diferentes fertilizantes, pes-
ticidas e sementes melhoradas, mão de obra extremamente quali-
ficada, além da especialização por produção, fazem da agricultura
desta parte do País o motor que puxa o campo brasileiro. Nesta
região, podemos destacar o seguinte espaço agrícola.
241
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
Equador
0º
20º
C
242 30º
Espaço agropecuário do
Centro-Oeste
Esta região, até a década de 1960, esteve esquecida pela agrope-
cuária brasileira e começou a ser conquistada em meados da década
dor de 1970 com o avanço da sojicultura. Porém, com a utilização de
novas tecnologias, aliadas ao baixo custo da terra e à facilidade de
acesso às linhas de crédito, ocorreu uma verdadeira avalanche de
empresários rurais de diversas partes do País, principalmente do
Centro-Sul em direção a esta região.
O L
0 227 km 454 km
S
Grande agricultura
comercial
Pequena agricultura
comercial e de subsistência
Pecuária melhorada
4:52
Extrativismo vegetal
Oceano
Atlântico
Trópico de
C apricórnio
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
Segundo o Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatística (IBGE), a safra agrí-
cola da soja, no Centro-Oeste, deve crescer
26,2% e será responsável por 20% do PIB da
região em 2019.
2017
Sul
35,5%
17,5
Sudeste
Participação %
9,5%
15,1
Nordeste
7,5% CG
9,8
Centro-Oeste
Norte
7,9
43,7% 3,6%
5,9
3,7
3,8
2,9
1,9
1,6
1,5
1,1
0,8
0,3
0,3
0,2
0,1
0,1
0,1
0
0
0
0
0
0
0
MT
PR
RS
MS
GO
MG
SP
BA
SC
MA
PI
TO
PA
RO
DF
SE
CE
PE
RR
PB
AC
AL
RN
ES
AM
RJ
AP
Anotações
:53
245
N N
Cornélio Procópio Cornélio Procópio
O L O L
S S
Umuarama
PR PR Curitiba
Curitiba
Ponta Grossa
Minas Gerais: o
tradicionalismo cultural CG
Sugestão de
abordagem
A cana-de-açúcar é plantada na Zona da
Mata de Pernambuco, na chamada zona
canavieira há cinco séculos.
Professor, use o site do Climatempo para
Capítulo 9 – Recursos naturais e exploração do espaço brasileiro 247 estudar com os alunos o índice de chuvas no
nordeste do Brasil em relação a outras regiões.
Nele pode-se fazer a impressão de relatórios
CG_7ºano_09.indd 247 29/03/2018 13:54:54 de chuvas e juntos fazerem uma interpretação
Leitura Em 1951, um grupo de estudiosos deter- dos dados.
complementar minou os limites da região atingida por estia-
gens periódicas, que passou a ser chamada Po- Link: http://clima1.cptec.inpe.br/
lígono das Secas. Mas o Polígono das Secas monitoramentobrasil/pt. Acesso em: 21/12/2017.
Polígono das Secas aumentou de tamanho. O Maranhão, que não
estava na área de ocorrência de secas longas,
Há séculos existem as secas periódicas no vem enfrentando o problema nos últimos vin-
Sertão nordestino. Sucessivos governos têm ten- te anos. Nas regiões atingidas, é comum a es- Anotações
tado resolvê-las, sem sucesso. As políticas de com- tiagem se prolongar por dois ou três anos. Isso
bate à seca no Nordeste remontam à época do Im- gera uma situação de calamidade para milhões
pério. Dom Pedro II determinou a construção de de sertanejos. A ampliação da área da seca está
açudes, entre outras ações, para diminuir os efei- relacionada à forma de ocupação humana nes-
tos da estiagem, entre os anos 1877 e 1879. sa região, desde o século XVI. Trata-se do uso
:54
247
Vitoriano Júnior
sua finalização.
nal do Sertão, que passa pelas cidades de Olho teórica, jamais concretizado, surgiu na Dita- O projeto só se tornou realidade no go-
d’Água do Casado, Inhapi, Senador Rui Pal- dura Militar, com Figueiredo (1979–1985), verno Lula (2003–2010), com a aprovação,
meira e Água Branca, todas em Alagoas, foi após uma das mais violentas secas da história em 2004, do Plano Decenal de Recursos
inaugurado pela presidente Dilma Rousseff. brasileira. Itamar Franco (1992–1994) pro- Hídricos da Bacia do São Francisco. Em ju-
pôs um decreto ao Senado Federal que amplia- lho de 2007, após longos debates entre en-
Histórico ria os estudos do potencial da Bacia Hidrográ- tidades ambientais e o Conselho Nacional
A ideia de transpor o Rio São Francisco fica do Rio São Francisco, mas não apresentou de Recursos Hídricos, a obra de transposi-
para as regiões mais afetadas pela seca surgiu nenhum projeto sobre o tema. Fernando Hen- ção teve início.
com Dom Pedro II, em 1847. Por mais que o rique Cardoso (1995– 2002), por sua vez, as-
tema fosse discutido entre intelectuais da épo- sinou o documento Compromisso pela Vida do Fonte: Caio Tardelli. Disponível em: http://
ca, somente foi politicamente retomado por São Francisco, propondo a construção de canais br.blastingnews.com/brasil/2016/03/transposicao-do-
Getúlio Vargas em seu Estado Novo (1937– de transposição. A sua ideia, não obstante, nun- rio-sao-francisco-atinge-81-de-execucao-00854679.
1945). O primeiro projeto com consistência ca saiu do papel. html. Adaptado. Acesso em: 06/06/2017.
C
248
O L
Equador S
Produtos agrícolas
Produtos tropicais
Alimentares e oleaginosos cacau,
café, cana-de-açúcar (açúcar e álcool*),
frutas, amendoim, dendê, coco-da-baía
Matéria-prima para indústria algodão,
Floresta Amazônica
fumo, juta, rami, sisal
Policultura associada à pecuária (feijão,
mandioca, milho)
Grãos
Arroz
Milho
Soja
Extrativismo e agricultura
Babaçu, látex, castanha-do-pará, guaraná,
madeira, pimenta-do-reino
* Álcool, combustível, aguardente, uso farmacêutico, higiene.
0 300 km 600 km
Cenário 3
Pecuária brasileira
Trópico
de Capricór
nio
Principais
4:54
características
O Estado de Minas Gerais, agropecuarista por natureza, abriga
o segundo maior rebanho bovino do Brasil: aproximadamente 21
milhões de cabeças de gado, superado apenas pelo Mato Grosso.
Porém, apresenta a maior produção de leite brasileira, 6 bilhões de
litros por ano. Atualmente, é responsável por 10% da produção na-
cional de ovos e possui um plantel de 78,5 milhões de frangos.
O Vale do Paraíba, localizado estrategicamente entre os grandes
mercados consumidores paulista e carioca, desenvolveu a principal
las plantas. Estudos mostram que, pelo menos, Nos Pampas, a tradicional Campanha Gaúcha, na pecuária ex-
70% das emissões de gases do efeito estufa es- tensiva, sofre em virtude da competição desleal com a forte agrope-
cuária argentina. Até mesmo o arroz introduzido nessa região per-
tão relacionadas ao desmatamento e à pecuária. de competitividade para o arroz importado do Mercosul e da Ásia,
pois seus custos de produção são bastante elevados em virtude dos
Pecuária e gases de efeito estufa altos valores pagos pelo arrendamento da terra.
Toniflap/Shutterstock.com
Os gases do efeito estufa são principal-
mente o dióxido de carbono (CO2), o meta-
no (CH4), os clorofluorcarbonetos (CFCs) e
os óxidos de nitrogênio (NOx). A queima de
matéria orgânica (madeira e combustíveis hi-
drocarbonetos), como vimos, está relacionada A Região Sul conta com uma série de
fatores que contribuem para uma alta
com a emissão de dióxido de carbono (CO2). produtividade agropecuária, como solos férteis
e chuvas regulares durante o ano.
O nitrogênio proveniente dos resíduos
animais é fonte importante do óxido nitroso 250 Capítulo 9 – Recursos naturais e exploração do espaço brasileiro
(N2O). As emissões de N2O dos solos ocor-
rem principalmente como consequência da
desnitrificação a partir de nitrogênio mine- CG_7ºano_09.indd 250 29/03/2018 13:54:56 CG
ral (N). A desnitrificação consiste na redução mosfera. O processo de formação do gás ocor- Emissões de metano pela pecuária
microbiana do nitrato (NO3) às formas in- re durante o processo digestivo de fermenta-
termediárias de N e então às formas gasosas ção entérica de animais ruminantes (bovinos, O rebanho mundial de bovinos é hoje es-
(NO, N2O e N2) que são comumente perdi- bubalinos, ovinos e caprinos), sendo o meta- timado em mais de 1 bilhão de cabeças. A EPA
das para a atmosfera. Estima-se que as emis- no subproduto deste processo, liberado para (2000) estimou as emissões globais de metano
sões globais de N2O pelo homem sejam de a atmosfera pela flatulência e eructação dos geradas a partir dos processos entéricos de ru-
cerca de 5,7 milhões de toneladas de nitrogê- animais. Em média, estima-se que 6% de todo minantes de criação em 80 milhões de tonela-
nio por ano. As emissões diretas por parte de o alimento consumido pelo gado no mundo das por ano, correspondendo a cerca de 22%
animais de criação comercial (principalmen- seja convertido em gás metano. O metano é das emissões totais de metano geradas por ati-
te bovinos e suínos) foram estimadas em 1,6 24 vezes mais potente do que o dióxido de car- vidades humanas. O mesmo relatório estimou
milhões de toneladas de nitrogênio por ano. bono para causar aquecimentos atmosféricos, a emissão proveniente de dejetos de animais
A pecuária é também uma das maiores contribuindo com 15% do total do aqueci- em cerca de 25 milhões de toneladas ao ano,
fontes de emissão de gás metano para a at- mento global. correspondendo a 7% da emissão total.
250
A pecuária desenvolvida com o gado confinado, utilizando ração, cuidados sanitários constantes, vi- Sugestão de
sando à precocidade do crescimento e do abate ou o aumento da produção de leite é conhecida como
criação:
abordagem
Intensiva.
Junte-se com o professor de Ciências e pro-
Capítulo 9 – Recursos naturais e exploração do espaço brasileiro 251 ponha um projeto didático em conjunto. Façam
uma conscientização em toda a escola sobre a
importância da preservação da natureza. Quere-
4:56 CG_7ºano_09.indd 251 29/03/2018 13:54:56 mos cultivar nos alunos esse senso crítico, inves-
O Brasil possui o maior rebanho bovi- presentada por bovinos (87% corresponden- tigador e problematizador, sempre levando o co-
no comercial do mundo. De acordo com o do aos bovinos de corte e 13% aos bovinos nhecimento por um caminho reflexivo.
Inventário Nacional das Emissões de Ga- de leite). Estimou-se que as emissões de me-
ses de Efeito Estufa provenientes de Ati- tano pela pecuária brasileira em 1995 fora de Anotações
vidades Agrícolas, realizado desde 1996 cerca de 9,2 milhões de toneladas de CH4,
pela Embrapa Meio Ambiente, 96% do considerando-se os efetivos de bovinos (160
metano produzido na agricultura do milhões de animais) e a produção de dejetos
País provém da pecuária bovina de cor- animais à época.
te e de leite. Outros animais como bubali-
nos, muares, caprinos, asininos, equinos e Efeito estufa e alterações climáticas
suínos são responsáveis pelos 4% restantes
das emissões de metano. O efeito estufa é um processo natural que
Cerca de 68% da pecuária nacional é re- permite manter parte do calor irradiado pela
251
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
10,00
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2012
2011
Total Agronegócio
Fonte: MDIC / MAPA / Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br
A análise da balança comercial brasileira, no período mostrado no gráfico, permite inferir que:
O agronegócio é responsável pelo maior volume de exportações do Brasil.
4 No campo, a prática da agropecuária pode ser classificada de diversas formas, tudo a depender do
critério utilizado para avaliação. No caso da divisão das atividades rurais em extensivas e intensivas, a
classificação é realizada com base em:
a. tamanho de propriedades.
b. legalidade de posses.
c. intensidade de produção.
d. X impactos ambientais gerados.
e. gestão da mão de obra.
5 Embora muitos especialistas recomendem o uso da agropecuária intensiva, em razão de seus be-
nefícios, a utilização do modelo extensivo ainda é muito comum em todo o país e também em várias
partes do mundo, principalmente em áreas com menor oferta tecnológica. Uma das vantagens que
justifica o emprego da agropecuária extensiva é:
a. X o menor uso de fertilizantes e agrotóxicos.
b. a possibilidade de produção de transgênicos.
c. a redução do preço dos produtos agrícolas.
d. o diminuto índice de desflorestamento.
e. a maximização da relação custo/benefício.
O L Roraima
Amapá
S
1
2
Amazonas 0 313 km 626 km
Pará
3
Acre
Tocantins
Rondônia
Os pontos numerados no mapa indicam importantes áreas de exploração mineral na região Norte do
País, com extração de manganês, bauxita, ferro, cobre, ouro e níquel. Os grandes projetos relacionados
aos pontos 1, 2 e 3 são, respectivamente:
a. Trombetas, Carajás e Quadrilátero Ferrífero.
b. X Serra do Navio, Trombetas e Carajás.
c. Serra do Navio, Carajás e Maciço do Urucum.
d. Trombetas, Serra do Navio e Paragominas.
e. Maciço do Urucum, Alumar e Carajás.
Geografia em cena
Serra Pelada
Direção: Heitor Dhalia.
Ano: 2013.
Sinopse: 1980. Juliano e Joaquim são grandes amigos que ficam empolgados ao tomar conhecimento de Ser-
ra Pelada, o maior garimpo a céu aberto do mundo, localizado no Estado do Pará. A dupla resolve deixar São
Paulo e partir para o local, sonhando com a riqueza. Só que, pouco após chegarem, tudo muda na vida deles:
Juliano se torna um gângster, enquanto que Joaquim deixa para trás os valores que sempre prezou.
Sinopse: Documentário com enfoque histórico, sociológico e político sobre a região Amazônica. Mostra
o impacto ambiental e social da construção da BR-163, do desenvolvimento da região feito à custa da ex-
ploração da madeira e do povo nativo. Descreve o caso da morte de Dorothy Stang, contém depoimentos
de jornalistas, políticos, ativistas e do povo sobre problemas diplomáticos, sobre a soberania da região, so-
bre o tráfico genético e biológico, sobre a questão indígena e as decorrências das construções das rodovias.
2 (FEI) As localidades de Itabira (em Minas Gerais) e Vale do Paraopeba (da Serra dos Carajás no
Pará) são áreas conhecidas no País, devido:
a. às jazidas de petróleo exploradas pela Petrobrás.
b. às jazidas de cobre e diamantes explorados pela Acesita.
c. X à atuação da Vale na exploração de minérios, sobretudo o minério de ferro.
d. à criação de gado, pois são regiões pecuaristas por excelência, com predomínio da pecuária in-
tensiva voltada para exportação de carnes e derivados.
e. à instalação de hidrelétricas de grande porte do sistema Eletrobrás Furnas.
75º 65º 55º 35º
10º
N
Oceano
O L
RR
Atlântico
AP
0º S Equador
AM
PA MA CE RN
0 418 km 836 km
PI PB
PE
AC AL
RO TO
MT SE
BA
DF
a. X A área em destaque refere-se à Serra
GO
dos Carajás, no sudeste do Estado do Pará. A área da Serra
está totalmente inserida no Projeto Grande
MG
Carajás, um projeto de extração mineral em opera-
ção. Anteriormente à colonização,
MS esse território
ESera povoado pelos povos Karajá e Kayapó.
20º
c. A área equivale ao território doSCfuturo estado do Tapajós, que devido à grande extensão territo-
RS
40º
255
4 “Líder no mercado mundial de minério de ferro até a deflagração da crise financeira de 2008, o
Brasil perdeu para a Austrália a hegemonia, embora a Vale ainda lidere, isoladamente, o comércio do
insumo. A mineradora brasileira trabalha agora com um horizonte de cinco anos para que o País recu-
pere o mercado perdido em meio à crise.”
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-perde-lideranca-na-producao-de-minerio-,916731,0.htm
De acordo com a notícia acima, a mineradora brasileira Vale é a maior exportadora mundial de minério
de ferro. Sobre ela, responda:
Onde estão situadas as maiores jazidas da empresa?
As maiores jazidas da Vale localizam-se na Serra dos Carajás, no Estado do Pará e no Quadrilátero
5 (Udesc) A extração de minérios pesa na economia de vários países da América do Sul. Assinale a
alternativa que apresenta os maiores produtores de ferro da América Latina.
a. Bolívia e Argentina.
b. Colômbia e Equador.
c. X Brasil e Venezuela.
d. Argentina e Peru.
e. Brasil e Uruguai.
A grilagem de terra é um ato ilegal, fundado na tentativa de apossamento de terras alheias ou públicas
mediante falsas escrituras de propriedade. O termo se deve ao uso de grilos (insetos) para dar a aparên-
cia de envelhecimento ao papel dos documentos por conta dos dejetos dos insetos.
O L
Nas formações proterozoicas, que ocupam cerca de 4% do território nacional, encontra-se a maior par-
te dos minerais metálicos do Brasil. No mapa, a área assinalada pela letra A exemplifica a importância
econômica desses terrenos com a produção mineral de:
a. X ferro, no Quadrilátero Central, sob o controle da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) asso-
ciada a outras empresas.
Assinale a alternativa que identifica o eixo de escoamento dessa produção que abastece o mercado in-
terno das siderúrgicas do Sudeste do País e o que abastece o mercado externo, respectivamente.
a. Vale do Rio Paraíba do Sul – Vale do Rio Doce.
b. Vale do Rio São Francisco – Vale do Rio Paraíba do Sul.
c. X Vale do Rio Paraopeba – Vale do Rio Doce.
d. Vale do Rio Doce – Vale do Rio São Francisco.
e. Vale do Rio Paranaíba – Vale do Rio Paraopeba.
1980 a 2011
Sul
35,5%
17,5
Sudeste
Participação %
9,5%
15,1
Nordeste
7,5%
9,8
Centro-Oeste
Norte
7,9
43,7% 3,6%
5,9
3,7
3,8
2,9
1,9
1,6
1,5
1,1
0,8
0,3
0,3
0,2
0,1
0,1
0,1
0
0
0
0
0
0
0
MT
PR
RS
MS
GO
MG
SP
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MA
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PE
RR
PB
AC
AL
RN
ES
AM
RJ
AP
(www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/ lspa/lspa_201107comentarios.pdf )
11 (Fatec) “O agronegócio envolve operações desde as pesquisas científicas relacionadas ao setor até
a comercialização dos produtos, determinando uma cadeia produtiva entrelaçada e interdependente.”
ALBUQUERQUE, Maria Adailza Martins de et alii. Geografia: sociedade e cotidiano. São Paulo: Escala, 2010.
12 (Uncisal) Situações como a descrita no texto que segue têm sido comuns pelo menos desde a década de
70 e estão relacionadas ao crescimento, no campo brasileiro. Marque a alternativa correta nas opções abaixo.
O grupo móvel do Ministério do Trabalho (MT) encontrou 421 trabalhadores em condições consi-
deradas degradantes, em Quirinópolis no sul do Estado de Goiás. O MT diz ter resgatado os traba-
lhadores. Originários na maioria de outros estados, eles atuavam no plantio e corte da cana-de-açúcar,
em frentes de trabalho da empresa Agropecuária Campo Alto, Sociedade Anônima dirigida por um
conselheiro da ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar).
(Disponível em: folha.uol.com.br).
13 (ETEC–SP) No Brasil, parte da produção de alimentos é feita por trabalhadores agrícolas que se
deslocam diariamente para a propriedade rural, executando tarefas sob empreitada, em condições in-
dignas e perigosas, trabalhando nas terras de outros por salários que não são suficientes nem para uma
pessoa, que dirá para uma família.
http://www.infoescola.com/geografia. Acesso em: 30/08/2011. Adaptado.
14 (ETEC–SP) A criação de pastagens para a prática da pecuária, nas regiões mencionadas, tem como
consequência(s):
a. X o aumento das já elevadas taxas de queimadas e de desmatamento.
b. a contaminação dos lençóis freáticos, já que descompacta os solos.
c. o agravamento da poluição de rios e a diminuição das áreas de assoreamento.
d. a proteção das florestas, já que se evitam problemas como o da desertificação.
e. a diminuição de problemas urbanos como as ilhas de calor e o aquecimento global.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Anotações
261
Celomozer
O Pico da Bandeira, com 2.891,32 metros de altitude, é considerado o ponto mais alto da Região
Sudeste e o terceiro mais alto do Brasil. Ele recebeu esse nome porque, em 1859, por ser consi-
derado o ponto mais alto do Brasil, D. Pedro II ordenou que fosse fixada uma bandeira em seu cume.
C
262
O L
Placa Placa S
da Anatólia Euro-Asiática
Placa
Placa Iraniana
Americana Placa
Placa Placa
Placa Arábica do Pacífico
Placa da Grécia Placa
do Caribe
de Cocos das Filipinas
Placa
EQUADOR Africana
Placa
do Pacífico Placa
Placa Sul-Americana
de Nazca Placa
Indo-Australiana
Placa Antártica
Link: http://www.funape.org.br/geomorfologia/cap2/ Contudo, devemos destacar que o território brasileiro não está
index.php#título2.2.1.2c. Acesso em: 21/12/2017. totalmente imune aos tremores de terra. Com certeza, algumas
vezes você já foi pego de surpresa pela televisão, que noticiou de
forma bastante assustada um tremor de terra em algum ponto do
Brasil. Esse assombro não devia ocorrer, pois nosso país pode apre-
sentar, como em qualquer lugar do Planeta, pequenos terremotos
Anotações em virtude do assentamento de falhas ou do desabamento do teto
de cavernas subterrâneas.
C
264
Brasil: relevo
Mte. Roraima Mte. Caburaí
2.734m 1.456m
Cabo Orange
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20º
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Cabo Frio
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do I. de São Sebastião e Capricó
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Morro da Igreja
1.828 m
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Oceano
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N
Atlântico
0 275 km 550 km
Laguna dos Patos
O L
30º
S
Lagoa Mirim
Arroio Chuí
265
Os planaltos brasileiros e
os impactos ambientais
Sabemos que os planaltos são formas de relevo que apresen-
tam altitudes em torno de 300 a 600 m, cujo topo é suavemente
ondulado e é limitado por declives. Se você observar atentamente a
imagem abaixo, notará que, em sua maioria, os planaltos brasileiros
apresentam a parte mais baixa das suas vertentes em contato direto
com regiões de depressão.
Quando analizamos de forma particular, a Região Norte, o Pla-
nalto da Amazônia Oriental é limitado pelas depressões marginais
Sul e Norte-Amazônica e sulcado ao meio pela Planície do Rio Ama-
zonas; a Região Nordeste, o Planalto da Borborema é limitado ao les-
te pela planície e por tabuleiros litorâneos e ao oeste pela Depressão
Sertaneja; as regiões Centro-Oeste e Sudeste, os planaltos e as chapa-
das da Bacia do Paraná são separados pela erosão do Rio Paraná, limi-
tados a oriente pela Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do
Paraná e a ocidente pela Planície do Pantanal Mato-Grossense; nesta
mesma região, os planaltos e as serras do Atlântico estão encaixados
entre a pequena planície litorânea a leste e a Depressão Periférica da
Borda Leste da Bacia do Paraná.
VItoriano Júnior
O L
S
3
1 3
1
1
3.000 m
Planaltos Residuais
Norte-Amazônicos
Planaltos Residuais
Planalto da
Amazônia Oriental
Planalto da
3
Norte-Amazônicos
Planaltos Residuais Amazônia Oriental
Planalto da
3.000 m Norte-Amazônicos Amazônia Oriental Planaltos
Depressão Marginal
2.000
3.000 m
m Norte-Amazônica Planície do residuais
Depressão Marginal Planaltos
Sul-Amazônicos
Depressão Marginal Rio Amazonas
Sul-Amazônica
2.000 m
1.000 Norte-Amazônica
Depressão Marginal Planície do residuais
Planaltos
2.000 m
m Norte-Amazônica Rio
Depressão Marginal
Amazonas
Planície do Sul-Amazônicos
residuais
Sul-Amazônica
Depressão Marginal Sul-Amazônicos
1.000 m Rio Amazonas
Sul-Amazônica
0m
1.000 m
Norte0 m
Esse perfil (noroeste-sudeste), com cerca de 2 mil quilômetros, vai das altas serras de Roraima
0m
até Mato Grosso. Mostra as faixas de planícies às margens do rio Amazonas, a partir das quais
vêm extensões de terras mais altas: planaltos e planícies.
2
2
2
3.000 m Planaltos e
Escarpa
(ex-serra) Planalto da
chapadas da Tabuleiros
3.000 m doEscarpa
Ibiapaba Borborema
2.000 litorâneos
3.000 m
m Planaltos
bacia doe
chapadas
Planaltos da
e
(ex-serra)
Escarpa Planalto da
Tabuleiros
rio Parnaíba do Ibiapaba
(ex-serra) Depressão Borborema
Planalto da Oceano
2.000 m Rio Parnaíba bacia doda
chapadas litorâneos
Tabuleiros
1.000 Sertaneja Borborema Atlântico
2.000 m
m riobacia
Parnaíba
do
do Ibiapaba
Depressão
litorâneosOceano
Rio Parnaíba rio Parnaíba Atlântico
Oceano
1.000 m Sertaneja
Depressão
0m Rio Parnaíba Atlântico
1.000 m Sertaneja
0m
0m
Nordeste
Com quase 1,5 mil quilômetros, esse perfil vai do Maranhão a Pernambuco. É um retrato fiel do
relevo da região, com destaque para os dois planaltos (o da Bacia do Parnaíba e o da Borbore-
ma) cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino).
3
3
3
3.000 m Planaltos e
chapadas da
Depressão
periférica da Planaltos e
Planaltos e Depressão
borda leste serras do Atlântico
3.000 m Planície do Pantanal bacia do Paraná
2.000 periférica
Depressão
da bacia da
do Paraná Planaltos e
leste-sudeste
3.000 m
m Mato-Grossense
chapadas
Planaltos da
bacia
e
do Paraná
chapadasRiodaParaná borda leste
periférica da serras do Atlântico
Planaltos e
Planície do Pantanal da bacia
bordadoleste
Paraná Oceano
2.000 m bacia do Paraná leste-sudeste
serras do Atlântico
1.000 Mato-Grossense
Planície do Pantanal Atlântico
2.000 m
m Mato-Grossense
Rio Paraná da bacia do Paraná leste-sudeste
Oceano
1.000 m Rio Paraná Atlântico
Oceano
0 m
1.000 m Atlântico
0m
0m
Centro-Oeste e Sudeste
Esse corte, de cerca de 1,5 mil quilômetros, vai de Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Além
da Planície do Pantanal, pode-se ver a Bacia do Paraná formada por rios de planalto, que abriga
as maiores hidrelétricas do país.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=
ijtMXFbCY08. Acesso em : 21/12/2017
Anotações
C
268
Uwe Bergwitz/Shutterstock.com
Vista aérea da Planície do Pantanal, Mato-Grosso.
As depressões brasileiras
Depressões são rebaixamentos na crosta continental resul-
tantes de diversos processos geológicos, ou seja, feição do relevo
4:25
que apresenta altitudes mais baixas do que as áreas que as cercam.
Existem dois tipos de depressão: as depressões relativas, que apre-
sentam altitudes mais baixas do que as áreas vizinhas, mas que estão
acima do nível das águas marinhas; e as depressões absolutas, que
apresentam altitudes abaixo do nível do mar.
No Brasil, não existem depressões absolutas, contudo em nos-
so território são abundantes depressões relativas, que apresentam
altitudes entre 200 e 500 m, havendo alguns casos em que as atitu-
des chegam a estar entre 500 e 800 m.
N
10º
O L
5
5 5
0º
Equador
13
12 1 28
23 1
12
6 6 2 2
12 14
10
6 2
10º 19
25 24
20
4 28
Planaltos
15
1 Planalto da Amazônia Oriental 17 9 16
2 Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba
3 Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná 8
4 Planaltos e Chapadas dos Parecis 26
5 Planaltos Residuais Sul-Amazônicos
6 Planaltos Residuais Norte-Amazônicos
7
7 20º
Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste 3
8 Planaltos e Serras de Goiás-Minas
9 18
9 Serras Residuais do Alto Paraguai
10 Planalto da Borborema Trópico d
11 Planalto Sul-Rio-Grandense 21 e Capricó
r nio
Depressões
Planícies
http://marcosbau.com.br/geobrasil-2/relevo-brasileiro/
Vitoriano Júnior
como os planaltos e planícies, observe o mapa Brasil: Relevo, na pági-
na 270. Veja que as áreas de depressões estão localizadas entre áreas de
planaltos, e algumas até fechadas por eles, como é o caso específico da Professor, indicamos um mapa elaborado
depressão periférica da borda leste da Bacia do Paraná, que, no mapa,
está identificada pelo número 21. Não precisamos de esforço algum,
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e esta-
além do olhar, para percebermos que ela está cercada pelos planaltos tísticas (IBGE) que mostra as reservas aquífe-
e pelas serras do Atlântico leste-sudeste (nº 7), planaltos e serras de ras no Brasil.
Goiás-Minas (nº 8), planaltos e chapadas da Bacia do Paraná (nº 3).
Partindo dessas informações, fica claro que essas depressões
foram formadas a partir do progressivo desgaste (erosão) das áreas Link: http://geoftp.ibge.gov.br/atlas/nacional/atlas_
de planalto, pela ação de agentes atmosféricos. Atualmente, várias nacional_do_brasil_2010/2_territorio_e_meio_
áreas deprimidas encontram-se ocupadas por cidades, que foram
sendo construídas à medida que os desbravadores brasileiros foram ambiente/atlas_nacional_do_brasil_2010_pagina_81_
subindo os rios, os quais, por escavamento dos planaltos, criaram- area_de_recarga_dos_principais_sistemas_aquiferos.
-nas, como mostra a imagem. Contudo, dentro dessas áreas depri- A Depressão Sertaneja e do São Francis-
pdf. Acesso em: 21/12/2017.
co localiza-se no Nordeste brasileiro e no
midas, porções de relevo resistem à ação erosiva e ao avanço da ocu- centro-oeste de Minas Gerais. Sua altitude va-
pação humana: são as chamadas cuestas. ria entre 20 m e 500 m.
Anotações
Cenário 2
:25
271
Ingridgaab
Aquíferos podem ser classificados de vá-
rias formas. De acordo com o armazenamen-
to da água, podem ser:
ocorre, é muito mais lenta e, portanto, mui- armazenam, e por sua ocorrência em grandes
Aquíferos confinados ou artesianos to mais difícil de ser recuperada. áreas. Ocorrem nas bacias sedimentares e em
todas as várzeas onde acumularam sedimen-
Nestes reservatórios, o teto e a base Aquíferos porosos tos arenosos.
são formados por extratos rochosos im- Esses tipos de aquíferos apresentam po-
permeáveis. Além disso, ele está completa- ros por onde a água circula. São comumente Aquíferos fraturados ou fissurados
mente saturado de água. A água subterrâ- formados por rochas sedimentares consolida-
nea está confinada sob uma pressão maior das (os detritos apresentam-se ligados por um Os aquíferos fraturados estão associados
que a pressão atmosférica. Por este motivo, cimento, como é o caso das brechas) ou não à rochas ígneas e metamórficas. A capacida-
quando se perfura para a extração de água consolidadas (os detritos não estão ligados en- de dessas rochas em acumular água está rela-
(um furo artesiano), ela sobe para um o ní- tre si, como no caso das dunas) e solos areno- cionada à quantidade de fraturas, suas aber-
vel muito superior, podendo até jorrar. Nes- sos. Representam os tipos de aquífero mais turas e intercomunicação. Poços perfurados
se tipo de aquífero, a contaminação, quando importante, pelo grande volume de água que nessas rochas fornecem poucos metros cúbi-
272
Vitoriano Júnior
permeável que permite a acumulação de água
no seu interior.
Nomeado em homenagem ao povo Gua-
rani, em 1996, possui um volume de aproxi-
madamente 55 mil km³ e profundidade má-
xima por volta de 1.800 metros, com uma
capacidade de recarregamento de aproxima-
damente 166 km³ ao ano por precipitação.
Apesar de ser reputadamente capaz de abas-
tecer a população brasileira com água potá-
vel por 2.500 anos, não é a maior reserva exis-
tente. Essa distinção pertence a outro aquífero
brasileiro, o Aquífero Alter do Chão, locali-
Rio poluído e entulhos em uma área urbana. Água poluída e lixo são assunto sério no Rio Ca- zado em Alter do Chão, Pará.
pibaribe, em Pernambuco.
273
O L
10º
S
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20º do Parnaíba São Francisco
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Uruguai Atlântico
Nordeste Ocidental Ibicu
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30º
Atlântico Atlântico Leste La. Mirim
NordesteOriental
La. Mangueira
Arroio Chuí
Ri
o da
Prata
0 314 km 628 km
Paraíba
Piauí
Acre superficial do Alter do Chão é menor
A extensão Pernambuco
Alagoas
que a do Aquífero Guarani, mas tem maior
Tocantins
volume de água.
Sergipe
Dados preliminares apontam Rondônia
um volume de Mato Grosso
3
água superior a 86 mil km no Aquífero Alter do Bahia
Peru
Chão. A capacidade do Aquífero Guarani gira
3
em torno de 45 mil km .
Brasília
São Paulo
Rio de Janeiro
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de Capricór
Trópico
Paraná
Chile Aquífero Guarani
Oceano
Pacífico
Oceano
Santa Catarina
Argentina
Atlântico
Rio Grande
do Sul
0 314 km 628 km
Uruguai
Harald Toepfer/Shutterstock.com
Anotações
Cenário 3
A climatologia
brasileira
Massas de ar que atuam
sobre o Brasil
Observe a figura da página seguinte. Nela, você começará a com-
preender porque, em matéria de clima, o Brasil é considerado um país
“abençoado por Deus”: não apresenta climas extremos, como polares
e desérticos ou de altas montanhas. O máximo de extremos são o cli-
ma quente e seco sertanejo e o frio das serras do Rio Grande do Sul,
Paraná e Santa Catarina. Essa vantagem é consequência de dois fato-
res complementares: as pequenas altitudes de nosso relevo e a nossa
posição no globo terrestre, pois mais de 90% do nosso território está
localizado na faixa de baixas latitudes intertropicais.
276
C
10º
Oceano
0º
Equador Atlântico
10º
0 488 km 976 km
Tropical
Equatorial
20º
Semiárido
Trópico de
Capricó
Tropical de altitude rnio
Tropical atlântico
Subtropical N
O L
40º
10º
Brasil: massas de ar
mEa
Equador
0º
mEc
10º
Equatorial
atlântica (mEa)
Equatorial
continental (mEc)
4:28
20º Tropical
atlântica (mTa)
Tropical
continental (mTc)
277
CG_7ºano_10.indd 277 29/03/2018 13:54:28
C
278
Cassandra Cury.tif/Shutterstock.com
agora de reduzir esse problema.
A terceira Assembleia Ambiental das
Nações Unidas (UNEA), que aconteceu em
Nairóbi, no Quênia, esta semana, emitiu um
alerta claro: estamos envenenando o meio
ambiente e a nós mesmos em uma proporção
alarmante. A degradação ambiental está rela-
cionada a 12,6 milhões de mortes por ano no
mundo, e poluição nas águas, no solo e no ar é
responsável por 9 milhões dessas mortes. Mas
Seca atinge milhares de pessoas do semiá-
6,5 milhões delas são decorrentes apenas da rido da Região Nordeste.
poluição do ar.
Gero Rodrigues/Shutterstock.com
Segundo o ministro do meio ambiente e
energia da Costa Rica, Edgar Gutiérrez, que
presidiu a assembleia com representantes de
mais de 100 países, não dá mais para empurrar
o problema com a barriga ou tentar ignorar
sua gravidade. “Nosso objetivo comum deve
ser o de adotar ações que reduzam a polui-
ção drasticamente. Apenas por meio de fortes
ações coletivas, podemos dar início à limpeza
do Planeta e salvar um número imensurável de
vidas”, afirmou.
Rua inundada no extremo leste da capital
paulista.
Cidades estão no centro do
problema 280 Capítulo 10 – O espaço brasileiro e sua diversidade
mundo estão acima dos padrões de qualida- diesel dos ônibus do transporte público na ca- do transporte público. Não podemos acei-
de do ar da ONU. Várias capitais brasileiras pital paulistana. Os números são igualmente tar nada menos ambicioso ou relevante do
fazem parte dessa realidade sombria, como alarmantes: cerca de 4 mil mortes ao ano e um que já está nas mãos dos vereadores. Preci-
São Paulo, cujo nível de poluição está 90% custo de perda de produtividade (decorrente samos dar um passo certo em direção à re-
acima do considerado seguro. Mas se as ci- das mortes) de R$ 54 bilhões até 2050, além dução da poluição na cidade e na direção da
dades são partes do problema, também são a dos gastos milionários com internações no sis- eliminação do uso do petróleo no transpor-
solução. A própria assembleia da ONU vem tema público de saúde. te. Manter o petróleo no solo, para que ele
discutindo um plano para lidar com a po- deixe de enterrar vidas é uma obrigação do
luição que passa, invariavelmente, pelo se- Hora de mudar poder público.
tor de transportes.
Nós mesmos, aqui no Greenpeace, já de- A cidade tem um projeto de lei que Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/
nunciamos em nossos estudos como essa po- deve ser votado e que traz metas míni- pt/Noticias/Poluicao-do-ar-e-a-maior-assassina-do-
luição assassina é alimentada pela queima do mas de redução das emissões de poluentes planeta-afirma-ONU/. Acesso em: 21/12/2017.
280
Alterações na abordagem
atmosfera brasileira Professor, junto com seus alunos pense em
Como já aprendemos, o clima é o conjunto de condições at- formas de sanar os problemas de poluição que
mosféricas que caracterizam uma determinada região. O clima, ao enfrentamos no Brasil. Tente levá-los à reflexão
contrário do tempo (que é o estado momentâneo da atmosfera de
um lugar), não apresenta modificações tão rápidas, suas condições de que, mesmo jovens, são responsáveis pelo fu-
são duradouras, uma vez que, para apresentar qualquer alteração turo do Planeta e que eles podem começar as
em suas características, seriam necessários 30 anos, no mínimo.
mudanças em seu bairro e em sua cidade.
Contudo, se as características gerais dos nossos climas não sofreram
alterações tão profundas, em algumas áreas, principalmente urba-
nas, a atmosfera se apresenta gravemente agredida, e já se começam
a perceber algumas alterações na climatologia local. Anotações
estudio Maia/Shutterstock.com
Geografia em cena
281
Vitoriano Júnior
Esta é a Pedra do Elefante, localizada no Parque Arqueológico das Furnas do Catimbau, no município
de Buíque, na região agreste do Estado de Pernambuco. Observe que ela se destaca na paisagem por ser
mais alta do que as outras áreas que estão próximas. Sobre essa forma interessante de relevo, procure
desvendar os motivos pelos quais ela é mais elevada que a maior parte da região.
As rochas que compõem a estrutura da Pedra do Elefante são mais resistentes que as áreas vizinhas.
Certamente, o processo de erosão na estrutura maior se perpetuou por muito tempo, acarretando seu
3 Nas cidades de Maceió, Salvador e Recife, principalmente no mês de julho, são comuns as ocorrên-
cias de chuvas que provocam grandes enchentes. São as chamadas “chuvas de inverno”, que atingem o
litoral oriental do Nordeste.
Levando-se em consideração a dinâmica das massas de ar no Brasil, pode-se afirmar que essas chuvas
são provocadas pelo encontro da:
a. X Polar atlântica (mPa), fria e úmida, com a massa Tropical atlântica (mTa), quente e úmida.
b. Equatorial continental (mEc), quente e seca, com a massa Tropical atlântica (mTa), quente
úmida.
c. Equatorial continental (mEc), quente e úmida, com a massa Tropical continental (mTc), quente
e seca.
d. Polar atlântica (mPa), fria e úmida, com a massa Tropical continental (mTc), quente e úmida.
Cassandra Cury/Shutterstock.com
Com base na observação, identifique o clima brasileiro a que a imagem está associada e descreva as
características.
O clima seco e com escassez de chuva, denominado de semiárido.
5 No mapa abaixo, nomeie as massas de ar que atuam sobre o Brasil, indicadas, respectivamente, pelas
10º
letras A e B.
Equador
0º
A
Massa Equatorial
10º
A–
continental
de Capricórnio
Trópico
0 488 km 976 km
30º
N
Oceano
L
Atlântico
O
S B
40º
Anotações
Geografia em cena
Trata-se de uma operação mundial altamente automatizada. Isso é necessário porque as condi-
ções meteorológicas em uma determinada região do Planeta podem afetar outras partes do globo.
Só para elaborar a simples previsão a que assistimos todos os dias na TV, é posto em marcha um
exército de dezenas de milhares de pessoas no mundo inteiro, além de equipamentos dos mais
diversos e complexos. Depois de toda essa coleta de dados, as informações obtidas em cada país
são enviadas aos centros meteorológicos mundiais. Neles, tudo o que foi coletado é processado em
computadores, junto com imagens de satélites. O resultado é o chamado “estado inicial global”, um
amontoado de números que descreve, da maneira mais fiel possível, a situação do clima mundial
em um único instante. Sabendo como está o tempo agora, é possível prever como ele se tornará no
futuro, por meio de complexas equações matemáticas.
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-se-faz-a-previsao-do-tempo-por-que-ela-erra-tanto
C
284
Sinopse: Mesmo que o filme “ignore” as leis da Física e esteja “repleto de referências científicas equivo-
cadas”, o conselheiro científico do governo britânico, David King, acredita que ele é uma forma positiva
de chamar atenção para o problema das mudanças climáticas. É que, na história, o aquecimento global
interrompe os ventos que formam a corrente do Golfo e ocasiona uma era glacial no hemisfério Nor-
te. Apesar de esse fenômeno demorar milhares de anos para acontecer, caso aconteça, de acordo com
King, o filme soube explicar uma teoria científica em poucas linhas de diálogo.
Encerramento
1 Sobre o Aquífero Guarani, descreva uma das suas principais características.
É a maior reserva de água doce subterrânea do mundo. Está localizado na região Centro-leste da Amé-
4:30
rica do Sul e ocupa uma área que se estende pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e pela Argentina. O volume
de água é suficiente para atender toda a população da Terra durante mais de um século.
“A água na atmosfera, que chamamos vapor de água, provém de um ciclo contínuo. Os rios, que se
formam por precipitações pluviais, formam por sua vez nuvens como consequência de sua evaporação.
Deste modo, a água da chuva retorna para a atmosfera através da evaporação da água e da transpiração
das plantas que ela mesma alimenta.
A Amazônia é uma região de alta umidade, devido às altas temperaturas da região e sua frondosa
e extensa vegetação. Na realidade, tudo está interconectado, a Amazônia, seus rios e a atmosfera são
como uma grande bacia hidrográfica alimentando-se reciprocamente e se vinculando estranhamente
através dos mecanismos da chuva.”
LOPES, F. N. Amazônia, mãe do clima do Brasil. Epoch Times. Disponível em: http://www.epochtimes.com.br/amazo-
nia-mae-do-clima-do-brasil-2/
A partir da leitura do texto e com base em seus conhecimentos, ressalte a importância da Floresta Ama-
zônica para a Bacia Amazônica.
A Floresta Amazônica é de fundamental importância para os rios da região Norte do país, pois esses se
abastecem através das chuvas ocasionadas pelo acúmulo de umidade gerado pela evapotranspiração da
vegetação. Além disso, as matas ciliares são importantes para a manutenção dos cursos dos rios, evitan-
3 “Ainda não existem estudos detalhados sobre toda a área de ocorrência do Aquífero Guarani no
Brasil e nos outros países do Mercosul. Entretanto, teria sido melhor denominá-lo Sistema Aquífe-
ro Guarani, já que se trata de um conjunto heterogêneo de unidades hidroestratigráficas que podem
conter muita, pouca ou nenhuma água. Sinteticamente, essas unidades poderiam ser descritas como
formações geológicas portadoras de água, em maior ou menor quantidade.”
MACHADO, J. L. F. A redescoberta do Aquífero Guarani. Scientific American Brasil. Disponível em: <http://www2.uol.
com.br/sciam>. Acesso em: 12/06/2015.
Anton_Ivanov/Shutterstock.com
Esse tipo de hidrografia, pelas características observadas, é tipica do seguinte tipo de relevo:
a. paisagens geomorfológicas fluviais apalachianas.
b. planaltos cristalinos.
c. cuestas flúvio-lacustrinas.
d. X planícies fluviais.
e. maciços residuais.
5 Observe as características do relevo da cidade onde você mora, e descreva, em seu caderno, suas
formas e particularidades.Resposta pessoal.
Planaltos e chapadas
da bacia do Parnaíba Planalto
da Borborema
II I
2.000 m Rio Parnaíba
Oceano
1.000 m Atlântico
0m
Nordeste.
Planície litorânea.
8 Por meio das características apontadas abaixo, defina que tipo de clima estamos retratando.
Link: http://www.inmet.gov.br/portal/. Acesso em:
21/12/2017. Temperaturas médias elevadas ao longo do ano.
Latitudes baixas.
Baixa precipitação anual e chuvas mal distribuídas.
Localizado em uma depressão.
Anotações Semiárido.
Características: Temperatura média de 18°C, amplitude térmica elevada (10°C), chuvas bem distribuí-
“(…) Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) cons-
tatou que a existência do fenômeno é cada vez mais evidente também em cidades médias paulistas.
Segundo João lima Sant’Anna Neto, professor do Departamento de Geografia do campus de Presi-
dente Prudente (oeste do Estado), um levantamento feito em 14 cidades verificou que houve aumento
de 1ºC na temperatura nos últimos 49 anos.”
(Folha de S. Paulo. Disponível em: www.folha.uol.br)
Os registros da difusão de ilhas de calor nas cidades médias paulistas podem estar vinculados:
a. ao aquecimento global.
b. aos danos causados pelo efeito estufa.
c. X à verticalização dos ambientes urbanos.
d. à construção de espelhos d’água.
e. à falta de infraestrutura, a exemplo da não pavimentação das ruas.
C
288
12 (UCS) Devido à grande extensão territorial, nosso país se diferencia de outros pela diversidade
climática, pela posição geográfica, pela latitude, pela configuração do território e pelos sistemas atmos-
75º 65º 55º 35º
féricos.
Observe o mapa do Brasil abaixo e identifique os tipos de clima característicos das regiões indicadas
10º
pelas letras A, B e C.
Equador
0º
A
10º
0 488 km 976 km
B
20º
de Ca pricórnio
Trópico
C Oceano
N Atlântico
O L
30º
S
4:31 Assinale a alternativa abaixo em que os climas listados correspondem, correta e respectivamente, às
letras A, B e C, localizadas no mapa acima.
40º
Reprodução
a. Convergência Intertropical.
b. Ciclone Extratropical.
c. Massa Equatorial Continental.
d. X Frente Polar Atlântica.
e. Onda de Leste.
14 (UCS) O Brasil tem um grande potencial em sua rede hidrográfica, por apresentar rios caudalosos,
grande volume d’água, predomínio de rios perenes, de foz em estuário, de regime pluvial de drenagem
exorreica, de grande potencial hidráulico e outros. Observe o mapa das bacias hidrográficas brasileiras.
10º
A
e. Do Norte, Platina, do Leste.
B
20º
Trópico
de Cap
ricórn
io
Oceano
Atlântico N
O L
30º
40º
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
hutterstock.com
Luciano Queiroz/S
291
Anotações O
S
L
Equador
0º
10º
Amazônia
20º Cerrado
Pampa
Trópico de
Capricó
Caatinga rnio
Pantanal
Mata Atlântica 0 293 km 586 km
Pacífico
Oceano
30º Oceano
Atlântico
40º
C
292
Manguezal, o berçário
Vitoriano Junior/Shutterstock.com
do mar
Formação vegetal encontrada ao longo da faixa costeira situada
principalmente nas proximidades das fozes (área onde o rio despeja
suas águas no mar) dos rios, o manguezal ou mangue é constituído
por quatro espécies dominantes: mangue vermelho (Rhizophora
mangle), mangue branco (Lagunculária racemosa), mangue preto
ou canoé (Avicennia sp.) e mangue de botão (Conocarpus erectus),
que apresentam como principais características troncos finos, fo-
lhas grossas, além de raízes que ao mesmo tempo servem para fi-
xação do vegetal ao solo lamacento e são aéreas fundamentais para
que as plantas possam respirar.
Manguezal, berçário da vida marinha. Na
Importância do manguezal imagem, mangue em Ipojuca, Pernambuco.
Portal da Copa - ME
em área de manguezais
O bioma de manguezal é objeto de tra- Atualmente, o manguezal agoniza, como consequência da in-
balho de vários compositores nacionais, entre sensatez de grupos econômicos e de parte da população. Por sua
eles Gilberto Gil, com a música Vendedor de vez, a necessidade de uma parte significativa da população acarre-
tou a depredação de diversas áreas dessa formação vegetal ao longo
caranguejo; e Manguetown, de Chico Scien- do litoral brasileiro. Os ataques aos manguezais vão desde o corte
ce e Nação Zumbi. Estabeleça uma ligação da sua vegetação para utilização da sua madeira na produção de car-
vão até a construção de grandes cidades, como mostra a imagem,
com Arte e Literatura para estimular os alu- Rodovia Via Mangue. Recife, Pernambuco.
passando pela transformação de seus espaços em depósitos de lixo,
nos. Explore também o universo ecológico das construção de marinas, lançamento de esgotos urbanos transporta-
Ciências, que pode explicar a importância dos dos pelos rios, pesca predatória, carcinicultura, etc.
manguezais para a fauna marinha.
Geografia em cena
Vitoriano Júnior
294 Capítulo 11 – As paisagens vegetais brasileiras
C
294
morte iminente
N
O L
Tupungato/Shutterstock.com
Mata Atlântica em 1500 Mata Atlântica em 2007
N
O L
7:51
Svetlana Gajic/Shutterstock.com
da Mata Atlântica, porém nenhuma atividade acarretou tanta des-
truição a essa formação vegetal como as monoculturas de cana-de-
A Seguir sugerimos alguns documentários so- -açúcar, café, e, mais recentemente, de soja.
Infelizmente, as condições ambientais que facilitaram o surgi-
bre a caatinga. mento da Mata Atlântica (clima quente, elevado índice de chuvas
e um solo chamado massapê, extremamente fértil) também eram
Pequenos agricultores mostram a beleza da favoráveis à implantação de uma atividade que gerasse riqueza para
os conquistadores portugueses. E assim as monoculturas foram
caatinga derrubando a mata primitiva e reinando na paisagem.
Sinopse: O documentário retrata o ma- Ao lado dessa atividade econômica, outro fator serviu como
nejo agroecológico da caatinga desenvolvido predador da Mata Atlântica: o processo de crescimento urbano, que
subtraiu áreas de mata primitiva ao construir núcleos populacionais
no território do médio sertão alagoano. Vi- como Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Mesmo protegida por legis-
vendo em harmonia com o meio ambiente lação específica, a Mata Atlântica ainda vem sofrendo constantes ata-
e respeitando a natureza, o vídeo documen- Corte de árvores nativas da flora brasileira. ques, como retirada de madeira ou queimadas criminosas.
hecke61/Shutterstock.com
re, aborda a situação atual das 14 unidades de
conservação do Bioma Caatinga que se en-
contram sob a administração federal. A caa-
tinga é o bioma brasileiro menos pesquisado e
o mais degradado dentre todos. O documen-
tário resulta da pesquisa Mapeamento e Análi-
se Espectro-Temporal das Unidades de Conser-
vação de Proteção Integral da Administração
Federal no Bioma Caatinga, coordenado na
Fundação Joaquim Nabuco por Neison Frei-
re entre os anos de 2013 e 2016, com a parti-
cipação de Débora Moura, Janaína Silva e Ale-
xandrina Sobreira.
Cactáceas, espécies adaptadas a climas áridos e semiáridos.
Link : https://www.youtube.com/
watch?v=RVlBmFHSvyc. Acesso em: 21/12/2017. 296 Capítulo 11 – As paisagens vegetais brasileiras
C
296
tem grande importância. Muitas populações e vendidos nos centros urbanos, como os frutos Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bio-
sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia ma brasileiro que mais sofreu alterações com
etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita a ocupação humana. Com a crescente pressão
ribeirinhos, babaçueiras e vazanteiros que, juntas, (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), para a abertura de novas áreas, visando incre-
fazem parte do Patrimônio Histórico e Cultural Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile), mentar a produção de carne e grãos para ex-
brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do portação, tem acontecido um progressivo es-
de sua biodiversidade. Mais de 220 espécies têm Barú (Dipteryx alata). gotamento dos recursos naturais da região.
uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na Contudo, inúmeras espécies de plantas Nas três últimas décadas, o Cerrado é
recuperação de solos degradados, como barreiras e animais correm risco de extinção. Estima- degradado pela expansão da fronteira agríco-
contra o vento, proteção contra a erosão, ou para -se que 20% das espécies nativas e endêmi- la brasileira. Além disso, o bioma Cerrado é
criar habitat de predadores naturais de pragas. cas já não ocorram em áreas protegidas e que palco de uma exploração extremamente pre-
Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são pelo menos 137 espécies de animais que ocor- datória de seu material lenhoso para produ-
regularmente consumidos pela população local rem no Cerrado estão ameaçadas de extinção. ção de carvão.
298
Vitoriano Júnior
cataloguem, procurem os nomes científicos e
depois, observem se há alguma referência com
as espécies típicas do Cerrado brasileiro.
Anotações
Depredação e aproveitamento
econômico
Até o início da década de 1970, a região de Cerrado foi aos
poucos tomada pela pecuária extensiva, já que apresentava uma am-
pla área de pastagens naturais, e pela utilização da madeira das suas
espécies para a produção de carvão vegetal. Porém, com desenvol-
vimento de novas técnicas para corrigir a acidez dos solos, como
o adicionamento de calcário, aquele solo, considerado imprestável
para a prática da agricultura, tornou-se uma área de nova fronteira
agrícola por onde se expandiu a agricultura de soja mecanizada, e
que praticamente erradicou 65% de sua área primitiva.
Os resultados dessa devastação indiscriminada são visíveis a
olho nu: solo erodido em vastas áreas, principalmente nas áreas
marginais aos rios, onde estavam localizadas as matas de galerias,
acarretando assoreamento destas, bem como poluição das suas
águas por intensa utilização de agrotóxicos, resultando em impac-
tos ambientais irreversíveis.
299
Alf Ribeiro/Shutterstock.com
Sonde seus alunos para saber se eles já ti-
veram contato com algum bioma menciona-
do nesse capítulo, lembre-se que alguns nunca
ouviram falar de alguns desses, então mostre
cada detalhe e riquezas de tais ecossistemas.
Anotações
rado. Colheita de soja em Campo Verde, Mato
Grosso.
Vegetação do Pantanal
Esse bioma também pode ser chamado de Complexo do Pan-
tanal. No Brasil, ocupa as planícies de inundação do Rio Paraguai
e de seus afluentes, uma área de 140.000 km² entre os estados do
Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, porém estendeu-se por ter-
ras paraguaias e bolivianas, onde recebe a denominação de Chaco.
Por estar localizado em uma área de baixa altitude (entre 100
e 200 m) que apresenta chuvas concentradas no verão, sendo cor-
tada, pelo Rio Paraguai e por seus afluentes, podemos destacar três
áreas diferentes: as sempre alagadas, onde se destacam as gramí-
neas; as alagadas periodicamente, onde se destacam as palmeiras;
e as mais elevadas, que não sofrem inundações e são mais densas,
onde se destacam o quebracho, o ipê e o angico.
ESB Professional/Shutterstock.com
Complexo do Pantanal, região alagada
de outubro a março.
C
300
Vegetação de Campos
ou Pampas
São formações vegetais onde predominam gramíneas (capins).
Ocupam vastas áreas de planícies do Rio Grande do Sul, onde
recebem a denominação de Campos Limpos, Estepes Úmidas,
Campos da Campanha Gaúcha ou Pampas. Nessas áreas, existem
pouquíssimas árvores, que aparecem isoladas apenas em um vasto
tapete verde de gramíneas dispersas na paisagem.
Foto 4440/Shutterstock.com
Depredação e aproveitamento
econômico
Desde o início do povoamento da região sulina, no final do sé-
7:53
culo XVII, os Campos, de maneira geral, são explorados de acordo
com a sua aptidão natural para a criação de gado bovino e ovino de
forma extensiva e semiextensiva; porém sem o devido respeito à sua
capacidade de recomposição, acarretando a destruição de aproxi-
madamente 98% de sua área originária. O intenso pisoteio do gado,
motivado pelo mau dimensionamento das áreas de pastagem, bem
como as queimadas para eliminar as sobras das pastagens, vem pro-
vocando a destruição quase irreversível das áreas de campos, acar-
retando arenização.
Leonardo Barbosa
realidade de dependência do ser humano é
importante para que os alunos vejam de outra
forma o vínculo entre o homem e a natureza.
C
302
Cenário 2
Domínios naturais
ou morfoclimáticos
brasileiros
Regionalização do
território brasileiro em
domínios naturais
Domínios naturais, ou morfoclimáticos são porções do
espaço natural que apresentam características que os tornam
diferentes, singulares. O termo surgiu a partir de profundos
estudos do espaço natural brasileiro realizados pelo professor e
geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber. Segundo o professor Ab’Saber,
o clima e o relevo são fatores fundamentais na definição das
7:53
paisagens naturais do nosso território. Esses dois elementos
combinados produziriam as outras faces da natureza, como a
hidrografia, o solo e, principalmente, a formação vegetal, uma
vez que esta é o espelho do clima e das interações entre os ele-
mentos naturais.
Fundamentado no resultado desses estudos, o professor
Ab’Saber construiu uma regionalização (divisão) do território
brasileiro em domínios ou grandes porções do espaço territo-
rial, em que cada um é diferenciado do outro por apresentar
Equador
Oceano
Pacífico
0 488 km 976 km
ricórnio
Trópico de Cap
Pacífico
Oceano
Domínio Amazônico
Domínio do Cerrado
Oceano
Domínio da Caatinga
Domínio dos Mares de Morros
Atlântico
Domínio das Araucárias
Domínio das Pradarias
Domínio Amazônico
A dificuldade imposta pela densa vegetação deste domínio im-
pediu a ação devastadora do homem. Madeireiras devastam suas
matas, colocando em risco de extinção a sua rica fauna e flora. As
áreas baixas sofrem com a erosão provocada pelo desmatamento.
:54
305
yanami/Shutterstock.com
Queimada na floresta amazônica.
Domínio do Cerrado
Neste, que é o domínio das imponentes chapadas e dos chapa-
dões, a destruição vem através dos impactos ambientais que se dividem
entre o atraso histórico da mineração ilegal, que devasta as barrancas
dos rios causando assoreamento, a contaminação das águas dos rios e a
modernidade da sojicultura mecanizada, que vem devorando imensas
áreas de vegetação de cerrado, pondo em risco sua rica fauna.
306
307
do homogeneidade.
O L
Equador
0º
a. Cerrado e Caatinga.
b. Pantaneiro e Pampas.
10º
A
c. Amazônico e Manguezal.
d. Cerrado e Araucárias.
20º
B
Trópico de
Capricór
nio e. X Cerrado e Mata Atlântica.
0
30º
628 km 1.256 km Oceano
Atlântico
308 40º
Capítulo 11 – As paisagens vegetais brasileiras
C
308
4 (Ufac) A figura abaixo representa a distribuição geográfica dos biomas no território brasileiro,
10º
O L
S
Equador
0º
2
10º
5 4
20º
Trópico de
Capricó
rnio
0
30º 400 km 800 km 6 Oceano
Atlântico
Assinale a alternativa que associa, corretamente, o espaço numerado no mapa aos biomas correspon-
dentes.
a. 1 – Amazônia, 2 – Cerrado, 6 – Pampa.
40º
A proteção
ambiental no Brasil
Devido à diversidade de paisagens do imenso território bra-
sileiro e ao rápido crescimento econômico baseado em produção
agrícola e exploração de minérios, existe a necessidade de preserva-
ção e conservação de partes dos biomas por meio da implementa-
ção de leis com ordenamento das áreas que serão mantidas seguras
da exploração econômica predatória.
Desde o início do século XX, as autoridades brasileiras dis-
cutem como preservar, ou conservar, áreas de florestas, mas essa
discussão, desde aquela época, sempre tem em primeiro plano os
interesses econômicos que veem nessas regiões possibilidades de
desenvolvimento e geração de riquezas para o Brasil. No entanto, à
custa da degradação de imensas áreas dos biomas, os lucros verda-
deiros da exploração dos recursos naturais servem a pequenos gru-
pos que, na verdade, não têm como objetivo desenvolver as regiões
exploradas, concedendo vantagens às populações locais.
Com a criação da primeira reserva florestal no antigo território
do Acre, em 1911, do Serviço Florestal do Brasil, em 1921, e do
Código Florestal, em 1934, o Brasil, que ainda era um país total-
mente agrícola, passou a regular o uso das florestas por força da lei.
Devido à aposta dos governantes brasileiros na industrialização, na
década de 1930, e perda da força do setor agrícola, as discussões
sobre áreas florestais não tiveram maiores repercussões.
A construção da capital, Brasília, e de rodovias, na década de
1950, trouxe novamente à tona essas discussões, pois imensas áreas
virgens do Cerrado passaram a ser ocupadas devido a um acelera-
do processo de migração rumo ao Centro-Oeste, que era, naquele
momento, uma fronteira a ser vencida para o desenvolvimento do
Brasil. Esse processo ganhou força com o governo militar, que criou
projetos de expansão das fronteiras agropecuárias e a exploração
extrativista de madeira e de minérios em direção à Floresta Amazô-
nica, ao Norte, que provocaram impactos desastrosos para o bioma
e para os indígenas.
Na década de 1970, foram criadas as estações ecológicas, áreas
de proteção ambiental, e o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(Conama). O Conama instituiu, em 1981, a Política Nacional do
Meio Ambiente, que passou a exigir os Estudos de Impactos Am-
bientais (EIA) e o Relatório de Impactos Ambientais (Rima) para
uso do solo ou da exploração dos recursos naturais na cidade, no
310
espalhou pela região, deixou mais de 600 fa- de peixes apontadas como nativas antes da tra-
mílias desabrigadas e chegou até os córregos gédia, 11 são classificadas como ameaçadas de
próximos. Até o momento, foram confirma- extinção e 12 existiam apenas lá.
das as mortes de 17 pessoas. O fornecimento de água para os mora-
Em questão de horas, a lama chegou ao dores de cidades abastecidas pelos rios da re-
Rio Doce, cuja bacia é a maior da Região Su- gião, como Governador Valadares, em Mi-
deste do País − a área total de 82.646 quilô- nas Gerais, teve que ser temporariamente
metros quadrados é equivalente a duas vezes o interrompido, sendo retomado dias depois,
estado do Rio de Janeiro. quando laudos de órgãos técnicos do gover-
O aumento da turbidez da água, e não no descartaram a contaminação da água por
uma suposta contaminação, provocou a mor- materiais tóxicos.
te de milhares de peixes e outros animais. De A lama avançou pelo rio com grande
acordo com o Ibama, das mais de 80 espécies velocidade, chegando ao Espírito Santo em
311
C
312
Reserva biológica do Atol das Rocas, no litoral do Rio Grande do Norte. Objetiva preservar as
espécies daquele ecossistema.
Iuliia Timofeeva/Shutterstock.com
7:56
Marcos Simanovic
o banco de dados, seja possível analisar os ma-
pas e gráficos oferecidos.
Link: http://www.florestal.gov.br/snif/recursos-
florestais/sistema-nacional-de-unidades-de-conservacao?
print=1&tmpl=component. Acesso em: 21/12/2017.
Anotações Refúgio da vida silvestre de Alcatrazes, litoral norte de São Paulo. Refúgio de aves marinhas.
As unidades de uso
sustentável
As unidades de uso sustentável têm objetivos conservacionis-
tas aliando o uso racional, planejado e cuidadoso com exploração
econômica e geração de renda para famílias ou empresas instaladas
nessas áreas de conservação. A permissão de exploração é regula-
da pelos órgãos responsáveis desde que obedeçam aos princípios
desse tipo de unidade. As unidades de uso sustentável são área de
proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico, floresta
nacional, reserva extrativista, reserva de fauna, reserva de desenvol-
vimento sustentável e reserva particular do patrimônio natural. De
acordo com a Lei 9.985, que regulamenta as unidades de conserva-
ção, tem-se a definição e as unidades de uso sustentável:
C
314
7:56
A Costa dos Corais cobre o litoral do sul de Pernambuco e o litoral norte de Alagoas. Na foto,
praia de Carneiros, no litoral sul de Pernambuco.
Arquivo ICMBio
Professor, utilize a seção Ensaio geo-
gráfico para sondar o nível de compreensão
dos alunos referente aos assuntos aborda-
dos neste capítulo. É de suma importância
que as dúvidas sejam tiradas e que todos os
temas sejam bem trabalhados em sala. Por
isso, reforce aquilo que foi falado e, se ne-
cessário, volte aos temas.
Anotações
Área de relevante interesse ecológico: Floresta da Cicuta, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Região do Bioma Mata Atlântica.
C
316
Ensaio geográfico
1 A partir de qual momento da história brasileira os recursos florestais passaram a sofrer mais pressão
com a expansão e ocupação territorial?
Na década de 1950, com a construção da capital Brasília e das rodovias que interligaram o Brasil.
2 Quais são os documentos exigidos pelo Conama para autorizar/licenciar a exploração dos recursos
naturais?
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima).
partes dos biomas por meio da regulação por leis, com ordenamento das áreas que serão mantidas se-
7:58
As unidades de proteção integral são unidades de conservação que não permitem exploração econô-
mica nenhuma, pois têm como objetivo a preservação da fauna e da flora em suas características mais
originais possíveis.
As unidades de uso sustentável têm objetivos conservacionistas, aliando o uso racional, planejado e cui-
dadoso com exploração econômica e geração de renda para famílias ou empresas instaladas nessas áreas
de conservação. A permissão de exploração é regulada pelos órgãos responsáveis desde que obedeçam
aos princípios deste tipo de unidade.
O Curandeiro da Selva
Direção: John McTiernan.
Ano: 1992.
Sinopse: Após se separar da sua esposa e parceira de pesquisa por um longo tempo, Robert Camp-
bell, um cientista, transfere seu laboratório para o interior da Floresta Amazônica. Depois de três
anos de total silêncio, ele pede uma assistente e um cromatógrafo a gás, sem dar maiores explicações.
Na verdade, ele aparentemente encontrou a cura do câncer, mas não consegue duplicá-la em labora-
tório. Rae Crane é uma bioquímica que veio dos Estados Unidos para auxiliá-lo em seu trabalho e
tentar entender o que acontece, pois o Laboratório Aston, que patrocina o projeto, nunca recebe um
relatório de gastos e de descobertas, e Crane é o juiz e júri que pode acabar com a verba de Campbell.
Essa situação provoca inicialmente um choque de personalidades, que gradativamente é transforma-
do em respeito mútuo. Juntos, eles tentam entender por qual motivo o soro, que aparentemente tem
origem na bromélia, uma flor que só cresce lá há 30 m do solo, não consegue ser sintetizado.
Geografia em cena
Olhos do Brasil
neira de viajar sem sair de
casa. Para quem quer conhe-
cer os ambientes nordesti-
nos da Mata até a Caatinga
e do Cerrado, as obras Mor-
te e Vida Severina e Grande
Sertão Veredas são leituras
obrigatórias.
C
318
Encerramento
1 A extensão territorial de um país é um fator decisivo para sucessão de climas diferentes. Assim, o
Brasil, como um país continental, não foge à regra. Com base nessa afirmação e com os mapas das páginas
292 e 304, estabeleça uma relação espacial com seu respectivo clima. Utilize os quadrinhos necessários.
2 A Caatinga significa “mata branca”. Essa vegetação rala, pequena e cheia de espinhos apresenta al-
gumas características singulares em virtude da adaptação ao ambiente onde está. Aponte as principais
características da vegetação de Caatinga.
7:58 Formada por galhos retorcidos e secos, raízes profundas, a Caatinga é uma vegetação típica do semiári-
do nordestino. É comum de áreas com baixo índice de chuva e de solos bastante secos.
As regiões litorâneas onde estão localizados os mangues vêm sofrendo devido às ações desenfreadas dos
Anotações empresários da construção civil. O hábitat natural das espécies que lá vivem sofre com a especulação
4 (PUC-RJ) Sobre os cartogramas selecionados, assinale a única opção que indica um fator não rela-
cionado à redução da área do domínio morfoclimático mostrado.
Principais remanescentes de
Área de distribuição original do Cerrado vegetação nativa de Cerrado em 2002
N N
O L O L
S S
C
320
Planalto da Borborema
Agora, responda:
De que forma o relevo elevado do Planalto da Borborema interfere na formação da natureza sertaneja?
A massa úmida que vem do oceano, ao subir com o objetivo de ultrapassar o planalto, se precipita.
Dessa forma, as áreas centrais do planalto e posteriores não são influenciadas por essa massa úmida, o
que acarreta na escassez de chuva nas áreas correspondestes, influenciando na formação paisagística.
7 (FMJ) “É um mosaico de coberturas vegetais que formam uma diagonal que separa as duas florestas
tropicais do Brasil: a noroeste, a Floresta Amazônica e a leste, a Mata Atlântica. Esse mosaico se desen-
volve numa área de baixas pluviosidades. As causas da pouca chuva e sua distribuição irregular estão
associadas aos fortes ventos alísios, que não trazem umidade para a região.”
José Bueno Conti e Sueli Angelo Furlan. Geografia do Brasil, 2005. Adaptado.
7:59
Vitoriano Júnior
Iuliia Timofeeva/Shutterstock.com
Vitoriano Júnior.
I II III
Vitoriano Júnior
FCG/Shutterstock.com
IV V
Correlacione as formações vegetais retratadas nas fotos às áreas de ocorrência indicadas nos mapas
abaixo.
I II III IV V
a.
b.
c. X
d.
e.
1
2
N
0 550 km 1.100 km 4 O L
“... é um complexo de vegetação heterogênea, um mosaico de cerrados, florestas e até mesmo caa-
tinga. [...] Inúmeros programas nacionais e internacionais de proteção ao ambiente foram instaurados
para defender esse ecossistema único, frágil e ameaçado, ao mesmo tempo pela pecuária extensiva, pela
dispersão de mercúrio e pelos resíduos de pesticidas (utilizados pelos agricultores) carreados do pla-
nalto que o domina, e pela exploração de suas matas galeria, o que aumenta a erosão e a sedimentação.”
Hervé Théry & Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil. São Paulo: Edusp, 2005. p. 67-68. Adaptado.
Rafael Nolêto
Na imagem, registra-se a seguinte vegetação natural do Brasil:
a. Cerrado, com prevalência de espécies epífitas.
b. Caatinga, com abundância de espécies xerófitas.
c. Mata de Araucárias, com adensamento de tipos de pinhais.
d. X Mata de Cocais, com predominância de extensos babaçuais.
Vitoriano Junior/Shutterstock.com
Com base na figura e nos conhecimentos sobre os manguezais, considere as afirmativas a seguir.
I. São formados em ambientes de transição das águas fluviais para as águas oceânicas, nas zonas de
contato entre terra e mar.
II. Trata-se de um domínio morfoclimático que se desenvolve graças à biodiversidade ambiental que
caracteriza as suas florestas.
III. Sua fauna representa importante fonte de alimentos para o habitante, que depende deste ecossis-
tema para extrair seu meio de subsistência.
IV. A ausência de legislação de proteção aos manguezais resultou no seu desaparecimento em escala
global.
Fonte: SÂO LUÍS (Prefeitura). Projeto Recuperação das águas degradadas de recarga e descarga do Aquífero Barreiras da
Sub-bacia do Rio Maracanã – Nº 574484/2008. São Luís, 2011.
Capítulo 12
cial da Região Centro-Oeste.
• Compreender as formas pelas quais ocor-
reu o povoamento da região.
• Identificar as modificações na base econô-
As regiões Norte e mica ao longo do processo de construção his-
tórica.
Centro-Oeste do Brasil O bioma Pantanal, situado no Centro-Oeste do
Brasil, concentra algumas espécies de plantas e • Compreender o dinamismo da economia
animais, que só são achadas nessa localidade do
Planeta. atual a partir da associação agricultura mo-
derna e indústria de beneficiamento.
BNCC
Habilidades trabalhadas
no capítulo
Anotações
Faremos um passeio
por duas importantes regiões
do Brasil, a fim de conhecermos
a história, as riquezas naturais e
os empreendimentos econômicos.
Verificaremos os principais problemas
ambientais causados pela cobiça
humana — entre eles, as modificações
climáticas e o desaparecimento de
diversas espécies.
m
FCG/Shutterstock.co
327
Regionalização
oficial estabelecida
pelo IBGE
Região Norte
Formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia,
Pará, Roraima e Tocantins, esta região é a maior das cinco regiões
geográficas brasileiras, pois ocupa uma área total de aproximada-
mente 3.852.967,7 km2, o que corresponde a quase 50% do territó-
rio brasileiro. Suas vastas terras, drenadas pelos rios da grande Bacia
Amazônica e do Tocantins, situam-se entre o Escudo das Guianas
ao norte, o Planalto Central ao sul, o Oceano Atlântico a noroeste
e a Cordilheira dos Andes a oeste.
0 282 km 564 km N
Venezuela O L
Guiana
S
Guiana Francesa
Suriname
Colômbia Boa Vista
Amapá
797.722 habitantes Oceano
Atlântico
Roraima Macapá
522.636 habitantes
São Gabriel Bragança
da Cachoeira Belém
Óbidos
Cruzeiro do Sul
4.063.614 habitantes Pará Araguaína
829.619 habitantes
Rondônia Gurupi
Equatorial
500 25
Tropical semiúmido
Esse tipo de clima ocorre em duas pequenas áreas da Região
Norte: uma parte que compreende a porção oriental do estado de
Roraima, e outra que vai do extremo nordeste do Amazonas até o no-
roeste do Pará. Apresenta duas estações bem definidas: uma seca, que
corresponde ao verão, e uma chuvosa, que corresponde ao inverno.
Esta floresta pode ser subdividida de acordo com sua localização, Córrego na floresta equatorial amazônica
em três tipos de matas diferentes: que funciona através da vegetação verde
densa no verão. Um paraíso tropical perdido.
Dr Morley Read/Shutterstock.com
de relevo mais elevado da floresta, nunca alcançada pe-
las cheias dos grandes rios. É composta de árvores muito
altas, algumas com mais de 60 m. Caracteriza-se por ser
uma mata fechada, com quase nenhuma penetração de luz
solar.
Nela, encontramos as principais espécies extrativas da flo-
resta amazônica, como a castanheira, o mogno, o guaraná
e o caucho, que também é um bom fornecedor de látex.
Mata de várzea: mais compacta e localizada entre a caae-
tê e a caaigapó, sofre inundações periódicas nas épocas de
enchentes dos grandes rios. Nesta mata, encontra-se uma
das mais importantes espécies do extrativismo vegetal da
floresta amazônica, a seringueira, além do jatobá, do ca-
Grandes árvores da floresta amazônica caueiro e de diversas palmáceas.
são extraídas como matéria-prima para
móveis e outros objetos. Caaigapó: ou mata de igapó, localizada nas regiões baixas
das planícies, são permanentemente alagada pelos rios da
região. Bastante intrincada, é formada por árvores baixas,
Sergiobaffoni
Chico75
Igapó na divisa entre as cidades de Envira,
Eirunepé e Ipixuna, no Estado do Amazo-
Mata de várzea.
nas, no Brasil.
1
2
3
B
m Planaltos residuais
Norte-Amazônicos
3.000
Planalto da Amazônia oriental
Planície amazônica Planaltos residuais
2.000 Sul-Amazônicos
Planície Litorânea
Também conhecida como Planície Costeira, foi formada no
Período Quaternário, localiza-se especificamente no litoral do Es-
tado do Pará.
Depressões
Modelado de relevo predominante na Região Norte, suas alti-
tudes situam-se entre 100 e 500 metros. Estão localizadas entre as
planícies e as áreas de planalto. Foram formadas a partir de longos
processos de aplainamentos que atuaram sobre as áreas de planal-
tos, por isso apresentam inclinações suaves, além de ser mais aplai-
nadas do que estes. Exemplos: Depressão da Amazônia Ocidental,
Depressão Norte-Amazônica, Depressão Sul-Amazônica, Depres-
são Araguaia-Tocantins.
Oceano
0
5
Se
Atlântico
800 metros
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a
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2.992 m
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Oeste de
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75 70 65 60 55 50 Greenwich 45
Hidrografia
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0 200 km 400 km
Bolívia Navegação inexpressível
Filipe Frazao/Shutterstock.com
em extensão, 6992,06 Km, e volume de água. Nasce na Cordilheira
dos Andes, no Peru, e recebe três denominações: Apurimac, Uca-
yali e Marañon, antes de penetrar em território brasileiro, quando
recebe o nome de Solimões, somente passando a ser chamado de
Amazonas próximo a cidade de Manaus, quando encontra com as
águas do Rio Negro. O Amazonas, apesar de ser de planície, apre-
senta um grande potencial hidroelétrico ao longo da sua bacia,
sobretudo os afluentes que descem do Planalto das Guianas, onde
encontramos a hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã (Estado
do Amazonas), e os que descem do Planalto Brasileiro, onde são
encontradas as hidrelétricas de Samuel, no Rio Jumari (Estado de
Rondônia) e a de Curuá-Una, no Rio Curuá-Una (Estado do Pará).
Rio Amazonas, potencial hidrelétrico pou- Nesta região, destaca-se também a bacia do Rio Tocantins, que
co explorado.
apresenta o terceiro potencial hidrelétrico do País. Essa bacia hi-
drográfica é formada pela conjunção das águas dos rios Tocantins e
Araguaia: ambos nascem no Estado de Goiás, drenam o Estado de
Tocantins, percorrendo-o no sentido sudoeste-nordeste, indo de-
sembocar no litoral paraense, ao sul da Ilha de Marajó.
Nessa bacia, encontramos a hidrelétrica de Tucuruí, localizada
no Rio Tocantins, encarregada do fornecimento de energia para os
projetos Carajás e Alumínio Brasileiro S.A. (Albrás). O Rio Ara-
guaia, apesar de não ser o mais importante, desenvolveu no seu cur-
so a maior ilha fluvial do mundo: a Ilha do Bananal.
Bruno Huberman
Leitura
complementar
Economia
A energia consumida pelo Pará é gera-
O maior estado do Brasil possui a maior da pelas usinas hidrelétricas Tucuruí e
Curuá-Una, responsáveis pelo atendimento a
floresta tropical do mundo com 98% de sua mais de 99% do mercado paraense.
produção. Essa política de incentivos gera em- to de atividades voltadas ao aproveitamento municípios, incluindo a capital, e a constru-
prego, renda e aumento da arrecadação de tri- de recursos naturais nas áreas de agroindús- ção da Ponte do Rio Negro, que vai interligar
butos federais, estaduais e municipais não só tria, bioindústria, fruticultura, turismo, ener- a região metropolitana de Manaus à cidade de
no Amazonas, onde está situado o PIM, mas gia, dentre outras potencialidades abundantes Iranduba e áreas adjacentes.
nos demais estados da Amazônia Ocidental na região. No interior do estado é crescente a abertu-
(Roraima, Acre, Rondônia), além das cidades As políticas públicas do estado estão vol- ra de novas oportunidades de emprego e ren-
de Macapá e Santana, no Amapá (a área de tadas para a melhoria da qualidade de vida e da, com investimentos em áreas como a pisci-
atuação do modelo Zona Franca de Manaus). o desenvolvimento sustentável. A exemplo de cultura, agroindústria e produção rural. Para
Em sua política de desenvolvimento eco- investimentos em Programas como a Zona isso, o governo do Amazonas mantém um sis-
nômico, o governo do Amazonas busca atrair Franca Verde e Bolsa Floresta; o Programa tema de apoio ao setor produtivo que alia as-
investidores comprometidos com o meio am- Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus sistência técnica, fomento e comercialização.
biente, direcionando esforços para diversifi- (Prosamim); o gasoduto Coari-Manaus, que O Amazonas surpreende pela combina-
car a economia a partir do desenvolvimen- veio para mudar a matriz energética de oito ção de modernidade e conservação da natu-
334
Ryan M_Bolton/Shutterstock.com
Link: https://cidades.ibge.gov.br/painel/
economia.php?codmun=130260 . Acesso em:
22/12/2017.
Anotações
Os garimpeiros ilegais utilizam o mercú-
rio para atrair o ouro diluído na bateia,
formando uma liga entre as substâncias. O
mercúrio pode provocar graves complicações à
saúde de garimpeiros ou de pessoas que indire-
tamente são infectadas.
A superintendência do plano
de valorização econômica
da Amazônia e a ocupação
desordenada da região
Até a década de 1960, a região amazônica era uma porção de
terras completamente afastada dos espaços brasileiros. Sua floresta
fechada dificultava a penetração humana, e as suas águas impediam
qualquer interligação terrestre com o restante do Brasil. Mesmo com
um boom desenvolvimentista na região por causa da exploração do
látex, este foi fugaz e beneficiou apenas uma pequena elite de seringa-
listas. Nesse período, que aconteceu no final do século XIX, grupos
de nordestinos, retirantes de uma das piores secas que se abateu sobre
o sertão, invadiram a Amazônia para dedicar-se ao trabalho nas áreas
extrativas, principalmente nos seringais.
Com a crise da borracha e a falência de muitos seringalistas,
os nordestinos e seus descendentes foram jogados à própria sorte,
e apenas poucos sobreviveram para relatar suas aventuras aos seus
descendentes. A floresta se fechou e a região mergulhou em um
profundo processo de marginalização dentro do espaço geográfico
brasileiro.
335
Reprodução
estudado. Para isso, sugerimos alguns docu-
mentários para serem usados na sala de aula.
Amazônia desconhecida
são feitas pelos moradores para gerar renda de sados. No Brasil existem 305 etnias indígenas, que integram uma população com cerca de 897
forma sustentável. Baseado em auditoria coor- mil pessoas. Apesar de se reconhecerem como indígenas, nem todos os grupos conseguiram con-
denada pelo TCU. quistar seu território. Os Guaranis Kaiowá, por exemplo, ainda lutam pelo reconhecimento da
terra sagrada.
Link : https://www.youtube.com/watch?v=-
S9osbdOcqc . Acesso em: 22/12/2017. Link : https://www.youtube.com/watch?v=iOSUYeCD4tw. Acesso em : 22/12/2017.
Belém
Altamira
Tucuruí
Marabá
MA
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Curionópolis Estreito
Picos
Balsas PI
Piranhas
AL
Guaribas
Poço Redondo
Maceió
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Atlântico
Brasília 0 192 km 384 km
7:26
S
DF
A criação da Sudam, em 1966, funcionou como chamariz para
a população, capitais e os empreendedores para a região. Pensava-se
assim promover o desenvolvimento regional através da implanta-
ção de grandes projetos, porém esse rápido processo de ocupação
terminou por causar graves problemas aos nativos, em consequên-
cia da ocupação das suas terras, da modificação das suas culturas e
dos diversos impactos ambientais, como a contaminação dos rios
por metais pesados (como o mercúrio).
Reprodução
As ações foram abertas após denúncias
de indigenistas que atuam na região desde o
período militar. A primeira, sobre os Waimi-
ri Atroari, ainda não foi concluída porque, se-
gundo o procurador Júlio Araújo, precisa de
profundas investigações.
Há notícias de que os militares atuaram
num ataque direto e violento à aldeia dos Wai-
miri. Os registros indicam, segundo o procu-
rador, que antes da construção da BR-174 ha-
Vista aérea do polo industrial da Zona Franca de Manaus.
via cerca de três mil indígenas (década de 70).
Na década de 80, os registros apontavam para O que inicialmente parecia a solução para o desenvolvimento
300 indígenas na aldeia. e integração — uma vez que se instalaram na região diversas mon-
tadoras de eletroeletrônicos, gerando muito capital e pouco desen-
A segunda ação já foi apresentada à justiça, volvimento — tornou-se um enorme problema em virtude do des-
que, por conta dos conflitos recentes, concedeu
liminar para reparações imediatas sobre danos 338 Capítulo 12 – As regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil
permanentes sofridos pela população Tenha-
rim e Jiahui durante a construção da Transama-
zônica. Os Jiahui eram apenas 17 indígenas em CG_7ºano_12.indd 338 29/03/2018 13:57:27 CG
2004, quando suas terras foram demarcadas. cerramento da placa do início da obra em Al- um território ‘verde’, em nome de uma arran-
A obra da Transamazônica, segundo o tamira, no Pará, pelo então presidente Emilio cada histórica para o ‘progresso’”, diz trecho
MPF, cooptou os Tenharim para trabalhos Garrastazu Médici com o seguinte teor: “Nes- da ação.
forçados, os obrigou a mudar de território tas margens do Xingu, em plena selva Ama- O procurador da República Júlio Araú-
e infectou parte da população com doenças zônica, o senhor Presidente da República dá jo afirmou que as populações tradicionais são
(como sarampo e catapora) trazidas pelo con- início à construção da Transamazônica, numa desprezadas desde a época do Brasil Colonial.
tato com os operários da Paranapanema, res- arrancada histórica para a conquista deste gi- “Foram várias formas de violação, até mesmo
ponsável pela obra. gantesco mundo verde”. as táticas de pacificação, provocaram essa de-
Para o MPF, já no seu primeiro passo a sestruturação. A Ditadura não adotou méto-
Método do Brasil Colonial obra liderada pelos militares dá sinais do des- dos diferentes. Em nome do desenvolvimento,
compromisso com os povos que já habita- se aprofundou a violação. Dentro dessa con-
A construção da Transamazônica come- vam a região. “O teor do discurso demons- cepção, não considerou a diferença e os indí-
çou em outubro de 1970. Há registro do des- tra a perspectiva de ‘conquista’ e ocupação de genas acabaram sendo um empecilho ao pro-
338
339
guentermanaus/Shutterstock.com
perdem sua fonte de vida, sendo obrigados a fugir para as cidades e
passando a viver em bairros pobres e infectos. Não é à toa que estão
entre os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do
Brasil, (ganhando apenas para o Nordeste), além da quarta maior
taxa de mortalidade infantil, 29,2%, em 2010. Na Região Norte,
portanto, a riqueza da biodiversidade contrasta com a pobreza de
seus habitantes.
Região Centro-Oeste
Esta região, composta dos estados de Mato Grosso, Mato Gros-
so do Sul e Goiás, além do Distrito Federal, ocupa 1.606.445,5 km2,
aproximadamente 19% de todo o território nacional. Localizada
na porção central do Brasil, limita-se amplamente com as demais
Feitas de madeira e construídas sobre iga- regiões brasileiras. Em virtude da sua localização, a Região Centro-
rapés ou rios, as palafitas são o retrato da
pobreza em áreas da Região Norte. -Oeste está quase que totalmente dentro de uma área intertropi-
cal (apenas o sul do Estado de Mato Grosso do Sul é cortado pelo
Trópico de Capricórnio), apresentando, portanto, predomínio do
clima tropical.
Região Centro-Oeste
N
O L
Mato Grosso
Cuiabá Brasília
Goiás
Goiânia
Mato Grosso
do Sul
Campo Grande
0 183 km 366 km
500 25
Vegetação
Relevo
vitormarigo/Shutterstock.com
Chapada dos Veadeiros.
Centro-Oeste: físico
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Trópico de Capr
65º 60º 55º 50º 45º
• A Depressão Cuiabana.
• A Depressão do Alto Paraguai-Guaporé.
• A Depressão de Miranda.
do Sul Hidrografia
Arquivo/ABr
pastagens do estado.
Energia e mineração
cerca de 40% da área total com o emprego de Grosso do Sul. Corumbá é o maior núcleo in- Aquidauana e Corumbá, com um ramal em
calcário. dustrial do Centro-Oeste, com indústrias de direção a Ponta Porã.
cimento, fiação, curtume, beneficiamento de O principal eixo rodoviário é o que
Indústria cereais e uma siderúrgica que trata o minério liga Campo Grande a Porto Quinze de
de Urucum. Novembro, no rio Paraná, e a Ourinhos
A principal atividade industrial do estado (SP). O sistema viário contribui em boa
é a produção de gêneros alimentícios, seguida Transporte e comércio medida para o escoamento da produção
da transformação de minerais não metálicos agropecuária. A navegação fluvial, que já
e da indústria de madeira. Os beneficiamen- Mato Grosso do Sul é servido por uma teve importância decisiva, vem perdendo
tos de carne bovina e de arroz tem seu centro única linha ferroviária, que corta o estado de a preeminência. O principal porto é o de
em Campo Grande, capital. Até antes do des- Três Lagoas (na divisa com São Paulo) até Corumbá, ao qual se seguem os de Ladá-
membramento, toda a carne produzida em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. A mes- rio, Porto Esperança e Porto Murtinho, to-
Mato Grosso era beneficiada no atual Mato ma linha serve as cidades de Campo Grande, dos no rio Paraguai.
344
ValterCampanato/ABr
Link: ftp://geoftp.ibge.gov.br/produtos_educacionais/
mapas_mudos/mapas_do_brasil/mapas_ regionais/
regiao_centro_oeste.pdf. Acesso em: 22/12/2017.
Anotações
Esgoto a céu aberto em rua da Cidade
Estrutural, no Distrito Federal. A Cida-
de Estrutural se formou a partir da invasão de
catadores de lixo com o intuito de trabalhar no
aterro sanitário. A população dessa cidade sofre
com péssimas condições de saneamento básico,
educação, saúde, segurança e infraestrutura.
345
branislavpudar/Shutterstock.com
nização. Você pode dividir a sala em 4 grupos e
cada um ficará responsável por apresentar fatores
histórico-político-cultural-econômico do Cen-
tro-Oeste brasileiro. Assim todos os alunos toma-
rão conhecimento das características de cada esta-
do de modo dinâmico e participativo.
Anotações
A pecuária é um dos principais destaques do Centro-Oeste.
Até certo tempo, esta região caracterizou-se apenas por esta ati-
vidade econômica — ainda hoje, é bastante comum encontrarmos,
espalhados pelos cerrados e campos alagados da região, gigantescas
boiadas criadas de forma extensiva. Em 2011, o maior rebanho bo-
vino brasileiro ainda pertencia a esta região, aproximadamente 80
milhões de cabeças de gado —, porém, mais recentemente, quem
passou a tomar conta da paisagem foi a agricultura de milho, arroz,
algodão e principalmente a sojicultura mecanizada para exporta-
ção. A região figura entre as maiores produtoras nacionais de sorgo,
algodão em plumas e girassol, além de apresentar-se como uma das
líderes na produção de arroz e milho do Brasil.
A soja é um capítulo à parte dentro da economia do Centro-
-Oeste. De forma vertiginosa, devastou, contínua e crescentemen-
te, o Cerrado, utilizando correção agrícola do solo de baixa ferti-
lidade, e provocou, no início — e ainda de certa maneira provoca
—, diversos impactos ambientais, como o assoreamento de diver-
sos rios e manchas de desertificação; porém alçou a agropecuária
brasileira a um papel de destaque no cenário mundial, por sua alta
produtividade e modernização.
No campo industrial, o progresso e a ampliação do setor vie-
ram a reboque do desenvolvimento agropecuário, uma vez que, à
sua sombra, desenvolveu-se um portentoso sistema de cadeia pro-
dutiva dominada pelo Agronegócio, onde desponta um leque de
empresas que fornecem implementos para a agricultura, como
adubos, fertilizantes, rações, máquinas e equipamentos, ao lado de
outras que se nutrem da produção advinda do campo, como indús-
trias de alimentos, óleo vegetais, abatedouros, frigoríficos.
C
346
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/a-historia-politica-do-brasil-republicano-regiao-centro-oeste
Ensaio geográfico
1 Observe o mapa abaixo e identifique qual número corresponde à região Centro-Oeste, como tam-
bém seus respectivos estados.
0 628 km 1.256 km
A região Centro-oeste é representada pelo núme-
4
Pacífico
Oceano
N 5
Oceano
O L
Atlântico
S
7:30
2 Faça uma análise e descreva quais são as principais atividades econômicas desenvolvidas na região
Centro-Oeste.
As atividades ligadas à agroindústria vêm sendo o setor de maior importância na economia do Cen-
tro-Oeste. Merecendo destaque a produção de soja, sorgo, arroz e milho. Além do mais, a região
Norte
O tamanho médio das propriedades familiares é maior nas seguintes regiões brasileiras:
a. Sul e Nordeste.
b. Nordeste e Norte.
c. Centro-Oeste e Sul.
d. X Norte e Centro-Oeste.
Sinopse: O documentário gira em torno da tribo indígena Kadiwéu que vive no Mato Grosso do Sul.
A diretora visitou a tribo primeiramente em 1999 para gravar outro filme e novamente em 2013/2014.
Nesses quase 15 anos, a luz elétrica, a televisão e as igrejas evangélicas chegaram ao local, além da luta de
terra dos Kadiwéu contra os pecuaristas. A intenção é analisar os diferentes caminhos da tribo perante
os acontecimentos.
Amazônia
Direção: Thierry Ragobert.
Ano: 2014.
Encerramento
1 (Fatec) Ao pensar em sua infância, José sente-se nostálgico e se lembra da vegetação característica
da região onde morava: árvores de cascas grossas e galhos retorcidos, e com raízes muito profundas.
Entre uma árvore e outra, havia espaço suficiente para correr e, no inverno seco, a vegetação ganhava
aspecto amarelado e, no verão chuvoso, tudo voltava a ficar verdinho.
Atualmente, a vegetação de que José se recorda não existe mais, tornou-se uma extensa plantação de soja.
2 (FGV) “[Na Amazônia] boa parte dos municípios que compõem a ‘mancha pioneira’ apresenta
as maiores taxas de desmatamento do bioma amazônico nos últimos anos... e um expressivo e perverso
processo de especulação fundiária, no qual a grilagem e a venda ilegal de terras (inclusive pela internet)
3 (UPE) “O desmatamento é a atividade humana que afeta diretamente as maiores áreas na parte
florestada da Amazônia brasileira. A área desmatada é maior que a França.”
Philipe Fearnside.
Diversas mudanças ambientais, decorrentes do desmatamento referido pelo pesquisador, afetam nega-
tivamente os seres humanos na Amazônia.
Sobre elas, analise os itens a seguir:
I. Redução de ciclagem d’água.
II. Perda da capacidade produtiva dos ecossistemas.
III. Decréscimo no armazenamento do carbono.
IV. Alteração na formação de nuvens e na química da atmosfera.
V. Aumento do assoreamento de cursos fluviais.
Estão corretos:
a. apenas II e V.
b. apenas I, II e III.
c. apenas I, IV e V.
d. apenas II, III e V.
e. X I, II, III, IV e V.
4 (UEA) Tipo de vegetação característica da Floresta Amazônica, situada nas áreas de planícies inun-
dáveis pelas cheias sazonais dos rios, com árvores que não ultrapassam 20 metros de altura. Essa vege-
tação corresponde à
a. Mata de Mangue. b. Mata de Veredas.
c. X Mata de Igapó. d. Mata de Babaçu.
e. Mata de Terra Firme.
0 1.413 km 2.826 km
Inverno Primavera
temperatura (º)
700
cos, identifique as macrorregiões brasi-
32
600 28
500 24 leiras nas quais predominam os climas
400 20 A e B, respectivamente. Em seguida,
300 16 explique a pequena variação anual da
temperatura em ambos os climas.
12
200
8
100 4 Clima A: região Norte
0 0
J F M A M J J A S O N D
meses do ano Clima B: região Centro-Oeste
Clima B
chuva (mm)
temperatura (º)
500
40
400 35
30
300 25
20
200
15
100 10
5
0 0
J F M A M J J A S O N D
meses do ano
200 20
100 15
0 10
J F M A M J J A S O N D
meses do ano 16º S 56º W 165 m
AYOADE, J. Introdução à climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p. 258.
7 (Ufam) O período comumente denominado de “anos dourados” marcou uma etapa da recente his-
tória brasileira associada ao desenvolvimentismo (abertura de rodovias, expansão da rede hidrelétrica,
implantação da indústria automobilística, descentralização da capital) e à atmosfera cultural, marcada
pelo surgimento da Bossa Nova. A que governo tal período está associado:
a. X Juscelino Kubitschek.
b. João Goulart.
c. Getúlio Vargas.
d. Eurico Gaspar Dutra.
e. Jânio da Silva Quadros.
I. Seu polo industrial é fruto de um Decreto-lei da época do regime militar, portanto, imposto à
sociedade brasileira.
II. Suas empresas realizam operações básicas de montagem incorporando, gradativamente, compo-
nentes de fabricação nacional.
III. A produção industrial é altamente subsidiada.
IV. O regime tributário estabelece concorrência desleal com os produtores de outras regiões do país.
Assinale a alternativa correta.
a. Polo Têxtil de Belém.
0 1.060 km 2.120 km
O L
RR AP
S
Santarém
AM
Manaus BR
BR
230 MA
Lábrea
319 PA
BR
Porto Velho 163 0 360 km 720 km
AC TO
RO
MT
Estrada
Limite da Amazônia Legal Cuiabá
É possível associar o transporte de grãos de soja provenientes da porção amazônica, descrita acima, a
uma das três estradas apresentadas no mapa.
De acordo com a notícia acima, a mineradora brasileira Vale é a maior exportadora mundial de minério
de ferro. Sobre ela, responda: onde estão situadas as maiores jazidas da empresa?
As maiores jazidas da Vale localizam-se na Serra dos Carajás, no estado do Pará, e no Quadrilátero
12 (PUC-camp) Considere o mapa com as áreas de queimadas registradas pelo INPE (Instituto Na-
cional de Pesquisas Espaciais) em Junho de 1996. A leitura do mapa permite afirmar que os principais
pontos de fogo encontrados no período cartografado correspondem:
N
a. X ao cerrado e às áreas antigamente
O L
recobertas pela floresta, hoje desma-
Nenhum registro
S
tadas e que fazem parte da chamada
1 a 82 pontos fronteira agrícola.
b. ao cerrado em terras do Planalto
80 a 904 pontos
0 550 km 1.100 km
/Shutterstock.c
om
e social. BNCC
Jan Schneckenhaus
Habilidades trabalhadas
Capítulo 13 – As regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil 357
no capítulo
357
Região de forte
influência alemã e
italiana
Região Sul
Constituída pelos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio
Grande do Sul, é uma região bastante particularizada, uma vez que é
a menor do Brasil, abrangendo apenas 576.300,8 km2, o que perfaz,
aproximadamente, 6,7% do total territorial brasileiro, além de ser a
única localizada, na sua maior parte, fora da zona intertropical.
O L
S
Trópico de Capricórnio Londrina
Maringá
São Paulo
Paraná
Ponta Grossa
Cascavel
Curitiba
Paraguai Joinville
Blumenau
Itajaí
Concórdia
Santa Rosa Florianópolis
Lajes
Rio Grande Santa Catarina
do Sul Caxias do Sul
Santa Maria
Porto Alegre
Santana do
Livramento Oceano
Bajé Pelotas Atlântico
Subtropical
Blumenau (SC)
600 30
500 25
400 20
300 15
200 10
100 5
0 0
J F M A M J J A S O N D
Temperatura (ºC)
Precipitações (mm)
MS MG
SP RJ
Londrina
Argentina RS Vacaria
Vegetação
Iuliia Timofeeva/Shutterstock.com
CG
A Jellema/Shutterstock.com
Anotações
Relevo
:53
361
Minas
Região Sul: físico Gerais
Rio de
Trópico de Capricórnio Janeiro
São
Paulo
Paraná
Paraguai
Santa Catarina
Uruguai
Planalto N
0 115 km 230 km
Planície O L
Depressão S
50º O
Fonte: Elaborado pelo autor.
Hidrografia
professor
Esta região é banhada pelas águas de três bacias hidrográficas:
Professor, a Secretaria do Meio Ambien-
Bacias do Paraná e do Uruguai: Fazem parte da Bacia Plati- te e Recursos Hídricos por meio do Instituto
na, onde se destaca o Rio Paraná, na bacia do mesmo nome, que,
sendo um rio de planalto, possui grande potencial hidrelétrico. É das Águas do Paraná, dispõem de mapas, grá-
bastante explorado pelas diversas usinas construídas ao longo do ficos e fotos de satélite da bacia hidrográfica
seu curso, como Itaipu, ou em seus afluentes, como as de Barra Bo- do Paraná e Uruguai. Use esses recursos para
nita e Bariri, construída no Rio Tietê. Também merece destaque a
Hidrovia Tietê-Paraná, chamada de Hidrovia do Mercosul. ampliar suas aulas e reforçar os a visão dos alu-
Bacia do Uruguai: Banha terras catarinenses e gaúchas. O nos sobre esses ambientes.
Rio Uruguai nasce do encontro dos rios Canoas, catarinense, e
Pelotas, gaúcho, em um trecho encachoeirado, porém próximo à
foz torna-se um típico rio de planície. Serve como limite natural Sugerimos o Link a seguir: http://www.
entre o Brasil, Argentina e Uruguai. aguasparana.pr.gov.br/modules/conteudo/
Bacia do Sul: É uma bacia secundária formada por pequenos
rios, como Itajaí e Tubarão, em Santa Catarina, Ribeira do Igua-
conteudo.php?conteudo=79. Acesso em:
Rio de pe e Jacuí, no Rio Grande do Sul, que possuem pequeno poten- 27/12/2017.
Janeiro cial hidrelétrico e apenas são navegados em pequenos trechos.
:53
363
MS Cornélio Procópio
SP
Maringá Londrina
Cianorte Apucarana
Campo Mourão
Santa Catarina
Blumenau
Itajaí
Chapecó
Brusque
Concórdia Curitibanos
Erexim Florianópolis
Lajes
Passo Fundo
Lauro Müller Imbituba
Vacaria
Argentina Rio Grande do Sul Urucanga
Criciúma
Bento Gonçalves Araranguá
Caxias do Sul
Santa Maria Garibaldi Novo Hamburgo
Esteio São Leopoldo
Alegrete Canoas
Uruguaiana Cachoeira do Sul Porto Alegre
Oceano
Santana do Livramento
Atlântico
Bagé
Pelotas
N
Uruguai Rio Grande
O L 0 115 km 230 km
S
Na Região Sul, de Curitiba a Porto Alegre, estendem-se concentrações industriais cada vez mais
integradas às estruturas produtivas e financeiras do Sudeste, resultantes da atuação da sociedade
sobre o meio natural, transformando-o em espaço geográfico.
Região de maior
potencial industrial
do Brasil
Região Sudeste
Esta região, considerada o centro mais dinâmico da econo-
mia nacional, apresenta apenas quatro estados: Espírito Santo, Rio
de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que perfazem uma área de
924.573,8 km2, ou seja, 10,85% do território nacional.
Essa porção do território apresenta um quadro socioeconômico
bastante heterogêneo, no qual riqueza e pobreza convivem lado a lado.
O L 0 97 km 194 km Bahia
S
DF
Goiás
Minas Gerais
Belo Horizonte
20º S Espírito
Santo
Mato
Grosso
Vitória
do Sul
São Paulo
Rio de Janeiro
Trópico de Capricórnio
Rio de Janeiro
São Paulo
Oceano
Paraná Atlântico
50º O 40º O
m A
2.000
Planaltos e serras
Planaltos e chapadas da do Leste-Sudeste B
Bacia do Paraná Depressão
Pantanal Rio Paraná periférica
1.000
mato-grossense Oceano
Atlântico
0
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Sudeste:
Tocantins unidades de relevo
Bahia
0 141 km 282 km
Mato N
Grosso
O L
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1
Goiás
5
4
2 3
Mato Minas Gerais 7
Grosso Espírito
do Sul Santo
Bacia Tietê-Paraná
GO
0 44 km 88 km
Santa Clara d’Oeste
Presidente Epitácio
Rio Tietê Ibitinga
Bariri
Eclusa de Bariri
Eclusa de
Porto
Primavera Pederneiras
Eclusa de Barra Bonita
Barra Bonita Águas
Rosana de São
Pedro
Anhembi
O L
Sudeste:
Tocantins clima
Mato Bahia
0 141 km 282 km
Grosso N
O L
Brasília S
Goiás
Minas Gerais
Mato Espírito
Grosso Santo
do Sul
Paraná Semiárido
Tropical
Oceano Tropical de altitude
Atlântico Tropical úmido
Santa Catarina
Subtropical
6:54
Vegetação
Sudeste: vegetação
Tocantins
Mato Bahia
N
Grosso
O L
S
Brasília
Goiás
Minas Gerais
Mato Espírito
Grosso Santo
do Sul
Oceano Atlântico
Paraná Florestas
Cerrado
0 141 km 282 km
Caatinga
Campos
Santa Catarina
Formações complexas
Rafael Xavier/Shutterstock.com
Vegetação formada por floresta tropical, Ilha Grande, sul do Rio de Janeiro.
Cerrado mineiro.
Vitoriano Jr.
Campos do Jordão - A cidade mais alta do
Brasil
Link: https://www.youtube.com/
watch?v=CLnh86wV5Uw.
Águas do Paraná
Link: https://www.youtube.com/
watch?v=Hzdpex3xa9Q.
Anotações
Pinheiro do Paraná, próprio da Floresta Subtropical.
C
374
lazyllama/Shutterstock.com
Complexo do Alemão, Rio de Janeiro.
Patos de
Minas Governador
Valadares
Uberlândia
Atlântico
Bauru Nova Friburgo
Campinas
Trópico de Capricórnio
São Paulo
Ourinhos Taubaté
S.J. dos Campos Rio de Janeiro
Paraná Sorocaba N
0 111 km 222 km O L
S
50º Oeste de Greenwich
T photography/Shutterstock.com
Anotações
O Porto de Santos, localizado nos municípios de Santos e Guarujá, no Estado de São Paulo,
configura-se como o mais importante complexo portuário do País. Por meio dele, é movimen-
tado um quarto da balança comercial brasileira.
C
376
6:57
Os construtores do
Brasil
Região Nordeste
Esta região apresenta o maior número de estados: Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ala-
goas, Sergipe e Bahia. Abrange uma área total de 1.554.257,0
km2, aproximadamente 18,26% do território brasileiro. Apresen-
ta características fisiográficas que a particularizam em relação às
demais regiões.
O L
São Luis
Pará S
Fortaleza
5º S Ceará
Maranhão Rio Grande
Teresina do Norte
Natal
João
Piauí Paraíba Pessoa
Pernambuco Recife
10º S
Maceió
Tocantins Alagoas
Aracaju
Sergipe
Bahia
Salvador
15º S
Goiás
Oceano
DF
Atlântico
Minas Gerais
0 151 km 302 km
Espírito Santo
20º S
45º O
40º O 35º O
São Luís
Pará
Oceano
Fortaleza Atlântico
5º S Ceará
Maranhão Rio Grande
Teresina do Norte
Natal
João
Piauí Paraíba Pessoa
Pernambuco Recife
10º S
Maceió
Tocantins Alagoas
Aracaju
Sergipe
Bahia
Salvador
Goiás
15º S
Equatorial úmido
DF
Tropical
Tropical litorâneo
Tropical semiárido
Minas Gerais
N
0 151 km 302 km
O L
Espírito Santo
20º S S
45º O
40º O 35º O
Clima tropical
Predomina em parte do Estado da Bahia, na porção oriental do Es-
tado do Ceará, na fachada ocidental dos estados do Rio Grande do Norte
e do Piauí, além da porção centro-oriental do Estado do Maranhão. Esse
clima é influenciado pelas massas de ar equatorial continental e atlântica,
além da massa tropical atlântica. Apresenta as seguintes características:
Ksenia Ragozina/Shutterstock.com
Lagoa Tatajuba, Jericoacoara, Ceará. Um
ótimo lugar para os turistas e moradores
aproveitarem o clima tropical litorâneo.
Chuvas orográficas
Planalto da
Borborema
Planície Costeira
Depressão Sertaneja
Tupungato/Shutterstock.com
Mata Atlântica em Paraty, Rio de Janeiro.
Kleber Cordeiro/Shutterstock.com
A caatinga ocupa cerca de 11% do território brasileiro.
km, chegando a 300 ou 350 km em alguns quitibá. Nesta região, as árvores chegam a atingir
Leitura pontos. A Mata Atlântica faz parte da Zona da mais de 30 metros de altura.
complementar Mata Costeira e no sul da Bahia e norte do Es-
pírito Santo é conhecida também como Hileia Caatinga
Baiana e Mata dos Tabuleiros.
Aspectos do quadro natural Em suas áreas mais densas, suas árvores al- Designa o conjunto de espécies vegetais
Mata Atlântica. cançam alturas entre 15 e 20 metros. As princi- de porte arbóreo e arbustivo que cobrem o se-
pais espécies da Mata Costeira são: pindoba, em- miárido nordestino. Os solos que compõem o
Caracterizada pela grande umidade, a baúba, pau-d’alho, azeitona-da-mata, visgueiro, ecossistema da caatinga são arenosos ou are-
Mata Atlântica se estende paralelamente ao li- sapucaia, ingá e pau-d’arco. Na Bahia, já na área no-argilosos, pedregosos e pobres em matéria
toral brasileiro, a partir do Cabo de São Ro- chamada de Hileia Baiana, a vegetação é rica em orgânica.
que, no Rio Grande do Norte, até o Rio Gran- espécies de madeira de lei, como o jacarandá, a Também chamada de Sertão, Carrasco e Se-
de do Sul. A Mata tem largura média de 200 maçaranduba, o jatobá, o cedro, a cerejeira e o je- ridó, a caatinga apresenta uma série de variações
382
restingas
Incluem-se nesta categoria as diversas for-
mas de vegetação que ocorrem nos litorais are-
nosos. A vegetação de praia e as dunas sofrem
contínua ação dos ventos marinhos, carrega-
dos de sal. Esta combinação, associada à água
do mar e às areias, confere à vegetação litorâ-
nea um aspecto particular. O capim-da-areia,
o alecrim-da-praia, a pimenteira, a grama-da-
Mata dos Cocais no Piauí.
-praia e o capim-paraturá estão entre as espé-
Relevo cies vegetais encontradas nestas áreas.
Capítulo 13 – As regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil 383 Disponível em: IBGE. Geografia do Brasil. Região
Nordeste. Rio de Janeiro. 1977. Atlas Nacional do Brasil.
Rio de Janeiro. 198. Acesso em: 22/12/2017.
6:59 CG_7ºano_13.indd 383 29/03/2018 13:56:59
na região: caatinga seca e agrupada, caatinga seca hia são as regiões do Nordeste que têm este
e esparsa, caatinga arbustiva densa, caatinga das tipo de cobertura vegetal. Relacionado ao Anotações
serras, caatinga da Chapada do Moxotó, além da clima quente, semiúmido, com ausência
caatinga do litoral. Dentre as espécies vegetais de chuvas num período entre cinco e seis
mais comuns da caatinga, estão a jurema, o um- meses, suas áreas mais distintas estão asso-
buzeiro, o marmeleiro, o mandacaru, o xique-xi- ciadas a um relevo de chapadas e tabulei-
que, a faveleira e o pinhão-bravo. ros. Os cerrados são formações herbáceo-
-lenhosas, com árvores de pequeno porte,
Cerrados de troncos e galhos retorcidos, revestidos
por espessa casca. As copas das árvores e
Ocupa, aproximadamente, um quin- arbustos do cerrado são abertas, permitin-
to do território brasileiro. O sul e leste do do a passagem de luz aos extratos herbá-
Maranhão, sudoeste do Piauí e oeste da Ba- ceos. Podem ser enumeradas como espé-
383
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1.200 metros 30º50 S
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800 Enseada
do Carreiro Pontinha
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500 Pta. do Espinhaço
Picos
200 S Pta. da I. Cabeluda
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100
Recifes da Pedra Grande
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ANDRE DIB/Shutterstock.com
Chapada Diamantina.
Vitoriano Jr.
A rede hidrográfica do
75º 65
Nordeste é constituída
principalmente pelas seguintes
bacias
10º
Bacias Maranhenses
Constituída pelos rios Itapecuru, Mea- Vale do Catimbau, no Sertão de Pernambuco.
suas cabeceiras situam-se em áreas de precipita- no Nordeste. As grandes obras de açudagem têm sido realizadas pelo poder público, visando o
ção abundante. O São Francisco tem a sua ori- abastecimento da população sertaneja e a irrigação de terras. Dentre os principais açudes, vale
gem fora dos limites da Região Nordeste, em destacar o Armando Ribeiro Gonçalves, no Rio Grande do Norte, que tem a maior capacidade
Minas Gerais, banhando ao longo do seu per- de armazenamento de água, 2,4 milhões de metros cúbicos. O Orós, segundo maior, situa-se no
curso terras dos estados da Bahia, Sergipe, Ala- Ceará e tem capacidade de armazenamento de 2,1 milhões de metros cúbicos.
goas e Pernambuco. O rio tem um significado
muito especial para a região, pelo que represen- Disponível em: http://www.sudene.gov.br/area-de-atuacao/regiao-nordeste-estatisticas/hidrografia. Acesso em:
ta na vida socioeconômica do nordestino. 22/12/2017.
C
386
30º
I. de São Luís O L
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0 190 km 380 km
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Atlântico
Nordeste Ocidental I. Grande Trópico d
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I. de São Francisco
Capítulo 13 – As regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil 387
I. de Santa Catarina
La. Mirim
La. Mangueira
Arroio Chuí
Anotações
Bradleyzm/Wikimedia.com
Complexo industrial e portuário de Suape, Pernambuco.
C
388
São Luís
Pará
Oceano
Fortaleza Atlântico
5º S Ceará
Maranhão Rio Grande
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João
Piauí Paraíba Pessoa
Pernambuco Recife
10º S
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Bahia
0 180 km 360 km
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15º S
Agreste
DF
Sertão
Meio-Norte
Minas Gerais
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O L
Espírito Santo S
20º S
45º O
40º O 35º O
Recife (esquerda) e Salvador (direita) são as duas principais metrópoles da Zona da Mata litorânea. A primeira encontra-se localizada em plena Zona
da Mata açucareira, e a segunda em uma área rica em petróleo.
Agreste
Vitoariano Jr.
Sertão
N
0 137 km 274 km
São Luís O L
Pará S
Fortaleza
5º S Ceará
Maranhão Rio Grande
Teresina do Norte
Natal
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Piauí Paraíba Pessoa
Pernambuco Recife
10º S
Maceió
Tocantins Alagoas
Aracaju
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Bahia
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Oceano
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Salvador
Goiás
15º S Atlântico
DF
Projeto de irrigação
Espírito Santo
20º S
45º O
40º O 35º O
Toa55/Shutterstock.com
Região de transição entre a Amazônia equatorial e o Sertão se-
miárido, que compreende os estados do Piauí e do Maranhão. Esta
região apresenta o predomínio de atividades extrativas vegetais,
principalmente do babaçu e da carnaúba. Porém, nos vales dos rios
Mearim, Pindaré e Parnaíba, desenvolve-se com destaque a agricul-
tura de arroz e mandioca. Nas áreas de Cerrado, localizadas ao sul,
destaca-se a pecuária bovina praticada em sua forma extensiva. .
A região apresenta conflitos violentos pela posse da terra, sobre-
tudo na sua porção sul, área próxima ao estado da Bahia. Atualmente,
a região passa por um processo de crescimento econômico em virtu-
de da construção do porto de Ponta da Madeira, em São Luís, que
liga o litoral ao grande Projeto Carajás através da Estrada de Ferro Carnaúba, planta nativa do Nordeste bra-
Carajás, que corta a segunda maior cidade do Maranhão, Imperatriz. sileiro.
Geografia em cena
Em 1847, ainda no Brasil Império, deu-se início às discussões sobre a transposição do Rio São
Francisco, o terceiro maior do país. De acordo com alguns especialistas, a transposição é inviável
porque a água que dispõe o semiárido é insuficiente para a manutenção da vida do nordestino;
outros, por sua vez, afirmam que o problema está na má distribuição de água na região, e também o
projeto de transposição apresenta deficiências que precisam ser revistas. Enquanto isso, o sertanejo
sofre com a seca e suas consequências.
Rio Jaguaribe
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Oceano
Atlântico Reserva indígena
N Açudes e reservatórios
L
Bacias do Nordeste setentrional (receptoras)
O Área de proteção ambiental
Sub-bacias do Rio São Francisco (receptoras)
S Bacia do Rio São Francisco (doadora)
Monumento Natural
Vale dos Dinossauros
cessário, volte aos assuntos que para eles não extensiva de ovinos e bovinos. No campo industrial, vem apresentando um contínuo e gradual cresci-
foram claros.
mento, que começou na segunda metade da década de 1990. Além, também, do turismo.
3 Sabemos que a Região Sudeste se destaca por ser a região de maior potencial econômico do País.
Explique quais motivos que levaram a isso.
A acumulação de capital obtido por meio da atividade cafeeira permitiu o investimento maciço na
implementação das indústrias, o que foi facilitado também em decorrência da mão de obra abundante
4 Observe a imagem abaixo e descreva qual sub-região nordestina está sendo representada.
A sub-região do Sertão
nordestino.
C
394
N
e. fornecer mão de obra temporária para as plantações de
O L
cana-de-açúcar da Zona da Mata.
S
O auto da Compadecida
Direção: Guel Arraes.
Ano: 2000.
Sinopse: As aventuras dos nordestinos João Grilo, um sertanejo pobre e astuto, e Chicó, o mais
covarde dos homens. Ambos lutam pelo pão de cada dia e passam por vários episódios enganando a
todos do pequeno vilarejo de Taperoá, no sertão da Paraíba. Adaptação da obra de Ariano Suassuna.
Cidade de Deus
Direção: Fernando Meireles.
Ano: 2002.
7:04
Sinopse: Buscapé é um jovem pobre, negro e muito sensível, que cresce em um universo de muita
violência. Buscapé vive na Cidade de Deus, comunidade carioca conhecida por ser um dos locais
mais violentos da cidade. Amedrontado com a possibilidade de se tornar um bandido, Buscapé acaba
sendo “salvo de seu destino” por causa de seu talento como fotógrafo, o qual permite que siga carreira
na profissão. É pelo seu olhar atrás da câmera que Buscapé analisa o dia a dia da comunidade.
Anotações Encerramento
1 (FMJ) É um mosaico de coberturas vegetais que formam uma diagonal que separa as duas florestas
tropicais do Brasil: a noroeste a Floresta Amazônica e a leste a Mata Atlântica. Esse mosaico se desen-
volve numa área de baixas pluviosidades. As causas da pouca chuva e sua distribuição irregular estão
associadas aos fortes ventos alísios, que não trazem umidade para a região.
( José Bueno Conti e Sueli Angelo Furlan. Geografia do Brasil, 2005. Adaptado.)
C
396
10º
Equador
1
m
3.000
2.000 2 Tabuleiros
Rio Parnaíba litorâneos
1.000
0
Oceano Atlântico
Terrenos cristalinos
Terrenos sedimentares
Considerando-se as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que esses compartimentos são,
respectivamente:
a. Chapada do Apodi e Planalto da Borborema.
b. Chapada do Araripe e Depressão Sertaneja.
c. Planalto de Diamantina e Bacia do Parnaíba.
d. X Planalto da Borborema e Depressão Sertaneja.
e. Chapada do Araripe e Planalto do Meio-Norte.
8 (EsPM) “Com investimentos de US$ 50 bilhões, Nordeste vira rota de grandes empresas. Já se foi
o tempo em que as belas praias impulsionavam quase solitariamente a economia do Nordeste. Nos úl-
timos anos, a região deixou de apenas atrair turistas e passou a ser receptora também de investimentos
de peso, ajudando os Estados a se industrializarem.”
Fonte: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/02/19/com-investimentos-de-mais-de-r-100-bi-nordestevi-
ra-rota-de-grandes-empresas.htm. Acesso: 01/08/2013.
O L
1980 2006
0 770 km 1.540 km
(Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil. São Paulo: Edusp, 2005.p. 159)
I. As novas unidades produtivas implantadas fora do Sudeste não conseguiram diminuir as diferen-
ças regionais de industrialização.
II. Com a redistribuição das indústrias automobilísticas, São Paulo perdeu a liderança nacional no
quesito pessoal empregado na indústria.
III. Há uma verdadeira guerra fiscal entre os estados e inúmeras empresas são atraídas para outras re-
giões do País.
IV. Vários tecnopolos foram implantados no Nordeste, associados à indústria automobilística.
A leitura dos mapas e os conhecimentos sobre a dinâmica industrial brasileira permitem afirmar que
estão corretos somente:
a. I e II.
b. X I e III.
c. I e IV.
d. II e III.
e. III e IV.
10 (Fatec) Nestas últimas décadas, está ocorrendo no Sudeste brasileiro um fenômeno muito impor-
tante: a formação de uma megalópole, isto é, a:
a. X integração espacial de áreas metropolitanas.
b. concentração das agroindústrias em espaços reduzidos.
c. descentralização das atividades culturais pelas médias cidades.
d. desconcentração das indústrias de média e alta tecnologia.
e. recuperação de áreas ambientalmente degradadas.
12 (Ufam) A maior parte do capital aplicado na industrialização brasileira, a partir de 1930, teve ori-
gem nos lucros obtidos com a exportação de:
a. soja.
b. açúcar.
c. X café.
d. petróleo.
e. carvão.