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O conteúdo deste livro está adequado à proposta
da BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de
dezembro de 2017, do Ministério da Educação.

Ciências Ilustrações
6o ano do Ensino Fundamental Cadu Loureiro, Felipe Moura, Iran Elson

Maria Ambrosia Capa


Francisco Buarque Gabriella Correia/Nathália Sacchelli/Sophia Karla
Foto: Naeblys/shutterstock.com
Editor
Lécio Cordeiro Coordenação editorial
Distribuidora de Edições Pedagógicas Ltda.
Assessor pedagógico Rua Joana Francisca de Azevedo, 142 – Mustardinha
Julyana Mayra Oliveira Recife – Pernambuco – CEP: 50760-310
Fone: (81) 3205-3333
Revisão de texto CNPJ: 09.960.790/0001-21 – IE: 0016094-67
Consultexto
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos
Revisão técnica direitos dos textos contidos neste livro. A Distribuidora de Edições
Zélia Marques, Hélber Correia e Pedagógicas pede desculpas se houve alguma omissão e, em
Isa Leite edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.
Projeto gráfico
Adriana Ribeiro e Nathália Sacchelli Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam,
sempre que oportuno e sem prejudicar seu sentido original,
Editoração eletrônica uma nova pontuação.
Nathália Sacchelli

B917s Buarque, Francisco


Sucesso sistema de ensino : ciências : 6º ano : ensino fundamental /
Francisco Buarque, Maria Ambrosia ; ilustrações: Cadu Loureiro, Felipe
Moura, Iran Elson. – 2. ed. – Recife : Edições Pedagógicas, 2019.
304p. : il.

1. CIÊNCIAS – ENSINO FUNDAMENTAL. 2. MEIO AMBIENTE


– ENSINO FUNDAMENTAL. 3. TERRA (PLANETA) – ENSINO FUN-
DAMENTAL. 4. CIÊNCIAS – TESTES E EXERCÍCIOS. I. Ambrosia,
Maria. II. Loureiro, Cadu. III. Moura, Felipe, IV. Elson, Iran. V. Título.

CDU 502
CDD 500
PeR – BPE 19-684

As palavras destacadas de amarelo ao longo do livro sofreram


modificações com o novo Acordo Ortográfico.

ISBN Aluno: 978-85-7236-116-3


ISBN Professor: 978-85-7236-117-0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e
Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil

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Apresentação

O estudo de Ciências abrange toda a vida do Planeta e nos ajuda a compreender os diversos
processos do meio ambiente, desde os mecanismos ecológicos até as tecnologias criadas para fa-
cilitar nossa vida. Nesta coleção, abordaremos esses conhecimentos estabelecendo relações diretas
com o seu dia a dia. Pense um pouco: a formação do arco-íris, a cor de seus olhos, o perfume das
flores, a energia solar — tudo isso faz parte de nossa matéria!
Esperamos despertar sua curiosidade de modo que você possa observar os fenômenos da
natureza, investigá-los e tirar suas próprias conclusões. E, acima de tudo: desejamos que, a partir da
leitura do nosso livro, você aprenda que estudar Ciências é estar sempre pronto para fazer novas
perguntas.

Um ótimo estudo!
Os autores

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Sumário
Eixo – Matéria e energia Classificação dos polímeros quanto à sua origem..56
Nomenclatura dos polímeros.............................58
Capítulo 1 Medicamentos sintéticos.......................................58
Nem tudo é matéria.............................................08 Impactos socioambientais......................................60
Energia em nosso cotidiano...............................08 Ciências e reflexão..............................................63
Propriedades gerais da matéria..........................13 Ciências no vestibular...........................................66
Propriedades específicas da matéria...................16
Eixo – Terra e Universo
Fenômenos físicos e químicos.................................20
Ciências e reflexão..............................................22 Capítulo 5
Ciências no vestibular...........................................25 Terra, um planeta diferente....................................70
Capítulo 2 Os movimentos a Terra e suas principais consequências... 71
Substâncias e misturas..........................................28 A estrutura interna da Terra....................................75
Substâncias químicas........................................28 As camadas terrestres...........................................76
Substâncias puras............................................29 Crosta terrestre................................................77
Classificação das substâncias puras....................30 Manto...........................................................78
Misturas.............................................................32 Núcleo..........................................................79
Classificação das misturas de acordo com o número de Ciências e reflexão..............................................80
fases.................................................................33 Ciências no vestibular...........................................84
Ciências e reflexão..............................................35
Capítulo 6
Ciências no vestibular...........................................37
Minerais e rochas................................................88
Capítulo 3 Rochas magmáticas, ou ígneas..........................90
Processos de separação de misturas........................40 Rochas sedimentares........................................91
Filtração simples..............................................40 Rochas metamórficas........................................92
Filtração a vácuo.............................................41 Utilização das rochas no nosso dia a dia.................93
Dissolução fracionada......................................42 O ciclo das rochas..............................................94
Decantação...................................................42 Ciências e reflexão..............................................95
Sifonação......................................................43 Ciência no vestibular............................................98
Centrifugação.................................................44
Destilação......................................................44
Evaporação...................................................47 Eixo – Vida e evolução
Catação........................................................47
Capítulo 7
Peneiração.....................................................48
Célula: a unidade da vida....................................104
Levigação......................................................48
As células..........................................................104
Ventilação......................................................48
Membrana plasmática..........................................107
Imantação......................................................48
Citoplasma ........................................................108
Ciências e reflexão..............................................49
Mitocôndria...................................................108
Ciências no vestibular...........................................51
Ribossomos....................................................109
Capítulo 4 Retículo endoplasmático ...................................109
Materiais sintéticos...............................................54 Complexo golgiense........................................110
Polímeros...........................................................54 Centríolos......................................................110

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Lisossomos.....................................................111 Capítulo 11
As diferenças entre a célula vegetal e animal............112 Sistema endócrino...............................................196
Núcleo..............................................................113 Glândulas do sistema endócrino.............................196
Organização do corpo humano.............................118 Distúrbios do sistema endócrino..............................202
Ciências e reflexão..............................................122 O perigo dos anabolizantes..................................205
Ciências no vestibular...........................................124 Ciências e reflexão..............................................207
Ciências no vestibular...........................................210
Capítulo 8
Revestimento, sustentação e movimento....................126 Capítulo 12
Revestimento corporal...........................................127 Alimentação e saúde...........................................212
Locomoção: ossos, articulações e músculos..............131 Principais nutrientes..............................................213
Nosso esqueleto.................................................131 A importância da alimentação saudável..................227
O tecido ósseo...............................................134 Ciências e reflexão..............................................229
Organização estrutural de um osso.....................135 Ciências no vestibular...........................................231
A postura e os problemas na coluna...................136
Capítulo 13
As articulações...................................................138 O sistema digestório............................................234
Os músculos.......................................................141 Partes do sistema digestório...................................235
Tipos de músculo.............................................142 Órgãos anexos...................................................240
Ciências e reflexão..............................................144 Etapas da digestão..............................................241
Ciências no vestibular...........................................148 Doenças e distúrbios do sistema digestório ..............245
Capítulo 9 Ciências e reflexão..............................................249
Os sentidos........................................................150 Ciências no vestibular...........................................252
A importância dos sentidos....................................150 Capítulo 14
A visão..............................................................151 A circulação.......................................................256
A formação da imagem....................................153 O sistema sanguíneo............................................257
Distúrbios da visão...........................................155 Ciclo cardíaco....................................................263
A gustação........................................................159 Circulação.........................................................265
O olfato............................................................160 Doenças do sistema cardiovascular.........................267
O tato...............................................................161 O sistema linfático...............................................269
Audição e equilíbrio.............................................163 Doenças do sistema linfático..................................271
Ciências e reflexão..............................................165 Ciências e reflexão..............................................273
Ciências no vestibular...........................................167 Ciências no vestibular...........................................276

Capítulo 10 Capítulo 15
Sistema nervoso..................................................170 A respiração e a excreção....................................280
As células nervosas (tecido nervoso)........................171 O sistema respiratório...........................................280
Tipos de neurônio............................................173 Órgãos do sistema respiratório...............................282
Conexões nervosas..............................................173 Os movimentos da respiração................................286
As sinapses e os impulsos nervosos.........................175 A regulação da respiração................................287
Sistema nervoso central.........................................176 Doenças do sistema respiratório.............................288
Sistema nervoso periférico.....................................182 O sistema excretor...............................................289
Ações voluntárias e involuntárias.............................183 As glândulas sudoríparas e o suor..........................290
Os atos reflexos..................................................185 A urina e o nosso sistema urinário...........................290
Cuidados com o sistema nervoso...........................187 A formação da urina............................................293
Ciências e reflexão..............................................190 Doenças renais...................................................295
Ciências no vestibular...........................................194 Ciências e reflexão .............................................298
Ciências no vestibular...........................................301

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Eixo
Matéria e energia

O Monte Everest, a montanha mais alta da Terra, é um


bom exemplo de matéria.

6 Unidade 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Capítulo 1 – Nem tudo é matéria
Capítulo 2 – Substâncias e misturas
Capítulo 3 – Processos de separação de misturas
Capítulo 4 – Materiais sintéticos

O ser humano sempre se interessou pelo universo que o cerca, pelos seres que estão em seu
meio, pelo som, pela luz, por tudo o que seus cinco sentidos podem captar. Com o tempo, ele
percebeu que, por mais que a água seja diferente de um pássaro; o ar, de uma pedra; ou o ser
humano, de uma árvore, há algo em comum entre eles: são constituídos de matéria.
Podemos definir matéria como tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. A
matéria pode se apresentar em um dos seus diferentes estados físicos, que são: sólido, líquido
ou gasoso. Pode ser imensa como uma montanha ou mesmo mínima como uma bactéria.
Do ponto de vista humano, a matéria pode ser visível ou não. O ar que respiramos pos-
sui massa, ocupa volume e é composto de muitas substâncias, como gases e poeira. Ele
está por todos os lados, pesando consideravelmente sobre a Terra — aproximadamente
6.000.000.000.000.000 (seis quatrilhões) de toneladas. Podemos senti-lo, forte ou
fraco; no entanto, para nós, é completamente invisível.
De modo geral, podemos dizer que a matéria pode ser observada, experimentada,
qualificada e quantificada. A total ausência de matéria em um determinado espaço é
chamada de vácuo, ou seja, vazio absoluto. Há produtos comercializados que são
embalados a vácuo. Isso quer dizer que uma máquina suga absolutamente todo
o ar do espaço entre o produto e a embalagem.
Para que você possa correr, brincar e até mesmo ler este livro, você
precisa de energia. Para que as máquinas funcionem, elas precisam
de energia. Mas, afinal, o que é energia? A palavra energia
deriva do grego ergos, que, na íntegra, significa trabalho.
Sendo assim, podemos compreender que a energia está
relacionada à capacidade de realizar trabalho, ação
ou movimento. Estudaremos esse assunto de uma
maneira mais detalhada posteriormente.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 7

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Capítulo 1

Nem tudo é matéria


A percepção humana nos leva a crer que nem tudo é, necessariamente,
composto de matéria. O som, a luz, a sensação de calor e de frio existem,
porém não possuem as características para serem considerados matéria.
Mas, se esses elementos não são matéria, o que seriam então?
A energia é uma grandeza física que está relacionada com a criação
do Universo. Assim como grande parte das grandezas físicas, não é fácil
definir a energia, mas é fácil senti-la, pois ela está em todos os seres vivos,
nos fenômenos da natureza, nas estrelas, desde a luz do Sol, passando
pela energia elétrica até a energia química dos alimentos.
As ciências que têm por finalidade estudar objetos e fenômenos da
natureza, sejam estes observados em ambientes naturais ou artificiais (criados
pelo ser humano), são chamadas de Ciências Naturais. A Física e a Química
pertencem ao grupo das Ciências Naturais e se ocupam de investigar as
leis gerais que regem o Universo, as propriedades e o comportamento da
matéria que o constitui e a energia que o movimenta no espaço e no tempo.

Energia em nosso cotidiano

Ao falarmos em energia, estamos também pensando em trabalho,


não apenas naquele sentido comum da palavra — o da máquina ou da
pessoa que realiza uma determinada tarefa —, mas em um significado
mais amplo, que engloba tudo o que fazemos. Para tudo o que ocorre, há
ganhos e gastos de energia, desde o brilho mais distante de uma estrela
até um simples piscar de olhos. Não há matéria sem energia.
Não é difícil falar sobre a presença de energia no cotidiano. Poderíamos
citar a energia elétrica das máquinas, a combustão (queima) da gasolina
nos automóveis ou a simples chama de uma vela. Mais simples ainda, basta

8 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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olhar para nós mesmos e reparar na dinâmica dos nossos corpos: para
existirmos, precisamos de alimento. E, assim como os moinhos convertem
a energia dos ventos em força mecânica, nós convertemos os nutrientes
que ingerimos em energia para andar, pensar, respirar e realizar todas
as nossas atividades diárias e vitais. Compreender a lógica da energia é
também compreender o quanto fazemos parte do Universo.

Há gasto de energia até quando estamos dormindo. O beija-flor precisa se alimentar o tempo todo para
sustentar seu metabolismo acelerado.

O beija-flor, por exemplo, é capaz de bater as asas, em média, entre


70 e 80 vezes por segundo, o que lhe permite a impressionante capa-
cidade de ficar parado no ar, e isso gera um enorme gasto de energia.
Por esse motivo, ele está o tempo todo procurando néctar nas flores, que
é rico em glicose, uma substância energética importante para a maioria
dos seres vivos.
As plantas fabricam a glicose a partir da água (H2O), da luz do Sol e
das moléculas de dióxido de carbono (CO2) que estão no ar. Essa reação
libera oxigênio (O2) na atmosfera, que é importante para os seres humanos,
que precisam dele para quebrar as moléculas de frutose presentes nas

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 9

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frutas, por exemplo. Essa quebra libera no organismo a energia de que
precisamos para viver, e as sobras nós liberamos de volta para o ambiente,
entre elas o CO2, tão importante para as plantas na fabricação da glicose.
Percebem que, se seguirmos adiante, voltaremos ao começo? Esta é a
essência da energia, ela é cíclica. Poderíamos citar muitos outros protagonistas
nessa história, como os micro-organismos decompositores que se alimentam
do beija-flor, da planta ou dos seres humanos quando morrem. Mas, longe
de serem o fim, eles estão mais para o recomeço, porque, do ponto de vista
atômico, os micro-organismos “desmontam” os seres, que se espalham na
Antoine Laurent de Lavoisier
(1743–1794) foi conside- natureza em novas formas de vida molecular. Como disse o químico francês
rado o pai da Química
Antoine Lavoisier, “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.
Moderna. Outras desco-
bertas de Lavoisier foram Na natureza, temos grandezas que são definidas como grandezas não
a relação do processo de
primitivas e grandezas primitivas. O primeiro caso diz respeito àquelas
respiração com a combus-
tão e a sugestão do termo que podemos definir, por exemplo, um carro: “veículo motorizado de quatro
oxigênio.
rodas que é comandado por uma pessoa”. O segundo caso diz respeito a
tudo o que existe e conhecemos, mas não podemos definir, como o tempo.
Alguém pode definir o tempo? Sabemos o que é e até criamos uma forma
de medi-lo, mas não há um conceito exato para ele. Dessa mesma forma,
assim como acontece com o tempo, podemos dizer que a energia também
se apresenta como um conceito primitivo. Não podemos defini-la de forma
concreta. Por outro lado, sabemos o quanto ela está naturalmente ligada
aos movimentos da natureza. Uma prova disso é o ser humano, que, há
séculos, vem aprendendo a utilizá-la em seu benefício.

Um moinho é uma máquina


que aproveita a energia do
vento ou da água. Os moi-
nhos podem ser usados para
moer grãos e fazer farinha,
para bombear água ou para
produzir energia elétrica.

10 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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O uso da energia eólica cres-
ce cada vez mais no mundo
porque é limpa e renovável.
Teve início com as mós e
evoluiu até chegar na ener-
gia elétrica.

Uma das formas mais antigas de se usar a energia da natureza são


os moinhos de vento. Para moer uma grande quantidade de cereais, o
ser humano inventou uma máquina simples: hélices imensas impulsionadas
pelo vento fazem girar algumas engrenagens e pedras, chamadas de mós,
que esmagam e trituram as sementes de uma só vez, transformando-as em
farinha fina. A energia que vem dos ventos é captada pelas hélices e con-
vertida em energia mecânica para moer os grãos, realizando o trabalho
que precisaria de muita mão de obra, em pouco tempo. A essa energia
que vem dos ventos, damos o nome de energia eólica.
Com o aprimoramento dos moinhos, o ser humano aprendeu a extrair Alguns dos maio-
res consumidores de
energia elétrica a partir da energia mecânica gerada pelos moinhos. Agora,
energia elétrica são:
em vez de apenas mover engrenagens e pedras, a energia proveniente do Estados Unidos, Ja-
movimento dos ventos é capaz, também, de acender lâmpadas. pão, China, Cana-
A energia eólica, embora considerada limpa — porque se renova e não dá, Índia, Alemanha,
degrada o meio ambiente ­—, ainda não é a mais usada. As civilizações, para França, Inglaterra, Itá-
lia e Brasil. O estado
se desenvolverem, manipularam muitas fontes de energia mais intensas, porém
norte-americano da
não renováveis, como o calor da queima de carvão e o petróleo. O custo da Califórnia consome
retirada dessas substâncias da natureza é a finitude de suas reservas. Além sozinho a mesma
disso, as energias não renováveis poluem e desequilibram os ecossistemas. quantidade de ener-
Quanto mais as sociedades crescem, maior a necessidade de consumo gia elétrica consumi-
da em todo o Brasil.
de energia. A conversão da luz e do calor do Sol em energia elétrica é
uma das saídas que vem se desenvolvendo cada vez mais.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 11

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Os automóveis queimam a gasolina dentro do motor,
Os painéis solares absorvem os raios do Sol e convertem
causando uma explosão que move os mecanismos,
o calor em eletricidade. Na foto, casa com sistema de
fazendo o carro se movimentar. Os resíduos liberados
captação da energia solar.
na atmosfera são poluentes e tóxicos.

Albert Einstein, físico alemão e o mais famoso cientista do século XX, fundador da Teoria da Re-
latividade, descobriu que matéria é nada mais nada menos que energia extremamente condensada.
Para uma pequena porção de matéria, é necessária uma quantidade imensa de energia unida. A
sua genialidade consistiu em não apenas perceber isso, mas
também em desenvolver um método para calcular a propor-
ção entre as duas. Energia é igual à massa multiplicada pela
velocidade da luz ao quadrado. É a famosa fórmula E = m.c2.
A possibilidade de liberar tanta energia em potencial de
um pouco de matéria trouxe grandes avanços para a Ciência,
como a capacidade de usarmos uma fonte de energia limpa,
sem degradar a natureza.

A Teoria da Relatividade foi, segundo Einstein, sua obra-prima. Em 1921,


o cientista recebeu o Prêmio Nobel de Física por sua explicação sobre
o efeito fotoelétrico.

12 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Propriedades gerais da matéria
Toda matéria apresenta características básicas, ou seja, propriedades
fundamentais. São elas:

Corpo: consiste nos limites que dão forma à matéria — qualquer objeto,
pessoa, animal, vegetal e até mesmo planetas inteiros são exemplos
de corpo.

Massa: refere-se à porção de matéria, ou seja, sua quantidade.

Volume: corresponde ao espaço ocupado pelo corpo.

Quando nos referimos às toneladas de ar que estão sobre a Terra,


estamos falando de sua massa; seu volume é toda a extensão que ela
ocupa na superfície.
Há, ainda, outras características da matéria que merecem nossa atenção:

Extensão: propriedade que a matéria possui de ocupar um espaço, no


qual o volume dá a extensão do seu corpo. Toda matéria, por menor
que seja, tem suas dimensões bem delimitadas e ocupa um lugar no
espaço. Um bom exemplo que pode ser analisado é a sua mesa na
sala de aula. Os livros e cadernos, se não forem bem organizados,
Artesão moldando bar-
ocuparão toda a extensão da mesa, e tudo ficará uma bagunça. O ro para que se transfor-
mesmo acontece com livros postos em uma estante. Portanto, não me em um objeto com
dimensões delimitadas.
podemos desprezar as dimensões de um corpo.

Átomos e moléculas
Para um melhor entendimento sobre matéria, temos que pensá-la como um
grande e complexo quebra-cabeça, cujas partes formam o todo. Essas “partes”
são denominadas átomos. Os átomos são a menor estrutura desse quebra-ca-
beça e, por isso, indivisíveis. Quando juntamos alguns átomos, estamos fixando
pequeníssimas “partes” que formarão as moléculas. Um conjunto de moléculas,
por sua vez, forma a substância, a matéria. Há muitos tipos de átomo na nature-
za, formando os mais diferentes tipos de molécula. Cada molécula, por sua vez,
forma os vários tipos de substância que existem. A água é feita, basicamente, de Átomos se unindo
para formar a molé-
uma cadeia de moléculas. A molécula da água é formada por dois átomos de
cula da água.
hidrogênio e um de oxigênio.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 13

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Inércia: propriedade que todo corpo apresenta de se manter em
repouso ou em movimento até que uma força contrária atue sobre
ele. Quando estamos dentro de um ônibus e ele freia bruscamente,
tudo o que há dentro dele tende a continuar sua trajetória, por isso
somos “jogados” para a frente continuando o seu movimento. Outro
exemplo acontece quando ele realiza uma curva: a inércia dos corpos
se mantém, e os passageiros têm a impressão de serem “jogados”
para fora da curva, em linha reta.

Air bags são dispositivos de


segurança presentes nos car-
ros. São bolsas de ar que in-
flam imediatamente após um
acidente, como observado no
teste do dispositivo ao lado.
Com a inércia, o corpo vai
para a frente ou para os lados,
e os air bags evitam o contato
violento com os painéis e a
lataria em geral.

Impenetrabilidade: esta é a propriedade mais básica da matéria e sig-


nifica que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo
tempo. Sobre determinado local de uma mesa, podemos colocar uma
xícara, e apenas uma. Se quisermos colocar outra, teremos que desocupar
o lugar. Isso vale para toda matéria.

GRAVIDADE

m Objeto
(massa do objeto)
μ Objeto
(densidade
do objeto)

Se colocarmos um objeto em ρ Fluido


um determinado recipiente, (densidade do fluido)
ele não ocupará o mesmo
espaço que o fluido ao ser
lançado no local. EMPUXO

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Compressibilidade: propriedade que consiste na capacidade de
redução do volume do corpo quando sofre determinada pressão. Essa
redução também é chamada de deformação. O grau de deformação
que uma matéria pode sofrer depende do grau de pressão e também
do tipo de matéria. Um bom exemplo seriam as mudanças de estado
da matéria no meio ambiente. Podemos encontrá-la nos estados sólido,
líquido ou gasoso, segundo a condição de pressão.

O meio sólido, por apresentar suas moléculas mais unidas, faz com
que haja uma menor compressão do seu volume.

O meio líquido, por sua vez, apresenta suas moléculas também muito
unidas, porém são mais elásticas, maleáveis quanto ao seu movimento,
permitindo uma maior compressão.

O meio gasoso é o mais compressível de todos. Suas moléculas estão


mais livres e permitem certos “vazios” entre elas, sofrendo, assim, maior
deformidade em seu volume.

A mola é um sólido modificado para receber compressão. Parte de um sistema de geração de vapor, a caldeira
gera vapor de água pressurizado.

Elasticidade: possui relação inversa com a compressibilidade, ou seja,


se a compressibilidade reduz, comprime e pressiona, a elasticidade
permite que o volume do corpo volte ao normal depois de cessada
a pressão. Quando enchemos o êmbolo de uma seringa com algum
líquido ou gás, ele pode sofrer um relaxamento em seu volume, basta
que a pressão interna seja reduzida, permitindo, assim, um maior Elásticos deformam-se e
voltam ao estado normal
aumento em seu volume. com facilidade.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 15

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Divisibilidade: é a propriedade que o corpo tem de reduzir sua exten-
são em pequenas partes, ou seja, de se dividir. Como bem sabemos,
a estrutura de toda matéria é feita de átomos; portanto, ao sofrer uma
quebra — ruptura de sua estrutura —, todo corpo tende a se dividir em
várias partes, de acordo com sua natureza.

Indestrutibilidade: os elementos e as substâncias que estão na natureza


podem sofrer mudanças diante de um processo físico-químico, mas
Você pode repartir um nunca deixarão de existir, apenas sofrerão transformação, apresentan-
bolo em várias fatias.
do-se de outra forma.
Um bom exemplo está na construção de um móvel de madeira. O ma-
terial extraído das árvores dará origem a peças de madeira que serão
utilizadas na construção do objeto. Este, por sua vez, não será mais uma
árvore, mas sua essência de madeira ainda existe, embora modificada.

Propriedades específicas da matéria

Há materiais que apresentam características bem distintas e peculiares


quando comparados a outras. Essas características são conhecidas como
propriedades específicas da matéria. Dentre elas podemos citar:
A essência da matéria-pri-
ma dos móveis de madeira
permanece inalterada. Cor: cada corpo apresenta uma cor, a depender do material consti-
tuinte. Cada matéria, por ser constituída de átomos diferentes — que
apresentam tamanho, forma e estrutura diferentes —, formará, em uma
visão ampliada, a composição da coloração desse corpo.

Os metais possuem cores


diferentes. As moedas apre-
sentam uma coloração de
acordo com o material que
as constitui.

16 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Transparência: refere-se à característica de possibilitar ou não a
passagem de luz. Um material é considerado translúcido ou trans-
parente quando possibilita a passagem de luz através dele. Caso
contrário, ele é classificado como opaco.

Dureza: é a capacidade que todo corpo possui de ser riscado por


outro, indicando sua resistência ao corte. Para entendermos o grau
de dureza de um corpo, é necessário entender como sua estrutura
molecular é composta e arranjada, a fim de torná-lo mais ou menos Mineral mais duro que
existe, o diamante pode
resistente ao corte. A escala de Mohs realiza a medição do grau de arranhar qualquer mineral
dureza de cada material segundo sua estrutura molecular. e é arranhado apenas por
outro diamante.

Dureza Mineral Fórmula Química

1 Talco (pode ser arranhado facilmente com a unha) Mg3Si4O10(OH)2

Gipsita, ou gesso (pode ser arranhada com a unha com um


2 CaSO4 . 2H2O
pouco mais de dificuldade)

3 Calcita (pode ser arranhada com uma moeda de cobre) CaCO3

4 Fluorita (pode ser arranhada com uma faca de cozinha) CaF2

Apatita (pode ser arranhada com um canivete ou lasca de


5 Ca5(PO4)3 (F–,OH–,Cl–,)
vidro)

6 Feldspato (pode ser arranhado com uma liga de aço) KAlSi3O8

7 Quartzo (capaz de arranhar o vidro. Ex.: ametista) SiO2

8 Topázio (capaz de arranhar o quartzo) Al2SiO4(OH–,F–)2

9 Coríndon (capaz de arranhar o topázio. Exs.: safira e rubi) Al2O3

10 Diamante (apenas arranhado por outro diamante) C

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 17

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Brilho: é a capacidade que todo corpo apresenta de refletir com
maior ou menor intensidade a luz ambiente. Para que possamos
enxergar algo, é necessário que haja a presença da luz; esta, por
sua vez, atinge o objeto e reflete nos nossos olhos. Há átomos e
moléculas que apresentam facilidade ou dificuldade para refletir essa
luz do ambiente. Alguns absorvem mais do que refletem, como é o
caso da matéria escura.

Pedras preciosas possuem su-


perfícies brilhantes.

Maleabilidade: é a capacidade que todo corpo apresenta, com mais


ou menos dificuldade, de ser moldado. Existem materiais maleáveis,
ou seja, moldáveis, e outros não. Já imaginou como uma chapa de
aço se torna uma panela? E como um minério de ferro pode se trans-
formar na carroceria de um carro? Isso mesmo, graças à propriedade
da maleabilidade é possível moldar todo o aço e todo o minério de
ferro para formar o objeto desejado.

Metais são, geralmente, mate-


riais maleáveis.

18 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

CeC_6A_U1_001a067.indd 18 29/08/19 14:14


Densidade: Representa a relação entre a distribuição da massa pelo
volume do corpo. Quando colocamos uma esfera de ferro na superfície
da água de um aquário, ela rapidamente afunda. No entanto, um
navio cargueiro que pesa toneladas, feito do mesmo ferro, não afunda
na imensidão do oceano. Por que isso acontece?
A resposta tem a ver com a distribuição da massa que o corpo apre-
senta em relação ao seu volume. Por exemplo, a esfera de ferro afunda
porque o seu volume é menor, dessa forma sua densidade aumenta,
fazendo-a afundar. No caso do navio, o seu volume é muito grande,
permitindo, assim, que sua densidade se torne menor que a da água
(juntamente com outros fatores), fazendo-o boiar.

Um navio não afunda por-


que, dentre outros motivos,
apresenta densidade menor
que a da água.

Ductilidade: é a propriedade que o corpo possui ao ser transfor-


mado em fio (ducto). Nem todo corpo é dúctil, isto é, nem todo
corpo consegue se transformar em fio, pois ao corpo não basta
ter apenas ductilidade, mas, sim, ter a capacidade de conduzir
eletricidade com facilidade.

Condutividade: é a capacidade de um material de propagar energia.


A condutividade elétrica refere-se à condução de uma corrente elétri-
ca, e pode ser, também, denominada resistividade. A condutividade O cobre é um metal dúc-
til e também é capaz de
térmica refere-se à habilidade de um determinado material em conduzir conduzir eletricidade.
calor.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 19

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Magnetismo: corpos que podem ser atraídos por ímãs e eletroímãs
possuem essa propriedade. Os metais, de uma forma geral, podem
ser atraídos por ímãs, pois são bons condutores elétricos e magnéticos.
Podemos observar um clipe ser puxado por um ímã, uma moeda ser
atraída por um ímã, um carro ser puxado por um eletroímã, etc.

O ímã atrai objetos me-


Viscosidade: em materiais no estado líquido, podemos observar a
tálicos.
propriedade denominada viscosidade, que consiste na resistência de
um fluido ao escoamento. Quanto mais lentamente um material líquido
escorre, mais viscoso ele é.

Volatilidade: consiste na facilidade com que um material líquido


converte-se no estado gasoso. Removedores de esmalte à base de
acetona são muito voláteis, daí a necessidade de manter os frascos
sempre bem vedados.
O mel é um líquido mais
viscoso que a água.

Fenômenos físicos e químicos

Todos os acontecimentos da natureza que podemos observar, refletir


e explicar cientificamente recebem o nome de fenômeno. As Ciências
Naturais estudam diversos tipos de fenômeno. Por exemplo, os fenômenos
biológicos são aqueles que dizem respeito aos seres vivos e, portanto, são
estudados pela Biologia. Do mesmo modo, a Geologia estuda os fenômenos
geológicos, isto é, relativos à formação, composição e estrutura da Terra.
Ao queimar, o papel se
Iremos aprender mais sobre dois tipos específicos de fenômeno, os quais
transforma em cinzas.
envolvem as mudanças na matéria: os fenômenos físicos e os fenômenos
químicos. Fenômenos físicos são aqueles nos quais a mudança na matéria
não implica na mudança de sua composição. Quando ocorre uma mudança
na composição da matéria, dizemos que ocorreu um fenômeno químico.
Por exemplo, quando rasgamos um pedaço de papel ao meio, os pedaços
restantes continuam sendo papel, pois não ocorreu mudança na composição
da matéria, apenas na sua forma. Mas, se decidirmos queimar esses dois
pedaços de papel, as cinzas em que se transformarão não terão mais a mes-
Mesmo partido em vários pe- ma composição. Logo, podemos dizer que, no primeiro caso, ocorreu uma
daços, o papel continua com
transformação física e, no segundo, uma transformação química.
a mesma estrutura química.

20 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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De modo geral, podemos dizer que a Física se ocupa dos fenômenos
físicos; e a Química, dos fenômenos químicos. No entanto, isso não é uma
regra rígida, pois transformações físicas e químicas muitas vezes ocorrem ao
mesmo tempo. Existe uma área da Química, por exemplo, que se chama Físico-
-química e utiliza vários conceitos da Física para explicar fenômenos químicos.

Misturar açúcar na água e deixar um antiácido efervescer são fenômenos físico e químico, respectivamente.

Veja mais alguns exemplos:

Fenômenos físicos Fenômenos químicos

Quebrar um copo de vidro Queima de carvão

Ferver água Enferrujamento da palha de aço

Gelo derretendo Acender um fósforo

Derretimento de metais Produzir vinho a partir da uva

Medicamentos, em especial na forma de soluções, devem ser mantidos em recipientes fecha-


dos e protegidos do calor para que se evite a evaporação de um ou mais de seus componentes,
a decomposição e consequente diminuição da quantidade de composto que constitui o princípio
ativo e a formação de compostos indesejáveis ou potencialmente prejudiciais à saúde. Classifique
em física ou química cada transformação que foi descrita.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 21

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. No estudo da Ciência, a composição do Universo é dividida em duas entidades — matéria e


energia. O que você entende por cada uma delas?

Matéria é tudo que ocupa um determinado lugar no espaço, seja visível — como cadeira, cader-

no, lápis, carro, avião —, seja invisível, como o ar. Praticamente, é tudo o que nos rodeia e com que

temos contato direto ou indireto em nosso cotidiano. A energia se mede pelo trabalho realizado;

e a matéria não existe sem a energia.

2. Quais são as propriedades gerais e específicas da matéria?

Gerais — extensão, inércia, impenetrabilidade, compressibilidade, elasticidade, divisibilidade,

indestrutibilidade.

Específicas — cor, dureza, brilho, ductilidade, magnetismo, maleabilidade, densidade, transparência,

condutividade, viscosidade e volatilidade.

3. Quando nos alimentamos, adquirimos energia? Faça uma pesquisa sobre o assunto e mostre ao
seu professor.

Comentário: O aluno encontrará várias formas de energia relacionadas à alimentação, e caberá

ao professor selecionar a mais adequada.

4. Você já ouviu alguém afirmando que o alumínio é um metal leve e o mercúrio um metal pesado?
Em relação aos conceitos aprendidos, explique essa afirmação.

Essa afirmação não está mencionando o peso dos metais, e sim está relacionada à sua densidade.

A densidade do alumínio é menor do que a do mercúrio.

22 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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5. Analise as transformações a seguir e classifique-as em fenômenos físicos ou químicos:

a) Obtenção de vinho através da fermentação da uva.


Fenômeno químico.

b) Ebulição da água.
Fenômeno físico.

c) Decantação de uma amostra de água turva.


Fenômeno físico.

d) Queima de madeira em uma lareira.


Fenômeno químico.

e) Fabricação de fios de cobre a partir de uma barra de cobre.


Fenômeno físico.

6. Pense na seguinte situação: você está sentado em uma das poltronas de um ônibus escolar. De
repente, o ônibus freia bruscamente, e você é projetado para a frente de forma abrupta. Qual a
propriedade geral da matéria que justifica essa situação?

A situação é justificada pela propriedade da inércia. Todo corpo tende a se manter em repouso

ou em movimento até que uma força contrária atue sobre ele.

7. Após um ferimento, é comum o uso de água oxigenada (H2O2) para assepsia, visto que funciona
como agente desinfetante. Quando a água oxigenada entra em contato com o sangue do feri-
mento, ela se decompõe, produzindo água (H2O) e liberando oxigênio (O2), que é responsável
pela efervescência. Que tipo de fenômeno ocorre nesse procedimento, físico ou químico? Justifique
a sua resposta.

O fenômeno que ocorre no procedimento de assepsia com água oxigenada é um fenômeno

químico, pois houve formação de novas substâncias, no caso água e oxigênio.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 23

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8. O que você entende por fenômenos físicos? Cite dois exemplos.

Fenômenos físicos são aqueles nos quais a mudança na matéria não implica na mudança de sua

composição, ou seja, não há formação de novas substâncias.

Sugestão de resposta: Exemplos: rasgar ou amassar papel, ferver água, a reflexão da luz em um

espelho, a dilatação dos corpos.

9. Marina ia viajar para o interior. Atrasada, ela passou perfume rapidamente e esqueceu o frasco
aberto sobre a penteadeira. Após uma semana, retornou e observou que o volume do líquido no
frasco havia diminuído consideravelmente. Que propriedade atribuída ao líquido está relacionada
a este fato? Justifique.

A volatilidade do perfume. Como o frasco ficou aberto e alguns componentes do perfume são

muito voláteis, houve passagem do estado líquido para o gasoso, reduzindo o volume total do

líquido no frasco.

10. O molho shoyu é amplamente utilizado na cozinha oriental. Contudo, ele apresenta consistência
muito líquida; por isso, durante o preparo das receitas é comum a adição de uma mistura de amido
de milho e água ao molho, o que torna sua consistência mais espessa. Qual a propriedade do
molho que é modificada nessa situação? A que ela se refere?

A viscosidade do molho é alterada. Essa propriedade refere-se à velocidade com que um fluido

escorre sobre uma superfície.

24 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. Os trens-bala desenvolvem uma velocidade 4. Alpinistas precisam de bons materiais para


altíssima, uma média de 500 km/h, pelo fato elaborar uma escalada com sucesso e segu-
de flutuarem sobre os trilhos. Isso só é possível rança. Para isso, seus materiais — como cordas
porque o trilho, bem como os trens, tem como e ganchos — precisam apresentar:
propriedade o/a: a) leveza e ductilidade.
a) magnetismo. b) leveza e elasticidade.
b) densidade. c) leveza e densidade.
c) ductilidade. d) leveza e indestrutibilidade.
d) elasticidade. e) leveza e rijeza.
e) maleabilidade.
5. Na Idade Média, alguns povos aprenderam
2. Há uma propriedade geral da matéria que é a fazer armas de guerra a partir do metal ferro.
caracterizada pela capacidade do corpo de se Isso só foi possível porque o ferro é:
manter em repouso ou em movimento, depen- a) dúctil.
dendo de certas circunstâncias. Essa definição
b) elástico.
está relacionada com a:
c) derretível.
a) inércia.
d) indestrutível.
b) compressibilidade.
e) maleável.
c) expansibilidade.
d) extensão. 6. Em nosso dia a dia, convivemos com várias
e) ductilidade. transformações. Fenômenos ocorrem, e às
vezes sequer tomamos conhecimento. Pode-
3. O nome adequado para a propriedade da mos citar vários exemplos dessas transforma-
matéria que consiste em uma redução do volume ções, tais como:
do corpo sob uma condição de pressão é: I. formação da neve.
a) magnetismo.
II. fusão do chumbo.
b) compressibilidade.
III. queima do álcool.
c) maleabilidade.
IV. atração de uma agulha por um ímã.
d) extensão.
V. obtenção de iogurte a partir do leite.
e) densidade.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 25

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Dos exemplos citados, quais representam fenô-
menos químicos?
a) Todos.
b) Somente I, II e V.
c) Somente III e V.
d) Somente I e V.
e) Somente II e V.

7. (Cesgranrio — Adaptada) Entre as transfor-


mações a seguir, assinale a alternativa que a) peso e pressão atmosférica.
representa um fenômeno químico.
b) expansibilidade e pressão atmosférica.
a) Obtenção de amônia a partir de hidrogênio
c) compressibilidade e massa.
e nitrogênio.
d) resistividade e massa.
b) Obtenção de gelo a partir da água.
e) volatilidade e pressão atmosférica.
c) Obtenção do oxigênio líquido a partir do
ar atmosférico. 9. (UFPE) Em qual das passagens abaixo está
d) Solidificação da parafina. ocorrendo transformação química?

e) Sublimação da naftalina. 1) “O reflexo da luz nas águas onduladas


pelos ventos lembrava-lhe os cabelos de
8. O ar atmosférico consiste em uma mistura de seu amado.”
substâncias químicas no estado gasoso. Assim
2) “A chama da vela confundia-se com o brilho
como todo composto químico, o ar apresenta
nos seus olhos.”
características particulares, as suas propriedades.
As situações a seguir representadas constituem 3) “Desolado, observava o gelo derretendo
experimentos que demonstram duas das pro- em seu copo e ironicamente comparava-o
priedades do ar, as quais são, respectivamente: ao seu coração.”

4) “Com o passar dos tempos, começou a


sentir-se como a velha tesoura enferrujando
no fundo da gaveta.”

a) 1 e 2. d) 2 e 4.

b) 2 e 3. e) 1 e 3.

c) 3 e 4.

26 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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10. (Enem) A China comprometeu-se a indenizar a objeto e, a partir daí, definir esses três conceitos.
Rússia pelo derramamento de benzeno de uma I. Matéria (mármore): tudo aquilo que tem
indústria petroquímica chinesa no Rio Songhua, massa e ocupa lugar no espaço.
um afluente do Rio Amur, que faz parte da
II. Corpo (bloco retangular de mármore): por-
fronteira entre os dois países. O presidente da
ção limitada de matéria que, por sua forma
Agência Federal de Recursos de Água da Rússia
especial, presta-se a um determinado uso.
garantiu que o benzeno não chegará aos dutos
de água potável, mas pediu à população que III. Objeto (estátua de mármore): porção limi-
fervesse a água corrente e evitasse a pesca no tada de matéria.
Rio Amur e seus afluentes. As autoridades locais Assinale:
estão armazenando centenas de toneladas de
a) se somente a afirmativa I é correta.
carvão, já que o mineral é considerado eficaz
absorvente de benzeno. b) se somente a afirmativa II é correta.
Internet: <jbonline.terra.com.br> (com adaptações).
c) se somente a afirmativa III é correta.
Levando-se em conta as medidas adotadas d) se somente as afirmativas I e II são corretas.
para a minimização dos danos ao ambiente
e) se as afirmativas I, II e III são corretas.
e à população, é correto afirmar que:

a) o carvão mineral, ao ser colocado na água, 12. Se tirarmos a manteiga da geladeira antes de
reage com o benzeno, eliminando-o. deitarmos, no café da manhã ela estará bem
mole e fácil de passar no pão. Esse fenômeno
b) o benzeno é mais volátil que a água e, por
pode ser classificado como:
isso, é necessário que esta seja fervida.
a) químico. d) elétrico.
c) a orientação para se evitar a pesca deve-se
à necessidade de preservação dos peixes. b) físico. e) N.D.R.

d) o benzeno não contaminaria os dutos de c) físico-químico.


água potável, porque seria decantado na-
13. Assinale a alternativa correspondente a um
turalmente no fundo do rio.
fenômeno físico.
e) a poluição causada pelo derramamento de
a) Combustão de um fósforo.
benzeno da indústria chinesa ficaria restrita
ao Rio Songhua. b) Formação de novas substâncias.

c) Enferrujamento do prego.
11. (Faap – SP) No texto: “Um escultor recebe um
bloco retangular de mármore e, habilmente, o d) Obtenção de cloreto de sódio (sal de cozi-
transforma na estátua de uma celebridade do nha) a partir da água do mar.
cinema”, podemos identificar matéria, corpo e e) Queima do álcool.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria 27

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Capítulo 2

Substâncias e misturas
Sabemos que tudo ao nosso redor é formado por átomos, unidades
básicas da matéria que, ao se combinarem, produzem uma variedade de
formas na natureza. Esses átomos podem se unir formando moléculas, as
quais originam substâncias químicas.
Neste capítulo, abordaremos o conceito de substância química e
de mistura, assim como a classificação das misturas em homogêneas e
heterogêneas, segundo as suas fases.

Substâncias químicas

Uma substância corresponde a uma porção da matéria que apresenta


todas as propriedades bem definidas e determinadas. Dentre as propriedades
de uma substância, estão o ponto de fusão (PF), o ponto de ebulição (PE), a
densidade (d) e as propriedades organolépticas. Duas substâncias distintas
podem possuir algumas propriedades idênticas, mas nunca todas elas.
Veja alguns exemplos de substâncias presentes em seu cotidiano.
O termo organo-
léptico vem do grego Substância: água.
organon (organismo)
PF: 0 °C.
+ leptos (que impres-
PE: 100 °C.
siona). As proprieda-
d: 1,00 g/cm³.
des organolépticas
Propriedades organolépticas: líquido incolor,
são aquelas que
podem ser facilmen-
insípido e inodoro.
te percebidas pelos
nossos sentidos: olfa- Substância: cloreto de sódio (sal de cozinha).
to, visão, paladar e PF: 801 °C.
tato. São elas: cor, PE: 1.413 °C.
transparência, brilho, d: 2,165 g/cm³.
textura, odor e sabor. Propriedades organolépticas: sólido branco.

28 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Substâncias puras

Consideramos que as substâncias puras são aquelas formadas por


um único tipo de molécula. Por exemplo, a água pura é composta por dois
elementos químicos: oxigênio (O) e hidrogênio (H) formando uma única
molécula, como é ilustrada a seguir.

Molécula de água H 2O

Átomo
de oxigênio

Átomo
de hidrogênio

Átomo
de hidrogênio

Dessa forma, temos:

Substância Elementos químicos Fórmula química da molécula

Água Hidrogênio (H) e oxigênio (O) H2O

Para ser classificada como pura, uma substância precisa apresentar


sua composição química e um conjunto de propriedades definidas e cons-
tantes nas mesmas condições de temperatura e pressão. Não há duas
substâncias na natureza que apresentem entre si todas as propriedades
iguais, ou seja, uma substância pura é aquela que não está misturada com
nenhuma outra substância.
Chamamos de propriedades químicas aquelas relacionadas às trans-
formações, o que implica na formação de novas substâncias a partir da
que existia inicialmente. Por exemplo, a tendência do gás nitrogênio (N2)

Capítulo 2 - Substâncias e misturas 29

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de se combinar com o gás hidrogênio (H2) por meio de uma reação de
síntese para formar a amônia (NH3).
As propriedades físicas são aquelas que podem ser determinadas e
medidas sem alterar a composição química de uma substância pura. Por
exemplo, a mudança de estado físico da água.
As principais propriedades físicas são temperatura de fusão e de ebu-
lição, condutividade térmica e elétrica, densidade, solubilidade e dureza.
Percebemos que algumas dessas propriedades possuem relação com as
transformações físicas da matéria.
As transformações físicas envolvem a mudança nos estados físicos da
matéria, sendo eles: sólido, líquido ou gasoso, os mais estudados. As principais
transformações de estado físico encontram-se reunidas na imagem a seguir:

Gasoso
Sublimação

Vaporização

Liquefação

Fusão

Líquido
Solidificação
Sublimação
ou sublimação
Sólido inversa

Classificação das substâncias puras

De acordo com a sua composição, as substâncias puras podem ser


classificadas em simples ou compostas.
A substância simples é aquela formada por um ou mais átomos de um
mesmo elemento químico, podendo também ser chamada de substância
pura simples.

30 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Substâncias simples
Observe os exemplos a seguir:

Açúcar, sal, giz


branco, gesso e cal
são alguns exemplos
de sólidos brancos.
Gás hidrogênio (H2) Gás oxigênio (O2) Se esses materiais
(composto apenas por átomos de (composto apenas por átomos de apresentarem super-
hidrogênio) oxigênio) fície homogênea,
bem misturada, e to-
talmente branca, po-
de-se afirmar que são
substâncias puras?
Pesquise e justifique.
Gás nitrogênio (N2)
(composto apenas por átomos de Gás ozônio (O3)
nitrogênio) (composto apenas por átomos de
oxigênio)

Todos esses representam substâncias puras simples, pois são formados


por um único tipo de elemento químico.
A substância composta é aquela cujas moléculas são formadas por
dois ou mais elementos químicos diferentes, podendo também ser classifi-
cada apenas como substância pura composta.
Podemos observar alguns exemplos de substâncias puras compostas
nos esquemas a seguir.

Ácido clorídrico (HC) Cloreto de sódio (NaC)

Gás carbônico (CO2) Água (H2O)

Capítulo 2 - Substâncias e misturas 31

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Alótropos são estruturas que formam duas ou mais substâncias simples diferentes. O grafite que
você usa para escrever e o diamante que geralmente adorna belas joias são alótropos do carbono, ou
seja, a diferença entre o grafite e o diamante consiste na organização molecular do elemento carbono.

Organização molecular do
grafite e do diamante, respecti-
vamente. Ambos formados por
moléculas de carbono.

Grafite Diamante

Misturas

Uma mistura é a união de duas ou mais substâncias diferentes. Ela


apresenta características físicas distintas das substâncias que a compõem.
Cada substância que faz parte de uma mistura é chamada componente.
A maior parte dos materiais que estão à nossa volta são misturas; por
exemplo, o ar que nós respiramos é uma mistura gasosa formada por 78%
de gás nitrogênio (N2), 21% de gás oxigênio (O2), 1% de outros gases,
A água potável
é considerada uma como vapor de água, gás carbônico (CO2), entre outros. O refresco, mistura
mistura, pois contém do concentrado da fruta com água e açúcar, ou mesmo o ouro 18 quila-
sais minerais e gases, tes, mistura sólida de ouro, prata ou cobre, são exemplos de substâncias
além da água (H2O).
combinadas.
78% de nitrogênio

No gráfico, é possível verificar a


1% de outros gases porcentagem dos componentes
21% de oxigênio que formam o ar.

32 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Classificação das misturas de acordo com o número de fases

O aspecto visual de uma mistura é muito importante. A partir dele,


podemos classificar determinada mistura em função do seu número de
fases (porções que apresentam aspecto visual uniforme): homogêneas ou
heterogêneas.
Mistura homogênea – é aquela em que não se pode identificar as
substâncias envolvidas. Possui aspecto uniforme a olho nu.
Mistura heterogênea – é aquela que não possui as mesmas proprie-
dades em toda a sua extensão, logo seu aspecto não é uniforme.
água + açúcar dissolvido
Nos recipientes a seguir, é possível perceber aspectos visuais distintos
para cada mistura.

A água e o açúcar dissolvidos


formam uma mistura homogênea,
na qual não é possível verificar
óleo os elementos separadamente. Já
água + açúcar dissolvido
a água com óleo é uma mistura
água visivelmente heterogênea.

Em uma mistura de água e açúcar dissolvidos, o aspecto visual é con-


tínuo, ou seja, apresenta uma única fase, e nós não temos a possibilidade
de afirmar, apenas a óleo
olho nu, que o líquido seja uma mistura.
Entretanto, quando juntamos o óleo e a água, conseguimos perceber
água

que há dois componentes, já que a água e o óleo apresentam aparências


diferentes, denunciando a separação de fases na mistura. Dizemos, então,
que seu aspecto visual é descontínuo, ou seja, não uniforme, pois é formado
por mais de uma fase; duas, nesse caso.

Misturas homogêneas nas quais uma substância é dissolvida na outra


são chamadas de soluções. A substância presente em menor quantidade,
estando dissolvida, é chamada de soluto, enquanto a outra é denominada
solvente. Alguns exemplos de solução: água com açúcar, água com sal
e vinagre (água com ácido acético).

Capítulo 2 - Substâncias e misturas 33

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Em relação ao número de fases, as misturas heterogêneas podem ser
classificadas da seguinte maneira:
Bifásica – apresenta duas fases distintas, por exemplo, a mistura de
água e óleo ou água e gelo.

A mistura de água e óleo apresenta duas


fases formadas por duas substâncias di-
ferentes.

Trifásica – apresenta três fases distintas, como o granito (formado por


uma mistura de quartzo, feldspato e mica).

Granito
(rocha)

Minerais

O granito é uma rocha uti-


lizada na construção e na
ornamentação. Observe
a presença dos cristais de
mica, quartzo e feldspato.
Quartzo Feldspato Mica-preta
(plagioclase) (biotite)

Polifásica – mistura formada por quatro ou mais fases.

Óleo

Substância polifásica forma- Água


da por quatro fases: seixo
branco, água, óleo e areia.

Areia
Seixo branco

34 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Com base no que você estudou até aqui, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para
as afirmativas falsas:

a) ( V ) Átomos são as unidades básicas da matéria.

b) ( F ) Substâncias distintas, em geral, apresentam sempre as mesmas propriedades.

c) ( F ) A água potável é uma substância pura formada apenas por moléculas de H2O.

d) ( V ) As substâncias puras apresentam um conjunto de propriedades químicas e físicas definidas


e constantes quando em mesmas condições de pressão e temperatura.

e) ( F ) As propriedades químicas estão relacionadas às características que as substâncias podem


apresentar, não havendo alteração na composição química.

2. Com o avanço da Ciência, tivemos a possibilidade de perceber que as substâncias podem ser
simples, quando há a presença de um ou mais átomos de um mesmo elemento químico, ou podem
ser compostas, quando as moléculas são formadas por dois ou mais elementos químicos. Deste
modo, observe as opções a seguir e classifique-as em simples ou composta.

a) Gás oxigênio (O2): Substância simples.

b) Cloreto de sódio (NaCl): Substância composta.

c) Gás flúor (F2): Substância simples.

d) Gás nitrogênio (N2): Substância simples.

e) Hidróxido de sódio (NaOH): Substância composta.

f) Brometo de potássio (KBr): Substância composta.

g) Água (H2O): Substância composta.

3. Cite um exemplo que atenda corretamente às especificações a seguir.

a) Mistura líquida homogênea constituída por duas substâncias.


Resposta pessoal. Sugestão: Água e álcool.

b) Mistura bifásica formada por três substâncias.


Resposta pessoal. Sugestão: Água, areia e álcool.

Capítulo 2 - Substâncias e misturas 35

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c) Mistura trifásica formada por duas substâncias.
Resposta pessoal. Sugestão: Água, gelo e óleo.

d) Mistura homogênea constituída por três substâncias.


Resposta pessoal. Sugestão: Vapor de água, gás carbônico e gás oxigênio.

4. O soro fisiológico é um material amplamente utilizado em ambiente hospitalar. É uma solução de


0,9% de cloreto de sódio (NaCl) em água destilada. Isso significa que, para cada 100 ml dessa
solução, há 0,9 g de cloreto de sódio. Assim, responda aos itens a seguir.

a) O que é uma solução? Identifique seus componentes e cite outro exemplo.


Solução é uma mistura homogênea em que uma substância (soluto) é dissolvida em outra (solvente).

Na dissolução de uma colher de açúcar em um copo com água, diz-se que o açúcar é o soluto

e a água é o solvente.

b) No caso do soro fisiológico, qual é o soluto e qual é o solvente?


Soluto – cloreto de sódio. Solvente – água destilada.

5. Maquiagem à prova d’água é um recurso estético muito usado por pessoas que desejam realçar
seus atributos físicos ou disfarçar características como poros dilatados, espinhas, vermelhidão,
olheiras, entre outras. Esse tipo de maquiagem requer a remoção com produtos que contenham
substâncias oleosas na sua composição. Geralmente, eles se apresentam como formulações mis-
tas, de substâncias solúveis em água e outras que não são, gerando o aspecto de duas ou mais
“camadas” de ativos, que devem ser agitadas para mesclá-las, antes de o produto ser aplicado
na pele. Dessa forma, podemos concluir que esses produtos correspondem a que tipo de mistura?

Esse tipo de produto é uma mistura heterogênea. O que o texto chama de “camadas”, na realidade,

são as fases da mistura. Geralmente, os demaquilantes são bifásicos ou trifásicos.

6. Ao analisarmos uma amostra de sangue, temos impressão de que se trata de uma mistura coloide
(heterogênea) e homogênea. Contudo, se deixada em repouso, os componentes começam a se
separar, formando fases distintas. Cite um outro tipo de mistura que tenha esse comportamento,
isto é, pareça ser homogêneo, embora seja heterogêneo.

Resposta pessoal. Sugestão: Leite.

36 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (Ufac) A mistura de água e álcool é: 4. (Ufes) Observe a representação dos sistemas I,


II e III e seus componentes. O número de fases
a) homogênea gasosa.
em cada um é, respectivamente:
b) heterogênea líquida.

c) homogênea líquida.

d) heterogênea sólida-líquida.

e) simples. Óleo, água e gelo Água gaseificada e gelo Óleo, gelo, água
salgada e granito

2. (Ufes) Em um sistema bem misturado, consti- I II III


tuído de areia, sal, açúcar, água e gasolina, a) 3, 2 e 4. d) 3, 2 e 5.
o número de fases é:
b) 3, 3 e 4. e) 3, 3 e 6.
a) 2.
c) 2, 2 e 4.
b) 3.
5. (Unifor) Uma amostra de material apresenta
c) 4.
as seguintes características:
d) 5.
I. Temperatura de ebulição constante à pressão
e) 6. atmosférica.

3. (UFSM – Adaptada) Considere as misturas: II. Composição química constante.

I. Areia e água. III. É formada por moléculas idênticas entre si.

II. Sangue. IV. É formada por dois elementos químicos


diferentes.
III. Água e acetona.

IV. Vinagre. Logo, tal material pode ser classificado como:

Classificam-se como homogêneas: a) mistura homogênea, monofásica.

a) apenas I e II. b) substância pura, simples.

b) apenas I e III. c) mistura heterogênea, bifásica.

c) apenas II e IV. d) substância pura, composta.

d) apenas III e IV. e) mistura heterogênea, trifásica.

e) apenas I, II e III.

Capítulo 2 - Substâncias e misturas 37

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6. (UFPE – Adaptada) Considere as seguintes 8. Associe a segunda coluna de acordo com a
tarefas realizadas no dia a dia de uma cozinha primeira.
e indique aquelas que envolvem transformações Coluna 1
químicas.
I. Gás ozônio (O3).
1. Aquecer uma panela de alumínio. II. Gás cloro (Cl ). 2

2. Acender um fósforo. III. Água oxigenada (H2O2).


3. Ferver água. IV. Ácido sulfúrico (H2SO4).
4. Queimar açúcar para fazer caramelo. V. Átomo de Ferro (Fe).
5. Fazer gelo.
Coluna 2
a) 1, 3 e 4. (a) Substância composta.
b) 2 e 4. (b) Elemento.
c) 1, 3 e 5. (c) Substância simples.
d) 3 e 5.
A associação correta é:
e) 2 e 3.
a) I-c, II-b, III-c, IV-a, V-a.
7. (Ufes) Considere os seguintes sistemas: b) I-b, II-b, III-c, IV-c, V-b.
I. Nitrogênio e oxigênio. c) I-a, II-b, III-b, IV-c, V-c.
II. Etanol hidratado. d) I-c, II-c, III-a, IV-a, V-b.
III. Água e mercúrio. e) I-c, II-a, III-c, IV-c, V-b.
Assinale a alternativa correta.
9. No sistema representado pela figura a seguir,
a) Os três sistemas são homogêneos. os números de fases e componentes são, res-
b) O sistema I é homogêneo e formado por pectivamente:
substâncias simples.

c) O sistema II é homogêneo e formado por


substâncias simples e composta. Óleo
d) O sistema III é heterogêneo e formado por
Cubos de gelo
substâncias compostas.

e) O sistema III é uma solução formada por Água


água, mercúrio e etanol.

38 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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a) 2 e 2. 12. (UFMG) Com relação ao número de fases, os
sistemas podem ser classificados como homo-
b) 2 e 3.
gêneos ou heterogêneos. Todas as alternativas
c) 3 e 2. correlacionam adequadamente o sistema e sua
d) 3 e 3. classificação, exceto:

e) 3 e 4. a) água de coco / heterogêneo.

b) água do mar filtrada / homogêneo.


10. (Unicap) Analise as afirmativas que se referem
a substâncias puras e a misturas. c) laranjada / heterogêneo.

I. A água do mar é uma substância pura. d) leite / homogêneo.

II. O bronze (liga de cobre e estanho) é uma e) refrigerante de limão / homogêneo.


mistura.
13. (Unicap – Adaptada) As seguintes afirmativas
III. O etanol é uma substância pura. referem-se a substâncias puras e a misturas.
IV. O oxigênio é uma mistura. Assinale V para verdadeiro ou F para falso.

V. O ar é, praticamente, uma mistura de oxi- a) ( F ) A água do mar é uma substância pura.


gênio e nitrogênio. b) ( V ) O bronze (liga de cobre e estanho) é
As alternativas que estão corretas são: uma mistura.

a) I, II e III. c) ( V ) O etanol é uma substância pura.

b) I, III e V. d) ( F ) O oxigênio é uma mistura.

c) I, II e IV. e) ( V ) O ar é, praticamente, uma mistura de


oxigênio e nitrogênio.
d) II, III e V.

e) I, III, IV e V.

11. (UFPI) Adicionando-se excesso de água à


mistura formada por sal de cozinha, areia e
açúcar, obtém-se um sistema:

a) homogêneo, monofásico.

b) homogêneo, bifásico.

c) heterogêneo, monofásico.

d) heterogêneo, bifásico.

e) heterogêneo, trifásico.

Capítulo 2 - Substâncias e misturas 39

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Capítulo 3

Processos de separação de
misturas
A maioria dos materiais utilizados no cotidiano e encontrados na
natureza são misturas de várias substâncias. Por isso, é importante saber
como separar os componentes das misturas até que cada substância pura
fique totalmente isolada das demais. No cotidiano, na indústria e nos
laboratórios, são usados vários métodos de separação de misturas. Neste
capítulo, veremos alguns exemplos.

Filtração simples

Processo mecânico que serve para separar misturas heterogêneas


de um sólido disperso em um líquido ou em um gás. A filtração simples
baseia-se no uso de um filtro, superfície porosa adequada, que permite a
passagem da fase líquida ao mesmo tempo que retém a fase sólida. Esse
processo também é bastante utilizado nas indústrias. Um bom exemplo é o
uso dos filtros adaptados nas chaminés das fábricas, evitando que a poeira
que acompanha os gases industriais se disperse na atmosfera.
Em um aspirador de pó,
o filtro é utilizado para se-
parar as partículas sólidas
(poeira) do ar.

Quando coamos café, o sólido


(pó de café) é depositado no
filtro; e, quando é jogado o lí-
quido (a água quente) por cima,
o produto final é o café pronto
para o consumo, sem o pó.

40 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Quando usamos o
aspirador de pó em
Bastão de vidro nossa casa, a fase só-
Mistura
lida fica retida no filtro
Sólido + líquido
O filtro é colocado em um e a fase gasosa não.
Funil com papel de filtro funil de filtração do tipo co- Esse processo de sepa-
Resíduo separado mum; então, com a ajuda de ração de mistura hete-
um bastão de vidro, a mistura
rogênea (ar e poeira)
Béquer heterogênea é despejada no
Líquido filtrado funil. No papel de filtro, ficam é realizado por meio
retidas apenas as partículas da filtração a vácuo.
que não estavam dissolvidas
na parte líquida.

Filtração a vácuo

Para algumas misturas, em que o sólido disperso tem partículas muito


pequenas (sólidos finos, como um pó), a filtração é muito demorada. Para
O método de separação
torná-la rápida, é usada a filtração a vácuo (sem a presença de ar), ou por filtração é amplamente
filtração à pressão reduzida, como é mostrado no esquema a seguir. utilizado em indústrias de
mineração, alimentícia,
Mistura química e farmacêutica e
heterogênea até mesmo na nossa casa.

Água
Papel de filtro

Funil de Büchner

Rolha de borracha

Mangueira
Vácuo Quando se passa a mistura por esse siste-
ma, a diferença de pressão leva à sucção
Kitasato da parte líquida e deixa o sólido no papel
Trompa de filtro praticamente seco.
Líquido separado de água

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 41

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Nesse tipo de filtração a pressão é reduzida, o filtro é ajustado ao funil
de Büchner, que se conecta à boca do kitasato, recipiente que possui uma
saída lateral. O kitasato, por sua vez, está ligado ao dispositivo denomi-
nado trompa de água, ou de vácuo. Essa ligação permite a remoção de
parte do ar do interior do kitasato, fazendo a pressão interna ficar menor
do que a pressão atmosférica. Consequentemente, a pressão atmosférica
faz a fase líquida da mistura passar mais rápido pelo papel-filtro.

Dissolução fracionada
Também conheci- Esse tipo de separação é feita por etapas, é uma técnica bastante
do como frasco de
usada em laboratórios, na separação de misturas de sólidos ou em mistu-
sucção, o kitasato é
uma das várias vidra-
ras de sólido e líquido em que um de seus componentes é solúvel em um
rias de laboratórios. determinado solvente. Por exemplo, uma mistura da areia com sal.
Ele se caracteriza por É importante salientar que esse processo não é um método conclusi-
possuir uma forma cô- vo, sendo sempre necessária a complementação com outro método para
nica e duas aberturas,
realizar a separação completa dos compostos.
uma no topo e uma
na lateral.
Decantação

Processo utilizado para separar dois elementos de uma mistura hete-


rogênea. É realizado quando a mistura contém um sólido e um líquido.
O componente sólido tende a se depositar no fundo do recipiente, pois
possui maior densidade; assim, a fase líquida pode ser transferida para
outro frasco. Esse é o método utilizado nas estações de tratamento de água.

Decantador horizontal Saída


para o filtro
Zona de turbilhonamento

Entrada de Zona de
de
água floculada nta o
decantação
Zona de
ascensão

Zona de repouso

Descarga de lodo

42 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Outra mistura heterogênea em que se pode empregar a decantação
é aquela formada por dois líquidos imiscíveis (que não se misturam). O
líquido mais denso permanece no fundo do funil de decantação e é es-
coado de acordo com a abertura da torneira, como pode ser observado
na figura a seguir.

Remoção da tampa
para separação

Anel

Interface líquido-líquido Camada menos densa

Camada mais densa

Torneira aberta
para separação

A decantação é uma técnica


física, pois se baseia na di-
ferença de densidade entre
os componentes da mistura.

Sifão
Sifonação

Para separar líquidos imiscíveis entre si ou, após o processo de decan-


tação, para retirar o líquido do recipiente, pode ser empregada uma técnica
Líquido
denominada sifonação. Um sifão consiste + em uma estrutura tubular, uma
Sólido
mangueira por exemplo, aplicada a recipientes em alturas distintas. O fluido
escoará pelo tubo do recipiente do nível mais alto para o mais baixo.
Líquido

Sifão
Sifão

Líquido Líquido
+ +
Sólido Líquido

Sifão separando uma mistura


decantada.
Líquido Líquido

Sifão

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 43

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Líquido 29/08/19 14:14
+
Centrifugação
Esse processo pode ser utilizado para acelerar a separação de uma
mistura heterogênea quando o processo de decantação é muito demorado.
Os aparelhos que aceleram esse processo são denominados centrífugas.
As centrífugas giram em grande velocidade, o que faz com que a fase mais
densa permaneça na parte inferior do aparelho, enquanto a fase menos
densa ocupa o lugar oposto.

Quando o sangue segue


para análise laboratorial,
passa por uma centrífuga,
que realiza um movimento Você já observou como funciona a má-
rotativo acelerado e faz
quina de lavar roupas quando você a coloca
com que as partes que o
compõem se separem. no modo de centrifugação? Essa função é
colocada como a última a ser desempenha-
da no processo de lavagem, pois serve pra
“torcer” a roupa (tirar o excesso de água).
Após o processo de cen-
Este é um exemplo prático da centrifugação trifugação, a roupa sai
quase seca da máquina.
no nosso dia a dia.

Destilação
Processo utilizado para separar as substâncias de misturas homogêneas
que envolvem sólidos dissolvidos em líquidos e líquidos miscíveis entre si.
Há dois tipos de destilação: simples e fracionada.
A destilação simples pode ser utilizada quando se têm sólidos dissolvidos
em um líquido. O processo acontece quando aquecemos a mistura, e, assim,
os vapores produzidos no balão de destilação passam pelo condensador,
onde são resfriados pela passagem de água corrente no tubo externo, con-
densam-se e são recolhidos no balão Erlenmeyer, ou frasco de Erlenmeyer.
A parte sólida da mistura, por não ser volátil, não evapora e permanece
no balão de destilação. Essa técnica pode ser empregada quando se têm,
na mistura, substâncias com temperaturas de ebulição bem distintas, o que
tornará possível a evaporação de uma das substâncias e da outra não.
Quando as substâncias que compõem a mistura têm temperaturas de
ebulição (TE) próximas à de destilação, então deve-se empregar a destilação
fracionada. Nela, durante o aquecimento da mistura, é separado inicialmente
o líquido de menor TE. Em seguida, o líquido com TE intermediária e, assim,

44 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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sucessivamente. A aparelhagem da destilação fracionada é a mesma da
destilação simples, mas acoplada a uma coluna de fracionamento. Co-
Na perfuração de
nhecendo-se a temperatura de ebulição de cada líquido, pode-se saber,
uma mina ou jazida
pela temperatura indicada no termômetro, qual deles está sendo destilado. petrolífera, a pressão
Termômetro dos gases faz com
que o petróleo jorre
Saída de para fora. Ao redu-
Balão de
água zir-se a pressão, o
destilação Condensador petróleo bruto para
de jorrar e tem de ser
bombeado. Devido às
Entrada de impurezas que o petró-
água leo bruto contém, ele
é submetido a dois
Mistura a ser Componente
já destilado
processos mecânicos
destilada
(água e sal) de purificação antes
do refino: para sepa-
rá-lo da água salga-
da e para separá-lo
de impurezas sólidas,
como areia e argila.
Que nome recebem
Termômetro
esses processos mecâ-
nicos de purificação?
Coluna de fracionamento

Condensador

Saída
Coluna de de água
destilação

Entrada
de água

Balão Destilado
de vidro

Mistura líquida Na parte superior da imagem,


homogênea há um esquema de aparelho
para destilação simples; na par-
te inferior, esquema de aparelho
para destilação fracionada.

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 45

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Uma das principais aplicações da destilação fracionada em nosso co-
tidiano é a separação dos componentes que são comercializados a partir
do petróleo, como a gasolina, o piche, o querosene, o gás de cozinha,
entre outros. Nesse processo industrial de escala gigantesca, a coluna de
destilação fracionada é substituída por colunas de fracionamento. Observe
o processo a seguir:

6 Gás

Torre de 5 Gasolina
fracionamento

Armazenamento
de petróleo 4 Querosene

3 Óleo
Bomba combustível
Esquema de produtos sepa-
rados do petróleo na coluna 2 Óleo
de fracionamento de uma lubrificante
destilaria. Fornalha
1 Resíduos
(parafina, asfalto)

O uso de combustível adulterado pode trazer sérios prejuízos. Além de


notar problemas mecânicos, o motorista sente a diferença também no bolso,
pois pagou por um produto de qualidade e foi enganado. A fraude pode ser
descoberta porque diferentes misturas têm diferentes densidades. A densidade
varia com a composição da mistura. Nos postos de combustível, existem os
densímetros, que são calibrados de acordo com a densidade da mistura. Se
houver mais água no álcool hidratado vendido no posto ou mais álcool na
gasolina do que é permitido pela legislação brasileira, a medida da densidade
pode indicar a fraude.

46 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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Evaporação

O processo de evaporação é bastante utilizado nas salinas, que são No mundo, são
produzidos, em mé-
instalações nas quais a água do mar é depositada em largos tanques rasos
dia, 200 milhões de
para que evapore gradualmente. Após a evaporação da água, obtém-se toneladas de sal por
o sal na forma sólida, constituído principalmente pelo cloreto de sódio, ano. O Brasil contri-
popularmente conhecido como sal de cozinha. bui com 5,2 milhões
de toneladas. Cerca
de 70% do sal pro-
duzido no Brasil vem
do Rio Grande do
Norte. No Nordeste
brasileiro, de  cada
1.000 litros de água
O cloreto de sódio apresen-
marinha, consegue-se
ta grande importância para
nosso organismo, mas é muito obter aproximada-
importante respeitar o limite mente 35 kg de sal.
adequado para o consumo
(5 g/dia).

Catação

Provavelmente, a catação é o método mais antigo já usado pelo ser


humano na separação de misturas heterogêneas sólidas. Antes de cozinhar
o feijão, por exemplo, costuma-se espalhar a quantidade a ser cozinhada
na mesa da cozinha e separá-lo manualmente de impurezas que possam
ter vindo misturadas com os grãos do alimento.

Catação manual dos


grãos de feijão.

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 47

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Peneiração

Também conhecida como tamisação, consiste em um método para


separação de misturas heterogêneas com duas ou mais fases sólidas,
baseada na diferença entre o tamanho das partículas. As mais grossas
são retidas pela peneira, enquanto as mais finas passam pelos furos. Um
exemplo dessa técnica ocorre quando funcionários em obras passam a
Peneiração da areia para areia por peneiras para separá-la do cascalho.
uso em obras.

Levigação

Técnica empregada na separação de misturas heterogêneas e sólidas,


baseada na densidade dos materiais. Na prática da levigação, a mistura
é submetida a um fluxo de água. O material mais denso fica depositado
no fundo do recipiente, enquanto o menos denso escoa junto com a água.
Esse método de separação é utilizado pelos garimpeiros para separar o
ouro, mais denso, da areia e dos cascalhos do fundo do rio.

A técnica de levigação aju-


da os garimpeiros a achar
Ventilação
ouro no fundo dos rios.
A ventilação é semelhante à levigação, porém a mistura sólida a ser
separada é submetida a uma corrente de ar, e não a um fluxo de água.
As substâncias menos densas são levadas com o fluxo de ar, e as mais
densas permanecem no recipiente. Um exemplo dessa prática se dá na
separação dos grãos de suas cascas. Ao limpar gaiolas e comedouros
de passarinhos, o criador sopra delicadamente as cascas, permanecendo
apenas os grãos.

Imantação

É um processo de separação de misturas baseado no magnetismo.


É empregado para separar misturas sólidas quando um dos componentes
pode ser atraído por um ímã. Um exemplo de imantação ocorre quando
há uma mistura de serragem e limalha de ferro e, ao aproximar um ímã, a
O processo de imantação
limalha separa-se da serragem.
é muito utilizado em recicla-
gens, pois auxilia na sepa-
ração dos metais do lixo.

48 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Em um laboratório, o professor mostrou aos alunos um recipiente contendo uma mistura homogê-
nea de água e álcool etílico. Sabendo que esses líquidos são miscíveis, qual procedimento é o
mais adequado para fazer a separação dessa mistura?

O processo mais adequado para separar líquidos miscíveis é a destilação.

2. Uma das principais operações realizadas em um laboratório de química é a separação de


substâncias envolvidas em misturas. Considere uma mistura formada pelo sistema H2O (água) +
areia + NaCl (sal de cozinha). Quais processos de separação de misturas devem ser utilizados,
respectivamente, a fim de separar totalmente os compostos dessa mistura?

Primeiro a mistura deverá passar pelo processo de centrifugação, em seguida pelo processo de

filtração e, por fim, pelo processo de destilação simples.

3. Pense e responda: se estiverem em uma caixa grãos de areia e pequenos fragmentos de ferro,
que processo você indicaria para separar o ferro da areia?

Imantação. Pois o ferro que está misturado na areia seria atraído, separando os dois sólidos.

4. (Mackenzie – Adaptada) Um documentário mostrou como nativos africanos “purificam” a água


retirada de poças quase secas e imundas para matar a sede. Molhando, nas poças, feixes de
gramíneas muito enraizadas e colocando-os em posição vertical, a água escorre limpa. Esse
procedimento pode ser comparado com qual processo de separação de misturas?

O procedimento dos nativos africanos pode ser comparado ao processo de filtração.

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 49

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5. Na produção de soro antiofídico, para tratar picadas de cobras venenosas, é injetado em grandes
mamíferos um pouco do veneno de cobra. Depois de alguns meses, esses animais produzem anticor-
pos, que ficam em solução no soro sanguíneo. O sangue, entretanto, possui aquilo que se chama de
elementos figurados, que são as células de defesa, os glóbulos vermelhos e as plaquetas. Nada
disso interessa na hora de obter o soro antiofídico. Por isso, o sangue coletado desses animais é sepa-
rado em fração vermelha (que é descartada) e fração branca (que contém os anticorpos). Para fazer
essa separação, o sangue é posto em tubos colocados ao redor de uma máquina que gira em alta
velocidade. Desse modo, os elementos figurados, sendo mais pesados, vão para o fundo do tubo,
enquanto o soro, que é mais leve, fica na parte superior. Que método de separação foi utilizado?

A centrifugação.

6. Ao acordar, Paulo sentiu o cheiro do tradicional cafezinho feito pela sua avó todos os dias. Para
preparar o café, a avó de Paulo executa a sequência de dois processos físicos. Quais?

Extração: a água retira as substâncias ativas do pó de café.

Filtração: a água, contendo as substâncias ativas, é separada do pó.

7. Você já tomou chá que vem naquelas caixinhas vendidas em supermercados? Ele vem em pe-
quenos saquinhos para que você prepare facilmente essa deliciosa bebida. A preparação de um
chá com esses tradicionais saquinhos envolve quais processos?

Extração e filtração.

8. No caso da extração do ouro, uma forma de diminuir a poluição provocada pela utilização do
mercúrio nesse processo é separá-lo da areia e do cascalho por meio da força da água. Que
nome se dá ao método de separação de misturas, neste caso, de extração do ouro?

O único método de separação de misturas que utiliza a força da água para arrastar e separar o

componente menos denso é a levigação.

9. Quando uma pessoa adquire certa quantidade de feijão na feira livre, é comum que ela che-
gue em casa e faça uma análise visual do produto para verificar se ele possui grãos ruins ou a
presença de algumas pedras, que são separadas normalmente com as mãos. Qual o nome do
método de separação descrito?

É o método de catação, realizado com as mãos, a fim de separar um ou mais componentes

sólidos de uma mistura.

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (Cefet) Para um químico, ao desenvolver uma 3. (UFMS – Adaptada) Quando chega às refi-
análise, é importante verificar se o sistema com narias, o petróleo passa por um processo que
o qual está trabalhando é uma substância pura resulta na separação de seus diversos hidrocar-
ou uma mistura. Dependendo do tipo de mistura, bonetos, como a gasolina, o querosene e o
podemos separar seus componentes por diferentes óleo diesel. Assinale a alternativa que apresenta
processos. Assinale a alternativa que apresenta o o nome do processo utilizado nas refinarias.
método correto de separação de uma mistura. a) Flotação.
a) Uma mistura homogênea pode ser separada b) Filtração.
através de decantação.
c) Destilação fracionada.
b) A mistura álcool e água pode ser separada
d) Extração por solvente.
por filtração simples.
e) Extração com água.
c) A mistura heterogênea entre gases pode ser
separada por decantação. 4. (Mackenzie) O processo inadequado para se-
d) Podemos afirmar que, ao separarmos as fases parar uma mistura heterogênea sólido-líquido é:
sólida e líquida de uma mistura heterogênea, a) filtração.
elas serão formadas por substâncias puras.
b) decantação.
e) O método mais empregado para a separa- c) centrifugação.
ção de misturas homogêneas sólido-líquido
d) destilação.
é a destilação.
e) purificação.
2. (UFRN – Adaptada) O Rio Grande do Norte é
o maior produtor brasileiro de cloreto de sódio 5. (UFPB) O sal grosso obtido nas salinas contém
impurezas insolúveis em água. Para obter o sal livre
(usado como sal de cozinha), obtido a partir
dessas impurezas, os procedimentos corretos são:
da água do mar, sob condições favoráveis de
incidência solar e de ventos. Na obtenção do a) sublimação, dissolução em água e peneiração.
cloreto de sódio, dois processos destacam-se: b) dissolução em água, decantação e sublimação.
a) a centrifugação e a decantação. c) dissolução em água, filtração simples e eva-
b) a decantação e a dissolução. poração.

c) a dissolução e a evaporação. d) catação, dissolução em água e decantação.

d) a evaporação e a precipitação. e) separação magnética, destilação e dissolu-


ção em água.
e) a precipitação e a sublimação.

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 51

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6. (UFSE) Considere amostras de: 8. As misturas líquidas homogêneas, em que os
componentes tenham pontos de ebulição bem
I. petróleo.
distintos, podem ser separadas por:
II. água potável.
a) centrifugação.
III. ar liquefeito.
b) decantação.
IV. latão.
c) destilação.

Destilação fracionada é o processo apropriado d) fusão.


para separar os componentes de: e) precipitação.
a) I e II.
9. Um sal solúvel em água pode ser facilmente
b) I e III. separado da água pela:
c) II e III. a) decantação do solvente.
d) II e IV. b) evaporação do solvente.
e) III e IV. c) destilação do soluto.

7. (UFPE) Considere a mistura a seguir, que é d) filtração a vácuo.


formada por óleo, água e areia: e) fusão do solvente.

10. (CFTMG – Adaptada) Considere que uma


mistura formada por água, óleo de soja, cloreto
de sódio e areia seja agitada vigorosamente em
um recipiente fechado. A sequência correta de
métodos capazes de separar cada substância
dessa mistura é:

a) decantação, filtração e centrifugação.


Marque a alternativa que apresenta um méto-
b) filtração, decantação e destilação simples.
do de separação que não pode ser utilizado
nessa mistura. c) evaporação, destilação simples e filtração.

a) Decantação. d) destilação simples, centrifugação e evaporação.

b) Sifonação. e) destilação simples, centrifugação e evaporação.

c) Decantação com funil de bromo. 11. Submetendo-se a areia aurífera a uma corrente
d) Destilação fracionada. de água, os grãos de areia, bem mais leves, são
arrastados, separando-se dos grãos de ouro.
e) Filtração.
Esse método de separação é denominado:

52 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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a) imantização. d) Imantação, combustão, peneiração.

b) levigação. e) Imantação, destilação, filtração.

c) decantação. 13. Duas amostras de naftalina, uma de 20 g


d) catação. (amostra A) e outra de 40 g (amostra B), foram
colocadas em tubos de ensaio separados,
e) tamisação.
para serem submetidas à fusão. Ambas as
12. Em visita a uma usina sucroalcooleira, um amostras foram aquecidas por uma mesma
grupo de alunos pôde observar a série de pro- fonte de calor. No decorrer do aquecimento
cessos de beneficiamento da cana-de-açúcar, de cada uma delas, as temperaturas foram
entre os quais se destacam: anotadas de 30 em 30 segundos. Um estu-
dante, considerando tal procedimento, fez as
1. A cana chega cortada da lavoura por meio
seguintes previsões:
de caminhões e é despejada em mesas
alimentadoras que a conduzem para as I. A fusão da amostra A deve ocorrer a
moendas. Antes de ser esmagada para a uma temperatura mais baixa do que a da
retirada do caldo açucarado, toda a cana amostra B.
é transportada por esteiras e passada por II. A temperatura de fusão da amostra B deve
um eletroímã para a retirada de materiais ser o dobro da temperatura de fusão da
metálicos. amostra A.
2. Após se esmagar a cana, o bagaço segue III. A amostra A alcançará a temperatura de
para as caldeiras, que geram vapor e ener- fusão num tempo menor que a amostra B.
gia para toda a usina.
IV. Ambas as amostras devem entrar em fusão
3. O caldo primário, resultante do esmagamen- à mesma temperatura.
to, é passado por filtros e sofre tratamento
É correto o que se afirma apenas em:
para transformar-se em açúcar refinado e
a) I.
etanol.
b) II.
Com base nos destaques da observação dos
alunos, quais operações físicas de separação c) III.
de materiais foram realizadas nas etapas de d) II e III.
beneficiamento da cana-de-açúcar?
e) III e IV.
a) Separação mecânica, extração, decantação.

b) Separação magnética, combustão, filtração.

c) Separação magnética, extração, filtração.

Capítulo 3 - Processos de separação de misturas 53

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Capítulo 4

Materiais sintéticos
Chamamos de material aquilo que apresenta matéria. Esses recursos
são concretamente percebidos, estudados e utilizados pelo ser humano,
que confere a cada um deles uma utilidade prática.
Os materiais podem ser classificados a partir de critérios variados. Uma
classificação simples se refere à sua origem: materiais provenientes de elemen-
tos da natureza são chamados naturais. É o caso da madeira, dos minerais,
das rochas, do sal de cozinha, do petróleo, entre outros. Os materiais que
foram produzidos artificialmente pelo ser humano são chamados de mate-
riais sintéticos, é o caso de vários tipos de plástico e alguns medicamentos.
Neste capítulo, daremos enfoque a dois tipos de materia: os polímeros
e os fármacos sintéticos, por serem muito presentes em nosso cotidiano.

Polímeros

Polímeros são macromoléculas formadas pela união de moléculas me-


nores, chamadas de monômeros. Portanto, podemos entender um polímero
O termo polímero como sendo a união de pequenas partes que se repetem em um padrão.
deriva do grego polys
A reação química que origina um polímero é chamada de polimerização.
= muitos e meros =
partes, enquanto mo- Os polímeros são classificados de acordo com as unidades que os
nômero deriva de compõem, isto é, de acordo com os tipos de monômero presentes em sua
mono = um e mero estrutura. A seguir, listamos os tipos de polímero.
= parte.
Homopolímeros
Polímero
Monômeros
Homopolímeros (homo = (Homopolímero)

igual) – formados pela mes-


ma unidade que se repete,
isto é, por um único tipo de
monômero.

54 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

Polímero
Monômeros
CeC_6A_U1_001a067.indd 54 (Heteropolímero) 29/08/19 14:14
Polímero
Monômeros
(Homopolímero)

Heteropolímeros (hetero =
Heteropolímeros
diferente) – formados pela re-
petição de duas ou mais uni-
Polímero dades diferentes. São também
Monômeros
(Heteropolímero)
denominados copolímeros, os
quais podem estar dispostos
alternadamente, em blocos ou
aleatoriamente.

De acordo com a unidade de repetição (monômero) presente em cada


polímero, pode-se obter diferentes características e aplicações para esse material.
Por exemplo, o polímero formado a partir de unidades de etileno, o polietileno, Você sabia que em
é usado para fazer uma grande variedade de recipientes e sacolas de plástico nossa alimentação
e possui uma estrutura muito simples, como ilustrado nos esquemas a seguir. temos exemplos de
polímeros? Quando
ingerimos carne, esta-
H H mos ingerindo grande
H2C CH2 quantidade de proteí-
C C nas, que são políme-
ros de aminoácidos.
H H

H H
C C
H H C H2 C H2
C H2 C H2 C H2

Mólecula de etileno Estrutura do polietileno

Você já imaginou o mundo sem plásticos, borrachas e fibras? Certa-


mente podemos dizer que vivemos na era dos polímeros, pois estamos a
todo momento em contato com objetos poliméricos: embalagens, escova
de dente, cartões de crédito, roupas, cadeiras e tantos outros produtos que
fazem parte do nosso dia a dia.

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 55

CeC_6A_U1_001a067.indd 55 29/08/19 14:14


Classificação dos polímeros quanto à sua origem

Os polímeros podem ser classificados em polímeros naturais, como:


celulose, proteínas, látex (borracha natural), amido; ou polímeros sintéticos,
aqueles produzidos de maneira artificial, como: poliestireno (isopor), polie-
tileno (plástico) e poli-isopreno (borracha sintética). Os polímeros naturais
são usados há muitos e muitos anos.

Árvore de seringueira no
processo de extração do
polímero natural látex e pneu
produzido a partir do polí-
mero artificial poli-isopreno,
respectivamente.

Os polímeros sintéticos, ou artificiais, apresentaram grande desenvol-


vimento nas últimas décadas, sendo resultados da procura de substâncias
que reproduzissem as propriedades encontradas nos polímeros naturais ou
se assemelhassem a elas. A quantidade de borracha hoje produzida seria
inviável caso o método ainda fosse exclusivamente pela extração do látex
das seringueiras.
Principais polímeros sintéticos e suas utilizações:
Polietileno: muito importante na atualidade, é usado na fabricação de
embalagens flexíveis, filmes para embalagens de alimentos, brinquedos,
revestimento de fios e cabos, mangueiras, embalagens para produtos
farmacêuticos, etc.

Polipropileno: usado na fabricação de canetas, caixas para bebidas,


embalagens para alimentos e cosméticos.

Poliestireno: presente na composição de copos descartáveis, pentes,


brinquedos, seringas, etc.

PET (polietileno tereftalato): empregado principalmente na forma de


fibras para tecelagem e de embalagens para bebidas (refrigerantes,
sucos e água mineral).

56 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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PVC (policloreto de vinila): empregado em canalização de água e
esgoto, bandejas de refeições, mangueiras de jardim, brinquedos, etc.

Teflon (politetrafluoretileno): usado para cobrir superfícies de utensílios


domésticos como panelas e frigideiras.

PAN (poliacrilonitrila): utilizado na produção de tapetes e malhas de inverno.

PVA (poliacetato de vinila): usado na fabricação de colas, gomas de


mascar e tintas de parede.

Borrachas sintéticas: presente na fabricação de pneus e invólucros


de aparelhos eletrônicos.

Polimetilmetacrilato: muito usado em pastilhas de vidro para parede


e na indústria automobilística, em para-brisas.

Polietileno Polipropileno Poliestireno

PVC (Policloreto de vinila) Teflon Poliacrilonitrila

PVA (poliacetato de vinila) Borrachas sintéticas Polimetilmetacrilato

Nas imagens, podemos observar onde encontra-


mos polímeros sintéticos.

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 57

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Nomenclatura dos polímeros

O nome de um polímero depende, essencialmente, do(s) monômero(s)


que o compõe(m), embora outros fatores, como a polimerização, possam
também influenciar.
A regra geral para denominar os polímeros é colocar o prefixo poli
seguido da unidade estrutural repetitiva que define o polímero. Simplificando,
usa-se o termo poli seguido do nome do monômero.
Exemplos:
O policloreto de vinila
é muito usado nas cons-
truções civis. Atualmente MONÔMERO propileno
é possível construir uma
casa usando quase todos
os itens de PVC. Ele pode POLÍMERO
polipropileno
ser usado em telhados, pi-
sos, encanações e diversos
acabamentos.
Quando o nome do monômero é composto, ou seja, formado por mais
de uma palavra, então, escreve-se esse nome composto entre parêntese
antecedido pelo termo poli. Assim:

MONÔMERO cloreto de vinila

POLÍMERO (policloreto de vinila)

Medicamentos sintéticos

Na indústria farmacêutica, além dos medicamentos de origem natural,


há a produção de muitos medicamentos à base de substâncias sintéticas.
Os fármacos podem ser definidos como substâncias químicas de-
senvolvidas para aplicações na área da saúde. Podem ter propriedades
preventivas ou curativas e consistem no princípio ativo de uma determinada
formulação, que denominamos medicamento. Os fármacos sintéticos são
fabricados em ambiente laboratorial e — após muitos testes e quando
comprovada a sua eficácia e segurança — em escala industrial.
Desde o início da humanidade, o ser humano busca encontrar na na-
tureza recursos que possam aliviar a dor e tratar doenças. Em princípio, os
recursos terapêuticos usados pelos nossos ancestrais eram essencialmente
retirados diretamente da natureza. Apenas em meados do século XIX, ini-

58 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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ciou-se a busca pelos princípios ativos presentes nas plantas, dando origem
aos primeiros medicamentos com as características conhecidas atualmente.
Qual a importân-
Os fármacos de base sintética são aqueles elaborados a partir de
cia da insulina recom-
insumos farmacêuticos ativos (IFAs) ou obtidos por síntese química. Eles são binante para os seres
considerados os medicamentos clássicos, constituindo a maior parte do humanos?
arsenal terapêutico disponível nos dias atuais. Mais de 80% dos medica-
mentos consumidos no mundo são de base sintética.
Quanto à origem, os fármacos podem ser classificados em naturais
(inorgânicos, origem animal e origem vegetal), sintéticos e de origem
intermediária — produtos de fermentação e resultantes de engenharia
genética, por exemplo, a insulina recombinante.

Os avanços da Biologia Molecular (estuda as interações celulares envolvidas na síntese pro-


teica e no material genético) e da Ciência Genômica (responsável pelo estudo dos genomas de um
indivíduo) permitiram o desenvolvimento da atual geração de fármacos, favorecendo a descoberta
dos chamados medicamentos biotecnológicos.
Medicamentos biotecnológicos
São fármacos produzidos a partir de um organismo
vivo, cujo mecanismo de ação consiste em modificar O que combatem?
os processos bioquímicos nas células malignas Os medicamentos biotecnológicos controlam de
fazendo os tratamentos seletivos. maneira específica enfermidades autoimunes, como
a artrite reumatoide, ou o câncer, para as quais, até
há alguns anos, não existiam alternativas
Como atuam? terapêuticas diferentes dos tratamentos tradicionais.
Processo Os medicamentos biotecnológicos, uma vez
aplicados, penetram na corrente sanguínea e
interrompem um processo bioquímico vital para
Gene a sobrevivência das células malignas.

1 7
Identifica-se Para obter a
e isola-se 2 autorização
o fragmento 3 6 de comercialização
Uma vez 5
de DNA (gene) do produto
isolado o gene, Depois de 4 Formulação
biotecnológico,
encarregado ele é colocado em Purificação Com o objetivo
otimizar e selecionar é necessário
de codificar um vírus ou na Fermentação Mediante esse de estabilizar
as células que desenvolver,
para produzir a célula de uma A partir do banco processo, isola-se a proteína obtida,
contêm o gene entre outros,
proteína que bactéria, levedura de células de e purifica-se agregam-se
que codifica para a estudos de
conta com a ou um determinado trabalho, inicia-se a proteína que compostos
proteína de interesse, caracterização da
atividade tecido que tenha o processo de conta com a de formulação e
armazenam-se e proteína, pré-clínicos
terapêutica sido previamente fermentação atividade se define uma
atenuam-se e clínicos fase I, II e III,
pedida. isolado, purificado para obter a terapêutica forma farmacêutica
em condições incluindo os
e normatizado. proteína pedida. Para adequada, que
previamente estudos de
DNA – Ácido terapêutica ativa, isso, utilizam-se será o veículo de
normalizadas. imunogenicidade.
desoxirribonucleico a qual está diferentes administração
Esse processo é Esses estudos
mesclada com métodos, que do medicamento
conhecido como garantem que o
outra série de dependem do biotecnológico
banco de medicamento é
compostos ou tipo de proteína para o paciente.
células mestre, seguro, efetivo e
resíduos do obtido e de cada
do qual se obtém tem uma resposta
processo. fabricante em
o banco de células terapêutica adequada.
particular.
de trabalho.

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 59

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Impactos socioambientais

Os impactos socioambientais representam as alterações sofridas pelo


meio ambiente que foram consequências de determinadas ações ou ativi-
dades dos seres humanos, fragilizando a qualidade de vida, a saúde, a
economia urbana e, muitas vezes, gerando riscos para a sociedade.
Vários fatores têm resultado em trágicos acidentes envolvendo indústrias
químicas em todo o mundo. Alguns exemplos de desastres relacionados
a atividades fabris são decorrentes de falhas técnicas, falta de treinamen-
to, ausência de fiscalização. Devido a esses e a tantos outros acidentes,
a Química acaba sendo vista como um setor de produção prejudicial,
poluidor e destrutivo. Mas essa é uma visão muito restrita e superficial da
importância da Química, que, na verdade, é um ramo do conhecimento
humano que tem por objetivo o estudo das substâncias, suas transformações
e suas aplicações. Todo produto, seja de origem artificial ou até mesmo
de origem natural, é formado por substâncias químicas.
Os estudos químicos trouxeram inúmeros benefícios, por exemplo, o
desenvolvimento de fármacos, fertilizantes, aditivos alimentares, plásticos,
borrachas, metais, combustíveis, etc.; produtos que são necessários para
as mais diversas atividades humanas.

Engenharia Física

Química física

Engenharia Química nuclear


química

QUÍMICA

Geoquímica
Bioquímica

Agricultura

Geologia Medicina

Biologia

Todas as ciências naturais lidam com materiais e suas interações, logo estão ligadas à Química.

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Todas as atividades humanas geram, em maior ou menor grau, impactos
ambientais. É primordial evitar maiores danos ao meio ambiente, tornando
viável a nossa sobrevivência, bem como a dos demais seres vivos.
Muitas são as áreas atingidas pelos impactos ambientais. Entre elas
podemos citar:

A atmosfera: a eliminação de poluentes gasosos provoca desequilíbrio


nos ecossistemas e acarreta em vários problemas de saúde, em espe-
cial no que diz respeito ao desenvolvimento de doenças respiratórias,
como a asma.

Recursos hídricos: as fontes hídricas são fortemente afetadas, pois


frequentemente servem como depositório de dejetos, o que resulta na
poluição da água, que, por sua vez, será utilizada posteriormente para
abastecimento público.

Locais isolados: em geral, esses locais são usados para abrigar


lixões e aterros sanitários, o que resulta na poluição do solo e dos
lençóis freáticos.

Espaços urbanos: também são locais muito afetados pelos impactos


socioambientais ligados à poluição.

Além de todos esses problemas, ainda há o comprometimento direto


das finanças públicas e privadas, que precisam aumentar as despesas com
o tratamento de recursos hídricos impróprios e enfermidades provocadas
pela poluição atmosférica, hídrica e dos espaços urbanos.
Você já pensou no que devemos fazer para evitar que esses impactos
destruam a natureza? Pois bem, para combater os impactos socioambien-
tais, é necessário que ocorram mudanças comportamentais e melhorias no
gerenciamento dos recursos naturais.
Em relação aos polímeros estudados no começo do capítulo, por exem-
plo, embora sejam importantes em nosso cotidiano, o uso desses produtos
em excesso pode ser muito danoso ao meio ambiente. O uso exacerbado
de produtos à base de polietileno, isto é, contendo plástico, vem causando
danos severos aos mais diversos ecossistemas e a nós, seres humanos. Isso
porque o plástico pode levar mais de 100 anos para se decompor na natu-
reza. A redução no consumo de itens contendo esse polímero, assim como

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 61

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a conscientização dos problemas gerados pelo lixo plástico, é um assunto
debatido cotidianamente em simpósios, escolas e universidades. A diminui-
ção da utilização de itens descartáveis, como canudos, talheres e pratos de
plástico, e, sobretudo, da vilã do meio ambiente, a sacola plástica, é uma
maneira de evitar que esse material se acumule na natureza.

Muitas espécies de animais sofrem com o lixo produzido pelos seres humanos. A ingestão de dejetos, asfixia ou contami-
nação tóxica são algumas causas de morte de animais.

O polietileno não é o único a causar problemas. Outro polímero que


é utilizado em larga escala é o PET. Como geralmente é empregado na
confecção de embalagens que rapidamente são descartadas, esse material
vem se acumulando na natureza e causando problemas semelhantes aos com
o polietileno. A gestão adequada dos resíduos, o consumo equilibrado, ou
seja, o uso consciente, e a prática dos 5 Rs (repensar, recusar, reduzir, reuti-
lizar e reciclar) estão entre as práticas fundamentais para o desenvolvimento
sustentável e a preservação da vida na Terra.

62 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Devido à semelhança entre uma sacola plástica e as águas-vivas, as tartarugas acabam ingerindo
grandes quantidades de plástico que estão poluindo os nossos oceanos. O que podemos fazer
para diminuir a quantidade de plástico no meio ambiente?

Espera-se que os alunos proponham medidas

que levem a uma melhor gestão dos resíduos,

impedindo que as sacolas cheguem até o am-

biente marinho, ou mesmo sugiram uma redução

no uso desse tipo de material. Por exemplo,

o uso de ecobags para substituir as sacolas

plásticas.

2. Os polímeros estão presentes no nosso dia a dia, sendo utilizados na construção de diversos
objetos, desde as roupas que vestimos até a nossa moradia. O desenvolvimento nos processos
de fabricação dos polímeros sintéticos foi o responsável pelo crescimento da indústria química no
último século. Baseado no que foi estudado, cite alguns dos produtos feitos à base dos polímeros
poliestireno, polietileno e teflon (politetrafluoreteno).

O poliestireno é usado na fabricação de copos, pratos e em embalagens de isopor; o polietileno

é o plástico mais usado, estando presente em diversas embalagens, objetos domésticos e brinque-

dos; e, por fim, o teflon (politetrafluoreteno) é usado como antiaderente em panelas e frigideiras .

3. A poluição é um grande problema atualmente, e as garrafas PET representam verdadeiras vilãs


nesse contexto. É só olhar ao redor que certamente você irá se deparar com algumas delas,
sejam depositadas em aterros sanitários ou até mesmo jogadas de forma indiscriminada em ter-
renos baldios. Esse material leva cerca de 500 anos para se degradar. A reciclagem tem sido
uma solução válida, no entanto ainda não atinge nem a metade das garrafas PET produzidas no
País. Diante desse contexto, elabore com os seus amigos de sala um projeto de conscientização

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 63

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para diminuir o uso de garrafas PET, assim como um destino adequado para evitar a poluição do
ambiente. Pense e escreva algumas propostas viáveis para o seu projeto.

Resposta pessoal.

4. O polímero PET, polietileno tereftato, é obtido a partir da reação do ácido tereftálico com etile-
noglicol na presença de um catalisador e em condições de temperatura e pressão adequadas
ao processo. Pesquise e descreva as etapas da fabricação de garrafas PET.

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno descreva as principais etapas para a fabricação

de garrafas PET, que são: secagem, alimentação, plastificação, injeção, condicionamento,

sopro e ejeção.

5. Cite dois exemplos de polímeros sintéticos:

Sugestão de resposta: O polietileno, o PVC, o PVA, o Teflon e a borracha sintética.

6. Pesquise e defina corretamente:

a) Homopolímeros:
Consiste na repetição, em longas cadeias, de uma mesma unidade repetidora (mero).

b) Heteropolímeros:
Também conhecidos como copolímeros, são polímeros formados pela repetição de dois ou mais

meros diferentes na molécula, os quais podem estar dispostos alternadamente, em blocos ou

aleatoriamente.

64 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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7. Centenas de plantas são responsáveis pela produção de látex, a partir do qual se produz a
borracha natural. A Hevea brasiliensis é a principal fonte comercial desse látex. Faça uma breve
pesquisa sobre essa planta e a sua importância comercial.

Resposta pessoal. Além dos dados científicos da seringueira, espera-se que o aluno relate a

importância da extração do látex, assim como o seu uso em diversos produtos presentes em nosso

cotidiano.

8. Defina monômero e polímero.

Monômeros:

São as moléculas menores que dão origem aos polímeros.

Polímeros:

São macromoléculas formadas pela união de moléculas menores, chamadas de monô-

meros.

Faça uma pesquisa sobre o Teflon e em seguida responda aos questionamentos levantados na
questão seguinte:

9. (Unicamp – SP adaptada) Estou com fome — reclama Chuá. Vou fritar um ovo. Ao ver Chuá
pegar uma frigideira, Naná diz: — Esta não! Pegue a outra que não precisa usar óleo. Se quiser
um pouco para dar um gostinho tudo bem, mas nesta frigideira o ovo não gruda. Essa história
começou em 1938, quando um pesquisador de uma grande empresa química estava estudando
o uso de gases para refrigeração. Ao pegar um cilindro contendo o gás tetrafluoreteno, verificou
que o manômetro indicava que estava vazio. No entanto, o “peso” do cilindro dizia que o gás
continuava lá. Abriu toda a válvula, e nada de gás. O sujeito poderia ter dito: “Que droga!”,
descartando o cilindro. Resolveu, contudo, abrir o cilindro e verificou que continha um pó cuja
massa correspondia à do gás que havia sido colocado lá dentro.

a) Como se chama esse tipo de reação que aconteceu com o gás dentro do cilindro?
Polimerização.

b) Cite uma propriedade da substância formada no cilindro que permite o seu uso em frigideiras.
O Teflon é resistente a altas temperaturas e pode ser utilizado no revestimento de peças metálicas,

tais como panelas e frigideiras.

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 65

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (UEL) Náilon e borracha sintética podem ser III. É uma alteração ambiental que pode ser natural
citados como exemplos de: ou induzida pelo ser humano; inclui um julga-
mento do valor da significância de um efeito.
a) hidratos de carbono.
IV. É a alteração do meio ambiente que afeta as
b) proteínas.
atividades sociais e econômicas, a biota, as
c) lipídios. condições estéticas e sanitárias do meio am-
d) polímeros. biente e a qualidade dos recursos ambientais.

e) enzimas. V. Todas as atividades humanas, sem exceção,


geram impacto ambiental direto e/ou indireto.
2. (UFU) Polímeros são macromoléculas orgânicas
Assinale a alternativa correta.
construídas a partir de muitas unidades peque-
nas que se repetem, chamadas monômeros. a) Somente as afirmativas II, IV e V são
Indique a alternativa que apresenta somente verdadeiras.
polímeros naturais. b) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
a) Celulose, plástico, poliestireno. c) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
b) Amido, proteína, celulose. d) Somente as afirmativas I e V são verdadeiras.
c) Amido, náilon, polietileno. e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
d) Plástico, PVC, teflon.
4. A atividade industrial é um ramo da economia
3. (Udesc) Analise as proposições sobre as noções que envolve a produção de resíduos, os quais,
de impacto ambiental. na maioria dos casos, são nocivos ao meio am-
biente e também ao ser humano. Um exemplo
I. É qualquer alteração das propriedades físicas,
são as indústrias que queimam combustíveis,
químicas ou biológicas do meio ambiente,
como gás ou óleo. Independentemente do es-
causada por qualquer forma de matéria ou
tado físico do resíduo produzido, a atividade
energia resultante das atividades humanas
industrial tem contribuído para poluir de forma
que, direta ou indiretamente, afetem a saúde,
intensa e preocupante quais ambientes?
a segurança e o bem-estar da população.
a) Apenas a água.
II. É qualquer alteração no sistema socioeconô-
mico que possa ser atribuída exclusivamente b) Apenas o solo.
a razões de caráter administrativo para satis- c) Apenas o ar atmosférico.
fazer as necessidades de um projeto.
d) A água, o solo e o ar atmosférico.

66 Eixo 1 - Matéria e energia - 6o ano

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5. (U. Passo Fundo – Adaptada) Os plásticos 7. “A relação intrínseca que existe entre os
constituem uma classe de materiais que confere assentamentos urbanos e o seu suporte físico
conforto ao ser humano. Sob o ponto de vista sempre provocou impactos, negativos ou
químico, os plásticos e suas unidades constituin- positivos. As mudanças nos padrões produ-
tes são, respectivamente: tivos e nas dinâmicas populacionais alteram
a natureza desses impactos e, consequen-
a) macromoléculas; ácidos graxos.
temente, as condições socioambientais das
b) hidrocarbonetos; peptídios. aglomerações urbanas.”
c) proteínas; aminoácidos. SILVA, L. S.; TRAVASSOS, L. Problemas ambientais urbanos: desa-
fios para a elaboração de políticas públicas integradas. Cadernos
d) polímeros; proteínas. Metrópole, 19, 2008. p. 28.

e) polímeros; monômeros. Assinale a alternativa que indica uma mu-


dança nos padrões produtivos que contri-
6. (Unemat) Há quem considere que após a buiu para a intensificação dos problemas
Revolução Industrial surgiu a revolução dos ambientais urbanos:
plásticos, ou polímeros sintéticos, que são
a) Desenvolvimento das sociedades agrícolas.
utilizados desde a fabricação do copinho de
tomar café até componentes dos carros de b) Revolução Industrial.
corrida de Fórmula 1. Apesar de sua leveza c) Intensificação da prática do turismo.
e facilidade para ser moldados em qualquer
d) Flexibilização do trabalho.
formato, os plásticos resultam em peças rígi-
das e muito duráveis. e) Promoção de políticas assistencialistas.
Sobre os plásticos, assinale a alternativa correta.

a) São polímeros sintéticos formados por mo-


nômeros.

b) São polímeros sintéticos formados exclusiva-


mente pelo látex.

c) Não são considerados contaminantes am-


bientais.

d) Na sociedade moderna, é possível viver sem


qualquer material feito de plástico.

e) O polietileno tereftalato PET não é um exem-


plo de plástico.

Capítulo 4 - Materiais sintéticos 67

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Eixo
Terra e Universo

Conhecendo o planeta Terra.

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Capítulo 5 – Terra, um planeta diferente
Capítulo 6 – Minerais e rochas

A Terra é mesmo um lugar incrível! O Planeta em que vivemos já foi muito


estudado e, quanto mais estudado, mais se tem a descobrir sobre ele. Está
localizado no Sistema Solar, que é apenas uma parte dessa imensidão que
chamamos de Universo. Muitas teorias sobre o formato da Terra, seus
movimentos e sua composição foram elaboradas, algumas foram desa-
creditadas e outras confirmadas. Qual o formato da Terra? Como
pode ser dia em um local do mundo e noite em outro? Do que
são formadas as rochas? Por que acontecem terremotos?
Nesta unidade estudaremos com detalhes o nosso
planeta e algumas de suas particularidades.

Capítulo 1 - Nem tudo é matéria

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Capítulo 5

Terra, um planeta diferente


Os planetas po-
dem ser rochosos ou Vivemos em um planeta com características muito particulares e estuda-
gasosos. Planetas ro- remos algumas delas neste capítulo. O nosso planeta, juntamente com mais
chosos são também
sete, além de outros diversos corpos celestes, gira ao redor do Sol, formando
chamados de telúri-
cos, sólidos ou ter- o chamado Sistema Solar. Tanto a Terra como os demais planetas se encon-
restres. Possuem essa tram “presos” ao campo gravitacional do Sol, que nos fornece luz e calor.
característica devido Partindo do Sol, como astro central, em ordem de afastamento, a Terra é o
à presença de metais terceiro planeta do Sistema Solar. É um planeta rochoso, ou seja, formado por
e rochas compondo
rochas e metais, possuindo superfície sólida. Apresenta o formato semelhante
sua estrutura. No Sis-
tema Solar, além da a uma esfera, porém com superfície irregular e levemente achatado nos polos.
Terra, três outros pla- Esse formato singular recebe o nome de geoide. A Terra não é mais o único
netas são rochosos: planeta do Sistema Solar que apresenta água no estado líquido uma vez que
Mercúrio, Vênus e já foi encontrado um lago de água na forma líquida no planeta Marte.
Marte. Já Júpiter, Sa-
turno, Urano e Netuno Formato da Terra e suas representações
são conhecidos como
planetas gasosos,
pois são construídos
de/por gases.

Representações do formato
da Terra em diferentes mode-
los. O modelo aperfeiçoado
da estrutura terrestre, que
hoje chamamos de geoide,
foi proposto pelo físico, astrô-
nomo e matemático alemão
Carly. F. Gauss em 1828.
Visão tridimensional Modelo elipsoide Modelo geoide
O termo geoide, porém, só
da Terra
foi proposto em 1873, pelo
também alemão e matemático
Johann Benedict Listing.

70 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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Internamente, a Terra apresenta sua estrutura disposta em partes. Até
o presente momento, os cientistas trabalham com o modelo que mostra a
A primeira noção
Terra formada por camadas internas e que possuem características diferentes acerca da esferici-
de acordo com a sua profundidade. Elas apresentam materiais compostos dade da Terra surgiu
por diferentes elementos químicos expostos a condições de temperatura e com alguns filósofos
pressão elevadíssimas, o que impede nosso acesso a esses locais. Porém, gregos, como Era-
tóstenes (que ficou
a partir de algumas “pistas”, os pesquisadores conseguem construir modelos
conhecido por cal-
que expliquem a organização dessas camadas. A estrutura interna da Terra cular a circunferência
será estudada detalhadamente mais adiante. da Terra), no século
Assim como é possível conhecermos sobre a estrutura interna da Terra III a.C., os quais che-
sem ter alcançado suas profundezas, filósofos e astrônomos da Antiguidade garam até a calcular
dimensões bem próxi-
(especialmente os gregos) identificaram o formato do nosso planeta, de
mas do real.
forma aproximada, muito antes das primeiras viagens espaciais. Isso foi
possível graças à observação de alguns fatos como: a sombra que a Terra
projeta na Lua durante os eclipses, o desaparecimento gradual de partes
de uma embarcação que se desloca em direção ao horizonte (primeiro
o casco e depois partes mais altas, o que indica um deslocamento em
trajetória curva). Apesar disso, por muito tempo as pessoas acreditaram
que a Terra era plana. O avanço tecnológico, entretanto, possibilitou-nos
obter evidências mais concretas em relação ao formato do Planeta, como
as fotografias obtidas por satélites e telescópios espaciais.

Os movimentos da Terra e suas principais consequências

A Terra, assim como os demais planetas, não permanece parada; ao


contrário, movimenta-se constantemente. Desde os primeiros anos escolares,
aprendemos que o nosso planeta executa alguns movimentos. Porém, nem
sempre discutimos quais as consequências dessa movimentação para a vida
terrestre. A partir de agora, iremos conhecer alguns desses movimentos, mas
antes precisamos fixar um conceito importante: você lembra o que é órbita?

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 71

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Para a ciência, órbita é a trajetória (caminho) que um corpo percorre
ao redor de outro sob a ação de uma força, chamada força gravitacio-
nal. A partir do conceito de órbita, dois movimentos serão estudados com
atenção: o movimento de rotação e o de translação.
No movimento de rotação, os planetas giram sobre o próprio eixo
(há uma linha imaginária que une um polo a outro passando pelo centro),
como piões. No caso da Terra, esse movimento leva aproximadamente
24h para ocorrer. Uma consequência direta do movimento de rotação é a
sucessão de dias e noites que observamos cotidianamente. Ao longo desse
período, observamos uma aparente trajetória do Sol pelo céu, quando,
na realidade, é a Terra que se movimenta no sentido oeste para leste. A
divisão do tempo em dias e noites foi, provavelmente, fruto das primeiras
percepções desse movimento pela humanidade. As atividades humanas
começavam e findavam com o nascer e o pôr do sol, respectivamente.

Dia

A Terra gira em torno de seu Noite


eixo imaginário em um mo-
vimento chamado rotação.
(Representação sem escala,
cores artificiais.)

No movimento de translação, os planetas percorrem uma órbita


elíptica ao redor do Sol. A Terra leva 365 dias e 6 horas para completar
sua trajetória. Por conta dessas horas sobressalentes, a cada quatro anos
temos o que chamamos de anos bissextos, pois totalizam 366 dias.
O Sol não está posicionado exatamente no centro em relação aos
planetas; desse modo, em todas as órbitas dos planetas do Sistema Solar
há sempre um ponto mais distante e outro ponto mais próximo do Sol. De-
nominamos afélio, palavra que em latim significa após ou longínquo do
Sol, e periélio, cujo significado é perto do Sol. A data do afélio e periélio
não é exata, porque, de um ano para outro, ocorrem pequenas variações,
no entanto existem estimativas bastante próximas.

72 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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Periélio Afélio

147.000.000 km 152.000.000 km
3 de janeiro 4 de julho

Sol

Por volta do dia 4 de julho, a Terra se encontra em sua posição mais distante do Sol, cerca de 152 milhões de quilômetros,
que se refere ao afélio. (Diminui a velocidade de translação.)

A velocidade orbital do Planeta também sofre variações, sendo mais rápida no periélio e mais
lenta no afélio, conforme representado na imagem abaixo.

Mais rápido

Sol

Mais devagar

Aproximadamente em 3 de janeiro, a Terra fica em sua posição mais próxima do Sol, é o periélio. (Aumenta a velocidade
de translação.)

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 73

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A sucessão das estações do ano é o resultado da combinação da
inclinação do eixo terrestre e do movimento de translação do nosso planeta.
A Linha do Equa-
dor é a referência Graças a esses dois fatores, a incidência da luz solar sobre a superfície
usada para observar terrestre muda ao longo do percurso de sua órbita. Dessa forma, há meses
onde e com que in- em que um dos dois hemisférios terrestres recebe maior luminosidade e calor
tensidade os raios do (verão), enquanto o outro recebe menos (inverno). Em outros meses, os dois
Sol incidem sobre os
hemisférios recebem, ao mesmo tempo, quantidade similar de calor e luz
diferentes locais da
superfície do nosso (primavera e outono). Em regiões próximas à Linha do Equador, as estações
planeta. É ela também não são bem definidas, pois há pouca variação na incidência de luz. Já em
que possibilita a divi- zonas temperadas, mais distantes, essa variação é mais intensa, gerando
são da Terra em he- uma demarcação mais evidente das quatro estações.
misférios Norte e Sul.

Astronomia x Astrologia
Muitas pessoas confundem esses dois termos por possuírem uma
escrita semelhante. Mas é preciso saber diferenciá-los. Astronomia é uma
ciência orientada por métodos científicos de lógica e dedução que estuda
a relação entre os corpos celestes e os fenômenos a eles relacionados, já
Astrologia é um campo de estudo que envolve as possíveis relações entre
os movimentos dos astros e a sua influência no comportamento humano.

O estudo da Astronomia possibilitou, a muitos povos antigos, a construção


de sistemas de medição de tempo, como relógios e calendários. Usando uma
vareta fincada no chão (gnômon, cuja sombra funciona como o ponteiro), os
egípcios eram capazes de medir a passagem das horas. Os principais referen-
ciais eram o nascer, o pôr do sol e o meio-dia. Essa é a base do relógio solar.
Apesar de sua fácil construção, o relógio solar não é totalmente pre-
ciso, graças a irregularidades na movimentação da Terra e em sua órbita
elíptica. Apesar disso, ele foi um sistema de medida de tempo extremamente
valioso para os diversos povos.
Também aos egípcios se atribui a criação de um tipo de calendário
solar. Nesse calendário, cada ano tinha 12 meses, compostos por 30
dias cada, e incluía mais 5 dias adicionais, correspondentes aos aniver-

74 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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sários de algumas de suas principais divindades: Osíris, Hórus, Ísis, Néftis
e Seth. No total, o ano apresentava 365 dias, divididos em três estações
relacionadas ao Rio Nilo: tempo da inundação, tempo da semeadura e
tempo da colheita. Apesar de alguns detalhes serem diferentes, no geral
esse calendário lembra muito o utilizado na atualidade, não é mesmo?

O gnômon é um dos instrumentos mais primitivos usados na Astronomia, data aproximadamente de


3.500 a.C. Em sua forma mais rudimentar, esse instrumento consistia apenas de uma vara cravada no chão.
Ao observar a sombra do gnômon ao decorrer do dia, os antigos astrônomos perceberam que ela
era muito longa ao amanhecer e que mudava de direção e de comprimento ao longo do dia. Perceberam
também que o instante em que a sombra era a menor do dia representava o instante que dividia a parte
ensolarada do dia em duas metades, por isso nomearam esse instante de meio-dia, e a direção em
que a sombra se encontrava nesse instante recebeu o nome de linha meridiana. Chamaram de linha
leste-oeste a linha horizontal perpendicular à linha meridiana, sendo a direção leste a correspondente
ao lado do nascer do Sol, ficando o oeste para o
lado oposto, ou seja, o do pôr do sol. De pé, com
os dois braços esticados na horizontal e apontando
o braço direito para o leste definia-se o norte como
sendo a direção da linha meridiana à frente da
pessoa; e o sul, para trás. Assim foram definidos os
pontos cardeais norte, sul, leste e oeste.
Que tal você mesmo identificar os pontos car-
deais na sua escola? Vá à quadra e confira com os
seus colegas. Relógio de Sol em Radziejowice, Polônia.

A estrutura interna da Terra

A Geologia é responsável por estudar a origem e a estrutura da Terra,


ou seja, o estudo dos agentes de formação e transformação das rochas, Nicolaus Steno
(1631–1686), bispo
da composição e disposição dessas rochas na crosta terrestre, possibilitan-
de Hamburgo, é re-
do-nos explorar os recursos terrestres da melhor maneira possível. Esse ramo conhecido por ser o
do conhecimento já existe há centenas de anos, mas apenas no começo fundador da Geologia
do século XX é que os cientistas começaram a dispor de equipamentos como um ramo inde-
capazes de investigar a estrutura e a dinâmica terrestres. pendente da Ciência.

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 75

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As camadas terrestres

Se pudéssemos cortar a Terra ao meio, veríamos claramente uma divi-


são em camadas sucessivas que formam nosso planeta, do interior à crosta
terrestre. É importante destacar que a Terra hoje apresenta uma composição
diferente da que tinha quando se formou, a partir de uma nuvem de poeira
e gás que surgiu no espaço há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
Desde então, nosso planeta foi se modificando, e, atualmente, sabemos
que é um geoide e que a distância aproximada de sua superfície até seu
centro é de 6.370 km. No entanto, o ser humano só conseguiu explorar
cerca de 13 km de espessura desse grande universo interno.
Até o presente momento, os cientistas trabalham com o modelo que
mostra que a Terra é formada por camadas internas que possuem caracterís-
ticas diferentes de acordo com a sua profundidade. As principais camadas
são: crosta terrestre, manto e núcleo. Imagine a Terra como sendo um
ovo cozido, em que a casca corresponderia à crosta terrestre, a clara ao
manto e a gema representa o núcleo.
Entre essas camadas, há áreas de separação denominadas descon-
tinuidades sísmicas. As principais descontinuidades são a descontinui-
^
dade de Mohorovicic´ (entre a crosta e o manto) e a descontinuidade de
Gutenberg (entre o manto e o núcleo). Observe a figura a seguir:

Crosta Descontinuidade
de Mohorovičić

Manto superior

Descontinuidade
Manto inferior de Gutenberg

Núcleo externo

Núcleo interno

Na imagem, é possível veri-


ficar as camadas da Terra.

76 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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Ainda que o ser humano nunca tenha visitado o interior da Terra, foi
possível reproduzir essas camadas através do material expelido em erup-
ções vulcânicas, análise de fósseis e estudos de ondas sísmicas que são
captadas por um instrumento denominado sismógrafo.

Crosta terrestre

Manto superior

Manto inferior

Núcleo externo

Núcleo interno

Diagrama das camadas da


Terra em forma esférica, da
crosta ao núcleo interno.

Crosta terrestre

Constitui a parte mais superficial da Terra sólida. A crosta terrestre é


considerada uma camada bastante fina se tomarmos como referência as
demais camadas da Terra. É formada por rochas, e sua espessura varia
de 5 km a 80 km. Podemos considerar que a crosta terrestre se divide
em dois tipos: crosta oceânica, localizada no fundo dos mares e ocea-
nos, e crosta continental, localizada nas regiões de terras emersas. A
crosta oceânica é mais fina, apresenta espessura entre 5 km e 10 km, e
é formada principalmente por um tipo de rocha denominado basalto. Já
crosta continental é mais espessa, podendo atingir até 80 km em áreas
montanhosas. A crosta continental é composta principalmente por um tipo
de rocha chamado granito.

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 77

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É importante ressaltar que a crosta terrestre está em transformação,
devido a ações que acontecem no interior do Planeta. Além disso, ela é
composta por muitos blocos, chamados de placas tectônicas, assunto que
veremos no próximo ano.
Crosta continental
Localiza-se nos continentes
e apresenta uma espessura média
de 35 km, podendo atingir 80 km
em áreas de grandes montanhas.
É constituída essencialmente por
rochas graníticas.

Crosta oceânica
Localiza-se sob os oceanos Manto
e apresenta uma espessura
média entre 5 a10 km. É constituída
essencialmente por rochas
basálticas.

A crosta oceânica (fundo dos oceanos) apresenta uma espessura mais fina quando com-
parada à crosta continental.

Geralmente, as rochas que compõem a crosta não estão visíveis, pois sobre
sua superfície repousa o solo, material responsável pelo crescimento e pela sus-
tentação de plantas e de outros seres vivos, formado a partir de sedimentos. A
composição e a estrutura do solo serão objetos de estudo do próximo capítulo.

Manto

Abaixo da crosta, encontramos uma camada intermediária e com maior


O magma pastoso espessura, denominada manto. Em termos percentuais, o manto corresponde
e fervente que forma a 83% do volume do Planeta e 68,3% de sua massa total. Apresenta uma
o manto terrestre é o
espessura de, em média, 2.900 km e pode ser dividido em manto superior
mesmo material que
extravasa nas erup- e manto inferior. O manto é formado por diversos materiais, com predomínio
ções vulcânicas. Ao de silício, ferro e magnésio. A temperatura nessa região é muito elevada,
chegar à superfície, variando de 100 ºC a 2.000 ºC. Por conta disso, as rochas que compõem
ele passa a ser deno- o manto formam um material pastoso e incandescente, denominado magma.
minado lava. Quan-
A consistência do magma se torna cada vez mais fluida à medida que a
do resfria, a lava dá
origem a rochas mag- profundidade aumenta, uma vez que as temperaturas são mais elevadas. So-
máticas extrusivas ou bre esse material pastoso, movem-se estruturas rochosas denominadas placas
vulcânicas, como o tectônicas, que formam a crosta terrestre. A junção entre a parte superior do
basalto. manto, mais fria e rígida, e a crosta terrestre é denominada litosfera.

78 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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O manto é separado da crosta terrestre por uma fina camada denominada
^
Descontinuidade Mohorovicic, ´ onde ocorrem os processos de derretimento
de rochas e solidificação do magma, que originam as rochas ígneas.
Existe ainda outra camada de descontinuidade que separa o manto do nú-
cleo da Terra, que é a Descontinuidade de Wiechert-Gutenberg, caracterizada
por apresentar uma maior liquidez e uma composição mineralógica intermediária
entre os elementos componentes do núcleo e os componentes do manto.

Núcleo

Por fim, chegamos à região central: o núcleo, que se inicia aos 2.900 km
de profundidade e estende-se até os 6.370 km. As temperaturas mais elevadas
ocorrem nessa região, podendo chegar a 6.000 ºC, temperatura da superfície
do Sol. Na composição química do núcleo, predominam os metais níquel e
ferro. Essa camada é dividida em:

Núcleo externo Apresenta uma composição de ferro e níquel derretidos.

Núcleo interno Apresenta uma composição química de ferro e níquel sólidos.

Cientistas europeus afirmaram, em abril de


2013, que uma nova experiência em laboratório
demonstrou que o núcleo da Terra provavelmente 700 km
2.000 °C
está muito mais quente do que há 20 anos. Não
significa que o centro ferroso do nosso planeta
tenha aquecido, e sim que a técnica usada para
estimar seu calor anteriormente falhou, afirmaram 3.000 °C
3.800 °C
cientistas em artigo publicado na revista Science.
Novas técnicas permitiram aos especialistas do
Laboratório Europeu de Radiação Síncroton (ESRF, na
sigla em inglês) determinar que a temperatura perto
6.000 °C
do centro da Terra seria de 6.000 ºC. Isso é cerca
de 1.000 ºC acima da estimativa do experimento
realizado por cientistas alemães em 1993.

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 79

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Por muito tempo, acreditou-se que a Terra era plana, contudo muitas evidências foram usadas
para demonstrar sua esfericidade, sendo as mais concretas a obtenção de fotografias de nosso
planeta por satélites espaciais. Pesquise outros fatos que demonstram a esfericidade da Terra.

Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem e expliquem fatos como: a existência de diferentes

fusos horários e durações de dia/noite, a circum-navegação (realizada com sucesso desde o

século XVI), a observação de diferentes estrelas e constelações a partir de pontos distintos da

crosta terrestre.

2. Embora costumemos dizer que a Terra tem formato esférico, desde o século XVII geólogos, astrônomos
e outros pesquisadores propuseram que nosso planeta não é uma esfera perfeita. A forma usada
para explicar a estrutura terrestre atualmente é a geoide. Explique resumidamente do que se trata.

Geoide é um corpo similar a uma esfera, com polos achatados, equador abaulado e superfície

totalmente irregular.

3. A Terra é um planeta telúrico, ou rochoso. Diante dessa afirmativa, responda aos itens a seguir:

a) O que é um planeta rochoso?


Dá-se o nome de planeta rochoso àqueles que apresentam rochas e metais em sua composição,

com superfície densa e sólida.

b) Quais outros planetas do Sistema Solar são classificados como telúricos ou rochosos?
Mercúrio, Vênus e Marte.

4. Os itens a seguir correspondem a conceitos importantes no estudo do Sistema Solar e da intera-


ção dos planetas com o Sol, defina-os:

a) Órbita:
Trajetória descrita por um astro ao redor de outro. No caso do Sistema Solar, os planetas descre-

vem suas trajetórias ao redor do Sol.

80 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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b) Afélio:
Ponto da órbita de um planeta (ou cometa) em que este se encontra na maior distância possível

em relação ao Sol.

c) Periélio:
Ponto da órbita de um planeta (ou cometa) em que este se encontra em maior proximidade em

relação ao Sol.

5. Leia o seguinte texto:

Durante um dia, temos a impressão de que


o Sol nasce no leste, percorre o céu e se põe no Noite
oeste. Também no período noturno, a Lua e as
estrelas aparentam realizar semelhante trajetória.
Porém, na realidade, quem se move é o nosso pla-
neta, levando aproximadamente 24 horas para dar Dia

uma volta completa em torno de seu próprio eixo,


conforme se pode observar na imagem ao lado.

A que movimento o texto se refere?

Movimento de rotação, que explica a sucessão dos dias e das noites.

6. Identifique, pelas características citadas a seguir, as camadas internas da Terra.

É a camada mais interna do Planeta. Inicia-se aos 2.900 km


de profundidade, indo até o centro da Terra, a 6.370 km. É
Núcleo
formado principalmente pelos metais ferro e níquel, que estão
submetidos a uma temperatura de cerca de 6.000 °C.

É a camada mais externa e mais fina. No fundo dos


Crosta
mares e oceanos, varia de 5 km a 90 km.

É a camada intermediária da Terra. Ela se inicia abaixo


Manto da crosta e vai até os 2.900 km de profundidade. Apresenta
elevada temperatura.

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 81

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7. Você conhece alguém que faz aniversário dia 29 de fevereiro? Se sim, certamente essa pessoa
nasceu em ano bissexto, ou seja, um ano com 366 dias. Assim, pela data real essa pessoa co-
memora seu aniversário a cada quatro anos, pois é quando “se aumenta um dia no calendário”.
Pesquise por que isso acontece e como surgiu o nome bissexto para os anos com 366 dias.

O ano bissexto possui um dia a mais que os demais anos devido a uma diferença entre o ano do

calendário tradicional e o ano do calendário solar, que dura 365,25 dias. Sendo assim, a cada

quatro anos ocorre o ano bissexto, compensando essa diferença. O ano com 366 dias recebe

esse nome graças ao imperador romano Júlio César, que resolveu duplicar um dia do mês de

fevereiro. O primeiro dia de cada mês na Roma Antiga era chamado de Calendas, e, próximo

ao final de cada mês, os romanos referiam-se à data em contagem regressiva. Dessa forma, a

duplicação desse dia gerou a seguinte expressão “antediem bis sextum calendas martii” (“dois dias

6 antes do 1º de março”), que deu origem então ao nome bissexto. Ou seja, o dia era inserido

após o sexto dia antes das calendas de março, por volta do dia 24 de fevereiro. Atualmente,

acrescentamos o dia 29 ao mês de fevereiro nos anos bissextos em vez de de duplicarmos o dia

24, como faziam os romanos.

8. Pense na seguinte afirmação: “O homem consegue explorar o espaço, descobrir outros planetas
e até pisar na Lua, mas ainda conhecemos muito pouco sobre o interior da Terra”. Explique essa
afirmação.

O interior da Terra apresenta um sério problema que compromete seu estudo: ao nos aproximarmos

do núcleo, a temperatura aumenta drasticamente, o que torna difícil a exploração dessa parte

do nosso planeta.

9. Sobre o manto terrestre, julgue as afirmações a seguir em verdadeiras (V) ou falsas (F):

a) ( V ) É a mais extensa dentre as camadas da Terra.

b) ( F ) A parte mais rígida do manto, ou seja, o manto inferior, unido à crosta terrestre é deno-
minada de litosfera.

c) ( V ) Sua composição é homogênea.

d) ( V ) Sua constituição predominante é de silicatos de ferro e de magnésio.

e) ( V ) A movimentação do magma é responsável por mover as placas tectônicas.

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10. Os egípcios eram capazes de medir a passagem das horas por meio de um gnômon, cuja
sombra funciona como um ponteiro e seus referenciais eram o nascer, o pôr do Sol e o meio-dia
(base do relógio solar). Explique o porquê de o relógio solar não ser totalmente preciso.

Devido a irregularidades na movimentação da Terra e em suas órbitas.

11. O astrônomo americano Carl Sagan costumava dizer que os seres vivos da Terra e todo o
Sistema Solar é constituído de poeira de estrelas. O que significa essa afirmativa?

Explica a nossa origem no Universo, pois o planeta Terra, assim como todo o Sistema Solar se

formou devido a uma nuvem de poeira e gás de estrelas que explodiam há bilhões de anos.

12. Preencha os espaços corretamente e complete a cruzadinha.

a. Em latim afélio significa após ou muito distante do Sol.

b. Movimento de translação é aquele em que a Terra percorre uma órbita elíptica ao redor do Sol.

c. Geologia é a Ciência que estuda a origem e a estrutura da Terra.

d. Chamamos de crosta a camada mais superficial da Terra.

e. O níquel e o ferro são os metais que predominam na composição química do núcleo.

T b.

d. C R O S T A R

c. G E O L O G I A

R N
e. F E R R O S

A L

a. A F É L I O

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 83

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (UFPR) “Se olharmos para o céu numa noite Assinale a alternativa correta.
clara sem Lua, os objetos mais brilhantes que a) Somente a afirmativa I é verdadeira.
vemos são os planetas Vênus, Marte, Júpiter b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
e Saturno. Também percebemos um número
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
muito grande de estrelas que são exatamente
iguais ao nosso Sol, embora muito distantes de d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
nós. Algumas dessas estrelas parecem, de fato, e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
mudar sutilmente suas posições com relação
umas às outras, à medida que a Terra gira em 2. (UTFPR – Adaptada) A relação Sol-Terra faz
torno do Sol.” com que em qualquer lugar do Planeta ocorram
(HAWKING, S. W. Uma breve história do tempo: do Big Bang diferenças no tempo atmosférico. Essas diferenças
aos Buracos Negros. Trad. de Maria Helena Torres. Rio de Janeiro:
têm origem em dois fatores principais, que são os
Rocco, 1988. p. 61.)
movimentos de rotação e de translação. Analise
A respeito do assunto, considere as seguintes as alternativas a seguir e identifique a incorreta
afirmativas: no que se refere à influência desses movimentos
no tempo atmosférico e climas da Terra.
I. O movimento da Terra ao qual o autor se
refere determina uma órbita elíptica em que o a) É o movimento de rotação que determina
Planeta ora se afasta, ora se aproxima do Sol. os ciclos da produção agrícola e, portanto,
indica quando plantar, quando colher, quan-
II. O movimento da Terra em torno do Sol é res-
do guardar e quando descansar.
ponsável pela sucessão dos dias e das noites.
b) Se a Terra não tivesse o movimento de rotação,
III. As posições relativas de planetas e estrelas
a face iluminada seria tórrida; e a face escura,
permitem, há muitos séculos, a orientação no
gelada, sendo impossível a vida no Planeta.
espaço terrestre; a constelação do Cruzeiro
do Sul, no Hemisfério Sul, e a Estrela Polar, c) O movimento de translação é que determina
no Hemisfério Norte, são pontos de referência a duração do fotoperíodo diário, sendo que,
para esse tipo de orientação. para o Hemisfério Sul, a maior duração do
dia iluminado ocorre em 22 de dezembro,
IV. A distribuição desigual das temperaturas,
quando inicia o verão.
determinante da vida em distintos lugares da
superfície terrestre, está relacionada, entre d) O movimento de rotação é o responsável
outros fatores, à forma esférica da Terra e pela exposição do Planeta à luz solar, fazen-
ao ângulo de incidência dos raios solares. do com que haja certo equilíbrio em relação
à temperatura, pois gera os dias e as noites.

84 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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3. O movimento de translação terrestre representa o 5. (UFPE – Adaptada) O estudo das ondas sís-
ciclo que a Terra realiza ao redor do Sol. Contu- micas e dos campos magnéticos permitiu o
do, há uma pequena diferença entre o momento descobrimento e a caracterização de três im-
do ano em que o nosso planeta encontra-se mais portantes camadas internas da Terra: a litosfera,
próximo e o que ele se encontra mais distante o manto e o núcleo. Com relação a esse tema,
da estrela regente do nosso sistema. estão corretas as afirmações abaixo:
A cada um desses “momentos” citados no texto ( V ) O manto envolve o núcleo terrestre, ocupa
dá-se o nome de: a maior parte do volume do Planeta e se
a) nutação e precessão. comporta como um fluido que se move len-
tamente.
b) afélio e periélio.
( F ) A crosta oceânica, uma porção da litosfera,
c) solstício e equinócio.
é composta fundamentalmente por rochas
d) proximidade e distanciamento. graníticas e não apresenta, em suas camadas
e) gravitação e expansão. inferiores, rochas basálticas.

( V ) Sob a litosfera, existe uma camada de


4. “A imagem mais distante da Terra capturada
rocha menos rígida, conhecida como as-
por uma nave espacial foi feita pela sonda
tenosfera; trata-se de uma zona de baixa
espacial New Horizons, batendo recorde da
velocidade sobre a qual “flutuam” as placas
Voyager 1, ao registrar imagens da Região
litosféricas.
Transnetuniana Cinturão de Kuiper.”
O planeta Terra neste imenso Universo apresenta ( F ) O núcleo é formado basicamente por
uma série de movimentos. Assinale a alternativa níquel e alumínio; essa camada, que produz
correta acerca dos movimentos terrestres. o campo magnético do Planeta, apresenta
elevadas temperaturas.
a) A translação é o movimento que nosso pla-
neta realiza em torno de seu eixo imaginário. ( V ) A litosfera acha-se dividida em blocos
mais ou menos rígidos designados como
b) A translação é o movimento que a Terra
placas; essas placas são deslocadas por
realiza em torno do Sol.
correntes de convecção que se formam
c) Graças à translação, o Sol aparece de um no manto.
lado (leste) e desaparece de outro (oeste). A opção correta é:
d) A principal consequência do movimento de a) FFVVV.
translação é a sucessão dos dias e das noites
b) VFVFV.
terrestres.
c) FVFFV.
e) A principal consequência do movimento de
rotação é a determinação das estações do d) VVFFF.
ano: primavera, verão, outono e inverno.

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 85

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6. (Uece) A porção sólida da Terra é uma cama- d) ela é formada por camadas alternadas, de
da mais ou menos rígida, apresentando uma densidades semelhantes, que diminuem da
espessura variada. Tal camada é o(a): superfície para o centro.

a) Magma. e) o núcleo divide-se em duas partes: superior


e inferior, e seu material é o magma.
b) Litosfera.

c) Troposfera. 8. (UTFPR) Verifique a figura a seguir e identifique


as camadas da Terra que ela representa. Na
d) Criosfera.
sequência, identifique qual das alternativas traz
7. (UFJF – Adaptada) Leia o fragmento de texto a associação correta dessas camadas.
a seguir.
“Tais mudanças nas partes superficiais do
IV
globo pareciam, para mim, improváveis de acon-
tecer se a Terra fosse sólida até o centro. Desse III

modo, imaginei que as partes internas poderiam


II

ser um fluido mais denso e de densidade es-


I
pecífica maior que qualquer outro sólido que
conhecemos, que assim poderia nadar no ou
sobre aquele fluido. Desse modo, a superfície da
Terra seria uma casca capaz de ser quebrada
e desordenada pelos movimentos violentos do
fluido sobre o qual repousa.”
Benjamin Franklin, 1782, em uma carta para o geólogo francês
Abbé J. L. Giraud-Soulavie in PRESS, Frank et al. Para entender
a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. a) I - Núcleo interno, II - Núcleo externo, III -
Manto e IV - Crosta.
Sobre a estrutura interna da Terra, pode-se
afirmar que: b) I - Núcleo externo, II - Núcleo interno, III -
Manto e IV - Crosta.
a) a crosta é uma camada única constituída
de uma placa tectônica, dividida em duas c) I - Crosta, II - Núcleo externo, III - Manto e
seções. IV - Núcleo interno.

b) a litosfera é a camada mais densa e se d) I - Núcleo interno, II - Manto, III - Núcleo


mantém em movimento devido às correntes externo e IV - Crosta.
convectivas. e) I - Crosta, II - Manto, III - Núcleo externo e
c) as camadas da Terra são separadas umas IV - Núcleo interno.
das outras por áreas denominadas descon-
tinuidades.

86 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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9. (Uece) A parte sólida e a parte com material Sobre a veracidade dessas afirmações, é válido
em estado de fusão da Terra correspondem, dizer que:
respectivamente, à: a) Todas estão corretas.
a) hidrosfera e à litosfera. b) Apenas I, III e IV estão corretas.
b) litosfera e ao magma. c) III e VI estão incorretas.
c) hidrosfera e ao magma. d) I, II, V e VI estão corretas.
d) troposfera e à hidrosfera. e) Todas estão incorretas.

10. “Com o desenvolvimento da rede sismográ- 11. Observe as alternativas abaixo e marque a
fica mundial e dos métodos de observação e única incorreta:
análise, foram encontradas novas interfaces e
a) A crosta terrestre é a parte mais superficial
zonas de transição no interior terrestre, mos-
da terra, formada por rochas e divididas em
trando que a crosta, o manto e o núcleo são
dois tipos: oceânicas e continental.
domínios heterogêneos. Partindo das velocida-
des sísmicas, calculam-se as densidades das b) A Terra é formada por camadas internas que
camadas principais e de suas subdivisões, para possuem características diferentes de acordo
em seguida buscar a identificação das rochas com sua profundidade. As principais são:
presentes nessas camadas.” crosta terrestre, manto e núcleo.
(PACCA, I. G. e MCREATH, I. A Composição e o Calor da Terra.
c) O Sol não está posicionado exatamente no
In: TEIXEIRA, W. et al. (orgs). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina
de Textos, 2000, p. 85). centro em relação aos planetas, desse modo,
em todas as órbitas dos planetas do Sistema
Sobre a estrutura interna da Terra, julgue as Solar, há sempre um ponto mais distante e
afirmativas a seguir: outro mais próximo do Sol.
I. A crosta terrestre pode ser classificada em d) Entre as camadas da Terra, há áreas de
continental e oceânica. separação denominadas Descontinuidades
II. O núcleo externo encontra-se no estado Sísmicas. As principais são: Descontinuidade
líquido. de Mohorovicic (entre a crosta e o manto) e
a Descontinuidade de Gutemberg (entre o
III. Entre o manto e o núcleo, encontra-se a
manto e o núcleo).
descontinuidade de Mohorovicic.
e) A velocidade orbital do Planeta sofre varia-
IV. A litosfera abrange o núcleo e a crosta
ções, sendo mais rápida no afélio e mais
da Terra.
lenta no periélio.
V. O manto é a maior das camadas do Planeta.

VI. O núcleo externo é menos denso e mais


pastoso do que o núcleo interno.

Capítulo 5 - Terra, uma planeta diferente 87

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Capítulo 6

Minerais e rochas
Neste capítulo, você irá perceber o quanto as rochas fazem parte
do nosso cotidiano. Para isso, vamos voltar um pouco na nossa história.
Imagine-se no período Pré-Histórico e pense como os seres humanos da
época caçavam. Eles confeccionavam seus objetos de caça a partir de
rochas, desenhavam nelas parte do seu dia a dia, utilizavam-nas para a sua
defesa, entre inúmeros outros exemplos. Agora pense como nós utilizamos
a rocha neste período de nossa vida. Pensou em uma mesa de granito?
Imaginou-se perto de uma bancada de cozinha de mármore? Esses são
alguns dos exemplos de rochas que utilizamos no nosso cotidiano.

Por meio dos fósseis, é possí-


vel conhecer um pouco mais
da história do Planeta.

88 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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Uma rocha nada mais é do que um agregado natural (um conjunto)
de minerais que foram se formando ao longo dos anos no meio ambiente.
Os minerais são
A palavra mineral vem do latim mineralis (relativo à mina) e abrange com- os constituintes funda-
postos químicos originados a partir de processos naturais que ocorreram mentais das rochas.
na crosta terrestre ou entre o manto e o núcleo. Cada mineral apresenta Eles podem ser clas-
propriedades únicas associadas à sua estrutura química. Quando um sificados de acordo
com suas particulari-
mineral apresenta importância econômica, é denominado minério, sendo
dades. As principais
considerado um recurso natural muito importante. Os depósitos naturais propriedades físicas
de minérios são chamados de jazidas. Dentro de uma jazida, podem ser empregadas na iden-
instalados pontos de exploração autorizados pelo governo. Esses pontos tificação dos minerais
são denominados minas. são: cor, brilho, traço,
clivagem, densidade
e dureza. A combina-
ção de minerais em
uma rocha é respon-
sável pelas caracterís-
O granito é uma rocha utiliza- ticas destas, ou seja,
da no nosso dia a dia para seu grau de dureza,
a confecção de bancadas coloração, etc.
de cozinha, por exemplo, e
pode apresentar diferentes
colorações. As variações de
cor se devem à presença de
diferentes minerais na organi-
zação da rocha.

Você acha que


as rochas estão pre-
As rochas apresentam formações distintas no meio ambiente. Elas po- sentes na sua vida?
dem ser classificadas de acordo com sua origem, ou seja, de acordo com Pesquise o nome de
algumas que você
os processos envolvidos em sua formação. Essa classificação estabelece
utiliza no dia a dia
a existência de três tipos básicos de rocha: magmáticas, sedimentares e
e não tinha se dado
metamórficas. Em nosso planeta, as rochas estão constantemente sendo conta.
formadas e transformadas, de modo que uma rocha de um tipo pode dar
origem a outra de outro tipo, dependendo dos processos a que for submetida.

Capítulo 6 - Minerais e rochas 89

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Rocha Intemperismo
ígnea
plutônica Sedimentos
Podemos classificar as
rochas por meio de sua
Litificação
composição química, sua Fusão
estrutura e textura e seu pro-
Resfriamento Rocha sedimentar
cesso de formação. A ima- ou solidificação
gem mostra esse processo Rocha Metamórfica
Fusão
de maneira simplificada. Magma

Rochas magmáticas, ou ígneas

As rochas magmáticas, ou ígneas, são aquelas que se originaram a


Ígnea é uma pala- partir do resfriamento e da solidificação do magma. Ao ocorrer uma erup-
vra de origem latina ção vulcânica, a lava, ao sair da cratera, resfria aos poucos; e, com esse
que significa fogo. resfriamento, temos a formação desse tipo de rocha. As rochas magmáticas
podem ser divididas em duas categorias:
Intrusivas, ou plutônicas Rochas magmáticas extrusivas (vulcânicas): formam-se a partir da lava
que é liberada após uma erupção vulcânica. O basalto, o andesito
Resfriamento lento
e a pedra-pomes são exemplos desse tipo de rocha. Como, nesse
Minerais grandes
caso, o magma se resfria na superfície da crosta, esse processo ocorre
rapidamente e não se formam grânulos minerais bem definidos.

Rochas magmáticas intrusivas (plutônicas): formam-se a partir do


resfriamento que ocorre ainda no interior da Terra. Esse resfriamento é
lento, originando uma rocha de aspecto maciço com cristais minerais
bem definidos. É o caso do granito e do diorito, por exemplo.

Extrusivas, ou vulcânicas

Resfriamento rápido

Minerais pequenos

A partir da solidificação
do magma, originam-se,
lentamente, na natureza,
as rochas intrusivas.

90 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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Rochas sedimentares

A principal característica desse tipo de rocha é a sua organização em A água auxilia na


transformação dos
camadas, ou estratos, por isso é também chamada de rocha estratificada.
minerais que se de-
Cada camada se origina pelos sedimentos de minerais que são trazidos pelo positam sobre outras
vento ou pela chuva e se depositam em uma rocha já existente. Esses sedi- rochas para dar iní-
mentos, ao longo do tempo, fundem-se e originam cada uma das camadas. cio à formação de
Você consegue imaginar o tempo que leva para uma nova rocha se formar? uma nova camada.
Ela permite que eles
Mas como surgem esses sedimentos? Cada um desses grãos de mi-
fiquem grudados (ci-
nerais, que é carregado ou pelo vento ou pela chuva, forma-se a partir de mentados) entre si.
um processo denominado intemperismo. O intemperismo corresponde ao
processo de transformação da estrutura física das rochas. Por outro lado, o
processo que carrega os fragmentos de rochas é reconhecido como erosão.
Arenito, argilito e calcário são exemplos de rochas sedimentares utili- Em cavernas for-
zadas no nosso dia a dia. madas por pedras
calcárias (rochas se-
dimentares), é muito
Seres vivos
comum observar o
aparecimento de esta-
Vento lactites (formações que
Chuva se originam no teto de-
vido à deposição de
carbonato de cálcio)
Erosão
e estalagmite (forma-
Sedimentação ções que crescem a
Transporte
partir do chão devido
à deposição de carbo-
nato de cálcio).

Sedimentos

Camadas, ou estratos, que


constituem uma rocha do tipo
sedimentar.

Capítulo 6 - Minerais e rochas 91

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Entre as camadas de uma rocha sedimentar, podemos encontrar restos ou vestígios de seres vivos que
habitaram a Terra em épocas remotas; esses vestígios são os chamados fósseis, achados arqueológicos
que nos permitiram descobrir um pouco da história dos seres vivos que já habitaram o nosso planeta.
Imagine que, sem os fósseis, não teríamos descoberto que, há milhares de anos, existiram os dinossauros
e outras espécies gigantescas de animais.
Imagine também como cada um dos fósseis descobertos ajudaram na evolução e construção do
conhecimento em diversas áreas como: Biologia, Geografia, História e Paleontologia. Os fósseis são
classificados em dois tipos básicos: somatofóssil e icnofóssil. Os fósseis do tipo somatofóssil são aqueles
que abrigam o corpo do organismo original ou partes dele, como ossos, dentes, conchas. Já os fósseis do
tipo icnofóssil não contêm parte do organismo original, mas evidências de sua vida e atividade na Terra,
como pegadas, rastros e até fezes fossilizadas (os chamados coprólitos).

Rochas metamórficas

Rochas metamórficas originam-se da transformação de outros tipos de


rocha. Quando uma determinada rocha sofre algum tipo de modificação
Seria possível en-
contrar um fóssil em provocada por altas temperaturas ou pela pressão exercida no interior da
uma rocha do tipo Terra, dizemos que essa rocha está sofrendo um metamorfismo, ou seja,
ígnea? Justifique sua uma modificação. Assim, quando uma rocha, ao longo do tempo, modifi-
resposta. ca-se, os seus grãos minerais apresentam uma organização diferente; está
se formando, na natureza, uma rocha metamórfica.
O Corcovado, no Rio de Janeiro, é um exemplo de gnaisse, uma rocha
metamórfica que se formou ao longo dos anos a partir de transformações
sofridas pelo granito (rocha magmática). Mármore, ardósia, quartzito e
pedra-sabão são exemplos de rochas metamórficas.

Corcovado, Rio de Janeiro.

92 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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Utilização das rochas no nosso dia a dia
A seguir, estão apontadas as principais rochas utilizadas no nosso
cotidiano.

Rocha magmática Utilizações

Basalto Pavimentação de ruas e calçadas.

Pedra-pomes Amaciamento da pele em regiões de calosidade.

Granito Fabricação de pias, mesas, bancadas, entre outros.

Diorito Construção de diques e estradas de ferro.

Rocha sedimentar Utilizações

Arenito Confecção de pisos.

Confecção com a argila de objetos artesanais,


Argilito
como jarros.

Fabricação da cal e do cimento, utilizados na


Calcário
construção civil.

Rocha metamórfica Utilizações

Produção de brita para a construção civil, pavi-


Gnaisse mentação de calçadas e uso ornamental (objetos
de decoração).

Ardósia Fabricação de pisos e telhados.

Confecção de pisos, paredes, pias, objetos de


Mármore
decoração, entre outros.

Capítulo 6 - Minerais e rochas 93

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O ciclo das rochas
Perceba que, na O ciclo das rochas representa o conjunto de fenômenos naturais que leva
natureza, as rochas
um tipo de rocha a se transformar em outro. O processo começa com a erosão
apresentam origens
distintas, mas podem provocada por intempéries como a chuva e o vento na superfície da Terra. No
diversificar sua com- fim desse processo, formam-se as rochas sedimentares, que se transformam em
posição ao longo rochas metamórficas nas profundezas da crosta terrestre. Estas, por sua vez,
do tempo, ou seja, acabam se transformando em magma, que, em algum momento, solidifica-se e
uma rocha que hoje
se transforma em rocha ígnea, dando início ao ciclo novamente. É importante
é magmática poderá,
em alguns milhares de salientar que todo esse processo leva milhões de anos para ocorrer e é contínuo
anos, ter se transfor- e infinito, em que, como disse Lavoisier, “Nada se perde e tudo se transforma”.
mado em uma rocha Os principais fatores que atuam nas transformações que ocorrem no
metamórfica devido ciclo das rochas são: erosão, transporte e sedimentação, fusão, cristalização
a mudanças na tem-
e metamorfismo. Observe o infográfico a seguir:
peratura e na pressão
exercida sobre ela. Rochas
sedimentares EROSÃO,
Em um outro momen-
to, essa rocha pode TRANSPORTE E
começar a sofrer in- SEDIMENTAÇÃO
temperismo e, no futu- A chuva e o vento, en-
ro, ter seus sedimentos Magma tre outros agentes exter-
nos, provocam erosão
carregados — estes
nas rochas que estão
se depositarão e expostas na superfície.
formarão uma rocha Os sedimentos resultan-
Rochas Rochas
sedimentar. ígneas metamórficas
tes desse processo são
arrastados pelos rios e
vão se depositando no
fundo dos vales e dos
FUSÃO CRISTALIZAÇÃO METAMORFISMO
oceanos. A compac-
Fenômeno que ocorre É o processo de resfria- Quando pressão e tação pela qual eles
quando a temperatura mento e solidificação temperatura alteram passam ao longo dos
é tão alta que derrete do magma expelido as características de anos dá origem às ro-
a rocha. por um vulcão. uma rocha. chas sedimentares.

MAGMA ÍGNEAS METAMÓRFICAS SEDIMENTARES

É um material líquido São as de origem Algumas têm alto valor Rochas típicas de câ-
natural de rocha fundi- magmática ou eruptiva, comercial, como o már- nions e cavernas, como
da. Quando o magma como basalto e granito. more e a ardósia. o arenito e o calcário.
é expelido através de
erupções vulcânicas,
passa a se chamar lava.

94 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Por causa da variação de temperatura ao longo dos dias e das noites, os grãos minerais das
rochas se fragmentam e se separam. Além disso, fatores diversos, como a água das chuvas, al-
teram a composição dos minerais, formando novos minerais. Essa definição constitui alguns dos
fenômenos naturais pelos quais as rochas sedimentares se formam na natureza. Porém, como se
originam as rochas metamórficas e magmáticas no meio ambiente?

Rochas metamórficas: originam-se da transformação sofrida por outras rochas.

Rochas magmáticas: originam-se do resfriamento e da solidificação da lava.

2. As rochas são classificadas como ígneas, metamórficas e sedimentares. De acordo com o que
foi estudado neste capítulo, qual a importância das rochas sedimentares para os estudos paleon-
tológicos?

As rochas sedimentares se formam a partir de grãos de minerais (sedimentos) que são trazidos

de outras rochas e depositados uns sobre os outros. Ao longo do tempo, esses sedimentos se

unem, são cimentados entre si e originam inúmeras camadas. Essas camadas podem abrigar

restos do corpo de seres vivos que foram soterrados. Esses vestígios do passado são chamados

de fósseis, que representam peças fundamentais para a Paleontologia, ciência que estuda o

passado da Terra e seu processo de evolução.

3. Organize as rochas listadas a seguir em magmáticas, sedimentares ou metamórficas.

Basalto – Arenito – Carvão mineral – Mármore – Pedra-pomes – Granito – Ardósia – Calcário – Xisto

Rocha magmática Rocha sedimentar Rocha metamórfica

Basalto Arenito Mármore

Pedra-pomes Carvão mineral Ardósia

Granito Calcário Xisto

Capítulo 6 - Minerais e rochas 95

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4. O calcário é matéria-prima para a fabricação de produtos largamente utilizados na construção
civil. Cite produtos à base de calcário e comente a importância deles.

O cimento e a cal. O cimento é usado no concreto e na confecção de lajes e colunas. A cal é

usada na fabricação de tintas de parede e é componente de massa utilizada nas construções.

5. O intemperismo é um tipo de agente de transformação de relevo caracterizado por atuar por


meio de processos químicos, físicos e biológicos, transformando as rochas. Qual é o tipo de rocha
formado pela ação do intemperismo?

A rocha sedimentar.

6. Os fósseis são importantes “pistas” da evolução da vida no planeta Terra. Geralmente, em que
tipo de rocha encontramos os fósseis? Como eles são formados?

Nas rochas sedimentares. Durante a formação dessas rochas, alguns fragmentos podem cobrir

restos de animais e plantas, formando, assim, os fósseis.

7. “A transformação de uma lagarta em crisálida e desta em borboleta denomina-se metamorfose. No


livro famoso de Kafka, A metamorfose, o personagem principal transforma-se, de maneira inquietante, em
um inseto. Metamorfose significa transformação, mudança de forma, sem que se perca a essência da
matéria em transformação […]. Metamorfismo, em Geologia, define o conjunto de processos pelos quais
uma determinada rocha é transformada, através de reações que se processam no estado sólido, em outra
rocha, com características distintas daquelas que ela apresentava antes da atuação do metamorfismo.”
RUBERTI, E. et al. Rochas metamórficas. In: TEIXEIRA, W. et al. (orgs.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. p. 382.

O processo de metamorfismo acima descrito, responsável pela formação das rochas metamórficas,
ocorre a partir de dois principais fatores condicionantes. Que fatores são esses?

A temperatura e a pressão do ambiente.

96 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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8. Os minerais são fundamentais na constituição de rochas, devido a compostos químicos originados
a partir de processos naturais que ocorreram na crosta terrestre ou entre o manto e o núcleo. Cada
um apresenta propriedades únicas associadas à sua estrutura química e podem ser classificados
de acordo com suas peculiaridades. Então, cite as principais propriedades físicas empregadas
na identificação dos minerais.

Cor, brilho, traço, clivagem, densidade e dureza.

9. Uma rocha é um conjunto de minerais que foram se formando ao longo dos anos. Dentro de
uma jazida, encontram-se depósitos naturais de minério. Baseando-se em tal afirmação, qual a
diferença entre minerais e minérios?

Minerais são compostos químicos originados a partir de processos naturais que ocorrem na crosta

terrestre ou entre o manto e o núcleo. Minérios são agregados de minerais, sendo considerados

recursos naturais de grande importância econômica.

10. Associe uma coluna à outra, no que se refere à origem das rochas:

a. rochas magmáticas.

b. rochas sedimentares.

c. rochas metamórficas.

( b ) Originam-se pelos sedimentos de minerais que são trazidos pelos ventos ou pelas chuvas e
se depositam em uma rocha já existente.

( c ) Originam-se da transfomação de outros tipos de rocha.

( a ) Originam-se a partir da lava que é liberada após uma erupção vulcânica.

11. Dentro de uma jazida, podem ser instalados pontos de exploração autorizados pelo governo.
Explique como isso pode afetar o meio ambiente.

Resposta pessoal.

Capítulo 6 - Minerais e rochas 97

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (UFG – Adaptada) Veja a tira a seguir. 2. (Mackenzie – Adaptada) As colunas que


pendem do teto de uma caverna são as
estalactites, e as que se formam em seu piso,
a partir dos respingos caídos do teto, são
as estalagmites. Ambas se originam da pre-
Tirinha de Calvin e Haroldo sobre as rochas
cipitação e solidificação de bicarbonato de
Fonte: MOREIRA, João Carlos; SENE, Eustáquio de. Geografia para o ensi- cálcio, que se encontra dissolvido na água.
no médio: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2002. p. 467.

Sobre as rochas, pode-se afirmar que:

(V) as ígneas, ou magmáticas, formam-se pelo


resfriamento e pela solidificação do magma.

(F) o arenito, utilizado na correção de acidez


do solo, é uma rocha dita metamórfica,
pois sua formação está ligada à ação
da temperatura e da pressão em rochas
preexistentes.
Assinale a alternativa que indica o grupo de
(V) as rochas sedimentares são formadas pelo
rochas a que as estalactites e estalagmites
acúmulo de sedimentos de outras rochas.
estão associadas.
(V) o basalto, utilizado na construção civil, é um
a) Rochas sedimentares detríticas, formadas pela
exemplo de rocha ígnea extrusiva, formada
decomposição e deposição de detritos de
com o magma das erupções vulcânicas.
rochas preexistentes.
(V) as metamórficas se originam a partir da
b) Rochas sedimentares de origem orgânica,
metamorfose sofrida em outros tipos de
formadas pelo acúmulo de detritos orgânicos.
rocha.
c) Rochas sedimentares de origem química, isto
a) V-V-F-F-F.
é, formadas pela deposição de sedimentos
b) V-F-V-V-V. por processos químicos.
c) F-V-F-F-V. d) Rochas ígneas, quando submetidas a cer-
d) F-F-V-V-V. tas condições de temperatura e pressão no
interior da Terra.
e) V-F-F-V-V.

98 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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e) Rochas sedimentares de origem química, 4. (Unicap – Adaptada) Rocha é um agregado
formadas pelo acúmulo de detritos orgânicos. natural, formado de um ou mais minerais, que
constitui parte essencial da crosta terrestre. São
3. (Unemat – Adaptada) A crosta terrestre é exemplos de rochas magmáticas, sedimentares
formada por minerais e rochas. Estas últimas e metamórficas, respectivamente:
podem ser definidas como agrupamentos de
a) mármore, basalto e calcário.
minerais, que, por sua vez, são compostos de
elementos químicos. Analise as proposições b) arenito, basalto e gnaisse.
sobre as rochas e assinale F para falsa e V c) basalto, mármore e petróleo.
para verdadeira.
d) gnaisse, granito, arenito.
(V) As rochas ígneas, ou magmáticas, forma-
e) basalto, arenito e mármore.
ram-se a partir do resfriamento e da solidi-
ficação do magma, material em estado de 5. (UFRN) A Europa, em abril de 2010, foi sur-
fusão de que é constituído o manto. preendida por uma nuvem de cinzas vulcânicas
(F) As rochas ígneas foram, originalmente, liberada pela erupção do Eyjafjallajökull, na
rochas magmáticas, sedimentares ou me- Islândia. A erupção desse vulcão, assim como
tamórficas que, pela ação do calor ou a de outros dispersos na superfície da Terra,
pela pressão existente no interior da Terra, pode provocar alterações na vida das pessoas,
adquiriram outra estrutura. bem como na dinâmica da natureza. Nesse
sentido, a erupção vulcânica constitui-se um
(V) As rochas sedimentares derivam de rochas
fenômeno natural que pode causar:
que sofreram a ação de processos erosivos,
como atividades realizadas pela água, a) a formação de rochas metamórficas e os
pelo vento, por reações químicas e físicas tremores de terra.
e pela ação dos seres vivos. b) a elevação da temperatura global e o em-
(F) O basalto, o calcário e o arenito são exem- pobrecimento da fertilidade dos solos.
plos de rochas metamórficas. c) a formação de rochas magmáticas e o enri-
quecimento da fertilidade dos solos.
Assinale a alternativa correta.
d) a redução da temperatura global e a forma-
a) V, V, F, F. ção de cadeias montanhosas.
b) V, F, V, V.
6. (UEM) Sobre as rochas que compõem a crosta
c) V, F, V, F terrestre, assinale a alternativa correta.
d) F, V, F, V. a) As rochas sedimentares formaram-se pelo
e) F, V, V, V. resfriamento e pela solidificação de minerais
da crosta terrestre, isto é, o magma.

Capítulo 6 - Minerais e rochas 99

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b) As rochas metamórficas formaram-se a partir 8. (UFV) Observe a figura abaixo:
das transformações sofridas pelas rochas O ciclo das rochas

magmáticas e sedimentares quando submeti-


das ao calor e à pressão do interior da Terra. Rochas
sedimentares
Intemperismo
c) As rochas magmáticas formaram-se a partir
Metamorfismo
da compactação de sedimentos de outras Compactação Transporte
Fusão Intemperismo
rochas.

d) O arenito e o calcário são exemplos de Rochas metamórficas Magma Sedimentos soltos

rochas metamórficas.
Transporte
e) O gnaisse e o mármore são exemplos de
Metamorfismo Intemperismo
rochas sedimentares.
Rochas ígneas

7. (UFC) A crosta terrestre é constituída por grande No decorrer do tempo geológico, as rochas
variedade de rochas, classificadas em ígneas, passam por diversas modificações e se transfor-
metamórficas e sedimentares, exemplificadas mam. Com base na figura acima e nos conhe-
nos grupos a seguir: cimentos sobre a dinâmica da crosta terrestre,
I. Granito e basalto. assinale a afirmativa incorreta.

II. Gnaisse e mármore. a) As rochas ígneas são formadas a partir do


resfriamento do magma, levando à formação
III. Arenito e calcário.
de rochas como o granito.
Assinale a alternativa que indica, respectiva- b) O intemperismo transforma as rochas íg-
mente, exemplos de rochas ígneas e rochas neas em metamórficas, como ocorreu com
sedimentares: a formação do calcário na região de Sete
a) II e III. . Lagoas (MG).

b) I e II. c) As rochas metamórficas são mais resistentes ao


intemperismo do que as rochas sedimentares,
c) III e I.
permitindo o uso destas na construção civil.
d) II e I.
d) As rochas sedimentares são formadas pelo
e) I e III processo de compactação do material oriun-
do do intemperismo e do transporte das ro-
chas ígneas ou metamórficas.

e) As rochas metamórficas resultam da trans-


formação de rochas antigas, submetidas à
pressão ou elevação de temperaturas, como
é caso do gnaisse.
100 Eixo 2 - Terra e Universo - 6o ano

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9. A cristalização é o processo de solidificação 12. Rochas metamórficas são estruturas sólidas for-
do magma, que se transforma em: madas a partir do processo de transformações
de outras rochas preexistentes. Essa transforma-
a) rochas metamórficas.
ção ocorre graças à alteração das condições
b) rochas ígneas. de ambiente, temperatura e pressão em relação
c) rochas fundidas. ao ponto em que essas rochas se originaram.
Com base nessas informações e em seus co-
d) rochas sedimentares.
nhecimentos em Geografia Física, assinale a
e) rochas cristalinas. alternativa que indica um local onde é mais
provável a ocorrência do fenômeno citado.
10. (Ufam – Adaptada) O diorito e o granito
são exemplos de rochas: a) Chapada Diamantina, Brasil.

b) Parque Nacional Yellowstone, EUA.

c) Deserto do Saara, África.

d) Cordilheira dos Andes, América do Sul.

e) Golfo Pérsico, Oriente Médio.

13. (EEEP) Algumas rochas são originadas a


partir da consolidação do magma, sendo que,
através de sua textura, pode-se determinar as
condições geológicas em que essas rochas
a) magmáticas vulcânicas. se formaram. Ao saber a textura, consegue-se
b) magmáticas extrusivas. determinar o tamanho e a disposição dos mi-
nerais que compõem a rocha.
c) magmáticas plutônicas.
Assinale a alternativa que contém corretamente
d) metamórficas. a sua denominação e um respectivo exemplo
e) sedimentares. dessa rocha.

11. Em qual tipo de rocha são encontradas reser- a) magmática / argilito.


vas de petróleo, gás natural e carvão mineral? b) sedimentar / estalactite.
a) Sedimentares. c) metamórfica / granito.
b) Intrusivas. d) sedimentar / basalto.
c) Plutônicas. e) magmática / granito.
d) Magmáticas.

e) Metamórficas.

Capítulo 6 - Minerais e rochas 101

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Eixo
Vida e evolução

Integração, suporte e controle corporal.

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Capítulo 7 – Célula: a unidade da vida
Capítulo 8 – Revestimento, sustentação e movimento
Capítulo 9 – Os sentidos
Capítulo 10 – Sistema nervoso
Capítulo 11 – Sistema endócrino
Capítulo 12 – Alimentação e saúde
Capítulo 13 – O sistema digestório
Capítulo 14 – A circulação
Capitulo 15 – A respiração e a excreção

Não paramos nem por um minuto, pois, mesmo com o nosso corpo em repouso, o
nosso organismo permanece em constante movimento, nossas células funcionam como uma
fábrica, na qual cada setor (as organelas celulares) trabalha para que o organismo funcio-
ne da melhor maneira realizando nossas atividades diárias.
A descoberta das células abriu o caminho para que pudéssemos entender melhor
as interações do organismo humano. Ao perceber que uma unidade microscópica pode
ser fundamental para a existência de nossa espécie, o ser humano conseguiu entender
sua existência partindo do micro para o macro, ou seja, da célula até o indivíduo.
Qualquer atividade realizada pelo nosso corpo depende da intera-
ção de nossas células, órgãos e tecidos. Em função dessa relação, são for-
mados os sistemas responsáveis pelos nossos movimentos, pela respiração,
digestão, etc. Os sistemas que compõem nosso organismo nos tornam
aptos a perceber, apreciar e nos comunicar com o meio exterior.
Essa troca entre os meios interno e externo é o que possibilita as
diversas sensações que podemos viver.
Nesta unidade, estudaremos desde a compo-
sição celular, na qual veremos com detalhes as carac-
terísticas estruturais básicas do nosso corpo, até
os órgãos responsáveis pela manutenção do
nosso organismo.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento

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Capítulo 7

Célula: a unidade da vida


Onde começa a vida?
Essa não é uma pergunta muito fácil de responder. Embora definir a
vida não seja fácil, podemos começar identificando as características mais
básicas de um ser vivo. Todo projeto, para se concretizar, precisa começar: o
primeiro passo da caminhada, o primeiro tijolo da casa, etc. Nesse sentido,
podemos afirmar que o “projeto vida” começa na célula.

As células
Você certamente já viu uma rolha de garrafa de vinho ou champanhe,
não foi mesmo? Pois bem, elas são feitas de cortiça, material de grande
importância para o estudo da célula. Assunto que veremos neste capítulo.
O cientista inglês Robert Hooke (1635–1703) desenvolveu um microscópio
adaptado com duas lentes sobrepostas, no qual pôde observar pequenos obje-
tos, animais e plantas. Hooke dedicou-se ao estudo das cortiças, material leve e
flutuante que é de origem vegetal e é muito usado para fazer rolhas de garrafas.
A curiosidade o levou a cortar a cortiça em fatias bem finas para que pudessem
ser observadas em seu microscópio. E, assim, ele percebeu que a cortiça era
formada por pequenos compartimentos delimitados por paredes espessas, os quais
nomeou de célula, que, em latim, significa quarto ou pequeno compartimento.

Desenho feito por Robert Hooke


a partir da observação de um
Microscópio de Hooke. pedaço de cortiça.

104 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O que Hooke não sabia naquela época é que a cortiça é um tecido
vegetal morto, que tem como função proteger o caule da árvore; sendo
assim, as extensões encontradas por ele eram apenas o espaço onde
antes existiam células vivas.

Robert Hooke, cientista inglês do século XVII, foi uma criança de saúde
frágil, porém com grande espírito investigativo. Dedicou-se ao estudo das artes,
aprimorando sua habilidade para o desenho. No entanto, o cheiro das tintas
causava intensas dores de cabeça, o que fez com que ele desistisse das aulas
de pintura. Em 1666, após um grande incêndio em Londres, Hooke demonstrou
suas habilidades como arquiteto, supervisionando a reconstrução da cidade.
Um de seus maiores feitos foi a escrita do livro Micrographia, em que chamou
Robert Hooke
de células as estruturas ocas da cortiça.

Em 1838, continuando os estudos da estrutura celular, o botânico alemão


Matthias Schleiden (1804–1881) afirmou que a célula era responsável pela
composição de todos os vegetais. Sua conclusão foi complementada em
1839 pelo zoólogo alemão Theodor Schwann (1810–1882), que declarou
que todos os seres vivos eram compostos por células. As descobertas desses
cientistas deram origem à Teoria Celular.
Em 1858, a Teoria Celular incorporou outra sentença ao seu conceito. Matthias Schleiden
O cientista alemão Rudolf Virchow (1821–1902) declarou que as células só
poderiam se originar de outras células preexistentes, esclarecendo os ques-
tionamentos sobre a origem celular. Logo, de acordo com a Teoria Celular,
todo ser vivo é formado por células e toda célula deriva de outra preexistente.
Dessa forma, podemos concluir que a célula é a unidade fundamental
na composição dos seres vivos. Ela é responsável pelas atividades mais
Theodor Schwann

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 105

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importantes à manutenção da vida e é composta por diversas estruturas
responsáveis pelo pleno funcionamento celular.
Vamos entender melhor a definição de célula? Dizemos que a célula
é uma unidade estrutural, porque ela é o elemento básico para a constru-
ção do corpo dos seres vivos; uma unidade funcional, porque é a menor
fração corporal de um ser vivo que desempenha as funções que garantem
a sobrevivência deste; e uma unidade genética, porque, nela, está contida
a informação hereditária.
Os organismos vivos podem ser formados por apenas uma ou por
várias células. Quando formados por apenas uma célula, são classificados
como unicelulares, como é o caso das bactérias. Quando formados por
mais de uma célula, são seres pluricelulares, como as plantas e os animais.
A célula possui uma organização própria, que inclui alguns elementos
básicos: membrana plasmática, citoplasma e material genético. Embora
todas as células tenham uma composição química semelhante e apresentem
esses componentes fundamentais, existem diferentes estruturas celulares.
Na maioria dos seres vivos, o material genético está contido em um
compartimento específico na célula: o núcleo celular. Porém, as bactérias
apresentam células mais simples, que não contêm núcleo. Essas células
são classificadas como procarióticas. Nas células procarióticas, o material
genético fica disperso no citoplasma.
Núcleo
Membrana plasmática

Ribossomos DNA

Citoplasma

Fímbrias

Parede celular

Cápsula Membrana plasmática


Nucléolo

Flagelo Esquema de uma célula procarionte e eucarionte, respectivamente.

106 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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As células dos outros seres vivos — animais, plantas, fungos, algas e
protozoários — são chamadas eucarióticas, isto é, apresentam membranas
que delimitam o núcleo, no interior do qual o material genético fica abrigado.
Podem ser observados, na região do citoplasma, inúmeros e diminutos
corpúsculos denominados organoides, ou organelas citoplasmáticas, que
desempenham funções variadas. Vamos entender um pouco sobre essas
estruturas e sobre seus elementos?

Membrana plasmática

A membrana plasmática, plasmalema, ou membrana celular, é uma


película fina e elástica que envolve a célula. Tem a função de delimitar e
proteger as células. Exerce um papel fundamental no controle do acesso de
substâncias que estão entre a célula e o meio em que se encontra. Por isso,
a permeabilidade da membrana é classificada como seletiva.
Esse trânsito entre os elementos de dentro e os de fora da célula pode
acontecer de duas maneiras. Se as substâncias se deslocam sem gasto de
energia, dizemos que há um transporte passivo. Quando é necessário
um gasto de energia para que determinada substância entre ou saia da
célula, identificamos o transporte ativo.

Colesterol
Grupo de carboidratos
de um glicolipídio
Fosfolipídio

Grupo de carboidratos Proteína


de uma glicoproteína associada

A membrana divide-se
Superfície extracelular em camadas.
da membrana

Proteína
transmembrana

Superfície intracelular
da membrana

Modelo do Mosaico Fluido.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 107

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O modelo mais aceito para a representação da membrana plasmática
é o de Seymour Jonathan Singer e Garth L. Nicolson, de 1972, conhecido
como o Modelo do Mosaico Fluido.
Esse modelo mostra um conjunto de proteínas dentro de uma dupla ca-
mada de moléculas especiais chamadas de fosfolipídios. Essas moléculas
podem se mover da esquerda para a direita ou de cima para baixo entre as
camadas e permitem a reorganização da membrana, caso seja necessário.

As proteínas são biomoléculas responsáveis por grande parte das funções celulares, além de fazerem
parte de várias reações químicas vitais e serem de fundamental importância para o desenvolvimento dos
seres vivos. As proteínas são formadas por várias moléculas menores conhecidas como aminoácidos.
Existem vinte tipos de aminoácido que participam da formação das proteínas. Destes, doze podem ser
produzidos por nossas células e, por isso, são chamados de aminoácidos naturais, ou não essenciais.
Os oito restantes não são produzidos por nosso organismo e são chamados de aminoácidos essenciais.
Os aminoácidos essenciais estão presentes em alimentos ricos em proteínas, como leite, peixe, ovos, carne
e leguminosas (feijão, lentilha e soja, por exemplo).

Citoplasma

O citoplasma é um dos principais elementos da estrutura celular. Trata-se


da região intermediária da célula, compreendida nas células eucarióticas,
entre a membrana plasmática e o núcleo.
É formado por um material gelatinoso, conhecido como citosol, ou hialo-
plasma, e suas principais funções são promover movimentos dentro da célula,
produzir, transportar, armazenar e modificar moléculas. Para que tudo funcione
corretamente, o citoplasma tem várias estruturas, as chamadas organelas.
Veremos, a seguir, quais são e qual a funcionalidade de cada uma delas.

Mitocôndria

Mitocôndrias são as organelas responsáveis pela respiração celular, ati-


vidade que possibilita à célula usar a energia obtida dos alimentos para manter
o desempenho de suas atividades. As mitocôndrias são formadas por duas
membranas, uma externa e uma interna, que se apresentam como se fosse um
pequeno labirinto. Dizemos que essa membrana interna é a crista mitocondrial.

108 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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É através da junção da glicose, obtida na alimentação, com o gás
oxigênio obtido na respiração, que as mitocôndrias produzem energia e
liberam resíduos (água e gás carbônico).
Partículas
sintetizadoras de ATP

DNA

Espaço
intermembranoso

Grânulos

No interior da mitocôndria,
Ribossomos acontece a respiração ce-
Membrana interna lular, na qual ocorrem rea-
ções químicas liberando
Membrana externa energia para a célula.
Matriz

Ribossomos

Dentre as várias substâncias produzidas pelas células, as proteínas


se destacam, pois são responsáveis por várias atividades funcionais da
estrutura celular. As organelas que têm por finalidade a produção (síntese)
da proteína são conhecidas como ribossomos.
Os ribossomos podem aparecer tanto isolados no citoplasma quanto
aderidos ao retículo endoplasmático.

Retículo endoplasmático

São canais e bolsas especiais delimitados por membranas. Encontram-se


próximos do núcleo. Suas principais funções são o transporte e a distribuição
de substâncias pelo interior da célula e para fora dela.
O retículo endoplasmático é dividido em dois: o REL e o RER.
Retículo endoplasmático liso, ou não granuloso (REL): possui sistemas
de túbulos sem a presença de ribossomos nos canais. É capaz de
produzir algumas substâncias, como o colesterol.

Retículo endoplasmático granuloso, ou rugoso (RER): contém túbulos


achatados e aspecto granuloso, pois existem muitos ribossomos ligados
à sua membrana. É onde ocorre a maior produção de proteínas.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 109

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Envoltório Núcleo
nuclear Cisternas
Lúmen

Ribossomos

REL em laranja e RER na cor Retículo


azul. Observe os ribossomos endoplasmático
rugoso Retículo
no RER (pontinhos verdes).
endoplasmático liso

Complexo golgiense
É uma estrutura formada por um conjunto de pequenos sacos membra-
nosos achatados, chamados de dictiossomos, que são interligados entre
si, assemelhando-se a uma pilha de pratos. O complexo golgiense tem a
função de armazenamento e secreção de substâncias recebidas, além de
ser responsável pela formação dos lisossomos.
Lisossomo Região interna
(lúmen)
Membranas
achatadas

Centríolos
São organelas não envolvidas por membrana que possuem uma es-
trutura em formato cilíndrico, composta de nove grupos de três microtúbulos
proteicos, como podemos observar na figura a seguir.

Na imagem, observa-se a
estrutura de um centríolo. Os
centríolos participam do pro-
cesso de divisão celular e da
formação de cílios e flagelos.

Microtúbulos proteicos

110 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Lisossomos
Os lisossomos são pequenas bolsas arredondadas que apresentam, Outro processo im-
em seu interior, substâncias que destroem ou modificam compostos orgâni- portante de se conhe-
cos. Chamamos essas substâncias de enzimas digestivas, que estimulam cer é o da clasmoci-
tose, que também é
a digestão do que comemos. O mesmo mecanismo é utilizado quando
conhecida como exo-
existe a presença de um corpo estranho; nesse caso, os lisossomos atuam citose, que nada mais
na defesa celular, destruindo esse “invasor”. é do que um processo
Algumas substâncias necessárias para a sobrevivência da célula são de eliminação de re-
absorvidas por um processo chamado de endocitose, transporte de subs- síduos celulares que
não foram digeridos.
tâncias de fora para dentro da célula. Através dos pseudópodes, falsos
pés em forma de pinça, a célula envolve a molécula e a insere no meio
intracelular, dentro da célula. Essa atividade pode ser utilizada como uma
forma de alimentação ou como mecanismo de defesa.
A endocitose pode ser de dois tipos: fagocitose ou pinocitose. Utilizamos
o termo fagocitose para tratar do englobamento de partículas sólidas. A
célula se expande para envolver a molécula e depois a absorve. O mate-
rial absorvido fica contido dentro de uma bolsa denominada fagossomo.
Chamamos de pinocitose a condução de líquidos e pequenas par-
tículas para o meio intracelular. Nesse processo, a membrana forma um
canal que, ao mesmo tempo que se aprofunda para a absorção, estreita
as bordas para abranger a partícula. A bolsa formada com a molécula
introduzida é o pinossomo.

A membrana
Molécula A membrana
Pequenas partículas plasmática sofre
plasmática envolve
dissolvidas em água. invaginação e
o material a ser
engloba o material
ingerido (pseudópodes)
a ser ingerido.

Pinossomo

Fagossomo
Citoplasma Citoplasma

Núcleo Núcleo

Nas imagens acima, é possível observar como acontece o processo da fagocitose à esquerda e o da pinocitose à direita.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 111

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As diferenças entre a célula vegetal e animal
Depois da des- Existem células com diferentes formatos, tamanhos, com maior abundância
coberta da célula,
de algumas organelas em relação a outras, etc. Se isso ocorre dentro de um
outros pesquisadores
passaram a estudar mesmo ser vivo, imagine comparando indivíduos que são de grupos diferentes
as diversas partes das de seres vivos! As células vegetais e animais, por exemplo, possuem muitas
plantas; posteriormente, semelhanças em sua composição e estrutura. Porém cada uma dessas células
os animais também fo- desempenha funções diferentes e, por isso, requerem estruturas específicas.
ram estudados. Logo foi
Comparando as células vegetais e animais, percebemos três componentes que
descoberto o material
gelatinoso que constitui são observados apenas no primeiro tipo, nos vegetais. São eles:
o citoplasma das célu- Parede celular: é um envoltório espesso e rígido, composto por celulose.
las. Em 1833, o bo- A parede celular contorna a célula vegetal, auxiliando na manutenção
tânico escocês Robert de sua forma e conferindo a ela maior resistência e rigidez. Tem a
Brown (1773–1858)
função de proteger e sustentar a célula.
constatou que a gran-
de maioria das células Plastos: organelas que acumulam substâncias nutritivas e pigmentos
tinha uma estrutura in- fotossintetizantes. Os mais conhecidos são os cloroplastos, que acu-
terna ovoide ou esféri-
mulam clorofila, substância essencial no processo da fotossíntese.
ca, a que chamou de
núcleo. Vacúolos: nas células animais, os vacúolos são raros. Eles armazenam
água, sais minerais e outras substâncias de interesse para a célula.

A seguir, podemos ver as duas células (animal e vegetal) e seus


componentes.

Célula animal Célula vegetal


Parede celular
Núcleo Retículo Vacúolo Membrana
Membrana endoplasmático plasmática
plasmática Núcleo
Citoplasma Cloroplastos

Citoplasma

Complexo
golgiense
Complexo
golgiense
Mitocôndria
Mitocôndria

Centríolos
Lisossomos Retículo
Ribossomos endoplasmático Ribossomos Lisossomos

Estruturas das células animal e vegetal. Analisando as imagens, você pode perceber também que nas células vegetais não
há centríolos, embora eles possam ser encontrados na célula animal.

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Núcleo

O núcleo é o centro de controle das atividades celulares. Foi o botâ-


nico Robert Brown que observou a existência de um corpúsculo geralmente
arredondado no interior da célula e o nomeou núcleo, inspirado pelo
vocábulo nux, que, em grego, significa semente.
O núcleo é envolto por uma membrana dupla dotada de poros que
facilita a troca de substâncias entre o meio interno e o citoplasma. Essa
membrana é conhecida como carioteca, ou envoltório nuclear.
A extensão do núcleo é preenchida por um material gelatinoso deno-
minado de nucleoplasma, ou cariolinfa. Imerso na cariolinfa, encontramos
o nucléolo, organela esférica não delimitada por membrana que tem por
finalidade a formação e organização dos ribossomos.
Por fim, identificamos a cromatina, que é o material genético da célula.
É dela que se originam os cromossomos na divisão celular.
Os cromossomos são constituídos por longas moléculas de ácido de-
soxirribonucleico (DNA) e proteínas. O DNA é o responsável por guardar
todas as informações necessárias ao crescimento, ao desenvolvimento e à
reprodução da célula. É ele que contém as informações que expressam as
nossas características e que são herdadas de nossos pais.

Carioteca
Cromatina

Nucléolo

Nucleoplasma

Retículo
endoplasmático

Poro

Estrutura do núcleo

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 113

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A cromatina, palavra utilizada para nomear a cor do interior do
núcleo das células, é formada por proteínas e DNA. Chamamos de cro-
mossomos a parte que reúne o conjunto de genes, unidades importantes
da hereditariedade, de toda molécula de DNA.
O DNA é conhecido como a molécula da vida. É formado por milhares
de nucleotídeos (conjunto de moléculas) unidos uns aos outros. A estrutura
do DNA tem a aparência de uma dupla fita, uma ligada à outra. Só para
ter uma ideia, o DNA de uma única célula, esticado, mede aproximada-
mente 1,7 m.
O DNA fica enovelado em proteínas especiais chamadas de histonas,
que são semelhantes a uma linha enrolada no carretel. Como nós temos
aproximadamente 60 trilhões de células, cada pessoa tem em média 102
bilhões de quilômetros de DNA em seu corpo.

Célula

Núcleo

Cromossomo DNA
Adenina
Timina
Guanina
Citosina

DNA

Graças ao DNA único,


cada indivíduo possui ca-
racterísticas distintas.

114 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Considerando o núcleo, as células podem ser classificadas como:
Anucleadas: quando não possuem núcleo. Exemplo: hemácias.

As hemácias são responsáveis


pelo transporte de oxigênio
para todo o nosso corpo.

Mononucleadas: quando possuem apenas um núcleo. Exemplo: células


nervosas (neurônios).

Os neurônios compõem o sis-


tema nervoso e são respon-
sáveis pela transmissão dos
impulsos nervosos.

Multinucleadas, ou polinucleadas: quando apresentam mais de um


núcleo. Exemplo: células do músculo esquelético.

Feixe

Núcleos
Visão de uma fibra muscular es-
quelética (célula muscular) multi-
nucleada. A função dessa célula
é a contração e o relaxamento
Fibra muscular muscular, responsáveis pelos
movimentos do nosso corpo.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 115

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Até agora, estudamos a estrutura própria das células dos eucariontes.
Esses organismos podem ser unicelulares, como as amebas, ou pluricelulares,
Em muitas bacté-
rias, além da mem- como os animais e as plantas.
brana plasmática e Há, no entanto, organismos nos quais o material genético não está
da parede celular, revestido pela carioteca. Esses seres são os procariontes. Nas células pro-
observa-se a existên- carióticas, existem nucleoides, pois ocorre ausência do núcleo delimitado.
cia de outra estrutura
Seu material genético está disperso no citoplasma.
de revestimento mais
externa: a cápsula. Tanto na célula eucariótica quanto na célula procariótica, há presença
Elas são chamadas de material genético.
de bactérias en-
Citoplasma
capsuladas, como Membrana plasmática
Ribossomos
a S t re p t o co ccu s Fímbrias DNA Flagelo

pneumoniae, uma
das causadoras de
pneumonia no ser
humano. A cápsula
bacteriana favorece Cápsula
a adesão das bacté-
rias a superfícies, evi- Par
P
Pa
Parede celular
ta sua desidratação
e confere proteção. Esquema de uma célula procariótica. O DNA encontra-se espalhado pelo citoplasma.
É reconhecida por
aumentar o poder de
virulência das bacté-
rias patogênicas, já
que dificulta a atua-
ção dos mecanismos
de defesa do sistema
imunológico, como a
fagocitose promovida
pelos macrófagos.
Cromossomo

A T

C G
A T

Vista do núcleo (círculo na cor cinza) con-


Histonas
tendo o cromossomo e seus componentes:
histonas (proteínas) e DNA.
DNA

116 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Não se sabe ao certo quando o primeiro microscópio foi inventado, nem mesmo quem foi o
seu criador. Segundo os registros, o uso de lentes de vidro para aumentar a visão dos objetos já era
do conhecimento dos gregos antigos. No entanto, foi apenas em 1595, aproximadamente, que o
fabricante de óculos holandês Zacharias Janssen (ou seu pai, Hans Janssen, ou ainda ambos) utilizou
lentes feitas para ampliar objetos.
O cientista inglês Robert Hooke foi o primeiro a utilizar a sobreposição de lentes, em 1655,
decidindo observar algumas estruturas, como penas de aves, insetos e cortiça. Na Holanda, o cien-
tista Anton van Leeuwenhoek (1632–1723) abriu uma loja de tecidos. Ele utilizava lentes de aumento
simples para avaliar a qualidade dos tecidos, produzindo, assim, microscópios simples para observar
estruturas vivas, realizando as primeiras descrições de bactérias, protozoários, espermatozoides e
glóbulos vermelhos. Embora seu microscópio fosse de difícil utilização, permitia um aumento de quase
200 vezes, o que era bastante avançado para a época.
Tanto o microscópio de Hooke quanto o de Leeuwenhoek precisavam de bastante luz para ob-
servar os objetos. Com o desenvolvimento das tecnologias, esses microscópios foram aperfeiçoados
cada vez mais, dando origem aos atuais microscópios de luz, que podem ampliar os objetos em
até duas mil vezes. Hoje já existem outros tipos de microscópios, cada um deles adequado a um
fim específico. Um dos mais potentes é o microscópio eletrônico, desenvolvido em 1933, que utiliza
feixes de elétrons em vez de luz, permitindo ampliações de até cem mil vezes.

Microscópio simples de Leeuwenhoek (à esquerda), microscópio óptico (ao centro), microscópio eletrônico (à direita).

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 117

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Organização do corpo humano

Somos formados por trilhões de células. Cada uma delas realiza uma
função específica em nosso organismo.

Células Células Células


nervosas Células
Células pulmonares sanguíneas
cardíacas
ósseas

Células
hepáticas Células
musculares

Células
Células pancreáticas
renais

Células reprodutoras Células reprodutoras


Espermatozoide Ovócito
(gameta masculino) (gameta feminino)

Esquema da diversidade de células do corpo humano, demonstrando que cada uma tem uma função específica para que
o corpo funcione em sua totalidade.

Do mesmo modo que podemos dividir o corpo em várias partes, tam-


bém podemos dividir as células em vários grupos e tipos distintos.
Todas as células têm origem em uma única célula: o zigoto, formado
O corpo humano
possui mais de 220 pela união do espermatozoide (do homem) com o óvulo (da mulher). Du-
bilhões de células. rante a gravidez, o zigoto se divide em duas outras células, que também se
Algumas chegam a dividirão em mais duas, e assim sucessivamente até a formação do bebê.
viver apenas um dia Embora todas as células tenham uma mesma origem e uma estrutura
e meio; outras, até cin-
parecida, elas realizam atividades diferentes para manter o organismo
co meses; e algumas
duram a vida inteira. funcionando. Por esse motivo, durante seu desenvolvimento, as células pas-
sam por um processo conhecido por especialização (ou diferenciação),
no qual ocorre uma adaptação de suas estruturas às atividades que elas
irão desempenhar.

118 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Observe o esquema a seguir:

Células nervosas

Células sanguíneas

Primeira célula Multiplicação Início da


(zigoto) do zigoto especialização Células

é musculares
celular

Apesar de se diferenciarem em tipos distintos de célula, seu código genético permanece o mesmo.

As células com estruturas similares se reúnem para realizar uma mesma


função em um nível mais complexo de organização, que é o tecido. Os
animais possuem quatro tipos principais de tecido:
Tecido epitelial: é composto por várias células que estão muito próximas
umas das outras. É um tecido avascular, ou seja, não possui vasos
sanguíneos, por isso sua nutrição depende dos tecidos conjuntivos que
se encontram abaixo dele. As funções principais do tecido epitelial
são revestimento e proteção, desempenhadas pelos chamados epi-
télios de revestimento, secreção de substâncias (função dos epitélios
glandulares). No corpo humano, o epitélio é encontrado na epiderme
(camada superficial da pele), nas mucosas (revestimento interno de
cavidades como boca e ânus), nas serosas (revestimento externo de
alguns órgãos, como o pericárdio, que reveste o coração), em alguns
órgãos internos e nas glândulas (estruturas responsáveis por produzir
substâncias líquidas, como o suor, a saliva e os hormônios).

Tecido conjuntivo: é o que se encontra em maior quantidade em nosso


corpo e é responsável por preencher o espaço entre os tecidos e mantê-los
unidos. As células que o compõem se encontram afastadas umas das outras
e são unidas por uma substância conhecida como matriz intercelular, que é
composta por água e fibras. Existem vários tipos de tecido conjuntivo, como:
o cartilaginoso (quando forma cartilagem, presente no nariz e nas orelhas,
por exemplo), o adiposo (quando reserva gordura), o ósseo (quando forma
os ossos, para a sustentação e proteção) ou o sanguíneo (quando forma
o sangue, com função de defesa, transporte de oxigênio e coagulação).

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 119

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Tecido muscular: apresenta células dotadas de contratilidade, ou seja,
que são capazes de contrair e relaxar, propiciando, assim, os movi-
mentos tanto em estruturas locomotoras quanto em órgãos internos.

Tecido nervoso: tem como função captar estímulos ambientais ou


do próprio corpo, conduzir impulsos nervosos e interpretá-los para a
coordenação das funções dos órgãos.

Os tecidos, por sua vez, unem-se em estruturas maiores, chamadas de


órgãos. Um órgão é um conjunto formado por um ou mais tecidos diferentes
que atuam simultaneamente para realizar uma função em nosso corpo. O
estômago, o coração, o ovário e os rins são exemplos de órgãos.
Um conjunto de órgãos que trabalha de maneira interligada forma
um sistema. Dentro do nosso corpo, há vários sistemas em funcionamento:
digestório, genital, respiratório, cardiovascular, linfático, urinário, esquelético,
muscular, nervoso e endócrino. Todos esses sistemas trabalham concomi-
tantemente, formando o que conhecemos por organismo.

Sistema Sistema Sistema Sistema Sistema Sistema


cardiovascular nervoso respiratório digestório esquelético muscular

Alguns sistemas do corpo humano.

Qualquer atividade realizada por um ser vivo precisa da integração


desses sistemas. Por exemplo, quando respondemos a uma prova em sala
de aula, utilizamos o sistema nervoso para transmitir ao cérebro o que nossos
olhos veem e enviamos impulsos nervosos para o sistema muscular, que irá
realizar o movimento da escrita. A energia utilizada para essa atividade

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é conseguida por meio da respiração, realizada pelo sistema respirató-
rio, e da digestão, feita pelo sistema digestório. Quando você responde
questões difíceis da prova, o sistema cardiovascular atua na regulação dos
batimentos cardíacos.
Como podemos ver, nosso corpo funciona de forma integrada, sendo
impossível realizarmos qualquer atividade de maneira isolada. O esquema
a seguir resume os níveis de organização dos seres pluricelulares, tomando
como exemplo a nossa espécie.
TECIDO
Tecido muscular liso

CÉLULA
Célula muscular lisa

ÓRGÃO
Estômago

ORGANISMO

SISTEMA
S
Sistema
S digestório

Níveis de organização do
corpo humano.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 121

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. As células são os componentes fundamentais de todos os seres vivos, não sendo encontradas
apenas nos vírus. Por que dizemos que a célula é a unidade fundamental dos seres vivos? Justifique
sua resposta do ponto de vista estrutural e funcional.

A célula é considerada a unidade fundamental dos seres vivos, porque é o elemento formador

básico de seus organismos. Do ponto de vista estrutural, podemos dizer que atua como os “blocos”

de construção da matéria viva. Já sob a ótica funcional, são as menores frações de um ser vivo

que são capazes de realizar funções vitais.

2. Cite os elementos básicos que podem ser encontrados tanto em células eucarióticas quanto nas
células procarióticas e suas respectivas funções.

Membrana plasmática: delimita a célula e controla o fluxo de substâncias entre os meios intrace-

lular e extracelular.

Citoplasma: está relacionado ao movimento, à sustentação e à manutenção da célula, além de

abrigar as organelas citoplasmáticas.

Material genético: contém as informações fundamentais para a construção e o funcionamento da

célula.

3. Ao observar uma amostra no microscópio, um pesquisador identificou células com núcleo em seu
interior e uma estrutura rígida rodeando a membrana plasmática. A partir desses dados, classifique
essa célula em animal, vegetal ou bacteriana. Justifique sua resposta.

A célula observada é do tipo vegetal, pois apresenta núcleo e parede celular. Embora as células

animais tenham núcleo, elas não possuem parede celular (envoltório rígido ao redor da membrana

plasmática). Também não pode ser uma célula de bactéria porque, apesar de ela possuir parede

celular, não apresenta núcleo.

122 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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4. Antibióticos são medicamentos empregados no tratamento contra doenças causadas por bactérias.
Alguns deles, como o clorafenicol, atuam reduzindo a atividade do organoide citoplasmático denomi-
nado ribossomo. Qual a função celular do micro-organismo que é comprometida nesse caso?

A síntese de proteínas.

5. Qual é a principal diferença entre a célula animal e a célula vegetal?

A célula vegetal possui três estruturas específicas que não são encontradas na célula animal. Essas

estruturas são: parede celular, plastos e vacúolos.

6. As mitocôndrias possuem duas membranas lipoproteicas, semelhantes às demais membranas. A


membrana externa é lisa, enquanto a membrana interna está constituída por numerosas dobras.
Existe diferença de função entre as membranas? Justifique a sua resposta.

Sim. A membrana externa controla a entrada e a saída de moléculas, enquanto a membrana interna,

menos permeável, projeta-se para o interior das mitocôndrias por numerosas dobras, denominadas

cristais mitocondriais, que participam do processo de produção de energia ou respiração celular.

7. A membrana plasmática é um revestimento relativamente fino que envolve a célula. De acordo


com o modelo do mosaico fluido, como essa estrutura se encontra constituída?

Segundo o modelo do mosaico fluido, a membrana plasmática é formada por uma dupla camada

fosfolipídica com proteínas incrustadas. Essas proteínas mudam constantemente de lugar, uma vez

que a dupla camada é fluida.

8. As únicas células anucleadas que existem são as hemácias (células sanguíneas) dos mamíferos
quando adultas, uma vez que perdem seu núcleo durante o processo de desenvolvimento. Explique
porque esse processo é importante para os mamíferos.

Ao perderem seu núcleo, as hemácias, que têm a função de transportar oxigênio e gás carbônico

no organismo, tornam-se mais leves e, portanto, mais rápidas, facilitando sua movimentação através

dos pequenos vasos sanguíneos.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 123

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (UFMT) Os vegetais são parte dos recursos A sequência correta é:


naturais largamente empregados na fabricação a) 1, 3, 4 e 2.
de papel, cuja matéria-prima é a celulose. As-
b) 1, 4, 3 e 2.
sinale a estrutura celular da qual a celulose é
o principal componente. c) 3, 2, 4 e 1.

a) Parede celular. d) 1, 3, 2 e 4.

b) Vacúolo. e) 4, 2, 1 e 3.

c) Membrana celular. 4. A célula vegetal apresenta algumas estruturas


d) Cloroplasto. que permitem distingui-la de uma célula animal.
Entre as alternativas a seguir, marque aquela
e) Mitocôndria.
em que encontramos apenas estruturas ausentes
2. A presença de núcleo bem definido caracteri- em uma célula animal.
za uma célula eucariótica, diferenciando-a de a) Parede celular, peroxissomos e mitocôndrias.
uma célula procariótica. Entre as alternativas
b) Plastos, parede celular e lisossomo.
a seguir, marque aquela que indica o nome
correto da membrana que separa o material c) Cloroplastos, lisossomos e vacúolos.
genético do citoplasma. d) Parede celular, plastos e vacúolos.
a) Carioteca. e) Cloroplastos, mitocôndrias e vacúolos.
b) Membrana plasmática.

c) Parede celular. 5. (UFSM) Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª.

d) Tonoplasto. COLUNA 1

e) Plasmalema. 1. Encontra(m)-se exclusivamente em eucariontes.

2. Ocorre(m) em eucariontes e procariontes.


3. (UFPE – Adaptada) Sobre as funções das
COLUNA 2
estruturas e das organelas, associe as colunas:
( ) Ribossomos.
1. Flagelos ( ) Movimento de célula.
( ) Mitocôndrias.
2. Lisossomos ( ) Fotossíntese.
( ) Membrana plasmática.
3. Cloroplastos ( ) Respiração celular.
( ) Retículo endoplasmático.
4. Mitocôndrias ( ) Digestão intracelular.

124 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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A sequência correta é: 7. (UFRJ – Adaptada) Observando-se uma célula
no microscópio eletrônico, verifica-se a existência
a) 1 - 2 - 1 - 2.
de um sistema membranoso que delimita canais
b) 1 - 2 - 2 - 1. interligados em forma de túbulos. Esse sistema
c) 2 - 1 - 2 - 1. é denominado:

d) 2 - 2 - 1 - 1. a) retículo endoplasmático.

e) 2 - 1 - 2 - 2. b) ribossomo.

c) lisossomo.
6. (UFU) Considere as características das células
A, B e C em termos de presença (+) ou ausência d) mitocôndria.
(–) de alguns de seus componentes, de acordo e) vacúolo.
com a tabela a seguir.
8. (PUC-RIO) As primeiras observações mi-
Células croscópicas de materiais biológicos foram
Componentes celulares
A B C realizadas por Antonie van Leeuwenhoek. A
Parede celular - + + partir daí, o campo da microscopia avançou,
Envoltório nuclear + + - principalmente com o desenvolvimento da
microscopia eletrônica. Considerando os es-
Nucléolo + + -
tudos da organização celular em procariotos
Ribossomos + + +
e eucariotos, verifica-se que:
Complexo de Golgi + + -
a) procariotos não possuem carioteca nem têm
Mitocôndrias + + - material genético.
Cloroplastos - + - b) eucariotos não possuem clorofila e não rea-
lizam divisão celular.
Com base nestas características, assinale a
alternativa correta. c) procariotos apresentam material genético
disperso no citoplasma.
a) A célula B é de um animal, a célula A é de
uma planta e a célula C é de uma bactéria. d) eucariotos não possuem núcleo organizado,
delimitado por envoltório nuclear.
b) As células A e C são heterotróficas, e a
célula B é autotrófica. e) procariotos apresentam mitocôndrias e clo-
roplastos.
c) As células A e B realizam a fotossíntese, e a
célula C realiza a respiração.

d) As células A e B são eucarióticas, e a célula


C é procariótica.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 7 - sustentação
Célula: a unidade
e movimento
da vida 125

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Capítulo 8

Revestimento, sustentação e
movimento
Como vimos no capítulo anterior, durante o desenvolvimento das células
ocorre um processo de especialização denominado diferenciação celular.
O processo de diferenciação celular é importante para o funcionamento
do nosso organismo. As células diferenciadas se adaptam (especializam-se)
para que desempenhem melhor a sua função.
As células se combinam formando os tecidos. Os tecidos, por sua vez,
agrupam-se formando órgãos, estruturas que desempenham funções específicas
para o organismo. Um conjunto de órgãos que trabalham associados constitui
um sistema. Por fim, os sistemas, de forma integrada, constituem um organismo.
Assim, podemos dizer que o nosso corpo funciona por meio de um conjunto
de sistemas que precisam se comunicar harmonicamente para que possamos
desempenhar todas as atividades, tais como respiração, digestão e locomoção.

O sistema locomotor compreende a ação


de dois grupos muito importantes para a
manutenção das nossas funções vitais:
o siste­ma muscular, que compreende os
músculos; e o sistema esqueléti­co, que
compreende os ossos.

126 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Para que possamos nos locomover, por exemplo, precisamos de três
estruturas: os ossos, que formam o esqueleto; as articulações, que permitem
flexibilidade, seja ela de maior ou menor grau; e os músculos, que formam
as paredes dos nossos órgãos internos e proporcionam sustentação ao
corpo, além de exercerem outras funções. Por fim, para o revestimento da
maioria dos órgãos, possuímos a pele.
Neste capítulo, vamos entender as características principais de cada
uma dessas estruturas e saber como e do que são formadas, de que ma-
neira funcionam e qual a relação que estabelecem entre si.

Revestimento corporal

A pele
A pele é o maior órgão do corpo humano. Em um adulto, ela possui,
em média, de 1,5 m2 a 2 m2 e corresponde a, aproximadamente, 15%
da estrutura corporal, sendo considerada o mais pesado dos órgãos
humanos. Tem como principais funções a proteção do organismo contra
agentes externos (micro-organismos), a regulação da temperatura corporal
e a percepção sensorial do ambiente em que vivemos.

Camadas da pele

Epiderme

Derme
A pele pesa, em média,
duas vezes mais do que
o cérebro.
Hipoderme

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 127

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A pele é formada por duas camadas principais: epiderme (formada
por tecido epitelial) e derme (composta por tecido conjuntivo). Na pele,
Se “trocamos de
pele” com frequência, estão associados anexos variados como: pelos, glândulas (sudoríparas e
por que a tatuagem sebáceas, especialmente) e unhas. Abaixo da pele, podemos observar
não sai com o tempo? uma camada de tecido gorduroso: a hipoderme, ou tela subcutânea,
que funciona como reserva energética, isolante térmico e proteção
contra choques mecânicos. A diferenciação das camadas da pele é
feita de acordo com o tipo de célula que as compõe e as funções que
desempenham. Apesar de estar intimamente ligada à pele, a hipoderme
não é considerada parte dela.
A epiderme é a região mais superficial da pele. É formada por tecido
epitelial, com várias camadas de células sobrepostas e muito unidas umas
às outras. Sua espessura varia de acordo com o local que reveste. Na
palma das mãos e na planta dos pés, por exemplo, é mais espessa.
As camadas da parte inferior da epiderme constituem uma estrutura
muito importante: o estrato basal. As células presentes nesse local se dividem
continuamente, originando outras células. As novas células formadas vão
empurrando as que estão acima delas em direção à parte mais externa
da epiderme e, aos poucos, vão renovando sua camada superior. Essa
camada recebe o nome de estrato córneo, ou camada córnea.

Diagrama de pele

Camada córnea

Epiderme

Glândula
sebácea Derme

Folículos
capilares
Hipoderme

Fibras
nervosas Glândula
sudorípara
Veias e
Tecido
artérias
adiposo

128 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Ao longo desse processo de transferência da camada mais interna para
a camada mais externa da epiderme, as células sofrem algumas modifica-
ções: ficam mais achatadas, passam a secretar e se tornam impregnadas
por uma substância impermeabilizante chamada queratina. Assim, formam
uma barreira que evita a perda excessiva de água do nosso organismo e
dificulta a entrada de micro-organismos.
Logo abaixo da epiderme, encontramos a derme. Como vimos anterior-
mente, ela é composta por tecido conjuntivo, que dá sustentação e nutrientes
às células da epiderme. É na derme que estão os vasos sanguíneos, as
glândulas (sebáceas e sudoríparas) e as terminações nervosas, além de
fibras proteicas, como as compostas por colágeno. O conjunto de fibras de
proteína da derme é responsável pela elasticidade e resistência da pele.
Aos vasos sanguíneos, encontrados na derme, está relacionada a
regulação da temperatura corporal. Se a sensação de calor no ambiente
for intensa, os vasos se dilatam, aumentam de espessura, para que haja
uma maior circulação do sangue, causando o resfriamento do corpo. Se,
pelo contrário, houver a sensação de frio, os vasos se contraem, diminuem
de espessura para diminuir a perda de calor.
As glândulas são responsáveis pela produção de suor (glândulas sudorí-
paras) e de sebo (glândulas sebáceas). O sebo é uma importante ferramenta
para impermeabilização, hidratação e proteção da pele e dos pelos. O
suor também é responsável pela regulação da temperatura corporal, pois,
ao evaporar, “rouba” calor de sua superfície, promovendo a refrigeração.

1- Glândula sudorípara
3
2- Glândula sebácea
5 3- Camada córnea
2
4
4- Músculo eretor do pelo
1 5- Derme
Estruturas da pele e alguns
6- Pelo de seus anexos.
7
7- Folículo piloso

Glândula sudorípara
Glândula sebácea
Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 129
Camada córnea
Músculo eretor do pelo
Derme

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Além das células que são sempre produzidas na camada interna, na epiderme podem ser observados
outros três tipos fundamentais de célula para o desempenho das suas funções, que são:
Melanócitos: são células que se encontram na junção da derme com a epiderme e produzem
uma substância que protege a pele da radiação solar. Essa substância é conhecida como me-
lanina. Ela é a responsável pela coloração da nossa pele, dos nossos olhos e pelos. Embora
as pessoas apresentem aproximadamente a mesma quantidade de melanócitos, observamos
diferentes tons de pele nos seres humanos. Isso ocorre porque a produção de melanina é dife-
rente para cada indivíduo, e essa diferença é determinada por fatores genéticos. Além disso, a
exposição à luz solar também pode propiciar um aumento na produção de melanina, por isso
ficamos bronzeados. A melanina atua na proteção da pele contra a radiação solar.

Células de Langerhans: são células que participam do sistema imune da pele. Possuem o papel
de identificar agentes agressores e combatê-los.

Corpúsculos de Merkel: são células que respondem aos estímulos mecânicos sobre a pele,
como um toque.
Melanina Melanócito
Aumento

s
ta
da produção

le
vio
s
tra
Ul de melanina
io
Ra

Epiderme Queratinócito

Simulação do processo de
bronzeamento. Quando as Derme
ondas de luz ultravioleta tocam
nos melanócitos, elas come-
çam a aumentar a produção
Hipoderme
de melanina.

Normal Bronzeamento solar

Na ponta dos nossos dedos, observamos a presença de padrões de


linhas que são únicos para cada pessoa. São as impressões digitais. Elas
se desenvolvem durante a gestação e não mudam de aspecto mesmo que
aconteçam ferimentos, voltando a assumir sempre a mesma forma (a não ser
que as lesões comprometam a porção mais profunda da pele). As impressões
digitais proporcionam maior aderência, facilitando a apreensão de objetos, Detalhes de uma impressão
digital do dedo polegar.
e estão ausentes em indivíduos portadores da síndrome de Nagali.

130 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Locomoção: ossos, articulações e músculos

Todos os movimentos que realizamos diariamente, como levantar, A idade influencia


na quantidade de os-
sentar, andar, correr, etc., são executados pela ação conjunta de vários
sos. Um recém-nasci-
sistemas. Dentre eles, três se destacam: esquelético, articular e muscular. do contabiliza cerca
A combinação entre eles forma o que denominamos aparelho locomotor. de 300. Você deve
A partir da ação combinada desses sistemas, o nosso corpo é capaz de estar se perguntando
realizar incontáveis movimentos. Vamos isolar esses componentes para como isso é possível,
não é mesmo? Pois
compreender melhor suas estruturas e funções.
bem, o que acon-
tece é que, com o
Nosso esqueleto
tempo, alguns ossos
da cabeça do bebê
O esqueleto humano adulto é composto por 206 ossos e correspon-
se unem e passam a
de aproximadamente a 15% do peso total do indivíduo. Esse conjunto de formar um só.
ossos é a estrutura que sustenta o nosso corpo, determina a sua forma e
atua na locomoção.
Veja no quadro a seguir o quantitativo de ossos presentes em cada
parte do corpo de um ser humano adulto:

Cabeça: 22 ossos Pescoço: 1 osso

Membros superiores: 64 ossos Membros inferiores: 62 ossos

Tórax: 44 ossos Abdome: 7 ossos

Ouvidos: 6 ossos Total: 206 ossos

A rigidez dos ossos possibilita que o esqueleto exerça a função de


sustentação e proteção dos órgãos. Essa firmeza ocorre em virtude da
grande quantidade de minerais em sua composição, entre eles podemos
destacar o cálcio e o fosfato.
O esqueleto é dividido em duas partes. O esqueleto axial, que re-
presenta o eixo central do nosso corpo, é composto por cabeça, pescoço,
tórax e coluna vertebral. Os membros superiores e inferiores, as clavículas,

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 131

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as escápulas e os ossos da bacia fazem parte do esqueleto apendicular.
A união do esqueleto axial com o esqueleto apendicular ocorre por meio
Apesar de o exte-
rior dos ossos serem da cintura escapular e da cintura pélvica.
duros, seu interior é
Crânio
leve e mole. Por quê?
Maxilar
Mandíbula
Clavícula
Escápula Esterno
Costelas
Úmero

Coluna vertebral
Ílio Ulna
Rádio
Sacro Carpo
Metacarpo
Fêmur Falanges

Patela Ísquio
(rótula)
Púbis
Tíbia

Fíbula
Tarso
Metatarso
Falanges

Figura 1 – Nome dos principais ossos do corpo humano. Figura 2 – O esqueleto axial é
destacado na cor rosa, enquanto o esqueleto apendicular é apresentado na cor verde.

O formato ósseo é uma das maneiras usadas para distinguir o enorme nú-
mero de ossos que formam o esqueleto humano. Essa classificação inclui quatro
grupos de tipos ósseos. Vamos conhecer um pouco melhor cada um deles.
Os ossos longos possuem o comprimento maior que a largura. Como
exemplo, podemos citar o fêmur, o rádio, a tíbia e o úmero. As extremidades
desses ossos são conhecidas como epífises. A diáfise é o material situado
entre as epífises e envolto por uma membrana chamada periósteo. Dentro
do osso, há o canal ósseo, onde podemos encontrar a medula óssea.
Observe a figura a seguir:
Epífise Diáfise Periósteo

Na imagem, detalhes da
estrutura do osso.
Canal medular Medula óssea

132 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Os ossos curtos possuem o comprimento similar à sua largura e es-
pessura, o que confere a estes um aspecto de cubos. Nossos punhos e
tornozelos são compostos por ossos desse tipo. Observe a figura a seguir:

Tarso

Carpo

O destaque nas imagens radiográficas corresponde à disposição dos ossos do carpo e


do tarso, respectivamente.

Os ossos planos, ou laminares, são ossos muito finos, com o compri-


mento e a largura maiores do que a espessura. Alguns dos ossos do crânio,
como o frontal e o parietal, são exemplos desse tipo de osso.

Osso frontal integrado à caixa craniana, em vista frontal, e osso parietal em vista lateral.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 133

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O último grupo é composto pelos ossos irregulares, como é o caso
das vértebras. Neles, não é possível determinar equivalência ou predomi-
nância entre suas dimensões.

Vértebras Vértebras lombares L2


cervicais

Vértebras
torácicas
Vista anterior Vista lateral

Segunda vértebra lombar (L2)


representada em sua posição
na coluna e em vistas anterior, Vértebras
lateral, posterior e superior, lombares
respectivamente.

Vista posterior Vista superior

Os ossos, assim como todos os demais órgãos, são formados por


O osso mais longo
uma combinação de diversos tecidos. Entre eles, merece destaque um tipo
do corpo humano é
o fêmur, localizado específico de tecido conjuntivo: o tecido ósseo.
na parte superior da
perna, na coxa; e o O tecido ósseo
menor osso é o estri-
bo, que mede aproxi- Dando continuidade aos nossos estudos sobre o esqueleto humano,
madamente 0,25 cm
nosso foco será o estudo do tecido conjuntivo ósseo.
e fica localizado na
O tecido ósseo é uma forma especializada do tecido conjuntivo,
orelha interna.
formado por uma matriz extracelular calcificada muito rígida, constituída
basicamente por sais minerais e fibras. As fibras são fundamentais para a
força e elasticidade dos ossos; sua ausência torna-os quebradiços. A maior
parte da matriz óssea é formada pelos sais minerais, que, por sua grande
O tecido ósseo,
apesar do que mui-
concentração, dão consistência aos ossos.
tos pensam, é tam- As células que compõem esse tecido são os osteócitos, osteoblastos e
bém um tecido vivo. osteoclastos. Os osteoblastos, células ósseas jovens, são responsáveis pela
Ele é composto por produção da matriz óssea. Quando essas células amadurecem, passam
diferentes tipos celu-
a ser chamadas de osteócitos. Os osteoclastos, por sua vez, são células
lares e uma matriz.
Do que é composta
grandes e multinucleadas, podendo apresentar entre 6 e 50 núcleos. Essas
essa matriz? células passeiam pela superfície dos ossos e realizam a destruição de áreas
danificadas ou envelhecidas, o que possibilita a renovação do osso pela
ação dos osteoblastos.

134 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Estrutura interna do osso
Osteoblasto
Medula Matriz
Vasos sanguíneos
Osteócito

Osteoclasto
Osteoblasto Osteócito

Colágeno
Osteoclasto

Estrutura óssea e as células


Osso que a compõem.

Organização estrutural de um osso

Agora que já compreendemos o tecido ósseo, é preciso entender


como se organiza a estrutura do osso. Externamente, os ossos apresentam
um tecido ósseo mais denso e compacto, enquanto, internamente, ele
possui um aspecto esponjoso, com inúmeras cavidades que podem estar
preenchidas por medula óssea.
A medula óssea é um tecido conjuntivo de aspecto gelatinoso, encon-
trado no interior dos ossos. Existem dois tipos de medula óssea.
A medula óssea vermelha, formada por um tipo especial de tecido
conjuntivo, o chamado tecido hematocitopoiético, é responsável pela
produção de células sanguíneas, como os leucócitos, as hemácias e as
plaquetas (fragmentos celulares). No feto, todos os ossos produzem a
medula óssea vermelha, mas, à medida que vamos crescendo, parte des-
se material é substituída por tecido adiposo, formando a medula óssea
amarela, também composta por tecido conjuntivo, porém do tipo adiposo.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 135

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A medula óssea vermelha está presente nas vértebras, nas costelas,
no esterno, na clavícula, na escápula, nas extremidades de ossos longos
(fêmur e úmero), nos ossos pélvicos e em alguns ossos do crânio.

Medula óssea

Medula amarela
(substitui a vermelha em alguns
ossos de adultos Osso esponjoso

A estrutura óssea perma-


nece forte e vigorosa até Cartilagem
Capilar
os 30/35 anos de idade.
A partir daí, ela começa a
envelhecer, perdendo de
Úmero
3 mm a 5 mm de densida-
(Osso do braço)
de óssea por ano.

Osso compacto

Além desses componentes revestindo externamente os ossos, há uma


camada de tecido conjuntivo: o periósteo. O periósteo apresenta muitos
vasos sanguíneos que penetram nos ossos por meio de canais formados
pelos osteoblastos. Essa estrutura está associada ao processo de recupe-
ração em casos de fratura. Não está presente nos locais onde os tendões
dos músculos se unem aos ossos ou nas regiões onde há revestimento por
cartilagem, como é o caso das epífises dos ossos longos. Assim como se
observa o periósteo revestindo externamente o osso, há uma membrana
que o reveste internamente, denominada endósteo.

A postura e os problemas na coluna

A coluna vertebral é o eixo de sustentação do nosso corpo. Podemos dividi-la


em cinco partes. A primeira é a região cervical, que possui sete vértebras e vai
do fim do crânio até o final do pescoço. Em seguida, temos a região torácica,
com doze vértebras. A terceira é a região lombar, com cinco vértebras, seguida
da região sacral, com mais cinco vértebras fusionadas entre si. Por fim, há a

136 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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região coccigiana (coccígea), constituída por quatro vértebras também ligadas
entre si. No total, são 33 vértebras em toda a extensão da coluna, intercalada
por discos intervertebrais, formados por cartilagens que servem de amortece-
dores de impactos e dão flexibilidade à coluna, além de manterem a vértebra
superior separada da inferior. Essas regiões apresentam particularidades, incluindo
curvaturas características de cada uma. O nosso equilíbrio, a nossa postura e
flexibilidade estão diretamente ligados à coluna vertebral.
Região cervical

Região torácica

Regiões da coluna verte-


Região lombar bral, em vistas lateral e
anterior. Observe as cur-
vaturas formadas ao longo
Região sacral da coluna.
Região coccígea

Devido à má postura, ao excesso de peso que carregamos ou em função


de alguma doença, a coluna pode sofrer mudanças nocivas à nossa saúde.
As principais alterações sofridas pela coluna são hipercifose, escoliose
e hiperlordose.

Hipercifose: a mudança ocorre por uma curvatura exagerada na região torácica projetada para
fora. Sua origem pode estar relacionada à má postura, debilidade muscular ou nutricional, etc.
Escoliose: caracterizada por uma inclinação lateral da coluna que ocorre geralmente na região
torácica. Pode ser originada por um problema na formação das vértebras ou por debilidade
muscular, que pode ser decorrente de outras doenças, como a poliomielite e a distrofia muscular.
Hiperlordose: alteração na qual também identificamos uma acentuada curvatura projetada para den-
tro. Pode ocorrer na região cervical ou lombar. Costuma estar associada à má postura, debilidade
muscular, gravidez ou obesidade.

Na imagem, as alterações
Cifose Escoliose Lordose mais comuns da coluna.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 137

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As articulações

Para que o nosso corpo consiga se mover, é necessário que ele possua
certa flexibilidade em alguns pontos. A maioria dos nossos movimentos é
resultado das articulações que possuímos. Andar, correr, jogar bola, escre-
ver, tocar um instrumento musical, tudo isso só é possível porque o nosso
esqueleto é articulado.

As articulações nos permitem realizar as mais variadas tarefas que envolve movimentos.

Articulação é o local onde ocorre o encontro (união) dos ossos. Pode-


mos classificá-la de acordo com a extensão de movimento que ela oferece.
Existem três tipos: imóvel, móvel e semimóvel.
Com exceção da mandíbula, todos os ossos do crânio possuem arti-
culações imóveis. Dizemos que as articulações imóveis são aquelas que
não permitem movimentos.

Vista lateral do único osso com articulação móvel localizado no crânio: a mandíbula.

138 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Seguindo o raciocínio, as articulações semimóveis são aquelas que per-
mitem movimentos não tão amplos, como é o caso da coluna vertebral. Para
que esse movimento seja possível, existe, entre cada vértebra, uma estrutura
chamada de disco intervertebral. Essa estrutura é formada por cartilagem,
que absorve os impactos sofridos durante a execução dos movimentos. Discos
intervertebrais
Por fim, as articulações móveis são caracterizadas por permitir uma
movimentação mais ampla. Por exemplo, os movimentos que os pés, as
mãos, as pernas, os braços e o quadril realizam são possibilitados por
articulações móveis.
As superfícies dos ossos que participam da articulação são cobertas
por cartilagem, material formado por tecido conjuntivo do tipo cartilagino-
Observe o posicionamen-
so. Essa estrutura reduz o atrito entre as superfícies ósseas, evitando o seu to dos discos interverte-
desgaste. Entre os ossos que compõem as articulações móveis, há o líquido brais na coluna.

sinovial, que serve para lubrificar e colabora para a diminuição do atrito.


Outro componente presente nas articulações são os ligamentos, feixes
de tecido conjuntivo denso que mantêm os ossos no lugar e possibilitam que
as articulações sejam mantidas em posição e funcionamento adequados.

Em azul, a representa-
ção do líquido sinovial.

As áreas circuladas corres-


pondem a algumas articu-
lações móveis presentes
em nosso corpo.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 139

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Doenças das articulações
As articulações, por vezes, são acometidas por algumas doenças, como a artrite e a artrose. Em
termos gerais, utilizamos a palavra artrite para designar as inflamações que ocorrem nas articulações.
Muitas são as causas que podem desencadear essa doença, desde o desgaste pela repetição dos
movimentos até alterações hormonais, herança genética, entre outras.
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória, autoimune e crônica. Compromete principalmente
as membranas sinoviais, responsáveis pela produção do líquido sinovial. Pode afetar outros órgãos,
mas a ocorrência é bem menor. Na artrite reumatoide, os anticorpos, que têm como função proteger o
organismo, comportam-se de maneira anormal e atacam as articulações e outros órgãos, por esse motivo
dizemos que é uma doença autoimune. A doença geralmente causa dor nas articulações afetadas, de-
formidade progressiva, rigidez, vermelhidão e inchaço. Os sintomas não se apresentam de forma regular,
podendo ser frequentes ou ocorrer esporadicamente.
Outra doença que compromete as articulações é a artrose, caracterizada pelo desgaste delas
devido à repetição dos movimentos. Ocorre em maior proporção entre pessoas idosas. Provoca dor,
rigidez e afeta geralmente os joelhos, o quadril, as mãos e a coluna. Em casos extremos, leva à perda
de alguns movimentos ou deformações.

Ilustração das articu-


lações inflamadas
devido à artrite. Normal Artrite reumatoide

Alguns fatores podem ser associados à artrose, como obesidade, alteração hormonal, lesões e he-
rança genética. A cartilagem não possui capacidade de se regenerar, logo a artrose não é curável. Os
sintomas, porém, podem ser amenizados caso a doença seja descoberta e tratada nas fases iniciais. O
tratamento promove uma melhor qualidade de vida ao paciente.

140 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Os músculos

Os músculos representam entre 40% e 50% do peso do nosso corpo.


São eles que, juntamente com os ossos e as articulações, possibilitam os
movimentos corporais. O sistema muscular está associado não somente
à movimentação de estruturas esqueléticas, mas também aos movimentos
realizados por órgãos internos. Isso é possível graças a uma peculiaridade
das células do tecido muscular, os miócitos, que são capazes de se contrair.
Os movimentos são executados a partir da contração e do relaxa-
mento dos miócitos, de acordo com os estímulos nervosos que recebem.
Piscar os olhos, engolir os alimentos, sorrir, andar, etc. são todos movimentos
relacionados aos músculos.

Peitoral maior Esternocleidomastoideo

Deltoide
Trapézio

Bíceps
Reto abdominal

Reto femoral

Sartório
Vasto lateral

Tibial anterior Vasto medial

Fibular longo
Gastrocnêmio

Retináculo dos
músculos extensores Esquema com alguns mús-
Sóleo
culos do corpo humano.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 141

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Alguns dos movimentos realizados pelos nossos músculos são volun-
tários, ou seja, podemos controlá-los. Os membros inferiores e superiores
são formados por músculos que controlamos voluntariamente. Outros mús-
culos têm contração involuntária, pois suas atividades independem de
nossa vontade e ocorrem graças ao controle de parte do sistema nervoso,
que trabalha sem nossa consciência. O funcionamento do coração, por
exemplo, é involuntário.

Tipos de músculo

Os músculos são compostos pelo tecido muscular, que é constituído


por células de formato alongado denominadas de miócitos, ou fibras
musculares. Essas células são especializadas na contração e no relaxa-
mento do músculo, que promovem a movimentação externa e interna do
nosso organismo.
Existem três tipos de tecido muscular: tecido muscular liso, tecido
muscular estriado cardíaco e tecido muscular estriado esquelético. Cada
um deles desempenha uma função e possui estruturas específicas em suas
células. A seguir, veremos quais são as características principais desses
tipos de tecido.

Tecido muscular
T

Coração

Tecido muscular
Estômago Bíceps estriado esquelético

Tecido muscular
estriado cardíaco
Localização dos tipos de
tecido muscular no corpo
humano.
Tecido muscular
liso

142 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Tecido muscular estriado cardíaco
O tecido muscular estriado cardíaco, como podemos perceber pela
nomenclatura, é aquele que compõe o músculo do coração, o miocárdio,
que realiza movimentos involuntários, ritmados e contínuos. Esse tecido é
composto por células alongadas com estrias transversais. Essas estrias são
um arranjo de fibras que se contraem e podem ser vistas em uma análise
microscópica.
As células nesse tecido podem ser uninucleadas ou binucleadas e
apresentam formato bifurcado (dois ramos). A bifurcação tem como objetivo
promover uma melhor adesão entre as células do tecido, proporcionando
uma maior resistência.

Tecido muscular estriado esquelético


O tecido muscular estriado esquelético também é composto por
células longas e ricas em estrias. Suas células têm vários núcleos. A maior
parte da nossa musculatura corporal é formada por esse tipo de tecido.
Os músculos dos braços, como o bíceps, fazem parte desse tipo. Esses
músculos são ligados ao esqueleto por meio dos tendões, cordões de
tecido conjuntivo denso. Realizam movimentos fortes, rápidos e voluntários.

Tecido muscular liso


A musculatura lisa realiza movimentos involuntários e é formada por
células alongadas com as extremidades afiladas (fusiformes), que apresen-
tam apenas um núcleo em seu interior e não possuem estrias transversais.
Esse tipo de tecido participa da formação de alguns órgãos internos e é
responsável pela contração realizada por eles. Os movimentos peristál-
ticos, que empurram o bolo alimentar ao longo do tubo digestório, são
possíveis devido a esse tipo de músculo.

Ilustração de anatomia do
corpo humano com músculos,
tendões e ligamentos.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 143

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. A pele é o órgão que envolve o corpo, determinando seu limite com o meio externo. Corresponde
aproximadamente a 15% do peso corporal e exerce diversas funções, como regulação térmica,
defesa orgânica, controle do fluxo sanguíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente
e funções sensoriais (calor, frio, dor e tato). Quais são as principais características da epiderme e
da derme, as camadas da pele?

Epiderme é a camada mais superficial da pele. É composta pelo tecido epitelial e possui células

bem próximas umas das outras. Tem função de revestimento e proteção. Derme é a camada

que está abaixo da epiderme. É muito vascularizada e confere elasticidade e resistência à pele.

2. A derme, as cartilagens e os ossos derivam do mesmo tipo de tecido. Que tecido é esse e qual
a sua principal característica?

A derme, as cartilagens e os ossos são compostos pelo tecido conjuntivo. Diferentemente do tecido

epitelial, as células que compõem o tecido conjuntivo se encontram afastadas umas das outras e

são unidas por um material conhecido como matriz extracelular.

3. Na pele, dois tipos de glândula merecem destaque: as sudoríparas e as sebáceas. Quais as


funções relacionadas a cada uma delas?

As glândulas sudoríparas estão associadas à regulação da temperatura corporal, por meio da

secreção do suor. Já as sebáceas liberam uma substância oleosa que protege, lubrifica e hidrata

a pele e os pelos.

4. A pele humana pode apresentar diferentes tonalidades. Isso ocorre por conta da existência de
um pigmento chamado melanina, que é produzido nos melanócitos. Se todos os seres humanos
têm, aproximadamente, a mesma quantidade de melanócitos, por que ocorre essa diferença na
cor da pele?

Porque a quantidade de melanina produzida varia de acordo com fatores genéticos. Além disso,

a exposição à luz solar também pode propiciar um aumento na produção de melanina; por isso

ficamos bronzeados.

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5. O osso é uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado, que forma a maior
parte do esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo. Por que os ossos, ao contrário dos
outros órgãos do nosso corpo, são rígidos?

A rigidez própria dos ossos se dá devido à grande quantidade de minerais em sua composição.

As duas substâncias que são encontradas em maior quantidade na matriz extracelular são o

cálcio e o fosfato.

6. O que é esqueleto e quais são suas divisões?

Esqueleto é o conjunto de ossos que dá forma, apoio e proteção ao corpo. É dividido em

esqueleto axial e esqueleto apendicular.

7. A medula óssea é uma substância de extrema importância para o funcionamento do nosso


organismo. Quais são os tipos de medula óssea que possuímos e que papéis cada um deles
desempenha em nosso corpo?

A medula óssea pode ser vermelha ou amarela. A medula óssea vermelha é responsável pela

produção dos elementos figurados do sangue (leucócitos, hemácias e plaquetas). A medula óssea

amarela é formada por tecido adiposo e tem como função principal a reserva de energia.

8. Durante um passeio de bicicleta com os amigos, Flávio caiu e machucou o queixo no meio-fio.
Após o exame de raio-x, o médico informou que havia uma fissura no local.

a) Analisando a situação acima e baseando-se no que você aprendeu até aqui, qual o nome do
osso que está em negrito?
O queixo corresponde ao osso da mandíbula.

b) A fissura é uma rachadura no osso. Que estruturas do osso estão envolvidas na regeneração
dessa lesão?
O periósteo participa do processo de formação do calo ósseo, para permitir a união das partes

separadas, a partir da proliferação celular (osteoblasto) e impregnação por sais minerais. As

células denominadas osteoclastos modelam a região do calo ósseo, deixando-a mais parecida

com o formato original.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 145

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9. São atribuídas, ao esqueleto, funções de sustentação, locomoção e proteção. Cite dois exemplos
de ossos ou conjuntos deles envolvidos em cada uma dessas funções. No caso da função de
proteção, não se esqueça de identificar o que os ossos mencionados protegem.

Sustentação: coluna vertebral, ossos da cintura pélvica.

Locomoção: ossos dos membros inferiores – fêmur, tíbia, tarsos, etc.

Proteção: ossos do crânio protegem o encéfalo. As costelas e o esterno, protegem os pulmões e o

coração.

10. O alinhamento da coluna vertebral sofre alterações que podem resultar em curvaturas laterais,
assim como acentuação exagerada das curvaturas naturais, o que compromete o sistema de
sustentação do nosso corpo. Alguns desses problemas podem ser evitados com atitudes simples
no nosso dia a dia. Cite algumas medidas que podem evitar essas alterações.

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno mencione a maneira correta de se sentar e de se abaixar

quando for preciso levantar algum objeto, a maneira adequada para se carregar a mochila da

escola, etc.

O texto abaixo refere-se às questões de número 11 e 12.

A partida do jogador do Real Madrid Jesé Rodríguez, na Liga dos Campeões, durou dois
minutos. Sua recuperação vai durar seis meses. O craque da base do Real estava em ótima fase.
Cotado para estar na Copa do Mundo no Brasil, o jogador viu seu sonho acabar com uma ruptura
do ligamento cruzado anterior do seu joelho direito no início do seu primeiro jogo como titular na
Liga dos Campeões.
O Real Madrid ganhou o jogo e se classificou, porém a temporada terminou para Jesé. Depois de
confirmar a gravidade da lesão, os médicos falaram em, no mínimo, seis meses para ele voltar à ativa.

Adaptado de: http://www.torcedores.com/noticias/2014/03/jese-real-madrid-teve-ruptura-ligamento-joelho-veja-fotos-da-contusao.


Acesso em: abr/2018

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11. Na mídia, rotineiramente nos deparamos com notícias como a destacada anteriormente,
que informa a ruptura de um ligamento durante a prática de um exercício físico. Diante desse
contexto, responda:

a) O que são ligamentos?


São estruturas fibrosas compostas por tecido conjuntivo denso responsáveis por manter unidos os

elementos de uma articulação.

b) Caso a recomposição do ligamento não aconteça, quais as consequências?


Se o ligamento não for recomposto, as estruturas articulares não serão mantidas na posição

adequada. Isso pode causar deslocamento dos ossos e aumentar o atrito entre eles, levando ao

desgaste das cartilagens.

12. As células do tecido muscular são denominadas de fibras musculares e possuem a capacidade
de se contraírem e alongarem. A essa propriedade, chamamos contratilidade. Essas células têm o
formato alongado e promovem a contração muscular, o que permite os diversos movimentos do corpo.
Cite os três tipos de tecido muscular que possuímos e dê o exemplo de um órgão que eles formam.

O tecido muscular liso compõe a maior parte dos nossos órgãos, como exemplo temos o intestino.

O tecido muscular estriado cardíaco compõe o coração. Todos os músculos ligados à nossa

locomoção são nomeados de tecido muscular estriado esquelético. Os músculos das pernas e

dos braços são exemplos de músculos estriados esqueléticos.

13. A contração da musculatura lisa é involuntária, ou seja, independente de nossa vontade, sendo
responsável por movimentos em órgãos internos como o estômago, o intestino, o útero, os ductos
de diversas glândulas e paredes de artérias e veias. Que tipo de movimentos estão relacionados
à musculatura lisa e qual a sua importância para o tubo digestório?

Movimentos peristálticos. No tubo digestório, eles garantem que o bolo alimentar chegue ao es-

tômago e que o bolo fecal seja eliminado do organismo.

14. O fisiculturismo, embora não oficial, é um esporte que visa ao desenvolvimento dos músculos corpo-
rais a partir do hipertrofismo, ou seja, aumento da massa muscular. Um dos seus mais reconhecidos
praticantes foi o ator Arnold Schwarzenegger. Quais músculos estão envolvidos no fisiculturismo?

Músculos estriados esqueléticos.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 147

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (Uerj – Adaptada) A camada de queratina da 3. (Fafeod – Adaptada) É incorreto afirmar que


pele representa um grande fator de proteção um músculo de contração involuntária poderá:
para o ser humano. Entre as alternativas a seguir, a) localizar-se na parede do intestino delgado,
assinale aquela que justifica essa afirmativa. no útero ou no coração.
a) A camada de queratina filtra totalmente a b) apresentar células fusiformes, sem estriamen-
radiação ultravioleta. tos, com núcleo único e central.
b) A camada da queratina do epitélio intestinal c) possuir discos intercalares que aumentam a
impede a fixação de parasitas. coesão.
c) A camada de queratina atua como primeira d) possuir células dotadas de vários núcleos
barreira na pele, evitando a perda excessiva periféricos.
de água.
e) apresentar ou não estriamentos transversais
d) A camada de queratina, situada profunda- quando visto no microscópio óptico.
mente na pele, facilita o transporte de água
por meio da sudorese. 4. Considere os tipos de fibra muscular e as
ações a seguir.
2. (UFV) Com relação ao tecido epitelial, analise
I. Cardíaca.
os itens I, II e III e assinale a alternativa correta.
II. Estriada.
I. Possui células justapostas, com pouca ou
nenhuma substância intercelular. III. Lisa.

II. Desempenha as funções de proteção, re- a) Contração involuntária e lenta.


vestimento e secreção. b) Contração voluntária, em geral vigorosa.
III. É rico em vasos sanguíneos, por onde che- c) Contração involuntária e rápida.
gam o oxigênio e os nutrientes para suas
Assinale a alternativa que associa corretamente os
células.
tipos de fibra muscular com sua respectiva ação.
a) Somente I e III são verdadeiras.
a) I-a, II-b, III-c.
b) Somente II e III são verdadeiras.
b) I-a, II-c, III-b.
c) Somente I e II são verdadeiras.
c) I-b, II-c, III-a.
d) Somente uma delas é verdadeira.
d) I-c, II-a, III-b.
e) Todas são verdadeiras.
e) I-c, II-b, III-a.

148 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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5. (PUC – Rio) O tecido epitelial tem como fun- a) apenas II e III estão corretas.
ção fazer o revestimento de todos os órgãos b) apenas I está correta.
do corpo. Nesse sentido, pode-se afirmar que:
c) apenas II está correta.
a) é ricamente vascularizado.
d) I, II e III estão corretas.
b) suas células são anucleadas.
e) apenas I e II estão corretas.
c) suas células encontram-se justapostas.
8. (Fuvest) Qual é o tipo de músculo que executa
d) apresenta junções celulares, como as sinapses.
os movimentos voluntários do corpo?
e) possui grande quantidade de substância
a) Musculatura lisa esquelética, controlada pelo
intercelular.
cérebro (córtex cerebral).
6. (Udesc) Assinale a alternativa que indica cor- b) Musculatura estriada esquelética, controlada
retamente o nome dos ossos que compõem pelo coração.
os membros superiores.
c) Musculatura lisa esquelética, sob o controle
a) Ulna, tíbia e fíbula.
nervoso voluntário.
b) Úmero, tíbia e fíbula.
d) Musculatura estriada esquelética, controlada
c) Rádio, tíbia e ulna.
pelo cérebro (córtex cerebral).
d) Úmero, rádio e ulna.
e) Clavícula, rádio e fíbula. 9. De acordo com as características de cada
tipo de músculo encontrado no corpo humano,
7. (UFV – Adaptada) Preocupados com a boa identifique com E as características do músculo
forma física, os frequentadores de uma acade- estriado esquelético, com C as características
mia de ginástica discutiam sobre alguns aspec- do músculo estriado cardíaco e com L as ca-
tos da musculatura corporal. Nessa discussão, racterísticas do músculo liso.
as seguintes afirmativas foram feitas. a) ( L ) É encontrado na parede de órgãos vis-
I. O tecido muscular estriado esquelético cerais e nas paredes dos vasos sanguíneos.
constitui a maior parte da musculatura do b) ( E ) Constitui a maior parte da musculatura
corpo humano. do nosso corpo.
II. O tecido muscular liso é responsável direto c) ( C ) Apresenta estrias e possui contração
pelo desenvolvimento dos glúteos e das coxas. involuntária.
III. O tecido muscular estriado cardíaco, por d) ( E ) É o único grupo de músculos que apre-
ser de contração involuntária, não se altera senta contração voluntária.
com o uso de esteroides anabolizantes.
e) ( L ) Auxilia nas contrações uterinas e no
Analisando as afirmativas, pode-se concluir que: esvaziamento da bexiga.

Capítulo 8 - Revestimento, sustentação e movimento 149

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Capítulo 9

Os sentidos
Interagimos frequentemente com o ambiente no qual estamos inseri-
dos. Quando observamos uma paisagem, ouvimos música, percebemos
o aroma de um perfume, saboreamos um doce, sentimos a textura de uma
superfície ou falamos com os nossos amigos, utilizamos alguns órgãos que
são capazes de assimilar determinado acontecimento e nos fazer perceber
e nos comunicar com o meio em que vivemos.
Desde o nascimento, nossos sentidos (visão, audição, tato, olfato e
paladar) são utilizados para apreender as informações externas, porém nem
todos os nossos órgãos estão aptos a desempenhar suas funções enquanto
ainda somos bebês. Uns órgãos se desenvolverão com o tempo, e outros,
ao longo dos anos, perderão sua potência inicial.
A visão, por exemplo, é muito debilitada nos primeiros dois meses de
vida. Nessa época, só conseguimos enxergar cores e sombras. Aos quatro
meses, conseguimos reconhecer o rosto das pessoas. Só aos oito meses
de idade é que a nossa visão, assim como os outros sentidos, encontra-se
completamente desenvolvida. Já a audição atinge seu grau máximo no
início de nossa vida, e, devido à agressão de alguns sons mais intensos,
nossa capacidade auditiva diminui com o passar do tempo.

A importância dos sentidos


Para que possamos realizar qualquer atividade, é preciso que utilizemos
pelo menos um dos nossos sentidos. Para andar, fazemos uso da visão no intuito
de desviar de algum obstáculo ou nos livrar de algum perigo. A audição nos
ajuda de maneira muito semelhante quando executamos a mesma tarefa. Por
exemplo, ao andar em uma rua movimentada, estamos sempre atentos aos sons
que nos rodeiam para sabermos se o caminho que faremos é seguro ou não.
Os olhos e os ouvidos, órgãos responsáveis pela visão e pela audição,
respectivamente, são dotados de receptores sensoriais. Esses receptores

150 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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são estruturas especializadas na percepção de estímulos provenientes do
ambiente e do interior do corpo. Captados pelas células, os estímulos são
Ganhar a vida
transferidos ao cérebro por meio dos impulsos nervosos.
pesquisando embar-
Quando o cérebro recebe o impulso nervoso, ele interpreta essa men- cações submersas
sagem, e, a partir disso, podemos realizar ações e obter sensações como exige que um mergu-
ver, ouvir, sentir o cheiro e o gosto das coisas, etc. Dessa forma, podemos lhador desça a mais
de vinte metros, com
concluir que, para que a nossa percepção seja completa, é fundamental
praticamente zero de
a relação estabelecida entre os órgãos dos sentidos e o cérebro.
visibilidade e baixas
temperaturas. O que
A visão se espera que acon-
O órgão responsável pela visão é o olho. Nele, encontramos uma teça com os olhos do
mergulhador no mo-
concentração muito alta de estruturas sensíveis à luz, conhecidas como
mento em que volta
fotorreceptores. Podemos perceber as cores, as formas, a profundidade
à superfície?
e formar uma imagem com essas informações.
Assim que nascemos, enxergamos tudo embaçado e sem cor. Nosso
cristalino, região do olho responsável pelo foco da visão, e a retina, que
envia impulsos nervosos ao cérebro, ainda não estão bem desenvolvidos,
assim como os cones, responsáveis pela captação de cores, que também
estão em fase de desenvolvimento.

Você sabia que alguns animais conseguem enxergar melhor do que o


ser humano? Uma expressão muito comum de ser ouvida é “Ele tem olhos de
águia”. Isso porque algumas espécies de águia chegam a ter a visão cerca
de 2 a 8 vezes mais aguçada do que a visão humana. Elas conseguem,
inclusive, localizar presas a longas distâncias. Por outro lado, existem animais
que possuem uma visão bem menos potente, como é o caso do rinoceronte,
que é um animal extremamente míope.

Capítulo 8 - Revestimento, Capítulo


sustentação9 e- Os
movimento
sentidos 151

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Todos os dados obtidos por meio da apreensão da imagem são
transmitidos ao cérebro via impulsos nervosos. O cérebro interpreta essa
Os cones são cé-
lulas presentes na re- imagem e envia a resposta ao nosso organismo.
tina que são sensíveis Como podemos perceber, nossos olhos são compostos por várias
à luz e têm a capa- estruturas que desempenham funções específicas na formação da imagem.
cidade de detectar Vamos conhecer um pouco mais de cada uma delas a seguir.
cores e detalhes das
O bulbo ocular se encontra encaixado na órbita, uma cavidade
imagens. Os bas-
tonetes são células óssea presente na face. Ele é constituído por três membranas, a esclera,
fotorreceptoras mais a coroide e a retina e, além delas, por quatro meios transparentes, que
sensíveis que os co- são a córnea, o cristalino, o humor aquoso e o humor vítreo. A con-
nes, porém sem a juntiva é uma membrana transparente responsável por revestir o olho e
capacidade de re-
a parte interna das pálpebras.
gistrar cores. É graças
à ação dos bastone- A esclera, ou esclerótica, uma das membranas que constituem o bulbo
tes que, quando nos ocular, é também conhecida como a parte branca do olho. Na porção
acostumamos com a anterior do olho, há uma membrana fibrosa e transparente que se prende à
penumbra, passamos esclera: a córnea. A esclera tem a função de proteger as estruturas internas
a enxergar um pouco
do olho. Logo abaixo da esclera, encontra-se uma película rica em vasos
o que nos cerca.
sanguíneos, é a coroide. Essa estrutura tem um papel de extrema impor-
tância na condução de nutrientes e oxigênio para as células dos olhos. A
parte colorida do olho é denominada íris, que tem como função regular a
abertura da pupila, estrutura central da íris, que possibilita a entrada dos
estímulos luminosos. Graças à íris, a pupila possui a capacidade de se
dilatar e contrair, controlando a passagem da luz.

Em locais com baixa


luminosidade, a pupila
se dilata, e, em locais
com maior luminosi-
dade, ela se contrai,
controlando, assim, a
passagem da luz.
No escuro Em lugares iluminados

A retina é a camada mais interna do olho e possui milhares de fotor-


receptores de funções distintas, como os cones e os bastonetes. É nessa
área que os estímulos luminosos são transformados em impulsos nervosos
que serão enviados ao cérebro.
O cristalino representa a lente dos olhos, e, por isso, é uma estrutura
transparente que promove a nitidez e o foco da imagem. O cristalino tem

152 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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a capacidade de ajustar o seu poder de refração, ou seja, mudança de
direção, de acordo com a distância a que o objeto observado se encon-
A disposição da
tra. Ele permite a passagem dos raios luminosos até a retina. Os músculos pigmentação de cada
ciliares agem adequando a lente de acordo com a intensidade da luz para olho é muito variada.
que a imagem formada seja a mais nítida possível. Dessa forma, cada
O líquido translúcido que preenche o espaço entre o cristalino e a córnea é indivíduo desenvolve
um padrão único na
denominado humor aquoso, e o material gelatinoso e transparente que preenche
formação da sua íris.
o espaço interno do globo ocular é denominado humor vítreo. Este ajuda a
manter a pressão intraocular (dentro do olho) e confere a forma esférica ao olho.
Por fim, encontramos o nervo óptico, que possui a função de conduzir
as imagens construídas nos olhos até o cérebro.
Esclerótica

Corpo ciliar
Coroide

Humor aquoso Retina

Córnea

Pupila

Íris

Nervo óptico Ilustração das principais


partes do olho.
Humor vítreo

A formação da imagem

O caminho que a imagem percorre até chegar como impulso nervoso


ao nosso cérebro é longo. Todas as estruturas que estudamos na seção
anterior são fundamentais para que nossos olhos consigam captar a ima-
gem e enviar essa informação ao sistema nervoso, que irá decodificá-la e
transmitir a informação visual completa.
É essencial a presença de luz para que nós possamos enxergar. A
incidência dela sobre algum objeto vai ser percebida pelos nossos olhos
­­— primeiro atravessando a córnea; depois, o humor aquoso e a pupila.
Se houver pouca luz no ambiente, a pupila se dilata, aumenta um pouco
o tamanho, para captar a luminosidade; do contrário, a pupila se contrai.
O excesso de luz pode ser prejudicial à retina.

Capítulo 9 - Os sentidos 153

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Em seguida, a lente do olho ajusta a imagem para que ela fique mais
nítida. O trajeto segue até o humor vítreo e se encaminha para a retina.
As células receptoras da retina percebem o estímulo visual e o convertem
em impulsos nervosos. Os nervos ópticos recebem esses impulsos e os
encaminham ao cérebro, que processa e interpreta essa imagem.

córnea humor pupila lente humor retina nervo


aquoso vítreo óptico

Trajeto da formação da
imagem.

A estrutura de uma câmera fotográfica se assemelha bastante à estrutura do olho. Ambas possuem
a mesma função: apreender uma imagem a partir da incidência de luz.
No olho humano, a imagem é captada através de três estruturas transparentes (córnea, humor aquoso
e cristalino) e transferida à retina, que enviará a informação ao cérebro a fim de que este a interprete e
envie a resposta ao organismo para a compreensão visual do objeto observado.
Na câmera fotográfica, é a lente que desempenha o papel da estrutura transparente que enviará a
imagem para uma superfície sensível à luz. O filme exerce a função da retina e projeta a imagem captada.
Tanto no olho quanto na câmera, a imagem é projetada de forma invertida. Isso ocorre porque o
orifício de entrada da câmera e o do olho (lente e pupila, respectivamente) e os feixes de luz que refletem
o objeto se cruzam no momento da penetração da imagem. Dessa forma, a luz que reflete o ponto mais
alto da imagem será projetada no ponto mais baixo e vice-versa. Cabe ao cérebro a função de interpretar
essa imagem e posicioná-la da maneira que o objeto realmente se apresenta.
Observe nas figuras o mecanismo descrito:
Pupila Diafragma
Cristalino Lente

Retina

Córnea Película
Lente

154 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Distúrbios da visão

A lente do olho, ou cristalino, faz com que os estímulos visuais inci-


dam sobre a retina, formando a imagem. Porém, nem todas as pessoas
têm essa lente natural funcionando corretamente. Isso acontece devido a
um alongamento ou encurtamento do globo ocular, que faz com que, no
momento da focalização do feixe de luz, sua projeção em relação à retina
aconteça antes ou depois, ocasionando distúrbios para a vista, tais como
miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Esses distúrbios podem
ser corrigidos com o uso de lentes, instrumentos ópticos feitos com mate-
riais transparentes e que funcionam a partir dos mecanismos de refração.
Vejamos cada caso e as respectivas lentes que se aplicam a eles.

Miopia
O olho míope é mais alongado, e, por isso, a imagem se forma antes
da retina. Esse defeito permite que a pessoa veja os objetos que estão mais
próximos com nitidez, enquanto os que estão distantes são enxergados de
forma desfocada.

RETINA

ESQUEMA DE OLHO MÍOPE

Esquema de como o olho míope forma a imagem antes da retina.

Para a correção da miopia, podem ser usadas lentes divergentes. Com


formato côncavo, essas lentes possibilitam a dispersão dos raios luminosos,
o que faz com que a imagem se posicione em seu local correto na retina.

Capítulo 9 - Os sentidos 155

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Cirurgia do “grau” dos olhos
RETINA
Você sabia que já existe uma intervenção
cirúrgica para corrigir a visão das pessoas que
têm miopia? É isso mesmo! A cirurgia é feita com o
auxílio de um laser; o médico irá modelar a córnea
para deixá-la mais linear. Com essa mudança, a
imagem será formada exatamente sobre a retina,
e não antes, como são os casos da miopia.
OLHO MÍOPE

Correção da miopia
RETINA

Olho míope e uso da


lente divergente para a
correção da miopia. A
imagem que havia se
formado antes do ponto
passa a ser posicionada
corretamente na retina.
LENTE DIVERGENTE

Hipermetropia
Esse defeito é o oposto do olho míope, pois a estrutura ocular agora
é mais achatada, curta, fazendo com que a imagem se projete após o
globo ocular. A hipermetropia faz com que a pessoa tenha dificuldade
em enxergar com nitidez objetos que estão mais próximos, mas consegue
enxergar bem os objetos que estão distantes do observador.
RETINA

Esquema de como
ESQUEMA o olho hipermétrope
DE OLHO HIPERMÉTROPE forma a imagem após a retina.

156 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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OLHO HIPERMÉTROPE RETINA

Para a correção da hipermetropia, são usadas lentes convergentes. Com


formato convexo, elas fazem os raios convergirem para um ponto focal, trazen-
do a imagem que se formava além da retina para o posicionamento correto.

Correção de hipermetropia RETINA

LENTE CONVERGENTE

Olho hipermétrope e uso da lente convergente para a correção da hipermetropia. A ima-


gem que havia se formado após o ponto passa a ser posicionada corretamente na retina.

Astigmatismo
Essa imperfeição do olho acontece mais frequentemente na córnea,
embora possa também acometer o cristalino. O que ocorre é que uma
dessas estruturas tem sua curvatura irregular. Isso faz com que o indivíduo
que apresenta essa condição tenha a imagem focada em mais de um
ponto na retina, tornando a visão turva.

Múltiplos
pontos focais

Retina

Olho com astigmatismo

Esquema de um olho com astigmatismo.

Capítulo 9 - Os sentidos 157

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São vários os tipos de astigmatismo, mas, de modo simplificado, a
correção desse problema é feita com lentes em formato cilíndrico com graus
variados de curvatura para corrigir as irregularidades da córnea.

Presbiopia
A presbiopia é um distúrbio visual comum, naturalmente associado ao
envelhecimento. Costuma aparecer em pessoas na faixa dos 40–45 anos
e é popularmente conhecida como vista cansada. A presbiopia ocorre
por diminuição na elasticidade e no poder de acomodação do cristalino,
levando a uma dificuldade na focalização de objetos próximos. Por conta
da presbiopia, é comum observarmos idosos afastando do rosto objetos
como smartphones, livros e papéis para conseguir enxergá-los melhor.

A presbiopia é mais fre-


quente em pessoas a partir
dos 40 anos; no entanto,
jovens também podem ter
esse problema de visão.

Para a correção da presbiopia, assim como da hipermetropia, devem ser


utilizadas lentes convergentes, ou seja, em formato convexo. Porém, há casos
em que, além da dificuldade de enxergar de perto, o indivíduo acometido
também apresenta dificuldade para enxergar objetos distantes. Nesse caso,
serão requeridas lentes multifocais, que corrigem ambos os problemas.

Longe

Óculos multifocais são usa-


dos para corrigir proble-
mas na focalização tanto
de objetos próximos como
de objetos distantes.
Média Média
Leitura
distância distância

158 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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A gustação

Temos a capacidade de reconhecer o gosto dos alimentos pois possuímos


estruturas sensitivas que conseguem assimilar e distinguir os sabores existentes.
As substâncias que
As células sensoriais do paladar são conhecidas como papilas gustativas. não possuem sabor
Elas estão presentes na boca, aparecendo em maior número na língua. ou que o possuem de
Calcula-se que a língua possui, em média, nove mil receptores sensoriais. forma insuficiente para
Da mesma forma que ocorre na visão, o aparelho gustativo, ao assimilar ser sentido são chama-
das de insípidas.
o alimento por meio dos receptores sensoriais, envia a informação para
o cérebro através dos impulsos nervosos. Só após a interpretação dessas
informações é que conseguimos identificar o sabor.
Apesar de as papilas gustativas possuírem a capacidade de reconhe-
cer todos os sabores, existem áreas específicas na língua que são mais
sensíveis a determinadas sensações gustativas.
Você já deve ter estudado em anos anteriores que o paladar humano
é capaz de diferenciar quatro gostos básicos: doce, salgado, azedo e
amargo. Porém, o que muitos ainda não sabem é que somos capazes de
reconhecer mais um gosto — o umami. Descrito como um gosto forte e
prolongado que deixa na língua uma sensação aveludada.
Umami é uma palavra de origem japonesa que significa delicioso,
apetitoso e agradável. Esse sabor foi uma descoberta resultante das pes-
quisas de um professor japonês, Kikunae Ikeda, por volta de 1908. Apesar
de descoberto há tanto tempo, o umami só foi aceito como o quinto sabor
básico no ano de 2000; por isso, muitas pessoas não o conhecem.
O sabor umami tem em sua composição o glutamato, aminoácido
comum encontrado em grande quantidade em alimentos como carnes,
frutos do mar, tomate, ervilha, milho e queijo parmesão, que foi a primeira
substância associada ao umami. O molho shoyu, encontrado na culinária
japonesa, também possui o sabor umami.

Amargo

Umami
Ácido
Ilustração da localização
Salgado da sensibilidade dos sabo-
Doce res na língua.

Capítulo 9 - Os sentidos 159

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O olfato

Há uma forte relação entre a gustação e o olfato. Podemos per-


ceber claramente essa relação no nosso cotidiano; por exemplo, no
momento em que sentimos o cheiro de uma comida da qual gostamos,
produzimos saliva como se a estivéssemos saboreando. Essa sensação
é conhecida popularmente como água na boca. Isso ocorre porque
nosso corpo, ao receber a informação olfativa, prepara-se antecipa-
damente para a digestão.
Outro exemplo que podemos dar para explicar melhor a ligação
entre o olfato e a gustação é o fato de não conseguirmos sentir o gosto
dos alimentos quando estamos resfriados ou gripados. Essa reação
se dá pela produção de secreção exagerada pelo organismo para
combater o agente agressor. A secreção impede que os receptores
sensitivos do olfato possam enviar a informação ao cérebro, e o resul-
tado disso é que não conseguimos sentir o sabor do alimento.
O órgão responsável pelo olfato é o nariz. Os nervos olfativos têm
a função de detectar as moléculas dos objetos e ambientes que nos
cercam e seguem o mesmo trajeto que os outros sentidos. O cheiro gera
um impulso nervoso, que se dirige ao cérebro pelo nervo olfatório, e
só assim é interpretado, proporcionando essa sensação dos odores.
O olfato é o sentido mais instantâneo, pois, entre a recepção e a
interpretação do cheiro, é necessária apenas uma fração de segundo.

Tanto o olfato quanto a


gustação são sentidos es-
timulados por substâncias
químicas, por isso dizemos
que os receptores senso-
riais desses dois sentidos
são quimiorreceptores.

160 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Gripe e sabor

Quando nós estamos gripados, acabamos não sentindo os sabores, você já notou? Isso ocorre
porque 80% daquilo que conhecemos por gosto vem do olfato, não do paladar. Quando estamos
gripados, as membranas das nossas narinas ficam irritadas ou repletas de secreção, e isso dificulta
a percepção de odores. A confusão acontece porque associamos o sabor às papilas gustativas, que
ficam na língua. O que elas fazem, na verdade, é só distinguir cinco sabores básicos: o salgado, o
doce, o amargo, o azedo e o umami, um gosto descoberto recentemente que corresponde ao sabor
dos temperos orientais. Se a língua percebe só esses cinco sabores, o olfato distingue simplesmente
20 mil odores! Por isso, ele predomina até na hora de sentirmos o gosto de alguma coisa.

O tato

A pele é o órgão responsável pelo tato. Possuímos, em todo o


nosso corpo, grande quantidade de receptores sensoriais referentes a
esse sentido. No entanto, algumas partes específicas têm mais facilidade
para desenvolvê-lo. É possível destacar três tipos de sensação percebida
pela pele: as sensações táteis, as sensações térmicas e as sensações
de dor. Cada uma delas possui uma estrutura específica para que haja
sua identificação.

A palma das mãos, a pon-


ta dos dedos, a planta dos
pés e os lábios represen-
tam as partes mais sensí-
veis do nosso corpo.

Capítulo 9 - Os sentidos 161

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Conseguimos sentir o toque, as formas e a textura dos objetos por meio
dos nossos receptores táteis. Esses receptores reagem à pressão exercida
Na pele, possuí-
mos dois tipos de re- sobre a pele. Esse estímulo gera um impulso nervoso que encaminha a
ceptores sensoriais. mensagem ao cérebro. Os receptores táteis são localizados próximos à
Os mecanorrecep- superfície da pele.
tores, sensíveis ao Para reagirmos às sensações relativas à temperatura — por exemplo,
toque, e os termor-
frio ou calor —, entram em ação os receptores térmicos. Assim como os
receptores, sensíveis
à temperatura. dos receptores táteis, os impulsos gerados pelos receptores térmicos são
enviados pelos nervos sensitivos e conduzidos ao cérebro para que sejam
interpretados. Estão localizados na derme, mais afastados da superfície.
As partes mais sensíveis da pele, como a ponta dos dedos e os lábios,
Diferente dos outros apresentam estruturas sensoriais especializadas chamadas de corpúsculos
sentidos, o tato apre-
de Meissner e discos de Merkel, relacionados à percepção do toque. Nas
senta receptores es-
palhados por todo o regiões mais profundas da pele, podemos encontrar estruturas sensoriais
corpo, e não apenas especializadas na percepção de pressões mais fortes e vibrações, são os
em algumas regiões corpúsculos de Pacini.
específicas. Esse sen- Possuímos ainda os bulbos terminais de Krause, que são responsá-
tido permite aos ver-
veis pela percepção do frio, e os terminais de Ruffini, responsáveis pela
tebrados e invertebra-
dos reconhecer vários percepção do calor.
estímulos. Quais são A sensação de dor é captada pelas terminações nervosas livres,
esses estímulos? presentes na pele, e também apresenta uma relação direta com os pelos.
As terminações nervosas livres situam-se na camada basal da pele. Além
de captarem a dor, são capazes de apreender os estímulos mecânicos e
térmicos.
Terminação nervosa livre
Disco de Merkel
Ilustração para melhor
identificação das estru-
turas sensoriais.

Lâmina basal
da epiderme
Epiderme

Corpúsculo de
Derme
Meissner

Receptor do
folículo piloso

Terminal de Ruffini

Corpúsculo de Pacini

162 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Audição e equilíbrio

Você sabia que não somos capazes de escutar todos os sons produ- Não se deve usar
cotonete para limpar a
zidos no ambiente? Não podemos, por exemplo, ouvir sons muito agudos
parte interna do canal
ou muito graves, pois só possuímos a capacidade de escutar sons entre auditivo por ser extre-
20 Hz e 20.000 Hz (Hz = Hertz, unidade de medida do som). Os sons mamente prejudicial.
que se encontram abaixo de 20 Hz (graves) são chamados de infrassons, Você sabe por quê?
e os que alcançam uma potência superior a 20.000 Hz (agudos) são Vamos investigar?
chamados de ultrassons.
Nosso aparelho auditivo é composto por três estruturas: orelha externa,
orelha média e orelha interna.

Canais semicirculares
Estribo
Bigorna
Martelo Nervo auditivo

Utrículo
Vestíbulo
Sáculo

Cóclea

Tímpano Tuba
Canal auditiva
auditivo Estrutura da orelha humana.
externo Orelha Orelha Orelha
externa média interna

A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo, que capta o


som por meio de comprimentos de ondas sonoras e pelo canal auditivo
externo, responsável pelo deslocamento das ondas sonoras, para a mem-
brana timpânica (tímpano), estrutura localizada na orelha média.
Ao chegar à membrana timpânica, o som promove uma vibração
que possibilita sua propagação para três estruturas ósseas articuladas,
o martelo, a bigorna e o estribo, que são os menores ossos do nosso
corpo. Esses ossículos amplificam as vibrações sonoras transmitidas pela
membrana timpânica em direção à orelha interna.
A tuba auditiva faz a comunicação da orelha média com a faringe,
permitindo que haja uma equivalência entre a pressão atmosférica externa
e a pressão da membrana timpânica.

Capítulo 9 - Os sentidos 163

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Na orelha interna, há uma região chamada de cóclea, responsável
por receber as ondas sonoras. A cóclea é um canal em formato de espiral
que mede entre 2,5 cm e 3 cm e possui um líquido especial chamado de
endolinfa. Quando a endolinfa é movimentada dentro da cóclea, estimula
as células sensoriais e transfere o estímulo para o nervo coclear (auditivo).
Os impulsos nervosos são gerados a partir desse estímulo e enviados ao
cérebro, onde são interpretados. Após esse trajeto, podemos obter a com-
preensão do som escutado.
A orelha interna, também chamada de labirinto, é formada pela
cóclea, com função auditiva, e por outra estrutura responsável por uma
O que causa enjoo em
uma viagem de navio é a importante função biológica, o aparelho vestibular. Este é formado pelo
confusão de informações
utrículo, sáculo e canais semicirculares, estruturas voltadas para o equilíbrio
no cérebro. Os olhos e
os músculos dizem que e a percepção dos movimentos. Os canais semicirculares são preenchidos
você está parado, mas
os canais semicirculares
pelo mesmo tipo de líquido que está presente na cóclea: a endolinfa. Ao
registram o contrário. O nos movimentarmos, promovemos o deslocamento desse líquido.
embate entre os olhos e o
ouvido provoca mal-estar.
No interior do utrículo e do sáculo, também há células ciliadas sobre
as quais repousam os estatocônios, grãos diminutos aderidos a um material
gelatinoso. A movimentação da nossa cabeça altera a pressão exercida
pelos estatocônios contra os cílios das células e a percepção de movimento
do líquido nos canais semicirculares, isso gera impulsos que informam, por
meio de nervos específicos, a nossa posição relativa no ambiente.

A fonação

O ato de produzir voz é conhecido como fonação. É principalmente por meio da fala que con-
seguimos nos comunicar com os outros seres humanos. Dessa forma, apesar de não ser classificada
como um sentido, assim como a visão, a audição, o tato, o olfato e a gustação, a fonação é tida
como uma função de relação.
Para produzir a voz, utilizamos vários órgãos. Em princípio, o ar que sai dos pulmões passa
pelos brônquios e pela traqueia e se encaminha para a laringe. Os músculos da laringe se contraem
para controlar a passagem do ar, e isso faz com que as pregas vocais, localizadas na garganta,
vibrem, produzindo sons.
É na boca que esses sons serão articulados, formando, por exemplo, as palavras. A língua, os
lábios e os dentes são as estruturas presentes nesse processo.

164 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. A visão é um dos mais importantes sentidos de que dispomos para interagir com o mundo à nossa
volta. O processo todo se inicia nos olhos, mas quem decodifica a imagem, ou seja, quem traduz
os raios luminosos em informação visual é o cérebro. Como ocorre o processo de interpretação
de uma imagem?

Com a incidência de luz sobre o objeto observado, a imagem é apreendida pelo olho. Ela passa

pela córnea, pelo humor aquoso e pela lente, encaminhando-se, através da pupila, para a

retina. A imagem é formada na retina e encaminhada para o cérebro, que se encarrega da sua

interpretação.

2. O nosso olho possui uma lente, o cristalino, que faz convergir os raios de luz, de modo que a
imagem se forme na retina. Essa imagem é real, invertida e menor que o objeto. Por que, quando
formamos a imagem na retina, ela se encontra invertida?

Os feixes de luz que refletem o objeto se cruzam no momento que penetram no olho, pois o ori-

fício de entrada é pequeno. Isso faz com que a luz que ilumina o ponto mais alto do objeto seja

refletida no ponto mais baixo da sua projeção. O mesmo ocorre com a luz que ilumina o ponto

mais baixo. Isso promove a inversão da imagem.

3. O sistema sensorial é constituído pelos órgãos do sentido, como pele, orelhas, olhos, fossas na-
sais e língua, onde são encontradas as terminações sensitivas do sistema nervoso periférico. Os
diferentes estímulos do ambiente são transformados em estímulos nervosos devido à capacidade
que esses órgãos possuem. Os receptores podem ser classificados de acordo com a natureza
do estímulo que são capazes de captar. Por que os receptores sensoriais da gustação e do olfato
são chamados de quimiorreceptores?

Dizemos que os receptores sensoriais desses dois sentidos são quimiorreceptores, porque tanto o

olfato quanto a gustação são sentidos estimulados por substâncias químicas.

Capítulo 9 - Os sentidos 165

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4. Certos problemas de visão são decorrentes da incapacidade do olho de focalizar as imagens
exatamente sobre a retina. É o que acontece em certos tipos de miopia, em que o globo ocular
da pessoa é um pouco mais longo que o normal, fazendo com que a imagem se forme antes
da retina. A hipermetropia é causada por um problema oposto ao da miopia. Explique o que
acontece no olho de uma pessoa hipermétrope.

No olho de um indivíduo com hipermetropia, as imagens se formam depois da retina.

5. Quais são os receptores sensoriais do tato e os tipos de sensação que percebemos por meio destes?

O tato oferece três tipos de sensação. O toque nos permite sentir as formas e texturas dos objetos

(os receptores responsáveis são os mecanorreceptores); a temperatura é percebida pelos termor-

receptores; e a dor, pelas terminações nervosas simples.

6. Na orelha média, encontramos o martelo, a bigorna e o estribo. O que são essas estruturas e
para que servem?

São três ossos que se localizam dentro da orelha média e servem para amplificar os sons.

7. Os canais semicirculares, também denominados labirinto, correspondem a três tubos ósseos


interconectados preenchidos por um líquido, a endolinfa. Quando movimentamos a cabeça, o
líquido se desloca dentro dos canais. O deslocamento desse líquido estimula nervos específicos,
que enviam ao cérebro informação sobre a posição do nosso corpo em relação ao ambiente.
Baseado nessa informação, explique o que normalmente causa enjoo durante um passeio de barco.

O que causa enjoo em um passeio de barco é a confusão de informações no cérebro. Os olhos

e os músculos dizem que você está parado, mas os canais semicirculares registram o contrário.

O embate entre os olhos e o ouvido provoca mal-estar.

166 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (FEI) A visão é um dos sentidos mais importan- 4. (Udesc) Os animais possuem órgãos dos senti-
tes para o ser humano. Assinale a alternativa dos que lhes permitem se relacionar com o meio
correta sobre a estrutura do olho humano. ambiente. Esses órgãos podem ser classificados
de várias maneiras. Um dos sistemas de classi-
a) A córnea é pigmentada e dá a cor do olho.
ficação os situa em categorias de acordo com
b) A íris é contrátil e recobre o cristalino. o tipo de estímulo a que são sensíveis.
c) Cones e bastonetes situam-se na esclerótica.
Relacione cada órgão dos sentidos de acordo
d) O humor aquoso preenche todo o globo ocular.
com o estímulo a que é sensível.
e) A pupila é uma pequena abertura do cristalino.
(I) Quimiorreceptor (1) Tato
2. (UFCE) No ser humano, os canais semicircula- (II) Mecanorreceptor (2) Calor
res, órgãos responsáveis pela manutenção do
(III) Fotorreceptor (3) Odor
equilíbrio, estão localizados:
(IV) Termorreceptor (4) Luz
a) na orelha interna.

b) no cerebelo. Assinale a alternativa correta.


c) na medula. a) I - 3; II - 1; III - 2; IV - 4.
d) nas articulações. b) I - 4; II - 1; III - 3; IV - 2.
e) Nenhuma das alternativas. c) I - 3; II - 1; III - 4; IV - 2.

3. (PUC–RJ) O ser humano possui vários recep- d) I - 3; II - 4; III - 1; IV - 2.


tores sensoriais, através dos quais recebe in- e) I - 4; II - 2; III - 4; IV - 1.
formações do meio ambiente, enviando-as ao
encéfalo, que as processa. Cones e bastonetes, 5. (UEL) No organismo humano, os receptores
bem como cóclea e células ciliadas, são estru- sensoriais responsáveis pelo sentido do olfato
turas ligadas a esse sistema. Indique a opção podem ser classificados como:
que, respectivamente, relaciona as estruturas a) propriorreceptores.
aos sentidos.
b) mecanorreceptores.
a) Audição e olfato. d) Gustação e visão.
c) quimiorreceptores.
b) Visão e audição. e) Visão e gustação.
d) fotorreceptores.
c) Olfato e audição.
e) termorreceptores.

Capítulo 9 - Os sentidos 167

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6. (Unicamp) “Os ouvidos não têm pálpebras.” A 8. (UFF) Quando se menciona a cor dos olhos
frase do poeta e escritor Décio Pignatari mostra de uma pessoa, faz-se referência à coloração
que não podemos nos proteger dos sons des- da estrutura do globo ocular denominada:
confortáveis fechando as orelhas, como fazemos a) pupila. d) íris.
naturalmente com os olhos. O ruído excessivo
b) cristalino. e) globo ciliar.
que atinge o auge em concertos de rock causa
problemas auditivos. Nesses concertos, cerca de c) córnea.
120 decibéis são transmitidos durante mais de
duas horas seguidas, quando, de acordo com 9. Observe as imagens a seguir e marque a
alternativa correta.
recomendações médicas, deveriam ser limitados
a 3 minutos e 45 segundos. Quem ouve música I II
alta em fones de ouvido também está sujeito a
danos graves e irreversíveis, já que, uma vez
lesadas, as células da orelha não se regeneram. III
(Época, 10 de agosto de 1998. Adaptado.)

A orelha é constituída por três partes. a) I. Olho normal; II. Olho com miopia; III. Olho
a) Quais são essas partes? com hipermetropia.
Orelha externa, média e interna. b) I. Olho com hipermetropia; II. Olho normal;
III. Olho com miopia.
b) Em qual delas estão as células que poderão
ser lesadas pelo excesso de ruído? c) I. Olho com miopia; II. Olho com hiperme-
Orelha interna. tropia; III. Olho normal.

d) I. Olho com miopia; II. Olho normal; III. Olho


7. Se forem comparados os elementos envolvidos com hipermetropia.
nos processos de visão do olho humano e nos
e) I. Olho normal; Olho com hipermetropia; III.
de elaboração de uma foto a partir de uma
Olho com miopia.
câmera fotográfica, podem ser feitas algumas
correlações. Assinale a alternativa que apre- 10. (UFPA) Em uma máquina fotográfica, a lente
senta uma correlação incorreta. e o filme correspondem, no olho humano, res-
a) Câmara escura – Globo ocular. pectivamente:

b) Diafragma – Íris. a) à esclerótica e à pupila.

c) Filme – Retina. b) à pupila e à retina.

d) Lente – Córnea. c) ao cristalino e à retina.

e) Revelador – Cérebro. d) ao nervo óptico e à pupila.

168 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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11. Na pele, possuímos dois tipos de receptores 13. Qual a sequência das partes do olho, partin-
sensoriais relacionados ao toque e à tempera- do do sentido da passagem de um raio de luz?
tura. Tais receptores são, respectivamente: a) Humor aquoso; pupila; lente ou cristalino,
a) propriorreceptores e mecanorreceptores. corpo vítreo; retina; córnea.

b) quimiorreceptores e termorreceptores. b) Retina; córnea; humor aquoso; pupila; lente


ou cristalino; corpo vítreo.
c) termorreceptores e mecanorreceptores.
c) Córnea; humor aquoso; pupila; lente ou cris-
d) fotorreceptores e propriorreceptores.
talino; corpo vítreo; retina.
e) mecanorreceptores e termorreceptores.
d) Pupila; córnea; retina; humor aquoso; lente
12. Com relação ao olho humano, assinale a ou cristalino; corpo vítreo.
alternativa correta.
14. A pele é o órgão responsável pelo tato e
a) A retina garante a alimentação do tecido dos possui estruturas específicas para que haja a sua
olhos humanos e é pigmentada, formando identificação. Sabendo disso, relacione abaixo
a câmara escura que funciona como uma a segunda coluna de acordo com a primeira.
máquina fotográfica.
Coluna 1
b) A coroide é a parte fibrosa de sustentação
a) Corpúsculo de Paccine.
do olho humano. Mantendo os olhos aber-
tos, a coroide representa a parte pigmen- b) Corpúsculo de Meissner.
tada do olho. c) Terminações de Ruffini.
c) A córnea é o primeiro meio de refração do d) Terminações nervosas livres.
feixe luminoso que incide no olho. O crista-
e) Bulbos terminais de Krause.
lino é a lente responsável por uma espécie
de “ajuste focal”, que torna possível a visão
Coluna 2
nítida da imagem.
( e ) Sensação térmica de frio.
d) A íris é rica em cones e bastonetes, células
sensíveis do olho humano, que são as prin- ( d ) Sensação de dor, estímulos mecânicos
cipais pigmentações referentes ao desenvol- e térmicos.
vimento ocular. ( a ) Sensações de toque e vibração.
e) O nervo óptico tem a função de movimen- ( b ) Percepções do toque.
tar os músculos ciliares, permitindo assim a
( c ) Sensações térmicas de calor.
passagem dos raios luminosos até a retina.

Capítulo 9 - Os sentidos 169

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Capítulo 10

Sistema nervoso
Todos os nossos órgãos, a nossa capacidade de nos movimentar e
de perceber o som, a imagem, a textura, o cheiro e o sabor das coisas,
bem como todas as nossas funções psíquicas e intelectuais, dependem
primordialmente do sistema nervoso.
O sistema nervoso é um conjunto complexo, com ramificações espalha-
das por todo o corpo, controlando-o e regulando-o por meio de estímulos.
Chamamos de estímulo, mensagem, ou impulso nervoso, uma pe-
quena descarga eletroquímica capaz de causar determinadas reações
nas células. A especialização da célula, assunto estudado anteriormente,
é fundamental para o tipo de reação. Por exemplo, quando impulsos são
descarregados sobre um tecido muscular, a reação é a contração, que
pode levar a um movimento.
Quando um artista pinta um quadro, ele usa principalmente a habilida-
de das mãos, a visão e a imaginação. Os estímulos visuais (que permitem
discernir as cores, a luz e as sombras), os motores (que permitem realizar
movimentos desde os mais simples aos mais precisos e delicados) e, por fim,
os relacionados à memória, às emoções, ao pensamento e à imaginação
são captados, armazenados, relacionados, modificados e direcionados
pelo sistema nervoso para a realização da obra.
O sistema nervoso dirige e
coordena nossos movimen-
tos. Recebe estímulos do Sistema nervoso central (SNC): representa o centro de comando,
ambiente que nos rodeia e
de onde partem e para onde vão as informações. É formado pelo
de todos os nossos órgãos
internos. Interpreta esses es- encéfalo e pela medula espinhal.
tímulos e elabora respostas,
que são transmitidas a mús- Sistema nervoso periférico (SNP): corresponde às ramificações men-
culos ou glândulas.
sageiras, aos nervos, aos gânglios e às terminações nervosas.

170 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O sistema nervoso em sua
divisão didático-metodo-
lógica.
Sistema nervoso central Sistema nervoso periférico

As células nervosas (tecido nervoso)

A unidade funcional do sistema nervoso é a célula nervosa (ou célula


neural), formadora do tecido nervoso, que, por sua vez, é formador dos órgãos
e dos nervos. Também conhecida como neurônio, é uma célula especializada
em elaborar, relacionar, conduzir, receber e interpretar os impulsos nervosos.
Um neurônio é formado por dendritos, corpo celular e axônio.

Corpo celular com o


citoplasma e o núcleo

Ramificação
do axônio
Anatomia básica de um
neurônio. Esquema sem
escala; cores ilustrativas.
Dendritos

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 10 - Sistema
sustentação e movimento
nervoso 171

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Dendritos: estruturas receptoras da célula, ou seja, recebem o impulso. Geralmente, são peque-
nas e numerosas.

Corpo celular: parte do neurônio onde se localizam o núcleo, o citoplasma, a membrana plasmá-
tica e as organelas. Sua função é interpretar a mensagem e transmiti-la para o axônio.

Axônio: funciona como um prolongamento transmissor do impulso nervoso.

Muitos axônios são envolvidos por uma camada gordurosa (lipídica),


o extrato mielínico, também chamado de bainha de mielina, que auxilia
na condução do impulso nervoso, tornando mais rápida a passagem da
informação. O sentido do impulso, no geral, é dos dendritos para o axônio,
como mostra a figura a seguir, embora possa haver situações diferencia-
das, de contato entre axônios e corpos celulares, outros axônios ou mesmo
sinapses entre dendritos.
As ramificações do axônio, por sua vez, repassam a informação para
outro neurônio ou tecido.
A transmissão do impulso chama-se sinapse, assunto que veremos em breve.

Ramificação do axônio repassa


Impulso
o impulso para outro neurônio
nervoso

As informações nervosas são conduzidas de um neurônio a outro por meio de seus prolongamentos: dendritos e axônios.

Além dos neurônios, o tecido nervoso apresenta outros tipos de célula,


que são conhecidas como gliócitos, neuróglia, ou células da glia. Essas
células apresentam outras funções, que não estão diretamente associadas
à condução do impulso nervoso, mas que são essenciais para o funciona-
mento adequado desse tecido. Essas células envolvem, protegem e nutrem
os neurônios. Alguns exemplos de gliócitos são os astrócitos, oligoden-
drócitos, células de Schwann e micróglia. A seguir, detalharemos cada
uma dessas células.

172 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Astrócitos: as maiores células da glia. Participam dos processos de
cicatrização, preenchendo espaços (quando ocorre perda de neurônios),
e da nutrição das células. Os astrócitos criam uma barreira entre os
neurônios e a corrente sanguínea, coletando as substâncias nutritivas e
repassando-as aos neurônios, além de impedir a passagem de certas
substâncias para o interior destes.

Oligodendrócitos: células presentes no sistema nervoso central, são


responsáveis pela formação do extrato mielínico dos neurônios dessa
região.

Células de Schwann: células presentes no sistema nervoso periférico e


responsável pela formação do extrato mielínico nessa parte do sistema
nervoso.

Micróglia: células pequenas responsáveis por fagocitar e destruir pa-


tógenos, restos e detritos celulares no sistema nervoso.

Tipos de neurônio

Os neurônios podem ser classificados de várias maneiras. As classifi-


cações mais utilizadas referem-se à forma e às funções dessa célula.
Quanto à sua função, os neurônios podem ser classificados em:
Sensitivos, ou receptores: seus prolongamentos transmitem mensagens
dos órgãos em direção aos centros nervosos.

Motores, ou efetores: suas fibras transmitem mensagens dos centros


nervosos em direção aos músculos e às glândulas.

Mistos, associativos, ou interneurônios: realizam conexão entre os


dois tipos de neurônio. Estão envolvidos em atos reflexos, ou seja,
reações muito rápidas e involuntárias a estímulos externos, sem que
sequer tenhamos consciência delas (por exemplo, retirar rapidamente
a mão ao tocar acidentalmente uma superfície muito quente ou tossir
ao se engasgar com algum alimento).

Conexões nervosas

O sistema nervoso, portanto, é formado por uma malha de bilhões de


neurônios, conectados uns aos outros e aos tecidos do corpo humano, numa
sofisticada rede de comunicações que coordena todas as nossas atividades,

Capítulo 10 - Sistema nervoso 173

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as que podemos controlar voluntariamente e as que independem de nosso
controle. Podemos resumir o esquema da transmissão de impulsos nervosos
da seguinte maneira: os órgãos receptores recebem os estímulos externos e
internos e os transmitem para o sistema nervoso central; o sistema nervoso
central responde enviando impulsos para os órgãos efetores.
Vejamos com mais detalhes.

2 Músculos da face se
contraem.

3 Glândulas salivares
liberam saliva.

Estímulo sensorial do limão so- 1 Papilas linguais


recebem o estímulo
do sabor ácido do
bre as papilas da língua. O
limão.
gosto azedo é tão forte que,
em geral, as pessoas reagem
com a contração dos músculos
da face, ou, em outras pala-
vras, fazem uma careta.

Assim, quando os órgãos receptores — por exemplo, as papilas


linguais, o nariz e os olhos — recebem determinado estímulo, as células
nervosas sensoriais transmitem a informação para o sistema nervoso central.
Este recebe os impulsos e responde adequadamente com outro impulso,
que, dessa vez, é enviado através de neurônios motores para um órgão
efetor localizado no sistema nervoso periférico, respondendo ao estímulo
com uma ação. Em geral, o órgão efetor é um músculo ou uma glândula.

Antigamente, pelo menos até o ano de 1984, acreditava-se que os neurônios morreriam com
o passar do tempo. Essa teoria foi desacreditada, pois a ciência descobriu que os neurônios só são
perdidos em processos patológicos degenerativos.
Pesquisas mais recentes indicam que os neurônios danificados podem se renovar. Porém a
neurogênese, como é denominada a formação de um neurônio, é um processo extremamente lento
e ainda não se compreende exatamente como nem quando ocorre.

174 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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As sinapses e os impulsos nervosos

Nessa “rede”, as conexões são estabelecidas pelas chamadas sinap-


ses. Uma sinapse é uma região de proximidade entre neurônios ou entre os
neurônios e células musculares ou glandulares, por meio da qual um impulso
nervoso é transmitido. Note que uma sinapse não depende de um contato
físico entre as células, havendo entre elas um microespaço, a fenda sináptica,
que é atravessado por substâncias muito especiais chamadas neurotrans-
missores, que, por sua vez, levam a informação de uma célula para a outra.
Dendritos recebem o
impulso nervoso Detalhe do estrato mielínico
facilitando a condução

O impulso viaja
Neurotransmissores
pelo axônio
viajam no microespaço

Graças aos neurotransmis-


sores, bilhões de células
Células musculares estão profundamente co-
recebem o estímulo nectadas, sem, no entan-
to, nenhum contato físico.

Os neurotransmissores são mediadores químicos, moléculas secreta-


das pelas extremidades do axônio. Uma vez liberados, eles sensibilizam e
estimulam a célula-alvo. Há vários tipos de neurotransmissores, responsáveis
pela ativação das funções do cérebro. Alguns exemplos dessas substâncias
são: acetilcolina, endorfina, dopamina, noradrenalina, serotonina e ácido
gama-aminobutírico (GABA).

Observe a concentração da jogadora para


Detalhe de uma sinapse e os neuro-
acertar a bola. Reações serão interpretadas
transmissores.
para que ela rebata corretamente.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 175

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Apesar da complexidade, a sinapse entre as células nervosas ocorre
em uma velocidade impressionante. Estímulos como a visão da bola em
direção ao jogador de tênis causa reações em cadeia que levam a uma
determinada resposta, nesse caso ao golpe com a raquete.
Ao mesmo tempo, milhões de outras ondas de informação eletroquí-
micas estão controlando o funcionamento do corpo como um todo. Essa
multiplicidade só é possível graças a uma integração e sincronia perfeitas
entre partes e órgãos do sistema nervoso e deste com os outros sistemas
do nosso corpo.

Terminações axônicas Dendrito

Neurotransmissores são
liberados das termina-
ções axônicas na fenda
sináptica. Após atraves-
sá-la, atingem a célula-al-
vo, que pode ser um outro
neurônio (por meio de seus
dendritos), uma célula mus-
cular ou secretora.
Sinapse

Sistema nervoso central

O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula


espinhal, estruturas formadas por milhões de neurônios e responsáveis pelo
controle do organismo. O encéfalo está localizado na cabeça, protegido
pelo crânio; a medula é um prolongamento localizado na coluna vertebral,
protegido pelas vértebras.

Cérebro

Encéfalo
Cerebelo

Ponte
Bulbo

Encéfalo e medula espinhal.


Esquema sem escala. Medula
espinhal

176 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Encéfalo
O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico
(mesencéfalo, ponte e bulbo). Essas estruturas juntas dão conta do controle
de grande parte do organismo. Vejamos cada uma delas.

Cérebro

É o mais volumoso e conhecido órgão do sistema nervoso central. Seu


peso, em um indivíduo adulto, pode chegar a 1.400 g. São aproximadamente
dois bilhões de neurônios no comando das mais importantes funções, tais como:
Receber os estímulos dos órgãos sensoriais, interpretá-los e correla-
cioná-los com informações armazenadas.

Acionar impulsos motores que controlam atividades vitais.

Ordenar atividades voluntárias, como caminhar, comer, piscar os


olhos, etc.

Ativar memória, linguagem, pensamento, imaginação e sentimentos


dos seres humanos.

O cérebro pode ser divido em duas porções, o córtex cerebral, onde está
presente a massa cinzenta, ou substância cinzenta, chamada assim devido à
sua superfície de cor meio acinzentada. Essa região é formada essencialmente por
corpos celulares. É no córtex que se processam as informações. O córtex cerebral
está associado a inúmeras funções, como memória, consciência e inteligência.
Por baixo do córtex, há outra substância, a substância branca, formada
essencialmente por axônios e dendritos, que estabelecem a comunicação
do cérebro com outros centros nervosos. A coloração branca se deve à
grande presença de estratos mielínicos (envoltório cuja função é proteger
e auxiliar o neurônio) nos axônios, importantes para a velocidade da trans-
missão. Mergulhados na substância branca, existem massas de substância
cinzenta, denominados núcleos da base, que estão associadas a diversas
funções como: emoção, coordenação motora e aprendizagem.
Telencéfalo
Fissura dos hemisférios
Córtex cerebral e ou fissura longitudinal
substância cinzenta
Substância branca

Tálamo

Ponte
Hipocampo
Bulbo Corte mostrando estru-
tura interior do cérebro.
Cerebelo
Hipotálamo Tálamo

Capítulo 10 - Sistema nervoso 177

CeC_6A_U3_102a304.indd 177 29/08/19 14:50


A estrutura do cérebro é pregueada (enrugada) e está dividida em
quatro setores específicos chamados lobos.
O primeiro é o lobo frontal, responsável pelo planejamento de ações,
pensamento abstrato, aprendizagem e movimentação voluntária.

O segundo é o lobo parietal, responsável pelas sensações como tato,


dor, temperatura e reconhecimento espacial.

O terceiro é o lobo temporal, que está ligado ao processo de audição,


memória e linguagem.

O quarto lóbulo é o occipital, área de formação da visão.

Lobo parietal
Lobo frontal

Lobo occipital

Lobo temporal
Ilustração colorida para
demonstrar as partes do Cerebelo
cérebro.
Medula espinhal

De um modo geral, podemos afirmar que, em cada hemisfério, preva-


lecem funções específicas. A distinção mais radical é a que corresponde
Os hemisférios es-
ao controle motor dos membros do lado esquerdo e direito do corpo. Os
tão unidos por uma
estrutura rica em fibras nervos que conduzem as ordens de movimento se cruzam na junção dos
nervosas com mais de hemisférios, invertendo os lados. Dessa forma, o lado esquerdo do cérebro
210 milhões de axô- controla os movimentos dos membros do lado direito do corpo, e vice-versa.
nios, o corpo caloso.
Hemisfério Hemisfério
esquerdo direito

– Controle dos – Controle dos


membros direitos. membros esquerdos.
– Pensamentos – Consciência artística.
analíticos. – Criatividade.
– Lógica. – Imaginação.
– Linguagem. – Intuição.
– Raciocínio. – Pensamento holístico.
– Ciências e Matemática. – Consciência musical.
– Escrita. – Formas 3-D; desenhos.
– Habilidades com
números.

178 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O cérebro humano é constituído por aproximadamente 75% de água; ele utiliza 20% do total
de oxigênio do corpo e para de crescer quando o indivíduo chega aos 18 anos de idade.

As informações circulam pelo cérebro a cerca de 430 km por hora.

O cérebro representa cerca de 2% do peso corporal, porém é responsável por usar de 20% a
30% das calorias que ingerimos.

O cérebro é o órgão “mais gordo” do corpo. Ele pode consistir em pelo menos 60% de gordura.

Não há receptores de dor no cérebro, de modo que não se sente nenhuma dor nele.

O cérebro pode sobreviver de quatro a seis minutos sem oxigênio, depois começa a morrer. A
falta de oxigênio resulta em danos cerebrais permanentes.

Cerebelo

O termo cerebelo significa pequeno cérebro. O cerebelo é uma


estrutura localizada abaixo do lobo occipital do cérebro e possui dois
hemisférios, substância cinzenta e substância branca. É um importante
coordenador de movimentos musculares e mantenedor do equilíbrio
corporal. Logo, cérebro e cerebelo atuam juntos quando decidimos
realizar algum movimento. O primeiro é a fonte do impulso; o segundo,
o coordenador.
É exatamente por causa dessa função do cerebelo que, por exemplo,
esportes como o surfe são possíveis; enquanto o cérebro manda informações
para as pernas executarem as manobras, o cerebelo faz o relaxamento de
outros músculos para que seja possível a precisão do movimento.
O cerebelo é, portanto, o órgão do encéfalo que coordena as
atividades motoras relacionadas com os movimentos do corpo. Uma
lesão no cerebelo provoca distúrbios no sincronismo dos movimentos.
Em caso de lesão do cerebelo, observa-se um quadro conhecido como
ataxia. O consumo excessivo de álcool, ou alcoolismo, tende a levar as
pessoas a apresentar sinais de ataxia, tais como: alteração na fala, que
ocorre pela falta de coordenação nos músculos da fala, e movimentos
cambaleantes, devido à falta de coordenação motora.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 179

CeC_6A_U3_102a304.indd 179 29/08/19 14:50


O surfe exige bastante equi-
líbrio para que sejam exe-
cutadas suas manobras de
movimento.

Ponte

Parte do tronco encefálico localizada diante do cerebelo e abaixo do


cérebro que é responsável por dar passagem aos impulsos nervosos que
chegam ao cérebro. É nela que há o cruzamento das vias efetoras, o que
inverte o domínio motor dos hemisférios cerebrais.
Fica logo abaixo da ponte. Local de extrema importância para o corpo
humano porque está relacionado ao controle da respiração. Além disso, o
bulbo tem papel fundamental nos processos de digestão e, em determinados
momentos, no sistema cardiovascular, alterando os batimentos cardíacos.

Corpo
caloso

Mesencéfalo
Ponte
Cerebelo Bulbo
Na imagem, corte vertical
de um cérebro humano. Medula espinhal

180 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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A região que compreende a ponte e o bulbo é também conhecida
como tronco encefálico. Como podemos perceber, é uma região fortemente
relacionada com funções vitais e involuntárias. O fim do tronco encefálico
é o início da medula espinhal.

Medula espinhal

Logo após o bulbo, dá-se início a uma espécie de cordão nervoso


que percorre a coluna e é protegido pelas vértebras, chamado medula
espinhal. Também formada de substância cinzenta e substância branca,
é um importante condutor de impulsos e um centro nervoso fundamental
para certos atos mecânicos involuntários. Na medula, a substância branca
faz parte do córtex, e a parte central é formada de substância cinzenta.
Da medula, saem pares de nervos que se ramificam em rede por todo
o corpo. Esses pares se dividem em raiz sensitiva e raiz motora, ou seja, a
primeira recebe as sensações mecânicas, de pressão, de temperatura e de dor
que vêm de todo o corpo; a segunda passa as respostas motoras, os comandos
de ação, do sistema nervoso central para todo o corpo. Essas respostas são
elaboradas tanto no encéfalo quanto na própria medula. Há estímulos que a
medula responde com uma rapidez tão grande que o cérebro só toma ciência
da ação após a resposta. Por exemplo, quando tocamos despercebidos em
uma panela quente, imediatamente afastamos as mãos e só depois compreen-
demos. São as reações involuntárias, de reflexo, que veremos logo mais.

Substância Substância
cinzenta branca

Nervo
espinhal

Filamentos da Filamentos da
raiz motora raiz sensorial

Representação ilustrativa
de um fragmento da me-
dula espinhal.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 181

CeC_6A_U3_102a304.indd 181 29/08/19 14:50


As meninges

Sabemos que o sistema nervoso central é protegido por estruturas


ósseas; o encéfalo, pelo crânio; e a medula, pela coluna vertebral. No
entanto, não há um contato direto entre os dois. O sistema nervoso central
é envolto por três membranas protetoras: as meninges (dura-máter, aracnoi-
de e pia-máter), constituídas de tecido conjuntivo, cujo espaço entre elas
e o sistema nervoso central é preenchido por um líquido nutritivo especial,
chamado de líquor, líquido cefalorraquiano, ou líquido cerebrospinal.

A meningite
A meningite é uma doença infectocontagiosa muito grave, causada pelo ataque de organismos
invasores às meninges, causando inflamações. A doença é comprovada por exames de sangue e do
líquor. Há diversos agentes que causam meningites, como fungos, bactérias e vírus.
Os sintomas mais comuns da meningite são: febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez ou dor no
pescoço, náuseas e vômitos. Alguns sinais, como sonolência e confusão mental, são sintomas importantes.
Manchas avermelhadas na pele podem ser a caracterização da forma mais grave, quando a infecção
se dissemina para o corpo, sendo, na maioria das vezes, letal.
As meningites virais e bacterianas são mais comuns, e a segunda mostra-se mais grave. O tratamento
da meningite bacteriana é feito por antibióticos potentes. Quanto mais rápido o médico for consultado,
maior a probabilidade de cura da doença. Tanto a meningite viral quanto a bacteriana são transmitidas
pela saliva de pessoas contaminadas. Em lugares de grande aglomeração e com sistemas de ar-condi-
cionado central, há maior chance de contágio.

Sistema nervoso periférico

A comunicação entre o sistema nervoso central e todos os órgãos


do corpo se dá por meio do sistema nervoso periférico. Como dissemos,
ele é uma rede de nervos que se espalham por todo o corpo. Há nervos
diretamente ligados ao encéfalo, chamados nervos cranianos, e há os
que se ligam à medula, chamados nervos espinhais (ou raquidianos).
Um nervo é formado por vários feixes nervosos constituídos de neurofibras.
Observe a figura a seguir:

182 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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As neurofibras conduzem os
Medula espinhal
impulsos e são basicamente
formadas por axônios.

Nervos

Nervo
espinhal

Feixe
nervoso

Nervos Neurofibras
Axônio

Estrato
mielínico

Ações voluntárias e involuntárias

Os sistemas nervosos central e periférico agem juntos no controle


de nossas ações. Mover as mãos, caminhar e virar a cabeça são con-
sequências de uma decisão que tomamos, são ações que podemos
controlar, ou seja, fruto da nossa vontade, chamadas ações voluntárias,
que também se originam no sistema nervoso central. Por outro lado, a
maior parte das funções do nosso organismo ocorre basicamente por
meio de atividades sobre as quais não temos um controle direto, como
o batimento do coração, a circulação, o funcionamento dos rins, a
digestão, etc. Essas e outras funções são atribuídas ao que chamamos
de sistema nervoso autônomo, o que controla as ações involuntárias,
ou seja, as atividades que acontecem em nosso corpo durante a vida
inteira, independentemente da nossa vontade, e que garantem o fun-
cionamento correto do nosso organismo. O sistema nervoso autônomo
é dividido em duas porções cujo funcionamento é contrário e comple-
mentar: simpático e parassimpático.
Quando realizamos determinado esforço físico, como uma corrida, o
coração precisa “acelerar”, para bombear mais sangue, aumentar a pres-

Capítulo 10 - Sistema nervoso 183

CeC_6A_U3_102a304.indd 183 29/08/19 14:50


são sanguínea e oxigenar mais o corpo. Nesse momento, entra em ação
o sistema simpático. Ele é responsável por modificar o estado normal do
organismo, adequando-o às situações intensas, interferências abruptas, aos
estímulos radicais, etc., para preservar sua integridade.
O sistema parassimpático age de maneira antagônica ao simpáti-
co, ou seja, ele age devolvendo ao organismo o seu estado normal. Por
exemplo, contraindo a pupila e desacelerando os batimentos. Esse sistema
é, portanto, responsável pelas atividades do organismo em situações de
rotina. Como podemos ver, esses dois sistemas são importantíssimos para
o equilíbrio e bom funcionamento do corpo humano.

Parassimpático Simpático

Contrai a pupila Dilata a pupila

Inibe a salivação
Estimula a
salivação
Acelera os
batimentos
Inibe os cardíacos
batimentos
cardíacos
Relaxa os
brônquios
Contrai os
brônquios
Inibe o estômago
e o pâncreas
Estimula o
estômago e Estimula a
o pâncreas liberação
de glicose
Estimula a Estimula a
vesícula biliar produção de
adrenalina e
noradrenalina
Aumenta o
peristaltismo Diminui o
peristaltismo

Contrai a
bexiga urinária Relaxa a
bexiga urinária
Promove
a ereção Sistema nervoso Promove a
periférico autônomo ejaculação

Sistema nervoso periférico


autônomo e algumas de
suas funções.

184 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

CeC_6A_U3_102a304.indd 184 29/08/19 14:50


Os atos reflexos

As ações motoras nem sempre são voluntárias. Pode parecer estranho,


mas o nosso corpo é capaz não apenas de operar sozinho os nossos
órgãos internos, mas também de se mover independentemente da nossa
vontade. Por exemplo, quando, distraídos, esbarramos em superfícies muito
quentes ou nos furamos em espinhos, nossa reação é tão imediata que ela
acontece antes mesmo de compreendermos o que se passa. Esses são
apenas alguns exemplos de atos reflexos, ações mecânicas involuntárias
coordenadas pelo sistema nervoso. Os atos reflexos são reações tão rápi-
das que a mensagem só chega ao cérebro depois de a resposta ter sido
gerada, ou seja, são estímulos que não chegam até o encéfalo, recebem
resposta na medula.
Os elementos envolvidos em uma resposta medular típica são: receptores,
neurônios sensitivos, motor, associativo (nem sempre presente), sinapses e ór-
gão efetuador. O conjunto desses elementos é denominado de arco reflexo.

Médica testa os atos reflexos


de uma mulher. Com um marte-
linho de borracha, ela estimula
uma região nervosa da perna,
que deverá responder com um
movimento involuntário. Esse
procedimento é comum e ser-
ve para avaliar a saúde do
sistema nervoso periférico.

Terminações nervosas que se encontram na pele recebem um estímu-


lo radical, como ao encostar em uma superfície quente. Esse estímulo é
enviado para a raiz sensitiva e, por conseguinte, recebido pela medula,
que elabora uma resposta imediata, um impulso que contrai os músculos
do braço e o afasta instantaneamente do foco da ameaça. É uma ação
simples, automática, operada apenas pela medula. A sensação de dor,
que vem depois, é a informação chegando ao cérebro, que precisa ter
conhecimento do evento e do possível estrago; precisa arquivar, relacionar,
aprender e assim por diante.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 185

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O ato reflexo, nesse sentido, pode ser entendido como um importante
mecanismo de preservação. Mas não é tudo. Nem todos estão relacionados
Qual é a diferen-
ça entre ato reflexo e com situações de ameaça à integridade do corpo. Por exemplo, quando
arco reflexo? salivamos diante de um belo prato de comida, estamos recebendo um
estímulo visual cuja resposta, também um reflexo, é dada pelas glândulas
salivares.
Há ainda o que chamamos de reflexos condicionados. Certos atos
voluntários, à força de tanto se repetirem, tornam-se automáticos, ou seja,
somos capazes de responder aos estímulos sem pensar no que estamos
fazendo. Um bom exemplo disso é andar de bicicleta. Se, antes, nas pri-
meiras vezes, estar sobre duas rodas exigia tanto esforço e concentração,
com o tempo se torna fácil como respirar. Até ações complexas, que exi-
gem precisão, podem se tornar reflexos condicionados, como desenhar.
Os reflexos condicionados, portanto, estão fundamentalmente relacionados
com a nossa aprendizagem.

Anestesia
A anestesia é uma intervenção química poderosa que bloqueia a transmissão dos impulsos
nervosos de reflexo e da dor para o sistema nervoso central. É uma das mais importantes descobertas
da medicina, porque tornou possível que pacientes fossem submetidos a procedimentos cirúrgicos. Do
contrário, dificilmente um ser humano consciente seria capaz de suportar, por exemplo, uma remoção
da vesícula ou uma operação de catarata.
Ela foi descoberta no século XIX, a partir de experiências com éter e outras substâncias químicas.
Desde então, muitas fórmulas e métodos de aplicação foram criados e aperfeiçoados. Há anestesias
simples, que agem apenas sobre o local onde foram aplicadas; são utilizadas, por exemplo, quando
o dentista precisa realizar uma restauração de um dente. Há a anestesia geral, que deixa o paciente
inconsciente, em uma espécie de sono profundo e inabalável. Ela pode ser inalada ou injetada na
corrente sanguínea.
E há ainda a raquidiana e a peridural, que agem da cintura para baixo, usadas principalmen-
te em cirurgias cesarianas. Todas elas interferem na percepção do estímulo da dor e nos impulsos
motores, impedindo o movimento.

186 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Cuidados com o sistema nervoso
Se o sistema nervoso comanda todas as funções do corpo, então nossa
saúde e bem-estar dependem, primeiramente, do seu bom funcionamento.
Logo, o cuidado com esses órgãos é essencial para a nossa saúde. Ali-
mentação, prática de exercícios, hidratação, moderação no consumo de
certas substâncias, saúde emocional e o estilo de vida são atividades que
precisam ser mantidas e levadas em consideração.

As drogas
De modo geral, as drogas são substâncias que atuam no organismo
alterando o desempenho de suas funções, causando modificações significa-
tivas no corpo e/ou comportamento das pessoas. Segundo a Organização
Mundial de Saúde (OMS), toda substância que não é produzida natural-
mente pelo organismo e tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de
seus sistemas, alterando seu funcionamento, é uma droga. Nesse sentido,
os medicamentos que compramos nas farmácias (também denominadas
drogarias) se enquadram na definição de droga. Eles são prescritos pelos
médicos para causar um determinado efeito, como diminuir a febre, a dor
ou combater micro-organismos, como bactérias que provocam infecções.
Há, no entanto, aquelas drogas de que muito ouvimos falar, cujas substâncias,
em geral, atuam em uma área do cérebro responsável pelos impulsos do prazer,
chamada sistema de recompensa. Algumas delas, assim como os medicamentos,
têm sua comercialização liberada, ainda que com algumas restrições (a idade,
por exemplo). É o caso da bebida alcoólica e do cigarro, que são chamados
drogas lícitas. Outras têm sua comercialização proibida, como a maconha, a
cocaína, o crack, entre outras: são as chamadas drogas ilícitas.

Ecstasy, droga poderosa sin-


tética que copia a ação da
A Cannabis sativa é a matéria-prima para a produção da serotonina, perturbando as
maconha, uma droga ilícita. O princípio ativo da droga é o funções cerebrais e alterando
THC, substância poderosa que atua modificando a percep- os sentidos, a regulação do
ção da realidade. sono, etc.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 187

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Toda droga tem uma substância que é responsável pela sua ação no
organismo, o chamado princípio ativo.
No geral, drogas ilícitas prejudicam o corpo do indivíduo, especialmente
o sistema nervoso, e podem afetar também outros órgãos. Costumam provo-
car dependência química, o que faz com que seu uso se torne recorrente e
o indivíduo não tenha controle sobre sua necessidade da substância. O uso
prolongado de uma determinada droga tende a fazer com que, para obter
o mesmo efeito, o usuário necessite de dosagens cada vez maiores, poden-
do provocar o quadro de overdose, que pode levar à morte do indivíduo.
De acordo com seus efeitos, as drogas podem ser divididas em três
tipos básicos:
Drogas depressoras do SNC: diminuem o ritmo de atividade, pro-
vocando letargia, torpor, ilusão de relaxamento. São exemplos, o
álcool, os medicamentos ansiolíticos e os soníferos, além do ópio e
derivados (heroína e morfina).

Drogas estimulantes do SNC: aumentam o ritmo de atividade do


sistema nervoso, causando euforia, perda do sono, etc. São exem-
plos a nicotina (presente no cigarro), a cafeína (presente no café), as
anfetaminas, a cocaína e o crack.

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Drogas perturbadoras do SNC: distorcem a percepção da realida-
de. São também conhecidas como alucinógenos. São exemplos a
maconha, o ecstasy e o LSD.

Região entre a Estação da


Luz e o Viaduto Santa Ifigê-
nia, conhecida como Cra-
colândia (São Paulo - SP).

É importante ressaltar que essa classificação é apenas didática, e não


absoluta. Uma mesma droga pode induzir a mais de um efeito. O álcool,
por exemplo, antes de provocar a depressão da atividade cerebral, cos-
tuma induzir a estados de euforia. A maconha pode induzir a estados de
relaxamento, além da percepção distorcida, e assim por diante.
Além de todo o problema para a saúde do indivíduo, as drogas tam-
bém constituem um problema social. O indivíduo que se torna dependente
químico perde o controle sobre sua própria vida, negligenciando, por
exemplo, o trabalho e a convivência com família e amigos.
Atualmente, em vários lugares do Brasil há um sério problema com as
cracolândias, aglomerados de pessoas que vivem a consumir e comercia-
lizar o crack, um subproduto da cocaína com forte poder de dependência
e destruição. Como é barata, essa droga vem arrastando, cada vez mais,
milhares e milhares de pessoas para uma vida de miséria, criminalidade e
prostituição. O indivíduo viciado em crack tem seu sistema nervoso corrompido
de tal forma que perde a sensibilidade para as fontes naturais de prazer (como
comer, passear, estabelecer relações afetivas). Dessa maneira, as experiências
sensíveis do indivíduo se tornam empobrecidas, limitadas, e sua relação com
o mundo e com as pessoas que o cercam fica seriamente comprometida.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 189

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Observe a figura a seguir e faça o que se pede.


B D

C E

a) Qual a célula do tecido nervoso representada na imagem acima? Explique sua função.
Espera-se que o aluno demonstre, em sua explicação, que se trata da unidade funcional do sistema

nervoso, o neurônio, formadora dos tecidos nervosos e dos órgãos que comandam e coordenam

todas as funções do corpo humano.

b) Agora nomeie e descreva cada uma das partes destacadas e explique suas funções.
A: Dendritos. Prolongamento especializado na recepção de estímulos.

B: Corpo celular. Local onde se encontram o núcleo e as organelas.

C: Axônio. Prolongamento transmissor do fluxo nervoso.

D: Extrato mielínico. Camada lipídica que auxilia na condução do impulso nervoso, tornando-o

mais rápido.

E: Ramificações do axônio. Estruturas importantes que efetivam a transmissão do impulso para

outra célula. Excretam substâncias eletroquímicas chamadas neurotransmissores, que realizam a

comunicação.

2. A velocidade de propagação de um estímulo nervoso na membrana de um neurônio varia entre


10 cm/s e 1 m/s. Cite três exemplos de estímulos que você está recebendo nesse momento e
quais tipos de neurônio estão envolvidos.

Resposta pessoal.

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3. Cite os gliócitos e suas respectivas funções.

Astrócitos: formação da barreira hematoencefálica, nutrição dos neurônios e cicatrização no

sistema nervoso.

Oligodendrócitos: formação da bainha de mielina no SNC.

Células de Schwann: formação da bainha de mielina no SNP.

Micróglia: fagocitose de patógenos, detritos e restos celulares.

4. Descreva, com suas palavras, as principais partes do sistema nervoso central e suas funções.
Cérebro
Cerebelo Encéfalo
Bulbo

Medula
espinhal

O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal. O encéfalo é cons-

tituído pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O cérebro recebe os estímulos dos órgãos e

interpreta-os. O cerebelo, por sua vez, é um importante coordenador de movimentos musculares

e equilíbrio corporal. Já o tronco encefálico tem como principal função o controle de ações visce-

rais involuntárias, como a respiração. E a medula espinhal é um importante condutor de impulsos

nervosos, que interliga os sistemas nervosos central e periférico.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 191

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5. Observe o cartaz a seguir e responda ao que se pede.

Billy Elliot (2000) é um filme que conta a emocionante história


de um garoto inglês que, forçado pelo pai a frequentar uma
academia e praticar boxe, descobre que sua verdadeira
vocação é a dança. Para poder fazer o que ama, o balé,
ele terá que enfrentar muitos desafios.

a) Sabemos que o boxe e o balé, embora sejam atividades bastante diferentes, possuem
características em comum, tais como: a exigência de movimentos, a precisão e o equilí-
brio corporal. Basicamente, quais partes do sistema nervoso estão envolvidas para que
isso seja possível?
Espera-se que o aluno cite os papéis essenciais do cérebro como fonte de comando; o

cerebelo como coordenador do movimento, o que permite a precisão e dosagem da força;

e, por fim, o sistema nervoso periférico como transmissor e receptor dos estímulos entre os

órgãos efetores e o sistema nervoso central.

b) Tanto o balé quanto o boxe são atividades que exigem esforço físico. Sabemos que, diante
disso, nosso corpo precisa reagir com estímulos que garantam um bom funcionamento em um
contexto que exija mais gasto de energia. Para tanto, o coração precisa acelerar, aumentar
a pressão sanguínea e oxigenar mais o corpo; as glândulas sudoríparas precisam resfriar o
corpo, e assim por diante. Quando a atividade para, aos poucos nosso organismo precisa
voltar ao seu estado normal. Explique, com suas palavras, quais os sistemas responsáveis por
isso e como eles atuam. Dê outros exemplos.
Espera-se que o aluno demonstre conhecimento acerca do papel fundamental dos sistemas

simpático e parassimpático. O simpático adapta o corpo a situações extremas, como correr.

O esforço físico requer um maior gasto de energia e, portanto, mais oxigenação. Esse sistema

acelera os batimentos cardíacos, aumenta a pressão sanguínea e diminui o gasto de energia

com a digestão. O parassimpático normaliza as funções do organismo, desacelerando-o e

adaptando-o novamente a situações de rotina.

192 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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c) Outra semelhança é que, tanto no balé quanto no boxe, há uma série de movimentos que, à força de
tanto se repetirem, tornam-se automáticos. Assim como aprendemos a andar de bicicleta perfeitamente,
bailarinos e boxeadores aprendem a realizar atividades motoras difíceis com rapidez e, muitas vezes,
sem pensar. São os chamados atos reflexos condicionados. Explique, com suas palavras, como
ocorrem os reflexos no sistema nervoso e qual a sua importância para o organismo. Dê exemplos.
Espera-se que o aluno demonstre compreensão acerca da importância dos atos reflexos para, por

exemplo, a preservação da integridade do organismo. Uma ação motora abrupta e irracional,

como o afastamento imediato das mãos ao tocar um objeto quente, não é elaborada e coorde-

nada pelo cérebro, é executada pela medula óssea, que precisa responder ao estímulo extremo

com uma resposta extrema para, assim, evitar danos. É uma ação de grande gasto de energia e

executada por poucas estruturas. Há ações motoras elaboradas que podem ser condicionadas

à categoria de reflexo. Dessa forma, um movimento básico de bailarino, que exige concentração

e precisão, pode se tornar automático no contexto da dança.

6. O sistema nervoso autônomo funciona independentemente da nossa vontade. É formado por


neurônios que conduzem impulsos nervosos desde o sistema nervoso central até as glândulas e
os músculos. Pesquise as principais causas da disfunção do sistema nervoso autônomo.

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno cite a Diabetes mellitus, o alcoolismo, o uso de certos

medicamentos como os depressores, etc.

7. O termo droga é muito abrangente e inclui substâncias cuja venda e utilização são liberadas e
outras substâncias que são ilegais. Diante desse contexto, responda aos itens a seguir:

a) Por que medicamentos, cigarros, álcool e substâncias ilícitas, como crack e maconha, são todas
denominadas drogas?
Porque o termo droga é utilizado para descrever substâncias que não são produzidas natural-

mente pelo organismo e que funcionam modificando suas funções corporais. Como todas essas

substâncias apresentam essas características, recebem essa nomenclatura.

b) Explique a causa da dependência provocada pelo uso de drogas.


As drogas atuam sobre os centros de prazer no sistema nervoso, causando reações que estimulam os

circuitos cerebrais relacionados a essa sensação. Acabam por diminuir a sensibilidade a outras fontes

prazerosas, fazendo com que os usuários recorram à droga para obter algum tipo de satisfação.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 193

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (Fuvest) Qual dos seguintes comportamentos en- 4. (Fuvest) Examine a seguinte lista de eventos
volve maior número de órgãos do sistema nervoso? que ocorrem durante a propagação de um
impulso nervoso.
a) Salivar ao sentir o aroma de comida gostosa.
I. Neurotransmissores atingem os dendritos.
b) Levantar a perna quando o médico toca
com martelo no joelho. II. Neurotransmissores são liberados pelas ex-
tremidades do axônio.
c) Piscar com a aproximação brusca de um
objeto. III. O impulso se propaga pelo axônio.

d) Retirar bruscamente a mão ao tocar um objeto IV. O impulso se propaga pelos dendritos.
muito quente. V. O impulso chega ao corpo celular.
e) Preencher uma ficha de identificação.
Que alternativa apresenta a sequência temporal
2. (Fatec) Uma doença degenerativa do cerebelo correta desses eventos?
humano provocará alterações, provavelmente: a) V - III - I - IV - II.
a) nos movimentos respiratórios. b) I - IV - V - III - II.
b) no equilíbrio do corpo. c) I - IV - III - II - V.
c) na memória e no raciocínio. d) II - I - IV - III - V.
d) na visão e na audição. e) II - III - I - IV - V.
e) nos batimentos cardíacos.
5. (PUC-RS – Adaptada) Se “prendermos a res-
3. O encéfalo, assim como a medula, é um com- piração” por um tempo considerável, chega um
ponente do sistema nervoso central. A porção momento em que não conseguimos sustentar a situa-
mais desenvolvida do encéfalo é o cérebro, ção. Isso ocorre porque o aumento exagerado do
que está intimamente relacionado com a: gás carbônico no sangue determinará uma ação
imediata do centro respiratório, que fica localizado:
a) memória e inteligência.
a) no cérebro.
b) postura corpórea.
b) na ponte.
c) coordenação de movimentos.
c) no bulbo.
d) respiração e os batimentos cardíacos.
d) nos ventrículos.
e) pressão arterial e respiração.
e) na medula.

194 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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6. (UFRR) “O ecstasy é uma das drogas ilegais 7. (UFSM) Pode-se dizer que o acúmulo de mer-
mais utilizadas atualmente. Conhecida como cúrio afeta a sobrevivência e o funcionamento
pílula do amor, possui uma substância chamada dos . Tanto a transmissão do impulso
metilenodioximetanfetamina (MDMA), que atua nervoso, que ocorre sempre dos para
sobre três neurotransmissores: a serotonina, a os quanto a liberação de neurotrans-
dopamina e a noradrenalina. A mais atingida é missores são prejudicadas. Indique a alternativa
a serotonina, que controla as emoções e também que completa corretamente as lacunas:
regula o domínio sensorial, o domínio motor a) dendritos — neurônios — axônios.
e a capacidade associativa do cérebro para
b) axônios — dendritos — neurônios.
produzir efeitos de leveza e bem-estar; porém,
a serotonina também é reguladora da tempera- c) neurônios — dendritos — axônios.
tura do corpo, podendo causar hipertermia ou d) axônios — neurônios — dendritos.
superaquecimento do organismo, sendo esta a
e) neurônios — axônios — dendritos.
principal causa de morte dos usuários.“
Adaptado: Superinteressante, set./2000 8. (Uece – Adaptada) A deficiência na produção

de serotonina pode ser uma das causas do


Em relação aos neurotransmissores, analise as estado depressivo em adolescentes. Esta subs-
afirmativas abaixo: tância é um neurotransmissor, sendo liberada,
I. Os neurotransmissores são transportados através para que o impulso nervoso se propague, na
dos neurônios e liberados na fenda sináptica, seguinte região do neurônio:
onde dão origem ao impulso nervoso da célula. a) corpo celular.
II. Nos neurônios, o impulso nervoso tem sentido b) terminal sináptico do dendrito.
unilateral e invariável ­— de dendrito a corpo
c) bainha de mielina do axônio.
celular a axônio, não ocorrendo nunca em
sentido contrário. d) terminal sináptico do axônio.

III. Os neurotransmissores são transportados e) no nódulo de Ranvier.


pela corrente sanguínea e atuam em órgãos 9. O nosso ato reflexo pode ser avaliado por meio
específicos, denominados órgãos-alvo.
de um exame tradicional conhecido como reflexo
patelar. Nesse exame, o médico bate um pequeno
Marque a opção que julgar verdadeira.
martelo no joelho do paciente, que acaba levan-
a) I está correta. tando a perna. Ao bater no joelho, um receptor
b) I e III estão corretas. capta a batida e leva a mensagem a um(a):

c) III está correta. a) neurônio sensitivo. d) órgão efetor.

d) I e II estão corretas. b) sinapse. e) neurônio de associação.

e) I, II e III estão corretas. c) neurônio motor.

Capítulo 10 - Sistema nervoso 195

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Capítulo 11

Sistema endócrino
O sistema nervoso, objeto de estudo do capítulo anterior, não trabalha
sozinho para coordenar e regular as atividades do nosso organismo. Ele
divide suas responsabilidades com outro grupo de órgãos muito importan-
te: o sistema endócrino, que é formado pelo conjunto das glândulas do
nosso corpo.
Quando o sistema nervoso capta informações do meio externo, muitas
vezes é o sistema endócrino que prepara uma resposta interna do organismo
para esse estímulo. Um exemplo disso é a produção de adrenalina, que
A adrenalina, liberada em ocorre quando enfrentamos situações de perigo, estresse ou medo. Vamos
situações de perigo, estres-
entender como acontece esse controle.
se e medo, é produzida
por glândulas do sistema
endócrino. Glândulas do sistema endócrino

Chamamos de glândulas as estruturas que têm a função de produzir uma


secreção específica. As glândulas são formadas por um tipo de tecido epitelial
e podem ser classificadas de acordo com diversas características, inclusive a
partir da forma como liberam seus produtos. Com base neste último critério, as
glândulas são classificadas em: exócrinas, endócrinas e anfícrinas.
As glândulas exócrinas lançam seus produtos sobre superfícies externas
do corpo ou para as cavidades do tubo digestório por meio de ductos
ou canais que conduzem suas secreções. Há uma infinidade de glândulas
que pertencem a essa categoria e que são responsáveis por secreções
igualmente diversificadas, como leite (glândulas mamárias), suor (glându-
las sudoríparas), sebo (glândulas sebáceas), saliva (glândulas salivares) e
lágrimas (glândulas lacrimais).
Por sua vez, as glândulas endócrinas não apresentam os ductos
para a eliminação das substâncias que produzem, as quais são lançadas
na corrente sanguínea, por onde são transportadas para os locais onde

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devem atuar no organismo. Embora apresentem diferenças, as substâncias
produzidas pelas glândulas endócrinas são denominadas hormônios.
Os hormônios funcionam como mensageiros, assim como os neuro- Alguns órgãos
que classicamente
transmissores no sistema nervoso. Cada hormônio transporta informações
não fazem parte das
químicas no interior do corpo que promovem ações específicas. Após glândulas do sistema
penetrarem a corrente sanguínea, essas substâncias são transportadas até endócrino também
o órgão-alvo, isto é, onde irão atuar. Cada hormônio age em um órgão apresentam células
ou em um pequeno grupo deles, não afetando os demais. secretoras de hormô-
nios. É o caso, por
Glândulas anfícrinas, ou mistas, são aquelas que são endócrinas e
exemplo, do cora-
exócrinas simultaneamente. É o caso do pâncreas, por exemplo. A porção ção, do timo e da
exócrina do pâncreas produz enzimas digestivas que são liberadas no interior placenta.
do intestino delgado por meio do ducto pancreático. Já sua fração endócrina
produz os hormônios insulina e glucagon, que estudaremos mais adiante.
Fazem parte do sistema endócrino as glândulas produtoras de hor-
mônios, dentre as quais destacam-se: o hipotálamo, a pineal, a hipófise,
a tireoide, as paratireoides, o pâncreas, as adrenais e as gônadas
(testículos, no sexo masculino, e ovários, no feminino).
Hipotálamo Glândula pineal Glândula pineal
Hipotálamo
Glândula pituitária
Glândula pituitária

Tireoide e Tireoide e
paratireoide paratireoide

Timo Timo

Pâncreas
Pâncreas

Glândulas adrenais
(suprarrenais)
Glândulas adrenais
(suprarrenais) Ovário

Placenta
(durante a gravidez)
Testículo
Principais estruturas do sis-
tema endócrino.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulosustentação
11 - Sistema
e movimento
endócrino 197

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Hipotálamo

A ocitocina tam- O hipotálamo, como vimos no capítulo anterior, faz parte do encéfalo.
bém está relaciona- Essa pequena estrutura é responsável por realizar a integração entre os
da à afetividade, à sistemas nervoso e endócrino. Assim, recebe as informações transmitidas
empatia e ao apego
pelo sistema nervoso e, dependendo da necessidade, estimula ou inibe a
emocional. Por conta
de sua ligação com
produção de hormônios.
os relacionamentos Uma das funções do hipotálamo é regular a atividade hormonal de
afetivos, costuma ser outras glândulas, especialmente a hipófise, o que faz por meio da secre-
referenciada como ção de hormônios específicos. Além disso, outros dois hormônios por ele
“hormônio do amor”.
produzidos merecem destaque: a ocitocina, responsável por estimular as
contrações uterinas no parto e a produção de leite durante a amamenta-
ção; e o hormônio antidiurético (ADH), ou vasopressina, que age nos
rins controlando o volume de água do organismo.

Hipófise

A hipófise, também chamada pituitária, é uma estrutura do tamanho


de uma ervilha que se localiza na base do encéfalo. Ela é formada por
dois pequenos lobos e está diretamente associada ao hipotálamo. O
lobo posterior é chamado de neuro-hipófise e não produz hormônios,
mas armazena os que são produzidos pelo hipotálamo (ADH e ocito-
cina) antes de secretá-los na corrente sanguínea. Já o lobo anterior é
chamado adeno-hipófise e produz alguns hormônios, como o hormônio
do crescimento (GH) e a prolactina, que estimula o desenvolvimento
das glândulas mamárias.
A adeno-hipófise também funciona como um intermediário entre o
hipotálamo e as outras glândulas (como as gônadas e a tireoide), repas-
sando os estímulos para a produção de hormônios. Como os hormônios
hipofisários estimulam o funcionamento das demais glândulas, a hipófise é
considerada a glândula mestra do organismo.
O conjunto hipotálamo-hipófise controla as outras glândulas utilizando
um mecanismo chamado de retroalimentação, que envolve o monitora-
mento dos níveis hormonais no sangue. Assim, essas glândulas estimulam
o aumento ou a diminuição do número de hormônios para que esses níveis
permaneçam estáveis no organismo.

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Glândula pineal

A glândula pineal também está localizada no encéfalo e produz o Popularmente, co-


hormônio melatonina. Essa substância é responsável pela regulação do nhecemos o ritmo
chamado ritmo circadiano: o ciclo de atividade e repouso do corpo. A circadiano como re-
lógio biológico.
pineal é sensível à luz solar, por isso a sua produção ocorre à noite, na
ausência de luz. É esse hormônio que nos prepara para o período do sono.
A infância e a puberdade são períodos mais intensos de atuação da
pineal. Nesta última fase, ela passa a sofrer um processo de calcificação,
e suas atividades diminuem de intensidade. Alguns biólogos acreditam
que os hormônios da puberdade estão relacionados com a diminuição de
atividade dessa glândula.

A luz azulada emitida por telas de aparelhos eletrônicos, como televisões, computadores e
smartphones, exerce efeito inibidor sobre a produção de melatonina, o que provoca o quadro de
insônia e altera o ritmo biológico do indivíduo. Para minimizar esse efeito, recomenda-se diminuir a
exposição a esses aparelhos cerca de duas horas antes do horário de ir dormir. Em alguns aparelhos,
para reduzir esse problema, já existe uma espécie de filtro aplicável durante horários determinados
pelo usuário, que bloqueia o tom azul da luz, convertendo-o em uma espécie de amarelo.

Tireoide

A tireoide está localizada na porção anterior do pescoço, à frente da


traqueia. Ela produz dois hormônios que regulam o metabolismo e pos-
suem iodo em sua estrutura: a tiroxina (T4) e a tri-iodotironina (T3). Esses
hormônios regulam o metabolismo, participando, dentre outros processos, Laringe

da produção de energia, do desenvolvimento de estruturas corporais e da Tireoide

manutenção da temperatura do organismo. A atuação da tireoide influencia Traqueia

a nossa disposição, o nosso comportamento e o nosso humor, por isso ela


Glândula tireoide
também é conhecida como glândula do temperamento.
A tireoide também produz a calcitonina, um hormônio responsável Representação esquemá-
tica da tireoide e dos ór-
por diminuir a concentração de cálcio no plasma sanguíneo, protegendo gãos adjacentes.
o corpo da hipercalcemia (excesso de cálcio).

Capítulo 11 - Sistema endócrino 199

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Paratireoides

Paratireoides são quatro pequenas glândulas que se localizam na


região posterior da tireoide, duas de cada lado. Elas produzem o parator-
mônio (PTH), que tem ação contrária à da calcitonina, aumentando o teor
de cálcio e fósforo no sangue. O paratormônio também está associado à
A glândula tireoide tem o regulação dos níveis de fósforo e magnésio na corrente sanguínea.
formato de uma borbole-
ta. Em sua parte posterior,
Suprarrenais
ficam localizadas as glân-
dulas paratireoides (repre-
As glândulas suprarrenais (ou adrenais) recebem esse nome por-
sentadas em azul).
que se localizam acima dos rins. Cada uma dessas glândulas apresenta
duas regiões: o córtex, mais externo, e a medula, mais interna. O córtex
produz o hormônio cortisol, e a medula é responsável pela produção da
adrenalina, citada no início do capítulo.
Quando o nosso sistema sensorial percebe alguma ameaça vinda
do ambiente, rapidamente envia informações ao sistema nervoso. Como
nosso corpo precisa se preparar para responder a essa tensão com
rapidez, o sistema nervoso aciona o sistema endócrino, que libera os
hormônios da suprarrenal.
Esses hormônios atuam promovendo o aumento da respiração e dos
batimentos cardíacos, o que proporciona o aumento da circulação sanguí-
nea e da oxigenação das células e do metabolismo. O sangue passa a
ser direcionado para órgãos como os músculos, e a irrigação de estruturas
como o tubo digestório e da pele é reduzida.
Assim, esses hormônios permitem que o organismo produza energia
suficiente para reagir a essa situação de desequilíbrio ou fugir dela. O
cortisol atua mais especificamente em momentos de estresse, promovendo
a adaptação a esse tipo de circunstância.

Cortisol não é o mesmo que corticoide. Vamos analisar a terminologia: o sufixo -oide significa se-
melhante a, parecido com. Corticoides são uma categoria de medicamentos usados no tratamento de
alergias, doenças autoimunes, inflamações agudas e edema cerebral. Apresentam muitos efeitos colaterais,
de modo que só devem ser usados em situações emergenciais e, claro, sempre sob prescrição médica.

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Outro hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais é a aldoste-
rona, secretada pelo córtex. A aldosterona está relacionada ao controle
Quando estamos
do teor de sódio no sangue: quando ele baixa, aumenta a secreção de
com medo ou fica-
aldosterona, que atua sobre estruturas renais para estimular a absorção mos nervosos, certas
desse mineral. reações são comuns,
como a palidez do
Glândula adrenal Cápsula Medula rosto e a sensação
de “borboletas no
estômago”. Como
isso está relacionado
aos hormônios da su-
prarrenal?
Veias Córtex As glândulas suprarrenais
sanguíneas
localizam-se sobre os rins e
produzem uma variedade
de hormônios, incluindo a
adrenalina e os esteroides
Rim aldosterona e cortisol.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista: realiza funções exócrinas, relacio-


nadas ao sistema digestório, como a produção de enzimas liberadas no
intestino delgado, mas também tem função endócrina. Esta última é exercida
por algumas células que formam o que chamamos de ilhotas pancreáticas
(antigamente chamadas de ilhotas de Langerhans). Os principais hormô-
nios produzidos pelo pâncreas são a insulina e o glucagon, que são
responsáveis por regular a glicemia (teor de açúcar no sangue). Enquanto
a insulina estimula a entrada de glicose da corrente sanguínea para as
células, o glucagon faz o inverso, possibilitando que o açúcar acumulado
em regiões como o fígado seja disponibilizado na corrente sanguínea.

A insulina liberada pelo pâncreas estimula a entrada da


glicose circulante no meio intracelular.

Capítulo 11 - Sistema endócrino 201

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Como você deve lembrar, a glicose (açúcar) é o principal combustível
do nosso corpo, pois ela é utilizada na produção de energia. Logo, a regu-
lação da entrada e da saída de açúcar nas células é de vital importância
para o funcionamento do nosso organismo.

Gônadas

Gônadas, ou glândulas sexuais, são os termos genéricos para deno-


minar os testículos e os ovários. As gônadas são estruturas mistas: atuam na
produção de gametas (função exócrina) e de hormônios (função endócrina).
Os hormônios sexuais são a testosterona, produzida pelos testículos, e a
progesterona e o estrogênio, produzidos pelos ovários.
Os hormônios sexuais estão relacionados ao amadurecimento sexual,
bem como às características sexuais secundárias e ao desempenho das
funções reprodutivas.

Distúrbios do sistema endócrino

Apenas uma pequena quantidade de hormônios é necessária para


regular a atividade de uma outra glândula ou órgão. Em condições nor-
mais, as glândulas secretam uma quantidade de hormônios suficiente para
as demandas do organismo. Se há um desequilíbrio, pode ocorrer uma
alteração na quantidade de hormônio liberada, decorrente do aumento ou
da diminuição da atividade de uma glândula.
Quando uma glândula produz uma quantidade de hormônios abaixo
do necessário ou quando ela não produz suficientemente, ocorre uma
hipofunção. Já quando ela produz mais hormônios do que o necessário,
ocorre a hiperfunção. Ambos os casos são prejudiciais ao organismo,
pois o desequilíbrio hormonal pode trazer consequências inesperadas e,
às vezes, irreversíveis. Essa irregularidade pode ser congênita, quando o
indivíduo nasce com ela, ou adquirida, quando, por exemplo, desenvol-
vem-se tumores em estruturas glandulares.

Nanismo, gigantismo e acromegalia

Distúrbios da hipófise podem desencadear um aumento ou uma dimi-


nuição de hormônios do crescimento (GH). A produção insuficiente de GH
é uma das causas do nanismo, uma deficiência de crescimento caracteri-
zada pela baixa estatura.

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Já o excesso de hormônios do crescimento pode causar gigantismo,
caso ocorra na infância, ou acromegalia, caso ocorra na idade adulta. Por
se desenvolver após o término da fase de crescimento, a acromegalia não
faz os ossos crescerem em comprimento, mas, sim, em largura. Em estado
avançado, ela pode comprometer o funcionamento de outros sistemas,
levando a pessoa à morte.

A atriz estadunidense Laví-


nia Warren (1841–1919) e
o lutador francês Maurice
Tillet (1903–1954) apresen-
tavam, respectivamente,
nanismo e acromegalia.

Maurice Tillet, que nasceu em 1903, na França, foi um profissional de


luta livre. Sua inteligência sempre foi muito elogiada: diz-se que falava 14
idiomas, e era difícil achar quem ganhasse dele no xadrez. Aos 17 anos de
idade, desenvolveu acromegalia. Como consequência da doença, mudanças
em seu corpo foram ocorrendo, transformando-o em uma estrutura deformada.
Quais os sintomas característicos da acromegalia?

Hiper e hipotireoidismo

A produção de hormônios da tireoide deve ser equilibrada para garantir


o funcionamento adequado do metabolismo. Quando há produção excessiva
dos hormônios tireoidianos, temos o quadro clínico de hipertireoidismo.
As pessoas que são acometidas pelo hipertireoidismo podem apresentar

Capítulo 11 - Sistema endócrino 203

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agitação, nervosismo, tensão, aceleração dos batimentos cardíacos, au-
mento do apetite e perda de peso. O tratamento pode ser medicamentoso
Visando evitar ou
reduzir a ocorrência ou cirúrgico, a depender do caso. Quando a produção de hormônios é
do bócio na popu- insuficiente, ocorre o hipotireoidismo, de modo que o metabolismo tem
lação, em diversos sua velocidade reduzida. Pessoas com hipotireoidismo apresentam letargia
países, inclusive no e apatia. Em adultos, frequentemente se observa o quadro de obesidade,
Brasil, há uma legis-
além de pele seca, baixa tolerância ao frio, entre outros sintomas. As con-
lação que determina
a adição de iodo ao sequências nas crianças são mais severas, uma vez que ocorre retardo no
sal de cozinha. desenvolvimento físico (crescimento) e mental.
Tanto no hipertireoidismo quanto no hipotireoidismo pode ocorrer o
crescimento demasiado da tireoide, denominado bócio. O bócio se dá
devido à má nutrição, especificamente à ingestão insuficiente de iodo, sal
mineral essencial para a produção dos hormônios tireoidianos.

O mau funcionamento da ti-


reoide provoca o bócio, ca-
racterizado pelo crescimento
excessivo da glândula.

Diabetes
A diabetes é uma doença caracterizada por uma produção baixa ou
ausente de insulina. Há também o caso em que a insulina é produzida, mas
sua ação é comprometida. Em todo caso, a consequência é o quadro de
hiperglicemia, isto é, a taxa de açúcar no sangue fica mais elevada do
que deveria, pois a glicose não está sendo conduzida para o interior das
células. Sem a absorção de açúcar, as células não conseguem produzir
energia suficiente, causando fraqueza, fome e sede excessivas, perda de
peso e vontade frequente de urinar.
Os dois tipos mais comuns de diabetes são denominados diabetes
I e II. A diabetes de tipo I é de caráter autoimune, isto é, o sistema imu-
nológico do próprio indivíduo ataca suas células produtoras de insulina,

204 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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destruindo-as. Com a destruição delas, não há produção de insulina. Por
conta disso, esse tipo de diabetes é chamado de insulinodependente. A
diabetes de tipo I manifesta-se em indivíduos na infância ou adolescência,
por esse motivo também é conhecida como diabetes juvenil.
O tipo II, por sua vez, além da predisposição genética, costuma estar
associado aos hábitos do indivíduo, relacionando-se intimamente aos quadros
de obesidade e sedentarismo. Nesse tipo de diabetes, o pâncreas continua
produzindo insulina, contudo a ação dela nas células é comprometida. Essa
é a forma mais frequente de manifestação da diabetes.
A diabetes ainda não tem cura e pode causar problemas graves,
incluindo danos ao sistema cardiovascular e à visão. Por isso, as pessoas
com essa doença precisam de um controle rígido sobre sua alimentação
e praticar atividades físicas regularmente. Em alguns casos, são usados
medicamentos para auxiliar o controle da glicemia ou doses diárias de
insulina via injeção.

Conta-se que, antigamente, um dos métodos


para se descobrir se a pessoa era diabética era
por meio da realização de um exame de urina. O
paciente devia urinar ao ar livre; se a urina atraísse
formigas, havia glicose em sua composição, o que
diagnosticava a doença.

A glicose não é um componente usual na urina. A sua


presença é um indício de diabetes e era usada como
método de diagnóstico desde a Antiguidade.

O perigo dos anabolizantes

Pessoas que começam a treinar com o objetivo de adquirir massa mus-


cular muitas vezes não têm paciência para esperar os primeiros resultados
aparecerem. Por esse motivo, procuram maneiras mais fáceis e rápidas de
atingir um corpo musculoso.

Capítulo 11 - Sistema endócrino 205

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Uma das maneiras mais utilizadas por esses indivíduos é o uso de
esteroides anabolizantes. Esteroides são substâncias que possuem estrutura
química em comum e realizam importantes funções metabólicas em nosso
corpo. A vitamina D, o colesterol e os hormônios sexuais são exemplos de
esteroides produzidos naturalmente pelo nosso corpo que são aliados do
desenvolvimento, do crescimento e da maturação sexual.
No entanto, esteroides anabolizantes androgênicos (EAA) são pro-
duzidos artificialmente por laboratórios farmacêuticos e usados com
finalidade medicinal.
Administrados em doses terapêuticas e com acompanhamento médico,
eles não são prejudiciais à saúde. Por exemplo, vítimas de doenças crôni-
cas desgastantes, idosos, homens com hipofunção testicular e pessoas que
sofrem de acidentes com perda muscular utilizam os EAAs para tratar de
problemas musculares, sexuais ou de crescimento. O problema é que muitas
pessoas que não se enquadram nessas situações compram ilegalmente os
EAAs, sem prescrição médica, e os utilizam sem orientação, com o objetivo
de desenvolver massa muscular. Muitas vezes, as doses tomadas são muito
altas, promovendo um grande desequilíbrio hormonal no indivíduo.
O abuso de anabólicos pode gerar irritabilidade, diminuição do desejo
sexual, aumento das espinhas, ginecomastia (desenvolvimento de mamas
masculinas), masculinização nas mulheres (por exemplo o engrossamento da
voz), problemas cardiovasculares, atrofia dos testículos, infertilidade tempo-
rária, calvície, câncer de próstata, danos ao fígado, entre outros sintomas.

206 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. O sistema endócrino é constituído por diversas glândulas e tecidos que secretam substâncias
químicas chamadas hormônios. Qual é a função desse sistema e dos seus hormônios?

O sistema endócrino é responsável por regular atividades metabólicas do organismo; por isso,

assim como o sistema nervoso, ele é considerado um sistema integrador. Os hormônios, por sua

vez, são mensageiros químicos, por meio dos quais os comandos do sistema endócrino são en-

viados a estruturas corporais específicas.

2. Sobre os tipos de glândula:

a) Qual a principal diferença entre glândulas endócrinas e exócrinas? Cite um exemplo de cada.
A forma e o local de secreção são diferentes nos dois tipos de glândula: as exócrinas eliminam

seus produtos por meio de ductos na superfície do corpo ou em cavidades do tubo digestório; já as

endócrinas não apresentam ductos e eliminam seus produtos na corrente sanguínea. As glândulas

salivares, sebáceas, sudoríparas, mamárias e lacrimais são exemplos de glândulas exócrinas. Já a

hipófise, a tireoide e a paratireoide são exemplos de glândulas endócrinas.

b) O que são glândulas mistas? Exemplifique.


São estruturas secretoras que apresentam características endócrinas e exócrinas simultaneamente.

O pâncreas e as gônadas são exemplos de glândulas mistas.

Capítulo 11 - Sistema endócrino 207

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3. Em situações que exigem estado de alerta, como perigo real ou práticas de esportes radicais, são co-
muns as sensações de “frio na barriga” ou de “borboletas no estômago”. Isso se deve à contração dos
vasos sanguíneos na região abdominal, necessária para permitir que o fluxo sanguíneo se concentre em
outros órgãos mais importantes no desenrolar da situação, como músculos, coração e pulmões. É por
isso também que o coração acelera, a pupila dilata e o ritmo respiratório aumenta. Isso se deve à ação
integrada de elementos do sistema nervoso autônomo e do endócrino. Diante desse contexto, responda:

a) Quais os componentes dos sistemas nervoso e endócrino que estão envolvidos no processo descrito?
O sistema nervoso autônomo e o hormônio adrenalina, respectivamente.

b) O hormônio em questão é secretado em qual glândula endócrina?


Glândulas suprarrenais.

4. “O hipotálamo pode ser visto como o ‘chefe’ das glândulas endócrinas.” Comente essa afirmação.

O hipotálamo realiza a comunicação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino. Por esse motivo,

a partir da percepção estabelecida pelo primeiro, ele comanda as outras glândulas endócrinas,

estimulando-as a aumentar ou diminuir a produção hormonal de acordo com os impulsos externos.

5. Uma criança de sete anos foi diagnosticada com diabetes. A avó da referida criança, de 85 anos,
também é diabética, tendo recebido o diagnóstico há quase 30 anos. Apesar de ambas apresentarem
a doença, a criança recebe rotineiramente doses injetáveis regulares de um hormônio, e a avó não.

a) Qual o hormônio que a criança recebe via injeção? Qual a função desse hormônio?
Insulina, que tem por função o controle da glicemia, propiciando a entrada da glicose nas células.

b) Por que a criança recebe doses regulares do hormônio, mas sua avó não?
Porque a criança apresenta diabetes tipo I (insulinodependente), caracterizada pela destruição

das células produtoras de insulina pelo sistema imunológico do seu organismo. A avó, por sua

vez, apresenta diabetes tipo II (não insulinodependente), na qual ocorre produção de insulina,

mas sua ação é comprometida, por isso ela não precisa da dosagem extra do hormônio, bastan-

do controlar a sua dieta, praticar atividade física e fazer uso adequado dos medicamentos que

auxiliam no controle das taxas.

208 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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c) Qual a glândula responsável pela produção do hormônio relacionado a esse quadro clínico?
Que outro hormônio é produzido por ela?
A glândula em questão é o pâncreas, que, além da insulina, produz o glucagon, hormônio que

apresenta efeito oposto ao da insulina e facilita o retorno de glicose à corrente sanguínea.

6. Para adquirir massa muscular mais rapidamente e atingir um corpo musculoso, muitos indivíduos
fazem uso de esteroides anabolizantes produzidos artificialmente por laboratórios farmacêuticos,
os quais podem causar sérios danos ao organismo quando não são usados em doses terapêuticas
e com acompanhamento médico. O nosso organismo produz naturalmente esteroides que são
aliados do desenvolvimento, crescimento e da maturação sexual. Cite quais são, respectivamente,
tais esteroides.

Vitamina D, colesterol e os hormônios sexuais.

7. (Fuvest) Uma jovem que sempre foi saudável chegou a um hospital em estado de coma. O histórico
da paciente revelou que ela recebera erroneamente injeção de uma dose excessiva de insulina.

a) Por que a injeção de insulina induziu o coma na jovem?


Porque produziu um estado de hipoglicemia que conduziu ao coma.

b) A insulina é normalmente administrada a pacientes com disfunção de que órgão? Qual é a


doença causada pela deficiência de insulina?
A disfunção, nesses casos, é do pâncreas endócrino. A deficiência de insulina causa diabetes

juvenil, ou tipo I.

Capítulo 11 - Sistema endócrino 209

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. Sobre a diabetes, analise as proposições 3. (Uece) A calcitonina é um hormônio peptídico


abaixo. que estimula a deposição de cálcio nos ossos,
reduzindo a concentração do cálcio no sangue.
I. A real causa da diabetes é a produção ou
Tal hormônio é produzido na glândula:
ação insuficiente da insulina.
a) adeno-hipófise. c) tireoide.
II. A insulina é sintetizada no pâncreas e atua
em antagonismo ao glucagon para manter b) neuro-hipófise. d) paratireoide.
controlados os níveis de açúcar no sangue.
4. (UFF) Suave caminho de volta ao sono natural.
III. A insulina eleva o nível de açúcar sanguíneo,
Novas pesquisas condenam o uso
e o glucagon o diminui.
de comprimidos de melatonina, e médicos
IV. A diabetes tipo I é uma doença de caráter defendem receita tradicional contra insônia:
autoimune e é também chamada diabetes medidas antiestresse e dieta sem cafeína.
juvenil. (MARINHO, Antônio. In: O Globo, Jornal da Família,
25/08/1996).
V. A diabetes tipo II é menos frequente que
a do tipo I. O texto reproduzido alerta para o uso in-
discriminado e abusivo da melatonina como
Está correto o que se afirma em:
medicamento. Essa substância é normalmente
a) I, II e III. d) II, III e IV. produzida pelo organismo e tem efeitos sobre
b) I, II e IV. e) II, III e V. diferentes órgãos e sistemas. Seus níveis de
concentração são finamente regulados para
c) I, II e V.
as diferentes funções biológicas. Havendo inter-
2. (UFPE) Assinale a alternativa que indica um ferência externa nesse processo de feedback,
hormônio muito importante para o equilíbrio podem ocorrer alterações orgânicas indesejá-
hídrico no corpo humano, conhecido como veis. A melatonina é produzida na:
hormônio poupador de água. a) pineal.
a) Acetilcolina. b) hipófise.
b) Timosina. c) tireoide.
c) ADH. d) paratireoide.
d) Adrenalina. e) adrenal.
e) Glucagon.

210 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O texto abaixo se refere à questão número 5. a) Paratireoides – hipófise – hipófise – pâncreas.

Os homens mais alto e mais baixo do mun- b) Tireoide – hipófise – hipófise – pâncreas.
do se encontram em Londres 13/11/2014
c) Paratireoides – hipófise – hipófise – timo.
Chandra Bahadur Dangi mede 54 cm de altura.
d) Suprarrenal – hipófise – timo – pâncreas.
Já Sultan Kosen, que tem 2,51 m de altura, é
o mais alto. e) Hipófise – suprarrenal – pâncreas – tireoide.
Os homens mais alto e mais baixo do
7. (UFF) Os hormônios atuam em rede na integra-
mundo se encontraram nesta quinta-feira (13) em
ção de diferentes órgãos e sistemas fisiológicos
Londres, na Inglaterra, em evento do Guiness,
de um indivíduo. O estrogênio, por exemplo,
livro dos recordes. O evento ocorreu num jar-
além de determinar as características sexuais,
dim, perto do parlamento de Westminster, em
também induz o amadurecimento dos órgãos
Londres, onde os dois tomaram chá.
genitais e promove o ímpeto sexual. Esse hor-
Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noti-
cia/2014/11/homens-mais-alto-e-mais-baixo-do-mundo-se- mônio é produzido principalmente pelo(a):
-encontram-em-londres.html. Acesso em: 15/08/2018.
a) hipófise. d) próstata.
5. Nanismo e gigantismo podem estar relacionados b) útero. e) ovário.
a uma série de fatores; entre eles, merece desta-
c) testículo.
que a ação hormonal. Supondo que esse tenha
sido o fato determinante, pode-se afirmar que a 8. (UFC) O momento do vestibular, sem dúvida,
disfunção hormonal que desencadeou os quadros causa nos candidatos uma mistura de sensações,
apresentados pelos dois homens cabe à glândula: como prazer por estar próximo à tão sonhada
a) suprarrenal. d) pineal. aprovação, emoção por vivenciar uma grande
escolha e medo de cometer um equívoco ao
b) paratireoide. e) hipófise.
responder às questões. Essas sensações estimu-
c) pâncreas. lam o sistema nervoso, ocasionando taquicardia
e aumento da frequência respiratória. Assinale
6. (Unesp) Considere as seguintes funções de
a alternativa que apresenta a glândula que foi
controle do sistema endócrino.
estimulada e o hormônio produzido como conse-
I. Concentração de cálcio e fósforo. quência das sensações citadas no texto.
II. Crescimento geral do corpo. a) Suprarrenal e adrenalina.
III. Atividade das gônadas. b) Tireoide e adrenalina.
IV. Metabolismo do açúcar no corpo dos c) Tireoide e calcitonina.
mamíferos.
d) Hipófise e adrenalina.
As glândulas que correspondem a essas funções
e) Pineal e melatonina.
são, respectivamente:

Capítulo 11 - Sistema endócrino 211

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Capítulo 12

Alimentação e saúde
A alimentação deve ser nutritiva e variada, pois nos fornece energia para
estudar, praticar atividades esportivas e brincar. Nosso corpo precisa de muito
mais que energia para funcionar de forma adequada. Cada alimento possui
um valor nutritivo que nos ajuda a manter nosso organismo sempre saudável.
As frutas, por exemplo, acumulam grande quantidade de água e sais
minerais, principalmente ferro, cálcio, sódio e potássio. O ferro auxilia no
transporte de oxigênio no sangue e está envolvido também em diversas ou-
tras funções, incluindo as cerebrais. O potássio atua na contração muscular
e evita as tão terríveis cãibras. Mas, além desses nutrientes, temos outros,
como a proteína, que é imprescindível na formação de novas células e
tecidos. Também não podemos esquecer dos carboidratos, que são fontes
de energia, e dos lipídios, que funcionam como uma reserva energética,
além de agir como isolante térmico.

Uma alimentação saudá-


vel auxilia na longevidade.

212 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Podemos dizer, então, que os alimentos têm funções específicas no or-
ganismo. Estudos apontam que preparar a própria comida e ter familiaridade
com os instrumentos de culinária são hábitos que geram os mais diversos
aprendizados, desde conhecimento sobre nutrição até coordenação motora
e responsabilidade com a própria segurança. Além de tudo isso, momentos
em família na cozinha podem ser muito divertidos e aproximar gerações.
Para falar sobre alimentação e saúde, precisamos conhecer os alimen-
tos, modos de preparo, a composição nutricional, mas, principalmente, a
qualidade nutricional, sem esquecer a segurança alimentar. Neste capítulo,
vamos entender quais as substâncias elementares para a vida, onde as
encontramos e como elas atuam em nosso organismo. Veremos também
como a carência dessas substâncias pode nos afetar e a importância de se
manter uma alimentação saudável. Por fim, não podemos deixar de refletir
um pouco sobre a fome no Brasil e no mundo, um problema que persiste
até os dias atuais. É preciso questionar: será que todos têm acesso aos
nutrientes básicos para viver?

Principais nutrientes

As substâncias essenciais à vida estão presentes em vários tipos de


alimento. Nenhum deles possui todas as substâncias. Também não há um
alimento constituído apenas por uma delas. É por isso que se diz, por exem-
plo, que acerola é rica em vitamina C; isso significa que, na composição Na imagem, há um bom
exemplo de refeição ba-
da fruta, prevalece a vitamina C. Também é por isso que se fala tanto da lanceada, que é rica e
importância de uma dieta “balanceada”, ou seja, em que estejam presentes, equilibrada em água, sais
minerais, proteínas, carboi-
de forma equilibrada, todos os grupos de alimentos. dratos e lipídios. Cada um
desses grupos possui uma
A água função especial no nosso
organismo.
Para termos uma ideia da importância da água no nosso organismo,
basta saber que uma pessoa forte e saudável, em um clima ameno, pode
sobreviver até dois meses sem se alimentar; mas essa mesma pessoa, pro-
vavelmente, não será capaz de ultrapassar o quinto dia sem beber água.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 12 sustentação
- Alimentação
e movimento
e saúde 213

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Do interior das células até a formação de todos os tecidos, órgãos
e sistemas, a água está presente, compondo, aproximadamente, 65% do
corpo humano adulto. Ela está na base das reações químicas que mantêm
nosso corpo em funcionamento, ou seja, do nosso metabolismo.
Como estamos perdendo água o tempo todo, seja através da respira-
ção, que elimina vapor de água, da urina, das fezes e do suor, precisamos
diariamente de reposição.
A maioria dos alimentos possui água em sua composição; uns mais,
outros menos. Frutas como a melancia, a laranja e o abacaxi são exem-
plos de fonte de hidratação, sobretudo em lugares quentes, como a praia,
nos quais o organismo perde muita água através do suor, para resfriar e
equilibrar a temperatura corporal.
No entanto, nenhum alimento deve substituir por completo a água po-
tável. Afinal, na hora da sede, nada melhor do que aquele copo de água!

Em lugares quentes, frutas


como a melancia, riquíssima
em água, são ótimas opções
para o lanche.

Água com açúcar acalma? Não é bem verdade


Quando o açúcar é metabolizado pelo organismo, ele se transforma principalmente em glicose,
fonte de energia, e pode provocar uma sensação de bem-estar por causa da produção de certos neu-
rotransmissores, como a serotonina. Isso traz uma sensação de alívio, que, na maioria das vezes, pode
ser confundida com um efeito relaxante causado pela mistura. Além disso, a ingestão do líquido pode
ter efeito psicológico e funcionar como um placebo (substância inerte ou inativa, mas que, se ingerida,
poderá produzir um efeito que suas propriedades não possuem).

214 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Na imagem a seguir, algumas das funções da água no nosso organismo.

Funções da água no corpo humano

Protege contra o superaquecimento.

Elimina as toxinas.
Observando as funções da
água em nosso organismo, é
Participa do processo de digestão. possível compreender porque
o ser humano não vive muito
tempo sem ela.
Faz parte do sangue.

Quando o corpo perde mais água do que ingere, temos o processo de


desidratação. Doenças que causam vômitos e diarreias podem levar a um
Soro caseiro: duas
quadro de desidratação devido à perda excessiva de água. Nesses casos, medidas de açúcar
os médicos, de acordo com o Ministério da Saúde, orientam a preparação e uma de sal, com a
de uma solução de água, açúcar e sal, conhecida por soro caseiro. colher de medição,
em 200 ml de água.
Os sais minerais
açúcar
Os sais minerais são substâncias inorgânicas que geralmente atuam
como reguladores e/ou constituintes importantes de partes do nosso orga-
nismo. Há vários tipos. O NaCl, cloreto de sódio, é o mais comum de
todos, conhecido como sal de cozinha.
Como bem sabemos, o sal é tradicionalmente usado para conferir mais sal

sabor às comidas. No entanto, sua importância vai além disso. Dentro do A colher de medição
nosso organismo, ele atua como regulador de diversas funções, principal- pode ser adquirida
gratuitamente nos pos-
mente dos níveis de água; porém, mesmo tão fundamental, não pode ser tos de saúde.
consumido em excesso.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 215

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Conheça, agora, outros tipos de sal.

Sal de potássio é Sais de potássio


melhor do que o de Além de excelentes reguladores do organismo, participam ativamente
sódio? da condução de impulsos nervosos nos neurônios e das atividades muscula-
res. Por isso, é comum que atletas tenham dietas ricas em banana, laranja,
acerola, abacate, castanha, amendoim e leite, pois são importantes fontes
de potássio, que confere mais resistência e reflexo muscular.

Alimentos ricos em potássio.

Sais de cálcio e de fósforo


Você já deve ter ouvido falar no cálcio, seja pelo dentista, pelo médico
Tomar leite após
ou na TV, sobretudo nas propagandas de produtos derivados do leite e de
comer alho ou cebo-
remédios para combate da osteoporose. Ele e o fósforo também atuam nos
la ajuda a tirar o mau
hálito. músculos, na condução nervosa e em outras atividades, mas se destacam
porque são constituintes fundamentais dos nossos ossos e dos dentes, par-
ticipam da sua formação e ajudam a conferir força e resistência.
O leite e seus derivados — como queijo, iogurte, além de ovos ou
alguns outros vegetais, como brócolis — são as principais fontes de cálcio
que podemos encontrar facilmente.

Algumas das principais


fontes de cálcio e fósforo.

216 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Sais de ferro
Quem carrega o oxigênio pelo sangue e garante que ele percorra
todo o nosso corpo é uma célula chamada hemácia. Pois bem, essa célula
depende do ferro para essa tarefa, afinal ele atrai as moléculas de oxigênio.
Uma das consequências do baixo nível de ferro no sangue é uma doença
chamada anemia ferropriva. Um de seus sintomas é a fraqueza, devido
à má oxigenação. Ela pode ser combatida com uma dieta rica em feijão,
espinafre, couve, ovos, carnes, miúdos, entre outros.

Alimentos ricos em ferro.

Sais de iodo
A tireoide é uma glândula muito importante porque sua atividade hormo-
nal regula muitas funções metabólicas do nosso organismo. Os sais de iodo
constituem parte fundamental desses hormônios. Quando a tireoide não traba- O iodo é funda-
mental para o desen-
lha bem, seja por escassez de iodo, seja por qualquer outro motivo, podem
volvimento do corpo
surgir problemas, como queda de cabelo, unhas quebradiças, intestino lento, humano. Sem ele, o
sonolência, retenção de líquido, fraqueza, aumento de peso, entre outros. cérebro sequer pode
Na indústria, os sais de iodo podem ser acrescentados ao sal que será crescer adequadamen-
consumido em casa, o chamado sal iodado. No entanto, eles podem ser te. Algumas doenças
mentais estão associa-
naturalmente encontrados em peixes e nos frutos do mar em geral.
das à carência radical
de iodo na dieta.

Alimentos que naturalmen-


te são fontes de iodo.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 217

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Sais de flúor
O flúor é bastante comum nos consultórios odontológicos e mais ainda
nas propagandas de creme dental. Isso porque o flúor é um sal mineral
muito importante para os nossos dentes, pois atua junto com o cálcio e o
fósforo para a saúde bucal. O flúor protege da ação das bactérias que
causam a cárie. Há alguns alimentos que contêm naturalmente a substância,
como o alho, a beterraba, a cebola, a maçã e o trigo.

Uma alimentação com sais


de flúor ajuda na preven-
ção das cáries.

Doenças relacionadas aos sais minerais

Hipertensão
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um em cada três
adultos tem pressão alta, nome popular dado ao mal que mata 7 milhões
de pessoas no mundo, a hipertensão. Essa doença está relacionada com
a pressão sanguínea dentro das veias, que, quando muito alta, pode causar
sérios problemas cardiovasculares, como infartos e derrames.
Como o sal em excesso aumenta a pressão sanguínea, na medida
em que causa uma compressão das artérias, ele é considerado o principal
vilão, juntamente com a obesidade, a falta de atividade física e o estresse,
sem falar no alcoolismo e no tabagismo.
A hipertensão, antigamente, era associada aos males da idade, a partir
da vida adulta. No entanto, hoje, essa doença tem acometido jovens, por
conta de hábitos alimentares não saudáveis.

A pressão sanguínea pode


ser aferida com o esfig-
momanômetro (popular-
mente conhecido como
tensiômetro).

218 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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As proteínas

As proteínas são moléculas com funções predominantemente “plásticas”;


em outras palavras, elas ajudam a estruturar o nosso organismo.
As proteínas contribuem para a formação dos órgãos e para o desen-
volvimento do corpo, além de atuar na reconstituição de tecidos importantes
para os nossos ossos, a pele e os músculos. Mas como elas fazem isso?
Ao ingerirmos uma proteína, ela é processada em partes menores,
chamadas aminoácidos, que são absorvidos pelas células. No interior
destas, eles são reorganizados conforme a necessidade do corpo.
Os aminoácidos são a matéria-prima para a elaboração de proteínas
específicas e têm funções como a de reconstituição da fibra muscular. É por
isso que se recomenda uma dieta rica em proteínas para todos os atletas,
sobretudo os halterofilistas. Afinal, elas são indispensáveis não apenas para
fortalecer os músculos e as cartilagens, como para prevenir ou curar lesões.
As principais fontes de proteínas são: carnes, ovos, soja, feijão, pão integral,
produtos derivados do leite, castanhas, nozes, amêndoas, gérmen de trigo, etc.
Veremos, a seguir, três importantes proteínas.

Ovos, peixe, carne vermelha


e alguns grãos são exem-
plos de fontes de proteína.

O consumo exagerado de proteína pode trazer vários problemas re-


nais. Uma dieta rica em proteína exige mais trabalho dos rins, pois eles são
responsáveis por filtrar os subprodutos da degradação da proteína.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 219

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Colágeno
A gelatina é um alimento obtido a partir de tecidos conjuntivos (pele
e cartilagem) de animais como bovinos e suínos, é rica em colágeno, uma
proteína animal presente na pele, nos ossos e nos tendões, conferindo
força e elasticidade. Por isso, muitos produtos de beleza que combatem o
envelhecimento da pele são ricos em colágeno.

Queratina

A gelatina é um exemplo de
alimento rico em colágeno.

É uma proteína fibrosa que está presente na pele, tornando-a mais


resistente. No entanto, ela se destaca como principal substância formadora
dos fios de cabelo e das unhas. É muito comum encontrarmos xampu que
traz no rótulo a informação de que é “rico em queratina”. Em outros animais,
a queratina é responsável também pela formação dos chifres, das garras
ou dos exoesqueletos.

Enzimas
As proteínas que possuem função catalisadora são chamadas de
enzimas. Elas aceleram e regulam a velocidade das reações químicas
no interior e no exterior das células, reduzindo a quantidade de energia
necessária para estas desempenharem suas funções.

Os carboidratos

Depois da regulação e da estruturação, chegou a hora de falarmos


das substâncias que funcionam como verdadeiros “combustíveis” do nosso
organismo: os carboidratos. Também chamados de glicídios, os carboi-
dratos são moléculas que, uma vez processadas, liberam certa quantidade
de energia, que é aproveitada para manter a atividade celular e, por
conseguinte, a vida. Dessa forma, podemos afirmar que a função dos

220 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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carboidratos é predominantemente energética. É por isso que eles estão
na base da alimentação, presentes em vários tipos de alimento, como
arroz, milho, batata, mel, açúcar industrial, pão, etc., que se apresentam
das seguintes formas:
Monossacarídeos: possuem apenas uma molécula ou unidade de
carboidrato, são de fácil absorção pelo organismo. Podemos citar a
Açúcares é o nome
glicose, frutose e galactose. dado aos carboidra-
tos que têm um sabor
Dissacarídeos: carboidratos um pouco mais complexos, formados por doce, como os que
duas moléculas de carboidrato juntas, como a sacarose, nosso açúcar estão presentes nas
frutas e no mel.
de uso cotidiano. Este é composto de glicose e frutose juntas. Outro
exemplo é a lactose, formada pela união da glicose com a galactose,
ou a maltose, constituída por duas moléculas de glicose.

Polissacarídeos: carboidratos formados por várias moléculas de car- Carboidratos de


origem vegetal estão
boidrato. Podemos citar o amido e a celulose, de origem vegetal; e o
presentes, por exem-
glicogênio, de origem animal. plo, nas frutas e no ar-
O amido é a reserva de energia natural de muitos vegetais. Em relação roz integral. As fibras
devem ser ingeridas
aos outros carboidratos, o amido é grande, pois é formado pela união de
para que o organismo
muitas moléculas de glicose, que sustenta não apenas a vida das plantas, possa eliminar os resí-
mas está presente na base da cadeia alimentar. O amido está presente de duos que não sofrem
forma abundante em muitos alimentos, como o feijão, o trigo, a aveia, a digestão. Já que não
mandioca, o inhame e a batata; enfim, são muitos os exemplos presentes são absorvidas pelo
intestino, elas represen-
em nosso cotidiano.
tam importante papel
O órgão que regula o nível de glicose no sangue é o pâncreas, por na formação das fe-
meio de uma substância chamada insulina. Quando o nível de insulina zes, evitando a prisão
produzido não é o suficiente, os níveis de glicose aumentam. A esse au- de ventre.
mento, damos o nome de hiperglicemia. Se esse problema for crônico,
evolui para uma doença muito séria chamada diabetes.
A aveia é rica em
fibras. Quais os efei-
tos de seu consumo
na luta contra o co-
lesterol alto?

Diferentes tipos de carboi-


drato de origem vegetal.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 221

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Os lipídios

Assim como os carboidratos, os lipídios também fornecem energia para


o corpo, mas em quantidades maiores. Por isso são chamados, também, de
energia extra. Os óleos e as gorduras são suas formas mais conhecidas.
No entanto, há muitos outros tipos de lipídio com funções específicas. Na
alimentação, eles estão presentes, por exemplo, na gordura das carnes e nos
óleos vegetais, como o azeite de oliva e o de dendê ou mesmo a oleosidade
presente na castanha e em algumas sementes.

Encontramos lipídios em alimentos de origem animal e vegetal.

Os lipídios funcionam no nosso organismo como uma importante reserva


de energia. Se, por alguma razão, faltarem carboidratos, nosso corpo usará
aquela “gordurinha estocada” debaixo da pele. É por isso que, em uma dieta
de redução de peso, é fundamental diminuir a quantidade de carboidratos e
praticar atividade física para que o corpo possa “queimar” gorduras.
Quando há uma Muitas pessoas abominam a palavra gordura, como se a presença desta
quantidade de carboi- no organismo fosse um mal a ser combatido. É bem verdade que ela está
dratos acima da neces-
associada a muitas doenças, mas devemos deixar claro que os lipídios são
sária, o corpo passa a
estocá-la. Nesse mo- fundamentais para a vida. Sua função vai além da energia e do armazenamento.
mento, ele os converte Os lipídios não são solúveis em água, ou seja, não se misturam. Já sabe-
em gordura. mos que somos compostos de, aproximadamente, 65% de água. Então, eles
ajudam também a estabelecer limites entre diferentes meios, porém igualmente
aquosos, como os ambientes intracelular e extracelular. Basta lembrarmo-nos
da membrana plasmática, que depende sensivelmente das moléculas de lipídio
para preservar a integridade do citoplasma e realizar as trocas importantes.
Sendo assim, os lipídios também possuem função estrutural.

222 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O que é colesterol?

É mais um tipo de lipídio que participa ativamente da composição dos


esteroides, os hormônios sexuais. O colesterol é adquirido na alimentação,
mas também é produzido e regulado pelo fígado, porque, apesar de muito
importante, precisa ter sua taxa no sangue controlada.
Quando os níveis de colesterol no sangue estão muito altos — por
conta de problemas no fígado ou por ingestão excessiva de alimentos com
colesterol, agravados pela vida sedentária —, o indivíduo se torna propenso
à doença conhecida por aterosclerose. Esta é causada pelo surgimento de
placas lipídicas dentro das artérias, que prejudicam a circulação e irrigação
sanguínea dos órgãos, sobretudo do coração, podendo causar infartos.

Estágios da
aterosclerose

Funções normais

Disfunção endotelial

Esquema dos estágios da ma-


nifestação da aterosclerose.
Trombose de ruptura Formação da placa
de placa

Existe colesterol bom?

As moléculas de colesterol estão, normalmente, presentes no sangue,


associadas a uma proteína carregadora, pois, como o plasma sanguíneo
tem muita água, o colesterol não se dissolve, precisando de alguma outra
molécula que seja solúvel em água. O colesterol é transportado por quatro
subgrupos de moléculas: lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína
de muito baixa densidade (VLDL), lipoproteína de densidade intermediária
(IDL) e lipoproteína de alta densidade (HDL).

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 223

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LDL, VLDL e IDL agem contribuindo para o acúmulo de colesterol no
sangue, facilitando o entupimento das artérias, provocando graves doenças,
como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (conhecido
como AVC). O único colesterol bom para o sangue é o HDL, pois retira o
colesterol do sangue e leva-o para o fígado, reduzindo muito o risco de
doenças cerebrais e cardiovasculares.

As vitaminas

As vitaminas são substâncias presentes em diversos alimentos e têm fun-


Os peixes grelhados contri-
ções também reguladoras muito importantes para o nosso organismo. Podem ser
buem para aumentar os ní-
veis de HDL (colesterol bom). sintetizadas pelo corpo (vitamina D) ou ingeridas, como as vitaminas A, E e C. A
seguir, listamos algumas vitaminas, suas funções e onde podem ser encontradas.

Vitamina A
A vitamina A é importante para a formação dos ossos e para uma
Hipovitaminose boa visão, além de proporcionar saúde à pele. Pode ser encontrada prin-
é o nome dado à cipalmente no fígado, no ovo, no leite, na alface, na couve, na abobrinha.
falta de vitaminas no A falta da vitamina A causa a xeroftalmia, ou cegueira noturna, uma
organismo.
doença que desidrata o globo ocular, acarretando problemas de visão,
hipersensibilidade à luz, vermelhidão, etc.

Alimentos ricos em vitamina A.

Vitamina C
Já a vitamina C ajuda a proteger o organismo contra infecções,
além de fortalecer os vasos sanguíneos e aumentar a absorção intestinal
de ferro. Pode ser encontrada na laranja, no limão, no abacaxi, no
kiwi, na acerola, no morango, no brócolis, no melão, na manga e em
frutas cítricas em geral.

224 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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A hipovitaminose C, ou seja, o consumo insuficiente da vitamina,
pode causar o escorbuto, doença que acometeu muitos marinheiros
na época das Grandes Navegações pelo tempo que passavam em
alto-mar sem alimentação adequada. Os sintomas são sangramento nas
gengivas, enfraquecimento dos dentes, feridas nos lábios, dores nas
articulações, dificuldades de cicatrização, entre outros.

Vitamina D
Alimentos ricos em vita-
A vitamina D atua na absorção e fixação do cálcio nos ossos. Pode mina C.
ser encontrada no fígado bovino, na gema de ovo, no salmão, entre outros
alimentos. A hipovitaminose D pode causar problemas físicos e cognitivos;
entre eles, por exemplo, o raquitismo.

Os raios solares estimulam


a produção de vitamina D
na pele. Os médicos reco-
mendam banhos de sol para
adultos e crianças.

Vitamina E
A vitamina E combate substâncias que se formam no organismo conheci-
Tirar as cascas co-
das como radicais livres — prejudiciais à saúde —, além de ser importante na
mestíveis das frutas
regeneração da pele. Está presente em alguns alimentos, como o abacate, o diminui seu valor nu-
amendoim e sementes de girassol. Sua hipovitaminose pode causar problemas tricional?
como deficiência neurológica, diminuição da imunidade, irritabilidade, etc.

Diversidade de alimentos ri-


cos em vitamina E.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 225

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Vitaminas do complexo B
As vitaminas do chamado complexo B são muito importantes para o
Montar pratos sau-
dáveis, mas não va- nosso sistema nervoso, para a pele e para o desenvolvimento do organismo.
riar o cardápio, traz A maior parte das vitaminas do complexo B (B1, B2, B3...) é encontrada em
alguma consequência alimentos de origem animal, como leite, queijo, carne e ovos, e de origem
à saúde? vegetal, como na mandioca e no arroz integral.
Uma das doenças relacionadas à hipovitaminose do complexo B,
especificamente a B1, também chamada de tiamina, é o beribéri, que
causa insônia, fraqueza muscular, falta de apetite, problemas respiratórios,
dificuldade na memória e taquicardia. A tiamina é responsável pelo meta-
bolismo de carboidratos no corpo e pela produção de energia.

Com casca e tudo...


Descascar batata, além de trabalhoso, não é vantajoso para a nutrição.
Quando ingerida com casca, é mais rica em carboidratos complexos e fibras.
Ao cozinhar a batata, deixe a casca, use o mínimo de água e cubra a panela.
Dessa maneira, a perda de nutrientes será menor, embora não deixe de ocorrer.
Além disso, é importante usar a água do cozimento em outras receitas, como
sopas, arroz, feijão e ensopados.
Procure remover quaisquer brotos (pequenas estruturas que saem da
batata para dar origem a outra planta), pois contêm solanina, substância
tóxica capaz de causar diarreia, cãibras e fadiga.
Boa fonte de vitaminas C, B6, potássio e outros minerais, a batata-doce
tem praticamente o mesmo valor calórico da batata-inglesa.

Batatas preparadas com a casca são mais ricas em nutrientes.

226 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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A importância da alimentação saudável

Agora que sabemos quais são os nutrientes que existem na alimentação Apesar de refrigeran-
tes e sucos industrializa-
e como eles são importantes para a vida, fica mais fácil compreender como a
dos possuírem grande
nossa saúde depende daquilo que comemos, não é mesmo? No entanto, não quantidade de água,
se trata apenas de ter acesso a todos os nutrientes necessários. É preciso não o ideal é que sejam
faltar nada nem ingerir nada em excesso, por isso se fala tanto em manter uma evitados, em razão da
dieta equilibrada. Afinal, um nutriente pode ser tão necessário quanto perigoso, quantidade de açúcar,
corantes e conservantes.
tudo irá depender da quantidade ingerida, da qualidade e assim por diante.
No geral, apenas o médico e o nutricionista são capazes de orientar
cada um de nós. Afinal, o peso, a altura, a idade, a saúde, o histórico
familiar e muitas outras variáveis são importantes. À parte isso, podemos
Por que é importan-
afirmar com convicção que uma alimentação saudável e equilibrada se te fazer várias refeições
faz, basicamente, com diversidade e qualidade dos nutrientes. ao longo do dia?

O tomate ajuda a prevenir o câncer de próstata, pois ele possui


um pigmento chamado licopeno, substância que apresenta atividade
antioxidante e, por isso, protege as células contra os radicais livres.
Mas não é apenas comendo tomate que o câncer será prevenido. O
seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e
hábitos de vida saudáveis.

A pirâmide alimentar

Pensando em facilitar a escolha de nossos alimentos, foi criada a famosa


pirâmide alimentar, na qual são distribuídos todos os grupos alimentícios
e seus principais representantes, que, de uma forma geral, devem estar
presentes na dieta normal do indivíduo.
Na pirâmide alimentar, o que está em jogo é a organização e o espaço
que esses alimentos ocupam na nossa vida, além, é claro, da qualidade do
que se come aliada ao estilo de vida que levamos. A figura a seguir serve
para visualizar melhor isso. Então, para entendermos como funciona uma
pirâmide alimentar, vamos estudar cada uma de suas partes separadamente.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 227

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Óleos e gorduras, Energético
açúcares e doces extra

Leite e derivados,
carnes e ovos Construtores

Hortaliças e frutas Reguladores

Pães, raízes, etc.


Energéticos

Exemplo de uma pirâmi-


de alimentar.

A base
A base da pirâmide e, portanto, da nossa alimentação diária é, como
podemos ver, representada pelos alimentos energéticos e reguladores.
Eles devem estar presentes em todas as refeições. São também os princi-
pais responsáveis pelo sucesso de uma dieta variada, afinal são muitas as
opções de cereais, hortaliças e frutas.

O centro
Igualmente importantes na alimentação diária, porém com espaços
mais limitados, são os construtores, que são representados, principalmente,
pelos alimentos de origem animal.

O topo
Por fim, os energéticos extras, gorduras, açúcares e afins, são os
que devem ocupar menos espaço na alimentação, afinal oferecem muitos
riscos à saúde.

228 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Aprendemos, neste capítulo, que muitos alimentos são fonte de nutrientes importantes para a
nossa saúde. A seguir, cite algumas substâncias que podem ser encontradas em cada alimento.
Se necessário, pesquise.

a) Leite
Potássio, cálcio, fósforo, proteína, carboidrato, vitaminas A, B, D.

b) Pão integral
Proteína, carboidrato.

c) Feijão
Ferro, proteína, carboidrato.

d) Maçã
Vitamina C, cálcio, fósforo, potássio.

e) Peixe
Proteína, vitamina D, ferro, sódio, potássio, cálcio.

2. Avalie as seguintes imagens e responda:


1 2 3 4

a) Quais delas representam um estilo de vida mais saudável? Por quê?


As imagens 1 e 4, em que são retratados os hábitos da prática de esporte e da alimentação

saudável, respectivamente.

b) Quais das imagens se aproximam do seu estilo de vida? Explique.


Resposta pessoal.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 229

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3. Em sua casa, observe a tabela de informação nutricional (que fica na embalagem) de três
alimentos diferentes. Baseado no que você aprendeu sobre os nutrientes neste capítulo, escreva
se os três escolhidos podem fazer parte da alimentação ideal. Anote os valores nutricionais que
você usou para chegar à conclusão. Não se esqueça de dizer o nome dos alimentos escolhidos.

Resposta pessoal.

4. Se alguém com o conhecimento atual pudesse voltar ao passado, até o ano de 1500, e precisasse
ajudar os tripulantes de alguma caravela a lutar contra o escorbuto, o que faria para ajudá-los?

Incentivaria a incluir nas refeições mais frutas cítricas, ricas em vitamina C.

5. A farinha de mandioca, muito usada no cardápio do sertanejo nordestino, é um alimento rico em


energia. Entretanto, é pobre em componentes plásticos. Quando nos referimos ao componente
energético, estamos falando daquela substância que é a reserva energética nos vegetais. Quanto
aos componentes plásticos, lembramo-nos das substâncias químicas que participam da construção
do corpo. Identifique esses componentes energéticos e plásticos.

Carboidratos e proteínas.

6. A ingestão de nutrientes essenciais em quantidades adequadas é indispensável para o funciona-


mento regular do organismo. Dessa forma, carboidratos, proteínas, sais minerais, lipídios e vitaminas
constituem a base de uma dieta alimentar equilibrada. Considerando sua função principal, como
são classificados esses compostos, respectivamente?

Energéticos, construtores, reguladores, energéticos e reguladores.

7. Os pais sempre falam a seus filhos: “Se não comer feijão, vai ficar anêmico!”. A frase refere-se a
uma doença provocada pela falta de um mineral. Qual?

Esse mineral é o ferro.

230 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (Cesgranrio) Os meios de comunicação, recen- 4. (UFMG) Devem constar da dieta humana íons
temente, divulgaram que a venda de carne para correspondentes aos seguintes elementos quí-
a população caiu em 60%, sem haver aumento micos, exceto:
no consumo de aves e peixes. Esse fato é preocu- a) cálcio.
pante, porque indica que foi reduzida a ingestão
b) cloro.
de nutrientes com função plástica, que são:
c) ferro.
a) os glicídios.
d) sódio.
b) os lipídios.
e) mercúrio.
c) as vitaminas.

d) os sais minerais. 5. (Unesp) Uma das doenças mais comuns entre


as tripulações que participaram das Grandes
e) as proteínas.
Navegações apresenta, como sintomas, he-
2. (FGV) Os alimentos fornecem os nutrientes morragia nas mucosas, sob a pele e nas arti-
para a construção da matéria viva dos tecidos culações. Essa doença, causada pela falta de
e liberação de energia, indispensáveis à vida. vitamina C, é conhecida como:
Uma dieta composta exclusivamente de carne a) beribéri.
vermelha, massas e pão é:
b) anemia.
a) rica em vitaminas (alimentos reguladores).
c) escarlatina.
b) pobre em alimentos energéticos.
d) escorbuto.
c) rica em alimentos energéticos.
6. (FEI) A xeroftalmia é caracterizada pela secu-
d) pobre em proteínas (alimentos plásticos).
ra da camada córnea do globo ocular. Essa
e) rica em sais minerais (alimentos reguladores). doença é determinada por uma deficiência
de vitamina:
3. (Unimep) Das substâncias a seguir, indique
aquela que tem função basicamente energética. a) A.

a) Vitaminas. b) B.

b) Sais minerais. c) C.

c) Carboidratos. d) D.

d) Proteínas. e) E.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 231

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7. (Uema) Uma alimentação inadequada engloba c) no nível 2; equilibrar o consumo de proteínas,
a alta ingestão de gorduras saturadas, sal e mais frequentes no nível 3; e aumentar o
carboidratos, bem como o baixo consumo de consumo de vitaminas e minerais, comumente
frutas e outros vegetais, hábitos que, geralmente, encontrados no nível 1.
andam juntos. Em 1978, foi publicado pela The d) no nível 4; equilibrar o consumo de proteínas,
Danish Consumers Cooperative Society um guia mais frequentes no nível 2; e aumentar o
nutricional chamado Pirâmide Alimentar, mais consumo de vitaminas e minerais, comumente
tarde adotado pelo Departamento de Agricultu- encontrados no nível 1.
ra dos Estados Unidos. Na base da pirâmide,
e) no nível 1; equilibrar o consumo de proteínas,
estão os alimentos que devem ser consumidos
mais frequentes no nível 4; e aumentar o
em maior quantidade e, no topo, os que devem
consumo de vitaminas e minerais, comumente
ser consumidos com moderação. Considere a
encontrados no nível 4.
pirâmide alimentar para responder à questão.
Nível 4 Óleos 8. (PUC – MG) No sal de cozinha, costuma-se
Açúcares e gorduras
e doces adicionar sais de iodo. O iodo participa da
constituição dos hormônios da glândula tireoide.
Carnes e
Leite e Nível 3 A falta do iodo pode provocar nas pessoas:
ovos
derivados
a) barriga-d’água. d) mau hálito.
Nível 2 Hortaliças b) amarelão. e) o crescimento do corpo.
Frutas
c) papo.
Cereais, Pães e
massas e Nível 1 tubérculos
raízes 9. Assinale a única alternativa incorreta nas afir-
mativas a seguir.

Na busca de uma alimentação equilibrada, deve-se a) Os glicídios também são chamados de açú-
seguir algumas recomendações da Organização cares, carboidratos ou hidratos de carbono
Mundial da Saúde (OMS), tais como limitar a e constituem a principal fonte de energia para
ingestão de lipídios e glicídios, predominantes: os seres vivos.

a) no nível 4; equilibrar o consumo de proteínas, b) Lipídios são substâncias inorgânicas como


mais frequentes no nível 3; e aumentar o óleos, ceras e gorduras, insolúveis em água
consumo de vitaminas e minerais, comumente e podem ser classificados em três grupos:
encontrados no nível 2. monossacarídeos, dissacarídeos e polissa-
carídeos.
b) no nível 4; aumentar o consumo de proteí-
nas, mais frequentes no nível 3; e diminuir o c) Proteínas são formadas por dezenas, cen-
consumo de vitaminas e minerais, comumente tenas e milhares de aminoácidos, ligados
encontrados no nível 4. em sequências como elos em uma corrente.

232 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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d) Vitaminas são quaisquer substâncias orgâni- e) As vitaminas, os minerais e as fibras são
cas que o organismo não consegue produzir, indispensáveis para uma dieta equilibrada
mas necessárias em pequenas quantidades e contribuem para o metabolismo do corpo,
para seu bom funcionamento. além de auxiliar na motilidade intestinal.

e) Sais minerais são substâncias inorgânicas for- 11. (PUC – Adaptada) No ser humano, a carência de
madas por íons, muitos dos quais fundamentais vitamina provoca a chamada cegueira
para o bom funcionamento dos seres vivos. noturna, um problema visual caracterizado
pela dificuldade para enxergar em situações
10. Atualmente existem vários tipos de dieta: dieta
de luz fraca. Essa vitamina é necessária, pois
detox, dieta da sopa, dieta da USP, dieta do suco,
associa-se a proteínas dos bastonetes, os quais
da Lua, entre tantas outras. Porém, o que muitas
são células fotorreceptoras da
pessoas não sabem é que a restrição excessiva de
que permite a visão da luminosidade.
calorias, a exclusão de alimentos necessários para
Preencha as lacunas do texto. Os termos corretos
o bom funcionamento do organismo e o jejum são
estão contidos na alternativa:
fatores geralmente propostos nessas dietas milagro-
sas, mas que podem causar fraqueza, cansaço, a) A / córnea. d) E / íris.
indisposição e deficiência de nutrientes. Assinale b) A / retina. e) E / retina.
a alternativa correta quanto ao principal nutriente
c) C / córnea.
responsável pelo fornecimento de energia para o
organismo, os carboidratos. 12. (UFMG) Segundo estudo feito na Etiópia,
a) Como exemplo de monossacarídeo, temos a crianças que comiam alimentos preparados em
frutose e lactose; como dissacarídeos, pode- panelas de ferro apresentaram uma redução da
mos citar a galactose e a sacarose; e como taxa de anemia de 55% para 13%. Essa redução
polissacarídeos, o amido e o glicogênio. pode ser explicada pelo fato de que o ferro:

b) As proteínas são formadas por aminoácidos a) aquecido ativa vitaminas do complexo B pre-
e podem atuar como enzimas, facilitando as sentes nos alimentos, prevenindo a anemia.
reações químicas no organismo. b) contido nos alimentos se transforma facilmen-
c) O carboidrato mais simples que temos na te durante o cozimento e é absorvido pelo
nossa dieta é a glicose, que também pode organismo.
ser obtida a partir da digestão de dissaca- c) oriundo das panelas modifica o sabor dos ali-
rídeos e polissacarídeos. mentos, aumentando o apetite das crianças.
d) Os lipídios são importante fonte de energia, d) proveniente das panelas é misturado aos
são pouco solúveis em água e, durante seu alimentos e absorvido pelo organismo.
metabolismo no organismo, libera cerca de
e) presente nas panelas evapora quando o
9 kcal por grama, sendo o nutriente de maior
alimento é aquecido.
valor calórico na dieta.

Capítulo 12 - Alimentação e saúde 233

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Capítulo 13

O sistema digestório
Como você sabe, os alimentos que ingerimos fornecem a energia necessária
para realizar todas as atividades do nosso organismo. No entanto, algumas
As enzimas são moléculas, como os lipídios, as proteínas e os carboidratos, que formam os
substâncias forma-
alimentos, são grandes demais para serem absorvidas pelo nosso corpo. Por
das por proteínas
esse motivo, eles são fragmentados em partículas minúsculas por meio de um
que agem em várias
reações químicas, processo conhecido por digestão. A água, os sais minerais e as vitaminas não
diminuindo o tempo precisam ser quebrados, pois são formados por moléculas pequenas.
necessário para que O processo de digestão é realizado pelos órgãos que formam o
estas ocorram.
sistema digestório e é controlado pelas enzimas presentes nas secreções
digestivas (saliva, suco gástrico, etc.), responsáveis por quebrar moléculas
grandes, tornando-as menores.
Neste capítulo, veremos como é formado nosso sistema digestório,
aprenderemos quais são as etapas da digestão e abordaremos algumas
das principais doenças que estão relacionadas a esse sistema.

A digestão é um dos princi-


pais processos realizados em
nosso organismo, pois é ela a
responsável por adquirirmos
a energia necessária para
nossas atividades.

234 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Partes do sistema digestório

Quando engolimos um alimento, ele passa por diversos órgãos, e seus


nutrientes são aproveitados pelo organismo. Os restos não aproveitados do
alimento são eliminados nas fezes.
O caminho formado pelos órgãos através dos quais o alimento passa
é chamado de tubo digestório. O sistema digestório é formado pelo tubo
digestório e pelos órgãos acessórios, que não entram em contato direto
com o alimento, mas são essenciais para esse processo. Vamos conhecer
melhor esses órgãos, observando a localização de cada um deles no corpo
humano e aprendendo mais sobre suas formas e funções.

Localização no corpo hu-


mano dos órgãos que for-
mam o sistema digestório.

Tubo digestório e cavidade oral


O tubo digestório é um canal que se inicia na boca e segue até o
ânus. Compreende o caminho pelo qual o alimento passa, sendo formado
por: cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso, reto e ânus.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 13 sustentação
- O sistemae movimento
digestório 235

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A cavidade oral, também chamada de boca, é a porção inicial do
tubo digestório, sendo revestida internamente por mucosa. Na boca, ini-
ciam-se os processos da digestão.
A língua é um órgão muscular utilizado para manipular os alimentos
durante a mastigação, misturando-os, moldando-os e empurrando-os para o
fundo da boca. Na língua, também estão presentes as células do paladar,
que nos permitem sentir o sabor da comida.
Já os dentes são estruturas bastante complexas responsáveis pela
Cavidade oral, com língua mastigação dos alimentos. Eles são formados por diferentes tipos de tecido.
e dentes.
Um dente pode ser dividido em duas partes: coroa é a região acima
da gengiva, visível aos nossos olhos; raiz é a parte que está abaixo da
gengiva, encaixada em uma cavidade do osso.
A mucosa é forma- Por volta dos 12 anos, a dentição permanente está praticamente
da por epitélio de re-
formada, apenas faltando nascerem os últimos quatro dentes, chamados
vestimento associado
ao tecido conjuntivo popularmente de dentes do siso. Eles recebem esse nome porque costumam
denominado de lâmi- nascer por volta dos 16 anos, idade na qual o jovem está se tornando
na própria e reveste adulto e, segundo a crença, adquirindo siso (bom senso).
internamente as cavi- A dentição permanente é formada por 32 dentes, 16 em cada arcada.
dades do nosso orga-
Uma arcada dentária permanente é formada por quatro dentes incisivos,
nismo, como a boca
e o intestino. dois caninos, quatro pré-molares e seis molares (os terceiros molares são
os dentes do siso).

Existe algum pro-


blema em comer e,
logo depois, tomar
banho?

Arcada dentária inferior.


Molares Pré-molares Incisivos Caninos

236 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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A falta de dentes
Durante a vida, os seres humanos possuem duas dentições. A primeira pode, de alguma
maneira, prejudicar
dentição começa a nascer a partir dos seis meses de idade, completando-se
o corpo?
entre os três e os quatro anos. Essa dentição, constituída por 20 dentes, é
chamada de decídua, ou de leite.
A partir dos seis anos, os dentes de leite começam a cair, nascendo,
em seu lugar, os dentes permanentes.

A boca humana é habitada por bilhões de bactérias. Esses micro-or-


ganismos vivem naturalmente em nosso corpo, e grande parte deles não
nos faz nenhum mal. Alguns até trazem benefícios, como impedir que
outros micro-organismos causadores de doenças ataquem nosso corpo.
Durante a alimentação, nem toda comida que mastigamos é engolida,
pois uma pequena parte fica presa em nossos dentes. Esses restos servem
de alimento para as bactérias de nossa boca, causando um aumento de
sua população, que é prejudicial para o nosso corpo. Dente molar cariado.
Um dos principais alimentos para as bactérias é o açúcar, que é trans-
formado em ácido durante a digestão bacteriana. Esse ácido é bastante
perigoso para o dente, pois o corrói, criando cavidades conhecidas como
cáries. A dor de dente surge quando a cárie atinge os nervos, localizados
na polpa. Nesse momento, ela também pode atingir os vasos sanguíneos
e se espalhar pelo corpo.
O acúmulo de bactérias, saliva e restos de alimento forma, pouco a
pouco, uma camada fina e amarelada sobre os dentes, conhecida como Por que os dentes
biofilme dental (placa bacteriana). Com o passar do tempo, a placa não escurecem?

removida se solidifica, formando o tártaro. Para tratar as cáries ou retirar o


tártaro, é necessário que o indivíduo procure um cirurgião-dentista.
A melhor maneira de se prevenir contra as cáries é escovando os dentes
de maneira correta após as refeições e antes de dormir. A língua deve ser
escovada, pois também é um local de acúmulo de bactérias. Utilizar o fio
dental e visitar o dentista regularmente são importantes medidas de prevenção.

Capítulo 13 - O sistema digestório 237

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Faringe
A faringe é um pequeno canal de aproximadamente 14 cm que é
utilizado pela via respiratória e também pela via digestória. A faringe liga
a boca ao esôfago e a cavidade nasal à laringe (canal pelo qual o ar
passa em direção ao pulmão).
Na entrada da laringe, há uma estrutura chamada epiglote, res-
ponsável por regular a passagem de substâncias. Quando respiramos,
a epiglote permanece aberta, permitindo a passagem do ar. Quando
engolimos alguma coisa, a epiglote se fecha sobre a laringe, impedindo
que o alimento a penetre.

Cavidade nasal

Cavidade oral

Úvula

Faringe
Lábios

Epiglote

Esôfago
Mandíbula
A epiglote regula a passa-
gem de ar e alimento para Língua

a laringe e o esôfago.
Laringe

Esôfago
O esôfago é um longo canal que liga a faringe ao estômago. Nele,
Esôfago
o alimento é empurrado até o estômago auxiliado por um movimento cha-
mado de peristaltismo, que veremos adiante.
Estômago
Estômago
O estômago é um órgão que possui formato de bolsa e se encontra
entre o esôfago e o intestino delgado. Ele pode armazenar até dois litros
Intestino delgado de alimento. Suas paredes possuem inúmeras glândulas que produzem o
suco gástrico.
Estrutura do estômago.

238 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Intestino delgado
O intestino delgado é um grande tubo que mede cerca de 6 m de
comprimento, unindo o estômago ao intestino grosso. Ele se encontra na Vilosidades

região inferior do nosso abdome, apresentando dobras sobre si mesmo. Vasos


sanguíneos
Ele pode ser dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno e linfáticos

é a parte que está ligada ao estômago. O jejuno é a parte do meio, que liga
o duodeno ao íleo. O íleo é a parte final, que liga o jejuno ao intestino grosso. As vilosidades intestinais
são bastante vasculariza-
No duodeno, o bolo alimentar se mistura com substâncias produzidas das, isto é, possuem muitos
por três glândulas diferentes, que conheceremos adiante: o pâncreas, o vasos em seu interior.

fígado e as glândulas intestinais.


A parede interna do intestino delgado é coberta por pequenos prolon-
gamentos de pele em forma de dedo, chamados de vilosidades intestinais.
Esses prolongamentos aumentam a superfície de contato com os alimentos, A digestão dos ali-
mentos no estômago
favorecendo a absorção.
demora entre três e
Intestino grosso quatro horas. Os res-
O intestino grosso mede cerca de 1,5 m de comprimento e é o último tos de comida que não
são absorvidos podem
órgão do tubo digestório. Ele é dividido em três partes. O ceco é a porção
permanecer no intes-
inicial do intestino grosso. A porção central, que ocupa quase toda a sua tino grosso entre 18
extensão, chama-se cólon. A porção final recebe o nome de reto. Ao final horas e dois dias.
do reto, há uma abertura do tubo digestório para o exterior, o ânus. O
ânus é regulado por um músculo denominado esfíncter anal.

Apêndice cecal
Observe a imagem a seguir. Você deve estar percebendo que há uma
estrutura da qual ainda não falamos, localizada na porção inferior do ceco.
Ela se chama apêndice cecal e não parece ter uma função específica no
corpo humano. Alguns estudos sugerem que o apêndice desempenha uma
função imunológica durante o desenvolvimento do feto e serve de abrigo
para as bactérias benéficas do intestino na vida adulta.

Apêndice
Localização do apêndi-
cecal
ce cecal.

Capítulo 13 - O sistema digestório 239

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Orgãos anexos

Os órgãos anexos, ou acessórios, são aqueles que não entram


em contato direto com os alimentos, mas produzem substâncias que são
indispensáveis para a digestão. Esses órgãos são: glândulas salivares,
glândulas estomacais, glândulas intestinais, pâncreas, fígado.

Glândulas salivares
As glândulas salivares são órgãos que se localizam nas proximidades
Por que a falta de da cavidade oral. Os seres humanos possuem três pares de glândulas sali-
saliva compromete o vares maiores. Além disso, possuem entre 600 e 1.000 glândulas salivares
hálito? menores. Elas têm a função de produzir a saliva, um líquido que lubrifica
o alimento e é formado por enzimas, minerais e aminoácidos.
Uma das principais enzimas presentes na saliva é a amilase salivar,
Uma pessoa pro- responsável por digerir o amido presente nos alimentos. A saliva ainda serve
duz até dois litros de
para a prevenção de cáries, e sua ausência nos dá a sensação de sede,
saliva por dia.
indicando que falta água em nosso corpo para as tarefas do organismo.

Glândula parótida

As glândulas salivares
Glândula sublingual
maiores são as parótidas,
as sublinguais e as subman-
dibulares.
Glândula submandibular

Glândulas estomacais
As glândulas gástricas, ou estomacais, são estruturas localizadas nas
paredes do estômago responsáveis pela produção do suco gástrico, subs-
tância que contém enzimas e ácido clorídrico. Enquanto as enzimas servem
para pré-digerir os alimentos, o ácido clorídrico serve para esterilizá-los,
matando as bactérias. As paredes desse órgão são cobertas por bastante
muco, para impedir que o ácido clorídrico ataque o próprio estômago.

240 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Glândulas intestinais
As glândulas intestinais, ou entéricas, são estruturas localizadas na
Quando masca-
parede do intestino delgado responsáveis pela produção do suco entérico. mos um chiclete, esti-
Essa substância contém enzimas que atuam sobre as proteínas e também mulamos a produção
sobre os carboidratos, como os açúcares. de ácido clorídrico
em nosso estômago.
Pâncreas Como não chegamos
O pâncreas é uma glândula que possui aproximadamente 20 cm e a ingerir o chiclete (ex-
produz o suco pancreático. Esse suco contém substâncias que digerem as ceto por acidente), o
proteínas, os carboidratos e as gorduras. Além disso, esse órgão também ácido clorídrico ataca,
caso estejamos em je-
produz hormônios, como a insulina e o glucagon.
jum, a mucosa gástri-
Fígado e vesícula biliar ca, podendo causar
O fígado é um órgão glandular que é responsável pela produção da gastrites e úlceras.
bile, substância que atua na digestão das gorduras. Após ser produzida
pelo fígado, a bile fica armazenada na vesícula biliar, à espera de seguir
para o duodeno.

Fígado
Vesícula biliar

Pâncreas

Etapas da digestão

A digestão ocorre fora das células, pois a entrada das substâncias


alimentares no interior celular só se torna possível depois da quebra das
partículas grandes em partículas menores. Ela pode ser dividida em dois
processos básicos: os processos mecânicos e os processos químicos.
A digestão mecânica, ou física, envolve a trituração e movimentação do
alimento através do tubo digestório. A digestão química ocorre por meio das
reações químicas que transformam o alimento triturado em outras substâncias.

Capítulo 13 - O sistema digestório 241

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É importante lembrar que, durante a digestão, o alimento passa por
processos mecânicos e processos químicos durante todo o tempo. Por isso,
Descansar após o
almoço é muito bom é incorreto dizer que, inicialmente, ocorre a digestão mecânica e, depois,
para a digestão ocorre a digestão química, como é comum se ouvir.
porque o repouso
Mastigação, salivação e insalivação
permite que o orga-
nismo desvie uma A primeira etapa da digestão é a mastigação, que consiste em reduzir
quantidade maior de os alimentos em partículas menores, utilizando os dentes para amassá-los
sangue para o estô- e triturá-los.
mago e menor para Os dentes incisivos servem para cortar os alimentos; os caninos servem
o restante do corpo.
para perfurá-los; os pré-molares e os molares amassam e trituram os pe-
Com isso, a digestão
ocorre melhor. daços cortados, separando-os em partículas menores. A mastigação facilita
a insalivação e a passagem do alimento pelo resto do tubo digestório.
A salivação é a produção de saliva pelas glândulas presentes na
cavidade bucal. Ela é estimulada pelo cheiro, pelo gosto ou pela textura
Comer muito rápido dos alimentos.
prejudica a digestão? Uma palavra bastante parecida com salivação é insalivação, termo
que usamos para descrever a ação da saliva sobre os alimentos. Durante
a mastigação, o alimento é triturado e misturado com a saliva. Conforme já
vimos, essa saliva lubrifica o alimento, permitindo que ele passe pelo tubo
digestório. Após ser mastigado e misturado com saliva, o alimento passa
a ser chamado de bolo alimentar.

Quando sentimos o cheiro de


um alimento, nossas glându-
las salivares são estimuladas,
por isso dizemos que estamos
com água na boca.

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Deglutição
Durante a mastigação e salivação, o bolo alimentar recém-formado é
O que acontece
ingerido por meio da deglutição. Deglutir significa engolir um alimento, quando comemos
isto é, movê-lo da boca para a faringe e da faringe para o esôfago. A demais ou ingerimos
deglutição depende da pressão no interior da cavidade oral e ocorre com alimentos mais gor-
o auxílio das movimentações da nossa língua e dos nossos músculos. durosos?

Peristaltismo
Após passar pela faringe, o alimento adentra o esôfago e é empurrado
até o estômago auxiliado pelos movimentos peristálticos. Eles consistem
na alternância entre a contração e o afastamento dos músculos localizados
nas paredes do esôfago, promovendo a locomoção do bolo alimentar.
Essa fase da digestão é incrivelmente rápida, pois o alimento percorre
todo o esôfago em cerca de 5 segundos. Um elemento que contribui para
essa rapidez é o muco que é produzido pelas glândulas que se situam nas
paredes do esôfago, lubrificando esse canal para a passagem do alimento.
Ao contrário da mastigação e da deglutição, que são movimentos volun-
tários, ou seja, realizados conscientemente pelo indivíduo, os movimentos peris-
tálticos são involuntários, isto é, são realizados pelo corpo independentemente
da vontade da pessoa. Como veremos adiante, o peristaltismo não termina
no esôfago, mas ocorre até que os restos alimentares saiam de nosso corpo.

PERISTALTISMO

Área de
Esôfago
contração

bolo
alimentar
O peristaltismo começa
no esôfago e permite
que o alimento chegue
ao estômago até mesmo
camada área de se estivermos de cabeça
muscular relaxamento para baixo.

Capítulo 13 - O sistema digestório 243

CeC_6A_U3_102a304.indd 243 29/08/19 14:51


Quimificação
Durante a passagem do bolo alimentar pelo estômago, os músculos do
Consumir líquidos
durante as refeições órgão se contraem, amassando o bolo. Enquanto isso, as enzimas presen-
prejudica a digestão? tes no suco gástrico atuam sobre os alimentos; é o caso, por exemplo, da
pepsina, que quebra as moléculas das proteínas em substâncias menores
(os aminoácidos), facilitando sua entrada nas células.
Após algum tempo sofrendo transformações no estômago, o bolo ali-
mentar se transforma em uma pasta chamada quimo. Essa pasta entra no
intestino delgado através de um pequeno orifício localizado no fundo do
estômago, regulado pelo piloro (do grego pylorus, porteiro). Essa válvula
tem a função de impedir que o bolo alimentar passe para o intestino antes
de se transformar em quimo.

Quilificação
No intestino delgado, a digestão ocorre em duas fases. Na primeira
fase, que ocorre no duodeno, o quimo é misturado às secreções do fígado
(bile), do pâncreas (suco pancreático) e do próprio intestino (suco entérico).
Após essa mistura, o quimo se transforma em uma pasta pegajosa chama-
da de quilo.
A maior parte da absorção dos alimentos ocorre no jejuno e no íleo.
A transformação em partículas menores permite que os nutrientes penetrem
nas células das vilosidades intestinais. Essas estruturas são bastante vascula-
rizadas, e é através do sangue que corre por esses vasos que as partículas
chegam a todas as partes do corpo, nutrindo as células.
O quilo leva cerca de 5 h para percorrer o intestino delgado com o
auxílio dos movimentos peristálticos. Também é no intestino delgado que
acontece a absorção de grande parte da água presente no quilo. Quanto
mais tempo ele passa lá, mais água é absorvida. Por esse motivo, quando
demoramos muito a defecar, nossas fezes se tornam mais duras.

Evacuação
No intestino grosso, ocorre a absorção do resto da água e de sais
minerais não absorvidos no intestino delgado. No final do intestino grosso,
há bactérias que se alimentam dos resíduos alimentares que nosso corpo
não absorveu. Elas contribuem para a formação das fezes, a massa sólida
formada pelos resíduos alimentares não aproveitados pelo organismo. As
fezes são eliminadas do nosso corpo através do ânus, em um processo
chamado de evacuação, ou defecação.

244 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Agora que você já aprendeu quais são os principais órgãos que for-
mam o sistema digestório e as etapas da digestão, já podemos relacionar
os conteúdos em um esquema simples.
É importante não esquecer que o peristaltismo começa no esôfago e
só termina no reto. Você também deve ter em mente que a absorção de
nutrientes ocorre principalmente nos intestinos.
Para concluirmos nosso estudo sobre a digestão, vamos conhecer quais
são as doenças e os distúrbios que podem afetar o funcionamento correto
de nosso sistema digestório.
Tubo digestório

Boca Cavidade oral Faringe Esôfago Estômago Intestino delgado Intestino grosso Ânus

Mastigação e Deglutição Peristaltismo Quimificação Quilificação Excreção


insalivação

Esquema simplificado da digestão.

Doenças e distúrbios do sistema digestório

Todos os sistemas do corpo humano são integrados e trabalham em


conjunto para que possamos realizar nossas atividades cotidianas. Por
esse motivo, uma doença ou distúrbio em qualquer parte do corpo pode
prejudicar o funcionamento de todo o nosso metabolismo.
Tomar cuidado na preparação dos alimentos e manter uma dieta equilibrada
são boas medidas para nos prevenirmos de doenças no sistema digestório.
Cultivar hábitos de higiene, praticar esportes e não ingerir remédios
sem orientação médica também são práticas recomendáveis. Todos esses
cuidados diminuem os riscos de se contraírem doenças gastrointestinais.

Gastrite
A gastrite é uma inflamação da parede do estômago que pode ser
causada por inúmeros fatores, como a ingestão de bebidas alcoólicas, o
uso de alguns tipos de remédio ou, ainda, infecção. Esses fatores fazem
com que as glândulas estomacais produzam mais ácido clorídrico que o
normal. O excesso desse ácido ataca as paredes do estômago, diminuindo
a camada de proteção do muco. Isso causa ardência e dores na região
do estômago, podendo originar náuseas e ânsias de vômito.

Capítulo 13 - O sistema digestório 245

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Úlceras péptica
As úlceras pépticas são feridas que se formam na parede do estôma-
go, do duodeno ou, ainda, do esôfago. Elas podem ser resultado do uso
inadequado de anti-inflamatórios, da ingestão de bebidas alcoólicas, do
excesso de fumo ou de infecção provocada pela bactéria Helicobacter pylori.

A bactéria H. pylori conse-


gue sobreviver no estômago
humano, causando úlceras e
doenças.

Apendicite
Apendicite é o nome dado à inflamação do apêndice. Uma das
Não há provas de
que a alimentação principais causas para essa infecção é o acúmulo de restos fecais nessa
possa causar apendi- estrutura. Essa inflamação pode comprometer o sistema digestório e levar
cite. E caroços — de o indivíduo à morte em poucos dias. Por isso, o paciente com apendicite
tomate, de goiaba, deve se submeter rapidamente a uma cirurgia para sua remoção.
ou sementes, como
gergelim — não en-
topem o apêndice.

Diferença entre um apêndice normal e um apêndice inflamado.

246 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Cirrose
A cirrose é uma doença causada por agressões prolongadas ao
Praticar exercícios
fígado e se caracteriza pela cicatrização do tecido hepático. Isso significa ajuda a evitar a pri-
dizer que a estrutura celular deixa de ser a de um fígado normal e se torna são de ventre?
apenas fibra. Um fígado cirrótico não cumpre suas funções, comprometendo
o funcionamento de todo o organismo.
A infecção pelo vírus da hepatite pode causar a cirrose. O excesso de bebida
alcoólica também, pois, quando uma pessoa ingere muito álcool, sobrecarrega
o fígado, fazendo com que ele trabalhe em excesso e termine inflamando.
Caso a cirrose só tenha atingido uma parte do fígado, é possível reti-
rá-la, pois o órgão irá se regenerar sozinho. Se ela tiver comprometido todo
o fígado, apenas um transplante do órgão pode salvar a vida da pessoa.

Fígado saudável (à es-


querda) e o órgão com
cirrose (à direita).

Câncer de cólon intestinal


O câncer de cólon do intestino é um dos principais tipos de câncer
do mundo. Ele costuma ser a evolução de um tipo de tumor benigno que
acomete quase 30% da população adulta, o chamado pólipo intestinal.
Esse tumor é causado por um crescimento anormal das células da
mucosa intestinal. Um pólipo dura entre 10 e 15 anos para se transformar
em um tumor maligno (câncer). No entanto, menos de 5% dos pólipos
intestinais evoluem para cânceres.
A detecção de um pólipo é feita por meio de um exame chamado
colonoscopia, que introduz uma sonda no intestino grosso através do reto
Cólon com três pólipos em
para observar a mucosa intestinal. evidência.
Após a detecção de um tumor, uma pequena parte dele é retirada
para que possa ser examinada, a fim de descobrir se ele poderá evoluir
para um câncer. Caso não tenha evoluído para tumores, os pólipos podem
ser retirados do intestino durante a colonoscopia.

Capítulo 13 - O sistema digestório 247

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Doença hemorroidária
A região do reto e do ânus, como qualquer outra região do corpo
humano, possui diversos vasos sanguíneos. Esses vasos, quando inflamam,
causam a doença hemorroidária, conhecida popularmente como hemorroida.
Geralmente, a causa das hemorroidas é o aumento da pressão na
região do reto, gerado pelo esforço para evacuar. Após inflamarem, as
veias podem sangrar ou saltar para a região externa do ânus, causando
O inchaço das hemorroi-
das pode ser interno ou dores e incômodo ao sentar. A doença pode ser tratada com pomadas,
externo.
mas, em alguns casos, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.

Doença celíaca
A doença celíaca, que acomete cerca de 1% das crianças e dos adultos, possui manifestações
que variam de acordo com a faixa etária, incluindo desde diarreias e vômitos até mesmo osteoporose e
dermatites. A celíaca é uma doença autoimune cujo agente precipitante é o glúten, uma proteína existente
no trigo, no centeio e na cevada, que é digerida com dificuldade pelo nosso organismo. Em pessoas
predispostas, moléculas não digeridas de glúten, ao entrarem em contato com as camadas mais internas
da mucosa intestinal, disparam uma reação imunológica no intestino delgado, causando um processo
inflamatório crônico responsável pelos sintomas.
A amamentação protege a criança predisposta. A introdução de alimentos ricos em glúten antes dos 4
meses de idade aumenta o risco. O diagnóstico requer dois procedimentos: a realização de endoscopia, com
biópsia do duodeno, e a adoção de uma dieta livre de glúten para verificar se há melhora da sintomatologia.
Em parte significativa dos pacientes, a enfermidade é descoberta por acaso, por meio da realização
de endoscopias por suspeita de úlcera duodenal ou refluxo gastroesofágico. Em outros, durante a investi-
gação de deficiências de vitamina B12, ácido fólico, ferro e cálcio e de quadros de anemia e osteoporose,
condições frequentes na doença celíaca.
O tratamento consiste na eliminação definitiva de alimentos que contenham glúten (trigo, cevada e
centeio). É muito importante corrigir as deficiências de vitaminas e sais minerais e avaliar a densidade dos
ossos, a presença de anemia e de déficits de crescimento.
A aderência disciplinada a dietas com restrição de glúten não é tarefa simples, porque ele está
presente na maioria dos alimentos industrializados. Os que não o contêm são mais caros e difíceis de
achar. Há anos, as associações que defendem os direitos das pessoas com doença celíaca cobram das
autoridades rigor no cumprimento da lei que obriga os fabricantes a estampar no rótulo dos alimentos
a presença de glúten. Essa medida, ridiculamente simples, evitaria o sofrimento de milhares de pessoas.
Disponível em: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/a-doenca-do-gluten/. Acesso em: 14/05/2013. Adaptado.

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Você já ouviu a famosa frase: “Somos o que comemos”? Tal afirmação é muito real e constata,
com clareza, a importância dos alimentos na nossa saúde. Uma alimentação mal balanceada
pode provocar inúmeros problemas de saúde e doenças.
Responda às questões a seguir.

a) O que é digestão?
Digestão é o processo de “quebrar” o alimento em partículas menores para que ele seja

absorvido pelas células.

b) Qual é a utilidade da digestão para o organismo humano?


Ela permite que o corpo adquira nutrientes para o metabolismo, sendo uma função muito importante

para a manutenção da vida.

c) O que são enzimas e qual papel desempenham na digestão?


Enzimas são substâncias que têm o poder de realizar e acelerar as reações químicas. Durante

a digestão, as enzimas agem sobre os alimentos, reduzindo-os a partículas menores para que,

transformados em nutrientes, sejam absorvidos pelo organismo.

d) O que é tubo digestório?


Tubo digestório é um longo canal formado por vários órgãos que se inicia na boca, pelo qual

o alimento entra e depois é digerido, e termina no ânus, onde os resíduos alimentares são expulsos

do corpo.

e) Qual é a função das mucosas do tubo digestório na digestão?


A mucosa do tubo digestório serve para ajudar a lubrificar o bolo alimentar, facilitar a movimen-

tação do bolo pelo tubo e envolver as glândulas que secretam substâncias essenciais para

a digestão.

Capítulo 13 - O sistema digestório 249

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2. Relacione as colunas a seguir.

Órgãos Fase da digestão


(1) Cavidade oral ( 6 ) Evacuação
(2) Faringe ( 4 ) Quimificação
(3) Esôfago ( 2 ) Deglutição
(4) Estômago ( 5 ) Quilificação
(5) Intestino delgado ( 1 ) Mastigação e insalivação
(6) Intestino grosso ( 3 ) Peristaltismo

3. A cárie é a deterioração dos dentes que ocorre mais em molares e pré-molares, que ficam locali-
zados na parte de trás da boca. Esses dentes têm muitas ranhuras, sulcos e fissuras, o que facilita
a retenção de partículas de alimento. Como resultado, eles são mais difíceis de serem higienizados
na escovação do que os dentes da frente. Neles, portanto, pode haver, com maior frequência, a
formação do biofilme dental (placa bacteriana). O que é e como se forma a placa bacteriana?

Placa bacteriana é uma camada fina e amarelada que se forma sobre os dentes devido ao

acúmulo de bactérias, saliva e restos de alimento.

4. O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados
órgãos e glândulas que participam da digestão. Em relação à parte superior do tubo digestório,
explique o que se pede.

a) O que é faringe?
Faringe é um tubo compartilhado pelos sistemas respiratório e digestório, ligando as cavidades

nasais à laringe (tubo que segue para os pulmões) e a boca ao esôfago.

b) Como é o funcionamento da epiglote?


Na entrada da laringe, há uma estrutura chamada epiglote, que regula o que entra ou não nesse

tubo. Quando respiramos, a epiglote se abre para deixar o ar passar aos pulmões. Já quando

engolimos, a epiglote se fecha para que o alimento siga pelo esôfago.

c) Qual é a origem dos engasgos?


Ocasionalmente, principalmente quando comemos muito rápido, o mecanismo da epiglote pode

falhar. Nesse caso, o alimento entra na laringe, causando o engasgo, que é uma tentativa do

corpo de expulsar o elemento da entrada da laringe.

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5. Complete as frases a seguir.

a) A amilase é uma enzima que atua na digestão do amido, podendo ser encon-
trada na saliva .

b) O suco gástrico é produzido no estômago e contém, principalmente,

enzimas e ácido clorídrico .

c) A pepsina é produzida pelas glândulas estomacais e serve para quebrar as


proteínas em partículas menores, chamadas de aminoácidos
.

6. Explique qual é a diferença entre a digestão mecânica e a digestão química e dê um exemplo


de processo digestivo para cada tipo de digestão.

A digestão mecânica compreende os processos físicos que ocorrem com o alimento, envolvendo quebra

e transporte de substâncias. Possíveis exemplos: peristaltismo, mastigação, deglutição, evacuação. A

digestão química compreende os processos químicos que ocorrem com a substância, envolvendo a

transformação de uma substância em outra. Possíveis exemplos: insalivação, quimificação, quilificação.

7. Durante a passagem pelo tubo digestório, o alimento que ingerimos é transformado pela ação de
substâncias diferentes e recebe diversos nomes. Indique qual é o nome dado ao alimento ingerido
após ele sair dos seguintes órgãos:

a) Cavidade oral. c) Intestino delgado.


Bolo alimentar. Quilo.

b) Estômago. d) Intestino grosso.


Quimo. Fezes.

8. Algumas pessoas consideram que o duodeno é um órgão separado do resto do intestino


delgado porque o funcionamento dele é diferente do funcionamento do jejuno e do íleo.
Qual é essa diferença?

O duodeno recebe o quimo do estômago e o transforma em quilo, devido à ação digestiva do

suco entérico, do suco pancreático e da bile. O jejuno e o íleo recebem o quilo e realizam a

absorção da maior parte dos nutrientes.

Capítulo 13 - O sistema digestório 251

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (Uece – Adaptada) A pepsina e o ácido clorídrico 4. (Unimontes – Adaptada) O sistema digestório


são produtos da ação glandular durante a digestão é composto de uma série de órgãos tubulares
dos alimentos. Essas substâncias são produzidas: interligados, formando um único tubo que se
estende desde a boca até o ânus. Alguns ór-
a) nas glândulas gástricas.
gãos que compõem esse sistema estão eviden-
b) nas glândulas salivares. ciados na figura a seguir. Observe-a.
c) no fígado.

d) no pâncreas. I
baço
e) no intestino delgado. Vesícula
biliar III
2. (Unesp) Com relação às cáries dentárias, po-
de-se dizer que:
II IV
a) todas as cáries produzem, inicialmente, sen-
sações dolorosas que tendem a desaparecer
à medida que a destruição atinge a dentina.
Considerando a figura e o assunto abordado,
b) uma vez instaladas, é aconselhável o uso analise as alternativas seguintes e assinale a
do fio dental no seu tratamento. que representa o órgão em que é produzida
c) são o resultado de interação entre dente, a enzima pepsina.
bactérias patogênicas e dieta alimentar. a) II. c) IV. e) N.D.A.
d) sua evolução não afeta outras partes do b) III. d) I.
organismo.

e) se instalam em dentes da primeira dentição 5. (UTF) Durante a digestão, ocorrem vários pro-
cessos físicos e químicos. Os processos quími-
e não necessitam ser tratadas, uma vez que
cos que ocorrem na boca, no estômago e no
esses dentes serão substituídos pelos dentes
intestino são, respectivamente:
da dentição permanente.
a) mastigação, deglutição e peristaltismo.
3. (IFMG – Adaptada) Não faz(em) parte do
b) quilificação, insalivação e ingestão.
sistema digestório:
c) insalivação, quimificação e quilificação.
a) dentes. d) estômago.
d) ingestão, mastigação e deglutição.
b) faringe. e) esôfago.
e) quilificação, quimificação e insalivação.
c) laringe.

252 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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6. (Puccamp – Adaptada) Uma determinada en- a) faringe – laringe – diafragma – estômago.
zima, retirada de um órgão do aparelho digestivo b) boca – faringe – esôfago – estômago.
de um mamífero, foi distribuída igualmente em oito
c) boca – pâncreas – fígado – intestino grosso.
tubos de ensaio. O tipo de alimento e o pH (acidez)
de cada tubo estão informados na tabela a seguir. d) faringe – esôfago – pâncreas – fígado.

e) esôfago – vesícula biliar – fígado – estômago.


Tubos de Alimentos
pH 8. (PUC – RJ) “Quando os alimentos passam para
ensaio selecionados
o esôfago, uma espécie de tampa de cartilagem
I Pão 12 fecha a traqueia. Com a idade, a perda pro-
II Pão 7 gressiva do tônus muscular leva a um fechamento
menos perfeito, aumentando o risco da entrada
III Carne 3
de alimentos líquidos ou sólidos na traqueia.”
IV Carne 7 Adaptado de Scientific American - Brasil, n. 4, setembro de 2002.

V Arroz 12 Em relação ao texto acima, assinale a opção


que apresenta o nome correto dessa tampa
VI Arroz 3
protetora do tubo respiratório e a condição que
VII Ovo 12 justifica sua existência.

VIII Ovo 7 a) Glote, em função de a boca ser um órgão


comum de passagem tanto do aparelho di-
gestório como do respiratório.
Os tubos de ensaio foram mantidos a 37 °C,
e, após 10 h, observou-se digestão do alimento b) Proglote, em função de o esôfago ser um
apenas no tubo III. Com base nesses dados, órgão comum de passagem tanto do apa-
é possível concluir que a enzima utilizada e o relho digestório como do respiratório.
órgão de onde foi retirada são, respectivamente: c) Epiglote, em função de a faringe ser um
a) amilase pancreática e intestino. órgão comum de passagem tanto do apa-
relho digestório como do respiratório.
b) maltase e estômago.
d) Glote, em função de a faringe ser um órgão
c) tripsina e intestino.
comum de passagem tanto do aparelho di-
d) ptialina e boca. gestório como do respiratório.
e) pepsina e estômago. e) Epiglote, em função de a boca ser um órgão
comum de passagem tanto do aparelho di-
7. (Udesc) O alimento, no sistema digestório hu-
gestório como do respiratório.
mano, percorre os seguintes órgãos antes de
chegar ao intestino delgado:

Capítulo 13 - O sistema digestório 253

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9. (UFSM – Adaptada) Leia o texto a seguir: d) Tripsina, lactase e sacarose.

e) Peptidase, sais biliares e amilase.


“Nosso tem como função
principal a absorção dos nutrientes digeridos. 12. (UFRGS) Considere as seguintes informações
O , por sua vez, reabsorve a sobre as hepatites virais:
água e os sais minerais remanescentes”. I. A hepatite C pode ser transmitida por sangue
(Horta é saúde, 1998, adaptado).
contaminado, proveniente de procedimentos
incisivos como tatuagens, colocação de
Assinale a alternativa que preenche correta-
piercings e manicures.
mente as lacunas.
II. As diferentes formas de hepatite viral cons-
a) pâncreas – esôfago.
tituem doenças inflamatórias do fígado, que
b) fígado – intestino grosso. podem ser prevenidas por meio de vacinação.
c) estômago – fígado. III. Algumas formas de hepatites virais podem tor-
d) estômago – intestino delgado. nar-se crônicas e evoluir para câncer de fígado.

e) intestino delgado – intestino grosso. Qual(is) está(ão) correta(s)?

a) Apenas I. d) Apenas I e III.


10. (Fuvest – SP) As enzimas digestivas que agem
sobre os carboidratos atuam: b) Apenas II. e) I, II e III.

a) somente na boca. c) Apenas I e II.

b) somente no intestino. 13. Os dentes são estruturas responsáveis pela


c) somente no estômago. mastigação dos alimentos. Com relação a essas
estruturas, marque a alternativa incorreta.
d) na boca e no intestino.
a) Os últimos quatro dentes que nascem são
e) no intestino e no estômago.
chamados popularmente de siso.
11. (Alfenas) O pâncreas, além da função en- b) Os dentes incisivos servem para cortar os
dócrina, tem função exócrina, secretando suco alimentos.
pancreático para o duodeno. O suco pancreá-
c) Os dentes pré-molares e os molares amassam
tico tem enzimas importantes na digestão de
e trituram os alimentos.
proteínas, gorduras e amido. Quais são estas
enzimas, respectivamente? d) Os dentes caninos têm a função de perfurar
os alimentos.
a) Pepsina, lipase e amilase.
e) Os seres humanos possuem dois tipos de
b) Quimiotripsina, lipase e amilase.
dentição: a primeira, constituída por 32 den-
c) Tripsina, lipase e maltase. tes; e a segunda, por 20 dentes.

254 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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14. No nosso organismo, a falta de bile no duo- a) Diarreia e emagrecimento, pois a superfície
deno dificulta a ingestão, principalmente de: de absorção de nutrientes diminui.

a) gordura. b) Diarreia por incapacidade de emulsionar e


digerir lipídios.
b) amido.
c) Diarreia e desidratação por dificuldade de
c) proteínas.
reabsorção de água.
d) vitaminas.
d) Desnutrição por incapacidade de digestão
e) açúcares. de carboidratos e de proteínas.

15. (UFRGS) Tiago comeu um sanduíche de pão e) Anemia devida à hemorragia apresentada.
francês com queijo, presunto e manteiga, acompa-
17. (Fuvest) O fígado humano é uma glândula
nhado de suco de laranja sem açúcar. Relacione
que participa da digestão e absorção de nu-
cada um dos itens do lanche de Tiago, listados na
trientes ao:
coluna 2, com as principais enzimas que atuarão
na sua digestão, indicados na coluna 1. a) produzir diversas enzimas hidrolíticas que
atuam na digestão de carboidratos.
1. Pepsina ( 3 ) Pão francês
b) produzir secreção rica em enzimas que di-
2. Lipase ( 2 ) Manteiga
gerem as gorduras.
3. Amilase ( 1 ) Presunto
c) produzir insulina e glucagon, reguladores
4. Sacarase ( 1 ) Queijo dos níveis de glicose no sangue.

A sequência correta de preenchimento dos d) produzir secreção rica em sais, o que facilita
parênteses, de cima para baixo, é: a digestão e absorção de gorduras.

a) 3 – 2 – 1 – 1. e) absorver excretas nitrogenadas do sangue e


transformá-las em nutrientes proteicos.
b) 4 – 3 – 2 – 1.

c) 1 – 4 – 3 – 2. 18. O intestino grosso pode ser dividido em três


porções: ceco, cólon e reto. Esse órgão está
d) 1 – 3 – 2 – 4.
relacionado com:
16. A celíase é uma doença caracterizada pela a) a digestão mecânica dos alimentos.
intolerância ao glúten presente no trigo, no cen-
b) a digestão das gorduras.
teio e na aveia. Nas pessoas que apresentam
essa doença, o glúten provoca a atrofia da c) a digestão de proteínas.
mucosa que reveste internamente o intestino d) a absorção de água e sais minerais.
delgado, tornando-a lisa. Assinale a alternativa
e) a quebra de amido.
que descreve a(s) consequência(s) dessa lesão.

Capítulo 13 - O sistema digestório 255

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Capítulo 14

A circulação
No capítulo anterior, nós estudamos a digestão humana e aprende-
mos que ela é uma ferramenta importante para a absorção dos nutrientes.
Juntos, os sistemas Vimos que o alimento, ao ser ingerido, passa por vários órgãos do tubo
cardiovascular, respi-
digestório, sofrendo transformações químicas. Por fim, após ser “quebrado”
ratório, digestório e
excretor promovem a em partículas menores, ele é absorvido pelo nosso corpo no intestino, e os
nutrição do corpo. restos alimentares são eliminados na excreção.
Após estudar tudo isso, você se perguntou o que acontece com os
nutrientes depois que eles são absorvidos pelo corpo? Alguns podem pensar
que eles entram nas células do intestino, mas não é bem isso que acontece.
Afinal, todas as células do corpo precisam de nutrientes, e não só as do
intestino. A resposta para essa questão, na verdade, é bem simples: os
nutrientes vão para o sangue. O sangue é um dos elementos do sistema
cardiovascular (antigamente chamado de circulatório).
Como já foi dito, todos os sistemas são integrados uns aos outros. O sis-
tema cardiovascular é responsável pelo transporte de substâncias através de
nosso corpo. Ele auxilia tanto o sistema digestório, transportando os nutrientes
para nossas células, quanto o sistema excretor, levando as substâncias liberadas
pelas células até os rins. O oxigênio e o gás carbônico envolvidos na respira-
ção também são conduzidos pelo corpo por meio do sistema cardiovascular.

Em casos de hemorragias,
doenças sanguíneas ou outras
situações, é possível que um in-
divíduo sadio doe sangue para
outro, desde que tenha sangue
compatível. O sangue é con-
siderado um símbolo da vida.

256 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O sistema cardiovascular pode ser dividido em dois subsistemas, de
acordo com o tipo de líquido transportado: o sistema sanguíneo, que
A maior parte das
transporta o sangue, e o sistema linfático, que transporta a linfa. células sanguíneas e
Neste capítulo, aprenderemos um pouco sobre a composição e o das plaquetas é pro-
funcionamento desses sistemas. Estudaremos a importância do sangue e do duzida na medula
coração para o nosso organismo e a função da linfa e dos nódulos linfáticos. óssea vermelha, um
tecido gelatinoso lo-
O sistema sanguíneo calizado no interior
dos ossos.
O sistema sanguíneo é formado por três elementos básicos: o sangue,
os vasos sanguíneos e o coração. O sangue é um líquido que circula por
todo o corpo transportando substâncias. Os vasos sanguíneos são os
tubos pelos quais o sangue circula. O coração é o órgão que mantém o Quantos litros de
sangue circulando, por meio dos batimentos cardíacos. O movimento do sangue uma pessoa
sangue pelo corpo através dos vasos sanguíneos é chamado de corrente saudável pode perder
sanguínea. Vamos conhecer mais a fundo cada um desses elementos? sem riscos?

O sangue
O sangue é um fluido espesso de cor vermelha que percorre nosso
corpo transportando substâncias. Ele é considerado um tipo de tecido: o
tecido conjuntivo sanguíneo. Em um adulto circulam, em média, seis litros de
sangue. Ele é formado, em proporções quase iguais, por uma parte líquida, o
plasma, e uma parte sólida, constituída por células sanguíneas e plaquetas.
Algumas das funções do sangue são: controle da temperatura corpo-
ral; transporte de nutrientes (para as células do corpo), de resíduos (para
os órgãos excretores), de hormônios e de gases (oxigênio e hidrogênio); e
defesa do organismo.

Plasma
O plasma é um líquido amarelado constituído por 90% de água e
10% de substâncias transportadas pelo sangue. Entre essas substâncias,
estão os nutrientes (glicose, lipídios, sais minerais, vitaminas), os hormônios,
o oxigênio, o gás carbônico e outros resíduos.

Capítulo 8 - Revestimento,
Capítulo 14 e- Amovimento
sustentação circulação 257

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Células sanguíneas
Existem dois tipos de célula sanguínea: os glóbulos vermelhos e os gló-
bulos brancos. Nos mamíferos, os glóbulos vermelhos (também conhecidos
como hemácias, ou eritrócitos) são células sem núcleo que têm a forma
de um disco côncavo. Elas possuem grande quantidade de hemoglobina,
um tipo de proteína que contém ferro e, por isso, é responsável pela cor
vermelha do sangue.
A existência de ferro na hemoglobina faz com que ela seja capaz de
se fixar ao oxigênio. Assim, as hemácias transportam o oxigênio para as
células e recolhem o gás carbônico durante o processo de respiração. Os
eritrócitos duram cerca de 120 dias (4 meses), sendo, depois, destruídos
em órgãos como o fígado.
Os glóbulos brancos (também chamados de leucócitos) são as células
de defesa de nosso organismo. Elas são responsáveis por atacar e destruir os
micro-organismos invasores (vírus, bactérias, toxinas). Os leucócitos integram
também o sistema imunológico, que estudaremos ao final deste capítulo.
Os leucócitos são maiores que as hemácias, embora sejam encontrados
em quantidade bem menor no sangue. No entanto, esse número se amplia
consideravelmente quando uma pessoa adoece.
Há diversos tipos de leucócito, com tamanhos e formatos variados,
como os neutrófilos, os monócitos, os basófilos, os linfócitos e os eosinófilos.
Dependendo do tipo e da saúde da pessoa, os glóbulos brancos podem
sobreviver entre quatro horas e cinco dias.

Hemácias, também chamadas de glóbulos vermelhos, Leucócito, ou glóbulo branco.


ou eritrócitos.

258 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Plaquetas
As plaquetas, ou trombócitos, são fragmentos de células, não têm
forma definida e são menores que as hemácias e os leucócitos. Elas atuam
na coagulação do sangue, controlando os sangramentos e impedindo a
hemorragia, isto é, a perda de sangue em excesso. Quando uma pessoa se
fere, as plaquetas dirigem-se para a área machucada e formam uma rede
de proteínas do tipo fibrina, que retém o sangue. Essa rede de proteção é
chamada de coágulo sanguíneo. Filamentos de fibrina ga-
rantem a coagulação e
As plaquetas possuem um tempo de vida entre 8 e 10 dias, quando evitam hemorragias.
são levadas para o baço e o fígado.

Frutas, legumes e
Doação de sangue verduras são alimen-
Pessoas que perderam muito sangue durante uma cirurgia ou após tos que possuem nu-
trientes que ajudam a
sofrerem algum acidente precisam receber uma transfusão de sangue, isto é,
fortalecer as paredes
receber sangue vindo de outra pessoa. Essa técnica, que salva milhares de dos vasos sanguíneos.
vidas, é antiga, mas seu uso só foi difundido no início do século passado.
Para que você tenha uma ideia, a circulação sanguínea só foi corretamente
descrita pela Ciência no início do século VII. No final desse mesmo século,
foram realizadas experiências de transfusão de sangue entre homens e animais. Em uma doação,
quanto de sangue é
Entre os séculos XVII e XVIII, ocorreram as primeiras transfusões entre seres
retirado?
humanos. No entanto, o desconhecimento de que existem tipos diferentes de
sangue fez com que várias dessas experiências dessem errado. Apenas no
começo do século XX, com os estudos do médico Karl Landsteiner, é que se
descobriram os sistemas ABO e Rh. Após essa descoberta, as transfusões
puderam ser realizadas de maneira mais precisa.
O sangue utilizado para as transfusões é recebido de doadores voluntários
que procuram bancos de sangue. Antes e após a doação, são realizados
alguns exames no doador e no material coletado para garantir que o sangue
seja sadio, ou seja, não esteja contaminado por nenhuma doença.
De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas entre 18 e 65 anos
podem doar sangue, desde que tenham mais de 50 kg e não possuam
doenças sanguíneas ou transmissíveis pelo sangue.

Capítulo 14 - A circulação 259

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Os vasos sanguíneos
O sangue circula através de tubos que se espalham por todo o nosso
corpo, formando uma rede. Esses tubos podem ser de três tipos: artérias,
veias ou capilares.

Artérias
As artérias são vasos sanguíneos que levam o sangue do coração para
os tecidos de nosso corpo. Esses vasos são formados por três camadas de
tecidos e são grossos e elásticos. Por causa de sua espessura e elasticidade,
suportam bem a pressão do sangue, contraindo-se ou relaxando-se no ritmo
das batidas do coração. De modo geral, as artérias conduzem sangue rico
em oxigênio (a única exceção é a artéria pulmonar, que transporta sangue
rico em gás carbônico para os pulmões). Assim, é chamado de sangue
arterial aquele rico em oxigênio.
Os vasos sanguíneos trans-
portam o sangue para to- A principal artéria do corpo é a aorta, que se inicia no coração e
das as regiões de nosso
segue até a quarta vértebra lombar (na altura do umbigo). Todas as outras
corpo através de artérias
(vermelho) e veias (azul). artérias do corpo humano derivam da aorta.

Localização aproximada
da artéria aorta (à esquer-
da) e angiografia da aorta
(à direita).

Veias
As veias são vasos sanguíneos que transportam o sangue dos tecidos
de nosso corpo para o coração. Elas também são formadas por três ca-
madas, mas suas paredes são mais finas que as das artérias. A pressão
dentro das veias é menor, o que pode tornar mais difícil o retorno do sangue
para o coração. Por esse motivo, existem válvulas dentro das veias (prin-

260 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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cipalmente nas pernas) que regulam a passagem do sangue, impedindo
que ele retorne. A maior parte do sangue conduzido pelas veias é rica
em gás carbônico (com exceção das veias pulmonares, que transportam
sangue rico em oxigênio dos pulmões ao coração). Então, é conhecido
como sangue venoso aquele que é rico em gás carbônico.

Varizes
As varizes são veias que adoecem e têm seu funcionamento normal prejudicado, podendo ser vistas
através da pele. Isso acontece quando uma veia dilata e suas válvulas não conseguem mais controlar a
passagem do sangue. Desse modo, o sangue que deveria fluir em direção ao coração começa a retornar,
acumulando-se nas veias e provocando sua dilatação.
Como as veias das pernas se encontram muito próximas da superfície da pele, podemos ver a olho nu
as varizes, que incham e aumentam de tamanho. Além disso, costumam causar dor, ardência ou sensação
de cansaço. A prática de exercícios físicos previne seu aparecimento e ajuda a melhorar a circulação.
Para tratar das varizes, além dos exercícios, o médico pode prescrever o uso de meias de compres-
são. Em casos mais graves, as veias podem ser retiradas por meio de cirurgia.

Veias Varizes
normais

As varizes surgem
principalmente nas
pernas, pela dificul-
dade de retorno do
fluxo sanguíneo ao
coração.

Capítulo 14 - A circulação 261

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Capilares
Os capilares são vasos com diâmetro bem pequeno e paredes forma-
O coração preci-
sa de um corpo para
das por um único tecido, finíssimo, que permite a passagem de substâncias
bater? do sangue para as células (e vice-versa).
As artérias e veias se ramificam em vasos menores: os capilares arte-
riais (chamados de arteríolas) e os capilares venosos (conhecidos como
vênulas). Estes, respectivamente, transportam nutrientes do sangue para as
Evite ficar senta-
do durante períodos células e recolhem os resíduos celulares; os capilares promovem a comuni-
muito longos. Procure, cação entre artérias e veias.
em pequenos interva-
O coração
los, levantar-se para
ativar a circulação. O coração está localizado entre os nossos pulmões e funciona como
Outra dica é evitar uma bomba impulsora do sangue. Graças a ele, o sangue tem força para
ficar com as pernas circular por todo o nosso corpo, até mesmo contra a gravidade.
cruzadas por muito Ele mede aproximadamente 12 cm de comprimento e é um órgão
tempo. O ideal é
muscular oco. O músculo que forma o coração é o miocárdio, que é
estendê-las frequen-
temente e realizar revestido internamente pelo endocárdio e externamente pelo pericárdio.
movimentos circula- O coração humano possui quatro cavidades, duas em cada lado. As
res com os pés. Não cavidades que recebem sangue das veias são os átrios, já os ventrículos
use meias ou sapatos impulsionam o sangue do coração para as artérias. Também existem as
apertados. Aposte
valvas, que controlam a passagem do sangue entre as cavidades superiores
em roupas e aces-
sórios confortáveis, e inferiores (valvas atrioventriculares) e na saída dos ventrículos.
que não comprimam ANATOMIA DO CORAÇÃO
regiões do corpo. Aorta
Veia cava
superior Artéria
pulmonar
Veias pulmonares

Átrio
esquerdo
Átrio Ventrículo
direito esquerdo

Ventrículo
direito Septo
interventricular
Anatomia do coração. Veia cava
inferior Músculo
cardíaco

262 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Ciclo cardíaco
O coração de um
O funcionamento do coração é baseado em contrações e relaxa- embrião humano co-
mentos, formando o ciclo cardíaco. Os movimentos de contração se meça a bater quando
chamam sístole; e os de relaxamento, diástole. Eles ocorrem ao mesmo ele está com apenas
tempo no coração. quatro milímetros (do
tamanho de um fei-
Quando os átrios se contraem (sístole), o sangue é empurrado para
jão). Por falar nisso,
os ventrículos, que estão relaxados (diástole). Em seguida, os ventrículos você sabia que já é
se contraem, empurrando o sangue para fora do coração. As valvas do possível identificar o
coração impedem que o sangue faça o caminho inverso. coração, o cérebro, as
pernas e os braços do
Frequência cardíaca bebê quando ele está
O coração humano costuma se contrair 72 vezes por minuto. O ritmo com um centímetro?
(frequência) formado por essas contrações é chamado de pulsação; é o
que conhecemos popularmente como batimento cardíaco.

Em todo o reino animal, a frequência cardíaca é inversamente propor-


cional ao tamanho do corpo: em geral, quanto maior o animal, mais lenta
será a sua frequência cardíaca de repouso.
Um ser humano adulto tem uma frequência cardíaca de repouso de,
em média, 75 batimentos por minuto. Mas o coração de uma baleia-azul é,
aproximadamente, do tamanho de um carro compacto e só bate cinco vezes
por minuto. Por outro lado, um musaranho tem uma frequência cardíaca de
cerca de 1.000 batimentos por minuto.

A frequência do coração é determinada pelo sistema nervoso, por


alguns hormônios e pelo nódulo sinoatrial, ou marca-passo, estrutura que
envia impulsos elétricos para o coração, estimulando as batidas.
Em situações nas quais o nosso corpo precisa de energia, como quando
praticamos atividades físicas, o coração bate mais rápido, para que mais
oxigênio chegue às células.
Pessoas que têm problemas cardíacos e não conseguem mandar
oxigênio suficiente para seu organismo podem sentir cansaço ou tonturas,
chegando, inclusive, a desmaiar.

Capítulo 14 - A circulação 263

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O processo natural de envelhecimento e algumas doenças cardíacas
podem causar problemas no nódulo sinoatrial. Um dos principais proble-
E xist e re l a ç ã o
entre hipertensão e mas é a substituição do seu tecido natural por tecido cicatricial, isto é,
infarto? a formação de cicatrizes. Essa mudança gera a disfunção do nódulo
sinoatrial, que é uma doença caracterizada pelo mau funcionamento de
nosso marca-passo natural.
Pessoas com essa doença costumam sofrer de bradicardia, ou seja,
O eletrocardiogra- a diminuição da frequência cardíaca normal (menos de 50 batidas
ma é um exame que
cardíacas por minuto). A bradicardia pode causar cansaço, tonturas e
mede a atividade
elétrica do coração desmaios e, se não for tratada, favorece o acidente vascular cerebral
e serve para verificar- (conhecido como AVC).
mos se a frequência Um dos procedimentos mais indicados para o tratamento de bra-
dos batimentos está dicardia é a implantação de um marca-passo artificial. Esse instrumento
normal.
pode ser temporário ou definitivo. O temporário é colocado do lado de
fora do corpo, enquanto o definitivo é implantado no interior do peito do
paciente. O marca-passo artificial libera impulsos elétricos, estimulando as
batidas do coração. Aparelhos mais modernos conseguem se adaptar às
condições do organismo, aumentando ou diminuindo o ritmo cardíaco de
acordo com a necessidade.

Radiografia mostrando
a localização do marca-
-passo dentro do corpo
humano (acima) e marca-
-passo (abaixo).

Podemos sentir a pulsação do coração ao comprimirmos nossos dedos sobre a artéria


radial, que fica localizada no pulso.

264 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Pressão arterial
Os movimentos de sístole e diástole impulsionam o sangue por todo
Durante sua vida,
o corpo, gerando uma pressão nas paredes das artérias. Essa pressão é seu coração vai
chamada de pressão arterial. bombear aproxima-
Quando o ventrículo esquerdo bombeia o sangue para as artérias, a damente 1,5 milhão
pressão atinge seu maior valor, por volta de 120 mm de mercúrio. Já quando de barris de sangue.
Essa quantidade se-
ele está em diástole, a pressão atinge o valor mínimo, aproximadamente
ria o suficiente para
80 mm de mercúrio. encher 200 vagões-
-tanque de trem.

A pressão arterial pode ser


aferida por um esfigmoma-
nômetro.

Circulação

O sangue percorre nosso corpo em um movimento chamado de cir-


culação sanguínea. Ao percorrê-lo, ele passa duas vezes pelo coração.
Por isso, dizemos que existem duas circulações sanguíneas: a circulação
pulmonar e a circulação sistêmica.

Circulação pulmonar
A circulação pulmonar, ou pequena circulação, ocorre entre o cora-
ção e os pulmões. Nela, o sangue que vem do corpo entra no átrio direito
e passa pelo ventrículo direito, seguindo para os pulmões, onde libera
gás carbônico e recebe oxigênio. Depois disso, o sangue retorna para o
coração, entrando no átrio esquerdo.

Capítulo 14 - A circulação 265

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Circulação sistêmica
A circulação sistêmica, ou grande circulação, ocorre entre o coração
Todas as células
do nosso corpo rece- e o corpo. O sangue que veio dos pulmões passa do átrio esquerdo para
bem irrigação sanguí- o ventrículo esquerdo, depois segue para o corpo através da artéria aorta.
nea. Isso é realmente Nessa circulação, o sangue troca o oxigênio pelo gás carbônico eliminado
verdade? pelas células do corpo. Em seguida, o sangue retorna para o coração,
entrando no átrio direito.
Outros animais também possuem um sistema responsável pela circu-
lação de líquidos dentro do corpo. No entanto, algumas características
diferenciam a circulação que ocorre em diferentes tipos de animal, pois
ela pode ser:
Fechada ou aberta, isto é, ocorrer apenas no interior dos vasos ou
também fora deles.

Simples, quando o sangue passa apenas uma vez pelo coração; ou


dupla, quando ele passa duas vezes pelo coração.

Completa, não ocorrendo mistura entre sangue com oxigênio e


sangue sem oxigênio; ou incompleta, ocorrendo a mistura entre os
dois tipos.

Pensando nessas características, você pode concluir que a circulação


humana é fechada, dupla e completa.

Capilares da cabeça
e dos braços

Pulmão direito Pulmão esquerdo

Coração
Capilares dos
membros inferiores

266 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Sangue indo para o corpo

Sangue vindo Sangue indo para


do corpo o pulmão

Sangue voltando
do pulmão
Sangue indo para
o pulmão

Sangue voltando
do pulmão
Percurso feito pelo sangue
dentro do coração. Se-
tas azuis indicam sangue
venoso; setas vermelhas
indicam sangue arterial.
Sangue vindo
do corpo

Doenças do sistema cardiovascular

Doenças no sistema cardiovascular são bastante comuns entre os hu- O diabético e o


hipertenso têm mais
manos, principalmente devido ao envelhecimento natural dos órgãos. Mas
chances de ter aci-
isso não significa que essas doenças não possam ser prevenidas. Algumas
dente vascular cere-
medidas podem evitar doenças cardiovasculares, como: bral (AVC)?
Manter uma alimentação balanceada, evitando principalmente a
ingestão de frituras, pois elas contêm colesterol LDL, que é ruim para
nossa circulação.

Praticar exercícios regularmente, pois o sedentarismo prejudica a circu-


lação do sangue nas veias.

Evitar o tabagismo. O cigarro contém mais de 4.700 substâncias


nocivas ao organismo, promovendo a diminuição da quantidade de
oxigênio e da espessura dos vasos.

Controlar o peso, já que o excesso de gordura exige que o coração


trabalhe mais para oxigenar mais células.

Realizar exames de sangue e exames do coração periodicamente,


principalmente após os 40 anos, pois problemas cardíacos costumam
aparecer a partir dessa idade.

Capítulo 14 - A circulação 267

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Acidente vascular cerebral (AVC)
Como o próprio nome já diz, o acidente vascular cerebral (AVC),
Isquemia é a falta
da irrigação sanguí- ou derrame, é uma complicação repentina que ocorre nos vasos sanguí-
nea e, consequente- neos do cérebro. Esse problema pode ser um entupimento causado por
mente, de irrigação coágulo de sangue (AVC isquêmico) ou pelo rompimento de uma artéria
em algum tecido do (AVC hemorrágico).
corpo. Isquemias
Em ambos os casos, a ausência de oxigenação no cérebro causa a
prolongadas provo-
cam o infarto, que é morte das células cerebrais. Dependendo da região atingida, isso pode
a morte das células comprometer nossos movimentos, a capacidade de comunicação e até mes-
não irrigadas. Quan- mo a cognição. Em casos mais graves, pode levar à morte. Aos primeiros
do o sangue volta a sintomas de AVC, a vítima deve ser socorrida para um hospital. Quanto
circular em uma área
mais rápido for o atendimento, maiores serão as chances de evitar sequelas.
que estava com is-
quemia, sentimos o Infarto do miocárdio (ataque cardíaco)
formigamento. Assim como as artérias do cérebro podem entupir, causando um AVC,
as artérias do coração também podem entupir, provocando isquemia e,
depois, infarto. O infarto do miocárdio, o chamado ataque cardíaco, é
uma das principais causas de morte natural no mundo.
Alguns sintomas que acompanham o infarto são: dor forte no peito e
braço esquerdo; sensação de aperto no coração; dormência no braço;
enjoo; falta de ar; palidez; suor em excesso. No entanto, é possível que a
vítima não sinta dores, podendo ser confundido com um pequeno mal-estar.

Hipertensão
A hipertensão é uma doença que se caracteriza pelo elevado valor
Quem já sofreu um infarto
da pressão arterial. Considera-se hipertensa uma pessoa que tenha pressão
tem mais chances de sofrer
outros. arterial superior a 140 por 90 mm de mercúrio. Como essa doença não
costuma apresentar sintomas (podendo em alguns casos apresentar dores
de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, entre outros), a hipertensão só é
descoberta quando já causou danos ao organismo.
Quando diagnosticada, deve ser controlada com o uso de remédios.
Pesquisadores des-
cobriram que ter ani- Evitar ingerir sal ou bebidas alcoólicas também é importante, pois essas
mais de estimação re- substâncias fazem com que os rins retenham água, tornando o sangue mais
duz o risco de ataques espesso e, consequentemente, aumentando a pressão.
cardíacos e derrames Às vezes, a hipertensão não é uma doença em si, mas um sintoma de
em mais de 1/3.
outra doença cardiovascular. Nesse caso, é necessário tratar a doença em
questão para normalizar a pressão sanguínea.

268 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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O sistema linfático

Como vimos na abertura deste capítulo, o sistema cardiovascular é O sangue e a linfa


circulam com a mes-
formado pelos sistemas sanguíneo e linfático. Eles estão bastante interliga-
ma velocidade?
dos, e ambos envolvem a circulação de líquidos.
A função do sistema linfático é drenar os líquidos em excesso no nosso
corpo. Os elementos que o constituem são a linfa, os vasos linfáticos e os
linfonodos (antigamente chamados de gânglios linfáticos).
Fique longe de
A linfa é um líquido que circula pelo corpo. Os vasos linfáticos são cigarro e bebidas
os tubos pelos quais a linfa circula. E os linfonodos são estruturas nas quais alcoólicas. Um ci-
a linfa é filtrada e abastecida com anticorpos. garro já é suficiente
Além disso, há órgãos, como o timo, o baço e as tonsilas, que per- para contrair todos
os vasos sanguíneos
tencem tanto ao sistema linfático quanto ao imunológico.
do corpo. E a fuma-
A linfa ça pode contrair os
A linfa é um líquido amarelado ou transparente bastante semelhante vasos capilares das
pernas e dos pés.
ao plasma sanguíneo. Ela contém leucócitos, oxigênio, proteínas, enzimas,
glicose e anticorpos. A linfa é formada pelo sangue que escapou dos
capilares durante a troca de substâncias e pelo líquido em excesso que
foi absorvido do interstício, que é o espaço existente entre as células dos
tecidos. Grande parte da linfa, quase dois terços, é formada dos líquidos
e das substâncias absorvidos no intestino e no fígado.

Os vasos linfáticos
Os vasos linfáticos são os tubos pelos quais a linfa se movimenta em
nosso corpo. Ao contrário dos vasos sanguíneos, que percorrem o corpo
em um sistema de circulação fechado, os vasos linfáticos formam um sistema
aberto e unidirecional (fluem apenas dos tecidos para o coração).
Os menores vasos linfáticos são os capilares linfáticos, por onde os
líquidos são absorvidos. Os capilares se organizam em vasos de médio
calibre; e estes, em vasos maiores, chamados de dutos linfáticos, que
desembocam em veias localizadas perto do coração.
O sistema linfático não possui um órgão que funcione como o
coração, movimentando a linfa pelo corpo. Desse modo, a circulação
linfática depende de outros fatores para ocorrer, como a pulsação
das artérias, o movimento de alguns músculos e a pressão exercida
pela respiração.

Capítulo 14 - A circulação 269

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Todos os vasos linfáticos possuem válvulas para regular a passagem
da linfa, do mesmo modo que as válvulas venosas regulam a passagem
do sangue nas veias. As válvulas linfáticas também são um dos fatores que
permitem a ocorrência da circulação linfática.

Capilares linfáticos

Rede
capilar
pulmonar

Fluxo
sanguíneo
Vasos linfáticos.
Fluxo da linfa
Vasos
linfáticos

Como diferenciar a
íngua de um tumor? Linfonodo

Capilares
sanguíneos

Pessoas de pele
muito clara podem Os linfonodos
ver as veias que Os linfonodos, ou nódulos linfáticos, são pequenos órgãos arredonda-
aparecem através de dos que se encontram espalhados ao longo dos vasos linfáticos. Em nosso
todo o seu corpo e corpo, temos cerca de 600 nódulos linfáticos, concentrados principalmente
imaginar que seu san-
nas axilas, nas glândulas mamárias, no pescoço e na virilha.
gue é azul, mas isso
realmente não existe Os linfonodos são responsáveis por produzir e armazenar anticorpos,
(pelo menos não em além de filtrar a linfa durante a circulação linfática. Desse modo, vírus,
seres humanos). A bactérias e outros corpos estranhos são destruídos, evitando infecções e
coloração enganosa doenças. Eles também abastecem o sangue com linfócitos.
das veias é resultante
Quando um processo infeccioso está se iniciando, os linfonodos cos-
da forma como a luz
penetra na pele, é ab- tumam inchar devido ao aumento da produção de linfócitos. Esse inchaço
sorvida e retorna para fica aparente em algumas regiões do corpo e é conhecido por íngua.
nossos olhos.

270 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Doenças do sistema linfático

As principais doenças do sistema linfático estão relacionadas ao


entupimento ou inflamação (linfangite) dos vasos linfáticos. Elas podem
ser congênitas (ou seja, presentes desde o nascimento) ou adquiridas. As
doenças linfáticas adquiridas podem ser causadas por infecções ou surgir
como consequência de radioterapia ou cirurgias.
As regiões mais atingidas pelas doenças linfáticas são os membros
inferiores e, em menor escala, os membros superiores. A prática de exercícios
físicos moderados estimula a circulação da linfa, aumentando a saúde do
sistema linfático e reduzindo os riscos de adoecer.
Elevar o membro afetado por uma doença linfática é um dos tratamentos
indicados para linfangites. O tratamento fisioterapêutico é um dos melhores
métodos, pois age diretamente nos vasos linfáticos por meio de massagens
e compressões. Remédios linfocinéticos promovem a circulação linfática e
também podem ser indicados.

Linfedema
Normalmente, o espaço intercelular é bastante coeso, o que significa
que as células se encontram bem unidas umas às outras. Quando o sistema
linfático apresenta algum problema e não drena bem os líquidos intersticiais,
eles se acumulam no espaço intercelular, formando um inchaço que recebe
o nome de linfedema, ou edema linfático.
Para tratar de linfedemas, é indicada a prática de exercícios físicos
moderados, o uso de métodos de contenção elástica (meias de compressão)
e a realização de drenagens linfáticas.

Elevar as pernas ajuda a linfa a circular pelo corpo. Meias de compressão podem ser indicadas para reduzir
os linfedemas.

Capítulo 14 - A circulação 271

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Elefantíase (filariose linfática)
É uma doença causada por um grupo de nematódeos conhecido como
filária (Wuchereria bancrofti). Esses vermes são parasitas que se instalam nos
vasos linfáticos, causando uma inflamação que impede a circulação da linfa.
A doença pode levar até 10 anos para se manifestar e costuma atingir
principalmente as pernas, causando grandes inchaços. A filariose é trans-
mitida por mosquitos do gênero Culex sp., e seu tratamento é feito com o
uso de medicamentos.

Ilustração do verme cau-


sador da filariose linfática.

Erisipela
A erisipela é uma infecção causada pela bactéria Streptococcus
pyogenes, e seus sintomas são: lesão na pele acompanhada de dor, ver-
melhidão e inchaço, febre alta, tremores, tontura, delírio e vômitos. Após
algum tempo, as células da pele podem começar a morrer, aparecendo
bolhas ou feridas.
Essa bactéria entra em nosso corpo através de qualquer tipo de corte
ou ferida, até mesmo picadas de inseto, atingindo rapidamente o tecido
linfático. Seu tratamento consiste na ingestão de antibióticos conforme a
prescrição médica, repouso e elevação do membro afetado.

272 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Complete as frases.

a) O sangue é um líquido de cor vermelha que circula no corpo humano e é produ-


zido pela medula óssea .

b) Os vasos sanguíneos são os tubos através dos quais ocorre a circulação sanguínea.
Eles podem ser divididos em três tipos: artérias , veias e capilares .

c) O sangue arterial é rico em oxigênio, está presente nos vasos arteriais e também
nas veias pulmonares. Por outro lado, o sangue venoso é pobre em oxigênio,
está presente nos vasos venosos e também nas artérias pulmonares .

d) O coração é um órgão que bombeia o sangue através do corpo e possui


quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos .

2. O sistema cardiovascular é formado por dois subsistemas. Quais são eles e que função eles
possuem?

O sistema cardiovascular pode ser dividido em sistema sanguíneo e sistema linfático. O sistema

sanguíneo é responsável por transportar substâncias através do corpo. O sistema linfático é res-

ponsável por controlar os líquidos do corpo, drenando os que estão em excesso e enviando-os

para o sangue.

3. Relacione as colunas a seguir.

(a) Eritrócitos ( c ) Glóbulos brancos.

(b) Trombócitos ( d ) Líquido amarelado composto por água e substâncias transportáveis.

(c) Leucócitos ( a ) Glóbulos vermelhos.

(d) Plasma ( b ) Células responsáveis pela coagulação.

( a ) Células responsáveis pelo transporte de oxigênio.

( c ) Células responsáveis pela defesa do organismo.

( b ) Plaquetas.

Capítulo 14 - A circulação 273

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4. O nosso coração funciona como uma bomba de sangue: se ele para de funcionar, nosso corpo
se prejudica e morremos. O sangue para de circular, nossas células param de ser irrigadas, e o
corpo todo para de funcionar. O ciclo cardíaco se divide em duas fases: sístole e diástole. Qual
a diferença entre sístole e diástole? Como esses movimentos impulsionam o sangue?

Sístole e diástole são dois movimentos que ocorrem no coração. A sístole é o movimento de contra-

ção do coração. A diástole é o movimento de relaxamento. O sangue entra no coração quando

os átrios estão em diástole, ou seja, relaxados. Quando ocorre a sístole e os átrios se contraem,

o sangue é empurrado para os ventrículos, que estão relaxados. Em seguida, são os ventrículos

que se contraem, então o sangue é empurrado para fora do coração, entrando na artéria aorta.

5. Sobre a circulação humana, faça o que é pedido.

a) Explique por que a circulação sanguínea humana é classificada como fechada, dupla e completa.
A circulação do sangue no ser humano é fechada porque o sangue só circula no interior dos vasos

sanguíneos; é dupla porque o sangue passa duas vezes pelo coração; e é completa porque o

sangue arterial não se mistura com o sangue venoso.

b) Agora, explique qual é o caminho que o sangue segue durante a circulação. Não se esqueça
de mencionar qual é o tipo de sangue que passa por cada local do corpo.
Inicialmente, o sangue pobre em oxigênio entra no coração pelo átrio direito e passa para o ven-

trículo direito. De lá, ele segue para os pulmões, onde recebe oxigênio, e volta para o coração,

entrando pelo átrio esquerdo e passando para o ventrículo esquerdo. Após ser impulsionado

para fora do coração, ele entra na artéria aorta, por onde seguirá para todo o corpo, perdendo

oxigênio e retornando para o coração pelo átrio direito, recomeçando todo o processo.

c) Para fixar o caminho percorrido pelo sangue em nosso corpo, complete o esquema a seguir.

Veia cava átrio direito ventrículo direito artéria pulmonar


pulmões veia pulmonar átrio esquerdo ventrículo esquerdo
artéria aorta cabeça e corpo veia cava.

d) Explique por que o sangue não corre na direção contrária em nosso corpo. Se necessário,
releia o capítulo.
O sangue não corre na direção contrária porque existem válvulas no coração e nas veias que

direcionam o sentido da circulação e impedem que o sangue faça o caminho inverso.

274 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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6. Reflita e responda às perguntas a seguir justificando sua resposta.

a) Há alguma relação entre o sistema cardiovascular e o sistema digestório?


Sim, os nutrientes absorvidos pelos intestinos na digestão são transportados até as células do

corpo através do sistema cardiovascular.

b) Comer feijão faz bem para a circulação sanguínea?


Sim, pois o feijão é rico principalmente em ferro. O ferro é um dos componentes da hemoglobina,

proteína presente nas hemácias. Essas células só conseguem transportar o oxigênio pelo corpo

devido à presença do ferro.

7. Além do sistema cardiovascular (circulatório), para a circulação do sangue, o corpo humano


possui outro sistema de fluxo de líquido: o sistema linfático. O que é a linfa?

Linfa é um líquido amarelado formado pelo sangue que escapou dos capilares e pelo líquido

absorvido do espaço intercelular.

8. A circulação linfática é responsável pela absorção de detritos e macromoléculas que as células


produzem durante o seu metabolismo ou que não conseguem ser captados pelo sistema sanguíneo.
Explique como se dá a circulação linfática.

O sistema linfático não possui um órgão bombeador. A linfa circula devido à ação de válvulas

linfáticas, com o auxílio do movimento dos músculos do corpo, da pressão exercida pela respira-

ção e da pressão das artérias. Após ser recolhida, a linfa flui do corpo em direção ao coração

e desemboca em veias próximas a esse órgão, misturando-se ao sangue.

9. Associe as colunas.

(a) Linfonodo ( f ) Doença causada por uma bactéria que causa dor, febre, delírios,
vômitos e deixa manchas ou bolhas na pele.
(b) Íngua
( e ) Doença causada por vermes parasitas, formando grandes inchaços
(c) Linfangite
nos vasos linfáticos.
(d) Linfedema
( c ) Inflamação dos vasos linfáticos.
(e) Elefantíase
( a ) Órgão arredondado responsável por filtrar a linfa.
(f) Erisipela
( d ) Inchaço formado por líquidos acumulados no interstício.

( b ) Nódulo linfático inchado.

Capítulo 14 - A circulação 275

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (UPE) A figura abaixo representa o coração 2. (UFMG) O aumento de peso é considerado


de um mamífero visto de frente. um fator determinante para o aparecimento
de hipertensão arterial em crianças e ado-
lescentes. Todas as alternativas apresentam
1 2 procedimentos recomendados para abaixar
13

3
a pressão arterial, exceto:
4
12 a) Estimular o consumo de fibras vegetais nas
11 5
refeições.
6
b) Praticar atividades físicas regulares.
9
7 c) Evitar o consumo diário de carnes vermelhas.
8
10
d) Usar queijo curado em uma das refeições
diárias.
Sobre essa figura, são feitas várias afirmações.

I. Na figura, o número 1 indica a artéria aorta; 3. (Uerj) Artérias são vasos sanguíneos que
o número 3, as veias pulmonares; e arterial transportam o sangue do coração para os
é o tipo de sangue circulante nesses vasos. tecidos, enquanto veias trazem o sangue
para o coração. Admita, no entanto, que
II. Os números 10 e 13 indicam as artérias
as artérias fossem definidas como vasos
pulmonares; o sangue circulante nesses vasos
que transportassem sangue oxigenado; e as
é o venoso.
veias, vasos que transportassem sangue não
III. O número 2 indica a veia cava, que se oxigenado. Nesse caso, a artéria e a veia
ramifica em veia cava superior e veia cava que deveriam inverter suas denominações
inferior; o sangue circulante nesses vasos é no ser humano seriam, respectivamente, as
venoso. conhecidas como:
IV. Os números 4 e 8 indicam, respectivamente, a) renal e renal.
átrio esquerdo e ventrículo direito; o sangue
b) aorta e cava.
circulante é arterial e venoso respectivamente.
c) coronária e aorta.
Estão corretas:
d) pulmonar e pulmonar.
a) I e IV. d) II e IV.
e) aorta e pulmonar
b) II e III. e) III e IV.

c) I e III.

276 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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4. (Udesc – Adaptada) Observe as três afirmativas 6. (Fei) Os componentes do sangue que têm a
sobre a medula óssea e o sangue: função de defesa do organismo e de coagu-
lação são, respectivamente:
I. A medula possui como função a produção
de células do sangue. a) leucócitos e hemácias.

II. Os glóbulos vermelhos são produzidos na b) plaquetas e hemácias.


medula óssea e, posteriormente, passam c) leucócitos e plaquetas.
para a corrente sanguínea.
d) plaquetas e leucócitos.
III. Os anticorpos são produzidos pelas plaquetas.
e) hemácias e plaquetas.
Assinale a alternativa correta.
7. (UFPI) O sistema circulatório humano tem como
a) I, II e III são verdadeiras.
órgão principal o coração, que é formado por
b) I e II são verdadeiras. uma membrana interna, uma externa e o mús-
c) II e III são verdadeiras. culo que o constitui. Assinale a alternativa que
contém as denominações dessas duas mem-
d) I e III são verdadeiras.
branas e do músculo respectivamente.
e) Apenas II é verdadeira.
a) Endotélio, perilema, miocárdio.
5. (CFT-PR) Nosso corpo é formado por qua- b) Miocárdio, endocárdio, coronárias.
trilhões de células vivas que necessitam, ao
c) Endocárdio, camada adventícia, pericárdio.
mesmo tempo, de água, alimentos, ar, entre
outras substâncias. O sangue é o veículo que d) Pericárdio, endotélio, coronária.
transporta as substâncias necessárias à vida e) Endocárdio, pericárdio, miocárdio.
das células. Sobre as diferentes funções do
sangue, é correto afirmar que: 8. (Vunesp – Adaptada) Pode-se dizer que a
circulação sanguínea é completa quando:
a) os leucócitos transportam nutrientes e hor-
mônios. a) não ocorre mistura de sangue venoso e ar-
terial.
b) o plasma é responsável pelo transporte de
oxigênio. b) o sangue, numa volta completa pelo corpo,
passa uma única vez pelo coração.
c) as plaquetas ajudam na coagulação do
sangue. c) o sangue passa duas vezes pelo coração a
cada volta completa.
d) as hemácias são responsáveis pela defesa
do organismo. d) não há uma perfeita separação entre o san-
gue venoso e o sangue arterial.
e) os glóbulos vermelhos regulam a manutenção
da temperatura. e) ocorre mistura de sangue venoso e arterial.

Capítulo 14 - A circulação 277

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9. (Ufscar) Se pudéssemos marcar uma única 11. Para evitar o refluxo sanguíneo, ou seja, garantir
hemácia do sangue de uma pessoa quando a circulação sanguínea em um único sentido:
de sua passagem por um capilar sanguíneo do átrio ventrículo, existe um orifício denominado:
pé e seguir seu trajeto pelo corpo a partir dali, a) artéria aorta.
iríamos detectar sua passagem, sucessivamente,
b) miocárdio.
pelo interior de:
c) valva atrioventricular.
a) artérias veias coração artérias
pulmão veias capilares. d) veias.

b) artérias coração veias pulmão e) capilares


veias coração artérias
12. Complete a frase e depois marque a alter-
capilares.
nativa correta:
c) veias artérias coração veias
pulmão artérias capilares. Taquicardia é o aumento dos batimen-
tos cardíacos, enquanto bradicardia éa
d) veias pulmão artérias coração
diminuição desses batimentos.
veias pulmão artérias
capilares. a) Sístole e diástole.

e) veias coração artérias pulmão b) Bradicardia e taquicardia.


veias coração artérias c) Diástole e bradicardia.
capilares.
d) Taquicardia e bradicardia.
10. Com relação ao músculo cardíaco, marque e) Sístole e taquicardia.
a única alternativa errada.

a) O músculo é formado por musculatura estria- 13. A elefantíase é uma das doenças do sistema
linfático, causada por um grupo de vermes
da e tem contração involuntária.
nemátodos, conhecidos como filária. Com
b) O nome do músculo cardíaco é miocárdio. relação a eles, pode-se afirmar que:
c) A contração voluntária do coração faz do mio- a) são parasitas que se instalam nos vasos linfá-
cárdio um músculo autônomo, o qual realiza ticos causando uma inflamação que impede
um movimento denominado taquibradicardia. a circulação da linfa.
d) O miocárdio apresenta fibras com um ou b) é transmitida por meio de bactérias.
dois núcleos, estrias transversais e discos in-
c) seu tratamento se dá através de uso de me-
tercalares.
dicamentos do tipo antibiótico e de cirurgia.
e) A contração do miocárdio é rápida e invo-
d) a doença pode se manifestar em até dois
luntária, ou seja, controlada pelo sistema
anos, atingindo principalmente o coração.
nervoso autônomo.

278 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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e) pode infeccionar a pele causando dor, verme- d) No corpo existem cerca de 600 nódulos
lhidão, inchaço, febre, tontura, delírio e vômitos. linfáticos, concentrados principalmente no
coração, axilas, glândulas mamárias, pes-
14. As doenças cardiovasculares são comuns coço e virilha.
devido ao envelhecimento natural dos órgãos.
e) O inchaço aparente dos linfonodos em algumas
Marque a seguir a alternativa onde só se en-
regiões do corpo é conhecido como íngua.
contram doenças cardiovasculares.

a) Isquemia, infarto, varizes, hipertensão. 17. Alguns órgãos do nosso corpo são consi-
derados como órgãos linfoides, apesar de
b) Linfedema, AVC, infarto, erisipela.
não possuírem associação direta com a cir-
c) Varizes, hipertensão, AVC, elefantíase. culação linfática, entretanto fazem parte do
d) Infarto, isquemia, erisipela, derrame. sistema imune do organismo. Assinale abaixo
a alternativa indicando tais órgãos.
e) Infarto; hipertensão; AVC, ou derrame.
a) Coração, fígado e intestino.
15. O nome que se dá ao número de vezes que
b) Tonsilas, ou amígdalas; baço e timo.
o coração se contrai por unidade de tempo é:
c) Fígado, tonsilas e baço.
a) movimento.
d) Timo, coração e baço.
b) frequência.
e) Intestino, timo e coração.
c) arritmia cardíaca.

d) sístole atrial. 18. A (o) linfa circula por fora dos ca-
e) diástole ventricular. pilares sanguíneos e banha todas as células
do tecido do corpo, fornecendo nutrientes e
16. Linfonodos, ou nódulos linfáticos, antigamente recolhendo produtos da atividade celular. Esse
eram conhecidos como gânglios linfáticos. líquido é drenado pelos vasos linfáticos pos-
Com relação a eles, é incorreto afirmar que: teriormente por um vaso sanguíneo.
a) São pequenos órgãos arredondados espa-
lhados ao longo dos vasos linfáticos. Marque a alternativa que completa, respecti-
vamente, os espaços no trecho lido.
b) São responsáveis por produzir e armazenar
anticorpos, além de filtrar a linfa durante a a) vaso linfático e linfonodos.
circulação linfática. b) linfonodo e vasos linfáticos.
c) Quando um processo infeccioso se inicia, b) linfa e linfonodos.
os linfonodos incham devido ao aumento da
d) linfa e vasos linfáticos.
produção de linfócitos.
e) vaso linfático e linfonodos.

Capítulo 14 - A circulação 279

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Capítulo 15

A respiração e a excreção

O sistema respiratório permite


a troca de gases com o ar at-
mosférico, sendo fundamental
para o bom funcionamento
dos pulmões e a manutenção
do bem-estar corporal.

Até agora, aprendemos que o nosso corpo, para viver, precisa de


nutrição, resultado do que comemos e bebemos. Vimos também que a
digestão facilita a absorção dos nutrientes e que a circulação sanguínea
os distribui para todos os tecidos e órgãos.
Neste capítulo, conheceremos o processo fundamental para a obtenção
da energia a partir desses nutrientes, a respiração. E mais: veremos como o
nosso organismo faz para eliminar os resíduos que ficam no sangue a partir
da respiração e de outros processos metabólicos, por meio da excreção.

O sistema respiratório

Podemos sobreviver até dois meses sem comer, no máximo de três a


cinco dias sem beber água, mas poucos minutos sem respirar. Por quê?
Para podermos responder a essa pergunta, temos que, antes de tudo,
questionar-nos o que sabemos sobre respiração.
Normalmente, chamamos de respiração o conjunto de dois movimen-
tos: a inspiração, isto é, a captação do ar pelo nariz e pela boca, que

280 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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chega até os pulmões; e a expiração, movimento contrário, por meio do
qual o ar é devolvido ao ambiente. Está correto, mas não é apenas isso
que está em jogo.
Os pulmões, com o auxílio de estruturas especiais, que conheceremos
adiante, captam do ar o gás oxigênio (O2), que é imediatamente conduzido
pela corrente sanguínea para todas as células do nosso corpo.

Inalação, ou aspiração, é a ação que nos permite Sopro é quando direcionamos o ar devolvido pelos
sentir o cheiro das coisas. pulmões.

Uma vez que o oxigênio chega ao interior das células, ocorrerá a


respiração celular, o ponto central da respiração, sua razão de ser. O
processo funciona da seguinte forma: dentro da célula, ocorre uma reação
química, promovida pela organela mitocôndria. Ela usa o oxigênio para
reagir com a glicose, adquirida na alimentação. Dessa reação, é liberada
certa quantidade de água, gás carbônico e energia. Essa energia liberada
é usada para que os tecidos e órgãos funcionem.
As reações dentro do nosso organismo ocorrem continuamente. Só
somos capazes de evitar a captação do ar (prender a respiração) por
poucos minutos, apenas enquanto ainda há oxigênio no sangue sendo
metabolizado. Caso persista a falta de ar, nosso corpo sofre um colapso

Capítulo 8 Capítulo 15 - Asustentação


- Revestimento, respiração e movimento
a excreção 281

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e morre. É o que ocorre com a morte por afogamento ou asfixia.
O gás carbônico gerado a partir da reação química das mitocôndrias
é rapidamente eliminado. A corrente sanguínea o leva, então, para os
pulmões, que o expelem na expiração.

Respiração celular. A glico-


se é a principal substância GLICOSE CO2 ENERGIA
do processo, pois funciona
como combustível dentro
das células. O2 ÁGUA

Oxigênio Dióxido
(ar) de carbono
(no ar que exalamos)

Energia
(fonte que mantém
No processo da respiração, nossos corpos
o oxigênio e a glicose, por funcionando)
meio do metabolismo ce- Glicose
lular, produzem energia (comida)
na forma de movimento Água
e liberam gás carbônico
e água.

Órgãos do sistema respiratório

Chamamos o conjunto das partes do nosso corpo que estão diretamente


envolvidas com a entrada e a saída do ar de sistema respiratório. Esse
sistema é formado pelos seguintes órgãos: nariz, faringe, laringe, traqueia,
Quais as conse-
brônquios e pulmões.
quências de uma res-
piração malfeita?
Cavidade nasal
Faringe

Laringe
Traqueia

Bronquíolo Pulmão
esquerdo
Pulmão
direito Brônquio
Esquema com os órgãos
do sistema respiratório. Diafragma

282 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Cavidades nasais
Há quem pense que não faz diferença puxar o ar pelo nariz ou pela
O ar que sai das
boca. É verdade que ambos o levam ao mesmo lugar, como veremos mais narinas durante o es-
adiante, mas há diferenças, sim. O ar que respiramos não tem apenas pirro atinge em média
oxigênio, ele é feito de outros gases e milhões de partículas de poeira, 150 km/hora. Ao es-
impurezas e micro-organismos. O nariz, ao contrário da boca, é capaz pirrarmos, espalhamos
aproximadamente 40
de “purificar” o ar, mas como?
mil gotículas de saliva.
Como bem sabemos, o nariz tem duas aberturas, que se chamam
narinas, que levam a duas cavidades interiores, as cavidades nasais direita
e esquerda, completamente separadas pelo septo nasal. Essas cavidades
são fortemente irrigadas pela circulação sanguínea e recobertas por uma Que relação existe
mucosa especial, a mucosa nasal, que possui pelos e produz um tipo de entre respiração pul-
secreção. Tudo isso para filtrar, aquecer e umidificar o ar que respiramos monar e respiração
celular?
e, com isso, torná-lo mais saudável.
Como há essa função de filtragem, é inevitável que as impurezas se
acumulem, retidas e grudadas na secreção e nos pelos, ressequem e se
tornem o que chamamos de meleca. A famosa meleca do nariz nada mais
é do que a prova de que ele está nos protegendo de fungos, bactérias
e poeira.

Faringe
A faringe é um órgão comum aos sistemas digestório e respiratório. É
a estrutura por onde passa tanto o ar que respiramos quanto a comida e
a bebida que ingerimos. Os alimentos passam da faringe para o esôfago.
O ar, por sua vez, passa da faringe para a próxima estrutura do sistema
respiratório, a laringe.

Laringe
A laringe é um tubo que pertence exclusivamente ao sistema respi-
ratório. Assim, na sua entrada, que se chama glote, há uma válvula de
segurança muito importante, a epiglote. Durante a passagem do alimento
da faringe para o esôfago, essa válvula imediatamente se fecha. Se, por
alguma razão, ela não se fechar a tempo, ocorre o engasgo. A tosse é a
reação do organismo, que tenta expelir de volta o objeto estranho.
É na laringe também que se encontram as pregas vocais, estruturas
delicadas que, quando estimuladas pela passagem do ar, vibram como
cordas de um instrumento e produzem um som: a nossa voz.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 283

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A laringe conduz o ar para a traqueia, onde ocorre a próxima etapa.

Pregas vocais

Epiglote

Epiglote
Laringe

Glote
Laringe Respiração Fonação

Esquema da localização aproximada da laringe, glote Pregas vocais em dinâmica de respiração e fala.
e epiglote.

Engasgo
Às vezes, quando mastigamos e engolimos muito rápido, a epiglote não consegue se fechar a
tempo, e o alimento cai na laringe, provocando o engasgo. Nesse momento, nosso organismo começa
a tossir para expulsar o alimento, devolvendo-o à faringe. A tosse é muito importante, pois, sem ela, o
alimento poderia entupir a laringe, impedindo a entrada de ar e, consequentemente, levando à morte.
Caso você engasgue, o mais importante é tentar manter a calma. Você deve tentar retirar o ali-
mento por meio da tosse. Quando a ajuda de outra pessoa é necessária, deve-se praticar o método
de desengasgo Heimlich. Esse método consiste em abraçar a pessoa engasgada por trás, com um
punho fechado encostado acima do umbigo e a outra mão envolvendo o punho. Com ambas as
mãos, deve-se comprimir o abdome em direção à parte inferior dos pulmões. Essa manobra precisa
ser repetida cerca de 5 a 8 vezes, ou até a pessoa desengasgar.
Na ausência de alguém para auxiliar, a pessoa engasgada também pode praticar o método
em si mesma. Para isso, precisa inclinar-se sobre uma cadeira, utilizando o encosto do móvel para
fazer pressão no abdome.
Inserir o dedo na garganta ou receber tapas nas costas também podem ajudar a expulsar o
alimento. No caso de nenhuma dessas atitudes mostrar resultado, a vítima deve ser levada urgente-
mente a um hospital para que o alimento seja retirado com o auxílio de algum instrumento médico
ou, em casos extremos, por meio de cirurgia.

284 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Traqueia
Traqueia é um tubo formado por cartilagem. Sua estrutura rígida garante
A hematose é a
que se mantenha sempre aberta. Ela, ao final, bifurca-se, ou seja, divide-se transformação do
em túbulos menores, que se chamam brônquios. Portanto, o volume do ar, sangue venoso em
a essa altura, também se divide. arterial, por meio da
oxigenação nos pul-
Brônquios mões, pelos alvéolos
Brônquios são dois canais de prolongamento da traqueia que pulmonares.
penetram nos pulmões. A estrutura destes lembra a de galhos de uma
árvore, por isso também são conhecidos como árvore respiratória.
Essas ramificações se subdividem em estruturas ainda mais delicadas,
chamadas de bronquíolos.
Cada bronquíolo termina com pequenas “bolsas” em sua extremidade,
denominadas alvéolos pulmonares. Cada alvéolo, por sua vez, realiza a
troca de gases. Eles são envolvidos por uma malha de finos capilares san-
guíneos de dois tipos: uns recebem o oxigênio, que irá para toda a corrente
sanguínea; outros trazem o gás carbônico para ser despejado e expelido.

Laringe

Traqueia
Bronquíolos

Pulmão
Brônquios

Capilares

Alvéolos
Capilar
sanguíneo Ar alveolar

Hemácia

As trocas gasosas ocorrem


Células da parede nos alvéolos pulmonares.
do alvéolo

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 285

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Pulmões
São os dois órgãos que dão suporte aos bronquíolos. São rosados,
flexíveis, esponjosos e extremamente vascularizados. Os alvéolos perma-
necem trabalhando sem parar dentro dos pulmões. No instante em que
milhões deles estão absorvendo as moléculas de O2, outros milhões estão
devolvendo o CO2 do metabolismo celular.
Uma membrana muito delicada e importante que recobre os dois pul-
mões é a pleura, cuja função é proteger e possibilitar o deslizamento da
superfície dos pulmões dentro da cavidade torácica à medida que ocorrem
Os pulmões contêm quase
2.400 quilômetros de vias os movimentos da respiração, como veremos a seguir.
aéreas e mais de 300 mi-
lhões de alvéolos.
Os movimentos da respiração

A entrada e a saída de ar, ou seja, a inspiração e a expiração,


O que é o soluço? dependem da ação conjunta de músculos intercostais e do diafragma.
Como surgem os so- Diafragma é um feixe muscular muito especial que separa a cavidade
luços? torácica da cavidade abdominal.

O diafragma está diretamente


relacionado com o proces-
so de respiração e também
auxilia na expulsão de urina,
fezes e vômito.

Na inspiração, as costelas são elevadas pelos músculos intercostais e


o diafragma se abaixa, aumentando o volume do tórax. Esse aumento de
volume cria uma diferença de pressão, forçando a entrada de ar pelo nariz.
Na expiração, o movimento é oposto. As costelas baixam, os músculos
relaxam, e o diafragma sobe, reduzindo o volume da caixa e expulsando o ar.

286 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Ventilação pulmonar é o
nome dado aos movimentos
Inspiração Expiração de inspiração e expiração.

Nós respiramos cerca de 6 litros de ar por minuto, porém somente


meio litro é renovado a cada respiração.
Em repouso, o homem respira 12 vezes por minuto; a mulher, 20
vezes por minuto; e as crianças, 60 vezes. Isso quer dizer que um
adulto respira, em média, 450 litros de ar em 1 hora, 10.800 litros
por dia ou, ainda, 3,9 milhões de litros em um ano!

A regulação da respiração

Podemos respirar mais rápido ou mais devagar; podemos realizar


uma respiração mais funda ou mais curta, ou mesmo fazer apneia, que
é a suspensão momentânea da respiração, muito comum quando mergu-
lhamos na piscina ou no mar. Nesse sentido, podemos dizer que temos
certa autonomia, podemos regular a nossa respiração. Mas há um limite.
Se, por exemplo, a apneia ultrapassar o tempo que nosso organismo é
capaz de suportar sem respirar, ele assume o controle e voltará a trabalhar
independentemente de nossa vontade. A morte por afogamento ocorre por
conta da aspiração de água para dentro dos pulmões. Garota fazendo apneia
durante um mergulho.
Essa capacidade de trabalhar mesmo contra nossa vontade vem de
uma região específica do nosso cérebro: o bulbo. E é ela que garante a
respiração contínua enquanto realizamos todas as outras atividades da vida,
incluindo dormir.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 287

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Doenças do sistema respiratório

No ar atmosférico, encontramos partículas de poeira, bactérias e


micro-organismos que podem causar doenças. Ao respirarmos esse ar,
naturalmente podem ocorrer infecções respiratórias. No entanto, essas
doenças podem ser agravadas pela má qualidade do ar nas grandes
cidades, devido aos altos índices de monóxido de carbono na atmosfera
liberados pelos veículos e pela atividade industrial.

Poluentes liberados a partir da queima de combustíveis pelos automóveis e pelas indústrias.

Asma brônquica
A asma é uma inflamação das vias aéreas que gera o estreitamento
dos bronquíolos.
Agentes causadores: micro-organismos, poeira ou pelos de animais.

Sintomas: falta de ar e chiado no peito.

Pneumonia
A pneumonia é uma inflamação dos pulmões, mais especificamente
dos alvéolos.
Agentes causadores: vírus, protozoários, fungos e, principalmente,
bactérias como a Diplococcus pneumoniae.

Sintomas: tosse com escarro, dores no tórax, febre, dor de ouvido,


etc. Se não for tratada, pode levar à morte.
Prevenção: vacina.

288 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Resfriados
Os conhecidos resfriados são também infecções das vias respiratórias.
Agentes causadores: vírus do grupo rinovírus, na maioria dos casos.

Sintomas: rinite, tosse, espirros e dor de garganta nos primeiros dias.

Gripes
Assim como os resfriados, as gripes são infecções das vias respiratórias.
Agentes causadores: os vírus do grupo Influenza.

Sintomas: febre alta, dores pelo corpo, dor de cabeça, mal-estar,


perda do apetite, dor de garganta e tosse.

Prevenção: vacina.

Tuberculose
A tuberculose é uma perigosa infecção pulmonar.
Agentes causadores: bactérias da espécie Mycobacterium tuberculosis
(também conhecida como bacilo de Koch).

Sintomas: tosse com catarro por longo período, rouquidão, febre, can-
saço excessivo, dor no peito, eliminação de sangue pelas vias aéreas.

Prevenção: vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG).

O sistema excretor

Como vimos, o gás carbônico é um resíduo da atividade metabólica Não devemos con-
da célula que eliminamos por meio da expiração. Nosso organismo precisa fundir excreção com
evacuação, ou elimi-
eliminá-lo porque ele é tóxico. O CO2, no entanto, não é o único resíduo
nação das fezes. As fe-
tóxico originado do nosso metabolismo. Há, por exemplo, a ureia, subs- zes são consequência
tância também residual, proveniente da quebra de moléculas de proteína da digestão, nas quais
no fígado, bem como o ácido úrico e a amônia. À ureia e a esses outros resíduos da alimenta-
resíduos, damos o nome de excretas (também conhecidas por metabó- ção e alimentos não
digeridos são elimina-
litos); ao mecanismo que o corpo utiliza para eliminá-las, damos o nome
dos juntamente com
de excreção. Eliminamos esses resíduos de duas formas: por meio do suor micro-organismos do
e, principalmente, pela urina. tubo digestório. A ex-
A excreção atua na eliminação de resíduos e na regulação da con- creção é o produto do
centração de líquidos, mantendo o equilíbrio hídrico das células, bem como metabolismo residual e
de outros materiais sem
balanceia os níveis de sais minerais, como o cloreto de sódio, no sangue.
utilidade, eliminados
Vejamos como ocorrem os processos de excreção. do organismo.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 289

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As glândulas sudoríparas e o suor

As glândulas sudoríparas se encontram na derme e produzem o suor,


líquido que possui uma função muito importante: a regulação térmica do
corpo. Quando faz muito calor ou realizamos intensa atividade física, as
glândulas liberam o suor, que chega à superfície da pele através dos poros,
refrescando e ajudando a controlar a temperatura do corpo e a mantê-la
em um nível equilibrado. Lembrem-se, somos animais homeotérmicos, pre-
cisamos manter a temperatura corporal constante.
A atividade das glândulas sudoríparas, no entanto, vai além. Ela também
é muito útil para a excreção, afinal o suor é composto basicamente de água,
mas também de cloreto de sódio, ácido úrico e ureia. Sendo assim, o suor
também colabora para a diminuição dessas toxinas presentes no nosso sangue.

A excreção de toxinas pelo


suor é mais uma razão que
explica a importância de se
praticar atividades físicas.

A urina e o nosso sistema urinário

Como sabemos, o sangue percorre o corpo humano através dos vasos


sanguíneos, transportando substâncias para as células e recolhendo tudo o
que foi descartado por elas. As substâncias recolhidas precisam ser removi-
das da corrente sanguínea e eliminadas do corpo. O sistema responsável
por realizar essa tarefa é o sistema urinário, que é formado pelos rins e
pelas vias urinárias (ureteres, bexiga urinária e uretra).
De modo geral, o processo de excreção urinária ocorre da seguinte maneira:
a corrente sanguínea entra nos rins através das artérias renais, o sangue é filtrado
e retorna às vias sanguíneas através das veias renais. As substâncias filtradas
dão origem à urina, que, via ureteres, segue para a bexiga. Quando há uma
quantidade suficiente de urina na bexiga, ela é expelida por meio da uretra.

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Artéria renal Veia renal
Rim direito Rim esquerdo
Aorta
Ureter

Bexiga

Esfíncter

Uretra

Representação do sis-
tema urinário.

Quanto mais idade tiver a pessoa, menos ela vai suar. A quantidade
de suor também é diferente entre os sexos, pois os homens podem suar
até duas vezes mais que as mulheres.
O suor também pode ser vermelho em alguns seres humanos. Pes-
soas que têm o suor avermelhado, aliás, apresentam uma condição rara,
chamada hematidrose. Isso acontece porque alguns vasos sanguíneos
se misturam com as glândulas sudoríparas e fazem com que a pessoa
que apresenta essa condição sue sangue.
Nossos pés têm 250 mil glândulas sudoríparas, que permitem que
suemos até meio litro por dia!

Agora que você já tem uma visão geral do processo de excreção por
meio da urina, vamos conhecer melhor os constituintes do sistema urinário.

Rins
Os rins são dois órgãos localizados no abdome, acima da cintura, cuja
função é filtrar todo o sangue de nosso corpo. Eles têm formato de feijão,
possuem coloração vermelho-escura e aproximadamente 12 centímetros de
comprimento. A cada 5 minutos, os rins filtram todo o volume de sangue
presente em nosso corpo.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 291

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O rim é formado por três partes: a região mais externa (córtex renal),
a região mais interna (medula renal) e a cavidade localizada no centro
dos rins (pelve renal). Ele recebe sangue da artéria renal, liberando urina
para o ureter e devolvendo o sangue filtrado à circulação pela veia renal.
Observe na imagem a seguir.
Córtex renal

Medula renal

Artéria renal

Veia renal

Ureter
Esquema de estrutura interna
do rim. Pelve renal

O córtex renal tem coloração clara e um aspecto granuloso (formado


Imagine que você por grãos minúsculos). A medula possui uma coloração mais escura, com
foi ao médico e ele pequenos traços de cor mais clara, o que lhe confere um aspecto estriado.
observou a presença A pelve é uma cavidade cujo formato lembra um funil.
de cálculos renais na
Analisando o córtex mais de perto, percebemos que ele é formado por
região dos ureteres.
Até serem eliminados, quase um milhão de pequenos tubos enovelados. Cada um desses novelos
esses cálculos passa- forma um néfron, a unidade funcional do rim, na qual ocorre efetivamente
rão por quais partes a filtração do sangue e a produção de urina.
do sistema urinário? Um néfron é constituído basicamente pelo corpúsculo renal (glomérulo e
cápsula de Bowman) e pelos túbulos (tubos) renais. O glomérulo é um ema-
ranhado de capilares sanguíneos que se encontra envolvido por uma estrutura
em formato de taça, a cápsula glomerular (ou cápsula de Bowman). As subs-
O sangue impulsio-
tâncias filtradas na cápsula seguem através dos túbulos renais, desembocando
nado pelas batidas do
coração passa pelos no tubo coletor, canal que as transportará até a medula renal.
rins. Por dia, cerca de Vias urinárias
180 litros de sangue
As vias urinárias são as estruturas através das quais a urina segue em dire-
são filtrados pelos rins,
e 1% dessa quantida- ção ao meio externo, compreendendo os ureteres, a bexiga, o esfíncter urinário
de se transforma em e a uretra. Os ureteres são dois canais que saem dos rins em direção à bexiga.
urina (mais ou menos Cada um deles possui aproximadamente 28 centímetros de comprimento.
1.800 mililitros). A bexiga é um reservatório que se interpõe entre os ureteres e a uretra
e pode comportar até 800 mililitros de urina. Ela tem o formato de uma

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bolsa muscular redonda e é relativamente elástica, podendo aumentar ou
diminuir conforme o volume da urina. Na parte inferior da bexiga, há o
esfíncter urinário, músculo responsável por controlar a passagem de urina.
Você deve ter observado que a bexiga e o esfíncter não são “vias”
propriamente ditas, mas estruturas que interceptam as vias. Elas funcionam
de maneira integrada, controlando a passagem da urina, que é eliminada
por meio de um processo chamado micção.
Quando há pouca urina na bexiga, seus músculos permanecem rela-
xados, enquanto o esfíncter se contrai, retendo a urina. No entanto, quando
a bexiga está cheia, os seus músculos se contraem e o esfíncter relaxa,
permitindo a passagem da urina.
Por fim, a uretra conecta a bexiga ao meio exterior, sendo o último
canal pelo qual a urina passa. Um adulto saudável elimina entre 1 litro e
1,5 litro de urina em 24 horas. Nas mulheres, a uretra possui aproximada-
mente 6 centímetros e tem função apenas urinária. Nos homens, ela possui
18 centímetros, em média, e é compartilhada entre os sistemas urinário e
genital, servindo de passagem tanto para a urina quanto para o esperma.

Bexiga armazenando urina Bexiga no ato de urinar

Orifícios ureterais

Músculo
da bexiga Músculo
Urina relaxado Urina da bexiga
contraído

Esfíncter Esfíncter
urinário urinário Funcionamento da bexiga
contraído relaxado e do esfíncter. A bexiga uri-
Uretra nária acumula urina até o
Uretra
momento da micção.

A formação da urina

A formação da urina ocorre no interior dos néfrons e podemos dividi-la


em três etapas básicas: filtração, reabsorção e secreção.

Filtração
A primeira etapa da formação da urina corresponde à filtração do
sangue, processo que explicaremos passo a passo. Inicialmente, o sangue

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 293

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que vem do coração pela artéria aorta adentra na artéria renal, de onde
se espalha através dos capilares renais.
O sangue passa
por um processo de Em seguida, ao percorrer o glomérulo, a pressão arterial é tão grande
filtração na cápsula que o plasma sanguíneo extravasa, passando através das paredes dos
de Bowman. Logo capilares e se acumulando na cápsula glomerular. As células sanguíneas
após, circula por e algumas proteínas de moléculas grandes permanecem no sangue.
meio de estruturas
O plasma que extravasa as paredes do glomérulo e se acumula na
nas quais ocorrem
outros processos de cápsula glomerular é chamado de filtrado. Entre seus componentes, en-
reabsorção e secre- contramos substâncias tóxicas, que devem ser eliminadas, como o ácido
ção de substâncias, úrico e a ureia, e substâncias não tóxicas, essenciais para o corpo humano,
modificando muito a como água, sais minerais e glicose.
composição final do
filtrado. Reabsorção
Após ser formado, o filtrado segue para os túbulos renais, nos quais
ocorre a reabsorção dos nutrientes, que é a segunda etapa da formação
da urina. Nela, substâncias essenciais são reabsorvidas do filtrado, voltando
para o sangue. Vejamos a seguir quais são as substâncias reabsorvidas
em cada parte dos túbulos:

Túbulo contorcido proximal: água e sais minerais.

Alça néfrica (ou alça de Henle): maior parte da água.

Túbulo contorcido distal: água, glicose, sais minerais e aminoácidos.

Os nutrientes atravessam as células das paredes dos túbulos e são


absorvidos pelos finos capilares sanguíneos que os rodeiam. Essa etapa
Por que a urina só é possível graças à ação especializada de um hormônio, o hormônio
muda de cor?
antidiurético (ADH), que torna as paredes dos túbulos renais mais permeá-
veis, permitindo a passagem das substâncias de volta ao sangue.

Secreção
Na terceira e última etapa da formação da urina, algumas substâncias
que haviam escapado à filtração inicial finalmente são retiradas do sangue,
como alguns sais minerais excedentes, medicamentos e drogas, além de
ácido úrico e ureia. Todos esses compostos se somam ao líquido produzido
após as etapas anteriores, dando origem à urina.
Em sua constituição final, a urina é formada basicamente por água
(95%) e um concentrado de ureia, ácido úrico, sais minerais e outras subs-
tâncias tóxicas. Após ser formada, ela é conduzida para fora do néfron

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através do tubo coletor, sendo coletada na medula renal. De lá, a urina
é canalizada para a pelve renal, seguindo para os ureteres, a bexiga, a
Observe que os
uretra e, finalmente, o meio externo. túbulos renais são
formados por dois
Arteríola túbulos mais grossos
Capilares
unidos por um túbulo
sanguíneos
Glomérulo mais fino, denomina-
Tubo
Cápsula de Tubo contorcido contorcido do alça néfrica. Os
Bowman proximal distal túbulos mais grossos
Ducto
ou FILTRAÇÃO HO coletor denominam-se tubo
2
Cápsula
glomerular REABSORÇÃO contorcido proximal
HO
2 (o mais próximo da
SECREÇÃO
cápsula) e túbulo con-
REABSORÇÃO torcido distal (o mais
Alça de distante da cápsula).
Henle, ou alça néfrica
Formação da urina

Doenças renais

Existem várias patologias provocadas pela disfunção renal, entre as


quais se destacam:

Cálculos renais
A formação de cálculo renal (pedra nos rins) ocorre devido à alta
concentração de cristais na composição da urina, que se aglomeram, for-
mando pedras. Esses cristais apresentam-se na forma de oxalato de cálcio,
fosfato de cálcio, fosfato de magnésio e ácido úrico.
Os cálculos renais variam de tamanho e podem chegar até 10 milí-
metros. Quando atingem maiores dimensões, são retirados por processos
cirúrgicos convencionais ou por bombardeamento a laser.

Processo de bombardeamen-
to a laser dos cálculos renais.
Pedras nos rins E cálculos renais removidos
são grandes demais
Ondas de choque após esse processo.
para passar.
de ultrassom esmagam
as pedras. Pedaços menores
passam com a urina.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 295

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Tumores nos rins
Os tumores nos rins podem ser benignos, que são geralmente peque-
nos e bem delimitados; ou malignos, que são responsáveis por um grande
número de mortes: são os cânceres renais.

Insuficiência renal crônica


Doença causada por bactérias, diabetes e hipertensão. Muitas vezes, os
rins param de funcionar devido às complicações dessas doenças, sobretudo
as crônicas. Nesse caso, a função renal se torna deficiente, provocando
diminuição no volume de urina. Com isso, os rins não conseguem excretar
os metabólitos, que se acumulam no sangue, resultando no aparecimento
de sintomas que caracterizam a uremia, acúmulo de ureia no sangue,
devido à insuficiência dos rins.
Atualmente, existem duas técnicas cirúrgicas para situações em que
O processo de hemodiáli- medicamentos não conseguem restabelecer a função renal: o emprego do
se substitui a função renal
rim artificial, por meio da hemodiálise, e o transplante de rim.
comprometida. O número
de sessões é definido pe- Chama-se hemodiálise o processo por meio do qual uma máquina
los médicos de acordo
filtra artificialmente o sangue. Esse processo ocorre do seguinte modo: o
com cada caso.
sistema cardiovascular do paciente é conectado à máquina de hemodiálise
por um cateter que é inserido em uma artéria; e outro, em uma veia. O
sangue, então, passa a circular por tubos de paredes semipermeáveis. Esses
tubos são mergulhados em substâncias presentes no plasma sanguíneo.
As excretas tóxicas são absorvidas pelos finíssimos poros das membranas
semipermeáveis, abandonando o sangue. O procedimento dura de 4 a
6 horas, e o grau de necessidade do organismo é o que define quantas
vezes por semana será suficiente para que os níveis de ureia e ácido úrico
sejam equilibrados.
O transplante de rim é hoje o procedimento mais comum. Quando
apenas um dos rins é atingido, a cirurgia remove somente o rim doente,
ficando o rim sadio, que, sozinho, poderá suprir as necessidades orgânicas
de maneira perfeitamente compatível com o processo vital.

Cistite
É uma doença causada pela infecção da bexiga urinária. As bacté-
rias se infiltram pela uretra e infeccionam as vias urinárias, provocando um
ardor intenso. Geralmente, provoca uma vontade frequente e muito intensa
de urinar, mas o indivíduo só consegue eliminar uma pequena quantidade.
Além disso, a urina pode ter alterações de cor e provocar ardência ao sair.

296 Eixo 3 - Vida e evolução - 6o ano

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Pode haver dor ou desconforto na região abdominal e febre. Esse tipo de
inflamação é mais comum em mulheres, pois nelas a uretra é mais curta,
e isso as torna mais vulneráveis à contaminação por bactérias, que muitas
vezes vêm da própria região anal. Por isso, é muito importante ter cuidado
com a higiene, principalmente após as micções e evacuações, beber bas-
tante água e evitar prender a urina por muito tempo. O tratamento consiste
na administração de antibióticos. O paciente deve beber muita água para
urinar com frequência e, assim, “limpar” a bexiga.

Uretrite
É uma doença infecciosa da uretra causada por bactérias. Os sin-
tomas da uretrite são semelhantes aos da cistite, mas a uretrite acomete
o canal por onde eliminamos a urina. O tratamento também é feito com
medicamentos antibióticos. É muito importante detectar e tratar a uretrite,
pois a infecção pode irradiar para regiões próximas, ocasionando cistite,
além de inflamação dos testículos e da próstata nos homens e do colo do
útero nas mulheres.

Curiosidades
A urina tem uma tonalidade amarelada devido à presença de uma
substância denominada urobilina, resultante da decomposição da
hemoglobina de hemácias.

Pelos rins de uma pessoa saudável, passam, diariamente, mais ou


menos 1.700 litros de sangue. De todo o volume de líquido filtrado
pelos rins, grande parte é absorvido pelas células. Aproximadamente
2 litros de resíduos são excretados na forma de urina a cada dia.

O famoso antidoping é um exame laboratorial de urina que busca


algumas substâncias químicas tidas como proibidas, a exemplo de
estimulantes e esteroides, porque alteram o metabolismo e o con-
dicionamento físico normal do atleta. As organizações esportivas
consideram seu uso desleal e podem anular ou modificar o resultado
de uma competição da qual algum atleta tenha participado sob efeito
dessas substâncias. A urina, e não o sangue, é colhida para o exame
porque, como sabemos, ela é o resultado da filtração sanguínea.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 297

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CIÊNCIAS E REFLEXÃO

1. Observe a sequência de figuras a seguir e, com suas palavras, defina cada uma delas, nomeie
suas partes e acrescente suas respectivas funções.
1 Sistema urinário humano, responsável por eliminar o excesso de
3
2
água e substâncias tóxicas do organismo através da urina.
4
1: Artéria renal, traz o sangue do coração até os rins para
5 ser filtrado.
6
7 2: Veia renal, leva o sangue purificado de volta ao coração.

3: Rins, par de órgãos responsável pela filtração do sangue e pela

formação da urina.

4: Ureteres, tubos que conduzem a urina formada nos rins para a

bexiga.

5: Bexiga, bolsa muscular elástica que funciona como reservatório

da urina.

6: Esfíncter, músculo que controla a saída da urina para a uretra.

7: Uretra, canal por onde escoa a urina para fora do corpo.

1
Estrutura interna de um rim.

1: Córtex renal, parte mais externa do rim. No seu interior, estão

cerca de um milhão de néfrons. É no córtex que é formada a urina.

2: Medula renal, parte do rim constituída de numerosos túbulos

coletores de urina.
3
3: Ureter, canal que liga os rins até a bexiga.

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4
Néfron, unidade funcional do rim responsável pela filtração do
3

sangue e produção da urina.

1: Arteríola, uma ramificação da artéria renal que penetra a cápsula

glomerular, levando o sangue para dentro dela.


1
2
2: Glomérulo, ramificação da arteríola, um emaranhado de finos

capilares sanguíneos no interior da cápsula. De dentro dos capilares,

o sangue extravasa para o interior da cápsula.

3: Cápsula glomerular, estrutura que recebe e filtra o sangue, con-

duzindo-o para dentro dos túbulos renais.

4: Túbulos renais, canais onde etapas importantes da formação da

urina acontecem, como a reabsorção de nutrientes.

2. Sabe-se que substâncias como a glicose são absorvidas pela cápsula glomerular para dentro
dos néfrons. Sendo assim, por que, em condições normais, elas não são encontradas na urina?

Na etapa denominada reabsorção, que ocorre no túbulo contorcido proximal, substâncias

importantes para o organismo, como a glicose, a água, etc., são devolvidas à corrente

sanguínea.

3. Medicamentos com efeito diurético são frequentemente receitados para pacientes com problemas
de hipertensão. Tomando como base o que foi estudado neste capítulo, pesquise e explique, com
suas palavras, de que forma a estimulação da diurese pode ser útil no combate a essa doença.

Espera-se que o estudante demonstre ter compreendido, com suas pesquisas e com o que foi

estudado no capítulo, que os medicamentos diuréticos receitados para pacientes com hipertensão

estão relacionados com a eliminação de sódio pela urina. Ou seja, a redução da reabsorção

de NaCl ajuda no controle da hipertensão arterial.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 299

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4. (UFF-RJ) Descreva o caminho que o ar atmosférico percorre no sistema respiratório humano citando seus
segmentos anatômicos e explicando a diferença da composição do ar inspirado e da do expirado.

O ar penetra pelas narinas, passa pela faringe, laringe, traqueia e, chegando aos pulmões,

segue pelos brônquios e bronquíolos até chegar aos alvéolos, onde ocorrem as trocas gasosas.

A diferença entre o ar inspirado e o expirado está na concentração de oxigênio e gás carbônico.

No ar inspirado, há maior quantidade de oxigênio e menor de gás carbônico. No ar expirado,

ocorre o contrário, há maior concentração de gás carbônico e menor concentração de oxigênio.

5. (Vunesp) Em condições normais e encontrando-se desperta, uma pessoa pode parar de respirar
na hora em que desejar fazê-lo. A pessoa seria capaz de produzir anoxia (ausência de oxigênio)
total simplesmente parando de respirar? Justifique a sua resposta.

Não. Chega um momento em que o centro respiratório (bulbo), em função da acidificação do

sangue (excesso de gás carbônico), assume o controle dos movimentos respiratórios.

6. (Fuvest) O monóxido de carbono (CO) é absorvido nos pulmões e reage com a hemoglobina
do sangue, com a qual forma um complexo (COHb) 210 vezes mais estável do que a oxi-hemo-
globina (O2Hb). Qual o prejuízo imediato para as células decorrente da inalação de CO por
uma pessoa? Explique.

O CO impede a hemoglobina de transportar oxigênio para as células, causando sua morte por

asfixia.

7. Quando as pessoas mastigam e engolem muito rápido, a epiglote não consegue fechar a tempo, e
o alimento cai na laringe, provocando o engasgo. Nesse momento, o organismo utiliza o mecanismo
da tosse para expulsar o alimento, devolvendo-o à faringe. Explique por que tossir é necessário.

A tosse é necessária para evitar o entupimento da laringe, pois impediria a entrada de ar no

organismo e, consequentemente, levaria o indivíduo à morte.

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CIÊNCIAS NO VESTIBULAR

1. (UFV) Observe o esquema, representado abai- 3. (UNB) A sequência das estruturas do sistema
xo, de parte do sistema respiratório humano e respiratório pulmonar é:
assinale a alternativa incorreta. a) cavidades nasais - laringe - esôfago - brôn-
quios - traqueia.

b) cavidades nasais - faringe - laringe - traqueia


I
III
- brônquios.

c) cavidades nasais - laringe - faringe - traqueia


- brônquios.
II
d) cavidades nasais - faringe - esôfago - tra-
IV
V
queia - brônquios.

e) cavidades nasais - faringe - traqueia - laringe


a) O ar chega aos pulmões pelo esôfago, - brônquios.
indicado por I.

b) O diafragma, indicado por V, auxilia nos 4. (Ufsc) Cada ureter conduz a urina:
movimentos respiratórios. a) do rim à bexiga.

c) Os pulmões e brônquios estão indicados por b) da bexiga ao meio externo.


III e IV, respectivamente. c) da bexiga ao rim.
d) Embora não esteja indicada, a laringe se d) do bacinete aos cálices.
localiza acima da traqueia.
e) dos cálices aos bacinetes.
e) Os bronquíolos, indicados por II, conduzem
o ar aos alvéolos. 5. (Uece – Adaptada) Nos mamíferos, o percurso
do ar inspirado nos pulmões é:
2. (Fuvest) A obstrução dos bronquíolos impede
a) bronquíolos, brônquios e alvéolos.
que o oxigênio atinja:
b) brônquios, bronquíolos e alvéolos.
a) a faringe.
c) alvéolos, brônquios e bronquíolos.
b) o esôfago.
d) bronquíolos, alvéolos e brônquios.
c) a laringe.
e) brônquios, bronquíolos e pulmões.
d) a traqueia.

e) os alvéolos.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 301

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6. (PUC-RJ – Adaptada) A respiração é a troca 8. (FCC) O hormônio antidiurético (ADH) regula
de gases do organismo com o ambiente. Nela, o teor de água do corpo humano, determi-
o ar entra e sai dos pulmões graças à contração nando o aumento de reabsorção de água nos
do diafragma. Considere as seguintes etapas túbulos renais. Assim, quando o suprimento
do processo respiratório no ser humano: de água do corpo for excessivo, espera-se
encontrar no sangue:
I. Durante a inspiração, o diafragma se contrai
e desce, aumentando o volume da caixa a) pouco ADH, o que reduz a reabsorção de
torácica. água.

II. Quando a pressão interna na caixa torácica b) pouco ADH, o que aumenta a reabsorção
diminui e se torna menor que a pressão do de água.
ar atmosférico, o ar penetra nos pulmões. c) nenhum ADH, o que eleva a reabsorção
III. Durante a expiração, o volume torácico de água.
aumenta, e a pressão interna se torna menor d) muito ADH, o que reduz a reabsorção de
que a pressão do ar atmosférico. água.
IV. Quando o diafragma relaxa, ele reduz o e) pouco ADH, o que reduz a absorção de
volume torácico e empurra o ar usado para água.
fora dos pulmões.
9. (Enem) Durante uma expedição, um grupo de
Assinale a alternativa correta:
estudantes perdeu-se de seu guia. Ao longo do
a) I e II. dia em que esse grupo estava perdido, sem
b) II, III e IV. água e debaixo de sol, os estudantes passa-
ram a sentir cada vez mais sede. Consequen-
c) I, II e III.
temente, o sistema excretor desses indivíduos
d) I, II e IV. teve um acréscimo em um dos seus processos
e) I e IV. funcionais. Nessa situação, o sistema excretor
dos estudantes:
7. A função do nariz não é simplesmente de
a) aumentou a filtração glomerular.
entrada e saída do ar. O nariz também tem
função de: b) produziu maior volume de urina.

a) aquecer, umidificar e filtrar o ar. c) produziu urina com menos ureia.

b) aquecer e filtrar o ar. d) produziu urina com maior concentração de sais.

c) aquecer e umidificar o ar. e) reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.

d) umidificar e filtrar o ar.

e) aquecer e umidificar o ar.

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10. Alvéolos pulmonares são pequenas bolsas 13. A bexiga e o esfíncter funcionam de forma
onde se dá a troca de gases nos pulmões. Esse integrada no controle da passagem da urina,
mecanismo é denominado: que é eliminada por meio de um processo de:

a) micção. a) filtração.

b) filtração. b) reabsorção.

c) absorção. c) secreção.

d) respiração. d) micção.

e) hematose. e) evacuação.

11. Na laringe existe uma válvula de segurança 14. Marque a alternativa errada com relação
denominada epiglote, cuja função é: à excreção.

a) abrir-se para a passagem de ar ou de ali- a) Ureia, ácido úrico e amônia são excretas
mentos, simultaneamente. também conhecidas por metabólitos.

b) permitir a passagem dos alimentos do esôfa- b) A excreção é um mecanismo de eliminação de


go para o estômago e do ar para a laringe. resíduos que regula a concentração de líquidos,
mantendo o equilíbrio hídrico das células.
c) fechar-se durante a passagem do alimento
da faringe para o esôfago para impedir o c) Atua alterando os níveis de sais minerais,
engasgo. como o ferro no sangue.

d) auxiliar a laringe na passagem do ar e assim, d) É um produto do metabolismo residual e de


juntas, promover a emissão de som. outros materiais sem utilidade, eliminados
do organismo.
e) filtrar as impurezas do ar que respiramos.
e) Elimina CO2 do organismo, por meio da
12. No processo de filtração da urina, no filtrado, respiração, quando expiramos.
encontram-se substâncias tóxicas que devem
ser eliminadas, como o ácido úrico e a ureia, 15. Os pulmões são recobertos por uma membra-
e substâncias não tóxicas, essenciais para o na muito delicada que os protege, chamada:
corpo humano, que são: a) pleura.
a) água, amônia e glicose. b) alvéolos pulmonares.
b) água, sais minerais e glicose. c) diafragma.
c) glicogênio, amônia e sais minerais. d) pericárdio.
d) amônia, glicose e glicogênio. e) anéis cartilaginosos.
e) glicose, sais minerais e amônia.

Capítulo 15 - A respiração e a excreção 303

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